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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL
ANDRIELLI MORAIS DE OLIVEIRA
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CONCRETOS
COM ADIÇÕES MINERAIS QUANTO À CORROSÃO
DAS ARMADURAS INDUZIDA POR CLORETOS
Goiânia
2007
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL
ANDRIELLI MORAIS DE OLIVEIRA
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CONCRETOS
COM ADIÇÕES MINERAIS QUANTO À CORROSÃO
DAS ARMADURAS INDUZIDA POR CLORETOS
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em
Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para
obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.
Área de Concentração:
Estruturas e Materiais
Orientador:
Prof. Dr. Oswaldo Cascudo
Goiânia
2007
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Oliveira, Andrielli Morais de.
O48a Avaliação do desempenho de concretos com adições minerais
quanto à corrosão nas armaduras induzida por cloretos [manuscrito] /
Andrielli Morais de Oliveira – 2007.
xix,255 f. : il., color., figs., tabs.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás.
Escola de Engenharia Civil, 2007.
Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Cascudo.
Bibliografia: f. 245-255.
Inclui listas de figuras e de tabelas.
Anexos.
1. Concreto - Adição mineral – Avaliação 2. Corrosão de
armaduras I. Cascudo, Oswaldo II. Universidade Federal de
Goiás. Escola de Engenharia Civil III. Título.
CDU: 693.54/.56
i
A minha mãe, ao meu irmão, ao Victor e ao
meu querido tio Orlando (in memorian).
ii
Agradecimentos
Ao meu Orientador Oswaldo Cascudo pelo incentivo, apoio, dedicação e
contribuições ao longo da pesquisa. E também pela compreensão e atenção no conduzir do
trabalho, muito obrigada.
A Helena Carasek, mulher a quem eu muito admiro, obrigada por todo carinho e
amizade.
Ao Centro Tecnológico de Engenharia Civil de Furnas Centrais Elétricas S.A, a
quem eu gostaria de agradecer nas pessoas dos Engenheiros Sr. Rubens Bittencourt, Moacir
A. de Souza Andrade, Alexandre de Castro, Ricardo Ferreira, Anne Neiry Lopes, Eduardo
Gambale, Maurice Antoniere e tantos outros, pela viabilização do trabalho experimental.
Aos funcionários do DCT.T e em especial Zito, Gilberto, Flávia, Ademir, Brito, Wiliam,
Marley, Josian, Edson, Pedro e tantos outros que contribuíram com dedicação e
profissionalismo para realização deste estudo.
À CAPES pelo indispensável apoio financeiro.
À ANEEL pelo financiamento da pesquisa.
A minha mãezinha e ao meu estimado irmão por toda paciência e
generosidade... Obrigada por tudo! A meu pai!
Ao Victor Alexandre que com carinho, paciência e compreensão esteve ao meu
lado. Aos meus estimados familiares tia Marta, madrinhas Maria e Valdete, tia Dete, tia
Wanda, João Paulo, Fernando, Tatiane e Lúcia. A Marilda, Jeremias e Diego que sempre me
incentivaram e me confortaram.
As amigas Janaína Araújo, Eliane Betânia, Aline Luccas e Rosana Brandão.
A Deus, por tudo!
Andrielli Morais de Oliveira
iii
Sumário
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Abstract
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA 2
1.2 OBJETIVOS 5
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO 6
CAPÍTULO 2 - CORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETO
2.1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA CORROSÃO ELETROQUÍMICA 9
2.1.1 Aspectos Termodinâmicos das Reações Eletroquímicas 9
2.1.1.1 Espontaneidade das Reações 10
2.1.1.2 Conceito de Eletrodo e Formação da Dupla Camada Elétrica 13
2.1.1.4 Equilíbrio e Equação de Nernst 16
2.1.2.1 Polarização de Eletrodo 19
2.2 CORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETO 30
2.2.1 Estado de Passivação do Aço 31
2.2.1.1 Considerações Sobre o pH e a Solução dos Poros do Concreto 31
2.2.1.2 Passivação do Aço 31
2.2.2 Início da Corrosão ou Estágio de Despassivação 33
2.2.2.1 Iniciação da Corrosão ou Efeito de Despassivação das Armaduras
por Ação de Íons Cloreto 34
2.2.3 Propagação da Corrosão e Implicações à Estrutura de Concreto 38
2.3 EFEITO DAS ADIÇÕES MINEIRAIS NA CORROSÃO DAS ARMADURAS NO
CONCRETO 41
2.3.1 Sílica Ativa 42
2.3.2 Cinza Volante 46
2.3.3 Metacaulim 48
iv
CAPÍTULO 3 – CONSIDERAÇÕES SOBRE TÉCNICAS ELETROQUÍMICAS PARA
AVALIAÇÃO DA CORROSÃO
3.1 ANÁLISES VISUAIS 51
3.2 RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO CONCRETO 52
3.3 TÉCNICAS ELETROQUÍMICAS 58
3.3.1 Potenciais de Corrosão 59
3.3.2 Resistência de Polarização 62
3.3.3 Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS) 74
CAPÍTULO 4 – PROGRAMA EXPERIMENTAL: MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 VARIÁVEIS DO EXPERIMENTO 82
4.1.1 Tipo/Teor de Adição Mineral 82
4.1.2 Composição do Concreto pela Variação da Relação
Água/Aglomerante 83
4.1.3 Classe de Resistência 83
4.2 APRESENTAÇÃO GERAL DO EXPERIMENTO 84
4.3 MATERIAIS 85
4.3.1 Cimento 85
4.3.2 Adições minerais 87
4.3.3 Agregados 90
4.3.4 Aditivos Químicos 92
4.4 CONCRETOS ESTUDADOS 93
4.4.1 Caracterização do Concreto Fresco 97
4.4.2 Caracterização do Concreto Endurecido 100
4.5 CORPOS-DE-PROVA 103
4.5.1 Preparação das Barras de Aço 105
4.5.2 Preparação das Fôrmas 106
4.6 MOLDAGEM, ADENSAMENTO, CURA E ARMAZENAGEM DOS CORPOS-DE-
PROVA 111
4.7 MÉTODOS DE INDUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E MONITORAMENTO DA
CORROSÃO DAS ARMADURAS SOB A AÇÃO DE CLORETOS 113
4.7.1 Inspeções Visuais 117
4.7.2 Resistividade Elétrica Superficial Aparente do Concreto 117
4.8 TÉCNICAS ELETROQUÍMICAS 118
4.8.1 Potencial de Corrosão Eletroquímico 122
4.8.2 Resistência de Polarização 123
v
4.8.3 Espectrometria de Impedância Eletroquímica 125
4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS 126
CAPÍTULO 5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 128
5.1 RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO CONCRETO 129
5.1.1 Influência da Relação Água/Aglomerante 130
5.1.2 Influência do Tipo de Adição Mineral 136
5.1.3 Influência da Classe de Resistência 138
5.1.4 Análise Estatística dos Valores de Resistividade Elétrica 140
5.1.4.1 Análise Estatística Global 140
5.1.4.2 Análise Estatística dos Teores de Metacaulim 146
5.1.5 Valores Médios e Análise Final dos Valores de Resistividade Elétrica 151
5.2 AVALIAÇÃO DA CORROSÃO DA ARMADURA 153
5.2.1 Resultados Relacionados à Termodinâmica do Processo Eletroquímico 153
5.2.2.1 Monitoramento do Potencial de Corrosão com o Tempo de
Ataque 153
5.2.2 Resultados Relacionados à Cinética do Processo Eletroquímico 174
5.2.2.1 Resistência de Polarização e Taxa de Corrosão Eletroquímica 175
5.2.2.2 Impedância Eletroquímica 193
5.2.3 Análise Visual das Barras de Aço e dos Concretos ao Final do
Experimento 209
5.3 ANÁLISE GLOBAL DOS RESULTADOS 213
5.3.1 Relação a/ag 214
5.3.2 Adição Mineral 215
6 CONCLUSÕES 219
6.1 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS 221
Anexo A
Anexo B
Anexo C
LISTA DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 266
vi
Lista de Figuras
Figura 2.1 Representação simplificada do sentido de espontaneidade das reações
(PANOSSIAN, 1993). 10
Figura 2.2 – Estrutura da dupla camada elétrica (WEST, 1987 apud WOLYNEC, 2003).14
Figura 2.3 – Polarização anódica e catódica de um eletrodo (WOLYNEC, 2003). 20
Figura 2.4 – Diagrama de Evans. 22
Figura 2.5 – Potencial em função da corrente, elucidando o controle anódico da corrosão
(ROSENBERG et al., 1989 apud CASCUDO, 2000). 23
Figura 2.6 – Potencial em função da corrente, elucidando o controle catódico da corrosão
(ROSENBERG et al., 1989 apud CASCUDO, 2000). 24
Figura 2.7 - Diagrama de Pourbaix de equilíbrio termodinâmico. Potencial x pH para o
sistema Fe-H2O a 25°C, delimitando os domínios de corrosão, passivação e imunidade
(CASCUDO, 1997). 32
Figura 2.8 - Pilha eletroquímica de corrosão no concreto armado (CASCUDO, 1997). 40
Figura 3.1 - (a) Aparelhagem para medição da resistividade do concreto e (b) execução do
ensaio de resistividade superficial do concreto (CASTRO, 2003). 53
Figura 3.2 - Configuração básica para aplicação da técnica de potencias de corrosão
(CASCUDO, 2005). 61
Figura 3.3 - Ensaio de potencial de corrosão: (a) equipamentos utilizados no ensaio e (b)
realização do ensaio (FERREIRA, 2003). 61
Figura 3.4 - Arranjo utilizado por Montemor et al.,(2003). 69
Figura 3.5 - Típico diagrama de Nyquist (POUPARD et al., 2004). 76
Figura 3.6 - Circuito equivalente com Rs = resistência do eletrólito, Rp= resistência a
transferência de carga, CPE = elemento de fase constante e ZD= difusão de Wasburg (FELIU
et al, 1998 apud MONTEMOR et al., 2003). 78
Figura 4.1 – Fluxograma das variáveis do programa experimental. 85
Figura 4.2 – Difratograma do cimento Portland CP II-F 32. 87
Figura 4.4 – Difratograma da sílica ativa. 89
Figura 4.3 – Difratograma da cinza volante. 89
Figura 4.5 – Difratograma do metacaulim. 90
Figura 4.6 - Ensaios realizados no concreto fresco: (a) abatimento do tronco de cone, (b)
massa específica e (c) teor de ar. 97
Figura 4.7 – Ensaios no concreto endurecido: (a) ensaio de resistência à compressão e (b)
ensaio de absorção de água por capilaridade. 100
Figura 4.8 – Detalhamento do corpo-de-prova: (a) armaduras e (b) vista lateral. 104
Figura 4.9 – Detalhamento do corpo-de-prova: (a) vista em planta e (b) aspecto final do
corpo-de-prova após a desmoldagem. 104
vii
Figura 4.10 – (a) Limpeza química das barras de aço e (b) aspecto final das barras após a
limpeza química. 105
Figura 4.11 – (a) Acabamento em pedra de esmeril da extremidade das barras de aço e (b)
limpeza da superfície metálica ao longo da barra de aço por meio de escova de aço acoplada
em aparelho rotacional. 106
Figura 4.12 – Barra de aço antes e após a limpeza mecânica com escova de aço, tendo-se
óxidos visíveis. 106
Figura 4.13 – Identificação das barras de aço por meio de fita isolante enumerada. 107
Figura 4.14 – (a) Extremidades da barra envolvidas com fita isolante (b) Detalhe “vão central”
da barra (5 cm) exposto à ação corrosiva. 107
Figura 4.15 – Detalhamento das fôrmas: (a) placa de base perfurada e (b) aspecto final da
fôrma. 109
Figura 4.16 – Detalhamento das fôrmas: (a) montagem da fôrma com a armadura e (b) corpo-
de-prova após concretagem. 109
Figura 4.17 – (a) Fôrma dos corpos-de-prova destinados a estudos de corrosão: (a) vista em
planta e (b) vista em perspectiva. 109
Figura 4.18 – Fôrma de madeira com as barras posicionadas, pronta para receber o concreto.
110
Figura 4.19 - Colocação do concreto nas fôrmas e adensamento; (a) vibração dos corpos-de-
prova cilíndricos com vibrador de imersão e (b) vibração dos corpos-de-prova cúbicos por
meio de mesa vibratória. 112
Figura 4.20 – Corpos-de-prova em local de armazenamento após período de cura úmida. 113
Figura 4.21 – Fase de imersão em solução agressiva contendo cloretos com concentração de
5% de NaCl. 114
Figura 4.22 – (a) Aparelho utilizado para medição da resistividade do concreto e (b) execução
do ensaio de resistividade superficial do concreto. 117
4.23 – Potenciostato utilizado tipo Voltalab 40 PGZ 301 versão 1.6. 118
Figura 4.24 – Interface do software Voltamaster 4, versão 6.02. 119
Figura 4.25 – “Célula dummy” ou “rcb 200” do potenciostato Voltalab 40 PGZ 301, versão
1.6. 119
Figura 4.26 – Gaiola de Faraday utilizada durante as medidas eletroquímicas. 120
Figura 4.27 – (a) Célula de corrosão ligada ao potenciostato e ao computador. 121
Figura 4.28 – (a) Configuração para medição dos parâmetros eletroquímicos (b) detalhe da
célula eletroquímica. 121
Figura 4.29 – Curva de voltametria cíclica obtida pelo software Voltamaster 4 versão 6.02.
124
Figura 4.30 – Curva de voltametria cíclica obtida pelo software Voltamaster 4, versão 6.02 e
determinação do valor de Rp por meio da 2º equação de Stern. 125
Figura 4.31 – Diagrama de Nyquist da técnica de impedância eletroquímica, obtida por meio
do software Voltamaster 4, versão 6.02. 126
viii
Figura 5.1 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(número de ciclos) para os concretos de referência (sem adições) com relação
água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os critérios da CEB 19 2 (1989 apud
Cascudo, 1997). 131
Figura 5.2 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com adição de sílica ativa com relação água/aglomerante igual a 0,40
ou 0,55, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 131
Figura 5.3 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com adição de cinza volante ativa com relação água/aglomerante igual
a 0,40 ou 0,55, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 132
Figura 5.4 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com adição de metacaulim no teor de 10% em substituição ao cimento
Portland (em massa) com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os
critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 132
Figura 5.5 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com adição de metacaulim no teor de 20% em substituição ao cimento
Portland (em massa) com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os
critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 133
Figura 5.6 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com adição de metacaulim no teor de 30% em substituição ao cimento
Portland (em massa) com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os
critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 133
Figura 5.7 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os
critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 135
Figura 5.8 – Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos de imersão) para os concretos de relação água/aglomerante 0,40, considerando os seis
tipos de concreto, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).136
Figura 5.9 – Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos de imersão) para os concretos de relação água/aglomerante 0,55, considerando os seis
tipos de concreto, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).137
Figura 5.10 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com classe de resistência C40, inclusive concreto de referência; de
acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997). 139
Figura 5.11 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos de diferentes classes de resistência, considerando apenas concretos
com adições minerais; de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
140
Figura 5.12 – Ordem decrescente de médias e disposição dos grupos definidos pela
comparação múltipla de médias, por meio do teste de Duncan para os valores de resistividade
elétrica. 142
Figura 5.13 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos com
seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente. 144
ix
Figura 5.14 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos com
seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente. 145
Figura 5.15 – Ordem decrescente de médias e disposição dos grupos definidos pela
comparação múltipla de médias, por meio do teste de Duncan para os valores de resistividade
elétrica. 147
Figura 5.16 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos com
seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente. 148
Figura 5.17 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos com
seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente. 150
Figura 5.18 – Valores médios da resistividade elétrica para cada teor de adição em função da
relação a/ag. 150
Figura 5.19 – Valores médios de resistividade elétrica para os concretos estudados. 151
Figura 5.20 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos de referência (sem adições); medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 155
Figura 5.21 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos com adição de sílica ativa; medidas em relação ao eletrodo de calomelano saturado
(ECS). 155
Figura 5.22 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos com adição de cinza volante; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 156
Figura 5.23 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos com adição de 10% de metacaulim; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 156
Figura 5.24 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos com adição de 20% de metacaulim; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 157
Figura 5.25 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos com adição de 30% de metacaulim; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 157
Figura 5.26 – Potenciais de corrosão (valores médios globais) variando com o número de
ciclos de ataque para os concretos com relação a/ag 0,40 e a/ag 0,55, medidas em relação ao
eletrodo de calomelano saturado (ECS). 159
Figura 5.27 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
concretos com relação água/aglomerante igual a 0,40; medidas em relação ao eletrodo de
calomelano saturado (ECS). 160
Figura 5.28 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
concretos com relação água/aglomerante igual a 0,55; medidas em relação ao eletrodo de
calomelano saturado (ECS). 161
Figura 5.29 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para os
concretos com adições e sem adições, considerando valores médios das classes ou grupos de
x
resistência C20, C25, C30, C35 e C40; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 163
Figura 5.30 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
concretos com adições minerais, considerando valores médios das classes ou grupos de
resistência C20, C25, C30, C35 e C40; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS). 164
Figura 5.31 – Magnitude dos valores médios de potencial de corrosão dos concretos
estudados. 167
Figura 5.32 – Ordem decrescente de médias e disposição dos grupos definidos pela
comparação múltipla de médias, por meio do teste de Duncan para os valores médios de
potencial de corrosão. 170
Figura 5.33 – Estimativa da média global dos valores de potencial de corrosão, com seu erro
padrão e desvio padrão. A linha tracejada vertical indica os grupos que se diferem
significativamente. 171
Figura 5.34 – Valores médios de potencial de corrosão para cada tipo de concreto em função
da relação a/ag. 172
Figura 5.35 – Valores médios globais de potencial de corrosão para todos os concretos com
seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente. 173
Figura 5.36 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos de referência. 176
Figura 5.37 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos de referência. 176
Figura 5.38 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com sílica ativa. 177
Figura 5.39 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com sílica ativa. 178
Figura 5.40 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com cinza volante. 179
Figura 5.41 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com cinza volante. 179
Figura 5.42 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com metacaulim no teor de 10% de substituição. 180
Figura 5.43 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com metacaulim no teor de 10% de substituição. 181
Figura 5.44 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com metacaulim no teor de 20% de substituição. 181
Figura 5.45 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com metacaulim no teor de 20% de substituição. 182
Figura 5.46 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com metacaulim no teor de 30% de substituição. 182
xi
Figura 5.47 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com metacaulim no teor de 30% de substituição. 183
Figura 5.48 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com relação água/aglomerante 0,40. 185
Figura 5.49 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com relação água/aglomerante 0,40. 185
Figura 5.50 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com relação água/aglomerante 0,55. 186
Figura 5.51 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com relação água/aglomerante 0,55. 187
Figura 5.52 – Resistência de polarização (RP) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com classe de resistência C20, C25, C30, C35 e C40, incluindo os concretos de
referência. 188
Figura 5.53 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com classe de resistência C20, C25, C30, C35 e C40, incluindo os concretos de
referência. 189
Figura 5.54 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com classe de resistência C20, C30, C35 e C40, somente considerando os concretos
com adições (sem referência). 190
Figura 5.55 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque (ciclos) para
concretos com classe de resistência C20, C30, C35 e C40, incluindo somente concretos com
adições (sem referência). 191
Figura 5.56 – Valores médios expressos graficamente de resistência de polarização para os
concretos. 192
Figura 5.57 – Circuito equivalente proposto para o caso do concreto armado: associação dos
elementos do circuito com as partes do concreto e interface e diagrama de Nyquist
correspondente (JOHN et al., 1983 apud CASCUDO, 2000). 194
Figura 5.58 - Diagramas de Nyquist dos concretos de referência e relação a/ag 0,40 e 0,55,
com as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de
100 kHz a 10 mHz. 194
Figura 5.59 - Diagramas de Nyquist dos concretos de referência e relação a/ag 0,40 e 0,55,
com as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de
100 kHz a 10 mHz: (a) concretos R4 e R5 (b) imagem ampliada para o concreto R5 (c)
imagem ampliada para o concreto R4. 195
Figura 5.60 - Diagramas de Nyquist dos concretos de referência e relação a/ag 0,40 e 0,55,
com as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de
100 kHz a 10 mHz: (a) concretos R4 e R5 (b) imagem ampliada para o concreto R5 (c)
imagem ampliada para o concreto R4. 195
Figura 5.61 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de sílica ativa e relação a/ag
0,40 e 0,55, com as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz. 196
Figura 5.62 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de sílica ativa e relação a/ag
0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz. 196
xii
Figura 5.63 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de sílica ativa e relação a/ag
0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz. 197
Figura 5.64 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de cinza volante e relação a/ag
0,40 e 0,55, com as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz: (a) concretos V5 e V4 (b) imagem ampliada para os
referidos concretos. 197
Figura 5.65 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de cinza volante e relação a/ag
0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz. 198
Figura 5.66 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de cinza volante e relação a/ag
0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz. 198
Figura 5.67 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 10% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz: (a) concretos M4_10% e M5_10% (b) imagem ampliada para os referidos
concretos. 199
Figura 5.68 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 10% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz: (a) concretos M4_10% e M5_10% (b) imagem ampliada para os referidos
concretos. 199
Figura 5.69 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 10% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz: (a) concretos M4_10% e M5_10% (b) imagem ampliada para os referidos
concretos. 200
Figura 5.70 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 20% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz. 200
Figura 5.71 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 20% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz. 201
Figura 5.72 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 20% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz. 201
Figura 5.73 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 30% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz. 202
xiii
Figura 5.74 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 30% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz. 202
Figura 5.75 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em substituição
parcial ao cimento Portland em massa no teor de 30% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com as
medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 80
kHz a 10 mHz. 203
Figura 5.76 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as medidas
realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10
mHz. 205
Figura 5.77 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as medidas
realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10
mHz. 206
Figura 5.78 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as medidas
realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10
mHz. 206
Figura 5.79 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,55, com as medidas
realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10
mHz. 207
Figura 5.80 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as medidas
realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10
mHz. 207
Figura 5.81 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as medidas
realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10
mHz. 208
Figura 5.82 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida em um concreto de
referência e relação a/ag 0,55, exposta à corrosão por 308 dias de ataque. 209
Figura 5.83 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida em um concreto de
referência e relação a/ag 0,40, exposta à corrosão por 308 dias de ataque. 209
Figura 5.84 – Concreto R4 próximo à armadura de aço exposta à corrosão por 308 dias. 210
Figura 5.85 – Concreto R5 próximo à armadura de aço exposta à corrosão por 308 dias.211
Figura 5.86 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida no concreto S5 exposto à
corrosão por 308 dias de ataque. 212
Figura 5.87 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida no concreto M5_305
exposto à corrosão por 308 dias de ataque. 212
Figura 5.88 – Concreto S5 próximo à armadura de aço exposta à corrosão por 308 dias. 212
xiv
Lista de Tabelas
Tabela 3.1 - Parâmetros de avaliação da resistividade elétrica do concreto - elaborada com
base em Langford; Broomfield (1987 apud BROOMFIELD, 1997) e CEB 192 (1989 apud
CASCUDO, 1997). 56
Tabela 3.2 – Faixas de resistividade do concreto associadas com o estado de corrosão do aço
(BROOMFIELD, 1987). 57
Tabela 3.3 – Critérios propostos pela ASTM C876/91 (ASTM, 2003b) para avaliação
qualitativa da atividade corrosiva. 60
Tabela 3.4 – Resumo de algumas células eletroquímicas encontradas na literatura. 70
Tabela 4.1 – Codificação adotada no programa experimental. 84
Tabela 4.2 – Características químicas, físicas e mecânicas do cimento Portland. 86
Tabela 4.3 – Principais características das adições minerais utilizadas. 88
Tabela 4.4 – Caracterização do agregado graúdo. 91
Tabela 4.5 – Caracterização do agregado miúdo. 91
Tabela 4.6 – Caracterização dos aditivos químicos. 92
Tabela 4.7 – Dosagem dos concretos de relação água/aglomerante 0,40. 95
Tabela 4.8 – Dosagem dos concretos de relação água/aglomerante 0,55. 96
Tabela 4.9 – Caracterização dos concretos de relação água/aglomerante 0,40 no estado fresco.
98
Tabela 4.10 – Caracterização dos concretos de relação água/aglomerante 0,55 no estado
fresco. 98
Tabela 4.11 – Caracterização dos concretos no estado endurecido. 99
Tabela 4.12 – Resumo das Classes de Resistência. 102
Tabela 4.13 - Correlação entre densidade da corrente de corrosão, taxa de penetração da
corrosão e a classificação. 124
Tabela 5.1 - Parâmetros de avaliação da medida de resistividade elétrica do concreto
(elaborada com base em LANGFORD; BROOMFIELD, 1987 apud BROOMFIELD, 1997;
CEB 192, 1989 apud CASCUDO, 1997). 129
Tabela 5.2 - Resultados da análise de variância (ANOVA) realizada com dados de
resistividade elétrica, para os fatores ou variáveis independentes consideradas no modelo
estatístico. 141
Tabela 5.3 - Resultados da análise de variância (ANOVA) realizada com dados de
resistividade elétrica dos concretos com adição de metacaulim, para os fatores ou variáveis
independentes consideradas no modelo estatístico. 146
Tabela 5.4 - Parâmetros de avaliação dos valores de potencial de corrosão, segundo a ASTM
C 876/1991 (ASTM, 2000). 154
Tabela 5.5 - Tempo de ataque até a despassivação da armadura, caracterizada pelo potencial
de corrosão mais eletronegativo que -276 mV. 166
xv
Tabela 5.6 – Magnitude do potencial de corrosão ao longo dos 44 ciclos de imersão em
solução agressiva contendo cloretos. 167
Tabela 5.7 - Resultados da análise de variância (ANOVA) realizada com dados de potencial
de corrosão, para os fatores ou variáveis independentes consideradas no modelo estatístico.
169
Tabela 5.8 – Critérios de avaliação da velocidade de corrosão, segundo Alonso e Andrade
(1990 apud CASCUDO, 1997). 175
Tabela 5.9 – Valores médios de resistência de polarização durante o tempo de ataque para os
concretos estudados. 192
xvi
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo estudar o desempenho de concretos quanto
à ação de íons cloreto, avaliando tanto a interveniência das adições minerais incorporadas ao
concreto quanto da relação água/aglomerante (a/ag), considerando aspectos cinéticos e
termodinâmicos do fenômeno corrosivo.
Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa experimental que contemplou as
seguintes variáveis: a presença de adições minerais em substituição parcial à massa de
cimento (10% de sílica ativa; 25% de cinza volante; 10%, 20% e 30% de metacaulim) e a
relação água/aglomerante (0,40 e 0,55). Foram moldados corpos-de-prova cúbicos, além de
corpos-de-prova cilíndricos para caracterização dos concretos quanto à resistência à
compressão, massa específica, índice de vazios e absorção de água por capilaridade. Após 645
dias de moldagem, os corpos-de-prova cúbicos de concreto foram submetidos ao ataque por
cloretos durante 308 dias, totalizando 44 ciclos semanais de imersão em solução agressiva e
posterior secagem em ambiente de laboratório. Foram monitorados, ao longo deste período, a
resistividade elétrica desses concretos, os potenciais de corrosão, a resistência de polarização
e a impedância eletroquímica. Ao fim do experimento, inspeções visuais à armadura
permitiram observar o seu aspecto superficial após o período de ataque.
Como resultado geral, obteve-se que a incorporação de adições minerais aos
concretos promoveu ganhos significativos em todas as propriedades avaliadas, evidenciando o
efeito benéfico dessas adições em concretos submetidos às condições agressivas, sobretudo
contendo íons cloreto. Nesse sentido, a análise estatística evidenciou que os concretos com
sílica ativa e com metacaulim obtiveram os melhores resultados de resistividade elétrica.
Quanto aos potenciais de corrosão, os concretos de referência (sem adições minerais)
apresentaram desempenho inferior, com a indicação da despassivação das armaduras e a
queda acentuada nos valores de resistência de polarização com o tempo, comprovando a
susceptibilidade desses sistemas à ação de cloretos. Os concretos com adições minerais não
apresentaram despassivação das armaduras, denotando que esses sistemas possuem maior
durabilidade e vida útil em comparação àqueles referentes aos concretos sem adição mineral,
tendo em vista o ataque por cloretos.
OLIVEIRA, A.M. Avaliação do desempenho de concretos contendo adições minerais
quanto à corrosão das armaduras induzida por cloretos. Goiânia, 2007. 280p. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Engenharia Civil – Escola de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Goiás, 2007. Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Cascudo.
Palavras-chave: concreto, adições minerais, sílica ativa, metacaulim, armadura, corrosão,
cloretos, técnicas eletroquímicas.
xvii
Abstract
The present work aims to study the performance of concrete with regard to the action
of chloride ions, evaluating the influence of both mineral additions and water/binder ratio
(w/b), considering kinetic and thermodynamic aspects of the corrosive phenomenon.
A experimental research was carried out considering the following variables: the
presence of mineral additions in partial substitution to the cement weight (10% of silica fume;
25% of fly ash; 10%, 20% and 30% of metakaolin) and the water/binder ratio (0,40 and
0,55). Thus, cubic concrete test specimens were produced, in addition to cylindrical test
specimens for concrete characterization in relation to the compressive strength, specific mass,
void ratio and capillary water absorption. After 645 days of casting, the cubic concrete test
specimens were submitted to the chlorides attack during 308 days, totality 44 weekly cycles
of immersion in chlorides aggressive solution. They were monitored, throughout this period,
by means of techniques, such as: the concrete electric resistivity, the half-cell potential, the
polarization resistance and the electrochemical impedance spectroscopy. At the end of the
experiment, visual inspections of reinforcing steels allowed to observe their superficial
aspects after attack.
As general result, it was gotten that the incorporation of mineral additions to the
concretes promoted significant profits in all the evaluated properties, evidencing the
beneficial effect of these additions in concretes exposed to aggressive conditions, specially in
those in which there are chloride ions. In this direction, the statistical analysis has shown
evidences that concretes with silica fume and metakaolin achieved the best results of
electrical resistivity. In relation to the half-cell potentials, the reference concrete (without
mineral additions) presented the worst performance, with an indication of despassivation in
the reinforcing steels accentuated fall in the values of resistance of polarization with the time,
proving the susceptibility of these systems to the action of chlorides. The concrete with
mineral additions did not present depassivation of the reinforcing steels meaning that these
systems possess great durability and service life in relation to those without mineral additions.
OLIVEIRA, A.M. Performance evaluation of concretes content with mineral additions in
relation to the reinforcing steels corrosion induced by chlorides. Goiânia, 2007. 280 p.
Dissertation (M.Sc.Degree ) – School of Civil Engineering, University Federal of Goiás,
2007. Supervision: Dr. Oswaldo Cascudo.
Keywords: concrete, mineral additions, silica fume, metakaolin, reinforcing steel, corrosion,
chlorides, electrochemical techniques.
Capítulo 1 – Introdução
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
O tema da presente pesquisa contextualiza-se na linha de materiais e componentes
de construção civil, especificamente detendo-se na durabilidade do concreto armado,
avaliando o desempenho de concretos no que tange à corrosão de armaduras.
A pesquisa como um todo corresponde à segunda parte de um projeto integrado
que envolveu algumas instituições de ensino e pesquisa, a saber: Universidade Federal de
Goiás, instituição proponente desta pesquisa; Furnas Centrais Elétricas e o Institut National de
Sciences Appliquées – INSA, especificamente o Laboratoire Matériaux et Durabilité des
Constructions (em Toulouse - França). Como resultados da primeira etapa dessa pesquisa
foram produzidas quatro dissertações de mestrado, as quais estudaram a influência das
condições de moldagem na camada de cobrimento do concreto (BRAUN, 2003), a influência
das condições de cura nas características do cobrimento do concreto (PAULA
COUTO, 2003), a influência das adições minerais e seu efeito na corrosão de armaduras
induzida por cloretos (FERREIRA, 2003) e a influência das adições minerais na carbonatação
do concreto (CASTRO, 2003). A presente pesquisa contempla contribuições na linha
específica do desempenho de concretos frente à corrosão da armadura, avaliando, dentre
outros, parâmetros eletroquímicos do fenômeno corrosivo em sistemas contendo adições
minerais.
Capítulo 1 – Introdução
2
1.1 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA
Há uma preocupação constante no meio técnico-científico com a durabilidade do
concreto armado e sua interação com o meio no qual a estrutura está inserida. Dentro deste
contexto, a deterioração do concreto armado devido à corrosão das armaduras é um dos mais
importantes problemas de durabilidade na indústria da construção.
A corrosão das armaduras é uma das manifestações patológicas de maior
gravidade nas obras civis no cenário mundial, sendo sua importância justificada pelo
comprometimento da segurança estrutural que o fenômeno envolve em estágios avançados,
pelos altos custos de recuperação e perdas, além da incidência/reincidência do fenômeno que
é relativamente alta (CASCUDO, 2000). A incidência da corrosão das armaduras pode ser
atribuída à inobservância de características de durabilidade do concreto, como, por exemplo, a
espessura e a qualidade da camada de cobrimento compatíveis ao meio no qual a peça
estrutural está inserida.
Em nível macro, o fenômeno de corrosão das armaduras implica sérios efeitos de
ordem estrutural, tais como: perda de seção das barras de aço e fissuração do concreto,
prejuízos da aderência barra/concreto, flechas e deformações excessivas da estrutura,
destacamento do concreto de cobrimento e, por fim, em estágios avançados, riscos de colapso
parcial ou total da estrutura.
O problema de corrosão das armaduras em estruturas de concreto tem tido muita
freqüência no Brasil, inclusive acarretando perdas humanas, como os acidentes de
desabamentos de marquises ocorridos em Porto Alegre (publicados em manchete no jornal “O
Estado de São Paulo” de 7 de outubro de 1988) (HELENE, 1993) e a ruína da marquise do
Hotel Canadá no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2007, em que a causa do colapso, segundo o
Instituto de Criminalística Carlos Éboli – ICCE e o Conselho Regional de Arquitetura,
Capítulo 1 – Introdução
3
Engenharia e Agronomia - CREA-RJ, foi atribuída, dentre outras razões, à corrosão das
armaduras. Este último fato referido provocou, de acordo com o Corpo de Bombeiros, a
morte de duas vítimas, além de nove pessoas feridas. A Defesa Civil do Rio de Janeiro relatou
que, de 900 marquises vistoriadas no estado nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, 270,
isto é, 30% do total, apresentaram-se comprometidas, com problemas de infiltrações,
umidade, fissuras e corrosão nas armaduras (Jornal A FOLHA, 2007a).
Outros transtornos à população também podem ser reportados, como as obras de
recuperação dos pilares, afetados pela corrosão, na saída do Túnel Joá no Rio de Janeiro, em
que o tráfego era interditado diariamente entre 23 h e 5 h (JORNAL DO BRASIL, 2001),
além da queda da adutora principal da SABESP (publicado em manchete no “Jornal da
Tarde” de 22 de junho de 1988) sobre o rio Pinheiros, na ponte do Socorro em São Paulo, que
deixou perto de 3 milhões de paulistanos sem água potável durante cerca de 15 dias
(HELENE, 1993). O colapso parcial da estrutura da Ponte dos Remédios em São Paulo,
ocorrido em 3 de junho de 1997, decorrente da corrosão de cabos de protenção
(HELENE, 1997) e a ruína do Edifício Areia Branca, ocorrido em 14 de outubro de 2004, em
Recife (PE), que provocou a morte de quatro pessoas (Jornal A FOLHA, 2007b), são casos
gravíssimos de manifestação de corrosão das armaduras (muito embora a queda do Edifício
Areia Branca não tenha tido seu diagnóstico atribuído exclusivamente à corrosão, sabia-se de
sua ocorrência em partes da estrutura de concreto).
Assim, a corrosão das armaduras no concreto implica danos financeiros, em razão
dos altos custos de recuperação, perdas e reparos em estruturas, e danos sociais inestimáveis,
em virtude das vítimas fatais dos acidentes.
Com relação aos custos da corrosão, cabe ressaltar um levantamento realizado no
Brasil pela Associação Brasileira de Corrosão – ABRACO (1996 apud MANSUR, 1996) –
em artigo publicado no dia 24 de novembro de 1996 no Jornal do Brasil, o qual revelava que o
Capítulo 1 – Introdução
4
país tinha, na época, um prejuízo anual de 9 bilhões de dólares com todos os tipos de
corrosão, ou seja, com corrosão em todos os segmentos do setor produtivo, sendo que, deste
total, 20% são estimados como sendo danos da corrosão nas obras civis.
Em âmbito internacional, Page et al. (1996) relataram que, no Reino Unido, eram
gastos, anualmente, 750 bilhões de dólares para a realização de reparos em estruturas de
concreto, provenientes de danos causados pela corrosão das armaduras. Callister Jr. (2002)
estima, de uma forma geral, que cerca de 5% da receita de uma nação industrializada, são
gastos na prevenção, na manutenção ou ainda na substituição de produtos perdidos ou
contaminados, como resultado das reações de corrosão.
Dentro desse contexto, especial atenção deve ser dada à agressividade do macro e
microclima do local onde será realizada a obra. A atmosfera marinha consiste em um dos
ambientes de maior agressividade para o concreto armado, principalmente em virtude da ação
da maresia ou da névoa salina, rica em íons cloreto. Estes íons, os cloretos, são capazes de
despassivar a armadura embutida ao concreto e desencadear o processo de corrosão das
armaduras (CARASEK; CASCUDO, 2001).
A corrosão induzida por cloretos é considerada perigosa, pois, neste caso,
formam-se pites que reduzem a seção transversal da barra, reduzindo com isso sua capacidade
portante e diminuindo significativamente a vida útil das estruturas. Têm-se, portanto,
conseqüências negativas para a estabilidade, funcionalidade e estética das estruturas
(CARASEK; CASCUDO, 2001).
Nesse cenário de corrosão e de deterioração das estruturas, abre-se, dentro do
conceito de desenvolvimento sustentável, a perspectiva de combate à corrosão das armaduras
mediante o emprego, no concreto, de resíduos potencialmente poluentes no meio ambiente,
dando assim uma abordagem ecológica relevante à questão. Na tecnologia do concreto,
sabe-se do efeito benéfico que as adições minerais promovem no sentido de refinar poros e
Capítulo 1 – Introdução
5
diminuir a sua interconexão na pasta de cimento, reduzindo com isso a permeabilidade e a
entrada de agentes agressivos ao concreto (CARASEK; CASCUDO, 2001; BASHEER et
al. 2002).
Assim sendo, são plenamente justificáveis os estudos que remetem ao
desenvolvimento e ao aprimoramento dos materiais empregados em estruturas de concreto
armado, com a finalidade de melhorar o desempenho e a durabilidade da edificação,
especialmente em se tratando de um problema patológico tão grave e importante como a
corrosão das armaduras em estruturas de concreto (CAMÕES et al., 2002).
1.2 OBJETIVOS
Constitui objetivo geral da presente dissertação avaliar, ao nível da ciência dos
materiais, o desempenho de concretos produzidos com adições minerais no tocante à corrosão
da armadura sob à ação indutiva dos íons cloreto.
São objetivos específicos:
avaliar, para concretos com 3 tipos de adições minerais e 2 relações
água/aglomerante, o desempenho no tocante à resistividade elétrica de concretos sujeitos ao
ataque por cloretos (ao longo do tempo);
avaliar, no contexto termodinâmico do processo corrosivo, os potencias de corrosão
com o tempo de ataque por cloretos, para vários concretos com adições minerais, inferindo,
entre outros, sobre questões como despassivação e período de iniciação da corrosão;
avaliar, no contexto da cinética do processo corrosivo, parâmetros cinéticos obtidos
de técnicas eletroquímicas, tais como: resistência de polarização e taxa de corrosão, além de
dados da impedância na interface em corrosão, a partir de concretos com adições minerais sob
à ação de cloretos;
Capítulo 1 – Introdução
6
avaliar a capacidade de proteção de concretos, considerando três teores de
metacaulim e duas relações água/aglomerante, tendo-se como parâmetro a resistividade
elétrica, o potencial de corrosão, a resistência de polarização e a impedância eletroquímica.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
A presente dissertação de mestrado encontra-se estruturada em seis capítulos,
além dos anexos e referências bibliográficas. A seguir é apresentada uma breve descrição no
que tange o conteúdo de cada capítulo.
No Capítulo 2, intitulado “Corrosão das Armaduras no Concreto”, são
apresentados, com base na literatura, conceitos básicos à respeito da corrosão, aspectos
cinéticos e termodinâmicos das reações eletroquímicas, considerações sobre o fenômeno de
despassivação das armaduras e início da corrosão por ação de íons cloreto. São apresentadas
também as graves implicações da corrosão às estruturas de concreto armado e, por fim, o
efeito das adições minerais na capacidade de proteção das armaduras no concreto contra a
corrosão.
No capítulo seguinte, Capítulo 3, também de revisão bibliográfica, são tecidas
considerações sobre algumas técnicas de avaliação da corrosão no concreto armado.
O Capítulo 4 apresenta o programa experimental, onde estão descritas as
variáveis, os materiais e os métodos empregados, os concretos e os corpos-de-prova adotados
nesta pesquisa, visando atingir os objetivos propostos.
No capítulo 5, estão apresentados e discutidos os resultados obtidos no programa
experimental. Inicialmente são abordados os resultados relativos à resistividade elétrica. Em
seguida, é apresentado o desempenho dos concretos quanto às técnicas eletroquímicas. São
mostrados e discutidos os resultados do monitoramento da indução da corrosão ao longo do
Capítulo 1 – Introdução
7
tempo. Por fim, apresenta-se uma análise visual da superfície das barras após o período de
ataque, além da análise global dos resultados.
No sexto capítulo, são apresentadas as conclusões e as considerações a que se
chegou ao fim da pesquisa, bem como sugestão de temas para futuras pesquisas.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
8
CAPÍTULO 2
CORROSÃO DAS ARMADURAS NO
CONCRETO
Este capítulo propõe uma breve revisão sobre os aspectos mais importantes da
corrosão eletroquímica, uma vez que, é o tipo de fenômeno que ocorre na armadura no
interior do concreto.
Este capítulo divide-se em quatro pontos principais, a saber: considerações
termodinâmicas e cinéticas do fenômeno corrosivo, corrosão eletroquímica no concreto
abordando-se aspectos do estado de passivação e de despassivação das armaduras, os efeitos
da corrosão sobre as estruturas de concreto armado e, por fim, os efeitos das adições minerais
na corrosão das armaduras no concreto.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
9
2.1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA CORROSÃO ELETROQUÍMICA
A corrosão das armaduras no concreto é um fenômeno de interação entre o
material e o meio ambiente, como resultado de reações deletérias de natureza química ou
eletroquímica, associadas ou não a ações físicas ou mecânicas de degradação
(HELENE, 1993).
As reações de oxi-redução eletroquímicas são as que envolvem a transferência de
elétrons existindo espécies que perdem elétrons (oxidação), denominadas de agente redutor e
espécies que ganham elétrons (redução), nomeadas de agente oxidante. As regiões onde
ocorrem as reações de oxidação e redução, por convenção, designaram-se ânodo e cátodo,
respectivamente.
Assim, as duas reações ocorrem, simultaneamente, devido à passagem, através do
metal, de corrente elétrica da região em que ocorre a dissolução do metal (região anódica)
para a região em que ocorre a redução do oxigênio (região catódica) (WOLYNEC, 2003).
2.1.1 Aspectos Termodinâmicos das Reações Eletroquímicas
A termodinâmica é por definição a ciência que estuda as transformações de
energia associadas à ocorrência de eventos, tratando a respeito da possibilidade ou não da
existência de fenômenos corrosivos (CASCUDO, 2000).
A natureza tende ao estado de menor energia, conforme mostra a Figura 2.1 e,
conhecendo - se a energia do sistema antes e após a ocorrência de determinado evento, é
possível verificar se a ocorrência será ou não espontânea. Desta forma, se a energia inicial for
maior que a energia final, a reação será espontânea, caso contrário, ocorrerá somente com
fornecimento de energia (PANOSSIAN, 1993).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
10
Figura 2.1 - Representação simplificada do sentido de espontaneidade das reações
(PANOSSIAN, 1993).
Dentro do aspecto termodinâmico proposto, serão tecidas algumas considerações
sobre a espontaneidade das reações, tais como: eletrodo, dupla camada elétrica, potenciais de
eletrodo, potenciais de equilíbrio e equação de Nernst.
2.1.1.1 Espontaneidade das Reações
Sabe-se que os processos espontâneos ocorrem no sentido da menor entalpia e no
sentido da maior entropia, isto é, na natureza há uma evolução espontânea dos fenômenos
para um estado energético de menor entalpia (energia) e no sentido da maior desordem, maior
entropia (CASCUDO, 2000).
Uma reação é espontânea, segundo a termodinâmica, quando a variação de
energia livre G é negativa, considerando condições de pressão e temperatura constantes.
Sendo G calculado por meio da diferença de energia livre dos produtos e a energia livre dos
reagentes (PANOSSIAN, 1993).
A equação 2.1 expressa a variação de energia de uma reação eletroquímica
(PANOSSIAN, 1993; CASCUDO, 2000).
Maior energia
1
Menor energia
2
Direção
espontânea
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
11
(2.1)
Onde:
G é a variação de energia livre química de uma dada reação;
H é a variação de entalpia;
T é a temperatura em graus Kelvin;
S é a variação de entropia.
Para a reação química da Equação 2.2, a variação de energia livre também pode
ser dada pela Equação 2.3 ou pela Equação 2.4.
(2.2)
(2.3)
(2.4)
Onde:
G é a variação da energia livre da reação;
G
f
é a energia livre de formação ou dos produtos ou dos reagentes;
x
i
é o número estequiométrico dos produtos;
y
i
é o número estequiométrico dos reagentes.
G= H - T. S
G = c G
f
(C) + d G
f
(D) - a G
f
(A) + b G
f
(B)
aA + bB cC + dD
G = x
i
G
fi
(produtos) - y
i
G
fi
(reagentes)
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
12
Faz-se a ressalva de que, normalmente, as energias livres de formação dos
compostos G não são calculadas conforme a Equação 2.4. Essas energias livres são
tabeladas em seus estados padrões, com a denominação de energia livre padrão de formação
f
,
que é, por definição, a variação de energia livre envolvida quando um mol de um
composto em seu estado padrão se forma, a partir de seus elementos nos seus estados padrões,
sendo que, a energia livre padrão de formação de todos os elementos é zero. O estado padrão
de um composto é a sua forma estável, considerando-se as condições fixas de pressão (1 atm)
e temperatura (298,15 K) (PANOSSIAN, 1993).
Estimando-se que os reagentes e os produtos das equações não se encontram em
seus estados padrões, G será calculado pela Equação 2.5, em que se relaciona a variação de
energia livre com a constante de equilíbrio da reação (PANOSSIAN, 1993).
(2.5)
Onde:
G é a variação de energia livre química de uma dada reação;
T é a temperatura absoluta em graus Kelvin;
K é a constante de equilíbrio da reação;
Gº energia livre padrão de formação dos compostos;
R é a constante universal dos gases.
Nas reações eletroquímicas, em que há redistribuição ou transferência de cargas
elétricas, há a necessidade de adicionar um termo a Equação 2.5 que considere a variação de
cargas elétricas. Assim, surge a variação de energia livre eletroquímica (), determinada
pela Equação 2.6 (CASCUDO, 2000; WOLYNEC, 2003).
G= Gº + RT ln K
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
13
(2.6)
Onde:
 é a variação de energia livre eletroquímica;
G é a variação de energia livre química;
q. é o trabalho elétrico;
q é a carga elétrica;
 é a diferença de potencial elétrico.
Desde modo, se para as reações eletroquímicas,  for negativo, a reação será
espontânea no sentido dos reagentes para os produtos; se for nulo, estará em equilíbrio e, se
for positivo, a reação não ocorrerá de forma espontânea no sentido mencionado.
2.1.1.2 Conceito de Eletrodo e Formação da Dupla Camada Elétrica
Eletrodo é definido quando ao imergir um metal numa solução aquosa, verifica-se
uma situação de equilíbrio ou estado estacionário, caracterizada pela formação da dupla
camada elétrica (WOLYNEC, 2003).
A dupla camada elétrica foi discutida por Panossian (1993) e por Wolynec (2003)
como sendo o arranjo ordenado de partículas carregadas e/ou dipolos orientados, existentes
em qualquer interface material/meio aquoso.
Na Figura 2.2 apresenta-se a estrutura mais aceita da dupla camada elétrica
(WEST, 1987 apud WOLYNEC, 2003), em que se percebe a presença da dupla camada de
Helmholtz, a qual se assemelha a um condensador elétrico, e de uma camada difusa,
denominada de camada de Gouy-Chapman, no qual os íons se espalham por uma distância de
aproximadamente 1 mícron (1 μm). O plano P, saturado com íons metálicos, é chamado de
 = G + q.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
14
plano de Helmholtz externo, enquanto o plano Q constitui a região em que os íons não
solvatados (sem a bainha de solvatação
2.1
) ou parcialmente solvatados podem ser
especialmente adsorvidos formando o plano de Helmholtz interno. A estrutura interna da
dupla camada elétrica depende de vários fatores, a saber: grau de agitação da solução, quais
íons estão presentes e em que quantidade, dentre outros fatores (WOLYNEC, 2003).
O metal que forma uma dupla camada elétrica é chamado de eletrodo.
Figura 2.2 – Estrutura da dupla camada elétrica (WEST, 1987 apud
WOLYNEC, 2003).
2.1.1.3 Potencial de Eletrodo e Potencial de Equilíbrio
A dupla camada elétrica apresenta na interface metal/solução uma distribuição de
cargas elétricas tal que uma diferença de potencial (ddp) se forma entre o metal e a solução.
Essa ddp estabelecida é conceitualmente tida como potencial de eletrodo. Sua magnitude
2.1
Solvatação: fenômeno de fixação de uma molécula de solvente por um íon ou por uma partícula em solução.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
15
depende do sistema em consideração, desse modo, das características de um dado metal
imerso em determinado eletrólito (WOLYNEC, 2003).
O potencial de eletrodo pode ser definido como uma diferença de potencial entre o
metal e o eletrólito (solução), por meio da dupla camada elétrica (PAGE, 1988 apud
CASCUDO, 2000). Contudo, na prática, é inviável a medida direta da ddp entre um metal e
uma solução qualquer, assim, faz-se necessário medir uma diferença de potencial relativa a
um dado sistema com relação a um eletrodo de referência (CASCUDO, 2000;
WOLYNEC, 2003).
Por convenção, o eletrodo de hidrogênio foi tomado como eletrodo de referência
padrão, no qual o potencial é tido como “zero” e com relação a ele, todas as medidas de
potencial seriam referidas, porém, não necessariamente medidas. No entanto, não é comum,
devido à sua complexidade, utilizar o eletrodo padrão de hidrogênio. Utilizam-se, eletrodos de
referência secundários, tais como: eletrodo de calomelano saturado, eletrodo de prata-cloreto
de prata e ainda eletrodo de cobre-sulfato de cobre. Esses eletrodos secundários são tratados
mais minuciosamente no Capítulo 3.
Admite-se que qualquer eletrodo, cuja medida tenha sido efetuada em relação a
um eletrodo de referência, seja designado como potencial de eletrodo. Sendo comum, a
indicação (entre parênteses) de qual eletrodo de referência foi tomado para execução da
medida.
O potencial de equilíbrio ou reversível (Ee) é o potencial que se estabelece em
decorrência do equilíbrio entre duas tendências, a dos átomos metálicos de deixarem o metal e
passarem à solução, ionizando-se e hidratando-se e, a dos cátions de depositarem-se sobre o
metal. O potencial de equilíbrio é um potencial de eletrodo que apresenta uma situação
estacionária, no qual não há corrosão (CASCUDO, 2000).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
16
Ressalta-se que são poucos os eletrodos capazes de estarem em equilíbrio.
Todavia, esta designação é estendida a qualquer reação eletroquímica como sendo, o potencial
que o eletrodo assumiria se apenas essa reação fosse responsável pela formação da dupla
camada elétrica. Evidencia-se também que, para as condições de eletrodo em equilíbrio, a
variação de energia livre eletroquímica da reação será nula (WOLYNEC, 2003).
As estimativas das taxas de corrosão associam-se a desvios do potencial de
equilíbrio (polarizações). Para condições de equilíbrio, pode-se considerar que a intensidade
de corrente do processo anódico é igual à intensidade de corrente do processo catódico, porém
em sentido contrário, como destacado por Bauer (1995).
Panossian (1993) destaca que as reações que ocorrem na interface metal/eletrólito
em que, as espécies químicas envolvidas na reação de redução são parciais ou totalmente
diferentes das espécies envolvidas na reação de oxidação, concebem para o potencial de
eletrodo, a denominação de potencial misto e, especialmente, no caso de uma das reações ser
a de oxidação do metal, será designado potencial de corrosão.
2.1.1.4 Equilíbrio e Equação de Nernst
Desta forma, quando um eletrodo metálico está em equilíbrio, configura-se na
interface metal/eletrólito, a dupla camada elétrica, por meio da qual a reação da Equação 2.7
decorre tanto no sentido de oxidação como de redução com velocidades iguais
(WOLYNEC, 2003), sem que haja, no entanto, variação de concentração dos íons metálicos
no eletrólito, isto é, a concentração dos chamados aquo-íons
2.2
mantém-se constante no
equilíbrio (PANOSSIAN, 1993).
2.2
Aquo-íons: são íons acompanhados de moléculas polares de água. No caso especifico do ferro, os íons
metálicos oriundos de sua dissolução, no eletrólito, constituem aquo-íons (CASCUDO, 2000).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
17
(2.7)
Onde:
Me é o metal;
z é o numero de elétrons envolvidos na reação;
e são os elétrons.
Para a situação de equilíbrio, as velocidades de oxidação (dissolução anódica) e de
redução (deposição catódica) são iguais entre si. Por meio da lei de Faraday
2.3
, estas
velocidades podem ser estimadas em termos de densidade de corrente elétrica (em Ampères)
por unidade de área do eletrodo, nomeadas respectivamente por i
a
e i
c
. Como em situação de
equilíbrio, i
a
é igual a i
c,
uma nova grandeza é utilizada para designar de forma genérica a
velocidade de uma reação eletroquímica em seu estado de equilíbrio: a densidade de corrente
de troca i
c.
Desse modo, para cada reação eletroquímica em estado estacionário ou equilíbrio,
há uma densidade de corrente de troca equivalente à velocidade de dissolução anódica ou de
deposição catódica, ambas equivalentes entre si, conforme Equação 2.8
(FERNANDEZ, 1984; FELIU, 1988 apud CASCUDO, 2000; WOLYNEC, 2003).
(2.8)
Nernst evidenciou que para a situação da Equação 2.8, o potencial é função da
pureza do metal e da concentração do íon no meio aquoso, conforme Equação 2.9
(CASCUDO, 2000; WOLYNEC, 2003).
2.3
A lei de Faraday estabelece que a passagem de 96493 Coulombs de carga elétrica provoca a dissolução ou
deposição de 1 equivalente-grama de substância.
Me Me
z+
+ ze
i
a =
i
c =
i
o
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
18
(2.9)
Onde:
Ee é o potencial de equilíbrio em volts (V);
Ee
0
é o potencial de equilíbrio padrão em Volts (V);
R é a constante universal dos gases em [J/(K.mol)];
T é a temperatura absoluta em graus Kelvin (K);
z é o numero de elétrons envolvidos na reação;
F é a constante de Faraday em (C/mol);
aMe
z+
é a atividade do íon metálico na solução;
aMe é a atividade do metal;
[Me
z+
] é a concentração do íon Me
z+
na solução, em molaridade;
[Me] é a concentração do metal.
Admitindo-se o valor de R na equação 2.9 como sendo igual a 8,314 J/(K.mol); o
valor de F, como sendo igual a 96494 C e adotando-se a temperatura de 25ºC o que
corresponde a 298,2 K e, convertendo-se o logaritmo neperiano para logaritmo na base 10,
tem-se que a equação de Nernst pode ser expressa, segundo Equação 2.10 (CASCUDO, 2000;
WOLYNEC; 2003).
(2.10)
A equação de Nernst permite a determinação de qualquer potencial de equilíbrio
em condições não padronizadas, desde que sejam conhecidos os potenciais de eletrodo padrão
(Ee
0
) (CASCUDO, 2000).
Ee = Ee
0
+ (0,0592/z). log [Me
z+
]
Ee = Ee
0
+ (RT/zF). ln ([aMe
z+
]/[aMe])
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
19
Gentil (1987) salienta que, o potencial real de um metal em uma dada solução,
pode depender de vários fatores, a saber: magnitude das correntes para os possíveis
equilíbrios, número de reações possíveis nos eletrodos, formação de película, formação de
íons complexos, impurezas na solução, temperatura, dentre outros.
Os valores de potencial de equilíbrio padrão em relação ao hidrogênio, estimados
a partir dos valores de variação de energia livre química, são tabelados e estabelecem a
chamada série eletroquímica, apresentada por Gentil (1987), Panossian (1993),
Shackelford (2000), Callister Jr. (2003), Wolynec (2003) dentre outros autores.
No equilíbrio, o pressuposto fundamental é que a variação de energia livre
eletroquímica () de uma reação é nula e, por isso, não ocorre dissolução ou corrosão do
metal (CASCUDO, 2000).
2.1.2 Aspectos Cinéticos das Reações Eletroquímicas
A cinética é o conhecimento que se detém na análise do caminho de transição de
um dado evento, informando inclusive sobre os mecanismos e a velocidade da transição desse
evento (PANOSSIAN, 1993). A seguir, dentro do contexto cinético das reações
eletroquímicas, são abordados aspectos de polarização de eletrodo.
2.1.2.1 Polarização de Eletrodo
Conforme apresentado anteriormente, em condições de equilíbrio constitui-se, por
meio da dupla camada elétrica, um potencial de equilíbrio que caracteriza a reação que ocorre
na interface metal/meio. No equilíbrio, a velocidade de reação de oxidação é igual a de
redução, tendo denominação especial de densidade de corrente de troca (PANOSSIAN, 1993;
CASCUDO, 2000; WOLYNEC, 2003).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
20
No entanto, se por um processo qualquer esse potencial for alterado, tem-se que o
eletrodo sofreu polarização. A medida dessa polarização é denominada de sobretensão ou
sobrepotencial (), de forma que, se o potencial da polarização for “E” e o potencial de
equilíbrio for “Ee”, obtém-se a Equação 2.11 (PANOSSIAN, 1993; CASCUDO, 2000;
WOLYNEC, 2003).
(2.11)
Para positivo, denomina-se polarização anódica (a) e para negativo, tem-se
polarização catódica (c). Na Figura 2.3, são indicados os dois tipos de polarização, uma
representação do eixo dos potenciais de eletrodo E.
Figura 2.3 – Polarização anódica e catódica de um eletrodo (WOLYNEC, 2003).
= E- Ee
E
0
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
21
Quando um metal apresenta corrosão eletroquímica, ele assume um potencial em
que a taxa de oxidação é exatamente igual à taxa de redução, ou seja, todos os elétrons
liberados nas reações anódicas são consumidos nas reações catódicas, caracterizando-se assim
a pilha ou célula eletroquímica de corrosão. Na prática, este potencial é conhecido como
potencial de corrosão (E
corr
) ou potencial de circuito aberto (CASCUDO, 2000).
Desse modo, pode-se verificar a polarização, considerando que o potencial inicial
é o potencial de corrosão (GENTIL, 1987) e que, com relação a ele, são aplicados os
potenciais externos e se faz uso de algumas técnicas eletroquímicas para estudo e avaliação do
fenômeno corrosivo, podendo-se destacar alguns trabalhos na literatura, como Helene (1993),
Bauer (1995), Selmo (1997), Cascudo (2000), dentre outros. Assim, a Equação 2.11 assume a
configuração da Equação 2.12.
(2.12)
O diagrama de Evans representa graficamente a ligação entre corrente (em log I) e
o potencial, conforme se pode observar na Figura 2.4. A partir dos potenciais de equilíbrio
dos eletrodos que irão atuar como ânodo e cátodo (Ea e Ec) e estabelecendo a conexão
elétrica entre essas duas semicélulas em equilíbrio, ocorrerão então, as respectivas
polarizações anódica e catódica (a e c) e os potenciais e as correntes nas duas semicélulas
evoluem até se estabilizarem, configurando-se assim, um sistema de corrosão em seu estado
estacionário. Obtém-se, então, o potencial e a corrente de corrosão do sistema (E
corr
e I
corr
),
observados no diagrama de Evans exatamente onde há a interseção das duas curvas
(ROSENBERG et al., 1989 apud CASCUDO, 2000).
= E- E
corr
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
22
Figura 2.4 – Diagrama de Evans.
Na Figura 2.4, o Diagrama de Evans apresenta a variação de potencial em função
do log da corrente, a partir dos potenciais de equilíbrio das reações catódicas (Ec) e anódica
(Ea), destacando o potencial e a corrente de corrosão do sistema (E
corr
e Log I). Rosenberg et
al. (1989) apud Cascudo, 2000) ressaltam que o produto RI’
corr
representa uma queda de
potencial em conseqüência da resistência R do meio, de forma que, a corrente de corrosão
para estas condições é igual a Log I’
corr
.
Deste modo, com base na Figura 2.4 e na Equação 2.12, as polarizações anódica e
catódica, ocorridas inicialmente em equilíbrio, podem ser reescritas conforme as Equações
2.13 e 2.14, respectivamente.
(2.13)
(2.14)
= E
corr
- Ea
= E
corr
- Ec
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
23
Cascudo (2000) salienta que quando as reações anódicas forem expressivamente
mais lentas do que as catódicas, haverá então um controle anódico do processo eletroquímico,
isto porque a velocidade do processo macro será regida pelas reações de oxidação (reações
anódicas). Do mesmo modo, quando as reações catódicas (de redução) forem mais lentas, o
sistema será controlado catodicamente. As Figuras 2.5 e 2.6 elucidam os tipos de controle
mencionados.
Figura 2.5 – Potencial em função da corrente, elucidando o controle anódico da
corrosão (ROSENBERG et al., 1989 apud CASCUDO, 2000).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
24
Figura 2.6 – Potencial em função da corrente, elucidando o controle catódico da
corrosão (ROSENBERG et al., 1989 apud CASCUDO, 2000).
Na Figura 2.6, ao contrário da Figura 2.5, o processo catódico é mais lento e
registra-se uma polarização catódica mais elevada do que a anódica (ROSENBERG et
al., 1989 apud CASCUDO, 2000).
Basicamente, a polarização pode dar-se de três formas, a conhecer: polarização por
ativação (a), polarização por concentração (c) e polarização de resistência (r)
(GENTIL, 1987; BAUER, 1995; CASCUDO, 2000). A seguir são comentadas cada uma das
polarizações citadas.
a) Polarização por Ativação (ηa), Equação de Butler-Volmer e Equação de Tafel
A polarização por ativação está relacionada à energia de ativação dos processos
anódicos e catódicos, associada à maior ou à menor facilidade para ocorrência da reação
anódica (passagem do metal a sua forma iônica) e ocorrência do processo catódico
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
25
(geralmente redução do H
2
ou O
2
). Deste modo, é o resultado imediato da barreira de energia
na interface do eletrodo e está associada com a etapa lenta de transferência de carga química
(CASCUDO, 2000; CALLISTER JR, 2002). Quando o sistema em corrosão apresentar
essencialmente polarização por ativação, diz-se que ele é controlado por ativação.
Na verdade, quando um eletrodo é polarizado, a densidade de corrente resultante
desse processo de polarização é dependente da sobretensão existente para o sistema. Logo,
para o caso específico da polarização por ativação, a associação da sobretensão aplicada (a
ou c) com a densidade de corrente resultante i (i
a
ou i
c
), obtida de um processo de
polarização anódico ou catódico, decorre na equação geral de Butler-Volmer (Equação 2.15)
ou ainda equação geral da cinética de eletrodo.
(2.15)
O fator , chamado coeficiente de transferência ou de simetria, é a relação entre a
distância da interface metal/eletrólito até o topo da barreira energética e a espessura de toda a
dupla camada, sendo a distância entre o plano externo de Helmholtz externo e o metal. Assim,
o valor de varia de 0 a 1 e, nos casos em que a barreira é simétrica, é igual a 0,5;
correspondendo à metade da distância por meio da dupla camada elétrica
(PANOSSIAN, 1993; CASCUDO, 2000; WOLYNEC, 2003).
A equação de Butler-Volmer ou equação geral da cinética de eletrodo é bastante
complexa e não permite que seja expresso em função de i, contudo, ela pode ser
simplificada para valores de sobretensão, em valor absoluto, superiores a 0,03 V; cenário em
que um dos termos exponenciais da equação se torna desprezível com relação a outro
(WOLYNEC, 2003).
i = i
0
exp (zF/ RT) – exp [– (1- ) zF/ RT)]
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
26
De fato, quando
a
é maior que 0,03 V; o segundo termo da equação 2.15 torna-se
desprezível com relação ao primeiro termo (o valor exponencial cresce com
a
, enquanto que
o da segunda decresce). Assim, a Equação 2.15 pode ser reduzidamente apresentada na
Equação 2.16, 2.17 ou ainda 2.18 (WOLYNEC, 2003).
(2.16)
(2.17)
(2.18)
Do mesmo modo, quando
c
é menor que 0,03 V; o primeiro termo da equação
2.15 torna-se insignificante com relação ao segundo e a equação 2.15 pode ser sucintamente
apresentada na Equação 2.19, 2.20 ou ainda 2.21 (WOLYNEC, 2003).
(2.19)
(2.20)
(2.21)
As Equações 2.19 e 2.21 são formalmente semelhantes e por isso podem ser
expressas de maneira única por meio da Equação 2.22.
(2.22)
a =
b
a
log
(
i
a/
i
o)
b
a =
2,303 RT / zF
i = i
0
exp (
a
zF/ RT)
i = i
0
exp – [(1- ) z
c
F/ RT]
c =
b
c
log
(
i
c/
i
o)
b
c =
- (2,303 RT / (1-)zF)
=
b
log
(
i
/
i
o)
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
27
A equação 2.22 é a equação de Tafel e os coeficientes b
a
e
b
c
das equações 2.18 e
2.21 são conhecidos como declives de Tafel anódico e catódico, respectivamente.
Outra forma de representar a Equação 2.22 é a Equação 2.23 (CASCUDO, 2000;
WOLYNEC, 2003).
(2.23)
Onde:
é a sobretensão anódica ou catódica;
a é uma constante igual a (–b log i
0
);
i
0
é a densidade de corrente de troca;
b é a constante de Tafel igual a:
2,303 RT/(1-)zF para polarização anódica; e
- 2,303 RT / (1-)zF para polarização catódica.
I
é a densidade de corrente anódica e catódica.
Panossian (1993) e Wolynec (2003) destacam que a equação de Butler-Volmer e,
em decorrência, a própria equação de Tafel adotam a premissa de que a velocidade de reação
que ocorre na interface é determinada por uma barreira energética de ativação situada dentro
da dupla camada elétrica. Neste caso, a sobretensão considerada é a sobretensão de ativação e
a correspondente polarização denominada polarização de ativação. Entretanto, para as outras
formas de polarização, tratadas nas alíneas b e c seguintes, as equações de Butler-Volmer e
Tafel não se aplicam.
Quando um sistema em corrosão eletroquímica apresentar basicamente
polarização por ativação, diz-se então que ele é controlado por ativação.
=
a+b
log
i
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
28
b) Polarização por Concentração (ηc)
A polarização por concentração existe quando a taxa da reação está limitada pela
transferência de massa no interior da solução e, geralmente, ocorre apenas nas reações de
redução, pois no caso das reações de oxidação, espera-se um suprimento ilimitado de átomos
dos metais na interface do eletrodo que está em processo de corrosão (CALLISTER
JR, 2002).
Para a equação de Tafel, à medida que acresce a sobretensão ocorre um aumento
na velocidade da reação. Contudo, esse aumento não pode ocorrer indefinidamente. Assim,
em um processo de dissolução anódica muito rápido, o número de moléculas de água ou
outros ligantes dentro da dupla camada elétrica pode tornar-se insuficiente para solvatar todos
os íons metálicos à medida que eles saem do metal. Como resultado, atinge-se uma situação
em que a concentração dos ligantes dentro da dupla camada elétrica é nula e o processo passa
a ser controlado exclusivamente pelo transporte desses ligantes do seio da solução para a
interface metal-eletrólito (WOLYNEC, 2003).
A polarização por concentração concebe a variação de potencial de um eletrodo
como o resultado da variação de concentração da espécie eletroquimicamente ativa, produzida
(oxidada) ou consumida (reduzida) face a passagem de corrente elétrica (TANAKA, 1979
apud CASCUDO, 2000).
Para um dado potencial, a velocidade do processo será determinada pela
velocidade com que íons ou outras substâncias se difundem, migram ou são transportadas.
Quando o fenômeno de corrosão apresentar basicamente polarização por concentração, diz-se
que ele é controlado por difusão da espécie eletroquímica.
Para exemplificarmos a polarização por concentração da espécie eletroquímica na
vizinhança imediata do eletrodo, pode-se citar a corrosão na armadura no concreto, mais
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
29
especificamente na reação do cátodo que é a redução de oxigênio e sendo o oxigênio a espécie
eletroquímica consumida na reação catódica, tem-se que sua taxa de difusão por meio do
concreto até atingir a armadura (na zona catódica) determina a velocidade da corrosão do
sistema e desde modo, as reações catódicas são tidas como controladoras do processo
eletroquímico (ROSENBERG et al., 1989 apud CASCUDO, 2000).
c) Polarização de Resistência ou Polarização Ôhmica (ηr)
Segundo Wolynec (2003), quando uma superfície metálica possui uma película
condutora de alguma espécie, como, por exemplo, uma monocamada de gás ou uma película
substancial de óxido, ela não irá alterar o potencial de equilíbrio E
e
do eletrodo
,
pois este não
envolve qualquer mudança de corrente anódica ou catódica. Entretanto, se o eletrodo estiver
polarizado de forma a se ter uma corrente resultante ia ou ic, então, inevitavelmente, ter-se-a
uma queda de potencial por meio da película, pois nenhuma película tem resistividade elétrica
nula. A sobretensão total fica, assim, acrescida desse valor, sendo designada por sobretensão
de resistência.
Um exemplo, desse tipo de sobretensão, é a sobretensão devido à queda de
potencial entre a superfície do eletrodo e a ponta do eletrodo de referência que se utiliza nas
medidas de potenciais de corrosão. Cabe salientar-se que essa queda de potencial só existe
quando o eletrodo estiver polarizado. Quando uma corrente circula por meio da solução nas
vizinhanças do eletrodo, um erro iR é introduzido na medida e, esse erro, é maior quanto
mais afastada estiver a ponta do eletrodo de referência da superfície do eletrodo
(WOLYNEC, 2003).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
30
Em resumo, refere-se à existência de uma queda ôhmica (produto IR
2.4
) no
circuito correspondente à célula eletroquímica de corrosão, podendo ser causada pela
formação ou depósito de produtos sólidos ou películas junto à superfície do metal. Quando o
sistema de corrosão apresentar basicamente a polarização por resistência, diz–se que ele é
controlado por resistência.
Assim, a sobretensão total num eletrólito no qual ocorre deposição pode ser dada
pela Equação 2.24.
(2.24)
Segundo Wolynec (2003), em determinadas condições, apenas uma sobretenção
pode ser mais expressiva e, em outras condições, as contribuições de dois ou mais tipos de
sobretensões podem ser equivalentes e, nesse caso, é difícil a interpretação de qual delas é
mais significativa.
Cabe evidenciar que um outro tipo de polarização, denominada de polarização de
cristalização, pode ser acrescida na equação 2.24, sendo tratada por Wolynec (2003).
2.2 CORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETO
A corrosão das armaduras no concreto é um caso específico de corrosão
eletroquímica, em que o eletrólito demonstra características de resistividade elétrica,
consideravelmente mais elevada, do que os eletrólitos típicos, ressaltando-se que o concreto
ainda apresenta um sistema com poros e vazios (CASCUDO, 2000).
Serão tratados a seguir, aspectos de passivação e despassivação das armaduras de
aço no concreto.
2.4
Produto IR: é dado pela lei de Ohm e representa uma queda no potencial oriunda do produto da corrente do circuito
eletroquímico (I) pela resistência do condutor (R). No caso da corrosão na armadura de aço do concreto, o condutor é a
própria barra e o eletrólito, sendo este último o maior controlador da resistência R (CASCUDO, 2000).
=
a
+ c+ r
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
31
2.2.1 Estado de Passivação do Aço
O comportamento passivo de alguns metais e ligas (cromo, ferro, níquel e titânio)
é resultante da formação de uma película de óxido muito fina e altamente aderente sobre a
superfície do metal, que serve como uma barreira de proteção contra à corrosão. Entretanto,
uma alteração na natureza do ambiente pode fazer com que o material passivado perca essa
proteção natural e fique susceptível à corrosão (CALLISTER JR, 2002).
2.2.1.1 Considerações Sobre o pH e a Solução dos Poros do Concreto
Sob o ponto de vista das armaduras do concreto, deve-se destacar a importância
de um pH elevado na fase aquosa nos poros do concreto e sua manutenção ao longo do tempo.
Sob tais condições de pH, forma-se e mantém-se uma película de óxidos passiva, aderente ao
aço, invisível e envolvente à armadura, a qual tem natureza protetora, proporcionado valores
muito pequenos (desprezíveis) de intensidade de corrosão (BAUER, 1995; BATIS et
al., 2003; CASCUDO, 2005).
Os índices de alcalinidade do concreto provindo da fase líquida é essencialmente
composto por hidróxidos alcalinos (NaOH e KOH) que definem o pH e podem ter
concentração de íons OH
-
entre 0,3 N e 1,0 N, dependendo do tipo de cimento
(CONSTANTINER; DIAMOND, 1995).
2.2.1.2 Passivação do Aço
A passivação do aço pode ser compreendida observando o estudo de Pourbaix
(1974), ilustrado na Figura 2.7.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
32
Percebe-se na Figura 2.7, que as reações de eletrodo termodinamicamente
possíveis de ocorrer no ferro são as reações de passivação, para pHs elevados e, de corrosão,
quando se tem baixa alcalinidade.
Figura 2.7 - Diagrama de Pourbaix de equilíbrio termodinâmico. Potencial x pH
para o sistema Fe-H2O a 25°C, delimitando os domínios de corrosão, passivação e imunidade
(CASCUDO, 1997).
Na Figura 2.7, a região de imunidade corresponde à região onde a corrosão é
desfavorável sob a ótica da termodinâmica, isto é, o metal é estável. A região de passividade
corresponde à região onde óxidos e hidróxidos do metal são fases estáveis e que o metal se
recobre de um filme passivo de óxidos de ferro muito aderente, compacto, contínuo,
insolúvel, interceptível a olho nú (espessura de 10
-1
a 10
-3
mm) e que atua por efeito barreira,
impedindo oxidações posteriores (ANDRADE, 1992; TAYLOR, 1997; CASCUDO, 2005).
Sua composição é variável podendo ser desde Fe
3
O
4
(magnetita) ao Fe
2
O
3
(maghemita)
(SAGOE-CRENTSIL; GLASSER, 1990 apud CASCUDO, 2005).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
33
Contudo, o diagrama de Pourbaix apresenta a limitação de não permitir concluir
sobre a cinética (velocidade) das reações, fornecendo apenas informações claras sobre a
termodinâmica do processo corrosivo (HELENE, 1993).
O concreto normalmente estabelece alto grau de proteção à armadura de aço
contra a corrosão em virtude da alta alcalinidade (pH > 13,5) da solução dos poros. Dentro
desta alta alcalinidade, o aço permanece passivado. Assim, um concreto bem dosado,
devidamente curado e com baixa relação a/c tem baixa permeabilidade, o qual minimiza a
penetração de agentes que induzem a corrosão, tais como cloretos na superfície do aço
(AHMAD, 2003).
Rosenberg et al. (1989) apud Cascudo (2000) ressaltaram que enquanto a
armadura estiver passivada, não haverá corrosão, posto que a película impede o acesso de
umidade, oxigênio e agentes agressivos à superfície do aço, dificultando a dissolução do ferro.
2.2.2 Início da Corrosão ou Estágio de Despassivação
Várias condições podem desestabilizar o filme passivo e dar início à corrosão das
armaduras, favoráveis na presença de umidade e oxigênio. Sob o ponto de vista da engenharia
civil, a presença de íons cloretos em concentração suficiente e a redução do pH como
resultado da carbonatação do concreto na superfície do aço são as mais significativas causas
de corrosão das armaduras no concreto.
As substâncias agressivas, tanto para o concreto, quanto para as armaduras,
penetram por meio da rede de poros no concreto e o tempo estabelecido para despassivar a
armadura de aço e então iniciar a corrosão é dependente da proteção estabelecida pelo
concreto. Assim, a zona de cobrimento da armadura do concreto estabelece proteção por
barreira contra os agentes agressivos, por exemplo, o cobrimento controla a penetração de Cl
-
e moléculas de O
2
nas proximidades da barra de aço, desde que esse cobrimento tenha boa
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
34
qualidade e adequada espessura, de modo a reduzir a penetração dos íons cloreto, ao nível da
armadura, reduzindo também a taxa de difusão do oxigênio (ING et al. 2005).
Para se descrever o processo de corrosão como um todo tem-se o modelo
proposto por Tuutti (1982) apud Cascudo (2000) que subdivide o processo em iniciação e
propagação. O estágio de iniciação consiste no período de tempo que vai desde a execução da
estrutura até a ação de despassivação da armadura, causada pelo agente agressivo. O estágio
de propagação, por sua vez, corresponde ao desenvolvimento da corrosão até que se alcance
um grau inaceitável do processo.
Na fase de iniciação, nenhuma corrosão é observada, mas tanto o CO
2,
quanto os
íons Cl
-
migram do ambiente para a armadura (BAUER, 1995). No final da fase de iniciação, a
concentração de íons cloretos na armadura é maior do que a concentração limite crítica e o pH
do concreto é reduzido em virtude da penetração de CO
2
, conduzindo a despassivação das
armaduras e conseqüentemente ao início da corrosão (KATRI et al., 2004).
Katri et al. (2004) conceituaram grau de corrosão tolerável como o estágio da fase
de propagação correspondente à corrosão significativa e antes do aparecimento de manchas de
óxidos na superfície do concreto e da ocorrência de fissuras.
A seguir são abordados aspectos dos fenômenos corrosivos induzidos por íons
cloretos.
2.2.2.1 Iniciação da Corrosão ou Efeito de Despassivação das Armaduras por Ação de
Íons Cloreto
Os íons cloretos se fazem presentes nas estruturas de concreto de duas formas, a
saber: materiais contaminados empregados na produção do concreto, tais como aditivos,
agregados, água contaminada e/ou provindos do meio externo (água do mar, névoa salina, sais
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
35
degelantes, atmosfera marinha etc.) penetrando na estrutura porosa do concreto e podendo
atingir à armadura (ACI, 2003).
Uma vez que a armadura de aço foi atingida, os íons cloretos tendem a
despassivá-la pela dissolução total ou parcial da camada de óxidos protetora e aderente ao
aço.
Alguns dos constituintes do cimento Porland (C
3
A e C
4
AF) têm a capacidade de
reagir com os íons cloretos para formar um sal complexo insolúvel, os cloroaluminatos de
cálcio hidratado ou sal de Friedel, sendo então um limite estável para a quantidade de cloretos
no concreto em relação à corrosão (ACI, 2003).
Existe um valor limite de concentração no qual os íons cloreto podem romper a
película passivante de óxidos da armadura e desencadear o fenômeno de corrosão das
armaduras. Algumas normas, bem como pesquisadores propõem, em caráter qualitativo,
valores para essa concentração de cloretos, tais valores podem ser encontrados em normas
internacionais européias, japonesas, americanas, dentre outras. A norma brasileira NBR 6118
(ABNT, 2003) não se reporta ao teor de cloretos, mas proíbe em estruturas de concreto
armado ou protendido a utilização de aditivos que contenham cloretos em sua composição.
Não é de consenso no meio técnico-científico, os teores referentes à concentração máxima de
cloretos suficiente para a despassivação das armaduras (CASCUDO, 2000). Todavia, parece
razoável o limite de cloretos para manutenção da passividade das armaduras (em solução
aquosa), calculado por meio da Equação 2.25 (HAUSSMANN, 1967).
(2.25)
[Cl
-
]/[OH
-
] 0,61
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
36
A concentração de OH
-
tem fundamental importância em concretos com a
presença de cloretos, visto que a relação [Cl
-
]/[OH
-
] é responsável pela estabilidade da
película passivante (HAUSSMANN, 1967).
A corrosão das armaduras induzida por íons cloretos ocorre por meio da formação
de pites de corrosão, de forma que a mobilidade iônica dos cloretos na fase aquosa favorece a
ocorrência desses pites. Essa mobilidade iônica dos cloretos está associada às características
físicas da pasta, tais como distribuição do tamanho e grau de umidade dos poros e condições
de continuidade na zona de transição armadura/pasta. Assim, uma estrutura de poros mais
refinada irá restringir a mobilidade iônica destes cloretos (CASCUDO, 1997).
Os cloretos presentes no concreto podem apresentar-se na forma de cloretos fixos,
isto é, quimicamente combinados com as fases alumino-ferríticas ou adsorvidos nas paredes
dos poros e, ainda, sob a forma de cloretos livres, no qual os íons cloretos estão dispersos na
fase aquosa do concreto, sendo este último associado ao risco de corrosão em estruturas
contaminadas por cloretos (CASCUDO, 1997).
O relatório do Comitê 222 do ACI (1996) apresenta três teorias para explicar os
efeitos dos cloretos sobre a corrosão das armaduras de aço.
1ª) Teoria do Filme Óxido: esta teoria comenta que os íons Cl
-
penetram no
filme de óxido passivante sobre o aço, através de seus poros ou defeitos, com mais facilidade
do que outros íons, como os SO
-4
. Alternativamente, os íons cloreto podem dispersar–se
coloidamente no filme óxido, facilitando por isso a entrada deles.
2ª) Teoria da Adsorção: os íons Cl
-
são adsorvidos na superfície do metal em
competição com o oxigênio dissolvido ou com íons hidroxila. Os íons cloretos promovem a
hidratação dos íons metálicos, promovendo sua dissolução.
3ª) Teoria do Complexo Transitório: os íons Cl
-
concorrem com os íons
hidroxila (OH
-
) para a produção de íons ferrosos pela corrosão. Forma-se um complexo
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
37
solúvel de cloreto de ferro. Este complexo pode difundir-se a partir do ânodo destruindo a
camada protetora de Fe(OH)
2
e permitindo a continuação do processo corrosivo. A uma
distância do eletrodo, o complexo é rompido, precipita o hidróxido de ferro e os íons cloretos
ficam livres para transportar mais íons ferro para o ânodo. Os produtos da reação semi-sólidos
de coloração verde são freqüentemente encontrados próximo a superfície do aço, no qual,
quando expostos ao ar, adquirem inicialmente coloração preta e em seguida coloração
vermelha (manchas de corrosão). Se o processo de corrosão não for interrompido, mais íons
ferro continuam a migrar dentro do concreto, a partir do ponto de corrosão, e reagem também
com o oxigênio para formar óxidos mais altos que induzem em um volume da ordem de
quatro vezes o volume inicial ocupado. A expansão desses óxidos de ferro produz tensões
internas que causarão fissuras ao concreto.
Segundo o ACI (2003), a relação entre a taxa de corrosão do aço, a alcalinidade
do concreto e a concentração dos íons cloretos não são completamente entendidas.
Quanto à execução de concretos submetidos à ambientes agressivos, o ACI (2003)
recomenda a especificação e manutenção de baixa relação a/c, apropriado lançamento e
adensamento do concreto, bem como adequados procedimentos de cura. Ressalta-se que
películas e/ou pinturas de proteção superficial ao concreto também são interessantes.
É evidente que a ação extremamente deletéria dos íons cloretos vão desde a
despassivação das armaduras até a participação em plenitude do fenômeno corrosivo, a
conhecer: eles aumentam consideravelmente a condutividade elétrica do eletrólito, acelerando
o processo; além de participarem das reações para a formação dos produtos de corrosão e de
promoverem a ocorrência de pites, que apresenta grande gravidade sob a ótica das estruturas
de concreto (CASCUDO, 2000).
Sobre o transporte de cloretos ao concreto, Cascudo (2000) afirma que
basicamente, os mecanismos de transporte são a absorção capilar e a difusão iônica. Sendo
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
38
que a absorção capilar se dá numa camada mais superficial do concreto, onde ocorre a
molhagem e a secagem do cobrimento pela ação das intempéries e, a difusão iônica ocorre
numa região mais interna do concreto, onde a presença do eletrólito é mais constante.
Bauer (1995), Cascudo (2000) e Batis et al. (2003) ressaltam que a porosidade
(volume de poros, relação poros maiores/poros menores, tortuosidade etc.) influenciam
sobremaneira à ação dos mecanismos de transporte relativos à fase de iniciação da corrosão
das armaduras no concreto.
2.2.3 Propagação da Corrosão e Implicações à Estrutura de Concreto
A taxa de corrosão na armadura de aço embutida ao concreto é significativamente
influenciada pelo ambiente. Desta forma, o oxigênio e a umidade devem estar presentes para
que o fenômeno de corrosão eletroquímica ocorra, além da presença dos agentes agressivos.
Outros fatores podem afetar a taxa e o nível de corrosão, tais como heterogeneidades no
concreto e no aço, pH da solução nos poros do concreto, carbonatação e fissuras no concreto,
dentre outros (ACI, 1996).
Cascudo (1997) comenta que quando a passivação do aço deixa de existir, a
estrutura torna-se vulnerável ao fenômeno da corrosão; a partir daí, a resistividade elétrica e a
disponibilidade de oxigênio tornam-se os parâmetros decisivos no controle da velocidade da
corrosão de armaduras.
De forma simplificada, a equação 2.26 representa, dentro do mecanismo
eletroquímico de corrosão do aço no concreto, a reação de oxidação que implica na dissolução
do ferro que ocorre nas zonas anódicas:
(2.26)
Fe Fe
+2
+ 2e
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
39
As principais reações nas zonas catódicas envolvidas na corrosão do aço carbono
em meio aquoso em meios neutros ou alcalinos é de forma simplificada apresentada na
Equação 2.27:
(2.27)
No sistema aço/concreto, os íons Fe
2+
reagem com os íons OH
-
para formar o
hidróxido ferroso, conforme equação 2.28:
(2.28)
A transformação do aço metálico em “ferrugem” (produto da corrosão) é
acompanhada por um aumento no volume o qual, dependendo do estado de oxidação, pode
ser de até 600% do volume do metal original. Atribui-se a esse aumento de volume a
expansão e fissuração do concreto em processo de corrosão das armaduras (MEHTA;
MONTEIRO, 1994).
A corrosão do aço embutido ao concreto é um processo eletroquímico, no qual o
fenômeno de corrosão do aço se dá mediante a formação de pilhas eletroquímicas. A
superfície do aço em corrosão caracteriza-se pela formação de ânodos e cátodos eletricamente
conectados na barra da armadura. A água nos poros do concreto funciona como um meio
aquoso (complexo eletrólito). A Figura 2.8 apresenta a célula de corrosão da armadura:
Fe
2+
+ 2OH
-
Fe(OH)
2
H
2
O + ½ O
2
+ 2e 2OH
-
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
40
Figura 2.8 - Pilha eletroquímica de corrosão no concreto armado
(CASCUDO, 1997).
Cascudo (2005) ressalta a importância de se ter ciência de que as áreas anódicas e
catódicas podem estar muito próximas, caracterizando, desta forma, a corrosão por
micropilhas. Por outro lado, áreas bastante afastadas com grandes heterogeneidades nas
características do concreto ou do aço poderão culminar com a corrosão por macropilhas.
Os produtos de corrosão geram tensões internas no concreto, podendo causar
fissuras e, em estágios avançados, produzir lascamento do concreto, com comprometimento
do monolitismo estrutural (dados pela aderência aço/concreto) e destacamento da camada de
cobrimento deixando expostas as armaduras. Caso o concreto apresente-se muito úmido, os
óxidos são gerados a uma velocidade constante e podem emigrar por meio da rede de poros,
aparecendo na superfície sob a forma de manchas de aspecto ferruginoso (HELENE, 1993;
ACI, 1996; CASCUDO, 2005).
A velocidade de corrosão do aço no concreto (também nomeada de taxa de
corrosão ou densidade de corrente de corrosão - i
corr
) é um dos parâmetros diretamente
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
41
relacionado à durabilidade das estruturas e, por isso, de grande interesse para a engenharia
civil.
As considerações de projeto para a proteção da estrutura contra a corrosão
dependem do tipo de estrutura, de seu grau de exposição e ainda das condições do meio no
qual ela se encontra. Condições mínimas de cobrimento e da qualidade do concreto devem ser
adequadamente especificadas a fim de se obter um desempenho satisfatório dentro das
condições planejadas de vida útil da estrutura.
Segundo recomendações do ACI (2003), é essencial ter concretos com baixas
relações a/c e com suficiente cobrimento para proteger da corrosão a armadura de aço
embutida ao concreto.
Geralmente, a corrosão induzida por carbonatação caracteriza-se por um ataque
uniforme nas armaduras do concreto, isto é, ocorre com intensidade equivalente ao longo da
superfície exposta ao ataque. Por outro lado, a corrosão induzida por cloretos ocorre sob a
forma de pites, que é uma forma localizada de ataque.
2.3 EFEITO DAS ADIÇÕES MINEIRAIS NA CORROSÃO DAS ARMADURAS NO
CONCRETO
Quando a adição mineral é dita não - pozolânica, ocorre apenas o efeito fíler ou
físico que se dá pelo preenchimento dos espaços capilares do concreto, melhorando em geral,
a sua resistência e a sua impermeabilidade. A escória de alto forno é considerada uma adição
não – pozolânica que apresenta reatividade com a água, fenômeno conhecido por
hidraulicidade (MEHTA; MONTEIRO, 1994). A adição mineral pozolânica é um material
silicoso ou sílico-aluminoso, que em si mesmo possui pouca ou nenhuma propriedade
cimentante, mas que, numa forma finamente moída e na presença de água, reage
quimicamente com o hidróxido de cálcio a temperaturas ambientes para formar compostos
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
42
com propriedades cimentantes. Este efeito é dito ação química das pozolanas e a reação é dita
reação pozolânica. Os produtos das reações pozolânicas também são eficientes no
preenchimento de poros no concreto, assim como, dependendo da finura do material
pozolânico, ele também exerce uma ação física de fíler (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
As adições minerais, de modo geral, são relevantes sob a óptica da corrosão das
armaduras, especialmente quanto ao ataque por íons cloretos (CASCUDO 2005). Essas
adições minerais alteram a estrutura física da pasta de cimento, refinando poros e reduzindo a
interconexão entre eles, o que reflete em menor permeabilidade e difusão do oxigênio
(SABIR et al., 2001; NEPOMUCENO, 2005).
Nita (2006) ressalta que a utilização de pozolanas em pastas de cimento pode
reduzir a alcalinidade quando utilizadas como materiais substitutos do cimento Portland
devido ao consumo de hidróxido de cálcio pela reação pozolânica ou pela menor quantidade
de clínquer presente. Contudo, Batis et al. (2005a) acreditam que apesar desses efeitos, o pH
do concreto não é significativamente alterado.
Existe uma bibliografia extensa sobre as adições minerais disponíveis para
utilização no concreto. Aborda-se, nos subitens a seguir, apenas algumas destas adições
minerais e suas principais propriedades que podem influenciar no comportamento da corrosão
das armaduras induzida por íons cloreto.
2.3.1 Sílica Ativa
A sílica ativa produz efeitos químicos e físicos na microestrutura do concreto e é
altamente pozolânica, porque consiste essencialmente de sílica não cristalina, com elevada
área de superfície específica (13.000 a 30.000 m
2
/kg) (DAL MOLIN, 1995).
Dotto et al. (2004) observou que a adição de 6% de sílica ativa (em relação ao teor
de cimento em massa) aumentou a resistividade elétrica do concreto em 2,5 vezes e que a
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
43
adição de 12% de sílica ativa aumentou a resistividade em 5 vezes. Pesquisas de Sun et al.
(2004), apresentaram que a adição de sílica ativa ao concreto de alto desempenho em mistura
binária em substituição parcial ao cimento no teor de 10% aumentou a resistividade elétrica
do concreto em 25%. Montemor et al., (2000) também notaram acréscimos significativos na
resistividade elétrica pelo uso de sílica ativa ao concreto. Assim, Dal Molin (1995) relata que
a elevada resistividade elétrica dos concretos com adições pode prolongar o tempo de
iniciação da corrosão das armaduras mesmo que o aço esteja despassivado.
Ferreira (2003) constatou que concretos com adições minerais reduziram a
penetrabilidade de íons cloreto em relação a concretos de referência. Em termos de média
global, essas reduções foram de 87%, 81% e 76% para os concretos com misturas binárias no
teor de 10% de sílica ativa, 10% de metacaulim e 25% de cinza volante, respectivamente. O
tempo médio de ataque até que a armadura despassivasse, com base nos valores de potencial
de corrosão, foi superior para os concretos com sílica ativa, metacaulim e cinza volante e
menor para concretos sem estas adições minerais.
Kayali e Zhu (2005) apresentaram que concretos com teor de 10% de sílica ativa
em substituição parcial ao cimento expostos à ambiente agressivo contendo cloretos por dois
anos não evidenciaram a presença desses íons na profundidade da armadura de aço. Isto é
provavelmente justificado pelo efeito descontínuo do sistema de poros que é eficiente em
bloquear a entrada de íons cloretos nas proximidades da superfície da armadura de aço. Estes
resultados confirmam as conclusões de Bentz (2000) de que concretos com 10% de sílica
ativa podem reduzir a difusividade do concreto a íons cloretos por mais de 15 vezes. Nawi
(1996) constatou que a adição de 10% de sílica ativa em substituição ao cimento Portland no
concreto (em torno de 100 kg/m
3
) reduziu o coeficiente de permeabilidade à água de
1,6 x 10
-5
para 4 x 10
-8
cm/seg.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
44
Análises de microscopia eletrônica de varredura de concretos com 16 anos de
idade apresentaram que a sílica ativa torna a matriz mais homogênea e densa do que concretos
sem esta adição. A alta porosidade da matriz em concretos sem esta adição explica a baixa
resistência e alta permeabilidade a íons cloreto (LANCHEMI; TAGNIT; AITCHIN, 1998).
Inspeções visuais ao final dos ciclos de indução de corrosão confirmaram que a
armadura de aço no concreto com alta relação a/c, sem adição de sílica ativa, corroeu-se
facilmente tendo 90% de área exposta comprometida. Para concretos com mesma relação a/c
e com adição de sílica ativa, a armadura apresentou apenas 25% da área de aço comprometida
(DOTTO et al., 2004).
A adição de sílica ativa ao concreto indica um decréscimo no pH da solução dos
poros (NITA 2006; GOUWRIPALAN; MOHAMED, 1998; DOTTO et al., 2004;
NITA, 2006). Entretanto, esse efeito parece ser secundário, até mesmo porque o tempo de
iniciação da corrosão em armaduras de concretos contaminados por cloretos e com sílica ativa
tende a ser maior do que concretos de cimento Portland sem adição. Este tempo pode ser mais
dependente das características físicas (porosidade e resistividade) do que das características
químicas na solução dos poros (DAL MOLIN, 1995; DOTTO et al., 2004).
Castro (2003) concluiu que sistemas com 10% de sílica ativa ou metacaulim
aumentaram o desempenho de concretos frente à carbonatação, demostrando que as alterações
microestruturais proporcionadas por estas adições foram mais eficazes que as prováveis
reduções na reserva alcalina.
Türkmen et al. (2003) mostrou que a taxa de corrosão é menor em concretos
contendo adição de sílica ativa e que a densidade de corrente de corrosão aumenta com o
acréscimo da relação a/ag.
Khatri et al. (2004) concluíram que para resistências à compressão similares
(classe de resistência), o concreto com sílica ativa apresentou melhor desempenho que o
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
45
concreto de referência (sem adições). Para os concretos de mesma relação a/ag, o tempo em
serviço para concretos com adição de cinza volante e sílica ativa foram iguais e melhores que
o concreto de cimento Portland sem estas adições minerais.
Gutiérrez et al. (2005) notaram que o coeficiente de absorção capilar (k) foi
menor quando materiais pozolânicos foram adicionados à matriz cimentícia. Este efeito foi
mais evidente nos casos em que a sílica ativa e o metacaulim foram adicionados. Eles
concluíram que os materiais pozolânicos foram eficazes na redução da permeabilidade a íons
cloretos, em ordem decrescente de desempenho, a sílica ativa, o metacaulim e a cinza volante.
Resultados eletroquímicos de concretos de alto desempenho com adição de sílica
ativa em misturas binárias, ternárias ou quaternárias submetidos à condições agressivas de
ciclos de imersão e secagem em solução contendo cloretos, mostrou que esta adição
influência sobremaneira no valor superior de resistência de polarização do aço (SUN et
al. 2004).
Berke (1989) avaliou a influência da adição de sílica ativa em concretos
submetidos a condições agressivas de ciclos de imersão em solução contendo 3,5% de NaCl e
verificou que a sílica ativa reduz o ingresso de íons cloreto ao concreto e aumenta a
resistividade elétrica, o que justifica o tempo elevado para despassivação das armaduras.
Hoffmann (2001) observou o efeito de diversos parâmetros na difusão de íons
cloreto, verificou que a adição de 20% de sílica ativa ao concreto reduziu em até 60% o
coeficiente de difusão de cloretos em relação a um concreto sem adição.
Asrar et al. (1999) verificou o desempenho de concretos contendo 10% de sílica
ativa em ambientes contendo cloretos e notou que a sílica reduz em até 80% a carga passante
em Coulombs. Os resultados dos referidos autores também indicaram que o potencial
eletroquímico de corrosão do concreto com sílica ativa foi menos eletronegativo do que o
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
46
concreto de referência durante todo o período de condição agressiva (ciclos de imersão em
5% de NaCl).
Inúmeros estudos comprovam que a sílica ativa promove o refinamento da
estrutura de poros da matriz cimentante, diminui a permeabilidade do concreto (WOLF, 1991;
FORNASIER, 1995) aumenta significativamente a resistividade (DOTTO et al., 2004;
GJØRV, 1995; ABREU, 1998) e reduz a difusão de oxigênio (HASSAN, 2000;
NEPOMUCENO, 2005). Isso denota que concretos com sílica ativa têm melhor desempenho
quando comparado a concretos sem adição mineral, em ambientes agressivos, sobretudo
contendo cloretos.
2.3.2 Cinza Volante
A cinza volante é a cinza obtida por precipitação mecânica ou eletrostática dos
gases de exaustão de estações alimentadas por carvão, sendo a pozolana artificial mais
comum (NEVILLE, 1997). Suas partículas têm finura menor ou a mesma das partículas de
cimento (10 μm) e a quantidade de carbono é menor que 3%, sendo que as suas propriedades
pozolânicas e seu efeito cimentício podem resultar em concretos de altas resistências
mecânicas e com menor permeabilidade (NAWI, 1996).
Ha et al. (2007) concluíram que a cinza volante em substituição ao cimento
Portland no teor de 30% melhoram as propriedades de durabilidade no concreto, sobretudo, a
permeabilidade, promovendo um retardo no tempo para início da corrosão e, uma vez
iniciada, promove baixas taxas de corrosão. Este retardo no início e no desenvolvimento da
corrosão em concretos contendo cinza volante também foi verificado por Moon e Shin (2006);
Polder e Peelen (2002) e por Montemor et al. (2000).
Camões et al. (2002) notaram o efeito benéfico da adição de cinza volante ao
concreto no que tange à durabilidade, especificamente em pequenos coeficientes de difusão-
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
47
migração obtidos em estado não-estacionário de concretos com adição de cinza volante,
comparados a concretos sem adição mineral e em paralelo com concretos com mesma relação
a/ag.
Com o aumento da idade de cura, a distribuição da dimensão dos poros de
argamassas com cinza volante, testadas por Blanco (2006), tendeu para poros de dimensões
mais uniformes, o que denota sistemas mais impermeáveis e com melhor desempenho quanto
à durabilidade.
Saraswathy et al. (2003), Montemor et al. (1993), Montemor et al. (2000), Sun et
al. (2004) e Montemor et al. (2002) perceberam que a cinza volante no concreto tende a
estabelecer proteção da armadura de aço contra a corrosão, devido principalmente ao aumento
da resistividade elétrica, além de reduzir o coeficiente de difusividade de algumas espécies,
como o oxigênio e os íons cloretos.
Resultados de perda de massa de concretos de alto desempenho com adição de
cinza volante em misturas binárias nos teores de 10, 20 e 30% em substituição ao cimento
Portland mostraram que a resistência à corrosão foi superior para concretos com cinza volante
do que para concretos sem adição (SUN et al., 2004).
A adição de cinza volante causa uma redução de 50% na permeabilidade a íons
cloretos do concreto em relação a um concreto de cimento Portland - sem adições (NAIK,
1994). Thomas (1996) também notou que a profundidade de penetração de cloretos diminui
com o aumento da quantidade de cinza volante ao concreto.
Saraswathy et al. (2003) observaram, por meio de medidas de perda de massa de
barras de aço, observações visuais e testes de polarização anódicas que o nível crítico de
substituição da cinza volante em relação ao cimento Portland é de 20 % a 30% para que esta
adição promova um sistema menos poroso e com acréscimos na resistência à corrosão.
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
48
Entretanto, Jiang et al. (2004) constataram que a densidade de corrente de
corrosão da armadura de aço de concretos incorporando 40% de cinza volante e 1,0% de
aditivo redutor de água foi 20% superior em relação ao concreto referência (sem adição
mineral) após ciclos de secagem e imersão em solução agressiva de 5% de NaCl.
Experimentos de Polder e Peelen (2002) apresentaram, dentro de condições de
simulação de sais de degelo, que concretos com altas percentagens de cinza volante tiveram
menor profundidade de penetração de íons cloretos, baixas probabilidades de corrosão e altas
resistividades elétricas em relação a concretos de cimento Portland sem adições.
Pode-se dizer de uma forma geral, que sistemas com adição de cinza volante
tendem a apresentar acréscimos na durabilidade do concreto, promovendo retardos no tempo
para iniciar a corrosão e, uma vez iniciada, promove taxas de corrosão menores do que
sistemas sem esta adição mineral.
2.3.3 Metacaulim
O metacaulim é obtido pela calcinação de argila caulinítica pura ou refinada a
temperaturas entre 650ºC e 850ºC e moída até a finura de 0,7 m
2
/g ou 0,9 m
2
/g
(NEVILLE, 1997; SABIR et al., 2001). A temperatura de queima ou calcinação é
extremamente importante e afeta diretamente a atividade pozolânica do produto resultante.
Assim, a argila está no seu estado mais reativo quando a temperatura de calcinação conduz a
hidrólise e resulta no colapso e desarranjo da estrutura da argila (SABIR et al., 2001).
O comportamento dos minerais argilosos sob altas temperaturas depende muito da
sua estrutura, da composição química, do tamanho dos cristais e do grau de cristalinidade
(TAYLOR, 1997) e a sua reatividade pozolânica está diretamente associada à retirada de água
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
49
de sua estrutura cristalina resultando em um produto amorfo ou semi-amorfo de elevada área
superficial e alta reatividade química (LACERDA; HELENE, 2002).
A elevada reatividade alcançada pelo metacaulim promoveu acréscimos na
durabilidade do concreto, uma vez que reduz sua porosidade e sua permeabilidade quando no
estado endurecido (LACERDA; HELENE, 2002).
Poon et al. (2006) e Nawi (1996) notaram desempenho similar entre o
metacaulim e a sílica ativa no que se refere a resistência à penetração de cloretos no concreto.
Em relação à corrosão, o uso de metacaulim em substituição parcial ao cimento
Portland no teor de 10% ou como substituição de parte do agregado miúdo no teor de 20%
(em massa), melhorou o comportamento à corrosão de argamassas. Este fenômeno foi
principalmente atribuído a reação pozolânica e ao consumo de Ca(OH)
2
. Entretanto,
argamassas com 20% de substituição ao cimento e 30% de substituição da areia demandam o
uso de grandes relações a/ag e isto provocou o aumento da porosidade total, no qual resultou
na redução do efeito benéfico do metacaulim (BATIS et al., 2005b).
Foi observado por Coleman e Page (1997) que houve um refinamento na estrutura
dos poros do concreto com a adição de 15% de metacaulim e uma significantiva redução
na taxa de ingresso (coeficiente de difusão) de íons cloreto. De fato, há uma forte evidência
de que o metacaulim influencia definitivamente na estrutura dos poros em pastas de cimento
Portland e produz substancialmente o refinamento de poros, conduzindo a significantes
mudanças nas propriedades de transporte de água e taxas de difusão de íons prejudiciais
(SABIR et al., 2001; KOSTUCH et al., 1993; SABIR et al., 2001; CABRERA;
NWAUBANI, 1998).
Zhang e Malhotra (1995) notaram que pastas de cimento contendo metacaulim
apresentaram maior capacidade de fixar íons cloretos comparadas a pastas de cimento sem
esta adição mineral. Resultados semelhantes foram obtidos por Coleman e Page (1997).
Capítulo 2 – Corrosão das Armaduras no Concreto
50
Observa-se, em geral, que a adição de metacaulim ao concreto de cimento
Portland, melhora sensivelmente suas características de permeabilidade, porosidade, difusão e
absorção, sugerindo que sistemas à base de cimento Portland e metacaulim possuem bom
desempenho em ambientes susceptíveis à corrosão das armaduras.
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
51
CAPÍTULO 3
CONSIDERAÇÕES SOBRE TÉCNICAS
PARA AVALIAÇÃO DA CORROSÃO
As técnicas para monitoramento da corrosão fornecem subsídios voltados ao
estudo e à avaliação qualitativa e quantitativa da atividade corrosiva em armaduras de
concreto. Este capítulo aborda aspectos acerca das inspeções visuais, da técnica de medida da
resistividade elétrica do concreto e das técnicas eletroquímicas, considerando o princípio das
técnicas, o arranjo da célula eletroquímica, os equipamentos utilizados e os critérios para
interpretação dos resultados.
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
52
3.1 ANÁLISES VISUAIS
A análise visual de uma edificação deteriorada é uma ferramenta importante para
auxiliar no diagnóstico de uma estrutura em concreto armado que se apresenta com fenômeno
de corrosão na armadura.
A análise visual deve ser realizada na etapa de inspeção preliminar da estrutura,
utilizando-se de lupas, fissurômetros, máquinas fotográficas, trenas etc. Entretanto,
informações sobre os agentes iniciadores da corrosão, a natureza e a morfologia do ataque, os
parâmetros de interface aço/concreto e a cinética do processo eletroquímico não são possíveis
de serem obtidas mediante avaliações visuais na estrutura.
Cabe ressaltar-se que estruturas de concreto armado em estágios avançados de
corrosão nas barras de aço podem apresentar características sintomatológicas típicas como
fissuração no sentido longitudinal às armaduras que estão em processo de corrosão, presença
de manchas “ferruginosas” oriundas dos produtos de corrosão na superfície do concreto,
fragmentação e destacamento do cobrimento, lascamento do concreto em estágios avançados,
perda de seção das barras de aço, exposição das armaduras corroídas, comprometimento da
aderência aço-concreto, flambagem de armaduras longitudinais de pilares em função do
decréscimo na seção de concreto, dentre outras (CASCUDO, 1997; CASCUDO, 2005).
O exame visual consiste em caracterizar todos os sintomas envolvendo a
manifestação patológica, bem como preparar um plano de trabalho mais detalhado para
desenvolver uma inspeção minuciosa (CASCUDO, 2005).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
53
3.2 RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO CONCRETO
O fenômeno de corrosão na armadura do concreto é dependente da resistividade
elétrica do concreto (condutividade iônica do eletrólito) e do acesso de oxigênio às barras.
A resistividade é dependente do teor de umidade e da permeabilidade do concreto,
além do grau de ionização do eletrólito (VARELA; GONZÁLEZ, 1990 apud CASCUDO,
1997). Sendo, portanto, um dos agentes controladores da atividade eletroquímica, podendo
inclusive ser considerado um parâmetro semiquantitativo para avaliação da corrosão, já que
velocidades de corrosão máximas ocorrem em concretos com altos teores de umidade (baixos
valores de resistividades) sem que haja saturação dos poros, o que dificulta o acesso do
oxigênio (FELIU; ANDRADE, 1988).
A resistividade de meios porosos depende fundamentalmente de sua composição,
microestrutura e teor de umidade e, conjuntamente com a disposição de oxigênio, essa
resistividade pode controlar a corrosão do aço, quando não passivado. O controle da corrosão
pela alta resistividade do meio que envolve o material metálico é, então, dito resistivo
(SELMO, 1997).
A medida de resistividade elétrica do concreto pode ser efetuada pelo método de
Wenner (dos quatro eletrodos ou quatro pontos) ou ainda pelo método dos três eletrodos,
normalizado no Brasil. O método de Wenner é normalizado pela ASTM G57 (ASTM, 2003a),
sendo inicialmente desenvolvido para medição da resistividade de solos. Por medir a
resistividade de uma camada superficial do concreto, a esse método são agregados os termos
“aparente superficial”. A NBR 9204 (ABNT, 1985) prescreve a determinação da resistividade
elétrica volumétrica de corpos-de-prova moldados ou de testemunhos extraídos do concreto
(CASCUDO, 1997).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
54
A principal vantagem da técnica de resistividade elétrica superficial é a
possibilidade de uso in situ em estruturas de concreto, permitindo uma avaliação indireta da
ocorrência de atividade corrosiva no aço.
A técnica de resistividade elétrica aparente superficial do concreto baseia-se na
aplicação de uma corrente elétrica entre os eletrodos externos e a diferença de potencial
gerada entre os eletrodos internos propicia a medida de resistividade, por meio da Equação
3.1 (FELIU; ANDRADE, 1988; CASCUDO, 1997; BROOMFIELD, 1997):
(3.1)
Onde:
é a resistividade elétrica do concreto em .cm;
a é o espaçamento entre os eletrodos em cm;
V é o potencial medido entre os eletrodos internos em Volts; e
I é a corrente aplicada aos eletrodos externos em Ampère.
A Figura 3.1 apresenta a aparelhagem para execução da medida de resistividade
elétrica superficial aparente e a execução do ensaio.
Figura 3.1 - (a) Aparelhagem para medição da resistividade do concreto e (b) execução do
ensaio de resistividade superficial do concreto (CASTRO, 2003).
= 2
π
a (V/I)
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
55
Segundo a CNS FARNELL COMPANY (s.n.t.), um dos maiores problemas na
medida da resistividade superficial do concreto são as altas resistências elétricas no contato
entre os eletrodos e o concreto. Pesquisadores afirmam que valores altos ou relativamente
diferentes de resistência de contato entre eletrodos podem causar sérios erros na medida de
resistividade. Ainda, conforme CNS FARNELL COMPANY (s.n.t.) apesar da praticidade da
realização desses ensaios, diversos são os cuidados a serem tomados na utilização do
aparelho, como o espaçamento entre os eletrodos e as condições da superfície de contato. As
distâncias entre eletrodos devem ser as mesmas, e deve-se respeitar os espaçamentos máximos
e mínimos, de acordo com as dimensões do agregado e com a área de contato dos eletrodos.
Com relação à superfície de contato, os eletrodos devem estar saturados no momento da
realização do ensaio e, para tanto, são empregadas esponjas ou espumas saturadas de água nas
extremidades de cada eletrodo. A superfície de concreto deve apresentar-se livre de sujeiras e
gorduras.
Segundo Helene (1993), o concreto saturado de água comporta-se como um
semicondutor, com resistividade elétrica da ordem de 10
2
.m, enquanto que seco em estufa
ventilada pode ser considerado isolante elétrico com resistividade da ordem de 10
6
.m. Um
concretos de boa qualidade, em equilíbrio e em ambientes de baixa umidade relativa, a
resistividade é a da ordem de 10
4
.m a 10
5
.m.
Ainda segundo esse autor, a resistividade do concreto é atribuída à
comunicabilidade da rede de poros e à alta concentração dos íons Na
+
+
,K
+
, Ca
2+
, OH
-
e Cl
-
na
solução dos poros, ou seja, a movimentação dos íons no concreto está intimamente
relacionada à umidade contida nos poros dele.
A resistividade do concreto pode variar de 10 k.cm a 100 k.cm, dependendo
da umidade interna e da composição do concreto. Para uma umidade constante, a resistividade
aumenta com o tempo de hidratação do cimento e quando adições minerais (cinza volante,
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
56
escória de alto forno e sílica ativa) estão presentes ao concreto. A resistividade também
aumenta quando o concreto está seco ou carbonatado (POLDER; PEELEN, 2002; Portland
Cement Association - PCA, 2003).
Segundo Broomfield (1997), a resistividade elétrica é uma indicação da
quantidade, da dimensão e da tortuosidade da rede de poros do concreto, sendo
definitivamente afetada por uma série de fatores, a saber: qualidade do concreto, quantidade e
tipo de cimento, relação água/cimento, cura e aditivos utilizados na mistura.
Quanto ao efeito das adições minerais, Ferreira (2003) também notou o efeito
benéfico da utilização de adições minerais em relação à resistividade elétrica em concretos
sob à ação de cloretos. Dentre as adições, destacou-se a sílica ativa e o metacaulim.
Nos estudos de Abreu (1998), a adição de sílica ativa também possibilitou a
obtenção de concretos significativamente mais resistivos.
A resistividade elétrica também é influenciada pela relação água/cimento (a/c) do
concreto. À medida que a relação a/c diminui, a resistividade aumenta. Segundo informações
da Portland Cement Association - PCA (2003), a resistividade pode ter seu valor numérico
duplicado com a redução da relação a/c de 0,60 para 0,40.
Em geral, a resistividade elétrica do concreto aumenta com o tempo. Esse
acréscimo é observado tanto para concretos em cura úmida quanto em cura ao ar. Para cura
úmida, o aumento da resistividade ocorre principalmente devido ao aumento da hidratação do
cimento, enquanto que na cura ao ar a resistividade aumenta devida à diminuição da umidade
do concreto (LIMA, 2006).
Ferreira (2003), com relação ao ataque por íons cloreto, observou que para todas
as situações estudadas (concretos de referência e concretos com adições minerais) houve uma
queda abrupta da resistividade elétrica tão logo se iniciou o ataque por íons cloreto.
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
57
Cascudo (1997) relata que o processo de corrosão de um metal embebido no
concreto é, prioritariamente, dependente da fração da superfície metálica efetivamente em
contato com a fase líquida do concreto (superfície molhada). Esta superfície molhada está
associada à presença da fase líquida que preenche parcialmente os poros e capilares do
concreto. A resistividade elétrica, por sua vez, apresenta-se intimamente relacionada à
presença dessa fase líquida ou eletrólito.
O que se depreende da discussão anterior é que todos os fatores que levam ao
aumento da compacidade interna do concreto contribuem para o aumento da resistividade.
Seja, portanto, pelo refinamento de poros e densificação da pasta em virtude da ação das
adições minerais, seja pelo aumento da compacidade decorrente da redução da relação a/c,
pela maior idade ou maior eficiência do procedimento de cura, seja, enfim, por um processo
de carbonatação de camadas superficiais do concreto; em todos os casos a resistividade tende
a aumentar. Em contrapartida, o aumento da umidade do concreto, assim como maior
quantidade de íons na solução do poro, especialmente os cloretos, reduzem a resistividade.
Os critérios de avaliação indicados por Langford e Broomfield (1987 apud
BROOMFIELD, 1997) deduzem qualitativamente a taxa de corrosão e estão em
conformidade com os parâmetros de avaliação (probabilidade de corrosão) do Comite
Eurointernacional du Béton – CEB 192 (CEB, 1989 apud CASCUDO, 1997), que são
comumente utilizados para avaliação de estruturas de concreto, como segue na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 - Parâmetros de avaliação da resistividade elétrica do concreto -
elaborada com base em Langford; Broomfield (1987 apud BROOMFIELD, 1997) e CEB 192
(1989 apud CASCUDO, 1997).
Resistividade do concreto Taxa de corrosão Probabilidade de corrosão
> 20 k.cm Baixa Desprezível
10 a 20 k.cm Baixa a moderada Baixa
5 a 10 k.cm Alta Alta
< 5 k.cm Muito alta Muito alta
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
58
Broomfield (1997) apontam uma associação da resistividade em relação à taxa de
corrosão, a partir de medidas de polarização linear ou resistência de polarização, conforme a
Tabela 3.2. Os autores ressaltam que a medida da resistividade deve ser efetuada
conjuntamente com as técnicas eletroquímicas para se obter um diagnóstico mais completo
das estruturas de concreto armado quanto à corrosão das armaduras.
Tabela 3.2 – Faixas de resistividade do concreto associadas ao estado de corrosão do
aço (BROOMFIELD, 1987).
Resistividade do
concreto
Taxa de corrosão
> 100 k.cm Não é possível distinguir entre passividade e atividade corrosiva.
50 a 100 k.cm Baixa.
10 a 50 k.cm Moderada a alta quando o aço está despassivado.
10 k.cm A resistividade não é um parâmetro de controle da corrosão.
Morris et al. (2004) comentam que a resistividade elétrica do concreto foi
proposta para ser um eficaz parâmetro para avaliar a probabilidade de corrosão na armadura
de aço, particularmente quando a corrosão é induzida por ataque de cloretos.
Morris et al. (2004) concluíram que provavelmente as barras de aço estão
próximas de encontrar o estado ativo de corrosão quando a resistividade está abaixo de
10 k.cm e tem comportamento passivo quando a resistividade do concreto está acima de
30 k.cm.
De acordo com esta correlação, quando a resistividade elétrica do concreto
aumenta de 2 para 100 k.cm, a quantidade limite de cloretos suficiente para despassivar a
armadura de aço e induzir o processo corrosivo aumenta de 0,44% para 2,32% em relação à
massa de cimento (MORRIS et al., 2004).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
59
3.3 TÉCNICAS ELETROQUÍMICAS
As técnicas eletroquímicas permitem obter informações sobre os parâmetros
termodinâmicos e cinéticos do processo corrosivo e podem ser associadas com outros
métodos de avaliação. As técnicas a serem aqui descritas são os potenciais de corrosão,
resistência de polarização (Rp) e impedância eletroquímica.
As técnicas eletroquímicas de potenciais de corrosão, resistência de polarização e
impedância eletroquímica obtém uma boa correlação em estudos relativos à corrosão
induzidas por cloretos em estruturas de concreto armado expostas à ambientes marinhos
(CANUL; CASTRO, 2002).
Por meio das técnicas eletroquímicas em sistemas com condições de ensaio
padronizadas, é possível estimar a taxa de corrosão instantânea (I
corr
) da barra de aço no
concreto em dado eletrólito por procedimentos que variam conforme a técnica empregada
(SELMO, 1997).
Da mesma forma, Bauer (1995) estudando concretos com adição de escória de
alto forno submetidos ao processo de indução da corrosão sob à ação de íons cloreto,
salientou o bom desempenho das técnicas eletroquímicas de potenciais de corrosão e
resistência de polarização como instrumentos de monitorização da corrosão das armaduras.
As técnicas eletroquímicas são muito atrativas, pois buscam explanar as variáveis
intervenientes no processo eletroquímico de corrosão no momento em que se desenvolve o
fenômeno e não de forma global como as técnicas gravimétricas (NEPOMUCENO, 1992
apud BAUER, 1995).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
60
3.3.1 Potenciais de Corrosão
A técnica de potenciais de corrosão é o procedimento de campo mais utilizado
para monitorar estruturas em concreto armado com vistas à corrosão de armaduras
(CASCUDO, 2005; MONTEMOR et al., 2003).
O potencial de corrosão de um eletrodo metálico versa o potencial eletroquímico
medido em relação a um determinado eletrodo de referência que possui potencial estável
(CASCUDO, 2005).
O eletrodo de referência é fabricado com um material de comportamento que não
depende do ambiente. Os mais comuns eletrodos de referência usados para o concreto armado
são cobre/sulfato de cobre, eletrodo de calomelano saturado e prata/cloreto de prata
(Ag/AgCl) (BENTUR; DIAMOND; BERKE, 1997).
O eletrodo de calomelano saturado (ECS) foi utilizado como eletrodo de
referência das pesquisas experimentais de Bauer (1995), Selmo (1997), Masfeld et al., (2000),
Poupard et al., (2004), Katri et al,. (2004), Batis et al., (2005a) e Miranda et al., (2005), além
de ser proposto pela ASTM C 876/91 (ASTM, 2003b).
A literatura relata o uso de eletrodo de prata/cloreto de prata como eletrodo de
referência em pesquisas com aditivos inibidores de corrosão e em pesquisas com concreto
contendo adições minerais (SUN et al., 2004).
Os eletrodos de referência utilizados por Polder e Peelen (2002) foram barras de
metal de óxido de titânio, sendo o potencial base próximo ao eletrodo de Ag/AgCl.
Basicamente, o eletrodo de calomelano saturado consiste em mercúrio (Hg
2
Cl
2
)
imerso num eletrólito com íons cloreto (KCl), sendo o potencial igual a +0,242 V a 25ºC em
relação ao eletrodo padrão de hidrogênio (CASCUDO, 1997; WOLYNEC, 2003) .
A magnitude do potencial elétrico (medido em relação ao eletrodo de referência)
indica a passividade ou a despassividade das barras de aço em peças estruturais de concreto,
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
61
sugerindo que potenciais mais eletronegativos direcionam a conclusões de maior
probabilidade de corrosão e menos negativos, a menor probabilidade.
A ASTM C876/91 (ASTM, 2003b) propõe metodologia de ensaio para obtenção
dos potenciais de corrosão de estruturas de concreto, bem como os critérios para avaliação
qualitativa da atividade corrosiva. A Tabela 3.3 apresenta os critérios e os parâmetros da
referida norma.
Tabela 3.3 – Critérios propostos pela ASTM C876/91 (ASTM, 2003b) para avaliação
qualitativa da atividade corrosiva.
Potencial de corrosão (mV)
Eletrodo de referência cobre
sulfato de cobre – ESC
Eletrodo de referência calomelano
saturado - ECS
Probabilidade de
corrosão
< - 350 < - 276 > 90%
- 200 a - 350 -126 a – 276 incerta
> - 200 > - 126 < 10%
Dos critérios expostos anteriormente, cabe uma observação: a de que tais faixas de
potenciais associadas à probabilidade de corrosão foram estabelecidas com base em
experiências norte-americanas em pontes, cujos agentes iniciadores de processo corrosivo
foram os íons cloretos (CASCUDO, 1997).
A Figura 3.2 apresenta um esquema convencional para medição dos potenciais
eletroquímicos de corrosão das armaduras.
Na Figura 3.2, nota-se que a configuração básica para aplicação da técnica de
potenciais de corrosão consiste basicamente em um voltímetro de alta impedância, eletrodo de
referência e uma esponja de alta condutividade para promover o contato elétrico entre este
último e a armadura de aço.
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
62
É importante salientar que o pólo negativo do voltímetro de alta impedância deve
ser conectado ao eletrodo de referência e o pólo positivo do voltímetro ao eletrodo de
trabalho.
Figura 3.2 - Configuração básica para aplicação da técnica de potencias de corrosão
(CASCUDO, 2005).
A Figura 3.3 apresenta os equipamentos utilizados e a execução do ensaio de
potencial de corrosão.
Figura 3.3 - Ensaio de potencial de corrosão: (a) equipamentos utilizados no ensaio e
(b) realização do ensaio (FERREIRA, 2003).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
63
Os potencias eletroquímicos constituem uma ferramenta importante para mapear e
detectar áreas da estrutura com corrosão de armaduras, permitindo detectar áreas anódicas de
corrosão mesmo sem a manifestação visível do dano. Para obtenção dos mapas de potenciais,
desenha-se um quadriculado na superfície do concreto a ser analisado e mede-se os potenciais
em pontos eqüidistantes dessa malha demarcada. Com os potenciais medidos no quadriculado,
são traçadas curvas equipotenciais (potenciais iguais) e identifica-se áreas onde a presença de
corrosão seja provável (CASCUDO, 2005).
A técnica de potenciais de corrosão foi utilizada por Erdo du et al. (2004) para
determinar o coeficiente de difusão aparente de íons cloretos no concreto armado. Os
resultados encontrados apresentaram boa correspondência com os valores encontrados na
literatura.
A medida real do potencial do eletrodo de trabalho pode ser alterada pela posição
do eletrodo de referência, pelo tipo de cimento e pela presença de fissuras, obtendo-se, nestes
casos, uma medida de potencial aparente (MONTEMOR et al., 2003). A bibliografia relata
que outros fatores, tais como elevados teores de umidade, grandes concentrações de cloretos,
camadas superficiais do concreto com altas resistividades, elevada compacidade e espessura
de concreto de cobrimento e frente de carbonatação podem alterar as medidas de potencial
(SOLEYMANI; ISMAIL, 2004; MONTEMOR et al., 2003); CASCUDO, 2005).
3.3.2 Resistência de Polarização
A técnica de resistência de polarização (Rp) foi inicialmente desenvolvida por
Stern, Andrade e González (1978), Andrade (1985) e Stratfull (1973) apud Cascudo (1997)
entre os anos de 1957 e 1959, a partir de estudos descritos por Wagner e Traud (ANDRADE;
GONZÁLEZ, 1978a; ANDRADE; GONZÁLEZ 1978b apud CASCUDO, 1997). Entretanto,
medidas de resistência de polarização com compensação de queda ôhmica somente têm sido
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
64
aplicadas no início dos anos 1970, por Andrade e González na Espanha e fornecem
informações sobre a taxa de corrosão do aço (ANDRADE; GONZÁLEZ, 1978a.; SIMON,
1989 apud CASCUDO, 1997).
A determinação de resistência de polarização (Rp) é a mais importante técnica
eletroquímica utilizada para determinação da taxa de corrosão do aço no concreto armado
(SONG, 2000).
A técnica de RP emite resultados rápidos e possui caráter não-destrutivo, exigindo
somente danos localizados no concreto de cobrimento para permitir a conexão elétrica com a
armadura de aço (LAW et al., 2004).
A resistência de polarização é uma técnica eletroquímica não-destrutiva capaz de
estimar instantaneamente a taxa de corrosão de um metal. Entretanto, o método pode
apresentar restrições para aplicação in situ, dentre os quais: resistência ôhmica do concreto,
área desconhecida da armadura a ser polarizada e corrosão não-uniforme (KOURIL et
al., 2006).
Assim, a resistência de polarização (R
p
) ou polarização linear concebe a inércia
que um sistema qualquer possui em permitir um processo eletroquímico de corrosão, isto é, a
transferência de carga elétrica, por meio do eletrodo, possibilitando inferir quantitativamente
na velocidade ou taxa de corrosão (CASCUDO, 2005).
A técnica de medição é descrita na ASTM G59/57 (ASTM, 2003c) e exige
potenciostato e itens auxiliares. Nesta técnica, a polarização potenciodinâmica é baseada na
contínua troca do potencial de eletrodo nas “vizinhanças” do potencial de corrosão. Antes de
cada medida, o potencial de corrosão deve ser identificado em relação a um eletrodo de
referência (KOURIL et al., 2006).
Para o cálculo de Rp, a armadura de aço deve ser polarizada em relação ao
potencial de equilíbrio com uma pequena sobretensão que pode variar de 10 a 30 mV e a
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
65
corrente resultante é monitorada. A Rp é, então, dada pelo quociente da sobretensão aplicada
em relação à corrente induzida (LAW et al., 2004).
No arranjo do experimento para determinação de Rp, o contra-eletrodo é o
responsável pelo “salto” no potencial do eletrodo de trabalho na direção anódica ou catódica
com uma taxa de varredura constante (KOURIL et al., 2006).
A ASTM G59/91 (ASTM, 2003c) define Rp pela relação da Equação 3.2.
(3.2)
A Equação 3.2 expressa que a resistência de polarização de um eletrodo em
corrosão é definida como a inclinação da linha do potencial em relação à densidade de
corrente no ponto onde i=0 (KOURIL et al., 2006).
O valor de Rp pode ser usado para calcular a taxa de corrosão na forma de
densidade de corrente (i
corr
), por meio da equação de Stern – Geary, considerando o processo
controlado por ativação, expressa pela Equação 3.3 (SONG, 2000; CASCUDO, 2005;
KOURIL et al., 2006).
(3.3)
O coeficiente B, denominado de coeficiente de Stern-Geary pode ser obtido por
meio da Equação 3.4, onde os valores das inclinações de Tafel (ba e bc) devem ser
conhecidos.
(3.4)
As inclinações de Tafel são definidas por (SONG, 2000):
Icorr = B/Rp
Rp= (E)/(i) i=0, dE/dt 0
B = (ba.bc) / 2,3 (ba+bc)
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
66
(3.5)
(3.6)
Ia e Ic são taxas de reação anódica e catódica, respectivamente.
Segundo Bauer (1995) para que a Equação 3.3 e Equação 3.4 sejam aplicáveis, a
variação de potencial (E) deve ser no máximo de ± 20 mV em torno do potencial de
Corrosão (E
corr
).
A equação original de Stern-Geary foi derivada de um eletrodo em corrosão, sem
considerar a influência da distribuição não - uniforme das reações catódicas e anódicas.
Assim, essa equação pode ser aplicável em sistemas não polarizados com corrosão uniforme.
Entretanto, no concreto armado também é comum corrosão não - uniforme, dentro de
polarização por efeito de macro-célula ou por corrente imposta (SONG, 2000).
Na literatura, a equação de Stern-Geary é normalmente usada sem questionamento
das formas de corrosão (uniforme ou não-uniforme) ou das condições de polarização (no
potencial de corrosão ou não) e resultados incoerentes podem ser obtidos (SONG, 2000).
O valor do parâmetro B (26 e 52 mV) foi sugerido pela equação original de
Stern – Geary. Entretanto, Song (2000) relata que o valor do parâmetro B (não determinado
experimentalmente), pode conduzir a erros relativos de dois na determinação da taxa de
corrosão. Esse valor de B, normalmente utilizado, é principalmente baseado nas condições da
amostra (armadura de aço passiva ou ativa em torno do potencial de corrosão). Porém, na
prática, as situações de corrosão são mais complexas e a armadura de aço pode corroer-se
localizadamente ou podem ser polarizadas por correntes macro-galvânicas ou correntes de
fuga etc.; também, a redução catódica do oxigênio pode estar dentro do controle difusional ou
ativar a reação de controle. Portanto, segundo Song (2000), o valor proposto de B (não
determinado experimentalmente) deve ser cuidadosamente discutido para que não implique
|ba| = dE / d ln Ia
|bc| = - dE / d ln Ic
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
67
em erros na taxa de corrosão (SONG, 2000). Por fim, Andrade e Feliu (1991 apud BAUER,
1995) comentam que os erros no parâmetro B são pequenos em comparação com as
diferenças nos valores de i
corr
que ocorrem nos processos reais.
A bibliografia (BENTUR; DIAMOND; BERKE, 1997; CASCUDO, 1997;
BROOMFIELD, 1997) tem normalmente sugerido para B, o valor de B igual a 26 mV para o
aço em estado ativo de corrosão e 52 mV para a condição de passividade da armadura. Law
et al. (2004) adotou os referidos valores de para B acima e tomou valores de Rp menores que
10 k.cm
2
como sendo de aços passivos e maiores de 10 kcm
2
como sendo de aços em
condição ativa.
Law et al. (2004) comentam que a técnica de Rp pode ser usada para estimar a
perda de massa do aço quando a corrosão é induzida por cloretos. Para os seus experimentos
essa estimativa foi da ordem de 86%, sendo que a confiabilidade dos resultados foi maior para
a corrosão induzida por carbonatação do que a corrosão induzida por cloretos.
Em meios pouco condutores, como é o caso do concreto armado, a técnica de
resistência de polarização somente deve ser utilizada com procedimentos que descontem a
resistência do meio entre o eletrodo de referência e eletrodo de trabalho, dita queda ôhmica,
da resistência total do sistema (SELMO, 1997).
A resistência de polarização linear possui, segundo Broomfield (1997), a
limitação de que se detecta a taxa de corrosão instantânea, esta pode ser alterada em função da
temperatura e outros fatores. Faz-se necessário conhecer a taxa de corrosão integrada,
resultante de taxas médias de corrosão em um determinado período.
Mansfeld (1976) apud Kouril et al. (2006) comprovou que a linearidade das
curvas pode ser atendida unicamente em casos excepcionais, onde ba é igual a bc e que a
determinação de Rp por procedimentos de direta linearização podem conduzir a valores
incorretos por que nenhuma curva pode ser exatamente linear.
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
68
Muitos erros nos resultados de Rp originam-se da hipótese de que a curva de
polarização é linear, inclusive para especificar a sobretensão, normalmente de 10 mV. Esses
artifícios determinam a corrente a um dado potencial e calcula a inclinação entre este ponto, a
curva de polarização e a origem (E-Ecorr) (KOURIL et al., 2006).
As limitações e as considerações assumidas pela técnica de resistência de
polarização para quantificar a taxa de corrosão da armadura de aço no concreto é de
conhecimento no meio técnico-científico. Por isso, Holloway et al. (2004) sugerem adotar o
parâmetro de resistência de polarização apenas para medidas qualitativas em relação a um
concreto de referência e não sugerir correlações diretas com a taxa de corrosão eletroquímica.
Para medição correta da resistência de polarização, o potencial de corrosão deve
estar praticamente estacionário, antes da polarização imposta e altas taxas de polarização
contribuem para o estado não-estacionário do sistema pelo efeito da troca de capacitância da
dupla camada elétrica (KOURIL et al., 2006).
Rocchini (1999) comprovou experimentalmente que, do ponto de vista
matemático, não há nenhuma necessidade de estabelecer o intervalo de amplitude onde a
teoria de Stern-Geary é válida e que o aparecimento da tendência linear não é uma condição
necessária para obter resultados confiáveis e corretos das curvas de Rp, visto que a sua melhor
curva de polarização experimental obtida foi modelada por polinômios, sendo o polinômio de
grau quatro o mais apropriado
.
Montemor et al. (2003) salientam que a principal dificuldade para aplicação da
técnica de Rp em estruturas de concreto refere-se à distribuição não uniforme do sinal elétrico
aplicado ao contra-eletrodo de dimensão muito pequena em relação à estrutura em concreto
armado. Esse sinal então tende a dissipar-se com o aumento da distância do contra-eletrodo ao
longo do sistema metálico. Feliu et al. (1998) e González et al. (1991) apud Montemor et al.
(2003) desenvolveram pesquisas baseando no modelo de “linhas de transmissão”, sendo
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
69
proposto uma solução analítica para estimar a resistência de polarização e conferir a validade
do resultado por comparação da solução analítica com medidas diretas de Rp, obtidas por
condições padronizadas para realizar a distribuição uniforme do sinal aplicado à armadura.
Esse modelo demonstra que a resposta da armadura de grandes estruturas de
concreto ao sinal elétrico aplicado por meio do contra-eletrodo de dimensão muito pequena
pode ser modelado baseando-se na resposta da linha de transmissão. Duas abordagens são
possíveis, a saber: a primeira, usa a resposta de corrente resultante da aplicação da medida do
potencial na armadura com o auxílio de um pequeno contra-eletrodo, localizado na viga de
concreto. O segundo é baseado numa redução do potencial aplicado proporcional à distância
tendo como referencial o contra-eletrodo.
A técnica de Rp pelo anel de guarda permite a aplicação da técnica de Rp em
grandes estruturas de concreto, permitindo confinar um sinal elétrico em uma região definida
da estrutura sem que se conheça toda a área de distribuição uniforme do sinal elétrico
(FELIU, 1989).
Estudos de Bauer (1995) em concretos com adição de escória de alto forno
submetidos à ação de íons cloretos ou de carbonatação permitiram concluir que o emprego da
técnica de resistência de polarização para determinação da intensidade de corrosão
possibilitou avaliar de forma apreciável as diversas relações entre os fenômenos corrosivos
envolvidos. Por sua vez, as avaliações realizadas pelo mesmo autor, comparando-se perdas de
massa eletroquímicas e gravimétricas, confirmaram a adaptabilidade da técnica.
Feliu et al. (1998;1989) e González et al. (1991) apud Montemor et al. (2003)
distinguiram, portanto, o comportamento do aço no estado passivo (Rp entre 100 e
1000 K.cm
2
para um concreto sem cloretos) e estado ativo de corrosão (Rp entre 1 e
10 K.cm
2
para concretos com 3% de CaCl
2
).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
70
A Figura 3.4 representa a técnica de anel de guarda. Os contra-eletrodos
permanecem com o mesmo potencial elétrico em relação ao eletrodo de trabalho (armadura de
aço) no qual é medida a corrente que flui do contra-eletrodo central. Por isso, enquanto o
contra-eletrodo auxiliar polariza localizadamente as barras, outro polariza as demais barras ao
redor da área central. A partir do instante em que a corrente do eletrodo central é conhecida, a
área da armadura é afetada e por isso a determinação de Rp pode ser executada
(MONTEMOR et al., 2003).
Figura 3.4 - Arranjo utilizado por Feliu (1989) e Montemor et al. (2003).
O desenvolvimento de sistemas de monitoramento portáteis e de fácil operação
fazem da resistência de polarização uma técnica adequada para determinação da taxa de
corrosão in situ em estruturas de concreto armado.
Rocchini et al. (1984) apud Rocchini (1996) demonstraram que a avaliação
precisa da taxa de corrosão depende da taxa de varredura do potencial. Observações
comprovaram que uma taxa de varredura de até 10 mV/s são satisfatórias.
Na Tabela 3.4, resumiu-se alguns aspectos de células - eletroquímicas encontradas
na literatura.
Volta
g
e
m
Barra de a
o
Cobrimento
do concreto
Potenciostato
T R A
T – Eletrodo de trabalho
R - Eletrodo de referência
A – Eletrodo auxiliar
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
71
Tabela 3.4 – Resumo de algumas células eletroquímicas encontradas na literatura.
Literatura Equipamento utilizado
Eletrodo de
referência
Contra-
eletrodo
Taxa de
varredura
(mV/s)
Polarização
(mV)
OBS
Kku e Mansfeld (2005) - - - 0,167 ± 10 -
Batis et al. (2005b) potenciostato/galvanostato modelo 263AE G&G. ECS grafite 0,100 -
Holloway et al. (2004) equipamento Solartron 1208. ECS - 0,167 ± 20 capilar de Lugging.
Katri et al. (2004)
potenciostato da Princeton Appplied Research
(PAR) modelo 173 conectado a um scanner PAR
modelo 175 (analisador de freqüência).
- - 0,500 ± 50 -
Soleymani et al. (2004)
potenciostato/galvanostato do fabricante da
Autolab General Purpose Eletrochemical System
(GPES).
prata/cloreto de
prata
aço
inoxidável
- ± 25 -
Malik et al. 2004 potenciostato EG&G modelo 273. ECS
aço
inoxidável
-
± 20
Sentido de varredura anódico
Dotto et al. (2004)
Wenking Potentiost Modelo St 72 e aparelho
Tektronix Oscilloscope Modelo TDS 320.
grafite - -
Batis et al. (2003) - ECS grafite - - -
Jung et al. (2003) potenciostato modelo M273 do fabricante EG&G. carbono
aço
inoxidável
0,167 ± 30 -
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
72
Literatura Equipamento utilizado
Eletrodo de
referência
Contra-
eletrodo
Taxa de
varredura
(mV/s)
Polarização
(mV)
OBS
Andrade et al. (2002) potenciostato SVC-2. ECS platina - - -
Joiret et al. (2002)
potenciostato PGZTAT 20 do fabricante
Ecochimie e Solartron (ECI 1286 junto com
analisador de freqüência modelo FRA 1255 para
as medidas de impedância).
ECS - - -
Usou um filtro analógico
(KEMO VBF 8) para
melhorar o sinal dos ruídos.
Polder e Peelen (2002), - óxido de titânio - - - -
Cascudo (2000)
potenciostato Princeton Applied Research – PAR
do fabricante EG&G, modelo 273 A e
potenciostato desenvolvido pela Universidade de
Brasília - UNB (BAUER, 1995).
ECS
aço
inoxidável
0,167 ± 10 Sentido de varredura anódico
Selmo (1997)
potenciostato da EG&G - Princeton Applied
Research – PAR
- - 0,167 ± 10 Sentido de varredura anódico
Canul e Castro (2002) - - - 0,060 ± 10
Sentido de varredura anódico
Bauer (1995)
potenciostato desenvolvido pela Universidade de
Brasília - UNB.
- - 0,167 ± 10
Sentido de varredura anódico
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
73
Na Tabela 3.4, pode-se notar que o eletrodo de referência de calomelano saturado
é bastante utilizado no arranjo da célula eletroquímica da literatura considerada, bem como a
polarização de ± 10 mV e a taxa de varredura de 0,167 mV/s.
A compensação da queda ôhmica na determinação de Rp não pode ser
negligenciada até mesmo quando a intensidade de corrosão é baixa dentro de um determinado
intervalo do potencial de polarização, porque sem tal condição, a interpretação dos resultados
experimentais pode ser completamente distorcida (ROCCHINI, 1996).
Estudos de Holloway et al. (2004) evidenciaram que não houve correlação entre
os resultados obtidos pela técnica de Rp e as inspeções visuais das barras de aço, onde o
sistema de proteção contra a corrosão, sugerido por meio da resistência de polarização, não
apresentou visualmente o melhor aspecto. Esta aparente incoerência nos resultados foi
justificada pelas dificuldades no uso da técnica de Rp para monitorar a corrosão no concreto
armado, já que é de conhecimento no meio técnico-científico que o valor da constante de
Stern-Geary (B) varia dependendo do estado da armadura (ANDRADE; GONZÁLEZ, 1978
apud HOLLOWAY et al., 2004), além das influências por transporte de massa
(HOLLOWAY et al., 2004).
Miranda et al. (2005) em estudos de corrosão nos sistemas aço/concreto obteve
boa correlação de valores de intensidade de corrosão deduzidos por meio da técnica de
resistência de polarização e por meio da técnica de pulsos galvanostáticos.
Experimentalmente, Rp pode ser obtida pela técnica de voltametria cíclica,
dependendo da amplitude do sinal de potencial imposto frente à polarização (BEAUDOIN;
RAMACHANDRAN, 2001).
A técnica de voltametria cíclica é uma das mais versáteis técnicas eletroquímicas
para estudos de espécies eletroativas.
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
74
A resistência de polarização (Rp) pode ser calculadas usando a Equações 3.7
(BEAUDOIN; RAMACHANDRAN, 2001).
(3.7)
Onde
 é a amplitude do potencial;
I é a corrente diferencial na varredura anódica.
A influência da temperatura na taxa de corrosão refere-se à reação de oxidação
que é afetada pela soma da energia de aquecimento que conduz a reação. A resistividade do
concreto também reduz com o aumento da temperatura e os íons tornam-se mais móveis e os
sais mais solúveis (BROOMFIELD, 1997).
Pesquisas de Law et al. (2004) confirmaram que o ambiente, onde as medidas são
tomadas, pode influenciar nos valores e na exatidão das medidas de Rp.
O aumento da saturação pode reduzir a velocidade de corrosão até a total demanda
de oxigênio, uma vez que os poros estão totalmente preenchidos com água, o oxigênio não se
difunde. De modo inverso, o concreto totalmente seco não tem eletrólito e não tem reações de
corrosão. Isto é devido à quantidade limite de oxigênio disponível para que os íons (Fe
2+
)
permaneçam em solução sem formar sólidos (óxidos) que se expandem e provocam a
fissuração do concreto. Estruturas com poros totalmente saturados podem ter potenciais
altamente eletronegativos com corrosão.
3.3.3 Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS)
A técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica foi usada inicialmente
em estudos de mecanismos de eletrocristalização de reações de oxi-redução e caracterização
Rp= / I
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
75
de microestruturas heterogêneas, como a cerâmica. Porém, na última década, esta técnica não-
destrutiva atraiu muitos pesquisadores para investigar respostas elétricas de sistemas de base
cimentícia (LOCHE et al., 2005).
A impedância eletroquímica possibilita o acesso a informações sobre os
mecanismos que ocorrem dentro dos sistemas pela aplicação de uma perturbação de potencial
senoidal na armadura de aço e medição da corrente que flui pela alteração da fase resultante
desta corrente. Várias medidas podem ser tomadas em freqüências normalmente de 1 kHz a
10 mHz, entretanto, esta técnica consome tempo para as medições e as informações podem
ser de difícil interpretação quando se refere ao desempenho de sistemas à base de cimento
Portland, além de ser inapropriada para aplicações de campo (LAW et al., 2004).
A EIS é a técnica que trabalha nos domínios da freqüência e sua concepção básica
envolve a combinação dos elementos do circuito elétrico passivo, tais como resistência,
capacitância e indutância. Quando um potencial alternado é aplicado a esses elementos, a
corrente resultante é obtida pela lei de Ohm, sendo uma ferramenta importante em estudos de
corrosão, pois permite informações sobre os mecanismos de reações de corrosão e filmes
superficiais do aço, podendo, inclusive ser usada em meios de baixa condutividade, como o
concreto, sem perturbar o sistema (MONTEMOR et al., 2003; SEKINE, 1997)
A impedância eletroquímica, ao contrário de técnicas estacionárias (curvas de
polarização anódica, por exemplo), permite a caracterização de forma não-destrutiva e não-
perturbativa ao concreto armado, da difusão da espécie agressiva dentro de materiais de base
cimentícia e da cinética das reações eletroquímicas que ocorrem na superfície do eletrodo de
aço (POUPARD et al., 2004).
A apresentação dos resultados da técnica de Impedância Eletroquímica pode ser
expressa em diagrama de Nyquist ou diagrama de Bode. O diagrama de Nyquist é um plano
real imaginário de coordenadas cartesianas, onde tem se nas abscissas o eixo real (em temos
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
76
resistivos) e nas ordenadas a parte imaginária (em termos capacitivos ou indutivos)
(CASCUDO, 1997).
A figura 3.5 apresenta um típico diagrama de Nyquist de uma célula
eletroquímica.
Figura 3.5 - Típico diagrama de Nyquist (POUPARD et al., 2004).
A Figura 3.5 expressa comportamentos característicos a seguir descritos
(POUPARD et al., 2004):
A resistência do eletrólito Rc é dada pelas regiões de alta freqüência limitada pelo
diagrama;
A resistência à troca de carga Rct é dada pelo diâmetro do arco da baixa freqüência;
A resistência de polarização Rp é dada pelo limite da baixa freqüência (1 mHz-10
kHz).
Loche et al., (2005) também descreveram características comuns de espectros de
impedância, a conhecer:
Em praticamente todos os casos, o gráfico complexo apresenta arcos capacitivos. O
primeiro arco (diâmetro R1) é atribuído a todos os materiais composto por uma fase sólida
Parte real
Parte imaginária
Controle Cinético
Controle de Warbur
g
Controle de trans
p
orte de massa
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
77
(poros contínuos e descontínuos), fase líquida e região de interface entre essas duas fases.
Esta fase provavelmente tem significante influência no comportamento elétrico do material.
Este arco é definido pela capacitância (C1) que pode ser acrescida em até 50% de seu valor
quando íons cloreto são adicionados a solução básica de Na
+
OH
-
e K
+
OH
-
dependendo de sua
concentração;
O segundo arco é definido pela resistência R2 e pela capacitância C2. Este arco é
traçado somente quando duas condições são atendidas: a primeira, quando a amostra é
submetida a um campo elétrico e a segunda, quando íons cloreto são adicionados à solução.
Loche et al. (2005) comentaram que a resposta de impedância de um material depende
do alcance da freqüência, sendo que a separação dos domínios de freqüência em dois grupos
permitiram considerar que as freqüências de:
2 KHz<f<5 MHZ – onde o arco da alta impedância é obtido. É atribuída a
resistência do material e pode ser representado pelo circuito equivalente R1C1, onde os
elementos Rc estão em paralelo;
5 MHz<f<2 KHz – onde o pequeno arco é obtido. É a tradução do fenômeno de
interface anódica e catódica. Outro circuito equivalente R2C2 pode traduzir este
comportamento. C é um elemento de fase constante com ambos componente capacitivo e
fator de depressão do arco.
A capacitância elétrica de um material é preferivelmente governada pela troca da
taxa superficial entre a fase sólida e o eletrólito dentro dos poros e não pela seção da amostra
testada (LOCHE et al., 2005).
Contudo, a interpretação do espectro de impedância é algumas vezes difícil,
especialmente na presença de corrosão localizada, como é o caso de corrosão induzida por
íons cloreto (MANSFELD, 1988; MANSFELD et al., 1982 apud MONTEMOR et al., 2000).
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
78
Apesar de muitos estudos na interpretação do espectro de impedância,
comportamentos atípicos são possíveis, incluindo presença de seguimentos a baixas
freqüências conduzidos pela introdução do elemento de Wasburg em série com a resistência a
transferência de carga para calcular a resposta do processo faradaíco que ocorre na interface;
efeitos na alta freqüência que revelam a presença de filmes superficiais no aço e por fim, a
presença de semicírculos depressivos que sugerem um comportamento imperfeito dos
capacitores governado pela introdução de um elemento de fase constante no circuito
equivalente, como na Figura 3.6 proposta por Feliu et al. (1998) apud Montemor et al.
(2003).
Figura 3.6 - Circuito equivalente com Rs = resistência do eletrólito, Rp= resistência
a transferência de carga, CPE = elemento de fase constante e ZD= difusão de Wasburg (FELIU
et al., 1998 apud MONTEMOR et al., 2003).
Do ponto de vista matemático, Costa (1991) apud Selmo (1997) ressalta que os
diagramas de impedância precisam ser validados pelas condições, denominadas de Kramers-
Kronig, a saber:
a) causalidade, isto é, a resposta do sistema deve ser devida à perturbação
aplicada;
b) linearidade, a impedância deve ser independente da amplitude da perturbação;
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
79
c) estabilidade, o sistema deve retornar à sua condição inicial após cessada a
perturbação;
d) a impedância deve ser finita a ω 0 e a ω e de valor contínuo e finito
entre as freqüências intermediárias.
Ford et al. (1998) apud Montemor et al. (2003) pela manipulação de alguns
parâmetros do sistema, como geometria do corpo-de-prova, microestrutura da química local e
esquema do eletrodo, concluiu que propriedades como os filmes passivos formados pelo ferro,
as reações na interface (Rp e capacitância da dupla camada elétrica), o volume de concreto e
as imperfeições do eletrodo adquiridas durante os ciclos de molhagem e secagem interferem
no tempo de ensaio.
Os diagramas de Bode e Nyquist são resultantes do somatório de processos em
ocorrência simultânea, numa dada célula eletroquímica, e podem ainda sofrer interferências
de ruídos de aparelhagem de ensaio, principalmente na região de alta freqüência, onde arcos
capacitivos também podem ser afetados por variações da distância do eletrodo de referência
ao eletrodo de trabalho, em meios de baixa condutividade (CHECHIRLIAN, 1993 apud
SELMO, 1997).
Cabe salientar-se que pesquisas de Sekine (1997) tratando de revestimentos
orgânicos de proteção à armadura contra a corrosão no concreto armado obtiveram boa
correspondência entre os resultados obtidos por meio da técnica de impedância e as
observações visuais à armadura e ao filme ou revestimento de proteção das barras de aço. Os
parâmetros eletroquímicos obtidos pela técnica de impedância obtiveram correlação com os
parâmetros obtidos por outras técnicas como interrupção de corrente e curvas de polarização.
O uso da espectroscopia de impedância eletroquímica baseia-se em princípios
análogos aos que justificam os métodos utilizados no equilíbrio em cinética química: tirando o
sistema ligeiramente do estado estacionário pela aplicação de uma perturbação ao sistema
Capítulo 3 – Considerações sobre Técnicas Eletroquímicas para Avaliação da Corrosão
80
eletroquímico, obriga-se o sistema a retornar a um novo estado estacionário. Como os vários
processos envolvidos mudam a taxas diferentes, a resposta pode ser analisada para examinar
cada parte do processo eletroquímico global (KEDDAM; GABRIELLI, 1992 apud SILVA,
2002).
As medidas de impedância de Ku e Mansfeld (2005) foram obtidas com
freqüências entre 100 kHz e 3 mHz.
Selmo (1997) concluiu que a técnica de impedância eletroquímica foi apropriada
para monitorar o processo de corrosão do aço em pastas de gesso no estado seco ou saturado,
mas apenas na ausência de processos expansivos característicos do material.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
81
CAPÍTULO 4
PROGRAMA EXPERIMENTAL:
MATERIAIS E MÉTODOS
O programa experimental foi realizado nos laboratórios do Centro Tecnológico de
Engenharia Civil de Furnas Centrais Elétricas S.A. e foi elaborado com o intuito de verificar o
comportamento de concretos contendo adições minerais quanto à durabilidade, mais
especificamente avaliando o seu desempenho quanto à corrosão de armaduras.
A escolha das variáveis para o programa experimental teve origem nos resultados
da primeira etapa de um projeto integrado sobre as características do concreto de cobrimento
e o seu papel na durabilidade das estruturas de concreto (CARASEK; CASCUDO, 2001).
Este projeto integrado foi desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás em parceria com
Furnas Centrais Elétricas e com o Laboratoire Matériaux et Durabilité des Constructions do
Institut National de Sciences Appliquées – INSA em Toulouse (França). As variáveis desta
primeira etapa foram às adições minerais (utilizadas em substituição parcial ao cimento e em
massa), os procedimentos de cura e de moldagem para os concretos e a relação
água/aglomerante. A presente pesquisa contempla a segunda etapa desse projeto integrado e
tem como tema a avaliação do desempenho de concretos quanto à corrosão de armaduras
induzida por íons cloreto.
Desta forma, este capítulo apresenta os materiais, as variáveis, os corpos-de-
prova, os concretos estudados, os procedimentos de indução da corrosão e os ensaios para
monitoramento dos parâmetros eletroquímicos.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
82
4.1 VARIÁVEIS DO EXPERIMENTO
Com a finalidade de atingir os objetivos do trabalho, as variáveis estudadas neste
programa experimental foram subdivididas e descritas nos subitens a seguir:
4.1.1 Tipo/Teor de Adição Mineral
O tipo de adição mineral, empregada no concreto em misturas binárias e utilizada
em substituição parcial ao cimento Portland, com teores em massa, foi uma variável ao que se
propõe estudar. Assim, foram pesquisados, além da situação de referência (sem adições),
nomeada de (R), os sistemas com cinza volante (V) no teor de 25%, sílica ativa (S) no teor de
10% e metacaulim (M) nos teores de 10%, 20% e 30%, totalizando seis situações.
A definição do teor de substituição parcial de adição ao cimento (em massa) foi
efetuada com base em pesquisa bibliográfica e também com base nos estudos experimentais
efetuadas na primeira etapa da pesquisa por Castro (2003) e Ferreira (2003).
Optou-se por duas adições de alta reatividade (sílica ativa e metacaulim) que
apresentaram os melhores desempenhos e, por uma adição com baixo desempenho (cinza
volante), conforme resultados obtidos na primeira etapa da pesquisa. Salienta-se que os
estudos de caracterização desses concretos (resistência à compressão, módulo de deformação,
absorção de água por imersão e por capilaridade, ensaios de profundidade de carbonatação e
penetrabilidade de cloretos) foram efetuados por Ferreira (2003), Braun (2003), Castro (2003)
e Couto (2003).
4.1.2 Composição do Concreto pela Variação da Relação Água/Aglomerante
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
83
Foram confeccionados concretos com relação água/aglomerante (a/ag) 0,40 e
0,55, observando as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 6118
(ABNT, 2003) que estabelece correspondência entre a qualidade do concreto pela variação da
relação a/ag, em massa e o grau de agressividade do ambiente e a espessura mínima de
cobrimento.
Assim como as adições minerais, a variação da relação a/ag propicia concretos
com diferentes propriedades relacionadas à sua durabilidade, tais como: permeabilidade a
líquidos e gases, resistividade elétrica, absorção de água, dentre outras.
Esta variável não sofreu alteração quando comparada com a primeira etapa da
pesquisa, permitindo desta forma, um melhor entendimento do desempenho dos concretos
frente à corrosão das armaduras.
4.1.3 Classe de Resistência
A classe de resistência dos concretos não foi uma variável pré-definida no
planejamento do programa experimental e sim concebida e calculada com os resultados
obtidos de resistência à compressão aos 91 dias de idade dos concretos. Optou-se por
apresentá-la posto à importância de estudar o desempenho de concretos de diferentes classes
de resistência no que tange à corrosão nas armaduras. Assim, com a escolha do desvio padrão
(S
d
) de valor igual a 4 MPa e, a partir do f
ck,
classificou-se os concretos estudados de acordo
com a NBR 8953 (ABNT, 1992). Os grupos ou classes de resistência foram 20 MPa, 25MPa,
30 MPa, 35 MPa e 40 MPa, designados na presente dissertação de C20, C25, C30, C35 e
C4O respectivamente.
Os concretos foram submetidos à ação agressiva dos íons cloreto, o qual foi
responsável pela indução da corrosão eletroquímica.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
84
Foram geradas 12 situações de estudo na presente dissertação. Com o intuito de
tornar simples e objetiva a identificação dessas situações, criou-se uma codificação que
informasse ao leitor, de forma abreviada, as principais características dos concretos. Esta
codificação é apresentada na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Codificação adotada no programa experimental.
Concreto
Relação
a/ag
Código
0,40 R4
Referência
0,55 R5
0,40 V4 Cinza Volante no teor de 25%
(em massa)
0,55 V5
0,40 S4 Sílica no teor de 10%
(em massa)
0,55 S5
0,40 M4_10% Metacaulim no teor de 10%
(em massa)
0,55 M5_10%
0,40 M4_20% Metacaulim no teor de 20%
(em massa)
0,55 M5_20%
0,40 M4_30% Metacaulim no teor de 30%
(em massa)
0,55 M5_30%
4.2 APRESENTAÇÃO GERAL DO EXPERIMENTO
A Figura 4.1 apresenta o fluxograma das variáveis contempladas no programa
experimental.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
85
Figura 4.1 – Fluxograma das variáveis do programa experimental.
4.3 MATERIAIS
Os ensaios de caracterização de todos os materiais utilizados na pesquisa foram
realizados no Departamento de Apoio e Controle Técnico – Furnas Centrais Elétricas S.A.
Os concretos utilizados neste trabalho foram confeccionados com cimento,
agregado miúdo e graúdo, adições minerais, aditivos e aço. A descrição desses materiais, bem
como suas principais características é apresentada nos subitens a seguir.
4.3.1 Cimento
O cimento empregado na produção dos concretos foi o cimento Portland
composto CP II-F 32, cuja caracterização química, física e mecânica está apresentada na
Tabela 4.2. A Figura 4.2 exibe o espectro da difração de raios X do cimento Portland.
a/ag
0
,
40
a/ag
0
,
55
Programa Experimental
S M_10 M_20 M_30
R
V
a/ag
0
,
40
a/ag
0
,
55
a/ag
0
,
40
a/ag
0
,
55
a/ag
0
,
40
a/ag
0
,
55
a/ag
0
,
40
a/ag
0
,
55
a/ag
0
,
40
a/ag
0
,
55
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
86
Tabela 4.2 – Características químicas, físicas e mecânicas do cimento Portland.
Característica ou propriedade determinada Método de ensaio Resultado
Exigência
segundo NBR
11578
(ABNT, 1991)
Massa Específica (kg/dm
3
) NBR NM 23/1998 3,04 N.E*
resíduo na peneira 200 (%) NBR 11579/1991 1,7 12
resíduo na peneira 325 (%) NBR 12826/1993 12,1 N.E
Finura
área específica Blaine (m
2
/Kg) NBR NM 76/1998 386 260
início de pega (h) 2h 1 h
Tempos de
Pega
fim de pega (h)
NBR 11581/1991
3h 10 h
Água de Consistência - Pasta (%) NBR 11580/1991 27,0 N.E
3 dias 21,2 10
7 dias 29,5 20
Resistência à
compressão
28 dias
NBR 7215/1996
35,8 32 e 49
perda ao fogo NBR 5743/1989 6,57 6,5
resíduo insolúvel NBR 5744/1989 1,76 2,5
dióxido de silício (SiO
2
) 18,74 N.E
óxido de alumínio (Al
2
O
3
) 5,07 N.E
óxido de ferro (Fe
2
O
3
) 3,25 N.E
óxido de cálcio (CaO) 60,72 N.E
óxido de cálcio livre (CaO) 1,70 N.E
óxido de magnésio (MgO) 0,72 6,5
anidrido sulfúrico (SO
3
) 3,06 4,0
Componentes
químicos (%)
sulfato de cálcio (CaSO
4
)
Procedimento
FURNAS n.
1.02.135
(2)
5,20 N.E
óxido de sódio (Na
2
O) 0,32 N.E
óxido de potássio (K
2
O) 0,51 N.E
Álcalis totais
(%)
equivalente alcalino em Na
2
O
Procedimento
FURNAS n.
1.02.31
(2)
0,65 N.E
* N.E. = Não especificado.
(1) Fluorescência por raios X.
(2) Espectrofotometria de absorção atômica.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
87
Figura 4.2 – Difratograma do cimento Portland CP II-F 32.
4.3.2 Adições minerais
Nesta pesquisa experimental, as adições minerais empregadas foram: a cinza
volante (V), a sílica ativa (S) e o metacaulim (M). Cabe salientar, que as adições minerais
empregadas foram fornecidas por empresas que comercializam esses materiais, as quais não
forneceram informações adicionais sobre a sua forma de obtenção ou processamento, tais
como, tempo e temperatura de calcinação, tempo de moagem, etc.
A Tabela 4.3 exibe as principais características químicas e físicas destes materiais.
Os espectros da difração de raios X estão apresentados nas Figuras 4.3, 4.4 e 4.5.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
88
Tabela 4.3 – Principais características das adições minerais utilizadas.
Característica ou propriedade determinada
Método de
ensaio
Cinza volante Sílica ativa Metacaulim
Exigência
segundo a
NBR 13956
(ABNT, 1997)
(4)
Exigência
segundo a
NBR 12653
(ABNT,
1992)
(5)
Massa específica (kg/dm
3
)
NBR NM
23/1998
2,33 2,20 2,54 N.E* N.E*
Área específica BET (m
2
/kg) - 1500 15 990 21 250
15 000 e
30 000 N.E*
perda ao fogo NBR 5743/1989 1,23 4,12 4,29 6,00 6,00
(6)
dióxido de silício (SiO
2
)
61,99 91,05 46,7 85,00 N.E
óxido de alumínio (Al
2
O
3
) 23,30 0,17 41,41 N.E N.E
óxido de ferro (Fe
2
O
3
)
5,40 0,30 3,49 N.E N.E
óxido de cálcio total (CaO) 2,03 0,77 0,53 N.E N.E
óxido de magnésio (MgO)
1,91 0,75 0,53 N.E N.E
anidrido sulfúrico (SO
3
)
Procedimento
FURNAS
n. 1.02.135
(1)
- 0,52 0,61 N.E 5,00
(7)
óxido de sódio (Na
2
O)
0,43 0,21 0,00 N.E N.E
óxido de potássio (K
2
O)
3,01 0,27 0,25 N.E N.E
Componentes
Químicos (%)
equivalente alcalino em Na
2
O
Procedimento
FURNAS
n. 1.02.31
(2)
2,41 0,39 0,16 1,50 N.E
SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
(%) - 90,69 91,52 91,60 N.E* 70,00
Índice de atividade pozolânica
(3)
com o cimento (%)
NBR 5752/1992 126 110 118 N.E* N.E*
* N.E. = Não especificado.
Obs.: Essas adições minerais são tratadas como produtos comerciais, portanto não possuem informações sobre os processos de queima e moagem.
(1) Fluorescência por raios X.
(2) Espectrofotometria de absorção atômica.
(3) Para misturas contendo as adições minerais nos mesmos teores utilizados na produção dos concretos.
(4) NBR 13956 (ABNT, 1997) - Sílica ativa para uso em cimento Portland, concreto, argamassa e pasta de cimento Portland - Especificação.
(5) NBR 12653 (ABNT, 1992) - Materiais pozolânicos: Especificações. Essa norma é utilizada para as demais adições minerais.
(6) Para materiais de classe N (no caso, metacaulim), a exigência do parâmetro perda ao fogo passa para valores 10,00%.
(7) Para materiais de classe N (no caso, metacaulim), a exigência do parâmetro anidrido sulfúrico passa para valores 4,00%.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
89
Figura 4.3 – Difratograma da cinza volante.
Figura 4.4 – Difratograma da sílica ativa.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
90
Figura 4.5 – Difratograma do metacaulim.
4.3.3 Agregados
O agregado graúdo utilizado na produção dos concretos foi à pedra britada de
rocha metamórfica micaxisto, classificada como número 1 de acordo com a norma brasileira
de especificação NBR 7211 (ABNT, 1983) e, de acordo com essa norma revisada
recentemente (ABNT, 2005), a brita empregada se classifica como zona granulométrica
9,5/25. O agregado graúdo definido para a pesquisa foi adquirido na região e teve única
procedência. Sua caracterização básica é apresentada na Tabela 4.4.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
91
Tabela 4.4 – Caracterização do agregado graúdo.
Ensaios realizados Método
Brita 19
mm
Exigência
segundo a
NBR 7211
(ABNT, 1983)
Exigência
segundo
a NBR 7211
(ABNT, 2005)
Absorção de água (%) NBR 9937/1987 0,60 N.E* N.E*
Índice de forma (c/e) NBR 7809/1983 2,40 N.E* N.E*
Módulo de finura NBR 7217/1987 6,95 N.E* N.E*
Massa específica S.S.S. (kg/dm
3
) NBR 9937/1987 2,75 N.E* N.E*
Massa unitária - estado solto (kg/dm
3
) NBR 7251/1982 1,48 N.E* N.E*
Teor de argila e materiais friáveis (%) NBR 7218/1987 0,00 N.E* 3
Teor de material pulverulento (%) NBR 7219/1987 1,23 1,0 1
* N.E. = Não especificado.
Como agregado miúdo, utilizou-se areia natural quatzosa, classificada como fina
de acordo com a norma brasileira de especificação NBR 7211 (ABNT, 1983) e, de acordo
com os critérios da NBR 7211 (ABNT, 2005), o material se insere na zona utilizável inferior
de distribuição granulométrica. O agregado miúdo definido para a pesquisa também foi
adquirido na região e teve única procedência. Sua caracterização básica é apresentada na
Tabela 4.5.
Tabela 4.5 – Caracterização do agregado miúdo.
Ensaios realizados Método
Areia
natural
Exigência
segundo
a NBR 7211
(ABNT, 1983)
Exigência
segundo
a NBR 7211
(ABNT, 2005)
Absorção de água (%) NBR NM 30/2001 0,50 N.E* N.E*
Módulo de finura NBR 7217/1987 2,13 N.E* N.E*
Massa específica - Chapman
(kg/dm³) NBR 9776/1987 2,64 N.E* N.E*
Massa unitária - estado solto
(kg/dm³)
NBR 7251/1982 1,49 N.E* N.E*
Teor de argila e materiais friáveis
(%) NBR 7218/1987 0,26 1,5 3,0
Teor de material pulverulento (%) NBR 7219/1987 2,62 5,0 5,0
Impurezas orgânicas (+/- clara) NBR NM 49/2001 mais clara
não pode ser
mais escura que
a solução padrão 10%
* N.E. = Não especificado.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
92
As análises petrográficas do agregado miúdo e do agregado graúdo, bem como
suas composições granulométricas estão apresentadas no Anexo A.
4.3.4 Aditivos Químicos
Foram empregados dois aditivos aos concretos da pesquisa, um primeiro aditivo
plastificante com ação retardadora de pega (denominação comercial Plastiment VZ, da
empresa Sika), para ajustar o abatimento requerido de (80 ± 10 mm) e aumentar o tempo
disponível para moldagem dos corpos-de-prova, e um segundo aditivo superplastificante
(denominação comercial Sikament 300) nos casos em que a utilização apenas do plastificante
não foi suficiente para garantir a trabalhabilidade especificada, tendo seus tipos e teores
definidos no estudo de dosagem. As principais características dos aditivos estão apresentadas
a seguir na Tabela 4.6.
Tabela 4.6 – Caracterização dos aditivos químicos.
Tipo de aditivo Base
Massa
específica
Teor de
sólidos
Capacidade
de redução
de água
Nome comercial
Plastificante com ação
retardadora de pega
compostos
carboxilicos
0,50 26,0% até 10% Plastiment VZ
Superplastificante melamina 2,13 37,5% até 25% Sikament 300
Obs.: informações obtidas junto ao departamento de assistência técnica do fabricante.
4.2.5 Aço
Nesta pesquisa fez-se uso de aço carbono CA-50 com diâmetro nominal de 10
mm, adquiridos de dois fabricantes diferentes, e aço carbono CA-60 com 5 mm de diâmetro
nominal.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
93
4.4 CONCRETOS ESTUDADOS
Os concretos estudados tiveram o proporcionamento dos materiais definido em
estudo de dosagem, no qual se adotou o método utilizado por Furnas Centrais Elétricas S.A.,
que se fundamenta no desenvolvimento experimental de diversas combinações entre os
agregados (alterando o módulo de finura da mistura), de forma a minimizar o consumo de
cimento sem prejuízo da resistência mecânica e da trabalhabilidade do concreto.
Durante o desenvolvimento da dosagem, as misturas preliminares resultam em
gráficos que relacionam o módulo de finura com o consumo de água ou resistência à
compressão e relação água/cimento com resistência à compressão ou consumo de cimento.
Por fim, fazem-se alguns ajustes no teor de agregado miúdo. Por meio desses
gráficos, obtém-se o traço desejado. Este método é empregado usualmente por Furnas
Centrais Elétricas S.A no desenvolvimento dos mais variados concretos.
O estudo de dosagem resultou em dois traços de concretos de referência e, com
base neles, desenvolveu-se os traços dos concretos com adições. Para os concretos com
adições minerais, fez-se a substituição em massa de cimento (conforme seus teores) e para
que a mistura permanecesse sem alteração de volume, devido à diferença entre as massas
específicas dos aglomerantes, efetuou-se o ajuste da variação de volume por meio da alteração
da quantidade dos agregados (componentes inertes do concreto), mantendo-se a
proporcionalidade entre os agregados.
Desse modo, manteve-se a constância do volume da mistura e da massa de
aglomerante em todos os concretos de uma mesma relação a/ag, resultando em alterações
mínimas nos traços dos concretos.
Neste programa experimental os concretos apresentaram seis composições de
aglomerantes (cinco com adições e uma de referência) e duas relações a/ag (0,40 e 0,55);
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
94
desta forma, foram estabelecidos doze traços de concreto para a moldagem dos corpos-de-
prova, conforme apresentado na Tabela 4.7 e Tabela 4.8.
A consistência do concreto foi fixada por meio do ensaio de abatimento do tronco
de cone, de acordo com a NBR NM 67 (ABNT, 1998) no valor de (80 ± 10) mm. Buscou-se,
desta forma, garantir um volume de pasta de cimento que proporcionasse trabalhabilidade
adequada aos procedimentos de moldagem dos corpos-de-prova.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
95
Tabela 4.7 – Dosagem dos concretos de relação água/aglomerante 0,40.
Tipo de adição Cinza Volante Sílica ativa Metacaulim
Concreto
referência
Teor de substituição parcial do
cimento em massa (%)
25 10 10 20 30 0
Relação água/aglomerante real
(1)
0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4
Traço em massa de aglomerante
(cimento:adição:areia:pedra) 0,90:0,10:0,77:2,07 0,75:0,25:0,77:2,05 0,90:0,10:0,78:2,08 0,80:0,20:0,77:2,07 0,70:0,30:0,77:2,06 1,0:0,00:0,78:2,09
Massa de aglomerante (kg/m
3
)
(cimento + adição)
552 552 552 552 552 552
Traço em massa de cimento
(cimento:adição:areia:pedra) 1,0:0,11:0,86:2,30 1,0:0,33:1,02:2,73 1,0:0,11:0,86:2,31 1,0:0,25:0,97:2,59 1,0:0,43:1,10:2,94 1,0:0,0:0,78:2,09
Consumo de cimento (kg/m
3
) 496,8 414 496,8 441,6 386,4 552
Teor de argamasssa
(2)
em massa-α (%) 46 46 46 46 46 46
platificante 0,15 0,15 0,16 0,15 0,15 0,15
Teor de aditivo
químico em relação
à massa de
aglomerante (%)
superplastificante 0,85 0,05 0 0,45 1,351 0
(1) Valor da relação água/aglomerante obtida após a correção da quantidade de água presente nos agregados e nos aditivos químicos.
(2) Onde α = (c+ad+a) x 100/(c+ad+m), sendo c= cimento, ad= adição , a= areia, p= pedra, m= a+p
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
96
Tabela 4.8 – Dosagem dos concretos de relação água/aglomerante 0,55.
Tipo de adição Cinza Volante Sílica ativa Metacaulim
Concreto
referência
Teor de substituição - parcial do cimento
em massa de cimento (%)
25 10 10 20 30 0
Relação água/aglomerante real
(1)
0,55 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55
Traço em massa de aglomerante
(cimento:adição:areia:pedra) 0,75:0,25:1,68:3,11 0,90:0,10:1,69:3,13 0,90:0,10:1,69:3,13 0,80:0,20:1,69:3,13 0,70:0,30:1,68:3,11 1,0:0,00:1,70:3,15
Massa de aglomerante (kg/m
3
) (cimento
+ adição) 368 368 368 368 368 368
Traço em massa de cimento
(cimento:adição:areia:pedra)
1,0:0,33:2,24:4,15 1,0:0,11:1,88:3,47 1,0:0,11:1,88:3,47 1,0:0,25:2,11:3,91 1,0:0,43:2,40:4,45 1,0:0,0:1,70:3,15
Consumo de cimento (kg/m
3
) 276 331,2 331,2 257,6 294,4 368
Teor de argamasssa
(2)
em massa-α (%) 0,46 0,46 0,46 0,46 0,46 0,46
platificante 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15
Teor de aditivo
químico em relação
à massa de
aglomerante (%)
superplastificante 0 0 0 0,00 0,60 0
(1) Valor da relação água/aglomerante obtida após a correção da quantidade de água presente nos agregados e nos aditivos químicos.
(2) Onde α = (c+ad+a) x 100/(c+ad+m), sendo c= cimento, ad= adição , a= areia, p= pedra, m= a+p
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
97
4.4.1 Caracterização do Concreto Fresco
Os concretos no estado fresco foram caracterizados por meio das determinações
da consistência pelo abatimento do tronco de cone, segundo a NBR NM 67 (ABNT, 1998), da
massa específica, de acordo com a NBR 9833 (ABNT, 1987); e do teor de ar, conforme a
NBR NM 47 (ABNT, 2002). A Figura ilustra a realização desses ensaios.
(
4.6 - Ensaios realizados no concreto fresco: (a) abatimento do tronco de cone, (b)
massa específica e (c) teor de ar.
Os resultados médios desta caracterização estão apresentados na Tabela 4.9 e 4.10
e os resultados individuais estão constantes no mostrados no anexo B.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
98
Tabela 4.9 – Caracterização dos concretos de relação água/aglomerante 0,40 no estado fresco.
Tipo de adição Cinza Volante Sílica ativa Metacaulim
Concreto de
referência
Teor de substituição parcial do cimento em massa (%)
25 10 10 20 30 0
Relação água/aglomerante real 0,40 0,40 0,4 0,40 0,40 0,40
valor requerido (mm) 80±10 80±10 80±10 80±10 80±10 80±10
Consistência pelo
abatimento do tronco
de cone – NBR
NM67 (ABNT,
1998)
valor medido (mm) 95 110 70 60 70 85
Massa específica (kg/m
3
) - NBR 9833 (ABNT, 1987) 2360,20 2374,30 2374,30 2361,60 2361,60 2405,00
Teor de ar (%) - NBR NM 47 (ANBT, 2002) 1,40 1,00 1,30 1,30 1,20 1,40
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
99
Tabela 4.10 – Caracterização dos concretos de relação água/aglomerante 0,55 no estado fresco.
Tipo de adição Cinza Volante Sílica ativa Metacaulim
Concreto de
referência
Teor de substituição - parcial do cimento em massa de
cimento (%)
25 10 10 20 30 0
Relação água/aglomerante real 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55
valor requerido (mm) 80±10 80±10 80±11 80±11 80±11 80±10
Consistência pelo
abatimento do tronco
de cone NBR
NM67/1998
valor medido (mm) 110 70 90 85 80 75
Massa específica (kg/m
3
) - NBR 9833 (ABNT, 1987) 2401,50 2328,20 2391,10 2376,90 2376,30 2328,00
Teor de ar (%) - NBR NM 47 0,80 1,40 1,40 1,40 1,30 1,60
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
100
4.4.2 Caracterização do Concreto Endurecido
A caracterização do concreto endurecido foi realizada utilizando-se de corpos-de-
prova cilíndricos (10 cm x 20 cm), os quais foram destinados apenas ao procedimento de cura
úmida (28 dias em câmara úmida, com umidade relativa maior que 90%).
Foram empregados os seguintes métodos para caracterização do concreto:
ensaio de resistência à compressão de corpos-de-prova cilíndricos, seguindo as
prescrições da NBR 5739 (ABNT, 1994), para as idades de 7, 28 e 91 dias (Figura 4.7);
determinação da absorção de água por capilaridade, seguindo as prescrições da
NBR 9778 (ABNT, 2005), para a idade de 28 dias (Figura 4.7).
Figura 4.7 – Ensaios no concreto endurecido: (a) ensaio de resistência à compressão
e (b) ensaio de absorção de água por capilaridade.
Quanto ao tamanho da amostra, foram utilizados 3 corpos-de-prova por idade e
por tipo de concreto para os testes de resistência a compressão, totalizando assim 144 corpos-
de-prova cilíndricos, considerando as 12 situações individuais.
Na Tabela 4.11 estão apresentados os resultados médios da resistência à
compressão nas idades de 7, 28 e 91 dias, absorção de água por imersão com 28 e 91 dias,
massa específica e índice de vazios nas idades de 91 dias. Considerando-se que o desvio
padrão adotado para o cálculo de fck foi de 4, obteve-se a classe de resistência dos concretos
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
101
considerando a idade de 91 dias, conforme comentado em no item 4.1 alínea “c” e
apresentado na Tabela 4.12.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
102
Tabela 4.11 – Caracterização dos concretos no estado endurecido.
Resistência à compressão média (MPa)
Classe de
resistência
Absorção de
água por
imersão (%)
Índice de
vazios (%)
massa
específica
(kg/dm
3
)
Concreto
Teor de
adição
(%)
a/ag
7 dias 28 dias 91 dias 91 dias 28 dias 91 dias 91 dias
0,40 27,17 36,20 40,87 C35 6,29 12,14 2,6
Referência 0
0,55 21,57 29,30 30,53 C25 5,99 12,48 2,6
0,40 23,60 32,60 44,47 C40 3,63 13,22 2,6
Cinza volante 25
0,55 13,33 21,60 26,87 C20 4,93 12,05 2,6
0,40 28,83 44,00 47,00 C40 5,72 9,88 2,5
Sílica ativa 10
0,55 23,23 35,70 41,57 C35 5,40 9,56 2,6
0,40 37,37 38,30 46,43 C40 3,80 15,08 2,7
10
0,55 24,33 27,07 34,97 C30 4,70 13,11 2,7
0,40 35,53 42,60 46,10 C40 4,65 16,42 2,7
20
0,55 27,90 33,23 38,63 C30 4,98 13,81 2,7
0,40 35,37 41,83 45,93 C40 3,50 13,73 2,6
Metacaulim
30
0,55 26,60 31,70 39,20 C35 4,64 12,96 2,6
Tabela 4.12 – Resumo das Classes de Resistência.
Grupos de Classes de Resistência à Compressão
C20 C25 C30 C35 C40
V5 R5 M5_10 R4 S4
M5_20 S5 V4
M5_30 M4_10
M4_20
M4_30
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
103
4.5 CORPOS-DE-PROVA
Para os estudos de ataque por cloretos foram moldados corpos-de-prova cúbicos
com arestas de 15 cm, armados com quatros barras longitudinais envolvidas por dois estribos.
A quantidade de barras desses corpos-de-prova foi concebida para que as medidas
eletroquímicas pudessem ser representadas por 4 repetições e as dimensões foram otimizadas
de forma a facilitar o manuseio do corpo-de-prova.
Como resultado desse processo de otimização, obteve-se que foi suficiente o
emprego de um corpo-de-prova por situação, totalizando 12 corpos-de-prova para
desenvolvimento do estudo de cloretos. Ressalta-se que cada corpo-de-prova representa, em
decorrência da quantidade de barras, um tamanho de amostra igual a quatro (n = 4), o que
permitiu quatro leituras individuais por ensaio.
As barras longitudinais em aço carbono CA-50, de diâmetro nominal de 10 mm e
comprimento de 15 cm, foram parcialmente inseridas no corpo-de-prova, de maneira que,
desse total de 15 cm de extensão, 12,5 cm ficaram embutidos no concreto e 2,5 cm ficaram
projetadas para fora do corpo de prova. As barras foram posicionadas garantindo-se o
cobrimento de 2,5 cm nas faces laterais e na face inferior (base do corpo de prova). Tal
cobrimento representa um dos valores nominais prescritos pela NBR 6118 (ABNT, 2003)
para duas situações possíveis, a saber: para vigas e pilares considerando a classe de
agressividade ambiental (CAA) igual a 1 ou para lajes considerando a CAA igual a 2. Como
estribos, foram empregadas barras de aço carbono CA-60 com diâmetro nominal de 5 mm. A
Figura 4.8 e a Figura 4.9 apresentam o modelo descrito do corpo-de-prova.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
104
Figura 4.8 – Detalhamento do corpo-de-prova: (a) armaduras e (b) vista lateral.
Figura 4.9 – Detalhamento do corpo-de-prova: (a) vista em planta e (b) aspecto final
do corpo-de-prova após a desmoldagem.
Além desses protótipos cúbicos foram moldados cilindros de 10 cm de diâmetro
por 20 cm de altura utilizados nos ensaios de caracterização dos concretos.
A seguir, são descritos os procedimentos de preparação das barras de aço e, na
seqüência, os detalhes da confecção das fôrmas.
a) b)
b)
a)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
105
4.5.1 Preparação das Barras de Aço
Os vergalhões foram cortados com disco de corte em pequenas barras de 15 cm de
comprimento e o acabamento das extremidades foi realizado por meio da passagem das
pontas irregulares em esmeril sob alta rotação.
Com objetivo de padronizar as condições superficiais das barras de aço, efetuou-se
uma limpeza química por meio de soluções básicas (hexametiltetramina). Entretanto, esse
procedimento não possibilitou a completa remoção dos óxidos visíveis das barras (Figura
4.10).
Figura 4.10 – (a) Limpeza química das barras de aço e (b) aspecto final das barras
após a limpeza química.
Para que a condição de padronização da superfície das barras fosse atingida, foi
necessário uma limpeza mecânica executada com escova circular acoplada em esmeril,
conforme a Figura 4.11.
a) b)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
106
Figura 4.11 – (a) Acabamento em pedra de esmeril da extremidade das barras de
aço e (b) limpeza da superfície metálica ao longo da barra de aço por meio de escova de aço
acoplada em aparelho rotacional.
O aspecto geral das barras de aço antes da limpeza química e após a limpeza
mecânica pode ser visto na Figura 4.12.
Figura 4.12 – Barra de aço antes e após a limpeza mecânica com escova de aço,
tendo-se óxidos visíveis.
Após o procedimento de limpeza, as barras foram acondicionadas em embalagens
plásticas hermeticamente fechadas para que as suas condições superficiais fossem mantidas e,
em seguida, as barras foram identificadas com o envolvimento de uma fita isolante enumerada
à extremidade da barra, conforme a Figura 4.13. Ao final, as barras foram novamente
acondicionadas em sacos plásticos com fechamento hermético.
a) b)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
107
Figura 4.13 – Identificação das barras de aço por meio de fita isolante enumerada.
Para proteger parte das barras que se projetaram para o exterior do corpo-de-
prova, assim como visando estabelecer no interior do concreto uma área metálica bem
definida exposta à corrosão, as barras de aço foram envolvidas com fita isolante em toda a
superfície metálica, exceto pela mencionada área exposta que ficou constituída na forma de
um “vão central” de 5 cm (conforme a Figura 4.14). Assim, foi estabelecida uma área
metálica rigorosamente definida, localizada no interior do corpo-de-prova.
Figura 4.14 – (a) Extremidades da barra envolvidas com fita isolante (b) Detalhe
“vão central” da barra (5 cm) exposto à ação corrosiva.
Para proporcionar maior proteção mecânica e facilidade de manuseio, sem o
receio de romper a proteção das barras, realizou-se sobre a região envolvida com fita isolante
uma pintura com resina epóxi.
Após a desmoldagem dos corpos-de-prova, procedeu-se a retirada da proteção de
epóxi e da fita isolante, em uma pequena região a 2,5 cm da extremidade exposta da barra.
a) b)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
108
Esta incisão visou permitir a passagem de um fio metálico (cabo de cobre de uso em
instalações elétricas), cujo objetivo era propiciar a conexão elétrica nos ensaios
eletroquímicos. Após a ligação do fio com a barra, esta era novamente envolvida com fita
isolante.
O revestimento das barras com fita isolante deu-se pela sua elevada capacidade de
envolver as nervuras da superfície metálica. A intenção em se deixar uma área metálica
exposta rigidamente delimitada é, principalmente, em função da precisão das medidas
eletroquímicas. Essa área lateral da barra estimada em 12,88 cm
2
(considerando a extensão
longitudinal de 5,0 cm, o diâmetro nominal de 10 mm e a presença das nervuras), constitui-se
em um dado de entrada para as técnicas eletroquímicas que determinam a velocidade de
corrosão, a saber, as técnicas de resistência de polarização e de impedância eletroquímica,
como se apresenta no item 4.7.3.3.
4.5.2 Preparação das Fôrmas
Os protótipos foram moldados em fôrmas de madeira de chapa compensada
plastificada de espessura 10 mm. As chapas da face de fundo foram perfuradas por broca
metálica de diâmetro 12 mm, de modo a garantir o correto posicionamento das armaduras
dentro do corpo-de-prova. As Figuras 4.15, 4.16 e 4.17 apresentam a fôrma utilizada.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
109
Figura 4.15 – Detalhamento das fôrmas: (a) placa de base perfurada e (b) aspecto
final da fôrma.
Figura 4.16 – Detalhamento das fôrmas: (a) montagem da fôrma com a armadura e
(b) corpo-de-prova após concretagem.
a) b)
a) b)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
110
Figura 4.17 – (a) Fôrma dos corpos-de-prova destinados a estudos de corrosão: (a)
vista em planta e (b) vista em perspectiva.
Também foram utilizadas fôrmas cilíndricas metálicas de 10 cm de diâmetro por
20 cm de altura, cujos corpos-de-prova destinaram-se aos ensaios de resistência à compressão
e absorção de água por capilaridade.
Todas as fôrmas receberam uma película de desmoldante, de denominação
comercial Desmol CD, num intervalo de tempo não inferior a uma hora antes da moldagem,
conforme recomendação do fabricante. A Figura 4.18 ilustra a fôrma de madeira já com as
barras posicionadas, pronta para receber o concreto.
Figura 4.18 – Fôrma de madeira com as barras posicionadas, pronta para receber o
concreto.
a) b)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
111
4.6 MOLDAGEM, ADENSAMENTO, CURA E ARMAZENAGEM DOS CORPOS-DE-
PROVA.
A mistura do concreto foi realizada em betoneira pré-umedecida, com capacidade
para 1,2 m³, em ambiente de laboratório com variação de temperatura entre 24º C e 27º C.
A seqüência de introdução dos materiais na betoneira e o tempo de amassamento
do concreto seguiram os procedimentos recomendados pelo Laboratório de Concreto do
Centro Tecnológico de Engenharia Civil de Furnas Centrais Elétricas S.A.. A seqüência de
trabalho foi a seguinte:
com betoneira parada, foram adicionados os agregados graúdo e miúdo e parte
da água;
após uma pequena movimentação, com a betoneira parada, foram introduzidos
o cimento e a adição mineral;
com a betoneira em movimento foram introduzidos o restante da água e os
aditivos plastificante e superplastificante diluídos.
Após a introdução de todos os materiais na betoneira procedeu-se seu movimento
por oito minutos ininterruptos. A descarga do concreto fresco foi feita diretamente ao chão
(com superfície limpa, não absorvente e estanque) nas proximidades das fôrmas. O transporte
foi realizado com carrinho de mão.
O concreto foi colocado nas fôrmas com auxílio de conchas (Figura 4.14) e o
adensamento realizado por vibrador elétrico de imersão (vibrador agulha). Para os corpos-de-
prova prismáticos (destinados aos ensaios de corrosão), o adensamento foi efetuado por meio
de mesa vibratória (Figura 4.19).
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
112
Figura 4.19 - Colocação do concreto nas fôrmas e adensamento; (a) vibração dos
corpos-de-prova cilíndricos com vibrador de imersão e (b) vibração dos corpos-de-prova cúbicos
por meio de mesa vibratória.
No que se refere à concretagem dos corpos-de-prova, faz-se a ressalva de que as
concretagens foram divididas em 3 grupos, a saber:
primeiro grupo - composto por concretos de referência (relação
água/aglomerante 0,40 e 0,55) e concretos com sílica-ativa (relação água/aglomerante 0,40 e
0,55), moldados em 05/04//2004;
segundo grupo - composto por concretos com cinza volante (relação
água/aglomerante 0,30 e 0,40) e concretos com metacaulim nos teores de 10%, 20% e 30%
(relação água/aglomerante 0,40), moldados em 04/05//2004;
terceiro grupo - composto por concretos com cinza volante (relação
água/aglomerante 0,55) e concretos com metacaulim nos teores de 10%, 20% e 30% (relação
água/aglomerante 0,55), moldados em 02/06//2004.
Após o término das moldagens, os corpos-de-prova de caracterização e os
protótipos cúbicos destinados aos ensaios de corrosão das armaduras foram deixados por 36
horas em ambiente de laboratório, sendo devidamente recobertos com papel filme. Em
seguida, eles foram desenformados e levados para a câmara úmida (temperatura de (23 ± 2)°C
e umidade superior a 90%), onde permaneceram até a idade de 28 dias (exceto por alguns de
caracterização, com ensaios aos 7 dias de idade). Aos 28 dias de idade, os corpos-de-prova
a) b)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
113
foram encaminhados ao local de armazenagem (Figura 4.18) até atingirem as idades de
ensaio. Os corpos-de-prova foram empilhados sobre paletes de madeira, evitando o contato
direto com a umidade do piso.
Figura 4.20 – Corpos-de-prova em local de armazenamento após período de cura úmida.
A cura, após a saída da câmara úmida, foi realizada em local seco e protegido de
intempéries, sob uma tenda coberta com lona plástica, com variações de temperatura e
umidade mais amenas que as variações do ambiente externo por um período 56 dias. O
período total de cura foi, então, igual à 84 dias.
4.7 MÉTODOS DE INDUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E MONITORAMENTO DA
CORROSÃO DAS ARMADURAS SOB A AÇÃO DE CLORETOS.
Visando estudar a corrosão, avaliando a capacidade protetora dos diversos
concretos frente a íons cloreto foram aplicados procedimentos de ensaio a fim de induzir e
propagar a corrosão nas armaduras, monitorando-se a evolução da corrosão com o emprego
de parâmetros obtidos de técnicas eletroquímicas.
A avaliação dos concretos estudados sob a ação de cloretos consistiu em submeter
os corpos-de-prova a ciclos de imersão e secagem em solução agressiva rica em cloreto
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
114
contendo NaCl diluído a 5% em massa ou 0,855 M
4.1
. Os ciclos foram semanais,
constituindo-se de 2 dias de imersão e 5 dias de secagem em ambiente com temperatura em
torno de 40ºC e umidade relativa do ar de (50 ± 5)%. Os corpos-de-prova, durante a imersão,
permaneceram em ambiente com temperatura controlada de em média (25 ±3)ºC e 55% de
umidade relativa do ar. A Figura 4.21 ilustra a etapa de imersão do ciclo indutivo de corrosão
por cloretos.
Figura 4.21 – Fase de imersão em solução agressiva contendo cloretos com
concentração de 5% de NaCl.
Segundo Cascudo (2000), os ciclos aceleram o fenômeno de corrosão, visto que
garantem condições facilitadas para a difusão do oxigênio, de forma a propiciar a ocorrência
mais rápida possível do processo. Geralmente, a corrosão de armaduras é controlada por
fenômenos de difusão de oxigênio, o que torna o processo catódico mais lento, portanto,
controlador do mecanismo eletroquímico, os ciclos de imersão e secagem atuam justamente
no sentido de aumentar a velocidade de transporte do gás O
2
até as proximidades das áreas
catódicas das armaduras. Por meio dos ciclos, o oxigênio pode difundir-se rapidamente pelo
ar, quando da secagem dos poros, e dissolver-se no eletrólito já próximo às armaduras,
quando do período de umedecimento do concreto. Há de se ressaltar também que, com o
decorrer dos ciclos, ocorre um acréscimo considerável na concentração de cloretos nos poros
4.1
Essa concentração de NaCl de 5% foi definida com base no trabalho de doutorado de Cascudo (2000), tendo
como referência a concentração aproximada da água do mar, igual a 3,5% (em massa).
b) a)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
115
do concreto. Isto se dá porque quando da secagem e conseqüente evaporação da água, os
cloretos, inicialmente presentes na forma iônica na solução, precipitam-se como sais nos
poros da pasta de cimento endurecida e a medida que vão ocorrendo novos ciclos, mais
cloretos vão sendo transportados para o interior do concreto, precipitando-se na secagem.
Assim a cada ciclo empreendido ocorre um incremento da quantidade de sal no concreto no e
o resultado final é um relevante aumento na concentração de cloretos solúveis na solução dos
poros.
Também Page et al. (1991) apud Bauer (1995) em investigações de
procedimentos de ingressos e cloretos (a partir de soluções), evidenciaram que metodologias
que envolvem ciclos de secagem e imersão ou contato com soluções de NaCl correspondem
aos regimes mais severos a nível de relação [CL
-
]/[OH
-
] (quanto à despassivação das
armaduras). Os mesmos autores concluíram ainda que em relação aos ensaios cíclicos, se
destaca o aspecto de que o teor de cloretos a determinadas profundidades é superior ao valor
calculado somente a partir dos coeficientes de difusão. Ressaltando-se desta forma que o
ingresso por absorção capilar é expressivo nos ensaios cíclicos.
A imersão foi realizada em reservatório prismático, estando o nível da solução a
aproximadamente ½ da altura dos corpos-de-prova, isto é, a 7,50 cm do topo dos corpos-de-
prova, para evitar o contato direto da solução com a parte externa das barras de aço. A solução
foi substituída a cada 28 dias, de forma a garantir um nível de aeração suficiente para o
desenvolvimento da corrosão.
Conforme comentado no item 4.7, os corpos-de-prova foram concretados no ano
de 2004 e a concretagem foi executada em datas diferentes formando 3 grupos distintos:
grupo 1 - composto por concreto referência e concreto com sílica ativa de relações
água/aglomerante 0,40 e 0,55; grupo 2 - formado por concretos com cinza volante (relação
a/c 0,30 e 0,40) e concretos com metacaulim nos teores de 10%, 20% e 30% e de relação
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
116
água/aglomerante 0,40; e grupo 3 - constituído por concretos com cinza volante (relação a/c
0,55) e concretos com metacaulim nos teores de 10%, 20% e 30% e de relação
água/aglomerante 0,55.
A idade para início da indução e aceleração da corrosão para os concretos do
grupo 1 foi de 688 dias, para os concretos do grupo 2 foi de 656 dias e para os concretos do
grupo 3 foi de 645 dias. Essas diferenças nas idades entre os grupos de concretos foram
consideradas desprezíveis frente ao tempo total de cura considerando, que variam entre 1,8 e
1,9 anos, tendo em vista que as alterações físicas da pasta de cimento que podem ocorrer
nessa faixa de idade dos concretos são ínfimas. O fato de se esperar quase dois anos para o
início do ataque por cloretos se deve a questões operacionais do projeto. Esse período
relativamente longo, contudo, não se constituiu em prejuízo técnico para o estudo; pelo
contrário, permitiu alcançar maior maturidade para os concretos, em especial àqueles nos
quais são esperadas as reações pozolânicas. Também permitiu a plena consolidação da
película de passivação do aço característica de cada tipo de concreto.
Salienta-se que todos os corpos-de-prova foram submetidos às mesmas condições
de ataque por íons cloretos, totalizando 308 dias (44 ciclos) de submissão à condição
agressiva de cloretos.
O monitoramento da corrosão nas barras de aço embutidas no concreto foi
realizado com auxílio de inspeções visuais e do emprego da técnica de resistividade elétrica
superficial aparente, além do emprego de técnicas eletroquímicas de potencial de corrosão,
resistência de polarização e impedância eletroquímica, conforme descreve-se na seqüência.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
117
4.7.1 Inspeções Visuais
A inspeção visual foi efetuada mediante acompanhando do surgimento de
manchas de corrosão e fissuras na superfície do concreto, bem como observação dos produtos
de corrosão formados na superfície das barras de alguns concretos.
4.7.2 Resistividade Elétrica Superficial Aparente do Concreto
A resistividade elétrica superficial aparente do concreto foi medida pelo método
de Wenner (quatro pontos), normalizado pela ASTM G 57/1995 (ASTM, 2003a). Para tanto,
foi empregado um aparelho portátil de medição de resistividade (resistivity meter), da marca
Proceq, mostrado na Figura 4.22.
Figura 4.22 – (a) Aparelho utilizado para medição da resistividade do concreto e (b)
execução do ensaio de resistividade superficial do concreto.
Este ensaio foi realizado após as medidas eletroquímicas e consiste na utilização
do equipamento mencionado anteriormente, posicionando os quatro eletrodos na superfície do
concreto e lendo diretamente no visor os valores de resistividade.
A avaliação da resistividade seguiu os critérios do CEB 192, citado por
CASCUDO (1997), que consiste da relação entre faixas de valores de resistividade e
probabilidades de corrosão, quais sejam:
resistividade superior a 20 kΩ.cm: probabilidade de corrosão desprezível;
b) a)
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
118
resistividade de10 a 20 kΩ.cm: probabilidade de corrosão baixa;
resistividade de 5 a 10 kΩ.cm: probabilidade de corrosão alta;
resistividade inferior a 5 kΩ.cm: probabilidade de corrosão muito alta.
4.8 Técnicas Eletroquímicas
As técnicas eletroquímicas empregadas foram: potencial eletroquímico de
corrosão, resistência de polarização e impedância eletroquímica.
As medidas eletroquímicas foram tomadas imediatamente após a saída dos
corpos-de-prova da imersão.
O equipamento utilizado para execução das medidas eletroquímicas foi um
potenciostato Voltalab 40 PGZ 301, versão 1.6, fabricado pela Radiometer Analytical e
gerenciado pelo software Voltamaster 4, versão 6.02. Na figura 4.23 é apresentado o
potenciostado utilizado e na Figura 4.24 é apresentada a interface do software Voltamaster,
que gerencia o potenciostato.
Figura 4.23 – Potenciostato utilizado tipo Voltalab 40 PGZ 301 versão 1.6.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
119
Figura 4.24 – Interface do software Voltamaster 4, versão 6.02.
Cabe salientar-se que o potenciostato utilizado possui uma “célula dummy” ou
“rcb 200”, que consiste em um circuito eletro-eletrônico padrão cuja finalidade é a de conferir
a calibração do referido equipamento. A célula padrão pode ser vista na Figura 4.23. Ao longo
do trabalho, vários testes foram efetuados para verificar essa calibração.
Figura 4.25 – “Célula dummy” ou “rcb 200” do potenciostato Voltalab 40 PGZ 301,
versão 1.6.
Para execução das medidas eletroquímicas, foi utilizada uma gaiola de Faraday,
devidamente aterrada
4.2
, com a finalidade de evitar quaisquer interferências nas medidas
eletroquímicas. Estudos e testes iniciais comprovaram a importância do uso da gaiola no
4.2
A célula de corrosão, isto é, o corpo-de-prova contendo os três eletrodos conectados, permanecia sempre
dentro da gaiola de Faraday durante a execução das medidas eletroquímicas. Este procedimento tinha caráter
preventivo e visava evitar que eventuais campos eletromagnéticos externos causassem interferência nas medidas
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
120
presente programa experimental, principalmente em função da ordem de grandeza das
correntes (nA/cm
2
e μA/cm
2
) medidas nas armaduras de aço embutidas ao concreto. Este
estudo será disposto no anexo E. A gaiola de Faraday utilizada no programa experimental e,
apresentada na Figura 4.26, é formada por uma liga de alumínio.
c
Figura 4.26 – Gaiola de Faraday utilizada durante as medidas eletroquímicas
O eletrodo de calomelano saturado foi empregado como eletrodo de referência e
consiste de mercúrio, coberto por uma pasta de cloreto mercuroso (Hg
2
Cl
2
), imerso em um
eletrólito contendo íons de cloreto, usualmente de uma solução saturada de cloreto de potássio
(KCl). Seu potencial de redução com relação ao eletrodo padrão de hidrogênio é igual a
+ 0,242 V a 25
o
C (CASCUDO, 1997).
O eletrodo de trabalho foi constituído pela barra da armadura do próprio corpo-de-
prova de concreto, conectada ao fio metálico, conforme comentado no item 4.6.1 e por fim,
sendo ligada ao potenciostato por meio de conexão tipo “jacaré”.
O contra-eletrodo utilizado foi constituído por uma chapa de aço inoxidável
disposta em uma face lateral do corpo-de-prova e fixada por cinta elástica. Entre a chapa de
aço e a superfície do concreto foi inserida uma esponja umedecida com água para favorecer o
contato elétrico entre as duas partes.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
121
A configuração básica utilizada para medição eletroquímica consistiu numa célula
de corrosão ligada a um potenciostato, conforme a Figura 4.27. Essa célula de corrosão foi
constituída por 3 eletrodos, a saber: eletrodo de trabalho, eletrodo de referência e contra-
eletrodo, conforme a Figura 4.28.
Figura 4.27 – (a) Célula de corrosão ligada ao potenciostato e ao computador.
Figura 4.28 – (a) Configuração para medição dos parâmetros eletroquímicos (b)
detalhe da célula eletroquímica.
a) b)
contra – eletrodo
em placa de aço
inoxidável.
eletrodo de
trabalho
eletrodo de
referência - ECS
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
122
Nos subitens a seguir serão apresentadas as técnicas eletroquímicas utilizadas
neste programa experimental.
4.8.1 Potencial de Corrosão Eletroquímico
Os corpos-de-prova prismáticos foram monitorados ao longo do tempo por meio
da técnica de potencial de corrosão, de acordo com o método da ASTM C 876/91 (ASTM,
2003b).
Antes do início dos ciclos de imersão e secagem e até os 91 dias de idade, todos
os corpos-de-prova foram monitorados semanalmente quanto ao potencial de corrosão.
Durante esse período, foi possível constatar a passivação de todas as armaduras embutidas nos
corpos-de-prova em estudo. Entre a idade de 91 e as idades de 685 dias de idade, 653 dias de
idade e 642 dias de idade, respectivamente para os grupos 1, 2 e 3, os corpos-de-prova
permaneceram em ambiente coberto e protegido de intempéries. Somente no 686º, no 654º e
no 643º dias de idade, deu-se início à indução e aceleração da corrosão por meio dos ciclos de
cloretos, passando-se a registrar os potenciais no instante imediatamente posterior à saída dos
corpos-de-prova do tanque de imersão, ou seja, ao final de cada período de imersão para cada
um dos ciclos realizados. Isto significou uma medida semanal até as idades de 975, 957 e 947
dias (respectivamente para os grupos 1,2 e 3), 308 dias de ataque, o que corresponde a
44 ciclos para todos os corpos-de-prova.
A avaliação dos resultados das medidas de potencial de eletrodo foi feita de
acordo com os critérios da ASTM C 876/1991 (ASTM, 2003b), o qual associa os valores de
potencial à probabilidade de corrosão com as seguintes faixas de potenciais (medidas com
eletrodo de referência de calomelano saturado - ECS):
potencial mais positivo que -126 mV: probabilidade de corrosão < 10%;
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
123
potencial de -126 mV a -276 mV: probabilidade de corrosão incerta;
potencial mais negativo que -276 mV: probabilidade de corrosão > 90%.
4.8.2 Resistência de Polarização
Com o emprego da técnica de resistência de polarização (Rp), pode-se estimar
eletroquimicamente a velocidade instantânea de corrosão. Para se realizar as medidas de
resistência de polarização, aplicou-se em cada uma das barras analisadas, isto é, no eletrodo
de trabalho, uma pequena polarização em torno do potencial de corrosão (Ecorr) de ±10 mV,
adotando-se para tanto um procedimento potencio dinâmico, com taxa de varredura de
10 mV/min ou 0,167mV/s e varredura no sentido anódico.
Cabe salientar-se que os valores de Rp foram obtidos por meio da técnica de
voltametria cíclica, disponibilizada pelo software Voltamaster 4, e que permite a
compensação de queda ôhmica do tipo dinâmica, isto é, a cada ponto na curva de voltametria
é realizada uma rápida impedância corrigindo os valores de resistência ôhmica do concreto.
A taxa de corrosão (I
corr
) foi calculada dos valores obtidos da resistência de
polarização, por meio da Equação 4.1 abaixo.
(4.1)
Onde I
corr
é a taxa de corrosão em μA/cm
2
.
B é a constante de Stern-Geary. Para o presente trabalho, adotou-se os
valores de 26 mV, para valores de potencial de corrosão mais eletronegativos que -276 mV
(ECS) e 52 mV, para valores mais positivos que -276 mV (ECS).
Rp é a resistência de polarização em Kcm
2
, obtida pela técnica de voltametria
cíclica.
I
corr
= B/Rp
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
124
Os valores adotados quando do cálculo da taxa de corrosão foram os propostos
por Alonso e Andrade (1990), segundo Tabela 4.13.
Tabela 4.13 - Correlação entre densidade da corrente de corrosão, taxa
de penetração da corrosão e a classificação.
Densidade da
corrente de corrosão
(μA/cm
2
)
Taxa de penetração da
corrosão (μm/ano)
Classificação
< 0,2 < 2,2 Desprezível
> 0,2 > 2,2 Início de corrosão ativa
~ 1,0 ~ 11,0 Ataque importante, mas não severo
> 10,0 > 110,0 Ataque muito importante
Um exemplo de uma curva de voltametria cíclica pode ser vista na figura 5.29.
Figura 4.29 – Curva de voltametria cíclica obtida pelo software Voltamaster 4
versão 6.02.
O software Voltamaster 4, versão 6.02, determina o valor de Rp por meio da 2º
equação de Stern, conforme a Figura 4.30.
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
125
Figura 4.30 – Curva de voltametria cíclica obtida pelo software Voltamaster 4,
versão 6.02 e determinação do valor de Rp por meio da 2º equação de Stern.
4.8.3 Espectrometria de Impedância Eletroquímica
As medidas de impedância eletroquímica foram realizadas mediante a aplicação
de um sinal alternado de 10 mV de amplitude, varrendo-se uma faixa de freqüência de
100 kHz a 10 mHz e com 20 pontos por década, faixa esta considerada pela literatura
específica sobre o assunto, como suficiente para avaliar os principais fenômenos envolvidos .
Foram traçados diagramas de Nyquist. Em função do prolongado tempo de ensaio
para varrer as baixas freqüências (cerca de 40 minutos), foram escolhidas duas barras em cada
corpo-de-prova para a execução do ensaio de impedância eletroquímica.
Essa técnica foi aplicada nas referidas barras antes do 1º ciclo. Após o 10º ciclo, a
impedância foi aplicada a cada semana alternada, de forma que intervalo entre uma medição e
outra fosse de 14 dias. Na Figura 4.31, é apresentada a interface do software Voltamaster 4,
versão 6.02, para o diagrama de Nyquist da impedância eletroquímica.
Curva
Experimental
Parábola
Densidade da
corrente
Inclinação da
tangente = Rp
Potencial
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
126
Figura 4.31 – Diagrama de Nyquist da técnica de impedância eletroquímica, obtida
por meio do software Voltamaster 4, versão 6.02.
4.9 Análise Estatística dos Dados
Com a finalidade de obter uma melhor interpretação dos resultados, os valores
obtidos de resistividade elétrica e de potencial de corrosão foram submetidos à análise
estatística. Assim, efetuou-se para cada parâmetro avaliado, duas análise, a saber, a primeira
contempla o desempenho de sistemas com adições, abrangendo concretos de referência, cinza
volante, sílica ativa e metacaulim no teor de 10% e a segunda análise estatística envolve a
avaliação do desempenho dos concretos com os três teores de metacaulim utilizados.
A análise estatística dos fatores que exercem influência nessas variáveis
dependentes foi realizada por meio de um projeto fatorial com dois fatores fixos, quais sejam
Capítulo 4 – Programa Experimental: Materiais e Métodos
127
relação a/ag e tipo de concreto ou relação a/ag e teor de metacaulim. O modelo estatístico que
de uma forma geral expressa as análises realizadas está representado na Equação 4.2.
(4.2)
Onde:
Xij = modelo estatístico com 2 fatores a níveis fixos;
µ = média geral;
i = efeito da relação a/ag;
j = efeito do tipo de concreto ou o efeito do teor de metacaulim;
ij = efeito da interação entre relação a/ag e o tipo de concreto ou efeito da
interação entre relação a/ag e do teor de metacaulim;
(ij)m = termo de erro, m = 1,2 ... n (n corresponde ao número de repetições dos
ensaios de resistividade e potencial de corrosão para cada situação estudada, n=44)
Para testar a significância deste projeto fatorial foi efetuada uma análise de
variâncias - (ANOVA), empregando-se, para tanto, o software Statistica versão6.0 da
StatSoft®. Salienta-se que os experimentos fatoriais permitem expressar conclusões gerais, o
que é mais interessante do que a análise isolada de cada variável.
Xij =µ + i+ j + ij + (ij)m
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
128
CAPÍTULO 5
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
Neste capítulo estão apresentados e discutidos os resultados obtidos no programa
experimental. Inicialmente são exibidos os dados relativos à qualidade do concreto que
compreende medidas de resistividade elétrica. Em seguida, são expostos os resultados obtidos
relativos à indução da corrosão eletroquímica (por ação dos íons cloreto) que contemplam à
monitorização do fenômeno por meio da técnica de potencial de corrosão, resistência de
polarização e impedância eletroquímica. Por fim, são apresentadas inspeções visuais nas barras
de aço e na superfície dos concretos.
A seguir será abordado o monitoramento da resistividade elétrica, realizado durante
o ataque por cloretos e na seqüência, a avaliação dos concretos quanto à indução da corrosão
nas armaduras, abrangendo resultados sobre a termodinâmica e a cinética do fenômeno ao
longo de quarenta e quatro ciclos de imersão e secagem em solução contendo íons cloreto.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
129
5.1 RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO CONCRETO
Os resultados das medidas de resistividade elétrica nos concretos submetidos aos
ciclos de imersão em solução contendo cloretos são abordados a seguir. Os valores de
resistividade plotados ao longo do tempo de ataque (número de ciclos) são aqueles referentes às
medidas realizadas logo após a imersão, enquanto os corpos-de-prova ainda encontravam-se
saturados. Este procedimento justifica-se em função do concreto absorver água mais
rapidamente do que perde e em virtude do estudo envolver concretos com diferentes
características de porosidade, permeabilidade e zona de transição, dentre outras características
que regem o fenômeno de transporte de fluidos, através do concreto. Assim, as particularidades
inerentes aos concretos analisados poderiam gerar ligeiras diferenças de umidade interna nos
concretos ao fim dos períodos de secagem dos ciclos de cloretos. Tais diferenças de umidade
podem influir decisivamente nos valores de resistividade elétrica dos concretos (POLDER;
PEELEN, 2002).
Nos gráficos de resistividade em função do tempo estão evidenciados os critérios de
avaliação do Comite Eurointernacional du Béton – CEB 192 (1989 apud CASCUDO, 1997),
conforme Tabela 5.1.
Tabela 5.1 - Parâmetros de avaliação da medida de resistividade elétrica do concreto
(elaborada com base em LANGFORD; BROOMFIELD, 1987 apud BROOMFIELD, 1997; CEB
192, 1989 apud CASCUDO, 1997).
Resistividade do concreto Taxa de corrosão Probabilidade de corrosão
> 20 k.cm Baixa Desprezível
10 a 20 k.cm Baixa a moderada Baixa
5 a 10 k.cm Alta Alta
< 5 k.cm Muito alta Muito alta
Os resultados individuais dos resultados de resistividade podem ser encontrados no
Anexo B.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
130
Os resultados de resistividade elétrica estão ordenados e agrupados de forma a
facilitar a sua leitura e compreensão. Assim, nos itens 5.1.1 e 5.1.2 estão discutidas,
respectivamente, as influências da relação água/aglomerante e das adições minerais na
resistividade elétrica. Da mesma forma, nas Figuras 5.1 a 5.11 estão apresentadas as faixas de
probabilidade de corrosão determinadas pela CEB 192 (1989 apud CASCUDO, 1997).
5.1.1 Influência da Relação Água/Aglomerante
As Figuras 5.1 a 5.7 apresentam os resultados médios de 3 determinações de
resistividade elétrica superficial aparente em relação ao número de ciclos de imersão para cada
tipo de concreto, considerando as duas relações água/aglomerante. Os valores de resistividade
elétrica para os concretos R4, R5, S4 e S5 estão apresentados a partir do segundo ciclo de
imersão. Nessas figuras, estão constando também os critérios do CEB 192, segundo a Tabela
5.1, tendo as faixas de resistividade sido referenciadas por cores e os critérios de corrosão
identificados por caixas de texto contendo as probabilidades desprezível, baixa, alta e muito
alta.
Entre o 31
o
e o 39
o
ciclo, a sala climatizada, onde os corpos-de-prova permaneciam
durante os ciclos de imersão, apresentou problemas técnicos e registrou-se baixas umidades
relativas do ar (em torno de 20%). Desta forma, os concretos estiveram mais secos, alterando o
seu comportamento quanto a resistividade elétrica e quanto ao potencial de corrosão no referido
período.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
131
Figura 5.1 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (número de ciclos) para os concretos de referência (sem adições) com relação
água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud
Cascudo, 1997).
Figura 5.2 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com adição de sílica ativa com relação água/aglomerante igual a
0,40 ou 0,55, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
R4
R5
S4
S5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
132
Figura 5.3 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com adição de cinza volante ativa com relação água/aglomerante
igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
Figura 5.4 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com adição de metacaulim no teor de 10% em substituição ao
cimento Portland (em massa) com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com
os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
V4
V5
M4_10%
M5_10%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
133
Figura 5.5 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com adição de metacaulim no teor de 20% em substituição ao
cimento Portland (em massa) com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com
os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
Figura 5.6 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com adição de metacaulim no teor de 30% em substituição ao
cimento Portland (em massa) com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com
os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
M4_20%
M5_20%
M4_30%
M5_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
134
Pode-se observar nas Figuras 5.1 a 5.6, que os concretos apresentaram
comportamento bem definido em relação à resistividade elétrica: os concretos com menor
relação água/aglomerante situaram-se em faixas de maiores resistividades elétricas
comparativamente aos concretos com maiores relação água/aglomerante. Este comportamento
se repete para todos os concretos, independente do tipo de concreto, do tipo e teor de adição
mineral.
Os concretos com relação água/aglomerante 0,40 mantiveram-se na faixa de baixa
probabilidade de corrosão, exceto para o concreto com sílica ativa que esteve na faixa de
probabilidade de corrosão desprezível.
Considerando os concretos de relação água/aglomerante 0,40, nota-se que a sílica
ativa exibiu os maiores valores de resistividade elétrica, comprovando a eficácia desta adição
no refinamento dos poros do concreto, diminuindo sua interconexão na pasta de cimento,
densificando a matriz cimentícia, seja por efeito fíler, seja por ação pozolânica. Observa-se
também que o concreto com adição de metacaulim no teor de 30% de substituição ao cimento
Portland (M4_30%) obteve os menores resultados de resistividade.
Percebe-se que todos os concretos com relação água/aglomerante 0,55 oscilaram na
faixa de alta a muito alta probabilidade de corrosão, sendo que o concreto M5_30% novamente
apresentou os mais baixos valores de resistividade.
No gráfico a seguir (Figura 5.7) estão apresentadas as médias aritméticas dos
concretos com relação água/aglomerante 0,40 e 0,55, incluindo concretos com adições
minerais e concretos de referência.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
135
Figura 5.7 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com relação água/aglomerante igual a 0,40 ou 0,55, de acordo com
os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
Analisando a figura anterior (Figura 5.7), novamente evidencia-se um
comportamento já esperado e de conhecimento no meio técnico científico de que baixas
relações água/aglomerante exibem concretos com características de menor permeabilidade e
porosidade, o que se reflete em um acréscimo dos valores de resistividade elétrica.
Segundo Polder e Peelen (2002), o aumento do número de poros com grande
diâmetro, isto é, dos poros definidos fundamentalmente pelo parâmetro “relação a/ag”,
contribui sobremaneira para a redução dos valores de resistividade elétrica do concreto. Morris
et al. (2002) salientaram que a resistividade elétrica para os concretos com relação a/ag 0,40
são em média o triplo dos concretos de relação a/ag 0,60. No presente trabalho, os concretos
de relação a/ag 0,40 apresentaram valores de aproximadamente duas vezes os valores de
resistividade dos concretos de relação a/ag 0,55.
Segundo Neville (1997), a resistividade do concreto aumenta rapidamente com a
redução da relação água/cimento, enquanto que um aumento na umidade do ambiente ou uma
a/ag 0,40
a/ag 0,55
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
136
contaminação com íons no concreto, ao longo do tempo, pode reduzir drasticamente a
resistividade do concreto.
5.1.2 Influência do Tipo de Adição Mineral
Para se comparar a influência do tipo de adição mineral, nas figuras a seguir (Figura
5.8 a Figura 5.9) estão apresentados os gráficos dos resultados de resistividade elétrica para os
concretos de relação a/ag 0,40 e a/g 0,55, respectivamente.
Figura 5.8 – Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos de imersão) para os concretos de relação água/aglomerante 0,40, considerando os
seis tipos de concreto, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
S4
R4
M4_30%
M4_10%
M4_20%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
137
Figura 5.9 – Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos de imersão) para os concretos de relação água/aglomerante 0,55, considerando os
seis tipos de concreto, de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
Nas figuras anteriores pode-se destacar que os valores de resistividade elétrica para
os concretos com relação água/aglomerante 0,40 permaneceram em faixas de 10 a 25 kohm.cm,
enquanto os concretos com relação água/aglomerante 0,55 mantiveram-se praticamente em
patamares de 5 a 10 kohm.cm.
Dentre os concretos com adições minerais, destaca-se o desempenho superior do
concreto com adição de sílica ativa, seguido pelo desempenho similar do concreto com adição
de metacaulim no teor de 10% e cinza volante. Em um patamar inferior de desempenho estão
os concretos com adição de 20% de metacaulim, o concreto com adição de 30% de metacaulim
e, por fim, com os menores valores de resistividade estão os concretos de referência. Este efeito
se repete para as duas relações água/aglomerante. Neste sentido, mais uma vez fica nítida a
eficácia da utilização das adições minerais no concreto com a finalidade de promover
incrementos em sua resistividade elétrica.
M5_30%
S5
M5_10%
R5
M5_20%
V5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
138
Desta forma, Cascudo (2005) relata que as adições minerais, especialmente aquelas
de elevada finura e de natureza pozolânica, alteram a estrutura física da pasta de cimento,
refinando poros e reduzindo a interconexão entre eles, o que reflete em expressivos acréscimos
na resistividade elétrica dos concretos.
Neville (1997) expõe que as adições minerais ao cimento podem reduzir em uma
ordem de grandeza a resistividade elétrica do concreto, e que o uso de sílica ativa pode ter um
efeito benéfico significativo quando a evolução da corrosão no concreto é controlada pela
resistividade.
5.1.3 Influência da Classe de Resistência
No que tange à variável classe de resistência, conforme comentado no Capítulo 4,
ainda que ela não tenha sido pré-definida no programa experimental, decidiu-se classificar em
grupos os concretos, a partir dos resultados de resistência à compressão (F
ck
) e verificar seu
comportamento em relação à resistividade elétrica.
A Figura 5.10 mostra os valores médios de resistividade elétrica para os todos os
concretos estudados e suas respectivas classes de resistências.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
139
Figura 5.10 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos com classe de resistência C40, inclusive concreto de referência; de
acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
A classe C40 exibe um comportamento expressivamente diferenciado das demais
classes de resistência, exibindo valores de resistividade elétrica de aproximadamente
20 kohm.cm. Isto se justifica porque na classe de resistência 40 MPa estão os concretos com
adições minerais e de relação a/ag 0,40. Em outra faixa de resistividade elétrica (entre
5 kohm.cm e 10 kohm.cm) estão os concretos das demais classes de resistência, incluindo
concretos com adições minerais, porém com relação a/ag 0,55.
Na Figura 5.11 estão os valores médios de resistividade elétrica somente para os
concretos com adições minerais e suas respectivas classes de resistências.
C20
C40
C35
C30
C25
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
140
Figura 5.11 - Resistividade elétrica superficial aparente variando com o tempo de
ataque (ciclos) para concretos de diferentes classes de resistência, considerando apenas concretos
com adições minerais; de acordo com os critérios da CEB 192 (1989 apud Cascudo, 1997).
Comparativamente às demais classes de resistência, novamente destaca-se a C40
que exibe os mais elevados valores de resistividade elétrica. Observa-se que a C40 situou-se em
faixas de resistividade de, aproximadamente, duas vezes os valores apresentados pelos
concretos das demais classes.
5.1.4 Análise Estatística dos Valores de Resistividade Elétrica
Na análise estatística dos valores de resistividade elétrica estão contempladas a
análise estatística global e a análise estatística dos teores de metacaulim.
5.1.4.1 Análise Estatística Global
Estão apresentados a seguir os resultados de resistividade elétrica analisados
estatisticamente. Esses resultados estão apresentados em função das variáveis definidas no
C35
C40
C20
C30
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
141
programa experimental, a saber: relação água/aglomerante e tipo de concreto. Cabe salientar -
se que foram escolhidos para a análise estatística global do experimento, os concretos de
referência, de sílica ativa, de cinza volante e de metacaulim no teor de 10%. Não foram
incluídos, nessa primeira análise, os concretos com 20% e 30% de metacaulim.
Os valores de resistividade elétrica foram submetidos à análise estatística de
variâncias (ANOVA), segundo o modelo fatorial descrito na Equação 4.2, contida no item 4.10
do Capítulo 4. A Tabela 5.2 apresenta os resultados obtidos na ANOVA, onde os valores de F
obtidos (F
calc.
) foram comparados aos valores de F tabelados (F
tab.
) para um nível e confiança de
95%.
Tabela 5.2 - Resultados da análise de variância (ANOVA) realizada com dados de
resistividade elétrica, para os fatores ou variáveis independentes consideradas no modelo
estatístico
5.1
.
Efeito SQ GL MQ F
calc.
F
tab.
Resultado
Modelo 10566,76 7 1509,54 201,5725 2,03 significativo
Erro (resíduo) 2718,44 363 7,49 -- -- --
Total 13285,19 370 -- -- -- --
Tipo de concreto 2337,53 3 779,18 104,05 2,63 significativo
Relação a/ag 8018,84 1 8018,84 1070,78 3,87 significativo
Tipo de concreto x relação a/ag 468,74 3 156,25 20,86 2,63 significativo
Erro (resíduo) 2718,44 363 7,49 -- -- --
R
2
mod
= 0,80
R
mod
= 0,89
Onde:

SQ = Soma dos quadrados;
GL = Graus de liberdade;
MQ = Média dos quadrados;
F = parâmetro de Fischer para o teste de significância dos efeitos;
Resultado = resultado da análise, com indicação se o efeito é significativo ou não;
R
2
mod = coeficiente de determinação do modelo e Rmod = coeficiente de correlação do modelo.
5.1
Considerando o concreto com adição de metacaulim no teor de 10% de substituição, conforme citado
anteriormente.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
142
A análise estatística mostrou que o modelo fatorial é significativo, uma vez que o
valor de F
calc.
é maior que o valor de F
tab
e o valor resultante de R
2
mod
foi de 0,80, o que
significa dizer que 80% da variação total dos dados é explicada pelo modelo.
A análise de variâncias também mostrou que os efeitos individuais dos fatores tipo
de concreto e relação água/aglomerante são estatisticamente significativos a um nível de
confiança de 95%. Isso quer dizer que cada uma dessas variáveis, tomada isoladamente, exerce
influência na resistividade elétrica e, nesse sentido, com base nos valores de F
calc.
, pode-se
constatar que a variável mais influente na resistividade é a relação água/aglomerante e, em
segundo lugar, a variável tipo de concreto.
A interação dupla do tipo de concreto e relação água/aglomerante também foi
significativa, indicando que há uma sinergia entre esses fatores, apesar da interação entre essas
duas variáveis exercer menor influência na resistividade elétrica do que as variáveis tomadas
isoladamente.
As duas variáveis (tipo de concreto e relação água/aglomerante) mostram-se
significativas e, considerando o efeito sinérgico, realizou-se a comparação múltiplas de médias
pelo método de Duncan, cujos agrupamentos em ordem decrescente de médias são mostrados a
seguir.
Figura 5.12 – Ordem decrescente de médias e disposição dos grupos definidos pela
comparação múltipla de médias, por meio do teste de Duncan para os valores de resistividade elétrica.
Percebe-se, do resultado anterior, que os concretos de relação água/aglomerante
0,40 apresentam concretos de resistividade efetivamente mais alta do que aqueles de relação
a/ag 0,55. Quanto à influência das adições minerais, considerando inicialmente os concretos de
relação a/ag igual a 0,40, têm-se quatro grupos distintos estatisticamente. Desses quatro, o
S4 M4 V4 R4 M5S5 R5V5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
143
concreto de sílica ativa é significativamente mais resistivo do que o de metacaulim, que, por
sua vez, é mais resistivo que o concreto de cinza volante. Por fim, vem o concreto de
referência, cujo valor médio global de resistividade é o mais baixo dentre todos (nesse grupo de
relação a/ag igual a 0,40). Considerando os concretos de relação a/ag 0,55, a separação desta
feita se dá em dois grupos estatisticamente distintos. Em um primeiro grupo, de resistividade
mais alta, estão juntos os concretos de sílica ativa e de metacaulim. Em um segundo grupo,
aparecem juntos, estatisticamente, os concretos de cinza volante e de referência.
De modo geral, percebe-se o melhor desempenho da sílica ativa, seguida de perto
pelo metacaulim. Abaixo dessas duas adições, vem a cinza volante e, com o pior desempenho,
apresenta-se a situação de referência, que não possui adições (a rigor, há um pequeno teor de
filer calcário incorporado ao cimento).
A seguir, são feitas considerações e análises (a partir do estudo estatístico) de modo
segmentado, considerando individualmente cada um dos dois fatores principais do estudo, ou
seja, o tipo de concreto (adições minerais) e a relação a/ag.
a) Influência do Tipo de Concreto
Na Figura 5.13 é mostrado o resultado do agrupamento de médias para cada tipo de
concreto, onde as linhas tracejadas verticais definem os grupos que diferem significativamente
entre si, obtidas do teste de comparação múltiplas de médias.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
144
Figura 5.13 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos
com seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente.
Comparando estatisticamente a média global de resistividade dos concretos por tipo
de concreto, ou seja, em função das diferentes adições minerais, contudo sendo essas médias
representativas das duas relações a/ag, obtém-se quatro grupos estatisticamente distintos, cuja
seqüência em ordem crescente é a seguinte: referência, cinza volante, metacaulim e sílica ativa.
Esta é a seqüência global do resultado experimental, que exprime a tendência geral dos
resultados de resistividade em função das adições minerais, corroborando assim os resultados e
comentários constantes nos itens 5.1.2 e 5.1.4.1.
Na Figura 5.13, portanto, os concretos de referência apresentaram menor média
global e menor dispersão nos resultados, enquanto os concretos com sílica ativa apresentaram
maior valor de média global, porém, como os demais concretos, estes apresentaram grande
dispersão dos resultados.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
145
b) Influência da Relação Água/Aglomerante
Na Figura 5.14 é mostrado o resultado do agrupamento de médias, considerando a
influência da relação a/ag, onde a linha tracejada vertical define os grupos que diferem
significativamente entre si, obtidas do teste de comparação múltiplas de médias.
Figura 5.14 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos
com seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente
.
O teste de Duncan para o agrupamento de médias resultou na formação de dois
grupos distintos, um formado pela relação a/ag 0,40 e outro composto pela relação a/ag 0,55.
Este resultado é óbvio, uma vez que a análise de variâncias (Tabela 5.2) já concluíra ser
significativa a influência da relação a/ag nos valores de resistividade do concreto e, tendo esta
variável um nível de variação igual a 2 (apenas duas relações a/ag), então inequivocamente o
teste de Duncan (comparação múltiplas de médias) separaria os resultados em dois grupos.
A diferença entre as médias globais dos concretos 0,40 e 0,55 é expressiva,
indicando maior valor de resistividade elétrica para o concreto de a/ag 0,40, apesar da maior
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
146
dispersão nos resultados do que os concretos de relação a/ag 0,55. De fato, Neville (1997)
ressalta que a resistividade do concreto aumenta rapidamente com a redução da relação
água/aglomerante. O fato da dispersão, em geral, ser alta para esses resultados expressos
conforme Figura 5.14, é porque cada uma das duas médias globais contempla os resultados
individuais de todos os concretos em cada relação a/ag, em que se têm as várias adições
minerais e a situação de referência.
5.1.4.2 Análise Estatística dos Teores de Metacaulim
Os resultados da análise estatística de variância (ANOVA) dos valores de
resistividade elétrica para os concretos com adição de metacaulim nos teores de 10%, 20% e
30% em substituição ao cimento Portland estão apresentados na Tabela 5.3.
Tabela 5.3 - Resultados da análise de variância (ANOVA) realizada com dados de
resistividade elétrica dos concretos com adição de metacaulim, para os fatores ou variáveis
independentes consideradas no modelo estatístico.
Efeito SQ GL MQ F
calc.
F
tab.
Resultado
Modelo
6574,53 5 1314,91 130,97 2,25
significativo
Erro (resíduo)
2560,08 255 10,04
-- -- --
Total 9134,61 260,00 -- -- -- --
Teor de subst.
1813,41 2 906,71 90,314 3,03
significativo
Relação a/ag
4597,17 1 4597,17 457,907 3,88
significativo
Teor de subst. x relação a/ag
107,92 2 53,96 5,375 3,03
significativo
Erro (resíduo)
2560,08 255 10,04
-- -- --
R
2
mod
= 0,72
R
mod
= 0,85
Onde:
SQ = Soma dos quadrados;
GL = Graus de liberdade;
MQ = Média dos quadrados;
F = parâmetro de Fischer para o teste de significância dos efeitos;
Resultado = resultado da análise, com indicação se o efeito é significativo ou não;
R
2
mod = coeficiente de determinação do modelo; e
Rmod = coeficiente de correlação do modelo.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
147
A análise estatística evidenciou que o modelo fatorial é significativo, uma vez que o
valor de F
calc.
é maior que o valor de F
tab
e o valor resultante de R
2
mod
foi de 0,72, o que
significa dizer que 72% da variação total dos dados é explicada pelo modelo.
A ANOVA também evidenciou que os efeitos individuais dos fatores teor de
substituição e relação água/aglomerante são estatisticamente significativos a um nível de
confiança de 95%. Isto significa dizer que cada uma dessas variáveis, tomada isoladamente,
exerce influência na resistividade elétrica. Pode-se constatar, por meio de f
calc.,
que a variável
mais influente na resistividade é a relação água/aglomerante, vindo em seguida a variável teor
de substituição.
Com relação às interações duplas, pode-se dizer que os resultados estatísticos
indicaram uma sinergia entre teor de substituição e relação água/aglomerante, apesar do
pequeno valor de F
calc.
comparativamente aos demais.
Aplicando a comparação múltipla de médias, pelo método de Duncan, ao conjunto
global de dados, verificou-se a tendência decrescente da resistividade (da esquerda para a
direita), com cada um dos concretos assumindo uma posição individualizada na disposição dos
grupos, ou seja, cada concreto (com o seu teor de metacaulim e relação a/ag) comporta-se
estatisticamente diferente no tocante à resistividade.
Figura 5.15 – Ordem decrescente de médias e disposição dos grupos definidos pela
comparação múltipla de médias, por meio do teste de Duncan para os valores de resistividade
elétrica.
A seguir estão comentados os efeitos dos dois vários efeitos considerados na
resistividade elétrica, tomados isoladamente.
M4_10% M4_20% M4_30% M5_10% M5_20% M5_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
148
a) Influência do Teor de Metacaulim
Considerando, então, que a variável teor de substituição mostrou-se significativa e,
buscando avaliar especificamente este efeito, realizou-se uma comparação múltipla de médias,
pelo teste de Duncan, com a finalidade de agrupar médias que não diferem significativamente
entre si e separar aquelas que diferem, distinguindo assim os grupos, conforme se apresenta na
Figura 5.16.
Figura 5.16 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos
com seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente.
O teste de Duncan mostrou a existência de três grupos distintos quanto ao teor de
substituição em relação à resistividade. Sob a ótica da estatística, os três teores de metacaulim,
utilizados nos concretos em substituição ao cimento Portland, são diferentes no que se refere à
resistividade do concreto, sendo que o teor de 10% apresentou os maiores valores de
resistividade elétrica. O teor de 20% mostrou valores intermediários e o teor de 30% resultou
nos mais baixos valores de resistividade.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
149
O comentário pertinente para esse resultado é que, certamente, existe um teor ou
uma pequena faixa de teores em que a presença do metacaulim se reflete em valores máximos
de resistividade (teor ótimo), de modo que ao se ultrapassar esse teor ou faixa, a resistividade
diminui. O conceito de teores ótimos para adições minerais incorporados ao concreto é
verdadeiro, uma vez que, seja por ação pozolânica, seja por efeito fíler ou ambos os efeitos,
cada diferente tipo de adição atua também diferente na pasta de cimento. Assim, para cada tipo
específico de adição, haverá sempre uma contribuição ótima da quantidade desse material com
o teor de cimento, na qual a alteração física da pasta será a mais significativa em relação à
propriedade avaliada.
O resultado observado na Figura 5.16 sugere que, dentre os teores de metacaulim
considerados, 10% foi o que significou a maior resistência à transferência de cargas elétricas na
capa superficial do concreto. Provavelmente, nessa situação, houve maior refinamento de poros
e menor interconexão desses poros, o que implica menor permeabilidade (não necessariamente
menor porosidade total).
b) Influência da Relação Água/Aglomerante
A Figura 5.17 exibe as médias globais de resistividade para os concretos com
relação água/aglomerante 0,40 e 0,55 e a Figura 5.18 mostra os valores médios de resistividade
para cada teor de metacaulim em função da relação a/ag.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
150
Figura 5.17 – Valores médios globais de resistividade elétrica para todos os concretos
com seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente.
Figura 5.18 – Valores médios da resistividade elétrica para cada teor de adição em
função da relação a/ag.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
151
A Figura 5.18 exibe um resultado coerente e já esperado, que concretos com maior
relação água/aglomerante obtêm baixos patamares de resistividades elétricas. Sendo a relação
a/ag o principal parâmetro controlador da porosidade do concreto, é de se esperar que a
resistividade seja fortemente influenciada por esse parâmetro, o que vai ao encontro com uma
enorme gama de resultados de pesquisa, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Ao se detalhar as médias por teor de metacaulim, em cada relação a/ag, nota-se a
tendência já comentada da queda de resistividade com o aumento do teor de metacalim.
Contudo, vê-se que os resultados com 10% e 20% de metacaulim estão mais próximos e, de
fato, há uma forte redução da resistividade com 30% (como observado também na Figura 5.17,
todavia ressaltando-se que há diferenças significativas entre os três teores de metacaulim).
5.1.5 Valores Médios e Análise Final dos Valores de Resistividade Elétrica
A Figura 5.19 mostra o valor médio
5.2
de resistividade elétrica para os concretos
estudados.
Figura 5.19 – Valores médios de resistividade elétrica para os concretos estudados.
5.2
Entendendo-se como valores médios de resistividade a média aritmética das medidas efetuadas semanalmente
ao longo de 44 ciclos de imersão, considerando que este valor semanal compreendeu a média de três
determinações de resistividade elétrica.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
152
Analisando a Figura 5.19, pode-se perceber que a sílica ativa, seguida pelo concreto
com adição de 10% de metacaulim, exibe os maiores valores médios de resistividade elétrica.
A partir da análise global dos resultados, pode-se afirmar que os concretos com
adição de sílica ativa mostraram os maiores valores de resistividade elétrica, podendo-se
destacar também os concretos com adição de metacaulim, principalmente no teor de 10% de
substituição ao cimento Portland com bons resultados. Por outro lado, os concretos de
referência exibiram o pior desempenho. Cabe salientar-se que, com 30% de metacaulim, os
resultados de resistividade foram muito similares aos dos concretos de referência, evidenciando
que esse teor de metacaulim não propiciou alterações positivas no concreto quanto à
resistividade elétrica.
Resultados semelhantes aos obtidos nesta pesquisa foram apresentados por Ferreira
(2003), que utilizou três relações água/aglomerante, a saber: 0,40, 0,55 e 0,70, e obteve que os
concretos com sílica ativa também tiveram os melhores resultados, seguidos pelos concretos
com metacaulim.
Resultados obtidos desta pesquisa também concordam com os relatos gerais da
bibliografia, de que a adição de sílica ativa ao concreto promove um acréscimo brusco na
resistividade do concreto, apesar da sílica ativa reduzir a alcalinidade da matriz (NEVILLE,
1995; MONTEMOR et al., 2000; LORENTZ; FRENCH, 1995 apud FERREIRA, 2003).
Assim, Dotto et al. (2004) indicaram que a adição de 6% de sílica ativa aumentou a
resistividade elétrica do concreto em 2,5 vezes e que a adição de 12% de sílica ativa aumentou
em 5 vezes a resistividade, sugerindo que a adição de sílica ativa pode ser eficazmente usada
para a proteção da armadura de aço no concreto contra a corrosão. No presente trabalho, o
acréscimo na resistividade promovido pela sílica ativa foi, em média, 1,60 (para as duas
relações a/ag) em relação ao concreto de referência. Para Sun et al.( 2004), a adição de sílica
ativa ao concreto de alto desempenho, em mistura binária no teor de 10% em substituição
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
153
parcial ao cimento, aumentou a resistividade elétrica do concreto em 25%. Evidentemente que
sendo o concreto de alto desempenho naturalmente muito resistivo, a contribuição da sílica
ativa na resistividade é menor do que em concretos convencionais.
5.2 AVALIAÇÃO DA CORROSÃO DA ARMADURA
A avaliação da corrosão na armadura dos concretos estudados contempla resultados
que dizem respeito à termodinâmica e a cinética do processo corrosivo, além de resultados
sobre a impedância eletroquímica e inspeções visuais na armadura.
5.2.1 Resultados Relacionados à Termodinâmica do Processo Eletroquímico
Os resultados relacionados à termodinâmica do processo eletroquímico de corrosão,
no presente trabalho, compreendem medidas de potencial de corrosão monitoradas com o
tempo de ataque, conforme se discorre a seguir.
5.2.2.1 Monitoramento do Potencial de Corrosão com o Tempo de Ataque
Para a avaliação dos concretos quanto à técnica de potenciais de corrosão, adotou -
se, entre outros, os critérios de probabilidade sugeridos pela ASTM C 876/1991 (ASTM,
2003b), o qual associa os valores de potencial à probabilidade de corrosão com as seguintes
faixas de potenciais (medidas com eletrodo de referência de calomelano saturado - ECS),
conforme a Tabela 5.5.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
154
Tabela 5.4 - Parâmetros de avaliação dos valores de potencial de corrosão, segundo a
ASTM C 876/1991 (ASTM, 2003b).
Potenciais de Corrosão Probabilidade de corrosão (%)
Mais negativo que - 276 > 90
Entre -126 e -276 Incerta
Mais positivo que – 126 < 10
Os resultados das medidas de potenciais de corrosão com o tempo de ataque
(ciclos), para os concretos estudados, estão apresentados, a seguir, nas Figuras 5.20 a 5.32. Os
valores individuais estão mostrados no Anexo B.
a) Influência da Relação Água/Aglomerante
Nas Figuras 5.20 a 5.25, a seguir, apresentam-se os resultados médios
5.3
de
potencial de corrosão em gráficos para cada tipo de concreto, considerando-se as duas relações
água/aglomerante.
Entre o 31
o
e o 39
o
ciclo, conforme informado no item 5.1.1, a sala climatizada,
onde os corpos-de-prova permaneciam durante os ciclos de imersão, apresentou problemas
técnicos e registrou-se baixas umidades relativas do ar (em torno de 20%). Desta forma, os
concretos estiveram mais secos, alterando o seu comportamento quanto ao potencial de
corrosão e a resistividade elétrica no referido período.
5.3
Ressaltando-se as curvas das figuras em questão são médias de 4 determinações individuais (uma determinação
em cada barra de aço do corpo-de-prova). Alguns concretos apresentaram barras com comportamento de potencial
muito diferente das demais barras e, por isso, essas barras foram consideradas como espúrias e, obviamente, não
foram inseridas no cálculo do valor médio.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
155
Figura 5.20 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos de referência (sem adições); medidas em relação ao eletrodo de calomelano saturado
(ECS).
Figura 5.21 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos com adição de sílica ativa; medidas em relação ao eletrodo de calomelano saturado
(ECS).
R4
R5
S4
S5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
156
Figura 5.22 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos com adição de cinza volante; medidas em relação ao eletrodo de calomelano saturado
(ECS).
Figura 5.23 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos com adição de 10% de metacaulim; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS).
V4
V5
M5_10%
M4_10%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
157
Figura 5.24 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos com adição de 20% de metacaulim; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS).
Figura 5.25 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos com adição de 30% de metacaulim; medidas em relação ao eletrodo de calomelano
saturado (ECS).
M5_20%
M4_20%
M5_30%
M4_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
158
Nas figuras anteriores, pode-se notar uma tendência comum de que em presença de
íons cloreto, os valores de potencial de corrosão são mais eletronegativos para relações
água/aglomerante maiores. Em geral, nota-se que há uma ligação entre resistividade elétrica e
os potenciais de corrosão, onde os concretos com maiores resistividades, causada pela
densificação da microestrutura do concreto (menor volume de vazios, poros de pequeno
diâmetro com pouca ou nenhuma interconexão entre eles, zona de transição menos frágil)
exibem potenciais de corrosão mais eletropositivos.
Segundo Ferreira (2003), a presença de íons cloretos na solução dos poros do
concreto reduz sobremaneira sua resistividade, tendendo a tomar valores de potencial de
corrosão mais eletronegativos. Esta tendência parece predominar para os concretos estudados.
Cabe salientar que para três concretos, a saber: M20%, M30% e V esta tendência foi
diferenciada. Para os concretos com 20% de substituição de cimento Portland por metacaulim,
apesar das resistividades terem sido diferentes para as duas relações a/ag (para a relação a/ag
0,40, a resistividade esteve na faixa de baixa probabilidade de corrosão e, para relação a/ag
0,55, a resistividade esteve na faixa de alta probabilidade de corrosão), o potencial de corrosão
manteve-se em um mesmo patamar (da ordem de -75 mV e probabilidade menor que 10% de
ocorrer corrosão), constatando que os dois concretos, no que se refere às características da
interface, ou seja, quanto aos aspectos da passivação, são similares. Raciocínio semelhante
pode ser usado para justificar o comportamento do concreto M30% e V. É interessante observar
que, por hipótese, a menor alcalinidade dos sistemas com adições minerais, que tenderia a
produzir películas de passivação menos densas e consolidadas em comparação àquelas dos
concretos de referência (de maior pH da solução do poro), não se refletiu em potenciais mais
eletronegativos em relação aos potenciais dos sistemas de referência. Nos períodos iniciais de
monitoramento, os potenciais de todos os corpos-de-prova partem de uma mesma ordem de
grandeza de potenciais (de uma faixa entre 0 e -100 mV, em geral), porém os dois únicos casos
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
159
sugestivos de despassivação
5.4
das armaduras se dão, justamente, com os concretos de
referência (despassivação do concreto de relação a/ag 0,40 em torno de 27 ciclos de ataque e do
concreto de relação a/ag 0,55 em torno de 6 ciclos).
Na Figura 5.26, a seguir, apresentam-se os resultados médios de potencial de
corrosão para os concretos com relação água/aglomerante 0,40 e 0,55.
Figura 5.26 – Potenciais de corrosão (valores médios globais) variando com o número
de ciclos de ataque para os concretos com relação a/ag 0,40 e a/ag 0,55, medidas em relação ao
eletrodo de calomelano saturado (ECS).
Nos valores médios de potencial de corrosão da Figura 5.26, onde cada ponto
representa o valor médio de todos os concretos para cada relação a/ag, pode-se notar a
coerência dos resultados expressos no gráfico, onde relações água/aglomerantes maiores
tendem a exibir valores de potencial de corrosão mais eletronegativos, com uma diferença
aproximada de 150 mV entre as duas relações a/ag consideradas.
b) Influência da Adição Mineral
5.4
Nesses sistemas com cloretos, considera-se prudente adotar como critério de despassivação o limite entre as
faixas de incerteza e de alta probabilidade de corrosão, como discutido por Cascudo (1997; 2000).
a/ag 0,40
a/ag 0,55
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
160
As Figuras 5.27 e 5.28 apresentam a influência das adições minerais no potencial
eletroquímico de corrosão (mV). Os valores de potencial de corrosão, expresso nas figuras a
seguir, representam a cada ciclo, a média aritmética de 4 determinações individuais por tipo de
concreto. Eventualmente, concretos com alguma barra de comportamento espúrio, foi excluída
do calculo da média dos potenciais.
Figura 5.27 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
concretos com relação água/aglomerante igual a 0,40; medidas em relação ao eletrodo de
calomelano saturado (ECS).
R4
S4
V5 M4_30%
M4_20%
M4_10%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
161
Figura 5.28 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
concretos com relação água/aglomerante igual a 0,55; medidas em relação ao eletrodo de
calomelano saturado (ECS).
Das figuras anteriores, é nítido o efeito benéfico que as adições minerais propiciam
aos concretos, independente da relação água/aglomerante, promovendo valores de potencial de
corrosão significativamente mais eletropositivos em relação aos concretos de referência. Desta
forma, pode-se perceber que os concretos de referência, comparativamente aos concretos com
adição mineral, exibem uma maior tendência à despassivação das armaduras quando inseridos
em ambientes contendo íons cloreto.
A sílica ativa, ao contrário do que se esperava, não obteve o melhor desempenho
quanto ao potencial de corrosão, apesar de possuir altos valores de resistividades. Cabe destacar
o bom desempenho dos concretos com cinza volante, seguido pelos concretos com adição de
metacaulim nos teores de 20% e 30%, concretos com sílica ativa e concretos com metacaulim
no teor de 10% e, por fim, com o menor desempenho apresentado, os concretos de referência.
Assim, mais uma vez fica evidente a eficácia das adições minerais no que se refere a proteger
física e quimicamente a armadura, mantendo à passivada o maior tempo possível. Conforme
R5
S5
M5_10%
M5_20%
V5
M5_10%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
162
comentado anteriormente, somente os concretos de referência dão evidências inequívocas de
despassivação da armadura ao longo dos 44 ciclos de ataque.
c) Influência da Classe de Resistência
A classe de resistência é uma variável que não foi pré-definida no programa
experimental. Entretanto, com os valores médios de resistência à compressão aos 91 dias de
idade e considerando desvio padrão (Sd) no valor de 4 MPa, classificou-se os concretos quanto
à classe de resistência, segundo a NBR 8953 (ABNT, 1992). Os concretos e suas classes de
resistência estão apresentados no item 4.1, alínea “d”, do Capítulo 4. Desta forma, a Figura 5.29
mostra a influência da classe de resistência no potencial de corrosão dos concretos estudados.
Salienta-se que os valores expressos na Figura 5.29 são médias aritméticas dos resultados de
potencial de corrosão de cada concreto, inclusive concretos de referência, em sua classe
correspondente e, mesmo compreendendo que as médias não representam igualmente famílias
de concretos, ainda sim decidiu-se apresentá-la para evidenciar o comportamento das classes de
resistência quanto ao potencial de corrosão.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
163
Figura 5.29 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
os concretos com adições e sem adições, considerando valores médios das classes ou grupos de
resistência C20, C25, C30, C35 e C40; medidas em relação ao eletrodo de calomelano saturado
(ECS).
Analisando-se a Figura 5.29, nota-se que, para os concretos estudados, mais
importante do que a classe de resistência é a presença das adições minerais interferindo
decisivamente nos valores de potencial de corrosão. Comparando-se o concreto C25, cujo único
representante é o concreto R5, com o concreto C20, que possui somente o representante V5,
pode-se perceber a forte influência da adição mineral em manter valores mais positivos de
potencial de corrosão. Os concretos C40 possuem faixas de potencial onde a probabilidade de
corrosão é menor que 10%, isto se justifica porque nesta classe todos os concretos contêm
adições, além de terem baixa relação a/ag (0,40). Para os concretos C35, pode-se evidenciar
que o concreto de referência interfere na tendência da curva e a mantém na faixa de
probabilidade de corrosão incerta.
C40
C25
C30
C35
C20
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
164
Desta forma, para que análise dos potenciais de corrosão por classe de resistência
fique mais coerente, apresenta-se na Figura 5.30 apenas os valores médios do potencial de
corrosão para os concretos com adições minerais.
Figura 5.30 – Potenciais de corrosão variando com o número de ciclos de ataque para
concretos com adições minerais, considerando valores médios das classes ou grupos de resistência
C20, C25, C30, C35 e C40; medidas em relação ao eletrodo de calomelano saturado (ECS).
A classe de resistência C25 que corresponde ao concreto referência R5 não está
mostrada no gráfico da Figura 5.30, bem como o concreto R4 não foi imputado no cálculo da
classe C35.
Na Figura 5.30, nota-se que, de modo geral, todas as quatro classes de resistência,
com adições, têm comportamento similares, com valores superiores da classe C40, em que
todos os concretos representantes desta classe possuem relação a/ag 0,40. Quando se compara
com os concretos sem adições (C25), percebe-se grande diferença nos resultados, logo a classe
de resistência não é parâmetro suficiente para controle da corrosão sob ataque de cloretos, ou
seja, não se constitui em um bom parâmetro de controle da durabilidade.
C35
C30
C40
C20
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
165
Nota-se também, analisando a Figura 5.30, que há uma semelhança, em termos de
potencial de corrosão, entre concretos de C20 (V5) e C30 (M5_10% e M5_20%). Isto significa
dizer que para a mesma relação a/ag de 0,55, concretos com metacaulim nos teores de 10% e
20% possuem performances próximas a concretos com cinza volante.
d) Discussão de Parâmetros do Comportamento Termodinâmico – Tempo de Iniciação
da Corrosão e Magnitude
5.5
dos Potenciais
Na Tabela 5.6 está indicado o tempo de ataque até a despassivação da armadura,
isto é, o tempo correspondente à fase de iniciação da corrosão de acordo com o diagrama de
Tuutti (1982 apud CASCUDO, 1997). Para tanto, adotou-se que a armadura estaria
despassivada quando os valores de potenciais de corrosão passem a valores mais
eletronegativos que -276 mV, pelo menos, três medidas consecutivas (devido à variabilidade do
ensaio), o que corresponde à região de probabilidade de corrosão superior a 90% (conforme
comentado anteriormente).
5.5
Definindo-se aqui, magnitude, como sendo o valor médio de potencial de corrosão mais eletronegativo ao longo
dos 44 ciclos para cada concreto.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
166
Tabela 5.5 - Tempo de ataque até a despassivação da armadura, caracterizada pelo
potencial de corrosão mais eletronegativo que -276 mV.
Na Tabela 5.6, pode-se perceber, de uma forma geral, a interveniência das adições
minerais no comportamento dos potenciais de corrosão com o tempo de ataque, onde a
presença das adições minerais, independente do tipo e teor, promove um aumento no tempo de
iniciação de corrosão. Este resultado é bastante significativo, pois, apesar de se tratar de ensaio
acelerado, sempre que se reporta a períodos de tempo até a despassivação, está em discussão à
vida útil dos elementos ou estruturas de concreto. No presente trabalho, muito embora não se
possa empregar diretamente os períodos de iniciação (em cada caso) para se avaliar a vida útil,
já que, como dito anteriormente, o ensaio de indução da corrosão por cloretos foi um
procedimento acelerado, contudo é imediata a percepção de que concretos de mesma relação
Tempo de ataque
até a despassivação
Tipo de concreto
Teor de
adição
(%)
a/ag
(dias) ciclos
0,40 196 28
Referência (R) 0
0,55 49 7
0,40 N* N*
Silica ativa (S) 10
0,55 217** 31**
0,33 N* N*
0,40 N* N*
Cinza Volante (V) 25
0,55 N* N*
0,40 N* N*
10%
0,55 N* N*
0,40 N* N*
20%
0,55 N* N*
0,40 N* N*
Metacaulim (M)
30%
0,55 N* N*
N* - Não apresentaram indícios de despassivação de armaduras.
** - Muito embora, este concreto obedeça ao critério adotado para
definir a despassivação das armaduras e esteja na faixa de incerteza
quanto à probabilidade de corrosão; os aspectos cinéticos, além do
exame visual das barras após a abertura dos corpos-de-prova poderão
confirmar se armadura realmente se apresenta despassivada.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
167
a/ag e de mesma resistência, mas que não empreguem adições minerais em sua composição,
terão certamente menor vida útil de projeto
5.6
A Tabela 5.7 mostra a magnitude dos potenciais de corrosão para os concretos
estudados e, na Figura 5.31, apresentam-se estes resultados graficamente.
Tabela 5.7 – Magnitude do potencial de corrosão ao longo dos 44 ciclos de imersão em
solução agressiva contendo cloretos.
Tipo de concreto
Teor de
adição
(%)
a/ag
Magnitude do
potencial de
corrosão (mV)
0,40 -311
Referência (R) 0
0,55 -548
0,40 -172
Silica ativa (S) 10
0,55 -291
0,40 -68
Cinza Volante (V) 25
0,55 -148
0,40 -99
Metacaulim (M10) 10
0,55 -256
0,40 -92
Metacaulim (M20) 20
0,55 -146
0,40 -145
Metacaulim (M30) 30
0,55 -198
Figura 5.31 – Magnitude dos valores médios de potencial de corrosão dos concretos
estudados
.
5.6
Considerando, conceitualmente, vida útil de projeto como o período de tempo desde a execução do elemento
estrutural até o momento em que a armadura, parcialmente ou totalmente, perde a sua passivação natural.
R4
S4
V4
M4
10%
M4
20%
M4
30%
R5
S5
V5
M5
10%
M5
20%
M5
30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
168
Por meio da Tabela 5.7 e da Figura 5.31, pode-se perceber a eficácia das adições
minerais na proteção da armadura. Dentre o tipo de concreto, o concreto referência obteve o
pior desempenho e, dentre os tipos de concretos com adições minerais, destaque negativo cabe
ao concreto com sílica ativa e de relação a/ag 0,55 que obteve o pior comportamento. Todavia,
apesar de se registrar na tabela a despassivação para este concreto, há incerteza em relação a tal
fato, em virtude da curva permanecer apenas um pouco mais negativa que – 276 mV (ECS) e,
ao final do período de ataque, ela recuperou-se para potenciais mais positivos.
e) Análise Estatística dos Resultados de Potencial de Corrosão
Com os resultados médios de potencial de corrosão para cada tipo de concreto ao
longo dos 44 ciclos de imersão, realizou-se análise estatística (ANOVA), contemplando uma
análise global do experimento abrangendo concretos de referência, com sílica ativa, com cinza
volante e com metacaulim no teor de 10% de substituição ao cimento.
O modelo estatístico referente ao estudo do teor ideal de metacaulim em relação ao
potencial de corrosão não resultou significativo, tendo obtido um coeficiente de determinação
do modelo (R
2
) muito baixo, igual a 0,17. Isto significa que o modelo adotado não representa
adequadamente a variação dos dados obtidos. Por esta razão, não se apresentará neste caso, a
análise estatística.
Os resultados da análise estatística de variância (ANOVA) dos valores de potencial
de corrosão estão apresentados na Tabela 5.8.
A análise estatística mostrou que o modelo fatorial é significativo, uma vez que o
valor de F
calc.
é maior que o valor de F
tab
e o valor resultante de R
2
mod
foi de 0,75, ou seja, 75%
da variação total dos dados é explicada pelo modelo.
A análise de variâncias também mostrou que os efeitos individuais dos fatores tipo
de concreto e relação água/aglomerante são estatisticamente significativos a um nível de
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
169
confiança de 95%. Isto significa dizer que cada uma dessas variáveis, tomada isoladamente,
exerce influência no potencial de corrosão e, da mesma forma, com base nos valores de F
calc.
,
pode-se constatar que a variável que mais interfere no potencial de corrosão é a relação
água/aglomerante, vindo em seguida a variável tipo de concreto. Este comportamento foi
similar para a análise estatística dos dados de resistividade elétrica.
Tabela 5.7 - Resultados da análise de variância (ANOVA) realizada com dados de potencial de
corrosão, para os fatores ou variáveis independentes consideradas no modelo estatístico.
Efeito SQ GL MQ F
calc.
F
tab.
Resultado
Modelo 4917324,63 7 702474,95 148,56
2,04
significativo
Erro (resíduo) 1626573,48 344 4728,41 -- -- --
Total 6543898,10 351 -- -- -- --
Tipo de concreto 3029987,55 3 1009995,85 213,60 2,63 significativo
Relação a/ag 1455909,45 1 1455909,45 307,91 3,87 significativo
Tipo de concreto x relação a/ag 452573,48 3 150857,83 31,905 2,63 significativo
Erro (resíduo) 1626573,48 344 4728,41 -- -- --
R
2
mod
= 0,75
R
mod
= 0,87
Onde:

SQ = Soma dos quadrados;
GL = Graus de liberdade;
MQ = Média dos quadrados;
F = parâmetro de Fischer para o teste de significância dos efeitos;
Resultado = resultado da análise, com indicação se o efeito é significativo ou não;
R
2
mod = coeficiente de determinação do modelo e
Rmod = coeficiente de correlação do modelo.
A interação dupla do tipo de concreto e relação água/aglomerante também foi
significativa, indicando que há uma sinergia entre esses fatores, ou seja, a influência que cada
fator (variável), individualmente, exerce sobre o potencial de corrosão depende do outro fator e
vice-versa.
Após a análise de variância ter mostrado que as duas variáveis independentes
(relação a/ag e tipo de concreto) exercem influência significativa nos valores de potencial de
corrosão, assim como a interação dessas variáveis, realizou-se uma comparação múltipla de
médias com todos os concretos considerados na ANOVA (considerando ao mesmo tempo as
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
170
duas variáveis principais do experimento, anteriormente citadas) . Essa comparação de médias
realizada pelo método de Duncan, cujos agrupamentos em ordem decrescente de médias (no
sentido da maior eletronegatividade, da esquerda para a direita) são mostrados a seguir.
Figura 5.32 – Ordem decrescente de médias e disposição dos grupos definidos pela
comparação múltipla de médias, por meio do teste de Duncan para os valores médios de potencial
de corrosão.
Vê-se, da figura anterior, que os resultados mais positivos de potenciais foram os
dos concretos de relação a/ag 0,40 compostos com cinza volante e com metacaulim (10%). Em
seguida, aparecem os concretos de cinza volante (relação a/ag 0,55) e sílica ativa (relação a/ag
0,40). Um terceiro grupo contempla os concretos de referência de relação a/ag 0,40, bem como
os de sílica ativa e de metacaulim (10%), de relação a/ag 0,55. Por fim, com os potenciais de
corrosão significativamente mais negativos dentre todos, tem-se o concreto de referência de
relação a/ag 0,55.
A seguir, são comentados, individualmente, os efeitos da relação água/aglomerante
e da adição mineral nos resultados medidos de potencial de corrosão.
Influência da Relação Água/Aglomerante
Na figura 5.33 são mostrados as médias globais dos potenciais de corrosão, para
cada relação a/ag, sendo expressos também o intervalo de confiança (para um nível de
confiança de 95%) e o desvio padrão da média, dados esses extraídos da ANOVA. As linhas
tracejadas denotam a separação das médias em dois grupos distintos estatisticamente, uma vez
V4M4 V5S4 R4S5M5 R5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
171
que o fator “relação a/c” mostrou-se significativo em relação à sua influência nos potenciais de
corrosão (como visto na Tabela 6.5, a partir da análise de variâncias).
Figura 5.33 – Estimativa da média global dos valores de potencial de corrosão, com
seu erro padrão e desvio padrão. A linha tracejada vertical indica os grupos que se diferem
significativamente.
Da Figura 5.33, é importante observar que a relação a/ag 0,40 apresenta valor
médio de potencial de corrosão mais eletropositivo, bem como menor desvio padrão, enquanto
a relação a/ag 0,55 comporta-se de forma exatamente oposta, apresentando valor médio de
potencial de corrosão mais eletronegativo, com maior desvio padrão. Esse comportamento já
era esperado e concorda com a literatura de que altas relações a/ag comparativamente a
relações a/ag mais baixas, propiciam concretos com maior porosidade e permeabilidade,
permitindo mais facilmente a entrada de cloretos, o que torna os potenciais de corrosão mais
eletronegativos, tanto pela redução da resistividade do concreto, quanto pela ruptura da película
passivadora que protege o aço (que no trabalho em questão só ficou notoriamente evidente para
os concretos de referência).
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
172
Na Figura 5.34, pode-se notar a tendência de comportamento dos potenciais de
corrosão por tipo de concreto e por relação a/ag.
Figura 5.34 – Valores médios de potencial de corrosão para cada tipo de concreto em
função da relação a/ag.
Pode-se notar, na Figura 5.34, uma tendência geral de potenciais de corrosão mais
positivos associadas à relação a/ag mais baixas. Este efeito é bastante mais pronunciado para os
sistemas de referência e mais brando para os concretos com adições. Dentre as adições, a cinza
volante, representou os resultados mais favoráveis em relação aos potenciais de corrosão.
Influência das Adições Minerais
Na Figura 5.35 são mostrados os valores médios de potencial de corrosão para cada
tipo de concreto (adição), com o seu intervalo de confiança (95%) e seus respectivos desvios -
padrões. As linhas tracejadas verticais definem os grupos que diferem significativamente.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
173
Figura 5.35 – Valores médios globais de potencial de corrosão para todos os concretos
com seus intervalos de confiança de 95% e seus desvios padrões. A linha tracejada vertical define
os grupos que diferem significativamente.
Com base na Figura 5.35, pode-se destacar que o concreto sem adições (R) possui
um comportamento diferenciado dos demais concretos com adições, exibindo valores mais
eletronegativos de potencial de corrosão, além de apresentar grande desvio padrão. Sob o ponto
de vista estatístico, os concretos com adições minerais diferem significativamente entre si,
embora, sob ponto de vista engenharia, eles apresentem valores próximos. Dentre os concretos
com adições minerais, a cinza volante mostra melhor resultado por expressar menor desvio
padrão, bem como por apresentar a média global dos potenciais mais eletropositivos.
Com relação à cinza volante, Ha et al. (2007) concluiu que apesar da cinza volante
reduzir os valores de pH do concreto, a substituição de 30% de cimento Portland melhora as
propriedades de permeabilidade e retarda o tempo de para iniciar a corrosão.
f) Análise Final do Comportamento dos Potenciais de Corrosão das Armaduras
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
174
Destaca-se a importância de se produzir concretos com baixas relações a/ag a fim
de se reduzir a penetração de água e a porosidade dos concretos e, desta forma, evitar a entrada
de agentes agressivos, tais como cloretos. Do mesmo modo, fica nítida a importância de se
utilizar adições minerais em concretos sujeitos a ambientes contaminados por íons cloreto.
Assim, com base na análise estatística global dos resultados de potencial de corrosão, no
período para despassivação das armaduras e na magnitude dos potenciais de corrosão medidos,
pode-se afirmar que, dentre as adições minerais, destaque cabe ao concreto com cinza volante,
que apresentou o melhor desempenho, seguido pelo concreto com adição de metacaulim no teor
de 10% e, por fim, pelo concreto com adição de sílica ativa. Apesar dessas diferenças
estatísticas (calcadas na análise da ordem de grandeza dos valores de potencial), em termos
práticos não se identificou grandes diferenças de desempenho entre os concretos com adições,
haja vista que todos eles não permitiram a despassivação das armaduras neles embutidas
durante todo o período de ataque (à exceção do concreto com sílica ativa e relação a/ag 0,55,
que gerou incerteza quanto a essa questão).
5.2.2 Resultados Relacionados à Cinética do Processo Eletroquímico
Os resultados que possibilitam a avaliação da cinética do processo de corrosão
referem-se aos dados de resistência de polarização e dados de velocidade de corrosão
eletroquiímica. Cabe salientar-se que a taxa de corrosão eletroquímica foi obtida por meio da
equação de Stern-Geary (equação 3.3, item 3.3.2, Capítulo 3), onde para valores de potencial de
corrosão mais positivos que -276 mV (ECS), adotou-se para a constante de Stern - Geary,
52 mV, e para valores mais negativos que -276 mV, adotou-se 26 mV, a partir dos estudos de
Song (2000), Cascudo (1997) e Kouril et al. (2006). Assim, no subitem a seguir (6.2.1.1), estão
apresentados os dados de resistência de polarização, juntamente com os dados de taxa de
corrosão eletroquímica.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
175
5.2.2.1 Resistência de Polarização e Taxa de Corrosão Eletroquímica
Nas Figuras 5.36 a 5.53 estão apresentadas a resistência de polarização média
5.7
e a
taxa de corrosão eletroquímica dos concretos estudados em função do tempo de ataque (número
de ciclos). Para avaliação dos concretos quanto à taxa de corrosão eletroquímica, adotaram-se
os critérios sugeridos por Alonso e Andrade (1990 apud CASCUDO, 1997), os quais associam
taxas ou velocidades do fenômeno eletroquímico à intensidade da corrosão, conforme a Tabela
5.9.
Tabela 5.8 – Critérios de avaliação da velocidade de corrosão, segundo Alonso e
Andrade (1990 apud CASCUDO, 1997).
Taxa de corrosão (μA/cm
2
)
Graus de Corrosão
0,1 a 0,2 Desprezível
> 0,2 Inicio de corrosão ativa
1,0 Ataque importante, mas não severo
> 10,0 Ataque muito importante
a) Influência da Relação Água/Aglomerante
Nas Figuras 5.36 a 5.46, a seguir, estão apresentadas as curvas médias de
resistência de polarização e de taxa de corrosão, ambas em função da quantidade de ciclos de
ataque, organizadas por relação a/ag. Cada um dos diferentes sistemas contendo adições
minerais avaliados separadamente nesta alínea, uma vez que (para cada caso) o objetivo neste
momento é a análise da influência da variável relação a/ag.
5.7
Entendo-se que a Rp média foi definida como a média aritmética de 4 determinações individuais por concreto a
cada ciclo.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
176
Figura 5.36 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos de referência.
Figura 5.37 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos de referência.
R5
R4
R4
R5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
177
Analisando a Figura 5.36, pode-se observar uma coerência entre os resultados de
resistência de polarização e potencial de corrosão. Por volta do sexto ciclo de imersão, o
concreto R5 apresentou potenciais de corrosão mais eletronegativos (com faixa de
probabilidade de corrosão maior que 90%); em paralelo, verifica-se uma queda brusca dos
valores de resistência de polarização, que, em decorrência, denota, a partir do sexto ciclo,
crescimentos expressivos na taxa de corrosão eletroquímica. A despassivação das armaduras
para o concreto R4 ocorreu próximo ao ciclo de número 27 e, da mesma forma, houve um
decréscimo significativo dos valores de Rp próximo a esta idade. Assim, fica evidente o efeito
da relação a/ag na magnitude dos valores de Rp e no tempo decorrido até a despassivação. Isto
é fruto da alteração do sistema de poros em virtude da variação da relação a/ag, conforme já
comentado anteriormente.
Nas Figuras 5.39 e 5.39, pode-se notar a influência da relação a/ag na resistência de
polarização e na taxa de corrosão em concretos com adição de sílica ativa.
Figura 5.38 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com sílica ativa.
S4
S5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
178
Figura 5.39 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com sílica ativa.
Observando as Figuras 5.38, pode-se notar que as curvas seguem relativamente
próximas até o 27
o
ciclo, quando então se separam, passando o concreto S4 a apresentar valores
de Rp mais altos. Por volta do 35
o
ciclo, percebe-se uma tendência de queda nos valores de Rp
para o concreto S5, o que poderia ser sugestivo de despassivação da armadura. Contudo, há
incertezas quanto à efetiva ocorrência desse fato, já que ele não ficou evidente na análise dos
potenciais de corrosão e tampouco se observa tal tendência quando são projetadas as
velocidades de corrosão estimadas eletroquimicamente (Figura 5.39). Na Figura 5.39, as curvas
dos dois concretos seguem muito próximas ao longo dos vários ciclos executados,
permanecendo praticamente todo o período na faixa da taxa de corrosão desprezível, segundo
os critérios de Alonso e Andrade (1990 apud CASCUDO, 1997).
Na Figura 5.40 e 5.41 é mostrada a resistência de polarização e taxa de corrosão em
concretos com adição de cinza volante.
S5
S4
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
179
Figura 5.40 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com cinza volante.
Figura 5.41 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com cinza volante.
V5
V4
V5
V4
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
180
Os comportamentos evidenciados nas figuras anteriores se afastam da expectativa
geral de comportamento com base na relação a/ag. Embora não tenham sido observadas claras
evidências de despassivação da armadura para os dois concretos considerados, o que os tornam
similares em termos de desempenho frente à corrosão, houve, todavia, uma inversão inesperada
de comportamento das curvas. Isto pode ter ocorrido em função de vários fatores, tais como:
defeitos nos corpos-de-prova, falhas (macrodefeitos ou vazios) no concreto, imperfeições na
película de passivação, etc. Contudo, não ocorreu no trabalho suficiente controle e
rastreabilidade para identificar as prováveis causas desse resultado.
As Figuras 5.42 a 5.46 mostram a resistência de polarização e a taxa de corrosão
eletroquímica (em função dos ciclos) para os concretos com adição de 10%, 20% e 30% de
metacaulim em substituição ao cimento Portland, em massa.
Figura 5.42 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com metacaulim no teor de 10% de substituição.
M4_10%
M5_10%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
181
Figura 5.43 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com metacaulim no teor de 10% de substituição.
Figura 5.44 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com metacaulim no teor de 20% de substituição.
M5_10%
M4_10%
M4_20%
M5_20%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
182
Figura 5.45 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com metacaulim no teor de 20% de substituição.
Figura 5.46 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com metacaulim no teor de 30% de substituição.
M4_20%
M5_20%
M4_30%
M5_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
183
Figura 5.47 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com metacaulim no teor de 30% de substituição.
Pode-se notar nos concretos com adição de 10% e 20% de metacaulim um ligeiro
acréscimo nos valores de Rp ao longo dos ciclos. Acredita-se que isto seja atribuído ao fato do
potenciostato, por alguma razão, não ter conseguido compensar corretamente a queda ôhmica,
tomando medidas aparentes. Assim, o equipamento teria mensurado a Rp, que é um parâmetro
da interface (associado à transferência de carga elétrica) mais a resistência ôhmica relativa à
camada do concreto, tendendo assim a majorar o valor real de Rp (apenas da interface
aço/concreto) e provocando erros na estimativa da taxa de corrosão da armadura. Talvez tenha
havido associação desse fato com um comportamento interessante observado nos concretos
com 20% e 30% de metacaulim, qual seja, até o 19
o
ciclo, aproximadamente, o valor médio de
Rp é superior para a relação a/ag 0,55 em comparação à relação a/ag 0,40. Após esse período
inicial, as curvas se invertem e mostram comportamentos que se enquadram melhor na
expectativa prévia que se tem desses resultados. Isto porque, concretos de relação a/ag 0,40 têm
M5_30%
M4_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
184
maior consumo de cimento (em tese, maior alcalinidade), o que sugere uma película de
passivação da armadura mais bem formada e, portanto, um valor mais alto de Rp. Além do
mais, sendo os concretos de relação a/ag 0,40 mais densos e compactos do que os de relação
a/ag 0,55, haveria para aqueles maior garantia de manutenção da estabilidade da película de
passivação, refletindo-se em valores relativamente mais altos de Rp, por maior período de
tempo (CASCUDO, 2000).
A partir de informações de Cascudo (1997), tem-se que a queda ôhmica é uma
queda de potencial provocada pela alta resistividade elétrica do concreto, sendo função tanto da
corrente quanto da forma geométrica e distância entre os eletrodos de trabalho e de referência.
O referido autor comenta que a qualidade do concreto tem um papel importante nessa questão,
porque concretos com baixa relação a/ag e com adições minerais têm altas resistividades
elétricas.
Cabe ressaltar-se que a queda ôhmica efetuada pelo potenciostato utilizado
consistia de “rápidas” impedâncias para se mensurar a resistência ôhmica da camada de
concreto e, assim, detectar o valor da queda ôhmica a cada ponto da curva de voltametria. Com
isto, o valor de Rp era corrigido mediante a subtração algébrica do valor inicialmente medido
pela parcela resistiva do concreto (referente à queda ôhmica).
b) Influência da Adição Mineral
Nas Figuras 5.48 a 5.50, pode-se perceber a influência do tipo de adição mineral na
resistência de polarização e na taxa de corrosão estimada eletroquimicamente.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
185
Figura 5.48 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com relação água/aglomerante 0,40.
Figura 5.49 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com relação água/aglomerante 0,40.
M4_10%
M4_20%
M4_30%
S4
R4
V4
R4
M4_10%
V4
M4
20%
M4_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
186
Provavelmente devido à maior alcalinidade do concreto que possibilita a formação
de uma película de passivação bem formada e densa (CASCUDO, 2000), o concreto R4 exibiu
inicialmente o maior valor de Rp. Porém ao longo dos ciclos, o concreto referência
comparativamente aos concretos com adições, tornou-se mais susceptível à ação dos íons
cloretos, apresentando queda acentuada nos valores de Rp e expressivas taxas de corrosão.
Dentre os concretos com adições minerais, destacam-se os concretos com 10% e
20% de metacaulim, assim como o concreto de sílica ativa, como os que resultaram em valores
de Rp mais altos (e Icorr mais baixos) durante a maior parte do período de ataque. O concreto
de cinza volante se manteve praticamente com os mesmos valores de Rp do início ao fim do
período de ataque.
A seguir, nas Figuras 5.50 e 5.51, têm-se os gráficos de Rp e Icorr para os concretos
de relação a/ag 0,55.
Figura 5.50 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com relação água/aglomerante 0,55.
R5
M5_30%
M5_20%
V5
M5_10%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
187
Figura 5.51 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com relação água/aglomerante 0,55.
O concreto R5 mostra-se extremamente susceptível ao ataque por íons cloretos,
evidenciado pela queda expressiva nos valores de Rp logo no início dos ciclos, evidenciado
também na técnica de potencial de corrosão pela despassivação da armadura (visto no item
5.2.2.1, alínea “c”) e, em conseqüência, pelas altas taxas de corrosão eletroquímica.
Os demais concretos com adições mantiveram-se em um mesmo patamar de Rp e
com taxas de corrosão desprezíveis, evidenciado também nos potenciais de corrosão destes
concretos que se mantiveram em faixas de potencial com probabilidade de corrosão menor que
10% e nenhuma ou insignificante dissolução do aço, caracterizando cenário de passividade da
armadura. Dentro da variação dos concretos com adições, percebe-se melhor desempenho dos
concretos com metacaulim, nos teores de 10% e de 20%, que exibiram, comparativamente, os
mais elevados valores de Rp.
R5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
188
c) Influência da Classe de Resistência
Apesar da variável classe de resistência não ter sido pré-definida no programa
experimental e sim calculada após a obtenção dos valores médios de resistência à compressão,
ainda sim optou-se por expressar as várias classes de resistência obtidas na presente dissertação
em relação à resistência de polarização e à taxa de corrosão. Lembrando que nas Figuras 5.52 e
5.55 estão apresentados os valores médios dos concretos em seus respectivos grupos de
resistência, tanto para concretos de referência quanto para concretos com adições.
Figura 5.52 – Resistência de polarização (RP) variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com classe de resistência C20, C25, C30, C35 e C40, incluindo os concretos
de referência.
Na Figura 5.52, pode-se perceber que a classe de resistência C25, representada pelo
concreto R5, definitivamente mostra pouca ou nenhuma proteção física quanto à entrada de
íons cloreto. Enquanto a classe C20, representada pelo concreto V5, apesar da menor classe de
resistência, mostra-se como um concreto com melhores características de porosidade e
C25
C35
C40
C30
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
189
permeabilidade. Esse resultado reforça o que foi comentado anteriormente quando da avaliação
da resistividade e dos potenciais de corrosão (itens 5.1.3 e 5.2.2.1, alínea “c”), de que a
resistência à compressão não se constitui fator preponderante de controle da corrosão por
cloretos (ou de durabilidade, de modo geral). Um fator como a presença de adições minerais se
mostrou muito significativo quanto a esse aspecto, independente da classe de resistência.
Figura 5.53 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com classe de resistência C20, C25, C30, C35 e C40, incluindo os concretos
de referência.
Para se poder proceder uma análise mais coerente, excluiu-se, na comparação das
classes de resistência, os concretos de referência, como se vê nas Figuras 5.51 e 5.54. Ao
proceder dessa forma, pode-se observar que entre C20 e C40 os resultados “caminharam”
próximos. A estimativa das taxas de corrosão remete a uma situação de passivação durante todo
o período de ataque.
C25
C35
C30
C40
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
190
Contudo, sabe-se, pelo controle das variáveis, que tal quadro de comportamento foi
muito mais influenciado pelas adições (alterando a estrutura interna dos concretos) do que pela
classe de resistência em si. Para se ter uma conclusão mais precisa sobre o efeito da classe de
resistência sobre os parâmetros de corrosão em questão, a concepção de um futuro experimento
seria necessária, desta feita considerando essa variável (classe de resistência) como uma
variável principal da pesquisa. Dessa forma, questões como o tamanho da amostra (número de
repetições para cada situação individual), os tipos de concreto (com e sem adições) e a faixa de
variação de resistência, entre outros, deveriam ser criteriosamente levados em conta na
pesquisa.
Figura 5.54 – Resistência de polarização (Rp) variando com o tempo de ataque (ciclos)
para concretos com classe de resistência C20, C30, C35 e C40, somente considerando os concretos
com adições (sem referência).
C30
C40
C20
C35
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
191
Figura 5.55 – Taxa de corrosão eletroquímica variando com o tempo de ataque
(ciclos) para concretos com classe de resistência C20, C30, C35 e C40, incluindo somente
concretos com adições (sem referência).
d) Valores Médios e Análise Final de Rp
A Tabela 5.10 mostra o valor médio total dos valores de resistência de polarização
(Rp) durante o tempo de ataque para todos os concretos estudados e a Figura 5.53 apresenta
esses resultados graficamente.
C35
C40
C30
C20
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
192
Tabela 5.9 – Valores médios de resistência de polarização durante o tempo de ataque
para os concretos estudados.
Tipo de concreto
Teor de adição
(%)
a/ag
Valores médios de
Rp (kohm.cm
2
)
0,40 494
Referência (R) 0
0,55 63
0,40 710
Silica ativa (S) 10
0,55 543
0,40 388
Cinza Volante (V) 25
0,55 709
0,40 992
Metacaulim 10%
0,55 770
0,40 1049
Metacaulim 20%
0,55 935
0,40 487
Metacaulim 30%
0,55 485
Figura 5.56 – Valores médios expressos graficamente de resistência de polarização
para os concretos.
Por meio da Tabela 5.10 e da Figura 5.56, pode-se perceber o efeito das adições
minerais, principalmente em concretos com maiores relações a/ag, no que tange aos patamares
característicos dos valores de resistência de polarização. Fica claro que os sistemas com 10% e
20% de metacaulim representam os concretos com os mais altos valores de Rp, vindo, em
R4
S4
V4
M4
10%
M4
20%
M4
30%
R5
S5
V5
M5
10%
M5
20%
M5
30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
193
seqüência, os concretos com sílica ativa e os concretos com cinza volante. Há uma queda
significativa na ordem de grandeza de Rp para os concretos de metacaulim 30% em relação aos
outros dois teores. Nota-se também que para o concreto de referência, a alteração da relação
a/ag de 0,40 para 0,55 implicou numa redução de 87% no valor médio de resistência de
polarização, denotando o quanto este último sistema se mostra susceptível ao ataque das
armaduras por íons cloreto.
5.2.2.2 Impedância Eletroquímica
Os resultados de impedância são apresentados a seguir, sendo expressos por um
plano complexo (real-imaginário) de coordenadas cartesianas, denominado de diagrama de
Nyquist, no qual se tem nas abscissas a parte real, ligada a termos resistivos da impedância, e
nas ordenadas a parte imaginária, associada a termos capacitivos ou indutivos da impedância.
O circuito equivalente, sugerido por John et al. (1983) e Dawson et al. (1990) apud
Cascudo (2000), proposto para modelar a interface aço-concreto, será adotado na presente
pesquisa e, na Figura 5.57, pode-se observar a associação dos elementos deste circuito com as
partes do concreto e interface, acompanhado do diagrama de Nyquist correspondente.
Ressaltando-se que faixa de freqüência adotada foi de 100 kHz a 10 mHz, conforme comentado
no item 4.6.3.3, alínea “c”, do Capítulo 4,
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
194
Figura 5.57 – Circuito equivalente proposto para o caso do concreto armado:
associação dos elementos do circuito com as partes do concreto e interface e diagrama de Nyquist
correspondente (JOHN et al., 1983 apud CASCUDO, 2000).
Nas Figuras 5.58 a 5.74 estão apresentados os resultados de impedância dos
concretos estudados referentes aos seguintes tempos de ataque: antes do início do ataque, 154
dias e 308 após o início do ataque por íons cloreto.
a) Influência da Relação Água/Aglomerante
Figura 5.58 - Diagramas de Nyquist dos concretos de referência e relação a/ag 0,40 e
0,55, com as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências
de 100 kHz a 10 mHz.
R4
R5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
195
Figura 5.59 - Diagramas de Nyquist dos concretos de referência e relação a/ag 0,40 e
0,55, com as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências
de 100 kHz a 10 mHz: (a) concretos R4 e R5 (b) imagem ampliada para o concreto R5 (c) imagem
ampliada para o concreto R4.
Figura 5.60 - Diagramas de Nyquist dos concretos de referência e relação a/ag 0,40 e
0,55, com as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências
de 100 kHz a 10 mHz: (a) concretos R4 e R5 (b) imagem ampliada para o concreto R5 (c) imagem
ampliada para o concreto R4.
a) b) c)
R5 R4
a) b) c)
R5
R4
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
196
Figura 5.61 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de sílica ativa e relação
a/ag 0,40 e 0,55, com as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz.
Figura 5.62 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de sílica ativa e relação
a/ag 0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz.
S5
S4
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
197
Figura 5.63 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de sílica ativa e relação
a/ag 0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com
freqüências de 100 kHz a 10 mHz.
Figura 5.64 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de cinza volante e
relação a/ag 0,40 e 0,55, com as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por
cloretos, com freqüências de 100 kHz a 10 mHz: (a) concretos V5 e V4 (b) imagem ampliada para
os referidos concretos.
V5 V4
a)
b)
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
198
Figura 5.65 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de cinza volante e
relação a/ag 0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos,
com freqüências de 100 kHz a 10 mHz.
Figura 5.66 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de cinza volante e
relação a/ag 0,40 e 0,55, com as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos,
com freqüências de 100 kHz a 10 mHz.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
199
Figura 5.67 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 10% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz: (a) concretos M4_10% e M5_10% (b) imagem ampliada para os referidos
concretos.
Figura 5.68 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 10% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz
a 10 mHz: (a) concretos M4_10% e M5_10% (b) imagem ampliada para os referidos concretos.
M5_10%
M4_10%
a)
b)
M5_10%
M4_10%
a)
b)
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
200
Figura 5.69 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 10% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz
a 10 mHz: (a) concretos M4_10% e M5_10% (b) imagem ampliada para os referidos concretos.
Figura 5.70 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 20% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz.
M5_20%
M4_20%
M5_10%
M4_10%
a)
b)
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
201
Figura 5.71 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 20% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz
a 10 mHz.
Figura 5.72 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 20% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz
a 10 mHz.
M5_20%
M4_20%
M5_20%
M4_20%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
202
Figura 5.73 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 30% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100
kHz a 10 mHz
.
Figura 5.74 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 30% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz
a 10 mHz
.
M4_30%
M5_30%
M4_30%
M5_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
203
Figura 5.75 - Diagramas de Nyquist dos concretos com adição de metacaulim em
substituição parcial ao cimento Portland em massa no teor de 30% e relação a/ag 0,40 e 0,55, com
as medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 80 kHz a
10 mHz.
Das figuras anteriores, observa-se que o concreto R5 exibe maior impedância
provavelmente por estar mais seco no momento da medida (antes do início dos ciclos), o que
denota maior resistividade, isto é, maior resistência ôhmica em relação ao concreto R4.
Possivelmente, os dois concretos, a saber, R4 e R5, estão passivos, muito embora, a avaliação
gráfica não dê muitos subsídios para está análise.
Pode-se perceber uma queda acentuada nos valores de impedância do concreto R5,
com indicação de atividade corrosiva e, portanto, caracterizando despassivação da armadura
para esse concreto. A mudança abrupta nos dados de impedância pode dar informações sobre a
morfologia do ataque, sugerindo eventual ataque localizado pela ação de cloretos
(CASCUDO, 1997). Todavia, como o monitoramento da impedância no presente caso não se
deu com freqüência elevada (quanto ao número de medidas ao longo do tempo), não se pode
inferir sobre esta questão neste trabalho.
M4_30%
M5_30%
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
204
Na idade de 154 dias de ataque, o concreto R4 apresentou maior impedância no
campo imaginário, muito embora no campo real a impedância tenha sido muito reduzida, dando
forte indicação de que também para esse concreto houve despassivação da armadura. A
ocorrência da extrapolação da reta acentuada a 45
o
equivale dizer que nessa idade, a corrosão
foi controlada principalmente por difusão do oxigênio. De fato, este comportamento é
justificado pelo fato dos corpos-de-prova estarem imersos em solução e, mesmo apenas com
1/3 de sua altura (a do corpo-de-prova) em contato com a solução agressiva, mostrou-se
continuamente com alto grau de umidade. A solução em contato com a base do corpo-de-prova
rapidamente ascendia por capilaridade e, nesta condição, a difusão do oxigênio é lenta e o
processo eletroquímico passa a ser controlado pela reação catódica de redução de O
2
(CASCUDO, 2000)
.
Para os demais concretos com adições, nota-se em geral que não houve alteração
significativa dos dados de impedância com o tempo de ataque, o que expressa não ter havido
alteração da interface aço/concreto e, portanto, da passivação da armadura.
Percebe-se uma tendência comum, os concretos com maior relação a/ag apresentam
dados de impedância, principalmente na parcela do eixo real superiores aos de menor relação
a/ag. Em alguns casos, houve inversão das curvas na primeira medida (antes do inicio dos
ciclos), provavelmente porque estes concretos estavam mais secos. Os concretos com adição de
metacaulim e cinza volante foram conduzidos à câmara úmida e lá permaneceram por um
período de 24 horas. Este procedimento fez-se necessário a fim de que os corpos-de-prova
perdessem a condição seca que interferia nas medidas de potencial de corrosão. Acredita-se
que este procedimento teve interveniência também nas medidas de impedância. Salienta -se que
os concretos de menor relação a/ag (0,40) têm maior consumo de cimento (maior reserva
alcalina) e menor porosidade do que o concreto de relação a/ag 0,55. Isto se refletiu na
tendência geral observada nos maiores valores de resistência à transferência de carga (parte do
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
205
arco capacitivo) e resistências ôhmicas, respectivamente, para esses concretos de menor relação
a/ag.
b) Influência do Tipo de Adição Mineral
Nas figuras 5.75 a 5.80 estão apresentados os resultados de impedância para os
concretos com relação a/ag 0,40 e 0,55, em período anterior ao início do ataque, aos 154 dias e
aos 308 dias de ataque, confrontando em um mesmo gráfico os vários concretos (com os
diferentes tipos de adições minerais).
Figura 5.76 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as
medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a
10 mHz.
M4_30%
M4_20%
V4
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
206
Figura 5.77 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as
medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a
10 mHz.
Figura 5.78 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as
medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a
10 mHz.
M4_30% M4_20%
S4
R4
V4
S4
M4_20%
M4_30%
V4
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
207
Figura 5.79 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,55, com as
medidas realizadas anteriormente ao início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a
10 mHz.
Figura 5.80 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as
medidas realizadas após 154 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a
10 mHz.
M5_20%
M5_30%
S5
M5_30%
M5_20%
S5
V5
R5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
208
Figura 5.81 - Diagramas de Nyquist dos concretos com relação a/ag 0,40, com as
medidas realizadas após 308 dias do início do ataque por cloretos, com freqüências de 100 kHz a
10 mHz.
Nota-se com o tempo de ataque, a ocorrência da impedância difusional para os
concretos estudados, como esperado, pelas características do tipo de ataque, isto é, pela difusão
do O
2
dificultada em meios úmidos.
Não houve diferenças significativas dos dados de interface aço/concreto com o
tempo de ataque dos concretos estudados com adições minerais. Dentre estes concretos, não há,
em princípio, indicação de despassivação das armaduras, o mesmo não se podendo dizer dos
concretos de referência, cujos valores de impedância reduziram significativamente com o
tempo de ataque.
Fica evidente também, nas figuras anteriores, uma maior impedância do sistema
para os concretos com adições minerais.
Notou-se uma grande influência dos teores de metacaulim nos dados de
impedância, independente da relação a/ag. Com 20% e 30%, há um aumento significativo em
todos os parâmetros de impedância (impedância real, impedância imaginária, resistência à
M5_30%
M5_20%
V5
S5
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
209
transferência de carga), exceto na resistência ôhmica. O que de fato ficou marcante nesses
casos do metacaulim foi o crescimento dos arcos capacitivos à medida que se aumentou o teor
de metacaulim. O aumento da resistência à transferência de carga em função do acréscimo no
teor de metacaulim ressalta a grande eficiência do metacaulim no que tange a produzir
acréscimo na impedância dos sistemas.
5.2.3 Análise Visual das Barras de Aço e dos Concretos ao Final do Experimento
Após a abertura dos corpos-de-prova de concreto, as barras de aço foram
inspecionadas visualmente. Nas Figuras 5.81 a 5.82, estão apresentados alguns registros
fotográficos do aspecto visual das barras de aço e, nas Figuras 5.83 e 5.84, são mostrados os
concretos próximos à região da armadura exposta à corrosão.
Figura 5.82 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida em um concreto
de referência e relação a/ag 0,55, exposta à corrosão por 308 dias de ataque.
Figura 5.83 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida em um concreto
de referência e relação a/ag 0,40, exposta à corrosão por 308 dias de ataque.
b)
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
210
Pode-se visualizar, das figuras anteriores, que em relação à barra do concreto R4, a
barra R5 corroeu-se de forma mais intensa, com maior formação de produtos de corrosão, perda
de seção do aço e área de desgaste. Esse resultado é coerente com os resultados obtidos de
potencial de corrosão, resistência de polarização e impedância eletroquímica.
Os resultados da análise visual confirmam os resultados dos ensaios eletroquímicos,
em que, de fato, apenas os concretos de referencia (R4 e R5) tiveram despassivação das
armaduras, com o conseqüente estágio de propagação da corrosão.
Figura 5.84 – Concreto R4 próximo à armadura de aço exposta à corrosão por 308
dias.
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
211
Figura 5.85 – Concreto R5 próximo à armadura de aço exposta à corrosão por 308
dias.
Nota-se, analisando as figuras anteriores, que o concreto R5 apresenta-se com
acentuadas manchas de corrosão, claramente mais comprometido que o concreto R4, o que é
condizente com a inspeção visual realizada na superficie das barras de aço.
Os vários concretos, exceto os de referência, não revelaram indícios visuais de
corrosão nas armaduras de aço. Mesmo os que, de alguma forma, geraram alguma incerteza na
avaliação eletroquímica quanto à despassivação e posterior desenvolvimento da corrosão, como
os concretos S5, V4 e M4_30%, tiveram suas incertezas devidamente esclarecidas mediante
análise visual, que afastou a hipótese da corrosão. As fotografias das figuras 6.86 e 6.87
ilustram aspectos visuais de barras de aço íntegras (referentes aos concretos S5 e M5_30%,
respectivamente), após 308 dias de ataque por cloretos. As Figuras 5.87 e 5.88 mostram
aspectos visuais dos concretos, após a extração das barras de aço, referentes às barras das
Figuras 5.85 e 5.86.
b)
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
212
Figura 5.86 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida no concreto S5
exposto à corrosão por 308 dias de ataque.
Figura 5.87 – Aspecto superficial final de uma barra de aço inserida no concreto
M5_30% exposto à corrosão por 308 dias de ataque.
Figura 5.88 – Concreto S5 próximo à armadura de aço exposta à corrosão por 308
dias.
b)
b)
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
213
Figura 5.89 – Concreto M5_30% próximo à armadura de aço exposta à corrosão por
308 dias.
Não se observam das figuras anteriores, evidências de corrosão (manchas de
produtos de corrosão) nos concretos, nas regiões próximas das barras extraídas das Figuras 5.83
e 5.84.
Em relação a manchas de corrosão na superfície externa dos concretos, evidenciou-
se que apenas o concreto R5 apresentou sutis manchas de corrosão.
Destaque cabe aos concretos M5_20%, M5_30% e V5, que apresentaram em sua
superfície intenso acúmulo de NaCl precipitado.
5.3 Análise Global dos Resultados
Este item contempla uma discussão do desempenho dos concretos estudados no que
se refere às propriedades avaliadas na presente dissertação. Percebeu-se, ao longo de todo o
experimento, a eficiência das adições minerais, em maior ou menor amplitude, em todas as
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
214
propriedades avaliadas. Bem como um melhor desempenho dos concretos com menor relação
a/ag.
A seguir, estão discutidos os efeitos da relação a/ag e das adições minerais
empregadas, analisando e relacionando, dentre outros, as características dos materiais
empregados.
5.3.1 Relação a/ag
As análises de variância realizadas indicaram que a variável mais importante é a
relação a/ag, seguida pela variável tipo de adição. De fato, os experimentos realizados
apresentaram uma tendência geral dos concretos com menores relações a/ag mostrarem
melhores desempenhos nas diversas propriedades avaliadas, a saber: maiores resistividades
elétricas, potenciais de corrosão menos eletronegativos, maiores resistência de polarização,
menores taxas de corrosão e maiores impedâncias.
A influência da relação a/ag foi maior para os concretos de referência, sendo que
estes apresentaram os piores resultados em todos os parâmetros avaliados, denotando a
superioridade dos sistemas com adições minerais nos resultados avaliados, o que
provavelmente se dá em decorrência da densificação da matriz cimentícia e da alteração do
sistema de poros, com refinamento e redução da conexão dos poros entre si.
Os resultados de absorção capilar aos 91 dias de idade dos concretos com adições,
mostrados na Tabela 4.2 do Capítulo 4, indicaram uma maior absorção para os concretos com
relação a/ag 0,40. Isto provavelmente se justifica porque estes concretos, especialmente como
refinamento de poros em sistemas com adições minerais, possuem maior sucção capilar do que
os concretos com relação a/ag 0,55 (em média). Corroborando, esse argumento, o concreto de
referência obteve comportamento inverso, com o concreto R5 apresentando maior absorção
capilar que R4. Ressalta-se, de uma forma geral, que o concreto com menor valor médio de
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
215
absorção capilar foi o concreto com adição de sílica ativa, seguido pelo concreto referência,
cinza volante, metacaulim 30%, metacaulim 10% e metacaulim 20%. Em suma, a relação a/ag
é um fator importante mas não suficiente para controlar a corrosão de armaduras de concretos
contaminados por cloretos. Sua importância é muito maior em concretos sem adições. Em
concretos modificados por adições, sua importância é minimizada.
5.3.2 Adição Mineral
De uma forma geral, pode-se afirmar que as adições minerais melhoram
significativamente a performance (quanto à corrosão das armaduras) de concretos sujeitos ao
ataque por cloretos. Isto se dá, provavelmente, pela alteração da microestrutura do concreto,
mediante a densificação da matriz cimentícia, seja por ação pozolânica, seja por efeito fíler.
Quanto às resistências mecânicas, o concreto com adição de cinza volante
apresentou, em todas as idades, desempenho inferior às demais adições, provavelmente pela sua
menor área específica (1500 m
2
/kg). Este comportamento pode ser atribuído,
comparativamente, às características químicas, físicas e mineralógicas da sílica ativa e do
metacaulim, já que possuem elevadas áreas específicas paralelamente aos mais altos índices de
atividade pozolânica, elevados índices de sílica (principalmente no caso da sílica ativa) e
estruturas mais amorfas (conforme difratogramas de raios X, apresentado nos itens 4.3.2 do
Capítulo 4), que proporcionam um acréscimo nos pontos de nucleação, acelerando as reações
pozolânicas e promovendo a densificação da matriz. Assim, pode-se dizer que o metacaulim e a
sílica ativa foram mais eficientes em suas contribuições no tocante ao ganho de resistência à
compressão dos concretos.
Apesar dos concretos preparados com adições de cinza volante terem apresentado
resistências à compressão axial menores ou da mesma ordem de grandeza dos concretos de
referência, eles apresentaram bom desempenho quanto aos demais parâmetros avaliados no
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
216
contexto da durabilidade. Este fato confirma que a resistência mecânica não deve ser o único
parâmetro a ser analisado quando da escolha ou especificação do concreto a ser empregado em
obras de engenharia, principalmente no que tange à durabilidade.
Em relação ao potencial de corrosão, verificou-se que o menor tempo para a
despassivação da armadura foi dos concretos de referência, enquanto os demais concretos não
apresentaram despassivação. Da mesma forma, as taxas de corrosão eletroquímicas foram
significativamente mais altas para os concretos de referência. Evidenciou-se que as adições
minerais foram capazes de melhorar o desempenho dos concretos, mesmo para os concretos de
relações a/ag 0,55.
Dentre as adições minerais, destaca-se a sílica ativa e o metacaulim que
apresentaram em grande parte das propriedades avaliadas, os melhores desempenhos. No que
se refere ao teor ótimo de metacaulim, o concreto com 20% obteve bom comportamento quanto
à resistência de polarização, resistência à compressão, absorção capilar e índice de vazios,
entretanto, destaca-se o concreto com 10% de metacaulim por este apresentar alta resistividade
e por ela ser um fator importante que governa a corrosão eletroquímica.
Apesar da literatura (GERRAM, 1983 apud NITA, 2006; de ISAIA, 1995 apud
NITA, 2006; DOTTO et al., 2004; GOUWRIPALAN; MOHAMED,1998) retratar um
decréscimo no pH na solução dos poros do concreto com o uso de adições minerais, este efeito
parece não ter sido significativo para os concretos estudados.
A seguir, têm-se algumas considerações específicas sobre as adições minerais
empregadas na avaliação experimental.
a) Cinza Volante
Analisando todas as propriedades avaliadas, observou-se que a cinza volante
apresentou desempenho inferior em comparação às outras adições minerais. Esse
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
217
comportamento pode ser explicado por suas características mineralógicas e físicas. Quanto aos
aspectos mineralógico e químico, vê se que da Tabela 4.3 (Capítulo 4) que a relação
alumina/sílica na cinza volante é maior, por exemplo, do que em relação à sílica ativa (que é
essencialmente sílica). Esse aspecto é negativo para a cinza volante, já que em eventuais
reações pozolânicas, o material silicoso produz basicamente C-S-H. Também se vê um certo
grau de cristalinidade no difratograma de raios X da cinza volante (em comparação com o
difratograma essencialmente amorfo da sílica ativa), conforme Figura 4.3 e 4.4 (item 4.3.2,
Capítulo45). Este resultado sugere maior reatividade da sílica ativa e menor reatividade da
cinza volante, apesar do ensaio de atividade pozolânica (Tabela 4.3 – Capítulo 4) ter
apresentado resultado inverso, porém próximos.
Quanto aos aspectos físicos (finura), observou-se também que a cinza volante
possui menor área específica (1500 kg/m
2
) comparativamente às demais adições (área
específica-BET, Tabela 4.3, Capítulo 4), o que compromete sua ação química como pozolana e,
principalmente, sua ação física como fíler.
b) Sílica Ativa
A sílica ativa originou concretos com bom desempenho no que tange a todas as
propriedades avaliadas. Contudo, a sílica ativa apresentou sensibilidade quanto à alteração da
relação a/ag de 0,40 para 0,55 no potencial de corrosão. Seu bom desempenho global pode ser
justificado por seu grau de amorfismo, por elevada finura (área específica igual a 15990 m
2
/kg)
e por sua natureza química essencialmente silicosa.
c) Metacaulim
O difratograma de raios X do metacaulim (Figura 4.5 – Capítulo 4) mostra certa
cristalinidade, porém, acredita-se que o bom desempenho apresentado pelos concretos com
metacaulim se justifica por sua elevada área específica, da ordem de 21250 m
2
/kg, o que
Capítulo 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados
218
certamente contribui para uma eficiente ação fíler, com significativo refinamento de poros e
redução da permeabilidade.
Dentre os teores de metacaulim, destaca-se o teor de 10% que obteve elevados
valores de resistividade elétrica, conforme comentado anteriormente.
Capítulo 6 – Conclusões
219
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos neste programa experimental, para as condições
de ensaio, variáveis e materiais adotados, são estabelecidas as conclusões listadas a seguir:
Os concretos de referência apresentaram, em geral, os piores resultados nas
propriedades avaliadas e nos estudos realizados, deixando evidente o efeito positivo da
incorporação de adições minerais em concretos submetidos à corrosão das armaduras
induzida por cloretos, sobretudo adições de elevada reatividade como a sílica ativa e o
metacaulim;
A influência da relação a/ag, para os níveis estudados 0,40 e 0,55, é muito mais
acentuada para os concretos de referência do que para concretos com adições minerais;
essa variável, a partir da análise estatística, resultou no efeito mais significativo nas
avaliações de resistividade elétrica e de potenciais de corrosão .
Em relação à resistividade elétrica, os concretos com adição de sílica ativa mostraram
os valores mais elevados, seguidos pelos concretos com adição de 10%, 20%, 30% de
metacaulim, cinza volante e, por fim, pelos concretos de referência. O acréscimo na
resistividade promovido pela sílica ativa foi da ordem de 40% (em média para as duas
relações a/ag) em relação ao concreto de referência;
Quanto aos potenciais de corrosão, a análise estatística global dos resultados mostrou
que o concreto com cinza volante obteve os valores mais positivos de potencial de
corrosão, seguido pelos concretos com 10%, 20% e 30% de metacaulim, concretos
Capítulo 6 – Conclusões
220
com sílica ativa e de referência, respectivamente. Porém, apesar dessas diferenças
estatísticas, em termos práticos não se identificou grandes diferenças de desempenho
entre os concretos com adições, haja vista que todos eles não permitiram a
despassivação das armaduras neles embutidas durante todo o período de ataque. Por
outro lado, os concretos de referência mostraram desempenho inferior, sobretudo o
concreto de maior relação a/ag (0,55), que apresentou despassivação das armaduras
logo no 6
o
ciclo de imersão, enquanto o de relação a/ag menor (0,40) apresentou
despassivação mais tardia (no 27
o
ciclo);
Pela análise dos potenciais de corrosão, muito embora os resultados obtidos não
permitam estimar a vida útil dos concretos estudados, pode-se notar que as adições
promoveram uma maior proteção à película que protege o aço, denotando maior tempo
de vida útil para esses concretos comparados a sistemas sem adição mineral;
Quanto aos resultados de resistência de polarização, os sistemas com 10% e 20% de
metacaulim representaram os concretos com valores médios mais elevados de Rp. Na
seqüência e em ordem decrescente de desempenho, apresentam-se os concretos com
sílica ativa, concretos com cinza volante e concretos com 30% de metacaulim. Há uma
queda significativa na ordem de grandeza de Rp para os concretos com 30% de
metacaulim em relação aos outros dois teores. Notou-se também que para o concreto
de referência, alteração da relação a/ag 0,40 para 0,55 implicou numa redução de 87%
no valor médio de resistência de polarização.
Em relação à taxa de corrosão eletroquímica, o concreto de referência e relação a/ag
0,55, comparativamente aos demais concretos, apresentou expressivas taxas de
corrosão ao longo dos ciclos agressivos, evidenciado também na técnica de potencial
de corrosão pela despassivação da armadura. O concreto de referência e relação a/ag
0,40 apresentou taxas de corrosão significativas a partir do 27
o
ciclo de ataque. Os
Capítulo 6 – Conclusões
221
demais concretos com adições mantiveram-se em um mesmo patamar de Rp e com
taxas de corrosão desprezíveis, corroborado também com potenciais de corrosão
destes concretos que se mantiveram em faixas de potencial com probabilidade de
corrosão menor que 10% e nenhuma ou insignificante dissolução do aço,
caracterizando cenário de passividade da armadura.
No que tange aos resultados de impedância eletroquímica, os concretos com 20% e
30% de metacaulim apresentaram um aumento significativo em todos os parâmetros
de impedância (impedância real, impedância imaginária, resistência à transferência
de carga), exceto na resistência ôhmica. Não houve diferenças significativas dos
dados de interface aço/concreto com o tempo de ataque dos concretos com adições
minerais, o mesmo não se podendo dizer dos concretos de referência, cujos valores
de impedância reduziram significativamente com o tempo de ataque, sendo isto
condizente com o fato dos concretos de referência terem despassivado, enquanto os
concretos com adições não perderam a passivação das armaduras.
Dentre os resultados com metacaulim, obteve-se que o concreto com o teor de 10%
apresentou o melhor desempenho em relação à maioria das propriedades avaliadas,
seguido pelo concreto com 20% e pelo concreto com 30% de metacaulim.
Promovendo um balanço geral dentre todas as avaliações realizadas, pode-se concluir
que a sílica ativa e o metacaulim no teor de 10% representaram as adições cujos
concretos apresentaram os melhores resultados, seguidos pelos concretos com
metacaulim nos teores de 20% e 30%, cinza volante e, por fim, com a menor
performance, tem-se a situação de referência.
Capítulo 6 – Conclusões
222
6.1 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
Com base no estudo realizado, sugere-se os seguintes temas para futuras
pesquisas:
Realizar um estudo detalhado contemplando a interpretação do diagrama de Bode da
técnica de impedância eletroquímica, procurando obter correlações com os dados
obtidos desta técnica e os dados das técnicas de Rp para concretos com adições
minerais;
Avaliar a microestrutura do concreto e as alterações promovidas na pasta e na
composição da película passivadora do aço com o uso das adições minerais;
Avaliar concretos com adições minerais quanto à corrosão de armaduras, tendo-se
como variáveis principais do programa experimental, a classe de resistência e o ataque
por carbonatação do concreto.
Avançar os estudos no campo dos modelos de previsão de vida útil, aplicados aos
concretos com adições, tanto para o ataque por cloretos quanto para o ataque por
carbonatação do concreto.
223
Anexo A
Caracterização Complementar dos Materiais
224
Tabela A-1 -Composição granulométrica do agregado miúdo (areia natural)
Peneiras 1
a
deteminação 1
a
deteminação
n
o
mm
massa
retida
(g)
%
retido
indiv.
%
retido
acumul.
massa
retida
(g)
%
retido
indiv.
%
retido
acumul.
%
retido
acumu
l.
médio
Limites
NBR 7211
(ABNT,
1983) Zona
2 (areia fina)
% retido
acumul.
Limites NBR
7211 (ABNT,
2005) Zona
utilizável
inferior %
retido acumul.
3/8" 9,5 0,0 0,00 0 0 0 0 0 0 7 0
1/4" 6,3 14,9 2,40 2 6,2 1,1 1 2 0 10 0
4 4,8 8,7 1,40 4 7,2 1,3 2 3 0
15
(A) 0
8 2,4 24,1 3,90 8 23,7 4,1 7 4 0
25
(A)
0
16 1,2 42,2 6,80 15 40,3 7 14 14 0 40 5
30 0,6 90,2 14,50 29 85,3 15 29 29 21 88 15
50 0,3 222,8 35,7 65 210,2 36,6 65 65
60
(A) 100 50
100 0,15 184,1 29,5 94 168,5 29,4 95 94
90
(B) 85
Fundo (g) 37,1 5,9 100 32 5,6 100 100
Massa total
(g) 624,1 573,9 --
Módulo de
Finura
2,14 2,11 --
Módulo de
Finura
médio 2,13
Figura A.1 – Curva granulométrica do agregado miúdo (areia natural).
225
Tabela A-2 - Composição granulométrica do agregado graúdo (brita 19 mm)
Peneiras 1
a
deteminação 1
a
deteminação
n
o
mm
massa
retida
(g)
%
retido
indiv.
% retido
acumul.
massa
retida
(g)
%
retido
indiv.
%
retido
acumu
l.
% retido
acumul.
médio
Limites
NBR 7211
(ABNT,
1983) Zona
2 (areia
fina) %
retido
acumul.
Limites
NBR 7211
(ABNT,
2005) Zona
utilizável
inferior %
retido
acumul.
1,00 25,4 0,0 0,00 0 0 0 0 0 0 0 5
3/4" 19,0 450,0 4,50 5 0 0 6 5 0 10 2 15
3/8" 9,5 8770,0 87,20 92 590 5,7 92 5 80 100 80 100
1/4" 6,3 520,0 5,20 97 8890 86,2 97 92 92 100 92 100
0 4,8 80,0 0,80 98 530 5,1 98 98 95 100 95 100
Fundo (g) 240,0 2,40 100 80 0,8 100 100 100 100
8 2,4 0 0 100 220 2,1 100 100
16 1,2 0 0 100 0 0 100 100
30 0,6 0 0 100 0 0 100 100
50 0,3 0 0 100 0 0 100 100
100 0,15 0 0 100 0 0 100 100
Fundo (g) 0 0 100 0 0 100 100
Massa total (g)
10060 10310
Módulo de Finura
6,94 6,95
Módulo de Finura
médio
6,95
Figura A.2 – Curva granulométrica do agregado graúdo (19 mm).
226
Tabela A 3- Análise petrográfica* do agregado graúdo.
227
Anexo B
Resultados individuais dos ensaios de caracterização dos concretos:
resistência à compressão, absorção de água por capilaridade, massa
específica e índice de vazios.
228
Tabela B2 - Resultados individuais de absorção de água por imersão (%)
Absorção capilar (%)
Concreto
Teor de
adição (%)
a/ag
7 dias 28 dias 91 dias
6,80 6,09 5,16
6,80 6,42 5,43
0,40
6,87 6,37 5,22
6,27 5,91 5,57
6,30 5,98 5,41
R 0 0,55
6,48 6,07 5,38
Tabela B1 - Resultados individuais dos ensaios de resistência à compressão.
Resistência à compressão (Mpa)
Concreto
Teor de
adição (%)
a/ag
7 dias 28 dias 91 dias
26,4 37,4 41,1
27,9 36,6 40,9
0,40
27,2 34,6 40,6
22,2 29,1 31,2
21,8 29,4 30,7
R 0
0,55
20,7 29,4 29,7
23,4 44,1 48,1
31,2 45,1 46,1
0,40
31,9 42,8 46,8
19,4 36,1 41,9
25,4 35,6 40,9
S 10 0,55
24,9 35,4 41,9
27,4 31,1 45,9
27,2 33,1 45,1
0,40
16,2 33,6 42,4
13 22,7 27,2
14,5 20,9 26,2
V 25 0,55
12,5 21,2 27,2
37,6 39,1 47,1
36,1 36,4 46,3
0,40
38,4 39,4 45,9
23,4 25,2 34,4
25,4 24,4 35,6
10
0,55
24,2 31,6 34,9
37,6 41,6 48,6
37,4 43,6 47,6
0,40
31,6 42,6 42,1
28,4 34,4 37,1
26,4 30,9 38,4
20 0,55
28,9 34,4 40,4
34,9 39,1 44,6
35,1 43,6 47,1
0,40
36,1 42,8 46,1
26,2 32,6 39,6
27,2 29,9 38,4
M
30 0,55
26,4 32,6 39,6
229
5,73 5,66 4,30
5,70 5,79 4,24
0,40
5,77 5,70 4,39
N.D* N.D*
4,09
N.D* N.D*
4,24
S 10
0,55
N.D* N.D*
4,10
7,03 3,52 6,08
6,34 3,57 5,92
0,40
5,95 3,79 5,43
N.D*
4,86 4,84
N.D*
5,15 5,06
V 25 0,55
N.D*
4,78 5,70
6,94 3,93 6,61
6,45 3,77 6,49
0,40
6,75 3,71 6,87
N.D*
5,10 5,40
N.D*
4,98 5,61
10
0,55
N.D*
4,03 5,99
7,09 4,72 7,74
6,76 4,78 7,28
0,40
6,09 4,46 6,92
N.D*
4,90 6,02
N.D*
4,95 5,98
20 0,55
N.D*
5,09 6,11
5,74 3,68 6,23
5,04 3,56 6,31
0,40
5,01 3,26 5,60
N.D*
4,67 5,95
N.D*
4,73 5,84
M
30 0,55
N.D*
4,52 5,21
N.D* – NÃO DETERMINADO
Tabela B3 - Resultados individuais de massa específica (kg/dm
3
)
Massa específica (kg/dm
3
)
Concreto
Teor de
adição (%)
a/ag
7 dias 28 dias 91 dias
2,68 2,64 2,63
2,68 2,64 2,63
0,40
2,69 2,65 2,61
R 0
0,55
2,65 2,61 2,62
230
2,65 2,65 2,61
2,65 2,62 2,61
2,59 2,57 2,54
2,6 2,58 2,54
0,40
2,6 2,58 2,55
N.D* N.D*
2,56
N.D* N.D*
2,55
S 10 0,55
N.D* N.D*
2,54
2,62 2,52 2,64
2,61 2,52 2,62
0,40
2,61 2,52 2,61
N.D*
2,60 2,63
N.D*
2,60 2,63
V 25 0,55
N.D*
2,60 2,65
2,68 2,55 2,68
2,68 2,56 2,68
0,40
2,65 2,56 2,65
N.D*
2,62 2,66
N.D*
2,63 2,66
10
0,55
N.D*
2,63 2,67
2,68 2,58 2,69
2,66 2,57 2,69
0,40
2,75 2,57 2,68
N.D*
2,60 2,66
N.D*
2,60 2,65
20
0,55
N.D*
2,61 2,65
2,61 2,52 2,65
2,60 2,51 2,62
0,40
2,59 2,52 2,62
N.D*
2,57 2,64
N.D*
2,58 2,64
M
30 0,55
N.D*
2,58 2,61
N.D* – NÃO DETERMINADO
Tabela B4 - Resultados individuais de índice de vazios (%)
Índice de vazios (%)
Concreto
Teor de
adição (%)
a/ag
7 dias 28 dias 91 dias
15,43 13,86 11,94
15,43 14,49 12,48
0,40
15,62 14,41 12,00
R 0
0,55
14,25 13,38 12,74
231
14,32 13,70 12,38
14,65 13,70 12,33
12,91 12,69 9,84
12,90 12,99 9,73
0,40
13,05 12,88 10,06
N.D* N.D*
9,47
N.D* N.D*
9,76
S 10 0,55
N.D* N.D*
9,44
15,57 8,15 13,81
14,20 8,24 13,43
0,40
13,44 8,72 12,42
N.D*
11,22 11,31
N.D*
11,80 11,72
V 25 0,55
N.D*
11,05 13,13
15,70 9,12 15,04
14,74 8,79 14,82
0,40
15,19 8,69 15,38
N.D*
11,78 12,56
N.D*
11,57 12,96
10
0,55
N.D*
11,67 13,80
15,95 10,84 17,26
15,24 10,94 16,37
0,40
14,33 10,29 15,62
N.D*
11,31 13,79
N.D*
11,41 13,70
20
0,55
N.D*
11,71 13,93
13,06 8,48 14,17
11,58 8,20 14,21
0,40
11,47 7,59 12,81
N.D*
10,69 13,56
N.D*
10,86 13,35
M
30 0,55
N.D*
10,44 11,96
N.D* – NÃO DETERMINADO
232
Anexo C
Resultados individuais dos ensaios de resistividade elétrica, potenciais de
corrosão, resistência de polarização.
233
Tabela C1 - Resultados médios dos ensaios de resistividade elétrica dos concretos utilizados.
Tipo de concreto e relação a/ag
R S V M_10% M_20% M_30%
ciclos
0,40 0,55 0,40 0,55 0,40 0,55 0,40 0,55 0,40 0,55 0,40 0,55
1a N.D* N.D* N.D* N.D* 14,26 15,80 19,90 12,30 23,50 9,90 17,00 19,60
1 N.D* N.D* N.D* N.D* 22,33 8,90 21,00 12,00 29,67 12,00 22,00 9,20
2 30,00 25,00 35,00 20,00 19,33 7,22 19,75 9,57 19,67 8,87 16,33 6,36
3 29,70 4,00 35,00 20,00 20,66 7,30 18,67 10,13 13,00 9,35 13,00 6,30
4 14,00 6,00 39,00 15,10 15,00 7,53 17,33 11,00 14,33 9,27 11,00 6,10
5 11,33 14,00 38,00 13,00 16,33 10,62 16,50 11,38 14,67 9,95 11,33 5,67
6 10,00 6,16 26,33 12,50 15,00 6,50 15,50 12,00 12,00 9,00 10,50 6,00
7 9,23 11,25 26,50 9,60 15,00 4,65 8,27 9,47 15,00 6,06 6,45 3,97
8 10,33 6,90 24,33 16,25 4,00 7,45 15,00 10,50 7,33 8,15 4,00 4,50
9 13,00 6,60 22,00 11,66 20,40 5,75 21,50 9,80 15,67 7,00 11,50 4,95
10 12,00 7,00 18,00 7,13 20,00 5,75 20,00 9,80 15,00 7,00 11,00 5,00
11 7,00 6,64 11,66 12,00 13,50 7,63 19,00 9,90 16,50 8,20 11,00 5,30
12 5,00 3,50 9,20 7,13 16,50 7,00 19,50 9,47 17,50 7,70 14,37 4,65
13 11,00 5,70 22,66 9,60 16,00 9,05 20,00 11,00 20,00 9,20 11,50 5,40
14 13,00 8,00 24,00 11,00 18,50 6,63 19,67 12,00 20,67 8,90 20,50 5,60
15 16,00 7,15 19,50 9,90 15,00 8,90 24,50 11,50 20,00 9,90 13,00 4,95
16 13,50 6,70 24,50 9,70 18,00 7,45 23,67 10,26 22,00 8,60 6,30 5,25
17 12,50 8,00 27,50 13,00 19,50 9,10 23,00 11,50 19,00 11,50 14,50 6,10
18 13,50 7,45 28,00 10,50 16,50 8,90 23,50 13,50 18,50 8,55 13,50 5,50
19 12,00 7,80 28,00 10,40 16,00 8,30 22,00 10,00 18,00 8,00 13,00 4,27
20 14,00 7,30 30,00 9,60 20,00 6,50 22,50 10,13 19,00 8,13 14,50 4,95
21 15,00 9,60 29,00 13,50 18,50 8,55 20,50 11,50 24,00 12,00 13,50 6,25
22 15,00 7,80 26,50 12,50 18,50 6,06 21,33 10,50 21,00 8,95 12,00 7,80
23 15,00 8,15 19,00 13,50 24,00 12,80 23,33 10,50 18,50 9,35 15,00 7,85
24 14,50 8,30 26,00 8,90 24,00 10,50 20,00 12,50 18,00 7,45 15,00 6,25
25 17,00 6,55 31,00 13,00 34,00 8,45 19,00 10,13 17,50 8,60 11,00 6,40
26 15,00 5,50 32,00 27,50 19,50 2,75 19,00 10,20 20,50 7,15 11,50 6,30
27 15,50 5,40 28,50 10,50 19,00 7,00 18,00 10,00 20,00 6,70 10,00 4,27
28 7,50 7,13 25,50 11,48 19,00 6,00 17,00 10,00 20,00 8,40 12,00 4,90
29 16,50 8,45 28,83 19,20 15,00 6,00 17,50 8,45 20,00 6,85 11,50 4,00
30 16,50 6,50 20,00 8,55 20,50 7,95 20,00 9,00 20,00 6,00 11,00 4,50
31 13,50 7,08 19,00 7,26 21,00 7,00 20,00 10,00 19,00 6,80 11,00 4,00
32 12,00 19,50 18,00 9,90 17,00 8,30 22,00 20,50 21,00 6,55 11,50 4,55
33 12,00 19,00 18,00 13,00 15,00 7,23 20,00 11,50 18,50 7,30 27,50 4,70
34 18,00 10,00 18,00 8,50 15,00 8,90 24,50 8,35 17,50 8,00 10,33 5,10
35 18,00 8,25 24,50 12,00 25,50 8,90 20,50 25,18 22,10 15,47 20,45 4,50
36 18,50 7,15 24,50 10,40 5,00 27,30 14,00 25,00 10,18 20,83 3,05 25,23
37 17,50 11,00 19,50 17,50 12,33 15,00 26,67 26,00 18,50 21,00 10,50 23,08
38 15,00 7,15 25,00 10,27 16,00 15,00 17,50 25,50 16,50 15,00 10,50 23,00
39 15,00 6,85 21,50 9,20 16,50 7,15 21,00 9,20 17,50 4,80 10,50 23,00
40 14,67 6,60 21,00 9,47 17,00 7,15 20,00 9,20 17,00 4,80 12,00 4,27
41 11,98 6,88 22,75 6,42 20,00 8,30 22,00 9,90 18,00 8,00 13,00 4,80
42 12,00 7,00 23,00 6,00 15,00 8,00 17,50 9,90 19,00 8,00 11,50 6,85
43 12,00 7,00 23,00 9,00 18,00 6,40 23,00 10,00 18,00 7,15 18,00 4,50
44 12,00 7,30 21,00 8,90 20,00 6,40 26,00 8,00 20,00 6,40 11,50 4,80
N.D* - Não determinada.
234
Tabela C2 - Resultados individuais do ensaio de potencial de corrosão (mV) para os
concretos de referência.
R4 R5
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média**
1a N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
1 N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
2 -160 -70 -79 -167 -119 -56 -97 -154 9 -48
3 -118 -116 -131 -122 -122 3 -59 -103 92 12
4 -85 -98 -112 -125 -105 -319 -66 -92 -226 -204
5 -89 -119 -104 -99 -103 -457 -126 -59 -342 -308
6 -70 -84 -90 -139 -96 -473 -243 -65 -388 -368
7 -61 -49 -150 -80 -85 -316 -432 -86 -463 -403
8 -31 -70 -82 -96 -70 -475 -330 -30 -417 -407
9 -105 -89 -184 -110 -122 -395 -460 -73 -338 -398
10 -25 -79 -125 -102 -83 -433 -429 -97 -347 -403
11 55 -69 -65 -93 -43 -471 -398 -122 -356 -408
12 -264 -105 -129 -132 -158 -530 -391 -198 -478 -466
13 -61 -64 -54 -104 -71 -469 -331 -57 -365 -388
14 -295 -80 -104 -114 -148 -558 -447 -160 -520 -508
15 -308 -185 -98 -106 -174 -556 -490 -147 -545 -530
16 -306 -171 -103 -116 -174 -540 -476 -197 -496 -504
17 -322 -188 -87 -108 -176 -532 -505 -184 -519 -519
18 -346 -177 -109 -124 -189 -554 -532 -206 -559 -548
19 -332 -143 -143 -131 -187 -542 -523 -193 -552 -539
20 -340 -165 -116 -115 -184 -537 -491 -193 -524 -517
21 -350 -218 -113 -123 -201 -536 -506 -174 -537 -527
22 -338 -298 -119 -131 -222 -552 -508 -185 -545 -535
23 -311 -356 -115 -120 -225 -551 -512 -361 -541 -535
24 -289 -393 -124 -110 -229 -534 -502 -223 -541 -526
25 -297 -413 -120 -109 -235 -561 -496 -196 -543 -533
26 -297 -439 -322 -131 -297 -559 -508 -202 -558 -542
27 -252 -413 -368 -130 -291 -534 -514 -200 -534 -527
28 -160 -389 -267 -357 -294 -502 -478 -179 -413 -464
29 -235 -411 -250 -349 -311 -528 -505 -204 -528 -521
30 -253 -406 -171 -311 -285 -545 -506 -276 -549 -533
31 -254 -391 -163 -361 -292 -541 -494 -274 -256 -431
32 -225 -346 -158 -309 -259 -530 -527 -150 -195 -417
33 -133 -155 -82 -148 -130 -270 -256 -131 -185 -237
34 -105 -100 -115 -109 -107 -208 -190 -155 -189 -196
35 -309 -274 -171 -282 -259 -551 -498 -373 -545 -532
36 -285 -244 -377 -289 -299 -562 -506 -487 -570 -546
37 -242 -235 -377 -288 -286 -515 -482 -496 -541 -513
38 -220 -228 -299 -268 -254 -538 -495 -523 -544 -526
39 -253 -226 -380 -275 -284 -542 -496 -528 -544 -527
40
-246 -224 -394 -275
-285 -545 -513 -504 -548 -535
41
-97 -171 -349 -275
-223 -403 -458 -281 -402 -421
42
-110 -188 -350 -200
-212 -453 -495 -200 -453 -467
43
-187 -200 -394 -250
-258 -401 -401 -235 -356 -386
44
-224 -188 -363 -196
-243 -387 -362 -301 -379 -376
N.D* - Não determinada.
** corresponde a média da determinação de número 1,2 e 4.
235
Tabela C3 - Resultados individuais do ensaio de potencial de corrosão (mV) para os
concretos com sílica ativa.
S4 S5
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
1 N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
2 138 -82 -123 -75 -36 -27 -126 -14 -35 -51
3 65 -108 -127 -123 -73 -89 -84 -52 -13 -60
4 71 -112 -117 -93 -63 -67 -98 -140 -152 -114
5 87 -113 -145 -187 -89 -289 -194 -20 -141 -161
6 -1 -106 -123 -119 -87 -93 -77 -73 -125 -92
7 -19 -82 -124 -108 -83 -113 -116 -151 -50 -107
8 33 -246 -100 -109 -105 -106 -49 -86 -145 -96
9 9 -114 -127 -95 -81 -143 -250 -106 -99 -149
10 23 -94 -118 -82 -68 -128 -249 -95 -124 -149
11 37 -74 -110 -70 -54 -112 -247 -83 -150 -148
12 -150 -109 -126 -227 -153 -164 -238 -226 -307 -234
13 61 -63 -87 -60 -37 -88 -208 -100 -175 -143
14 -98 -100 -132 -104 -108 -153 -218 -179 -298 -212
15 -102 -102 -96 -107 -102 -290 -332 -173 -284 -270
16 -105 -103 -116 -124 -112 -232 -205 -142 -215 -198
17 -131 -100 -130 -126 -122 -238 -188 -153 -275 -214
18 -130 -109 -123 -122 -121 -189 -214 -160 -288 -213
19 -115 -102 -126 -117 -115 -164 -220 -167 -295 -212
20 -177 -102 -121 -121 -130 -199 -220 -166 -301 -222
21 -197 -107 -125 -123 -138 -142 -248 -169 -305 -216
22 -161 -105 -125 -124 -129 -131 -247 -176 -309 -216
23 -145 -98 -124 -118 -121 -135 -247 -174 -309 -216
24 -127 -99 -119 -116 -115 -129 -253 -174 -317 -218
25 -146 -104 -123 -118 -123 -123 -250 -177 -331 -220
26 -123 -94 -125 -124 -116 -163 -256 -174 -336 -232
27 -194 -100 -119 -116 -132 -348 -263 -169 -320 -275
28 -163 -98 -117 -94 -118 -276 -252 -127 -275 -233
29 -136 -120 -105 -101 -115 -366 -272 -144 -308 -272
30 -146 -80 -114 -117 -114 -349 -287 -166 -317 -280
31 -118 -92 -106 -111 -107 -359 -285 -174 -342 -290
32 -118 -94 -113 -111 -109 -250 -309 -162 -235 -239
33 -51 -43 -52 -51 -49 -143 -156 -70 -151 -130
34 -39 -34 -41 -42 -39 -98 -125 -62 -131 -104
35 -88 -77 -97 -91 -88 -320 -317 -120 -371 -282
36 -105 -94 -112 -119 -108 -249 -342 -176 -373 -285
37 -130 -112 -97 -103 -110 -267 -348 -161 -347 -281
38 -425 -81 -96 -85 -172 -269 -351 -169 -358 -287
39 -303 -78 -93 -92 -141 -296 -334 -178 -356 -291
40
-42 -82 -84 -87
-74 -231 -314 -174 -313 -258
41
178 -27 -37 -11
26 -119 57 -53 -45 -40
42
150 -35 -50 -35
8 -125 -135 -100 -100 -115
43
125 -33 -58 -26
2 -100 -150 -35 -125 -103
44
108 -34 -66 -49
-10 -188 -178 2 -144 -127
N.D* - Não determinada.
236
Tabela C4 - Resultados individuais do ensaio de potencial de corrosão (mV) para os
concretos com cinza volante.
V4 V5
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a 83 -63 -48 -18 -12 -92 -63 -57 -78 -73
1 20 15 -42 -61 -17 -137 -86 -83 -144 -112
2 -3 82 -58 -93 -18 -113 -129 -97 -114 -113
3 -8 112 -38 -46 5 -93 -58 -104 -60 -79
4 -8 45 -16 -37 -4 -105 -128 -76 -105 -103
5 10 2 -13 -31 -8 -66 -137 -79 -110 -98
6 -29 -88 -64 -75 -64 -66 -135 -71 -85 -89
7 5 57 -18 -27 4 -66 -133 -63 -60 -81
8 11 -1 -31 -52 -18 -77 -117 -132 -58 -96
9 -35 -75 -62 -73 -61 -69 -51 -43 -69 -58
10 -25 -59 -57 -66 -52 -128 -135 -158 -96 -129
11 -15 -43 -52 -60 -43 -130 -102 -139 -111 -120
12 -27 -78 -67 -71 -61 -153 -98 -109 -72 -108
13 -26 -70 -62 -63 -55 -93 -109 -107 -95 -101
14 -28 -73 -64 -67 -58 -120 -130 -155 -104 -127
15 -35 -77 -63 -98 -68 -127 -113 -112 -93 -111
16 -13 -20 -65 -58 -39 -134 -112 -106 -100 -113
17 -31 -62 -63 -65 -55 -117 -119 -112 -95 -111
18 -39 -70 -71 -70 -62 -141 -107 -123 -120 -123
19 -8 -59 -63 -59 -47 -137 -80 -109 -77 -101
20 -66 -40 -52 -59 -54 -127 -103 -128 -98 -114
21 -72 -62 -61 -44 -60 -149 -85 -178 -89 -125
22 -16 -41 -59 -59 -44 -170 -125 -228 -108 -158
23 -15 22 -48 -43 -21 -129 -86 -111 -81 -102
24 -25 -23 -57 -71 -44 -111 -62 -71 -61 -76
25 -36 -68 -67 -98 -67 -90 -76 -80 -85 -83
26 -13 -35 -50 -65 -41 -138 -90 -89 -108 -106
27 -30 -52 -75 -30 -47 -145 -87 -82 -91 -101
28 12 -65 -15 -12 -20 -122 -89 -83 -85 -95
29 15 -23 -41 -27 -19 -115 -81 -169 -79 -111
30 -6 -32 -46 -41 -31 -106 -73 -255 -74 -127
31 -27 -41 -50 -54 -43 -109 -64 -158 -68 -100
32 -30 -65 -53 -58 -51 -112 -56 -61 -62 -73
33 -28 -53 -60 -61 -50 -110 -101 -212 -57 -120
34 -6 -38 -59 -50 -38 -108 -147 -55 -53 -90
35 44 140 -18 36 51 -150 -92 -52 -44 -84
36 -48 153 14 14 33 -192 -37 -48 -35 -78
37 60 167 -72 34 48 -102 -55 -55 -217 -107
38 60 178 52 19 77 -102 -39 -39 -149 -82
39 47 150 8 7 53 -150 -50 -65 -120 -96
40
10 100 -50 -20
10 -102 -24 -23 -81 -57
41
-25 -66 -76 -69
-59 -93 -36 -36 -32 -49
42
48 112 28 -11
45 -65 -24 -26 -14 -32
43
70 137 3 -11
49 -92 -43 -256 -27 -105
44
-40 126 154 35
69 -36 -36 -5 32 -11
237
Tabela C5 - Resultados individuais do ensaio de potencial de corrosão (mV) para os
concretos com metacaulim no teor de 10%.
M4_10% M5_10%
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média**
1a -31 -27 -26 -52 -34 -74 -27 -29 -52 -43
1 -81 105 -64 -87 -32 -96 -79 -74 -68 -83
2 -91 172 -82 -92 -24 -106 -105 -110 -115 -107
3 -46 237 -71 -83 9 -39 -95 -126 -59 -87
4 -78 242 -69 -68 7 -86 -117 -154 40 -119
5 -58 162 -66 -80 -11 -81 -119 -124 100 -108
6 -110 -81 -93 -113 -99 -81 -99 -120 104 -100
7 -65 158 -55 -67 -7 -81 -79 -117 109 -92
8 -72 152 -64 -82 -16 -90 -235 -135 76 -154
9 -91 -23 -89 -103 -76 -66 -38 -113 118 -72
10 -75 -25 -90 -110 -75 -127 -95 -138 -71 -120
11 -86 -17 -82 -95 -70 -114 -128 -138 -99 -126
12 -91 -78 -100 -111 -95 -88 -84 -105 -38 -92
13 -96 -67 -88 -99 -87 -96 -74 -93 -47 -87
14 -92 -57 -106 -102 -89 -113 -193 -113 -87 -140
15 -97 -69 -102 -112 -95 -103 -90 -103 -73 -99
16 -71 29 -80 -100 -56 -102 -197 -109 -79 -136
17 -95 -56 -87 -98 -84 -329 -93 -116 -154 -179
18 -102 -74 -88 -107 -93 -157 -82 -127 -94 -122
19 -95 -66 -85 -95 -85 -97 -76 -89 -59 -87
20 -99 -95 -91 -103 -97 -103 -89 -101 -87 -97
21 -88 -49 -82 -92 -78 -99 -128 -110 -81 -112
22 -97 0 -85 -90 -68 -94 -93 -95 -95 -94
23 -60 99 -54 -75 -23 -114 -89 -91 -91 -98
24 -78 17 -67 -90 -55 -81 -77 -79 -65 -79
25 -96 -64 -81 -105 -86 -87 -69 -73 -5 -76
26 -89 -38 -89 -120 -84 -90 -83 -84 -61 -85
27 -75 -39 -75 -105 -74 -98 -86 -89 -74 -91
28 -73 -45 -50 -75 -61 -90 -83 -50 -55 -74
29 -72 -27 -79 -83 -65 -95 -134 -66 -53 -98
30 -67 -2 -85 -75 -57 -100 -184 -82 -51 -122
31 -61 23 -91 -66 -49 -92 -136 -82 -63 -103
32 -56 -37 -73 -85 -63 -84 -87 -82 -75 -85
33 -83 -77 -80 -93 -83 -88 -76 -73 -37 -79
34 -39 -65 -71 -91 -66 -264 -81 -79 -39 -141
35 -23 92 -42 262 72 -77 -74 -75 -46 -76
36 -7 248 -13 -20 52 -58 -61 -49 -70 -56
37 18 182 -14 -27 40 -85 -70 -67 -42 -74
38 20 84 -15 -3 21 -75 -95 -95 -20 -88
39 -5 212 -26 -35 37 -52 -25 -25 56 -34
40
-50 65 -56 -67
-27 -76 -97 -33 151 -69
41
-89 -68 -82 -92
-83 -118 -81 -69 107 -89
42
-27 8 -28 -15
-16 -82 -70 -74 -15 -75
43
-27 26 -52 -59
-28 -70 -59 -68 96 -66
44
-67 165 -46 -40
3 -67 -60 -38 122 -55
** corresponde a média da determinação de número 1,2 e 3.
238
Tabela C6 - Resultados individuais do ensaio de potencial de corrosão (mV) para os
concretos com metacaulim no teor de 30%.
M4_30% M5_30%
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a 81 180 61 148 118 -41 -2 60 -33 -25
1 -64 151 -54 -66 -8 -49 -230 81 -64 -114
2 -45 157 -67 -46 0 -44 -110 27 -64 -73
3 -55 185 -50 -73 2 -67 -68 124 -60 -65
4 -29 128 -39 -53 2 -148 -266 65 -181 -198
5 -48 140 -126 -36 -18 -59 -60 122 -43 -54
6 -70 -56 -76 -79 -70 -51 -73 118 -18 -48
7 -54 172 -41 -36 11 -44 -87 115 7 -41
8 -55 121 -63 -47 -11 -46 -119 111 -38 -68
9 -69 -28 -74 -79 -62 -54 -109 125 -35 -66
10 -76 3 -70 -77 -55 -72 -83 -114 -76 -77
11 -83 34 -66 -76 -48 -69 -79 -81 -81 -77
12 -126 -46 -96 -77 -86 -65 -78 -167 -57 -67
13 -126 -53 -289 -112 -145 -64 -67 -93 -64 -65
14 -51 -11 -156 -86 -76 -88 -84 -259 -104 -92
15 -81 -14 31 -107 -42 -70 -84 -270 -82 -79
16 -130 -13 -93 -74 -78 -131 -100 -272 -86 -106
17 -87 -62 -110 -140 -100 -81 -175 -360 -205 -154
18 -96 -62 -112 -106 -94 -79 -80 -374 -168 -109
19 -86 -48 -80 -42 -64 -81 -163 -387 -88 -111
20 -86 -148 -69 -90 -98 -79 -125 -373 -83 -95
21 -83 -114 -71 -76 -86 -93 -79 -369 -184 -119
22 -78 -103 -75 -61 -79 -207 -80 -354 -79 -122
23 -73 -149 -70 -57 -87 -67 -84 -341 -95 -82
24 -75 -169 -69 -68 -95 -69 -63 -331 -72 -68
25 -77 -189 -68 -79 -103 -240 -78 -322 -145 -154
26 -71 -192 -77 -80 -105 -86 -179 -309 -69 -111
27 -75 -183 -56 -65 -95 -46 -84 -321 -83 -71
28 -65 -205 -85 -54 -102 -68 -206 -335 -87 -120
29 -64 -221 -68 -85 -109 -65 -234 -299 -95 -131
30 -62 -199 -82 -85 -107 -55 -65 -351 -100 -73
31 -60 -177 -96 -84 -104 -52 -35 -325 -99 -62
32 -65 -204 -69 -71 -103 -56 -74 -317 -96 -76
33 -68 -205 -102 -50 -106 -194 -64 -311 -103 -120
34 -55 -90 -127 -29 -75 -240 -74 -262 -72 -129
35 -69 26 -152 -9 -51 -206 -98 -307 -93 -132
36 -294 131 -53 -11 -57 -104 -91 -316 -94 -96
37 -72 -22 -153 -168 -104 -218 -167 -304 -103 -163
38 -50 154 -173 -4 -18 -150 -125 -320 -92 -122
39 -43 18 -49 -3 -19 -180 -65 -335 -106 -117
40
-103 50 -55 -23
-33 -81 36 -335 -116 -54
41
-104 -142 -77 -15
-85 -325 -63 -231 -94 -161
42
-160 78 -36 -7
-31 -53 -185 -369 -43 -94
43
-165 64 -28 6
-31 -48 -71 -318 -67 -62
44
-92 77 -16 5
-6 -38 -47 -240 -34 -40
** corresponde a média da determinação de número 1,2 e 4.
239
Tabela C7 - Resultados individuais do ensaio de Rp para os concretos de referência.
R4 R5
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média**
1a N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
1 N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
2 1481 1090 1618 1503 1423 233 1393 1099 114 580
3 1959 1506 490 734 1172 125 1618 439 165 636
4 863 526 2811 419 1155 10 2454 1956 4 823
5 914 869 1316 663 940 3 596 2156 4 201
6 248 945 723 2607 1131 1 447 494 3 151
7 483 683 1585 1022 944 1 20 1173 3 8
8 990 1022 681 630 831 1 150 501 4 52
9 647 1937 525 1136 1061 2 2 445 2 2
10 413 1523 1334 950 1055 2 11 416 2 5
11 179 1109 2144 765 1049 1 20 387 3 8
12 129 1161 728 727 686 2 60 1335 2 21
13 189 1943 1185 786 1026 1 58 818 2 21
14 14 1459 46 928 612 1 31 59 3 12
15 7 873 1018 1305 801 2 25 1117 2 10
16 13 1232 614 67 481 2 29 299 2 11
17 13 752 65 54 221 2 17 555 1 7
18 5 856 64 50 244 2 14 562 1 5
19 4 914 839 814 643 3 15 642 1 6
20 3 840 1516 811 793 2 17 670 0,43 6
21 3 846 2174 575 900 3 19 490 0,23 7
22 3 515 1852 793 791 6 20 829 0,28 9
23 3 309 2000 993 826 2 17 154 1 7
24 4 147 278 1150 395 2 17 869 1 7
25 4 125 569 1210 477 1 16 717 1 6
26 4 61 206 1100 343 1 17 519 2 7
27 3 46 124 1070 311 1 13 689 2 5
28 4 28 84 39 39 2 13 603 2 6
29 4 17 135 40 49 0,12 16 547 2 6
30 4 15 187 47 63 1 17 579 1 7
31 3 8 288 43 86 1 16 386 1 6
32 3 16 223 43 71 2 13 148 1 5
33 3 29 279 58 92 1 15 130 1 6
34 3 35 307 66 103 1 16 121 1 6
35 3 41 335 73 113 1 16 112 1 6
36 3 43 60 106 53 1 17 16 1 6
37 3 50 38 62 38 1 15 52 1 6
38 4 52 39 58 38 1 17 47 1 7
39 4 59 16 70 37 1 16 31 1 6
40 3 67 12 68 37 1 15 29 1 6
41 4 54 10 34 25 1 18 32 1 7
42 3 49 10 68 32 1 21 20 1 8
43 3 47 10 85 36 2 22 14 1 8
44 2 45 9 103 40 2 23 8 1 9
N.D* - Não determinada.
** corresponde a média da determinação de número 1,2 e 4.
240
Tabela C8 - Resultados individuais do ensaio de Rp para os concretos com sílica ativa.
S4 S5
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
1 N.D* N.D* N.D* N.D* - N.D* N.D* N.D* N.D* -
2 101 2114 405 181 700 767 550 1683 33 608
3 56 1150 377 371 488 546 880 1231 23 670
4 26 671 182 289 292 907 476 1966 16 841
5 24 883 309 181 349 334 401 1475 23 558
6 40 582 649 253 381 689 492 681 16 469
7 30 264 403 523 305 539 604 793 26 490
8 21 565 236 339 290 664 653 649 12 494
9 21 355 291 810 369 508 594 585 19 426
10 19 300 221 659 300 492 881 681 14 517
11 18 245 150 508 230 476 1168 777 9 608
12 26 270 182 365 211 836 665 640 14 539
13 20 695 320 233 317 774 808 417 11 503
14 65 2408 493 332 825 905 540 657 13 529
15 28 997 1035 943 751 17 361 2234 10 655
16 38 1410 453 557 615 700 601 1342 15 665
17 30 1015 539 490 518 564 732 1124 17 609
18 30 977 264 517 447 640 738 1329 17 681
19 30 1294 525 572 605 871 880 1449 15 804
20 31 1208 427 540 551 628 829 857 16 583
21 31 2550 514 464 890 811 640 840 14 576
22 36 1844 467 863 802 888 783 929 15 654
23 38 1655 464 791 737 854 540 905 15 579
24 36 1392 515 682 656 735 501 763 14 504
25 16 191 721 2660 897 417 452 860 13 435
26 34 179 674 1380 567 758 519 1860 13 788
27 30 182 894 1970 769 291 537 2090 13 733
28 77 326 769 1820 748 598 826 686 14 531
29 187 172 381 2130 718 245 461 1144 13 466
30 413 925 1420 1530 1072 383 483 1183 15 516
31 701 988 1470 1290 1112 344 343 2000 12 675
32 1360 362 753 1610 1021 343 266 1268 13 473
33 1505 387 881 1605 1095 234 345 1123 13 429
34 1333 346 922 1456 1014 436 333 976 11 439
35 1650 412 1010 1600 1168 524 482 1004 8 505
36 1530 2247 790 2230 1699 410 271 995 9 421
37 1034 385 720 1112 813 414 28 2620 8 767
38 783 388 1085 2080 1084 433 4 2010 7 614
39 258 234 1450 2730 1168 347 2 1930 9 572
40 357 269 1130 1240 749 501 138 411 9 265
41 233 224 1070 2080 902 543 177 716 12 362
42 301 206 1022 1022 638 498 156 654 10 330
43 211 267 879 1567 731 454 178 345 9 247
44 245 218 1320 1890 918 312 150 344 8 203
N.D* - Não determinada.
241
Tabela C9 - Resultados individuais do ensaio de Rp para os concretos com cinza
volante.
V4 V5
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a 360 41 564 347 328 682 1158 852 642 833
1 384 62 576 395 354 717 1051 439 501 677
2 573 217 463 321 394 842 565 539 744 672
3 406 57 521 397 345 810 795 381 748 684
4 629 67 483 327 376 159 828 398 867 563
5 486 47 383 424 335 1323 492 287 514 654
6 536 40 376 358 328 790 663 336 464 563
7 523 83 388 528 381 256 835 386 414 473
8 375 84 605 259 331 220 461 532 286 375
9 428 44 490 457 355 494 566 787 594 611
10 469 53 443 384 337 790 650 436 423 575
11 510 63 397 310 320 60 784 399 675 480
12 467 48 605 347 367 521 821 481 409 558
13 536 49 786 357 432 582 773 373 850 645
14 593 54 548 325 380 668 1087 329 667 688
15 600 60 604 395 415 608 1028 386 489 628
16 773 57 459 380 417 914 1362 344 723 836
17 688 58 582 338 416 612 801 539 571 631
18 600 51 514 260 356 2059 798 290 424 893
19 554 83 579 345 390 1358 1824 442 564 1047
20 388 59 495 261 301 592 850 366 822 658
21 311 59 564 354 322 801 645 358 1000 701
22 699 75 851 300 481 1010 439 350 1110 727
23 487 76 652 322 384 1210 972 482 926 897
24 457 69 576 314 354 951 432 269 768 605
25 426 62 499 306 323 551 475 305 609 485
26 482 45 545 567 410 852 519 340 450 540
27 444 76 567 543 408 1030 1040 338 607 754
28 489 56 502 340 347 854 901 332 543 657
29 549 55 519 587 427 927 741 555 566 697
30 444 67 488 439 359 1000 582 779 589 737
31 339 79 458 290 292 874 631 530 584 655
32 402 69 522 426 355 748 691 281 579 575
33 489 86 564 360 375 1024 752 984 854 903
34 472 82 809 445 452 1300 654 356 627 734
35 407 84 504 374 342 1275 602 436 646 740
36 468 79 628 317 373 1250 699 517 666 783
37 363 54 752 347 379 1340 543 543 654 770
38 555 69 448 321 348 1370 475 458 753 764
39 634 42 789 387 463 1400 305 412 975 773
40 601 54 820 354 457 1120 302 326 1310 765
41 567 67 850 322 451 1380 460 305 1260 851
42 532 37 662 368 400 1310 447 420 1380 889
43 739 60 1550 543 723 1150 803 493 839 821
44 1020 55 659 545 570 1203 2450 566 1150 1342
242
Tabela C10 - Resultados individuais do ensaio de Rp para os concretos com
metacaulim no teor de 10%.
M4_10% M5_10%
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média**
1a 720 51 447 543 530 677 398 683 34 586
1 860 70 346 737 548 608 526 2292 42 1142
2 770 56 313 558 573 654 313 636 43 534
3 1489 50 344 439 830 479 285 478 96 414
4 626 52 478 471 574 777 320 282 91 460
5 1126 43 436 565 859 596 335 276 48 402
6 554 62 558 539 527 491 369 479 73 446
7 696 82 403 1046 694 386 403 681 98 490
8 576 73 434 593 597 548 221 472 130 414
9 746 63 428 957 596 607 323 767 66 566
10 735 81 431 783 657 547 406 752 68 568
11 724 98 434 608 614 849 270 962 79 693
12 689 86 427 808 584 746 430 551 36 576
13 774 83 555 562 620 533 561 1244 65 779
14 1732 70 425 636 1007 514 529 1210 81 751
15 1331 0 405 682 899 900 621 1255 64 925
16 800 71 432 857 700 950 339 334 76 541
17 1124 103 475 891 1059 168 445 443 96 352
18 753 116 392 907 829 548 500 439 96 496
19 1508 184 462 1590 1104 780 619 912 81 771
20 2100 138 443 1290 1347 908 467 1173 120 849
21 1920 112 355 1450 1390 881 698 392 225 657
22 2840 61 540 1400 1659 964 423 731 187 706
23 2130 179 429 1820 1385 778 424 752 148 651
24 2130 107 417 1720 1144 812 839 1180 157 944
25 2130 34 405 1620 1087 858 539 877 169 758
26 1840 13 456 845 1030 1030 559 1770 164 1120
27 978 150 345 786 824 1390 495 1280 93 1055
28 1339 130 299 950 913 1180 476 970 79 875
29 1700 169 382 1113 1098 1001 456 659 65 705
30 1567 145 399 1001 1001 822 632 1170 83 875
31 1590 148 423 1170 1101 871 597 972 112 813
32 2170 61 365 1070 1270 920 561 775 140 752
33 2140 214 482 1230 1070 871 805 676 146 784
34 930 140 471 1170 1122 409 761 1840 131 1003
35 1190 107 534 537 1316 1030 560 771 94 787
36 1450 74 597 1840 1257 1380 579 941 121 967
37 1640 645 2113 1296 1460 795 1110 149 1122
38 2245 77 642 1680 1504 1375 681 827 118 961
39 2850 153 639 1610 1712 1290 567 543 87 800
40 2550 141 603 1665 1712 969 796 687 89 817
41 2250 129 566 1720 1470 1590 862 1290 48 1247
42 2120 103 787 1800 1262 1720 720 898 56 1112
43 1990 77 461 1700 663 1320 929 1280 65 1176
44 1860 128 187 1480 620 1234 833 1610 88 1226
** corresponde a média da determinação de número 1,2 e 3.
243
Tabela C11 - Resultados individuais do ensaio de Rp para os concretos com
metacaulim no teor de 20%.
M4_20% M5_20%
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a 449 35 468 505 364 833 696 1116 991 909
1 346 70 635 514 391 953 777 536 814 770
2 519 45 660 492 429 776 793 716 663 737
3 314 52 369 431 292 711 734 459 741 661
4 427 95 546 697 441 342 661 500 1131 711
5 331 122 807 431 423 703 677 400 1306 895
6 468 70 492 499 382 612 787 733 1505 909
7 335 33 612 664 411 521 897 1466 1704 1147
8 617 39 825 727 552 862 709 442 587 650
9 381 92 795 372 410 671 557 615 1028 718
10 457 90 665 321 383 593 794 874 805 767
11 532 88 535 270 356 883 427 967 849 781
12 434 110 685 592 455 1116 625 991 744 869
13 346 99 540 607 398 831 671 1014 911 857
14 364 99 551 654 417 597 1024 776 525 730
15 476 120 786 908 572 878 821 822 859 845
16 445 114 862 336 439 843 928 766 1027 891
17 360 145 392 324 305 863 1888 744 812 1077
18 445 110 971 387 478 561 688 847 707 701
19 1640 199 1870 2130 1460 784 751 969 653 789
20 1140 114 1970 2000 1306 894 898 938 661 848
21 1030 144 2710 1980 1466 230 1078 813 740 715
22 1040 80 625 560 576 564 877 689 819 737
23 1270 131 2300 3000 1675 987 167 974 2130 1065
24 1190 135 2035 2535 1474 671 213 1218 2820 1230
25 1110 139 1770 2070 1272 328 278 1062 895 641
26 2530 113 1920 2760 1831 945 1001 905 1600 1113
27 2456 87 2000 2457 1750 700 265 2430 2240 1409
28 2100 124 2578 2450 1813 657 201 2090 2100 1262
29 2210 161 3050 2410 1958 702 195 1187 2160 1061
30 1865 140 2855 2295 1789 687 198 2400 1974 1315
31 1520 119 2660 2180 1620 712 211 2425 1357 1176
32 1630 139 2670 2410 1712 720 225 2450 995 1098
33 1620 138 1740 2245 1436 840 187 2660 2570 1564
34 2060 112 1210 2173 1389 943 219 819 2730 1178
35 1550 86 679 2100 1104 735 661 486 856 684
36 2540 87 765 2000 1348 527 643 2430 731 1083
37 1310 88 1382 2010 1198 808 646 1956 788 1050
38 1410 76 2000 1876 1341 604 649 1254 865 843
39 2480 54 2770 1675 1745 768 652 1480 865 941
40 2620 78 2424 2012 1783 654 655 1479 962 938
41 2760 101 2077 2145 1771 543 658 1478 1235 979
42 1790 79 2350 2070 1572 554 661 1477 1480 1043
43 1580 56 2033 1999 1417 318 664 1476 936 849
44 1654 76 2348 1896 1494 302 667 1475 939 846
244
Tabela C12 - Resultados individuais do ensaio de Rp para os concretos com
metacaulim no teor de 30%.
M4_30% M5_30%
ciclos
1 2 3 4
média
1 2 3 4
média
1a 287 49 298 443 269 317 485 95 810 537
1 392 50 686 483 403 388 424 56 745 519
2 361 42 445 447 324 401 298 51 499 399
3 463 41 536 392 358 565 500 64 521 529
4 310 56 52 460 220 361 338 69 249 316
5 394 49 512 590 386 379 297 56 587 421
6 369 69 428 420 322 377 593 59 517 495
7 324 51 594 221 298 375 888 63 446 570
8 386 42 496 421 336 405 610 88 604 539
9 346 59 547 493 361 316 465 69 305 362
10 368 59 551 537 379 432 387 159 734 518
11 390 59 555 582 396 460 689 76 511 553
12 405 67 285 251 252 489 533 65 457 493
13 409 71 564 252 324 409 582 65 500 497
14 398 78 578 244 324 423 530 56 351 435
15 394 104 667 340 376 392 267 50 656 438
16 376 85 361 291 278 344 615 47 597 519
17 380 50 572 271 318 408 646 91 373 476
18 236 59 324 238 214 419 438 18 443 433
19 456 82 683 409 408 449 162 34 355 322
20 1500 72 637 424 658 446 406 37 460 437
21 1210 63 654 430 589 321 455 33 465 413
22 1710 62 645 598 754 330 408 26 637 458
23 1543 59 698 465 691 320 286 41 489 365
24 1403 61 633 438 634 339 363 36 424 375
25 1360 63 567 411 600 532 1380 37 461 791
26 1160 72 640 397 567 378 400 40 442 407
27 1360 65 765 456 662 351 464 36 402 406
28 1160 78 675 567 620 258 513 41 502 424
29 1900 82 882 553 854 313 506 40 456 425
30 1530 79 843 817 368 478 34 544 463
31 1160 76 805 465 626 342 399 56 476 406
32 1640 76 1040 591 837 317 442 45 503 420
33 956 74 862 362 564 435 370 40 540 448
34 856 67 971 530 606 759 467 45 511 579
35 564 60 1080 698 600 596 456 38 474 509
36 504 138 923 559 531 354 477 40 498 443
37 487 121 887 540 509 661 628 42 756 682
38 477 112 851 521 490 600 678 56 699 659
39 469 110 1070 564 553 543 543 43 568 551
40 657 97 896 433 521 411 517 52 560 496
41 846 84 723 302 488 426 529 44 768 574
42 677 80 783 394 484 441 867 22 452 586
43 509 82 907 561 515 426 618 41 574 539
44 1200 76 763 306 586 646 646 46 544 612
** corresponde a média da determinação de número 1,2 e 4.
245
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