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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
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“ADMINISTRAÇÃO DO RISCO DA CURVA
DE JUROS – UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DE DOIS MODELOS DE
HEDGE DE TÍTULOS DE RENDA FIXA”
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Rio de Janeiro, 08 de maio de 2007.
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ii
“ADMINISTRAÇÃO DO RISCO DA CURVA DE JUROS – UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DE DOIS MODELOS DE HEDGE DE TÍTULOS DE RENDA
FIXA”
ALEXANDRE RIBEIRO BARBOSA
Dissertação apresentada ao curso de
Mestrado Profissionalizante em
Administração como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre em
Administração.
Área de Concentração: Administração geral
ORIENTADOR: ANTÔNIO MARCOS DUARTE JÚNIOR
Rio de Janeiro, 08 de maio de 2007.
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“ADMINISTRAÇÃO DO RISCO DA CURVA DE JUROS – UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DE DOIS MODELOS DE HEDGE DE TÍTULOS DE RENDA
FIXA”
ALEXANDRE RIBEIRO BARBOSA
Dissertação apresentada ao curso de
Mestrado Profissionalizante em
Administração como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre em
Administração.
Área de Concentração: Administração geral
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Professor: ANTÔNIO MARCOS DUARTE JÚNIOR (Orientador)
Instituição: IBMEC - RJ
_____________________________________________________
Professor: ROBERTO MARCOS DA SILVA MONTEZANO
Instituição: IBMEC- RJ
_____________________________________________________
Professor: CAIO IBSEN RODRIGUES DE ALMEIDA
Instituição: FGV - EPGE - RJ
Rio de Janeiro, 08 de maio de 2007.
iv
FICHA CATALOGRÁFICA
332.6725
B238
Barbosa, Alexandre Ribeiro.
Administração do risco da curva de juros: uma análise
comparativa de dois modelos de hedge de títulos de renda fixa
/ Alexandre Ribeiro Barbosa. - Rio de Janeiro: Faculdades
Ibmec. 2007.
Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Administração das
Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a
obtenção do título de Mestre em Administração.
Área de concentração. Administração geral.
1. Investimentos – Renda fixa. 2. Investimentos –
Administração de carteiras. 3. Hedge – Títulos de renda fixa.
4. Risco – Taxa de juros. 5. Derivativos financeiros. 6.
Mercados financeiros.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus acima de tudo, que sempre esteve ao meu lado, me abençoando de saúde e paz e
estendendo sua mão, me protegendo e proporcionando diversas oportunidades e felicidades na
minha vida.
À minha esposa Érica e minha filha Juliana pelo constante apoio e incentivo nesta cansativa
caminhada e também pela paciência e compreensão por conta da minha ausência em alguns
momentos, sendo minhas fontes de energia e motivação nos momentos mais difíceis durante o
árduo curso de mestrado.
Aos meus pais Alaerte e Vera, que me criaram com todo carinho e amor, me ensinando e
ajudando a traçar meus caminhos para vencer os desafios da vida, além de servirem de
exemplo para me espelhar em relação à dedicação, caráter, humildade e dignidade.
Aos meus sogros, tios, e amigos pela motivação e carinho que sempre me colocaram à
disposição.
Ao meu orientador Professor Antônio Marcos Duarte Jr. pela atenção dispensada, pelos
conselhos e suporte na elaboração desta dissertação e também pelas criticas e sugestões que
vi
contribuíram de forma fundamental para o meu amadurecimento profissional e para conclusão
deste trabalho.
Aos professores Caio Ibsen de Almeida e Roberto Montezano pelos comentários, críticas e
sugestões durante a defesa da dissertação, contribuindo para enriquecer esta pesquisa.
A todos os professores do curso do mestrado do IBMEC, com os quais pude ter um constante
apoio e aprendizado, contribuindo com um alto padrão de qualidade para minha formação.
A todos os funcionários do IBMEC que estiveram sempre prontos a auxiliar no que foi
necessário para o bom andamento do curso, destacando a Rita de Cássia e o Geová.
Aos colegas do Banco do Brasil, em especial ao Diretor William Cavalcanti pela confiança
em apostar no meu sucesso e aos amigos Acoracy Gonçalves (“Cora”), Anderson Climaco,
Bárbara Favero, Celso Lourenço, José Augusto, Maurício Pimentel, Mauro Ritins, Rogério
Barbosa e Roger Marçal pelo apoio, incentivo, solidariedade e ajuda em diversos pontos da
pesquisa, além dos demais colegas da minha equipe que contribuíram com compreensão,
paciência e motivação para o sucesso do trabalho.
vii
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo realizar a comparação do desempenho entre dois
modelos de proteção de títulos de renda fixa contra variações na taxa de juros: o modelo de
hedge através da Duration e o modelo de Dois Fatores, considerados métodos tradicionais,
simples e de fácil aplicação prática, utilizados em busca de minimizar o risco dos ativos
contra os deslocamentos da curva de juros.
O estudo quantitativo tem como foco a análise de resultados do hedge dos tulos prefixados
livres de risco de crédito, com pagamentos intermediários de cupons de juros, possuindo
maturidades de médio e longo prazo, protegidos através dos contratos futuros de taxa de juros,
observados no período entre julho de 2005 e dezembro de 2006.
Os resultados dos testes comparativos demonstram que, na maior parte das situações, o
modelo de hedge de dois fatores apresentou melhor desempenho que o modelo de duration.
No entanto, deve-se ponderar que, conforme resultados de alguns testes, não se pode rejeitar a
hipótese de que os modelos apresentam resultados similares.
Palavras Chave: risco de taxa de juros; títulos de Renda fixa; duration; modelos de Hedge.
viii
ABSTRACT
The present work aims to present a performance comparison the performance between two
fixed income bonds hedge methods against variations in interest rate. Were analyzed two
considered traditional methods: the duration model and the two standards hedging instruments
model (combination hedge). These two methods are considered simple and of easy practical
application in minimizing assets risks against shifts in yield curve.
The work analyzes the hedge results of the “default-free bonds”, with intermediate coupon’s
payments, with medium and long term maturities, protected by futures instruments of interest
rate, observed between July 2005 and December 2006.
The results of the comparative tests show that, in most cases, the two-factors hedge method
has shown a better performance than the duration one. However, it should be considered that
in some tests, both methods present similar outputs.
Key Words: interest rate risk; bonds fixed incomes; duration; hedge methods.
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Exemplo de movimento paralelo da curva de juros.................................................22
Figura 2 - Exemplo de movimento NÃO paralelo da curva de juros.......................................24
Figura 3 – Ilustração do modelo de dois fatores.......................................................................26
Figura 4 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2008 sem balanceamento.........................56
Figura 5 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2010 sem balanceamento.........................57
Figura 6 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2012 sem balanceamento.........................57
Figura 7 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2014 sem balanceamento.........................58
Figura 8 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2008 com balanceamento.........................58
Figura 9 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2010 com balanceamento.........................59
Figura 10 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2012 com balanceamento ......................59
Figura 11 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2014 com balanceamento ......................60
Figura 12 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2008 sem balanceamento...................61
Figura 13 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2010 sem balanceamento...................62
Figura 14 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2012 sem balanceamento...................63
Figura 15 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2014 sem balanceamento...................64
Figura 16 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2008 com balanceamento..................65
Figura 17 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2010 com balanceamento..................66
Figura 18 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2012 com balanceamento..................67
Figura 19 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2014 com balanceamento..................68
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Parâmetros básicos dos testes – vencimentos NTN-F e DI-Futuro.........................41
Tabela 2 - Parâmetros básicos dos testes – quantidades NTN-F e DI-Futuro..........................41
Tabela 3 - Dados da estatística descritiva de série diária de resultados ...................................47
Tabela 4 – Quadro resumo dos testes de normalidade .............................................................49
Tabela 5 – Resultados dos testes de hipótese – sem balanceamento........................................69
Tabela 6 – Resultados dos testes de hipótese – com balanceamento .......................................70
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto
BM&F Bolsa de Mercadorias e Futuros
CETIP Central de custódia e Liquidação
CDI Certificado de Depósitos Interfinanceiros
DI Depósitos Interfinanceiros
NTN-F Notas do Tesouro Nacional – Série F
TMS Taxa Média Selic
.
.
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.
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................5
2.1
GERENCIAMENTO DE CARTEIRAS DE RENDA FIXA...............................................................5
2.1.1
ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO ATIVO ............................................................................6
2.1.2
ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO PASSIVO........................................................................6
2.2
MOVIMENTOS DA ESTRUTURA A TERMO DA TAXA DE JUROS...........................................9
2.3
MODELOS DE IMUNIZAÇÃO..........................................................................................................13
2.3.1
HISTÓRICO.......................................................................................................................................13
2.3.2
MODELOS SIMPLES DE IMUNIZAÇÃO ......................................................................................18
2.3.2.1
MODELO DE “DURATION” ......................................................................................................18
2.3.2.1.1
CONCEITO...................................................................................................................................19
2.3.2.1.2
MODELAGEM .............................................................................................................................20
2.3.2.2
MODELO DE DOIS FATORES...................................................................................................22
2.3.2.2.1
CONCEITO...................................................................................................................................23
2.3.2.2.2
MODELAGEM .............................................................................................................................24
2.3.2.3
ANÁLISE DE TESTES JÁ REALIZADOS .................................................................................30
3 TESTES COMPARATIVOS...............................................................................33
3.1
CARACTERÍSISTICAS DO TÍTULO NTN-F..................................................................................34
3.2
CARACTERÍSTICAS DO INSTRUMENTO DERIVATIVO .........................................................35
3.3
PROCEDIMENTOS DOS TESTES COMPARATIVOS..................................................................36
3.3.1
TESTE DE IMUNIZAÇÃO SEM BALANCEAMENTO.................................................................37
3.3.2
TESTE DE IMUNIZAÇÃO COM BALANCEAMENTO ................................................................40
3.4
INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DOS TESTES..............................................................................41
3.4.1
ANÁLISE DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA..................................................................................42
3.4.2
ANÁLISE DE GRÁFICOS DE LINHA ............................................................................................42
3.4.3
ANÁLISE DE GRÁFICOS BOXPLOT.............................................................................................43
3.4.4
ANÁLISE DOS TESTES DE CORRELAÇÃO E VARIÂNCIA......................................................43
4 ANÁLISE DE RESULTADOS DOS TESTES ....................................................47
4.1
RESULTADOS DA ANÁLISE DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA................................................47
xiii
4.2
RESULTADOS DA ANÁLISE DE GRÁFICOS DE LINHA ...........................................................48
4.3
RESULTADOS DA ANÁLISE DE GRÁFICOS BOXPLOT ...........................................................48
4.4
RESULTADOS DA ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E VARIÂNCIA ............................................49
5 CONCLUSÃO....................................................................................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................53
APÊNDICE A............................................................................................................56
APÊNDICE B ............................................................................................................61
APÊNDICE C ............................................................................................................69
1
1 INTRODUÇÃO
No dia a dia dos gestores de renda fixa, sejam administradores de fundos de investimentos,
fundos de pensão ou de tesourarias, além da busca pela máxima rentabilidade dos seus ativos,
um dos principais desafios é o de minimizar o risco de perda de valor dos seus investimentos
ou de atingir retorno abaixo de determinados parâmetros . Nesse sentido, procuram executar
ações de controle e gerenciamento de exposição ao risco de mercado, utilizando-se de
estratégias e modelos de administração de carteiras.
Todavia, para atingir seus objetivos, esses agentes do mercado financeiro aplicam suas
estratégias de gerenciamento, considerando em primeiro lugar, a eficiência das metodologias
adotadas e, em segundo plano, a avaliação do grau de complexidade e da tempestividade de
aplicação dos modelos, além da mensuração dos custos operacionais.
Cabe então destacar que a Estrutura a Termo de Taxa de Juros (ETTJ) é o principal fator que
motiva a variação do preço dos ativos livres de risco de crédito, devendo-se analisar as
características e a magnitude dos deslocamentos e da inclinação da curva de juros.
No entanto, como não é possível prever a evolução futura das taxas de juros (MACHADO
[2006]) e diante da necessidade de proteger os valores das carteiras, foram desenvolvidas
2
diversas estratégias e modelos de hedge
1
contra perdas decorrentes dos movimentos da curva
de juros.
Sendo assim, considerando a vasta literatura sobre risco de taxa de juros, a principal
motivação dessa pesquisa é identificar, dentre a escolha de modelos de hedge com
características simples e tradicionais, qual apresenta maior eficiência para proteção do valor
dos títulos livres de risco de crédito, em função das mudanças da curva de rendimentos.
Para este propósito, no presente trabalho são realizados testes empíricos com o objetivo de
comparar o desempenho entre o modelo de hedge através da Duration e o modelo de dois
fatores (hedge combinado).
Cabe ressaltar que o tema em questão foi baseado no estudo desenvolvido por Securato et al.
(2003), o qual despertou a intenção de se renovar os testes comparativos para o período atual,
tendo em vista as mudanças relevantes nas características da economia do país, aliadas com a
mudança no perfil da dívida pública mobiliária brasileira.
Nesse sentido o novo estudo se propõe a testar títulos de renda fixa com fluxos e horizontes
de prazos diferentes das aplicações de Securato et al. (2003), com a adoção de instrumentos
distintos para análise comparativa de desempenho.
O escopo da pesquisa está limitado ao universo do mercado brasileiro de renda fixa, sendo
simulado o investimento em títulos prefixados, livres de risco de crédito, com vencimentos de
1
Hedge é uma operação que tem o objetivo de obter proteção contra o risco de variações de preço dos ativos.
3
médio e longo prazo emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional, conjugados com venda
2
de contratos futuros de taxa de juros (instrumentos de hedge).
Ainda em relação às limitações do estudo, deve-se destacar a influência da liquidez
3
nas
variações de preço dos ativos e, em maior relevância, deve-se ressaltar que o foram
apurados os custos de transação nos testes simulados.
Em relação à base de dados, as informações dos preços unitários que servem de subsídios para
a apuração dos resultados dos títulos e dos instrumentos derivativos foram coletadas através
da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) e da BM&F (Bolsa de
Mercadorias e Futuros), respectivamente.
O trabalho foi segmentado em quatro fases distintas. No capítulo 2, é apresentada uma revisão
de literatura sobre o tema de gestão de risco de taxa de juros, onde são abordadas as
estratégias de gerenciamento das carteiras de renda fixa, as características e os movimentos da
estrutura a termo da taxa de juros (ETTJ) e também uma abordagem geral sobre alguns
modelos de gerenciamento de risco de taxa de juros, dentre os quais, o modelo de hedge
através da duration e o modelo de hedge de dois fatores. No capítulo 3 são demonstradas as
características e os procedimentos dos testes comparativos de desempenho entre os modelos
em questão. O capítulo 4 trata da análise dos resultados dos testes comparativos, considerando
a observação de gráficos e análise estatística. Complementando o trabalho, no capítulo 5 são
2
Constituição de posição passiva (venda de contratos derivativos futuros de taxa de juros utilizando-se o preço
unitário como referência ou compra de contratos derivativos futuros de taxa de juros utilizando-se a taxa como
referência).
3
“Liquidez é o grau de agilidade na conversão de um investimento em dinheiro, sem perda significativa de
valor. Um investimento tem maior liquidez, quanto mais fácil for a conversão em dinheiro e quanto menor for a
perda de valor envolvida nesta transação”. (Secretaria do tesouro Nacional - disponível em
www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/servicos/glossario/glossario_l.asp).
4
apresentadas as conclusões do estudo, abordando-se tanto os objetivos alcançados, como as
recomendações para novas pesquisas.
5
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo é apresentada uma breve abordagem de subsídios teóricos que servem de base
para o desenvolvimento da pesquisa.
2.1 GERENCIAMENTO DE CARTEIRAS DE RENDA FIXA
Face à globalização da economia nas últimas décadas e as mudanças freqüentes de fatores e
cenários econômicos, os administradores de carteiras de renda fixa, buscam de forma
dinâmica, criar métodos para conseguir a máxima rentabilidade, porém, buscando alternativas
de minimização do risco ao menor custo possível.
Cabe ressaltar que cada administrador possui diferentes perfis, características, metas, limites
de exposição e aversão ao risco. Nesse sentido, os gestores planejam e executam diversas
ações, dentre elas: o monitoramento dinâmico das variáveis econômicas, dos limites e dos
riscos assumidos, o acompanhamento da liquidez dos ativos de interesse e a aplicação de
estratégias de atuação no mercado com o objetivo de administrar a relação risco x retorno.
diversas teorias sobre estratégias de gerenciamento de carteiras de renda fixa que são
adotadas na prática por tesourarias de bancos, fundos de investimento, fundos de Pensão e
6
administradores de carteiras. Pode-se, no entanto, segregar algumas dessas estratégias em dois
grupos: (i) gerenciamento ativo e (ii) gerenciamento passivo de portfólios.
2.1.1 ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO ATIVO
Fabozzi (1997) define que o gerenciamento ativo é baseado nas expectativas dirigidas, ou
seja, uma administração do risco com o intuito de buscar elevados retornos, utilizando-se
de métodos apropriados para analisar valores relativos através de dados como: séries
históricas, liquidez de ativos, segmentação de mercado, dentre outros.
De acordo com Machado (2006) a gestão ativa tem como objetivo a maximização de retorno
de uma carteira de ativos para um determinado nível de risco. Assim, baseado na análise
individual e na correlação entre risco e retorno dos ativos de uma carteira, torna-se possível
traçar uma fronteira eficiente, para determinar uma carteira ótima buscando maior retorno
para determinado nível de risco ou a minimização do risco, para um retorno específico.
Nas estratégias ativas de gerenciamento de carteiras, o administrador busca aproveitar as
mudanças das condições de mercado, tirando vantagem da sua flexibilidade para obter
maiores retornos com o melhor aproveitamento das variações de preços, através do
monitoramento dinâmico do mercado e do risco das carteiras às mudanças na taxa de juros.
2.1.2 ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO PASSIVO
De acordo com Fabozzi (1997), no gerenciamento passivo, há a intenção de comprar e
carregar o ativo, porém, com poucas expectativas de altos retornos e sem maiores exposições
aos riscos de mercado. O autor também ressalta que os métodos mais conhecidos de estratégia
7
de gerenciamento passivo de recursos são a imunização e a carteira dedicada (cash-flow
matching). Para Machado (2006, p. 23), “os modelos de dedicação ou imunização buscam
reduzir o risco de taxa de juros nas estratégias de alocação de recursos que contemplam um
horizonte de investimento predefinido”.
Vale ressaltar que, conforme Elton e Gruber (1995), a estratégia de casamento de fluxos de
caixa, também conhecida como carteira dedicada, é geralmente utilizada para equilibrar os
fluxos dos ativos e passivos dos fundos de pensão, de forma a garantir o pagamento dos
benefícios de aposentadoria. Um aspecto positivo da carteira dedicada é a sua eficiência no
sentido de se reduzir o risco de exposição dos fluxos às flutuações na taxa de juros. Porém,
deve-se ressaltar que o ponto negativo desta estratégia são os grandes dispêndios, uma vez
que buscam uma combinação exata entre as entradas e saídas de capital.
Reddington (1952, apud FABOZZI, 1977, p. 926) definiu imunização como o investimento
em ativos de modo que existam negociações para neutralizar os efeitos das mudanças gerais
das taxas de juros.
Machado (2006, p.12) em seu estudo sobre risco de taxa de juros em entidades de previdência
complementar define que “[...] adota-se a estratégia de imunização de forma a buscar que o
risco de taxa de juros do ativo seja similar ao do passivo. Variações inesperadas das taxas de
juros irão afetar o valor presente dos ativos e dos passivos de forma semelhante”.
Cabe ainda destacar que somente efeito de imunização se a duração média dos ativos for
igual à dos passivos e que o sucesso na imunização através da duration
4
é condicionado às
4
Duration é a representação, em unidade de tempo, da duração média de um fluxo de pagamentos e permite
verificar a sensibilidade do valor presente deste título às variações na taxa de juros.
8
pequenas mudanças nas taxas de juros (REDDINGTON, 1952, apud FABOZZI, 1977, p.
926).
De acordo com Fisher e Weil (1971), para alcançar o resultado de imunização, a duração
média de uma carteira de títulos deve ser igual em todo o tempo e o valor presente dos ativos
deve ser maior ou igual ao dos passivos usando-se a taxa interna de retorno dos ativos como
fator de desconto do valor presente dos passivos.
Para Fabozzi (1997) existem três condições para a eficiência da imunização; (i) A duration
entre o ativo e o passivo deve ser igual para todo o período; (ii) o valor de mercado dos ativos
deve ser maior ou igual ao valor presente dos passivos
5
; (iii) a dispersão dos ativos deve ser
maior ou igual a dos passivos, ou seja, deve-se mensurar a variância dos fluxos de caixa do
título em torno de sua duration, considerando que as características dos títulos em relação ao
pagamento de juros e do principal (tipos bullets
6
ou barbell
7
) podem gerar maior dispersão e
consequentemente maior risco.
Cabe ainda destacar que a estratégia de imunização apresenta maior risco que a estratégia de
casamentos de fluxo de caixa (ELTON e GRUBER [1995]), isto porque a avaliação do grau
de risco depende da precisão na medição da sensibilidade dos títulos às mudanças na curva de
rendimentos.
5
Deve-se usar a TIR dos ativos como fator de desconto do valor dos passivos.
6
Portfólio bullets são títulos com vencimentos concentrado em um ponto da curva de taxa de juros (ver Fabbozi,
1997).
7
Portfólio barbell são títulos com vencimentos concentrados em duas extremidades de maturação - uma curta e
uma longa (ver Fabbozi, 1997).
9
Como o processo de imunização é geralmente aplicado através da duration, e como a mesma
é definida como uma medida de elasticidade do valor presente de um fluxo em função de
variações na taxa de juros, não se pode deixar de considerar as deficiências da estratégia de
imunização.
Nesse sentido, embora no processo de imunização a duration do fluxo ativo esteja igualada à
duration do fluxo passivo, a convexidade
8
de ambos pode ser diferente, o que pode ocasionar
variações desiguais no valor presente do ativo e do passivo, implicando em perdas para o
investidor.
Em função disso, é importante ressaltar que para o sucesso das estratégias de gerenciamento
de risco de taxa de juros, o investidor deve atentar para a importância dos custos operacionais
e da análise das variáveis de sensibilidade (duration e convexidade) em função de mudanças
nas taxas de juros.
2.2 MOVIMENTOS DA ESTRUTURA A TERMO DA TAXA DE JUROS
Em linha com Samuelson e Nordhaus (1985, apud FRALETTI, 2004, p.10), define-se juro
como o retorno pago àqueles que emprestam recursos a empresas, governos ou a outras
pessoas, e taxa de juros como a representação do preço pago pelo tomador de empréstimo ao
financiador pelo uso do dinheiro no tempo.
A medida de rendimento para títulos de renda fixa com múltiplos pagamentos futuros é
denominada taxa interna de retorno (TIR), ou yield to maturity (YTM) e segundo Fabozzi
8
Convexidade de um ativo é uma medida de sensibilidade às variações na taxa de juros. É considerada uma
aproximação de segunda ordem da taxa de juros sobre o valor presente de um título. O grau de convexidade pode
10
(1997) esta é a taxa de juros que devemos utilizar para cálculo do valor presente de um
determinado investimento.
Assim, uma série de observações de preços de instrumentos de renda fixa, com diferentes
vencimentos e mesmo grau de risco de crédito, permite a construção de uma curva de
rendimentos (yield curve) que possibilita o desconto dos fluxos de caixa futuros para
determinação do valor presente de qualquer fluxo de pagamentos ou recebimentos.
Conforme Fraletti (2004), o entendimento do formato da estrutura temporal da taxa de juros
ETTJ é de suma importância na formulação de políticas econômicas, na determinação do
preço de ativos financeiros e na gestão de riscos de mercado. Nesse sentido, o conhecimento
da formação da curva de rendimentos é fundamental no processo de identificação do melhor
modelo de hedge a ser adotado para minimizar os riscos de uma carteira de títulos.
O formato da ETTJ pode então ser definido como o efeito do prazo de maturidade sobre a
taxa esperada até o vencimento de um título de renda fixa. Para isto, é necessário entender a
relação entre a taxa esperada e o prazo de vencimento.
Fabozzi (1997) demonstra hipoteticamente que o desenho da estrutura temporal da taxa juros
possui basicamente quatro formatos: curva normal ou positiva, curva invertida ou negativa,
curva ondulada e a forma reta de estrutura de juros. Conforme demonstrado por Elton e
Gruber (1995) há quatro teorias atualmente que explicam estes possíveis desenhos da curva de
rendimentos: Teoria de Mercados Segmentados, Teoria das Expectativas, Teoria do Prêmio
por Liquidez e a Teoria do Habitat Preferido.
variar dependendo da dispersão dos vencimentos em relação à duração e pela diferença das taxas de juros em
função dos diferentes prazos.
11
Conforme definição de Elton e Gruber (1995, p. 436) “A teoria dos mercados segmentados se
origina da observação de que muitos investidores e emitentes de títulos parecem ter uma forte
preferência por dívidas de um mesmo prazo de vencimento. Além disso, parecem ser pouco
sensíveis aos diferenciais de taxas entre as dívidas com esse prazo e dívidas com prazos
diferentes”.
a teoria das expectativas significa que as taxas a termo são exclusivamente representadas
pelas expectativas futuras das taxas, ou seja, toda a estrutura de taxa de juros de um
determinado período reflete a expectativa atual das taxas futuras de curto prazo [FABBOZI
(1997)]. De acordo com esta teoria, uma curva normal ou ascendente de taxas de juros, é uma
indicação de que se espera que as taxas de curto prazo aumentem. De maneira análoga, uma
curva horizontal (flat) é uma indicação de que é esperado que as taxas de curto prazo
continuem as mesmas. A curva ondulada sinaliza expectativas variadas em diversos pontos da
curva de rendimentos. Finalmente, uma curva invertida ou descendente de taxas de juros
indica que o mercado espera que as taxas de curto prazo declinem.
Para Elton e Gruber (1995), a Teoria do Prêmio por Liquidez, ao contrário da teoria das
expectativas, supõe que os tomadores de recursos devem oferecer retornos mais altos
(prêmios de liquidez) aos investidores para que apliquem em um título de maturidade
diferente daquele que preferem, cabendo ainda considerar a suposição de que escassez de
investidores em prazos mais longos, de modo que é necessário oferecer retorno adicional em
títulos de longo prazo para estimular os investidores a aplicar nesses títulos.
A Teoria do Habitat Preferido é baseada na situação de que os investidores que buscam o
menor risco possível procuram casar os prazos dos ativos e passivos, assumindo que essa
combinação é sua estratégia preferida. Nesse sentido, de acordo com esta teoria, haverá
12
prêmios em títulos com prazos de vencimento para os quais a demanda é insuficiente,
considerando que tais prêmios são necessários para induzir os investidores a deixarem seu
habitat preferido.
Após a análise dos formatos da curva de juros e das teorias que influenciam nos seus
movimentos, pode-se admitir que a ETTJ possa se deslocar em movimentos distintos, ou seja,
de forma paralela e não-paralela nos diversos prazos ao longo da curva. Litterman e
Scheinkman (1991) identificam três componentes responsáveis por movimentos da curva de
juros: nível de juros, inclinação e curvatura.
O primeiro tipo de movimento se refere aos movimentos paralelos da curva, ou seja, todos os
rendimentos movem-se para uma mesma direção numa mesma magnitude. Já o movimento de
inclinação, define se a curva é positiva ou negativa em função de sua maturidade, ou seja, é a
primeira derivada dos rendimentos em relação aos prazos. E por último, a curvatura, segunda
derivada dos rendimentos em relação aos prazos, define a velocidade em que as taxas crescem
(no caso da inclinação positiva), ou decrescem (no caso da inclinação negativa).
Deve-se ainda ressaltar que, de acordo com estudo de Litterman e Scheinkman (1991) para os
títulos do tesouro americano, os três fatores que influenciam nos movimentos da curva de
juros explicam 97% dos deslocamentos, sendo que 79% são explicados pelo fator nível de
juros (movimentos paralelos), enquanto que 13% são explicados pelos fatores inclinação e 5%
pela curvatura, podendo-se então deduzir que, a maioria dos deslocamentos da curva ocorre
de forma paralela.
13
2.3 MODELOS DE IMUNIZAÇÃO
Com o objetivo de proteger os títulos ou carteiras de títulos contra os deslocamentos da curva
de rendimentos, vários autores desenvolveram estudos e teorias com variados graus de
complexibilidade e aplicabilidade.
O gerenciamento do risco de taxa de taxa de juros através da imunização é basicamente
associado ao modelo tradicional de Duration (MACAULEY, 1938, apud FISHER e WEIL,
1971, p. 415), no entanto, vários modelos foram desenvolvidos a partir de variações do
modelo tradicional.
Em alguns estudos sobre imunização e relação de risco da carteira (Elton e Gruber [1995]),
são abordados também os conceitos da duration modificada que mede a variação percentual
do valor da carteira em função da variação de um ponto percentual na taxa de juros e da
convexidade que está relacionada à segunda derivada do valor presente do título em relação à
taxa de juros, sendo considerada uma medida de sensibilidade da duration modificada às
variações nas taxas de juros.
Cabe ressaltar que a premissa principal do modelo de duration é que a eficiência na proteção
dos títulos ou da carteira de títulos ocorre em função dos deslocamentos paralelos da curva de
juros.
2.3.1 HISTÓRICO
Com o intuito de aperfeiçoar o modelo de duration, vários teorias foram desenvolvidas sobre
os impactos nos valores dos investimentos em relação aos prazos de maturidade e em função
14
das mudanças nas taxas de juros, gerando metodologias de natureza mais complexa para
proteção de carteiras e buscando também neutralizar movimentos não-paralelos da curva de
rendimentos.
De forma semelhante ao trabalho de Macauley, Hicks (1939, apud PEREZ, 1994 p. 6) definiu
a elasticidade como período médio de um fluxo, considerando que está relacionada a um fator
de desconto. O estudo de Hicks foi analisado com a percepção que a variação dos fluxos de
entrada e saída de recursos era mais sensível no longo prazo, considerando que o fluxo
descontado fica muito mais sensível às variações na taxa de juros.
Samuelson (1945, apud FISHER e WEIL, 1971, p. 416) realizou a análise sobre o efeito da
mudança de taxa de juros em investimentos de universidades, seguradoras e bancos,
concluindo que quando a duration dos ativos da empresa é mais alta que a das obrigações, a
instituição sofrerá perdas quando a taxa de juros subir e terá lucros quando a taxa de juros
cair.
Anos depois, Fisher e Weil (1971) desenvolveram uma aplicação para a medida de duration
através da ponderação das taxas de desconto diferentes para cada fluxo futuro, ou seja, a
duração com o uso da taxa de juros variável em cada período, o que gerou resultados bem
satisfatórios.
Bierwag et al. (1978), através da derivação da duration, desenvolveram modelos de
mensuração de risco mais complexos para imunização contra mudanças na forma da curva de
juros.
15
Khang (1979) derivou uma medida diferente de duration para mudanças na taxa de juros,
considerando um caso específico, no qual as taxas de títulos com vencimento no curto prazo
variavam mais que os títulos de vencimento no longo prazo.
Reitano (1990) desenvolveu uma variação do modelo de duration de Macauley, considerando
durations parciais e a alavancagem da duration para explicar o comportamento dos preços sob
mudanças não paralelas na curva de taxa de juros. O autor ainda desenvolveu o conceito da
duration modificada que é a medida, em termos percentuais, de quanto o valor de um ativo é
afetado pela variação da taxa de juros.
Em estudos mais recentes sobre o gerenciamento de risco de taxa de juros, destacam-se o os
modelos unifatoriais, o qual define que apenas um fator é responsável para explicar
significativamente o movimento total da curva de juros. Em um artigo seminal, Vasicek
(1977, apud MACHADO, 2006, p. 29) descreveu as bases dos modelos de equilíbrio
unifatoriais (modelos endógenos), considerando a que “a curva de juros em um dado tempo t
é derivada a partir de parâmetros definidos e não há garantia de que ela será idêntica à curva
de mercado”. Cox et al. (1985) propuseram um modelo alternativo, com o intuito de corrigir o
pronto fraco do modelo de Vasicek (1977) que pode gerar possíveis taxas negativas.
Considerando algumas desvantagens dos modelos de equilíbrio, tendo em vista que não se
adequam automaticamente à estrutura a termo corrente das taxas de juros, foram
desenvolvidos modelos de não-arbitragem (modelos exógenos), os quais demonstram um
procedimento de forma a ajustar a estrutura a termo inicial à curva de juros efetivamente
observada.
16
Ho e Lee (1986) foram os pioneiros na linha de não-arbitragem e criaram uma metodologia
que transforma a curva de juros do mercado em um subsídio para o processo. No entanto, o
modelo desenvolvido por Hull e White (1990) tem o objetivo de complementar a teoria de Ho
e Lee (1986), pois contemplam uma abordagem mais ampla de volatilidade.
De acordo com Machado (2006, p.32), “as estratégias de imunização evoluíram de forma a
contemplar variações não apenas paralelas da ETTJ, expandindo ao conceito de duration”.
Nesse sentido pode-se segregar esta evolução de três modos distintos:
(i) imunização baseada em formas funcionais da ETTJ, no qual se destacam os
modelos de Cooper (1977) sobre mudanças no coeficiente angular e Chambers et
al.(1988) por abordarem a premissa de que um polinômio pode ser ajustado de forma
a descrever a ETTJ observada;
(ii) imunização baseada na análise dos componentes principais que possui a vantagem
de identificar os fatores explicativos das variações nas taxas de juros. Cabe destacar
as abordagens de Litterman e Scheinkman (1991) sobre os três fatores (nível de juros,
inclinação e curvatura) que explicam as mudanças da curva de juros e ainda o estudo
de Barber e Cooper (1996) que propuseram métodos de imunização baseados na
análise e proteção desses fatores;
(iii) imunização baseada em choques arbitrários onde Fong e Vasicek (1984)
propuseram uma administração de risco para uma carteira exposta a choques
arbitrários da taxa de juros, baseado no conceito de dispersão ao redor da duration.
17
Ainda baseado no modelo tradicional de duration, pode-se destacar o modelo de hedge de
dois fatores (hedge combinado) desenvolvido por Leschhorn (2001) que será detalhado no
capítulo seguinte.
Por fim, a partir da observação prática de atuação e comportamento de alguns gestores de
carteiras no mercado brasileiro em relação à exposição e grau de aversão ao risco, pode-se
ainda observar a aplicação de hedge de títulos com fluxos intermediários através da utilização
de instrumentos de proteção com mesmo vencimento do ativo objeto. Cabe ressaltar que a
aplicação deste modelo não é baseada em fundamento teórico, devendo-se ainda considerar a
modelagem não padronizada para o cálculo da quantidade de contratos dos instrumentos de
hedge.
18
2.3.2 MODELOS SIMPLES DE IMUNIZAÇÃO
Os administradores de portfólio adotam importantes estratégias de gerenciamento do risco das
carteiras em função dos diversos movimentos na estrutura a termo da taxa de juros. Nesse
sentido, os investidores normalmente buscam modelos e instrumentos de hedge que melhor se
enquadram aos seus objetivos, levando em consideração o grau de tempestividade de
aplicação, os custos de transação e, principalmente, a eficiência dos resultados.
A seguir são apresentados dois modelos simples de hedge, ambos baseados no conceito
tradicional de duration, e que, em função de suas características, podem ser facilmente
aplicados pelos administradores de renda fixa no mercado brasileiro, motivados pela sua
eficiência, baixo custo e facilidade de aplicação prática:
2.3.2.1 MODELO DE “DURATION”
Em geral, os gestores procuram imunizar os fluxos de caixa sujeitos aos riscos de mercado,
protegendo cada evento do fluxo, ao passo que, em função da liquidez e dos custos
operacionais dos instrumentos de hedge, grande parte dos investidores adotam a imunização
de seus títulos ou de suas carteiras de títulos através do prazo médio, ou melhor, utilizam o
modelo de Hedge através da Duration.
19
A mensuração da duration de um título ou de uma carteira de títulos tem o propósito de
avaliar a maturidade dos seus ativos. No entanto, essa medida também permite avaliar a
sensibilidade do valor do título (ou carteira) às variações na taxa de juros.
Para obter sucesso na estratégia de imunização através da duration, deve-se ponderar as suas
limitações considerando que seu efeito somente é válido para pequenas alterações nos juros,
todavia, a convexidade busca corrigir essa deficiência do hedge quando ocorrem variações
significativas da taxa de juros.
2.3.2.1.1 CONCEITO
Segundo a linha de entendimento majoritária do segmento financeiro, entende-se por
duration, o prazo médio de um título ou de uma carteira de títulos, levando em consideração o
valor do dinheiro no tempo. Segundo definição de Macauley (1938, apud FISHER e WEIL,
1971, p. 415), a duration é a representação, em unidade de tempo, da duração média de um
fluxo de pagamentos e permite verificar a sensibilidade do valor presente deste título às
variações na sua taxa interna de retorno.
Em suas análises, Macauley (1938) mostrou que o prazo do título até seu vencimento era uma
medida inadequada do elemento tempo, que poderia estar descartando informações
fundamentais sobre algum pagamento intermediário do fluxo do título.
A duration pode então ser definida, como o resultado do somatório da multiplicação do valor
atual de cada fluxo pelo período de tempo a ele referente, dividido pelo somatório dos valores
presentes de cada fluxo.
20
2.3.2.1.2 MODELAGEM
De acordo com Securato et al. (2003), o cálculo do valor presente de um título ou de uma
carteira com pagamentos de cupons intermediários, na forma contínua, pode ser expresso por:
i
It
n
i
i
eFVP
=
=
1
(1)
Onde:
VP = valor presente de uma carteira composta por t fluxos de caixa
i
F = fluxos de caixa
i
I = taxa interna de retorno de uma carteira ou título i qualquer, expressa de forma contínua;
n = Prazo total
i
t = período de tempo a decorrer até o fluxo de caixa
t
F
Derivando esta equação em função de I (taxa interna de retorno), chega-se a seguinte equação:
=
=
n
i
i
It
i
teF
I
VP
i
1
(2)
Passando
I
para o lado direito na equação (2), obtém-se:
( )
IteFVP
n
i
i
It
i
i
=
=
1
(3)
Multiplicando-se o lado direito da equação (3) por
VP
VP
, chega-se a seguinte equação:
( )
IVP
VP
teF
VP
n
i
i
It
i
i
=
=
1
(4)
Considerando a equação abaixo como a definição de
Duration
de Macauley :
VP
teF
D
n
i
i
It
i
i
=
=
1
(5)
A sensibilidade do valor presente da carteira em relação a I, será:
IVPDVP
=
)( (6)
21
De acordo com Securato et al (2003, p.3) “a equação acima demonstra que se a taxa interna de
retorno do título apresentar uma variação positiva (
I
), o valor presente do título diminuirá
em (
VP
). Assim a
duration
demonstra a sensibilidade do valor presente em relação a
mudanças da taxa interna de retorno”.
Considerando a hipótese de que um investidor pretende minimizar o risco de taxa de juros
para um título (
P)
com Valor Presente
VP
P
, pode-se adotar a estratégia do uso de um
instrumento de
hedge
(
A
) para imunizar o título na condição de que as variações do valor
presente do título e do instrumento de proteção sejam neutralizadas, conforme abaixo:
AP
VPVP =
(7)
Assim, substituindo
P
VP
e
A
VP
em referência a equação (6) e na condição de mudança
paralela da curva de juros (
P
I
=
A
I
), pode-se calcular o valor presente do instrumento de
hedge
para atingir a estratégia de imunização através das seguintes expressões:
Remodelando as equações (6) e (7), chega-se à seguinte equação:
AAAPPP
IVPDIVPD = )()(
(8)
Remodelando a equação acima, o valor presente do instrumento de proteção (
A
) é calculado
pela seguinte expressão:
A
PP
A
D
VPD
VP
)(
=
(9)
Assim, a partir da aplicação da equação (9) pode-se admitir que a carteira composta pelo
título com valor presente
VP
P
e protegida pelo instrumento de
hedge
com valor presente
VP
A,
está imunizada contra variações paralelas da curva de juros, conforme exemplifica o gráfico a
seguir:
22
Exemplo - Movimento paralelo da curva de Juros
Curva original - t
0
Nova Curva- t
1
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
1 2 3 4 5
Prazo (anos)
Juros (% a.a.)
Figura 1 - Exemplo de movimento paralelo da curva de juros
2.3.2.2 MODELO DE DOIS FATORES
Reafirmando a necessidade por proteção de um título ou de uma carteira contra movimentos
da curva de juros, alguns investidores procuram adotar modelos que unem a eficiência e a
facilidade de aplicação.
Em busca desses objetivos, Leschhorn (2001) desenvolveu o modelo de dois fatores (
hedge
combinado)
com a intenção de atingir a eficiência para captura de movimentos paralelos e não
paralelos da curva de juros, mantendo, porém, a mesma simplicidade do modelo de
duration.
Cabe ressaltar que, conforme Securato et al. (2003, p. 4), “a principal vantagem deste modelo
em relação àqueles baseados somente na
duration
é que ele capta diferença na variação de
rendimentos de títulos com diferentes vencimentos, melhorando a eficiência, da proteção,
sem, entretanto, basear-se em modelos muito complexos e difíceis de serem utilizados”.
23
A vantagem de um modelo simples de
hedge
da curva de juros é a eficiência e eficácia de
resultados, considerando que, dependendo das condições das variáveis de mercado, o modelo
pode ser frequentemente reavaliado e implementado facilmente. No entanto, deve haver
ressalva para a dificuldade de afirmar o quanto que um modelo altamente sofisticado poderá
gerar razoáveis resultados por um baixo custo operacional.
2.3.2.2.1 CONCEITO
De acordo com Securato et al. (2003), com o propósito de obter um melhor entendimento do
modelo de dois fatores, deve-se imaginar um segmento da curva de juros, identificado entre
dois instrumentos de
hedge
com diferentes vencimentos e taxas de juros.
Conforme demonstra o gráfico da figura (2), a mudança de rendimentos dos instrumentos de
proteção gera um deslocamento na curva de juros de t
0
para t
1
, no entanto, deve-se adotar
como premissa básica do modelo que a relação entre os
spreads
dos instrumentos de
hedge
nos momentos
t
0
e
t
1
é constante ao longo do segmento.
24
Exemplo - Movimento O paralelo da curva de Juros
Curva original - t
0
Nova Curva- t
1
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
1 2 3 4 5
Prazo (anos)
Juros (% a.a.)
Figura 2 - Exemplo de movimento NÃO paralelo da curva de juros
2.3.2.2.2 MODELAGEM
Assim como diversos modelos de imunização se baseiam no conceito de
duration
, o modelo
de Leschhorn (2001) também parte de algumas premissas verificadas a partir do modelo
tradicional.
De acordo com Securato et al. (2003), o modelo de hedge combinado parte da
seguinte expressão:
IVPDVP
=
)( (1)
A proposta de Leschhorn (2001) foi criar um modelo com dois parâmetros que captura
movimentos na curva de juros, motivados pela própria mudança de rendimentos dos dois
instrumentos de
hedge
. Para melhor compreensão do modelo de
hedge
de dois fatores, deve-
se então considerar as seguintes notações descritas por Securato et al.(2003, p. 4):
25
0
A
I
e
1
A
I
= equivalem a Taxa Interna de Retorno (rendimento) do instrumento de
hedge
de
menor maturidade, com o Valor Presente
A
VP
, nos instantes
t
0
e t
1
, respectivamente.
0
B
I
e
1
B
I
= equivalem ao rendimento do instrumento de
hedge
de maior maturidade, com o
Valor Presente
B
VP
, nos instantes
t
0
e t
1
, respectivamente.
0
P
I
e
1
P
I
= equivalem a Taxa Interna de Retorno do título a ser protegido, com o Valor
Presente
P
VP
, nos instantes
t
0
e t
1
, respectivamente.
Conforme Leschhorn (2001, p. 65), “a curva de juros é denominada como
Y(t,T
), onde
t
é uma
variável de tempo (Ex. data qualquer) e
T
é o tempo de maturidade. Considere um segmento
da curva de rendimento entre
T
A
e
T
B
, os quais são as maturidades de dois instrumentos de
hedge
, respectivamente,
A
e
B
. Este segmento da curva de rendimento,
Y(t,T),
é descrito pela
seguinte equação”:
Y(t, T) = a(t) + b(t)*F(T),
com
T
A
<= T <= T
B
.
Cabe ressaltar que
a(t)
e
b(t)
são parâmetros de tempo e
F(T)
é uma função arbitrária dada
pela forma da curva de juros. A flexibilidade de função
F(T)
é a razão dos resultados do
modelo para um único título ou para um portfólio.
Os instrumentos de
hedge
A
e
B
provocam uma mudança da curva de rendimentos, que se
move de
t
0
para
t
1
e conseqüentemente mudam os parâmetros
a(t)
e
b(t)
. A modificação do
parâmetro
a(t)
é equivalente a uma mudança paralela da curva de rendimento, uma
alteração de
b(t)
muda a inclinação da curva de juros.
26
A partir da análise da figura (2) que mostra a mudança relativa do spread de rendimento,
I
A
-
I
B
, entre os instrumentos de
hedge
, obtém-se:
00
11
AB
AB
II
II
= 1 +
ds
Para melhor entendimento da expressão acima, Securato et al. (2003, p. 5) definiu: “1 +
ds
indica a variação relativa do
spread
dos rendimentos e
ds
indica a variação do coeficiente
angular da reta que une os dois instrumentos de proteção”. A figura (3) facilita uma maior
compreensão dessa premissa:
Fonte: Securato et al. (2003)
Figura 3 – Ilustração do modelo de dois fatores
A relação entre os spreads de rendimento não depende das maturidades, assim qualquer
mudança rendimento no instrumento de proteção
A
(menor maturidade) e do título localizado
no ponto intermediário I
P
é determinada pelo mesmo fator, 1+ds, conforme as expressões
abaixo demonstradas em Securato et al. (2003, p. 6):
TIR
β
β +
ds
α
α
+ ds
A
I
A
I
B
I
B
I
P
I
P
I
Vencimento
t
0
t
1
27
00
11
AP
AP
II
II
= 1 +
ds
(2)
Remodelando a equação (2), temos:
)(
000
1
01
APA
A
PP
IIdsIIII
+=
Originando a seguinte expressão:
)(
00
APII
IIds
AP
+= (3)
Segundo Securato et al. (2003), analisando-se a equação (3), dois parâmetros são responsáveis
pela variação do rendimento de um título (
P
) localizado entre os vencimentos de dois
instrumentos de proteção (
A
e
B
):
A variação de rendimentos do instrumento
A
nos momentos
t
0
e
t
1
(
A
I
);
A variação do coeficiente angular (ds).
Vale ressaltar que a variação dos rendimentos dos dois instrumentos de
hedge
(
A
e
B
) pode
influenciar nos dois parâmetros da equação, admitindo dessa forma, tanto movimentos
paralelos )0(
=
ds
, como não paralelos )0(
ds
da curva de juros.
Assim, a proposta do modelo é de utilizar dois instrumentos de
hedge
(
A
e
B
) com a intenção
de proteger o título (
P
1
) com vencimento
T
1
, sendo
BA
TTT
1
. No entanto, para que haja
uma proteção eficiente, a soma da variação do valor presente do título e dos instrumentos de
proteção deve ser igual à zero, conforme a expressão abaixo:
0
=++
PBA
VPVPVP
(4)
28
Remodelando a equação acima em função da equação (1), obtém-se:
0=××××××
BBBAAAppp
DVPDVPDVP
(5)
Pode haver variações nas mudanças de rendimento para diferentes vencimentos em função da
possibilidade de mudança na inclinação da curva de juros (coeficiente angular). As equações
abaixo demonstram como são obtidas as variações de rendimento do título (
P)
e do
instrumento de proteção
B:
)(
00
APII
IIds
AP
+=
)(
00
ABII
IIds
AB
+=
Fazendo-se a substituição dessas expressões na equação (5), obtém-se:
[
]
[
]
0)()(
1
=+××+××++××
ABABBAAAAAPP
IIdsDVPDVPIIdsDVP
(6)
Vale ressaltar que, segundo Securato et al. (2003), a variação da curva de rendimento
)(
A
do instrumento de proteção de menor maturidade (
A)
pode ocorrer de forma independente da
variação do coeficiente angular (
ds)
. Assim, a principal condição para assegurar a proteção do
título contra as mudanças da curva de rendimentos é que as equações abaixo sejam atendidas
simultaneamente:
0)(
=×++
ABAAAPP
DVPDVPDVP
(7a)
e
[
]
0)()((
=×+ dsIIDVPIIDVP
ABBBAPPP
(7b)
A partir da solução das equações (7a) e (7b) em
VP
A
e
VP
B
, o valor presente dos instrumentos
de proteção (
A e B)
para que o título esteja imunizado através no modelo de dois fatores é
obtido através das seguintes equações:
29
)
(
)(
ABA
PBPP
A
IID
IIDVP
VP
= (8a)
)
(
)(
ABB
APPP
B
IID
IIDVP
VP
= (8b)
Segundo Securato et al. (2003), a metodologia do
hedge de
dois fatores é tão simples quanto o
modelo tradicional de
duration.
No entanto,
os modelos se distinguem pelo fato de que o
hedge
combinado assume variações no coeficiente angular da curva de juros e captura melhor
as variações de rendimento entre os dois instrumentos de
hedge
,
buscando, dessa forma, uma
melhor eficiência de proteção.
Cabe destacar que o modelo pode ser replicado para uma carteira com
n
títulos, considerando
que se deve assumir que os vencimentos de todos os títulos T
i
situam-se entre os vencimentos
dos dois instrumentos de proteção
T
A
e
T
B
de forma que
BiA
TTT
para todo
i
.
Dessa forma, propõe-se o cálculo dos valores presentes dos instrumentos de proteção
VP
A
e
VP
B
para a proteção de uma carteira com base nos valores presentes (
VP
i
) de cada título
n
.
Cabe lembrar que, para carteira ficar imunizada o valor da soma das posições não deve se
alterar, ou seja, a expressão
=
++
n
i
iBA
VP
1
deve ser igual à zero.
Seguindo um cálculo análogo às equações anteriores, obtêm-se os seguintes valores nominais
para
hedge
de uma carteira de títulos:
)(
)(
00
0
0
11
1
ABA
iB
n
i
A
IID
IIDVP
VP
=
=
(9a)
)(
)(
00
0
0
11
1
ABB
Ai
n
i
B
IID
IIDVP
VP
=
=
(9b)
30
2.3.2.3 ANÁLISE DE TESTES JÁ REALIZADOS
No estudo de Leschhorn (2001) sobre o modelo de dois fatores, foram realizados dois testes
empíricos. Primeiramente foi testada a efetividade do
hedge
combinado com o intuito de
monitorar as perdas ou lucros diários de quatro amostras compostas de apenas um título
(
Bund
alemão
com maturidades de 4,8 a 6,9 anos)
e dois instrumentos de proteção escolhidos
entre o
Bund Future
(longo prazo com maturidade em torno de 9 anos), o
Bobl Future
(médio
prazo com maturidade em torno de 3,8 anos) e o
Schatz Future
(com maturidade em torno de
2,3 anos). Em seguida foram testados dois portfólios diversificados de títulos alemães (
Bund,
Treuhand e Bobl
) com as maturidades variando de 2 a 9 anos, também protegidos através dos
contratos futuros de taxa de juros (
Bund Futures, Bobl Futures
e
Schatz Futures
).
Vale destacar que os períodos de análise dos resultados do
hedge
foram de 02/02/1998 a
02/06/1998 e de 01/02/1999 a 01/06/1999, podendo-se admitir que nestes períodos houve
mudanças na inclinação da curva de rendimentos (movimentos não paralelos).
Cabe então ressaltar que os resultados dos testes efetuados por Leschhorn (2001), tanto para
apenas um título, quanto para um portfólio de títulos alemães, demonstraram que o modelo de
dois fatores foi claramente mais efetivo que o
hedge
com apenas um instrumento de proteção.
Com a mesma finalidade dos testes que Leschhorn (2001) realizou no mercado alemão, no
estudo de Securato et al. (2003) foram realizados testes empíricos com base em dados
históricos de mercado brasileiro para comparar a eficiência entre os modelos de dois fatores e
o modelo tradicional de
duration
.
31
Na pesquisa foram utilizados os títulos prefixados LTN com vencimento em janeiro e
fevereiro de 2002 (maturidade de um título sintético de 117 dias) e os contratos futuros (DI-
Futuro) de janeiro e abril de 2002 e os resultados diários analisados foram no período de
02/08/2001 a 31/12/2001.
Securato et al. (2003) realizou primeiramente dois testes, iniciando com uma comparação da
imunização de um portfólio de LTN através do modelo tradicional e do modelo de dois
fatores e o segundo teste consistiu em comparar os lucros ou perdas das mesmas carteiras,
rebalanceando as quantidades de contratos futuros a cada 15 dias.
Em seguida, foram realizados testes com as mesmas carteiras de LTN, utilizando os modelos
de dois fatores e o tradicional, porém, no modelo de
duration
foi criado um passivo sintético
com a mesma
duration
do ativo sintético representativo do título LTN com o objetivo de
igualar a maturidade dos fluxos dos ativos e passivos.
Os resultados apresentados por Securato et al (2003) demonstraram que não diferenças
relevantes entre a imunização através do modelo tradicional de
duration
e o modelo de
hedge
combinado (dois fatores).
Vale considerar que para o teste no mercado brasileiro, não houve argumentos substanciais
para corroborar os resultados dos testes do aplicados no mercado alemão. No entanto, cabe
salientar as diferenças das características macroeconômicas entre o Brasil e a Alemanha no
momento dos testes e também considerando que Leschhorn (2001) utilizou títulos de longo
prazo, enquanto que Securato et al. (2003) encontrou dificuldades de encontrar títulos e
instrumentos de
hedge
de longo prazo, aplicando o teste com títulos
bullets
e de baixa
maturidade (6 a 8 meses).
32
Suas conclusões foram de que, dada as características do mercado brasileiro à época dos testes
com o uso de títulos e instrumentos de proteção de curto prazo, houve dificuldade de capturar
deslocamentos não paralelos na curva de rendimentos e, dessa forma, determinar relevantes
diferenças de eficiência entre os modelos.
33
3 TESTES COMPARATIVOS
Neste capítulo são abordadas as premissas, características e procedimentos dos testes
propostos no trabalho. O propósito da pesquisa é de comparar e demonstrar, dentre os
modelos de
duration
(Macauley, 1938) e o modelo de
hedge
de dois fatores (Leschhorn,
2001), qual deles é o mais eficiente para proteção de títulos públicos prefixados emitidos no
mercado brasileiro.
Considerando uma forte mudança nas características do mercado de títulos no período
2005/2006 em comparação ao ano de 2001 que foi o período dos testes realizados por
Securato et al. (2003), foram feitas simulações de imunização de títulos NTN-F (Notas do
Tesouro Nacional Série F), definidos como livres de risco de crédito, prefixados, possuindo
fluxo intermediário de pagamento de juros e com maturidade de médio e longo prazo.
Cabe ressaltar que, de modo alternativo, não foram testados os títulos LTN (Letras do
Tesouro Nacional), tendo em vista que possuem prazos mais curtos de maturidade, têm a
característica de amortização de juros e principal no vencimento e que passaram a ser
emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional com o mesmo vencimento dos contratos de
juros de futuros da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), principais instrumentos de
hedge
de renda fixa.
34
Nesse sentido, pode-se considerar que a opção pelo teste de títulos de longo prazo com a
existência de fluxos intermediários, torna mais necessária a questão de um modelo de
hedge
mais eficiente.
Testou-se a constituição de posição ativa, através da compra de títulos NTN-F (compra de
preço unitário), imunizado com a formação de posição passiva de venda de contratos de DI-
Futuro. Cabe ressaltar que os vencimentos e as quantidades de instrumentos de proteção
variam de acordo com o modelo de
hedge
aplicado em função da maturidade e do valor
presente dos títulos.
3.1 CARACTERÍSISTICAS DO TÍTULO NTN-F
As principais características das Notas do Tesouro Nacional – Serie F9 são:
Valor Nominal: R$ 1.000,00;
Cupom de Juros: 10 % a.a. (equivalente a 4,88 % a.s.);
Pagamento de juros semestrais;
Pagamento de principal no vencimento do titulo.
9
Dados fornecidos pela Secretaria do Tesouro Nacional. Disponível em: www.tesouro.fazenda.gov.br.
35
Para a apuração dos resultados dos títulos NTN-F, utilizou-se a série diária de taxas
indicativas do mercado secundário de títulos públicos divulgada pela Associação de
Instituições do Mercado Aberto (ANDIMA
10
).
Cabe ainda considerar que a série de preços divulgada pela ANDIMA é o instrumento padrão
para marcação a mercado (
MtM - marked to market)
dos títulos públicos utilizado pela grande
maioria das instituições financeiras e administradores de carteiras em geral.
3.2 CARACTERÍSTICAS DO INSTRUMENTO DERIVATIVO
Quanto aos instrumentos de proteção utilizados no teste, optou-se pelos contratos de juros
futuros negociados na BM&F, denominados DI-Futuro. Cabe destacar que estes contratos são
os instrumentos de
hedge
que possuem maior liquidez para vários vencimentos em
comparação aos demais instrumentos, tais como swaps e opções.
As principais características do contrato de DI-Futuro
11
são:
Objeto de negociação: taxa de juros efetiva dos Depósitos Interfinanceiros (DI),
definida pela acumulação das taxas médias dos Certificados de Depósitos Financeiros
(CDI) de um dia, para o período compreendido entre o dia da operação no mercado
futuro, inclusive, e o último dia da negociação, inclusive.
10
A ANDIMA captura os preços de mercado dos títulos com base em informações fornecidas por cerca de 40
instituições entre bancos, gestores de recursos de terceiros e intermediários financeiros e utiliza metodologias
estatísticas para filtrar os dados, calculando uma taxa justa para o fechamento do mercado (taxa indicativa).
11
Dados fornecidos pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Disponível em: www.bmf.com.br.
36
Cotação: Preço Unitário (PU), definido como R$ 100.000,00 descontados pela taxa de
juros (base 252 dias úteis).
Preço de mercado: preço de ajuste (marcação a mercado) divulgado diariamente pela
BM&F.
Meses de Vencimento: os quatro meses subseqüentes ao atual e depois os meses que
encabeçam os trimestres;
Data de vencimento: primeiro dia útil do mês de vencimento;
Para o cálculo dos resultados dos contratos de DI-Futuro, a BM&F divulga diariamente os
preços unitários de cada vencimento, também chamados de preços de ajuste
12
, que são
utilizados para contabilização da marcação a mercado dos instrumentos derivativos.
3.3 PROCEDIMENTOS DOS TESTES COMPARATIVOS
Para aplicação dos modelos, foi simulada a aquisição de títulos NTN-F com vencimentos em
01.01.2008, 01.01.2010, 01.01.2012 e 01.01.2014. A série de lucros ou perdas diárias foi
mensurada através do aplicativo Ms Excel para o período de 01.07.2005 a 29.12.2006 (375
dias úteis) para os vencimentos nos anos de 2008, 2010 e 2012 e de 08.05.2006 a 29.12.2006
(164 dias úteis) para o vencimento de 2014.
12
O Preço de ajuste é calculado pela BM&F a partir da média de preços negociados nos últimos quinze minutos
de pregão ou, se necessário, calculado através de metodologia própria da Bolsa.
37
Os gráficos apresentados no apêndice A demonstram a evolução dos resultados diários dos
títulos NTN-F em três dimensões: (i) imunização pelo modelo de
duration
; (ii) imunização
pelo modelo de
hedge
combinado (dois fatores); e (iii) lucros e perdas diárias da NTN-F sem
proteção contra as variações nas taxas de juros.
No entanto, observando-se o comportamento da NTN-F sem proteção, pode-se verificar uma
alta volatilidade de preços para todos os vencimentos, e em especial para os títulos de prazo
mais longo (2012 e 2014). Vale ressaltar que essa forte variação de preços dos títulos NTN-F
de maior maturidade (vencimentos em 2012 e 2014) pode ter ocorrido por conseqüência do
baixo índice de negociação (liquidez) desses vencimentos no mercado secundário, cabendo
ainda considerar que sua emissão ocorreu em período mais recente que os vencimentos de
curto prazo (2008 e 2010).
Nas seções seguintes serão apresentados os procedimentos dos testes comparativos entre os
modelos de
hedge
pela
duration
e o modelo de dois fatores, sendo segregados da seguinte
forma: (a) teste de imunização sem balanceamento e (b) teste de imunização com
balanceamento quinzenal de contratos futuros:
3.3.1 TESTE DE IMUNIZAÇÃO SEM BALANCEAMENTO
(i) Compra em 01.07.2005 de 100.000 títulos NTN-F (cerca de R$ 80 milhões) com
vencimento em 2008, 2010, 2012 e compra em 08.05.2006 de 100.000 NTN-F com
vencimento em 2014.
(ii) Estratégia de imunização pelo modelo de
duration.
É realizada a venda de contratos de
DI-Futuro (posição passiva), considerando o valor presente e a quantidade de
38
contratos para o modelo de
duration
determinada pelas equações demonstradas
abaixo:
A
PP
A
D
VPD
VP
)(
=
e
A
A
A
PA
VP
Q =
, sendo:
A
VP
= valor presente do instrumento derivativo (DI-Futuro)
P
VP
= valor presente do titulo NTN-F
D
P
=
duration
do título NTN-F calculada através da equação (5) descrita na seção 2.3.2.1.2
D
A
=
duration
do instrumento derivativo (DI-Futuro
13
).
Q
A
= Quantidade de contratos do instrumento derivativo (DI-Futuro)
PA
A
= Preço unitário de ajuste do contrato de DI-Futuro divulgado pela BM&F.
(iii) Estratégia de imunização pelo modelo de dois fatores. É realizada a venda de contratos
de dois vencimentos de DI-Futuro (
A
e
B
) sendo um vencimento anterior e outro
posterior a
duration
do titulo, considerando a quantidade de contratos para o modelo
de dois fatores determinada pelas seguintes equações:
)(
)(
ABA
PBPP
A
IID
IIDVP
VP
=
e
A
A
A
PA
VP
Q =
para o DI-Futuro anterior a
duration
do titulo.
)(
)(
ABB
APPP
B
IID
IIDVP
VP
=
e
B
B
B
PA
VP
Q =
para o DI-Futuro posterior a
duration
do titulo.
Onde:
A
VP
= valor presente do instrumento derivativo DI-Futuro
(A)
anterior a
duration
do titulo
B
VP
= valor presente do instrumento derivativo DI-Futuro
(B)
posterior a
duration
do titulo
13
Considerando que o contrato de DI-Futuro possui características de um título
bullet
, a sua
duration
é igual ao
prazo de maturidade.
39
P
VP
= valor presente do titulo NTN-F
D
P
=
duration
do título NTN-F calculada através da equação (5) descrita na seção 2.3.2.1.2
D
A
=
duration
do instrumento derivativo DI-Futuro
(A)
anterior a
duration
do titulo
D
B
=
duration
do instrumento derivativo DI-Futuro
(B)
posterior a
duration
do titulo
Q
A
= Quantidade de contratos de DI-Futuro
(A)
Q
B
= Quantidade de contratos de DI-Futuro
(B)
PA
A
= Preço unitário de ajuste do contrato de DI-Futuro (
A)
divulgado pela BM&F.
PA
B
= Preço unitário de ajuste do contrato de DI-Futuro
(B)
divulgado pela BM&F.
Obs.: No teste da estratégia sem balanceamento, a quantidade de contratos de DI-Futuro
vendidos permanece constante do inicio ao final do período do teste.
(iv) O resultado gerencial diário ou marcação a mercado diária do titulo é apurado a partir
da seguinte equação:
[ ]
P
D
DDP
Q
TMS
PUPUMtM
×+×=
))1
100
((
252
1
1
1
, onde:
PU
D
= Preço unitário do título na data atual (
D
0
), divulgado pela ANDIMA.
PU
D-1
= Preço unitário do título na data do dia útil anterior (
D-1
), divulgado pela ANDIMA.
TMS
D-1
=
Taxa média Selic do dia útil anterior (D-1), divulgado pelo Banco Central.
Q
P
= Quantidade de títulos
(P)
(v) O resultado gerencial diário ou marcação a mercado do instrumento derivativo (DI-
Futuro) é apurado a partir da seguinte equação:
[ ]
A
D
DDA
Q
CDI
PUPUMtM
×+×=
))1
100
((
252
1
1
1
, onde:
PU
D
= Preço unitário do título na data atual (
D
0
), divulgado pela ANDIMA.
PU
D-1
= Preço unitário do título na data do dia útil anterior (
D-1
), divulgado pela ANDIMA.
Q
A
= Quantidade de títulos
(P)
CDI
D-1
=
Taxa média de depósitos interfinanceiros do dia útil anterior divulgada pela
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP)
40
(vi) O resultado diário da imunização do titulo que serve de base de análise como
indicador de desempenho dos modelos de
duration
e de dois fatores, é apurado a partir
das seguintes expressões:
APDuration
MtMMtMR
+=
BAPfatoresDois
MtMMtMMtMR
++=
Cabe ressaltar que os passos descritos acima para apuração dos resultados são repetidos
diariamente para toda a serie analisada em todos os vencimentos de NTN-F testados.
3.3.2 TESTE DE IMUNIZAÇÃO COM BALANCEAMENTO
Um segundo tipo de teste foi realizado de forma semelhante ao teste inicial para os modelos
de
duration
e de dois Fatores, no entanto, é proposto um rebalanceamento das quantidades de
contratos de DI-Futuro a cada quinze dias.
A intenção do balanceamento é de buscar melhores resultados de proteção dos títulos,
em
função de possíveis variações de preço dos títulos em magnitudes diferentes das variações de
preço dos instrumentos de proteção no decorrer do tempo. No entanto, os custos operacionais
motivados pelo rebalanceamento quinzenal é um aspecto importante que deve ser ponderado.
Este teste é semelhante ao teste sem balanceamento, porém, para o cálculo da quantidade de
contratos devem ser reaplicadas a equações descritas nos itens (ii) e (iii) da seção 3.3.1 a cada
quinze dias úteis.
41
Os quadros a seguir resumem os testes descritos acima, detalhando as características dos
títulos e dos contratos de DI-Futuro utilizados:
Vencimento Duration Data
Duration
D.U
Modelo
Dois Fatores
Modelo
Duration
Início
Série
Fim Série
01/01/2008
19/09/2007
557
jul/07 e jan/08
out-07
1/7/2005
30/6/2006
01/01/2010
26/01/2009
896
Out/08 e abr/09
jan-09
1/7/2005
30/6/2006
01/01/2012
04/02/2010
1153
Jan/10 e abr/10
jan-10
1/7/2005
30/6/2006
01/01/2014
31/03/2011
1231
Jan/11 e Jul/11
jul-11
5/5/2006
30/6/2006
Titulo NTN-F
PARÂMETROS BÁSICOS DOS TESTES - VENCIMENTOS NTN-F e DI-FUTURO
Contratos DI-Futuro Periodo analisado
Tabela 1 -
Parâmetros básicos dos testes – vencimentos NTN-F e DI-Futuro
Vencimento Qtde. Financeiro (R$)
Modelo
Dois Fatores
Modelo
Duration
01/01/2008
100.000
86.567.082
550 (jul-07) e 650 (jan-08)
1.210 (jul-07)
01/01/2010
100.000
81.103.103
235 (jul-07) e 1.125 (jan-08)
1.390 (jan-07)
01/01/2012
100.000
77.046.209
150 (jul-07) e 1.620 (jan-08)
1.505 (jan-07)
01/01/2014
100.000
81.501.571
445 (jul-07) e 1.140 (jan-08)
1.575 (jan-07)
Contratos DI-FuturoTitulos NTN-F
PAMETROS BÁSICOS DOS TESTES - QUANTIDADES NTN-F e DI-FUTURO
Tabela 2 -
Parâmetros básicos dos testes – quantidades NTN-F e DI-Futuro
3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DOS TESTES
Com o objetivo de apurar qual dos dois modelos testados é o mais eficiente, foram utilizados
diversos instrumentos para análise dos resultados apurados pelos testes simulados, conforme
descrição a seguir:
Análise estatística descritiva;
Análise de gráficos de linha;
Análise de gráficos boxplot;
Análise de correlação e variância (Teste de hipótese);
42
3.4.1 ANÁLISE DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA
Uma das ferramentas utilizadas para comparação do desempenho dos modelos de
hedge
é a
análise de dados estatísticos, ou seja, é feita a comparação da média e do desvio padrão dos
resultados diários de cada modelo para todos os vencimentos de títulos NTN-F simulados.
Essa análise estatística também foi aplicada nos testes realizados por Securato et al. (2003)
para comparar as mesmas metodologias de
hedge
chegando a resultados bem similares. No
entanto, pode-se admitir que os dados dessa análise não sejam suficientes para a conclusão de
qual modelo apresenta melhor desempenho, uma vez que podem ser afetados de forma
exagerada pelos valores extremos da amostra.
Além disso, vale destacar que apenas com a média e o desvio padrão, não se pode ter a idéia
da assimetria da distribuição de valores, considerando também que a análise exploratória por
si não é conclusiva, devendo-se adotar o teste de hipótese para chegar a resultados mais
apropriados, levando-se em conta que a distribuição não é conhecida.
3.4.2 ANÁLISE DE GRÁFICOS DE LINHA
Os gráficos de linha ou seqüência, são adequados para apresentar observações ao longo do
tempo, enfatizando sua tendência ou periodicidade. Esta análise técnica a partir de gráficos, é
uma ferramenta que proporciona novos subsídios para obter uma melhor conclusão de testes
comparativos.
Os gráficos de linha demonstram a evolução dos resultados dos modelos testados no período
sob análise, no entanto, cabe destacar que tais análises podem ser prejudicadas em função da
43
magnitude das escalas dos gráficos de linha. No apêndice A são apresentados os gráficos de
linha para comparação dos modelos em estudo.
3.4.3 ANÁLISE DE GRÁFICOS BOXPLOT
O Boxplot (Hoaglin, Mosteller, and Tukey, 1983 apud DUARTE e MENDES, 1998, p. 85),
também conhecido por diagrama de Box e Whisker, é uma ferramenta útil de representação
gráfica dos dados na detecção de
outliers,
percepção da dispersão, da mediana
e contribui
para a análise de assimetria e de subintervalos de concentração da amostra de valores
(quartis).
A análise a partir do Boxplot é uma forma conveniente de verificar graficamente a descrição
sumária de dados medidos numa escala de intervalos. Neste típico de gráfico é possível
observar os valores mais extremos (mínimos e máximos), o quartil inferior (Q1) e superior
(Q3) e a mediana da série de dados.
Cabe ressaltar que na análise gráfica das perdas e ganhos diários dos modelos de
hedge
,
chega-se a conclusão de que a metodologia de
hedge
que apresentar maior variabilidade é
considerada o pior modelo. No apêndice B são apresentados os quadros demonstrativos com
os gráficos Boxplot para melhor análise comparativa dos modelos em estudo.
3.4.4 ANÁLISE DOS TESTES DE CORRELAÇÃO E VARIÂNCIA
Considerando a necessidade de obter uma melhor conclusão sobre o desempenho dos modelos
de
hedge
, optou-se por dois testes aplicados através do pacote estatístico SAS de forma
44
similar ao teste realizado por Duarte e Mendes (1998) para comparar o desempenho dos
modelos de
hedge
de carteira de ações.
Segundo estes autores, o melhor processo de
hedge
deve ser o que apresenta menor variação
diária de perdas e ganhos na combinação do titulo com os contratos futuros. Neste sentido,
para a escolha da melhor metodologia de
hedge
, foram aplicados dois testes estatísticos
baseado nos testes propostos por Granger e Newbold (1977).
Sejam {
)1(
t
e
} e {
)2(
t
e
} a perda ou lucro diária no tempo (
t
)
quando são aplicados os dois
modelos de
hedge
a serem testados, assumindo que cada par (
)1(
t
e
,
)2(
t
e
) é uma amostra de
uma distribuição bivariada com variâncias
2
1
σ
e
2
2
σ
e coeficiente de correlação diferente de
zero. Em particular, deve-se assumir a premissa de que as séries de prognósticos individuais
são imparciais e que os erros de previsão não são auto-correlacionados.
Assim, pode-se afirmar que se
)1(
t
e
e
)2(
t
e
são variáveis aleatórias que as quais a média tende a
zero e que representam uma perda ou lucro diário para as duas metodologias de
hedge
a serem
comparadas, e ainda considerando o par de variáveis aleatórias
)2()1(
ee +
e
)2()1(
ee
, então:
2
2
2
1
)2()1()2()1(
)])([(
σσ
=+
eeeeE
(1)
Por esta razão, deve-se considerar que as duas variâncias
2
1
σ
e
2
2
σ
são iguais, se e somente se
)2()1(
ee +
e
)2()1(
ee
não são correlacionados (ρ=0).
45
Cabe ressaltar que o problema em questão é determinar se as variâncias dos dois modelos de
hedge
são substancialmente diferentes. Nesse sentido deve-se considerar como hipótese nula e
hipótese alternativa as seguintes expressões:
H
0
:
2
2
2
1
σσ
= (2)
H
1
:
2
2
2
1
σσ
(3)
A rejeição da hipótese nula significa que os dois modelos de
hedge
retornam desempenhos
substancialmente diferentes. Assim, de acordo com a expressão (1), isto é suficiente para
testar o quanto das duas variáveis aleatórias
)2()1(
ee +
e
)2()1(
ee
não são correlacionadas.
Então, isto quer dizer que, se a correlação estimada entre (
)2()1(
ee +
) e (
)2()1(
ee
) é
significativamente diferente de zero para um determinado nível de significância, pode-se
rejeitar a hipótese nula em favor da hipótese alternativa.
Se a hipótese nula é rejeitada, o sinal da correlação estimada torna-se muito importante, ou
seja, se a correlação estimada entre (
)2()1(
ee +
) e (
)2()1(
ee
) é negativa, pode-se afirmar que
o primeiro modelo possui um melhor desempenho que a segunda metodologia de
hedge
,
porque a
2
1
σ
é significativamente menor que a
2
2
σ
de acordo com a equação abaixo:
2
2
2
1
)2()1()2()1(
)])([(
σσ
=+
eeeeE
Para aplicação dos testes estatísticos não-paramétricos, são objetos de análise, segundo
Conover [1980], o clássico teste de Correlação de Pearson (
r
) para o baixo peso de erros
extremos e distribuição normal (
hedge
não robusto) e o teste de Correlação de Spearman (
ρ
)
utilizado para valores extremos da série de resultados (
hedge
robusto), a partir da ordenação
46
das séries, aplicado no caso da hipótese de distribuição desconhecida, ou seja, descartando a
hipótese de uma distribuição normal.
Os resultados da análise de correlação e variância a partir dos testes de hipótese são
apresentados no apêndice C.
47
4 ANÁLISE DE RESULTADOS DOS TESTES
Considerando os instrumentos de avaliação dos testes realizados para a rie de resultados de
imunização balanceada e não balanceada dos títulos NTN-F através dos modelos de
Duration
e de dois fatores, cabe tecer as seguintes observações:
4.1 RESULTADOS DA ANÁLISE DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA
Em relação à análise estatística apresentada na tabela 3, pode se observar que média e o
desvio padrão das séries diárias de lucros e perdas são bem semelhante para ambos os
modelos.
Item
N.Obs.
Rótulo
Média
Desvio Padrão
Maximo
Mínimo
Dois fatores
3.274
41.918
279.357
(209.500)
Duration
3.167
41.766
307.471
(200.598)
Dois fatores 3.862 99.750 765.250 (398.919)
Duration
4.039
104.828
828.739
(409.776)
Dois fatores 6.626 207.191 1.808.428 (1.025.835)
Duration
6.437
210.264
1.944.614
(994.334)
Dois fatores 7.747 109.284 528.952 (274.524)
Duration
7.035
112.732
546.809
(290.081)
Dois fatores 1.883 36.642 286.036 (219.380)
Duration
2.838
40.912
307.378
(198.754)
Dois fatores 3.759 98.121 780.839 (396.353)
Duration
3.325
102.958
827.557
(412.101)
Dois fatores 6.613 214.584 1.859.779 (1.043.984)
Duration
5.623
209.191
1.941.851
(1.012.724)
Dois fatores 6.196 116.796 467.638 (276.414)
Duration
7.298
113.991
496.832
(252.634)
164
NTN 2014 sem bal 164
375
375
375
NTN 2008 com bal
NTN 2010 com bal
NTN 2012 com bal
NTN 2014 com bal
ESTATÍSTICA DESCRITIVA - SÉRIE DIÁRIA DE RESULTADOS (R$)
NTN 2008 sem bal
NTN 2010 sem bal
NTN 2012 sem bal
375
375
375
Tabela 3 - Dados da estatística descritiva de série diária de resultados
48
Vale então ressaltar que, considerando os dados apresentados e a partir das limitações deste
instrumento que foram destacadas na seção anterior, não é possível uma conclusão sobre qual
modelo é o mais eficiente.
4.2 RESULTADOS DA ANÁLISE DE GRÁFICOS DE LINHA
Analisando-se os gráficos de linha apresentados no apêndice A, pode-se observar uma grande
dificuldade em determinar qual modelo apresenta melhor desempenho, verificando-se uma
grande similaridade nos resultados apresentados para todos os vencimentos do título NTN-F
testados.
Cabe destacar que o gráfico de linha possui uma deficiência sob o ponto de vista da escala,
podendo gerar análises viesadas, não sendo possível tirar conclusões exatas sobre os
resultados da comparação dos modelos.
4.3 RESULTADOS DA ANÁLISE DE GRÁFICOS BOXPLOT
Em relação aos gráficos
Boxplot
apresentados no apêndice B, a análise é de que os gráficos
demonstram uma indefinição sobre o modelo de melhor eficiência, considerando as caixas e
os pontos extremos apresentados de forma quase idêntica.
49
4.4 RESULTADOS DA ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E VARIÂNCIA
Analisando os testes de hipóteses relacionados à variância e ao coeficiente de correlação
apresentados no apêndice C, verifica-se uma leve tendência a apontar que o modelo de dois
fatores possui melhores desempenhos que o modelo de
duration.
Ainda em relação à correlação entre as séries, o diagnóstico do modelo mais eficiente é
realizado a partir dos sinais dos coeficientes de Pearson e de Spearman. A definição de qual
dos coeficientes deve servir como balizador foi realizada a partir de testes de normalidade da
distribuição com a utilização dos métodos de Kolgomorov-Smirnov, Kramer-von Mises e
Anderson-Darling executados a partir do aplicativo SAS System.
Nesse sentido, foram realizados os testes de normalidade para os vencimentos que
apresentaram resultados conflitantes entre os coeficientes de correlação (2008 e 2012 para o
hedge sem balanceamento e 2010 para a rie de hedge com balanceamento). Assim,
conforme apresentado na tabela 3, ambos os métodos apontaram que a forma de distribuição
das séries observadas o é normal, o que direciona o teste para utilização do coeficiente de
Spearman para análise de desempenho dos modelos.
P-Value
Status
P-Value
Status
P-Value
Status
2008 sem balanc. e
1
+ e
2
< 0,010 Rejeita H
0
< 0,005 Rejeita H
0
< 0,005 Rejeita H
0
2008 sem balanc.
e
1
-
e
2
< 0,010
Rejeita H
0
< 0,005
Rejeita H
0
< 0,005
Rejeita H
0
2012 sem balanc. e
1
+ e
2
< 0,010 Rejeita H
0
< 0,005 Rejeita H
0
< 0,005 Rejeita H
0
2012 sem balanc.
e
1
-
e
2
< 0,010
Rejeita H
0
< 0,005
Rejeita H
0
< 0,005
Rejeita H
0
2010 com balanc. e
1
+ e
2
< 0,010 Rejeita H
0
< 0,005 Rejeita H
0
< 0,005 Rejeita H
0
2010 com balanc.
e
1
-
e
2
< 0,010
Rejeita H
0
< 0,005
Rejeita H
0
< 0,005
Rejeita H
0
Fonte: Aplicativo SAS
Teste de Normalidade
H
0
=Distrib.Normal / α=0,05
Kolmogorov-Smirnov Cramer-von Mises Anderson-Darling
Amostra
Tabela 4 – Quadro resumo dos testes de normalidade
50
Em relação aos resultados dos testes, pode-se verificar que os vencimentos de 2008, 2010 e
2014 no hedge sem balanceamento e o vencimento de 2008 para o hedge com balanceamento
quinzenal, foram os testes que apresentaram maiores evidências de que o modelo de dois
fatores é mais eficiente, pois rejeitaram a hipótese de que os modelos são iguais e
apresentaram uma correlação negativa, podendo-se interpretar que o primeiro modelo (dois
fatores) apresenta melhor desempenho que o segundo (
duration
).
No entanto, cabe ressaltar que os testes nos demais vencimentos (2012 para o hedge sem
balanceamento e 2010 e 2014 para o hedge com balanceamento) não rejeitaram a hipótese de
que os modelos são iguais. Valendo ainda destacar que o teste para o vencimento de 2012
para o hedge com balanceamento quinzenal indicou que o modelo de
duration
apresentou
melhor desempenho.
Apesar de alguns testes terem rejeitado a hipótese de que as variâncias entre os modelos são
iguais, diagnosticando que a correlação é diferente de zero, deve-se atentar para os baixos
valores apresentados para os coeficientes de Pearson e Spearman.
51
5 CONCLUSÃO
A busca por desempenhos satisfatórios na gestão de carteiras renda fixa está associada ao
perfil de risco de cada administrador, podendo utilizar estratégias agressivas ou conservadoras
ao adotar tanto modelos de otimização para buscar retornos mais significativos, quanto
modelos de hedge, objetivando maior segurança, porém atingindo rentabilidades menos
expressivas.
Este trabalho abordou as estratégias de gerenciamento de carteiras, expondo as características
de cada estilo de gerenciamento ativo e passivo, com destaque para estratégia de imunização
através da
duration
. Em seguida foi apresentada uma abordagem sobre os movimentos da
estrutura a termo de taxa de juros, demonstrando os formatos e as respectivas teorias que
justificam os deslocamentos da curva de juros. Foram também abordados alguns modelos de
imunização para o gerenciamento do risco de taxa de juros, considerando a metodologia
tradicional de
duration
e os modelos derivados em busca de proteção contra movimentos
paralelos e não-paralelos da curva de rendimentos.
Foram apresentadas em detalhes as características do modelo de
hedge
pela
duration
e do
modelo de dois fatores, considerando suas aplicações para proteção dos títulos NTN-F de
52
médio e longo prazo através do instrumento derivativo DI-Futuro, tendo por objetivo a
comparação do desempenho entre os modelos, considerando um teste com balanceamento
quinzenal de contratos futuros e outro sem balanceamento dos instrumentos de
hedge
.
De acordo com os dados apresentados, principalmente motivados pelos resultados dos testes
de correlação e variância, o modelo de dois fatores apresentou-se mais eficiente quando
comparado ao modelo de
duration
para alguns vencimentos específicos. Porém, todas as
análises como a estatística descritiva, os gráficos de linha e boxplot, mostraram uma forte
similaridade entre os modelos, podendo-se afirmar que os resultados dos testes apresentaram
uma forte probabilidade de afirmação de que os modelos apresentam resultados semelhantes.
Cabe ainda destacar que a mensuração dos custos operacionais é a principal limitação da
pesquisa, tendo em vista que não foi levado em consideração e que poderia modificar
sensivelmente o diagnóstico dos resultados apurados. Um outro fator de limitação do trabalho
é a característica de liquidez dos títulos que também contribui fortemente para variação e
análise viesada de resultados.
Finalizando, sugere-se para trabalhos futuros, a realização de novos testes de imunização para
os títulos com as mesmas características da NTN-F, agregando-se os custos de transação com
a aplicação de outros modelos de
hedge
que podem ser utilizados de forma simples e prática
pelos gestores de carteiras de renda fixa.
53
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56
APÊNDICE A
Esta seção apresenta os gráficos de Linha demonstram a evolução da série diária de
resultados.
NTN-F 01.01.2008
Série Diária - Resultados sem balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/7/2005
1/8/2005
1/9/2005
1/10/2005
1/11/2005
1/12/2005
1/1/2006
1/2/2006
1/3/2006
1/4/2006
1/5/2006
1/6/2006
1/7/2006
1/8/2006
1/9/2006
1/10/2006
1/11/2006
1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Combinado Duration NTN-F sem Hedge
Figura 4 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2008 sem balanceamento
57
NTN-F 01.01.2010
Série Diária - Resultados sem balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/7/2005
1/8/2005
1/9/2005
1/10/2005
1/11/2005
1/12/2005
1/1/2006
1/2/2006
1/3/2006
1/4/2006
1/5/2006
1/6/2006
1/7/2006
1/8/2006
1/9/2006
1/10/2006
1/11/2006
1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Combinado Duration NTN-F sem Hedge
Figura 5 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2010 sem balanceamento
NTN-F 01.01.2012
Série Diária - Resultados sem balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/7/2005
1/8/2005
1/9/2005
1/10/2005
1/11/2005
1/12/2005
1/1/2006
1/2/2006
1/3/2006
1/4/2006
1/5/2006
1/6/2006
1/7/2006
1/8/2006
1/9/2006
1/10/2006
1/11/2006
1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Combinado Duration NTN-F sem Hedge
Figura 6 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2012 sem balanceamento
58
NTN-F 01.01.2014
Série Diária - Resultados sem balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/5/2006 1/6/2006 1/7/2006 1/8/2006 1/9/2006 1/10/2006 1/11/2006 1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Combinado Duration NTN-F sem Hedge
Figura 7 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2014 sem balanceamento
NTN-F 01.01.2008
Série Diária - Resultados com balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/7/2005
1/8/2005
1/9/2005
1/10/2005
1/11/2005
1/12/2005
1/1/2006
1/2/2006
1/3/2006
1/4/2006
1/5/2006
1/6/2006
1/7/2006
1/8/2006
1/9/2006
1/10/2006
1/11/2006
1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Dois Fatores Duration NTN-F sem Hedge
Figura 8 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2008 com balanceamento
59
NTN-F 01.01.2010
Série Diária - Resultados com balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/7/2005
1/8/2005
1/9/2005
1/10/2005
1/11/2005
1/12/2005
1/1/2006
1/2/2006
1/3/2006
1/4/2006
1/5/2006
1/6/2006
1/7/2006
1/8/2006
1/9/2006
1/10/2006
1/11/2006
1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Dois Fatores Duration NTN-F sem Hedge
Figura 9 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2010 com balanceamento
NTN-F 01.01.2012
Série Diária - Resultados com balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/7/2005
1/8/2005
1/9/2005
1/10/2005
1/11/2005
1/12/2005
1/1/2006
1/2/2006
1/3/2006
1/4/2006
1/5/2006
1/6/2006
1/7/2006
1/8/2006
1/9/2006
1/10/2006
1/11/2006
1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Dois Fatores Duration NTN-F sem Hedge
Figura 10 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2012 com balanceamento
60
NTN-F 01.01.2014
Série Diária - Resultados com balanceamento
(500.000)
(400.000)
(300.000)
(200.000)
(100.000)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
1/5/2006 1/6/2006 1/7/2006 1/8/2006 1/9/2006 1/10/2006 1/11/2006 1/12/2006
Lucros ou perdas diárias (R$)
Dois Fatores Duration NTN-F sem Hedge
Figura 11 – Resultados diários de hedge da NTN-F 2014 com balanceamento
61
APÊNDICE B
Esta seção apresenta os gráficos Boxplot que representam graficamente a concentração e a
dispersão de dados, além dos pontos extremos (
outliers)
.
DurationDois_Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2008 - sem balanceamento
Figura 12 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2008 sem balanceamento
62
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2010 - sem balanceamento
Figura 13 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2010 sem balanceamento
63
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2012 - sem balanceamento
Figura 14 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2012 sem balanceamento
64
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultado R$ - NTN-F 2014 sem balanceamento
Figura 15 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2014 sem balanceamento
65
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2008 - com balanceamento
Figura 16 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2008 com balanceamento
66
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2010 - com balanceamento
Figura 17 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2010 com balanceamento
67
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2012 - com balanceamento
Figura 18 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2012 com balanceamento
68
DurationDois Fatores
500,000
400,000
300,000
200,000
100,000
0
-100,000
-200,000
-300,000
-400,000
-500,000
Resultados R$ - NTN-F 2014 - com balanceamento
Figura 19 – Boxplot - Resultados de hedge da NTN-F 2014 com balanceamento
69
APÊNDICE C
Esta seção apresenta a tabela resumo com os resultados dos testes de hipótese:
Amostra
N.Obs
Correl. Pearson
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Spearman
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra N.Obs Correl. Pearson P-Valor Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra N.Obs Correl. Spearman P-Valor Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Pearson
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Spearman
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Pearson
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Spearman
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Fonte: Aplicativo SAS
163 -0,25 0,001
Rejeita H
0
NTN-F 2014 - Hedge sem balanceamento (Normal)
H
0
: ρ=0
163 -0,20 0,009
Rejeita H
0
375 -0,05 0,31
Não Rejeita H
0
NTN-F 2012 - Hedge sem balanceamento (Normal)
H
0
: ρ=0
375 -0,06 0,25
Não Rejeita H
0
375 -0,14 0,01
Rejeita H
0
NTN-F 2010 - Hedge sem balanceamento (Normal)
H
0
: ρ=0
375 -0,17 0,00
Rejeita H
0
Não Rejeita H
0
Rejeita H
0
NTN-F 2008 - Hedge sem balanceamento (Normal)
H
0
: ρ=0
375
375
0,01 0,88
-0,11 0,03
Tabela 5 – Resultados dos testes de hipótese – sem balanceamento
70
Amostra
N.Obs
Correl. Pearson
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Spearman
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra N.Obs Correl. Pearson P-Valor Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra N.Obs Correl. Spearman P-Valor Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Pearson
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Spearman
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Pearson
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Amostra
N.Obs
Correl. Spearman
P-Valor
Status para α=0,05
e
1
+
e
2
e
1
-
e
2
Fonte: Aplicativo SAS
163 0,14 0,07
Não Rejeita H
0
NTN-F 2014 - Hedge com balanceamento quinzenal
H0: ρ=0
163 0,11 0,15
Não Rejeita H
0
375 0,14 0,01
Rejeita H
0
NTN-F 2012 - Hedge com balanceamento quinzenal
H0: ρ=0
375 0,06 0,21
Não Rejeita H
0
375 -0,07 0,13
Não Rejeita H
0
NTN-F 2010 - Hedge com balanceamento quinzenal
H0: ρ=0
375 -0,11 0,03
Rejeita H
0
375 -0,25 0,00
Rejeita H
0
NTN-F 2008 - Hedge com balanceamento quinzenal
H0: ρ=0
375 -0,19 0,00
Rejeita H
0
Tabela 6– Resultados dos testes de hipótese – com balanceamento
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