Download PDF
ads:
7
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
VÍVIAN D’AFONSECA DA SILVA
ORIENTADOR: Prof. Dr. Vasco Ariston de Carvalho Azevedo
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Anderson Miyoshi
BELO HORIZONTE
Fevereiro – 2008
Construção de uma biblioteca genômica de
Corynebacterium
pseudotuberculosis e sua caracterização através de
Genomic Survey Sequence (GSS).
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
8
VÍVIAN D’AFONSECA DA SILVA
ORIENTADOR: Prof. Dr. Vasco Ariston de Carvalho Azevedo
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Anderson Miyoshi
Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciências Biológicas
Belo Horizonte - MG
Fevereiro - 2008
Construção de uma biblioteca genômica
de
Corynebacterium
pseudotuberculosis e sua caracterização através de
Genomic Survey Sequence (GSS).
Dissertação apresentada como requisito parcial
para obtenção do grau de Mestre pelo programa
de Pós-Graduação em Genética do Departamento
de Biologia Geral do Instituto de Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Minas
Gerais.
ads:
9
Dedico esta dissertação ao meu lindo filho Marcus
Vinícius, meu orgulho, à minha irmã Thaís Cláudia,
melhor amiga, ao meu cunhado Luis Alberto, a minha
madrinha Abadia e ao meu tio preferido, Jordão, que
partiu, durante a escrita desse trabalho.
10
AGRADECIMENTOS
Família:
À Deus primeiramente, fonte de toda luz, amor e paz que encontrei sempre nos caminhos
que trilhei. Deus sempre esteve comigo!;
Aos meus pais Haroldo e Eloísa, que não mediram esforços para que esse trabalho
pudesse ser realizado e sempre me apoiaram em todas as decisões;
Ao meu filho Marcus Vinícius, por todas as horas de descontração, de brincadeiras,
cumplicidade, amizade e amor. Pela primeira vez senti meu coração pulsar fora de mim!!!;
À minha querida irmã Thaís e ao meu cunhado Luis Alberto, que me acolheram e foram
os meus alicerces, meu porto seguro durante todo o tempo que precisei;
À minha linda afilhada, Maria Luisa, minha princesinha!!!
Aos meus irmãos Guilherme e Rodrigo, pelo companheirismo e vibrações positivas
sempre;
A toda minha família, tios, primos, padrinhos, por toda ajuda, por tanto carinho;
Ao pai do meu filho, Vinícius, pela ajuda, por ter acreditado tanto em mim, pelo amor
verdadeiro;
A toda minha segunda família, Tânia, Ricardo, Vanessa e Wagner, tios, primos, pelo
apoio, amizade e carinho;
A toda minha terceira família Rosemary, Lúcio, Júnia e Giullia, pelo acolhimento;
Aos novos amigos e aos antigos pela grande amizade;
Trabalho:
Ao Prof. Dr. Vasco Azevedo, pelas enormes oportunidades, pela orientação, por ter
sempre acreditado em mim e no meu trabalho, por todos os ensinamentos, ensinamentos
fundamentais na minha formação;
Ao Prof. Dr. Anderson Miyoshi, pela orientação, por tantos conselhos, pelos ensinamentos,
pela ajuda na elaboração de todos os trabalhos, na bancada ou na escrita, por me ajudar na
minha formação;
Ao Prof. Dr. José Miguel Ortega, Dr. Francisco Prosdocimi e sua equipe pela ajuda na
elaboração do trabalho;
Ao Dr. Guilherme Oliveira, pela atenção e por viabilizar a realização de parte do trabalho;
Às queridas amigas Luciana Oliveira e Elisângela Coser (Renée Rachou), por todaaaaa
ajuda!;
11
Ao meu ‘IC’ preferido, Pablo Moraes, por ter sido tão aplicado, interessado, por ter
tornado as tardes mais agradáveis, pela amizade e claro pelo trabalho confiável, realizado
com responsabilidade;
À Gabriela Burle, NAGE, por sempre me ajudar principalmente na bancada e pela sua
amizade;
À Pós-Graduação em Genética, a Todos os professores da nossa pós-graduação;
À Marina, por toda paciência, pelas grandes ajudas ao longo do curso e pela amizade;
À minha nova e querida amiga Síntia Almeida, pela força incomensurável para a elaboração
da dissertação e pela amizade;
Aos colegas de curso, pelas idéias e energia positiva;
E claro ao Laboratório de Genética Celular e Molecular, sinônimo de trabalho,
competência, amizade e companheirismo. A todos vocês membros do LGCM o meu
especial muito obrigado por toda nossa história em comum:
- Alessandra - Núbia Seyffert
- Clarissa Rocha - Pablo Moraes
- Eduardo Capanema - Paula Gonçalves
- Fernanda Dorella - Sarah Viguetti
- Fernanda Lima - Síntia Almeida
- Kátia Morais - Siomar Soares
- Luis Gustavo Pacheco - Tarciana Teixeira
- Marcela Pacheco - Thiago Castro
- Marcelle Almeida
A todos vocês o meu MUITO OBRIGADO!!!!!!!
12
“Somos uma temível mistura de ácidos nucléicos
e lembranças, de desejos e de proteínas. O
século que termina ocupou-se muito de ácidos
nucléicos e de proteínas. O seguinte vai
concentrar-se sobre as lembranças e os desejos.
Saberá ele resolver essas questões?”
(Jacob)
SUMÁRIO
iv
vi
vii
viii
13
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................
RESUMO...........................................................................................................................
ABSTRACT.......................................................................................................................
I. APRESENTAÇÃO..........................................................................................................
I.1. Colaboradores ...........................................................................................................
I.2. Introdução geral ........................................................................................................
I.3. Estrutura do manuscrito ...........................................................................................
II. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................
II.1. Etiologia ....................................................................................................................
II.1.1. O grupo CMN ..............................................................................................
II.1.2. Gênero Corynebacterium..........................................................................
II.1.3. Corynebacterium pseudotuberculosis ....................................................
II.1.4. Aspectos microbiológicos ........................................................................
II.1.5. Propriedades Bioquímicas .......................................................................
II.1.6. Taxonomia de C. pseudotuberculosis .....................................................
II.2. Linfadenite Caseosa ................................................................................................
II.2.1. A doença .....................................................................................................
II.2.2. Impactos sócio-econômico da LC
............................................................
II.2.3. Epidemiologia ............................................................................................
II.2.4. Transmissão ...............................................................................................
II.2.5. Relatos de casos em humanos .................................................................
II. 2.6. Determinantes da virulência de C. pseudotuberculosis .......................
II.2.6.1. Fosfolipase D................................................................................
II.2.6.2. Lipídeos tóxicos da parede celular ...........................................
II.2.6.3. Novos genes candidatos ............................................................
II.2.7. Diagóstico ..................................................................................................
II.2.8. Tratamento e profilaxia .............................................................................
II.2.9. Vacinas contra LC....................................................................................
II.2.9.1. Vacinas comerciais ...................................................................
II.2.9.2. Vacinas de subunidade protéica e gênica ..............................
II.2.10. Geração de mutantes atenuados ...........................................................
II.3. Genômica ..................................................................................................................
II.3.1. Genômica no Brasil ...................................................................................
II.3.2.Genomas seqüenciados de Corynebacterium........................................
19
20
21
26
26
26
14
II.3.3. Genômica comparativa entre espécies do gênero Corynebacterium ..
II.3.3.1. Características gerais .................................................................
II.3.3.2. Compartilhamento de genes entre as escies do gênero ....
II.3.4. Estratégias moleculares baseadas na geração de GSSs para
identificação gênica ...............................................................................................
II.3.5. Pangenômica ...............................................................................................
III.OBJETIVOS .......................………………………………………………………………….
III.1. Objetivos gerais ......................................................................................................
III.2. Objetivos específicos .............................................................................................
IV.RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................
IV.1. ARTIGO: Genome organization and gene content of C.
pseudotuberculosis …………………………………………………………………………...
V.CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS .............................................................................
V.1. Conclusões ...............................................................................................................
V.2. Perspectivas .............................................................................................................
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...........................................................................
VII. ANEXOS .....................................................................................................................
VII.1. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................
VII.1. 1.Equipamentos utilizados ........................................................................
VII.1.2. Reagentes e soluções .............................................................................
VII.1.2.1. Reagentes químicos e analíticos ............................................
VII.1.2.2. Soluções ....................................................................................
VII.1.3. Meios de cultura ......................................................................................
VII1.4. Linhagens bacterianas, plasmídeos e condições de cultivo ...............
VII.1.5. Extração de DNA genômico bacteriano ................................................
VII.1.6. Resolução eletroforética ........................................................................
VII.1.7. Construção da biblioteca genômica de C. pseudotuberculosis ........
VII.1.7.1. Fragmentação do DNA genômico por nebulização ...............
VII.1.7.2. Obtenção de fragmentos de DNA com “pontas “cegas (Blunt-
end repair) ..................................................................................................
VII.1.7.3. Desfosforilação dos fragmentos de DNA ...............................
VII.1.7.4. Confecção de E. coli eletrocompetente ..................................
VII.1.7.5. Ligação dos insertos genômicos no vetor .............................
VII.1.7.6. Transformação de E. coli ..........................................................
VII.1.7.7. Estocagem dos clones positivos .............................................
IV.7.8. Extração do DNA plasmidiano de E. coli ....................................
VII.1.7.9. Confirmação da presença e tamanho do insertos genômicos
86
86
87
87
87
88
15
de C. pseudotuberculosis no vetor ........................................................
VII.1.8. Geração de Genomic Survey Sequence (GSS) .....................................
VII.1.8.1.Reação de sequenciamento ......................................................
VII.1.8.2. Precipitação de nucleotídeos não incorporados ...................
VII.1.8.3. Sequenciamento das amostras ................................................
VII.1.9. Análises in silico das GSS geradas ........................................................
VII.1.9.1. Remoção de seqüências de baixa qualidade ..........................
VII.1.9.2. Remoção de região com similaridade a vetores .....................
VII.1.9.3. Montagem de “contigs” e alinhamento das GSS ...................
VII.1.9.4. Análises de similaridade ..............…………………................
VII.1.9.5. Caracterização gênica in silico de grupos biológicos funcionais
.......................................................................................................................
VII.1.9.6. Análises comparativas utilizando o UNIPROT ........................
VII.1.10. Genômica comparativa ............................................................................
VII.1. 10.1. Alises de similaridade entre C. pseudotuberculosis e
outras quatro espécies do gênero ...............................................................
VII.1.10.2. Uso de banco de dados para inferências de novas prováveis
exclusivas proteínas de C. pseudotuberculosis ........................................
VII.1.10.3. Análise de sintenia entre C. pseudotuberculosis e outras
quatro espécies do gênero ........................................................................
VII.1.10.4. Confirmação por PCR de prováveis genes exclusivos de C.
pseudotuberculosis ...................................................................................
VII.3. ARTIGO: Mini Review …………………………………………………………………
VII.3.1. A description of genes of Corynebacterium pseudotuberculosis
useful in diagnostics and vaccine applications…………………………………..
VII.4. Currículo ……….…………………………………………………………………………..
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
INSTITUIÇÕES
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FIOCRUZ Fundação Osvaldo Cruz
ICB - UFMG Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais
ICS - UFBA Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia
TERMOS TÉCNICOS
BHI Brain Heart Infusion” – Infusão Cérebro Coração
CIP Coleção Instituto Pasteur
DNA Ácido Desoxirribonucléico
dNTPs Desoxirribonucleotídeos trifosfato
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
g Grama
GET Solução Glicose:EDTA:Tris-base
GSS “Genome Survey Sequence”
HCl Ácido Clorídrico
Kb Mil pares de bases
µFD Capacitância por unidade
µg Micrograma
µl Microlitro
µM Micromolar
LB Meio Lúria-Bértani
LC Linfadenite Caseosa
mg Miligrama
MgCl
2
Cloreto de Magnésio
min Minutos
mL Mililitro
mM Milimolar
M Molar
NaOAc Acetato de Sódio
v
NaCl Cloreto de Sódio
NaOH Hidróxido de Sódio
ng Nanograma
OHMS Unidade de Resistência elétrica
O.N. Overnight” – durante a noite
pb Pares de bases
PCR Polymerase Chain Reaction” Reação em Cadeia da Polimerase
PEG Polietileno glicol
Psi “Pound per square inch”-
Libra-força por polegada quadrada
RPM Rotações por minuto
seg Segundos
U Unidades
UFC Unidades formadoras de colônia
V Voltagem
vi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Panorama mundial dos projetos genomas ............................................ 02
FIGURA 2: Distribuição filogenética de projetos genomas bacterianos .................. 03
FIGURA 3: Teste bioquímico das linhagens de C. pseudotuberculosis realizado no
sistema Api Coryne................................................................................................... 11
FIGURA 4: Classificação dos países envolvidos em projetos Genomas................. 21
FIGURA 5: Imagem esquemática da estrutura de um pangenoma.......................... 29
FIGURA 6: Aparelho nebulizador para fragmentação mecânica do DNA................ 82
FIGURA 7: Construção da biblioteca genômica de C. pseudotuberculosis.
Transformação de E. coli com os fragmentos genômicos de C. pseudotuberculosis e
seleção dos clones positivos..................................................................................... 85
vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Propriedades bioquímicas de C. pseudotuberculosis............................ 09
TABELA 2: Projetos genomas do grupo CMN........................................................ 23
TABELA 3: Linhagens bacterianas utilizadas no trabalho. .................................................. 80
TABELA 4: Oligonucleotídeos utilizados na reação de PCR das 4 GSS´s
provavelmente exclusivas de C. pseudotuberculosis................................................ 93
viii
RESUMO
O gênero Corynebacterium consiste em um grande número de bactérias Gram-
positivas que são pleomórficas, não esporulam e com um alto conteúdo. Este gênero
incluem também espécies patogênicas de plantas e animais, bactérias do solo não-
patogênicas e espécies saprófitas. Um dos membros mais importantes deste gênero é
a bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, um patógeno intracelular, o qual
causa a doença denominada Linfadenite Casoesa (LC) em cabras e ovelhas. A ampla
ocorrência e a importância econômica dessa doença têm impulsionado os estudos da
sua patogênese. Entretanto, as bases genéticas da virulência de C.
pseudotuberculosis ainda são pouco caracterizadas. Neste contexto, para obter mais
informação sobre o patógeno aproximadamente 1.440 GSSs (Genomic Survey
Sequence) de C. pseudotuberculosis linhagem T2 foram geradas e então submetidas
a análises computacionais. As análises resultaram em aproximadamente 1.000 GSSs
com os tamanhos entre 100 a 790 nucleotídeos. Utilizando seqüências não-
redundantes foi demonstrada uma sintenia conservada entre C. pseudotuberculosis e
C. diphtheriae. Quando as seqüências obtidas foram comparadas as outras quatros
espécies do nero Corynebacterium, C. pseudotuberculosis apresentou maior
similaridade ao nível de aminoácido do que ao nível de DNA. Foram também
demonstradas a presença de genes como oppD e PIP que provavelmente codificam a
proteína Dipeptídeo/ABC transportador e Iminopeptidase, respectivamente. Alises
filogenéticas mostraram que C. pseudotuberculosis apresenta estreita relação com o
patógeno humano, C. diphtheriae.
ix
ABSTRACT
The Corynebacterium genus consists of a large number of Gram-positive bacteria that
are pleiomorphic, non-sporeforming with high GC contents. This genus also included
plant-pathogenic, animal-pathogenic, nonpathogenic soil bacteria and saprophytic
species. One of the most important members of this genus is the bacteria
Corynebacterium pseudotuberculosis, an intracellular pathogen which causes the
illness called Caseous Lymphadenitis (CL) in sheeps and goats. The widespread
occurrence and the economic importance of this disease have prompted investigation
of its pathogenesis. However, the genetic basis of C. pseudotuberculosis virulence is
still poorly characterized. In this context, in order to obtain more information about it,
approximately 1,440 GSS’s (Genomic Survey Sequences) of C. pseudotuberculosis T2
strain were generated and then submitted to computational analyses. Therefore, these
analyses resulted in 1,000 GSS’s with a length between 100 to 790 nucleotides. Using
non-redundant sequences was desmonstrated a conserved sintenia between C.
pseudotuberculosis and C. diphtheriae. When the sequences obtained were compared
to the others four species of the Corynebacterium genus, C. pseudotuberculosis
shown to have more similarity at the amino acid level than the DNA level. It was also
demonstrated the presence of the oppD and PIP genes which codes for Dipeptide/ABC
protein and the Proline Iminopeptidase respectively. Phylogenetic analysis showed
that C. pseudotuberculosis presents, a close relationship with the human pathogen,
C. diphtheriae.
x
I
APRESENTAÇÃO
1
I.1. Colaboradores
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Genética Celular e Molecular
(LGCM) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG); e contou com as seguintes colaborações:
Prof. Dr. Guilherme Corrêa de Oliveira, chefe do Laboratório de Parasitologia
Celular e Molecular do Centro de Pesquisa Renée Rachou, FIOCRUZ e
coordenador da Rede Genoma de Minas Gerais (RGMG);
Prof. Dr. Sérgio Costa Oliveira, chefe do Laboratório de Imunologia das
Doenças Infecciosas do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG;
Prof. Dr. José Miguel Ortega do Laboratório de Biodados do Departamento de
Bioquímica e Imunologia da UFMG;
Prof. Dr. Roberto Meyer, chefe do Laboratório de Imunologia e Biologia
Molecular do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA;
Prof. Dr. Ricardo Wagner Portela,
Pesquisador e Professor do Departamento
de Biointeração da UFBA;
O mesmo teve o apoio financeiro das seguintes instituições: Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG REDE-2829/05) e Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
I.2. Introdução Geral
A genômica, ciência que estuda a estrutura, função e evolução de genomas e
genes, é uma fonte valiosa de ferramentas que contribuem para um melhor conhecimento
das funções gênicas, principalmente quando se trata de microrganismos (SALZANO et al.,
2004). Tal área gera uma quantidade imensa de informações e os bancos de dados, que
não param de crescer, fornecem um avanço no entendimento dos mais vastos e importantes
temas, tais como: (i) diversidade e características populacionais; (ii) estrutura de operons;
(iii) elementos genéticos móveis (EGM); (iv) transferência lateral de genes (TLG) e (v)
informações sobre as complexas relações entre o patógeno e o hospedeiro (BINNEWINES
et al., 2006).
uma grande quantidade de projetos genoma sendo realizados na atualidade
(figura 1). A razão é que seus genomas o compactos e altamente informativos, ou seja,
2
com maior porcentagem de regiões codificadoras. Em se tratando de bactérias patogênicas,
o interesse aumenta, pois podem-se salientar mudanças, ou seja, plasticidade, no mapa
genômico como a aquisição de ilhas de patogenicidade (SCHWARTZ, 2000), genes de
resistência a antibióticos e implicados na virulência e patogenicidade; os quais podem
constituir bons alvos de terapias mais eficazes, desenvolvimento de kits de diagnósticos e
vacinas.
FIGURA 1: Panorama mundial dos projetos genomas, no período de 1995 a
2008. Adaptado de GOLD (Genomes Online Databases). [site acessado em 30/01/2008]
No Brasil, a era genômica teve início em 1998, com o seqüenciamento da Xylella
fastidiosa, primeiro fitopatógeno a ser seqüenciado no mundo (SIMPSON et al., 2000),
dentro de uma rede de pesquisa estadual. Esse projeto contribuiu para que os grupos de
pesquisa voltados para a genômica, distribuídos pelo território nacional, se organizassem
em uma rede. Assim, o primeiro organismo a ser seqüenciado por uma estrutura de rede
nacional, foi o Chromobacterium violaceum, em 2001. em 2002, a Rede Nacional
seqüenciou o genoma de Mycoplasma synoviae, agente causador de doenças endêmicas
em aves (LOBO et al., 2007); o que fomentou a criação das redes regionais.
3
Atualmente existem nove destas redes de pesquisa, localizadas em rias
regiões brasileiras. Uma delas, a Rede Genoma de Minas Gerais (RGMG) deu início aos
seus trabalhos com o transcriptoma do Schistossoma mansoni, parasita humano. Em agosto
de 2006, a RGMG iniciou mais um projeto genoma de relevância, o seqüenciamento de
Corynebacterium pseudotuberculosis linhagem 1002. Essa bactéria, Gram-positiva, é um
patógeno intracelular facultativo com alto conteúdo G+C (DORELLA et al., 2006a) que
infecta geralmente pequenos ruminantes, causando a doença denominada linfadenite
caseosa (LC). Dados da literatura confirmam também a infecção humana (MILLS et al.,
1997; PEEL et al., 1997; LIU et al., 2005).
A escolha deste patógeno foi baseada na sua grande importância econômica e
veterinária e, aliado a este fato, anualmente há um crescimento de cerca de 4% em projetos
Genoma de Actinobacterias no mundo (figura 2); o que se deve ao fato deste grupo
englobar diversos gêneros com grande relevância médica, biotecnológica e veterinária, tais
como Mycobacterium, Corynebacterium, Nocardia e Rhodococcus.
FIGURA 2: Distribuição filogenética de projetos Genoma bacterianos. Adaptado
de GOLD (Genomes Online Databases). [site acessado em 30/01/2008]
Dentro do gênero Corynebacterium existem quatro espécies com o genoma
totalmente seqüenciado: C. diphtheriae, C. jeikeium, C. efficiens e C. glutamicum. Sabe-se
que esses organismos apresentam genomas circulares, com o tamanho entre 2,3 Mpb e 3
Mpb, com ou sem a presença de plasmídeos. Os conteúdos de G+C são altos, variando em
4
torno de 58% e uma alta freqüência de eventos de transferência horizontal de genes,
presença de ilhas de patogenicidade e de fatores clássicos de virulência, como genes de
aquisição de ferro. Dessa forma, a genômica comparativa pôde evidenciar que dentro deste
gênero a bactéria C. jeikeium compartilha muito do seu genoma com todas as outras
espécies e apresenta alta plasticidade genômica como, por exemplo, inversões, presentes
apenas nessa espécie (DORELLA et al., 2007).
Aliada às informações disponíveis sobre várias espécies do gênero
Corynebacterium, com os genomas já seqüenciados, torna-se relevante a caracterização e
obtenção de dados sobre o genoma de C. pseudotuberculosis, o que fornecerá dados para
análises de genômica comparativa. O sequenciamento de C. peudotuberculosis 1002
fornecerá o mapa genético modelo para estudo de genômica comparativa com bactérias de
outras espécies.
A pângenomica, o estudo da plasticidade entre genomas de vários isolados da
mesma espécie, tem sido atualmente utilizada para análise comparativas entre linhagens.
Tais estudos averiguam diferenças e semelhanças entre elas, para estabelecer mudanças
no mapa genômico. Para esse fim, a caracterização do genoma de outras linhagens se faz
necessário, e foi realizado no presente trabalho, o qual caracteriza um isolado diferente da
utilizada no projeto genoma, a C. pseudotuberculosis T2.
A caracterização concomitante de várias linhagens de C. pseudotuberculosis
ainda não foi possível, pois os métodos atuais disponíveis para isso, como o
pirosequenciamento, (tecnologia que utiliza slidesde fibra ótica com aproximadamente 2
milhões de poços, com detecção nucleotídica realizada pela geração de fótons de luz
visível) ainda é de custo elevado (MARGULIES et al., 2005) e ainda não está disponível na
Rede Genoma de Minas Gerais.
Outro método disponível é o Multi Locus Sequence Type (MLST), o qual realiza
uma abordagem pangenômica que tem como objetivo identificar isolados bacterianos com
estreita relação filogenética e permitir a reconstrução de eventos de evolução e análises de
epidemiologia molecular. Tal técnica é baseada na comparação de seqüências de
aproximadamente nove loci genéticos, buscando diferenças marcantes entre elas, que
distingüa as linhagens (ARVAND et al., 2007). Porém, análises utilizando MLST entre C.
pseudotuberculosis e C. ulcerans não foram satisfatórios (Francis Bolt- comunicação
pessoal) pois os loci escolhidos na maioria das vezes são genes housekeeping”,
apresentando muita conservação, inviabilizando assim a diferenciação entre as bactérias
suas linhagens.
5
Por estas razões, realizar uma abordagem genômica utilizando Genome Survey
Sequence (GSSs - seqüências nucleotídicas parciais provenientes de DNA genômico) que
permite a identificação e caracterização de genes (BHATIA et al., 2004), continua ainda
sendo a melhor técnica ligada à genômica utilizada no Brasil antes de lançar um projeto
genoma. As GSSs são similares às Expressed Sequence Tag (ESTs - seqüências geradas
pelo seqüenciamento único das extremidades dos insertos de interesse) porém diferem
entre si, pois as GSSs são oriundas de DNA genômico, enquanto as ESTs provém de cDNA
(DNA complementar) originado de um mRNA (RNA mensageiro). A geração de GSSs, traz
outras vantagens como: (i) é uma técnica de baixo custo e alta acurácia; (ii) permite a
geração de seqüências genômicas aleatórias; (iii) as seqüências geradas podem então ser
oriundas dos mais diversos modelos de clonagens (plasmídeos, cosmídeos, BACs,YACs) e
(iv) auxilia na rápida predão gênica auxiliada por análises computacionais.
Com isso, a geração de GSSs para caracterização genômica de C.
pseudotuberculosis T2 torna possível os estudos de genômica comparativa tanto entre
espécies do gênero, quanto entre a linhagem 1002 e outras linhagens que poderão vir a ser
seqüenciadas, podendo, assim, auxiliar nos estudos de plasticidade e evolução do genoma
de C. pseudotuberculosis e auxiliar na identificação de possíveis genes alvos para novas
terapias no combate à LC.
I.3. Estrutura do manuscrito
O presente manuscrito de dissertação inicia-se com uma revisão da literatura que
foi dividida em três partes. A primeira parte descreve os aspectos gerais do gênero
Corynebacterium, dando um enfoque sobre a espécie C. pseudotuberculosis, descrevendo
suas características bioquímicas, microbiológicas e fisiológicas. A segunda parte trata da
doença causada por este patógeno, a LC, onde são abordados assuntos como:
características gerais da doença, importância e epidemiologia, modo de transmissão,
tratamento e profilaxia e a descrição de alguns casos em humanos. A terceira parte,
denominada genômica, aborda esta área no Brasil, o andamento de projetos genomas de
actinobactérias e trata de algumas características das quatro espécies do gênero
Corynebacterium que a presentam os genomas seqüenciados e seus estudos de
genômica comparativa. Em seguida, são apresentados os objetivos do trabalho. Os
resultados e a discussão encontram-se sob a forma de um artigo científico onde estão
descritos todos os resultados obtidos com a construção da mini-biblioteca genômica e as
análises in silico das GSSs geradas utilizando algoritmos de bioinformática. Por fim, são
6
apresentadas as considerações finais e as perspectivas deste trabalho. Nos anexos,
encontram-se todas as metodologias utilizadas no trabalho, de forma mais detalhada; um
artigo, em forma de revisão, apresentando uma lista de genes descritos e suas aplicações;
além do currículo, onde estão destacadas as atividades e os trabalhos realizados durante o
mestrado.
7
II
REVISÃO DE LITERATURA
8
II.1. Etiologia
II.1.1. O grupo CMN
O grupo CMN é um grupo pertencente à família dos actinomicetos e
heterogêneo, que apresenta muitas espécies de interesse médico, veterinário e
biotecnológico e, por isso, assumem um papel relevante no cenário mundial. Entre elas,
destacam-se Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae, os agentes etiológicos da
tuberculose e da hanseníase, respectivamente.
Este grupo inclui também diversos outros gêneros como Corynebacterium,
Nocardia e Rhodococcus. Tais bactérias Gram-positivas constituem o grupo denominado
CMN, que apresentam muitas características em comum, tais como: (i) presença de ácidos
micólicos na parede celular e (ii) alto conteúdo G+C. Os genomas de diversas espécies
CMN foram completamente seqüenciados; este fato reflete a importância dica,
veterinária e biotecnológica destes organismos (HARD et al. 1969; PAULE et al., 2004;
SONGERr et al., 1997).
Quanto ao gênero Corynebacterium, destacam-se também C. diphteriae, C.
jeikeium, os agentes causadores de difteria e infecções nosocomiais (TAUCH et al., 2005); e
C. glutamicum, altamente utilizada na produção de aminoácidos, como L-aspartato e L-lisina
(KOFFAS & STEPHANOPOULOS, 2005).
Para correlacionar microorganismos do gênero Corynebacterium com outras
bactérias pertencentes à falia dos Actinomicetos, foram realizados estudos baseados nas
seqüências da subunidade 16S do rRNA ou no gene rpoB, que confirmam uma relação inter
e intra-específica com outros gêneros, tais como Rhodococcus, Mycobacterium e Nocardia.
A importância destes microrganismos, pertencentes ao grupo CMN, está ligada
ao fato de que representam graves problemas de saúde pública (infectam milhares de seres
humanos e animais por ano), pois não possuem um método de controle eficaz e causam
grandes perdas sócio-econômicas como é o caso da bactéria patogênica C.
pseudotuberculosis.
II.1.2. Gênero Corynebacterium
O gênero Corynebacterium pertence à família dos Actinomicetos e foi
originalmente criado por Lehmann & Neumann (1896) para acomodar o bacilo C. diphtheriae
e algumas outras espécies patogênicas. Mais tarde, o grupo passou a acomodar diversas
outras espécies de bactérias que diferiam em forma, patogenicidade e esporulação
(PASCUAL et al., 1995). Este gênero compreende espécies os quais apresentam muitas
9
características peculiares tais como: (i) serem bactérias Gram-positivas; (ii) apresentarem
parede celular com quimiotipos IV (ácido meso-diaminopimélico, arabinose e galactose); (iii)
ácidos corineformes; (iv) ácidos graxos de cadeia curta saturados e monosaturados e (v)
alto conteúdo G+C (47-74%).
II.1.3. Corynebacterium pseudotuberculosis
O microorganismo C. pseudotuberculosis, é uma bactéria Gram-positiva, parasita
intracelular facultativa, pleomórfica, com um tamanho de 0,5-0,6 µm de diâmetro e 1,0 a 3,0
µm de comprimento. o apresenta capacidade de esporular, possui fímbrias e alto
conteúdo G+C. É o agente etiológico causador da patologia conhecida como linfadenite
caseosa (LC) ou mal do caroço em pequenos ruminantes (WILLIAMSON, 2001).
Tal microorganismo foi isolado pela primeira vez em 1888, de uma linfagite
bovina pelo dico veterinário francês, Edmound Nocard. Em 1891, Hugo von Preisz, isolou
uma bactéria similar de um abscesso renal de ovino, do nome “enfermidade de Preisz-
Nocard”. Em 1918, Eberson a classificou como difteróide e então a chamou de
Corynebacterium pseudotuberculosis (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
II.1.4. Aspectos microbiológicos
C. pseudotuberculosis é um microorganismo anaeróbio facultativo que apresenta
bom crescimento à 37ºC em um ambiente com pH 7,0 - 7,2 (SELIM, 2001). É um patógeno
que exibe formas cocóides e bastões filamentosos, não forma cápsula, não esporula e é
imóvel, porém, apresenta fímbrias, tem crescimento espaçado em meio ágar e se organiza
em colônias opacas de crescimento concêntrico e coloração creme-alaranjado. O
crescimento em meio líquido desenvolve-se como depósitos granulares (MERCHANT &
PACKER, 1967; BUXTON & FRASER, 1977; MUCKLE & GYLES, 1982; DORELLA et al.,
2006a).
Outro aspecto microbiológico de relevância é a hemólise variável que ocorre
quando a bactéria é crescida em meio ágar-sangue, onde, na presença de Rhodococcus
equi, apresenta uma hemólise sinérgica. na presença de Sthaphylococcus aureus, a
toxina produzida por C. pseudotuberculosis inibe a ação β -hemolítica estafilocócica (JONES
& COLLINS, 1986).
10
II.1.5. Propriedades Bioquímicas
C. pseudotuberculosis apresenta na parede celular o peptideoglicano do tipo
meso-diaminopimélico (meso-DAP). Os açúcares mais abundantes são a arabinose e a
galactose e a presença de ácidos micólicos de cadeia curta, denominados ácidos
corineformes (JOLLY, 1965; PUECH et al., 2001; SELIM, 2001). Além disso, as reações
bioquímicas dos isolados de C. pseudotuberculosis variam consideravelmente,
principalmente no que diz respeito à habilidade de fermentação.
TABELA 1: Propriedades bioquímicas de C. pseudotuberculosis.
Características Bioquímicas
Produção de ácido Hidrólise
Glicose + Esculina -
Arabinose d Hipurato -
Xilose - Uréia +
Raminose - Tirosina -
Frutose + Caseína -
Galactose +
Manose + Fosfatase +
Lactose - Pirazinamidase -
Maltose + Vermelho Metil +
Sacarose d Redução de Nitrato d
Trealose - Catalase +
Rafinose - Oxidase -
Salicina - Lipofilismo -
Dextrina d
+: maior que 90% são positivas; d: entre 21-89% são positivas;
-: maior que 90% são negativas ou resistentes.
Ref: Modificado de Dorella et al. 2006 a.
Todas as linhagens de C. pseudotuberculosis produzem ácido, mas não
produzem gás, provenientes de muitas fontes de carbono tais como: glicose, frutose,
maltose, manose e sacarose (MERCHANT & PACKER, 1967; BUXTON & FRASER, 1977;
JONES & COLLINS, 1986; HOLT et al., 1994). C. pseudotuberculosis é fosfolipase e
catalase positiva, oxidase negativa e é beta-hemolítica (MUCKLE & GYLES, 1982; JONES &
COLLINS, 1986; SONGER et al., 1988; DORELLA et al., 2006a). Linhagens isoladas de
11
pequenos ruminantes geralmente não reduzem nitrato (MERCHANT & PACKER, 1967;
BUXTON & FRASER, 1977; DORELLA et al., 2006a).
Um teste bioquímico bem estabelecido para identificação de bactérias
corineformes é o API Coryne System (API-bioMérieux, Inc., La Balmes Le Grottes, França).
Esse método consiste de uma bateria de 21 testes bioquímicos, que podem ser realizados
de 24 a 48 horas. O sistema contém 20 tubos com substratos que permitem testes para a
presença de 11 enzimas (pirazinamidase, pirrolidonil, arilamidase, β-galactosidase, fosfatase
alcalina, α-glucosidase, N-acetilglucosaminidase, β-glucoronidase, redução de nitrato e
hidrólise de esculina e uréia) e oito testes de fermentação de carboidratos (glicose, ribose,
D-xilose, manitol, maltose, lactose, sacarose e glicogênio) (DORELLA et al., 2006a) (figura
3).
FIGURA 3: Teste bioquímico de uma linhagem de C. pseudotuberculosis
realizado no sistema Api Coryne. Procedimento realizado no nosso laboratório.
II.1.6. Taxonomia de C. pseudotuberculosis
Originalmente, a classificação de C. pseudotuberculosis foi baseada em
características bioquímicas e morfológicas (MUCKLE & GYLES, 1982; JONES & COLLINS,
1986). A produção de nitrato redutase foi utilizada por Biberstein et al. (1971) para distinguir
o biovar equi (isolado de eqüinos e bovinos que apresenta reação positiva para redução de
nitrato) do biovar ovis (isolado de caprinos e ovinos que apresenta reação negativa para
redução de nitrato). Posteriormente, Songer et al. (1988) chegaram à mesma conclusão
através de análises do DNA cromossômico por endonucleases de restrição, tais como
EcoRV e PstI.
Mais recentemente, os mesmos resultados foram observados, utilizando
polimorfismo de tamanho de fragmento de restrição (RFLP) do rRNA 16S
(VANEECHOUTTE et al., 1995; SUTHERLAND et al., 1996; COSTA et al., 1998). Connor et
al. (2000) utilizaram eletroforese em gel submetido à corrente em campo pulsátil (PFGE;
Pulse Field Gel Electrophoresis) associado a análises bioquímicas para a caracterização de
isolados de C. pseudotuberculosis e chegaram às mesmas conclusões.
12
Outra característica é a estreita relação entre C. pseudotuberculosis e
C.ulcerans, sugerida pelo fato de ambas apresentarem produção de fosfolipase D
(GROMAN et al., 1984; BUCK et al., 1985), presente apenas nas duas espécies em todo o
gênero. Além disso, algumas espécies de C. pseudotuberculosis e C. ulcerans
apresentaram a propriedade de produzir a toxina diftérica (TD) e possuem as seqüências
nucleotídicas da subunidade 16S do rRNA quase idênticas.
Métodos moleculares como hibridização de ácidos nucléicos e análises de
seqüências do gene rRNA 16S foram utilizados para determinar o grau de relação de muitas
bactérias corineformes (RIEGEL et al., 1995; TAKAHASHI et al., 1997; HOU et al., 1997;
KHAMIS et al., 2005). Utilizando as seqüências das subunidades menores deste rRNA,
presentes apenas no grupo CMN, Riegel et al. (1995) sugeriram que algumas linhagens de
C. pseudotuberculosis e C. ulcerans pertenciam a um grupo monofilético, e pôde também
concluir que os biovares equi e ovis não deveriam ser classificados como subespécies, pois
compartilhavam de alta similaridade no DNA ribossomal.
Mais recentemente, análises utilizando pequenas seqüências da subunidade β da
RNA polimerase (rpoB) tem mostrado mais acurácia na identificação de espécies do gênero
Corynebacterium do que análises baseadas no gene rRNA 16S (KHAMIS et al., 2004,
2005). Vários estudos sugerem que os dois métodos devam ser empregados em estudos
filogenéticos de espécies de Corynebacterium e Mycobacterium (MOLLET et al., 1997; KIM
et al., 1999; KHAMIS et al., 2004, 2005). Dorella et al. (2006b), ao construírem uma árvore
filogenética baseada na seqüência do gene rpoB, também demonstraram a clara relação
filogenética existente entre C. pseudotuberculosis e C. ulcerans.
II.2. Linfadenite caseosa
II.2.1. A doença
A Linfadenite Caseosa (LC) é uma doença infecto-contagiosa crônica que se
caracteriza pelo desenvolvimento de abscessos em nódulos linfáticos superficiais e em
tecidos subcutâneos a LC externa e/ou em órgãos internos, tais como pulmões, rins,
fígado e baço, caracterizando a LC visceral (MERCHANT & PACKER, 1967,
PIONTKOWSKI & SHIVVERS, 1998), principalmente em caprinos e ovinos. O conteúdo dos
abscessos é rico em material caseoso ou purulento contendo C. pseudotuberculosis que
pode infectar diretamente outros animais, bem como solo, água e alimentos (GOUVEIA,
1986).
Apesar de C. pseudotuberculosis ter sido originalmente identificada como
microorganismo causador da LC em caprinos e ovinos, essa bactéria foi também isolada
13
de outras espécies, incluindo eqüinos (causando a linfagite ulcerativa), pombos, bovinos,
camelídeos, suínos, bufalinos e humanos (DORELLA et al., 2007).
II.2.2. Impactos sócio-econômicos da LC
A linfadenite caseosa causa anualmente perdas econômicas significativas,
principalmente para os produtores de rebanhos caprinos e ovinos. Uma vez infectado, o
animal apresenta perda de peso, , carne e leite, além de, em muitos dos casos ocorrer a
condenação da carcaça e a deterioração da pele (PATON et al., 1994; ARSENAULT et al.,
2003).
II.2.3. Epidemiologia
Além de ser um problema econômico de relevância, a LC é uma enfermidade
de ocorrência mundial, ocorrendo principalmente em países como: Austrália, Argentina,
Nova Zelândia, África do Sul e Estados Unidos da América (AL-RAWASHDEH & AL-
QUDAH, 2000; CONNOR et al., 2000; BEN SAID et al., 2002; BINNS et al., 2002;
ARSENAULT et al., 2003; PATON et al., 2003).
No Brasil, estima-se que a maioria dos rebanhos caprinos esteja infectada. Os
estados da região Nordeste são os mais afetados, em razão de possuírem a maior
concentração de rebanhos caprinos do país (RIBEIRO et al., 2001). No Ceará, Pinheiro et
al. (2000) relataram 66,9% de sinais clínicos de LC. No Rio de Janeiro, a incidência variou
entre 3,6 a 10% (LANGENEGGER & LANGENEGGER, 1991). Minas Gerais, estado que
ainda possui um rebanho reduzido, porém, tem apresentado significativo crescimento na
atividade de caprinocultura. Estudos epidemiológicos da LC foi realizado em 97
propriedades, através da técnica de ELISA indireto de antígenos secretados de C.
pseudotuberculosis (CARMINATTI, 2003). Foi observada uma prevalência da doença de
75,8% em caprinos e 79,7% em ovinos (NÚBIA SEYFFERT - comunicação pessoal).
II.2.4. Transmissão
A habilidade de C. pseudotuberculosis sobreviver por várias semanas no
ambiente parece contribuir para a sua resistência às condições ambientais encontradas nos
criadouros (AUGUSTINE & RENSHAW, 1986; YERUHAM et al., 2004). A transmissão entre
os animais ocorre principalmente através do contato direto com secreções ou por materiais
contaminados. A entrada da bactéria no organismo se dá principalmente por feridas na pele;
contudo, pode penetrar até mesmo pela pele intacta (WILLIAMSON, 2001).
14
Os fatores de risco incluem a falta de higiene das instalações, o contato direto
entre animais infectados e a tosquia. No caso da caprino e ovinocultura brasileira, um
importante fator de risco é a vegetação presente no nordeste brasileiro (ALVES et al., 1997),
caracterizada pela presença de espinhos que podem provocar lesões na pele dos animais.
Em bovinos e bufalinos, há evidências de transmissão da bactéria por mosca doméstica e
por outros dípteros (YERUHAM et al., 1996; SELIM, 2001; YERUHAM et al., 2004).
II.2.5. Relatos de casos em humanos
A infecção em humanos parece ser um evento raro e em todos os casos
relatados tem sido ligada a exposição à C. pseudotuberculosis no trabalho pecuário.
Cerca de 25 casos de infecção humana já foram descritas na literatura (MILLS et al.,
1997; PEEL et al., 1997; LIU et al., 2005) e um caso relatado em 1988, devido à ingestão
de carne caprina crua e leite bovino contaminados (PEEL et al., 1997), sendo que a
sintomatologia envolve a presença de linfadenite, abscessos e outros sintomas
característicos (PEEL et al., 1997). Na maioria dos casos de infecção em humanos os
linfonodos afetados foram retirados e os pacientes receberam tratamento a base de
antibióticos.
Join-Lambert et al., (2006) relataram um caso de infeão por C.
pseudotuberculosis em uma criança francesa de apenas 12 anos, ela apresentava
quadro de febre e edemas nos linfonodos e fígado. A bactéria foi então identificada
através do teste bioquímico API Coryne e o paciente submetido a um tratamento
prolongado a base de antibióticos.
II.2.6. Determinantes da virulência de C. pseudotuberculosis
Pouco se conhece sobre os mecanismos moleculares e as bases genéticas da
virulência em C. pseudotuberculosis. Neste contexto, seqüenciamento de C.
pseudotuberculosis 1002 e a caracterização parcial do genoma da linhagem T2, poderão
auxiliar na elucidação de alguns desses mecanismos. A seguir estão descritos alguns
genes
1
envolvidos nesses processos.
1
Para saber mais sobre os genes descritos na literatura, ver artigo de revisão localizado nos anexos deste
manuscrito.
15
II.2.6.1. Fosfolipase D
Fosfolipase D (PLD) é uma potente exotoxina produzida por C.
pseudotuberculosis, sendo considerada o principal fator de virulência dessa bactéria
(HODGSON et al., 1999). Essa exotoxina é um fator de permeabilidade que promove a
hidrólise de ligações éster na esfingomielina da membrana celular das lulas de
mamíferos, possivelmente contribuindo para a dispersão da bactéria do sítio inicial de
infecção para sítios secundários dentro do hospedeiro (McNAMARA et al., 1995).
Além disso, a PLD provoca lesões dermonecróticas e em maiores doses é letal
para um número variado de cobaias e animais domésticos (SONGER, 1977; EGEN et al.,
1989). Tashjian & Campbell, (1983), por meio de ensaios in vitro, observaram a destruição
de macrófagos de caprinos durante infecção com C. pseudotuberculosis; esse efeito letal foi
devido à ação da PLD. rias das atividades biológicas da PLD, bem como sua estrutura
molecular, foram também observadas em esfingomielinases presentes no veneno de
aranhas do gênero Loxosceles (BERNHEIMER et al., 1985; BINFORD et al., 2005).
O papel da PLD na virulência da bactéria ficou evidente após a geração de
mutantes pld. Estes são incapazes de se disseminarem e, além disso, induzem uma
resposta imunológica, embora não totalmente satisfatória, contra C. pseudotuberculosis
(HOGDSON et al., 1992). A geração de diferentes mutantes com recA (POGSON et al.,
1996) e aroQ (SIMMONS et al., 1997), tem sido interessante, já que, dependendo do tipo de
atenuação, pode-se afetar mais ou menos a imunogenicidade da linhagem. A geração de
mutantes tem como outra finalidade sua utilização como vetores de apresentação de
antígenos heterólogos para o sistema imunológico.
II.2.6.2. Lipídeos tóxicos da parede celular
Os lipídeos tóxicos da parede celular de C. pseudotuberculosis foram descritos
na década de 70 como importantes fatores que contribuem para sua patogênese (HARD,
1972). A toxicidade do material lipídico extraído da parede celular foi demonstrada pela
indução de necrose hemorrágica após injeção intradérmica em cobaias (JOLLY, 1966). Um
estudo feito em camundongos com 25 isolados de C. pseudotuberculosis propôs que existe
uma relação direta entre a porcentagem de lipídeos de superfície e a indução de abscessos
crônicos (MUCKLE & GYLES, 1982).
16
II.2.6.3. Novos genes candidatos
Recentemente foi demonstrado que um grupo de genes envolvidos em absorção
de ferro tem um papel relevante na virulência de C. pseudotuberculosis (BILLINGTON et al.,
2002). Os quatros genes desse provável operón foram identificados próximos ao gene pld
no genoma dessa bactéria e designados como fag A, B, C e D.
Considerando que C. pseudotuberculosis é um patógeno intracelular, essa
bactéria deve ser capaz de adquirir ferro em um ambiente onde este nutriente é escasso.
Embora não houvesse alteração na utilização de ferro por um mutante fagB, in vitro, este
teve a habilidade diminuída para sobreviver e causar abscessos em cabras infectadas
experimentalmente (BILLINGTON et al., 2002).
II.2.7. Diagnóstico
Devido à necessidade de diferenciar C. pseudotuberculosis de outros agentes
patogênicos envolvidos com a sintomatologia de LC, como Arcanobacterium pyogenes e
Pasteurella multocida, o isolamento dessa bactéria diretamente do material purulento de
linfonodos permanece como um dos procedimentos mais fidedignos de diagnóstico
(RIBEIRO et al., 2001).
Entretanto, testes mais confiáveis e acurados ainda necessitam ser
desenvolvidos. Nesse intuito, foi desenvolvida uma reação de PCR Multiplex (mPCR), para
detecção mais rápida e eficiente de C. pseudotuberculosis em amostras clínicas de animais
portadores de LC. Os genes-alvo da reação são o rRNA 16S, que é o gene de escolha na
maioria dos estudos de taxonomia bacteriana, o rpoB, um gene que vem sendo amplamente
utilizado para análises filogenéticas em microrganismos dos gêneros Mycobacterium e
Corynebacterium, e o pld (fosfolipase D), que codifica uma exotoxina associada com a
virulência tanto de C. pseudotuberculosis quanto de C. ulcerans e Arcanobacterium
haemolyticum (PACHECO et al., 2007). Através da utilização desta mPCR, associado a um
método de extração de DNA bacteriano diretamente de material caseoso, foi detectada C.
pseudotuberculosis muito mais rapidamente e de maneira mais específica que quando
utilizando cultura bacteriológica e identificação bioquímica de isolados, que é atualmente o
padrão-ouro para o diagnóstico da LC (PACHECO et al., 2007).
II.2.8. Tratamento e profilaxia
O padrão de susceptibilidade a agentes antimicrobianos encontrados em C.
pseudotuberculosis é muito variado, dependendo da fonte de onde foram obtidos. Porém,
17
estudos anteriores de susceptibilidade mostraram linhagens susceptíveis aos antibióticos
ampicilina, cloranfenicol, lincomicina, gentamicina, tetraciclina, penicilina G e
sulfametoxazol-trimetiloprim. Somente uns poucos isolados, apresentam susceptibilidade a
neomicina e todas as linhagens são resistentes à estreptomicina (MUCKLE & GYLES,
1982).
Diversos estudos importantes estabeleceram os valores de concentração mínima
inibitória (CMI), onde os valores foram similares para todos os isolados em relação a rios
agentes antimicrobianos. Contudo, a resistência a antibióticos difere quando a bactéria se
encontra em determinadas condições infecciosas. Fernández et al. (2001) encontraram altos
valores de CMI para vários agentes antimicrobianos em uma análise de corinebactérias
isoladas de mastite em ovelhas. Olson et al. (2002) relataram que C. pseudotuberculosis é
altamente resistente a qualquer droga quando há a formação de biofilme.
Como mencionado, o tratamento é realizado principalmente através do uso, tanto
em animais quanto em humanos, de antibióticos (STANFORD et al., 1998). Contudo, este
método não é considerado economicamente viável para uso animal pois possui um custo
elevado. O outro agravante é a formação de biofilme que impede a ação de vários
antibióticos (OLSON et al., 2002).
Outra opção de tratamento dos animais é a drenagem dos linfonodos superficiais
acometidos. Contudo, esta alternativa possui falhas relevantes. A drenagem não elimina
100% das bactérias e não é viável quando linfonodos e órgãos internos estão acometidos
(ALVES et al., 1997). Além disso, estes tratamentos podem permitir a contaminação
ambiental com o patógeno, permanecendo o controle e a prevenção como estratégias mais
viáveis.
Outras medidas são também sugeridas, como o abate de animais que
apresentem lesões aparentes ou que sejam soropositivos em testes diagnósticos. Contudo,
tais testes podem resultar na geração de falso-positivos e, portanto, no descarte de animais
não infectados (MENZIES et al., 2004). Para regiões endêmicas, se sugere o sacrifício de
todos os animais, tanto soropositivos como soronegativos (RADOSTITS et al., 2002). Diante
de medidas pouco eficazes, o controle deve se basear em estratégias que evitem a sua
disseminação e entrada nos rebanhos. Desta forma, aliado ao manejo correto, deve-se
adotar medidas preventivas eficazes, como a imunoprofilaxia.
II.2.9. Vacinas contra LC
Como descrito anteriormente, o tratamento da LC o é eficaz e é de alto custo,
por isso, a imunização seria a medida de melhor custo-benefício para erradicar essa
doença. Entretanto, ainda não existe uma vacina eficiente e protetora contra C.
18
pseudotuberculosis. Vários relatos na literatura mostram diferentes estratégias que vêm
sendo testadas na tentativa de desenvolver uma vacina que apresente uma imunidade
protetora ideal, mas nenhuma ainda alcançou os patamares desejáveis (STANFORD et al.,
1998; WILLIAMSON et al., 2001).
Diversas estratégias vacinais contra C. pseudotuberculosis vêm sendo testadas.
Bactérias atenuadas ou mortas, frações contendo antígenos derivados do envelope celular
ou do sobrenadante da cultura bacteriana, bem como uma mistura dos componentes
celulares foram utilizadas (DORELLA et al., 2007). Todas apresentam proteção contra
infecções experimentais, contudo os níveis de proteção e a severidade das lesões foram
variáveis, o que demonstra a necessidade de se desenvolver uma vacina que ofereça
proteção eficiente com diminuição acentuada dos efeitos colaterais.
II.2.9.1. Vacinas comerciais
A maioria das vacinas utilizadas para fins comerciais apresenta a exotoxina
fosfolipase D inativada (WILLIAMSON, 2001). No Brasil, uma vacina viva atenuada de C.
pseudotuberculosis, linhagem 1002, foi licenciada desde 2000 e vem sendo industrializada,
em versão liofilizada, pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola
(http://www.ebda.ba.gov.br). Entretanto, essa vacina não vem apresentando o mesmo
sucesso em testes de campo, sendo bastante variável o nível de proteção obtido, cerca de
83% (PATON et al., 2003).
II.2.9.2. Vacinas de subunidade protéica e gênica
Desde que Carne & Onon (1978) afirmaram que a exotoxina de C.
pseudotuberculosis era de fato a PLD, vários outros estudos foram então direcionados para
a identificação de novos genes candidatos a preparações vacinais contra essa bactéria e
diferentes estratégias vêm sendo testadas, como as vacinas vivas recombinantes e as
vacinas de DNA, em caprinos e ovinos.
Anticorpos com alta especificidade, produzidos por células secretoras de
anticorpos (CSA), obtidas de infecções induzidas em ovinos, foram utilizados como sonda
na procura por antígenos celulares de C. pseudotuberculosis. Nessa busca foi caracterizada
uma protease secretada de 40 quilodáltons (CP40) (WILSON et al., 1995). Porém a resposta
imune após vacinação com CP40 não foi caracterizada (WALKER et al., 1994).
19
II.2.10. Geração de mutantes atenuados
Várias técnicas foram utilizadas para a geração de mutantes como
mutagênese química com ácido fórmico, realizada por Haynes et al. (1992), para produzir
PLD inativa. Uma diminuição na virulência foi observada em mutantes obtidos por
mutagênese dirigida contra pld (KIM et al., 1999). Após o isolamento dos mutantes, testes
de virulência foram realizados em camundongos; viu-se que os mutantes tinham habilidade
reduzida para estabelecer a infecção e foram incapazes de disseminar-se no hospedeiro.
Pogson et al. (1996), produziram um mutante para o gene recA de C.
pseudotuberculosis, utilizando mutagênese sítio-específica. O mutante teve sua eficiência
de recombinação homóloga diminuída em 8 a 10 vezes. Contudo, análises in vivo revelaram
que o gene recA mutado não afetava a virulência da bactéria durante a infecção de
camundongos. A redução da virulência através de mutantes do gene aroQ foi obtida por
Simmons et al. (1997), onde foram incapazes de causar os sintomas da LC em modelos
murinos.
Dorella et al. (2006c) identificaram 34 mutantes de C. pseudotuberculosis através
de mutagênese aleatória utilizando o sistema de transposição baseado no TNFuZ (GIBSON
& CAPARON, 2002). Este sistema funciona produzindo fusões transcricionais entre o gene
da fosfatase alcalina de Enterococcus faecalis (phoZ) e seqüências codificadoras de
proteínas exportadas presentes no genoma da bactéria. Através do seqüenciamento das
regiões flanqueadoras das inserções do transposon no DNA genômico dos 34 clones
selecionados, Dorella et al. (2006c) identificaram 21 loci que codificam subunidades
fimbriais, proteínas de transporte e também proteínas de função hipotética e/ou
desconhecida, as quais podem, ou não, estar relacionadas à virulência e à patogenicidade
deste microrganismo. Atualmente, estes mutantes vêm sendo testados em ensaios de
imunização em camundongos. Resultados recentes têm demonstrado que alguns mutantes
oferecem de 60 a 80% de proteção contra o desafio utilizando linhagem virulenta da mesma
bactéria (DORELLA - comunicação pessoal).
II.3. Genômica
A compreensão dos mecanismos moleculares, estrutura genômica, arranjo
gênico, bem como, mecanismos ligados a patogenicidade de certos microrganismos são
alvos de intenso estudo. O desenvolvimento de técnicas de biologia molecular tem levado à
identificação e caracterização de novos genes e vários fatores de virulência, bem como o
desenvolvimento de novos agentes microbianos e vacinas. Essas técnicas baseiam-se em
20
várias estratégias: expressão e transferência gênica, mutações aleatórias ou dirigidas e
comparação genômica.
Apesar de todos os estudos realizados em busca de terapias, profilaxias e
diagnósticos mais eficazes no controle da LC, a escassez de informação sobre as bases
moleculares e fatores de virulência tem prejudicado os avanços na área. Neste contexto,
hoje, a genômica tem-se apresentado como uma promissora e acurada alternativa para a
rápida predição gênica, e a conseqüente geração de informações de baixo custo. Com isso,
as técnicas relacionadas à obtenção de dados genômicos no Brasil tem se tornado uma
realidade cada vez mais presente em muitos laboratórios, principalmente aqueles que
buscam a identificação de genes alvos para combater doenças causadas por bactérias
patogênicas.
II.3.1. Genômica no Brasil
O grande carro-chefe do estudo de genomas foi o advento do seqüenciamento
do DNA. Com isso, milhares de organismos estão sendo ou foram estudados por
pesquisadores de uma série de países. Hoje, o Brasil ocupa um lugar de destaque ao
lado dos Estados Unidos, França e Japão, como ilustra a figura 5. A exemplo do que é feito
em outros países, o Brasil tem colocado seus laboratórios e centros de pesquisa ligados
através de uma rede virtual para a troca de informações, compartilhamento e divisão de
tarefas.
De acordo com o banco de dados GOLD (www.genomesonline.org), o Brasil
encontra-se entre os oito países com a maior demanda de projetos Genoma. As redes de
destaque dentro da genômica brasileira são a Rede Genoma Nacional e a Rede Genoma de
Minas Gerais, a qual está atualmente seqüenciando o genoma de C. pseudotuberculosis
linhagem 1002.
Os dados gerados no projeto genoma e os dados obtidos pela geração das
GSSs, obtidas no presente trabalho, utilizando outra linhagem da mesma espécie (T2), bem
como, a utilização dos dados descritos na literatura sobre as demais espécies do gênero
que possuem o genoma já seqüenciado, poderão, então, auxiliar na elucidação dos
fenômenos de virulência e patogenicidade e no entendimento de como ocorrem eventos de
transferência horizontal de genes, perdas, ganhos, inversões, e compreender assim a
plasticidade inter e intra gênero.
21
FIGURA 4: Classificação dos países envolvidos em projetos Genomas no
período de 2005 a 2008. Adaptado de GOLD (Genomes Online Databases). [site acessado
em 06/02/2008]
II.3.2. Genomas seqüenciados de Corynebacterium
Como anteriormente mencionado, o gênero Corynebacterium possui organismos
de grande interesse, como C. diphtheriae, C. jeikeium e C. pseudotuberculosis, de grande
importância médica e veterinária (DORELLA et al., 2006a). Dada as justificativas e a
importância desses organismos, não é surpresa constatar grande interesse pelo
seqüenciamento de genomas desse táxon. Até o momento quatro espécies desse grupo
foram seqüenciadas, sendo elas:
C. diphtheriae (número de acesso: NC_002935): Esta espécie é responsável
pela difteria, doença razoavelmente controlada no passado graças a
programas de imunizações em massa, mas recentemente emergente em
alguns pontos da Europa Oriental, devido à seleção de linhagens multi-
resistentes (HADFIELD et al., 2000). Possui ainda diversas ilhas de
patogenicidade (CERDENO-TÁRRAGA et al., 2003).
C. jeikeium (número de acesso: NC_007164): Bactéria comumente
encontrada na flora cutânea humana sendo, entretanto, reconhecida como
um importante patógeno em infecções nosocomiais, isto é, infecções
adquiridas em hospitais (TAUCH et al., 2005).
C. glutamicum (número de acesso: NC_006958): Essa espécie é amplamente
utilizada na produção industrial de aminoácidos, como L-aspartato e L-lisina,
destacando-se assim, como organismo de interesse biotecnológico
(KALINOWSKI et al., 2003).
22
C. efficiens (número de acesso: NC_004369) Também utilizada na síntese de
aminoácidos, possui a capacidade de crescer a 40ºC, o que a torna
industrialmente mais viável do que C. glutamicum (NISHIO et al., 2003).
O acesso às informações geradas pela montagem dos genomas, fornece uma
valiosa ferramenta para o melhor entendimento da organização, ordem gênica e plasticidade
do genoma bacteriano de outras espécies do gênero, principalmente de C.
pseudotuberculosis. Além disso, a proximidade filogenética entre espécies favorece ainda
mais análises de comparação gênica e identificação de características peculiares do gênero.
Além dos genomas supracitados, diversos outros membros do grupo CMN
também tiveram o seu genoma seqüenciado ou ainda estão em andamento (tabela 2).
23
Tabela 2 – Projetos genomas completos e em andamento de bactérias do grupo CMN.
Espécie Status Importância Linhagem
Tamanho do
genoma (Mpb)
Porcentagem
GC
Referência
Corynebacterium accolens Em progresso
Possivelmente relacionada com mastite
granulomatosa.
ATCC 49725 - -
BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>
Corynebacterium ammoniagenes Em progresso
Produção industrial de realçadores de
sabor nucleotídeos de purina como
inosina-5'-monofosfato e xantosina-5'-
monofosfato.
DSM 20306 - -
<http://genome.wustl.edu/hgm/display_tab
les_hgm.cgi?TABLE_TYPE=targeted_gen
omes>
Corynebacterium aurimucosum Em progresso Patógeno humano e animal. ATCC 700975 - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium aurimucosum Em progresso Patógeno humano e animal. DSM 44827 2,4 58
Tauch, A (<
http://www.dsmz.de/microorganisms/html/
strains/strain.dsm044827.html >)
Corynebacterium Diphtheriae Completo Agente causador da difteria em humanos NCTC 13129 2,488 53 Cerdeno-Tarraga et al, 2005
Corynebacterium efficiens Completo
Produção industrial de glutamato, outros
aminoácidos e compostos
YS-314
3,147
63 Nishio et al., 2003
Corynebacterium efficiens Em progresso
Produção industrial de glutamato, outros
aminoácidos e compostos
- - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium genitalium Em progresso
Agente causador de uretrites não-
gonocócicas em humanos
ATCC 33030 - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium glucuronolyticum Em progresso
Isoladas do trato genito-urinário de
porcos e de humanos.
ATCC 51866 - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium glucuronolyticum Em progresso
Isoladas do trato genito-urinário de
porcos e de humanos.
ATCC 51867 - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium glutamicum Completo
Produção industrial de glutamato, outros
aminoácidos e compostos
ATCC 13032 3,309 53 Ikeda et al., 2003
Corynebacterium Jeikeium Completo
Comumente presente na pele de
humanos, pode ser um importante
agente de infecções nosocomiais
K411 2,462 61 Tauch et al., 2004
Corynebacterium kroppenstedtii Em progresso Patógeno humano DSM 44385 2,400 57.5
Tauch, A. <
http://www.dsmz.de/microorganisms/html/
strains/strain.dsm044385.html >
Corynebacterium lipophiloflavum Em progresso Isolada de swab vaginal humano. - - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium pseudogenitalium Em progresso Causa infecção do trato urinário humano. ATCC 33035 - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium pseudotuberculosis Em progresso
Causa lindenite caseosa em caprinos,
ovinos, eqüinos e seres humanos.
1002 - 47
Azevedo, V. (<
http://www.icb.ufmg.br/big/genomecp/ >
Corynebacterium striatum Em progresso Patógeno humano. - - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Corynebacterium sundsvallense Em progresso
Possivelmente relacionada a doença
humana.
- - -
Weinstock G (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
24
Corynebacterium
thermoaminogenes
Em progresso Importância biotecnológica FERM9246 - -
Gojobori T (< http://genamics.com/cgi-
bin/genamics/genomes/genomesearch.cgi
?field=ID&query=478 >
Corynebacterium urealyticum Em progresso Patógeno do trato urinário DSM 7109 2,300 64
Tauch, A. (<
http://www.dsmz.de/microorganisms/html/
strains/strain.dsm007109.html >)
Corynebacterium urealyticum Em progresso Patógeno do trato urinário DSM 7111 2,300 -
Tauch, A. (<
http://www.dsmz.de/microorganisms/html/
strains/strain.dsm007111.html >)
Mycobacterium avium Em progresso
Agente causador de tuberculose em aves e
humanos imunocpmprometidos (crianças,
idosos e especialmente pacientes protadores
de HIV)
104 5,480 68
http://www.tigr.org/tdb/mdb/mdbinprogress
.html
Mycobacterium avium subsp.
paratuberculosis
Completo
Agente causador da doença de Johne, também
conhecida como paratuberculose, uma severa
infecção crônica intestinal. Esta doença afeta
ruminantes domésticos e selvagens, tendo sido
também reportada em primatas, coelhos e
raposas.
k10 4,829 69 Paustian et al., 2004
Mycobacterium abscessus Em progresso
patógeno humano;
causadora de infecções
bronco-pulmonares e
respiratórias.
CIP 104536 - -
Barbe, V. (< http://genamics.com/cgi-
bin/genamics/genomes/genomesearch.cgi
?field=ID&query=1058 >
Mycobacterium africanum Em progresso
Principal causador de tuberculose pulmonar,
em seres humanos e animais, na África sub-
Sahara.
GM041182 4,441 -
Parkhill J. (<
http://www.sanger.ac.uk/sequencing/Myco
bacterium/africanum/ >
Mycobacterium bovis Completo
Agente causador da tuberculose bovina
clássica, podendo causar também doeas em
humanos, especialmente após a ingestão de
leite contaminado não pasteurizado. Cepa
completamente virulenta.
AF2122/97 4,345 65 http://www.sanger.ac.uk/Projects/M_bovis/
Mycobacterium bovis Em progresso
Agente causador da tuberculose bovina
clássica, podendo causar também doeas em
humanos. Linhagem utilizada para a produção
da vacina BCG, provavelmente a mais
conhecida das vacinas contra essa doença.
BCG 4,400 57
http://www.pasteur.fr/recherche/unites/Lg
mb/mycogenomics.htm
Mycobacterium canetti Em progresso
Agente causador de linfadenite em humanos e
animais.
CIPT140010059 - -
Parkhill J <
http://www.sanger.ac.uk/sequencing/Myco
bacterium/canetti/ >
Mycobacterium canetti Em progresso
Agente causador de linfadenite em humanos e
animais.
K116 - - http://www.broad.mit.edu/seq/msc/
Mycobacterium chelonae Em progresso Patógeno humano CIP 104535 - -
Barbe V. (< http://genamics.com/cgi-
bin/genamics/genomes/genomesearch.cgi
?field=ID&query=1063 >
Mycobacterium chlorophenolicum Em progresso Importância biotecnológica - - -
JCVI
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>
Mycobacterium intracellulare Esboço Patógeno humano ATCC 13950 5,328 67 Dewar, K. ( McGill Univ)
Mycobacterium leprae Completo Agente causador da hanseníase em humanos. TN 3,268 57 Fsihi et al., 1995
Mycobacterium liflandii Em progresso Causa doença em anuros. 128FXT - -
Stinear, T. (<
http://www.broad.mit.edu/annotation/geno
me/tbdb/SequencingInfo.html >)
25
Mycobacterium marinum Em progresso
Patógeno de animais e humanos; causadora de
tuberculose.
DL240490 - - Monash Univ
Mycobacterium marinum Completo
Patógeno de animais e humanos; causadora de
tuberculose.
M 6,637 65
Parkhill J (<
http://www.sanger.ac.uk/Projects/M_marin
um/ >)
Mycobacterium microti Em progresso
Causa tuberculose em roedores e tem sido avaliada
como vacina para humanos.
OV254 4,300 -
http://www.sanger.ac.uk/Projects/M_microt
i/
Mycobacterium
parascrofulaceum
Em progresso
Causa doença pulmonar em humanos e em
imunodeprimidos.
ATCC BAA-614 - -
Weinstock G. (BCM-HGSC
<http://www.hgsc.bcm.tmc.edu/microbiom
e-index.xsp>)
Mycobacterium smegmatis Em progresso
Micobactéria geralmente não-patogênica, capaz de
causar lees em tecidos moles. Isolada
inicialmente do esmegma humano.
MC2 155 7,040 57
http://www.tigr.org/tdb/mdb/mdbinprogress
.html
Mycobacterium sp. Em progresso Agente causador da tuberculose humana. Spyr1 - -
Richardson P ( Joint Genome Institute
Univ of Ioannina)
Mycobacterium tuberculosis Completo
Agente causador da tuberculose humana.
Altamente contagiosa, capaz de infectar 80% dos
contatos sociais do portador.
CDC1551 4,403 65 Fleischmann et al., 2002
Mycobacterium tuberculosis Completo
Agente causador da tuberculose humana. Ao
contrário de alguns isolados, retém toda a sua
virulência em modelos animais, sendo susceptível a
drogas e passível de manipulação genética
H37Rv 4,411 65 Cole et al., 1998
Mycobacterium tuberculosis Completo
Agente causador da tuberculose humana. Essa
linhagem possui uma grande distribuição e
virulência se comparada à outras linhagens.
210 4,447 57
http://www.tigr.org/tdb/mdb/mdbinprogress
.html
Mycobacterium tuberculosis
40 linhagens
em progresso
Causa tuberculose pulmonar em seres humanos,
essa linhagem é resistente à rifmpicina e isoniazida.
40 linhagens - - http://www.broad.mit.edu/seq/msc/
Mycobacterium ulcerans Em progresso Patógeno humano, causadora de úlcera de Buruli. 1615 - -
Monash Univ (<
http://www.monash.edu.au/ >)
Mycobacterium ulcerans Em progresso Patógeno humano, causadora de úlcera de Buruli. - 4,400 - http://www.genome.clemson.edu/
Nocardia farcinica Completo
Agente causador da nocardiose, doença que afeta
os pulmões, sistema nervoso central e pele de
humanos e animais.
IFM 10152
6,021 (Chromosome)
0,184 (Plasmid pNF1)
0,087
(Plasmid pNF2)
70
67
68
Ishikawa et al., 2004
Rhodococcus sp. Em progresso
Organismo capaz de degradar uma grande
variedade de bifenis policlorados, um conhecido
poluente químico.
RHA1 9,700 -
http://www.rhodococcus.ca
Rhodococcus equi Em progresso Causa Pneumonia em animais ATCC 33701 - - http://www.uoguelph.ca/
Rhodococcus equi Em progresso
Bactéria Gram-positiva que causa
broncopneumonia em cavalos
103S 4,500 68
Parkhill J. (<
http://www.sanger.ac.uk/Projects/R_equi/
>)
Rhodococcus erythropolis Em progresso Importância biotecnológica RR4 - -
Fujita N. (<
http://www.bio.nite.go.jp/ngac/e/project-
e.html >)
Rhodococcus opacus Em progresso Importância biotecnológica B4 - -
Fujita N. (<
http://www.bio.nite.go.jp/ngac/e/project-
e.html >)
Rhodococcus sp. Em progresso Importância biotecnológica I24 5,487 - http://www.integratedgenomics.com/
26
II.3.3. Genômica comparativa entre espécies do gênero Corynebacterium
II.3.3.1. Características gerais
Os organismos deste gênero possuem genomas circulares, contendo em
média 3 megabases e conteúdo médio de C+G de 58% podendo ou não possuir
plasmídeos. Observam-se ilhas genômicas nos genomas de todas as Corynebacterium
seqüenciadas, o que ressalta o grande número de eventos de transferência horizontal de
genes em procariotos (DE LA CRUZ et al., 2000).
O conteúdo gênico dio destas Corynebacterium por volta de 2.600 genes, e
aparentemente existe tendência à perda de genes em espécies patogênicas: C.
diphtheriae e C. jeikeium possuem 2.389 e 2.165 genes, respectivamente; o que
contrasta com a maior abundância de genes em C. glutamicum e C. efficiens, com 3.057
e 2.950, respectivamente (NAKAMURA et al., 2003).
Uma possível explicação para esse fato é a necessidade das espécies não-
patogênicas sobreviverem em ambientes bem mais diversos em termos metabólicos e de
estresse, sendo necessária uma gama maior de genes para responder satisfatoriamente
a esses fatores. Já as bactérias patogênicas vivem em ambientes que proporcionam uma
homeostase mais facilmente alcançada, o que possibilita a perda de diversas funções
gênicas não utilizadas (NAKAMURA et al., 2003). Um bom exemplo disso é a
incapacidade de crescimento de C. jeikeium em meios não-suplementados com lipídeos
(TAUCH et al., 2004). Após o seqüenciamento do genoma desse microrganismo,
verificou-se a perda do gene da síntese de ácidos graxos do tipo I, o que explica
satisfatoriamente o fenótipo observado.
Pode-se observar também a presença de diversos fatores de virulência
clássicos encontrados nos membros patogênicos seqüenciados, como, por exemplo,
genes responsáveis pela formação de fímbrias, sistemas de aquisição de ferro, sistema
de síntese de sideróforos, entre outros (CERDEÑO-TÁRRAGA et al., 2003).
II.3.3.2. Compartilhamento de genes entre as escies do gênero
Após o seqüenciamento de C. jeikeium por Tauch et al., em 2005, diversas
análises referentes ao compartilhamento de genes entre as outras três espécies do
27
gênero que possuem o genoma já seqüenciado foram realizadas. Essas análises
demonstraram que aproximadamente 52% dos genes deste organismo (1.089) possuem
prováveis ortólogos nos três outros organismos seqüenciados, podendo ser considerados
como a espinha dorsal do gênero.
Além disso, 17% dos genes (367) são compartilhados por um ou dois dos
organismos. Análises de sintenia dos possíveis ortólogos revelam também uma estrutura
genômica notadamente conservada, com apenas 10 pontos de perda de sintenia, sendo
que C. jeikeium ainda apresenta aparente rearranjo gênico com algumas inversões.
II.3.4. Estratégias moleculares baseadas na geração de GSSs para a
identificação gênica
O NCBI National Center of Biotechnology Informationcriou um banco de
dados destinado ao depósito de GSSs. A criação deste banco de GSSs foi muito
importante no sentido de aproveitar a grande produção de seqüências produzidas
aleatoriamente que podem conter informações valiosas principalmente para a predição
gênica. Essas informações são provenientes do seqüenciamento de bibliotecas de
plasmídeos, cosmídeos, BACs (Bacterial Artificial Chromossome) ou YACs (Yeast
Artificial Chromossome) (FANCHIN et al., 2002).
As GSSs são similares à ESTs (Expressed Sequence Tags). A diferença entre
elas é que a GSS é oriunda de DNA genômico e as ESTs são originadas a partir de
cDNA proveniente de um mRNA.
A relevância de se utilizar GSSs para a predição gênica é o seu baixo custo e,
tratando-se de microrganismos, tais seqüências são muito informativas. Utilizando-as em
análises in silico, podem-se verificar, através de similaridade com outras seqüências
depositadas, possíveis genes ligados ou não à virulência, além de gerar um catálogo de
genes que permitem ampliar o conhecimento biológico sobre o organismo estudado.
Dorella et al. (2006b), construíram uma biblioteca genômica de C.
pseudotuberculosis com insertos em torno de 24,5 a 121 Kb, utilizando BACs como
vetores. Foi obtida uma biblioteca de alta qualidade, com aproximadamente 18.000
clones, os quais uma pequena amostra dos mesmos foram analisadas, totalizando em
215 GSSs depositadas no GenBank. A alta qualidade da biblioteca, com baixa
28
redundância e sem a presença de background, aliada ao grande número de clones, pôde
então servir de mapa físico na caracterização final do genoma de C. pseudotuberculosis.
Outra vantagem do uso das GSSs, é que ela é uma técnica que permite a rápida
identificação de genes que podem ser utilizados em análises comparativas entre
linhagens diferentes, auxiliando assim, estudos de epidemiologia molecular. Atualmente a
técnica de MLST (Multi Locus Sequence Type) realiza uma abordagem pangenômica de
isolados bacterianos muito próximos filogeneticamente e tenta, então, permitir a
identificação de micro eventos de evolução e diferenças sutis entre cada isolado. Isso
acontece através de análises de mudanças na seqüência gênica de aproximadamente
nove loci de escolha, que geralmente são genes housekeepings. Porém, esses genes
apresentam um alto grau de conservação entre as espécies, o que constitui um ponto
negativo da utilização do MLST, pois geralmente não permite a realização de análises
comparativas entre linhagens, devido à dificuldade de separar as linhagens por
mudanças nas seqüências gênicas escolhidas. Francis Bolt (comunicação pessoal) não
encontrou diferenças alélicas entre espécies de Corynebacterium utilizando o MLST
utilizando oito seqüências de genes housekeeping, devido a grande conservação entre os
loci.
II.3.5. Pangenômica
Até o momento, poucas são as seqüências de C. pseudotuberculosis
depositadas em bancos de dados, e de acordo com o NCBI, para essa bactéria, existem
até o momento aproximadamente 1230 GSSs. Dessa forma pode-se observar que é
altamente importante a identificação, categorização de genes, principalmente dos que
codificam proteínas-chave envolvidas em processos de patogenicidade e virulência; as
quais são potenciais alvos para o desenvolvimento de vacinas vivas atenuadas.
Atualmente, os laboratórios envolvidos com testes diagnósticos e imunoprofilaxia
voltadas para o combate de bactérias patogênicas, estão utilizando uma nova
abordagem: a pangenômica. Essa área visa então o seqüenciamento do genoma de
inúmeros isolados de um mesmo patógeno para gerar informações para a compreensão
de eventos de micro evolução entre as espécies. Porém, não isso, mas ainda,
auxiliado os pesquisadores a decifrar mecanismos de virulência. A comparação de várias
linhagens de uma única espécie tem auxiliado na identificação de genes pertencentes a
um dado microrganismo, o que pode explicar o o estudo da diversidade entre as
29
espécies, mas também, fornecer a oportunidade de usar o conhecimento adquirido das
comparações entre linhagens para o desenvolvimento de novas vacinas e uma nova
geração de alvos antimicrobianos (MUZZI et al., 2007).
Muzzi et al. (2007) ao realizarem análises comparativas entre o genoma de oito
linhagens de Streptococcus agalactiae (grupo B Streptococcus) representativas da
diversidade genética da espécie, afirmaram que, o pangenoma entre elas, apresentava
um repertório global pertencente às espécies, ou seja, peculiar do grupo. Em geral, esse
repertório pode ser dividido em três partes: o “genoma compartilhado”, os quais incluem
genes invariáveis presentes em todos os isolados; o genoma dispensável”, que
compreende genes em algumas, mas não todas as linhagens, e os “genes linhagem-
específicos”, os quais estão presentes em apenas um único isolado, como ilustra a figura
5.
FIGURA 5: Imagem esquemática da estrutura de um pangenoma. Modificado de
Muzzi et al., 2007.
Genes linhagem-específicos
Genes presentes apenas em uma
linhagem e ausente em todas as
outras.
Genes dispensáveis
Genes compartilhados por algumas
mas não todas as linhagens.
Genes compartilhados
Genes presentes em todos
os isolados.
30
Neste contexto, a construção e caracterização de uma biblioteca genômica de
C. pseudotuberculosis linhagem T2, aliada aos resultados obtidos através do projeto
genoma da linhagem 1002 podem favorecer o entendimento de arranjo gênico,
plasticidade genômica, como perda, ganho, inversões no genoma, bem como, fornecer
informações valiosas de epidemiologia molecular, micro evolução, genes linhagem-
específicos e genes comuns entre os isolados. Enfim, contribuem com informações para
o desenvolvimento de novas terapias mais eficazes para o controle da LC.
31
III
OBJETIVOS
32
III.1. Objetivo geral
Construção de uma biblioteca genômica de Corynebacterium
pseudotuberculosis da linhagem T2 e caracterização da mesma através de análises de
GSS.
III.2. Objetivos específicos
Construir uma biblioteca genômica de Corynebacterium
pseudotuberculosis.
Seqüenciar as extremidades dos insertos da biblioteca genômica.
Realizar análises in silico das seqüências:
o Analisar similaridade genômica entre C. pseudotuberculosis e
outras espécies do gênero Corynebacterium.
o Confirmar a sintenia entre C. pseudotuberculosis e outras espécies
do gênero Corynebacterium.
o Utilizar os dados gerados para inferência de plasticidade genômica
entre diferentes linhagens da espécie C. pseudotuberculosis.
o Identificar novos genes.
o Propor um conjunto de genes para ser utilizado (testado) para o
MLST.
33
IV
RESULTADOS E DISCUSSÃO
34
IV.1. ARTIGO
Genome organization and gene content characterization of Corynebacterium
pseudotuberculosis.
Vivian D’Afonseca, Francisco Prosdocimi, Fernanda Alves Dorella, Luis Gustavo
Pacheco, Pablo Matias Moraes, Izabella Pena, José Miguel Ortega, Santuza
Teixeira, Sérgio Costa Oliveira, Elisângela Monteiro Coser, Luciana Márcia
Oliveira, Guilherme Correa Oliveira, Roberto Meyer, Anderson Miyoshi, Vasco
Azevedo
Este manuscrito será submetido para publicação em um periódico científico
internacional, na área de genômica de microorganismos.
35
Genome organization and gene content characterization of Corynebacterium
pseudotuberculosis.
Vívian D’Afonseca
a
, Francisco Prosdocimi
b
, Fernanda A. Dorella
a
, Luis Gustavo C.
Pacheco
a
, Pablo M. Moraes
a
, Izabela Pena
b
, José Miguel Ortega
b
, Santuza Teixeira
c
,
Sérgio Costa Oliveira
d
, Elisângela Monteiro Coser
e
, Luciana Márcia Oliveira
e
, Guilherme
Oliveira
e
, Roberto Meyer
f
, Anderson Myioshi
a
** & Vasco Azevedo
a
*
a
- Laboratório de Genética Celular e Molecular, Depto. Biologia Geral, ICB-UFMG
b
- Laboratório de Biodados, Depto. Bioquímica e Imunologia, ICB-UFMG
c
- Laboratório de Imunologia e Bioquímica Celular de Parasitas, Depto. Bioquímica e
Imunologia, ICB-UFMG
d
- Laboratório de Imunologia de Doenças Infecciosas, Depto. Bioquímica e Imunologia,
ICB-UFMG
e
- Laboratório de Parasitologia Celular e Molecular, Centro de Pequisa Reneé Rachou
FIOCRUZ
f
- Laboratório de Biointeração, Instituto de Ciências da Saúde, ICB - UFBA
Vasco Azevedo* and Anderson Miyoshi** (share credit in this work for senior
authorship)
Laboratório de Genética Celular e Molecular. Sala Q3-259.
Departamento de Biologia Geral, ICB, UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627 C.P. 486
31.270-010 Belo Horizonte, MG, Brazil
Tel: +55 31 3499-2778
Fax: +55 31 3499-2610
Running Head
Partial-identification of the gene content of C. pseudotuberculosis
* To whom correspondence should be addressed
Abbreviations: CLA, Caseous Lymphadenitis; GSS, Genome Survey Sequences; BLAST,
Basic Local Alignment Search Tool; COG, Clusters of Orthologous Groups; Cd,
36
Corynebacterium diphtheriae; Ce, Corynebacterium efficiens; Cg, Corynebacterium
glutamicum; Cj, Corynebacterium jeikeium; Cp, Corynebacterium pseudotuberculosis.
37
ABSTRACT
Corynebacterium pseudotuberculosis is an intracellular pathogen that infects
sheep and goats. The widespread occurrence and the economic importance of
Caseous Lymphadenitis Disease (CLA) have prompted investigation of its
pathogenesis. However, the genetic basis of C. pseudotuberculosis virulence is still
poorly characterized. A genomic library constructed from C. pseudotuberculosis
was used for the generation of 1440 Genomic Survey Sequences (GSSs), which
were submitted to in silico analysis using bioinformatics tools and public
databases for comparative analyses. Non-redundant unique sequences were used
as a query for BLAST searches against the genome, translated genome and
proteome of four other complete-genome Corynebacterium species. We were able
to characterize approximately 8% of the genome of C. pseudotuberculosis, along
with not-previously-described functional group genes, based on the COG database,
which the GSSs classification in categories resulted: 13% in Information Storage
and Processing, 14% in Cellular Process and 23% in Metabolism. We found a close
relation between C. pseudotuberculosis and C. diphteriae conserved genes synteny
in Corynebacteria species.
Keywords: Corynebacterium genus, Corynebacterium pseudotuberculosis, Genome
Survey Sequence (GSS), microbial genome sequencing, comparative genomic.
38
INTRODUCTION
The decade of 1990 was the starting point of the genomic era, with the sequencing
of the first microbial genome, a free-living organism - the bacterium Haemophilus
influenzae [1,2]. Since then, genomic research has generated considerable information,
which is available in public databases [3]. This information has helped scientists discover
genes and their functionality, and consequently proteins that they encode, by comparing
genomes of evolutionary related species [4]. Although prokaryotic microorganisms
account for the greatest proportion of the planet’s total biomass [5] much more still needs
to be understood about them. Thus, the massive accumulation of prokaryotic DNA
sequences generated by microbial genome projects can provide great advances in our
understanding in various fields, including bacterial diversity, mobile genetic elements
(MGE) and horizontal gene transfer (HGT) [6]. Furthermore, genome sequencing has
provided important insights concerning deduced genes and proteins of pathogens,
including biological features, putative virulence factors and potential targets that might be
useful for the development of immunological or chemotherapeutic reagents against
specific organisms [4,7]. At present, around 570 microbial genome projects are already
finished and published, and there are more than 1,100 active sequencing projects
(Genomes OnLine Database, http://www.genomesonline.org/).
The Corynebacterium genus consists of a large number of Gram-positive bacteria
that are pleiomorphic, asporogenous and possess high G + C content in their genomes
[8]. Originally, the genus Corynebacterium had only diphtheria bacilli and some other
animal-pathogenic species [9,10]. Later, other microorganisms were added, including
plant and animal pathogens, nonpathogenic soil bacteria and saprophytic species [10-12].
Members of the genus Corynebacterium are closely related to Mycobacterium species,
and both are classified in the taxonomic order Actinomycetales [13]. At present, the
National Center for Biotechnology Information (NCBI) genomes database contains the
complete genome of four different species of the Corynebacterium genus:
Corynebacterium diphtheriae, Corynebacterium efficiens, Corynebacterium glutamicum
and Corynebacterium jeikeium [14-17].
One of the most important members of this genus, and the focus of this paper, is
the bacterium C. pseudotuberculosis, a facultative intracellular pathogen that infects
sheep and goats, causing caseous lymphadenitis (CLA). Occasionally human infections
are also diagnosed. This disease is spread worldwide, and its considerable economic
importance has prompted investigation of its pathogenesis. However, the genetic
39
determinants of C. pseudotuberculosis virulence are still poorly characterized [3].
Furthermore, this species has only 19 proteins identified in the GenPept database.
In this context, the partial C. pseudotuberculosis genome sequence analysis that we
provide in this work may help improve our understanding of the molecular and genetic
basis of this bacterium’s virulence, and also may be useful for the development of novel
diagnostic methods and vaccines, contributing to the control of CLA.
METHODOLOGY
Bacterial strains and growth conditions
Corynebacterium pseudotuberculosis wild-type strain T2 was isolated from a
caseous granuloma found in a CLA-affected goat in Bahia state (Brazil) and identified with
the API CORYNE battery bacterial identification diagnostic kit (Biomerieux, France). This
bacterium was aerobically grown in Brain Heart Infusion (BHI, Acumedia) broth at 37ºC
under agitation [18]. To obtain recombinant clones, we used the DH5α strain of
Escherichia coli, aerobically grown at 37ºC in Luria Bertani medium (LB, Difco
Laboratories, Detroit, USA), supplemented with ampicillin (100 µg mL
-1
) and X-Gal (40 µg
mL
-1
).
Genomic DNA extraction and construction of a genomic library
Genomic DNA extraction was performed according to a previously-described
protocol [19]. DNA integrity was confirmed through electrophoresis in 0.8% agarose gels
and visualization with ethidium bromide staining. We used spectrophotometer analysis to
evaluate the DNA and to test its quality. Total genomic DNA was submitted to two
minutes of nebulization to obtain differently-sized C. pseudotuberculosis DNA fragments
[20].
Fragmentation was confirmed by electrophoresis in 0.8% agarose gels and DNA
fragments ranging from 500 1000 bp were obtained. These fragments were cloned in
the PCR
®
4 Blunt-TOPO vector using the TOPO
®
Shotgun Subcloning KIT (Invitrogen) and
transformed into E. coli DH5α by electroporation [21]. Blue-white screening was
performed to select for positive clones, and PCR with M13 universal primers was used to
confirm insert presence (TOPO
®
Shotgun Subcloning KIT (Invitrogen)).
GSS sequencing
Plasmid extraction was performed directly on plates using a standardized protocol
[22]. The plasmids that were obtained were analyzed in 0.8% agarose gels and the
40
concentrations were determined spectrophotometrically. The plasmid DNA, around 200
ng µL
-1
, was submitted to sequencing reactions in a Mastercycler gradient thermocycler
(Eppendorf), using a DYEnamic ET Dye Terminator Cycle Sequencing Kit (GE
Healthcare) and universal primers M13 F and M13 R, according to manufacturer’s
instructions. Sequences were generated in a MegaBACE
TM
1000 apparatus (GE
Healthcare).
GSS amplification by PCR
For confirmation of the presence of putative exclusive gene in Corynebacterium
pseudotuberculosis and to exclude contamination, we designed forward and reverse
primers for each genes that did not have any similarities in the search databases of other
sequenced Corynebacterium spp:
Putative Oligopeptide/dipeptide ABC transporter primers:
Forward: 5´-CCTTACCGAGACAACGTCAT-3´
Reverse: 5´-GCCTGGTGCTTATCATTGAT-3´
NADP oxidoreductase, coenzyme F420-dependent primers:
Forward: 5´-CTGCGACATAGCTAGGCACT-
Reverse: 5´-CCGCCAGACTTTTCTCTACA-3´
Proline iminopeptidase (PIP) primers:
Forward: 5´-AACTGCGGCTTTCTTTATTC-3´
Reverse: 5´ -GACAAGTGGGAACGGTATCT-3´.
Saccharomyces cerevisiae 60S ribosomal subunit primers:
Forward: 5’ ATTCTTAACGGGAAGTGACG 3’
Reverse: 5’ AAGTTGATTCCTTTTCCGG 3’
Generated amplicons with lengths of: 285 bp, 382 bp, 551 bp e 462bp respectively.
Base-calling, sequence filtering and clustering
Base-calling was performed using the PHRED algorithm [23-24] with trim_alt and
trim_cutoff parameters set at 0.16, as suggested by Prosdocimi et al. [25].
In order to filter sequences for low quality and vector contamination, we used the
algorithms SeqClean (http://compbio.dfci.harvard.edu/tgi/software/) and PHRAP’s
package cross_match (http://www.phrap.org). SeqClean was first used to remove low
quality from PHRED base-called sequences. Then the cross_match algorithm was run
against the sequence of the cloning vector used in this analysis; finally, SeqClean was run
again to remove the cross_match. Sequence clustering was performed using TIGR
software TGICL [26], with default parameters.
41
Comparative BLAST analysis against Corynebaterium complete genomes
Non-redundant unique sequences clustered with TGICL were used as a query for
BLAST searches [27], against other species of the Corynebacterium genus, to look for
similarities between these species and C. pseudotuberculosis. We ran BLASTs on the
DNA (BLASTn) and the protein levels (BLASTx, tBLASTx) to look for nucleotide and
amino acid conservation among species.
Theses complete genomes are available in the NCBI site and their accession
numbers are: C. diphtheriae (NC_002935); C. efficiens (NC_004369); C. glutamicum
(NC_006958) and C. jeikeium (NC_007164)
COG functional categories inference through Blast best-hit analysis
Unique sequences from C. pseudotuberculosis were also used as query for
BLASTx searches in the COG database [28]. The NCBI COG database clusters genes
from 66 microbial species into orthologous groups and classifies the corresponding
protein clusters into biological process categories. We used a best-hit inference approach
to classify this organism’s sequences into COG-functional categories [28]. The BLASTx
algorithm was run using a 10e
-5
cut-off value, and C. pseudotuberculosis partial genome
sequences were classified into COG categories based on the best-hit match of each
sequence against COG-classified proteins.
Comparative BLAST analyses of the UNIPROT database
The most recent version of the UNIPROT curated protein database at the time
(Feb 13, 2007) [29,30] was downloaded from the EBI website (ftp://ftp.ebi.ac.uk/pub/
databases/uniprot/knowledgebase/uniprot_sprot.fasta.gz).UNIPROT was used as a
database subject for BLASTx searches using C. pseudotuberculosis unique sequences as
a query. The number of protein hits was recorded, as well as the number of unique
sequences matching UNIPROT proteins and not Corynebacterium-genus or COG
proteins.
Gene synteny analysis with Corynebacterium genomes
Synteny analysis of C. pseudotuberculosis non-redundant GSSs was also
performed to determine if the gene order is conserved in C. pseudotuberculosis compared
to other Corynebacterium species. Using tBLASTx best-hits data of C. pseudotuberculosis
unique sequences against C. diphtheriae, C. efficiens, C. glutamicum and C. jeikeium
genomes, we calculated the putative average position of each protein-coding gene
(subject end minus subject init), compared to other Corynebacterium spp. complete
42
genomes. The putative gene position results were plotted and ordered based on C.
diphtheriae hits.
Raw data filtering ,processing and Clustering analysis
Base called sequences were first filtered to remove vector regions, short (<100 bp)
and low quality regions. Filtering removed more than 30% of the bases and sequences.
Larger sequences were also reduced due to vector regions and/or low quality
contamination.
C. pseudotuberculosis GSS were clustered using TIGR TGICL software. This software
uses Megablast [31] to cluster sequences and CAP3 [32] to further assemble the
sequences from each cluster. As expected, we observed a large number of singlets and
clusters with a small number of sequences, demonstrating the quality of the library (Fig.
1). The 466 non-redundant unique sequences span approximately 184,000 bases (Table
1).
BLAST against complete genome of Corynebacterium species
Using the data given above, all the analyses were made using the non-redundant
set of C. pseudotuberculosis sequences (uniques). C. pseudotuberculosis GSS unique
sequences were then used as a query for BLAST searches against the genome
(BLASTn), the translated genome (tBLASTx) and the proteome (BLASTx) of other
Corynebacterium species complete-genome (Table 2).
RESULTS
Were obtained about 1,440 GSS and after sequence processing, resulted in about
1,000 sequences. In present work were used all GSS’s biggest that 100bp presenting
average wenght of 360bp. The longest sequence presents wenght of 792bp that resulted
in 346,869 residues generated.
As expected, C. pseudotuberculosis is more similar to other Corynebaterium spp.
at the protein level than at the DNA level [13]. Based on BLAST analysis of C.
pseudotuberculosis uniques against other Corynebacterium species (Table 2), C.
pseudotuberculosis is most similar to C. diphtheriae, followed by C. glutamicum, C.
efficiens and C. jeikeium. These results also were previously reported by Khamis [33],
which using rpoB and 16S rRNA analysis suggested these phylogenetic relations.
All GSS unique sequences were used as a query for BLASTx searches of the
COG database. We used a 10
-5
BLAST e-value cut-off, and the C. pseudotuberculosis
43
translated partial protein sequences were classified into functional categories based on
the category of their best hit in the COG database. Therefore, C. pseudotuberculosis
proteins were classified into major (Fig. 2) and minor (Table 3) COG-functional categories.
Almost half of the C. pseudotuberculosis GSS uniques did not hit to any protein in
the COG database, even with the low weakly-stringent BLAST cut-off that we used. We
found metabolism to be the category within which most of genes were classified;
Information Storage and Processing, Cellular Processes and Poorly Characterized all had
about the same percentage of genes classified (~10%, Fig. 2). To put these percentages
into perspective, we calculated the expected percentage of genes classified in
Corynebacterium, based on the COG classification of the four bacteria of this genus
whose complete genome had already been sequenced (Table 3).
Most GSS uniques classified data fits the expected percentage of classification
into the Corynebacterium genus if we consider this is only a partial analysis of C.
pseudotuberculosis genome and proteome (Table 3). We found an excess of not-
classified sequences (see also Fig. 2).
Shared hits against different databases
In order to search for putative C. pseudotuberculosis genes originated by lateral
transfer, we compared BLAST results against various databases. It was expected that
most of C. pseudotuberculosis genes derived from GSS would be found in other
Corynebacterium species if they had been present in the common ancestor of all species
in this genus. This expectation was confirmed (Fig. 3). However, we observed four
putative C. pseudotuberculosis proteins (translated uniques) that had similarities to COG
and UNIPROT proteins but without similarities to other Corynebacterium species proteins.
Therefore, we consider these four proteins to be putative candidates for analysis of lateral
transfer into the C. pseudotuberculosis genome.
The putative genes that might have become established in the C.
pseudotuberculosis genome by lateral transfer were identified as: (1) an
oligopeptide/dipeptide ABC transporter, an ATPase subunit with best hit in the NR
database against another bacteria (Arthrobacter sp. FB24) from the same order as C.
pseudotuberculosis (Actinomycetales) (e-value 2e
-19
); (2) an NADP oxidoreductase, an
F420-dependent coenzyme from Chloroflexus aurantiacus, a bacterium in the Chloroflexi
phylum (e-value 4e
-10
); (3) a proline iminopeptidase (PIP) from Xanthomonas axonopodis
of the Proteobacteria phylum (e-value 1e
-55
); and (4) a high-similarity (99% identity) to the
complete sequence of a ribosomal protein, L30, of the large (60S) ribosomal subunit of
baker’s yeast, Saccharomyces cerevisiae (e-value 2e
-61
).
44
Confirmation of the putative genes of C. pseudotuberculosis
By PCR analysis, we found three putative exclusive genes of C.
pseudotuberculosis. For this amplification, we used genomic DNA of 1002 and T2 strains
of C. pseudotuberculosis, along with C. pseudotuberculosis equi, C. ulcerans, C. renale,
which has not yet been sequenced, C. diphteriae and C. jeikeium. As a negative control,
we used the vector TOPO alone and as positive control, we used the clone that contained
the fragment that originated the GSS (Fig. 4).
For contamination exclusion was also done PCR analysis of the of the large (60S)
ribosomal subunit of baker’s yeast, Saccharomyces cerevisiae (data not shown), which
not amplified of C.. pseudotuberculosis genome and occurred the amplification in positive
control (S. cerevisiae DNA), suggesting the contamination.
Gene order analysis
I n order to determine whether gene order is conserved in Corynebacterium
species, in comparison with the C. pseudotuberculosis partial genome analysis that we
had made, we used tBLASTx best-hit results against C. diphteriae, C. glutamicum, C.
efficiens and C.jeikeium genomes to define the position where all the GSS C.
pseudotuberculosis putative genes have been mapped in those genomes.
All of the C. pseudotuberculosis GSS putative genes were mapped against other
Corynebacterium genomes (Fig. 5), ordered by the C. diphteriae genome. All the
genomes were found to have a high degree of gene order conservation when the C.
pseudotuberculosis GSSs were used for mapping C. jeikeium had a clear inversion in the
exact center of its genome when compared to others. Moreover, the symbols representing
the C. efficiens and C. glutamicum genomes were often seen together, showing the
similarity between these genomes. We did not see any evidence of similarity between C.
pseudotuberculosis and C. diphteriae genes outside of the main diagonal line, suggesting
considerable conservation of gene order in these two species.
DISCUSSION
We have analysed the C. pseudotuberculosis genome based on ~1,000 genome-
survey sequences. DNA clustering of these data produced 466 sequences, involving
183,692 base pairs in this organism’s genome. Another four Corynebacterium species
from this same genus had already been sequenced and their genomes varied from 2.4 to
3.2 megabases.
45
We analyzed between 5.6 to 7.5% of the C. pseudotuberculosis genome. Since we found
C. pseudotuberculosis to be most similar to C. diphtheriae, a species with a 2.4 megabase
genome, at both the nucleotidic and the amino-acid levels (Table 3), we probably
analyzed closer to 7.5% of the C. pseudotuberculosis genome.
We performed many similarity analyses, comparing C. pseudotuberculosis GSS
genome data with the genomes and proteomes of four other Corynebacterium species
that already have been completely sequenced. Similarity was greatest at the protein level.
This may indicate that these species diverged evolutionarily a long time ago. This also
may be due to random, neutral mutations that did not affect the phenotype. We found C.
pseudotuberculosis to have more nucleotide and amino acid similarities with C.
diphhteriae than with other species (Table 3). We found that after C. diphtheriae, C.
pseudotuberculosis was most similar to C. efficiens and C. glutamicum. In contrast, C.
jeikeium was most distant from the C. efficiens and C. glutamicum. Khamis [33] found the
same species relationships based on 16S rRNA and rpoB data.
After the GSS’s clusterization was found an interesting cluster that present 25
sequences. Similarities analyses showed this contig have similarity to subunit 23S rRNA
of C. diphtheriae gravis NCTC13129, present 96% of identities and e-value of 0.0 (Fig.1).
The very high number of no hits” seen in Fig. 2 can be almost totally explained by
considering both the size of the non-coding regions in the Corynebacterium genomes. A
third of the genes of C. pseudotuberculosis were not classified into COG categories of the
other species in the Corynebacterium genus (Table 3). Also, we found that 40.6% of the
non-redundant unique sequences of C. pseudotuberculosis fell into this non-classified
category.
However, the figure of one third of the genes (Table 3) only indicates the
percentage of genes not classified as COGs, while the unique sequences include both
genes and intergenic regions. We found that the proportions of the genomes of C.
diphtheriae, C. glutamicum, C. efficiens and C. jeikeium that were composed of non
protein-coding regions were 11.7, 6.7, 12.7 and 8.4%, respectively. Therefore, if we
consider an average putative value of 9.9% for C. pseudotuberculosis genome non-coding
regions, plus 33.3% putative C. pseudotuberculosis proteins not classified as COGs, we
obtain a value of 43.2% uniques that are expected not to be not classified as COGs; this
number is close to the numbers seen in Fig. 2 (40.6%).
Comparing the number of uniques found as BLAST hits against Corynebacterium
proteins that have significant similarities with proteins in two different curated protein
databases (COG and UNIPROT), we found three C. pseudotuberculosis genes that could
46
have been incorporated through lateral gene transference. Among the four genes found in
this category, a proline iminopeptidase (PIP) and a ribosomal protein had high similarity
indexes with other species proteins. Presence of the three GSS was confirmed by PCR in
C. pseudotuberculosis (Fig. 4), suggesting that PIP, putative oligopeptide/dipeptide ABC
transporter and NADP oxireductase actually are present in the genome of C.
pseudotuberculosis. Furthermore, it is also present in C. ulcerans (putative
dipeptide/oligopeptide ABC transporter), C. renale (all three GSS) and not present in C.
diphtheriae and C. jeikeium, as we report here. The presence of these genes in C.
pseudotuberculosis as well as C. renale and C. ulcerans can be explained as previously
reported by Dorella et al [34] which based on analysis of the rpoB gene, suggested a
strong relationship between C. pseudotuberculosis and C. ulcerans.
We also evaluated the synteny of C. pseudotuberculosis putative genes and genes
from other Corynebacterium genomes (Fig. 5). An almost straight line was seen when C.
pseudotuberculosis putative gene positions were mapped against the C. diphtheriae
genome this finding demonstrated that our analysis was efficient in this sample of
randomly-located genes in the C. pseudotuberculosis genome, and also attesting to the
quality of our genomic library. A broken line would indicate that some regions had been
preferentially sampled. Moreover, all the C. pseudotuberculosis GSS uniques, examining
the main diagonals in Fig. 5, could probably be used as anchors to produce a final version
of a future C. pseudotuberculosis genome initiative.
Many C. pseudotuberculosis genes mapped in different positions when compared
to C. efficiens and C. glutamicum genomes. Nevertheless, we found many filled and not-
filled triangles in similar positions (off the diagonal), also evidencing similarity between C.
efficiens and C. glutamicum genomes and differences compared to C. diphtheriae and C.
pseudotuberculosis. C. jeikeium genome was found to be, as expected, the most
divergent species based on gene order. Synteny analysis suggests that Corynebacteria
has rarely undergone genome rearrangements and has maintained ancestral genome
structures, even after the divergence of Corynebacteria and Mycobacteria [13].
Thus, based on our analysis of ~1,000 C. pseudotuberculosis GSS sequences, we
produced an overview of this bacterium’s genome. The sequence of ~8% of its genome
allowed us to determine its evolutionary position among other Corynebacterium spp. for
which we have the complete genome, and to classify putative proteins into COG
functional Categories. The results indicate that the library constructed will be useful in
future whole genome shotgun sequencing efforts.
ACKNOWLEDGEMENTS
47
This work received funding from FAPEMIG REDE-2829/05.
REFERENCES
[1] R.D. Fleischmann, et al., Whole-genome random sequencing and assembly of
Haemophilus influenza, Rd. Science 269 (1995) 496-512.
[2] M. Mora, C. Donati, D. Medini, A. Covacci & R. Rappuoli, Microbial genomes and
vaccine design: refinements to the classical reverse vaccinology approach, Current
Opinion in Microbiology 9 (2006) 532-536.
[3] F.A. Dorella, et al., Construction and partial characterization of a Corynebacterium
pseudotuberculosis bacterial artificial chromosome library through genomic survey
sequencing, Genet. Mol. Res. 5 (2006) 653-663.
[4] P.B.S. Celestino, et al., Update of microbial genome programs for bacteria and
archaea, Genet. Mol. Res. 3 (2004) 421-431.
[5] F. Rodrìguez-Valera, Environmental genomics, the big picture?, FEMS Microbiol. Lett.
231 (2004) 153-158.
[6] T.T. Binnewies, et al., Ten years of bacterial genome sequencing: comparative-
genomics-based discoveries, Funct. Integr. Genomic 6 (2006) 165–185.
[7] A. Tauch, E. Trost, T. Bekel, A. Goesmann, U. Ludewig & A. Pühler, Ultrafast De Novo
Sequencing of Corynebacterium urealyticum Using the Genome Sequencer 20 System,
Biochemica 4 (2006) 1-4.
[8] J. K. Deb & N. Nath, Plasmids of corynebacteria, FEMS Microbiology Letters 175
(1999) 11-20.
[9] L. Barksdale, Corynebacterium diphtheriae and its relatives, Bacteriol. Rev. 34 (1970)
378-422.
[10] C. Pascual, P.A. Lawson, J.A.E. Farrow, M.N. Gimenez & M. Collins, Phylogenetic
Analysis of the Genus Corynebacterium based on 16S rRNA gene sequences,
International Journal of Systematic Bacteriology 1 (1995) 724–728.
[11] M.D. Collins & J.F. Bradbury, Plant pathogenic species of Corynebacterium, Bergey’s
manual of systematic Bacteriology 2 (1986) 276–1283.
[12] M.D. Collins & C.S. Cummins, Genus Corynebacterium, Bergey’s manual of
systematic Bacteriology 2 (1986) 1266–1276.
[13] Y. Nakamura, Y. Nishio, K. Ikeo, T. Gojobori, The genome stability in
Corynebacterium species due to lack of the recombinational repair system, Gene 317
(2003) 149–155.
48
[14] A.M. Cerdeno-Tarraga, et al., The complete genome sequence and analysis of
Corynebacterium diphtheriae NCTC13129, Nucleic. Acids Research 31(2003) 6516-6523.
[15] M. Ikeda & S. Nakagawa, The Corynebacterium glutamicum genome: features and
impacts on biotechnological processes, Appl. Microbiol. Biotechnol. 62 (2003) 99-109.
[16] K. Matsui, et al., Comparative Complete Genome Sequence Analysis of the Amino
Acid Replacements Responsible for the Thermostability of Corynebacterium efficiens,
Genome Research 13 (2003) 1572-1579.
[17] A. Tauch, et al., Complete Genome Sequence and Analysis of the Multiresistant
Nosocomial Pathogen Corynebacterium jeikeium K411, a Lipid-Requiring Bacterium of the
Human Skin Flora, Journal of Bacteriology 13 (2005) 4671–4682.
[18] F.A. Dorella, et al., An improved protocol for electrotransformation of
Corynebacterium pseudotuberculosis, Veterinary Microbriology 114 (2006) 298-303.
[19] L.G.C. Pacheco LGC, et al., Multiplex PCR assay for identification of
Corynebacterium pseudotuberculosis from pure cultures and for rapid detection of this
pathogen in clinical samples, Journal of Medical Microbiology 56 (2007) 1-7.
[20] B.A. Roe, J.S. Crabtree, A.S. Khan, DNA isolation and sequencing, New York, N.Y:
John Wiley & Sons (1996).
[21] W.J. Dower, J.F. Miller & C.W. Ragsdale, High efficiency transformation of E. coli by
high voltage electroporation. Molecular Biology Group, Bio-Rad Laboratories, Richmond,
Nucleic. Acids. Res. 16 (1988) 6127–6145.
[22] J. Sambrook, E.F. Fritsch & T. Maniatis T, Molecular Cloning: A Laboratory Manual,
Second Edition. New York: Cold Spring Harbor Laboratory Press (1989).
[23] B. Ewing & P. Green, Base-calling of automated sequencer traces using phred. II.
Error probabilities, Genome Res 8 (1998) 186-94.
[24] B. Ewing, L. Hillier, M.C. Wen, P. Green, Base-calling of automated sequencer traces
using phred. I. Accuracy assessment, Genome Res. 8 (1998) 175-85.
[25] F. Prosdocimi, D.A.O. Lopes, F.C. Peixoto, J. M. Ortega, Effects of sample re-
sequencing and trimming on the quality and size of assembled consensus, Genet. Mol.
Res. (2007) (In press).
[26] G. Pertea, et al., TIGR Gene Indices clustering tools (TGICL): a software system for
fast clustering of large EST datasets, Bioinformatics 19 (2003) 651-2.
[27] S.F. Altschul et al., Gapped BLAST and PSI-BLAST: a new generation of protein
database search programs, Nucleic. Acids. Res. 1 (1997) 3389-402.
[28] R.L. Tatusov, E.V. Koonin, D.J Lipman, A genomic perspective on protein families,
Science 278 (1997) 631-637.
49
[29] R. Apweiler, et al., UniProt: the Universal Protein knowledgebase, Nucleic. Acids.
Res. 1 (2004) 115-119.
[30] UniProt Consortium, The Universal Protein Resource (UniProt), Nucleic. Acids. Res.
35 (2007) 193-197.
[31] Z. Zhang, S. Schwartz, L. Wagner, W. Miller, A greedy algorithm for aligning DNA
sequences, J. Comput. Biol. 7 (2000) 203-14.
[32] X. Huang & A. Madan, CAP3: A DNA sequence assembly program, Genome Res. 9
(1999) 868-77.
[33] A. Khamis, D. Raoult, B. La Scola, rpoB gene sequencing for identification of
Corynebacterium species, J. Clin. Microbiol. 42 (2004) 3925-31.
[34] F.A. Dorella, L.G.C. Pacheco, S.C. Oliveira, A. Miyoshi & V. Azevedo,
Corynebacterium pseudotuberculosis: microbiology, biochemical properties, pathogenesis
and molecular studies of virulence, Veterinary Research 37 (2006) 1-18.
50
Fig. 1. Number of clusters by class of clustered sequences, as defined by
TGICL/Megablast.
51
Fig. 2. GSS classification into major COG categories.
52
Fig. 3. Distribution of Corynebacterium pseudotuberculosis GSS uniques’ BLAST hits
against three databases: COG, UNIPROT and a built-in Corynebacterium protein
database containing the proteomes.
53
a)
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9
b)
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9
285 bp
382 bp
54
c)
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Fig. 4: PCR confirmation of the presence of the putative genes in C pseudotuberculosis.
(A) putative dipeptide/oligopeptide ABC transporter. (B) NADP oxidoreductase. (C) PIP
proline iminopeptidase. (M) Molecular marker (1Kb Ladder Plus); (1) Negative control; (2)
Positive control; (3) C. pseudotuberculosis 1002; (4) C. pseudotuberculosis T2; (5) C.
renale; (6) C. ulcerans; (7) C. diphteriae; (8) C. jeikeium; and (9) C. pseudotuberculosis
equi.
551 bp
55
Fig. 5: Gene synteny analysis of C. pseudotuberculosis GSS uniques based on tBLASTx
genome mapping against other Corynebaterium genomes.
56
Table 1. Clustering results
.
*
Unique data (except for longest and shortest sequences) are the sum of singlets plus
clusters data.
Sequence Class
Number
of bases
Number of
Sequences
Average
Size (bp)
Longest
Sequence
Shortest
Sequence
Singlets 91,047 276 331 792 100
Sequences
clustered
255,813 687 372 786 100
Clusters 92,645 190 490 1248 121
GSS Uniques*
(non-redundant set)
183,692 466 395 1248 100
57
Table 2. BLAST analysis of Corynebacterium pseudotuberculosis uniques
against other Corynebacterium species
.
* Number of C. pseudotuberculosis uniques hits against other species’ genomes;
a
Percentage of searches with Genome and tBLASTx; cd: Corynebacterium diphtheriae,
ce: Corynebacterium efficiens; cg: Corynebacterium glutamicum; cj: Corynebacterium
jeikeium.
BLAST
program
Subject E-value
cutoff
cd*
,a
ce*
,a
cg*
,a
cj*
,a
tBLASTx Genome
10
-10
300
(100%)
244
(100%)
247
(100%)
198
(100%)
BLASTn Genome
10
-10
106
(35%)
42 (17%) 46 (19%) 31 (16%)
BLASTx Proteome
10
-10
268
(89%)
224
(92%)
221
(90%)
182 (92%)
BLASTx Proteome 10
-5
305 274 275 235
58
Cat: Caterories; Cp: Corynebacterium pseudotuberculosis
*Description of column data: Inf (information storage and processing), pCel (cellular
processes), Met (metabolism), Poor (poorly characterized).
**Number of genes found (and partial percentages) in the cp genome. The absolute
number is larger than 514, since some genes were classified into more than one category.
COG Category Cat* Cp**
% in
genus***
(J) Translation, ribosomal structure and biogenesis
Inf 21 (4.2%) 3.9
(K) Transcription
Inf 23 (4.6%) 5.4
(L) DNA replication, recombination and repair
Inf 23 (4.6%) 5.2
(D) Cell division and chromosome partitioning
pCel 1 (0.2%) 0.5
(O) Posttranslational modification, protein turnover,
chaperones
pCel 8(1.6%) 2.2
(M) Cell envelope biogenesis, outer membrane
pCel 19 (3.8%) 3.1
(N) Cell motility and secretion
pCel 0 0.0
(U) Intracellular trafficking and secretion
pCel 1 (0.2%) 0.7
(V) Defense mechanisms
pCel 8 (1.6%) 1.3
(P) Inorganic ion transport and metabolism
pCel 21 (4.2%) 4.9
(T) Signal transduction mechanisms
pCel 11 (2.2%) 2.3
(C) Energy production and conversion
Met 14 (2.8%) 3.9
(H) Coenzyme metabolism
Met 19 (3.8%) 3.4
(I) Lipid metabolism
Met 14 (2.8%) 2.4
(G) Carbohydrate transport and metabolism
Met 21 (4.2%) 3.6
(E) Amino acid transport and metabolism
Met 28 (5.6%) 5.8
(F) Nucleotide transport and metabolism
Met 18 (3.6%) 2.1
(Q) Secondary metabolites biosynthesis, transport
and catabolism
Met 3 (0.6%) 1.7
(R) General function prediction only
Poor 29 (5.8%) 8.0
(S) Function unknown
Poor 17 (3.4%) 5.0
Not in COG
------ 204 (40.6%) 33.3
59
***Percentage in the genus Corynebacterium according to COG data
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sutils/coxik.cgi?gi=375)
60
V
CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS
61
V.1. Conclusões
A utilização das GSSs aqui obtidas poderão auxiliar na melhor compreensão
do genoma de C. pseudotuberculosis baseando-se, principalmente, em genômica
comparativa utilizando bactérias filogeneticamente próximas. Considerando que pouco se
sabe sobre o conteúdo gênico deste patógeno, conseqüentemente, pouco se
compreende sobre os mecanismos moleculares de virulência e patogenicidade deste
microrganismo, este trabalho pode, também, auxiliar o melhor entendimento de tais
questões. Através das inferências e predições, in silico, sobre prováveis genes e grupos
gênicos funcionais, bem como sua relação filogenética a outras bactérias do gênero,
pode-se então classificar diversas regiões do seu genoma.
Das 1440 GSSs geradas de C. pseudotuberculosis T2, cerca de 966 GSSs
foram depositadas no banco de dados GenBank (NCBI), com os meros de acesso de
ER770684 à ER771646. Após o processamento, foram obtidas 500 seqüências não
redundantes, que foram analisadas e apresentaram tamanho médio de 400 pb,
perfazendo um total de 200.000 bases geradas. Comparando-se esse resultado aos
resultados de obtidos de outras bactérias do gênero com os genomas completamente
seqüenciados, foi representado quase 10% do genoma de C. pseudotuberculosis através
das GSSs geradas.
Genomas microbianos são constituídos de pouca região não codificadora, com
isso, a predição gênica torna-se mais fácil. A biblioteca construída mostrou
aproximadamente 10% de representação do genoma, uma ampla representatividade das
mais variadas categorias funcionais celulares, sem muita redundância. Os resultados
obtidos nessas análises serão usados em genômica comparativa entre as duas linhagens
de C. pseudotuberculosis.
Os resultados obtidos no presente trabalho permitiram chegar às seguintes
conclusões:
- As proteínas produzidas pelas bactérias do gênero Corynebacterium
(levando em consideração as espécies que já tiveram seu genoma seqüenciado)
apresentam uma maior similaridade ao nível aminoacídico do que ao nível gênico.
- Nas análises de similaridades feitas através das GSSs, C.
pseudotuberculosis T2 apresentou maior similaridade à C. diphteriae do que às demais
espécies sequenciadas desse gênero, o que reafirma os dados contidos em trabalhos
anteriores da estreita relação filogenética entre os dois patógenos.
62
- Na análise de sintenia gênica, pode-se perceber que a ordem gênica do
gênero provalvelmente é conservada, exceto pela observação de alguns rearranjos,
como inversões gênicas em C. jeikeium, reforçando dados da literatura, que descrevem
essas mudanças no seu arranjo genômico.
- Foi detectada a presença de três genes provavelmente exclusivos de
algumas espécies do gênero como C. pseudotuberculosis e C. ulcerans (PIP; oppD e
NADPH), levantando a hipótese de perda gênica desses genes ou evento de
transferência horizontal nas demais espécies cujo genoma foi seqüenciado.
- O conjunto de genes identificados no trabalho será testado em análises
comparativas de linhagens utilizando a técnica MLST.
V.2. Perspectivas
No contexto de genômica comparativa, os dados aqui obtidos podem ser
também utilizados para análises de plasticidade genômica, uma vez que para a
construção da biblioteca foi utilizada a linhagem de C. pseudotuberculosis T2, diferente
da linhagem que está sendo seqüenciada pela RGMG. Isso vai permitir analisar
diferenças sutis entre os genomas das linhagens, tais como perda ou ganho gênico,
duplicações e inversões, fazendo compreender como determinadas diferenças podem
atuar nas linhagens e fazer com que cada linhagem bacteriana apresente aspectos
diferentes como, por exemplo, uma ser mais ou menos virulenta em relação a outra.
Poderá auxiliar também em estudos de epidemiologia molecular, uma vez que pode
fornecer informações sobre as características de determinadas linhagens e sua
ocorrência em determinadas regiões. Com isso, pode ser realizados a prevenção e o
tratamento da LC não nos rebanhos caprinos e ovinos, mas também utilizando outros
isolados.
Outra perspectiva que o trabalho fornece é a utilização dos novos genes aqui
identificados como alvo para novas terapias e diagnósticos. Esses genes codificam as
proteínas Iminopeptidase (PIP), NADP oxiredutase (NADPH) e o oppD que codifica um
dipeptídeo transmembrânico – ABC transportador.
Estudos com esses três genes descritos na literatura fornecem dados sobre
seus possíveis papeis, que muitas vezes estão ligados à virulência. Em Mycobacterium
bovis o gene oppD está ligado a nutrição e crescimento celular e organizado em um
63
operon oppBCDA. Em Streptococcus sp. esse mesmo operon regula negativamente
genes ligados à virulência. o PIP, que codifica uma prolina iminopeptidase em
Xanthomonas campestris está envolvida com sinalização célula-célula, dentro de um
processo denominado quorum sensing. Em Helicobacter pylori o NADPH esenvolvido
com a persistência do patógeno dentro do hospedeiro. Estudos com mutantes de tais
genes podem elucidas possíveis mecanismos de virulência e auxiliar no controle da LC.
64
VI
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
65
VI.1.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AL-RAWASHDEH, O.F.; AL-QUDAH, K.M. Effect of shearing on the incidence of
caseous lymphadenitis in Awassi sheep in Jordan. J Vet Med B Infect Dis Vet
Public Health; 47(4):287-93, 2000.
ALVES, F.S.F.; PINHEIRO, R.R.; PIRES, P.C. Linfadenite caseosa: patogenia-
diagnóstico- controle, Artigo Técnico. 1997. Documento n° 27, Embrapa Sobral
CE, Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
ARSENAULT, J.; GIRARD, C.; DUBREUIL, P.; DAIGNAULT, D.; GALARNEAU,
J.R.; BOISCLAIR, J.; SIMARD, C.; LANGER, D. Prevalence of and carcass
condemnation from maedi-visna, paratuberculosis and caseous lymphadenitis in
culled sheep from Quebec, Canada. Prev. Vet. Med.; 59:67–81, 2003.
ARVAND, M.; FEIL, E.J.; GILADI, M.; BOULOUIS, H.; VIENZENS, J. Multi-Locus
Sequence Typing of Bartonella henselae Isolates from Three Continents Reveals
Hypervirulentand Feline-Associated Clones. PLOS; 12:1-8, 2007.
AUGUSTINE, J.L.; RENSHAW, H.W. Survival of Corynebacterium
pseudotuberculosis in axenic purulent exudate on common barnyard fomites. Am.
J. Vet. Res.; 47:713–715, 1986.
BANSAL, A.K. Bioinformatics in microbial biotechnology – a mini review. Microbial
Cell Factories; 4(1):19, 2005.
BEN SAID, M.S.; BEN MAITIGUE, H.; BENZARTI, M.; MESSADI, L.; REJEB, A.;
AMARA, A. Epidemiological and clinical studies of ovine caseous lymphadenitis.
Arch. Inst. Pasteur Tunis.; 79:51–57, 2002.
BERNHEIMER, A.W.; CAMPBELL, B.J.; FORRESTER, L.J. Comparative
toxicology of Loxosceles recluse and Corynebacterium pseudotuberculosis.
Science. 590-591, 1985.
BHATIA, V.; SINHA, M.; LUXON, B.; GARG, N. Utility of the Trypanosoma cruzi
Sequence Database for Identification of Potential Vaccine Candidates by In Silico
and In Vitro Screening.
Infection and Immunity; 72: 6245–6254, 2004.
BILLINGTON, S.J.; ESMAY, P.A.; SONGER, J.G.; JOST, B.H., Identification and
role in virulence of putative iron acquisition genes from Corynebacterium
pseudotuberculosis, FEMS Microbiol. Lett.; 208:41–45, 2002.
BINFORD, G.J.; CORDES, M.H.J.; WELLS, M.A. Sphingomyelinase D from
venoms of Loxosceles spiders: evolutionary insights from cDNA sequences and
gene structure. Toxicon; 45:547–560, 2005.
66
BINNEWIES, T.T.; MOTRO, Y.; HALLIN, P.F.; LUND; O.; DUNN, D.; TOM, L.A.;
HAMPSON, D.J.; BELLGARD, M.; WASSENAAR, T.M.; USSERY, D.W. Ten
years of bacterial genome sequencing: comparative-genomics-based discoveries.
Funct Integr Genomics. Review.; 6: 165–185, 2006.
BINNS, S.H.; BAIRLEY, M.; GREEN, L.E.; Postal survey of ovine caseous
lymphadenitis in the United Kingdom between 1990 and 1999. Vet. Rec.;
150(9):263-268, 2002.
BUCK, G.A.; CROSS, R.E.; WONG, T.P.; LOERA, J.; GROMAN N. DNA
relationships among some tox-bearing corynebacteriphages, Infect. Immun.;
49:679–684, 1985.
BUXTON A.; FRASER, G. Corynebacterium, in: Buxton A., Fraser G. (Eds.),
Animal Microbiology, Blackwell Scientific Publications, Edinburgh, 1977, pp. 177–
183.
CARMINATI, R. ; CERQUEIRA, R.B. ; COSTA, L.F.M. ; PAULE, B.J.A. ; VALE,
V.L.C.; REGIS, L.F. ; FREIRE, S.N.; SCHAER, R. ; MEYER, R. Determinação da
sensibilidade e especificidade de um teste de ELISA indireto para o diagnóstico
de linfadenite caseosa em caprinos. Revista de Ciências Médicas e Biológicas,
Salvador-Bahia, v. 1, n. 2, p. 88-93, 2003.
CARNE, H.R. & ONON, E.O. Action of. Corynebacterium. ovis exotoxin. on.
endothelial. cells of blood vessels. Nature (London). 271:246-248, 1978.
CERDEÑO-TÁRRAGA, A.M.; EFSTRATIOU, A.; DOVER, L.G.; HOLDEN,
M.T.G.; PALLEN, M.; BENTLEY, S.D.; BESRA,G.S.; CHURCHER, C.; JAMES,
K.D.; DE ZOYSA, A.; CHILLINGWORTH, T.; CRONIN, A.; DOWD, L.;
FELTWELL, T.; HAMLIN, N.; HOLROYD, S.; JAGELS, K.; MOULE, S.; QUAIL,
M.A.; RABBINOWITSCH, E.; RUTHERFORD, K.M.; THOMSON, N.R.; UNWIN,
L.; WHITEHEAD, S.; BARREL, B.G.; PARKHILL, J. The complete genome
sequence and analysis of Corynebacterium diphthteriae NCTC13129. Nucleic
Acids Res. 31:6516-6523, 2003.
COLE, S.T.; R. BROSCH, J.; PARKHILL, T.; GARNIER, C.; CHURCHER, D.;
HARRIS, S.V. GORDON, K.; EIGLMEIER, S.; GAS, C.E.; BARRY III, F.;
TEKAIA, K.; BADCOCK, D.; BASHAM, D.; BROWN, T.; CHILLINGWORTH, R.;
CONNOR, R.; DAVIES, K.; DEVLIN, T.; FELTWELL, S.; GENTLES, N.;
HAMLIN, S.; HOLROYD, T.; HORNSBY, K.; JAGELS, B.G.; et al. Deciphering
the biology of Mycobacterium tuberculosis from the complete genome sequence.
Nature; 393:537–544, 1998.
CONNOR, K.M.; QUIRIE, M.M.; BAIRD, G.; DONACHIE, W. Characterization of
United Kingdom isolates of Corynebacterium pseudotuberculosis using pulsed-
field gel electrophoresis. J. Clin. Microbiol.; 38:2633– 2637, 2000.
CORRÊA, W.M.; CORRÊA, C.N.M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos
doméstico. 2.ed. Rio de Janeiro : Medsi, 1992 Mastites: p.117-131.
67
COSTA, L.R.R.; SPIER, S.J.; HIRSH, D.C. Comparative molecular
characterization of Corynebacterium pseudotuberculosis of different origin. Vet.
Microbiol.; 62:135–143, 1998.
DE LA CRUZ, F. & DAVIES, J. Horizontal gene transfer and the origin of species:
lessons from bacteria. Trends Microbiol. 8:128-33, 2000.
DORELLA, F.A., PACHECO, L.G., COELHO, K.S., ROCHA, C., LOBO, F.P.,
FRANCO, G.R., MEYER, R., CARDOSO, P.G., MIYOSHI, A., AZEVEDO, V.
Sequenciamento do genoma de Corynebacterium pseudotuberculosis pela rede
genoma de Minas Gerais: impactos esperados na ovino e capricultura nacional.
Biotecnologia e saúde animal.
1
a
ed. Editora Universidade Federal de Viçosa. p.111-
150,
2007. 288pp.
DORELLA, F.A.; PACHECO, L.G.; OLIVEIRA, S.C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.
Corynebacterium pseudotuberculosis: microbiology, biochemical properties,
pathogenesis and molecular studies of virulence.Vet Res.; 37(2):201-18. 2006 a.
Review
DORELLA, F.A.; FACHIN, M.S.; BILLAULT, A.; DIAS NETO, E.; SORAVITO, C.;
OLIVEIRA, S.C.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Construction and
partial characterization of a Corynebacterium pseudotuberculosis bacterial artificial
chromosome library through genomic survey sequencing. Genet Mol Res.;
5(4):653-63, 2006 b.
DORELLA, F.A.; ESTEVAM, E.M.; PACHECO, L.G.; GUIMARÃES, C.T.; LANA,
U.G.; GOMES EA; BARSANTE MM; OLIVEIRA SC; MEYER R; MIYOSHI A;
AZEVEDO V. In vivo insertional mutagenesis in Corynebacterium
pseudotuberculosis: an efficient means to identify DNA sequences encoding
exported proteins. Appl Environ Microbiol.; 72(11):7368-72, 2006 c.
EGEN, N.B.; CUEVAS, W.A.; MCNAMARA, P.J.; SAMMONS, D.W.;
HUMPHREYS, R.; SONGER, J.G. Purification of the phospholipase D of
Corynebacterium pseudotuberculosis by recycling isoelectric focusing. Am J Vet
Res.; 50(8):1319-22, 1989.
EWING, B.; GREEN, P. Base-calling of automated sequencer traces using Phred.
II. Error probabilities. Genome Res.; 8:186–194, 1998.
EWING, B.; HILLIER, L.; WENDL, M.C.; GREEN, P. Base-calling of automated
sequencer traces using Phred. I. Accuracy assessment. Genome Res.; 8:175–
185, 1998.
FERNÁNDEZ, E.P.; VELA, A.I.; LAS HERAS, A.; DOMÍNGUEZ, L.;
FERNÁNDEZ-GARAYZÁBAL, J.F.; MORENO, M.A. Antimicrobial susceptibility of
corynebacteria isolated from ewe’s mastitis. Int. J. Antimicrob. Agents.; 18:571–
574, 2001.
68
FLEISCHMANN, R.D.; ALLAND, D.; EISEN, J.A.; CARPENTER, L.; WHITE, O.;
PETERSON, J.; DEBOY, R.; DODSON, R.; GWINN, M.; HAFT, D.; HICKEY, E.;
KOLONAY, J.F.; NELSON, W.C.; UMAYAM, L.A.; ERMOLAEVA, M.;
SALZBERG, S.L.; DELCHER, A.; UTTERBACK, T.; WEIDMAN, J.; KHOURI, H.;
GILL, J.; MIKULA, A.; BISHAI, W.; JACOBS, W.R.; VENTER, J.C.; FRASER,
C.M. Whole-genome comparison of Mycobacterium tuberculosis clinical and
laboratory strains. Journal of Bacteriology.; 184(19):5479-5490, 2002.
FSIHI, H.; COLE, S.T. The Mycobacterium leprae genome: systematic sequence
analysis identifies key catabolic enzymes, ATP-dependent transport systems and
a novel polA locus associated with genomic variability. Mol Microbiol.; 16(5):909-
19, 1995.
GIBSON, C.M.; AND CAPARON, M.G. Alkaline phosphatase reporter transposon
for identification of genes encoding secreted proteins in gram-positive
microorganisms. Appl. Environ. Microbiol.; 68:928-932. 2002.
GOUVEIA, A.M.G. Linfadenite caseosa. Cabra & Bodes; 2(5):12-13,1986.
GROMAN, N.; SCHILLER, J.; RUSSELL, J. Corynebacterium ulcerans and
Corynebacterium pseudotuberculosis responses to DNA probes derived from
corynephage β and Corynebacterium diphtheriae. Infect. Immun., 45:511–517,
1984.
HADFIELD, T.L.; MCEVOY, P.; POLOTSKY, Y.; TZINSERLING, V.A.;
YAKOVLEV, A.A. The pathology of diphtheria. J. Infect. Dis.; 181(Suppl. 1):S116–
S120, 2000.
HARD, G.C. Examination by electron microscopy of the interaction between
peritoneal phagocytes and Corynebacterium ovis. J Med Microbiol.; 5(4):483–491,
1972.
HAYNES, J.A.; TKALCEVIC, J.; NISBET, I.T. Production of an enzymatically
inactive analog of phospholipase D from Corynebacterium pseudotuberculosis.
Gene. 119(1):119–121, 1992.
HODGSON, A. L.; CARTER, K.; TACHEDJIAN, M.; KRYWULT, J.; CORNER, L.
A.; MCCOLL, M. & CAMERON, A. . Efficacy of an ovine caseous lymphadenitis
vaccine formulated using a genetically inactive form of the Corynebacterium
pseudotuberculosis phospholipase D. Vaccine; 17, 802–808, 1999.
HODGSON, A.L.M.; KRYWULT, J.; CORNER, L.A.; ROTHEL, J.S.; RADFORD,
A.J. Rational attenuation of Corynebacterium pseudotuberculosis: potential
cheesy gland vaccine and live delivery vehicle. Infect. Immun.; 60:2900–2905,
1992.
HOLT, J.G.; KRIEG, N.R.; SNEATH, P.H.A.; STALEY, J.T.; WILLIAMS, S.T.
Irregular, nonsporing Gram-positive rods, in: Holt J.G.; Krieg N.R.; Sneath P.H.A.;
Staley J.T.; Williams S.T. (Eds.), Bergey’s manual of determinative bacteriology,
Williams and Wilkins, Baltimore, 1994, p. 593.
69
HOU, X.G.; KAWAMURA, Y.; SULTANA, F.; HIROSE, K.; MIYAKE, M.;
OTSUKA, Y.; MISAWA, S.; OGURI, T.; YAMAMOTO, H.; EZAKI, T. Genetic
identification of members of the genus Corynebacterium at genus and species
levels with 16S rDNA-targeted probes. Microbiol. Immunol.; 41:453–460, 1997.
IKEDA, M. and NAKAGAWA, S. The Corynebacterium glutamicum genome:
features and impacts on biotechnological processes. Appl. Microbiol. Biotechnol.;
62:99-109, 2003.
ISHIKAWA, J.; YAMASHITA, A.; MIKAMI, Y.; HOSHINO, Y.; KURITA, H.;
HOTTA, K.; SHIBA, T. & HATTORI, M. The complete genomic sequence of
Nocardia farcinica IFM 10152. Proc Natl Acad Sci USA; 101:14925–14930, 2004.
JOIN-LAMBERT, O.; OUACHE, M.; CANIONI, D.; BERETTI, J-L.; BLANCHE,
S.; BERCHE, P.; KAYAL, S. Corynebacterium pseudotuberculosis necrotizing
lymphadenitis in a twelve-year-old patient. Pediatr Infect Dis J.; 25(9):848-851,
2006.
JOLLY, R.D. Some observations on surface lipids of virulent and attenuated
strains of Corynebacterium ovis. J. Appl. Bact., 29(1):189-196, 1966.
JOLLY, R.D. The pathogenesis of experimental Corynebacterium ovis infection in
mice, N. Z. Vet. J. 13:141–147, 1965.
JONES, D.; COLLINS, M.D. Irregular, nonsporing Gram-positive rods, in: Smeath
P.H.A.; Mair N.S.; Sharpe M.E.; Holt J.G. (Eds.), Bergey’s manual of systematic
bacteriology, Williams and Wilkins, Baltimore, 1986, pp. 1261–1282.
KALINOWSKI, J.; BATHE, B.; BARTELS, D.; BISCHOFF, N.; BOTT, M.;
BURKOVSKI, A.; DUSCH, N.; EGGELING, L.; EIKMANNS, B.J.; GAIGALAT, L.;
GOESMANN, A.; HARTMANN, M.; HUTHMACHER, K.; KRAMER, R.; LINKE,
B.; MCHARDY, A.C.; MEYER, F.; MOCKEL, B.; PFEFFERLE, W.; PUHLER, A.;
REY,D.A.; RUCKERT, C.; RUPP, O.; SAHM, H.; WENDISCH, V.F.; WIEGRABE,
I.; TAUCH. A. The complete Corynebacterium glutamicum ATCC 13032 genome
sequence and its impact on the production of L-aspartate-derived amino acids and
vitamins. J. Biotechnol.; 104:5–25, 2003. .
KHAMIS, A.; RAOUL,T.D.; LA SCOLA, B. rpoB gene sequencing for
identification of Corynebacterium species. J. Clin. Microbiol.; 42:3925–3931, 2004.
KHAMIS, A.; RAOULT, D.; LA SCOLA, B. Comparison between rpoB and 16S
rRNA gene sequencing for molecular identification of 168 clinical isolates of
Corynebacterium. J. Clin. Microbiol. 43:1934–1936, 2005.
KIM, B.J.; LEE, S.H.; LYU, M.A.; KIM, S.J.; BAI, G.H.; KIM, S.J.; CHAE, G.T.;
KIM, E.C.; CHA, C.Y.; KOOK Y.H. Identification of Mycobacterial species by
comparative sequence analysis of the RNA polymerase gene (rpoB). J. Clin.
Microbiol.; 37;1714–1720, 1999.
70
KOFFAS, M.; STEPHANOPOULOS, G. Strain improvement by metabolic
engineering: lysine production as a case study for systems biology. Curr Opin
Biotechnol.; 16(3):361-6, 2005.
LANGENEGGER, C.H.; LANGENEGGER, J. Monitoramento sorlógico e alérgico
da infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis em caprinos. Pesq. Vet.
Bras.; 11(1/2):1-7, 1991.
LEHMAN, K.B.; NEUMANN, R. Atlas und Grundriss der Bakeriologie und
Lehrbuch der speziellen bakteriologischen Diagnositk. 1st Ed., (1896) J.F.
Lehmann, Munchen.
LIU, D.T.; CHAN, W.M.; FAN, D.S.; LAM, D.S., An infected hydrogel buckle with
Corynebacterium pseudotuberculosis. Br. J. Ophthalmol.; 89:245–246, 2005.
LOBO, F.P., PACHECO, L.G., COELHO, K.S., ROCHA, C., DORELLA, F.A.,
FRANCO, G.R., MEYER, R., CARDOSO, P.G., MIYOSHI, A., AZEVEDO, V.
Sequenciamento do genoma de Corynebacterium pseudotuberculosis pela rede
genoma de Minas Gerais: impactos esperados na ovino e capricultura nacional.
Biotecnologia e saúde animal.
1
a
ed. Editora Universidade Federal de Viçosa. p.111-
150,
2007. 288pp.
MARGULIES, M. et al. Genome Sequencing in Open Microfabricated High
Density
Picoliter Reactors. Nature; 15: 376–380, 2005.
McNAMARA, P.J.; CUEVAS, W.A.; SONGER, J.G. Toxic phospholipases D of
Corynebacterium pseudotuberculosis, C. ulcerans and Arcanobacterium
haemolyticum: cloning and sequence homology. Gene, 156: 113-118, 1995.
MENZIES, P.I.; HWANG, T.I.; PRESCOTT, J.F. Comparison of an interferon-
gamma to a Phospholipase D enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis
of Corynebacterium pseudotuberculosis infection in experimentally infected goats.
Vet. Microbiol.; 100:129–137, 2004.
MERCHANT, I.A.; PACKER, R.A. The Genus Corynebacterium, in: Merchant,
I.A.; Packer, R.A. (Eds.), Veterinary bacteriology and virology, The Iowa State
University Press, Iowa, 1967, pp. 425–440.
MILLS, A.E.; MITCHELL, R.D.; LIM, E.K., Corynebacterium pseudotuberculosis
is a cause of human necrotising granulomatous lymphadenitis. Pathology; 29:231–
233, 1997.
MOLLET, C.; DRANCOURT, M.; RAOULT, D. rpoB sequence analysis as a novel
basis for bacterial identification. Mol. Microbiol.; 26:1005–1011, 1997.
MUCKLE, C.A.; GYLES, C.L. Characterization of strains of Corynebacterium
pseudotuberculosis. Can. J. Comp. Med. 46:206–208, 1982.
71
MUZZI, A.; MASSIGNANI, V.; RAPPUOLI. The pan-genome: towards a
knowledge-based discovery of noveltargets for vaccines and antibacterials. Drug
Discovery Today; 12: 429-439, 2007.
NISHIO, Y.; NAKAMURA, Y.; KAWARABAYASI, Y.; USUDA, Y.; KIMURA, E.;
SUGIMOTO, S.; MATSUI, K.; YAMAGISHI, A.; KIKUCHI, H.; IKEO, K.;
GOJOBORI, T. Comparative complete genome sequence analysis of the amino
acid replacements responsible for the thermostability of Corynebacterium efficiens.
Genome Res.; 13:1572–1579, 2003.
OLSON, M.E.; CERI, H.; MORCK, D.W.; BURET, A.G.; READ, R.R. Biofilm
bacteria: formation and comparative susceptibility to antibiotics. Can. J. Vet. Res.;
66:86–92, 2002.
PACHECO, L.G.C; PENA, R.R.; CASTRO, T.L.P.; DORELLA, F.A.; BAHIA,
R.C.; CARMINATI, R.; FROTA, M.N.L. OLIVEIRA, S.C.; MEYER, R.; ALVES,
F.S.F.; MIYOSHI, A. & AZEVEDO, V. Multiplex PCR assay for identification of
Corynebacterium pseudotuberculosis from pure cultures and for rapid detection of
this pathogen in clinical samples. Journal of Medical Microbiology, 56: 1-7, 2007.
PASCUAL, C.; LAWSON, P.A.; FARROW, J.A.; GIMENEZ, M.N.; COLLINS,
M.D. Phylogenetic analysis of the genus Corynebacterium based on 16S rRNA
gene sequences. Int J Syst Bacteriol.; 45(4):724-8, 1995.
PATON, M.W.; ROSE, I.R.; HART, R.A.; SUTHERLAND, S.S.; MERCY, A.R.;
ELLIS, T.M.; DHALIWAL, J.A. New infection with Corynebacterium
pseudotuberculosis reduces wool production. Aust. Vet. J.; 71:47–49, 1994.
PATON, M.W.; WALKER, S.B.; ROSE, I.R.; WATT, G.F. Prevalence of caseous
lymphadenitis and usage of caseous lymphadenitis vaccines in sheep flocks. Aust.
Vet. J., 81:91–95, 2003.
PAUSTIAN, M.L.; AMONSIN, A.; KAPUR, V.; BANNANTINE, J.P.
Characterization of novel coding sequences specific to Mycobacterium avium
subsp. Paratuberculosis: implications for diagnosis of Johne’s Disease. J. Clin.
Microbiol., 42: 2675-2681, 2004.
PEEL, M.M.; PALMER, G.G.; STACPOOLE, A.M.; KERR, T.G. Human
lymphadenitis due to Corynebacterium pseudotuberculosis: report of ten cases
from Australia and review. Clin. Infect. Dis. 24:185–191, 1997.
PERTEA, G.; HUANG, X.; LIANG, F.; ANTONESCU, V.; SULTANA, R.;
KARAMYCHEVA, S.; LEE, Y.; WHITE, J.; CHEUNG, F.; PARVIZI, B.; TSAI, J.;
QUACKENBUSH, J. TIGR Gene Indices clustering tools (TGICL): a software
system for fast clustering of large EST datasets. Bioinformatics; 19(5):651-2, 2003.
PIONTKOWSKI, M.D.; SHIVVERS, D.W. Evaluation of a commercially available
vaccine against Corynebacterium pseudotuberculosis for use in sheep. J. Am. Vet.
Med. Assoc. 212:1765–1768, 1998.
72
POGSON, C.A.; SIMMONS, C.P.; STRUGNELL, R.A.; HODGSON, A.L.M.
Cloning and manipulation of the Corynebacterium pseudotuberculosis recA gene
for live vaccine vector development. FEMS Microbiol. Lett., 142:139–145, 1996.
PUECH, V.; CHAMI, M.; LEMASSU, A.; LANÉELLE, M.A.; SCHIFFLER, B.;
GOUNON, P.; BAYAN, N.; BENZ, R.; DAFFÉ, M. Structure of the cell envelope of
corynebacteria: importance of the non covalently bound lipids in the formation of
the cell wall permeability barrier and fracture plane. Microbiology; 147:1365–1382,
2001.
RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C. Mastite. In: ________. Clínica
veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e
eqüinos. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 541-629.
RIBEIRO, M.G.; JÚNIOR, J.G.D.; PAES, A.C.; BARBOSA, P.G.; JÚNIOR, G.N.;
LISTONI, F.J.P. Punção aspirativa com agulha fina no diagnóstico de
Corynebacterium pseudotuberculosis na linfadenite caseosa caprina, Arq. Inst.
Biol., v. 68, p. 23-28. 2001.
RIEGEL, P.; RUIMY, R.; DE BRIEL, D.; PRÉVOST, G.; JEHL, F.; CHRISTEN,
R.; MONTEIL, H. Taxonomy of Corynebacterium diphthteriae and related taxa,
with recognition of Corynebacterium ulcerans sp. nov. nom. rev. FEMS Microbiol.
Lett. 126:271–276, 1995.
SAMBROOK, J.; FRITSCH, E.F.; MANIATIS, T. Molecular cloning: a Laboratory
Manual, 2
nd
ed. Cold Spring Harbor, NY: Cold Spring Harbor Laboratory. 1989.
SCHWARTZ, I. Microbial Genomics:From Sequence to Function. Emerging
Infectious Diseases; 6: 493-495, 2000.
SELIM, A.S. O edematous skin disease of buffalo in Egypt. J. Vet. Med. B Infect.
Dis. Vet. Public Health.; 48:241–258, 2001.
SIMMONS, C.P.; HODGSON, A.L.M.; STRUGNELL, R.A. Attenuation and
vaccine potential of aroQ mutants of Corynebacterium pseudotuberculosis. Infect.
Immun.; 65:3048–3056, 1997.
SONGER, J.G. Bacterial phospholipases and their role in virulence. Trends
Microbiol.; 5:156–160, 1977.
SONGER, J.G.; BECKENBACH, K.; MARSHALL, M.M.; OLSON, G.B.;
KELLEY, L. Biochemical and genetic characterization of Corynebacterium
pseudotuberculosis. Am. J. Vet. Res.; 49:223–226, 1988.
STANFORD, K.; BROGDEN, K.A.; MCCLELLAND, L.A.; KOZUB, G.C.;
AUDIBERT, F. The incidence of caseous lymphadenitis in Alberta sheep and
assessment of impact by vaccination with commercial and experimental vaccines.
Can. J. Vet. Res.; 62:38–43, 1998.
73
SUTHERLAND, S.S.; HART, R.A.; BULLER, N.B. Genetic differences between
nitrate-negative and nitrate-positive C. pseudotuberculosis strains using restriction
fragment length polymorphisms. Vet. Microbiol.; 49:1–9, 1996.
TAKAHASHI, T.; MORI, Y.; KOBAYASHI, H.; OCHI, M.; KIKUCHI, N.;
HIRAMUNE, T. Phylogenetic positions and assignments of swine and ovine
corynebacteria isolated based on the 16S rDNA sequence. Microbiol. Immunol.;
41:649–655, 1997.
TASHJIAN J.J. & CAMPBELL, S.G. Interaction between caprine macrophages
and Corynebacterium pseudotuberculosis: an electron microscopy study. Am J.
Vet. Res.: 44: 690-693, 1983.
TAUCH, A.; BISCHOFF, N.; PÜHLER, A. & KALINOWSKI, J. Comparative
genomics identified two conserved DNA modules in corinebacterial plasmid family
present in clinical isolates of opportunistic human pathogen Corynebacterium
jeikeium. Plasmid, 52: 102-118, 2004.
TAUCH, A.; KAISER, O.; HAIN, T.; GOESMANN, A.; WEISSHAAR
B.;ALBERSMEIER, A.; BEKEL, T.; BISCHOFF, N.; BRUNE, I.;
CHAKRABORTY, T.; KALINOWSKI, J.; MEYER, F.; RUPP, O.; SCHNEIKER,
S.; VIEHOEVER, P.; PUHLER, A. Complete genome sequence and analysis of
the multiresistant nosocomial pathogen Corynebacterium jeikeium K411, a lipid-
requiring bacterium of the human skin flora. J. Bacteriol. 187: 4671-4682, 2005.
VANEECHOUTTE, M.; RIEGEL, P.; DE BRIEL, D.; MONTEIL, H.;
VERSCHRAEGEN, G.; DE ROUCK, A.; CLAEYS G. Evaluation of applicability of
amplified rDNA-restriction analysis (ARDRA) to identification of species of the
genus Corynebacterium. Res. Microbiol. 146:633–641, 1995.
WALKER, J.; JACKSON, H.J.; EGGLETON, D.G.; MEEUSEN, E.N.T.; WILSON,
M.J.; BRANDON, M.R. Identification of a novel antigen from Corynebacterium
pseudotuberculosis that protects sheep against caseous lymphadenitis. Infect.
Immun., 62:2562–2567, 1994.
WILLIAMSON, L.H. Caseous lymphadenitis in small ruminants. Vet. Clin. North
Am. Food Anim. Pract. 17:359–371, 2001.
WILSON, M.J.; BRANDON, M.R.; WALKER, J. Molecular and biochemical
characterization of a protective 40-kDa antigen from Corynebacterium
pseudotuberculosis. Infect. Immun.; 63:206–211, 1995.
YERUHAM, I.; BRAVERMAN, Y.; SHPIGEL, N.Y.; CHIZOV-GINZBURG, A.;
SARAN, A.; WINKLER, M. Mastitis in dairy cattle caused by Corynebacterium
pseudotuberculosis and the feasibility of transmission by houseflies. Vet. Q.;
18:87–89, 1996.
YERUHAM, I.; FRIEDMAN, S.; PERL, S.; ELAD, D.; BERKOVICH, Y.;
KALGARD, Y. A herd level analysis of a Corynebacterium pseudotuberculosis
outbreak in a dairy cattle herd. Vet. Dermatol.; 15:315–320, 2004.
74
ZHANG, Z.; SCHWARTZ, S.; WAGNER, L. & MILLER, W. A greedy algorithm for
aligning DNA sequences, J. Comput. Biol. 7 :203-214, 2000.
75
VII
ANEXOS
76
VII. ANEXOS
VII.1. MATERIAIS E MÉTODOS
VII.1.1. Equipamentos utilizados
Agitador magnético de soluções (TradeLab)
Aparato para eletroforese horizontal (Gibco BRL Horizon® 58)
Balança de precisão (Marte)
Banho-maria (Precision)
Capela de exaustão (Permution)
Micro Centrífuga (Eppendorf 5417C)
Centrífuga refrigerada (Jouan MR 23i)
Equipamento de fotodocumentação (Kodak DC40)
Espectrofotômetro (Bio-Rad)
Estufa microbiológica (Nova Ética)
Fluxo laminar (Veco)
Forno Microondas (CCE)
Freezer -20ºC (Electrolux)
Freezer -80ºC (Sanyo)
Micropipetas (Gilson Pipetman®)
pHMETRO (Digimed)
Seqüenciador automático (Amersham MegaBACE 1000)
Shaker incubador (Nova Ética)
Termociclador (MJ Research, Inc. PTC-100)
Transiluminador (BioSystematica)
Vortex (IKA)
77
VII.1.2. Reagentes e soluções
VII.1.2.1. Reagentes químicos e analíticos
Acetato de Potássio (Synth)
Acetato de Amômio (Amersham Biosciences)
Ampicilina (Sigma)
Ácido Bórico (Cirq)
Ácido Acético (Synth)
Agarose (Eurobio)
Água ultra-pura
Álcool isoamílico (Synth)
Álcool isopropilico (Merck)
Álcool etílico (Merck)
Azul de bromofenol (Synth)
Brometo de etídio (Eurobio)
Clorofórmio (Cirq)
EDTA (Synth)
Fenol UltraPure
TM
Buffer-Saturated (Invitrogen)
Glicerina (Synth)
Glicose (Merck)
Glicogênio (Gibco)
HCl (Merck)
IPTG (Gibco BRL)
Lisozima (USB)
Matriz de poliacrilamida (Ge)
MgCl (Invitrogen)
78
NaAc (Synth)
NaCl (Cirq)
NaOH (Cin. Química)
SDS (Synth)
Sódio-N-lauroilsarcosina (USB)
Tris-base (Invitrogen)
X-gal (USB)
VII.1.2.2. Soluções
Acetato de Potássio (5M): 246,87 g de acetato de potássio em 500
mL de água destilada.
Acetato de Potássio (3M): 60 mL de acetato de potássio (5M); 11,5
mL de Ácido acético glacial e 28,5 mL de água ultra pura autoclavada.
Acetato de Sódio (3M): 246 g acetato de sódio em 1 L água destilada.
Ampicilina (100 mg/mL): 1 g da solução de ampicilina em 10 mL de
água ultra-pura autoclavada.
Brometo de etídio: Solução 0,1-0,5 µg/mL.
Cloreto de Sódio (5M): 14,51 g de cloreto de sódio em 50 mL de água
destilada.
Etanol 70%: 70 mL de etanol absoluto e 30 mL de água destilada.
EDTA (0,5M): 18,61 g em 100 mL de água destilada. pH 8,0.
Fenol:Clorofórmio:Álcool Isoamílico: 25 mL de solução saturada de
fenol; 24 mL de clorofórmio; e 1 mL de álcool isoamílico.
GET: 23 mL de glicose 20%; 10 mL de EDTA 0,5M pH 8,0 autoclavado;
13 mL de Tris-HCl 1M pH 7,4 em 500 mL de água ultra pura.
Glicerol 10%: 100 mL de Glicerina em 1L de água destilada
Glicerol 50%: 50 mL de Glicerina em 50 mL de água destilada.
79
Glicogênio (20mg/ml): 100 mg de glicogênio em 5 mL de água
destilada.
Glicose 20%: 20 g de glicose em 100 mL de água ultra pura.
Hidróxido de Sódio (4M): 8 g em 40 mL de água ultra pura.
Sarcosil 30%: 30 g de sódio-N-lauroilsarcosina em 100 mL de água
destilada.
Tampão de Depósito (5X): Glicerol a 50%; Azul de bromofenol a
0,20%; e solvente TBE a 2,5X.
TBE: 500 mM de Tris-HCl; 60 mM de ácido bórico; 83 mM de EDTA; pH
8,0 - 8,5.
Tris-EDTA-RNAse (Solução I Extração de DNA genômico): Tris-
HCl (10 mM); EDTA (10 mM); NaCl (300 mM); RNase A (50 µg/mL).
Tris-EDTA-lisozima (Solução II Extração de DNA genômico): Tris-
HCl (10 mM); EDTA (10 mM); NaCl (300 mM); lisozima (10 mg/mL).
Tris-HCl (1M): 12,11 g em 100 mL de água destilada. pH 7,4.
Tris-EDTA: 10 mM Tris-HCl; 10 mM EDTA; 300 mM NaCl.
SDS 10%: 10 g de Dodecil sulfato de sódio em 100 mL de água
destilada.
VII.1.3. Meios de cultura
Luria-Bertani (LB): Peptona 10 g/L; Extrato de levedura 5 g/L; NaCl 5
g/L. pH 7,8.
LB-ágar: Peptona 10 g/L; Extrato de levedura 5 g/L; NaCl 5 g/L e 15 g
de ágar bacteriológico. pH 7,8.
LB-ágar-X-gal- Ampicilina: Meio LB-ágar acrescido de ampicilina (100
µg/mL) e X-Gal (40 µg/mL).
Caldo “Infusão Cérebro-Coração” (Brain Heart Infusion- BHI): 37 g
de BHI em pó em 1 L de água destilada; pH 7,4.
BHI ágar sangue: BHI acrescido de ágar bacteriológico (1,5%) e
sangue de carneiro na concentração (5%).
80
BHI ágar-canamicina: BHI ágar acrescido de canamicina (25
µg/mL).
VII.1.4. Linhagens bacterianas, plasmídeos e condições de cultivo
As linhagens bacterianas empregadas neste trabalho estão listadas na tabela
3. Os meios de cultivo utilizados foram o LB para Escherichia coli e o BHI para C.
pseudotuberculosis. Tanto a cultura de E. coli quanto a de C. pseudotuberculosis foram
crescidas a 3C sob agitação. O cultivo de E. coli foi realizado entre 16-22 horas e de C.
pseudotuberculosis foi de 48-72 horas. Além dos meios de cultivo, as bactérias, quando
necessário, foram crescidas em presença dos antibióticos adequados, sendo ampicilina
utilizada para E. coli e canamicina para C. pseudotuberculosis.
TABELA 3: Linhagens bacterianas utilizadas no trabalho.
Espécie Linhagem Fonte
E. coli
DH5α
[sup44 lacU169 (Φ80 lacZM15)
hsdR17 recA1 endA1 gyrA96 thi-1 relA1]
Invitrogen
C.pseudotuberculosis
a
C. pseudotuberculosis
b
C. ulcerans
c
C. diphteriae
d
C. jeikeium
e
C. renale
f
linhagem T2
linhagem 1002
CIP 5927
isolado
ULCA3. 675,1
CIP6937
UFBA – Instituto de Ciências da Saúde
UFBA - Instituto de Ciências da Saúde
França – Instituto Pasteur
FIOCRUZ
Bélgica – Hospital Universitário Ghet
França - Instituto Pasteur
a
: linhagem selvagem de C. pseudotuberculosis biovar ovis pertencente à coleção de microorganismos do
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil.
b
: linhagem atenuada de C. pseudotuberculosis biovar ovis pertencente à coleção de microorganismos do
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil.
C
: linhagem virulenta de C. ulcerans pertencente à coleção de microorganismos do Instituto Pasteur, França.
d
: linhagem virulenta de C. renale pertencente à coleção de microorganismos do Instituto Pasteur, França.
e
: bactéria isolada de paciente com difteria, FIOCRUZ, Brasil.
f:
bactéria isolada de paciente no Hospital Universirio Ghet, Bélgica.
81
VII.1.5. Extração de DNA genômico
A extração de DNA genômico foi realizada da mesma forma para todas as
linhagens bacterianas de C. pseudotuberculosis utilizadas neste estudo. Culturas de 20
mL foram centrifugadas a 5.000 rpm, por 10 min., a 4ºC. O sobrenadante foi descartado e
o precipitado ressuspenso em 1 mL de solução I (item VII.1.2.2). Após homogeneizada, a
mistura foi novamente centrifugada, desta vez, a 13.000 rpm, por 10 min., à temperatura
ambiente. O sobrenadante foi novamente descartado, 1 mL de solução II (item VII.1.2.2)
foi adicionado. Após ressuspender o precipitado, a amostra foi incubada em banho-maria
por 30 min. a 37ºC. Foram adicionados 30 µL de sarcosil 30%; a amostra foi
homogeneizada por 15 min. e então deixada em banho-maria a 65ºC por 5 min., seguido
por incubação a 4ºC por 5 min.
Para purificação do DNA extraído, foi utilizado um protocolo padrão de
fenol:clorofórmio:álcool isoamílico (SAMBROOK et al., 1989). Em resumo, 1 mL da
solução de fenol:clorofórmio:álcool isoamílico (item VII.1.2.2) foi adicionado à amostra.
Após homogeneização, as amostras foram centrifugadas a 13.000 rpm por 7 min. A fase
superior da amostra foi retirada e transferida para um novo microtubo de 2 mL. Esse
processo foi repetido mais uma vez e em seguida adicionou-se 2,5 vol. de álcool etílico,
NaOAC (3M) e glicogênio (20mg/mL) numa quantidade equivalente a 10% e 1%,
respectivamente, do sobrenadante. O DNA foi precipitado O.N. a -20ºC. Após
centrifugação a 13.000 rpm por 10 min., o DNA foi lavado com álcool etílico a 70% e
ressuspenso em água ultra pura.
VII.1.6. Resolução eletroforética
Após a extração, o DNA genômico foi dosado e teve sua qualidade analisada
através de resolução eletroforética. As amostras de DNA acrescida de 1:5 do volume de
tampão de amostra (item VII.1.2.2) foram fracionados em gel de agarose a 0,8% em
tampão TBE 1X (item VII.1.2.2), contendo brometo de etídio (0,5 µg/mL). As corridas
foram realizadas a 90 Volts durante aproximadamente 1 hora. O DNA foi visualizado e o
gel fotografado sobre um transluminador de luz ultravioleta (320nm) através do sistema
de documentação fotográfica “Kodak Digital Science
TM
DC40 mera” (Kodak) e a foto
processada pelo programa “Eletrophoresis Documentation and Analysis System” (Kodak).
82
VII.1.7. Construção da biblioteca genômica de C. pseudotuberculosis
VII.1.7.1. Fragmentação do DNA genômico por nebulização
O DNA genômico obtido de C. pseudotuberculosis T2 foi fragmentado através
de nebulização (de acordo com o manual do kit TOPO® shotgun - Invitrogen) de maneira
que resultasse em fragmentos entre 1000 – 2000 pb.
O DNA genômico foi centrifugado a 13.000 rpm por 10 minuto resultando
numa solução de DNA (60 ng/µL), onde foi inserido dentro do nebulizador (Figura 6)
juntamente com 750 µL de Shearinhg Buffer e incubado no gelo. Após a incubação por
10 minutos, o DNA foi nebulizado a 9-10 psi por 30, 60 e 90 segundos respectivamente.
Após a nebulização, a solução foi aliquotada em 3 microtubos de 0,5 mL onde cada
microtubo continha 300 µL da solução de DNA fragmentado.
Cada aquota, referente aos tempos supracitados, foi transferida para novos
microtubos de 1,5 mL e para cada 250 µL de solução de DNA fragmentado adicionou-se:
20 µL de acetato de sódio 3M pH = 8,0; 625 µL de álcool etílico absoluto e 2 µL de
glicogênio (20 mg/mL). As amostras foram incubadas no freezer (-20º C) por 40 minutos e
após, foram centrifugada por 15 minutos a 12.000 rpm. Os sobrenadantes foram
homogeneizados por inversão e ressuspensos com 800 µL de álcool etílico 80% e
centrifugados por mais 5 minutos. Os precipitados foram incubados na estufa a 50 ºC e
ressuspensos em 30 µL de água ultra pura.
FIGURA 6: Aparelho nebulizador para fragmentação mecânica do DNA.
Pressão de
N
2
Tubo de vinil
Canaleta
Solução de DNA
83
VII.1.7.2. Obtenção de fragmentos de DNA com “pontas cegas
Após o processo de fragmentação, as amostras de DNA genômico de C.
pseudotuberculosis T2 foram submetidas ao reparo das extremidades 5’ e 3para que as
pontas se tornassem cegas (blunt-end). O processo foi realizado de acordo com o
manual do fabricante. As amostras foram acrescidas 30 µL de DNA (100ng/µL), 5 µL de
Blunting Buffer 10X, 1 µL de BSA (1mg/mL), 5 µL de dNTP’s (250 µM), 2 µL de T4 DNA
polimerase, 2 µL de Klenow DNA polimerase e água deionizada para um volume final de
50 µL. As amostras foram homogeneizadas e incubadas por duas horas à temperatura
ambiente, após esse período foram centrifugadas por 10 segundos à 13.000 rpm. Após
centrifugação as reações foram incubadas no banho-maria a 75ºC por 20 minutos e após
a incubação, armazenadas no freezer a -20ºC.
VII.1.7.3. Desfosforilação dos fragmentos de DNA
Após o procedimento de reparo nas pontas cegas, foi necessário desfosforilá-
los para que os fragmentos se tornassem apropriados para a ligação no vetor pCR®-
4Blunt -TOPO shotgun (Invitrogen). Para tanto, às amostras obtidas no item VII.1.7.2, os
fragmentos de DNA nebulizados e com as extremidades cegas obtidos do DNA
nebulizado foram desfosforilados. A reação de 50 µL foi incubada no gelo e foi adicionado
40 µL de água ultra pura, 5 µL de Blutting Buffer 10X e 5 µL de CIP (calf intestinal
phosphatase), totalizando 100 µL de volume final de reação. A mesma foi incubada no
banho-maria à 37ºC por 1 hora. Após esse período, foram acrescidos 50 µL de
fenol:clorofórmio, homogeneizada a amostra e finalmente centrifugada a 14.000 rpm por
5 minutos. Em seguida, o sobrenadante coletado em um novo microtubo.
Para purificação do produto desfosforilado, adicionou-se às reações 10 µL de
acetato de sódio 3M pH = 5,2, 1 µL de Glicogênio (20 mg/mL) e 300 µL de álcool etílico
80% gelado. A reação incubada no freezer à -80ºC por 15 minutos, foi centrifugada por
14 minutos a 12.000 rpm à 4ºC.
Ao precipitado foram adicionados 500 µL de álcool etílico 80% gelado. Após
esse passo, o precipitado foi centrifugado por 5 minutos a 12.000 rpm, em seguida
secado na estufa à 60ºC, finalmente o DNA foi ressuspenso em 20 µL de água ultra pura
estéril.
84
VII.1.7.4. Confecção de E. coli eletrocompetente
Uma colônia de E. coli DH5α foi inoculada em 5 mL de meio LB e incubada a
37°C durante 18 horas sob agitação de 150 rpm. Uma alíquota (3 mL) desta cultura foi
então inoculada em 300 mL de LB e incubada a 37°C sob agitação até atingir
absorbância (OD
600nm
) entre 0,2 e 0,3. Uma vez alcançado este valor, a cultura foi
centrifugada a 10.000 rpm durante 18 minutos a C. O sobrenadante foi descartado e o
precipitado ressuspenso em 300 mL de uma solução de glicerol 10% estéril; processo
que foi repetido 4 vezes mais. Após a última lavagem, as bactérias foram ressuspensas
em 1mL de solução de glicerol 10%. Esse 1 mL foi dividido em alíquotas de 100 µL que
foram estocadas à -70°C.
Para análise da eficiência de transformação, uma alíquota com células
eletrocompetentes estocadas à -70°C, foi colocada no gelo durante 5 minutos. Em
seguida adicionou-se 10 ng/µL do plasmídeo pUC18 (controle positivo). Como controle
negativo, foi utilizado apenas uma alíquota de células, às quais nenhum DNA foi
adicionado. Ambas as amostras foram transferidas para cubetas de eletroporação,
previamente resfriadas e foram submetidas a um pulso de 2.5 V, capacitância 25 µFD e
resistência de 200 OHMS utilizando um eletroporador CelljecTUno (Thermo Electro
Corporation).
Imediatamente após o pulso, foi adicionado 1 mL de meio LB às células e
estas foram incubadas à 37º C por uma hora. Diluições de 10
-1
, 10
-2
, 10
-3
foram
semeadas em meio LB ágar suplementado com ampicilina (100 µg/ml) e incubadas a
37°C durante 18 horas. A eficiência de transformação obtida foi de 8,7 x 10
7
unidades
formadoras de colônia (UFC) por micrograma de DNA.
VII.1.7.5. Ligação dos insertos genômicos no vetor
A ligação dos fragmentos de DNA genômico de C. pseudotuberculosis T2
processados no iten VII.1.7.1, seguiu-se os procedimentos recomendados no manual do
fabricante. A reação de ligação conteve: 4 µL do DNA genômico, 1 µL de Salt Solution, 1
µL do vetor pCR®-4Blunt -TOPO® shotgun; e então a mistura foi incubada à 37ºC por 1
hora.
85
VII.1.7.6. Transformação de E. coli
Após a ligação dos insertos no vetor pCR®-4Blunt -TOPO ® shotgun, foi
realizada a transformação de E. coli DH5α (Figura 7). A utilização das células
eletrocompetentes confeccionadas de acordo com o item VII.1.7.4 ocorreu da seguinte
maneira: foi adicionado 4µL da ligação de cada DNA (vetor: insertos genômicos) às
células (100 µL) que foram incubadas no gelo por 10 minutos.
Após a incubação, a mistura foi transferida para as cubetas de eletroporação.
Como “controle negativo” do experimento foi utilizado 4 µL de água ultra pura.
Imediatamente após a eletroporação foi adicionado 1 mL de meio LB previamente
aquecido à 37ºC para a ressuspensão das células e estas foram incubadas no banho-
maria à 37º C por 2 horas.
O processo de seleção dos transformantes consistiu em transferir uma
alíquota de 100 µL da suspensão de células eletroporadas para placas de Petri contendo
meio LB ágar suplementado com 100 µg/mL de ampicilina. As culturas foram mantidas a
37°C por aproximadamente 16 horas. Após este período as placas foram avaliadas
quanto à presença de colônias.
A etapa seguinte consistiu na seleção de clones de cada uma das placas para
proceder com a estocagem dos clones positivos em placas de polipropileno de 96 poços.
FIGURA 7: Construção da biblioteca genômica de C. pseudotuberculosis.
Transformação de E. coli com os fragmentos genômicos de C. pseudotuberculosis e
seleção dos clones positivos.
SELEÇÃO CLONES - ANTIBIÓTICO
86
VII.1.7.7. Estocagem dos clones positivos
Após seleção dos clones brancos, os mesmos foram individualmente
crescidos nos poços de placas de polipropileno. Oito placas completas foram obtidas no
final da seleção. Para o crescimento da cultura de células foi utilizado 200 µL de meio LB
líquido suplementado com ampicilina (100 µg/mL) e 40% de glicerol. As placas foram
então incubadas no agitador por 16-18 horas a 37ºC sob agitação de 120 rpm e após o
crescimento as placas foram armazenadas no freezer a -80ºC.
VII.1.7.8. Extração do DNA plasmidiano de E. coli
Trinta microlitros do cultivo de cada clone foram utilizados para a extração de
DNA plasmidiano. Em microplacas de crescimento de cultura novas, foram adicionados
1,2 mL de meio LB suplementado com 100 µg/mL de ampicilina. As culturas foram
incubadas a 37°C por aproximadamente 18 horas sob agitação (200 rpm).
Após este período, foram feitas novas culturas estoques em glicerol de cada
uma das oito placas (100 µL da cultura + 100 µL de glicerol 50%) sendo estas seladas
com um adesivo e armazenadas a -80º C. Com o restante da cultura (1,1 mL) foi
realizada a extração de plasmídeos pelo método de lise alcalina como descrito por
Sambrook et al. (1989) com algumas modificações.
Após a centrifugação das microplacas contendo as culturas, por 6 minutos a
4.000 rpm, foi descartado o sobrenadante e após esse procedimento as células foram
ressuspensas em 240 µL da solução GET (item VII.1.2.2). Os passos acima foram
repetidos, onde foi adicionado 80 µL de solução GET e homogenizado no vortex por 2
minutos. Toda a suspensão de células foi transferida para uma nova placa de
polipropileno contendo 2,5 µL de RNAse A (10 mg/mL). Foi adicionado a cada poço 80
µL de NaOH 0,2 N/SDS 1%. (1 mL de NaOH 4M + 17 mL H
2
0 mili-Q + 2 mL de SDS
10%), misturado por inversão (30 vezes) e incubado à temperatura ambiente por 10
minutos.
Após esse período, foi adicionado ainda 80 µL de acetato de potássio (3M)
previamente resfriado, onde foi misturado por inversão e seguida por três incubações: à
temperatura ambiente, por 10 minutos na estufa à 90ºC por 30 minutos e no gelo por 10
minutos. Depois, foram centrifugadas por 9 minutos a 4000 rpm e transferida a fase
87
aquosa para placas milipore com filtro anexado a placas com fundo em V. Foi
centrifugada por mais 6 minutos a 4000 rpm e adicionado ao filtrado, 100 µL de álcool
isopropílico e centrifugado por 45 minutos à 4000 rpm.
Após a centrifugação, o sobrenadante foi descartado, e a ele foi adicionado
200 µL de álcool etílico 70% previamente resfriado e centrifugado por 15 minutos à 4000
rpm. Foi adicionado a cada amostra 60 µL de água ultra pura estéril e o DNA
plasmidiano foi ressuspenso O.N. A presença e qualidade dos plasmídeos foi verificada
através de eletroforese seguindo os mesmos parâmetros já descritos no item VII.1.6.
VII.1.7.9. Confirmação da presença e tamanho do insertos genômicos de C.
pseudotuberculosis no vetor
Para verificar a presença do inserto e o peso molecular dos fragmentos de
DNA clonados no vetor pCR®-Blunt II-TOPO®, os insertos dos DNA plasmidianos foram
amplificados por PCR utilizando iniciadores: senso (5´ CTGGCCGTCGTTTTAC 3´) e
antisenso (5´ CAGGAAACAGCTATGAC 3´) do vetor. As reações de amplificação foram
feitas em um volume final de 50 µL, contendo 2 pmoles/µL de cada iniciador; 0,25 mM de
dNTPs; 0,1 unidade de Taq DNA polimerase (Invitrogen); 2mM de MgCl
2
, tampão da
enzima 1X concentrado (Invitrogen) e 50 ng/µL dos plasmídeos extraídos (item
VII.1.1.7.8).
A amplificação por PCR foi realizada sob as seguintes condições: primeira
desnaturação a 9C durante 3 minutos, seguida por 25 ciclos de desnaturação a 9C
durante 1 minuto; anelamento durante 1 minuto a 53ºC; extensão a 72°C durante 2
minutos; e extensão final por 7 minutos a 72°C. Apó s a reação, todo o volume foi aplicado
em gel de agarose a 1% e a resolução eletroforética realizada sob as mesmas condições
descritas no item VII.1.6.
VII.1.8. Geração de Genomic Survey Sequence (GSS)
VII.1.8.1. Reação de seqüenciamento
O DNA plasmidiano contendo os insertos genômicos de C. pseudotuberculosis
T2 foi submetido a reação de seqüenciamento. Nesta reação, para um volume final de 10
µL, utilizou-se 4 µL de DYEnamic ET-Kit Terminator (Amersham Biosciences), 1µL de
88
iniciador (10 µM) (senso ou antisenso; de acordo com item VII.1.7.9) e 2 µL de água ultra
pura estéril. A reação de seqüenciamento seguiu as seguintes condições: a primeira
desnaturação ocorreu à 95ºC por 40 segundos; seguida por 30 ciclos de desnaturação a
95ºC por 20 segundos; anelamento a 55ºC por 15 segundos e extensão a 60ºC por 1
minuto.
VII.1.8.2. Precipitação
Para a precipitação dos nucleotídeos incorporados, foi utilizado o seguinte
protocolo: às amostras de DNA supracitadas, adicionou-se 1µL de acetato de Sódio 7,5
M para cada reação de 10 µL, 30 µL de etanol 95% gelado e foram incubadas a
temperatura ambiente por 15 minutos. Após a incubação, centrifugou-se a placa por 45
minutos a 5000 rpm, e após esse passo o sobrenadante foi descartado. Foram
adicionados 100 µL de etanol 70% gelado em cada amostra e centrifugada por 15
minutos a 5000 rpm, o sobrenadante foi descartado e o precipitado ressuspenso com 10
µL de tampão 10X de ressuspensão do seqüenciador, as amostras foram protegidas da
luz e armazenadas à -20ºC.
VII.1.8.3. Seqüenciamento das amostras
O processo de seqüenciamento seguiu os seguintes parâmetros de corrida:
para injeção das amostras nos capilares do seqüenciador utilizou-se a voltagem de 6 KV
durante 100 segundos. Após a injeção das amostras, a voltagem da corrida foi de 9 KV
por 240 minutos. Após a leitura do DNA pelo seqüenciador foi gerada para cada amostra
de cada placa um arquivo, no formato *.esd que contém a seqüência nucleotídica
resultante e o cromatograma com todos os perfis nucleotídicos obtidos durante a corrida.
89
VII.1.9. Análises in silico das GSS´s geradas
VII.1.9.1. Remoção das seqüências de baixa qualidade
Uma vez que uma amostra é processada no seqüenciador, geram-se arquivos
contendo as seqüências nucleotídicas de cada amostra contida nas placas. Porém, na
maioria das vezes o sinal dos nucleotídeos ainda é fraco no começo do processo de
seqüenciamento. Forma-se então uma curva gaussiana, onde a seqüência do interior tem
uma melhor qualidade. Utilizando o algorítmo PHRED (EWING & GREEN, 1998; EWING
et al., 1998) com o parâmetro trim_alt e trim-cutoff no valor de 0,16, cada base recebeu
um valor de qualidade e após essa nomeação foi utilizado o algorítmo SeqClean
(http://compbio.dfci.harvard.edu/tgi/software/) e baseado nos valores de cada base
fornecido pelo PHRED, seqüências de baixa qualidade foram retiradas.
VII.1.9.2. Remoção das regiões com similaridade a vetores
Para remover seqüências com similaridade a vetores, foi utilizado o algoritmo
Cross_match (http://www.phrap.org). No programa foram adicionadas previamente as
seqüências correspondente aos iniciadores M13 senso e M13 anti-senso do item
VII.1.7.9. Quando as mesmas foram encontradas nas GSS geradas, elas foram
substituídas por um X. Novamente foi utilizado o programa Seqclean para retirar tais
marcações.
VII.1.9.3. Montagem de “contigse alinhamento das GSS´s
Foram geradas aproximadamente 1440 GSSs e para melhor aproveitamento
das mesmas, bem como geração de seqüências maiores, foi utilizado o algoritmo TGICL
(PERTEA et al., 2003), o qual é um programa do tipo “Megablast” (ZHANG et al., 2000),
que sobrepõe seqüências que apresentam similaridade formando os contigs (seqüências
consenso comuns à todas as amostras). Vários singlets também foram gerados. Os
contigs e os singlets não redundantes foram então utilizados para várias análises in silico
90
e de genômica comparativa e seqüências menores de 100 pb foram retiradas,
temporariamente, do estudo.
VII.1.9.4. Análises de similaridade
As seqüências não-redundantes geradas no item VII.1.9.3, foram utilizadas em
buscas de similaridades no programa BLAST (Basic Local Alignment and Search Tool)
contidas no banco de dados público National Center for Biotechnology Information
(NCBI). Dentro desse programa foram utilizadas três categorias específicas: BLASTn que
avalia similaridade a nível de nucleotídeos entre as GSS’s (query) e seqüências já
depositadas (subject) no banco de dados; BLASTx que avalia a similaridade a nível de
aminoácidos e prediz uma provável proteína de acordo com o grau de similaridade e
tBLASTx que traduz tanto as seqüências (GSS’s) que estão sendo submetidas a análise
quanto as seqüências previamente depositadas no banco de dados e a similaridade entre
elas. Cada GSS não redundante gerou um resultado.
O melhor resultado gerado, ou best hit, foi então utilizado em todas as
análises feitas posteriormente. Um valor de e maior que 10
-5
foi utilizado nas análises
com
o programa BLAST, abaixo disso, as demais seqüências foram descartadas.
VII.1.9.5. Caracterização gênica in silico de grupos biológicos funcionais
Utilizando o banco de dados de categorias biológicas funcionais - Clusters of
Orthologous Group (COG) - que contém aproximadamente 66 genomas microbianos,
foram feitas buscas de similaridades para caracterizar in silico prováveis grupos
funcionais para as GSSs de C. pseudotuberculosis em estudo. Esse programa é dividido
em duas categorias, uma maior e uma menor. Na maior, ele categoriza as seqüências em
grandes grupos tais como: processamento e armazenagem de informação, metabolismo
celular e transporte de nutrientes. Já na categoria menor, ela subdivide os grupos
maiores em funções como: transporte de aminoácidos, respiração celular, transcrição,
tradução. Utilizando esse banco de dados, as GSSs foram um provável grupo funcional
nas categorias descritas acima.
91
VII.1. 9.6. Análises comparativas utilizando o UNIPROT
Utilizando a versão mais recente do banco de dados protéico UNIPROT
(ftp://ftp.ebi.ac.uk/pub/databases/uniprot/knowledgebase/uniprot_sprot.fasta.gz) as GSS
não redundantes (query) foram confrontadas contra as seqüências presentes no banco
de dados protéico (subject) a fim de predizer prováveis proteínas que estão presentes em
C. pseudotuberculosis T2.
VII.1.10. Genômica comparativa
VII.1.10.1. Análises de similaridade entre C. pseudotuberculosis e outras
quatro espécies do gênero
Os resultados das buscas de similaridade, utilizando os BLAST citados
(BLASTn, BLASTx e TBLASTx) no item VII.1.9.4, foram utilizadas para uma análise de
genômica comparativa. Essas análises tiveram como objetivo, averiguar possível
observação de conservação gênica entre C. pseudotuberculosis T2 e outras quatro
espécies de Corynebacterium (C. diphtheriae, C. jeikeium, C. efficiens e C. glutamicum)
que já possuem o genoma seqüenciado. Para isso foram utilizados os best hits das
GSS’s, nas quais foram averiguadas similaridade nucleotídica e em nível de aminoácido.
O menor valor de e aceitável foi de 10
-10
.
VII.1.10.2. Uso de bancos de dados para inferências de novas prováveis
exclusivas proteínas de C. pseudotuberculosis
Os resultados gerados nos itens VII.1.9.5, VII.1.9.6 e VII.1.10.1, foram
confrontados contra eles mesmos num dendograma para se obter seqüências que
estivessem presentes apenas em C. pseudotuberculosis T2 e não nas demais
Corynebacterium, predizendo assim talvez eventos de perda gênica na espécie.
92
VII.1.10.3. Análise de sintenia entre C. pseudotuberculosis e outras quatro
espécies de Corynebacterium
Para determinar se a ordem gênica entre as espécies de Corynebacterium,
aqui estudadas é conservada, foi feita uma análise de sintenia. Para isso, foi construído
um gráfico onde foram plotados os best hits do tBLASTx supracitados mapeados de
acordo com a similaridade entre C. pseudotuberculosis e C. diphtheriae, espécie
filogeneticamente mais próxima.
VII.1.10.4. Confirmação por PCR de prováveis genes exclusivos de C.
pseudotuberculosis
Para averiguar a hipótese de que os três genes que codificam as proteínas
(PIP, NADPH e oppD), estão presentes em apenas algumas espécies do gênero
Corynebacterium, foram desenhados iniciadores (tabela 4) a partir das GSS’s não-
redundantes, e realizadas reações de PCR com o objetivo de isolar tais seqüências
diretamente do genoma de C. pseudotuberculosis T2 e algumas outras espécies do
gênero tais como: C. pseudotuberculosis 1002, C. pseudotuberculosis equi, C. renale, C.
ulcerans, C. diphteriae e C. jeikeium.
As reações foram realizadas como segue: volume final de 50 µL, contendo 2
pmoles/µL de cada iniciador; 0,25 mM de dNTPs; 0,1 unidade de Taq DNA polimerase
(Invitrogen); 2mM de MgCl
2
, tampão da enzima 1X concentrado (Invitrogen) e 3 µL dos
DNA genômicos (50mg/µL) de cada espécie citada acima. A amplificação por PCR, foi
realizada sob as seguintes condições: primeira desnaturação a 94°C durante 3 minutos,
seguida por 29 ciclos de desnaturação a 94°C durant e 1 minuto; anelamento a 63ºC
durante 1 minuto; extensão a 7C durante 2 minutos; e extensão final por 7 minutos a
72°C. Após a reação, as amostras foram aplicadas em gel de agarose a 1% e a
resolução eletroforética realizada sob as mesmas condições descritas no item VII.1.6.
93
TABELA 4: Oligonucleotídeos utilizados na reação de PCR das 4 GSS´s,
provavelmente, exclusivas de C. pseudotuberculosis.
PCR Oligonucleotídeos iniciadores
Iniciador “forward” da GSS oppD
a
Iniciador “reverse” da GSS oppD
Iniciador “forward” da GSS PIP
b
Iniciador “reverse” da GSS PIP
Iniciador forward” da GSS
NADPH
c
Iniciador “reverse” da GSS NADPH
5´ CCTTACCGAGACAACGTCAT 3´
5´ GCCTGGTGCTTATCATTGAT 3´
5´ AACTGCGGCTTTCTTTATTC 3´
5´ GACAAGTGGGAACGGTATCT 3´
5´ CTGCGACATAGCTAGGCACT
5´ CCGCCAGACTTTTCTCTACA 3´
a
: Dipeptídeo/Oligopepetídeo ABC transporter.
b
: Prolina Iminopeptidase.
c
: NADP oxirredutase.
94
VII.3. ARTIGO: Mini Review
VII.3.1. A description of genes of Corynebacterium
pseudotuberculosis useful in diagnostics and vaccine applications.
Vívian D’Afonseca
1
, Pablo Matias Moares
1
, Fernanda Alves Dorella
1
, Luis
Gustavo Pacheco
1
, Roberto Meyer
2
, Ricardo Wagner Portela
2
, Anderson
Miyoshi
1
**, Vasco Azevedo
1
*.
1 Laboratório de Genética Celular e Molecular, Dept. De Biologia Geral, ICB
UFMG.
2- Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, Dept. De Bioteração, ICS-
UFBA.
Vasco Azevedo* and Anderson Miyoshi** (share credit in this work for senior
authorship)
miyoshi@icb.ufmg.br
Laboratório de Genética Celular e Molecular, sala Q3 259.
Departamento de Biologia Geral, ICB, UFMG.
Avenida Antônio Carlos, 6627 CP 486.
CEP: 31.270-010 Belo Horizonte – MG, Brazil.
Tel: +55 31 3499-2778
Fax: +55 31 3499-2610
* To whom correspondence should be addressed.
Running Head: Applications of Corynebacterium pseudotuberculosis genes.
95
ABSTRACT
Corynebacterium pseudotuberculosis, a gram-positive intracellular
pathogen, is the etiological agent of caseous lymphadenitis or CLA. This
bacterium infects goats and sheep and causes great economic losses
worldwide annually, mainly for goat producers. Despite its importance, CLA
is still poorly characterized. However, with advances in the genomic field,
many C. pseudotuberculosis genes have already been characterized, mainly
those related to virulence such as phospholipase D. Here, we examined the
use of the several available genes of C. pseudotuberculosis and reviewed
their applications in vaccine construction, more efficient diagnostics for
CLA, and control of this disease, among other applications.
Key words: PLD (phospholipase D), RecA, CLA (caseous lymphadenitis)
96
INTRODUCTION
The genus Corynebacterium belongs to the group of actinomycetes that includes
the CMN group (Corynebacterium, Mycobacterium, Nocardia and Rhodococcus species)
(Hard et al. 1969; Songer et al., 1988; Songer et al., 1997; Paule et al., 2004; Dorella et
al., 2006a). These gram-positive bacteria constitute a very heterogeneous group that
shares particular characteristics, such as a specific cell wall organization, (Hard, 1975;
Collins et al., 1982; Funke et al., 1995; Collins et al., 1998; Connor et al., 2000; Bayan et
al., 2003; Hall et al., 2003; Dorella et al., 2006a) and high G+C content (47–74%) (Garg et
al., 1985; Goodfellow, 1989; Funke et al., 1995; Navas, 1996; Dorella et al., 2006a).
Belonging to this group is Corynebacterium pseudotuberculosis, an important animal
pathogen and the etiological agent of a disease called caseous lymphadenitis (CLA)
(Williamson, 2001).
This disease is spread worldwide, and its considerable economic importance
(Williamson, 2001; Paton et al., 2003) has prompted investigation of its pathogenesis.
However, the genetic determinants of C. pseudotuberculosis virulence are still poorly
characterized (Dorella et al., 2006a); moreover, this species has only 19 proteins
identified in the GenPept database as showed in Table 1 and about 1,230 genomic survey
sequences (GSS) (Dorella et al., 2006b) already deposited in the GenBank database.
The majority of these genes belongs to virulence factors, or modulate positively
virulence genes or encode virulence factors that confer pathogenic characteristics to
Corynebacterium pseudotuberculosis. For this reason, virulence genes are targets for the
development of new vaccines and more efficient therapies and diagnostics in the control
of illnesses, mainly CLA which is still managed by rudimentary prophylaxis. In this work,
we conducted an overview oft the cited genes, as well as their application in helping to
control CLA.
97
Table 1: Genes of Corynebacterium pseudotuberculosis deposited in GenPept, National
Center for Biotechnology Information – (NCBI).
Accession
Number
(GenPept)
Putative Protein
Reference
ABI29892 10 kDa chaperonin GroES Azevedo, V. et al, 2006.
AAV48830 60 kDa chaperonin 1 Azevedo, V. et al, 2004.
ABI75067 65 kDa heat shock protein Fardel, G & Flandrois, J. P., 2006.
AAB71614 AroB (3-dehydroquinate synthase) Simmons, C. P. et al, 1997.
AAB71615
AroB (3-dehydroquinase) Simmons, C. P. et al, 1997.
P96749 AroB (3-dehydroquinate synthase) Simmons, C. P. et al, 1997.
P96750 AroQ (3-dehydroquinate
dehydratase)
Simmons, C. P. et al, 1997.
AAL79811 FagA (integral membrane protein) Billington, S. J. and Jost, B. H.,
2002.
AAL79810 FagB (iron-enterobactin transporter) Billington, S. J. et al, 2002.
AAL79809 FagC (ATP binding cytoplasmic
membrane protein)
Billington, S. J. et al, 2002.
AAL79812 FagD (iron-siderophore binding
protein)
Billington, S. J. and Jost, B. H.,
2002.
P20626 Phospholipase D precursor Hodgson, A.L. et al, 1990.
AAA64910 Phospholipase D Songer, J. G. et al, 1993
AAA99867
Phospholipase D McNamara, P. J. et al, 1993.
CAA01541 Phospholipase D -----------
AAA82608 Protein recA Pogson, C. A. et al, 1995.
P48288 Protein recA Pogson, C. A. et al, 1996.
AAS89201 RpoB ( RNA polymerase subunit
beta)
Khamis, A. et al, 2004.
AAA67924 Serine proteinase precursor Wilson, M. J. et al, 1995.
98
GENES AND THEIR APPLICATIONS
Phospholipase D: virulence factor
After Adrian Hodgson and colleagues (1989) reported the nucleotide
sequence, cloning and expression of C. pseudotuberculosis phospholipase D
gene, several studies about this gene were conducted. Phospholipase D (PLD)
has for some years been implicated as the major virulence factor of C.
pseudotuberculosis (Adrian Hodgson et al., 1999). The pld gene encodes an
exotoxin (Burrel, 1983; Adrian Hodgson et al., 1994) that probably promotes
bacterial dissemination, increasing vascular permeability (Egen et al., 1989;
Cardenas & Clements, 1992; Adrian Hodgson et al., 1994) through the hydrolysis
of ester bonds in sphingomyelin in mammalian cell membranes following infection
(Carne et al., 1978; Lipsky et al., 1982; Coyle & Lipski, 1990; Tachedjian et al.,
1995; Navas, 1996; Tambourgi et al., 2002; Dorella et al., 2006a), beyond
enabling the bacteria to escape from neutrophils, and impairing neutrophil
chemotaxis toward the site of infection (Yozwiak & Songer, 1993).
Several studies have been carried out involving the biological activities of
C. pseudotuberculosis PLD, as well as its molecular structures, and results have
shown similarities with sphingomyelinases present in the venom of the medically
important spider genus Loxosceles (Bernheimer et al., 1985; Songer, 1997;
Tambourgi et al., 2002; van Meeteren et al., 2004; Binford et al., 2005). Unlike
diphtheria toxin, which occurs in about half of the isolates of Corynebacterium
diphtheria (Saragea et al., 1966; Toshach et al., 1977), PLD probably is
characteristic of most or almost all strains of C. pseudotuberculosis and C.
ulcerans and have not been found in any other corynebacteria (Barksdale et al.,
1981).
Due to the immunogenic characteristic of the PLD, it has often been used
as a tool in vaccine development against CLA. The vaccines that are currently
produced for control of CLA generally use formalin-inactivated PLD-rich C.
pseudotuberculosis culture supernatants because PLD is considered the major
protective antigen (Johnson & Nicholls, 1994; Pizza et al., 1995; Adrian Hodgson
et al., 1999), or they use DNA as vaccine (Rose, 2002). Although a commercial
vaccine is already available, it is thought that conventional attenuated vaccines
99
are still more advantageous as they offer better long-lived humoral and cytotoxic
T-lymphocyte responses (Chaplin et al., 1999; Davis et al., 1996) with only a
single dose in mice (Chaplin et al., 1999). Hodgson and colleagues (1994) used a
strain of C. pseudotuberculosis with the pld gene deleted from the chromosome
and showed that a single subcutaneous vaccination of this attenuated strain,
Toxminus, protected sheep against wild-type challenge (Hodgson et al., 1992;
Hodgson et al., 1994).
Pacheco and colleagues (2007) used the pld gene to develop a multiplex
PCR (mPCR) assay that also included the rpoB and 16S rRNA genes. This
methodology allowed to differentiate C. pseudotuberculosis from other closely
related species of Corynebacteria such as C. ulcerans and C. diphtheriae, (Dorella
et al., 2006a), thus supplying an accurate diagnostic method for CLA directly for
clinical use.
AroB and aroQ: amino acid biosynthesis
Dehydroquinases are enzymes involved in the shikimate biosynthetic
pathway. Amino acid biosynthesis was described mainly in Escherichia coli
(Kleanthous, 1990) from which the dehydroquinases have already been purified
(Chaudhuri et al., 1986), cloned, sequenced, and overexpressed (Duncan et al.,
1986). These enzymes consist of three constitutively expressed subtypes: a
monofunctional form (Berlyn & Giles, 1969; Chaudhuri et al., 1987), a bifunctional
form found in plants and a multifunctional form of dehydroquinase, which is a
large polypeptide (Kleanthous, 1990).
Kim and colleagues (2006) reported the presence in Mycobacterium
tuberculosis of such enzymes which are essential for the biosynthesis of
phenylalanine, tyrosine, tryptophan (Garbet, 1990) and other aromatic compounds
in bacteria and other organisms such as fungi, algae and plants, but they are
absent in mammals (Haslam, 1993; Kim et al., 2006). An advantage of the non-
occurrence of these enzymes in mammals is the possibility of the development of
new drugs (Camus et al., 2002; Cole et al., 1998; Kim et al., 2006).
Several pathogens have been attenuated by mutations in the aromatic
amino acid biosynthetic pathway such as some Salmonella ssp. (Hoiseth &
100
Stocker, 1981; Levine et al., 1987; Schijns et al., 1994) and other pathogenic
bacteria. Thus, Simmons and colleagues (1997) obtained C. pseudotuberculosis
strains that lack virulence through attenuation of aroB and aroQ gene, using
allelic exchange. Such strains were unable to cause CLA in murine models,
suggesting its use as vaccine vectors and a potential attenuated vaccine in the
control of CLA (Simmons et al., 1998).
FagA, fagB, fagC and fagD: iron uptake
Iron acquisition is one of the most important factors for bacterial survival
during infection in the host environment (Brown & Holden, 2002). This mechanism
has been widely described in gram-negative bacteria and also in gram-positive
bacteria, where several papers have been published on the molecular basis of iron
uptake (Heinrichs et al, 1999; Brown & Holden, 2001).
Studies in Staphylococcus aureus have reported some genes and
pathways involving iron uptake and the search for the presence of siderophores
(Courcol et al., 1997) and systems using ABC transporters of three compounds
(Heinrichs et al, 1999; Sebulsky et al., 2000; Cabrera et al., 2001; Sebulsky &
Heinrichs, 2001). A common characteristic of the occurrence of genes encoding
iron transporters is their location in pathogenicity islands (PAIs), where there is
evidence of horizontal transfer (Brown & Holden, 2002). PAIs have also been
described in gram-positive organisms such C. diphtheriae and S. pneumoniae,
where C. diphtheriae possesses a gene (IRP1) homologous to the ABC
transporter gene (pia) involved in iron uptake in S. pneumoniae, located inside a
PAI (Schmitt et al., 1997).
Wennerhold and colleagues (2005) identified a protein DtxR, which is
involved in the regulation of iron uptake, mainly in high GC gram-positive genera
[e.g., Corynebacterium, Mycobacterium and Rhodococcus (Tao et al., 1994;
Rodriguez & Smith, 2003)], and modulates the expression of siderophores and
other compounds in the iron acquisition pathway.
However, in Corynebacterium pseudotuberculosis, Billington and
colleagues (2002) described an operon (fagABC) with 32-47% identity to proteins
involved in bacterial iron uptake systems such as ABC transporters which confer
101
to C. pseudotuberculosis persistence in a goat infection model. Present in this
operon are four genes: fagA, fagB, fagC, fagD, located downstream from the pld
gene. An approach used to study such genes was the fusion of the operon to lacZ
gene to evaluate expression. It was observed that the operon was poorly
expressed in iron-rich media, and in iron-limited media, the expression of β-
galactosidase activity was increased about threefold, suggesting that the
expression of this operon appears to contribute to the virulence of bacteria.
Heat shock proteins: chaperonin immunogenicity and vaccine development
Heat shock proteins (HSPs) are one of the most highly conserved group of
proteins among organisms (Qamra et al, 2005). They were initially described as
being involved in thermal stress, but it is currently known that HSPs participate in
other events such as nutrient depletion, hypotaxia, metabolic disruption, viral
infection, transformation (Young & Elliot, 1989; Morimoto & Milarski, 1990; Young,
1990; Kultz, 2005) and other cellular processes. Chaperonin proteins are found in
almost all organisms (if not all) (Braig, 1998) and are classified into six families:
Hsp10, Hsp40, Hsp60, Hsp70, Hsp90 and Hsp100. However, in prokaryotes, the
HPSs most characterized are hsp60 (groEL), hsp70 (dnaK) and hsp10 (groES)
(Eom et al., 2005), and in the genus Corynebacterium genus two paralogue genes
of hsp60 have been described (Barreiro et al., 2004).
Studies conducted by Coelho and colleagues (unpublished data)
characterized and isolated for the first time the hsp10 and hps60 genes of
Corynebacterium pseudotuberculosis. It is known that the majority of HSPs are
able to promote a humoral and cellular response, and therefore, they have
immunogenic properties. Based on this information, the same research group
tested an hsp60 DNA vaccine and a recombinant protein subunit vaccine in
challenges in mice and obtained a significant production of specific IgG.
RecA and rpoB of C. pseudotuberculosis: diagnostics and phylogeny
The protein RecA is present in eubacteria in general and is a highly
conserved protein among bacterial organisms (Roca & Cox, 1990; Clark &
102
Sandler, 1994; Kowalczykowski et al., 1994). It participates in homologous
recombination, DNA repair, and the SOS response. Specifically, it binds stretches
of single-stranded DNA and unwinds duplex DNA (Karlim et al., 1995). In this
context, Pogson (1996) generated isogenic mutants of C. pseudotuberculosis
where the recA gene was mutated. As a result, a 10- to 12-fold reduction in
recombination was obtained in the mutants compared with the parental strain,
suggesting its use as a vaccine vector.
The rpoB gene is responsible for encoding the β-subunit of DNA-
dependent RNA polymerase (Severinov et al., 1996; Ko et al., 2002); however,
there are several lines of evidence suggesting its relation with rifampin resistance
(Kim et al., 1999). Recently, rpoB sequences were used as an alternative tool for
determining the phylogeny of some enteric bacteria (Mollet et al., 1997), Borrelia
(Lee et al., 2000; Renesto et al., 2000), Mycobacterium (Kim et al., 1999), and
Bartonella (Renesto et al., 2001). Dorella et al. (2006) used the rpoB and 16S
rRNA genes to build a phylogenetic tree of the genus Corynebacterium genus.
This work showed that C. pseudotuberculosis is more closely related to C.
ulcerans than to C. diphtheriae, suggesting that C. diphtheriae diverged from both
at some time.
Novel protein of C. pseudotuberculosis – CP40: other secreted toxin?
A novel gene of C. pseudotuberculosis discovered by Wilson (1995) CP40
encodes a protein with a molecular weight of 40 kDa and length of about 351
amino acids. Preliminary characterization of the CP40 protein revealed that it is
probably a serine protease, although it did not have any homology with motifs of
other serine proteases in database searched. Perhaps this absence of homology
has occurred because CP40 is intrinsic to C. pseudotuberculosis.
This protein showed biochemical similarities with the protein PLD. Both
are hydrophobic (von Heijne, 1983; von Heijne, 1985) and have a leader sequence
containing an Ala-x-Ala cleavage motif at the C terminus. This protein was found in
C. pseudotuberculosis culture supernatant, indicating that it is probably secreted
(Walker et al., 1994).
103
Approach of the gene content of C. pseudotuberculosis:
perspectives
Currently, there are great advances in genomics, mainly in the
optimization of sequencing techniques, which means that sequencing has become
less expensive and more accurate. A massive deposit of sequences such as GSS
(genomic sequence survey) in public databases has facilitated searches for
homology and prediction of novel genes. Through these advances in the genomic
field, we aim at to use such tool for the discovery of new genes, new diagnostics
and more efficient vaccines for CLA control. Moreover, genomes of several
Corynebacteria ssp. are widely available, where this information can be used in
comparative genomics to help gain better insight into gene content and genomic
organization of C. pseudotuberculosis.
ACKNOWLEDGEMENTS
This work received funding from FAPEMIG REDE-2829/05 and CNPq.
104
REFERENCES
Barksdale L, Linder R, Sulea IT, Pollice M (1981) Phospholipase D Activity of
Corynebacterium pseudotuberculosis (Corynebacterium ovis) and
Corynebacterium ulcerans, a Distinctive Marker Within the Genus
Corynebacterium. Journal of Clinical Microbiology. 13:335-343.
Barreiro C, Gonzalez-Lavado E, Patek M, Martín JF (2004) Transcriptional
Analysis of the groES-groEL1, groEL2, and dnaK genes in Corynebacterium
glutamicum: Characterization of Heat Shock-Induced Promoters. Journal of
Bacteriology. 1: 4813–4817.
Bayan N, Houssin C, Chami M, Leblon G (2003) Mycomembrane and S-layer: two
important structures of Corynebacterium glutamicum cell envelope with promising
biotechnology applications. J. Biotechnol. 104:55–56.
Bernheimer AW, Campbell BJ, Forrester LJ (1985) Comparative toxinology of
Loxosceles reclusa and Corynebacterium pseudotuberculosis. Science. 228: 590–
591.
Billington SJ, Esmay PA, Songer JG, Jost BH (2002) Identification and role in
virulence of putative iron acquisition genes from Corynebacterium
pseudotuberculosis. FEMS Microbiol. Lett. 208:41–45.
Binford GJ, Cordes MHJ, Wells MA (2005) Sphingomyelinase D from venoms of
Loxosceles spiders: evolutionary insights from cDNA sequences and gene
structure. Toxicon. 45:547–560.
Braig K (1998) Chaperonins. Current Opinion in Structural Biology. 8:159-165.
Brown JS, Holden DW (2002) Iron acquisition by gram-positive bacterial
pathogens. Microbes Infect. 4:1149–1156.
105
Brown JS, Gilliland SM, Holden DW (2001) A Streptococcus pneumoniae
pathogenicity island encoding an ABC transporter involved in iron uptake and
virulence. Mol. Microbiol. 40:572–585.
Brown JS, Ogunniyi AD, Woodrow MC, Holden DW, PatoJC (2001) Immunization
with components of two iron-uptake ABC transporters protects mice against
systemic infection with Streptococcus pneumoniae. Infect. Immun. 69:6702–6706.
Burrel DH (1983) Caseous lymphadenitis vaccine. N. S. W. Vet. Proc. 19:53–57.
Cabrera VL, Hernadez-Vera MA, Welsh O, Johnson WM, Castro-Garza J (2001)
Phospholipase region of Mycobacterium tuberculosis is a preferential locus for
IS6110 transposition. J. Clin. Microbiol. 39:3499–3504.
Cardenas L, Clements JD (1992) Oral immunization using live attenuated
Salmonella spp. as carriers of foreign antigens. Clin. Microbiol. Rev. 5:328-342.
Carne HR, Onon EO (1978) Action of Corynebacterium ovis exotoxin on
endothelial cells of blood vessels. Nature. 271:246–248.
Cerdeño-Tarraga AM, Efstratiou A, Dover LG, Holden MTG, Pallen M, Bentley SD,
(2003) The complete genome sequence and analysis of Corynebacterium
diphthteriae NCTC13129. Nucleic Acids Res. 31:6516–6523.
Chaplin PJ, De rose R, Boyle JS, Mcwaters P, Kelly J, Tennent JM, Lew AM,
Scheerlinck JPY (1999) Targeting improves the efficacy of a DNA vaccine against
Corynebacterium pseudotuberculosis in sheep. Infect. Immun. 67:6434–6438.
Chaudhuri S, Duncan K, Coggins JR (1987) 3-Dehydroquinate dehydratase from
Escherichia coli. Methods Enzymol. 142:320-324.
106
Chaudhuri S, Lambert JM, Mccoll LA, Coggins JR (1986) Purification and
characterization of 3-dehydroquinase from Escherichia coli. Biochem. J. 239:699-
704.
Cole STR, Brosch J, Parkhill T, Garnier C, Churcher D, Harris SV, Gordon K,
Eiglmeier S, Gas CE, Barry III F, Tekata K, BadcoCK D, Basham D, Brown T,
Chillingworth R, Connor R, Davies K, Devlin,T, Feltwell S, Gentles N, Hamlin S,
Holroyd T, Holroyd K, Jagels BG, et al (1998) Deciphering the biology of
Mycobacterium tuberculosis from the complete genome sequence. Nature.
393:537–544.
Collins MD, Falsen E, Akervall E, Sjoden B, Alvarez A, (1998) Corynebacterium
kroppenstedtii sp. a novel corynebacterium that does not contain mycolic acids.
Int. J. Syst. Bacteriol. 48:1449–1454.
Colllins MD, Goodfellow M, Minnikin DE, (1982) Fatty acid composition of some
mycolic acid containing coryneform bacteria. J. Gen. Microbiol. 128:2503–2509.
Connor KM, Quirie MM, Baird G, Donachie W (2000) Characterization of United
Kingdom isolates of Corynebacterium pseudotuberculosis using pulsed-field gel
electrophoresis. J. Clin. Microbiol. 38:2633–2637.
Courcol RJ, Trivier D, Bissinger MC, Martin GR, Brown MR (1997Siderophore
production by Staphylococcus aureus and identification of iron-regulated proteins.
Infect. Immun. 65:1944–1948.
Coyle MB, Lipsky BA (1990) Coryneform bacteria in infectious diseases: clinical
and laboratory aspects. Clin. Microbiol. Rev. 3:227–246.
Davis HL, Mancini M, Michel ML, Whalen, RG (1996DNA mediated immunization
to hepatitis B surface antigen: longevity of primary response and effect of boost.
Vaccine. 14:910–915.
107
Dorella FA, Pacheco LGC, Oliveira SC, Miyoshi A, Azevedo V
(2006)Corynebacterium pseudotuberculosis: microbiology, biochemical properties,
pathogenesis and molecular studies of virulence. Vet Res. 37(2):201-18.a
Dorella FA, Fachin MS, Billault A, Dias Neto E, Soravito C, Oliveira SC, Meyer R,
Miyoshi A, Azevedo V (2006) Construction and partial characterization of a
Corynebacterium pseudotuberculosis bacterial artificial chromosome library
through genomic survey sequencing. Genet Mol Res. 5:653-63.b
Dorella FA, Estevam EM, Pacheco LGC, Guimarães CT, Lana UG, Gomes EA,
Barsante MM, Oliveira SC, Meyer R, Miyoshi A, Azevedo V (2006) In vivo
insertional mutagenesis in Corynebacterium pseudotuberculosis: an efficient
means to identify DNA sequences encoding exported proteins. Appl Environ
Microbiol. 727368-72c.
Egen B, Mcnamara PJ, Sammons DW, Humphreys R, Songer JG (1989)
Purification of the phospholipase D of Corynebacterium pseudotuberculosis by
recycling isoelectric focusing. Am. J. Vet. Res. 50:1319–1322.
Funke G, Lawson PA, Collins MD (1995) Heterogeneity within human-derived
centers for disease control and prevention (CDC) coryneform group ANF-1-like
bacteria and description of Corynebacterium auris sp. nov. Int. J. Syst. Bacteriol.
45:735–739.
Garg DN, Nain SPS, Chandiramani, NK (1985) Isolation and characterization of
Corynebacterium ovis from sheep and goats. Indian Vet. J. 62:805–808.
Goodfellow M &Williams ST (1989) Suprageneric classification of actinomycetes,
in: (Ed.), Bergey’s manual of systematic bacteriology, Williams & Wilkins,
Baltimore, pp. 2333–2343.
Halbert ND, Reitzel RA, martens RJ, Cohen ND (2005) Evaluation of a multiplex
polymerase chain reaction assay for simultaneous detection of Rhodococcus equi
and the vapA gene. Am J Vet Res. 66:1380–1385.
108
Hall V, Collins MD, Hutson RA, Lawson PA, Falsen E, Duerden BI (2003)
Corynebacterium atypicum sp. nov., from a human clinical source, does not
contain corynomycolic acids. Int. J. Syst. Evol. Microbiol. 53:1065–1068.
Hard GC (1975) Comparative toxic effect on the surface lipid of Corynebacterium
ovis on peritoneal macrophages. Infect. Immun. 12:4139–1449.
Hard GC (1969) Electron microscopy examination of Corynebacterium ovis. J.
Bacteriol. 97:1480–1485.
Heinrichs JH, Gatlin LE, Kunsch C, Choi GH, Hanson MS (1999) Identification and
characterization of SirA, an iron-regulated protein from Staphylococcus aureus. J.
Bacteriol. 181, 1436-1443.
Hogson AL, carter K, Tachedjian M, Krywult, J Corner LA, Mccoll, M, Cameron A
(1999) Efficacy of an ovine caseous lymphadenitis vaccine formulated using a
genetically inactive form of the Corynebacterium pseudotuberculosis
phospholipase D. Vaccine. 17:802–808.
Hodson ALM, Bird P, Nisbet IT (1990) Cloning, nucleotide sequence, and
expression in Escherichia coli of the phospholipase D gene from Corynebacterium
pseudotuberculosis. J. Bacteriol. 172:1256–1261.
Hodson ALM, Krywult J, Corner LA, Rothel JS, Radford AJ (1992) Rational
attenuation of Corynebacterium pseudotuberculosis: potential cheesy gland
vaccine and live delivery vehicle. Infect. Immun. 60:2900–2905.
Hodson ALM, Tachedjian M, Corner LA, Radford AJ (1994) Protection of Sheep
against Caseous Lymphadenitis by Use of a Single Oral Dose of Live
Recombinant Corynebacterium pseudotuberculosis. Infection and Immunity.
62:5275-5280.
109
Hoiseth SK, Stocker BA (1981) Aromatic-dependent Salmonella typhimurium are
non-virulent and effective as live vaccines. Nature. 291:238–239.
Johnson VG, Nicholls PJ (1994) Identification of a single amino acid substitution in
the diphtheria toxin A chain of CRM 228 responsible for the loss of enzymatic
activity. J Bacteriol. 176:4766-4769.
Kallinowski J, Bathe B, Bartels D, Bischoff N, Bott M, Burkovski A, Dusch N et al.
(2003) The complete Corynebacterium glutamicum ATCC 13032 genome
sequence and its impact on the production of L-aspartate-derived amino acids and
vitamins. J. Biotechnol. 104:5–25.
Karlim S, Weinstock GM, Brendel V (1995) Bacterial Classifications Derived from
RecA Protein Sequence Comparisons. Journal of Bacteriology.177:6881–6893.
Khamis A, Raoult D, La Scola B (2004) rpoB gene sequencing for identification of
Corynebacterium species. J. Clin. Microbiol. 42:3925–3931.
Kim BJ, Lee SH, Lyu MA, Kim SJ, Bai GH, Chae GT, Kim EC, Cha CY, Kook YH
(1999) Identification of Mycobacterial species by comparative sequence analysis
of the RNA polymerase gene (rpoB). J. Clin. Microbiol. 37:1714–1720.
Kultz D (2005) Molecular and evolutionary basis of the cellular stress response.
Annu Rev Physiol. 2005.
Lipsky BA, Goldberger AC, Tompkins LS, Plorde JJ (1982) Infections caused by
nondiphtheria corynebacteria. Rev. Infect. Dis. 4:1220–1235.
Mollet C, Drancourt M, Raoult TD (1997) rpoB sequence analysis as a novel basis
for bacterial identification. Mol. Microbiol. 26:1005–1011.
Morimoto RI &Milarski KL (1990) Expression and function of vertebrate Hsp70
genes. In: Morimoto RI, Tissieres A, Georgopoulos C, editors. Stress proteins in
110
biology and medicine. Cold Spring Harbor, NY: Cold Spring Harbor Laboratory;
1990. p. 323–59.
Navas J (1996) Genetic tools in pathogenic nocardioform actinomycetes.
Microbiologia; 12:297–304.
Nishio Y, Nakamura Y, Kawarabayasi Y, Usuda Y, Kimura E, Sugimoto S, Matsui
K, Yamagishi A, Kikushi H, Ikeo K, Gojobori T (2003) Comparative complete
genome sequence analysis of the amino acid replacements responsible for the
thermostability of Corynebacterium efficiens. Genome Res. 13:1572–1579.
O’Halloran DM & Cafferkey MT (2005) Multiplex PCR for identification of seven
Streptococcus pneumoniae serotypes targeted by a 7-valent conjugate vaccine. J
Clin Microbiol. 43:3487–3490.
Pacheco LGC, Pena R, Castro TPL, Dorella FA, Bahia RC, Carminati R, Frota
MNL, Oliveira SC, Meyer R, Alves FSF, Miyoshi A, Azevedo V(2007) Multiplex
PCR assay for identification of Corynebacterium pseudotuberculosis from pure
cultures and for rapid detection of this pathogen in clinical samples. Journal of
Medical Microbiology. 56:1-7.
Paton MW, walker SB, Rose IR, watt GF (2003) Prevalence of caseous
lymphadenitis and usage of caseous lymphadenitis vaccines in sheep flocks. Aust.
Vet. J.81:91–95.
Paule BJA, Meyer R, Moura Costa, LF, Bahia CR, Carminati R, Regis LF, Vale
VLC, Freire SM, Nascimento L, Schaer R, Azevedo V(2004) Three-phase
partitioning as an efficient method for extraction/concentration of immunoreactive
excreted-secreted proteins of Corynebacterium pseudotuberculosis. Protein Expr.
Purif. 34:311–166.
Persson T, Hansen TH, Rasmussen TB, Skinderso ME, Givkov M, Nielsen J
(2005) Rational design and synthesis of new quorum-sensing inhibitors derived
111
from acylated homoserine lactones and natural products from garlic. Org Biomol
Chem. 3:253–262.
Pogson CA, Simmons CP, Strugnell RA, Hodson ALM (1996) Cloning and
manipulation of the Corynebacterium pseudotuberculosis recA gene for live
vaccine vector development. FEMS Microbiol. Lett. 142:139–145.
Qamra R, Mande SC, Coates ARM, Henderson B (2005) The unusual
chaperonins of Mycobacterium tuberculosis. Tuberculosis. 85:385–394.
Renesto P, Lorvellec, KG, Drancourt (2000) rpoB gene analysis as a novel
strategy for identification of spirochetes from the genera Borrelia, Treponema, and
Leptospira. J. Clin. Microbiol. 38:2200–2203.
Renesto P, Gouvernet J, Drancourt M, Roux V, Raoult D (2001) Use of rpoB gene
analysis for detection and identification of Bartonella species. J. Clin. Microbiol.
39:430–437.
Saragea A, Maximescu P, Meitert E, Stuparu I, Vieru E, Petrus V, balteanu C
(1966) Incidenta si distributia geografica a tipurilor fagice de Corynebacterium
diphtheriae. Microbiol. Parazitol. Epidemiol. 11:351-362.Schijns VE, Haagmans
BL, Rijke EO, Huang S, Aguet M, Horzinek MC (1994) IFN-gamma receptor-
deficient mice generate antiviral Th1- characteristic cytokine profiles but altered
antibody responses. J. Immunol. 153:2029–2037.
Sebulsky MT, Heinrichs DE (2001) Identification and characterization of fhuD1 and
fhuD2, two genes involved in iron-hydroxamate uptake in Staphylococcus aureus.
J. Bacteriol. 183:4994–5000.
Severinov K, Mustaev A, Kukarin A Muzzin O, Bass I, Darst SA, Goldfarg A (1996)
Structural modules of the large subunits of RNA polymerase. J. Biol. Chem.
271:27969–27974.
112
Simmons CP, Hodgson ALM, Strugnell RA (1997) Attenuation and vaccine
potential of aroQ mutants of Corynebacterium pseudotuberculosis. Infect. Immun.
65:3048–3056.
Simmons CP, Dunstan SJ, Tachedjian M, Krywult J, Hodgson AL, Strugnell
RA(1998) Vaccine potential of attenuated mutants of Corynebacterium
pseudotuberculosis. Infect. Immun. 66:474–479.
Songer JG, Beckenbach K, Marshall MM, Olson GB, Kelley L (1988) Biochemical
and genetic characterization of Corynebacterium pseudotuberculosis. Am. J. Vet.
Res. 49:223–226.
Songer JG (1997) Bacterial phospholipases and their role in virulence. Trends
Microbiol. 5:156–160.
Tachedjian M, Krywult J, Moore RJ, Hodgson AL Caseous lymphadenitis vaccine
development: site-specific inactivation of the Corynebacterium pseudotuberculosis
phospholipase D gene. Vaccine. 13:1785–1792.
Tambourgi DV, Da Silva MS, Billington SJ, Gonçalves RMA, Magnoli FC, Songer
JG, Van Den Berg, CW (2002) Mechanism of induction of complement
susceptibility of erythrocytes by spider and bacterial sphingomyelinases. Immunol.
107:93–101.
Tao X, Schiering N, Zeng HY, Ringe D, Murphy JR (1994) Iron, DtxR, and the
regulation of diphtheria toxin expression.Mol. Microbiol. 14:191–197.
Tauch A, Kaiser O, Hain T, Goesmann A, Weisshaar B, Albersmeier A, Bekel T,
Bischoff N, Brune I, Chakraborty T, Kalinowski J, Meyer F, Rupp O, Schneiker S,
Viehoever P, Puhler A (2005) Complete genome sequence and analysis of the
multiresistant nosocomial pathogen Corynebacterium jeikeium K411, a lipid-
requiring bacterium of the human skin flora. J. Bacteriol. 187: 4671-4682.
113
Toshach S, valentine A, Sigurdson S (1977) Bacteriophage typing of
Corynebacterium diphtheriae. J. Infect. Dis. 136:655-660.
vanMeeteren LA, Rederiks F, Giepmans BNG, Pedrosa MFF, Billington SJ, Jost
BH, Tambourgi DV, Moolenaar WH (2004) Spider and bacterial
sphingomyelinases D target cellular lysophosphatidic acid receptors by
hydrolyzing lysophosphatidylcholine. J. Biol. Chem. 279:10833–10836.
Von Heijne G (1983) Patterns of amino acids near signal sequence cleavage sites.
Eur. J. Biochem. 133:17–21.
Von Heijne G (1985) Signal sequences. The limits of variation. J. Mol. Biol.
184:99–105.
Wadowsky RM, Michaels RH, Libert T, Kingsley LA, Herlich GD (1996) Multiplex
PCR-based assay for detection of Bordetella pertussis in nasopharyngeal swab
specimens. J Clin Microbiol. 34:2645–2649.
Walker J, Jackson HJ, Eggleton DG, Meeusen ENT, Wilson MJ, Brandon MR
(1994) Identification of a novel antigen from Corynebacterium pseudotuberculosis
that protects sheep against caseous lymphadenitis. Infect. Immun. 62:2562–2567.
Wennerhold J, Krug A, Bott M (2005) The AraC-type Regulator RipA Represses
Aconitase and Other Iron Proteins from Corynebacterium under Iron Limitation and
Is Itself Repressed by DtxR. The Journal of Biological Chemistr. 280:40500–
40508.
Williamson LH (2001) Caseous lymphadenitis in small ruminants. Vet. Clin. North
Am. Food Anim. Pract. 17:359–371.
Wilson MJ, Brandon MR, Walker J (1995) Molecular and biochemical
characterization of a protective 40-kDa antigen from Corynebacterium
pseudotuberculosis. Infect. Immun. 63:206–211.
114
Yozwiak ML & Songer JG (1993) Effect of Corynebacterium pseudotuberculosis
phospholipase D on viability and chemotactic responses of ovine neutrophils. Am.
J. Vet. Res. 54:392-397.
115
VII.4. Currículo
VÍVIAN D’AFONSECA DA SILVA
CURRÍCULO VITAE
Março
2008
116
1
D
ADOS
P
ESSOAIS
Nome: Vivian D’Afonseca da Silva.
Nacionalidade: Brasileira.
Local e data de nascimento: Brasília/DF – Brasil 06/05/1983.
Filiação: Haroldo da Silva e Eloisa d'Afonseca da Silva.
Carteira de identidade: 2038285- SSP/DF - 18/02/1998.
CPF: 95311238100.
Título de eleitor:
Estado civil: Solteiro.
Endereço residencial: Rua Belterra, . 224, Apto. 202. Ed. Valência Bairro
Ouro Preto.
(Preferencial) Belo Horizonte – MG. CEP: 31310-480.
Fone: (31) 3347-7141.
Endereço profissional: Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de
Ciências Biológicas – UFMG – ICB.
Av. Antônio Carlos, 6627 Pampulha - Belo Horizonte
31270-901 Telefone: 31 34092778.
2
F
ORMAÇÃO
A
CADÊMICA
2.1 – Graduação (2001 – 2005)
Bacharelado em Ciências Biológicas.
Curso de Ciências Biológicas.
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Brasília/DF
117
2.2 – Mestrado (2007 – atual)
Mestrado em Genética.
Programa de Pós-Graduação em Genética.
Instituto de Ciências Biológicas/Universidade Federal de Minas Gerais.
Título da dissertação: Construção de uma biblioteca genômica de Corynebacterium
pseudotuberculosis e sua caracterização através de Genome Survey Sequence
(GSS)”.
2.3 – Aperfeiçoamento em Bioinformática (2007)
Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Belo Horizonte, Brasil.
Título: Bioinformática
3 – IDIOMAS
Inglês Compreende Bem , Fala Razoavelmente, Escreve Bem, Lê Bem
Espanhol Compreende Bem , Fala Razoavelmente, Escreve Pouco, Lê Bem
4 – ÁREA DE ATUAÇÃO
4.1 – Genética
Genética molecular:
Genética de microrganismos procariotos.
Genômica.
Genômica comparativa.
5
P
RODUÇÃO
B
IBLIOGRÁFICA
5.1 – Resumos publicados em anais de eventos científicos:
5.1.1. SOARES, S. C., D'AFONSECA, V., DORELLA, F., CAPANEMA, E.R.,
AZEVEDO, V., MIYOSHI, A.
Análise de Plasticidade Genômica de linhagens de Corynebacterium
diphtheriae através de PCR (Plasticity of Cromossome Relealed by Long Range
- Polymerase Chain Reaction) In: 2Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2007,
Brasília.
118
5.1.2. D'AFONSECA, V., MORAES, P., PACHECO, L.G.C., DORELLA, F.,
CAPANEMA, E.R., PENA, I., PROSDOCIMI, F., ORTEGA, J. M., MEYER, R.,
OLIVEIRA, G. C., OLIVEIRA, S. C., MIYOSHI, A., AZEVEDO, V.
Partail-genome sequence through GSS analyses and comparative genomic of
Corynebacterium pseudotuberculosis the ethiological agent of Caseous
Limphadenitis Disease In: 24 º Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2007,
Brasília.
5.1.3. D'AFONSECA, V., LISBOA, E. D., REIS, M., RESENDE, V. P., SA, M.,
TINOCO, M. L., ROMANO, E.
Silencing of SERK gene using the technique of RNA interferance in tabacco In:
34ª Reunião Anual de Bioquímica e Biologia Molecular, 2005, Águas de Lindóia - SP.
5.1.4. LISBOA, E. D., SA, M., D'AFONSECA, V., RESENDE, V. P., TINOCO, M. L.,
REIS, M.
Expression of antiquitin gene confers a salt tolerance in Arabidopsis thaliana
In: 50º Congresso Brasileiro de Genética, 2004, Florianópolis - SC.
5.2 – Artigos submetidos a periódicos científicos ou aceitos:
5.2.1. D'AFONSECA, V., MORAES,P., DORELLA, F., PACHECO, L.G.C., MEYER,
R., PORTELA, R. W., MIYOSHI, A., AZEVEDO, V.
A description of genes of Corynebacterium pseudotuberculosis useful in
diagnostics and vaccine applications. Genetics and Molecular Research, 2008.
5.2.2. CAPANEMA, E.R., ALMEIDA, B. P. X. C., RUIZ, J. C., OLIVEIRA, G. C.,
LOBO, F. P., D'AFONSECA, V., MEYER, R., MIYOSHI, A., AZEVEDO, V.
Brazilian genome sequencing projects: state of art. Bentham Science, 2008.
5.2.3. D’AFONSECA,V., PROSDOCIMI, F., DORELLA, F.A., PACHECO, L.G.C.,
MORAES, P., ORTEGA, J.M., PENA, I., TEIXEIRA, S., OLIVEIRA, S.C., OLIVEIRA,
G., OLIVEIRA, L.M., COSER, E.M., MEYER, R. MIYOSHI, A., AZEVEDO, V.
Genome organization and gene content characterization of Corynebacterium
pseudotuberculosis. Genomics, 2008.
6
E
XPERIÊNCIA
D
IDÁTICA
6.1 – Disciplinas de graduação (aulas ministradas):
6.1.1- Módulo de genética molecular da disciplina “Genética e Evolução para o curso
de Enfermagem” oferecida pelo Departamento de Biologia Geral do Instituto de
Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Período: Agosto - Setembro de 2007.
Carga horária: 20 horas.
119
Supervisão: Prof. Dr. Vasco Azevedo.
7
F
ORMAÇÃO DE
P
ESSOAL
(
ORIENTAÇÃO
)
7.1. Anna Thereza Dias Bomfim
Função: Iniciação Científica
Instituição: UNA - BH
Programa: Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas
Local do estágio: Laboratório de Genética Celular e Molecular do
Departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Período: Fevereiro de 2006 a Outubro de 2006 (concluído).
Responsáveis: Dr. Vasco Azevedo (orientador) & Dr. Anderson Miyoshi (co-
orientador).
7.2. Pablo Matias de Oliveira Moraes
Função: Iniciação Científica
Instituição: Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas
Gerais.
Programa: Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas Genética do
Departamento de Biologia Geral – ICB/UFMG.
Local do estágio: Laboratório de Genética Celular e Molecular do
Departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Período: Fevereiro de 2007 a atual.
Responsáveis: Dr. Vasco Azevedo (orientador) & Dr. Anderson Miyoshi (co-
orientador).
8 – PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS
8.1. 24º Congresso Brasileiro de Microbiologia. Apresentação de Poster / Painel:
Análise de Plasticidade Genômica de linhagens de Corynebacterium diphtheriae
através de PCR (Plasticity of Cromossome Relealed by Long Range - Polymerase
Chain Reaction). 2007.
8.2. 24º Congresso Brasileiro de Microbiologia. Apresentação de Poster / Painel:
Partial-genome sequence through GSS analyses and comparative genomic of
Corynebacterium pseudotuberculosis the ethiological agent of Caseous
Limphadenitis Disease. 2007.
8.3. V Congresso Brasileiro de Biossegurança e V Simpósio Latino Americano
de Produtos Transgênicos. 2007.
8.4. I Simpósio Edmar Chartone de Microbiologia. 2006.
120
8.5. 50º Congresso Brasileiro de Genética. Apresentação de Poster / Painel:
Expression of antiquitin confers a salt resistance in Arabidopsis thaliana. 2004.
8.6. Estágio voluntário - Laboratório de Citogenética Clínica Pasteur, Brasília.
2004.
8.7. II Congresso UniCEUB de Ciências da Saúde. 2003.
8.8. DNA goes to school. 2002.
8.9. XII Fórum UniCEUB de Biociências. 2001.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo