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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Avaliação de co-produtos na alimentação de vacas leiteiras mantidas
em pastagens tropicais durante a estação chuvosa e alimentadas no
cocho durante a estação seca do ano
Junio Cesar Martinez
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Agronomia. Área de concentração: Ciência Animal e
Pastagens
Piracicaba
2008
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Junio Cesar Martinez
Engenheiro Agrônomo
Avaliação de co-produtos na alimentação de vacas leiteiras mantidas
em pastagens tropicais durante a estação chuvosa e alimentadas no
cocho durante a estação seca do ano
Orientador:
Prof. Dr. FLÁVIO AUGUSTO PORTELA SANTOS
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Agronomia. Área de concentração: Ciência Animal e
Pastagens
Piracicaba
2008
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3
DEDICO
A Deus, primeiramente.
Aos meus amados pais, Valdir e Cleuci,
Ao meu querido irmão Valdair,
OFEREÇO
A todos os profissionais de diferentes áreas que me ajudaram a realizar
e concluir este estudo.
4
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sua divina proteção.
À minha família, pelos incentivos e confiança.
Ao Prof. Dr. Flávio Augusto Portela Santos, pelos vários anos de orientação e
disposição para repassar seus valiosos conhecimentos e experiência de vida.
À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), em
especial ao Departamento de Zootecnia, pela oportunidade de realizar este curso.
Ao Prof. Dr. Alexandre Vaz Pirez por ter colaborado com os animais utilizados
nos experimentos metabólicos.
Ao Prof. Dr. Luiz G. Nussio pela amizade e por estar sempre disposto a
esclarecer toda e qualquer dúvida que a ele eu dirigia, obrigado.
Ao Prof. Dr. Wilson Roberto Soares Mattos, pela disposição, respeito,
confiança e acima de tudo, pela amizade e companheirismo.
Aos demais professores do Departamento de Zootecnia, pelo convívio,
amizade e ensinamentos.
A Rosana T. Córdoba, pela paciência e companhia.
Aos colegas de curso e membros da equipe de pesquisa, pela ajuda na
condução dos experimentos, pela amizade e companhia.
Aos alunos de graduação e estagiários que participaram dos experimentos e
análises laboratoriais.
À FAPESP, pela concessão de bolsa de estudo durante parte do meu curso.
MUITO OBRIGADO!
6
7
EPÍGRAFE
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e
pessoas incomparáveis".
Fernando Pessoa
8
9
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................17
ABSTRACT ....................................................................................................................19
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................21
Referências ....................................................................................................................22
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................23
2.1 Potencial de sistemas intensivos de produção de leite em pastagens.................... 23
2.2 Comportamento ingestivo........................................................................................ 26
2.3 Cinética Ruminal ..................................................................................................... 29
2.4 Síntese ruminal de proteína microbiana.................................................................. 31
2.5 Alimentos para Ruminantes .................................................................................... 34
2.5.1 Capim elefante ......................................................................................................34
2.5.2 Cana-de-açúcar.....................................................................................................36
2.5.3 Caroço de algodão ................................................................................................38
2.5.4 Farelo de glúten de milho - (FGM 21) ..................................................................39
2.5.5 Casca de soja....................................................................................................... 40
2.5.6 Farelo de trigo ...................................................................................................... 42
2.5.7 Milho grão.............................................................................................................44
Referências ................................................................................................................... 46
3 TEORES CRESCENTES DE CAROÇO DE ALGODÃO NA RAÇÃO DE VACAS
LEITEIRAS ALIMENTADAS COM CANA-DE-AÇÚCAR ................................................63
Resumo.........................................................................................................................63
Abstract .........................................................................................................................64
3.1 Introdução ...............................................................................................................64
3.2 Material e Métodos..................................................................................................65
3.2.1 Animais e instalações experimentais ................................................................... 65
3.2.2 Tratamentos ......................................................................................................... 66
3.2.3 Delineamento experimental...................................................................................66
3.2.4 Coleta de sangue e avaliação da condição corporal ............................................66
3.2.5 Avaliação do consumo .........................................................................................67
3.2.6 Análises bromatológicas....................................................................................... 68
10
3.2.7 Análise estatística.................................................................................................68
3.3 Resultados............................................................................................................... 70
3.3.1 Consumo de matéria seca ....................................................................................70
3.3.2 Produção e Composição do Leite.........................................................................71
3.3.3 Peso vivo e condição corporal ..............................................................................72
3.3.4 Parâmetros sangüíneos........................................................................................72
3.4 Discussão ................................................................................................................ 73
3.4.1 Consumo de nutrientes.........................................................................................73
3.4.2 Produção e composição do leite...........................................................................74
3.4.3 Peso vivo e condição corporal .............................................................................. 76
3.4.4 Parâmetros sanguíneos........................................................................................76
3.5 Conclusões ..............................................................................................................77
Referências....................................................................................................................78
4 NÍVEIS CRESCENTES DE FARELO DE GLÚTEM DE MILHO EM SUBSTITUIÇÃO
AO MILHO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA.......................................................... 87
Resumo ......................................................................................................................... 87
Abstract.......................................................................................................................... 88
4.1 Introdução................................................................................................................ 89
4.2 Material e Métodos .................................................................................................. 92
4.2.1 Animais e concentrados........................................................................................ 92
4.2.2 Manejo da Pastagem............................................................................................93
4.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de forragem e
dos concentrados ..........................................................................................................95
4.2.4 Comportamento Ingestivo.....................................................................................96
4.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite ................................................................97
4.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória ...........97
4.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue ...............................................97
4.2.8 Determinação das taxas de passagem.................................................................99
4.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal....................100
4.2.10 Coleta de urina e estimativa de síntese de proteína microbiana ......................100
4.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de forragem101
11
4.2.12 Degradabilidade ruminal in situ ........................................................................ 102
4.2.13 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto .................................... 103
4.2.14 Análises estatísticas......................................................................................... 104
4.3 Resultados ............................................................................................................104
4.3.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem ..................................... 104
4.3.1 Produção e Composição do Leite ......................................................................106
4.3.2 Peso vivo e condição corporal............................................................................107
4.3.3 Comportamento ingestivo................................................................................... 108
4.3.4 Temperatura retal e freqüência respiratória ....................................................... 110
4.3.5 Parâmetros sanguíneos ..................................................................................... 110
4.3.6 Metabolismo ruminal .......................................................................................... 111
4.3.7 Consumo de matéria seca e produção de proteína microbiana ......................... 119
4.4 Discussão.............................................................................................................. 119
4.4.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem ..................................... 119
4.4.2 Produção e Composição do Leite ......................................................................121
4.4.3 Peso vivo e condição corporal............................................................................123
4.4.4 Comportamento ingestivo................................................................................... 124
4.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória ....................................................... 126
4.4.6 Parâmetros sanguíneos ..................................................................................... 128
4.4.7 Metabolismo ruminal ...........................................................................................129
4.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana............................. 134
4.5 Conclusões............................................................................................................135
Referências ................................................................................................................. 135
5 NÍVEIS CRESCENTES DE CAROÇO DE ALGODÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO
MOÍDO FINO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM-
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA ........................................................147
Resumo........................................................................................................................147
Abstract ........................................................................................................................148
5.1 Introdução ..............................................................................................................149
5.2 Material e Métodos.................................................................................................150
5.2.1 Local, animais e concentrados............................................................................150
5.2.2 Manejo da Pastagem ..........................................................................................152
12
5.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de forragem e
dos concentrados ........................................................................................................ 154
5.2.4 Comportamento Ingestivo................................................................................... 156
5.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite .............................................................. 156
5.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória ......... 157
5.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue ............................................. 157
5.2.8 Determinação das taxas de passagem............................................................... 158
5.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal.................... 160
5.2.10 Coleta de urina e estimativa de síntese de proteína microbiana ...................... 160
5.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de forragem161
5.2.13 Degradabilidade ruminal in situ......................................................................... 162
5.2.14 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto..................................... 163
5.2.15 Análises estatísticas ......................................................................................... 164
5.3 Resultados............................................................................................................. 165
5.3.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem...................................... 165
5.3.2 Produção e composição do leite......................................................................... 166
5.3.3 Peso vivo e condição corporal ............................................................................ 168
5.3.4 Comportamento ingestivo ................................................................................... 168
5.3.5 Temperatura retal e freqüência respiratória........................................................ 170
5.3.6 Parâmetros sanguíneos...................................................................................... 171
5.3.7 Metabolismo ruminal........................................................................................... 172
5.3.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana ............................. 190
5.4 Discussão .............................................................................................................. 191
5.4.1 Caracterização da forragem ............................................................................... 191
5.4.2 Produção e composição do leite......................................................................... 191
5.4.3 Peso vivo e condição corporal ............................................................................ 196
5.4.4 Comportamento ingestivo ................................................................................... 197
5.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória........................................................ 199
5.4.6 Parâmetros sanguíneos...................................................................................... 200
5.4.7 Metabolismo ruminal........................................................................................... 201
5.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana ............................. 210
5.5 Conclusões ............................................................................................................ 212
13
Referências ..................................................................................................................212
6 NÍVEIS CRESCENTES DE FARELO DE TRIGO EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO
MOÍDO FINO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA ........................................................225
Resumo........................................................................................................................225
Abstract ........................................................................................................................226
6.1 Introdução ..............................................................................................................227
6.2 Material e Métodos.................................................................................................230
6.2.1 Local, animais e concentrados............................................................................230
6.2.2 Manejo da Pastagem ..........................................................................................233
6.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de forragem e
dos concentrados.........................................................................................................234
6.2.4 Comportamento Ingestivo ...................................................................................235
6.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite...............................................................236
6.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória..........236
6.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue..............................................236
6.2.8 Determinação das taxas de passagem ...............................................................237
6.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal ....................238
6.2.10 Coleta de urina e estimativa de síntese de proteína microbiana.......................239
6.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de forragem240
6.2.13 Degradabilidade ruminal in situ .........................................................................241
6.2.14 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto .....................................242
6.2.15 Análises estatísticas..........................................................................................243
6.3 Resultados .............................................................................................................243
6.3.1 Caracterização da forragem................................................................................243
6.3.2 Produção e composição do leite .........................................................................245
6.3.3 Peso vivo e condição corporal.............................................................................246
6.3.4 Comportamento ingestivo....................................................................................247
6.3.5 Temperatura retal e freqüência respiratória ........................................................249
6.3.6 Parâmetros sanguíneos ......................................................................................250
6.3.7 Metabolismo ruminal ...........................................................................................251
6.3.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana..............................260
14
6.4 Discussão .............................................................................................................. 261
6.4.1 Caracterização da forragem ............................................................................... 261
6.4.2 Produção e composição do leite......................................................................... 262
6.4.3 Peso vivo e condição corporal ............................................................................ 266
6.4.4 Comportamento ingestivo ................................................................................... 266
6.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória........................................................ 268
6.4.6 Parâmetros sanguíneos...................................................................................... 269
6.4.7 Metabolismo ruminal........................................................................................... 270
6.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana ............................. 276
6.4 Conclusões ............................................................................................................ 279
Referências.................................................................................................................. 279
7 NÍVEIS CRESCENTES DE CASCA DE SOJA EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO
MOÍDO FINO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM-
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA........................................................ 293
Resumo ....................................................................................................................... 293
Abstract........................................................................................................................ 294
7.1 Introdução.............................................................................................................. 295
7.2 Material e Métodos ................................................................................................ 298
7.2.1 Animais e concentrados...................................................................................... 298
7.2.2 Manejo da Pastagem.......................................................................................... 301
7.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de forragem e
dos concentrados ........................................................................................................ 302
7.2.4 Comportamento Ingestivo................................................................................... 303
7.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite .............................................................. 303
7.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória ......... 304
7.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue ............................................. 304
7.2.8 Determinação das taxas de passagem............................................................... 305
7.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal.................... 306
7.2.10 Coleta de urina e estimativa de produção de proteína microbiana ................... 306
7.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de forragem308
7.2.12 Degradabilidade ruminal in situ......................................................................... 308
7.2.13 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto..................................... 310
15
7.2.14 Análises estatísticas..........................................................................................310
7.3 Resultados .............................................................................................................311
7.3.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem ......................................311
7.3.2 Produção e composição do leite .........................................................................312
7.3.3 Peso vivo e condição corporal.............................................................................314
7.3.4 Comportamento ingestivo....................................................................................314
7.3.5 Temperatura retal e freqüência respiratória ........................................................317
7.3.6 Parâmetros sanguíneos ......................................................................................318
7.3.7 Metabolismo ruminal ...........................................................................................319
7.3.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana..............................327
7.4 Discussão...............................................................................................................328
7.4.1 Caracterização da forragem................................................................................328
7.4.2 Produção e composição do leite .........................................................................329
7.4.3 Peso vivo e condição corporal.............................................................................333
7.4.4 Comportamento ingestivo....................................................................................334
7.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória ........................................................336
7.4.6 Parâmetros sanguíneos ......................................................................................336
7.4.7 Metabolismo ruminal ...........................................................................................337
7.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana..............................341
7.4 Conclusões.............................................................................................................344
Referências ..................................................................................................................344
8. Consideracoes finais ................................................................................................351
16
17
RESUMO
Avaliação de co-produtos na alimentação de vacas leiteiras mantidas em
pastagens tropicais durante a estação chuvosa e alimentadas no
cocho durante a estação seca do ano
O presente estudo teve por objetivo avaliar o uso de co-produtos na composição
de concentrados fornecidos para vacas em lactação em pastagens de capim elefantes
durante a estação chuvosa e alimentadas no cocho com cana-de-açúcar durante a
estação seca. Todos os trabalhos foram conduzidos no Departamento de Zootecnia da
ESALQ/USP, Piracicaba - SP. O primeiro experimento estudou a inclusão de 0, 14 e
34% de caroço de algodão na dieta de 16 vacas Holandesas alimentadas no cocho
durante a estação seca e tendo cana-de-açúcar como base (62,7% da MS), em
delineamento de QL 4x4 com quatro repetições. As análises estatísticas foram
realizadas utilizando-se o procedimento GLM do SAS. Os tratamentos afetaram a
produção e composição do leite, consumo de matéria seca e consumo de lipídios, mas
não afetaram o peso vivo, condição corporal e parâmetros sanguíneos. Portanto, o
caroço de algodão pode ser utilizado em dietas com cana-de-açúcar quando incluído
em até 17% da MS total. O segundo experimento substituiu o milho moído fino em até
75% por farelo de glúten de milho no concentrado oferecido para vacas mantidas em
pastagens tropicais durante a estação chuvosa. A pastagem foi adubada com 80 kg de
N/ha para cada ciclo de pastejo que teve intervalo de desfolha de 23 dias. O
delineamento estatístico adotado foi em Quadrado Latino 4 x 4 com quatro repetições
das os dados de desempenho e comportamento ingestivo. O estudo avaliando
metabolismo ruminal foi realizado com somente um Quadrado Latino. As análises
estatísticas foram realizadas através dos procedimentos GLM e MANOVA do SAS
(2002). Utilizou-se 16 animais da raça Holandesa com 485 kg de PV e 141 dias de
lactação. Os tratamentos não afetaram a produção e a composição do leite, peso vivo e
condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória, comportamento ingestivo
e parâmetros sanguíneos. A cinética de degradação ruminal acusou maior degradação
efetiva do FMG21em relação ao milho grão. Os tratamentos não afetaram a cinética de
degradação da forragem. Os teores de AGV, amônia e pH ruminal não foram afetados
pelos tratamentos. Assim, o FMG21 pode substituir até 75% do milho no concentrado
de vacas em lactação mantidas e pastagens tropicais. O terceiro experimento substituiu
o milho em 7, 14 e 21% de caroço de algodão no concentrado. Utilizou-se o mesmo
protocolo apresentado no experimento anterior. Entretanto, utilizou0se 12 vacas
multíparas Holandesa com 543 kg de PV e 142 dias de lactação e 4 vacas primíparas
1/2 Holandês/Jersey pesando 393 kg de PV e com 82 dias de lactação. Observou-se
que o tratamento com 21% de caroço afetou a produção de leite. Peso vivo, condição
corporal, temperatura retal e freqüência respiratória, comportamento ingestivo e
parâmetros sanguíneos não foram afetados. Entretanto, a cinética de degradação
ruminal do caroço diferiu do milho grão. O caroço apresentou menor degradação efetiva
ruminal da MS em relação ao milho quando incubado inteiro com linter (63,65 vs
11,93%) ou processado a 5 mm (63,65 vs 11,23%). Entretanto, quando processado a 2
mm, embora menor, a degradação do caroço muito se aproximou da degradação do
milho (63,65 vs 52,75). Os níveis de caroço estudados não afetaram degradação da
18
forragem. A concentração de amônia ruminal elevou-se e as concentrações AGV e pH
não foram afetados. Concluiu-se que o caroço pode ser incluído em ate 14% da MS da
ração total. O 4º experimento substituiu o milho em até 75% por farelo de trigo. O
delineamento foi o mesmo apresentado no experimento três. Utilizou-se 12 vacas
Holandesa com 553 kg de PV e 84 dias de lactação e 4 vacas mestiças com 392 kg de
PV e 159 dias em lactação. Os tratamentos não afetaram a produção e a composição
do leite, peso vivo e condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória,
comportamento ingestivo e parâmetros sanguíneos. A cinética de degradação ruminal
da MS do farelo de trigo apresentou maior degradação efetiva que o milho e os níveis
do co-produto não afetou a degradação da forragem. Os teores de AGV, amônia e pH
ruminal não foram afetados pelos tratamentos. Concluiu-se que o farelo de trigo pode
substituir até 75% do milho. O quinto experimento substituiu o milho moído em até 75%
por casca de soja. O delineamento foi o mesmo no experimento quatro. Utilizou-se 12
vacas Holandesa com 509 kg de PV e 91 dias de lactação e 4 vacas F1 com 389 kg de
PV e 175 dias em lactação . Os tratamentos não afetaram a produção e a composição
do leite, peso vivo e condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória,
comportamento ingestivo e parâmetros sanguíneos. A cinética de degradação ruminal
da casca de soja foi menor do milho grão.Os tratamentos não afetaram a degradação
da forragem. Os teores de AGV, amônia e pH ruminal não foram afetados pelos
tratamentos. A casca de soja pode substituir até 75% do milho no concentrado.
Palavras-chave: Produção e composição do leite; Metabolismo ruminal; Comportamento
ingestivo; Pastagens tropicais; Resíduo agroindustriais
19
ABSTRACT
Evaluation of byproducts inclusion on concentrate supplements for dairy cows
grazing tropical pastures during rainy season and confined during dry season
The present study evaluated the inclusion of different byproducts on concentrate
supplements for dairy cows grazing Elephant Grass pastures during rainy season and
confined during the dry season fed rations with sugarcane as forage source. All trials
were conducted at Animal Sciences Department, USP/ESALQ, Piracicaba/SP. First trial
evaluated the inclusion of 0, 14 and 34% whole cottonseed (WCS) in the ration dry
matter (DM) of 16 Holstein cows fed total mixed rations with sugarcane as the forage
source (62,7% DM) during dry season on a replicated 4x4 Latin Square design. Data
were analysed by GLM procedure of SAS (2002). Treatments affected Milk yield and
composition, DM and fat intake but didn’t affect live weight (LW), body condition score
(BCS) or blood parameters. Results indicate that whole cottonseed can be used with
sugarcane diets up to 17% DM. Second trial evaluated substitution of up to 75% ground
corn by corn gluten feed (CGF) on concentrate mixtures offered to 16 Holstein dairy
cows (485kg LW, 141 DIM) grazing tropical pastures during rainy season. Pasture was
fertilized with 80kg N/ha every grazing cycle of 23 days interval. Performance and
ingestive behavior data were analysed using a replicated 4x4 Latin Square design.
Ruminal metabolism data were analysed using a single 4x4 Latin Square design. Data
were analysed using GLM aeand MANOVA procedures of SAS (2002). Treatments
didn’t affect milk yeald and composition, LW, BCS, rectal temperature, respiratory
frequency, ingestive behavior and blood parameters. Ruminal kinetics showed higher
effective degradation for CGF than corn. Treatments didn’t affect forage degradation
kinetics. Rumen VFA, NH
3
, and pH were not affected by treatments. Results indicate
that CGF can replace up to 75% of corn on grazing lactating dairy cows rations. Third
trial evaluated substitution of ground corn by 7, 14 and 21% WCS on concentrate
mixtures offered to 12 multiparous Holstein (543kg LW, 142 DIM) and 4 primiparous
Holstein/Jersey (393kg LW, 82 DIM) dairy cows grazing tropical pastures during rainy
season. The same experimental protocol utilized on trial two was adopted. 21% WCS
treatment affected milk production but LW, BCS, rectal temperature, respiratory
frequency, ingestive behavior and blood parameters didn’t differ among treatments.
WCS showed lower DM effective ruminal degradation than corn when incubated whole,
with linter (63,65 vs 11,93%) or ground at 5mm (63,65 vs 11,23%). When WCS was
ground at 2mm it’s effective degradation was much closer to corn values (63,65 vs
52,75). WCS levels tested did not affect forage degradation. Rumen NH
3
concentration
was elevated with WCS inclusion and VFA concentration and pH were not affected by
treatments. Results indicate that WCS can be used as a replacement for ground corn in
lactating cows rations up to 14% total DM. Fourth trial evaluated substitution of up to
75% ground corn by wheat bran (WB) on concentrate mixtures offered to 12 Holstein
(553kg LW, 84 DIM) and 4 Holstein/Jersey (393kg LW, 159 DIM) dairy cows grazing
tropical pastures during rainy season. The same experimental protocol utilized on trial
two was adopted. Treatments didn’t affect milk yield and composition, LW, BCS, rectal
temperature, respiratory frequency, ingestive behavior and blood parameters. WB
showed higher DM effective ruminal degradation than corn. WB inclusion did not affect
20
forage effective ruminal degradation. VFA and NH
3
concentrations and pH were not
affected by treatments. Results indicated that WB can replace up to 75% of corn on
grazing lactating dairy cows diets. Fifth trial evaluated substitution of up to 75% ground
corn by soybean hulls (SH) on concentrate mixtures offered to 12 Holstein (509kg LW,
91 DIM) and 4 Holstein/Jersey (389kg LW, 175 DIM) dairy cows grazing tropical
pastures during rainy season. The same experimental protocol utilized on trial two was
adopted. Treatments didn’t affect Milk yield and composition, LW, BCS, rectal
temperature, respiratory frequency, ingestive behaviour and blood parameters. SH
showed lower DM effective ruminal degradation than corn. Treatments did not affect
forage effective ruminal degradation. VFA and NH
3
concentrations and pH were not
affected by treatments. Results indicated that SH can replace up to 75% of corn on
grazing lactating dairy cows diets.
Keywords: By products; Dairy cows; Ingestive behavior; Milk yield and composition;
Ruminal metabolism; Tropical pastures
21
1 INTRODUÇÃO
A nutrição animal vem sendo estudada e aprimorada a mais de 200 anos. Ao
longo destes anos, grandes avanços têm sido obtidos no tocante ao conhecimento da
composição dos alimentos, das exigências nutricionais dos animais, da digestão e
absorção dos nutrientes e mais recentemente, do metabolismo pós-absortivo desses
nutrientes. Estes avanços no campo da nutrição e o grande progresso genético
alcançado nas últimas quatro décadas têm possibilitado aumento expressivo da
produtividade animal nos sistemas de produção de carne e leite. Isto tem pressionado
os produtores e nutricionistas a fornecerem cada vez mais alimentos concentrados e
ricos em carboidratos não fibrosos para conseguir atender as exigências energéticas
desses animais. Os grãos de cereais, com destaque para o milho, têm se constituído na
principal fonte concentrada de energia nas rações para altos desempenhos de bovinos
de leite e de corte. Três aspectos importantes têm levado ao questionamento do uso
intenso de grãos de cereais nas rações para bovinos: 1) competição por alimentos com
o homem; 2) riscos de distúrbios metabólicos para os animais e 3) tendência de alta dos
preços de grãos de cereais, com a demanda mundial crescente por etanol.
Devido ao crescimento da população mundial e conseqüente aumento na
demanda por alimentos, estudos na tentativa de se evitar a competição por alimento
entre o homem e os animais domésticos têm grande interesse.
Em especial nos rebanhos leiteiros, vários problemas podem estar associados
ao uso intenso de grãos de cereais nas rações, como alta incidência de acidose,
timpanismo, deslocamento de abomaso e laminites.
O uso crescente de grãos de cereais para a produção de etanol nos EUA e
Europa, tem resultado em alta expressiva no preço dos grãos de cereais no mundo todo
nos últimos dois anos. Ao que tudo indica, esta tendência não será revertida a curto ou
médio prazo.
Com base no exposto acima, a utilização de resíduos agrícolas e industriais
(co-produtos), que não são potencialmente utilizáveis pelo homem vem crescendo em
interesse e importância e cada vez mais têm sido estudadas como alternativa ao uso
de grãos de cereais em rações para bovinos.
22
O termo co-produto foi originado para representar materiais resultantes de
um processamento industrial, onde o principal produto final era outro. O termo traz
alguma conotação negativa aos alimentos, que, quando analisados sob o prisma da
nutrição de ruminantes, muitas vezes se traduzem em alimentos com qualidades
excepcionais, como o farelo de soja, caroço de algodão, e muitos outros (WEST, 1994).
A maioria dos trabalhos revisados sobre a utilização de co-produtos em rações
para vacas leiteiras foram conduzidos com vacas confinadas alimentadas
principalmente com silagem de milho e ou feno.
A literatura nacional e internacional é carente de dados sobre substituição de
milho por co-produtos em rações para vacas leiteiras mantidas em pastagens tropicais
ou alimentadas com cana-de-açúcar. Pastagens tropicais são a base dos sistemas de
produção de leite no Brasil e a cana-de-açúcar é talvez hoje, a principal forrageira
suplementar utilizada durante o período da seca no Brasil Central.
Assim, os objetivos do presente estudo foram a avaliar a substituição parcial do
milho moído fino por co-produtos, como a casca de soja, o farelo proteinoso de milho
(refinazil), o farelo de trigo e o caroço de algodão no concentrado de vacas leiteiras
mantidas em pastagens tropicais de alta qualidade durante o período das águas. A
suplementação com caroço de algodão, também foi estudada para vacas leiteiras
alimentadas com cana-de-açúcar durante a estação seca do ano.
Referências
WEST, J.W. Considerations for using byproduct feedstuffs in the Southwest. In:
ANNUAL FLORIDA RUMINANT NUTRITION SYMPOSIUM, 5., 1994, Gainesville.
Gainesville: IFAS; University of Florida, 1994. p. 13-20.
23
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Potencial de sistemas intensivos de produção de leite em pastagens
A mais de duas décadas os pesquisadores chamam atenção para as
habilidades dos ruminantes em utilizarem dietas fibrosas, com baixo valor nutricional
para animais de estômago simples e para o homem (PRESTON; LENG, 1987). Isso
contribui grandemente do ponto de vista econômico e nutricional para a população
humana.
Sistemas de produção de ruminantes variam consideravelmente, principalmente
os sistemas que exploram pastagens, pois são influenciadas pelas condições locais,
culturais, econômicas e principalmente as condições climáticas. Dessa maneira há de
se esperar que o desempenho produtivo destes animais também irá variar
consideravelmente. Entretanto, o crescimento da população humana nos trópicos e a
redução na disponibilidade de áreas para produção de alimentos têm pressionado as
granjas leiteiras a serem cada vez mais produtivas.
A pecuária moderna não permite mais a exploração extrativista das pastagens
com baixos índices de produtividade. Somente com a introdução de técnicas de manejo
adequadas a cada forrageira e da utilização de fertilizantes será possível desenvolver
sistemas produtivos nos quais as pastagens tropicais passarão a ter o comportamento
de planta perene e produção permanente (DA SILVA; PEDREIRA, 1997).
Avanço considerável vem sendo observado no conhecimento de práticas de
manejo intensivo de pastagens tropicais nos últimos anos (DA SILVA et al. 2007).
Sistemas intensivos de produção de leite em pastagens tropicais possibilitam
produtividades extremamente elevadas, da ordem de 10.000 a 40.000 kg de leite
ha/ano
(SANTOS et al. 2007).
A utilização do capim elefante sob a forma de pastejo foi introduzida no Brasil
no início da década de 70, com base em trabalhos realizados por Corsi (1972). Estudos
conduzidos no Brasil têm evidenciado o potencial do capim elefante como forrageira
para a produção de leite (DERESZ; MOZZER, 1990; VEIGA, 1990; OLIVO et al., 1992;
LIMA, 2002; MARTINEZ, 2004; VOLTOLINI, 2006; CARARETO, 2007; VOLTOLINI et
24
al., 2008). Entretanto, as pastagens tropicais têm potencial limitado para atendimento
das exigências de produção de vacas em lactação (DERESZ et al., 2001).
Em pastagens tropicais tem sido relatadas produções de leite de 10
litros/vaca/dia (P. maximum) (DAVISON et al., 1985; LIMA, 2002), oito litros em
pastagens de capim Braquiária (B. decumbens e B. mutica) (ALVIM et al., 1992;
WENDLING,1997) e 10,4 em pastagens de A. gayanus, B. brizantha, C. plectostachyos
e P. maximum (JUAREZ LAGUNES et al., 1999).
Produções de leite corrigido para 4% de gordura em pastagens de capim
elefante da ordem de 9,1 a 12,1 Kg/dia foram reportados por Aroeira et al. (1996).
Deresz (1994) observou, durante o período chuvoso, produções diárias de 10 a 12 kg
de leite com vacas mestiças em pastagens de capim-elefante, adubadas com 200 kg de
N e K2O, respectivamente.
Em revisão de literatura Santos et al. (2003) relataram produções médias
diárias ao redor de 10 kg de leite para vacas mantidas exclusivamente em pastagens
tropicais, com valores máximos de 14,8 kg de leite.
Ficou evidente nos trabalhos revisados que as forrageiras tropicais não
suportam o atendimento das exigências nutricionais de vacas em lactação com
produção acima de 12 a 15 kg de leite por vaca/dia. Em contrapartida, diante do seu
elevado potencial de produção de MS, a produção de leite por área, pode ser muito alta,
superior à obtida com plantas de clima temperado. Sendo assim, sistemas que
exploram intensivamente gramíneas tropicais, convivem com menores produções por
vaca, porém têm compensado este fato pela alta produção de leite por área. (SANTOS;
JUCHEM, 2000; SANTOS et al., 2003).
O desempenho produtivo da vaca está intimamente relacionado com o valor
nutritivo e estrutura das pastagens a fim de favorecerem o consumo de forragem (DA
SILVA et al. 2007). O principal fator limitando a produção de vacas leiteiras em
pastagens tropicais como alimento exclusivo é a limitação na ingestão de forragem.
Indiscutivelmente o maior desafio para quem explora pastagens tropicais é
otimizar o consumo de forragem pela vaca. Quando isto ocorre significa que além do
pasto estar sendo bem manjado o animal também o foi, em termos de conforto e
sanidade animal (SANTOS et al, 2007). No que concerne ao pasto, além da qualidade e
estrutura do dossel forrageiro, um dos fatores mais importantes que influem no
25
consumo de forragens é a quantidade de matéria seca disponível na pastagem.
Peyraud et al. (1996) observaram que o consumo está próximo do máximo, quando a
disponibilidade diária de MO se situa entre 25 e 30 kg/animal·dia. A taxa de lotação
também apresenta efeitos sobre a produção animal, por determinar a quantidade, a
qualidade e a composição botânica do pasto disponível; portanto, é de extrema
importância na influência do consumo de pasto e da persistência do relvado (GOMIDE,
1994).
Vários trabalhos têm sido conduzidos para determinação do consumo do capim-
elefante, fornecido no cocho ou sob pastejo, visando à obtenção da maior eficiência
destas dietas para vacas em lactação. Deresz (1997), trabalhando com capim-elefante
picado suplementado ou não com concentrado, observou consumo total de matéria
seca de 11,0 kg/vaca·dia ou 2,4% do peso vivo. Aroeira et al. (1996) observaram
consumos médios anuais de 9,5 kg/vaca·dia de matéria seca do capim-elefante, ou 2,3
e 2,8% do peso vivo de vacas em lactação sob pastejo, levando-se em conta,
respectivamente, as médias anuais e as obtidas nos meses de chuva.
A determinação do consumo de matéria seca de animais em pastejo é
ferramenta importante para caracterização do alimento e da resposta animal, pois
fornece subsídios para a formulação de rações mais eficientes na suplementação do
pasto fornecido, visando maiores produções com custos menores. Neste sentido, a
metodologia do óxido de cromo (Cr
2
O
3
), associada à digestibilidade in vitro da matéria
seca (DIVMS), tem sido amplamente utilizada na obtenção das estimativas de CMS de
animais em pastejo (MALOSSINI et al., 1996; AROEIRA, 1997; ASTIGARRAGA, 1997).
Entretanto, possui desvantagens como a interferência direta no comportamento
ingestivo do animal (AROEIRA, 1997), o fornecimento de um único valor de
digestibilidade para o grupo de animais (BERRY et al., 2000; GEDIR; HUDSON, 2000),
além dos problemas referentes à recuperação fecal do indicador (MALOSSINI et al.,
1996).
Em função da limitação imposta pela ingestão de forragem para altas
produções de leite, os sistemas de produção de leite em pastagens tropicais podem ter
seus índices de produtividade aumentados em duas a três vezes com a suplementação
com alimentos concentrados. Quer sejam alimentos nobres como grãos de cereais,
quer sejam co-produtos agroindustriais, estes permitem melhor balanceamento da
26
ração total ingerida pelo animal, otimizando os processos de fermentação ruminal no
suprimento de nutrientes e na redução dos desperdícios.
Em sistemas intensivos de produção de leite em pasto com uso de suplementos
concentrados, são possíveis produções entre 4500 a 7000 kg de leite vaca/ano e 10 a
40.000 kg de leite por ha/ano. Estes valores têm sido obtidos tanto em condições
controladas de pesquisa quanto em sistemas comerciais no Brasil (SANTOS et al,
2005; SANTOS et al, 2007).
2.2 Comportamento ingestivo
O consumo adequado de alimento assegura a sobrevivência e a produtividade
do animal. Assim, o entendimento dos fatores que afeta o comportamento ingestivo é
crítico (METZ, 1975). As atividades do comportamento ingestivo são altamente
conflitantes, a exemplo da alimentação que é prioritária a ruminação, mas, após as
principais refeições, o animal necessariamente necessita ruminar e descansar.
O ato de se alimentar é influenciado por vários fatores, como facilidade de
acesso ao alimento, conforto, competição, número de animais no grupo, efeito de
dominância, apresentação física e espacial do alimento, distância percorrida entre as
estações alimentares, declividade do terreno, condições climáticas, dentre outros
(MENZI; CHASE, 1994).
Por não necessitar de equipamentos caros e sofisticados e não depender de
análises laboratoriais complexas, o estudo dos fatores que influenciam o
comportamento ingestivo de animais em pastejo, relacionados ao animal, às plantas, ao
meio ambiente e ao manejo, tem grandes perspectivas de utilização. Ademais, além de
ser utilizado como método alternativo para estimar o consumo de forragem (CHACON
et al., 1976), auxilia no entendimento de como os animais ajustam este comportamento
em função das variações observadas no pasto e no meio ambiente. Segundo Erlinger et
al. (1990), este tipo de estudo possibilita ainda definir as características dos animais e
do relvado que influenciam o consumo e fornece informações sobre as relações causais
entre forragem e animal que controlam a resposta de ambos.
Dos fatores que afetam o consumo de forragem sobressai a oportunidade do
animal selecionar a dieta, pois o pastejo seletivo permite compensar a baixa qualidade
27
da forragem, possibilitando a ingestão das partes mais nutritivas das plantas, visto que
a prioridade dos animais em pastejo é consumir folhas mais novas, com maior valor
nutritivo, seguida das folhas mais velhas, das folhas de extratos inferiores e, só então, o
caule (STOBBS, 1978).
A matéria seca das forrageiras tropicais torna-se mais fibrosa, reduzindo a sua
qualidade mais rapidamente que a das temperadas e, mesmo em pastagens com
grande disponibilidade de forragem, pode haver limitação do consumo, pela maior
dificuldade do animal em apreender o alimento de melhor qualidade, resultando em
queda na produção (STOBBS, 1973). No entanto, segundo Stobbs e Minson (1980), é
possível conservar, por meio de manejo adequado, a qualidade inicial da forragem,
mantendo-se os pastos no estádio vegetativo e com disponibilidade que permita ao
animal seleção de forragem de melhor qualidade.
As características do relvado determinam a facilidade com que o pasto é
colhido, expressas principalmente pelo rendimento forrageiro, pela altura, pela relação
caule:folha e pela densidade da biomassa total e de folhas. Estas características
influem no consumo do pasto, por influírem no tamanho do bocado, no número de
bocados por unidade de tempo e no tempo de pastejo (COMBELLAS; HODGSON,
1979).
Entre os fatores que afetam o comportamento de bovinos leiteiros, destacam-se
o clima, a alimentação e o sistema de produção adotado (GRANT; ALBRIGHT, 1995;
BRÂNCIO et al., 2003). O conhecimento das atividades desenvolvidas e dos hábitos
alimentares contribui para melhoria do bem-estar (GONYOU, 1994) e do desempenho
(FRASER, 1980; POLLI et al., 1995; COSTA et al., 2003), tanto dos animais submetidos
às condições de confinamento (COSTA et al., 2003; MENDONÇA et al., 2004) quanto
daqueles em pastejo (BRÂNCIO et al., 2003). Especificamente para vacas em lactação,
a produção, o horário e o número de ordenhas são condições determinantes em seus
padrões de comportamento (BALOCCHI et al., 2002). Entre as principais variáveis
comportamentais estudadas, destacam-se as relacionadas à alimentação, à ruminação
e ao ócio (RAY; ROUBICEK, 1971).
O tempo disponibilizado para alimentação varia de 4 a 10 horas (FRASER,
1980; PIRES et al., 2001). A ingestão envolve atividades de procura, seleção,
apreensão do alimento e deglutição do bolo alimentar (FISCHER et al., 2002), que são
28
mais intensas após as ordenhas (ALBRIGHT, 1993). Em condições de pastejo, as
vacas apresentam comportamento típico, com picos de alimentação ao amanhecer e ao
anoitecer, observando-se que esse padrão é mais intenso durante o verão.
Normalmente, são verificados seis ciclos de pastejo por dia, quatro entre as ordenhas
da manhã e da tarde e dois à noite (ALBRIGHT, 1993).
O consumo diário de forragem é o aspecto central para maior compreensão do
comportamento dos animais em pastejo, diretamente influenciado por fatores
relacionados à planta forrageira e ao animal. O baixo consumo de forragem tem sido
apontado como uma das principais limitações ao desempenho animal em regiões
tropicais, parte relacionada ao efeito climático sobre a qualidade da forragem (VAN
SOEST, 1996) e parte às características estruturais das espécies forrageiras tropicais
(CARVALHO et al., 2001a). A estrutura do dossel forrageiro, relacionada à distribuição
vertical e horizontal de componentes morfológicos e botânicos (CANGIANO et al.,
2002), pode influenciar a facilidade de apreensão da forragem pelos animais (STOBBS,
1973; NABINGER; PONTES, 2001) e exercer efeitos sobre seu consumo diário. Assim,
a massa do bocado, principal estratégia dos animais para regular a ingestão diária de
nutrientes, é a base de um ajuste feito pelos animais entre destinar tempo para
mastigação, o que pode aumentar a taxa de digestão e passagem, ou para apreensão
de novos bocados visando manter o nível de consumo (PRACHE; PEYRAUD, 2001).
Em condições de baixa oferta de forragem, o animal tende a aumentar o tempo
de pastejo e a freqüência de bocados (GORDON; LASCANO, 1993) para atender sua
demanda diária de ingestão de MS. Esses ajustes são recursos importantes do animal
em pastejo para o atendimento de suas exigências nutricionais diárias (THARMARAJ et
al., 2003), porém, com certas limitações (HODGSON, 1990). Por outro lado, segundo
Carvalho et al. (2001), em condições de elevada oferta de forragem, a ingestão de
forragem pelos animais também pode ser restringida. Esses autores observaram
redução na taxa de consumo por ovinos como conseqüência do maior tempo para
formação do bocado, ocasionado pela disposição esparsa das folhas de capim-
tanzânia, espécie tropical de hábito de crescimento cespitoso.
Sabendo-se da influência da estrutura da pastagem no comportamento
ingestivo dos animais, buscam-se formas de manutenção de uma estrutura de
pastagem que conserve um nível ótimo de folhas nas plantas, principalmente em seus
29
estratos superiores, como forma de otimizar a “colheita de forragem”. Portanto, a
manutenção de níveis de biomassa de lâminas foliares verdes como estratégia de
manejo de uma pastagem justifica-se no sentido de manter a maior área
fotossinteticamente ativa, bem como disponibilizar aos ruminantes a fração de maior
qualidade nutricional das plantas (LEMAIRE; AGNUSDEI, 1999).
2.3 Cinética Ruminal
O fator mais importante influenciando a produção de um animal é a quantidade
de nutrientes absorvida. Assim, o consumo e a digestibilidade são parâmetros chaves
em um sistema de avaliação alimentar, bem como as diferenças existentes entre
diferentes tipos de alimentos. Os fatores consumo, taxa de passagem e digestibilidade
são interdependentes. Esta interação pode ser estudada pelo modelo original de Waldo
et al. (1972), que envolve o conceito de digestibilidade potencial, taxa de digestão
fracional e taxa de passagem. A digestibilidade potencial é definida como a fração que
desaparece após um longo período de incubação. A fração indigestível é a parte que
não está disponível para os microrganismos. Como ambas as frações fazem parte de
uma mesma partícula, a taxa de passagem fracional, kp, se aplica a ambas as frações.
Assim, consumo e digestibilidade são funções de digestibilidade potencial, taxa
de degradação e taxa de passagem, sendo que suas quantificações relativas
determinam o valor final do consumo e da digestibilidade (POPPI et al., 2000).
Em se tratando de vacas mantidas em pastagens, a regulação física do
consumo pode ter impacto preponderante. Blaxter et al. (1956, 1961) relacionaram
consumo e digestibilidade, usando o conceito de taxa de passagem para explicar essa
relação. O centro deste modelo reside no fato de que o consumo é regulado pela taxa
com que a digesta deixa o rúmen pela digestão e passagem, e que o enchimento
ruminal é relativamente constante. Assim, relação entre consumo e digestibilidade é a
base da predição de alimentação e valor nutricional de muitos tipos de alimentos
(JARRIGE et al., 1986; NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC, 2001;
AGRICULTURAL AND FOOD RESEARCH CENTRE - AFRC, 1991; POPPI, 1996).
A idéia de taxa de desaparecimento chamou atenção para os parâmetros que
contribuem para isso, digestão e passagem, uma vez que é resultado de sua interação
30
quantitativa (POPPI et al., 1981b), e consumo, taxa de digestão e digestibilidade
potencial (GILL et al., 1969; HOVELL et al., 1986).
A taxa de digestão e a digestibilidade potencial têm sido extensivamente
estudadas através dos métodos in vitro e in situ. A taxa e a extensão da digestão têm
sido examinadas por várias aproximações matemáticas (FRANCE et al., 1990;
DHANOA et al., 1995). Similarmente, com a taxa de passagem, atenção tem sido
focada no tamanho e quebra de partículas (CAMPLING; FREER, 1962; FREER;
CAMPLING, 1963; POPPI et al., 1981a; MOSELY; JONES, 1984).
Poppi et al. (1981a) observaram que a passagem de partículas pequenas tem
um grande efeito no tempo de retenção e consumo de MS. Isso pode ser indicativo de
que fatores físicos de dinâmica de partículas grandes podem não ser o maior fator
regulatório de consumo de dietas ricas em forragem. A maior parte da MS no rúmen
(63 – 73%) está na forma de pequenas partículas (POPPI et al., 1981a; THIAGO et al.,
1992), podendo afetar o escape.
A taxa de digestão é importante variável influenciando a taxa de passagem.
Então, se a taxa e a extensão da digestão são limitantes para o escape de partículas,
existe apenas um caminho para o animal aumentar o consumo, aumentando o tamanho
da refeição, alocando maior quantidade de alimento dentro do rúmen. Isso foi
observado em vacas lactantes (HUTTON, 1963; HUTTON et al., 1964). Outro
importante fator na taxa de digestão do alimento é o papel do crescimento microbiano e
o balanço de nutrientes liberado na digestão (FOX et al., 1992; ILLIUS; JESSOP 1996;
BANNINK et al., 1997).
A taxa de passagem é um dos mais importantes parâmetros influenciando o
desaparecimento da dieta do rúmen e o consumo. A mensuração da kp é dependente
da cinética de desaparecimento de um marcador a partir do rúmen ou trato total,
podendo ser um marcador interno ou externo (ELLIS; HUSTON, 1998; HARTNELL;
SATTER, 1979; ELIMAN; ORSKOV, 1981, 1982; COLUCCI et al., 1982; AMANING-
KWARTENG, 1986a,b), usados para delinear as sessões do trato gastrointestinal
(GROVUM; WILLIAMS, 1973; FRANCE et al., 1985; CRUICKSHANK et al., 1989; VAN
SOEST et al., 1992), tamanho de partícula (POPPI et al., 1981a; POND et al., 1988;
FAICHNEY, 1993) e estimativa de produção fecal (FRANCE et al.,1988).
31
No que se refere a digestão ruminal, provavelmente a técnica in situ foi a mais
usada nos últimos 20 anos para descrever taxa e extensão desta degradação em várias
espécies ruminantes. O componente dietético mais comumente avaliado neste
procedimento inclui MS ou MO, fibra e proteína. Em adição, Emanuele et al. (1991)
sugerira que esta técnica poderia ser usada para descrever o desaparecimento ruminal
e pós-ruminal de vários minerais de origem forrageira.
Várias revisões têm sido publicadas nos últimos 15 anos discorrendo sobre
dados de estimativa de degradabilidade ruminal (ØRSKOV, 1982; LINDBERG, 1985;
NOCEK, 1988; AFRC, 1992; MICHALET-DOREAU; OULD-BAH, 1992; MADSEN;
HVELPLUND, 1994; HUNTINGTON; GIVENS, 1995; WILKERSON et al., 1995). Estas
revisões esclarecem os principais efeitos que podem afetar a degradabilidade in situ e
geralmente propõem padronizações que ajudariam a minimizar as variações. O maior
efeito influenciando estas variações é a dieta basal, características do saco utilizado
para incubar o alimento, técnica de lavagem, correção microbiana e análise dos dados.
2.4 Síntese ruminal de proteína microbiana
A principal e grande virtude dos ruminantes é a conversão de alimentos fibrosos
em produto animal, processo possível devido à simbiose com microrganismos que
habitam o seu retículo-rúmen, e que convertem boa parte dos componentes da dieta em
uma fração importante chamada proteína microbiana. A mensuração da produção de
proteína microbiana em ruminantes tem sido uma importante área de estudo na nutrição
protéica desses animais. Uma estimativa da contribuição da proteína microbiana para o
fluxo de proteína no intestino está incorporada nos vários sistemas mecanicistas
voltados à nutrição de ruminantes.
A amônia é a principal fonte de nitrogênio usada para a síntese de proteína
microbiana, sendo o produto final resultante do processo fermentativo de proteína
realizado por microrganismos ruminais. Segundo Satter e Slyter (1974), as
concentrações de N-NH
3
superiores a 50 mg/100 mL de fluido representam um excesso
que não é utilizado para a síntese microbiana. Segundo Russell et al. (1992), a
produção e absorção excessivas de amônia aumentam a excreção de N e o custo
energético de produção de uréia. O excesso de amônia é excretado via urina e pode
32
contaminar solos e cursos d'água próximos a centros criatórios (YECK et al.,1975;
NOLAN et al., 1976).
A proteína solúvel é a fração correspondente aos aminoácidos e peptídeos
solúveis, que são intermediários na produção de amônia. Segundo Wallace et al.
(1997), a hidrólise de proteínas por enzimas microbianas ruminais libera oligopeptídeos,
quebrados em peptídeos menores até finalmente aminoácidos, para só então serem
incorporados em proteína microbiana. Porém, quando há uma quebra excessiva de
peptídeos, ultrapassando a capacidade de assimilação ocorre uma produção excessiva
de amônia e uma pequena retenção de nitrogênio. A redução da quebra dos peptídeos
reduziria o fluxo de nitrogênio protéico para amônia no rúmen ajudando a aumentar a
eficiência da retenção do nitrogênio pelo animal (WALLACE et al., 1997).
O suprimento de proteína microbiana para o animal, por unidade de alimento
ingerido, usualmente expressado como gramas de N microbiano por kg de matéria
orgânica digestível fermentada no rúmen (DOMR), varia de 14-60 gN/kg DOMR (NRC,
1984). Esta variação se deve a influência de vários fatores relativos a dieta e
comportamento ruminal. Os efeitos de muitos desses fatores ainda não estão bem
demonstrados e quantificados.
Limitando o progresso no entendimento da síntese de proteína microbiana está
a falta de métodos acurados na mensuração de produção de proteína microbiana in
vivo. Os métodos mais usados são baseados na determinação de marcadores
microbianos, como o RNA, DAPA e
35
S. Entretanto, estes métodos envolvem
procedimentos complicados na mensuração do fluxo da digesta e requer o uso de
animais com cânula pós-ruminal. Isso dificulta a estudos in vivo (FAO/INTERNATIONAL
ATOMIC ENERGY AGENCY – FAO/IAEA , 2003).
Recentemente, o método baseado na mensuração de derivados de purinas na
urina veio a sanar as desvantagens dos métodos até então existentes, pois se trata de
um método não invasivo e com potencial para uso nos sistemas comerciais, dada a sua
simplicidade e praticidade.
O termo derivados de purinas (Figura 2.1) refere-se a alantoina, ácido úrico,
xantina e hipoxantina coletivamente. Em ruminantes, hipoxantina e xantina são
convertidas a ácido úrico pela xantina oxidase, e o ácido úrico é futuramente convertido
a alantoina pela uricase. A presença de alta atividade de xantina oxidase no plasma de
33
bovinos e búfalos leva a completa conversão de hipoxantina e xantina a ácido úrico
antes de sua excreção na urina. Todos os quatro componentes são excretados na urina
de ovelhas, cabras, lhamas, camelos, mas xantina e hipoxantina são virtualmente
ausentes na urina de bovinos e búfalos (FAO/IAEA, 2003)
Figura 2.1 – Descrição das purinas encontradas na urina de ruminantes
Os ácidos nucléicos que chegam ao rúmen e que ao serem degradados, são
essenciais para origem dos micróbios, uma vez que os alimentos para ruminantes
usualmente tem baixo teor de purinas (Figura 2.2). Com a síntese microbiana, os ácidos
nucléicos absorvidos são degradados e excretados na urina como seus derivados,
ácido úrico e alantoina.
Figura 2.2 – Metabolismo dos ácidos nucléicos com conseqüente excreção de purinas
34
A excreção dos derivados de purinas é diretamente relacionada com as purinas
absorvidas. Com o conhecimento da relação N proveniente de purinas: N total na
biomassa microbiana, a absorção de N microbiano pode ser calculada a partir da
quantidade de purina absorvida por meio de uma estimativa através da excreção
urinária de derivados de purinas (CHEN et al., 1990; VERBIC et al., 1990).
Com o uso de coleta “spot” de urina, ou seja, apenas algumas amostragens ao
longo do dia, surge o conceito de PDC índex discutido a seguir. Uma vez que a
excreção de creatinina é função da massa protéica do animal, sabe-se que a mesma é
relativamente constante dia após dia. Assim, a relação entre derivados de purinas e
creatinina seria independente do volume urinário, sendo a creatinina então um
marcador de volume urinário. A relação direta de derivados de purinas com a creatinina
está linearmente correlacionada com a excreção diária de derivados de purinas, mas,
essa relação só se aplica ao mesmo animal. Entretanto, se esta relação for multiplicada
pelo peso metabólico, a relação linear pode ser aplicada a diferentes animais individuais
de mesma raça, assumindo-se que a variação na excreção de creatinina por quilo de
peso vivo metabólico é pequena. A correlação entre o peso metabólico com a relação
derivados de purinas e creatinina é chamado de PDC índex, valor obtido nos estudos
com coleta “spot” de urina.
2.5 Alimentos para Ruminantes
2.5.1 Capim elefante
O alto potencial de produção de MS do capim elefante (Pennisetum
purpureum Schum.) o torna uma forrageira bastante atrativa para a pecuária nacional,
seja para corte ou em pastejo rotacionado (CARVALHO et al., 1994), com bons
resultados na produção de leite e carne (LIMA et al., 1969; LUCCI et al., 1969;
PEDREIRA; BOIN, 1969). Esta característica torna-se ainda mais evidente no Brasil,
onde o capim encontra condições edafoclimáticas ideais para acúmulo de biomassa
(REIS, 2001). Entretanto, no Brasil existe uma enorme quantidade de cultivares,
híbridos, cruzamentos, acessos e outros tipos de material genético de capim elefante.
35
Essa vasta oferta de diferentes materiais genéticos reflete em distintas capacidades de
produção de MS, intervalos, freqüências e alturas de corte, fatores climáticos,
eliminação do meristema apical, área foliar remanescente após o pastejo, adubação,
etc. Isso tem justificado grandes variações na produção de MS (DE FARIA et al., 1996).
A taxa de lotação de pastagens de capim elefante é sem dúvida um grande
atrativo aos sistemas que exploram pastagens tropicais. De acordo com de Faria (1994)
a taxa de lotação pode chegar a 15 UA por hectare quando correto manejo é aplicado a
pastagem.
Assim, como a grande maioria das forrageiras tropicais, o capim elefante tem
valor nutricional inferior às gramíneas de clima temperado. Essa característica é
freqüentemente mencionada na literatura, estando associado aos reduzidos teores de
proteína, energia e minerais, alto conteúdo de fibra e baixa digestibilidade da MS (LIMA,
2002). Assim, adubação, freqüência de pastejo e resíduo pós pastejo, são alguns dos
fatores de manejo que quando conduzidos de forma inadequada, são decisivos para
determinar o valor nutritivo da forrageira tropical e podem, em parte, explicar o conceito
generalizado de que a planta tropical é de baixa qualidade (CORSI; MARTHA Jr.,
1997). Tanto é verdade que em condições de manejo adequado, diversos autores têm
reportado resultados da ordem de 13 a 20% de PB e 53 a 65% de FDN para plantas
forrageiras tropicais (REEVES et al., 1996; COWAN; LOWE, 1998, SANTOS; JUCHEM,
2000; VOLTOLINI, 2006; CARARETO, 2007; SANTOS et al., 2007). Particularmente ao
capim elefante, dados de composição bromatológica sugerem que as variações no
desempenho animal poderiam estar relacionados a aspectos que afetam o consumo de
matéria seca, como a participação de folhas, colmo e material morto (CARVALHO et al.,
2001).
Com base na proposta de DA Silva et al. (2007), propondo como critério de
entrada no pasto, o ponto onde o dossel forrageiro atinge 95% de interceptação
luminosa, Voltolini (2006) determinou que para capim elefante cv. Cameroon, este
ponto é atingido com 1,05m de altura do dossel forrageiro. Quando manejado com
base neste critério, Voltolini (2006) e Carareto (2007) reportaram composição
morfológica do capim elefante com maior proporção de folhas e menor proporção de
haste em comparação com o capim manejado com períodos fixos de descanso de 27
36
dias assim como maior produção de leite por vaca, maior lotação dos pastos e maior
produção de leite por área.
2.5.2 Cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é volumoso bastante particular para a alimentação de
ruminantes, especialmente no período seco. A principal peculiaridade se refere ao
efeito da maturidade sobre alguns parâmetros relacionados com o valor nutritivo, visto
que os resultados obtidos não estão de acordo com aqueles obtidos com a maioria das
gramíneas forrageiras. A digestibilidade "in vitro" aumenta com a maturidade e então
permanece relativamente constante por longo período de tempo (LOVADINI, 1971).
Com o avanço da maturidade da cana-de-açúcar ocorrem decréscimos nos
teores de proteína bruta e digestibilidade da fibra e aumentos nos teores de MS e
conteúdo celular. O aumento do teor de conteúdo celular normalmente compensa a
diminuição da digestibilidade da fibra, de maneira que a digestibilidade da matéria
orgânica geralmente tende a aumentar. Os aumentos dos teores de conteúdo celular e
de extrativo não nitrogenado ocorrem devido ao aumento da concentração de sacarose
à medida que a planta vai atingindo a maturidade. Esses dados indicam que o valor
nutritivo da cana-de-açúcar aumenta com o aumento da concentração de sacarose
(PATE, 1977).
Utilizando proporções crescentes de cana-de-açúcar (20, 39, 58, e 77% da
matéria seca da dieta), Pate (1981) encontrou correlações significativas entre as
diferentes percentagens de cana-de-açúcar e o consumo de matéria seca (r = - 0.93). O
efeito depressivo sobre o consumo não se mostrou relacionado à quantidade de fibra
presente na dieta porque o conteúdo de FDN das dietas estava abaixo dos limites
máximos de consumo. As melhores explicações para as reduções do consumo seriam a
baixa digestibilidade da fibra ou a baixa taxa de digestão e "turnover" da fibra. A
digestibilidade e eficiência de utilização da energia digerida aumenta com a maturidade,
sendo relacionadas com o teor de açúcar (PRESTON; LENG, 1978). Leng e Preston
(1976) observaram em geral baixo desempenho animal obtidos em relação à
digestibilidade da cana-de-açúcar devido ao baixo consumo de matéria seca, que seria
37
limitado pelo baixo fornecimento pós-ruminal de glicose e proteína (aminoácidos) de
origem alimentar.
Assim, a cana-de-açúcar como volumoso foi considerada como alimento de
média qualidade quanto à sua digestibilidade. Possui teores de minerais e proteína
muitos baixos, principalmente fósforo. O seu teor em gorduras também é baixo, em
torno de 1,4% com base na matéria seca (PEDREIRA, 1962; LOVADINI et al., 1967;
LOVADINI, 1971; MELOTTI, 1972).
A associação de cana-de-açúcar com farelo de algodão (15% da MS) e com
farelo de arroz (15%) foram estudados por Aroeira et al. (1993), que obtiveram 66,7% e
62,7% para a digestibilidade da cana-de-açúcar, respectivamente, e acreditam que essa
diferença se deve possivelmente à maior digestibilidade da proteína com o primeiro
suplemento (75,2% e 65,7% respectivamente). Posteriormente, Aroeira et al. (1995)
encontraram valores altos (71,5%) para a digestibilidade da MS de uma dieta à base de
cana-de-açúcar com 1% de uréia suplementada com farelo de algodão (22,5% da MS
da dieta).
Segundo Ferreiro et al. (1979) a utilização da cana-de-açúcar na alimentação de
bovinos é limitada devido à necessidade de suplementação com concentrados, que
encarecem a produção e sem os quais há baixo desempenho animal. A cana-de-açúcar
suplementada apenas com uréia e minerais, proporciona nutrientes adequados para
manutenção e/ou baixos desempenhos (PRESTON; LENG, 1980; BOIN; TEDESCHI,
1993). Lima e Mattos (1993) acreditam que apesar da mistura uréia-sulfato de amônio
ser a forma mais adequada para aumentar o teor de nitrogênio de dietas com cana-de-
açúcar, essa suplementação, não garante níveis satisfatórios de desempenho para
animais em crescimento e vacas de leite no início da lactação.
Rações com cana-de-açúcar resultam em baixa disponibilidade de precursores
glucogênicos devido à ausência de amido, baixo teor protéico e nível moderado de
produção de ácido propiônico (SILVA, 1984). É um alimento desbalanceado e
desencadeia problemas de baixa IMS e deficiências nutricionais quando fornecido como
alimento exclusivo (BOIN; TEDESCHI, 1993; FARIA, 1993). O farelo de soja parece ser
o suplemento adequado para rações com de cana-de-açúcar integral picada devido aos
melhores resultados de consumo e digestibilidade da MS obtidos, segundo experimento
38
com 61 animais (YOUSSEF, 1978), em comparação feita com fontes de proteína de
menor valor nutricional.
2.5.3 Caroço de algodão
Segundo o NRC (2001), o caroço de algodão apresenta a seguinte composição
química, expressa na matéria seca: 90,1% MS, 77,22% NDT, 50,3% FDN, 40,1% FDA,
23,5% PB, 19,3% EE, 4,2% cinza e 3,57 Mcal/kg de ED, o que não difere muito dos
resultados obtidos por Meirelles (1992) nas algodoeiras do triângulo mineiro.
Clark e Armentano (1993) demonstraram que a efetividade do FDN do caroço
de algodão é equivalente ao do feno de alfafa e que pode ser um eficiente e menos
onerosa fonte de fibra efetiva para manipular o teor de gordura do leite. O caroço de
algodão ainda contém cerca de 20% de estrato etéreo, que pode compor uma excelente
fonte de suplementação com lipídios para aumentar a densidade energética de dietas
de vacas de alta produção.
De acordo com Coppock et al. (1987), a inclusão de 100 a 300 g/kg de caroço
de algodão na dieta aumentou a percentagem de gordura no leite em 8 dentre 13
experimentos; entretanto somente em quatro houve aumento significativo em relação à
dieta controle.
Smith et al. (1981) e DePeters et al. (1985) relataram que o caroço de algodão
quando incluído em dietas a base de feno de alfafa, aumentaram o teor de gordura do
leite e a produção de leite corrigida para gordura. Por outro lado, Smith (1993)
encontrou que a adição de caroço em dietas tendo silagem de milho como volumoso,
diminuiu a produção de leite e o teor de gordura. Com base nos dados contraditórios da
pesquisa, Kajikawa et al. (1991) hipotetizaram que o efeito do caroço de algodão no
desempenho de vacas em lactação depende da quantidade de caroço oferecido e das
características de fermentação ruminal de cada vaca, individualmente.
Com relação ao metabolismo ruminal, a inclusão de caroço de algodão nas
proporções de 15 a 20% da MS da dieta não afetou a fermentação ruminal e a
digestibilidade dos nutrientes (PALMQUIST; CONRAD, 1978). Coppock et al. (1987)
concluíram que o fornecimento de caroço de algodão em até 30% da MS da dieta não
reduz a digestibilidade da dieta; ao contrário do que ocorre quando se fornece igual
39
quantidade de lipídios na forma livre. Fernandes (2000) observou um efeito quadrático
no consumo de MS e na produção de leite com aumento de caroço de algodão na
dieta, embora a produção de gordura não foi alterada. Já a concentração de gordura
aumentou linearmente.
2.5.4 Farelo de glúten de milho - (FGM 21)
O farelo de glúten de milho (FGM 21%) possui alta fermentabilidade e se
incluído em grandes quantidades, pode afetar a fermentação ruminal em vacas leiteira,
podendo-se alterar o CMS (CLARK; ARMENTANO, 1997; CUNNINGHAM et al., 1993;
YOUNKER et al., 1998), com efeitos variados na produção de leite (ACEDO et al.,
1987; BERNARD; MCNEILL, 1991; DEPIES; ARMENTANO, 1995; FIRKINS;
EASTRIDGE, 1992).
O FGM 21% é um alimento potencial para vacas leiteiras. Dados com bovinos
jovens confinados sugerem que este melhora o ganho de peso diário, reduz a acidose e
possui valor energético comparável ao milho grão; entretanto, possui três vezes mais
proteína (KREHBIEL et al., 1995). O FGM 21% é um alimento relativamente baixo em
amido (18 a 22% da MS) e alto em FDN de alta degradabilidade (42% da MS) (GREEN
et al., 1987), com a fração protéica muito degradável no rúmen (65%) (FIRKINS et al.,
1984).
Este co-produto tem sido incluído em dietas para vacas em lactação como
substituto para o milho grão e farelo de soja (STAPLES et al., 1984; ARMENTANO;
DENTINE, 1988), porção da forragem (ALLEN; GRANT, 2000), toda a mistura de grãos
e uma porção da forragem (BODDUGARI et al., 1999), substituição parcial de uma
mistura de feno de alfafa, silagem de milho e milho grão em dietas para vacas
primíparas (VAN BAALE et al., 2001) ou substituição em 20, 27,5 e 35% da mistura
feno de alfafa, silagem de milho e milho grão para vacas multíparas (VAN BAALE et al.,
1999; VAN BAALE et al., 2001; FELLNER; BELYEA, 1991).
De modo geral, tem sido demonstrado que o FGM 21% pode substituir
somente o concentrado ou a forragem mais o concentrado sem significantes impactos
no CMS e produção de leite corrigida para gordura. Armentano e Dentine (1988)
relataram igual CMS e produção de leite para dietas contendo ou não FGM 21%.
40
Fellner e Belyea (1991) substituíram até 60% da MS em dietas contendo feno de alfafa
e silagem de milho por FGM21% sem redução no CMS ou produção de leite.
Entretanto, Boddugari et al. (1999) observaram redução no CMS e proteína do leite,
mas a produção de leite foi estatisticamente igual quando se substituiu 50, 75 ou 100%
de uma mistura de grãos da dieta por refinasil, em dieta contendo 54,3% de forragem.
O FGM 21% nos níveis de 20 ou 26% da MS da dieta aumentou o CMS e produção de
leite nos trabalhos de Firkins et al. (1991) e Macleod et al. (1985). Van Baale et al.
(1999) demonstraram aumento no CMS e produção de leite na dieta com refinasil em
comparação à dieta com feno de alfafa e silagem de milho. Van Baale et al. (2001)
observaram que vacas primíparas e multíparas aumentavam significativamente a
produção de leite, em conseqüência do aumento no CMS quando o FGM 21%
substituiu parte da silagem de milho. Bernard e McNeill (1991) e Bernard et al. (1991)
utilizaram dietas que continham silagem de milho e demonstraram não haver variação
no CMS ou produção de leite quando o FGM 21% substituiu a forragem ou o
concentrado. Entretanto, Droppo et al. (1985) relataram diminuição no CMS e produção
de leite quando FGM 21% foi incluído nas dietas com teores entre 18,6 e 37,1% da MS
para vacas confinadas em lactação, em substituição parcial ao milho grão e farelo de
soja. Staples et al. (1984) verificaram redução linear no CMS e produção de leite
quando se aumentou o teor de FGM 21% na dieta (0, 20, 30 e 40% de FGM 21% na
MS).
2.5.5 Casca de soja
Muito embora as principais tabelas de composição bromatológica de alimentos
apresentem um teor energético da casca de soja inferior ao do milho grão, em
concordância ao que ocorre com outros subprodutos fibrosos, como a polpa cítrica e o
farelo proteinoso de milho, muitos experimentos têm demonstrado que na maioria dos
casos em que a casca de soja substitui uma igual fração do milho (1:1), o desempenho
dos animais não se altera (MACGREGOR et al., 1976; NAKAMURA; OWEN, 1989;
IPHARRAGUERRE et al., 2002; BERNARD; McNEIL, 1991; COOMER et al., 1993,
ASSIS et al., 2001). Isto seria conseqüência do efeito associativo positivo que a
substituição de parte do amido por fibra de alta digestibilidade teria na digestão da fibra
41
dos demais ingredientes, gerando um saldo energético positivo, que compensaria o
menor valor energético da casca de soja.
MacGregor et al. (1976) relataram que além da inclusão de casca de soja não
afetar a produção e composição do leite e o consumo de MS, observaram um aumento
da digestibilidade das frações fibrosas nas rações contendo casca de soja. Na ração
exclusivamente com milho, a digestibilidade da FDN foi de 47,6%, aumentando para
62,6 e 61,6%, conforme o nível de casca de soja aumentou na ração. Efeito semelhante
foi observado para a fração FDA. Isto demonstra claramente o efeito associativo
positivo na digestão da fibra. Assim, a casca de soja pode vir a fornecer a mesma
quantidade de energia líquida para lactação que o milho.
Revisando 10 estudos, Ipharraguerre e Clark (2003) observaram que o teor de
gordura do leite não se correlacionou com a concentração de casca de soja na ração,
ou com o teor de FDN proporcionado por esta. Quando a casca de soja é utilizada
como substituto para grãos de cereais, os dados parecem indicar que a FDN
proveniente da casca é efetiva para manter, ou até aumentar o teor de gordura do leite.
No entanto, a falta de consistência nos efeitos da casca de soja sobre a produção e teor
de gordura do leite resultou em uma correlação não significativa entre a quantidade de
casca utilizada e a produção de leite corrigido para gordura. Em dois dos quatro
estudos onde a casca de soja aumentou o teor de gordura do leite (NAKAMURA;
OWEN, 1989; PANTOJA et al., 1994), a produção de leite diminuiu e a produção de
leite corrigido para gordura não diferiu.
Com relação ao teor de proteína do leite, a substituição dos grãos de cereais
por casca de soja significativamente diminuiu esse parâmetro nos trabalhos de Firkins e
Eastridge (1992), Sarwar et al. (1992) e Pantoja et al. (1994). Sarwar et al. (1992) dizem
que esta resposta pode parcialmente ser explicada pelo reduzido teor de carboidratos
não estruturais das rações que contém altos níveis de casca de soja, o que pode limitar
a síntese de proteína microbiana no rúmen, o que, por sua vez, reduz o aporte de
proteína metabolizável para o intestino delgado, limitando a disponibilidade de
aminoácidos na glândula mamária.
42
2.5.6 Farelo de trigo
A literatura é escassa de trabalhos comparando especificamente a utilização do
farelo de trigo em relação a outros alimentos, especialmente grãos de cereais, e em
especial ao milho. Em muitos estudos ele é avaliado em misturas com outros
subprodutos fibrosos, como fonte alternativa de fibra de maior digestibilidade, e
normalmente em substituição à parte do volumoso.
Mas, por ser pouco estudado não significa dizer que o farelo de trigo não seja
um co-produto em potencial para alimentação de ruminantes. Por conter níveis
elevados de fibra e níveis baixos de amido, em relação ao grão integral de trigo, e
também a outros cereais, o farelo de trigo pode ser uma alternativa muito interessante
em rações de bovinos, principalmente quando se utiliza altos níveis de concentrado,
esperando-se menor incidência de distúrbios digestivos (DHUYVETTER et al., 1999).
Estes autores afirmam que o subproduto pode ser um excelente suplemento para vacas
sob pastejo, principalmente quando a forragem é de baixo valor nutritivo. A proteína do
farelo de trigo é altamente degradável no rúmen, sendo utilizada com eficiência por
ruminantes consumindo forragens de baixa qualidade, que via de regra são deficientes
em proteína degradável no rúmen.
A quantidade de farelo de trigo que pode ser usada nas rações de vacas
leiteiras ainda não estão totalmente definidas. Freqüentemente a quantidade usada é
limitada a ¼ do concentrado, por questões ligadas a palatabilidade e ao desempenho
animal (ACEDO et al., 1987). Com relação a palatabilidade, Waldern (1970) observou
que a peletização ameniza este problema em misturas com altas quantidades de farelo
de trigo.
O farelo de trigo tem sido usado principalmente para substituir grãos de
cereais em dietas de vacas leiteiras (FIRKINS, 1995). É comumente usado como fonte
de energia e proteína em concentrados comerciais para vacas em lactação. A energia
contida no farelo de trigo é inferior à contida no milho. Grande parte dessa energia está
na forma de fibra digestível e uma pequena fração na forma de amido. A proteína bruta
do farelo de trigo é extensivamente degradada rúmen (NRC, 1989) e supre poucos
aminoácidos para o abomaso (BERNARD et al., 1988). Lusby e Wettemann (1988)
concluíram que a aparente baixa energia contida no farelo de trigo comparado com o
43
milho pode ser contrabalançada pela variação benéfica na ingestão de forragem e/ou
digestibilidade.
A influência de várias fontes de fibra digestível na fermentação ruminal e
metabolismo protéico foi estudada por Bernard et al. (1988). A fermentação ruminal do
FDN não foi diferente entre o farelo de trigo e o farelo proteinoso de milho, quando
analisados separadamente. A combinação destas duas fontes de fibra aumentou a
digestão em aproximadamente 12%. A rápida degradação ruminal da fibra destes
alimentos diminuiu a quantidade de proteína que chegou ao abomaso e produziu maior
concentração de isoácidos no fluido ruminal.
Bernard e Mcneill (1991) também testaram a resposta produtiva e
digestibilidade de rações com vários subprodutos fibrosos. Parte da silagem de milho,
dos grãos de milho e do farelo de soja do concentrado foram substituídos por farelo
proteinoso de milho, casca de soja e farelo de trigo em um total de 22% da matéria seca
em rações isoprotéicas e isoenergéticas. O CMS foi diminuído quando as vacas
consumiram o farelo de trigo, comparado à ração controle e à casca de soja. A
digestibilidade da MS e da fibra foi inferior para a ração com farelo de trigo. No entanto,
os autores não observaram diferenças no consumo, produção e composição do leite
entre os animais que receberam a ração com farelo de trigo em relação aos animais
que receberam a ração controle, com concentrado tradicional, a base de milho moído e
farelo de soja.
Miller et al. (1991), substituíram parte da silagem (mistura de gramínea com
leguminosa) por uma mistura de vários subprodutos fibrosos, com predominância da
polpa de beterraba (28,8% da MS) e FT (25% da MS). As rações eram isoprotéicas
(17% de PB) e isoenergéticas (1,72 Mcal ELl/kg). O objetivo foi estudar a substituição
de FDN de baixa taxa de desaparecimento no rúmen por FDN de alta taxa de
desaparecimento. O grupo que recebeu a ração com subprodutos produziu mais leite
(35,2 x 32,1 kg/dia), com maior teor de proteína (1,13 x 0,97 kg/dia) e consumiram mais
FDN (1,16 x 1,05 % do peso vivo) e FDA (0,58 x 0,51% do PV). O CMS e o peso vivo
não diferiram entre os tratamentos.
Estudo realizado por Soares et al. (2004) testou a substituição do milho moído
fino (fubá) por farelo de trigo em três níveis de inclusão na ração, 14,55, 29,12, e
43,69% da MS do concentrado, correspondentes a 4,30, 8,60 e 12,90% da MS total da
44
ração. Esses níveis correspondiam a 33, 67 e 100% de substituição do milho
respectivamente. Em todos os tratamentos foi mantida a relação 70% de volumoso
(silagem de milho) e 30% de concentrado. Com o aumento dos níveis de farelo de trigo
na ração, houve decréscimo linear da digestibilidade aparente da MS, MO, carboidratos
totais e PB, provavelmente em virtude do aumento do teor de FDN da ração, à medida
que se elevaram os níveis de farelo de trigo. No entanto, os consumos de MO, PB, EE,
CT e NDT não foram influenciados pelos níveis de farelo de trigo das rações, bem como
não se observou efeito da inclusão do farelo sobre a produção e composição do leite.
2.5.7 Milho grão
Como o milho é o principal cereal utilizado nos alimentos concentrados para
vacas leiteiras no Brasil, o amido constitui-se na fonte energética mais importante em
sistemas intensivos de produção de leite, sendo fundamental conhecer a fundo suas
características e aproveitamento pelos animais. Com a alta do custo de produção nas
últimas décadas, intensificou-se o uso de co-produtos na alimentação de vacas leiteiras
e com isso o interesse da pesquisa em comparar destes co-produtos com o milho.
Segundo Theurer (1992), o amido é o principal nutriente utilizado para se
conseguir níveis elevados de produtividade pelos ruminantes, e representa 70-80% da
maioria dos grãos de cereais. O grão de milho inteiro apresenta baixa digestibilidade do
amido, com grande perda deste nutriente nas fezes de vacas leiteiras. Rooney e
Pflugfelder (1986) dizem que a estrutura e composição do amido, e suas interações
com outros nutrientes têm papel importantíssimo na determinação da digestibilidade e
valor alimentício dos grãos de cereais.
O amido é um polissacarídeo de reserva energética das plantas superiores. É
uma molécula heterogênea, composta por dois polímeros principais, a amilose e a
amilopectina (KOTARSKY et al., 1992; ROONEY; PFLUGFELDER, 1986). Um
componente secundário chamado de amilose ramificada também pode estar presente.
A amilopectina representa 70-80% do amido da maior parte dos grãos de cereais. As
cadeias "A" tendem a ser curtas e fracas, podendo formar um complexo marrom-
avermelhado com o iodo. O grau de ramificação da amilopectina varia entre espécies e
dentro das mesmas, e tem influência nas propriedades do amido.
45
Como o grão de milho íntegro é de baixo aproveitamento pelos ruminantes,
várias formas de processamento têm sido estudadas. Segundo Carmo (2005) os tipos
de processamento mais usados são: moagem, laminação, laminação a vapor
(mecânicos), micronização, pipoca, tostagem (calor a seco), colheita precoce,
reconstituição (processamento úmido), explosão, floculação e floculação sob pressão
(processamento com vapor). Simas (1996) afirma que os métodos mais eficientes para
aumentar a digestibilidade do amido dos grãos são a floculação, micronização, pipoca,
reconstituição seguida de moagem e colheita precoce seguida de moagem. Zinn et al.
(1995) concluíram que o processamento do milho é o primeiro fator que influencia o
local e a extensão da digestão de amido.
Entretanto, embora existam várias opções de processamento, no Brasil é a
moagem o principal método empregado no processamento do grão de milho a ser
oferecido aos animais (CARMO, 2005). Este processamento aumenta a digestibilidade
do amido no rúmen e trato digestivo total, devido a um rompimento da matriz protéica e
aumento da área superficial. A moagem fina dos grãos de milho tem resultado em
valores de digestibilidade do amido maior que a laminação, porém menor que a
floculação ou dos grãos de alta umidade (HUNTINGTON, 1997; THEURER et al.,
1999).
Para vacas em confinamento, o processamento do milho através da floculação
e silagem de grãos úmidos tem se mostrado superior à moagem grosseira ou
laminação, a seco ou com vapor (HUNTINGTON, 1997; THEURER et al., 1999). A
ensilagem de grãos úmidos é vantajosa em relação ao processamento seco como a
moagem ou laminação, pois resulta em maior digestibilidade do amido e maior NDT do
cereal. Isto se deve à colheita do cereal no campo antes da formação total das matrizes
protéicas e ao processo de proteólise durante a ensilagem. A floculação destrói de
forma efetiva a matriz protéica que envolve os grânulos de amido e que limitam sua
digestão. Também ocorre gelatinização do amido e aumento da área superficial do
grão.
Em estudos com vacas em pastagens, vários estudos foram realizados para
comparar diferentes formas de processamento de grãos, tais como milho de alta
umidade (SORIANO et al., 2000; ALVAREZ et al., 2001; REIS et al., 2001; WU et al.,
2001), milho floculado com densidade de 290 (BARGO et al., 1998) ou 360 g/L
46
(DELAHOY et al., 2003), laminado a vapor com densidade de 591 g/L (REIS; COMBS,
2000). A maioria dos estudos não relataram diferenças no consumo de MS de pasto ou
consumo de MS total quando estas formas de processamento foram comparados com
milho laminado ou moído. Em apenas um trabalho a produção de leite foi maior para a
fonte de alta degradabilidade (WU et al., 2001). A ausência de resposta ao
processamento de milho para vacas em pastagens difere dos dados consistentes
revisados por THEURER et al. (1999) com vacas mantidas em confinamento. Doses
muito altas de milho, entre 8 a 10 kg vaca/dia, podem ter resultado em excesso de
amido degradável no rúmen nos tratamentos com grãos processados mais
intensamente e afetado o desempenho das vacas.
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62
63
3 TEORES CRESCENTES DE CAROÇO DE ALGODÃO NA RAÇÃO DE VACAS
LEITEIRAS ALIMENTADAS COM CANA-DE-AÇÚCAR
Resumo
Estudou-se a utilização do caroço de algodão na ração de vacas em lactação
alimentadas no cocho com cana-de-açúcar durante a estação seca do ano. O trabalho
foi conduzido no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Piracicaba - SP. O
delineamento estatístico adotado foi o quadrado latino 4 x 4 replicado. As análises
estatísticas foram realizadas utilizando-se o procedimento "GLM" do programa
estatístico SAS (2002). Utilizou-se 16 animais da raça Holandesa com 516 kg de peso
vivo e 145 dias de lactação. Os animais foram mantidos em piquetes de
aproximadamente 500 m
2
com livre acesso a água e a área de sombra. As vacas foram
alimentadas com cana-de-açúcar (62,75 da MS) como único volumoso e concentrado
(37,25% da MS), misturados na forma de ração total, contendo milho moído, polpa
cítrica, uréia, farelo de algodão, mistura mineral e vitamínica no concentrado controle, e
teores crescentes de caroço de algodão (CA) nos demais tratamentos. A ração total foi
fornecida duas vezes ao dia, no momento que as vacas eram ordenhadas. A cana era
picada momentos antes de ser misturada ao concentrado e de ser fornecida aos
animais. Os tratamentos testados foram: 1) TC: (0% de CA na MS da ração total); 2)
T17: (17% de CA na MS); 3) T17FA: (17% de CA na MS com farelo de algodão extra e
ausência de milho e polpa cítrica); 4) T34: (34% de CA na MS). A inclusão de 34% de
caroço de algodão na ração total reduziu a produção de leite, a produção de leite
corrigida para gordura, a produção de gordura, proteína, lactose e sólidos totais; reduziu
a percentagem de lactose e aumentou a concentração de uréia no leite. O consumo de
MS foi reduzido e o consumo de extrato etéreo foi aumentado com a inclusão de 34%
de caroço de algodão na ração (P<0,05), mesmo com a redução observada no
consumo de MS. O peso vivo (516 kg), a condição corporal (2,53), as concentrações de
glicose plasmática (68,46 mg/dL), uréia plasmática (18,08 mg/dL) e de ácidos graxos
livres (447,07 meq/L) não foram afetados pelos tratamentos (P>0,05). O caroço de
algodão pode ser utilizado em dietas formuladas a base de cana-de-açúcar como
volumoso quando incluído em até 17% da estimativa de consumo de matéria seca total.
Palavras-chave: Caroço de algodão; Cana-de-açúcar; Produção e composição do leite;
Consumo e matéria seca
64
Increasing whole cottonseed levels for dairy cows fed sugarcane based diets
Abstract
This trial evaluated whole cottonseed (WCS) inclusion on concentrate mixtures
offered to dairy cows receiving sugarcane based diets. Trial was conducted at Animal
Sciences Department, USP/ESALQ, Piracicaba/SP. 16 Holstein cows fed total mixed
rations with sugarcane as the forage source (62,7% DM) during dry season were used
on a replicated 4x4 Latin Square design. Data were analyzed by GLM procedure of SAS
(2002). Animals were kept on 500 m
2
paddocks with free access to water and shadowed
rest area. Cows received sugarcane (62,75% DM) as sole roughage and concentrate
(37,25% DM), mixed as TMR containing ground corn, dried citrus pulp (DCP), urea,
cottonseed meal (CM) and vitamin-mineral premix on the control concentrate.
Experimental concentrates had increasing WCS levels. TMR was fed twice daily,
immediately prior or after milkings. Sugarcane was ground immediately before being
mixed to concentrates and fed to animals. Treatments tested were: 1) TC: (0% WCS on
total ration DM); 2) T17: (17% WCS on total DM); 3) T17FA: (17% WCS on total DM with
extra CM and no corn and DCP); 4) T34: (34% WCS on total DM). T34 reduced milk
yield, fat corrected milk (FCM) yield, milk fat, protein, lactose and total solids production
and milk lactose concentration and raised milk urea nitrogen (MUN). T34 resulted in
lower total DM intake, but ether extract (EE) intake was higher (P<0,05). LW (516 kg),
BCS (2,53), plasma glucose (68,46 mg/dL), plasma urea nitrogen (PUN) (18,08 mg/dL)
and non esterified fatty acids (NEFA) (447,07 meq/L) concentrations were not affected
by treatments (P>0,05). WCS can be used in sugarcane based diets when included up
to 17% total DM estimate consumption.
Keywords: Whole cottonseed; Sugar cane; Milk yield and composition; Dry matter intake
3.1 Introdução
O subproduto agroindustrial caroço de algodão é bastante disponível no Brasil,
principalmente na região Centro-Oeste, onde estão as maiores áreas de cultivo do
algodoeiro.
A utilização de caroço de algodão, devido à sua alta densidade energética, tem
ocorrido em substituição aos cereais da dieta (WILKS et al., 1991). Alguns estudos
mostraram maior produção de leite corrigida para 4% (ANDERSON et al., 1979; SMITH
et al., 1981; De PETERS et al., 1985; e HORNER et al., 1986) e para 3,5% de gordura
(WILKS et al., 1991). Entretanto, outros estudos não obtiveram tal resposta (SMITH et
al., 1980; HAWKINS et al., 1985).
65
O caroço de algodão tem sido bastante utilizado em sistemas confinados,
sendo incluído em dietas de alto desafio, a fim de manter saúde ruminal e manter
teores adequados de gordura no leite. Seu uso na alimentação de vacas alimentadas
com cana-de-açúcar, bem como a quantidade passível de ser utilizada é pouco
documentada na literatura (SANTOS et al, 2007).
A cana-de-açúcar é uma forrageira muito atrativa para o período seco do ano,
devido à capacidade de manter a digestibilidade com o aumento da maturidade, o que
é uma grande vantagem para a alimentação animal, principalmente na estação seca,
quando todas as outras gramíneas tropicais apresentam declínio de sua qualidade e
disponibilidade (PRESTON, 1977).
Entretanto, se por um lado a cana-de-açúcar é uma excelente alternativa como
alimento para a época de escassez, é também um volumoso de média qualidade
quanto à sua digestibilidade, teores de minerais, gordura e proteína.
Os objetivos deste estudo foram: avaliar a produção e composição do leite,
consumo de matéria seca, fibra em detergente neutro e extrato etéreo, variação no
peso vivo e escore corporal, bem como a composição de metabólicos no sangue com a
inclusão de até 34% de caroço de algodão em dietas tendo cana-de-açúcar como
volumoso.
3.2 Material e Métodos
3.2.1 Animais e instalações experimentais
O trabalho foi conduzido nas instalações do Departamento de Zootecnia da
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, no
município de Piracicaba - SP, utilizando 16 vacas Holandesas com produção de leite
próxima a 16 kg dia
-1
.
66
3.2.2 Tratamentos
Os ingredientes utilizados e suas composições são apresentados na Tabela
3.1. As rações experimentais continham 62,76% de cana-de-açúcar e 37,24% de
concentrado na MS, fornecidas na forma de ração totalmente misturada (RTM) (Tabela
3.2).
3.2.3 Delineamento experimental
O delineamento experimental foi em Quadrados latinos 4 x 4, repetidos,
compostos por 4 tratamentos e 4 períodos utilizando-se 16 animais ao todo. O período
experimental teve duração de 80 dias, dividido em quatro sub-períodos de vinte dias,
sendo quinze primeiros dias de adaptação e os cinco últimos dias de coleta.
Tabela 3.1 - Descrição dos concentrados experimentais
% MS Total
Ingredientes
TC T17 T17FA T34
Milho moído fino 26,87 9,11 - -
Polpa cítrica peletizada 26,87 9,11 - -
Farelo de algodão 36,67 28,44 47,68 -
Caroço de algodão - 45,66 45,66 91,35
Uréia + sulfato de amônia 4,59 2,68 1,66 3,65
Premix mineral Vitamínico 5,00 5,00 5,00 5,00
Composição dos concentrados
PB do concentrado (% MS)
1
33,7 32,4 36,7 31,7
El
l
(Mcal/kg MS)
1
1,68 1,90 1,89 1,96
1- Composição estimada pelo NRC (2001)
3.2.4 Coleta de sangue e avaliação da condição corporal
No último dia de cada sub-período foram coletadas amostras de sangue através
de punção na veia coccígea e armazenadas em tubos de ensaio a vácuo contendo 5
mg fluoreto de sódio como anticoagulante e 5 mg EDTA K3 como antiglicolítico. As
referidas coletas foram realizadas 4 horas após o fornecimento matinal das rações.
As amostras de sangue foram centrifugadas a 3.000 x g por 20 minutos a uma
temperatura de 4ºC para obtenção de plasma, acondicionadas em tubos de 2 mL do
67
tipo “ependorff” e congeladas a -10° C para determinação dos teores plasmáticos de
glicose, uréia e ácidos graxos livres.
A glicose plasmática foi analisada diretamente através do analisador bioquímico
automático YSI 2700 Select (Biochemistry analyser, Yellow Spring, OH, EUA).
A uréia plasmática foi analisada de acordo com Chaney e Marbach (1962),
adaptando o método para leitura em ELISA Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm).
Os níveis de ácidos graxos não esterificados foram determinados
enzimaticamente através do kit AGL-c (Wako Chemicals GmbH, Richmond, VA) sendo
o método modificado de acordo com Johnson e Peters (1993) para leitura em placas de
microtítulo em aparelho Microplate Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm).
No primeiro e último dia de cada período os animais foram pesados e a condição
corporal dos animais foi determinada, de acordo com Wildman et al. (1982).
Tabela 3.2 - Ingredientes e composição química das rações experimentais
% MS Total
INGREDIENTES
TC T17 T17FA T34
Cana de açúcar
Milho moído fino
62,75
10,01
62,75
3,35
62,75
-
62,75
-
Polpa cítrica 10,01 3,35 - -
Uréia + Sulfato de Amônia 1,71 1,00 0,62 1,36
Farelo de algodão 13,66 10,56 17,75 -
Caroço de algodão - 17,01 17,01 34,02
Supl. Min. e vitamínico 1,86 1,86 1,86 1,86
Composição química das rações experimentais
PB (%MS)
1
13,20 13,30 14,40 13,20
EL
L
(Mcal/kgMS)
1
1.40 1.49 1.49 1.60
Extrato Etéreo (%)
1
1,90 4,60 4,30 7,40
Leite predito por EL
L
(Kg/d)
1
20,2 22,2 22,2 24,9
Leite predito por PM (Kg/d)
1
18,1 18,0 21,6 14,4
Consumo previsto (Kg de MS/d)
1
16,1 16,1 16,1 16,1
Balanço de PDR (g/d)
1
+ 50 + 29 + 40 + 149
Balanço de PNDR (g/d)
1
+ 5 + 1 + 184 - 206
1
valores preditos de acordo com o NRC (2001)
3.2.5 Avaliação do consumo
Para o cálculo de consumo de matéria seca, foi pesada a quantidade de alimento
oferecida em cada refeição diária para cada grupo durante os últimos sete dias de cada
68
período, descontado as sobras do trato anterior. O consumo somente foi obtido para o
grupo.
3.2.6 Análises bromatológicas
As amostras dos concentrados oferecidos foram realizadas imediatamente após
o seu preparo e armazenadas a -10°C. Posteriormente as amostras de concentrado
foram secas a 55° C por 72 horas, moídas em moinho tipo "Willey" utilizando peneira de
malha de 1 mm e analisadas para MS, MO, PB e EE de acordo com AOAC (1990), FDN
e FDA de acordo com o método proposto por Van Soest et al. (1991).
O NDT foi calculado utilizando-se a fórmula desenvolvida por Weiss (1993):
NDT = 0,98*(100 – n-FDN – PB – CINZA – EE –1)+ 0,93*PB + 2,25*EE + 0.75(n-FDN –
LIG) * [1-(LIG/n-FDN)
0.667
] – 7
As análises foram realizadas junto ao Laboratório de Bromatologia do
Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.
3.2.7 Análise estatística
Os dados de produção e composição do leite, condição corporal e parâmetros
sangüíneos, foram analisados utilizando-se o PROC GLM (General Linear Models) do
pacote estatístico SAS (1999), versão 8 para Windows conforme o seguinte modelo
apresentado no Quadro 3.1.
Causas de Variação Graus de Liberdade
Animal 15
Período 3
Tratamentos 3
Resíduo 42
Total 63
Quadro 3.1 – Demonstrativo do quadro de análise de variância
O modelo estatístico adotado para estas variáveis experimentais foi:
Y
ijkl
= µ + P
i
+ V
j
+ T
k
+ V(R)
l
+ e
ijkl
,
Onde,
69
Y
ijkl
= variáveis observadas;
µ = média geral;
P
i
= efeito do período
i
, (sendo
i
= 1, 2, 3 e 4);
V
j
= efeito da vaca
j
, (sendo
j
= 1, 2...16);
T
k
= efeito do tratamento
k
, (sendo
k
= 1, 2, 3 e 4);
V(R)
l
= efeito da replicação
l
, sendo (
l
= 1, 2, 3, e 4);
E
ijkl
= erros associados as observações Y
ijkl.
Os dados de consumo foram analisados utilizando-se o PROC GLM (General
Linear Models) do pacote estatístico SAS (1999), versão 8 para Windows conforme o
seguinte modelo apresentado no Quadro 3.2. As médias foram testadas pelo
procedimento LSMEANS do SAS.
Causas de Variação Graus de Liberdade
Animal 3
Período 3
Tratamentos 3
Resíduo 6
Total 15
Quadro 3.2 – Demonstrativo do quadro de análise de variância
O modelo estatístico adotado para esta variável experimental foi:
Y
ijkl
= µ + P
i
+ V
j
+ T
k
+ V(R)
l
+ e
ijkl
,
Onde,
Y
ijkl
= variáveis observadas;
µ = média geral;
P
i
= efeito do período
i
, (sendo
i
= 1, 2, 3 e 4);
V
j
= efeito da vaca
j
, (sendo
j
= 1, 2, 3 e 4);
T
k
= efeito do tratamento
k
, (sendo
k
= 1, 2, 3 e 4);
V(R)
l
= efeito da replicação
l
, sendo (
l
= 1);
e
ijkl
= erros associados as observações Y
ijkl.
70
3.3 Resultados
3.3.1 Consumo de matéria seca
Na Tabela 3.3 são apresentados os dados de composição bromatológica da
ração total e das sobras das dietas experimentais. Os dados de consumo de matéria
seca (ração total) e de nutrientes são apresentados na Tabela 3.4. O consumo de
matéria seca e de nutrientes foi afetado pelos tratamentos (P<0,05). A inclusão de 34%
de caro;o de algodão na ração reduziu o consumo de MS (kg e %PV) e de FDN (%PV).
O consumo de extrato etéreo aumentou com doses crescentes de caroço de algodão na
ração. O consumo de proteína bruta foi maior no tratamento com farelo de algodão
extra (T17FA) e o consumo de NDT manteve-se inalterado com os tratamentos
impostos.
Tabela 3.3 - Composição química das rações experimentais e das sobras
Tratamentos
Frações
TC T17 T17FA T34
Oferecido
PB (%MS) 11,76 14,40 15,88 14,92
EE (%) 1,13 5,40 5,80 9,07
FDN (%) 39,43 40,26 39,61 38,52
N-FDN(%NT) 20,73 20,07 23,07 14,73
FDA (%MS) 28,15 28,67 28,39 30,33
N-FDA (%NT) 13,28 14,19 16,01 16,38
Cinzas (%) 6,65 6,81 6,32 6,50
Celulose (%MS) 22,35 22,16 20,63 24,25
Hemicelulose (%MS) 11,94 12,03 11,81 8,70
Lignina (%MS) 1,72 1,46 1,13 1,52
CNF (%MS) 41,03 33,13 32,40 31.00
NDT
3
75,29 80,88 81,5 87,01
Sobras
PB (%MS) 10,26 8,73 8,59 9,64
EE (%) 1,11 2,72 2,98 3,46
FDN (%) 49,92 47,94 49,55 50,46
N-FDN (%NT) 19,13 24,63 22,28 18,83
FDA (%MS) 34,80 33,71 34,91 35,27
N-FDA (%NT) 13,75 12,65 11,75 10,52
Cinzas (%) 6,96 6,26 6,63 7,21
Celulose (%MS) 27,31 26,68 27,64 27,70
Hemicelulose (%MS) 15,95 15,08 15,46 15,75
Lignina (%MS) 2,67 1,71 2,30 2,55
CNF (%MS) 31,75 34,35 32,25 29,52
NDT
1
74,33 76,96 76,81 77,31
1 - Calculado conforme Weiss, 1993
71
3.3.2 Produção e Composição do Leite
Na Tabela 3.5 são apresentados os dados de produção e composição do leite.
Tabela 3.4 - Consumo de matéria seca e de nutrientes de vacas alimentadas com níveis
crescentes de caroço de algodão na ração total tendo cana-de-açúcar como
volumoso
Tratamentos
Variáveis
TC T17
1
T17FA
2
T34
Média
EPM
3
P>F
4
CMS (kg/vaca/dia) 14,77
A
14,68
A
15,16
A
12,56
B
14,3 1,13 0,008
CMS (% PV) 2,86
A
2,83
A
2,92
A
2,45
B
2,76 0,07 0.013
Consumo de FDN (kg/vaca/dia) 5,56 5,76 5,81 4,54 5,42 0,374 0,125
Cons. de FDN (% PV) 1,08
A
1,11
A
1,12
A
0,88
B
1,05 0,039 0.050
Consumo de EE (kg/vaca/dia) 0,16
C
0,84
B
0,94
B
1,28
A
0,80 0,044 0,001
Consumo de PB (kg/vaca/dia) 1,77
B
2,22
AB
2,56
A
2,01
AB
2,14 0,124 0,009
Consumo de NDT (kg/vaca/dia) 11,05 11,82 12,36 11,12 11,59 0,784 0,610
1
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 18 litros de leite.
2
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 21 litros de leite.
3
– Erro padrão da média 4
– Probabilidade
Valores seguidos de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
Tabela 3.5 - Produção e composição do leite de vacas alimentadas com níveis crescentes de
caroço de algodão na ração total tendo cana-de-açúcar como volumoso
Tratamentos
Variáveis
TC T17
1
T17FA
2
T34
Média EPM
3
P > F
4
Produção de leite 16,78
A
15,05
A
16,31
A
12,87
B
15,25 0,585 0,004
Produção de leite
5
15,85
A
15,30
A
15,78
A
13,01
B
14,99 0,580 0,003
Gordura (%) 3,34 3,54 3,41 3,53 3,45 0,069 0,152
Gordura (kg/dia) 0,530
A
0,542
A
0,538
A
0,459
B
0,517 0,021 0,011
Proteína (%) 2,94 2,91 2,91 2,90 2,91 0,027 0,77
Proteína (kg/dia) 0,466
A
0,445
A
0,461
A
0,376
B
0,437 0,016 0,003
Lactose (%) 4,39
AB
4,45
A
4,45
A
4,29
B
4,40 0,029 0,001
Lactose (kg/dia) 0,696
A
0,681
A
0,702
A
0,558
B
0,659 0,043 0,006
Sólidos totais (%) 11,81 11,94 11,83 11,83 11,85 0,079 0,686
Sólidos totais (kg/dia) 1,872
A
1,826
A
1,867
A
1,540
B
1,776 0,070 0,001
Uréia (%) 10,95
C
12,64
B
13,48
B
17,58
A
13,65 0,043 0,001
Cont. de células
somáticas (x10.000)
8,97 12,06 11,85 17,33 12,55 2,17 0,067
Valores seguidos de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 18 litros de leite.
2
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 21 litros de leite.
3
– Erro padrão da média;
4
– Probabilidade;
5
- Produção de leite corrigida para 3,5% de gordura.
72
Não houve diferença estatística (P>0,05) para os teores de gordura, proteína e
sólidos totais entre os tratamentos. Entretanto, a inclusão de 34% de caroço de algodão
na ração, resultou em menores produções (P<0,05) de leite, gordura, proteína, lactose
e de sólidos totais, bem como menores teores (P<0,05) de lactose no leite. O teor de
nitrogênio uréico do leite foi maior (P<0,05) na ração com 34% de caroço de algodão,
intermediária na com 17% e menor na ração controle. A inclusão de caroço de algodão
na ração aumentou (P=0,067) a contagem de células somáticas no leite.
3.3.3 Peso vivo e condição corporal
Os dados de peso vivo e condição corporal, bem como as suas variações estão
apresentados na Tabela 3.6. Observa-se que os tratamentos não alteraram o peso vivo
e a condição corporal dos animais. As vacas pesaram em média 516 kg de PV e
tiveram uma varição de 13 kg ao longo do experimento. A condição corporal foi avaliada
como sendo 2,53.
Tabela 3.6 - Peso vivo, condição corporal e suas respectivas variações de vacas alimentadas
com níveis crescentes de caroço de algodão na ração total tendo cana-de-açúcar
como volumoso
Tratamentos
Variáveis
TC T17
1
T17FA
2
T34
Média EPM
3
P > F
4
Peso vivo (kg) 516,30 517,72 518,53 511,54 516,02 3,167 0,416
Variação do PV (kg) 7,75 19,18 16,54 8,83 13,07 4,18 0,158
Condição corporal 2,54 2,51 2,56 2,51 2,53 0,024 0,420
Variação da CC 0,01 0,00 0,03 0,03 0,003 0,03 0,660
1
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 18 litros de leite.
2
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 21 litros de leite.
3
– Erro padrão da média 4
– Probabilidade
3.3.4 Parâmetros sangüíneos
Os dados referentes aos parâmetros sangüíneos são apresentados na Tabela
3.7. A glicose plasmática e a concentração de ácidos graxos livres no sangue não foram
alteradas pelos tratamentos (P>0,05). Entretanto, a inclusão de 34% de caroço de
algodão na ração aumentou (P<0,05) a concentração de nitrogênio uréico no plasma.
73
As vacas apresentaram concentração média 68,4 mg/dL de glicose e
18,08 mg/dL de N-uréio. A concentração de ácidos graxo livres foi de 447,1 meg/L.
Tabela 3.7 - Parâmetros sangüíneos de vacas alimentadas com níveis crescentes de caroço de
algodão na ração total tendo cana-de-açúcar como volumoso
Tratamentos
Variáveis
TC T17
1
T17FA
2
T34
Média EPM
3
P > F
4
Glicose plasmática (mg/dL)
69,06 68,75 69,12 66,94 68,46 1,16 0,507
N Uréico (mg/dL)
15,46
B
17,73
B
16,54
B
22,60
A
18,08 0,648 0,001
AGL meq/L
422,62 472,81 467,50 425,37 447,07 25,24 0,350
1
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 18 litros de leite.
2
- Concentrado com 17% de caroço de algodão com energia para produzir 21 litros de leite.
3
– Erro padrão da média;
4
– Probabilidade.
3.4 Discussão
3.4.1 Consumo de nutrientes
De acordo com os dados de composição nutricional das rações apresentados na
Tabela 3.3, elas não foram isonitrogenadas conforme programado. Entretanto, a
variação no teor de PB das sobras foi bem menor que nas rações oferecidas. Existe
certa dificuldade em homogeneizar perfeitamente rações com teores altos de caroço de
algodão. Entretanto, a maior discrepância entre o teor esperado e observado de PB,
ocorreu na ração controle, sem caroço de algodão.
O consumo de MS (Tabela 3.3) não foi afetado pela inclusão de 17% de caroço
de algodão na ração, mas foi drasticamente reduzido no tratamento com 34% de caroço
de algodão. Este comportamento pode ser resultado de um efeito de anelfobia, uma vez
que os animais utilizados no estudo nunca tinham consumido caroço de algodão
anteriormente. É possível que os 15 dias de adaptação utilizados neste experimento
não tenham sido suficientes para eliminar os efeitos negativos de uma possível reação
de recusa à alimentação oferecida. Uma segunda explicação para o menor consumo do
tratamento com 34% de caroço é o alto teor de extrato etéreo (9,07% da MS) dessa
ração. É sabido que ácidos graxos insaturados quando em doses altas no rúmen,
prejudicam a atividade fermentativa de bactérias celulolíticas e fungos. Climaco (1992)
constatou que o número máximo calculado para a população de bactérias totais foi
74
alcançado com 22% de caroço de algodão na ração (base seca), com decréscimo a
partir de 23%. Segundo o mesmo autor, os fungos apresentam maior sensibilidade do
que as bactérias, uma vez que a população máxima calculada foi alcançada com 12%
de caroço de algodão na ração, com posteriores decréscimos. Entretanto, a ausência
de efeito negativo da dose alta de caroço de algodão (34%) no teor de gordura do leite
não sugere efeito tóxico da gordura na digestão de fibra.
Nos trabalhos de Coppock et al. (1985), Hawkins et al. (1985) e Fernandes
(2000), houve redução no consumo de MS com inclusão de caroço de algodão entre 12
a 30% da MS da ração em comparação com a ração controle sem caroço. Em
contrapartida, Smith et al. (1981) e Villela (1995) não encontraram efeito negativo no
consumo de matéria seca de vacas em lactação, quando o caroço de algodão foi
incluído na ração na dose de até 30% da MS.
Outra hipótese que explicaria a redução no consumo de MS com a inclusão de
34% de caroço de algodão seria um aumento excessivo no teor de FDN da ração
(BERNARD, 1999). Entretanto os teores de FDN das rações oferecidas e das sobras
apresentaram variação mínima entre os tratamentos (Tabela 3.3). Além disso, o
consumo de FDN (0,88% do PV) do tratamento T34 foi inferior aos dos demais
tratamentos e muito inferior ao valor proposto por Mertens (1,2% do PV), como a
capacidade máxima de ingestão de fibra. Apesar desta redução no consumo de MS, o
consumo estimado de energia (WEISS, 1993) não foi reduzido, uma vez que houve
aumento no consumo de EE na ração com 34% de caroço de algodão.
3.4.2 Produção e composição do leite
Os dados relativos à produção e composição do leite foram apresentados na
Tabela 3.5. Os resultados obtidos neste estudo concordam com a maioria dos trabalhos
revisados na literatura, onde doses intermediárias de caroço de algodão geralmente
não afetaram a produção de leite (VILLELA 1995; SMITH et al., 1981; SMITH; HARRIS,
1992; SMITH et al., 1993), ao passo que em alguns estudos, doses elevadas (acima de
24% da MS) reduziram a produção (STAPLES et al., 1991; FERNANDES, 1996). Esta
redução ocorre devido à redução no consumo de MS.
75
O efeito negativo da inclusão na dieta de 34% de caroço de algodão na produção
de gordura do leite foi devido à redução na produção de leite e não à efeitos negativos
no teor de gordura do leite. Isto sugere que não houve um efeito tóxico acentuado do
alto teor de gordura na dieta com 34% de caroço de algodão na digestão de fibra. Os
resultados encontrados na literatura em relação ao teor de gordura do leite são
controvertidos. Lubis et al. (1990), Staples et al. (1991) e Smith e Harris (1992)
observaram decréscimo nos teores de gordura, enquanto Coppock et al. (1987) e
Fernandes (1996) relataram aumento e Villela (1995) relatou efeito quadrático com no
teor de gordura do leite com doses crescentes de caroço de algodão na dieta.
Na maioria dos trabalhos revisados por Coppock et al. (1987), houve aumento na
percentagem de gordura do leite e, freqüentemente, na produção de leite corrigida para
4% de gordura com a inclusão de caroço de algodão nas rações. Grande parte dos
trabalhos mostrou queda na porcentagem de proteína do leite, mas devido ao pequeno
aumento da produção de leite, houve pouca diminuição na produção total de proteína;
quando a percentagem de sólidos totais foi analisada, não houve diferença significativa
com o fornecimento de caroço.
O teor de proteína do leite observado neste estudo não apresentou variações
significativas (P>0,05), assim como no estudo realizado por Villela (1995). Entretanto
este fato está em desacordo com os dados de Smith et al. (1981) e da maioria dos
trabalhos revisados por Coppock et al. (1987) e Wu et al. (1994), que observaram
queda da percentagem de proteína do leite com o fornecimento de caroço de algodão.
Os efeitos obtidos com a suplementação lipídica na produção e composição do
leite normalmente têm sido: aumento (CANT et al., 1993) ou manutenção (ELLIOTT et
al., 1993; JERRED et al., 1990; GRUMMER; LUCK, 1993) da produção de leite, queda
na percentagem de proteína do leite (ELLIOTT et al., 1993; CANT et al., 1993;
GRUMMER; LUCK, 1993) e aumento (CANT et al., 1993; JERRED et al., 1990) ou
manutenção (GRUMMER; LUCK, 1993) da percentagem de gordura do leite.
Tem sido relatado na literatura que o tipo de volumoso utilizado pode afetar a
resposta animal à suplementação com fontes ricas em lipídeos. Segundo Smith et al.
(1993), citando vários autores, em geral, em rações com silagem de milho, a
suplementação com lipídios ativos no rúmen é questionável, pois muitos experimentos
não têm obtido resultados favoráveis. Isto foi observado por Fernandes (1996). O
76
caroço de algodão foi incluído em dietas de feno de alfafa, houve aumento na
percentagem de gordura do leite e na produção de leite (DEPETERS et al., 1985;
SMITH et al., 1981). Adams (1993) e Morales (1989) observaram que a substituição de
parte da silagem de milho por casca de semente de algodão foi benéfico, sugerindo que
os efeitos negativos do caroço de algodão estão associados com os componentes do
caroço de algodão e não com os componentes da casca, que geralmente é benéfico
para o consumo de MS e, conseqüentemente, para a produção de leite.
Clark et al. (1993) forneceram caroço de algodão como fonte de fibra comparado
com feno de alfafa. Os autores observaram uma maior produção de leite, percentagem
de proteína do leite e consumo de MS para os tratamentos que receberam fontes de
fibra do caroço de algodão.
3.4.3 Peso vivo e condição corporal
Na Tabela 3.6 podem ser encontrados os resultados obtidos com relação ao
peso vivo, condição corporal e suas respectivas variações. Embora os tratamentos não
tenham alterado o escore de condição corporal e o peso vivo dos animais, tais dados
devem ser analisados com certa cautela, uma vez que o experimento foi de curta
duração, com períodos de apenas 20 dias (Quadrado Latino). Assim, pode-se especular
sobre provável efeito negativo nessas variáveis com o fornecimento da ração com 34%
de caroço de algodão durante períodos longos como por exemplo, durante toda a
estação seca. Dados sobre variação do peso vivo de vacas leiteiras alimentadas com
caroço de algodão em associação com cana-de-açúcar são escassos na literatura.
3.4.4 Parâmetros sanguíneos
As concentrações de glicose, uréia plasmática e ácidos graxos não esterificados
foram apresentados na Tabela 3.7. A inclusão de caroço de algodão em substituição as
fontes de carboidratos não fibrosos (polpa e milho) poderia reduzir o suprimento de
precursores para síntese de glicose hepática e assim reduzir o teor de glicose no
sangue, o que não foi observado neste estudo. A ausência de efeito dos tratamentos no
77
teor de ácidos graxos livres do sangue é condizente com o fato dos animais não terem
ganhado nem perdido peso drasticamente ao longo do período avaliado.
O aumento significativo do teor de nitrogênio uréico no plasma no tratamento T34
é provavelmente reflexo da falta de carboidratos não fibrosos e aumento da
degradabilidade ruminal da proteína na ração com 34% de caroço de algodão.
A uréia é a forma primária de excreção de nitrogênio pelos mamíferos e o
nitrogênio uréico no plasma é importante ferramenta para monitorar a ingestão protéica
em ruminantes. Os teores de PB da ração apresentam relação linear com as
concentrações de nitrogênio uréico no sangue. A deficiência protéica pode limitar o
desempenho do animal, enquanto que o excesso de nitrogênio pode prejudicar o
desempenho reprodutivo, aumentar as exigências de energia, aumentar os custos da
ração, além do impacto ambiental gerado pela excreção de nitrogênio (BRODERICK;
CLAYTON, 1997). Os valores adequados de nitrogênio uréico no plasma situam-se
entre 13,5 a 15,0 mg/dL e representam o limite a partir do qual as perdas de nitrogênio
seriam iniciadas pelo animal (VALADARES et al., 1997). Na ração com 34% de caroço
de algodão os valores foram excessivos, de 22,60 mg/dL.
3.5 Conclusões
O caroço de algodão pode ser incluído em rações de vacas leiteiras, alimentadas
com cana-de-açúcar na dose de 17% da MS sem afetar negativamente o consumo de
MS, a produção e a composição do leite produzido. A inclusão de 34% de caroço de
algodão na ração de vacas leiteiras alimentadas com cana-de-açúcar reduz o consumo
de MS, a produção de leite e de sólidos do leite e resulta em perdas excessivas de
proteína na forma de uréia para o ambiente.
78
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Review of Animal Production, New York, v. 23, n. 1, p. 33-36, 1987.
86
87
4 NÍVEIS CRESCENTES DE FARELO DE GLÚTEM DE MILHO EM SUBSTITUIÇÃO
AO MILHO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA
Resumo
Objetivou-se estudar a inclusão de farelo de glúten de milho (FGM21) no
concentrado de vacas leiteiras em lactação pastejando capim-elefante durante a
estação chuvosa do ano. O trabalho foi conduzido no Departamento de Zootecnia da
ESALQ/USP, Piracicaba-SP. O delineamento estatístico adotado foi em Quadrado
Latino 4 x 4 replicado, analisados utilizando-se os procedimentos MANOVA e GLM do
SAS (2002). Foi utilizada uma área de 4,6 ha de pastagem dividida em 25 piquetes de
0,2 ha, adubada com 80 kg N ha/mês. Foram utilizadas 16 vacas, com peso médio de
485 kg e 141 dias de lactação, no início do período experimental. Os concentrados
continham 19% de PB, sendo que a partir de um concentrado padrão a base de farelo
de soja e milho moído fino, substituiu-se 20, 50 e 75% do milho por FGM21 para
compor os tratamentos a serem estudados. As vacas receberam o concentrado em
função da produção de leite na proporção de 1:3, quntidade esta fixada no início do
experimento e fracionado em duas vezes ao dia, fornecido após a ordenha da manhã e
imediatamente antes da cordenha da tarde. Não foi obserado diferença estatística
(P>0,05) na produção de leite (12,4 kg vaca/dia) e produção de leite corrigida para 3,5%
de gordura (12,3 kg vaca/dia), porcentagens de gordura (3,52%), proteína (3,32%),
lactose (4,23%), sólidos totais (11,91%), concentração de uréia (14,11 mg/dL) e
contagem de células somáticas (287,9 cel./mL). O peso vivo (484,9 kg), condição
corporal (2,42), glicose plasmática (66,2 mg/dL), uréia plasmática (40,47 mg/dL), N
uréico plasmático (18,9 mg/dL), e ácidos graxos livres no plasma (367,6 meq/L) também
não foram afetados pelos tratamentos (P>0,05). Não houve diferença (P>0,05) no
tempo de pastejo (456 min), ruminação (480 min), ócio (379 min) e taxa de bocados
(32,1 movimentos/min). A Temperatura retal (38,08 e 38,83ºC) e freqüência respiratória
(46,9 e 61,8 movimentos/min), mensuradas às 8:00 e às 15:30 horas, respectivamente,
não foram afetadas pelos tratamentos (P>0,05). O estudo de cinética de degradação
ruminal pela técnica in situ demonstrou que o FGM21 possui maior degradabilidade
ruminal da MS e das frações FDN e PB em comparação ao milho grão. Foi observado
que a inclusão de FGM21 no tratamento com maior nível de substituição aumentou a
degradação da fração PB da forragem (P<0,05). Os tempos de retenção ruminal e total
do milho e do FGM21 não diferiram entre si. Constatou-se que os níveis crescentes de
FMG21 não afetaram a cinética de degradação da MS e das frações FDN e PB da
forragem. Também, os tratamentos estudados não afetaram as concentrações dos
ácidos graxos voláteis acético, propiônicoe butírico (48,84, 25,83 e 15,65 mM), a
concentração de amônia (17,57 mg/dL) e o pH ruminal (5,86). O consumo de matéria
seca estimado por marcador externo teve baixa recuperação fecal, não acusando
diferença entre tratamentos. A produção de proteína microbiana também não foi
alterada pelos tratamentos (157,65 gN/dia) (P<0,05). O FGM21 pode ser usado para
substituir o milho e parte do farelo de soja na ração de vacas leiteiras, sem prejudicar a
88
produção e composição do leite, parâmetros fermentativos ruminais e comportamento
ingestivo.
Palavras-chave: Comportamento Ingestivo; Farelo proteinoso de milho; Metabolismo
ruminal; Produção e composição do leite
INCREASING CORN GLUTEN FEED LEVELS ON SUBSTITUTION FOR CORN ON
CONCENTRATES FOR LACTATING COWS GRAZING ELEPHANT
GRASS DURING RAINY SEASON
Abstract
The trial evaluated corn gluten feed (CGF) inclusion on concentrate
supplements offered to lactating cows grazing Elephant Grass during the rainy season.
Trial was conducted at Animal Sciences Department, USP/ESALQ, Piracicaba/SP. 16
dairy cows (485kg LW and 141 DIM at trial beginning) were used on a replicated 4x4
Latin Square design. Data were analyzed by MANOVA and GLM procedures of SAS
(2002). Animals were kept on a 4,6ha pasture area divided in 25 0,2ha paddocks
fertilized with 80 kg N ha/month. All concentrates had 19% crude protein (CP) and were
soybean and ground corn based. CGF substituted 20, 50 and 75% of corn on
experimental treatments. Cows received concentrate according to milk production on a
1:3 basis, fixed at trial beginning, twice daily after each milking. No differences were
observed (P>0,05) on milk production (12,4 kg cow/day) 3,5% fat corrected Milk
production (12,3 kg cow/day), milk fat (3,52%), milk protein (3,32%), milk lactose
(4,23%), milk total solids (11,91%), and milk urea nitrogen (MUN) (14,11 mg/dL)
concentrations and somatic cells count (SCC) (287,9 cel/mL). Live weight (LW) (484,9
kg), body condition score (BCS) (2,42) and plasma glucose (66,2 mg/dL), urea (40,47
mg/dL), urea nitrogen (PUN) (18,9 mg/dL) and non esterified fatty acids (NEFA)
concentrations (367,6 meq/L) were also not affected by treatments (P>0,05). No
differences were observed (P>0,05) on grazing (456 min), rumination (480 min) and rest
periods (379 min) and bites rate (32,1 movements/min). Rectal temperature (38,08 and
38,83ºC) and respiratory frequency (46,9 and 61,8 movements/min), measured at
8:00AM and 3:30PM respectively were not affected by treatments (P>0,05). Ruminal
degradation kinetics trial using in situ technique showed greater DM, NDF and CP
ruminal degradabilities for CGF than corn. The highest CGF level raised forage CP
degradation (P<0,05). Ruminal and total retention times were not different among
treatments. Increasing levels of CGF did not affect forage DM, NDF and CP degradation
kinetics. Treatments didn’t affect acetate, propionate and butyrate (48,84, 25,83 and
15,65 mM respectively) and ammonia (17,57 mg/dL) ruminal concentrations as well as
ruminal pH (5,86). DMI, estimated by external marker technique, didn’t show differences
among treatments. Microbial protein synthesis (157,65 g N/day) was also not affected by
89
treatments (P<0,05). CGF can be utilized as a replacement for corn and part of soybean
meal on lactating cows rations with no effects on milk production and composition,
rumen fermentation parameters and ingestive behavior.
Keywords: Corn gluten feed; Milk production and composition; Ruminal metabolism,
Ingestive Behavior
4.1 Introdução
O farelo de glúten de milho (FGM21) é um co-produto do processamento do
grão de milho, sendo basicamente farelo de milho e extrativos fermentados, obtido pela
separação e secagem das fibras dos grãos durante o processo de moagem úmida do
cereal. Tecnicamente, é o que sobra do grão de milho após a extração da maior parte
do amido, glúten e germe (BLASI, et al., 2001). Este farelo úmido é chamado de farelo
de glúten de milho úmido, ou FGM21 úmido. Com a simples remoção da água temos o
FGM21 seco, muito comercializado no Brasil. O rendimento na produção de FGM-21 é
estimado em 11% do material original que chega à indústria.
O processo industrial para obtenção do FGM21 foi descrito por Pedroso e
Carvalho (2004)
1
e tem início com a chegada do milho à industria, e sua limpeza para
retirada de impurezas, palhas e outros materiais, através de peneiras e ciclones, ou por
sopradores pneumáticos, além de separadores magnéticos para separação de peças
metálicas. Em seguida, os grãos vão para tanques de aço inoxidável, chamados
maceradores, onde recebem água sulfitada a 45-50ºC em corrente contínua, com o
SO2 transformando-se em H2SO3, promovendo a assepsia do processo, além de evitar
a germinação e auxiliando no amolecimento dos grãos. O tempo aproximado de
maceração é de 42 horas, com o milho absorvendo água até atingir 50% de umidade.
____________
1
PEDROSO & CARVALHO (2OO4) – Utilização de Subprodutos na Alimentação de Ruminantes com
Eficiência Técnica e Econômica – Curso Online Agripoint.
90
A água de maceração com cerca de 6% de sólidos é posteriormente evaporada
até atingir 45-50% de matéria seca (concentração). Dessa forma, eventualmente, pode
ser comercializada a granel para o setor de alimentação animal, ou também em
tambores, como meio de cultura para fermentações industriais ou isca atrativa no
combate à mosca de frutas em pomares. Em seguida a massa de grãos advinda dos
tanques de maceração é moída em moinhos de disco, indo para os hidrociclones para
separação do germe. Em seguida este sofre a extração de seu óleo comestível de alta
qualidade, via solvente; deste processo resulta um co-produto denominado Torta de
Germe, ou Germe Desengordurado de Milho.
O restante do material originado dos hidrociclones é constituído de amido,
glúten e casca, que após uma segunda moagem em moinhos de disco, resulta em uma
pasta. Esta passa por uma série de sarilhos e peneiras vibratórias ou por centrífugas
verticais, que recolhem as cascas, deixando passar o amido e o glúten. As cascas são
desaguadas por prensagem, sendo posteriormente misturadas com a água de
maceração concentrada, e eventualmente com a torta de germe, dando origem ao
FGM21. O amido e o glúten, em suspensão aquosa, são separados em centrífugas
verticais de alta rotação. Este último na forma de pasta é seco e moído, transformando-
se no co-produto denominado Farelo de Gluten de Milho-60. O amido é então filtrado e
seco, podendo ser utilizado em sua forma natural ou transformado em glicose, maltose,
dextrinas e amidos modificados, como ingredientes na fabricação de inúmeros produtos
industriais, alimentícios e não alimentícios.
Nos EUA e Europa, o FGM-21 é comercializado na forma úmida, apresentando
cerca de 42% de matéria seca (MS), ou na forma seca, com 90-92% de MS. O FGM-21
úmido tem sua utilização restrita às proximidades das fontes produtoras, uma vez que
em função do seu teor de umidade, os custos do transporte são inviáveis para
localidades distantes. No Brasil comercializa-se principalmente FGM-21 na forma seca,
contendo um mínimo de 21% de proteína bruta na matéria seca. Apresenta-se sob a
forma farelada, contendo em média 90% de matéria seca.
Assim como muitos outros co-produtos, a exemplo da casca de soja e do farelo
de trigo, o FGM21 tem um maior valor energético que a maioria das forragens devido às
características de sua fibra (FIRKINS, 1995). Assim, pode-se aumentar a densidade
91
energética e a digestibilidade da dieta enquanto se mantém inalterado o seu teor em
FDN usando-se o FGM21 (FIRKINS, 1995).
O FGM21 possui 23,8% de PB, 74,07% de NDT, 35,5% de FDN, apenas 12,1%
de FDA, 3,5% de gorduras e 3,45 Mcal/kg (NRC, 2001). Possui como principal
característica uma alta fração fibrosa composta largamente de hemicelulose em sua
composição. Este FDN com alto teor de hemicelulose é pouco efetivo no rúmen e
portanto, bastante digestível.
Várias características nutricionais favoráveis estão presentes neste co-produto,
incluindo baixo teor de lipídios e amido, e alta digestibilidade da fibra (BELYEA et al.,
1989; FIECK et al., 1988). O FGM21 usualmente contém acima de 20% de PB que é
relativamente solúvel (60%) (BELYEA, et al., 1989). Em vários estudos com gado de
corte foi observado que o FGM21 tem energia similar ao milho grão (BOWMAN;
PATENON, 1988; GREEN et al., 1987; KAMPMAQ; LOERCH, 1989) e que a sua
inclusão permite reduzir a participação de forragem de baixa energia na dieta (FIECK et
al., 1988).
Estudos avaliando este co-produto na dieta de vacas leiteiras em pastagens
tropicais, em substituição a componentes do concentrado e não como substituinte de
volumoso são escassos na literatura. Este co-produto torna-se atrativo quando for
economicamente competitivo em relação à alimentos convencionais como o milho e o
farelo de soja ou algodão.
Correção na suplementação mineral deve ser feita quando o FGM21 é incluído
na dieta de vacas leiteiras, uma vez que possui baixa concentração de cálcio e alta em
fósforo. Nos preços atuais das fontes minerais de fósforo, a inclusão deste co-produto
na ração permite redução nos gastos com fósforo na mistura mineral fornecida aos
animais.
Os objetivos deste estudo foram: avaliar o desempenho produtivo, o
comportamento ingestivo e o metabolismo ruminal de vacas leiteiras mantidas em
pastagens tropicais durante a estação das chuvas e manejadas em sistema de rotação,
substituindo-se diferentes proporções do milho por FGM21 no concentrado oferecido
aos animais.
92
4.2 Material e Métodos
4.2.1 Animais e concentrados
Foram utilizadas 16 vacas multíparas Holandesas com as características
descritas na Tabela 4.1. O concentrado foi fornecido na quantidade fixa de 6,00 kg de
matéria natural por vaca/dia para os quadrados latinos três e quatro (Tabela 4.1) e na
quantidade de 5,00 kg de MN por vaca/dia para os quadrados latinos um e dois. Os
concentrados foram fornecidos individualmente após a ordenha da manhã e antes da
ordenha da tarde. A composição dos mesmos se encontra na Tabela 4.2.
Tabela 4.1 – Descritivo dos animais no início do experimento
Quadrado Latino 1
1
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 3 Vaca 4 Média DP
1
Produção de leite, kg/dia 12,90 10,30 14,80 16,70 13,67 2,73
Peso vivo, kg 480,2 539,2 430,6 470,9 480,2 44,8
Condição corporal, pontos 2,50 2,50 2,00 2,500 2,37 0,25
Dias em lactação 107 119 126 132 121 10,7
Quadrado Latino 2
Vaca 5 Vaca 6 Vaca 7 Vaca 8
Produção de leite, kg/dia 11,60 10,75 9,10 10,40 10,46 1,04
Peso vivo, kg 520,0 570,1 487,0 430,4 501,8 58,6
Condição corporal, pontos 2,00 2,50 2,50 2,25 2,31 0,23
Dias em lactação 88 207 227 272 198,5 78,5
Quadrado Latino 3
Vaca 9 Vaca 10 Vaca 11 Vaca 12
Produção de leite, kg/dia 19,5 14,1 13,57 12,95 15,03 3,01
Peso vivo, kg 490,1 468,1 400,0 311,2 417,3 80,5
Condição corporal, pontos 2,50 2,25 2,25 2,00 2,25 0,20
Dias em lactação 41 102 101 103 111,7 61,2
Quadrado latino 4
Vaca 13 Vaca 14 Vaca 15 Vaca 16
Produção de leite, kg/dia 17,85 15,67 13,80 17,65 16,24 1,90
Peso vivo, kg 455,7 489,3 449,7 500,3 473,7 24,8
Condição corporal, pontos 2,50 2,75 2,50 2,75 2,62 0,14
Dias em lactação 46 155 178 148 131,7 58,5
1- Quadrado latino usado para o ensaio de metabolismo ruminal; 2 Desvio Padrão
93
Tabela 4.2 - Descrição dos concentrados experimentais
% MS Total
Ingredientes
T1 T2 T3 T4
Milho moído fino 80,06 61,25 43,41 23,63
FGM 21% 0,00 20,42 43,41 70,74
Farelo de soja 12,38 11,74 7,15 0,00
Uréia 1,93 0,96 0,40 0,00
Premix mineral Vitamínico 5,63 5,63 5,63 5,63
Composição do concentrado
PB do concentrado (% MS)
1
19,00 19,10 19,00 19,00
Ell (Mcal/kg MS) 2,04 2,00 1,95 1,87
1- Composição estimada pelo NRC (2001)
Na Tabela 4.3 são apresentadas as análises bromatológicas dos alimentos
utilizados na formulação dos concentrados experimentais.
Tabela 4.3 – Análise bromatológica dos ingredientes utilizados nos concentrados
Análise Milho FGM21
1
Farelo de soja
Matéria seca, % 89,20 89,91 89,83
Proteína bruta, % da MS 10,4 23,95 48,97
FDN, % da MS 9,72 35,75 10,43
FDA, % da MS 3,21 14,78 6,72
EE, % da MS 4,09 3,31 1,24
Cinzas, % da MS 1,10 3,86 6,05
1- Farelo de glúten de milho – FGM21
4.2.2 Manejo da Pastagem
A área experimental consistiu de 25 piquetes de 0,2 ha formados com capim
elefante (Pennisetum purpureum). O período de ocupação foi de um dia para as vacas
no experimento e demais vacas lactantes do rebanho quando necessárias para ajustar
a oferta de massa verde de folhas em 5% do peso vivo. No dia seguinte foi feito
repasse com lote de vacas secas e novilhas em crescimento a fim de acertar o manejo
da pastagem. O intervalo de desfolha foi fixo de 23 dias. A pastagem foi adubada com
80 kg N/ha após cada ciclo de pastejo. A Figura 4.1 apresenta o croqui da área
experimental e a Figura 4.2 uma imagem de satélite da mesma área.
94
Figura 4.1 - Croqui da área utilizada para condução do experimento
Figura 4.2 - Imagem de Satélite da área experimental
Nas Tabelas 4.4 e 4.5 são apresentadas as análises químicas com relação aos
macro e micronutrientes presentes no solo da área experimental. O solo da área
experimental é classificado como Terra Roxa Estruturada (Brasil, 1960). O clima da
região de Piracicaba é do tipo CWA, ou seja, subtropical úmido, verão chuvoso, inverno
seco e temperatura do mês mais quente superior a 22ºC.
95
Tabela 4.4 - Análise química de macronutrientes da área da pastagem
pH MO P S K Ca Mg Al H+Al SB T V m
Amostra
Cacl2 g.dm
3
mmol.dm
3
%
Módulo D 5,1 44 32 25 3,7 60 29 1 38 92,7 130,7 71 1
Módulo B 4,8 47 50 28 7,2 69 34 0 42 110,2 152,2 72 0
Módulo F 5,7 42 47 18 11,1 71 23 0 22 116,1 138,1 84 0
Tabela 4.5 - Análise química de micronutrientes da área da pastagem
B Cu Fe Mn Zn
Amostra
mmol.dm
3
Módulo D 0,36 12,6 94 81,4 6,6
Módulo B 0,27 14,6 95 90,4 8,7
Módulo F 0,42 9,4 69 74,4 9,6
4.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de
forragem e dos concentrados
A pastagem foi avaliada quanto à massa de forragem através de média de
três pontos de 0,75m
2
cada, cortados a 10 cm do solo. Do material cortado para estimar
a massa de forragem, uma porção foi fracionada em folha (limbo), colmo (colmo mais
bainha) e material morto para determinação da composição morfológica. A altura da
forragem foi avaliada no momento da entrada e da saída dos animais utilizados no
experimento e após o repasse, feito pelas vacas secas e novilhas em crescimento. As
medidas foram tomadas em 20 pontos com auxílio de régua de madeira de 2 metros,
graduada com precisão de um centímetro. A Figura 4.3 apresenta a pastagem durante
a condução do estudo. Para determinação da altura de entrada foi considerado a altura
da última folha completamente estendida. Durante os últimos cinco dias do período de
coleta de dados, amostras da forragem simulando o pastejo feito pelos animais foram
coletadas manualmente para avaliação da composição bromatológica (PB, FDN, FDA,
MS, MO, Cinzas, EE, Lignina DIVMS). Uma fração mais generosa utilizando-se do
mesmo procedimento foi coletada para realização do ensaio de degradabilidade
ruminal. Uma porção das amostras da pastagem simulando o pastejo e dos
concentrados foram tomadas para determinação da DIVMS, como parte do protocolo
para estimativa do consumo de forragem pelo método do óxido crômico.
96
Figura 4.3 – Aspecto da pastagem durante a condução do experimento
4.2.4 Comportamento Ingestivo
Os dados de comportamento ingestivo foram coletados através de observação
visual. As avaliações foram individuais para cada animal com intervalos de cinco
minutos durante 24 horas ininterrupta, realizada no penúltimo dia de cada período.
Observou-se os animais quanto às atividades de pastejo, ruminação, ócio e a taxa de
bocados. Na Tabela 4.5 são apresentados os dados climáticos nos dias das avaliações.
Tabela 4.5 - Dados meteorológicos da área experimental durante os dias nos quais foram feitas
as avaliações do comportamento ingestivo
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4
Radiação global (cal/cm.d) 440 390 500 405
Insolação (h/d) 8,3 7,9 9,0 8,5
Precipitação (mm) 0,0 0,0 0,0 0,0
Umidade relativa (%) 72 75 68 73
Vento médio (m/s) 7,6 4,0 6,3 7,5
Temperatura máxima (ºC) 30,4 29,4 29,0 29,2
Temperatura mínima (ºC) 18,5 17,9 16,0 17,0
Temperatura média (ºC) 24,5 23,2 18,5 22,1
Evaporação (mm) 4,2 3,23 5,03 3,36
Fonte: Departamento de Física e Meteorologia – USP/ESALQ
97
4.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite
Foram realizadas pesagem do leite das últimas oito ordenhas de cada período,
ou seja, do 18º ao 21º dia, através de medidores do tipo “Mark 5”. Amostragens do leite
foram tomadas individualmente por vaca e por ordenha nas últimas quatro ordenhas de
cada período, conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001). A coleta foi feita em
tubo coletor de aproximadamente 100 mL contendo 2-bromo-2-nitropropano-1-3-diol,
homogeneizada após 15 minutos e armazenado em geladeira a 15ºC por 48 horas.
Após esse período, as amostras foram encaminhadas para análises quanto aos teores
de proteína, gordura, lactose, sólidos totais e uréia, junto à Clínica do Leite do
Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.
4.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória
Os animais foram pesados em balança com precisão de 100 gramas nos dois
últimos dias de cada período, sempre após a ordenha da tarde. A condição corporal foi
mensurada também por dois dias seguidos, no início e no final de cada período
experimental, sempre pela manhã, aproveitando-se do momento enquanto os animais
consumiam o concentrado, utilizando-se da recomendação de cinco pontos descrita por
Wildman et al. (1994). A temperatura retal foi tomada as 8:00 e as 15:30 horas
utilizando termômetro digital com precisão de 0,01ºC nos últimos três dias de cada
período experimental. Simultaneamente à temperatura retal, a freqüência respiratória
também foi avaliada por meio de observação visual dos movimentos de inspiração e
expiração do animal.
4.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue
O concentrado foi fornecido individualmente para cada animal, metade após a
ordenha da manhã e a outra metade imediatamente antes da ordenha da tarde.
Eventualmente, quando o dia estava muito quente, o concentrado era fornecido após a
ordenha da tarde, para evitar aumentar o estresse calórico aos animais. A Figura 4.4
apresenta os animais consumindo o concentrado oferecido pela manhã.
98
No último dia de cada período foram coletadas amostras de sangue, quatro
horas após o fornecimento matinal do concentrado, através de punção na veia
coccígea, e armazenadas em tubos de ensaio a vácuo contendo 5 mg fluoreto de sódio
como anticoagulante e 5 mg EDTA K3 como antiglicolítico.
As amostras de sangue foram centrifugadas a 3.000 x g por 20 minutos a 4ºC
para obtenção de plasma, acondicionadas em tubos de 2 mL do tipo "ependorff' e
congeladas a -10° C para determinação dos níveis de glicose, uréia plasmática ácidos
graxos livres. A glucose plasmática foi analisada diretamente através do analisador
bioquímico automático YSI 2700 Select (Biochemistry analyser, Yellow Spring, OH,
EUA). Uréia plasmática foi analisada de acordo com Chaney e Marbach (1962),
adaptando o método para leitura em ELISA Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm).
Os níveis de ácidos graxos não esterificados foram determinados enzimaticamente
através do kit AGL-c (Wako Chemicals GmbH, Richmond, VA) sendo o método
modificado de acordo com Johnson e Peters (1993) para leitura em placas de
microtítulo em aparelho Microplate Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm), segundo
Willianson et al. (1962).
Figura 4.4 – Animal consumindo o concentrado fornecido individualmente
99
4.2.8 Determinação das taxas de passagem
Para determinação da taxa de passagem da fase líquida foi preparada 50 mL
de uma solução de Cobalto-EDTA, conforme metodologia descrita por Uden et al.
(1980) e infundida em cinco pontos diferentes do rúmen de animais canulados no
rúmen (Figura 4.5). As taxas de passagens da fase sólida foram determinadas para o
co-produto (FGM21) e para o milho usando acetato de itérbio e para o capim elefante
utilizando óxido de lantânio, marcados conforme metodologia descrita por Bowman et
al. (1991). As doses de 100 gramas de FGM21 e de capim elefante marcados com as
terras raras foram colocadas dentro do rúmen as 8:00 horas do 14º dia de cada
período. Após a dosagem, o conteúdo ruminal foi misturado manualmente. Para a
determinação das concentrações das terras raras e do Cobalto-EDTA, foram coletadas
fezes nos tempos de 3, 6, 12, 18, 24, 36, 48, 72 e 84 horas após a dosagem. Para
determinação da concentração dos marcadores, as amostras de fezes foram secas por
72 horas a 55ºC e moídas a 1 mm. A concentração de marcadores nas fezes foi
analisada conforme Vega e Poppi (1997). Para obtenção dos valores de kp, utilizou-se
do modelo bi-compartimental proposto por Grovum e Williams (1973).
Figura 4.5 – Animal no experimento metabólico recebendo o co-produto, o milho e a
forragem marcados com terras raras
100
.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal
No 17º dia de cada período foram coletadas amostras de aproximadamente
100mL do fluído ruminal para quantificação do pH ruminal e concentrações de AGV e
amônia. Os horários de coleta foram em função dos horários de fornecimento do
concentrado. Assim, coletou-se 1, 2, 3 e 6 horas após o fornecimento matinal do
concentrado, e 1, 2, 3, 6, 9 e 12 horas após o fornecimento vespertino do concentrado.
O período noturno possuiu mais horários de coleta porque os horários de fornecimento
do concentrado foram por volta das 8:00 horas da manhã e das 17:00 horas da tarde.
De cada tempo de amostragem, uma alíquota de 15 mL foi acidificada com ácido
fórmico na relação 1:1 (vol/vol), conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001) e
congelados a -20ºC para posterior análise dos ácidos graxos voláteis. Imediatamente
após a coleta do fluído ruminal, aproximadamente 50 mL foram acondicionados em
Becker de 100 mL e o pH foi determinado. Uma alíquota de 15 mL de líquido ruminal foi
armazenada para ser utilizada para análise da concentração de N-amoniacal ruminal,
adicionando-se 3 gotas de ácido sulfúrico concentrado, conforme proposto por Preston
(1995).
4.2.10 Coleta de urina e estimativa de síntese de proteína microbiana
No último dia de cada período, coleta “spot” de aproximadamente 100 mL de
urina das vacas do quadrado latino utilizado para o ensaio metabólico foi obtida por
meio de estimulação ventral da vulva, três a quatro horas após o fornecimento matinal e
vespertino do concentrado. As amostras de urina foram diluídas na proporção de 1:10
com H
2
SO
4
a 0,036N a fim de manter o pH abaixo de 3,0 e prevenir a destruição dos
derivados de purinas por bactérias. Após homogeneização, as alíquotas foram
armazenadas a –20ºC, conforme metodologia utilizada por San Emeterio et al. (2000).
As amostras de urina foram analisadas por HPLC para derivados de purinas. A
alantoína foi analisada de acordo com Fujihara et al. (1987). A creatinina foi analisada
de acordo com Oser (1965).
Para cálculo do “PDC índex” utilizou-se a fórmula:
101
Onde: PD é a creatinina com concentrações em mmol/L;
Para calculo da estimativa de N microbiano ruminal foi utilizado o PDC índex
para estimar a excreção de derivados de purinas pela fórmula:
DP excreção (mmol/d) = PDC índex x C
Onde C é a excreção de creatinina média em mmol/kg PV
0,75
, assumindo-se o
valor constante de 0,813 (FAO/IAEA, 2003), uma vez não foi feito coleta total de urina.
A excreção de derivados de purinas obtida com a análise da urina foi
multiplicada por 1,05 para contemplar a excreção de derivados de purinas no leite, valor
também constante (FAO/AEA, 2003)
O fluxo de N microbiano para o intestino delgado foi obtido pela seguinte
equação:
Onde os fatores usados foram:
- Digestibilidade da purina microbiana assumida como sendo 0,83
- O teor de nitrogênio nas purinas de 70 mg N/mmol
- A relação de N-purinas:N-total no mix ruminal mensurado como 11,6:100,
conforme Chen (1989).
4.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de
forragem
A produção fecal foi estimada em todos os animais do experimento utilizando-
se óxido de cromo como marcador externo. Foram pesados 12 gramas de Cr
2
O
3
em
balança analítica e confeccionados péletes com papel toalha. Os péletes foram
fornecidos aos animais via oral no momento do fornecimento do concentrado, dividido
em seis gramas as 8:00 e seis gramas as 17:00 horas. Após sete dias de fornecimento
das cápsulas de óxido de cromo, as fezes foram coletadas diretamente no reto dos
animais as 8:00 e as 17:00 horas durante quatro dias. As amostras foram secas em
estufa de ventilação forçada a 55ºC por 72 horas. Após secagem, as amostras de fezes
foram moídas em peneira de 1 mm e uma alíquota de igual peso foi tomada de cada
amostra individual para compor a amostra composta final que foi então submetida a
102
determinação da concentração de cromo. A determinação da concentração de cromo foi
realizada por meio de digestão nitro-perclórica de acordo com Vega e Poppi (1997).
A excreção fecal total foi obtida dividindo-se a quantidade de indicador
administrado pela concentração de indicador nas fezes. A contribuição fecal
proveniente do consumo de concentrado foi descontada da produção fecal total através
da determinação da DIVMS multiplicado pela quantidade de concentrado oferecido. De
posse da produção fecal proveniente de forragem e de sua digestibilidade in vitro da
MS, a estimativa de consumo de forragem foi obtida através da fórmula: (consumo =
PF/1-DIVMS).
4.2.12 Degradabilidade ruminal in situ
A degradabilidade in situ do co-produto (FGM21) (Figura 4.6), do milho e do
capim elefante foram obtidos utilizando-se quatro vacas Holandesas, lactantes,
fistuladas no rúmen e previamente adaptadas durante 12 dias na mesma dieta (Figura
4.6). Aproximadamente 2 g/cm
2
das dietas foram acondicionados em sacos de nylon
(10 x 20 cm), e incubados no rúmen. O capim elefante foi seco a 55ºC por 72 horas,
moído a 5 mm e incubado nos tempos de 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120
horas. O FGM21 e o milho foram moídos a 2 mm e incubados em sacos separados nos
tempos de 0, 2, 4, 6, 8, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. Foram efetuados cálculos
para degradabilidade in situ da MS e das frações FDN e PB por meio da equação
proposta por Mehrez e Ørskov (1977), com recomendações propostas por Nocek e
Kohn (1988), expressa por:
P = a + b (1 - e
-ct
)
Onde:
P = quantidade de nutriente degradado no tempo t;
a = fração rapidamente solúvel em água;
b = fração insolúvel, mas potencialmente degradável;
c = taxa de degradação da fração b
A degradabilidade efetiva foi calculada considerando-se a Kp estimada pelo
modelo de Grovum e Williams (1973) segundo a equação proposta por Ørskov e
McDonald (1979).
103
A contaminação por proteína microbiana foi corrigida através da determinação
do nitrogênio contido no resíduo do FDN após 12 de incubação, conforme recomendado
por Mass et al. (1999). Este método foi preferido devido a sua praticidade e pelo fato de
seus autores o terem comparado com o método tradicional de determinação de proteína
microbiana pelas purinas (ZINN; OWENS, 1986) sem observar diferença na obtenção
dos resultados, sendo portanto, adequado para correção da contaminação microbiana
dos alimentos.
A correção foi realizada analisando o nitrogênio no resíduo por meio do método
de combustão de Dumas, (Leco, CNS 2000 St. Joseph, MI, USA). operado
automaticamente, uma vez que Etheridge et al. (1998) demonstraram que este método
pode substituir o procedimento de Kjeldahl (AOAC, 1999) para análises de rotina em
laboratórios de nutrição animal.
Figura 4.6 – Animal sendo manipulando durante o experimento metabólico
4.2.13 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto
As amostras da forragem passaram por uma pré-secagem a 55 ºC durante 72
horas, moídas em peneira de 1 mm para então procederem-se análises de MS, MO,
EE, lignina e PB segundo a AOAC (1990). As análises de FDN e FDA foram
determinadas pelo método seqüencial com o uso de sulfito de sódio e sem a adição de
enzima amilase termoestável (VAN SOEST; ROBERTSON; LEWIS, 1991), com o
auxílio do analisador de fibra modelo ANKON Fiber Analyser descrito por Holden
(1999). Os valores de FDN e FDA obtidos foram corrigidos para matéria seca a 105ºC e
cinzas. Os resíduos obtidos dos tempos de incubação do ensaio in situ, foram
104
analisados para FDN e PB, segundo as mesmas metodologias supracitadas, a fim de
determinar a taxa de degradação destas frações. As análises da DIVMS, necessárias
para a estimativa do consumo de forragem, foram realizadas com auxílio do aparelho
DAISY ANKOM (ANKOM Tecnology Fairport, NY) durante 48 horas (HOLDEN, 1999),
seguido de lavagem em solução de detergente neutro sem amilase (VAN SOEST;
ROBERTSON; LEWIS, 1991), para remoção de células microbianas e frações solúveis
remanescentes.
4.2.14 Análises estatísticas
O delineamento experimental adotado foi o de Quadrado Latino com quatro
repetições e os dados foram analisados através do procedimento GLM – SAS (2002)
pelo seguinte modelo: Y
ijkl
= µ + Q
i
+ P
j
+ V
k(i)
+ T
l
+ QT
il
+ PT
il
+ e
ijkl
, onde; Y
ijkl
é a
variável dependente; µ é a média geral; Q
i
é o efeito do quadrado i; P
j
é o efeito do
período j; V
k(i)
é o efeito da vaca k (dentro do quadrado i); T
l
é o efeito do tratamento l;
QT
il
é a interação entre o quadrado i e o tratamento l; PT
il
é o efeito de interação do
período j e o tratamento l; e e
ijkl
é o efeito residual. A análise de perfil das concentrações
de ácidos graxos voláteis, concenração de amônia e pH ruminal foi feito utilizando-se a
opção 2 do comando MANOVA.
A análise de variância e as médias foram obtidas pelo método dos quadrados
mínimos (LSMEANS) e comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância (opção
ADJUST=TUKEY) pelo procedimento GLM do SAS (1999). Obrigatoriamente, todos os
conjuntos de dados foram testados quanto à aditividade do modelo, independência dos
erros, normalidade dos dados e homocedasticidade, antes da análise de variância, na
intenção de assegurar que todas as premissas estivessem sendo respeitadas.
4.3 Resultados
4.3.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem
Na Tabela 4.6 são apresentados os dados de composição morfológica da
pastagem de capim elefante utilizada durante a condução do experimento.
105
Tabela 4.6 – Características morfológicas e produtivas do capim elefante manejado com
23 dias de intervalo de desfolha
Períodos de avaliação
1 2 3 4
Média DP
1
Massa de forragem, ton de MS/ha
Folha
4,208 4,812 4,441 4,847 4,577 0,31
Colmo
4,700 4,666 4,439 4,657 4,616 0,12
Senescido
0,722 0,933 1,154 1,012 0,955 0,18
Total
9,647 10,400 10,034 10,518 10,150 0,39
Proporção de massa seca disponível, %
Folha
43,61 46,27 44,26 46,08 45,05 1,32
Colmo
48,72 44,86 44,24 45,53 45,53 2,14
Senescido
7,49 8,97 11,50 9,62 9,40 1,66
Teor de massa seca, %
Folha
16,76 21,36 19,35 20,29 19,44 1,96
Colmo
13,04 13,64 12,30 13,37 13,08 0,58
Senescido
37,66 42,83 39,89 54,91 43,82 7,68
Planta inteira
15,30 17,61 17,73 17,90 17,13 1,23
Densidade, kg de MS/ha.cm
Massa orgânica
477,7 432,0 450,0 459,0 454,7 18,98
Massa seca
73,08 76,09 79,85 82,17 77,79 4,02
Altura, cm
Entrada
2
1,32 1,37 1,25 1,28 1,30 0,04
Saída
3
0,71 0,67 0,64 0,65 0,66 0,03
Repasse
4
0,47 0,47 0,48 0,48 0,47 0,003
Sistema de manejo
Dias de ocupação
2 2 2 2 - -
Dias de descanso
23 23 23 23 - -
1- Desvio Padrão; 2- Altura da pastagem no momento da entrada dos animais utilizados no experimento
3- Altura do pasto no momento da saída dos animais utilizados no experimento; 4- Altura do resíduo após
manejo do resíduo através da utilização de vacas secas e animais em crescimento
A massa de forragem foi alta, em média 10,43 toneladas de MS/ha, variando de
9,1 a 11,1 toneladas de MS/ha com proporção de folhas variando de 44,6 a 53,6%
durante os quatro períodos experimentais. O teor de MS da forragem foi de 16,93%,
com 19,40% para folhas e 12,50% para colmos. A altura média do dossel forrageiro na
entrada dos animais no pasto foi de 1,30 m variando de 1,25 a 1,37 metros, com
densidade média de 83,37 kg de MS/ha.cm Na saída dos animais experimentais, a
altura média do pasto era de 0,66 metros e após o pastejo do lote de repasse a altura
média foi de 0,47 metros.
106
Na Tabela 4.7 são apresentados os dados de composição bromatológica da
pastagem de capim elefante.
Em média, a forragem hipoteticamente colhida pelo animal continha 18,28% de
MS, 18,53% de PB, 62,99% de FDN, 32,20% de FDA, 2,78% de lignina, 2,73% de EE,
10.55% de cinzas e 72,87% de DIVMS.
Tabela 4.7 – Composição bromatológica de amostras de pastejo simulado de capim elefante
manejado com 23 dias de intervalo de desfolha
Períodos de avaliação
Análises
1 2 3 4
Média DP
1
Massa seca, % 18,51 18,30 17,40 18,91 18,28 0,64
Proteína bruta, % da MS 20,03 17,61 18,74 17,76 18,53 1,11
FDN, % da MS 59,78 61,37 61,50 62,99 61,41 1,31
FDA, % da MS 31,12 32,50 32,12 32,20 31,98 0,60
Lignina, % da MS 2,67 2,93 2,81 2,74 2,78 0,11
Extrato etéreo, % da MS 3,13 2,49 2,72 2,60 2,73 0,27
Cinzas, % da MS 9,90 10,30 10,46 11,55 10,55 0,70
DIVMS
2
, % da MS 73,12 72,80 72,65 72,91 72,87 0,20
1- Desvio Padrão; 2-Digestibilidade in vitro da MS
4.3.1 Produção e Composição do Leite
Na Tabela 4.8 são apresentados os dados referentes à produção e composição
do leite. Nenhum dos parâmetros avaliados quanto a produção e composição do leite
foram afetados pelos tratamentos.
A produção média de leite foi de 12,4 kg vaca/dia, com 3,52% de gordura,
3,32% de proteína, 4,23% de lactose, 11,91% de sólidos totais, 7,55% de sólidos
desengordurados e 14,1mg/dl de uréia do leite.
107
Tabela 4.8 - Produção e composição do leite de vacas alimentadas com níveis crescentes de
FGM21 no concentrado em substituição ao milho e pastejando capim elefante
com 23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
Produção de leite (kg) 12,41 12,64 12,36 12,20 12,41 0,23 0,58
Prod. leite 3,5% (kg) 12,28 12,51 12,17 12,26 12,30 0,23 0,73
Gordura (%) 3,50 3,50 3,47 3,60 3,52 0,07 0,67
Gordura (kg) 0,425 0,434 0,420 0,430 0,427 0,09 0,72
Proteína (%) 3,30 3,31 3,31 3,35 3,32 0,27 0,55
Proteína (kg) 0,396 0,407 0,395 0,398 0,400 0,08 0,70
Lactose (%) 4,26 4,22 4,25 4,20 4,23 0,02 0,13
Lactose (kg) 0,530 0,537 0,526 0,516 0,527 0,01 0,51
Sólidos totais (%) 11,94 11,86 11,88 11,96 11,91 0,07 0,78
Sólidos totais (kg) 1,463 1,490 1,450 1,448 1,462 0,27 0,68
Extrato seco desengord. (%) 7,56 7,53 7,56 7,55 7,55 0,29 0,85
Extrato seco desengord. (kg) 0,927 0,845 0,922 0,914 0,902 0,02 0,65
Relação gordura/proteína 1,07 1,06 1,05 1,07 1,06 0,02 0,88
Cont. de cel. Somát. (x1000) 269,1 345,7 265,0 271,8 287,9 37,5 0,34
Ureia (mg/dL) 14,34 13,92 14,20 14,00 14,11 0,22 0,52
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
4.3.2 Peso vivo e condição corporal
Na Tabela 4.9 são apresentados os dados relativos ao peso vivo e condição
de escore corporal dos animais. Os tratamentos não afetaram o peso vivo e o escore
corporal dos animais. As vacas pesaram em média 484,9 kg e apresentaram em média
2,42 de escore de condição corporal.
Tabela 4.9 - Peso vivo e escore de condição corporal de vacas alimentadas com diferentes
níveis de FGM21 no concentrado em substituição ao milho e pastejando capim
elefante com 23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 490,7 484,1 480,6 484,2 484,9 3,86 0,32
Condição corporal, pontos 2,45 2,44 2,42 2,36 2,42 0,03 0,18
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
108
4.3.3 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 4.10, 4.11 e 4.12 são apresentados os dados referentes aos
tempos empregados nas atividades de pastejo, ruminação e ócio, respectivamente.
Nota-se que os tratamentos não afetaram o tempo em pastejo, tempo em ruminação e o
tempo em ócio. As vacas gastaram em média 456 minutos pastejando, sendo quase
60% desse tempo dedicado ao pastejo noturno. Os animais gastaram em média 479,8
minutos em ruminação e 379 minutos em ócio.
Tabela 4.10 - Tempo em pastejo de vacas recebendo níveis crescentes de FGM21 em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
--------- Pastejo total ------------
Minutos 468,1 449,1 445,6 461,2 456,0 9,12 0,28
% 32,5 31,2 30,9 32,0 31,6 0,63 0,28
--------- Pastejo diurno -----------
Minutos 183,1 190,3 192,6 186,2 187,8 7,89 0,84
% 12,7 13,2 13,4 12,9 13,0 0,57 0,84
---------- Pastejo noturno --------
Minutos 285,6 258,7 252,2 275,0 267,0 9,91 0,09
% 19,8 18,0 17,5 19,1 18,5 0,69 0,09
Taxa de bocados 32,6 32,8 30,3 32,5 32,1 1,01 0,28
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
A taxa de bocados também não foi afetada pelas rações experimentais,
conforme apresentado na Tabela 4.10, apresentando média de 32,1 movimentos por
minuto.
Do tempo total em pastejo praticado pelos animais, apenas 1/3 esteve
compreendido durante o período diurno, sendo que o mesmo comportamento foi
observado para o tempo gasto em ruminação. Por outro lado, o tempo envolvido em
atividades lúdicas diurnas foram superiores aos tempos noturnos. Durante o dia o
tempo em ócio é praticado com a vaca tanto em pé quanto deitada (118 x 96 minutos),
entretanto, durante o período noturno a maior parte do tempo em ócio é praticado
deitada (27,46 x 137,1 minutos).
109
Tabela 4.11 - Tempo em ruminação de vacas recebendo níveis crescentes de FGM21 em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
-------Ruminação Total -------
Minutos 476,9 498,4 478,2 464,3 479,8 11,71 0,23
% 33,1 34,6 33,2 32,2 33,3 0,82 0,23
------- De pé -------
Minutos 101,2 93,7 85,7 85,3 91,9 6,28 0,24
% 7,0 6,5 5,9 5,9 6,4 0,44 0,23
------- Deitado ------
Minutos 88,4 94,7 97,5 89,4 92,3 7,91 0,81
Durante o dia
% 6,1 6,6 6,8 6,2 6,41 0,53 0,81
------- De pé ---------
Minutos 53,7 49,4 41,7 34,1 44,4 9,40 0,46
% 3,7 3,4 2,9 2,4 3,1 0,66 0,46
------ Deitado -------
Minutos 231,5 260,6 256,3 255,6 251,3 12,38 0,33
Durante a Noite
% 16,1 18,1 17,8 17,7 17,45 0,84 0,33
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 4.12 - Tempo em ócio de vacas recebendo níveis crescentes de FGM21 em substituição
ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo
de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
---------Ócio Total ------------
Minutos 368,7 366,5 389,9 388,1 379,0 11,8 0,36
% 25,6 25,4 27,1 26,9 26,3 0,81 0,36
------- De pé -------
Minutos 129,9 118,1 113,8 115,6 118,2 5,29 0,38
% 8,7 8,2 7,9 8,0 8,21 0,36 0,38
------- Deitado ------
Minutos 86,5 90,3 99,1 109,1 96,1 7,87 0,20
Durante o dia
% 6,0 6,3 6,8 7,6 6,67 0,55 0,20
------- De pé ---------
Minutos 29,1 23,4 28,5 27,8 27,46 3,98 0,72
% 2,0 1,6 2,0 1,9 1,9 0,27 0,72
------ Deitado -------
Minutos 128,4 134,7 146,0 135,6 137,1 9,93 0,67
Durante a Noite
% 8,9 9,3 10,1 9,4 9,52 0,69 0,67
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
110
4.3.4 Temperatura retal e freqüência respiratória
Na Tabela 4.13 são apresentados os dados de temperatura retal e freqüência
respiratória coletados as 8:00 e as 15:30 horas. Os tratamentos não alteraram a
temperatura retal e freqüência respiratória das vacas. A temperatura retal foi em média
38,08ºC na avaliação feita pela manhã e 38,83 na avaliação realizada no meio da tarde.
A freqüência respiratória foi em média 46,9 pela manhã e 61,8 a tarde.
Tabela 4.13 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas recebendo níveis crescentes
de FGM21 em substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante
com 23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,12 38,08 38,11 38,01 38,08 0,05 0,45
Freq. Respiratória (mov./min) 46,2 46,8 47,2 47,3 46,9 1,3 0,92
15:30 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,85 38,75 38,82 38,88 38,83 0,05 0,25
Freq. Respiratória (mov./min) 59,3 61,8 62,2 64,1 61,8 2,35 0,54
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
4.3.5 Parâmetros sanguíneos
Na Tabela 4.14 são apresentados os dados relativos aos parâmetros
sanguíneos para os quais foram procedidas analises laboratoriais.
Tabela 4.14 - Parâmetros sanguíneos de vacas recebendo níveis crescentes de FGM21 em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL) 66,72 66,75 66,08 65,00 66,20 1,69 0,84
Uréia plasmática (mg/dL) 41,48 42,31 40,95 39,00 40,47 1,88 0,61
N-uréico plasmático (mg/dL) 19,37 19,76 19,12 18,21 18,90 0,90 0,61
AGL (mEq/L) 385,2 373,1 352,7 357,1 367,57 16,6 0,51
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
111
Os tratamentos não afetaram os níveis de glicose, uréia e ácidos graxos livres
presentes no plasma sanguíneo das vacas. O plasma sanguíneo apresentou em média
66,20 mg/dL de glicose, 40,47 mg/dL de uréia e 367,57 mEq/L de ácidos graxos livres.
4.3.6 Metabolismo ruminal
Na Tabela 4.15 são apresentados os dados de degradabilidade ruminal das
frações MS, FDN, PB e PB corrigida para contaminação por purinas do milho moído fino
e do FGM21 incubados nas respectivas rações pelo método in situ.
A cinética da degradação ruminal da MS do FGM21 conteve menor fração
solúvel (a) e fração potencialmente degradável (b), maior fração não degradável (c) e
tempo de colonização em comparação ao milho. A degradação efetiva da MS do
FGM21 foi maior que do milho. Por outro lado, a degradação potencial do milho foi
maior que do FGM21. A taxa de passagem foi menor (P=0,06) para o FGM21 que para
o milho. A taxa de degradação foi igual para os dois alimentos.
Os parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal da fração FDN do
FGM21 conteve maior fração solúvel (a), maior fração não degradável (c) e menor
fração potencialmente degradável (b) que o milho. A taxa de degradação (C), o lag time
e a degradação efetiva da FDN do FGM21 foram maiores que do milho. Por outro lado,
a degradação potencial do milho foi maior que do FGM21.
A cinética da degradação da fração PB (não corrigida) do FGM21 conteve maior
fração solúvel (a) e menor fração potencialmente degradável (b) que do milho. A taxa
de degradação (C), a taxa de passagem, a degradação efetiva e a degradação
potencial da FDN do FGM21 foram maiores que do milho. Quando a fração PB foi
corrigida para contaminação microbiana, a fração não degradável (c) e o tempo de
colonização do FGM21 foram menores que do milho. De modo geral o teor de FGM21
no concentrado teve pouco impacto na degradação ruminal do FGM21. As taxas de
passagem de líquidos não foram afetadas pelos tratamentos.
Na Tabela 4.16 são apresentados a degradabilidade ruminal das frações MS,
FDN, PB e PB corrigida para contaminação por N-microbiano do capim elefante.
A inclusão de FGM21 no concentrado não afetou a cinética de degradação da
MS do pasto em nenhum dos parâmetros avaliados.
112
Para a fração FDN do pasto, a fração solúvel (a) e a taxa de degradação (C)
foram maiores no tratamento T75. O lag time foi maior enquanto a degradação efetiva e
potencial foram menores no T50. A máxima degradação efetiva da FDN do pasto
ocorreu no T75.
Com relação à cinética de degradação da fração protéica do capim elefante
sem correção para purinas, os tratamentos afetaram estatisticamente as frações a, b, e
c, a taxa de passagem, o tempo de colonização e a degradação efetiva. Por outro lado,
ao se proceder a correção para N-microbiano, não foi observado diferenças estatísticas
entre os mesmos parâmetros da degradação.
Na Tabela 4.17 são apresentados os parâmetros biológicos da cinética dos
ingredientes estudados. O estudo de transito digestivo não observou diferença entre o
milho e o FMG21. O tempo de transito, retenção média no rúmen, retenção média no
ceco-cólon e tempo médio de retenção total foram de 3,82, 24,16, 22,78 e 50,77 horas.
A taxa de passagem ruminal foi de 4,06%/h e no intestino de 4,42%/h.
Na Tabela 4.18 são apresentados os dados de concentração de ácidos graxos
voláteis, amônia e pH ruminal, diurnos, noturnos e diários. Os únicos parâmetros
ruminais afetados pelos tratamentos, foram as concentrações diurna e diária de
valerato, que foram maiores para os tratamentos T50 e T75.
O tempo de trânsito do capim elefante foi menor do tratamento T50, intermediário
no tratamento T25 e maior nos tratamentos controle e T75. Os tempos de retenção
média ruminal e intestinal não foram afetados, entretanto, o tempo médio de retenção
total foi menor no tratamento T50. As taxas de passagem foram 3,58 e 3,86%/h no
retículo-rúmen e ceco-cólon, respectivamente.
Nas Figuras 4.7 e 4.8 são apresentadas as concentrações dos ácidos graxos
voláteis, amônia e pH como função de tratamentos e horários de coleta.
113
Tabela 4.15 - Degradabilidade ruminal do milho e do FGM21 quanto às frações MS, FDN, PB e
PB corrigida para purinas, incubados em seus respectivos tratamentos utilizando
vacas pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho T25 T50 T75
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
19,41a 18,93b 18,72b 18,9b 19,52 0,34 0,04
b, %
79,38a 77,80b 78,40ab 77,79b 77,81 0,36 0,02
c, %
1,20c 3,25a 2,87b 3,32a 2,66 0,08 0,001
C, %/h
4,35 5,31 4,65 5,14 4,86 0,26 0,12
Lag Time, h
1,19c 3,20a 2,82b 3,27a 2,62 0,08 0,001
Kp
1
, %
4,17 3,87 4,19 4,01 4,06 0,07 0,06
Deg. Efetiva, %
63,79b 66,90a 65,87a 68,45a 65,74 1,17 0,053
Deg. Potencial, %
98,39a 96,53b 96,73b 96,52b 97,06 0,11 0,001
FDN
a, %
0,17b 3,54a 3,02a 3,08a 2,45 0,24 0,001
b, %
97,94a 89,16b 91,27b 89,87b 92,06 0,34 0,001
c, %
1,89c 7,29a 5,70b 7,04a 5,48 0,16 0,001
C, %/h
3,67c 4,07b 4,08b 5,11a 4,43 0,15 0,001
Lag Time, h
1,87c 7,03a 5,53b 6,79a 5,31 0,14 0,001
Kp
1
5
, %/h
3,94 4,10 4,22 4,05 4,08 0,13 0,55
Deg. Efetiva, %
47,40b 49,30ab 51,84ab 53,27a 50,45 0,91 0,01
Deg. Potencial, %
96,91a 92,05b 93,98b 92,76ab 93,92 0,45 0,001
PB
3
a, %
27,72b 59,46a 59,48a 59,58a 51,56 1,53 <0,001
b, %
70,15a 38,47b 38,22b 38,25b 46,27 1,56 <0,001
c, %
2,41 2,05 2,29 2,16 2,23 0,14 0,409
C, %/h
3,22c 4,64b 5,28b 6,83a 4,99 0,20 0,001
Lag Time, h
2,12 2,03 2,26 2,13 2,14 0,04 0,548
Kp
1
5
, %/h
3,54b 3,78a 3,80a 3,80a 3,73 0,01 <0,001
Deg. Efetiva, %
60,55c 80,69b 81,83b 84,17a 76,81 0,55 <0,001
Deg. Potencial, %
96,35b 97,80a 97,58a 97,83a 97,39 0,05 <0,001
PB
4
a, %
27,71b 67,15a 67,19a 67,16a 57,30 0,053 <0,001
b, %
71,90a 32,45b 32,58b 32,57b 42,38 0,015 <0,001
c, %
0,49a 0,40a 0,21b 0,25b 0,341 0,031 0,032
C, %/h
5,34b 5,80ab 6,75a 6,92a 6,20 0,178 0,021
Lag Time, h
0,48a 0,40a 0,21b 0,25b 6,34 0,347 0,030
Kp
1
5
, %/h
3,54b 3,8a 3,8a 3,78a 3,73 0,08 0,001
Deg. Efetiva, %
71,23b 86,66a 88,00a 88,12a 83,50 0,191 <0,001
Deg. Potencial, %
99,41 99,54 99,77 99,73 99,61 0,291 0,117
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
114
Tabela 4.16 - Degradabilidade ruminal das frações MS, FDN, PB e PB corrigida para purinas
das amostras de pastejo simulado de capim elefante incubado in situ utilizando
vacas pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho T25 T50 T75
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
23,90 25,07 24,75 25,39 24,78 0,421 0,175
b, %
58,99 57,67 56,41 59,01 57,77 0,742 0,207
c, %
17,10 17,25 18,02 16,59 17,44 0,521 0,104
C, %/h
4,29 4,01 3,86 3,75 3,98 0,186 0,296
Lag Time, h
15,70 15,03 17,15 15,25 15,98 0,449 0,108
Kp
1
, %
3,51 3,45 3,64 3,74 3,58 0,112 0,341
Deg. Efetiva, %
56,34 56,09 53,71 54,35 55,12 0,912 0,215
Deg. Potencial, %
82,53 82,27 80,57 82,56 81,98 0,520 0,099
FDN
a, %
6,38b 6,53ab 6,39b 6,68a 6,49 0,061 0,042
b, %
71,57b 73,51a 71,12b 71,39b 71,90 0,214 <0,001
c, %
22,06a 19,99b 22,52a 22,138a 21,66 0,169 <0,001
C, %/h
3,86b 3,96b 3,71b 4,09a 3,90 0,028 <0,001
Lag Time, h
19,61b 18,41c 20,52a 19,87b 19,60 0,124 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,52 3,46 3,51 3,41 3,47 0,040 0,295
Deg. Efetiva, %
44,08b 45,95ab 42,50c 47,22a 44,94 0,269 <0,001
Deg. Potencial, %
77,48a 77,71a 75,56b 77,54a 77,07 0,315 0,008
PB
3
a, %
33,07b 33,60a 32,88b 33,79a 33,34 0,058 <0,001
b, %
58,24b 58,51a 58,68a 58,22b 58,41 0,055 0,001
c, %
8,67a 7,87b 8,43a 7,97b 8,24 0,440 <0,001
C, %/h
4,74b 4,51b 4,16c 5,63a 4,76 0,179 0,005
Lag Time, h
8,31a 7,57b 8,08b 7,66b 7,90 0,041 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,78 3,80 3,79 3,80 3,79 0,11 0,101
Deg. Efetiva, %
65,36b 65,05b 63,55b 68,27a 65,56 0,524 0,003
Deg. Potencial, %
91,11 91,73 91,16 91,87 91,47 0,390 0,132
PB
4
a, %
32,29 31,03 33,26 32,94 32,38 0,714 0,291
b, %
63,77 65,58 63,52 63,29 64,04 0,721 0,315
c, %
3,93 3,38 3,20 3,75 3,56 0,213 0,159
C, %/h
4,76 5,21 6,70 5,62 5,82 0,771 0,246
Lag Time, h
3,85 3,32 3,15 3,58 3,50 0,204 0,137
Kp
1
5
, %/h
3,83 3,82 3,79 3,81 3,81 0,012 0,171
Deg. Efetiva, %
68,44 68,62 73,04 70,72 70,71 2,13 0,284
Deg. Potencial, %
95,06 96,44 96,72 96,11 96,28 0,249 0,175
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
115
A cinética da fração líquida não foi afetada pelos tratamentos. apresentando
tempo de transito de 2,24 horas e tempos médios de retenção ruminal, ceco-cólon e
total de 15,45, 14,79 e 32,50 horas, respectivamente. A taxa de passagem lenta foi de
6,58%/h e a taxa de passagem rápida foi de 6,87%/h.
Tabela 4.17 – Cinética ruminal e no ceco-cólon do milho, farelo de glúten de milho, capim
elefante e fase líquida, avaliados em vacas alimentadas com níveis crescentes
de FGM21 em substituição ao milho no concentrado e pastejando capim
elefante com 23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
P
2
Milho e FMG21
TT
3
, horas 3,91 4,05 3,86 3,47 3,82 0,33 0,652
TMR
1
4
, horas 23,72 24,44 23,70 24,80 24,16 0,48 0,372
TMR
2
5
, horas 22,29 23,06 22,32 23,43 22,78 0,42 0,251
TMRT
6
, horas 49,93 51,56 49,88 51,70 50,77 1,22 0,602
K
1
7
, % 4,17 3,87 4,19 4,01 4,06 0,08 0,065
K
2
8
, % 4,48 4,35 4,60 4,28 4,42 0,07 0,104
Capim elefante
TT
3
, horas 6,39a 5,76ab 4,46b 7,11a 5,93 0,38 0,013
TMR
1
4
, horas 28,24 28,14 27,37 28,62 28,09 0,26 0,070
TMR
2
5
, horas 26,01 26,18 25,69 26,07 25,99 0,25 0,591
TMRT
6
, horas 60,65a 60,10a 57,53b 61,82a 60,02 0,57 0,009
K
1
7
, % 3,51 3,45 3,64 3,74 3,58 0,11 0,341
K
2
8
, % 3,86 3,82 3,90 3,84 3,86 0,03 0,448
Cinética de líquidos
TT
3
, horas 1,83 2,24 2,12 2,79 2,24 0,26 0,170
TMR
1
4
, horas 15,22 15,76 14,12 16,70 15,45 0,78 0,231
TMR
2
5
, horas 14,59 15,10 13,52 15,98 14,79 0,72 0,211
TMRT
6
, horas 31,65 33,10 29,76 35,48 32,50 1,72 0,239
K
1
7
, % 6,57 6,54 7,14 6,08 6,58 0,31 0,234
K
2
8
, % 6,85 6,82 7,46 6,35 6,87 0,32 0,180
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Erro padrão da média;
2
- Probabilidade;
3
– Tempo no qual o ingrediente marcado apareceu pela
primeira vez nas fezes (Tempo de Trânsito);
4
– Tempo médio de retenção no retículo-rúmen;
5
– Tempo
médio de retenção no ceco e cólon;
6
– Tempo médio de retenção total (TT+TMR1+TMR2);
7
- Taxa de
passagem constante das partículas marcadas (1/TMR
1
);
8
– 1/TMR
2
116
Tabela 4.18 - Concentração e proporção de AGV avaliados em vacas alimentadas com níveis
crescentes de FMG21 em substituição ao milho no concentrado e pastejando
capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
Pr [t]
2
Acetato, mM/mL
Diurno
51,64 47,26 51,27 46,43 49,15 4,39 0,77
Noturno
44,98 45,75 54,11 49,67 48,63 3,55 0,33
Diário
47,64 46,35 52,97 48,37 48,84 2,23 0,27
Proprionato, mM/mL
Diurno
25,47 23,16 26,46 24,05 24,79 1,45 0,45
Noturno
25,05 24,70 29,04 27,33 26,53 2,15 0,49
Diário
25,22 24,08 28,01 26,02 25,83 1,49 0,30
Isobutirato, mM/mL
Diurno
1,38 1,15 1,60 1,21 1,33 0,12 0,13
Noturno
1,33 1,30 1,52 1,37 1,38 0,15 0,73
Diário
1,35 1,23 1,55 1,31 1,36 0,12 0,38
Butirato, mM/mL
Diurno
15,95 14,18 16,38 13,95 15,12 0,85 0,20
Noturno
15,43 15,53 17,26 15,77 16,00 1,19 0,68
Diário
15,64 15,00 16,91 15,04 15,65 0,84 0,41
Isovalerato, mM/mL
Diurno
2,71 2,49 2,91 2,43 2,64 0,21 0,42
Noturno
2,51 2,55 2,83 2,68 2,64 0,19 0,64
Diário
2,59 2,52 2,86 2,58 2,64 0,16 0,48
Valerato, mM/mL
Diurno
1,39a 1,48a 1,97b 1,89b 1,69 0,09 0,01
Noturno
1,37 1,52 1,85 1,90 1,66 0,14 0,10
Diário
1,38a 1,51a 1,90b 1,90b 1,67 0,10 0,02
TOTAL, mM
Diurno
98,53 89,72 100,60 90,00 94,72 6,62 0,56
Noturno
90,70 91,35 106,61 98,73 96,85 7,16 0,42
Diário
93,84 90,7 104,21 95,23 96,00 4,69 0,30
Acetato:Proprionato
Diurno
2,02 2,09 1,91 1,93 1,99 0,11 0,65
Noturno
1,80 1,89 1,87 1,83 1,85 0,67 0,77
Diário
1,89 1,97 1,89 1,87 1,90 0,07 0,75
Amônia, mg/dL
Diurno
18,82 17,90 18,26 16,70 17,92 0,65 0,23
Noturno
18,55 16,62 17,39 16,76 17,33 0,94 0,50
Diário
18,66 17,13 17,74 16,74 17,57 0,72 0,34
pH ruminal
Diurno
6,00 5,96 5,97 5,83 5,94 0,07 0,51
Noturno
5,84 5,77 5,78 5,05 5,81 0,08 0,86
Diário
5,90 5,85 5,86 5,84 5,86 0,07 0,93
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
117
Figura 4.7 – Concentrações totais de AGV, relações C2:C3, concentrações de amônia e
pH ruminal de vacas alimentadas com níveis crescentes de FMG21 em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23
dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa do ano
118
Figura 4.8 – Concentrações ruminais dos ácidos graxos voláteis de vacas alimentadas
com níveis crescentes de FMG21 em substituição ao milho no
concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de
desfolha durante a estação chuvosa do ano
119
4.3.7 Consumo de matéria seca e produção de proteína microbiana
Na Tabela 4.19 são apresentadas as estimativas de consumo de matéria seca e
de produção de proteína microbiana. As estimativas de consumo não diferiram entre os
tratamentos. A estimativa utilizando-se o óxido de cromo como marcador externo
subestimou o CMS de forragem e o CMS total quando comparados com as estimativas
feitas pelos modelos de Orskov et al. (1988) e pelo NRC (2001).
Tabela 4.19 – Estimativa de consumo de forragem, consumo total de MS e síntese de proteína
microbiana de vacas alimentadas com níveis crescentes de FMG21 em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Parâmetros
Milho T25 T50 T75
Média EPM
1
Pr [t]
2
Óxido de Cromo
CMS de forragem, kg/dia
12,41 10,49 11,00 11,72 11,40 0,491 0,274
CMS total, kg dia
17,75 15,83 16,34 17,06 16,74 0,491 0,274
Orskov et al. (1988)
3
CMS de forragem, kg/dia
6,99 6,82 7,02 7,12 6,98 0,105 0,198
CMS total, kg dia
11,45 12,16 12,36 12,46 12,10 0,302 0,218
NRC (2001)
4
CMS de forragem, kg/dia
9,43 9,49 9,38 9, 34 9,41 0,145 0,875
CMS total, kg dia
14,77 14,83 14,72 14,68 14,75 0,145 0,875
Prot. microbiana, gN/dia 154,65 156,70 160,26 159,01 157,65 2,27 0,387
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade;
3- CMS - -0,822 + 0,0748 (a+b) +40c
4- CMS = (((PV ^ 0.75) * 0.0968) + (0.372 * Produção leite corrigido) - 0.293) * Lag
Lag = 1 – exp(-0.192 * (SemanaLactação + 3.67)) estimado alimentando-se o programa com os
resultados de desempenho dos animais obtidos no experimento
4.4 Discussão
4.4.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem
A composição morfológica da pastagem de capim elefante foi apresentada na
Tabela 4.6 e a composição bromatológica na Tabela 4.7.
A massa de forragem no presente estudo foi alta, em média 10.433 kg de
MS/ha, comprovando o alto potencial de produção do capim elefante, mesmo com
Intervalo de desfolhas de apenas 23 dias. Em trabalhos recentes conduzidos na mesma
120
área (VOLTOLINI, 2006; CARARETO, 2007), ficou demonstrado que a adoção de
intervalo de desfolha fixos (27 dias) em comparação com intervalo de desfolha variáveis
(baseados na interceptação de luz de 95%) apesar de não afetarem a composição
química das amostras de pastejo simulado, resultam em pior composição morfológica
da pastagem, com menos folhas e mais colmos, maior altura de entrada e saída do
pasto e menor produção de leite por vaca e por área. O intervalo de desfolha de apenas
23 dias foi semelhante ao relatado por Carareto (2007) com pastos manejados com 1
metro de altura na entrada (Interceptação de luz = 95%), mas sua composição
morfológica foi pior, com menor proporção de folhas e maior de hastes. Além da relação
folha:colmo e da disponibilidade de massa seca, a forma como a folha é exposta ao
animal é uma característica muito importante, pois evidencia o efeito da disposição
espacial, distribuição e arranjo da biomassa da parte aérea das plantas os quais afetam
o desempenho do animal (CARVALHO; MARÇAL; RIBEIRO FILHO, 2001a).
No presente estudo a proporção de folhas na massa de forragem foi em média
45,5%, contra valores entre 54 a 56% relatados por Voltolini (2006) e Carareto (2007).
Conforme mencionado acima, o manejo correto do pasto tem maior impacto na
estrutura do dossel, que afeta diretamente o consumo que na composição química da
forragem colhida pelo animal. Dessa forma, a composição química da forragem
amostrada no presente estudo foi compatível com pasto tropical de bom valor nutritivo,
com teor alto de PB (18,53%), médio de FDN (61,41%), baixo em lignina (2,78%) e com
alta DIVMS (72,87%). Valores próximos a estes também foram relatados por Voltolini
(2006) e Carareto (2007), na mesma área em anos anteriores e por outros autores
(REEVES et al., 1996; COWAN; LOWE, 1998, SANTOS; JUCHEM, 2000). Teores
elevados de PB na forragem também foram relatados nas revisões de Santos et al.
(2003, 2005, 2007) em pastagens tropicais colhidas jovens e adubadas com doses altas
de nitrogênio.
Em função de práticas diferentes de manejo e de amostragem do material,
variação considerável na composição química do capim elefante tem sido relatada na
literatura. Os valores de PB variaram de 12 a 16,1% e FDN entre 61,1 a 69,47%
(BALSALOBRE, 1996; CÓSER et al., 1999; SOARES et al., 1999; LIMA, 2002;
ROSSETO, 2000; DERESZ et al., 2001). Valores de FDA variaram de 32,6 a 35,3% e
lignina de 2,4 a 4,91% (BALSALOBRE, 1996; LIMA, 2002; ROSSETO, 2000). Rosseto
121
(2000) verificou valores de DIVMO entre 70,6 a 78,3%, enquanto Cóser et al. (1999)
observaram DIVMS entre 64,9 a 66,3%. O teor de minerais foi alto, variando de 11,68 a
12,27%.
Valores de oferta de forragem bastante variáveis têm sido relatados na literatura
com vacas lactantes sob pastejo rotacionado de capim elefante. No presente estudo
adotou-se a oferta de MS de forragem de 5% do PV. Derez et al. (2001) relataram 9,9 a
16,0 kg de MS/vaca/dia, enquanto Aroreira et al. (1999) relataram disponibilidades
variando de 32 a 35 kg de MS/vaca/dia. Em sistemas de produção animal com altas
produções de MS e altas taxas de lotação, tem sido aconselhável oferta de forragem
entre 4 a 6%, ou seja, 4 a 6 Kg de MS/dia para cada 100 Kg de PV (HILLESCHEIM,
1987; DE FARIA, 1996).
4.4.2 Produção e Composição do Leite
Na Tabela 4.2 foram apresentados os dados referentes à produção e
composição do leite em função dos tratamentos estudados. Nela pode-se observar que
a substituição de até 75% do milho moído fino por FGM21 não afetou a produção e a
composição do leite. Os animais não responderam em desempenho à variação drástica
no teor de amido da ração total ingerida. A ausência de resposta pode ter sido
determinada pela baixa produção de leite das vacas neste estudo (12,4 kg vaca/dia).
Entretanto, Pedroso (2006), também não observaram efeito negativo na produção de
leite quando substituiu parcial ou totalmente o milho moído fino por FGM21, para vacas
confinadas com silagem de milho e produzindo ao redor de 25 kg de leite/dia.
A literatura é escassa quanto à utilização do FGM21 para substituir o milho
grão. Na grande maioria dos trabalhos revisados, o FGM21 substitui parcialmente
algum alimento volumoso da ração, tradicionalmente a silagem de milho. Estudos com o
FGM21 substituindo o milho na ração de vacas mantidas em pastagens tropicais não
foram encontrados na literatura revisada.
Armentano e Dentine (1988) relataram igual produção de leite para vacas
alimentadas com rações contendo ou não FGM21 em substituição a parte da silagem
de milho e silagem de alfafa presente na dieta. Fellner e Belyea (1991) substituíram até
60% da MS de rações contendo feno de alfafa e silagem de milho por FGM21 sem
122
redução na produção de leite. Entretanto, Boddugari et al. (1999) observaram redução
no consumo de matéria seca e proteína do leite, mas a produção de leite foi
estatisticamente igual quando se substituiu 50, 75 ou 100% de uma mistura de grãos da
ração por FGM21, quando esta continha 54,3% de forragem.
Trabalhando-se com vários níveis de inclusão de FGM-21 (10 a 36% na MS) na
ração, a produção de leite não foi afetada quando o produto substituiu parte do
concentrado (ARMENTANO et al., 1986; GUNDERSON et al., 1988), ou parte do
concentrado e da silagem de milho, chegando-se a somente 19% de silagem de milho
na MS da ração (BERNARD et al., 1991).
Na maioria dos estudos onde o FGM21 substituiu parte do concentrado e parte
da forragem da ração, foi relatado aumento na produção de leite. O FGM21 nos níveis
de 20 ou 26% da MS da ração aumentou o consumo de matéria seca e produção de
leite nos trabalhos de Firkins et al. (1991) (substituição de 20% de ração total a base de
milho, farelo de soja e forragem por FMG21) e Macleod et al. (1985) (FMG21 úmido).
Van Baale et al. (2001) demonstraram aumento na produção de leite com FGM21 em
comparação à dieta com feno de alfafa e silagem de milho e observaram que vacas
primíparas e multíparas aumentavam significativamente a produção de leite, em
conseqüência do aumento no consumo de matéria seca das primíparas e do aumento
do consumo e produção de leite por unidade de MS consumida para as vacas
multíparas, quando o FGM21 substituiu parte da forragem. Bernard e McNeill (1991) e
Bernard et al. (1991) utilizaram rações que continham silagem de milho e demonstraram
não haver variação na produção de leite quando o FGM21 substituiu a forragem ou o
concentrado.
Entretanto, Droppo et al. (1985) relataram diminuição no consumo de matéria
seca e produção de leite quando o FGM21 foi incluído nas rações com teores entre 18,6
e 37,1% da MS para vacas confinadas em lactação, em substituição parcial ao milho
grão e farelo de soja. Staples et al. (1984) verificaram redução linear na produção de
leite quando se aumentou o teor de FGM21 na ração (0, 20, 30 e 40% na MS).
Dos constituintes do leite, embora todos sejam poucos afetados, a porcentagem
de gordura via de regra é a que mais sofre alteração com a inclusão de FGM21 nas
rações, fato relacionado à alteração na concentração molar de acetato e propionato
(BERNARD et al., 1991). Com relação à percentagem de proteína, altas quantidades
123
de FGM21 na ração (40 a 60% da MS da ração) promoveram aumento na porcentagem
de proteína do leite (FELLNER; BELYEA, 1991), aspecto bastante interessante face à
possibilidade de remuneração do leite pelo teor deste nutriente. Em outro trabalho,
porém, nenhum constituinte do leite foi alterado significativamente (BELYEA, 1994).
Uma das hipóteses para um possível efeito benéfico do uso de co-produtos
como o FGM-21 em substituição ao milho, seria este proporcionar um ambiente ruminal
mais favorável à digestão da fração fibrosa do alimento. Isto poderia estimular o
consumo de MS e resultar em maior produção de leite com maior teor de gordura.
Entretanto, no presente estudo, o pH ruminal e a degradação da MS do pasto não
foram afetados pelos tratamentos. A digestão da fibra do pasto foi muito pouco
favorecida pelo FGM-21. Cüriosamente, apesar da baixa produção das vacas e do
consumo relativamente baixo de concentrado, o pH ruminal foi infeiror a 6,0,
independente dos tratamentos. A redução do teor de amido na ração não trouxe
benefícios neste parâmetro.
Apesar de não ser alto em termos quantitativos, o consumo de concentrado de
aproximadamente 5,5 kg foi alto em relação à produção de leite. É possível que isto
tenha causado grande efeito de substituição e afetado drasticamente o consumo real de
pasto, o que explicaria o baixo valor de pH ruminal.
4.4.3 Peso vivo e condição corporal
Os dados observados no tocante ao peso vivo e a condição corporal dos
animais foram apresentados na Tabela 4.3. Nela, observa-se que estas avaliações não
apresentaram variação entre os tratamentos.
Os dados na literatura testando FGM21 para vacas em sistemas de pastejo são
escassos. Entretanto, Martinez (2004) trabalhou na mesma área experimental e reduziu
o teor de amido do concentrado, através da substituição de até 75% do milho moído
fino por polpa cítrica. Como no presente estudo, também não foram observadas
variações no desempenho e no peso vivo e condição corporal das vacas.
Conforme apresentado na Tabela 4.3, o escore de condição corporal médio de
2,42 pontos na escala de um a cinco, é considerado baixo para as vacas neste estágio
de lactação, ou seja, 182 dias de pós-parto. Isto explica em parte a baixa produção de
124
leite dos animais no presente estudo. Restrição alimentar no período pré-experimental,
determinado por falta de chuva que restringiu a disponibilidade de pasto resultou em
vacas com baixo escore no início do período experimental.
Os dados de referência de escore de condição corporal para vacas leiteiras
normalmente têm sido estabelecidos com vacas confinadas com altas produções de
leite. Há grande carência de estudos quanto à sistemas em pastagens tropicais. É
possível que devido à menor produção de leite dessas vacas em relação às confinadas,
os índices de escore de condição corporal sejam diferentes.
No início da lactação, as perdas no escore de condição corporal assim como as
diminuições do peso vivo são normais, uma vez que reflexos hormonais promovem
baixo consumo de matéria seca pelas vacas na fase em que as mesmas apresentam
alta produção de leite, resultando em balanço energético negativo (NRC, 2001). A
medida que a lactação avança, o consumo aumenta e a produção de leite começa a
diminuir, gerando balanço energético positivo com aumento na condição corporal das
vacas, pois o mecanismo de partição de nutrientes direciona-os para os tecidos
(BAUMAN, 2000). As mudanças na condição corporal dos animais afeta a produção de
leite, o desempenho reprodutivo e ocorrência de desordens metabólicas (FERGUSSON
et al., 1988).
Decréscimo no escore de condição corporal e no peso vivo de vacas em
lactação mantidas em pastagens foram observados por Alvim et al. (1992) e grandes
flutuações entre ganho e perda de peso foram observadas por Vilela et al. (1996). A
utilização de concentrado tem se constituído em uma ferramenta para a manutenção do
escore de condição corporal e do peso vivo das vacas em lactação mantidas em
pastagens (SORIANO et al., 2000).
4.4.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 4.4, 4.5 e 4.6 foram apresentados os resultados obtidos para as
atividades inerentes ao comportamento ingestivo dos animais. Pode-se observar que os
tratamentos não afetaram os parâmetros comportamentais avaliados.
Assim como o peso vivo e o escore de condição corporal, as variáveis do
comportamento ingestivo, para vacas mantidas em pastagens nas regiões tropicais,
125
também não possuem base de dados na literatura para comparação com o presente
trabalho. A grande maioria dos trabalhos encontrados na literatura foram conduzidos
com vacas confinadas nos Estados Unidos e utilizando o FGM21 de milho na forma
úmida, e não na forma seca. O material na forma úmida possui maior valor energético
que na forma seca, além de maior tamanho de partícula (Santos et al, 2004).
Entretanto, analisando o dado per si, 456 minutos de pastejo está dentro dos
intervalos considerados como sendo tempos normais de pastejo para vacas leiteiras na
zona tropical. O tempo em pastejo pode variar de 6 a 12 (HODGSON, 1990) ou de 4 a
14 horas por dia (PIRES et al.,1997), sendo determinado pela quantidade e qualidade
da forragem disponível, existência ou não de suplementação com concentrados e por
variáveis climáticas. Silva (1967), afirmou que de um modo geral, o comportamento de
vacas em lactação em relação a 24 horas, é distribuído em 40,6% para pastejo, 33,4%
para ruminação e 26,0% para ócio. Rook (2000) observou que o tempo de pastejo e
taxa de bocado são influenciados, ainda, pelo mérito genético e produção de leite das
vacas.
Segundo Furlan (1976), os bovinos gastaram em torno de 46 a 62% do tempo
do dia pastejando, enquanto Macoon (1999) comparando o tempo de pastejo entre
vacas em lactação mantidas em pastagens, verificou que durante o verão 44% do
tempo de pastejo ocorria durante o dia, enquanto no inverno este tempo correspondia a
57%. Este mesmo autor, através de estudo de regressão, verificou que a cada um grau
de aumento na temperatura ambiente, as vacas diminuíam o tempo de pastejo em 10,3
minutos por dia com a temperatura variando entre 15,5 a 36°C durante o verão.
Os dados de comportamento ingestivo concordam com Martinez (2004) e
Voltolini (2007) em estudos realizados na mesma área. Os tempos de pastejo foram de
471 e 444 minutos, e de Ruminação de 479 e 533, respectivamente.
Na grande maioria dos trabalhos revisados, o FGM21 foi usado para substituir
parte do volumoso da dieta. A inclusão de FGM21 na ração reduziu o tempo de
ruminação dos animais (BIRICIK et al., 2007; ALLEN; GRANT, 2000). No estudo de
Biricik et al. (2007) a inclusão de 25% na ração reduziu o tempo de ruminação em 51
minutos/dia. Vários pesquisadores (BEAUCHEMIN; YANG, 2005; BEAUCHEMIN et al.,
2003) observaram uma correlação positiva entre o tempo de ruminação e FDN
fisicamente efetivo.
126
A taxa de bocados no presente estudo foi ligeiramente inferior ao valor
observado por Martinez (2004), trabalhando na mesma área, entretanto, com intervalo
de desfolha mais longo que o estabelecido neste estudo.
Dentre as variáveis do comportamento ingestivo, o tamanho de bocado é o de
maior influência no CMS (FORBES, 1988; McGILLOWAY; MAYNE, 1996), sendo
afetado pelas características anatômicas do animal (ROOK, 2000), altura (PHILLIPS,
1993; McGILLOWAY et al., 1999), densidade (HODGSON; BROOKES, 1999) e
características do dossel da pastagem (STOBBS, 1973).
Em pastagens com disponibilidade semelhante de forragem, diferenças no
consumo podem ser atingidos devido às inúmeras combinações entre altura, densidade
e relação folha:colmo, bem como de seu valor nutritivo. Assim, pode-se afirmar que o
CMS é fortemente influenciado pela estrutura da pastagem, determinando o grau de
apreensão da forragem pelo animal e o seu comportamento ingestivo caracterizado
pelo tempo em pastejo, ruminação e ócio (CARVALHO; MARÇAL; RIBEIRO FILHO
2001b; GOMIDE; GOMIDE, 2001).
Gomide e Gomide (2001) hipotetizaram o comportamento ingestivo de vacas
em lactação mantidas em sistema de lotação rotacionada de capim elefante e
apresentaram dois fatores como os principais limitantes para o consumo. No início do
pastejo o limitante seria o tempo gasto por bocado devido a altura e densidade das
plantas, enquanto que no final do período de ocupação, a menor oferta de lâminas
verdes seria o limitante para o pastejo.
Balsalobre (1996) constatou que o hábito de crescimento cespitoso das
forrageiras tropicais apresenta limitações na apreensão e no consumo destas, devido
ao seu maior comprimento dos entre-nós que diminui a densidade das folhas e reduz o
tamanho do bocado. Desta forma, os animais têm que aumentar o tempo de pastejo
para garantir o consumo de forragem.
4.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
As observações referentes a estas variáveis foram apresentadas na Tabela 4.7.
Observou-se que as freqüências respiratórias e as temperaturas não foram afetadas
pelos tratamentos. O maior teor de FDN nas rações com FGM-21 em relação à ração
127
com milho, poderia levar à um aumento na produção de calor e com isso elevar a
temperatura corporal e assim a freqüência respiratória. No presente estudo, a
degradação ruminal da MS do FGM-21 foi maior que do milho, não houve alteração na
concentração de AGV no rúmen e no consumo de MS. Desta maneira não se justificaria
qualquer aumento na temperatura corporal devido aos tratamentos.
Apesar das vacas terem sombra de árvore à disposição, houve elevação da
temperatura retal e da freqüência respiratória observada na avaliação realizada no
período mais quente do dia em relação ao período da manhã. Mesmo estando dentro
da faixa considerada normal, a elevação da freqüência respiratória para valores acima
de 60 por minuto, pode ter afetado a produção de leite.
As vacas em lactação, de raças leiteiras européias, expressam seu máximo
potencial de produção de leite dentro de uma zona de conforto térmico, que se situa
entre 5 e 22ºC. A provisão de árvores para o sombreamento alivia os efeitos da carga
térmica proveniente da radiação solar direta (BACCARI Jr., 2001). No presente estudo a
temperatura ambiente no dia da avaliação do comportamento ingestivo apresentou
máxima de 30,1, mínima de 19,8 e média de 25,0ºC, valores estes que não diferiram da
média das temperaturas máxima, mínima e média observada durante todo o período
experimental.
As vacas leiteiras em estado de estresse térmico apresentam aumento da
temperatura corporal, da freqüência respiratória, da sudação, do consumo de água e
diminuição do consumo de alimentos (LIMA, 2002). A temperatura alta crônica age
sobre o sistema endócrino, levando à hipofunção da tireóide, que influi no crescimento,
eficiência reprodutiva, conversão alimentar e produção de leite (Lima, 2002). Em
condições de termoneutralidade, a temperatura retal de vacas em lactação deve estar
entre 38,0 e 39,3ºC (BACCARI Jr., 1998).
Os mecanismos homeostáticos necessários para manter as condições normais
do corpo do animal, como o aumento no consumo de água e diminuição de consumo de
alimentos, têm impacto negativo na produção e composição do leite, especialmente nos
teores de proteína e gordura (SACIDO et al., 2001).
128
4.4.6 Parâmetros sanguíneos
Os resultados das avaliações quanto às concentrações de solutos no plasma
sanguíneo foram apresentadas na Tabela 4.7. Nela pode-se observar que os
tratamentos não afetaram as concentrações de glicose plasmática, N-uréico plasmático
e ácidos graxos não esterificados.
Os valores de glicose plasmática em média 66,0 mg/dL estão dentro dos
reportados na literatura para vacas em lactação em pastagens, que variaram de 46,2
(NACHTOMI et al., 1991) a 76,9 mg/dL (KOLVER et al. 1998; RUAS et al., 2000). A
grande variação no teor de amido do concentrado não afetou este parâmetro,
mostrando mais uma vez que a concentração de glicose no plasma é controlada
rigidamente pelo organismo.
As concentrações de N uréico no plasma acima de 20 mg/dL
e no leite acima
de 19 mg/dL
são associadas com problemas reprodutivos, diminuindo a taxa de
concepção e os índices de fertilidade das vacas confinadas em lactação
(BRUCKENTAL et al., 1989), que podem ser provenientes de efeitos tóxicos sobre os
espermatozóides, ovário ou ao embrião (CANFIELD et al., 1990). Estas concentrações
de N-uréico no plasma ou no leite têm sido observadas com rações com teores
excessivos de PB ou de proteína degradável no rúmen (BUTLER et al., 1995).
Em sistemas de produção de leite baseados em gramíneas tropicais adubadas
com doses baixas de nitrogênio, observou-se uma concentração de N uréico no plasma,
da ordem de 9,8 a 10,6 mg/dL, que refletem os baixos índices de ingestão protéica
destas vacas (LIMA, 2002). Em contrapartida, nos experimentos com gramíneas
temperadas que envolvem a utilização de concentrado, as concentrações plasmáticas
de N uréico variaram de 16,3 a 19,1 mg/dL em dietas com 20% de PB (RUEEG et al.,
1992; HAYEZ et al., 1996; KOLVER et al., 1998).
Os teores de N uréico no plasma de 18,9 mg/dL medido 4 horas após o
fornecimento de concentrado são altos para vacas produzindo ao redor de 12 kg de
leite por dia e refletem o teor alto de PB da ração total, uma vez que ambos, pasto e
concentrado, apresentavam mais de 18% de PB na MS. Vacas produzindo ao redor de
18,5 kg de leite por dia, mantidas em pastos de capim elefante com apenas 12,14% de
PB não responderam em produção de leite, ao aumento no teor de PB do concentrado
129
acima de 17% Voltolini (2008). Fontaneli (2005) obteve produções médias de 22,0 kg no
primeiro ano e 26,0 kg de leite no segundo ano de experimento, com vacas consumindo
pastagens tropicais com 18 a 22% de PB e suplementadas apenas com milho moído e
mistura mineral.
As concentrações plasmáticas de ácidos graxos livres não foram afetadas pelos
tratamentos. Este parâmetro reflete o balanço energético do animal. Altas
concentrações destes demonstram mobilização de tecidos para obtenção de energia,
quando em balanço energético negativo (O’MARA et al., 2000). Em sistemas em
pastagens, os teores de ácidos graxos livres observados variaram de 155,5 a 200
meq/L (KOLVER et al., 1998), indicando baixa mobilização de reservas corporais.
Segundo Kolver et al. (1998), níveis de ácidos graxos livres plasmático de até 500
meq/L não representam altas taxas de mobilização de reservas corporais.
4.4.7 Metabolismo ruminal
A cinética de degradação das frações MS, FDN e PB do milho e do FGM21 com
e sem correção para a contaminação por nitrogênio microbiano e as taxas de passagem
de líquidos foram apresentados na Tabela 4.9. Estas mesmas frações avaliadas para o
capim elefante foram apresentadas na Tabela 4.10.
Apesar dos valores energéticos apresentados nas tabelas do NRC (2001) para o
FGM21 serem menores que para o milho moído, no presente estudo o FGM21
apresentou maior degradação efetiva da MS, FDN e PB que o milho. É importante frisar
que os valores nas tabelas do NRC(2001) referem-se à milho dentado, enquanto no
Brasil, trabalha-se com milho duro. É sabido que o milho duro possui amido menos
digestível que o milho dentado, tendo portanto menor teor energético (Owens, et al,
2006). No trabalho de Pereira (2007), o valor energético observado para o milho moído
fino, com bovinos de corte em confinamento foi ao redor de 88% do apresentado nas
tabelas do NRC (2001).
A menor degradação efetiva da MS, da FDN e da proteína do milho em relação
ao FGM-21 observadas no presente estudo, corroboram o mencionado acima e
justificam a ausência de efeito negativo do co-produto na produção e composição do
leite. Apesar da ausência de significância estatística, a taxa de degradação (P=0,12) foi
130
numericamente mais alta para o FGM21 que para o milho e as taxas de passagem
(P=0,06) menores para o FGM21.
Para a fração FDN a fração solúvel (a) e a taxa de degradação da fração b foram
maiores para o FGM21 que para o milho, determinando a maior degradação efetiva da
fração FDN do co-produto. Um possível melhor ambiente ruminal com rações com
menores teores de amido poderia ter estimulado a degradação da fração fibrosa do
FGM21, entretanto, os valores de pH ruminal não diferiram entre os tratamentos. Maior
facilidade de acesso à fração FDN do FGM21 pelos microrganismos, em função das
etapas de processamento do milho grão para a obtenção do co-produto podem também
ter ocorrido.
A fração FDN do FGM21 é caracterizada pela alta e rápida digestão in vitro
(GREEN et al., 1987) e in situ (FIRKINS, et al., 1985). A taxa de desaparecimento é de
5,13% / hora (in vitro) e 5,1 e 4,7 % / hora (in situ) para FGM21 úmido e FGM21 seco,
respectivamente. A digestibilidade do FDN gira em torno de 61 a 68 %, o que
caracteriza a fração fibrosa deste produto como de alta qualidade (FIRKINS, et al.,
1985). O FMG21 apresenta valores mais altos de FDN do que os alimentos
concentrados tradicionais. Embora a concentração de FDN esteja relacionada com a
ingestão de matéria seca, de maneira que valores altos de FDN na ração possam limitar
o consumo, isto normalmente não ocorre com o FGM-21, uma vez que sua fibra é
caracterizada por rápida e extensa degradabilidade. Uma prova disto é o fato de vacas
em lactação aparentemente compensarem com aumento de consumo os menores
valores de energia liquida para lactação de rações baseadas em FGM21 quando
comparadas com rações contendo milho grão dentado. Isto resulta em consumos de 1,5
a 1,8 kg de FDN/100 kg de peso vivo acima dos valores obtidos quando o FDN é em
sua maioria proveniente de forragem (1,0 a 1,3 kg FDN/ 100 kg de peso vivo)
(FELLNER; BELYEA, 1991).
Fellner e Belyea (1991) relataram que o FGM21 pode ser utilizado tanto como
fonte de energia como de proteína, e que sua fração protéica é bastante degradável no
rúmen, mas apresenta deficiência de lisina. Esses autores disseram que em função de
suas características – pobre em gordura e amido e rico em fibra altamente digestível – o
FGM-21 constitui-se numa ótima alternativa para inclusão em rações baseadas em
grãos e silagem de milho. Segundo os autores, por apresentar concentrações mais
131
elevadas de FDA e FDN do que os grãos de cereais, a utilização do FGM pode
restringir a concentração energética e limitar o consumo das rações, mas os teores
reduzidos de amido e elevados de fibra digestível podem ajudar a manter o pH ruminal
em níveis mais desejáveis, otimizando a digestão da fibra, o que pode compensar
possíveis diferenças na digestibilidade total das rações.
Para a fração PB, a elevada proporção de fração a e a alta taxa de degradação
da fração b, foram determinantes para a maior degradação efetiva da proteína do co-
produto comparado ao milho moído fino. Este comportamento era esperado, uma vez
que durante o processamento úmido do milho, a sua proteína solúvel é separada na
água de maceração e adicionada de volta ao co-produto, enquanto a proteína de baixa
degradabilidade do milho é separada (Santos et al, 2004).
Interessante ressaltar que embora a proteína do FGM21 tenha sido altamente
solúvel e mais degradável que do milho, não foi observado efeito de tratamento na
concentração de amônia ruminal. O teor elevado de PB do pasto e da ração total
podem ter mascarado este efeito.
A solubilidade da proteína do milho no presente estudo foi inferior a observada
por González et al. (2001) e McGregor et al. (1978), mas se aproximou do valor relatado
pelo NRC (2001). Os valores das frações a e b (27,71 e 71,9%) da PB do milho foram
muito próximos aos reportados na tabela do NRC (2001) (23,9; 72,5%). A taxa de
degradação da fração b (5,34%/h) também foi próxima à apresentada no NRC (2001)
(4,9%/h). Para a PB do FGM-21 no tratamento T75, os valores das frações a e b (67,11
e 32,57%) foram maiores que os reportados na tabela do NRC (2001) (48,0 e 43%). Já
a taxa de degradação da fração b (6,92%/h) foi próxima à apresentada no NRC (2001)
(7,7%/h).
Comparando a degradação da fração protéica do milho grão com o FGM21,
Erdman et al. (1987) relataram degradação efetiva de 69,1 para o milho e de 67,8 para
o FGM21, com degradações potenciais de 100 e 92,8%, taxa de passagem de 4,4 e 4,3
e taxa de degradação de 5,8 e 7,2%/h, respectivamente.
A contaminação microbiana encontrada no resíduo de incubação do milho foi alta
(170%). A contaminação do resíduo de FGM21 foi de 65%. A literatura relata altos
valores de contaminação microbiana sobre o grão de milho (RODRIGUES, 1996;
BERNARD et al., 1988; VALADARES FILHO et al., 1992; WANDERLEY et al., 1993).
132
A colonização das partículas do alimento pode ser condicionada pelo teor de
material resistente a degradação (RODRIGUEZ et al. 1999) e pelo teor de N no
alimento (MICHALET-DOREAU;NOZIÈRE, 1999 e RODRIGUEZ et al., 1999). Embora
alguns alimentos tenham pouca contaminação por N-microbiano, normalmente a falta
de correção pode levar a importantes erros nos resultados.
Os valores de cinética de degradação do capim elefante foram apresentados na
Tabela 4.10. Uma das hipóteses iniciais do trabalho é que a redução do teor de amido
do concentrado com a inclusão do FGM-21 poderia favorecer a digestão da fibra do
pasto. Entretanto, os valores de degradação efetiva da FDN foram baixos para todos os
tratamentos, com média de 44,94%. A baixa degradação efetiva da FDN do pasto pode
ter sido causada pelos valores baixos de pH ruminal observados, inferiores a 6,0,
conseqüência provável do teor elevado de concentrado fornecido aos animais em
relação à produção de leite. Apenas no tratamento T75 a taxa de degradação e a
degradação efetiva da FDN do pasto foram aumentadas em comparação com o
tratamento contendo apenas milho. A ausência de efeito consistente da redução de
amido na degradação da FDN do pasto pode ser explicada pelo fato do pH ruminal não
ter sido alterado pelos tratamentos. Nenhum parâmetro ruminal foi alterado pelos
tratamentos de modo a justificar alterações na degradação da FDN do pasto.
A contaminação do resíduo de capim elefante por N-microbiano foi de 56%. A
literatura relata altos valores de contaminação microbiana de alimentos fibrosos
(NOCEK; GRANT, 1987; OULD-BAH et al., 1988; RODRIGUES, 1996 e BERNARD et
al., 1988). Prado et al. (2004) estudaram a degradabilidade e a contaminação de várias
gramíneas tropicais e observaram contaminação variando de 47,4 a 65,4%. Quanto
menores forem os teores de proteína bruta no alimento em estudo, mais susceptíveis
eles serão a serem subestimados, uma vez que a proporção de proteína de origem
microbiana será maior quanto menor for o teor de proteína bruta do alimento (Nocek,
1988).
A degradação ruminal da proteína do pasto não foi afetada pelos tratamentos.
Segundo Beever e Siddons (1986), as proteínas das forragens são extensamente
degradadas no rúmen, sendo utilizadas para síntese protéica pelos microrganismos e
portanto, não seriam esperadas elevadas proporções da proteína de escape. Da
mesma foram, de acordo com o NRC (2001) e NRC (1996) as forrageiras tropicais
133
apresentam proteína de alta degradabilidade ruminal. Os valores de degradação efetiva
(70,71%) e de taxa de degradação (5,82%) são menores que os reportados pelo NRC
(2001) e NRC (1996). Estes valores sugerem que a degradabilidade ruminal da PB do
capim elefante adubado intensivamente e amostrado na forma de pastejo simulado, não
é tão alta quanto aos valores adotados nos principais sistemas protéicos como o NRC
(1996), NRC (2001) e CNCPS (2000).
Com relação à degradação da MS, o pasto apresentou fração solúvel (a) de
24,78, fração de degradável (b) de 57,77 e fração não degradável (c) de 17,44%. A taxa
de degradação foi de 3,98%/h e um lag time de 18,98 horas. A taxa de passagem foi de
3,58%, degradação efetiva de 55,12 e degradação potencial de 81,98%.
Estudos avaliando o perfil da degradação ruminal do capim elefante têm sido
pouco documentados na literatura. Avaliando a degradabilidade ruminal in situ de vários
volumosos, Martínez (1999) encontrou taxa de degradação de 6,9%/h para capim-
braquiarão e de 10,4%/h para o capim-braquiária. Por outro lado, Londoño Hernández
et al. (2002) relataram taxas de degradação de 0,5%/h e 10,2%/h para os capins-
braquiária e braquiarão, respectivamente. A taxa de degradação do capim-elefante foi
estudada por Londoño Hernández (1995) que relatou 1,8%/h e por Londoño Hernandez
et al. (2002), que relataram 1,3%/h, valores estes bem abaixo do observado no
presente estudo. Assis et al. (1999), avaliando a cinética de degradação da grama
estrela Porto Rico, observaram 19,8% de fração solúvel, 57,7% de fração
potencialmente degradável e 3,3%/h de taxa de degradação.
As concentrações de ácidos graxos voláteis, de amônia ruminal e os valores de
pH foram apresentados na Tabela 4.18 e, suas proporções em função dos tratamentos
e horas de coletas foram apresentados nas Figuras 4.7 e 4.8. A redução no teor de
amido do concentrado com a substituição do milho moído pelo FGM21 não afetou
nenhum dos parâmetros ruminais estudados. Esperava-se aumento no pH ruminal, na
concentração de N amoniacal e na relação C2:C3 com a redução de amido e aumento
no teor de FDN do concentrado.
Normalmente, o que se verifica com a inclusão de altos níveis de FGM21 nas
rações de bovinos, em substituição parcial a volumosos, é uma queda na concentração
molar de acetato e aumento na de propionato, o que foi observado por vários autores
(FELLNER; BELYEA, 1991; FIRKINS et al., 1985; FLECK; LUSBY, 1986; FLECK et al.,
134
1988; JASTER et al., 1984; OHAJURUKA; PALMQUIST, 1989). Entretanto, há relatos
de que quando o FGM-21 foi adicionado à ração (de 20 a 40% da MS total) substituindo
milho grão e soja, houve um aumento na concentração molar de acetato e diminuição
na de propionato (SARWAR et al., 1991), provavelmente devido à menor concentração
de amido da ração. O FGM-21 tende a diluir a concentração de amido em rações ricas
em grãos, minimizando quedas acentuadas no pH após as refeições e, portanto,
podendo melhorar o ambiente ruminal e assim reduzir problemas de acidose e laminite,
possibilitando aumento de desempenho. Esta característica é muito interessante para
animais de alta produção de leite e animais de corte confinados, que estão sujeitos a
estes problemas.
4.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
As estimativas de consumo de matéria seca e de produção de proteína
microbiana foram apresentadas na Tabela 4.19. Observa-se que o consumo de matéria
seca não foi afetado pelos tratamentos.
Os métodos utilizados para estimar o consumo resultaram e valores bastante
distintos. Isso se deve a maneira como cada método calcula a ingestão de alimentos. O
método do indicador externo leva em consideração a produção fecal e a DIVMS obtida
em laboratório. Por outro lado, o método de Orskov et al. (1988) leva em consideração
os parâmetros de degradação do alimento, enquanto que a equação do NRC (2001)
pauta-se basicamente sobre o peso metabólico do animal, produção de leite corrigida
para gordura e estágio de lactação.
Embora o FGM21 contenha aproximadamente quatro vezes mais FDN que o
milho, e portanto formulações com substituição de milho por este co-produto resultem
em rações com mais FDN, isto poderia limitar o CMS. Neste caso, a digestibilidade do
FDN é fator decisivo para não limitar o consumo. Entretanto, embora a inclusão de
grandes proporções de FGM-21 possa reduzir a concentração de energia líquida de
lactação em rações altamente energéticas, seus efeitos benéficos na fermentação
ruminal podem anular esta redução. Isto pode ocorrer pelo fato de que os baixos níveis
de amido e os altos níveis de fibra digestível possivelmente mantenham o pH ruminal
em níveis mais elevados, mais favoráveis à digestibilidade da fibra (FELLNER;
135
BELYEA, 1991). É o que se denomina efeito associativo do alimento no trato digestivo.
Assim, suas características melhoram o aproveitamento da ração como um todo,
especialmente para animais de alto desempenho, submetidos a rações ricas em grãos.
Estudos avaliando o CMS substituindo o milho por FGM-21 são escassos na
literatura para vacas mantidas em pasto. Rações contendo FGM-21 em substituição a
parte do volumoso tiveram CMS menor nos estudos de Fellner e Beluea (1991),
MacRae e Armstrong (1968) e Davis et al. (1984). Entretanto, o consumo não foi
alterado no estudo de Gunderson et al. (1988), e Biricik et al. (2007), concordando com
os dados de Droppo et al. (1985) que relataram diminuição no consumo de MS quando
o FGM21 foi incluído nas rações com teores entre 18,6 e 37,1% da MS para vacas
confinadas em lactação, em substituição parcial ao milho grão e farelo de soja.
4.5 Conclusões
Para vacas mantidas em pastagens tropicais, produzindo ao redor de 12,4 kg de
leite/dia, a redução do teor de amido e aumento no teor de FDN do concentrado com a
inclusão de FGM-21 em substituição ao milho, não altera significativamente a
fermentação ruminal, a cinética de degradação da forragem, o comportamento
ingestivo, o consumo de pasto e os parâmetros sanguíneos. Conseqüentemente, não
há alteração na produção e composição do leite das vacas.
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5 NÍVEIS CRESCENTES DE CAROÇO DE ALGODÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO
MILHO MOÍDO FINO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO
CAPIM-ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA
Resumo
Objetivou-se estudar a inclusão de caroço de algodão (CA) no concentrado de
vacas leiteiras em lactação pastejando capim-elefante durante a estação chuvosa. O
estudo foi conduzido no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Piracicaba-SP. O
delineamento estatístico adotado foi em Quadrado Latino 4 x 4, analisados através dos
procedimentos MANOVA e GLM do SAS (2002). Foi utilizada uma área de 4,6 ha de
pastagem dividida em 25 piquetes de 0,2 ha, adubada com 80 kg N ha/mês. Foram
utilizadas 12 vacas Holandesas com 543 kg de PV e 142 dias de lactação e 4 vacas 1/2
Holandês/Jersey com 393 kg de PV e 82 dias de lactação, no início do experimento. Os
concentrados continham 19% de PB, sendo que a partir de um concentrado padrão
contendo farelo de soja e milho moído fino, incluiu-se 7, 14 e 21% de CA com base na
estimativa de consumo de MS predita pelo NRC (2001). As vacas receberam
concentrado em função da produção de leite na proporção de 1:3, fixada no início do
experimento e fracionado em duas vezes ao dia, fornecido após cada ordenha. A
produção de leite e a produção de leite corrigida para gordura diminuíram no tratamento
CA21% (P<0,05) o estudo com as vacas Holandesas e apresentaram grande redução
numérica no estudo com as vacas mestiças. Os teores de gordura, proteína, lactose,
sólidos totais e uréia não foram afetados pelos tratamentos (P>0,05). O peso vivo (530
kg), condição corporal (2,3), uréia plasmática (mg/dL), e ácidos graxos livres no plasma
(366,0 meq/L) nas Holandesas, e; peso vivo (379 kg), condição corporal (2,28), uréia
plasmática (mg/dL), e ácidos graxos livres no plasma (304,0 meq/L) nas mestiças, não
foram afetados pelos tratamentos (P>0,05). Não houve diferença (P>0,05) no tempo de
pastejo (376 min) e ruminação (476 min) com as Holandesas e tempo de pastejo (415
minutos) e ruminação (509minutos) com as vacas mestiças. A Temperatura retal
(39,26ºC) e freqüência respiratória (65,0 movimentos/min) nas holandesas e
temperatura retal (38,98ºC) e freqüência respiratória (45,38 movimentos/minuto) nas
mestiças, mensuradas às 15:30 horas, também não diferiram pelos tratamentos
(P>0,05). O CA incubado inteiro e com linter diferiu (P<0,05) do milho grão quanto aos
parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal da MS (P<0,05). Foram
menores a fração solúvel (22,3 vs 2,38%), e a fração degradável (76,2 vs 28,63%), ao
passo que a fração não degradável foi maior (1,56 vs 66,14%). A taxa de degradação
(4,88 vs 1,6%/h) e a degradação efetiva (63,65 vs 11,93%) foram menores no CA. O
tempo de retenção ruminal e total diferiu apenas no tratamento com 7% de CA e a
inclusão deste não afetou o transito ruminal da forragem. Quando o CA foi processado
a 5 mm sua degradação não diferiu grandemente do comportamento apresentado para
o CA inteiro. Entretanto, quando processado a 2 mm, sua degradação ruminal se
assemelhou a relatada para o milho grão. Os tratamentos não afetaram as
concentrações de ácidos graxos voláteis (131,17mM), amônia (34,86 mg/dl) e pH
ruminal (6,13). O consumo de matéria seca estimado por marcador externo teve baixa
recuperação fecal, não acusando diferença entre tratamentos. O fluxo de N-microbiano
148
foi afetado pelos níveis de 14 e 21% de caroço (P<0,05). O caroço de algodão pode ser
usado para substituir o milho e o farelo de soja na ração de vacas leiteiras, sem
prejudicar a produção e composição do leite, parâmetros fermentativos ruminais e
comportamento ingestivo, desde que usado em até 14% da estimativa de consumo total
de matéria seca.
Palavras-chave: Comportamento ingestivo; Caroço de algodão; Metabolismo ruminal;
Produção e composição do leite
INCREASING WHOLE COTTONSEED LEVELS ON SUBSTITUTION FOR CORN ON
CONCENTRATES FOR LACTATING COWS GRAZING ELEPHANT
GRASS DURING RAINY SEASON
Abstract
The trial evaluated whole cottonseed (WCS) inclusion on concentrate
supplements offered to lactating cows grazing Elephant Grass during the rainy season.
Trial was conducted at Animal Sciences Department, USP/ESALQ, Piracicaba/SP. 12
multiparous Holstein (543kg LW, 142 DIM at trial beginning) and 4 primiparous
Holstein/Jersey (393kg LW, 82 DIM at trial beginning) were used on a replicated 4x4
Latin Square design. Data were analyzed by MANOVA and GLM procedures of SAS
(2002). Animals were kept on a 4,6ha pasture area divided in 25 0,2ha paddocks
fertilized with 80 kg N ha/month. All concentrates had 19% crude protein (CP) and were
soybean and ground corn based. WCS was included at 7, 14 and 21% total DM, based
on NRC (2001) DMI prediction. Cows received concentrate according to milk production
on a 1:3 basis, fixed at trial beginning, twice daily after each milking. Milk and 3,5% fat
corrected milk (FCM) production were lower for WCS21% treatment (P<0,05) on the
Holstein cows and showed great numeric reduction on the crossbred cows. Treatments
did not affect milk fat, protein, lactose, total solids and urea concentrations (P>0,05).
Live weight (LW) (530 kg), body condition score (BCS) (2,3), plasma urea (49,7mg/dL)
and non esterified fatty acids (NEFA) (366,0 meq/L) concentrations on Holsteins, and:
LW (379 kg), BCS (2,28), plasma urea (21,4mg/dL) and NEFA (304,0 meq/L)
concentrations on the crossbreds were not affected by treatments (P>0,05). No
differences were observed (P>0,05) for grazing (376 and 425min) and rumination (476
and 509 min) periods among Holsteins nor crossbred cows, respectively. Rectal
temperature (39,26 and 38,98ºC) and respiratory frequency (65,0 and 45,38
movements/min) measured at 3:30 PM did not differ among Holstein nor crossbred
cows, respectively (P>0,05). WCS incubated whole with linter showed differences on
ruminal degradation kinetic parameters in relation to corn grains (P<0,05). Soluble (22,3
vs 2,38%) and degradable (76,2 vs 28,63%) fractions were lower and undegradable
fraction was higher (1,56 vs 66,14%). Degradation rate (4,88 vs 1,6%/h) and effective
degradation (63,65 vs 11,93%) were lower for WCS. Ruminal and total retention time
149
were only different for WCS7% treatment and byproduct inclusion did not affect forage
ruminal passage. When WCS was ground at 5 mm it´s degradation was similar to non
processed WCS. When it was ground at 2 mm it’s degradation was similar to the related
for corn grain. Treatments didn’t affect ruminal VFA (131,17mM) and ammonia (34,86
mg/dl) concentrations and ruminal pH (6,13). External marker estimated DMI didn’t differ
among treatments. Microbial N flux was affected by WCS14 and WCS21% treatments
(P<0,05). Results indicate that WCS can be utilized as a replacement for corn and part
of soybean meal on lactating cows rations with no effects on milk production and
composition, rumen fermentation parameters and ingestive behavior when used up to
14% of estimated DMI.
Keywords: Whole Cottonseeds; Ruminal metabolism; Ingestive behavior; Milk yield and
composition
5.1 Introdução
Um dos primeiros trabalhos encontrados na literatura estudando caroço de
algodão data de 1946, quando Davis e Harland (1946) relataram que a substituição de
0,91 kg de concentrado por 0,91 kg de caroço de algodão não afetou significativamente
a produção e a composição do leite, embora tenha havido aumento numérico no teor de
gordura do leite. Novos trabalhos realizados no Arizona (EUA) na década de 60 vieram
a comprovar esses resultados (MOODY; COOK, 1961; MOODY et al., 1966).
O caroço de algodão é um subproduto do beneficiamento do algodão em
caroço para extração da fibra de algodão. Este subproduto é disputado pela industria
moageira para a extração de óleo e produção de farelo e por pecuaristas para o
fornecimento aos animais na forma integral. O beneficiamento de 100 kg de algodão em
caroço resulta em 39 kg de pluma e 61 kg de caroço.
O caroço de algodão é um alimento com características particulares, pois
contem alto teor energético característico de alimentos concentrados ao mesmo tempo
em que é rico em fibra efetiva, comum aos alimentos volumosos (NRC, 2001). Além
desses nutrientes, o caroço é boa fonte de proteína e rico em óleo e fósforo.
O valor de NDT do caroço de algodão apresentado pela edição mais recente
para gado leiteiro do NRC (2001) é significativamente inferior ao valor anteriormente
proposto pelo NRC (1989) e o adotado na última versão de gado de corte (NRC, 1996).
O teor de óleo do caroço (18 a 20%), ao mesmo tempo em que confere a este
subproduto valor energético alto, impõe limites à sua inclusão na dieta, uma vez que a
150
fermentação ruminal e o crescimento microbiano podem ser afetados negativamente
por teores elevados de gordura insaturada no rúmen. Outro fator importante a se
considerar é o alto teor em gossipol do caroço e do farelo de algodão (COPPOCK et al.,
1987).
No Brasil, avaliou-se a adição de caroço de algodão em teores crescentes
para vacas leiteiras alimentadas com silagem de milho. O caroço incluído em alta dose
(24% da MS) reduziu o consumo de MS, a produção de leite e aumentou o teor de
gordura do leite. Quando a dose de caroço foi intermediária (14%), a produção não foi
afetada (FERNADES et al., 2000; MARTINEZ; THOMAZIN, 1998).
Os objetivos deste estudo foram: avaliar o desempenho produtivo, o
comportamento ingestivo e o metabolismo ruminal de vacas leiteiras mantidas em
pastagens tropicais durante a estação das chuvas e manejadas em sistema de rotação,
substituindo-se diferentes proporções do milho por caroço de algodão no concentrado
oferecido aos animais.
5.2 Material e Métodos
5.2.1 Local, animais e concentrados
O experimento foi conduzido nas instalações do Centro de Treinamento de
Recursos Humanos do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz” - USP. Foram utilizadas 12 vacas multíparas holandesas e 4 vacas
multípara meio sangue Holandês/Jersey com as características apresentadas na Tabela
5.1 e na Figura 5.1.
151
Tabela 5.1 - Produção de leite, peso vivo, escore corporal e dias em lactação
observados no início do experimento
Vacas multíparas Holandesas Preto e Branco
Quadrado latino 1
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 3 Vaca 4
Média DP
1
Prod. leite, kg/dia 21,6 23,0 27,4 25,4 24,3 2,56
Peso vivo, kg 534,0 488,2 579,4 555,4 539,2 38,7
Cond. corporal, pt 2,75 2,0 2,75 2,5 2,5 0,35
Dias em lactação 138 134 109 80 115,2 26,7
Quadrado latino 2
Vaca 5 Vaca 6 Vaca 7 Vaca 8
Prod. leite, kg/dia 17,2 19,4 21,0 19,0 19,1 1,56
Peso vivo, kg 458,0 602,6 563,8 703,0 581,8 101,3
Cond. corporal, pt 2,0 2,5 2,25 3,25 2,5 0,54
Dias em lactação 203 208 189 207 201,7 8,77
Quadrado latino 3
Vaca 9 Vaca 10 Vaca 11 Vaca 12
Prod. leite, kg/dia 13,0 20,6 18,7 15,9 17,0 3,3
Peso vivo, kg 616,2 521,8 448,0 452,0 509,5 78,8
Cond. corporal, pt 2,0 2,5 2,0 2,0 2,2 0,25
Dias em lactação 120 115 104 112 112,7 6,7
Vacas primiparas meio sangue Holandês/Jersey
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 2 Vaca 4
Prod. leite, kg/dia 16,2 17,7 17,0 18,6 17,4 1,0
Peso vivo, kg 387,6 401,8 388,0 396,4 393,4 6,9
Cond. corporal, pt 2,25 3,25 2,0 2,25 2,44 0,5
Dias em lactação 71 106 75 77 82,2 16,0
1– Desvio padrão
O concentrado foi fornecido respeitando a relação um quilo de concentrado
para cada três quilos de leite produzido, fixado no início do experimento. A quantidade
diária foi dividida em partes iguais e fornecida aos animais após a ordenha da manhã e
antes da ordenha da tarde. Ocasionalmente quando o dia estava muito quente, o
concentrado foi fornecido após a ordenha da tarde a fim de evitar manejar os animais
com temperaturas elevadas e alta irradiação solar.
Na Tabela 5.2 é apresentada a composição dos concentrados estudados.
Para compor as substituições do milho pelos três níveis de caroço de algodão
estudados, baseou-se na estimativa de consumo diário de MS total predita pelo NRC
(2001).
152
Tabela 5.2 - Descrição dos concentrados para o experimento com caroço de algodão
% MS Total
Ingredientes
Milho 7%CA 14%CA 21%CA
Milho moído fino 80,06 63,26 43,41 23,55
Caroço de algodão 0,00 21,06 43,41 70,74
Farelo de soja 12,38 8,68 7,07 0,00
Uréia 1,93 1,37 0,48 0,08
Premix mineral Vitamínico 5,63 5,63 5,63 5,63
Composição do concentrado
PB do concentrado (% MS) 19,00 19,00 19,1 19,00
Ell (Mcal/kg MS) 2,04 2,04 2,05 2,04
Na Tabela 5.3 é apresentada a análise bromatológica dos principais
ingredientes utilizados na composição dos concentrados em estudo.
Tabela 5.3 – Análise bromatológica dos ingredientes utilizados nos concentrados
Análise Milho Caroço de algodão Farelo de soja
1
Matéria seca, % 89,20 93,66 89,83
Proteína bruta, % da MS 10,4 23,65 48,97
FDN, % da MS 9,72 60,50 10,43
FDA, % da MS 3,21 38,72 6,72
EE, % da MS 4,09 19,17 1,24
Cinzas, % da MS 1,10 3,41 6,05
1- Farelo de soja Cargill
5.2.2 Manejo da Pastagem
A área experimental consistiu de 25 piquetes de 0,2 ha formados com capim
elefante (Pennisetum purpureum). O período de ocupação foi de um dia e o período de
descanso de 23 dias. Foram utilizadas vacas extras (put and take), com o objetivo de
manter uma oferta de matéria seca verde de folhas de 5% do PV. A pastagem foi
adubada com 80 kg N/ha após cada ciclo de pastejo. A Figura 5.2 apresenta o croqui da
área experimental.
153
Figura 5.1 – Aspecto dos animais usados no experimento. A esquerda uma mestiça
Holandês/Jersey. A direita uma Holandesas preto e branco
Figura 5.2 - Croqui da área utilizada para condução do experimento
As Tabelas 5.4 e 5.5 apresentam as análises químicas com relação aos
macro e micronutrientes presentes no solo da área experimental.
154
Tabela 5.4 - Análise química de macronutrientes da área da pastagem
pH MO P S K Ca Mg Al H+Al SB T V m
Amostra
Cacl2 g.dm
3
mmol.dm
3
%
Módulo D 5,1 44 32 25 3,7 60 29 1 38 92,7 130,7 71 1
Módulo B 4,8 47 50 28 7,2 69 34 0 42 110,2 152,2 72 0
Módulo F 5,7 42 47 18 11,1 71 23 0 22 116,1 138,1 84 0
Tabela 5.5 - Análise química de micronutrientes da área da pastagem
B Cu Fe Mn Zn
Amostra
mmol.dm
3
Módulo D 0,36 12,6 94 81,4 6,6
Módulo B 0,27 14,6 95 90,4 8,7
Módulo F 0,42 9,4 69 74,4 9,6
5.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de
forragem e dos concentrados
A pastagem (Figuras 5.2 e 5.3) foi avaliada quanto à massa de forragem
através de média de três pontos de 0,75m
2
cada, cortados a 10 cm do solo. Do material
cortado para estimar a massa de forragem, uma porção foi fracionada em folha, colmo e
material morto para determinação da composição morfológica. A altura da forragem foi
avaliada no momento da entrada e da saída dos animais utilizados no experimento e
após o repasse feito pelas vacas secas e novilhas em crescimento, através de média de
20 pontos obtidos com auxílio de uma régua de madeira de 2 metros graduada com
precisão de um centímetro. Para determinação da altura de entrada foi considerado a
altura da última folha completamente estendida. Durante os últimos cinco dias do
período de coleta de dados, amostragem da forragem simulando o pastejo feito pelos
animais foi coletada manualmente para avaliação da composição bromatológica (PB,
FDN, FDA, MS, MO, Cinzas, EE, Lignina DIVMS). Uma fração mais generosa
utilizando-se do mesmo procedimento foi coletada para realização do ensaio de
degradabilidade ruminal. Uma porção da amostragem da pastagem simulando o pastejo
e dos concentrados foram tomadas para determinação da DIVMS, como parte do
protocolo para estimativa do consumo de forragem pelo método do óxido crômico.
155
Figura 5.2 - Aspecto da pastagem durante a condução do experimento. O piquete da
esquerda antes da entrada dos animais e o piquete da direita após a saída
dos animais em avaliação
Figura 5.3 - Aspecto do pasto após repasse feito com animais em crescimento e vacas
secas
156
5.2.4 Comportamento Ingestivo
Os dados de comportamento ingestivo foram coletados através de observação
visual. As avaliações foram individuais para cada animal com intervalos de cinco
minutos durante 24 horas ininterrupta, realizada no penúltimo dia de cada período.
Observou-se os animais quanto as atividades de pastejo, ruminação, ócio e a taxa de
bocados. Na Tabela 5.6 são apresentados os dados climáticos nos dias em que foram
realizados as avaliações de comportamento ingestivo.
Tabela 5.6 - Dados meteorológicos da área experimental durante os dias nos quais
foram feitas as avaliações do comportamento ingestivo
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4
Radiação global (cal/cm.d) 441 367 388 407
Insolação (h/d) 7,5 6,6 8,0 7,9
Precipitação (mm) 0,0 0,0 0,0 0,0
Umidade relativa (%) 67 65 69 70
Vento médio (m/s) 3,6 2,5 6,3 5,5
Temperatura máxima (ºC) 30,5 31,4 33,0 30,2
Temperatura mínima (ºC) 18,8 19,9 19,0 18,7
Temperatura média (ºC) 24,4 23,1 23,7 22,8
Evaporação (mm) 3,1 3,41 4,07 3,06
Fonte: Departamento de Física e Meteorologia – USP/ESALQ
5.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite
Foram realizadas pesagem do leite das últimas oito ordenhas de cada período,
ou seja, do 18º ao 21º dia, através de medidores do tipo “Mark 5”. Amostragens do leite
foram tomadas individualmente por vaca e por ordenha nas últimas 4 ordenhas de cada
período, conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001). A coleta foi feita em tubo
coletor de aproximadamente 100 mL contendo 2-bromo-2-nitropropano-1-3-diol,
homogeneizada após 15 minutos e armazenado em geladeira a 15ºC por 48 hs. Após
esse período, as amostras foram encaminhadas para análises quanto aos teores de
proteína, gordura, lactose, sólidos totais e uréia, junto à Clínica do Leite do
Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.
157
5.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória
Os animais foram pesados em balança com precisão de 100 gramas nos dois
últimos dias de cada período, sempre após a ordenha da tarde. A condição corporal foi
mensurada também por dois dias seguidos, no início e no final de cada período
experimental, sempre pela manhã, aproveitando-se do momento enquanto os animais
consumiam o concentrado, utilizando-se da recomendação de cinco pontos descrita por
Wildman et al. (1994). A temperatura retal foi tomada as 8:00 e as 15:30 horas
utilizando termômetro digital com precisão de 0,01ºC nos últimos três dias de cada
período experimental. Simultaneamente a temperatura retal, a freqüência respiratória
também foi avaliada por meio de observação visual dos movimentos de inspiração e
expiração do animal.
5.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue
O concentrado foi fornecido individualmente para cada animal (Figura 5,4),
metade após a ordenha da manhã e a outra metade imediatamente antes da ordenha
da tarde. Eventualmente quando o dia estava muito quente, o concentrado era
fornecido após a ordenha da tarde, evitando-se assim de causar estresse calórico aos
animais.
No último dia de cada período foram coletadas amostras de sangue quatro
horas após o fornecimento matinal do concentrado, através de punção na veia
coccígea, e armazenadas em tubos de ensaio a vácuo contendo 5 mg fluoreto de sódio
como anticoagulante e 5 mg EDTA K3 como antiglicolítico.
As amostras de sangue foram centrifugadas a 3.000 x g por 20 minutos a 4ºC
para obtenção de plasma, acondicionadas em tubos de 2 mL do tipo "ependorff' e
congeladas a -10° C para determinação dos níveis de glicose, uréia plasmática ácidos
graxos livres. A glucose plasmática foi analisada diretamente através do analisador
bioquímico automático YSI 2700 Select (Biochemistry analyser, Yellow Spring, OH,
EUA). Uréia plasmática foi analisada de acordo com Chaney e Marbach (1962),
adaptando o método para leitura em ELISA Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm).
158
Os níveis de ácidos graxos não esterificados foram determinados enzimaticamente
através do kit AGL-c (Wako Chemicals GmbH, Richmond, VA) sendo o método
modificado de acordo com Johnson e Peters (1993) para leitura em placas de
microtítulo em aparelho Microplate Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm), segundo
Willianson (1962).
Figura 5.4 – Aspecto do animal consumindo o concentrado com alto nível de caroço de algodão
5.2.8 Determinação das taxas de passagem
Para determinação da taxa de passagem da fase líquida foi preparada 50 mL
de uma solução de Cobalto-EDTA, conforme metodologia descrita por Uden et al.
(1980) e infundida em cinco pontos diferentes do rúmen. As taxas de passagens da
fase sólida foram determinadas para o co-produto caroço de algodão e para o milho
usando acetato de itérbio, e para o capim elefante utilizando óxido de lantânio,
marcados conforme metodologia descrita por Bowman et al. (1991). Doses de 100
gramas de dos ingredientes marcados foram colocadas dentro do rúmen as 8:00 horas
do 14º dia de cada período. Após a dosagem, o conteúdo ruminal foi misturado
manualmente. Para a determinação das concentrações das terras raras e do Cobalto-
EDTA, foram coletadas fezes nos tempos de 3, 6, 12, 18, 24, 36, 48, 72 e 84 horas
159
após a dosagem. Para determinação da concentração dos marcadores, as amostras de
fezes foram secas por 72 horas a 55ºC e moídas a 1 mm. A concentração de
marcadores nas fezes foi analisada conforme Vega e Poppi (1997). Para obtenção dos
valores de kp, utilizou-se do modelo bi-compartimental proposto por Grovum e Williams
(1973) através das seguintes fórmulas:
em que:
y e A = concentração do indicador na matéria seca de fezes;
t = tempo de amostragem;
T = tempo de trânsito;
k
1
= estimativa da taxa de passagem do indicador no retículo-rúmen;
k
2
= estimativa da taxa de passagem do indicador no trato inferior (ceco e cólon proximal);
e = função exponencial (base do logaritmo natural = 2,7183)
O tempo de trânsito foi calculado pela fórmula:
Onde A
2
e A
1
= intercepto para valores de concentrações do marcador na MS de fezes
O tempo médio de retenção no rúmen e ceco-cólon foram calculados pelas fórmulas:
E o tempo médio de retenção total foi calculado pela fórmula:
TMRT = TT + TMR
1
+ TMR
2
160
5.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal
No 17º dia de cada período foram coletadas amostras de aproximadamente 100
mL do fluído ruminal para quantificação do pH ruminal e concentrações de AGV e
amônia. Os horários de coleta foram em função dos horários de fornecimento do
concentrado. Assim, coletou-se após 1, 2, 3 e 6 o fornecimento matinal do concentrado,
e 1, 2, 3, 6, 9 e 12 após o fornecimento vespertino do concentrado. O período noturno
possuiu mais horário de coleta porque os horários de fornecimento do concentrado
foram por volta das 8:00 horas da manhã e das 17:00 horas da tarde. De cada tempo
de amostragem, uma alíquota de 15 mL foi acidificada com ácido fórmico na relação 1:1
(vol/vol), conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001) e congelados a -20ºC
para posterior análise dos ácidos graxos voláteis. Imediatamente após a coleta do fluído
ruminal, aproximadamente 50 mL foi acondicionado em Becker de 100 mL e o pH foi
determinado. Uma alíquota de 15 mL de líquido ruminal foi armazenada para ser
utilizada para análise da concentração de N-amoniacal ruminal, adicionando-se 3 gotas
de ácido sulfúrico concentrado, conforme proposto por Preston (1995).
5.2.10 Coleta de urina e estimativa de síntese de proteína microbiana
No último dia de cada período, coleta “spot” de aproximadamente 100 mL de
urina das vacas do quadrado latino utilizado para o ensaio metabólico foi obtida por
meio de estimulação ventral da vulva, três a quatro horas após o fornecimento matinal e
vespertino do concentrado. As amostras de urina foram diluídas na proporção de 1:10
com H
2
SO
4
a 0,036N a fim de manter o pH abaixo de 3,0 e prevenir a destruição dos
derivados de purinas por bactérias. Após homogeneização, as alíquotas foram
armazenadas no congelador a –20ºC, conforme metodologia utilizada por San Emeterio
et al. (2000).
As amostras de urina foram analisadas por HPLC para derivados de purinas. A
alantoína foi analisada de acordo com Fujihara et al. (1987) e a creatinina foi analisada
de acordo com Oser (1965).
Para cálculo do “PDC índex” utilzou-se a fórmula:
161
Onde: PD é a creatinina com concentrações em mmol/L;
Para calculo da estimativa de N microbiano ruminal foi utilizado o PDC índex
para estimar a excreção de derivados de purinas pela fórmula:
DP excreção (mmol/d) = PDC índex x C
Onde C é a excreção de creatinina média em mmol/kg PV
0,75
, assumindo-se o
valor constante de 0,813 (FAO/IAEA, 2003), uma vez não foi feito coleta total de urina.
A excreção de derivados de purinas obtida com a análise da urina foi
multiplicada por 1,05 para contemplar a excreção de derivados de purinas no leite, valor
também constante (FAO/AEA, 2003).
O fluxo de N microbiano para o intestino delgado foi obtido pela seguinte
equação:
Onde os fatores usados foram:
- Digestibilidade da purina microbiana assumida como sendo 0,83
- O teor de nitrogênio nas purinas de 70 mg N/mmol
- A relação de N-purinas:N-total no mix ruminal mensurado como 11,6:100,
conforme Chen (1989).
5.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de
forragem
A produção fecal foi estimada em todos os animais do experimento utilizando-
se óxido de cromo como marcador externo. Foram pesados 12 gramas de Cr
2
O
3
em
balança analítica e confeccionado péletes com papel toalha. Os péletes foram
fornecidos aos animais via oral no momento do fornecimento do concentrado, dividido
em seis gramas as 8:00 e seis gramas as 17:00 horas. Após sete dias de fornecimento
das cápsulas de óxido de cromo, as fezes foram coletadas diretamente no reto dos
animais as 8:00 e as 17:00 horas durante quatro dias. As amostras foram secas em
estufa de ventilação forçada a 55ºC por durante 72 horas. Após secagem, as amostras
162
de fezes foram moídas em peneira de 1 mm e uma alíquota de igual peso foi tomada de
cada amostra individual para compor a amostra composta final que foi então submetida
a determinação da concentração de cromo. A determinação da concentração de cromo
foi realizada por meio de digestão nitro-perclórica de acordo com Vega e Poppi (1997).
A excreção fecal total foi obtida dividindo-se a quantidade de indicador
administrado pela concentração de indicador nas fezes. A contribuição fecal
proveniente do consumo de concentrado foi descontada da produção fecal total através
da determinação da DIVMS multiplicado pela quantidade de concentrado oferecido. De
posse da produção fecal proveniente de forragem e de sua digestibilidade in vitro da
MS, a estimativa de consumo de forragem foi obtida através da fórmula: (consumo =
PF/1-DIVMS).
5.2.13 Degradabilidade ruminal in situ
A degradabilidade in situ do co-produto (FGM21), do milho e do capim
elefante foram obtidos utilizando-se quatro vacas Holandesas, lactantes, fistuladas no
rúmen (Figura 5.5) e previamente adaptadas durante 12 dias na mesma dieta.
Aproximadamente 2 g/cm
2
das dietas foram acondicionados em sacos de nylon (10 x 20
cm), e incubados no rúmen. O capim elefante foi seco a 55ºC por 72 horas, moído a 5
mm e incubado nos tempos de 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. O
FGM21 e o milho foram moídos a 2 mm e incubados em sacos separados nos tempos
de 0, 2, 4, 6, 8, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. Foram efetuados cálculos para
degradabilidade in situ da MS e das frações FDN e PB por meio da equação proposta
por Mehrez e Ørskov (1977), com recomendações propostas por Nocek e Kohn (1988),
expressa por:
P = a + b (1 - e
-ct
)
Onde:
P = quantidade de nutriente degradado no tempo t;
a = fração rapidamente solúvel em água;
b = fração insolúvel, mas potencialmente degradável;
c = taxa de degradação da fração b
163
A degradabilidade efetiva foi calculada considerando-se a Kp estimada pelo
modelo de Grovum e Williams (1973) segundo a equação proposta por Ørskov e
McDonald (1979).
A contaminação por proteína microbiana foi corrigida através da determinação
do nitrogênio contido no resíduo do FDN após 12 de incubação, conforme recomendado
por Mass et al. (1999). Este método foi preferido devido a sua praticidade e pelo fato de
seus autores o terem comparado com o método tradicional de determinação de proteína
microbiana pelas purinas (ZINN; OWENS, 1986) sem observar diferença na obtenção
dos resultados, sendo portanto, adequado para correção da contaminação microbiana
dos alimentos.
A correção foi realizada analisando o nitrogênio no resíduo por meio do método
de combustão de Dumas, (Leco, CNS 2000 St. Joseph, MI, USA). operado
automaticamente, uma vez que Etheridge et al. (1998) demonstraram que este método
pode substituir o procedimento de Kjeldahl (AOAC, 1999) para análises de rotina em
laboratórios de nutrição animal.
Figura 5.5 – Animal canulado no rúmen e utilizado no experimento metabólicoC
5.2.14 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto
As amostras da forragem passaram por uma pré-secagem a 55 ºC durante 72
horas, moídas em peneira de 1 mm para então procederem-se análises de MS, MO,
EE, lignina e PB segundo a AOAC (1990). As análises de FDN e FDA foram
164
determinadas pelo método seqüencial co mo uso de sulfito de sódio e sem a adição de
enzima amilase termoestável (VAN SOEST; ROBERTSON; LEWIS, 1991), com o
auxílio do analisador de fibra modelo ANKON Fiber Analyser descrito por Holden
(1999). Os valores de FDN e FDA obtidos foram corrigidos para matéria seca a 105ºC e
cinzas. Os resíduos obtidos dos tempos de incubação do ensaio in situ, foram
analisados para FDN e PB, segundo as mesmas metodologias supracitadas, a fim de
determinar a taxa de degradação destas frações. As análises da DIVMS, necessárias
para a estimativa do consumo de forragem, foram realizadas com auxílio do aparelho
DAISY ANKOM (ANKOM Tecnology Fairport, NY) durante 48 horas (HOLDEN, 1999),
seguido de lavagem em solução de detergente neutro sem amilase (VAN SOEST;
ROBERTSON; LEWIS, 1991), para remoção de células microbianas e frações solúveis
remanescentes.
5.2.15 Análises estatísticas
Os dados que foram analisados em arranjo de Quadrado Latino com quatro
repetições usando o proc GLM – SAS (1999) pelo seguinte modelo: Y
ijkl
= µ + Q
i
+ P
j
+
V
k(i)
+ T
l
+ QT
il
+ PT
il
+ e
ijkl
, onde; Y
ijkl
é a variável dependente; µ é a média geral; Q
i
é o
efeito do quadrado i; P
j
é o efeito do período j; V
k(i)
é o efeito da vaca k (dentro do
quadrado i); T
l
é o efeito do tratamento l; QT
il
é a interação entre o quadrado i e o
tratamento l; PT
il
é o efeito de interação do período j e o tratamento l; e e
ijkl
é o efeito
residual. Utilizou-se a opção dois do procedimento MANOVA para estudar o efeito de
perfil sobre as concentrações de ácidos graxos voláteis, concentração de amônia e pH
ruminal.
A análise de variância e as médias foram obtidas pelo método dos quadrados
mínimos (LSMEANS) e comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância (opção
ADJUST=TUKEY) pelo procedimento GLM do SAS (1999). Obrigatoriamente, todos os
conjuntos de dados foram testados quanto à aditividade do modelo, independência dos
erros, normalidade dos dados e homocedasticidade, antes da análise de variância, na
intenção de assegurar que todas as premissas estivessem sendo respeitadas.
165
5.3 Resultados
5.3.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem
Na Tabela 5.7 são apresentas as características morfológicas e produtivas do
pasto de capim elefante utilizado no experimento. A massa de forragem média foi de
8,6 ton/ha de MS, com 42,5% de folhas, 43,71% de colmos e 10,78% de material
senescido. A densidade da pastagem foi de 83,48 kg de MS/ha.cm e a altura de entrada
de 1,0 metros.
Na Tabela 5.8 é apresenta a composição bromatológica de amostra de pastejo
simulado da pastagem de capim elefante. O teor de MS foi em média de 18,5%, com
14,7% de PB, 63,85% de FDN, 10,93% de cinzas e digestibilidade in vitro de 67,4%.
Tabela 5.8 – Composição bromatológica de capim elefante manejado em sistema de pastejo
rotacionado com 23 dias de intervalo entre desfolha durante a estação chuvosa
Períodos de avaliação
Análises
1 2 3 4
Média DP
1
Massa seca, % 17,59 18,31 18,41 19,05 18,59 0,81
Proteína bruta, % da MS 13,43 13,25 16,53 15,60 14,70 1,62
FDN, % da MS 63,17 63,90 64,13 64,20 63,85 0,47
FDA, % da MS 34,41 33,25 33,30 34,20 33,54 0,59
Lignina, % da MS 3,32 3,27 3,15 3,09 3,20 0,10
Extrato etéreo, % da MS 2,45 2,50 2,49 2,61 2,51 0,06
Cinzas, % da MS 11,38 9,62 11,83 10,91 10,93 0,95
DIVMS
2
, % da MS 67,3 66,95 67,70 67,66 67,40 0,35
1- Desvio Padrão; 2-Digestibilidade in vitro da MS
166
Tabela 5.7 – Características morfológicas e produtivas do pasto de capim elefante manejado
em sistema de pastejo rotacionado com 23 dias de intervalo de desfolhas durante
a estação chuvosa
Períodos de avaliação
1 2 3 4
Média DP
1
Massa de forragem, ton de MS/ha
Folha
2,905 3,439 3,701 4,276 3,581 0,569
Colmo
2,432 4,663 3,835 5,162 4,023 1,193
Senescido
0,421 0,870 1,594 0,905 0,947 0,484
Total
5,811 8,979 9,135 10,351 8,5691 1,938
Proporção de massa seca disponível, %
Folha
50,00 38,30 40,52 41,31 42,53 5,13
Colmo
41,84 51,93 41,99 49,87 43,41 5,25
Senescido
7,25 9,69 17,45 7,74 10,78 4,55
Teor de massa seca, %
Folha
16,10 19,40 20,13 19,30 18,73 1,79
Colmo
9,91 15,65 15,65 14,05 15,60 13,80
Senescido
20,3 29,01 37,00 41,90 32,05 9,46
Planta inteira
13,01 17,77 18,27 18,03 16,77 2,51
Densidade, kg de MS/ha.cm
Massa seca
55,34 94,51 90,00 94,10 83,48 18,87
Altura, cm
Entrada
2
105 95 90 110 100 0,09
Saída
3
58,0 59,0 61,0 63,0 0,60 0,02
Repasse
4
42,0 43,0 44,0 45,0 43,5 0,01
Sistema de manejo
Dias de ocupação
2 2 2 2 - -
Dias de descanso
23 23 23 23 - -
1- Desvio Padrão; 2- Altura da pastagem no momento da entrada dos animais utilizados no experimento
3- Altura do pasto no momento da saída dos animais utilizados no experimento; 4- Altura do resíduo após
manejo do resíduo através da utilização de vacas secas e animais em crescimento
5.3.2 Produção e composição do leite
A produção e composição do leite das vacas Holandesas multíparas estão
apresentados na Tabela 5.9. A inclusão de caroço de algodão no concentrado
buscando atingir 21% de caroço de algodão na dieta, tomando por base a estimativa de
consumo de MS previsto pelo NRC (2001), reduziu a produção de leite, a produção de
leite corrigida para gordura, a produção de proteína, sólidos totais e lactose do leite no
estudo com vacas Holandesas (P<0,05). Independente do nível, a inclusão de caroço
de algodão diminui (P=0,062) os teores de PB e aumentou (P<0,001) os teores de uréia
no leite.
167
Tabela 5.9 - Produção e composição do leite de vacas Holandesas alimentadas com níveis
crescentes de caroço de algodão em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Item
Milho 7%CA 14%CA 21%CA
Média EPM
2
Pr>t
Produção de leite, kg/dia 17,66a 17,41a 16,90a 15,30b 16,80 0,307 0,001
Prod. de leite, kg/dia
1
17,80a 17,80a 17,80a 16,20b 17,41 0,380 0,011
Gordura, % 3,55 3,65 3,80 3,80 3,68 0,107 0,270
Gordura, kg/dia 0,627 0,635 0,648 0,593 0,625 0,017 0,180
Proteína, % 2,90 2,84 2,80 2,83 2,83 0,025 0,062
Proteína, kg/dia 0,512a 0,494a 0,470a 0,426b 0,476 0,008 0,001
Lactose, % 4,23 4,20 4,17 4,00 4,15 0,069 0,058
Lactose, kg/dia 0,751a 0,736a 0,711a 0,632b 0,707 0,013 0,001
Sólidos Totais, % 11,60 11,60 11,70 11,50 11,60 0,161 0,806
Sólidos Totais, kg/dia 2,056a 2,031a 2,000a 1,800b 1,970 0,038 0,002
Uréia, mg/dL 13,40b 15,00a 15,90a 15,80a 15,05 0,462 0,002
Dados seguidos de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Produção de leite corrigida para 3,5% de gordura; PL(3,5%) = 0,4324*PL(kg)+16,216*gord(kg) (Tyrrel &
Reid, 1965);
2
- Erro Padrão da Média.
Tabela 5.10 - Produção e composição do leite de vacas meio sangue Holandês/Jersey,
alimentadas com níveis de caroço de algodão em substituição ao milho no
concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo entre
desfolha
Tratamentos
Item
Milho 7%CA 14%CA 21%CA
Média EPM
2
Pr [t]
Produção de leite, kg/dia 16,80 15,73 15,60 14,36 15,62 0,545 0,096
Prod. de leite, kg/dia
1
16,88 16,67 16,40 15,44 16,35 0,724 0,547
Gordura, % 3,54 3,86 3,81 3,96 3,80 0,122 0,191
Gordura, kg/dia 0,593 0,608 0,594 0,570 0,591 0,032 0,845
Proteína, % 3,02 3,02 3,01 2,98 3,01 0,016 0,403
Proteína, kg/dia 0,508a 0,472ab 0,471ab 0,429b 0,470 0,015 0,052
Lactose, % 3,95 4,46 4,26 4,28 4,24 0,220 0,483
Lactose, kg/dia 0,661 0,700 0,665 0,614 0,660 0,044 0,619
Sólidos Totais, % 10,77 12,32 12,11 12,06 11,82 0,567 0,294
Sólidos Totais, kg/dia 1,800 1,931 1,890 1,734 1,838 0,115 0,643
Uréia, mg/dL 12,36 15,31 17,06 15,82 14,14 1,506 0,257
Dados seguidos de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Produção de leite corrigida para 3,5% de gordura; PL(3,5%) = 0,4324*PL(kg)+16,216*gord(kg) (Tyrrel &
Reid, 1965);
2
- Erro Padrão da Média
A produção e composição do leite no estudo com primíparas meio sangue
Holandês/Jersey estão apresentados na Tabela 5.10. A avaliação com apenas 1
Quadrado Latino diminuiu o poder estatístico para detecção de significância. Tanto a
168
produção de leite (P=0,096), quanto a de proteína do leite (P=0,052) foram reduzidas
com a inclusão da dose alta de caroço de algodão.
5.3.3 Peso vivo e condição corporal
Nas Tabelas 5.11 e 5.12 são apresentados os dados de peso vivo e a condição
corporal das vacas Holandesas e das mestiças, respectivamente. As vacas mantiveram
o peso vivo e a condição corporal inalterada independente do tipo de ração oferecida.
As vacas holandesas apresentaram peso vivo médio de 530,7 kg e escore médio de
2,3. Por outro lado, as meio sangue apresentaram peso vivo médio de 379,3 kg e
escore médio de 2,28 pontos.
Tabela 5.11 - Peso vivo e condição corporal de vacas multíparas Holandesas alimentadas com
níveis crescentes de caroço de algodão no concentrado em substituição ao
milho e pastejando capim elefante com 23 de intervalo entre desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 531,77 527,27 535,08 528,44 530,17 3,95 0,50
Condição corporal, pontos 2,29 2,25 2,33 2,28 2,30 0,03 0,369
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 5.12 - Peso vivo e condição corporal de vacas primíparas meio sangue Holandês/Jersey
alimentadas com níveis crescentes de caroço de algodão no concentrado em
substituição ao milho e pastejando capim elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 378,9 382,5 377,6 378,4 379,36 2,67 0,60
Condição corporal, pontos 2,31 2,15 2,37 2,31 2,28 0,06 0,06
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
5.3.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 5.13 e 5.14 são apresentados o comportamento ingestivo das
vacas Holandesas multíparas e das vacas mestiças, respectivamente.
169
Tabela 5.13 – Comportamento ingestivo de vacas Holandesas multíparas recebendo níveis
crescentes de caroço de algodão no concentrado em substituição ao milho e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha durante a
estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
Pastejo, minutos
Diurno
118,82 127,15 116,73 125,06 121,94 5,25 0,481
Noturno
260,34 231,80 265,97 237,43 248,88 16,84 0,434
Diário
385,69 361,31 379,65 361,11 371,94 16,56 0,646
Número de refeições
Diurno
2,21 2,20 1,91 2,67 2,25 0,31 0,431
Noturno
2,66 3,04 3,04 2,91 2,91 0,36 0,87
Diário
4,87 5,25 4,95 5,58 5,17 0,47 0,72
Duração média das refeições, minutos
Diurno
66,37 73,65 71,31 67,06 69,60 8,17 0,911
Noturno
88,89 75,09 78,45 78,15 80,15 8,35 0,68
Diário
77,73 74,37 74,88 72,61 74,87 6,15 0,952
Ruminação, minutos
Diurno
163,12 166,25 171,04 176,25 169,17 9,79 0,80
Noturno
286,32 319,44 313,20 312,15 307,77 14,46 0,42
Diário
449,44 485,69 484,23 488,40 476,94 11,37 0,094
Ócio, minutos
Diurno
289,17 285,62 283,33 273,54 282,91 14,33 0,886
Noturno
205,41 212,30 171,04 209,58 199,58 16,41 0,300
Diário
494,58 497,31 454,37 483,12 482,50 18,02 0,353
Taxa de bocados 33,60 33,15 32,71 33,27 33,18 0,25 0,153
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
A inclusão de caroço de algodão não afetou o comportamento ingestivo das
vacas holandesas. O tempo médio em pastejo foi de 371,9 minutos, o tempo em
ruminação foi de 476,9 minutos e o tempo em ócio foi de 482,5 minutos. As vacas
holandesas fizerem em média 5,17 refeições ao longo do dia (não considerando as
ingestões de concentrado no cocho), com duração média de 74,8 minutos. A taxa de
bocados foi de 33,18 por minutos, durante o pastejo.
170
Tabela 5.14 – Comportamento ingestivo de vacas primíparas ½ Holandês/Jersey recebendo
níveis crescentes de caroço de algodão em substituição ao milho no
concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
Pastejo, minutos
Diurno
136,66 123,54 117,91 133,54 127,91 8,93 0,522
Noturno
295,00 266,25 295,62 293,12 287,50 23,20 0,785
Diário
431,66 390,8 413,54 426,67 415,41 21,40 0,591
Número de refeições
Diurno
3,58ª 1,58b 1,83b 2,33b 2,33 0,34 0,02
Noturno
2,75 1,37 3,00 2,87 2,50 0,87 0,34
Diário
6,33 2,95 4,83 5,20 4,83 0,97 0,464
Duração média das refeições, minutos
Diurno
49,65b 107,51a 98,14a 67,04ª 80,59 6,03 0,003
Noturno
122,29 131,98 86,19 117,44 114,48 48,37 0,40
Diário
85,97 119,74 92,17 92,24 97,53 23,61 0,915
Ruminação, minutos
Diurno
200,20 215,83 199,58 252,71 217,08 28,08 0,584
Noturno
288,75 292,50 268,75 320,00 292,50 25,67 0,631
Diário
488,95 508,33 468,33 572,71 509,58 44,46 0,500
Ócio, minutos
Diurno
248,12 238,12 277,50 196,25 240,00 22,94 0,280
Noturno
172,71 208,95 180,83 150,83 178,33 7,93 0,0628
Diário
420,83 447,08 458,33 347,08 418,33 26,94 0,179
Taxa de bocados 39,10 38,62 38,75 38,52 38,75 0,39 0,761
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Por outro lado, para as vacas primíparas mestiças Holandês/Jersey, a inclusão
de caroço de algodão na ração afetou (P<0,05) seu comportamento ingestivo. O
número de refeições foi maior e o tempo médio de cada refeição foi menor durante o dia
para o tratamento controle. As demais avaliações do comportamento ingestivo não
foram afetadas pelos tratamentos. O tempo gasto em pastejo foi de 415,4 minutos, em
ruminação de 509,58 minutos, em ócio de 418,3 minutos e a taxa de bocados foi em
média de 38,75 por minuto.
5.3.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
Nas Tabelas 5.15 e 5.16 são apresentados os dados de temperatura retal e de
freqüência respiratória, mensurados às 8:00 e as 15:30 horas nos grupos de vacas
171
Holandesas e mestiças, respectivamente. Não houve efeito de tratamento sobre estes
parâmetros, independentemente da hora avaliada, do grupo racial e dos tratamentos
impostos (P>0,05). As vacas Holandesas apresentaram temperatura retal média de
37,98 e 39,26ºC às 8:00 e às 15:30 horas, respectivamente. Nestes mesmos horários, a
freqüência respiratória foi de 36,14 e 65,00 movimentos por minuto. As vacas
primíparas meio sangue apresentaram 38,04 e 38,98ºC de temperatura retal e 38,07 e
45,38 movimentos por minuto de freqüência respiratória, as 8:00 e as 15:30 horas,
respectivamente.
Tabela 5.15 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas multíparas Holandesas
alimentadas com níveis crescentes de caroço de algodão em substituição ao
milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de
desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,12 38,02 37,97 37,80 37,98 0,10 0,224
Freq. Respiratória (mov./min) 42,10 37,00 34,00 31,50 36,14 2,64 0,122
15:30 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,96 39,32 39,05 39,71 39,26 0,26 0,348
Freq. Respiratória (mov./min) 63,25 74,25 64,00 58,50 65,00 6,73 0,518
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 5.16 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas primíparas meio sangue
Holandês/Jersey alimentadas com níveis crescentes de caroço de algodão em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,20 38,07 38,05 37,84 38,04 0,11 0,341
Freq. Respiratória (mov./min) 40,10 36,95 37,81 37,42 38,07 2,70 0,215
15:30 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,91 39,11 38,82 39,01 38,98 0,30 0,478
Freq. Respiratória (mov./min) 44,50 49,51 47,51 40,01 45,38 5,71 0,651
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
5.3.6 Parâmetros sanguíneos
Nas Tabelas 5.17 e 5.18 são apresentadas as avaliações com relação às
concentrações de glicose, uréia e ácidos graxos livres no estudo com vacas
172
Holandesas e vacas mestiças, respectivamente. Os tratamentos não afetaram os
parâmetros supracitados, independente do grupo racial avaliado. O grupo de vacas
holandesas apresentaram glicose plasmática média de 51,57 mg/dL, uréia plasmática
de 49,69 mg/dL e ácidos graxos livre de 366,8 meq/L. As vacas mestiças apresentaram
valores de concentração de glicose plasmática de 70,41 mg/dL, concentrações de uréia
plasmática de 21,45 mg/dL e de ácidos graxos livres de 304,78 meq/L.
Tabela 5.17 - Parâmetros sanguíneos de vacas multíparas Holandesas alimentadas com níveis
crescentes de caroço de algodão em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL) 49,35 51,20 52,00 53,75 51,57 1,71 0,102
Uréia plasmática (mg/dL) 49,75 48,33 48,95 51,75 49,69 1,48 0,159
AGL (meq/L) 368,27 371,50 365,30 362,27 366,83 18,18 0,601
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 5.18 - Parâmetros sanguíneos de vacas primíparas meio sangue Holandês/Jersey
alimentadas com níveis crescentes de caroço de algodão em substituição ao
milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de
desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL) 72,25 66,09 74,53 68,77 70,41 1,99 0,095
Uréia plasmática (mg/dL) 20,65 18,75 24,35 22,05 21,45 1,37 0,199
AGL (meq/L) 308,35 317,50 291,00 302,27 304,78 15,88 0,761
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
5.3.7 Metabolismo ruminal
Na Tabela 5.19 são apresentados os dados de degradação ruminal da MS,
FDN, PB e EE do caroço de algodão inteiro com linter incubado in situ. O caroço
apresentou degradabilidade ruminal bastante distinta do milho grão moído fino
(P<0,05).
Com relação à cinética de degradabilidade da matéria seca, o caroço de
algodão apresentou menor fração solúvel (22,37 vs 2,38%), menor fração
potencialmente degradável (76,06 vs 31,97%), menor taxa de degradação (4,88 vs 1,60
%/h), menor degradação efetiva (63,65 vs 11,93%) e menor degradação potencial
173
(98,15 vs 29,56%) que o milho moído fino. Por outro lado, o caroço apresentou maior
fração não degradável (1,56 vs 66,14%) e maior tempo de colonização (1,55 vs 48,35
horas). A taxa de passagem foi menor no tratamento com maior nível de caroço na
dieta, intermediário no menor nível e maior no nível intermediário de inclusão de caroço.
Os parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal da fração FDN do
caroço de algodão inteiro incubado in situ também diferiu do milho grão moído fino
(P<0,05). O caroço de algodão apresentou maior fração solúvel (0,17 vs 0,55%), maior
fração não degradável (1,56 vs 65,47%) e maior tempo de colonização (1,55 vs 48,25
horas). Por outro lado, a degradabilidade da fração FDN do caroço apresentou menor
fração potencialmente degradável (97,93 vs 29,39%), menor taxa de degradação (3,67
vs 1,54%/h), menor degradação efetiva (62,65 vs 9,09%) e menor degradação potencial
(96,91 vs 23,26%).
A cinética de degradação ruminal da fração PB sem correção para
contaminação por purinas também diferiu entre o milho e o caroço de algodão íntegro
incubado in situ (P<0,05). O caroço apresentou menor fração solúvel (27,60 vs 3,79%),
menor fração potencialmente degradável (70,30 vs 36,06%), menor taxa de degradação
(3,22 vs 0,91), menor degradação efetiva (61,09 vs 10,36%) e menor degradação
potencial (96,42 vs 27,12%). Por outro lado, apresentou maior fração não degradável
(2,09 vs 60,13%) e maior tempo de colonização (2,07 vs 45,42 horas).
A cinética de degradação da fração PB corrigida para purinas do caroço de
algodão diferiu da degradação ruminal do milho grão (P<0,05). O caroço apresentou
menor fração solúvel (27,56 vs 3,09%), menor degradação efetiva (61,32 vs 31,11%) e
menor degradação potencial (96,48 vs 74,25%).Por outro lado, o caroço apresentou
maior fração não degradável (2,44 vs 20,6%) e maior tempo de colonização (2,07 vs
18,38 horas). A fração potencialmente degradável não diferiu entre a proteína do caroço
e do milho.
174
Tabela 5.19 - Degradabilidade ruminal do milho grão e do caroço de algodão íntegro com linter
incubado in situ dentro de seus respectivos tratamentos utilizando vacas
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
(continua)
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
22,37b 2,39a 2,41a 2,35a 7,30 0,14 0,001
b, %
76,06a 30,86b 32,86b 32,18b 42,50 0,62 0,001
c, %
1,56b 66,75a 64,72a 64,96a 50,00 0,10 0,001
C, %/h
4,88a 1,65b 1,59b 1,56b 2,42 0,26 0,001
Lag Time, h
1,55b 49,70a 47,65a 47,70a 36,65 0,32 0,001
Kp
1
, %/h
4,09a 3,59ab 4,07a 3,23b 3,75 0,12 0,007
Deg. Efetiva, %
63,65a 11,25b 11,71b 12,83b 24,86 0,81 0,001
Deg. Potencial, %
98,15a 28,65b 30,41b 29,64b 46,21 0,33 0,001
FDN
a, %
0,17b 0,66a 0,40a 0,61a 0,46 0,18 0,02
b, %
97,93a 29,60b 27,21b 31,37b 46,53 1,81 0,001
c, %
1,90b 69,72a 72,38a 68,01a 53,00 1,79 0,001
C, %/h
3,67a 1,16b 1,58b 1,89b 2,07 0,34 0,003
Lag Time, h
1,86b 50,11a 51,49a 49,31a 38,20 0,90 0,001
Kp
1
5
, %/h
3,94a 3,84ab 3,58ab 3,31b 3,67 0,12 0,04
Deg. Efetiva, %
47,40a 7,71b 7,73b 11,82b 18,66 1,42 0,001
Deg. Potencial, %
96,91a 22,20b 19,34b 28,24b 41,67 2,60 0,001
PB
3
a, %
27,60a 3,85b 4,18b 3,34b 9,75 0,31 <0,001
b, %
70,30a 32,69c 39,20b 36,29b 44,62 0,81 <0,001
c, %
2,09c 63,44a 56,60b 60,37ab 45,63 0,95 <0,001
C, %/h
3,22a 1,18b 0,84c 0,73c 1,49 0,61 <0,001
Lag Time, h
2,07c 47,70a 43,52b 45,05ab 34,58 0,69 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,54b 4,21a 4,00a 3,60b 3,83 0,07 0,001
Deg. Efetiva, %
61,09a 11,00b 10,94b 9,14b 23,04 0,41 <0,001
Deg. Potencial, %
96,42a 28,45b 28,75b 24,16b 44,44 1,10 <0,001
PB
4
a, %
27,56a 3,06b 3,08b 3,15b 10,62 0,09 <0,001
b, %
70,47 77,68 78,74 73,20 74,43 2,14 0,13
c, %
2,44b 19,43a 18,42a 23,95a 15,09 2,09 0,011
C, %/h
3,21a 1,88b 2,86a 2,27a 2,67 0,21 0,053
Lag Time, h
2,07b 17,46a 16,60a 21,09a 13,51 1,60 0,007
Kp
1
5
, %/h
3,53b 4,26a 3,89ab 3,80ab 3,80 0,45 0,004
Deg. Efetiva, %
61,32a 26,99b 36,13b 30,21b 40,97 2,07 0,002
Deg. Potencial, %
96,48a 73,68b 78,18b 70,91b 81,08 2,61 0,012
175
Tabela 5.19 - Degradabilidade ruminal do milho grão e do caroço de algodão íntegro com linter
incubado in situ dentro de seus respectivos tratamentos utilizando vacas
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
(conclusão)
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
EE
a, %
66,56a 5,60c 8,30b 4,76c 21,30 0,61 0,001
b, %
31,95 30,45 32,12 37,07 32,90 3,49 0,59
c, %
1,48b 63,94a 59,23a 58,16a 45,70 2,90 0,001
C, %/h
5,36a 2,04bc 2,66b 1,66c 3,93 0,32 0,001
Lag Time, h
1,48b 47,00a 44,65a 44,07a 34,29 1,53 0,001
Kp
1
5
, %/h
4,30a 4,14a 3,53b 3,51b 3,87 0,07 0,001
Deg. Efetiva, %
84,32a 15,33b 19,30b 16,64b 36,40 1,25 0,001
Deg. Potencial, %
98,45a 31,89b 40,42b 35,80b 51,54 3,13 0,001
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 – Degradabilidade da fração PB sem correção para N-microbiano; 4-
Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva das frações FDN e PB foram
estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são diferentes devido a perda de parcela)
Os parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal do extrato etéreo
do caroço íntegro também diferiu do extrato etéreo do milho grão (P<0,05). O caroço
apresentou menor degradação da fração solúvel (66,56 vs 6,22%), menor taxa de
degradação (5,36 vs 2,12%/h), menor degradação efetiva (84,32 vs 17,09%) e menor
degradação potencial (98,45 vs 36,03%). Por outro lado, o caroço apresentou maior
fração não degradável (1,48 vs 60,44%) e maior tempo de colonização (1,48 vs 45,24
horas). Não houve diferença na degradação da fração potencialmente degradável. A
taxa de passagem foi maior para o milho e para o caroço no tratamento de menor nível
de inclusão deste, que para o caroço nos tratamentos com 14 e 21% de inclusão do co-
produto.
A degradabilidade ruminal do caroço de algodão também foi estudado com este
co-produto processado a 5 mm e comparado com o milho grão moído fino (Tabela
5.20).
A cinética de degradação ruminal da matéria seca do caroço de algodão
processado a 5 mm diferiu do milho grão (P<0,05). O caroço apresentou menor fração
solúvel (22,37 vs 2,22%), menor fração potencialmente degradável (76,06 vs 38,45%),
menor taxa de degradação (4,88 vs 1,18%/h), menor taxa de passagem (4,09 vs
3,52%), menor degradação efetiva (63,65 vs 11,26%) e menor degradação potencial
176
(98,15 vs 28,40%). Por outro lado, apresentou maior fração não degradável (1,56 vs
59,27%) e tempo de colonização (1,55 vs 44,44 horas).
O caroço de algodão quando processado a 5 mm apresentou cinética de
degradação da fração FDN diferente do milho grão (P<0,05). O caroço apresentou
maior fração solúvel (0,16 vs 0,41%), maior fração não degradável (1,89 vs 98,18%) e
maior tempo de colonização (1,87 vs 62,53 horas). Conseqüentemente, apresentou
menor fração degradável (97,94 vs 1,38%), menor taxa de degradação (3,67 vs
0,03%/h), menor taxa de passagem (3,94 vs 3,49%), menor degradação efetiva (47,40
vs 0,43%) e menor degradação potencial (96,91 vs 0,51%).
O caroço de algodão processado a 5 mm apresentou cinética de degradação da
fração PB sem correção para purinas diferente do milho (P<0,05). O caroço apresentou
maior fração solúvel (27,56 vs 40,70%), maior fração não degradável (2,44 vs 9,06%),
maior taxa de degradação (3,21 vs 8,33%), maior tempo de colonização (2,07 vs 8,52
horas) e maior degradação efetiva (61,32 vs 75,88%). Por outro lado, a fração
degradável (70,48 vs 50,22%) e a degradação potencial (96,48 vs 90,92%) foram
menores. Não houve diferença na taxa de passagem.
Quando procedida a correção para a contaminação por purinas, a fração PB do
caroço de algodão processado a 5 mm continuou diferindo do milho grão quanto aos
parâmetros de cinética de degradação ruminal (P<0,05). O caroço apresentou maior
fração solúvel (27,56 vs 34,20%), maior fração não degradável (2,44 vs 6,22%), maior
tempo de colonização (2,07 vs 5,88 horas) e maior degradação efetiva (61,32 vs
72,09%). A taxa de degradação foi maior (P=0,08) para o caroço que para o milho. Não
houve diferença na taxa de passagem (3,45%). A fração potencialmente degradável
(70,47 vs 59,70%) e a degradação potencial foram menores (96,48 vs 93,34%) para o
caroço de algodão.
Os parâmetros biológicos da cinética de degradação da fração extrato etéreo do
caroço processado a 5 mm se assemelhou bastante com a degradação do EE do milho
grão. Não foram observadas diferenças quando a fração solúvel (64,5%), fração
degradável (34,33%), fração não degradável (1,15%), tempo de colonização (1,16
horas), degradação efetiva (83,44%) e degradação potencial (98,73%). Somente foram
observaras diferenças quanto a taxa de degradação e taxa de passagem, sendo que os
177
tratamentos controle e 14CA apresentaram valores mais elevados quanto a estas
variáveis.
Tabela 5.20 - Degradabilidade ruminal do milho grão e do caroço de algodão processado a 5
mm incubados in situ dentro de seus respectivos tratamentos com vacas
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
(continua)
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
22,37a 2,50b 1,98b 2,20b 7,26 0,21 <0,001
b, %
76,06a 42,43b 37,23b 35,71b 47,86 4,54 0,002
c, %
1,56b 55,06a 60,68a 62,09a 44,87 4,57 0,002
C, %/h
4,88a 1,06b 1,21b 1,27b 2,11 0,21 <0,001
Lag Time, h
1,55b 41,56a 45,54a 46,24a 33,73 2,86 <0,001
Kp
1
, %/h
4,09a 3,79ab 3,53b 3,25b 3,66 0,12 0,012
Deg. Efetiva, %
63,65a 10,46b 11,48b 11,84b 24,36 1,08 <0,001
Deg. Potencial, %
98,15a 28,83b 30,51b 28,83b 46,58 1,27 <0,001
FDN
a, %
0,16b 0,45a 0,51a 0,29b 0,35 0,07 0,009
b, %
97,94a 1,31b 0,76c 2,09b 25,53 0,19 <0,001
c, %
1,89b 98,23a 98,73a 97,60a 74,11 0,30 <0,001
C, %/h
3,67a 0,01b 0,01b 0,07b 0,94 0,03 <0,001
Lag Time, h
1,87b 62,55a 62,74a 62,32a 47,37 0,12 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,94a 3,50b 3,45b 3,54b 3,60 0,04 0,001
Deg. Efetiva, %
47,40a 0,45b 0,51b 0,34b 12,17 0,05 <0,001
Deg. Potencial, %
96,91a 0,46b 0,51b 0,58b 24,59 0,05 <0,001
PB
3
a, %
27,56b 40,26a 40,39a 41,47a 37,42 1,05 0,003
b, %
70,48a 51,27b 50,97b 48,42b 55,28 2,37 0,002
c, %
2,44b 8,46a 8,63a 10,09a 7,41 1,32 0,021
C, %/h
3,21b 8,50a 8,45a 8,06a 7,06 0,37 0,001
Lag Time, h
2,07b 7,98a 8,14a 9,46a 6,91 1,24 0,022
Kp
1
5
, %/h
3,53 3,66 3,68 3,82 3,67 0,13 0,541
Deg. Efetiva, %
61,32b 76,46a 76,28a 74,71a 72,19 1,47 0,009
Deg. Potencial, %
96,48a 91,53b 91,35b 89,89b 92,31 1,40 0,064
PB
4
a, %
27,56b 34,25a 33,55a 34,79a 32,49 0,42 0,002
b, %
70,47a 59,50b 60,00b 59,94b 62,88 0,11 0,001
c, %
2,44b 6,41a 6,70a 5,57a 4,77 0,44 0,012
C, %/h
3,21 5,84 5,24 7,07 5,57 0,70 0,081
Lag Time, h
2,07b 6,07a 6,29a 5,29a 4,54 0,40 0,009
Kp
1
5
, %/h
3,53 3,50 3,50 3,34 3,45 0,70 0,284
Deg. Efetiva, %
61,32b 72,12a 70,23a 73,94a 69,82 1,46 0,018
Deg. Potencial, %
96,48a 93,24b 92,77b 94,02b 94,51 0,48 0,026
178
Tabela 5.20 - Degradabilidade ruminal do milho grão e do caroço de algodão processado a 5
mm incubados in situ dentro de seus respectivos tratamentos com vacas
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
(conclusão)
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
EE
a, %
66,52 63,63 64,40 63,43 64,50 0,90 0,157
b, %
31,97 35,12 34,56 35,68 34,33 1,01 0,143
c, %
1,46 1,22 1,04 0,88 1,15 0,15 0,145
C, %/h
5,35a 4,60b 5,41a 4,80b 5,04 0,16 0,030
Lag Time, h
1,48 1,23 1,04 0,88 1,16 0,15 0,130
Kp
1
5
, %/h
4,29a 3,89b 4,28a 3,89b 4,09 0,09 0,033
Deg. Efetiva, %
84,32 82,61 83,69 83,13 83,44 0,38 0,080
Deg. Potencial, %
98,44 98,59 98,89 98,98 98,73 0,15 0,142
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
A degradabilidade ruminal do caroço de algodão também foi estudado com este
co-produto processado a 2 mm e comparado com o milho grão moído fino (Tabela
5.21). A cinética de degradação ruminal da MS do caroço de algodão diferiu em alguns
parâmetros da degradação ruminal da degradação do milho grão (P<0,05). O caroço
apresentou menor fração potencialmente degradável (76,06 vs 41,76%), menor
degradação efetiva (63,65 vs 52,75%) e menor degradação potencial (98,15 vs
72,91%). Por outro lado, apresentou maior fração não degradável (1,56 vs 25,81%), e
maior lag time (1,55 vs 22,71 horas). Diferindo do caroço inteiro e processado a 5 mm,
o caroço processado a 2 mm não diferiu do milho grão quanto a fração solúvel
(28,48%), taxa de degradação (3,88 %/h) e taxa de passagem (3,74%).
Os parâmetros da cinética de degradação da fração FDN do caroço de algodão
processado a 2 mm também diferiu do milho (P<0,05). O caroço apresentou maior
fração solúvel (0,16 vs 0,24%), maior fração não degradável (1,89 vs 38,18%) e maior
lag time (1,87 vs 31,69 horas). Por outro lado, a fração potencialmente degradável
(97,94 vs 61,51%), a degradação efetiva (47,40 vs 29,35%) e a degradação potencial
96,91 vs 60,01%) foram menores. A taxa de degradação foi maior (P=0,052) para o
milho e para o tratamento 14CA. A taxa de passagem foi maior para os tratamentos
controle e 7CA, e menor para os tratamentos 14CA e 21CA.
179
A cinética de degradação ruminal da fração PB do caroço de algodão não
corrigida para purinas diferiu da degradação da PB do milho grão (P<0,05). O caroço
apresentou maior fração solúvel (27,56 vs 70,56%), maior taxa de degradação (3,21 vs
(9,73%), maior taxa de passagem (3,53 vs 4,00%) e maior degradabilidade efetiva
(61,32 vs 87,02%). Entretanto, o caroço apresentou menor fração degradável (70,48 vs
24,64%). Ainda, o caroço não diferiu do milho quanto a fração não degradável (4,20%),
tempo de colonização (4,01 horas) e degradação potencial (95,48%).
Os parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal da fração PB do
caroço de algodão corrigida para eliminação da contaminação por purinas diferiu da
degradação da PB do milho grão (P<0,05). O caroço apresentou maior fração solúvel
(27,56 vs 70,71%), maior taxa de passagem (3,53 vs 4,20%) e maior degradação
efetiva (61,32 vs 88,82%). Por outro lado, o caroço apresentou menor fração
potencialmente degradável (70,47 vs 26,96%). Não houve diferença (P>0,05) quanto ao
comportamento das frações não degradável (2,12%), taxa de degradação (7,55%/h),
tempo de colonização (1,99 horas) e degradação potencial (97,46%).
Quando processado a 2 mm, a degradação ruminal da fração extrato etéreo do
caroço de algodão, embora com diferença estatística (P<0,05), se assemelhou bastante
a degradação desta fração no milho grão, diferenciando bastante de quando na forma
íntegra ou processado a 5 mm. O caroço apresentou maior fração solúvel (66,64 vs
78,20%), maior degradabilidade efetiva (84,34 vs 91,33%) e maior degradabilidade
potencial (98,44 vs 99,25%). Entretanto, o caroço apresentou menor fração
potencialmente degradável (31,88 vs 21,06%) e menor tempo de colonização (1,48 vs
0,73 horas). A taxa de degradação (5,94%/h) e a taxa de passagem não foram afetadas
pelos tratamentos (P>0,05).
Na Tabela 5.22 são apresentados os dados dos efeitos do processamento do
caroço de algodão sobre os parâmetros da degradação ruminal e sua comparação com
o milho. O processamento do caroço de algodão afetou grandemente a sua degradação
ruminal.
180
Tabela 5.21 - Degradabilidade ruminal do milho grão e do caroço de algodão processado a 2
mm, incubados in situ dentro de seus respectivos tratamentos, com vacas
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
(continua)
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
22,37 32,46 32,35 32,43 28,48 5,01 0,485
b, %
76,06a 40,45b 42,77b 42,08b 52,63 6,12 0,033
c, %
1,56b 27,08a 24,87a 25,48a 18,88 1,19 0,001
C, %/h
4,88 3,91 3,20 2,88 3,88 0,53 0,184
Lag Time, h
1,55b 23,70a 21,97a 22,46a 16,67 0,84 0,001
Kp
1
, %/h
4,09a 3,79a 3,76a 3,39b 3,74 0,11 0,057
Deg. Efetiva, %
63,65a 53,84b 52,20b 52,23b 55,84 1,27 0,008
Deg. Potencial, %
98,15a 72,53b 73,97b 73,24b 80,46 1,38 0,001
FDN
a, %
0,167b 0,673a 0,236a 0,255a 0,25 0,04 0,049
b, %
97,94a 62,41b 60,47b 61,67b 70,62 0,70 <0,001
c, %
1,89b 37,21a 39,28a 38,07a 29,11 0,73 <0,001
C, %/h
3,67 3,18 3,80 3,21 3,46 0,15 0,052
Lag Time, h
1,87b 31,00a 32,43a 31,64a 24,23 0,50 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,94a 4,03a 3,54b 3,33b 3,71 0,06 0,001
Deg. Efetiva, %
47,40a 27,09c 30,72b 30,25b 33,86 0,27 <0,001
Deg. Potencial, %
96,91a 60,41b 59,33b 60,31b 69,24 0,42 <0,001
PB
3
a, %
27,56b 71,15a 70,59a 69,95a 59,81 0,30 <0,001
b, %
70,48a 24,11b 24,93b 24,89b 36,10 0,70 <0,001
c, %
2,44 4,73 4,47 5,15 4,20 0,85 0,216
C, %/h
3,21c 6,74b 9,25b 13,21a 8,10 1,00 0,002
Lag Time, h
2,07 4,58 4,35 5,01 4,01 0,76 0,115
Kp
1
5
, %/h
3,53b 3,76a 4,31a 3,91a 3,88 0,12 0,021
Deg. Efetiva, %
61,32b 85,74a 86,73a 88,60a 80,60 0,60 <0,001
Deg. Potencial, %
96,48 95,14 95,50 94,83 95,48 0,72 0,455
PB
4
a, %
27,56b 70,28a 70,98a 70,89a 57,61 0,71 <0,001
b, %
70,47a 27,20b 26,71b 26,98b 40,41 0,24 <0,001
c, %
2,44 2,33 2,31 2,08 2,12 0,46 0,926
C, %/h
3,21 12,55 8,82 9,90 7,55 3,12 0,275
Lag Time, h
2,07 2,25 2,13 2,01 1,99 0,38 0,956
Kp
1
5
, %/h
3,53b 4,14a 4,30a 4,16a 3,95 0,05 0,003
Deg. Efetiva, %
61,32b 89,09a 88,86a 88,51a 79,92 0,94 0,001
Deg. Potencial, %
96,48 97,48 97,76 97,75 97,46 0,36 0,153
181
Tabela 5.21 - Degradabilidade ruminal do milho grão e do caroço de algodão processado a 2
mm, incubados in situ dentro de seus respectivos tratamentos, com vacas
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
(conclusão)
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
EE
a, %
66,64b 77,85a 78,72a 78,00a 74,75 1,38 0,001
b, %
31,88a 21,33b 20,59b 21,28b 24,25 0,42 0,001
c, %
1,47a 0,81b 0,68b 0,72b 0,99 0,46 0,002
C, %/h
5,36 6,55 5,89 6,52 5,94 0,29 0,112
Lag Time, h
1,48a 0,81b 0,68b 0,71b 1,00 0,04 0,002
Kp
1
5
, %/h
4,30 4,10 3,71 3,66 3,89 0,15 0,101
Deg. Efetiva, %
84,34b 90,98a 91,37a 91,65a 89,24 0,12 <0,001
Deg. Potencial, %
98,44b 99,18a 99,31a 99,28a 98,97 0,05 0,002
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
Em comparação com o caroço inteiro ou processado a 5 mm, o processamento
do caroço de algodão a 2 mm aumentou a fração solúvel da MS, PB e EE e diminuiu a
da FDN. Aumentou a fração potencialmente degradável da MS e da FDN mas reduziu a
da PB e do EE. O processamento a 2 mm reduziu a fração não degradável e aumentou
a taxa de degradação, a degradação efetiva e a potencial da MS, da FDN, da PB e do
EE.
Em comparação ao milho, o caroço processado a 2 mm apresentou fração não
degradável maior para MS e FDN, igual para PB e menor para EE. Também apresentou
taxa de degradação e degradação efetiva menores para MS, iguais para FDN e maiores
para PB e EE.
182
Tabela 5.22 – Efeito do processamento do caroço de algodão sobre os parâmetros de degradação
ruminal da MS, FDN, PB e EE incubado in situ em vacas holandesas pastejando capim
elefante com 23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa do ano
(continua)
Processamento
Parâmetros
Milho CA inteiro CA 5mm CA 2mm
Media Pr [t]
2
MS
a, %
22,37b
(0,50)
2,38c
(0,03)
2,23c
(1,13)
30,32a
(12,2)
13,76 <0,001
b, %
76,06a
(0,56)
31,30c
(2,33)
38,45cb
(10,1)
43,26b
(14,2)
47,44 0,008
c, %
1,56d
(0,07)
66,14a
(2,42)
59,31b
(10,1)
25,80c
(2,41)
38,74 <0,001
C, %/h
4,88a
(0,60)
1,60c
(0,27)
1,18c
(0,32)
3,48b
(0,73)
2,76 <0,001
Lag Time, h
1,55d
(0,07)
48,35a
(1,24)
44,45b
(6,42)
22,73c
(1,86)
29,55 <0,001
Kp
1
, %/h
4,09a
(0,26)
3,63b
(0,38)
3,52b
(0,31)
3,60b
(0,34)
3,71 0,517
Deg. Efetiva, %
63,65a
(2,38)
11,93c
(0,94)
11,26c
(1,75)
52,71b
(4,08)
34,11 <0,001
D. Potencial, %
98,15a
(0,24)
28,90c
(1,82)
29,39c
(2,75)
73,40b
(2,33)
56,76 <0,001
FDN
a, %
0,16c
(0,01)
0,56a
(0,28)
0,41b
(0,14)
0,28cb
(0,3)
0,36 0,001
b, %
97,94a
(0,01)
29,39c
(4,67)
1,39d
(0,67)
61,52b
(2,24)
47,56 <0,001
c, %
1,89d
(0,01)
70,04b
(4,76)
98,19a
(0,61)
38,19c
(2,38)
52,07 <0,001
C, %/h
3,67a
(0,01)
1,54b
(0,91)
0,03c
(0,03)
3,40a
(0,55)
2,16 <0,001
Lag Time, h
1,87d
(0,01)
50,31b
(2,39)
62,54a
(0,22)
31,70c
(1,64)
36,60 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,94a
(0,01)
3,57b
(0,31)
3,49b
(0,11)
3,63b
(0,33)
3,66 0,203
Deg. Efetiva, %
47,40a
(0,01)
9,08c
(4,02)
0,43d
(0,12)
29,35b
(1,93)
21,57 <0,001
D. Potencial, %
96,91a
(0,01)
23,26c
(7,40)
0,50d
(0,09)
60,01b
(1,36)
45,17 <0,001
PB
3
a, %
27,56c
(0,21)
3,80d
(0,92)
40,71b
(2,26)
70,56a
(1,23)
35,66 <0,001
b, %
70,47a
(0,31)
36,06c
(3,27)
50,22b
(5,31)
24,64d
(2,05)
45,35 <0,001
c, %
2,44d
(0,37)
60,14a
(3,63)
9,06b
(3,05)
4,78c
(1,87)
19,11 <0,001
C, %/h
3,21b
(0,01)
0,92c
(0,26)
8,34a
(0,82)
9,73a
(4,47)
5,55 <0,001
Lag Time, h
2,07d
(0,01)
45,42a
(2,31)
8,53b
(2,76)
4,65c
(1,80)
15,17 <0,001
Kp
1
5
, %/h
3,53c
(0,02)
3,93ba
(0,33)
3,72bc
(0,36)
4,00a
(0,34)
3,80 0,054
Deg. Efetiva, %
61,32c
(0,35)
10,36d
(1,66)
75,82b
(3,26)
87,02a
(2,24)
58,63 <0,001
D. Potencial, %
96,48a
(0,20)
27,12c
(3,98)
90,92d
(3,05)
95,15a
(0,81)
77,42 <0,001
PB
4
a, %
27,56c
(0,21)
3,08d
(0,02)
34,68b
(1,31)
70,97a
(1,01)
33,57 <0,001
b, %
70,47b
(0,31)
76,19a
(3,75)
59,50c
(0,85)
27,05d
(0,38)
59,24 <0,001
c, %
2,44c
(0,37)
20,71a
(3,74)
5,80b
(0,73)
1,97c
(0,68)
7,32 <0,001
C, %/h
3,21c
(0,01)
2,42c
(0,57)
6,61b
(1,42)
9,47a
(4,65)
5,26 <0,001
Lag Time, h
2,07c
(0,01)
18,59a
(3,00)
5,64b
(0,69)
1,94c
(0,67)
6,68 <0,001
Kp
1
, %/h
3,53c
(0,03)
3,92b
(0,23)
3,42d
(0,11)
4,14a
(0,15)
3,74 <0,001
Deg. Efetiva, %
61,32c
(0,35)
31,92d
(5,37)
73,61b
(3,78)
88,18a
(1,62)
63,57 <0,001
D. Potencial, %
96,48a
(0,20)
74,23c
(4,88)
93,64b
(1,00)
97,89a
(0,60)
91,02 <0,001
183
Tabela 5.22 – Efeito do processamento do caroço de algodão sobre os parâmetros de degradação
ruminal da MS, FDN, PB e EE incubado in situ em vacas holandesas pastejando capim
elefante com 23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa do ano
(conclusão)
Processamento
Parâmetros
Milho CA inteiro CA 5mm CA 2mm
Media Pr [t]
2
EE
a, %
66,57b
(0,06)
6,22d
(2,03)
63,82c
(2,26)
78,35a
(0,62)
52,10 <0,001
b, %
31,93a
(0,04)
33,21a
(7,62)
35,12a
(2,61)
20,85b
(0,67)
30,91 <0,001
c, %
1,47b
(0,01)
60,44a
(6,40)
1,04b
(0,43)
0,78b
(0,13)
16,95 <0,001
C, %/h
5,35ab
(0,01)
3,45c
(2,46)
4,93b
(0,48)
6,20a
(0,47)
4,91 <0,001
Lag Time, h
1,48b
(0,01)
45,22a
(3,33)
1,05b
(0,43)
0,78b
(0,13)
12,89 <0,001
Kp
1
5
, %/h
4,29a
(0,01)
3,72c
(0,34)
4,02b
(0,27)
3,70c
(0,31)
3,95 0,011
Deg. Efetiva, %
84,32b
(0,02)
20,43c
(7,09)
83,14b
(0,97)
91,41a
(0,35)
68,39 <0,001
D. Potencial, %
98,44a
(0,03)
36,04b
(7,13)
98,82a
(0,43)
99,20a
(0,13)
82,05 <0,001
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
Na Tabela 5.23 são apresentados os dados de cinética de degradação ruminal
do capim elefante. A degradabilidade ruminal do pastejo simulado de amostras de
capim elefante colhidas nos piquetes pastejados foi avaliada pelo método in situ. Os
tratamentos não afetaram a degradação ruminal da MS, apresentando valores médios
quanto a fração solúvel de 27,96%, fração degradável de 55,75%, fração não
degradável de 16,28%, taxa de degradação de 3,92%/h, lag time de 15,0 horas,
degradação efetiva de 55,92% e degradação potencial de 82,99%. Entretanto, a taxa de
passagem da forragem foi menor dos tratamentos 7CA e 14CA (P=0,02).
A avaliação dos parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal da
fração FDN do capim elefante foi afetado pelos tratamentos (P<0,05). A fração solúvel
foi maior no tratamento 21CA (7,74%), intermediaria no 14CA (6,63%) e menor nos
tratamentos 7CA e controle (6,04%). As taxas de degradação, taxas de passagem, as
frações potencialmente degradáveis, as degradações efetivas e potenciais foram
maiores para os tratamentos milho e 21CA.
184
Tabela 5.23 - Degradabilidade ruminal de pastejo simulado de capim elefante incubado in situ
em vacas alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
28,51 27,28 27,68 28,37 27,96 0,71 0,600
b, %
55,98 55,30 55,14 56,60 55,75 0,88 0,649
c, %
15,51 17,43 17,17 15,02 16,28 0,83 0,206
C, %/h
3,97 3,54 4,44 3,74 3,92 0,41 0,494
Lag Time, h
14,33 15,98 15,76 13,91 15,00 0,72 0,208
Kp
1
, %/h
4,02a 3,52b 3,70b 4,14a 3,85 0,10 0,015
Deg. Efetiva, %
56,20 54,71 57,57 55,18 55,92 1,57 0,611
Deg. Potencial, %
83,85 81,43 82,42 84,26 82,99 0,91 0,210
FDN
a, %
6,36b 5,72b 6,63ab 7,74a 6,61 0,23 0,004
b, %
76,89a 71,32b 71,46b 76,77a 74,11 0,46 0,001
c, %
16,74b 22,96a 21,90a 15,50b 19,27 0,51 <0,001
C, %/h
4,29a 3,60b 3,48b 4,31a 3,92 0,09 0,051
Lag Time, h
14,18b 20,51a 20,07a 12,66b 16,86 0,49 0,010
Kp
1
5
, %/h
3,77a 3,40c 3,65b 3,80a 3,65 0,02 <0,001
Deg. Efetiva, %
46,87a 42,39b 42,03b 47,66a 44,74 0,80 0,004
Deg. Potencial, %
83,24a 76,31b 76,45b 84,76a 80,19 0,35 <0,001
PB
3
a, %
40,00 40,02 40,05 40,06 40,03 0,20 0,995
b, %
55,52 55,19 55,45 56,08 55,56 0,40 0,538
c, %
4,47 4,78 4,49 3,85 4,40 0,37 0,484
C, %/h
4,92 5,49 5,24 5,50 5,03 0,76 0,815
Lag Time, h
4,37 4,66 4,38 3,78 4,30 0,36 0,489
Kp
1
5
, %/h
3,80 3,78 3,80 3,81 3,80 0,01 0,625
Deg. Efetiva, %
71,17 71,61 71,44 70,26 71,12 1,66 0,937
Deg. Potencial, %
95,32 94,88 95,20 95,81 95,30 0,32 0,397
PB
4
a, %
39,96 39,97 39,98 40,17 40,02 0,18 0,827
b, %
58,48 58,20 58,27 58,37 58,33 0,25 0,870
c, %
1,55 1,82 1,75 1,45 1,64 0,20 0,611
C, %/h
6,42 6,10 6,60 5,09 6,05 0,70 0,538
Lag Time, h
1,54 1,80 1,73 1,44 1,63 0,20 0,611
Kp
1
5
, %/h
3,79 3,80 3,79 3,81 3,80 0,02 0,654
Deg. Efetiva, %
76,04 75,45 76,30 73,32 75,28 1,80 0,680
Deg. Potencial, %
98,31 98,07 98,13 98,35 98,21 0,18 0,671
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
185
A cinética de degradação da fração PB sem correção para a eliminação pela
contaminação por purinas não foi afetada pelos tratamentos (P>0,05). Em média, a
fração solúvel foi de 40,03%, fração degradável de 55,56%, fração não degradável de
4,4%, taxa de degradação de 5,03%/h, lag time de 4,3 horas, taxa de passagem de
3,8%, degradação efetiva de 71,12% e degradação potencial de 80,19%. Quando
procedido a correção para eliminação do nitrogênio bacteriano contaminante da fração
protéica, os tratamentos continuaram não afetando a degradação da fração PB do
capim elefante. A fração solúvel foi de 40,02%, degradável de 58,33%, não degradável
de 1,64%, taxa de degradação de 6,05%/h, lag time de 1,63 horas, taxa de passagem
de 3,8%, degradação efetiva de 75,28% e degradação potencial de 98,21%.
Na Tabela 5.24 são apresentados os dados de cinética ruminal e trânsito ao
longo do trato digestivo.
O caroço de algodão apresentou maior tempo de trânsito que o milho no
tratamento CA21 (7,65 h), menor do tratamento CA7 (3,82 h) e igual no tratamento
CA14 (5,74 h). O tempo médio de permanência no rúmen foi inferior aos demais no
tratamento CA7 (25,25 vs 28,07 horas). Não houve diferença na taxa de passagem (K2)
(3,96%) no tempo médio de retenção do caroço e sua comparação com o milho quando
o modelo avaliou a permanência no ceco-cólon (25,49 h). Por outro lado, o tempo
médio de retenção total foi inferior aos demais no tratamento CA7 (53,02 vs 60,46
horas). A taxa de passagem foi inferior no tratamento CA21 (3,86 vs 3,23%).
A cinética do capim elefante foi afetada (P<0,1) pela inclusão crescente de
caroço de algodão na ração. O tempo de transito e os tempos de retenção no rúmen e
total do capim elefante, diminuíram com doses crescentes de caroço de algodão na
ração.
A cinética de líquidos foi afetada pelos tratamentos (P<0,05). Tanto o tempo de
retenção no rúmen quanto no trato total aumentaram com os níveis crescentes de
caroço de algodão na ração.
186
Tabela 5.24 – Parâmetros biológicos da cinética do milho, caroço de algodão e capim elefante
marcados com terras raras em vacas recebendo níveis de caroço de algodão em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
Tratamentos
Variáveis
Milho CA7 CA14 CA21
Média EPM
1
P
2
Milho ou Caroço de algodão
TT
3
, horas 5,75b 3,82c 5,74b 7,65ª 5,74 0,32 0,001
TMR
1
4
, horas 27,93a 25,25b 27,18a 29,12a 27,37 0,74 0,049
TMR
2
5
, horas 26,29 23,94 25,21 26,50 25,49 0,77 0,180
TMRT
6
, horas 59,97a 53,02b 58,14a 63,27a 58,60 14,64 0,023
K
1
7
, %/h 4,09ª 3,59ab 3,92a 3,23b 3,72 0,10 0,007
K
2
8
, %/h 3,81 4,20 4,01 3,81 3,96 0,11 0,146
Capim elefante
TT
3
, horas 3,21 4,59 3,49 2,38 3,42 0,50 0,096
TMR
1
4
, horas 24,64 28,29 24,45 20,61 24,50 1,72 0,099
TMR
2
5
, horas 23,86 27,22 23,59 19,95 23,65 1,62 0,107
TMRT
6
, horas 51,72 60,12 51,53 42,95 51,58 3,83 0,081
K
1
7
, %/h 4,02ª 3,52b 3,70b 3,48b 3,68 0,15 0,049
K
2
8
, %/h 4,21 3,94 3,73 3,52 3,84 0,24 0,347
Cinética de líquidos
TT
3
, horas 2,06 1,78 2,11 2,43 2,09 0,20 0,254
TMR
1
4
, horas 17,67 17,95 21,62 25,29 20,63 1,13 0,009
TMR
2
5
, horas 17,18 17,42 17,24 17,07 17,23 0,39 0,926
TMRT
6
, horas 36,93 37,16 40,98 44,79 39,97 0,55 0,001
K
1
7
, %/h 5,66 5,58 5,64 5,71 5,65 0,20 0,937
K
2
8
, %/h 5,83 5,76 5,82 5,89 5,84 0,13 0,918
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05
1
- Erro padrão da média;
2
- Probabilidade;
3
– Tempo no qual o ingrediente marcado apareceu pela
primeira vez nas fezes (Tempo de Trânsito);
4
– Tempo médio de retenção no retículo-rúmen;
5
– Tempo
médio de retenção no ceco e cólon;
6
– Tempo médio de retenção total (TT+TMR1+TMR2);
7
- Taxa de
passagem constante das partículas marcadas (1/TMR
1
);
8
– 1/TMR
2
Na Tabela 5.25 são apresentadas as concentrações de ácidos graxos voláteis,
amônia e pH ruminal. Não foram observadas diferenças nas concentrados dos ácidos
graxos voláteis e no pH ruminal. A concentração de AGV e pH diurnos sempre foram
menores que as concentrações destes durante a noite. A concentração média diária de
acetato, proprionato, isobutirato, butirato, isovalerado e valerato foram de 68,12, 40,56,
1,39, 16,15, 2,90 e 2,03 mol/100 mol, respectivamente. A concentração total de AGV
média diária foi de 131,17mM.
187
Tabela 5.25 - Concentração e proporção de ácidos graxos voláteis de vacas alimentadas com
níveis de caroço de algodão em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
Pr [t]
2
Acetato, mM/mL
Diurno
64,44 61,87 62,52 67,82 64,00 2,41 0,50
Noturno
69,15 74,25 70,30 65,96 70,81 2,40 0,22
Diário
67,18 69,23 67,47 66,68 68,12 2,61 0,78
Proprionato, mM/mL
Diurno
38,07 40,36 32,32 36,14 37,00 2,8 0,32
Noturno
44,33 46,42 40,53 35,12 42,92 3,29 0,44
Diário
41,72 43,80 37,55 35,93 40,56 2,62 0,39
Isobutirato, mM/mL
Diurno
1,26 1,18 1,44 1,36 1,31 0,06 0,10
Noturno
1,38 1,55 1,44 1,40 1,46 0,69 0,38
Diário
1,34 1,39 1,43 1,38 1,39 0,05 0,59
Butirato, mM/mL
Diurno
14,44 14,83 15,01 15,21 14,84 0,79 0,87
Noturno
17,16 18,72 15,71 14,89 16,97 0,92 0,17
Diário
16,29 17,07 15,44 14,91 16,15 0,64 0,34
Isovalerato, mM/mL
Diurno
2,57 2,66 2,78 2,71 2,70 0,14 0,60
Noturno
3,04 3,22 2,92 2,83 3,05 0,20 0,75
Diário
2,86 3,00 2,86 2,79 2,90 0,16 0,91
Valerato, mM/mL
Diurno
1,91 1,89 2,04 1,81 1,92 0,15 0,83
Noturno
2,08 2,24 2,01 1,85 2,10 0,12 0,48
Diário
2,01 20,9 2,04 1,85 2,03 0,13 0,87
TOTAL, mM/mL
Diurno
122,71 122,81 116,12 125,06 121,65 3,70 0,39
Noturno
137,17 146,42 132,92 122,06 137,33 5,05 0,15
Diário
131,41 136,60 126,82 123,71 131,17 4,01 0,35
Acetato:Proprionato
Diurno
1,84 1,54 1,99 2,05 1,84 0,20 0,52
Noturno
1,61 1,62 1,77 1,90 1,69 0,15 0,84
Diário
1,67 1,59 1,86 1,93 1,73 0,15 0,70
Amônia, mg/dL
Diurno
30,00c 29,27c 36,45b 47,19a 35,73 1,30 0,01
Noturno
35,05 31,10 34,67 36,30 34,28 1,67 0,25
Diário
33,03b 30,37b 35,38ab 40,66a 34,86 1,27 0,01
pH ruminal
Diurno
6,18 6,06 5,91 6,17 6,06 0,08 0,27
Noturno
6,13 6,17 6,19 6,35 6,18 0,02 0,24
Diário
6,15 6,12 6,08 6,28 6,13 0,04 0,32
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
188
Figura 5.6 – Concentração de ácidos graxos voláteis totais de vacas alimentadas com
níveis de caroço de algodão em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
189
Figura 5.7 – Concentração de ácidos graxos voláteis totais, relação C2:C3, amônia e pH ruminal
de vacas alimentadas com níveis de caroço de algodão em substituição ao milho
no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de
desfolha
A relação acetato:proprionato foi maior durante o dia (1,84) e menor durante a
noite (1,69), apresentando média diária de 1,73, não sendo afetada pelos tratamentos.
Por outro lado, a concentração de amônia ruminal diurna e diária foi afetada pelos
tratamentos. O tratamento 21CA apresentou maior concentração de amônia (47,19 e
40,66 mg/dL), 14CA apresentou valores intermediários (36,45 e 35,38 mg/dL) e os
tratamentos controle e 7CA não diferiram estatisticamente, apresentando valores
médios de 39,63 e 30,2 mg/dL. A concentração de amônia durante a noite não foi
afetada pelos tratamentos.
Nas Figuras 5.6 e 5.7 são apresentadas as análises de perfil dos ácidos graxos
voláteis, amônia e pH ruminal ao longo de 24 horas de avaliação. Os tratamentos não
afetaram os perfis das variáveis em estudo. As concentrações dos ácidos graxos
voláteis apresentaram elevações durante a madrugada. As concentrações de amônia
190
foram mais dispersas durante o período matutino e o pH apresentou leve elevação ao
longo do dia.
5.3.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
Na Tabela 5.25 são apresentados os dados de consumo de matéria seca de
forragem, consumo de MS total e síntese de proteína microbiana ruminal. O cromo não
foi eficiente em estimar o consumo de pasto, subestimando o consumo. A equação
proposta por Orskov et al. (1988) baseando-se somente nos parâmetros de degradação
da forragem também subestimou o consumo de forragem. Por outro lado, a estimativa
de consumo proposta pelo NRC (2001) parece ser a mais próxima do consumo real.
A síntese de proteína microbiana foi afetada pelos tratamentos (P=0,01). Os
tratamentos 14CA e 21CA reduziram a síntese de proteína microbiana.
Tabela 5.25 – Estimativa de consumo de forragem e consumo total de MS e síntese de proteína
microbiana de vacas recebendo concentrado com diferentes níveis de caroço
de algodão em substituição ao milho pastejando capim elefante com 23 dias de
intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho 7CA 14CA 21CA
Média EPM
1
Pr [t]
2
Óxido de Cromo
CMS de forragem, kg/dia
7,02 5,39 4,45 2,50 4,84 2,5 0,13
CMS total, kg dia
13,03 11,40 10,46 8,51 10,85 1,9 0,24
Orskov et al. (1988)
3
CMS de forragem, kg/dia
6,93 6,90 6,90 6,91 6,91 0,01 0,87
CMS total, kg dia
12,94 12,91 12,91 12,92 12,92 0,01 0,87
NRC (2001)
4
CMS de forragem, kg/dia
10,37 10,36 10,33 9,76 10,20 0,38 0,61
CMS total, kg dia
16,38 16,37 16,34 15,77 16,21 0,39 0,63
P. microbiana, gN/dia
201,68ª 191,01a 175,49b 169,78b 182,22
7,91 0,01
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade;
3- CMS - -0,822 + 0,0748 (a+b) +40c
4- CMS = (((PV ^ 0.75) * 0.0968) + (0.372 * Produção leite corrigido) - 0.293) * Lag
Lag = 1 – exp(-0.192 * (Semana de Lactação + 3.67))
191
5.4 Discussão
5.4.1 Caracterização da forragem
Nas Tabelas 5.7 e 5.8 foram apresentadas a composição morfológica e
bromatológica da pastagem, respectivamente. O capim elefante apresentou 8,57 ton de
MS/ha, com 42,5% de folhas e 49,87% de colmo. A altura média do capim elefante foi
de 1 metro. Em termos de valor nutricional, o capim apresentou 14,7% de PB, 63,85%
de FDN e 67,40% de DIVMS.
Intervalos de desfolha longos resultam normalmente em grande produção de
massa seca, entretanto, a qualidade do material colhido fica prejudicada. Andrade e
Gomide (1971) obtiveram produções de 1,16, 5,48, 8,20, 11,85 e 16,40 ton./ha de MS e
teores de PB de 15,3, 8,4, 4,8, 4,1 e 4,2% quando avaliaram o capim com 28, 56, 84,
112 e 140 dias de crescimento, respectivamente. Martinez (2004), trabalhando na
mesma área, observou 14,9 ton. de MS/ha e 33,7% de folhas e 13,7% de PB quando o
intervalo de desfolha foi de 35 dias.
Em trabalhos recentes conduzidos na mesma área, Voltolini (2006) e Carareto
(2007) compararam o capim elefante manejado com intervalos fixos de desfolha de 27
dias com intervalos variáveis, baseados na interceptação de 95% da luz incidente,
conforme recomendado por Da Silva et al. (2007). Tanto no trabalho de Voltolini (2006)
como no de Carareto (2007), os pastos manejados com intervalos variáveis de desfolha
apresentaram melhor composição morfológica que os manejados com intervalos fixos.
Os teores de folha foram ao redor de 55% da MS e estes pastos propiciaram maiores
produções de leite. Valores inferiores, ao redor de 48% de folhas foram obtidos com
intervalos fixos de desfolha de 27 dias. No presente estudo o intervalo de desfolha foi
de 23 dias fixos, com apenas 42,5% de folhas.
5.4.2 Produção e composição do leite
Nas Tabelas 5.9 e 5.10 foram apresentados os dados de produção e
composição do leite nos estudos realizados com vacas multíparas Holandesas e
primíparas meio sangue Holandês/Jersey, respectivamente.
192
A redução na produção de leite e de leite corrigido para gordura com a inclusão
de dose alta de caroço de algodão (CA21), ocorreu provavelmente devido ao efeito
negativo deste tratamento no CMS, uma vez que a inclusão de níveis crescentes de
caroço de algodão na ração não afetou parâmetros de conforto térmico, parâmetros
sanguíneos, a degradação ruminal do pasto e os parâmetros ruminais. Apesar da
indicação de redução drástica no consumo de MS com a inclusão da dose alta de
caroço (CA21), o tempo de pastejo e a taxa de bocados não foram afetados por esse
tratamento, não corroborando assim a redução no consumo de pasto. A redução na
síntese de proteína microbiana pode ter limitado o fluxo de proteína metabolizável para
o intestino das vacas e afetado negativamente a produção de leite. A redução no teor
de proteína do leite com este tratamento é indicativo de que houve redução no fluxo de
proteína metabolizável para o intestino ou piora no perfil de aminoácidos dessa
proteína.
Doses intermediárias (cerca de 10 a 20% da MS) de caroço de algodão
geralmente não afetaram a produção de leite (VILLELA 1995; SMITH et al., 1981;
SMITH; HARRIS 1992, SMITH et al., 1993; HARVATINE et al., 2002; WU et al., 1994;
REVENEAU et al., 2005; NOTFSGER et al., 2000; MOREIRA et al., 2004; MENA et al.,
2001; MABJEESH et al., 1998; BERNARD; CALHOUN, 1997; BERTRAND et al., 1998;
BITMAN et al., 1996; BLAUWIEKEL et al., 1997; CASTILLO et al., 2004; CLARK, 1993;
FIRKINS et al., 2002; COOKE et al., 2007a,b), ao passo que em alguns estudos, doses
intermediárias (MABJEESH et al., 2000; LANHAM et al., 1992; Fike et al., 2003), ou
elevadas (de 20 a 35% da MS) reduziram a produção (STAPLES et al., 1998; SMITH et
al., 1980; HAWKINS et al., 1985). Em alguns estudos foi observada maior produção de
leite corrigida para 4% (ANDERSON et al., 1979; SMITH et al., 1981; De PETERS et al.,
1985; HORNER et al., 1986; SLATER et al.; 2002; ANDERSON et al, 1979) e para 3,5%
de gordura (WILKS et al., 1991) com o fornecimento de caroço de algodão. Na maioria
dos trabalhos revisados por Coppock et al. (1987), houve aumento na produção de leite
corrigida para 4% de gordura com a inclusão de caroço de algodão nas dietas.
Tanto o teor quanto a produção de proteína do leite foram diminuídos com a
dose alta de caroço de algodão (CA21). A possível redução no consumo de MS pode
ter afetado o consumo de energia e de proteína, podendo ter efeito negativo na
composição do leite. A redução na síntese microbiana ruminal, a alta degradabilidade
193
ruminal da proteína do caroço e sua qualidade inferior à proteína do farelo de soja,
certamente resultaram em menor fluxo de proteína metabolizável para o intestino e pior
qualidade desta proteína. Estes fatores têm efeito marcante na síntese de proteína do
leite (NRC, 2001). A redução no teor de proteína e aumento no teor de N-uréico do leite
são indicativos de falta de proteína metabolizável e/ou proteína metabolizável com perfil
inadequado de aminoácidos.
A substituição do milho por dose alta de caroço de algodão, como no
tratamento CA21 pode ter limitado a disponibilidade de carboidrato fermentável no
rúmen para a síntese microbiana. Entretanto, a concentração total de AGV no rúmen
não foi reduzida pela inclusão de caroço de algodão na ração.
A inclusão de caroço de algodão na ração de vacas leiteiras não afetou a
composição do leite nos estudos de Reveneau et al. (2005), Notfsger et al. (2000),
Mabjeesh et al. (1998), Mabjeesh et al. (2000), Bitman et al. (1996), Blauwiekel et al.
(1997), Castillo et al (2004), Clark (1993) e Cooke et al. (2007a, b).
Fergunson et al. (1999), Holter et al. (1992), Belibasakis e Tsirgogianni (1995),
Slater et al. (2002), Mena et al. (2004), Villela (1995) e Fernandes (2000), que não
relataram variações significativas nos teores de proteína do leite com o fornecimento de
caroço de algodão. Entretanto, na maioria desses trabalhos houve redução numérica na
porcentagem de proteína do leite, mas devido ao pequeno aumento da produção de
leite, houve pouca diminuição na produção total de proteína.
Entretanto, outros estudos demonstraram considerável diminuição do teor de
proteína com adição de caroço de algodão (SMITH et al., 1981; DePETERS et al.,
1985; HORNER et al., 1986; WILKS et al., 1991; SMITH et al., 1993, LANHAM et al.,
1992; DHIMAN e SATTER, 1995; WU et al., 1994; MENA et al., 2001; BERTRAND et
al., 1998; FIKE et al., 2003).
Na revisão de Wu e Huber (1994) foi mostrado de forma clara o efeito negativo
consistente da suplementação com fontes de gordura no teor de proteína do leite. Isto
se deve segundo os autores, ao aumento na produção de leite e menor fluxo de
aminoácidos essenciais para a glândula mamaria.
Apesar da maioria dos dados mostrar efeito negativo do caroço no teor de
proteína do leite, Havartine et al. (2002) relataram aumento linear no teor de proteína do
leite com a inclusão de caroço de algodão na ração. Na comparação entre ordens de
194
parto, Harrison et al. (1995) relataram com dois rebanhos distintos, aumento do teor de
proteína para multíparas e ausência de efeito da inclusão de caroço para as primíparas,
discordando dos dados encontrados no presente estudo.
No presente estudo, ambos os grupos raciais avaliados não apresentaram
variação no teor de gordura do leite (Tabelas 5.8 e 5.9). Os resultados encontrados na
literatura em relação ao teor de gordura do leite são controvertidos. De acordo com a
revisão de Coppock et al. (1987), a inclusão de 100 a 300 g/kg de caroço de algodão na
ração aumentou o teor de gordura no leite em 8 dentre 13 experimentos, entretanto,
somente em 4 o aumento foi significativo em relação à ração controle.
Henderson et al. (1985), Horner et al. (1986), Mohamed et al. (1988), Kajikawa
et al. (1991), Adams et al. (1995), Dhiman e Satter (1995), Wilks et al. (1991), Smith et
al. (1993), Mena et al. (2001), Mena et al. (2004) e Bitman et al. (1996) não observaram
resposta em produção e percentagem de gordura do leite com suplementação de
caroço de algodão. Lubis et al. (1990), Slater et al. (2002), Staples et al. (1998) e Smith
e Harris (1992) observaram decréscimo nos teores de gordura, enquanto que
Fernandes (2000), Harrison et al. (1995), Bernard e Calhoun (1997), DePeters et al.
(1985), relataram aumento no teor de gordura. Por outro lado, Villela (1995) e Harvatine
et al. (2002) relataram efeito quadrático com doses crescentes de caroço de algodão na
ração. Em outros estudos, Sklan et al. (1992), Smith e Vosloo (1994), Belibasakis e
Tsirgogianni, (1995), Harrison et al. (1995) relataram aumento no teor e na produção de
gordura no leite com a adição de caroço de algodão à ração.
O efeito do caroço de algodão no metabolismo de gordura pode ser atribuído a
efeitos ruminais e pós-ruminais (KAJIKAWA et al.,1991; WU et al.,1994, McNAMARA et
al., 1995).
O excesso de ácidos graxos insaturados no rúmen pode prejudicar a
degradação da fração fibrosa da ração, reduzir a síntese de acetato e aumentar a de
propionato, além de aumentar o fluxo de ácidos de cadeia trans para a glândula
mamaria. Todos estes fatores em conjunto ou isoladamente, podem afetar
negativamente a síntese de gordura na glândula mamaria (ARIELI, 1998)
Quanto a suplementação com lipídeos não afeta a fermentação ruminal, o teor
de gordura do leite pode ser aumentado pela maior disponibilidade de ácidos graxos de
cadeia longa, absorvidos no intestino.
195
Em rações com teores excessivos de amido, normalmente acima de 25 a 30%
da MS, o teor de gordura do leite pode ser afetado negativamente. Nesses casos, a
substituição parcial ou total do grão de cereal por co-produtos baixos em amido, podem
corrigir o problema (SANTOS et al., 2001, 2004). No presente estudo, a redução no teor
de amido com a inclusão de caroço de algodão na ração não aumentou
significativamente o teor de gordura do leite, apesar de aumento numérico deste
parâmetro. Os valores de pH ruminal acima de 6,0, a ausência de alterações nesses
valores com os tratamentos e a ausência de efeito negativo do amido do milho na
digestão da FDN do pasto, indicam que o teor de amido na ração controle não foi
excessivo a ponto de afetar negativamente o ambiente ruminal.
A inclusão de dose alta de caroço de algodão na ração (CA21) reduziu o teor
de lactose (numericamente) e a produção de lactose do leite (P<0,05). A redução no
teor de lactose do leite pode ocorrer em função da menor disponibilidade de compostos
gluconeogênicos para o fígado sintetizar glicose. Apesar da concentração ruminal de
propionato não ter sido afetada pela dose alta de caroço de algodão, a quantidade de
glicose absorvida no intestino, proveniente da digestão do amido do milho, certamente
foi menor nessa ração. A redução no consumo de MS na ração CA21 também pode ter
limitado a disponibilidade de glicose para a glândula mamária. Entretanto, no presente
estudo, as concentrações de glicose plasmática não foram afetadas pelos tratamentos.
Porém isto não significa que o aporte de glicose para a glândula mamária não foi
afetado negativamente. Menor consumo de MS e concomitante menor consumo de
energia podem reduzir o fluxo sanguíneo para a glândula mamaria, reduzindo assim a
disponibilidade de nutrientes para a síntese de leite e seus componentes. Estes dados
diferem dos reportados por Belibasakis e Tsirgogianni (1995), que relataram que o teor
de lactose do leite não foi afetado pela presença de caroço de algodão na ração.
No presente estudo, a concentração de uréia no leite foi maior com as rações
contendo caroço de algodão para as vacas Holandesas. Para as vacas mestiças, o fato
de ter se trabalhado com apenas 1 Quadrado Latino pode ter afetado o poder do teste
estatístico, uma vez que numericamente os teores de nitrogênio uréico no leite também
foram mais altos com a adição de caroço de algodão. Em estudos revisados também
foram relatados aumentos lineares na concentração de uréia com o aumento do nível
196
de caroço de algodão na ração (HAVARTINE et al., 2002; EKINCI; BRODERICK, 1997;
DANN et al., 1999).
Vários fatores podem ter afetado este parâmetro. Em primeiro lugar a alta
degradabilidade ruminal da proteína do caroço de algodão conforme demonstrado no
ensaio “in situ”. Em segundo lugar, o menor teor de carboidrato fermentável nas rações
com caroço de algodão, o que resultou em menor uso da proteína degradável da ração
confirmada pela menor síntese de proteína microbiana no rúmen. Em terceiro lugar, nas
rações com caroço de algodão houve redução no consumo de MS. Esta redução
ocorreu em função do menor consumo de pasto, uma vez que o consumo de
concentrado foi igual para todos os tratamentos. Como o concentrado continha mais
proteína bruta que o pasto, isto resultou em consumo de ração com maior teor de
proteína nos tratamentos com caroço. Por outro lado, o menor consumo de MS pode ter
anulado este efeito.
Apesar do teor de uréia no leite ter sido maior nos 3 tratamentos com caroço
em comparação ao tratamento com milho, o teor de amônia ruminal foi maior apenas no
tratamento CA21 e não houve diferença nas concentrações de uréia no plasma entre os
tratamentos.
Segundo Satter e Slyter (1974), as concentrações de N-NH
3
superiores a 50
mg/100 mL no fluido representam um excesso que não é utilizado para a síntese
microbiana. No presente estudo, os teores de uréia no leite nas rações com caroço
indicam excesso de amônia ruminal, especialmente na ração CA21. Segundo Russell et
al. (1992), a produção e absorção excessivas de amônia aumentam a excreção de
nitrogênio e o custo energético de produção de uréia. O excesso de amônia é excretado
via urina e pode contaminar solos e cursos d'água próximos a centros criatórios (YECK
et al.,1975; NOLAN et al., 1976).
5.4.3 Peso vivo e condição corporal
Nas Tabelas 5.11 e 5.12 foram apresentados dos dados relativos ao peso vivo e
condição corporal dos animais da raça Holandesa e ½ sangue Holandês/Jersey,
respectivamente, não sendo observado efeito de tratamento sobre os mesmos. O
experimento realizado foi de curta duração por período o que limita a avaliação precisa
197
das variações entre tratamentos para estas variáveis. Ausência de efeito sobre o peso
vivo e a condição corporal também foram relatados nos estudos de Wu et al. (1994),
Slater et al. (2002), Reveneau et al. (2005), Notfsger et al. (2000), Moreira et al. (2004),
Mena et al. (2001), Mena et al. (2004), Harvatine et al. (2002a), Bernard e Calhoun
(1997), Castillo et al. (2004), Abel-Caines et al. (1997), Belibasakis e Tsirgogianni
(1995), Fike et al. (2003), Firkins et al. (2002), Cooke et al. (2007a, b) e DePeters et al.
(1985), com uso de caroço de algodão.
Por outro lado, no estudo de Harrison et al. (1995) com duração de 17 semanas,
foi observado aumento de peso e condição corporal quando o caroço de algodão foi
incluído em 15% da ração.
A condição corporal das vacas Holandesas (2,3) e das mestiças (2,25) é
considerada baixa, principalmente para o estágio de lactação médio do experimento
(169,5 dias).
O baixo consumo no início da lactação devido a controle hormonal, ocasiona
perda de peso e de condição corporal de vacas de moderada a alta produção de leite,
resultando em um balanço energético negativo (NRC, 2001). A medida que a lactação
avança, o consumo aumenta e a produção de leite começa a diminuir, gerando um
balanço energético positivo com aumento na condição corporal das vacas, pois o
mecanismo de partição de nutrientes direciona-os para os tecidos (BAUMAN, 2000).
Estudos sobre escore de condição corporal ideal para vacas em sistemas de pastagens
tropicais são escassos na literatura. Alvim et al. (1992) observaram grande decréscimo
no escore de condição corporal e no peso vivo de vacas em lactação mantidas em
pastagens. Também, grandes flutuações entre ganho e perda de peso foram
observadas por Vilela et al. (1996).
5.4.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 5.13 e 5.14 foram apresentadas as variáveis do comportamento
ingestivo de vacas Holandesas e mestiças, respectivamente, não sendo observado
efeito de tratamento sobre as avaliações realizadas.
O tempo em ruminação tem sido usado para medir a efetividade da fibra
(SUDWEEKS et al., 1981), sendo útil para medir o efeito físico que a ração provoca. No
198
presente estudo, embora sem efeito estatístico, a inclusão de caroço de algodão
obrigou as vacas a ruminarem um tempo extra de 39 minutos/dia (Holandesas) e 84
minutos/dias (Mestiças), dada a maior efetividade que o caroço conferiu em relação a
ração controle. Isto ocorreu mesmo com o menor consumo de MS nas rações com
caroço de algodão.
Slater et al. (2002) e Harvatine et al (2002b) relataram tempos de ruminação de
353 e 520 minutos/dia respectivamente. Em ambos os estudos, não houve diferença
com relação ao tratamento controle. Por outro lado, maior tempo de ruminação foi
observado por Clark (1993) quando incluiu apenas 13% de caroço na ração (405 vs 464
minutos/dia) e por Clark e Armentano (1997) ao incluírem 20% de caroço na ração (375
vs 460 minutos/dia).
Abel-Caines et al. (1997) relataram tempo de alimentação de 219, ruminação de
638 e total de mastigação de 856 minutos ao longo de 24 horas para vacas confinadas
produzindo 35,7 kg de leite/dia e recebendo 15% de caroço de algodão na dieta; que na
comparação com uma dieta com 8% de casca de soja, o tempo total de mastigação foi
superior em 137 minutos/dia.
Na literatura está relatado que de modo geral, o comportamento ingestivo de
vacas em lactação é distribuído em 40,6 a 62% em pastejo durante o verão, podendo
ser maior no inverno, 33,4 a 45% em ruminação e 26 a 34% em ócio (SILVA, 1967;
FURLAN, 1976; MACOON, 1999). A temperatura ambiente é um fator decisivo sobre o
tempo de permanência em pastejo, sendo que quanto mais alta a temperatura, menos
as vacas irão pastejar. Macoon (1999) através de estudo de regressão verificou que a
cada 1 grau de aumento na temperatura ambiente, as vacas diminuíam o tempo de
pastejo em 10,3 minutos/dia com a temperatura variando entre 15,5 a 36°C durante o
verão.
No presente estudo, os tempos em pastejo e ruminação foram de 371 e 476
minutos/dia, valores inferiores aos observados nos estudos realizados na mesma área
experimental, quando Martinez (2004) e Voltolini (2006) relataram tempo em pastejo de
471 e 444 minutos, e de ruminação de 479 e 533, respectivamente.
Desconsiderando-se as duas ingestões diárias de concentrado, após a ordenha
da manhã e antes da ordenha da tarde, as vacas realizaram em média 5,17 refeições
ad libitum de forragem. Notadamente, dentre todas as refeições, as que estiveram após
199
as ordenhas são as mais importantes e se compuseram nas duas principais refeições
de forragem ao longo do dia. A principal e maior refeição foi a realizada após a ordenha
e consumo de concentrado da tarde, com duração média de 155 minutos, tempo este
que representou 42% do tempo total em pastejo diário. Assim, o manejo que não
imponha limitações ao consumo ad libitum após as ordenhas poderá permitir melhor
desempenho dos animais.
A segunda mais importante refeição, a que ocorre após a ordenha da manhã,
tem como principal fator limitante a elevação da temperatura e a incidência da carga
térmica causada pela radiação solar. A estratégia perfeitamente plausível para
maximizar o consumo neste caso é antecipar a ordenha, permitindo levar os animais ao
pasto já nas primeiras horas da manhã. Esta antecipação não conflitaria com outras
atividades do animal, visto que durante a madrugada e crepúsculo, as vacas
permanecem a maior parte do tempo em ócio ou ruminando, ruminação esta que
continua sendo praticada enquanto os animais permanecem na sala de espera ou
mesmo enquanto são ordenhadas.
No tocante à refeição realizada após a ordenha da tarde, uma vez a temperatura
ambiente é amena durante a noite e não há limitação de tempo para pastejo, não há
razão para se realizar a ordenha da tarde quando a temperatura ainda está elevada.
Seria melhor manter os animais na sombra.
5.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
Nas Tabelas 5.15 e 5.16 foram apresentados os dados relativos a temperatura
retal e freqüência respiratória medida as 8:00 e as 15:30 horas, no grupo de vacas
Holandesas e mestiças, respectivamente. Não foi observado efeito de tratamento nas
temperaturas retais (37,98 e 39,26ºC) e freqüência respiratória (36,14 e 65,00
movimentos/minuto) nas Holandesas e nas mestiças (38,04 e 38,98º) e (38,07 e 45,38
movimentos/minutos), respectivamente.
A temperatura retal e a freqüência respiratória são parâmetros pouco avaliados
nos estudos com caroço de algodão. Apenas no estudo de Fike et al. (2003) essas
avaliações foram realizadas. Segundo estes autores, não houve efeito na temperatura
retal, mas ocorreu um aumento na freqüência respiratória na ração com 14% de caroço
200
de algodão na sua composição (100 vs 90 movimentos/minuto). Entretanto, o caroço de
algodão proporciona baixo incremento calórico, fator que o torna um alimento de
interesse para as regiões quentes (COPPOCK et al., 1987), um vez que o lipídio do
caroço pode reduzir a produção de calor metabólico. Mas, por outro lado, a alta
degradabilidade ruminal de sua PB está associada com alto custo na formação de
uréia.
Poucas determinações calorimétricas têm sido realizadas em estudos utilizando
caroço de algodão na ração de ruminantes. Quando o caroço compôs 25% da ração, foi
observado redução de 8% no incremento calórico em ovelhas alimentadas com duas
vezes a mantença (ARIELI, 1994), comportamento esse que não foi observado quando
as ovelhas foram alimentadas somente para mantença (ARIELI, 1992, 1994). Em
estudos realizados com bovinos, a taxa de respiração caiu no trabalho de Coppock et
al. (1985), a temperatura foi menor no trabalho de Moody (1962) e o incremento calórico
caiu em 7% no estudo de Holter et al. (1992).
Com base nos dados de freqüência respiratória, pode se observar que as vacas
multíparas estavam em estresse térmico leve na parte da tarde do dia. Aparentemente,
a produção de leite não foi severamente reduzida pelo calor no presente estudo.
5.4.6 Parâmetros sanguíneos
As avaliações do plasma sanguíneo para quantificação da glicose, uréia e
ácidos graxos livres foram apresentados nas Tabelas 5.17 e 5.18. Os tratamentos não
afetaram os parâmetros estudados.
Os dados do presente estudos estão de acordo com os relatos encontrados na
literatura. A glicose e a uréia plasmática não foram afetados pela adição de caroço de
algodão na dieta nos estudos de Lanham et al. (1992), Bernard et al. (2003), Bernard e
Calhoun (1997), Fike et al. (2003), Belibasakis e Tsirgogianni (1995) e Ferguson et al.
(1990), comportamento igualmente relatado por Coppock et al. (1985) quando
estudaram a inclusão de 15% de caroço de algodão na dieta de vacas em lactação.
Entretanto, Horner et al. (1986) e Martinez et al. (1991) relataram que a uréia
plasmática aumentou e que a glicose não foi afetada pela adição de caroço na dieta de
vacas leiteiras. Ainda, Notfsger et al. (2000) e Mabjeesh et al. (1998, 2000) relataram
201
aumento da concentração de uréia plasmática quando ofereceram entre 11 e 20% de
caroço na ração de vacas leiteiras em lactação.
Com base nos estudo de Coppock et al. (1985a), Horner et al. (1986) e
Belibasakis e Tsirgogianni (1995), pode ser esperado um aumento de 1,2% de uréia no
plasma sanguíneo em relação a dieta controle para cada 1% de inclusão de caroço de
algodão na ração.
Tentativas têm sido feitas para utilizar a concentração plasmática de uréia como
índice para estimativa do pool de uréia (HARMEYER; MARTENS, 1980) e da
degradabilidade da proteína (BERTONI et al., 1989, citados por ROSELER et al., 1993)
ou como indicador da condição nutricional (GUSTAFSSON; PALMQUIST, 1993). Isso
se baseia no fato de que a uréia é sintetizada no fígado em quantidades proporcionais à
concentração de amônia produzida no rúmen, e sua concentração sangüínea está
diretamente relacionada com o aporte protéico da ração e com a relação energia:
proteína desta (HARMEYER; MARTENS, 1980). Para Broderick (1995), a concentração
plasmática elevada de uréia está relacionada com a utilização ineficiente de proteína.
5.4.7 Metabolismo ruminal
Nas Tabelas 5.19 a 5.22 foram apresentados os dados de degradação ruminal
da MS, das frações FDN, PB com e sem correção para contaminação por purinas e
extrato etéreo do caroço de algodão incubado na forma íntegra, processado a 5 mm e
processado a 2 mm.
O caroço de algodão quando incubado inteiro e com linter apresentou baixa
degradabilidade ruminal. Não só a degradação da MS, mas também das frações
estudadas (FDN, PB e EE) apresentaram fração não degradável acima de 60% e
degradação efetiva abaixo dos 30%. Esperava-se dessa maneira um estímulo do
caroço de algodão à ruminação dos animais, fato este que não ocorreu, provavelmente
devido à redução no consumo de pasto nas rações com caroço.
O processamento a 5 mm não alterou a degradação efetiva da MS e reduziu
consideravelmente a degradação efetiva da fração FDN (9,09 vs 0,43%) do caroço de
algodão. Possivelmente, mecanismos envolvendo os óleos polinsaturados deprimiram a
degradação da parede celular através da formação de um sabão insolúvel que inibiu a
202
atividade dos microrganismos (DEVENDRA; LEWIS, 1974). Por outro lado, a
degradação efetiva das frações PB (31,31 vs 72,09%) e EE (17,09 vs 83,44%) foram
grandemente beneficiadas pelo processamento.
Por sua vez, o processamento a 2 mm afetou grandemente a degradabilidade
do caroço em relação a forma íntegra e muito o aproximou da degradabilidade do milho
grão. O processamento a 2 mm promoveu grandes alterações na degradação ruminal
em relação ao caroço inteiro e moído a 5 mm . A fração solúvel da MS aumentou 13
vezes (2,30 vs 30,32%). A fração FDN por sua vez não modificou a fração solúvel, mas
teve a fração degradável potencializada. A fração PB e EE se mostraram altamente
solúveis quando processado a 2 mm (70,71 e 78,35%%), contrastando com valores
muito inferiores no caroço inteiro (3,08 e 6,22%), respectivamente.
Com base na degradabilidade ruminal das três formas de incubação do caroço
de algodão, e observando os resultados obtidos com o aumento numérico no teor de
gordura do leite em 7,0% com vacas holandesas (Tabela 5.9) e em 11,8% com as
vacas mestiças (Tabela 5.10) e os aumentos no tempo de ruminação em 39 minutos
com as Holandesas (Tabela 5.13) e em 84 minutos com as vacas mestiças (Tabela
5.14), pode-se concluir que a quebra promovida pela ruminação não reduz o tamanho
de partícula do caroço a ponto de que seus ácidos graxos tenham ação deletéria sobre
a flora microbiana ruminal.
A literatura é escassa no tocante a informações sobre a degradabilidade
ruminal do caroço de algodão. A literatura também não é clara em informar qual a forma
física do caroço de algodão usado nos estudos envolvendo cinética ruminal. González
et al. (2006) observaram taxa de degradação da MS de 6,3%/h, fração solúvel de
24,2%, fração degradável de 48,3% e fração indegradável de 27,5%. A degradação
efetiva neste estudo foi de 51,2%.
A fibra do caroço de algodão tem sido sugerida ser capaz de substituir a porção
proveniente da forragem (STERN; ZIEMER, 1992). Quando variações na concentração
de gordura do leite foram usadas para estimar a efetividade da FDN do caroço, esta foi
30% maior que do feno de alfafa (CLARK; ARMENTANO, 1993). Entretanto, no
presente estudo a degradação ruminal do FDN do caroço foi praticamente 50% o
observado para o FDN da pastagem de capim elefante. Os presentes dados se
aproximam dos valores observados por Brosh et al. (1989) (40%) e de Pires et al.
203
(1997) (48%). Por outro lado, diferem do relatado por Palmquist (1995), que obteve
baixa digestão do caroço nas primeiras 12 a 16 horas de incubação, mas que a
extensão da digestibilidade da fibra do caroço no rúmen poderia chegar a 90%. A
degradabilidade ruminal potencial observada no presente estudo foi em média de 23%
para o FDN do caroço íntegro, 0,54% para o caroço processado a 5mm e de 60% para
o caroço processado a 2mm. Em dietas com teor de gordura de 4%, a digestibilidade da
fibra não se alterou (MOORE et al., 1986; BROSH et al., 1989). Em vacas secas,
Horner et al. (1988a) encontraram similar digestibilidade do FDN (51%) em dietas
controles e contendo caroço. Por diferença a partir de cálculos, a digestibilidade da FDN
foi de 40% em novilhos (BROSHJ et al., 1989) e 48% em vacas leiteiras (PIRES et al.,
1997).
Segundo a literatura, praticamente a metade da proteína do caroço de algodão
que é degradável no rúmen compreende a proteína solúvel (STUTTS et al., 1988;
KEELE et al., 1989; RAMANZIN et al., 1994), proteína esta composta basicamente por
albumina e globulina, que são cerca de três vezes maior que a fração insolúvel,
composta basicamente por prolaminas e glutelinas (WADHWA et al., 1993). A
solubilidade da proteína é um fator muito importante afetando a sua degradabilidade
(VAN STRAALEN et al., 1997; GONZÁLEZ et al., 2001). A solubilidade por sua vez é
afetada pelo número de grupos ionizáveis e a polaridade dos radicais de aminoácidos
(GONZÁLEZ et al., 2006). Assim, segmentos de peptídeos com alta concentração de
cargas e radicais hidrofílicos como os aminoácidos básicos arginina e lisina, podem
prover alto acesso as enzimas microbianas e conseqüentemente serem mais
degradados no rúmen. Por outro lado, efeito oposto pode estar associado com alta
concentração de cargas não polares e radicais hidrofóbicos, como os aminoácidos de
cadeia ramificada, reduzindo a interface proteína-água, fator esse que limita a ação das
enzimas microbianas.
Em três experimentos in vivo realizado com bovinos, Keele et al. (1989), Zinn e
Plascencia (1993) e Pires et al. (1997), o valor médio de degradabilidade ruminal da PB
foi de 74%. Uma degradabilidade similar de 77% foi encontrada com incubação ruminal
in situ em 13 estudos usando ovelhas, novilhos e vacas leiteiras (Orskov, 1982; PENA
et al., 1986; TAGARI et al., 1986; STUTTS et al., 1988; ARIELI et al., 1989a,b; MILLER
et al., 1991; ARIELI, 1992; HSU et al., 1992; ARIELI, 1994a; SMITH; VOSLOO, 1994a;
204
SCHROEDER et al., 1995; PIRES et al., 1997). Estudos in vitro têm relatado
degradabilidade um pouco inferior aos dados supracitados, uma vez que Satter (1996)
reportou um valor de 70%. No presente estudo, a degradabilidade ruminal da proteína
do caroço foi de 31,11, 72,09 e 88,8% para o caroço na forma íntegra, processado a 5 e
a 2 mm, respectivamente. Por outro lado, em estudo conduzido por González et al.
(2006), a taxa de degradação da PB foi de 8,7%/h, a fração solúvel de 45,3%, fração
degradável de 54,0% e fração indegradável de 3,7%. A degradação efetiva foi de
77,9%.
Ao observarmos conjuntamente as degradabilidades ruminais do caroço, o
aumento na concentração de uréia no leite, o aumento na concentração de amônia
ruminal, pode-se especular que a quebra/maceração do caroço promovido pela
ruminação, transformou o caroço para uma forma física mais próxima das formas
processadas do que do caroço inteiro. A degradabilidade observada para o caroço
incubado na forma íntegra, possivelmente não elevaria as concentrações de uréia e
amônia aos níveis observados. A alta degradabilidade da PB do caroço refletiu em
aumento da concentração de amônia ruminal em estudos in vitro (TAGARI et al., 1986;
HORNER et al., 1988b).
Não foram encontrados estudos sobre a degradabilidade ruminal da fração
lipídica do caroço de algodão. No presente estudo, a incubação do caroço inteiro se
mostrou capaz de manter boa parte de seus lipídios sem sofrer ataque microbiano,
desde que protegido da ruminação. A degradação efetiva foi de apenas 17,09% quando
o caroço esteve acomodado dentro dos sacos de nylon no ensaio in situ. Com fração
solúvel de 6,22%,fração degradável de 33,21%, fração não degradável de 60,44% e
taxa de degradação de 2,12%/h, o caroço inteiro pode ser incluído em altas proporções
na ração sem que o seu extrato etéreo afete a degradação da fibra.
Entretanto, quando o caroço de algodão foi moído, os lipídios passaram a ter
alta degradabilidade ruminal. A fração solúvel do extrato etéreo saltou de 6,22% no
caroço inteiro para 64,5% quando processado a 5 mm e para 78,20% quando
processado a 2 mm. Igualmente elevadas foram as degradações efetivas, saltando de
17,09% no caroço inteiro para 83,44% quando processado a 5 mm e para 91,33%
quando processado a 2 mm.
205
Tomando por base os estudos de Arieli (1992), Arieli (1994), Coppock et al.
(1985), Moody (1962) e Holter et al. (1992), que relataram 7% de redução no
incremento calórico quando bovinos ou ovinos foram alimentados com caroço de
algodão, este poderia ser utilizado na forma íntegra para corrigir ou manter o teor de
gordura do leite, por estimular ruminação e conseqüente salivação; e processado, a fim
de aumentar de forma eficiente a densidade energética da ração.
É sabido que a suplementação com lipídeos é altamente benéfica por promover
aumento da absorção de nutrientes lipossolúveis e efeitos positivos na saúde dos
animais. O aumento do consumo de energia pelo uso de lipídeos é importante na fase
inicial da lactação em que o consumo de alimentos é reduzido. Isso pode evitar ou
amenizar a perda de massa corporal, o balanço energético negativo, e
conseqüentemente a redução da produção total de leite na lactação e a baixa eficiência
reprodutiva (BUTLER; CANFIELD, 1989).
Entretanto, a prática do processamento do caroço de algodão pode esbarrar na
dificuldade mecânica para proceder tal operação devido ao alto teor de óleo presente
neste co-produto. No presente estudo, para fins experimentais, foi utilizada uma
combinação de gelo seco e nitrogênio liquido para moer o caroço de forma eficiente,
pratica essa pouco viável para fins comercial. Mesmo com todos os cuidados tomados
para o processamento do caroço de algodão, e excluindo-se uma explicação nutricional,
o fato da fração FDN do caroço processado a 5 mm ter apresentado degradação
ruminal muito inferior ao caroço inteiro, deixa dúvidas se o processo de moagem
interferiu ou não para este comportamento. Vale lembrar que o mesmo comportamento
não foi observado quando o processamento foi realizado a 2 mm.
Na Tabela 5.23 foram apresentados os dados de degradação do capim
elefante. Os tratamentos não afetaram a degradação da MS e da fração PB do capim
elefante. A degradação efetiva da MS foi em média de 55,92% e da PB de 75,28%. Por
outro lado, a fração FDN foi afetada pelos tratamentos, sendo menor nos tratamentos
7CA e 14CA, apresentando valor médio de 42,21%, e maior nos tratamentos controle e
21CA, apresentando valor médio de 47,26%. Esta maior degradação efetiva pode ser
conseqüência de um menor tempo de colonização (13,46 vs 20,3 horas),
potencializando a fração degradável e aumentando a taxa de degradação.
Teoricamente, era esperado que a degradação da FDN do pasto fosse prejudicada em
206
rações com teor mais alto de amido ou de ácidos graxos insaturados. Ocorreu o oposto
no presente estudo.
Barbi et al. (1995) estimaram para a MS do capim-elefante, cv. Cameroon,
cortado rente ao solo, aos 28 e 56 dias de idade, valores de degradabilidade potencial
de 88,1 e 83,2% e taxas de degradação de 5,0 e 4,4%/h, respectivamente. Esses
resultados foram um pouco mais elevados do que os observados no presente trabalho.
Lopes e Aroeira (1998), trabalhando com vacas mestiças Holandês/Zebu,
estimaram valores médios de taxa de degradação e digestibilidade efetiva,
respectivamente, de 4,6%/h e 36,9%, para MS, 4,2%/h e 51,1% para a PB e 3,3%/h e
24,6%, para a FDN do capim-elefante com 60 dias de idade, fornecido no cocho como
verde picado, sem suplementação dos animais com concentrados. Os valores de
degradabilidade efetiva foram significativamente superiores (38,9%) quando as vacas
foram suplementadas com 2 kg de concentrado. Estes resultados foram semelhantes
para a MS, mais elevados para a PB e um pouco mais baixos para FDN, do que os
encontrados pelos mesmos autores no ano seguinte (LOPES; AROEIRA, 1999).
Valores de degradabilidade efetiva do capim-elefante são relatados por vários
autores. No entanto, em sua maioria, esses trabalhos não caracterizam o capim-
elefante quanto à idade. Assim, Deschamps (1994) relata valores de degradabilidade
efetiva da MS de 36,4 a 38,5% para diferentes cultivares de capim-elefante, com corte a
15 cm do solo em plantas com 1,3 a 1,5 m de altura. Vilela et al. (1994) citam
degradabilidade efetiva da MS e PB do capim-elefante, estimada a uma taxa de
passagem de 5%/h, de 29,8 e 36,6%, respectivamente.
Lopes et al. (2003) estudaram os parâmetros biológicos da cinética de capim
elefante em vacas mestiças Holandês/Zebu e relataram taxa de passagem ruminal de
3,46%/h, taxa de passagem no ceco cólon de 5,61, tempo de trânsito de 12,58 horas,
tempo médio de retenção no rúmen, pós-rúmen e total de 29,48, 18,58 e 60,63 horas,
respectivamente.
Segundo Seone (1995), as forragens que ocuparam menor volume e que
retiveram menos água foram consumidas em maior quantidade, devido, possivelmente,
ao aumento da taxa de passagem. Além disso, o tamanho e a forma da partícula
ingerida afetaram o consumo, a taxa de degradação e o tempo de retenção da digesta
no rúmen (LUGINBUHL et al., 1991). Esses fatores jogam contra o capim elefante, uma
207
vez que o teor de umidade foi alto (81,27%) e a forragem possui lâminas foliares de
aproximadamente 100 cm.
Na Tabela 5.24 foram apresentados os resultados de cinética ruminal. O caroço
de algodão apresentou tempo de retenção ruminal médio de 27,18 horas, tempo de
retenção médio total de 58,14 horas e taxa de passagem de 3,23%/h. A cinética do
capim elefante não foi afetada pelos tratamentos, apresentando tempo de retenção no
rúmen de 24,5 horas, tempo de retenção total de 54,58 horas e taxa de passagem de
3,48%/h. A taxa de passagem de líquidos por sua vez apresentou tempo de retenção
ruminal de 20,63 horas, retenção total de 39,97 horas e taxa de passagem de 5,65%/h.
O tempo de retenção no rúmen representa o tempo em que o alimento
permanece no rúmen sofrendo a ação dos microrganismos para a redução do tamanho
das partículas alimentares, sendo um parâmetro inversamente correlacionado com a
taxa de passagem no rúmen (TRR=1/K1) (GROVUM; WILLIAMS, 1973). Também, é
influenciado pelas concentrações de fibra na dieta (FORBES, 1995) e dependente do
limite físico do animal (JUNG; ALLEN, 1995).
Soares et al. (2001) trabalharam com vacas mestiças Holandês/Zebu
pastejando capim elefante e relataram taxa de passagem de 3,0%/h, tempo médio de
retenção no rúmen de 51,10 horas e tempo médio de retenção total de 82,54 horas.
Furlan (1998) relatou tempo médio de retenção total de 86,33 e 75,71 horas para vacas
Gir e Girolanda pastejando capim coast-cross. Um tempo de retenção mais alto foi
encontrado por Salman (1999) com vacas mestiças pastejando capim tanzânia.
Há poucos dados na literatura sobre taxa de passagem de líquidos em ração
contendo caroço de algodão. Malcolm e Kieslilng (1990) relataram taxa de passagem
de liquido de 8,8% e Harvatine et al (2002b) 16,2%/h, ambos os valores acima dos
observados no presente estudo (5,65%/h).
O pH ruminal não foi afetado pelos tratamentos estudados apresentando valor
médio de 6,13. Na análise de perfil pode-se observar que o pH sempre se manteve
acima de 6,0 não comprometendo portanto a degradação da fibra.
O pH é um fator importante na atividade proteolítica do rúmen e o valor ótimo
varia entre 6 e 7, sendo que, para grande número de microrganismos, a atividade
máxima se situa em torno de 6,5 (COELHO DA SILVA; LEÃO, 1979). Com redução
moderada do pH ruminal, até aproximadamente 6, a digestão da fibra decresce sem
208
influenciar o número de organismos fibrolíticos. Porém, com redução para a faixa de 5,5
a 5,0, ocorre diminuição do número de microrganismos fibrolíticos, como também da
taxa de crescimento, podendo causar inibição na digestão da fibra (HOOVER, 1986).
O pH ruminal não foi afetado pela inclusão de 15 ou 16% de caroço na ração
(MABJEESH et al., 1998; MABJEESH et al., 2000). Por outro lado, maior pH foi
encontrado nos estudos de Horner et al (1988) que estudou 0, 5, 15 e 30% de caroço
de algodão na ração, e por Bernard et al (2003) que incluíram 15% de caroço na ração.
Campos et al. (2007) relataram pH médio de 6,19 de vacas pastejando capim elefante.
Em alguns estudos, o caroço de algodão não afetou a fermentação ruminal
(CLARK; ARMENTANO, 1993; ZINN; PLASCENCIA, 1993; HARRISON et al., 1995;
PIRES et al., 1997). Em outros, a relação acetato:propionato aumentou com o
concomitante aumento de caroço na dieta (HORNER et al., 1988a; SKLAN et al., 1992),
enquanto que em outros esta relação diminuiu (MOHAMED et al., 1988; KEELE et al.,
1989; ARIELI, 1992; MALCOLM; KIESLING, 1990). Estes dados suportam a sugestão
de Kajikawa et al. (1991) que afirmaram que a suplementação com caroço de algodão
irá afetar de forma diferente a fermentação ruminal tendo em vista as particularidades
fermentativas de cada dieta basal.
No presente estudo, a concentração de butirato não foi modificada, discordando
de Mohamed et al. (1988) e Keele et al. (1989) que relataram aumentou na
concentração de butirato com inclusão de caroço na dieta. Por outro lado, Machmuller
et al. (2000) relataram que a suplementação com lipídios deprimiram a concentração de
acetato e butirato. Anderson et al. (1979) não observaram variação nos AGV em dietas
contendo caroço de algodão.
Segundo Sklan et al. (1992), a suplementação com caroço de algodão não
causa grandes variações nos ácidos graxos voláteis ruminais. Isto sugere que o lipídio
do caroço pode ser liberado lentamente dentro do rúmen, ou que mesmo com a
ruminação, boa parte deste fica encapsulado dentro do caroço. Nos estudos de Slater
et al. (2002), Mabjeesh et al. (1998), Mabjeesh et al. (2000), Keeele et al. (1989),
Harrison et al. (1995), Clark (1993) e Cooke et al. (2007b) não foram observados efeitos
sobre a concentração de ácidos graxos voláteis quando quantidades de 7 a 20% de
caroço foram incluídas na ração. Entretanto, Notfsger et al. (2000) relataram menor
concentração ruminal de acetato, Clark e Armentano (1997) menor de proprionato,
209
Bernard et al. (2003) menor de valerato e menores concentrações de butirato foram
relatados por Notfsger et al. (2000) e por Bernard et al. (2003). Clark e Armentano
(1997) ainda relataram igual butirato quando incluíram 8% de caroço na ração. Maiores
concentrações de acetato foram relatadas por Clark e Armentano (1997) e por Bernard
et al (2003), de proprionato por Notfsger et al. (2000) e por Bernard et al. (2003) e por
fim, maior concentração de isobutirato foi relatada por Bernard et al. (2003).
No presente estudo a concentração de amônia ruminal aumentou (P<0,05) com
a inclusão 21% de caroço de algodão na ração, concordando com os dados de Tagari
et al. (1986), Dayani et al. (2007), Mabjeesh et al. (2000) e Horner et al. (1988). A alta
degradabilidade da proteína do caroço pode ser uma das explicações para este
aumento. Entretanto, um comportamento contrário foi relatado no estudo de Dayani et
al. (2007) que estudaram a fermentação ruminal in vitro por meio da produção de gás.
Redução na concentração de amônia pode ser reflexo de defaunação (VIEIRA et al.,
1983; BERNARD et al., 2003). Já aumento de amônia pode indicar baixa atividade de
bactérias celulolíticas, pois caso a demanda por nitrogênio para síntese microbiana
diminua, a tendência é de aumento de sua concentração (SENG et al., 2001). Por outro
lado, alguns experimentos (MOHAMED et al., 1988; PIRES et al., 1997; NOTFSGER et
al., 2000; MABJEESH et al., 1998; HARRISON et al.; 1995) não observaram
modificação na concentração de amônia ao incluírem 20% de caroço de algodão nas
dietas. Dayani et al. (2007) estudando dieta com 20% de caroço relataram amônia de
32,2 mg/100mL, pH de 6,48 e total de AGV de 97,17 mmol/L.
A concentração média de N-NH
3
no rúmen foi de 34,86 mg/dL, superior a
concentração de 28,54 mg/dL relatada por Campos et al. (2007) que trabalharam com
vacas que pastejaram capim elefante. Esse valor é aproximadamente cinco vezes
superior ao mínimo preconizado por Sater e Slyter (1974), e também superior aos 20
mg/dL sugeridos por Mehrez et al. (1977) para animais em produção, sendo portanto,
suficiente para garantir a maximização da fermentação microbiana (LENG, 1990).
Correlacionando-se o aumento na concentração de amônia ruminal (Tabela
5.25) com o N-uréico do leite (Tabela 5.9), conclui-se que pode ter ocorrido uma falta de
sincronia entre degradação ruminal da proteína e da energia, resultando em redução na
síntese de proteína microbiana (Tabela 5.25), uma vez que as bactérias ruminais
necessitam de ambos simultaneamente (HERRERA - SALDANHA; HUBER, 1989).
210
Esses autores mostraram que a sincronização entre a proteína e a energia degradável
foi benéfica para o crescimento das células microbianas, digestibilidade ruminal,
eficiência na utilização de proteína e energia e na produção de leite.
Além da falta de sincronia, pode ter ocorrido limitação de energia, uma vez que
o caroço de algodão apresentou baixa degradabilidade ruminal (Tabela 5.19). Russel et
al (1983) concluíram que a disponibilidade de carboidrato reduziu o acúmulo de amônia
no rúmen quando avaliaram o efeito da limitação de carboidrato na degradação e
utilização de caseína pelas bactérias ruminais.
5.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
A estimativa de consumo de matéria seca foi apresentada na Tabela 5.25. A
estimativa de consumo de forragem utilizando-se a técnica do marcador externo
subestimou o consumo dos animais. A equação proposta por Orskov et al. (1983)
baseando-se nos parâmetros de degradação ruminal da forragem também subestimou
o consumo de forragem. Dados mais condizentes com o desempenho e peso vivo dos
animais foram estimados pelo NRC (2001) (Tabela 5.25).
De acordo com o NRC (2001) seria esperada redução no consumo de MS de
0,6 kg entre o tratamento controle e com 21% de caroço na dieta em função das
produções e composições de leite. Entretanto, se observarmos as diferenças em
produção de leite (17,5 vs 15,1 kg/dia - quadrado latino usado no experimento
metabólico) e na síntese de proteína microbiana (201,68 vs 169,78 gN/dia) para esses
mesmos tratamentos, os dados sugerem uma redução mais acentuada no consumo de
forragem, entretanto, não tão acentuada quanto a verificada com o uso do marcador
externo.
Coppock et al. (1987), Wu et al. (1994), Reveneau et al. (2005), Notfsger et al.
(2000), Moreira et al. (2004), Mena et al. (2001), Bernard et al. (2003), Bernard e
Calhoun (1997), Bertrand et al. (1998), Castillo et al (2004), Clark (1993), Fike et al.
(2003), Firkins et al. (2002), Cooke et al. (2007a, b) e DePeters et al. (1985), concluíram
que o consumo de MS de bovinos leiteiros não é afetada com inclusão de até 25% de
caroço de algodão na dieta. Entretanto, em alguns estudos (COPPOCK et al., 1985a;
LANHAM et al., 1992; LUBIS et al., 1990) o consumo de MS reduziu. Esta diminuição
211
pode ser explicada pelo alto teor de fibra nas rações com caroço de algodão nestes
experimentos.
Nos trabalhos de Mohamed et al. (1988), Hawkins et al. (1985) Coppock et al.
(1985) e Fernandes (2000), houve redução no consumo de MS com inclusão de caroço
de algodão nas doses de 12 a 34% da MS da dieta em comparação com a dieta sem
caroço, mas apesar desta redução no consumo de MS, o consumo de energia não foi
reduzido, em função do teor energético do caroço. Em contrapartida, Smith et al.
(1981), Wilks et al. (1991), Harrison et al. (1995) e Villela (1995) não encontraram efeito
no consumo de MS de vacas em lactação quando incluíram caroço de algodão na dieta
nos teores que variaram de 0 a 30% da MS da dieta. Por outro lado, Harvatine et al.
(2002) observaram que o consumo aumentou de forma quadrática com o aumento de
caroço de algodão na dieta, mas reduziu quando o milho grão foi substituído por milho
floculado. Aumentos de consumo de MS também foram observados nos estudos de
Slater et al. (2002) e Harrison et al. (1995).
O conhecimento do consumo de alimentos é fundamental para a nutrição
animal, já que determina a quantidade de nutrientes ingeridos e conseqüentemente a
resposta animal. Portanto, a estimativa do consumo de vacas de leite a pasto é
fundamental para melhorar a precisão da formulação de dietas e a previsão de
produção a serem alcançadas, já que a ingestão de matéria seca constitui um dos
principais fatores limitantes da produção de leite, especialmente com forrageiras
tropicais.
Apesar dos dados com óxido de cromo indicarem menor consumo de pasto
com a inclusão de caroço na ração, o tempo de pastejo e taxa de bocado dos animais
não foram afetado pelos tratamentos.
Neste estudo foi detectada menor fluxo de N-microbiano para o intestino,
acusando menor síntese ruminal de proteína microbiana em relação a dieta controle
(201,68 vs 169,78 gN/dia). Menor produção de proteína microbiana também foi
detectada por Horner et al (1988) (131,6 vs 109,4) ao incluir 30% de caroço de algodão
da ração. Também, inclusão de apenas metade do nível estudado por Horner et al.
(1988) foi suficiente para reduzir a síntese microbiana no estudo de Bernard et al (2003)
(110 vs 96 g/dia). Por outro lado, não foram observados efeito de tratamento sobre este
parâmetro nos estudos de Keeele et al. (1989) (224, 216 e 219), que incluíram 0, 13 e
212
25,3% de caroço de algodão na ração, por Harvatine et al. (2002a) (295gN/d) que
estudou 5 e 10% de inclusão de caroço e por Blauwiekel et al. (1997) (297 vs 318
gN/dia) estudando 16,1% de caroço de algodão na ração de vacas leiteiras em
lactação.
O efeito negativo do caroço de algodão sobre a síntese de proteína ruminal
pode contribuir para a freqüente depressão na proteína do leite de vacas alimentadas
com este co-produto (ANDERSON et al., 1979; DePETERS et al., 1985; HORNER et
al., 1986), uma vez que influencia a glândula mamária, afetando especificamente a
caseína (DePETERS et al., 1985; FRONK et al., 1979; HORNER et al., 1986).
A baixa degradação ruminal da fração FDN do caroço de algodão (9,09%)
também contribuiu consideravelmente para a redução da síntese de proteína
microbiana. O crescimento microbiano será determinado pelas quantidades de
carboidratos totais (carboidratos estruturais e carboidratos não estruturais) fermentados
no rúmen. Por esse motivo, as recomendações podem ser modificadas pelas taxas e
extensão da fermentação, das fontes de FDN e CNE na ração (REIS; ANTUNES,
1999).
5.5 Conclusões
Para vacas mantidas em pastagens tropicais de bom valor nutritivo, a inclusão
de caroço de algodão na dieta não deve ser superior a 14% da estimativa de consumo
de matéria seca total dos animais, uma vez que reduz o consumo de pasto, a produção
de leite e de sólidos do leite.
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224
225
6 NÍVEIS CRESCENTES DE FARELO DE TRIGO EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO
MOÍDO FINO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA
Resumo
Objetivou-se estudar a inclusão de farelo de trigo no concentrado de vacas
leiteiras em lactação pastejando capim-elefante durante a estação chuvosa do ano. O
trabalho foi conduzido no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Piracicaba-SP.
O delineamento estatístico foi em Quadrado Latino 4 x 4, analisados estatisticamente
utilizando-se os procedimentos MANOVA e GLM do SAS (2000). Foi utilizada uma área
de 4,6 ha de pastagem dividida em 25 piquetes de 0,2 ha, adubada com 80 kg N
ha/mês. Foram utilizadas 12 vacas holandesas, com 553 kg de PV e 84 dias de
lactação, e 4 vacas ½ Holandês/Jersey (192 kg de PV e 159 dias em lactação), no início
do período experimental. Os concentrados continham 19% de PB, sendo que a partir de
um concentrado padrão a base de farelo de soja e milho moído fino, substituiu-se o
milho em 25, 50 e 75% por farelo de trigo. As vacas receberam concentrado em função
da produção de leite na proporção de 1:3, fixada no início do experimento e fracionado
em duas vezes ao dia, fornecido após cada ordenha. Não foi observada diferença
estatística (P>0,05) na produção de leite das vacas holandesas e mestiças (19.4 e 13,2
kg/vaca/dia) e produção de leite corrigida para 3,5% de gordura (19.1 e 14,2 kg
vaca/dia), percentagens de gordura (3,44 e 4,0%), de proteína (3,0 e 3,40), de lactose
(4,22 e 4.24%), de sólidos totais (10,65 e 11,17%) e na concentração de uréia no leite
(14,64 e 15,20 mg/dL). O peso vivo (529 e 387 kg), a condição corporal (2,26 e 2,31), a
glicose plasmática (70 mg/dl), a uréia plasmática (42,68 e 43,68 mg/dL), e os ácidos
graxos livres no plasma (238,2 e 266,7 meq/L) também não foram afetados pelos
tratamentos (P>0,05). Não houve diferença (P>0,05) no tempo de pastejo (402 e 436
min), ruminação (464 e484 min) e na taxa de bocados (32,1 movimentos/min). A
Temperatura retal (39,54 e 39,61ºC) e freqüência respiratória (76,74 e 72,18
movimentos/min), mensurada às 15:30 horas, respectivamente, não foram afetadas
pelos tratamentos (P>0,05). No estudo de parâmetros biológicos da cinética de
degradação ruminal, o farelo de trigo apresentou maior degradação efetiva da MS e da
fração PB em comparação ao milho grão (P<0,05). Entretanto, a fração FDN não foi
diferente entre ambos. Os níveis de inclusão de farelo de trigo não afetou a cinética de
degradação da forrageira (P<0,05). O farelo de trigo ainda não diferiu do milho quanto
ao tempo de retenção ruminal (24,2 horas) e total no trato digestivo (51,1 horas). Os
tratamentos não afetaram as concentrações de ácidos graxos voláteis totais (113,8
mM), concentração de amônia (36,18 mg/dl) e pH ruminal (6.23). O consumo de matéria
seca estimado por marcador externo teve baixa recuperação fecal e não acusou
diferença entre tratamentos. O fluxo de N-microbiano para o intestino delgado também
não foi afetado pelos tratamentos (P<0,05), apresentando valor médio de 196,6 gN/dia.
O farelo de trigo pode ser usado para substituir o milho e o farelo de soja na ração de
vacas leiteiras, sem prejudicar a produção e composição do leite, os parâmetros
fermentativos ruminais e o comportamento ingestivo dos animais.
226
Palavras-chave: Comportamento Ingestivo; Farelo de trigo; Metabolismo ruminal;
Produção e composição do leite
INCREASING WHEAT BRAN LEVELS ON SUBSTITUTION FOR CORN ON
CONCENTRATES FOR LACTATING COWS GRAZING ELEPHANT
GRASS DURING RAINY SEASON
Abstract
The trial evaluated wheat bran (WB) inclusion on concentrate supplements
offered to lactating cows grazing Elephant Grass during the rainy season. Trial was
conducted at Animal Sciences Department, USP/ESALQ, Piracicaba/SP. 12 multiparous
Holstein (553kg LW, 84 DIM at trial beginning) and 4 primiparous Holstein/Jersey (392
kg LW, 82 DIM at trial beginning) were used on a replicated 4x4 Latin Square design.
Data were analyzed by MANOVA and GLM procedures of SAS (2002). Animals were
kept on a 4,6ha pasture area divided in 25 0,2ha paddocks fertilized with 80 kg N
ha/month. All concentrates had 19% crude protein (CP) and were soybean and ground
corn based. WB substituted 20, 50 and 75% of corn on experimental treatments. Cows
received concentrate according to milk production on a 1:3 basis, fixed at trial beginning,
twice daily after each milking. No differences were observed among treatments (P>0,05)
for milk production of Holstein and crossbred cows (19,4 e 13,2 kg/cow/day) and 3,5%
fat corrected milk production (FCM) (19,1 and 14,2 kg cow/day), milk fat (3,44 and
4,0%), protein (3,0 and 3,40), lactose (4,22 and 4.24%),total solids (10,65 and 11,17%)
and urea (MUN) (14,64 and 15,20 mg/dL) concentrations. Live weight (LW) (529 and
387 kg), body condition score (BCS) (2,26 and 2,31), plasma glucose (70 mg/dl), urea
(PUN) (42,68 and 43,68 mg/dL) and non esterified fatty acids (NEFA) (238,2 and 266,7
meq/L) concentrations weren’t also affected by treatments (P>0,05). No differences
were observed (P>0,05) among treatments for grazing (402 and 436 min) and
rumination (464 and 484 min) periods and for bites rate (32,1 movements/min). Rectal
temperature (39,54 and 39,61ºC) and respiratory frequency (76,74 and 72,18
movements/min) measured at 3:30PM were not affected by treatments (P>0,05). On the
ruminal degradation kinetics study WB showed higher effective DM and CP
degradations in relation to corn (P<0,05). However, no differences were detected for
NDF degradation. Inclusion of increasing WB levels did not affect forage degradation
kinetics (P<0,05). WB ruminal (24,2 h) and total tract (51,1 h) digestion times were
similar to corn values. Treatments didn’t affect VFA (113,8 mM) and ammonia (36,18
mg/dl) ruminal concentrations nor ruminal pH (6,23). External marker estimated DMI
didn’t differ among treatments. Microbial N flux to the duoden was not affected by
treatments (P<0,05) (196,6 gN/day mean). Results indicate that WB can be utilized as a
replacement for corn and part of soybean meal on lactating cows rations with no effects
on milk production and composition, rumen fermentation parameters and ingestive
behavior.
Keywords: Wheat middling; Milk production and composition; Ruminal metabolism;
Ingestive behavior
227
6.1 Introdução
O farelo de trigo é um co-produto do processamento dos grãos de trigo para
produção de farinha para consumo humano. Ele contém vários níveis de partículas
granulares com diferentes proporções de endosperma, fibra e germe de trigo, em
combinação com amido e frações protéicas solúveis no processo primário de
separação. Durante o processamento industrial do trigo, cerca de 70 a 75% da massa
de grãos é convertida em farinha, sendo que os 25 a 30% restantes são considerados
subprodutos, normalmente comercializados como farelo de trigo. Como o objetivo do
processamento industrial é obter a farinha, esta basicamente constituída por amido, o
farelo de trigo concentra quase a totalidade dos minerais e vitaminas dos grãos, com
teores relativamente constantes.
O processo de obtenção do farelo de trigo é descrito resumidamente por Blasi
et al (1998). Inicialmente os grãos que chegam à indústria passam por um processo de
limpeza, para remoção de materiais estranhos e impurezas. Em seguida adiciona-se
água aos grãos limpos a fim de amolecer o endosperma, o que facilita o processamento
industrial. Depois dessa etapa, os grãos amolecidos passam por uma seqüência de
pares de rolos corrugados para que sejam quebrados em partículas menores. Cada par
de rolos na seqüência tem distância menor entre eles e corrugações menores para
permitir a separação completa entre a fração fibrosa e o endosperma.
Essa porção fibrosa normalmente contém o germe dos grãos. Em seguida, esse
material passa por um aspirador para retirada de partículas muito pequenas das
cascas, produzindo um material intermediário, mais purificado, que ainda contém partes
da casca e do germe. Esse material é encaminhado para outra seqüência de rolos
menores, não corrugados, a fim de reduzir o tamanho de partículas e retirar as
partículas remanescentes de casca e germe, até que se obtenha a farinha purificada.
O farelo de trigo é obtido a partir do material que não é encaminhado para a
última seqüência de rolos, sendo composto basicamente por finas partículas das
cascas, germe, uma pequena porção do endosperma amiláceo (BLASI et al., 1998).
Como o foco da indústria é o endosperma dos grãos, rico em amido, o co-
produto é composto basicamente pela fibra, células da aleurona e parte do germe,
resultando em um alimento com teor energético elevado e bom teor protéico. O farelo
228
de trigo contém teores mais elevados de fibra, proteína e minerais do que os grãos
integrais, com teores menores de amido e energia (BLASI et al., 1998).
Segundo Soares et al. (2004), o farelo de trigo é rico em fibras e seu consumo
pode melhorar a fisiologia intestinal do animal. Entretanto, a ingestão excessiva do co-
produto pode provocar um efeito laxante indesejável para os animais, o que torna
necessário conhecer bem a interação desse co-produto com os demais ingredientes da
ração.
A Tabela 6.1 traz a composição bromatológica básica do farelo de trigo, de
acordo com a literatura internacional. Pode-se observar que a composição do farelo de
trigo é relativamente constante. É um alimento com teores médios de proteína e fibra e
médio a alto em energia. No Brasil os teores médios observados não diferem dos
apresentados na tabela e têm relativa padronização (PRATES, 1995).
O teor de fibra é mediano e há predominância da hemicelulose (60-65% da
FDN), carboidrato de digestão mais lenta. Sua fibra parece ter efetividade relativamente
alta, mas como o tamanho médio das partículas é muito pequeno, não é de se esperar
que a fibra do farelo de trigo estimule significativamente a mastigação (DHUYVETTER
et al., 1999). Vaughan et al. (1991) compararam a efetividade do farelo de trigo em
relação à silagem de alfafa e chegaram ao coeficiente de 0,57, ou seja, 57% da FDN do
trigo é efetiva (adotando a FDN da silagem de alfafa como referência - 100%).
Apesar de o farelo de trigo ser utilizado largamente na alimentação de bovinos,
são escassas na literatura informações quanto ao seu uso, principalmente em relação
aos seus efeitos sobre a produção e composição do leite de vacas mantidas em
pastagens tropicais.
Sunvold et al. (1991) avaliaram misturas de Farelo de trigo, farelo de soja e
sorgo contendo 15,2 e 25% de PB e observaram que o consumo de forragem
aumentava quadraticamente enquanto a digestibilidade do FDN aumentava linearmente
com o aumento da concentração de PB. Além disso, Lusby e Wettemann (1988)
concluíram que a aparente baixa energia contida no farelo de trigo quando comparado
com o milho, era contrabalanceada pela variação benéfica na ingestão de forragem
e/ou digestibilidade.
229
Tabela 6.1 - Composição bromatológica média do farelo de trigo
Concentração (% da MS)
Nutriente
1
2
Matéria Seca 89,3 ---
Proteína Bruta 18,5 17,3
Proteína não degradável (% PB) 20,7 ---
Proteína degradável (% PB) 79,3 ---
Proteína solúvel (% PB) --- 35,8
Extrato Etéreo 4,5 4,3
FDN 36,7 35,7
FDA 12,1 12,2
Lignina 4,2 4,3
Carboidratos não fibrosos
3
35,6 37,8
Açúcares --- 6,5
Amido --- 31,3
NDT
4
73,3 73 ,1
Energia Líquida de Lactação
5
1,67 1,72
Matéria Mineral 5,0 5,02
1 - NRC (2001); 2 – Hinders (2000); 3 - Calculados como: 100 – (MM+PB+EE+FDN);
4 - Calculado para consumo de manutenção; 5 - Calculado para consumo de 3x a manutenção
Em estudos na Universidade de Oklahoma, foi avaliado o uso do farelo de trigo
como fonte de PB e/ou energia. Em resumo, Lusby et al. (1991 a, b) concluíram que a
proteína e energia do farelo de trigo eram bem utilizadas para aumentar o peso de
vacas no pré-parto.
Em ensaio de digestão, Dalke et al. (1997) observaram que com o aumento da
substituição de grãos por farelo de trigo peletizado, a digestibilidade da MS, MO e
amido, diminuíram linearmente. Entretanto, a substituição de 50 ou 100% da forragem
pelo farelo aumentou linearmente a digestibilidade da MS e MO.
Mowrey et al. (1999) constataram que as combinações com casca de soja,
FGM21% e farelo de trigo substituindo aproximadamente 30 ou 60% do feno de alfafa
ou 25 ou 50% do milho e farelo de soja não conferiram diferenças na produção e
230
composição do leite, exceto para dieta com 60% de feno de alfafa substituída por co-
produtos que apresentou baixa percentagem de gordura no leite.
Os objetivos deste estudo foram: avaliar o desempenho produtivo, o
comportamento ingestivo e o metabolismo ruminal de vacas leiteiras mantidas em
pastagens tropicais durante a estação das chuvas e manejadas em sistema de rotação,
substituindo-se diferentes proporções do milho por farelo de trigo no concentrado
oferecido aos animais.
6.2 Material e Métodos
6.2.1 Local, animais e concentrados
O experimento foi conduzido nas instalações do Centro de Treinamento de
Recursos Humanos do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz” - USP. Foram utilizadas 12 vacas multíparas holandesas e 4 vacas
multípara meio sangue Holandês/Jersey com as características apresentadas na
Tabelas 6.2. A Figura 6.1 apresenta o biótipo dos animais utilizados no experimento.
O concentrado foi fornecido respeitando a relação um quilo de concentrado
para cada três quilos de leite produzido, divididos em dois fornecimentos diários. A
composição dos concentrados se encontra descrito na Tabela 6.3. A composição
bromatológica dos principais ingredientes são apresentados na Tabela 6.4.
231
Tabela 6.2 - Produção de leite, peso vivo, escore corporal e dias em lactação
observados no início do experimento
Vacas holandesas
Quadrado latino 1
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 3 Vaca 4
Média DP
Prod. leite, kg/dia 20,7 23,8 22,2 18,2 21,22 2,38
Peso vivo, kg 521,0 572,0 517,8 547,2 538,5 26,5
Cond. corporal, pt 2,30 2,25 2,25 2,20 2,25 0,10
Dias em lactação 73 85 85 101 86 11,48
Quadrado latino 2
Vaca 5 Vaca 6 Vaca 7 Vaca 8
Prod. leite, kg/dia 20,1 25,4 20,7 20,3 21,6 2,52
Peso vivo, kg 530,2 505,2 550,8 537,6 530,9 19,16
Cond. corporal, pt 2,50 2,25 2,25 2,25 2,31 0,12
Dias em lactação 82 83 102 121 97,0 18,45
Quadrado latino 3
2
Vaca 9 Vaca 10 Vaca 11 Vaca 12
Prod. leite, kg/dia 16,9 16,7 16,98 17,7 17,5 0,50
Peso vivo, kg 460,2 512,8 542,8 593,0 527,1 55,50
Cond. corporal, pt 2,00 2,25 2,25 2,30 2,20 0,10
Dias em lactação 60 69 69 80 69,5 8,18
Vacas meio sangue Holandês/Jersey
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 3 Vaca 4
Prod. leite, kg/dia 13,2 16,0 15,1 13,5 14,45 1,32
Peso vivo, kg 370,2 386,8 412,4 389,0 392,1 17,95
Cond. corporal, pt 2,50 2,25 2,20 2,25 2,30 0,13
Dias em lactação 180 129 110 218 159,2 49,06
DP – Desvio padrão com base em uma amostra.
1- Quadrado Latino usado para o ensaio metabólico
232
Figura 6.1 – Aspecto dos animais utilizados no experimento. A esquerda e atrás uma Holandesa
preto e branco. Na frente e a direita uma mestiça meio sangue Holandês/Jersey
Tabela 6.3 - Descrição dos concentrados experimentais
% MS Total
Ingredientes
T1 T2 T3 T4
Milho moído fino 80,06 60,61 40,41 20,39
Farelo de trigo 0,00 20,10 40,41 61,11
Farelo de soja 12,38 12,38 12,23 12,87
Uréia 1,93 1,29 0,72 0,00
Premix mineral Vitamínico 5,63 5,63 5,63 5,63
Composição do concentrado
PB do concentrado (% MS) 19,00 19,00 19,10 19,10
Ell (Mcal/kg MS) 2,04 1,98 1,91 1,85
Tabela 6.4 – Análise bromatológica dos ingredientes utilizados nos concentrados
Análise Milho Farelo de trigo Farelo de soja
1
Matéria seca, % 89,20 89,98 89,83
Proteína bruta, % da MS 10,4 18,95 48,97
FDN, % da MS 9,72 36,97 10,43
FDA, % da MS 3,21 12,81 6,72
EE, % da MS 4,09 4,41 1,24
Cinzas, % da MS 1,10 4,30 6,05
1- Farelo de soja Cargill
233
6.2.2 Manejo da Pastagem
A área experimental consistiu de 24 piquetes de 0,2 ha formados com capim
elefante (Pennisetum purpureum). O período de ocupação foi de um dia e o período de
descanso de 23 dias. Foram utilizadas vacas extras (put and take), com o objetivo de
manter uma oferta de matéria seca verde de folhas de 5% do PV. A pastagem foi
adubada com 80 kg N/ha após cada ciclo de pastejo. A Figura 6.2 apresenta o croqui da
área.
Figura 6.2 - Croqui da área utilizada para condução do experimento
As Tabelas 6.5 e 6.6 apresentam as análises químicas com relação aos
macro e micronutrientes presentes no solo da área experimental.
Tabela 6.5 - Análise química de macronutrientes da área da pastagem
pH MO P S K Ca Mg Al H+Al SB T V m
Amostra
Cacl2 g.dm
3
mmol.dm
3
%
Módulo D 5,1 44 32 25 3,7 60 29 1 38 92,7 130,7 71 1
Módulo B 4,8 47 50 28 7,2 69 34 0 42 110,2 152,2 72 0
Módulo F 5,7 42 47 18 11,1 71 23 0 22 116,1 138,1 84 0
234
Tabela 6.6 - Análise química de micronutrientes da área da pastagem
B Cu Fe Mn Zn
Amostra
mmol.dm
3
Módulo D 0,36 12,6 94 81,4 6,6
Módulo B 0,27 14,6 95 90,4 8,7
Módulo F 0,42 9,4 69 74,4 9,6
6.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de
forragem e dos concentrados
A pastagem (Figura 6.3) foi avaliada quanto à massa de forragem através de
média de três pontos de 0,75m
2
cada, cortados a 10 cm do solo. Do material cortado
para estimar a massa de forragem, uma porção foi fracionada em folha, colmo e
material morto para determinação da composição morfológica. A altura da forragem foi
avaliada no momento da entrada e da saída dos animais utilizados no experimento e
após o repasse feito pelas vacas secas e novilhas em crescimento, através de média de
20 pontos obtidos com auxílio de uma régua de madeira de 2 metros graduada com
precisão de um centímetro. Para determinação da altura de entrada foi considerado a
altura da última folha completamente estendida. Durante os últimos cinco dias do
período de coleta de dados, amostragem da forragem simulando o pastejo feito pelos
animais foi coletada manualmente para avaliação da composição bromatológica (PB,
FDN, FDA, MS, MO, Cinzas, EE, Lignina DIVMS). Uma fração mais generosa
utilizando-se do mesmo procedimento foi coletada para realização do ensaio de
degradabilidade ruminal. Uma porção da amostragem da pastagem simulando o pastejo
e dos concentrados foram tomadas para determinação da DIVMS, como parte do
protocolo para estimativa do consumo de forragem pelo método do óxido crômico.
235
Figura 6.3 - Aspecto da pastagem durante a condução do experimento
6.2.4 Comportamento Ingestivo
Os dados de comportamento ingestivo foram coletados através de observação
visual. As avaliações foram individuais para cada animal com intervalos de cinco
minutos durante 24 horas ininterrupta, realizada no penúltimo dia de cada período.
Observou-se os animais quanto as atividades de pastejo, ruminação, ócio e a taxa de
bocados. Os dados meteorológicos são apresentados na Tabela 6.7.
Tabela 6.7 - Dados meteorológicos da área experimental durante os dias nos quais
foram feitas as avaliações do comportamento ingestivo
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4
Radiação global (cal/cm.d) 371 422 399 411
Insolação (h/d) 8,5 8,8 7,9 9,1
Precipitação (mm) 0,0 0,0 0,0 0,0
Umidade relativa (%) 69 71 75 66
Vento médio (m/s) 3,8 4,4 4,3 4,5
Temperatura máxima (ºC) 31,2 32,2 33,0 32,2
Temperatura mínima (ºC) 17,5 18,1 18,0 19,0
Temperatura média (ºC) 24,6 23,8 23,1 22,7
Evaporação (mm) 3,9 3,53 3,05 4,36
Fonte: Departamento de Física e Meteorologia – USP/ESALQ
236
6.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite
Foram realizadas pesagem do leite das últimas oito ordenhas de cada período,
ou seja, do 18º ao 21º dia, através de medidores do tipo “Mark 5”. Amostragens do leite
foram tomadas individualmente por vaca e por ordenha nas últimas 4 ordenhas de cada
período, conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001). A coleta foi feita em tubo
coletor de aproximadamente 100 mL contendo 2-bromo-2-nitropropano-1-3-diol,
homogeneizada após 15 minutos e armazenado em geladeira a 15ºC por 48 hs. Após
esse período, as amostras foram encaminhadas para análises quanto aos teores de
proteína, gordura, lactose, sólidos totais e uréia, junto à Clínica do Leite do
Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.
6.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória
Os animais foram pesados em balança com precisão de 100 gramas nos dois
últimos dias de cada período, sempre após a ordenha da tarde. A condição corporal foi
mensurada também por dois dias seguidos, no início e no final de cada período
experimental, sempre pela manhã, aproveitando-se do momento enquanto os animais
consumiam o concentrado, utilizando-se da recomendação de cinco pontos descrita por
Wildman et al. (1994). A temperatura retal foi tomada as 8:00 e as 15:30 horas
utilizando termômetro digital com precisão de 0,01ºC nos últimos três dias de cada
período experimental. Simultaneamente a temperatura retal, a freqüência respiratória
também foi avaliada por meio de observação visual dos movimentos de inspiração e
expiração do animal.
6.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue
O concentrado foi fornecido individualmente para cada animal, metade após a
ordenha da manhã e a outra metade imediatamente antes da ordenha da tarde.
Eventualmente quando o dia estava muito quente, o concentrado era fornecido após a
ordenha da tarde, evitando-se assim de causar estresse calórico aos animais.
237
No último dia de cada período foram coletadas amostras de sangue quatro
horas após o fornecimento matinal do concentrado, através de punção na veia
coccígea, e armazenadas em tubos de ensaio a vácuo contendo 5 mg fluoreto de sódio
como anticoagulante e 5 mg EDTA K3 como antiglicolítico.
As amostras de sangue foram centrifugadas a 3.000 x g por 20 minutos a 4ºC
para obtenção de plasma, acondicionadas em tubos de 2 mL do tipo "ependorff' e
congeladas a -10° C para determinação dos níveis de glicose, uréia plasmática ácidos
graxos livres. A glucose plasmática foi analisada diretamente através do analisador
bioquímico automático YSI 2700 Select (Biochemistry analyser, Yellow Spring, OH,
EUA). Uréia plasmática foi analisada de acordo com Chaney e Marbach (1962),
adaptando o método para leitura em ELISA Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm).
Os níveis de ácidos graxos não esterificados foram determinados enzimaticamente
através do kit AGL-c (Wako Chemicals GmbH, Richmond, VA) sendo o método
modificado de acordo com Johnson e Peters (1993) para leitura em placas de
microtítulo em aparelho Microplate Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm), segundo
Willianson (1962).
6.2.8 Determinação das taxas de passagem
Para determinação da taxa de passagem da fase líquida foi preparada 50 mL
de uma solução de Cobalto-EDTA, conforme metodologia descrita por Uden et al.
(1980) e infundida em cinco pontos diferentes do rúmen. As taxas de passagens da
fase sólida foram determinadas para o co-produto (FGM21) usando acetato de itérbio e
para o capim elefante utilizando óxido de lantânio, marcados conforme metodologia
descrita por Bowman et al. (1991). As doses de 100 gramas de FGM21 e de capim
elefante marcados com as terras raras foram colocadas dentro do rúmen as 8:00 horas
do 14º dia de cada período. Após a dosagem, o conteúdo ruminal foi misturado
manualmente. Para a determinação das concentrações das terras raras e do Cobalto-
EDTA, foram coletadas fezes nos tempos de 3, 6, 12, 18, 24, 36, 48, 72 e 84 horas
após a dosagem. Para determinação da concentração dos marcadores, as amostras de
fezes foram secas por 72 horas a 55ºC e moídas a 1 mm. A concentração de
marcadores nas fezes foi analisada conforme Vega e Poppi (1997). Para obtenção dos
238
valores de kp, utilizou-se do modelo bi-compartimental proposto por Grovum e Williams
(1973) através das fórmulas:
em que:
y e A = concentração do indicador na matéria seca de fezes;
t = tempo de amostragem;
T = tempo de trânsito;
k
1
= estimativa da taxa de passagem do indicador no retículo-rúmen;
k
2
= estimativa da taxa de passagem do indicador no trato inferior (ceco e cólon);
e = função exponencial (base do logaritmo natural = 2,7183)
O tempo de trânsito foi calculado pela fórmula:
Onde A
2
e A
1
= intercepto para valores de concentrações do marcador na MS de fezes
O tempo médio de retenção no rúmen e ceco-cólon foram calculados pelas fórmulas:
E o tempo médio de retenção total foi calculado pela fórmula:
TMRT = TT + TMR
1
+ TMR
2
6.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal
No 17º dia de cada período foram coletadas amostras de aproximadamente
100mL do fluído ruminal para quantificação do pH ruminal e concentrações de AGV e
amônia. Os horários de coleta foram em função dos horários de fornecimento do
concentrado. Assim, coletou-se após 1, 2, 3 e 6 o fornecimento matinal do concentrado,
e 1, 2, 3, 6, 9 e 12 após o fornecimento vespertino do concentrado. O período noturno
possuiu mais horário de coleta porque os horários de fornecimento do concentrado
239
foram por volta das 8:00 horas da manhã e das 17:00 horas da tarde. De cada tempo
de amostragem, uma alíquota de 15 mL foi acidificada com ácido fórmico na relação 1:1
(vol/vol), conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001) e congelados a -20ºC
para posterior análise dos ácidos graxos voláteis. Imediatamente após a coleta do fluído
ruminal, aproximadamente 50 mL foi acondicionado em Becker de 100 mL e o pH foi
determinado. Uma alíquota de 15 mL de líquido ruminal foi armazenada para ser
utilizada para análise da concentração de N-amoniacal ruminal, adicionando-se 3 gotas
de ácido sulfúrico concentrado, conforme proposto por Preston (1995).
6.2.10 Coleta de urina e estimativa de síntese de proteína microbiana
No último dia de cada período, coleta “spot” de aproximadamente 100 mL de
urina das vacas do quadrado latino utilizado para o ensaio metabólico foi obtida por
meio de estimulação ventral da vulva, três a quatro horas após o fornecimento matinal e
vespertino do concentrado. As amostras de urina foram diluídas na proporção de 1:10
com H
2
SO
4
a 0,036N a fim de manter o pH abaixo de 3,0 e prevenir a destruição dos
derivados de purinas por bactérias. Após homogeneização, as alíquotas foram
armazenadas no congelador a –20ºC, conforme metodologia utilizada por San Emeterio
et al. (2000).
As amostras de urina foram analisadas por HPLC para derivados de purinas de
acordo com Broderich e Merchen (1992). A alantoína foi analisada de acordo com
Fujihara et al. (1987) e a creatinina foi analisada de acordo com Oser (1965).
Para cálculo do “PDC índex” utilzou-se a fórmula:
Onde: PD é a creatinina com concentrações em mmol/L;
Para calculo da estimativa de N microbiano ruminal foi utilizado o PDC índex
para estimar a excreção de derivados de purinas pela fórmula:
DP excreção (mmol/d) = PDC índex x C
240
Onde C é a excreção de creatinina média em mmol/kg PV
0,75
, assumindo-se o
valor constante de 0,813 (FAO/IAEA, 2003), uma vez não foi feito coleta total de urina.
A excreção de derivados de purinas obtida com a análise da urina foi
multiplicada por 1,05 para contemplar a excreção de derivados de purinas no leite, valor
também constante (FAO/AEA, 2003)
O fluxo de N microbiano para o intestino delgado foi obtido pela seguinte
equação:
Onde os fatores usados foram:
- Digestibilidade da purina microbiana assumida como sendo 0,83
- O teor de nitrogênio nas purinas de 70 mg N/mmol
- A relação de N-purinas:N-total no mix ruminal mensurado como 11,6:100,
conforme Chen (1989).
6.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de
forragem
A produção fecal foi estimada em todos os animais do experimento utilizando-
se óxido de cromo como marcador externo. Foram pesados 12 gramas de Cr
2
O
3
em
balança analítica e confeccionado péletes com papel toalha. Os péletes foram
fornecidos aos animais via oral no momento do fornecimento do concentrado, dividido
em seis gramas as 8:00 e seis gramas as 17:00 horas. Após sete dias de fornecimento
das cápsulas de óxido de cromo, as fezes foram coletadas diretamente no reto dos
animais as 8:00 e as 17:00 horas durante quatro dias. As amostras foram secas em
estufa de ventilação forçada a 55ºC por durante 72 horas. Após secagem, as amostras
de fezes foram moídas em peneira de 1 mm e uma alíquota de igual peso foi tomada de
cada amostra individual para compor a amostra composta final que foi então submetida
a determinação da concentração de cromo. A determinação da concentração de cromo
foi realizada por meio de digestão nitro-perclórica de acordo com Vega e Poppi (1997).
241
A excreção fecal total foi obtida dividindo-se a quantidade de indicador
administrado pela concentração de indicador nas fezes. A contribuição fecal
proveniente do consumo de concentrado foi descontada da produção fecal total através
da determinação da DIVMS multiplicado pela quantidade de concentrado oferecido. De
posse da produção fecal proveniente de forragem e de sua digestibilidade in vitro da
MS, a estimativa de consumo de forragem foi obtida através da fórmula: (consumo =
PF/1-DIVMS).
6.2.13 Degradabilidade ruminal in situ
A degradabilidade in situ do co-produto (FGM21), do milho e do capim
elefante foram obtidos utilizando-se quatro vacas Holandesas, lactantes, fistuladas no
rúmen e previamente adaptadas durante 12 dias na mesma dieta. Aproximadamente 2
g/cm
2
das dietas foram acondicionados em sacos de nylon (10 x 20 cm), e incubados
no rúmen. O capim elefante foi seco a 55ºC por 72 horas, moído a 5 mm e incubado
nos tempos de 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. O FGM21 e o milho
foram moídos a 2 mm e incubados em sacos separados nos tempos de 0, 2, 4, 6, 8, 12,
18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. Foram efetuados cálculos para degradabilidade in
situ da MS e das frações FDN e PB por meio da equação proposta por Mehrez e
Ørskov (1977), com recomendações propostas por Nocek e Kohn (1988), expressa por:
P = a + b (1 - e
-ct
)
Onde:
P = quantidade de nutriente degradado no tempo t;
a = fração rapidamente solúvel em água;
b = fração insolúvel, mas potencialmente degradável;
c = taxa de degradação da fração b
A degradabilidade efetiva foi calculada considerando-se a Kp estimada pelo
modelo de Grovum e Williams (1973) segundo a equação proposta por Ørskov e
McDonald (1979).
242
A contaminação por proteína microbiana foi corrigida através da determinação
do nitrogênio contido no resíduo do FDN após 12 de incubação, conforme recomendado
por Mass et al. (1999). Este método foi preferido devido a sua praticidade e pelo fato de
seus autores o terem comparado com o método tradicional de determinação de proteína
microbiana pelas purinas (ZINN; OWENS, 1986) sem observar diferença na obtenção
dos resultados, sendo portanto, adequado para correção da contaminação microbiana
dos alimentos.
A correção foi realizada analisando o nitrogênio no resíduo por meio do método
de combustão de Dumas, (Leco, CNS 2000 St. Joseph, MI, USA). operado
automaticamente, uma vez que Etheridge et al. (1998) demonstraram que este método
pode substituir o procedimento de Kjeldahl (AOAC, 1999) para análises de rotina em
laboratórios de nutrição animal.
6.2.14 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto
As amostras da forragem passaram por uma pré-secagem a 55 ºC durante 72
horas, moídas em peneira de 1 mm para então procederem-se análises de MS, MO,
EE, lignina e PB segundo a AOAC (1990). As análises de FDN e FDA foram
determinadas pelo método seqüencial co mo uso de sulfito de sódio e sem a adição de
enzima amilase termoestável (VAN SOEST; ROBERTSON; LEWIS, 1991), com o
auxílio do analisador de fibra modelo ANKON Fiber Analyser descrito por Holden
(1999). Os valores de FDN e FDA obtidos foram corrigidos para matéria seca a 105ºC e
cinzas. Os resíduos obtidos dos tempos de incubação do ensaio in situ, foram
analisados para FDN e PB, segundo as mesmas metodologias supracitadas, a fim de
determinar a taxa de degradação destas frações. As análises da DIVMS, necessárias
para a estimativa do consumo de forragem, foram realizadas com auxílio do aparelho
DAISY ANKOM (ANKOM Tecnology Fairport, NY) durante 48 horas (HOLDEN, 1999),
seguido de lavagem em solução de detergente neutro sem amilase (VAN SOEST;
ROBERTSON; LEWIS, 1991), para remoção de células microbianas e frações solúveis
remanescentes.
243
6.2.15 Análises estatísticas
Os dados que foram analisados em arranjo de Quadrado Latino com quatro
repetições usando o procedimento GLM – SAS (1999) pelo seguinte modelo: Y
ijkl
= µ +
Q
i
+ P
j
+ V
k(i)
+ T
l
+ QT
il
+ PT
il
+ e
ijkl
, onde; Y
ijkl
é a variável dependente; µ é a média
geral; Q
i
é o efeito do quadrado i; P
j
é o efeito do período j; V
k(i)
é o efeito da vaca k
(dentro do quadrado i); T
l
é o efeito do tratamento l; QT
il
é a interação entre o quadrado
i e o tratamento l; PT
il
é o efeito de interação do período j e o tratamento l; e e
ijkl
é o
efeito residual. Utilizou-se a opção dois do procedimento MANOVA para estudar o efeito
de perfil sobre as concentrações de ácidos graxos voláteis, concentração de amônia e
pH ruminal.
A análise de variância e as médias foram obtidas pelo método dos quadrados
mínimos (LSMEANS) e comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância (opção
ADJUST=TUKEY) pelo procedimento GLM do SAS (1999). Obrigatoriamente, todos os
conjuntos de dados foram testados quanto à aditividade do modelo, independência dos
erros, normalidade dos dados e homocedasticidade, antes da análise de variância, na
intenção de assegurar que todas as premissas estivessem sendo respeitadas.
6.3 Resultados
6.3.1 Caracterização da forragem
Na Tabela 6.8 são apresentadas as características morfológicas e produtivas do
pasto de capim elefante utilizado no experimento. Na Tabela 6.9 são apresentados os
dados de composição bromatológica da mesma pastagem.
A massa de forragem foi em média 10,77 ton./ha, com 49,95% de folhas,
38,62% de colmo e 9,64% de material morto. O teor de matéria seca foi de 20,83,
12,32, 56,51 e 17,51 para as frações folha, colmo, material senescido e planta inteira,
respectivamente. A altura média da pastagem no momento da entrada dos animais foi
de 1,42 m e a altura do resíduo final após o repasse de 0,49 m. A densidade da
forragem foi baixa, apresentando 75,57 kg de MS/ha.cm.
244
Tabela 6.9 – Composição bromatológica de capim elefante manejado em sistema de
pastejo rotacionado com 23 dias de período de descanso
Períodos de avaliação
Análises
1 2 3 4
Média DP
1
Massa seca, % 17,95 17,60 19,07 19,48 18,52 0,89
Proteína bruta, % da MS 18,86 17,23 16,53 17,70 17,58 0,97
FDN, % da MS 61,30 61,33 60,87 62,45 61,48 0,67
FDA, % da MS 33,35 33,51 33,27 33,49 33,40 0,15
Lignina, % da MS 3,19 3,24 3,30 3,17 3,22 0,05
Extrato etéreo, % da MS 3,20 3,09 2,87 2,99 3,03 0,14
Cinzas, % da MS 12,86 13,09 13,73 11,07 12,68 1,13
DIVMS
2
, % da MS 71,99 69,98 70,00 68,79 70,19 1,32
1- Desvio Padrão; 2-Digestibilidade in vitro da MS
Tabela 6.8 – Características morfológicas e produtivas do pasto de capim elefante
Períodos de avaliação
1 2 3 4
Média DP
1
Forragem disponível, ton de MS/ha
Folha
6,217 4,858 4,941 5,453 5,367 0,62
Colmo
4,505 3,752 4,664 3,680 4,150 0,50
Senescido
0,820 0,817 1,363 1,112 1,028 0,262
Total
12,442 9,417 10,963 10,2553 10,77 1,281
Proporção da matéria seca disponível, %
Folha
49,96 51,59 45,07 53,17 49,95 3,51
Colmo
36,21 39,85 42,54 35,88 38,62 3,17
Senescido
6,59 8,68 12,43 10,85 9,64 2,54
Teor de matéria seca, %
Folha
19,23 20,88 20,16 23,05 20,83 1,62
Colmo
10,91 12,67 12,63 13,07 12,32 0,96
Senescido
43,20 54,50 53,67 74,68 56,51 13,15
Planta inteira
16,48 17,2 17,13 19,23 17,51 1,19
Densidade, kg de MS.ha/cm
Matéria seca
75,4 67,7 77,2 82,0 75,57 5,94
Altura, cm
Entrada
2
165 139 142 125 142,7 0,16
Saída
3
90 67 68 66 72 0,11
Repasse
4
50 49 50 49 49,5 0,05
Sistema de manejo
Dias de ocupação
2 2 2 2 - -
Dias de descanso
23 23 23 23 - -
1- Desvio Padrão; 2- Altura da pastagem no momento da entrada dos animais utilizados no
experimento
3- Altura do pasto no momento da saída dos animais utilizados no experimento; 4- Altura do resíduo após
manejo do resíduo através da utilização de vacas secas e animais em crescimento
245
As amostras de pastejo simulado apresentaram em média 18,52% de MS,
17,58% de PB, 62,45% de FDN, 33,49% de FDA, 3,17% de lignina, 3,03% de extrato
etéreo e 12,68% de cinzas. A digestibilidade in vitro da MS foi alta, apresentando valor
de 70,19%.
6.3.2 Produção e composição do leite
Nas Tabelas 6.10 e 6.11 são apresentados os dados de produção e composição
do leite para vacas Holandesas e mestiças, respectivamente.
Para as vacas Holandesas, a produção de leite (P=0,053) e a de proteína do leite
(P=0,096) foram menores e o teor de N-uréico foi maior quando o farelo de trigo
substituiu 75% de milho no concentrado. A substituição de até 50% do milho pelo co-
produto não afetou a produção e a composição do leite.
Tabela 6.10 - Produção e composição do leite de vacas multíparas holandesas alimentadas
com níveis crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho no
concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Produção de leite (kg) 19,57 19,70 19,63 18,61 19,4 0,301 0,053
Prod. leite 3,5% (kg) 19,05 19,50 19,40 18,53 19,1 0,382 0,293
Gordura (%) 3,35 3,46 3,45 3,52 3,44 0,064 0,336
Gordura (kg) 0,653 0,676 0,673 0,646 0,662 0,017 0,552
Proteína (%) 2,96 3,04 3,00 3,02 3,00 0,039 0,505
Proteína (kg) 0,576 0,594 0,586 0,558 0,579 0,010 0,096
Lactose (%) 4,19 4,24 4,20 4,23 4,22 0,030 0,528
Lactose (kg) 0,821 0,837 0,827 0,792 0,820 0,014 0,168
Sólidos totais (%) 10,50 10,64 10,74 10,71 10,65 0,167 0,729
Sólidos totais (kg) 2,05 2,09 2,10 1,98 2,059 0,047 0,281
Relação gordura/proteína 1,14 1,14 1,15 1,17 1,15 0,021 0,707
Uréia mg/dL 13,75b 14,31b 14,61b 15,90a 14,64 0,303 0,004
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade.
No estudo com as vacas primíparas meio sangue Holandês/Jersey, os
tratamentos não afetaram a produção e a composição do leite. Em termos médios, a
produção de leite foi de 13,2 kg/vaca/dia, a produção de leite corrigida para gordura de
14,22 kg/vaca/dia, teor de gordura de 4,00 com produção diária de 0,525 kg, teor de
proteína de 3,40% com produção diária de 0,446 kg, teor de lactose de 4,24% com
246
produção diária de 0,559 kg, teor de sólidos de 11,17% com produção diária de 1,468 e
concentração de uréia média de 15,20 mg/dL.
Tabela 6.11 - Produção e composição do leite de vacas ½ Holandês/Jersey alimentadas com
níveis crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Produção de leite (kg) 13,60 12,83 13,70 12,65 13,20 0,60 0,251
Prod. leite 3,5% (kg) 14,48 13,56 15,02 13,81 14,22 0,58 0,296
Gordura (%) 3,92 3,86 4,10 4,09 4,00 0,08 0,455
Gordura (kg) 0,530 0,494 0,561 0,514 0,525 0,02 0,369
Proteína (%) 3,45 3,30 3,42 3,40 3,40 0,03 0,612
Proteína (kg) 0,468 0,420 0,467 0,429 0,446 0,02 0,332
Lactose (%) 4,32 4,20 4,25 4,17 4,24 0,02 0,118
Lactose (kg) 0,588 0,537 0,583 0,526 0,559 0,03 0,213
Sólidos totais (%) 10,99 11,10 11,72 10,87 11,17 0,28 0,257
Sólidos totais (kg) 1,490 1,413 1,602 1,367 1,468 0,06 0,228
Uréia mg/dL 13,74 16,05 15,32 15,66 15,20 0,78 0,756
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
6.3.3 Peso vivo e condição corporal
Nas Tabelas 6.12 e 6.13 são apresentados os dados de peso vivo e escore de
condição corporal das vacas Holandesas e ½ sangue Holandês/Jersey,
respectivamente.
O peso vivo e a condição corporal das vacas multíparas Holandesas não foram
afetados pelos tratamentos, apresentando valores médios de 529,5 kg de PV e escore
de condição corporal de 2,26. Do mesmo modo, as vacas primíparas mestiças também
não sofreram influência da inclusão de farelo de trigo nas rações, apresentando valores
médios de 387,6 kg de PV e 2,31 pontos na avaliação subjetiva usando a escala de um
a cinco pontos para caracterização do escore de condição corporal.
247
Tabela 6.12 - Peso vivo e escore de condição corporal de vacas multíparas Holandesas
alimentadas com níveis crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho
no concentrado e pastejando capim elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 534,5 535,4 523,2 525,2 529,5 4,00 0,084
Condição corporal, pts 2,25 2,31 2,23 2,27 2,26 0,02 0,107
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 6.13 - Peso vivo e escore de condição corporal de vacas primíparas meio sangue
Holandês/Jersey alimentadas com níveis crescentes de farelo de trigo em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 384,5 388,0 388,7 380,1 387,6 2,96 0,642
Condição corporal, pts 2,31 2,30 2,33 2,30 2,31 0,08 0,910
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
6.3.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 6.14 e 6.15 são apresentados os dados de comportamento
ingestivo das vacas multíparas Holandesas e primíparas meio sangue Holandês/Jersey.
As variáveis que compõem o comportamento ingestivo não foram afetadas
quando vacas holandesas receberam níveis crescentes de farelo de trigo na ração. O
tempo médio em pastejo diurno foi inferior ao noturno (123,95 vs 278,23 minutos),
perfazendo um pastejo diário de 402,18 minutos. As vacas ruminaram durante 163
minutos durante o dia e 301,6 minutos durante a noite (464,8 minutos/dia). O tempo em
ócio foi maior durante o dia (240,7 minutos) em comparação à noite (87,66 minutos),
perfazendo um tempo de 240,7 minutos em 24 horas. A taxa de bocados foi de 37,52
bocados/minutos. As refeições com ingestão de forragem foram em número de 1,45
durante o dia, com duração média de 81,88 minutos e em número de 3,91 a noite, desta
vez com duração média de 85,77 minutos.
248
Tabela 6.14 – Comportamento ingestivo de vacas Holandesas multíparas recebendo níveis
crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 25FT 50FT 75FT
Média EPM Pr [t]
Pastejo, minutos
Diurno
120,83 117,91 136,25 120,83 123,95 6,82 0,245
Noturno
268,75 265,00 289,16 290,00 278,23 15,0 0,519
Diário
389,58 382,91 425,41 410,83 402,18 16,22 0,253
Número de refeições
Diurno
1,33 1,50 1,33 1,66 1,45 0,12 0,235
Noturno
3,58 3,66 4,33 4,08 3,91 0,33 0,370
Diário
4,91 5,16 5,66 5,75 5,37 0,31 0,223
Duração média das refeições, minutos
Diurno
86,87 79,93 85,41 75,31 81,88 8,31 0,749
Noturno
92,45 85,56 78,74 86,32 85,77 6,59 0,547
Diário
89,66 82,74 82,07 80,81 83,82 4,81 0,572
Ruminação, minutos
Diurno
162,50 158,75 160,83 170,41 163,12 5,90 0,536
Noturno
324,16 287,08 301,66 293,75 301,66 16,88 0,449
Diário
486,66 445,83 462,50 464,16 464,79 16,98 0,421
Ócio, minutos
Diurno
190,41 199,58 192,50 207,91 197,60 12,72 0,763
Noturno
86,91 89,50 85,33 88,91 87,66 2,82 0,714
Diário
244,16 247,91 234,16 236,66 240,72 5,43 0,270
Taxa de bocados 39,12 36,62 37,41 36,91 37,52 1,45 0,625
No estudo com as vacas primíparas mestiças, os tratamentos também não
afetaram o comportamento ingestivo dos animais. O comportamento deste grupo racial
foi muito semelhante ao das vacas Holandesas, entretanto as mestiças pastejaram e
ruminaram durante mais tempo e ficaram menos tempo em ócio. O pastejo diário foi em
média de 436,56 minutos, sendo 123,12 durante o dia e 313,43 a noite. O tempo de
ruminação total foi de 484,37 minutos, distribuídos em 201,25 durante o dia e 283,12
durante a noite. Por outro lado, o tempo de permanência em ócio foi maior durante o dia
(204,68 minutos) em relação a noite (190,0 minutos), perfazendo um total de 394,68
minutos em 24 horas. A taxa de bocados foi de 36,53 bocados por minuto.
249
Tabela 6.15 – Comportamento ingestivo de vacas primíparas meio sangue Holandês/Jersey
recebendo níveis crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho no
concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho 25FT 50FT 75FT
Média EPM Pr [t]
Pastejo, minutos
Diurno
141,25 90,00 125,00 136,25 123,12 26,85 0,565
Noturno
287,50 323,75 313,75 328,75 313,43 30,41 0,780
Diário
428,75 413,75 438,75 465,00 436,56 32,58 0,734
Número de refeições
Diurno
1,50 1,50 1,50 1,25 1,43 0,27 0,892
Noturno
3,25 3,50 3,00 3,50 3,31 0,73 0,953
Diário
4,75 5,00 4,50 4,75 4,75 0,66 0,959
Duração média das refeições, minutos
Diurno
82,50 64,37 83,75 101,87 83,12 18,13 0,578
Noturno
107,18 114,68 110,31 105,62 109,45 17,86 0,983
Diário
94,84 89,53 97,03 103,75 96,28 13,66 0,902
Ruminação, minutos
Diurno
202,50 206,25 181,25 215,00 201,25 9,49 0,179
Noturno
291,25 303,75 273,75 263,75 283,12 25,76 0,708
Diário
493,75 510,00 455,00 478,75 484,37 29,27 0,618
Ócio, minutos
Diurno
185,00 232,50 222,50 178,75 204,68 20,39 0,261
Noturno
211,25 165,00 198,75 185,00 190,00 26,55 0,662
Diário
396,25 397,50 421,25 363,75 394,68 23,33 0,445
Taxa de bocados 38,75 38,50 33,50 35,37 36,53 2,21 0,352
6.3.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
Nas Tabelas 6.16 e 6.17 são apresentados os dados de temperatura retal e
freqüência respiratória de vacas Holandesas e meio sangue Holandês/Jersey, medidos
as 8:00 e 15:30 horas.
Os tratamentos não afetaram a temperatura retal e freqüência respiratória das
vacas Holandesas as 8:00 horas da manhã. As 15:30 horas, entretanto, o tratamento
FT25 aumentou a temperatura retal (P=0,071) e a freqüência respiratória (P=0,053) das
vacas. Ao contrário das vacas Holandesas, as primíparas mestiças tiveram a
temperatura retal as 15:30 horas reduzida pelo tratamento FT25.
250
Tabela 6.16 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas multíparas Holandesas
alimentadas com níveis crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho
no concentrado e pastejando capim elefante com 23 de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,35 38,50 38,47 38,32 38,41 0,09 0,519
Freq. Respiratória (mov./min) 47,50 48,00 46,50 43,75 46,43 1,79 0,413
15:30 horas
Temperatura Retal (ºC) 39,45 39,97 39,40 39,45 39,54 0,11 0,071
Freq. Respiratória (mov./min) 74,50 88,00 75,00 69,00 76,74 3,80 0,053
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 6.17 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas primíparas meio sangue
Holandês/Jersey alimentadas com níveis crescentes d farelo de trigo em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temp. Retal (ºC) 38,35 38,10 38,22 38,40 38,27 0,08 0,156
Freq. Respiratória
(mov./min)
47,25 43,00 42,25 49,25 45,43 2,72 0,300
15:30 horas
Temp. Retal (ºC) 39,70a 39,32b 39,77a 39,65a 39,61 0,06 0,013
Freq. Respiratória
(mov./min)
77,50 76,25 59,50 75,50 72,18 5,12 0,134
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
6.3.6 Parâmetros sanguíneos
Nas Tabelas 6.18 e 6.19 são apresentadas as avaliações de parâmetros
sanguíneos de vacas Holandesas e mestiças, respectivamente.
As concentrações de glicose e uréia plasmática (70,06 e 42,66 mg/dL) e a
concentração de ácidos graxos livres (266,68 meq/L) não sofreram efeito de tratamento
nas avaliações realizadas com vacas multíparas Holandesas. Igual resultado foi obtido
com vacas primíparas mestiças, as quais apresentaram concentrações de glicose e
uréia plasmática de 69,56 e 43,68 mg/dL, respectivamente, sem sofrerem efeito de
tratamento. A concentração de ácidos graxos livres foi em média de 265,87 meq/L.
251
Tabela 6.18 - Parâmetros sanguíneos de vacas Holandesas alimentadas com níveis crescentes
farelo de trigo em substituição ao milho no concentrado e pastejando capim
elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL)
69,75 68,75 73,50 68,25 70,06 3,52 0,723
Uréia plasmática (mg/dL)
39,25 41,25 46,00 44,25 42,68 1,75 0,110
AGL (meq/L)
262,0 286,0 280,5 238,25 266,68 12,45 0,117
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 6.19 - Parâmetros sanguíneos de vacas meio sangue Holandês/Jersey alimentadas com
níveis crescentes de farelo de trigo em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL)
68,25 69,50 70,50 70,00 69,56 1,84 0,841
Uréia plasmática (mg/dL)
44,50 45,25 41,25 43,75 43,68 1,06 0,139
AGL (meq/L)
276,0 257,5 263,25 266,75 265,87 25,93 0,963
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
6.3.7 Metabolismo ruminal
Na Tabela 6.20 são apresentadas as degradabilidades ruminais da MS e das
frações FDN e PB do milho e do farelo de trigo.
Todos os parâmetros da cinética de degradação ruminal da MS do farelo de trigo
diferiram da do milho, exceto a taxa de passagem (4,17%/h). Em comparação ao milho
grão, o farelo de trigo apresentou maior fração solúvel (22,57 vs 54,62%), menor fração
potencialmente degradável (75,86 vs 34,16%), maior fração não degradável (1,56 vs
11,20%), menor taxa de degradação (4,97 vs 2,84%/h), maior degradação efetiva
(63,92 vs 68,34%) e menor degradação potencial (98,18 vs 87,52%).
Todos os parâmetros da cinética de degradação ruminal da fração FDN do farelo
de trigo diferiram da do milho. A fração solúvel (2,55 vs 15,49%), a fração não
degradável (13,87 vs 25,29%) e o tempo de colonização (12,95 vs 22,27 horas) foram
maiores no farelo de trigo em comparação ao milho grão. Por outro lado, a fração
potencialmente degradável (83,84 vs 59,20%), a taxa de degradação (3,81 vs 2,73%/h)
e a degradação potencial (85,26 vs 71,35%) foram menores no farelo de trigo. A
degradação efetiva foi menor dos tratamentos com 50 e 75% de substituição do milho
252
por farelo de trigo (36,67%), intermediária no tratamento com 25% de substituição
(40,62%) e maior no tratamento controle (45,13%).
Os parâmetros da cinética de degradação ruminal da fração PB sem correção
para eliminar a contaminação por purinas do farelo de trigo diferiu da degradação da PB
do milho em todos os parâmetros da degradação, com exceção da degradação
potencial (95,95%). A incubação do farelo de trigo dentro das dietas com níveis
crescentes deste co-produto não afetou a sua degradabilidade. A fração solúvel do
farelo de trigo foi muito maior que a do milho (26,71 vs 63,84%). Também foram
maiores no farelo de trigo a fração não degradável (2,23 vs 4,18%) a taxa de
degradação (3,22 vs 5,41%/h), o tempo de colonização (2,07 vs 4,09 horas) e a
degradabilidade efetiva (61,70 vs 82,82%). A fração potencialmente degradável foi
menor (71,04 vs 31,95%).
Todos os parâmetros da cinética de degradação ruminal da fração PB do farelo
de trigo corrigida para contaminação microbiana diferiram da do milho. Foram maiores
no farelo de trigo a fração solúvel (27,56 vs 65,04%), a taxa de degradação (3,21 vs
5.6%/h), a degradação efetiva (61,32 vs 85,53%) e a degradação potencial (96,48 vs
98,97). Entretanto, o farelo de trigo apresentou menor fração potencialmente
degradável (70,47 vs 34,19%), menor fração não degradável (2,44 vs 0,84%) e menor
tempo requerido para colonização (2,07 vs 0,95 horas).
Na Tabela 6.21 são apresentadas as degradabilidades ruminais da MS e das
frações FDN e PB com e sem correção para purinas de amostras de pastejo simulado
do capim elefante incubado in situ.
Os parâmetros da cinética de degradação ruminal da fração MS do pasto não
diferiram quando o milho foi substituído por farelo de trigo. A MS do pasto apresentou
26,88, 56,59 e 16,51% para as frações solúvel, potencialmente degradável e não
degradável respectivamente. A taxa de degradação foi de 3,96%/h e o tempo requerido
para colonização de 15,13 horas, com taxa de passagem média de 3,77%/h. As
degradações efetiva e potencial foram de 55,78 e 82,89%, respectivamente.
253
Tabela 6.20 - Degradabilidade ruminal do milho e do farelo de trigo incubado in situ, dentro de
seus respectivos tratamentos, com vacas pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25FT 50FT 75FT
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
22,57b 55,13a 54,30a 54,44a 46,61 0,58 0,001
b, %
75,86a 34,01b 34,47b 34,02b 44,60 0,62 0,001
c, %
1,56b 10,86a 11,23a 11,53a 8,80 0,27 0,001
C, %/h
4,97a 2,7b 2,68b 3,14b 3,36 0,25 0,001
Lag Time, h
1,55b 10,27a 10,61a 8,40a 7,70 1,14 0,004
Kp
1
, %/h
4,13 4,21 4,27 4,06 4,17 0,07 0,31
Deg. Efetiva, %
63,92b 68,40a 67,45a 69,31a 67,27 0,88 0,02
Deg. Potencial, %
98,18a 87,74b 87,18b 87,66b 90,20 0,40 0,001
FDN
a, %
2,55b 16,47a 14,97a 15,03a 12,26 1,22 0,001
b, %
83,84a 58,16b 60,53b 58,90b 65,29 1,08 <0,001
c, %
13,87b 25,35a 24,49a 26,05a 22,44 0,79 0,001
C, %/h
3,81a 2,88b 2,70b 2,62b 4,01 0,27 0,014
Lag Time, h
12,95b 22,30a 21,57a 22,93a 19,93 0,66 0,001
Kp
1
5
, %/h
3,67b 4,07a 4,25a 4,07a 4,01 0,08 0,014
Deg. Efetiva, %
45,13a 40,62ab 35,38b 37,97b 39,78 1,44 0,015
Deg. Potencial, %
85,26a 72,39b 70,49b 71,18b 74,83 0,86 <0,001
PB
3
a, %
26,71b 64,70a 63,89a 62,94a 54,56 0,54 <0,001
b, %
71,04a 31,18b 31,89b 32,80b 41,73 0,67 <0,001
c, %
2,23b 4,11a 4,20a 4,25a 3,70 0,26 0,004
C, %/h
3,22b 5,33a 4,92a 5,98a 4,86 0,26 0,001
Lag Time, h
2,07b 4,02a 4,11a 4,16a 3,59 0,22 0,001
Kp
1
5
, %/h
3,55b 3,79a 3,78a 3,80a 3,73 0,02 <0,001
Deg. Efetiva, %
61,70b 83,62a 81,85a 82,99a 77,54 0,47 <0,001
Deg. Potencial, %
96,59 95,82 95,68 95,71 95,95 0,22 0,075
PB
4
a, %
27,56b 65,04a 65,12a 64,98a 53,43 0,62 <0,001
b, %
70,47a 34,23b 34,13b 34,21b 45,31 0,62 <0,001
c, %
2,44a 0,79b 0,93b 0,80b 1,40 0,18 0,011
C, %/h
3,21b 5,47a 5,71a 5,62a 4,83 0,15 0,02
Lag Time, h
2,07a 0,89b 1,00b 0,97b 1,28 0,70 0,02
Kp
1
5
, %/h
3,53b 3,80a 3,79a 3,79a 3,72 0,02 0,01
Deg. Efetiva, %
61,32b 85,26a 85,83a 85,51a 78,04 0,78 0,001
Deg. Potencial, %
96,48b 99,00a 98,97a 98,95a 98,23 0,11 0,001
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
A fração FDN apresentou maior fração solúvel no tratamento com 50% de
substituição do milho por farelo de trigo (8,77 vs 5,87%). A fração potencialmente
degradável não diferiu entre os ingredientes estudados (70,75%), assim com não
254
diferiram a taxa de degradação (4,27%/h) e a degradação efetiva (44,07%). A fração
não degradável foi menor no tratamento FT75 (23,01 vs 21,54%). A degradação
potencial foi menor nos tratamentos controle e FT25 (76,17%), intermediária no
tratamento FT50 (77,22%) e maior no tratamento FT75 (77,82%).
A cinética de degradação ruminal da fração PB sem correção para purinas não
diferiu entre os tratamentos. O capim elefante apresentou fração solúvel,
potencialmente degradável e não degradável de 36,34, 57,33 e 6,32%,
respectivamente. A taxa de degradação foi de 4,51%, sendo requerido 6,04 horas para
colonização pela flora ruminal. A degradação efetiva foi de 67,02% e a degradação
potencial de 93,27%.
Quando procedida a correção para purinas, os parâmetros da cinética de
degradação ruminal da PB também não foram afetados pelos tratamentos. Valores de
34,14, 62,02 e 3,83% foram observados para as frações solúvel, potencialmente
degradável e não degradável. A taxa de degradação média foi de 5,92%/h e o tempo de
colonização foi de 3,76 horas. As degradações efetiva e potencial apresentaram valores
de 71,29 e 96,04%, respectivamente.
Na Tabela 6.22 são apresentados os dados de cinética de passagem ruminal do
milho grão moído fino e do farelo de trigo incubados in situ.
O tempo de transito do farelo de trigo foi menor que do milho (P=0,057). Não
houve efeito de tratamento sobre os tempos de retenção média ruminal, retenção no
ceco-cólon e retenção total que foram de 24,18, 22,96 e 51,11 horas respectivamente.
A taxa de passagem lenta (retículo-rúmen) foi de 4,17%/h e a taxa de passagem
no ceco-cólon foi de 4,37%/h. Com exceção do tempo de trânsito, a cinética de
passagem do capim elefante foi afetada pelos tratamentos. Os tempos médios de
retenção ruminal (P=0,054), no ceco-cólon (P=0,057) e total (P=0,061) foram menores
nas rações com farelo de trigo que com milho, enquanto a taxa de passagem ruminal
(P=0,08) e taxa de passagem no ceco-cólon (P=0,057) foram maiores nas rações com
farelo de trigo.
255
Tabela 6.21 - Degradabilidade ruminal in situ de pastejo simulado de capim elefante incubado
em vacas alimentadas com níveis crescentes de farelo de trigo na ração e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25FT 50FT 75FT
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
28,05 26,43 26,88 26,17 26,88 0,60 0,230
b, %
55,71 57,05 55,90 57,72 56,59 0,75 0,283
c, %
16,23 16,51 17,20 16,10 16,51 0,44 0,377
C, %/h
3,61 4,05 4,13 4,06 3,96 0,26 0,533
Lag Time, h
14,96 15,21 15,80 14,55 15,13 0,44 0,338
Kp
1
, %/h
3,63 3,71 3,77 3,99 3,77 0,08 0,082
Deg. Efetiva, %
55,70 56,10 56,11 55,21 55,78 0,89 0,877
Deg. Potencial, %
82,88 82,87 82,40 83,41 82,89 0,41 0,440
FDN
a, %
5,67b 5,40b 8,77a 6,54b 6,59 0,44 0,006
b, %
70,42 71,77 68,90 71,92 70,75 0,67 0,060
c, %
23,90a 22,82a 22,33a 21,54b 22,65 0,44 0,050
C, %/h
4,06 4,62 4,22 4,20 4,27 0,14 0,112
Lag Time, h
21,22a 20,37ab 19,97b 19,33b 20,22 0,36 0,050
Kp
1
5
, %/h
3,70b 3,72b 3,74b 3,92a 3,77 0,03 0,006
Deg. Efetiva, %
42,48 45,02 45,22 43,57 44,07 0,72 0,103
Deg. Potencial, %
75,54b 76,80b 77,22ab 77,82a 76,86 0,41 0,034
PB
3
a, %
36,48 35,35 35,10 38,44 36,34 1,88 0,641
b, %
56,12 57,08 59,40 56,72 57,33 1,52 0,548
c, %
7,39 7,55 5,50 4,83 6,32 0,46 0,056
C, %/h
4,59 4,21 4,48 4,75 4,51 0,11 0,120
Lag Time, h
7,07 7,09 5,34 4,66 6,04 0,45 0,07
Kp
1
5
, %/h
3,80 3,82 3,81 3,80 3,80 0,02 0,380
Deg. Efetiva, %
67,00 65,11 66,66 69,32 67,02 1,12 0,248
Deg. Potencial, %
92,31 91,94 94,05 94,79 93,27 0,46 0,055
PB
4
a, %
32,46 35,28 33,93 34,87 34,14 1,56 0,647
b, %
63,76 60,33 62,47 61,57 62,02 1,72 0,619
c, %
3,77 4,38 3,63 3,54 3,83 0,30 0,363
C, %/h
5,81 4,42 6,03 7,42 5,92 0,77 0,240
Lag Time, h
3,70 4,29 3,56 3,48 3,76 0,29 0,362
Kp
1
5
, %/h
3,79 3,80 3,81 3,81 3,80 0,02 0,408
Deg. Efetiva, %
70,81 68,28 71,33 74,75 71,29 1,92 0,309
Deg. Potencial, %
96,14 95,42 96,21 96,37 96,04 0,31 0,326
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
256
Tabela 6.22 – Cinética ruminal e intestinal do milho e do farelo de trigo incubado dentro de seus
respectivos tratamentos com vacas pastejando capim elefante com 23 dias de
intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho FT25 FT50 FT75
Média EPM
1
P
2
Milho e Farelo de trigo
TT
3
, horas 4,43 3,81 3,66 3,95 3,96 0,16 0,057
TMR
1
4
, horas 24,17 24,24 23,59 24,71 24,18 0,37 0,300
TMR
2
5
, horas 22,98 23,04 22,38 23,45 22,96 0,40 0,391
TMRT
6
, horas 51,59 51,10 49,64 52,12 51,11 0,85 0,293
K
1
7
, %/h 4,13 4,21 4,27 4,06 4,17 0,07 0,311
K
2
8
, %/h 4,36 4,35 4,48 4,27 4,37 0,08 0,392
Capim elefante
TT
3
, horas 4,41 3,81 3,38 3,34 3,73 0,30 0,125
TMR
1
4
, horas 27,44 25,78 25,80 24,05 25,77 0,65 0,054
TMR
2
5
, horas 26,33 24,71 24,81 23,15 24,75 0,61 0,057
TMRT
6
, horas 58,18 54,31 54,00 50,53 54,25 1,51 0,061
K
1
7
, %/h 3,63 3,71 3,77 4,00 3,88 0,10 0,080
K
2
8
, %/h 3,81 4,08 4,04 4,34 4,07 0,11 0,057
Cinética de líquidos
TT
3
, horas 2,67 2,29 2,17 2,20 2,33 0,21 0,376
TMR
1
4
, horas 17,78 16,19 16,56 16,21 16,69 0,53 0,219
TMR
2
5
, horas 17,19 15,72 16,08 15,71 16,18 0,48 0,208
TMRT
6
, horas 37,65 34,22 34,02 34,12 35,20 1,20 0,230
K
1
7
, %/h 5,64 6,18 6,06 6,23 6,03 0,18 0,191
K
2
8
, %/h 5,84 6,37 6,24 6,43 6,23 0,18 0,187
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Erro padrão da média;
2
- Probabilidade;
3
– Tempo no qual o ingrediente marcado apareceu pela
primeira vez nas fezes (Tempo de Trânsito);
4
– Tempo médio de retenção no retículo-rúmen;
5
– Tempo
médio de retenção no ceco e cólon;
6
– Tempo médio de retenção total (TT+TMR1+TMR2);
7
- Taxa de
passagem constante das partículas marcadas (1/TMR
1
);
8
– 1/TMR
2
A cinética de passagem de líquidos não foi afetada pelos tratamentos. O tempo
de trânsito foi de 2,33 horas, os tempos médios de retenção ruminal, no ceco-cólon e
total foram de 16,69, 16,18 e 35,20 horas respectivamente. As taxas de passagem
foram de 6,03 e 6,23%/h para rúmen e ceco-cólon, respectivamente.
Na Tabela 6.23 são apresentados o pH e as concentrações de ácidos graxos e
amônia ruminal.
257
Tabela 6.23 - Concentração e proporção de ácidos graxos voláteis de vacas mantidas em
pastagem de capim elefantes e alimentadas com diferentes níveis de farelo de
trigo em substituição ao milho e farelo de soja no concentrado
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25FT 50FT 75FT
Media EPM
1
Pr [t]
2
Acetato, mM/mL
Diurno
62,95 59,74 62,96 61,90 61,70 2,36 0,75
Noturno
59,34 63,43 63,40 63,44 62,40 2,34 0,55
Diário
60,84 61,95 63,31 62,82 62,23 1,48 0,67
Proprionato,
mM/mL
Diurno
31,69 30,67 31,94 40,31 33,63 2,61 0,12
Noturno
34,47 29,01 32,80 28,81 31,28 1,39 0,07
Diário
33,41 29,76 32,47 33,16 32,20 1,07 0,16
Isobutirato,
mM/mL
Diurno
1,17 1,07 1,23 1,26 1,19 0,05 0,15
Noturno
1,16 1,14 1,23 1,17 1,18 0,02 0,25
Diário
1,16 1,12 1,23 1,21 1,18 0,03 0,17
Butirato,
mM/mL
Diurno
13,76 13,38 14,21 16,56 14,48 0,85 0,13
Noturno
14,25 13,95 14,38 13,77 14,09 0,20 0,22
Diário
14,05 13,73 14,33 14,62 14,18 0,32 0,33
Isovalerato,
mM/mL
Diurno
2,34b 2,23b 2,62b 2,85a 2,51 0,11 0,03
Noturno
2,39 2,26 2,53 2,38 2,39 0,05 0,07
Diário
2,38b 2,25b 2,56a 2,56a 2,44 0,04 0,01
Valerato,
mM/mL
Diurno
1,55b 1,45b 1,67ab 1,99a 1,67 0,08 0,01
Noturno
1,55 1,45 1,61 1,62 1,56 0,04 0,16
Diário
1,55b 1,45b 1,63ab 1,77a 1,60 0,04 0,01
TOTAL,
mM/mL
Diurno
113,48ab 108,56b 114,56ab 124,91a 115,98 3,23 0,05
Noturno
113,19 111,27 115,97 111,22 112,91 1,14 0,07
Diário
113,42 110,28 115,55 116,16 113,85 1,49 0,11
Acetato:Proprionato
Diurno
2,02 2,01 2,05 1,54 1,90 0,22 0,39
Noturno
1,76 2,21 2,06 2,26 2,07 0,19 0,34
Diário
1,84 2,11 2,03 1,91 1,97 0,11 0,41
Amônia, mg/dL
Diurno
41,52 32,94 35,27 36,66 36,60 1,74 0,06
Noturno
36,17 33,58 37,25 36,65 35,91 1,45 0,37
Diário
38,31 33,32 36,46 36,65 36,18 1,35 0,17
pH ruminal
Diurno
6,29 6,21 6,29 6,11 6,23 0,05 0,17
Noturno
6,25 6,19 6,24 6,21 6,23 0,06 0,94
Diário
6,26 6,20 6,26 6,17 6,23 0,06 0,64
1- Erro Padrão da Média
2- Probabilidade
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
258
Figura 6.5 – Concentração de ácidos graxos voláteis de vacas alimentadas com níveis de farelo
de trigo em substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com
23 dias de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa
259
Figura 6.6 – Concentração de ácidos graxos , pH ruminal e concentração de amônia de vacas
alimentadas com níveis de farelo de trigo em substituição ao milho no concentrado
e pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha durante a
estação chuvosa
Com exceção das concentrações de isovalerato e de valerato, que foram
maiores no tratamento FT75, os demais ácidos graxos voláteis ruminais não foram
afetados pelos tratamentos na média diária, havendo algumas diferenças entre o
período noturno e diurno.
A concentração de acetato não variou entre o dia e a noite, apresentando
concentração média de 62,23 mM/mL. Por outro lado um comportamento um pouco
diferenciado teve o proprionato, que ao longo do dia numericamente aumentou de
concentração e a noite diminuiu.
O isobutirato e o butirato se mantiveram bastantes constantes ao longo do dia e
da noite. Por outro lado o isovalerato foi estatisticamente superior no tratamento 75FT
com relação as concentrações diurnas e diárias.
260
As concentrações ruminais diurnas e diárias de valerato foram mairoes
tratamento 75FT, intermediárias no tratamento 50FT e menores no tratamento 26FTe
no tratamento controle.
Nas Figuras 6.5 e 6.6 são apresentados os perfis ao longo de um ritmo
circadiano relativos aos ácidos graxos, amônia e pH ruminal. A análise de perfil não
detectou diferença entre as concentrações dos AGV, concentração de amônia e valores
de pH ruminal.
6.3.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
Na Tabela 6.24 são apresentadas as estimativas de consumo de forragem e
consumo total de MS e de síntese de proteína microbiana ruminal.
Tabela 6.24 – Estimativa de consumo de forragem e consumo total de MS e proteína
microbiana de vacas recebendo concentrado com diferentes níveis de farelo
de trigo e em pastejo de capim elefante
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25FT 50FT 75FT
Média EPM
1
Pr [t]
2
Óxido de Cromo
CMS de forragem, kg/dia
11,21 12,00 13,43 11,71 12,08 0,82 0,34
CMS total, kg dia
16,55 17,34 18,77 17,05 17,43 0,87 0,39
Orskov et al. (1988)
3
CMS de forragem, kg/dia
6,91 7,07 7,05 7,11 7,04 0,11 0,64
CMS total, kg dia
12,25 12,41 12,40 12,45 12,38 0,11 0,64
NRC (2001)
4
CMS de forragem, kg/dia
9,64 9,84 9,82 9,88 9,80 0,13 0,42
CMS total, kg dia
15,98 15,18 15,16 15,22 15,13 0,14 0,48
Prot. microbiana, gN/dia 195,96 200,75 200,62 189,30 196,66 6,63 0,062
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade;
3- CMS - -0,822 + 0,0748 (a+b) +40c
4- CMS = (((PV ^ 0.75) * 0.0968) + (0.372 * Produção leite corrigido) - 0.293) * Lag
Lag = 1 – exp(-0.192 * (Semana de Lactação + 3.67))
A estimativa de consumo de forragem foi estimada pelo método do marcador
externo utilizando óxido de cromo. Não houve diferença entre tratamentos. O consumo
médio de pasto estimado foi 12,08 kg de MS/vaca e o consumo total foi de 17,43 kg de
MS/vaca. Os consumos totais de MS determinados através do óxido de cromo foram
maiores do que os preditos pelo NRC (2001) (17,43 x 15,13 kg de MS/vaca) e pela
261
fórmula desenvolvida por Orskov et al (1988), com base nos dados de degradação “in
sittu” (17,43 x 12,38 kg de MS/vaca).
O fluxo de nitrogênio microbiano para o intestino não foi afetado pelos
tratamentos, apresentando valor médio de 196,66 gN/dia.
6.4 Discussão
6.4.1 Caracterização da forragem
Nas Tabelas 6.8 e 6.9 foram apresentadas as avaliações realizadas para
caracterização da forrageira. O pasto de capim elefante apresentou 10,77 ton. de
MS/ha, com 49,95% de folhas, 38,62% de colmo. A fração folha apresentou teor de
massa seca de 20,83%. A análise de composição bromatológica de amostras de
pastejo simulado acusou 18,52% de MS, 17,58% de PB, 62,45% de FDN, 33,49% de
FDA, 3,17% de lignina, 3,03% de extrato etéreo e 12,68% de cinzas. A digestibilidade in
vitro da MS foi alta, apresentando valor de 70,19%.
A massa de forragem pré-pastejo foi alta (10,77 ton de MS/ha) e superior ao
relatado por por Rosseto (2000), Balsalobre (1996), Voltolini (2006) e Carareto (2007).
O teor de PB observado está acima da grande maioria dos estudos relatados na
literatura, determinado principalmente pela dose de fertilizante nitrogenado aplicado na
pastagem. Entretanto, os dados deste estudo estão de acordo com aqueles obtidos
com pastagens tropicais colhidas jovens e adubadas com N, onde foram
relatados.valores da ordem de 13 a 20% de PB e 53 a 65% de FDN (REEVES et al.,
1996; COWAN; LOWE, 1998; SANTOS; JUCHEM, 2000).
O intervalo fixo de desfolha de 23 dias, apesar de não ser o ideal, conforme
demonstrado (VOLTOLINI, 2006; CARARETO, 2007), permitiu mesmo assim a colheita
de planta com altos teores de proteína e alta digestibilidade in vitro.
A produção de forragem nos trópicos é favorecida devido as características
climáticas, mas as temperaturas elevadas comprometem a digestibilidade da matéria
seca da forragem, seja de gramíneas ou leguminosas e de colmos ou folhas (WILSON
1982; WILSON et al., 1991). A baixa digestibilidade observada em plantas que se
desenvolvem sob condições de elevadas temperaturas, pode ser atribuída a dois
262
fatores principais: primeiro, as atividades metabólicas da planta são aceleradas sob
altas temperaturas de crescimento, o que causa decréscimo no conjunto de metabólitos
do conteúdo celular. Os produtos fotossintéticos são, dessa forma, rapidamente
convertidos em componentes estruturais. Segundo Van Soest (1994), altas
temperaturas ambientais resultam em aumento da lignificação na parede celular.
Entretanto, de acordo com Buxton e Fales (1994), nenhum fator isolado influencia tanto
a qualidade da forragem quanto o estádio de desenvolvimento da planta. A maturação
das plantas vem acompanhada do espessamento e da lignificação da parede celular, e
ambos são relacionados à redução da digestibilidade do material (ALVES DE BRITO et
al., 1999; WILSON, 1997). Forragens com baixa digestibilidade tendem a permanecer
maior tempo no rúmen, exigindo maior tempo de ruminação. Isto implica menor
consumo e menor disponibilidade de nutrientes para a produção (WILSON, 1997).
A adoção de intervalo de desfolha fixo de 23 dias neste estudo, apesar de ser
curto, não foi o suficiente para produzir forragem com proporção de folhas ao redor de
54 a 56% conforme foi relatado por Voltolini (2006) e Carareto (2007) quando adotaram
intervalo de desfolha variável, com base na interceptação de 95% de luz.
6.4.2 Produção e composição do leite
Nas Tabelas 6.10 e 6.11 foram apresentadas a produção e composição do leite.
A menor produção de leite para a vacas Holandesas consumindo a ração com
substituição de 75% do milho por farelo de trigo, pode ter sido causada pelo menor teor
de energia do farelo de trigo comparado ao milho (NRC, 2001), uma vez que o consumo
de MS total foi igual nos 2 tratamentos. Nos tratamentos T25 e T50, onde a produção
de leite não foi menor que com milho, o consumo de pasto, apesar de não diferir
estatisticamente, foi maior que com milho.
De maneira geral, isolar o efeito da inclusão do farelo de trigo nas rações para
vacas leiteiras se mostrou não ser tarefa fácil, visto posto este co-produto é
grandemente utilizado em muitas formulações, participando com percentagens muito
pequenas, que na maioria dos casos não chegou a 10%. Também, muitas vezes esteve
presente em tratamentos muito distintos, onde não se pode inferir com segurança sobre
possíveis efeitos da baixa inclusão do farelo de trigo. Apesar do farelo de trigo ser
263
utilizado largamente na alimentação de bovinos (ANDRIGUETO et al., 1986), são
escassas na literatura informações quanto ao seu uso, principalmente em relação aos
seus efeitos nutricionais e sobre a produção de vacas leiteiras (SOARES et al., 2004).
Também, a diversidade de rações no qual é incluído dificulta o agrupamento para fins
de revisão de literatura.
Wagner et al. (1993) e Van Horn (1982) não observaram efeito sobre a produção
e composição do leite em dieta contendo 25% de farelo de trigo. Alguns estudos
demonstraram tendência para maior teor de gordura para vacas consumindo casca de
soja em relação ao farelo de trigo. A lactose e o extrato seco desengordurado tenderam
a serem maiores para a dieta com farelo de trigo (BERNARD; MCNEILL, 1991).
Acedo et al. (1987) formularam concentrados com 0; 20 e 40% e 0; 40 e 60% de
farelo de trigo em dois experimentos. A produção de leite das vacas que receberam 20
ou 40% de farelo de trigo foi semelhante à das vacas controle, mas a produção das que
receberam 60% de farelo de trigo no concentrado diminuiu. O teor de gordura no leite
foi semelhante em todos os grupos. Os estudos de Acedo et al (1987) e Waldern e
Cedeno (1970) acusaram maior concentração de uréia, indicativo de excesso de PB na
dieta. Por outro lado, com inclusão de 23 e 45%, Van Horn (1982) e Yamdagni et al.
(1967) não observaram expressiva depressão na produção de leite. Em rações
contendo 6,8 ou 13,6% de farelo de trigo em substituição ao milho de alta umidade,
Clark e Armentano (1997) relataram igual produção e composição do leite.
Bernard (1997) estudou a associação do farelo de trigo nos níveis de 22,4 ou
25% da MS da dieta com farelo de soja, farelo de algodão e farinha de carne e osso, na
presença ou não de feno. Na ausência de feno, a produção de leite de vacas primíparas
não foi afetada pelos tratamentos. Entretanto, vacas multíparas produziram mais leite
no tratamento associando farelo de trigo com farinha de carne e osso. Por outro lado,
com 11% de feno na dieta, vacas primíparas produziram mais leite na interação farelo
de trigo com farinha de carne e osso e as vacas multíparas produziram mais leite
quando receberam a dieta controle a base de farelo de soja.
Bernard e McNeill (1991) estudaram rações com 22,38% de farelo de trigo ou
casca de soja ou FMG21% em substituição a frações de milho grão, silagem de milho e
farelo de soja e não observaram efeito na produção de leite, resultado esse que
concordou com outros relatos de pesquisa, a exemplo de Klopfenstein (1983),
264
Macgregor et al. (1976), Macleod et al. (1985) e Nakamura e Owen (1989). Entretanto,
Wagner et al. (1993) estudaram a substituição de 15% da silagem de milho por farelo
de trigo e embora não tenham observado alteração na produção de leite, houve
aumento na produção de leite corrigida para 4% de gordura devido ao aumento no teor
de gordura, entretanto, ocorreu redução no teor de proteína do leite.
No estudo de Bernard e McNeill (1991), quando compararam o tratamento com
farelo de trigo com outro de igual substituição por casca de soja, foi observado redução
no teor de gordura do leite, comportamento esse corroborado pelos estudos de
Nakamura e Owen (1989) e de Macleod et al. (1985). Bernard e McNeill (1991) ainda
relataram que o teor de lactose tendeu numericamente a ser maior no tratamento com
farelo de trigo em relação aos demais e que o teor de proteína no tratamento com farelo
de trigo foi inferior que no tratamento com farelo de glúten de milho. Por outro lado,
Mowrey et al. (1999) constataram que as combinações com casca de soja, FGM21% e
farelo de trigo substituindo aproximadamente 30 ou 60% do feno de alfafa ou 25 ou
50% do milho e farelo de soja não conferiram diferenças na produção e composição do
leite, exceto para dieta com 60% de feno de alfafa substituída por co-produtos que
apresentou baixa percentagem de gordura no leite.
Ainda em combinação com demais co-produtos, o teor e a produção de gordura
do leite aumentaram linearmente à medida que se aumentou a proporção dos co-
produtos farelo de trigo, grãos destilados e caroço de algodão, associados a diferentes
níveis de milho de alta umidade no estudo de Clark e Armentano (1997). Embora a
gordura do leite tenha variado, a concentração de AGV não foi afetada. Entretanto, a
maior percentagem de gordura do leite foi observada quando se forneceu dieta sem
sub-produtos e com baixo teor de milho de alta umidade. Em combinação com farelo de
glúten de milho e casca de soja com dois níveis de farelo de trigo na dieta, a produção
de leite foi mantida. Embora a teor de gordura tenha apresentado tendência de redução,
a produção de leite corrigido para gordura foi similar entre as dietas (MOWREY et al.,
1999).
Depies e Armentano (1995) estudaram 17,0% de inclusão de farelo de trigo em
substituição a parcial ao milho moído fino e silagem de alfafa e observaram que a
produção e composição do leite não foram afetadas pelos tratamentos. Em estudo
semelhante, Pereira et al. (1999) estudaram a inclusão de 15,5% de farelo de trigo na
265
presença e ausência de bicarbonato de sódio em substituição parcial ao milho e ao
farelo de soja, em rações com silagem de alfafa, silagem de milho, milho grão e farelo
de soja. Somente foi observado efeito para o bicarbonato.
Em estudo realizado no Brasil, Soares et al. (2004) substituíram 0, 33, 67 e 100%
do milho grão e parte do farelo de soja por farelo de trigo no concentrado de vacas em
lactação com proporção de 70% de silagem de milho e 30% de concentrado e relataram
que a produção e a composição do leite não foram afetadas.
Dados de utilização de farelo de trigo com vacas mantidas em pastagens são
escassos na literatura. Moraes et al. (1982), estudando a produção de leite de vacas
mantidas em pastagens de braquiária, com acesso a banco de proteínas, e recebendo
níveis crescentes de farelo de trigo, verificaram que, para cada 1 kg de farelo de trigo
ingerido, ocorreu incremento de 324 g de leite/dia.
A redução no teor de amido da ração com a substituição parcial do milho por
farelo de trigo. poderia teoricamente, resultar em melhora do ambiente ruminal e
aumento do teor de gordura do leite (Santos et al, 2004)
No presente estudo, a ausência de efeito de tratamentos no teor de gordura do
leite era esperado, uma vez que os parâmetros ruminais, concentração molar de AGV
totais, proporção entre os AGV e pH ruminal não foram afetados pelos tratamentos.
A concentração de uréia no leite pode ser usada como indicadora do
metabolismo protéico em vacas (ROSELER et al., 1993; SHEPERS; MEIJER, 1998;
JONKER et al., 1998).
O maior teor de N-uréico no leite nas rações com farelo de trigo que com milho
se deve a dois fatores básicos, a maior degradabilidade ruminal da proteína do farelo
que do milho, conforme mostrado no estudo de degradação “in sittu” e a menor
disponibilidade de carboidrato fermentável no rúmen. Quando a produção de amônia no
rúmen, excede a sua capacidade de utilização, ocorre acúmulo e posterior remoção do
ambiente ruminal, principalmente via difusão, podendo posteriormente retornar ao
rúmen ou ser perdida como uréia (RUSSEL et al., 1991; COELHO DA SILVA, 1992).
Segundo Russel et al. (1992), quanto maior for a degradabilidade da proteína da ração,
maior será a produção de amônia e, possivelmente, maiores serão as perdas urinárias
de compostos nitrogenados na forma de uréia. No presente estudo, o ensaio metabólico
acusou que o farelo de trigo apresentou elevada fração solúvel da PB (65,04%) e alta
266
degradação efetiva ruminal (85,53%), sendo um dos fatores responsáveis por este
comportamento.
6.4.3 Peso vivo e condição corporal
Nas Tabelas 6.12 e 6.13 foram apresentados os dados de peso vivo e escore de
condição corporal das vacas Holandesas e ½ sangue Holandês/Jersey,
respectivamente. Estas avaliações não sofreram efeito de tratamento. As Holandesas
pesaram 529,5 kg de PV com condição corporal de 2,26. As mestiças pesaram 387,6 kg
de PV com escore de condição corporal de 2,31.
De acordo com os dados, o farelo de trigo foi capaz de suportar produção de leite
similar à obtida com milho, quando substituiu até 50% do cereal. Isto ocorreu sem que
houvesse uso extra de reservas corporais conforme indicado pelos próprios valores das
Tabelas acima citadas e pela ausência de diferença nas concentrações de ácidos
graxos livres no sangue.
A condição corporal da vaca influencia a produtividade, a reprodução, a saúde e
a longevidade dos animais. Exemplificando: vacas muito gordas são mais susceptíveis
a problemas metabólicos, infecções e partos distócicos, o que reflete na produção de
leite (GARNSWORTHY, 1988; GEARHART et al., 1990; RUEGG et al., 1992;
FERGUSSON, 1994).
Vacas muito magras, freqüentemente, apresentam menor produção e
concentração de gordura no leite, devido à pequena reserva de energia e proteína
(FERGUSSON, 1994). A severidade do balanço energético negativo, no início da
lactação, pode influenciar o desempenho reprodutivo, em especial, a concepção.
Portanto, o ECC pode consistir numa excelente ferramenta para o manejo reprodutivo
(EDMONSON et al., 1989; NEBEL; MCGILLIARD, 1993).
6.4.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 6.14 e 6.15 foram apresentados os dados de comportamento
ingestivo das vacas multíparas Holandesas e primíparas meio sangue Holandês/Jersey,
as quais não foram afetadas pelos tratamentos. As holandesas pastejaram 402,18
267
minutos, ruminaram 464,8 minutos e apresentaram taxa de bocados foi de 37,52
bocados/minutos. As vacas primíparas mestiças pastejaram 436,56 minutos, ruminaram
484,37 minutos e apresentaram taxa de bocados foi de 36,53 bocados por minuto.
Poucos estudos avaliaram o comportamento ingestivo de vacas recebendo ração
contendo farelo de trigo. Em rações contendo 6,8 ou 13,6% de farelo de trigo em
substituição ao milho de alta umidade, Clark e Armentano (1997) relataram não haver
diferença no tempo de alimentação e ruminação. Depies e Armentano (1995)
estudaram 17,0% de inclusão de farelo de trigo em substituição parcial ao milho moído
fino e silagem de alfafa e observaram que o tempo de alimentação não foi afetado, mas
que o temo de ruminação sofreu influencia dos tratamentos.
O tempo em que os animais permanecem em pastejo também é uma maneira de
avaliar a qualidade do pasto. Furlan (1976) relatou que vacas mantidas em boas
pastagens passam 46% do tempo pastejando, ao passo que quando mantidas em
pastagens ruins o tempo de pastejo foi de 62%. O tempo em pastejo e a distância
percorrida durante esta atividade influenciaram significativamente a eficiência de
produção de leite nos estudos de Fraser e Broom (1990) e de Van Soest (1994).
O sucesso de uma granja leiteira explorando pastagem sustenta-se basicamente
sobre as estratégias visando melhoria: no valor nutritivo e estrutura de dossel da
forragem, no manejo dos animais que não conflite com os seus horários de preferência
de pastejo e em soluções para proteção contra os efeitos do clima, principalmente
temperatura e carga térmica, uma vez que o animal procura manter o consumo e ajusta
o comportamento ingestivo em resposta a alguma mudança no meio (DEMMENT;
GREENWOOD, 1988). Segundo Balocchi et al. (2002), o horário e o número de
ordenhas são condições determinantes para os padrões de comportamento ingestivo de
vacas leiteiras. A temperatura parece ser o fator do meio mais determinante para o
consumo, pois influencia o apetite (Silva; Leão, 1979) e o comportamento dos animais
em pastejo (MANTECA; SMITH, 1994), além de afetar de forma indireta o consumo, em
virtude de sua influência no valor nutritivo (WILSON; FORD, 1973; WILSON et al., 1976)
e na disponibilidade de forragem (MOTA et al., 1981). Van Rees e Hutson (1983)
atribuíram à influência da temperatura o pastejo intenso dos animais nas horas mais
frescas do dia, no início da manhã e no final da tarde. Ainda estes autores verificaram
268
que no verão os animais pastejaram duas a três horas a mais no período noturno,
evitando as horas quentes do dia.
No presente estudo as vacas Holandesas realizaram 5,37 e as mestiças 4,75
refeições de forragem ao longo do dia, com duração média de 83,82 e 96,28 minutos,
respectivamente. As refeições de concentrado foram no cocho em número de duas.
Não foram encontrados dados na literatura sobre a duração das refeições de vacas
pastejando capim elefante para comparação com os resultados deste estudo. Segundo
Allen (2000), o consumo de MS é função do tamanho e freqüência de alimentação que
são determinados pelo animal e por fatores dietéticos que afetam o centro de
saciedade.
O número de refeições diárias se aproximou do relatado por Albright (1993) (6,0
refeições/dia). Entretanto, dadas as características do manejo dado aos animais, no
presente estudo foi constatado maiores ciclos de pastejos durante a noite, enquanto
que o autor supracitado relatou quatro ciclos entre as ordenhas da manhã e da tarde e
somente dois à noite. Em nosso estudo, as vacas realizaram 1,4 refeições durante o dia
e 3,9 (Holandesas) e 3.3 (mestiças) durante a noite. O tempo de pastejo noturno será
tão maior quanto mais inóspito o dia for aos animais em termo de temperatura e
irradiação solar, obrigando-os a permanecerem de pé a sombra e em ócio. Segundo
relatado por outros autores, o animal pode realizar pastejo à noite de 10 a 70% do
tempo total diário (KRYSL; HESS, 1993). No presente estudo o tempo de pastejo diurno
foi de 30,8% e noturno de 69,2%.
6.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
Nas Tabelas 6.16 e 6.17 foram apresentados os dados de temperatura retal e
freqüência respiratória. Com base nos dados observa-se que os animais, mesmo tendo
acesso à sombra durante as horas mais quente do dia, apresentaram elevação da
temperatura retal e freqüência respiratória em termos de valores numéricos, uma vez
que não houve comparação estatística entre horários. Os valores de freqüência
respiratória indicam estresse leve a moderado nos animais, enfatizando a importância
de se oferecer sombra aos animais nas horas mais quentes do dia (ARMSTRONG,
1994). A ausência de efeito de tratamento nesses parâmetros era esperada.
269
6.4.6 Parâmetros sanguíneos
Nas Tabelas 6.18 e 6.19 foram apresentadas as avaliações de parâmetros
sanguíneos de vacas Holandesas e mestiças, que não foram afetadas pelos
tratamentos. As vacas holandesas apresentaram concentrações de glicose e uréia
plasmática de 70,06 e 42,66 mg/dL respectivamente e a concentração de ácidos graxos
livres de 266,68 meq/L As mestiças, apresentaram concentrações de glicose e uréia
plasmática de 69,56 e 43,68 mg/dL, e a concentração de ácidos graxos livres foi de
265,87 meq/L.
Apesar dos maiores teores de uréia no leite nas rações com farelo de trigo, isto
não esteve correlacionado com os teores de amônia no plasma.
Acedo et al. (1987) relataram que a inclusão de farelo de trigo aumentou uréia
no plasma sanguíneo, indicando proteína em excesso. Entretanto, Soares et al. (2005)
relataram não haver diferença na concentração de amônia e no pH ruminal avaliado
antes e três horas após a alimentação matinal quando substituíram 0, 33, 67 e 100% do
milho por farelo de trigo no concentrado de vacas em lactação com ração a base de
silagem de milho na relação 70:30 volumoso: concentrado. Os valores de pH
encontrados por estes pesquisadores antes (7,16) e depois da alimentação (6,68) são
superiores aos encontrados no presente estudo. Por outro lado, as concentrações de
amônia antes (6,50) e depois (14,86) estão bem abaixo dos valores observados neste
estudo.
Silva et al. (2001) apresentaram médias gerais das concentrações de uréia e N-
uréico plasmáticas variando de 21,59 a 46,33 mg/dL para vacas em lactação. A
concentração plasmática de N-uréico obtida por Valadares et al. (1997a), em vacas
lactantes alimentadas com rações isoprotéicas (24% de PB), foi em média 18,96 mg/dL,
enquanto Roseler et al. (1993) obtiveram 14,8 mg/dL para a concentração plasmática
de N-uréico em vacas lactantes, para as quais foi fornecida dieta balanceada em termos
de PDR e PNDR. Dietas de mesmo teor de PB, mas com excesso de PDR ou PNDR,
resultaram em aumento da concentração plasmática de N-uréia, cujos valores
corresponderam a 16,5 e 17,8 mg/dL.
270
Tentativas têm sido feitas para utilizar a concentração plasmática de uréia como
índice para estimativa do pool de uréia (HARMEYER; MARTENS, 1980) e da
degradabilidade da proteína (BERTONI et al., 1989, citados por ROSELER et al., 1993)
ou como indicador da condição nutricional (GUSTAFSSON; PALMQUIST, 1993). Isso
se baseia no fato de que a uréia é sintetizada no fígado em quantidades proporcionais à
concentração de amônia produzida no rúmen, e sua concentração sangüínea está
diretamente relacionada com o aporte protéico da ração e com a relação energia:
proteína desta (HARMEYER; MARTENS, 1980). Para Broderick (1995), a concentração
plasmática elevada de uréia está relacionada com a utilização ineficiente de proteína.
6.4.7 Metabolismo ruminal
Nas Tabelas 6.20 a 6.23 e nas Figuras 6.5 e 6.6 foram apresentados todos os
parâmetros avaliados quanto a metabolismo ruminal. A degradação da MS e das
frações FDN e PB do farelo de trigo diferiram da degradação do milho grão. Os
tratamentos não afetaram a degradabilidade do pasto. De maneira geral, os AGV não
foram afetados, assim com as concentrações de amônia e pH ruminal. A cinética do
farelo de trigo não diferiu do milho grão e o capim elefante não teve sua cinética afetada
pelos tratamentos. A cinética de líquidos também não foi afetada. Por fim, a análise de
perfil não acusou diferença quanto as concentrações de ácidos, amônia e pH ruminal.
A degradação ruminal da fração FDN do farelo de trigo apresentou fração de
15,49%, tempo de colonização de 22,27 horas, fração potencialmente degradável de
59,20%, a taxa de degradação de 2,73%/h. A degradação efetiva foi menor nos FT50 e
FT75 (36,67%) e menor no FT25 (40,62%). Entretanto, ambas foram menor que a
degradação do FDN do milho (45,13%). As degradações efetivas obtidas no presente
estudo concordam com a literatura, entretanto a taxa de degradação foi menor.
Wagner et al. (1993) estudaram 15% de farelo de trigo substituindo silagem de
milho. A taxa de digestão do FDN da silagem de milho variou de 4,1 a 6,1%/h, enquanto
que a taxa de digestão da FDN do farelo de trigo variou de 4,2 a 5,9%/h, superiores aos
2,73%/h observados neste estudo. Entretanto, ambos os estudos contrastam com o
valor der 14,4%/h relatado por Vargas e Hoover (1983). A degradação efetiva da FDN
do farelo de trigo variou de 52,4 a 57,6%, similar aos 52,1% reportados por Vargas e
271
Hoover (1983). Por outro lado, no presente estudo a degradação efetiva do FDN variou
de 36,67 a 40,62%. A taxa de passagem de líquidos no estudo de Wagner et al. (1993)
foi de 10,3%/h, superior a taxa de 6,16 observados neste estudo. Em comparação feita
entre co-produtos, a digestão aparente do FDN de casca de soja foi maior do que do
farelo de trigo (BERNARD; MCNEILL, 1991).
Malafaia et al. (1998) relataram taxa de degradação da FDN no farelo de trigo
como sendo 6,84%/h, valor esse que foi em torno de 50% da taxa descrita para o
mesmo alimento (14,4%/h), por Varga e Hoover (1983). Porém, essa comparação tem
valor relativo, pois a taxa verificada no estudo de Malafaia et al. (1988) foi obtida pelo
modelo exponencial, enquanto que no neste estudo de Varga e Hoover, (1983) foi
estimada por modelo logístico. Entretanto, mesmo possuindo valores similares de FDN
(43,03 x 40,00), a extensão da degradação da FDN em 24 horas foi de 41,24% Malafaia
et al. (1998) e 52,10% (VARGA; HOOVER, 1983).
Estudos metabólicos com vacas pastejando capim-elefante e suplementadas
com 2 kg de concentrado/dia, e manejada em sistema rotativo com 30 dias de período
de descanso e três dias de ocupação dos piquetes, encontraram valores médios para
taxa de passagem ruminal variando de 3 a 6%/h, tanto na estação das chuvas, quanto
na seca, ocasião em que cana-de-açúcar corrigida com 1% de uréia foi fornecida como
suplemento à pastagem (SOARES et al., 1999). Quando a suplementação foi feita com
4 kg de concentrado por vaca/dia, Benedetti (1994) observou taxa de passagem ruminal
de 4,0%/h para vacas Holandês/Zebu, produzindo diariamente 15,46 kg de leite
corrigido para 4% de gordura.
Por outro lado, quando Soares et al(1999) trabalharam com vacas Holandês ×
Zebu, produzindo diariamente 10,1 a 13,4kg de leite corrigido para 4% de gordura,
observaram estimativas para taxa de passagem pós-ruminal (6 a 12%/h) um pouco
divergentes às verificadas no presente estudo. Em condições experimentais similares,
Soares et al. (2001a) relataram taxas de passagem no rúmen de 2,8%/h (usando um
dos modelos do trabalho de POND et al., 1989), de 3,0%/h (usando modelo de
GROVUM; WILLIANS, 1973).
O estudo dos parâmetros biológicos da cinética dos ingredientes (Tabela 6.22)
demonstrou que embora tendo frações e taxas de degradação diferenciadas, o milho e
o farelo de trigo não apresentaram diferença estatística no tempo médio de retenção
272
ruminal (24,18 horas), no tempo médio de retenção total (51,11 horas) e na taxa de
passagem (4,17%/h); e que o capim elefante não foi afetado pelos tratamentos. O
tempo de permanência em um dado compartimento, no rúmen por exemplo, é
determinado por várias forças que tentam induzir que os resíduos não degradáveis
escapem do compartimento. A maior força é a competição entre resíduos de alimento
ingerido com resíduos residentes de refeições prévias. Essa competição é passível para
todos os tipos de resíduos, sendo portanto, o tempo de permanência uma função da
massa de resíduo residente e a contínua taxa de ingestão de novos alimentos, ou seja,
taxa de renovação (WYLIE, 2000).
As taxas de passagem obtidas no presente estudo merecem atenção e uma
utilização cuidadosa. Segundo Ellis et al. (1994), a obtenção de estimativas das taxas
de passagem ruminal (K1) e pós-ruminal (K2) semelhantes é inconsistente com as
premissas relacionadas a modelos de dois compartimentos seqüenciais. Esses autores
discutiram eventuais condições em que tal situação se estabelece e recomendaram,
baseando-se na literatura, que a razão entre esses dois parâmetros (k2/k1) deveria
exceder um valor de 1,5 para que se alcançasse estimativa confiável da taxa de
passagem ruminal. Os valores observados para taxa de passagem ruminal situaram-se
na faixa de 1,4 a 6%/h relatada na literatura para vacas em lactação sob pastejo em
forrageiras tropicais (BENEDETTI, 1994; SOARES et al., 1999; LEOPOLDINO, 2000;
BERCHIELLI et al., 2001; SOARES et al. 2001b; WILLIAMS, 1973), e de 3,1 a 7,0%/h
para taxa de passagem no ceco-cólon.
O tempo de retenção do capim elefante no rúmen foi de 25,77 horas e a taxa de
passagem de 3,88%/h, corroborando com os poucos dados encontrados na literatura.
Soares et al. (1999), estudaram a cinética da fração FDN de capim elefante utilizando
vacas mestiças Holandês/zebu recebendo 2 kg de concentrado/dia e em pastejo de
capim elefante com 30 dias de intervalo de desfolha nas épocas de janeiro e março e
relataram taxa de passagem de 3,25%/h e tempo de retenção médio ruminal de 27,5
horas quando a pastagem foi adubada com 300 kg de N/ha. Quando a adubação foi
com 700 kg de N/ha, a taxa de passagem foi de 4,75%/h e tempo de retenção médio
ruminal de 25 horas.
273
A taxa de passagem no rúmen é variável de extrema importância, pois determina
o fluxo de digesta pelo trato gastrintestinal, que, no caso de forrageiras tropicais, detém
valores baixos, em razão, principalmente, do alto teor de fibra.
A taxa de remoção da digesta ruminal afeta a extensão da degradação protéica
(ORSKOV; MCDONALD, 1979), a digestão da parede celular e, conseqüentemente, a
digestibilidade in vivo da dieta (ALLEN; MERTENS, 1988; VAN SOEST, 1994) e a
eficiência de síntese de proteína microbiana (SNIFFEN; ROBINSON, 1987), daí a
importância de se estudar a cinética de passagem das partículas. Logo, digestão e
passagem atuam de forma simultânea e competitiva para a remoção da digesta
presente no rúmen, devendo-se então, estudar os efeitos combinados de digestão e
taxa de passagem para maximizar o consumo de nutrientes digestíveis (AITCHISON,
1986).
A concentração total de AGV não foi afetada pelos tratamentos e apresentou
valor de 113,85 mM. A concentração de um AGV individual no rúmen depende do
balanço entre a taxa líquida de produção e a taxa de renovação do rúmen (BERGMAN,
1990). A taxa líquida de produção de AGV corresponde a quantidade removida pela
absorção e passagem (FRANCE; SIDDONS, 1993).
A presença de 15% de farelo de trigo na dieta em relação à dieta controle, não
afetou a concentração dos AGV totais (WAGNER et al., 1993) que foi de 119 mM.
Entretanto, a proporção molar de acetato diminuiu e a proporção de propionato
aumentou, quando as vacas receberam farelo de trigo, o que diminuiu a relação
acetato:propionato de 2,98 para 2,60, com concomitante redução do pH ruminal. A
concentração de amônia foi de 14,8 mg/dL.
Em rações contendo 6,8 ou 13,6% de farelo de trigo em substituição ao milho de
alta umidade, Clark e Armentano (1997) relataram não haver diferença na concentração
dos ácidos graxos voláteis e na relação acetato:proprionato. Depies e Armentano
(1995) estudaram 17,0% de inclusão de farelo de trigo em substituição a parcial ao
milho moído fino e silagem de alfafa e observaram que a concentração de acetato
aumentou, de proprionato diminuiu, afetando a relação C2:C3. A concentração de
butirato não foi afetada. Pereira et al. (1999) estudaram a inclusão de 15,5% de farelo
de trigo com na presença e ausência de bicarbonato de sódio em substituição parcial ao
milho e ao farelo de soja, em rações a base de silagem de alfafa, silagem de milho,
274
milho grão e farelo de soja. Não foi observado alteração dos AGV, relação C
2
:C
3
e no
pH ruminal.
A concentração total de AGV durante o dia foi afetada pelos tratamentos e
relação acetato: proprionato, embora numericamente, foram bastante distintas durante
o dia, durante a noite, e em relação a média diária. Durante o dia a inclusão de farelo de
trigo reduziu a relação C2:C3, enquanto que a noite ela aumentou. A proporção relativa
dos diferentes AGVs produzidos varia amplamente, dependendo dos componentes
químicos degradados e do pH ruminal, que numericamente foi menor durante o dia com
a inclusão de farelo de trigo. Maiores proporções de propionato são produzidos na
degradação da hemicelulose, enquanto que com a degradação dos carboidratos
solúveis da planta (amido e açúcares), o padrão de produção de AGVs é alto tanto em
proprionato, quanto em acetato e baixo em butirato. Em contrapartida, a degradação de
amido de cereais produz alta concentração de propionato. A proporção molar típica dos
AGVs, produzidos quando o animal alimenta-se basicamente de forragens, representa
uma relação de 73:20:7 (acetato; propionato; butirato), comparado com 60:30:10 em
misturas de concentrado e forragens, e somente com concentrado obteve uma relação
50:40:10 (BLACK, 1990). Milford e Minson (1965) relataram que a proporção de AGV
varia também com o tipo de forragem oferecida e seu estádio de maturação.
A degradabilidade ruminal da proteína dietética leva à conversão da mesma até
amônia. Quanto maior for a degradabilidade da proteína da dieta, maior será a
produção de amônia ruminal e, provavelmente, maiores serão as perdas urinárias de
compostos nitrogenados na forma de uréia (RUSSELL et al., 1991), caso essa amônia
não seja totalmente utilizada dentro do rúmen ou caso seja liberada acima da
capacidade de incorporação pelas bactérias ruminais.
O presente estudo confirmou os dados presentes na literatura de que a taxa de
degradação ruminal da proteína do trigo é considerada alta (ACEDO et al., 1985;
MERTENS, 1977; NOCEK et al., 1979; OLTJEN, 1970), sugerindo que pode diminuir a
produção de leite de vacas de alto desempenho. Entretanto, nos níveis de produção
deste estudo, tal comportamento não foi observado. Segundo Acedo et al. (1985) e
Nocek et al. (1979), a proteína do farelo de trigo é mais rapidamente degradada que
outros alimentos.
275
Valadares et al. (1997) verificaram que a concentração de amônia no rúmen é
uma função das taxas relativas de entrada e remoção de amônia que entra no rúmen a
partir de numerosas fontes, incluindo a fermentação dos alimentos, fragmentos de
células lisadas, proteína endógena, compostos nitrogenados solúveis diversos (uréia
endógena, ácidos nucléicos, ácido úrico e nitrato) e excreção dos protozoários. O
nitrogênio amoniacal é removido do rúmen pela incorporação à matéria microbiana que
sai do rúmen, pela absorção através da parede ruminal e pelo fluido ruminal, passando
para outras porções do trato digestivo.
O pH observado no presente estudo (6,23) é considerado não limitante para
digestão ruminal, uma vez que o pH é um fator importante na atividade proteolítica do
rúmen e o valor ótimo varia entre 6 e 7, sendo que, para grande número de
microorganismos, a atividade máxima se situa em torno de 6,5 (COELHO DA SILVA;
LEÃO, 1979). Valores de pH na faixa de 5,5 a 5,0 promove diminuição do número de
microorganismos fibrolíticos, como também da taxa de crescimento microbiano,
podendo causar inibição na digestão da fibra (HOOVER, 1986).
No presente estudo, o regime de fornecimento de concentrado adotado, duas
ingestões diárias, não causou grandes variações na concentração de AGV e no pH
ruminal, mesmo após as primeiras horas após os arraçoamentos, talvez devido ao fato
dos animais serem imediatamente encaminhados para os piquetes. Freqüência de
alimentação afeta os metabólicos ruminais e sanguíneo (SUTTON et al., 1986, 1988),
sendo que baixa freqüência de alimentação pode estar associado com baixo teor de
gordura no leite. Este efeito é atribuído a flutuações na produção de AGV e pH ruminal
(ROBINSON, 1989; SUTTON, et al., 1986).
Ederman (1988), citado por Benedetti (1994), relatou que o pH ruminal é
relacionado com a concentração de AGV, com a sua absorção no rúmen, com o fluxo
da água através da parede ruminal, como fluxo da saliva e dos seus constituintes
tamponantes dentro do rúmen, além da acidez dos alimentos e do fluxo direto da água
do abomaso para os intestinos.
Observa-se uma redução do pH ruminal em vacas leiteiras em pastejo e
suplementadas com concentrado, em quantidade superior a 8 kg de MS/dia, (BARGO et
al., 2002a). Ao Aumentar o fornecimento de concentrado de 5 para 10 kg MS/d,
observou-se a redução do pH (SAYEARS, 1999), entretanto, ao aumentar a quantia de
276
5,6 para 8,4 kg MS/d não afetou o pH em outro experimento (JONES-ENDSLEY et al.,
1997). Observa-se interação com a quantidade, tipo de concentrado suplementado, a
IMS e a qualidade da forragem (ex. estágio de maturidade e conteúdo de FDN) com o
comportamento do pH ruminal (BARGO et al., 2003).
6.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
Na Tabela 6.24 foram apresentadas as estimativas de consumo de MS, as quais
não apresentaram resultados conclusivos ao serem estimadas pelo método do
marcador externo utilizando óxido de cromo.
Em estudos anteriores realizados na mesma área experimental e com animais do
mesmo rebanho, Martinez (2004) e Voltolini (2006) tiveram problemas com as
estimativas do consumo de forragem utilizando-se do óxido de cromo como marcador
externo. Talvez uma das explicações para os resultados controvertidos esteja no
comportamento ingestivo dos animais, uma vez que este marcador possui a
desvantagem por sofrer interferência direta provocada pelo comportamento etiológico
dos animais, conforme proposto por Aroeira (1997), além dos problemas referentes à
recuperação fecal deste indicador (MALOSSINI et al., 1996), que relataram variações
na excreção fecal ao longo do dia. Os animais consumiam aproximadamente 3 kg de
concentrado por volta das 8:00 h da manhã e eram encaminhos para o piquete de
capim elefante onde permaneciam por volta de 1,5 horas. Entre 10:30 e 11:00 horas
(quando 50% + 1 dos animais saíam do piquete a busca de sombra), todos os animais
eram retirados do piquete pelo observador e encaminhados para a área de sombra. Na
área de sombra os animais não consumiam alimento, permanecendo ruminando ou em
ócio até as 16:30 horas, quando eram então encaminhadas para a segunda ingestão
diária de concentrado. Por volta das 18:30 horas os animais eram novamente
encaminhados para o piquete, onde permaneciam sem interferência do homem até as
6:30 horas do dia seguinte. Após um intenso pastejo ocorrido das 18:30 até cerca das
23:00 horas, as vacas passam a alternar constantemente entre ruminação, ócio e
pequenas refeições. Algumas dessas refeições realizadas na madrugada estão
espaçadas no tempo em apenas cerca de 10 minutos.
277
Embora seja uma variável de difícil mensuração, o conhecimento da matéria
seca ingerida de pastagem é um ponto crucial nos sistemas que exploram pastagem.
Seus efeitos principalmente em termos de produção de leite é um dos fatores
determinantes para a correta formulação e provisão de concentrados, entre outros,
visando a obtenção de maiores produções a menores custos e uso mais eficiente dos
recursos disponíveis.
Segundo Waldern (1970), a quantidade de farelo de trigo na ração de vacas
leiteiras tem sido limitada a 1/4, devido a palatabilidade e menor desempenho dos
animais. Entretanto, Van Horn (1982) incluiu até 45% de farelo de trigo no concentrado
(25% do total da dieta) e não observou efeito adverso no consumo dos animais.
O consumo de MS de vacas alimentadas com farelo de trigo em substituição ao
milho em até 60% foi similar ao observado nas dietas controle, formuladas com farelo
de soja, milho moído e silagem de milho (BERNARD; MCNEILL, 1991, ACEDO et al.,
1987; VAN HORN, 1982). Quando o farelo de trigo foi adicionado a dieta em
substituição a forragem (15%), houve aumento no consumo de MS (WAGNER et al.,
1993). Bernard e McNeill (1991) estudaram rações com 22,38% de farelo de trigo em
substituição a frações de milho grão, silagem de milho e farelo de soja e observaram
maior consumo de MS. Por outro lado, em rações contendo 6,8 ou 13,6% de farelo de
trigo, Clark e Armentano (1997) relataram igual consumo de MS.
Soares et al. (1999), estudaram o consumo de vacas mestiças Holandês/zebu
recebendo 2 kg de concentrado/dia e em pastejo de capim elefante com 30 dias de
intervalo de desfolha nas épocas de janeiro e março e relataram consumo de forragem
de 1,7% do peso vivo, considerado baixo para sustentar os níveis de produção de leite
(12 kg/vaca/dia), visto que, segundo Cordova et al. (1978), somente as exigências de
mantença requerem consumo de matéria seca em torno de 1,6% do peso vivo. Apesar
de baixo, este valor se encontra dentro da faixa de consumo de forrageiras tropicais
(1,0 a 2,8% do PV), normalmente encontrada para vacas em pastejo (CORDOVA et al.,
1978; AROEIRA, 1997).
Soares et al. (2004), que substituíram totalmente o milho moído fino e parte do
farelo de soja por farelo de trigo, relataram que o consumo médio de 16,8 kg de MS por
vaca/dia não foram afetados pelos tratamentos.
278
Ainda na Tabela 6.24 foi apresentado a estimativa de fluxo de N-microbiano para
o duodeno, que apresentou média de 196,66 gN/dia, não sendo afetado pelos
tratamentos. No presente estudo foi utilizado a relação apresentada por Chen e Gomes
(1992) de 0,116 e proposta pela FAO/IAEA (2003) para estudo da estimativa de fluxo de
proteína microbiana. Entretanto, a estimativa do fluxo de proteína microbiana no
duodeno, a partir da excreção de derivados de purinas na urina necessita do
conhecimento da relação N purina:N total dos microrganismos ruminais, relação esta
que é bastante variável (VAGNONI; BRODERICK, 1997). Várias proporções têm sido
encontradas na literatura. Chen e Gomes (1992) utilizaram relação igual a 0,116. A
partir de dados da literatura. Valadares Filho (1995) relatou valores médios de 0,176,
obtidos de dez experimentos. Dias (1999), Cardoso (1999), Tibo (1999), Ribeiro (1999)
e Carvalho et al. (1997b) obtiveram relações de 0,113; 0,104; 0,069; 0,146; e 0,153,
respectivamente, em seus experimentos.
De maneira geral, a obtenção de dados da produção de proteína microbiana no
rúmen e estimativas de fluxo de N-microbiano para o intestino tem sido lenta,
principalmente pelo fato dos métodos estabelecidos serem trabalhosos e demorados,
de custo relativamente alto e requererem equipamentos caros (STANGASSINGER et
al., 1995; VAGNONI et al., 1997).
A produção de N microbiano obtida por Silva et al. (2001), determinada pela
técnica da excreção dos derivados de purinas e usando a relação de N purina:N total de
0,134 (VALADARES et al., 1999), variou de 123,06 a 219,76 gN/dia. Vagnoni e
Broderick (1997) obtiveram valores variando entre 308 e 362 gN/d, enquanto Valadares
et al. (1999) encontraram valores de 278 a 419 g/dia, com uma produção microbiana
máxima para 35% de carboidratos não-estruturais da dieta.
Soares et al. (2005) relataram fluxo de nitrogênio microbiano para o duodeno de
219,39, 218,91, 205,72 e 203,12 gN/dia quando substituíram 0, 33, 67 e 100% do milho
por farelo de trigo no concentrado de vacas em lactação com ração a base de silagem
de milho na relação 70:30 volumoso: concentrado.
279
6.4 Conclusões
Para vacas mantidas em pastagens tropicais de boa qualidade, produzindo ao
redor de 19 kg de leite/dia, o farelo de trigo pode substituir até 50% do milho sem
causar efeito negativo no consumo de pasto, na produção e composição do leite e no
escore de condição corporal das vacas. A substituição de 75% do milho reduz a
produção de leite. De modo geral o comportamento ingestivo, o metabolismo ruminal, e
o consumo de forragem de vacas leiteiras mantidas em pastagens tropicais não são
afetados pela substituição do milho por farelo de trigo.
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293
7 NÍVEIS CRESCENTES DE CASCA DE SOJA EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO
MOÍDO FINO NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS PASTEJANDO CAPIM-
ELEFANTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA
Resumo
Objetivou-se estudar a inclusão de casca de soja no concentrado de vacas
leiteiras em lactação pastejando capim-elefante durante a estação chuvosa do ano. O
trabalho foi conduzido no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Piracicaba-SP.
O delineamento estatístico foi em Quadrado Latino 4 x 4, analisados utilizando-se os
procedimentos MANOVA e GLM do SAS (2000). Foi utilizada uma área de pastagem de
4,6 ha dividida em 25 piquetes de 0,2 ha cada e adubada com 80 kg N ha/mês. Utilizou-
se de 12 vacas Holandesas multíparas, com 509 kg de PV e 91 dias de lactação e de 4
vacas mestiças ½ Holandês/Jersey com 389 kg de PV e 175 dias em lactação, no início
do período experimental. Os concentrados continham 19% de PB, sendo a partir de um
concentrado padrão a base de farelo de soja e milho moído fino substituiu-se 25, 50 e
75% do milho por casca de soja. As vacas receberam concentrado em função da
produção de leite na proporção de 1:3, fixada no início do experimento e fracionado em
duas vezes ao dia, fornecido após cada ordenha. Não foi observada diferença
estatística (P>0,05) na produção de leite das vacas Holandesas e mestiças (17,7 e 13,6
kg vaca/dia) e produção de leite corrigida para 3,5% de gordura (16,5 e 14,4 kg
vaca/dia), na percentagens de gordura (3,4 e 3,9%), de proteína (2,8 e 3,5%), de
lactose (3,9 e 4,2%), de sólidos totais (9,8 e 11,3%) e na concentração de uréia (15,8 e
16,7 mg/dL). O peso vivo (516 e 394 kg), condição corporal (2,2 e 2,1), glicose
plasmática (77,1 e 74,4 mg/dL), uréia plasmática (31,8 e 33,3 mg/dL) e ácidos graxos
livres no plasma (358,2 e 352,7 meq/L) também não foram afetados pelos tratamentos
(P>0,05). Não houve diferença (P>0,05) no tempo de pastejo (360 e 400 min),
ruminação (437 e 424 min) e taxa de bocados (36,8 e 35,7 bocados/min). A
Temperatura retal (39,4 e 39,3ºC) e freqüência respiratória (64,7 e 49,3
movimentos/min), mensuradas às 15:30 horas também não sofreram efeito de
tratamento (P>0,05). A casca de soja embora tenha apresentado diferença estatística
para alguns parâmetros da cinética ruminal, se assemelhou muito ao milho quanto a
degradabilidade ruminal da MS e das frações FDN e PB. O tempo médio de retenção
no trato digestivo foi semelhante para ambos os ingredientes (52,4 horas). Os
parâmetros biológicos da cinética ruminal do pasto não foi afetado pelos níveis de
inclusão de casca de soja na ração (P<0,05). Os tratamentos também não afetaram as
concentrações de ácidos graxos voláteis (123,5 mM), amônia (26,9 mg/dl) e pH ruminal
(6,33). O consumo de matéria seca estimado por marcador externo teve baixa
recuperação fecal, não acusando diferença entre tratamentos. O fluxo de N-microbiano
para o intestino não foi afetado (P<0,05), apresentando valor médio de 183,0 gN/dia. A
casca de soja pode ser usada para substituir o milho na ração de vacas leiteiras, sem
prejudicar a produção e composição do leite, os parâmetros de cinética ruminal e o
comportamento ingestivo dos animais.
294
Palavras-chave: Comportamento ingestivo; Casca de soja; Metabolismo ruminal;
Produção e composição do leite; Pastagens tropicais
INCREASING SOYBEAN HULLS LEVELS ON SUBSTITUTION FOR CORN ON
CONCENTRATES FOR LACTATING COWS GRAZING ELEPHANT
GRASS DURING RAINY SEASON
Abstract
The trial evaluated soybean hulls (SH) inclusion on concentrate supplements
offered to lactating cows grazing Elephant Grass during the rainy season. Trial was
conducted at Animal Sciences Department, USP/ESALQ, Piracicaba/SP. 12 Holstein
(509kg LW, 91 DIM at trial beginning) and 4 Holstein/Jersey (389kg LW, 175 DIM at trial
beginning) were used on a replicated 4x4 Latin Square design. Data were analyzed by
MANOVA and GLM procedures of SAS (2002). Animals were kept on a 4,6ha pasture
area divided in 25 0,2ha paddocks fertilized with 80 kg N ha/month. All concentrates had
19% crude protein (CP) and were soybean and ground corn based. SH substituted 20,
50 and 75% of corn on experimental treatments. Cows received concentrate according
to milk production on a 1:3 basis, fixed at trial beginning, twice daily after each milking.
No differences were observed among treatments (P>0,05) for milk production of
Holstein and crossbred cows (17,7 and 13,6 kg cow/day) and 3,5% fat corrected milk
production (FCM) (16,5 and 14,4 kg cow/day), , milk fat (3,4 and 3,9%), protein (2,8 and
3,5), lactose (3,9 and 4,2%), total solids (9,8 and 11,3%) and urea (MUN) (15,8 and 16,7
mg/dL) concentrations. Live weight (LW) (516 and 394 kg), body condition score (BCS)
(2,2 and 2,1), plasma glucose (77,1 and 74,4 mg/dL), urea (PUN) (31,8 and 33,3 mg/dL)
and non esterified fatty acids (NEFA) (358,2 and 352,7 meq/L) concentrations weren’t
also affected by treatments (P>0,05). No differences were observed (P>0,05) among
treatments for grazing (360 and 400 min) and rumination (437 and 424 min) periods and
for bites rate (36,8 and 35,7 movements/min). Rectal temperature (39,4 and 39,3ºC) and
respiratory frequency (64,7 and 49,3 movements/min) measured at 3:30PM were not
affected by treatments (P>0,05). Although some ruminal kinetics parameters showed
significant differences among treatments, SH ruminal DM, NDF and CP degradabilities
were very similar to corn values. Mean total tract retention time was similar for both
ingredients (52,4 h). Forage ruminal kinetic parameters were not affected by SH
inclusion on experimental rations (P<0,05). Treatments didn’t affect VFA (123,5 mM)
and ammonia (26,9 mg/dl) ruminal concentrations nor ruminal pH (6,33). External
marker estimated DMI didn’t differ among treatments. Microbial N flux to the duoden was
not affected by treatments (P<0,05) (183,0 g N/day mean). Results indicate that SH can
be utilized as a replacement for corn and part of soybean meal on lactating cows rations
with no effects on milk production and composition, rumen fermentation parameters and
ingestive behavior.
Keywords: Soybean hulls; Milk production and composition; Ruminal metabolism
295
7.1 Introdução
A casca de soja é usada nas dietas de vacas leiteiras para substituir
parcialmente a forragem ou as fontes de amido do concentrado. Sua fibra altamente
digestível e seu baixo conteúdo em CNE podem favorecer o ambiente ruminal quando
em substituição à fontes ricas em amido, sem grande impacto negativo no teor
energético da dieta. Segundo o NRC (2001), a casca de soja contém 13,9% de PB,
67,34% de NDT, 60,3% de FDN, 44,6% de FDA, 2,7% de gordura e 3,02 Mcal/kg.
A casca da soja, fina película que envolve os grãos, é um co-produto da
indústria processadora de soja, principalmente o óleo de soja e lecitina. A casca de soja
é obtida em uma das primeiras etapas do processamento quando os grãos são
quebrados e as cascas retiradas por aspiração.
O processo industrial para obtenção da casca de soja foi descrito por BLASI et
al. (2000) e se inicia com um pré-processamento para limpeza dos grãos. Depois de
passar por um conjunto de peneiras para separar o material estranho e partículas finas,
os grãos de soja são quebrados em um rolo para a obtenção de partículas menores.
Isso facilita a remoção das cascas e também o processamento futuro dos grãos. Após
essa etapa inicial onde os grãos são quebrados, toda a casca e uma parte das
partículas menores dos grãos são removidas por aspiração. Em seguida as cascas
passam por um separador, sendo divididas em três categorias: (1) cascas grandes com
pedaços de grãos, (2) cascas pequenas com pedaços de grãos e (3) partículas finas.
Essas últimas voltam para a etapa inicial, enquanto as cascas e frações de
grãos passam para a segunda etapa de descascamento, durante a qual as cascas são
totalmente separadas dos pedaços de grãos e encaminhadas para um tostador para
eliminar a atividade de urease. Em seguida, as cascas são moídas até o tamanho de
partículas desejado, e podem ser deixadas soltas ou peletizadas para aumentar a
densidade e facilitar o transporte.
A casca de soja consiste basicamente de fibra, o que desperta pouco ou
nenhum interesse industrial pelo produto, mas é justamente o conjunto de
características fisico-químicas da casca de soja que a tornam interessante para uso em
rações de ruminantes (IPHARRAGUERRE; CLARK, 2003).
296
Para cada tonelada de soja moída para extração do óleo, obtêm-se,
aproximadamente 180 kg de óleo, 710 kg de farelo, e são originados cerca de 50 kg de
cascas, aproximadamente 5%. Quando é produzido o farelo com 46% de proteína, a
quantidade de cascas disponível é muito pequena, sendo assim, nem todas indústrias
de óleo têm disponível a casca por não estarem aparelhadas para produção do farelo
48%. De qualquer maneira, considerando o volume de soja produzido no Brasil, a
disponibilidade potencial da casca é muito grande.
A composição bromatológica básica da casca de soja pode ser vista na Tabela
7.1, com as variações citadas por três diferentes fontes. Parte da variação pode estar
relacionada à variedade de soja processada, ou ainda, ser função da pureza do
material. Junto à casca, sempre se encontra alguma porcentagem de grãos. Portanto, a
capacidade da indústria em isolar as cascas influi na composição do produto. O maior
teor de proteína é sempre encontrado em material que carregue maior porcentagem de
grãos, porém não se deve confundir a casca com a “bandinha” ou varredura de soja,
que carregam maior porcentagem de partes dos grãos.
Na revisão de HINDERS (2000), onde 17 subprodutos tiveram sua composição
avaliada através de repetidas análises, a casca de soja figurou entre os de maior
variação no teor de nutrientes entre as diferentes partidas. Isto pode ser observado na
Tabela 7.1 nos altos coeficientes de variação dos diferentes nutrientes, com exceção
talvez para os teores de fibra (FDA e FDN) que foram mais constantes. Como pode ser
observado, a casca de soja possui baixo teor protéico, constituindo-se num alimento
basicamente energético. A peculiaridade é que, de forma semelhante ao farelo de
glúten de milho, essa energia é oriunda de seu alto teor de fibra de alta digestibilidade.
Segundo MIRON et al. (2001), cerca de 80% da MS da casca de soja é
composta por carboidratos, principalmente polímeros de glicose, e a maior parte desses
carboidratos (75%) é derivada da fração FDN. Além disso, a casca de soja apresenta
baixos teores de ácidos ferúlico e p-cumárico, que são os principais monômeros
fenólicos envolvidos nas ligações entre a hemicelulose e a lignina.
Ipharraguerre e Clark (2003) postularam que o valor nutricional da casca de
soja depende da taxa de digestão ruminal e da taxa de passagem para o trato posterior.
Dados de experimentos in situ apresentados pelos autores mostram que os
microrganismos ruminais são capazes de promover extensa fermentação da deste co-
297
produto e a taxas elevadas. Dos estudos citados por Ipharraguerre e Clark (2003), sete
estudos a fração FDN da casca de soja foi fermentada a uma taxa de 5,5%/h, e em
quatro estudos o desaparecimento total do NDF foi de 90% em 96h de incubação.
Tabela 7.1 - Composição bromatológica da casca de soja segundo várias fontes
CONCENTRAÇÃO (% da MS)
NUTRIENTE
1
2
3
CV
3,4
DP
3,5
Matéria Seca 90,9 --- ---
Proteína Bruta 13,9 11,8 11,8 9,8 1,1
Extrato Etéreo 2,7 2,7 2,5 35,7 0,9
Matéria Mineral 4,8 --- 5,33 10,0 0,54
FDN 60,3 65,6 64,4 5,9 3,8
FDA 44,6 47,7 46,6 6,2 2,9
Carboidratos não estruturais
6
5,3 7,9 16,1 19,5 3,1
NDT
7
67,3 --- 62,4 7,1 4,5
Energia Líquida de Lactação
8
1,46 --- 1,43 8,2 0,05
Energia Líquida de Manutenção 1,58 --- 1,41 11,0 0,07
Energia Líquida de Ganho 0,98 --- 0,84 17,1 0,06
Lignina 2,5 --- 3,7 46,5 1,7
Proteína não degradável (% PB) 39,9 --- 11,0 12,7 0,2
Proteína solúvel (% PB) 22,5 --- 17,8 3,5 0,7
1 - NRC (2001); 2 – Ipharraguerre & Clark (2003); 3 – Hinders (2000); 4 – CV = Coeficiente de variação
(%); 5 – DP = Desvio Padrão (%); 6 - Calculados como: 100 – (MM+PB+EE+FDN); 7 - Calculado para
consumo de manutenção; 8 - Calculado para consumo de 3x a manutenção.
Dados de vários estudos sumarizados por Grant (1997) indicam que até 25% da
MS de forragem poderá ser substituída por casca de soja sob certas condições.
Quando a forragem na dieta era igual ou menor que 50% da MS, a substituição parcial
desta por casca de soja resultava em redução na produção de leite corrigido para
gordura em alguns casos. Entretanto, quando a dieta continha mais de 50% de
forragem, tal substituição aumentava a produção de leite. A redução na produção de
leite foi atribuída a falta de efetividade da fibra em algumas dietas.
Vacas aos 21 dias pós-parto aumentaram seu consumo de MS, atingiram pico
de lactação mais alto e mais cedo comparadas às controles quando receberam casca
298
de soja substituindo 30% o feno de gramínea no período seco, Underwood et al. (1998).
Bernard e McNeill (1991) substituíram 1/3 do milho e uma fração do farelo de soja por
casca de soja e observaram que o CMS, produção e composição do leite não diferiram
da dieta controle. Coomer et al (1993) alteraram o perfil de carboidratos não estruturais
pela substituição do milho e farelo de trigo na dieta controle por farelo de glúten de
milho e casca de soja e também observaram não haver diferenças no consumo de MS,
produção e composição do leite.
Weidner e Grant (1994) por sua vez, demonstraram que a casca de soja
interage com o volumoso para aumentar a consistência do “mat” ruminal, diminuindo a
taxa de passagem do sub-produto, aumentando a atividade de ruminação e
aumentando a extensão da digestão ruminal.
Os objetivos deste estudo foram: avaliar o desempenho produtivo, o
comportamento ingestivo e o metabolismo ruminal de vacas leiteiras mantidas em
pastagens tropicais durante a estação das chuvas e manejadas em sistema de rotação,
substituindo-se diferentes proporções do milho por casca de soja no concentrado
oferecido aos animais.
7.2 Material e Métodos
O experimento foi conduzido nas instalações do Centro de Treinamento de
Recursos Humanos do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz” - USP.
7.2.1 Animais e concentrados
Foram utilizadas 12 vacas multíparas Holandesas no terço inicial da lactação e
4 vacas primíparas meio sangue Hoandês/Jersey (Tabela 7.2), em delineamento de
quadrados latinos 4x4, com períodos de 21 dias de duração (15 dias de adaptação e 6
dias de coleta de dados), sendo um dos Quadrados Latinos composto por vacas
canuladas no rúmen para as avaliações do metabolismo ruminal.
299
Tabela 7.2 – Caracterização dos animais no início do experimento
Vacas holandesas
Quadrado latino 1
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 3 Vaca 4
Média DP
Prod. leite, kg/dia 17,9 16,4 19,5 17,5 17,88 1,28
Peso vivo, kg 450,4 485,0 527,0 595,0 514,0 62,2
Cond. corporal, pt 1,75 2,25 2,25 2,25 2,12 0,25
Dias em lactação 55 70 60 60 61,25 6,29
Quadrado latino 2
Vaca 5 Vaca 6 Vaca 7 Vaca 8
Prod. leite, kg/dia 22,5 25,4 23,5 21,2 23,10 1,77
Peso vivo, kg 560,0 559,3 457,1 410,5 495,7 75,8
Cond. corporal, pt 2,50 2,25 2,0 2,0 2,43 0,24
Dias em lactação 114 107 140 135 124,0 15,77
Quadrado latino 3
2
Vaca 9 Vaca 10 Vaca 11 Vaca 12
Prod. leite, kg/dia 22,5 21,4 21,5 18,7 20,93 1,24
Peso vivo, kg 540,0 468,1 539,1 518,7 516,4 33,7
Cond. corporal, pt 2,25 2,0 2,50 2,0 2,42 0,25
Dias em lactação 75 87 97 93 88,0 9,6
Vacas meio sangue Holandês/Jersey
Vaca 1 Vaca 2 Vaca 3 Vaca 4
Prod. leite, kg/dia 15,2 14,3 13,8 16,4 14,91 1,24
Peso vivo, kg 389,3 404,0 377,2 387,2 389,5 11,9
Cond. corporal, pt 2,0 2,0 2,0 2,25 2,12 0,14
Dias em lactação 147 153 212 189 175,2 30,7
DP – Desvio padrão com base em uma amostra.
1- Quadrado Latino usado para o ensaio metabólico
O concentrado foi fornecido com base na produção de leite apresentada na
Tabela 7.2, na proporção de um quilo de concentrado para cada três quilos de leite,
divididos em dois fornecimentos diários. A composição dos mesmos se encontra na
Tabela 7.3. Na Tabela 7.4 são apresentadas a análise bromatológica dos alimentos
utilizados nos concentrados em estudo.
300
Figura 7.1 – Aspecto dos animais usados no experimento. A direita uma Holandesa
preto e branco e a esquerda uma mestiça Holandês/Jersey
Tabela 7.3 - Descrição dos concentrados experimentais
% MS Total
Ingredientes
T1 T2 T3 T4
Milho moído fino 80,06 61,01 40,68 19,82
Casca de soja 0,00 20,34 40,68 59,44
Farelo de soja 12,38 11,17 11,58 14,47
Uréia 1,93 1,65 1,45 0,64
Premix mineral Vitamínico 5,63 5,63 5,63 5,63
Composição do concentrado
PB do concentrado (% MS) 19,00 19,20 19,30 19,20
Ell (Mcal/kg MS) 2,04 5,63 1,83 1,75
Tabela 7.4 – Análise bromatológica dos ingredientes utilizados nos concentrados
Análise Milho Casca de soja Farelo de soja
1
Matéria seca, % 89,20 90,00 89,83
Proteína bruta, % da MS 10,4 10,76 48,97
FDN, % da MS 9,72 60,5 10,43
FDA, % da MS 3,21 44,6 6,72
EE, % da MS 4,09 2,45 1,24
Cinzas, % da MS 1,10 4,19 6,05
1- Farelo de soja Cargill
301
7.2.2 Manejo da Pastagem
A área experimental consistiu de 25 piquetes de 0,2 ha formados com capim
elefante (Pennisetum purpureum). O período de ocupação foi de 1 dia e o período de
descanso de 23 dias. Foram utilizadas vacas extras (put and take), com o objetivo de
manter uma oferta de matéria seca verde de folhas de 5% do PV. A pastagem foi
adubada com 80 kg N/ha após cada ciclo de pastejo. A Figura 7.2 apresenta o croqui da
área experimental.
Figura 7.2 - Croqui da área utilizada para condução do experimento
As Tabelas 7.5 e 7.6 apresentam as análises químicas com relação aos macro
e micronutrientes presentes no solo da área experimental.
Tabela 7.5 - Análise química de macronutrientes da área da pastagem
pH MO P S K Ca Mg Al H+Al SB T V m
Amostra
Cacl2 g.dm
3
mmol.dm
3
%
Módulo D 5,1 44 32 25 3,7 60 29 1 38 92,7 130,7 71 1
Módulo B 4,8 47 50 28 7,2 69 34 0 42 110,2 152,2 72 0
Módulo F 5,7 42 47 18 11,1 71 23 0 22 116,1 138,1 84 0
Tabela 7.6 - Análise química de micronutrientes da área da pastagem
B Cu Fe Mn Zn
Amostra
mmol.dm
3
Módulo D 0,36 12,6 94 81,4 6,6
Módulo B 0,27 14,6 95 90,4 8,7
Módulo F 0,42 9,4 69 74,4 9,6
302
7.2.3 Medições para caracterização da pastagem e coleta de amostras de
forragem e dos concentrados
A pastagem (Figura 7.3) foi avaliada quanto à massa de forragem através de
média de três pontos de 0,75m
2
cada, cortados a 10 cm do solo. Do material cortado
para estimar a massa de forragem, uma porção foi fracionada em folha, colmo e
material morto para determinação da composição morfológica. A altura da forragem foi
avaliada no momento da entrada e da saída dos animais utilizados no experimento e
após o repasse feito pelas vacas secas e novilhas em crescimento, através de média de
20 pontos obtidos com auxílio de uma régua de madeira de 2 metros graduada com
precisão de um centímetro. Para determinação da altura de entrada foi considerado a
altura da última folha completamente estendida. Durante os últimos cinco dias do
período de coleta de dados, amostragem da forragem simulando o pastejo feito pelos
animais foi coletada manualmente para avaliação da composição bromatológica (PB,
FDN, FDA, MS, MO, Cinzas, EE, Lignina DIVMS). Uma fração mais generosa
utilizando-se do mesmo procedimento foi coletada para realização do ensaio de
degradabilidade ruminal. Uma porção da amostragem da pastagem simulando o pastejo
e dos concentrados foram tomadas para determinação da DIVMS, como parte do
protocolo para estimativa do consumo de forragem pelo método do óxido crômico.
Figura 7.3 - Aspecto da pastagem de capim elefante
303
7.2.4 Comportamento Ingestivo
Os dados de comportamento ingestivo foram coletados através de observação
visual. As avaliações foram individuais para cada animal com intervalos de cinco
minutos durante 24 horas ininterrupta, realizada no penúltimo dia de cada período.
Observou-se os animais quanto as atividades de pastejo, ruminação, ócio e a taxa de
bocados. Os dados climáticos durante as observações são apresentados na Tabela 7.7.
Tabela 7.7 - Dados meteorológicos da área experimental durante os dias nos quais
foram feitas as avaliações do comportamento ingestivo
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4
Radiação global (cal/cm.d) 420 399 400 415
Insolação (h/d) 8,8 8,3 9,2 7,7
Precipitação (mm) 0,0 0,0 0,0 0,0
Umidade relativa (%) 70 65 78 80
Vento médio (m/s) 5,6 4,0 6,3 5,5
Temperatura máxima (ºC) 30,2 30,4 31,0 31,2
Temperatura mínima (ºC) 17,5 16,7 19,0 18,2
Temperatura média (ºC) 23,5 23,2 24,5 22,8
Evaporação (mm) 3,21 4,30 5,73 3,16
Fonte: Departamento de Física e Meteorologia – USP/ESALQ
7.2.5 Controle leiteiro e amostragem do leite
Foram realizadas pesagem do leite das últimas oito ordenhas de cada período,
ou seja, do 18º ao 21º dia, através de medidores do tipo “Mark 5”. Amostragens do leite
foram tomadas individualmente por vaca e por ordenha nas últimas 4 ordenhas de cada
período, conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001). A coleta foi feita em tubo
coletor de aproximadamente 100 mL contendo 2-bromo-2-nitropropano-1-3-diol,
homogeneizada após 15 minutos e armazenado em geladeira a 15ºC por 48 hs. Após
esse período, as amostras foram encaminhadas para análises quanto aos teores de
proteína, gordura, lactose, sólidos totais e uréia, junto à Clínica do Leite do
Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.
304
7.2.6 Peso vivo, condição corporal, temperatura retal e freqüência respiratória
Os animais foram pesados em balança com precisão de 100 gramas nos dois
últimos dias de cada período, sempre após a ordenha da tarde. A condição corporal foi
mensurada também por dois dias seguidos, no início e no final de cada período
experimental, sempre pela manhã, aproveitando-se do momento enquanto os animais
consumiam o concentrado, utilizando-se da recomendação de cinco pontos descrita por
Wildman et al. (1994). A temperatura retal foi tomada as 8:00 e as 15:30 horas
utilizando termômetro digital com precisão de 0,01ºC nos últimos três dias de cada
período experimental. Simultaneamente a temperatura retal, a freqüência respiratória
também foi avaliada por meio de observação visual dos movimentos de inspiração e
expiração do animal.
7.2.7 Fornecimento do concentrado e coleta de sangue
O concentrado foi fornecido individualmente para cada animal, metade após a
ordenha da manhã e a outra metade imediatamente antes da ordenha da tarde.
Eventualmente quando o dia estava muito quente, o concentrado era fornecido após a
ordenha da tarde, evitando-se assim de causar estresse calórico aos animais.
No último dia de cada período foram coletadas amostras de sangue quatro
horas após o fornecimento matinal do concentrado, através de punção na veia
coccígea, e armazenadas em tubos de ensaio a vácuo contendo 5 mg fluoreto de sódio
como anticoagulante e 5 mg EDTA K3 como antiglicolítico.
As amostras de sangue foram centrifugadas a 3.000 x g por 20 minutos a 4ºC
para obtenção de plasma, acondicionadas em tubos de 2 mL do tipo "ependorff' e
congeladas a -10° C para determinação dos níveis de glicose, uréia plasmática ácidos
graxos livres. A glucose plasmática foi analisada diretamente através do analisador
bioquímico automático YSI 2700 Select (Biochemistry analyser, Yellow Spring, OH,
EUA). Uréia plasmática foi analisada de acordo com Chaney e Marbach (1962),
adaptando o método para leitura em ELISA Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm).
Os níveis de ácidos graxos não esterificados foram determinados enzimaticamente
através do kit AGL-c (Wako Chemicals GmbH, Richmond, VA) sendo o método
305
modificado de acordo com Johnson e Peters (1993) para leitura em placas de
microtítulo em aparelho Microplate Reader BIO RAD (absorbância de 550 nm), segundo
Willianson (1962).
7.2.8 Determinação das taxas de passagem
Para determinação da taxa de passagem da fase líquida foi preparada 50 mL
de uma solução de Cobalto-EDTA, conforme metodologia descrita por Uden et al.
(1980) e infundida em cinco pontos diferentes do rúmen. As taxas de passagens da
fase sólida foram determinadas para o co-produto (FGM21) usando acetato de itérbio e
para o capim elefante utilizando óxido de lantânio, marcados conforme metodologia
descrita por Bowman et al. (1991). As doses de 100 gramas de FGM21 e de capim
elefante marcados com as terras raras foram colocadas dentro do rúmen as 8:00 horas
do 14º dia de cada período. Após a dosagem, o conteúdo ruminal foi misturado
manualmente. Para a determinação das concentrações das terras raras e do Cobalto-
EDTA, foram coletadas fezes nos tempos de 3, 6, 12, 18, 24, 36, 48, 72 e 84 horas
após a dosagem. Para determinação da concentração dos marcadores, as amostras de
fezes foram secas por 72 horas a 55ºC e moídas a 1 mm. A concentração de
marcadores nas fezes foi analisada conforme Vega e Poppi (1997). Para obtenção dos
valores de kp, utilizou-se do modelo bi-compartimental proposto por Grovum e Williams
(1973) através das fórmulas
.
em que:
y e A = concentração do indicador na matéria seca de fezes;
t = tempo de amostragem;
T = tempo de trânsito;
k
1
= estimativa da taxa de passagem do indicador no retículo-rúmen;
k
2
= estimativa da taxa de passagem do indicador no trato inferior (ceco e cólon);
e = função exponencial (base do logaritmo natural = 2,7183)
O tempo de trânsito foi calculado pela fórmula:
306
Onde A
2
e A
1
= intercepto para valores de concentrações do marcador na MS de fezes
O tempo médio de retenção no rúmen e ceco-cólon foram calculados pelas fórmulas:
E o tempo médio de retenção total foi calculado pela fórmula:
TMRT = TT + TMR
1
+ TMR
2
7.2.9 Produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e amônia ruminal
No 17º dia de cada período foram coletadas amostras de aproximadamente
100mL do fluído ruminal para quantificação do pH ruminal e concentrações de AGV e
amônia. Os horários de coleta foram em função dos horários de fornecimento do
concentrado. Assim, coletou-se após 1, 2, 3 e 6 o fornecimento matinal do concentrado,
e 1, 2, 3, 6, 9 e 12 após o fornecimento vespertino do concentrado. O período noturno
possuiu mais horário de coleta porque os horários de fornecimento do concentrado
foram por volta das 8:00 horas da manhã e das 17:00 horas da tarde. De cada tempo
de amostragem, uma alíquota de 15 mL foi acidificada com ácido fórmico na relação 1:1
(vol/vol), conforme metodologia utilizada por Reis et al. (2001) e congelados a -20ºC
para posterior análise dos ácidos graxos voláteis. Imediatamente após a coleta do fluído
ruminal, aproximadamente 50 mL foi acondicionado em Becker de 100 mL e o pH foi
determinado. Uma alíquota de 15 mL de líquido ruminal foi armazenada para ser
utilizada para análise da concentração de N-amoniacal ruminal, adicionando-se 3 gotas
de ácido sulfúrico concentrado, conforme proposto por Preston (1995).
7.2.10 Coleta de urina e estimativa de produção de proteína microbiana
No último dia de cada período, coleta “spot” de aproximadamente 100 mL de
urina das vacas do quadrado latino utilizado para o ensaio metabólico foi obtida por
307
meio de estimulação ventral da vulva, três a quatro horas após o fornecimento matinal e
vespertino do concentrado. As amostras de urina foram diluídas na proporção de 1:10
com H
2
SO
4
a 0,036N a fim de manter o pH abaixo de 3,0 e prevenir a destruição dos
derivados de purinas por bactérias. Após homogeneização, as alíquotas foram
armazenadas no congelador a –20ºC, conforme metodologia utilizada por San Emeterio
et al. (2000).
As amostras de urina foram analisadas por HPLC para derivados de purinas de
acordo com Broderich e Merchen (1992). A alantoína foi analisada de acordo com
Fujihara et al. (1987) e a creatinina foi analisada de acordo com Oser (1965).
Para cálculo do “PDC índex” utilzou-se a fórmula:
Onde: PD é a creatinina com concentrações em mmol/L;
Para calculo da estimativa de N microbiano ruminal foi utilizado o PDC índex
para estimar a excreção de derivados de purinas pela fórmula:
DP excreção (mmol/d) = PDC índex x C
Onde C é a excreção de creatinina média em mmol/kg PV
0,75
, assumindo-se o
valor constante de 0,813 (FAO/IAEA, 2003), uma vez não foi feito coleta total de urina.
A excreção de derivados de purinas obtida com a análise da urina foi
multiplicada por 1,05 para contemplar a excreção de derivados de purinas no leite, valor
também constante (FAO/AEA, 2003)
O fluxo de N microbiano para o intestino delgado foi obtido pela seguinte
equação:
Onde os fatores usados foram:
- Digestibilidade da purina microbiana assumida como sendo 0,83
- O teor de nitrogênio nas purinas de 70 mg N/mmol
308
- A relação de N-purinas:N-total no mix ruminal mensurado como 11,6:100,
conforme Chen (1989).
7.2.11 Preparo do indicador de excreção fecal e estimativa do consumo de
forragem
A produção fecal foi estimada em todos os animais do experimento utilizando-
se óxido de cromo como marcador externo. Foram pesados 12 gramas de Cr
2
O
3
em
balança analítica e confeccionado péletes com papel toalha. Os péletes foram
fornecidos aos animais via oral no momento do fornecimento do concentrado, dividido
em seis gramas as 8:00 e seis gramas as 17:00 horas. Após sete dias de fornecimento
das cápsulas de óxido de cromo, as fezes foram coletadas diretamente no reto dos
animais as 8:00 e as 17:00 horas durante quatro dias. As amostras foram secas em
estufa de ventilação forçada a 55ºC por durante 72 horas. Após secagem, as amostras
de fezes foram moídas em peneira de 1 mm e uma alíquota de igual peso foi tomada de
cada amostra individual para compor a amostra composta final que foi então submetida
a determinação da concentração de cromo. A determinação da concentração de cromo
foi realizada por meio de digestão nitro-perclórica de acordo com Vega e Poppi (1997).
A excreção fecal total foi obtida dividindo-se a quantidade de indicador
administrado pela concentração de indicador nas fezes. A contribuição fecal
proveniente do consumo de concentrado foi descontada da produção fecal total através
da determinação da DIVMS multiplicado pela quantidade de concentrado oferecido. De
posse da produção fecal proveniente de forragem e de sua digestibilidade in vitro da
MS, a estimativa de consumo de forragem foi obtida através da fórmula: (consumo =
PF/1-DIVMS).
7.2.12 Degradabilidade ruminal in situ
A degradabilidade in situ do co-produto (FGM21), do milho e do capim elefante
foram obtidos utilizando-se quatro vacas Holandesas, lactantes, fistuladas no rúmen e
previamente adaptadas durante 12 dias na mesma dieta. Aproximadamente 2 g/cm
2
das dietas foram acondicionados em sacos de nylon (10 x 20 cm), e incubados no
309
rúmen. O capim elefante foi seco a 55ºC por 72 horas, moído a 5 mm e incubado nos
tempos de 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. O FGM21 e o milho foram
moídos a 2 mm e incubados em sacos separados nos tempos de 0, 2, 4, 6, 8, 12, 18,
24, 36, 48, 72, 96 e 120 horas. Foram efetuados cálculos para degradabilidade in situ
da MS e das frações FDN e PB por meio da equação proposta por Mehrez e Ørskov
(1977), com recomendações propostas por Nocek e Kohn (1988), expressa por:
P = a + b (1 - e
-ct
)
Onde:
P = quantidade de nutriente degradado no tempo t;
a = fração rapidamente solúvel em água;
b = fração insolúvel, mas potencialmente degradável;
c = taxa de degradação da fração b
A degradabilidade efetiva foi calculada considerando-se a Kp estimada pelo
modelo de Grovum e Williams (1973) segundo a equação proposta por Ørskov e
McDonald (1979).
A contaminação por proteína microbiana foi corrigida através da determinação
do nitrogênio contido no resíduo do FDN após 12 de incubação, conforme recomendado
por Mass et al. (1999). Este método foi preferido devido a sua praticidade e pelo fato de
seus autores o terem comparado com o método tradicional de determinação de proteína
microbiana pelas purinas (ZINN; OWENS, 1986) sem observar diferença na obtenção
dos resultados, sendo portanto, adequado para correção da contaminação microbiana
dos alimentos.
A correção foi realizada analisando o nitrogênio no resíduo por meio do
método de combustão de Dumas, (Leco, CNS 2000 St. Joseph, MI, USA). operado
automaticamente, uma vez que Etheridge et al. (1998) demonstraram que este método
pode substituir o procedimento de Kjeldahl (AOAC, 1999) para análises de rotina em
laboratórios de nutrição animal.
310
7.2.13 Análises bromatológicas da forragem e do co-produto
As amostras da forragem passaram por uma pré-secagem a 55 ºC durante 72
horas, moídas em peneira de 1 mm para então procederem-se análises de MS, MO,
EE, lignina e PB segundo a AOAC (1990). As análises de FDN e FDA foram
determinadas pelo método seqüencial co mo uso de sulfito de sódio e sem a adição de
enzima amilase termoestável (VAN SOEST; ROBERTSON; LEWIS, 1991), com o
auxílio do analisador de fibra modelo ANKON Fiber Analyser descrito por Holden
(1999). Os valores de FDN e FDA obtidos foram corrigidos para matéria seca a 105ºC e
cinzas. Os resíduos obtidos dos tempos de incubação do ensaio in situ, foram
analisados para FDN e PB, segundo as mesmas metodologias supracitadas, a fim de
determinar a taxa de degradação destas frações. As análises da DIVMS, necessárias
para a estimativa do consumo de forragem, foram realizadas com auxílio do aparelho
DAISY ANKOM (ANKOM Tecnology Fairport, NY) durante 48 horas (HOLDEN, 1999),
seguido de lavagem em solução de detergente neutro sem amilase (VAN SOEST;
ROBERTSON; LEWIS, 1991), para remoção de células microbianas e frações solúveis
remanescentes.
7.2.14 Análises estatísticas
Os dados que foram analisados em arranjo de Quadrado Latino com quatro
repetições usando o proc GLM – SAS (1999) pelo seguinte modelo: Y
ijkl
= µ + Q
i
+ P
j
+
V
k(i)
+ T
l
+ QT
il
+ PT
il
+ e
ijkl
, onde; Y
ijkl
é a variável dependente; µ é a média geral; Q
i
é o
efeito do quadrado i; P
j
é o efeito do período j; V
k(i)
é o efeito da vaca k (dentro do
quadrado i); T
l
é o efeito do tratamento l; QT
il
é a interação entre o quadrado i e o
tratamento l; PT
il
é o efeito de interação do período j e o tratamento l; e e
ijkl
é o efeito
residual. Utilizou-se a opção dois do procedimento MANOVA para estudar o efeito de
perfil sobre as concentrações de ácidos graxos voláteis, concentração de amônia e pH
ruminal.
A análise de variância e as médias foram obtidas pelo método dos quadrados
mínimos (LSMEANS) e comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância (opção
ADJUST=TUKEY) pelo procedimento GLM do SAS (1999). Obrigatoriamente, todos os
311
conjuntos de dados foram testados quanto à aditividade do modelo, independência dos
erros, normalidade dos dados e homocedasticidade, antes da análise de variância, na
intenção de assegurar que todas as premissas estivessem sendo respeitadas.
7.3 Resultados
7.3.1 Composição morfológica e bromatológica da forragem
Na Tabela 7.8 são apresentas as características morfológicas e produtivas do
pasto. Na Tabela 7.9 é apresentada a composição bromatológica do capim elefante.
Tabela 7.8 – Características morfológicas e produtivas do pasto de capim elefante
Períodos de avaliação
1 2 3 4
Média DP
1
Massa disponível, ton de MS/ha
Folha
4,662 6,328 4,890 5,087 5,243 0,744
Colmo
5,515 5,574 4,961 5,463 5,378 0,282
Senescido
0,685 0,918 0,626 0,739 0,742 0,125
Total
10,867 12,840 10,494 11,305 11,376 1,030
Proporção de massa seca disponível, %
Folha
42,89 49,28 46,65 45,00 45,96 2,69
Colmo
50,75 43,41 47,27 48,32 47,44 3,05
Senescido
6,30 7,14 5,97 6,53 6,49 0,49
Teor de massa seca, %
Folha
18,70 23,80 18,86 19,70 20,26 2,39
Colmo
13,04 12,90 11,26 12,65 12,46 0,81
Senescido
38,75 45,00 34,25 39,24 39,25 4,42
Planta inteira
15,75 17,87 18,82 17,25 17,42 1,28
Densidade, kg de MS/ha.cm
Massa seca
86,25 72,95 72,37 75,87 76,86 6,44
Altura, cm
Entrada
2
126 176 145 148 149 0,20
Saída
3
65 74 63 67 67,3 0,04
Repasse
4
50 51 50 50 50,3 0,01
Sistema de manejo
Dias de ocupação
2 2 2 2 - -
Dias de descanso
23 23 23 23 - -
1- Desvio Padrão; 2- Altura da pastagem no momento da entrada dos animais utilizados no experimento
3- Altura do pasto no momento da saída dos animais utilizados no experimento; 4- Altura do resíduo após
manejo do resíduo através da utilização de vacas secas e animais em crescimento
312
A pastagem apresentou disponibilidade média de 11,37 ton. de MS/ha, com
45,96% de folhas, 47,44% de colmos e 6,48% de massa morta. O teor de massa seca
nas folhas foi de 20,26%. A pastagem apresentou em média 1,49 m no momento da
entrada dos animais e resíduo de 0,50 m após o repasse. A densidade média de
forragem foi baixa, apresentando valor médio de 76,86 kg de MS/ha.cm.
A análise bromatológica de amostras de pastejo simulado acusou 18,19% de
MS, 17,06% de PB, 60,76% de FDN, 33,33% de FDA, 3,28% de lignina, 2,71% de EE,
11,25% de cinzas e 70,34% de digestibilidade in vitro da MS.
Tabela 7.9 – Composição bromatológica de capim elefante manejado em sistema de
pastejo rotacionado com 23 dias de período de descanso
Períodos de avaliação
Análises
1 2 3 4
Média DP
1
Massa seca, % 17,40 18,43 18,05 18,61 18,19 1,26
Proteína bruta, % da MS 17,23 18,78 17,25 15,00 17,06 1,55
FDN, % da MS 61,35 59,85 60,85 61,60 60,76 0,84
FDA, % da MS 33,41 33,24 33,29 33,39 33,33 0,17
Lignina, % da MS 3,24 3,45 3,12 3,31 3,28 0,13
Extrato etéreo, % da MS 2,72 2,90 2,45 2,80 2,71 0,19
Cinzas, % da MS 11,94 12,61 10,68 9,78 11,25 1,26
DIVMS
2
, % da MS 72,95 71,88 68,39 38,14 70,34 2,43
1- Desvio Padrão; 2-Digestibilidade in vitro da MS
7.3.2 Produção e composição do leite
Nas Tabelas 7.10 e 7.11 são apresentados os dados de produção e composição
do leite para vacas Holandesas e mestiças, respectivamente.
As vacas holandesas não foram afetadas pelos tratamentos e produziram leite
em igual volume e composição. A produção de leite foi de 17,26 kg/vaca/dia e de 16,48
kg/vaca/dia para a produção de leite corrigida para gordura. A composição média do
leite apresentou 3,14% de gordura, 2,82% de proteína e 3,91% de lactose. Os sólidos
totais também esteve baixo (9377%), com relação gordura/proteína de 1,11. A
concentração de uréia foi de 14,78 mg/dL.
313
Tabela 7.10 - Produção e composição do leite de vacas multíparas Holandesas alimentadas
com níveis crescentes de casca de soja em substituição ao no concentrado e
pastejando capim-elefante com intervalo de desfolha de 23 dias
Tratamentos
Variáveis
T0 T25 T50 T75
Média EPM
2
P
3
Leite, (kg vaca
-1
dia
-1
) 17,83 17,75 17,43 17,26 17,70 0,310 0,501
LCG, 3,5%
1
16,46 16,78 16,57 16,33 16,48 0,478 0,924
Gordura, % 3,06 3,21 3,22 3,20 3,14 0,130 0,797
Gordura, kg 0,540 0,560 0,557 0,547 0,546 0,025 0,934
Proteína, % 2,81 2,92 2,78 2,78 2,82 0,095 0,703
Proteína, kg 0,500 0,517 0,485 0,479 0,496 0,020 0,544
Lactose, % 3,95 4,02 3,97 3,82 3,91 0,132 0,735
Lactose, kg 0,709 0,718 0,693 0,665 0,693 0,028 0,554
Sólidos totais, % 9,71 10,06 9,90 9,70 9,77 0,230 0653
Sólidos totais, kg 1,730 1,777 1,733 1,684 1,722 0,047 0,592
Gordura/Proteína 1,09 1,09 1,16 1,15 1,11 0,025 0,102
Uréia, mg dL
-1
15,71 15,94 14,95 14,54 15,78 0,540 0,235
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Produção de leite (3,5% de gordura) = 0,4324*PL(kg)+16,216*gord(kg) (Tyrrel & Reid, 1965);
2
- Erro padrão da média;
3
- Probabilidade
Tabela 7.11 - Produção e composição do leite de vacas primíparas meio sangue
Holandês/Jersey alimentadas com níveis crescentes de casca de soja em
substituição ao no concentrado e pastejando capim-elefante
Tratamentos
Item
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
2
Pr>t
Prod. de leite, kg/dia 13,91 13,73 13,41 13,24 13,57 0,39 0,648
Prod. de leite, kg/dia
1
14,66 14,26 14,46 14,28 14,42 0,54 0,946
Gordura, % 3,90 3,77 4,03 4,02 3,93 0,09 0,250
Gordura, kg/dia 0,533 0,513 0,534 0,527 0,527 0,02 0,914
Proteína, % 3,56 3,44 3,41 3,46 3,47 0,04 0,219
Proteína, kg/dia 0,489 0,470 0,451 0,455 0,466 0,02 0,442
Lactose, % 4,26 4,28 4,26 4,17 4,24 0,07 0,715
Lactose, kg/dia 0,598 0,588 0,573 0,554 0,578 0,01 0,198
Sólidos Totais, % 11,48 11,45 11,24 11,18 11,34 0,22 0,720
Sólidos Totais, kg/dia 1,593 1,566 1,498 1,478 1,534 0,05 0,352
Uréia, mg/dL 17,24 17,40 16,20 16,02 16,73 0,42 0,135
Gordura/Proteína 1,51 1,21 1,48 1,34 1,39 0,14 0,455
Dados seguidos de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Produção de leite corrigida para 3,5% de gordura; PL(3,5%) = 0,4324*PL(kg)+16,216*gord(kg) (Tyrrel &
Reid, 1965);
Por outro lado, a produção de leite das vacas primíparas mestiças foi bem
inferior devido ao estágio de lactação. Igualmente as Holandesas, não foram afetadas
pelos tratamentos, entretanto, produziram leite com teores de gordura (3,93%), proteína
314
(3,47%) e lactose (4,24%) e principalmente sólidos totais (11,34%), superiores às
Holandesas. Entretanto, estes teores não estão elevados para este grupo de animais e
sim baixos no estudo com as Holandesas. A produção de leite corrigida foi de 14,42
litros/vaca/dia.
7.3.3 Peso vivo e condição corporal
Nas Tabelas 7.12 e 7.13 são apresentados os dados de peso vivo e escore de
condição corporal das vacas Holandesas e ½ sangue Holandês/Jersey,
respectivamente. Os tratamentos não afetaram o peso vivo nas Holandesas e mestiças
(516,2 e 394,3 kg), assim como a condição corporal (2,21 e 2,14), respectivamente.
Tabela 7.12 - Peso vivo e escore de condição corporal de vacas multíparas Holandesas
alimentadas com níveis crescentes de casca de soja em substituição ao no
concentrado e pastejando capim-elefante com intervalo de desfolha de 23 dias
durante a estação chuvosa do ano
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 511,7 507,6 516,0 520,6 516,16 4,39 0,220
Condição corporal, pontos 2,17 2,25 2,23 2,19 2,21 0,05 0,627
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 7.13 - Peso vivo e escore de condição corporal de vacas primíparas meio sangue
Holandês/Jersey alimentadas com níveis crescentes de casca de soja em
substituição ao no concentrado e pastejando capim-elefante com intervalo de
desfolha de 23 dias durante a estação chuvosa do ano
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
Peso vivo (kg) 393,9 397,4 390,0 395,7 394,3 3,29 0,535
Condição corporal, pontos 2,12 2,12 2,12 2,18 2,14 0,05 0,740
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
7.3.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 7.14 e 7.15 são apresentados os dados de comportamento
ingestivo das vacas multíparas Holandesas e primíparas meio sangue Holandês/Jersey,
grupos raciais estes que não foram afetados pelos tratamentos.
315
Tabela 7.14 – Comportamento ingestivo de vacas Holandesas multíparas alimentadas com
níveis crescentes de casca de soja em substituição ao no concentrado e
pastejando capim-elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho 25CS 50CS 75CS
Média EPM
1
Pr [t]
2
Pastejo, minutos
Diurno
149,68 137,50 139,68 152,03 142,33 6,60 0,294
Noturno
208,59 218,75 203,75 206,25 218,44 8,33 0,566
Diário
358,28 356,25 343,43 358,28 360,77 10,46 0,674
Número médio de refeições
Diurno
1,87 1,50 1,40 1,65 1,57 0,16 0,181
Noturno
4,00 4,50 3,90 3,96 4,02 0,28 0,390
Diário
5,87 6,00 5,31 5,62 5,60 0,28 0,325
Duração média das refeições, minutos
Diurno
84,89 88,95 83,22 90,26 87,15 6,75 0,860
Noturno
46,85 43,11 42,11 45,33 46,92 4,53 0,861
Diário
65,87 66,03 58,97 67,79 66,07 4,17 0,426
Ruminação, minutos
Diurno
145,41 162,91 154,01 150,26 156,22 9,87 0,607
Noturno
288,28 258,75 282,81 299,53 280,88 11,37 0,083
Diário
433,69 421,66 436,82 449,79 437,11 14,66 0,568
Perfil de Ruminação do bolo alimentar
Mastigação
3
42,18 46,27 45,34 48,43 45,41 1,94 0,179
Tempo
4
, seg.
44,37 48,16 48,46 49,15 47,55 2,15 0,404
Ócio, minutos
Diurno
218,43 228,75 229,68 222,96 224,22 11,40 0,869
Noturno
198,12 227,50 206,87 200,46 202,00 8,39 0,064
Diário
416,56 456,25 436,56 423,43 426,22 16,14 0,300
Taxa de bocados 36,69 33,92 35,63 38,02 36,08 1,63 0,362
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade;
3
– Número de de movimentos mandibulares para ruminar
um bolo alimentar;
4
– Tempo gasto para ruminar um bolo alimentar
Como era de se esperar, o pastejo diurno foi menor que o pastejo noturno (142,3
e 218,4 minutos), totalizando 360,7 minutos ao longo do dia, o que correspondeu a
29,5% do total de pastejo, ruminação e ócio para as vacas Holandesas. O pastejo foi
ralizado com taxa de bocados média de 36,08 bocados por minuto. As Holandesas
ruminaram durante 437,1 minutos ao longo do dia, sendo que 64,25% deste tempo foi
efetuado a noite. Por outo lado, devido ao efeito do clima, as vacas permaneceram mais
tempo em ócio durante o dia, 224,2 minutos de um total diário de 426,2 minutos. Do
total de 5,6 ciclos de pastejo, 4,02 estiveram compreendidos no pastejo noturno e
apenas 1,57 no pastejo realizado durante o dia. A duração média destas refeições foi
maior durante o dia (87,15 minutos) e menor durante a noite (46,92 minutos). A
316
avaliação do perfil de ruminação do bolo alimentar revelou que as vacas Holandesas
realizaram 45,4 movimentos de mandíbula por bolo alimentar, e que o mesmo
permanecia na boca sendo mastigado durante um tempo médio de 47,55 segundos.
Tabela 7.15 – Comportamento ingestivo de vacas primíparas meio sangue Holandês/Jersey
alimentadas com níveis crescnetes de casca de soja em substituição ao milho
no concentrado e pastejando capim elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho 25CS
Média EPM
1
Pr [t]
2
Pastejo, minutos
Diurno
140,00 157,50 155,00 140,00 148,12 6,95 0,240
Noturno
276,25 250,00 256,25 223,75 251,56 24,66 0,550
Diário
416,25 407,50 411,25 363,75 399,68 24,98 0,477
Número de refeições
Diurno
1,50 1,75 1,50 2,00 1,68 0,23 0,454
Noturno
3,75 3,50 4,00 3,50 3,68 0,59 0,916
Diário
3,75 3,87 4,25 3,87 3,93 0,43 0,863
Duração média das refeições, minutos
Diurno
91,25 86,04 104,37 73,12 88,69 8,51 0,176
Noturno
63,06 64,92 63,29 53,91 61,30 15,01 0,950
Diário
77,15 75,48 83,83 63,51 74,99 8,02 0,415
Ruminação, minutos
Diurno
158,75 142,50 137,50 183,75 155,62 11,06 0,087
Noturno
265,00 278,75 266,25 265,00 268,75 14,75 0,888
Diário
423,75 421,25 403,75 448,75 424,37 19,61 0,497
Perfil de Ruminação do bolo alimentar
Mastigação
3
61,50 51,75 54,75 46,25 53,56 3,71 0,121
Tempo
4
62,00 51,50 50,75 44,25 52,12 5,00 0,194
Ócio, minutos
Diurno
203,75 193,75 210,00 193,75 200,31 16,85 0,875
Noturno
162,50 168,75 176,25 222,50 182,50 24,78 0,384
Diário
437,50 428,75 427,50 422,50 429,06 23,84 0,974
Taxa de bocados 42,27 34,51 34,30 31,62 35,68 2,38 0,080
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade;
3
– Número de de movimentos mandibulares para ruminar
um bolo alimentar;
4
– Tempo gasto para ruminar um bolo alimentar
A avaliação do comportamento ingestivo das mestiças revelou tempo de pastejo
total de 399,7 minutos realizados em 3,93 refeições diárias com uma taxa de 35,68
bocados/minuto. Destes, 251,5 minutos em pastejo e 3,7 refeições foram realizadas
durante a atividade noturna. A duração média destas refeições foi de 75 minutos. As
mestiças também ruminaram menos durante o dia (155,6 minutos) e mais durante a
noite (268,7 minutos), perfazendo um total de 424,3 minutos diarios. O tempo em ócio,
317
conforme esperado, foi maior durante o dia. Contrariamente ao comportamento das
Holandesas, que numericamente aumentaram o número de movimentos mandibulares
e o tempo de permanência do bolo alimentar na boca para ruminação, as mestiças
apresentaram efeito contrário. Houve uma redução numérica no numero de
mastigações em relação ao tratamento controle (61,5 vs 50,9 movimentos
mandibulares) e no tempo de permanencia do alimento na boca (62,0 vs 48,8
segundos).
7.3.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
Nas Tabelas 7.16 e 7.17 são apresentados os dados de temperatura retal e
freqüência respiratória de vacas Holandesas e meio sangue Holandês/Jersey, medidos
as 8:00 e 15:30 horas, nas quais pode-se obsevar que não ocorreu efeito de tratamento
sobre estes parâmetros.
Tabela 7.16 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas multíparas Holandesas
alimentadas com níveis crescentes de casca de soja em substituição ao no
concentrado e pastejando capim-elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,47 38,47 38,27 38,22 38,35 0,14 0,574
Freq. Respiratória (mov./min) 50,12 46,87 44,00 36,00 44,25 3,37 0,187
15:30 horas
Temperatura Retal (ºC) 39,42 39,32 39,47 39,37 39,40 0,05 0,342
Freq. Respiratória (mov./min) 65,17 60,91 61,92 70,67 64,67 6,58 0,745
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 7.17 - Temperatura retal e freqüência respiratória de vacas primíparas meio sangue
Holandês/Jersey alimentadas com níveis crescentes de casca de soja em
substituição ao no concentrado e pastejando capim-elefante
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
8:00 horas
Temperatura Retal (ºC) 38,14 38,48 38,24 38,18 38,27 0,12 0,448
Freq. Respiratória (mov./min) 39,25 37,12 36,37 42,25 34,73 3,14 0,514
15:30 horas
Temperatura Retal (ºC) 39,41 38,97 39,29 39,46 39,31 0,14 0,364
Freq. Respiratória (mov./min) 56,25 55,50 49,00 59,25 49,27 9,49 0,929
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
318
As Holandesas apresentaram temperatura retal as 8:00 e as 15:30 horas de
38,35 e 39,40ºC, enquanto que s mestiças apresentaram 38,27 e 39,31ºC. Na mesma
sequencia de horários, as Holandesas apresentaram freqüência respiratória de 44,2 e
64,6 movimentos por minuto, enquanto que as mestiças apresentaram 34,7 e 49,3
movimentos por minuto.
7.3.6 Parâmetros sanguíneos
Nas Tabelas 7.18 e 7.19 são apresentados as avaliações de parâmetros
sanguíneos de vacas Holandesas e mestiças, respectivamente. Estes parâmetros não
foram afetados pelos tratamentos.
Tabela 7.18 - Parâmetros sanguíneos de vacas Holandesas alimentadas com níveis crescentes
de casca de soja em substituição ao no concentrado e pastejando capim-elefante
com intervalo de desfolha de 23 dias durante a estação chuvosa do ano
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL) 75,25 81,00 75,50 76,75 77,12 1,29 0,062
Uréia plasmática (mg/dL) 29,75 30,75 34,25 32,75 31,87 1,28 0,159
AGL (mEq/L) 358,25 371,50 361,00 342,25 358,25 18,88 0,751
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
Tabela 7.19 - Parâmetros sanguíneos de vacas meio sangue Holandês/Jersey alimentadas com
níveis crescentes de casca de soja em substituição ao no concentrado e
pastejando capim-elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
Glicose plasmática (mg/dL) 70,91 73,50 76,50 75,75 74,40 2,30 0,489
Uréia plasmática (mg/dL) 34,67 34,25 31,25 33,50 33,33 2,30 0,753
AGL (mEq/L) 296,40 312,75 370,00 399,50 352,73 33,09 0,243
1
– Erro padrão da média;
2
– Probabilidade
As vacas Holandesas e mestiças apresentaram os parâmetros sanguineos
avaliados muito semelhantes, embora sendo sendo grupos de animais com peso,
estágio fisiológico e nível de produção bastante distintos. As Holandesas apresentaram
77,1 mg/dl de glicose plasmática, 31,9 de uréia plasmática e 358,2 meq/L de ácidos
graxos livres, ao passo que as mestiças apresentaram 74,4 e 33,3 mg/dL de glicose e
uréia plasmática e 352,7 meq/L de ácidos graxos livres.
319
7.3.7 Metabolismo ruminal
Na Tabela 6.20 são apresentados a degradabilidade ruminal da MS e das
frações FDN e PB do milho e da casca de soja.
Alguns parâmetros da cinética de degradação ruminal da MS da casca de soja
foram similares ao milho grão, a exemplo da fração solúvel (16,77%), fração
potencialmente degradável (80,68%), taxa de degradação (3,94%/h), taxa de passagem
(4,00%/h) e degradação potencial (96,49%). Por outro lado diferiram quanto ao resíduo
não degradável que foi maior na casca de soja (1,48 vs 2,89%), no tempo requerido
para colonização (1,47 vs 2,84 horas) e na degradação efetiva, a qual foi maior nos
tratamentos controle e 75CS (59,26%) e menor nos tratamentos 25CS e 50CS
(53,85%).
A cinética dos parâmetros da degradação ruminal da fração FDN também foram
distintas entre a casca de soja e o milho grão. A fração solúvel da FDN foi maior no
tratamento CS50, intermediária nos tratamentos CS25 e CS75 e menor no tratamento
controle. Por outro lado, a fração potencialmente degradável foi maior no milho,
intermediária no tratamento CS25 e menor nos tratamentos CS50 e CS75. A casca de
soja apresentou resíduo não degradável maior que o milho (1,89 vs 3,77%). A taxa com
que ambos foram fermentados não diferiu (3,73%h), embora o tempo requerido para
colonização para a casca foi maior que a necessária para o milho (1,87 vs 3,58 horas).
As degradações efetiva (47,37%) e pontencial (95,34%) não foram afetadas pelos
tratamentos.
Alguns parâmetros da cinética de degradação ruminal da fração PB sem
correção para contaminação por purinas da casca de soja diferiram do milho grão.
Quando incubados in situ, a fração solúvel e a taxa de degradação não diferiram entre
ambos (30,32% e 3,03%/h). Entretanto, a fração potencialmente degradável foi menor
na casca de soja (71,05 vs 61,62%), assim como também foram menores a degradação
efetiva do tratamento CS25 e a degradação potencial da casca independente do no seu
nível na ração (96,14 vs 91,22%).
320
Tabela 7.20 - Degradabilidade ruminal do milho grão e da casca de soja incubados in situ
dentro de seus respectivos tratamentos utilizando vacas pastejando capim
elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25CS 50CS 75CS
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
20,01 14,67 14,66 17,75 16.77 1,66 0,167
b, %
78,50 82,33 82,39 79,49 80,68 1,84 0,393
c, %
1,48b 2,99a 2,94a 2,74a 2,54 0,20 0,005
C, %/h
4,45 3,56 3,83 3,99 3,94 0,24 0,234
Lag Time, h
1,47b 2,94a 2,89a 2,70a 2,50 0,19 0,005
Kp
1
, %
4,06 3,93 4,12 3,88 4,00 0,06 0,152
Deg. Efetiva, %
60,57a 53,46b 54,24b 57,96a 56,57 0,73 0,001
Deg. Potencial, %
98,05 95,41 96,03 96,46 96,49 0,54 0,060
FDN
a, %
0,16b 0,54ab 0,98a 0,47ab 0,54 0,12 0,010
b, %
97,94a 95,63b 94,91bc 96,10b 96,14 0,21 0,001
c, %
1,89b 3,82a 4,09a 3,42a 3,30 0,23 0,002
C, %/h
3,67 3,60 3,74 3,93 3,73 0,91 0,886
Lag Time, h
1,87b 3,74a 3,64a 3,36a 3,15 0,26 0,007
Kp
1
5
, %/h
3,94 3,94 3,68 3,36 3,88 0,11 0,364
Deg. Efetiva, %
47,40 45,37 48,57 48,02 47,34 2,55 0,825
Deg. Potencial, %
96,91 94,05 94,93 95,46 95,34 0,88 0,242
PB
3
a, %
26,60 30,51 30,14 34,05 30,32 1,74 0,118
b, %
71,05a 62,45b 63,21b 59,20b 63,96 1,95 0,024
c, %
2,34b 7,02a 6,64a 6,80a 5,70 0,49 0,001
C, %/h
3,19 2,70 3,09 3,19 3,03 0,13 0,128
Lag Time, h
2,11b 6,77a 6,41a 6,58a 5,47 0,37 0,001
Kp
1
5
, %/h
3,54b 3,01c 3,79a 3,78a 3,73 0,01 0,001
Deg. Efetiva, %
60,12a 56,38b 58,42a 60,99a 58,98 0,96 0,058
Deg. Potencial, %
96,14a 90,24b 91,63b 91,80b 92,45 0,51 0,001
PB
4
a, %
34,51 35,72 33,63 34,71 34,64 0,78 0,384
b, %
62,39 60,73 62,93 62,12 62,04 0,64 0,197
c, %
3,08 3,54 3,43 3,16 3,30 0,17 0,253
C, %/h
6,20 5,36 5,72 6,85 6,03 0,43 0,181
Lag Time, h
3,03 3,47 3,37 3,10 3,24 0,16 0,257
Kp
1
5
, %/h
3,79 3,80 3,81 3,82 3,80 0,05 0,402
Deg. Efetiva, %
72,69 71,12 70,82 73,69 72,08 1,28 0,417
Deg. Potencial, %
96,82 96,30 96,40 96,72 96,56 0,19 0,246
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
321
Uma vez procedidas as correçoes para eliminação da contaminação por purinas
sobre a cinética de degradação da fração PB, observou-se que a casca de soja não
diferiu do milho grão e que os níveis crescentes não afetaram a degradação da proteína
da casca. Observou-se em termos médios, 53,64% de fração solúvel, 62,a4% de fração
potencialmente degradável, 3,3% de resíduo não degradável e taxa de degradação de
6,03%/h. O tempo requrido para colonização foi em média de 3,24 horas. Como
resultado, a degradação efetiva foi de 72,08% e a degradação potencial foi de 96,56%.
Na Tabela 7.21 é apresentada a cinética do pasto de capim elefante. Todos os
parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal da MS do capim elefante não
foram afetados pelos tratamentos. As frações solúvel, potencialmente degradável e não
degradável foram de 26,26, 56,11 e 17,88%, respectivamente. O capim degradou a
uma taxa de 3,56%/h e foi necessário um tempo de 16,57 horas para a colonização do
material. Com base nos parâmetros apresentados e com taxa de passagem de
3,47%/h, a degradação efetiva foi de 54,32%. Por outro lado, a degradação potencial foi
de 80,94%.
A cinética da degradação da fração FDN do pasto apresentou a fração
potencialmente degradável menor na presença de casca de soja em comparação ao
tratamento controle (72,56 vs 69,44%). A taxa de degradação foi menor dos
tratamentos 25CS e 50CS (3.21%) e maior nos tratamentos controle e 75CS (3,81%).
Os demais parâmetros da cinética de degradação não foram afetados.
Os parâmetros biológicos da cinética de degradação ruminal in situ da fração
PB do pasto, com e sem correção para eliminar a contaminação por purinas não
sofreram incluencia a inclusão dos níveis crescentes de casca de soja na ração. Na
fração PB corrigida, esta apresentou fração solúvel, potencialmente degradável e não
degradável de 34,64, 62,04 e 3,3%, respectivamente. Foi determinado um tempo de
colonização de 3,24 horas. A taxa de degradação foi alta, apresentando um valor médio
de 72,08%. A degradação potencial desta fração aproximou-se dos 100%,
apresentando uma estimativa de degradação de 96,56%.
322
Tabela 7.21 - Degradabilidade ruminal de amostras de pastejo simulado de capim elefante
incubado in situ em vacas alimentadas com níveis crescentes de casca de soja e
pastejando capim elefante com 23 dias de intervalo de desfolha
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25CS 50CS 75CS
Media EPM
1
Pr [t]
2
MS
a, %
25,81 26,41 26,82 26,01 26,26 0,49 0,0523
b, %
56,23 55,20 54,87 56,11 55,60 0,37 0,102
c, %
17,94 18,38 18,30 17,88 18,12 0,40 0,753
C, %/h
3,55 3,53 3,53 3,62 3,56 0,24 0,928
Lag Time, h
16,43 16,79 16,72 16,37 16,57 0,33 0,753
Kp
1
, %
3,43 3,57 3,40 3,49 3,47 0,12 0,755
Deg. Efetiva, %
54,42 53,80 54,80 54,32 54,33 0,73 0,811
Deg. Potencial, %
81,23 80,64 80,77 80,15 80,94 0,54 0,836
FDN
a, %
3,65 6,25 5,88 6,54 5,58 0,73 0,100
b, %
72,56a 69,70b 69,55b 69,08b 70,22 0,58 0,020
c, %
23,78 24,04 24,56 24,36 24,18 0,38 0,523
C, %/h
3,62a 2,95b 3,47b 4,00a 3,51 0,16 0,017
Lag Time, h
21,16 22,12 33,02 22,01 24,58 3,65 0,167
Kp
1
5
, %/h
3,47 3,70 3,44 3,48 3,52 0,19 0,742
Deg. Efetiva, %
40,21 37,79 40,86 46,16 41,25 0,61 0,001
Deg. Potencial, %
73,76 73,79 74,20 74,57 74,08 0,43 0,547
PB
3
a, %
33,90 34,52 33,15 35,00 34,14 1,39 0,809
b, %
58,31 57,82 59,12 57,90 58,29 1,45 0,913
c, %
7,78 7,65 7,71 7,10 7,56 0,18 0,197
C, %/h
4,43 4,44 4,28 4,50 4,41 0,19 0,858
Lag Time, h
7,45 7,30 7,39 6,77 7,23 0,16 0,139
Kp
1
5
, %/h
3,79 3,80 3,80 3,81 3,80 0,02 0,176
Deg. Efetiva, %
65,12 65,44 64,33 65,96 65,21 1,15 0,797
Deg. Potencial, %
91,86 91,96 91,88 92,47 92,04 0,17 0,207
PB
4
a, %
34,51 35,72 33,63 34,71 34,64 0,79 0,384
b, %
62,39 60,73 62,93 62,12 62,04 0,64 0,197
c, %
3,08 3,54 3,43 3,16 3,30 0,17 0,253
C, %/h
6,20 5,36 5,72 6,85 6,03 0,43 0,181
Lag Time, h
3,03 3,47 3,37 3,10 3,24 0,16 0,257
Kp
1
5
, %/h
3,79 3,80 3,81 3,81 3,80 0,02 0,402
Deg. Efetiva, %
72,69 71,12 70,82 73,70 72,08 1,28 0,417
Deg. Potencial, %
96,82 96,30 96,41 96,72 96,56 0,19 0,246
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
1- Erro Padrão da Média; 2-Probabilidade; 3 Degradabilidade da fração PB sem correção para N-
microbiano; 4- Degradabilidade da fração PB corrigida para N-microbiano; 5- A degradabilidade efetiva
das frações FDN e PB foram estimadas usando a taxa de passagem obtida para a MS (os valores são
diferentes devido a perda de parcela)
323
Na Tabela 7.22 são apresentados os dados de cinética de trânsito dos
ingredietes e da fase líquida. A casca de soja apresentou cinêtica de trânsito muito
semelhante ao milho. O tempo de trânsito (3,72h), tempo médio de retenção ruminal
(24,92h), tempo médio d retenção total (52,41h), e as taxas de passagem ruminal
(4,00%) e no ceco-cólon (4,25) não foram diferentes entre os tratamentos. Somente o
tempo médio de retenção no ceco-cólon foi menor no tratamento CS50.
Os parâmetros biológicos da cinética de trânsito do capim elefante não foram
afetados pelos tratamentos. Seu tempo médio de permanência no retículo-rúmen foi de
28,58 horas, enquanto que no ceco-cólon foi de 27,42 horas. Com o tempo de transito
de 4,58 horas, o tempo médio total de rentenção foi de 60,59 horas. A taxa de
passagem do capim elefante foi de 3,47 no rúmen e de 3,71 ao nível de intestino.
Os tratamentos estudados também não afetaram a cinétida do transito da fase
líquida, a qual apresentou tempo de transito de 2,65 horas, retenção média ruminal, no
ceco-cólo e total de 18,23, 17,63 e 38,52 horas, respectivamente. A taxa de passagem
observada foi de 5,53 para o rúmen e de 5,72 para o intestino.
Na Tabela 7.23 são apresentados a concentração de ácidos graxos, a relação
entre o acetato e o proprionado, a concentração de amônia e o pH ruminal.
Os tratamentos não afetaram a concentração de acetato (71,33 mM/mL) que se
manteve constante entre os tratamentos. Por outro lado, o proprionato apresentou uma
redução numérica com a inclusão de casca de soja na ração. Esta redução fez com que
a relação C2:C3 obtivesse diferença estatistica. Entretanto, esse efeito somente foi
observado durante a noite, quando o tratamento 50CS apresentou maior relação entre
estes dois AGV. As concentrações dos demais acidos graxos e a soma dos AGV totais
não apresentou efeito de tratamento (P>0,05).
A concentração de amônia ruminal e o pH rumial tabém não foram afetados,
apresentando valores médios de 26,88 mg/dL e 6,36, respectivamente.
Nas Figuras 7.5 e 7.6 são apresentados os perfis diários do pH e as
concentrações ruminais dos ácidos graxos voláteis e da amônia. O teste feito não
acusou difernça no perfil diário dos ácidos graxos, amôniae pH ruminal ao se comparar
as horas e os tratamentos.
324
Tabela 7.22 – Parâmetros biológicos da cinética do milho, da casca de soja e do capim elefante
avaliados em vacas recebendo níveis crescentes de casa de soja em
substituição ao milho no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias
de intervalo de desfolha durante a estação chuvosa do ano
Tratamentos
Variáveis
Milho CS25 CS50 CS75
Média EPM
1
P
2
Milho e Casca de soja
TT
3
, horas 4,15 3,18 3,46 4,10 3,72 0,66 0,690
TMR
1
4
, horas 24,70 25,39 23,98 25,61 24,92 0,40 0,101
TMR
2
5
, horas 23,53a 24,53a 22,83b 24,17a 23,76 0,29 0,026
TMRT
6
, horas 52,39 53,11 50,27 53,89 52,41 1,13 0,233
K
1
7
, % 4,06 3,93 4,12 3,88 4,00 0,06 0,152
K
2
8
, % 4,29 4,10 4,44 4,14 4,25 0,07 0,060
Capim elefante
TT
3
, horas 4,87 3,40 5,47 4,56 4,58 0,67 0,269
TMR
1
4
, horas 29,12 26,25 30,03 28,91 28,58 1,178 0,526
TMR
2
5
, horas 27,83 25,41 28,61 27,85 27,42 1,56 0,541
TMRT
6
, horas 61,83 55,07 64,12 61,33 60,59 3,99 0,477
K
1
7
, % 3,43 3,57 3,40 3,49 3,47 0,12 0,755
K
2
8
, % 3,62 3,98 3,56 3,62 3,71 0,21 0,514
Cinética de líquidos
TT
3
, horas 2,33 2,32 3,11 2,84 2,65 0,47 0,601
TMR
1
4
, horas 17,68 18,07 17,61 19,55 18,23 0,51 0,110
TMR
2
5
, horas 17,15 17,47 17,03 18,88 17,63 0,49 0,117
TMRT
6
, horas 37,17 37,86 37,75 41,27 38,52 1,36 0,237
K
1
7
, % 5,71 5,57 5,72 5,12 5,53 0,16 0,454
K
2
8
, % 5,88 5,76 5,95 5,31 5,72 0,17 0,116
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05.
1
- Erro padrão da média;
2
- Probabilidade;
3
– Tempo no qual o ingrediente marcado apareceu pela
primeira vez nas fezes (Tempo de Trânsito);
4
– Tempo médio de retenção no retículo-rúmen;
5
– Tempo
médio de retenção no ceco e cólon;
6
– Tempo médio de retenção total (TT+TMR1+TMR2);
7
- Taxa de
passagem constante das partículas marcadas (1/TMR
1
);
8
– 1/TMR
2
325
Tabela 7.23 - Concentração e proporção de ácidos graxos voláteis de vacas mantidas em
pastagem de capim elefantes e alimentadas com diferentes níveis de casca de
soja em substituição ao milho e farelo de soja no concentrado
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25CS 50CS 75CS
Média EPM
1
Pr [t]
2
Acetato, mM/mL
Diurno
71,62 76,42 68,43 65,30 70,44 4,05 0,33
Noturno
71,98 70,87 69,15 73,76 71,44 3,77 0,84
Diário
71,89 73,48 69,01 71,21 71,33 3,95 0,87
Proprionato, mM/mL
Diurno
41,58 34,18 30,67 36,62 35,76 3,15 0,20
Noturno
34,05 30,27 25,16 27,67 29,29 2,47 0,17
Diário
37,22 31,85 27,46 31,71 32,06 2,18 0,09
Isobutirato, mM/mL
Diurno
1,19 1,40 1,28 1,14 1,25 0,07 0,12
Noturno
1,27 1,30 1,23 1,09 1,22 0,08 0,33
Diário
1,23 1,33 1,26 1,09 1,23 0,05 0,08
Butirato, mM/mL
Diurno
16,23 16,14 14,12 14,10 15,15 1,15 0,43
Noturno
15,68 15,62 12,78 13,65 14,43 1,32 0,39
Diário
15,97 15,85 13,43 13,78 14,76 1,12 0,32
Isovalerato, mM/mL
Diurno
2,63 2,64 2,65 2,44 2,59 0,18 0,83
Noturno
2,61 2,56 2,35 2,22 2,44 0,18 0,45
Diário
2,62 2,59 2,47 2,27 2,49 0,12 0,22
Valerato, mM/mL
Diurno
1,81 1,62 1,60 1,67 1,68 0,14 0,74
Noturno
1,63 1,62 1,38 1,51 1,54 0,10 0,38
Diário
1,70 1,62 1,47 1,57 1,59 0,07 0,24
TOTAL, mM/mL
Diurno
135,07 132,40 118,78 121,30 126,88 6,44 0,29
Noturno
127,24 122,25 112,06 119,92 120,37 7,49 0,57
Diário
130,64 126,74 115,12 121,64 123,53 6,45 0,42
Acetato:Proprionato
Diurno
1,77 2,35 2,23 1,93 2,07 0,23 0,34
Noturno
2,13c 2,47bc 2,75a 2,67ab 2,51 0,11 0,03
Diário
1,95 2,41 2,51 2,30 2,30 0,17 0,21
Amônia, mg/dL
Diurno
30,17 25,41 26,76 26,68 27,76 1,03 0,07
Noturno
27,36 25,11 27,32 26,71 26,62 0,92 0,35
Diário
28,48 25,23 27,10 26,70 26,88 0,78 0,12
pH ruminal
Diurno
6,37 6,16 6,23 6,28 6,26 0,06 0,27
Noturno
6,43 6,32 6,36 6,42 6,38 0,04 0,38
Diário
6,41 6,25 6,31 6,36 6,33 0,05 0,27
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
326
Figura 7.5 – Concentração de ácidos graxos voláteis de vacas recebendo níveis
crescentes de casca de soja em substituição ao milho no concentrado e
pastejando capim elefante com 23 dias de intevalo de desfolha
327
Figura 7.6 – Concentração de ácidos graxos voláteis, amônia e pH ruminal de vacas
recebendo níveis crescentes de casca de soja em substituição ao milho
no concentrado e pastejando capim elefante com 23 dias de intevalo de
desfolha
7.3.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
Na Tabela 6.24 são apresentadas as estimativas de consumo de forragem e
consumo total de MS e de síntese de proteína microbiana ruminal com conseqüente
fluxo de N-microbiano para o intestino. Não foram observados efeitos de tratamentos
sobre estas variavies.
O uso de óxido de cromo superestimou o consumo de forragem e o consumo
total de MS, sugerindo valores deconsumo de forragem (13,0 kg de MS/vaca/dia) e
cosumo total de 19,27 kg de MS/vaca/dia. Por outro lado, a equação proporta por
Orskov e seus colaboradores também não serviu para modelar os presentes dados.
328
Aparentemente, o valor mais próximo do consumo plausível do ponto de vista
nutricional foram as estimativas realizadas utilizando o NRC (2001).
O fluxo de nitrogêncio microbiano para o ingestino delgado não foi afetado pelos
/tratamentos. O escape de N-microbiano do rúmen foi em média de 183 gN/dia.
Tabela 7.24 – Estimativa de consumo de forragem e consumo total de MS e proteína
microbiana de vacas recebendo concentrado com diferentes níveis de casca
de soja e em pastejo de capim elefante
Tratamentos
Parâmetros
Milho 25CS 50CS 75CS
Média EPM
1
Pr [t]
2
Óxido de Cromo
CMS de forragem, kg/dia
13,75 13,21 12,61 12,40 13,00 0,79 0,63
CMS total, kg dia
18,86 18,55 17,95 17,73 19,27 0,76 0,71
Orskov et al. (1988)
3
CMS de forragem, kg/dia
6,79 6,73 6,74 6,77 6,76 0,09 0,95
CMS total, kg dia
11,91 12,07 12,08 12,12 12,04 0,14 0,78
NRC (2001)
4
CMS de forragem, kg/dia
9,49 9,42 9,42 9,46 9,45 0,11 0,96
CMS total, kg dia
14,61 14,76 14,76 14,80 14,73 0,16 0,84
Prot. microbiana, gN/dia 184,56 183,72 183,49 180,47 183,06 4,10 0,145
1- Erro Padrão da Média; 2- Probabilidade;
3- CMS - -0,822 + 0,0748 (a+b) +40c
4- CMS = (((PV ^ 0.75) * 0.0968) + (0.372 * Produção leite corrigido) - 0.293) * Lag
Lag = 1 – exp(-0.192 * (Semana de Lactação + 3.67))
7.4 Discussão
7.4.1 Caracterização da forragem
Nas Tabelas 7.8 e 7.9 foram apresentados a composição morfológica e
bromatológica do capim elefante. O pasto apresentou em média 11,37 ton de MS/ha,
com 45,9% de folhas. O teor de PB foi de 17,06% e o FDN de 60,76%.
Grande variação na composição químico – bromatológica de capim elefante tem
sido relatada na literatura. Os valores de MS variaram de 7,99 a 24,1% (BALSALOBRE,
1996; SOARES et al., 1999; ROSSETO, 2000; LIMA, 2002; DERESZ et al., 2001). Os
valores de PB variaram de 12 a 16,1% e FDN entre 61,1 a 69,47% (BALSALOBRE,
1996; CÓSER et al., 1999; SOARES et al., 1999; LIMA, 2002; ROSSETO, 2000;
329
DERESZ et al., 2001). Valores de FDA variaram de 32,6 a 35,3% e lignina de 2,4 a
4,91% (BALSALOBRE, 1996; LIMA, 2002; ROSSETO, 2000). Rosseto (2000) verificou
valores de DIVMO entre 70,6 a 78,3%, enquanto Cóser et al. (1999) observaram DIVMS
entre 64,9 a 66,3%. O teor de minerais foi alto, variando de 11,68 a 12,27%.
Além da relação folha:colmo e da disponibilidade de MS, a forma como a folha é
exposta ao animal é uma característica muito importante, pois evidencia o efeito da
disposição espacial, distribuição e arranjo da biomassa da parte aérea das plantas
sobre o desempenho do animal (CARVALHO et al., 2001).
O período entre desfolha de 23 dias foi definido estrategicamente na tentativa de
proporcionar ao animal a chance de colher uma forrageira de valor nutricional acima da
média observada nos valores de composição bromatológica observados nos estudos
que caracterizaram pastos de clima tropical (MARTINEZ, 2004; SANTOS; JUCHEM,
2000; BALSALOBRE, 1996). As principais forrageiras consumidas pelos ruminantes nos
trópicos possuem uma digestibilidade inferior a 65% que proporciona maior controle
físico do consumo comparado com forrageiras de clima temperado. A anatomia da
planta influencia o consumo e a qualidade do pasto, particularmente pelo seu efeito
sobre o conteúdo de parede celular e digestibilidade, que resulta em mudanças na
proporção dos tipos de células de parede fina para espessa, na organização estrutural
dos órgãos e tecidos e no grau de lignificação (MINSON; WILSON, 1994). Esta baixa
digestibilidade da matéria seca limita o consumo destas forrageiras, pela capacidade do
rúmen, velocidade de degradação e velocidade de passagem pelo trato gastrointestinal.
7.4.2 Produção e composição do leite
Nas Tabelas 7.10 e 7.11 foram apresentadas as produções e composições do
leite das vacas Holandesas e mestiças, respectivamente. As Holandeas produziram
leite com baixo teor de proteína, gordura e sólidos totais. Por outro lado as mestiças
produziram leite com a composição normal.
O teor de proteína no leite das vacas Holandesas esteve numericamente baixo em
todos os tratamentos (2,82%), corroborando com os resultados de Delahoy et al. (2003)
que estudaram a substituição de 17,38% do milho grão por casca de soja e também
relataram baixo teor de proteína Outros estudos também relataram produção de leite
330
com teor de sólidos baixo, e com os dados de Abel-Caines et al. (1997), que estudaram
a combinação de 8% de casca de soja associado com 15% de soja grão em
comparação com ração contendo 15,0% de caroço de algodão e observaram menor
produção de leite com maior teor de gordura, proteína e lactose.
. Entretanto, não foram encontradas explicações nutricionais para este
comportamento, uma vez que a avaliação de todas as demais informações avaliadas
não suportam esse comportamento. A proteína do leite é sintetizada na glândula
mamária a partir de compostos presentes no sangue, tendo como principais
precursores os aminoácidos. Algumas proteínas, como as lipoproteínas,
imunoglobulinas e albuminas séricas podem passar diretamente do sangue para a
glândula mamária. As proteínas predominantes são a caseína, alfa-lactalbumina, beta-
lactoglobulina e imunoglobulinas que representam mais de 90% da proteína total do
leite, sendo a caseína (com seus diversos tipos α, β, γ e К) um dos determinantes do
rendimento industrial na produção de queijo e responsável aproximadamente por 85%
da proteína do leite. A caseína encontra-se em forma de grânulos insolúveis,
denominados micelas (GONZALÉZ, 2001; TRONCO, 2003).
Aumento no suprimento de precursores gliconeogênicos ajudariam a aliviar a
depressão no teor de proteína (ORSKOV et al., 1977; Spires et al., 1975). O suprimento
de proteína pode ser aumentado quando mais proteina ou proteína não degradável no
rúmen é fornecida, entretanto, essa estratégia aumenta o custo de produção. Assim,
Casper et al (1990) hipotetizaram que aumentando a degradabilidade do carboidrato
não estrutural poderia aumentar a síntese de proteína microbiana. Aumento da
concentração de carboidratos não estruturais elevou a produção de proteína microbiana
em estudo in vitro (STROKE et al., 1991) e in vivo (STROKE et al., 1991). Os dados de
Stokes et al (STROKE et al., 1991) indicaram que aumentando a concentração dos
CNE de 25 para 31 ou 39%, aumentaria-se a produção microbiana e a produção de
aGV em vacas em lactação. Entretanto, o presente estudo não confirmou essa
hipótese, uma vez que o teor de proteína e a concentração de AGV não diferiram na
ração a base de farelo de soja, milho e pasto em comparação com a ração com alta
casca de soja, baixo milho, farelo de soja e pasto.
Apresentando o mesmo comportamento do teor de proteína, a lactose também
esteve baixa no estudo com as vacas Holandesas, apresentando média de 3,91%. A
331
redução no teor de lactose do leite pode ocorrer em função da menor disponibilidade de
compostos gluconeogênicos para o fígado sintetizar glicose, entretanto, o perfil de AGV
não confirmam essa hipótese. A lactose é um dissacarídeo composto por D-glicose e D-
galactose, unidos através de ligações glicosídicas β 1,4; encontrada no leite, embora
tenha sido determinada em algumas frutas (GONZALÉZ, 2001; TRONCO, 2003). A
formação de uma molécula de lactose requer duas moléculas de glicose originadas do
plasma sangüíneo e através da gliconeogênese no fígado (em ruminantes, a glicose é
obtida a partir do propionato e de aminoácidos glicogênicos como a alanina,
asparagina, metionina, entre outros). Uma dessas moléculas de glicose, após alguns
eventos na célula (citosol), transforma-se em UDP-galactose que é transportada
ativamente para o interior do aparelho de Golgi, sendo então liberada para a síntese de
lactose: a segunda molécula de glicose é transportada para o interior do aparelho de
Golgi pelo transportador de glicose (GLUT 1).No aparelho de Golgi, a molécula de
galactose e glicose é unida pela ação da enzima lactose sintetase que formam a
molécula de lactose (VARGAS, 1996; HURLEY, 2003).Depois de sintetizada, a lactose
não sofre hidrólise, como não se difunde para o exterior do complexo de Golgi ou da
vesícula secretora (invólucro utilizado pela célula para secretar lactose para o lúmen
alveolar) e como as membranas celulares são semipermeáveis (apenas a água se
move livremente através destas), no processo de síntese de leite, a lactose atrai água
para o interior das células para balancear a pressão osmótica da vesícula secretora. Em
função disso, é o componente do leite que menos varia e que determina o volume do
leite produzido (VARGAS, 1996; HURLEY, 2003).
Entretanto, em outros experimentos que estudaram substituições similares,
variando de 18 a 30% da MS, a produção de leite e o teor de proteína diminuíram
(MANSFIELD; STERN, 1994; PANTOJA et al., 1994), mas aumentou o teor de gordura,
resultando em similar produção de leite corrigida para 4% de gordura (MANSFIELD;
STERN, 1994; PANTOJA et al., 1994; ELLIOTT et al., 1995). Baseado nos dados de de
Nakamura e Owen (1989), variações análogas as observadas por Mansfield e Stern
(1994) e Pantoja et al. (1994) no desempenho de vacas leiteiras poderia se antecipado
quando a casca de soja é usada para suprir mas de 30% da MS da dieta. Estudos
indicaram que o impacto da alimentação com casca de soja é ditado pelo valor
energético do alimento substituído pela casca (TITGEMEYER, 2000), pela quantidade e
332
forma física da forragem da dieta (GRANT, 1997) e pela redução dos efeitos negativos
com a inclusão da casca de soja na dieta (FIRKNS, 1997). Isto posto, é possível que
diferenças na quantidade, tipo ou processamento dos grãos ou forragens contribui para
a resposta do animal (IPHARRAGUERRE; CLARK, 2003).
Bernard e Mcneill (1991) estudaram a substituição de parte do milho grão e do
farelo de soja por 22% de casca de soja, farelo de glúten de milho e farelo de trigo e
observaram não haver alteração na produção de leite e produção de leite corrigida para
gordura, corroborando com vários outros estudo encontrados na literatura (ACEDO et
al. 1987; KLOPFENSTEIN, 1983; COOMER et al., 1993; FIRKINS; EASTRIDGE, 1992;
MACGREGOR et al. 1976; HARMISON et al., 1997; MACLEOD et al. 1985;
NAKAMURA; OWEN, 1989). Entretanto, os teores de proteína e lactose no tratamento
com casca foi o menor em todas as comparações, inclusive para a dieta controle a base
de silagem de milho, milho grão e farelo de soja.
Entretanto, a produção de leite foi afetada em experimento contínuo de 98 dias
quando o milho de alta umidade foi substituído com casca de soja em 14% da MS em
dieta contendo 48% de concentrado, a produção e composição do leite de vacas em
início de lactação no foi afetada (STONE, 1996). Resultados similares foram
encontrados por Bernard e MecNeill (1991) e por Macgregor e Owen (1976) quando a
casca de soja proveu 15 a 28% da MS da dieta, por Grant (997) quando incluiu 25% de
casa de soja na MS da ração, .
No único estudo encontrado onde a casca de soja foi estudada em 0, 10, 20, 30
e 40% da MS (IPHARRAGUERRE et al. 2002), sendo que no maior nível a casca
substituiu quase que total do milho grão, a produção de leite foi igual mas com maior
teor de gordura e de sólidos totais, além de não ter sido alterado o teor de uréia do leite.
Na revisão realizada por Ipharraguerre e Clark (2003), ao se correlacionar os
estudos não foi observada correlação consistente do efeito da substituição do milho
grão por casca de soja sobre a produção de leite e teor de gordura. Por outro lado,
consistentemente, a inclusão de casca em substituição a grãos de cereais afeta
negativamente o teor de proteína do leite (FIRKINS; EASTRIDGE, 1992; SARWAR et
al., 1992; MANSFIELD; STERN, 1994; PANTOJA et al., 1994; CONRAD; HIBBS, 1961;
MACGREGOR; OWEN, 1976; BERNARD; MCNEILL, 1991; ELLIOTT et al., 1995;
IPHARRAGUERRE et al., 2002)
333
7.4.3 Peso vivo e condição corporal
Nas Tabelas 7.12 e 7.13 foram apresentado os pesos vivos e as condições
corporais das vacas Holandesas e mestiças, respectivamente, nas quais pode-se
observar não terem sido afetados pelos tratamentos.
A condição corporal da vaca leiteira influencia o rendimento de leite, o
comportamento reprodutivo e a saúde, bem como a longevidade dos animais. Vacas
magras freqüentemente apresentam baixa produção de leite e concentração de gordura
no leite devido à reduzida reserva de energia e proteína (FERGUSSON, 1994). Na fase
inicial da lactação, a severidade do balanço negativo pode influenciar o desempenho
reprodutivo e em especial a taxa de concepção. Assim, o escore de condição corporal
se constitui em excelente ferramenta para o manejo reprodutivo de animais destinados
a produções de leite (EDMONSON, 1989; NEBEL; MCGILLIARD, 1993).
A mensuração do escore de condição corporal de vacas leiteiras, durante o ciclo
de lactação e seco, é uma ferramenta subjetiva que pode ser utilizada para avaliação
da reserva energética corporal de animais voltados para a produção de animal. A
avaliação da condição corporal das vacas fornece parâmetros para a verificação do
manejo nutricional adotado.
Poucos trabalhos estudaram o efeito da inclusão de casca de soja sobre o peso
vivo e o escore corporal e suas possíveis variações. Abel-Caines et al. (1997)
estudaram a combinação de 8% de casca de soja associado com 15% de soja grão em
comparação com ração contendo 15,0% de caroço de algodão e observaram na haver
efeito sobre o peso vivo dos animais. Firkins e Eastridge (1992) e Edionwe e Owen
(1989) estudaram a inclusão de 20 e 21,9% de casca de soja que substituiu
completamente o milho presente na ração controle a base de silagem de milho e farelo
de soja e não observaram efeito sobre o peso vivo.
Delahoy et al. (2003) estudaram a substituição de 17,38% do milho grão por
casca de soja e não observaram alteração no peso vivo, e condição corporal dos
animais. Esses autores estudaram a substituição de 17,38% do milho grão por casca de
soja e não observaram alteração de glicose e uréia plasmática, mas sim em ácidos
graxos não esterificados (141 vs 166 meq/dl). Entretanto, ambos os valores observados
334
para os ácidos graxos livres podem ser considerados baixos, justificando a ausência de
alteração na condição corporal. Por outro lado, Ipharraguerre et al. (2002) incluiram 0,
10, 20, 30 e 40% e substituiram quase totalmente o milho grão e observaram que o
peso vivo foi reduzido, entretanto não ocorreu variação no condição corporal. O mesmo
comportamento foi descrito por Harmison et al. (1997), que estudaram a inclusão de
23,33% de casca de soja e este mesmo nível de inclusão em associação com milho e
com milho e trigo.
7.4.4 Comportamento ingestivo
Nas Tabelas 7.14 e 7.15 foram apresentados as avaliações inerentes ao
comportamento ingestivo dos animais, avaliações estas que não foram afetadas pelos
tratamentos estudados.
Não foram encontrados estudo com vacas mantidas em pastagens de clima
tropical para comparar com o presente estudo. Com vacas confinadas, Abel-Caines et
al. (1997) estudaram a combinação de 8% de casca de soja associado com 15% de
soja grão em comparação com ração contendo 15,0% de caroço de algodão e
observaram maior tempo de alimentação e menor tempo de ruminação. Grant (1997)
observaram menor tempo de ruminação quando incluíram 25% de casca de soja na
composição da MS de ração total de vacas confinadas em free stall.
Ao desconsiderarmos o efeito climático, doenças e possíveis limitações físicas
do animal, o tempo em pastejo de vacas e lactação é influenciado basicamente por
seus status fisiológico a curto e médio prazo, forragem disponível e pelo nível e tipo de
suplemento oferecido (GILL; ROMNEY, 1994; SOCA et al., 2002). Assim, assumindo
igual comportamento para as demais variáveis, as considerações acima sobre o tipo de
suplemento reforçam o comportamento dos resultados obtidos, uma vez que a
substituição de uma ração com alto amido (controle) por uma ração com baixo amido
(CS75) não interferiu no consumo de forragem.
Poucos pesquisadores se propuseram a estudar a duração de cada refeição e o
número de ciclos de pastejo realizados por vacas leiteiras em sistemas de produção
explorando pastagens. Entretanto, com base nos dados do presente estudo observa-se
que vacas mantidas a pasto em detrimento a vacas confinadas, realizam menos
335
refeições diárias e persistem muito mais tempo ingerindo alimento ininterruptamente.
Contrastando com os dados obtidos no pasto, Miron et al. (2004) registraram por meio e
monitoramento computadorizado mais de 21.200 visitas de vacas Holandesas
confinadas ao cocho e relataram média de 14 refeições diárias com duração média de
15,9 em cada refeição, com vacas alimentadas com ração contendo 16,7% da MS de
casca de soja em substituição a grãos de cevada e de milho. Ora, se vacas a pasto
perfazem um reduzido número de refeições ingerindo forragem (4,7 no presente
estudo), todo e qualquer fator que coloque limitações ao tamanho da refeição poderá
afetar grandemente o consumo de forragem. Assim, fatores relativos aos animais como
a escolha de indivíduos capazes de caminhar longos percursos, indivíduos capazes de
permanecer longo tempo de pé caminhando entre as estações de pastejo, e que
tenham pele pigmentada para que possam maximizar o seu consumo ao se permitir
pastejar mais durante o dia; e fatores relativos ao pasto, principalmente o valor nutritivo
e a estrutura do dossel, podem afetar grandemente o consumo de forragem.
Um fator que pode afetar a taxa de bocados e que deve ser considerado consiste
na distribuição do material morto ao longo do estrato vertical da pastagem.
Observações visuais realizadas na área experimental constataram presença de
considerável quantidade de material morto nos perfilhos aéreos e colmos velhos do
capim elefante a uma altura considerável do solo e muito próximo ao extrato a ser
pastejando, ou seja, no topo do resíduo. O aspecto das touceiras do capim elefante
identificava se tratar de uma pastagem muito velha, com baixa taxa de renovação de
perfilho, o que nitidamente obrigava os animais a gastarem mais tempo a procura das
frações de interesse para serem pastejadas. Também, as touceiras não tinham altura
de resíduo desuniforme, apresentando colmos secos acima da altura média do resíduo,
dificultando o pastejo. Tendo em vista o hábito dos animais selecionarem material
verde, a presença deste senescido próximo ao horizonte de pastejo poderia aumentar o
tempo de procura e diminuir a taxa de bocados. Em caso de redução na taxa de
bocados, o animal poderia compensar aumentando o tempo de pastejo, mas mesmo
assim perderia em eficiência devido ao maior tempo a busca de alimento. Caso não
fosse possível aumentar o tempo de pastejo, o consumo e conseqüentemente o
desempenho poderiam diminuir. Neste sentido, por precaução, os piquetes foram
roçados a 10 cm do solo 80 a 100 dias antes do início do experimento.
336
7.4.5 Temperatura retal e freqüência respiratória
Nas Tabelas 5.16 e 5.17 foram apresentadas as temperaturas e freqüências
respiratórias, as quais não foram afetadas pelos tratamentos quando avaliadas em
horários de temperatura amena e elevado do dia. Na literatura são escassos os estudos
avaliando a temperatura retal e o ritmo respiratório de vacas leiteiras alimentadas com
ração contendo casca de soja. Entretanto, os valores encontrados no presente estudo
estão de acordo com os demais estudos realizados na mesma área e com animais do
mesmo rebanho.
7.4.6 Parâmetros sanguíneos
Nas Tabelas 5.18 e 5.19 foram apresentados os parâmetros sanguineos
avaliados. Não houve efeito de tratamento sobre as concentrações de glicose, uréia e
ácidos graxos livres presentes no sangue dos animais.
Em diversos estudos conduzidos no Brasil, a concentração da uréia plasmática
de vacas leiteiras, sempre alilmentadas com rações isoproteícas, tem variado de 14,8 a
46,33 mg/dL (VALADARES, et al., 1997; SILVA et al., 2001; MARTINEZ, 2004;
VOLTOLINI, 2006).
A adequação da ingestão de N e energia em vacas leiteiras tem demonstrado a
sua importância, devido a maiores demandas para a produção de proteína do leite em
relação a outros constituintes. Além disso, uma ingestão excessiva de N pode
comprometer o desempenho reprodutivo, bem como aumentar as exigências
energéticas da dieta (13,3 kcal da energia digestível/g do excesso de N). Outros fatores
consistem em um impacto negativo sobre o meio ambiente (BRODERICK e CLAYTON,
1997) e, nas condições brasileiras, suplementos protéicos na alimentação elevam
significativamente os custos de produção, podendo-se amenizar tal problema fazendo
uso de NNP (uréia) em substituição ao farelo de soja.
337
7.4.7 Metabolismo ruminal
Na Tabela 7.20 foram apresentados os dados de cinética de degradação da MS
e das frações FDN e PB do milho e sua comparação com níveis crescentes de casca de
soja na ração.
A degradação da fração FDN da casa de soja se mostrou ser bastante
fermentessível (Tabela 7.20). Ipharraguerre e Clark (2003) compilando dados da
literatura observaram que os dados de experimentos in sito e in vitro realizados com
casca de soja demonstraram que os microrganismos são capazes de fermentar este co-
produto extensivamente e em altas taxas. Em sete estudos in situ citado por estes
autores, a fração FDN foi fermentada com taxa média de 5,6¨%/h e em quatro estudos,
o FDN total desapareceu em média 90% após 96 horas de incubação. Aparentemente,
o baixo teor de lignina e monômeros fenólicos na casca de soja (GARLEB et al. 1988),
permitem a rápida e extensiva fermentação da fibra. Entretanto, a presença de
concentrado pode afetar essa degradação (SARWAR et al., 1992).
Firkins (1997) relatou degradação potencial da FDN da casca de soja como
sendo 90,7%. No presente estudo a degradação potencial foi estimada como sendo
94,8%, sugerindo alta degradação ruminal da fibra da casca. Entretanto, a degradação
efetiva a FDN da casca de soja no presente estudo foi em média de 47,32%, valor
menor mas semelhante aos 58,7% observados em novilhos e ovelhas por Hintz et al.
(1964), 57,0% observados em ovelhas por Quicke et al. (1959) e 59,2% observados em
novilhos por Garrigus et al. (1960).
A literatura tem relatado grande variação na taxa de degradação da FDN da
casca de soja. Nocek e Russel (1988) relataram valores entre 1,1 a 7,0%/h, Sarwar et
al. (1991) relataram variação de 3,3 a 3,6%/h enquanto que Anderson et al. (1988)
relataram valores variando de 7,0 a 7,7%/h. Por outro lado, Grant (1997) relatou taxa de
passagem de 5,7%/h. Klopfenstein (1983) relatou que a casca de soja é digerida muito
rapidamente, podendo chegar a 90% No estudo de Highfill et al. (1987) a inclusão de
casca de soja na ração de Angus aumentou a eficiência de utilização do FDN ração
total.
De maneira geral, a substituição de grãos por co-produtos com baixo amido, em
particular a casca de soja, representa uma alternativa potencial para resolver algumas
338
limitações de dieta com alto teor de carboidrato não estrutural (IPHARRAGUERRE;
CLARK, 2002). No estudo de Cunningham et al. (1993), a substituição de 12 e 25% do
milho de alta umidade por casca de soja, reduziu os carboidratos não fibrosos na ração
de 41 para 34 e 29%, respectivamente, aumentando a concentração total de AGV e
relação acetato:proprionato no rúmen de vacas em início de lactação.
Na Tabela 7.21 foi apresentado o estudo de cinética de degradação ruminal do
capim elefante. No presente estudo, a taxa de degradação efetiva da MS do capim
elefante foi de 54,33%. Este valor é afetado pelo valor nutritivo do pasto que é
selecionado pelos ruminantes, fator este que influência ainda a taxa em que é
degradado no rúmen e pela taxa a remoção dos resíduos indigeríveis do rúmen-retículo
(FAICHNEY, 1986). Quando os animais são alimentados com forragens de baixo valor
nutritivo, menor taxa de passagem das partículas do rúmen é verificada, o que acarreta
em redução no consumo de matéria seca (VAN SOEST, 1994). Inversamente à taxa de
passagem, o tempo médio de retenção das partículas e fluidos da digesta, no trato
gastrintestinal, geralmente, é relacionado à capacidade do trato digestório, com relação
ao consumo e à digestibilidade da dieta ingerida (LECHNER-DOLL et al., 1991). Assim,
o sistema de digestão dos alimentos pelos ruminantes é um complexo processo que
envolve interações entre dieta, população microbiana e animal.
A degradação efetiva da fração FDN do pasto não foi afetada pelos tratamentos,
apresentando valor de 41,25%. Caton et al. (1988) reportaram que tanto a
suplementação protéica quanto a energética têm pouca influência sobre a degradação
da FDN em bovinos no pasto ou recebendo feno, concordando com outros autores que
avaliaram a influência da suplementação sobre a taxa de degradação em bovinos em
pasto nativo (KRYSL et al., 1989; PORDOMINGO et al., 1991), ou alimentados com
feno de gramíneas (CORDES et al., 1988; ULMER et al., 1990; CAREY et al., 1993).
Em pastagem de capim-elefante suplementada com concentrado (4 kg/vaca/dia),
Benedetti (1994) observou taxa de passagem ruminal de 4,0%/h para vacas Holandês ×
Zebu, produzindo diariamente 15,46kg de leite corrigido para 4% de gordura. Também
em pastagem de capim-elefante suplementada (2kg de concentrado/vaca/dia) e
manejada em sistema rotativo com 30 dias de período de descanso e três dias de
ocupação dos piquetes, os valores médios apresentados por Soares et al. (1999) para
taxa de passagem ruminal variaram de 3 a 6%/h, tanto na estação das chuvas, quanto
339
na seca, ocasião em que cana-de-açúcar corrigida com 1% de uréia foi fornecida como
suplemento à pastagem. Esses autores, ao trabalharem com vacas Holandês × Zebu,
produzindo diariamente 10,1 a 13,4kg de leite corrigido para 4% de gordura,
observaram estimativas para taxa de passagem pós-ruminal (6 a 12%/h) um pouco
divergentes às verificadas no presente estudo. Em condições experimentais similares,
Soares et al. (2001a) relataram taxas de passagem no rúmen de 2,8%/h (usando um
dos modelos do trabalho de POND et al., 1989), de 3,0%/h (usando modelo de
GROVUM; WILLIANS, 1973).
Lopes e Aroeira (1999) estudaram o capim elefante incubado em vacas mestiças
Holandês/Zebu e relataram taxa de degradação da MS, PB e FDN de 4,4, 1,97 e
4,69%/h, degradação efetiva de 44,46, 48,58 e 33,83% e degradação potencial de
75,02, 83,21 e 73,74%, respectivamente. Barbi et al. (1995) estimaram para a MS do
capim-elefante, cv. Cameroon, cortado rente ao solo, aos 28 e 56 dias de idade, valores
de degradabilidade potencial de 88,1 e 83,2% e taxas de degradação de 5,0 e 4,4%/h,
respectivamente.
Avaliou-se a fermentação ruminal de vacas leiteiras alimentadas com dietas
exclusivamente de forrageiras, pastejo de gramíneas, feno e silagem (HOLDEN et al.,
1994), forragem cortada e fornecida a fresco em diferentes estações do ano (ELIZALDE
et al., 1994), cujas vacas consomem pastagem com diferentes níveis de fertilização de
nitrogênio (N) (VAN VUUREN et al., 1992; MACKLE et al., 1996; PEYRAUD et al.,
1997) e foi observado um aumento do pH ruminal de vacas em pastejo, quando se
aumentou a fertilização nitrogenada de 275 para 500 kg N/ha (VAN VUUREN et al.,
1992) e de 25 para 125 Kg N/ha (MACKLE et al., 1996). A fertilização nitrogenada
aumentou a concentração de N-NH3 ruminal em dois estudos (VAN VUUREN et al.,
1992; PEYRAUD et al., 1997), mas não no terceiro estudo (MACKLE et al., 1996).
Resultados contraditórios podem ser observados com o aumento da fertilização em
pasto quanto à proteína bruta da forrageira e a ingestão de PB pelos animais
(PEYRAUD et al., 1997).
Na Tabela 7.22 foram apresentados os dados de cinética de trânsito e tempo de
retenção dos ingredientes da ração. Não foram observadas distinções nas avaliações
realizadas. Entretanto, não foram encontrados dados na literatura para comparação e
checagem dos dados obtidos. Por hora, a ausência de diferença nesta avaliações entre
340
casca de soja e milho e a falta de efeito sobre a cinética da forragem é vista com bons
olhas, uma fez que não afetou o desempenho dos animais.
Foi observado no presente estudo uma taxa de passagem da MS da casca como
sendo de 4,0%/h. A literatura tem relatado taxa de passagem relativamente alta para a
casca de soja (NAKAMURA; OWEN, 1989; TITGEMEYER, 2000), com valores variando
de 5,5 a 10,0%/h). Esse comportamento pode ser explicado pelo reduzido tamanho de
partícula e pela alta gravidade específica quando hidratada (TITGEMEYER, 2000).
Na Tabela 7.23 e nas Figuras 7.5 e 7.6 foram apresentados os valores e
comportamento ao longo do dia das concentrações de ácidos graxos voláteis, amônia e
pH ruminal. De maneira geral, os tratamentos não afetaram essas avaliações. Com
base nos dados de Mansfiel e Stern (1994), Pantoja et al. (1994) e Sarwar et al. (1992)
pode-se afirmar que a alta fermentabilidade da fração FDN presente na casca de soja
pode permitir alta fermentação ruminal, possivelmente resultando em maior
concentraçao de ácidos graxos voláteis. Entretanto, a extensão desta degradação é
muito dependente das condições da dieta (PANTOJA et al., 1994; CUNNINGHAM et al.,
1993).
Grigsby et al. (1992) estudaram o metabolismo ruminal da casca de soja em
novilhos, substituindo o feno de gramínea em 0, 15, 30, 45 e 60% e relataram aumento
linear na concentração de ácidos graxos voláteis totais e na relação
acetato:proprionato. A concentração de proprionato diminuiu, o pH foi reduzido e a taxa
de passagem de líquidos foi reduzida. Harmison et al. (1997) estudaram a inclusão de
23,33% de casca de soja e este mesmo nível de inclusão em associação com milho e
com milho e trigo e não observaram efeito nas concentrações de acetato, proprionato,
butirato, valerato e relação C2:C3.
A necessidade imposta pelo sistema de produção de oferecer o concentrado em
separado no cocho, não causou grandes variações na concentração de AGV e no pH
ruminal, mesmo após as horas que sucederam os arraçoamentos. Freqüência de
alimentação afeta os metabólicos ruminais e sanguíneo (SUTTON, et al., 1986, 1988),
sendo que baixa freqüência de alimentação pode estar associado com baixo teor de
gordura no leite. Este efeito é atribuído a flutuações na produção de AGV e pH ruminal
(ROBINSON, 1989; SUTTON et al., 1986). Por outro lado, Grant (1997) relatou menor
341
pH ruminal em dieta contendo casca de soja, redução essa que apresentou decrescimo
de 16% e menor relação C2:C3.
No presente estudo a concentração de amônia ruminal não teve esfeito
estatístico. Entretatanto a literatura relata que a concentração de N-NH
3
no fluído
ruminal de vacas leiteiras alimentadas com casca de soja em substituição ao grãos de
cereais diminuiu nos estudos de Sarwar et al. (1992) e Mansfield e Stern (1999),
aumentou no estudo de Ipharraguerre et al., (2002) e não foi afetado nos estudos de
Cunningham et al. (1993) e Elliott et al., (1995).
A concentração de amônia no rúmen é função do equilíbrio entre as taxas de
produção e absorção (BRODERICK et al., 1991). Os ruminantes reciclam o nitrogênio
no rúmen na forma de uréia via saliva. Essa reciclagem assume grande importância
para a manutenção das quantidades mínimas de nitrogênio ruminal para que se
observem ao menos os níveis mínimos de produtividades sob baixos planos
nutricionais.
7.4.8 Consumo de matéria seca e síntese de proteína microbiana
Na Tabela 6.24 foram apresentados as tentativas de se estimar o consumo de
pasto e o consumo total de MS. Apresentou-se também as estimativas de síntese de
proteína microbiana.
Embora o uso do marcador externo tenha superestimado o consumo de
alimentos, aparentemente não ocorreu alteração do consumo de MS entre os
tratamentos estudados.
Bernard e Mcneill (1991) estudaram a substituição de parte do milho grão e do
farelo de soja por 22% de casca de soja, farelo de glúten de milho e farelo de trigo e
observaram maior consumo no tratamento com casca de soja em relação ao farelo de
trigo, corroborando com os dados de Highfill et al. (1987) que observaram tendência a
maior consumo de bovinos da raça Angus consumindo casca de soja em detrimento a
farelo de glúten de milho ou farelo de trigo. Macgregor et al (1978) sugeriram que o
menor tamanho de partícula da casca de soja facilitaria uma taxa de passagem mais
rápida pelo retículo-rúmen, permitindo aumentar o consumo de MS. No presente
estudo, a taxa de passagem da casca de soja foi de 3,97%/h e não diferiu da taxa de
342
passagem do milho grão. Esse comportamento pode ser devido ao fato do milho grão
também ter tamanho de partícula bastante reduzido.
Em estudo substituindo completamente o milho por casca de soja, Edionwe e
Owen (1989) estudaram a inclusão de 21,9% na ração controle a base de silagem de
milho e farelo de soja e não observaram efeito sobre o consumo de MS, indicando que
a casca de soja foi utilizada tão bem quanto o milho. Firkins e Eastridge (1992)
estudaram a inclusão de 20,0% em substituição ao milho grão e não observaram
variação no consumo de MS. Harmison et al. (1997) estudaram a inclusão de 23,33%
de casca de soja e este mesmo nível de inclusão em associação com milho e com
milho e trigo e observaram que o consumo reduziu em relação ao controle na
associação com o milho. Na associação com o trigo, o consumo de MS não foi alterado.
Grant (1997) relatou maior consumo de FDN em percentagem do peso vivo quando foi
incluído 25% de casca de soja na ração. Por fim, Coomer et al. (1993) estudaram a
inclusão de 2,0, 6,9 e 12,6% de casca de soja associada com farelo de gluten de milho.
O consumo de MS não foi afetado pelos tratamentos que na realidade continham 4,0,
13,8 e 25,2% de co-produtos.
Uma vez que o concentrado era fornecido no cocho e de forma individualizada, o
foco do uso do marcador foi estimar o consumo do pasto. Pouco ou nada se sabe a
cerca de consumo por meio de pastejo direto de pastagem de capim elefante manejado
nas características de intervalo de desfolha do presente estudo. Espera-se que o
consumo seja mais alto uma vez que o consumo do pasto selecionado pelos
ruminantes é influenciado pela taxa em que é degradado no rúmen e pela taxa de
remoção dos resíduos não digeridos do rúmen-retículo (FAICHNEY, 1986). Quando os
animais são alimentados com forragens de baixo valor nutritivo, menor taxa de
passagem das partículas do rúmen é verificada, o que acarreta em redução no
consumo de matéria seca (VAN SOEST, 1994). Portanto, a oferta de uma forrageira
mais jovenil poderia favorecer esse ponto.
Conforme apresentado na Tabela 6.24, o fluxo de nitrogênio microbiano para o
intestino não foi afetado pelos tratamentos. Entretanto, segundo Sarwar et al. (2002), a
inclusão de casca de soja pode limitar a síntese de proteína microbina no rúmen devido
a redução no teor de carboidratos não estruturais. Entretanto, Mansfield e Stern (1994)
incluindo 30% da MS em casca de soja, reduzindo CNE de 33 para 23%, o fluxo de N-
343
microbiano para o intestino delgado não foi afetado. O fluxo de N-microbiano ainda não
foi afetada pela substituição de grãos ou forragem por casca de soja nos estudos de
Cunningham et al. (1993), Mansfield et al. (1994) e Ipharraguerre et al. (2002). Grigsby
et al. (1992) estudaram o metabolismo ruminal da casca de soja em novilhos,
substituindo o feno de gramínea em 0, 15, 30, 45 e 60% e não observaram efeito sobre
o fluxo de N-microbiano para o duodeno.
A síntese microbiana ruminal, segundo Valadares Filho (1995), tem sido
expressa de diferentes formas: em função dos nutrientes digestíveis totais (NRC, 1985),
da matéria orgânica degradada no rúmen (ARC, 1984), da energia metabolizável
fermentável da dieta (AFRC, 1993) e dos carboidratos totais degradados no rúmen
(CNCPS, descrito por RUSSELL et al., 1992). De acordo com esses autores, a melhor
forma de expressar a eficiência microbiana seria em relação aos carboidratos totais
degradados no rúmen, em comparação com a matéria orgânica degradada no rúmen e
o NDT, pois os carboidratos constituem a principal fonte de energia para os
microrganismos ruminais, quando comparados a lipídeos e proteína bruta. Embora esta
última possa contribuir como fonte energética, via fermentação dos esqueletos de
carbono, derivados da deaminação de aminoácidos, esta não é sua principal função no
rúmen. Os lipídeos praticamente não fornecem energia para os microrganismos.
Estudos realizados com vacas leiteiras tem apresentado grande variação no
fluxo de N-microbiano para o duodeno. Silva et al. (2001) relataram variação de 123,06
a 219,76 gN/dia enquanto que Vagnoni e Broderick (1997) relataram valores variando
entre 308 e 362 gN/d. Por outro lado, Valadares et al. (1999) encontraram valores de
278 a 419 g/dia.
A mensuração dessas variações e a eficiência de cada alimento em promover
crescimento bacteriano são de vital importância para a nutrição de vacas leiteiras, pois
no rúmen, a proteína microbiana sintetizada é de excelente qualidade e tem a
capacidade de suprir grande quantidade de proteína ao animal. Como exemplo, toda a
proteína necessária para a produção de até 4.500 Kg de leite em uma lactação inteira
pode ser provida via uréia como a fonte de nitrogênio (VIRTANEN, 1966), capacidade
essa graças a capacidade de síntese das bactérias ruminais. Essa proteína é de grande
importância para vacas leiteiras uma vez que supre de 59 a 81 % do total de proteína
verdadeira que chega ao duodeno, sendo rica na maioria dos aminoácidos essenciais
344
para a síntese da proteína do leite. Assim, a alimentação deve ser manejada a
aumentar a eficiência de utilização do nitrogênio ou amônia pelos microrganismos do
rúmen.
A taxa de fluxo de N-microbiano (gN/dia) do rúmen depende da concentração de
bactéria no fluído e aderida as partículas pequenas do alimento que escapam do
rúmen. Embora existam poucos e insatisfatórios dados sobre a estimativa de
distribuição das bactérias nas fases líquida e sólida, assume-se que cerca de 75% das
bactérias ruminais podem estar intimamente associadas com as partículas solidadas da
digesta (HUNGATE, 1966). A concentração de bactéria em ambas as fases são
afetadas pela taxa de crescimento da bactéria, taxa de passagem da dieta e pela morte
de decomposição por diferentes razões, incluindo engolfamento pelos protozoários.
7.4 Conclusões
Para vacas mantidas em pastagens tropicais de boa qualidade e produzindo
entre 14,5 e 18 kg de leite/dia, a casca de soja pode substituir até 75% do milho sem
causar efeito negativo no consumo de pasto, na produção e composição do leite e no
escore de condição corporal das vacas. De modo geral o comportamento ingestivo, a
cinética de metabolismo ruminal e o consumo de forragem não são afetados pela
substituição do milho por casca de soja.
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8. Considerações finais
Os dados obtidos com a redução no teor de amido nas diferentes rações
formuladas para vacas leiteiras mantidas em pastagens de clima tropical, bem
manejadas durante a estação chuvosa, e levando-se em consideração o tipo de milho
disponível no mercado brasileiro, suportam a idéia de que este ingrediente pode ser
substituido seguramente em até 50% pelas diferentes fontes de co-produtos fibrosos
estudadas, sem que haja impactos na produção e composição do leite, comportamento
ingestivo e cinética de degradação ruminal. Em alguns casos, conforme suportam os
resultados encontrados nos experimentos com farelo de glúten de milho e com casca
de soja, esta substituição pode ser realizada inclusive ao nível de 75%.
Os experimentos realizados também mostraram que a redução de amido
promovida pelos tratamentos impostos, não resultaram em significativa melhoria de
ambiente ruminal. As alterações observadas nas produções e concentrações de ácidos
graxos voláteis e nas flutuações do pH ruminal foram bastante discretas. Todos os
tratamentos estudados não promoveram severa redução do pH ruminal e as
concentração de amonia não estiveram em concentrações que limitasse a síntese de
proteína microbiana.
A inclusão de co-produtos fibrosos não afetaram substancialmente o
comportamento ingestivo dos animais a pasto. Os tempos em pastejo e ruminação
sofreram pequenas flutuações dentro dos experimentos mas sem colococar limitações
ao consumo de forragem. De forma intrigante, o tempo em pastejo avaliada em
situações bastante similares de clima, época do ano, aspectos físico-químicos da
forragem, nível de produção e biotipo de animal, variou de forma considerável entre os
experimentos.
As quedas de desempenho, quando observadas, a exemplo dos experimentos
com caroço de algodão, tanto durante o inverno no cocho em associação a cana-de-
açúcar, como no pasto durante a estação chuvosa em associação ao capim elefante, se
deve a redução no consumo de matéria seca.
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