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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA E CARACTERÍSTICAS
REPRODUTIVAS DO CURIMBATÁ (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836)
NO RIO MOGI-GUAÇU, SP, BRASIL
ROSELI ORMANEZI RAMOS
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ecologia e Recursos
Naturais da Universidade Federal de São
Carlos, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Doutor em
Ciências.
Orientador: Prof. Dr. ALBERTO
CARVALHO PERET
SÃO CARLOS
2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA E CARACTERÍSTICAS
REPRODUTIVAS DO CURIMBATÁ (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836)
NO RIO MOGI-GUAÇU, SP, BRASIL
ROSELI ORMANEZI RAMOS
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ecologia e Recursos
Naturais da Universidade Federal de São
Carlos, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Doutor em
Ciências.
Orientador: Prof. Dr. ALBERTO
CARVALHO PERET
SÃO CARLOS
2008
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
R175cf
Ramos, Roseli Ormanezi.
Características físicas e químicas da água e
características reprodutivas do curimbatá (Prochilodus
lineatus Valenciennes, 1836) no rio Mogi-Guaçu, SP, Brasil /
Roseli Ormanezi Ramos. -- São Carlos : UFSCar, 2008.
57 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2008.
1. Mogi-Guaçu, Rio (MG e SP). 2. Limnologia. 3.
Prochilodus scrofa. 4. Fator de condição. 5. Crescimento. I.
Título.
CDD: 574.5 (20
a
)
Roseli Ormanezi Ramos
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA E CARACTERÍSTICAS
REPRODUTIVAS DO CURIMBATÁ (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836) NO
RIO MOGI-GUAÇU, SP, BRASIL
Tese apresentada à Universidade Federal de São Carlos, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências.
Aprovada em 18de março de 2008
BANCA EXAMINADORA
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Presidente
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I ° Examinador
2° Examinador
Pv'of.Dr. José Roberto Verani
PPGERN/UFSCar
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Profa. Dra. Nelsy Fenerich Verani
PPGERNIUFSCar
3° Examinador
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Examinador
Prof. Dr. Jo~é Sávi9,C91~resde/;Ielo
CEPTAllBA'~fYQirpssJ~,uf1)~a-~
LGd/b~ ~ II fi I J.
Prof. Df. Carlos Eduatdo Matheus
USP/SÃO CARLOS-SP
'J)~ ~.~
frofa, Ora. DalYJ\MJlrfadaSilva~
eoordenaclOl8
~PQIRN/UFSCar
Aos meus pais, ACÁCIO (in memoriam) e THEREZINHA, pela vida e pelo amor,
grandes exemplos de vida e incansável incentivo aos estudos e luta
por um ideal.
Ao meu querido marido SERGIO, pela incansável dedicação durante todos os
momentos difíceis dessa caminhada e aos grandes amores da minha vida, meus
filhos, REGIOS JUAN e ROGIES JOSÉ, grandes homens, pacientes e ajuizados.
Declaração Universal dos Direitos da Água
A presente "Declaração Universal dos Direitos da Água" foi proclamada tendo
como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações
para que os homens, tendo esta declaração constantemente presente no
espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o
respeito aos direitos e obrigações nela anunciados e assumam, com medidas
progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e
aplicação efetiva.
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada
povo, cada nação, cada religião, cada cidade, cada cidadão é plenamente
responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida
de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber
como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou agricultura. O direito
à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual
é estipulado no art. 3º da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Art. 3º- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são
lentos, frágeis e muito limitados . Assim sendo, a água deve ser manipulada
com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da
água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando
normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este
equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por
onde os ciclos começam.
Art. 5º - A Água não é somente uma herança de nossos predecessores; ela é
sobretudo um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui
uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com
as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem valor
econômico; precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e
que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De
maneira geral sua utilização de ser feita com consciência e discernimento para
que não se chegue a uma situação de esgotamento ou deterioração da
qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui
uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta
questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua
proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10 - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a
solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a
Terra.
George Ifrah - Histoire de I’eau - Paris, 1992
AGRADECIMENTOS
- Primeiramente a OXALÁ, Luz que me guia, Base de tudo;
- A todos os ORIXÁS, fé, muita fé;
- A minha MÃE THEREZINHA, grande mulher e grande mãe, pelo amor, incansável
estímulo e apoio, que muitas e muitas vezes largou sua casa, seus afazeres, sua
vida para me ajudar durante toda a minha vida, meu orgulho;
- Ao meu PAI ACÁCIO, in memoriam, grande homem e grande pai que mesmo
estando no plano superior nos orienta; e pelo seu grande exemplo de vida, meu
orgulho;
- Ao meu querido marido e pesquisador Prof. Dr. SERGIO MOREIRA RAMOS, pela
incansável dedicação, colaboração e paciência durante toda a realização do
doutorado e em casa também, amor;
- Aos grandes amores de minha vida, razões do meu viver, meus filhos REGIOS
JUAN ORMANEZI RAMOS e ROGIES JOSE ORMANEZI RAMOS, agradeço a
tantas e tantas horas doadas do nosso convívio, sem cobranças, com muita
paciência e compreensão para este sonho realizar, amo vocês;
- Aos meus irmãos DALVA, DIVA, ROSEMEIRE, e ACÁCIO JUNIOR, sempre
unidos numa força maior, grandes incentivos, apoios e alegrias durante toda vida,
amor e ternura;
- Ao meu orientador Prof. Dr. ALBERTO CARVALHO PERET, pela confiança em
mim depositada no início do Doutorado, admiração e gratidão;
- Ao pesquisador e amigo, Prof. Dr. JOSÉ SÁVIO COLARES DE MELO, pelo
estímulo e força no começo de tudo, e valiosas sugestões no manuscrito deste
trabalho, admiração;
- Ao Chefe do Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros Continentais
(CEPTA/IBAMA), LAERTE BATISTA DE OLIVEIRA ALVES, pelo apoio na realização
deste curso;
- Ao Chefe da Coordenadoria de Pesquisa do CEPTA/IBAMA, JOSÉ OSVALDO
JUNQUEIRA MENDONÇA, pelo apoio durante todo Doutorado;
- Ao INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS/IBAMA, pela oportunidade e liberão durante o curso;
- A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - (UFSCar) E COMISSÃO DE
PÓS-GRADUAÇÃO, por esta oportunidade;
- A todos PROFESSORES-UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS -
UFSCar, que me receberam nas salas de aulas e nos laboratórios, obrigada;
- A COMISSÃO EXAMINADORA DO EXAME DE QUALIFICAÇÃO: Dra NELSY
FENERICH VERANI, Dr. JOSÉ ROBERTO VERANI e Dr. NIVALDO NORDI pelas
valiosas sugestões, obrigada;
- A COMISSÃO EXAMINADORA DA DEFESA PÚBLICA DA TESE DE
DOUTORADO: Prof. Dr. ALBERTO CARVALHO PERET, Dra NELSY FENERICH
VERANI, Dr. JOSÉ ROBERTO VERANI, Dr. JOSÉ SÁVIO COLARES DE MELLO e
Dr.CARLOS EDUARDO MATHEUS pelas valiosas sugestões, admiração;
- Ao mais admirável webdesigner e sobrinho (filho mais velho) ROBSON DOBZINSK
MARQUES JÚNIOR, pelas orientações e sugestões na editoração final da Tese,
amor e admiração;
- Ao pesquisador e tio Prof. Dr. SANDOVAL DOS SANTOS JUNIOR, pela
colaboração durante todo o experimento, obrigada;
- A Profa. Dra. MARCIA NOÉLIA ELLER-CREA/USP pelo apoio durante este curso,
obrigada;
- A todos os PESQUISADORES-CEPTA/IBAMA, que me ajudaram, obrigada;
- Ao Engenheiro DONIZETTE APARECIDO RIBEIRO, pelas análises químicas e
físicas da água, obrigada;
- Aos auxiliares de pesquisa, LUIZ MARIO MARAFON e JAIRO APARECIDO DE
OLIVEIRA, pela grande colaboração durante todo o experimento, gratidão;
- Aos funcionários das bibliotecas do CEPTA/IBAMA, e da UFSCar/São Carlos,
pela atenção e colaboração, obrigada;
LISTA DE FIGURAS DO CAPÍTULO I
FIGURA 1.
Correlação de variáveis limnológicas associadas aos componentes
principais para a barragem de Cachoeira de Emas (rio Mogi-Guaçu).............
27
FIGURA 2.
Correlação de variáveis limnológicas associadas aos componentes
principais para a foz do rio Jaguari Mirim (rio Mogi-Guaçu)............................
28
FIGURA 3.
Variação mensal de fosfato total na barragem de Cachoeira de Emas e na
foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004............................................................................................
29
FIGURA 4.
Variação mensal de fosfato inorgânico na barragem de Cachoeira de Emas
e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004.............................................................................................
29
FIGURA 5.
Variação mensal de nitrato na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do
rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004.............................................................................................................
30
FIGURA 6.
Variação mensal de fósforo total na barragem de Cachoeira de Emas e na
foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004.............................................................................................
30
FIGURA 7.
Variação mensal de temperatura da água na barragem de Cachoeira de
Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de
2003 a setembro de 2004................................................................................
31
FIGURA 8.
Variação mensal de silicato na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do
rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004.............................................................................................................
31
FIGURA 9.
Variação mensal de amônia na barragem de Cachoeira de Emas e na foz
do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004............................................................................................
32
FIGURA.10
Variação mensal de nitrito na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do
rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004............................................................................................................
32
FIGURA.11.
Variação mensal de dureza na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do
rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004............................................................................................
33
FIGURA 12.
Variação mensal de transparência na barragem de Cachoeira de Emas e na
foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004............................................................................................
33
FIGURA 13.
Variação mensal de pH na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do rio
Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro de
2004.................................................................................................................
34
FIGURA 14.
Variação mensal de oxigênio dissolvido na água na barragem de Cachoeira
de Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril
de 2003 a setembro de 2004...........................................................................
34
FIGURA 15.
Variação mensal de condutividade elétrica na barragem de
Cachoeira de Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu)
no período de abril de 2003 a setembro de 2004................................
35
FIGURA 16.
Precipitação pluviométrica mensal na região de Cachoeira de Emas,
Pirassununga, SP, no período de abril de 2003 a setembro de 2004.
35
LISTA DE FIGURAS DO CAPÍTULO II
FIGURA 1.
Relação Peso-Comprimento de curimbatá (Prochilodus lineatus)
do rio Mogi-Guaçu coletados com tarrafa na barragem de
Cachoeira de Emas e na foz do rio Jaguari-
Mirim.............................................................................................
48
FIGURA 2.
Fator de condição do curimbatá (Prochilodus lineatus) do rio
Mogi-Guaçu capturado com tarrafa na barragem de Cachoeira
de Emas e na foz do rio Jaguari-
Mirim.............................................................................................
49
FIGURA 3.
Valores médios mensais do índice gonado-somático (IGS) e
freqüência de estádios de maturação gonadal de fêmeas de
curimbatá (Prochilodus lineatus) do rio Mogi-Guaçu, capturados
com tarrafa na barragem de Cachoeira de Emas (A) e na foz do
rio jaguari-Mirim (B)......................................................................
50
FIGURA 4.
Valores médios mensais do índice gonado-somático (IGS) e
freqüência de estádios de maturação gonadal de machos de
curimbatá (Prochilodus lineatus) do rio Mogi-Guaçu, capturados
com tarrafa na Barragem de Cachoeira de Emas (A) e na foz do
rio Jaguari-Mirim (B).....................................................................
51
FIGURA 5.
Proporção sexual de curimbatá (Prochilodus lineatus) na
Barragem de Cachoeira de Emas, no rio Mogi-
Guaçu...........................................................................................
52
FIGURA 6.
Proporção sexual de curimbatá (Prochilodus lineatus) na Foz do
rio Jaguari-Mirim, no rio Mogi-
Guaçu............................................................................................
53
FIGURA 7.
Distribuição mensal de CPUE do curimbatá na Barragem de
Cachoeira de Emas de fevereiro de 2003 a setembro de
2004..............................................................................................
54
FIGURA 8.
Distribuição mensal de CPUE do curimbatá na Foz do rio
Jaguari-Mirim de fevereiro de 2003 a setembro de
2004..............................................................................................
55
SUMÁRIO
FOLHA DE ROSTO.........................................................................
DEDICATÓRIA................................................................................
AGRADECIMENTOS......................................................................
EPÍGRAFE......................................................................................
LISTA DE FIGURAS DO CAPTULO I.............................................
LISTA DE FIGURAS DO CAPTULO II............................................
INTRODUÇÃO GERAL................................................................... 16
1 CAPÍTULO I Características físicas e químicas da água entre a
barragem de Cachoeira de Emas e a foz do rio Jaguari-Mirim no
rio Mogi-Guaçu, SP, Brasil..............................................................
17
1.1 ABSTRACT..................................................................................... 17
1.2 RESUMO......................................................................................... 17
1.3 INTRODUÇÃO................................................................................ 18
1.4 MATERIAL E MÉTODOS................................................................ 19
1.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................... 20
1.6 CONCLUSÕES............................................................................... 23
1.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................ 24
2 CAPÍTULO II Características reprodutivas do curimbatá
(Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836) no rio Mogi-Guaçu,
SP, Brasil........................................................................................
36
2.1 ABSTRACT..................................................................................... 36
2.2 RESUMO........................................................................................ 36
2.3 INTRODUÇÃO................................................................................ 37
2.4 MATERIAL E MÉTODOS................................................................ 38
2.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................... 39
2.6 CONCLUSÕES............................................................................... 43
2.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................ 44
3 SÍNTESE......................................................................................... 56
16
INTRODUÇÃO GERAL
Esta tese contém dois artigos científicos, que tratam de características
da qualidade da água do rio Mogi-Guaçu e de aspectos relacionados as
características reprodutivas e de crescimento de indivíduos adultos de
curimbatá (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836).
O primeiro trabalho, intitulado “Características físicas e químicas da
água no rio Mogi-Guaçu, SP, Brasil” teve por objetivo estudar a influência da
sazonalidade na qualidade da água entre a barragem de Cachoeira de Emas e
a foz do rio Jaguari-Mirim, no rio Mogi-Guaçu, apontando os principais
indicadores de qualidade de água para esse rio.
O segundo trabalho, intitulado “Características reprodutivas do curimbatá
(Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836) no rio Mogi-Guaçu, SP, Brasil,”
objetivou avaliar características da biologia reprodutiva e de crescimento
relativo de curimbatá nos mesmos pontos amostrados no trabalho citado
anteriormente, determinando o tipo de crescimento, a distribuição sazonal do
fator de condição (K) e índice gonado-somático (IGS) e proporção sexual. Em
ambos os trabalhos as amostragens foram realizadas mensalmente.
17
CAPITULO I - Características físicas e químicas da água entre a barragem de Cachoeira de Emas
e a foz do rio Jaguari-Mirim no rio Mogi-Guaçu, SP, Brasil
Roseli Ormanezi Ramos
1
; Alberto Carvalho Peret
2
; Sergio Moreira Ramos
1
& José Sávio Colares de
Melo
1
1
CEPTA/IBAMA-Rodovia Pref. Euberto Nemésio Pereira de Godoy, km 6,5, Caixa Postal 64-CEP
13.630-970 Pirassununga - SP - Brasil [email protected]
2
UFSCar-Rodovia Washington Luiz, km 235-Monjolinho - Caixa Postal 676, CEP 13.565-905 São Carlos
SP - Brasil peret@power.ufscar.br
ABSTRACT. Physical and chemical characteristics of water between Cachoeiea de Emas dam and
Jaguari-Mirim mouth in the Mogi-Guaçu river, SP, Brazil. The seasonal influence in water quality
between Cachoeira de Emas dam and Jaguari-Mirim mouth in the Mogi-Guaçu river was studied from
April 2003 to September 2004. The measured variables were temperature, dissolved oxigen, Secchi
transparency, electrical conductivity, pH, alkalinity, hardness, nitrate, total phosphorus, inorganic
phosphate, total phosphate, nitrite, silicate, amonium and pluviometric precipitation. Principal component
analysis (PCA) point out the main indicators of water quality that allowed evaluating the situation of
quality of the Mogi-Guaçu river in the sampled sites. The results indicate seasonal influence between two
sites due to pluviometric precipitation upon the limnological variables dynamic, especially as to inputs
and dilution of nutrients in the system.
KEY WORDS. Nutrients; phosphorus; nitrogen; limnology; Mogi-Guaçu river.
RESUMO. Este trabalho teve por objetivo estudar a influência da sazonalidade na qualidade da água
entre a Barragem de Cachoeira de Emas e a Foz do rio Jaguari-Mirim no rio Mogi-Guaçu, no período de
abril de 2003 a setembro de 2004. As variáveis mensuradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido,
transparência, condutividade elétrica, pH, alcalinidade, dureza, nitrato, fósforo total, fosfato inorgânico,
fosfato total, nitrito, silicato, amônia e também precipitação pluviométrica. A análise de componentes
principais (ACP) apontou os principais indicadores de qualidade de água que permitiram a avaliação da
situação da qualidade do rio Mogi-Guaçu nos pontos amostrados. Os resultados indicam influência da
sazonalidade na qualidade da água entre os dois pontos amostrados, em função da pluviosidade na
dinâmica das variáveis limnológicas, em especial quanto ao aporte e diluição de nutrientes no sistema.
PALAVRAS-CHAVE. Nutrientes; fósforo; nitrogênio; limnologia; rio Mogi-Guaçu.
18
INTRODUÇÃO
O rio Mogi-Guaçu, principal afluente do rio Pardo, nasce em Minas Gerais, no município de
Bom Repouso, a uma altitude aproximada de 1.594 metros e sofre uma queda de altitude no valor de 996
metros até o município de Pirassununga. Declives de 4,5 m/km aceleram suas corredeiras até esse ponto
e, a partir daí, ele se alarga em um leito suave, com caída média de 30 a 35 cm/km. Em sua foz, no
município de Pontal, a uma altitude aproximada de 480 metros, após percorrer 473 km, despeja
anualmente cerca de nove trilhões de litros de água no rio Pardo (Brigante & Espíndola 2003).
A poluição de rios com produtos químicos e a eutrofização com excesso de nutrientes é de
grande preocupação ambiental mundial. A agricultura, indústria e atividade urbana são consideradas as
principais fontes de produtos químicos e nutrientes aos ecossistemas aquáticos (Ouyang et al. 2006).
A caracterização de mudanças sazonais na qualidade de águas superficiais é um aspecto
importante para avaliação da variação temporal na poluição de rios devido ao aporte natural ou
antropogênico de fontes pontuais e não pontuais.
Vários estudos referem-se às variações temporal e espacial na qualidade da água em ambientes
lóticos. Primavesi et al. (2000) obtiveram diferenças significativas na variação espacial ao estudarem o
impacto da atividade pecuária extensiva e intensiva sobre a qualidade de água do Ribeirão Canchim, São
Carlos, SP e extraindo daí variáveis que melhor diferenciaram os pontos de coleta e tipo de manejo.
Moretto & Nogueira (2003) observaram diferenças temporal e espacial detectadas pela variação de alguns
parâmetros limnológicos entre os rios Capivara e Lavapés e suas influências no revervatório de Barra
Bonita (rio Tiête, SP) no período seco (inverno) e período chuvoso (verão). Ouyang et al. (2006)
determinaram o impacto da urbanização na qualidade da água do Pearl river na província de Guangdong
(China) e mostraram correlação positiva entre a rapidez de urbanização e os níveis de poluição,
observando também que a qualidade da água no mesmo rio apresenta-se mais poluida na zona urbana do
que na zona rural. Sileica et al. (2006), ao esturarem a variação temporal e espacial dos níveis de
nutrientes no rio Nemunas e em seus principais tributários (Lithuania e Belarus), revelaram que o nitrato é
procedente de áreas de agricultura e que o decréscimo dos níveis de PO
4
-P são atribuídos a redução de
emissões industriais e também ao número de animais de criação. Singh et al. (2006) detectaram
diferenças entre as variáveis limnológicas ao longo do rio Gomti na Índia, sendo os valores mais
expressivos no período de verão e em regiões consideradas bastante poluidas.
19
Quanto ao rio Mogi-Guaçu, vários fatores estão contribuindo para a sua degradação ambiental.
Godoy (1975) já alertava quanto aos problemas de erosão, assoreamento da calha do rio, lançamento de
esgoto urbano in natura na água, contaminação aquática por resíduos da atividade da pecuária, indústria e
redução da mata ciliar. Além disso, esse rio recebe o aporte de poluentes trazidos por tributários como o
rio Jaguari-Mirim que, após receber influência de vários municípios através de lançamento de esgoto
urbano in natura, contaminação aquática por resíduos da atividade da pecuária, indústria e redução da
mata ciliar e de apresentar expressivo número de portos de areia ao longo de suas margens, desemboca a
13 km a montante da barragem de Cachoeira de Emas, Pirasssununga, São Paulo.
Estudos realizados por Brigante & Espíndola (2003) demonstram que o grau de urbanização, as
formas de uso e ocupação do solo agrícola, as espécies vegetais cultivadas e a diversificação industrial
apresentam relação direta com os impactos nesse rio. Os autores constataram alterações na qualidade da
água desde a nascente e intensificadas ao longo do curso do rio.
Atualmente, com a ocorrência de problemas ambientais e a necessidade de conservação e
preservação, o monitoramento limnológico torna-se essencial visando medidas corretivas e preventivas
para manutenção da biodiversidade.
O objetivo deste trabalho foi estudar a influência da sazonalidade na qualidade da água no rio
Mogi-Guçu entre a Barragem de Cachoeira de Emas e a Foz do rio Jaguari-Mirim.
MATERIAL E MÉTODOS
As coletas de água foram realizadas mensalmente, no período de abril de 2003 a setembro de
2004 em dois pontos do rio Mogi-Guaçu, sendo o ponto 1 localizado na represa de Cachoeira de
Emas/Pirassununga/São Paulo e o ponto 2, na foz do Jaguari-Mirim/Pirassununga/São Paulo, nas
coordenadas geográficas de 21º 58’ 52” S - 47º 17’ 36” W e 21º 55’ 32” S - 47º 21’ 59” W,
respectivamente. Pontos estes escolhidos devido apresentarem características hidrolólogicas e dinâmicas
diferentes, sendo o rio Jaguari-Mirim um importante tributário de ambiente lótico e a barragem de
Cachoeira de Emas, de ambiente semi-lêntico.
As variáveis da água determinadas in situ neste trabalho foram: temperatura, utilizando-se
termistor acoplado à sonda de um medidor de oxigênio YSI modelo 57, oxigênio dissolvido, com medidor
YSI modelo 57, transparência, utilizando-se disco de Secchi; condutividade elétrica utilizando-se
20
condutivímetro YSI. O pH, medido logo ao chegar no laboratório pelo método potenciométrico, com
medidor Metro B 278.
As amostras de água para análises químicas foram coletadas com o auxílio de uma garrafa de
Van Dorn com capacidade para 2,2 litros, sendo coletada na profundidade de 50 cm em cada ponto no
período da manhã. As amostras foram acondicionadas em frascos de polietileno, resfriadas em caixa de
isopor contendo gelo e congeladas para análises posteriores no laboratório do Centro de Pesquisa e
Gestão de Recursos Pesqueiros Continentais - CEPTA, onde se procederam as análises de alcalinidade,
dureza e nitrato pelos métodos descritos por Mackereth et al. (1978); fósforo total, por Valderrama
(1981); fosfato inorgânico e fosfato total dissolvido, segundo Strickland & Parsons (1960); nitrito e
silicato, segundo Golterman et al. (1978); e amônia, de acordo com Koroleff (1976).
Os valores de precipitação foram obtidos na Estação Metereológica da Academia da Força Aérea
em Pirassununga, SP.
Foi utilizado o Índice de Estado Trófico Carlson (1977) modificado por Toledo Jr. et al. (1983)
para o fósforo [IET (P)].
Aplicou-se neste trabalho a Análise de Componentes Principais (ACP) com objetivo de reduzir a
dimensionalidade dos dados, ordenar e identificar os principais indicadores de qualidade de água no
período amostrado, utilizando-se o programa XLSTAT 7.5.3, no nível de significância = 0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a interpretação dos resultados, os três primeiros componentes principais da ACP, foram
considerados por representarem juntos 73,25% da variabilidade dos dados (Figs. 1 e 2).
As variáveis associadas na barragem de Cachoeira de Emas (rio Mogi-Guaçu) para o
componente principal F1 foram fosfato total, fosfato inorgânico, nitrato e fósforo total, no período do
inverno/primavera; para F2, temperatura e silicato, e no F3, amônia e nitrito no verão/outono.
As variáveis associadas na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) para o componente
principal F1 foram fosfato inorgânico, fosfato total, dureza, nitrato, transparência e pH, no período do
outono/inverno; para F2, oxigênio, condutividade e temperatura e no F3, amônia no primavera/verão.
Nas Figuras 3 a 15 encontram-se as variações sazonais das variáveis associadas aos componentes
principais.
21
Observou-se o regime sazonal de precipitação (Fig. 16), com concentração de chuva na
primavera e verão. O pico de chuva ocorreu em fevereiro de 2004 alcançando 418,5 mm.
O grau de trofia desse trecho do rio, entre Cachoeira de Emas e foz do Jaguari-Mirim no período
de março de 2003 a setembro de 2004, é classificado como mesotrófico baseado no Índice do Estado
Trófico (IET) para o fósforo total, conforme CETESB (2007).
As concentrações de fósforo total determinadas neste trabalho estiveram abaixo dos resultados
obtidos por Brigante & Espíndola (2003) no mês de agosto de 2003, próximo à barragem de Cachoeira de
Emas e também situaram-se menos elevados e dentro da faixa de valores reportados para outros
ecossistemas lóticos (Moretto & Nogueira 2003, Ouyang et al. 2006).
O pico de concentração de fósforo total foi obtido no período chuvoso, provavelmente pela
contribuição do escoamento superficial nas áreas de entorno do rio, onde agricultores empregam
fertilizantes nas lavouras de cana, laranja e outras culturas, assim como defensivos agrícolas, que têm
como princípio ativo o fósforo em suas moléculas. Além disso, há contribuição de dejetos de animais
(pecuária de corte e leite) e dos esgotos domésticos não tratados pela urbanização a montante do ponto de
coleta. Segundo o Relatório de Qualidade Ambiental do Estado de São Paulo (2006), de 38 municípios
paulistas banhados pelo rio Mogi-Guaçu a montante de Cachoeira de Emas somente 6 (15%) tratam os
esgotos. As concentrações de fósforo total tendem a diminuir entre os meses de abril a julho, que são
marcadamente secos e, desta forma, sem as contribuições por escoamento superficial do entorno.
Os resultados obtidos na foz do rio Jaguari-Mirim oferecem indicações de que esse afluente pode
influenciar a qualidade da água no rio Mogi-Guaçu. Entretanto, são recomendados estudos mais
aprofundados no rio Jaguari-Mirim, a montante e a jusante da foz, a fim de caracterizar o grau de
influência desse afluente sobre o rio Mogi-Guaçu, mas em geral as concentrações obtidas para todas as
variáveis estão em conformidade com padrões estabelecidos pela resolução Nº 357 CONAMA (2005),
exceto para fósforo total.
As concentrações de nitrato foram mais elevadas no período chuvoso. De acordo com Brigante
& Espíndola (2003), os maiores teores de nitrato no rio Mogi-Guaçu foram encontrados nos pontos de
coleta dos municípios de Pirassununga e Luiz Antonio, sendo de 0,9 mg/L o valor máximo obtido. Godoy
(1975) registrou, em 1950 e em 1971, valores de 0,5 mg/L e 0,9 mg/L em Cachoeira de Emas, o que não
22
mostra discrepância em relação aos valores máximos encontrados no presente trabalho para os dois
pontos amostrados.
Em outros ambientes lóticos brasileiros, as maiores concentrações de nitrato também foram
obtidas no período chuvoso, no rio Grande por Rolla et al. (1992), no alto rio Paraná, por Rocha &
Thomaz (2004) e no rio Doce por Barbosa (2007).
Neste trabalho, as baixas concentrações de nitrito encontradas estão associadas ao ambiente
oxigenado do rio Mogi-Guaçu, corroborando informações de Esteves (1998).
As concentrações de oxigênio dissolvido mantiveram-se próximos à saturação, característica
própria de ambientes lóticos. Para a maioria dos meses amostrados nos dois pontos de coleta, a amplitude
de variação foi muito pequena, provavelmente por se tratar do mesmo rio e também da proximidade entre
os pontos amostrados (13 km).
Os baixos valores registrados para transparência, observados na foz do rio Jaguari-Mirim,
ocorreram provavelmente devido à mistura entre as águas do rio Jaguari-Mirim e do rio Mogi-Guaçu
correspondente ao mês de maior precipitação pluviométrica em fevereiro de 2004 (Figs. 12 e 16).
Os valores de pH para os dois pontos amostrados (Fig. 13) apresentaram baixa variabilidade
sazonal, estando a água ligeiramente ácida na maioria dos meses amostrados, contudo dentro da faixa
para grande maioria dos corpos d’ água continentais que varia entre 6,0 e 8,0 (Esteves, 1988).
Segundo Godoy (1975), as águas do rio Mogi-Guaçu são, de modo geral, oligo-alcalinas, com
pH entre 7,0 e 7,7 e raramente valores menores que 7,0. Valores entre 6,4 e 6,9 ocorriam nas
proximidades e a jusante da foz de afluentes bastante poluídos como os rios Mogi-Mirim, Orissanga e
Ribeirão Ferraz, entre outros. No entanto, no presente trabalho, os valores de pH registrados no rio Mogi-
Guaçu foram, em sua maioria, inferiores a 7 mostrando uma tendência à acidificação e corroborando os
resultados de Brigante & Espindola (2003).
Os valores de condutividade elétrica apresentaram amplitude de 27 a 82 µS/cm na barragem de
Cachoeira de Emas e de 25 a 50 µS/cm na foz do rio Jaguari-Mirim (Fig. 15), sendo que os maiores
valores ocorreram no período chuvoso em que também foram observadas as maiores concentrações de
nitrato e as temperaturas mais elevadas. De uma forma geral, todos os valores de condutividade
encontrados neste trabalho foram baixos, conforme verificado também para o rio Ivinheima por Thomaz
et al. (1992).
23
Quanto aos valores de dureza da água observados para os dois pontos de coleta, neste trabalho,
estão de acordo com os dados obtidos por Aragão et al. (2003), coletados de 112 pontos no estado de São
Paulo, incluindo o rio Mogi-Guaçu em que apresentaram uma variação de 7-69 mg/L com valor médio de
31 mg/L. Esses dados refletem a pobreza em íons de cálcio e magnésio que estão associados à baixa
produtividade primária (Esteves, 1998).
O emprego da análise de componentes principais (ACP) neste trabalho apontou os principais
indicadores de qualidade de água que permitiram a avaliação da situação da qualidade do rio Mogi-Guaçu
nos pontos amostrados. Verificou-se, no período da seca e início do período chuvoso, que os indicadores
foram o fósforo, nitrato, dureza e pH, variáveis associadas à presença de matéria orgânica no ambiente,
situação esta verificada por Godoy (1975) e Brigante & Espíndola (2003) no rio Mogi-Guaçu.
No período chuvoso, os indicadores ambientais foram oxigênio, silicato, temperatura e
condutividade. Ressalta-se que, nesse período, ocorre um grande aporte de material em suspensão
originado pela erosão do entorno do rio, como demonstrado pelo aumento de silicato. Por outro lado,
observa-se uma queda nas concentrações do nitrato e fósforo total no período chuvoso em função do
processo de diluição influenciado pelas chuvas no sistema.
Os resultados indicam influência da sazonalidade na qualidade da água entre os dois pontos
amostrados, em função da pluviosidade, na dinâmica das variáveis limnológicas, em especial quanto ao
aporte e diluição de nutrientes no sistema.
CONCLUSÕES
No trecho do rio Mogi-Guaçu, compreendido entre a Barragem de Cachoeira de Emas e Foz do
rio Jaguari-Mirim, as variáveis ambientais que influenciam a qualidade da água no inverno são fosfato
total, fosfato inorgânico e nitrato, e no verão, amônia e temperatura da água;
No período de seca, as variáveis associadas à qualidade de água nesse trecho do rio Mogi-
Guaçu são fósforo, nitrato, dureza e pH, enquanto no período chuvoso são oxigênio dissolvido, silicato e
condutividade elétrica;
As variáveis dureza, transparência e pH são indicadores de qualidade de água no inverno e
condutividade elétrica no verão na Foz do rio Jaguari-Mirim, enquanto silicato e nitrito são indicadores de
qualidade de água no verão na barragem de Cachoeira de Emas.
24
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27
Figura 1. Correlação de variáveis limnológicas associadas aos componentes principais para a barragem de
Cachoeira de Emas (rio Mogi-Guaçu).
28
Figura 2. Correlação de variáveis limnológicas associadas aos componentes principais para a foz do rio Jaguari
Mirim (rio Mogi-Guaçu).
29
Figura 3. Variação mensal de fosfato total na barragem de Cachoeira de Emas e na
foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004.
Figura 4. Variação mensal de fosfato inorgânico na barragem de Cachoeira de
Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004.
30
Erro!
Figura 5. Variação mensal de nitrato na barragem de Cachoeira de Emas e na foz
do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro de
2004.
Figura 6. Variação mensal de fósforo total na barragem de Cachoeira de Emas e
na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004.
31
Figura 7. Variação mensal de temperatura da água na barragem de Cachoeira
de Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril
de 2003 a setembro de 2004.
Figura 8. Variação mensal de silicato na barragem de Cachoeira de Emas e na
foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004.
32
Figura 9. Variação mensal de amônia na barragem de Cachoeira de Emas e na foz
do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004.
Figura 10. Variação mensal de nitrito na barragem de Cachoeira de Emas e na foz
do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro de
2004.
33
Figura 11. Variação mensal de dureza na barragem de Cachoeira de Emas e na foz
do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro de
2004.
Figura 12. Variação mensal de transparência na barragem de Cachoeira de Emas e
na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a
setembro de 2004.
34
Figura 13. Variação mensal de pH na barragem de Cachoeira de Emas e na foz
do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003 a setembro
de 2004.
Figura 14. Variação mensal de oxigênio dissolvido na água na barragem de
Cachoeira de Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de
abril de 2003 a setembro de 2004.
35
Figura 15. Variação mensal de condutividade elétrica na barragem de Cachoeira de
Emas e na foz do rio Jaguari-Mirim (rio Mogi-Guaçu) no período de abril de 2003
a setembro de 2004.
Figura 16. Precipitação pluviométrica mensal na região de Cachoeira de Emas,
Pirassununga, SP, no período de abril de 2003 a setembro de 2004.
36
CAPITULO II – Características reprodutivas do curimbatá (Prochilodus lineatus Valenciennes,
1836) no rio Mogi-Guaçu, SP, Brasil
Roseli Ormanezi Ramos
1
; Alberto Carvalho Peret
2
; Sergio Moreira Ramos
1
& José Sávio Colares de
Melo
1
1
CEPTA/IBAMA-Rodovia Pref. Euberto Nemésio Pereira de Godoy, km 6,5, Caixa Postal 64-CEP
13.630-970 Pirassununga - SP - Brasil [email protected]
2
UFSCar-Rodovia Washington Luiz, km 235-Monjolinho - Caixa Postal 676, CEP 13.565-905 São Carlos
SP - Brasil peret@power.ufscar.br
ABSTRACT. Reproductive traits of curimbatá (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836) in the
Mogi-Guaçu river, SP, Brazil. The current study aimed to evaluate parameters of the reproductive
biology of the curimbatá, Prochilodus lineatus observed in Cachoeira de Emas dam and Jaguari-Mirim
mouth in the Mogi-Guaçu river. The samples were carried out monthly from February 2003 to September
2004 in two sites of Mogi-Guaçu river. The analyzed traits were: weight-length relationship, condition
factor (K), gonado-somatic index (IGS), sex ratio and relative abundance (CPUE). The adult individuals
of curimbatá from the Mogi-Guaçu river presented negative alometric growth (b<3), the largest values of
condition factor (K) and of IGS ocurred during the reproductive period, when sexual proportion was of
1:1.
KEY WORDS. Prochilodus lineatus, condition factor, growth, gonado-somatic index, sex ratio
RESUMO. Este trabalho teve como objetivo avaliar características da biologia reprodutiva da população
de curimbatá, Prochilodus lineatus observados na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do Jaguari-
Mirim. As coletas foram realizadas mensalmente no período de fevereiro de 2003 a setembro de 2004 em
dois pontos do rio Mogi-Guaçu. As características analisadas foram: relação peso-comprimento, fator de
condição (K), índice gonado-somático (IGS), proporção sexual e abundância relativa (CPUE). Os
indivíduos adultos de curimbatá do rio Mogi-Guaçu apresentam crescimento alométrico negativo (b<3),
os maiores valores do fator de condição (K) e de IGS ocorreram durante o período reprodutivo, quando a
proporção sexual foi de 1:1.
PALAVRAS-CHAVE. Prochilodus lineatus, fator de condição, crescimento, índice gonado-somático,
proporção sexual
37
INTRODUÇÃO
O curimbatá, espécie utilizada neste estudo, é um peixe de piracema e com hábito alimentar
iliófago, ou seja, alimenta-se de lodo, contendo algas, principalmente diatomáceas (Godoy 1975).
Segundo esse mesmo autor, a espécie realiza migrações reprodutivas para montante e trófica para jusante
no rio Mogi-Guaçu e é o peixe de maior freqüência na bacia superior do rio Paraná, envolvendo os rios
Grande, Pardo e Mogi-Guaçu. No entanto, segundo Morelli et al. (2007), embora esta espécie realize
grandes migrações durante seu ciclo de vida, cardumes residentes são encontrados o ano todo.
Diferentes parâmetros são avaliados em estudos de dinâmica de população, entre eles a relação
peso-comprimento e o fator de condição (Braga 1986, Barbieri & Verani 1987, Araujo et al. 2000,
Gomieiro & Braga 2003, Gurgel 2004, Orsi et al. 2004). O fator de condição fornece indicações sobre o
estado de bem-estar do peixe no ambiente em que vive (Vazzoler 1996) e deve permanecer constante,
independente do tamanho que o peixe possa vir a ter, em um determinado período (Braga 1986). Segundo
Barbieri & Verani (1987), variações neste parâmetro podem estar associadas ao acúmulo de gorduras, à
suscetibilidade às mudanças ambientais ou ao período de desenvolvimento gonadal. Conforme Gurgel et
al. (1997), o fator de condição pode sofrer alterações em função de fatores intrínsicos (reservas orgânicas,
desenvolvimento gonadal e tamanho dos exemplares) e extrínsicos (disponibilidade alimentar,
temperatura, fotoperíodo, entre outros).
A relação peso-comprimento fornece informações sobre o tipo de crescimento da espécie,
podendo o mesmo ser isométrico ou alométrico. Segundo Le Crem (1951), se o coeficiente b for igual a 3,
o crescimento é isométrico; se for maior que 3, é alométrico positivo, e se for menor que 3, é alométrico
negativo. Esses autores acrescentam ainda que, se o crescimento é isométrico, o incremento em peso
acompanha o crescimento em comprimento, mas se é alométrico negativo, há um incremento em peso
menor do que em comprimento; e se é alométrico positivo, há um incremento em peso maior do que em
comprimento. Segundo Gurgel (2004), o parâmetro b, assim como as variáveis peso e comprimento
podem também variar para peixes de uma mesma espécie, mas dentro de alguns limites, de acordo com a
localidade, comprimento médio da população e idade.
Portanto, o presente estudo tem como objetivo avaliar características da biologia reprodutiva da
população do curimbatá, Prochilodus lineatus, observado na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do
rio Jaguari-Mirim.
38
MATERIAL E MÉTODOS
A espécie utilizada neste estudo foi o curimbatá (Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836).
Os exemplares adultos
f
foram capturados mensalmente no período de fevereiro de 2003 a
setembro de 2004 em dois pontos do rio Mogi-Guaçu, sendo o ponto 1 localizado na Barragem de
Cachoeira de Emas, Pirassununga, São Paulo e o ponto 2 distando 13 km a montante, na foz do Jaguari-
Mirim, Pirassununga, São Paulo, nas coordenadas geográficas 21º 58’ 52” S, 47º 17’ 36” W e 21º 55’ 32”
S, 47º 21’ 59” W, respectivamente.
Para a captura dos exemplares foram utilizadas tarrafas de malha 11 cm entre nós opostos
medida com malha esticada.
Após a captura, os exemplares foram acondicionados em caixas com capacidade de 200 L, com
água e suplementação de oxigênio e transportados para o laboratório de reprodução do
CEPTA/IBAMA/Pirassununga, para serem amostrados.
Com o auxílio de um ictiômetro com precisão de 1 mm foram medidos o comprimento total
(cm), tomando-se as medidas entre as extremidades anterior e posterior do animal, o peso total (g) com o
auxílio de balança, com precisão de 5 g. Em seguida, foi aberta a cavidade abdominal e as gônadas foram
observadas “in situ”. Uma vez afastadas as vísceras, as gônadas foram analisadas quanto ao aspecto
macroscópico (tamanho) segundo Godoy (1975) e retiradas cuidadosamente para pesagem em balança
analítica, com precisão de 0,001 g.
A relação peso-comprimento foi determinada para verificar o tipo de crescimento relativo da
espécie. Os valores foram lançados em gráfico de dispersão, considerando-se como variável dependente o
peso total e independente, o comprimento total.
Foram obtidas as expressões das curvas das relações peso-comprimento para machos e para
fêmeas de cada ponto de coleta, através da equação proposta por Le Cren (1951):
Wt = a L
t
b
em que Wt é o peso total, Lt é o comprimento total; a é o parâmetro relacionado com o grau de engorda e
b é a constante relacionada com o tipo de crescimento dos indivíduos. Foi aplicado o teste t de Student
aos dados do parâmetro b das expressões peso-comprimento para estabelecer o tipo de crescimento
(isométrico ou alométrico).
39
Para a determinação do fator de condição (K), foi utilizada a expressão adotada por Vazzoler
(1996): K=Wt/ L
t
b
.
Para a caracterização macroscópica das gônodas, foi utilizada a escala adotada por Godoy (1975)
modificada, considerando cinco estádios de maturidade: Repouso, Em Maturação, Parcialmente Maduro,
Maduro e Esgotado.
O índice gônado-somático (IGS) foi obtido segundo Vazzoler (1996), pela expressão:
IGS = 100Wg/Wt
em que Wg é o peso das gônadas (g) e Wt é o peso total do animal (g).
A proporção sexual foi determinada pelas freqüências mensais de ocorrência de machos e
fêmeas. Aplicou-se o teste não paramétrico G (Sokal & Rohlf 1981), ao nível de 5% de significância, para
detectar possíveis diferenças significativas nessas proporções.
A abundância relativa para o curimbatá foi expressa em captura por unidade de esforço (CPUE)
sendo observadas as variações temporal (meses) e espacial (local), de fevereiro de 2003 a setembro de
2004. A relação expressa o peso total (g) do peixe capturado pelo número de lances de tarrafas:
CPUE = Wt/ Nºl
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A relação entre peso e comprimento foi estabelecida para um total de 316 exemplares adultos,
sendo 176 fêmeas e 140 machos.
O teste t de Student não revelou diferenças significativas (p>0,05) para o parâmetro b entre os
sexos em cada ponto de coleta e entre os pontos de coleta. Os resultados deste trabalho indicam um
crescimento do tipo alométrico negativo (b<3,0), apresentando um maior incremento em comprimento do
que em peso (Fig. 1). Os valores para a constante b situaram-se dentro dos limites indicados por Vazzoler
(1996), que varia de 2,4 a 4,0 para a maioria das espécies de peixes. Goulart & Verani (1992)
encontraram b = 2,81 para Hypostomus commersonii; Vianna & Verani (2002), b = 3,97 para Orthopristis
ruber; Costa et al. (2005), b = 2,79 para Leporinus copelandii e Gurgel (2004), b = 2,59 para Astyanax
fasciatus. Pequenas variações em torno desse parâmetro podem ser reflexos de diferenças ambientais e
aspectos bio-genéticos inerentes a cada espécie (Verani 1980).
40
De acordo com Barbieri et al. (2000), que também trabalharam com curimbatá na barragem de
Cachoeira de Emas, essa espécie apresenta crescimento isométrico. Os autores sugerem ainda que a
população de curimbatá do rio Mogi-Guaçu está iniciando o processo reprodutivo com tamanho e idade
inferiores (precocidade reprodutiva) comparado aos dados de Toledo Filho (1981). No entanto, deve-se
considerar que variações nos coeficientes “a” e “b” da relação peso-comprimento ocorrem não somente
entre as espécies mas também entre estoques da mesma espécie (Narahara et al. 1985).
Os resultados dos valores mensais do fator de condição dos exemplares para os dois pontos
amostrados estão representados na Figura 2. Segundo Vazzoler (1996), o fator de condição expressa o
estado fisiológico do peixe, refletindo interações de fatores bióticos e abióticos, indicando condições de
nutrição e variando de acordo com o ciclo de maturação gonadal que, associada a outras evidências,
indica o período de reprodução. Esse perfil de comportamento também foi observado para Prochilodus
scrofa (Vieira 1984), Prochilodus nigricans (Braga 1990) e Prochilodus cearensis (Araujo et al. 2002).
Neste trabalho, os dados mostram um aumento gradual do fator de condição durante o período
reprodutivo, decrescendo logo após o pico da reprodução. Os mais altos valores ocorreram em novembro
correspondendo ao pico de desova e os menores valores ocorreram a partir de março/04, sinalizando o fim
do período reprodutivo. Esses dados são indicativos de uma melhor condição fisiológica propícia para a
reprodução da espécie.
Os valores do fator de condição (K) apresentados no período de fevereiro a setembro de 2004
estiveram abaixo do K médio diferentemente do que ocorreu em igual período de de 2003, possivelmente
em decorrência de menor disponibilidade de alimento em 2004. Normalmente, altos níveis populacionais
resultam em menor quantidade de alimento por peixe e baixo fator de condição, enquanto baixos níveis
populacionais resultam em maior quantidade de alimento por peixe e alto fator de condição (Barbieri &
Verani 1987). A constância de captura verificada nos locais de coleta nos permite supor que exemplares
capturados fora do período de migração reprodutiva possam vir a ser indivíduos residentes. Segundo
Morelli et al. (2007), cardumes residentes são encontrados durante o ano todo. Segundo Godoy (1975), o
curimbatá pode ser capturado durante o ano todo; porém mais intensamente entre outubro e março,
durante a migração reprodutiva. Entre abril e setembro são apanhadas quantidades bem menores e, ainda,
constituídas de indivíduos de pequeno porte, pois, com a migração trófica, após as desovas, os
curimbatás, na maior parte, descem para o “lar de alimentação”, situado no médio Rio Grande. Portanto, é
41
coerente se pensar que esses peixes, em sendo residentes, possivelmente não metabolizam gordura o
suficiente em função da não migração e, portanto, apresentam valores de K mais elevados.
As observações realizadas nos dois pontos de coleta para a variação temporal dos estádios de
maturação gonadal baseado na distribuição de freqüência, e os valores de IGS (Figs. 3 e 4) mostram um
período reprodutivo bem definido para o curimbatá entre os meses de outubro a janeiro, revelando maior
atividade reprodutiva nos meses de novembro e dezembro, dados estes que corroboram observações de
Barbieri et al. (2000), que afirma ainda que este período curto observado é característica de peixes de
desova total. Portanto, os maiores valores de IGS ocorreram na época de maior captura de exemplares
maduros e os menores na pré e pós-desova. Resultados semelhantes foram obtidos para Hypostomus
commersoni por Agostinho et al. (1991) e para Serrasalmus brandtii por Teles & Godinho (1997).
Os resultados mostraram também uma elevada freqüência de machos maduros no mês de
setembro caracterizando antecipação às fêmeas no processo de maturação gonadal (Figs. 3B e 4B) para os
dois pontos amostrados. A proporção sexual de curimbatá foi de 1:1 na barragem de Cachoeira de Emas,
exceto para o mês de setembro de 2004, quando houve prevalência de fêmeas, e na foz do rio Jaguari-
Mirim também apresentou o mesmo comportamento, ou seja 1:1 e houve uma prevalência de fêmeas
somente nos meses de janeiro e março de 2004 (Figs. 5 e 6). Estes resultados corroboram as observações
de Vazzoler (1996), que afirma que a proporção sexual em peixes varia ao longo do ciclo de vida em
função de eventos sucessivos, que atuam de modo distinto sobre os indivíduos de cada sexo, sendo na
maioria dos casos a proporção de 1:1 observada para a população como um todo. Outros autores também
encontraram essa proporção, como os trabalhos apresentados por Dias et al. (2004) com Pinirampus
pinirampu, Santos et al. (2004) com Orthopristis ruber; Silva et al. (2005) com Scomberomus
brasiliensis. Por outro lado, Resende et al. (1995) encontraram predominância de machos de curimbatá no
rio Miranda, MS, enquanto Araujo & Gurgel (2002) relataram uma proporção de 3:1 (fêmea/macho) para
Prochilodus cearencis no açude Itans, Caicó, RN e Shibatta (2005) encontrou proporção de fêmeas mais
elevada que a de machos para Simpsonichthys boitonei, na Reserva Ecológica do IBGE em Brasília, DF.
Os resultados de abundância relativa (Figs. 7 e 8) mostram que o curimbatá foi mais abundante
na barragem de Cachoeira de Emas do que na foz do rio Jaguari-Mirim, apresentando picos de CPUE
entre agosto e outubro, com os valores mais baixos encontrados em maio, junho e julho. Os referidos
picos para curimbatá correspondem aos de migração reprodutiva (setembro/outubro) observados por
42
Capeleti & Petrere (2006) na barragem de Cachoeira de Emas. Os autores mencionam ainda que os
últimos cardumes chegam na barragem de Cachoeira de Emas em março e abril, regionalmente chamado
de temporão, e apresentam comprimento médio inferior e estádios não avançados de maturação.
43
CONCLUSÕES
Os indivíduos adultos de curimbatá do rio Mogi-Guaçu apresentam crescimento alométrico
negativo (b<3);
O fator de condição é um indicador de período de reprodução do curimbatá;
O período de reprodução de curimbatá ocorre entre os meses de outubro e janeiro, com picos nos
meses de novembro e dezembro;
Os machos de curimbatá apresentam antecipação da maturação gonadal;
A proporção sexual de curimbatá no rio Mogi-Guaçu é de 1:1 no período reprodutivo.
44
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EDUEM. 196 p.
48
Figura 1. Relação Peso-Comprimento de curimbatá (Prochilodus lineatus) do rio
Mogi-Guaçu coletados com tarrafa na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do
rio Jaguari-Mirim.
49
Figura 2. Fator de condição do curimbatá (Prochilodus lineatus) do rio Mogi-Guaçu
capturado com tarrafa na barragem de Cachoeira de Emas e na foz do rio Jaguari-
Mirim.
50
Figura 3. Valores médios mensais do índice gonado-somático (IGS) e freqüência de
estádios de maturação gonadal de fêmeas de curimbatá (Prochilodus lineatus) do rio
Mogi-Guaçu, capturados com tarrafa na barragem de Cachoeira de Emas (A) e na
foz do rio Jaguari-Mirim (B).
51
Figura 4. Valores médios mensais do índice gonado-somático (IGS) e freqüência
de estádios de maturação gonadal de machos de curimbatá (Prochilodus lineatus)
do rio Mogi-Guaçu, capturados com tarrafa na barragem de Cachoeira de Emas
(A) e na foz do rio Jaguari-Mirim (B).
52
Figura 5. Proporção sexual de curimbatá (Prochilodus lineatus) na barragem de
Cachoeira de Emas, no rio Mogi-Guaçu.
53
Figura 6. Proporção sexual de curimbatá (Prochilodus lineatus) na foz do rio Jaguari-
Mirim, no rio Mogi-Guaçu.
54
Figura 7. Distribuição mensal de CPUE do curimbatá na barragem de Cachoeira de
Emas de fevereiro de 2003 a setembro de 2004
.
55
Figura 8. Distribuição mensal de CPUE do curimbatá na foz do rio Jaguari-Mirim
de fevereiro de 2003 a setembro de 2004.
56
3. SÍNTESE
A análise de componentes principais (ACP) aplicada aos dados de
variáveis físicas e químicas da água do rio Mogi-Guaçu mostrou que 73,25%
da sua variabilidade é devida as formas de fósforo, de nitrogênio, temperatura,
silicato, transparência, pH, oxigênio e condutividade elétrica.
O trecho do rio Mogi-Guaçu compreendido entre a barragem de
Cachoeira de Emas e a foz do rio Jaguarí-Mirím é classificado como
mesotrófico, apresentando pico de concentração de fósforo total e nitrato no
período chuvoso, provavelmente em decorrência de escoamento superficial no
entorno do rio e contribuições de lançamentos de dejetos oriundos da pecuária
e esgotos domésticos.
Os valores das variáveis oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica e
dureza da água mantiveram-se dentro dos padrões característicos para águas
lóticas da região sudeste.
Os exemplares adultos de curimbatá do rio Mogi-Guaçu apresentaram
crescimento alométrico negativo, indicando maior incremento em comprimento
do que em peso.
Os valores médios do fator de condição (K) e de índice gonado-somático
(IGS) desses peixes mostraram aumento gradual durante o período
reprodutivo, que se estende de outubro a fevereiro, decrescendo logo após o
pico da reprodução. Elevada freqüência de machos maduros foi observada no
mês de setembro, caracterizando antecipação às fêmeas no processo de
maturação gonadal.
A proporção sexual foi de 1:1 durante o período de reprodução.
57
A abundância relativa de curimbatá foi mais elevada na barragem de
Cachoeira de Emas do que na foz do rio Jaguarí-Mirím.
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