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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
“ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE BANHOS CONTENDO
BENZOTRIAZOL PARA ELETRODEPOSIÇÃO DE NÍQUEL E
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, FÍSICA E MORFOLOGICA
DOS FILMES”
Ana Carolina Mazarin de Moraes*
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do título de
MESTRE EM QUÍMICA, área de
concentração: QUÍMICA ANALÍTICA.
Orientadora: Profa. Dra. Ivani Aparecida Carlos
* bolsista FAPESP
São Carlos - SP
2008
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http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
M827ed
Moraes, Ana Carolina Mazarin de.
Estudo e desenvolvimento de banhos contendo
benzotriazol para eletrodeposição de níquel e
caracterização química, física e morfologica dos filmes / Ana
Carolina Mazarin de Moraes. -- São Carlos : UFSCar, 2008.
157 f.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2008.
1. Eletrodeposição. 2. Química analítica. 3. Níquel. 4.
Voltametria. 5. Microscopia eletrônica de varredura. I. Título.
CDD: 543.0874 (20
a
)
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UNIVERSIDADEFEDE~;\L DE SÃO CARLOS
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
Departa7nento de Química
PROGRAlVIA DE PÓS-GRADUAÇÃO ElVIQUÍlVfICA
Curso de Mestrado
Assinaturas dos membros da banca examinadora que avaliaram e aprovaram
a defesa de dissertação de mestrado da candidato Ana Carolina Mazarin de
Moraes realiza{io em 07 de março de 2008:
Y/L~ aJ2L')
Profa. Dra. IvaniAparecida Cartas
~
Prof. Dr. Ronaldo Censi Faria
./
Prof. Df.
Aos meus pais Efrem e Maria
Luiza e ao meu irmão
Rodrigo por acreditarem em
mim sempre.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Ivani Aparecida Carlos, pela orientação, ensinamentos
científicos, comprometimento com seus alunos, e também pela oportunidade de
crescimento pessoal e profissional;
Aos amigos do grupo Meire, Wesley, Edcarlos, Elton, Paulo e Betânia
pela amizade e em especial Gildiberto e Joana por toda atenção dada a mim
durante a execução deste trabalho;
Aos professores da Química Analítica Ronaldo Censi Faria, Orlando
Fatibello-Filho e Joaquim de Araújo Nóbrega, pelos conhecimentos químicos
durante o mestrado e a graduação;
Aos técnicos Jônatas e Helena do Departamento de Engenharia de
Materiais-DEMa/UFSCar e Augusto do Instituto de Física-IFSC/USP;
Aos meus pais pela educação dada a mim, a qual vem possibilitando
muito o meu caminho e pelo incessante apoio e compreensão durante não só este
trabalho, mas sim por toda minha vida;
Ao meu irmão Rodrigo pela amizade, paciência e carinho inesgotáveis;
Ao meu namorado Francisco pelo companheirismo e incentivo;
À minha amiga Larissa e em especial à Maria Carolina, pela amizade e
por tornarem meus dias mais divertidos;
À FAPESP pelo apoio financeiro.
vi
LISTA DE ABREVIATURAS
AFM: atomic force microscopy (microscopia de força atômica)
BTAH: benzotriazol
d: distância interplanar
DRX: espectroscopia de difração de raios-X
E: potencial
E
d
: potencial de deposição
EDTA: ácido etilenodiaminotetracético
EDX: espectroscopia de dispersão de raios-X
E
λ
: potencial de corte
E
p
: potencial de pico
EPA: Environmental Protection Agency (agência de proteção do meio-ambiente)
f: freqüência de rotação do eletrodo
j: densidade de corrente
j
dep
: densidade de corrente de deposição
j
p
: densidade de corrente de pico
K: constante de equilíbrio
K
f
: constante de formação
K
f
’: constante de formação condicional
MEV: microscopia eletrônica de varredura
Q
a
: carga anódica
Q
c
: carga catódica
q
d
: densidade de carga de deposição
REH: reação de evolução de hidrogênio
STM: scanning tunneling microscopy (microscopia de tunelamento)
t: tempo
V
eq
: volume de equivalência
vii
α: fração das espécies
β: constante de formação global
Φ: eficiência do processo de deposição
θ: ângulo do feixe de raios-X incidente
ν: velocidade de varredura
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1 - Molécula de benzotriazol.............................................................. 4
FIGURA 5.1 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt a partir da solução:
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. Diferentes
concentrações de BTAH e na ausência do aditivo. pH ~ 2,6. E
λ
= -1,5 V,
ν
= 10
mV s
-1
. ................................................................................................................. 31
FIGURA 5.2 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamante a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) sem BTAH, (b) BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (c)
BTAH 1,0 x 10
-2
mol L
-1
e (d) BTAH 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. E
d
= -1,4 V e q
d
= 2 C
cm
-2
. 5000 x......................................................................................................... 32
FIGURA 5.3 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
pH 2,6. E
λ
= -1,5
V, ν = 10 mV s
-1
. ................................................................................................. 34
FIGURA 5.4 - Curvas voltamétricas sobre Pt a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) ausência de BTAH. pH 2,6. Efeito dos potenciais limites (E
λ
). ν =
10 mV s
-1
. ............................................................................................................ 36
FIGURA 5.5 - Curvas voltamétricas sobre Pt a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) ausência de BTAH. pH 2,6. E
λ
= -1,0 V. ν = 10 mV s
-1
. ................ 38
ix
FIGURA 5.6 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir das soluções
(a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0
x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol
L
1
. Diferentes pH. E
λ
= -1,5 V, ν = 10 mV s
-1
. Gráficos inseridos em (a) e (b):
ampliação do início do processo de deposição de níquel.................................... 39
FIGURA 5.7 - Variação de Q
a
/Q
c
do processo de deposição voltamétrico com o
potencial limite (E
λ
) para soluções contendo diferentes concentrações de BTAH
e na ausência do aditivo. pH = 2,6. ..................................................................... 41
FIGURA 5.8 - Variação da carga anódica (Q
a
) com o potencial limite (E
λ
) para
soluções contendo diferentes concentrações de BTAH e na ausência do aditivo.
pH = 2,6............................................................................................................... 42
FIGURA 5.9 - Variação da razão entre Q
a
/Q
c
para o processo de deposição
voltamétrico com o potencial limite (E
λ
) para soluções de diferentes pH. (a)
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) ausência do aditivo .......................... 43
FIGURA 5.10 - Curva voltamétrica sobre Pt a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
Direção da varredura de potenciais: de 0,0 V para + 1,5 V e de + 1,5 V para 0,0
V. Gráfico inserido: curva voltamétrica anódica.
ν
= 10 mV s
-1
. pH 2,6.. ......... 45
FIGURA 5.11 - Curvas voltamétricas na ausência de íons Ni
2+
a partir das
soluções branco. (a) eletrodo de trabalho de Pt, A = 0,196 cm
2
, (b) eletrodo de
trabalho de Ni, A = 0,332 cm
2
. ν = 10 mV s
-1
. ................................................... 48
x
FIGURA 5.12 - Curvas voltamétricas a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
em
diferentes velocidades de varredura. pH = 6,0. E
λ
= -1,5 V................................ 50
FIGURA 5.13 - Variação de j
p
com ν
1/2
. Solução eletrolítica: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0...
............................................................................................................................. 51
FIGURA 5.14 - Curvas voltamétricas a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
em
diferentes freqüências de rotação. pH = 6,0. E
λ
= -1,5 V e
ν
= 2 mV s
-1
............ 52
FIGURA 5.15 - Transientes E versus t para diferentes correntes de deposição
para soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-
1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. pH = 6,0 e q
d
= 2 C cm
-2
.................................................... 53
FIGURA 5.16 - Curvas voltamétricas de dissolução dos filmes de níquel em
solução de HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. (a) presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b)
ausência do aditivo. ν = 10 mV s
-1
...................................................................... 54
FIGURA 5.17 - Eficiência do processo de deposição cronopotenciométrica com
a densidade de corrente de deposição (j
dep
) para soluções contendo BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e na ausência do aditivo. pH = 6,0. Solução de dissolução: HCl 1,0
x 10
-1
mol L
-1
. ...................................................................................................... 55
FIGURA 5.18 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções: (a), (c) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
xi
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH 6,0. (a) e (b)
j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, (c) e (d) j
dep
= 25 mA cm
-2
. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x. .............. 57
FIGURA 5.19 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d), (f) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. (a) e (b)
pH 2,6, (c) e (d) pH 5,0, (e) e (f) pH 6,0. q
d
= 2 C cm
-2
, E
d
= -1,0 V. 5000 x. ... 60
FIGURA 5.20 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d), (f) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. (a) e (b)
pH 2,6, (c) e (d) pH 5,0, (e) e (f) pH 6,0. q
d
= 2 C cm
-2
, E
d
= -1,4 V. 5000 x. ... 62
FIGURA 5.21 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d), (f) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. (a) e (b)
pH 2,6, (c) e (d) pH 5,0, (e) e (f) pH 6,0. q
d
= 2 C cm
-2
, E
d
= -1,6 V. 5000 x. ... 64
FIGURA 5.22 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
: (a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c)
-1,6 V................................................................................................................... 72
FIGURA 5.23 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
xii
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 2,6. E
d
:
(a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c) -1,6 V........................................................................ 73
FIGURA 5.24 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 5,0. E
d
: (a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c)
-1,6 V................................................................................................................... 74
FIGURA 5.25 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 5,0. E
d
:
(a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c) -1,6 V........................................................................ 75
FIGURA 5.26 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 6,0. E
d
: (a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c)
-1,6 V................................................................................................................... 76
FIGURA 5.27 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0. E
d
:
(a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c) -1,6 V........................................................................ 77
FIGURA 5.28 - Difratogramas dos depósitos de níquel sobre Pt obtidos em E
d
=
-1,0 V e q
d
= 2 C cm
-2
a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol
L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) pH 2,6 e (b) pH 6,0 na ausência de aditivo, (c) pH
2,6 e (d) pH 6,0 na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.................................. 80
xiii
FIGURA 5.29 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir da solução
NiSO
4
0,022 mol L
-1
+ NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
. pH 2,6. E
λ
=
-1,5 V, ν = 10 mV s
-1
........................................................................................... 81
FIGURA 5.30 - Fotografias do eletrodo de trabalho de Pt recoberto com
eletrodepósito de níquel. ..................................................................................... 82
FIGURA 5.31 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamante a partir da solução NiSO
4
0,022 mol L
-1
+ NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
. (a) sem BTAH e (b) BTAH 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
. E
d
= -1,6 V e q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x.............................................................. 83
FIGURA 5.32 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,022 mol L
-1
+
NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
. (a) sem BTAH, (b) BTAH 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
. E
d
= -1,6 V, q
d
= 2 C cm
-2
. .................................................................. 84
FIGURA 5.33 - Fórmula estrutural do EDTA. ................................................... 86
FIGURA 5.34 - Diagrama de distribuição das espécies para o EDTA............... 86
FIGURA 5.35 - Curva de titulação da solução contendo: NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
NiSO4 0,22 mol L
-1
+ EDTA 0,7 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. ....................... 89
FIGURA 5.36 - Segunda derivada da curva de titulação da solução Ni
2+
0,55
mol L
-1
+ EDTA 0,7 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. Volumes de equivalência. .....
............................................................................................................................. 91
xiv
FIGURA 5.37 - Curva de titulação da solução contendo: Ni
2+
0,55 mol L
-1
+
EDTA 0,55 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. Titulação estequiométrica............... 92
FIGURA 5.38 - Segunda derivada da curva de titulação da solução Ni
2+
0,55
mol L
-1
+ EDTA 0,55 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. Volume de equivalência......
............................................................................................................................. 92
FIGURA 5.39 - Diagrama de distribuição de espécies para Ni(II)..................... 94
FIGURA 5.40 - Curva voltamétrica sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,70 mol L
-1
. pH 9,0. E
λ
= -
1,5 V, ν = 10 mV s
-1
............................................................................................ 96
FIGURA 5.41 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,55 mol L
-1
. Diferentes pH:
(a) pH 3,0, (b) pH 5,0 e (c) pH 9,0. E
λ
= -1,5 V, ν = 10 mV s
-1
.......................... 97
FIGURA 5.42 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir das
soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+
EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. Efeito dos potenciais limites (E
λ
). ν =
10 mV s
-1
. ............................................................................................................ 99
FIGURA 5.43 - Variação de Q
a
/Q
c
do processo de deposição voltamétrico com o
potencial limite (E
λ
) para soluções contendo diferentes concentrações de EDTA.
pH = 6,0............................................................................................................. 101
xv
FIGURA 5.44 - Curvas voltamétricas na ausência de íons Ni
2+
a partir das
soluções branco. (a) eletrodo de trabalho de Pt, A = 0,196 cm
2
, (b) eletrodo de
trabalho de Ni, A = 0,332 cm
2
. ν = 10 mV s
-1
. ................................................. 102
FIGURA 5.45 - Curvas voltamétricas a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b)
EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. Diferentes velocidades de varredura. pH = 6,0. E
λ
= -
1,5 V. ................................................................................................................. 104
FIGURA 5.46 - Variação de j
p
com ν
1/2
. Solução eletrolítica: (a) NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b)
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
. pH 6,0. .......................................................................................... 105
FIGURA 5.47 - Curvas voltamétricas a partir das soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b)
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-
1. Diferentes freqüências de rotação. pH = 6,0. E
λ
= -1,5 V e
ν
= 2
mV s
-1
. ............................................................................................................... 106
FIGURA 5.48 - Transientes E versus t para diferentes correntes de deposição
para soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-
1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. pH = 6,0 e q
d
= 2 C cm
-2
....... 107
FIGURA 5.49 - Curvas voltamétricas de dissolução dos filmes de níquel em
solução de HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. (a) presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b)
presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. ν = 10 mV s
-1
. ...................................... 108
xvi
FIGURA 5.50 - Eficiência do processo de deposição cronopotenciométrica com
a densidade de corrente de deposição (j
dep
) para soluções contendo EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. pH = 6,0. Solução de dissolução: HCl
1,0 x 10
-1
mol L
-1
............................................................................................... 109
FIGURA 5.51 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções: (a), (c) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b), (d)
NiSO
4
0,55 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
. pH 6,0. (a) e (b) j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, (c) e (d) j
dep
= 25 mA cm
-2
. q
d
=
2 C cm
-2
. 5000 x. ............................................................................................... 111
FIGURA 5.52 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b), (d),
(f) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0
x 10
-2
mol L
-1
. (a) e (b) E
d
= -1,0 V, (c) e (d) E
d
= -1,4 V, (e) e (f) E
d
= -1,6 V. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x............................................................................................. 114
FIGURA 5.53 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,0 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
........................................................ 120
FIGURA 5.54 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,4 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
........................................................ 121
xvii
FIGURA 5.55 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,6 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
........................................................ 122
FIGURA 5.56 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir das
soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+
EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Efeito dos potenciais limites (E
λ
). ν = 10 mV s
-1
................ 124
FIGURA 5.57 - Variação de Q
a
/Q
c
do processo de deposição voltamétrico com o
potencial limite (E
λ
) para soluções contendo diferentes concentrações de EDTA
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH = 6,0................................................................ 126
FIGURA 5.58 - Curvas voltamétricas na ausência de íons Ni
2+
a partir das
soluções branco. (a) eletrodo de trabalho de Pt, A = 0,196 cm
2
, (b) eletrodo de
trabalho de Ni, A = 0,332 cm
2
. ν = 10 mV s
-1
. ................................................. 127
FIGURA 5.59 - Transientes E versus t para diferentes densidades de corrente de
deposição para soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol
L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH = 6,0 e q
d
= 2 C cm
-2
. ................................ 129
FIGURA 5.60 - Curvas voltamétricas de dissolução dos filmes de níquel em
solução de HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. (a) presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+
xviii
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0
x 10
-3
mol L
-1
. ν = 10 mV s
-1
............................................................................. 130
FIGURA 5.61 - Eficiência do processo de deposição cronopotenciométrica com
a densidade de corrente de deposição (j
dep
) para soluções contendo EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0
x 10
-3
mol L
-
1. pH = 6,0. Solução de dissolução: HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. ....... 131
FIGURA 5.62 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13
mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH 6,0. j
dep
= 2,5
mA cm
-2
. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x......................................................................... 132
FIGURA 5.63 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. E
d
= -1,0 V. q
d
= 2 C cm
-
2
. 5000 x............................................................................................................. 135
FIGURA 5.64 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,0 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
. .............................................................................................. 137
xix
FIGURA 5.65 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: (a) ausência de aditivo, pH 2,6, (b) BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (c) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (d) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0. E
d
= -1,0 V. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x. ..
........................................................................................................................... 139
FIGURA 5.66 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: (a) ausência de aditivo, pH 2,6, (b) BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (c) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (d) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0. j
dep
= 2,5 mA cm
-2
. q
d
= 2 C cm
-2
.
5000 x................................................................................................................ 140
FIGURA 5.67 - Quantidades em massa dos elementos presentes nos filmes de
níquel obtidos cronoamperometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: ausência de aditivo e presença de
diferentes aditivos adicionados ao banho.......................................................... 141
FIGURA 5.68 - Quantidades em massa dos elementos presentes nos filmes de
níquel obtidos cronopotenciometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: ausência de aditivo e presença
de diferentes aditivos adicionados ao banho..................................................... 142
FIGURA 5.69 - Espectro de massas do BTAH. (a) padrão de BTAH, (b)
composto extraído da solução de níquel, o BTAH. .......................................... 146
xx
FIGURA 5.70 - Curva voltamétrica sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. ν = 10 mV s
-1
...
........................................................................................................................... 147
xxi
LISTA DE TABELAS
TABELA 5.1 - Porcentagens em massa de Ni, Cl e O nos filmes obtidos em
diferentes densidade de corrente de deposição, a partir da solução NiSO
4
0,22
mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: ausência e presença de
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. .................................................................................... 58
TABELA 5.2 - Porcentagens em massa de Ni, Cl e O nos filmes obtidos em
diferentes potenciais de deposição, a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
com
diferentes pH. ...................................................................................................... 68
TABELA 5.3 - Porcentagens em massa de Ni, Cl e O nos filmes obtidos em
diferentes potenciais de deposição, a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
com diferentes pH. ........................... 68
TABELA 5.4 - Distâncias interplanares observadas, d (hkl), dos depósitos de
níquel obtidos cronoamperometricamente a E
d
= - 1,0 V e q
d
= 2 C cm
-2
, a partir
da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a)
pH 2,6 e (b) pH 6,0 na ausência de aditivo, (c) pH 2,6 e (d) pH 6,0 na presença
de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Os valores esperados (d
esp
) são dados em JCPDS
[58]. d
obs
: d
1
(hkl), d
2
(hkl), d
3
(hkl) e d
4
(hkl).. ...................................................... 79
TABELA 5.5 - Porcentagens em massa de Ni, Cl, O e C nos filmes obtidos em
E
d
= -1,6 V, q
d
= 2 C cm
-2
, a partir da solução NiSO
4
0,022 mol L
-1
+ NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
, na presença e na ausência de BTAH..... 85
xxii
TABELA 5.6 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos em
diferentes densidade de corrente de deposição, a partir da solução NiSO
4
0,22
mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, contendo EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.................................................................... 112
TABELA 5.7 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos em
diferentes E
d
, a partir da solução S1 = NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, contendo EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e S2 = EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
. ....................................................................................................... 117
TABELA 5.8 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos
cronopotenciometricamente em j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, a partir das soluções
contendo diferentes concentrações de EDTA associadas com BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. .............................................................................................................. 133
TABELA 5.9 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos
cronoamperometricamente em E
d
= -1,0 V, a partir das soluções contendo
diferentes concentrações de EDTA associadas com BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. .....
........................................................................................................................... 135
xxiii
RESUMO
Neste trabalho estudou-se a eletrodeposição de níquel na presença
dos aditivos BTAH e/ou EDTA sobre substrato de Pt a partir de soluções do tipo
Watts em diferentes valores de pH. O processo de deposição e dissolução dos
depósitos de níquel na presença ou não de aditivos foi investigado por meio de
técnicas voltamétricas. Os depósitos obtidos a partir destas soluções foram
caracterizados por meio de microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia
de dispersão de raios-X e espectroscopia de difração de raios-X. Estudos
voltamétricos mostraram que a presença dos aditivos nos banhos diminuiu a
densidade de corrente do processo de deposição de níquel. A varredura anódica
sugeriu a formação de diferentes fases cristalográficas de níquel, além de outros
processos que podem ocorrer paralelamente à dissolução dos depósitos.
Elevadas eficiências do processo de deposição foram obtidas em baixas j
dep
, para
todos os sistemas estudados. A reação de evolução de hidrogênio acompanhou o
processo de deposição de níquel desde os momentos iniciais. Os estudos de
eletrodeposição de níquel a partir de soluções alcalinas contendo elevada
concentração de EDTA mostraram que o complexo NiY
2-
não se descarrega a Ni
metálico, os depósitos foram formados apenas quando o EDTA foi empregado
em baixas concentrações (quantidade de aditivo). Análise dos depósitos por
MEV mostraram que as melhores condições de obtenção dos mesmos foram em
E
d
= -1,0 V ou j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, a partir de soluções tipo Watts em pH 6,0 na
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Por EDX, verificou-se que para todos os
sistemas estudados houve a incorporação de O e Cl. A morfologia dos depósitos
de níquel depende do potencial de deposição e conseqüentemente da
composição química dos mesmos.
xxiv
ABSTRACT
In this work, nickel electrodeposition has been studied in the
presence of the additives BTAH and/or EDTA onto platinum substrate from
Watts plating bath, at different pH. The deposition and dissolution processes
with or without additives were investigated through voltammetric techniques.
The deposits obtained from these electrolytic solutions were analyzed by
scanning electronic microscopy (SEM), X-ray dispersion (EDX) and X-ray
diffraction (DRX). Voltammetric studies showed the presence of additives in the
plating bath the deposition current densities decreased. The anodic scan
suggested the formation of different nickel crystallographic faces, besides that it
also suggested other processes that can occur in parallel with dissolution of
deposits. The highest efficiencies of the deposition process were obtained at low
j
dep
for all systems studied. The hydrogen evolution reaction occurs
simultaneously to the nickel deposition process since the initial moments. The
nickel deposition studies from alkaline solutions that contain high concentration
of EDTA showed that the complex NiY
2-
did not discharge to metallic nickel.
The deposits were formed only when EDTA was used in low concentrations
(additive proportions). Analysis of the deposits by SEM showed that the best
conditions to obtain these deposits were carried out at E
d
= -1,0 V or j
dep
= 2,5
mA cm
-2
from nickel solutions at pH 6,0 in the presence of 1,0 x 10
-3
mol L
-1
BTAH. By EDX analysis we could verify that there was O and Cl incorporation
in the deposits. The deposits of nickel morphology depends on the deposition
potential and consequently on chemical composition of the deposits.
xxv
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – Apresentação e Objetivo ............................................................ 1
CAPÍTULO 2 – Introdução................................................................................... 3
2.1-Benzotriazol (BTAH) como aditivo. .......................................................... 4
2.2-Estado da arte da eletrodeposição de níquel............................................. 10
CAPÍTULO 3 – Técnicas eletroanalíticas e físicas para caracterização dos
banhos de deposição e dos eletrodepósitos de níquel. ........................................ 23
3.1-Técnicas eletroanalíticas para caracterização da solução eletrolítica e do
processo de deposição e dissolução de níquel ................................................ 23
3.1.1-Voltametria de varredura linear......................................................... 23
3.1.2-Cronoamperometria ........................................................................... 24
3.1.3-Cronopotenciometria ......................................................................... 24
3.2-Técnicas de caracterização morfológica, química e estrutural dos
depósitos de níquel.......................................................................................... 25
3.2.1-Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ................................... 25
3.2.2-Espectroscopia de Dispersão de Raios-X (EDX) .............................. 25
3.2.3-Espectroscopia de Difração de Raios-X (DRX)................................ 26
CAPÍTULO 4 – Equipamentos, materiais e métodos......................................... 27
4.1-Reagentes e materiais................................................................................ 27
4.2-Eletrodos e célula...................................................................................... 27
4.3-Equipamentos............................................................................................ 27
4.3.1- Potenciostato/galvanostato ............................................................... 27
4.3.2-Sistema de eletrodo rotatório............................................................. 27
4.3.3-MEV, EDX e DRX ............................................................................ 28
4.4-Ajuste de pH das soluções ........................................................................ 28
4.5-Preparo das soluções................................................................................. 28
4.6-Otimização do eletrodo de trabalho.......................................................... 28
4.7-Preparo das amostras para anáçlise por MEV, EDX e DRX.................... 29
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão ............................................................ 31
5.1- Estudo do efeito do benzotriazol no processo de eletrodeposição de
níquel........................................................................................................... 31
5.1.1- A escolha da concentração do aditivo .............................................. 31
5.1.2- Estudo do processo de eletrodeposição de níquel na ausência e na
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
......................................................... 34
xxvi
5.1.2.1- Estudo do processo de deposição pela técnica da varredura
reversa ..................................................................................................... 35
5.1.2.2-Estudo do efeito do pH no processo de deposição e dissolução de
níquel....................................................................................................... 38
5.1.2.3-Relação entre as cargas anódicas e catódicas (Q
a
/Q
c
) do processo
de deposição de níquel na presença e na ausência de BTAH ................. 40
5.1.2.4-Reação de evolução de hidrogênio (REH) ................................. 46
5.1.2.5-Estudo do processo de deposição em diferentes velocidades de
varredura (ν)............................................................................................ 49
5.1.2.6-Estudo do processo de deposição utilizando eletrodo disco
rotatório de platina .................................................................................. 51
5.1.3- Estudo cronopotenciométrico do processo de deposição de níquel na
presença e na ausência de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
................................... 52
5.1.3.1- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel obtidos
cronopotenciometricamente por MEV e EDX........................................ 57
5.1.4- Análise morfológica dos depósitos de níquel obtidos
cronoamperometricamente por MEV.......................................................... 59
5.1.5- Análise da composição química dos depósitos dequel obtidos
cronoamperometricamente por EDX .......................................................... 67
5.1.3.1-Difratogramas de dispersão de raios-X ...................................... 71
5.1.6-Análise da composição das fases dos depósitos de níquel por DRX 78
5.2- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de soluções contendo
baixa concentração de Ni
2+
.............................................................................. 81
5.3- Estudo do efeito do EDTA no processo de deposição de níquel............. 85
5.3.1- Caracterização do banho de deposição de níquel na presença de
EDTA .......................................................................................................... 85
5.3.2- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de soluções
contendo EDTA como complexante........................................................... 95
5.3.3- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de soluções
contendo EDTA como aditivo .................................................................... 98
5.3.3.1- Estudo do processo de deposição de níquel pela técnica da
varredura reversa..................................................................................... 98
5.3.3.2- Relação entre as cargas anódicas e catódicas (Q
a
/Q
c
) do processo
de deposição de níquel na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA
1,0 x 10
-2
mol L
-1
................................................................................... 100
5.3.3.3- Reação de evolução de hidrogênio (REH) .............................. 102
xxvii
5.3.3.4- Estudo do processo de deposição em diferentes velocidades de
varredura (ν).......................................................................................... 104
5.3.3.5- Estudo do processo de deposição utilizando eletrodo disco
rotatório de platina ................................................................................ 105
5.3.3.6- Estudo cronopotenciométrico do processo de deposição de
níquel na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-
1
.............................................................................................................. 107
5.3.3.6.1- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel
obtidos cronopotenciometricamente por MEV e EDX..................... 110
5.3.3.7- Análise morfológica dos depósitos de níquel obtidos
cronoamperometricamente por MEV ................................................... 113
5.3.3.8- Análise da composição química dos depósitos de níquel obtidos
cronoamperometricamente por EDX .................................................... 117
5.3.3.8.1- Difratogramas de dispersão de raios-X ............................ 120
5.4-O sinergismo dos aditivos....................................................................... 123
5.4.1- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de soluções
contendo EDTA + BTAH ......................................................................... 123
5.4.2- Relação entre as cargas anódicas e catódicas (Q
a
/Q
c
) do processo de
deposição de níquel na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
........ 125
5.4.3- Reação de evolução de hidrogênio (REH) ..................................... 126
5.4.4- Estudo cronopotenciométrico do processo de deposição de níquel na
presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA
1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
........................................... 128
5.4.4.1- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel obtidos
cronopotenciometricamente por MEV e EDX...................................... 132
5.4.5- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel obtidos
cronoamperometricamente por MEV e EDX ........................................... 134
5.5- Melhores condições para obtenção dos eletrodepósitos de níquel ........ 138
5.6- Tratamento e descarte das soluções....................................................... 144
CAPÍTULO 6 – Conclusões.............................................................................. 149
Referências Bibliográficas ................................................................................ 153
CAPÍTULO 1 – Apresentação e Objetivo
1
CAPÍTULO 1 – Apresentação e Objetivo
O objetivo do presente trabalho de mestrado é aprofundar o
conhecimento sobre o processo de eletrodeposição e eletrodissolução de
depósitos metálicos puros, sendo neste caso os depósitos de níquel, a partir do
desenvolvimento de banhos: ácido tipo Watts e alcalino tendo EDTA como
complexante, utilizando o aditivo orgânico benzotriazol (BTAH), buscando a
compreensão do mecanismo geral do processo de deposição, as caracterizações
morfológicas, estruturais e químicas dos depósitos obtidos utilizando estes
eletrólitos.
Numa primeira etapa do projeto, no que diz respeito ao banho ácido
tipo Watts, buscou-se as melhores concentrações para o uso do BTAH, ou seja,
quais delas seriam de melhor aplicabilidade na obtenção de depósitos de níquel e
de melhor estabilidade em solução.
Definidas as condições do aditivo de interesse no banho de
deposição, passou-se para o estudo eletroanalítico destas soluções tipo Watts
sobre substrato de Pt utilizando-se a voltametria de varredura linear, variando-se
então o potencial de corte da varredura reversa, a velocidade de varredura e a
freqüência de rotação do eletrodo de trabalho. Estudos acerca do melhor pH do
banho de deposição para obtenção dos filmes de níquel também foram
realizados.
Para a obtenção da eficiência do processo de deposição de níquel na
presença e na ausência de BTAH, aplicou-se a técnica cronopotenciométrica,
sendo os depósitos de níquel dissolvidos em uma solução mais adequada para
evitar a influência de reações paralelas ao processo.
Estudou-se também as soluções branco, ou seja, aquelas que não
contém íons Ni
2+
, a fim de se verificar reações paralelas ao processo de
eletrodeposição de níquel.
CAPÍTULO 1 – Apresentação e Objetivo
2
Alguns estudos para banhos de deposição de níquel contendo
menores concentrações deste metal também foram realizados.
Quanto ao banho alcalino contendo EDTA como agente
complexante, estudos das soluções contendo elevada concentração do mesmo
foram realizados a fim de se estabelecer a melhor condição de trabalho na
presença deste complexante. Porém, por motivos que serão discutidos
posteriormente, o EDTA foi utilizado em concentrações de aditivo (baixas
concentrações) em banhos do tipo Watts. Novamente avaliou-se o
comportamento eletroquímico deste sistema nas mesmas condições descritas
anteriormente como para o banho tipo Watts na presença de BTAH.
Também, avaliou-se a relação sinérgica entre os aditivos de
interesse, EDTA e BTAH.
Por fim, a caracterização morfológica dos filmes de níquel foi
realizada por microscopia eletrônica de varredura (MEV), a caracterização
química dos mesmos por meio de espectroscopia de dispersão de raios-X (EDX)
e a análise estrutural foi feita por espectroscopia de difração de raios-X (DRX).
CAPÍTULO 2 – Introdução
3
CAPÍTULO 2 – Introdução
O processo de eletrodeposição é um dos mais utilizados para o
revestimento de diferentes substratos devido a sua capacidade de alterar as
características dos mesmos, obtendo-se filmes com espessuras mais controladas,
conferindo resistência à corrosão e à abrasão, melhorias no desempenho dos
materiais em diferentes meios, entre outras propriedades. Os métodos
eletroquímicos de recobrimento metálico são atrativos também devido ao
elevado grau de controle obtido pela variação das condições experimentais. No
passado a eletrodeposição tinha finalidade puramente decorativa, porém hoje, é
um processo industrial de grande importância econômica, sendo um dos poucos
processos de tratamento de superfícies que satisfaz requisitos decorativos e
aplicações funcionais [1].
A eletrodeposição é conduzida no banho de deposição, ou seja, na
solução eletrolítica. Os banhos para eletrodeposição, de modo geral contém além
dos íons do (s) metal (is) a ser (em) depositado (s), outras espécies tais como:
sais e ácidos para elevar a condutividade e evitar hidrólise; agentes molhadores,
que evitam a aderência de bolhas de hidrogênio na superfície do catodo; agentes
complexantes, que formam complexos com os íons metálicos permitindo alta
concentração dos mesmos e baixa concentração dos íons metálicos livres;
agentes tamponantes, como o ácido bórico, que mantém o pH da solução; e
aditivos, que são substâncias, em geral orgânicas que influenciam na morfologia
e/ou estrutura dos depósitos. Os substratos podem ser de metais menos nobres,
com deposição de metais mais nobres na superfície e também podem ser peças
plásticas ou outro material não condutor metalizado [2].
Os aditivos são adicionados aos banhos de eletrodeposição para
realçar, intensificar, alterar as propriedades físicas dos depósitos, tais como
brilho, morfologia (superfícies mais lisas) e estrutura, podendo aumentar ou
CAPÍTULO 2 – Introdução
4
diminuir a polarização catódica. A quantidade requerida destes aditivos é
pequena e sua ação é geralmente específica para cada banho. Os aditivos podem
ser consumidos ou decompostos durante o curso da eletrodeposição.
2.1- Benzotriazol (BTAH) como aditivo
Por muitas décadas, o BTAH tem sido amplamente utilizado como
efetivo inibidor de corrosão para cobre e suas ligas e como um importante
aditivo para banhos de deposição de cobre devido às propriedades que infere ao
filme obtido, como pode ser verificado a seguir. Como resultado, a natureza e a
formação do filme de BTAH sobre cobre têm sido estudadas extensivamente.
Esses estudos, como serão vistos adiante, revelam que existe uma camada de
BTAH quimissorvida na superfície do substrato, que consiste de um complexo
entre Cu(I) e BTAH, agindo de maneira protetora na corrosão do cobre e como
nivelador e abrilhantador na deposição deste metal. Dependendo do pH [3], o
BTAH pode existir em solução aquosa como o cátion BTAH
2
+
(pH 0 a ~ 1,0),
molécula neutra BTAH (pH ~1 a ~8,0 (Fig. 2.1)) ou como a espécie aniônica
BTA
-
(pH > ~8,0).
Onde X = H; CH
2
OH;
CH
2
NHCOH; CH
2
OCH
3
ou CH
3
FIGURA 2.1 - Molécula de benzotriazol.
SHESHADRI [3] estudou o efeito do ácido tioglicólico (TGA) e
BTAH no potencial de polarização catódica durante a eletrocristalização do
cobre sobre cristal de cobre. O banho eletrolítico utilizado foi: CuSO
4
0,25 mol
N
N
N
X
CAPÍTULO 2 – Introdução
5
L
-1
, H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
, BTAH 1,0 x 10
-6
mol L
-1
. Na presença de BTAH, a
inclinação da curva de Tafel (180 ± 5mV) desviou-se do valor esperado para a
reação de transferência de carga, que pode ser atribuída ao complexo Cu(I)-BTA
formado, em soluções ácidas ou neutras de CuSO
4
, na superfície do catodo. Este
complexo, com o Cu(I) é estável em soluções ácidas, mas o complexo com
Cu(II) não. O filme de complexo adsorvido nos sítios ativos recebe um elétron
do catodo e descarrega os átomos de Cu, os quais podem ser incorporados
simultaneamente no mesmo sítio ativo. As moléculas de BTAH podem, ao
mesmo tempo, novamente formar complexos com os íons Cu(I) na dupla
camada sendo estes íons complexos imediatamente adsorvidos no catodo. Este
processo é repetido durante todo o tempo de deposição, e, portanto necessita de
energia elevada. Também foi observada alta eficiência do processo de
eletrodeposição.
GEWIRTH et al. [4] realizaram um estudo detalhado do processo
de nucleação dos eletrodepósitos de cobre sobre Au. A morfologia dos
eletrodepósitos foi analisada para poder examinar o efeito do aditivo sobre a
mesma. A composição dos banhos eletrolíticos utilizados foi: (i) CuSO
4
0,05
mol L
-1
e H
2
SO
4
0,5 mol L
-1
; (ii) CuSO
4
0,05 mol L
-1
, H
2
SO
4
0,5 mol L
-1
e
BTAH 1,0 x 10
-4
mol L
-1
. Baixa concentração de íons Cu(II)
foi utilizada para
que a taxa de deposição fosse baixa, de modo a ter maior facilidade de análise
do processo de eletrodeposição. A densidade de corrente escolhida para o
processo é relativamente baixa (0,80 mA cm
-2
), o que previne o esgotamento de
íons Cu(II) na interface durante a eletrodeposição. A adição de BTAH ao banho
eletrolítico fez aumentar a nucleação consideravelmente e decrescer o tamanho
dos grânulos eletrodepositados, resultando em uma superfície muito lisa.
Portanto, em soluções contendo BTAH, a difusão superficial e o crescimento
das ilhas tridimensionais de nucleação foram fortemente inibidos pela adsorção
de BTAH na interface, melhorando a superfície depositada. No entanto, sem
CAPÍTULO 2 – Introdução
6
BTAH no banho, grandes grânulos de Cu foram depositados e a superfície foi
rugosa.
GEWIRTH et al. [5], em seu segundo trabalho, investigaram o
BTAH e a influência de substituintes no anel triazol, ou seja, metanol-
benzotriazol (MeOH-BTA), N-benzotriazol formamida (amida-BTA),
metóximetil-benzotriazol (MeOMe-BTA) e metil-benzotriazol (Me-BTA) como
aditivos na deposição de cobre sobre ouro-vidro cromado. O efeito dos aditivos
na morfologia dos depósitos foi estudado por STM e AFM. A solução
eletrolítica usada foi: CuSO
4
.5H
2
O 0,05 mol L
-1
, H
2
SO
4
0,5 mol L
-1
e BTAH ou
seus derivados 1,0 x 10
-4
mol L
-1
. A deposição de cobre na ausência de aditivos
e na presença de MeOMe-BTA ou Me-BTA produziu filmes rugosos devido à
rápida difusão dos íons Cu(I) na superfície, enquanto que na presença de BTAH,
MeOH-BTA ou amida-BTA, filmes finos e mais homogêneos foram produzidos.
Entre os quatro substituintes do BTAH, em meio ácido, ocorreu apenas a
decomposição do MeOH-BTA à BTAH, enquanto que os outros permaneceram
estáveis. Observaram também que a mudança na morfologia foi significante
quando as estruturas dos aditivos variaram, sendo que a obtenção de filmes de
cobre lisos na presença de aditivos está associada à capacidade dos mesmos de
formarem um polímero com os íons Cu(I) através da coordenação com o átomo
de N do anel triazol e/ou substituintes no N-triazol. Os autores observaram que
quantidades significantes de matéria orgânica foram incorporadas nos depósitos,
implicando no consumo desses aditivos. No caso do BTAH houve formação do
complexo polimérico Cu(I)-nBTA imediatamente na superfície. Este complexo
torna menos favorável a difusão dos íons Cu(I) livremente na superfície. Em
solução ácida (H
2
SO
4
), o processo de eletrodeposição de cobre ocorre em dois
passos: Cu
2+
+ ē Cu
+
(lento) o qual é seguido por: Cu
+
+ ē Cu (rápido).
Com o BTAH, em circuito aberto, as moléculas deste aditivo adsorvem no
substrato de Au, sendo que quando se aplica corrente, a primeira reação a
ocorrer é a redução dos íons Cu(II) a Cu(I). Os íons Cu(I) formam um complexo
CAPÍTULO 2 – Introdução
7
polimérico com o BTAH adsorvido. Este complexo Cu(I)-BTA, quando
reduzido, libera átomos de Cu. A redução do complexo polimérico continua
concomitantemente com a difusão dos íons Cu(II) do seio da solução para a
interface levando a formação do Cu(I)-BTA. As ilhas de nucleação de Cu
crescem quanto mais átomos do mesmo forem liberados. O BTAH, então “livre”
torna a formar mais complexos com os íons Cu(I). Outra rota observada para o
BTAH foi a incorporação às ilhas de Cu em nucleação, mostrando que os
depósitos cresceram sobre impurezas orgânicas, sendo estas ocluídas aos
eletrodepósitos. Após o processo de deposição, a concentração de íons Cu(II) ou
Cu(I)
decresce porque o transporte de massa é insuficiente para completar os
íons metálicos. O BTAH adsorvido na superfície do depósito passiva o cobre
depositado, portanto as ilhas de nucleação param de crescer.
SCENDO e MALYSZKO [6] estudaram a influência do BTAH e
tolitriazol (TTAH) na eletrodeposição de cobre sobre Pt policristalina a partir de
soluções ácidas contendo íons cloreto e diferentes quantidades de BTAH e
TTAH. As propriedades de proteção à corrosão do TTAH foram estudadas em
soluções contendo íons iodeto. O BTAH impediu a corrosão do cobre através da
formação de um filme protetor insolúvel e polimérico Cu(I)-BTA, o qual
precipita na superfície do substrato. O banho eletrolítico consistiu de:
CuCl
2
.2H
2
O 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, HCl 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e BTAH ou TTAH 1,0 x
10
-3
a 1,0 x 10
-5
mol L
-1
. O processo geral do eletrodo envolve duas reações, ou
seja, Cu(II)/Cu(I) e Cu(I)/Cu as quais são caracterizadas por uma grande
separação de potencial, sendo que, na presença de aditivos a redução
Cu(II)/Cu(I) foi fortemente inibida enquanto que a reação Cu(I)/Cu permaneceu
praticamente inalterada. Os dois inibidores, BTAH e TTAH comportaram-se de
maneira similar. O mecanismo de inibição envolve a formação de uma fina
camada polimérica de Cu(I)-BTA ou Cu(I)-TTA na superfície do eletrodo.
ARMSTRONG e MULLER [7] estudaram a deposição de cobre na
presença de diversas concentrações de BTAH e densidades de corrente. O efeito
CAPÍTULO 2 – Introdução
8
deste aditivo no processo de nucleação e na topografia da superfície de cobre foi
determinado por STM dos eletrodepósitos de cobre. Os banhos em estudo foram
compostos de CuSO
4
0,5 mol L
-1
, H
2
SO
4
0,5 mol L
-1
e BTAH 0; 5,0 x 10
-5
; 1,0 x
10
-4
ou 2,0 x 10
-4
mol L
-1
. Verificaram que: o tamanho das partículas
depositadas decresce quando o potencial se torna mais negativo e com o
aumento da concentração de BTAH; a topografia do cobre eletrodepositado em
solução livre de aditivo é governada pelo crescimento preferencial em certos
locais, sendo então de pouca orientação cristalográfica; os depósitos de cobre
obtidos em soluções contendo BTAH são uniformes e crescem em todas as
direções cristalográficas; a densidade de nucleação do Cu na Pt depende do
potencial aplicado, e não da presença de BTAH; e a adição de BTAH provoca a
redução de tamanho das partículas depositadas, pois requer elevado potencial de
deposição, produzindo eletrodepósitos de cobre brilhantes.
CAMPBELL et al. [8] investigaram os efeitos dos aditivos tiouréia
(TU), BTAH e 4,5-ditioctano-1,8 ácido dissulfônico (DTODSA) na cinética da
deposição de cobre a partir de soluções contendo CuSO
4
0,001 mol L
-1
e Na
2
SO
4
0,5 mol L
-1
em pH 2, variando-se a concentração de BTAH de 1,0 x 10
-4
a 5,0 x
10
-6
mol L
-1
. Os resultados obtidos mostraram que na presença de BTAH 1,0 x
10
-4
mol L
-1
o potencial de deposição deslocou-se para valores mais negativos;
não se observou corrente difusional limite e a deposição de cobre ocorreu na
região de evolução de H
2
. Também verificaram que ao diminuir as
concentrações de BTAH em solução, o processo de deposição de cobre foi
controlado por transporte de massa e que não houve alteração do coeficiente de
difusão. Além do mais, a densidade de corrente de troca decresceu
sistematicamente com o aumento da concentração de BTAH de 5,0 x 10
-6
a 1,0 x
10
-4
mol L
-1
e foram consideravelmente baixas em relação àquelas obtidas em
soluções sem aditivos. Concluíram então que a deposição de cobre é
significativamente inibida na presença de BTAH.
CAPÍTULO 2 – Introdução
9
POLING [9] determinou a espessura e a estrutura dos filmes de
cobre formados sobre Cu na presença de BTAH usando Espectroscopia no
Infravermelho. Os resultados mostraram que a banda de absorção referente à
ligação N-H observada com o BTAH, desapareceu no complexo Cu(I)-BTA,
indicando que o Cu fez ligação com o N-triazol. Este complexo forma um filme
polimérico, sendo a espessura equivalente a muitas camadas de monômeros
Cu(I)-BTA. POLING propôs que o crescimento do filme ocorre quando íons
Cu(I) são transportados através da camada de BTAH adsorvida, precipitando o
Cu(I)-BTA, o qual age como uma barreira física para reações de eletrodo, sendo
um eficiente inibidor catódico.
PIZZINI et al. [10] mostraram que o BTAH está presente somente
nas camadas atômicas mais externas do depósito e que o efeito inibidor do
BTAH é devido a adsorção do filme polimérico de Cu(I)-BTA na superfície do
eletrodo. Verificaram que a espessura da camada desse complexo foi de 1-1,5
nm e que a densidade de corrente de troca decresceu sistematicamente com o
aumento da concentração de BTAH.
VOGT et al. [11] estudaram a deposição de cobre sobre Cu (100)
em solução ácida na presença de BTAH. Os resultados obtidos durante a
dissolução e a deposição de cobre na presença de BTAH diferem daqueles
observados em soluções sem aditivo. A análise in situ por STM do BTAH sobre
Cu, em solução aquosa de H
2
SO
4
, mostrou que o BTAH quimissorvido pode
formar uma camada de estrutura ordenada, distribuída igualmente por todo o
substrato e de geometria plana e uma fase desordenada cuja estrutura consiste
em uma cadeia de moléculas, que pode corresponder a um sistema polimérico
do complexo Cu(I)-BTA. Além disso, os resultados demonstraram que o BTAH
age como inibidor de corrosão para o cobre durante a dissolução e, como um
bom agente nivelador na deposição de cobre, em escala atômica.
Como se pôde verificar, o BTAH e moléculas similares apresentam
efeitos significativos no processo de deposição de cobre e na morfologia dos
CAPÍTULO 2 – Introdução
10
filmes depositados (finos, bastante lisos e homogêneos). Além do mais, de
acordo com a Environmental Protection Agency (EPA) o BTAH, a ser utilizado
neste projeto, é considerado ser de baixa toxidez e de baixo perigo para a saúde
humana [12].
Deste modo, tendo em vista o anteriormente exposto, propõe-se
neste projeto estudar o efeito do BTAH no processo de deposição e dissolução
de níquel a partir dos banhos tipo Watts e alcalino-EDTA, e na morfologia,
composição e estrutura dos filmes de níquel.
2.2- Estado da arte da eletrodeposição de níquel
Embora a eletrodeposição de níquel tenha sido estudada desde o
início do século XX, houve um crescente interesse nos últimos anos, e agora é
um dos meios mais freqüentes para o tratamento de superfícies.
A eletrodeposição de níquel é bastante utilizada em peças da
indústria eletroeletrônica, ou seja, em terminais e conectores, e tem como
principal função a proteção à corrosão do metal base (latão, Cu ou Fe e em
menor extensão para as ligas de Al e Mg). Os filmes de níquel são usados ainda
como acabamento final decorativo para lustres, torneiras, dobradiças, etc. Nestes
casos, os eletrodepósitos devem apresentar elevado brilho e ausência de
quaisquer manchas. Muitas vezes, após a niquelação, as peças são cromadas em
banhos de cromo decorativo, conferindo resistência e dureza à superfície.
Devido às propriedades mecânicas favoráveis dos revestimentos de níquel, estes
são utilizados também na fabricação de folhas de metal, tubos, telas, etc.
Os banhos para deposição de níquel podem ser ácidos, sendo estes
os mais utilizados, e também alcalinos. Os banhos ácidos permitem maior
estabilidade do íon Ni
2+
e os depósitos obtidos apresentam alta dureza. O banho
tipo Watts é um dos mais utilizados industrialmente, pois o processo de
CAPÍTULO 2 – Introdução
11
eletrodeposição apresenta elevada eficiência, acima de 95% em determinadas
condições. Os depósitos obtidos são dúcteis e relativamente lisos. Este banho
eletrolítico é constituído principalmente de NiSO
4
, NiCl
2
e H
3
BO
3
. O NiSO
4
garante a presença de íons Ni
2+
em solução, sendo este sal o mais usado por ser
de menor custo. Também, o ânion SO
4
2-
apresenta maior estabilidade, pois não é
reduzido no catodo e nem é oxidado pelo anodo, não é volatilizado, é bastante
solúvel e disponível comercialmente. A maior quantidade deste sal no banho
tipo Watts não só eleva a densidade de corrente limite, mas também diminui a
resistividade, melhorando a distribuição dos grãos nos depósitos. A principal
função dos íons Cl
-
no banho
é melhorar a dissolução do anodo através da
redução da polarização, aumenta a eficiência catódica do processo e a
condutividade do banho. Altas concentrações deste ânion produzem coberturas
mais duras e com substancial tensão. O H
3
BO
3
funciona como um tampão fraco,
seu papel principal é o controle do pH. Na ausência do mesmo, os depósitos de
níquel tendem a ser mais duros e quebradiços [2].
HOLM e O’KEEFE [13] usaram a espectroscopia de impedância
eletroquímica para caracterizar o depósito de níquel, obtido a partir de uma
solução ácida à base de sulfato tamponada (pH 2,0 – 3,5). Os resultados dos
espectros de impedância dos depósitos de níquel para 20 mA cm
-2
consistem de
um ou dois picos característicos, cujas freqüências e capacitâncias foram
dependentes sobre as condições de deposição e indicam a morfologia do
depósito resultante. Um único pico de alta freqüência capacitiva da ordem de 1
KHz foi relacionado à boa qualidade do depósito, o qual era plano, liso e dúctil.
A presença de um pico de baixa freqüência, na ordem de poucos Hz, indicou a
desagregação morfológica do depósito (pontos escuros, áreas quebradiças e
trincadas). O segundo pico foi associado à difusão do componente de interesse
controlando o mecanismo de reação.
HOLM e O’KEEFE [14] estudaram também a eletrodeposição de
níquel a partir de um banho ácido à base de sulfato, na ausência de agentes
CAPÍTULO 2 – Introdução
12
tamponantes. Estes estudos permitiram avaliar o efeito de vários parâmetros, tais
como: concentração de níquel, pH e temperatura da solução eletrolítica sobre a
morfologia do filme de níquel e a eficiência de corrente. A boa qualidade
morfológica e a alta eficiência de corrente dos depósitos foram favorecidas pela
alta concentração de níquel e altas temperaturas. A morfologia do depósito
melhorou para baixos valores de pH, no entanto, houve decréscimo na eficiência
da corrente de deposição, a orientação dos depósitos foi determinada, mas
direções específicas não foram evidentes.
YU et al. [15] estudaram através da voltametria cíclica e do método
cronoamperométrico o efeito da concentração de Cu
2+
na deposição de níquel
sobre carbono vítreo, a partir de um banho à base de sulfato. Observaram que
com o aumento na concentração de Cu
2+
, o potencial de redução de níquel
mudou para direção positiva, os picos de corrente de eletrocristalização
diminuíram e a energia de ativação (G) do níquel decresceu.
SKIBINA et al. [16] demonstraram que o aumento na concentração
de ε-caprolactama em banhos de níquel à base de sulfato aumenta a adsorção de
níquel sobre o catodo durante a deposição do mesmo, sendo que o processo de
adsorção é seguido pela formação de complexo com íons Ni
2+
. O 1º processo
desacelera a reação no eletrodo, e o 2º facilita. No intervalo de máxima
desaceleração do processo, níquel co-deposita com ε-caprolactama.
BRANDE et al. [17] estudaram o primeiro estágio da
eletrodeposição de níquel sobre carbono amorfo e sobre policristais de prata, a
partir de um banho à base de sulfato, sob condições galvanostáticas
empregando-se densidades de correntes de 2 e 80 mA cm
-2
. O crescimento do
tipo “ilhas” em ambos os substratos foi observado.
VALLÉS et al. [18] estudaram a deposição de níquel a partir de um
banho à base de cloreto sobre carbono vítreo. A formação de espécies inibidoras
(hidróxidos de níquel e H
ads
) durante a deposição de níquel foi observada.
CAPÍTULO 2 – Introdução
13
Parâmetros como pH, concentração de Ni
2+
e de cloreto foram variados para o
estudo das condições que levam à formação de um depósito compacto, liso e
homogêneo. As condições ótimas do banho para obtenção de filmes com estas
características foram: pH em torno de 3, NiCl
2
0,5 mol L
-1
e baixos
sobrepotenciais ou baixas densidades de corrente. Verificaram também que, as
espécies inibidoras são funções do pH do meio e do sobrepotencial aplicado.
JINXING e COOPER [19] determinaram uma série de diagramas
de espécies de níquel em solução de Cl
-
. Na região ácida, as espécies de níquel
predominantes foram Ni
2+
e NiCl
+
em solução pura concentrada de NiCl
2
, e
NiCl
+
e NiSO
4
em solução concentrada contendo NiCl
2
e sulfato. A concentração
das espécies NiOH
+
é desprezível para concentrações de NiCl
2
até a ordem de
10
-3
mol L
-1
. Verificaram também que outras espécies como Ni(OH)
2(aq)
,
Ni(OH)
3
-
, Ni(OH)
4
2-
e Ni
2
OH
3+
também são negligenciáveis nas regiões ácida e
básica em soluções concentradas de NiCl
2
, e que quando o pH aumenta, a
espécie insolúvel Ni(OH)
2(s)
é formada na região básica se a concentração de
NiCl
2
for maior que 10
-6
mol L
-1
. O pH em que Ni(OH)
2(s)
começa a ser formado
decresce com o aumento da concentração de NiCl
2
.
JI et al. [20] investigaram as reações eletroquímicas na interface
eletrodo-solução durante a deposição de níquel a partir de um banho à base de
Cl
-
. O pH na superfície do catodo foi medido durante o estudo, sendo este valor
mais elevado na superfície do catodo do que no seio da solução eletrolítica.
Verificaram também que, para altas densidades de corrente (76 mA cm
-2
) houve
precipitação de Ni(OH)
2
sobre a superfície do catodo. Baixo valor de pH, altas
concentrações de níquel, temperaturas elevadas e adição de H
3
BO
3
e NH
4
Cl
efetivamente impediram o aumento do pH na superfície do catodo. Os resultados
mostraram diferentes evidências para a ação tamponante do H
3
BO
3
e NH
4
Cl, e
para o aumento na deposição de níquel na presença de H
3
BO
3
, para densidades
de correntes menores do que 24 mA cm
-2
. Observaram que a adição de NaCl e
Na
2
SO
4
impediram em pequeno grau o aumento do pH na superfície do catodo.
CAPÍTULO 2 – Introdução
14
TSUPAK et al. [21] estudaram a eletrodeposição de níquel a partir
de uma solução à base de formato/cloreto. As densidades de corrente mais
elevadas na eletrodeposição de níquel compacto variou de 30 mA cm
-2
(pH =
3,5) a 400 mA cm
-2
(pH = 2,0), sendo estas densidades de corrente possíveis de
serem utilizadas devido à excelente capacidade tamponante da solução
eletrolítica. Verificaram também que a magnitude das densidades de corrente
são elevadas devido à participação do ácido fórmico na evolução de H
2
.
YIN et al. [22] investigaram o comportamento de deformação
elástica de nanocristais de níquel com grãos de 30 nm, produzidos por processo
de eletrodeposição a partir de um banho à base de cloreto. Para o estudo,
utilizaram condições de pressão no intervalo de 500-1050 MPa a 373 K. Os
resultados experimentais mostraram que ocorreu deformação significante para
uma tensão inicial de 600 MPa ou mais alta.
GANESH et al. [23] estudaram a eletrodeposição de níquel sobre
Ni a partir de um banho contendo sulfamato de níquel, NiCl
2
e H
3
BO
3
na
presença de um campo magnético aplicado em ângulo de 45
o
sobre a superfície
do catodo e densidade de corrente de 10 mA cm
-2
durante a deposição.
Verificaram que a presença do campo magnético durante o processo provocou
aumento na taxa de transferência de massa dos íons Ni
2+
, ou seja, aumento da
taxa de deposição deste metal, induzindo então à formação de depósitos de grãos
finos. Os menores grãos obtidos variaram entre 17 a 25 nm. Por MEV,
verificaram que as nanopartículas tinham forma esférica, eram bem distribuídas
e, principalmente concentradas no domínio das fronteiras de grãos. Através de
estudos cronopotenciométricos, observaram que houve um decréscimo
significante no sobrepotencial durante a eletrodeposição na presença do campo
magnético, fato que pode ser atribuído ao aumento da taxa de deposição do
metal e da intensificação da transferência de massa de íons Ni
2+
.
WONG et al. [24] estudaram um modelo matemático o qual
relaciona o efeito de diferentes tipos de ondas sobre a superfície final de níquel
CAPÍTULO 2 – Introdução
15
eletroformado a partir de um banho à base de sulfamato de níquel, aplicando
pulso de corrente. O modelo descreve as mudanças nos perfis da concentração
dos íons eletroativos, na distribuição de micro-corrente e na taxa de crescimento
de protrusão na superfície do catodo. Os resultados teóricos foram comparados
com os experimentais e uma discrepância de 10% foi observada sobre os valores
das superfícies rugosas, a qual provavelmente se deve à evolução de H
2
na
superfície do catodo durante a eletrodeposição. As previsões teóricas e os
resultados experimentais mostraram que a qualidade do níquel eletroformado,
em termos de melhoria da superfície, foi influenciada pelo tipo de onda.
LIN et al. [25] investigaram o efeito da temperatura sobre a
eletrocristalização e crescimento de depósitos de níquel. Uma camada de níquel
de 70 µm foi eletrodepositada sobre placa de Cu a partir de um banho à base de
sulfamato e densidade de corrente de 20 mA cm
-2
. A temperatura do banho
variou de 30 a 60
o
C. Os depósitos de níquel obtidos à 50
o
C exibiram textura
(110). Ao contrário, níquel depositado em temperatura menor que 40
o
C exibiu
uma forte textura (100), típica de crescimento lateral. Os depósitos (100)
consistem de grãos fibrosos e exibem uma estrutura de grãos colunares bem
definida com poucos defeitos de retículo. O tamanho médio das partículas com
orientação (100) é maior do que (110), portanto, a dureza dos depósitos (100) é
menor que a dos depósitos (110).
BROWN e SOTIROPOULOS [26] obtiveram camadas de níquel
porosas por eletrodeposição a partir de um banho de emulsão de elevada fase
interna (HIPE), com 80% v/v de fase aquosa e 20% de fase orgânica, sendo a
solução aquosa à base de sulfamato de níquel. Os resultados obtidos mostraram
alta densidade de corrente local e diminuição da concentração dos íons Ni
2+
nos
domínios aquosos através do qual o metal cresce. Também observaram que para
filmes de níquel porosos obtidos por eletrodeposição a 5-500 mA cm
-2
, a partir
da emulsão HIPE, os sobrepotenciais para desprendimento de H
2
foram menores
CAPÍTULO 2 – Introdução
16
que para os depósitos produzidos através dos correspondentes polímeros sólidos
padrões.
EBRAHIMI et al. [27] obtiveram nanopartículas de níquel por
eletrodeposição a partir de um banho à base de sulfamato, variando-se o pH
entre 2,8 e 5,1. Para pH = 4,8, observaram que os cristais de níquel obtidos
foram muito pequenos, assim, a tensão e o endurecimento aumentaram e a
textura (100) tornou-se menos proeminente.
NIELSEN et al. [28] investigaram a eletrodeposição de níquel, a
partir de um banho Watts. Observaram que o filme era composto de uma textura
fibrosa com o plano hkl orientado em (110) e de partículas finas, as quais
deslocaram a microestrutura colunar. Também verificaram que um co-depósito
fino de precipitado de hidróxido-óxido de níquel, que foi formado sobre o plano
(111), não teve influência na formação da textura.
KARAYIANNI et al. [29] estudaram o efeito da carga de deposição
sobre as propriedades elétricas do filme de níquel obtido a partir de um banho
Watts, preparado sob diferentes condições de pH, densidade de corrente, etc.
Verificaram que as propriedades elétricas capacitância, indutância e resistência
do filme de níquel são afetadas pelas condições de eletrodeposição e fracamente
pela espessura dos depósitos.
KOLLIA e SPYRELLIS [30] estudaram as mudanças na
microdureza e textura de depósitos de níquel, preparados a partir de um banho
Watts na ausência de aditivos orgânicos. Para o estudo do processo de
eletrocristalização utilizaram a técnica da corrente de pulso reversa. Mudanças
na freqüência do pulso (V) e do ciclo de atividade [t/(t+t’)]100, onde t é o tempo
de deposição e t’ o tempo de dissolução, foram observadas. Os autores
verificaram que a técnica da corrente de pulso reversa afeta a composição do
católito. Também observaram que o mecanismo do processo de deposição
utilizando esta técnica é por adsorção seletiva durante o crescimento do cristal.
CAPÍTULO 2 – Introdução
17
MIMANI et al. [31] identificaram as reações eletroquímicas
durante a deposição de níquel a partir de um banho Watts usando a técnica
voltamétrica. A influência de aditivos (cumarin, 6-nitrocumarin, 7,4-dimetil
cumarin, ácido dissulfônico naftaleno, sulfonamida p-tolueno e ácido
canforsulfônico), sobre as reações catódicas e anódicas também foram
estudadas. Observaram que os aditivos, exceto o ácido canforsulfônico,
decresceram a densidade de corrente de pico catódico. Os autores concluíram
que o decréscimo na densidade de corrente de pico na presença destes aditivos é
devido à adsorção dos mesmos.
MIMANI e MAYANNA [32] estudaram a adsorção dos aditivos
cumarim, nitrocumarim e sulfonamida p-tolueno durante o processo de
eletrodeposição de níquel a partir de banho Watts usando a técnica de
polarização. A concentração dos íons eletroativos no banho de deposição variou
dentro da faixa de 1,0 x 10
-6
a 5,0 x 10
-3
mol L
-1
. Alterações na densidade de
corrente, na presença e ausência dos aditivos no banho de deposição, foram
avaliadas por meio da relação Tafel. Observaram que a presença dos aditivos
inibiu o processo de deposição. Parâmetros termodinâmicos (G, H, S) para
adsorção dos aditivos foram calculados usando a isotérmica de adsorção
Bockris-Swinkles. Os valores de G encontrados foram negativos, indicando
forte interação e reatividade do inibidor durante o processo de deposição para os
aditivos citados anteriormente.
EL-SHERIK e ERB [33] utilizaram a técnica de modulação de
corrente catódica de onda quadrada para produzir eletrodepósitos nanocristalinos
de níquel com tamanho de grão em torno de 10-40 nm, a partir de um banho
Watts contendo sacarina como aditivo. Foi observado que o tamanho dos grãos
eletrodepositados decresceu com o aumento da concentração de sacarina na
solução e conseqüentemente os filmes foram lisos e brilhantes. A orientação
preferencial dos depósitos mudou progressivamente de textura de fibra forte
CAPÍTULO 2 – Introdução
18
(200) para textura de fibra dupla (111) e (200) em banhos contendo 10 g L
-1
de
sacarina. Estudos com STM mostraram que os eletrodepósitos consistem de uma
estrutura uniforme entre os grãos. Também, verificaram que os depósitos
estavam contaminados com S e C e que a quantidade destas impurezas pode ser
diminuída pelo aumento do pH.
PROUD et al. [34] estudaram o efeito do pH sobre o processo de
nucleação durante a eletrodeposição de níquel sobre carbono vítreo, a partir de
um banho Watts com baixa concentração de níquel e na ausência de aditivos.
Verificaram que o processo de eletrodeposição é altamente controlado pelo pH
da solução e que nucleação tridimensional foi observada sob as mais variadas
condições experimentais. Também observaram a presença de diferentes
inibidores do processo de deposição, ou seja, em pH = 5, os possíveis inibidores
foram H
ads
adsorvido e hidróxido de níquel, enquanto que para pH = 3, a
deposição de níquel foi acompanhada por alto desprendimento de H
2
e formação
de α e/ou β-Ni.
TANG et al. [35] estudaram a deposição de níquel a partir de um
banho Watts utilizando-se a técnica da corrente de pulso. Observaram a
formação de cristais significativamente menores, com porosidade reduzida e
dureza melhorada. Com a aplicação da corrente de pulso reversa, cristais ativos
foram dissolvidos durante o pulso anódico, fornecendo depósitos com melhor
resistência à corrosão.
MOCKUTE e BERNOTIENE [36] estudaram a interação de
aditivos com o catodo, a partir de um banho Watts. A ação dos aditivos sacarina,
2-butino-1,4-diol e ftalimida foi investigada por determinação da taxa de
consumo (V
c
) dos mesmos, taxa de acumulação (V
a
) dos produtos de reação no
catodo e pela incorporação de enxofre e carbono nos eletrodepósitos. Os
principais produtos da reação da sacarina foram benzamida, o-tolueno
sulfonamida e benzilsultame, enquanto que a ftalimida produziu ftalimidina e o-
tolueno amida. Sacarina e ftalimida no banho de deposição aumentaram V
c
e V
a
CAPÍTULO 2 – Introdução
19
de o-tolueno sulfamida e ftalimidina. Por outro lado, 2-butino-1,4-diol diminuiu
V
a
do o-tolueno sulfamida e ftalimidina, e ainda aumentou o V
a
da benzamida e
a incorporação de enxofre. Também observaram que os compostos aromáticos
no banho aumentaram a adsorção de aditivos pelo grupo carbonil, já o 2-butino-
1,4-diol aumentou a adsorção de sacarina pelo grupo sulfonil.
DEVOS et al. [37] estudaram o efeito da sobreposição de campo
magnético durante o processo de deposição de níquel a partir de banho Watts,
sobre a estrutura dos filmes de níquel. O estudo foi realizado utilizando MEV e
STM. Observaram que o campo magnético pode induzir alterações na
morfologia do filme de níquel e na direção preferencial de crescimento de
partículas de níquel. Na ausência de inibidor orgânico foi observado que este
efeito resulta em uma inibição da eletrocristalização de níquel em relação ao
aumento do transporte de massa do íon H
+
, promovido pelo campo magnético. O
fenômeno é mais importante na presença de um inibidor forte tal como 2-butino-
1,4-diol, cuja atividade, está também limitada por transporte de massa. A
presença de um fluxo de indução magnética é diretamente ilustrada pela
perturbação do relevo do depósito. Estes resultados demonstram que as
modificações estruturais de eletrodepósitos de níquel observadas na presença de
campo magnético são conseqüências do fenômeno de convecção induzido pelo
efeito magneto hidrodinâmico.
GAO et al. [38] estudaram a deposição de níquel a partir de banho
Watts com vários aditivos utilizando a técnica voltamétrica. A influência dos
aditivos sobre as reações anódicas e catódicas mostraram que um mesmo aditivo
possui diferente capacidade de adsorção sobre o eletrodo para diferentes
potenciais.
EL-SHERIK et al. [39] usaram a modulação de corrente catódica de
onda quadrada para eletrodeposição de partículas ultra finas de níquel a partir de
banho Watts livre de aditivos. A influência dos parâmetros de pulso, ou seja, on-
time, off-time e pico de densidade de corrente sobre o tamanho das partículas,
CAPÍTULO 2 – Introdução
20
morfologia da superfície e orientação cristalina foram investigadas. O estudo
mostrou que um aumento na densidade de corrente de pico resultou em
considerável refinamento do depósito. A orientação cristalina mudou
progressivamente de uma distribuição quase randômica para picos de densidade
de corrente de 0,4 A cm
-2
, a uma textura forte (200), para picos de densidade de
corrente de 1,6 A cm
-2
.
JANSSON et al. [40] estudaram a eletrodeposição localizada de
níquel, a partir de um banho alcalino à base de amônia e formato de amônio,
para a obtenção de microestrutura de alta resolução em 3D. Utilizaram para isto
uma agulha com a ponta extremamente fina e conduziram o substrato para o
banho de deposição e aplicaram um potencial de 4-5 V. Observaram que esta
metodologia levou a um melhor controle no processo de deposição e que a
adição do formato de amônio à solução de deposição de níquel resultou em um
aumento na resolução e uniformidade da superfície.
IBRAHIM [41] estudou eletrodepósitos de níquel negro sobre
substrato de aço a partir de um banho tipo Watts contendo nitrato de potássio.
As melhores condições de operação para produzir depósitos de níquel negro
lisos e bastante aderentes foram: NiSO
4
. 6H
2
O 0,63 mol L
-1
, NiCl
2
.6H
2
O 0,09
mol L
-1
, H
3
BO
3
0,3 mol L
-1
e KNO
3
0,2 mol L
-1
, pH 4,6, j = 0,5 A dm
-2
, T =
25ºC e t = 10 min. O banho tipo Watts modificado possui poder de penetração
de 61%, que é mais elevado que o valor já reportado, não só para o níquel, mas
também para outros metais eletrodepositados a partir de outros banhos
diferentes. Os transientes potenciostáticos i versus t indicaram nucleação
instantânea. A análise por DRX mostrou que o depósito de níquel negro é níquel
metálico puro, com orientação (111).
OLIVEIRA et al. [42] estudaram a eletrodeposição de níquel sobre
Pt a partir de banho tipo Watts na presença de glicerol, manitol e sorbitol. A
presença dos poliálcoois na solução eletrolítica provou ser significante, pois não
observaram deterioração do conteúdo do banho durante o processo. A influência
CAPÍTULO 2 – Introdução
21
da concentração destes aditivos no processo de deposição de níquel foi estudada
por voltametria e MEV. Estudos voltamétricos destes banhos mostraram que os
aditivos influenciam a cinética do processo de deposição. A eficiência do
processo na presença dos poliálcoois foi elevada. Estudos da morfologia dos
eletrodepósitos por MEV mostraram que os aditivos apresentaram características
abrilhantadoras e niveladoras mesmo na região de alto desprendimento de H
2
.
CAPÍTULO 2 – Introdução
22
CAPÍTULO 3 – Técnicas Eletroanalíticas e Físicas
23
CAPÍTULO 3 – Técnicas eletroanalíticas e físicas para
caracterização dos banhos de deposição e dos eletrodepósitos de
níquel
3.1- Técnicas eletroanalíticas para caracterização da solução
eletrolítica e do processo de deposição e dissolução de níquel
3.1.1- Voltametria de varredura linear
A voltametria é uma das técnicas eletroanalíticas mais versáteis
para o estudo do comportamento de espécies eletroativas, pois esta possibilita
obter rapidamente informações sobre a termodinâmica e a velocidade do
processo redox.
A voltametria de varredura linear consiste em varrer linearmente o
potencial de um eletrodo estacionário, imerso numa solução em repouso e na
medida da corrente resultante. O potencial do eletrodo de trabalho é controlado
versus o potencial de um eletrodo de referência (geralmente calomelano
saturado ou Ag/AgCl). O ciclo voltamétrico consiste de uma varredura linear de
forma triangular, entre dois valores de potenciais: inicial e final na varredura
direta; e final e inicial na varredura reversa. Não necessariamente na varredura
reversa o potencial final a ser atingido será o potencial inicial.
Durante a varredura de potenciais, o potenciostato mede a corrente
resultante do potencial aplicado linearmente, obtendo-se então o voltamograma
(E x i), com as ondas catódica (redução) e anódica (oxidação) [43].
A aplicação desta técnica para a análise do processo de
eletrodeposição e eletrodissolução permite uma análise qualitativa destes
processos, ou seja, número de picos de deposição e dissolução e a relação entre
os mesmos; se há sobrepotencial para deposição, reversibilidade ou não do
CAPÍTULO 3 – Técnicas Eletroanalíticas e Físicas
24
processo. Os estudos do processo de deposição nos momentos iniciais utilizando
esta técnica podem indicar se o mesmo ocorre por nucleação.
3.1.2- Cronoamperometria
Cronoamperometria é o estudo da variação da resposta de corrente
com o tempo sob condições de potencial controlado. Esta técnica consiste na
aplicação de um pulso de potencial no eletrodo de trabalho a partir de um valor
de potencial no qual não ocorre reação faradaica para um potencial cuja a
concentração superficial da espécie eletroativa é efetivamente zero. O eletrodo
de trabalho é estacionário e a solução eletrolítica não é agitada. Nestas
condições o transporte de massa é somente por difusão. Sendo assim, o resultado
destas condições é o monitoramento da corrente versus o tempo [44]. Esta
técnica é importante para a obtenção dos eletrodepósitos que posteriormente têm
sua morfologia, composição química e estrutura analisadas.
3.1.3- Cronopotenciometria
O estudo da variação de potencial com o tempo é chamado
cronopotenciometria. Um pulso de corrente é aplicado no eletrodo provocando
variação de potencial. O fluxo de elétrons é utilizado primeiramente para
carregar a dupla camada e depois para as reações faradaicas. Esta técnica
permite verificar se o número de etapas presentes no mesmo é igual ao da curva
voltamétrica. Também permite verificar a influência das reações paralelas ao
processo de deposição, e se existirem, sobre o rendimento do mesmo e no
aspecto dos eletrodepósitos. A utilização desta técnica é bastante importante,
pois esta é a mais próxima às condições industriais [45].
CAPÍTULO 3 – Técnicas Eletroanalíticas e Físicas
25
3.2- Técnicas de caracterização morfológica, química e estrutural
dos depósitos de níquel
3.2.1
- Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
O microscópio eletrônico de varredura é um dos instrumentos mais
versáteis disponíveis para o exame e análise das características microestruturais
de objetos sólidos. É um equipamento capaz de produzir imagens de alta
ampliação (até 300000 x) e resolução.
O princípio desta técnica consiste na emissão de feixes de elétrons
de alta energia na superfície da amostra, ocorrendo então uma interação, sendo
que parte do feixe é refletido (elétrons secundários de baixa energia (50 eV)) e
coletado por um detector que converte este sinal em imagens topográficas de
alta resolução [46].
Esta técnica é importante no estudo da morfologia dos
eletrodepósitos, pois se pode verificar a presença ou não de defeitos na
superfície, tais como trincas e orifícios e também o grau de recobrimento do
substrato.
3.2.2 - Espectroscopia de Dispersão de Raios-X (EDX)
A espectroscopia de dispersão de raios-X (EDX), conhecida
também por espectroscopia por dispersão de energia (EDS), é muito importante
na análise dos filmes depositados, pois esta permite verificar informações acerca
da composição química do eletrodepósito, ou seja, se houve incorporação do
aditivo presente no banho de deposição ou de outros metais ou impurezas. Pode-
se ainda verificar quantitativamente a presença dos elementos na amostra de
interesse. O limite de detecção do EDX está na faixa de 0,1% a 0,5%.
Quando o feixe de elétrons atinge a amostra, seus átomos são
excitados e, ao voltarem para o estado fundamental, emitem fótons com energias
CAPÍTULO 3 – Técnicas Eletroanalíticas e Físicas
26
características do átomo. Os fótons são assim identificados em termos de sua
energia e contados pelo detector de raios-X localizado dentro da câmara de
vácuo do microscópio eletrônico de varredura. Desta forma o conjunto
hardware e software do sistema gera o espectro relativo ao número de contagens
em função da energia, em keV, identificando os elementos químicos presentes
na amostra [47].
3.2.3 - Espectroscopia de Difração de Raios-X (DRX)
A difração de raios-X consiste na incidência de um feixe de raios-X
sobre um conjunto de planos cristalinos (amostra), cuja distância interplanar é d.
O ângulo de incidência do feixe é θ. Os feixes refletidos por dois planos
subseqüentes apresentam o fenômeno da difração. A lei de Bragg (2d senθ = nλ)
desempenha papel fundamental no uso da difração de raios-X para estudos
cristalográficos.
Para amostras de filmes de pouca espessura utiliza-se ângulo
rasante de incidência, no qual o feixe de raios-X incide com ângulo θ (por
exemplo, θ = 2°) com a amostra em posição fixa e o detector gira 2θ [48].
CAPÍTULO 4 – Equipamentos, materiais e métodos
27
CAPÍTULO 4 – Equipamentos, materiais e métodos
4.1- Reagentes e materiais
Os reagentes utilizados no preparo dos banhos de deposição de
níquel foram: NiSO
4
.6H
2
O, NiCl
2
.6H
2
O, H
3
BO
3
, EDTA (sal dissódico,
Na
2
H
2
Y.2H
2
O) e BTAH (C
6
H
5
N
3
), sendo todos estes da marca Merck, exceto
NiSO
4
.6H
2
O que é da marca Riedel-de-Haen e o EDTA que é Mallinckrodt.
Foram utilizados ainda os seguintes reagentes: HCl, H
2
SO
4
, HNO
3
,
KCl e NaOH. A água usada no preparo das soluções foi destilada e deionizada.
Os eletrodos de Pt foram polidos com alumina 0,3 µm e 1 µm.
4.2- Eletrodos e célula
Os estudos do processo de deposição e dissolução foram realizados
em uma célula eletroquímica de vidro do tipo Methron, com tampa para três
eletrodos. Os eletrodos utilizados nesta célula foram:
Eletrodo de trabalho: disco de Pt, com área superficial de 0,196 cm
2
e
disco de Ni com área superficial de 0,332 cm
2
;
Eletrodo de referência: eletrodo calomelano-Hg/Hg
2
Cl
2
(KCl 0,1 mol L
-1
);
Contra-eletrodo: placa de Pt.
4.3- Equipamentos
4.3.1- Potenciostato/galvanostato
Utilizou-se um potenciostato/galvanostato PARC modelo 173,
acoplado ao conversor de sinais analógico-digital. Também foram realizadas
medidas eletroquímicas no potenciostato/galvanostato GAMRY PCI-4 750 mA.
4.3.2- Sistema de eletrodo rotatório
CAPÍTULO 4 – Equipamentos, materiais e métodos
28
Os estudos hidrodinâmicos foram realizados por meio do sistema de
disco rotatório EG & G modelo 636.
4.3.3- MEV, EDX e DRX
As análises dos depósitos por MEV e EDX foram realizadas com o
microscópio Philips XL 30-FEG e ELX Oxford, respectivamente. Também foram
realizadas análises no Zeiss DSM 940 A. As análises por DRX foram realizadas no
difratômetro de raios-X Rigaku Rotaflex RU200B, a partir de radiação Cu Kα
filtrada (1,5405 Å) em 50 kV, 100 mA e varredura de 2θ (fixando-se θ = 2º).
4.4-
Ajuste de pH das soluções
O pH das soluções de níquel preparadas a partir de: NiCl
2
.6H
2
O,
NiSO
4
.6H
2
O, H
3
BO
3
e BTAH e/ou EDTA é de 2,6. Os pH foram ajustados com
solução de NaOH 1,0 x 10
-1
mol L
-1
até 5,0 e 6,0 utilizando-se um pHmetro
B474 Micronal.
4.5- Preparo das soluções
As soluções utilizadas no presente estudo foram preparadas em
temperatura ambiente (em torno de 23°C), sob pH controlado, consistindo
fundamentalmente de NiCl
2
0,33 mol L
-1
, NiSO
4
0,22 mol L
-1
e H
3
BO
3
0,13 mol
L
-1
(tipo Watts). O aditivo BTAH foi adicionado em diferentes concentrações:
1,0 x 10
-3
, 1,0 x 10
-2
e 1,0 x 10
-1
mol L
-1
, enquanto que o EDTA foi adicionado
nas concentrações: 1,0 x 10
-3
e 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. O pH das soluções foi variado
entre os valores: 2,6, 5,0 e 6,0 na presença de BTAH e ausência de aditivo. O
pH das soluções na presença de EDTA foi fixado em 6,0, sendo este também o
pH das soluções contendo os dois aditivos.
4.6- Otimização do eletrodo de trabalho
CAPÍTULO 4 – Equipamentos, materiais e métodos
29
O eletrodo de Pt foi polido com alumina 0,3 µm e 1 µm,
mergulhado por alguns segundos em solução sulfonítrica (HNO
3
/H
2
SO
4
) e
posteriormente lavado com água deionizada previamente às medidas
eletroquímicas.
O eletrodo de Ni foi polido com lixa 1200 e lavado com água
anteriormente à realização das medidas eletroquímicas.
4.7- Preparo das amostras para análise por MEV, EDX e DRX
Os depósitos de níquel para as análises por MEV, EDX e/ou DRX
foram obtidos cronoamperometricamente (fixando-se o E
d
) ou
cronopotenciometricamente (fixando a j
dep
) sobre substrato de Pt, sendo este um
eletrodo removível. Os discos de Pt removíveis foram então levados para a
pulverização de ouro, e em seguida as análises foram realizadas no microscópio
eletrônico. Os depósitos de níquel analisados por DRX não precisaram ser
recobertos com ouro.
CAPÍTULO 4 – Equipamentos, materiais e métodos
30
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
31
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
5.1- Estudo do efeito do benzotriazol no processo de
eletrodeposição de níquel
5.1.1- A escolha da concentração do aditivo
FIGURA 5.1 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt a partir da solução:
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. Diferentes
concentrações de BTAH e na ausência do aditivo. pH ~ 2,6. E
λ
= -1,5 V,
ν
= 10
mV s
-1
.
A Figura 5.1 mostra as curvas voltamétricas do processo de
deposição e dissolução de níquel sobre Pt a partir das soluções de íons Ni
2+
contendo diferentes concentrações de BTAH. Estes resultados levam a inferir
que este aditivo reduziu a velocidade do processo, em quaisquer das
concentrações empregadas, uma vez que as densidades de corrente de pico
foram reduzidas para aproximadamente metade do valor na ausência de BTAH.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
32
O processo catódico foi semelhante em todas as concentrações de BTAH, assim
como o processo anódico, no qual se observou três picos de dissolução, os quais
serão descritos em seções posteriores. Apenas na presença de BTAH 1,0 x 10
-1
mol L
-1
o processo anódico diferiu dos demais, ou seja, apenas um pico de
dissolução pode ser observado.
A caracterização morfológica dos depósitos de níquel obtidos a
partir de soluções de Ni
2+
contendo diferentes concentrações de BTAH foi
realizada por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV).
FIGURA 5.2 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamante a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) sem BTAH, (b) BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (c)
BTAH 1,0 x 10
-2
mol L
-1
e (d) BTAH 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. E
d
= -1,4 V e q
d
= 2 C
cm
-2
. 5000 x.
(a) (b)
(c)
(d)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
33
Por meio das micrografias dos filmes de níquel (Fig. 5.2) pode-se
inferir que tanto na presença quanto na ausência do aditivo os depósitos
apresentaram-se trincados. Pode-se verificar que a presença de BTAH não
favoreceu o desaparecimento das trincas, sendo que para BTAH 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
as trincas obtidas foram mais suaves. Na verdade, com o aumento da
concentração do mesmo, as trincas foram acentuadas.
Avaliou-se também a estabilidade das soluções contendo o aditivo
de interesse. As soluções contendo BTAH 1,0 x 10
-1
mol L
-1
e BTAH 1,0 x 10
-2
mol L
-1
eram bastante turvas e
apresentaram corpo de fundo quando deixadas em
repouso, já a solução contendo BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
apresentou-se límpida e
de coloração verde pela presença de íons Ni
2+
. Portanto, a concentração de
BTAH afetou a estabilidade das soluções, uma vez que as mesmas foram
preparadas sob iguais condições experimentais (temperatura ambiente em torno
de 23ºC).
Pode-se verificar por meio dos resultados obtidos, que a solução
contendo BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
foi estável e o filme obtido a partir da mesma
apresentou trincas suavizadas com respeito às outras concentrações de BTAH.
Outras condições de pH, ou seja, valores de pH mais elevados que
2,6 (até ~ 6,0), para as maiores concentrações de BTAH (1,0 x 10
-2
mol L
-1
e 1,0
x 10
-1
mol L
-1
), também não favoreceram a estabilidade das soluções.
Portanto, levando-se em conta os resultados acima, a solução
contendo BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
foi selecionada para a realização dos estudos
a seguir.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
34
5.1.2- Estudo do processo de eletrodeposição de níquel na ausência
e na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
A Figura 5.3 mostra o estudo voltamétrico na ausência e na
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Como analisado anteriormente (Fig. 5.1),
no processo catódico a densidade de corrente (j) na presença do aditivo é
praticamente metade do valor na ausência do mesmo, ou seja, o BTAH reduziu a
densidade de corrente do processo de deposição de níquel. Também, o
sobrepotencial de deposição na presença do aditivo está deslocado para valor
mais catódico (E = -1,05 V) quando comparado na ausência do mesmo (E = -
0,95 V). Provavelmente este aditivo, durante o processo de deposição, age pelo
mecanismo dirt, ou seja, segundo este mecanismo as moléculas de BTAH agem
como impurezas adsorvendo na superfície do eletrodo deslocando o potencial de
deposição para valores mais negativos e reduzindo a velocidade da reação no
eletrodo [49].
FIGURA 5.3 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. ( ) BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
, ( ) ausência de BTAH. pH 2,6. E
λ
= -1,5 V, ν = 10 mV s
-1
.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
35
Na varredura anódica pode-se verificar três picos, tanto na presença
quanto na ausência de BTAH, porém na presença do aditivo estes picos estão
deslocados para valores mais positivos. Este resultado nos leva a sugerir que o
BTAH estaria provavelmente dificultando a dissolução do depósito de níquel.
5.1.2.1- Estudo do processo de deposição pela técnica da
varredura reversa
Para melhor caracterizar o processo de deposição e dissolução de
níquel, aplicou-se a técnica da varredura reversa, cuja varredura foi invertida em
diferentes potenciais de corte (E
λ
= -1,1 V, -1,3 V e -1,5 V) na presença de
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e na ausência do mesmo (Fig. 5.4). Os três picos
anódicos deste intervalo de potenciais podem ser atribuídos às diferentes fases
cristalográficas de níquel presentes [50-51]. O pico a
1
pode ser atribuído à
dissolução de Ni puro; a
2
refere-se à dissolução de α-Ni, fase pobre em
hidrogênio, a qual é uma solução sólida de H em Ni com proporção atômica
H/Ni máxima de 0,03, e a
3
pode ser atribuído à dissolução de β-Ni, fase rica em
hidrogênio, sendo esta uma liga formada por átomos de H intersticiais e Ni com
relação atômica H/Ni máxima de 0,6. Pode-se verificar que o pico a
3
surge após
o pico a
2
na varredura anódica, e sua intensidade aumenta quanto mais negativo
o sobrepotencial de deposição, pois a estabilidade da fase rica em hidrogênio β-
Ni é maior em elevados sobrepotenciais, sendo que em regiões de significativa
REH o depósito apresenta mais H
ads
, intensificando então o pico a3. Como visto
anteriormente na Fig. 5.3, na presença de BTAH estes picos foram deslocados
para valores mais positivos de potenciais, pois o BTAH deve estar adsorvendo
na superfície do filme, dificultando o processo de dissolução.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
36
FIGURA 5.4 - Curvas voltamétricas sobre Pt a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) ausência de BTAH. pH 2,6. Efeito dos potenciais limites (E
λ
). ν =
10 mV s
-1
.
Para E
λ
= -1,1 V na presença de BTAH, não houve formação dos
três picos anódicos, fato este devido ao não aparecimento da fase rica em
hidrogênio, β-Ni, nos momentos iniciais do processo de deposição de níquel,
uma vez que nos estágios iniciais, a formação de α-Ni é predominante. Na
ausência de BTAH a relação entre os picos permaneceu praticamente inalterada
nos diferentes E
λ
, porém houve modificações nas intensidades dos mesmos, uma
vez que na ausência de BTAH o processo anódico não foi dificultado. No
entanto, além da formação das três fases cristalográficas de níquel outros
processos anódicos paralelos a estes poderão estar ocorrendo, o que será mais
bem analisado na seção 5.1.2.3.
A estabilidade da fase β-Ni é mais elevada quanto mais negativo o
potencial limite, no qual mais íons H
+
são reduzidos na superfície de níquel,
tanto na ausência quanto na presença de BTAH, aumentando assim a intensidade
de a
3
[50-51]. Pode-se verificar na Fig. 5.4 que para E
λ
=
-1,5 V o pico
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
37
correspondente à fase β-Ni aumenta significativamente, pois a reação de
evolução de hidrogênio é bastante efetiva e contribui para a formação desta fase.
Verifica-se também que para o potencial de -1,1 V, ou seja, início
do processo de deposição, na ausência e presença de BTAH, não houve um
aumento da corrente (em módulo) quando se inverteu a varredura e nem a
presença de loop de nucleação, porém uma fina camada de níquel foi observada,
não somente a olho nu, mas também um pico anódico foi obtido (Fig. 5.4).
Provavelmente os núcleos de níquel formados possuem rugosidade semelhante à
do substrato de Pt.
Para verificar se as três fases cristalográficas de níquel sempre
ocorrem, tanto na ausência com na presença de BTAH, inverteu-se a varredura
em -1,0 V.
Na Figura 5.5, para este potencial pode ser verificado dois
processos anódicos, sendo estes correspondentes à dissolução de uma pequena
fração de Ni e de α-Ni; corroborando o reportado na literatura por SARABY-
REINTJES e FLEISCHMANN e PROUD et al. [50, 34], ou seja, em regiões de
baixa evolução de hidrogênio a presença de α-Ni pode ser observada. Portanto,
pode-se inferir destes resultados que para potenciais menos negativos que -1,1
V, não há a presença de β-Ni (fase rica em hidrogênio). Também deve ser
ressaltado que o segundo processo anódico pode corresponder à formação de
óxido de níquel (~ +1,36 V) paralela à dissolução de α-Ni, o que será mais bem
discutido na seção 5.1.2.3.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
38
FIGURA 5.5 - Curvas voltamétricas sobre Pt a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) ausência de BTAH. pH 2,6. E
λ
= -1,0 V. ν = 10 mV s
-1
.
5.1.2.2- Estudo do efeito do pH no processo de deposição e
dissolução de níquel
Para avaliar o efeito do pH no processo de deposição e dissolução
de níquel, variou-se o pH das soluções tanto na presença quanto na ausência de
BTAH (Fig. 5.6). Como já mencionado na seção 4.4, o pH das soluções
eletrolíticas contendo Ni
2+
é de 2,6. Então para realizar o estudo da influência do
pH no processo de deposição e dissolução de níquel na presença e na ausência
de BTAH, o pH destas soluções foram ajustados para 5,0 e 6,0.
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
39
FIGURA 5.6 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir das soluções
(a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0
x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol
L
1
. Diferentes pH. E
λ
= -1,5 V, ν = 10 mV s
-1
. Gráficos inseridos em (a) e (b):
ampliação do início do processo de deposição de níquel.
A Figura 5.6 mostra os voltamogramas obtidos na presença e na
ausência de BTAH em diferentes pH da solução eletrolítica. Pode-se inferir dos
resultados que o processo catódico tanto na presença quanto na ausência do
aditivo não sofreu grandes alterações, pois os valores de j permaneceram
praticamente inalterados com o aumento do pH.
VALLÉS et al. [18] reportaram que em baixos valores de pH, a fase
β-Ni é dominante, pois nestas condições a concentração de H
+
é suficiente para
produzir H
2
e para obter um depósito rico em H ao mesmo tempo. Averiguaram
também que em valores de pH mais elevados, devido à baixa concentração de
H
+
, pouquíssimo H é incluso no depósito e então a fase pobre em hidrogênio é
dominante. Esta análise pode ser válida para os depósitos na presença de BTAH,
porém deve ser ressaltado que em elevados sobrepotenciais, como E
λ
= -1,5 V, a
formação de β-Ni é favorecida.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
40
No processo anódico na ausência de BTAH, para valores de pH
mais elevados não houve a formação de Ni puro, uma vez que o pico a
1
de
dissolução referente a esta espécie não aparece nos voltamogramas para este E
λ
e também para E
λ
mais negativos que -1,5 V não mostrados na Fig. 5.6.
Pode ser observado também, por meio do gráfico inserido na Fig.
5.6 (a) que com o aumento do pH, a deposição inicia em sobrepotenciais menos
negativos, o que sugere a formação de hidróxidos de Ni(II) favorecendo o
processo de deposição. O mesmo é válido na ausência do aditivo [18].
5.1.2.3- Relação entre as cargas anódicas e catódicas (Q
a
/Q
c
) do
processo de deposição de níquel na presença e na
ausência de BTAH
A variação da relação entre as cargas anódica e catódica obtidas
durante o processo de deposição e dissolução voltamétrico de níquel, na
ausência e na presença de BTAH, em função do E
λ
é mostrado na Fig. 5.7.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
41
FIGURA 5.7 - Variação de Q
a
/Q
c
do processo de deposição voltamétrico com o
potencial limite (E
λ
) para soluções contendo diferentes concentrações de BTAH
e na ausência do aditivo. pH = 2,6.
Deve ser mencionado que as cargas catódicas foram da ordem de
10
-2
C e que as cargas anódicas, sempre determinadas até o potencial de + 2,0 V
(para garantir a dissolução total dos depósitos), foram da ordem de 10
-1
C. Pode
ser verificado que a razão Q
a
/Q
c
diminui quanto mais negativo o E
λ
, porém para
as soluções contendo BTAH 1,0 x 10
-2
mol L
-1
e
BTAH 1,0 x 10
-1
mol L
-1
, as
razões Q
a
/Q
c
permanecem praticamente constantes e em baixos valores. Para a
solução contendo BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e na ausência do mesmo, o
comportamento foi bastante similar, e como já mencionado anteriormente, as
razões Q
a
/Q
c
decaíram quanto mais catódico o processo, ou seja, quanto mais
negativo o E
λ
. A partir de E
λ
~ -1,4 V, todas as razões Q
a
/Q
c
tornaram-se
constantes e de mesmo valor para todas as soluções eletrolíticas. Nesta região de
potenciais há elevada evolução de H
2
e as três fases cristalográficas de níquel
estão presentes. Como será descrito a seguir, grande parte da carga anódica é
devida à fase β-Ni, rica em hidrogênio que tem suas condições favorecidas em
elevados sobrepotenciais de deposição e alta evolução de H
2
.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
42
As razões Q
a
/Q
c
, obtidas voltametricamente, possuem influência da
reação de evolução de H
2
, pois parte da corrente do processo é devida também a
esta reação paralela à redução de níquel.
FIGURA 5.8 - Variação da carga anódica (Q
a
) com o potencial limite (E
λ
) para
soluções contendo diferentes concentrações de BTAH e na ausência do aditivo.
pH = 2,6.
Para melhor entender o efeito do BTAH no processo de dissolução,
analisou-se a carga anódica (Q
a
) em função do E
λ
. Pode ser observado que na
presença de BTAH, os valores de Q
a
são bastante baixos e praticamente não
variaram, em todas as concentrações do aditivo. Na ausência de BTAH, a Q
a
elevou-se quando o potencial tornou-se mais negativo. Estes resultados nos
levam a inferir que o BTAH modificou os momentos finais do processo de
deposição de níquel, ou seja, modificou o processo na região de sobrepotenciais
mais negativos, levando à diminuição dos valores de Q
a
em potenciais mais
negativos, ou melhor, manteve os valores de Q
a
praticamente constantes. Estes
resultados podem ser explicados considerando-se a formação da fase β-Ni, e
como pode ser verificado na Fig. 5.4 (b), na ausência de BTAH, a fase β-Ni é
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
43
predominante nesta região de potenciais mais negativos, pois grande parte da Q
a
é devida à dissolução de β-Ni. Portanto, pode ser concluído que na presença de
BTAH, esta fase rica em hidrogênio não contribuiu da mesma forma que na
ausência do mesmo durante o processo de dissolução.
FIGURA 5.9 - Variação da razão entre Q
a
/Q
c
para o processo de deposição
voltamétrico com o potencial limite (E
λ
) para soluções com diferentes pH. (a)
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) ausência do aditivo.
Para averiguar se existe influência do pH no processo de deposição
determinou-se Q
a
/Q
c
em soluções com diferentes valores de pH, tanto na
presença quanto na ausência do aditivo. De um modo geral, obteve-se
comportamento similar para todas as soluções. As razões Q
a
/Q
c
decresceram
quanto mais negativo foi o valor de E
λ
, entretanto nos estágios iniciais do
processo, na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, em pH maior que 2,6,
obteve-se maior razão Q
a
/Q
c
. Na ausência de BTAH, não houve alterações
consideráveis para os diferentes pH estudados.
Portanto, na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, melhores razões
Q
a
/Q
c
foram obtidas nos momentos iniciais do processo, e por meio do estudo
das cargas anódicas, verificou-se que o BTAH modificou os momentos finais do
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
44
processo de deposição, região na qual a fase β-Ni é predominante. Em valores
de pH mais elevados, maiores valores de Q
a
/Q
c
foram obtidos na presença do
aditivo. Na ausência de BTAH, as razões Q
a
/Q
c
foram praticamente iguais nos
diferentes pH da solução de deposição e grande parte de sua carga anódica é
devida à presença de β-Ni. As razões Q
a
/Q
c
podem ser mais bem avaliadas se
não houver influência de reações paralelas à redução de níquel.
Finalmente, como pode ser averiguado nas Figs. 5.7 e 5.9, as
relações Q
a
/Q
c
foram maiores que 1. Então, tomando-se como exemplo um
potencial bastante negativo, ou seja, -1,8 V, as reações que ocorrem na varredura
catódica são: evolução de H
2
, deposição das diferentes formas cristalográficas de
níquel e formação de hidróxidos de níquel. Na varredura anódica, as espécies de
níquel se dissolvem. Como conseqüência das reações paralelas à deposição de
níquel, a relação Q
a
/Q
c
deveria ser menor que 1, porém, na varredura anódica
tem-se também a formação de óxido de níquel a partir de íons Ni
2+
(como pode
ser visto na Fig. 5.10), oxidação de H
2
O a O
2
e possivelmente oxidação de Cl
-
a
Cl
2
. Então, como conseqüência destas reações, a relação Q
a
/Q
c
é realmente
maior que 1.
Já para um potencial de deposição não tão negativo como -1,8 V,
por exemplo, -1,0 V, a relação Q
a
/Q
c
é muito maior que 1 (Figs. 5.7 e 5.9). Neste
caso, na varredura catódica tem-se: deposição de níquel e α-Ni; formação de
hidróxidos de níquel e evolução de H
2
não significativa. Então a quantidade de
espécies de níquel depositadas (Ni e α-Ni) é maior do que para potenciais mais
negativos, cuja a evolução de H
2
e a formação de hidróxidos de níquel são
significativas com respeito à deposição de Ni, α-Ni e β-Ni (em -1,8 V). Na
varredura anódica as reações se devem à dissolução de Ni, α-Ni, à formação de
óxido de níquel a partir de íons Ni
2+
; oxidação de H
2
O a O
2
e possivelmente
oxidação de Cl
-
a Cl
2
.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
45
FIGURA 5.10 - Curva voltamétrica sobre Pt a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
Direção da varredura de potenciais: de 0,0 V para + 1,5 V e de + 1,5 V para 0,0
V. Gráfico inserido: curva voltamétrica anódica.
ν
= 10 mV s
-1
. pH 2,6.
A Figura 5.10 mostra a curva voltamétrica anódica e catódica do
eletrodo de platina na solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
para se averiguar a presença de reações
paralelas ao processo de dissolução de níquel tal como a formação de óxidos
deste metal. Pode-se verificar na varredura em direção a potenciais positivos um
pico anódico (E
p
= ~ +1,37 V), o qual corresponde provavelmente à formação de
óxido de níquel [52]. A curva voltamétrica inserida nesta Fig. mostra melhor a
formação deste óxido e após a formação do mesmo a densidade de corrente
aumenta devido à oxidação de H
2
O a O
2
e também possivelmente à oxidação de
Cl
-
a Cl
2
. Na varredura em direção a potenciais negativos pode-se observar a
redução deste óxido. Registrou-se também curvas voltamétricas em direção a
potenciais mais positivos sobre o eletrodo de níquel a partir da solução NiSO
4
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
46
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
, porém não se obteve a formação de picos anódicos.
Portanto, pode-se concluir que na ausência destas reações paralelas
aos processos anódico e catódico, as razões Q
a
/Q
c
seriam iguais a 1. Como
mencionado na seção 5.1.2.1, quando a deposição voltamétrica de níquel é
realizada até E
d
= -1,0 V dois processos anódicos ocorrem, sendo o segundo
devido à dissolução de α-Ni (~ +1,37 V), sendo assim pode-se concluir que a
dissolução de α-Ni ocorre paralelamente à formação do óxido de níquel. Este
processo de formação do óxido está presente também na dissolução dos filmes
de níquel obtidos voltametricamente até diferentes potenciais finais contribuindo
significativamente para o aumento da carga anódica e assim elevando a relação
Q
a
/Q
c
.
5.1.2.4- Reação de evolução de hidrogênio (REH)
Como reportado por GABE [53], durante a eletrodeposição de
metais a partir de soluções aquosas, podem ocorrer três tipos de reações:
1. Deposição do metal:
M
z+
+ z e
-
M
0
(1)
2. Evolução de H
2
:
2 H
+
+ 2 e
-
H
2
ou 2 H
2
O + 2 e
-
H
2
+ 2 OH
-
(2)
3. Redução do íon metálico:
M
z+
+ e
-
M
(z-1)+
(3)
Outras reações catódicas podem ocorrer, porém podem ser
desfavoráveis por fatores termodinâmicos e/ou cinéticos ou são dependentes de
combinações químicas e físicas especiais. Soluções em que a reação (1) é
dominante têm eficiência de corrente catódica que tende a 100% e a eficiência
de corrente catódica cai quando a densidade de corrente torna-se maior.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
47
Soluções em que a reação (2) domina, possuem baixa eficiência de corrente
catódica ou quase zero para alguns metais como Al e Ti.
Geralmente, alguns parâmetros que elevam a evolução de
hidrogênio também podem aumentar a absorção de hidrogênio na superfície do
substrato metálico. Os fatores eletroquímicos de importância são: metal
considerado; o pH da solução; a densidade de corrente empregada; a
temperatura da solução e a eficiência de corrente catódica.
Pode-se concluir então que a absorção de hidrogênio é maior para
densidades de corrente mais elevadas, menores temperaturas e pH, corroborando
com os resultados obtidos anteriormente, os quais pode-se verificar que a
presença de β-Ni (presença de H intersticial no depósito) é favorecida em
valores de pH mais baixos e α-Ni (pouco H intersticial) é favorecida em
menores sobrepotenciais e regiões de baixa evolução de H
2
.
ORINAKOVA et al. [1] discutiram que a REH sempre ocorre
durante a eletrodeposição de níquel em solução aquosa, e dois mecanismos são
geralmente aceitos para esta reação:
I. M + H
+
+ e
-
M-H
ads
(4)
2 M-H
ads
2 M + H
2
(5)
II. M-H
ads
+ H
+
+ e
-
M + H
2
(6)
A reação (4) representa uma etapa de adsorção, em que uma ligação
química é formada M-H
ads
. A maior parte do H adsorvido reage para liberar
moléculas e é seguido por um estágio de desorção, como representado pela
reação (5). A reação (6) implica no envolvimento de um segundo próton. Uma
pequena proporção de hidrogênio adsorvido é adsorvida nos retículos metálicos,
resultando em formas hidrogenadas de níquel eletrodepositado (α-Ni e β-Ni).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
48
FIGURA 5.11 - Curvas voltamétricas na ausência de íons Ni
2+
a partir das
soluções branco: ( ) H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, ( )
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) eletrodo de trabalho de Pt, A = 0,196 cm
2
, (b) eletrodo
de trabalho de Ni, A = 0,332 cm
2
. ν = 10 mV s
-1
.
A Figura 5.11 apresenta os voltamogramas catódicos típicos para
eletrodos de Pt e Ni, (a) e (b), respectivamente. Este estudo foi realizado a partir
de soluções sem íons Ni
2+
(soluções branco) para verificar a contribuição da
reação paralela à redução destes íons, a reação de evolução de hidrogênio
(REH). Observa-se que o desprendimento de H
2
se inicia sobre o substrato de Pt
em ~ -0,4 V, enquanto que sobre Ni em ~ -0,8 V, tanto para a solução branco
contendo BTAH quanto para aquela sem o aditivo. Sendo assim, os diferentes
substratos foram ordenados de acordo com o seu potencial de evolução de
hidrogênio da seguinte maneira: Ni > Pt. Por meio destes resultados, pode-se
inferir que a REH afeta o processo de redução de níquel desde os momentos
iniciais, uma vez que a REH se inicia em -0,4 V e a deposição de níquel começa
a ocorrer em -1,0 V sobre o substrato de Pt (eletrodo de trabalho), concluindo-se
então que a REH contribui para densidade de corrente de deposição de níquel
durante todo o processo. Entretanto, apesar desta contribuição à densidade de
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
49
corrente pela REH, esta representa apenas uma pequena porcentagem no valor
total de densidade de corrente. Pode-se ainda observar que na presença de
BTAH, para um mesmo potencial, a j é praticamente metade do valor alcançado
na ausência do aditivo.
As curvas voltamétricas anódicas a partir das soluções branco nos
diferentes substratos também foram registradas, porém não se obteve picos
anódicos.
Por meio destes resultados pode-se concluir que o BTAH contribuiu
para a inibição da REH sobre os substratos utilizados, pois provavelmente suas
moléculas estão adsorvidas na superfície do eletrodo. Também, as Figs. 5.7 e 5.9
nos levam a inferir que a evolução de H
2
é uma reação paralela à redução dos
íons Ni
2+
sobre Pt.
5.1.2.5- Estudo do processo de deposição em diferentes velocidades
de varredura (ν)
Para melhor entendimento do processo de deposição na presença de
BTAH, realizou-se varreduras catódicas em diferentes ν. Pode-se verificar por
meio da Fig. 5.12 que j
p
aumenta com a ν.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
50
FIGURA 5.12 - Curvas voltamétricas a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
em
diferentes velocidades de varredura. pH = 6,0. E
λ
= -1,5 V.
A densidade de corrente de pico para redução de espécies solúveis
de Ni(II) pode ser descrita pela equação (1), a qual inclui a redução de espécies
solúveis para formar espécies insolúveis [54-55].
j
p
= 367 n
3/2
A C
0
D
1/2
ν
1/2
(1)
A Figura 5.13 mostra que j
p
aumenta com ν
1/2
, porém este aumento
não é linear, indicando então que o processo é quase-reversível nesta região.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
51
FIGURA 5.13 - Variação de j
p
com ν
1/2
. Solução eletrolítica: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0.
5.1.2.6- Estudo do processo de deposição utilizando eletrodo de
disco rotatório de platina
Também se investigou o controle cinético do processo de deposição
de níquel na presença de BTAH, por meio de experimentos utilizando um
eletrodo de disco rotatório de Pt a diferentes freqüências de rotação (
ω
= 2πf). A
Figura 5.14 mostra que as densidades de corrente de deposição são dependentes
da freqüência de rotação, ou seja, as j aumentam com o aumento da f, indicando
que o processo é controlado por transporte de massa [56].
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
52
FIGURA 5.14. Curvas voltamétricas a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
em
diferentes freqüências de rotação. pH = 6,0. E
λ
= -1,5 V e
ν
= 2 mV s
-1
.
5.1.3-
Estudo cronopotenciométrico do processo de
deposição de níquel na presença e na ausência de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
A Figura 5.15 apresenta os transientes E x t, na presença e na
ausência de BTAH em pH = 6,0. Pode ser observado que quanto maior a
densidade de corrente aplicada, mais negativo o potencial de redução.
Comparando-se estes transientes (E x t) com as curvas voltamétricas de
deposição (Fig. 5.4) pode-se verificar que os potenciais (intervalo de -1,0 V até
~ -1,5 V) correspondentes às densidades de corrente aplicadas durante o
processo de deposição cronopotenciométrico estão na mesma região de
potenciais da curvas voltamétricas (Fig. 5.4). Além do mais, o sobrepotencial
para o crescimento do filme de níquel é mais elevado na presença de BTAH
corroborando com os resultados da Fig. 5.4.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
53
Para a análise cronopotenciométrica, ou seja, corrente controlada,
depositou-se filmes de níquel com densidade de carga de 2 C cm
-2
, na ausência e
na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH = 6,0 e, posteriormente dissolveu-
se os mesmos voltametricamente em uma solução adequada para o processo,
HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
, em ν = 10 mV s
-1
. Assim, obteve-se a dissolução do
filme de níquel, livre de reações paralelas a este processo (formação óxido de
níquel e oxidação de cloreto), como as que ocorrem no estudo voltamétrico na
própria solução de deposição. Isto permitiu a determinação das eficiências sem
interferências das reações paralelas ao processo de dissolução.
FIGURA 5.15 - Transientes E versus t para diferentes correntes de deposição
para soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-
1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. pH = 6,0 e q
d
= 2 C cm
-2
.
A Figura 5.16 mostra as curvas voltamétricas de dissolução dos
filmes de níquel, depositados cronopotenciometricamente.
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
54
FIGURA 5.16 - Curvas voltamétricas de dissolução dos filmes de níquel em
solução de HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. (a) presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b)
ausência do aditivo. ν = 10 mV s
-1
.
Pode ser verificado na Fig. 5.16 dois picos de dissolução, tanto na
presença quanto na ausência de BTAH, os quais podem ser atribuídos à
dissolução de duas formas cristalográficas de níquel presentes no eletrodepósito.
As densidades de corrente do primeiro pico diminuíram com o
aumento da corrente aplicada (j
dep
) e conseqüentemente potencial de deposição
mais negativo. No entanto, para o segundo pico as densidades de corrente foram
constantes.
Pode-se verificar por meio das curvas voltamétricas de dissolução
dos eletrodepósitos (Eletroanalítica de Superfícies Sólidas) obtidos
cronopotenciometricamente que após o pico voltamétrico a corrente não caiu
abruptamente como seria esperado para a dissolução de depósitos com grãos de
mesma espessura. Vale lembrar que a solução utilizada para dissolução dos
depósitos (HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
) permitiu a dissolução total dos mesmos. Estes
resultados nos levam a inferir que os depósitos obtidos nestas condições de
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
55
densidade de corrente não são compostos de grãos de mesma espessura (como
poderá ser visto na seção 5.1.4).
A Figura 5.17 mostra a variação da eficiência do processo (Φ),
obtida sob as condições cronopotenciométricas, em função da densidade de
corrente empregada.
FIGURA 5.17 - Eficiência do processo de deposição cronopotenciométrica com
a densidade de corrente de deposição (j
dep
) para soluções contendo BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e na ausência do aditivo. pH = 6,0. Solução de dissolução: HCl 1,0
x 10
-1
mol L
-1
.
O perfil obtido na presença e na ausência de BTAH foi bastante
similar, sendo que a partir de j
dep
= ~ 12 mA cm
-2
, a eficiência tornou-se
constante e de valores próximos em comparação aos valores na presença e na
ausência de BTAH. Pode ser observado que o processo inicia com elevada
eficiência e sofre uma acentuada queda à medida que a j
dep
torna-se mais
negativa devido à significativa REH paralela ao processo de deposição.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
56
Pode-se verificar na Fig. 5.17 que para baixas j
dep
e na ausência de
BTAH, a eficiência foi maior que 1. Deve-se lembrar que quanto menor a j
dep
,
maior é o tempo para atingir q
d
= 2,0 C cm
-2
, ou seja, para j
dep
= 2,5; 5,0 e 7,5
mA cm
-2
os tempos de deposição foram de 13; 7 e 4,5 min. Sendo assim, maior a
possibilidade de hidrogênio molecular ter sido ocluído no eletrodepósito de
níquel durante o processo de deposição deste metal e portanto na varredura
anódica (dissolução do depósito na solução de HCl) este se oxida e como
conseqüência a carga anódica é maior que a catódica.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
57
5.1.3.1- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel
obtidos cronopotenciometricamente por MEV e EDX
Condições extremas foram escolhidas para o estudo morfológico
dos depósitos de níquel obtidos cronopotenciometricamente, ou seja, aplicou-se
uma j
dep
de baixo valor, cuja eficiência do processo é próxima de 100% e uma
j
dep
elevada, cuja eficiência obtida a partir desta condição é bastante inferior,
cerca de 20%. As j
dep
aplicadas na obtenção dos eletrodepósitos foram: 2,5 mA
cm
-2
e 25 mA cm
-2
.
FIGURA 5.18 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções: (a), (c) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH 6,0. (a) e (b)
j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, (c) e (d) j
dep
= 25 mA cm
-2
. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x.
(b)
(c) (d)
(a)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
58
A Figura 5.18 mostra as micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções na ausência e na presença de
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Pode ser observado que para j
dep
= 2,5 mA cm
-2
(Fig.
5.18 (a) e (b)), os filmes de níquel foram relativamente lisos, porém o filme na
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
apresentou pequenos cristalitos e aquele
obtido na ausência do aditivo apresentou manchas escuras em sua superfície.
Para j
dep
= 25 mA cm
-2
, ambos os filmes foram trincados, indicando
que para regiões cujas eficiências do processo de deposição são baixas e há
elevada REH, os depósitos obtidos apresentam trincas em toda sua extensão,
independente da presença ou não do aditivo.
TABELA 5.1. Porcentagens em massa de Ni, Cl e O nos filmes obtidos em
diferentes densidade de corrente de deposição, a partir da solução NiSO
4
0,22
mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: ausência e presença de
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
j
dep
= 2,5 mA cm
-2
j
dep
= 25 mA cm
-2
% em massa dos elementos
solução
Ni Cl O Ni Cl O
BTAH 0,001 mol L
-1
99,83 0,06 0,11 96,56 0,39 3,05
sem BTAH 99,38 0,22 0,40 96,77 0,35 2,88
Os filmes de níquel apresentaram em sua composição química
apenas Ni, C e O. Pode-se verificar que as porcentagens em massa dos
elementos presentes nos filmes obtidos em j
dep
= 2,5 mA cm
-2
e j
dep
= 25 mA cm
-
2
são bastante similares, tanto na presença quanto na ausência de BTAH.
Também, grandes quantidades em massa de Ni foram obtidas.
Os filmes à j
dep
= 25 mA cm
-2
, apresentaram pequena elevação das
porcentagens dos outros elementos, ou seja, Cl e O, com relação aos filmes
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
59
obtidos à j
dep
= 2,5 mA cm
-2
. Portanto, as porcentagens em massa de níquel
foram menores e a incorporação de O aos filmes aumentou, na presença e na
ausência de BTAH em j
dep
= 25 mA cm
-2
. Esta incorporação de O pode estar
relacionada à presença de hidróxidos de níquel nos filmes, elevando então as
porcentagens em massa de O.
5.1.4-
Análise morfológica dos depósitos de níquel obtidos
cronoamperometricamente por MEV
Os filmes de níquel foram obtidos cronoamperometricamante a
diferentes potenciais de deposição e com condições pré-definidas de carga, de
modo a se avaliar os efeitos do potencial de deposição, presença e ausência do
aditivo na morfologia destes filmes por MEV. A carga aplicada foi de 2 C cm
-2
e
os potenciais de deposição foram: -1,0 V (momentos iniciais do processo), -1,4
V (potencial intermediário) e -1,6 V (potencial cuja REH é mais intensa). O
aumento de 5000 x foi utilizado em todas as amostras.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
60
FIGURA 5.19 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d), (f) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. (a) e (b)
pH 2,6, (c) e (d) pH 5,0, (e) e (f) pH 6,0. q
d
= 2 C cm
-2
, E
d
= -1,0 V. 5000 x.
Por meio das micrografias dos depósitos de níquel obtidos em E
d
=
-1,0 V pode ser inferido que para pH = 2,6 obteve-se um depósito bastante liso e
(a)
(b)
(e)
(f)
(c)
(d)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
61
homogêneo, sem trincas ou orifícios e, quando se elevou o pH desta solução
eletrolítica para 5,0, houve o surgimento de trincas, porém em menor escala que
as que surgiram em pH = 6,0. Na presença de BTAH, observou-se
comportamento inverso. Em pH bastante ácido, há trincas na superfície do
depósito, e com o aumento para pH = 5,0 as trincas desapareceram, dando lugar
a um filme não compacto, pois algumas regiões não foram recobertas por
depósitos de níquel. Em pH = 6,0 obteve-se um filme liso e homogêneo, assim
como o obtido na ausência do aditivo em pH = 2,6, para este mesmo E
d
.
Para E
d
= -1,4 V pode ser verificado que na ausência de BTAH, em
pH = 2,6 (Fig. 5.20 (a)) o filme apresentou pequenas trincas, e com o aumento
do pH (Fig. 5.20 (c) e (e)) da solução eletrolítica, estas trincas praticamente
desapareceram, dando lugar a um depósito de níquel formado por cristalitos
irregulares não coalescidos sobre uma primeira camada de depósito.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
62
FIGURA 5.20 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d), (f) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. (a) e (b)
pH 2,6, (c) e (d) pH 5,0, (e) e (f) pH 6,0. q
d
= 2 C cm
-2
, E
d
= -1,4 V. 5000 x.
Na presença de BTAH, em pH = 2,6 (Fig. 5.20 (b)), pode ser
averiguada a presença de pequenas trincas, sendo estas menores que na ausência
do aditivo, para este mesmo pH (Fig. 5.20 (a)). Para pH = 5,0 (Fig. 5.20 (d)), o
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
63
filme apresentou-se sem trincas, no entanto com defeitos na forma de pequenos
orifícios irregulares. E, para pH = 6,0 (Fig. 5.20 (f)), o filme foi formado de uma
primeira camada lisa e sem trincas e sobre esta se pode verificar alguns
cristalitos dispersos, de forma globular e com diferentes tamanhos.
Em E
d
= -1,6 V, sendo este um potencial no qual ocorre
significativa evolução de H
2
paralela ao processo de deposição de níquel, pode
ser inferido das micrografias (Fig. 5.21) dos filmes de níquel, tanto na presença
de BTAH quanto na ausência do aditivo, que houve a formação de grandes
trincas na superfície dos depósitos, independente também do pH da solução
eletrolítica. Apenas para o filme obtido na ausência de BTAH em pH 2,6 (Fig.
5.21 (a)) pode-se verificar a presença de grandes orifícios.
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
64
FIGURA 5.21 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
; (b), (d), (f) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. (a) e (b)
pH 2,6, (c) e (d) pH 5,0, (e) e (f) pH 6,0. q
d
= 2 C cm
-2
, E
d
= -1,6 V. 5000 x.
As trincas observadas nos filmes obtidos na ausência de BTAH
podem ser resultantes de espécies inibidoras que são formadas na interface
(a)
(b)
(c)
(e)
(f)
(d)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
65
metal-solução devido a um aumento do pH do meio e também do potencial de
deposição. Deste modo, as modificações nas características dos depósitos estão
provavelmente relacionadas à adsorção de espécies na superfície do filme
obstruindo o crescimento do mesmo, levando assim ao aparecimento de trincas.
Estas espécies que adsorvem na superfície (inibidores) podem ser hidróxidos de
níquel ou H
ads
. A presença de H
ads
é proposta por VALLÉS et al. [18] a partir de
uma reação secundária de um intermediário Ni(I):
Ni(I) + H
+
+ e
-
Ni(I) + H
ads
ou
Ni(I) + H
2
O + e
-
Ni(I) + H
ads
+ OH
-
A formação da espécie H
ads
é favorecida em valores de pH mais
baixos, cuja deposição de níquel é acompanhada pela reação de evolução de H
2
,
porém com o aumento do pH do meio as espécies H
ads
permanecem adsorvidas e
a evolução de H
2
diminui e, como conseqüência da formação da espécie H
ads
,
um aumento repentino de pH na interface metal-solução pode causar a
precipitação local de hidróxidos de níquel sobre o depósito de níquel. A
formação destes hidróxidos pôde ser observada por inspeção visual (a olho nu)
quando se retirou o eletrodo de Pt da cela após deposição cronoamperométrica
de níquel (E
d
= -1,6 V), pois a superfície do mesmo era esverdeada, confirmando
a presença desta espécie inibidora.
Estes resultados levam a concluir que o depósito com melhor
morfologia na ausência de BTAH foi obtido em baixo potencial de deposição
(E
d
= -1,0 V) e baixo pH (2,6). HOLM e O’KEEFE [13] reportaram a obtenção
de um depósito liso e uniforme com o decréscimo do pH da solução para 2,0,
enquanto que para pHs mais elevados a morfologia resultante não foi
satisfatória, pois obtiveram depósitos escuros e trincados. Então os resultados
obtidos à E
d
= -1,0 V e baixo pH (2,6), na ausência de BTAH corroboram com
os de HOLM e O’KEEFE [13]. Por outro lado, para este mesmo E
d
a presença
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
66
de espécies inibidoras aumentou em pH 5,0 e 6,0, pois verificou-se que os filmes
contêm trincas e defeitos como orifícios.
Para outros E
d
mais negativos (-1,4 V e -1,6 V) e com o aumento do
pH (5,0 e 6,0), os filmes apresentaram maiores modificações em sua morfologia,
ou seja, maior número de trincas e orifícios, corroborando com a análise
proposta por VALLÉS et al. [18].
Deste modo, por meio dos resultados obtidos por MEV na ausência
de BTAH, pode ser concluído que a influência dos inibidores (H
ads
e hidróxidos
de níquel) é função do pH do meio e também do potencial de deposição
aplicado.
O depósito de níquel com melhor morfologia na presença de BTAH
foi obtido em E
d
= -1,0 V (corresponde aos momentos iniciais do processo de
deposição) e pH = 6,0. Devido à baixa concentração de H
+
, pouco hidrogênio é
incluso no filme neste pH. Além do mais, o BTAH provavelmente agiu inibindo
a formação das espécies inibidoras, que são presentes na ausência do aditivo, as
quais, dependendo do pH do meio e também do potencial de deposição aplicado
podem levar a formação de trincas (Fig. 5.21). Entretanto, trincas não foram
observadas para E
d
= -1,0 V e pH = 6 (Fig. 5.19 (f)). Sendo assim, estes
resultados levam a inferir que as moléculas de BTAH, por meio do mecanismo
dirt durante o processo, dificultam não apenas a difusão dos íons Ni
2+
em
solução, mas também a presença das mesmas na dupla camada dificulta além da
descarga dos íons Ni
2+
, a formação de H
ads
e hidróxidos de níquel.
Assim, por meio dos resultados obtidos, pode-se concluir que o
BTAH inibe a formação de H
ads
e de hidróxidos de níquel para os filmes
formados em E
d
= -1,0 V e pH = 6,0, o mesmo não acontecendo para filmes
obtidos no mesmo potencial e pH 2,6 e 5,0, para os quais trincas foram
observadas, levando a inferir então, que as espécies inibidoras podem
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
67
provavelmente se formar em pH 2,6 e 5,0, ou seja, o BTAH não conseguiu inibi-
las.
Como se pode verificar na Fig. 5.21 (b), (d) e (f), todos os filmes
obtidos em E
d
= -1,6 V, na presença de BTAH, apresentaram trincas
independente do pH do meio. Estas trincas provavelmente se devem à formação
das espécies inibidoras, pois para este potencial, mesmo em pH= 6,0, a evolução
de H
2
é significativa e o BTAH não consegue impedir a formação das espécies
inibidoras. A literatura reporta que a presença de Cl
-
pode levar à formação de
trincas nos depósitos [57]. Então, além das espécies inibidoras mencionadas
anteriormente, este ânion incorporado aos depósitos (ver seção 5.1.5) poderia
estar também levando à formação de trincas.
Pode-se concluir que o BTAH agiu como agente nivelador para a
condição de E
d
= -1,0 V e pH 6,0. O potencial de deposição aplicado está
diretamente relacionado com a morfologia dos filmes, como ocorre também no
caso da ausência de BTAH.
5.1.5- Análise da composição química dos depósitos de níquel
obtidos cronoamperometricamente por EDX
O estudo da composição dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente foi realizado por EDX, no qual os elementos
presentes em cada filme tiveram suas porcentagens em massa quantificadas.
As Tabelas 5.2 e 5.3 apresentam as quantidades em massa de Ni, Cl
e O obtidas para cada filme, na presença e na ausência de BTAH, nos diferentes
potenciais de deposição.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
68
TABELA 5.2 - Porcentagens em massa de Ni, Cl e O nos filmes obtidos em
diferentes potenciais de deposição, a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
com
diferentes pH.
TABELA 5.3 - Porcentagens em massa de Ni, Cl e O nos filmes obtidos em
diferentes potenciais de deposição, a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
com diferentes pH.
-1,0 V -1,4 V -1,6 V
% dos elementos em massa
pH
Ni Cl O Ni Cl O Ni Cl O
2,6 91,71 0,87 7,39 48,25 0,54 51,21 27,89 4,16 65,19
5,0 98,8 0,18 1,03 93,17 0,96 4,92 39,89 0,50 59,61
6,0 93,11 1,08 5,81 79,57 - 20,43 38,37 1,19 60,42
-1,0 V -1,4 V -1,6 V
% dos elementos em massa
pH
Ni Cl O Ni Cl O Ni Cl O
2,6 97,36 - 2,64 52,04 1,34 46,62 47,29 13,28 31,06
5,0 81,69 15,69 - 80,84 1,91 15,86 38,15 11,68 45,44
6,0 50,99 1,71 30,99 85,42 0,54 14,03 39,61 14,72 41,09
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
69
Além destes elementos apresentados nas Tabs. 5.2 e 5.3 pode-se
verificar a presença dos elementos C e S em alguns depósitos. As porcentagens
de C em massa foram 2,75 %, 8,36 % e 5,24 % para as condições: presença de
BTAH, pH 2,6, E
d
= -1,6 V; ausência de BTAH, pH 2,6, E
d
= -1,6 V e ausência
de BTAH, pH 6,0, E
d
= -1,0 V, respectivamente. As porcentagens de S em
massa foram 2,41 %, 4,72 %, 5,02 % e 4,56 %, para as condições: ausência de
BTAH, pH 5,0, E
d
= -1,0 V; ausência de BTAH, pH 5,0, E
d
= -1,6V; ausência de
BTAH, pH 6,0, E
d
= -1,0 V e S2, pH 6,0, E
d
= -1,6 V, respectivamente. Pode-se
verificar ainda que S foi preferencialmente incorporado aos filmes obtidos na
ausência de BTAH.
Pode-se verificar nas Tabs. 5.2 e 5.3 que os filmes contendo as
maiores quantidades em massa de Ni foram aqueles obtidos em E
d
= -1,0 V,
tanto na presença quanto na ausência de BTAH. Houve incorporação de Cl e O
ainda nestes filmes, porém em pequenas proporções.
O filme de níquel obtido em E
d
= -1,0 V a partir da solução sem
BTAH em pH 6,0 (Tab. 5.3) foi uma exceção dentre os casos apresentados, pois
sua porcentagem em massa de Ni foi aquém do esperado, tendo em vista a
composição dos outros filmes. Isto pode ser explicado pela presença de outros
elementos na amostra, tais como Cl e O além de C, S e Sn, em menores
quantidades. Com respeito ao Sn (5,31 % em massa), este deve ser proveniente
de alguma contaminação, que não sabemos a procedência. Por meio da Tab. 5.3
pode-se verificar que o elemento que mais contribui para a menor quantidade em
massa de Ni no filme obtido nesta condição é o O.
Pode ser visto também que quanto mais negativo o E
d
, menor a
porcentagem em massa de Ni nos depósitos, sendo que em E
d
= -1,6 V as
menores quantidades de Ni foram obtidas para todas as condições (Tabs. 5.2 e
5.3).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
70
A incorporação de Cl nos filmes foi favorecida para E
d
= -1,6 V.
Apenas para a solução sem BTAH em pH 5,0, a quantidade de Cl no depósito
obtido neste E
d
(-1,6 V) não foi a maior, pois houve incorporação de S (4,72 %
em massa) neste depósito, como pode ser visto no difratograma deste filme (Fig.
5.24 (c)), contribuindo assim para menor quantidade em massa dos outros
elementos presentes na amostra.
A incorporação de O aos filmes está diretamente relacionada ao
potencial de deposição, pois quanto mais negativo o E
d
, maior a incorporação de
O, tanto na presença quanto na ausência de BTAH. Para as soluções sem o
aditivo, em valores de pH mais elevados houve maior presença de O, pois como
já visto anteriormente, um aumento do pH do meio e do potencial de deposição
leva à inibição do processo, provocada por hidróxidos de níquel ou H
ads
, sendo
que um aumento repentino de pH na interface metal-solução pode causar a
precipitação local de hidróxidos de níquel na superfície do substrato [18].
Portanto, ocorre incorporação de hidróxidos de níquel nestes depósitos.
KARAYIANNI e PATERMARAKIS [57] reportaram inclusões de
Ni(OH)
2
, Cl
-
e Ni(OH)Cl nos eletrodepósitos de níquel. Então os resultados
anteriormente obtidos corroboram com os destes pesquisadores.
Tendo em vista o anteriormente exposto, as maiores porcentagens
em massa de níquel foram obtidas em E
d
= -1,0 V. A incorporação de O deve-se
principalmente à presença de hidróxidos de níquel no depósito. Cl advém do sal
de níquel utilizado para preparação da solução, no qual se utiliza NiCl
2
0,33 mol
L
-1
. Também, a presença de S (pode ser verificada nos difratogramas) em alguns
filmes provavelmente provém do sal NiSO
4
, utilizado na concentração 0,22 mol
L
-1
.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
71
5.1.5.1- Difratogramas de dispersão de raios-X
As Figuras a seguir apresentam os difratogramas dos mesmos
filmes de níquel que foram analisados por MEV e tiveram quantificadas as
porcentagens em massa dos elementos presentes por EDX, como discutido na
seção 5.1.5.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
72
FIGURA 5.22 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
: (a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c)
-1,6 V.
(a)
(b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
73
FIGURA 5.23 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 2,6. E
d
:
(a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c) -1,6 V.
(a)
(b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
74
FIGURA 5.24 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 5,0. E
d
: (a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c)
-1,6 V.
(a)
(b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
75
FIGURA 5.25 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 5,0. E
d
:
(a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c) -1,6 V.
(a)
(b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
76
FIGURA 5.26. Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 6,0. E
d
: (a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c)
-1,6 V.
(a)
(b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
77
FIGURA 5.27. Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0. E
d
:
(a) -1,0 V, (b) -1,4 V e (c) -1,6 V.
(a)
(b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
78
5.1.6- Análise da composição das fases dos depósitos de níquel
por DRX
Análises de difração de raios-X foram conduzidas de modo a
investigar a influência do BTAH na estrutura dos filmes de níquel. A Fig. 5.28
apresenta os difratogramas de raios-X dos depósitos de níquel obtidos a partir da
solução: (a) e (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-
1
, em pH 2,6 e 6,0, respectivamente e (c) e (d) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, também em pH 2,6 e
6,0, respectivamente, em E
d
= -1,0 V e q
d
= 2 C cm
-2
. As distâncias
cristalográficas observadas, d (hkl), foram comparadas com os valores das
distâncias esperadas descritas em JCPDS [58] as quais podem ser observadas na
Tab. 5.4.
Grande parte dos picos de difração podem ser atribuídos ao
substrato de Pt, em todos os depósitos. Os difratogramas (Fig. 5.28) mostraram
resultados similares, indicando a ocorrência de níquel de estrutura hexagonal
(Ni
h
) e níquel de estrutura cúbica (Ni
c
), além da Pt. As principais reflexões dos
depósitos de níquel foram: (011), (200), (220) e (311). Destes resultados pode
ser inferido que a presença do BTAH não alterou a composição de fase do
eletrodepósito de níquel, independentemente da acidez dos respectivos banhos
na presença deste aditivo.
Então se pode concluir que as morfologias destes eletrodepósitos
obtidos cronoamperometricamente, na presença e na ausência de BTAH (Fig.
5.19 (a), (b), (e) e (f)), foram diferentes devido à diferente composição química
(Tabs. 5.2 e 5.3). Embora a composição das fases tenham sido similares para
todos os depósitos, independente da presença ou não de aditivo, a possibilidade
de haver hidróxidos de níquel no depósito não está descartada, pois esta pode ser
de baixa cristalinidade e, portanto não ser detectada por DRX.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
79
TABELA 5.4 - Distâncias interplanares observadas, d (hkl), dos depósitos de
níquel obtidos cronoamperometricamente a E
d
= - 1,0 V e q
d
= 2 C cm
-2
, a partir
da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a)
pH 2,6 e (b) pH 6,0 na ausência de aditivo, (c) pH 2,6 e (d) pH 6,0 na presença
de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Os valores esperados (d
esp
) são dados em JCPDS
[58]. d
obs
: d
1
(hkl), d
2
(hkl), d
3
(hkl) e d
4
(hkl).
d
1
(hkl) (a) d
2
(hkl) (b) d
3
(hkl) (c) d
4
(hkl) (d) d
esp
Ni d
esp
Pt
2,270 (46) 2,267 (100) 2,268 (100) 2,265 (100) 2,265
(100)
2,030 (100)
h
2,025 (21)
h
2,027 (7)
h
2,029 (93)
h
2,033
(100)
1,964 (39) 1,965 (52) 1,964 (38) 1,961
(53)
1,761 (30)
c
1,752 (5)
c
1,757 (19)
c
1,762 (42)
1,386 (13) 1,388 (18) 1,386 (14) 1,387
(31)
1,240 (21)
c
1,247 (6)
c
1,246 (21)
1,183 (14) 1,184 (20) 1,183 (11) 1,182
(33)
1,133 (7) 1,132
(12)
1,133 (8)
h
1,131
(7)
1,062 (14)
c
1,060 (8)
c
1,062 (20)
0,981 (4)
h
0,980
(1)
0,899 (6) 0,900 (10) 0,900
(22)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
80
FIGURA 5.28 - Difratogramas dos depósitos de níquel sobre Pt obtidos em E
d
=
-1,0 V e q
d
= 2 C cm
-2
a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol
L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) pH 2,6 e (b) pH 6,0 na ausência de aditivo, (c) pH
2,6 e (d) pH 6,0 na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
(a) (b)
(c) (d)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
81
5.2- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de
soluções contendo baixa concentração de Ni
2+
A proposta inicial do presente trabalho era investigar o processo de
eletrodeposição de níquel a partir de soluções contendo baixas concentrações
deste metal visando à simulação de um efluente industrial derivado das
indústrias de galvanoplastia que por ventura venham a utilizar ou utilizam o
BTAH como aditivo. Para este estudo, abaixou-se as concentrações das soluções
eletrolíticas em 10 vezes, mantendo a concentração de BTAH em 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
.
A Figura 5.29 mostra as curvas voltamétricas obtidas na presença e
na ausência de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, a partir de uma solução 10 vezes mais
diluída que a solução empregada nos estudos anteriores.
FIGURA 5.29 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir da solução
NiSO
4
0,022 mol L
-1
+ NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
. ( ) BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
, ( ) ausência de BTAH. pH 2,6. E
λ
= -1,5 V, ν = 10 mV s
-1
.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
82
Pode-se verificar que as j alcançadas, tanto na presença quanto na
ausência de BTAH, são muito semelhantes (~ -6 mA cm
-2
para a varredura de 0
até -1,5 V). O processo anódico apresentou um pequeno pico em -0,5 V e um
ombro em ~ +0,80 V (na ausência de BTAH). Na presença de BTAH, dois
ombros: o primeiro na região de potenciais de 0,0 V a +0,75 V e o segundo com
início em ~ +0,80 V. Estes processos anódicos estão relacionados a oxidação do
níquel, da água e do ânion cloreto.
Como não se conseguiu definir picos anódicos como aqueles a
partir de soluções de níquel mais concentradas, efetuou-se a deposição de níquel
em E
d
= -1,6 V e q
d
= 3 C cm
-2
. Foi observada a formação de um eletrodepósito
muito rugoso e com coloração verde clara (Fig. 5.30). Deste modo pode-se
confirmar a formação do depósito a partir desta solução muito diluída e também
ter uma primeira idéia sobre aspecto e a coloração do mesmo. Além disso,
verificou-se a confirmação da precipitação de hidróxido de níquel.
FIGURA 5.30 - Fotografias do eletrodo de trabalho de Pt recoberto com
eletrodepósito de níquel.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
83
Para a comparação com os depósitos formados a partir de soluções
concentradas efetuou-se deposição neste mesmo potencial, porém com carga de
2 C cm
-2
, como pode ser verificado nas micrografias da Fig. 5.31.
FIGURA 5.31 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamante a partir da solução NiSO
4
0,022 mol L
-1
+ NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
. (a) sem BTAH e (b) BTAH 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
. E
d
= -1,6 V e q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x.
A Figura 5.31 mostra as micrografias dos filmes de níquel obtidos a
partir das soluções 10 vezes mais diluídas. Estes filmes tinham um aspecto
rugoso e apresentavam uma coloração verde clara. Pode-se observar que tanto
na ausência quanto na presença do aditivo, os filmes de níquel foram trincados,
porém na ausência de BTAH houve formação de um filme mais espesso e
composto de aglomerados de cristalitos de níquel sobre a camada do depósito
trincada. Na presença de BTAH, as partes do depósito que não contém trincas
foram mais homogêneas, com grãos menores e mais refinados, entretanto, a
trinca expõe diretamente o substrato de Pt.
A Figura 5.32 mostra os difratogramas dos filmes de níquel obtidos
potenciostaticamente e com carga 2 C cm
-2
a partir das soluções contendo
menores concentrações de Ni
2+
. Na Tab. 5.5 encontram-se os resultados das
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
84
porcentagens em massa dos elementos presentes nos filmes de níquel obtidos
desta análise por EDX.
FIGURA 5.32 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,022 mol L
-1
+
NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
. (a) sem BTAH, (b) BTAH 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
. E
d
= -1,6 V, q
d
= 2 C cm
-2
.
Por meio da Tab. 5.5, pode-se verificar que a partir de soluções
contendo menor concentração de íons Ni
2+
, tanto na presença quanto na ausência
de BTAH, a porcentagem em massa deste elemento é bastante inferior
comparada aos filmes obtidos a partir de soluções mais concentradas (Tabs. 5.2
e 5.3). Além do mais, a elevada porcentagem de O mostra a formação de
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
85
hidróxidos de níquel durante o processo de deposição. Também, os resultados da
Tab. 5.5 mostram que houve incorporação de Cl e C nestes filmes, porém em
pequenas proporções.
TABELA 5.5 - Porcentagens em massa de Ni, Cl, O e C nos filmes obtidos em
E
d
= -1,6 V, q
d
= 2 C cm
-2
, a partir da solução NiSO
4
0,022 mol L
-1
+ NiCl
2
0,033 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,013 mol L
-1
, na presença e na ausência de BTAH.
% em massa dos elementos
solução
Ni Cl O C
sem BTAH 29,76 1,15 61,09 7,98
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
25,98 0,98 61,56 11,46
Estes estudos mostram que os depósitos de níquel obtidos nestas
condições são muito contaminados com hidróxidos e com pequena
contaminação por cloreto. Estes resultados corroboram, de modo geral, os
obtidos nestas mesmas condições para soluções concentradas em níquel (Tabs.
5.2 e 5.3).
5.3- Estudo do efeito do EDTA no processo de deposição de níquel
5.3.1- Caracterização do banho de deposição de níquel na
presença de EDTA
O EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) forma fortes complexos
1:1 com a maioria dos íons metálicos, com ligações através de quatro átomos de
oxigênio e dois átomos de nitrogênio. A estequiometria 1:1 é independente da
carga do íon. A constante de equilíbrio da reação de um metal e um ligante, no
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
86
caso o EDTA, é chamada de constante de formação, K
f
, ou constante de
estabilidade [59].
O EDTA é um sistema hexaprótico, designado por H
6
Y
2-
. A
molécula de EDTA está representada na Fig. 5.33 [59]:
FIGURA 5.33 - Fórmula estrutural do EDTA.
Os quatro primeiros valores de pK aplicam-se aos prótons
carboxílicos, e os dois últimos são para os prótons do grupo amônio. O ácido
neutro é tetraprótico, com a fórmula H
4
Y. O reagente utilizado comumente é o
sal dissódico, Na
2
H
2
Y.2H
2
O. A fração de EDTA em cada uma de suas formas
protonadas está representada na Fig. 5.34.
FIGURA 5.34 - Diagrama de distribuição das espécies para o EDTA.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
87
As constantes de equilíbrio para o EDTA são representadas pelas
equações, considerando-se apenas os quatro primeiros valores de pK,
correspondentes aos prótons carboxílicos:
H
4
Y
(aq)
H
3
Y
-
(aq)
+ H
+
(aq)
pK
a1
= 2,07 (1)
H
3
Y
-
(aq)
H
2
Y
2-
(aq)
+ H
+
(aq)
pK
a2
= 2,75 (2)
H
2
Y
2-
(aq)
HY
3-
(aq)
+ H
+
(aq)
pK
a3
= 6,24 (3)
HY
3-
(aq)
Y
4-
(aq)
+ H
+
(aq)
pK
a4
= 9,54 (4)
Pode-se definir α para cada espécie como a fração de EDTA em
cada forma. Por exemplo, α
Y4-
é definido como a fração de EDTA na forma Y
4-
.
O cálculo de α pode ser realizado por meio das equações:
(5)
(6)
(7)
onde [EDTA]
total
é a concentração total de toda espécie de EDTA livre na
solução, ou seja, todo EDTA não complexado com íons metálicos.
A constante de formação, K
f
, do complexo metal-EDTA é definida
em termos da espécie Y
4-
que reage com o íon metálico. K
f
do complexo metal-
EDTA é a constante de equilíbrio da reação:
M
n+
+ Y
4-
MY
n-4
(8)
(9)
A constante de formação na equação (9) descreve a reação entre Y
4-
e um íon metálico M
n+
, e como pode ser verificado na Fig. 5.34, a maioria do
EDTA não está na forma Y
4-
em pHs abaixo de 10,24. As espécies HY
3-
, H
2
Y
2-
e
assim por diante predominam em pHs baixos. Então a fração de EDTA livre na
forma Y
4-
é expressa por:
[Y
4-
] = α
Y4-
[EDTA] (10)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
88
onde [EDTA] refere-se à concentração total de todas as espécies de EDTA não
ligadas a um íon metálico. A constante de equilíbrio pode ser reescrita como:
(11)
Se o pH é fixado, então α
Y4-
é uma constante que pode ser
combinada com K
f
:
(12)
K
f
’ é chamada de constante de formação condicional, e descreve a
formação de MY
n-4
em qualquer valor de pH. A K
f
’ permite que em qualquer pH
dado pode-se encontrar α
Y4-
(α
EDTA
)
e avaliar K
f
’, como se o EDTA não
complexado estivesse todo em uma forma:
M
n+
+ EDTA MY
n-4
(13)
K
f
’ = α
Y4-
K
f
(14)
O níquel, assim como vários outros metais, pode formar complexos
1:1 com o EDTA. Para avaliar o comportamento dos íons Ni
2+
em solução
contendo este agente complexante, titulou-se a solução NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
NiSO4 0,22 mol L
-1
+ EDTA (sal dissódico, Na
2
H
2
Y.2H
2
O) 0,70 mol L
-1
com
NaOH 3,0 mol L
-1
. Pode-se verificar que um pequeno excesso de EDTA foi
adicionado (0,15 mol L
-1
). A curva de titulação para este sistema apresentou 3
pontos de equivalência (Fig 5.35), sendo estes atribuídos: à neutralização de H
+
excedente na solução, à espécie H
2
Y
2-
e à espécie H
3
Y
-
, respectivamente.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
89
FIGURA 5.35 - Curva de titulação da solução contendo: NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
NiSO4 0,22 mol L
-1
+ EDTA 0,7 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
.
Sabe-se que a partir do sal dissódico, tem-se a espécie de EDTA
H
2
Y
2-
, portanto, os íons Ni
2+
foram complexados com esta espécie por meio da
seguinte reação:
Ni
2+
+ H
2
Y
2-
NiY
2-
+ 2H
+
(15)
A geração de H
+
no meio causa grande queda do pH da solução,
para aproximadamente 1,6. Então, ao iniciar a titulação, têm-se excesso de H
+
e
de H
2
Y
2-
, ou seja, 1,1 mol L
-1
de H
+
e 0,15 mol L
-1
de H
2
Y
2-
, com presença de
corpo de fundo (EDTA em excesso). A solução é azul turquesa intenso. A partir
de pH ~ 3,5, houve o desaparecimento gradual deste corpo de fundo com o
aumento do pH. Para pH em torno de 12,4, a solução adquiriu coloração
esverdeada.
O primeiro ponto de equivalência pode ser atribuído à neutralização
do excesso de H
+
em solução, como já dito anteriormente. O volume de
equivalência (V
eq
1
) para este ponto foi 9,18 mL (pH ~ 4,89). O cálculo teórico
para este volume de NaOH necessário para neutralizar os íons H
+
é dado por
meio da equação:
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
90
(16)
(17)
Para este caso, tem-se que o volume inicial de solução (V
solç
) é 25
mL, [H
+
] = 1,1 mol L
-1
e [OH
-
] = 3 mol L
-1
. Portanto, o volume de NaOH 3 mol
L
-1
necessário para neutralizar os íons H
+
é 9,17 mL, sendo este valor bastante
próximo do obtido experimentalmente.
Após todo H
+
existente ter sido neutralizado, há ainda um excesso
de H
2
Y
2-
livre em solução, sendo este o segundo ponto de equivalência:
H
2
Y
2-
+ OH
-
HY
3-
+ H
2
O (18)
O V
eq
2
obtido experimentalmente foi 10,62 mL (pH ~7,97), e o
calculado teoricamente foi 10,42 mL, ou seja, foram necessários mais 1,25 mL
de NaOH 3 mol L
-1
para atingir o V
eq
2
.
O terceiro e último ponto de equivalência é dado em V
eq
3
= 12,07
mL (pH ~10,41), onde as espécies HY
3-
são consumidas gerando a forma Y
4-
do
EDTA:
HY
3-
+ OH
-
Y
4-
+ H
2
O (19)
Por meio dos cálculos realizados, o V
NaOH
necessário seria de mais
1,25 mL, resultando em um V
eq
3
= 11,67 mL. Portanto os V
eq
calculados
teoricamente e os obtidos experimentalmente foram bastante próximos, no que
diz respeito aos seus respectivos valores. O gráfico da segunda derivada da
curva de titulação (Fig. 5.36) ilustra exatamente onde os V
eq
estão inseridos:
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
91
FIGURA 5.36 - Segunda derivada da curva de titulação da solução Ni
2+
0,55
mol L
-1
+ EDTA 0,7 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. Volumes de equivalência.
Para averiguar se realmente ocorre a neutralização das espécies de
EDTA livres em solução (dois últimos pontos de equivalência), provenientes do
excesso de EDTA adicionado, realizou-se a titulação da solução contendo
quantidades estequiométricas: Ni
2+
0,55 mol L
-1
+ EDTA 0,55 mol L
-1
com
NaOH 3 mol L
-1
(Fig. 5.37), ou seja, todo EDTA presente em solução está
complexado com íons Ni
2+
, resultando em apenas um ponto de equivalência,
sendo este referente à neutralização do excesso de H
+
gerado em solução.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
92
FIGURA 5.37 - Curva de titulação da solução contendo: Ni
2+
0,55 mol L
-1
+
EDTA 0,55 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. Titulação estequiométrica.
Como pode ser visto na Fig. 5.38, existe um único ponto de
equivalência (V
eq
= 9,41 mL), ou seja, ocorreu apenas a neutralização de H
+
em
pH 7,97, corroborando com o resultado esperado para esta titulação.
FIGURA 5.38 - Segunda derivada da curva de titulação da solução Ni
2+
0,55
mol L
-1
+ EDTA 0,55 mol L
-1
com NaOH 3 mol L
-1
. Volume de equivalência.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
93
Como visto anteriormente, a formação do complexo metal-EDTA é
dada pelas equações (8) e (9).
Para o caso do níquel, esta equação e sua respectiva K
f
é dada por:
Ni
2+
+ Y
4-
NiY
2-
(20)
(21)
Para o intervalo de pH em estudo, 1-14, a formação de espécies
solúveis de Ni(II) hidroxiladas podem ocorrer e, considera-se que todas as
espécies de EDTA estejam presentes [60,61]. A concentração total de EDTA é
dada pelas equações (22) e (23):
[EDTA]
total
= [Y
4-
] + [H
3
Y
-
] + [H
2
Y
2-
] + [HY
3-
] + [H
4
Y] (22)
[EDTA]
total
= [Y
4-
] α
EDTA
(23)
(24)
(25)
(26)
Então, para formar complexos estáveis com o EDTA, Ni(II)
também participa de diferentes equilíbrios como pode ser verificado pelas
equações a seguir:
Ni
2+
+ Y
4-
NiY
2-
K
eq
= 10
18,62
(27)
Ni
2+
+ OH
-
NiOH
+
β
1
= 10
3,8
(28)
Ni
2+
+ 2OH
-
Ni(OH)
2
β
2
= 10
8,1
(29)
Ni
2+
+ 3OH
-
Ni(OH)
3
-
β
3
= 10
11,2
(30)
Ni
2+
+ 4OH
-
Ni(OH)
2
2-
β
4
= 10
11,9
(31)
Utilizando-se estas equações e a equação (26), a expressão obtida
para as espécies solúveis de Ni(II) é:
[Ni]
total
= [Ni
2+
] α
Ni
(32)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
94
(33)
(34)
(35)
A expressão para as espécies complexadas com EDTA, NiY
2-
, é:
(36)
(37)
O diagrama de distribuição destas espécies (α
Ni
, α
EDTA
e α
NiY2-
) com
o pH é mostrado na Fig. 5.39:
FIGURA 5.39 - Diagrama de distribuição de espécies para Ni(II).
Pode ser observado que a fração de Ni
2+
livre na solução decresce
com o aumento do pH, sendo que a partir de pH ~ 2,0, esta fração de Ni
2+
livre
em solução cai a zero, indicando que a partir deste valor de pH todo níquel
presente em solução está complexado com EDTA na forma NiY
2-
. Em
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
95
conseqüência, a fração das espécies NiY
2-
aumenta com o aumento do pH. A
partir de pH ~ 12 há presença das espécies NiY
2-
e Y
4-
. Estes estudos são
importantes para o estabelecimento das condições de estabilidade das soluções
de íons Ni
2+
contendo EDTA.
5.3.2- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de
soluções contendo EDTA como complexante
A partir dos estudos acerca da estabilidade e das espécies presentes
nas soluções de Ni
2+
contendo diferentes concentrações de EDTA, foi
estabelecida a primeira solução eletrolítica para a realização dos estudos
voltamétricos deste sistema. A composição da solução foi: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,70 mol L
-1
, pH 9,0. Este valor de pH foi escolhido
de acordo com o diagrama de distribuição das espécies (Fig. 5.39), onde
praticamente todo Ni
2+
está na forma do complexo NiY
2-
e um excesso de
EDTA está presente na solução na forma de diferentes espécies HY
3-
, Y
4-
e
H
2
Y
2-
. A solução apresentou-se azul intensa e com pequena presença de corpo
de fundo (EDTA não solubilizado).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
96
FIGURA 5.40 - Curva voltamétrica sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,70 mol L
-1
. pH 9,0. E
λ
= -
1,5 V, ν = 10 mV s
-1
.
A Figura 5.40 mostra a curva voltamétrica de deposição e
dissolução obtida a partir desta primeira solução alcalina em estudo. Pode ser
observado que não houve presença de picos anódicos, o que nos leva a inferir
que não ocorreu dissolução de filme de níquel que possa ter sido formado
durante o processo catódico. O processo observado durante a varredura catódica
provavelmente está associado a outros processos paralelos que ocorrem, como a
REH. Como não foi possível extrair maiores informações por meio da curva
voltamétrica desta solução, aplicou-se uma densidade de carga elevada (q
d
= 20
C cm
-2
) para verificar se realmente não há redução da espécie eletroativa na
superfície do eletrodo, ou se o filme de níquel é passivado durante a varredura
anódica. Verificou-se que não houve formação do filme de níquel, pois o
eletrodo de Pt apresentou-se limpo após a eletrodeposição, portanto os íons Ni
2+
complexados com o EDTA (o complexo NiY
2-
deve ser bastante estável) não
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
97
foram descarregados na superfície do eletrodo para a formação do eletrodepósito
deste metal.
Estudos similares foram realizados com a solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,70 mol L
-1
, porém em pH 12, a qual
apresentou-se esverdeada e sem corpo de fundo. Também não houve a formação
do filme de níquel e a curva voltamétrica obtida foi bastante semelhante à Fig.
5.40.
Como não foi possível o estudo do sistema Ni-EDTA a partir de
uma solução contendo excesso de EDTA, tomou-se então três soluções
compostas por: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,55 mol L
-1
,
em pH 3,0, 5,0 e 9,0, respectivamente.
FIGURA 5.41 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ EDTA 0,55 mol L
-1
. Diferentes pH:
(a) pH 3,0, (b) pH 5,0 e (c) pH 9,0. E
λ
= -1,5 V, ν = 10 mV s
-1
.
A Figura 5.41 apresenta as curvas voltamétricas obtidas para estas
soluções contendo quantidades estequiométricas de Ni
2+
e EDTA, em diferentes
valores de pH, sendo estas sem presença de corpo de fundo e de coloração azul
intensa. Pode-se verificar que as respostas voltamétricas foram extremamente
similares à Fig. 5.40 e também entre si, independente do pH. Novamente, não
foi possível descarregar Ni
2+
para formação dos eletrodepósitos. Mesmo em
(a) (b)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
98
condições de elevada densidade de carga de deposição não houve redução das
espécies eletroativas.
Por meio destes estudos a partir de soluções contendo elevadas
concentrações de EDTA, pode-se inferir que o complexo formado entre Ni
2+
e
EDTA, ou seja, a espécie NiY
2-
, é muito estável, sua constante de formação é
bastante elevada e não permitiu que os íons Ni
2+
fossem descarregados na
superfície do eletrodo, uma vez que o eletrodo de trabalho permaneceu limpo
durante todo o curso da eletrodeposição e conseqüentemente não se conseguiu
definir um perfil voltamétrico destas soluções.
5.3.3- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de
soluções contendo EDTA como aditivo
Por meio dos resultados obtidos anteriormente, decidiu-se adotar
novas condições para a execução dos estudos do sistema Ni-EDTA, ou seja,
utilizar o EDTA em quantidade de aditivo para um banho do tipo Watts,
contendo as mesmas concentrações de Ni
2+
e H
3
BO
3
utilizadas nos estudos
anteriores. Baseado nas melhores condições de obtenção dos eletrodepósitos na
presença do aditivo orgânico BTAH, como visto anteriormente, o pH do banho
contendo EDTA foi 6,0 e este composto foi adicionado ao banho nas
concentrações 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. Portanto, o novo sistema
Ni-EDTA será de baixa alcalinidade, uma vez que os íons Ni
2+
precipitam em
valores de pH mais elevados e o EDTA atuará como um aditivo, como no caso
do sistema Ni-BTAH.
5.3.3.1- Estudo do processo de deposição de níquel pela técnica da
varredura reversa
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
99
As soluções contendo EDTA foram preparadas em pH 6,0 e foram
bastante estáveis, apresentaram-se límpidas, sem corpo de fundo, mesmo que
deixadas em repouso e de coloração verde.
Para caracterizar o processo de deposição e dissolução de níquel na
presença de EDTA, registrou-se as curvas voltamétricas para estas soluções nas
duas concentrações de EDTA, invertendo-se a varredura em diferentes
potenciais de corte (E
λ
= -1,1 V, -1,3 V, e -1,5 V), como pode ser visto na Fig.
5.42.
FIGURA 5.42 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir das
soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+
EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. Efeito dos potenciais limites (E
λ
). ν =
10 mV s
-1
.
Pode-se verificar no processo catódico que a j na presença de
EDTA é praticamente metade do valor na ausência do mesmo, como mostrado
anteriormente na Fig. 5.3, ou seja, o EDTA, assim como o BTAH reduziu a
densidade de corrente do processo de deposição de níquel. Estes valores
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
100
catódicos de j na presença de EDTA são similares àqueles obtidos na presença
de BTAH.
Não houve alterações no sobrepotencial de deposição na presença
de EDTA nas duas concentrações empregadas, comparando-se com o processo
na ausência de EDTA (Fig. 5.3, sem BTAH), sendo este resultado diferente do
processo na presença de BTAH, o qual deslocou o sobrepotencial de deposição
para valor mais negativo (Fig. 5.3, BTAH 0,001 mol L
-1
).
Na varredura anódica, pode-se observar três picos de dissolução,
tanto na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
quanto na presença de EDTA 1,0
x 10
-2
mol L
-1
. Como já discutido anteriormente, estes picos anódicos são
atribuídos às diferentes fases cristalográficas de níquel presentes e também a
outros processos que ocorrem paralelamente à dissolução destas fases. Seus
valores estão de acordo com aqueles encontrados na ausência de qualquer
aditivo (Fig. 5.4 (b)), portanto não houve deslocamento dos potenciais para
valores mais anódicos como ocorre na presença de BTAH. Apenas as
intensidades destes picos foram modificadas, comparando com a Fig. 5.4. Deste
modo, o EDTA não dificulta o processo de dissolução de níquel.
5.3.3.2- Relação entre as cargas anódicas e catódicas (Q
a
/Q
c
) do
processo de deposição de níquel na presença de EDTA 1,0
x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
A variação da relação entre as cargas anódica e catódica obtidas
durante o processo de deposição e dissolução voltamétrico de níquel, na
presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
, em função do
E
λ
é mostrado na Fig. 5.43:
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
101
FIGURA 5.43 - Variação de Q
a
/Q
c
do processo de deposição voltamétrico com o
potencial limite (E
λ
) para soluções contendo diferentes concentrações de EDTA.
pH = 6,0.
Pode ser verificado que a razão Q
a
/Q
c
diminui quanto mais negativo
o E
λ
. Para as duas soluções contendo EDTA, o comportamento foi bastante
similar, e como já mencionado anteriormente, as razões Q
a
/Q
c
decaíram quanto
mais catódico o processo. A partir de E
λ
~ -1,2 V, todas as razões Q
a
/Q
c
tornaram-se constantes e de baixos valores para ambas as soluções eletrolíticas.
Nesta região de potenciais, no qual Q
a
/Q
c
torna-se constante, há elevada
evolução de H
2
, e as três fases cristalográficas de níquel estão presentes.
As razões Q
a
/Q
c
obtidas voltametricamente possuem influência da
REH, pois parte da corrente do processo é devida também a esta reação paralela
à redução de Ni
2+
.
As razões Q
a
/Q
c
poderiam ser mais bem avaliadas se não houvesse
influência de reações paralelas à redução de níquel e também estas razões
obtidas foram maiores que 1, como ocorre no caso das soluções na presença de
BTAH e ausência de aditivo, cuja presença de outras reações, já descritas na
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
102
seção 5.1.2.3, influenciam diretamente os valores das cargas do processo de
deposição e dissolução voltamétrica de níquel, independente da presença ou não
de aditivos.
5.3.3.3- Reação de evolução de hidrogênio (REH)
A Figura 5.44 apresenta os voltamogramas catódicos típicos para
eletrodos de Pt e Ni, (a) e (b), respectivamente.
FIGURA 5.44 - Curvas voltamétricas na ausência de íons Ni
2+
a partir das
soluções branco: ( ) H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; ( )
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. (a) eletrodo de trabalho de Pt, A
= 0,196 cm
2
, (b) eletrodo de trabalho de Ni, A = 0,332 cm
2
. ν = 10 mV s
-1
.
Este estudo foi realizado a partir das soluções branco para verificar
a contribuição da reação paralela à redução destes íons, a REH. Observa-se que
o desprendimento de H
2
se inicia sobre o substrato de Pt em ~ -0,8 V, enquanto
que sobre Ni em ~ -1,0 V, tanto para a solução branco contendo EDTA 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
quanto para aquela contendo EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. Sendo assim, os
diferentes substratos foram ordenados de acordo com o seu potencial de
evolução de hidrogênio da seguinte maneira: Ni > Pt. Por meio destes
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
103
resultados, pode-se inferir que a REH afeta o processo de redução de níquel na
presença de EDTA desde os momentos iniciais, uma vez que a REH se inicia em
-0,8 V e a deposição de níquel começa a ocorrer em -1,0 V sobre o substrato de
Pt (eletrodo de trabalho), concluindo-se então que a REH contribui para
densidade de corrente de deposição de níquel durante todo o processo. Pode-se
ainda observar que na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, para um mesmo
potencial, a j é praticamente metade do valor alcançado na presença de EDTA
1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
Comparando-se com o sistema contendo BTAH como aditivo, as j
alcançadas no processo catódico a partir da solução sem íons Ni
2+
na presença
deste aditivo orgânico foram de valores bastante inferiores que as j na presença
de quaisquer concentrações de EDTA. Portanto, a REH contribui de maneira
mais significativa no valor total de densidade de corrente no sistema Ni-EDTA
que nos sistemas Ni-BTAH e ausência de qualquer aditivo. Também, a
porcentagem do valor da densidade de corrente total devido a REH é mais
significativa na presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
As curvas voltamétricas anódicas a partir das soluções branco nos
diferentes substratos também foram registradas, porém não se obteve picos
anódicos.
Por meio destes resultados pode-se concluir novamente que o
BTAH contribuiu para a inibição da REH sobre os substratos utilizados,
enquanto que o EDTA contribuiu em grande porcentagem nas j alcançadas,
embora este aditivo (EDTA) tenha deslocado o potencial no qual inicia a REH
para valor mais negativo sobre o substrato de Pt, porém antes do início da
deposição de níquel.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
104
5.3.3.4- Estudo do processo de deposição em diferentes
velocidades de varredura (ν)
Varreduras catódicas em diferentes ν foram realizadas para melhor
entender o estudo cinético do processo de deposição na presença de EDTA.
Pode-se verificar por meio da Fig. 5.45 (a) e (b) que j
p
aumenta quando ν
também aumenta.
FIGURA 5.45 - Curvas voltamétricas a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. (a) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b)
EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. Diferentes velocidades de varredura. pH = 6,0. E
λ
= -
1,5 V.
A j
p
para redução de espécies solúveis de Ni(II) é descrita pela
equação (1), encontrada na seção 5.1.2.5, a qual inclui a redução de espécies
solúveis para formar espécies insolúveis [54-55].
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
105
FIGURA 5.46. Variação de j
p
com ν
1/2
. Solução eletrolítica: (a) NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b)
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
. pH 6,0.
A Figura 5.46 mostra que j
p
aumenta com ν
1/2
, mas este aumento
não é linear. Pode-se concluir então que o processo é provavelmente quase-
reversível nesta região, tanto na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
quanto na
presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
Os resultados obtidos na presença de EDTA corroboram com
aqueles na presença de BTAH, ou seja, todos os processos foram quase-
reversíveis nas regiões estudadas.
5.3.3.5- Estudo do processo de deposição utilizando eletrodo disco
rotatório de platina
Também se investigou o controle cinético do processo de deposição
de níquel na presença de EDTA, por meio da realização de experimentos
utilizando um eletrodo disco rotatório de platina a diferentes freqüências de
(b)
(a)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
106
rotação (
ω
= 2πf). A Figura 5.47 mostra que as densidades de corrente de
deposição são dependentes da freqüência de rotação, ou seja, as j aumentam com
o aumento da f, indicando que o processo é controlado por transporte de massa
[56]. Esta análise pode ser aplicada somente para f menores que 500 rpm, pois a
partir desta freqüência de rotação do eletrodo, o sistema tornou-se instável, não
havendo mais uma dependência entre j e f, devido provavelmente à REH que
tornou-se mais intensa à elevadas freqüências de rotação.
FIGURA 5.47 - Curvas voltamétricas a partir das soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b)
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
. Diferentes freqüências de rotação. pH = 6,0. E
λ
= -1,5 V e
ν
= 2
mV s
-1
.
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
107
5.3.3.6- Estudo cronopotenciométrico do processo de deposição de
níquel na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0
x 10
-2
mol L
-1
A Figura 5.48 apresenta os transientes E x t, obtidos a partir das
soluções na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
em
pH = 6,0, sob condições de j controlada. Pode ser observado que quanto maior a
j
dep
aplicada, mais negativo o potencial de redução das espécies Ni
2+
.
Comparando-se estes transientes (E x t) com as curvas voltamétricas de
deposição pode-se verificar que os potenciais (intervalo de -1,0 V até ~ -1,8 V)
correspondentes às j
dep
aplicadas durante o processo de deposição
cronopotenciométrico estão na mesma região de potenciais da curvas
voltamétricas (Fig. 5.42).
FIGURA 5.48 - Transientes E versus t para diferentes correntes de deposição
para soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-
1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. pH = 6,0 e q
d
= 2 C cm
-2
.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
108
Para a obtenção da dissolução do filme de níquel, livre de reações
paralelas a este processo (formação óxido de níquel e oxidação de cloreto),
como as que ocorrem no estudo voltamétrico na própria solução de deposição,
depositou-se filmes de níquel cronopotenciometricamente com densidade de
carga de 2 C cm
-2
, na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
,
e, posteriormente dissolveu-se os mesmos voltametricamente em uma
solução adequada para o processo, HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
, em ν = 10 mV s
-1
.
Isto permitiu a determinação da eficiência do processo de deposição (Φ) sem
interferências das reações paralelas ao processo de dissolução.
A Figura 5.49 mostra as curvas voltamétricas de dissolução dos
filmes de níquel depositados cronopotenciometricamente.
FIGURA 5.49 - Curvas voltamétricas de dissolução dos filmes de níquel em
solução de HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. (a) presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b)
presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. ν = 10 mV s
-1
.
Assim como na dissolução dos filmes obtidos na presença de
BTAH, pode ser verificado na Fig. 5.49 dois picos de dissolução, para ambas as
concentrações de EDTA, os quais podem ser atribuídos à dissolução de duas
formas cristalográficas de níquel presentes no eletrodepósito.
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
109
As densidades de corrente do primeiro pico diminuíram com o
aumento da j
dep
aplicada e conseqüentemente potencial de deposição mais
negativo. No entanto, para o segundo pico as densidades de corrente do mesmo
foram constantes.
Os resultados aqui obtidos são bastante semelhantes àqueles na
presença de BTAH: presença de dois picos de dissolução e os potenciais
atingidos durante o processo cronopotenciométrico, com j
dep
controladas, foram
similares aos potenciais alcançados no processo voltamétrico (Fig. 5.42). Além
do mais, a solução utilizada para dissolução dos depósitos (HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-
1
) permitiu a dissolução total dos mesmos.
FIGURA 5.50 - Eficiência do processo de deposição cronopotenciométrica com
a densidade de corrente de deposição (j
dep
) para soluções contendo EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. pH = 6,0. Solução de dissolução: HCl
1,0 x 10
-1
mol L
-1
.
Sendo assim, as eficiências (Φ) do processo de deposição de níquel
na presença de EDTA puderam ser calculadas praticamente sem interferência de
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
110
reações paralelas. A Figura 5.50 mostra a variação da eficiência, obtidas sob as
condições cronopotenciométricas, em função da densidade de corrente aplicada.
O comportamento obtido para as duas concentrações de EDTA
foram bastante similares, sendo que a partir de j
dep
= ~ 15 mA cm
-2
, Φ tornou-se
constante e de valores próximos para as duas condições. Pode ser observado
também que o processo inicia com elevada eficiência e sofre uma acentuada
queda à medida que a j
dep
torna-se mais negativa devido à significativa REH
paralela ao processo de deposição, mantendo um patamar praticamente
constante de valores de Φ para elevadas j
dep
.
Baixas j
dep
aplicadas resultaram em elevada eficiência do processo
para ambas as concentrações de EDTA, assim como ocorre no sistema Ni-
BTAH e na ausência de qualquer aditivo (seção 5.1.3).
5.3.3.6.1- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel
obtidos cronopotenciometricamente por MEV e EDX
Condições extremas foram escolhidas para o estudo morfológico
dos depósitos de níquel obtidos cronopotenciometricamente, ou seja, aplicou-se
uma j
dep
de baixo valor, cuja eficiência do processo é próxima de 100% e uma
j
dep
elevada, cuja eficiência obtida a partir desta condição é bastante inferior,
cerca de 20%. As j
dep
aplicadas na obtenção dos eletrodepósitos foram: 2,5 mA
cm
-2
e 25 mA cm
-2
.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
111
FIGURA 5.51 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções: (a), (c) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b), (d)
NiSO
4
0,55 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
. pH 6,0. (a) e (b) j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, (c) e (d) j
dep
= 25 mA cm
-2
. q
d
=
2 C cm
-2
. 5000 x.
A Figura 5.51 mostra as micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir de soluções contendo diferentes
concentrações de EDTA como aditivo. Pode ser observado que para baixas j
dep
aplicadas (2,5 mA cm
-2
), os filmes de níquel foram relativamente lisos, porém a
Fig. 5.51 (b) apresenta pequenos cristalitos, assim como a Fig. 5.18 (b), no qual
o depósito de níquel foi obtido sob as mesmas condições, porém na presença de
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
(a) (b)
(c) (d)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
112
Para j
dep
= 25 mA cm
-2
, o filme na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
(Fig. 5.51 (c)) apresentou a formação de “trilhas” sob uma camada
eletrodepositada do metal, enquanto que o filme obtido na presença de EDTA
1,0 x 10
-2
mol L
-1
(Fig. 5.51 (d)) apresentou trincas em toda sua extensão, porém
são trincas menores, que expõe em menor extensão a primeira camada
eletrodepositada, com relação àquelas encontradas nos filmes da Fig. 5.18 (c) e
(d), ou seja, na ausência de aditivo e na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
TABELA 5.6. Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos em
diferentes densidade de corrente de deposição, a partir da solução NiSO
4
0,22
mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, contendo EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
j
dep
= 2,5 mA cm
-2
j
dep
= 25 mA cm
-2
% em massa dos elementos solução
Ni C O Ni C O
EDTA 0,001 mol L
-1
95,90 2,84 1,27 89,54 4,60 5,85
EDTA 0,01 mol L
-1
95,57 2,55 1,88 67,13 - 19,64
Os filmes de níquel apresentaram em sua composição apenas Ni, C
e O. Pode-se verificar que as porcentagens em massa dos elementos presentes
nos filmes obtidos em j
dep
= 2,5 mA cm
-2
são bastantes similares, nas duas
concentrações de EDTA, sendo que estes contêm grande quantidade em massa
de Ni. Para os filmes à j
dep
= 25 mA cm
-2
, as porcentagens em massa de Ni
foram menores e a incorporação de O aos filmes aumentou para ambas as
concentrações de EDTA. Esta incorporação de O pode estar relacionada à
presença de hidróxidos de níquel nos filmes, elevando então as porcentagens de
O.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
113
Portanto, para j
dep
baixas, obteve-se grande porcentagem em massa
de Ni e pouca incorporação de outros elementos, enquanto que para j
dep
mais
elevadas, a porcentagem em massa deste metal decaiu e a incorporação de O foi
favorecida, ou seja, houve maior incorporação de hidróxidos de níquel em j
dep
mais elevadas, tanto na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
quanto na presença
de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
5.3.3.7- Análise morfológica dos depósitos de níquel obtidos
cronoamperometricamente por MEV
Os filmes de níquel na presença de EDTA foram obtidos
cronoamperometricamente a diferentes potenciais de deposição e com condições
pré-definidas de carga, de modo a se avaliar os efeitos do potencial de deposição
e a variação da concentração do aditivo na morfologia destes filmes por MEV. A
carga aplicada foi de 2 C cm
-2
e os potenciais de deposição foram: -1,0 V
(momentos iniciais do processo), -1,4 V (potencial intermediário) e -1,6 V
(potencial no qual a REH é mais intensa). O aumento de 5000 x foi utilizado em
todas as amostras.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
114
FIGURA 5.52 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a), (c), (e) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b), (d),
(f) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0
x 10
-2
mol L
-1
. (a) e (b) E
d
= -1,0 V, (c) e (d) E
d
= -1,4 V, (e) e (f) E
d
= -1,6 V. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x.
Por meio das micrografias dos depósitos de níquel obtidos em E
d
=
-1,0 V pode ser inferido que em ambas as concentrações de EDTA não houve o
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
115
aparecimento de trincas, os depósitos foram lisos e homogêneos, assim como
aquele obtido na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
em pH 6,0 e E
d
= -1,0 V
(Fig. 5.19 (f)), ou seja, nas mesmas condições experimentais. Vale lembrar que
neste E
d
a REH não contribui significativamente. O filme na presença de EDTA
1,0 x 10
-3
mol L
-1
(Fig. 5.52 (a)) apresentou-se mais liso ainda que aquele da Fig.
5.52 (b), pois as riscas pré-existentes no substrato de Pt foram quase
imperceptíveis.
Para E
d
= -1,4 V pode ser verificado que para ambas as
concentrações de EDTA houve o surgimento de pequenas trincas, sendo estas
em menor extensão para a Fig 5.52 (c), no qual houve também, além das trincas
diminutas, a presença alguns cristalitos globulares dispersos pela superfície.
Para a Fig. 5.52 (d), as trincas apareceram por toda a extensão do depósito.
Nestas mesmas condições experimentais, os filmes obtidos na ausência de
aditivo e presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
(Fig. 5.20 (e) e (f)) diferiram
destes na presença de EDTA, pois apresentaram cristalitos irregulares dispersos
sobre uma primeira camada de depósito.
Finalmente, para E
d
= -1,6 V, sendo este um potencial no qual
ocorre significativa evolução de H
2
paralela ao processo de deposição de níquel,
pode ser inferido das micrografias (Fig. 5.52 (e) e (f)) dos filmes de níquel que
na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
houve formação de trincas por toda
superfície, enquanto que na presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
ocorreram
grandes orifícios.
Como já descrito na seção 5.1.4, as trincas observadas nos filmes
podem ser devidas à adsorção de espécies inibidoras que são formadas na
interface metal-solução devido a um aumento do pH do meio e também do
potencial de deposição, ou seja, para valores de pH mais elevados, a formação
destas espécies são favorecidas, levando assim ao aparecimento de trincas. Estas
espécies que adsorvem na superfície (inibidores) podem ser hidróxidos de níquel
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
116
ou H
ads
[18]. Porém, no presente estudo, os depósitos na presença de EDTA
foram obtidos a partir de soluções em pH 6,0, sendo este um valor mais elevado
de pH, que de acordo com VALLÉS et al. [18], pode favorecer a formação de
trincas devido a formação de espécies inibidoras. Deste modo, o caso foi
semelhante aos depósitos na presença de BTAH, cujo aumento do pH não
influenciou diretamente na morfologia, pois as melhores condições foram
obtidas em pH 6,0, com filmes lisos e homogêneos, porém em E
d
= -1,0 V,
sendo este E
d
nos momentos iniciais do processo de deposição de níquel. Sendo
assim, o comportamento esperado, proposto por VALLÉS et al. [18] não
ocorreu, pois bons depósitos foram obtidos em valores de pH elevados, na
presença de BTAH ou EDTA.
O BTAH e o EDTA provavelmente agiram inibindo a formação das
espécies inibidoras em elevados valores de pH (6,0), pois trincas não foram
observadas para E
d
= -1,0 V e pH = 6 (Fig. 5.19 (f) e Fig. 5.52 (a) e (b)). Estas
espécies inibidoras são mais proeminentes para o sistema na ausência de
qualquer aditivo, podendo levar a formação de trincas.
Contudo, como se pode verificar na Fig. 5.52 (c), (d), (e) e (f),
todos os filmes obtidos em E
d
= -1,4 V e E
d
= -1,6 V, na presença de EDTA,
apresentaram trincas mesmo em pH 6,0. Estas trincas provavelmente se devem à
formação das espécies inibidoras, pois para estes potenciais, mesmo em pH=
6,0, ocorre significativa evolução de H
2
e o EDTA, assim como o BTAH não
conseguem impedir a formação das espécies inibidoras. A literatura reporta que
a presença de Cl
-
pode levar à formação de trincas nos depósitos [57]. Então,
além das espécies inibidoras mencionadas anteriormente, este ânion incorporado
aos depósitos (ver seção 5.3.3.8) poderia estar também levando à formação de
trincas.
Pode-se concluir que o EDTA teve o mesmo efeito na morfologia
dos filmes que o BTAH, para as condições de E
d
= -1,0 V e pH 6,0. Os dois
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
117
aditivos tornam a formação das espécies inibidoras menos proeminentes em pH
elevado, porém apenas para um potencial de deposição favorável (E
d
= -1,0 V),
sendo este numa região no qual não há efetiva influência da REH. Portanto, o
potencial de deposição aplicado está diretamente relacionado com a morfologia
dos filmes.
5.3.3.8- Análise da composição química dos depósitos de níquel
obtidos cronoamperometricamente por EDX
O estudo da composição dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente foi realizado por EDX, no qual os elementos
presentes em cada filme tiveram suas porcentagens em massa quantificadas.
A Tabela 5.6 apresenta as quantidades em massa de Ni, Cl e O
obtidas para cada filme, na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e 1,0 x 10
-2
mol
L
-1
, nos diferentes potenciais de deposição.
TABELA 5.7 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos em
diferentes E
d
, a partir da solução S1 = NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, contendo EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e S2 = EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
.
-1,0 V -1,4 V -1,6 V
% em massa dos elementos
solução
Ni Cl O Ni Cl O Ni Cl O
S1 88,22 1,70 10,1 52,05 2,26 45,70 29,42 10,40 55,45
S2 98,68 - 1,32 45,13 14,1 35,82 18,06 2,58 79,36
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
118
Além destes elementos apresentados na Tab. 5.6 pode-se verificar a
presença de S em alguns depósitos. Para o filme obtido na presença de EDTA
1,0 x 10
-3
mol L
-1
, E
d
= -1,6 V houve incorporação de S em 4,72% em massa,
enquanto que para o filme obtido na presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
, E
d
= -
1,4 V, a porcentagem em massa de S quantificada foi de 4,94%. Provavelmente
o S advém do sal de Ni
2+
utilizado no preparo das soluções.
Pode-se inferir da Tab. 5.6 que os filmes contendo as maiores
quantidades em massa de níquel foram aqueles obtidos em E
d
= -1,0 V, para
ambas as concentrações de EDTA, sendo que as porcentagens em massa deste
elemento são decrescentes quanto mais negativo o E
d
, portanto, as menores
quantidades em massa de níquel foram obtidas para E
d
= -1,6 V, independente
da concentração de EDTA.
A incorporação de O aos filmes está diretamente relacionada ao
potencial de deposição, pois quanto mais negativo o E
d
, maior a incorporação de
O, independente da concentração de EDTA. Portanto, deve ocorrer incorporação
de hidróxidos de níquel nestes depósitos, corroborando com a análise descrita na
seção anterior e com os resultados obtidos na presença e ausência de BTAH.
A incorporação de Cl foi favorecida quando o E
d
tornou-se mais
negativo para os filmes na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, porém este
comportamento não seguiu um padrão para os filmes obtidos na presença de
EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
, pois não houve incorporação de Cl em E
d
= -1,0 V,
grande porcentagem em massa de Cl em E
d
= -1,4 V e redução desta quantidade
em E
d
= -1,6 V.
Os resultados obtidos na presença de EDTA corroboram com
aqueles na presença e ausência de BTAH, onde, de um modo geral, as maiores
quantidades em massa de níquel foram obtidas em E
d
= -1,0 V, a incorporação
de Cl intensifica quanto mais negativo o E
d
e a incorporação de O está
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
119
diretamente relacionada à presença de espécies inibidoras como os hidróxidos de
níquel, favorecidas em E
d
mais negativos.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
120
5.3.3.8.1- Difratogramas de dispersão de raios-X
As Figuras a seguir apresentam os difratogramas dos mesmos
filmes de níquel que foram analisados por MEV e tiveram quantificadas as
porcentagens em massa dos elementos presentes, como discutido na seção
5.3.3.8.
FIGURA 5.53 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,0 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
121
FIGURA 5.54 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,4 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
122
FIGURA 5.55 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,6 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
123
5.4- O sinergismo dos aditivos
5.4.1- Estudo do processo de deposição de níquel a partir de
soluções contendo EDTA + BTAH
Certos aditivos quando utilizados sozinhos não produzem bons
depósitos, porém suas características niveladoras e abrilhantadoras tornam-se
notáveis em combinações sinérgicas com outros compostos. Então, o BTAH foi
combinado com o EDTA a fim de se estabelecer relações sinérgicas entre estes
dois compostos. Nesta seção seguem os estudos com respeito a esta associação
entre aditivos para um mesmo banho de eletrodeposição de níquel.
O EDTA foi adicionado em duas concentrações, devido aos
resultados satisfatórios obtidos com seu uso na deposição de níquel: EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
, sendo estas associadas à BTAH 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
, respectivamente. Desta maneira, tem-se dois banhos de deposição de
níquel com aditivos em combinações sinérgicas, ambos em pH 6,0.
Para melhor entendimento do comportamento voltamétrico dos
banhos contendo os dois aditivos, utilizou-se a técnica da varredura reversa,
assim como para os sistemas anteriormente estudados. A varredura catódica foi
invertida em diferentes potenciais de corte, sendo estes os mesmos dos outros
estudos, ou seja, E
λ
= -1,0 V, -1,3 V, e -1,5 V, como pode ser visto na Fig. 5.56
(a) e (b).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
124
Varredura Reversa
FIGURA 5.56 - Curvas voltamétricas sobre substrato de Pt, a partir das
soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+
EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Efeito dos potenciais limites (E
λ
). ν = 10 mV s
-1
.
Este sistema, Ni-EDTA-BTAH, reduziu a densidade de corrente do
processo de deposição de níquel, assim como os sistemas Ni-EDTA e Ni-
BTAH. Os valores catódicos de j na presença de EDTA + BTAH são similares
àqueles obtidos na presença somente de BTAH ou de EDTA. Também não
houve modificações no sobrepotencial de deposição de níquel para as condições
estudadas comparando-se com o processo na presença de BTAH, no qual houve
deslocamento do sobrepotencial de deposição para valor mais catódico.
Na varredura anódica, pode-se observar três picos de dissolução,
tanto na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
quanto
na presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, porém,
quando a varredura foi estendida para valores mais catódicos de potenciais,
houve o aparecimento de um ombro no terceiro pico anódico. Como já discutido
anteriormente, estes picos anódicos são atribuídos às diferentes fases
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
125
cristalográficas de níquel presentes. Seus valores estão de acordo com aqueles
encontrados na ausência de qualquer aditivo (Fig. 5.4 (b)), portanto não houve
deslocamento dos potenciais para valores mais anódicos como ocorre na
presença de BTAH (Fig. 5.4 (a)). Apenas as intensidades destes picos foram
modificadas, comparando com a Fig. 5.4. Deste modo, a associação entre EDTA
e BTAH não dificulta o processo de dissolução de níquel.
5.4.2- Relação entre as cargas anódicas e catódicas (Q
a
/Q
c
) do
processo de deposição de níquel na presença de EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol
L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
Pode ser verificado na Fig. 5.57que a razão Q
a
/Q
c
diminui quanto
mais negativo o E
λ
. Para as duas soluções contendo EDTA + BTAH, o
comportamento foi bastante similar. A partir de E
λ
~ -1,2 V, todas as razões
Q
a
/Q
c
tornaram-se constantes e de mesmo valor para ambas as soluções
eletrolíticas. Nesta região de potenciais, cuja razão Q
a
/Q
c
torna-se constante, há
elevada evolução de H
2
, e as três fases cristalográficas de níquel estão presentes.
O mesmo resultado foi observado nos outros sistemas estudados, ou seja, na
ausência de qualquer aditivo, presença de BTAH e/ou EDTA.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
126
FIGURA 5.57 - Variação de Q
a
/Q
c
do processo de deposição voltamétrico com o
potencial limite (E
λ
) para soluções contendo diferentes concentrações de EDTA
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH = 6,0.
Novamente, as razões Q
a
/Q
c
poderiam ser mais bem avaliadas se
não houvesse influência de reações paralelas à redução de níquel e também estas
razões obtidas foram maiores que 1, o que de fato influenciou diretamente os
valores das cargas do processo de deposição e dissolução de níquel,
independente da presença ou não de aditivos.
5.4.3- Reação de evolução de hidrogênio (REH)
A Figura 5.58 apresenta os voltamogramas catódicos típicos para
eletrodos de Pt e Ni, (a) e (b), respectivamente.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
127
FIGURA 5.58 - Curvas voltamétricas na ausência de íons Ni
2+
a partir das
soluções branco: ( ) H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
; ( )
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
. (a) eletrodo de trabalho de Pt, A
= 0,196 cm
2
, (b) eletrodo de trabalho de Ni, A = 0,332 cm
2
. ν = 10 mV s
-1
.
Este estudo foi realizado a partir das soluções branco para verificar
a contribuição da reação paralela à redução destes íons, a REH. Observa-se que
o desprendimento de H
2
se inicia sobre o substrato de Pt em ~ -0,9 V, enquanto
que sobre Ni em ~ -1,0 V, tanto para a solução branco contendo EDTA 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
quanto para aquela contendo EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Sendo assim, os diferentes substratos
foram ordenados de acordo com o seu potencial de evolução de hidrogênio da
seguinte maneira: Ni > Pt. Por meio destes resultados, pode-se inferir que a REH
afeta o processo de redução de níquel na presença de EDTA + BTAH desde os
momentos iniciais, uma vez que a REH se inicia em -0,9 V sobre o substrato de
Pt (eletrodo de trabalho) e a deposição de níquel começa a ocorrer em -1,0 V,
concluindo-se então que a REH contribui para densidade de corrente de
deposição de níquel durante todo o processo. Pode-se ainda observar que na
presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, para um
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
128
mesmo potencial, a j é praticamente metade do valor alcançado na presença de
EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
Novamente, a REH contribui de maneira mais significativa no valor
total de densidade de corrente nos sistemas Ni-EDTA-BTAH e Ni-EDTA que
nos sistemas Ni-BTAH e ausência de aditivo. Também, a porcentagem do valor
da densidade de corrente total devido a REH é mais significativa na presença de
EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
Por meio destes resultados pode-se concluir novamente que o
BTAH contribuiu para a inibição da REH sobre os substratos utilizados,
enquanto que com a associação entre EDTA e BTAH não se obteve o mesmo
resultado. A tendência geral destas soluções branco seguiu o mesmo
comportamento das soluções branco contendo apenas EDTA, independente da
concentração do mesmo.
5.4.4- Estudo cronopotenciométrico do processo de deposição de
níquel na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
A Figura 5.59 apresenta os transientes E x t, obtidos a partir das
soluções na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e
EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
em pH = 6,0, sob condições
de j controlada. Pode ser observado que quanto maior a j
dep
aplicada, mais
negativo o potencial de redução. Comparando-se estes transientes (E x t) com as
curvas voltamétricas de deposição pode-se verificar que os potenciais (intervalo
de -1,0 V até ~ -1,8 V) correspondentes às j
dep
aplicadas durante o processo de
deposição cronopotenciométrico estão na mesma região de potenciais da curvas
voltamétricas (Fig. 5.56).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
129
FIGURA 5.59 - Transientes E versus t para diferentes densidades de corrente de
deposição para soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol
L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH = 6,0 e q
d
= 2 C cm
-2
.
Para a obtenção da dissolução do filme de níquel, livre de reações
paralelas a este processo (formação óxido de níquel, oxidação da água e de
cloreto), como as que ocorrem no estudo voltamétrico na própria solução de
deposição, depositou-se filmes de níquel cronopotenciometricamente com
densidade de carga de 2 C cm
-2
, na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
,
e, posteriormente dissolveu-se os mesmos voltametricamente em uma solução
adequada para o processo, HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
, em ν = 10 mV s
-1
. Isto
permitiu a determinação da eficiência do processo de deposição (Φ) sem
interferências das reações paralelas ao processo de dissolução.
A Figura 5.60 mostra as curvas voltamétricas de dissolução dos
filmes de níquel depositados cronopotenciometricamente.
(a) (b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
130
FIGURA 5.60 - Curvas voltamétricas de dissolução dos filmes de níquel em
solução de HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
. (a) presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) presença de EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0
x 10
-3
mol L
-1
. ν = 10 mV s
-1
.
Assim como na dissolução dos filmes obtidos na presença de
BTAH e EDTA, pode ser verificado na Fig. 5.60 dois picos de dissolução, para
ambas as concentrações de EDTA + BTAH, os quais podem ser atribuídos à
dissolução de duas formas cristalográficas de níquel presentes no eletrodepósito.
As densidades de corrente do primeiro pico diminuíram com o
aumento da j
dep
aplicada e conseqüentemente potencial de deposição mais
negativo. No entanto, para o segundo pico as densidades de corrente foram
constantes, assim como no caso da dissolução dos depósitos
cronopotenciométricos obtidos na presença de BTAH e EDTA.
Os resultados aqui obtidos são bastante semelhantes àqueles na
presença de BTAH e de EDTA.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
131
FIGURA 5.61 - Eficiência do processo de deposição cronopotenciométrica com
a densidade de corrente de deposição (j
dep
) para soluções contendo EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0
x 10
-3
mol L
-
1. pH = 6,0. Solução de dissolução: HCl 1,0 x 10
-1
mol L
-1
.
A Figura 5.61 mostra a variação da eficiência do processo, obtidas
sob as condições cronopotenciométricas, em função da j
dep
aplicada.
O comportamento obtido para as duas concentrações de EDTA
associadas ao BTAH foi bastante similar, sendo que a partir de j
dep
= ~ 12 mA
cm
-2
, a eficiência tornou-se constante e de valores próximos para as duas
condições. Pode ser observado também que o processo inicia com elevada Φ e
sofre uma acentuada queda à medida que a j
dep
torna-se mais negativa devido à
significativa REH paralela ao processo de deposição, mantendo um patamar
praticamente constante de valores de Φ para elevadas j
dep
.
Baixas j
dep
aplicadas resultaram em elevada eficiência do processo,
para ambas as concentrações de EDTA associadas ao BTAH, assim como ocorre
nos sistemas Ni-BTAH, Ni-EDTA e ausência de qualquer aditivo (seções 5.1.3 e
5.3.3.6).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
132
5.4.4.1- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel
obtidos cronopotenciometricamente por MEV e EDX
Somente as melhores condições obtidas anteriormente para os
outros sistemas foram escolhidas para o estudo morfológico dos depósitos de
níquel obtidos cronopotenciometricamente, ou seja, aplicou-se uma j
dep
de baixo
valor (2,5 mA cm
-2
), cuja eficiência do processo também é próxima de 100%.
A Figura 5.62 mostra as micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir de soluções contendo diferentes
concentrações de EDTA na presença também do aditivo BTAH. Pode ser
observado na Fig. 5.62 (a) que há presença de cristalitos globulares pequenos
dispersos sobre o depósito de níquel, e também não houve formação de trincas
ou orifícios. Na Figura 5.62 (b), o depósito apresenta uma trinca em toda sua
extensão, e também algumas manchas escuras.
FIGURA 5.62 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir das soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,55 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13
mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. pH 6,0. j
dep
= 2,5
mA cm
-2
. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x.
(b) (a)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
133
Comparando-se então estes filmes com aqueles obtidos na ausência
de aditivos, presença de BTAH e presença de EDTA, pode-se concluir que não
houve um efeito sinérgico entre os dois aditivos, uma vez que sob as mesmas
condições obteve-se filmes relativamente lisos e homogêneos, tanto na presença
de BTAH quanto na ausência deste aditivo (Fig. 5.18 (a) e (b)) e na presença de
EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e 1,0 x 10
-2
mol L
-1
(Fig. 5.51 (a) e (b)), sob as mesmas
condições de j
dep
e q
d
.
TABELA 5.8 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos
cronopotenciometricamente em j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, a partir das soluções
contendo diferentes concentrações de EDTA associadas com BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
% em massa dos
elementos
solução
Ni C O
EDTA 0,001 mol L
-1
+ BTAH 0,001 mol L
-1
94,88 3,10 2,01
EDTA 0,01 mol L
-1
+ BTAH 0,001 mol L
-1
92,67 3,52 3,81
Os filmes de níquel apresentaram em sua composição apenas Ni, C
e O (Tab. 5.8). Pode-se verificar que as porcentagens em massa dos elementos
presentes nos filmes obtidos em j
dep
= 2,5 mA cm
-2
são bastantes similares, nas
duas concentrações de EDTA + BTAH, sendo que estes contêm grande
quantidade em massa de níquel.
Portanto, para esta condição de deposição, obteve-se grande
porcentagem de Ni e pouca incorporação de outros elementos. Comparando-se
também com os resultados na presença de BTAH, ausência de aditivo, e na
presença de EDTA, pode ser observado que houve maior incorporação em
massa de O aos filmes obtidos a partir do banho contendo a associação de
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
134
aditivos. Também, as quantidades em massa de C incorporadas aos filmes foram
mais elevadas nesta fusão entre BTAH e EDTA. Provavelmente o C presente
nos filmes é devido à incorporação de EDTA aos depósitos.
5.4.5- Análise morfológica e química dos depósitos de níquel
obtidos cronoamperometricamente por MEV e EDX
Para a análise morfológica dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções contendo os dois aditivos,
escolheu-se novamente apenas as melhores condições em que os filmes de
níquel foram obtidos anteriormente a partir de outras soluções, ou seja, E
d
= -1,0
V e q
d
= 2 C cm
-2
.
Verifica-se a partir da Fig. 5.63 que os filmes de níquel
apresentaram-se relativamente lisos e sem trincas, porém com alguns cristalitos
globulares diminutos dispersos sobre o depósito, para ambas as condições.
Porém, quando comparados com aqueles obtidos na presença de somente BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
ou EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e 1,0 x 10
-2
mol L
-1
, estes se
apresentaram menos lisos que os demais. Os depósitos obtidos a partir desta
relação sinérgica entre aditivos são melhores apenas que aquele obtido na
ausência de qualquer aditivo, o qual apresentou pequenas trincas (Fig. 5.19 (e)).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
135
FIGURA 5.63 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir das soluções: (a) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
, (b) NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
+ EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. E
d
= -1,0 V. q
d
= 2 C cm
-
2
. 5000 x.
Pode-se concluir então que o BTAH juntamente com EDTA não
agiu de maneira sinérgica com respeito à morfologia destes filmes de níquel,
assim como ocorreu para os filmes obtidos cronopotenciometricamente.
TABELA 5.9 - Porcentagens em massa de Ni, C e O nos filmes obtidos
cronoamperometricamente em E
d
= -1,0 V, a partir das soluções contendo
diferentes concentrações de EDTA associadas com BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
% em massa dos
elementos
solução
Ni C O
EDTA 0,001 mol L
-1
+ BTAH 0,001 mol L
-1
95,14 2,55 2,31
EDTA 0,01 mol L
-1
+ BTAH 0,001 mol L
-1
95,09 3,03 1,87
(a)
(b)
(a)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
136
Novamente, os filmes apresentaram Ni, C e O em sua composição
química, sendo bastante elevadas e similares as quantidades em massa de Ni, e
bastante semelhantes entre si as quantidades de C e O incorporados. Estas
quantidades em massa de Ni são relativamente maiores que aquelas encontradas
para os mesmos filmes, porém obtidos cronopotenciometricamente. Vale
lembrar que não ocorreu incorporação de Cl, como houve no caso dos filmes
obtidos na presença de somente BTAH ou EDTA (Tab. 5.2 e 5.7).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
137
FIGURA 5.64 - Difratogramas de dispersão de raios-X para filmes de níquel
obtidos cronoamperometricamente a partir da solução: NiSO
4
0,22 mol L
-1
+
NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, pH 2,6. E
d
= -1,0 V: (a) EDTA 1,0 x
10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e (b) EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH
1,0 x 10
-3
mol L
-1
.
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
138
5.5- Melhores condições para obtenção dos eletrodepósitos de
níquel
Reunindo-se então apenas as melhores condições de obtenção dos
depósitos de níquel para cada sistema, ou seja, filmes lisos e homogêneos, sem
trincas e/ou orifícios, pode-se verificar que de um modo geral, os filmes obtidos
cronoamperometricamente a E
d
= -1,0 V foram os mais lisos para todos os
banhos eletrolíticos, tanto na ausência de qualquer aditivo quanto na presença de
BTAH e/ou EDTA (Fig. 5.65). No entanto isto possivelmente se deve ao fato de
que os depósitos são finos, pois as ranhuras do substrato podem ser vistas.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
139
FIGURA 5.65 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronoamperometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: (a) ausência de aditivo, pH 2,6, (b) BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (c) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (d) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0. E
d
= -1,0 V. q
d
= 2 C cm
-2
. 5000 x.
Para os filmes obtidos cronopotenciometricamente, a melhor j
dep
foi
2,5 mA cm
-2
, sendo esta de baixo valor e de elevada eficiência do processo de
deposição. Novamente, esta j
dep
levou à melhor aplicabilidade do filme para
todos os banhos eletrolíticos, em comparação com aqueles obtidos em j
dep
= 25
mA cm
-2
, tanto na ausência de qualquer aditivo quanto na presença de BTAH
e/ou EDTA (Fig. 5.66).
(a) (b)
(c)
(d)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
140
FIGURA 5.66 - Micrografias dos filmes de níquel obtidos
cronopotenciometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33
mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: (a) ausência de aditivo, pH 2,6, (b) BTAH 1,0 x
10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (c) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0, (d) EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pH 6,0. j
dep
= 2,5 mA cm
-2
. q
d
= 2 C cm
-2
.
5000 x.
Deve-se ressaltar que a adição dos aditivos na concentração 1,0 x
10
-3
mol L
-1
gerou as melhores condições como podem ser verificadas nas Figs.
anteriores, embora resultados semelhantes tenham sido obtidos com EDTA 1,0 x
10
-2
mol L
-1
e EDTA 1,0 x 10
-2
mol L
-1
+ BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
(Figs. 5.51
(b), 5.52 (b), 5.62 (b) e 5.63 (b)). Apenas para o BTAH, a concentração 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
foi estipulada desde o início dos estudos, o que foi mais bem explicado
na seção 5.11).
(a) (b)
(d)
(c)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
141
Quanto à composição química pode-se verificar que os filmes
obtidos cronoamperometricamente em E
d
= -1,0 V (Fig. 5.67) apresentam
grandes porcentagens em massa de Ni, tanto na ausência de qualquer aditivo
quanto na presença de BTAH e/ou EDTA. No entanto, a incorporação de O foi
mais favorecida na presença de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e a incorporação de C e
Cl nos filmes obtidos a partir da solução contendo BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
+
EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
foi pequena (Fig. 5.67).
FIGURA 5.67 - Quantidades em massa dos elementos presentes nos filmes de
níquel obtidos cronoamperometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: ausência de aditivo e presença de
diferentes aditivos adicionados ao banho.
Os filmes de níquel obtidos cronopotenciometricamente a j
dep
= 2,5
mA cm
-2
foram bastante ricos em Ni, não houve praticamente incorporação de
Cl e pequenas porcentagens em massa de O e C foram encontradas, tanto na
ausência de qualquer aditivo quanto na presença de BTAH e/ou EDTA (Fig.
5.68).
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
142
FIGURA 5.68 - Quantidades em massa dos elementos presentes nos filmes de
níquel obtidos cronopotenciometricamente a partir da solução NiSO
4
0,22 mol
L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
: ausência de aditivo e presença
de diferentes aditivos adicionados ao banho.
Pode-se concluir por meio de todos os resultados para os sistemas
estudados que o filme obtido a partir do banho de deposição de níquel na
presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
apresentou a melhor morfologia dentre
aqueles obtidos cronoamperometricamente. Embora o filme obtido na ausência
de aditivo tenha sido bastante liso e homogêneo como o obtido na presença de
BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, as condições para obtenção do mesmo exigem um
banho em pH ~ 2,6, sendo este bastante ácido e corrosivo, enquanto que na
presença de BTAH as condições são mais brandas, pois o pH mais adequado é
em torno de 6,0, ou seja, de baixa acidez. Com relação à porcentagem em massa
de Ni, o filme obtido na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
e pH = 6,0 não
apresentou a maior porcentagem em massa deste elemento, mas como já
discutido, os banhos a partir deste aditivo exigem condições mais brandas de
processo. Também, provavelmente este filme possua maior espessura (as
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
143
ranhuras do substrato de Pt não são tão evidentes) que aquele obtido na presença
de EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
(Fig. 5.65 (c)), e indiscutivelmente é mais liso que
aquele obtido na presença dos dois aditivos (Fig. 5.65 (d)). Embora o depósito
obtido a partir da solução contendo EDTA 1,0 x 10
-3
mol L
-1
também apresente
um bom aspecto (liso e homogêneo) este contém maior porcentagem de O
incorporada, e também possui menor porcentagem em massa de Ni.
Para os filmes obtidos cronopotenciometricamente, a melhor
condição de obtenção dos mesmos foi também na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
, pois este se apresentou mais liso e homogêneo que os demais (Fig. 5.66
(b)) e foi o mais rico em quantidade de Ni.
Embora o EDTA seja de fácil disponibilidade comercial e baixa
toxidez, o preparo dos banhos na presença de BTAH é de manuseio mais fácil,
pois nesta quantidade (1,0 x 10
-3
mol L
-1
) o BTAH é solúvel no banho, a solução
contendo este é bastante límpida, e de fácil manipulação de pH do meio e
também este aditivo possui baixa toxidez, enquanto que o EDTA apresenta
solubilidade inferior, sendo que há casos em que é necessário aquecer o banho
para a solubilização total deste reagente e exige maior controle para elevar o pH
do meio. Além do mais o BTAH é um reagente economicamente mais viável
que o EDTA.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
144
5.6- Tratamento e descarte das soluções
A proposição inicial quanto ao tratamento e descarte dos banhos de
deposição de níquel na presença de BTAH era degradar o BTAH em solução
utilizando o reagente de Fenton (Fe
2+
/H
2
O
2
). Entretanto, a reação do BTAH com
o reagente Fenton geraria um produto de degradação de maior toxidez que o
próprio BTAH, o 1H, 1, 2, 3-triazol-4, 5-ácido dicarboxílico. Além do mais, esta
reação, que está representada abaixo, exige condições especiais de operação
(aquecimento contínuo em manta de aquecimento durante 16h).
Portanto, decidiu-se então isolar o BTAH da solução e
posteriormente eletrolisar a mesma à j menores que 10 mA cm
-2
.
O BTAH foi extraído do banho de níquel utilizando-se como
solvente o acetato de etila previamente destilado (6x de 100 mL). A fase
orgânica foi lavada com água destilada e em seguida secada com MgSO
4
anidro.
O agente secante (MgSO
4
) foi removido por filtração a vácuo utilizando-se um
funil de placa sinterizada. O solvente foi removido sob pressão reduzida em um
rotaevaporador, fornecendo um sólido branco.
Este sólido foi deixado na capela durante 24h para assegurar que
todo acetato de etila fosse removido. A massa recuperada de BTAH foi de
0,0105g, sendo que a massa inicial contida na solução era de 0,0119g, ou seja,
88,2 %.
Foi realizada a caracterização do composto por ponto de fusão, cujo
valor obtido foi de 97,5°C. Este valor está coerente com aquele encontrado na
literatura para o BTAH (97-99°C) [62].
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
145
O composto foi analisado por cromatografia em camada delgada
(CCD) utilizando-se como eluente uma mistura de solventes, sendo estes hexano
e acetato de etila na proporção 2:8, respectivamente. Para isto, aplicou-se na
placa cromatográfica o padrão de BTAH (comercial) e aquele extraído da
solução de níquel. A placa cromatográfica foi revelada utilizando-se luz
ultravioleta. Observou-se que após a eluição esses compostos apresentaram o
mesmo fator de relação (RF), indicando então que se trata da mesma substância.
Fez-se também a caracterização do composto obtido por
espectrometria de massa. Os dados de fragmentação verificados no espectro de
massa do composto extraído da solução de níquel (Fig. 5.69 (b)) estão de acordo
com aqueles obtidos para o padrão (Fig. 5.69 (a)), ou seja, os valores de m/z
observados indicaram que o sólido branco obtido corresponde realmente ao
BTAH.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
146
FIGURA 5.69 - Espectro de massas do BTAH. (a) padrão de BTAH, (b)
composto extraído da solução de níquel, o BTAH.
Portanto, a extração do aditivo orgânico BTAH foi realizada com
sucesso, sendo que quase toda massa utilizada no banho pôde ser recuperada,
indicando que o procedimento descrito anteriormente foi eficaz.
Para verificar se o BTAH da solução de níquel foi realmente
removido, fez-se uma voltametria da solução de níquel após a extração de
BTAH, como pode ser verificado na Fig. 5.70:
(a)
(b)
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
147
FIGURA 5.70 - Curva voltamétrica sobre substrato de Pt a partir da solução
NiSO
4
0,22 mol L
-1
+ NiCl
2
0,33 mol L
-1
+ H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
. ν = 10 mV s
-1
.
Pode ser inferido da Fig. 5.70 que o perfil voltamétrico foi bastante
similar àquele obtido na ausência de BTAH (Fig. 5.4 (b)), sendo que a j
alcançada é de mesmo valor daquela da Fig. 5.4 (b) (~ 80 mA cm
-2
), como seria
o esperado, uma vez que o BTAH provoca queda no valor da j. Portanto,
provavelmente todo BTAH existente em solução foi removido, pois a solução
em que se extraiu o aditivo passou a se comportar como uma solução na
ausência de BTAH. Logo após a solução contendo íons Ni
2+
foi eletrolisada.
CAPÍTULO 5 – Resultados e Discussão
148
CAPÍTULO 6 – Conclusões
149
CAPÍTULO 6 – Conclusões
Os estudos para otimização da melhor concentração do aditivo
BTAH levou a concluir que quando este aditivo está presente na concentração
de 1,0 x 10
-3
mol L
-1
na solução de composição NiSO
4
0,22 mol L
-1
, NiCl
2
0,33
mol L
-1
, H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
, esta apresenta-se límpida e dependendo do
potencial de deposição a morfologia dos depósitos foi adequada.
Os estudos de eletrodeposição de níquel a partir de soluções
alcalinas contendo EDTA 0,55 mol L
-1
e 0,70 mol L
-1
levaram a concluir que o
complexo de níquel (NiY
2-
) não se descarrega a Ni metálico, porém quando o
EDTA é utilizado em quantidade de aditivo (1,0 x 10
-2
mol L
-1
ou 1,0 x 10
-3
mol
L
-1
) houve a formação dos filmes.
Os estudos voltamétricos da deposição de níquel a partir de
soluções contendo os aditivos BTAH, EDTA e EDTA + BTAH levaram a
concluir que estes agem pelo mecanismo dirt, pois a densidade de corrente do
processo de deposição de níquel diminuiu na presença dos aditivos.
As curvas voltamétricas anódica para todos os sistemas estudados
mostraram três picos de dissolução, sendo estes atribuídos à dissolução das
diferentes fases cristalográficas de níquel presentes (Ni, α-Ni e β-Ni), porém
para potenciais menos negativos que -1,1 V, não há a presença de β-Ni, pois nos
estágios iniciais do processo, a formação de α-Ni é predominante (regiões de
baixa evolução de H
2
). Além destes processos anódicos foram verificados outros
processos paralelos aos mesmos, os quais contribuíram diretamente no valor das
cargas anódicas.
O estudo voltamétrico do processo de deposição de níquel na
presença de BTAH e na ausência de qualquer aditivo a partir das soluções em
diferentes valores de pH (2,6, 5,0 e 6,0) levou a concluir que com o aumento da
alcalinidade da solução, a densidade de corrente, de modo geral, aumentou e
CAPÍTULO 6 – Conclusões
150
também a deposição inicia-se em sobrepotenciais menos negativos, sugerindo a
formação de hidróxidos de Ni(II) que favorecem o processo de deposição.
Por meio da relação Q
a
/Q
c
do processo de deposição de níquel
(voltamétrico) na ausência de aditivos e na presença de BTAH e/ou EDTA,
pode-se concluir que a REH ocorre paralela ao processo de redução do níquel,
pois as razões Q
a
/Q
c
decrescem quando o potencial de deposição torna-se mais
negativo. No entanto as razões Q
a
/Q
c
foram maiores que 1, levando a concluir
que a formação de óxidos de níquel, oxidação da água e de cloreto ocorrem
paralelamente ao processo anódico.
Da relação de j
p
versus ν
1/2
pode-se concluir que o processo de
deposição de níquel no sistema Ni-BTAH e Ni-EDTA é quase-reversível na
região estudada, ou seja, região do pico voltamétrico.
Por meio dos estudos da dissolução dos filmes obtidos
cronopotenciometricamente para todos os sistemas em solução de HCl 0,1 mol
L
-1
, pode-se observar dois picos de dissolução, o que torna possível concluir que
duas formas cristalográficas de níquel estão presentes no eletrodepósito.
Também se concluiu que a acentuada queda na eficiência (Φ) do processo de
deposição à medida que a j
dep
tornou-se mais negativa foi devida à significativa
REH paralela ao processo de deposição.
Pode-se verificar dos resultados de eficiência obtidos a partir de
soluções de níquel contendo diferentes aditivos que a mesma foi similar
independentemente do aditivo presente no banho de deposição. Pode-se concluir
destes resultados que a contribuição da REH ao processo de deposição foi
similar e que a área dos eletrodepósitos de níquel foram similares.
Por meio da análise dos depósitos obtidos
cronoamperometricamente por MEV, para todos os sistemas estudados, pode-se
concluir que a melhor condição de obtenção de filmes de níquel (lisos e sem
trincas e/ou orifícios) foi em E
d
= -1,0 V (baixo potencial de deposição) e pH =
CAPÍTULO 6 – Conclusões
151
6,0, na presença de BTAH 1,0 x 10
-3
mol L
-1
. Dentre os filmes obtidos
cronopotenciometricamente, a melhor condição para obtenção dos mesmos foi
em j
dep
= 2,5 mA cm
-2
, cuja eficiência do processo de deposição de níquel é
bastante elevada, próxima de 100% e novamente na presença de BTAH 1,0 x 10
-
3
mol L
-1
.
Por meio da análise dos depósitos por EDX, para todos os sistemas
estudados, verificou-se a incorporação de O e Cl. Destes resultados pode-se
concluir que a presença de trincas deve-se não apenas à presença de hidróxidos
de níquel nos depósitos, mas também à incorporação de cloreto.
Pode-se concluir das análises morfológicas dos depósitos de níquel
que estas dependem do potencial de deposição e conseqüentemente da
composição química dos mesmos.
Os resultados das análises dos depósitos de níquel por DRX
mostraram a ocorrência de níquel de estrutura hexagonal (Ni
h
) e níquel de
estrutura cúbica (Ni
c
), além da Pt. No entanto, comparando-se os resultados de
DRX com os de EDX pode-se concluir que a presença de hidróxidos de níquel
no depósito não pode ser descartada e que esta deve ser de baixa cristalinidade.
O eletrodepósito obtido cronoamperometricamente a partir de
solução diluída de níquel mostrou coloração esverdeada do que se pode concluir
que houve a precipitação de hidróxidos de níquel durante o processo de
eletrodeposição.
Os estudos dos depósitos de níquel obtidos a partir de soluções mais
diluídas por EDX mostraram que os filmes continham porcentagem em massa
de O mais elevada que aqueles obtidos a partir de banhos concentrados em
níquel.
A associação entre os aditivos BTAH e EDTA não apresentou
efeito sinérgico no processo de deposição, uma vez que não houve melhoria na
morfologia e composição química dos filmes obtidos a partir destas soluções.
CAPÍTULO 6 – Conclusões
152
Os estudos de deposição voltamétrica, cronopotenciométricos,
MEV e EDX nos permitiram definir as condições para tratamento das soluções
de deposição de níquel a serem descartadas, ou seja, levar estas soluções a pH =
6 e realizar eletrólise exaustiva à j < 10 mA cm
-2
, e para as soluções diluídas a
mesma condição de pH e potencial menor que -1,6 V.
Portanto, a melhor condição para obtenção de eletrodepósitos de
níquel a partir da solução tipo Watts (NiSO
4
0,22 mol L
-1
, NiCl
2
0,33 mol L
-1
,
H
3
BO
3
0,13 mol L
-1
) foi na presença do aditivo orgânico BTAH (1,0 x 10
-3
mol
L
-1
) em pH 6,0, baixo sobrepotencial (E
d
= -1,0 V) ou baixa j
dep
(2,5 mA cm
-2
).
Nestas condições, ou seja, a partir de um banho menos ácido e corrosivo,
contendo um aditivo de baixa toxidez e economicamente viável, obteve-se
eletrodepósitos de níquel lisos e homogêneos, sendo estes contendo elevadas
porcentagens em massa deste metal.
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