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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO
HUMANO
COMPARAÇÃO DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO DE
FORÇA NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA, FORÇA
MUSCULAR, ANTROPOMETRIA E LESÃO MUSCULAR EM
MULHERES PRÉ-MENOPÁUSICAS
Dissertação de Mestrado
Adriane Carla Vanni
Porto Alegre
2008
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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO
HUMANO
Adriane Carla Vanni
COMPARAÇÃO DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO DE FORÇA
NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA, FORÇA MUSCULAR,
ANTROPOMETRIA E LESÃO MUSCULAR EM MULHERES PRÉ-
MENOPÁUSICAS
Orientadora: Prof
a
. Dra. Flávia Meyer
Porto Alegre
2008
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciências do Movimento Humano da
Escola de Educação Física da
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, como requisito
parcial para obtenção do grau
acadêmico de Mestre em Ciências
do Movimento Humano.
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2
Adriane Carla Vanni
COMPARAÇÃO DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO DE FORÇA NA
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA, FORÇA MUSCULAR, ANTROPOMETRIA E
LESÃO MUSCULAR EM MULHERES PRÉ-MENOPÁUSICAS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Educação Física
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano
Porto Alegre
2008
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A DISSERTAÇÃO
COMPARAÇÃO DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO DE FORÇA NA
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA, FORÇA MUSCULAR, ANTROPOMETRIA E
LESÃO MUSCULAR EM MULHERES PRÉ-MENOPÁUSICAS
ELABORADA POR
ADRIANE CARLA VANNI
COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU ACADÊMICO DE
MESTRE EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
COMISSÃO EXAMINADORA:
_____________________________
Dr. Álvaro Reischak de Oliveira - UFRGS
_____________________________
Dr. Luiz Fernando Martins Kruel - UFRGS
_____________________________
Dra. Carla Maria De Martini Vanin - UFCSPA
Porto Alegre, abril de 2008
4
DEDICATÓRIA
À minha família que, quando choro ou dou risada,
sempre me apóia e me fortalece, principalmente, meu
esposo, minha mãe e meus irmãos.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço às pessoas que, direta ou indiretamente, participaram deste trabalho.
Em primeiro lugar, à minha orientadora, Profª. Dra. Flávia Meyer, pela confiança
na realização desta tarefa e pela orientação incansável.
Aos professores, Prof. Dr. Álvaro, Prof. Dr. Kruel e Prof. Dr. Ronei, pelas
contribuições e sugestões para o desempenho deste compromisso. À Profª. Dra.
Carla Vanin, por aceitar participar da banca examinadora, o que me deixou muito
honrada.
Aos meus familiares, especialmente à minha amada mãe Carmencita, meus
adoráveis irmãos Marcos e André, minha cunhada Luciana e minha tia Leny, pelo
apoio incondicional, agora e sempre!
Ao meu esposo Jorge, pela paciência, compreensão, apoio, dedicação, amizade
e muito amor. Esta etapa de nossas vidas nos fortaleceu ainda mais!
À minha colega e amiga do coração, Profª. Alessandra, pelas conversas (de
manhã, de tarde e de noite), pelos debates e pelo apoio e auxílio imprescindíveis
durante todo o percurso do processo.
Aos alunos do Curso de Educação Física da URI Campus Erechim, e ao Prof.
Felipe Orso, que me ajudaram, como voluntários, muito disponíveis, na aplicação
prática dos treinamentos.
À URI Campus Erechim, que viabilizou a realização do meu Mestrado e
disponibilizou o espaço físico necessário para a realização das coletas.
À UNIMED Erechim, à Clínica Radisom e à academia Top Training, por
disponibilizarem seus equipamentos e seus funcionários nos horários e datas
oportunas para as coletas e treinamentos.
Aos médicos Paulo e Carla Dall’Agnol, Clarice Campos, Marcos Busetto, Paulo
Jaskulski, e à nutricionista Vivian Skzypek Zanardo, pelos encontros, atendimentos,
artigos, conselhos e troca de idéias.
Aos meus alunos de “personal”, pela ENORME compreensão sobre minhas
ausências.
Às voluntárias deste estudo, sempre muito disponíveis.
6
RESUMO
COMPARAÇÃO DE DOIS MODELOS DE TREINAMENTO DE FORÇA NA
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA, FORÇA MUSCULAR, ANTROPOMETRIA E
LESÃO MUSCULAR EM MULHERES PRÉ-MENOPÁUSICAS
Autora: Adriane Carla Vanni
Orientadora: Profª. Dra. Flávia Meyer
O objetivo geral deste estudo foi avaliar e comparar os efeitos de dois
modelos de periodização de treinamento de força na densidade mineral óssea
(DMO), na força muscular dinâmica máxima (1-RM) e submáxima (20-RM),
parâmetros de lesão muscular e parâmetros antropométricos de mulheres na pré-
menopausa. Vinte e sete mulheres, sem osteopenia ou osteoporose, foram divididas
aleatoriamente em dois grupos experimentais: (1) treinamento de força com
periodização linear (GPL n=14), com intensidades de 18 8 repetições máximas
(RM); e (2) treinamento de força com periodização ondulada (GPO n=13), com
intensidades de 12 – 8-RM. Ambos os grupos treinaram 3 vezes por semana,
durante 28 semanas. O treinamento foi dividido em 4 mesociclos: no 1° mesociclo
(primeiras 4 semanas), ambos os grupos executaram 3 séries de 20-RM, em todos
os 8 exercícios selecionados, para adaptação. Os parâmetros de lesão muscular,
avaliados em vários momentos do treinamento, foram as concentrações sangüíneas
de creatina quinase (CK) e a dor muscular tardia (DMT). Os parâmetros
antropométricos mensurados foram o somatório de 3 dobras cutâneas (DC) e a
perimetria (PE). A análise dos dados, no decorrer do tempo, foi feita, utilizando-se a
teoria de modelos mistos para medidas repetidas, e 4 estruturas de matriz de
variâncias e covariâncias, usando-se o procedimento MIXED do software estatístico
SAS. Para a análise da variável CK, considerando-se os diferentes momentos de
coleta, utilizaram-se estruturas de matrizes de variância e covariância do tipo
produto direto entre uma matriz sem-estrutura. O teste de Bonferroni foi realizado
para o detalhamento dessa análise. A regressão logística foi utilizada para avaliar a
variável DMT. Em todas as análises, o nível de significância adotado foi p<0,05.
Após 28 semanas de treinamento, não foram mostrados efeitos positivos na DMO
para ambos os grupos. Mas foram observados aumentos significativos na força
muscular dinâmica máxima e submáxima, em ambos os grupos, sendo que os
parâmetros de lesão muscular foram significativamente superiores no 1° mesociclo,
em comparação com os outros mesociclos. Os valores basais da concentração de
CK (pré) mostraram-se superiores às coletas realizadas 24 horas após a primeira
sessão de treinamento de cada mesociclo (pós24h) e 48 horas após a primeira
7
sessão de treinamento de cada mesociclo (pós48h), em todos os mesociclos. Foram
mostrados incrementos no PE da coxa distal tanto para o GPL quanto para o GPO.
Os resultados deste estudo sugerem que tanto o treinamento de força, com
periodização linear, como o treinamento de força, com periodização ondulada,
promovem incrementos na força muscular dinâmica e apresentam respostas
similares em relação aos parâmetros de lesão muscular analisados. No entanto,
nenhum dos modelos de periodização utilizados mostra efeitos positivos na DMO,
após 28 semanas de treinamento.
Palavras-chave: Treinamento de força. Densitometria óssea. Periodização. Pré-
menopausa. Dor muscular. Creatina quinase.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Autor: Adriane Carla Vanni
Orientadora: Profª. Dra. Flávia Meyer
Título: Comparação de dois modelos de treinamento de força na densidade mineral
óssea, força muscular, antropometria e lesão muscular em mulheres pré-
menopáusicas.
Dissertação de Mestrado em Ciências do Movimento Humano
Porto Alegre, abril de 2008.
8
ABSTRACT
COMPARISON OF TWO MODELS OF STRENGTH TRAINING ON BONE MINERAL
DENSITY, MUSCULAR STRENGTH, ANTHROPOMETRY AND MUSCULAR
DAMAGE IN PREMENOPAUSAL WOMEN
Author: Adriane Carla Vanni
Advisor: Flávia Meyer, PhD
The general purpose of this study was to evaluate and to compare the effects
of two models of strength training periodization on bone mineral density (BMD), on
maximal dynamic muscular strength (1-RM) and on the submaximal (20-RM),
parameters of muscle damage and anthropometrics parameters of premenopausal
women. Twenty-seven women without osteopenia or osteoporosis were randomly
divided into two experimental groups: (1) strength training with linear periodization
(LPG n=14) with intensity of 18 8 repetition maximum (RM), and (2) strength
training with ondulating periodization (OPG – n=13), with intensity of 12 – 8-RM. Both
groups treined three times a week for 28 weeks. The training was divided into four
mesocycles. In the first mesocycle (the first four weeks), both groups performed 3
sets of 20-RM in every eight selected exercises, in order to adapt for the exercise.
The parameters of muscle damage assessed in several moments of the training were
blood concentrations of creatine kinasis (CK) and the delayed-onset muscle
soreness (DOMS); the measured anthropometrics parameters were the sum of 3
skinfolds (SKF) and the perimeters (PE). The data analysis along the time was
performed using the theory of mixed models for repeated measurements and four
structures of variances and co-variances matrix, using MIXED procedure from SAS
statistical software. For the analysis of variable CK, considering the different
moments of collection, the structures of variances and c-variances matrix of the kind
of direct product in a non-structured matrix was used. Bonferroni’s test was
performed for analysis detailing. The logistic regression was used to evaluate the
DOMS variable. In every analysis, the level of significance adopted was p<0,05. After
28 weeks of training BMD did not show positive effects in any of the groups; but
significant increasing was observed on maximal and submaximal dynamic muscular
strength on both groups and the parameters of muscle damage were significantly
higher in the first mesocycle, compared to other mesocycles. The basal values of CK
concentrations (pre) were higher than the values taken 24 hours after the first training
session of each mesocycle (after24h) and 48 hours after the first training session of
each mesocycle (after48h), in every mesocycle. Increasings were showed in PE of
the distal thigh as much for LPG and for OPG. The results of this study suggest that
both strength training with linear periodization and strength training with ondulating
9
periodization promote an increasing on dynamic muscular strength and present
similar responses regarding the parameters of muscle damage analysis. However,
none of the periodization models showed positive effects on BMD after 28 weeks of
training.
Key Words: Strength training. Bone densitometry. Periodization. Premenopausa.
Muscle soreness. Creatine kinasis.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
HUMAN MOVEMENT SCIENCE PÓS-GRADUATION PROGRAM
Author: Adriane Carla Vanni
Advisor: Flávia Meyer, PhD
Title: Comparison of two models of strength training on bone mineral density,
muscular strength, anthropometry and muscular damage in premenopausal women.
Master Dissertation in Human Movement Science
Porto Alegre, april, 2008.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................21
1.1 OBJETIVOS......................................................................................................25
1.1.1 Objetivo geral........................................................................................25
1.1.2 Objetivos específicos...........................................................................25
1.2HIPÓTESES.......................................................................................................26
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................28
2.1 FORÇA MUSCULAR.........................................................................................28
2.1.1 Modalidades de força............................................................................28
2.1.1.1 Força máxima.......................................................................................28
2.1.1.2 Força absoluta......................................................................................29
2.1.1.3 Força relativa........................................................................................29
2.1.1.4 Força rápida.........................................................................................29
2.1.1.5 Força de resistência.............................................................................29
2.1.2 Treinamento de força............................................................................29
2.1.3 Tipos de treinamento de força.............................................................31
2.1.3.1 Métodos de avaliação da força dinâmica.............................................33
2.1.4 Sistemas e técnicas de treinamento de força.....................................33
2.1.5 Variáveis do treinamento de força.......................................................35
2.1.5.1 Intensidade...........................................................................................35
2.1.5.2 Volume.................................................................................................36
2.1.5.3 Carga de treinamento...........................................................................38
2.1.6 Periodização..........................................................................................39
2.1.7 Adaptações neurais e morfológicas decorrentes do treinamento de
força.................................................................................................................41
2.2 FISIOLOGIA ÓSSEA.........................................................................................42
2.2.1 Remodelação óssea..............................................................................43
2.2.2 Deposição óssea e estresse compressivo.........................................45
2.2.3 Tipos de ossos......................................................................................45
2.3 MASSA ÓSSEA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA.........................................46
2.4 DENSITOMETRIA ÓSSEA................................................................................48
2.5 OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE...................................................................49
2.5.1 Efeitos do treinamento de força na densidade mineral óssea...........51
2.6 LESÃO MUSCULAR.........................................................................................53
2.6.1 Dor muscular tardia (DMT)...................................................................56
2.6.1.1 Métodos de avaliação da DMT.............................................................57
2.6.2 Creatina quinase (CK)...........................................................................57
2.6.2.1 Função e estrutura...............................................................................58
2.6.2.2 Tempo de curso e mecanismo de efluxo..............................................59
2.6.2.3 Mensuração da CK pós-exercício........................................................59
2.6.2.4 Método de avaliação da CK.................................................................60
2.7 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS............................................................60
3 MÉTODOS..............................................................................................................62
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA..............................................................................62
3.1.1 Procedimentos para seleção da amostra.............................................62
3.1.2 Cálculo do tamanho da amostra...........................................................63
3.1.3 Critérios de exclusão.............................................................................63
3.2 VARIÁVEIS..........................................................................................................64
3.2.1 Variáveis dependentes...........................................................................64
3.2.2 Variáveis independentes.......................................................................65
3.2.3 Variáveis para caracterização da amostra...........................................65
3.2.4 Variável interveniente............................................................................65
3.2.5 Variável de controle...............................................................................65
3.3 PROCEDIMENTOS...........................................................................................65
3.3.1 Parâmetros antropométricos................................................................66
3.3.2 Consultas................................................................................................66
3.3.3 Densitometria óssea..............................................................................67
3.3.4 Testes de 1-RM e 20-RM........................................................................68
3.4 TRATAMENTO DAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES......................................72
3.4.1 Sessões de treino...................................................................................72
3.4.1.1 Tipos de exercícios................................................................................73
3.4.1.2 Execução dos exercícios.......................................................................74
3.4.1.3 Predição dos pesos...............................................................................76
3.4.2 Periodização...........................................................................................76
3.5 PROCEDIMENTOS PARA OS PARÂMETROS DE LESÃO MUSCULAR........80
3.5.1 Creatina quinase (CK)............................................................................80
3.5.2 Dor muscular tardia (DMT).....................................................................81
3.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL..................................................................82
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................................................83
4 RESULTADOS........................................................................................................85
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.................................................................85
4.2 DENSIDADE MINERAL ÓSSEA.......................................................................86
4.3 FORÇA MUSCULAR DINÂMICA......................................................................86
4.4 PARÂMETROS DE LESÃO MUSCULAR.........................................................89
4.5 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS............................................................93
4.6 HÁBITOS ALIMENTARES.................................................................................94
5 DISCUSSÃO...........................................................................................................96
5.1 DENSIDADE MINERAL ÓSSEA.......................................................................96
5.2 FORÇA MUSCULAR DINÂMICA......................................................................98
5.3 PARÂMETROS DE LESÃO MUSCULAR.........................................................99
5.4 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS..........................................................102
6 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E APLICAÇÕES PRÁTICAS.............................104
6.1 CONCLUSÕES...............................................................................................104
6.2 SUGESTÕES..................................................................................................105
6.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS...............................................................................105
REFERÊNCIAS........................................................................................................106
APÊNDICES.............................................................................................................119
ANEXOS..................................................................................................................128
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Periodização das 28 semanas de treinamento do GPL e GPO. O gráfico
ilustra o número de repetições realizadas por voluntária, e os volumes da
periodização linear (VL) e da periodização ondulada (VO), utilizados por
mesociclo e microciclo dos grupos, relativo aos exercícios de membros
inferiores, abdominal e cintura.................................................................78
Figura 2 - Médias da carga total (CT) de treinamento em função dos grupos.........80
Figura 3 - Esquema das coletas de sangue para análise de creatina quinase (CK),
nos momentos anteriores e posteriores da sessão e do treinamento.....81
Figura 4 - Médias de creatina quinase (CK) em função do mesociclo e da coleta,
para cada grupo. Mesociclos acompanhados de letras minúsculas
distintas, diferem significativamente pelo teste de Bonferroni (p<0,05).
Coletas acompanhadas de letras maiúsculas distintas, diferem
significativamente pelo teste de Bonferroni (p<0,05)..............................92
Figura 5 - Porcentagens de avaliações positivas da DMT em função dos grupos e
dos mesociclos. Mesociclos acompanhados de letras minúsculas distintas,
diferem significativamente pelo teste de Bonferroni (p<0,05)...................93
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Constantes para estimativa de 1-RM, a partir do número de repetições
executadas, proposta por Lombardi (1989).............................................70
Tabela 2 - Tempo total (minutos) do mesociclo de treinamento de cada indivíduo e
somatório () total das 28 semanas de treinamento...............................73
Tabela 3 - Número de repetições, somando todos os exercícios executados em cada
sessão, total de repetições por mesociclo e representação do somatório
() para cada voluntária do GPL e GPO.................................................79
Tabela 4 - Delineamento experimental......................................................................82
Tabela 5 - Características de idade e antropometria pré-treinamento por grupo.....85
Tabela 6 - Densidade mineral óssea (DMO) pré e pós-treinamento nas diferentes
regiões corporais por grupo.....................................................................86
Tabela 7 - Força máxima (1-RM) e força submáxima (20-RM) pré e pós-treinamento
por grupo.................................................................................................87
Tabela 8 - Intensidade relativa (%1-RM) pré e pós-treinamento por grupo..............88
Tabela 9 - Diferença entre os pesos (Δ de pesos) obtidos nos testes de 1-RM e 20-
RM pré e pós-treinamento, nos exercícios supino e remada,
respectivamente, e diferença entre o número de repetições máximas (Δ
de RM) pré e pós-treinamento, nos testes de 1-RM e 20-RM dos
exercícios abdominal e remada, respectivamente, em função dos
grupos......................................................................................................89
Tabela 10-Valores de creatina quinase (CK) para todas as coletas (pré, pós24h e
pós48h) em cada mesociclo por grupo....................................................90
Tabela 11-Níveis descritivos de probabilidade do teste F da análise de modelos
mistos para medidas repetidas para a variável CK transformada em
(p<0,05)....................................................................................................91
Tabela 12-Níveis descritivos de probabilidade do teste de χ
2
da análise de regressão
logística para dor muscular tardia (DMT) (p<0,05)..................................93
Tabela 13 -Somatório das dobras cutâneas ( DC) e perímetros (PE) da cintura, do
abdômen, quadril, coxa proximal, coxa meso-femoral e coxa distal pré e
pós-treinamento por grupo......................................................................94
Tabela 14-Nutrientes e micronutrientes avaliados pré e pós-treinamento por
grupo........................................................................................................95
Tabela 15- Tonelagem total de cada mesociclo por grupo......................................119
Tabela 16 - Médias e EP do Δ de pesos, Δ de RM e CT em função dos grupos......120
Tabela 17-Características de antropometria pré e pós-treinamento por grupo e a
interação período x grupo......................................................................121
Tabela 18-Níveis descritivos de probabilidade do teste F da análise de modelos
mistos para medidas repetidas (p<0,05)...............................................122
Tabela 19- Médias e erros padrão (EP) das variáveis avaliadas em função do grupo
e do período...........................................................................................124
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 -Coeficientes para determinação de pesos nos testes de 1-RM pré-
treinamento..............................................................................................70
Quadro 2 -Coeficientes para determinação de pesos nos testes de 20-RM pré-
treinamento..............................................................................................71
Quadro 3 - Ordem dos exercícios para todas as sessões das 14 primeiras semanas
de treinamento para o GPL e GPO.........................................................74
Quadro 4 - Ordem dos exercícios para todas as sessões das 14 últimas semanas de
treinamento para o GPL e GPO..............................................................75
Quadro 5 -Testes para alteração de pesos, no programa de treinamento, para o
grupo periodização linear (GPL) e grupo periodização ondulada
(GPO)......................................................................................................76
Quadro 6 -Periodização das 28 semanas de treinamento para o GPL (membros
inferiores, abdominal e cintura)..............................................................77
Quadro 7 -Periodização das 28 semanas de treinamento para o GPO (membros
inferiores, abdominal e cintura)...............................................................77
Quadro 8 - Periodização das 28 semanas de treinamento para GPL e GPO
(membros superiores)..............................................................................79
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
Δ Delta
DC Somatório das dobras cutâneas
%1-RM Intensidade relativa
1-RM Uma repetição máxima
20-RM Vinte repetições máximas
ACSM American College of Sports Medicine
CK Creatina quinase
cm Centímetros
CT Carga total
DMO Densidade mineral óssea
DMO
colo
Densidade mineral óssea do colo do fêmur
DMO
L1L4
Densidade mineral óssea de L1 a L4
DMO
Ward
Densidade mineral óssea do triângulo de Ward
DMO
troc
Densidade mineral óssea do trocânter do fêmur
DMT Dor muscular tardia
DXA Absormetria de raio-x de dupla energia
EP Erro padrão
g
.
cm
-2
Grama de mineral ósseo por centímetro quadrado de área analisada
GH Hormônio do Crescimento
GPL Grupo periodização linear
GPO Grupo periodização ondulada
IMC Índice de massa corporal
kcal Quilocalorias
kg Quilogramas
MC Massa corporal
mg
.
dia
-1
Miligramas por dia
mm Milímetros
MO Massa óssea
n Tamanho amostral
PE Perímetros
r Correlação de Pearson
RM Repetições máximas
RML Resistência Muscular Localizada
SBME Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte
t Tonelada
U
.
L
-1
Unidades por litro
URI Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
DEFINIÇÃO OPERACIONAL DE TERMOS
Densidade Mineral Óssea (DMO) É a relação entre o peso ósseo e seu volume,
podendo (o peso ósseo) ser mensurado através do exame de densitometria óssea
(DXA) que se expressa em gramas por centímetro quadrado.
Massa Óssea (MO) É o peso ósseo que pode ser expresso em gramas,
quilogramas ou libras.
Lesão Muscular É o dano causado pela ruptura do tecido conjuntivo e contrátil
(WHITING e ZERNICKE, 2001), podendo causar a liberação da enzima creatina
quinase (CK) para o sangue, em decorrência do rompimento de fibras musculares.
1 INTRODUÇÃO
Durante as primeiras décadas da vida, predominam a formação óssea e, mais
tarde, a atividade de absorção óssea, de tal forma que a densidade mineral óssea
(DMO) começa a declinar vagarosamente a partir dos 45-50 anos de idade,
principalmente em mulheres. O homem típico, com aproximadamente 50 anos de
idade, experimenta uma perda óssea de 0,4% a cada ano, enquanto a mulher
começa a perder duas vezes essa quantidade por volta dos 35 anos (McARDLE et
al., 2003). Na fase pós-menopáusica, os ossos têm sua homeostase alterada, com
predomínio da absorção no constante processo de remodelamento, podendo
ocorrer, então, graus variados de diminuição da DMO (SBME, 2000) que podem
chegar a 18% de perda nos primeiros cinco anos (BANDEIRA et al., 2000). A falta
de estrogênio, que ocorre na menopausa, e o sedentarismo tornam a osteopenia e a
osteoporose mais freqüentes em mulheres de 50 anos de idade (TUCCI, 2006).
A osteoporose é definida como uma desordem esquelética caracterizada por
comprometer a força óssea, através de uma diminuição da DMO e deterioração na
microarquitetura do tecido ósseo, predispondo o indivíduo a um aumento no risco de
fraturas (ACSM, 1995; JAMA, 2001). Sendo responsável por mais de 1,5 milhão de
fraturas a cada ano (LEWIECKI, 2004), essa doença tornou-se um problema de
Saúde Pública (KELLEY e KELLEY, 2004; TUCCI, 2006; WINZENBERG et al.,
2006) devido à mobilidade, incapacidade física, diminuição de qualidade de vida e
mortalidade. Por isso, a principal forma de manejo da osteopenia e da osteoporose é
a prevenção (HAWKER et al., 2002; CHAN et al., 2003), focalizada na preservação
ou incremento da DMO (ACSM, 1995; WINZENBERG et al., 2006). Numa revisão
(MARTIN e HOUSTON, 1987) foi relatado que o exercício físico vem alterando o
quadro negativo da causa dessas doenças, comprovando que exercícios localizados
e específicos são benéficos nas regiões mais propensas à perda óssea (POLLOCK
e WILMORE, 1993).
O ACSM (2004), em posicionamento oficial, relata existirem evidências de que a
prática de exercícios que induzem o aumento de DMO em crianças, são mantidos na
idade adulta, o que nos sugere que a prevenção é muito eficaz. Nesse caso, deve-
se dar atenção ao hábito de exercitar-se durante toda a vida (MARTIN e HOUSTON,
1987; FRISCHENBRUDE e ROSE, 1996; KANNUS, 1999; ACSM, 2004), esse
hábito, quando associado a uma ingestão alimentar adequada, é capaz de fazer a
prevenção primária da osteoporose pós-menopáusica (SBME, 2000; BLOOMFIELD,
2001).
Principalmente para as mulheres, a diminuição nas concentrações hormonais de
estrogênio, que ocorre na fase pós-menopáusica, aumenta a perda de DMO (ACSM,
2004). Segundo Kraemer et al. (2004) e Fleck e Kraemer (2006), o incremento ou a
manutenção da DMO é um dos benefícios fisiológicos de um programa de
treinamento de força planejado adequadamente.
Tradicionalmente, o treinamento de força era realizado por poucos indivíduos:
atletas de força e pessoas que tinham como objetivo a hipertrofia muscular. Mas,
atualmente, devido ao avanço científico e com um melhor entendimento dos
profissionais da Área da Saúde, recomenda-se tal exercício para adolescentes,
adultos saudáveis, idosos, indivíduos que apresentam doenças cardiovasculares e
neuromusculares (KRAEMER e RATAMESS, 2004).
Vários modelos de treinamento de força, executados por mulheres, têm sido
examinados com o intuito de verificar se produzem aumentos significativos de força
(PETERSON et al., 1991; HUMPHRIES et al., 2000; VINCENT e BRAITH, 2002;
CALDWELL, 2004) ou se causam alterações na composição corporal (STARKEY et
al., 1996; AHTIAINEN et al., 2005) e na DMO (RYAN et al., 1994; DORNEMANN et
al., 1997; BRENTANO et al., 2008), ou ainda, se provocam lesão muscular e/ou dor
muscular tardia (DMT) (ROTH et al., 2000; KAURANEN et al., 2001).
Treinamentos de força de alta intensidade, podem significar um efetivo aumento
da DMO regional, possibilitando um efeito osteogênico local (HUMPHRIES et al.,
2000; BANDEIRA et al., 2000; VINCENT e BRAITH, 2002). São, portanto, mais
efetivos que exercícios de baixa e moderada intensidades (VINCENT e BRAITH,
2002).
Modelos de treinamentos de força têm sido testados (MENKES et al., 1993;
ADAMIS et al., 1999; CHENG et al., 2002; STENGEL et al., 2005) com o objetivo de
encontrar respostas adequadas para atenuar o declínio da DMO, pois atividades
comuns na vida diária, como caminhadas (HUMPHRIES et al., 2000), têm sido
pouco efetivos. Alguns estudos (HUMPHRIES et al., 2000; VINCENT e BRAITH,
2002; CHUBAK et al., 2006) utilizando treinamentos em esteira rolante,
cicloergômetro e força em moderada intensidade como, também, sessões de
alongamento, não têm demonstrado resultados positivos na DMO.
Um treinamento de força executado em, aproximadamente, 90% de 3 repetições
máximas (RM) realizado por homens durante 16 semanas, mostrou aumento de
DMO do colo do fêmur (RYAN et al., 1994). Dornemann et al. (1997) avaliaram
mulheres pré-menopáusicas que faziam suplementação com 500 mg de cálcio por
dia (mg
.
dia
-1
) e, que treinaram em intensidades variadas em cada sessão de
exercícios por 24 semanas. Os resultados sugeriram aumento de DMO no colo do
fêmur e vértebras lombares. Maddalozzo e Snow (2000), avaliando homens e
mulheres, entre 50 e 60 anos de idade, e comparando treinamento de moderada
intensidade (40 a 60% de uma repetição máxima [1-RM]) com treinamento de alta
intensidade (70% de 1-RM) durante 24 semanas, demonstraram aumento de DMO
de vértebras lombares nos homens que treinaram em alta intensidade como,
também, aumento de DMO do trocânter do fêmur, tanto nos homens quanto nas
mulheres, em ambos os treinamentos. Homens e mulheres também foram avaliados
por Vincent e Braith (2002), na faixa etária de 60 a 83 anos. Esses autores
compararam exercícios de força de baixa (50% de 1-RM) e alta (80% de 1-RM)
intensidade. Houve um aumento significativo de DMO no treinamento de força de
alta intensidade.
Os resultados das pesquisas são animadores, embora insuficientes para efeito
positivo em relação à DMO (BEMBEN et al., 2000). Desconhecemos, ainda, um
modelo ideal de treinamento (periodização, volume e intensidade), que, os
exercícios avaliados utilizam a musculatura de praticamente todo o corpo.
Um outro aspecto é a prevenção relacionada à faixa etária estudada (COX et al.,
1991; TUDOR-LOCKE e McCOLL, 2000). Existe a necessidade de serem realizados
estudos com mulheres pré-menopáusicas, sem perda óssea, treinando força sem
nenhum tipo de suplementação ou reposição hormonal (MARTYN-St JAMES e
CARROL, 2006), para o aumento de DMO e conseqüente prevenção da osteopenia
e osteoporose.
O treinamento de força pode promover, além de alterações na DMO, o aumento
muscular. Esse aumento pode ser proveniente da lesão repetida da fibra muscular,
que é seguida por uma supercompensação protéica, produzindo, assim, um efeito
anabólico global (McARDLE et al., 2003; BARROSO et al., 2005).
Também, a magnitude da sobrecarga imposta à fibra muscular, durante um
treinamento de força, pode induzir lesão muscular acompanhada de dor. Essa dor,
resultante da lesão muscular, é conhecida como DMT. Um dos fatores que pode
produzir a DMT são as lacerações minúsculas no tecido muscular, ou dano de seus
componentes com liberação concomitante da enzima creatina quinase (CK)
(KAURANEN et al., 2001; McARDLE et al., 2003).
Assim, a lesão muscular, que é o dano causado pela ruptura do tecido conjuntivo
e contrátil (WHITING e ZERNICKE, 2001), é um fator relacionado ao treinamento de
força de alta intensidade que pode apresentar efeito benéfico e/ou deletério. O efeito
benéfico pode ser exemplificado pelo aumento muscular, mencionado
anteriormente, e o efeito deletério pode ser exemplificado pela DMT acompanhada
de custos emocionais e econômicos.
Entre os mecanismos da lesão muscular encontra-se a sobrecarga dinâmica,
presente em treinamentos de força. A probabilidade de uma lesão aumenta quando
as cargas de treinamento ultrapassam a tolerância máxima do tecido conjuntivo e
contrátil, envolvidos nas ações musculares executadas (HARTMANN e MESTER,
2000; WHITING e ZERNICKE, 2001). Apesar de existirem evidências, em relação
aos benefícios do treinamento de força (KRAEMER e RATAMESS, 2004), existem
ainda limitações sobre o controle da intensidade do estímulo necessário para
determinados objetivos. Exemplo disso é a hipertrofia. Dentre as variáveis
fisiológicas comumente utilizadas como indicador indireto de lesão muscular
encontra-se a CK como sendo uma das mais utilizadas (BARBOSA et al., 2003; LEE
e CLARKSON, 2003; OVERGAARD et al., 2004).
Sem um consenso sobre qual método de treinamento de força exerce mais
efeitos positivos na DMO (RYAN et al., 2004; MARTIN-St JAMES e CARROL, 2006)
com menor probabilidade da ocorrência dos efeitos deletérios da lesão muscular,
ainda se realizam pesquisas para esclarecer as características do treinamento para
otimizar a saúde óssea, com menor risco para a musculatura. Segundo Fleck e
Kraemer (2006), o osso é muito sensível à compressão, tração e velocidade de
tração. Tais forças são comuns nesse tipo de treinamento e estão relacionadas ao
tipo de exercício utilizado, à intensidade da força e ao número de séries. Também,
existe a necessidade de examinar os resultados (aumento de força e alterações em
parâmetros antropométricos) da comparação entre modelos de periodização em
crianças, idosos e mulheres (FLECK, 1999; KOK, 2006).
Dessa forma, justifica-se o seguinte problema: Existem diferenças entre os
efeitos produzidos por dois modelos de periodização de treinamento de força,
realizados em 28 semanas, na DMO, na força muscular dinâmica, nos parâmetros
de lesão muscular e nos parâmetros antropométricos em mulheres pré-
menopáusicas?
O esclarecimento dessas questões poderá ajudar nas recomendações de
treinamento de força para otimizar os efeitos ósseos e musculares nessa população.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Avaliar e comparar os efeitos de dois modelos de treinamento de força, de 28
semanas, na DMO, na força muscular dinâmica, parâmetros de lesão muscular e
parâmetros antropométricos de mulheres caucasianas na pré-menopausa.
1.1.2 Objetivos específicos
Analisar os efeitos de um treinamento de força, com periodização linear, e de
um treinamento de força, com periodização ondulada, sobre a DMO;
Analisar as possíveis alterações na força dinâmica máxima e submáxima,
após 28 semanas de um treinamento de força, com periodização linear;
Analisar as possíveis alterações na força dinâmica máxima e submáxima,
após 28 semanas um treinamento de força, com periodização ondulada;
Analisar os efeitos de um treinamento de força, com periodização linear, e de
um treinamento de força, com periodização ondulada, nos parâmetros de
lesão muscular (CK e DMT);
Realizar e correlacionar as possíveis alterações nas concentrações de CK
com a DMT;
Analisar os efeitos de um treinamento de força, com periodização linear, e de
um treinamento de força, com periodização ondulada, nos parâmetros
antropométricos (dobras cutâneas e perímetros);
Comparar os efeitos (DMO, força muscular dinâmica, parâmetros de lesão
muscular, parâmetros antropométricos) produzidos pelo treinamento de força,
com periodização linear, com os obtidos através do treinamento de força, com
periodização ondulada.
1.2 HIPÓTESES
Hipótese 1
Partindo-se do pressuposto de que um treinamento que inicie com alta
intensidade, promova maiores incrementos na força muscular, espera-se que:
1. O treinamento de força, com periodização ondulada, proporcione
aumentos na força dinâmica maiores que o treinamento de força, com
periodização linear.
Hipótese 2
A DMO é influenciada pela sobrecarga mecânica da musculatura imposta aos
respectivos ossos que se inserem. Assume-se que um treinamento de força que
utiliza alta tensão muscular, durante todo o período, promova esse efeito. Espera-se,
então, que:
2. O treinamento de força, com periodização ondulada, promova um maior
efeito na DMO do que o treinamento de força, com periodização linear.
Hipótese 3
Partindo-se do pressuposto de que maiores intensidades de treinamento
oferecem riscos de lesão muscular, espera-se que:
3. O treinamento de força, com periodização ondulada, cause um maior
efeito nos parâmetros de lesão muscular que o treinamento de força, com
periodização linear.
Hipótese 4
Partindo-se do pressuposto de que treinamentos de força produzem alterações
em parâmetros antropométricos, espera-se que:
4. Tanto o treinamento de força, com periodização linear, como o
treinamento de força, com periodização ondulada, promovam alterações nos
parâmetros antropométricos analisados.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 FORÇA MUSCULAR
A força, do ponto de vista físico, é o produto de uma massa por sua aceleração
e, nesse caso, a força é medida em newtons (N). Portanto, no treinamento físico, a
força é normalmente expressa pela massa que pode ser deslocada pela contração
muscular (WHITING e ZERNICKE, 2001), sendo mensurada em quilos ou libras e
referida como “peso”. O músculo esquelético humano gera um máximo entre 16 a 30
N de força por centímetro quadrado de corte transversal do músculo. Mas isso pode
variar de acordo com o arranjo das alavancas ósseas e da arquitetura muscular
(McARDLE et al., 2003).
A força é diretamente proporcional à capacidade contrátil dos músculos,
dependendo da quantidade de proteínas contráteis contidas nas fibras musculares e
da capacidade de recrutamento das unidades motoras (BARROSO et al., 2005;
FLECK e KRAEMER, 2006). Dentre os fatores determinantes da força, destacam-se
a composição das fibras, o volume muscular, a coordenação intramuscular e
intermuscular (ACSM, 2002).
2.1.1 Modalidades de força
2.1.1.1 Força máxima
Forteza de la Rosa (2006) define força máxima como a capacidade de vencer
uma magnitude considerável de resistência externa, através de grandes esforços
musculares, principalmente em movimentos lentos e estáticos. A força máxima é
refletida pela contração voluntária máxima e pelo pico isométrico de força (TAN,
1999) representando a maior força que o sistema neuromuscular pode mobilizar
(WEINECK, 2003).
2.1.1.2 Força absoluta
Refere-se à quantidade máxima de força ou de tensão gerada em um movimento
ou exercício (FLECK e KRAEMER, 2006). É ainda maior do que a força máxima,
pois representa a soma da força máxima com a força-reserva (WEINECK, 2003).
2.1.1.3 Força relativa
A força relativa refere-se à força absoluta dividida por ou expressa em relação ao
peso corporal total ou à massa corporal magra (FLECK e KRAEMER, 2006).
2.1.1.4 Força rápida
A força rápida, também conhecida como força de velocidade, é a capacidade de
superar, com alta velocidade de contração, uma resistência (FORTEZA de la ROSA,
2006).
2.1.1.5 Força de resistência
É a capacidade que o músculo tem de trabalhar repetidamente por um período
relativamente longo de tempo, com um peso moderado (BAECHLE e GROVES,
2000), resistindo à fadiga (FORTEZA de la ROSA, 2006).
2.1.2 Treinamento de força
Os termos carga, peso e treinamento de força são utilizados para descrever
exercícios que requerem uma ação do músculo contra uma força de oposição,
representada, geralmente, por algum tipo de equipamento. O treinamento de força,
quando planejado e executado adequadamente, pode produzir benefícios como, por
exemplo, aumento de força e tamanho dos músculos, melhoria de desempenho,
alterações na composição corporal e aumento de DMO. Nesse tipo de treinamento,
devem-se observar a técnica e respiração correta como, também, o uso correto dos
equipamentos, o objetivo a ser alcançado, o método de progressão do treino e uma
prescrição correta (KRAEMER e RATAMESS, 2004; FLECK e KRAEMER, 2006).
Segundo recomendações do ACSM (2002), um programa de treinamento de
força deve incluir características específicas, tais como: ações concêntrica e
excêntrica dos músculos, utilização de pequenos e grandes grupos musculares,
exercícios de alta e baixa intensidades e envolvimento de uma e/ou múltiplas
articulações.
No planejamento do treinamento de força, pode-se partir da determinação do
esforço máximo do indivíduo na execução do treinamento de força, o que faz ser
necessária a determinação das diferentes porcentagens de trabalho, a partir do
máximo (100% - 1-RM), a fixação da quantidade de repetições, a serem realizadas,
e a classificação das cargas para o treinamento (KRAEMER, 2003; FORTEZA de la
ROSA, 2006). Entretanto, vários estudos (BAKER et al., 1994; CAMPOS et al., 2002;
KRAEMER et al., 2004) incorporam ações voluntárias máximas em que uma série é
realizada até a falha concêntrica momentânea, utilizando, assim, as repetições
máximas (RM), ou seja, uma resistência específica que permite que um número
determinado de repetições seja realizado (KRAEMER, 2003; FLECK e KRAEMER,
2006), para prescrever a carga em um programa de treinamento. Tan (1999) define
RM como o maior peso, ou resistência, que pode ser levantado para um número
específico de vezes. Prescrevendo o treinamento por RM, à medida que o nível de
força do indivíduo é alterado, o peso (resistência) é ajustado para que continue a
empregar um verdadeiro número de RM pré-determinado (TAN, 1999; KRAEMER,
2003).
Uma das desvantagens da prescrição para o treinamento de força, através de
percentuais de 1-RM, é que esse método requer que a força máxima seja avaliada
regularmente para que o percentual utilizado no treinamento não diminua, e,
conseqüentemente, a intensidade do treinamento seja reduzida. Também o número
de repetições, realizadas para um determinado percentual de 1-RM, é influenciado
pela quantidade de massa muscular envolvida no exercício (SHIMANO et al., 2006).
Por exemplo, se o objetivo do treinamento for o aumento de força muscular, a
utilização de percentuais de 1-RM poderá resultar em uma carga menor do que
aquela necessária para aumentar a força. Um percentual alto de 1-RM (por exemplo,
80%) em um exercício que utilize grandes grupos musculares, como o “leg press”,
pode resultar em um maior número de repetições, desenvolvendo, nesse caso, a
resistência muscular localizada. Já, esse mesmo percentual de 1-RM, para
exercícios que utilizem pequenos grupos musculares, como o rosca-bíceps, a carga
pode ser alta o suficiente para incrementos de força e potência (FLECK e
KRAEMER, 2006).
Para incrementos na força muscular, recomenda-se uma intensidade
relativamente alta de treinamento (1 a 8-RM), combinada com a execução de
contrações concêntricas e excêntricas, a execução de 3 a 6 séries de cada exercício
por sessão, com um período para a recuperação completa entre as séries, a divisão
do volume diário de treino em 2 sessões, uma freqüência semanal de treinamento
de 3 a 5 dias, e variações no volume e na intensidade da carga de trabalho durante
o período de treinamento (TAN, 1999). Um aumento considerável de força muscular
foi observado por Kraemer et al. (2004) em mulheres jovens que participaram de um
treinamento de força que seguiu o modelo clássico de periodização (aumento de
intensidade e diminuição do volume ao longo do período de treinamento) por 24
semanas, com freqüência de 3 vezes por semana. Esse aumento de força ocorreu,
principalmente, nas mulheres que treinaram com 3 séries de 8-3 RM (início do
treinamento com 8 repetições, diminuindo ao longo do treinamento até chegar em 3
repetições), ou seja, em alta intensidade quando comparadas às mulheres que
treinaram com 3 séries de 12-8 RM (início do treinamento com 12 repetições,
diminuindo ao longo do treinamento até chegar a 8 repetições).
2.1.3 Tipos de treinamento de força
Para atingir objetivos pré-determinados, vários tipos de treinamento de força são
utilizados; dentre eles, o treinamento isométrico, o isocinético, o excêntrico, o
pliométrico e o dinâmico (WEINECK, 2003; FLECK e KRAEMER, 2006).
No treinamento isométrico, nem um movimento visível acontece na articulação.
Portanto, esse tipo de treinamento refere-se a uma ação muscular em que não
ocorre alteração alguma no comprimento total do músculo. É realizado, geralmente,
contra um objeto imóvel, ou em um equipamento com um peso maior do que a força
máxima excêntrica do indivíduo. No treinamento isocinético, a ação muscular é
realizada em velocidade angular constante, sem um peso específico a ser
alcançado. É realizado em equipamentos isocinéticos em que, em cada fase de
movimento a resistência é constante. O treinamento excêntrico refere-se a uma ação
muscular na qual o músculo encurta de maneira controlada. Pode ser realizado em
muitos equipamentos de treinamento de força (FLECK e KRAEMER, 2006). No
treinamento pliométrico, ocorre uma mistura complexa de efeitos do treinamento
dinâmico concêntrico e excêntrico, aproveitando-se os momentos da pré-inervação,
do reflexo tendinoso e do comprimento elástico do músculo (WEINECK, 2003).
O treinamento dinâmico é subdividido em: treinamento de força dinâmica positiva
(concêntrica) e treinamento de força dinâmica negativa (excêntrica) (WEINECK,
2003). Caracteriza-se por uma resistência externa fixa no decorrer das repetições
(BROWN e WEIR, 2001), tanto na fase concêntrica quanto na fase excêntrica. No
entanto, é observada uma variação de força com a vantagem mecânica da
articulação envolvida no movimento e com o comprimento do músculo em cada
ponto determinado no movimento (FLECK e KRAEMER, 2006).
A maioria dos treinamentos de força, ou com máquinas ou com pesos livres,
inclui, primeiramente, a força classificada como dinâmica (BROWN e WEIR, 2001;
ACSM, 2002; KRAEMER e RATAMESS, 2004) que conduz a uma melhora
acentuada na força e função muscular como, também, na capacidade funcional
(FLECK e KRAEMER, 2006). No treinamento dinâmico, paralelamente ao aumento
de força, existe uma melhora na coordenação neuromuscular, e a força máxima,
rápida e de resistência, pode ser especificamente treinada de acordo com o número
de repetições e com a maneira de execução dos exercícios (WEINECK, 2003).
Alterações na composição corporal também são observadas como resultado de um
programa de treinamento de força dinâmica, como pequenos aumentos de massa
magra e pequenas diminuições no percentual de gordura corporal simultaneamente,
revelando pouca ou nenhuma alteração na massa corporal total (FLECK e
KRAEMER, 2006).
2.1.3.1 Métodos de avaliação da força dinâmica
O conhecimento do nível de força muscular de um indivíduo é necessário para a
avaliação da capacidade funcional ocupacional como, também, para uma adequada
prescrição de exercícios atléticos e de reabilitação (BROWN e WEIR, 2001).
Também, os métodos de avaliação da força dinâmica têm sua aplicação principal
em estudos científicos que mensuram os níveis de força dos sujeitos antes e após a
execução de um treinamento proposto (PEREIRA e GOMES, 2003). Os testes são
realizados, geralmente, em máquinas com pesos ajustáveis, ou com pesos livres.
A força dinâmica máxima é, freqüentemente, medida pelo teste de 1-RM.
Segundo Brown e Weir (2001); Kraemer (2003) e Pereira e Gomes (2003), 1-RM é o
maior peso que pode ser movido em uma repetição completa de um exercício,
usando-se a técnica correta.
A força de resistência muscular dinâmica é avaliada através de testes de RM,
pelo qual são realizadas diversas contrações com cargas submáximas (PEREIRA e
GOMES, 2003).
O aumento do recrutamento de unidades motoras, a melhoria da coordenação
dos grupos musculares antagonistas, o aumento da freqüência de estimulação, a
melhoria na sincronização das unidades motoras estimuladas como, também, as
adaptações neurais são os mecanismos responsáveis pelo aumento de força
muscular em testes repetitivos de 1-RM e resistência muscular, embora ainda não
existam evidências conclusivas (KOMI, 1986; NARICI et al., 1989, apud DIAS et al.,
2005). Assim, para uma avaliação mais acurada da força muscular, através dos
testes supracitados, é de extrema importância a realização de sessões de
familiarização.
2.1.4 Sistemas e técnicas de treinamento de força
Diferentes sistemas e técnicas de treinamento de força podem ser utilizados para
suprir necessidades e objetivos específicos, como o aumento de força e resistência
muscular e alterações em parâmetros antropométricos. Dentre esses sistemas e
técnicas, encontram-se o sistema de circuito, o sistema de pirâmide, o sistema de
supersérie, o sistema de série única, o sistema de múltiplas séries, a técnica da
queimação, a técnica da repetição forçada e a técnica da série de exaustão
(ALLSEN et al., 2001; WEINECK, 2003; FLECK e KRAEMER, 2006).
O sistema de circuito consiste em séries de treinamento de força executadas,
sucessivamente, com intervalos curtos (15 a 30 segundos) entre os exercícios. Esse
sistema sugere incrementos no condicionamento cardiovascular. O sistema de
pirâmide consiste na elevação sistêmica da carga até que o individuo consiga
completar apenas uma repetição. o sistema de superséries envolve dois
diferentes sistemas: um utiliza várias séries de 2 exercícios para grupos musculares
agonistas e antagonistas de uma parte do corpo, e o outro consiste na execução de
2 ou 3 exercícios, sucessiva e rapidamente, para o mesmo grupo muscular ou parte
do corpo. No sistema de série única, um dos sistemas mais antigos, executa-se uma
série em cada exercício do treino, em alta intensidade, com poucas repetições, e
5 minutos de intervalo entre os exercícios (FLECK e KRAEMER, 2006).
No sistema de múltiplas séries, por sua vez, podem-se desenvolver várias séries
com a mesma resistência, ou com resistência variável, como também, podem-se
utilizar variações no número de repetições, ou o mesmo número de repetições por
séries, e as séries podem ser realizadas até a fadiga ou não. Um dos métodos
originais desse sistema consiste em 2 ou 3 séries de aquecimento com cargas
sucessivamente maiores e, em seguida, a execução de várias séries com a mesma
carga. Para maiores ganhos de condicionamento, força muscular e alterações em
parâmetros antropométricos, o sistema de múltiplas séries deve ser periodizado, ou
seja, proporcionar mudanças de volume e intensidade para que não ocorram platôs
de força (FLECK e KRAEMER, 2006).
Quanto às técnicas, estas podem ser utilizadas no desempenho de alguns
sistemas de treinamento. A técnica da queimação, por exemplo, pode ser
incorporada a qualquer sistema de treinamento. Após ter sido executada uma série
até a exaustão, o indivíduo continua com meias-repetições, ou repetições parciais.
Já, para a técnica de repetições forçadas, é necessária a presença de um auxiliar
que possa fazer com que o indivíduo ultrapasse o ponto normal de fadiga, através
de estímulos. E a técnica da série de exaustão consiste em séries executadas, até
que nenhuma repetição a mais possa ser completada com a técnica correta do
exercício. Acredita-se que, com essa técnica, mais unidades motoras são
recrutadas, recebendo um estímulo maior e, conseqüentemente, levando a maiores
ganhos de força e hipertrofia. Nessa técnica de treinamento, utilizam-se as RM
(FLECK e KRAEMER, 2006).
2.1.5 Variáveis do treinamento de força
As alterações anatômicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas resultantes, de
um programa de treinamento de força, dependem de algumas variáveis: duração,
amplitude, freqüência, número de repetições, número de séries, velocidade e carga
(FLECK, 1999; BOMPA, 2002).
Para Tan (1999), um programa de treinamento de força também pode ser
descrito por muitas variáveis, sendo, a intensidade e o volume, as principais. Essas
variáveis podem e devem ser manipuladas para otimizar os resultados esperados,
dependendo do objetivo proposto (TAN, 1999; BOMPA, 2002).
2.1.5.1 Intensidade
A intensidade é o componente qualitativo do treinamento de força (BOMPA,
2002; GOMES, 2002) sendo um dos componentes mais importantes do treinamento.
É definida por Winett e Carpineli (2001) e por Fleck e Kraemer (2006) como a
porcentagem do grau momentâneo de esforço, que é requerida.
Fleck (1999) define a variável intensidade, referindo-se ao peso utilizado para
um determinado número de repetições realizadas até a fadiga, ou seja: RM. Já,
Gomes (2002) descreve intensidade como a força de estímulo que o indivíduo
manifesta durante o esforço. Assim, a intensidade está diretamente relacionada ao
nível de condicionamento de cada indivíduo.
Também a velocidade de execução da contração, o tempo de recuperação, a
ordem dos exercícios, o número de sessões e fatores psicológicos são
características relacionadas à intensidade (TAN, 1999).
Pode-se medir a intensidade de acordo com o tipo de exercício. A intensidade
absoluta das atividades, realizadas contra uma resistência, pode ser expressa em
quilogramas (kg), quando se utilizam RM, e a intensidade relativa, em percentuais
de 1-RM (TAN, 1999). O número máximo de repetições por série varia de um
exercício para outro e de um grupo muscular para outro (FLECK e KRAEMER,
2006).
O aumento da ativação neural e, conseqüentemente, o aumento de força
muscular, bem como aumentos na DMO são obtidos através de treinamentos de
força de alta intensidade (TAN, 1999). Alta intensidade é considerada como um alto
percentual de 1-RM (> 80% de 1-RM) (BAKER et al., 1994; TAN, 1999;
HUMPHRIES et al., 2000; WILLOUGHBY e PELSUE, 2000; VINCENT et al., 2002;
KRAEMER e RATAMESS, 2004; TANIMOTO e ISHII, 2006), ou quando o número
de repetições por série, de cada exercício, varia de 1 a 8-RM (TAN, 1999;
MADDALOZZO E SNOW, 2000; WILLOUGHBY E PELSUE, 2000; VINCENT E
BRAITH, 2002). Para Gomes (2002), os resultados obtidos, na relação entre as
repetições com que se trabalha a intensidade máxima, refletem uma melhora dos
resultados esperados em um programa de treinamento de força.
Aumentos significativos na DMO foram observados na comparação entre um
grupo de homens jovens, que participou de um treinamento de força de alta
intensidade (5 séries de 4 a 8 repetições com 80-90% de 1-RM) e outro grupo de
homens jovens, que treinou em baixa intensidade (30-RM) (TSUZUKU et al., 2001).
Esses aumentos foram registrados em todas as regiões do corpo analisadas pela
DXA (DMO total, região lombar e fêmur proximal).
Os estímulos osteogênicos, resultantes do exercício físico, aparentam, portanto,
necessitar de um alto nível de treinamento, ou seja: grande volume e intensidade.
Então, além da intensidade, o número de séries por exercício, ou seja, o volume de
treinamento é extremamente importante de ser considerado quando um protocolo
para treinamento de força é proposto (PAULSEN et al., 2003). Mas, apesar do
possível efeito benéfico na DMO, é importante salientar que volumes muito grandes
de treinamento podem revelar-se prejudiciais (CADORE et al., 2005).
2.1.5.2 Volume
O volume é o componente quantitativo do estímulo utilizado no processo do
treinamento de força (BOMPA, 2002; GOMES, 2002) e, como a intensidade, é um
importante estímulo para incrementos de força muscular (TAN, 1999). É definido
pelo ACSM (2002) e por Kraemer e Ratamess (2004) como a soma do número total
de repetições realizadas durante uma sessão de treinamento multiplicada pela
resistência utilizada.
No entanto, para Fleck (1999) e Tan (1999), uma das formas mais comumente
usadas, para medir o volume de treinamento, é o total de repetições (séries x
repetições), podendo ser prescrito em termos de número de repetições por série,
número de séries por sessão e número de sessões por semana (freqüência). Um
grande número de repetições implica um alto volume de treinamento.
Alterações no volume de treinamento podem ser realizadas através de mudanças
no número de exercícios executados por sessão, ou no número de repetições
realizadas por série como, também, no número de séries por exercício (ACSM,
2002). Muitas pesquisas têm confirmado que os sistemas nervoso (TRAN et al.,
2006), metabólico (CAMPOS et al., 2002; VINCENT e BRAITH, 2002), hormonal
(PAULSEN et al., 2003) e muscular (KRAEMER et al., 2004) são influenciados pelo
volume de treinamento.
Um aspecto do volume que, nos últimos anos, tem recebido atenção, é a
comparação de única e múltiplas séries no treinamento de força. Paulsen et al.
(2003), compararam um treinamento de força, de série simples, com um treinamento
de força, com execução de 3 séries, durante a fase de adaptação (6 meses) de
homens sedentários, entre 20 e 30 anos de idade. Foram, também, comparados
exercícios de membros inferiores com exercícios de membros superiores. Os
autores encontraram um resultado superior de adaptação e aumento de força
máxima no treinamento que utilizava 3 séries com os membros inferiores, quando
comparado com 1 série, o que não foi encontrado nos membros superiores.
As respostas de diferentes volumes de treinamento também vêm sendo
observadas em estudos como o de Campos et al. (2002), que avaliaram homens
jovens e sedentários que treinaram por 8 semanas. Eles foram divididos em 4
grupos: (1) baixa repetição (3 - 5 RM), para 4 séries de cada exercício, com 3
minutos de descanso entre as séries e os exercícios; (2) intermediário (9 - 11 RM),
para 3 séries de cada exercício, com 2 minutos de descanso entre as séries e os
exercícios; (3) alta repetição (20 - 28 RM), para 2 séries de cada exercício, com 1
minuto de descanso entre as séries e os exercícios; e (4) grupo controle que
permaneceu inativo. Foi demonstrado um aumento significativo de força máxima no
grupo de baixa repetição, quando comparado com os outros grupos. Já, um
aumento maior de resistência muscular localizada (RML), que foi avaliada pelo
máximo de repetições executadas a 60% de 1-RM, foi encontrado no grupo de alta
repetição em comparação com os outros grupos. Foi observado, também, um
aumento de potência aeróbia máxima e de tempo de exaustão somente para o
grupo de alta repetição. Concluiu-se que os treinamentos de baixa e intermediária
repetições têm similares adaptações musculares; no entanto, quando o objetivo é o
aumento da força máxima, um treino com baixas repetições seria o ideal e, quando o
objetivo for o aumento da RML, um treino com altas repetições seria o mais
indicado. É importante que esses achados sejam conhecidos por profissionais que
trabalham com a elaboração de programas de treinamento.
2.1.5.3 Carga de treinamento
Um dos aspectos mais importantes a serem considerados, na programação de
um treinamento de força, é a carga. Carga compreende a medida fisiológica do
organismo estimulado por um trabalho muscular específico, apresentando respostas
funcionais de uma certa intensidade e duração. Por carga de treinamento,
compreende-se a medida quantitativa do trabalho de treinamento, ou seja, o
resultado da relação entre o volume total de trabalho e a intensidade. Fatores
psicológicos, a especificidade motora, a intensidade do trabalho muscular, a
recuperação e fatores ambientais fazem parte do controle da carga de trabalho de
um treinamento (GOMES, 2002).
Para programar a carga, deve-se levar em conta o conteúdo da carga, sua
magnitude, sua organização e distribuição para, então, obter-se um efeito
acumulativo de treinamento (FORTEZA de la ROSA, 2006). O aumento progressivo
da carga é importante por estimular uma contínua adaptação e melhora na produção
de força (KRAEMER, 2003).
2.1.6 Periodização
A periodização é a variação planejada no volume e na intensidade do
treinamento, organizada em ciclos (FORTEZA de la ROSA, 2006), devendo ser
considerada na elaboração de programas de treinamento de força. Essas variáveis
(volume e intensidade) podem ser manipuladas, em muitos modelos de
periodização, de todas as maneiras imagináveis (FLECK e KRAEMER, 2006).
A forma clássica de periodização divide o programa de treinamento em períodos
(ciclos) de tempo: (1) macrociclo, o período mais longo que, por sua vez, é dividido
em (2) mesociclos (2 a 4 meses), que são novamente subdivididos em (3)
microciclos (1 a 4 semanas) (TAN, 1999).
Baker et al. (1994) citaram 3 modelos de treinamento de força: o modelo não-
periodizado, o modelo com periodização linear, e o modelo com periodização
ondulada. O modelo de treinamento não-periodizado é normalmente caracterizado
por 3 séries de 6-RM, em que a intensidade e o volume relativo não variam, ou,
conforme Schiotz et al. (1998), 3 séries de intensidade constante, sem determinar o
número de RM. O modelo linear caracteriza-se por iniciar o treinamento com alto
volume e moderada intensidade, seguido de aumentos progressivos na intensidade
e diminuição no volume, até atingir um pico de intensidade. O modelo ondulado
caracteriza-se por alternar períodos curtos, de alto volume e baixa intensidade, com
períodos curtos, de baixo volume e alta intensidade.
Tradicionalmente, tem sido usado um modelo de treinamento de força/potência
periodizado, com diminuição do volume e aumento da intensidade, como um
programa progressivo, que é característica da periodização linear, o que pode
resultar em grandes mudanças na força, desempenho motor, peso corporal, massa
magra e percentual de gordura, quando comparado com programas não-
periodizados (FLECK, 1999). Cada fase desse tipo de treinamento enfatiza uma
adaptação fisiológica em particular. Por exemplo, na primeira fase que é
caracterizada por um alto volume, a hipertrofia é estimulada; já, na fase posterior,
onde um aumento de intensidade, a força é maximamente desenvolvida (ACSM,
2002).
Segundo Fleck (1999), os treinamentos de força periodizados, com mudanças no
volume, produzem ganhos de força maiores do que programas não-periodizados. No
entanto, Baker et al. (1994) mostraram similaridades na melhoria de desempenho
entre modelos, periodizados e não-periodizados, de séries múltiplas. Neste estudo,
foram examinados os efeitos da manipulação do volume e da intensidade na força e
potência de homens atletas. Estes treinaram 3 vezes por semana, durante 12
semanas, e foram divididos em 3 grupos conforme modelos de treinamento: (1)
periodização linear, inicialmente com alto volume e moderada intensidade 5 séries
de 10 RM e, após, progressivo aumento na intensidade e diminuição de volume
3 séries de 1-3 RM; (2) periodização ondulada; e (3) não-periodizado, com execução
de 5 séries de 6 RM. O treinamento de curto período não mostrou diferenças no
aumento da força máxima entre os modelos de treinamento utilizados, ou seja,
quando a intensidade relativa e o volume são comparados. Assim, um treinamento
não-periodizado também pode ser efetivo, mas, quando se trata de períodos longos,
podem ser necessárias as variações no treinamento.
A força máxima, como resultado da comparação entre um treinamento de força,
com periodização linear, e outro, com periodização ondulada, foi avaliada por
Caldwell (2004), em 6 semanas. A freqüência do treinamento foi de 3 vezes por
semana. A periodização linear consistiu em 2 semanas executando os exercícios
propostos com 3 séries de 8-RM, 2 semanas com 3 séries de 6-RM e 2 semanas
com 3 séries de 4-RM. A periodização ondulada consistiu em alterações de volume
e intensidade dentro de cada semana de treinamento, seguindo 3 séries de 8, 6 e 4-
RM, respectivamente. Apesar do aumento de força máxima, encontrado nos 2
grupos, não foi observada diferença entre os testes, pré e pós-treinamento, nos dois
modelos de periodização. Sugere-se, assim, que tanto a periodização linear quanto
a ondulada são eficientes para incrementos na força muscular.
Entretanto, o que se observa na literatura é a deficiência de estudos que utilizem
mulheres como sujeitos na comparação entre diferentes modelos de periodização de
treinamento de força.
2.1.7 Adaptações neurais e morfológicas decorrentes do treinamento de força
Alterações fisiológicas agudas e crônicas ocorrem em resposta ao treinamento
de força. Esse processo, no qual o corpo reage ao exercício, denomina-se
adaptação ao treinamento. Essa adaptação tende a ser maior no início do
treinamento, seguida de uma diminuição com a continuidade do mesmo. Portanto,
não acontece em uma velocidade constante (FLECK e KRAEMER, 2006).
O desenvolvimento da força motora envolve, principalmente, adaptações neurais
e morfológicas. Nas etapas iniciais do treinamento (4-6 semanas), os incrementos
na força são obtidos, preferencialmente, por adaptações neurais. A partir desse
período, a contribuição das adaptações morfológicas aumenta, enquanto as neurais
tendem a diminuir (BARROSO et al., 2005).
Muitos elementos do sistema nervoso exibem um potencial para a adaptação em
resposta ao treinamento de força, contribuindo para o aumento de força pela
melhora efetiva na coordenação muscular. As adaptações do sistema nervoso
podem influenciar a maneira como os músculos serão recrutados, pelo Sistema
Nervoso Central, durante seu trabalho funcional, contribuindo para alterações na
execução e no controle do movimento (CARROLL et al., 2001). Entre as adaptações
neurais ao treinamento de força, encontram-se: o desenvolvimento da capacidade
de recrutar todas as unidades motoras em um exercício específico; a ativação
reduzida dos antagonistas durante alguns movimentos, resultando no aumento de
força dos agonistas; a coordenação e otimização na ativação de todas as unidades
motoras em um músculo, em determinado movimento, para resultar em força e
potência máximas; possíveis alterações na ordem de recrutamento de fibras dos
músculos agonistas e antagonistas e redução na ação dos mecanismos inibitórios,
auxiliando no desempenho de determinadas ações musculares (CARROLL et al.,
2001; FLECK e KRAEMER, 2006).
As adaptações morfológicas relacionadas ao treinamento de força resultam em
aumento da área de secção transversa do músculo (hipertrofia) e alterações nas
características contráteis das fibras musculares (BARROSO et al., 2005). Assim, à
medida que aumenta a área de secção transversa do músculo esquelético, pelo
treinamento de força, destaca-se, como uma das adaptações mais importantes, o
aumento do volume das fibras musculares, que, por sua vez, ocorre devido às
mudanças na quantidade e qualidade das proteínas contráteis (actina e miosina). As
unidades motoras e, conseqüentemente, as fibras musculares são ativadas para
satisfazerem as demandas de produção de força (FLECK e KRAEMER, 2006). A
magnitude do aumento do volume das fibras musculares depende do tipo de fibra e
do padrão de recrutamento. A hipertrofia pode ocorrer nas fibras de contração rápida
(tipo IIa e IIb) e de contração lenta (tipo I). Mas uma maior hipertrofia é observada
nas fibras tipo II (CAMPOS et al., 2002).
A hipertrofia muscular propicia uma vantagem potencial para produção de força
em maiores taxas. Ahtiainen et al. (2003) observaram um aumento de 5,6% na área
de secção transversa muscular e, conseqüentemente, 20,9% na força máxima em
homens sedentários que participaram de um treinamento de força, por um período
de 21 semanas.
Muitas adaptações decorrentes do treinamento de força ocorrem nas conexões
entre as partes do sistema neuromuscular, que podem ajudar a modificar a produção
de força, comunicando-se com outros sistemas fisiológicos como, por exemplo, o
sistema endócrino (FLECK e KRAEMER, 2006).
2.2 FISIOLOGIA ÓSSEA
O osso é uma matriz tecidual dinâmica de colágeno e minerais, consistindo em,
aproximadamente, 50% de água (McARDLE et al., 2003) e possuindo funções
estruturais e metabólicas (STREWLER, 2001). O osso compacto contém em média,
por peso, cerca de 30% de matriz e 70% de sais (minerais). Porém o osso, recém-
formado, pode ter porcentagem consideravelmente maior de matriz do que de sais
(LEWIECKI, 2004). Na sua função estrutural, o osso é fundamental para a
locomoção, respiração e proteção dos órgãos internos e, na função metabólica, é
um reservatório de cálcio e fósforo.
A matriz orgânica do osso contém 90 a 95% de fibras de colágeno, que se
estendem ao longo das linhas de força tensional (dando ao osso sua grande força
tênsil), sendo, o restante, um meio homogêneo conhecido como substância
fundamental que é composta de líquidos extracelulares e proteoglicanos. Os sais
ósseos estão depositados na matriz do osso e são compostos principalmente de
cálcio e fósforo. O principal sal cristalino é a hidroxiopatita (BANDEIRA et al., 2000).
Cada fibra de colágeno é composta de segmentos que se repetem ao longo de
sua extensão, e os cristais de hidroxiopatita localizam-se adjacentes a cada
segmento da fibra de colágeno, firmemente aderidos à mesma (FUKADA e
YASUDA, 1957; MANOLAGAS, 2000). Essa íntima ligação impede que as fibras e
os cristais se desloquem, dando, assim, resistência ao osso. As fibras de colágeno
têm grande força tênsil, e os sais de cálcio têm grande força compressiva. Essas
propriedades combinadas, juntamente com o grau de ligação entre as fibras e os
cristais, resultam em uma estrutura óssea com extrema força tênsil e compressiva
(MANOLAGAS, 2000; LEWIECKI, 2004; McGARRY et al., 2004).
A secreção de colágeno e de substância fundamental pelos osteoblastos (células
osteogênicas que sintetizam matriz óssea) é o estágio inicial da produção de osso
(BANDEIRA et al., 2000). Rapidamente, o colágeno se polimeriza, formando as
fibras de colágeno, e o tecido resultante torna-se osteóide (material cartilaginiforme)
(MANOLAGAS, 2000). Ao ser formado o osteóide, alguns osteoblastos ficam presos
nele, sendo denominados de osteócitos. Após alguns dias, sais de cálcio se
precipitam sobre a superfície das fibras de colágeno, em intervalos periódicos ao
longo de cada fibra, formando pequenos ninhos que, gradualmente, em um período
de dias a semanas, crescem formando os cristais de hidroxiopatita (BANDEIRA et
al., 2000).
2.2.1 Remodelação óssea
Ocorre, no osso, um contínuo processo de remodelação (HUNTER e
SAMBROOK, 2000), em que os osteoclastos (células responsáveis pela absorção
do osso), acarretam o fracionamento do mesmo. Já, as células osteoblásticas,
formadoras de osso, induzem a síntese óssea (McGARRY et al., 2004) e se
encontram nas superfícies externas dos ossos e nas cavidades ósseas. Durante o
crescimento e o desenvolvimento dos ossos, existe, normalmente, um equilíbrio
entre a absorção e a formação óssea, pois suas taxas são iguais (VÄÄNÄNEN,
2005), ou seja: a massa total de osso permanece constante. No entanto, os
processos de formação e absorção ósseas são fenômenos acoplados e
dependentes. Sendo assim, o predomínio de um sobre o outro resulta em ganho ou
perda de massa óssea (MO) (HUNTER e SAMBROOK, 2000; MANOLAGAS, 2000;
SARAIVA e LAZARETTI-CASTRO, 2002).
A absorção óssea ocorre nas áreas imediatamente adjacentes aos osteoclastos
e necessita de muita energia. Acredita-se, que no mecanismo da absorção, os
osteoclastos enviam em direção às lacunas de absorção, prolongamentos
vilosiformes que secretam grandes quantidades de enzimas proteolíticas e vários
ácidos (VAES, 1968; BARON et al., 1985; VÄÄNÄNEN, 2005). As enzimas,
possivelmente, digerem ou dissolvem a matriz orgânica, enquanto os ácidos causam
a dissolução dos sais ósseos (VAES, 1968; INAOKA et al., 1995; BANDEIRA et al.,
2000; JAMA, 2006).
Existem várias funções, fisiologicamente importantes, referentes ao processo de
remodelação contínua do osso. Uma das funções está no fato de que o osso,
normalmente, ajusta sua força em proporção ao grau do estresse ósseo, e, então, os
ossos ficam mais espessos quando submetidos a cargas pesadas. Portanto, a forma
do osso pode ser remodelada para poder sustentar as forças mecânicas através da
formação e da absorção, dependendo do padrão de estresse (McGARRY et al.,
2004). Outra função refere-se à necessidade que o osso velho tem, por tornar-se
quebradiço, de uma nova matriz orgânica quando a antiga se degenera, mantendo a
resistência normal do osso.
Um exemplo de que o osso pode sofrer remodelação, para poder sustentar
cargas mais pesadas, está nos indivíduos obesos. Bener et al. (2005) realizaram um
estudo com 649 mulheres, entre 20 e 70 anos de idade, com o objetivo de
determinar a relação entre obesidade e DMO da coluna e do fêmur como um fator
de risco para osteoporose na pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa. Foram
avaliados os status menopausal e sócio-demográfico, a obesidade e estilo de vida
como, também, as medidas de DMO. Os autores observaram que a obesidade
avaliada, nesse estudo, como índice de massa corporal maior que 30 (IMC > 30), é
um fator de proteção para a osteoporose, sendo um forte indicador positivo para a
DMO da coluna e do fêmur, pois foi maior entre as mulheres obesas.
2.2.2 Deposição óssea e estresse compressivo
A formação do osso é proporcional à carga compressiva suportada pelos ossos;
portanto, o estresse físico estimula a formação de osso novo pelos osteoblastos
(MARTIN e HOUSTON, 1987). Fukada e Yasuda (1957), Brighton et al. (1985) e
sugerem que a formação em pontos de estresse compressivo seja causada por um
efeito piezoelétrico: a compressão do osso produz um potencial negativo no local
comprimido e um potencial positivo nos demais pontos do osso e, como as
pequenas quantidades de corrente que fluem pelo osso causam atividade
osteoblástica na extremidade negativa do fluxo de corrente, poderia ser explicada a
maior formação óssea nos locais de compressão.
Mecanismos sistêmicos e locais regulam a função das células ósseas, sendo que
os principais reguladores sistêmicos são os hormônios reguladores do metabolismo
do cálcio: hormônio paratiroidiano (PTH) (MANOLAGAS, 2000; STREWLER, 2001;
CASTRO et al., 2005) e vitamina D, além da calcitonina (SUZUKI et al., 1996;
SAMBROOK e COOPER, 2006). Outros hormônios sistêmicos interferem no
funcionamento do esqueleto como, por exemplo, o hormônio do crescimento (GH),
glicocorticóides, hormônios tiroidianos e sexuais (MANOLAGAS, 2000).
2.2.3 Tipos de ossos
Existem dois tipos de ossos no esqueleto adulto: o cortical e o trabecular. O
cortical constitui a parte externa da estrutura esquelética; é denso, compacto e
compõe, aproximadamente, 80% do esqueleto, tendo como principal função fornecer
força mecânica e proteção. O trabecular, que é esponjoso, está na parte interna dos
ossos longos, corpos vertebrais e pelve, fornecendo o suprimento inicial nos estados
de deficiência mineral (JAMA, 2006). É o osso trabecular que se perde mais
rapidamente na osteoporose (MANOLAGAS, 2000; TUCCI, 2006).
2.3 MASSA ÓSSEA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
A MO é a quantidade de matéria que o osso contém, ou seja: sua massa mineral
(BLOOMFIELD, 2001). Portanto, se a MO é o peso ósseo, esta pode ser enunciada,
então, em gramas, quilogramas ou libras. Sua medida tem sido o método mais
utilizado para diagnosticar a osteopenia e a osteoporose, pois pesquisas revelam
elevada correlação entre resistência óssea e quantidade de matriz mineralizada que
é uma característica avaliada por esta medida (SARAIVA e LAZARETTI-CASTRO,
2002).
A DMO é a relação existente entre a massa e o volume ósseo, geralmente,
enunciada em gramas por centímetro quadrado (g
.
cm
-2
; gramas de mineral ósseo
por cm
2
de área analisada). Sendo uma medida pontual estática, não avalia as
alterações dinâmicas que determinado tecido ósseo sofre durante um exame de
densitometria óssea (DXA) (SARAIVA e LAZARETTI-CASTRO, 2002).
A qualidade da MO é o resultado de uma variedade de fatores, tais como:
genéticos, atividade física e hormonais (BANDEIRA et al., 2000). Gradualmente
durante a infância e, de forma acelerada, durante a adolescência, a MO aumenta
(GILSANZ et al., 1988) e, após cessar o crescimento do indivíduo, continua a
aumentar até alcançar um pico. Esse pico de MO mantém-se por alguns anos
(LEWIN et al., 1997), sendo que, entre os 30 e os 40 anos de idade, é de,
aproximadamente, 20 a 30% maior nos homens do que nas mulheres (MOREIRA,
2001). A partir daí, o ser humano começa a sofrer uma perda gradual de MO
(HUMPHRIES et al., 2000). Essa é uma das conseqüências do envelhecimento, em
que a perda óssea é generalizada, e as áreas de erosão aumentam para compensar
as perdas minerais que ocorrem na senilidade (BANDEIRA et al., 2000). Essas
áreas de erosão podem corresponder à osteopenia ou à osteoporose e significam
um aumento do risco de fraturas.
A raça é um dos fatores que podem aumentar o risco para as fraturas
relacionadas à osteoporose (ACHESON, 2005). Vários estudos (HENRY e
EASTELL, 2000; ACHESON, 2005; BARRET-CONNOR et al., 2005) demonstraram
existir uma DMO maior para a raça negra, quando comparada com a raça branca, e
da branca, quando comparada com a raça amarela (MARQUEZ et al., 2001;
BARRET-CONNOR et al., 2005; GREENDALE et al., 2006). Os hábitos alimentares
também afetam a DMO (NEW et al., 1997; MERRILEES et al., 2000; OKUBO et al.,
2006). A quantidade de cálcio, magnésio ou fósforo, presente nos alimentos
ingeridos diariamente, pode influenciar na preservação ou na perda de DMO
(TUCKER et al., 1999), sendo que a determinação da necessidade média do adulto
é de 1.000 mg
.
dia
-1
de cálcio, de 310 a 400 mg
.
dia
-1
de magnésio e 700 mg
.
dia
-1
de
fósforo (CUPPARI, 2005). Além da raça e dos hábitos alimentares, muitos outros
fatores influenciam a DMO (sexo, hereditariedade, peso corporal, atividade física e
status hormonal). Nas mulheres varia, primeiramente, em função da idade e dos
níveis de estrogênio (LEWIN et al., 1997; DELMAS et al., 2002).
A DMO mostra uma evolução paralela com a massa muscular, durante o
crescimento, e uma involução com a idade (FRISCHENBRUDER e ROSE, 1996).
Por esse fato, é importante não somente maximizar a DMO em jovens, como
também minimizar a perda da DMO (ACSM, 2004) e da massa muscular em
pessoas com idade avançada (RYAN et al., 2004). A diminuição da massa muscular
e da força muscular, com o avançar da idade, foi analisada por Frontera et al. (2000)
em homens sedentários, depois de 12 anos, observando-se uma diminuição da área
de secção transversa muscular de até 16%. E a redução na perda óssea, com a
prática de exercícios físicos, foi demonstrada por Kemmler et al. (2004) que
avaliaram mulheres pós-menopáusicas com osteopenia, por 2 anos. Um grupo de
mulheres se exercitou 4 vezes por semana, com exercícios de resistência, força,
flexibilidade e jump, e o outro grupo permaneceu inativo. Houve aumento de força
muscular e DMO para as mulheres que se exercitaram em comparação com aquelas
que permaneceram inativas, sugerindo, assim, que a prática regular de exercícios
físicos pode prevenir os efeitos negativos da diminuição da massa muscular e da
DMO.
Já, Brentano et al. (2008) ao analisarem os efeitos do treinamento de força com
intensidades entre 35% e 80% de 1-RM e do treinamento em circuito com
intensidades entre 35% e 60% de 1-RM, realizados por 24 semanas, não
observaram qualquer modificação na DMO em nenhum dos tipos de treinamento
aplicados durante o estudo. Mas tanto o treinamento de força quanto o treinamento
em circuito interferiram positivamente no condicionamento cardiorrespiratório e na
força e ativação muscular. A amostra foi composta por mulheres pós-menopáusicas
com perda óssea (com e sem reposição hormonal). Nesse estudo, a intensidade
mais alta do treinamento de força (70 80% de 1-RM), somente foi utilizada nas
últimas 4 semanas do treinamento. Entretanto, treinamentos de força, com duração
de 16 semanas até um ano, e com séries a 80% ou mais de 1-RM, têm apresentado
acréscimo na DMO (RYAN et al., 1994; KEMMLER et al., 2004).
2.4 DENSITOMETRIA ÓSSEA
O DXA constitui um método moderno para a quantificação precisa da densidade
e do conteúdo mineral ósseo do esqueleto humano, tendo como principal finalidade
o diagnóstico da osteoporose.
Para a medida da DMO, por densitometria óssea, utiliza-se a técnica DXA
(absormetria de raio-x de dupla energia), em que dois fótons de raios-X são emitidos
por uma fonte externa e passam pelos segmentos corpóreos de interesse, no
sentido póstero-anterior, sendo captados por um detector, seguido de uma análise
computadorizada que calcula a densidade de cada segmento a partir da radiação
que o detector alcança em cada pico de energia (BRANDÃO, 2005). O tecido mole
(gordura, água, músculos, órgãos viscerais) atenua a energia de forma diferente do
tecido ósseo, permitindo a construção de uma imagem nos locais de interesse
(BRANDÃO, 2005). A partir desse exame, foram estabelecidos padrões de
normalidade distintos para as diferentes raças (LEWIN et al., 1997).
O DXA fornece o valor absoluto da DMO do local analisado, sendo expresso em
g
.
cm
-2
. O laudo é fornecido pelo programa computadorizado que inclui o número de
desvios-padrão do resultado obtido em relação à média de adultos jovens
(população que representa o pico de MO) (BRANDÃO, 2005). O desvio-padrão, ou
T-score, é utilizado para definir o diagnóstico de osteoporose. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS, 1994), a osteoporose é identificada com T-
score menor ou igual a -2,5. Já, a osteopenia é definida com T-score entre -1 e -2,5.
E o T-score, com valor maior ou igual a -1, considera-se normal. Kanis e Glüer
(2000) demonstraram que um desvio-padrão abaixo na DMO, medida por DXA, está
associado com, aproximadamente, um aumento de duas vezes no risco de fraturas.
A ISCD (2005), em posicionamento oficial, indica que a classificação da OMS (1994)
deve ser usada somente para mulheres pós-menopáusicas e homens com 50 anos
de idade ou mais e, para mulheres pré-menopáusicas, homens com menos de 50
anos de idade e crianças, deve-se usar o Z-score, que é o padrão da DMO média na
mesma faixa etária. Nesta classificação, um Z-score de -2,0 ou inferior é definido
como “abaixo da faixa esperada para a idade”, e um Z-score acima de -2,0 é
definido como “dentro dos limites esperados para a idade” (ISCD, 2005).
O propósito clínico da mensuração da DMO é o diagnóstico de declínio da MO, a
predição de fraturas e o monitoramento (BARAN et al., 1997). As medidas de DMO,
feitas por DXA, servem como um marcador da eficácia de tratamentos para a
osteoporose, e têm sido muito utilizadas no julgamento clínico (DELMAS et al., 2000;
LESLIE et al., 2005).
2.5 OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE
Como o tecido ósseo tem sua principal função na sustentação do esqueleto, o
mesmo é passível de fraturas quando sua resistência sofre colapso frente a uma
força maior. Existem situações patológicas em que esse risco, por fragilidade, é
aumentado, como no caso da osteopenia e da osteoporose (BLOOMFIELD, 2001;
SARAIVA e LAZARETTI-CASTRO, 2002).
A osteopenia, que significa “pobreza de osso”, é uma condição anterior à
osteoporose, pela qual os ossos enfraquecem e, como na osteoporose, sofrem
também riscos de fratura (BLOOMFIELD, 2001).
A osteoporose que, literalmente, significa “ossos porosos”, é uma das mais
comuns doenças ósseas em adultos, sobretudo na velhice. Esta resulta em
diminuição da matriz óssea orgânica (BANDEIRA et al., 2000).
Como qualquer material que recebe cargas repetitivas, também os ossos,
através dessas cargas, podem sofrer fadiga e microfraturas estruturais que,
somadas, transformam-se em lesões macroscópicas (BANDEIRA et al., 2000). Na
osteopenia e na osteoporose, a atividade osteoblástica no osso geralmente é menor
que o normal e, assim sendo, a taxa de deposição de osteóide é deprimida.
Ocasionalmente, a causa do osso diminuído é o excesso da atividade osteoclástica
(DELMAS et al., 2000; MANOLAGAS, 2000). A maior conseqüência da osteoporose
é um aumento no risco de fraturas que resultam da combinação da força reduzida do
osso com o aumento de quedas (SAMBROOK e COOPER, 2006). A fratura de
quadril é um dos resultados comprometedores da osteoporose.
Uma diminuição nas concentrações dos hormônios estrogênio e progesterona,
que ocorre na pós-menopausa, é o fator hormonal mais freqüentemente associado à
osteoporose. O estrogênio pode reduzir a absorção óssea; no entanto, tem pouca
influência na deposição óssea, ocasionando uma perda real de osso (SAMBROOK e
COOPER, 2006). A progesterona promove a deposição óssea, principalmente no
osso cortical; por isso, sua diminuição pode resultar em diminuição da DMO
(MORRIS et al., 1999). Uma ingestão inadequada de cálcio ou baixos níveis de
hormônios reguladores desse mineral acarretam a utilização das reservas de cálcio
do osso para manter um equilíbrio. O prolongamento de um desequilíbrio
restaurativo promove tanto a osteopenia quanto a osteoporose (MARTIN e
HOUSTON, 1987; BLOOMFIELD, 2001). Então, progressivamente a doença se
instala à medida que o osso perde seu conteúdo mineral e sua concentração de
cálcio, tornando-se poroso e quebradiço.
A prevenção para a osteoporose vem sendo estudada por autores como
Kontulainen et al. (2004) que avaliaram a manutenção dos benefícios músculo-
esqueléticos (DMO e desempenho neuromotor) obtidos durante 18 meses de um
treinamento, de alto impacto, executado por mulheres sedentárias pré-
menopáusicas, com idades entre 35 e 45 anos. Esses benefícios foram medidos
antes e depois dos 18 meses, como também 3,5 anos após o término do
treinamento. Os aumentos na DMO, obtidos durante o treinamento, em comparação
com o grupo controle (inativo), foram mantidos até 3,5 anos depois. As voluntárias
relataram, aos pesquisadores, suas atividades físicas praticadas durante esses
anos, ou sua inatividade e, mesmo assim, mantiveram-se os resultados, o que pode
ser um fator para motivação à prática de exercícios.
O treinamento de força também tem sido muito explorado em estudos que
buscam esclarecimentos sobre a prevenção, a manutenção e o tratamento da perda
óssea. As alterações na DMO e na força muscular foram analisadas por Ryan et al.
(2004) durante 6 meses, em homens e mulheres que executaram um programa de
treinamento de força progressivo. Foram encontrados aumentos tanto de força
muscular como de DMO da região femoral.
A DMO de mulheres pós-menopáusicas, com osteopenia e osteoporose, foi
avaliada após 1 ano de um programa de exercícios, que incluía 3 sessões de 30
minutos de caminhada, por semana, e mais 2 sessões, de 1 hora cada, de
treinamento de força. Todas as mulheres faziam suplementação com vitamina D e
cálcio. Houve um aumento da DMO da região femoral, enquanto o grupo controle
que permaneceu inativo, apresentou um decréscimo na DMO (BERGSTRÖM, et al.,
2008).
Winters-Stone e Snow (2003) realizaram um estudo com mulheres pré-
menopáusicas que treinaram força e jump por 1 ano. Observaram um aumento, na
DMO do trocânter do fêmur, de 3,8% para as mulheres que iniciaram o treinamento
com menor DMO, versus um aumento de 1,7% para aquelas que iniciaram com
maior DMO. Pode-se concluir que, apesar dos resultados mais significativos para as
mulheres com menor DMO, sugerindo o tratamento da perda óssea, o treinamento
também se mostrou eficaz em relação à prevenção da perda óssea. Esses
resultados demonstram a importância dos exercícios no tratamento e na
manutenção da perda óssea.
2.5.1 Efeitos do treinamento de força na densidade mineral óssea
Treinamento de força é conhecido como um estímulo eficaz para o aumento da
DMO, pelo qual tendões e ligamentos tornam-se mais resistentes (RYAN et al.,
1994; VINCENT e BRAITH, 2002; FLECK e KRAEMER, 2006). Dinç et al. (1996)
mediram a DMO de atletas levantadores de pesos, jogadores de futebol, lutadores e
um grupo de homens sedentários. Observou-se que os atletas levantadores de
pesos apresentaram uma maior DMO quando comparados com indivíduos
sedentários.
A sobrecarga mecânica do osso, através do exercício, proporciona um aumento
do estímulo capaz de manter ou aumentar a DMO em adultos, e os efeitos desse
exercício são específicos para cada local dos músculos ativos e dos ossos nos quais
se inserem (FUKADA e YASUDA, 1957; WINETT e CARPINELLI, 2001; ACSM,
2004). O esqueleto humano é uma estrutura dinâmica que responde a mudanças
nos níveis de demanda mecânica (GOODSHIP et al., 1998), e a ação direta do
impacto sobre o esqueleto durante a atividade física, como também a ação indireta
do aumento da massa muscular preserva a DMO, existindo, ainda, uma tendência
de a mesma ser proporcional à força muscular, pois a maior tração exercida por
músculos mais fortes é um estímulo à mineralização dos ossos (SBME, 2000).
Existem evidências que treinamentos de força de alta intensidade, que,
conseqüentemente, aumentam a força muscular, promovem a manutenção óssea,
prevenindo a diminuição da DMO relacionada com a idade (MADDALOZZO e
SNOW, 2000). Segundo Cadore et al. (2005), aumentos de DMO são normalmente
relacionados a aumentos de massa magra e de força muscular.
Reid et al. (1995), avaliando mulheres pré-menopáusicas sedentárias e não-
sedentárias, encontraram uma correlação muito significativa entre massa magra e
DMO nas mulheres não-sedentárias e, nas sedentárias, uma correlação significativa
entre a massa gorda e a DMO. Já, Sinaki et al. (1998) avaliaram somente mulheres
pré-menopáusicas ativas, mas não-atletas, e, como no estudo relacionado
anteriormente, observou-se correlação significativa entre força muscular, massa
magra e DMO. Também Yarashesky et al. (1997), em estudo que avaliou homens
de 64 a 75 anos de idade, divididos em dois grupos (um com suplementação diária
de GH e outro com placebo), e que realizaram um programa de treinamento de força
com intensidades de 75% a 90% de 1-RM e execução de 5 a 10 repetições, por 16
semanas, encontraram aumento de massa magra e aumento regional de DMO,
inclusive nos homens que faziam suplementação com placebo.
Kelley et al. (2001), através de uma meta-análise sobre treinamento de força e
DMO, em mulheres pré-menopáusicas e pós-menopáusicas, concluíram que esse
tipo de treinamento tem efeito positivo na DMO da coluna lombar de todas as
mulheres e na região femoral e radial nas mulheres pós-menopáusicas. Observou-
se, também, que, em grande parte dos estudos analisados por esses autores, o
treinamento induz um aumento de, aproximadamente, 1% na DMO.
Portanto, para a manutenção da DMO, bem como para o incremento da mesma,
faz-se necessária a prática de exercícios físicos que focalizem o aumento de força e
de massa magra ao longo da vida. A redução na força muscular pode iniciar a partir
dos 30 anos de idade, mas tem sua maior redução a partir de 70 anos (HARRIES e
BASSEY, 1990; LINDLE et al., 1997). Isso ocorre de forma mais acentuada pela
redução da massa muscular do que pela deterioração da capacidade contrátil do
músculo (FRONTERA et al., 2000). O declínio da massa muscular, com o avanço da
idade, causa enfraquecimento para locomoção, incapacidade e quedas, podendo
aumentar o risco de fraturas, principalmente, em mulheres osteoporóticas (WALSH
et al., 2006). O aumento de DMO, paralelo com um aumento na força muscular
dinâmica, foi observado por Rhodes et al. (2000) quando avaliaram mulheres idosas
sedentárias (média de 68,8 anos) que treinaram força em 75% de 1-RM, por 1 ano.
Para a obtenção do sucesso na modulação do envelhecimento, é necessário
reverter a degradação da complexidade fisiológica aplicando múltiplos estímulos
fisiológicos como, por exemplo, os exercícios físicos (PEREIRA e SOUZA JÚNIOR,
2005).
2.6 LESÃO MUSCULAR
A sobrecarga de um treinamento de força sobre o músculo esquelético, além de
ocasionar uma maior síntese protéica, faz aumentar a força e o espessamento das
miofibrilas, reduz o fracionamento das proteínas, ajudando na formação de novos
sarcômeros, e aumenta as reservas de trifosfato de adenosina (ATP), creatina-
fosfato (PCr) e de glicogênio intramuscular (McARDLE et al., 2003; BARROSO, et
al., 2005). O treinamento de força pode, então, aumentar a área de secção
transversa das fibras musculares, aumentando a síntese protéica. Quando isso
acontece, a quantidade de proteína, no interior do sarcoplasma, aumenta. Mas, cada
núcleo da fibra muscular é responsável por determinado volume do sarcoplasma, e o
aumento desse volume, ocasionado pelo aumento das proteínas, provoca um
desequilíbrio no que se conhece como “razão núcleo/sarcoplasma”. Então, surge a
necessidade de um maior número de núcleos, conseguidos através da incorporação
de células-satélite pela fibra muscular. As células-satélite encontram-se entre o
sarcolema e a membrana basal das fibras musculares e são consideradas uma
população de células-reserva que podem ser ativadas pela ocorrência de lesão
(dano) muscular ou aumento do nível de exercícios físicos. Essas células auxiliam
no processo de reparo às lesões sofridas (BARTON-DAVIS et al., 1999; BARROSO
et al., 2005). O grau de lesão muscular é uma das hipóteses que tenta explicar a
hipertrofia muscular (FARTHING e CHILIBECK, 2003). No entanto, foi observado em
estudos (FOLLAND et al., 2001; NOSAKA e NEWTON, 2002) que o grau de lesão
muscular diminui com a repetição das sessões de treinamento, sugerindo que,
talvez, outros mecanismos estejam ligados ao início do processo de hipertrofia.
O benefício do treinamento de força está na exigência do organismo para
adaptar-se ao estresse provocado pelo esforço. Se o estresse é intolerável, podem
ocorrer lesões (BOMPA, 2002). A principal conseqüência da lesão muscular é o
dano físico sofrido pelos tecidos corporais, que acompanha custos físicos,
emocionais e econômicos, gerando um transtorno para o indivíduo (WHITING e
ZERNICKE, 2001).
As capacidades mecânica, hormonal, bioquímica e molecular dos tecidos
conjuntivos (osso, cartilagem, tendão, ligamento e músculo), em se adaptarem às
influências ambientais, são um atributo primário de tecidos saudáveis. Mas, a
incapacidade em se adaptar aos excessos é o principal fator relacionado à lesão. A
resposta mecânica do tecido biológico depende, principalmente, de sua organização
estrutural não-celular, ou seja, seu material componente: orientação, densidade e
substâncias conectoras (WHITING e ZERNICKE, 2001).
O músculo esquelético é um tecido dinâmico com grande capacidade de
adaptação, pelo qual as fibras musculares sofrem regeneração e remodelagem em
resposta a algumas demandas funcionais. O tipo de treinamento físico influencia o
tipo de adaptação muscular. Esta é específica às demandas impostas como, por
exemplo, o treinamento de força (TAN, 1999; BARROSO et al., 2005). Porém, é
importante salientar que a condição física de cada indivíduo pode ser um fator
determinante em relação à probabilidade de ocorrerem lesões, pois é possível que,
quanto mais apto for o indivíduo, menor a probabilidade de se lesionar. No caso de
ocorrer uma lesão em um indivíduo melhor condicionado, a lesão será menos grave,
e a recuperação mais rápida. A lesão no músculo esquelético é comum, assumindo
várias formas e implicando vários mecanismos, como a lesão muscular induzida pelo
exercício físico, que resulta da ruptura do tecido conjuntivo e contrátil, após o
exercício (WHITING e ZERNICKE, 2001).
Exercícios físicos de alta intensidade podem levar à lesão muscular, dependendo
da faixa etária. Roth et al. (2000) avaliaram os efeitos de um treinamento de força,
de alta intensidade, na lesão muscular entre mulheres sedentárias jovens (20 a 30
anos) e idosas (entre 65 e 75 anos de idade). O treinamento foi de 9 semanas, 3
vezes, por semana, de extensão unilateral do joelho da perna dominante; a outra
serviu como controle. A avaliação da lesão muscular foi feita através de biópsia
muscular bilateral do vasto lateral, antes e depois do treinamento. Foi verificado que
tanto as mulheres jovens quanto as mulheres idosas apresentaram lesão nas fibras
musculares; no entanto, nas mulheres idosas foram observados maiores níveis de
lesão muscular.
Em atividades com um alto componente excêntrico (treinamentos de força,
pliométricos e corridas), é comum ocorrerem lesões na musculatura. O resultado
primário de uma lesão do tecido musculoesquelético é a inflamação que, por sua
vez, resulta em dor (WHITING e ZERNICKE, 2001). Os sinais e sintomas que
acompanham essas lesões, incluem, além da dor, aumento na concentração
sangüínea de proteínas das miofibrilas, hipersensibilidade local, inchaço, rigidez,
restrição na amplitude do movimento e a elevação da atividade da enzima CK que,
após uma sessão de exercícios intensos, pode permanecer na circulação
sangüínea, em níveis altos, por 3-5 dias. Mas o fator mais significativo é o longo
tempo de prejuízo na função muscular como, por exemplo, a incapacidade de o
músculo gerar força e potência (KAURANEN et al., 2001; TWIST e ESTON, 2005).
Uma sessão de treinamento de força intenso, realizada por indivíduos
destreinados, pode causar dor nos músculos exercitados (KAURANEN et al., 2001).
Geralmente, o pico da dor acontece 24 - 48 horas depois do exercício (GLEESON et
al., 1998).
Kauranen et al. (2001) examinaram os efeitos de uma sessão de treinamento de
força, sobre a DMT, em homens e mulheres entre 19 e 47 anos de idade. O
treinamento consistiu em 1 hora de exercícios de força, em circuito, com os
membros superiores, usando pesos livres e executando 3 séries de 30 segundos em
cada exercício. Para avaliar a lesão muscular, entre outras variáveis, foi mensurada
a atividade da enzima CK, após 48 horas do final da sessão. Todos os indivíduos
apresentaram dor muscular, e os valores da CK, que antes da sessão tiveram a
média de 115 unidades por litro (U
.
L
-1
), aumentaram, significativamente, para 1259
U
.
L
-1
após a sessão, o que foi evidenciado pela fadiga muscular, relatada pelos
indivíduos, após a sessão de treinamento.
2.6.1 Dor muscular tardia (DMT)
A DMT é causada pelo dano das fibras musculares que, por sua vez, são
suscetíveis a exercícios que induzem a catabolização muscular. As fibras de
contração rápida sofrem maior avaria, durante a produção de força por contrações
excêntrica e concêntrica máxima, do que as fibras de contração lenta (BOMPA,
2002).
Um grande dano estrutural ocorre quando o músculo executa cargas excêntricas
e concêntricas, alternadamente. Para isso, é necessário que seja realizada uma
força de tração suficiente, em repetidas contrações, para causar a resistência à
tração da fibra muscular. Então, haverá a ruptura dos componentes estruturais da
fibra muscular. O rompimento desses componentes estruturais musculares,
normalmente, leva a microtraumas. O desconforto, relacionado ao dano estrutural,
alcança seu ponto máximo de 24 a 72 horas, após as contrações (BOMPA, 2002;
TWIST e ESTON, 2005). Esse desconforto é a DMT. O indivíduo sente dor
entorpecente, combinada com inchaço e rigidez.
Nosaka e Newton (2002), com o objetivo de verificar se o treinamento excêntrico
seria mais efetivo do que o concêntrico, em reduzir a suscetibilidade aos danos
musculares relacionados ao exercício, compararam, entre outras variáveis, a DMT
por palpação, depois de 24 contrações excêntricas máximas dos flexores do
cotovelo de sujeitos que haviam previamente treinado um braço, excentricamente, e
o outro braço, concentricamente, por 8 semanas. Durante o treinamento, foi utilizada
uma carga de 50% da força isométrica máxima de cada sujeito. O pico de DMT
ocorreu em 48 horas, e não foram encontradas diferenças nas respostas, após as
contrações excêntricas, entre o treinamento excêntrico e o concêntrico, mostrando
que, para minimizar os efeitos de lesão muscular, após um treinamento excêntrico,
não, necessariamente, tem que ser realizado um treinamento prévio, com
contrações excêntricas.
2.6.1.1 Métodos de avaliação da DMT
O nível de percepção da intensidade da DMT tem sido mensurado em alguns
estudos científicos (GLEESON et al., 1998; KAURANEN et al., 2001; NOSAKA e
NEWTON, 2002; TWIST e ESTON, 2005) através de escalas visuais: a escala
analógica visual (VAS) e a escala de Categoria e Razão (CR10) de Borg.
A CR10 (ANEXO G) é uma escala de razão e categorias e, para cada categoria,
existe um valor numérico para exprimir uma avaliação em relação à sensação de
dor. Consiste em um método para mensurar a dor nas categorias ordinal e nominal,
demonstrando a facilidade de aplicação e a popularidade dos métodos escalares.
Pode ser utilizada como um complemento para analisar algumas variáveis
fisiológicas em várias áreas como: a medicina, a ergonomia e os esportes (BORG e
KAIJSER, 2006).
2.6.2 Creatina quinase (CK)
A CK tem sido, por anos, mensurada e analisada, no âmbito das Ciências do
exercício, como um marcador bioquímico na determinação da lesão muscular
(HARTMANN e MESTER, 2000; BARBOSA et al., 2003). O aumento na atividade da
enzima intracelular CK pode ser usado como um indicador da perda da integridade
do sarcolema, e a magnitude dessa resposta muscular pode ser relacionada a vários
fatores como, por exemplo, o tipo de exercício físico realizado (OVERGAARD et al.,
2004). Os exercícios, com predominância de contrações excêntricas, são os mais
utilizados como fonte de estudo, para avaliar as alterações nos níveis de CK, por
apresentarem maiores probabilidades de lesão muscular (GLEESON et al., 1998;
NOSAKA et al., 2001a; NOSAKA e NEWTON, 2002; LEE e CLARKSON, 2003).
Barbosa et al. (2003) avaliaram a atividade plasmática da CK em homens, jovens
e sedentários, que realizaram dois protocolos experimentais distintos de exercícios.
Os homens foram divididos em 2 grupos: (1) 8 homens realizaram um exercício de
contração concêntrica flexão de cotovelo; e (2) 7 homens realizaram um exercício
de contração excêntrica extensão do cotovelo. Foram executadas 3 séries
consecutivas de cada exercício até a exaustão, com uma resistência de 70% de 1-
RM. Foi analisada a concentração de CK antes e após a aplicação de cada
protocolo, bem como após 1, 3, 24, 48 e 72 horas do fim do protocolo. O grupo que
realizou o exercício concêntrico, mostrou valores significativamente superiores após
o protocolo, assim como 1, 3 e 24 horas do término, quando comparados com as
coletas feitas antes do início do protocolo, evidenciando o pico de CK em 24 horas.
Já, o grupo que realizou o exercício excêntrico, os valores, em comparação com
aqueles coletados antes do início do protocolo, foram significativamente superiores
em 1, 48 e 72 horas, sendo que o pico de CK se deu em 72 horas, que comprova
uma liberação tardia da CK para a corrente sangüínea. Esses resultados sugerem
uma forte evidência, nos dois grupos, de lesão muscular induzida pelo exercício
físico exaustivo e inabitual, com maiores valores observados para o exercício
excêntrico.
Quando ocorre a lesão do tecido muscular, a enzima CK é liberada para o
espaço extracelular (aumentando seus níveis no sangue), resultado do aumento do
efluxo do tecido muscular (GAWLITTA, 2003).
2.6.2.1 Função e estrutura
A CK é uma enzima localizada na célula muscular que está envolvida no
metabolismo energético celular, por catalisar a transferência reversível de energia de
um grupo fosfato de alta energia da ATP para a creatina, resultando em adenosina
difosfato (ADP) e PCr. Essa enzima tem uma estrutura dímera que consiste em duas
diferentes subunidades: M e B. Então, 3 composições de CK podem ocorrer: as
isoenzimas CKMM, CKMB e CKBB. A CKMM é a isoenzima mais abundante no
músculo esquelético (97-99%) e no miocárdio (cerca de 80%), podendo ser
fracionada em subtipos ou isoformas que são CKMM
1
, CKMM
2
e CKMM
3
. A CKMB
faz parte no miocárdio em, aproximadamente, 20% e, no músculo esquelético de 1-
3%. Já, a CKBB é mais abundante nos tecidos do cérebro e dos intestinos
(GAWLITTA, 2003).
Segundo Ebbeling e Clarkson (1989) apud Vendrusculo (2005), a CKMM é a
principal responsável pela atividade da CK no sangue, após o exercício. Nesse caso,
a CK é liberada na lesão muscular como CKMM
1
, indicando nova lesão tecidual.
Subseqüentemente, a CKMM
1
é transformada no sangue em CKMM
2
e, depois, em
CKMM
3
.
2.6.2.2 Tempo de curso e mecanismo de efluxo
O aumento na atividade da CK pode ser observado até 2 horas após a realização
de exercícios intensos, isométricos ou excêntricos, e o pico pode ocorrer após 24
horas, mas os valores podem retornar ao normal dentro de 1 a 2 dias (STUPKA et
al., 2000; GAWLITTA, 2003). Dependendo do grau da lesão, no músculo
esquelético, essa atividade acentuada pode estar acima dos níveis basais, por 48
horas, e permanecer por até 6 dias (STUPKA, et al., 2000).
Depois de ocorrer a lesão, a CK entra na circulação sangüínea e é removida,
fundamentalmente, pelo sistema linfático. A remoção e a inativação da enzima CK
pela linfa poderia explicar o aparecimento retardado da CK no sangue, pois o
sistema linfático é mais lento (BARBOSA et al., 2003; GAWLITTA, 2003). No
entanto, é importante salientar que existe uma forte variabilidade inter-individual na
capacidade de remoção da CK (NOSAKA et al., 2001a; BARBOSA et al., 2003).
2.6.2.3 Mensuração da CK pós-exercício
A magnitude das alterações enzimáticas da CK, após uma sessão de
treinamento de força, é relacionada à intensidade, à duração das séries e ao tipo de
protocolo de treinamento utilizado (FLECK e KRAEMER, 2006).
Uma consideração, em relação à interpretação dos valores da CK no setor dos
exercícios físicos, é a dependência de parâmetros na natureza do estresse.
Segundo Hartmann e Mester (2000), aumentos consideráveis nos valores da CK, em
um grande número de atletas avaliados, foram registrados após treinamentos de
endurance e força máxima, com intensidades de moderada para alta. Entretanto, o
aumento na atividade da enzima CK pode-se dar não somente pela lesão causada
pela intensidade dos exercícios, mas também pela duração das sessões de
exercícios. Assim, tanto a intensidade quanto o volume dos exercícios são fatores
determinantes, já que acarretam uma redução dos fosfatos de alta energia das
células musculares.
Os efeitos da lesão muscular pós-exercício, através das alterações nas
concentrações de CK, foram analisadas por Twist e Eston (2005), em homens que
executaram uma série de exercícios máximos intermitentes (sprints). Houve
aumento considerável das concentrações de CK, 48 horas pós-exercício, como
também houve redução na habilidade do músculo em gerar potência. Isso foi
avaliado através de um teste pliométrico.
Diagnósticos, baseados na determinação da CK, parecem ser um sensível e útil
meio para avaliar qualquer aumento de estresse muscular e/ou a tolerância
individual ao esforço muscular. Os valores, considerados normais para a CK, em
atletas são de, aproximadamente, 100-200 U
.
L
-1
para mulheres e 200-400 U
.
L
-1
para
homens. Porém, nenhuma definição, ou relação estatisticamente significativa, entre
determinadas cargas de treinamento e o comportamento da CK, foi estabelecida.
Esse conhecimento poderá ajudar na determinação das concentrações sangüíneas
de CK dentro da estrutura de um programa de medidas, planejado para acompanhar
e dar suporte a treinamentos físicos (HARTMANN e MESTER, 2000).
2.6.2.4 Método de avaliação da CK
A CK é avaliada no sangue venoso em momentos pré-determinados,
dependendo do objetivo. Após a coleta, o sangue é colocado em “banho-maria” para
ocorrer coagulação; em seguida, é centrifugado e analisado. Para a análise da
concentração sangüínea de CK, são utilizados Kits comerciais, em que estão
estipulados os valores de referência para os níveis considerados normais.
2.7 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS
A antropometria estuda e avalia, através de medidas de rápida e fácil execução,
o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano. Através dessas medidas,
pode-se estudar a composição corporal dos indivíduos (FERNANDES FILHO, 2003).
Segundo Tritschler (2003), treinadores esportistas, especialistas em força e
condicionamento, e fisiologistas do exercício conduzem a maioria das pesquisas em
andamento na área da antropometria, enfocando as características corporais dos
indivíduos, e incluindo medidas de estatura, peso, comprimento dos membros e
composição corporal.
Parâmetros antropométricos, como as dobras cutâneas e os perímetros (PE)
corporais, podem revelar possíveis alterações decorrentes da aplicação de um
determinado protocolo de treinamento na composição corporal (TRITSHLER, 2003).
Kraemer et al. (2004) avaliaram a composição corporal de mulheres, após um
período de 24 semanas de treinamento de força. Foram mensuradas 7 dobras
cutâneas que serviram para estimar o percentual de gordura e a sua massa magra.
Foram observados aumentos de 2 a 4% na massa magra; porém, não foram
observadas alterações no percentual de gordura.
3 MÉTODOS
Este estudo caracteriza-se como sendo do tipo quase experimental, no modelo
comparativo, visando à análise e à comparação entre um grupo de mulheres que
realizou um treinamento de força, com periodização linear, e outro grupo, também
de mulheres, que realizou um treinamento de força, com periodização ondulada.
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população foi constituída de mulheres pré-menopáusicas e caucasianas das
diversas etnias presentes na cidade de Erechim/RS.
A amostra, extraída dessa população, era composta por 30 mulheres voluntárias,
com idade entre 35 e 44 anos, que foram aleatoriamente divididas em um grupo de
treinamento, com periodização linear (GPL), e um grupo de treinamento, com
periodização ondulada (GPO). A divisão aleatória dos grupos foi feita através de um
sorteio, delineamento inteiramente ao acaso, realizado pela autora do estudo, na
presença de uma professora e de um estagiário do Curso de Educação Física da
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Campus
Erechim.
3.1.1 Procedimentos para seleção da amostra
A amostra foi selecionada por voluntariedade. As voluntárias foram convidadas,
através de comunicação oral, por cartazes fixados em pontos estratégicos da cidade
de Erechim/RS, como também através de contato com médicos ginecologistas,
dispostos a auxiliarem na busca por voluntárias para participação no estudo.
Anteriormente à coleta de dados, as voluntárias foram informadas sobre os
procedimentos metodológicos do estudo, através de entrevista individual, e então,
leram e assinaram um Termo de Consentimento Informado (ANEXO A), aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), processo nº 2007697.
3.1.2 Cálculo do tamanho da amostra
Para calcular o tamanho mínimo amostral, foi utilizada a expressão (1) proposta
por COCHRAN (1965)
, (1)
onde: e é o erro máximo cometido em relação à média; no caso, foi usado e = 0,05,
representando 5% da média dos valores da DMO (1,0 g
.
cm
-2
) da coluna
lombar, obtida nos estudos realizados por Dornemann et al. (1997),
Maddalozzo e Snow (2000) e Ryan et al. (2004);
n é o número de indivíduos de cada grupo;
t é a estatística que define o nível de risco (α), sendo usado o valor de t = 2,
para um nível de risco de 5%;
s é o desvio-padrão amostral; no caso, foi usado s = 0,1, sendo, esse valor, o
desvio padrão médio obtido dos valores da DMO da coluna lombar dos
estudos acima citados.
Foi estimado um tamanho amostral (n) de 15 indivíduos por grupo. Então, tanto o
GPL quanto o GPO foram compostos por 15 mulheres.
3.1.3 Critérios de exclusão
ser fumantes ou consumir álcool com regularidade (2 a 3 doses por dia);
estar fazendo terapia de reposição hormonal;
apresentar DMO abaixo da faixa esperada para a idade, ou seja, Z-score de
-2,0 ou inferior, conforme classificação da ISCD (2005);
estar fazendo algum tipo de treinamento sistemático nos últimos 6 meses;
apresentar problemas físicos específicos que impedissem o treinamento;
apresentar dor muscular;
apresentar índice de massa corporal (IMC), que é a razão entre o peso
corporal (kg) e a estatura elevada ao quadrado (m
2
), menor que 18,5 kg
.
m
-2
ou maior que 25 kg
.
m
-2
, segundo classificação proposta pela OMS (1998).
3.2 VARIÁVEIS
3.2.1 Variáveis dependentes
DMO
o Densidade mineral óssea L1-L4 (DMO
L1L4
)
o Densidade mineral óssea do trocânter do fêmur (DMO
troc
)
o Densidade mineral óssea do triângulo de Ward (DMO
Ward
)
o Densidade mineral óssea do colo do fêmur (DMO
colo
)
Força muscular dinâmica
o 1-RM
o 20-RM
Parâmetros de lesão muscular
o Creatina quinase (CK)
o Dor muscular tardia (DMT)
Parâmetros antropométricos
o Dobras cutâneas
o Perímetros
3.2.2 Variáveis independentes
Treinamento de força com periodização linear
Treinamento de força com periodização ondulada
3.2.3 Variáveis para caracterização da amostra
Idade
Estatura
Massa corporal
3.2.4 Variável interveniente
Hábitos alimentares
3.2.5 Variável de controle
Ciclo menstrual
3.3 PROCEDIMENTOS
No primeiro encontro com cada voluntária, que aconteceu no Laboratório de
Avaliação Cineantropométrica e Postural da URI Campus Erechim, realizou-se a
entrevista com preenchimento de dados individuais (ANEXO B) e a aplicação do
questionário PAR-Q (ANEXO C), bem como apresentou-se às voluntárias o Termo
de Consentimento Informado para que fosse lido e assinado. Sendo, o ciclo
menstrual, a variável de controle deste estudo, foi questionada a regularidade desse
ciclo durante a coleta de dados iniciais. E, para garantir que, durante o estudo,
nenhuma das mulheres tivesse entrado na fase menopáusica, três meses após o
início do treinamento e no final do mesmo, foi novamente questionada essa
regularidade. Nesse encontro, também foram agendadas as consultas com o médico
cardiologista e com a nutricionista.
Tanto no primeiro encontro, que aconteceu no período de 10 dias antes do início
do treinamento, como nos 5 dias após o término das 28 semanas de treinamento,
entre 7h15 e 9h15 da manhã, tanto para o GPL quanto para o GPO, foram
realizadas as coletas de dados dos parâmetros antropométricos e foi realizada a
mensuração dos dados de massa corporal (balança) e estatura (estadiômetro). Para
determinar a massa corporal, foi utilizada uma balança da marca ARJA, com
resolução de 0,1 kg, e, para a determinação da estatura, foi utilizado um
estadiômetro da marca ARJA, constituído de uma escala métrica, com resolução de
1 mm.
3.3.1 Parâmetros antropométricos
Os parâmetros antropométricos mensurados incluíram o somatório da espessura
de 3 dobras cutâneas (tríceps, suprailíaca e abdômen) e a perimetria (cintura,
abdômen, quadril, coxa proximal, coxa meso-femoral e coxa distal). Para isso, foi
solicitado que as voluntárias comparecessem com trajes de banho em duas peças.
As dobras foram marcadas com lápis dermográfico, sempre do lado direito do
corpo, sendo realizada uma série de 3 medidas sucessivas de cada dobra,
considerando a média das 3 como o valor adotado para esse ponto (BOTTARO et
al., 2002; FERNANDES FILHO, 2003). Para a medida das dobras cutâneas, foi
utilizado um adipômetro científico da marca SANNY, com resolução de 0,5 mm.
A perimetria foi realizada segundo recomendações de Fernandes Filho (2003):
marcação dos pontos dos perímetros, utilizando-se lápis dermográfico, pele nua,
realização de 3 medidas para calcular a média, e não avaliar após qualquer tipo de
atividade física. As medidas de coxa foram executadas somente no lado direito do
corpo. Foi utilizada uma fita métrica metálica flexível da marca SANNY (2 metros),
com resolução de 1 mm, para a medida dos PE.
3.3.2 Consultas
As voluntárias responderam a um registro alimentar de 3 dias (ANEXO D),
aplicado por uma nutricionista, antes do início e após o término do programa de
treinamento. Em consulta individual, a nutricionista disponibilizou informações e
orientações para que as voluntárias mantivessem, durante todo o estudo, a ingestão
habitual de alimentos para que, assim, a dieta alimentar não interferisse nos
resultados do estudo.
Para a análise dos dados coletados, referentes ao registro alimentar, utilizou-se o
software de análise nutricional “NutWin – Programa de Apoio à Nutrição”, versão 1.5,
em CD-Rom, da Editora Metha Ltda. Esse software tem a capacidade de avaliar a
quantidade de energia, macronutriente e micronutriente consumida.
Foram lançados no programa os três dias de registro alimentar, pré e pós-
treinamento, de cada voluntária. Optou-se, devido à proposta do estudo, pela análise
da média dos três dias de ingestão de carboidratos, proteínas, lipídios, cálcio,
fósforo e magnésio, como também da energia consumida em quilocalorias (kcal).
Na consulta com o médico cardiologista, foi realizado um eletrocardiograma de
repouso, e fornecido um atestado de liberação para prática de exercícios físicos,
para garantir a segurança.
3.3.3 Densitometria óssea
As voluntárias de ambos os grupos (acompanhados pela autora deste estudo)
foram até uma clínica especializada para realizar o exame DXA que avaliou a
DMO
L1L4
e a DMO do fêmur proximal, que envolve a DMO
troc
, a DMO
Ward
e a
DMO
colo
. Isso ocorreu em, no máximo, 10 dias antes do início do treinamento de
força e até 10 dias após o término das 28 semanas de treinamento.
Esse exame fez a mensuração da DMO do triângulo de Ward, trocânter e colo do
fêmur direito, como também das vértebras lombares (L1-L4). O sistema utilizado
(DXA) é calibrado para expressar os resultados em g
.
cm
-2
(HARRISON et al., 1995)
e, segundo LEWIN et al. (1997), esses dados permitem a quantificação precisa da
DMO pela construção de uma imagem que permite a identificação e a análise das
regiões de interesse.
Para a realização do exame, foi-lhes solicitado que retirassem qualquer peça de
metal do corpo (brincos, colares, etc). Em seguida, em local adequado, as
voluntárias trocavam suas roupas por um avental apropriado para a realização do
exame. Durante o exame, elas permaneciam deitadas em decúbito dorsal, com os
braços ao longo do corpo e palmas das mãos voltadas para trás (posição
anatômica). Para a realização da análise da região da coluna lombar, era colocada
sobre a mesa do aparelho uma grande almofada quadrada, para que as voluntárias
apoiassem suas pernas, ficando com o quadril e os joelhos flexionados em 90°,
retificando, dessa forma, as vértebras lombares. Já, para a análise da região do
fêmur proximal, as voluntárias permaneciam deitadas em decúbito dorsal, sendo-
lhes solicitado que executassem uma rotação interna do quadril direito. Nas duas
posições examinadas, era-lhes solicitado que permanecessem imóveis. Cada uma
das etapas do exame durava cerca de 10 minutos.
Para esse exame, foi utilizado um equipamento DXA da marca LUNAR, modelo
DPX- alpha (ANEXO E), com as seguintes especificações:
Erro de medida: < 1%
Calibração: automática
Hardware: Computador Dell 466/LE, 4,0” (H) x 16,6” (W) x 17” (D); 270 MB hard
disk; monitor Dell SVGA 1024i, 13,3” (H) x 13,1” (W) x 16” (D); keyboard Dell
Keyboard 1,9” (H) x 18,9” (W) x 8,1” (D)
Software: Lunar Software para sistema PC-DOS (IBM PC-DOS)
No DXA foram analisadas a DMO das vértebras lombares L1 L4 (DMO
L1-L4
) e a
DMO do fêmur proximal, que envolve a DMO do triângulo de Ward direito (DMO
Ward
),
a DMO do trocânter do fêmur direito (DMO
troc
) e a DMO do colo do fêmur direito
(DMO
colo
).
Esse equipamento foi disponibilizado por Radisom Clínica de Diagnóstico por
Imagem. O controle de qualidade do sistema de medição é realizado a cada 48
horas, e a calibração é realizada uma vez por mês.
3.3.4 Testes de 1-RM e 20-RM
Para avaliar a força muscular dinâmica máxima, antes do início do período de
treinamento, os grupos GPL e GPO foram submetidos ao teste de 1-RM, em todos
os exercícios propostos. Os mesmos exercícios foram utilizados para testar 20
repetições máximas (20-RM).
Como mencionado, a maioria dos programas de treinamento de força
enfatizam o treinamento dinâmico. Por isso, para avaliar os prováveis aumentos na
força muscular dinâmica, ao final do período de treinamento, as voluntárias de
ambos os grupos foram submetidas aos testes.
Uma série de 6 a 10 repetições, com 50% do peso a ser utilizado na primeira
tentativa de cada teste de 1-RM, foi executada como aquecimento. Dois minutos
após, iniciou-se o teste propriamente dito (DIAS et al., 2005). As fases concêntrica e
excêntrica de cada tentativa tiveram a duração de 2 segundos e foram controladas
por um metrônomo da marca SEIKO, com resolução de 1 Hz. O tempo de
recuperação entre cada tentativa (máximo de três) foi de, aproximadamente, 4 5
minutos, controlado por um cronômetro digital da marca Technos, modelo YP2151,
para que as reservas de PCr fossem restauradas, conforme recomendações
propostas por Brown e Weir (2001) e por Campos et al. (2002). Caso as três
tentativas não fossem suficientes, para atestarem o peso correto, o teste era
realizado 48 horas depois. Isso ocorreu com 9 voluntárias, nos exercícios leg-press,
hack, cintura e abdominal.
As voluntárias realizaram 3 sessões de familiarização com os testes de 1-RM e
20-RM, bem como a familiarização com os aparelhos de musculação, utilizados e
seus respectivos exercícios, uma vez que a falta desta “experiência” poderia
comprometer a avaliação da força muscular (DIAS et al., 2005). Nas sessões de
familiarização, as voluntárias praticaram a execução da técnica correta, exigida em
cada exercício. Nessa ocasião, foi dada a oportunidade de questionamentos por
parte das voluntárias, relacionados ao programa de treinamento e à execução dos
exercícios.
Para estimar os pesos, utilizados por cada voluntária nos testes de 1-RM, optou-
se por usar coeficientes (percentuais da massa corporal) como pontos de partida
para determinar os pesos adequados. Os coeficientes são estimativas, porque as
diferenças entre os indivíduos e as variações nos desenhos dos equipamentos,
fazem com que seja difícil estabelecer coeficientes sem erro (BAECHLE e GROVES,
2000).
Para a primeira tentativa nos testes de 1-RM, realizados antes do início do
período de treinamento, os pesos foram baseados nos coeficientes propostos por
Baechle e Groves, 2000 e por Tritschler, 2003 (Quadro 1).
EXERCÍCIO
COEFICIENTE
LEG PRESS
2,5
ABDOMINAL
0,7
HACK
2,5
CINTURA
1,0
ABDUTOR
1,0
SUPINO
0,5
ADUTOR
0,7
REMADA
0,7
Quadro 1 – Coeficientes para determinação de pesos nos testes de 1-RM pré-treinamento.
Para facilitar a modulação dos pesos, durante a realização dos testes, foi
utilizado o protocolo proposto por Lombardi (1989 apud BAECHLE e GROVES,
2000) (Tabela 1).
Tabela 1 Constantes para estimativa de 1-RM, a partir do número de repetições
executadas, proposta por Lombardi (1989).
Repetições completadas
Fator de predição
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
1,07
1,1
1,13
1,16
1,2
1,23
1,27
1,32
1,36
Fonte: Baechle e Groves (2000).
Os pesos, utilizados para a primeira tentativa nos testes de 20-RM (força
submáxima) foram estimados através de coeficientes baseados nos pesos obtidos
nos testes de 1-RM (Quadro 2). Por exemplo, se a voluntária executou 1-RM no
exercício leg press, com 200 kg, foi utilizado 50% desse peso (200 kg x 0,5) como
ponto de partida para o teste de 20-RM.
EXERCÍCIO
COEFICIENTE
LEG PRESS
0,5
ABDOMINAL
0,5
HACK
0,5
CINTURA
0,5
ABDUTOR
0,5
SUPINO
0,5
ADUTOR
0,5
REMADA
0,25
Quadro 2 – Coeficientes para determinação de pesos nos testes de 20-RM pré treinamento.
No final das 28 semanas de treinamento, foi avaliado o número de repetições
realizadas, usando-se o peso correspondente a cada exercício do pré-treinamento
dos testes de 1-RM e 20-RM. O aumento no número de repetições foi expresso
como Δ de RM. Por exemplo, se uma voluntária, nos testes iniciais do exercício leg
press, realizou 1-RM, com o peso de 200 kg, testaram-se, no final, quantas
repetições faria com o mesmo peso (Δ de RM = número de repetições realizadas
pós-treinamento - 1).
Após, os testes de 1-RM e 20-RM pós-treinamento foram realizados; dessa vez,
utilizando-se os pesos dos testes realizados, no início do 2° microciclo do 4°
mesociclo, como parâmetro para a primeira tentativa e, nesse caso, avaliou-se,
também, a diferença entre os pesos obtidos nos testes de 1-RM e 20-RM, pré e pós-
treinamento, em cada exercício (Δ de pesos). Por exemplo, se uma voluntária, nos
testes iniciais do exercício leg press, realizou 20-RM, com o peso de 100 kg, e nos
testes finais 200 kg, calculou-se: Δ de pesos = (200 kg x 20 repetições) (100 kg x
20 repetições).
Os testes de 1-RM e 20-RM foram realizados até 10 dias antes do início do
treinamento, após as 3 sessões propostas de familiarização com o teste, bem como
imediatamente após o término das 28 semanas de treinamento, e tiveram a duração
de 4 a 5 sessões. Utilizaram-se, para esses testes, os equipamentos de musculação
da marca GERVASPORT, com resolução de 1 kg.
3.4 TRATAMENTO DAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES
Os treinamentos de força tiveram a duração de 28 semanas e foram executados
3 vezes por semana, em dias alternados. Para o GPL: segundas, quartas e sextas-
feiras; e para o GPO: terças, quintas e sábados. Os equipamentos de musculação,
utilizados nos exercícios dos treinamentos de força, têm a resolução de 1 kg. Os
mesmos foram disponibilizados pela academia TOP TRAINING.
3.4.1 Sessões de treino
A duração de cada sessão do treinamento de força variou, dependendo do
mesociclo, de 1h 10 a 1h 30 (Tabela 2). As voluntárias, tanto do GPL quanto do
GPO, no início das sessões, realizaram um aquecimento de 10 minutos na esteira
rolante, seguidos de 5 minutos de exercícios de alongamento dos principais grupos
musculares exercitados no treinamento e, posteriormente, em cada aparelho de
musculação, antes das séries propostas para o treinamento, desenvolveram uma
série de 15 repetições com 50% do peso proposto para o treinamento (SBME,
2000).
Tabela 2 Tempo total (minutos) do mesociclo de treinamento de cada indivíduo e
somatório () total das 28 semanas de treinamento.
Tempo total do mesociclo (minutos)
Mesociclo
GPL
GPO
1 870:00 870:00
2 1920:54 1728:00
3 1803:36 2100:00
4 1702:48 2100:00
6297:18 6798:00
Cada voluntária foi acompanhada, em todas as sessões de treinamento, pela
autora do estudo e/ou por estagiários treinados para garantirem a segurança e para
que o treino fosse realizado corretamente. Foram elaboradas fichas de
acompanhamento, individualizadas, que continham os pesos, número de séries e
repetições para cada voluntária (ANEXO F).
No final de cada sessão de treinamento, as voluntárias executavam 10 minutos
de exercícios de alongamento para os grupos musculares exercitados durante a
sessão, sempre acompanhadas pela autora do estudo ou por estagiários.
3.4.1.1 Tipos de exercícios
Após o aquecimento, as voluntárias iniciavam a sessão de treinamento. Como,
neste estudo, foi dada ênfase à especificidade da musculatura utilizada em relação
ao osso no qual se insere, a escolha dos exercícios baseou-se principalmente nos
locais examinados pelo DXA (região lombar e fêmur proximal). Mesmo assim, foram
realizados os exercícios supino e remada, que envolvem os membros superiores,
em menor intensidade (ver Quadro 8) para complementar o treinamento.
Nas primeiras 14 semanas de treinamento, os exercícios, tanto para o
treinamento de força do GPL quanto do GPO, seguiram a mesma ordem (Quadro 3).
EXERCÍCIO
GRUPOS MUSCULARES
ENVOLVIDOS
ARTICULAÇÕES
ENVOLVIDAS
1. leg press 45° (pressão de
pernas - articulado)
extensores do joelho e do
quadril e flexores plantares
joelho, quadril e tornozelo
1. 2. abdominal (cadeira de
contração abdominal - polia)
flexores da coluna
coluna (articulações interver-
tebrais)
3. hack 45° (agachamento -
articulado)
extensores do joelho e do
quadril e flexores plantares
joelho, quadril e tornozelo
4. cintura (cross over - polia)
flexores laterais da coluna
coluna (articulações interver-
tebrais)
5. abdução de quadril (cadeira
abdutora - polia)
abdutores do quadril
Quadril
6. supino (supino reto -
articulado)
flexores horizontais do ombro e
extensores do cotovelo
ombro e cotovelo
7. adução de quadril (cadeira
adutora – polia)
adutores do quadril
Quadril
8. remada (banco para remada
dorsal – articulado)
extensores do ombro, flexores
do cotovelo e rotadores
inferiores
ombro, cotovelo e cintura
escapular
Quadro 3 Ordem dos exercícios para todas as sessões das 14 primeiras semanas de treinamento
para o GPL e GPO.
Já, nas últimas 14 semanas de treinamento, a ordem dos exercícios foi alterada
para os 2 grupos, com o objetivo de motivar as voluntárias (Quadro 4).
3.4.1.2 Execução dos exercícios
A ordem dos exercícios foi alternada por segmento, ou seja, os exercícios de
abdominal, cintura e membros superiores, foram executados entre os exercícios
realizados com os membros inferiores.
Os exercícios foram realizados isoladamente: a voluntária somente passava para
o próximo exercício, após a execução de todas as séries do exercício anterior. O
programa de treinamento seguiu o sistema de múltiplas séries, com a técnica da
série de exaustão, sendo que o tempo de recuperação entre as séries de um mesmo
exercício foi de 2 minutos, com exceção dos exercícios de membros superiores, que
tiveram um tempo de recuperação, entre as séries, de 1 minuto. Também, no 1°
mesociclo, em que foi realizada a fase de adaptação, o intervalo de recuperação,
entre as séries de cada exercício, foi de 1 minuto. Entre um exercício e outro, não
houve intervalo (ACSM, 2002; AHTIAINEN et al., 2005).
EXERCÍCIOS
1. hack 45° (agachamento)
2.cintura (cross over)
3. leg press 45° (pressão de pernas)
4. abdominal (cadeira de contração abdominal)
5. adução de quadril (cadeira adutora)
6. remada (banco para remada dorsal)
7. abdução de quadril ( cadeira abdutora)
8. supino (supino reto)
Quadro 4 - Ordem dos exercícios para todas as sessões das 14 últimas semanas de treinamento
para o GPL e GPO.
A execução dos exercícios foi baseada nas recomendações propostas pelo
ACSM (2002):
grandes grupos musculares exercitados anteriormente aos pequenos grupos
musculares;
a velocidade de cada repetição foi executada com duração de 1 segundo/fase
concêntrica, e 2 segundos fase/excêntrica, controlado por um metrônomo;
exercício na amplitude completa do movimento;
na respiração, evitou-se a manobra de Valsalva.
3.4.1.3 Predição dos pesos
Para a predição dos pesos (quilagem), a serem utilizados em cada microciclo dos
dois modelos de treinamentos, realizaram-se testes de peso por repetições máximas
(KRAEMER, 2003) - peso máximo deslocado para um determinado número de
repetições - sempre que o treinamento proposto fosse alterado. Isto é, no início de
cada microciclo do treinamento, em todos os exercícios utilizados (Quadro 5), foram
feitos testes. Os pesos, obtidos nos testes dos microciclos anteriores, serviram como
pontos de partida para os testes subseqüentes.
Para que essa sessão de testes não influenciasse nas concentrações de CK
basais (pré), que seriam avaliadas a partir da sessão subseqüente de treinamento,
as voluntárias permaneciam sem treinar por, aproximadamente, 90 horas.
GPL
GPO
1° Mesociclo
Pesos obtidos nos testes de 20-RM das coletas
iniciais.
1° Microciclo
Teste de 18-RM
Teste de 12-RM
2° Mesociclo
2° Microciclo
Teste de 16-RM
Teste de 8-RM
1° Microciclo
Teste de 14-RM
Teste de 12-RM
3° Mesociclo
2° Microciclo
Teste de 12-RM
Teste de 8-RM
1° Microciclo
Teste de 10-RM
Teste de 12-RM
4° Mesociclo
2° Microciclo
Teste de 8-RM
Teste de 8-RM
Quadro 5 Testes para alteração de pesos, no programa de treinamento, para o grupo periodização
linear (GPL) e grupo periodização ondulada (GPO).
3.4.2 Periodização
Através dos dados obtidos pelos testes supracitados, foram feitas as adaptações,
nos pesos e no número de repetições, ao objetivo de cada treinamento para GPL e
GPO.
Dois modelos de periodização foram utilizados neste estudo, segundo Baker et
al. (1994): (1) o modelo de periodização linear foi realizado pelo GPL em que, no
decorrer do treinamento, houve aumento da intensidade e redução do volume
(número de repetições) de treinamento, caracterizando um treinamento progressivo
(Quadro 6); e (2) o modelo de periodização ondulada foi realizado pelo GPO em
que, no decorrer do treinamento, foram alternados períodos curtos, de alto volume,
com períodos curtos, de alta intensidade (Quadro 7). As variações no volume (Figura
1) e na intensidade, tanto para GPL quanto para GPO, ocorreram na troca de cada
microciclo do treinamento.
SEMANAS
VOLUME / INTENSIDADE
1° Mesociclo
Semanas 1 - 4
3 séries
20 - 18 RM
Semanas 5 - 8
3 séries
18 - 16 RM
2° Mesociclo
Semanas 9 - 12
3 séries
16 - 14 RM
Semanas 13-16
3 séries
14 - 12 RM
3° Mesociclo
Semanas 17 - 20
3 séries
12 - 10 RM
Semanas 21 - 24
3 séries
10 - 8 RM
4° Mesociclo
Semanas 25 - 28
3 séries
8 - 6 RM
Quadro 6 Periodização das 28 semanas de treinamento para o GPL (membros inferiores,
abdominal e cintura).
SEMANAS
VOLUME / INTENSIDADE
1° Mesociclo
Semanas 1 – 4
3 séries
20 - 18 RM
Semanas 5 – 8
3 séries
12 - 10 RM
2° Mesociclo
Semanas 9 - 12
3 séries
8 - 6 RM
Semanas 13- 16
4 séries
12 – 10 RM
3° Mesociclo
Semanas 17 - 20
4 séries
8 - 6 RM
Semanas 21 - 24
4 séries
12 - 10 RM
4° Mesociclo
Semanas 25 - 28
4 séries
8 - 6 RM
Quadro 7 Periodização das 28 semanas de treinamento para o GPO (membros inferiores,
abdominal e cintura).
Nos exercícios com membros inferiores, abdominal e cintura, para que houvesse
uma adaptação, nas 4 semanas do mesociclo, as voluntárias do GPL e GPO se
exercitaram em menor intensidade (20-RM). Após, a intensidade foi modificada em
função do treinamento proposto.
Figura 1 Periodização das 28 semanas de treinamento do GPL e GPO. O gráfico ilustra o mero
de repetições realizadas por voluntária, e os volumes da periodização linear (VL) e da periodização
ondulada (VO), utilizados por mesociclo e microciclo dos grupos, relativo aos exercícios de membros
inferiores, abdominal e cintura.
Para os exercícios de membros superiores dos grupos GPL e GPO, utilizou-se
um treinamento não-periodizado (Quadro 8), que foi realizado com 3 séries de uma
intensidade constante, como sugerido por Schiotz et al. (1998), durante todo o
período de treinamento.
SEMANAS
VOLUME / INTENSIDADE
Macrociclo
Semanas 1 – 28
3 séries
20 - 18 RM
Quadro 8 – Periodização das 28 semanas de treinamento para GPL e GPO (membros superiores).
O número de repetições e o número de séries executadas em cada mesociclo
(volume) pelo GPL e GPO (Tabela 3) foram alterados conforme o treinamento
proposto. O volume total de treinamento foi similar entre os grupos, não
ultrapassando em 3,23% no número de repetições.
Tabela 3 Número de repetições, somando todos os exercícios executados em
cada sessão, total de repetições por mesociclo e representação do somatório ()
para cada voluntária do GPL e GPO.
Total repetições
por sessão
Total repetições
por mesociclo
MESOCICLO
MICROCICLO
GPL
GPO
GPL
GPO
1 1 480 480 5760 5760
1 444 336
2 10224 7200
2 408 264
1 372 408
3 8496 8640
2 336 312
1 300 408
4 6768 8640
2 264 312
2604 2520 31248 30240
A Figura 2 mostra a comparação entre os dados da CT de treinamento, avaliada
através do somatório dos pesos x séries x repetições x sessões (de todas as
voluntárias de cada grupo) em toneladas ( t ). Para o GPL, a média da CT foi de
1.713 ± 93 t e, para o GPO, a média foi de 1.690 ± 81 t. O teste t não detectou
diferença significativa (p>0,05) entre GPL e GPO no final das 28 semanas de
treinamento. Os valores de tonelagem encontram-se no Apêndice A e B.
Figura 2 - Médias da carga total (CT) de treinamento em função dos grupos.
3.5 PROCEDIMENTOS PARA OS PARÂMETROS DE LESÃO MUSCULAR
Os parâmetros de lesão muscular foram avaliados no decorrer do período de
treinamento, em momentos específicos.
3.5.1 Creatina quinase (CK)
Como marcador de lesão muscular, utilizou-se a concentração sangüínea da
enzima CK, em vários momentos do período de treinamento. O protocolo designado
foi: uma coleta antes da sessão de treinamento (pré); uma coleta 24 horas (pós24h);
e outra 48 horas (pós48h), após a sessão de treinamento. Esse procedimento foi
realizado na primeira sessão de treinamento de cada mesociclo, ou seja, no dia em
que a carga seria modificada (Figura 3).
Foi realizada a coleta de 5 ml de sangue de uma veia da região antecubital
das voluntárias de ambos os grupos. Utilizou-se o método cinético e, cada coleta foi
feita a vácuo, ou seja: o sangue não foi transferido para outro recipiente, e as
dosagens foram realizadas no próprio tubo da coleta. Após a coleta a vácuo, o
recipiente permaneceu em “banho-maria” a 37ºC até a coagulação. Em seguida, foi
colocado na centrífuga por 5 minutos, em 3.200 RPM, para ser extraído o soro para
a análise.
Coletas 1, 2, 3 e 4
p pós24h s48h
1ª sessão dasemana de treinamento
de cada um dos 4 mesociclos
Figura 3 Esquema das coletas de sangue para análise de creatina quinase (CK), nos momentos
anteriores e posteriores da sessão e do treinamento.
Utilizaram-se para esse exame:
Kit da BIOSYSTEM, com unidade de medida em unidades por litro (U
.
L
-1
)
e valor referencial de 26 a 155 U
.
L
-1
para mulheres;
Uma centrífuga de mesa da marca CELM, modelo LS3plus;
Um equipamento de análise da CK automático da marca ROCHE, modelo
COBAS MIRA PLUS;
Padrão e o calibrador da marca ROCHE.
Para a realização do exame, foi utilizado o Laboratório de Análises Clínicas
da UNIMED Erechim. A coleta do sangue foi realizada por uma pessoa
responsável, enfermeira ou técnica, da própria UNIMED.
3.5.2 Dor muscular tardia (DMT)
Para avaliar a DMT, foi utilizada a escala CR10 de Borg, sugerida por Borg e
Kaijser (2006) (ANEXO G). O protocolo seguiu os procedimentos utilizados por
Kauranen et al. (2001) avaliando o músculo em repouso, em contração isométrica, e
por palpação, 48 horas após a primeira sessão de treino de cada mesociclo. A
escala era apresentada à voluntária que indicava em que nível se encontrava a dor
muscular naquele momento.
3.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Tabela 4 - Delineamento experimental
Grupo
Teste
pré
Coleta
1
Trata-
mento
Coleta
2
Trata-
mento
Coleta
3
Trata-
mento
Coleta
4
Trata-
mento
Teste
pós
GPL
O
1
O
2
O
3
O
4
X
1
O
2
O
3
O
4
X
3
O
2
O
3
O
4
X
5
O
2
O
3
O
4
X
7
O
5
GPO
O
1
O
2
O
3
O
4
X
2
O
2
O
3
O
4
X
4
O
2
O
3
O
4
X
6
O
2
O
3
O
4
X
8
O
5
onde:
GPL Grupo Periodização Linear;
GPO Grupo Periodização Ondulada;
O
1
Testes pré-treinamento para GPL e GPO (massa corporal, estatura, dobras
cutâneas, perimetria, DMO, força dinâmica máxima e repetições máximas);
O
2
Coleta 1, 2, 3 e 4 da medida pré-sessão de CK (pré) no GPL e GPO (primeira
sessão de cada mesociclo);
O
3
Coleta 1, 2, 3 e 4 da medida, 24 horas pós-sessão de CK (pós24h)( primeira
sessão de cada mesociclo);
O
4
Coleta 1, 2, 3 e 4 da medida, 48 horas pós-sessão de CK (pós48h) e DMT(
primeira sessão de cada mesociclo);
O
5
Testes pós-treinamento para GPL e GPO (massa corporal, estatura, dobras
cutâneas, perimetria, DMO, força dinâmica máxima e repetições máximas).
X
1
Mesociclo 1 para GPL
X
2
Mesociclo 1 para GPO
X
3
Mesociclo 2 para GPL
X
4
Mesociclo 2 para GPO
X
5
Mesociclo 3 para GPL
X
6
Mesociclo 3 para GPO
X
7
Mesociclo 4 para GPL
X
8
Mesociclo 4 para GPO
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para analisar os dados iniciais e finais coletados, foi utilizada estatística
descritiva com o objetivo de verificar se os treinamentos, executados pelos GPL e
GPO, interferiram nas variáveis analisadas.
Inicialmente foram realizadas análises exploratórias de todas as variáveis
avaliadas, por meio da construção de diagramas de ramos e folhas e “Box-plots”, no
intuito de observar a distribuição de cada variável e a ocorrência de “outliers” (dados
discrepantes).
Por se tratar de medidas realizadas no mesmo indivíduo, no decorrer do tempo, a
análise dos dados foi realizada, utilizando-se a teoria de modelos mistos para
medidas repetidas, considerando-se os efeitos de grupo, de período, a interação
entre grupo e período, e 4 estruturas de matriz de variância e covariância, usando-se
o procedimento MIXED do software estatístico SAS (1999)
1
, conforme Xavier (2000).
As estruturas de matrizes de variâncias e covariâncias usadas foram a componente
de variâncias, a sem-estrutura, a diagonal principal e a auto-regressiva de primeira
ordem, considerando-se a igualdade e a desigualdade nas estimativas dos
parâmetros para cada grupo. O método de estimação empregado foi o da máxima
verossimilhança restrita e a escolha da estrutura de variância e covariância, para a
análise dos dados, foi baseada no critério de informação de Akaike (AIC).
A avaliação da variável CK também foi realizada através da análise de modelos
mistos para medidas repetidas; contudo, considerando-se o modelo com os efeitos
de grupo, mesociclo, coleta e todas as interações possíveis desses fatores. Como
existiam dois fatores avaliados intra-indivíduo, um relacionado ao mesociclo e outro
relacionado à coleta dentro de cada mesociclo, foram utilizadas estruturas de
matrizes de variâncias e covariâncias, englobando esses dois fatores, do tipo
produto direto, entre uma matriz sem-estrutura com as estruturas: auto-regressiva de
primeira ordem, simetria composta e sem-estrutura, considerando-se a igualdade e a
desigualdade nas estimativas dos parâmetros para cada grupo. O detalhamento da
análise, para os efeitos de mesociclo e de coleta, foi realizado através do teste de
Bonferroni.
1
SAS Institute. SAS/STAT User’s Guide 8.0. Cary: SAS Institute Inc., 1999. (compact
disc).
No caso da avaliação da DMT, posto que mais de 70% das avaliações foram
negativas, optou-se por categorizar as avaliações em negativas e positivas para
DMT, e considerar, como variável-resposta, o número de avaliações positivas em
relação às três formas de avaliação (repouso, isometria e palpação). Por ter, essa
variável-resposta, distribuição binomial, os dados foram analisados através da
regressão logística, usando-se o procedimento LOGISTIC do SAS (1999)
1
,
considerando-se os efeitos de grupo e de mesociclo. Mais detalhes sobre a análise
de regressão logística podem ser obtidos em Demétrio (2001).
Foi realizada, também, a análise da diferença entre o número de repetições
máximas, realizadas pré e pós-treinamento nos testes de 1-RM e 20-RM, em cada
exercício (Δ de RM), a análise da diferença, entre os pesos obtidos nos testes de 1-
RM e 20-RM pré e pós-treinamento, em cada exercício (Δ de pesos) e a comparação
da carga total (CT) de treinamento (número de repetições x peso x número de séries
x número de sessões) entre GPL e GPO. Para esses dados, a comparação dos
grupos foi realizada através do teste t de Student.
Além das análises anteriores, também foram calculados os coeficientes de
correlação linear de Pearson, a fim de verificar o nível de associação entre algumas
variáveis avaliadas.
O índice de significância adotado, neste estudo, será p < 0,05.
4 RESULTADOS
Inicialmente, o estudo contou com 30 voluntárias (GPL=15 e GPO=15).
Entretanto, houve perda amostral de 3 voluntárias: duas do GPO e uma do GPL. As
desistências ocorreram pelos seguintes motivos: uma voluntária engravidou
enquanto estava no 2° mesociclo; outra precisou fazer uma cirurgia de emergência
(não relacionada ao treinamento), também durante o 2° mesociclo, e a outra parou o
treinamento no início do 4° mesociclo por motivos familiares. Assim, 27 mulheres
completaram as 28 semanas de treinamento (GPL=14 e GPO=13).
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A avaliação das variáveis, para caracterização da amostra, resultou em uma
distribuição simétrica, sugerindo normalidade nos dados avaliados.
A Tabela 5 mostra as características da amostra na forma de média, erro-padrão
(EP), mínimo e máximo da idade, estatura, massa corporal (MC) e IMC. Com
exceção do IMC, as outras características foram semelhantes entre os grupos pré-
treinamento.
Tabela 5 – Características de idade e antropometria pré-treinamento por grupo.
GPL(n=14)
GPO(n=13)
Variáveis
Média ± EP (mínimo-máximo)
P
Idade (anos)
39,5 ± 0,60 (36-44)
39,7 ± 0,59 (35-43)
0,8212
Estatura (cm)
158,8 ± 1,64 (149-167)
162 ± 1,29 (152-171)
0,1306
MC (kg)
58,9 ± 1,69 (45,6-69,7)
58,2 ± 1,41 (50,4-65,1)
0,6950
IMC (kg
.
m
-2
)
23,3 ± 0,49 (19,2-25)
22,1 ± 0,22 (19,6-24,8)
0,0289
EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada; MC, massa
corporal; IMC, índice de massa corporal.
Ao final do período de treinamento, a média e EP da MC para o GPL e GPO
foram de 60 ± 1,93kg e 59,37 ± 1,56kg, respectivamente, e as médias de IMC foram
de 23,74 ± 0,62kg
.
m
-2
para GPL e 22,54 ± 0,49kg
.
m
-2
para GPO. Através da
avaliação destes dados, pôde-se observar a inexistência de interação período x
grupo (Apêndice C).
4.2 DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
A avaliação inicial dos dados da variável DMO, através dos diagramas de ramos
e folhas e dos Box-plots, mostrou a ocorrência de poucos “outliers” e uma
distribuição simétrica, sugerindo normalidade nos dados avaliados. Na Tabela 6 são
apresentadas as médias e EP das variáveis DMO
L1-L4
, DMO
Colo
, DMO
Ward
e DMO
Troc,
em função do grupo e do período, e os níveis descritivos de probabilidade do teste F
da análise de modelos mistos para medidas repetidas dessas variáveis. Observa-se
que os efeitos de grupo, de período e a interação entre período e grupo não foram
significativos (p>0,05) para todas as variáveis analisadas.
Tabela 6 Densidade mineral óssea (DMO) pré e pós-treinamento nas diferentes
regiões corporais por grupo.
Pré
Pós
Grupo Grupo
Período
PeríodoxGrupo
Variáveis
Grupo
Média ± EP
P
GPL
1,207±0,031
1,208±0,031
DMO
L1-L4
(g
.
cm
-2
)
1
GPO
1,241±0,025
1,230±0,025
0,3291
0,8479
0,8221
GPL
1,011±0,023
0,999±0,025
DMO
Colo
(g
.
cm
-2
)
2
GPO
1,039±0,024
1,025±0,026
0,2909
0,6115
0,9625
GPL
0,891±0,027
0,877±0,027
DMO
Ward
(g
.
cm
-2
)
2
GPO
0,947±0,028
0,924±0,028
0,0737
0,5144
0,8767
GPL
0,831±0,016
0,814±0,020
DMO
Troc
(g
.
cm
-2
)
1
GPO
0,833±0,028
0,844±0,024
0,4758
0,8936
0,5353
Foi utilizada a estrutura de matriz de variâncias e covariâncias do tipo:
1
Diagonal principal com estimativas dos
parâmetros diferentes para cada grupo e
2
Diagonal principal. EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização
linear; GPO, grupo periodização ondulada; DMO
L1-L4
, densidade mineral óssea da região lombar;
DMO
Colo
, densidade mineral óssea do colo do fêmur; DMO
Ward
, densidade mineral óssea do triângulo
de Ward; DMO
Troc
, densidade mineral óssea do trocânter do fêmur.
4.3 FORÇA MUSCULAR DINÂMICA
Como na variável DMO, a avaliação inicial dos dados da variável força muscular
dinâmica foi realizada através dos diagramas de ramos e folhas e dos Box-plots,
mostrando a ocorrência de poucos “outliers” e uma distribuição simétrica, sugerindo
normalidade nos dados avaliados.
Tabela 7 Força máxima (1-RM) e força submáxima (20-RM) pré e pós-treinamento
por grupo.
Pré
Pós
Período
PeríodoxGrupo
Variáveis
Grupo
Média ± EP
P
GPL
174,6±9,96
B
255±12,8
A
1-RM LegPress (kg)
1
GPO
168±11,28
B
250±15,2
A
<0,0001
0,9454
GPL
190±12,3
B
254,7±14,2
A
1-RM Hack (kg)
2
GPO
175,7±12,7
B
246,6±14,7
A
<0,0001
0,8203
GPL
43,9±3,58
B
75,1±3,58
A
1-RM Adutor (kg)
3
GPO
45,8±3,03
B
71,8±3,03
A
<0,0001
0,4455
GPL
66,4±3,26
B
95,9±4,32
A
1-RM Abdutor (kg)
2
GPO
65,8±3,38
B
92,5±4,48
A
<0,0001
0,7151
GPL
58,7±3,15
B
84,9±3,04
A
1-RM Cintura (kg)
2
GPO
54,78±2,49
B
83±2,22
A
<0,0001
0,6374
GPL
46,2±2,33
B
78,9±2,33
A
1-RM Abdominal(kg)
3
GPO
44,3±2,72
B
73,5±2,72
A
<0,0001
0,5065
GPL
27,6±1,49
B
34,6±1,62
A
1-RM Supino (kg)
1
GPO
25,8±1,58
B
36,6±1,70
A
<0,0001
0,2489
GPL
42,1±1,40
B
47,3±1,74
A
1-RM Remada (kg)
1
GPO
40,6±1,70
B
46,1±1,55
A
0,0028
0,9216
GPL
91,1±8,45
B
175,7±8,45
A
20-RM LegPress(kg)
3
GPO
87,2±9
B
167,8±9
A
<0,0001
0,8226
GPL
91,6±10,9
B
172,1±10,87
A
20-RM Hack (kg)
4
GPO
91,4±11,3
B
168±11,28
A
<0,0001
0,8622
GPL
25,8±1,91
B
49,4±1,91
A
20-RM Adutor (kg)
3
GPO
28,4±2,07
B
49,4±2,07
A
<0,0001
0,5126
GPL
35,4±2,48
B
65,6±2,48
A
20-RM Abdutor (kg)
3
GPO
37,7±2,34
B
62,8±2,34
A
<0,0001
0,3038
GPL
32,6±1,76
B
58,5±1,76
A
20-RM Cintura (kg)
3
GPO
30,9±2,30
B
53,1±2,30
A
<0,0001
0,3846
GPL
23,1±1,95
B
45,8±1,29
A
20-RM Abdominal(kg)
1
GPO
21,6±1,93
B
41,5±2,31
A
<0,0001
0,4819
GPL
11±1,02
B
22,1±1,12
A
20-RM Supino (kg)
1
GPO
11,8±0,92
B
21,4±1,29
A
<0,0001
0,4708
GPL
10,3±0,80
B
21,6±0,93
A
20-RM Remada(kg)
2
GPO
12,3±0,83
B
21,1±0,97
A
<0,0001
0,1798
Foi utilizada a estrutura de matriz de variâncias e covariâncias do tipo:
1
Diagonal principal com
estimativas dos parâmetros diferentes para cada grupo;
2
Diagonal principal;
3
Componente de
variância com estimativas dos parâmetros diferentes para cada grupo;
4
Componente de variância.
Médias seguidas por letras maiúsculas, distintas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de F
(p<0,05). EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada; 1-RM,
uma repetição máxima; 20-RM, vinte repetições máximas.
Na Tabela 7 são apresentadas as médias e EP das variáveis força máxima (1-
RM) e submáxima (20-RM), para todos os exercícios utilizados no treinamento de
ambos os grupos, em função do grupo e do período, e os níveis descritivos de
probabilidade do teste F da análise de modelos mistos para medidas repetidas nos
efeitos de período e interação entre período e grupo.
A mesma análise das variáveis, apresentadas na Tabela 7, foi realizada para a
variável intensidade relativa (%1-RM) (Tabela 8), que indica as porcentagens dos
pesos encontrados nos testes de 20-RM, em relação aos pesos encontrados nos
testes de 1-RM (100%,) em todos os exercícios utilizados nos períodos pré e pós-
treinamento.
Tabela 8 – Intensidade relativa (%1-RM) pré e pós-treinamento por grupo.
Pré
Pós
Período
PeríodoxGrupo
Variáveis
Grupo
Média ± EP
P
GPL
52±2,49
B
69,1±2,49
A
%1-RM Leg Press
6
GPO
52,1±2,08
B
67,5±2,08
A
<0,0001
0,7375
GPL
47,7±2,16
B
66,3±2,63
A
%1-RM Hack
2
GPO
52,1±2,24
B
68,1±2,73
A
<0,0001
0,6080
GPL
59,9±2,16
B
66,4±2,16
A
%1-RM Adutor
6
GPO
63,3±2,94
B
69±2,94
A
<0,0001
0,8697
GPL
54,2±1,71
B
68,8±1,96
A
%1-RM Abdutor
5
GPO
57,5±2,83
B
68,3±2,21
A
<0,0001
0,3548
GPL
56,5±2,41
B
69,2±1,42
A
%1-RM Cintura
5
GPO
57,1±2,08
B
63,6±2,21
A
<0,0001
0,1470
GPL
49,7±2,72
B
58,5±2,72
A
%1-RM Abdominal
6
GPO
48,5±2,58
B
56,5±2,58
A
<0,0001
0,8879
GPL
39,8±3,03
B
64,4±2,03
A
%1-RM Supino
1
GPO
45,9±2,06
B
58,6±2,56
A
<0,0001
0,0227
GPL
24,4±1,85
B
46±1,87
A
%1-RM Remada
2
GPO
30,6±1,92
B
46,1±1,94
A
<0,0001
0,1191
Foi utilizada a estrutura de matriz de variâncias e covariâncias do tipo:
1
Diagonal principal com estimativas dos
parâmetros diferentes para cada grupo;
2
Diagonal principal;
5
Sem-estrutura com estimativas dos parâmetros
diferentes para cada grupo;
6
Auto-regressiva de ordem com estimativas diferentes dos parâmetros para cada
grupo. Médias seguidas por letras maiúsculas, distintas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de F
(p<0,05). EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada.
Os resultados da análise de todos os dados da variável força muscular dinâmica,
relacionados nas Tabelas 7 e 8, mostraram que houve aumento dos valores médios,
ocorrendo alterações estatisticamente significativas (p<0,01) após o período de 28
semanas no GPL e no GPO (efeito período). Observa-se que a interação entre
período e grupo não foi significativa (p>0,05) para todos os casos, exceto para %1-
RM Supino. Não houve alteração significativa no efeito de grupo (p>0,05) para GPL
e GPO. Os níveis descritivos de probabilidade do teste F da análise de modelos
mistos para medidas repetidas em função do grupo encontram-se no Apêndice D.
Os resultados da análise estatística dos dados Δ de pesos e Δ de RM, através do
teste t de Student (Tabela 9), mostraram que apenas houve diferença significativa
(p<0,05) entre os grupos para o caso de Δ de pesos para 1-RM, no exercício supino,
e Δ de pesos para 20-RM, no exercício remada; Δ de RM para 1-RM, no exercício
abdominal, e Δ de RM para 20-RM no exercício remada. O GPO apresentou maior
aumento que GPL no exercício supino (Δ de pesos) em 1-RM. O GPL apresentou
maior aumento que o GPO no exercício abdominal (Δ de RM em 1-RM) e no
exercício remada (Δ de RM e Δ de pesos) em 20-RM. Para os demais exercícios,
apresentados no Apêndice B, o teste t não detectou diferenças significativas entre os
grupos para essas variáveis.
Tabela 9 - Diferença entre os pesos (Δ de pesos) obtidos nos testes de 1-RM e 20-
RM pré e pós-treinamento, nos exercícios supino e remada, respectivamente, e
diferença entre o número de repetições máximas (Δ de RM) pré e pós-treinamento,
nos testes de 1-RM e 20-RM dos exercícios abdominal e remada, respectivamente,
em função dos grupos.
GPL (n=14)
GPO (n=13)
Variável
Grupo
p>t
Δ de pesos (kg)
1-RM Supino
7±1,04
B
10,8±1,42
A
0,0408
20-RM Remada
225,7±13
A
176,9±8,43
B
0,0048
Δ de RM (repetições)
1-RM Abdominal
18±1,14
A
14,1±1,25
B
0,0287
20-RM Remada
19±1,72
A
14±1,66
B
0,0473
Médias seguidas por letras maiúsculas, distintas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de F (p<0,05).
EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada; 1-RM, uma
repetição máxima; 20-RM, vinte repetiçõesximas.
4.4 PARÂMETROS DE LESÃO MUSCULAR
Os valores médios das coletas de CK pré, pós24h e pós48h de cada mesociclo,
para o GPL e para o GPO, estão apresentados na Tabela 10.
Tabela 10 Valores de creatina quinase (CK) para todas as coletas (pré, pós24h e
pós48h) em cada mesociclo por grupo.
GPL (n=14)
GPO (n=13)
Mesociclo
Coleta
Média (U
.
L
-1
) ± EP
Pré
107±20
120±29
pós24h
152±35
160±45
1
pós48h
173±43
165±48
Pré
66±7
50±6
pós24h
82±9
70±9
2
pós48h
81±9
63±8
Pré
92±11
69±12
pós24h
112±15
72±13
3
pós48h
94±12
80±15
Pré
81±8
62±7
pós24h
102±12
86±12
4
pós48h
98±11
85±11
EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada; 1, primeira
sessão de treinamento do 1° mesociclo; 2, primeira sessão de treinamento do 2° mesociclo; 3,
primeira sessão de treinamento do 3° mesociclo; 4, primeira sessão de treinamento do 4° mesociclo.
Na Tabela 11 são apresentados os níveis descritivos de probabilidade do teste F
da análise de modelos mistos para medidas repetidas da variável CK, utilizando-se a
estrutura de matriz de variâncias e covariâncias, do tipo produto direto, entre uma
matriz sem-estrutura e uma matriz simetria composta. Essa variável tinha uma
distribuição assimétrica com muitos “outliers”, e foi transformada em , no intuito
de adequar a distribuição dos dados à normalidade, exigência do teste F da análise,
e reduzir a heterogeneidade de variâncias.
Nota-se, pela Tabela 11, que nenhuma das causas de variação, envolvendo o
efeito de grupo, foi significativa (p>0,05) e que apenas houve efeito principal de
mesociclo e de coleta (p<0,05).
Tabela 11 - Níveis descritivos de probabilidade do teste
F da análise de modelos mistos para medidas
repetidas para a variável creatina quinase (CK)
transformada em (p<0,05).
Causas de Variação
p > F
Grupo
0,1354
Mesociclo
<0,0001
Mesociclo×Grupo
0,6604
Coleta
<0,0001
Coleta×Grupo
0,8821
Mesociclo×Coleta
0,3725
Mesociclo×Coleta×Grupo
0,4509
O teste de Bonferroni, em conjunto com os resultados apresentados na
Figura 4, para o detalhamento da análise desses dois últimos fatores (mesociclo e
coleta), indicou que o 1° mesociclo apresentou médias significativamente (p<0,05)
superiores de CK, em relação aos outros três mesociclos, independentemente do
grupo e da coleta. Da mesma forma, a coleta pré-mesociclo apresentou médias
significativamente (p<0,05) inferiores de CK quando comparada com as outras duas
coletas (pós24h e pós48h), independentemente do mesociclo e do grupo.
A análise da DMT (CR10 de Borg), através da regressão logística, demonstrou
haver diferença significativa (p<0,05) de mesociclo (Tabela 12). O detalhamento da
análise evidenciou a diferenciação (p<0,05) do 1° mesociclo em relação aos demais,
como é mostrado na Figura 5. As porcentagens de avaliações positivas, para dor no
GPL, foram de 64,28% no 1° mesociclo; 14,28% no 2° mesociclo; 26,19% no 3°
Figura 4 - Médias de creatina quinase (CK) em função do mesociclo e da coleta para cada grupo.
Mesociclos acompanhados de letras minúsculas distintas, diferem significativamente pelo teste de
Bonferroni (p<0,05). Coletas acompanhadas de letras maiúsculas distintas, diferem
significativamente pelo teste de Bonferroni (p<0,05).
mesociclo; e 21,43% no 4° mesociclo e, no GPO, foi de 66,67% no 1° mesociclo;
10,26% 2° mesociclo; 15,39% no 3° mesociclo; e 2,57% no 4° mesociclo. O efeito
de grupo não foi significativo (p>0,05).
Tabela12 - Níveis descritivos de probabilidade do
teste de χ
2
da análise de regressão logística
para dor muscular tardia (DMT) (p<0,05).
Causas de Variação
p > χ
2
Grupo
0,0630
Mesociclo
<0,0001
Mesociclo×Grupo
0,3575
Figura 5 - Porcentagens de avaliações positivas da DMT em função dos
grupos e dos mesociclos. Mesociclos acompanhados de letras minúsculas
distintas, diferem significativamente pelo teste de Bonferroni (p<0,05).
4.5 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS
O somatório das dobras cutâneas ( DC) e os perímetros (PE) também foram
avaliados, inicialmente, através dos diagramas de ramos e folhas, e dos Box-Plots
que mostraram a ocorrência de poucos “outliers” e uma distribuição simétrica,
sugerindo a normalidade nos dados avaliados.
Os parâmetros antropométricos avaliados não apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p>0,05) em função do grupo e do período, bem como
na interação período e grupo, exceto para o PE da coxa distal no efeito de período
(p<0,05) para ambos os grupos (Tabela 13). A análise de cada DC, separadamente,
encontra-se nos Apêndices D e E.
Tabela 13 - Somatório das dobras cutâneas ( DC) e perímetros (PE) da cintura, do
abdômen, quadril, coxa proximal, coxa meso-femoral e coxa distal pré e pós-
treinamento por grupo.
Pré
Pós
Grupo p
Período
PeríodoxGrupo
Variáveis
Grupo
Média ± EP
P
GPL
58,9±3,89
62,4±4,96
DC (mm)
1
GPO
52,2±2,78
55,3±4,27
0,1016
0,4268
0,9601
GPL
73,2±1,46
71,7±1,59
PE Cintura (cm)
1
GPO
71,6±1,26
70,1±1,31
0,2725
0,2917
0,9892
GPL
82±1,52
80,6±1,59
PE Abdômen
(cm)
2
GPO
81,4±1,58
79±1,65
0,4837
0,2403
0,7481
GPL
96,7±1,47
95,5±1,64
PE Quadril (cm)
1
GPO
95,4±1,17
94,2±1,27
0,3557
0,4127
0,9930
GPL
55,3±1,08
54,9±1,06
PE Coxa
Proximal (cm)
1
GPO
54,7±1,05
54,3±0,93
0,5782
0,6774
0,9962
GPL
50±0,80
50,1±0,81
PE Coxa Meso-
Femoral (cm)
1
GPO
49,1±0,99
49,5±0,91
0,3838
0,7497
0,8423
GPL
39,7±0,67
B
41,6±0,67
A
PE Coxa Distal
(cm)
1
GPO
39,4±0,77
B
40,9±0,77
A
0,4897
0,0288
0,7679
Foi utilizada a estrutura de matriz de variâncias e covariâncias do tipo:
1
Diagonal principal com estimativas dos
parâmetros diferentes para cada grupo e
2
Diagonal principal. Médias seguidas por letras maiúsculas, distintas
nas linhas, diferem significativamente pelo teste de F (p<0,05). EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização
linear; GPO, grupo periodização ondulada.
4.6 HÁBITOS ALIMENTARES
Através dos diagramas de ramos e folhas, e dos Box-plots, os dados avaliados
pelo registro alimentar de três dias (energia, proteínas, lipídios, carboidratos, cálcio,
fósforo e magnésio) mostraram a ocorrência de poucos “outliers” e uma distribuição
simétrica para as variáveis avaliadas, sugerindo normalidade nos dados avaliados.
Na Tabela 14 são apresentadas as médias e EP e os níveis descritivos de
probabilidade do teste F da análise de modelos mistos para medidas repetidas.
Observa-se que o efeito de período e a interação entre período e grupo não
foram significativos (p>0,05) para todos os casos, enquanto o efeito de grupo foi
significativo (p<0,05) para energia, fósforo e magnésio. Nota-se, também, que o
grupo GPL apresentou menores médias de energia, fósforo e magnésio quando
comparado ao grupo GPO.
Tabela 14 – Nutrientes e micronutrientes avaliados pré e pós-treinamento por grupo.
Pré
Pós
Grupo
Período
Período×Grupo
Variáveis
Grupo
Média ± EP
P
GPL
1449±118
b
1452±136
b
Energia (kcal
.
dia
-1
)
1
GPO
1748± 94
a
1676± 86
a
0,0254
0,7572
0,7370
GPL
17,1±1,24
19,1±1,08
Proteínas (%diário)
1
GPO
18,1±0,89
17,6±1,16
0,8128
0,5192
0,2601
GPL
24,5±1,40
26,1±1,27
Lipídios (%diário)
1
GPO
27,5±1,09
27,6±1,38
0,0960
0,5405
0,5663
GPL
58,4±1,52
54,8±1,71
Carboidratos(%diário)
1
GPO
54,4±1,61
54,9±1,59
0,2328
0,3546
0,2211
GPL
606±73,7
605,9±76,2
Cálcio (mg
.
dia
-
1)
1
GPO
761±75,8
722,8±63,3
0,0729
0,7926
0,7979
GPL
853±70
b
928±83
b
Fósforo (mg
.
dia
-1
)
5
GPO
1122±74
a
1080±66
a
0,0211
0,7822
0,3274
GPL
206±15,8
b
198,4±19,2
b
Magnésio (mg
,
dia
-1
)
1
GPO
260±18,1
a
250,2±20,9
a
0,0087
0,6291
0,9523
Foi utilizada a estrutura de matriz de variâncias e covariâncias do tipo:
1
Diagonal principal com
estimativas dos parâmetros diferentes para cada grupo e
5
Sem-estrutura com estimativas dos
parâmetros diferentes para cada grupo. Médias seguidas por letras minúsculas, distintas nas colunas,
diferem significativamente pelo teste de F (p<0,05). EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear;
GPO, grupo periodização ondulada.
5 DISCUSSÃO
O objetivo desse estudo foi avaliar e comparar os efeitos de dois modelos de
periodização de treinamento de força, de 28 semanas, na DMO, na força muscular
dinâmica, parâmetros de lesão muscular e parâmetros antropométricos de mulheres
pré-menopáusicas. Os resultados positivos encontrados, após a análise dos dados
coletados, indicam aumento significativo da força muscular e alterações nos
parâmetros de lesão muscular e em um parâmetro antropométrico específico (coxa
distal) para ambos os grupos. No entanto, nem um dos dois modelos de
treinamento, realizados por 28 semanas, mostrou-se efetivo no aumento da DMO.
As variáveis serão discutidas, a seguir, separadamente.
5.1 DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
Não foram observadas alterações significativas relacionadas à DMO (DMO
L1-L4
,
DMO
Colo
, DMO
Ward
e DMO
Troc
) nos grupos experimentais analisados. Esses
resultados corroboram com outros estudos, com períodos de tempo semelhantes
(PRUITT et al., 1992; BEMBEN et al., 2000; HUMPHRIES et al., 2000; BRENTANO
et al., 2008). No estudo de Bemben et al. (2000), que também utilizaram exercícios
direcionados à região lombar e à região do quadril, mesmo com a suplementação de
1.500 mg
.
dia
-1
de cálcio, não foi observado aumento significativo na DMO, mas ficou
evidenciada uma diminuição de 1,1% na DMO total do grupo que utilizou altas
cargas de treinamento comparado com o que treinou com um número alto de
repetições. Entretanto, outros estudos (DORNEMANN et al., 1997; WINTERS-
STONE E SNOW, 2003) verificaram aumentos significativos de DMO em mulheres
pré-menopáusicas que treinaram força por um período de 24 semanas e 1 ano,
respectivamente. No estudo de Dornemann et al. (1997), as mulheres fizeram,
durante o período de treinamento, uma suplementação de 500 mg
.
dia
-1
de cálcio
e,
no estudo de Winters-Stone e Snow (2003), as mulheres executaram, além de
exercícios de força, seqüências de salto (treinamento de alto impacto).
Em revisão, Martyn-St James e Carrol (2006) analisaram estudos que haviam
aplicado programas de treinamento de força, de alta intensidade, em mulheres pré-
menopáusicas com o objetivo de incrementar a DMO. Apesar de os resultados
dessa revisão sugerirem que esse tipo de treinamento promove aumento da DMO
da região lombar, nessa população (entre os estudos analisados), somente no
estudo de Chilibeck et al. (1996) apud Martyn-St James e Carrol (2006) as mulheres
não fizeram suplementação de cálcio e/ou vitamina D, não sendo observadas
alterações na DMO após o período de 20 semanas de treinamento. As voluntárias
do presente estudo, também não fizeram nenhum tipo de suplementação, tendo sido
observada, através do registro alimentar, uma ingestão diária de cálcio e magnésio
muito abaixo das recomendações diárias.
Na revisão de literatura para esta dissertação, não foram encontrados estudos
que avaliassem a DMO de mulheres pré-menopáusicas, sem perda óssea e
treinando força por 28 semanas, sem suplementação de cálcio ou vitamina D, como
também não foram encontrados estudos utilizando a mesma metodologia de
treinamento. O que pode ser observado, na literatura atual, é um grande número de
estudos envolvendo mulheres pós-menopáusicas com ou sem perda óssea
(HUMPHRIES et al., 2000; MADDALOZZO e SNOW, 2000; RHODES et al., 2000;
VINCENT e BRAITH, 2002; BRENTANO et al., 2008) e que utilizam um período
maior que 28 semanas de treinamento para obtenção de resultados positivos em
relação à DMO (RHODES et al., 2000; BERGSTRÖM et al., 2008).
Alguns autores (PETERSON et al., 1991; PRUITT et al., 1992; MENKES et al.,
1993) sugerem que, mesmo quando não são observados aumentos significativos na
DMO regional, o treinamento de força pode apresentar efeitos positivos na
manutenção da DMO, talvez mais em função da deposição óssea do que pela
atenuação da absorção.
5.2 FORÇA MUSCULAR DINÂMICA
Após o período de treinamento foram, observados aumentos significativos
(p<0,05) de força máxima (1-RM) e força submáxima (20-RM), tanto para o GPL
quanto para o GPO. Apesar de a hipótese desse estudo sugerir que o treinamento,
com periodização ondulada, proporcionaria aumentos na força muscular dinâmica
maiores que o treinamento com periodização linear, não houve diferença
significativa (p>0,05) nas respostas entre os grupos. Esses mesmos resultados
foram descritos por Kok (2006), quando comparou os mesmos modelos de
periodização (linear x ondulada) em mulheres sedentárias, com idade entre 18 e 32
anos, que treinaram por 12 semanas, e por Caldwell (2004) que, também, comparou
esses dois modelos de periodização após 6 semanas de treinamento.
São poucos os estudos que comparam os resultados de um treinamento de
periodização linear com um treinamento de periodização ondulada aplicado para
mulheres (KOK, 2006) ou que façam a comparação dos resultados entre homens e
mulheres (CALDWELL, 2004). Os resultados, ainda não conclusivos, sobre a
eficácia dos modelos de periodização, são devidos à dificuldade na manipulação do
volume e da intensidade dos treinamentos, ao se tentar igualá-los (KOK, 2006).
Os aumentos significativos na força dinâmica, observados nesse estudo, podem
ser explicados pelo fato de a amostra ser composta por mulheres sedentárias e sem
experiência com treinamento de força. Segundo o ACSM (2002), indivíduos sem
essa experiência ou que não praticam esse tipo de treinamento algum tempo,
podem apresentar respostas mais favoráveis ao treinamento (40%) e indivíduos
treinados podem responder mais lentamente (16%), em períodos de 4 semanas a 1
ano. Rhea et al. (2003) também sugerem que indivíduos não treinados apresentam
uma magnitude em ganhos de força maior que indivíduos treinados em programas
com variados volumes de treinamento. Em comparação feita, entre homens atletas e
não atletas, que participaram de 21 semanas de um treinamento de força, Ahtiainen
et al. (2003) mostraram aumentos significativos na força isométrica máxima de 21%
e força dinâmica máxima de 19% para os não atletas, enquanto os atletas
apresentaram aumentos não significativos na força isométrica máxima de 4% e
aumentos significativos na força dinâmica máxima de 7%.
Os incrementos na força muscular, observados no presente estudo, foram
evidenciados pelos efeitos positivos (p<0,05) que provocaram nas porcentagens dos
pesos encontrados nos testes de 20-RM em relação aos pesos encontrados nos
testes de 1-RM nos períodos pré e pós-treinamento, ou seja, nos aumentos da
intensidade relativa (% 1-RM) em ambos os grupos. Essas alterações sugerem e
confirmam os aumentos na força submáxima, pois os pesos encontrados nos testes
de 20-RM pós-treinamento representaram porcentagens maiores de 1-RM quando
comparados aos pesos encontrados nos testes de 20-RM pré-treinamento, tanto
para o GPL quanto para o GPO.
Diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos experimentais desse estudo,
foram observadas em relação aos dados Δ de pesos e Δ de RM. O GPO apresentou
uma diferença maior do que o GPL, entre os pesos obtidos nos testes de 1-RM pré e
pós-treinamento, no exercício supino. Já, o GPL apresentou uma diferença maior do
que o GPO, entre os pesos obtidos nos testes de 20-RM pré e pós-treinamento, no
exercício remada, e uma diferença maior entre o número de RM realizadas pré e
pós-treinamento nos testes de 1-RM, do exercício abdominal, e 20-RM do exercício
remada, o que demonstra um aumento maior na força máxima nas musculaturas
envolvidas no exercício supino para o grupo que treinou com periodização ondulada
e um aumento maior na força máxima e de resistência das musculaturas envolvidas
nos exercícios abdominal e remada para o grupo que treinou com periodização
linear. Nem todos os grupos musculares ou exercícios respondem da mesma forma,
velocidade e/ou magnitude, após um período de treinamento de força, incluindo
modelos periodizados (FLECK e KRAEMER, 2006). Por exemplo, após um período
de 52 semanas de treinamento de força, Rhodes et al. (2000) mostraram aumentos
> 29% no exercício supino, > 19% no exercício leg press e > 20% no exercício de
bíceps.
5.3 PARÂMETROS DE LESÃO MUSCULAR
A hipótese de que o treinamento, com periodização ondulada, causaria um maior
efeito, nas variáveis CK e DMT, do que o treinamento com periodização linear não
100
foi confirmada. Afinal, não foram observadas diferenças nas respostas dessas
variáveis entre o GPL e o GPO (p>0,05).
As médias inferiores da concentração de CK, observadas nas coletas pré, em
todos os mesociclos para o GPL e o GPO, propõe, talvez, a perda da integridade do
sarcolema, seguida da alteração no volume e na intensidade do treinamento, como
sugerem Overgaard et al. (2004). Esses mesmos resultados, na alteração dos níveis
basais da concentração de CK após 24 e/ou 48 horas, foram observados em
estudos que utilizaram diversos protocolos e tipos de treinamento, com o intuito de
avaliar o grau de lesão muscular através desse indicador indireto (KAURANEN et al.,
2001; NOSAKA et al., 2001a; BARBOSA et al., 2003; TWIST e ESTON, 2005;
VENDRUSCULO, 2005).
As concentrações superiores de CK, observadas no 1° mesociclo, em
comparação com os demais mesociclos, independentemente da coleta (pré, pós24h
ou pós48h), sugerem uma adaptação em resposta aos dois modelos de
periodização, ao longo do período de treinamento. As porcentagens de avaliações
positivas da DMT também demonstraram valores maiores para o 1° mesociclo em
relação aos demais mesociclos, para ambos os grupos. Na revisão de literatura, não
foram encontrados estudos que avaliassem as concentrações sangüíneas de CK e a
DMT, em diferentes mesociclos, após a aplicação de modelos periodizados de
treinamento de força, dificultando a comparação ou corroboração de dados.
No entanto, estudos que utilizaram outros tipos de testes ou treinamentos como
corrida nos meios aquático e terrestre (VENDRUSCULO, 2005), exercícios
excêntricos de flexão do cotovelo (NOSAKA et al., 2001b), exercícios excêntricos e
concêntricos de flexão de cotovelo (FOLLAND et al., 2001; NOSAKA e NEWTON,
2002) observaram uma diminuição no grau de lesão muscular, avaliado através da
análise das concentrações sangüíneas de CK, com a repetição das sessões de
treinamento ou após a repetição dos exercícios, alguns dias depois, sugerindo que
os prováveis mecanismos responsáveis por uma adaptação ao treinamento podem
acontecer pelo fortalecimento das fibras musculares que sofrem o processo de
degeneração e regeneração, pelas adaptações neurais como, por exemplo, a
atividade e o sincronismo das unidades motoras e o recrutamento das fibras de
contração lenta, ou pelo aumento no suprimento da ATP.
101
Através do coeficiente de correlação de Pearson ( r ), foi analisado o grau de
associação entre as variáveis CK (pós48h) e DMT (que foi avaliada somente 48
horas após a primeira sessão de treinamento de cada mesociclo) sendo encontrada
uma correlação moderada (r = 0,34) entre as mesmas.
Na revisão de literatura, foi encontrado somente um estudo (SCHROEDER et al.,
2004) que avaliou as mesmas variáveis analisadas nesse estudo, com exceção da
força dinâmica submáxima e dos parâmetros antropométricos. Entretanto, foi
aplicado para mulheres entre 18 e 28 anos de idade, usando-se um modelo
progressivo de treinamento de força excêntrico, 2 vezes por semana, por um período
de 16 semanas. As mulheres foram divididas em 3 grupos: (1) alta intensidade (3
séries de 6 repetições com intensidade de 125% de 1-RM); (2) baixa intensidade (3
séries de 10 repetições com intensidade de 75% de 1-RM); e (3) controle. A DMO
não apresentou alterações, mas o conteúdo mineral ósseo (expresso em g) da
região lombar mostrou um aumento significativo (1,7%) para o grupo que treinou em
baixa intensidade, sendo proposto um período maior de treinamento para mais
resultados positivos. Os grupos experimentais mostraram aumentos de 20-40% na
força dinâmica máxima, e as concentrações sangüíneas de CK apresentaram
aumentos, após 4 semanas de treinamento, tanto no grupo de alta quanto de baixa
intensidades. O grupo que treinou em alta intensidade apresentou uma diminuição
das concentrações de CK, ao longo do treinamento, chegando a níveis semelhantes
aos basais no final das 16 semanas. Ao contrário, o grupo que treinou em baixa
intensidade teve as concentrações de CK aumentadas no final das 16 semanas. A
DMT para o grupo de baixa intensidade, nas duas primeiras semanas, foi reportada
como levemente intensa ou intensa e, nas semanas seguintes, reduziu-se para
moderada ou muito moderada. O grupo de alta intensidade reportou a DMT mais
intensa (reportando, nas duas primeiras semanas, como muito intensa ou
extremamente intensa) e, a seguir, uma diminuição, reportando dor muito moderada,
ou nenhuma dor.
Os autores do estudo supracitado sugerem que treinamentos de força excêntrico,
de baixa e alta intensidades, promovem adaptações musculoesqueléticas
significativas e, sendo assim, como cargas submáximas (75% de 1-RM) oferecem
menores riscos e menores índices de DMT, podem oferecer mais vantagens.
102
5.4 PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS
Dos parâmetros antropométricos avaliados (DC e PE), somente o PE da coxa
distal mostrou alterações no efeito de período para ambos os grupos (Tabela 13),
rejeitando, de certa forma, a hipótese de que tanto o treinamento de força, com
periodização linear, como o treinamento de força, com periodização ondulada,
promoveriam alterações em todos os parâmetros antropométricos analisados. O
aumento do PE da coxa distal pode sugerir um aumento da massa muscular dessa
região; afinal, os pesos utilizados no treinamento, relacionados com a articulação
dos joelhos, foram consideravelmente altos. Resultado semelhante foi mostrado em
estudo realizado por McBride et al. (2002), pelo qual o PE da coxa de 26 homens foi
mensurado após 8 semanas de um treinamento envolvendo intensidades leve e alta
do exercício de saltar e agachar. Foram observados aumentos significativos desse
PE nos homens que treinaram em alta intensidade. Hass et al. (2000) observaram
aumentos nos PE do peitoral e do bíceps em indivíduos que participaram de um
treinamento em circuito por 1 ano, executando 1 série de 8-12 repetições até a
fadiga (70% 1-RM) em cada um dos nove exercícios selecionados para o
treinamento e, após, mais 13 semanas, aumentando o volume para 3 séries em
cada exercício. Não foram mostradas alterações nos outros PE analisados (cintura,
quadril e coxa). Nesse estudo, os indivíduos que, nas 13 semanas continuaram
executando somente 1 série, também não apresentaram alterações nos PE
mensurados.
Os resultados do presente estudo, relacionados às mensurações das DC,
corroboram os dados da avaliação antropométrica (DC), realizada por Campos et al.
(2002), em homens que participaram de um treinamento progressivo de força, pelo
qual não foram mostradas alterações após 8 semanas. Também não foram
mostradas alterações no somatório de oito DC avaliadas em mulheres que treinaram
força por 52 semanas, em estudo realizado por Rhodes et al. (2000), e no somatório
de sete DC avaliadas em mulheres que treinaram força por 24 semanas, no estudo
de Kraemer et al. (2004). Já, Brentano et al. (2008) que também avaliaram o
somatório de sete DC em mulheres após 24 semanas de treinamento de força,
observaram uma diminuição significativa nos resultados dessa variável, o que não
foi observado em mulheres que executaram, nesse mesmo estudo, um treinamento
em circuito. Os autores sugeriram uma diminuição da gordura corporal nas mulheres
103
que treinaram força, dado que, não foram observadas alterações na massa corporal
das mesmas.
104
6 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E APLICAÇÕES PRÁTICAS
6.1 CONCLUSÕES
A partir dos resultados chegou-se às seguintes conclusões:
Os dois modelos de periodização de treinamento de força utilizados não
modificaram a DMO de mulheres pré-menopáusicas, no período de 28
semanas;
Os treinamentos com periodização linear e ondulada proporcionaram
incrementos semelhantes na força muscular dinâmica máxima (1-RM) e
submáxima (20-RM);
Os parâmetros de lesão muscular (CK e DMT) não apresentaram
diferenciação em suas respostas em função do modelo de treinamento.
Valores acima daqueles tidos como referência para a CK (26 a 155 U
.
L
-1
),
somente foram observados nas coletas pós24h e pós48h do 1° mesociclo.
Também, com o passar das semanas de treinamento, o número de
avaliações negativas (zero) da DMT aumentou, reforçando a hipótese de uma
adaptação ao treinamento;
Com exceção do PE distal da coxa, que apresentou aumento em ambos os
grupos, os dois modelos de periodização utilizados não alteraram
significativamente os parâmetros antropométricos analisados;
As únicas variáveis que sofreram alterações na comparação entre os modelos
de periodização foram o Δ de pesos e o Δ de RM, tendo o GPO apresentado
resultados melhores do que o GPL no exercício supino (Δ de pesos) em 1-
RM, e o GPL apresentado resultados melhores do que o GPO no exercício
abdominal (Δ de RM em 1-RM) e no exercício remada (Δ de RM e Δ de
pesos) em 20-RM.
105
6.2 SUGESTÕES
A partir dos resultados encontrados e conhecimentos adquiridos, sugere-se para
futuras pesquisas:
Desenvolver estudos semelhantes, com um período maior que 28
semanas de treinamento;
Desenvolver estudos semelhantes, com suplementação diária de cálcio
e/ou vitamina D;
Desenvolver estudos semelhantes, com acompanhamento nutricional para
o controle da ingestão diária recomendada de magnésio, fósforo e cálcio.
6.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS
Quando o objetivo de um treinamento de força for o incremento da força
muscular dinâmica máxima e submáxima, tanto o modelo de periodização linear,
quanto o modelo de periodização ondulada são eficazes para mulheres pré-
menopáusicas. O risco de lesão muscular e DMT decorrentes desses modelos de
periodização de treinamento de força são evidenciados nas primeiras semanas de
treinamento e, ao longo do período de treinamento diminuem em função da
adaptação ao treinamento. Todavia, se o objetivo for o aumento da DMO e
alterações em parâmetros antropométricos, como as DC e os PE, os modelos de
periodização de treinamento de força utilizados nesse estudo não são eficientes
para resultados positivos em mulheres pré-menopáusicas, podendo-se sugerir um
período maior de treinamento.
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119
APÊNDICES
APÊNDICE A – Tonelagem de cada mesociclo por grupo
Tabela 15 – Tonelagem total de cada mesociclo por grupo.
Grupos
Mesociclos
GPL(n=14)
GPO(n=13)
1
3235,7 t
3018,9 t
2
7324 t
4642,9 t
3
7072,3 t
6702,5 t
4
6353,7 t
7599,3 t
GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada; t, tonelada.
120
APÊNDICE B - Médias e EP da análise do Δ de pesos, Δ de RM e CT
Tabela 16 - Médias e erro-padrão (EP) do Δ de pesos, Δ de RM e CT em função dos
grupos.
GPL (n=14)
GPO (n=13)
Variável
Média ± EP
p>t
Δ de pesos (kg)
1-RM Abdominal
32,6±3,03
29,2±2,42
0,3922
1-RM Abdutor
29,6±2,68
26,7±3,74
0,5327
1-RM Adutor
31,1±3,82
26±3,15
0,3130
1-RM Cintura
26,1±3,47
28,2±2,67
0,6411
1-RM Hack
64,7±9,74
70,9±11
0,6758
1-RM Leg Press
80,4±8,69
82,1±10,5
0,8998
1-RM Remada
5,14±0,78
5,46±1,11
0,8141
1-RM Supino
7±1,04
10,8±1,42
0,0408
20-RM Abdominal
452,9±30,57
398,5±31,2
0,2252
20-RM Abdutor
602,9±39,4
501,5±57,7
0,1542
20-RM Adutor
472,9±39,98
420±36,6
0,3410
20-RM Cintura
517,1±29,6
444,6±51,5
0,2257
20-RM Hack
1610±177
1532±170
0,7554
20-RM Leg Press
1691±139
1612±199
0,7444
20-RM Remada
225,7±13
176,9±8,43
0,0048
20-RM Supino
222,9±12,4
190,8±14,4
0,1025
Δ de RM (repetições)
1-RM Abdominal
18±1,14
14,1±1,25
0,0287
1-RM Abdutor
17,7±2,85
14,2±1,97
0,3315
1-RM Adutor
22,9±2,74
22,3±4,43
0,9046
1-RM Cintura
17,4±3,42
17,6±2,30
0,9648
1-RM Hack
15,7±2,37
14,8±2,57
0,7886
1-RM Leg Press
20±2,04
17,5±2,57
0,4430
1-RM Remada
3,29±0,55
3,15±0,73
0,8855
1-RM Supino
8,79±1,19
11,8±1,72
0,1621
20-RM Abdominal
13,1±1,34
13,1±1,65
0,9979
20-RM Abdutor
30,2±3,15
22,9±4,18
0,1724
20-RM Adutor
43,6±4,58
43±7,81
0,9493
20-RM Cintura
33,6±4,27
24,3±2,89
0,0887
20-RM Hack
30,3±4,43
23,1±3,10
0,2055
20-RM Leg Press
30±5,53
21,5±2,60
0,1893
20-RM Remada
19±1,72
14±1,66
0,0473
20-RM Supino
16,3±2,55
16,5±3,18
0,9657
CT (t)
Carga_Total_Treinamento_
1713± 93
1690± 81
0,8502
EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada.
121
APÊNDICE C – Valores pré e pós-treinamento das variáveis MC e IMC
Tabela 17 Características de antropometria pré e pós-treinamento por grupo e a
interação período x grupo.
GPL (n=14)
GPO (n=13)
Variáveis
Média ± EP
P
MC pré (kg)
58,9 ± 1,69
58,2 ± 1,41
MC pós (kg)
60 ± 1,93
59,4 ± 1,56
0,9872
IMC pré (kg
.
m
-2
)
23,3 ± 0,49
22,1 ± 0,22
IMC pós (kg
.
m
-2
)
23,7 ± 0,62
22,5 ± 0,49
0,9907
EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização ondulada; MC, massa
corporal; IMC, índice de massa corporal.
122
APÊNDICE D – Níveis descritivos de probabilidade do teste F
Tabela 18 - Níveis descritivos de probabilidade do teste F da análise de modelos
mistos para medidas repetidas (p<0,05).
Variáveis
Grupo
Período
Período × Grupo
MC
1
0,6950
0,5030
0,9872
IMC
1
0,0289
0,4035
0,9907
DC Triceps
1
0,1743
0,3464
0,9994
DC Suprailiaca
2
0,0693
0,4206
0,9332
DC Abdominal
1
0,2351
0,6410
0,8624
3 DC
1
0,1016
0,4268
0,9601
PE Cintura
1
0,2725
0,2917
0,9892
PE Abdominal
2
0,4837
0,2403
0,7481
PE Quadril
1
0,3557
0,4127
0,9930
PE Coxa Proximal
1
0,5782
0,6774
0,9962
PE Coxa Meso Femoral
1
0,3838
0,7497
0,8423
PE Coxa Distal
1
0,4897
0,0288
0,7679
DMO
L1-L4
1
0,3291
0,8479
0,8221
DMO
Colo
2
0,2909
0,6115
0,9625
DMO
Ward
2
0,0737
0,5144
0,8767
DMO
Troc
1
0,4758
0,8936
0,5353
1-RM Leg Press
1
0,6510
<,0001
0,9454
1-RM Hack
2
0,4151
<,0001
0,8203
1-RM Adutor
3
0,8453
<,0001
0,4455
1-RM Abdutor
2
0,6213
<,0001
0,7151
1-RM Cintura
3
0,3761
<,0001
0,6374
1-RM Abdominal
3
0,1659
<,0001
0,5065
1-RM Supino
1
0,9213
<,0001
0,2489
1-RM Remada
1
0,4015
0,0028
0,9216
20-RM Leg Press
3
0,5060
<,0001
0,8226
20-RM Hack
4
0,8491
<,0001
0,8622
20-RM Adutor
3
0,5266
<,0001
0,5126
20-RM Abdutor
3
0,9120
<,0001
0,3038
20-RM Cintura
3
0,0970
<,0001
0,3846
continua
123
Tabela 18 - Níveis descritivos de probabilidade do teste F da análise de modelos
mistos para medidas repetidas (p<0,05).
Variáveis
Grupo
Período
Período × Grupo
20-RM Abdominal
1
0,1421
<,0001
0,4819
20-RM Supino
1
0,9683
<,0001
0,4708
20-RM Remada
2
0,3728
<,0001
0,1798
Energia
1
0,0254
0,7572
0,7370
Proteínas
1
0,8128
0,5192
0,2601
Lipídios
1
0,0960
0,5405
0,5663
Carboidratos
1
0,2328
0,3546
0,2211
Cálcio
1
0,0729
0,7926
0,7979
Fósforo
5
0,0211
0,7822
0,3274
Magnésio
1
0,0087
0,6291
0,9523
%1-RM Leg Press
6
0,7219
<,0001
0,7375
%1-RM Hack
2
0,2215
<,0001
0,6080
%1-RM Adutor
6
0,2747
0,0196
0,8697
%1-RM Abdutor
5
0,5695
<,0001
0,3548
%1-RM Cintura
5
0,2415
<,0001
0,1470
%1-RM Abdominal
6
0,5764
0,0033
0,8879
%1-RM Supino
1
0,9360
<,0001
0,0227
%1-RM Remada
2
0,1134
<,0001
0,1191
Foi utilizada a estrutura de matriz de variâncias e covariâncias do tipo:
1
Diagonal principal com
estimativas dos parâmetros diferentes para cada grupo;
2
Diagonal principal;
3
Componente de
variância com estimativas dos parâmetros diferentes para cada grupo;
4
Componente de variância;
5
Sem-estrutura com estimativas dos parâmetros diferentes para cada grupo;
6
Auto regressiva de
ordem com estimativas diferentes dos parâmetros para cada grupo. MC, massa corporal; IMC, índice de
massa corporal; DC, dobras cutâneas; 3 DC, somatório 3 dobras cutâneas; PE, perímetros; DMO,
densidade mineral óssea; 1-RM, uma repetição máxima; 20-RM, vinte repetições máximas; %1-RM,
intensidade relativa.
124
continua
APÊNDICE E – Médias e EP em função do grupo e do período
Tabela 19 - Médias e erros-padrão (EP) das variáveis avaliadas em função do
grupo e do período.
Pré
Pós
Variáveis
Grupo
Média ± EP
GPL
58,9±1,69
60±1,93
MC (kg)
GPO
58,2±1,41
59,4±1,56
GPL
23,3±0,49
a
23,7±0,62
a
IMC (kg
.
m
-2
)
GPO
22,1±0,44
b
22,5±0,49
b
GPL
18,9±1,04
20±1,26
DC Tríceps (mm)
GPO
17,3±1,01
18,4±1,33
GPL
16,3±1,31
17,5±1,74
DC Suprailíaca (mm)
GPO
13,2±1,36
14,6±1,80
GPL
23,6±1,80
24,8±2,19
DC Abdominal (mm)
GPO
21,7±1,47
22,2±1,93
GPL
58,9±3,89
62,4±4,96
DC (mm)
GPO
52,2±2,78
55,3±4,27
GPL
73,2±1,46
71,7±1,59
PE Cintura (cm)
GPO
71,6±1,26
70,1±1,31
GPL
82±1,52
80,6±1,59
PE Abdômen (cm)
GPO
81,4±1,58
79±1,65
GPL
96,7±1,47
95,5±1,64
PE Quadril (cm)
GPO
95,4±1,17
94,2±1,27
GPL
55,3±1,08
54,9±1,06
PE Coxa Proximal (cm)
GPO
54,7±1,05
54,3±0,93
GPL
50±0,80
50,1±0,81
PE Coxa Meso Femoral
(cm)
GPO
49,1±0,99
49,5±0,91
GPL
39,7±0,67
41,6±0,67
PE Coxa Distal (cm)
GPO
39,4±0,77
40,9±0,77
GPL
1,207±0,031
1,208±0,031
DMO
L1-L4
(g
.
cm
-2
)
GPO
1,241±0,025
1,230±0,025
125
Tabela 19 - Médias e erros-padrão (EP) das variáveis avaliadas em função do
grupo e do período.
Pré
Pós
Variáveis
Grupo
Média ± EP
GPL
1,011±0,023
0,999±0,025
DMO
Colo
(g
.
cm
-2
)
GPO
1,039±0,024
1,025±0,026
GPL
0,891±0,027
0,877±0,027
DMO
Ward
(g
.
cm
-2
)
GPO
0,947±0,028
0,924±0,028
GPL
0,831±0,016
0,814±0,020
DMO
Troc
(g
.
cm
-2
)
GPO
0,833±0,028
0,844±0,024
GPL
174,6±9,96
B
255±12,8
A
1-RM Leg Press (kg)
GPO
168±11,3
B
250,1±15,2
A
GPL
190±12,3
B
254,7±14,2
A
1-RM Hack (kg)
GPO
175,7±12,7
B
246,6±14,7
A
GPL
43,9±3,58
B
75,1±3,58
A
1-RM Adutor (kg)
GPO
45,8±3,03
B
71,8±3,03
A
GPL
66,4±3,26
B
95,9±4,32
A
1-RM Abdutor (kg)
GPO
65,8±3,38
B
92,5±4,48
A
GPL
58,7±3,15
B
84,9±3,04
A
1-RM Cintura (kg)
GPO
54,8±2,49
B
83±2,22
A
GPL
46,2±2,33
B
78,9±2,33
A
1-RM Abdominal (kg)
GPO
44,3±2,72
B
73,5±2,72
A
GPL
27,6±1,49
B
34,6±1,62
A
1-RM Supino (kg)
GPO
25,8±1,58
B
36,6±1,70
A
GPL
42,1±1,40
B
47,3±1,74
A
1-RM Remada (kg)
GPO
40,6±1,70
B
46,1±1,55
A
GPL
91,1±8,45
B
175,7±8,45
A
20-RM Leg Press (kg)
GPO
87,2±9
B
167,8±9
A
GPL
91,6±10,9
B
172,1±10,87
A
20-RM Hack (kg)
GPO
91,4±11,3
B
168±11,28
A
GPL
25,8±1,91
B
49,4±1,91
A
20-RM Adutor (kg)
GPO
28,4±2,07
B
49,4±2,07
A
continua
126
Tabela 19 - Médias e erros-padrão (EP) das variáveis avaliadas em função do
grupo e do período.
Pré
Pós
Variáveis
Grupo
Média ± EP
GPL
35,4±2,48
B
65,6±2,48
A
20-RM Abdutor (kg)
GPO
37,7±2,34
B
62,8±2,34
A
GPL
32,6±1,76
B
58,5±1,76
A
20-RM Cintura (kg)
GPO
30,9±2,30
B
53,1±2,30
A
GPL
23,1±1,95
B
45,8±1,29
A
20-RM Abdominal (kg)
GPO
21,6±1,93
B
41,5±2,31
A
GPL
11±1,02
B
22,1±1,12
A
20-RM Supino (kg)
GPO
11,8±0,92
B
21,4±1,29
A
GPL
10,3±0,80
B
21,6±0,93
A
20-RM Remada (kg)
GPO
12,3±0,83
B
21,1±0,97
A
GPL
1449±118
b
1452±136
b
Energia (kcal
.
dia
-1
)
GPO
1748± 94
a
1676± 86
a
GPL
17,1±1,24
19,1±1,08
Proteínas (%diário)
GPO
18,1±0,89
17,6±1,16
GPL
24,5±1,40
26,1±1,27
Lipídios (%diário)
GPO
27,5±1,09
27,6±1,38
GPL
58,4±1,52
54,8±1,71
Carboidratos (%diário)
GPO
54,4±1,61
54,9±1,59
GPL
606,5±73,7
605,9±76,2
Cálcio (mg
.
dia
-
1)
GPO
760,8±75,8
722,8±63,3
GPL
853±70
b
928±83
b
Fósforo (mg
.
dia
-1
)
GPO
1122±74
a
1080±66
a
GPL
206,4±15,8
b
198,4±19,2
b
Magnésio (mg
,
dia
-1
)
GPO
260,5±18,1
a
250,2±20,9
a
GPL
52±2,49
B
69,1±2,49
A
%1-RM Leg Press
GPO
52,1±2,08
B
67,5±2,08
A
GPL
47,7±2,16
B
66,3±2,63
A
%1-RM Hack
GPO
52,1±2,24
B
68,1±2,73
A
continua
127
Tabela 19 - Médias e erros-padrão (EP) das variáveis avaliadas em função do
grupo e do período.
Pré
Pós
Variáveis
Grupo
Média ± EP
GPL
59,9±2,16
B
66,4±2,16
A
%1-RM Adutor
GPO
63,3±2,94
B
69±2,94
A
GPL
54,2±1,71
B
68,8±1,96
A
%1-RM Abdutor
GPO
57,5±2,83
B
68,3±2,21
A
GPL
56,5±2,41
B
69,2±1,42
A
%1-RM Cintura
GPO
57,1±2,08
B
63,6±2,21
A
GPL
49,7±2,72
B
58,5±2,72
A
%1-RM Abdominal
GPO
48,5±2,58
B
56,5±2,58
A
GPL
39,8±3,03
B
64,4±2,03
A
%1-RM Supino
GPO
45,9±2,06
B
58,6±2,56
A
GPL
24,4±1,85
B
46±1,87
A
%1-RM Remada
GPO
30,6±1,92
B
46,1±1,94
A
Médias seguidas por letras minúsculas, distintas nas colunas, diferem significativamente pelo teste de
F (p<0,05); Médias seguidas por letras maiúsculas, distintas nas linhas, diferem significativamente
pelo teste de F (p<0,05). EP, erro-padrão; GPL, grupo periodização linear; GPO, grupo periodização
ondulada. MC, massa corporal; IMC, índice de massa corporal; DC, dobras cutâneas; 3 DC,
somatório 3 dobras cutâneas; PE, perímetros; DMO, densidade mineral óssea; 1-RM, uma repetição
máxima; 20-RM, vinte repetições máximas; %1-RM, intensidade relativa.
128
ANEXOS
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
Eu, _____________________________________________________________,
portador do documento de identidade número ______________________________,
concordo voluntariamente em participar do estudo “Comparação de dois modelos de
treinamento de força na densidade mineral óssea, força muscular, antropometria e
lesão muscular em mulheres pré-menopáusicas”, que envolverá treinamento com
pesos e terá a duração de 7 meses.
Declaro estar ciente de que o estudo será desenvolvido pela mestranda Adriane
Carla Vanni, aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento
Humano da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, com o objetivo de analisar as respostas de dois modelos de treinamento de
força de alta intensidade na densidade mineral óssea e na ocorrência de lesão
muscular. Estou ciente de que as informações obtidas no decorrer deste trabalho
serão utilizadas para elaboração da dissertação da referida autora e pelo Programa,
e que todas as informações utilizadas deverão manter o sigilo dos indivíduos
avaliados.
Compreendo que serei solicitado a:
1. Fazer-me medidas corporais (peso, estatura, dobras cutâneas e perimetria);
2. Fazer-me exames de Densitometria Óssea em clínica especializada;
3. Fazer-me exames sangüíneos de creatina quinase em laboratório especializado
através da coleta de 5 ml de sangue, nos períodos pré-determinados conforme
protocolo da pesquisa;
4. Fazer-me consultar com um médico cardiologista;
5. Fazer-me consultar com um nutricionista;
6. Fazer-me exercitar em aparelhos de musculação por 28 semanas;
7. Realizar testes de força dinâmica máxima.
Eu entendo que Adriane Carla Vanni e/ou estagiários irão responder qualquer
dúvida que eu tenha em qualquer momento relativo a estes procedimentos;
129
Eu entendo que os dados relativos a minha pessoa irão ficar confidenciais e
disponíveis apenas sob minha solicitação escrita. Além disso, eu entendo que no
momento da publicação não irá ser feita associação entre os dados publicados e a
minha pessoa;
Eu entendo que não compensação monetária pela minha participação nesse
estudo, e também, que os gastos referentes aos exames e testes serão por conta do
pesquisador;
Eu entendo que no surgimento de uma lesão física resultante diretamente de
minha participação no estudo, será providenciado pela pesquisadora todo o
atendimento necessário;
Eu entendo que não terá nenhum médico presente durante os testes de força
dinâmica máxima; mas estará disponível uma linha telefônica para assistência
médica de emergência;
Eu entendo que posso fazer contato com a autora do estudo Adriane Carla Vanni,
sua orientadora Prof
a
. Dra. Flávia Meyer, qualquer estagiário ou assistente para
quaisquer problemas referentes à minha participação no estudo ou se eu sentir que
há uma violação dos meus direitos;
Eu entendo que, em decorrência dos testes da força e do treinamento de força
proposto poderei sentir desconforto e/ou dores musculares. A ocorrência de algum
tipo de lesão física é rara, pois o treinamento será supervisionado de perto pela
autora do estudo;
Eu entendo que, em decorrência dos exames sangüíneos poderei sentir
desconforto e/ou dor localizada (antebraço);
Eu entendo que, a qualquer momento, posso me negar a participar de alguma
etapa da pesquisa ou mesmo me recusar a permanecer no estudo sem que isso me
cause dano de qualquer espécie.
Erechim,______ de________________de_________.
Participante:
Nome completo:______________________________________________________
Assinatura do sujeito (participante):_______________________________________
Assinatura do pesquisador:______________________________________________
130
Telefones para contato:
Adriane Vanni – 54 9978 3080
Prof
a
. Dra. Flávia Meyer – 51 3308 5861
CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS
Eu, _____________________________________________________________
permito que os pesquisadores obtenham fotografias de minha pessoa para fins de
pesquisa. Eu concordo que o material obtido possa ser publicado em aulas,
congressos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve
ser identificada por nome em qualquer uma das vias de publicação ou uso.
As fotografias ficarão sob propriedade e guarda da autora do estudo Adriane
Carla Vanni.
Assinatura:____________________________________Data:__________________
131
ANEXO B
FICHA DE DADOS INDIVIDUAIS E ANTROPOMÉTRICOS
DATA DA COLETA INICIAL:__________________FINAL:_____________________
DADOS INDIVIDUAIS
Nome:______________________________________________________________
Telefone para Contato:_________________________________________________
Data de Nascimento:______________________________Idade:________________
Massa Corporal 1:_______________Massa corporal 2:___________Estatura:_____
IMC 1: ___________________________________IMC 2:_____________________
Ciclo menstrual 1: _____________________Ciclo menstrual 2:_________________
Obs.:_______________________________________________________________
ANTROPOMETRIA:
DOBRAS CUTÂNEAS
MEDIDA PRÉ
DATA:
MEDIDA PÓS
DATA:
TRÍCEPS
SUPRAILÍACA
ABDOMINAL
PERÍMETROS
MEDIDA PRÉ
DATA:
MEDIDA PÓS
DATA:
CINTURA
ABDÔMEN
QUADRIL
COXA PROXIMAL
COXA MESO-FEMORAL
COXA DISTAL
132
ANEXO C
QUESTIONÁRIO PAR-Q
PAR-Q E VOCÊ!
Este questionário foi desenvolvido pela Sociedade Canadense de Fisiologia do
Exercício e tem o objetivo de saber o estado de saúde atual de indivíduos com
idades entre 15 e 69 anos. O questionário consta de 7 perguntas de respostas
simples e diretas, sendo necessário responder todas as perguntas.
1. Seu médico já mencionou alguma vez que você tem uma condição cardíaca e
que só deve realizar atividade física recomendada por um médico?
( ) Sim ( ) Não
2. Você sente dor no peito quando realiza atividade física?
( ) Sim ( ) Não
3. No mês passado, você teve dor no peito quando não estava realizando
atividade física?
( ) Sim ( ) Não
4. Você perdeu o equilíbrio por causa de tontura ou alguma vez perdeu a
consciência?
( ) Sim ( ) Não
133
5. Você tem algum problema ósseo ou de articulação (por exemplo, costas,
joelhos ou quadril) que poderia piorar em conseqüência de uma alteração em
sua atividade física?
( ) Sim ( ) Não
6. Seu médico está prescrevendo medicamentos para sua pressão arterial ou
condição cardíaca?
( ) Sim ( ) Não
7. Você conhece alguma razão que o impeça de realizar atividade física?
( ) Sim ( ) Não
Se a resposta for:
SIM para uma ou mais questões, deve-se conversar com um médico por telefone
ou pessoalmente antes de iniciar, por conta própria, uma atividade física ou antes de
fazer uma avaliação física. Deve-se relatar ao médico sobre o PAR-Q e sobre as
questões em que a resposta foi sim.
NÃO para todas as questões é razoavelmente seguro começar uma atividade
física e fazer uma avaliação física.
Fonte: Canadian Society for Exercise Physiology. Physical Activity Readiness
Questionnaire PAR-Q (revised 2002). Disponível em: http://www.csep.ca/
main.cfm?cid=574. Acesso em 21 nov. 2006.
134
ANEXO D
REGISTRO ALIMENTAR – CONSUMO ALIMENTAR (3 DIAS )
NOME: _________________________________________
Por favor, mantenha este registro diário com você durante todo o tempo e
utilize-o para registrar todos os alimentos e bebidas que você consumir durante todo
o dia e à noite.
Pedimos que você forneça o máximo possível de informações, pois isso
possibilitará maior precisão na avaliação de sua alimentação.
Sempre que possível utilize pesos, medidas e marcas que constam nas
embalagens dos alimentos ou bebidas para indicar a quantidade de alimento/bebida
que você consumiu. No caso de alimentos ou bebidas preparados em casa, use
medidas como colher de sopa, colher de chá, concha, xícara, copo, prato, etc.
Por favor, não altere seu consumo usual de alimentos ou bebidas a fim de
que o registro represente sua dieta habitual.
Caso você tenha alguma dúvida ou necessite de ajuda para o preenchimento
do registro diário, por favor, ligue para 54-9978-3080 ou 54-35226331. Estamos a
sua inteira disposição.
EXEMPLO
DIA DA SEMANA: segunda-feira Data: 20/10/2007
Hora Lugar Descrição do alimento ou da bebida
consumida
7:15 casa ½ tigela de sucrilhos com ½ xícara de
chá de leite desnatado
1 pão cacetinho com 1 fatia de queijo
mussarela
1 xícara de leite integral com 2 colheres
de chá cheias de açúcar
1 colher de chá de nescafé
10:30 casa 1 maçã grande
12:00 restaurante 1 ½ colher de servir cheia de arroz
1 concha média de feijão (20% caldo,
50% grão)
1 bife grande
135
1 prato de sobremesa de salada de
alface
1 tomate
2 colheres de sopa de cenoura crua
ralada
1 copo de requeijão de suco de laranja
Puro com 1 colher chá de açúcar
1 copo de requeijão de salada de frutas
16:00 serviço 1 pastel médio de frango
1 xícara de café com 3 colheres de chá de
açúcar
19:00 casa porção grande de lasanha ao molho
branco
2 colheres de sopa cheia de brócolis na
manteiga
1 fatia de pão de centeio
1 copo de requeijão de refrigerante normal
22:00 casa 1 copo de requeijão de leite integral
136
ANEXO E
IMAGENS DO APARELHO DXA
137
ANEXO F
FICHA DE ACOMPANHAMENTO
Nome: Treino de 11 de julho a 08 de agosto de 2007.
AQUECIMENTO
ORDEM
EXERCÍCIOS
CARGA
SÉRIES
REPETIÇÕES
DESCANDO
ENTRE SÉRIES
1. Leg Press
70 kg
3
16 – 14 RM
2 minutos
2. Cadeira Abdominal
20 kg
3
16 – 14 RM
2 minutos
3. Hack
80 kg
3
16 – 14 RM
2 minutos
4. Cintura
35 kg
3
16 – 14 RM
2 minutos
5. Cadeira Abdutora
35 kg
3
16 – 14 RM
2 minutos
6. Supino
8 kg
3
20 – 18 RM
1 minuto
7. Cadeira Adutora
25 kg
3
16 - 14 RM
2 minutos
8. Remada
8 kg
3
20 - 18 RM
1 minuto
ALONGAMENTO
Observações:________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
138
ANEXO G
0
ABSOLUTAMENTE NADA
“SEM DOR”
0,3
0,5
EXTREMAMENTE FRACO
APENAS PERCEPTÍVEL
0,7
1
MUITO FRACO
LEVE
1,5
2
FRACO
2,5
3
MODERADO
4
5
FORTE
INTENSO
6
7
MUITO FORTE
8
9
10
EXTREMAMENTE FORTE
“DOR MÁXIMA”
11
ABSOLUTAMENTE MÁXIMO
MAIS ALTO POSSÍVEL
139
CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
(nº processo 2007697)
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