Download PDF
ads:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ANA RITA SERENATO BORTOLOZZO
BANCO DE DADOS PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORES DE ALUNOS
COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.
.
CURITIBA
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
ANA RITA SERENATO BORTOLOZZO
BANCO DE DADOS PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORES DE ALUNOS
COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Educação, da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, como requisito à obtenção do
título de Mestre em Educação.
Orientação: Prof. Dr. Paulo Roberto Alcântara.
CURITIBA
2007
ads:
3
AGRADECIMENTOS
Ao Deus que eu acredito e que me forças sempre para buscar além
daquilo que penso ser capaz.
Ao Professor Doutor Paulo Roberto Alcântara, pela atenção, paciência e
conhecimentos a mim dedicados, orientando-me sempre que precisei.
Aos demais professores e funcionários da PUC/PR, que de alguma forma
colaboraram para meu aprendizado e crescimento.
À Superintendente da Educação do Estado do Paraná, à Diretora de
Tecnologias na Educação e à Chefe de Departamento de Educação Especial que
autorizaram e de alguma forma colaboraram para que esta pesquisa se realizasse.
Especial carinho e agradecimento a então Coordenadora Estadual de
Tecnologia na Educação do Paraná, Professora e Ms. Cineiva Campoli Tono, maior
incentivadora e colaboradora desta pesquisa, inédita no estado.
A todos os Assessores de Tecnologias do Paraná que preocupados com a
melhoria das práticas pedagógicas com uso das TIC pelos professores que atuam
com alunos com NEE, participaram na coleta dos dados da pesquisa.
Á todos os diretores, pedagogos e professores das escolas estaduais do
Paraná, que participaram da pesquisa, em especial aqueles que acreditam em seu
potencial e decidiram trocar suas práticas com os demais colegas, disponibilizando
suas experiências.
Ao meu marido Valdir e minha filha Bruna, pela paciência, incentivo e o
carinho dispensado, doando nosso tempo juntos para que eu estudasse.
A meus pais, para quais quero ser sempre motivo de orgulho.
A todos meus amigos e amigas que sempre me incentivaram e colaboram de
alguma forma, em especial meu amigo Marcos que juntos labutamos nestes dois
anos de mestrado.
A todos, meu sincero muito obrigado!
4
A exploração atual de novas vias educativas tem que se tornar a busca de
uma profunda mudança institucional: redes educativas que aumentam a
possibilidade de que cada um transforme cada momento de sua vida em
um momento de aprendizagem, de compartilhamento e cuidado.
Esperamos contribuir com os conceitos de que necessitam os que
executam este tipo de pesquisa educativa e também os que buscam
alternativas para estabelecer outro tipo de serviço de aprendizagem.
Ivan Ilich, 1970
5
RESUMO
O presente estudo mapeou dados com informações e exemplos de práticas sobre a
utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas situações de
ensino de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) nas escolas
públicas estaduais do Paraná. O objetivo do estudo foi de desenvolver um banco de
dados - Banco NEETIC, que subsidiasse a prática pedagógica dos professores que
atuam com esses alunos. Participaram da pesquisa 170 pedagogos, 569
professores e 19 diretores de 705 escolas e colégios públicos estaduais, que atuam
junto a alunos com NEE ofertando-lhes atendimento escolar, tais como classe
especial, sala de recursos, classe regular com alunos com NEE inclusos, centro de
atendimento especializado, professor de apoio permanente ou ainda escolas de
educação especial estaduais. Considerando o problema da pesquisa: “Como criar
um banco de dados que sirva de referência para o professor que atua junto aos
alunos com NEE, por meio da utilização das TIC, nas escolas públicas estaduais do
Paraná?”, optou-se pela metodologia de pesquisa-ação. Os dados foram coletados
por meio de um questionário com 20 questões, aplicado em cada uma das escolas.
A análise dos dados enfatizou a abordagem qualitativa, assim como da quantitativa.
Esta pesquisa adotou a mesma base teórica presente no Relatório do Projeto
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas Necessidades Educativas
Especiais, produzido pela Agência Européia para o Desenvolvimento em Educação
das Necessidades Especiais (Watkins, 2001). Baseou-se também em autores como
Alcântara (2002), Carvalho (2001), Sancho (1998), Nóvoa (1995), Pastor (1998),
Valente (1991), dentre outros que tratam do uso das TIC na prática pedagógica e
educação para as NEE, bem como na formação de professores. Os dados coletados
indicaram que algumas TIC como a TV, o vídeo, o DVD e o aparelho de som já
estão incorporadas em 91% das escolas e outras como o computadores, filmadoras,
softwares educativos, estão adentrando lentamente, porém, seu uso enquanto
ferramenta pedagógica ainda é uma meta a ser perseguida. Os professores não se
sentem preparados para incorporá-las no processo de ensino e aprendizagem, e
admitem a necessidade de formação e apoio para desenvolvimento de práticas
centradas no uso das TIC como ferramentas para desenvolvimento da
aprendizagem. Com base nas indicações dos professores, admitiu-se que as trocas
de experiências podem ser uma estratégia de formação continuada, que poderá
contribuir para resolução e superação dos problemas postos na escola e para os
desafios impostos pela inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas regulares. Por fim, considerando ainda as indicações dos
professores, a proposta do banco NEETIC poderá vir a ser uma referência para
subsidiar a prática pedagógica no atendimento aos alunos com necessidades
educacionais por meio da utilização das TIC.
Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação. Educação.
Necessidades Educacionais Especiais. Formação de Professores. Prática
Pedagógica.
6
ABSTRACT
The present study mapped data with information and practical examples about the
utilization of Information and Communication Technologies (ICT) on teaching
situations of students with special educational needs (SEN) in Paraná State public
schools. The aim of this study was to develop a database SENICT Bank, which
could support the pedagogical practice of teachers that attend these students.
Participated in this research 170 pedagogues, 569 teachers and 19 directors of 705
state public schools that attend students with SEN, offering them services, such as
special classes, resource classrooms, regular classes with students with SEN
included, specialized care centers, full time teacher support or state special
education schools. Considering the research problem: “How to create a databank
that could serve as a reference for teachers that attend students with SEN, by means
of ICT’s utilization in Paraná State public schools?”, the action research was an
option as a methodology. Data were collected through a questionnaire with 20
questions, applied in each and every one of the schools. The data analyses
emphasized a qualitative as well as a quantitative approach. This research adopted
the same theoretical basis of the report on ICT of the Special Educational Needs
Project produced by the European Agency for Development in Special Needs
Education (Watkins, 2001). It was also based on authors such as Alcântara (2002),
Carvalho (2001), Sancho (1998), Nóvoa (1995), Pastor (1998), Valente (1991),
among others that deal with the use of ICT on teaching and education for special
needs students, and on in-service teacher training as well. The collected data
showed that some ICT such as TV, video, DVD and tape recorder are being used in
91% of the schools, and that other technology devices such as computers, movie
cameras, educational software are slowly taking part of classroom life, but far from
being a pedagogical tool. The use of the last devices is a target to be achieved.
Teachers do not feel well prepared to incorporate technologies in the teaching and
learning process, and accept that they need training and support to use educational
procedures centered on ICT as learning tools. Based on teachers’ statements, it was
admitted that the exchange of teaching experiences could be a strategy of in-service
training in order to help solving and overcome school problems and challenges that
regular schools face when they include special needs students in their classrooms.
Finally, taking into account teachers' manifestations, the proposal of the SENICT
bank could became a reference that may work as a support to the pedagogical
practice on the attendance of special needs students through the use of ICT.
Keywords: Information and Communication Technologies. Education. Special
Educational Needs. Teacher Training. Pedagogical Practice.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Página inicial do Banco de Dados ......................................................... 76
Figura 2 – Página “Sobre o Banco NEETIC” .......................................................... 76
Figura 3 – Página “Dados NEE-TIC” ...................................................................... 77
Figura 4 – Página “Material Pesquisado” ............................................................... 78
Figura 5 – Página “Referências” ............................................................................. 79
Figura 6 – Página “Softwares” ................................................................................ 80
Figura 7 – Página “Sites” ........................................................................................ 81
Figura 8 – Página “Vídeos” ..................................................................................... 82
Figura 9 – Página “Links Relacionados” ................................................................. 83
Figura 10 – Página “Lista de Projetos” .................................................................... 84
Figura 11 – Página “Experiências de Práticas Pedagógicas com TIC” .................. 85
Figura 12 – Página “Fórum de Discussões” ........................................................... 85
Figura 13 – Página “Enviar Material” ...................................................................... 86
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Número de escolas / Colégios que ofertam algum atendimento a alunos
com NEE .............................................................................................. 56
Tabela 2 – NRE, Municípios e Escolas / Colégios participantes ............................ 61
Tabela 3 – Níveis e modalidades de ensino ........................................................... 61
Tabela 4 – Serviços e apoios pedagógicos especializados .................................. . 62
Tabela 5 – Cargo do Respondente na Instituição ................................................. . 63
Tabela 6 – Respondente possui formação em Educação Especial ...................... . 63
Tabela 7 – Número de alunos atendidos em cada área de deficiência .................. 64
Tabela 8 – Tecnologias constantes nas Escolas/Colégios ................................... . 65
Tabela 9 – Utilização das tecnologias na prática pedagógica com os alunos NEE. 66
Tabela 10 – Ações de caráter pedagógico, desenvolvidas com as TIC ................. 67
Tabela 11 – Ferramentas ou aplicativos do computador utilizadas pedagogicamente
................................................................................................................ 68
Tabela 12 – Recursos/Adaptações de acessibilidade para uso do computador .... 69
Tabela 13 – Participação em curso para uso pedagógico de TIC ......................... 69
Tabela 14 – Maiores obstáculos encontrados para utilização das TIC .................. 70
Tabela 15 – Itens considerados fundamentais em relação às TIC como subsídios da
prática pedagógica com alunos com NEE ............................................ . 72
Tabela 16 Existência de experiências de práticas pedagógicas com alunos NEE,
utilizando TIC .................................................................................... 73
Tabela 17 – Resultado em relação à divulgação das experiências ...................... . 73
Tabela 18 – Opinião dos respondentes sobre o Banco de Dados ......................... 73
Tabela 19 – Itens considerados importantes a constar no Banco de Dados ........ . 74
Tabela 20 – Interesse em trabalhar colaborativamente com as CRTE .................. 75
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
2 AS TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM ALUNOS COM NEE ........................15
2.1 NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE)......................................15
2.2 TIC NA EDUCAÇÃO E COM ALUNOS COM NEE ............................................17
2.3 AS TIC NAS POLÍTICAS DAS NEE ....................................................................30
2.4 TIC E FORMAÇÃO DE PROFESSORES ...........................................................35
2.5 TIC E PRÁTICA PEDAGÓGICA..........................................................................42
3 A CONSTRUÇÃO DE BANCOS DE DADOS........................................................49
4 METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................53
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS......................................................60
5.1 CATEGORIA “IDENTIFICAÇÃO” ........................................................................60
5.2 CATEGORIA “NÚMERO DE ALUNOS COM NEE ATENDIDOS PELA ESCOLA /
COLÉGIO” .............................................................................................................63
5.3 CATEGORIA “TECNOLOGIAS CONSTANTES NA ESCOLA E UTILIZAÇÃO
INSTRUMENTAL E PEDAGÓGICA DAS TIC” ......................................................64
5.4 BANCO NEETIC .................................................................................................75
6 CONSIDERÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS .............................................................................................................87
6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................88
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................89
REFERÊNCIAS.........................................................................................................91
GLOSSÁRIO...........................................................................................................100
APÊNDICES ...........................................................................................................104
APÊNDICE A - OFÍCIO PARA COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA NA
EDUCAÇAO ........................................................................................................105
APÊNDICE B - OFÍCIO AOS DIRETORES DAS INSTITUIÇOES PARTICIPANTES
DA PESQUISA ....................................................................................................106
APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS ..............................107
APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO....................................................110
10
APÊNDICE E - E-MAIL NOMINAL ENVIADO AOS PROFESSORES QUE
INFORMARAM TER EXPERIÊNCIA E PREENCHERAM O TERMO DE
CONSENTIMENTO, CONCORDANDO EM PUBLICÁ-LAS................................111
APÊNDICE F - ANEXO AO E-MAIL ENVIADO AOS PROFESSORES QUE
INFORMARAM TER EXPERIÊNCIA E PREENCHERAM O TERMO DE
CONSENTIMENTO, CONCORDANDO EM PUBLICÁ-LAS................................113
APÊNDICE G - E-MAIL NOMINAL REENVIADO EM 16/07/2007 AS
PROFESSORAS QUE INFORMARAM TER EXPERIÊNCIA E PREENCHERAM O
TERMO DE CONSENTIMENTO, CONCORDANDO EM PUBLICÁ-LAS, E NÃO
DERAM RESPOSTA DENTRO DO PRAZO ESTIPULADO................................114
APÊNDICE H - LISTA DOS PROFESSORES QUE ENVIARAM AS EXPERIÊNCIAS
PARA DIVULGAÇÃO ..........................................................................................116
APÊNDICE I - RELATO DE EXPERIÊNCIA - LEITURA DIALOGADA ...................117
APÊNDICE J - RELATO DE EXPERIÊNCIA – O COMPUTADOR NO TRABALHO
COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM........................................................119
APÊNDICE K - RELATO DE EXPERIÊNCIA – A PEQUENA VENDEDORA DE
FÓSFOROS.........................................................................................................120
APÊNDICE L - RELATO DE EXPERIÊNCIA – INFORMÁTICA: LEITURA E
ESCRITA .............................................................................................................121
APÊNDICE M - RELATO DE EXPERIÊNCIA – O PRAZER DA LEITURA .............122
APÊNDICE N - RELATO DE EXPERIÊNCIA – INCLUSÃO RESPONSÁVEL ........123
APÊNDICE O - RELATO DE EXPERIÊNCIA – TRABALHANDO COM PROJETOS
.............................................................................................................................126
APÊNDICE P - RELATO DE EXPERIÊNCIA – TRABALHANDO NO LABORATÓRIO
DE INFORMÁTICA..............................................................................................128
11
1 INTRODUÇÃO
A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na escola é
hoje uma necessidade que não pode mais ser negada ou deixada de lado. A escola
não pode estar alheia à realidade e às mudanças que as tecnologias vêm
provocando na vida das pessoas.
Não se pode mais omitir a aplicabilidade pedagógica das TIC, pois elas estão
cada vez mais presentes na vida das pessoas e não basta o professor conhecê-las,
faz-se necessário utilizá-las pedagogicamente em suas atividades na sala de aula,
com vistas à melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem de seus alunos.
Ao longo desta pesquisa, trata-se do termo TIC ou Tecnologias da Informação
e Comunicação, referenciado em Pastor (1998, p. 239), que afirma:
Quando falamos de novas tecnologias da informação e comunicação,
fazemos referência a todos os avanços tecnológicos que foram gerados
pelas diferentes formas de tratamento da informação (computador, CD-
ROM...) e da imagem (meios de comunicação, televisão, vídeo, cinema,
satélites...).
Ressalta-se, porém, que apesar do enfoque maior delas recair nas
tecnologias geradas pelas diferentes formas de tratamento da informação como os
computadores ligados à Internet, e da imagem como a TV, vídeo, DVD, retroprojetor,
câmeras fotográficas, filmadoras, dentre outras, também os livros, os periódicos e as
revistas são considerados tecnologias de informação e comunicação e que todas
poderão dar respostas às necessidades provindas da diversidade dos alunos que se
encontram nas escolas.
No entanto, as TIC por si só não promovem transformação na aprendizagem,
no ensino e na educação, pois são ferramentas que auxiliam na realização das
atividades pedagógicas e se não forem bem empregadas podem até dissimular o
processo. Assim como o quadro de giz e os livros, as novas tecnologias
potencializam as ações com vistas à aprendizagem, pois por meio delas pode-se
explorar, conduzir, simular, implementar e resolver problemas, promovendo a
contínua construção do conhecimento.
Nas escolas públicas estaduais do Paraná que atendem alunos com NEE não
constam dados disponíveis e informações sobre a utilização das TIC nessa área.
Uma pesquisa simples e amostral, coordenada pela pesquisadora deste trabalho,
realizada entre 2005 e 2006, em 19 cidades do Paraná (BORTOLOZZO et al., 2006),
12
coletou dados que demonstraram a utilização das TIC pelos professores que
atendem alunos com necessidades educacionais especiais em instituições de
ensino. O resultado do estudo foi considerado ínfimo, resultando numa lista de
dificuldades/necessidades, por eles relatadas, e na quase nula utilização em suas
práticas pedagógicas, o que levou a pesquisadora a buscar informações mais
densas e detalhadas sobre o atual quadro nesse domínio.
O relatório do projeto Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas
Necessidades Educativas Especiais produzido pela Agência Européia para o
Desenvolvimento em Necessidades Educativas Especiais, no período de 1999-2001,
afirma que todos os países da União Européia concordam que as TIC estão cada
vez mais sendo vistas como a melhor ferramenta para responder às necessidades
educativas de cada aluno. Relata também que é uma condição importante para
garantir a qualidade de vida dos cidadãos (WATKINS, 2001). Com base nesse
relatório iniciaram-se estudos nessa área, que 41 Assessores Pedagógicos de
Tecnologia na Educação pertencentes às Coordenações Regionais de Tecnologia
na Educação do Estado compunham um Grupo de Trabalho (GT) denominado
NEETIC (Necessidades Educacionais Especiais e Tecnologias de Informação e
Comunicação). Esse GT tinha como objetivo investigar, pesquisar, estudar e propor
atividades e projetos em torno da aprendizagem por meio do uso das Tecnologias
da Informação e Comunicação, para professores de educação especial e de escolas
regulares que atendem alunos com necessidades especiais, inclusos.
A presença cada vez mais crescente de alunos com NEE nas salas de aula
regulares tem exigido das autoridades competentes e dos profissionais de ensino
investimentos e mudança de atitudes em relação a adaptações, e em formação para
os profissionais que atendem esses alunos inclusos. O aperfeiçoamento das ações
pedagógicas é um item imprescindível nas escolas inclusivas.
Nessa perspectiva, o propósito desta pesquisa foi realizar uma investigação
que mapeasse a utilização das TIC nas situações de ensino de alunos com NEE nas
escolas públicas estaduais do Paraná, a fim de desenvolver um banco de dados que
subsidiasse a prática pedagógica do professor que atua com esses alunos, partindo
do problema que se apresentava: “Como criar um banco de dados que sirva de
referência para o professor que atua junto aos alunos com NEE, por meio da
utilização das TIC, nas escolas públicas estaduais do Paraná?”.
13
A referida pesquisa mostra-se relevante porque conduziu a um mapeamento
de dados com informações e exemplos de práticas sobre o atual quadro das escolas
estaduais do Paraná, servindo de base para consultas e trocas de experiências
pelos professores, e ainda, suscitou discussões e proposições futuras nas políticas
educacionais do estado, contribuindo para um debate paranaense sobre diretrizes
para o uso das TIC nas NEE.
O que desencadeou a pesquisa foi o fato de a pesquisadora ser a
responsável por pesquisas sobre TIC e NEE, na Coordenação Estadual de
Tecnologia do Estado do Paraná nos anos de 2005, 2006 e início de 2007 e pela
pouca literatura disponível.
O estudo pretendeu contribuir com os professores a fim de adaptarem-se ao
trabalho com NEE utilizando-se das TIC. Por meio de experiências compartilhadas,
acredita-se que é possível melhorar o processo de aprendizagem, bem como a
educação e a inclusão de alunos com NEE na escola e na sociedade.
Nessa perspectiva, concorda-se com Mantoan (2000, p. 59) que
para que as escolas sejam verdadeiramente inclusivas, ou seja, abertas à
diversidade, que se reverter o modo de pensar, e de fazer educação nas
salas de aula, de planejar e de avaliar o ensino e de formar e aperfeiçoar o
professor, especialmente os que atuam no Ensino Fundamental.
O objetivo da pesquisa foi o desenvolvimento de um banco de dados com
informações e exemplos de práticas na área das TIC nas NEE que constituísse uma
referência útil para a prática pedagógica dos professores que atuam junto aos
alunos com NEE, para ser apresentado ao Centro de Excelência em Tecnologia na
Educação e ao Departamento de Educação Especial da Secretaria de Estado da
Educação a fim de ser disponibilizado para todos os professores que atuam nas
escolas públicas estaduais do Paraná.
Para a concretização do objetivo geral da pesquisa, três objetivos específicos
foram propostos e desenvolvidos. Inicialmente a sistematização de fundamentos
teóricos que sustentassem a pesquisa, relatados na seqüência. Em seguida partiu-
se para a investigação e coleta dos dados sobre a utilização das TIC no atendimento
de NEE nas escolas públicas estaduais do Paraná, seguida pela sistematização das
informações e exemplos de práticas pedagógicas com uso das TIC desenvolvidas
por professores das escolas que trabalham com alunos com NEE.
Apesar de o foco deste trabalho ser as escolas públicas regulares estaduais,
optou-se por incluir na amostra também as escolas especiais estaduais pelo fato de
14
os professores pertencerem ao mesmo quadro dos demais professores do estado,
dispondo dos mesmos direitos, pois são escolas / colégios mantidos pelo estado,
diferentemente de outras conveniadas. Também, pela relevância de que os
professores das escolas especiais poderão contribuir significativamente nas trocas
de experiências com os demais que atuam nas escolas regulares, bem como por
poderem participar de todas as ações em prol da melhoria na qualidade do ensino e
aprendizagem e do processo de inclusão escolar de alunos com NEE.
A pesquisa, disponibilizando uma visão global sobre as TIC nas NEE nas
escolas regulares do Estado do Paraná, aqui documentada, estruturou-se conforme
segue:
1 INTRODUÇÃO. Contextualização da pesquisa e o seu desafio, expondo o
problema, a proposta, objetivo e a contribuição para a educação paranaense.
2 AS TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM ALUNOS COM NEE trazendo a
fundamentação teórica que subsidiou toda a pesquisa. O capítulo divide-se em
subtítulos discorrendo de maneira objetiva sobre Necessidades Educacionais
Especiais, as TIC na Educação e com Alunos com NEE, as TIC nas Políticas das
NEE, TIC e Formação de Professores e TIC e Prática Pedagógica.
3 A CONSTRUÇÃO DE BANCOS DE DADOS. Para complementar a
fundamentação teórica discorre-se sobre a Construção de Bancos de Dados,
referenciando-se ao proposto, construído como produto da pesquisa.
4 METODOLOGIA DA PESQUISA retratando a metodologia da pesquisa-
ação, como opção técnica em função do problema e dos objetivos propostos e
relatando todos os encaminhamentos e procedimentos realizados durante a
pesquisa.
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS reportando aos resultados
obtidos pela pesquisa, buscando-se realizar uma interpretação à luz das
informações fornecidas pelos respondentes.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS trazendo as considerações da pesquisadora baseadas nos objetivos
propostos à luz da fundamentação teórica e dos dados coletados, finalizando com as
recomendações para futuras pesquisas.
15
2 AS TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM ALUNOS COM NEE
2.1 NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE)
O termo NEE é hoje utilizado no contexto educacional para designar os
alunos que apresentam alguma deficiência ou dificuldade de aprendizagem e que
suscita interpretação.
Segundo Borges (2005, p. 03),
um aluno tem necessidades educacionais especiais quando apresenta
dificuldades maiores que o restante dos alunos da sua idade para aprender
o que está sendo previsto no currículo, precisando, assim, de caminhos
alternativos para alcançar este aprendizado.
Então, devemos considerar que o aluno com NEE não necessariamente será
um aluno que possua alguma deficiência, mas poderá ser qualquer aluno que
apresente uma dificuldade acentuada em relação aos demais alunos de uma
determinada turma.
Para Carvalho (1999, p.59), a história da educação especial no Brasil, no que
se refere ao contexto escolar, foi trazendo ao longo do tempo relatos sobre a
modificação na forma de tratamento dos alunos da Educação Especial. De
“excepcionais”, passaram a ser chamados de “portadores de deficiência”,
“deficientes”, alunos com necessidades especiais, e atualmente, alunos com
necessidades educacionais especiais (NEE).
A modificação na nomenclatura se deu na busca de não rotulá-los e melhorar
a sua qualidade de vida, principalmente evitando-se ambigüidades e má
interpretação dos termos utilizados.
Se considerarmos o termo educacional, em nossa língua, significa “que
educa”, “que promove educação”. Ora, as necessidades “referentes a”, ou “no
âmbito da” educação, são necessidades educacionais (CARVALHO, 1999).
Portanto, necessidades educacionais especiais podem ser relacionadas não
somente aos alunos com alguma deficiência, mas à maioria dos alunos de escolas
regulares, que ao longo de toda a escolaridade, podemos ter nos deparado com
alguma necessidade especial ou alguma dificuldade de aprendizagem.
16
Mazzotta
1
(1996) apud CARVALHO (1999, p. 60) alerta-nos
para a inadequação lingüística da expressão portadores de
necessidades educativas especiais, sugerindo que, em lugar dela,
usemos “alunos que apresentam necessidades educacionais
especiais”, o que, sem dúvida, é mais adequado, seja do ponto de
vista semântico ou do psicológico.
Nesta pesquisa optou-se por esta nomenclatura, com a sigla NEE
significando aqueles alunos que apresentam alguma deficiência ou dificuldade de
aprendizagem e que se encontram nas escolas públicas estaduais.
Ainda, segundo Carvalho, (1999. p. 61), qualquer criança experimentará a
experiência da aprendizagem escolar como desagradável, como uma verdadeira
barreira, se estiver desmotivada, se não encontrar sentido e significado para o que
lhe ensinam na escola”.
Considerando-se o panorama educacional e o movimento pela inclusão
escolar, os profissionais da educação têm iniciado um movimento em direção ao
pensar nos alunos que apresentam NEE, com vista à remoção das barreiras que se
impõem à aprendizagem, valorizando suas potencialidades, pensando-os como
seres humanos em desenvolvimento e em constante processo de aprendizagem,
com características próprias e diferenciadas, mesmo que por vezes com algumas
limitações.
Para Nóvoa (2004, p. 2), “a escola não pode ser igual para todas as crianças”.
É preciso construir percursos escolares diferenciados, no quadro de uma “escola
comum”, ou seja, respeitar os estilos de aprendizagem, as limitações e promover as
potencialidades de cada aluno.
É perceptível nas escolas estaduais a necessidade de promover um processo
de ensino e de aprendizagem contextualizado, situando o aluno com NEE no mundo
em que se encontra e onde atua. Propiciar a esse aluno a oportunidade de aprender
a viver, conviver, criar, pensar e ter acesso às tecnologias que o auxiliem a superar
as barreiras com que se depara ou as dificuldades de aprendizado que enfrenta.
Ao professor, cabe utilizar os mais variados meios e instrumentos de que
dispuser, de forma responsável e criativa, respeitando e valorizando as diferenças
de cada um, aproximando-os dos demais alunos e da realidade que o cerca. Cabe-
1
MAZZOTA, Marcos José S. Educação Especial no Brasil. História e políticas públicas. São Paulo:
Cortez, 1996.
17
lhe, ainda, desenvolver estratégias que favoreçam a aprendizagem, as explorações
e criações que conduzam à construção do conhecimento.
Atualmente, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2000), 14,5% da população brasileira apresenta alguma forma de
deficiência. Os dados do Censo Escolar de 2006 (MEC/INEP) registram que a
participação do atendimento inclusivo cresceu no Brasil, passando dos 24,7% em
2002 para 46,4% em 2006 (BRASIL, 2007). No Paraná 13,4% da população
apresenta alguma forma de deficiência, e do total de 1.297.877 da população com
deficiência, 10,13% encontram-se na faixa etária de 0 a 17 anos (BRASIL, 2007).
Os alunos das escolas do Estado do Paraná, sujeitos desta pesquisa,
matriculados em escolas regulares/classes comuns perfizeram 33,6% em 2006,
sendo que em 2002 eram apenas 18,2% (BRASIL, 2007). Esses números são
significativos e demandam especial atenção quanto ao seu atendimento
educacional, tendo em vista uma garantia na qualidade de aprendizagem e de vida
desses já e futuros cidadãos.
Não mais como se tratar a homogeneidade nas escolas, a consciência de
que a heterogeneidade existe está posta para ser pensada, planejada e
desenvolvida, com vistas ao favorecimento de aprendizagens significativas e
necessárias. Os educadores têm o dever e a obrigação de fazê-las acontecer,
demandando para isso pesquisas, trocas de experiências e estudos para conseguir
dar contar de fornecer a todos os alunos os conhecimentos mínimos para que
possam atuar com responsabilidade na sociedade em que vivem.
Tais conhecimentos mínimos compreendem, entre outros, o desenvolvimento
do raciocínio gico, a leitura, a escrita, a interpretação, o saber avaliar para tratar a
informação que acessa diariamente e o comunicar-se naturalmente e com
responsabilidade.
2.2 TIC NA EDUCAÇÃO E COM ALUNOS COM NEE
O ensino e aprendizagem são antigos, tanto quanto a história da humanidade.
São constantes as reflexões sobre como eles vêm se desenvolvendo no decorrer
dos tempos, pois o foco passou do ensino para a aprendizagem, de uma abordagem
18
tradicional e reprodutivista para uma perspectiva mais construtivista e de produção
do conhecimento, em que “os professores precisam conseguir identificar a si
mesmos como “profissionais da aprendizagem” e não mais como “profissionais do
ensino“ (DEMO, 1997).
Segundo Behrens (2000, p. 121-122), os professores estão se deparando
com novos desafios:
[a.] reduzir gradativamente o espaço das aulas teóricas, procurando
disponibilizar o maior tempo para a pesquisa, a busca de informações, o
acesso a banco de dados, para instrumentalizar a construção de atividades
e textos próprios: [b.] buscar o desenvolvimento do aluno em trabalhos
coletivos bem sistematizados, com responsabilidades definidas e produção
individual e de grupos; [c.] organizar atividades diferenciadas, de eventos
que demandem criação, projetos desafiadores que provoquem
enfrentamento, diálogo com autores e construção própria; [d.] provocar a
utilização dos meios eletrônicos, de informática, de multimídia e de
telecomunicações com os recursos disponíveis no complexo escolar.
Desafios estes, provocados pelas mudanças que estão ocorrendo com uma
rapidez indiscutível, incorporando novas descobertas e inovações tecnológicas,
exigindo uma educação de qualidade e um professor preparado para apropriar-se
dessas tecnologias, pois ele precisa utilizar diversas estratégias para promover a
aprendizagem de seus alunos.
Para Pablos (2006, p. 66), autores como Jack Goody, Pierre Lévy ou Eric A.
Haverlock identificaram a oralidade e a escrita como ferramentas culturais
fundamentais na evolução do conhecimento humano e hoje podemos identificar o
avanço que as TIC estão possibilitando e propiciando para o desenvolvimento e a
difusão do conhecimento.
A oralidade propicia uma comunicação de tipo narrativo, baseada na
tradição; a escrita, um saber teórico, que se apóia na descrição e na
interpretação; as tecnologias da informação e comunicação possibilitam um
saber operacional baseado na velocidade de processamento da informação
e simulação (por intermédio de modelos ou previsões) (PABLOS, 2006, p.
66).
Na sociedade atual, influenciada pela cultura tecnológica, em que o
analfabetismo ainda apresenta índices elevados, o domínio da leitura, da escrita
e dos números não são suficientes. Concordamos ainda com Hernández (2006, p.
56)
que novas finalidades para a educação: como preparar os indivíduos
para um futuro incerto, um trabalho em mudança e uma constante
complexidade nas relações sociais e nos conhecimentos, enquanto vivem
intensamente o tempo que lhes cabe viver.
19
Razões que nos fazem considerar necessário entender as linguagens
midiáticas, selecionar as informações e convertê-las em conhecimento para
utilização pessoal, profissional e na sociedade da qual participamos.
Segundo Gadotti (2002, p. 5),
Os sistemas educacionais ainda não conseguiram avaliar suficientemente o
impacto da comunicação audiovisual e da informática, seja para informar,
seja para bitolar ou controlar as mentes. Ainda trabalha-se muito com
recursos tradicionais que não têm apelo para as crianças e jovens. Os que
defendem a informatização da educação sustentam que é preciso mudar
profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o
que lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de desenvolver a
memória. Para ele, a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a
pensar criticamente. Para isso é preciso dominar mais metodologias e
linguagens, inclusive a linguagem eletrônica.
Não mais como não pensar nesses recursos adentrando a escola, pois
eles estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, e cabe aos profissionais
da educação utilizá-los como aliado no seu processo de ensino e da aprendizagem
de seus alunos.
Segundo Sandholtz, Ringstaff e Dwyer (1997, p. 174),
A tecnologia é vista como um catalisador e uma ferramenta que reativa a
empolgação de professores e alunos pelo aprender e que torna a
aprendizagem mais relevante ao culo XXI. Mas a tecnologia não é uma
solução mágica ela é somente um ingrediente necessário nos esforços
de reforma. A tecnologia é utilizada de forma mais poderosa como uma
nova ferramenta para apoiar a indagação, colaboração e comunicação dos
alunos.
Atribuí-se que a maior dificuldade na inserção das TIC, há uma ou duas
décadas passadas, estava na dificuldade de acesso pelo alto custo das ferramentas.
Hoje, com o aprimoramento e o barateamento dos equipamentos, aos poucos tais
ferramentas pedagógicas estão passando a fazer parte dos ambientes escolares,
assim como os livros, o quadro de giz, dentre outras. A TV é encontrada em
praticamente todas as escolas estaduais do Paraná, segundo informações da
Secretaria de Estado da Educação, que também possui projeto de colocar uma TV
em cada sala de aula.
Tem-se ciência que o acesso aos recursos tecnológicos ainda é oneroso e
escasso nas escolas, mas não podemos usar esse argumento para deixar nossos
alunos ainda mais excluídos desse processo de inserção ao mundo tecnológico e
digital, numa sociedade como a nossa, cheia de desigualdades. Precisamos sim,
propor alternativas, trabalhar com o que temos e buscar meios de trazer esses
20
recursos cada vez mais para a escola, a fim de proporcionar não só o acesso, mas o
uso significativo deles para o desenvolvimento e a produção de conhecimentos.
Portanto, procurou-se pesquisar a aplicabilidade, os efeitos e os benefícios
que esses recursos podem oferecer no contexto educacional, considerando-se que
algumas tecnologias como os livros, retroprojetor, dentre outras, estão presentes
algum tempo no cotidiano escolar e encontram-se assimiladas pelos professores
como ferramentas de ensinar e aprender.
Conforme Freire
2
(2002) apud FREIRE e PRADO (2000, p. 2),
O Projeto Pedagógico baseado na aplicação das TIC potencializa a
articulação de conhecimentos de áreas diversas, promovendo o trabalho
intra e inter-social visando a integração significativa de disciplinas e
conhecimentos; o envolvimento de alunos e professores em atividades
socialmente relevantes; a interpretação de fenômenos sócio-culturais da
comunidade e o resgate de valores a serem vividos pela escola por meio de
uma atuação prática.
Por considerar o seu potencial, acredita-se que é premente inserir as diversas
tecnologias de informação e comunicação no desenvolvimento da prática
pedagógica dos professores, preparando-os para sua apropriação educacional e
fazendo uso delas pedagogicamente, caso contrário a educação, mais
especificamente a escola continuará negando a mudança, a interação, o progresso e
a aprendizagem com múltiplas interações.
Na área da Educação, as Tecnologias de Informação e Comunicação têm se
apresentado como “ferramentas energéticas que tornam o aprendizado e o ensino
para alunos e professores mais produtivo e engajador” (SANDHOLTZ, RINGSTAFF
e DWYER, 1997, p. 9).
Nessa perspectiva de que a inserção das TIC pode contribuir no processo de
melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem, verificamos os investimentos que
têm sido feito no âmbito nacional e estadual no sentido de introduzir tecnologias nas
escolas e apoiar programas e projetos de utilização na prática pedagógica. Tais
programas e projetos podem ser consultados nos sites governamentais federais
como PROINFO, PROINESP, TV Escola do MEC, e nos do governo do Paraná
como o Programa PARANÁ DIGITAL, TV Paulo Freire e o Portal Dia-a-dia
Educação, ambiente construído colaborativamente pelos professores e profissionais
da educação que
2
FREIRE, Fernanda. Educação Especial e projetos pedagógicos baseados na aplicação das
tecnologias de informação e comunicação (TIC). Nied – Unicamp In: III Congresso Ibero-
Americano de Informática na Educação Especial – CIIEE, 2002.
21
tem como missão promover uma reforma muito mais profunda e ampla do
que a sociabilização do saber, implantando um modelo de aprendizagem
colaborativa no hipermeio, reconhecendo e valorizando os saberes
acumulados na Rede de Educação Pública Estadual, tornando-se um
veículo de informação e de expressão cultural e acadêmica de seus
educadores, atendendo a toda a comunidade escolar, num processo aberto,
interativo, constante e dinâmico, visando um salto cultural e social no
Paraná (PARANÁ, 2007).
E é nesse panorama das TIC nos ambientes de aprendizagem que Zulian e
Freitas (2001, p. 2) pronunciam que
...os ambientes de aprendizagem baseados nas tecnologias da informação
e da comunicação, que compreendem o uso da informática, do computador,
da Internet, das ferramentas para a Educação a Distância e de outros
recursos e linguagens digitais, proporcionam atividades com propósitos
educacionais, interessantes e desafiadoras, favorecendo a construção do
conhecimento, no qual o aluno busca, explora, questiona, tem curiosidade,
procura e propõe soluções. O computador é um meio de atrair o aluno com
necessidades educacionais especiais à escola, pois, à medida que ele tem
contato com este equipamento, consegue abstrair e verificar a aplicabilidade
do que está sendo estudado, sem medo de errar, construindo o
conhecimento pela tentativa de ensaio e erro.
O uso das TIC nas práticas pedagógicas dos professores, tanto de alunos do
ensino regular como daqueles com NEE, pode colaborar na promoção da autonomia
intelectual, moral e social a fim de que possam ocupar seu espaço na sociedade por
meio de atividades que os levem a não ter receio de criar, de expor suas idéias, de
buscar respostas, de comunicar-se.
Para tanto, precisamos considerar que
O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os
novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais.
Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista
de uma organização mais ampla, que é a organização da turma ou da sala
de aula. (NÓVOA, 2001, p.1)
Nesses termos, o professor precisa rever e reformular sua maneira de
trabalhar com os seus alunos, precisa prover a existência de outras maneiras de
explorar e representar o mundo, propor atividades que auxiliem os alunos a explorar,
representar e reelaborar conceitos existentes e elaborar novos. Promover o que
Hernandez (2006, p. 58) fala de ““educação cognitiva” , que torna o aluno um
“produto ativo” e não um “consumidor passivo” da informação”, pois, segundo ele,
aprendemos não porque a informação nos é transmitida, mas porque construímos
nossa versão pessoal da informação.
22
Os professores precisam aprender a mudar suas formas de ensinar para que
as diferentes formas de aprender de seus alunos sejam potencializadas pelo uso
das tecnologias e lhes tragam benefícios reais.
Sancho (1998, p. 45) afirma que
a proliferação da utilização das aplicações das tecnologias da informação e
comunicação, desde os computadores pessoais e os sistemas multimídia às
redes de comunicação, tem levantado nos últimos 20 anos enormes
expectativas no âmbito da educação escolar. Diversas vezes magnificou-se
a capacidade destes aparelhos para lidar com a informação; para facilitar a
compreensão de conceitos abstratos e a resolução de problemas; para
aumentar a motivação dos alunos pela aprendizagem; para facilitar a tarefa
dos professores, etc..
O aparecimento dos sistemas hipermídia baseados em computadores, que
agrupam textos, imagens e sons e fazem chegar informações às escolas, vêm
permitindo aos professores propor atividades, levando em consideração os
diferentes estilos e necessidades cognitivas de seus alunos.
O computador é uma ferramenta de trabalho com a qual o professor pode
utilizar diversos cenários de ensino e aprendizagem, entre eles, tutores,
simuladores, demonstrações, jogos educativos, ferramentas de textos,
desenhos e imagens, dependendo de seus reais objetivos educacionais
(PAPERT, 1994, p. 03).
Esses objetivos devem estar tão claros e definidos como os papéis da escola,
da aprendizagem, do ensino, dos alunos, da metodologia e da avaliação que se
pratica na escola, a fim de não se tornarem apenas mais uma nova proposta de
reprodução e prática de transmissão de conhecimento já exercida.
Segundo Moran (2004, p.14), “as tecnologias sozinhas não mudam a escola,
mas trazem mil possibilidades de apoio ao professor e de interação com e entre os
alunos” e, nessa perspectiva, o professor deve aprender a utilizar-se dessas
tecnologias como meios que levem seus alunos a encontrarem soluções para seus
problemas. Na escola, não basta mais somente repassar informações, é necessário
levar o aluno a utilizar-se dessas informações para mudar o contexto da sociedade
em que vive, tornando-se mais eficazes e autônomos para confrontar-se com novas
situações e problemas.
As escolas, por intermédio de seus profissionais, precisam ter claros os
papéis que os materiais, os meios e as ferramentas desempenham na interação
ensino / aprendizagem, devendo estar expresso em seu Projeto Político Pedagógico.
As TIC, nesse contexto, precisam potencializar a articulação do conhecimento das
diversas áreas, de modo a promover uma integração das disciplinas e o
23
envolvimento dos alunos e professores em atividades socialmente relevantes e
significativas.
Para Nóvoa (2004, p. 6),
É preciso compreender que as tecnologias da informação e da comunicação
transportam formas novas de conhecer e de aprender. E é nesta
perspectiva que faz sentido mobilizar os professores para a utilização das
novas tecnologias de informação e comunicação na escola. Mas esta
utilização deve ter como referência central o próprio conhecimento
profissional do professor. Isto é, não se deve instalar como mais uma
“moda” ou um “recurso mágico”, mas deve sim ser objeto de um trabalho de
apropriação por parte do professor.
Elas podem ser aliadas do professor na sua tarefa de ensinar em uma
sociedade do conhecimento, pois são inúmeros os recursos que elas proporcionam
com vistas à aprendizagem, bastando para isso apropriar-se delas como um
instrumento para ensinar e aprender.
Segundo Lévy (1999, p. 171),
Os professores aprendem ao mesmo tempo em que os estudantes e
atualizam continuamente tanto os seus saberes ‘disciplinarescomo suas
competências pedagógicas.”... “A partir daí, a principal função do professor
não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de
forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no
sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento.
Com efeito, o professor precisa desfazer-se da idéia de que ele deve saber e
dominar tudo e passar a assumir uma atitude colaborativa de aprendizagem com
seus alunos.
Torres, Alcântara e Irala (2004, p. 131) afirmam que vários autores atribuem à
tecnologia a sustentação do processo cooperativo e (ou) colaborativo, pois ela
oferece meios que facilitam o processo de cooperação e colaboração, seja ele na
área educativa, seja na laboral.
Na educação, a concepção de uso das TIC deve estar integrada no
planejamento curricular e Projeto Político Pedagógico das escolas, pois essa
integração exige que o professor conheça os recursos tecnológicos de que dispõe,
entenda do conteúdo que pretende desenvolver com o auxílio delas e ainda tenha
claro como o aluno aprende. É imprescindível conhecer as potencialidades e
limitações dos alunos, para então poder buscar estratégias que enriqueçam sua
prática pedagógica de maneira a tornar o seu ensino atraente, motivador e
significativo. Sandholtz, Ringstaff e Dwyer (1997, p. 174) confirmam tal premissa ao
afirmar que
24
Ao invés de ser ensinada separadamente, a tecnologia deveria ser
integrada na estrutura instrucional e curricular mais geral. Os alunos
precisam de um acesso adequado à tecnologia, incluindo máquinas na sala
de aula e recursos portáteis adicionais que possam ser compartilhados
ente as classes. A tecnologia é melhor aprendida no contexto de tarefas
significativas.
Na área das necessidades educacionais especiais - NEE, um exemplo
clássico é o computador com suas inúmeras possibilidades de uso, pois contribui
tanto como um recurso de acessibilidade quanto como ferramentas para o ensino e
a aprendizagem. Nas palavras de Valente (1997, p. 19),
O computador significa para o deficiente físico um caderno eletrônico; para
o deficiente auditivo, a ponte entre o concreto e o abstrato; para o deficiente
visual, o integrador de conhecimento; para o autista, o mediador da
interação com a realidade; e, para o deficiente mental, um objeto desafiador
de suas capacidades intelectuais.
Essas são algumas das possibilidades que podem ser implementadas pelas
tecnologias computacionais para alunos com NEE. Muitas ainda serão descobertas
e propostas, pois autores como Valente (1991, p. 6) pesquisam o uso do
computador como auxílio a qualquer que seja o grau de necessidade dos alunos, até
porque é composto de diversas ferramentas que propiciam um trabalho lúdico-
pedagógico, sempre mediado pelos professores.
Segundo Pastor (1998, p. 239), dentre as novas tecnologias,
o computador está na nossa sociedade para todos os indivíduos, seja qual
for a sua capacidade sensorial, intelectual ou motora, mas, para muitos, os
recursos tecnológicos da informática possibilitam o único caminho
conhecido até o momento de realizar tarefas o importantes como
expressar-se, comunicar-se trabalhar ou aprender.
Não o computador, mas as diversas dias disponíveis podem promover
situações de aprendizagem que favoreçam a construção do conhecimento de forma
mais significativa e participativa, para todos alunos, independente de suas
necessidades, trazendo possibilidades aos alunos com NEE, principalmente na
promoção de maior autonomia.
Porém, são imprescindíveis certos cuidados quando da incorporação das TIC
nas atividades escolares, pois
O impacto das novas tecnologias sobre nosso dia-a-dia exige comunhão
entre o poder da técnica e a consciência da importância social, política,
além de pedagógica, de nossas escolas, para evitarmos que a racionalidade
técnica prepondere, desumanizando a escola, transformando-a em espaço
de decisões tecnicistas (CARVALHO, 2001, p. 14).
Do mesmo modo que as demais tecnologias utilizadas na escola, há de se ter
claro que são recursos ou meios para contribuir no processo de ensino e
25
aprendizagem, necessitando de objetivos definidos quanto a sua utilização, bem
como planejamento adequado ao usuário, caso contrário,
A tecnologia por si mesma não representa garantia de reestruturações
lógicas, ainda que possa desempenhar importante apelo quanto à
motivação. Sua importância maior consiste em que se possam utilizar os
computadores como próteses e como amplificadores da cognição
(BATTRO, 1989 p. 21).
Inúmeras experiências nos remetem à constatação das possibilidades do uso
da tecnologia na educação, tanto em nível nacional como internacional, como, por
exemplo, a do o Projeto ACOT (Apple Classrooms of Tomorrow), nos Estados
Unidos.
Esse projeto durou aproximadamente dez anos e se encontra descrito no livro
“Ensinando com Tecnologia Criando Salas de aula Centradas nos Alunos”
(SANDHOLTZ, RINGSTAFF e DWYER, 1997), com as experiências realizadas, com
relatos dos professores, as pesquisas, as frustrações, os papéis do professor e dos
alunos, os avanços, as mudanças provocadas e o exame das condições-chave
necessárias para que a tecnologia tenha uma influência positiva sobre o ensino e a
aprendizagem.
O objetivo geral do projeto consistiu em “criar diferentes formas de
aprendizagem e ensino com a ajuda da tecnologia, e não fazer com que a tecnologia
determinasse o que deveria ser aprendido ou como deveria se ensinar” (CUBAN in
SANDHOLTZ, 1997, p. 11).
Os pesquisadores concluíram que a tecnologia na educação incentiva a
aprendizagem cooperativa centrada no aluno, mas que o impacto dela sobre o
ambiente de aprendizagem se desenvolve em um período extenso de tempo;
ademais, a sua implementação inspira os professores a utilizarem tarefas e
materiais mais complexos em sua instrução (MEANS, 1994)
3
apud SANDHOLTZ,
RINGSTAFF e DWYER (1997, p. 27).
Ainda nos Estados Unidos, cita-se um estudo realizado por Alcântara (2002),
com seis estudantes matriculados num programa educacional para adolescentes
com necessidades especiais. O estudo foi realizado em uma escola localizada numa
cidade de tamanho médio do sul daquele país. No contexto de ensino de habilidades
3
MEANS, B. Introduction: Using technology to advance instructional goals. In MEANS, B. (Ed.)
Technology and education reform: The reality behind the promisse. San Francisco: Jossey-Bass,
1994.
26
de trabalho, este estudo buscou comparar a instrução ancorada multimídia com a
instrução ao vivo em alunos com necessidades especiais em duas tarefas de
trabalho.
Segundo Alcântara (2002, p.1),
Esta investigação usou um delineamento experimental de alternância de
tratamentos com seis estudantes especiais em duas tarefas de trabalho.
Conduziram-se provas de generalização em ambiente natural. Os
resultados indicaram que os estudantes expostos à instrução ancorada
multimídia desempenharam maior número de passos corretos,
necessitando menos sessões de treinamento para alcançar o critério
educacional durante a aquisição das habilidades. Em contraste, estudantes
expostos à instrução ao vivo demonstraram um maior número de passos
corretos generalizados. Conclui-se que um educador poderá prevalecer-se
das estratégias para treinar seus alunos durante a transição da escola para
o trabalho.
Considerando que tanto a instrução ancorada multimídia como a instrução ao
vivo podem resultar em aprendizagem, caberá ao professor fazer uma escolha
instrucional que mais atenda às suas necessidades e à de seus alunos especiais. O
leitor poderá conhecer todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa, o qual
se encontra relatado nos Anais do III Congresso Ibero-Americano de Informática na
Educação Especial, realizado em Fortaleza, no Ceará, em agosto de 2002.
Outro exemplo provém da Europa, e é citado por Guilleran (2006, p. 86),
especialista em TIC na prática e na educação e coordenadora do Centro de
Gestores Escolares (School Manager Centre) na Rede de Escola Européias. Ela faz
referência a dois estudos patrocinados pela Rede de Escolas Européias da
Comissão Européia: um sobre o uso das TIC nas escolas européias chamado
eWatch e um estudo-piloto sobre o uso de um ambiente virtual de aprendizagem
chamado Future Learning Environment 3 (FLE3), criado especificamente para ajudar
os estudantes a desenvolver sua própria base de conhecimento a partir de princípios
construtivistas.
No capítulo “Prática Inovadoras em Escola Européias”, Guilleran relata o
contexto das TIC, a situação da rede européia, as estratégias de pesquisa de campo
com enfoque nas dimensões pedagógica e tecnológica e a conclusões do estudo
eWatch, que resultam num relatório que se centrou no trabalho em equipe e práticas
de ensino colaborativo. Os estudos abrangeram as escolas de ensino fundamental,
médio e escolas de ensino médio técnicas.
27
No segundo estudo “Ambientes de aprendizagem do futuro”, a autora trata do
perfil dos professores do projeto, da utilização do ambiente FLE3, e do apoio aos
projetos mediante Chat reflexivo.
Além dos exemplos de Guilleran, há os relatórios com as perspectivas de
cada país participante da investigação desenvolvida pela Agência Européia para o
Desenvolvimento em Necessidades Educativas Especiais, bem como as bases de
dados de exemplos das práticas que podem ser consultados no endereço
eletrônico
4
, da página da Agência Européia para o Desenvolvimento das
Necessidades Educacionais Especiais.
No Brasil, pode-se citar o trabalho de Weiss e Cruz, sobre o uso da
informática para trabalhar com alunos que apresentavam problemas escolares de
aprendizagem, por elas definidos como dificuldades no processo de aprendizagem
(DPA). Em seu livro “A informática e os problemas escolares de aprendizagem”
fazem uma retomada do sujeito aprendente”, do papel da informática, mais
especificamente do papel que o computador ocupa no ensino, na aprendizagem e
na escola e relatam várias experiências realizadas com alunos que apresentam
problemas de dislexia, hiperatividade, falta de atenção, dentre outros.
As autoras afirmam que a escola não pode deixar de preparar seus alunos e
inserí-los na sociedade tecnológica e que “o uso do computador funciona
efetivamente como instrumento no processo de ensino-aprendizagem, se for
inserido num contexto de atividades que desafiem o grupo em seu crescimento”
(WEIS; CRUZ, 1999, p. 18).
Várias experiências, específicas do uso dos computadores nas NEE, foram
atestadas também por Valente e compiladas no seu livro Liberando a mente
computadores na educação especial”, nascido a partir do projeto “Uso da Informática
na Educação Especial” desenvolvido no Núcleo de Informática Aplicada à Educação
(NIED) da Universidade Estadual de Campinas, onde se desenvolvem pesquisas
importantes na área, até os dias atuais.
O principal objetivo é descrever como a informática pode ser uma ferramenta
útil na educação especial, questionar as metodologias utilizadas no processo de
ensino e aprendizagem e relatar as diversas experiências na área de informática na
educação especial realizadas no Brasil e em outros países da América Latina,
4
<www.european-agency.org >
28
apontando para o computador como um importante aliado no processo educacional
do aluno com NEE (VALENTE, 1991).
Também no livro de Valente e Freire (2001) “Aprendendo para a vida: os
computadores na sala de aula”, a parte dois é dedicada a relatos de experiências,
com exemplos de atividades de sala de aula objetivando a integração do
computador aos conteúdos disciplinares por meio de projetos pedagógicos.
No total, são doze relatos de projetos desenvolvidos na Associação de
Assistência à Criança Deficiente (AACD), com crianças que apresentam deficiência
física-neuromotora na faixa etária de 5 a 15 anos, nas turmas de educação infantil
até 4ª. série do ensino fundamental. Os temas trabalhados versaram sobre
organização e localização espacial, alimentos, expressão verbal, cultivo de flores,
animais, revendo a história do deficiente físico, dentre outros. Ao final de cada
experiência, os relatos confirmam o potencial do computador como ferramenta
facilitadora no processo de ensino e aprendizagem.
Os exemplos citados, assim como outros que podem ser encontrados nos
sites do NIED/UNICAMP
5
, NIEE/UFRGS
6
, Intervox/NCE/UFRJ
7
, REDE SACI
8
,
Programa INFOESP
9
das Obras Sociais Irmã Dulce,
levam à constatação de que a utilização das tecnologias na educação não deve ser
um fim, mas um meio de promover cooperação, aprendizagens, conhecimentos e
atitudes em nossos alunos, pois, como cita Alonso (1998, p. 94),
se um vídeo ou um computador não trazem algo novo e diferente para as
práticas de ensino e para a aprendizagem, um sentindo aos conteúdos
curriculares, então não devem ser utilizados; mas se o trazem, deve-se
reconhecer por meio da avaliação, tanto pelo que representa para o aluno
como pelo que tem de explicativo para o professor em relação à sua
disposição da situação didática.
Daí a necessidade de objetividade, do que realmente se pretende e com que
finalidade utilizar-se dessas ferramentas. Todas as atividades requerem um
planejamento atrelado ao currículo, ao conteúdo ou conhecimento que se pretende
desenvolver e construir, nos e com os alunos.
Todas as experiências aqui citadas, bem como a fundamentação dos
programas nacionais de implementação das TIC no contexto educacional, são
5
<www.nied.unicamp.br/>
6
<http://libra.niee.ufrgs.br/niee/alunos.php>
7
<http://intervox.nce.ufrj.br/>
8
<http://www.saci.org.br/>
9
<http://www.infoesp.net/>
29
respaldadas na abordagem construcionista de Papert (1986), que propõe a criação
de ambientes de aprendizagem ativos, em que o aluno testa suas próprias teorias e
hipóteses. Por meio do erro, ele pode reflexivamente reformular e depurar o
processo promovendo assim a sua aprendizagem.
Papert (1986) desenvolveu sua abordagem com o objetivo de mostrar como o
computador pode auxiliar no processo de construção de conhecimentos e de
habilidades, enriquecendo os ambientes de aprendizagem e resolvendo problemas
de forma significativa.
Segundo Valente (2001, p. 36), estudioso brasileiro das idéias de Papert, o
fato de o aluno buscar informações, de variadas fontes como livros, internet, ou
mesmo outras pessoas para utilizá-las na resolução de um problema concreto, faz
com que ele compreenda e atribua significado a essa informação. E é nesse
momento que se pode afirmar que ele está construindo novos conhecimentos.
Ao refletirmos sobre o universo de utilização das TIC nas escolas públicas
estaduais do Paraná, identificamos que no início, na década de mil novecentos e
noventa, faziam parte do currículo das escolas ou constavam como disciplinas
ensinadas à parte, nas “aulas de informática”. O vídeo era utilizado para ilustrar uma
aula, para suprir uma falta de professor ou, mesmo para encobrir a falta de
planejamento de uma aula. E é essa utilização que está se buscando transformar,
conferindo uma aplicabilidade pedagógica na utilização das TIC.
Pactua-se com Allegretti (1998, p. 19), quando declara que
a tecnologia na Educação encontrará seu espaço, desde que haja uma
mudança na atitude dos professores, que devem passar por um trabalho de
autovalorização, enfatizando seu saber para que possam apropriar-se da
tecnologia com o objetivo de otimizar o processo de aprendizagem. E a
mudança de atitudes é uma condição necessária, não para os
professores, como também para os diretores e demais colaboradores, pois
estes devem conceber a sua posição e a sua autoridade de forma diferente
como agentes formadores, incentivadores, atuando sobretudo como
mediadores do processo e co-participantes do trabalho escolar.
Com planejamento, envolvimento e atitude positiva de todos os profissionais
atuantes nas escolas é possível beneficiar-se das TIC e utilizá-las nos processos de
aprendizagem e ensino, com vistas a transformar os aspectos da realidade em
objetos de estudo e produção de conhecimentos.
O principal ponto a ser considerado, quando da intenção de uso das TIC nas
práticas pedagógicas das escolas, não está nos atributos que elas oferecem, mas
30
em perguntar-se: o que ela trará e se será um contributivo para o processo de
aprendizagem dos alunos, sejam eles com NEE ou não.
A aprendizagem deve ser o foco principal de todas as atividades
desenvolvidas na escola; e nesse sentido acompanha-se com Sandholtz, Ringstaff e
Dwyer (1997, p. 174) que afirmam que
a aprendizagem é um processo ativo e social que ocorre melhor em
ambientes centrados no aluno, nos quais os professores assumem papeis
facilitadores para orientar os alunos em indagações significativas, nos
quais descobrir relações entre os fatos é mais valorizado que memorizar os
fato em si, e nos quais as atividades construtoras de conhecimento são
balanceadas com o uso sensato da prática orientada e da instrução direta.
Novas competências, como as habilidades de colaborar, reconhecer e
analisar problemas com sistemas, de adquirir e utilizar grandes
quantidades de informação e de aplicar a tecnologia na solução de
problemas do mundo real, são resultados valorizados.
Se quisermos, como educadores, formar jovens para participar ativamente
nesta sociedade da informação, mais do que lhe proporcionar o acesso às TIC,
precisamos desenvolver-lhes aprendizagens e conhecimentos que os levem a
“aprender a aprender” (DEMO, 1996), a fim de que saibam selecionar e articular as
informações com autonomia, criatividade e criticidade. Competências necessárias à
produção do conhecimento, que os levem a participar e contribuir para uma
sociedade mais igualitária.
2.3 AS TIC NAS POLÍTICAS DAS NEE
A heterogeneidade dos alunos hoje nas escolas se tornou um desafio, e a leis
como a Constituição Federal (1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei n.º 9.394/96) estabelecem que a educação é direito de todos e garante
ao aluno com NEE atendimento educacional especializado, preferencialmente em
escola regular” (JUSTIFICATIVA, BRASIL, 1999, p. 13). O movimento no Brasil pela
inclusão escolar cresce a cada dia e o professor tem encontrado dificuldades para
atender a esses alunos, pois não possui formação específica para tal.
São ainda pontuais as instituições e organizações que pesquisam e produzem
tecnologias com vistas a suprir as necessidades especiais apresentadas na
diversidade, pois a maioria dos instrumentos e avanços tecnológicos é criada para
atender às pessoas sem deficiência.
31
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) desenvolve vários programas em
parceria com as Secretarias de Estados da Educação, destinando recursos para
equipamentos e projetos de capacitação de professores, que podem ser consultados
no site
10
do Portal do MEC. Porém, nesta pesquisa, nos ativemos aos programas e
às políticas relacionados a recursos e capacitações para utilização das TIC com
alunos com NEE.
Segundo Medeiros (2001, p. 73), “um dos princípios da Secretaria de
Educação a Distância do MEC é colocar a tecnologia a serviço da educação”.
A LDB n.º 9.394/96 (BRASIL, 1996) determina que os alunos com NEE
tenham os mesmos direitos que o restante dos alunos, incluindo o acesso às TIC
adequadas, porém as propostas nacional e estadual de políticas educacionais das
TIC são mais gerais, como, por exemplo, o Programa Nacional de Informática na
Educação (PROINFO), da Secretaria de Educação à Distância (SEED) do MEC.
Criado em 1997, procurou abranger a rede pública de ensino fundamental de todas
as unidades da Federação introduzindo as tecnologias de informática e
telecomunicações telemática - nas escolas e promovendo capacitação para
professores e técnicos, por meio dos Núcleos de Tecnologias na Educação (NTE)
presentes nas principais cidades dos estados (ALMEIDA, 1998, p 5).
Com efeito, um projeto em nível nacional, para a infra-estrutura e capacitação
de professores na utilização das TIC nas NEE, foi o Projeto de Informática na
Educação Especial, o Proinesp, da Secretaria de Educação Especial (SEESP) do
Ministério da Educação (MEC), nos mesmos moldes do Proinfo.
O projeto da SEESP tem como proposta "contemplar escolas ligadas a
instituições não-governamentais que atendem alunos com necessidades educativas
especiais", que freqüentam escolas especializadas mantidas nestas entidades, no
momento ligadas às Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e
Pestalozzi. Propõe-se o financiamento para a criação e estruturação de laboratórios
de informática nessas escolas, "visando ao desenvolvimento dos alunos portadores
de necessidades especiais e à formação continuada de professores". Refere-se,
ainda, à necessidade da realização de cursos de formação de professores e de sua
capacitação no uso pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) (ANDRADE, 2002, p. 7).
10
<www.mec.gov.br>
32
Segundo consta na página da Secretaria de Educação Especial do MEC
(2007), “no ano de 2003 foram implantados 60 laboratórios de informática e para
2004 serão entregues 100 laboratórios e a capacitação de 328 profissionais que
atuarão como multiplicadores do PROINESP”. Porém, estes laboratórios não farão
parte da pesquisa, considerando o que já foi citado anteriormente, que se encontram
em escolas e instituições não-governamentais, e a amostra desta pesquisa
contemplou apenas as escolas públicas regulares.
As últimas notícias relacionadas às TIC para NEE constam no Portal do MEC
(2007) dia 16/07/2007, por Pereira Filha:
Escolas de educação básica da rede pública de todas as unidades da
Federação terão salas de recursos multifuncionais para apoiar o
atendimento educacional especializado. Ao todo, 500 escolas contarão com
salas multifuncionais, onde serão instalados computadores, impressoras,
móveis, jogos pedagógicos e outros equipamentos.
Desse total, 100 escolas terão salas com recursos para deficiência visual,
como impressora e máquina de escrever em braille, calculadora sonora,
conjunto de lupas e globo terrestre adaptado. A sala de recursos para
deficiência visual é composta de 28 itens. A outra tem 14 itens.
O edital do programa de implantação das salas de recursos multifuncionais
foi publicado em abril deste ano. O objetivo do edital foi selecionar projetos
de municípios, estados, Distrito Federal e instituições federais com escolas
de educação básica, para expandir a oferta do atendimento educacional
especializado aos alunos incluídos nas classes comuns do ensino regular.
As escolas que receberam salas de recursos multifuncionais no período
de 2005 e 2006 não foram contempladas novamente.
O programa de implantação das salas de recursos multifuncionais visa
apoiar os sistemas de ensino na organização e oferta do atendimento
educacional especializado, fortalecendo assim o processo de inclusão nas
classes comuns de ensino regular, que tem crescido ano a ano.
E ainda em 23/07/2007,
(...) a Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC) distribuirá 774
notebooks para escolas públicas que tenham alunos cegos matriculados no
ensino médio.
No Brasil são 784 alunos cegos que cursam o ensino médio em escolas
públicas. (...)a Seesp distribuirá, a partir da primeira semana de agosto, 774
notebooks com programas de leitor de textos como o Dosvox. Isso permitirá
a leitura dos livros em áudio, além da edição de textos, acesso à internet e à
impressão dos trabalhos dos alunos em impressora braille
computadorizada.
Após a entrega de todos os equipamentos eletrônicos, a Seesp enviará para
as escolas contempladas um termo de doação, que delega às escolas e às
secretarias estaduais de educação a responsabilidade pela manutenção e
guarda dos computadores, que poderão ser deslocados para outras
escolas, de acordo com o movimento futuro das matrículas de alunos cegos
no ensino médio.
Outro programa relacionado às TIC, ofertado pelo MEC para as escolas, é o
Programa TV Escola, que foi criado em 1996 como um programa de
aperfeiçoamento e capacitação em serviço, a distância, destinado a professores da
33
rede pública de ensino fundamental e médio. O programa foi orientado pela
demanda social existente e pelo reconhecimento da contribuição que a tecnologia de
educação a distância pode prestar à consolidação de um padrão de qualidade para
o ensino público, e sua concepção levou em consideração as experiências
consolidadas no país, buscando novas perspectivas (MEDEIROS, 2001).
Segundo Medeiros (2001, p. 72),
seu objetivo de criação foi o de ser mais uma estratégia para reduzir as
taxas de repetência e evasão, motivar professores, alunos e comunidade
escolar; incentivar atitudes autônomas que fossem a base para a
aprendizagem; propiciar o desenvolvimento humano permanente.
A Secretaria de Educação a Distância do MEC é a responsável pelo programa
que continua ativo até os dias atuais. Além de fornecer os equipamentos para
recepção dos programas veiculados diariamente para todo o Brasil, por sinal aberto
(canal livre) transmitido pelo satélite Brasilsat, fornece um Guia de
Programas/Manual de recepção, grade de programação, revistas com cartazes e
sugestões de atividades relacionadas aos programas (MEDEIROS, 2001).
Consultando-se o Guia de Programas (BRASIL, 2005, p. 82-87), encontram-
se vinte e três vídeos e mais seis séries com números diferenciados de programas
relacionados a Educação Especial, um número considerado ínfimo, levando-se em
conta o universo de vídeos disponíveis para as demais áreas.
No Estado do Paraná não consta política específica que contemple o uso das
TIC por alunos com NEE, exceto alguns cursos promovidos pela Secretaria de
Estado da Educação na tentativa de divulgação de tecnologias para Educação
Especial. Com a discussão das Diretrizes Estaduais de Educação, foi proposta a
inclusão de um Caderno Temático sobre as Tecnologias de Informação e
Comunicação na Educação, em que deverá constar tópico específico sobre as NEE.
Há, ainda, na Secretaria de Estado da Educação uma Diretoria de Tecnologia
Educacional que coordena trinta e duas Coordenações Regionais de Tecnologias na
Educação (antigos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE)), distribuídas nos
Núcleos Regionais de Educação, onde trabalham professores que são Assessores
Pedagógicos de Tecnologia, prestando assessoria aos professores de todas as
escolas do estado quanto ao uso das TIC em suas prática pedagógicas.
34
Segundo o Censo Escolar de 2006
11
, das 2.503 escolas do Paraná com
alunos em classes comuns em 2006, 96,2% possuem computadores, 41,7%
laboratórios de informática e 57% têm acesso a Internet. Esta pesquisa deverá
revelar a utilização das TIC pelos professores e alunos com NEE.
Por fim, consta ainda o Programa Paraná Digital, que apesar de não ser um
programa específico para atender alunos com NEE, está sendo desenvolvido nas
escolas públicas do Estado do Paraná e, portanto, pode ser utilizado por professores
e por todos os alunos.
Segundo o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) (2007),
que é um grupo de pesquisa que envolve professores e pesquisadores do
Departamento de Informática e do Departamento de Física da UFPR, “o Paraná
Digital é uma das maiores e mais inovadoras experiências de inclusão digital de que
se tem notícia”.
Com o apoio das Secretarias de Educação, Ciência e Tecnologia e Assuntos
Estratégicos do Paraná, da Companhia de Informática do Paraná (CELEPAR), da
Companhia de Energia Elétrica do PR (COPEL) e da Universidade Federal do
Paraná, estão sendo implementados laboratórios de informática nas escolas da rede
pública do Paraná, e até o final de 2007 serão instalados em todas as escolas, 2.100
laboratórios. Conta com uma rede de 44 mil computadores que irão beneficiar 1,5
milhão de alunos em 399 municípios do Paraná.
O C3SL apresentou um modelo viável de laboratório, de custo reduzido,
devido ao desenvolvimento dos Multiterminais e uso de software livre, e concebeu
um sistema único e integrado de todas as escolas, que permite gerência remota e
centralizada de toda a rede, viabilizando assim a continuidade e estabilidade de
funcionamento dos laboratórios.
Conforme consta no Portal Dia-a-Dia Educação, na página do Paraná Digital
12
A primeira ação foi determinar as ferramentas pedagógicas: como o
computador vai ser inserido na comunidade educacional e de que forma o
professor vai ter um melhor aproveitamento, com o preparo de sua aula,
como o aluno vai agregar mais conhecimento usando a ferramenta
computador. No momento em que se fez o desenho inicial desta ferramenta
pedagógica, no caso o Portal, tivemos a preocupação que ela rodasse em
11
BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo Escolar.
2006. Disponivel em
<http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=62&Itemid=191.> Acesso
em: 02 ago. 2007.
12
<www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/paranadigital/o_que_e.php>
35
qualquer ambiente e sistema operacional, ou seja, que fosse
multiplataforma. Desta forma, o projeto de informatização o ficaria
fechado a um sistema operacional, navegador ou qualquer tipo de
aplicativo. Isso possibilitou implementar todo o ferramental, tanto no
desenvolvimento do Portal quanto nos computadores que as escolas vão
receber agora com a utilização do software livre, tanto no sistema
operacional - que será o linux, quanto os aplicativos usados, como software
de editor de textos, planilha de apresentação navegadores (PARANÁ,
2007).
Nota-se, nessa declaração, a preocupação em como o computador será
utilizado, tanto pelo professor como ferramenta de ensino, quanto pelo aluno como
aproveitamento para seu processo de aprendizagem, o que propõe pesquisa futura,
no sentido de analisar se tais propostas contribuíram para as práticas pedagógicas.
Segundo o C3SL, “o objetivo do Paraná Digital é possibilitar aos professores
e alunos dessas escolas o uso de ferramentas de Internet, editoração, planilhas e
diversos programas de software livre úteis para a educação” (UFPR, 2007).
Supõe-se ser uma proposta audaciosa e com objetivos válidos, porém
necessidade de formação contínua para os professores, para que realmente façam
uso de tais recursos com vistas a potencializar tanto o ensino como a aprendizagem
de todos os alunos que se encontram nas escolas públicas estaduais do Paraná.
2.4 TIC E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A sociedade atualmente, requer da escola uma nova estrutura, e do professor
a busca de práticas educacionais evoluídas e diferenciadas para promover a
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais.
É necessário oferecer aos profissionais da educação subsídios que possam
se tornar instrumentos teóricos e práticos, permitindo-lhes tanto uma
reflexão sobre o redesenho da escola de acordo com este novo paradigma
como um melhor desempenho de sua atividade docente (JUSTIFICATIVA,
BRASIL,1999, p.16).
O professor precisa desenvolver e usar metodologias de ensino a partir das
quais os conteúdos curriculares sejam abordados de forma diferenciada, a fim de
subsidiar os diversos estilos e ritmos de aprendizagem de todos os estudantes,
atendendo suas necessidades e dificuldades de aprendizagem. Precisa tornar seus
alunos mais confiantes e independentes em seu processo de aprendizagem,
proporcionando-lhes experiências variadas e refletindo sobre elas.
36
São exigências diferentes para o professor. Uma se refere ao trabalho com a
diversidade, em que ele deve saber identificar as necessidades educacionais de
cada aluno para promoção de suas aprendizagens e outra é apropriar-se dos mais
variados recursos disponíveis, dentre eles as TIC, a fim de promover a primeira.
A formação acadêmica atual não está dando conta dessa demanda, pois não
prepara o professor na perspectiva da inclusão e nem para a utilização das
tecnologias, ocasionando, inclusive, a resistência de alguns em apropriar-se delas,
pois
as escolas que hoje estão formando os novos educadores necessitam ter
como objetivo formar um cidadão que esteja preparado para trabalhar no
mundo atual, que seja crítico em relação ao universo em que vive, que
tenha condições de formar sua opinião ao ter acesso à informação e seja
capaz de enfrentar o desconhecido, de criar o novo e, principalmente, de se
autodesenvolver (SILVA, 1998, p. 34).
Acredita-se que a principal dificuldade de inserção das TIC no processo de
aprendizagem dos alunos e na prática pedagógica dos professores seja a falta de
formação nesse setor, ou seja,
falta-lhes uma formação que lhes permita entender a complexidade dos
fenômenos das sociedades tecnológicas: avaliar, selecionar e, no melhor
dos casos, desenvolver as tecnologias adequadas para levar a cabo a sua
função. Entendendo a tecnologia, de uma perspectiva metodológica, como a
articulação do saber escolar, passando pela utilização de diferentes
sustentações para a informação: do texto impresso às redes de
comunicação (SANCHO, 1998, p.18).
Apesar de o ser foco desta pesquisa a formação acadêmica dos
professores, foi realizada no mês de maio do corrente ano uma verificação nas
matrizes curriculares dos cursos de Licenciatura em Letras, Matemática e Pedagogia
de três instituições de ensino superior do Paraná, a seguir denominadas como
primeira, segunda e terceira, com o objetivo de verificar a oferta de disciplinas que
contemplassem as TIC.
Considera-se importante esclarecer que foi uma consulta, realizada por
meio da internet nas matrizes curriculares disponíveis dos sites das instituições, sem
aprofundamento em relação aos conteúdos constantes das disciplinas, examinando-
se somente o nome com a especificidade e alusão às tecnologias. E ainda, optou-se
por não divulgar os endereços eletrônicos, dados os objetivos desta pesquisa.
Foi constatado que no curso de Letras, das três instituições, não se oferta
nenhuma disciplina relacionada às TIC. no curso de Matemática, aparece na
primeira, “Programação de Computadores”, na segunda, um ano de Educação
37
Matemática e Tecnologia de Ensino” e na terceira “Informática Instrumental e Prática
Profissional: Matemática e Relações com Física, Desenho e Tecnologias”. Por fim,
no curso de Pedagogia consta na matriz da primeira instituição uma disciplina
denominada “Tecnologia aplicada à Educação”, da segunda, uma como “Educação
e Tecnologia” e da terceira constam “Pesquisa e Informática Aplicadas à Educação”,
“Multimeios na Ação Docente”, “Mídia e Aprendizagem” e “Gestão das Mídias
Educacionais”.
Esta simples mas significativa verificação vem afirmar a deficitária formação
dos professores no que se refere à utilização das TIC nas escolas pois, à exceção
do curso de Pedagogia na instituição particular, pode-se considerar quase nula a
oferta desse aprendizado aos futuros professores.
Portanto, a necessidade de se rever e desenvolver formação para os
professores, pois, segundo Schön (2000, p. 30), “capacitar-se no uso de uma
ferramenta é aprender, diretamente e sem raciocínio intermediário, as qualidades
dos materiais que apreendemos através das sensações tácitas da ferramenta em
nossas mãos”, a fim de que desenvolvam uma “atitude reflexiva e crítica” (NÓVOA,
1995, p. 25) diante do planejamento e da utilização das TIC como recursos e meios
de ensino e aprendizagem.
Conforme Almeida (1998, p. 10), a introdução de tecnologias como
o computador no sistema educacional ganha ainda maior importância ao
colocar ênfase na preparação do professor, proporcionando condições para
que ele possa dominar os recursos computacionais e telemáticos, empregá-
los com seus alunos e envolver-se em um processo de formação em
serviço.
Além de conhecerem as TIC, os professores precisam avaliar e decidir sobre
sua melhor utilização como ferramentas e instrumentos educacionais. Para que
realmente sejam úteis na promoção da aprendizagem.
Precisam de um conhecimento que possibilite a organização de ambientes
de aprendizagem (físicos, simbólicos e organizacionais) que situem os
alunos e o corpo docente nas melhores condições possíveis para
perseguirem metas educacionais consideradas pessoal e socialmente
valiosas (SANCHO, 1998, p.13).
No entanto, se não houve essa formação, ou ficou incompleta durante a
graduação, resta às instituições tentar suprir essa falha, propondo alternativas de
formação continuada, a fim de dirimi-las ou suprimi-las.
Conforme pondera Behrens (1996, p. 38), “a formação continuada não se
apresenta por si como uma solução para os problemas de qualidade no ensino,
38
mas abre perspectivas de construir ações coletivas, na busca da qualificação do
trabalho docente”, e uma das necessidades postas hoje ao professor é desenvolver
competências no domínio do uso pedagógico das TIC.
Para Almeida (1998, p. 9), “a formação de professores, particularmente em
serviço e continuada, tem sido uma das maiores preocupações da Secretaria de
Educação a Distância, em três de seus principais programas, o PROINFO, a TV
Escola e o PROFORMAÇÃO”, porém o que se percebe é que os cursos de
formação continuada ofertados aos professores em serviço que atuam com alunos
com NEE, relacionados às TIC, raras vezes são específicos para sua área de
atuação.
Muitas pesquisas já foram e estão sendo desenvolvidas, no sentido de buscar
estratégias de uso pedagógico das TIC, principalmente na área das NEE, de
reconhecimento de seu potencial como ferramenta para a aprendizagem. Estamos
ainda numa fase introdutória, de descobertas e, por isso, uma proposta que se
considera contributiva são as trocas de experiências, que se constituem num
instrumento de construção e referência útil para os professores, para que a sua
influência possa ser consolidada na prática educativa.
Segundo Nóvoa (1995, p. 26), “a troca de experiências e a partilha de saberes
consolidam espaços de formação mútua, no quais cada professor é chamado a
desempenhar, simultaneamente, o papel de formador e de formando”.
Também a Declaração de Salamanca, de Princípios, Política e Prática para as
Necessidades Educativas Especiais, no art. , insta os governos a desenvolver
projetos demonstrativos e incentivar a troca de experiências integradoras”, o que
denota que elas podem constituir-se em um marco inicial e referencial para
substanciar as práticas pedagógicas com uso das TIC para alunos com NEE
(UNESCO, 1994).
Nóvoa (2001, p. 1) afirma que “formação não é qualquer coisa prévia à ação,
mas que está e acontece na ação”, e “é no espaço concreto de cada escola, em
torno de problemas pedagógicos ou educativos reais, que se desenvolve a
verdadeira formação”. Portanto, as ações de formação de professores para o uso
pedagógico das TIC podem ser contextualizadas no ambiente escolar baseadas em
trabalho colaborativo com seus pares.
39
Essa aprendizagem contínua, em que professores / alunos e alunos /
professores participam, visa a um processo de formação cujo objetivo é o
desenvolvimento de projetos colaborativos.
Todos são aprendizes em contínua interação, trocando experiências e
ajudando-se mutuamente, aprendendo em ão, com a reflexão e
depuração que se desenvolve antes, durante e após a ação. Estabelece-se
uma praxis contextualizada”, cujas “freqüências das interações e
comunicações são indicadores de mudanças gestadas nas escolas”,
conforme ressalta Imbernón (ALMEIDA, 1998, p. 74).
Acredita-se que a formação do professor pressupõe um processo
permanente, integrado ao seu dia-a-dia na sala de aula e a estudos e trocas
constantes que consolidem seus conhecimentos emergentes de sua prática
pedagógica e de seus colegas docentes.
Comunga-se com o pensamento de Nóvoa (1995, p. 26), que considera
a criação de redes coletivas de trabalho constitui, também, um fator
decisivo de socialização profissional e de afirmação de valores próprios da
atividade docente e contribuindo para a emancipação e para a
consolidação de uma profissão que é autônoma na produção dos seus
saberes e dos seus valores.
Normalmente se percebe que os programas de formação são pontuais, por
vezes não se levando em consideração as necessidades dos professores, além de
ocorrerem em períodos curtos e desvinculados das práticas nas escolas.
As mantenedoras também não estão conseguindo suprimir essa lacuna,
encarando-a como um processo permanente, integrado ao dia-a-dia da sala de aula,
por meio da formação continuada, e as escolas têm que buscar os meios mais
diversos possíveis para tentar promovê-la e subsidiar seus professores.
Aos professores, urge a exigência de conhecimentos além daqueles que
receberam em seus cursos de formação, devendo ser incentivados a buscarem
inovações a fim de tornar a sua sala de aula e a sua escola um ambiente propício à
construção do conhecimento, utilizando-se das mais diversas metodologias que
atendam às necessidades de todos os alunos, com ou sem deficiência.
Para tornar-se um mediador e promotor do processo de ensino e
aprendizagem, o professor necessita investir em sua formação continuada a fim de
manter-se atualizado e apropriar-se de recursos tecnológicos que o auxiliem para
esse novo papel. Conforme Perrenoud (1993, p. 2000, p. 3), “no quadro de um
processo de profissionalização, mais do que difundir respostas e soluções, a
40
formação deve preparar os professores para se interrogarem e para identificarem e
resolverem problemas”.
As reformas educacionais e o movimento pela inclusão escolar dos alunos
com NEE exigem novas aptidões em termos de formação docente. Todos os países
têm ações dirigidas à formação e atualização de professores e professoras, porém,
poucas mudanças têm-se percebido em relação à prática pedagógica dos
professores e melhoria na aprendizagem de seus alunos.
Percebe-se que os programas de formação docente inicial e continuada se
fundamentam em práticas homogeneizadoras, centradas em transmissão de
conhecimentos fragmentados e são pensados fora da realidade da escola,
normalmente não acrescentando muito quando do retorno do professor para sua
sala de aula e seus alunos.
Partindo dessa premissa buscou-se uma proposta que colaborasse para o
processo de formação continuada dos professores, acreditando que, por meio da
troca de experiências é possível melhorar as práticas educativas nas escolas, pois
segundo Demailly (1995, p. 157),
No plano coletivo, para fazer <mexer> um número mais significativo de
professores, as formações mais eficazes são do tipo interactivo-reflexivo.
Em primeiro lugar, porque suscitam menos reflexos de resistência perante a
formação e permitem gozar o prazer da fabricação autônoma das respostas
aos problemas encontrados. Em segundo lugar, porque abordam a prática
de maneira global, não a encarando como mera aplicação de um somatório
de saberes. Em terceiro lugar, porque permitem inventar novos saberes
profissionais, o que é indispensável hoje em dia, uma vez que não há
soluções pré-elaboradas que respondam adequadamente à maior parte dos
problemas educativos e didáticos com que os professores são confrontados.
Por meio das trocas de experiências, facilita-se a busca de soluções
construídas em conjunto para solução dos desafios presentes nas escolas, pois,
como nos diz Moran, “é importante a troca de informações, a divulgação dos
principais achados” (2006, p. 48).
O trabalho em conjunto, em colaboração, em parceria na escola tende a surtir
melhores resultados, pois segundo Sandholtz, Ringstaff e Dwyer (1997, p. 174)
os professores ficam mais dispostos a adotar e adaptar novas idéias
quando vêem modelos em salas de aula ativas onde os alunos participam
de forma bem-sucedida. O crescimento profissional é acelerado em
contextos nos quais os professores trabalham como equipes e participam
de padrões de trabalho em que reflexão e estudo, que enfatizam a
elaboração de novas tarefas de aprendizagem, situações, interações,
ferramentas e avaliações para suas próprias salas de aula. [...] o
crescimento contínuo ocorre quando os professores desenvolvem equipes
de apoio e quais discutem e criticam a prática regularmente.
41
Ao verificar experiências que foram desenvolvidas por colegas que atuam
nas escolas públicas, utilizando-se dos recursos de que elas dispõem, com alunos
de histórias parecidas, o professor poderá repensar sua prática, unir-se ao trabalho
de seus colegas; motivando-se e buscando desenvolvê-las ou criando novas
práticas na sua escola.
Acompanha-se Behrens, para quem " [...] o professor precisa aliar-se aos
seus pares, na própria escola, com sua própria realidade, para buscar caminhos
alternativos de superação da reprodução para a produção de conhecimento”, e, para
tanto, é necessário que os docentes
[...] consigam teorizar a sua prática, para poder renová-la, e esta
competência não se concretiza com treinamentos massificados, mas com
questionamento, reflexão individual e coletiva, pensamento crítico e criativo,
produção própria e educação continuada. O desafio é abandonar os cursos
imediatistas que contemplem a ação reprodutiva, para desencadear
mecanismos docentes processuais, coletivos, dinâmicos e contínuos de
capacitação (1996, p. 229).
Não mais como se atualizar e se profissionalizar somente esperando tais
cursos imediatistas promovidos pelas mantenedoras. que se buscar estratégias
que, de alguma forma, possam contribuir para trocas, construções colaborativas e
de resoluções de problemas cotidianos encontrados nas salas de aulas e nas
escolas, com os alunos e suas necessidades educacionais.
Conforme afirma Ross (2006, p. 5):
“uma prática educativa que pretenda a valorização das diferenças, e o
respeito às necessidades de cada um dos alunos, será marcada pela troca
constante de experiências e de aprendizagem”.
Espera-se que mediante os relatos e as troca de experiências aconteçam
novas aprendizagens, que venham a favorecer a melhoria na qualidade tanto na
educação como na inclusão escolar, objetivo do trabalho baseado no Projeto
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas Necessidades Educativas
Especiais conduzido pela Agência Européia para o Desenvolvimento em
Necessidades Educativas Especiais.
Com efeito, o processo de formação docente para utilização das TIC envolve
desafios que só poderão ser ultrapassados em longo prazo, mas é necessário
buscar formas que permitam enfrentar essas dificuldades, para que tal processo se
traduza em uma ação de cooperação, em que professores e alunos se disponham a
partilhar a aprendizagem a cada dia.
42
Por fim, considera-se a necessidade de formação contínua e permanente do
professor que esteja integrada ao seu dia-a-dia, em sua prática pedagógica na
escola, em suas reflexões e trocas com seus pares e com seus alunos. Isto porque,
conforme Behrens (1996, p. 39), as propostas de formação continuada devem
contribuir para a profissionalização do professor, emancipação e consolidação
profissional, devendo transcender a atuação isolada do professor que não sabe o
que fazem seus pares, sendo realizada dentro da escola, considerando-se o
cotidiano escolar.
2.5 TIC E PRÁTICA PEDAGÓGICA
Antes de se pensar sobre a utilização das TIC na prática pedagógica dos
professores, precisa-se repensar como o professor está desenvolvendo sua prática
nas escolas, tendo como princípios a heterogeneidade dos alunos, as diversas
formas de aprender e as necessidades que a sociedade impõe aos indivíduos.
A esse respeito, Nóvoa (2004, p. 7) alerta:
o mínimo que se exige de um educador é que seja capaz de sentir os
desafios do tempo presente, de pensar a sua ação nas continuidades e
mudanças do trabalho pedagógico, de participar criticamente na construção
de uma escola mais atenta às realidades dos diversos grupos sociais.
Em outras palavras, que seja capaz de perceber os avanços científicos e as
mudanças que eles têm promovido na sociedade, exigindo novas aprendizagens e
habilidades que deverão ser pensadas, planejadas e desenvolvidas no interior das
escolas.
Para Moraes
13
(1997, p. 152) apud Behrens (2005, p. 77),
o papel do educador-educando é propor situação-problema, desafios,
desencadear reflexões, estabelecer conexões entre o conhecimento
adquirido e os novos conceitos, entre o ocorrido e o pretendido, de tal modo
que as intervenções sejam adequadas ao estilo do aluno, as suas
condições intelectuais e emocionais e a situação contextual.
Tem-se ciência que este é o ideal, porém não o real, pois se sabe que as
práticas nas escolas continuam calcadas em aulas expositivas que perpetuam a
transmissão de conhecimentos e que, segundo Behrens (2005, p. 80), estão
13
MORAES, Maria Cândida. O Paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997.
43
concebidas com uma visão mecanicista, fragmentada e conservadora, preocupadas
em vencer conteúdos, manter a disciplina baseada no silêncio e as metodologias
reprodutivas.
Esse fato tem tornado a escola e, por conseguinte a aprendizagem,
desmotivante e enfadonha, cabendo uma reflexão de que prática pedagógica temos,
quais queremos e, ainda, quais são as realmente necessárias.
Segundo Moran (2006, p. 11),
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal,
pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de
pesquisa e de comunicação e uma das dificuldades atuais é conciliar a
extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o
aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos
engessados. Temos informações demais e dificuldade em escolher quais
são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e
da nossa vida.
A escola, representada por seus profissionais, não está sabendo como tratar
essa avalanche de informações, como transformá-los em objeto de estudo, e o seu
desafio está sendo buscar estratégias para dar conta do seu novo papel na
sociedade.
O Módulo 4 do caderno “Educar na Diversidade” da Seesp/MEC (BRASIL,
2006, p. 172) expõe que
Nas reformas educacionais, atualmente em curso na América Latina, o
construtivismo é um dos marcos de referência para explicar e orientar os
processos de ensino e aprendizagem. Este marco considera os processos
individuais na construção do conhecimento e, desta forma, rompe com
abordagens teóricas que predominavam no passado segundo as quais
todos os aluno(a)s aprendem da mesma forma.
Acredita-se que esse fato é de conhecimento da maioria dos professores,
porém se percebe que ainda encontram dificuldades e entraves burocráticos
provindos de políticas educacionais, para ultrapassar o processo de reprodução de
conteúdos e promover práticas mais voltadas para construção do conhecimento.
O construtivismo enfatiza a necessidade de promover aprendizagens
significativas em lugar de aprendizagens mecânicas, repetitivas e não
relevantes para o desenvolvimento da criança. Também enfatiza a
importância da atividade e a atuação como protagonistas dos alunos em
seu processo de aprendizagem, a necessidade de partir de seus
conhecimentos e experiências prévias, a incidência da aprendizagem
cooperativa, e a autonomia e auto-regulamentação do processo de
aprendizagem, entre outros aspectos (BRASIL, 2006, p. 172).
E o desafio para os professores, esta em como trabalhar com essa
heterogeneidade, pois seus alunos chegam à escola trazendo uma série de
conceitos sobre o mundo físico e social, experiências e práticas de vida das mais
44
diversas possíveis e estilos de aprendizagens diferenciados. Schön (1995, p.83) cita
uma passagem do Conde Léon Tolstoi, que se considera propícia para atender à
diversidade.
[...] dão ao professor o conhecimento do maior número possível de
métodos, a capacidade de inventar novos métodos e, acima de tudo, o
provocam uma adesão cega a um método, mas a convicção que todos os
métodos são unilaterais e que o melhor método será o que der a melhor
resposta a todas as dificuldades possíveis que o aluno tiver, quer dizer, não
um método, mas uma arte e um talento.
Por meio desse desafio constante, o professor acaba buscando novos
métodos e estratégias e vai aos poucos se formando na prática, refletindo na e
sobre a sua prática, na expectativa de encontrar soluções para suas ões. Essa
reflexão é atualmente um tema bastante discutido, no campo da formação de
professores por Donald Schön que em seus livros “The Reflective Practitioner”
(1983) e Educating the Reflective Practitioner (1987) a discute com propriedade e
populariza os conceitos.
Segundo Garcia (1995, p. 60),
Schön propôs o conceito de reflexão-na-ação, definindo-o como o processo
mediante o qual os profissionais (os práticos), nomeadamente os
professores, aprendem a partir da análise e interpretação da sua própria
atividade.
Também, Almeida (1998, p. 73) considera que professores e alunos, ambos
sujeitos de aprendizagem, devem atuar em parceria na busca, seleção e articulação
entre informações significativas para integrá-las com conhecimentos já adquiridos na
construção ou reconstrução de conhecimentos”. Ele denomina essa atuação de
crítico-reflexiva, onde o professor é parceiro dos alunos na construção
cooperativa do conhecimento, promove-lhes a fala e o questionamento,
analisa seus anseios e suas necessidades, considera o conhecimento que o
aluno traz da sua realidade, identificando os temas emergentes no contexto
e atua a partir dos mesmos para favorecer a construção de um saber
científico significativo (ALMEIDA, 1998, p. 74).
Ele considera ainda que a prática pedagógica com o uso das novas
tecnologias é concebida como um processo de reflexão–ação, em que o professor
precisa ser capacitado para dominar os recursos tecnológicos, elaborando
atividades de aplicação com esses recursos, devidamente planejadas, avaliando os
resultados produzidos pelos alunos e tomando consciência e analisando sua prática
à luz de teorias educacionais (ALMEIDA, 1998, p. 74). Ou seja, é necessário ter
clareza dos fins que se pretende com o uso das TIC, sendo imprescindível o
45
planejamento de todas as ações, considerando os alunos e suas diversas formas de
aprender.
Segundo Schlünzen (1998, p. 56), o grande desafio que as tecnologias
trazem para o professor é transformar o aluno em agente do seu próprio
desenvolvimento intelectual, afetivo e social, o que lhe exige grande conhecimento e
planejamento constante. Perguntas do tipo como”, “por quê”, para quê”, “onde” e
outras devem ser constantes em todas as fases da metodologia.
É imprescindível não perder de vista que as TIC dão suporte aos objetivos
educacionais e o ao contrário, daí a necessidade de constantes reflexões sobre a
sua utilização, corrigindo, resgatando e ajustando-as para não incorrer em fuga dos
objetivos propostos.
O Relatório da Agência Européia para o desenvolvimento em Necessidades
Educativas Especiais também expõe a preocupação de vários países da Europa
sobre o real valor educativo das TIC, não apenas como uma outra ferramenta no
contexto educativo. Coloca ainda que “quando, como e por que” é desejável usar as
TIC e como é que a sua utilização se pode adaptar às exigências de sujeitos
individuais e aos objetivos específicos dos alunos com NEE, é uma questão-chave a
ser encarada (WATKINS , 2001, p. 16).
Outro ponto importante a ser levado em conta é qual o recurso tecnológico
que melhor atende e se adequa ao objetivo e conteúdo curricular proposto,
considerando suas características e funcionalidades.
Segundo Alonso (1998, p. 73), as repercussões deste tipo de instrumentos
sobre a configuração das funções psicológicas superiores ainda não são conhecidas
o suficiente, mas podemos pensar que elas ocorrem. Evitando-se posições
maniqueístas, devemos usá-las potencialmente”.
São imprescindíveis certos cuidados, quando da incorporação das TIC nas
atividades escolares, pois
O impacto das novas tecnologias sobre nosso dia-a-dia exige comunhão
entre o poder da técnica e a consciência da importância social, política,
além de pedagógica, de nossas escolas, para evitarmos que a racionalidade
técnica prepondere, desumanizando a escola, transformando-a em espaço
de decisões tecnicistas (CARVALHO, 2001, p. 28).
O planejamento das atividades com o uso das TIC também deve ser
cuidadosamente elaborado, a fim de contemplar as necessidades tanto curriculares
quanto de aprendizagem dos alunos. A contextualização continua sendo
46
imprescindível também quando da utilização das tecnologias para que o resultado
final das produções promova conhecimentos que levem à transformação, com vistas
a uma sociedade mais participativa, crítica e igualitária.
As tecnologias, bem como sua forma de utilização, devem constar do
desenvolvimento curricular, assim como o tratamento do método didático, não se
considerando somente aquilo que está relacionado com os conteúdos que se propõe
trabalhar, mas também a sua integração no cenário das atividades pedagógicas, das
práticas sociais de uso ou ainda dos interesses culturais e políticos que
representam.
Cabe ao professor exercer sua autonomia, capacidade crítica e criatividade, a
fim de promover práticas pedagógicas que apresentem propostas atrativas,
metodologias com estratégias mais participativas, com recursos e ferramentas que
promovam interações, trocas e experiências mais cooperativas, ou seja, práticas
pedagógicas mais centradas na aprendizagem e nos alunos.
Em relação ao ensino, Alonso (1998, p. 74) escreve que
as práticas sempre estiveram influenciadas pelos instrumentos materiais e
semióticos como o ábaco, o giz ou a maquete, mas também o texto
impresso, a ilustração gráfica ou o mapa múndi, entre outros, todos eles
envolvidos numa relação comunicativa, mais ou menos dialogal entre os
professores e seus alunos, entre estes consigo próprios e com seus
professores. Todos são instrumentos, ferramentas que, de uma maneira ou
de outra, intervêm na atividade de ensino marcando presença entre
professores, alunos e os outros elementos presentes na situação de ensino.
Lentamente surgem modelos pedagógicos que se apóiam na utilização das
TIC, das tecnologias digitais interativas e multimediatizadas, e cabe aos professores
os entenderem como instrumentos configurados histórica e culturalmente como
parte do processo educativo, incorporando-os à sua realidade e contexto de forma
crítica e criativa.
Buscar alternativas que otimizem e potencializem a prática pedagógica deve
ser constante na profissão docente, e as TIC se apresentam como uma dessas
alternativas, pois a prática pedagógica por meio delas pode influenciar no processo
de aprendizagem, viabilizando e promovendo o desenvolvimento do aluno com NEE
e sua inclusão no contexto de escola regular. Escola esta que necessita se organizar
como sistema aberto, cujas salas de aulas e os demais espaços pedagógicos
precisam ser equipados com recursos variados, propiciando atividades flexíveis e
abrangentes em seus objetivos e conteúdos, nas quais os alunos se adaptam,
segundo seus interesses e habilidades (MANTOAN, 2002, p.18).
47
A integração das TIC na prática pedagógica possibilita a criação de ambientes
de aprendizagem mais atrativos, interdisciplinares e colaborativos tanto entre
professor e aluno como entre os alunos.
Exemplo é “a utilização do computador dentro de uma metodologia que
privilegie a descoberta, a produção, a criação e a autoria torna o professor e
o aluno autores e criadores do processo educacional, respeitando a
singularidade de cada um, enriquecendo o ambiente com a presença das
diversidades e multiplicidades” (VALENTE, 2001, p. 27).
Então, se se experienciou e se constatou que favorecem e possibilitam a
aprendizagem, por que o buscar os meios necessários para apropriação e
aplicação nas práticas pedagógicas das escolas?
Segundo o Relatório da Agência Européia sobre o projeto TIC nas NEE,
Os resultados positivos do uso das TIC podem ser observados se a sua
aplicação levar a que: os professores sejam significativamente apoiados na
sua prática pedagógica; os alunos aprendam mais e de forma mais eficaz; e
se verifique, em toda a escola, uma melhoria na comunicação por causa e
acerca das TIC (WATKINS, 2001, p. 17).
Esse é um desafio que requer um trabalho árduo na criação e
desenvolvimento de métodos sobre o uso das TIC como estratégias pedagógicas no
ensino de todos os alunos, merecendo muitos estudos, pesquisas e construções
coletivas de professores e profissionais da educação, valorizando as experiências
significativas que sirvam não de “receitas”, mas de referência para práticas futuras.
Também Glaser
14
(1976) apud SANCHO (1998, p.60) afirma que a utilização
de modelos didáticos mostra-se a nós como uma opção relevante ao estabelecer
projetos sobre situações de ensino”, promovendo aprendizagens colaborativas de
práticas de ensino inovadoras e inclusivas, colaborando com os colegas, a fim de
transpor barreiras e superar temores gerados pelas mudanças e avanços
tecnológicos.
O Ministério da Educação e Cultura, no Livro “Aprender Construindo. A
informática se transformando com os professores” (APRESENTAÇÃO, 1998, p. 11),
dita que
cabe a cada educador exercer sua autonomia, capacidade crítica e
imaginação criativa para apropriar-se dos recursos computacionais mais
adequados ao seu estilo profissional; atuar como promotor do processo de
aprendizagem; trabalhar em parceria com seus alunos na busca e seleção
de informações; na identificação e teste de hipóteses; no levantamento e na
resolução de situações-problemas; e, finalmente, no desenvolvimento de
projetos pedagógicos significativos.
14
GLASER, R. Components of a psychology of instruction: Toward a science of Design. Review of
Educational Research, 1976, v. 46, n. 1, p. 1-24
48
E ainda conclui que todas essas ações ganharão sentindo se as
tecnologias disponíveis, em especial as computacionais, forem inseridas na
totalidade do ato educativo, transformando as aulas em atividades colaborativas, em
que todos, alunos e professor aprendem e a educação se transforma em um
processo permanente, dinâmico e interdisciplinar (APRESENTAÇÃO, 1998, p. 11).
Todavia, as instituições precisam instigar os profissionais da educação à não
resistência ao uso das TIC, a não ter receio de inovar e apropriar-se de mais esses
recursos que se mostram como contributivos no processo de aprendizagem e
inclusive aliar-se aos alunos que demonstram domínio de utilização, aprendendo
juntos. Não se pode esquecer que os alunos com NEE, por vezes terão nas TIC os
meios para se comunicar e desenvolver sua aprendizagem, portanto, é dever buscar
inserí-las nas práticas escolares.
49
3 A CONSTRUÇÃO DE BANCOS DE DADOS
Na atualidade, a informação é uma necessidade e um recurso indispensável
para a atividade humana, relacionada diretamente ao indivíduo, suas competências
e suas necessidades.
As necessidades de informação estão cada vez mais relacionadas ao dia-a-
dia dos indivíduos, porém a dificuldade encontrada ainda, principalmente em relação
à criança, ao adolescente e até adultos, é distinguir aquilo de que realmente
necessitam e como selecionar as mais diversas informações disponíveis, para a
suas atividades, exigindo independência, criatividade e criticidade para selecioná-
las.
Segundo Gadotti ( 2002, p. 5),
o conhecimento tornou-se peça chave para entender a própria sociedade
atual. Fala-se em sociedade do conhecimento, às vezes com
impropriedade. Mais do que a era do conhecimento devemos dizer quer
vivemos a era da informação, pois percebemos com mais facilidade a
disseminação da informação e de dados, muito mais do que conhecimentos.
Quanto mais informações o indivíduo possa acessar, melhor e mais fácil será
sua disponibilidade em resolver problemas e desenvolver suas atividades. Porém,
identificar as informações úteis às necessidades propostas é um desafio posto aos
indivíduos na sociedade atual.
Quando uma pessoa ou grupo necessita de informações para construção ou
realização de determinada atividade e não dispõe delas, após buscá-las nas mais
diversas mídias (periódicos, livros, web, entre outras), estabelece-se a necessidade
da pesquisa, coleta de dados e informações, armazenamento e posterior
disseminação.
Quando se tem definida uma problemática ou necessidade de informação,
uma estratégia para facilitação de busca é o banco de dados/informações.
Para a criação de um banco de dados/informações, primeiramente deve-se
definir a que e quem se destina, para que fins, partindo-se então para a coleta,
50
armazenamento e possível disseminação e uso entre aqueles que precisam das
informações, entendendo-se neste contexto
(...) dados como sendo um ou mais símbolos utilizados para representar
algo e, a informação são dados interpretados. Informação são os dados
moldados de forma a possuírem significado e serem úteis ao ser humano,
isto é, colocados num contexto com significado. O uso do termo informação
implica assim um ou um grupo de indivíduos que interpretam dados.
(BEYNON-DAVIES, 2002
15
apud GOUVEIA, 2004, p. 9)
Ou seja, um banco de dados / informações se cria ou constrói a fim de
promover ou sanar necessidades de um ou grupo de indivíduos que visam aos
mesmos objetivos e atividades.
Um conceito bastante simples sobre banco de dados pode ser encontrado na
Wikipédia (BANCO DE DADOS, 2007) como sendo “Bancos de dados (ou bases de
dados), são conjuntos de dados com uma estrutura regular que organizam
informação. Um banco de dados normalmente agrupa informações utilizadas para
um mesmo fim”. E encontram-se salvos em computadores, em programas
específicos, para consultas.
Ainda segundo informações na Wikipédia (2007),
o termo banco de dados foi criado inicialmente pela comunidade de
computação, para indicar coleções organizadas de dados armazenados em
computadores digitais, porém o termo é atualmente usado para indicar tanto
bancos de dados digitais como bancos de dados disponíveis de outra forma
e deve ser aplicado apenas aos dados, enquanto o termo sistema
gerenciador de bancos de dados deve ser aplicado ao software com a
capacidade de manipular bancos de dados de forma geral.
Vários são os bancos de dados / informações existentes e disponíveis, para
as mais diversas consultas, desde simples tabelas e informações armazenadas em
um único arquivo até banco de dados com milhares de registros e informações, que
podem fornecer relatórios dos mais diversos possíveis.
O avanço das tecnologias colabora para a expansão de bancos de dados e
informações cada vez mais completos e de fácil acesso. Segundo Gouveia (2004, p
13.),
os sistemas de informação constituem-se como a infra-estrutura que no
âmbito das organizações suporta o fluxo de informação entre os
profissionais com diferentes funções e responsabilidades e, destes, com o
exterior dessa organização. O sistema de informação, constituído com base
nas próprias pessoas, na forma como se organizam e no suporte
possibilitado pelas tecnologias (nomeadamente as tecnologias de
15
BEYNON, Davies. P. Information Systems: an introduction to informatics in organizations,
Palgrave 2002.
51
informação e comunicação) assegura a satisfação das necessidades de
informação e auxilia de modo a garantir a independência da própria
organização, face ao histórico da sua atividade, resultado do desempenho
dos seus recursos humanos.
Daí a importância da realização de constantes pesquisas com fins de
atualização, manutenção e disseminação de informações, principalmente no âmbito
das atividades desenvolvidas pelas mais diversas organizações.
Outra consideração relevante feita na citação de Gouveia (2004, p. 14) é
sobre o suporte possibilitado pelas tecnologias de informação e comunicação na
organização das informações, pois, por meio delas, pode-se coletar, processar e
divulgar o uso da informação, considerando-as computadores, softwares, Internet e
demais tecnologias da comunicação.
É importante salientar que o termo banco de dados / informações que esta
pesquisa se propôs a desenvolver deve ser aplicado apenas a um ambiente, espaço
ou página da WEB com dados e informações e não um sistema gerenciador de
banco de dados aplicado a softwares, como citado anteriormente.
A proposição do desenvolvimento de um banco de dados baseado no
Relatório da Agência Européia e em autores citados, bem como outros que abordem
o tema do uso das TIC nas NEE como prática pedagógica significativa,
fundamentou a pesquisa que deverá servir de proposta para a construção de
projetos futuros no domínio das NEE em escolas públicas estaduais do Paraná.
Acredita-se que a proposição de um banco de dados com relatos de
experiências de professores venha a colaborar para uma mudança de postura em
relação ao uso das TIC, que o relatos de colegas que dispõem do mesmo
espaço, tempo e recursos que todos os demais da rede e possuem anseios,
necessidades e experiências correlatas, podendo trocar, adaptar e construir
colaborativamente.
O banco de dados será desenvolvido como proposta de um repositório para
consulta, a fim de que os professores das escolas públicas estaduais do Paraná que
atendem a alunos com NEE possam consultar, postar e divulgar suas experiências
com uso das TIC nessa área de ensino e aprendizagem e, ainda, por concorda-se
com Nóvoa (2001, p. 5) que defende a divulgação das experiências e reflexões
teórico-metodológicas dos educadores:
é essencial estimular a produção escrita e divulgá-la. Só a publicação revela
o prestígio social da profissão e a formalização de um saber profissional
docente. Sempre me espantei com o fato de haver tantos textos teóricos e
52
metodológicos sobre ensino e Pedagogia e tão poucos descrevendo
práticas concretas. Se queremos renovar a profissão e as estratégias de
formação temos de dar visibilidade às práticas.
Por considerar as trocas de experiências uma estratégia no processo de
formação continuada de professores, busca-se colaborar para o desenvolvimento de
estratégias que facilitem a superação de desafios postos nas escolas,
principalmente nas regulares, por meio da inclusão de alunos com NEE, pois, como
propõe Silva (1998, p. 36),
a formação do educador centrada na investigação envolve esforços no
sentido de encorajar e apoiar as pesquisas dos professores a partir de suas
próprias práticas. O ensino, assim, é encarado como um modo de
investigação e experimentação, dando legitimidade às teorias e práticas dos
professores.
O desenvolvimento do banco a partir dessa pesquisa, propõe-se como uma
forma de desencadear reflexões nos professores e trocas com seus pares e, ainda,
despertá-los para novas formas de promover a aprendizagem de seus alunos.
53
54
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia utilizada para a pesquisa foi a pesquisa-ação, considerando-se
a sua característica diagnóstica e o envolvimento da pesquisadora no processo da
pesquisa, pois, conforme Thiollent (2002, p. 15), “na pesquisa-ação os
pesquisadores desempenham um papel ativo no equacionamento dos problemas
encontrados, no acompanhamento e na avaliação das ações desencadeadas em
função dos problemas”.
Como na pesquisa-ação o enfoque é um problema específico em um cenário
específico, buscando obter um conhecimento preciso (MOREIRA; CALEFFE, 2006,
p. 91) e o havia até o momento, segundo a Coordenação Estadual de Tecnologia
na Educação, dados que revelassem o uso das TIC por professores que atuam junto
a alunos com NEE nas escolas públicas estaduais do Paraná, e a Coordenadora
concordou com sua necessidade e relevância, optou-se pela pesquisa que deverá
desencadear futuros encaminhamentos de políticas públicas nesse domínio.
A pesquisadora, além de responsável em pesquisar e promover o processo
de uso das TIC por professores que atuam junto a alunos com NEE, desencadeou
uma investigação amostral em 2005, que deflagrou a necessidade de um
diagnóstico mais completo e preciso dos dados relacionados ao problema de
pesquisa, a fim de se assumir uma postura de busca de dados e informações para
proposição de intervenção nessa realidade (BORTOLOZZO et al., 2006).
Considera-se importante ainda salientar que, segundo Thiollent (2002, p. 15),
uma das especificidades da pesquisa-ação consiste na relação de dois
objetivos: (prático) contribuir para o equacionamento possível do problema
central na pesquisa, enquanto um levantamento de soluções e propostas de
ações que possam contribuir na atividade transformadora da situação e;
(conhecimento) obter informações que seriam de difícil acesso, aumentando
o conhecimento de determinadas situações.
Portanto, levando em conta as experiências de pesquisa-ação, o estudo
buscou dar início a um efeito conscientizador, abrindo-se expectativa de
possibilidades transformadoras para o futuro. Propõe-se a criação de um espaço
colaborativo com informações diagnósticas e de investigação de conhecimentos
sobre o uso das TIC nas NEE nas escolas públicas estaduais do Paraná, que até
55
ao momento estes dados inexistiam e podem subsidiar os professores com
informações visando qualidade das suas práticas pedagógicas.
A pesquisa assume abordagens com características qualitativa e quantitativa,
optando-se como instrumento para a coleta de dados, por um questionário a fim de
coletarem dados e experiências até o momento não disponíveis, mas que se sabia
existirem, mesmo que em número reduzido. E, ainda, com o objetivo de
desencadear uma intervenção no sentido de provocar os demais professores
atuantes na área das NEE, para que promovam respostas educacionais eficientes à
diversidade e aos ritmos de aprendizagem nas suas salas de aula por meio de
práticas utilizando-se de TIC.
A partir do projeto elaborado e apresentado em Seminário próprio no primeiro
semestre de 2005, com base na fundamentação teórica e orientação do Professor
Dr. Paulo Roberto Alcântara, foi elaborado pela pesquisadora um ofício dirigido ao
Diretor da instituição (Apêndice B), solicitando a participação da escola na pesquisa.
O questionário intitulado “Questionário diagnóstico do estado do Paraná quanto ao
uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) pelo professor que atende
alunos com necessidades educacionais especiais (NEE)” (Apêndice C), foi
elaborado com vinte questões fechadas e um Termo de Consentimento (Apêndice
D) para aqueles que possuíam experiências e pretendiam divulgá-las.
Optou-se como instrumento da coleta de dados pelo questionário, levando-se
em consideração o universo da amostragem, que procurou abranger todo o Estado
do Paraná, bem como a facilidade e rapidez na aplicação, além da natureza dos
dados a serem coletados, considerando-se a problemática e os objetivos propostos
que constituíam o levantamento de dados.
As vinte questões eram objetivas, em sua maioria e foram divididas em três
categorias, nas quais deveria ser assinalado ou indicado o(s) número(s)
correspondente(s). As categorias foram constituídas, tendo em vista a necessidade
de se obter informações que orientassem a tabulação dos dados, de forma
organizada e clara, a fim de se atingir os objetivos propostos pela pesquisa.
A primeira categoria diz respeito à “Identificação” (do NRE, da instituição e do
respondente da pesquisa) e compreende sete questões. Na segunda, “Número de
alunos com NEE atendidos pela Escola/Colégio”, com apenas uma questão,
especifica-se o número de alunos em cada área da modalidade de Educação
Especial que a instituição atende.
56
A última categoria, “Tecnologias constantes na escola e utilização
instrumental e pedagógica das TIC, composta por 12 questões, está destinada a
coletar dados sobre as tecnologias que constam na escola; quais e como são
utilizadas pelos professores em suas práticas pedagógicas; se a escola possui
recursos de acessibilidade para os alunos com NEE; da participação em cursos para
utilização pedagógica das TIC; sobre os obstáculos encontrados para a utilização
das TIC na escola e sobre os itens que considera fundamentais em relação às TIC
como subsídio da prática pedagógica. E, ainda, se existem experiências de prática
pedagógica com uso das TIC, junto a alunos com NEE de destaque na instituição;
sobre a opinião em relação à criação do Banco de Dados como alternativa na busca
de subsídios e referências para o uso das TIC na prática pedagógica; que outros
itens consideram importantes terem para acesso no referido Banco e, por fim, se
interesse em trabalhar de forma colaborativa buscando alternativas pedagógicas
com TIC para o atendimento das NEE, com a CRTE do seu NRE.
Consta, ainda, que se a questão sobre a existência de experiência de prática
pedagógica junto a alunos com NEE utilizando-se das TIC fosse afirmativa e o
professor aceitasse divulgá-la, deveria preencher o Termo de Consentimento, de
divulgação, anexo ao questionário.
O referido instrumento foi apresentado à Coordenadora Estadual de
Tecnologia na Educação em exercício, acompanhado de ofício (Apêndice A)
solicitando a cooperação e autorização para realização da pesquisa. Também foi
apresentado o questionário à então Chefe do Departamento de Educação Especial
da Secretaria de Estado da Educação, que, após verificação, retornou com
adequações que considerou necessárias.
Após o acordado com a Coordenação Estadual, foi solicitado às trinta e duas
Coordenações Regionais de Tecnologias na Educação (CRTE) pertencentes aos
trinta e dois Núcleos Regionais de Educação (NRE) do Paraná o levantamento das
escolas públicas estaduais que ofertavam algum tipo de atendimento a alunos com
NEE, ou seja, classe especial, sala de recursos, classe regular com alunos com NEE
inclusos, centro de atendimento especializado, professor de apoio permanente ou
escola especial estadual. A tabela a seguir demonstra as informações coletadas
pelos Assessores em cada NRE, em relação ao solicitado.
57
Tabela 01 – Número de escolas / Colégios que ofertam algum atendimento a alunos com NEE
NÚCLEOS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO QUANTIDADE INFORMADA
Apucarana 35
Área Metropolitana Norte 44
Área Metropolitana Sul 38
Assis Chateaubriand 16
Campo Mourão 24
Cascavel 49
Cianorte 22
Cornélio Procópio 38
Curitiba 42
Dois Vizinhos 17
Foz do Iguaçu 32
Francisco Beltrão 38
Goioêre 12
Guarapuava 15
Ibaiti 11
Irati 23
Ivaiporã 23
Jacarezinho 26
Laranjeiras do Sul 10
Loanda 18
Londrina 47
Maringá 77
Paranaguá 11
Paranavaí 47
Pato Branco 32
Pitanga 15
Ponta Grossa 48
Telêmaco Borba 14
Toledo 36
Umuarama 41
União da Vitória 24
Wenceslau Braz 16
Total geral
941
Fonte: A autora
Apoiados nos números de escolas / colégios levantados pelas CRTE, foram
reproduzidos os questionários a serem aplicados um em cada escola, a serem
respondidos pelo pedagogo e (ou) um dos professores que atuam com os referidos
alunos, ou ainda pela direção.
Importante ressaltar que, durante todo o processo de efetivação da pesquisa,
58
praticamente todas as dúvidas, informações, solicitações e sugestões foram tratadas
pela pesquisadora com os Assessores e a Coordenação Estadual de Tecnologia na
Educação por meio de ambientes virtuais (Chat, e-mail e fórum de discussão).
No mês de novembro de 2006, foi realizado um encontro presencial, em
Curitiba/PR, com participação de um Assessor Pedagógico de Tecnologia
representante de cada CRTE, representante do Departamento de Educação
Especial da SEED/PR e representantes da CETE. Durante o encontro, a
pesquisadora apresentou formalmente todo processo da pesquisa a ser viabilizado,
bem como a proposta de sistematização e desenvolvimento do banco de dados -
NEETIC, objetivo primeiro da realização da pesquisa. Os Assessores levaram os
questionários a serem aplicados nas escolas sob jurisdição do seu NRE.
Iniciou-se então a fase de aplicação do questionário, coordenada pela
pesquisadora, e aplicada pelos Assessores de Tecnologia na Educação. A aplicação
de vinte e nove CRTE do Estado do Paraná, ocorreu durante os meses de novembro
e dezembro de 2006. As outras três CRTE prolongaram o tempo de aplicação até
fevereiro de 2007, devido a problemas administrativos internos. Segundo
informações dos Assessores, sessenta por cento dos questionários foram enviados
via NRE para as escolas, para preenchimento, devido à dificuldade de transporte e
deslocamento a municípios distantes, e os quarenta por cento restantes foram
aplicados in loco por eles.
Ainda ao final do mês de dezembro de 2006, foi disponibilizado o ambiente
para digitação das respostas dos referidos questionários, onde os Assessores
acessavam o endereço eletrônico, de sua localidade, digitavam os questionários e
depois os enviavam para a CETE aos cuidados da pesquisadora.
O ambiente criado para a digitação dos questionários foi produzido em
software livre, por um técnico, utilizando uma Front-end em PHP baseado no
sistema MySQL, que é um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD),
onde utiliza a linguagem SQL (Structured Query Language - Linguagem de Consulta
Estruturada) como interface” (MySQL, 2007). A digitação podia ser realizada tanto
no sistema operacional Windows como Linux.
Após finalização das digitações, o mesmo técnico procedeu ao fechamento
dos dados em cada questão, no sistema e respassou os resultados para a
pesquisadora, que providenciou as tabelas, utilizando o aplicativo editor de textos da
Microsoft Office Word 2003.
59
As informações coletadas foram provindas de um total de 705 questionários,
sendo que os últimos foram digitados no mês de março de 2007.
De posse dos formulários originais dos questionários, foram levantados
manualmente, um a um, pela pesquisadora, todos aqueles que na questão 17
responderam afirmativamente, informando existir experiência em sua instituição de
práticas pedagógicas junto a alunos com NEE, utilizando as TIC, e
concomitantemente apresentaram o Termo de Consentimento preenchido.
Salienta-se que houve questionários que apresentaram resposta afirmativa,
mas que não preencheram o Termo de Consentimento e outros com o Termo de
Consentimento preenchido, mas a resposta da questão negativa; em nenhum dos
casos, pode-se considerá-los para solicitação do relato da experiência.
Após listar todos aqueles que preenchiam os dois quesitos solicitados, a
pesquisadora enviou e-mail nominal (Apêndice E), a cada professor respondente
das escolas, e solicitou a descrição da experiência informada em documento com
dados específicos (Apêndice F). Por respeito à privacidade, a pesquisadora optou
por não divulgar a lista, pautada no fato da ausência de resposta dos professores.
Aqueles professores que atendiam aos requisitos, mas que não forneceram e-mail
para contato, num total de treze, foram encaminhados aos Assessores de
Tecnologia do seu NRE, para providenciarem a descrição da experiência e
retornarem a pesquisadora.
O recebimento dos relatos das experiências, apesar da data estipulada para
retorno até 15/06/2007, se deu nos meses de maio, junho e julho. Devido ao número
reduzido de respostas, totalizando oito relatos até o início do mês de julho, a
pesquisadora reenviou novo e-mail (Apêndice G) solicitando uma resposta/
justificativa da não devolução ou desistência de relatar a experiência.
Enquanto era recebido o relato das experiências pela pesquisadora, os
demais dados coletados e fechados pelo técnico do Núcleo de Pesquisas e
Coordenação Estadual de Tecnologias na Educação eram entregues para
sistematização, no início do mês de outubro de 2007.
Durante o mês de outubro foram produzidas as tabelas e realizadas a análise
e interpretação dos dados pela pesquisadora.
De posse dos dados coletados, sistematizados e das experiências recebidas,
a pesquisadora sistematizou no formato (WEB e mídia) um protótipo da proposta do
Banco de dados, denominado Banco NEETIC, utilizando o programa Microsoft Office
60
Publisher 2003, que será apresentado ao CETEPAR e Departamento de Educação
Especial da Secretaria de Estado da Educação para formatação final e
disponibilização na WEB a todos os professores do Paraná.
O programa utilizado para elaboração do protótipo inicial do Banco de Dados
é um programa proprietário da suite Microsoft Office e que basicamente se usa para
diagramação eletrônica, como elaboração de layouts com texto, gráficos, tabelas,
desenhos, fotografias, links, dentre outros. A versão utilizada foi a 2003, que
apresenta modelos para publicações, informativos, catálogos, sites, cartões, e
utilizou-se o assistente para criação rápida de sites, onde o designer aplicado foi o
“Setas”, apesar de ter sido todo modificado e adaptado conforme as necessidades.
Considera-se importante ressaltar que o referido protótipo foi idealizado pela
pesquisadora para apresentar os dados que comporão o Banco, não estando
disponível na WEB. Porém, após apresentação, conforme normas de publicação e
necessidades da Secretaria de Estado da Educação, será diagramado e formatado
por técnico especialista para tal função.
A proposta inicial da pesquisa era de um Banco de Dados com informações e
dados sobre o uso das TIC nas NEE e um repositório das experiências que os
professores disponibilizaram, mas durante o decorrer da pesquisa percebeu-se a
necessidade de incrementar tal banco com mais informações que pudessem
subsidiar os professores, pois duas das professoras que disponibilizaram
experiências solicitaram à pesquisadora referências e sites sobre TIC e NEE. Tal
fato levou-a a adicionar à proposta original, além dos dados coletados na pesquisa e
das experiências, mais quatro categorias: referências, sites, indicação de vídeos e
softwares para a referida área.
Os dados iniciais que alimentaram tais categorias foram provenientes das
pesquisas do Grupo de Trabalho NEETIC e daquelas realizadas pela pesquisadora
durante todo o processo da pesquisa. A continuidade de realimentação destas
categorias, assim como das experiências, será feita mediante colaboração dos
professores e pesquisadores que quiserem contribuir, enviando e disponibilizando
aos colegas no Banco, artigos, referências de livros, softwares e sites pesquisados,
vídeos e informações sobre softwares que auxiliem o professor nas suas práticas
pedagógicas diárias.
61
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Este capítulo apresenta a análise e interpretação dos resultados coletados
durante a pesquisa, mesmo considerando que, na sua maioria, os dados visam
quantificar informações e situações, a fim de mapear a utilização das TIC no ensino
de alunos com NEE nas escolas púbicas estaduais do Paraná, sendo a proposição
desta pesquisa e objetivando o desenvolvimento do banco de dados que subsidie a
prática pedagógica do professor que atua com esses alunos.
Para apresentação dos dados obtidos com o questionário, optou-se pelo uso
de tabelas de maneira a expô-los de forma clara e precisa, qualitativa e
quantitativamente, a partir das categorias propostas no instrumento e por permitir
uma melhor visualização das informações.
Na seqüência, apresenta-se a proposta/protótipo do Banco NEETIC,
desenvolvido e apresentado por imagens de suas páginas.
As experiências coletadas por e-mail constam no Banco e são apresentadas
como Apêndices I a P.
Considera-se importante retomar que do universo de 941 escolas que ofertam
alguma forma de atendimento aos alunos com NEE, 705 participaram devolvendo
seus questionários preenchidos, ou seja, 74,9 % da amostra foi atingida.
Acredita-se que o fato de o instrumento ter sido enviado no final do ano letivo,
época considerada de atropelo para fechamento das atividades escolares, tenha
provocado a não devolução dos 26% restantes.
Outra informação que se faz necessária é que os dados, apesar de serem
coletados regionalmente, foram tabulados considerando o universo estadual; logo,
são considerados em nível de Estado do Paraná.
5.1 CATEGORIA “IDENTIFICAÇÃO”
A tabela 2 representa o número de Núcleos Regionais de Educação, de
municípios e de Colégios/Escolas que participaram da pesquisa.
No questionário, os itens 1, 2 e 3 foram dedicados ao preenchimento de
dados e informações que identificavam ou localizavam os respondentes; os seus
62
nomes, porém, foram omitidos por respeito a sua privacidade. Participaram da
pesquisa todos os Núcleos Regionais de Educação do Paraná com setecentos e
cinco escolas/colégios distribuídas em duzentos e oitenta municípios, o que
demonstra a abrangência amostral de todo o estado.
Tabela 2 - NRE, Municípios e Colégios /Escolas participantes
IDENTIFICAÇÃO QUANTIDADE DE PARTICIPANTES
NRE 32
Municípios 280
Escolas / Colégios 705
Fonte: A autora
A tabela 3 corresponde à questão 4, sobre os níveis e modalidades de
ensino que a instituição oferta.
Observou-se que a maioria das instituições oferta Ensino Fundamental,
seguida pelo Ensino Médio e Educação Especial, com uma disparidade significativa
das demais. Apesar de um número bastante reduzido, ainda encontra-se a oferta de
Educação Infantil na esfera Estadual.
Quarenta respondentes indicaram ofertar outras, porém, elas não eram
modalidades, mas serviços ofertados dentro de cada uma das indicadas, exceto o
CELEM Centro de Línguas Estrangeiras, que é uma oferta realizada pela
Secretaria de Estado do Paraná em escolas, e o Programa Paraná Alfabetizado.
Tabela 3 – Níveis e Modalidade de Ensino que a Instituição oferta
NIVEIS E MODALIDADES DE ENSINO QUE A INSTITUIÇÃO OFERTA
QUANTIDADE
INFORMADA
Educação Infantil 17
Ensino Fundamental 665
Ensino Médio 452
Educação Especial 349
Educação Profissional 105
Educação de Jovens e Adultos 97
Outras 40
Fonte: A autora
63
A tabela 4 reflete os resultados da questão 5, sobre a especificação dos
serviços e apoios pedagógicos especializado para os alunos com
necessidades educacionais especiais.
Como justificado inicialmente, neste trabalho, optou-se por incluir as escolas /
colégios e classes especiais no universo amostral, por fazerem parte das instituições
mantidas pelo governo estadual e, em particular nesta tabela, para se verificar os
números de ofertas específicas da Educação Especial em relação às demais ofertas
alunos inclusos, sala de recursos e atendimentos especializados - que contribuem
para o processo de inclusão escolar.
Ressalta-se a significativa oferta de 593 instituições com salas de recursos,
sendo esta oferta de apoio importante para suplementar e complementar o
atendimento educacional realizado na classe comum.
sobre os atendimentos de apoios especializados, como os professores de
apoio pedagógico e intérprete de Libras, verifica-se que existem, mas não em
número suficientes para atender à demanda de alunos apresentada no Tabela 6.
Tabela 4 – Serviços e Apoios Pedagógicos Especializados
SERVIÇOS E APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS QUANTIDADE
Escola / Colégio Especial 10
Oferta Classe Especial 56
Oferta Sala de Recursos 593
Atende alunos inclusos que freqüentam sala de recursos 283
Atende alunos inclusos que não freqüentam sala de recursos 158
Oferta Centro de Atendimento Especializado 61
Atende alunos que freqüentam Centro de Atendimento Especializado 146
Atende alunos que não freqüentam Centro de Atendimento especializado 86
Há alunos que recebem atendimento de apoio especializado – PAP 71
Fonte: A autora
A tabela 5 corresponde à questão 6, sobre cargo que ocupa na instituição.
A predominância dos respondentes dos questionários foi dos(as) professores
(as), seguida e (ou) concomitante com os(as) pedagogos(as) e em número muito
reduzido pelo(a) Diretor(a) da instituição.
64
Tabela 5 – Cargo do Respondente na Instituição
CARGO OCUPADO PELO RESPONDENTE NA INSTITUIÇÃO INDICAÇÕES
Professor (a) 569
Pedagogo (a) 170
Diretor (a) 19
Fonte: A autora
A tabela 6 representa a questão 7, se o respondente possui formação para
Educação Especial.
Ressalta-se a importância de a maioria dos respondentes possuir formação
em Educação Especial, levando-se em conta que as instituições pesquisadas, são
predominantemente regulares. Porém, acredita-se que tal volume de formação se
deva ao número de professores que foram respondentes, ou seja, do total de 579
com formação, 569 são professores. Este número denota a responsabilidade das
instituições em relação à manutenção de um quadro de profissionais habilitados
para o atendimento às NEE.
Por outro lado, expressivo também é o número de respondentes que não se
manifestarem sobre a sua formação.
Tabela 6 – Respondente possui formação em Educação Especial
FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL QUANTIDADE
Sim 579
Não 84
Não responderam 42
Fonte: A autora
5.2 CATEGORIA “NÚMERO DE ALUNOS COM NEE ATENDIDOS PELA ESCOLA /
COLÉGIO”
A tabela 7 representa a questão 8: especifique o número de alunos que
sua Escola/Colégio atende na área da modalidade de Educação Especial.
No total das instituições pesquisadas predomina o número de alunos
superdotados ou com altas habilidades, seguido pelas demais deficiências.
65
Percebe-se uma paridade em praticamente todas as áreas citadas, com
pouca diferença numérica, exceto os alunos com dificuldades de aprendizagem, que
foram citados, porém que não pertencem à modalidade de Educação Especial.
Interessa-nos ainda citar o número total de 4.828 alunos citados, distribuídos
dentre as várias deficiências em 705 instituições pesquisadas. Apesar de uma média
não ser totalmente aplicável, considerando-se as especificidades, as modalidades
ofertadas, a comunidade que os atendem, dentre outros interstícios presentes nas
escolas, resultaria em aproximadamente de 6 a 7 com NEE alunos por instituição.
Os 677 indicados como “Outros” foram especificados como disfunções,
distúrbios, transtornos que não são deficiência, mas podem provocar dificuldades no
desenvolvimento ou na aprendizagem. Alguns exemplos citados foram dislexia,
TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, dificuldade/déficit de
atenção, disfunção na fala, hiperatividade, Síndrome de Asperger, dentre outros e
ainda uma aluna alfabetizada no Japão.
Tabela 7 – Número de alunos atendidos em cada área de deficiência
NÚMERO DE ALUNOS ATENDIDOS EM CADA ÁREA DE DEFICIÊNCIA QUANTIDADE
Visual 551
Surdez 514
Física / Neuromotora 549
Mental 444
Condutas Típicas 577
Superdotação / Altas Habilidades 687
Múltipla Deficiência (duas ou mais) 668
Dificuldades de aprendizagem 161
Outras 677
Fonte: A autora
5.3 CATEGORIA “TECNOLOGIAS CONSTANTES NA ESCOLA E UTILIZAÇÃO
INSTRUMENTAL E PEDAGÓGICA DAS TIC”
A tabela 8 refere-se à questão 9: quais das tecnologias indicadas, a
instituição dispõe para uso dos professores com seus alunos.
66
É perceptível e podemos conceber que a TV, o vídeo, o DVD e o retroprojetor
são ferramentas que estão presentes em praticamente todas as escolas estaduais,
considerando a amostra pesquisada.
os computadores, como laboratórios com acesso à Internet, e as demais
tecnologias listadas ainda se encontram em números pouco significativos,
demonstrando a necessidade de maior investimento para prover as escolas /
colégios, dessas ferramentas.
Um aspecto que não deve ser descartado é que esta coleta de dados
encerrou-se em fevereiro de 2007, e os laboratórios do Programa Paraná Digital
foram implantados praticamente após esse período, o que levaria a um resultado
diferenciado se fosse realizada nova coleta. Houve aproximadamente dez escolas
que indicaram que seus laboratórios se encontravam em fase de implantação.
Foram ainda indicados como “Outras” tecnologias dispostas para uso dos
professores com seus alunos, projetor de slides, laboratório de ciências sicas e
biológicas, biblioteca, jogos educativos, sala multiuso, material didático pedagógico,
computador com placa de vídeo e TV, máquina de escrever em Braille, impressoras,
episcópio, gravadores, antena parabólica, foto-copiadora.
Tabela 8 – Tecnologias constantes nas Escolas/Colégios
TECNOLOGIAS CONSTANTES NAS INSTITUIÇÕES PESQUISADAS QUANTIDADE
TV 682
Vídeo 647
DVD 663
Aparelho de som 660
Retroprojetor 618
Projetor Multimídia 70
Laboratório de informática com Internet 172
Laboratório de informática sem Internet 236
Computador (es) isolado (s) sem acesso a Internet 68
Computador (es) isolado (s) com acesso a Internet 158
Softwares educativos 97
Filmadora 394
Máquina fotográfica 90
Outras 23
Fonte: A autora
A tabela 9 corresponde à questão 10: quais das tecnologias indicadas, os
professores utilizam em sua prática pedagógica com os alunos com NEE.
67
Atentando-se para os recursos dispostos nas instituições, a sua utilização
aparenta bastante expressiva, com predominância da TV, aparelho de som, DVD e
vídeo.
Destaca-se o retroprojetor, que, pelo número existente nas escolas, é pouco
utilizado, podendo-se inferir que o custo das transparências, da lâmpada e o
trabalho na confecção das transparências impedem sua aplicação no processo de
ensino e aprendizagem.
Dentre os indicados como “Outros”, destacaram-se os informados
anteriormente, ou seja, projetor de slides, laboratório de ciências físicas e biológicas,
biblioteca, jogos educativos, sala multiuso, material didático pedagógico, computador
com placa de vídeo e TV, máquina de escrever em Braille, impressoras, episcópio,
gravadores, antena parabólica, foto copiadora.
Tabela 9 – Utilização das tecnologias na prática pedagógica com os alunos NEE
TECNOLOGIAS UTILIZADAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM
ALUNOS COM NEE
QUANTIDADE
TV 616
Vídeo 540
DVD 580
Aparelho de som 590
Retroprojetor 360
Projetor Multimídia 37
Laboratório de informática com Internet 121
Laboratório de informática sem Internet 150
Computador (es) isolado (s) sem acesso a Internet 50
Computador (es) isolado (s) com acesso a Internet 72
Softwares educativos 97
Filmadora 215
Máquina fotográfica 38
Outras 28
Fonte: A autora
A tabela 10 representa a questão 11: as ações de caráter pedagógico que
desenvolve com as tecnologias de informação e comunicação são para.
Ao observar-se o mero total das tecnologias existentes nas instituições,
verificamos que sua maioria são utilizadas para atendimento aos alunos. Fato
considerado extremamente importante no processo de ensino e aprendizagem,
mesmo não se podendo detectar de que forma ocorre tal uso.
68
Supõe-se, ainda, a contribuição de tais recursos no processo de ensino e
aprendizagem, pela grande incidência na sua utilização, indicada pelos professores
para pesquisa, planejamento de suas aulas e produção de conteúdos.
Das informadas como “Outras” ações de caráter pedagógico desenvolvidas
com as TIC, na sua maioria estavam diretamente relacionadas às indicadas,
destacando-se apenas o uso para registrar atividades com máquina fotográfica
como passeios e visitas.
Tabela 10 – Ações de caráter pedagógico, desenvolvidas com as TIC
AÇÕES DE CARÁTER PEDAGÓGICO, DESENVOLVIDAS COM AS TIC
QUANTOS
UTILIZAM PARA
Pesquisa 438
Planejamento de aulas 432
Produção de Conteúdos 393
Atendimento a alunos 496
Jogos Educativos 346
Interação com outros professores 157
Exploração de software educacional com seus alunos 94
Outras 23
Fonte: A autora
A tabela 11 reporta-se à questão 12: relativo ao uso do computador, as
ferramentas ou aplicativos utilizados pedagogicamente são.
Especificamente quanto ao computador, o editor de textos é o aplicativo mais
utilizado, seguido pela Internet, site educativos e jogos. Pressupõe-se que são mais
utilizados em decorrência da realização de trabalhos e pesquisas.
Os números apresentados não correspondem nem à metade do total das
escolas pesquisadas, porém ao considerá-los em relação ao número de
computadores e laboratórios de informática apontado, percebe-se que são bastante
utilizados. Sugerir-se-ia uma pesquisa mais detalhada para verificar se esta
utilização é realmente pedagógica, com fins de desenvolvimento do processo de
aprendizagem.
Acredita-se que o índice significativo de “nenhuma” utilização se dá pela
ausência dos recursos.
Houve indicações de “Outros”, na sua maioria diretamente relacionada aos
indicados, em que se destacam apenas os diferenciados como scanner, editor de
som, uso do computador para trabalhar o dicionário de Libras.
69
Tabela 11 – Ferramentas ou aplicativos do computador utilizadas pedagogicamente
FERRAMENTAS OU APLICATIVOS DO COMPUTADOR
UTILIZADAS PEDAGOGICAMENTE
INDICAÇÕES DE
UTILIZAÇÃO
Nenhum 193
Editor de Texto 300
Editor de foto e/ou Imagem 87
Planilha eletrônica 38
Software de apresentação 41
Internet 219
Sites educativos 202
Jogos 264
Software educacional 49
Outros 38
Fonte: A autora
A tabela 12 representa a questão 13: recursos/adaptações de
acessibilidade para uso do computador que sua instituição possui para uso
dos alunos com NEE.
Considera-se que os recursos/adaptações informados o muito poucos para
o universo de alunos aos quais se presta atendimento.
Cabe ressaltar que as adaptações de mobiliários e os facilitadores de acesso
ao computador em geral são utilizados por alunos com comprometimentos sicos e
motores e (ou) ainda múltiplas deficiências e nesta pesquisa aparecem somente 73
e 4 indicações, respectivamente, para atender a um total de 549 alunos com
deficiência sica/neuromotora e 668 com múltiplas deficiências. Supondo-se que
apenas metade destes alunos necessitasse de tais recursos, a quantidade indicada
ainda seria insuficiente para o devido atendimento. São igualmente consideradas
ínfimas às indicações de adaptações de hardware.
Quanto aos softwares especiais de acessibilidade, os mais citados o
destinados a alunos com deficiência visual. Foram citados por vinte e nove
instituições e, no entanto, são 551 alunos os que necessitam de tais recursos.
Considerando que o Dosvox é um software fornecido gratuitamente pela Internet, a
única justificativa para não promover o seu acesso aos alunos seria a falta de
computador.
Como “Outros”, dos 105 respondentes, noventa por cento indicaram não
possuir tais recursos ou os computadores. Foi ainda informada a existência de
rampa, máquina em Braille, material ampliado e caixas de som. Ou seja, pelos
70
dados informados, comprova-se a escassez de recursos/adaptações de
acessibilidade.
Tabela 12 – Recursos/Adaptações de acessibilidade para uso do computador
RECURSOS/ADAPTAÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA USO
DO COMPUTADOR DISPONÍVEIS PARA ALUNOS COM NEE
RELATOS DA EXISTÊNCIA
Adaptações de mobiliários (mesa e cadeiras) 73
Adaptações de hardware (colméia, fones de ouvido, mouse) 30
Softwares especiais de acessibilidade (Dosvox, Jaws, Motrix,
Letras, Teclado Virtual, Sintetizador de voz, etc) 29
Facilitador de acesso ao computador – órteses (ponteiras,
emuladores, faixa restritiva)
4
Outras 105
Fonte: A autora
A tabela 13 corresponde à questão 14: já participou de curso de
qualificação para uso pedagógico de TIC.
Atenta-se para o reduzido número de professores que indicam alguma
formação para uso pedagógico das TIC.
As indicações de que os respondentes (professores, pedagogos e diretores)
não tenham participado de formação para o uso pedagógico, somadas aos que se
absteram de responder, levam à constatação de que a formação continuada para o
uso pedagógico das TIC deve ser uma das primeiras ações na pauta das políticas
públicas. Não basta promover o acesso às TIC, é preciso fazer com que os
profissionais se apropriem e saibam utilizar as ferramentas que se encontram nas
escolas.
Tabela 13 – Participação em curso para uso pedagógico de TIC
PARTICIPAÇÃO EM CURSO PARA USO PEDAGÓGICO DE TIC
INDICAÇÕES DE
PARTICIPAÇÃO
Sim, promovido pelo (a) NTE/Coordenação Estadual de Tecnologia na
Educação- CRTE
180
Não 480
Outro 0
Não respondeu 45
Fonte: A autora
A tabela 14 representa a questão 15: considerando as TIC existentes em
sua instituição, quais os maiores obstáculos para se utilizar tecnologias de
informação e comunicação na escola é.
71
A falta de assessoria pedagógica para elaboração de propostas inovadoras
com uso das tecnologias e a dificuldade em utilizar as tecnologias pedagogicamente
são os itens mais indicados pelos respondentes, o que vem reforçar a proposição da
necessidade de formação continuada nesse domínio. Tal formação não deve
consistir somente na promoção de cursos, mas também no assessoramento, nas
trocas de experiências e propostas de trabalhos colaborativos entre os pares.
Os demais itens, como a falta de manutenção dos equipamentos, de
apoio/suporte técnico e número reduzido de recursos exigindo agendamentos muito
distanciados, também comprometem e tornam inviável o desenvolvimento de
práticas pedagógicas apoiadas em tecnologias e foram significativamente indicados
pelos professores.
Dentre os obstáculos indicados como “Outros”, destacam-se a falta de
equipamentos/recursos tecnológicos ou número insuficiente, dificuldades do
professor em adaptar-se a estas mudanças e até um pouco de comodismo por parte
de alguns, falta de cursos de aperfeiçoamento para uso pedagógico, falta de
interesse por parte dos professores, falta espaço físico, falta de conhecimento sobre
todos os recursos possíveis no uso de softwares e outros programas e falta de
capacitação para utilizar as TIC como recurso pedagógico. Houve seis indicações de
que não há obstáculos para utilização das TIC existentes.
Tabela 14 – Maiores obstáculos encontrados para utilização das TIC
MAIORES OBSTÁCULOS ENCONTRADOS PARA UTILIZAÇÃO DAS TIC
INDICAÇÕES
RELATADAS
Dificuldade de agendar o uso de tecnologias 66
Falta de suporte técnico administrativo/durante as aulas 173
Falta de manutenção freqüente das ferramentas tecnológicas 146
Falta de tempo para praticar suficientemente as tecnologias 146
Falta de tempo para preparar a aula com uso das tecnologias 104
Dificuldade em utilizar as tecnologias pedagogicamente 251
Falta de assessoria pedagógica para elaboração de propostas inovadoras
com uso das tecnologias 256
Outros 199
Fonte: A autora
72
A tabela 15 refere-se à questão 16: itens que considera fundamental em
relação às TIC como subsídios da prática pedagógica com alunos com NEE.
Exceto as referências e outros, os demais itens são indicados em mais da
metade das instituições participantes, demonstrando o interesse dos professores em
ter os recursos e saber utilizá-los em suas práticas escolares.
Importante salientar que a indicação de capacitação para o uso pedagógico
das TIC ultrapassa inclusive os da necessidade de recursos tecnológicos
adequados, o que denota a consciência da necessidade de formação do
professores, considerando inclusive os recursos já existentes nas instituições.
Outro item que merece destaque, principalmente como objetivo deste
trabalho, são as indicações de que exemplos de experiências e práticas de uso
pedagógico das TIC são itens fundamentais como subsídios para prática pedagógica
com alunos com NEE.
Entre as indicações de “Outros” itens considerados fundamentais, foram
citados: socialização de experiências, sugestão de filmes e mensagens para os
alunos, equipe de apoio multidisciplinar (Fonoaudiólogo, Psicólogo, Neurologista e
Psiquiatra), capacitação para trabalhar com alunos NEE, banco de idéias para
produzir materiais com os alunos, capacitação nos softwares básicos que servem de
ferramentas para desenvolver atividades, colaboração/integração com professores
em outras áreas e cursos, como atender os alunos inclusos com NEE, para
professores do ensino regular, formação continuada, grupo de estudo nas escolas,
reuniões periódicas/ troca de experiências.
Levando-se em conta todas as indicações, acredita-se que a proposta do
Banco NEETIC vem ao encontro de muitas das necessidades que os professores
consideram fundamentais, para subsidiá-los na suas práticas pedagógicas junto aos
alunos com NEE.
73
Tabela 15 Itens considerados fundamentais em relação às TIC como subsídios da prática
pedagógica com alunos com NEE
ITENS CONSIDERADOS FUNDAMENTAIS EM RELAÇÃO ÀS TIC COMO
SUBSÍDIOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM ALUNOS COM NEE.
INDICAÇÕES
RELATADAS
Recursos tecnológicos adequados 508
Sites para acesso à informação sobre NEE 440
Capacitação para uso pedagógico das TIC 591
Jogos didáticos/pedagógicos no computador 589
Vídeos/DVDs para atividades com alunos 546
Fórum para discussões sobre TICs e NEE 384
Vídeos /DVDs com
palestras para professores sobre NEE.
451
Exemplos de experiências e práticas de uso pedagógico das TICs 543
Referências bibliográficas sobre TICs e NEE 86
Outros 23
Fonte: A autora
As tabelas 16 e 17 correspondem à questão 17: Existem experiências de
destaque em sua instituição, de práticas pedagógicas junto a alunos com NEE,
utilizando as TIC. Se afirmativo e se o professor aceita divulgá-la, preencher o
Termo de Consentimento em anexo.
Do total das instituições pesquisadas, setenta e sete informaram ter
experiência de destaque, porém destas, somente quarenta e cinco atenderam aos
critérios de informar ter experiência de destaque, concordar em divulgá-la e
preencher o Termo de Consentimento. Por questão de privacidade, optou-se em não
divulgar todos os dados destes respondentes, considerando que ao final não deram
retorno para a divulgação.
Dos que não responderam, acredita-se que talvez tenham experiências, mas
relutam em divulgá-las, que esta não é uma prática dos professores na sua
maioria.
A tabela 17 apresenta o resultado em relação à divulgação das experiências.
Do total de quarenta e cinco que atendiam aos critérios solicitados, após contatos,
somente oito realmente enviaram suas experiências (Apêndice H). Quatro
justificaram o não envio, sendo que três informaram a desistência em divulgá-las e
um afirmou que a sua experiência não era com TIC e, trinta e três não deram
retorno a nenhum dos e-mails enviados. Considera-se que não houve problemas
em relação ao recebimento do e-mail, pois não houve nenhum aviso de retorno ou
erro de envio.
74
Tabela 16 – Existência de experiências de práticas pedagógicas com alunos NEE, utilizando TIC
EXISTÊNCIA DE EXPERIÊNCIAS DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COM
ALUNOS NEE, UTILIZANDO TIC
QUANTIDADE
INFORMADA
Sim 77
Não 586
Não responderam 42
Fonte: A autora
Tabela 17 – Resultado em relação à divulgação das experiências
RESULTADO EM RELAÇÃO À DIVULGAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS QUANTIDADE
Professores que relataram suas experiências 08
Professores que justificaram a não participação 04
Professores que não deram retorno 33
Fonte: A autora
A tabela 18 refere-se à questão 18: qual sua opinião em relação à
existência de um Banco de Dados como alternativa na busca de subsídios e
referências para o uso das TIC em sua prática pedagógica no atendimento aos
alunos com NEE, inclusive podendo postar as experiências de sua
Escola/Colégio.
Do total de questionários respondidos, metade do total dos respondentes
consideram-na importante, pois serviria de referência para suas práticas
pedagógicas e ainda um número maior opinam que a troca de experiências é uma
forma de melhorar a sua atuação pedagógica, o que vem consolidar a proposta
desta pesquisa e reforçar as proposições dos autores que a fundamentaram.
Tabela 18 – Opinião dos respondentes sobre o Banco de Dados
OPINIÃO DOS RESPONDENTES SOBRE O BANCO DE DADOS INDICAÇÕES
Importante, pois serviria de referência para minha prática pedagógica. 341
Importante, pois trocar experiências é uma forma de melhorar a atuação
pedagógica 599
Não acho importante 01
Fonte: A autora
O gráfico 19 corresponde à questão 19: Nesse mesmo Banco de Dados,
além de experiências significativas de professores com uso das TIC, que
outros itens considera importantes para acessá-los.
75
Os cinco primeiros itens citados ultrapassaram setenta e cinco por cento de
concordância em relação a sua importância, o que leva a supor a relevância de -
los compondo o referido Banco de Dados.
Em relação ao fórum para discussões, apesar de não ser considerado uma
prática nas atividades profissionais dos professores, aparece com grande indicação,
denotando a necessidade de discussões e trocas entre seus pares.
Salienta-se, ainda, que das indicações de “Outros” itens considerados
importantes a comporem o Banco de Dados, foram citados informações, notícias,
cursos, capacitação e atividades para professores trabalharem cotidianamente com
NEE, grupos de estudos, proposta de construção de material, orientação às famílias,
proposta pedagógica de uso das TIC e troca de experiências. Em sua maioria,
encontram-se contempladas nas indicações que assinalaram anteriormente, mas
considerou-se importante reproduzi-las, levando em conta que edificam o objeto de
estudo deste trabalho.
Tabela 19 – Itens considerados importantes a constar no Banco de Dados
ITENS CONSIDERADOS IMPORTANTES A CONSTAR
NO BANCO DE DADOS
INDICAÇÕES
Informações (notícias) sobre NEE 527
Sugestões de atividades com uso das TICs 629
Sugestões de sites para consultas sobre NEE 535
Sugestões de vídeos sobre NEE 529
Sugestões de referências bibliográficas (livros, artigos, revistas, outros)
sobre NEE 554
Fórum para discussões sobre NEE 448
Outros 33
Fonte: A autora
A tabela 20 representa a questão 20: interesse em trabalhar de forma
colaborativa buscando alternativas pedagógicas com TIC para atendimento
das NEE, com a CRTE do seu NRE.
Considerando que a maioria dos respondentes está interessada em
desenvolver o trabalho colaborativo proposto, parece preocupante que uns poucos
profissionais não se disponham a buscar alternativas pedagógicas com TIC, mesmo
levando em conta que talvez não o quisessem de forma colaborativa.
Quanto aos profissionais que não responderam, ao menos deixam uma
possibilidade de serem conquistados para tal trabalho e acredita-se ainda que talvez
76
não tenham respondido devido ao fato de não saberem ou conhecerem quem é a
CRTE.
Tabela 20 – Interesse em trabalhar colaborativamente com as CRTE
INTERESSE EM TRABALHAR COLABORATIVAMENTE COM AS CRTE
BUSCANDO ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS COM TIC
INDICAÇÕES
Sim 659
Não 19
Não responderam 27
Fonte: A autora
5.4 BANCO NEETIC
As imagens a seguir correspondem à proposta desenvolvida do Banco
NEETIC, objetivo precípuo desta pesquisa.
Salienta-se que é somente a proposta apresentada, mas que ainda não se
encontra disponível na WEB.
A figura 1 corresponde à página Inicial do Banco, explicitando o que é, e a
que se destina. Contém, ainda, a sua esquerda um menu com links de acesso aos
seus recursos, que seguem apresentados nas próximas figuras.
77
Figura 1 – Página inicial do Banco de Dados
A figura 2 reporta-se a página Sobre o Banco NEETIC, em que explicita o
objetivo do desenvolvimento do banco.
Figura 2 – Página “Sobre o Banco NEETIC”
78
A figura 3 refere-se à página Dados NEE-TIC, que apresenta os dados
coletados nesta pesquisa, sobre uso das TIC nas NEE em forma de gráficos.
Figura 2 – Página “Dados NEE-TIC”
79
A figura 4 representa a página Material Pesquisado, em que se encontram
quatro links para acesso às pesquisas realizadas pelos Assessores Pedagógicos de
Tecnologias, pelos Professores da Rede Estadual de Ensino do Paraná e pela
pesquisadora. Cada link remete a uma categoria que pode ser de Referências,
Softwares, Sites e Vídeos.
Figura 4 – Página “Material Pesquisado”
80
A figura 5 corresponde ao link Referências da página Material Pesquisado,
e apresentam referências bibliográficas como livros, textos e artigos relacionados às
necessidades educacionais especiais e tecnologias da informação e comunicação.
Figura 5 – Página “Referências”
81
A figura 6 corresponde ao link Softwares da página Material Pesquisado, e
apresenta link de softwares educacionais que podem ser utilizados na prática
pedagógica de alunos com necessidades educacionais especiais.
Figura 6 – Página “Softwares”
82
A figura 7 corresponde ao link Sites da página Material Pesquisado, e
apresenta link sobre sites relacionados às necessidades educacionais especiais e
tecnologias da informação e comunicação.
Figura 7 – Página “Sites”
83
A figura 8 corresponde ao link Vídeos da página Material Pesquisado, e
apresenta indicações de deos relacionados às necessidades educacionais
especiais que podem ser utilizados na prática pedagógica de alunos com
necessidades educacionais especiais.
Figura 8 – Página “Vídeos”
84
A figura 9 representa a página Links Relacionados, e apresenta links que
levam as páginas diretamente relacionadas à educação, necessidades educacionais
especiais e tecnologias da informação e comunicação.
Figura 9 – Página “Links Relacionados”
A figura 10 refere-se à página Lista de Projetos, que apresenta projetos
relacionados às necessidades educacionais especiais e tecnologias de informação e
comunicação.
85
Figura 10 – Página “Lista de Projetos”
A figura 11 refere-se à página Experiências com TIC, em que se encontram
listadas experiências de práticas pedagógicas com uso de tecnologias de
informação e comunicação junto a alunos com NEE.
Ao clicar sobre mais detalhes, pode-se ter uma descrição detalhada da
experiência.
As oito descrições das experiências coletadas nesta pesquisa encontram-se
como Apêndices I, J, K, L, M, N, O e P.
86
Figura 11 – Página “Experiências de Práticas Pedagógicas com TIC”
A figura 12 refere-se à página Fórum de Discussões, em que os
profissionais da educação poderão promover discussões, trocar idéias e participar
de reflexões sobre tecnologias para alunos com NEE.
Figura 12 – Página “Fórum de Discussões”
87
A figura 13 refere-se à página Enviar Material, em que os profissionais da
educação podem enviar textos, artigos, indicações de sites, vídeos e softwares
relacionados ao uso de tecnologias na prática pedagógica de professores que atuam
junto a alunos com NEE para divulgar e compartilhar com seus colegas professores.
Figura 13 – Página “Enviar Material”
Entende-se que esta proposta do Banco NEETIC é bastante simples, clara, e
objetiva, justamente visando a facilidade de buscas e interações entre os
professores ou pessoas que vierem a utilizá-la.
88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS
6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após os estudos, leituras, reflexões, elaboração e realização da pesquisa,
finalização dos resultados obtidos e desenvolvimento da proposta do Banco de
Dados, algumas questões merecem considerações.
Esta pesquisa cumpriu com o objetivo a que se propôs, mapear e apresentar
os dados, para que dêem início a um movimento em prol de construções,
colaborações e trocas de experiências com vistas à promoção da formação
continuada de professores que atuam junto a alunos com NEE, para a utilização das
TIC em suas prática pedagógicas.
A investigação do uso das TIC pelos professores que atuam junto a alunos
com NEE foi considerada pioneira no Estado do Paraná, que não existiam dados
disponíveis sobre este domínio. E o objetivo de propor o desenvolvimento do Banco
NEETIC, visando fornecer tais dados, bem como exemplos de experiências de
práticas pedagógicas, foi alcançado, mesmo que o número dessas experiências
tenha sido reduzido perante o total de escolas pesquisadas, pois se considera o fato
de que elas existem.
Por meio do Banco NEETIC, surge a possibilidade de se contar com um
espaço para divulgação e trocas de experiências, considerando que seria um
ambiente virtual construído por eles e para eles. Além do fato de considerar que os
exemplos de experiências possam servir não de modelo ou receita, mas de
motivação para que todos iniciem um movimento de trocas e “reflexão na ação”,
como sugere Schön (1995).
Considera-se ainda a necessidade de maior investigação em relação aos
dados coletados, pois somente um instrumento de questionário limita muito as
respostas e, por vezes, não propicia maiores esclarecimentos, mesmo que devido à
proporção da amostra, em nível estadual, tenha sido a opção mais viável.
Pelos dados coletados, pode-se observar que algumas das TIC como a TV,
vídeo e DVD, o recursos incorporados à escola, porém precisa-se conhecer a
89
sua utilização pedagógica, e a validade destes recursos como promotores da
aprendizagem, já que pelas informações, os professores as utilizam.
Também em relação às experiências, acredita-se que se já existisse um
ambiente para os professores relatarem-nas, ou o contato mais direto com eles,
pessoalmente, possivelmente ter-se-ia conseguido um número maior de relatos.
Considerando todos os dados coletados, percebe-se que as TIC ou estão nas
escolas, ou aos poucos se encontram adentrando-as. Com efeito, as questões mais
importantes a serem investigadas, relacionam-se diretamente a sua utilização como
recurso que promova a aprendizagem de todos os alunos. E, ainda, em relação à
formação do professor para o uso significativo e pedagógico, promovendo-lhe
competência para implementá-las em suas práticas no contexto educativo.
Espera-se que a proposta do Banco NEETIC, pela riqueza das informações
coletadas, seja levada ao conhecimento dos professores e por eles realimentada, a
fim de que possa contribuir e colaborar na sua prática pedagógica com vistas à
promoção da aprendizagem dos alunos, com NEE, favorecendo melhoria e
qualidade na sua educação e no processo de inclusão, concretizando plenamente o
objetivo a que se propôs este trabalho.
Espera-se, ainda, seja levado ao conhecimento daqueles que deliberam sobre
as políticas blicas, para verificarem as necessidades e prioridades definidas pelos
professores, em que a ênfase na inserção das TIC nas escolas seja pautada nos
objetivos da sua utilização e não apenas nos recursos por si só. E que aos alunos
com NEE seja proporcionado as mesmas condições e recursos quanto aos demais
das escolas regulares, inclusive até mais, quando for uma necessidade especial
diferenciada.
Considera-se oportuna uma última citação de Sandholtz, Ringstaff e Dwyer
(1997, p. 175), que reflete uma posição do uso das TIC, considerando os estudos
realizados durante o desenvolvimento deste trabalho
A tecnologia não é uma panacéia para a reforma do ensino, mas ela pode
ser um catalisador significativo para a mudança. Para aqueles que
procuram uma solução simples e inovadora, a tecnologia não é resposta.
Para aqueles que procuram uma ferramenta poderosa para apoiar
ambientes colaborativos, a tecnologia tem um enorme potencial.
Contudo, a utilização pedagógica das TIC no contexto escolar ocorrerá
realmente, quando for entendido o seu potencial como ferramenta, recurso, meio ou
instrumento de aprendizagem, por todos os que de alguma forma tratam da
90
educação. Quando o seu uso for significativo, transformando a vida de nossos
alunos com NEE, possibilitando sua inclusão escolar e social, sua comunicação, seu
desenvolvimento intelectual e até profissional.
Por fim, considerando-se as indicações dos professores no instrumento de
pesquisa, acredita-se que a proposta do Banco NEETIC poderá cumprir o objetivo a
que se propôs de servir de referência para o professor que atua junto aos alunos
com NEE, por meio da utilização das TIC em suas práticas pedagógicas.
Conforme mencionado anteriormente, a proposta do Banco NEETIC será
encaminhada à Diretoria do Centro de Excelências em Tecnologia -CETEPAR e ao
Departamento de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação, com
vista às adequações de design e conteúdos e posterior divulgação.
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Considera-se que esta pesquisa mostrou-se relevante por constatar que a
utilização das TIC em conjunto com estratégias pedagógicas adequadas de ensino
podem subsidiar a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais
especiais no processo de ensino e aprendizagem e por mapear essa utilização por
professores que atuam junto a alunos com NEE nas escolas públicas estaduais do
Paraná.
Com efeito, os dados coletados indicam que algumas das TIC já constam na
maioria das escolas, porém o uso efetivo ainda merece atenção especial,
considerando que o professor não demonstra ainda segurança para utilizá-lo em sua
prática pedagógica.
Portanto, constitui-se como uma referência para as futuras ações que
venham fortalecer e promover a formação continuada aos professores para a
utilização dessas TIC como estratégias de aprendizagem significativas e adequadas
às necessidades educacionais de nossos alunos.
Todavia, vale ainda sugerir a verificação se um Banco com informações e
experiências utilizando-se das TIC, como o Banco NEETIC vem colaborar de alguma
forma: informação, comunicação, reflexão, partilha de informação, troca de
experiências, debates, formação continuada, oportunidade de cooperação e
91
colaboração entre pares, dentre outras, nas práticas pedagógicas para o
desenvolvimento da aprendizagem de alunos com NEE.
92
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, P. R. Uma comparação entre duas estratégias de ensino para
estudantes com necessidades especiais. Anais do III Congresso Ibero-Americano
de Informática na Educação Especial. Fortaleza, Ceará, 20-23 de Agosto de 2002.
ALLEGRETTI, Sônia Maria M. Mudança educacional: um desafio. In: ALMEIDA,
Fernando José de; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de (Org.). Aprender construindo:
a informática se transformando com os professores. Brasília: USP/estação
Palavra, 1998. p. 19-25. (Coleção Proinfo), 01. Disponível em:
<http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/livro01.pdf.> Acesso em: 22 nov. 2006.
ALMEIDA, Fernando José de In: ALMEIDA, Fernando José de; ALMEIDA, Maria
Elizabeth B. de (Org.). Aprender construindo: a informática se transformando
com os professores. Brasília: USP/estação Palavra, 1998. (Coleção Proinfo), 01.
Disponível em: <http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/livro01.pdf.> Acesso em: 22 nov.
2006.
ALMEIDA, Maria Elisabeth Bianconcini de. Da Atuação à Formação de
Professores.In: ALMEIDA, Fernando José de; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de
(Org.). Aprender construindo: a informática se transformando com os
professores. Brasília: USP/estação Palavra, 1998. p. 65-72. (Coleção Proinfo), 01
ALONSO, Angel San M. O Método e as decisões sobre os meios didáticos. In:
SANCHO, Juana M (Org.). Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre:
Artmed, 1998, p. 72-96.
ANDRADE, Jorge Márcio Pereira de. Redes de Informação para a educação
especial. In: III Congresso Iberoamericano de Informática e Educação Especial -
DEFNET. Fortaleza, 2002. Disponível em <http://www.defnet.org.br/agora09.htm>.
Acesso em: 24 set. 2006.
APRESENTAÇÃO, In: ALMEIDA, Fernando José de In: ALMEIDA, Fernando José
de; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de (Org.). Aprender construindo: a informática
se transformando com os professores. Brasília: USP/estação Palavra, 1998.
(Coleção Proinfo), 01, p. 9-12. Disponível em:
<http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/livro01.pdf.> Acesso em: 22 nov. 2006.
BANCO DE DADOS. In: WIKIPÉDIA . Enciclopédia livre, 2007. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_de_dados>. Acesso em: 25 set. 2006.
93
BATTRO, A. M. La educación del talento excepcional.Buenos Aires: Fundación
Bernardo A. Houssay, 1989.
BEHRENS, Marilda. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma
emergente. In: BEHRENS, Marilda A.; MASETTO, Marcos T. MORAN, José M.
Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
BEHRENS, Marilda. Formação continuada dosprofessores e a prática
pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.
_____. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2005.
_____. Paradigma da complexidade. Metodologia de projetos, contrato didático e
portfólios. Petrópolis: Vozes, 2006.
BEYNON, Davies P. Information Systems: an introduction to informatics in
organizations, Palgrave,2002.
BORGES, José A . As TICs e as tecnologias assistivas na educação de pessoas
deficientes., 2005, 20 slides. Apresentação em Power Point.
BORTOLOZZO, Ana R. S; CANTINI, Marcos César; ALCANTARA, Paulo Roberto.
O uso das TICs nas necessidades educacionais especiais – Uma pesquisa no
estado do Paraná. In: Congresso Nacional de Educação-Educere, 4, Anais do IV
Congresso Nacional de Educação-Educere Curitiba: Champagnat, 2006. 1 CD
Room.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Censo demográfico. 2000. Disponível em
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/educacao/censo2000
_educ.pdf. Acesso: em 02 ago. 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Dados da
Educação Especial. 2007. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=62&Itemid=
191>. Acesso em: 02 ago. 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 2001. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf>. Acesso em 21 set. 2007.
94
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educar na
diversidade: material de formação docente. Mod. 4.Brasília: SEESP, 2006.
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/educarnadiversidade
2006.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2007.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=159&Itemid
=311> Acesso em 20 abr 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Programa de
Formação de Professores em Exercício. 2007. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=com_content&task=view&id=163> .
Acesso em: 21 set. 2007
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Programa de
Informática na Educação. 2007. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=74&Itemid
=203> . Acesso em: 02 ago 2007
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. TV Escola:
Guia de Programas 1996-2004. Brasília: SEED, 2005.
CARVALHO, Rosita Edler. A incorporação das tecnologias na educação especial
para a construção do conhecimento. In: SILVA, Shirley; VIZIM, Marli. Educação
Especial: múltiplas leituras e diferentes significados. Campinas: Mercado de
Letras/ Associação de Leitura do Brasil (ALB), 2001.
CARVALHO, Rosita Edler . Removendo barreiras para a aprendizagem. In: BRASIL.
Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância. Salto para o Futuro:
Educação Especial: tendências atuais. Brasília: SEED, 1999. Série de Estudos.
Educação a Distância, v.9, p.59-66.
CSCL – COMPUTER SUPPORTED COLLABORATIVELEARNING. 2007.
Disponível em <http://www.minerva.uevora.pt/cscl/> . Acesso em: 21 set. 2007.
CUBAN, L. Introdução. In: SANDHOLTZ, Judith H; RINGSTAFF, Cathy; DWYER,
David C. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997, p. 9-12.
95
DEMAILLY, Lise C. Modelos de formação contínua e estratégias de mudança. In:
NÓVOA, António. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom
Quixote, 1995a, p. 139-158.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996.
_____, Pedro. A nova LDB. Ranços e avanços. Campinas: Papirus, 1997.
FREIRE, Fernanda. M. P. (2000) Contribuições da linguagem de programação
Logo para a avaliação e seguimento de sujeitos com dificuldades lingüístico-
cognitivas. In: Congresso Brasileiro de Tecnologia e (Re)Habilitação Cognitiva, 2,
Anais ..., São Paulo: SBNp/SENAC, 2000.
FREIRE, Fernanda M. P. ; PRADO, Maria E. B. B. Professores Construcionistas:
a Formação em Serviço. In: Congresso Internacional de Logo e Congresso de
Informática. VII, I, Anais do VII Congresso Internacional de Logo e I Congresso de
Informática. Porto Alegre: Educativa do Mercosul, 1995, p. 229-236. Disponível em
<http://www.niee.ufrgs.br/ciiee2002/Pain%E9is.pdf>. Acesso em 25 set 2007.
FRONT-END. In: WIKIPÉDIA . Enciclopédia livre, 2007. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Front-end>. Acesso em: 25 set. 2006.
GADOTTI, Moacir. Saber Aprender: um olhar sobre Paulo Freire e as perspectivas
atuais da educação. In: GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação.
v.14., n. 2, p. 03-11, 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9782.pdf>. Acesso em: 21 set. 2006.
GARCÍA, Carlos Marcelo. A formação de professores: novas perspectivas baseadas
na investigação sobre o pensamento do professor. In: NÓVOA, António. (coord.). Os
professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995a, p. 51-76
.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4ª São Paulo: Atlas,
1994.
GOUVEIA, Luiz Borges. Local e-government :A governação digital na autarquia.
2004. Disponível em <www.2.spi.pt/inovaut/docs/Manual_v.pdf>. Acesso em: 23
ago. 2006.
96
GUILLERAN, Anne. Práticas inovadoras em escolas européias. In: SANCHO, Juana
M., HERNÁNDEZ, Fernando, (Org.). Tecnologias para transformar a educação.
Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 85-109.
HERNÁNDEZ, Fernando. Por que dizemos que somos a favor da educação se
optamos por um caminho que deseduca e exclui? In: SANCHO, Juana M.,
HERNÁNDEZ, Fernando, (Org.). Tecnologias para transformar a educação. Porto
Alegre: Artmed, 2006, p. 41-61.
ILLICH, Ivan. Deschooling society. New York, NY: Harper&Row, 1970.
JUSTIFICATIVA In: BRASIL. Ministério da Educação Secretaria de Educação a
Distância. Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais. Brasília:
SEED, 1999. Série de Estudos. Educação a Distância, v.9, p.13-16.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência:
contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon Editora
SENAC, 1997.
_____. O verde não é o azul listado de amarelo: considerações sobre o uso da
tecnologia na educação/reabilitação de pessoas com deficiência. Espaço:
informativo técnico-científico do INES, Rio de Janeiro, n. 13, jan-jun, 2000, p.
55-60. Disponível em <http://www.bancodeescola.com/verde.htm> Acesso em: 24
nov. 2006.
_____. Ensinando a turma toda. Revista Pátio. Porto Alegre, n.20, fev-abr, p. 18,
2002.
MEDEIROS, Simone. O projeto TV escola. In: TV na escola e os desafios de hoje:
Curso de Extensão para professores do Ensino Fundamental e Médio da Rede
Pública. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
MORAN, José Manuel . Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias
audiovisuais e telemáticas. In: BEHRENS, Marilda A.; MASETTO, Marcos T.
MORAN, José M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas-SP:
Papirus, 2006, p.11-65.
97
MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do professor com as
tecnologias. Revista Diálogo Educacional. Curitiba, v. 4, n. 12, p.13-21, 2004.
MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz G. Metodologia da pesquisa para o
professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
MORETTO, Vasco P. Construtivismo: a produção do conhecimento em aula. Rio
de Janeiro: Editora DP&A, 2002.
MYSQL. In: WIKIPÉDIA. Enciclopédia livre, 2007. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mysql>. Acesso em 25 set. 2007.
NÓVOA, António. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA,
António. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995a,
p. 15-34.
_____. Entrevista concedida por e-mail em outubro de 2004 ao CRE Mário
Covas/SEE-SP, 2004. Disponível em
<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ent/antonio_novoa.pdf>
Acesso em: 27 maio 2007.
_____. Professor se forma na escola. Revista Nova Escola. São Paulo, Edição 142,
maio, 2001. Disponível em
<http://novaescola.abril.com.br/ed/142_mai01/html/fala_mestre.htm> Acesso em: 27
abr. 2007.
_______________. O professor pesquisador e reflexivo. (Entrevista concedida
em 13 de setembro 2001) Disponível em
<http://www.tvebrasil.com.br/salto/entrevistas/antonio_novoa.htm>. Acesso em: 28
de maio 2007.
PABLOS, Juan de. A visão disciplinar no espaço das tecnologias da informação e
comunicação. In: SANCHO, Juana M., HERNÁNDEZ, Fernando,(Org.). Tecnologias
para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 63-83.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da
informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
98
_____. Constructionism: a new opportunity for elementary science education.
Cambridge, Massachussetts Institute of Technology , Media Laboratory,
Epistemology and Learning Group, 1986.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Portal Dia-a-Dia Educação, 2007.
Disponível em: <
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/paranadigital/saiba_mais.php.>
Acesso em: 03 set. 2007.
PASTOR, Carmem A. Utilizaçao didática de recursos tecnológicos como resposta à
diversidade. In SANCHO, Juana M, (Org.). Para uma tecnologia educacional.
Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 237-256.
PEREIRA FILHA, Maria. In: BRASIL, Ministério de Educação. Secretaria de
Educação Especial. 2007. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=com_content&task=view&id=8617
&interna=6nterna=2>. Acesso em: 02 ago. 2007.
PERRENOUD, Philippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação.
Perspectivas sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
___________________ As práticas pedagógicas mudam e de que maneira?
In: Revista Impressão Pedagógica. Curitiba, n° 23, Julho/Agosto, pp. 14-15.
Publicado originalmente ("Les pratiques pédagogiques changent-elles et dans quel
sens ? ") na Pour (Paris), n° 65, mai 2000, p. 14. Autorizado para tradução e
publicação. Tradução de Melissa Castellano.
PHP. In: WIKIPÉDIA. Enciclopédia livre, 2007. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/PHP>. Acesso em 25 set. 2007.
ROSS, Paulo R. A pessoa com deficiência visual e o processo de inclusão. In:
5º Encontro grupos de estudos – Educação Especial/A pessoa com deficiência visual
e o processo de inclusão. 2006. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.com.br/portals/portal/institucional/dee/grupo_estudo_ar
eavisual2006.pdf>. Acesso em: 22 maio 2007.
SANCHO, Juana M, (Org.). Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre:
Artmed, 1998.
SANCHO, Juana M . In: SANCHO, Juana M; HERNÁNDEZ, Fernando. (Org.)
Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
99
SANDHOLTZ, Judith H; RINGSTAFF, Cathy; DWYER, David C. Ensinando com
tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997.
SCHLUZEN, Elisa Tomoe M. O computador e o prazer de aprender e ensinar. In:
ALMEIDA, Fernando José de; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de (Org.). Aprender
construindo: a informática se transformando com os professores. Brasília:
USP/estação Palavra, 1998, p. 34-40. (Coleção Proinfo), 01. Disponível em:
<http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/livro01.pdf.> Acesso em: 22 nov. 2006.
SCHÖN, Donald A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA,
Antonio. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995a,
p. 77-92
________________. Educando o profissional reflexivo: um design para o
ensino e a aprendizagem. Trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2000.
SILVA, Nely Aparecida P. Formação do professor em serviço. In: ALMEIDA,
Fernando José de; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de (Org.). Aprender construindo:
a informática se transformando com os professores. Brasília: USP/estação
Palavra, 1998. p. 34-40. (Coleção Proinfo), 01. Disponível em:
<http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/livro01.pdf.> .Acesso em: 22 nov. 2006.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2002.
_____. Pesquisa-ação nas organizações. São Paulo: Atlas, 1997.
TORRES, Patrícia Lupion; ALCÂNTARA, Paulo Roberto; IRALA, Esrom Adriano
Freitas. Grupos de consenso: uma proposta de aprendizagem colaborativa para o
processo de ensino-aprendizagem. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 4, n.
13, set/dez, 2004, p.129-145.
UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Ministério da Educação e Ciência da Espanha. Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. (Coord.) Declaração de Salamanca
e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: 1994.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Centro de Computação Científica e
Software Livre (C3SL), 2007. Disponível em
<http://www.c3sl.ufpr.br/pt-br/projetos_prd.html>. Acesso em: 20 jun. 2007
100
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Núcleo de Computação
Eletrônica. Projeto Dosvox. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em
<http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox>. Acesso em 21 set. 2007.
VALENTE, José Armando; FREIRE, Fernanda M. P. (Org.). Aprendendo para a
vida: os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2001.
VALENTE, José Armando (org.). Liberando a mente: computadores na educação
especial. Campinas: UNICAMP, 1991.
_____. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pátio. Porto Alegre,
n. 1, 1997, p.19-21.
WATKINS, Amanda. (Org.). Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas
Necessidades Educativas Especiais (NEE): Sumário Executivo. Projeto conduzido
pela Agência Européia para o Desenvolvimento em Necessidades Educativas
Especiais. 2001. Disponível em: < http://www.european-
agency.org/publications/agency_publications/SNE_europe/downloads/Thematic%20
Publication_Portuguese.doc >. Acesso em: 16 out. 2005.
WEIS, Alba Maria L; CRUZ. Mara Lúcia R.M. A informatica e os problemas
escolares de aprendizagem. Rio de janeiro: DP&A editora, 1999.
ZULIAN, Margaret Simone; FREITAS, Soraia Napoleão. Formação de professores
na educação inclusiva: aprendendo a viver, criar, pensar e ensinar de outro modo.
Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 2, n. 18, 2001, p.112.
101
GLOSSÁRIO
APRENDIZAGEM COLABORATIVA é basicamente definida como um processo
educativo em que grupos de alunos trabalham em conjunto tendo em vista uma
finalidade comum, ou ainda de maneira mais completa como um conjunto de
métodos e técnicas de aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim
como de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e
desenvolvimento pessoal e social), onde cada membro do grupo é responsável, quer
pela sua aprendizagem quer pela aprendizagem dos restantes elementos.
A aprendizagem colaborativa destaca a participação ativa e a interação, tanto dos
alunos como dos professores. O conhecimento é visto como um construto social e,
por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes
que propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os
ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e
propiciem o crescimento do grupo.
O computador é visto como um recurso para a aprendizagem colaborativa. O
computador ajuda os alunos a comunicar e a colaborar em atividades comuns,
fornecendo também um prestimoso auxílio nos processos de coordenação e
organização de atividades. Este papel de mediador, enfatiza as possibilidades de
usar o computador não somente como uma ferramenta individual, mas como um
media com o qual e através do qual os indivíduos e os grupos podem colaborar uns
com os outro (CSCL, 2007, p. 1).
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA – seu conceito esta baseado na perspectiva
construtivista sociointeracionista onde o ensino “e um processo de elaboração de
situações didático-pedagógicas que facilitem a aprendizagem, que favoreçam a
construção de relações significativas entre componentes de um universo simbólico”.
Conceito ligado ao representante do cognitivismo, David Ausubel (MORETTO, 2002,
p.103).
BANCOS DE DADOS - (ou bases de dados), são conjuntos de dados com uma
estrutura regular que organizam informação. Um banco de dados normalmente
agrupa informações utilizadas para um mesmo fim.
102
Um banco de dados é usualmente mantido e acessado por meio de um software
conhecido como Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD). Normalmente
um SGBD adota um modelo de dados, de forma pura, reduzida ou estendida. Muitas
vezes o termo banco de dados é usado como sinônimo de SGDB.
O modelo de dados mais adotado hoje em dia é o modelo relacional, onde as
estruturas têm a forma de tabelas, compostas por linhas e colunas (BANCO DE
DADOS, 2007).
CONSTRUCIONISMO - As idéias do Construcionismo, elaboradas por Seymour
Papert, confere especial importância ao desenvolvimento de materiais que permitam
uma atividade reflexiva por parte do aprendiz e de ambientes de aprendizagem que
favoreçam aprendizagens pessoalmente significativas. Nesses ambientes de
aprendizagem atribui-se um papel especial à diversidade de contextos de
aprendizagem, à escolha de temas de interesse pelos aprendizes e à qualidade da
interação entre os participantes desse ambiente (FREIRE; PRADO, 1995).
Segundo Almeida (1998, p. 68-69) pela abordagem construcionista se estabelece o
ciclo denominado descrição-execução-reflexão-depuração, que foi originalmente
empregado na programação de computadores e, em Educação, no uso da
metodologia e linguagem Logo e mais tarde, com o desenvolvimento e aplicação na
Educação, o ciclo passou a ser usado em outros ambientes de aprendizagem, com
ou sem a presença do computador.
DOSVOX - É um sistema para microcomputadores da linha PC que se comunica
com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de
computadores por deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau de
independência no estudo e no trabalho. O sistema realiza a comunicação com o
deficiente visual através de síntese de voz em Português, sendo que a síntese de
textos pode ser configurada para outros idiomas (UFRJ, 2007, p.1).
FRONT-END - Em projetos de software (ou Desenho de Software (do inglês
Software design) é a parte da engenharia de software que se encarrega de
transformar os resultados da Análise de Requerimentos em um documento ou
conjunto de documentos capazes de serem interpretados diretamente pelo
programador), front-end é a parte do sistema de software que interage diretamente
103
com o usuário. Em alguns sistemas, tais como aqueles baseados em Unix chama-se
front-end às interfaces gráficas que permitem ao usuário interagir com programas
que trabalham originalmente em modo texto (FRONT-END, 2007).
PHP (um acrônimo recursivo para "PHP: Hypertext Preprocessor") é uma linguagem
de programação de computadores interpretada, livre e muito utilizada para gerar
conteúdo dinâmico na Web, como por exemplo fóruns. Apesar de ser uma
linguagem de fácil aprendizagem e de utilização para pequenos scripts dinâmicos
simples, o PHP é uma linguagem poderosa orientada a objetos. (PHP, 2007)
PROFORMAÇÃO - O Programa de Formação de Professores em Exercício - é um
curso a distância, em nível médio, com habilitação para o magistério na modalidade
Normal, realizado pelo MEC em parceria com os estados e municípios. Destina-se
aos professores que, sem formação específica, encontram-se lecionando nas quatro
séries iniciais, classes de alfabetização, ou Educação de Jovens e Adultos (EJA),
nas redes públicas de ensino do país.
O PROFORMAÇÃO também participa de projetos de Cooperação Técnica
Internacional para compartilhar a experiência adquirida pela SEED - Secretaria de
educação a Distância na formação de professores em exercício. Atualmente
desenvolve projetos com São Tomé e Príncipe e Timor Leste. (BRASIL, 2007, p.1)
PROINFO O Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) é um
programa educacional criado pela Portaria N. 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para
promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e
médio.
O Programa é desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância (SEED), por
meio do Departamento de Infra-estrutura Tecnológica (DITEC), em parceria com as
Secretarias de Educação Estaduais e Municipais. (PROINFO, 2007, p.1)
SALA DE RECURSOS - Serviço de natureza pedagógica, conduzido por professor
especializado, que suplementa e complementa o atendimento educacional realizado
em classes comuns da rede regular de ensino. Esse serviço realiza-se em escolas,
em local dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados às
necessidades educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos de
104
escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser realizado
individualmente ou em pequenos grupos, que apresentam necessidades
educacionais especiais semelhantes, em horário diferente daquele em que
freqüentam a classe comum. (BRASIL, 2001)
105
APÊNDICES
106
APÊNDICE A - OFÍCIO PARA COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA
NA EDUCAÇAO
107
APÊNDICE B - OFÍCIO AOS DIRETORES DAS INSTITUIÇOES PARTICIPANTES
DA PESQUISA
108
APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS
109
110
111
APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu,________________________________________________, professor(a)
da Escola/Colégio___________________________________________ do município
de _________________________________ fone _______________________, e-mail
_________________________ aceito divulgar a experiência que realizei em minha
prática pedagógica junto aos aluno(s) com Necessidade(s) Educacional(is) Especial(is)
utilizando-se das Tecnologias de Informação e Comunicação. Experiência esta, cuja
finalidade é contribuir na pesquisa para o desenvolvimento de um banco de dados que
venha constituir uma referência útil para a prática pedagógica dos professores que
atuam junto aos alunos com NEE, coordenada pela Mestranda Ana Rita Serenato
Bortolozzo e pela Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação do PR.
As informações por mim prestadas poderão ser utilizadas em disseminações
profissionais e publicações desde que identifiquem minha autoria. Entretanto, fica a mim
reservado o direito de desistir da participação nesta pesquisa, caso considere
necessário, e que deverei solicitá-la com antecedência.
____________________________________________
Assinatura
(Cidade)_______________, _______ de _________________ de 2006.
112
APÊNDICE E - E-MAIL NOMINAL ENVIADO AOS PROFESSORES QUE
INFORMARAM TER EXPERIÊNCIA E PREENCHERAM O TERMO DE
CONSENTIMENTO, CONCORDANDO EM PUBLICÁ-LAS
Date: Thu, 24 May 2007 05:54:02 -0700
> To: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
> Subject: Sobre sua participacao na pesquisa sobre TICs e Necessidades Educacionais
Especiais
>
> Cara Professora Silvana!
>
> Meu nome é Ana Rita Serenato Bortolozzo, sou pedagoga do estado e
> trabalhava na Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETEPAR
> até março do corrente ano, quando fui afastada para realizar as
> atividades do PDE, para a qual fui selecionada. No CETEPAR, além de
> outras atividades enquanto Assessora Pedagógica de Tecnologia
> coordenava um Grupo de Trabalho (GT) que pesquisa soluções
> tecnológicas para o uso das TIC (Tecnologias de Informação e
> Comunicação) nas NEE (Necessidades Educacionais Especiais).
>
> Como não existiam dados sobre o uso das TIC pelos professores que
> atuam junto a alunos com NEE, fui orientada pela então Coordenadora
> Estadual de Tecnologia no segundo semestre de 2006, a desenvolver um
> projeto para realizar tal pesquisa, inclusive tendo o aval da então
> Chefe do Departamento do Ensino Especial da SEED.
>
> Por estar cursando o Mestrado em Educação, busquei junto ao meu
> Orientador subsídios e fundamentação teórica para realizar
> cientificamente a referida pesquisa, da qual o Senhor (a) preencheu o
> instrumento titulado "Questionário Diagnóstico do Estado do Paraná
> quanto ao uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) pelo
> Professor que atende Alunos com Necessidades Educacionais Especiais
> (NEE)" entre os meses de novembro/06 a fevereiro de 2007.
>
> Como tive que me ausentar das atividades que realizava em função das
> atividades do PDE, preciso concluir tal pesquisa, fornecendo as
> respostas ao CETEPAR/DEE, inclusive para que possam divulgá-la e
> utilizá-la para desencadeamento de ações futuras em relação ao uso das
> TIC nas NEE. Logo minha tarefa é fechar a tabulação dos dados e
> coletar as experiências que os professores se propuseram a divulgar
> para seus colegas, como uma forma de trabalho colaborativo.
>
> Para tanto, professora, ao preencher o referido questionário, enviado
> à sua Escola/Colégio, por meio do Ofício Circular no. 331/2006 de
> 30/10/06, a Senhora disse ter uma experiência de destaque em sua
> instituição, de prática pedagógica junto a alunos com NEE
> utilizando-se das TIC (vídeo, rádio, computador, softwares, filmadora,
> máquina fotográfica, etc.) e inclusive preencheu o Termo de
> Consentimento concordando em divulgá-la, num Banco de dados, com o
> intuito de constituir uma referência útil para a prática pedagógica
> dos demais colegas professores.
>
> Logo, encaminho em anexo um sucinto roteiro para que possa relatar sua
> experiência e devolver-me pelo e-mail [email protected]
> (preferencialmente) ou a[email protected], a fim de que eu possa
> reuni-las às demais experiências dos colegas, agrupando-as no Banco
> Digital.
>
> Esclareço que o seu relato inicialmente comporá um Banco de
> experiências, como parte de um Banco Digital que será proposto numa
113
> mídia (CD) e encaminhado à CETEPAR/SEED para avaliação e providências.
>
> Seu relato é muito importante, considerando o reduzido número de
> experiências que encontramos nos instrumentos aplicados, e a
> necessária socialização destas práticas como referências para todos os
> professores que atuam junto a alunos com NEE, utilizando-se das mais
> diversas tecnologias, com vistas à melhoria do processo de
> aprendizagem desses alunos.
>
> Gostaria de contar com sua colaboração, me enviando o relato, se
> possível no máximo até o dia 15/06/2007 e qualquer dúvida, gentileza
> contatar pelos e-mails acima citados, ou ainda pelos telefones (41)
> 3276-9619, 8402-6595.
> Antecipadamente agradeço a atenção.
>
> Ana Rita S. Bortolozzo
> Responsável pela Pesquisa TIC e NEE
114
APÊNDICE F - ANEXO AO E-MAIL ENVIADO AOS PROFESSORES QUE
INFORMARAM TER EXPERIÊNCIA E PREENCHERAM O TERMO DE
CONSENTIMENTO, CONCORDANDO EM PUBLICÁ-LAS
Título: (Palavras-chave)
Data da(s) atividade(s):
Escola/Colégio: (onde foi desenvolvida a experiência ou projeto)
Município: NRE:
Professor (es) participante (es):
Disciplina(s) que foi desenvolvida a experiência/projeto:
E-mail para contato: (para o caso de quem queira mais informações)
Assessoramento tecnológico/pedagógico: (se teve assessoramento da CRTE, da
equipe pedagógica da escola, ou outra).
Alunos envolvidos: (nr. de alunos, série, ensino (fundamental, médio, etc.)
Área de deficiência dos alunos envolvidos:
Conceitos/conteúdos: (trabalhados)
Objetivos:
Metodologia/Desenvolvimento: (descrever sucintamente como foi realizada a
experiência/projeto)
Recursos utilizados: (Quais TIC - TV, vídeo, computador, softwares, DVD, livros,
retroprojetor, máquina fotográfica, filmadora, jornais, dentre outros)
Resultados obtidos: (relate aqui os resultados obtidos para o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos)
Referências: (se houver)
Imagens e ou anexos: Se houver, anexar ao e-mail, não esquecendo dos direitos
autorais e da necessidade de autorização dos pais, se aluno menor idade, para
divulgação das fotos.
115
APÊNDICE G - E-MAIL NOMINAL REENVIADO EM 16/07/2007 AS
PROFESSORAS QUE INFORMARAM TER EXPERIÊNCIA E PREENCHERAM O
TERMO DE CONSENTIMENTO, CONCORDANDO EM PUBLICÁ-LAS, E NÃO
DERAM RESPOSTA DENTRO DO PRAZO ESTIPULADO
Ana Rita Bortolozzo
para xxxxxxxxxxxx.
mostrar detalhes
18:42 (35 minutos atrás)
Prezada xxxxxxxxxxxxxx!
Reenviando mensagem do mês de maio/2007.
Caso não queira mais disponibilizar sua experiência, gentileza acusar
o recebimento deste e sua decisão.
Grata
Ana Rita
Meu nome é Ana Rita Serenato Bortolozzo, sou pedagoga do estado e
trabalhava na Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETEPAR
até março do corrente ano, quando fui afastada para realizar as
atividades do PDE, para a qual fui selecionada. No CETEPAR, além de
outras atividades enquanto Assessora Pedagógica de Tecnologia
coordenava um Grupo de Trabalho (GT) que pesquisa soluções
tecnológicas para o uso das TIC (Tecnologias de Informação e
Comunicação) nas NEE (Necessidades Educacionais Especiais).
Como não existiam dados sobre o uso das TIC pelos professores que
atuam junto a alunos com NEE, fui orientada pela então Coordenadora
Estadual de Tecnologia no segundo semestre de 2006, a desenvolver um
projeto para realizar tal pesquisa, inclusive tendo o aval da então
Chefe do Departamento do Ensino Especial da SEED.
Por estar cursando o Mestrado em Educação, busquei junto ao meu
Orientador subsídios e fundamentação teórica para realizar
cientificamente a referida pesquisa, da qual o Senhor (a) preencheu o
instrumento titulado "Questionário Diagnóstico do Estado do Paraná
quanto ao uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) pelo
Professor que atende Alunos com Necessidades Educacionais Especiais
(NEE)" entre os meses de novembro/06 a fevereiro de 2007.
Como tive que me ausentar das atividades que realizava em função das
atividades do PDE, preciso concluir tal pesquisa, fornecendo as
respostas ao CETEPAR/DEE, inclusive para que possam divulgá-la e
utilizá-la para desencadeamento de ações futuras em relação ao uso das
TIC nas NEE. Logo minha tarefa é fechar a tabulação dos dados e
coletar as experiências que os professores se propuseram a divulgar
para seus colegas, como uma forma de trabalho colaborativo.
Para tanto, professor (a), ao preencher o referido questionário,
enviado à sua Escola/Colégio, por meio do Ofício Circular no. 331/2006
de 30/10/06, o Senhor (a) disse ter uma experiência de destaque em sua
instituição, de prática pedagógica junto a alunos com NEE
utilizando-se das TIC (vídeo, rádio, computador, softwares, etc.) e
inclusive preencheu o Termo de Consentimento concordando em
divulgá-la, num Banco de dados, com o intuito de constituir uma
referência útil para a prática pedagógica dos demais colegas
professores.
Logo, encaminho em anexo um sucinto roteiro para que possa relatar sua
experiência e devolver-me pelo e-mail [email protected]
(preferencialmente) ou a[email protected], a fim de que eu possa
reuni-las às demais experiências dos colegas, agrupando-as no Banco
Digital.
Esclareço que o seu relato inicialmente comporá um Banco de
experiências, como parte de um Banco Digital que será proposto numa
mídia (CD) e encaminhado à CETEPAR/SEED para avaliação e providências.
Seu relato é muito importante, considerando o reduzido número de
116
experiências que encontramos nos instrumentos aplicados, e a
necessária socialização destas práticas como referências para todos os
professores que atuam junto a alunos com NEE, utilizando-se das mais
diversas tecnologias, com vistas à melhoria do processo de
aprendizagem desses alunos.
Gostaria de contar com sua colaboração, me enviando o relato, se
possível no máximo até o dia 15/06/2007 e qualquer dúvida, gentileza
contatar pelos e-mails acima citados, ou ainda pelos telefones (41)
3276-9619, 8402-6595.
Antecipadamente agradeço a atenção.
Ana Rita S. Bortolozzo
Responsável pela Pesquisa TIC e NEE
Relatodeexperiencia.doc
41K Exibir como HTML Abrir como documento do Google
Baixar
Responder
Encaminha
APÊNDICE H- LISTA DOS PROFESSORES QUE ENVIARAM AS EXPERIÊNCIAS PARA DIVULGAÇÃO
Professores que relataram suas experiência com uso das TIC (com Termo de Consentimento)
N. Nome do Professor Escola/Colégio Cidade Título da Experiência TIC e-mail
01
Lucia de Ramos
Crestani
E.E. Sede da Luz Salto do Lontra A pequena vendedora
de fósforos
TV e Vídeo Não tem
02
Ana Paula Pereira
Clecilda Parabocz
C.E. Reinaldo Sass Francisco Beltrão O computador no
trabalho com
Dificuldade de
Aprendizagem
computador
anapped@yahoo.com.br
03
Maria Inês Rader C.E. João Zacco
Paraná
Planalto Inclusão Responsável Computador, máquina
fotográfica, retroprojetor,
filmadora, aparelho de som,
instrumentos musicais,
internet, microscópio.
joaozacco@rline.com.br
04
Maria de Fátima
Florentino
C.E. Princesa Isabel Marilena O Prazer da Leitura TV, Vídeo, aparelho de
som, computador.
cepi-
marilena@hotmail.com
05
Josefa Fátima de
Sena Freitas e Maria
Lurdes de Oliveira
CEEBJA Manoel
Rodrigues da Silva
Maringá Informática: Leitura e
escrita
TV, vídeo, computador,
softwares, DVD, livros,
jornais, charges, dicionário
e fones de ouvido.
jsena@teracon.com.br
06
Conceição
Ap.Abrantes Ornelas
Micheloto
C.E. Lúcia Alves de
Oliveira Schoffen
Altônia Leitura Dialogada
TV, DVD, rádio, CD. conceiornelas@hotmail.c
om
07
Tereza Maria de
Jesus Faria Orlandini
C.E. Ministro
Petrônio Portela
São Jorge do
Patrocínio
Trabalhando com
projetos escolares
Aparelho de som, filmadora
e máquina fotográfica.
om
08
Julimare Alves
Teixeira
C.E. Rui Barbosa Arapoti Trabalhando no
laboratório de
Informática
Laboratório com
computadores conectados a
Internet
julimareprado@hotmail.c
om
APÊNDICE I - RELATO DE EXPERIÊNCIA - LEITURA DIALOGADA
119
120
APÊNDICE J - RELATO DE EXPERIÊNCIA – O COMPUTADOR NO
TRABALHO COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
121
APÊNDICE K - RELATO DE EXPERIÊNCIA – A PEQUENA VENDEDORA DE
FÓSFOROS
122
APÊNDICE L - RELATO DE EXPERIÊNCIA – INFORMÁTICA: LEITURA E
ESCRITA
123
APÊNDICE M - RELATO DE EXPERIÊNCIA – O PRAZER DA LEITURA
124
APÊNDICE N - RELATO DE EXPERIÊNCIA – INCLUSÃO RESPONSÁVEL
125
126
127
APÊNDICE O - RELATO DE EXPERIÊNCIA – TRABALHANDO COM
PROJETOS
128
129
APÊNDICE P - RELATO DE EXPERIÊNCIA – TRABALHANDO NO
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
130
Bortolozzzo, Ana Rita Serenato
B739b Banco de dados para o uso das tecnologia de informação e comunicação
2007 na prática pedagógica de professores de alunos com necessidades especiais /
Ana Rita Serenato Bortolozzo ; orientador, Paulo Roberto Alcântara. – 2007.
128 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
Curitiba, 2007
Bibliografia: f. 91-99
1. Educação especial. 2. Tecnologia da informação. 3. Prática de ensino.
4. Tecnologia educacional. 5. Professores - Formação. I. Alcântara, Paulo
Roberto. II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-
Graduação em Educação. III. Título.
CDD 20. ed. – 371.9
303.4833
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo