Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
GABRIELA ACORDI DA SILVA
AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE DO EXTRATO DE MIKANIA
LAEVIGATA NO DANO EM DNA CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO AGUDA
A POEIRA DO CARVÃO
CRICIÚMA, JUNHO DE 2008.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
GABRIELA ACORDI DA SILVA
AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE DO EXTRATO DE MIKANIA
LAEVIGATA NO DANO EM DNA CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO AGUDA
A POEIRA DO CARVÃO
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Saúde para
obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.
Orientadora: Prof.ª Dr. Vanessa Moraes Andrade
Co-orientador:P Prof. Dr. Emílio Luiz Streck
CRICIÚMA, JUNHO DE 2008.
ads:
3
RESUMO
Desde os tempos imemoráveis, os homens buscam na natureza recursos para melhorar
suas próprias condições de vida, tornando-se a utilização de plantas medicinais uma
prática generalizada na medicina popular. Vários estudos demonstraram importantes
efeitos biológicos da Mikania laevigata, popularmente conhecida como guaco e utilizada
na medicina popular brasileira para o tratamento de doenças respiratórias. No entanto,
pouco se sabe sobre seus efeitos em nível genético. Dessa forma, estudos de
antigenotoxicidade podem ajudar a avaliar a segurança e a efetividade desta planta.
Nesse trabalho, foi avaliado o efeito antigenotóxico do pré-tratamento com extrato de
Mikania laevigata (MLE) em ratos submetidos a uma instilação traqueal aguda de de
carvão. Para esta avaliação foram utilizados os testes de Micronúcleos e Ensaio Cometa
em sangue periférico, medula óssea e fígado. Os animais foram pré-tratados por duas
semanas com solução salina (grupos 1 e 2) ou com o extrato de ML (100mg/mL) (grupos
3 e 4). No décimo quinto dia os animais foram anestesiados e receberam via
traqueostomia a poeira do carvão mineral (3mg/03.mL) (grupos 2 e 4) ou solução salina
(0,3mL) diretamente nos pulmões (grupos 1 e 3). Quinze dias após a instilação do de
carvão mineral, os animais foram sacrificados e tiveram o fêmur, o fígado e sangue
periférico retirados. Os resultados mostraram que o extrato de Mikania laevigata não
apresentou atividade antigenotóxica neste modelo experimental de inflamação pulmonar
induzida pelo carvão mineral. Posteriores investigações farmacológicas e bioquímicas
bem como investigações sobre a antigenotoxicidade numa exposição crônica devem ser
feitas com o intuito de elucidar os mecanismos de ação do extrato desta planta.
Palavras- Chave: carvão mineral, Mikania laevigata, guaco, dano em DNA, Ensaio
Cometa, Teste de Micronúcleos.
4
ABSTRACT
In memorable times, men seek in nature resources to improve their conditions of life,
becoming the use of herbal medicine in a popular widespread practice. Several studies
report important biological effects of Mikania laevigata, popularly known as “guaco”, used
in Brazilian folk medicine for respiratory diseases. However, little is known about its
genetic effects. In this manner, anti-genotoxicity studies can help assess the safety and
effectiveness of this plant. In this work, the antigenotoxic pre-treatment effect of Mikania
laevigata extract (MLE) in rats submitted to acute intratracheal instillation of coal dust was
evaluated using the Micronucleus test and the Comet assay in peripheral blood, bone
marrow and liver cells. The animals were pre-treated for two weeks with saline solution
(groups 1 and 2) or MLE (100 mg/kg) (groups 3 and 4). On the 15
th
day, the animals were
anesthetized with ketamine (80 mg/kg) and xylazine (20 mg/kg) and gross mineral coal
dust (3 mg/0.3 mL saline) (groups 2 and 4) or saline solution (0.3 mL) (groups 1 and 3)
were administered directly in the lung by intratracheal administration. Fifteen days after
coal dust or saline instillation, the animals were killed and have the femur, liver and
peripheric blood removed. The results shown that MLE have not present antigenotoxic
activity in this animal model of lung inflammation induced by coal dust exposure. Further
pharmacological and biochemical investigations as well as antigenotoxic studies after
chronic exposition to coal mineral dust are necessary to elucidate the mechanisms of
action of this extract.
Key-words: coal dust; Mikania laevigata; Guaco; DNA damage, Comet assay,
Micronucleus test
5
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO…………………………………………………………………........................6
1.1 Carvão …………………………………………………………….....................…………….6
1.2 Impactos Sócio-ambientais.........................................................................................7
1.3 Carvão e Doenças Pulmonares...................................................................................8
1.4 Etnofarmacologia........................................................................................................10
1.5 Mikania laevigata e Mikania glomerata: atividades farmacológicas e biológicas 12
1.6 Genotoxicidade e Mutagênese..................................................................................14
1.6.1 Genotoxicidade Associada ao Uso do Carvão ....................................................15
1.7 Metodologias Utilizadas neste Estudo para Avaliação Genotóxica......................16
1.7.1 Ensaio Cometa.........................................................................................................16
1.7.2 Teste do Micronúcleo
2 OBJETIVOS....................................................................................................................20
2.1 Objetivo geral..............................................................................................................20
2.2 Objetivo específico.....................................................................................................20
3 RESULTADOS …………………………………………………………………………….......21
ARTIGO: Antigenotoxic investigation of Mikania laevigata extract on DNA damage
caused by acute coal dust exposure ………….……………………….……………………22
4 DISCUSSÃO....................................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS…………………………………………………………...50
6
1 INTRODUÇÃO
1.1 Carvão
O carvão é um combustível ssil, de cor preta ou marrom derivado de
componentes sólidos orgânicos. Sua composição é formada primeiramente por átomos de
carbono e magnésio, sendo o combustível natural mais abundante na natureza (Carola,
2002). Este é classificado pela quantidade de carbono presente em sua formação.
A formação do carvão se dá pela transformação da parte celulósica da
vegetação que sofre a ação do tempo, pressão, de agentes anaeróbicos e bactérias
(Silva, 1999).
Sabe-se que 90% das reservas mundiais de carvão mineral, estão localizadas
no hemisfério norte (Brack, 2003). Já no Brasil, as maiores reservas estão localizadas nos
estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo (Brack, 2003).
O carvão é uma das matérias primas mais utilizadas como fonte de energia, o
que torna a caracterização e a estimativa de riscos de extrema importância para o seu
uso mais seguro. Os combustíveis de origem orgânica são hoje, não somente a principal
fonte de energia da moderna sociedade tecnológica (Zahrzewski, 1991), mas também a
base de muitos dos processos industriais (plásticos, produtos farmacêuticos, ferro e aço,
alumínio e muitos outros materiais de uso diário). Vários destes produtos são
correntemente produzidos a partir de derivados do petróleo, mas é quase unanimidade de
opinião que a produção de petróleo alcançará um máximo no final do século e então
declinará, aumentando a dependência do carvão como fonte de carbono reativo.
Atualmente, o maior uso comercial do carvão no Brasil é na geração de energia elétrica
7
por meio da combustão. Novas tecnologias para a utilização do carvão, mais eficientes e
ambientalmente corretas serão cada vez mais requeridas no futuro, fazendo-se
necessário um aprofundamento do conhecimento do carvão em termos de sua estrutura,
comportamento e potencialidade. Mas o problema atual e premente é determinar os riscos
decorrentes do intenso uso dos combustíveis sseis, para que se possa minorar os seus
efeitos nocivos.
Segundo Zahrzewski (1991) o carvão é o maior poluente de todos os
combustíveis, seus agentes poluentes principais são dióxido de enxofre e particulados. A
queima do carvão, para a obtenção de energia, produz liberação de dióxido de enxofre e
outros SO
x
, os quais combinados com água da atmosfera imediatamente formam ácido
sulfúrico, a causa das chuvas ácidas. Além disto, possui efeitos danosos aos organismos,
principalmente ao sistema respiratório.
1.2 Impactos Sócio-ambientais
A mineração causa impactos socioambientais afetando o solo, o relevo e os
recursos hídricos das áreas circunvizinhas. A emissão de óxido de enxofre, óxido de
nitrogênio, monóxido de carbono e outros poluentes na atmosfera, ocorre pela abertura de
poços de acesso aos trabalhos de lavra, manuseio de máquinas, equipamentos e pelo
próprio corpo do minério (Borm, 1997).
Os rejeitos sólidos, depositados em áreas externas, criam uma cobertura de
material líquida, que são lançados diretamente nas águas ou nas barragens de rejeito do
beneficiamento de carvão (White & Claxton, 2004) .
8
Neste sentido, com a drenagem das minas, realizada por bombas, são
lançadas no ambiente águas sulfurosas, que ocasionam a redução do pH do local e a
elevação nas concentrações de ferro e sulfatos (Costa, 2004). Com isto, ocorre o
acúmulo de pirita, silito e folhetos nas áreas e águas vizinhas. Os rejeitos percolados
pelas águas ocasionam a lixiviação de componentes tóxicos, contaminando os lençóis
freáticos. A coquefacção, ou seja, o aquecimento do carvão na ausência do ar a uma
temperatura acima de 900° C, com o intuito de extrair os produtos de decomposição
gasosos e líquidos, forma novos depósitos cobrindo muitos hectares de terras cultiváveis
(White e Claxton, 2004). Conforme Faccini e Leite (2001) os maiores problemas
ocasionados pelo carvão no Brasil, encontram-se na região Sul, sendo Criciúma e
Siderópolis as cidades que apresentam diversos transtornos socioambientais decorrentes
da mineração. Na cidade de Siderópolis os rejeitos das minas ocupam grande parte dos
solos agricultáveis.
A poeira proveniente das minas de carvão emanam desses locais, afetando
diretamente os trabalhadores e seus familiares. Ocasionando doenças respiratórias como
bronquite, asma, enfisema pulmonar e pneumoconiose (Borm, 1997)
Os gases emitidos com a queima do carvão em indústria termoelétricas, dos
quais pode-se destacar dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio (NOx) além
de prejudiciais à saúde humana são responsáveis pela chuva ácida que provoca a acidez
do solo, ocasionando assim outros impactos negativos como a corrosão de estruturas
metálicas e modificações na biodiversidade do local (Silva, 1999).
1.3 Carvão e Doenças Pulmonares
Os trabalhadores das minas de carvão e a população exposta à poeira têm o
seu sistema pulmonar debilitado com a deposição de partículas, que provocam reações
9
inflamatórias e a fibrose pulmonar (Remzi, 2004). Desta forma, as respostas inflamatórias
à inalação das partículas podem levar ao desenvolvimento de doenças ocupacionais
irreversíveis. Diversos estudos estabeleceram que a exposição à poeira de carvão é a
principal responsável pela pneumoconiose, bronquites e câncer de pulmão, além de
doenças alérgicas (Kuempei et al., 1997).
A pneumoconiose é definida como um estado patológico devido à retenção de
carvão no pulmão, sendo os principais tipos a asbestose (pneumoconiose dos mineiros de
carvão) e a silicose. A silicose é ocasionada devido à aspiração de sílica livre (SiO2),
caracterizada por mudanças fibróticas e desenvolvimento de uma nodulação evasiva nos
pulmões e clinicamente por uma diminuição da capacidade respiratória e da expansão da
caixa torácica, com uma prevalência à tuberculose. A asbestose ocasiona no pulmão uma
reação a partículas de sílica livre, levando a uma fibrose pulmonar, que diminui a
capacidade das trocas gasosas (Margotti, 1998).
A etiologia das pneumoconioses permanece indefinida, os tipos de lesões
dependem do tempo de exposição, tamanho das partículas aspiradas e da qualidade da
composição química do carvão (Mendes, 1995). Estes eventos determinam um dano
oxidativo e a inflamação pulmonar (Castranova et al., 2000). O pulmão responde à poeira
da mina de carvão provocando uma cascata inflamatória, tendo como resultado a
secreção de fatores pró-inflamatórios, síntese da matriz extracelular, e proliferação de
fibroblastos (Schins, 1999), aumentando a evidência de que a exposição de carvão nos
seres humanos está associada com a geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) e
com a indução de fatores inflamatórios e de peróxidos de lipídio, que implicam
diretamente na patogênese da pneumoconiose (Vallyathan et al., 2000).
O tratamento realizado para as afecções decorrentes deste desequilíbrio
ambiental é a administração de fármacos e internação hospitalar, acarretando em um
10
afastamento por tempo prolongado dos pacientes de suas atividades laborais, e nem
sempre apresentando eficácia comprovada. Para minimizar os efeitos infamatórios do
carvão, algumas alternativas profiláticas estão sendo realizadas, dentre elas a utilização
de produtos naturais, retirados da flora brasileira, na forma de extratos, de infusão ou de
emplastro. Estas alternativas podem amenizar o custo da recuperação dos pacientes
acometidos pela exposição ambiental ao carvão mineral.
1.4 Etnofarmacologia
O uso de plantas como terapia para vários problemas de saúde é uma prática
milenar. Muitos são os estudos que fazem alusão a plantas que eram utilizadas pelos
povos da antiguidade e até hoje continuam sendo usadas (Biazzi, 1998).
Para situar o leitor no sentido etimológico da palavra fitoterapia, o termo fitós
vem do grego e significa planta, terapia significa tratamento. Sendo assim, o uso das
plantas de modo curativo para problemas de saúde pode ser entendido como um cuidado
milenar adotado pelas pessoas no resgate ao bem-estar físico ou mental (Martins et. al.
2000).
O conceito de fitoterapia conforme Fetrow e Ávila (2000) pode ser descrito
como prática alternativa ou complementar a partir da utilização de plantas ou suas partes
com destino terapêutico. Bontempo (1998) completa a definição de fitoterapia como sendo
o uso de vegetais no tratamento de doenças e recuperação da saúde.
Desta forma entende-se que a fitoterapia é uma terapêutica que estuda o uso
de plantas medicinais no contexto cultural na forma de medicina popular ou em situação
de uso de fitoterápicos (Simões, 2003). Sendo que se admite o uso do termo para ambos.
A fitoterapia empírica é entendida como o uso popular e a fitoterapia científica são
11
aqueles usos validados e que podem ser considerados medicamentos no verdadeiro
sentido da palavra.
Continuando o raciocínio acerca do funcionamento terapêutico das plantas,
sabe-se que depende dos princípios ativos presentes nas plantas a reação benéfica a
elas atribuída. Corrêa et al. (2001) definem os princípios ativos como constituintes
químicos existentes que conferem à planta ação terapêutica. Martins et al. (2000)
assinalam que algumas dessas substâncias podem ou não ser tóxicas dependendo da
quantidade que venha a ser utilizada.
Noutro momento Corrêa et al. (2001) ressaltam que, por analogia, as plantas
podem ser comparadas com um frasco de remédio contendo diversos medicamentos
juntos. “É válido ressaltar que substâncias que em um princípio podem ser consideradas
terapêuticas também podem causar efeitos indesejados ou tóxicos”. Estes autores
exemplificam esta afirmação conceituando o efeito indesejado (colateral ou adverso)
como a reação secundária decorrente do uso da planta. Por exemplo, uma planta utilizada
para um efeito principal, ou desejado atuar em uma alergia, pode causar certa
sonolência efeito indesejado. O efeito tóxico como pontuam estes autores é causado
quando são empregadas altas doses de uma substância. Sendo que Corrêa et al. (2001)
assinalam que alguns médicos apesar da intensa industrialização atual mantêm o
emprego das ervas in natura.
Neste ínterim sabe-se que as maneiras de manipular as plantas são diversas,
devendo-se atentar para a forma de preparo, pois desta depende a cura para a
enfermidade a qual será utilizada. Corrêa et al. (2001) abordam que grande interesse
científico no desenvolvimento de pesquisas de plantas utilizadas na medicina popular.
Portanto compreende-se que o termo medicamento pode ser usado para o que possui
validação e comprovação científica.
12
Dentre as plantas de uso popular para o tratamento de afecções respiratórias
encontra-se o uso da Mikania glomerata e Mikania laevigata, comumente chamadas de
guaco.
1.5 Mikania laevigata e Mikania glomerata: atividades farmacológicas e biológicas
As espécies Mikania laevigata e Mikania glomerata (Figura 1) são duas plantas
bastante utilizadas na medicina popular do Brasil há séculos. Pertencentes à família
Compositae, estas espécies são nativas do sul do Brasil onde são popularmente
conhecidas por guaco e que foram oficializadas como fitofármacos em 1929 (Simões et
al., 1998; Lorenzi & Matos, 2002). Embora a espécie referida na Farmacopéia Brasileira
seja a Mikania glomerata, segundo muitos autores, M. laevigata é a espécie mais
abundante e utilizada no sul do país. Por esse motivo e pelo fato de trabalhos também
atribuírem a esta última espécie uma maior concentração de cumarina é que este estudo
se realizará somente com a espécie Mikania laevigata.
Ambas as espécies têm como principais propriedades a ão antiinflamatória
(Suyenaga et al., 2002). Seus extratos são indicados para o tratamento de doenças do
trato respiratório, agindo como coadjuvante no combate à tosse, devido à composição
química (Freitas, 2006). As informações etnofarmacológicas citam o uso do guaco em
gargarejos e bochecho nos casos de inflamações na boca e na garganta e a aplicação
local da tintura em fricções ou em compressas nas partes afetadas por traumatismos e
dores reumáticas (Simões et al., 1998, Lorenzi e Matos, 2002).
A análise fitoquímica destas espécies revelou a presença de vários
constituintes, principalmente a cumarina e outras substâncias dela derivadas, como
flavonóides e ácidos (Simões, 2003). O uso no tratamento de afecções respiratórias deve-
13
se à atividade da cumarina (1,2-benzopirona) e outros compostos presente em grandes
quantidades nas folhas, no entanto, o uso abusivo possui efeito tóxico, então é
desaconselhável o uso para crianças com idade inferior a um ano e mulheres no período
gestacional. Além disso, seu uso prolongado pode provocar acidentes hemorrágicos, pelo
antagonismo à vitamina K (Freitas, 2006; Vaz et al; 2006).
Apesar destas informações, sabe-se pouco sobre os efeitos biológicos dos
extratos de guaco, principalmente em nível genético. Vale ressaltar ainda que muitos
estudos consideram apenas o efeito de fitoquímicos isoladamente e de misturas totais
em testes in vitro. Na maioria dos casos a ação antimutagênica atribuída a algumas
plantas deve-se na verdade a alguns compostos presentes nelas, principalmente
flavonóides (Czeczot & Kusztelak, 1993; Hernandez-Ceruelos et al., 2002; Gomes-
Carneiro et al., 2005). Contudo, existem poucos dados referentes à ação de misturas
complexas como infusões ou sucos de vegetais e frutas. É de grande importância
considerar as misturas complexas, uma vez que, é a forma predominante de ingestão em
seres humanos.
Figura 1 – Mikania laevigata (Fonte: http: www.jardimdeflores.com.br)
14
1.6 Genotoxicidade e Mutagênese
A genotoxicidade é uma área da genética que estuda os processos que alteram
a base da vida, em sua estrutura físico-química, o DNA, processo classificado como
mutagênese. Os agentes que mudam a seqüência do DNA são “tóxicos” para o gene e
são, então, chamados de genotóxicos. A palavra mutação pode ser definida como sendo
qualquer alteração permanente no DNA, que leva a uma alteração herdável da função
gênica (Silva et al. 2003). O aparecimento de mutações ocorre em todos os seres vivos,
sendo um processo fundamental para a evolução e diversidade das espécies, mas
podem ocorrer uma série de problemas, podendo apresentar na maioria das vezes
resultados maléficos, incluindo malformação, câncer, envelhecimento e morte. A
probabilidade de uma mutação ser vantajosa pode ser difícil, mas existe (Edtman, 2003;
Silva et. al., 2003).
Geralmente as mutações são classificadas nos seguintes tipos: (a) mutação
pontual ou gênica, que pode ser devido a alterações em um ou poucos códigos dentro de
um gene, ou por substituição de bases, ou ainda adição ou deleção de nucleotídeos; (b)
mutação cromossômica estrutural, que implica em uma alteração na estrutura do
cromossomo; e (c) mutação cromossômica numérica (Silva, 1999).
As mutações podem ocorrer em qualquer lula, tanto em células de linhagem
germinativa como em célula somática. Quando ocorrem em células de linhagem
germinativa, essas podem ser perpetuadas de uma geração à seguinte, sendo assim as
responsáveis pelas doenças hereditárias. a mutação na célula somática acarreta
prejuízo maior para o próprio indivíduo, pois as mutações podem atingir células em
divisão podendo causar mosaicismo, que consiste na presença de dois ou mais cariótipos
diferentes, em um mesmo indivíduo ou tecido, devido à existência de duas ou mais
15
linhagens celulares derivadas de um mesmo zigoto, sendo que o grau desse ultimo
dependerá do período de desenvolvimento em que as mutações ocorreram (Burns e
Bottino, 1991; Borges-Osório e Robinson, 2001).
Novas pesquisas sobre genotóxicidade e antigenotoxicidade poderiam vir a
corroborar na avaliação da efetividade de algumas substâncias aiticarcinogênicas,
incluindo a grande variedade encontrada em plantas usadas na medicina popular. das
várias plantas utilizadas na medicina popular. Contudo, os mecanismos específicos
propriamente ditos da ação de anticarcinógenos, como por exemplo , fitquímicos ainda
encontram-se obscuros (Paoline e Nestlé, 2003).
Com isso o presente estudo buscou elucidar certamente esses mecanismos
que mediam os efeitos bioquímicos dos extratos de plantas antes de poder considerá-los
verdadeiros agentes terapêuticos eliminando assim estudos controversos e vieses sobre
genotoxicidade e ação anticarcinogênica de substâncias presentes em plantas, como por
exemplo, os flavonóides.
1.6.1 Genotoxicidade Associada ao Uso do Carvão
Devido a sua composição, o carvão e derivados bem como atividades
correlacionadas vêm sendo alvo de muitas pesquisas. Em estudo realizado com
trabalhadores de minas de carvão a céu aberto, bem como com aqueles de escavações,
se demonstrou aumento no índice de aberrações cromossômicas nos linfócitos da
corrente sanguínea (Srám et al., 1985; Agostini et al., 1996). Também foi observada
indução de aberrações cromossômicas em trabalhadores de usinas termelétricas, que
utilizam o carvão como fonte de energia (Srám et al., 1985). Neste mesmo ambiente da
usina foi realizado teste com bactéria (Salmonella), com metabolização, demonstrando
16
mutagenicidade (Srám et al., 1985). Outro autor expôs minhocas (Lumbricus) ao coque,
obtendo resultado positivo em relação a danos no DNA (Verschaeve & Gilles, 1995).
Assim como estes trabalhos, muitos outros vêm demonstrando o efeito danoso do carvão
e seus derivados, nas mais diversas linhagens de células (Léonard et al., 1984; Granella
& Clonfero, 1992; Gu et al., 1992; Stierum et al., 1993).
1.7 Metodologias Utilizadas neste Estudo para Avaliação Genotóxica
1.7.1 Ensaio Cometa
O Ensaio Cometa vem sendo proposto para estudos de toxicogenética devido a
suas peculiaridades e vantagens quando comparado a outros testes para detecção de
substâncias genotóxicas. Ele combina a simplicidade da técnica bioquímica de detecção
de quebras no DNA com a utilização de poucas células e corresponde a um ensaio
citogenético. As vantagens dessa técnica incluem a sensibilidade na detecção de dano no
DNA; a coleta de dados em nível de célula individual; o uso de um número pequeno de
células para a análise e a possibilidade de aplicação em qualquer população de células
eucarióticas; e principalmente a rapidez de resultados (importante para diagnósticos
clínicos) (Tice, 2000).
O Ensaio Cometa não é utilizado para detectar mutações, mas sim lesões
genômicas que, após serem processadas, podem resultar em mutação. Diferente das
mutações, as lesões detectadas pelo Ensaio Cometa são passíveis de correção. Assim
sendo, o Ensaio Cometa pode ser também utilizado para estudos de reparo do DNA,
trazendo informações importantes sobre a cinética e o tipo de lesão reparada, embora
não possibilite inferir a fidedignidade do processo de reparo (Albertini et al., 2000).
17
A técnica do Ensaio Cometa consiste em obter, a partir de células
individualizadas, colocadas em agarose, lisadas, submetidas à eletroforese e coradas,
uma matriz com um halo fluorescente, formado por DNA não danificado e que não migrou.
Células com DNA danificado formam um cometa, consistindo de uma cabeça (matriz
nuclear) e uma cauda (DNA quebrado). A extensão do DNA que migrou está
correlacionado com o dano ocorrido (Tice et al., 2000) (Figura 2).
Figura 2. Visualização no microscópio de células sangüíneas com vários tipos de classes de danos, onde a
“cabeça” representa o núcleo original e a “cauda” os fragmentos de DNA
1.7.2 Teste do Micronúcleo
Os micronúcleos (MN) são pequenos corpúsculos similares em estrutura ao núcleo
(Figura 4), formados por parte de cromossomo(s) ou cromossomo(s) inteiro(s) que foram
perdidos na mitose, decorrente de quebras ou problemas de fuso, respectivamente. Tem
sido demonstrado que, quando a membrana nuclear é refeita, o DNA serve de catalizador
Classe 0
Classe II
Classe I
Classe III
Classe IV
18
para se formar um completo envelope nuclear em torno dele (Alberts e cols., 1989). Por
esta característica, qualquer fragmento ou cromossomo(s) inteiro(s) separados do cleo
principal, formam um pequeno cleo, que é denominado de micronúcleo. Os eritrócitos,
células abundantes na medula óssea e sangue periférico de mamíferos, o
particularmente propícios por sua alta rotatividade, ausência de núcleo e possibilidade de
diferenciar eritrócitos jovens pela presença de RNA (Wild, 1978). O eritrócito recém-
formado contém RNA ribossomal, responsável pela síntese das hemoglobinas. Devido a
isso, pode ser corado diferencialmente com corante para ácidos nucléicos, como por
exemplo, o Giemsa, sendo desta forma, denominados de eritrócitos policromáticos (EPC).
Este tipo celular jovem pode permanecer estável por mais ou menos 24 horas após a
expulsão do núcleo nas lulas dos mamíferos. os eritócitos maduros são
denominados de normocromáticos (ENC), por apresentarem quase apenas hemoglobina
(Mavourin et al.,1990; Heddle, 1991; Hayashi et al., 2000).
A análise de EPC tanto na medula óssea como no sangue periférico é igualmente
aceita para as espécies nas quais o baço não remova os eritrócitos micronucleados
(Asanami et al., 1995). Como conseqüência para as espécies onde isto ocorre, pode-se
visualizar MNs no baço, cujo tecido para os testes de MNs é tão efetivo quanto o da
medula óssea (Krishna et al., 1994). Os ENC o também aceitos para análise de MN
quando a duração da exposição aos agentes excede quatro semanas, uma exposição
crônica (Hayashi et al., 1994).
Embora o teste de MNs demonstre confiabilidade, existem compostos que podem
apresentar resultados falso-negativos em nível de medula óssea (Heddle et al., 1983;
Cliet et al., 1993). Este resultado o é surpresa devido a medula óssea não ser capaz
de metabolizar drogas (Tates et al., 1980). Um bom exemplo de composto que é difícil de
19
detectar danos citogenéticos por testes convencionais é a dietilnitrosamina. Esta droga
produz aberrações cromossômicas, micronúcleos e câncer no fígado, mas não é
detectada pelo Teste de Micronúcleos na medula óssea (Heddle et al., 1983; Tates et al.,
1980). Com base na insuficiente sensibilidade do Teste de Micronúcleos na medula
óssea, é cada vez mais freqüente o número de trabalhos que realizam juntamente a este
teste outras avaliações adicionais em tecidos específicos, considerados tecidos alvos.
Classificações histológicas das lesões também vem sendo freqüentemente utilizadas, no
intuito de correlacionar a genotoxicidade e a carcinogenicidade.
Figura 3 Observação de eritrócitos com MNs (indicados pelas setas) em esfregaço de sangue periférico.
Tendo em vista que foi demonstrado que o gênero Mikania possui efeitos
biológicos importantes sobre o sistema respiratório, e que poucos estudos foram
realizados com esta planta em nível de mutagênese, buscou-se através deste trabalho
mais informações sobre a possível ação preventiva do guaco sobre as lesões sistêmicas
causadas pela instilação do carvão mineral. O tratamento com a Mikania laevigata possui
um custo financeiro mais baixo e pode servir como medida profilática no tratamento das
20
doenças relacionadas ao pulmão, objetivando a melhoria da qualidade de vida dos
pacientes.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Estudar o efeito de extrato hidroalcoólico de Mikania laevigata na prevenção dos
danos sistêmicos em DNA de ratos expostos a instilação aguda com carvão mineral.
2.2 Objetivo específico
Verificar o efeito do uso do pré tratamento da Mikania laevigata sobre os danos
em DNA em sangue periférico, medula óssea e fígado de ratos expostos à instilação
aguda de carvão através dos testes de Micronúcleos e Ensaio Cometa.
21
3 RESULTADOS
Artigo
Antigenotoxic investigation of Mikania laevigata extract on DNA damage caused by acute
coal dust exposure
T.P. Freitas
a
, V.D. Heuser
b
, P. Tavares
c
, D.D. Leffa
c
, G.A. da Silva
c
, V.C. Zanette
d
, P.R.T.
Romão
c
, R.A. Pinho
e
, E.L. Streck
a
, V.M. Andrade
c*
Enviado para publicação na revista Archives of Environmental Contamination and
Toxicology
22
Antigenotoxic investigation of Mikania laevigata extract on DNA damage caused by acute
coal dust exposure
T.P. Freitas
a
, V.D. Heuser
b
, P. Tavares
c
, D.D. Leffa
c
, G.A. da Silva
c
, V.C. Zanette
d
, P.R.T.
Romão
c
, R.A. Pinho
e
, E.L. Streck
a
, V.M. Andrade
c*
a
Laboratório de Fisiopatologia Experimental,
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, SC, Brazil;
b
Institute of Environmental Medicine, Division of Biochemical Toxicology, Karolinska
Institutet, Box 210, S-17177 Stockholm, Sweden;
c
Laboratório de Imunologia e Mutagênese, Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000 Criciúma, SC,
Brazil;
d
Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz, Universidade do Extremo Sul Catarinense,
Criciúma, SC, Brazil,
e
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício,
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, SC, Brazil.
*Corresponding author
E-mail address: vmoraesdeandrade@yahoo.com.br
23
ABSTRACT
In the present paper, we report data on the possible antigenotoxic activity of
Mikania laevigata extract (MLE) after acute intratracheal instillation of coal dust using the
Comet assay and Micronucleus test in peripheral blood, bone marrow and liver cells of
Wistar rats. The animals were pre-treated for two weeks with saline solution (groups 1 and
2) or MLE (100 mg/kg) (groups 3 and 4). On the 15
th
day, the animals were anesthetized
with ketamine (80 mg/kg) and xylazine (20 mg/kg) and gross mineral coal dust (3 mg/0.3
mL saline) (groups 2 and 4) or saline solution (0.3 mL) (groups 1 and 3) were administered
directly in the lung by intratracheal administration. Fifteen days after coal dust or saline
instillation, the animals were killed and have the femur, liver and peripheric blood removed.
Our data did not support the antimutagenic activity of Mikania laevigata as a modulator of
DNA damage after acute coal dust instillation.
Key words: coal dust; Mikania laevigata; medicinal plants; DNA damage, Comet assay,
Micronucleus test.
24
1. INTRODUCTION
Significant exposure to coal dust may occur especially during underground coal
mining. Inhalated coal dust can deposit in lungs and can lead to the development of
several diseases in exposed workers (Donbak et al. 2005). The coal dust exposure can
cause coal workers’ pneumoconiosis, a disease characterized by coal dust deposition in
the lungs, massive mononuclear cells infiltration and progressive fibrosis induced by
activated cells (Cohen and Velho, 2002). Pleural abnormalities, emphysema, chronic
bronchitis, silicosis, and accelerated lung function loss in ex-coal-workers have also been
reported (Meijers et al. 1997, Ross, 2004).
Some studies performed in our laboratory have previously shown that the
parameters of oxidative damage in pulmonary function of rats are altered following
inhalation of coal particles (Pinho et al. 2004), which consist in a mixture of a variety of
chemicals, especially hydrocarbons and heavy metals (Silva et al. 2000a). Although some
of the trace elements (nickel, antimony, lead, cadmium, zinc) present in coal dust have
been shown to be cytotoxic in experimental studies, quartz could be a prominent risk factor
for lung cancer in coal miners (Borm and Tran, 2002). Concerning the genotoxic effect of
coal dust, numerous in vivo and in vitro investigations have been carried out. A cytogenetic
study was carried out on a group of workers from a coal mine in Turkey to investigate the
genotoxic risk of occupational exposure to coal mine dust. The results of this study
demonstrated that occupational exposure to coal mine dust leads to a significant induction
of cytogenetic damage in peripheral lymphocytes of workers engaged in underground coal
mining (Donbak et al. 2005). Furthermore, other studies using rodents as bioindicators
have also shown positive results regarding genotoxicity of coal (Silva et al. 2000a, 2000b,
Leon et al. 2007).
25
Mikania laevigata Schultz Bip. Ex Baker popularly known in Brazil as “guaco” is
a plant employed in folk medicine for the treatment of several pathologies mainly against
respiratory diseases (Suyenaga et al. 2002; Graca et al. 2007). There are several reports
on antimicrobial (Yatsuda et al. 2005), anti-inflammatory and analgesic properties (Ruppelt
et al. 1990; Neves and Sá, 1991). It has also been reported an antimutagenic activity of
Mikania laevigata (Fernandes and Vargas, 2003). This species showed high percentages
of inhibition of mutagenesis induced by mutagens 2AF (2-aminofluorene), in the presence
of exogenous metabolism and SAZ (sodium azide) without exogenous metabolism. Sá et
al. (2006) make an assessment of the dominant lethality of Mikania glomerata in male
Wistar rats. The parameters analyzed were: number of implanted embryos, resorptions
and corpora lutea; mating, gestation, preimplantation loss, implantation and resorption
indexes. The administration of this extract did not show any impairment of fertility and no
significant difference in the parameters analyzed, suggesting an absence of mutagenic
effect on Wistar rats.
In the present study, in order to assess genotoxic and cytotoxic damage, as well
as antigenotoxic properties of extract of this plant species, two assays were used. The
micronucleus test (MN) is a well-established assay, which assesses the micronuclei
originating from chromosome fragments or whole chromosomes that are not included in
the main nuclei during nuclear division. The micronucleus test provides a measure of both
chromosome breakage and chromosome loss and has shown to be at least as sensitive
an indicator of chromosome damage as the classical metaphase chromosome analysis
(Hayashi et al. 2000). During the last few years, the alkaline single-cell electrophoresis
assay, also known as the Comet assay has been used in biomonitoring studies as a rapid
and sensitive tool for demonstrating chemically-induce DNA damage, cells with damaged
26
DNA displaying increased migration of DNA fragments from the nucleus and the formation
of a comet shape (Fairbain et al. 1995; Tice et al. 2000; Collins, 2004).
Considering that coal dust exposure induces cytogenetic damage in peripheral
lymphocytes of workers engaged in mining and that Mikania laevigata is a plant used in
Brazilian folk medicine for several respiratory diseases, this study aimed to investigate
whether the pretreatment with its extract present any effect on DNA damage in blood,
bone marrow and liver cells of rats acutely exposed to coal dust.
2. MATERIALS AND METHODS
2.1. Identification and extraction of plant material: Aerial parts (leaves) of
Mikania laevigata, Compositae family, were collected in Grão Pará, Santa Catarina, Brazil.
Voucher specimen of Mikania laevigata were deposited at Herbarium Pe. Dr. Raulino
Reitz, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brazil, under
number CRI 7379. The leaves were allowed to dry under air circulation (40
o
C) for three
days and powdered. The resulting powder (400 g) was submitted to dynamic maceration
with 2 liters of ethanol:water (70:30, v/v) solution during 3 h. The extract was filtered and
this procedure was repeated twice. The solvent was evaporated in a Rota vapor and the
residue was dissolved in distilled water (Yatsuda et al., 2005).
2.2. Coal dust preparation: One kilogram of gross coal was collected from
Carboniferous Cooperminas, located in the municipal district of Criciúma, Santa Catarina,
Brazil. Samples of 300 g were triturated in a mill of spheres for 3 h, at a frequency of 25
Hz. The coal was analyzed by the Laboratory of Analyses of Soil and Fertilizers at the
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brazil, presenting
27
the following mineralogical characteristics: copper (0.003%), iron (2.480%), zinc (0.003%),
and silica (27.3%). The coal dust used in the experiments was of diameter less than 15
µm.
2.3. Animals and study design: Male Wistar rats obtained from the Central
Animal House of Universidade do Extremo Sul Catarinense were caged in groups of five
and provided with commercial rat chow and water ad libitum and maintained on a 12-h
light:12-h dark cycle. The animals were divided into four groups: (1) pre-treatment with
subcutaneous administration of saline and intratracheal instillation of saline (saline +
saline); (2) pre-treatment with subcutaneous administration of saline and intratracheal
instillation of coal dust (saline + coal); (3) pre-treatment with subcutaneous administration
of Mikania laevigata extract (MLE) and intratracheal instillation of saline (MLE + saline); (4)
pre-treatment with subcutaneous administration of MLE and intratracheal instillation of coal
dust (MLE + coal). All studies were performed in accordance with National Institutes of
Health guidelines and with the approval of Ethics Committee from Universidade do
Extremo Sul Catarinense.
2.4. Pre-treatment with Mikania laevigata and coal dust instillation: Rats
were pre-treated for two weeks with saline solution (groups 1 and 2) or MLE (100 mg/kg)
(groups 3 and 4). On the 15
th
day, the animals were anesthetized with ketamine (80
mg/kg, i.p.) and xylazine (20 mg/kg, i.p.). Gross mineral coal dust (3 mg/0.3 mL saline)
(groups 2 and 4) or saline solution (0.3 mL) (groups 1 and 3) were administered directly in
the lung, according to our previous protocol (Pinho et al., 2004). Fifteen days after coal
dust or saline instillation, the animals were killed by decapitation followed by the
immediately harvesting of samples from femur, liver and peripheric blood.
28
2.5. Comet assay: The alkaline comet assay was performed as described by
Singh et al. (1988), with adaptations by Silva et al. (2000c). 8 and 24 hours after the
intratracheal instillation of coal dust or saline solution blood samples were drawn from de
caudal vein of each rat and mixtured with anticoagulant heparin. The same was repeated
14 days after the intratracheal instillation, when samples from bone marrow and liver were
also obtained according to the method described by Silva et al. (2000c). For bone marrow
perfusion of femur with 2 mL of cold Hanks Balanced Salt Solution (HBSS) was made;
small pieces of liver were placed in 2 mL of cold HBSS and minced into fine pieces.
Cells isolated from tissues (5 - 10 µL) were embedded in a layer 95 µL of 0.75%
low melting point agarose gel on frosted slides and immersed in a lysis buffer (2.5M NaCl,
100mM EDTA and 10mM Tris, pH 10.0-10.5, with freshly added 1% Triton X-100 and 10%
dimethyl sulfoxide) for a minimum of 1 hour and a maximum of one week. Subsequently,
the slides were incubated in freshly-made alkaline buffer (300 mM NaOH and 1 mM EDTA,
pH 12.6) for 20 min. The DNA was electrophoresed for 20 min at 25 volts (0.90 V / cm)
and 300 mA, and then the alkali was neutralized with 0.4 M Tris (pH 7.5). Finally, the DNA
was stained with ethidium bromide (2 µg/mL). The slides were scored blind analysis and
analyzed immediately.
Images of 100 randomly selected cells (50 cells from each of two replicate
slides) were analyzed from each animal using a fluorescence microscope equipped with
an excitation filter of BP546/12 nm and a barrier filter of 590 nm barrier filter. The Damage
Index (DI) was evaluated by classifying each cell to one of five classes (from no damage, 0
to maximum damage, according to tail size and shape (see figures in Heuser et al., 2007),
then values obtained for each animal could range from 0 (0×100), to 400 (4×100).
International guidelines and recommendations for the Comet assay consider that visual
29
scoring of comets is a well-validated evaluation method. Although the DI parameter is
subjective, it is highly correlated with computer-based image analysis (Tice et al., 2000;
Collins, 2004). The percentage damage (DF) was calculated for each sample based on the
number of cells with a tail versus those with no tail.
2.6. Micronucleus assay: The MN assay for peripheral blood was performed
according to guidelines and recommendations (Hayashi et al, 2000, Silva et al., 2000b).
Whole blood smears were prepared at 0h (immediately after instillation), 24h, and 14 days
after the intratracheal instillation of coal dust or saline solution on microscope slides, air-
dried, and stained for 10 min with a mixture of 60 mL Giemsa and 30 mL May-Grünwald
Giemsa, and 10mL phosphate buffer (pH 5.8) for 10 min. The slides then were rinsed with
distilled water, air-dried, and examined using optical microscopy. Two blood smears were
prepared from each animal and coded for blind analysis. The ratio of polychromatic
erythrocytes (PCEs) to normochromatic erythrocytes (NCEs) was determined in a total of
1000 erythrocytes per animal in order to evaluate cytotoxicity, and the frequency of
micronucleated cells was analyzed in 2000 PCEs per rat was recorded to assess
genotoxicity.
2.7. Statistical analysis: The normality of variables was evaluated by the
Kolmogorov-Smirnov test. The statistical analysis of differences in the ratio PCE/NCE,
MNE and Damage Index, measured by Comet assay, was carried out using one-way
analysis of variance (ANOVA). In case ANOVA shows significant differences, post hoc
analysis was performed with Tukey’s test. The critical level for rejection of the null
hypothesis was considered to be a P value of 5%, two-tailed. All analyses were performed
using the Statistical Package for the Social Science (SPSS) software.
30
3. RESULTS AND DISCUSSION
In this work, we evaluated the effect of pre-treatment with MLE on DNA damage
measured using MN test in blood cells, and Comet assay in blood, bone marrow, and liver
cells obtained from rats submitted to acute coal dust intratracheal instillation. Table 1
shows the results obtained using both assays. Among the different treatments, only the
control group (saline + saline) at 24 h after instillation showed statistically increased values
in Comet assay analysis (DF and DI, both P0.05) in relation to the other groups. At 0 h of
exposure the DF on saline + coal group was significantly greater than that observed at 24
h and 14 days (P0.05 for both). After 8 h exposure just the MLE + saline group presents
the DF and DI mean values significantly higher comparing to 0h and 14 days for DF
(P0.05 and P0.01, respectively) and in relation to 0h, 24 h and 14 days for DI (P0.05
for all). The DI data of comet assay for all treatments groups are represented in Fig.1.
There was a general increase in the DNA damage values at 8h for all treatment groups;
however the only statistically significant value was observed on MLE + saline group
comparing with the other times (P0.05; ANOVA, Tukey).
The basal DNA damage in blood leukocytes, measured by comet assay
immediately after instillation (0 h), was extremely variable among the treatments. This
result can be considered expected since there is still a discussion about the background
responses for negative controls and also about how much mean DNA migration is needed
among the control cells (Burlinson et al., 2007). Also, the intratracheal instillation and
anaesthesia could lead to DNA damage due to stress, as reported by Sardas et al. (1998a;
1998b).The persistent high DNA damage values at 8 hours, observed in all treatments,
could be result of stress due to the procedure of instillation, as suggested by Sardas et
al.(1998a; 1998b). Alleva et al. (2003) suggested that the formation of DNA single strand
31
breaks on the first post-operative hours could be related to the early phase of cell death. It
is clear that surgical stress is associated with a greatly enhanced of burst oxidative activity
of neutrophils which, during the inflammatory response, leads to further production of ROS
(Simms and D’Amico, 1997). In general way, 24h after the treatment was observed a
decrease in DNA damage values detected by Comet assay, and this value decrease even
more after 14 days after the instillation. So we can think that the real basal DNA damage
could be observed at 14 days after treatment, because no surgery or anaesthesia was
made (Table 1, Fig. 1). Probably the coal was removed shortly from the blood like
suggested in Fig. 2.
In the present work we also measured DNA damage in blood leukocytes, bone
marrow and liver cells after 14 days of the intratracheal instillation. As shown in Table 2,
just the DF in liver cells obtained from saline + coal and MLE + saline groups has shown
significant values in relation to the control (saline + saline). Fig 2 shows that at 14 days
after instillation of coal dust just liver still present statistically higher number of damaged
cells in relation to saline + saline group; the same cannot be observed for leukocytes and
bone marrow cells, indicating that DNA damage is not present in peripheral blood as well
as bone marrow 14 days after intratracheal instillation of coal dust. This observation agree
with the fact that the liver is one of the principal sites of mixed-function oxygenases, which
metabolize a variety of organic compounds to more polar by-products that can either react
with macromolecules or be eliminated. Higher levels of organic contaminants, such as
polycyclic aromatic hydrocarbons, have been associated with higher enzymatic activity in
these tissues (Zitko et al, 1998; Silva et al., 2000c).
Smears for the MN assay were made with the same blood samples used for the
Comet assay. The MN data are also summarized in Table 1. No significant differences
between treatment groups were observed. However, a little but not significant decrease
32
was observed in the PCE/NCE ratio at 14 days in the groups that have received coal dust
(Table 1 and Fig. 3). In these same groups a slight non significant increase in MN
frequency was observed at 24h and these numbers were not decreased 14 days after
treatment as observed in those groups that did not receive coal dust (saline + saline and
MLE + saline). In spite of no statistically significant differences in PCE/NCE ratio and MN
frequency, Fig. 2 suggests a trend to decrease in values of PCE 24h after instillation in all
of treatments. However, the reestablishment of the normal number of PCE in control group
seems to be reached easier. So, it is possible that the coal was toxic to bone marrow
blood cells. Alleva et al. (2003) have proposed that an altered redox status may contribute
to lymphocytopenia due to an apoptotic event as a consequence of surgical trauma. It is
also suggested by Fig. 2, where although not significant, there is an increase in DNA
damage in these cells in saline + coal group. The same was not observed in MLE + coal
dust, so is possible to infer some kind of protection due to the treatment with this plant
extract. In addition, our MN results were increased at 24h after instillation only in those
groups treated with MLE or coal, and 14 days later this values were not decreased in
groups treated with coal. The values observed for MN test in this study are in accordance
with those described by Wakata et al (1998).
In conclusion, although it has been report in literature that M. laevigata extracts
have antimicrobial, anti-inflammatory, analgesic and antimutagenic properties, in our
study MLE have not presented an antigenotoxic effect in an experimental model of
inflammatory pulmonary disease induced by acute coal dust instillation. Further
pharmacological and biochemical investigations as well as antimutagenic investigations in
chronic exposition are being carried out in our laboratory in order to elucidate the
mechanisms of action of this extract.
33
4. ACKNOWLEDGEMENTS
The present work was supported by grants from Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde - Universidade do Extremo Sul Catarinense (PPGCS-UNESC).
34
5. REFERENCES
Alleva, R., Tomasetti M., Solenghi M.D., Stagni F., Gamberini F., Bassi A., Fornasari P.M.,
Fanelli G., Borghi B., 2003. Lymphocyte DNA damage precedes DNA repair or cell
death after orthopedic surgery under general anaesthesia. Mutagenesis 18, 423-428.
Borm P.J.A., Tran L., 2002. From quartz hazard to quartz risk: the coal mines revisited.
Ann. Occup. Hyg. 46, 25-32.
Burlinson B., Tice R.R., Speit G., Agurell E., Brendler-Schwaab S.Y., Collins A.R., Escobar
P., Honma M., Kumaravel T.S., Nakajima M., Sasaki Y.F., Thybaud V., Uno Y.,
Vasquez M., Hartmann A., 2007. In Vivo Comet Assay Workgroup, part of the Fourth
International Workgroup on Genotoxicity Testing. Fourth International Workgroup on
Genotoxicity testing: results of the in vivo Comet assay workgroup. Mutat. Res. 627,
31-5.
Cohen R., Velho V., 2002. Update on respiratory disease from coal mine and silica dust.
Clin. Chest Med. 23, 811-826.
Collins A.R., 2004. The comet assay for DNA damage and repair: principles, applications,
and limitations. Mol. Biotechnol. 26, 249-61.
Donbak L., Rencuzogullari E., Yavuz A., Topaktas M., 2005. The genotoxic risk of
underground coal miners from Turkey. Mutat. Res. 588, 82-87.
Fairbairn D.W., Olive P.L., O’Neil K.L., 1995. The Comet assay: a comprehensive review.
Mutat. Res. 339, 37-59.
Fernandes J.B.F., Vargas V.M.F., Mutagenic and antimutagenic potential of the medical
plants M. laevigata and C. xanthocarpa. Phytot. Res. 17, 269-273.
35
Graca C., Baggio C.H., Freitas C.S., Rattmann Y.D., de Souza L.M., Cipriani T.R., Sassaki
G.L., Rieck L., Pontarolo R., da Silva-Santos J.E., Marques M.C., 2007. In vivo
assessment of safety and mechanisms underlying in vitro relaxation induced by
Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker in the rat trachea. J. Ethnopharmacol. 112,
430-439.
Hayashi M., MacGregor J.T., Gatehouse D.G., Adler I.D., Blakey D.H., Dertinger S.D.,
Krishna G., Morita T., Russo A., Sutou S., 2000. In Vivo Rodent Erythrocyte
Micronucleus Assay. II. Some Aspects of Protocol Design Including Repeated
Treatments, Integration With Toxicity Testing, and Automated Scoring. Environ. Mol.
Mutagen. 35, 234-252.
Heuser V.D., Erdtmann B., Kvitko K., Rohr P., Silva J., 2007. Evaluation of genetic
damage in Brazilian footwear-workers: Biomarkers of exposure, effect, and
susceptibility. Toxicol. 232, 235-247.
León G., Perez L.E., Linares J.C., Hartmann A., Quintana M., 2007. Genotoxic effects in
wild rodents (Rattus rattus and Mus musculus) in an open coal mining area. Mutat.
Res. 630, 42–49.
Meijers J.M., Swaen G.M., Slangen J.J., 1997. Mortality of Dutch coal miners in relation to
pneumoconiosis, chronic obstructive pulmonary disease, and lung function. Occup.
Environ. Med. 54, 708-713.
Neves L.J., Sá M.F.A., 1991. Contribuição ao estudo das plantas medicinais Mikania
glomerata Spreng. Ver. Brás. Farm. 72, 42-47.
Pinho R.A., Bonatto F., Andrades M., Frota Jr M.L.C., Ritter C., Klamt F., Dal-Pizzol F.,
Uldrich-Kulczynski J.M., Moreira J.C.F., 2004. Lung oxidative response after acute coal
dust exposure. Environ. Res. 96, 290–297.
36
Ross M.H., Murray J., 2004. Occupational respiratory disease in mining. Occup. Med. 54,
304-310.
Ruppelt B.M., Pereira E.F., Gonçalves L.C., Pereira N.A., 1991. Pharmacological
screening of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom-I. Analgesic
and anti-inflammatory activities. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 86, 203-205.
R.C.S., Leite M.N., Peters V.M., Guerra M.O., Almeida R.N., 2006. Absent of
mutagenic effect of Milkania glomerata Hydroalcoholic extract on adult Wistar rats in
vivo. Braz. Arch. Biol. Tech. 49, 599-604.
Sardas S., Aygün N., Gamli M., Ünal Y., Ünal N., Berk N., Karakaya A.E., 1998a. Use of
alkaline Comet assay (single cell gel electrophoresis technique) to detect DNA
damages in lymphocytes of operating room personnel occupationally exposed to
anaesthetic gases. Mutat. Res. 418, 93-100.
Sardas S., Karabiyik L., Atgün N., Karakaya A.E., 1998b. DNA damage evaluated by the
alkaline comet assay in lymphocytes of humans anaesthetized with isoflurane. Mutat.
Res. 418, 1-6.
Silva J., Freitas T.R.O., Heuser V., Marinho J.R., Bittencourt F., Cerski C.T.S., Kliemann
L.M., Erdtmann B., 2000b. Effects of chronic exposure to coal in wild rodents
(Ctenomys torquatus) evaluated by multiple methods and tissues. Mutat. Res. 470, 39-
51.
Silva J., Freitas T.R.O., Heuser V., Marinho J.R., Erdtmann B., 2000a. Genotoxicity
Biomonitoring in Coal Regions Using Wild Rodent Ctenomys torquatus by Comet
Assay and Micronucleus Test. Environ. Mol. Mutagen. 35, 270-278.
37
Silva J., Freitas T.R.O., Marinho J.R., Speit G., Erdtmann B., 2000c. An alkaline single-cell
gel eletrophoresis (comet) assay for environmental biomonitoring with native rodents.
Genet. Mol. Biol. 23, 241-245.
Simms H., D’Amico R., 1997. Post traumatic auto-oxidative polymorphonuclear neutrophil
receptor injury predicts the development of nosocomial infections. Arch. Surg.132,171-
177.
Singh N.P., McCoy M.T., Tice R.R., Schneider E.L., 1988. A simple technique for
quantification of low levels of DNA damage in individual cells. Exp. Cell. Res.175,184-
191.
Suyenaga E.S., Reche E., Farias F.M., Schapoval E.E., Chaves C.G., Henriques A.T.,
2002. Antiinflammatory investigation of some species of Mikania. Phytother. Res.16,
519–523.
Tice R.R., Agurell E., Anderson D., Burlinson B., Hartmann A., Kobayashi H., Miyamae
Y., Rojas E., Ryu J.C., Sasaki Y.F., 2000. Single Cell Gel/Comet assay: Guidelines for
In Vitro and In Vivo Genetic Toxicology Testing. Environ. Mol. Mutagen.35, 206-221.
Wakata A., Miyamae Y., Sato S., Suzuki T., Morita T., Asano N., Awogi T., Kondo K.,
Hayashi M., 1998. Evaluation of the rat micronucleus test with bone marrow and
peripheral blood: summary of the 9th collaborative study by CSGMT/JEMS. MMS.
Collaborative Study Group for the Micronucleus Test. Environmental Mutagen Society
of Japan. Mammalian Mutagenicity Study Group. Environ. Mol. Mutagen. 32, 84-100.
Yatsuda R., Rosalen P.L., Cury J.A., Murata R.M., Rehder V.L.G., Melo L.V., Kooc H.,
2005. Effects of Mikania genus plants on growth and cell adherence of mutans
streptococci. J. Ethnopharmacol. 97, 183–189.
38
Zitko V., Stenson G., Hellou J., 1998. Levels of organochlorine and polycyclic aromatic
compounds in harp seal beaters (Phocagroelandica), Sci. Total Environ. 221, 11–29.
39
Table 1. Mean values (± SE) obtained using Comet assay and Micronucleus (MN) test in peripheral blood in different times after instillation
(6 animals per dose per time)
Time after
instillation
Saline + saline Saline + coal MLE + saline MLE + coal
0 hours 6.67 ± 4.33 9.00 ± 2.25
a,b
1.83 ± 0.54 12.50 ± 3.30
8 hours 9.33 ± 5.33 4.75 ± 1.80 9.50 ± 3.50
c,d
17.50 ± 9.36
24 hours 10.17 ± 2.63* 2.67 ± 0.71 3.00 ± 0.67 2.33 ± 0.88
Damage Frequency
14 days 1.67 ± 0.71 1.33 ± 0.68 0.83 ± 0.48 1.67 ± 0.56
0 hours 10.00 ± 7.27 10.67 ± 3.19 1.83 ± 0.54 19.50 ± 10.03
8 hours 16.00 ± 9.17 11.75 ± 5.07 6.50 ± 5.50
e
25.33 ± 14.28
24 hours 11.83 ± 3.23* 3.00 ± 0.82 2.33 ± 1.03 3.50 ± 1.43
Comet assay
(100 cells/animal)
Damage Index
14 days 3.33 ± 1.82 1.67 ± 0.68 0.83 ± 0.48 1.67 ± 0.56
0 hours 66.26 ± 10.77 45.96 ± 7.89 51.49 ± 8.33 58.70 ± 8.15
24 hours 58.36 ± 5.62 45.15 ± 6.75 38.56 ± 5.36 54.54 ± 7.22 PCE/NCE X 1000
14 days 87.56 ± 39.98 28.09 ± 5.20 37.17 ± 3.44 38.38 ± 6.83
0 hours 1.33 ± 0.61 1.50 ± 0.62 1.70 ± 0.56 1.50 ± 0.56
24 hours 1.33 ± 0.56 3.83 ± 1.25 2.33 ± 0.92 2.83 ± 0.79
Micronucleus test
MN in 2000
erythrocytes
14 days
1.50 ± 1.31 2.83 ± 0.83 1.33 ± 0.49 2.17 ± 0.95
MLE= Mikania laevigata extract.
*Data higher in relation to all the other treatments at 24h at P0.05;
a
Data significant higher in relation to 24h with the same treatment at P0.05;
b
Data significant higher in relation to 14 days with the same treatment at P0.05;
c
Data significant higher in relation to 0h with the same treatment at P0.05;
d
Data significant higher in relation to 14 days with the same treatment at P0.01;
e
Data significant higher in relation to all the other times the same treatment at P0.05 (ANOVA, Tukey).
40
Table 2. Mean values (± SE) observed in Comet assay (DF and DI) in blood leukocytes, bone marrow, and liver cells 14 days
after instillation
Blood leukocytes
(100/animal)
Bone marrow cells
(100/animal) Liver cells (100/animal)
DF DI DF DI DF DI
Saline + saline (n=6)
1.67 ± 0.71 3.33 ± 1.82 3.83 ± 1.38 4.00 ± 1.48 1.17 ± 0.75 1.17 ± 0.75
Saline + coal (n=6) 1.33 ± 0.56 1.67 ± 0.56 6.33 ± 2.75 7.33 ± 2.82 7.33 ± 1.09*
8.33 ± 1.23
MLE + saline (n=6) 0.83 ± 0.48 0.83 ± 0.48 1.33 ± 0.84 1.50 ± 0.96 3.17 ± 1.25 3.83 ± 1.82
MLE + coal (n=6) 1.67 ± 0.56 1.67 ± 0.56 2.83 ± 1.47 3.33 ± 1.58 7.67 ± 2.42*
8.83 ± 3.40
DF= Damage Frequency; DI= Damage Index; MLE= Mikania laevigata extract.
*Data significant in relation to control (saline + saline) at P0.05 (ANOVA, Tukey).
41
Fig. 1. Mean (± SE) values of Damage Index observed in blood leukocytes of rats (6 animals per
treatment).
a
Data significant higher in relation to all the other times in the same treatment at P0.05; *Data
significant higher in relation to all the other times the same treatment at P0.05 (ANOVA, Tukey); MLE=
Mikania laevigata extract.
Fig. 2. Mean (± SE) DNA Damage Frequency observed in blood leukocytes, bone marrow cells, and liver
cells 14 days after the instillation; *Data significant in relation to control (saline + saline) at P0.05
(ANOVA, Tukey); MLE= Mikania laevigata extract.
42
Fig. 3. Mean (± SE) values of EPC/ENC X 1000 observed in whole blood of rats (6 animals per treatment)
with different treatements. MLE= Mikania laevigata extract.
43
4 DISCUSSÃO
A pneumoconiose, também chamada de doença dos mineiros, é
caracterizada pela inflamação pulmonar causada pela exposição a poeira do carvão
(Rom et al., 1987). O pulmão é o principal alvo de oxidantes inalados como a poeira do
carvão. O sistema pulmonar responde a esta poeira provocando uma cascata
inflamatória, tendo como resultado a secreção de fatores pró-inflamatórios, síntese da
matriz extracelular, e proliferação de fibroblastos. A resposta pulmonar inflamatória à
inalação de partículas pode levar ao desenvolvimento de patologias. Diversos estudos
estabeleceram a exposição à poeira de carvão não ao desenvolvimento de
pneumoconiose, bem como a bronquites e câncer de pulmão, além de doenças
alérgicas (Mendes, 1995; Kuempei et al., 1997; Schins, 1999; Castranova, et al., 2000;
Vallyathan et al., 2000). Os tipos de lesões dependem do tempo de exposição, tamanho
das partículas aspiradas e da qualidade da composição química do carvão. Estes
eventos determinam danos oxidativos e inflamação pulmonar, aumentando a evidência
de que a exposição de carvão nos seres humanos está associada com a geração de
espécies reativas de oxigênio, e com a indução de fatores inflamatórios, que implicam
diretamente na patogênese da pneumoconiose (Tao et al., 2003).
A utilização e reconhecimento de plantas medicinais na recuperação da
saúde da população têm evoluído ao longo dos tempos desde as formas mais simples
de tratamento até as formas tecnologicamente sofisticadas de fabricação industrial.
Apesar das enormes diferenças entre os dois tipos de medicamentos, ambos possuem
em comum o fato de muitos desses produtos serem processados a partir de plantas.
44
Muitos estudos têm reportado importantes efeitos biológicos do gênero
Mikania, popularmente conhecido como guaco. Os extratos destas plantas
caracterizam-se pela presença de cumarinas, terpenos e ácidos orgânicos,
principalmente nas folhas (Celeghini et al., 2001; Osório and Martins, 2004). Plantas do
gênero Mikania, como a Mikania laevigata têm como principal indicação na medicina
popular os casos de asma e bronquites, principalmente porque essas plantas
apresentam propriedades bronco dilatadoras (Soares de Moura et al., 2002),
antiinflamatórias (Suyenaga et al., 2002) e antimicrobianas (Holetz et al., 2002; Yatsuda
et al., 2005; Betoni et al., 2006). Kirakosyan et al. (2003) atribuíram à espécie M.
glomerata efeito antioxidante devido principalmente seu extrato ser rico em flavonóides
e cumarinas, que diminuem a ativação das espécies reativas de oxigênio, produzidas
na cadeia mitocondrial. No entanto, pouco se sabe a respeito da ação destas plantas
em nível genético. A avaliação do papel antigenotóxico do extrato da planta Mikania
laevigata é de suma importância, visto que substâncias antimutagênicas presentes em
algumas plantas mostraram ajudar na prevenção de câncer e outras doenças
(Nishino, 1998; Berhow et al., 2000, Surh & Ferguson, 2003, Patel et al., 2007).
Neste trabalho foi avaliado o efeito do pré-tratamento com o extrato de
Mikania laevigata (MLE) no dano em DNA de ratos submetidos à instilação intratraqueal
aguda de poeira de carvão, usando o teste de Micronúcleos (MN) em células
sanguíneas, e Ensaio Cometa em sangue, medula óssea e fígado.
Os animais tratados foram divididos em 4 grupos, abaixo denominados, nos
quais foram administrados os seguintes tratamentos:
45
- S + S - pré-tratamento por 14 dias com salina + administração intratraqueal de
salina
- S + C - pré-tratamento por 14 dias com salina + administração intratraqueal de
carvão
- MLE + S - pré-tratamento por 14 dias com MLE + administração intratraqueal
de salina
- MLE + C - pré-tratamento por 14 dias com MLE + administração intratraqueal
de carvão
A administração se deu por duas vias diferentes: os animais receberam
tratamento com o extrato de M. laevigata ou de solução salina durante 14 dias por via
subcutânea, e, após esse período, no 15° dia, foi a dministrado a solução de carvão ou
de salina por instilação traqueal. A dose escolhida e o modo de administração foram
baseados em trabalho prévio de Fierro et al (1999) o qual mostrou que o extrato de
Mikania laevigata foi efetivo em inibir uma inflamação pulmonar causada pela
ovalbumina. Após 14 dias da instilação os animais foram sacrificados por decapitação e
feitas as coletas de tecidos para a realização dos testes de genotoxicidade.
A tabela 1 do artigo apresenta os resultados obtidos usando os dois ensaios
genotóxicos. Entre os diferentes tratamentos, apenas o grupo controle salina + salina (S
+ S) após 24 horas da instilação mostrou aumento estatisticamente significativo na
freqüência de dano, bem como no índice de danos no Ensaio Cometa (P< 0,05) em
relação aos outros grupos de tratamento. Na hora 0 após a exposição ao carvão, a
freqüência de dano no grupo salina + carvão (S + C) foi significativamente maior do que
aquela observada após 24 horas e 14 dias de exposição (P < 0,05). Depois de 8 horas
46
da instilação apenas o grupo que recebeu o pré-tratamento com o extrato de M.
laevigata (MLE) + salina (MLE + S) apresentou índice e freqüência de danos
estatisticamente maiores quando comparado a 0 hora e 14 dias para Freqüência de
Dano (P < 0,05 e P < 0,01, respectivamente) e em relação a 0, 24 horas e 14 dias para
o Índice de Danos (P< 0,05 para todos). Os dados sobre Índice de Danos no Ensaio
Cometa estão apresentados na Figura 1 do artigo. Pode-se observar que houve um
aumento geral nos danos de DNA para todos os grupos de tratamento após 8 horas da
instilação; contudo, apenas o grupo MLE + S apresentou resultados estatisticamente
significativos quando comparados com as outras horas de coleta.
O dano basal em DNA em leucócitos, medido através do Ensaio Cometa
imediatamente depois da instilação (0h) foi extremamente variável entre os grupos de
tratamento. Este resultado pode ser considerado esperado uma vez que existe uma
discussão corrente a respeito de respostas anteriores sobre controles negativos e
também sobre o quanto de migração de DNA é considerado normal entre células de
organismos controle (Burlinson et al., 2007). Além disso, a instilação intratraqueal e a
anestesia podem ter levado a danos no DNA destes animais devido ao estresse, como
reportado por Sardas et al. (1998a, 1998b). O dano de DNA elevado ainda presente
após 8 horas da instilação, observado em todos os grupos de tratamento, ainda poderia
ser resultado do estresse devido aos procedimentos de instilação como sugerido por
Sardas et al. (1998a, 1998b). Além disso, Alleva et al. (2003) sugerem que a formação
de quebras simples de DNA nas primeiras horas pós-cirúrgicas podem estar
relacionadas a fase inicial de morte celular. O que fica claro é que o estresse cirúrgico
está associado com um aumento significante da atividade oxidativa de neutrófilos, os
quais, durante uma resposta inflamatória, levam a produção de espécies reativas de
47
oxigênio (Simms and D’Amico, 1997). De uma forma geral, 24 horas após o tratamento,
observou-se uma diminuição nos valores de danos em DNA detectados pelo Ensaio
Cometa, e estes valores diminuíram ainda mais depois de 14 dias da instilação. Dessa
forma, podemos pensar que o dano de DNA basal real é observado após os 14 dias do
tratamento pelo fato de nenhum processo de cirurgia ou anestesia ter sido feito antes
da coleta do material (Tabela 1, Fig. 1). Provavelmente o carvão foi removido da
corrente sanguínea rapidamente, como sugere a Figura 2.
Neste trabalho nós também medimos os danos de DNA em sangue periférico
(mesmos dados utilizados na comparação entre tempos de exposição), medula óssea e
fígado dos animais após 14 dias da instilação intratraqueal. Como se observa na tabela
2 do artigo, apenas a freqüência de danos em células de fígado obtidas dos grupos S +
C e MLE + S mostraram valores significantes em relação ao grupo controle (S + S). A
Figura 2 mostra que após 14 dias da instilação do carvão apenas as células do fígado
ainda apresentavam valores estatisticamente significantes de células com dano em
DNA em relação ao grupo S + S (controle); o mesmo não pode ser observado em
leucócitos e células da medula óssea, indicando que o dano em DNA não estava mais
presente no sangue periférico bem como na medula óssea após 14 dias da instilação
da poeira do carvão. Estas observações estão de acordo com o fato de que o fígado é
um dos principais sítios de enzimas oxigenases, as quais metabolizam uma variedade
de compostos orgânicos a subprodutos mais polares ainda, que podem tanto reagir
com macromoléculas ou serem eliminados. Altos níveis de contaminantes orgânicos,
como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos têm sido associados com a atividade
enzimática aumentada nestes tecidos (Zitko et al, 1998; Silva et al., 2000c).
48
Esfregaços para o teste de Micronúcleos foram feitos com as mesmas
amostras usadas para o Ensaio Cometa. Os dados referentes a este teste estão todos
sumarizados na Tabela 1. Não foi observada nenhuma diferença significativa entre os
grupos de tratamento no que diz respeito a contagem de micronúcleos, bem como a
proporção de eritrócitos normocromatófilos (ENC) em relação aos eritrócitos
policromatófilos (EPC), o que nos dá parâmetros de toxicidade. Contudo, uma pequena,
mas não significativa diminuição na proporção EPC/ENC foi observada após os 14 dias
da instilação nos grupos que receberam a poeira do carvão (Tabela 1 e Fig. 3). Nestes
mesmos grupos, um pequeno, mas não significante aumento na freqüência de
micronúcleos (MN) foi observado às 24 horas da exposição e estes números não
diminuíram 14 dias após a instilação como foi observado para aqueles grupos que não
receberam a poeira do carvão (S + S e MLE + S). A respeito das diferenças não
significativas na proporção EPC/ENC e na freqüência de MN, a Figura 2 sugere uma
tendência para a diminuição nos valores de EPC 24 horas após a instilação em todos
os grupos tratados. Contudo, o restabelecimento do número normal de EPC no grupo
controle parece ter sido alcançado antes. Portanto, é possível que o carvão tenha sido
tóxico para as células de medula óssea. Alleva et al. (2003) propuseram que um status
redox alterado pode contribuir para a linfocitopenia devido a um evento apoptótico como
conseqüência do trauma cirúrgico. A figura 2 também sugere, embora não significante,
que um aumento no dano de DNA nestas células no grupo salina + carvão (S + C).
O mesmo não foi observado no grupo MLE + carvão, então é possível inferior algum
tipo de proteção devido ao pré-tratamento com o extrato desta planta. Adicionalmente,
nossos resultados de MN foram maiores às 24 horas da instilação apenas naqueles
grupos tratados com MLE ou carvão, e 14 dias depois, estes valores não diminuíram
49
nos grupos tratados com a instilação aguda do carvão. Os valores observados para o
teste de MN neste estudo estão de acordo com aqueles descritos por Wakata et al.
(1998).
Concluindo, embora tenha sido reportado na literatura que o extrato de M.
laevigata tenha propriedades antimicrobianas, antiinflamtórias, analgésicas e
antimutagênicas, no nosso estudo este extrato não apresentou efeito antigenotóxico em
um modelo experimental de inflamação pulmonar induzido pela instilação da poeira do
carvão. Futuras investigações farmacológicas e bioquímicas bem como antigenotóxicas
em uma exposição crônica estão sendo realizados no nosso laboratório como forma de
elucidar os mecanismos de ação desta planta.
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALBERTS B.; BRAY D.; LEWIS J.; RAFF M.; ROBERTS K.; WATSON J.D. (1989): Cell
growth and division. In: Molecular Biology of the Cell (Garland Publishing, eds.).
London, pp. 727-790.
AGOSTINI J.M.S.; OTTO P.A.; WAJNTAL A. (1996): Chromosome damage in
underground coal miners: detection by conventional cytogenetic techniques and by
submitting lymphocytes of unexposed individuals to plasma from at-risk groups.
Braz. J. Genetics 19: 641-646
ALBERTINI R.J.; ANDERSON D.; DOUGLAS, G.R.; HAGMAR, L.; HEMMINK K.;
MERLO F.; NATARAJAN A.T.; NORPA H.; SHUKER D.E.G.; TICE R.; WATERS
M.D.; AITIO A. IPCS guidelines for the monitoring of genotoxic effects of
carcinogens in humans. Mutation Research 463: 111-172. 2000.
ALLEVA R., TOMASSETTI M., SOLENGHI M.D., STAGNI F., GAMBERINI F., BASSI
A., FORNASARI P.M., FANELLI G., BORGHI B., 2003. Lymphocyte DNA damage
precedes DNA repair or cell death after orthopedic surgery under general
anaesthesia. Mutagenesis 18, 423-428.
ASANAMI S, SHIMONO K, SAWAMOTO O, KURISU K, UEJIMA M (1995): The
suitability of rat peripheral blood in subchronic studies for the micronucleus assay.
Mutation Res. 347: 73-78
BARRETO, T.E. ; HIRUMA-LIMA, C.A. Potencial farmacológico da família
Asteraceae em um fragmento de cerrado Botocatu, SP. In: Simpósio de Plantas
Naturais do Brasil,17, Cuiabá. MT. Resumos UFMT. Resumos, BO.075, 2002.
51
BIAZZI, E. S. Saúde pelas plantas. São Paulo: Casa, 1998.
BERHOW, M.; WAGNER, E.; VAUGHN, S.; PLEWA, M. Characterization and
antimutagenic activity of soybean saponins. Mutation Research 448: 11-22. 2000.
BONTEMPO, M. Manual da Medicina Integral. São Paulo: Nova Cultural, 1998.
BORGES-OSÓRIO, M. R; ROBINSON, W.M.. Genética Humana. 2
a
edição, Porto
Alegre. Editora Artmed, 2001. p. 46.
BORM, P. J. A. Toxicity and occupational health hazards of coal fly
ash (CFA). A review of data and comparison to coal mine dust. Ann.
Occup. Hyg., 1997
BRACK, W. Effect-directed analysis: a promising tool for the
identification of organic toxicants in complex mixtures? Anal. Bioanal.
Chem., 2003
BURNS, W.G; BOTTINO, J.P. Genética. 6
a
edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara
Koogan, 1991. p. 207.
BURLINSON B., TICE R.R., SPEIT G., AGURELL E., BRENDLER-SCHWAAB S.Y.,
COLLINS A.R., ESCOBAR P., HONMA M., KUMARAVEL T.S., NAKAJIMA M.,
SASAKI Y.F., THYBAUD V., UNO Y., VASQUEZ M., HARTMANN A. In Vivo Comet
Assay Workgroup, part of the Fourth International Workgroup on Genotoxicity
Testing. Fourth International Workgroup on Genotoxicity testing: results of the in vivo
Comet assay workgroup. Mutation Research. 627 :31-35. 2007.
CAROLA, C. R. Dos subterrâneos da história: as trabalhadoras das minas de carvão
de Santa Catarina (1937-1964). Florianópolis. Editora da UFSC, 2002.
52
CASTRANOVA V; PORTER D; MILLECCHIA L; MA J Y C; HUBBS A; FTEASS K. Effect
of inhaled crystalline silica in a rat model. Mol. Cell Biochem. 234/235: 177–184,
2002
CELEGHINI R.M.S.; VILEGAS, J.H.Y.; LANÇAS FM. Extraction and Quantitative HPLC
Analysis of Coumarin in Hydroalcoholic Extracts of Mikania glomerata Spreng.
(“guaco”) Leaves. Journal of Brazilian Chemistry Society 12:706–709. 2001
Cliet I, Melcion C, Cordier A (1993): Lack of predicitivity of bone marrow micronucleus
292: 105-111.
CÔRREA, A.D.; BATISTA, R.S.; QUINTAS, L. E.M.; Plantas Medicinais do Cultivo à
terapêutica. 5.ed. Petrópolis, RJ: Vozes,2001.
CZSECZOT, H.; KUSZTELAK, J. A study of the genotoxic potential of flavonoids using
short-term bacterial assays. Acta Biochimica Polonica 40: 549-554. 1993.
Effect of inhaled crystalline silica in a rat model. Mol. Cell Biochem. 234/235: 177–184,
2002. COSTA, A.F. Farmacognosia. 4.ed Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1994. v.2
FACCINI, S.L.;LEITEA, J.C.L. Defeitos congênitos em uma região de mineração de
carvão Rev Saúde Pública ;35(2):136-141, 2001.
FERRO VO. Aspectos Farmacognósticos de Mikania smilacina DC. Curso de s-
Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, Tese de
Doutorado, 1991.
FIERRO I.M.; SILVA A.C.B.; LOPES C.S.; SOARES de MOURA R.; BARJA-FIDALGO
C.: Studies on the anti-allergic activity of Mikania glomerata. J Ethnopharmacol
1999; 66:19–24.
53
FETROW, C.W.; ÁVILA, J.R.; Manual de Medicina Alterantiva para o Profissional.
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan: 2000.
FREITAS, P.T. Avaliação dos efeitos da Mikania glomerata sprengel e da mikania
laevigata schultz no processo inflamatório induzido pela exposição aguda ao
carvão mineral. Tese do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais.
Universidade do Extremo Sul Catarinense; Santa Catarina, 2006.
GOMES-CARNEIRO, M.R.; DIAS, D.M.M.; DE OLIVEIRA, A.C.A.X.; PAUMGARTTEN,
F.J.R. Evaluation of mutagenic and antimutagenic activities of α-bisabolol in the
Salmonella/microsome assay. Mutation Research 585: 105-112. 2005.
GRANELLA M.; CLONFERO E. (1992): Sensitivity of different bacterial assays in
detecting mutagens in urine of humans exposed to polycyclic aromatic
hydrocarbons. Mutation Res. 268: 131-137.
GU Z.W.; WHONG W.Z., WALLACE W.E., Ong T.M. (1992): Induction of micronuclei in
BALB/c-3T3 cells by selected chemicals and complex mixtures. Mutation Res. 279:
217-222.
GUECHEVA, T.; HENRIQUES. J. A. P.; ERDTMANN, B. Genotoxic efects of copper
sulphate in freshwater planarian in vivo, studied with the single-cell-gel test (comet
assay). Mutation Research 497, 19-27. 2001
HAYASHI M.; TICE R.; MACGREGOR J.T.; ANDERSON D.; BLAKEY D.H.; KIRSH-
VOLDERS M.; OLESON Jr. F.B.; PACHIEROTTI F.; ROMAGNA F.;SHIMADA H.;
SUTOU S.; VANNIER B. (1994): In vivo rodent erythrocyte Micronucleus assay.
Mutation Res. 312: 293-304
HEDDLE J.A.; HITE M.; KIRKHART B.; MAVOURNIN K.; MACGREGOR J.T.; NEWEL
G.W.; SALAMONE MF (1983): The induction of micronuclei as a measure of
54
genotoxicity. A report of the U.S. environmental protection agency gene-tox
program. Mutation Res. 123: 61-118.
HERNANDEZ-CERUELOS, A.; MADRIGAL-BUJAIDADAR, E.; DE LA CRUZ, C.
Inhibitory effect of chamomile essential oil on the sister chromatid exchanges by
daunorubicin and methyl methanesulfonate in mouse bone marrow. Toxicology
Letters 135: 103-110. 2002.
KIRAKOSYAN, A; Antioxidant Capacity of poliphenolic Extrcts from Leaves of Crataegus
laevigata and Crataegus monogyna (Hawthorn) Subjeted to Drought and Cold
stress. J. Agric. Food Chem.2003.
KRISHNA G.; URDA G., THEISS JC (1994): Comparative mouse micronucleus
evaluation in bone marrow and spleen using immunofluorescence and Wright‘s
Giemsa. Mutation Res. 323: 11-20.
LÉONARD A.; DEKNUDT G.H.; LÉONARD E.D.; DECAT G. (1984): Chromosome
aberrations in employees from fossil-fueled and nuclear-plower plants. Mutation
Res. 138: 205-212
LORENZI H.; MATOS F. J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas
cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarun, 2002.
MARGOTTI F. L. A pneumoconiose dos Trabalhadores do Carvão. Criciúma:
Universidade do Extremo Sul Catarinense, 1998.
MARTINS, A. F.; CALIXTO, J.B.; MEDEIROS, Y. Efeito dos extratos brutos de
Cephaelis ipecacuanha e Mikania Glomerata na pleurisia em ratos. In: Simpósio
de Plantas Medicinais do Brasil, 14 Florianópolis, Sc Resumos:
UFSC/CEME/FINEP/CNPq, p.81. F-003,1986.
55
MARTINS E.R.; DE CASTRO D.M. ; CASTELLANI D.C.; DIAS J.E. Plantas medicinais.
Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2000.
MAVOURNIN K.H., BLAKEY D.H.; CIMINO M.C.; SALAMONE M.F.; HEDLE J.A.
(1990): The in vivo Micronucleus assay in mammalian bone marrow and peripheral
blood. A report of the U.S. Environmental Protection Agency. Gene-Tox Program.
Mutation Res. 239: 29-80.
MENDES R. Patologia do Trabalho. São Paulo: Atheneu, 1995.
MORAES M.D. A. Família Asteracea na planície litorânea de Piciguaba. Tese de
Doutorado, Instituto de Biologia. Universidade Estadual de Campinas, São Paulo,
1997
NISHINO, H. Cancer prevention by carotenoids. Mutation Research 402: 159-163.
1998.
OSÓRIO A.C.; MARTINS J.L.S. Determinação de cumarina em extrato fluido e tintura
de guaco por espectrofotometria derivada de primeira ordem. Revista Brasileira
Ciências Farmaceuticas 40: 481–486. 2004.
PATEL D.; SHUKLA S.; GUPTA S. Apigenin and cancer chemoprevention: progress,
potential and promise (review). International Journal of Oncology 30: 233-245.
2007.
PAOLINI M. NESTLE M. Pitfalls of enzymes-based molecular anticancer dietary
manipulations: food for thought. Mutation Research 543: 181-189. 2003.
KUEMPEL E D; SMITH R J; ATTFIELD M D; STAYNER L T. Risks of occupational
respiratory diseases among U.S. coalminers. Appl. Occup. Environ. Hyg. V.12:
823–831, 1997.
56
PINHO R. A Efeito da suplementação de N-acetilcisteína e do exercício físico
sobre os marcadores de estresse oxidativo pulmonar induzido pela exposição
aguda ao carvão mineral. Tese do programa de Pós Graduação em Ciências
Biológicas: Bioquímica. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Porto Alegre,
2005.
REMZI A; FERAH A; LEVENT K; AHMET G; AHMET S; HUSEYIN Z. Antioxidant
response at early stages and low grades of simple coal worker´s pneumoconiosis
diagnosed by high resolution computed tomography. Intern. J. Hyg. Eviron. Health,
2004.
SARDAS S.; KARABIYIK L.; ATGUN N.; KARAKAVA A.E.; 1998b. DNA damage
evaluated by the alkaline comet assay in lymphocytes of humans anaesthetized
with isoflurane. Mutat. Res. 418, 1-6.
SCHINS R P F.; BORM, P J A. Mechanisms of mediators in coal dust inducedtoxicity: a
review. Ann. Occup. Hyg. 43:7–33, 1999.
SILVAJ. Biomonitoramento de regiões mineradoras de carvão do Rio Grande do
Sul – avaliação da genotoxicidade através de roedores nativos [Tese]. Porto
Alegre: Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS;
1999.
SILVA J.; ERDTMANN B.; HENRIQUES J. A. P. Genética Toxicológica. Porto Alegre:
Editora alcance, 2003. 422p.
SIMÕES C.O.(ORG). [et...al]. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5ed. rev.
ampl. - Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/Editora da UFSC,2003.
57
SIMMS H., D’AMICO R., 1997. Post traumatic auto-oxidative polymorphonuclear
neutrophil receptor injury predicts the development of nosocomial infections. Arch.
Surg.132,171-177.
STIERUM R.H.; HAGEMAN G.J.; WELLE I.J.; ALBERING H.J.; SCHREURS J.G.M.
KLEINJANS J.C.S. (1993): Evaluation of exposure reducing measures on
parameters of genetic risk in a population occupationally exposed to coal fly ash.
Mutation Res. 319: 245-255.
SUYENAGA E. S.; RECHE E.; FARIAS F.M.; SCHAPOVAL E.E.S.; CHAVES C. G;
HENRIQUES M.A.T. Antiinflammatory Investigation of Some Species of Mikania.
Phytother. Res. 16, 519–523, 2002.
SURH Y.; FERGUSON L.R. Dietary and medicinal antimutagens and anticarcinogens:
molecular mechanisms and chemopreventive potential – highlights of a symposium.
Mutation Research 485: 1-8. 2003
SRÁM R.J.; HOLÁ N.; KOTESOVEC F.; V’ÁVRA R. (1985): Chromosomal
abnormalities in soft coal open-cast mining workers. Mutation Res. 144: 271-275.
TAO F.; GONZALEZ-FLECHA B.; KOBZIK L.; Reactive oxygen species in pulmonary
Inflammation by ambient particulates. Free Rad. Biol. Med. 35, 327–340, 2003
TATES A.D.; NEUTEBOON I.; HOFKER M.; ENGELSE L.D. (1980): A micronucleus
technique for detecting clastogenic effects of mutagens/carcinogens (DEN, DMN) in
hepatocytes of rat liver in vivo. Mutation Res. 74: 11-20.
TICE R. R., AGURELL E.; ANDERSON D.; et al. (2000) The single cell gel /comet
assay: Guidelines for in vitro and in vivo genetic toxicology testing. Environ.
Mol. Mutagen. 35, 206–221
58
WAKATA A.; MIYAMAE Y.; SATO S., SUZUKI T., MORITA T.; ASANO N.; AWOGI T.;
KONDO K.; HAYASHI M.; 1998. Evaluation of the rat micronucleus test with
bone marrow and peripheral blood: summary of the 9th collaborative study by
CSGMT/JEMS. MMS.
VALLYATHAN V; GOINS M; N L LEROY ; PACK D; LEONARD S; X SHI X;
CASTRANOVA V; Am Changes in Bronchoalveolar Lavage Indices. J. Respir.
Crit. Care Med. Vol 162, 958–965, 2000.
VERCHAEVE L.; GILLES J.; (1995): Single cell gel electrophoresis assay in the
earthworm for the detection of genotoxic compounds in soils. Bull. Environ.
Contamination Toxicol. 54: 112-119.
WHITE P. A.; CLAXTON L. D. Mutagens in contaminated soil: a review. Mutation
Research., 567: 227-345, 2004.
WILD D. (1978): Cytogenetic effects in the mouse of 17 chemical mutagens and
carcinogens evaluated by micronucleus test. Mutation Res. 56: 319-327.
ZITKO V., STENSON G.; HELLOU J.; 1998. Levels of organochlorine and polycyclic
aromatic compounds in harp seal beaters (Phocagroelandica), Sci. Total Environ.
221, 11–29.
ZAHREWSKI S.F. (1991): Principles of Environmental Toxicology (Zahrewski SF,
ed.).American Chemical Society, Washington, 270 pp.
YATSUDA R., ROSALEN P.L.; CURY J.A.; MURATA R.M.; REDHER V.L.G.; MELO
L.V.; KOOC H.; Effects of Mikania genus plants on growth and cell adherence of
mutans streptococci. Journal Ethnopharmacol. 97: 183–189. 2005.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo