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UIVERSIDADE FEDERAL DA GRADE DOURADOS
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE Caesalpinia ferrea ex. Tul
var.
Leiostachya Benth
– Caesalpinaceae (PAU FERRO) SOB DIFERETES
REGIMES HÍDRICOS E SOMBREAMETO
ÁDIA REGIA LEHARD
DOURADOS
MATO GROSSO DO SUL
2008
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ii
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE Caesalpinia ferrea ex. Tul
var.
Leiostachya Benth
Caesalpinaceae (PAU FERRO) SOB DIFERETES REGIMES
HÍDRICOS E SOMBREAMETO
ÁDIA REGIA LEHARD
Bióloga
Orientadora: Profa. Dra. Silvana de Paula Quintão Scalon
Dissertação apresentada à Universidade
Federal da Grande Dourados, como parte
das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia Produção
Vegetal, para obtenção do título de Mestre.
DOURADOS
MATO GROSSO DO SUL
2008
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iii
”Quando sitiares uma cidade por muito
tempo, pelejando para a tomar, não
destruirás o seu arvoredo, metendo nele
machado, pois dele comerás; pelo que não o
cortarás, pois será a árvore do campo algum
homem, para que fosse sitiada por ti?"
Deuteronômio 20:19
iv
Nos momentos de dificuldades, de cansaço
e de ausência, a imagem, o sorriso, a
compreensão e o amor fizeram-me
continuar. Ao Leandro, meu esposo, amigo
e companheiro de todas as horas,
Dedico.
v
AGRADECIMETOS
Agradeço primeiramente a Deus, que nos deu a vida e tão bela natureza.
À Universidade Federal da Grande Dourados UFGD, e à Faculdade de Ciências Agrárias
pela oportunidade de realização do curso de Mestrado.
Ao CNPq pela bolsa de estudos concedida
A Profª Drª. Silvana de Paula Quintão Scalon pela orientação, confiança, apoio, imensa
colaboração e amizade nestes anos de estudo.
Ao Profº Dr. José Oscar Novelino pela ajuda com as análises de solo, e pelo carinho e
incentivo.
Aos demais professores do programa de pós-graduação que sempre incentivaram e
orientaram.
Às amigas Geovana, Kácila e principalmente a Verusca pela ajuda na execução deste
trabalho.
Aos funcionários da UFGD, e especialmente aos do Laboratório de Bioquímica, pela ajuda
no desenvolvimento desta pesquisa.
À minha família que sempre ofereceu o apoio necessário durante a realização deste
trabalho.
vi
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................................
10
1. INTRODUÇÃO GERAL.............................................................................................. 12
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................
16
3. CAPITULO I............................................................................................................. 18
3.1 RESUMO.................................................................................................................
19
3.3 ABSCTRACT..........................................................................................................
19
3.4 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 20
3.5 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 21
3.6 RESULTADO E DISCUSSÃO
..............................................................................
23
3.7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 30
3.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 30
4. CAPITULO II ............................................................................................................... 33
4.1 RESUMO ................................................................................................................
34
4.3 ABSTRACT ........................................................................................................... 34
4.4 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 35
4.5 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 36
4.7 RESULTADO E DISCUSSÃO............................................................................... 39
4.8 CONCLUSÃO......................................................................................................... 45
4.9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 46
vii
LISTA DE TABELAS
CAPITULO - I
Tabela 1 -
Taxa assimilatória liquida (TAL), Taxa de crescimento relativo (TCR),
Área foliar específica (AFE), Razão de peso foliar (RPF), Razão de área foliar (RAF)
e Peso específico foliar (PEF), 70%, 50%, e 0% de sombreamento
...........................................................................................................................................
21
CAPITULO - II
Tabela 2 - Médias do diâmetro do caule, teor relativo de água (TRA), teor de
nitrogênio de mudas de Caesalpinia ferrea sob diferentes regimes
hídricos..............................................................................................................................
40
viii
LISTA DE FIGURAS
Capitulo I - Crescimento inicial de mudas de
Caesalpinia ferrea ex. Tul var.
Leiostachya Benth (pau ferro) sob diferentes níveis de sombreamento .......................... 18
Figuras 1 Altura (a) e diâmetro (b) das mudas de Caesalpinia ferrea em função do
tempo e níveis de sombreamento...................................................................................... 24
Figura 2 Tamanho da raiz (a) e massa seca de raiz (b) da muda de Caesalpinia
ferrea em função do tempo e níveis de luminosidade...................................................... 25
Figura 3 - Massa seca da folha (a) e massa seca (b) da parte aérea da muda de
Caesalpinia ferrea em função do tempo e níveis de sombreamento............................... 26
Figura 4 - Área foliar (a) e relação raiz parte aérea da muda de Caesalpinia férrea em
função do tempo e níveis de sombreamento .................................................................... 27
Figura 5 Teor de clorofila (a) e taxa de crescimento relativo da muda de Caesalpinia
ferrea em função do tempo e níveis de sombreamento ....................................................
28
Capítulo II
Crescimento inicial de mudas de
Caesalpinia ferrea
ex. Tul
var.
Leiostachya Benth (pau ferro) sob diferentes regimes hídricos........................................ 31
Figuras 1 – Médias da temperatura máxima (a) e mínima (b) registradas no interior do
viveiro durante o experimento ......................................................................................... 41
Figura 2 – Altura (a) e diâmetro (b) das mudas de Caesalpinia férrea em função de
dias de tratamento e regimes hídricos ..............................................................................
42
Figura 3 - Comprimento da raiz (a) e massa seca da raiz das mudas de Caesalpinia
ferrea em função de dias de tratamento e regimes hídricos ............................................. 43
Figura 4 – Área (a) e massa seca da foliar (b) de mudas de Caesalpinia ferrea em
função de dias de tratamento e regimes hídricos ............................................................. 44
Figura 5 – Massa seca da parte aérea (a) e relação raiz parte aérea das mudas de
Caesalpinia ferrea em função de dias de tratamento e regimes hídricos ........................
45
ix
Figura 6 - Razão de peso foliar (a) e razão de área foliar das mudas de Caesalpinia
ferrea em função de dias de tratamento e regimes hídricos ............................................ 47
Figura 7 - Teor médio de clorofila em mudas de Caesalpinia ferrea em função de dias
de tratamento e regimes hídricos ..................................................................................... 47
10
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE Caesalpinia ferrea ex. Tul var.
Leiostachya Benth (PAU FERRO) SOB DIFERETERS REGIMES HÍDRICOS E
SOMBREAMETO
Autor: Nádia Regina Lenhard
Orientador: Silvana de Paula Quintão Scalon
RESUMO
Neste estudo avaliou-se o crescimento inicial de mudas de pau ferro (Caesalpinia ferrea
ex. Tul var. Leiostachya Benth) sob diferentes níveis de sombreamento e regimes
hídricos. No primeiro experimento avaliou-se os seguintes níveis de sombreamento: 0,
50% e 70% de sombra. O delineamento experimental adotado foi inteiramente
casualizado com quatro repetições de 10 mudas por tratamento. Os resultados
demonstraram que o teor de clorofila total (38,79
g cm
2
) foi maior em plantas
cultivadas em 70% de sombreamento o mesmo ocorrendo para razão de área foliar
(51,54 g cm
2
), razão de peso foliar (0,2708 g g
-1
) e taxa de crescimento relativo
(0,0322 g g
-1
dias). As maiores alturas (110,37 cm), diâmetro (9,3 mm), massa seca da
raiz (11,13 g), da folha (5,59 g), da parte aérea (16,05g), e área foliar (705,25 cm
2
)
foram apresentados para plantas cultivadas em 50% de sombreamento. O tamanho da
raiz, peso específico foliar, taxa assimilatória liquida e área foliar específica não
variaram nos diferentes níveis de luz a que as plantas foram submetidas ao longo do
experimento com medias de (40,23 cm), (0,0082 g cm
2
), (0,0006 g.dm² dia
-1
), (186,24 g
cm
2
) respectivamente. No segundo experimento avaliou-se os seguintes regimes
hídricos: alagamento, 70, 40 e 12,5% de capacidade de campo. O delineamento
experimental adotado foi inteiramente casualizado com quatro repetições de oito mudas
por repetição. O diâmetro (6,5mm), teor relativo de água (52,45%), área foliar
específica (174,58 g cm
2
), taxa de crescimento relativo (0,0160 g g dias
-1
), taxa
assimilatória líquida (0,0004 g dm² dia
-1
) e peso específico foliar (0,0062 g cm
2
) não
diferiram entre os tratamentos. Plantas sob 70%CC apresentaram melhor crescimento
para altura da planta (84,6cm), comprimento da raiz (28,9 cm), massa seca da raiz (6,24
g), área foliar (376,0 cm
2
), massa seca da foliar (1,9755 g), massa seca da parte aérea
(8,27 g) e teor de clorofila (31,67
g cm
2
). A razão de peso específico (0,2368 g g
-1
) e
teor de nitrogênio (0,37%) apresentaram valores mais elevados sob 12,5%CC. O
alagamento teve efeito negativo sobre a razão de área foliar (35,09 g g
-1
) onde os
11
menores resultados foram encontrados. As plantas de pau ferro apresentaram melhor
crescimento sob condições de 50% de luminosidade e 70% da capacidade de campo
Palavras chave: ecofisiologia, sombreamento, estresse.
12
ITRODUÇÃO GERAL
A eliminação dos complexos ecossistemas florestais pelas atividades
agropecuárias tem levado a uma drástica redução das essências florestais nativas no
Brasil. Entretanto nos últimos anos, tem-se intensificado o interesse na propagação
dessas espécies, em razão da necessidade de recuperação de áreas degradadas. Na
tentativa de atenuar estes problemas ambientais, torna-se necessário o desenvolvimento
de estudos e programas para a recomposição desses ambientes degradados (ALMEIDA
et al., 2004).
A maior parte de projetos que visam à conservação e exploração de espécies
nativas florestais dependem do sucesso na formação de mudas. Dessa forma, a
renovação da vegetação, reconstituição de áreas degradadas, produção de madeira e
obtenção de fitoterápicos estão baseados na coleta de sementes, produção e na formação
de mudas das espécies (MELLO, 1998; ALMEIDA, 2001; CAMPOS e UCHIDA,
2002).
Os fatores ambientais como luz, temperatura, água e as condições edáficas não
fundamentais para o desenvolvimento inicial das plantas (FERREIRA et al., 1977;
ENGEL e POGGIANI, 1990; AGUIAR e BARBEDO 1996).
A quantidade de biomassa produzida por uma espécie depende da quantidade
de energia radiante absorvida por sua folhagem, quando o crescimento desta não estiver
limitado por deficiência hídrica ou mineral (BLACK e ONG, 2000). Cada espécie tem
exigências próprias para o seu desenvolvimento e, a intensidade de luz que chega ao
indivíduo é especialmente importante para o seu crescimento e desenvolvimento
(POGGIANI et al., 1992).
O ambiente de luz em que a planta desenvolve é de fundamental importância,
pois o ajuste das plantas a este ambiente depende da regulação do seu aparelho
fotossintético, de modo que a luminosidade ambiental seja utilizada de maneira mais
eficiente possível. As respostas destes ajustes serão refletidas no crescimento global da
planta (ENGEL e POGGIANI, 1990).
Diferentes graus de luminosidade causam, em geral, mudanças morfológicas e
fisiológicas na planta, sendo que o grau de adaptação é ditado por características
genéticas da mesma em interação com seu meio ambiente e os efeitos dessas diferenças
de intensidade de luz são mais significativos no crescimento da planta do que na sua
13
qualidade, principalmente no que se refere ao acúmulo de matéria seca, em condições
naturais (SCALON et al., 2001).
Estudos a respeito do comportamento de espécies arbóreas nativas em relação à
variação de luz e diferentes quantidades de luz constante têm sido realizados,
entretanto, na natureza, uma mesma planta experimenta variações na quantidade de luz
recebida, em função da abertura e/ou fechamento de clareiras e a resposta da planta ao
novo ambiente pode ser afetada pelo ambiente prévio ao qual ela estava submetida
(OBERBAUER e STRAIN 1985; KITAJIMA 1996).
O crescimento das plantas pode refletir a habilidade de adaptação das espécies
às condições de radiação do ambiente em que estão se desenvolvendo. Geralmente as
características de crescimento são utilizadas para inferir o grau de tolerância ou de
intolerância das espécies à baixa disponibilidade de luz (NAVES et al., 1994).
Com relação ao fator água, é o constituinte mais abundante nos tecidos vegetais
vivos, podendo chegar a 50% da matéria fresca de plantas lenhosas e cerca de 95% nas
plantas herbáceas. Pelas suas propriedades físicoquímicas, á água desempenha diversas
funções nos tecidos vegetais. Dentre elas, a sua conhecida atuação como solvente,
constituindo, dessa forma, o meio para o movimento das moléculas no simplasto e
apoplasto. Além disso, influencia a estrutura molecular e as propriedades de proteínas,
membranas, ácidos nucléicos e outros constituintes celulares. Nas reações químicas, a
água pode atuar como reagente, favorecendo o metabolismo celular. Por meio da
solução aquosa, os minerais são transportados até a superfície radicular. Devido ao seu
alto calor específico, a água intracelular atua como tampão térmico, permitindo que seu
metabolismo não sofra grandes variações (TAIZ e ZEIGER, 2004).
Os processos de absorção, transporte e perda de água, bem como as estratégias
de sobrevivência das plantas submetidas a ambientes com falta ou com excesso de água
no solo vêm sendo estudados (MEDRI, 2002)
O nível de água no solo prontamente disponível às plantas constitui-se no mais
eficiente dos fertilizantes (ARAÚJO, 1998). O consumo hídrico das culturas é
parâmetro de fundamental importância por condicionar as atividades fisiológicas e
metabólicas das plantas (AZEVEDO et al., 1993). As relações da planta, clima, água e
solo são complexas, envolvendo muitos processos biológicos, fisiológicos, físicos e
químicos. Neste contexto, a água desempenha papel essencial na contribuição,
manutenção e preservação das condições vitais da planta (LACERDA, 1997).
14
O
estresse é um conjunto de reações de um organismo a agressões de ordem
física, fisiológica ou de outra natureza, capaz de interferir em seu estado normal de
equilíbrio. O fator responsável pela alteração do estado de equilíbrio de um organismo é
designado como agente estressante. Mesmo se uma condição de estresse apresentar
caráter temporário, a vitalidade da planta pode se tornar cada vez menor conforme a
duração do estresse (LARCHER, 2000; TAIZ e ZEIGER, 2004).
A capacidade de uma planta recuperar-se de estresses de água temporários e/ou
prolongados, e também a identificação da taxa desta recuperação, são de grande
importância para a produção vegetal, pois estão ligadas à eficiência do uso da água
pelas plantas e, conseqüentemente, à produtividade agrícola (MARUR et al., 2000).
Plantas de mesma espécie que estão sob déficit hídrico, diferente das que se
encontram em ambientes com disponibilidade hídrica adequada, apresentam folhas com
a cutícula mais espessa (LARCHER, 2000), facilitado pelo aumento na síntese de
lipídios (TAIZ e ZEIGER, 2004). A imposição do estresse reduz a alocação de
biomassa das folhas e dos caules e aumenta a das raízes, haja vista que sob condições de
baixa disponibilidade de água no solo, as plantas investem mais biomassa no sistema
radicular, conseguindo assim, aumentar a capacidade de absorção de nutrientes
(CORREIA e NOGUEIRA, 2004).
Além do déficit hídrico a saturação do solo também afeta o desenvolvimento das
plantas, pois diminui o crescimento das raízes e da parte aérea, seja pela inibição do
alongamento ou pela iniciação da expansão foliar dos entrenós. Ambas as condições de
estresse podem causar também a senescência das folhas (KOZLOWSKI 1984).
A saturação hídrica elimina os espaços de ar do solo limitando as trocas gasosas
com a atmosfera, e em poucas horas as raízes e os microorganismos consomem o
oxigênio presente na água, criando um ambiente hipóxico ou anóxico. Este rápido
decréscimo na quantidade de O
2
disponível no solo afeta não somente o processo
respiratório de raízes e microorganismos, como também as características físico-
quimica podendo levar ao acúmulo de substâncias tóxicas (LARCHER, 2000).
A espécie selecionada para este estudo, Caesalpinia férrea Mart. ex. Tul. Var.
Leiostachya Benth, popularmente conhecida como pau-ferro, é uma espécie secundária
inicial que apresenta boa regeneração na floresta. Possui grande potencial medicinal e
ornamental, e sua madeira é utilizada na construção civil e na carpintaria (LORENZI,
2000). Muito utilizada para arborização de parques e praças. Suas cascas, sementes,
frutos e raízes são usados na medicina popular para emagrecer, como depurativo, no
15
combate a anemia, afecções pulmonares e diabetes (BRAGA, 1976). É uma árvore de
10 -20m de altura, tronco liso, escuro com manchas brancas irregulares. Floresce de
novembro até fevereiro. Seus frutos são vagens de coloração preto-avermelhado,
carnosos e indeiscentes. As sementes apresentam dormência de tegumento, sendo
necessários tratamentos pré-germinativos como a imersão durante 15 min. em ácido
sulfúrico concentrado, alcançando-se uma germinação de 90% (SOUZA et al., 1997).
Entretanto, não foram encontrados na literatura consultada, informações sobre as
necessidades hídricas dessa espécie.
Visando fornecer subsídios para produção de mudas e auxiliar na implementação
a programas de revegetação com utilização de plantas nativas, este estudo objetivou
avaliar o crescimento inicial de mudas de Caesalpinia ferrea ex. Tul Var. Leiostachya
Benth sob diferentes regimes hídricos e em diferentes níveis de sombreamento em
condição de viveiro.
16
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, F.F.A.; BARBEDO, C.J. Efeito de fatores ambientais no crescimento de
mudas de Pau-brasil (Caesalpinia achinata Lam.). Revista Brasileira de Horticultura
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ALMEIDA L. P.; ALVARENGA, A. A.; CASTRO, E. M.; ZANELA, S. M.;VIEIRA,
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AZEVEDO, P. V. Necessidades hídricas da cultura do algodoeiro. Pesquisa Agropecuária
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BRAGA, R. 1976. Plantas Medicinais do ordeste, Especialmente do Ceará. ed.
ESAM, Mossoró.
CAMPOS, M. A. A.; UCHIDA, T. Influência do sombreamento no crescimento de mudas
de três espécies amazônicas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, n. 3, p. 281-288,
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CORREIA, K.G.; NOGUEIRA, R.J.M.C. Avaliação do crescimento do amendoim
(Arachis hypogaea L.) submetido a déficit drico. Revista de Biologia e Ciências da
Terra, Belo Horizonte, v. 4, n. 2, p.287-294, 2004.
ENGEL, V.L.; POGGIANI, F. Influência do sombreamento sobre o crescimento de mudas
de algumas essências nativas e suas implicações ecológicas e silviculturais. IPEF,
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FERREIRA, M.G.M.; CANDIDO, J.F.; CANO, M.A.O. et al. Efeito do sombreamento na
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KITAJAIMA,K. Ecophysiology of tropical seedlings. In. Tropical Forest Plant
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KOZLOWSKI, T.T. Responses of woody plants to flooding. In: flooding and plant growth
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LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos: Rima 2000. 531 p.
17
LORENZI, LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
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MARUR,J. curvas Pressão-Volume e Expansão Foliar em Cultivares de Algodoeiro
Submetidos a Déficit Hídrico. Revista Scientia Agrícola. Piracicapa, v.56, n.3, 1999.
MEDRI, M. E. Estudos sobre a tolerância ao alagamento em espécies arbóreas
nativas da bacia do rio Tibagi, 1ª ed. Londrina, PR 133-172, 2002.
NAVES, V.L.; ALVARENGA, A.A. de; OLIVEIRA, L.E.M. de. Comportamento
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OBERBAUER, S.F. & STRAIN, B.R. 1985. Effects of lightregime on the growth and
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POGGIANI, F.; BRUNI, S.; BARBOSA., E.S.Q. Efeito do sombreamento sobre o
crescimento de mudas de três espécies florestais. Revista do Instituto Florestal de São
Paulo, São Paulo, v.4, n.2, p.564-569, 1992.
SCALON, S. de P. Q.; FILHO, H. S.; RIGONI, M. R.;VERALDO, F. Germinação e
crescimento de mudas de pitangueira (Eugenia uniflora L.) sob condições de
sombreamento. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal – SP, v.23, n.3, p.652-655,
dezembro 2001.
SOUZA, P.B.L.; SANTANA, J.R.F. de; CREPALDI, I.C. Influência do fotoperíodo na
germinação de pau ferro. In: Congresso Nacional de Botânica, 48, 1997, Crato.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ed. Porto Alegre:Artmed, 2004.719p.
18
CAPITULO I
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE PAU FERRO (Caesalpinia ferrea
Mart. ex. Tul. var. Leiostachya Benth) SOB DIFERETES ÍVEIS DE
SOMBREAMETO
19
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE PAU FERRO (Caesalpinia ferrea
Mart. ex. Tul. var. Leiostachya Benth) SOB DIFERETES ÍVEIS DE
SOMBREAMETO
Nádia Regina Lenhard
1
; Silvana de Paula Quintão Scalon
2
;
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar o crescimento inicial de mudas de pau-ferro
(Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tul. Var. Leiostachya Benth (Caesalpinaceae) 0, 50 e
70% de sombreamento As mudas foram submetidas a esses tratamentos aos 60 dias
após o transplante (DAT). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado
em esquema fatorial 3x5 (três níveis de sombreamento e cinco épocas de avaliação: 60,
90, 120,150 e 180 DAT) com quatro repetições de 10 mudas por unidade experimental.
Plantas cultivadas sob 70% de sombreamento apresentaram maiores teores de clorofila
total (38,79
g cm
2
), maior razão de área foliar (51,54g cm
2
), taxa de crescimento
relativo (0,0322g g
-1
dias) e razão de peso foliar (0,2708 g g
-1
). As maiores alturas
(110,34 cm), diâmetro (9,3 mm), massas secas da raiz (11,13 g), da folha (5,59 g), da
parte aérea (16,05 g) e área foliar (705,25 cm
2
) foram observadas nas plantas
cultivadas em 50% de sombreamento. Não foram observadas diferenças quanto a
crescimento da raiz, peso específico foliar, taxa assimilatória liquida e área foliar
específica em relação aos diferentes níveis de sombreamento testados (médias de 9,3cm;
0,0082 g cm
2
, 0,0006 g cm
2
dia
-1
e; 186,24 g cm
2
, respectivamente). As mudas de pau-
ferro apresentaram melhor desempenho de crescimento quando cultivadas sob 50% de
sombreamento.
Palavras chave: espécie nativa, crescimento inicial, sombreamento.
ABSTRACT
The objective of this work was analyze the growth of seedlings (Caesalpinia ferrea
Mart. ex. Tul. Var. Leiostachya Benth (Leguminosae) under 0%, 50% e 70% of shadow.
The seedlings were submitted to the treatments on the 60 days after the transplant. The
experimental outline was entirely randomized in factorial outline 3x5 (shadows levels
and evaluation times in 60, 90, 120,150 and 180 after transplant) with four repetitions of
10 seedlings for experimental unit. Plants cultivated under 70% of shadow presented
larger concentration of total chlorophyll (38,79 g cm
2
) larger foliate area (51,54g cm
2
),
20
larger rate of relative growth (0,0322g g
-1
dias) and foliate weight (0,2708g g
-1
). The
largest height (110,34 cm), diameter (9,3 mm), dry masses of the root (11,13g), of the
leaf (5,59g), of the aerial part (16,05g) and foliate area (705,25cm
2
) were observed in
the cultivated plants in 50% of shadow. The growth of the root, specific foliate weight,
liquid assimilatória rates and specific foliate area didn't vary in function of the different
levels of brightness (averages of 9,3cm;0,0082g cm
2
and 0,0006 g cm
2
day
-1
; 186,24g
cm
2
respectively). The seedlings of Leopard tree presented better growth when
cultivated under 50% of shading.
Keys words: native specie, initial growth, shading.
ITRODUÇÃO
A exploração florestal no Brasil continua apresentando um caráter extrativista e
predatório, gerando a degradação de áreas em quase todo o território nacional
(FERREIRA et al., 2000). A eliminação de compelexos biomas pelas atividades
agropecuárias, tem levado a uma drástica redução da base genética de nossas essências
nativas. Entretanto, nos últimos anos têm-se intensificado o interesse na propagação
dessas espécies, em razão da necessidade da recuperação de áreas degradadas e
recomposição da paisagem. Para atenuar estes problemas ambientais, torna-se
necessário o desenvolvimento de estudos de base fisiológica, sobretudo, no que diz
respeito a germinação de sementes, crescimento inicial de plantas e produção de mudas
no sentido de oferecer suporte a programas de recomposição desses ambientes
degradados (ALMEIDA et al., 2004).
Apesar dos valores individuais do meio ambiente não serem forças isoladas que
atuam sobre as plantas, a radiação é fundamental como fonte essencial e direta de
energia para o desenvolvimento de todos os vegetais verdes. Além da radiação, a
temperatura, a água e as condições edáficas também são fatores importantes no
desenvolvimento inicial das plantas (FERREIRA et al., 1977; AGUIAR e BARBEDO
1996; LIMA JÚNIOR et al., 2005; ALMEIDA et al., 2004).
A distribuição local das espécies em uma comunidade florestal está fortemente
influenciada pelas diferenças na disponibilidade de luz, que condiciona direta ou
indiretamente grande parte dos processos de crescimento das plantas. A quantidade de
biomassa produzida por uma espécie depende da quantidade de energia radiante
21
absorvida por sua folhagem, quando o crescimento desta não estiver limitado por
deficiência hídrica ou mineral (BLACK e ONG, 2000).
A adaptação das plantas a diferentes ambientes luminosos no contexto das
mudanças morfológicas e fisiológicas, depende do ajuste do seu aparelho fotossintético,
de modo que a disponibilidade de luz seja utilizada de maneira mais eficiente possível.
O grau dessa adaptação é ditado por características genéticas das mesmas em interação
com seu meio ambiente sendo os efeitos dessas diferenças de intensidade de luz mais
significativos no crescimento da planta (ENGEL e POGGIANI, 1991; SCALON et al.,
2001).
Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tul. var. Leiostachya Benth, popularmente
conhecida como pau-ferro, é uma espécie ecologicamente classificada como secundária
inicial que apresenta boa regeneração na floresta. É uma árvore de 10 -20m de altura,
troncos lisos e escuros, com manchas brancas irregulares, muito utilizada para
arborização de parques e praças. Seus frutos são vagens de coloração preto-
avermelhado, carnosos e indeiscentes (LORENZI, 2000). Sua casca, sementes, frutos e
raízes são usados na medicina popular para emagrecer, como depurativo, no combate a
anemia, afecções pulmonares e diabetes (BRAGA, 1976). As sementes apresentam
dormência (importante caracterizar o tipo-dureza e impermeabilidade de tegumento),
sendo necessários tratamentos de escarificação para obter-se uma germinação ao redor
de 90% (SOUZA et al., 1997). Entretanto, a literatura é carente no que diz respeito a
informações sobre as respostas da espécie a diferentes condições de radiação.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi verificar o crescimento inicial das
mudas de Pau ferro sob diferentes níveis de sombreamento
.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no período de dezembro de 2006 a junho de 2007,
sob condições de viveiro no campus da Universidade Federal da Grande Dourados
(UFGD), município de Dourados,MS., localizado nas coordenadas 22
O
13’16”S,
54
O
17’01’’W e altitude de 430m. O clima dessa localidade é classificado como cwa
(Mato Groso do Sul, 1990), sendo a precipitação e a temperatura média anual de 1500
mm e de 22ºC, respectivamente.
22
Para o presente estudo, os frutos foram coletados em matrizes localizadas na
cidade de Dourados (MS) e beneficiados manualmente no Laboratório de Fisiologia
Vegetal da UFGD e, posteriormente condicionadas em embalagens de papel Kraft em
ambiente de laboratório por 90 dias. Na pré-semeadura, as sementes foram escarificadas
com ácido sulfúrico concentrado por 15 minutos para quebra de dormência tegumentar,
seguida de lavagem em água corrente durante 10 minutos.
A semeadura foi realizada em berço de células de polietileno contendo
substrato comercial (Plantmax R). As bandejas foram dispostas em bancadas sob
condições de viveiro, com 50% de sombreamento e as mudas irrigadas diariamente até
atingirem altura de 10 cm, quando então, foram transplantadas para embalagens de
polietileno com capacidade para 3kg contendo substrato constituído por 96,5% solo de
cerrado (Latossolo vermelho distroférrico
) + 3,2% cama-de-aviário + 0,3% de adubo
químico Yoorim), As doses de N, P
2
O
5
, K
2
O e S utilizadas é uma modificação com
ampliação das doses de N, P, K e S recomendadas por Barros et al (1999) para a
elaboração de substrato a ser utilizado na produção de mudas de eucalipto
, após análise
do solo. O yoorim apresenta em sua composição 17,5% de P
2
O
5
total; 16% de P
2
O
5
ácido cítrico a 2% (1:100),
20% Ca; 7% Mg; 0,1% B; 0,55% Zn; 0,12% Mn; 0,05 Cu;
0,006% Mo; 28% CaO; 14,5% MgO. Após o transplante,
as mudas foram mantidas
no
viveiro por 30 dias para aclimatação e, em seguida, transferidas para os tratamentos com
70%, 50% e 0% de sombreamento (pleno sol). Os tratamentos sombreados foram
obtidos por meio de telas de poliolefinas de cor preta.
A intervalos de 30 dias, contados do início dos tratamentos, iniciaram-se as
avaliações, quando as mudas encontravam-se com 60, 90, 120, 150 e 180 dias após o
transplante (DAT).
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em
esquema fatorial 3 x 5 (níveis de sombreamento x épocas de avaliação)
com 4
repetições de 10 mudas. Aos 60 DAT, foram avaliadas as características altura do caule
(cm), utilizando régua graduada; diâmetro de colo (mm) com paquímetro digital e teor
de clorofila total (µg cm
2
) através do aparelho clorofilômetro SPAD 503; massas seca
de raízes, de folhas e parte aérea (MSR, MSF, MSPA) (g); relação raiz /parte aérea
(R/PA) ; área foliar (AF) (cm
2
), medida por meio de um integrador de área foliar Li cor
3000), razão de peso foliar (RPF) (g.g
-1
); e peso específico de folha (PEF) (g cm
2
);
razão de área foliar (RAF) (g cm
2
); área foliar específica (AFE) (g cm
2
); taxa
23
assimilatória quida (TAL) (g cm
-2
dia
-1
); taxa de crescimento relativo (TCR) (g g
-1
)
(BENINCASA, 1988).
Os resultados foram submetidos à análise de variância e as dias comparadas
pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade, e as médias dos períodos de
avaliação, ajustadas através de equações de regressão, utilizando o programa estatístico
SANEST.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre períodos de avaliação e os níveis de sombreamento estudados, foram
observadas interações para altura, diâmetro, CR, MSR, MSF, MSPA, AF e R/PA,
clorofila e TCR.
A maior altura das plantas ocorreu sob 50 % de sombreamento, aos 180 DAT,
enquanto a pleno sol, as plantas apresentaram com menor estatura
(Figura 1a).
a)
0
50
100
150
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
Altura (cm)
P.S. Ŷ= 15,08490+ 0,14290x R²= 0,96
30%Ŷ= 13,43090+ 0,42960x R²= 0,72
50%Ŷ= - 6,0499 + 0,64650x R²= 0,89
b)
0
2
4
6
8
10
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
Diâmetro (mm)
P.S. Ŷ= 2,56650 + 0,02021x = 0,94
30%Ŷ= 0,5550 + 0,0366x = 0,99
50%
Ŷ
= -0,29240 +0,05320x = 0,98
FIGURA 1: Altura (a) e diâmetro (b) das mudas de Caesalpinia ferrea em função do
tempo e de níveis de sombreamento.
Em estudos realizados com (jatobá) Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpa
(Hayne) Lee et Lang.; (fedegoso) Senna macranthera (Collad.) Irwin et Barn. e
(moreira) Maclura tinctoria (L.) D. Don. ex. Steud, em condições de 0%, 30% e 50%
de sombreamento, Almeida et al., (2005) verificaram maiores alturas sob 50% de
interceptação da radiação solar; (LIMA et al., 2007) em estudo com Virola
24
surinamensis (Rol.) Warb sob 0% e 50% de sombreamento também verificaram
maiores alturas sob 50% de sombreamento.
A adaptação a baixas irradiâncias é uma característica genética que faz com que
as folhas apresentem estrutura anatômica e propriedades fisiológicas que as capacitem
ao uso efetivo da radiação solar disponível (LARCHER, 2000). A redução do
crescimento em altura em pleno sol pode estar relacionado à elevação da temperatura
das folhas e, desta forma, à intensificação da taxa respiratória, que indiretamente pode
induzir ao fechamento dos estômatos, com conseqüente redução da fixação e de redução
de carbono e, ainda causando um aumento no consumo de fotoassimilados
(KOZLOWSKI et al., 1991).
O sombreamento induziu aumento do diâmetro de colo das mudas
apresentando diferença significativa entre os tratamentos, entretanto, esta diferença foi
maior para as mudas cultivadas
sob 50% (Figura 1b) quando comparadas com 0% e
70% de sombreamento, provavelmente por ser essa espécie, segundo a literatura,
classificada como secundária inicial. Resultados semelhantes foram observados para
(canela-batalha) C. aschersoniama (ALMEIDA et al., 2004) e (jatobá) H.courbaril L.
var. stil bocarpa (Hayne) Y.T. Lee e Lang. (ALMEIDA et al., 2005).
O crescimento da raiz em termos de comprimento, apresentou uma resposta
linear em função da idade das plantas; entretanto não foi observada diferença
significativa entre os níveis de sombreamento a que estas foram submetidas (Figura 2a).
a)
0
10
20
30
40
50
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
CR (cm)
Ŷ= 9,5700 + 0,17500x R²= 0,57
b)
0
4
8
12
16
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
M S R (g)
0% Ŷ
= -1,58790+0,03272x = 0,94
70%Ŷ = 1,64656 - 0,03868x+0,00034x² R²= 0,96
50%Ŷ= - 0,02175x+0,00049x² = 0,99
FIGURA 2: Comprimento da raiz (a) e massa seca de raiz (b) das mudas de
Caesalpinia ferrea em função do tempo e níveis de sombreamento.
25
No que diz respeito a massa seca da raízes, nas mudas cultivadas sob 50% de
sombreamento acumularam mais biomassa, com média de 11,13g diferindo
significativamente dos demais tratamentos (70% e 0% de sombreamento), os quais
apresentaram média de 5,2 e 4,3g, respectivamente (Figura 2b). Essa mesma
caraterística foi semelhante em plantas de (óleo copaíba) Copaifera langsdorffii Desf.
(SALGADO et al. 2001) e (andiroba) V. surinamensis (Rol) Warb. (LIMA et al., 2007),
que também tiveram melhor desempenho sob condições de maior sombreamento.
A massa seca foliar (Figura 3a) apresentou resposta de crescimento linear nas
plantas sob 50% e 70% de sombreamento, respectivamente. Nas plantas sob pleno sol,
não houve ajuste aos modelos testados. Resultados semelhantes foram observados para
(velame), Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum (. Ex Tul.), (FELFILI et al.,
1999); (andiroba) V. surinamesis (Rol) Warb. (Lima et al, 2007) que alocaram maior
quantidade de biomassa para as folhas quando cultivadas sob 50% de sombreamento
.
Mudas de Euterpe edulis Mart. apresentaram intolerância a plena luz com redução da
massa seca (NAKAZONO et al., 2001). A exposição prolongada das plantas a altas
irradiâncias pode ser prejudicial às plantas devido a fotoinibição do aparelho
fotossintetizante, com reduções significativas da fotossíntese, podendo levá-las,
inclusive a morte (KITAO , 2000).
a)
0
2
4
6
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
MSF(g)
0%Ŷ= 1,058
70% Ŷ= 0,3975+ 0,0169x R²= 0,66
50% Ŷ= - 0,3933+ 0,0333x = 0,82
b)
0
5
10
15
20
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
MSPA(g)
0% Ŷ= 2,83410
70
= - 2,16960+ 0,06070x = 0,79
50%Ŷ = - 6,04620+0,12270x = 0,98
FIGURA 3:Massa seca da folha (a) e massa seca da parte aérea (b) das mudas de
Caesalpinia ferrea em função do tempo e níveis de sombreamento.
Por outro lado, algumas espécies como (jequitibá-rosa) C. legalis, (REGO e
POSSAMAI. 2006) e (cumaru-de-cheiro) A. cearensis (Allemão) A. C. Smith,
26
(RAMOS et al., 2004), mostraram melhores desempenhos quando crescidas sob luz
plena, acumulando mais biomassa nas folhas. Essas respostas podem ser devidas ao fato
da luz favorecer o crescimento em alongamento de células empaliçadas foliares e uma
cutícula mais espessa, enquanto o sombreamento favorece a produção de maior
quantidade de parênquima lacunoso (TAIZ e ZEIGER, 2004), aumentando-se assim, o
tamanho da folha e diminuindo a sua densidade específica.
Mudas de Pau-ferro cultivadas sob 50 e 70% de sombreamento alocaram
maiores quantidades de massa seca para a parte aérea (figura 3b). Esses resultados
corroboram com os encontrados para (velame) S. paniculatum, (Felfili et al, 1999);
(jatobá) H. courbaril, (MAZZEI et al., 1999); (moreira) M. tinctoria (L.) D. ex Steud
(l.) D. Don ex Steud, (ALMEIDA et al., 2005); (andiroba) V. surinamensis (Rol) Warb.
(LIMA et al, 2007).
Com relação à área foliar, as mudas apresentaram resposta diferencial ao
crescimento (Figura 4a), indicando que esta característica é determinada pela condição
ambiente a que a planta esteja submetida. A maior área foliar foi encontrada nas plantas
crescidas sob 50% de sombreamento aos 180 DAT. O crescimento da área foliar foi
sensivelmente prejudicado pela exposição a pleno sol, sendo a média de 141,57 cm
2
, a
menor dentre os tratamentos testados. O aumento em área foliar com o sombreamento é
uma das adaptações que permite as plantas investirem sua biomassa no crescimento da
superfície fotossintetizante, assegurando-as em um aproveitamento maior das baixas
intensidades luminosas (PEDROSO e VARELA, 1995).
a)
0
200
400
600
800
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
AF (cm²)
0%Ŷ= 141,57
70%Ŷ= - 813,2434+20,7937x- 0,0760x² = 0,93
50%Ŷ= 54,9009 +3,6130x R²= 0,77
b)
0,0
1,0
2,0
3,0
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
RR/PA (g.g)
0% Ŷ= 0,0602 exp(0,0214x) = 0,84
70%Ŷ= 0,2239
50%
Ŷ
= 0,5168
FIGURA 4. Área foliar (a) e relação raiz parte aérea da muda de Caesalpinia férrea
em função do tempo e níveis de sombreamento.
27
Resultados semelhantes foram encontrados por Lima et al, (2007) em
(andiroba), V. surinamensis (Rol) Warb. crescida sob 50% de sombra e pleno sol,
apresentaram maior área foliar em condições de sombreamento (LIMA et al, 2007).
A maior produção de massa seca das folhas, raiz e parte rea das mudas sob
50% de sombreamento e a menor sob 70% de sombra e a pleno sol podem ser
justificadas no fato de que, sob baixa intensidade luminosa (70% se sombreamento), as
folhas podem não ter conseguido produzir fotoassimilados suficientes para suprir a
demanda de crescimento da planta, além de estar investindo no aumento da área foliar.
Por outro lado, as mudas cultivadas sob pleno sol apresentaram maior relação
raiz /parte aérea em relação aos demais tratamentos (Figura 4b), tornando-se evidente
que nessas condições, as plantas necessitam de um sistema radicular mais desenvolvido
para suprir, eventualmente, as plantas. Resultados semelhantes foram verificados para S.
paniculatum Vog. var. rubiginosum (Tul.) Benth. nessas condições e a 50, 70 e 90% de
sombreamento (FELFILI et al.,1999) e por Campos e Uchida (2002) em (caroba) J.
copaia (Aubl.) D. Don submetida a 30, 50 e 70% de sombreamento e, melhores
resultados a pleno sol. Esses dados podem ser justificados por Fonseca et al., (2002) ao
citar que a pleno sol, a taxa de evaporação do solo é maior o que torna a água menos
disponível para o sistema radicular, levando assim a um maior crescimento das raízes,
enquanto sob sombreamento, a temperatura do ambiente ao redor das mudas pode
diminuir em até C, o que provavelmente reduz a taxa de evaporação e mantém a
umidade do solo por maior tempo.
No que diz respeito aos teores de clorofila, as plantas apresentaram maiores
valores a 70 e 50% de sombreamento (Figura 5a). Resultados semelhantes também
foram observados em plantas jovens de (camboatã),
C. vernalis onde os maiores
valores de clorofila foram observados em plantas submetidas a 50 e 70% de
sombreamento comparados com as mudas crescidas a 30% e pleno sol (LIMA JR. et
al, 2005), e em (jequitibá-rosa), C. legalis (Mart.) Kuntzs submetidas aos níveis de
100, 70, 64,44 e 34% de luminosidade, sendo que níveis de sombreamento mais
elevados proporcionaram maior teor de clorofila (REGO e POSSAMAI, 2006).
Maior acúmulo de clorofila em ambientes mais sombreados pode ser devido a
um efeito compensatório da espécie quando está em ambiente onde ocorre uma menor
radiação solar (NAVES et al. 1994). Essa idéia é reforçada por Boardman (1977) ao
sugerir que as folhas cultivadas sob baixas intensidades de luz, apresentam maiores
teores de clorofila por unidade de peso, e que folhas de sombra apresentam maior
28
concentração de clorofila quando comparadas às de sol. Uma possível justificativa
para
esse comportamento é que as plantas crescidas sob baixas radiações apresentam melhor
desenvolvimento de grana.
a)
0
10
20
30
40
60 90 120 150 180
Dias após o transplante
Clor.(gcm²)
0% Ŷ= 24,47900
70%Ŷ= 24,15750 + 0,09720x R² = 0,64
50%Ŷ= 24,03170 + 0,08890x R² = 0,73
b)
0
0,02
0,04
0,06
60 90 120 150 180
Dias as o transplante
TCR (g g
-1
dia-
1
)
0% Ŷ = 0,03940
70% Ŷ= 0,22790 - 0,00408x+ 0,00002x² R² = 0,97
50% Ŷ = 0,07140 - 0,00040 = 0,85
FIGURA 5 : Teor de clorofila (a) e taxa de crescimento relativo da muda de Caesalpinia
ferre em função do tempo e níveis de sombreamento.
Os resultados da análise quantitativa do crescimento realizada com base em
índices fisiológicos podem ser observados na Figura 5b e Tabela 1.
Tabela 1. Razão de área foliar (RAF), Razão de peso foliar (RPF), Taxa de
crescimento relativo (TCR), das mudas de Ceasalpinia ferrea sob 70%, 50% e 0%
de sombreamento.
Tratamentos RAF (g g
-
1
) RPF (g g
-
1
) TCR ( g g dia
-
1
)
Pleno sol 24,47 c 0,1859 b 0,009 b
50% 39,2043 b 0,2395 a 0,0279 a
30% 51,5426 a 0,2708 a 0,0242 ab
CV % 31,10% 19,59% 25,16%
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
Em plantas cultivadas a pleno sol, a taxa de crescimento relativo manteve-se
baixa e constante até os 150 DAT, enquanto sob 70 e 50% de sombreamento observou-
se uma queda substancial no período compreendido entre 60 e 120 DAT, retomando-se
em seguida
(Figura 5b). Isto demonstra que a diminuição da disponibilidade de luz teve
29
efeito positivo na taxa de acúmulo da matéria seca das plantas (Tabela. 1). Resultados
semelhantes também foram observados em plantas de (andiroba), V. surinamensis (Rol)
Warb sob 50% de sombreamento e pleno sol, onde as plantas sob 50% de
sombreamento apresentaram maior TCR (LIMA et al., 2007).
A razão de área foliar das plantas mantidas sob 70% de luminosidade
apresentaram valores mais elevados que os demais tratamentos (Tabela. 1). Essa
variável representa a relação entre a área foliar e a correspondente massa seca total.
Resultados semelhantes foram verificados em mudas de (sumaúma) Ceiba Pentandra
(E.) (Gaertin) cultivadas a pleno sol, 30, 50 e 70% de sombreamento (PEDROSO
VARELA, 1995), onde os autores verificaram que em plantas sob 70 e 50% de
sombreamento maior razão de área foliar (RAF). Duz et al., (2004), estudando
(embauva-vermelha) Bathysa australis (A. st-Hill.), Cecropia glaziovi Sneth e (cedro)
Cedrela fissilis Vell sob 2, 15, 30 e 50% de luminosidade, verificaram decréscimo na
RAF com o aumento da radiação solar.
Em relação a razão de peso foliar, os maiores valores foram observados nas
plantas crescidas sob 70 e 50% de sombreamento e menor valor a pleno sol (Tabela. 1)
.
Sob condições de sombreamento parcial, as folhas tendem a apresentar uma área foliar
maior e uma menor massa seca. Isto representa um artifício da planta a fim de otimizar
a interceptação luminosa (Benincasa, 1988). Resultados semelhantes foram verificados
por
Nakazona et al., (2001) em pesquisa com E. edulis Mart sob 2, 6 e 20% de
incidência solar, cujos autores observaram que plantas sob maior sombreamento
exibiram maior RPF.
No que diz respeito aos índices TAL, AFE e PEF das mudas, não foram
observadas diferenças entre sombreamentos, cujos valores médios foram 0,0006(g cm
-
2
dias
-1
), 168,1951 (cm g
-1
) e 0,0082 (g cm
-2
), respectivamente . Resultados semelhantes
para a TAL foram verificados por Scalon et al., (2003) em (castanha do maranhão),
Bombacopsis glabra cultivada a pleno sol, 30 e 50% de sombreamento. Entretanto,
observou-se ligeiro aumento no PEF das plantas crescidas sob 50% de luz, enquanto
houve um. aumento na AFE das plantas sob 70% de sombreamento (Tabela. 1). De
acordo com Dale (1988), algumas plantas crescidas sob sombreamento apresentam
mecanismos adaptativos com aumento da área foliar para maximizar a captação da luz
solar, dentre eles, a diminuição do peso específico foliar em detrimento de uma maior
área foliar. Nakazona et al., (2001) também não verificaram diferença significativa na
30
PEF em E. edulis Mart crescendo sob 20, 30, 50, e 70% de luminosidade, corroborando
com o presente estudo.
COCLUSÕES
Nas condições em que esse estudo foi conduzido e considerando os níveis de
sombreamento testados, conclui-se que 50% de sombreamento foi a melhor condição de
luz para a produção de mudas de Caesalpinia ferrea..
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33
CAPÍTULO II
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE Caesalpinia ferrea ex. Tul var.
Leiostachya Benth (PAU FERRO) CAESALPIACEAE SOB DIFERETES
REGIMES HÍDRICOS
34
CRESCIMETO IICIAL DE MUDAS DE Caesalpinia ferrea ex. Tul var.
Leiostachya Benth (PAU FERRO) CAESALPIACEAE SOB DIFERETES
REGIMES HÍDRICOS
RESUMO - Objetivou-se com este estudo avaliar o crescimento inicial das mudas de
Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tul. var. Leiostachya Benth (Caesalpinaceae) sob quatro
regimes dricos (alagamento, 70, 40 e 12,5% de capacidade de campo). As mudas
foram submetidas aos tratamentos aos 60 dias de idade. O delineamento experimental
foi inteiramente casualizado com quatro repetições de oito
mudas por tratamento. Após
7dias de permanência sob tratamento, iniciaram-se as avaliações. O diâmetro (6,5mm),
teor relativo de água (52,45%), área foliar específica (174,58 g cm
2
), taxa de
crescimento relativo (0,0160 g g
-1
), taxa assimilatória quida (0,0004 g dm
-2
dias
-1
) e
peso específico de folha (0,0062g cm
2
) não variaram estatisticamente entre os
tratamentos. As mudas sob 70%cc apresentaram maior altura (84,6cm), tamanho da raiz
(28,9cm), massa seca da raiz (6,24g), área foliar (376,0cm
2
), massa seca da folha (1,98
g), massa seca da parte aérea (8,27g) e teor de clorofila (31,67 µg cm
2
). A razão de
peso específico (0,2368g g
-1
) e o teor de nitrogênio (0,37g kg
-1
) foram maiores sob
12,5%CC. A razão de área foliar (35,09g g
-1
) foi menor sob 12,5%CC. A melhor
condição para a produção das mudas foi em 70% da capacidade de campo.
Palavras-chave: estresse, produção de mudas, espécies nativas.
ABSTRACT- The objective of this study was to evaluate the initial growth of
Caesapinia ferrea seeds Mart ex. Tul var, Leiostachva Benth (Caesalpinaceae) under
four hidric regimen (overflow, 70, 40 and 12.5% of field capacity). The changes had
been submitted to the treatments to the 60 days of age. The experimental delineation
was entirely cased with four repetitions of eight changes for treatment. After 7 days of
permanence under treatment, the evaluations had been initiated. The diameter (6,5mm),
relative water text (52.45%), specific foliar area (174,58 g cm
2
), tax of relative growth
(0,0160 g g
-1
), liquid assimilated tax (0,0004 g dm
-2
days
-1
) and specific weight of leaf
(0,0062g cm
2
) had not varied statistical between the treatments. The seeds under
70%CC had presented greater height (84,6cm), size of the root (28,9cm), dry mass of
the root (6,24g), foliar area (376,0cm
2
), dry mass of the leaf (1,98 g), dry mass of the
35
aerial part (8,27g) and text of chlorofile (31,67 µg cm
2
).The reason of specific weight
(0,2368g g
-1
) and the nitrogen text (0,37g kg
-1
) had been bigger under 12,5%CC. The
reason of foliar area (35,09g g
-1
) was lesser under 12,5%CC. The best condition for the
production of the seeds was in 70% of the field capacity.
Key-word: stress, native production of changes, native species.
ITRODUÇÃO
Os recursos florestais têm sofrido grande pressão ao longo dos tempos, tanto
através do desmatamento para fins agropecuários, como da extração de matéria-prima
para suprir as diferentes atividades da indústria. Em função da diminuição desses
recursos, nos últimos anos tem-se intensificado o interesse nos estudos envolvendo a
propagação de espécies nativas, visando o desenvolvimento de tecnologias aplicadas a
recuperação de áreas degradadas e recomposição da paisagem (IBAMA, 1998).
Para a exploração racional das potencialidades das espécies nativas na
recuperação de ambientes com algum tipo de perturbação, é de suma importância o
estudo da auto-ecologia da espécie, bem como a melhor técnica de produzir mudas de
uma determinada espécie. Uma das razões do insucesso de plantios com espécies
nativas é a pouca atenção que tem sido dada ao conhecimento de suas exigências
ecológicas (FERREIRA et al., 1977).
A relação água planta vem sendo estudada há algum tempo, com o objetivo de se
entender melhor os processos de absorção, transporte e perda de água, assim como as
estratégias de sobrevivência das plantas submetidas a ambientes com falta ou com
excesso de água no solo (MEDRI., 2002), que podem desencadear diferentes graus de
estresse.
Plantas da mesma espécie submetidas a déficit hídrico, diferente das que se
encontram em ambientes com disponibilidade hídrica adequada, apresentam folhas com
a cutícula mais espessa e pode ocorrer também abscisão causado pela ação do ácido
abscísico (LARCHER, 2000), facilitado pelo aumento na síntese de lipídios (TAIZ e
ZEIGER, 2004). A imposição do estresse reduz a alocação de biomassa das folhas e dos
caules e aumenta a das raízes. Essa resposta da planta pode estar associada a um
mecanismo de tolerância ao estresse hídrico, pois sob condições de baixa
disponibilidade de água no solo, as plantas tendem a investir mais biomassa no sistema
36
radicular, permitindo maior crescimento de raízes e, conseqüentemente, aumento da
capacidade de absorção de nutrientes (CORREIA e NOGUEIRA, 2004).
Além do déficit hídrico, a saturação do solo também afeta o desenvolvimento
das plantas, diminuindo o crescimento das raízes e da parte aérea, seja pela inibição do
alongamento ou da iniciação da expansão foliar dos entrenós. As espécies sensíveis ao
estresse de inundação desenvolvem sintomas, os quais resultam principalmente de
distúrbios causados pela hipoxia ou anoxia nas raízes. Os mais comuns são a abscisão
de folhas, flores e frutos, clorose nas folhas
,(
KOZLOWSKI, 1984),
A dinâmica da física do solo é alterada de maneira significativa pela saturação
hídrica, uma vez que diminui os espaços aeríferos do solo limitando as trocas gasosas
com a atmosfera, trazendo como conseqüência, alterações no metabolismo das células
radiculares, culminando, evidentemente com a morte das plantas (LARCHER, 2000)
Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tul. Var. Leiostachya Benth, popularmente
conhecida como pau-ferro,
é uma espécie secundária inicial que apresenta boa
regeneração na floresta. É uma árvore de 10 -20m de altura, troncos lisos, escuros com
manchas brancas irregulares, muito utilizada para arborização de parques e praças. Seus
frutos são vagens de coloração preto-avermelhado, carnosos e indeiscentes (LORENZI,
2000). Sua casca, sementes, frutos e raízes o usados na medicina popular para
emagrecer, como depurativo, no combate a anemia, afecções pulmonares e diabetes
(BRAGA, 1976). As sementes apresentam dormência sendo necessários tratamentos de
escarificação para obter-se uma taxa de 90% de germinação (SOUZA et al., 1997).
Entretanto, não foram encontrados na literatura consultada, informações sobre as
necessidades hídricas das mudas dessa espécie.
Visando fornecer subsídios para produção de mudas e auxiliar na implementação
de programas de revegetação com utilização de plantas nativas, este estudo objetivou
avaliar o crescimento inicial de mudas de Caesalpinia ferrea ex. Tul Var. Leiostachya
Benth sob diferentes regimes hídricos em viveiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado em condições de viveiro, pertencente à
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados, MS, localizada a
uma latitude de 22
o
13’16”S, longitude 54
o
17’01’’W e altitude de 430 m, durante os
meses de dezembro de 2006 a maio de 2007.
37
Os frutos da espécie em estudo foram colhidos em matrizes localizadas na
cidade de Dourados (MS), conduzidos ao Laboratório de Fisiologia Vegetal da UFGD
onde foram beneficiadas manualmente e condicionadas em embalagens de papel kraft
em ambiente de laboratório durante 90 dias. As sementes foram pré-tratadas com ácido
sulfúrico por 15 minutos para quebra de dormência tegumentar e,
lavadas em água
corrente durante 5 minutos para retirar o excesso de ácido.
A semeadura foi realizada em berço de células de polietileno contendo substrato
comercial (Plantmax) e posteriormente colocadas em bancadas dentro do viveiro com
irrigação e radiação reduzida a 50% até atingirem a altura de 10 cm, quando foram
transplantadas para embalagem plástica preta perfurada com capacidade para 3kg de
peso contendo como substrato 96,5% solo (Latossolo vermelho distroférrico) + 3,2%
cama-de-aviário semidecomposta + 0,3% adubo químico Yorim. Após análise do solo,
as doses de N, P
2
O
5
, K
2
O e S utilizadas foram baseadas em uma modificação,
recomendada por Barros et al, (1999) para a elaboração de substrato a ser utilizado na
produção de mudas de eucalipto.
Depois de transplantadas, as mudas foram mantidas em viveiro durante trinta
dias para aclimatação.
Os regimes hídricos foram baseados no cálculo do volume total de poros do
substrato sendo os seguintes tratamentos: 70%, 40% e 12,5% do total de poros
preenchidos com água e alagamento. O alagamento foi obtido mantendo-se as mudas
em recipiente plástico com uma lâmina d´água de 4 cm acima da superfície da
embalagem.
Diariamente e sempre no mesmo horário, eram pesados os sacos plásticos
com as plantas, em uma balança, para verificação da quantidade de água consumida e,
posteriormente, adicionados os volumes a fim de manter a capacidade hídrica de cada
tratamento. A cada 7 dias foram avaliadas a altura do caule (cm) utilizando régua
graduada; diâmetro de colo (mm) com paquímetro digital; teor de clorofila total (
g
cm
2
) medido com o aparelho clorofilometro SPAD 503. Quinzenalmente foram
medidas as massas secas de raiz, folha e parte aérea (g); relação raiz/parte aérea (g g
-1
);
área foliar (cm
2
) (quantificada por meio de um integrador de área foliar Li cor); área
foliar específica (g cm
2
); razão de peso foliar - RPF (g g
-1
); peso específico de folha -
PEF (g cm
-2
), taxa assimilatória liquida TAL (g cm
-2
dia g
-1
), taxa de crescimento
relativo – TCR (g g
-1
) (BENINCASA, 1988). Ao final das avaliações foi medido o teor
relativo de água na folha utilizando-se a seguinte equação, TRA= Pf-Ps / Pst-Ps x100,
sendo Pf = peso fresco, Ps = peso seco e Pst = peso saturado; e o teor de nitrogênio de
38
acordo com a
AOAC, 2005 Durante o experimento foram registradas a temperatura
máxima (Figura 1a) e mínima (Figura 1b) do ambiente de cultivo utilizando-se um
termohigrometro.
a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Período
Temperatura MáximaC)
PS
30%
50%
b)
0
5
10
15
20
25
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Período
Temperatura Mínima (ºC)
PS 30% 50%
FIGURA 1:
Médias da temperatura máxima (a) e mínima (b) registradas no interior do
viveiro durante o experimento.
Para retirada das raízes, sem que estas fossem danificadas, os sacos foram
rompidos verticalmente e a terra removida com água corrente, para evitar a perda de
fragmentos da raiz.
A medida do caule foi realizada, considerando-se a distância entre o colo e o
ponto de inserção das folhas mais jovens. Depois de realizadas as mensurações, as
plantas foram separadas em raízes, caules e folhas e, foram submetidas à secagem em
estufa 70ºC durante 72 horas. As determinações do peso da matéria seca dos diferentes
órgãos foram obtidas em balança analítica.
O teor relativo de água foi obtido retirando-se 10 discos de 4mm de diâmetro de
cada folíolo, os quais foram colocados em placa de Petri fechada e pesados para se obter
a massa fresca. Esses mesmos discos foram colocados para flutuar em água destilada,
contida em uma placa de Petri por 24 horas, após o que, foram enxugados
superficialmente, colocados de novo na placa de Petri e pesados para obter a massa
saturada. Por fim as placas foram abertas e colocadas em estufa a 75 °C, por 24 horas, e
novamente pesados para se obter a massa seca.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC) em
esquema fatorial 4 (regimes hídricos) x 5 (períodos de avaliação para altura, diâmetro e
clorofila) e 4 períodos para as demais características, com 4 repetições de 8 mudas
cada
.
39
Os resultados foram submetidos à análise de variância e havendo diferença
significativa entre os dados, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível
de 5 % de probabilidade, e as dias dos períodos de avaliação, ajustadas através de
equações de regressão, utilizando o programa estatístico SANEST.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não foi observada interação significativa entre dias de tratamento e
disponibilidade de água para as características diâmetro do colo, teor relativo de água,
área foliar específica, taxa assimilatória liquida, taxa de crescimento relativo, peso
específico da folha.
As mudas de pau ferro apresentaram maior altura em alagamento, 70 e 40% CC.
Com 12,5%CC as mudas não apresentaram diferença significativa ao longo das
avaliações (Figura 2a). Resultados semelhantes foram encontrados por Cabral et al.
(2004) estudando o crescimento inicial de Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook f. ex
S. Moore (ipê-amarelo) sob 100, 50 e 25%CC e por Figueirôa et al. (2004) estudando
Myracroduon urundeuva Allemão (aroeira) sob 25, 50 e 75% CC, ambos constataram
maior altura das plantas quando submetidas a maior disponibilidade de água.
a)
25
45
65
85
7 14 21 28 35 42 49 56
Tempo (dias)
Altura (cm)
Alag.CCŶ= 59,5335 + 0,4467x = 0,95
70% CCŶ= 46,0015+ 0,6327 = 0,98
40% CC Ŷ= 43,6158 + 0,4836x = 0,96
12,5%CC Ŷ= 39,2641
b)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
7 14 21 28 35 42 49 56
Tempo (dias)
Diâmetro (mm)
Ŷ= 3,6957+ 0,4939x R² = 0,99
FIGURA 2
: Altura (a) e diâmetro (b) das mudas de
Caesalpinia férrea
em função de dias
de tratamento e regimes hídricos.
Baseado na literatura, plantas cultivadas em solos alagados apresentam acúmulo
de etileno, e este é o principal responsável pelo alongamento do caule em resposta a
submersão (VOESENEK et al., 1993). Entretanto Batista et al. (2003) observaram
40
redução na altura das mudas de (embaúva)
Cecropia pachystarchya
Trécul sob
alagamento.
O diâmetro de colo apresentou crescimento linear chegando a 6,5mm aos 56
dias de tratamento (Figura 2b). Observou-se maior diâmetro em plantas submetidas a
70% de disponibilidade de água (Tabela. 1).De maneira contrária, Batista (2003)
trabalhando com
C. pchystarchya
em solo drenado, alagado e reaerado não observou
diferenças no diâmetro em nenhum dos tratamentos.
a)
0
5
10
15
20
25
30
14 28 42 56
Tempo (dias)
C R (cm)
Alag. CCŶ=2,9875 + 0,4226x R²= 0,97
70% CCŶ= 7,5875+ 0,3717x = 0,97
40% CCŶ= 18,61
12.5%CCŶ= 9,3625+ 0,2516x = 0,95
b)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
14 28 42 56
Tempo (dias)
M S R (g)
Alag. CCŶ = 0,2248+0,0340 = 0,98
70% CCŶ = - 0,1565+0,1142x R²= 0,96
40% CCŶ = -1,056375+0,1119x= 0,93
12.5%CC
Ŷ
= - 0,2381+0,0481x R²= 0,73
FIGURA 3: Comprimento da raiz (a) e massa seca da raiz das mudas de
Caesalpinia
ferrea
em função de dias de tratamento e regimes hídricos.
TABELA 1. Médias de diâmetro do caule, teor relativo de água (TRA), teor de
nitrogênio de mudas de
Caesalpinia ferrea
sob diferentes regimes hídricos.
Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de significância.
As plantas apresentaram maior crescimento de raízes sob 70 %CC, alagamento e
12,5 %
CC respectivamente, apresentando diferença significativa aos 56 dias de
tratamento com comprimento de 28,9cm para 70% e 18,6cm para 12,5%. Com 40% CC
as mudas não apresentaram diferença significativa ao longo das avaliações (Figura 3a).
Tratamentos Diâmetro (mm) TRA (%) Nitrogênio (g kg
-
1
)
12,5% 3,67 d 42,05 a 0,70 a
40% 5,70 b 47,00 a 0,51 c
70% 6,17 a 59,93 a 0,53 b
Alag. 5,46 c 60,82 a 0,37 d
CV % 10,99% 36,5% 17,8%
41
Figuerôa et al. (2004) estudando o crescimento inicial de
M. urundeuva
sob 25, 50 e
75%
CC não observaram diferenças no comprimento radicular entre os tratamentos .
A Massa seca da raiz foi maior quando as mudas foram cultivas com 70 e 40%
CC respectivamente (Figura 3b). O alagamento proporcionou menores médias, o que
pode ter sido em decorrência do enegrecimento de todo sistema radicular e morte de
raízes secundárias substituídas por raízes adventícias. Menores valores de massa seca da
raiz sob alagamento também foram encontrados em
C. pachystachya
(embaúba)
(BATISTA, 2003);
Tapirira
guianensis
(peito-de-pombo) e
Protium heptaphyllum
(Aubl.) Marchand (almecegueira) (LOBO-FARIA, 1998);
Piptadenia gonoacantha
(Mart.) J. F. Macbr.
(angico-branco) (FERREIRA et al., 2001). Estudando
M.
urundeuva
(aroeira) sob 75, 50 e 25%CC. Figueirôa et al. (2004) também verificaram
menor massa seca da raiz sob déficit de água.
A área foliar das mudas, semelhante à altura, apresentou melhor resultado em
70%CC seguido de 40% e alagamento. Entretanto a resposta do crescimento seguiu um
modelo quadrático. Menores resultados foram obtidos em plantas com menor
suprimento de água (12,5% de CC) (Figura 4a). O padrão de crescimento encontrado
neste estudo sugere que nenhuma das condições testadas foi ideal para essa espécie,
uma vez que, nos três primeiros tratamentos, foi observado um declínio na área foliar. A
diminuição na área foliar talvez seja em função da perda das folhas que pode ter sido
ocasionado pelo prolongamento no estresse.
a)
0
100
200
300
400
500
600
14 28 42 56
Tempo (dias)
Área Foliar (cm²)
Alag. CCŶ= -173,6531+3,0991x -0,4339=0,90
70% CCŶ= -55,6999+37,1424x -0,5257x² =0,84
40% CCŶ= -253,5769-36,7881x-0,4520=0,46
12.5%CC Ŷ= 167,8256
b)
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
14 28 42 56
Tempo (dias)
M S F (g)
Alag. CCŶ = -2,1886+ 0,2697x - 0,0036x² R²= 0,94
70% CCŶ= -1,4166 + 0,2631x - 0,0036 = 0,76
40% CCŶ= - 0,5085+ 0,1786x - 0,0024= 0,53
12.5%CC Ŷ= 2,0140 - 0,0273x² R²= 0,93
FIGURA 4: Área (a) e massa seca da foliar (b) de mudas de
Caesalpinia ferrea
em
função de dias de tratamento e regimes hídricos.
42
Resultado semelhante foi encontrado por Figueirôa et al. (2004) estudando
M.
urundeuva
(aroeira) e por Cabral et al. (2004) estudando
T. aurea
(ipê amarelo) quando
sob 25%CC, as mudas apresentaram menor área foliar.
Kozslowski (1984) constatou intensa senescência e abscisão em
Betula
papyritera
após 60 dias de alagamento. A literatura relata que em plantas submetidas ao
alagamento pode ocorrer mudanças no fluxo de substâncias entre o sistema aéreo e
radicular (Jackson, 1993). Dentre essas mudanças, cita-se o acúmulo de ACC (ácido 1-
aminociclopropano-1-carboxílico) nas raízes que estão sob alagamento e seu transporte
para a parte aérea, onde é convertido a etileno (BRADFORD e YANG, 1980). O etileno
quando em grandes quantidades na planta provoca senescência e abscisão precoce nas
folhas (TAIZ e ZEIGER, 2004).
As plantas de
C. ferrea
tiveram comportamento semelhante na massa seca foliar
quando se compara a área foliar, sendo o melhor resultado encontrado 70% CC, com
aumento progressivo até o trigésimo quinto dia quando então iniciou uma queda
acentuada, indicando ser esse período, o limite de tolerância dessa espécie às
condições de cultivo (Figura 4b). Entretanto houve redução drástica nos valores de
massa seca em plantas submetidas ao tratamento de 12,5% CC.
Resultados semelhantes foram encontrados em
M. urundeuva
(aroeira), onde os
valores das massas secas avaliadas aos trinta e sessenta dias apresentaram redução dessa
característica. Entretanto melhores resultados foram obtidos no final do experimento
sob regime de 75% CC e, os menores, com o aumento do déficit hídrico (FIGUERÔA et
al., 2004). Em mudas de
Mimosa caesalpiniifolia
Benth. (sabiá)
cultivadas sob 100, 50
e 25% da capacidade de recipiente não foram observadas diferenças entre os
tratamentos aos 25 dias, contudo aos 50 dias, em plantas sob restrição hídrica mais
severa, a produção de massa seca da foliar diminuiu (SANTIAGO et al., 2001).
No presente trabalho as mudas de pau ferro acumularam maior massa seca na
parte aérea quando submetidas a 40% CC apresentando médias aproximadas de 8,3g aos
56 dias. O alagamento proporcionou aumento de crescimento até o 42º dia, com
posterior queda.
. Sob 70 e 12,5%CC não houve diferença significativa ao longo das
avaliações, todavia menores valores foram encontrados nessa condição de cultivo.
(Figura 5a).
Corroborando com este estudo, Cabral et al. (2004) e Santiago et al. (2001)
verificaram que plantas jovens de
T. aurea
(ipê amarelo) e
M. caesalpiniifolia
(sabiá)
43
respectivamente apresentaram redução acentuada na matéria seca da parte aérea em
plantas sob menor suprimento hídrico (25%CC).
a)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
14 28 42 56
Tempo (dias)
M S P A (g)
Alag. CCŶ= - 6,2248+0,.6327x -0,0071R²=0,99
70% CCŶ= 6,8574
40% CCŶ
= 0,5502+ 0,1337x R²= 0,83
12.5%CC Ŷ= 1,9965
b)
0
0,4
0,8
1,2
1,6
14 28 42 56
Tempo (dias)
RR/P. Aérea(g g¹)
Alag. CCŶ= 0,3576
70% CCŶ= 0,0419 - 0,0140x R² = 0,94
40% CCŶ = 0,5407
12,5%CCŶ= -0,4648 + 0,0359x = 0,88
FIGURA 5:
Massa seca da parte aérea (a) e relação raiz parte aérea das mudas de
Caesalpinia ferrea
em função de dias de tratamento e regimes hídricos.
Com relação a raiz/parte aérea, o regime hídrico de 12,5% CC foi superior aos
demais tratamentos que não diferiram entre si (Figura 5b). Essa maior proporção entre
raiz e parte aérea se deve ao fato da maior tuberosidade na raiz principal, menor altura
da planta e menor peso da parte rea. Resultados semelhantes também
foram
observados por Santiago et al. (2001) e Figueirôa et al. (2004) estudando
M.
caesalpiniifolia
(sabiá) e
M. urundeuva
(aroeira) sob 25% CC.
Com relação ao teor relativo de água (TRA) não foi verificado diferença
significativa entre os regimes hídricos a que as plantas foram submetidas (Tabela. 1).
Entretanto, observa-se um TRA maior sob alagamento e a 70% CC comparado com 40
e 12,5% CC.
Para outros índices fisiológicos como AFE, TAL, TCR e PEF não foi constatado
diferenças entre os diferentes regimes hídricos ao longo do experimento, os quais
apresentaram média de 174,58 g cm
-2
; 0,0004 g cm
-2
dia
-1
; 0,0160 g g
-1
e 0,0062 g cm
-2
respectivamente. Esses resultados encontrados para AFE podem indicar invariabilidade
na densidade das células e/ ou na espessura das folhas.
Batista (2003) em pesquisa com
C. pachystarchya
em solo alagado e drenado
também não verificou diferença significativa na TCR e AFE em plantas submetidas a
44
alagamento comparado ao solo drenado. De acordo com a autora, o alagamento não
influenciou nem a taxa de crescimento relativo e tão pouco a área foliar específica
No que diz respeito à razão de peso foliar (Figura 6a), esse parâmetro apresentou
diminuição gradativa no decorrer do tempo em todos os tratamentos, exceto em
70%CC.
a)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
14 28 42 56
Tempo (dias)
R P F (g g-)
Alag.CCŶ = 0,3541 - 0,0035x = 0,93
70% CCŶ = 0,1793
40% CCŶ = 0,4256 - 0,0054x = 0,93
12,55CC Ŷ = 0,4496 - 0,0064x R² = 0,97
b)
0
20
40
60
14 28 42 56
Tempo (dias)
RAF (g.g)
Alag. CCŶ = 69,8590 - 0,9394x = 0,94
70% CCŶ = 37,5330
40% CCŶ = 38,7322
12,5%CCŶ = 55,4021-0,5804x = 0,74
FIGURA 6 : Razão de peso foliar (a) e razão de área foliar das mudas de
Caesalpinia
ferrea
em função de dias de tratamento e regimes hídricos.
De acordo com Benincasa (1988), a razão de peso foliar representa a proporção
de material fotossintetizante em relação ao peso seco total das plantas, e apresenta um
decréscimo contínuo com a idade, devido à biomassa não fotossintetizante.
As mudas de pau ferro apresentaram uma redução acentuada na RAF (figura 6b)
em plantas crescidas sob alagamento e déficit hídrico (12,5%CC). Observou-se nas
mudas sob alagamento que as folhas foram ficando amareladas e ocorreu aumento da
abscisão.
Com relação ao teor de clorofila os melhores valores foram encontrados no
tratamento 70% CC, seguido de 40 e 12,5%CC. Aos 28 e 35 dias apresentou 41%
caindo em 10% até o final do experimento aos 56 dias de estresse (Figura. 7).
O menor teor de clorofila nas folhas das mudas cultivadas sob alagamento pode
ser justificado pelo menor teor de nitrogênio nas folhas desse mesmo tratamento (Tabela
1). Na planta o nitrogênio atua como constituinte da clorofila e sua deficiência pode
ocasionar a diminuição da mesma.
45
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
7 14 21 28 35 42 49 56
Tempo (dias)
Clorofilag dm)
Alag CCŶ= 25,04
70% CCŶ
=26,3056+1,0639x - 0,0173x² R²= 0,30
40% CCŶ
=1,5517+1,6115x-0,0255 = 0,67
12.5%CCŶ
=1,.3272+1,4539x- 0,0237 = 0,51
FIGURA 7: Teor médio de clorofila em mudas de
Caesalpinia ferrea
em função de
dias de tratamento e regimes hídricos.
Observa-se na literatura que com a diminuição do teor O
2,
ocorrem restrições no
metabolismo da planta em função da redução das atividades da enzima nitrato redutase
(NR), prejudicando a absorção e o transporte de íons, tendo como conseqüência redução
dos teores de nutrientes na parte aérea da planta, dentre eles o nitrogênio (DREW,
1999). Por outro lado, a baixa disponibilidade de água no solo também pode levar a
deficiência de nitrogênio (Floss, 2006); Entretanto, o teor de nitrogênio nas folhas de
plantas cultivadas com 12,5%cc foi maior que nos demais tratamentos. Outros fatores
devem ter interferido no metabolismo da planta e na síntese de clorofila. Resultados
semelhantes foram verificados por Dantas (2005) em pesquisa com
Azadirachta indica
A Juss (nim) em dois níveis de água onde as mudas apresentaram menor teor de N sob
maior disponibilidade de água.
COCLUSÃO
Nas condições em que o experimento foi realizado e considerando os níveis de
água no solo testados conclui-se que a melhor condição hídrica para a produção de
mudas de pau ferro foi 70% da capacidade de campo.
46
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