6
(Ouratea vaccinoides), Caju Bravo (Ouratea floribunda e Ouratea salicifolia) e Coração de
Bugre (Ouratea parviflora).
As
Ouratea floribunda e Ouratea castanaefolia são empregadas
em ornamentação urbana (SUZART et al., 2007). São utilizadas na medicina popular como
adstringentes, tônicas, estomáquicas, vermífugas (BRAGA, 1960), em distúrbios gástricos e
reumatismo (MBING et al., 2003a) e útil na cura de paralisias, erisipela, feridas no útero e
úlceras, distúrbios gástricos e na cicatrização de feridas (BARROSO, 1986).
Em estudos com espécies do gênero Ouratea, podemos destacar os que mostraram
atividade antitumoral contra células do carcinoma Ehrlich (CARVALHO et al., 2002),
inibição das DNA topoisomerases (GRYNBERG et al., 2002), efeitos antiproliferativos e
ativação da apoptose em células de tumor Ehrlich (GRYNBERG et al., 1998). O extrato
hidroetanólico e a fração acetato de etila de Ouratea semisserrata apresentaram efeito
vasodilatador dependente do endotélio (CORTES et al., 2002) e atividade anti-hipertensiva,
inibindo a conversão da enzima angiotensina I (ACE) (CASTRO et al., 2000). O extrato
metanólico de Ouratea elongata, Ouratea flava e Ouratea sulcata, demostrou atividade
antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Enterococcus hirae e Candida
albicans (GANGOUE-PIEBOJI et al., 2006). Também apresentou atividade antimicrobiana o
óleo da fruta de Ouratea parviflora Baill extraído com hexano (PAULO, et al., 1986).
O
extrato metanólico das folhas de Ouratea cuspidata revelou atividade antiparasitária frente a
Leishmania braziliensis, biopoteção contra radicais livres e ação antiinflamatória. (SUZART,
2007).
Estudos químicos realizados em espécies deste gênero revelaram que são
bioprodutores de flavonóides, flavonóides glicosilados (SUZART et al., 2007) e biflavonóides
(SUZART et al., 2007; CARVALHO et al., 2008). Na figura 4, págs. 7 e 8, são mostradas
estruturas químicas de substâncias deste gênero. De Ouratea sp. (MONACHE et al., 1967)
foram isolados a protocianidina (1) e catequina (2); de O. affinis Engl. e O. calantha Gilg.
(GARTLAN et al., 1980) foi isolado a cianidina (3); de O. spectabilis (Mart.) Engl.
(FELÍCIO et al., 1995) foram isolados bigenkanina (4) e 7,7”- O-dimetilagatisflavona (5); de
O. multiflora Pohl (FELÍCIO et al., 2001) foram isolados amentoflavona (6) e , 3-OH-4’,5,7-
OMe-flavona-(6→8”)- 3”-OH -3’”,4’”,5”,7”-OMe flavona (7); de O. semisserata (Mart.)
Engl. (VELANDIA et al., 2002) foram isolados 3',6,8-cloro-4’,5-OH-7-OMe isoflavona (8),
3',5',6,8-cloro-4’,5-OH-7-OMe isoflavona (9), 5,7-OH-flavona-(4’→O→8”)- 4′′′,5′′,7′′-OH
flavona (10), 5-OH -7- OMe-flavona-(4′→O→8′′)- 4′′′, 5′′,7′′-OH flavona (11), 5-OH-7-OMe-
flavona-(4′→O→8′′)-5′′,7′′-OH-4′′′-OMe flavona (12), amentoflavona (6), podocarpusflavona
(13) e rutina, (14); De O. flava Schum e Thon (MBING et al., 2003a) foram isolados
calodenina B (15), flavumona A (16), flavumona B (17), calodenina C (18), lophirona A (19)
e 4′,5-OMe-6,7-metilenodioxi-isoflavona (20); de Ouratea hexasperma (St. Hil.) Bail.
(MOREIRA et al., 1994; DANIEL et al., 2005) foram isolados Hexaspermona A (21),
Hexaspermona B (22), Hexaspermona C (23), 5,7,4’-OMe-isoflavona (24), 7′′-O-
metilagatisflavona (25), 7,7′′-O-dimetillanaraflavona (26), agastiflavona (27), epicatequina
(28), 6-C-glicopiranosil-luteolina (29), 3-O-glicopiranosil-quercetina (30), 2′′-O-β-D-
glicopiranosil-8-C-β-D-glicopiranosil luteolina (31); de O. microdonta (CARVALHO et al.,
2008) foram isolados agatisflavona (27), 7”-O-metilagatisflavona (25) e amentoflavona (6).
(Figura 4, págs. 7 e 8).
Além de flavonóides e biflavonóides, ocorrem no gênero outras classes de subsâncias
como norisoprenóides (VELANDIA et al., 1998), diterpenos (VELANDIA et al., 1998;
FELÍCIO et al., 2004), triterpenos, (MBING et al., 2003b; CARVALHO et al., 2008),
esteróides (CARVALHO et al., 2008), lignanas (VELANDIA et al., 1998), hidrocarbonetos e
ésteres alifáticos
(MOREIRA et al., 1994; PAULO et al., 1986; ESTEVAM et al., 2005) além
de derivado do ácido benzóico (CARVALHO et al., 2008). As estruturas químicas de alguns
representantes desta classe são mostrados na figura 5, pág. 9.