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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
E COMUNICAÇÃO COM ÊNFASE EM EAD.
JULIANA TELLES FARIA SUZUKI
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM:
Reflexões para uma Pedagogia On-line
LONDRINA
2007
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JULIANA TELLES FARIA SUZUKI
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM:
Reflexões para uma Pedagogia On-line
Dissertação de mestrado apresentada à
Universidade Federal do Ceará UFC e à
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,
como requisito para a obtenção do título de
Mestre em Tecnologias da Informação e
Comunição com ênfase em EaD.
Orientadora: Profa Dra. Maria Julia Giannasi-
Kaimen
LONDRINA
2007
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JULIANA TELLES FARIA SUZUKI
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM:
Reflexões para uma Pedagogia On-line
Dissertação de mestrado apresentada à
Universidade Federal do Ceará UFC e à
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,
como requisito para a obtenção do título de
Mestre em Tecnologias da Informação e
Comunição com ênfase em EaD.
COMISSÃO EXAMINADORA
Profa. Dra. Maria Júlia Giannasi-Kaimen
Orientadora
Profa. Dra. Cleide Vitor Mussini Batista
Membro 01
Profa. Dra. Soraia Chafic El Kfouri Salerno
Membro 02
Londrina, 14 de dezembro de 2007.
Dedico-te ó Deus, porque os teus olhos
me viram em substância ainda informe, e no teu
livro foram escritos todos os meus dias, cada
um deles escrito e determinado, quando nem
um deles havia ainda.
AGRADECIMENTOS
Embora seja uma dissertação e pela sua finalidade acadêmica,
um trabalho individual, contributos de natureza diversa que não
podem nem devem deixar de ser realçados. Por essa razão, quero
expressar os meus sinceros agradecimentos e trazer para dentro do
meu texto aqueles que já percorreram as entrelinhas.
Agradeço primeiramente a Deus por ter-me escolhido,
predestinado, chamado e justificado. Por me alcançar todos os dias
com sua misericórdia e graça, iluminando-me com sua presença,
dando-me abrigo e conforto nas tempestades da vida, por criar
saídas onde os olhos humanos nâo vêem escapatória. Por não me
deixar esquecer que habita em mim e que sustenta todas as coisas
com a Sua Palavra.
Agradeço à minha mãe por sempre me encorajar a prosseguir, e
por dividir comigo a tarefa de ser mãe de minhas duas filhas nos
momentos de minha ausência. Ao meu pai pelo incentivo durante a
minha trajetória.
Aos familiares, irmãos e irmã, cunhados e cunhadas, sobrinhos
e sobrinha, sogra e sogro (in memoriam) que participam da
construção de minha vida diariamente e sempre se prontificaram em
me ajudar.
Em especial ao meu marido pela sua dedicação e apoio
incansáveis, pelo consolo nas dificuldades, por ser o amigo e
companheiro em todos os momentos e por ser o meu maior
incentivador.
Às minhas amadas filhas, Rafaela e Gabriela pela ternura,
carinho e amor que me têm dispensado; apesar de minhas
ausências, elas sempre me encorajaram com o seus sorrisos, beijos
e abraços.
Aos membros da Igreja em Londrina que sempre me apoiam, me
suprem da vida divina com palavras de Deus e oram por mim e pela
minha família.
À professora orientadora, Dra. Maria Júlia Giannasi-Kaimen,
pelo carinho, acolhimento, pela ética, prestatividade e atendimento a
mim dispensados, contribuindo, e muito, para minha construção
intelectual.
À professora Dra. Cleide Vitor Mussini Batista por acompanhar o
início da minha trajetória nesta pesquisa ajudando-me a definir os
primeiros rascunhos com muita sabedoria e empenho.
E, por fim, a todos os parceiros de trabalho, colegas de turma e
alunos da universidade que me incentivaram e me acompanharam
na elaboração deste trabalho, principalmente as professoras Samira
Kfouri, Sandra Rampazzo, Melina Klaus, Vilma Gimenes, Ana Maria
do Vale e Marlizete Bonafini.
2
Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo
o que se deseja nada se pode comparar a ela.
Provérbios 8:11
SUZUKI,Juliana Telles Faria Suzuki. Ambiente virtual de Aprendizagem: reflexões
para uma pedagogia on-line. 2007. 112p. Dissertação de Mestrado Universidade
Federal do Ceará - UFC e Universidade Norte do Paraná UNOPAR, Londrina
PR.
RESUMO
O presente trabalho de dissertação discute questões surgidas na sociedade com o
advento da internet, provocando impacto de diferentes naturezas em diversas áreas,
sobretudo na educação. O surgimento e a introdução de ferramentas via internet
voltadas para o gerenciamento de atividades educacionais suscitou a necessidade
de repensar a prática educativa ressignificando os papéis desempenhados pelas
instituições de ensino, pelos professores e pelos alunos. Dessa forma, teve por
objetivo maior analisar as contribuições do uso de uma interface dentro do ambiente
virtual de aprendizagem Moodle aplicada à prática pedagógica de professores do
ensino superior na modalidade presencial. Para isto buscou-se na literatura
questões pertinentes voltadas a este assunto que possibilitaram focalizar o estudo.
Desenvolveu-se também uma interface dentro do ambiente Moodle que possibilitou
a realização de fóruns de discussão com professores do curso de Letras e
Pedagogia que estão em exercício de sua profissão. Por fim realizou-se a tabulação
e a análise dos resultados que permitiram considerar a importância da formação
contínua na prática docente e a viabilidade de utilizar ambientes virtuais de
aprendizagem como suporte ou complemento ao ensino presencial.
Palavras-chave: Ensino Superior – Uso de TICs; Ambiente Virtual de Aprendizagem
– Moodle; Moodle – AVAs; Formação Continuada – Uso de TICs.
SUZUKI,Juliana Telles Faria Suzuki. Virtual learning environment:
reflexions to on-line pedagogy. 2007. 112p. Master dissertation Ceará
Federal University and Paraná North university, Londrina – PR.
ABSTRACT
The present work argues about questions appeared in the society with the
advent of the Internet which has provoked impact of different natures in
diverse areas, including education. The sprouting and the introduction of
Internet tools directed toward the management of educational activities
brought the necessity to rethink educative practice reconsidering the roles
played by educational institutes, by teachers and by pupils. In such a way,
this study aimed at analyzing the contributions of the use of an interface
at Moodle (virtual learning environment) applied to the pedagogical
practice of university professors from actual modality. Considering this,
pertinent questions to this subject were searched in literature to enable to
focus the study. An interface inside Moodle was developed to enable the
accomplishment of discussion forums with in-service Language and
Pedagogy professors. Finally the data was tabled and the results were
analyzed allowing to consider the importance of continuous education in
teachers’ practice and the viability to use virtual environments of learning
as support or complement to actual education.
Key-words: univeristy education, information and communication
technology; virtual learning environment Moodle; Moodle VLE;
continuous education – use of ICT
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Número de participantes _______________________________ 47
Gráfico 2 – Atuação dos professores _______________________________ 48
Gráfico 3 – Sexo dos participantes _______________________________ 49
Gráfico 4 – Faixa etária dos participantes __________________________ 50
Gráfico 5 – Quanto à utilização de AVAs __________________________ 51
Gráfico 6 – Recurso mais utilizado _______________________________ 51
Gráfico 7 – Total de postagens nos fóruns __________________________ 52
Gráfico 8 – Postagens no fórum 1 _______________________________ 53
Gráfico 9 – Postagens no fórum 2 _______________________________ 71
Gráfico 10 – Postagens no fórum 3 _______________________________ 84
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sala de aula do futuro _______________________________ 29
Figura 2 – Página inicial do ambiente _______________________________ 44
Figura 3 – Página de inscrição dos participantes ____________________ 44
Figura 4 – Página de acesso ao curso _______________________________ 45
Figura 5 – Página do curso ____________________________________ 46
Figura 6 – Relatório de atividades _______________________________ 96
LISTA DE QUADOS
Quadro 1 – O velho e o novo paradigma __________________________ 69
Quadro 2 – Professor presencial e a distância __________________________ 82
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................ 14
1.1 Justificativa ................................................................................ 15
1.2 Objetivos ..................................................................................... 15
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................ 15
1.2.2 Objetivos específicos................................................................. 16
1.3 Procedimentos Metodológicos ................................................. 16
1.4 Descrição e Organização ........................................................... 18
2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... 19
2.1 Novas Questões no Ensino Superior ....................................... 19
2.2 Quando o Ensinar e o Aprender Ultrapassam a Sala de Aula 24
2.2.1 Gestão de novos espaços educacionais ................................... 27
2.2.2 O papel do professor no ambiente on-line ................................. 31
2.2.3 O papel do aluno no ambiente on-line ....................................... 35
2.2.4 Avaliação ................................................................................... 37
2.3 Considerações a Respeito da Utilização de AVAs no Ensino
Presencial ........................................................................................... 39
2.4 Ambientes Virtuais de Aprendizagem ...................................... 41
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................. 47
3.1 Perfil dos Professores ............................................................... 47
3.2 Utilização de Recursos Tecnológicos ...................................... 50
3.3 Participação Geral nos Fóruns ................................................. 52
3.4 Apresentação e Análise dos Resultados do Fórum 1 ............. 53
3.5 Análise dos Resultados do Fórum 2 ......................................... 71
1
3.6 Análise dos Resultados do Fórum 3 ......................................... 83
3.7 Análise dos Resultados do Questionário Final ....................... 96
3.7.1 Resultados e análise sobre a experiência de participar das
discussões nos fóruns. ...................................................................... 97
3.7.2 Resultados e análise sobre a viabilidade de utilizar um ambiente
virtual de aprendizagem no ensino presencial. .................................. 99
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................102
REFERÊNCIAS ...................................................................................105
14
1 INTRODUÇÃO
Os constantes avanços tecnológicos se fazem, atualmente,
rápidos e tão envolventes que nem sempre a sociedade percebe o que está
ocorrendo. Com o advento da internet surgiram novas possibilidades no
processo de ensino e aprendizagem, proporcionando aos professores explorar
novas formas de ensinar, e aos alunos, novas formas de aprender. Nos últimos
anos o avanço da tecnologia possibilitou uma revolução, sobretudo na
educação a distância, que conheceu um impressionante crescimento. A partir
da década de 90, com a aprovação da atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB - Lei 9.394, de 20/12/96), além de ganhar
destaque legal, a educação a distância torna-se uma modalidade integrante
dos sistemas de ensino.
Atualmente questões anteriormente restritas à educação a
distância, como aprendizagem on-line ou via web estão expandindo suas
fronteiras e abarcando também o ensino presencial. Em virtude de tais fatos,
surge a necessidade de repensar a educação sob o prisma de um paradigma
educacional que requer, daqueles envolvidos com a educação, reflexão, que
lhes possibilita chegar ao seguinte problema de pesquisa: Quais os impactos
das tecnologias da informação e comunicação no cenário da educação
presencial e quais questões precisam ser rediscutidas?
A utilização de ambientes virtuais de aprendizagem como apoio
ao ensino presencial não deve ser subutilizada, limitando-se ao seu uso
apenas como repositório de informações, mas pode e deve favorecer a
promoção e gerenciamento dos processos de ensino e aprendizagem
mediados por discussões síncronas, assíncronas e produção do conhecimento.
Dessa forma, os novos paradigmas apontam para a criação de espaços que
privilegiem a co-construção do conhecimento, através da interatividade, da
subjetividade.
15
1.1 Justificativa
A introdução dos recursos tecnológicos proporcionados pela
internet na educação provocou uma série de mudanças, sobretudo no ensino
presencial. Diante disso, surge a necessidade de romper com velhos
paradigmas educacionais muitas vezes centrados em currículos fragmentados,
de memorização e transmissão de informações (LIBÂNEO, 1998). A
capacitação docente para o uso das tecnologias e a busca pelo enriquecimento
do ensino presencial devem ser vistas como prioridade no cenário em que se
instaura a educação. O uso gradativo das tecnologias da informação e
comunicação no ensino tende a fomentar, não apenas a discussão sobre as
melhores práticas pedagógicas, como também garantir um ambiente favorável
à inovação e um crescimento virtuoso que potencialize a aprendizagem
(MISKULIN; SILVA; AMORIM, 2007).
Atualmente percebemos um considerável aumento da
facilidade de o acesso ao computador, o que leva alunos, professores e as
próprias instituições de ensino superior à sua maior utilização. Entretanto, a
chegada de tais recursos deve vir acompanhada de discussões acerca da sua
melhor utilização. Assim, a grande discussão que se faz sobre inclusão destes
recursos em educação aponta a capacitação continuada do professor como
ponto essencial para o desenvolvimento de propostas educacionais próprias
para formar o indivíduo de forma integral. Nesse contexto, Moraes (apud
GONÇALVES, 2003, p.22) acredita que a educação, grande desafio nos dias
atuais, deve proporcionar aos alunos oportunidades de uma aprendizagem de
qualidade que contemple o desenvolvimento de habilidades e competências
necessárias na sociedade em que vivemos.
Sendo assim, destacamos a importância de repensarmos o
papel da educação, principalmente no que diz respeito ao uso das tecnologias.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
16
Analisar as contribuições do uso de uma interface dentro do ambiente
virtual de aprendizagem Moodle aplicada à prática pedagógica de
professores do ensino superior na modalidade presencial.
1.2.2 Objetivos específicos
Discutir e apresentar as contribuições de uma interface dentro do
ambiente Moodle, que possibilite a realização de atividades pedagógicas
para este curso;
Discutir sobre a necessidade da formação continuada;
Refletir sobre a gestão de ambientes virtuais de aprendizagem como
apoio ao ensino presencial.
1.3 Procedimentos Metodológicos
Nosso trabalho constitui-se uma pesquisa de Planejamento e
Desenvolvimento Educacional, entendida como um processo usado para
desenvolver e validar um produto educacional (Borg e Gall, 1983, p. 722).
Segundo os autores citados, neste caso, o termo produto inclui não somente
objetos materiais, tais como livro-texto, filmes instrucionais e outros, mas
também procedimentos e processos, tais como um método de ensino ou um
método de organização da instrução. Aqui, neste momento, estamos tomando
como produto o desenvolvimento de uma interface dentro do ambiente Moodle
e as discussões veiculadas através dele.
Para análise dos dados utilizamos a abordagem denominada
de métodos mistos (Creswell, 2007, p. 32) que combina dados quantitativos
com dados qualitativos afim de obter uma análise ampla do problema de
pesquisa.
Finalmente, uma técnica de métodos mistos é aquela em que o
pesquisador tende a basear as alegações de conhecimento em
elementos pragmáticos (por exemplo, orientado para
consequência, centrado no problema e pluralista). Essa técnica
17
emprega estratégias de investigação que envolvem coleta de
dados simultânea ou sequencial para melhor entender os
problemas de pesquisa. A coleta de dados também envolve a
obtenção tanto de informações numéricas (por exemplo, em
instrumentos) como de informações de texto (por exemplo, em
entrevistas), de forma que o banco de dados final represente
tanto informações quantitativas como qualitativas (CRESWELL,
2007 p. 35).
Optamos pela investigação através do método misto por
acreditarmos que a coleta de diversos tipos de dados garante um entendimento
melhor do problema da pesquisa.
O trabalho de dissertação intitulado “Ambiente Virtual de
Aprendizagem: reflexões para uma pedagogia on-line” teve como ponto de
partida as aulas ministradas no curso de Mestrado Profissionalizante em
Tecnologias da Informação e Comunicação com ênfase em EaD, pelo
consórcio da Universidade Federal do Ceará - UFC e da Universidade Norte do
Paraná - UNOPAR, onde tratou-se em sua maior parte sobre as ferramentas
que impulsionam o processo de ensino e aprendizagem e sua gestão.
Para esta pesquisa tivemos por objetivo maior analisar as
contribuições do uso de uma interface dentro do Ambiente Virtual de
Aprendizagem Moodle aplicada à prática pedagógica de professores do ensino
superior na modalidade presencial. Para que este objetivo fosse cumprido o
trabalho passou-se por diversas fases, conforme descrito abaixo:
Na primeira fase, desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica
sobre o tema, através de livros, artigos, periódicos e fontes on-line para a
construção do referencial teórico. Na segunda fase, desenvolvemos uma
interface dentro do ambiente Moodle, que possibilitou a realização de três
fóruns de discussão acerca de questões relacionadas ao desenvolvimento de
uma pedagogia on-line.
Propomos na terceira fase, uma discussão no ambiente para
professores do Curso de Letras e Pedagogia de uma instituição particular de
ensino superior na cidade de Londrina. Dos 24 professores convidados apenas
sete participaram das discussões. Neste momento também foi elaborado e
aplicado um questionário preliminar aos professores contendo cinco questões
acerca do uso das tecnologias em suas aulas. A seguir os professores
iniciaram as discussões no ambiente que foram divididas em três runs
18
destinados à discutir a gestão de novos espaços no ensino superior, o papel do
aluno e do professor nos ambientes virtuais de aprendizagem e a avaliação nos
ambientes virtuais.
Após concluída esta etapa os professores novamente
responderam outro questionário acerca da experiência de participar das
atividades realizadas dentro do ambiente Moodle e sobre a viabilidade de
utilizar tais ambientes no ensino presencial.
Na quarta fase, e última fase realizamos a tabulação e
discussão dos resultados obtidos, finalizando o trabalho de dissertação.
1.4 Descrição e Organização
A dissertação está estruturada em 4 momentos:
No primeiro momento, apontamos a problemática em que se
insere este trabalho, definindo objetivos e procedimentos metodológicos.
No segundo momento, apresentamos uma revisão de literatura
discutindo as novas questões que estão sendo inseridas no ensino superior
advindas da introdução das tecnologias no processo educativo. Para isto
destacamos um tópico para discutir o processo de ensinar e aprender num
espaço fora da sala de aula tradicional, destacando a necessidade de gerir
estes novos espaços educacionais de forma que contemplem uma estrutura
física tecnológica adequada. Também percorremos na literatura a necessidade
de uma re-significação dos papéis tanto do professor, quanto do aluno para
esta nova educação. Realizamos algumas considerações a respeito da
utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem como suporte ao ensino
presencial e realizamos uma descrição da interface criada para a viabilização
desta pesquisa.
Abordamos no terceiro momento os resultados e as discussões
acerca da pesquisa para, por fim, no quarto momento, apresentamos as
considerações finais. Ao término do trabalho, encontram-se também, as
referências utilizadas e os anexos.
19
2 REVISÃO DE LITERATURA
Trazemos abaixo as discussões realizadas por diversos
autores no sentido de compreender a relação das tecnologias da informação e
comunicação na educação. Para isto estaremos apresentando algumas das
novas questões que surgiram no ensino superior nos últimos anos e a
necessidade das instituições acadêmicas, sensíveis à nova realidade social,
voltarem-se ao uso da internet tanto na modalidade presencial quanto a
distância como forma de ampliar os programas educacionais oferecidos.
Diante destas questões levantamos a necessidade de
compreender o ensino e a aprendizagem como um processo que não está
restrito à sala de aula, devendo por isto ser repensado como gerir este novo
espaço educacional, qual o papel do professor e do aluno e como se dará a
avaliação no mesmo. Além disso, destacamos a utilização de Ambientes
Virtuais de Aprendizagem como a tecnologia empregada no momento que visa
servir como sustentação das atividades educacionais nesta forma de entender
a educação.
2.1 Novas questões no Ensino Superior
Na sociedade contemporânea, uma das características
marcantes é a velocidade proporcionada pelas tecnologias digitais que
tornaram possível o rompimento das fronteiras do tempo e do espaço. Hoje, as
informações podem atingir um imenso contingente de pessoas, transmitidas em
tempo real para todas as partes do mundo. Além disso, as novas tecnologias
de informação e comunicação (NTICs) se fazem presentes no cotidiano das
pessoas, gerando transformações em todos os setores, principalmente na área
educacional.
As instituições acadêmicas vivem hoje um momento de
transição, sobretudo no ensino superior, onde, cada vez com maior frequência,
volta-se ao uso da internet tanto na modalidade do ensino a distância como
para ampliar programas educacionais oferecidos dentro de seus campi. As
20
razões para tais transformações são variadas e vão desde a necessidade de
controlar custos, melhorar a qualidade e atender a necessidade de alcançar
pessoas em lugares remotos para democratizar as relações de acesso.
A tecnologia da informação (TI) tem o potencial de resolver
muitos desses problemas. Pode mudar os papéis dos
estudantes e dos professores, pode facilitar uma educação
mais voltada ao aluno, mais personalizada, economizar
dinheiro por meio de melhores processos de negociação e de
educação a distância, bem como expandir a abrangência e o
conteúdo do currículo (HORGAN, apud PALLOFF ; PRATT,
2002).
No entanto, a tecnologia empregada nestas questões têm
gerado mudanças significativas no contexto educacional. Desde 1993, a União
Européia vêm relatando em documentos oficiais o impacto das tecnologias na
sociedade, suas implicações no mercado de trabalho e na educação,
apontando três choques pelo qual o mundo passa: o da sociedade da
informação, o da mundialização e o da civilização científica e técnica. Tal
fenômeno tem sido denominado: sociedade da informação (SI), sociedade do
conhecimento (Knowledge society) ou sociedade aprendente (learning society).
Nessa perspectiva, as abordagens pedagógicas tradicionais
passam a não ser compatíveis com os novos modos de pensar a educação,
que se revela voltada para interatividade, conectividade e outras dinâmicas
comunicacionais, ocasionando uma nova visão de aprendizagem, onde se
necessário o desenvolvimento de capacidades para gerir as competências
exigidas pelo padrão de sociabilidade emergente.
uma nova ética surgindo no sistema comunicacional.
um novo modo de ver e de veicular a informação. A palavra
escrita vem sendo utilizada de modo muito diferente do que foi
até poucos anos, e vai passando do papel às redes; tempo
e espaço são noções que se tornam cada vez mais relativas,
e, sabemos que, historicamente, quando a ciência passa a
rever essas duas categorias, grandes mudanças estão por
ocorrer (RAMAL, 1999, p. 87).
A fala do autor, certamente retrata a mudança de um modelo
educacional, deixando aquele velho modo alicerçado na transmissão docente
para o momento onde o professor torna-se o mediador da aprendizagem.
21
Segundo Assmann (1998, p. 19) atualmente, o fazer pedagógico abre espaço
para as sociedades aprendentes, onde a sociedade inteira entra em estado de
aprendizagem transformando-se numa imensa rede de ecologias cognitivas.
Piaget, desde 1970, enfatizava que a cooperação é peça
fundamental no desenvolvimento humano. Vygotsky (1988) também falava
sobre o fato da aprendizagem despertar processos internos de
desenvolvimento na interação com outras pessoas. Estes escritos aliados à
nova realidade tecnológica descortinam possibilidades antes não imaginadas,
como a aprendizagem colaborativa estimulada por ambientes computacionais.
Após o advento da internet surgem os sistemas de aprendizagem
colaborativa apoiada por computador, que evoluíram bastante nos últimos
anos, tendo por objetivo dinamizar novos espaços de aprendizagem e
produção do conhecimento nas Instituições de Ensino Superior. Entretanto,
Palloff ; Pratt (2002) afirmam que é necessário fazer uma transição da sala de
aula típica no campus para a sala de aula no ciberespaço. Como fica o papel
do professor e do aluno? Como gerir este novo espaço de ensino e
aprendizagem?
Até pouco tempo atrás, estas ferramentas ficavam restritas
somente na Educação a Distância, mas, atualmente, algumas experiências de
universidades como UNIFESP, UNB, UNICAMP, UFSC, UNOPAR e outras,
têm revelado que as novas tecnologias que estão sendo utilizadas em
Educação a Distância não têm como finalidade apenas diminuir a distância
entre os indivíduos num processo de ensino e aprendizagem, como também
têm se mostrado bastante eficazes nos cursos presenciais.
Através da portaria 4.059/2004, a própria legislação vem abrindo
as portas para tais iniciativas, dispondo em seu Art. 1º que as instituições de
ensino superior poderão ofertar disciplinas integrantes do currículo, que
utilizem modalidade semi-presencial, sem exceder a vinte por cento do tempo
previsto para integralização do respectivo currículo.
Diante deste cenário o cabe mais pensarmos a figura do
professor numa perspectiva tradicionalista. O professor torna-se o profissional
que vai estabelecer uma relação pessoal com o aluno, facilitando o processo
de ensino e aprendizagem através da aprendizagem colaborativa, garantindo a
22
inter-relação do aluno com o sistema; fazendo a mediação pedagógica nas
atividades propostas; fazendo a integração dos conteúdos; articulando
questões originadas em sala de aula; contribuindo para o fluxo de informações
etc. Enfim, ele é um dos principais elos que assegura a qualidade neste
sistema de ensino.
A situação dos professores perante a mudança social é
comparável à de um grupo de atores, vestidos com traje de
determinada época, a quem sem prévio aviso se muda o
cenário, em metade do palco, desenrolando um novo pano de
fundo, no cenário anterior. Uma nova encenação pós-
moderna, colorida e fluorescente, oculta a anterior, clássica e
severa. A primeira reação dos atores seria de surpresa.
Depois tensão e desconcerto, com um forte sentimento de
agressividade, desejando acabar o trabalho para procurar os
responsáveis, a fim de, pelo menos, obter uma explicação.
Que fazer? Continuar a recitar versos, arrastando largas
roupagens em metade de um cenário pós-moderno, cheio de
luzes intermitentes? Parar o espetáculo e abandonar o
trabalho? Pedir ao público que deixe de rir e ouça os versos?
O problema reside em que, independente de quem provocou a
mudança, são os atores que dão a cara. São eles portanto,
quem terá que encontrar uma saída, ainda que não sejam os
responsáveis (ESTEVE, apud VASCONCELOS, 2001, p. 97).
Assim, cabe ressaltar a importância das reflexões acerca da
formação docente para uso das tecnologias. Segundo Belloni (2001), diante
desta nova situação, o professor tenecessidade de atualização constante,
tanto em sua disciplina específica, quanto às metodologias de ensino e as
novas tecnologias. Neste sentido, destacamos a importância da formação
continuada. Além disso, espera-se do professor do culo XXI que ele seja
capaz de desenvolver os conteúdos não de forma individual, mas também
coletiva e que saiba manejar os instrumentos específicos dos novos tempos.
Sabemos que ensinar implica em criar condições para que o
educando use sua inteligência para construir estratégias que lhe permitam lidar
com os desafios de sua cultura e de sua existência. Neste sentido, não
podemos mais admitir uma educação que se restringe ao espaço de sala de
aula. É preciso explorar as novas possibilidades que as tecnologias
proporcionam. Diante desta realidade, destaca-se a necessidade de o
professor adquirir a competência da gestão de Ambientes Virtuais de
23
Aprendizagens. E para falarmos sobre este assunto precisamos abordar a
formação continuada, que é contemplada a partir da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação, Lei 9394/96.
Quando pensamos formação continuada, voltamos nosso olhar
para a escola básica, como se somente os professores deste nível de
escolarização necessitassem de formação. Os professores de ensino superior,
também são profissionais de educação e também precisam, desta formação
continuada, pois enquanto formadores de educadores também devem assumir
em sua plenitude o compromisso de educar. Assim, estes, como formadores de
educadores, também deveriam ter consciência do inacabamento.
Assistimos muitas vezes, em nossa prática de formadores de
educadores e de nossos colegas formadores o compromisso de educar nossos
educadores ou insistimos em identificar faltas (falta leitura, falta teoria, falta
vontade), apontar erros e esperar pela transformação que teoricamente
acreditamos deva se concretizar. Na grande maioria das vezes, o que temos é
a consciência do inacabamento do educador, e não do nosso. Neste ângulo,
por mais que busquemos dar a formação, ela acontece de uma única forma:
autoritária, unilateral, vazia e desvinculada de significado.
Assim, da mesma forma que os nossos “professores-alunos”,
precisamos, enquanto professores de ensino superior curso de pedagogia e
letras, ou seja formadores de educadores, assumirmos nossa condição de
inacabados. Paulo Freire, grande educador, em seu livro A Pedagogia da
Autonomia”, diz que
a consciência do mundo e a consciência de si como ser
inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de
sua inconclusão num permanente movimento de busca [...]
(FREIRE, 1999,
p.64).
Com estas palavras percebemos que o ser humano não é um
ser acabado, pronto, formatado, mas sim, um ser inacabado, que
constantemente sofre modificações. E, tendo em vista, a multiplicidade de
informações que nos cercam e rodeiam, quer seja através da mídia televisiva,
da mídia impressa, um programa de rádio ou uma simples conversa entre
vizinhos, reconhecemos que a cada momento, estamos aprendendo, estamos
nos modificando, como seres inacabados que somos. Sendo assim, a
24
formação continuada é justificada, uma vez que as tecnologias da informação e
comunicação avançam para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
Tendo como finalidade analisar as contribuições do uso de uma
interface dentro do Ambiente Virtual Moodle aplicado à prática pedagógica de
professores em exercício no ensino presencial, apresentamos um espaço para
discussões que também contribuirá para a formação continuada dos mesmos.
Aprender é sempre um desafio. Para Tardif (2002) os
profissionais devem, após seus estudos universitários iniciais, autoformar-se e
atualizar-se, utilizando para isso diferentes meios, o que inclui o tecnológico.
Professores bem formados conseguem ter maior segurança para administrar a
diversidade do seu alunado. Baseados na visão de que a formação continuada
contribui para uma educação melhor é que este trabalho de dissertação se
respalda, principalmente através dos novos meios tecnológicos, como os
Ambientes Virtuais de Aprendizagens, que têm se mostrado nos últimos anos,
uma ferramenta poderosa na capacitação profissional.
2.2 Quando o ensinar e o aprender ultrapassam a sala de aula
Nos últimos anos, o conceito de educação presencial e
educação a distância têm sofrido profundas mudanças diante do avanço das
tecnologias. Segundo Moran (2004), estamos caminhando para uma
aproximação sem precedentes entre cursos presenciais (cada vez mais semi-
presenciais) e aqueles a distância. Atualmente temos universidades como a
Unicamp, a Unb, por exemplo, que conjugam a utilização de ambientes virtuais
de aprendizagem, uma ferramenta antes restrita a educação à distância, em
cursos presenciais. No entanto, ainda percebemos grandes dificuldades na
aceitação de que a educação está sendo modificada. Moran (2004) em um de
seus artigos retrata esta questão dizendo que a primeira grande dificuldade
ainda é o peso da sala de aula.
Desde sempre aprender está associado a ir a uma sala de
aula e lá concentramos os esforços dos últimos séculos
para o gerenciamento da relação entre ensinar e aprender.
O modelo cultural e burocrático predominante nas
25
organizações educacionais exerce também um peso
avassalador na inércia frente a necessidade de inovar. Tudo
é planejado ou decidido de cima para baixo. Os prédios, os
currículos, a contratação de professores são feitos em
função do atrelamento (muitas vezes, confinamento) a salas
de aula. Os professores aprenderam como alunos a
relacionar-se com o modelo convencional de ensinar-
aprender dentro de um espaço bem específico que é a
escola e dentro dela a sala de aula. Os alunos, por sua vez,
estão acostumados a ficar ouvindo, em geral, passivos, o
que os professores falam e esperam da universidade ou
escola que lhes tragam em bandeja as informações prontas.
Ambos, professores e alunos, constatam a inadequação
desse modelo. Muitos intelectualmente sabem que
precisam mudar. É freqüente o discurso da participação, da
mudança, mas, na prática, no dia a dia, muitos ainda
permanecem aferrados aos modelos tradicionais, até
porque não existem muitas experiências inovadoras perto
de onde eles lecionam (MORAN, 2004 s/p).
Gadotti (1983), também discute a dificuldade deste momento de
transição, apontando uma das causas o fato de nosso país ainda operar utilizando
a linguagem escrita. Para ele a cultura do papel representa o maior obstáculo
diante do crescimento gradativo de uma nova cultura, a digital, que utiliza uma
outra linguagem, mediada pelas TIC. A caminho de uma revolução digital, ainda
nos deparamos com a educação convencional, que oferece apenas uma via ao
conhecimento, a escola.
Hoje uma parcela significativa das instituições acadêmicas vive
um momento de transição, sobretudo no ensino superior, onde, com maior
freqüência, volta-se ao uso da internet tanto na modalidade do ensino a disncia
como para ampliar programas educacionais oferecidos dentro de seus campi. Mas
Papert (1994, p. 09) alerta para a necessidade do rompimento de paradigmas.
Vejamos uma parábola que ele descreveu:
Imagine um grupo de viajantes do tempo de um século anterior,
entre eles um grupo de cirurgiões e outro de professores pririos,
cada qual ansioso para ver o quanto as coisas mudaram em sua
profissão a cem anos ou mais no futuro. Imagine o espanto dos
cirurges entrando numa sala de operações de um hospital
26
moderno. Embora pudessem entender que algum tipo de
operação estava ocorrendo e pudessem amesmo ser capazes
de adivinhar o óro-alvo, na maioria dos casos seriam incapazes
de imaginar o que o cirurgião estava tentando fazer ou qual a
finalidade dos muitos aparelhos estranhos que ele e sua equipe
cirgica estavam utilizando. Os rituais de anti-sepsia e anestesia,
os aparelhos eletrônicos com seus sinais de alarme e orientação e
a mesmo as intensas luzes, o familiares às plaias de
televio, seriam completamente estranhos para eles. Os
professores viajantes do tempo responderiam de uma forma muito
diferente a uma sala de aula de primeiro grau moderna. Eles
poderiam sentir-se intrigados com relação a alguns poucos objetos
estranhos. Poderiam perceber que algumas cnicas-pado
mudaram – e provavelmente discordariam entre si quanto a se as
mudaas que observaram foram para melhor ou para pior - , mas
perceberiam plenamente a finalidade da maior parte do que se
estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade,
assumir a classe. [...] Pode-se dizer que não houve qualquer
mudaa na maneira como s distribuímos a educação aos
nossos estudantes (PAPERT, 1994, p. 09).
Esta pabola suscita a discussão de vários aspectos. Mas a
queso central apontada é o fato de que enquanto as atividades humanas foram
revolucionadas em diversas áreas, na educação ainda continua praticamente da
mesma forma, com algumas pequenas mudanças. Para romper este “ciclo
tradicional que perpassam por gerões é necessário superar velhos paradigmas.
Diante dos novos desafios impostos pela sociedade tecnológica forçoso é
reestruturar antigos paradigmas, especialmente quanto à educação, que não
se restringe mais ao conhecimento transmitido nas escolas formais. As
instituições de ensino têm de ser uma instância não de transmissão, mas um
local de análises críticas e produção da informação, onde o conhecimento
possibilita a atribuição de significados à informação (SAMPAIO & LEITE, 1999).
Sensíveis à nova realidade educacional, o professor deve estar aberto às
inovações, incorporando na sua prática educativa novas mídias como aponta
Belloni (2001, a), discutindo suas possibilidades e como ela pode melhorar a
prática em sua área de conhecimento.
Hoje, uma parcela significativa de instituições educacionais
está vivenciando um momento de transição. As circunstâncias que levaram a
27
tais mudanças circulam entre questões de ordem econômica e também a
necessidade de atender a diversidade de alunos. Observamos com maior
freqüência a introdução dos recursos da web no gerenciamento das atividades
educacionais. Assim, diante das novas possibilidades, a educação o pode
mais viver do passado, negando a existência das tecnologias, pois formaria
pessoas desconectadas com a realidade que se inserem. No entanto, esta
negação também pode ser lida como resistência às condições de trabalho. Se
fizermos uma retrospectiva histórica na educação observaremos que as
reformas educacionais nos últimos anos trouxeram novas exigências
profissionais para os professores, sem a necessária adequação das condições
de trabalho. Com a introdução das novas tecnologias temos uma maior
responsabilização do professor pelo desempenho dos alunos e pela sua
própria requalificação. Por esta razão é necessário repensar a educação
também no aspecto estrutural, ou seja, como será o novo espaço de gestão da
aprendizagem.
2.2.1 Gestão de novos espaços educacionais
O surgimento das tecnologias imprimiu na sociedade novas
formas de viver e se relacionar, influenciando sobretudo na educação. O
espaço e o tempo diante das TICs revolucionaram a tarefa de ensinar e
aprender. Hoje as possibilidades proporcionadas pelos meios eletrônicos tem
sido amplamente discutidas. Pensar em uma sala de aula convencional nos
remete à lembrança de uma sala com um professor e diversos alunos sentados
em suas carteiras olhando para o professor, ou discutindo questões dentro de
um espaço físico e temporal limitado. Mas quando pensamos em uma sala de
aula virtual pensamos em um espaço aberto tanto no espaço quanto no tempo,
o que envolve diversas questões que precisam ser re-estruturadas. A primeira
é a gestão destes novos espaços. Moran (2004) afirma que para isto é
necessário primeiramente equipar as universidades com ferramentas
tecnológicas disponibilizadas aos professores e alunos. Os cursos devem
contar com laboratórios conectados à web, as salas de aula precisam ter
28
projetores de multimídia com acesso a internet permitindo mostrar simulações
virtuais, vídeos, jogos, materiais em CD, DVD, páginas da web ao vivo etc.
Kenski (2005) afirma que assumir o uso das tecnologias digitais no ensino
pelas escolas requer que ela esteja preparada para realizar investimentos
consideráveis em equipamentos e, sobretudo, na viabilização das condições de
acesso e uso, contando com softwares adequados e o acesso à internet não
somente para acessar informações, mas também para se comunicar, divulgar,
oferecer informações e serviços realizados por professores e alunos.
Em 1999, Litto em seu artigo “O novo ambiente para
aprendizagem” descreveu a seguinte sala de aula:
Acreditamos que o Escritório do Futuro e a Sala de Aula do
Futuro terão, essencialmente, as mesmas características: (1)
móveis portáteis e sua disposição sempre reconfigurável,
conforme o "estilo de trabalho" do grupo; (2) computador
individual, ligado às redes internacionais de comunicação, às
facilidades de multimídia e interligado a outros no mesmo
ambiente; (3) ausência de fios de eletricidade e de
comunicações, para facilitar a movimentação física de pessoas
e móveis e para dar uma ênfase menor à presença de
tecnologia; (4) presença de facilidades para apresentar
imagens e gráficos em projeções grandes permitindo a análise
em grupo de detalhes; (5) disponibilidade de superfícies
grandes para plotar, desenhar e registrar à mão fluxos de
operações complexas, altamente ramificadas, que não podem
ser contidas em telas de computador; (6) uso de software de
"tecnologia de reunião", facilitando a conduta do grupo em
atividades colaborativas de aprendizagem, interação e ação
(LITTO, 1999).
Vejamos agora a edição nº 105 da Revista Ensino Superior que
trouxe este ano uma reportagem escrita por Santomauro (2007) sobre a sala
de aula do futuro. Neste espaço cada aluno tem o seu notebook ou smartphone
para acompanhar o conteúdo disponibilizado no quadro interativo ou para
acessar, buscar conteúdos na internet e armazenar o conteúdo das aulas. As
antigas lousas dão lugar aos quadros interativos que permitem exibir uma
diversidade de conteúdos e acessar conteúdos da web. O professor poderá
gerenciar as atividades realizadas pelos alunos em seus terminais através de
softwares e experiências poderão ser realizadas virtualmente, dentre outras
possibilidades.
29
Fonte:
SANTOMAURO
, 2007.
Figura 01 – Sala de aula do futuro
A projeção feita por Litto (1999) e Santomauro (2007) ainda
não é uma realidade na maioria das instituições educacionais. Entretanto
sabemos que a utilização da tecnologia em educação o irá retroceder, pelo
contrário, tende a crescer, tornando-se fundamental gestores e educadores
buscarem compreender este novo ambiente de aprendizagem. Isto não
significa apenas introduzir a tecnologia no espaço educacional, pois incorreria
no risco de serem subutilizadas servindo apenas como repositório de
informações.
Kenski (2005) ainda diz:
Desde que as tecnologias de comunicação e informação
começaram a se expandir pela sociedade, aconteceram muitas
mudanças nas maneiras de ensinar e aprender. Independente
do uso mais ou menos intensivo de equipamentos mediáticos
nas salas de aula, professores e alunos tem contatos durante
30
todo o dia com as mais diversas mídias. [...] Essas mediações
nos encaminham para a compreensão de que é muito difícil
pensar que as atividades de ensino-aprendizagem possam
ocorrer exclusivamente em ambientes presenciais. Na
realidade o processo educacional é predominantemente uma
relação semipresencial (KENSKI, 2005).
Partindo da visão dos autores citados acima podemos inferir
que as instituições educacionais ao introduzirem estes novos espaços estão
deixando de negar a existência e a influência de tais recursos na formação dos
indivíduos. Contudo, gerir estes espaços não significa apenas implementar nos
centros acadêmicos recursos tecnológicos, mas também, é necessário refletir
sobre o processo de ensino e aprendizagem através destes, pois não basta
transpor práticas presenciais para os espaços on-line, sem atentar para a
peculiaridade desses lócus de aprendizagem. Kenski (2005, p. 73) alerta para o
perigo da tecnologia ser vista como um modismo ou estratégia de marketing na
instituições. A autora afirma que antes de tudo “é necessário que todos estejam
conscientes e preparados para assumir novas perspectivas filosóficas, que
comtemplem visões inovadoras de ensino e de escola”. Polak (2006, p. 5)
complementa esta fala dizendo que não cabe a aceitação passiva do
determinismo tecnológico, posição adotada pelos tecnófilos, que remam a favor
do uso extremado da tecnologia, desconhecendo os efeitos sociais de sua
adoção, e principalmente, os efeitos de exclusão sobre o tecido social.
Preferimos adotar um ponto de vista de que a tecnologia não é
neutra considerando que ela tem um uso próprio, intentado
pela ação humana. Poucas vezes discutimos a tecnologia
como tendo uma ideologia, mas esta é inegável e, adquire
diversas formas a depender do contexto em que se aplica
(POLAK, 2006, p. 6).
Ao introduzir a tecnologia no processo educativo, os
profissionais, independente do campo em que trabalham se sujeitam aos seus
efeitos. Por isto nestes novos moldes é preciso compreender uma nova
dimensão dos papéis na educação, tanto do professor quanto do aluno, enfim,
do próprio projeto pedagógico. Isto implica na re-definição de uma nova
Pedagogia, agora mediada pelas tecnologias da informação e comunicação.
31
2.2.2 O papel do professor no ambiente on-line
As recentes modificações de ordem cultural, social e sobretudo
tecnológica nos últimos anos, tem gerado significativas pressões sobre os
sistemas de formação e educação no sentido de se adaptarem às novas
exigências impostas. Com a crescente oferta de cursos on-line, torna-se
necessária a discussão acerca do professor que vai atuar via redes de
comunicação. Estes devem se ajustar para enfrentar esta situação complexa,
desenvolvendo metodologias de ensino adequadas para esta sociedade
emergente. Neste sentido os programas de ensino precisam contar com um
corpo docente comprometido e preocupado com o processo de ensino e
aprendizagem. Isto será possível se ele, o professor, estabelecer estratégias
bem definidas de ensino-apredizagem refletindo sobre sua prática pedagógica,
assegurando qualidade nas atividades de pesquisa, buscando inovações
pedagógicas.
Embora não tenha feito uma abordagem específica para cursos
on-line, Belloni (2001 b), ao discutir EaD destaca as diversas funções deste
novo professor, analisando como deve ser a formação deste profissional,
envolvendo três grandes dimensões: pedagógica, tecnológica e didática.
A dimensão pedagógica se refere às atividades de
orientação, aconselhamento e tutoria e inclui o domínio de
conhecimentos relativos ao campo específico da pedagogia,
isto é, aos processos de aprendizagem e de conhecimentos
oriundos da psicologia, ciências cognitivas, ciências humanas.
[...] A segunda dimensão, tecnológica, abrange as relações
entre tecnologia e educação em todos os seus aspectos: a
utilização dos meios técnicos disponíveis, que inclui a
avaliação, a seleção de materiais e a elaboração de estratégias
de uso, bem como a produção de materiais pedagógicos. [...] A
dimensão didática, enfim, diz respeito à formação específica
do professor em determinado campo científico e à necessidade
constante de atualização quanto à evolução da disciplina,
atualização esta que deve estar relacionada com a dimensão
tecnológica, pois deve referir-se também ao uso de materiais
didáticos em suportes técnicos. (RODRIGUEZ apud BELLONI,
2001 b, p. 88 -89, grifos da autora)
32
A dimensão pedagógica descrita por Belloni (2001) traz maior
enfoque às metodologias ativas e teorias construtivistas, no sentido de
desenvolver capacidades de aprendizagem autônoma e pesquisa. A dimensão
tecnológica retrata a necessidade do professor ter familiaridade com as
tecnologias disponíveis, e a dimensão didática trazendo a questão da
formação do professor e consequentemente um maior domínio do conteúdo e
de seu planejamento. Apesar do aluno não depender exclusivamente do
professor, a ausência física deve ser minimizada com uma exposição clara e
bem estruturada do conteúdo ministrado. Collins ; Berge, (apud PALLOFF ;
PRATT, 2002) nos trazem uma classificação específica para o professor on-
line, apontando várias tarefas e papéis exigidos do professor em quatro áreas:
pedagógica, social, gerencial e técnica.
Definem a função pedagógica como aquela que gira em torno
da facilitação educacional. Com o objetivo de assegurar a relação educativa, o
professor deve conduzir o processo de ensino dentro de um ambiente on-line
de forma a levar, a conduzir os alunos a explorarem tanto o material
disponibilizado pelo curso, quanto materiais a ele relacionados, na internet ou
em livros, dando a ele autonomia para buscar o conhecimento. Entretanto, Preti
(2000), destaca que neste processo de “conceder” autonomia ao aluno poderá
ser travada uma luta nos bastidores, pois a autonomia representa perda para
quem está no poder, para quem se coloca no outro lado da relação como o
detentor do “saber” e das decisões a serem tomadas.
A função social, diz respeito ao fomento de um ambiente social
amigável, que é essencial à aprendizagem on-line. O professor pode e deve
estimular e facilitar as relações pessoais e sociais dentro do ambiente on-line.
Collins e Berge (apud PALLOFF, 2002, p.104), referem-se a esta função como
“estímulo às relações humanas, com a afirmação e o reconhecimento da
contribuição dos alunos; isso inclui manter o grupo unido, ajudar de diferentes
formas os participantes a trabalharem juntos por uma causa comum e oferecer
aos alunos a possibilidade de desenvolver sua compreensão da coesão do
grupo”. Nos cursos on-line não podemos nos esquecer de que as mensagens
são enviadas por pessoas de verdade, as quais têm suas vidas, suas
33
necessidades e suas expectativas. Desta forma, a função social torna-se um
princípio necessário para construir e manter a comunidade virtual.
A
função gerencial envolve normas referentes ao agendamento
do curso, ao seu ritmo, aos objetivos traçados, à elaboração de regras e à
tomada de decisões. A elaboração de um plano ou programa de curso não
pode ignorar estes aspectos, uma vez que são imprescindíveis para o seu
andamento adequadamente. A função técnica depende em primeiro lugar de o
professor estar à vontade ou familiarizado com a tecnologia utilizada e ter
conhecimento dela, sendo capaz de transmitir tal domínio da tecnologia a seus
alunos.
Enfim, todas as dimensões apontadas por Belloni (2001 b) e as
funções destacadas por Collins & Berge (apud PALLOFF, 2002), nos faz
refletir sobre a importância do papel do professor como agente fundamental no
processo de ensino e aprendizagem, não no ensino presencial, mas
também em um curso on-line, derrubando com isto o temor de muitos
professores em serem substituídos por ferramentas tecnológicas. Contudo
Kenski (2005, p. 78) alerta que professores mal capacitados, podem reproduzir
com os computadores os mesmos procedimentos tradicionais que estavam
acostumados a realizar em sala de aula. Com alterações mínimas, o
aproveitamento do novo meio é o menos adequado. Resultado: insatisfação de
ambas as partes (professores e alunos) e um sentimento de impossibilidade de
uso dessas tecnologias para atividades de ensino. Segue abaixo algumas
estratégias a serem utilizadas pelo professor apontadas por Palloff ;Pratt (2002,
p.136) que possibilitam um melhor envolvimento do aluno nos cursos on-line.
Estabeleça diretrizes claras para a participação, as quais são discutidas
pelos integrantes do grupo, que devem concordar com elas;
Seja claro quanto ao modo como a participação será avaliada e quanto
ao peso que receberá na nota final;
Crie um plano de ensino claro e uma estrutura flexível e de fácil
compreensão para o curso;
34
Seja claro acerca de quanto tempo será necessário para a participação
em um curso on-line, de forma que não haja mal-entendidos sobre o que
é trabalhar nesse meio;
Crie um site para o curso em que os alunos sintam-se bem, seja fácil de
navegar e em que haja pouca dificuldade para o envio de mensagens;
Seja você mesmo um bom exemplo de participante on-line, estando
visível diariamente;
Esteja pronto para entrar em ação e estabelecer limites quando a
participação for fraca ou estiver indo na direção errada;
Esteja pronto para telefonar para as pessoas que não estiverem
participando, descubra por que não estão e traga-as de volta;
O mais importante de tudo: empenhe-se na criação de uma comunidade,
incluindo os elementos humanos envolvidos no curso.
O professor que está aberto a mudar seus paradigmas e
atende ao chamado de desempenhar múltiplas funções, certamente se tornará
parceiro dos estudantes na caminhada de aprendizagem. A utilização dos
ambientes virtuais de aprendizagem traz à tona a redefinição do papel do
professor, onde ele deixa de ser o detentor do saber para tornar-se parceiro de
seus alunos. Embora as funções, de aluno e professor, permaneçam
diferenciadas, eles tornam-se integrantes de um mesmo palco.
E por isto ele precisa perceber que a atualização constante é
condição fundamental para o exercício de sua profissão. Kenski (2005, p. 88)
diz que o professor que deseja melhorar suas competências profissionais e
metodologias de ensino, além da própria reflexão e atualização sobre o
conteúdo da matéria ensinada, precisa estar em estado permanente de
aprendizagem.
Para concluir, quanto maior for a gama de profissionais de
educação comprometidos, a possibilidade de melhorar a qualidade de ensino
será maior, e tanto no presencial, como a distância, devem primar pelos
mesmos objetivos. O desenvolvimento das competências necessárias ao
exercício profissional requerem atitudes investigativas e reflexivas, que
constituam em instrumentos para a construção do conhecimento.
35
2.2.3 O papel do aluno no ambiente on-line
Palloff e Pratt (2001) dizem que os alunos bem sucedidos em
ambientes on-line caracterizam-se como sendo sujeitos ativos, criativos e
comprometidos com o processo de ensino e aprendizado. Tais requisitos nem
sempre estão presentes nos alunos que participam dos cursos on-line, no
entanto eles podem ser aprendidos. Para isto as autoras afirmam que é preciso
não somente dominar a tecnologia, mas, sobretudo compreender que a
aprendizagem nestes ambientes se através da criação de uma comunidade
de aprendizagem. Esta tendência já era apontada por Gates (1995, p.254):
Uma das experiências educacionais mais importantes é a
colaboração. Em algumas das salas de aula mais criativas do
mundo, os computadores e as redes de comunicação estão
começando a mudar a relação convencional dos estudantes
entre si e entre alunos e professores, ao facilitar o aprendizado
colaborativo.
Importante se faz realçar que o professor deve atuar como
estimulador da criação dessas comunidades conforme discutido
anteriormente quando nos reportamos ao papel do professor. Palloff e Pratt
(2001) ainda destacam a necessidade do aluno assumir a responsabilidade
pelo seu processo de aprendizagem desenvolvendo algumas funções como
criação de saber, colaboração e gestão do processo.
Quanto à criação de saber as autoras apontam que a
responsabilidade do aluno deve ir além da leitura das informações que lhe são
apresentadas. Para construir o saber o aluno precisa agir com pensamento
crítico, analítico e investigativo. Quanto à colaboração espera-se que os alunos
trabalhem em conjunto. E este pode ser um papel aprendido juntamente com o
grupo, onde discussões poderão ser conduzidas acerca do tema no início dos
cursos. Quanto à gestão do processo espera-se que o aluno tenha
responsabilidade da sua aprendizagem bem como da formação da comunidade
em que está inserido. Desta forma o professor deve dar a autonomia para que
o aluno possa gerir o processo, e motivá-lo conforme discutido anteriormente.
36
Em relação a autonomia gostaríamos de destacar que ela tem
sido o “calcanhar de Aquiles” na Educação a Distância por sua situação de
aprendizagem “individual”, pois estudar sem a presença de professores e
colegas desafia o cursista a superar suas limitações pessoais para desenvolver
a capacidade de aprender autonomamente (PRETI, 2000). Embora o autor
tenha descrito esta situação na Educação a Distância, entendemos que a
autonomia também se faz necessária no ensino presencial, sobretudo dentro
dos ambientes virtuais de aprendizagem. Neste sentido consideramos
relevante a definição da palavra autonomia.
Segundo o dicionário on-line da Língua Portuguesa, autonomia
é um estado de quem é autônomo. Etimologicamente, é uma palavra que vêm
do grego, autós (próprio, a si mesmo) mais nomos (lei, regra, norma). Na
Grécia esta palavra significava a capacidade de cada cidade de se
autogovernar, com suas leis, regras, formuladas pelos seus cidadãos. Tal
autonomia, ou seja, tal capacidade de se autogovernar também deve ser
observada em relação aos estudos, sobretudos em cursos on-line, onde a
figura do professor não é presencial.
Para Belloni (2001 b) entende-se por aprendizagem autônoma
um processo de ensino e aprendizagem centrado no aprendente, onde as
experiências são aproveitadas como recurso, e no qual o professor deve
assumir-se como recurso do aprendente, considerado como ser autônomo,
gestor de seu processo de aprendizagem, capaz de auto dirigir e auto-regular
este processo. Preti (2000) também destaca:
Na relação pedagógica, significa, de um lado, reconhecer no
outro sua capacidade de ser, de participar, de ter o que
oferecer, de decidir, de não desqualificá-lo, pois, a educação é
um ato de liberdade e de compartilhamento. E, nesse sentido,
ela revela sua estreita e indissociável ligação com o político.
Por outro lado, significa a capacidade que o sujeito tem de
tomar para si sua própria formação, seus objetivos e fins; isto
é, tornar-se sujeito e objeto de formação para si mesmo. [...]
Esses significados nos remetem às fronteiras de outros
significados. Ter autonomia significa ser “autoridade”, isto é, ter
força para falar em próprio nome [...].
Enfim, o comprometimento do aluno com o seu próprio
desenvolvimento é um dos aspectos importantes para que a relação educativa
37
aconteça naturalmente e em conseqüência a qualidade nos cursos on-line. A
interação também contribui neste sentido. Quanto maior a Interação a
Distância, mais o aluno tem de exercer tal responsabilidade.
2.2.4 Avaliação
Para melhor compreender este processo, primeiramente tem-
se a necessidade de se definir o termo avaliação no processo ensino-
aprendizagem. Segundo Haydt (1999, p. 288), "a avaliação é um processo de
coleta e análise de dados, tendo em vista verificar se os objetivos propostos
foram atingidos". Sabe-se que a avaliação faz parte do projeto de um curso e
em AVAs não é diferente. É imprescindivel, neste curso, assim como em todo o
processo educacional, que o aluno tenha conhecimento, e com total clareza,
acerca dos objetivos a serem atingidos, os quais foram definidos anteriormente
à confecção do material didático. Avaliar os avanços e dificuldades dos alunos
na aprendizagem faz o docente refletir sobre como deve encaminhar e
reorientar a sua prática pedagógica, tornando indispensável o seu
aperfeiçoamento perante a prática desenvolvida.
Para Perrenoud (1999), a função nuclear da avaliação é ajudar
o aluno a aprender e ao professor ensinar determinando quanto e em que nível
os objetivos estão sendo atingidos. Para isso é necessário o uso de
instrumentos e procedimentos de avaliação adequados Libâneo (1994). Desta
forma a natureza do processo avaliativo será determinada pela concepção de
educação do professor, pelo formato do curso, pelos objetivos de
aprendizagem e pelo tipo de suporte empregado no curso.
diversas formas de avaliação ao longo do processo ensino-
aprendizagem durante o desenvolvimento do curso uma das formas permite a
obtenção de informações sobre a situação na qual se prentede inferir:
Essa avaliação tem a função diagnóstica e ajuda a detectar o
que cada aluno aprendeu ao longo dos períodos anteriores
especificando sua bagagem cognitiva. A avaliação diagnóstica
auxilia o professor a determinar quais são os conhecimentos e
habilidades que devem ser retomados antes de introduzir
38
novos conteúdos previstos no planejamento (HAYDT, 1999, p.
292)
Esta avaliação pode ser feita com um pré-teste, servindo como
uma forma de obter informações para orientar o professor com relação aos
conteúdos a serem explorados ou enriquecidos.
O Parecer CEB-CNE N.
o
41/2002 (BRASIL, 2002, p. 163)
destaca outra forma de se avaliar o processo ensino-aprendizagem, a qual
ocorre durante este processo, a avaliação formativa. Esta serve para
reformular, corrigir ou recuperar eventuais falhas:
Com relação ao professor, avaliação formativa pode auxiliar a
rever seu próprio desempenho e reformular seu programa para
melhor adequá-lo as características de seus alunos. Com
relação aos alunos, a avaliação formativa permite identificar
suas possíveis deficiências no processo de aprendizagem
ajudando-o a progredir.
O Parecer ainda esclarece a forma de avaliação que é
realizada no final de um programa ou curso, denominada avaliação somativa.
Esta tem como função, classificar os resultados obtidos pelos alunos e
determinar a eficácia do trabalho desenvolvido, bem como o níveis de
aproveitamento dos alunos.
Entretanto, a questão da avaliação ainda é um dos problemas
em EaD. Infelizmente os educadores ainda esbarram na chamada “pedagogia
do exame” abordada por Luckesi (1999, p.17). O autor afirma que o exercício
pedagógico escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por
uma pedagogia do ensino/aprendizagem. Nessa esteira circundam toda a
comunidade escolar. De um lado os alunos preocupados com as notas, não
importando a forma ou os caminhos por quais foram obtidas, de outro lado os
professores utilizam-se das avaliações como instrumento de tortura e ameaça
e ainda para reforçar tudo isto a presença dos pais é constante na fiscalização
das notas. Diante disso conclui-se que o sistema de ensino em geral está
centrado nos resultados das provas e exames e o sistema social aprova esta
conduta ao se contentar com as notas obtidas.
Esta dinâmica toda o pára aí, ela gera desdobramentos
especialmente na relação professor e aluno. As provas passam a ser
39
realizadas para “provar” os alunos e não para auxiliá-los na sua aprendizagem.
O uso da avaliação passa a ser entendido como disciplinamento social dos
alunos. A relação professor-aluno passa a ser mediada entre coisas, a nota por
exemplo. O medo torna-se um fator de controle social.
Ao descrever tais fatos, o autor referia-se a prática de ensino
do terceiro ano do 2º grau. Entretanto, tais apontamentos também servem para
discutirmos avaliação em AVAs. O ranço deixado por nossos antigos
professores (desde os jesuítas) se revela ainda nos dias atuais. Hoje, com o
suporte oferecido pelos ambientes virtuais de aprendizagens, o processo de
avaliação têm se modificado e em conseqüência a postura docente também.
Conquanto não sejam perfeitas, existem ferramentas que
possibilitam acompanhar o aluno em sua trajetória existem várias, sendo elas
CiberQ, WebCT, TopClass, ClassNet, AulaNet, Moodle e outras. Todas
constituem-se softwares os quais proporcionam tanto ao aluno quanto ao
professor verificar os avanços e os retrocessos na trajetória acadêmica.
2.3 Considerações a respeito da utilização de AVAs no
ensino presencial
Valentini e Soares apud Castro Filho (2006) colocam que a
expressão AVA não está restrita apenas ao ambiente em si, mas está
relacionada ao desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções de
aprendizagem num espaço virtual na Web, organizado de tal forma que
propicie a construção de conceitos, por meio da interação entre alunos,
professores e objeto de conhecimento. É um engano acreditar que a tecnologia
por si mesma conseguirá resolver os problemas que se inserem no processo
educacional. Sendo assim entendemos que na utilização de tais ambientes é
necessário saber claramente qual a concepção pedagógica que fundamenta a
prática educativa. Segundo Barbosa (2005), as metodologias utilizadas nos
processos de ensino e de aprendizagem são desenvolvidas tendo como
pressuposto uma concepção epistemológica que se expressa em um modelo
educacional potencializado nas práticas pedagógicas. Vejamos a seguir três
40
concepções que apresentam diferentes compreensões sobre a aquisição do
conhecimento.
Na concepção apriorista acredita-se que o conhecimento está a
priori e a origem do conhecimento está no próprio sujeito.
A epistemologia apriorista opõe-se ao empirismo por
considerar que o indivíduo, ao nascer, traz consigo,
determinadas, as condições do conhecimento e da
aprendizagem que se manifestarão ou imediatamente
(inatismo) ou progressivamente pelo processo geral de
maturação. Toda a atividade de conhecimento é exclusiva do
sujeito, o meio não participa dela (BECKER apud BARBOSA
2005, p.32).
Segundo Becker (apud BARBOSA, 2005), o professor que
tem respaldado esta concepção acredita que as condições de possibilidade do
conhecimento estão predeterminadas, como se a bagagem hereditária fosse
um pré-requisito.
Na concepção empirista acredita-se que as bases do
conhecimento estão nos objetos, sendo o conhecimento algo que precisa ser
transmitido para o sujeito. Segundo Becker apud Brabosa 2005, o professor
que trabalha com esta concepção compreende que a transmissão do
conhecimento é o que garante a aprendizagem.
Na concepção interacionista, acredita-se que o conhecimento
ocorre em um processo de interação entre o sujeito e o objeto de
conhecimento, entre um indivíduo e seu meio físico e social. Ainda segundo
Becker (apud BARBOSA, 2005) o conhecimento não está nem no sujeito, nem
no objeto, mas sim na interação, dando-se a real importância da ação do
sujeito em seu próprio processo de aprendizagem. Becker (apud BARBOSA,
1993, p.122) diz que: “a aprendizagem do aluno acontece na medida em
que este age sobre os conteúdos específicos e age na medida em que possui
estruturas próprias, previamente construídas ou em construção.” Quando
falamos sobre as tecnologias aplicadas ao processo educacional devemos
levar em consideração a importância de uma abordagem interacionista.
Na utilização de um ambiente virtual de aprendizagem, assim
como qualquer outro recurso tecnológico empregado na educação, um dos
itens a serem observados é o critério didático-pedagógico compatível as
41
necessidades dos usuários, ou seja, a definição de qual o caminho a perseguir
para que se estabeleça a relação educativa. Nesta busca é preciso
compreender que os recursos de ensino quer sejam tecnológicos ou o, o
componentes do ambiente da aprendizagem que o origem a estimulação para o
aluno (PILETTI, 2000). Os recursos sicos em si não o conta de estimular a
aprendizagem, e fazer com ela aconteça integralmente. Mas a medião
estabelecida entre as pessoas sim. A relação que se estabelece com estes
recursos é que defini se ele irá constituir um elemento importante na
aprendizagem do aluno ou o, caso contrio, podemos incorrer no perigo do
deslumbramento diante dos recursos tecnológicos.
Para muitos professores do ensino superior, trabalhar com
AVAs é um grande desafio, pois exige que o mesmo descortine um discurso
arraigado que ainda circula no ensino superior na modalidade presencial.
Usualmente ouvimos o discurso dos professores apontando que através dos
ambientes virtuais de aprendizagem “não interação ou aprendizagem”. Este
professor precisa perder o pudor e o medo de se expor, permitindo-se
experimentar novas situações de ensino e aprendizagem que se fazem não e
tão somente em sala de aula.
2.4 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) de acordo com
Castro Filho (2006), designam, de maneira geral, uma classe de softwares para
criação, oferta e gerenciamento de cursos baseados na Internet, contendo
recursos que são classificados de três fomas: ferramentas administrativas que
são destinadas a criação, matrícula, definição de perfil e outros, ferramentas de
ensino que possibilitam a manutenção dos cursos através da inserção de
material, planos de aula, bibliografia etc e ferramentas de interação que
permitem a comunicação entre ao participantes do cursos através de fóruns,
chats e etc.
Ambientes Virtuais de Aprendizagem na concepção de Vieira e
Luciano (2007):
são cenários que envolvem interfaces instrucionais para a
42
interação de aprendizes, que incluem ferramentas para
atuação autônoma e automonitorada, oferecendo recursos para
aprendizagem coletiva e individual. O foco desse ambiente é a
aprendizagem. Não é suficiente “escrever páginas”, é preciso
programar interações, reflexões e o estabelecimento de
relações que conduzam reconstrução de conceitos.
Tais ferramentas figuram no cenário educacional como o
recurso mais recente e inovador. Neste sentido, cabe ao professor avaliar o
leque de opções e selecionar a ferramenta que melhor atenda às suas
necessidades educacionais. Atualmente existem no mercado diversas
ferramentas que trazem tal proposta. Dentre as mais conhecidas e comerciais
citamos o Blackboard Learning System (http://www.blackboard.com), um
ambiente considerado líder em plataforma de e-learning devido a sua facilidade
de uso. Outro é o WebCT (http://www.webct.com), um sistema de ensino
desenvolvido pela Universidade British Columbia, no Canadá, sendo utilizado
pelas maiores instituições internacionais de ensino. Existem também
ferramentas gratuitas disponibilizadas na internet como o TelEduc, um
ambiente desenvolvido conjuntamente pelo Núcleo de Informática Aplicada à
Educação (Nied) e pelo Instituto de Computação da Universidade Estadual de
Campinas. E por fim o Moodle, ferramenta utilizada para a realização deste
trabalho, por ser um softawe livre e conter os elementos necessários para a
proposta.
O Moodle é um sistema de administração de atividades
educacionais em um ambiente virtual. De acordo com a documentação que
consta no sítio oficial do Moodle, a palavra “Moodle” refere-se a Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment, que tem especial
significado para os envolvidos em educação. Descreve o processo de
navegar por algo, enquanto se faz outras coisas ao mesmo tempo. Dentre
suas propostas podemos destacar o aprendizado colaborativo, am de
servir como repositório aulas e diversos materiais. Esta ferramenta foi
desenvolvida pelo australiano Martin Dougiamas em 1999 e hoje é
considerado um software livre e gratuito, podendo ser baixado e utilizado
por qualquer indivíduo em todo o mundo. Além disso, ele dispõe de
recursos que podem ser selecionados pelo professor ou administrador de
acordo com seus objetivos pedagicos, como fóruns, chats, elaboração de
43
textos coletivos, dentre outros. Por ser uma ferramenta relativamente fácil
de ser utilizada, com baixo custo (apenas o acesso a internet), e por
proporcionar interação e interatividade consideramos importante o professor
conhecê-la e saber utili-la principalmente no Ensino Superior.
Apresentaremos abaixo algumas das vantagens na utilização
do Moodle descritas por Moraes, Nunes e Barros (2007):
Possibilidade de modelar as atividades de acordo com o
público alvo e as características que se pretende ministrar;
É uma ferramenta virtual mas pode ser utilizada como apoio ao
ensino presencial;
É um software livre que tem sido utilizado por diversas
instituições não somente pelo fato de ser gratuito, mas pela sua
funcionalidade;
É portável, podendo ser rodado em diversos ambientes
operacionais;
Encontra-se traduzido em mais de 70 idiomas;
O download pode ser realizado por qualquer instituição através
do Portal Moodle e ser intalado em seu servidor;
Após criado o curso o ambiente permite adicionar textos e
links;
Proporciona ferramentas de comunicação síncronas (chat) e
assíncronas (fórum);
Permite realização de tarefas, construções coletivas e
avaliações.
Segue abaixo a interface que foi desenvolvida dentro do
Ambiente Virtual de Aprendizagem, também disponível em
www.julianasuzuki.pro.br/moodle que possibilitou a realização de uma
discussão com professores que lecionam no ensino superior.
44
Figura 2 Página inicial do Ambiente
Para utilização da plataforma demonstrada acima foi
necesrio que todos os participantes realizassem um cadastro conforme
abaixo.
Figura 3 Página de inscrição dos participantes
45
Ao inserir os dados solicitados o ambiente encaminha
instruções por e-mail para a finalização do processo. Desta forma o usuário
passa a ter acesso ao espaço destinado à realização de suas atividades,
conforme mostrado abaixo.
Figura 4 Página de acesso ao curso
De acordo com o objetivo maior, sendo analisar as
contribuições do uso de uma interface dentro do ambiente virtual de
aprendizagem aplicado à prática pedagógica de professores do ensino
superior, decidimos utilizar apenas a ferramenta Fórum para discutir questões
voltadas para a implementação de uma pedagogia on-line. Esta escolha se
justifica primeiramente pelo fato do Fórum caracterizar-se como um espaço de
dabates sobre um determinado tema e por ser uma ferramenta assíncrona
atendendo a necessidade do grupo envolvido, que não dispunha de tempo para
a realização de outras atividades. Segue abaixo a estrutura das discussões
realizadas nos fóruns:
46
Figura 5 Página do curso
A atividade proposta consistiu na realização de três runs de
discussão, sendo um por semana. O primeiro fórum propôs discutir a gestão de
diferentes espaços nos cursos presenciais, o segundo o papel do professor e
do aluno na educação on-line e por fim, o terceiro onde discutimos a avaliação
na educação on-line. Cada fórum dispunha de um texto base para orientar as
discussões, porém, deixamos aberto para que os participantes inserissem
novas referências no decorrer das discussões. As atividades foram iniciadas no
dia 10/09/2007 e finalizadas no dia 28/09/2007.
47
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Estaremos apresentando abaixo a análise e discussão dos
resultados obtidos. Os participantes da pesquisa responderam inicialmente um
questionário contendo questões fechadas e abertas acerca da sua relação com
a tecnologia. A seguir eles participaram de uma discussão dentro do ambiente
virtual de aprendizagem Moodle através de três fóruns onde debateram
questões voltadas para a implementação de uma pedagogia on-line. E por fim
responderam um questionário apontando os ganhos com esta discussão e a
viabilidade de utilizar um ambiente virtual de aprendizagem no ensino
presencial.
3.1 Perfil dos professores
Os gráficos um a quatro apresentam dados do perfil dos
professores que participaram das discussões. Seguem abaixo os resultados e
as discussões.
Gráfico 1: Número de participantes
48
Foram convidados 24 professores para participarem das
discussões nos fóruns, sendo 09 professores do curso de Letras e 15
professores do Curso de Pedagogia. No entanto, apenas sete professores
participaram das discussões. A justificativa mais comum apresentada pelos
professores quanto a não participação referia-se ao grande volume de trabalho
no momento, uma vez que todos tinham considerável carga horária de aulas na
instituição.
A delimitação e escolha de apresentar uma discussão entre
professores nos cursos de Letras e Pedagogia deram-se por duas razões.
Primeiro, são professores que trabalham em um mesmo setor, tendo em
comum as coordenações dos cursos em um mesmo espaço físico, com isto
facilitando o contato entre eles. Segundo, são duas áreas comuns por tratarem
de formação de professores, sendo de grande relevância para o objeto da
pesquisa, uma vez que tratou de questões ligadas à docência no ensino
superior.
O gráfico dois aponta o percentual da área de atuação dos
professores participantes, sendo 5 professores que atuam somente no curso de
Pedagogia e dois professores que atuam nos dois cursos, Letras e Pedagogia.
Acreditamos que esta diferença é proporcional ao número de professores nos
Gráfico 2: Atuação dos professores
49
cursos, sendo que o curso de Pedagogia possui praticamente o dobro de
professores em relação ao curso de Letras.
O gráfico três revelou serem todos os participantes do sexo
feminino. Embora os dados do Censo de Educação Superior INEP fonte 2006
revelem que do total de docentes trabalhando nas IES brasileiras, 56,1% são
homens e 43,9%, mulheres, isto não se aplica aos cursos de Letras e
Pedagogia que têm uma predominância do sexo feminino. Neste caso, dos 9
professores do Curso de Letras apenas dois são do sexo masculino e dos 15
professores do Curso de Pedagogia apenas dois são do sexo masculino.
O gráfico quatro apontou a faixa etária dos professores e
revelou que a maior parte está entre 31 e 40 anos. Isto nos remete a pensar o
fato de que esses profissionais possivelmente participaram de uma formação
com métodos mais tradicionais. Este perfil muitas vezes representa uma
formação não vinculada à tecnologia nas propostas de ensino. Portanto, é
preciso levar em conta os valores que o professor traz consigo os pontos que
nortearam a sua formação. Claro que os profissionais que não obtiveram uma
educação pautada nos pressupostos tecnológicos, precisam buscar sempre a
formação continuada. Segundo Belloni (2001 a), diante da nova configuração
do cenário educacional, é preciso refletir acerca da formação docente para o
Gráfico 3: Sexo dos participantes
50
uso das tecnologias. E isto é confirmado também por Freire (1999) quando
discutia a necessidade do professor ter em si a consciência do seu
inacabamento, como uma mola propulsora em busca de permanente
capacitação.
3.2 Utilização de recursos tecnológicos
Os gráficos cinco e seis trazem informações acerca da
utilização dos recursos tecnológicos no processo educativo.
O gráfico cinco aponta um dado altamente significativo, que
diferencia este grupo de participantes de outras universidades, pois a maior
parte dos professores teve alguma experiência na utilização de ambientes
virtuais de aprendizagem. Isto se deve ao fato dos professores participantes
atuarem em uma instituição que oferece à modalidade de educação a distância
que faz uso de ambientes virtuais de aprendizagem em seus cursos.
Gráfico 4: Faixa etária dos participantes
51
O gráfico seis aponta os recursos mais utilizados pelos
professores. Em primeiro lugar observamos a predominância do telefone e do
e-mail com 24%, em segundo do fórum com 17%, em terceiro chat com 14% e
depois MSN, Portfólio e Fax. Tais informações servem para nos mostrar que o
Gráfico 5: Quanto à utilização de AVAs
Gráfico 6: Recurso mais utilizado
52
professor nos dias atuais está incorporando o uso da tecnologia em sua
prática educativa.
3.3 Participação geral nos fóruns
No decorrer da pesquisa foram realizados três runs de
discussões. Através do número de postagens nos fóruns, o gráfico sete nos
proporciona uma visão acerca da participação dos professores em cada fórum.
Em média geral percebemos uma constância na participação. Segue abaixo as
discussões em cada fórum.
Os gráficos apresentados a seguir, oito, nove, e dez trazem
informações acerca das discussões realizadas nos runs de discussão, por
isto estaremos intercalando-os com as discussões que foram realizadas.
Gostaríamos de ressaltar também que optamos por discutir apenas algumas
das questões levantadas em cada fórum.
Gráfico 7: Total de postagens nos fóruns
53
O gráfico oito apresenta como foi a participação do professores
no primeiro rum. Neste fórum apenas a professora G não teve participação.
Segue abaixo as discussões que foram realizadas nos três fóruns.
Transcrevemos as falas da forma e ordem como foram escritas (não fizemos a
edição dos textos). Apenas substituímos o nome das professoras por letras do
alfabeto para preservar a identidade dos participantes.
3.4 Apresentação e análise dos resultados do fórum 1
Professora A - quinta, 6 setembro 2007, 17:11
Na sociedade pós industrial em que vivemos a informação e o
conhecimento
assumem uma posição importantíssima, gerando uma crise
de concepções e paradigmas. Diante destas mudanças surge a
necessidade de investigar o papel da educação que vêm sendo re-
Gráfico 8: Postagens no fórum 1
54
significado a cada ano.
Segundo Gadotti (2000), a educação em nosso país aind
a opera utilizando
a linguagem escrita. Para ele a cultura do papel representa o maior
obstáculo diante do crescimento gradativo de uma nova cultura, a digital,
que utiliza uma outra linguagem, mediada pelas TIC. Para que a escola
possa cumprir seu papel,
é necessário que primeiramente ela se aproprie
de novas linguagens, pois a caractestica desta era é a predominância de
uma grande difusão de dados, mas também que domine novas
metodologias de ensino para que possa levar a construção do
conhecimento.
Val
e ressaltar que o grande desafio é fazer com que a educação nestes
novos moldes seja menos excludente, superando a ênfase utilitarista de
oferecer informações "úteis" para a competitividade, para obter resultados,
mas oferecer uma formação geral na dire
ção de uma educação integral.
Mas para que isto se concretize na prática é necessário que o professor
saiba gerenciar diferentes espaços, sobretudo no ensino superior nos
cursos de formação docente.
O professor Jo Manuel Moran em seu texto "Os novos espaços
de
atuação do professor com as tecnologias"
afirma que é preciso
gerenciar atividades didáticas em pelo menos quatro espaços:
1. Infra estrutura nas salas de aula
2. Espaços de laboratórios conectados
3. Utilização de ambientes virtuais de aprendizagens
4. Inseão da prática/teoria/prática em ambientes experimentais e
profissionais
Sendo assim proponho que iniciemos as nossas atividades neste fórum
discutindo e refletindo sobre estes quatro aspectos.
55
Professora B - sexta, 7 setembro 2007, 11:35
Penso que
a maior dificuldade de incluir a tecnologia na educação
ainda é com relação aos professores que se pensam como detentores
únicos do saber e se em amedront
ados diante do enfrentamento de
novos paradigmas,
ainda predominam em nossas escolas, o saber
escolástico, tradicional tendo nos livros a base da apropriação dos
conhecimentos. A escola nesse sentido
reafirma o seu caráter
excludente e seu distanciamento das demais instituições sociais.
Professora C - segunda, 10 setembro 2007, 22:03
A infoinclusão tem sido debatida fervorosamente em nossa sociedade.
Não há c
omo negar que ainda há muitos problemas como relação a
utilização de novas tecnologias na educação. E um deles ou o maior deles
é a dificuldade de acesso. De modo geral, poucas
instituições de ensino
superior dispõem de infra-estrutura nas salas de aulas o
u ambientes
virtuais de aprendizagem.
Professora D - 11 setembro 2007, 00:05
O Boa noite a tod@as!
Concordo com as colegas quando apo
ntam para duas questões
importantes para este fórum: o medo do professor de adaptar-
se ao
novo e a dificuldade de acesso e recursos.
Penso, ainda que há um fator importante
ao qual o autor do texto faz
referência: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES! Quando contin
uamos
a utilizar o ambiente virtual como um recurso que vem somente validar
56
aquilo que já foi dito, não oferecendo uma possibilidade de
provocação, de discussão, de construção da aprendizagem, é porque
ainda o sabemos como gerir isto no ambiente virtual
(talvez não o
saibamos nem mesmo na sala de aula). Em relação à sala de aula
este discurso já foi internalizado, mas a tornar-
se uma prática há um
cuo muito grande e caractestico da nossa p
xis enquanto
educadores.
Por outro lado, não é recente a d
iscussão de que esta aprendizagem
passa necessariamente não
pela reflexão da prática, mas também
pela formação continuada.
Poderia peguntar a vocês professores universitários se além da alta
carga horária de trabalho, dentro e fora da sala, vocês enco
ntram
tempo para esta formação, se não está diretamente ligada
à sua área
de pesquisa, a seu mestrado, doutorado?
Forçadamente refletimos sobre a prática, por necessidade, pelo resultado
de uma disciplina que não atingiu os objetivos que traçamos no iníc
io do
processo, mas é difícil, igualmente encontrar o tempo necessário para
buscar soluções, formação para mudar a prática.
Professora E - terça, 11 setembro 2007, 00:42
O pessoal, tudo bem!
Discutir sobre a emergente revolução
tecnogica, não tem sido
privilégio apenas da educação, uma vez que ela permeia todos os
contextos sociais (escola, trabalho, política, economia, etc), suscitando
as mais diferentes e variadas indagações? Até que ponto a
tecnologia
substitui o papel do homem no mercado de trabalho?, Até que ponto a
rapidez de informaçõ
es faz com que eu economize tempo, mas, ao
mesmo tempo tira a minha privacidade?
Quem é de verdade o
57
soberano do processo
tecnogico, o homem ou a quina? e tantas
outras questões infinitas.
O bem da verdade é que a tecnologia acelerou informações e reduziu
tempo de excl
usão de tarefas, mas, não conseguiu alterar na
humanidade o tempo de reflexão necessário ao homem para v
encer
paradigmas construídos durante séculos.
É urgente que a revolução tecnológica e seus
simpatizantes, compreendam que, o protagonista desta
mudança não
constrói seus paradigmas apenas por um simples movimento de
mouse. É importante primeiramente que
haja um convencimento
teórico/prático dos benefí
cios de sua utilização. Toda esta
contextualização está intimamente
voltada para a escola e para o
papel do professor, aliada a necessidade de se criar condições físicas,
ambientais, materiais, metodológicas, e de
reflexões constante da
atuação profissional.
Outro fato
relevante a ser discutido, diz respeito as condições
precárias de acesso, onde, grande parte da população brasileira,não
possui computador.
Na minha opinião, a geração tecnogica é futura, vi
sto a grande
facilidade que a criança bem como o adolescente tem em fazer das
tecnologias a sua ferramenta de comunicação.
No entanto,
ao contemplarmos os interesses, e a aprendizagem
significativa dos nossos educandos, podemos perceber o quanto as
dife
rentes tecnologias encantam o aluno que até o convence a estudar.
Deste modo,
podemos inferir que o educador deve sempre se atualizar a
fim de não ficar vivendo no passado.
Professora E - terça, 11 setembro 2007, 18:09
58
Oi pessoal, tudo bem!
Durante a leitura do texto rios sentimentos me provocaram. Em
alguns momentos o encantamento
pelo fabuloso espaço da sala de
aula descrita por ele, em outro o medo em fu
nção dos novos
desafios, em seguida
a alegria de saber que não sei tudo e que existe
a possibilidade de sempre poder aprender, a angustia de saber que
não é algo imediato, pois depende de muitos para que se torne
realidade, e a tristeza de pensar que o pro
cesso ensino aprendizagem
se faz pela parceria entre professor e aluno, quando ambos
caminham juntos e comprometidos com o processo.
Destaco dos sentimentos anteriores a tristeza, pois, a cada dia vemos
a falta de envolvimento tanto dos alunos como dos
professores com o
processo ensino aprendizagem. Deste modo, é muito mais facil
acreditar que tudo que o texto sugere é faz-de-conta para um
Pais
subdesenvolvido como o Brasil, pois esta justificativa de certa
forma encobre o meu imobilismo pedagógico, uma
vez que a
impossibilidade de mudanças está posta no sis
tema e não no meu
querer docente.
Tenho medo de INDAGAR, mas,
se que os atuais educadores
seriam comprometidos com a sua prática em uma realidade como est
a
apresentada no texto? , ou o jeitinho Brasileiro le-los-ia
a construir
uma nova
impossibilidade para continuar justificando o seu imobilismo
pedagico e profissional?
Professora F - quarta, 12 setembro 2007, 14:42
O amigas.... Estou iniciando a minha participação no chat da profª
A
sobre a problemática do uso das novas tecnologias dentro do contexto
escolar. Lendo os questionamentos d
os outros participantes, e o texto,
faço uma refleo um pouco pessi
mista com relação a tecnologia.
59
Muito tem-se falado do avanço no ambie
nte tecnológico, e a sua
inserção dentro da escola, como sendo uma discussão que
es
vinculada a educação.
Devemos nos ater ao desenvolvimento das
novas tecnologias, dentro do contexto
do desenvolvimento das forças
produtivas do capital, visto que a partir da década de 90 no Brasil,
inicia-
se o processo de trabalho no modelo toyotista, o que surge um
novo modelo de trabalhador. Segundo Harvey(2000) esse "novo
trabalhador" deve se adaptar as novas tecnologias, bem como, ada
ptar
a sua ação nos moldes flexí
veis e polivalentes, que o a base da
reestruturação produtiva do capital. A escola, como ins
tância
mediadora
da formação desses "novos trabalhadores" deve também se
adaptar as novas tecn
ologias, dentre elas a internet, os ambientes
virtuais de formação, o ensino a distância.
Na minha leitura e de alguns autores (Antunes, Marx, Kuenzer....) o
discurso da tecnologia perpassa primeiramente pela prodão, e
conseentemente pela formação par
a as novas tecnologias. Dentro
desse contexto, o professor deve se adaptar a essa nova demanda,
reestruturando sua prática
e seus saberes, para possibilitar ao aluno,
apreender por ele mesmo. Parto do pressuposto, de que o aluno
(salvo algumas exceções) n
ão tem maturidade para prosseguir seus
estudos de forma aunoma (sendo essa autonomia um dos pilares da
EAD) e nem mediados pela tecnologia, sendo essa o instrumento
central do novo processo de ensino aprendizagem. Essa mudança na
figura do professor, do
espaço educativo, do modelo de trabalho no
processo de ensino aprendizado, tamm deve ser vista como fruto do
processo de mudança das leis da produção.
É colocar a responsabilidade de êxito nos estudos na mão do
individuo, e do professor, sendo que se o
resultado for positivo, a
tecnologia funciona perfeitamente; sendo negativo, foi o próprio
individuo, ou pior o seu professor, que o soube utilizar de forma
correta e competente (olha a palavra competência!!!) as novas
ferramentas de ensino. Mas como tod
o o processo é histórico e
60
contraditório, acredito que as novas tecnologias, de certa forma,
auxiliam o processo de ensino aprendizado, mas como instrumentos
marginais, visto que o saber deve ser produzido pelo próprio individuo
em contato com a realidade. Devemos colocar aqui também, que o
acesso aos instrumentos tecno
gicos, em um país como o Brasil,
ainda está incipiente, o que pode nos lev
ar a refletir:Será que toda
ess
a mudança no contexto educacional tecnogico, terá impacto em
todos os âmbitos da sociedade?
Ainda acredito que educação de
qualidade, pode ser realizada com saliva e giz!!!!
Professora A - quarta, 12 setembro 2007, 15:39
O a tod@s.
Lendo as postagens tanto da professora B quanto da
professora D
percebemos que a questão da formação docente é um aspecto muito
relevante neste novo cenário em que a educação está inserida.
Sampaio e Leite em seu livro Alfabetização Tecnológica do
Professor afirmam que durante séculos a aprendizagem da lecto-
escrita por toda a população poderia significar uma forma de diminuir,
em parte, as desigualdades sociais. Mas hoje torna-
se indispensável a
alfabetização tecnogica visando uma interpretação e uma ação
crítica junto às novas tecnologias e formas de comunicação. A própria
Emília Ferreiro (1994) se pergunta:
“Diante da ação das novas
tecnologias que estão chegando, qual vai ser o leitor do século XXI?
Neste sentido precisamos pensar em uma educação que f
orme
indivíduos capazes de lidar com o avanço tecnogico, participando
dele e de suas conseências. No entanto sabemos que esta
capacidade não se forja somente através do conhecimento das
tecnologias existentes, mas, sobretudo atras do contato com ela
s e
da alise crítica de sua utilização e de suas linguagens. E para
cumprir esta tarefa, tanto as instituições quanto os docentes
61
envolvidos precisam primeiramente se apropriar do conhecimento
sobre estas tecnologias.
A edição 105 da Revista Ensino
Superior trouxe uma reportagem
com algumas imagens interessantes da sala de aula do futuro. Se
quiserem acessar basta clicar no endereço abaixo:
http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=11966
Como disse a professora E :
O educador deve sempre se atualizar a fim
de não ficar vivendo no passado”.
Professora E - quarta, 12 setembro 2007, 16:37
Meninas,
gostaria de trazer esta refleo para o contexto da infancia e
socializar o pensamento de Leni Vieira Dornelles
no seu Livro
"Infâncias que nos escapam. Da criança na rua à criança cyber",
quando diz:" Pensar a cerca da cyber-infância no pós-
modernismo é
pensar problematizando os efeitos dos fenômenos intelectuais e
culturais que afetam as infâncias atuais.[...].
Na atualidade, novos espaços infantis apresentam ou são re-
configurados para que as crianças vivam o seu dia-a-d
ia. Agora, o
quarto dos infantis se transforma numa sala informatizada, um quarto/
lan house globalizado
e cheio da arcia do mundo via Internet ou
televisão a cabo. [...] É neste novo espaço infantil
que se abrem as
comportas do mundo contemponeo antes
secreto do adulto que
inventava um infância moderna preconizada como puramente innua
e protegida. Agora é nos Lan house
informatizados que se produzem
as infâncias globalizadas e este é o espaço da cyber-infâ
ncia, ou seja,
da infância on-line, da infânc
ia daqueles que estão conectados à
esfera digital dos
computadores , da Internet, dos games, do mouse,
do self-service, do controle-
remoto, dos joysticks, do zapping. Esta é a
62
infância da multimídia e das novas tecnologias" (p.79-80).
Ao me deparar com esta realidade
tenho a impressão que estamos
discutindo fatos do passado e não do futuro,
uma vez que, a futura
geração já tem contato e domina muito bem as novas tecnologias.
O
fato é que,
enquanto os adultos estão vencendo seus paradigmas
tecnogicos, as
crianças estão brincando com a tecnologia, e o pior,
com o nosso aval inconsciente quando, proporcionamos a elas
uma
quarto Lan/hause e etc. Penso que, as novas tecnologias
atualmente
o um desafio ou um problema para nós adultos, uma vez que
não
se pr
eciso pensar em formação tecnogica para as nossas crianças,
e sim,
quem sabe, pensar em como criar políticas governamentais que
façam com que a sala de aula perca realmente as caracte
sticas
atuais e transforme-se em um campo de conhecimento aber
to,
com novas
linguagens tecnológicas. É colegas, retroceder não dá
mais, basta correr atrás do prejuízo.
Professora D - quinta, 13 setembro 2007, 00:05
A discussão es muito boa... adorei a sua catarsis "professora E"
A vontade é responder a cada indagação... mas vou me deter na
questão da formação. Dei uma olhadinha rápida naquele "futuro"
espaço da sala de aula, proposto pela prof. A
(referência sobre a
revista)
e confesso que por alguns minutos a sensação foi mais de
rejeição do que de aceitação.
Penso
que temos de pensar sim nas novas Tecnologias e, não ficar
utilizando computadore
s na escola como meros editores de textos.
questões muito relevantes que cada disciplina deve perguntar-
se,
Magda Soares, discutindo letramento, afirma que a tela, como novo
espaço de escrita, traz significativas mudanças nas formas de
interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto, entre leitor e
63
texto e até mesmo, m
ais amplamente, entre o ser humano e o
conhecimento. Referindo-
se às mudanças propostas pela tecnologia, e
suas conseências sociais, cognitivas e discursivas, afirma que estas
eso configurando um letramento digital, isto é, um certo estado
ou
condão
que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital
e exercem pticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado
ou condão do letramento
dos que exercem práticas de leitura e
de escrita no papel.
Isto muda em relação à minha disciplina
a idéia de leitor, de texto, de
interação deve discutida e abordada pelas ciências, é nosso papel
como pesquisadores, nos indagar sobre estas questões
Porém, ainda não consigo me abster daquela sensação de encontro, de
grupo, de interferência que s
e no nível da dialogia (compreedida aqui
no sentido Bakhtiniano) e não me imagino naquela salinha rica de
recursos e carente de encontros presenciais. Substituímos a pedagogia
tradicional, onde por anos vimos as carteiras serem colocadas uma atrás
da outra o que nos possibilitava ver a nuca do colega,
pela telinha, o
espaço para o notte... muitas coisas que podem e devem ser feitas
com as novas tecnologias, esta nossa discussão é um exemplo disto!
Professora C - quinta, 13 setembro 2007, 08:38
Oi pessoal!!
Que gostoso! Para completar o bate-
papo falta um cafezinho com
biscoito (presencial, claro) não é? Há dois pontos que incomodam-
me
profundamente, o primeiro é que esquecemo-
nos que essas novas
tecnologias não estão presentes no cotidiano universitário de forma
ampla e com livre acesso para professores e alunos (espero que num
futuro próximo estejam).
64
Em muitas IES as novas tecnologias ainda não são u
tilizadas de modo
algum.
Outra questão é a do papel aluno e professor e suas relações sociais
estabelecidas que têm sido colocados em cheque. Para
compreender o trabalho do professor que utiliza todo o aparato
tecnogico devemos tamm olhar para esse
profissional de forma
mais ampla. Anna Raquel Machado coloca que há outros textos
prefigurativos nessas redes discursivas
que podem oferecer
contribuições e nos auxiliar com sugestões importantes para o trabalho
educacional de modo geral. De que modo esse
s discursos irão
influenciar o agir do professor e as representações que ele tem de seu
pprio trabalho? Não é a primeira vez que o "novo" assusta. Temos
observado isso ao longo da história. Beijos.
Professora F - sexta, 14 setembro 2007, 14:49
Pessoal.... a discussão está bem interessante. Podemos perceber que
a discussão sobre as novas tecnologias está cada vez mais presente
em nosso cotidiano.
Estou aqui, conec
tada na internet realizando minhas atividades...
Email, projeto, formulários, chat, provas.... Mas continuo a discussão
da professora C
... será que as instituições estão preparadas para essa
nova mudança. Preenchendo o formulário para
dependência (alunos
que reprovaram) tem um ícone encontros: semi-
presenciais, chat,
email, conferências, presenciais. Coloquei sem dúvida,
presencial!!!!!!!!!!!!!! Com certeza ficaria mais fácil fazer o
acompanhamento via chat ou email, mas tenho receio que os alunos
não tenham acesso e meu trabalho sej
a dobrado. Mas quem sabe, no
pximo semestre não utilizo o M
oodle para iniciar minha aula via web.
Mas por enquanto, continuo dinossauro.
65
Professora A - domingo, 16 setembro 2007, 14:48
O a tod@s
Estamos encerrando esta semana o fórum 01.
Primeiramente eu quero agradecer a todos os que participaram
durante esta semana, que mesmo diante de tanto trabalho e fuões a
serem realizad
as, atenderam ao desafio de participar dorum 01.
Também quero encorajar aqueles que não puderam participar neste
primeiro momento a se juntarem conosco no 2º fórum que terá início
nesta segunda feira dia 17/09.
No diálogo desta semana algumas questões
bastante interessantes
foram levantadas:
Discutir a gestão de diferentes espaços nos cursos presenciais nos
levou a refletir sobre questões primordiais como a dificuldade e o medo
das mudanças de paradigmas, a postura docente, a necessidade da
formação adequada para o uso das tecnologias, e a falta de infra-
estrutura tecnogica (e por vezes física) nas universidades. Estas e
outras questões marginais nos circundam sempre que nos propomos a
discutir sobre tecnologias em educação.
Entretanto, a despeito da
nossa dificuldade em quebrar velhos
paradigmas ou de não termos uma formação específica para o uso das
tecnologias, ou qualquer outro motivo, precisamos nos empenhar em
driblar tais questões. o é possível voltarmos a um estado natural
anterior a tecnolo
gia, como pretendiam os defensores do determinismo
tecnogico (Neil Postman, 1993). O gatilho da tecnologia já foi
disparado e estamos vivenciando um momento de velozes e profundas
transformações na sociedade, e mesmo que não participemos, têm
66
gerado profundas conseqüências.
No sentido de cumprir com sua responsabilidade social, as
universidades precisam estar preparadas e contar com profissionais
que captam, entendem e utilizam as novas linguagens dos meios de
comunicação. Como isto só se concretizar
á quando o professor
dominar o saber relativo às tecnologias, entendo que a formação é o
aspecto prioritário.
Sabemos que a maior parte dos currículos de formação nas
universidadeso contempla expectativas de um novo mercado de
trabalho para a docência
, ou seja, não incorporam o discurso das
tecnologias da informação e da comunicação. O que observamos é
que para atender a necessidade de formar dentro dos novos padrões
sociais, são incluídas algumas disciplinas na grade curricular como
Informática na E
ducação ou Tecnologias em Educação. E as questões
que envolvem o uso das tecnologias ficam restritas a estas disciplinas.
Tal currículo apenas leva a falsa idéia de que está contribuindo para a
formação tecnogica do indiduo.
É preciso mais que isto!
Se entendermos que o papel da educação
como diz Sampaio e Leite, 1999 é voltar-
se para a democratização do
acesso ao conhecimento, produção e interpretação das tecnologias,
suas linguagens e conseqüências, precisamos pensar num currículo
onde todas as disc
iplinas ou a maior parte delas esteja inserida no
discurso tecnogico. Um caminho para isto seria as universidades
disponibilizarem dentro dos ambientes virtuais de aprendizagem
espaços para que os disciplinas pudessem ser ali geridas, não como
substituiç
ão ao espaço formal de educação (sala de aula) mas como
um novo espaço complementar.
A proposta deste primeiro fórum foi discutir a gestão de
diferentes espaços nos cursos presenciais. Para isto utilizamos como base o
texto “Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias” escrito
67
por Moran (2004 a). Contudo os participantes foram informados de que não
precisariam ficar restritos ao texto fornecido, mas poderiam trazer suas
contribuições para a discussão no ambiente.
Lendo as postagens realizadas verificamos na fala das
professoras duas questões eminentes: a postura do professor diante das
tecnologias e a sua formação e capacitação, e a estrutura tecnológica
disponível nas instituições de ensino.
Quanto à primeira questão, entendemos que a escola assim
como seus profissionais necessita abrir-se para o novo em busca de uma
conexão com o mundo e seu dinamismo. As transformações tecnológicas
provocaram na sociedade e, sobretudo na educação mudanças irreversível.
Diante disso, surge a necessidade de romper com velhos paradigmas
educacionais centrados em currículos fragmentados, de memorização e
transmissão de informações. Se observarmos o histórico da instituição escolar
perceberemos que até nos dias atuais ela m sido em sua maior parte
marcada pela monopolização do saber, local exclusivo para a aquisição de
conhecimento. Entretanto, conforme afirma Libâneo (1998, p. 26 - 27), a
escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de
informação e transformar-se num lugar de análises críticas e produção da
informação, onde o conhecimento possibilita a atribuição de significado à
informação.
A professora B iniciou o rum acerca deste assunto dizendo
que “a dificuldade de incluir a tecnologia na educação ainda é com relação aos
professores que se pensam como detentores únicos do saber e se vêem
amedrontados diante do enfrentamento de novos paradigmas.Esta fala nos
remete a Libâneo (1998) que também discute a necessidade de mudar o
paradigma educacional. Segundo o autor tais paradigmas têm origem na nossa
formação tradicional. O terceiro milênio está se aproximando e gerando
profundas transformações e evidentemente as mudanças na educação vêm
com ele. Desta forma é inadmissível nos dias atuais, presenciarmos cursos e
instituições de modo geral com ações condizentes ao passado, apresentando
em seu corpo docente, professores que resistem ao avanço dos recursos
68
tecnológicos, enraizados em seus velhos paradigmas, não abrindo espaço para
as possibilidades advindas da tecnologia em sala de aula. Vejamos o quadro
abaixo:
VELHO PARADIGMA NOVO PARADIGMA
O professor é o leitor, onde acontece
a distribuição da informação.
O professor é o orientador de estudo.
O aluno é um receptor passivo. O aluno é agente da própria
aprendizagem.
A sala de aula é um ambiente de
escuta.
A sala de aula é um ambiente de
cooperação.
A experiência é passada do professor
para o aluno.
troca de experiências entre
professores e alunos.
O aluno aprende e estuda por
obrigação.
O aluno aprende e estuda por
motivação.
Conteúdos curriculares fixos. Conteúdos curriculares que atendem
a uma estrutura flexível e aberta.
Tecnologia: desvinculada do contexto.
Tecnologia: está dentro do contexto.
Tecnologia: uma ameaça para o
homem.
Tecnologia: instrumento a serviço do
homem.
Os recursos tecnológicos são
manipulados pelo professor.
Os recursos tecnológicos são
manipulados pelo professor e pelos
alunos.
A escola é uma ilha. A escola é um espaço aberto e
conectado com o mundo.
Fonte: Libâneo (1998)
Quadro 1 – O velho e o novo paradigma
Diante das mudanças necessárias apresentadas acima por
Libâneo (1998), o professor deixa de ser apenas um transmissor de
informações e passa a ser diante do novo paradigma um mediador do
69
conhecimento. No entanto não é fácil modificar o paradigma de ensinar e
aprender. A maior parte dos indivíduos recebeu na sua infância, adolescência e
juventude um modelo de educação tradicional conforme descreve o autor
acima, onde o professor era o leitor, ele apenas lia a matéria nos livros
didáticos e punia os alunos com as avaliações (através de ameaças como:
“prestem atenção, está chegando o dia da prova”). O aluno, em conseqüência
deste modelo, tornava-se um receptor passivo. Ele ouvia as explicações e nada
mais. A sala de aula era um ambiente de escuta e recepção. Dava para ouvir o
barulho de uma mosca. O centro na sala de aula era sem dúvida o professor. O
aluno aprendia aquilo que o professor ensinava e jamais o aluno ensinaria ao
professor, pois caso tentasse seria certamente advertido. Embora os anos
tenham passado e com ele as transformações chegado, o velho paradigma
está presente, mesmo que inconsciente. Embora diversos professores utilizem
projetor de multimídia, filmes e outros recursos, a sua postura ainda revela a
concepção tradicional, subutilizando em alguns casos as possibilidades de tais
recursos, sendo a relação sujeito e objeto a mesma, maquiada pelos
recursos tecnológicos.
Leite e Sampaio (1999, p. 46) diz que o educador deve estar
atento às características do mundo atual, às novas necessidades e
expectativas, a fim de contribuir significativamente para a concretização do seu
papel na escola. No entanto consideramos que tais mudanças se
concretizarão à medida em que o professor abandonar o velho paradigma e
abrir-se para o novo. Se consideramos que a mudança de paradigmas não
acontece de um momento para o outro entendemos ser de grande importância
a formação e capacitação docente. A professora E em uma de suas postagens
diz que “é importante que haja um convencimento teórico/prático dos
benefícios de sua utilização”. Este convencimento se através da reflexão.
Isto nos faz lembrar Freire (1997), quando dizia que ensinar também está
ligado à consciência do inacabamento. Desta forma o professor não deve se
acomodar ou estagnar ao alcançar um posicionamento mesmo diante do novo
paradigma, mas estar sempre em constante atualização. Mercado (2002, p. 99)
afirma que a formação de professores é fundamental para o sucesso da
utilização das novas tecnologias como ferramentas de apoio no ensino. E para
70
concluir esta questão ressaltamos que esta formação continuada irá refletir na
formação dos novos professores. Pois como afirma Belloni (2001 b), a
formação inicial de professores tem, pois, que prepará-los para a inovação
tecnológica e suas conseqüências pedagógicas.
Quanto à questão da estrutura tecnológica disponível nas
instituições de ensino, consideramos ser de grande importância. Moran (2004)
diz que além de professores bem preparados a nova sala de aula precisa
contar com recursos adequados, entretanto ele diz que toda infra-estrutura
deve estar a serviço das mudanças na postura do professor, ou seja, eles
precisam caminhar juntos.
71
3.5 Análise dos resultados do fórum 2
O gráfico nove demonstra como foi a freqüência das
professoras no fórum dois. Neste fórum observamos uma participação maior da
professora E. Segue abaixo as discussões realizadas neste fórum que teve por
objetivo maior discutir o papel do aluno e do professor na educação on-line.
Para isto foram disponibilizados dois textos base. O primeiro texto chamado
“investigando o papel do professor em cursos de educação a distância” de
Patrícia da Cunha Garcia Voigt e gia Silva Leite (2004) e o segundo
“Autonomia do aprendiz na educação a distância: significados e dimensões” de
Oreste Preti (2000). Segue abaixo o resultado e as discussões.
Professora A - domingo, 16 setembro 2007, 13:09
Na sociedade pós-moderna
em que vivemos presenciamos uma
mudança de conceitos e paradigmas, e a necessidade de refletir sobre
o papel da educação, que assume um novo significado atras do
Gráfico 9: Postagens no fórum 2
72
ensino on-
line, suscitando a discussão sobre os mitos e superação dos
desafios. Inúmeros são
os questionamentos e preocupações
levantadas no meio educacional, que o desde a preocupação com o
desenvolvimento das habilidades tecnológicas ao gerenciamento
pedagico das atividades. Entretanto a redefinão de pais (do
professor e do aluno) dentro deste espaço torna-
se uma questão mais
urgente a ser discutida uma vez que ela i definir a qualidade do
processo de ensino e aprendizagem.
Para esta discussão vamos partir da leitura de dois textos. O primeiro
“Investigando o papel do professor em cur
sos de educação a
distância e o segundo Autonomia do aprendiz na educação a
distância: significados e dimensões Os textos aqui propostos servirão
apenas de ponta inicial. Vocês poderão ficar à vontade para
discutir e sugerir novas leituras.
Professora C - terça, 18 setembro 2007, 14:59
O professora A e colegas participantes,
Lendo o primeiro texto “Investigando o papel do professor em
curso de educação a distância observei que
ao definir o perfil do
professor presencial e professor da EaD há informações que são
bastantes questionáveis. uma nova tendência de entre um grande
número de educadores
em acreditar que os professores do ensino
presencial
o tradicionais e conservadores enquanto os que
trabalham no ensino a distância são construtivistas. O que há pessoal!
Professores são professores, em qualquer situação e lugar. A postura
de um professor tradicional vai ser sempre tradicional independente d
a
modalidade em que esteja ensinando.
Um outro aspecto do texto que merece atenção
e análise, entre
73
outros, é
a questão do conhecimento. De acordo com o quadro que
apresenta os aspectos de cada "espécie" de professor (como se fosse
posvel dividir nossa classe assim), o professor tradicional atualiza-
se
apenas em sua área de conhecimento. Ao contrio do professor da
EaD que atualiza-
se constantemente em todas áreas e não apenas a
sua. Há dois enganos aqui, o primeiro é que não há como
conhecermos todas a
s áreas com profundidade, podemos conhecer
um pouquinho disto ou daquilo. Um outro ponto é que a especialização
na sua área do conhecimento é importantíssima, que é apresentada no
texto como algo pejorativo. Acho que vamos ter muito o que dizer
sobre os assuntos abordados nos textos...
Um beijo para todas.
Professora E - terça, 18 setembro 2007, 17:57
Oi pessoal, tudo bem! Estão animados com o novo tema do forum.
Lendo texto da Voigt sobre o papel do professor em cursos de
EAD, a
autora
destaca como competência deste novo professor o
desempenho de fuões e papeis tais como: professor tecnico,
professor editor, professor coordenador e
professor gráficos
(BELLONI, 2001).
Refletindo sobre as suas colocações, concordo com a
professora C
quando
ela não corrobora com a generalização feita pela autora ao
afirmar que o professor presencial
é um professor tradicional e o
professor virtual é um professor cognitivista. Con
cordo plenamente que
as novas tecnologias fazem a aula ficar mais interessante, o que não a
transforma mais ou menos tradicional, mais ou menos cognitivista,
pois,
o segredo esta na postura do educador. Respaldo a minha
afirmativa quando tambem não corrobo
ro com Belloni, 2001, ao
designar ao professor virtual as competencias apontadas por ele, pois,
74
tais competencias devem compor o fazer docente tanto do educador
presencial como o virtual.
Talvez a grande diferença esteja na obrigatoriedade da ação, quando
no
EAD o professor não execulta tais funções a partir dos seus desejos,
mas sim, por ser estas competencias postas a ele como
especificidades da função, assim, uma exigencia do sistema. Já
o
professor do ensino presencial acredita que utilizar tais compet
encias no
processo ensino/aprendizagem realizado em sua sala de aula, esta na
sua decisão de faze-lo ou não. Concluindo, acredito que o
desafio
ainda esta na capacidade do educador em ser o
mediador das
aprendizagens do aluno, empoderando-o com conhecimen
tos
significativos e portanto, necessários ao
seu exercicio de cidadania, sendo
este desafio tanto para o professor do EAD como para o professor do
ensino presencial.
Professora F - quarta, 19 setembro 2007, 17:27
O meninas.... Novamente venho eu, mesmo fazendo parte do
processo de ensino a distância,
refletir um pouco sobre essa nova
concepção de ensino, que segundo o texto, não é tão nova assim.
Falar em novas
competências do professor dentro do ensino a
distância, é falar de competências ligadas a nova foram de transmitir
conhecimento, que está fundamentada, na ampliação do ensino (tanto
politicas publicas do ensino básico, como politicas do ensino a
distância - graduação e pós-graduação).
Devemos nos ater que essa discussão de novas compencias e
habilidades, se deve ao fator de mudança no mundo da produção
(Gounet, Antunes, Kuenzer), cabendo novamente a educação, e
consequentemente ao professor, o papel de
salvador da patria, no que
diz respeito a formação dos novos trabalhadores. Esses novos
trabalhadores, e o professor deve ser visto como um deles, devem se
75
adequar a questão da flexibilidade e polivalência da produção ( no
texto o professor tecnico, profes
sor editor, professor
coordenador e professor gráficos BELLONI, 2001).
A educação a distância , e suas tecnologiasm podem, ser vista como
um instrumento de formação desse novo perfil do aluno -
trabalhador.
Agora tudo é novo: novas competências, novas hab
ilidades, novas
funções do professor, novas tecnologias, novo processo de ensino.....
Mas se fizermos uma leitura um pouco mais ligada a queso do
trabalho, esse novo nada mas é do que uma nova forma de moldar o
trabalho docente para a formação de novos trabalhadores.
Posso até parecer meio contraditória, mas pensarmos a tecnologia por
ela mesma, somente atrelada ao processo educativo e ao papel do
professor, acredito que realizaremos uma leitura minimalista da função
da educação a distância. Sou adepta a
mudança, estou utilizando até
data show em algumas de minhas aulas, sou professora no sistema
virtual, mas acredito que a contradição deve fazer parte da nossa
discussão.
Essa mesma contradão, é que "estabeleceu" que o ensino tradicional
(saliva e giz)
não satisfaz mais a sociedade, cabendo, esse novo
peodo educativo, a educação a distância. Dentro desse contexto,
mudaram-
se a estrutura do ensino, a politica, mas o professor,
enquanto mediador do processo de ensino aprendizagem, continua
sendo figura
essencial desse processo. Cabe a ele, romper com a
identidade (será que existe uma identidade docente) que ele contruiu,
para moldar-se aos preceitos da sociedade ´pós-
moderna". Prometo
que vou colocar um texto aqui sobre isso!!!!!
Professora E - sexta, 21 setembro 2007, 16:21
76
Boa tarde meninas, tudo bem!
Adorei ler o texto de Oreste Preti, pois, ele sem temor algum procura
responder as indagaçãoes de muitos de nós educadores,
e
sabiamente declara que a autonomia é um dos objetivos da educação
brasileira, independente de ser presencial ou a distancia, cabendo
portanto, ao educador, mediar a construção da autoaprendizagem do
seu aprendiz.
Para que isso realmente ac
onteça é preciso que o educador ultrapasse
os significados construidos por ele (seus paradigmas)e compreenda
inicialmente que, a autoaprendizagem
discente é uma prática
construída, uma tarefa pessoal, e ao mesmo tempo uma tarefa
coletiva, é um processo de
interaprendizagem que leva a
autoaprendizagem, e que deve ser também algo prazeroso.
Assim, A
AUTOAPRENDIZAGEM tão almejada pelo ensino a distancia é uma
ptica que deve ultrapassar os muros da escola e adentrar no
cotidiano das tarefas profissionais, co
mo uma das competencias
humanas de resolução de problemas.
De todas estas contribuições do autor, gostaria de me ater apenas as
colocações de que a aprendizagem é uma prática construida, uma
tarefa pessoal e coletiva, pois, penso que nós educadores estamo
s
exatamente neste estágio, o de aprendiz, uma vez que, não tivemos
um ensino voltado para a autoaprendizagem, ao contrário, fomos
educados para servir e para obediencer. Acredito que a
grande
questão é: Como mediar a aprendizagem para a outonomia, se eu
e
ducador não sei o que é um ensinio autonomo?, Como levar o meu
aluno a construir sua autoaprendizagem, se eu educador o construi
a minha autoaprendizagem? .
Acredito que as novas competencias docentes estão além da nossa
identidade profissional, reflexo
de um ensino que não nos preparou e que
agora exige uma prática sem que haja uma aprendizagem anterior. Não
77
estou aqui fazendo o papel do advogado do Diabo, é claro que o
educador tem condição de re-
significar a sua prática, desde que a ele seja
dado, tempo, formação e condições necessárias.
Professora B - sexta, 21 setembro 2007, 22:32
Na perspectiva de Vygotsky o professor é o grande mediador da
"aprendência":
seja o professor do EAD quanto o presencial. Assim
entendido, e essa é a minha visão, mais do que opção de veículos
para o processo de ensino, existe a responsabilidade e a criatividade
do professor em fazer com que o aluno se aproprie do conhecimento.
fazendo-
o com sabedoria, é o ponto principal. Claro, que diante das
novas tecnologias o professor e a escola como um todo, têm que
superar alguns conceitos cristalizados.. e a capacitação é fundamental
para isso..
o podemos mais falar em competências e habi
lidades.. são
conceitos já superados na perspectiva atual. Na abordagem histórico-
crítica falamos em objetivos.. estes devem permear a prática do
professor, seja ela virtual ou não!! E o objetivo maior é a ampliação e
apropriação do conhecimento tanto do p
rofessor como do aluno. O ato
de ensinar deve ser o próprio ato de aprender...
Abraço a todas.
Professora C - sábado, 22 setembro 2007, 01:23
O Pessoal,
Só hoje consigo acessar o site... Desculpem-
me o desabafo (este não
é o espaço) mas foi uma semana intensa de trabalho e
compromissos, mas não queria deixar de ler as contribuões das
78
colegas e ao menos no último momento postar o meu "palpite".
"O bebê e a água do banho"
No livro de Kramer, encontrei uma frase
de que gostei muito e que
muitas vezes me tem servido para re-
significar conceitos dentro da
educação. A autora, ao escolher como título de
seu artigo: "o bebê e a
água do banho", pretendia questi
onar o nosso modo simplista de
substituir uma teoria, metodologia, por algo que pareça mais
adequado, inovador.
Ao ler os
textos propostos para essa discussão, pude compreender,
como bem colocaram a professora E e a professora C
, a iia de que
o professor do Ead trabalha de forma
interativa, enquanto o do ensino
presencial é tradicional... Isto é inaceitável, é como jogar fora o be
e água do banho.
Eu como seguidora das idéias de Bakhtin, não posso deixar de afirmar
a relencia do diálogo, acredito
que onde quer que seja a nossa
atuação (EaD ou ensino presencial), temos de fazer uma opção por
uma visão dialógica. Os documentos oficiais corroboram esta
necessidade. Afirmamos uma concepção de Linguagem e Ensino que
passa não só pela interação, mas tam
bém por uma atitude interativa.
E poderíamos nos perguntar como é que eu construo isto na minha
relação com o meu aluno?
De que modo faço da minha disciplina um espaço público? Um espaço
de discussão, de decisão, de modo que tarefa do meu aluno não seja
cumprir aquilo que já é pré-determinado pela instituição, por mim?
A interação não passa somente por uma aula espetáculo, sou a favor
das imagens! Mas, sobretudo, pela discussão profunda dos espaços
da Universidade, seja ela presencial ou a distância.
Se a nossa a
opção é por uma via interativa, ainda que com constantes indagações,
movimentos de idas e vindas para tentar acertar o passo, temos de
79
nos colocar na escuta dos diferentes sujeitos. De outro modo, não há
dlogo... A construção da autonomi
a passa pela compreensão desta
categoria, já dizia Vygotsky, que o sujeito se constituem na e pela
linguagem, se tornam aunomos, portanto, na interação.
Bem, é isto, Um abraço e até a próxima....
Professora G - segunda, 24 setembro 2007, 16:36
Corroboro com as colocações das colegas, principalmente da
professora C e da professora F
. Acrescento apenas algumas reflees
que no momento me ocorrem. A autora inicia
o texto afirmando que em
EAD quem ensina é a instituição. Mais adiante afirma que
"Diante de todos estes aspectos, pode-se perceber que o professor
é o agente fundamental de mudanças e interações, que precisam ser
articuladas e entendidas, possibilitando que o conhecimento seja uma
constante nesta relação de EAD".
Vejam que há uma contradição entre as duas falas e aqui eu
questiono: em relação à primeira colocação como fica a identidade do
professor, de sua profiso, se quem ensina é a instituão?
a s
egunda missiva reafirma a importância do professor para o
processo e seguindo o racionio do texto, este docente passa a ter
diversas atribuições que,para Arelaro (2001), por exemplo,o são
funções exatamente docentes.
Tomando também o racionio de No
sella (1995) em um texto
denominado "De professores à educadores", a preocupação com o
ensino caracteriza o professor, ao passo que a aprendizagem do aluno
é a preocupação central do educador. Lutamos tanto tempo pela
80
conquista deste reconhecimento (lembra
ndo que fomos
considerados educadores profissionais a partir da LDB 9394/96, ou
seja, recentemente) e o uso das modernas tecnologias de informação
podem colocar a perder tal conquista se o assumirmos uma postura
crítica e o iniciarmos um processo de
regulamentação das relações
de trabalho que estão se tecendo neste contexto. A legislação vigente
pode não dar conta desta nova realidade. Acrescento ainda nesta
argumentação um qustionamento:
o fato do professor elaborar e
ministrar sua aula e não ter o
feedback, que no caso é prerrogativa da
tutoria, não nos reduz a técnicos de ensino?
o pensem que sou contra o EaD, por favor! Considero incrível a
ferramenta, mas preocupo-
me com os exageros e com as realçoes de
produção. Não estou conseguindo vislumbrar o
professor enquanto
produtor e
disseminador de conhecimento e interventor na prática
social. Talvez eu esteja muito restrita à minha experncia no EAD
na
instituição
e às antigas concepções epistemológicas que pautam
minhas concepções de aprendizagem humana. Desculpe-
me, no
momento me sinto mais um na multidão. Onde fica a autonomia
docente, se o conteúdo a ser disseminado entre os tele-
alunos é
controlado pela instituição em seu teor, em seu tempo de difusão? E
se a instiuão não concorda com a visão
do professor sobre
determinados assuntos? Veja que a autonomia é do aluno e o do
professor. E considerando que o ser humano evolui pela acumulação,
e em nosso caso, de conhecimento e que estes para evoluir
necessitam de liberdade, em EaD temos uma INSTIU
IÇÃO sobre nós.
Outro questionamento (prometo, este é o último): em nossa relação
com o mundo do trabalho, o conhecimento é nossa "mercadoria" de
troca. Nossas aulas são gravadas e uma vez dentro da instituição,
pertecem-na. Como fica esta relação e nossa
sobrevivência enquanto
trabalhadores? Nossa, este texto me deixou revoltada, desculpem o
desabafo.
Um beijão, colegas!
81
Embora este segundo fórum tenha tido como objetivo discutir
dois assuntos: os papéis do professor e do aluno na educação on-line,
percebemos a relevância das discussões em torno do papel do professor e
questões voltadas à reestruturação do seu trabalho mediante as tecnologias.
Tendo por objetivo delimitar nossa discussão à proposta inicial do fórum, não
estaremos discutindo aqui questões que fogem a este assunto, entretanto
consideramos de grande importância os questionamentos que foram
levantados por algumas professoras, podendo posteriormente serem
retomados.
Ao analisar as postagens verificamos que apenas uma
postagem discutiu o papel do aluno nos cursos on-line, e que o papel do
professor foi discutido com maior freqüência. Percebemos também que ao
discutir o papel do professor, a maior parte das professoras respaldaram suas
postagens em torno de um quadro onde Belloni discute as funções do
professor que pretende atuar em EaD.
Por esta razão escolhemos duas questões apontadas no fórum
para nossa discussão a seguir. O primeiro é um trecho citado no texto base
que foi discutido pela maior parte dos professores sobre o papel do professor e
o segundo é sobre a única postagem que discutiu o papel do aluno. Para
analisar a primeira questão, transliteramos o texto objeto de discussão abaixo
para melhor compreensão.
“Belloni (2001 b) tece considerações a respeito do professor de
EAD e que possibilitaram a elaboração do quadro abaixo que indica as
modificações de papéis que devem ser realizadas pelo professor presencial
que se dedica a EAD.
PROFESSOR PRESENCIAL PROFESSOR EAD
* De mestre (que controla a
administra as aulas).
* Para parceiro (prestador de
serviços quando o aluno sente
necessidade ou conceptor –
realizador de materiais).
* Só se atualiza em sua área * Atualização constante, não só de
82
específica; sua disciplina;
* Passar do monólogo sábio de
sala de aula;
* Para o diálogo dinâmico dos
laboratórios, salas de meios, emails,
telefone, etc;
* Do monopólio do saber; * À construção coletiva do
conhecimento, através da pesquisa;
* Do isolamento individual; * Aos trabalhos em equipes
interdisciplinares e complexas;
Da autoridade; * À parceria;
* Formador – orienta o estudo e a
aprendizagem, ensina a pesquisa,
a processar a informação e a
aprender...
* Pesquisador – reflete sobre sua
prática pedagógica, orienta e
participa da pesquisa de seus
alunos...
Fonte: Belloni (2001 b, p: 83)
Quadro 2 Professor presencial e a distância
Diante das afirmações de Belloni, (2001 b) podemos perceber
a complexidade da função docente em cursos de EAD, não podendo deixar
que ele perca sua identidade de professor e que ele possa também
desenvolver suas dimensões na atuação docente, que seao mesmo tempo:
pedagógica, tecnológica e didática. Esta idéia está estreitamente relacionada
com o este estudo, por ser objetivo deste artigo é investigar os papéis
desempenhados por professores em programas de EAD descrevendo como se
dá esta interação.
Conforme mostrado acima, o texto teve por objetivo maior e
único destacar as novas funções ao professor do ensino à distância. Entretanto
ao colocar lado a lado as funções do professor no ensino presencial e no
ensino à distância induziu às professoras leitoras a discutirem acerca de uma
comparação entre a função atual do professor presencial e do professor à
distância. Vejamos alguns recortes destas falas:
Professora C: Há uma nova tendência de entre um grande
número de educadores em acreditar que os professores do ensino
83
presencial são tradicionais e conservadores enquanto os que trabalham no
ensino a distância são construtivistas.
Professora E: Refletindo sobre as suas colocações,
concordo com a professora C quando ela o corrobora com a
generalização feita pela autora ao afirmar que o professor presencial é um
professor tradicional e o professor virtual é um professor cognitivista.
Conforme já discutimos anteriormente as metodologias
utilizadas nos processos de ensino e de aprendizagem são desenvolvidas
tendo como pressuposto uma concepção epistemológica que se expressa
em um modelo educacional potencializado nas práticas pedagógicas
(BECKER apud BARBOSA, 2005). Desta forma realmente não podemos
generalizar e caracterizar a metodologia docente pela modalidade de
ensino (presencial ou à distância). Isto depende da conceão de cada
professor envolvido e não de uma modalidade em si.
Sobre o papel do aluno, destacamos uma fala da professora
E, onde ela diz: [...] a auto aprendizagem discente é uma prática
construída, uma tarefa pessoal, e ao mesmo tempo uma tarefa coletiva, é
um processo de interaprendizagem que leva a auto aprendizagem, e que
deve ser também algo prazeroso.Isto vem confirmar o que Palloff e Pratt
(2001) destacam como sendo necessidade o aluno assumir a
responsabilidade pelo seu processo de aprendizagem, bem como pela
aprendizagem da comunidade em que está inserido.
3.6 Análise dos resultados do fórum 3
84
O gráfico dez revela como foi a participação das professoras
nas discussões do terceiro e último fórum. Neste temos a participação de cinco
professoras. As professoras G e C não realizaram nenhuma postagem. Segue
abaixo as discussões realizadas.
Professora A - domingo, 23 setembro 2007, 23:58
O a tod@s
Este será o nosso último rum onde estaremos discutindo a avaliação
dentro do ambiente virtual de aprendizagem. O
tema avaliação tem sido
bastante discutido nos últimos anos, entretanto, observamos que pouco
Gráfico 10: Postagens no fórum 3
85
foi modificada, principalmente no ensino superior. Desta forma proponho
para esta semana que realizemos a leitura do texto "A construção de uma
prática de avalia
ção em educação a distância: trajetórias e descobertas" e
que discutamos como deveria ser ou como se processa a avaliação
dentro de um ambiente virtual de aprendizagem.
Professora E - segunda, 24 setembro 2007, 15:53
Oi meninas, tudo bem! estou com saudades dos nossos encontros
semanais, que pena que esta acabando, aproveitem bem
a última
semana.
Lendo o texto de Ferreira e Rezende, confesso que o nosso Forum
es terminando com chave de ouro, pois, não consigo imaginar outra
discussão que seja mais fantástica que "A
AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM". Inicio a reflexão citando a minha grande amiga e
companheira de muitas noites em claro, Jussara Hoffmann
(1997) quand
o nos lembra: "se a avaliação na vida tem o gosto de
recomecar, de partir para melhor de fazer muitas outras tentativas, por
que na escola , se manm o significado sentencivo,
de constatação,
prova de fracasso, peridiocidade rígida?".
Corroborando com Hoffman, ainda indago:
Por que a escola tem por
objetivo promover a aprendizagem e não se preocupa quando não o
faz?, Por que o professor acredita que o fracasso na aprendizagem é
apenas responsabilidade do aluno quando o processo de
ensino/aprendizagem é um
processo que só se concretiza quando
ocorre a parceria e o comprometimento tanto do aluno como do
professor? Por que o aluno não se preocupa com a sua aprendizagem
, mas sim, com a sua aprovação, independente se ela for relfexo ou
não de sua aprendizagens? Penso ser oportuno citar
Che Guevara
(1980) quando diz: "a atitude revela a liderança".
86
E nós educadores, vamos continuar servindo a este modelo de escola
e construindo este modelo de aluno?. Refletir sobre a experiencia de
Ferreira e Rezende me leva a inferir que
utilizar a proposta de
avaliação apresentada pelas autoras independe de um ensino virtual
ou presencial, o que faz a diferença nesta proposta é o
olhar pela
janela da avaliação que promove a aprendizagem do aluno, que
reconhece o erro como pro
cesso de aprendizagem e a avaliação como
uma ferramenta que ajuda o professor a ensinar melhor e o aluno a
aprender mais, bem diferente da avaliação que julga, que da
a sentença e condena o aluno a pagar pela sua não aprendizagem.
Virtual ou não, é urgente refletirmos sobre o processo de
avaliação, pois,
ela também é peça fundamental para o processo de inclusão, quando
eu, primeiramente valorizo
no meu aluno as sua capacidades e depois
ajudo-
o a superar as suas dificuldades, sendo assim, a avaliação está
p
ara a aprendizagem e não para a reprovação e para a exclusão do aluno
do sistema escolar. Pensem nisso. Beijos.
Professora F - terça, 25 setembro 2007, 17:28
Menin
as... a ppria palavra avaliação é colocada de forma
contraditória no processo de ensino aprendizagem tradicional, pois
delimita uma pessoa que vai estar avaliando outra, mediante alguns
aspectos pré-
estabelecidos. No ambiente virtual, acredito que a
aval
iação se torne um pouco mais complicado, visto que é um
processo mediado pela subjetividade, onde se torna dificil discutir
sobre o erro e acerto, visto que poucos alunos (experncia própria)
buscam saber sobre o porque da nota ou o que o professor achou
do
referido trabalho.
O texto nos mostra a questão da mediação.... O professor como
mediador do processo avaliativo.. Concordo! Mas como aprofundar
essa mediação dentro da educação a distância? Confesso que discutir
87
essas questões nesse ffórum e no fórum
de tecnologias (TIC) me
deixou um pouco mais atenta relativo
as ões do professor mediadas
pela tecnologia. A avaliação també
m faz parte desse processo, sendo
que muitas vezes, a utilização de instrumentos avaliativos on-
line
(fóruns, chat) podem ser muit
o mais produtivos do que uma prova
escrita, em sala de aula, com o professor sentado na mesa impedindo
cola!!!!!
Professora E - quarta, 26 setembro 2007, 22:39
O meninas vejo que a grande questão da possibilidade
ou
da
impossibilidade de um ensino virtual está posto fortemente na
questão moral e ética da sua utilização pelo aluno, quando a todo
momento apontamos medos, incertezas e
preocupações, quanto a má
utilização da educação a distancia pelo aluno.
Acredito que as nossas discussões teriam um outro perfil se a
população do nosso amado Brasil, tivesse como companheira de todos
os dias a moral e a ética, junto com o exercício de
cidadania. Penso
que vale apena comentar sobre os prinpios éticos e morais do
Japão,
onde bancas de verduras são postas na rua sem a supervisão de
ninguém e quem quiser comprar as verduras basta pegar e colocar o
dinheiro na caixinha. Assim, no final do dia o dono da banca re
colhe a
sua mercadoria e seu dinheiro. 'IGUAL NO BRASIL NÉ!'.
Infelizmente o nosso modelo de moral e ética está muito lon
ge de se
aproximar do Japão, assim, realmente fica a dúvida se o nosso aluno
de hoje es preparado para a auto aprendizagem. E como a avaliaçã
o
colaboraria para a construção dos prin
pios sociais tão necessários
para a vida de cada pessoa?
Professora B - quarta, 26 setembro 2007, 23:33
88
A avaliação tem
sido ao longo da história da educação, um dos
grandes embates.
Os educadores se reú
nem, discutem, problematizam, teorizam sobre o
assunto e ele continua sendo ponto de controvérsia.
Discutir então, a avaliação em educação à distância é um outro rtice
qu
e devemos refletir. Não consigo pensar na avaliação como
processo, sem o papel da mediação do professor. Concordo com o
texto no que se refere
á mediação; als, não acredito no ensino e
aprendizagem sem a mediação.
Penso que os fóruns, sejam o ambiente (
é este o termo??) propício
para a mediação do professor e para o crescimento do aluno. As
discussões levam
à refleo e à resolução de possíveis conflitos e é
nesse contexto que a avaliação se
materializa e promove o
conhecimento. É no processo de avaliar
que as pessoas se situam
numa realidade e descobrem a importância do
que fazem, das
realizações e seus significados, das o realizações e de seus limites,
das intenções que ainda não se concretizaram e muito mais.
A avaliação como processo promove novas
percepções que irão permitir
um conhecimento mais aprofundado das questões avaliadas e é nesse
movimento que a aprendizagem se efetiva ...Nesse sentido as referências
Freireanas apontadas no texto se fazem mais do que pertinentes...
partindo do pressuposto
de que o conhecimento traz autonomia,
emancipa o homem e encoraja o compromisso com as tran
sformações
necessárias. É isso!!!! Penso.. abraços.
Professora D - quarta, 26 setembro 2007, 23:47
89
O a tod@s!
Adorei o texto !
Como não me emocionar, vibrar, alegrar-
me pela brilhante iniciativa
desses pesquisadores!
Creio que seja de importância fulcral discutirmos o processo avaliativo.
Concordo com a professora E e a professora F
de que esta discussão
deva ser estendida também ao ensino presencial, ainda que o texto
trate do caso específico do EaD. Temos um discurso que prima pela
dialogia, pela democracia, mas o nosso modo de avaliar ainda é
demasiadamente autoritário, punitivo e excludente.
Isto porque na impossibilidade de avaliarmos a aprendizagem do
aluno, nos satisfazemos com a possibilidade de medirmos o que lhe
faltou
para alcançar as metas propostas por nós. Nesta perspectiva,
minim
izamos as diferenças e partimos do pressuposto de que todos
o iguais, capazes de atingirem os objetivos no mesmo tempo
previsto e nos esquecemos de que cada um ao chegar à escola traz
consigo uma bagagem composta da sua história, do seu conhecimento
pvio, ou seja, é um sujeito sócio-
historicamente constituído, portanto,
diferente dos demais. Isto pensando numa classe de alunos que
moram pelo menos na mesma área geográfica, o que não diríamos do
EaD, em que os alunos estão separados por distâncias contin
entais...
com diferenças, características e peculiaridades próprias de cada Região!
Geraldi, um lingüista, há muito já expressou a
importância do trabalho
de rela
ção textual como processo fundamental para elaboração de
texto, e de aprendizagem. Relação qu
e não significa de modo algum
uma simples higienização, no sentido de pia daquilo que é certo ou
errado, mas, sobretudo, de uma atitude de re-
costrução do texto a
partir de uma refleo que dá ao aluno a possibilidade de pensar o seu
texto, a sua escrita e aprender com seus erros e acertos.
90
Compactuo dos mesmos princípios de Geraldi e daqueles expressos
por Soares (1999:56) quando afirma que os erros’ dos alfabetizandos
não são, na verdade, erros são sintomas reveladores do processo de
construção do si
stema da escrita vivenciado pela criança, das
hipóteses que está trabalhando em determinado momento desse
processo. Parafraseando Soares, creio que isto deva ser considerado
tamm no âmbito acadêmico, ou seja, os erros são sintomas do
processo de constru
ção do conhecimento e assim devem ser
repensados no processo avaliativo.
Ao que
concerne ao professor, não podemos nos esquecer de que
estamos no processo de reconstrução da identidade, as novas
concepções de ensino exigem uma mudança de papéis que estamo
s
aprendendo a atuar... como seresem construção, passamos também
nós pelos acertos e erros na hora de dialogar, interagir, avaliar.
Bem, estas sãos algumas considerações e pensamentos que me
vieram em mente a partir do texto...
Um abraço a todas!
Professora E - sexta, 28 setembro 2007, 14:25
Que pena meninas, já acabou!
Bom, avaliando a minha participação neste fórum, só tenho a
agradecer, primeiramente a professora A pelo
convite e a vocês por
serem mediadoras desta minha nova aprendizagem, por meio da
discussões. Acredito que aprendi muito, mas reconheço que
muito
ainda tenho que aprender, pom o que me deixa feliz é que já
iniciei a
minha formação continuada sobre a utilização das
novas tecnologias
em educação reconhecendo-as como
ferramentas para ajudar o
professor a ensinar melhor e o aluno a aprender mais.
Sugiro e solicito
91
a professora A a criação de um novo fórum
ptico, ( isso é possível?)
quando poderei aprender a
construir estas ferramentas (chat, forum,
blog, etc.) a serem utilizados com os meus alunos no presencial) só
assim deixarei de me sentir uma analfabeta funcional em tecnologia
educacional.
Beijos a todas, e até a próxima.
Professora D - sexta, 28 setembro 2007, 23:35
Meninas! Adorei a proposta da professora E ...
Achei muito interessante as discussões e hoje na saída da instituição
estava conversando com a professora B e a professora F
sobre isto...
Que pena que tenhamos de cumprir uma carga horária tão pesada de
trabalho
e que nos sobre tão pouco tempo para trocar, compartilhar,
aprender numa discussão gostosa como esta.
Valeu, professora A, pela proposta!
Quando aceitei o desafio do fórum, tinha alguns preconceitos sobre
o
ambiente virtual, não sei se era medo do desconhecido ou defesa dos
conhecimentos internalizados, das teorias nas quais acreditamos e
que defendemos com "unhas e dentes"... Aos poucos eles
foram
cedendo lugar à aprendizagem
e constatei que não dá para dizer que
não há mediação, no ambiente virtual, interação, porque foi só o que
fizemos o tempo todo!
Foi um prazer gente, encontrar vocês neste site e poder discutir tanta
s
coisas que o curto intervalo da aula não nos possibilita de falar...
Eternamente Dialógicos na teoria, mas
sem espaço para compartilhar
as nossas descobertas, crises, dúvidas, perguntas sobre como
continuar a ensinar e aprender!
92
Um abraço e BOM FIM DE SEMANA!
Professora D
Professora B - domingo, 30 setembro 2007, 11:49
Professora A. quero te agradecer por essa nova (p mim)
possibilidade de
aprendizagem e interaçã
o com um grupo de colegas, tão bacana...Passei
a refletir sobre alguns conceitos cristalizados que carregava comigo.. cada
vez mais confirmo a teoria de Freire, de que somos eternos aprendentes.
Às colegas, vamos nos aproximar mais, para novas discussões e
interações..(é arranjarmos tempo..rsrs).
No mais agradecida pela
experiência..
Bom final de semana a todas... Um especial carinho pra vc, professora A
Bjs
Professora B - domingo, 30 setembro 2007, 11:52
Faço minhas, as palavras da Professora E !!! QUEREMOS FÓRUM
PTICO!!!!!
O objetivo principal deste fórum foi discutir avaliação dentro do
ambiente virtual de aprendizagem. Para isto foi disponibilizado o texto “A
construção de uma prática de avaliação em educação a distância: trajetórias e
descobertas” de Marisa Mayrink Santos Ferreia e Raul Sérgio Reis Rezende
(2003). Logo no início do fórum as professoras destacaram como sendo fator
principal da avaliação em ambientes virtuais a mediação estabelecida. Segue
abaixo alguns destaques do fórum:
93
Professora E: Refletir sobre a experiência de Ferreira e Rezende me leva a
inferir que utilizar a proposta de avaliação apresentada pelas autoras
independe de um ensino virtual ou presencial, o que faz a diferença nesta
proposta é o olhar pela janela da avaliação que promove a aprendizagem
do aluno, que reconhece o erro como processo de aprendizagem e a
avaliação como uma ferramenta que ajuda o professor a ensinar melhor e o
aluno a aprender mais, bem diferente da avaliação que julga, que da
a sentença e condena o aluno a pagar pela sua não aprendizagem.
Corroborando com a fala desta professora acrescentamos
uma fala de Esteban (2001, p. 100):
A avaliação, na ótica do exame, atende às exigências de
natureza administrativa, serve para reconhecer formalmente
a presença (ou ausência) de determinado conhecimento,
mas não dispõe da mesma capacidade para indicar qual é o
saber que o sujeito possui ou como está interpretando as
mensagens que recebe. Tampouco pode informar sobre o
processo de aprendizagem dos estudantes ou questionar os
limites do referencial interpretativo do/a professor/a.
Se o nosso objetivo enquanto educadores é auxiliar o aluno
no processo de aprendizagem, identificando e reconhecendo os seus erros
como uma oportunidade de poder interferir na construção de sua
aprendizagem, precisamos pensar em uma proposta de avaliação que
contemple o processo de construção realizado por este aluno. Vejamos
Hoffmann (1993, p. 32 - 33), quando esta cita Freire:
Não como não repetir que ensinar não é pura transferência
mecânica do perfil do conteúdo que o professor faz ao aluno,
passivo e dócil. Como não também como não repetir que,
partir do saber que os educandos tenham não significa ficar
girando em torno desse saber. Partir significa pôr-se a
caminho, ir-se, deslocar-se de um ponto a outro e não ficar,
permanecer.
Desta forma entendemos a avaliação como um processo e não
como um resultado final apenas. Assim, num ambiente virtual de aprendizagem
os fóruns e os chats proporcionam a possibilidade de avaliar e ao mesmo
tempo mediar. Esta mediação possibilita o que Luckesi (1999) afirmava quando
dizia que o exercício pedagógico da avaliação tem que ser atravessado por
94
uma pedagogia do ensino/aprendizagem e não por uma “pedagogia do provar”.
Conforme confirma a professora F abaixo:
Professora F: A avaliação também faz parte desse processo, sendo que
muitas vezes, a utilização de instrumentos avaliativos on-line (fóruns, chat)
podem ser muito mais produtivos do que uma prova escrita, em sala de
aula, com o professor sentado na mesa impedindo cola!!!!!
Embora diversos estudos apontem que a avaliação tem
como objetivo sustentar o processo de construção do conhecimento e o
apenas de verificação do conhecimento, é comum observarmos situações
como esta apresentada pela professora F nas universidades. A instituição
ou determinação da semana de provas dentro das universidades revelam
esta dinâmica de provação, onde professores se esgotam por prepararem
inúmeras avaliações diferenciadas para cada turma, trocando alternativas
das questões para evitar a cola e alunos estressados por terem que
apresentar um resultado final satisfatório independente do processo
realizado.
É claro que o resultado final traz consigo informações de
grande relevância à prática docente, no entanto, não podemos fazer dele
um instrumento de tortura conforme diz Luckesi (1999) para obrigar os
alunos a estudarem. Diante disto levantamos o seguinte questionamento:
Como realizar uma avaliação do processo com um grande volume de
alunos? Por isto vemos na utilização dos ambientes virtuais de
aprendizagem uma ferramenta que contribui no processo da avaliação
formativa, por proporcionar através das ferramentas comunicativas (fóruns,
chats) um acompanhamento de cada aluno. No caso do software Moodle,
am do acompanhamento através destas ferramentas é possível verificar o
histórico passado do aluno. Para exemplificar colocamos abaixo o histórico
da participação de uma das professoras na discussão dos fóruns.
Percebam que am de mostrar a data e hora do último acesso, traz
tamm o número de visitas realizadas nos materiais disponibilizados e o
número de postagens em cada fórum (figura 01). Ao clicar sobre os fóruns é
posvel realizar uma leitura individual das postagens de cada participante.
95
Am das possibilidades advindas da ferramenta em si,
destacamos também a imporncia da mediação do professor no processo
de aprendizagem do aluno. Vejamos abaixo a fala da professora B:
Professora B: Discutir então, a avaliação em educação à distância é um
outro vértice que devemos refletir. o consigo pensar na avaliação como
processo, sem o papel da mediação do professor. Concordo com o texto no
que se refere á mediação; aliás, não acredito no ensino e aprendizagem
sem a mediação.
Lobo, 2000, p.31 (apud SANTOS, 2007 s/p.), diz:
Figura 06: Relatório de Atividades
96
A questão pedagógica na apropriação das tecnologias de
educação presencial ou a distancia significa conhecer a
dimensão educacional como qualitativa da comunicação que se
estabelece no discurso, no texto, na imagem, no som, nos
processos cognitivos e nas relações interpessoais.
Desta forma ele sugere a necessidade/importância da
mediação/intervenção pedagógica para a construção do conhecimento do
sujeito. Cabe ao professor atuar como este mediador que irá intervir visando à
promoção da reflexão por seus alunos. A mediação realizada pelo professor é
uma ação intencional e deve ser utilizada para viabilizar a intenção pedagógica
e a tomada de consciência pelo aluno do seu processo construtivo. Por isto ela
torna-se um elemento importante como tratamos de avaliação dentro dos
AVAs.
3.7 Análise dos resultados do questionário final
Após o fechamento das discussões realizadas nos fóruns,
encaminhamos por e-mail duas perguntas às professoras participantes, com o
objetivo de fechar as discussões e analisar a opinião delas acerca da
viabilidade ou não da utilização de ambientes virtuais de aprendizagem no
ensino presencial. Transliteramos abaixo a resposta das entrevistadas que
responderam ao questionário (não fizemos a edição do texto para uma maior
fidelidade) para posterior análise.
97
3.7.1 Resultados e análise sobre a experiência de participar das
discussões nos fóruns.
Como foi a expe
riência de participar das atividades realizadas dentro do
ambiente Moodle.
Professora C:
Gostei bastante. Pretendo utilizar esse ambiente com os meus
alunos do ensino presencial no próximo semestre. Acredito que o ambiente
favorece a aprendizagem.
Professora D: A experiência no ambiente Moodle foi muito positiva. Ajudou-
me a romper com determinados pré-conceitos e abrir-
me ao novo. Utilizamos
o computador para fazer compras, ler, assistir filmes, músicas,
até como
voip, mas imaginamos que para mediar o
aprendizado precisamos estar
realmente “presentes”. Esta
era a minha concepção antes dessa experiência,
mas a pesquisa ajudou-me a romper os pré-conceitos a repensar muita
s
questões importantes sobre “mediação” e a relação da escrita e leitura.
Professora E:
Participar das atividades do ambiente Moodle foi para mim
uma experiência nova, um momento de aprendizagem, o que fez com que me
sentisse aluna novamente. O ambiente Moodle deu-
me a possibilidade de
retomar alguns aspectos importantes voltados para
as aprendizagens e que
eu particularmente considero fundamentais para a ação docente, tais como:
Quais são os sentimentos dos alunos perante as novas aprendizagens?,
Que d
ificuldades eles enfrentam (tempo, recursos, habilidades,
competências, parcerias,
etc.), Que leitura eles fazem ao serem expostos
perante os demais colegas da sala?
Participar do Moodle na condição de
aluno (papel de quem aprende e não de quem ensina) fez com que eu
exercitasse a empatia. Desse modo, tive a oportunidade de aprender a ut
ilizar
o Moodle, reconhecendo-
o como uma nova estratégia metodológica de
ensino, bem como, refletir sobre a melhor forma de utilizá-
lo a partir das
necessidades e interesses dos alunos.
98
Professora F: Mesmo sendo o cotidiano do professor um processo cheio d
e
atividades e muito desgastante, a participação na discussão realizada no
ambiente possibilitou uma reflexão sobre as mudanças no processo educativo,
mediado pelas novas tecnologias. Acredito que como toda experiência, essa
relação foi positiva, pois ampl
iou minha visão da inserção das tecnologias no
meu fazer profissional.
Professora G:
Foi interessante discutir com colegas sobre um determinado
texto. Além disso, a ferramenta aguça a criatividade em torno de suas
possibilidades.
Lendo as respostas acima verificamos que todas as
professoras discorreram positivamente acerca da experiência de participar das
atividades realizadas dentro do ambiente Moodle. Verificamos com isto que
diante deste novo cenário educacional/tecnológico, as professoras estão
abertas para discutirem novas questões educacionais. Duas falas retratam bem
esta questão. A primeira é da professora C que relatou que vai passar a utilizar
o Moodle a partir do próximo semestre, e a segunda é da professora D que
disse ter sido ajudada a romper com determinados pré-conceitos e abrir-se ao
novo.
Este enfrentamento diante de novas questões reflete que tais
professoras estão dentro do que se espera para o professor na
contemporaneidade, haja vista as constantes modificações que estão se
inserindo no contexto educacional. A introdução das tecnologias no cenário
educacional é um processo irreversível, portanto, é inaceitável compreender
uma proposta educacional que negue a existência de tais recursos, deixando
de utilizá-los em suas praticas.
Em virtude dessas considerações entendemos que o professor
do futuro não é aquele que apenas domina a tecnologia do momento, mas
sobretudo aquele ancora a sua prática nos pilares da educação propostos pela
UNESCO, principalmente o aprendendo a conhecer ou aprender a aprender.
99
3.7.2 Resultados e análise sobre a viabilidade de utilizar um ambiente
virtual de aprendizagem no ensino presencial.
Sobre a viabilidade da utilização
do ambiente virtual de aprendizagem
como ferramenta complementar no ensino presencial.
Professora C: Não apenas vi
ável. Tendo em vista a realidade tecnológica
atual diria que é essencial. Os alunos podem acessar o M
oodle em qualquer
lugar. As ferramentas são de simples utilização. Oferece a possibilidade de
incrementar o trabalho realizado em sala de aula por meio de
chat, fórum,
leituras complementares etc. Para o trabalho com a língua portuguesa será
bem útil.
Professora D:
Sim. Nestes dias estava escrevendo o meu projeto de
doutorado e na metodologia inclui a possibilidade de parte da pesquisa com
alunos ser realizada no ambiente virtual de aprendizagem.
Optei pelo ambiente virtual pelo fato de as pesquisas que se ocupam da
leitura e da escrita fazerem uma crítica ao texto produzido na escola, que
é
escrito para um único interlocutor (o professor) e, acaba segu
indo as regras e
prescrições da situação de ensino levando o aluno a uma escrita sem
criatividade e sem autoria,
descontextualizada das suas situações sociais de
escrita e leitura.
O texto produzido no Moodle, nos runs de discussão, por si só, pelo
am
biente em que foi produzido vai ter diferentes leitores, interlocutores, isto
propicia uma ruptura com aquele modelo pedagógico com o qual nos
defrontamos cada vez que temos de ler um texto do nosso aluno.
Um outro aspecto importante é que o nosso aluno
tem acesso à internet, mas
isto não é mediado, acredito que o nosso papel enquanto educador é
formar
leitores críticos e isto passa também por conhecer estes “ambientes virtuais”,
apropriar-
se deles como ferramenta de ensino e poder discutir com o nosso
alunos a tarefa das novas tecnologias.
100
Professora E: Com certeza,
ambiente virtual de aprendizagem é uma
ferramenta complementar no ensino presencial. Desconsiderá-lo é:
a) Colocar a instituição educacional em uma posição fora de contexto, arcaica,
uma ve
z que o virtual faz parte da vida cotidiano da maioria dos cidadãos,
levantar uma bandeira contra a sua utilização, é fazer da escola uma
instituição alienada da realidade dos seus integrantes.
b) retirar do cidadão aluno o direito de construir a sua criticidade, deixando-
o a
mercê da marginalidade virtual, uma vez que se constitui um cyber-
analfabeto.
c) desconsiderar o interesse do aluno, quando o professor não visualiza o
aluno real que compõe a sala do culo XXI, e assim, planeja as suas aulas
par
a os alunos do século XX, IX, XIII, etc., a educação precisa aprender a
andar para frente, e sair da posição de estátua ou de caranguejo;
d) deixar de conscientizar o educador da necessidade de estar sempre aberto
a novas aprendizagens por meio da formação
continuada, pois, o somos
donos do saber
muito tempo, e agora, nem mais da informação que é
globalizada.
Professora F: Considero extremamente viável, visto que pretendo utilizá-
la
em meu processo de trabalho, principalmente no que diz respeito à a
daptação
e dependência dos alunos. Acredito que os alunos devem se adaptar bem a
esse processo, pois possibilita um trabalho mais autônomo e produtivo, visto
que ele terá um maior tempo para realizar as atividades, colocando suas
contribuições para um trab
alho coletivo com os outros alunos. Acredito que
algumas barreiras irão existir, visto que é um processo novo, mas que com o
tempo, tornara-se tão importante quanto um texto, um livro.
Professora G:
Extremamente viável. Com este tipo de ferramenta, ao
cont
rário do que se imagina, o ensino se torna ainda mais “presencial”, uma
vez que o se esgota na sala de aula. O aluno e o professor extrapolam sua
inter-
relação para além do ambiente escolar. Isso não desmerece o professor,
nem a ferramenta o substitui. A
o contrário, se torna mais necessário ainda que
101
o professor esteja constantemente presente, revendo o conteúdo da
ferramenta e intervindo junto ao aluno para avaliar seu desempenho.
Analisando as respostas acima verificamos que todas as
professoras consideram viável a utilização de AVAs como apoio ao ensino
presencial nas IES. Assim estaremos comentando a fala de duas professoras.
A professora E faz uma leitura muito interessante da
ferramenta ao colocar a necessidade de utilizar os recursos tecnológicos como
condição para ajudar o aluno a construir a sua criticidade. Isto nos remete à
Belloni (2001 a) quando ela fala que negar a existência de tais recursos no
contexto educacional é distanciar a escola da vida real. Assim, incluir estes
recursos na educação é proporcionar um espaço para a construção crítica do
saber e ao mesmo dentro de um espaço social real.
Preciosa também foi a contribuição da professora G ao dizer
“com este tipo de ferramenta, ao contrário do que se imagina, o ensino se torna
ainda mais “presencial”, uma vez que não se esgota na sala de aula.” Em
outras palavras esta nova ferramenta possibilita a redução da Distância
Transacional. Yokaichiya, et al. (2004) diziam:
Moore (1993) cunhou a expressão Distância Transacional
(Transactional Distance) para descrever o universo da relação
professor-aluno estabelecida quando alunos e instrutores estão
separados pelo tempo e/ou pelo espaço. A Distância
Transacional não ocorre somente em programas de EAD; pode
ocorrer também em aulas presenciais, dependendo das
estratégias adotadas e do relacionamento existente entre
alunos e instrutores.
Cumpre observar que a relação educativa no ensino presencial
fica por muitas vezes circunscrita ao espaço e tempo das aulas estipuladas no
cronograma do curso. Neste sentido a utilização de AVAs permite promover e
estreitar as relações entre professores e alunos, reduzindo a Distância
Transacional “velada” ou “mascarada” que pode se encontrar atrás do ensino
presencial.
102
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como ponto de partida o cenário
educacional brasileiro e as questões que envolvem a utilização da tecnologia
no processo de ensino e aprendizagem. Levando em consideração a
necessidade de repensarmos o novo papel da educação nos moldes em que
ela se insere, propomos como objetivo maior analisar as contribuições do uso
de uma interface dentro do ambiente virtual de aprendizagem Moodle aplicada
à prática pedagógica de professores do ensino superior.
Ao percorremos a literatura nesta área, elencamos algumas
questões que consideramos relevantes para a discussão aqui presente.
Primeiramente discutimos as novas questões que surgiram no ensino superiror
a partir da inserção da tecnologia, suscitando a reflexão acerca não somente
da introdução de tais equipamentos, mas sobretudo quanto ao seu papel no
processo educativo. Tais questões também nos levaram a discutir a
necessidade do professor enquanto educador refletir acerca dos seus próprios
paradigmas, que muitas vezes impedem que um trabalho inovador flua.
Embora algumas experiências com o uso de AVAs como apoio ao ensino
presencial tenham se iniciado em várias IES, percebemos que modificar a
“cultura de sala de aula” não é tão fácil, sendo necessário que as instituições,
os professores e os alunos tenham uma disposição para superar o paradigma
da educação convencional.
Olhar por este novo prisma educacional requer a reflexão de
questões que precisam ser re-configuradas. A primeira delas é a gestão deste
novo espaço educacional, envolvendo a necessidade das IES reestruturarem
físicamente as salas de aulas e os laboratórios com equipamentos tecnológicos
que darão sustentação ao novo processo de ensinar e aprender. Contudo,
apenas implementar os recursos não basta. Embora o processo de ensino e
aprendizagem aconteça da mesma forma no espaço presencial e on-line, é
preciso compreender que diante das tecnologias surge uma nova dimensão do
papel do professor e do aluno, enfim, do próprio projeto pedagógico do curso,
implicando na re-definição de uma nova pedagogia, agora mediada pelas TIC.
103
Em segundo lugar temos o professor que neste novo cenário
precisará além da função pedagógica que ele exerce, incorporar a função
social, quanto ao fomento de um ambiente harmonioso, estimulando as
relações humanas e à criação de uma comunidade, desenvolvendo com isto a
coesão do grupo. Também é preciso incorporar a função gerencial, que refere-
se ao agendamento do curso, ritmo, regras e outras questões que devem estar
bem claras e definidas dentro do espaço virtual. E, por fim, a função técnica,
onde o professor precisará estar familiarizado com a tecnologia.
O aluno também precisará assumir a responsabilidade pelo seu
processo de aprendizagem, também aprendendo e desenvolvendo algumas
funções como buscar informações não somente dentro mas também fora do
AVA visando construir o saber, atuar em colaboração com os colegas parceiros
e contribuir ativamente para gerir a aprendizagem tanto individual quanto do
grupo no qual está inserido, sendo autônomo. Finalmente, a instituição deve
repensar a avaliação, que neste caso, deve estar voltada para o processo que
se desenvolverá dentro do ambiente e não apenas um resultado final.
Assim, entendemos que a utilização de AVAs como apoio ao
ensino presencial não se encerram apenas na utilização da tecnologia em si,
mas está relacionada ao desenvolvimento de condições, estratégias e
intervenções de aprendizagem, o que pressupõe saber claramente qual a
concepção pedagógica que fundamenta a prática educativa.
Desta forma propomos para esta pesquisa uma discussão
dentro do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle acerca das questões que
envolvem esta nova educação. Nosso público alvo foram professores dos
cursos de Letras e Pedagogia que atuam em uma universidade particular na
cidade de Londrina. Tais questões foram abordadas em três fóruns de
discussão durante quinze dias e trouxe diversas contribuições e
questionamentos que não foram esgotados neste trabalho, mas nos levam a
refletir sobre a necessidade de constante atualização e capacitação.
Percebemos que os professores ao aceitarem participar das
discussões além de estarem engajados na busca de conhecer melhor este
cenário on-line, apresentaram-se também trazendo questionamentos voltados
a aspectos que não objetivamos discutir neste trabalho, no entanto, questões
104
ricas e que merecem um espaço futuro de discussões, pois na medida em que
o uso de tecnologias dinamizam as relações, estas potencializam e
impulsionam a inúmeras necessidades não previstas num processo, mas que
seguramente agregam valor. Questões que apareceram no fórum e não era
responsabilidade deste trabalho discutir, mas que são relevantes:
especialização e generalização relações de trabalho; autonomia do professor
e autonomia da instituição; esferas de controle; controle na avaliação – a
questão dos tutores eletrônicos; etc. De qualquer forma, de uma análise
perfunctória, verifica-se que os profissionais dessa área demonstram interesse
em continuar discutindo as questões relacionadas ao impacto que este novo
meio acarretará.
A utilização de AVAs como apoio ao ensino presencial foi
considerada pelos professores participantes uma opção totalmente viável,
contudo, ficando claro a necessidade da formação continuada para atender à
demanda deste novo lócus de aprendizagem.
Consideramos assim de grande importância tais discussões
uma vez que trazem dentro do cenário educacional, a discussão acerca do uso
das tecnologias, nos fazendo reletir sobre a necessidade de uma nova
pedagogia, ou uma pedagogia on-line. Desta forma concluímos o trabalho e
esperamos que este possa servir de subsídeo a outros interessados neste
imenso universo que é a educação.
105
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<http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/041-TC-B2.htm> Acesso em
13 de set. de 2007.
109
APÊNDICE A
INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
(INICIO DO CURSO E FINAL DO CURSO)
110
Pesquisa para o Mestrado Profissional em
Tecnologias da Informação e
Comunicação na formação em EaD
1 - Sexo
( )Feminino
( ) Masculino
2 – Faixa etária
( ) 22 a 30
( ) 31 a 40
( ) mais de 40
3 – Já teve alguma experiência educacional com o uso de ambientes virtuais?
( )Sim
( )Não
4 – Qual recurso tecnológico você mais utiliza na comunicação com seus alunos?
( ) Chat
( ) E-mail
( ) Telefone
( ) Portfólio
( ) Fax
( ) Fórum
( )MSN
5 – Qual sua expectativa em relação a proposta de discussão apresentada no
ambiente virtual de aprendizagem Moodle?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
111
Pesquisa para o Mestrado Profissional em
Tecnologias da Informação e
Comunicação na formação em EaD
1 – Descreva abaixo como foi a experiência de participar das atividades realizadas
dentro do ambiente Moodle.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2 – Você considera viável a utilização do ambiente virtual de aprendizagem como
ferramenta complementar no ensino presencial? Justifique.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________.
Obrigada por responder!
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