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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
NAJA BRANDÃO SANTANA
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E VALOR DA EMPRESA: UMA
ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS EM EMPRESAS DISTRIBUIDORAS
DE ENERGIA ELÉTRICA
SÃO CARLOS
2008
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NAJA BRANDÃO SANTANA
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E VALOR DA EMPRESA: UMA
ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS EM EMPRESAS DISTRIBUIDORAS
DE ENERGIA ELÉTRICA
SÃO CARLOS
2008
Dissertação apresentada à Escola de Engenharia de
São Carlos da Universidade de São Paulo, como parte
dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em
Engenharia de Produção.
Área de Concentração: Economia e Finanças
Corporativas
Orientadora: Prof. Dra. Daisy A. N. Rebelatto
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ii
Este trabalho é dedicado aos meus pais.
iii
AGRADECIMENTOS
À professora Daisy, pela orientação sempre dedicada e presente, pelos ensinamentos
profissionais e pessoais e, também, pelo acolhimento, carinho e momentos de felicidade.
Ao meu pai, exemplo de vida, pelo amor, atenção, incentivo, apoio, leituras dedicadas e
contribuições.
À minha mãe, pela força que sempre me deu, pelo amor e por me fazer acreditar que realizar
sonhos é possível.
Às minhas irmãs, Ava e Iala, pelo amor e por estarem sempre por perto.
À Ana pelo incentivo e ensinamentos, desde os primeiros passos dessa jornada, pelos
trabalhos realizados, contribuições relevantes, e, também, pelo carinho, momentos de
felicidade e companhia de sempre.
Aos amigos baianos, Adriana, Daiana, Flávia, Júnior, Lavínia, Mila, Morena, Shirley, Tamara
e Victor, pelo carinho e apoio em cada despedida, em cada saudade e em cada reencontro.
Aos amigos de São Carlos, Débora, Enzo, Mariana, Marta, Pedro, Sandra e Zé Rubens, pela
integração, seja relacionada ao trabalho ou relacionada à diversão.
Aos meus tios e primos, pela torcida.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da bolsa de
mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa.
Ao Instituto Fábrica do Milênio, pela divulgação deste trabalho.
E por fim, aos funcionários do Departamento de Engenharia de Produção, pelo apoio na
realização do curso de mestrado.
iv
”Haverá ainda, no mundo, coisas tão
simples e tão puras como água bebida
na concha das mãos?”
Mário Quintana
v
RESUMO
SANTANA, N.B. (2008). Responsabilidade socioambiental e valor da empresa: uma
Análise por Envoltória de Dados em empresas distribuidoras de energia elétrica. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos,
2008.
A responsabilidade socioambiental tem assumido uma significativa importância no ambiente
empresarial, principalmente devido ao contexto das políticas do Estado Mínimo no Brasil, que
reduziram o espaço para o Estado paternalista atender as necessidades sociais. Isso criou um
novo cenário, onde o setor privado passou a assumir essa tarefa junto à sociedade. A partir da
idéia do desenvolvimento sustentável, que objetiva criar um modelo econômico capaz de
gerar riqueza e bem-estar, ao mesmo tempo em que promove a coesão social e impede a
destruição do meio-ambiente, as empresas estão sendo obrigadas a atender, no seu
funcionamento, o tripé da sustentabilidade empresarial: econômico, social e ambiental. O
trabalho de pesquisa aqui relatado buscou analisar de que forma os investimentos em ações de
responsabilidade socioambiental podem ser transformados em oportunidades de negócios para
as empresas. Assim, o objetivo do presente trabalho é identificar a relação entre
investimentos em Responsabilidade Socioambiental e o Valor da Empresa, em empresas
distribuidoras de energia elétrica. O método de pesquisa consistiu em aplicar a técnica de
Análise por Envoltória de Dados (DEA) em 20 empresas brasileiras distribuidoras de energia
elétrica, no período compreendido entre os anos de 2002 e 2006. Os resultados da
investigação permitiram validar a hipótese de que o investimento em responsabilidade
socioambiental é capaz de alterar positivamente o valor da empresa. Além disso, foi
observada uma gradual adoção de ações socioambientais, por parte das distribuidoras de
energia elétrica, no período estudado.
Palavras-chave: Responsabilidade socioambiental. Valor da empresa. Análise por envoltória
de dados.
vi
ABSTRACT
SANTANA, N.B. (2008). Social and environmental responsibility and company’s value: a
Data Envelopment Analysis in electrical power companies. M.Sc. Dissertation – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.
The Social and environmental responsibility have taken a significant importance in the
business environment, due mainly to context of Brazil’s Minimum State policies, which
reduced the space for the paternalistic state to assist social needs. This has created a new
scenario, in which the private segments started to take on this task along with society.
Considering the idea of sustainable development, which aims at creating an economic model
capable of generating wealth and welfare, and, at the same time promoting social cohesion
and preventing environmental destruction, companies are being forced to serve, regarding
their operation, the tripod of corporate sustainability: economic, social and environmental.
The research here reported sought to examine how investments in social and environmental
responsibility shares can be transformed into business opportunities for companies. So, the
objective of this work is to identify the relationship between Social and environmental
responsibility investments and the company’s value, in power dealer companies. The
research method consisted of appling the Data Envelopment Analysis (DEA) tool in 20
brazillian power dealer companies in the period between the years of 2002 and 2006.
Research results let validate the assumption that investment in social and environmental
responsibility is able to change positively the value of the company. Moreover, a gradual
adoption of social and environmental actions by power dealer companies was seen in the
period studied.
Key words: Social and environmental responsibility. Company’s value. Data Envelopment
Analysis.
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Desenvolvimento sustentável – tripé da sustentabilidade empresarial 26
Figura 2 Os quatro tipos de responsabilidade social 33
Figura 3 As três abordagens da responsabilidade social 36
Figura 4 Dados para análise detalhada do risco da atividade profissional 49
Figura 5 Metodologia dos fluxos de caixa descontados 59
Figura 6 Curva de eficiência 87
Figura 7 Modelo de orientação ao input ou ao output 94
Figura 8 Comparação entre a DEA e a Análise de regressão 101
Figura 9 Cartão informativo da Celesc (2002) 121
Figura 10 Conjunto de cartões informativos 122
viii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1
Margem de contribuição de input para o output: Enersul, Copel, Celpe e
Cosern
132
Gráfico 2 Margem de contribuição de input para o output: Cemig 133
Gráfico 3 Margem de contribuição de input para o output: Ampla 133
Gráfico 4 Margem de contribuição de input para o output: Cesp, Elektro e AES
Sul
140
Gráfico 5 Margem de contribuição de input para o output: Celg, RGE, Celesc,
Eletropaulo, Light, CEB e Escelsa
140
Gráfico 6 Margem de contribuição de input para o output: Cemat
141
Gráfico 7 Margem de contribuição de input para o output: Coelba
141
Gráfico 8 Margem de contribuição de input para o output: Celpa 142
Gráfico 9 Margem de contribuição de input para o output: Coelce 142
Gráfico 10 Potential Improvements: CEB 148
Gráfico 11 Potential Improvements: Cesp 149
Gráfico 12 Potential Improvements: Cemat 149
Gráfico 13 Potential Improvements: Celpa 150
Gráfico 14 Potential Improvements: Coelce 150
Gráfico 15 Potential Improvements: Light 151
Gráfico 16 Potential Improvements: Celesc 151
Gráfico 17 Potential Improvements: Celg 152
Gráfico 18 Potential Improvements: RGE
152
Gráfico 19 Potential Improvements: Escelsa
153
Gráfico 20 Potential Improvements: Coelba
153
Gráfico 21 Potential Improvements: Eletropaulo
154
Gráfico 22 Potential Improvements: Elektro
154
Gráfico 23 Potential Improvements: AES Sul
155
Gráfico 24 Reference comparison: Celg – Copel 165
Gráfico 25 Reference comparison: Celg – Enersul 165
Gráfico 26 Reference comparison: Celg – Ampla 166
Gráfico 27 Reference comparison: RGE – Celpe 166
Gráfico 28 Reference comparison: RGE – Enersul 167
Gráfico 29 Reference comparison: Celesc – Copel 168
Gráfico 30 Reference comparison: Celesc – Ampla 168
ix
Gráfico 31 Reference comparison: Celesc – Enersul 169
Gráfico 32 Reference comparison: Eletropaulo – Ampla 169
Gráfico 33 Reference comparison: Eletropaulo – Cemig 170
Gráfico 34 Reference comparison: Light – Copel 171
Gráfico 35 Reference comparison: Light – Enersul 171
Gráfico 36 Reference comparison: Light – Ampla 172
Gráfico 37 Reference comparison: CEB – Cosern 172
Gráfico 38 Reference comparison: CEB – Ensersul 173
Gráfico 39 Reference comparison: Escelsa – Copel 174
Gráfico 40 Reference comparison: Escelsa – Ampla 174
Gráfico 41 Reference comparison: Escelsa – Enersul 175
Gráfico 42 Reference comparison: Cesp – Copel
175
Gráfico 43 Reference comparison: Cesp – Enersul
176
Gráfico 44 Reference comparison: Cesp – Ampla 176
Gráfico 45 Reference comparison: Elektro – Ampla 177
Gráfico 46 Reference comparison: Elektro – Cemig 178
Gráfico 47 Reference comparison: AES Sul – Celpe 178
Gráfico 48 Reference comparison: AES Sul – Ampla 179
Gráfico 49 Reference comparison: Coelce – Copel 180
Gráfico 50 Reference comparison: Coelce – Ampla 180
Gráfico 51 Reference comparison: Coelce – Enersul 181
Gráfico 52 Reference comparison: Celpa – Celpe
181
Gráfico 53 Reference comparison: Celpa – Copel
182
Gráfico 54 Reference comparison: Celpa – Ampla 182
Gráfico 55 Reference comparison: Celpa – Enersul
183
Gráfico 56 Reference comparison: Coelba – Copel 183
Gráfico 57 Reference comparison: Coelba – Ampla 184
Gráfico 58 Reference comparison: Coelba – Enersul 184
Gráfico 59 Reference comparison: Cemat – Celpe 185
Gráfico 60 Reference comparison: Cemat – Ampla 186
Gráfico 61 Reference comparison: Cemat – Enersul 186
Gráfico 62 Margem de contribuição de input para o output: Celpe 2002 e Cemig
2004
235
Gráfico 63 Margem de contribuição de input para o output: Elektro 2004 e Elektro
2006
235
x
Gráfico 64 Margem de contribuição de input para o output: Enersul 2003 e Cemig
2005
236
Gráfico 65 Margem de contribuição de input para o output: Enersul 2002 e Cesp
2003
236
Gráfico 66 Margem de contribuição de input para o output: Celesc 2006 237
Gráfico 67 Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2002 237
Gráfico 68 Margem de contribuição de input para o output: Cemig 2002, Cemig
2003, Cemig 2006 e Copel 2004
238
Gráfico 69 Margem de contribuição de input para o output: Copel 2002 e Ampla
2006
238
Gráfico 70 Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2004 239
Gráfico 71 Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2003 e Enersul
2004
239
Gráfico 72 Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2005, Enersul
2005 e Enersul 2006
240
Gráfico 73 Margem de contribuição de input para o output: Cesp 2004, Cesp 2005
e Cesp 2006
240
Gráfico 74 Margem de contribuição de input para o output: Copel 2003, Ampla
2004, Ampla 2005 e CEB 2006
241
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade 24
Quadro 2 Indicadores sociais internos 43
Quadro 3 Indicadores sociais externos 44
Quadro 4 Indicadores ambientais 44
Quadro 5 Etapas e procedimentos do método de pesquisa 109
Quadro 6 Variáveis utilizadas na investigação 113
Quadro 7 Variáveis utilizadas na investigação 114
Quadro 8 Unidades participantes da segunda aplicação DEA 234
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Scores de eficiência para o período 2002-2006 131
Tabela 2 Scores de eficiência para o período 2002-2006 189
xiii
LISTA DE SIGLAS
Abradee – Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica
Abrinq – Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos
AD – Ativo Diferido
ADCE – Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas
AES SUL – AES SUL Distribuidora Gaúcha de Energia
AMAs – Acordos Multilaterais Ambientais
Ampla – Ampla Energia e Serviços
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Bovespa – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
CEB – Companhia Elétrica de Brasília
Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina
Celg – Companhia Elétrica de Goiás
Celpa – Centrais Elétricas do Pará
Celpe – Companhia Energética de Pernambuco
Cemat – Centrais Elétricas Matogrossenses
Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais
Cesp – Companhia Energética de São Paulo
CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
Coelba – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
Coelce – Companhia Energética do Ceará
Copel – Companhia de Energia Elétrica do Paraná
Cosern – Companhia Elétrica do Rio Grande do Norte
CSP – Custo dos Serviços Prestados
DEA – Análise por Envoltória de Dados
DMUs – Decision Making Units
Elektro – Eletricidade Serviços
Eletropaulo – AES Eletropaulo
Enersul – Empresa Energética do Mato Grosso do Sul
Escelsa – Espírito Santo Centrais Elétricas
EVA – Economic Value Added
FSM – Fórum Social Mundial
Gife – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas
xiv
Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais
IME – Investimento em Máquina e Equipamento
IRA – Investimento em Responsabilidade Ambiental
IRS – Investimento em Responsabilidade Social
IRSA – Investimento em Responsabilidade Socioambiental
ISO – International Organization for Standardization
Light – Light Serviço de Eletricidade
ME – Máquinas e Equipamentos
OCED – Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento
OMC – Organização Mundial do Comércio
ONU – Organização das Nações Unidas
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RGE – Rio Grande Energia
RS – Responsabilidade Social
RSA – Responsabilidade Socioambiental
RSC – Responsabilidade Social Corporativa
VA – Valor Atual
VE – Valor da Empresa
VPL – Valor Presente Líquido
VR – Valor Residual
xv
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................17
A Objetivos...........................................................................................................................19
B Justificativas......................................................................................................................21
CAPÍTULO 1: RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ................................................................22
1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................................................................22
1.1.1 Princípios da sustentabilidade .................................................................................28
1.2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DEFINIÇÕES E HISTÓRICO ................................29
1.2.1 Responsabilidade social no Brasil...........................................................................39
1.2.2 Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental........................................43
CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DE EMPRESA.....................................................................................45
2.1 CONCEITOS DE VALOR .....................................................................................................45
2.2 AVALIAÇÃO DE EMPRESA.................................................................................................47
2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESA ...........................................................................51
2.3.1 Modelo de avaliação patrimonial contábil...............................................................54
2.3.2 Modelo de avaliação patrimonial pelo mercado......................................................55
2.3.3 Modelo do valor presente dos dividendos...............................................................56
2.3.4 Modelo baseado no P/L de ações similares.............................................................56
2.3.5 Modelo de capitalização dos lucros.........................................................................57
2.3.6 Modelo dos múltiplos de faturamento.....................................................................58
2.3.7 Modelo dos fluxos de caixa descontados ................................................................58
2.3.8 Modelo do valor presente líquido............................................................................60
2.3.9 Modelo baseado no EVA.........................................................................................61
2.3.10 Modelo com base no valor das ações em bolsas de valores..................................62
2.4 TEORIAS DOS STAKEHOLDERS E SHAREHOLDERS...............................................................63
2.5 RELAÇÃO ENTRE DESEMPENHO FINANCEIRO E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ....70
CAPÍTULO 3: ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS .................................................................80
3.1 EFICIÊNCIA ......................................................................................................................80
3.2 ASPECTOS GERAIS HISTÓRICO, DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS...................................86
3.3 APLICAÇÃO DA ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS .....................................................89
3.3.1 Definição e seleção das DMUs................................................................................90
3.3.2 Seleção das variáveis de input e output...................................................................91
3.3.3 Aplicação dos modelos DEA...................................................................................93
xvi
3.4 A ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS E A REGRESSÃO LINEAR...................................100
3.5 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA DEA ...............................................................................102
CAPÍTULO 4: MÉTODO DA PESQUISA .......................................................................................106
4.1 DELIMITAÇÃO TEMPORAL DA PESQUISA.........................................................................106
4.2 DELIMITAÇÃO ESPACIAL DA PESQUISA...........................................................................107
4.3 PROCEDIMENTOS ...........................................................................................................109
4.3.1 Seleção das unidades analisadas............................................................................110
4.3.2 Pré-identificação das variáveis..............................................................................111
4.3.3 Coleta e organização dos dados.............................................................................115
4.3.4 Cálculo da variável Valor da Empresa (VE) .........................................................116
4.3.5 Seleção e validação das variáveis..........................................................................117
4.3.6 Construção do modelo...........................................................................................118
4.3.7 Discussão dos resultados obtidos ..........................................................................119
4.3.8 Organização dos gráficos da aplicação DEA ........................................................120
CAPÍTULO 5: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................123
5.1 STEPWISE........................................................................................................................123
5.1.1 Ano de 2002 ..........................................................................................................125
5.1.2 Ano de 2003 ..........................................................................................................126
5.1.3 Ano de 2004 ..........................................................................................................127
5.1.4 Ano de 2005 ..........................................................................................................128
5.1.5 Ano de 2006 ..........................................................................................................129
5.2 ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS APLICAÇÃO.................................................130
5.2.1 Análise horizontal..................................................................................................130
5.2.2 Análise vertical......................................................................................................188
5.3 ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS 2ª. APLICAÇÃO .................................................233
5.3.1 Input/Output contributions....................................................................................234
CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................242
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................255
APÊNDICE A.....................................................................................................................265
APÊNDICES B, C, D, E, F, G, H E I ...................................................................................286
APÊNDICES J, K, L E M....................................................................................................309
17
I
NTRODUÇÃO
As políticas públicas de matizes liberais vêm, cada vez mais, reduzindo o papel do
Estado e transformando-o naquilo que se convencionou chamar de Estado Mínimo, havendo
um enxugamento forçado da máquina estatal, onde não há mais lugar para o Estado
paternalista, das prestações sociais e o intervencionismo é substituído pelas iniciativas
privadas.
Assim, o primeiro setor, responsável até então pelas questões sociais, a partir da
concepção do Estado Mínimo, diminuiu a participação no âmbito social, surgindo, então, o
segundo setor, o setor privado, responsável por questões individuais, como uma nova
possibilidade para o atendimento das necessidades da sociedade. Contudo, vale observar que
o segundo setor atende ao ímpeto concentrador de renda e ao favorecimento das elites, o que
promove desigualdade social e, conseqüentemente, mais exclusão social.
Neste cenário, o acirramento da concorrência entre as empresas, causado por fatores
que influenciam de maneira direta o mundo dos negócios tais como a abertura dos mercados,
a adoção de novas tecnologias e a saturação dos mercados tradicionais têm gerado diversas
pressões para os empresários. Por um lado, segundo Chemawat (2000), é notável a pressão a
que as empresas estão submetidas para aumentar a produção e, além disso, para atingir os
padrões de qualidade que as coloquem numa boa posição no mercado, tornando-se, assim,
mais competitivas. Por outro lado, dá-se o surgimento de uma nova dimensão para o perfil
estratégico das empresas que, além de conviver com as pressões para a adoção de novos
18
padrões de eficiência e qualidade, devem responder pelo compromisso social, atendendo às
exigências da sociedade que mostra-se cada vez mais consciente e conhecedora dos seus
direitos. Este desafio social é expresso por demandas e expectativas fortes da sociedade que
têm gerado impacto direto nas atividades das empresas.
O conceito de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo é definir um modelo
econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar, ao mesmo tempo em que promove a coesão
social e impede a destruição do meio-ambiente, vem assumindo significativa importância no
meio empresarial.
As organizações, ao incorporarem esse conceito e se alinharem aos seus princípios
contribuem, por um lado, para a melhoria das suas relações com o ambiente interno e externo
e, por outro lado, passam a obter mais vantagens competitivas, gerando, assim, aumento no
valor da empresa. De acordo com Kotler (1997) a empresa se torna diferente quando
desenvolve seu caráter cívico, atraindo um número maior de consumidores.
É com base nessas possibilidades que a motivação passa a ser considerada um dos
requisitos indispensáveis para a adoção da sustentabilidade por parte do empresariado.
Segundo Hart e Milstein (2003), a maior parte dos empresários ainda não considera a
sustentabilidade como uma oportunidade multidimensional, mas sim como um incômodo
unidimensional. É necessário evidenciar, por meio de pesquisas nessa área, a importância de
que se revestem os múltiplos desafios associados à sustentabilidade para contribuir no
aumento do valor da empresa.
A análise que tem sido feita sobre a participação das empresas no atendimento de
necessidades públicas tem gerado polêmica. Friedman (1970) defende que a responsabilidade
pública por parte do empresariado diz respeito apenas ao pagamento de impostos e ao
cumprimento das leis. Contudo, Johnson (1971) defende a adoção da Responsabilidade
Socioambiental, argumentando que as responsabilidades empresariais não devem estar
19
limitadas a impostos e leis, até mesmo por uma questão de sobrevivência das empresas. A
postura social e ambientalmente responsável, por parte das empresas, pode trazer um
diferencial competitivo e um indicador de rentabilidade no longo prazo, uma vez que os
consumidores tendem a valorizar esse tipo de comportamento, preferindo os produtos de
empresas consideradas éticas. Já que as empresas éticas são aquelas que mantêm boas
relações com os clientes, fornecedores, funcionários, e com a comunidade onde atuam,
observando os limites sociais e ecológicos da área de influência. Ou seja, a empresa ética é a
que fomenta um ambiente cultural, tem um comprometimento social e respeita os limites
ecológicos.
Como é possível perceber, parece ser de fundamental importância a realização de
estudos sobre os investimentos em Responsabilidade Socioambiental, de maneira a
compatibilizar e a conciliar os interesses e estimular atitudes sustentáveis.
Um dos objetivos que deve orientar os estudos sobre esse tipo de investimento é
verificar se existe uma relação entre investimentos em Responsabilidade Socioambientais e
retorno financeiro empresarial. Em caso afirmativo, hipótese do presente trabalho, e se a
relação for do tipo diretamente proporcional, será possível sinalizar para os empresários o
quão lucrativo pode ser o comportamento sustentável, a partir de investimentos em programas
de Responsabilidade Socioambiental.
A Objetivos
De acordo com o que foi descrito anteriormente, o objetivo geral do presente trabalho
é identificar a relação entre investimentos em Responsabilidade Socioambiental e o
Valor da Empresa, em empresas distribuidoras de energia elétrica.
20
Para desenvolver a investigação a contento, o objetivo geral encontra-se decomposto
em objetivos intermediários, como descritos a seguir:
a) revisar a bibliografia relacionada aos conceitos e aos métodos utilizados, tais
como: Responsabilidade Socioambiental, Valor da Empresa e Análise por Envoltória
de Dados (DEA);
b) identificar, na literatura, as variáveis que possam contribuir para o aumento do
Valor da Empresa;
c) coletar os dados referentes às variáveis propostas (de input e output), para as
empresas selecionadas;
d) verificar o nível de associação entre as variáveis propostas.
O tratamento metodológico escolhido nesse estudo prevê que, no sentido de afirmar
uma relação diretamente proporcional entre investimentos em Responsabilidade
Socioambiental e Valor da Empresa, a pesquisa prossiga por meio das seguintes etapas:
a) identificar a margem de contribuição de cada uma das variáveis de input em
relação à variável de output Valor da Empresa;
b) subdividir o input Investimento Socioambiental em duas modalidades: o
investimento social e o investimento ambiental;
c) realizar uma segunda aplicação da técnica DEA, de maneira a identificar qual das
duas classes de investimentos citadas no item anterior tem margem de contribuição
mais significante sobre o Valor da Empresa.
21
B Justificativas
Busca-se, com esse trabalho preencher a lacuna, ainda existente, no âmbito da
pesquisa empírica, sobre a relação existente entre investimentos em ações de
Responsabilidade Socioambiental e o Valor da Empresa. Além da escassez de estudos sobre
esse tema, a importância, cada vez maior, que essas categorias vêm obtendo no ambiente
empresarial é outro fator que justifica a realização do presente trabalho.
Uma outra justificativa está relacionada à importância que esse tema vem adquirindo
nos fóruns de debates nacionais e internacionais, chegando ao ponto de despertar a atenção de
um órgão maior, como a International Organization for Standardization (ISO), para a
elaboração da norma ISO 26.000 que trata, especificamente, da Responsabilidade Social e que
será apresentada na sua forma completa no ano de 2008, fato que trará diversas implicações
para o ambiente dos negócios (CAJAZEIRA e BARBIERI, 2005).
22
CAPÍTULO 1: RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Com vistas a estabelecer um percurso teórico para alcançar os objetivos deste trabalho, neste
capítulo, alguns conceitos, considerados relevantes, serão definidos. Para dar início à
explanação sobre a Responsabilidade Socioambiental, categoria central da investigação é feita
no primeiro tópico uma revisão conceitual sobre o termo desenvolvimento sustentável. A
definição do conceito Responsabilidade Socioambiental e sua trajetória empresarial são
abordados no segundo tópico. Posteriormente a isso, são discutidas duas teorias que sustentam
este conceito mais abrangente, que são as Teorias dos Stakeholders e Shareholders.
1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Premidas pelas exigências do atual contexto econômico, as empresas identificaram a
necessidade de dispensar mais atenção às questões socioambientais. O advento da
globalização e a abertura dos mercados acarretaram o acirramento da concorrência entre estas
organizações, fazendo com que elas buscassem produzir em maior quantidade e com maior
qualidade. Contudo, as empresas passaram a sofrer pressão por parte da sociedade, uma vez
que a sua atuação tem provocado impactos não só no meio ambiente, mas também no âmbito
social. Assim, a idéia do desenvolvimento sustentável é um processo capaz de gerar riqueza e
bem-estar, ao mesmo tempo em que promove a coesão social e impede a destruição do meio-
ambiente, vem assumindo significativa importância no meio empresarial.
23
De acordo com Sachs (2000), o conceito desenvolvimento sustentável deveria se
desdobrado em socialmente includente, ambientalmente sustentável e economicamente
sustentado no tempo. No passado, desenvolvimento significava crescimento, qualquer forma
de avanço econômico, mesmo de forma desordenada e sem planejamento. Contudo, a partir
do conceito de desenvolvimento sustentável, o crescimento passou ser visto de outra maneira,
uma vez que o primeiro busca o crescimento econômico de uma forma alternativa, conciliado
às necessidades da sociedade.
Segundo Binswanger (in Cavalcanti, 1997), o conceito de desenvolvimento
sustentável deve ser considerado uma alternativa ao conceito de crescimento econômico,
qualificando o crescimento e reconciliando o desenvolvimento econômico com a necessidade
de se preservar o meio ambiente.
É importante ressaltar que existe uma confusão sobre a relação entre sustentabilidade e
desenvolvimento sustentável. De acordo com Silva et al. (2005, p.13), as diferenças entre
esses dois conceitos é assim definida:
As diferenças entre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável afloram não
como uma questão dicotômica, mas como um processo em que o primeiro se
relaciona com o fim, ou objetivo maior; e o segundo como meio. Todavia, esta
distinção está imersa em uma discussão ideológica que se insere em pensar algo
para o futuro ou em se preocupar com ações presentes e impactos no futuro.
O foco principal, ao se discursar e se preocupar com a sustentabilidade, está na
vinculação do tema ao lugar a que se pretende chegar; enquanto, com o
desenvolvimento, o foco está em como se pretende chegar.
(...) o presente para o processo de desenvolvimento e o futuro para a
sustentabilidade. São noções, na realidade, não contraditórias, mas complementares
e fundamentais para posicionar os grupos de discussão.
Assim, tem-se o desenvolvimento sustentável como o meio para que seja possível
obter equilíbrio entre o progresso, a industrialização, o consumo e a estabilidade ambiental,
com o objetivo a sustentabilidade e o bem-estar da sociedade
Almeida (2002) reconhece que, apesar do termo desenvolvimento sustentável ser
novo, o mesmo já se firmou a ponto de incorporar as dimensões econômica, ambiental e
24
social das ações do Homem. A gestão ambiental passou a ser uma tarefa de todos, evoluindo
para um conceito mais amplo, o da gestão da sustentabilidade.
Ficaram para trás os tempos de, primeiro, predomínio do econômico e indiferença
para com o ambiental; depois, preocupação exclusiva em proteger a natureza, da
qual o homem, com suas dores e necessidades, parecia alijado. No novo mundo
tripolar, o paradigma é o da integração de economia, ambiente e sociedade,
conduzida e praticada em conjunto por três grupos: empresários, governo e
sociedade civil organizada. (ALMEIDA, 2002, p. 23).
Nesse contexto, a preocupação central das empresas deve, portanto, ir além da
produção e geração de dividendos. Isso significa um maior envolvimento com as questões que
proporcionam o bem-estar de seus colaboradores, associado à preocupação com a comunidade
da qual fazem parte. Almeida (2002, p.65) afirma que no mundo sustentável “uma atividade –
a econômica, por exemplo – não pode ser pensada ou praticada em separado, porque tudo está
inter-relacionado, em permanente diálogo”.
O Quadro 1 resume as características que diferenciam o modelo cartesiano e o novo
modelo da sustentabilidade e auxilia na compreensão deste novo paradigma.
CARTESIANO SUSTENTÁVEL
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados
Preceitos éticos desconectados das práticas cotidianas Ética integrada ao cotidiano
Separação entre o objetivo e subjetivo Integração entre o objetivo e subjetivo
Seres humanos e ecossistemas separados, em uma
relação de dominação
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, em
uma relação de sinergia
Conhecimento compartimentado e empírico Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo
Relação linear de causa e efeito Relação não-linear de causa e efeito
Natureza entendida como descontínua, o todo
formado pela soma das partes
Natureza entendida como um conjunto de sistemas
inter-relacionados, o todo maior que a soma das partes
Bem-estar avaliado por relação de poder (dinheiro,
influência, recursos)
Bem-estar avaliado pela qualidade das inter-relações
entre os sistemas ambientais e sociais
Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
Análise Síntese
Centralização de poder Descentralização de poder
Especialização Transdisciplinaridade
Ênfase na competição Ênfase na cooperação
Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela sustentabilidade
Quadro 1 – Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade
Fonte: Almeida (2002)
25
A partir do Quadro 1 é possível perceber as características da mudança de paradigma
empresarial que ocorreria com a adoção da sustentabilidade pelas empresas. Questões como
ética, meio ambiente, qualidade de vida e limite tecnológico não eram devidamente
considerados no paradigma cartesiano, passariam a ser valorizados no paradigma da
sustentabilidade.
O termo desenvolvimento sustentável é definido pela World Commission on
Environment and Development (1987) como o desenvolvimento que busca a satisfação das
necessidades das gerações atuais sem comprometer a habilidade das gerações futuras de
satisfazer suas próprias necessidades. Segundo Gladwin; Kennelly e Krause (1995), o
desenvolvimento sustentável é um processo para se alcançar o desenvolvimento humano de
uma maneira inclusiva, interligada, igualitária, prudente e segura.
Assim, com base na classificação de Elkington (1994), uma empresa sustentável é
aquela que contribui para o desenvolvimento sustentável ao gerar, simultaneamente,
benefícios econômicos, sociais e ambientais, conhecidos como o triple bottom line, os três
pilares do desenvolvimento sustentável.
Elkington (1997) cunhou a expressão triple bottom line que se tornou popular no
ambiente dos negócios com a divulgação do seu livro naquele mesmo ano. Com essa
expressão o autor indica que a atuação das empresas deve atender a integração das dimensões
sociais e ambientais nas estratégias econômicas.
A partir disso, segundo Kraemer (2005), “a ordem é a busca do desenvolvimento
sustentável, que em três critérios fundamentais devem ser obedecidos simultaneamente:
equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica”.
A Figura 1 representa o desenvolvimento sustentável, ilustrando os três pilares
necessários, o triple bottom line, para que seja alcançada a sustentabilidade. A idéia do
desenvolvimento sustentável indica que, para alcançar um bom desempenho, a empresa não
26
deve se limitar apenas ao aspecto financeiro, que deve ser considerado. Para garantir sua
permanência no mercado, é necessário que os aspectos sociais e ambientais também sejam
levados em consideração no momento do planejamento estratégico e da tomada de decisão.
Figura 1 - Desenvolvimento Sustentável - Tripé da sustentabilidade empresarial
Fonte: COPESUL (2006)
A World Commission on Environment and Development (1987) criou o conceito de
ecoeficiência que é definida a partir da idéia de produzir mais e melhor com menos, ou seja,
produzir mais produtos com maior qualidade, utilizando menos recursos naturais e causando
menos impactos ambientais negativos.
A responsabilidade social (RS) é definida como a atenção dada pelas empresas às
questões sociais do ambiente em que está inserida
De acordo com Almeida (2002), esses dois conceitos são necessários na orientação
que as empresas devem seguir para alcançar a sustentabilidade.
Pode-se afirmar que um dos requisitos indispensáveis para a adoção da
sustentabilidade por parte do empresariado é a motivação. Segundo Hart e Milstein (2003), a
maior parte dos empresários ainda não vê a sustentabilidade como uma oportunidade
multidimensional, mas sim como um incômodo unidimensional. A tarefa atual dos
27
pesquisadores atual consiste em evidenciar a importância de que se revestem os múltiplos
desafios associados à sustentabilidade para contribuir no aumento do valor da empresa.
Ainda segundo Hart e Milstein (2003), há quatro conjuntos de elementos motivadores
para a sustentabilidade. O primeiro relaciona-se com a crescente industrialização e suas
conseqüências, como consumo de matéria prima, poluição e geração de resíduos, sem perder
de vista que o cuidado com essas questões é crucial para o desenvolvimento sustentável. O
segundo conjunto de elementos motivadores está relacionado à proliferação e à interligação
dos stakeholders (grupos de interesse) que fazem com que as empresas funcionem de maneira
responsável e transparente, objetivando a formação de uma base de stakeholders bem
informada e ativa. O terceiro conjunto de motivadores para a sustentabilidade diz respeito às
tecnologias emergentes, na medida em que elas oferecem soluções inovadoras e podem tornar
obsoletas as bases das indústrias que usam energia e matéria-prima de forma intensiva. E, por
fim, o quarto conjunto de motivadores, de cunho social, que diz respeito ao aumento da
população, da pobreza e da desigualdade social, que vem acarretando, como conseqüência, a
decadência social.
Além desses motivadores para a sustentabilidade indicados por Hart e Milstein, é
possível indicar outros fatores que motivam a prática do desenvolvimento sustentável. Assim,
pode-se afirmar que a redução de desperdícios e de perdas materiais implica na redução de
custos e aumento dos lucros e por isso são considerados fatores motivacionais.
É interessante notar que a atenção por parte dos empresários a esse conjunto de
motivadores pode ser vista como oportunidades para que as empresas tenham seu valor de
mercado aumentado, segundo Hart e Milstein (2003). As empresas ao assumirem o
desenvolvimento sustentável contribuem para a melhoria das suas relações com o seu
ambiente interno e externo, obtendo vantagens por isso.
28
Uma análise detalhada do tripé da sustentabilidade, definido anteriormente, possibilita
fazer, na compreensão de Fossá (2006), um levantamento das necessidades socioambientais,
com focos na busca do equilíbrio de seus entornos social, ambiental e econômico, por meio de
elaboração de políticas públicas tanto referente aos direitos humanos quanto ao
desenvolvimento social, com o objetivo de influenciar as empresas a minimizar qualquer dano
proveniente de sua atuação.
1.1.1 Princípios da sustentabilidade
O termo princípio se refere às proposições que são admitidas e inquestionáveis,
adotadas, provisoriamente, como norma ou ensinamento. De acordo com Milanez (2002), o
princípio permite que as pessoas tenham suas ações orientadas, mas é preciso que esses
princípios sejam compreendidos pela comunidade, caso contrário eles não vão exercer
influência nas atitudes das pessoas. O autor afirma que o conceito de sustentabilidade possui
princípios e quatro deles serão tratados a seguir.
a) Princípio precautório: de acordo com a Organização das Nações Unidas - ONU
(1996), esse princípio determina que onde houver possibilidade de prejuízos sérios
à saúde dos seres vivos, a ausência de certeza científica não deve adiar medidas
preventivas;
b) Princípio preventivo: para a ONU (1996), os riscos e os danos ambientais
devem ser evitados o máximo possível, devendo ser avaliados previamente com o
objetivo de escolher a solução adotada;
c) Princípio compensatório: segundo a ONU (1997), compensações a vítimas de
poluição e outros danos ambientais deve estar previstas na legislação;
29
d) Princípio do poluidor pagador: para a ONU (1997), os custos da remediação
ambiental e das medidas compensatórias devem ser arcados pelas partes
responsáveis.
A partir do estudo desses princípios, é possível reafirmar a idéia da sustentabilidade,
ou seja, da busca do crescimento econômico sem desconsiderar as questões ambientais e
sociais, que passaram a influenciar o comportamento das empresas.
1.2
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DEFINIÇÕES E HISTÓRICO
A abordagem clássica da RS das grandes empresas foi feita em 1899 por Andrew
Carnegie, fundador do conglomerado U.S Steel Corporation, no livro “O Evangelho da
Riqueza”. A compreensão de Carnegie se baseava em dois princípios: o princípio da caridade
e o princípio da custódia, ambos com forte matiz paternalista. O primeiro deles determinava
que as pessoas mais afortunadas da sociedade ajudassem aos menos afortunados, e o segundo
exigia que as empresas e os ricos se vissem como zeladores, mantendo suas propriedades em
custódia para benefício da sociedade como um todo.
De acordo com Carroll (1999), entre os anos de 1950 e 1960 esses princípios ainda
eram amplamente aceitos nas empresas americanas, à medida que mais e mais organizações
passaram a admitir a idéia de que “o poder traz responsabilidade”. Até as empresas que não
adotavam esses princípios percebiam que se não aceitassem as responsabilidades sociais por
sua livre vontade, seriam obrigadas a aceitá-las por imposição do governo.
Vale observar, contudo, que a expressão RS veio adquirindo, ao longo dos últimos 50
anos, as mais variadas definições. O conceito de RS proposto por Bowen
1
(1953 apud
CARROLL,1999, p.270) inspirou novas idéias sobre esse tema ao apresentar uma primeira
1
BOWEN, H.R. (1953). Social responsibilities of the businessman. New York: Harper & Row. Apud CARROLL, A.B.
(1999). Corporate social responsibility. Business and Society, Chicago, v.38, n.3,p.268-295, Sept.
30
definição para as responsabilidades sociais: “[...] obrigações dos homens de negócios em
perseguir as políticas, a tomar decisões ou a seguir linhas de ação que fossem desejáveis em
termos de objetivos e vantagens para a sociedade”. Este conceito, que enxergava as empresas
como reflexo dos “objetivos e vantagens” sociais, se contrapunha com os princípios da
caridade e da custódia.
Segundo Carroll (1999), a década de 50, do séc. XX, pode ser considerada como o
ponto inicial das discussões sobre a RS dos negócios. Para Carroll (1999), Bowen foi o
principal responsável pelo início do debate acerca da RS para o ambiente empresarial, com o
questionamento de quais responsabilidades os Homens de negócios deveriam assumir com a
sociedade.
Foi na década de 1960, entretanto, que a definição de Davis (1960) sobre RS
expandiu-se e assumiu contornos mais claros. Nela, a RS refere-se às decisões e ações,
tomadas pelos Homens de negócios, por razões que vão além dos interesses econômicos e
técnicos diretos. Nessa mesma linha, McGuire (1963) afirmou que a utilização da RS supõe
que as empresas não possuem apenas obrigações econômicas e legais, mas também
responsabilidades com a sociedade.
A partir da década de 1970, pode-se notar a proliferação de definições conceituais do
termo RS. Uma destas definições é atribuída a Johnson (1971, p.50):
Uma empresa socialmente responsável é aquela em que os administradores
balanceiam uma multiplicidade de interesses. Ao invés de esforçarem-se somente
por maiores lucros aos seus acionistas, uma organização responsável deve também
considerar os empregados, fornecedores, intermediários, comunidades locais e a
nação.
Contudo, na evolução da idéia de RS ocorreu um momento em que estudiosos
acreditavam que o suprimento das necessidades comunitárias por meio de ações sociais
organizadas cabia ao governo, às igrejas, aos sindicatos e às organizações não-
governamentais, isentando-se, assim, as corporações. As empresas, portanto, segundo esses
31
estudiosos, deveriam satisfazer apenas aos interesses dos acionistas. Para se ter uma idéia
desse processo evolutivo é oportuna a citação seguinte:
Há uma, e apenas uma, responsabilidade social das empresas: usar seus recursos e
sua energia em atividades destinadas a aumentar seus lucros, contanto que
obedeçam as regras do jogo (...) [e] participem de uma competição aberta e livre,
sem enganos e fraudes (...) (FRIEDMAN
2
, 1970, apud STONER e FREEMAN,
1985, p.73).
Contudo, foi apenas no final da década de 1970 que surgiu uma das mais importantes
contribuições teóricas sobre o termo RS. Carroll (1979) formulou a sua compreensão de RS
em quatro categorias de responsabilidade, assim definidas:
a) responsabilidades econômicas: tidas como fundamentais e sendo a base para
todas as outras, constitui-se no principal tipo de responsabilidade encontrada na
empresa, uma vez que os lucros são considerados a maior razão pela qual a
empresa existe e, segundo Friedman
3
(1970, apud STONER e FREEMAN,1985),
esta abordagem indica que o ganho econômico é a única RS;
b) responsabilidades legais: definidas como parte integrante do contrato social
entre empresa e sociedade, segundo Daft (1999), e com base nelas espera-se que
as empresas sejam responsáveis pela observância das leis municipais, estaduais e
federais, por parte dos seus funcionários, como também que as empresas atinjam
suas metas econômicas dentro da estrutura legal e das exigências legais que são
impostas pelos órgãos regulamentadores;
c) responsabilidades éticas: apesar de não serem necessariamente especificadas
em leis e regulamentações, são esperadas pelos membros da sociedade em relação
às empresas em que, segundo Daft (1999), deve ser eliminado o comportamento
antiético, que acontece quando decisões permitem a um indivíduo ou empresa
2
FRIEDMAN, R.E. (1970). The Social responsibility of business is to increase its profits. New York Times Magazine,
New York, p 122-126. Apud STONER, J.A.F.; FREEMAN, R.E. (1985). Administração. 5.ed. Rio de Janeiro: Prentice-
Hall do Brasil.
3
id ibid
32
obter vantagem à custa da sociedade e, com base nelas, o comportamento ético
por parte dos tomadores de decisão deve ser balizado pela eqüidade, justiça e
imparcialidade, além do respeito aos direitos individuais;
d) responsabilidades discricionárias: são aquelas que os negócios têm a liberdade
de assumir ou não, tendo natureza voluntária por parte das empresas, orientada
pelo desejo da organização em fazer uma contribuição social não imposta pela
economia, pela lei ou pela ética, de acordo com Daft (1999), e nas quais a
responsabilidade discricionária inclui doações a obras beneficentes, contribuição
financeira para projetos comunitários ou instituições de caridade, que não
oferecem retornos para a empresa.
Baseado na sua compreensão e nessas quatro categorias de RS, Carroll (1979, p.500)
define que: “A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) dos negócios abrange as
expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade possui em relação às
organizações em determinado período de tempo”.
A Figura 2 ilustra os quatro tipos de RS da empresas de acordo com o modelo
piramidal de Carrol (1979). Segundo Daft (1999, p.90): “as responsabilidades são ordenadas
da base para o topo em função da sua magnitude relativa e da sua freqüência dentro da qual os
gerentes lidam com cada aspecto”.
33
Figura 2 - Os quatro tipos de responsabilidade social
Total Responsabilidade Social da Organização
Fonte: Carroll (1979).
Para alguns estudiosos, como, por exemplo, Almeida (2002), não há uma definição
que seja universalmente aceita para a expressão contida na sigla RSC. Para ele, o ideal é
expressar aquilo que não é RSC: “RSC não é filantropia. Nem mera ferramenta de marketing.
Nem simplesmente cumprimento das leis e regulamentos. É mais do que isso” (ALMEIDA,
2002, p. 135).
Em suma, RSC é o comprometimento das empresas em assumir procedimentos éticos
para o alcance do desenvolvimento econômico, não desprezando a preocupação com a
qualidade de vida de todos os grupos que são influenciados pela ação das empresas.
De acordo com Drucker (1984, p.62):
(...) a própria ‘Responsabilidade Social’ do negócio é domesticar um dragão, ou
seja, transformar um problema social em uma oportunidade econômica e benefício
econômico, em capacidade produtiva, em competência humana, em empregos que
pagam bem, e em riqueza.
RESPONSA-
BILIDADE
DISCRICIONÁRIA
CONTRIBUIR PARA A
COMUNIDADE E
QUALIDADE DE VIDA
RESPONSABILIDADE ÉTICA
S
ER ÉTICO. FAZER O QUE É CERTO.
EVITAR DANO.
R
ESPONSABILIDADE LEGAL
O
BEDECER À LEI
RESPONSABILIDADE ECONÔMICA
S
ER LUCRATIVA
34
Segundo Carroll (1999), as décadas de 1970 e 1980 foram embaladas com a
preocupação de como e quando a empresa teria o dever de responder sobre suas obrigações
sociais. Naquele período começou a ser desenvolvida a ética empresarial e esta questão foi
consolidada como campo de estudo, objetivando estruturar a disciplina ética empresarial. A
partir disso, conferências foram convocadas para discutir assuntos sobre responsabilidades
sociais e as questões morais e éticas no ambiente dos negócios.
Essa doutrina foi sendo difundida na Europa, tanto no âmbito empresarial quanto no
âmbito acadêmico, ainda de acordo com Carroll (1999). O autor afirma que na Alemanha
assistiu-se a um rápido desenvolvimento do tema, podendo ser notada a integração dos
balanços financeiros com os objetivos sociais em cerca de 200 das maiores empresas do país.
Contudo, foi na França que ocorreu o primeiro marco oficial na formalização do assunto RS,
quando as empresas foram obrigadas a publicar balanços periódicos de seu desempenho social
no que dizia respeito à mão-de-obra e às condições de trabalho.
Posteriormente, na década de 1990, com o interesse despertado e com uma maior
participação de autores na questão da RS, temas alternativos continuaram surgindo no campo
da RS, como desempenho social corporativo, Teoria dos Stakeholders, teoria ética dos
negócios e cidadania corporativa. (CARROLL, 1999).
Com o passar dos anos, as empresas aumentaram a sua preocupação com as questões
sociais, nem sempre bem aceitas por parte do empresariado, principalmente no tocante à idéia
de que as empresas deveriam destinar parte de seus recursos econômicos para ações que
trouxessem benefícios para a sociedade. A concepção trazida pela RS supõe que a empresa
tenha não apenas obrigações legais e econômicas, mas também responsabilidade para com a
sociedade, que vai além das obrigações citadas.
Assim, Montana e Charnov (1998) e Donnelly, Gibson e Ivancevich (2000) afirmam
que existem três níveis diferentes de RS de empresas. Eles se configuram na diferença entre a
35
ausência de RS, exceto da exigida por lei, e a adoção de uma postura socialmente responsável
mais ampla, são eles:
a) obrigação social: é quando o comportamento socialmente responsável da
empresa é em busca do lucro dentro das restrições legais impostas pela sociedade,
a empresa estaria cumprindo sua RS no momento que cria bens e serviços em
troca de lucros, dentro dos limites da lei, segundo Donnelly, Gibson e Ivancevich,
(2000), essa idéia está voltada ao economista Friedman e seus seguidores que
afirmam que o benefício dado à sociedade pelas empresas é a criação de novos
empregos, pagamento de salários justos e suas condições de trabalho, além do
pagamento de impostos;
b) reação social: as empresas são consideradas reativas, e quando pressionadas
por grupos como associações comerciais, sindicatos, ativistas sociais,
consumidores, elas reagem, para o atendimento dessas pressões e na maioria dos
casos em que as empresas assumem essa linha elas procuram o atendimento das
responsabilidades econômicas, legais e éticas, tendo noção que pode ser
destrutivo, a longo prazo, ignorar problemas sociais;
c) sensibilidade social ou pró-atividade social: comportamentos socialmente
responsáveis mais antecipadores e preventivos ao invés de reativos e reparadores,
os atos vão além da mera obrigação e reação social, procurando formas de
resolver problemas sociais de forma pró-ativa, segundo Donnelly, Gibson e
Ivancevich (2000), a pró-atividade social coloca os gestores e as organizações
numa posição de responsabilidade longe da tradicional perspectiva de mera
preocupação com meios e fins econômicos.
36
A Figura 3 ilustra as três abordagens da RS definidas anteriormente. No círculo menor
é ilustrada a obrigação social, o círculo do meio representa a reação social e o círculo maior, a
sensibilidade social.
Figura 3 - As três abordagens da responsabilidade social
Fonte: Montona e Charnov (1998)
De acordo com Aguiar (2002), a idéia da compatibilização que deve haver entre o
desenvolvimento econômico e o meio ambiente se tornou significativa a partir da década de
70, a partir desse momento eventos internacionais foram realizados, contribuindo
efetivamente para a consagração de um modelo de desenvolvimento novo.
Contudo, foi a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992,
que foi instaurada nas agendas nacionais e internacionais a proposta do desenvolvimento
sustentável. Este foi um importante evento no âmbito da ONU, tanto no que diz respeito ao
número de participantes, quanto na abrangência dos temas tratados (AGUIAR, 2002).
Para Aguiar (2002), a cronologia de ações mundiais para o fortalecimento do conceito
de desenvolvimento sustentável foi a seguinte: em 1972 foi realizada a Conferência de
Estocolmo na Suécia com a participação de 113 nações; em 1983 foi criada, pelas Nações
Unidas, a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento; em 1992 foi realizada a
Eco-92 no Rio de Janeiro com a participação de 178 nações e, por fim, em 1997 foi realizada
Abordagem da Obrigação Social
Abordagem da Reação Social
Abordagem da Sensibilidade Social
37
em Nova Iorque o Rio + 5, reunião da Comissão de Desenvolvimento Sustentável com a
participação de 53 nações.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é mais uma
iniciativa da ONU que se constitui em uma rede global presente em 166 países. De acordo
com Aguiar (2002), o principal objetivo é o combate à pobreza, contando com o apoio do
governo, das empresas e da sociedade civil.
Além das iniciativas referentes ao alcance da sustentabilidade é percebida também a
participação da Organização Mundial do Comércio (OMC) no sentindo de conduzir os
Acordos Multilaterais Ambientais (AMAs), acordos internacionais com o objetivo de tentar
solucionar problemas ambientais.
Segundo Ngobese (1999), e de acordo com a OMC, são cerca de 24 acordos
ambientais que exercem influência no mercado, merecem destaques os seguintes:
1. Convenção da Basiléia, que controla o comércio e transportes de resíduos
tóxicos (1989);
2. Convenção Internacional de comércio de espécies ameaçadas (1973);
3. Protocolo de Montreal, voltado para a proteção da camada de ozônio (1987);
4. Protocolo de persistência de poluentes orgânicos (1990);
5. Protocolo de Quioto que trata de redução das emissões de carbono (1997).
No final da década de 1990, o Secretário Geral da ONU, Sr. Kofi Annan, lançou o
Compacto Global, no qual solicitava aos dirigentes do mundo dos negócios que instalassem
um conjunto de nove princípios sobre questões dos direitos humanos, trabalhistas e
ambientais. Assim, em junho de 2000, foi aprovada pelos Ministros da Organização para
Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCED), uma versão revisada das Diretrizes para
Empresas Multinacionais, que cobrem atividades de empresas multinacionais, operando em
38
29 países-membros da OCED e atendendo a princípios voluntários e padrões de conduta de
responsabilidade corporativa em áreas como o meio ambiente, condições de trabalho e
direitos humanos.
A Comissão das Comunidades Européias (2001, p. 3-4), em julho de 2001, reunida na
Bélgica, apresentou o Livro Verde à comunidade internacional com este título: “Promover um
quadro europeu para a responsabilidade social das empresas”. Este livro lançou um amplo
debate quanto às formas de promoção da RS pelas empresas da União Européia tanto no que
diz respeito ao âmbito europeu, quanto ao âmbito internacional.
No período de 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2002 foi realizado em Porto Alegre
(RS) o 2° Fórum Social Mundial (FSM). Naqueles seis dias reuniram-se movimentos sociais,
Organizações Não-Governamentais e cidadãos de todas as partes do planeta para discutir
problemas, soluções e adotar estratégias comuns. Foram abordados temas como a
globalização e suas conseqüências, a superação da pobreza, a proteção do meio ambiente e
dos direitos humanos, a saúde, a educação, a cultura e RS. Segundo Lisboa (2002), “o Fórum
Social Mundial discutiu de tudo e com todos”.
De acordo com Barich e Srinivasan (1993), a boa reputação pode ser considerada uma
vantagem competitiva e um fator importante de diferenciação e de preferência dos
consumidores.
Assim, a boa reputação, a partir de práticas socioambientalmente corretas, segundo
Roberts e Dowling (2000), pode ser assumida como uma estratégia empresarial em busca do
aumento do valor da empresa.
Assim, pode ser observado que a responsabilidade socioambiental vem obtendo
espaço importante no ambiente empresarial internacional. A idéia do comprometimento por
parte dos empresários em se posicionar eticamente diante das tomadas de decisão, juntamente
com as exigências da sociedade, faz com que cada vez mais seja observado em todo o mundo
39
que as ações em responsabilidade socioambiental têm tido forte repercussão no mundo dos
negócios.
1.2.1 Responsabilidade social no Brasil
No Brasil, a RS começou a ser discutida na década de 1960 com a criação da
Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). Esta associação tinha como
princípio básico a idéia de que a empresa possui não apenas a função de produzir bens e
serviços mas também a função social, que deve ser realizada em nome dos trabalhadores e do
bem-estar da comunidade (FREIRE, 1999).
De acordo com Freire (1999), apenas em 1977, embora a idéia já motivasse
discussões, a RS mereceu destaque a ponto de ser tema central do 2° Encontro Nacional de
Dirigentes de Empresas. No ano de 1984 ocorreu a publicação do primeiro balanço social de
uma empresa brasileira, a Nitrofértil.
Prevalece entre os estudiosos do assunto a compreensão de que balanço social
constitui-se numa ferramenta importante para que seja verificada a ação social das empresas,
como se deduz da citação seguinte:
O balanço social é um instrumento para que a empresa possa fazer a apresentação
de suas contas de sua responsabilidade social. Também pode se dizer que é um
conjunto de informações que pode ou não ter origem na contabilidade financeira e
tem como principal objetivo demonstrar o grau de envolvimento da empresa em
relação à sociedade que a escolhe, devendo ser entendido como um grande
instrumento no processo de reflexão sobre as atividades das empresas e dos
indivíduos no contexto da comunidade como um todo (FREIRE, 1999, p.18).
Contudo, foi apenas na década de 1990 que o movimento da responsabilidade social
empresarial ganhou forte impulso no Brasil, por meio da ação de entidades não
governamentais, institutos de pesquisa e empresas que estavam sensibilizadas para a questão.
Em 1992, o Banco do Estado de São Paulo (Banespa) publicou um relatório completo,
divulgando todas as suas ações sociais e a partir disso, segundo Caetano e Fistarol (2004),
40
muitas empresas de setores diversos passaram a levar a sério a questão social e a divulgar
balanços e relatórios das ações que foram realizadas em relação à comunidade, ao meio
ambiente e aos seus funcionários.
Em 1993, o sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido por Betinho, juntamente com
o Instituto Brasileiro de Análises Sociais (Ibase), lançou a Campanha Nacional da Ação da
Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, sendo este evento considerado o marco
inicial da aproximação das empresas com as ações sociais.
A participação das empresas privadas, nos últimos anos, em questões públicas tem
sido cada vez mais discutida. Muitas empresas procuram formas de disseminar a atuação
socialmente responsável. De acordo com Passador (2002), o Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas (Gife), criado em 1995, foi a primeira entidade a se preocupar com as questões
sociais, adotando o termo cidadania empresarial para as atividades que as organizações
realizassem com o objetivo de melhoria da sociedade.
Segundo Passador (2002), Betinho, o fundador do Ibase, no ano de 1996 lançou a
campanha que convocou os empresários a um maior engajamento e participação na promoção
de melhorias de vida da sociedade, apresentando a idéia da elaboração e divulgação do
Balanço Social Brasileiro, instrumento esse que já era utilizado na França desde o ano de
1977.
Posteriormente, no ano de 1997, foi lançada por Betinho uma campanha nacional a
favor da divulgação do balanço social, contando com o apoio de lideranças empresariais, da
Comissão de Valores Mobiliários, do jornal gazeta Mercantil, de empresas e de suas
instituições representativas.
Ainda em 1997 foi lançado pelo Ibase, em parceria com a Gazeta Mercantil, o Selo do
Balanço Social com o objetivo de estimular a participação das empresas, uma vez que o selo é
concedido às empresas que publicam o balanço social no modelo sugerido pelo Ibase.
41
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social foi fundado em 1998 por
Oded Grajew, com o objetivo de reunir empresas preocupadas em praticar suas funções de
maneira ética e com RS e em disseminar a prática social por meio de publicações,
experiências vivenciadas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e incentivando a
formação de uma cultura dos negócios fundada na ética, princípios e valores morais. Em
1999, foi possível verificar a adesão de 68 empresas ao movimento social, publicando seus
balanços sociais no Brasil.
Segundo Grajew (2001, p.2), responsabilidade social é:
(...) a atitude ética da empresa em todas as suas atividades. Diz respeito às
interações da empresa com funcionários, fornecedores, clientes, acionistas,
governo, concorrentes, meio ambiente e comunidade. Os preceitos da
responsabilidade social podem balizar, inclusive, todas as atividades políticas
empresariais.
O destaque conquistado pela RS devido, principalmente, à crescente cobertura da
mídia acerca da atuação empresarial no meio social, por meio de inúmeros projetos e
programas, tem estimulado a adoção desse conceito no Brasil de forma mais incisiva. O
assunto vem ganhando evidência na mídia nacional, assim como proliferam debates,
seminários, prêmios e publicações relacionados a ele. Contudo, devido à inconsistência
teórica do próprio tema RS, o trabalho realizado pela mídia distorce esse termo, chegando,
mesmo, a fragilizá-lo. Assim, Fischer (2003, p.14) destaca que:
[...] essa excessiva exposição pode levar a uma mistura de ‘alhos com bugalhos’, na
qual quaisquer tipos de iniciativas podem ser catalogadas como atuação social,
quando nada mais são do que instrumentos de marketing institucional e/ou da
política de benefícios da empresa.
Vale registrar que, em 2000, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) divulgou um relatório no qual estão relacionadas empresas e RS,
identificando a existência de ganhos de reputação positiva (BNDES, 2000).
Um dos motivos para a tomada de fôlego da RS no Brasil e o seu crescimento,
segundo Passador (2002), é a falta de atuação do Estado no atendimento às questões sociais,
42
em decorrência da falência do Estado do bem-estar social, principal provedor de serviços
sociais aos cidadãos. Com o apogeu do liberalismo, e a concepção do Estado mínimo, o
primeiro setor foi paralisado, surgindo, assim, o segundo setor com a idéia de atender às
necessidades da sociedade. Contudo, o ímpeto concentrador de renda, o favorecimento das
elites, a promoção da desigualdade social e a exclusão social, fizeram surgir a nova ordem
social, tendo como principal base a estruturação e o funcionamento do Terceiro Setor, privado
com fins públicos. Segundo o BNDES (2000, p.12), “é no espaço do Terceiro Setor e na
organização de empresas associadas, voltadas para a disseminação de práticas socialmente
responsáveis, que se observa a atual visibilidade da participação das empresas no campo
social”. Configura-se, assim, a situação em que o Estado brasileiro acaba obtendo parceiros
para o atendimento às necessidades da sociedade.
Observa-se que muitas empresas realizam ações sociais no Brasil, entretanto, como
assinala Passador (2002), os empresários consideram, em sua grande maioria, que as empresas
possuem dimensões sociais e econômicas bem definidas. Contudo, a dimensão social só pode
ser planejada após uma condição econômica satisfatória.
Para Caetano e Fistarol (2004), a prática da responsabilidade precisa ser cada vez mais
incentivada e ampliada. Ainda segundo Caetano e Fistarol (2004, p.13), o Ibase e o Instituto
Ethos insistem nisso, já que acreditam que “a parceria entre empresas, governo e sociedade
seja fundamental para reduzir a pobreza e a injustiça social”. Diante desse contexto instalou-
se no Brasil um ambiente propício para um melhor aprofundamento do debate empírico
referente ao tema RS uma vez que ele ainda é incipiente e inovador conforme assinala Fischer
(2003, p. 21):
[...] a Responsabilidade Social é tomada como um conceito amplo, no qual a
empresa, preservando seus compromissos de negócio, cria métodos, planos e
incentivos, para que, interna e externamente, consiga colaborar com as expectativas
de equilíbrio e justiça da sociedade, excedendo as funções que estão estabelecidas
em lei e os próprios interesses inerentes aos seus negócios.
43
1.2.2 Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental
De acordo com o modelo divulgado pelo Ibase (2008), foi possível especificar o que é
responsabilidade social e o que é responsabilidade ambiental.
O Ibase (2008) estabelece dois tipos de indicadores referentes à responsabilidade
social, indicadores internos e indicadores externos; no que diz respeito à responsabilidade
ambiental é denominado indicadores ambientais.
Os indicadores sociais internos se referem aos investimentos que são realizados para
atender aos seus funcionários, dependentes ou aposentados e podem ser: alimentação,
previdência privada, saúde, educação, cultura, capacitação e desenvolvimento profissional,
crecher ou auxílio-creche, participação nos lucros ou resultados e outros benefícios. Esse
indicadores podem ser esclarecidos a partir do Quadro 2.
Alimentação Gastos com restaurante, vale-refeição, lanches, cestas
básicas e outros relacionados à alimentação de
empregados(as)
Previdência privada Planos especiais de aposentadoria, fundações
previdenciárias, complementações de benefícios a
aposentados(as) e seus dependentes
Saúde Plano de saúde, assistência médica, programas de
medicina preventiva, programas de qualidade de vida e
outros gastos com saúde, inclusive de aposentados(as)
Educação Gastos em ensino regular em todos os níveis, reembolso de
educação, bolsas, assinaturas de revistas, gastos com
biblioteca (excluído pessoal) e outros gastos com educação
Cultura Gastos com eventos e manifestações artísticas e culturais
(música, teatro, cinema, literatura e outras artes)
Capacitação e desenvolvimento profissional Recursos investidos em treinamentos, cursos, estágios
(excluído os salários) e gastos voltados especificamente
para capacitação relacionada com a atividade desenvolvida
por empregados(as)
Creches ou auxílio-creche Creche no local ou auxílio-creche a empregados(as)
Participação nos lucros ou resultados Participações que não caracterizem complemento de
salários
Outros benefícios Seguros (parcela paga pela empresa), empréstimo (só o
custo), gastos com atividades recreativas, transportes,
moradia e outros benefícios oferecidos a empregados(as)
podem ser aqui enumerados
Quadro 2 – Indicadores sociais internos
Fonte: Ibase (2008)
44
Os indicadores sociais externos é a parcela que contempla o público externo e diz
respeito ao total das contribuições para a sociedade e os tributos (excluídos encargos sociais),
esses indicadores estão apresentados no Quadro 3.
Total das contribuições para a sociedade Somatório dos investimentos na comunidade que aparecem
discriminados
Os itens na tabela aparecem como indicação de setores
importantes onde a empresa deve investir (como habitação,
creche, lazer e diversão, por exemplo). Porém podem aparecer
aqui somente os investimentos focais que a empresa realiza
regularmente
Tributos (excluídos encargos sociais) Impostos, contribuições e taxas federais, estaduais e municipais
Quadro 3 – Indicadores sociais externos
Fonte: Ibase (2008)
E, por último, os indicadores ambientais se referem aos investimentos relacionados
com a produção/operação da empresa, investimentos em programas/projetos externos e as
metas anuais, a apresentação desses indicadores é feita no Quadro 4.
Investimentos relacionados com a
produção/operação da empresa
Investimentos, monitoramento da qualidade dos
resíduos/efluentes, despoluição, gastos com a introdução de
métodos não-poluentes, auditorias ambientais, programas de
educação ambiental para os(as) funcionários(as) e outros gastos
com o objetivo de incrementar e buscar o melhoramento
contínuo da qualidade ambiental na produção/operação da
empresa
Investimento em programas/projetos externos Despoluição, conservação de recursos ambientais, campanhas
ecológicas e educação socioambiental para a comunidade
externa e para a sociedade em geral
Metas anuais Resultado médio percentual alcançado pela empresa no
cumprimento de metas ambientais estabelecidas pela prória
corporação, por organizações da sociedade civil e/ou or
parâmetros internacionais como o Global Reporting Initiative
(GRI)
Quadro 4 – Indicadores ambientais
Fonte: Ibase (2008)
A partir desses quadros foi possível estabelecer a delimitação de cada um dos grupos
de indicadores socioambientais, visto que eles são considerados uma das variáveis para a
análise do trabalho aqui proposto.
45
CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DE EMPRESA
A temática envolvendo a avaliação de empresa é tratada neste capítulo, no qual são
discutidas questões a ela referentes. Num primeiro momento será feita uma exposição sobre a
definição de valor. Na etapa seguinte serão descritas questões sobre a avaliação de empresas,
sobre as razões para avaliar uma empresa e sobre os dados considerados indispensáveis para a
valoração de empresa. Em seguida é feita uma explanação sobre os diversos métodos de
avaliação de empresa encontrados a partir de revisão bibliográfica do tema. E, por fim, será
mostrado um levantamento bibliográfico sobre os resultados de estudos a respeito da relação
entre o desempenho financeiro de empresas e os investimentos em responsabilidade
socioambiental.
2.1 CONCEITOS DE VALOR
Para a realização do estudo do valor da empresa faz-se necessária uma maior
aproximação com as definições do termo “valor” encontradas nas várias fontes consultadas. A
definição de valor, a partir do dicionário Houaiss da língua portuguesa é:
Economicamente, valor é a qualidade que confere a um objeto material a natureza de
bem econômico, em decorrência de satisfazer necessidades humanas. [...] medida
variável de importância que se atribui a um objeto ou serviço necessário aos
desígnios humanos (HOUAISS; VILLAR e FRANCO, 2001, p.2825).
46
Quando direcionada para a área contábil-financeira, foi encontrada uma segunda
definição sobre o conceito valor que, nas palavras de Martins (2001, p.22), encontra-se assim
formulada:
Quando falamos em valor, obviamente, falamos principalmente em contabilidade e
economia, em sua representação monetária. ..., estamos atribuindo quantidade de
moeda a algum ativo ou a alguma obrigação; consequentemente, a toda e qualquer
receita ou despesa, ou então ganho ou perda. Finalmente, ao lucro (ou prejuízo).
Outros autores, como Perez e Famá (2002), sustentam que a aferição do valor de
determinado bem é baseada no seu grau de utilidade dentro de uma escala de preferência do
consumidor. Como a preferência dos consumidores, assim como o grau de utilidade de um
bem, são fatores ainda não claramente definidos e nem passíveis de serem mensurados, torna-
se inevitável cair no campo da subjetividade ao se determinar os valores, sejam de bens, sejam
de empresas.
Assim, tem-se que o valor é uma medida vulnerável para o comprador e para o
vendedor, uma vez que o mesmo objeto pode ser avaliado e valorado diferentemente por duas
ou mais pessoas. Isso acontece por causa da diferença existente entre o grau de utilidade que o
objeto possa ter para cada pessoa.
É também encontrada em Paiva (2001, p.3), uma formulação sobre o conceito valor,
trazendo o entendimento de que é um conceito relativo e depende de alguns fatores, conforme
é descrito a seguir:
Quem está avaliando (se sob a ótica do comprador, vendedor ou de um analista
“neutro”), suas preferências, valores e interesses, objetivos pessoais, o contexto em
que a avaliação está sendo feita (momento histórico, econômico, político, social,
pessoal, etc.).
Nesse ponto faz-se necessário destacar que o conceito de valor não pode ser
confundido com o do preço. O primeiro é relativo e depende de vários fatores, muitos deles
subjetivos, enquanto o preço é único, exato e preciso, refletindo fielmente a mensuração
financeira de transações de compra e venda de uma determinada empresa.
47
Assim, conforme explica Santos (2005), quando se tratar de avaliar uma empresa, o
valor é o preço mais alto que poderia ser obtido se as ações de um empreendimento fossem
vendidas em uma transação real de mercado.
2.2 AVALIAÇÃO DE EMPRESA
Considerando o contexto atual de crescente competitividade, Martins (2001) identifica
que a área contábil-financeira que tem sido mais requisitada é a da avaliação de empresa. Para
o autor, algumas são as razões para que seja realizado o cálculo do valor financeiro da
empresa, apontando, a seguir, as principais delas:
a) compra e venda de negócios;
b) fusão, cisão e incorporação de empresas;
c) dissolução de sociedades;
d) liquidação e empreendimento;
e) avaliação da habilidade dos gestores de gerar riqueza para os acionistas
(MARTINS, 2001, p.263).
De todas as razões citadas anteriormente, a última delas, que se refere à avaliação
periódica da empresa, com o objetivo de verificar se a maximização da riqueza dos
proprietários está sendo alcançada é, para Falcini (1992), a razão que mais se destaca pela sua
importância. A esse respeito, Copeland; Koller e Murrin (2002, p.49) defende que:
A avaliação de empresas é também um ferramental analítico que pode ser
transformado em instrumento de gestão e implantado através de toda uma
organização para orientá-la de maneira integrada e consciente na busca de um
objetivo único e fundamental: a criação de valor para o acionista.
48
Ainda, a respeito das razões que são utilizadas para o cálculo do valor da empresa,
Cornell (1994, p.7) enfatiza que o processo de avaliação de empresa tem como objetivo
estimar o valor justo de uma empresa, descrevendo que:
O objetivo de uma avaliação é o de estimar o valor justo de mercado de uma
empresa. (...) Tanto o termo avaliação quanto o termo valoração referem-se ao
processo de estimar o preço pelo qual uma propriedade trocaria de mãos entre um
comprador e um vendedor, estando ambos dispostos a fazer tal transação. (...)
Quando o ativo avaliado é uma empresa, a propriedade que o comprador e vendedor
hipotéticos estão negociando consiste nos direitos de todos os detentores de títulos
da empresa, incluindo ações, títulos e dívidas privadas.
Contudo, a definição do preço do negócio no mercado, somente poderá ser obtida com
base na interação entre os anseios dos compradores e vendedores. Observa-se, assim, que não
há um valor correto obtido na avaliação da empresa, uma vez que o cálculo envolve toda uma
série de questões subjetivas. Segundo Assaf Neto (2003, p.575):
Não há como prescindir de certa dose de subjetividade na definição do valor de uma
empresa, principalmente por se tratar de uma metodologia que se baseia em
resultados esperados obtidos do comportamento do mercado.
Para se chegar à estimativa do valor justo de uma empresa, ela deve dispor, segundo
Santos (2005), de um conjunto de informações detalhadas sobre a sua própria atividade. Na
Figura 4, está representado o diagrama dos dados que são considerados indispensáveis para a
valoração financeira da empresa.
49
Figura 4 – Dados da empresa para análise detalhada do risco da atividade operacional
Fonte: Santos (2005)
Convém enfatizar que todas essas variáveis, vistas no diagrama da Figura 4,
influenciam diretamente no estabelecimento do valor da empresa, uma vez que cada uma
delas pode acarretar em risco para a atividade operacional.
A descrição objetiva dessas variáveis é feita por Santos (2005) na forma que segue:
a) objeto social: é importante ter conhecimento sobre quais são seus produtos ou
serviços e quais são os níveis de rotatividade, em época de crescimento, de
estabilidade ou de recessão econômica;
b) quadro administrativo: o conhecimento que se tem da administração é um ponto
fundamental para o processo de avaliação da empresa, na medida em que as
informações sobre experiência, sobre sucessão administrativa e sobre idoneidade são
importantes para analisar o risco da empresa;
c) quadro funcional: os dados sobre os demais funcionários são, também, muito
importantes para a avaliação da empresa, no que tange às informações sobre salários,
sobre os benefícios e sobre o índice de rotatividade funcional, tendendo a auxiliar na
mensuração do valor da empresa;
Dados da
Empresa
Objeto
Social
Quadro
Administrativo
Quadro
Funcional
Carteira
De Clientes
Ativos
Intangíveis
Dívidas
Continngenciais
Situação
Financeira
Carteira de
Fornecedores
Participação
De Mercado
50
d) carteira de clientes: a abertura da carteira de clientes possibilita o conhecimento
do grau de diversificação e concentração de negócios da organização;
e) carteira de fornecedores: a abertura da carteira de fornecedores possibilita o
conhecimento do grau de diversificação e concentração de negócios da organização;
f) participação de mercado: trata-se da análise sobre a participação histórica da
empresa no mercado, diante de seus principais concorrentes;
g) situação financeira: análise da situação contábil-financeira feita a partir das
demonstrações contábeis que podem ser representadas também por meio de índices de
desempenho;
h) dívidas contingenciais: são as exigibilidades que podem ou não ocorrer,
decorrentes de eventos que ocorrerão no futuro e que não estão presentes
numericamente nas demonstrações financeiras como, por exemplo, os avais e as
declarações legais;
i) ativos intangíveis: são os recursos não materiais controlados pela empresa e que
podem trazer benefícios ao negócio no longo prazo, consistindo, basicamente, de
marcas, patentes e direitos autorais em que.os valores desses ativos não estão
refletidos nas demonstrações financeiras, porém, a sua quantificação é um dado muito
importante para a valoração da empresa.
Existem, porém, outros fatores que os avaliadores devem levar em consideração
quando buscam estabelecer a valoração da empresa. Concentrando-se no caso brasileiro,
Santos (2005) identifica-os na forma que segue:
a) as crises financeiras em economias de países que mantêm relacionamento
significativo com o Brasil;
51
b) a guerra de incentivos fiscais entre governos que pode trazer como conseqüência o
desemprego e até o fechamento de empresas;
c) a valorização de moeda local em relação ao dólar e, por fim, a desvalorização da
moeda local em relação ao dólar e a outras moedas.
2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESA
Na literatura específica consultada, são encontrados diversos métodos para avaliar um
empreendimento, que oscilam de acordo com o propósito da avaliação, com as características
da empresa avaliada, com as informações disponíveis e com a confiabilidade das mesmas. Um
dos autores visitados, Martinez (1999), defende que esses métodos não devam ser
excludentes, mas, sim, complementares, pois cada um deles atende a determinados objetivos e
análises. Dessa forma, nenhum método isolado pode ser considerado o correto, inquestionável
ou exato, ainda que, de acordo com Martinez (1999, p.3) “...na prática, usualmente, o
avaliador utiliza-se de vários métodos e pondera seu resultado para o caso, chegando a um
valor que represente a melhor estimativa possível do valor econômico da empresa”.
De acordo com Martins (2001), a qualidade da avaliação é totalmente dependente da
qualidade dos dados, das informações e do tempo despendido para compreender a empresa
avaliada. Assim, o foco preferencial do avaliador deve ser o processo da avaliação e não o
resultado final. Em circunstâncias consideradas normais este autor identifica a existência de
duas maneiras de avaliar uma empresa, são elas:
a) pelo seu valor de liquidação ordenada, ou seja, pelo que valem seus ativos
avaliados a preço de venda, diminuídos dos gastos para se efetuar a venda (comissão,
impostos, transportes etc.) e o valor necessário para saldar seu passivo para com
terceiros;
52
b) pelo seu valor de funcionamento, que depende basicamente dos futuros benefícios
econômicos que ela é capaz de produzir (MARTINS, 2001, p.264).
A título de conclusão, o autor cita que o valor da empresa a ser adotado deve ser o
maior, uma vez que, seria economicamente inviável vender uma empresa em funcionamento
por um valor inferior do que aquele que se obteria se ela fosse fechada, e nem cerraria as suas
portas se ela tivesse a possibilidade de ser vendida por valor maior, estando em
funcionamento.
Para realizar uma avaliação criteriosa de uma empresa, Martins (2001) sugere que o
ponto de partida do avaliador sejam as demonstrações contábeis. Contudo, o autor salienta
que, na maioria dos casos, esses documentos são incapazes de refletir o valor econômico. Um
dos motivos atribuídos à dificuldade na utilização das demonstrações contábeis para obtenção
do valor da empresa diz respeito ao fato dos relatórios contábeis se basearem em custos
históricos e não nos valores correntes. Além disso, alguns itens, principalmente as contas a
receber, estão registrados por seus valores futuros, adicionando-se a isso tudo os traços de
conservadorismo, que tendem a subestimar os valores dos ativos. Por fim, outro motivo que é
decisivo para tornar inadequado o uso desses relatórios no cálculo do valor da empresa diz
respeito ao fato de que várias operações relevantes realizadas por ela não são devidamente
registradas como, por exemplo, o arrendamento mercantil, as posições em derivativos, as
garantias, ativos intangíveis, entre outras.
Detendo-se sobre o aspecto patrimonial da empresa, Sveiby (1997) sugere que seja
incluído um novo grupo de itens patrimoniais que englobe, além dos capitais físicos e
monetários, o capital intelectual, composto por ativos intangíveis que são subdivididos em:
a) competência das pessoas: capacidade dos empregados de agir em várias situações,
criando ativos tangíveis e intangíveis;
53
b) estrutura interna: conhecimento que existe na organização como patentes,
modelos, conceitos, cultura organizacional, sistemas de informações, tecnologia etc;
c) estrutura externa: conhecimento gerado pelas relações entre a empresa e os
agentes externos.
A análise feita com base em todas essas considerações revela que a avaliação de
empresas, com base nas demonstrações contábeis, torna-se inadequada para que o valor
econômico da empresa seja identificado, segundo Martins (2001). A exceção fica por conta
das situações específicas, como a avaliação judicial, na qual as demonstrações contábeis são
utilizadas para calcular o valor da empresa.
Contudo, ao tratar a idéia de que os modelos devem ser complementares e não
excludentes, Martins (2000, p.29) afirma:
Parece que, como fruto dessa falta de visão conjunta e abrangente, nasceu a idéia de
que os modelos são conflitantes, mutuamente excludentes; de que a avaliação
contábil nada tem a ver com a avaliação patrimonial, e avaliar uma empresa é,
primeiramente, desprezar a avaliação contábil; lucro é uma coisa, caixa é outra; e
outras bobagens mais.
A existência de distorções no patrimônio e no valor do lucro da empresa é observada
por Neiva (1992) ao destacar que as informações disponíveis nas demonstrações contábeis são
as únicas disponíveis, principalmente para o ambiente externo da empresa. Dessa maneira o
autor conclui que o valor patrimonial da empresa não deve ser ignorado para fins de
avaliação, sendo necessário realizar alguns ajustes, o valor patrimonial é considerado como
um padrão de comparação de fundamental utilidade na avaliação da empresa.
54
2.3.1 Modelo de avaliação patrimonial contábil
Este modelo de avaliação se refere à soma algébrica dos ativos e passivos, calculados
conforme os princípios contábeis. Martins (2001) defende que esse modelo deva ser adotado
por empresas nas quais os valores contábeis não são tão diferentes dos seus valores de
mercado e, além disso, que elas não possuam ativos intangíveis significativos.
Outro estudioso da matéria, Cornell (1994), argumenta que a definição de valor feita
por esse método deve garantir que a empresa vale a soma dos valores de todas as
exigibilidades que os investidores tenham na empresa. Segundo o autor, são duas as maneiras
de se obter o valor contábil da empresa: uma delas é feita por meio do somatório do valor de
todas as ações, dos lucros acumulados, das reservas e das dívidas não operacionais de curto e
longo prazo, enquanto a outra é feita a partir da diferença entre os ativos totais líquidos e os
passivos operacionais da empresa.
Utilizando uma expressão matemática, Martins (2001) consegue mostrar, de forma
mais didática, como se obtém o valor da empresa (VE), definido por esse modelo:
LíquidoPatrimônioContábeisExigíveisPassivosContábeisAtivosVE
=
= (2.1)
Algumas das limitações que esse modelo apresenta já foram especificadas
anteriormente, mas vale retomar algumas delas aqui. Inicialmente, de acordo com Santos
(2005), o modelo de avaliação patrimonial contábil é baseado no valor de custo, apresentando,
assim, deficiência, uma vez que não leva em consideração as condições de mercado para que
os ativos e a amortização das dívidas sejam realizados.
Para Neiva (1992, p. 59), entretanto, “...apesar de esforços do governo brasileiro, no
sentido de fazer com que as Demonstrações Financeiras reflitam a real posição financeira das
55
empresas, a atual legislação ainda contém lacunas para preencher nesse campo”. Uma dessas
lacunas diz respeito, principalmente, à inflação, que, segundo Neiva (1992), a lei das
Sociedades Anônimas procurou eliminar o efeito da mesma sobre as demonstrações
financeiras das empresas.
2.3.2 Modelo de avaliação patrimonial pelo mercado
Um segundo modelo, realiza o cálculo do valor da empresa, tendo por base os valores
contábeis dos seus bens, direitos e obrigações ajustados, tornando-os, assim, compatíveis com
os valores de mercado.
De acordo com Santos (2005), por meio desses ajustes é feita a reavaliação e/ou
atualização dos valores dos ativos e passivos, levando em consideração os efeitos causados
pela depreciação, pela amortização, pela exaustão, pela inflação, pela taxa de juros, entre
outros.
De forma similar, Martins (2001) mostra como o cálculo do VE é feito a partir do
modelo de avaliação patrimonial pelo mercado:
AjustadosExigíveisPassivosAjustadosAtivosVE
= (2.2)
De acordo com Martins (2001, p.270), esse modelo, embora válido para um número
maior de situações específicas, geralmente não leva em consideração “os benefícios líquidos
futuros que o conjunto de ativos e passivos exigíveis seria capaz de gerar”. Essa é, sem
dúvida, uma das limitações encontradas no modelo.
56
2.3.3 Modelo do valor presente dos dividendos
A participação dos acionistas da empresa se faz presente na construção desse modelo
de avaliação. Segundo Martins (2001), ele é baseado na idéia de que o valor de determinada
ação pode ser calculado a partir do fluxo futuro de dividendos, a uma taxa de retorno exigida
pelos acionistas.
Essa taxa de retorno exigida pelos acionistas é estudada por Neiva (1992, p.63), que
assim a define:
É definida como a soma de uma taxa de retorno para investimentos livres de risco
mais um prêmio de risco, necessário para compensar o investidor por assumir um
risco adicional por manter determinada ação.
Ainda segundo este autor, este modelo é utilizado para calcular o preço teórico de uma
determinada ação, chegando, mesmo, a classificá-la. A partir dele, o preço teórico é
comparado com o preço de mercado da ação. Se o valor teórico foi maior do que o valor de
mercado, a ação é considerada subvalorizada. Por outro lado, se o valor teórico for menor do
que o valor de mercado, a ação é dita supervalorizada.
O valor atual (VA) dos fluxos futuros de dividendos, de forma genérica, pode ser
obtido pela seguinte equação:
t
s
t
t
sss
K
D
K
D
K
D
K
D
VA
)1()1(
...
)1()1(
1
2
2
1
1
+
=
+
++
+
+
+
=
=
(2.3)
2.3.4 Modelo baseado no P/L de ações similares
O modelo que se apóia na relação entre o preço de mercado (P) e o lucro da ação (L) é,
segundo Neiva (1992), destinado a determinar do valor da ação, baseando-se nos dados
disponíveis de empresas que atuem no mesmo setor e possuem portes semelhantes.
57
Segundo Santos (2005, p.105), o índice P/L calcula “quanto os investidores estão
dispostos a pagar por unidade de lucro divulgado”. O índice P/L é assim obtido:
AçãoporContábilLucro
AçãoporMercadodeeço
I
L
P
Pr
=
(2.4)
Onde o Lucro Contábil por Ação (LPA) é assim calculado:
EmitidasAçõesdeNúmero
LíquidoLucro
LPA =
(2.5)
Para Martins (2001), numa situação de mercado eficiente, o índice P/L proporciona
uma medida para comparação dos preços de ações. O autor afirma que “uma relação P/L alta
indica a existência da expectativa de crescimento dos benefícios gerados pela empresa. O
inverso desse quociente (Lucro/Preço) é uma medida de rendimento do título” (MARTINS,
2001, p.270).
Apesar de ser um método de avaliação aceito no mercado, observam-se nele algumas
limitações, a saber:
a) considera o lucro contábil (limitações já comentadas);
b) ignora o valor do dinheiro no tempo e os riscos;
c) considera implícita a idéia de eficiência de mercado (MARTINS, 2001,p.271).
2.3.5 Modelo de capitalização dos lucros
Ao descrever esse modelo de avaliação, Santos (2005) afirma que o valor da empresa
é calculado pela média ponderada e pela capitalização dos lucros históricos por uma taxa de
58
retorno correspondente ao risco do negócio. A partir disso, o valor dos ativos não-
operacionais é somado ao valor operacional para se obter o valor total da empresa.
A partir desse modelo, conforme explica Santos (2005), podem ser obtidos dois
valores para a empresa, um deles baseado na capitalização do lucro, antes da incidência de
juros e da taxação do imposto de renda, enquanto o outro é baseado na capitalização do lucro
após o imposto de renda.
Para Martins (2001), a principal limitação que o uso desse método traz é com respeito
à apuração do lucro, uma vez que o lucro é apurado pela contabilidade tradicional.
2.3.6 Modelo dos múltiplos de faturamento
Para Martins (2001), esse modelo é considerado como uma simplificação do modelo
de capitalização dos lucros, tendo, contudo, a característica de substituição do lucro contábil
pelo faturamento da empresa. Segundo o autor as informações sobre os demais itens
constantes no resultado do exercício se tornam, portanto, irrelevantes.
É um modelo muito utilizado nos empreendimentos que não possuem um sistema
contábil ou, nos quais exista, ele não seja confiável.
Segundo Santos (2005), a utilização do faturamento para o cálculo do valor da
empresa neste modelo de avaliação é considerada uma limitação para o modelo.
2.3.7 Modelo dos fluxos de caixa descontados
De acordo com Damodaran (1997), este método se fundamenta na regra do valor
presente, onde o valor de qualquer ativo é o valor presente dos fluxos de caixa futuros dele
esperados.
59
Para Copeland; Koller e Murrin (2002), a avaliação da empresa pelo modelo do fluxo
de caixa descontado é considerada a melhor forma de avaliar, já que este é o único método de
avaliação que exige informações completas da empresa. Segundo o autor, tomar boas decisões
sem informações completas é praticamente impossível. Ele sustenta a defesa desse modelo,
acrescentando que nenhuma outra medida de desempenho usa informações completas.
Para se chegar ao valor operacional de uma empresa, Santos (2005) demonstra que ele
é obtido por meio da capitalização dos fluxos de caixa da atividade principal (FCs) a uma taxa
de retorno (i) correspondente ao risco do negócio e que reflita as incertezas do mercado. A
partir disso, soma-se a isso o valor dos Ativos Não-Operacionais para que o valor total da
empresa seja obtido.
Para Damodaran (1997), a taxa de retorno correspondente ao risco do negócio é, por
sua vez, correspondente ao custo médio ponderado de capital, ou seja, à média ponderada das
diversas formas de financiamento presentes na estrutura de capital da empresa.
De acordo com Santos (2005), essa técnica, trazida pelo modelo dos fluxos de caixa
descontados, é uma das mais utilizadas para calcular o valor da empresa, uma vez que ela
incorpora alguns dos fatores que interessam na avaliação do valor, são eles:
a) fluxos de caixa, ao invés de medidas contábeis;
b) custo de capital.
A Figura 5 ilustra a Metodologia dos Fluxos de Caixa Descontados.
Figura 5 - Metodologia dos fluxos de caixa descontados
Fonte: Santos (2005)
0
n
1
42 3 ...
Período
FluxodeCaixa($)
FC1 FC3 FC4 FCn + VRFC2
i?
60
Com base nessa metodologia o valor da empresa é calculado, considerando:
a) o valor dos Ativos Não-Operacionais no ano 0;
b) os fluxos de caixa projetados (FCs), atualizados para o ano 0 à uma taxa de
desconto i;
c) o valor residual (VR), atualizado para o ano 0 à uma taxa de desconto i.
Para Santos (2005), o VR se refere ao valor da empresa no final do último ano
projetado, ou seja, o valor presente dos fluxos de caixa após o período de previsão explícita.
Em caso de crescimento constante, o VR pode ser calculado pelo Modelo Gordon.
Apesar de ser considerado por diversos autores como o método mais completo de
avaliação de empresa, ele também apresenta desvantagens que dizem respeito,
principalmente, à complexidade necessária para se estimar grande número de variáveis, além
da necessidade de uma avaliação coerente e disciplinada que indique resultados significativos.
2.3.8 Modelo do valor presente líquido
Com base na teoria tradicional de orçamento de capital, Santos (2005) afirma que o
Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto é o valor atual dos seus fluxos de caixa que são
esperados no futuro, a uma taxa que reflita o risco do negócio, acrescido das incertezas de
mercado.
Assim, o VPL é obtido por meio da subtração entre o investimento inicial de um
determinado projeto e o valor atual das entradas de caixa, a uma taxa igual ao custo de capital
da empresa. Se o VPL for positivo, o projeto pode ser aceito, já que os fluxos de caixa
atualizados cobrem o custo do investimento.
61
No caso da adoção do modelo VPL para a avaliação de empresas, é necessário que
seja observado o tempo de maturação dos produtos fins da empresa. A partir disso deve ser
feita uma projeção de retorno financeiro para esse período e, finalmente, deve-se elaborar o
fluxo de caixa desse retorno. O valor atual da projeção financeira é considerado, nesse caso, o
valor da empresa.
2.3.9 Modelo baseado no EVA
Este modelo, desenvolvido pela consultoria Stern Stewart & Co, denomina-se
Economic Value Added (EVA) e extrapola a função de ser apenas um indicador de
desempenho, tornando-se, também, uma ferramenta de gestão que considera todos os custos
de operação, inclusive os custos de oportunidade.
Para Pasin (2004), os administradores das décadas de 80 e 90, na busca do
atendimento aos acionistas, deixaram de perseguir o lucro e a produtividade como objetivos
finais do processo administrativo e passaram a focar a sua atuação na adição de valor ao
negócio e aos interesses dos acionistas e investidores.
A partir daí surgiu, na década de 90, o conceito de EVA, que segundo Ehrbar (1999,
p.2), “é o lucro operacional após o pagamento de impostos menos os encargos sobre o capital,
apropriado tanto para endividamento quanto para o capital acionário”. O restante é o valor que
o lucro excede ou deixa de alcançar, sendo considerado lucro residual, chamado pelos
economistas de lucro econômico. Outra nomenclatura utilizada para ele é, traduzindo a
expressão acima, valor econômico adicionado (EVA).
Segundo Stewart
4
(1991, apud Martins, 2001), o valor da empresa pode ser obtido
baseado no lucro econômico, assim:
4
STEWART, G.B. (1991). The Quest for value: the EVA management guide. New York: Haper Business. Apud
MARTINS, E. (Org.). (2001). Avaliação de empresas: da mensuração contábil à econômica. São Paulo: Atlas; FIPECAFI.
62
CapitalfuturosEVAdospresenteValorMercadodeValor +=
(2.6)
Para Copeland; Koller e Murrin (2002, p. 147) a principal vantagem do cálculo do
valor por essa metodologia em substituição ao modelo de fluxo de caixa descontado é que o
modelo EVA “é uma medida útil para se compreender o desempenho de uma empresa em
qualquer ano, enquanto o fluxo de caixa não”.
2.3.10 Modelo com base no valor das ações em bolsas de valores
Segundo Ross; Westerfielf e Jaffe (2002), que toma por base a Teoria de Mercado
Eficiente, na qual os preços de mercado refletem todos os fatores considerados relevantes
sobre as empresas, os preços de mercado indicam o verdadeiro valor dos ativos subjacentes.
Esse modelo pode ser relacionado com a Figura 4, apresentada anteriormente, visto
que a avaliação da empresa com base no valor das ações em bolsas de valores utiliza todos os
dados expressos na figura para o calculo do valor da empresa.
Outros autores, como Perez e Famá (2003), consideram que o modelo de avaliação
com base no valor das ações em bolsas de valores é válido e aplicável exclusivamente para
empresas consideradas sociedades anônimas de capital aberto e que tenham ações negociadas
em bolsa de valores e com expressiva liquidez, para que sejam eliminadas oscilações
especulativas de seu preço.
Para a aplicação desse modelo faz-se necessário o cálculo do valor de mercado que,
segundo Frezatti (1999, p.37), “é obtido mediante a multiplicação do valor unitário da ação
pela quantidade de ações emitidas e disponíveis no mercado”.
O modelo com base no valor das ações em bolsa de valores trata-se de um método
simples de avaliação de empresas e tem como premissa básica a Teoria de Eficiência de
63
Mercado. Segundo o conceito sobre valor de mercado da empresa, obtido em SHOPINVEST
(2007), o VE é assim calculado:
)()()()( açõesPNxQtdeaçãoPNCotaçãoaçõesONxQtdeaçãoONCotaçãoVE += (2.7)
Onde:
)(açãoONCotação
= Cotação da ação ordinária;
)(açõesONQtde
= Quantidade de ações
ordinárias;
)(açãoPNCotação
= Cotação da ação preferencial e
)(açõesPNQtde
= Quantidade
de ações preferenciais.
Conclui-se, assim, a descrição dos modelos de avaliação de empresas mais comumente
tratados pelos autores consultados na revisão bibliográfica. Contudo, é importante destacar
que existem outros métodos para realizar avaliação da empresa e que não foram tratados nesse
capítulo, pois extrapolam o objetivo do trabalho.
Além disso, existem algumas ferramentas da análise de investimentos que podem ser
adotadas como complementares para avaliação de empresas. Segundo Santos (2005), algumas
metodologias como Taxa Interna de Retorno (TIR), Período de Pagamento (Período Payback)
e Teoria das Opções Reais, podem ser utilizadas pelo avaliador para enriquecer suas análises.
2.4 TEORIAS DOS STAKEHOLDERS E SHAREHOLDERS
Por opção foram priorizadas duas definições conceituais para fundamentar
teoricamente a pesquisa que está sendo relatada. Uma delas é a definição conceitual da Teoria
dos Stakeholders, ou dos grupos de interesse, e a outra é a definição da Teoria dos
Shareholders, ou da maximização do valor para o acionista. Isso se justifica dada a
64
importância desses temas como base para o debate acadêmico em torno da natureza da relação
entre investimento em Responsabilidade Socioambiental e o Valor da Empresa.
Alguns estudiosos do assunto, como Almeida (2002), fazem a identificação das partes
interessadas nos grupos que são afetados pela ação empresarial, seja de maneira positiva ou
negativa. Sob o ponto de vista tradicional, a única parte interessada com que as empresas
devem se preocupar são os proprietários e acionistas, os shareholders. Contudo, sob o ponto
de vista contemporâneo, as empresas devem dispensar maior atenção aos demais
stakeholders, ou seja, aos funcionários e seus dependentes, aos consumidores, aos
fornecedores, aos legisladores, à comunidade onde está inserida a empresa e à sociedade em
geral. Para o autor, a essência da RSC é reconhecer o valor do diálogo entre todos os grupos
de stakeholders.
Segundo dados constantes no relatório do BNDES (2000), a RS está associada com a
idéia de que a atividade empresarial, nas suas decisões e resultados, influencia outros grupos
de interesse, ultrapassando o grupo de sócios e acionistas, chamados de shareholders. A partir
dessa constatação, a Teoria dos Stakeholders passa a observar o impacto das atividades
empresariais na vida dos diversos stakeholders: empregados, fornecedores, clientes,
consumidores, investidores, governos e a comunidade.
Detendo-se sobre a Teoria dos Stakeholders, Borba (2005) estabelece que deveria
haver uma relação positiva entre desempenho social corporativo e desempenho financeiro
corporativo, já que ela defende que quanto maior o nível de RS, melhor seria o desempenho
financeiro das empresas. Contudo, para a segunda teoria, a dos Shareholders, haveria redução
de valor da empresa caso o nível de RS fosse muito alto, gerando uma relação negativa entre
os desempenhos social e financeiro na corporação. Essas duas formulações distintas têm
suscitado alguns debates que evoluem para uma compreensão mais consistente da RS.
65
Segundo Lourenço e Schroder (2003), a importância da RS na gestão das empresas
tem sido muito difundida no atual contexto, ajudando na compreensão de que a gestão de
empresas que tenha como objetivo apenas atender os interesses dos acionistas revela-se
insuficiente nos dias atuais.
Teorias dos Stakeholders
A definição mais utilizada para o termo Stakeholders é aquela elaborada por Freeman
(1984), na qual stakeholders é qualquer grupo ou indivíduo que afeta ou é afetado pelo
alcance dos objetivos da empresa (acionistas, funcionários, clientes, fornecedores,
comunidades etc). Uma segunda definição é feita por Freeman e McVea (2000), para quem a
Teoria dos Stakeholders pode ser definida como a tese de que os administradores devem
formular e implementar processos que satisfaçam todos os grupos que tenham interesses na
empresa. Contribuindo com essas duas definições, Clarkson (1995, p. 112) afirma que:
O propósito econômico e social da corporação é criar e distribuir riqueza e valor
para todos os seus stakeholders primários, sem favorecer um grupo às expensas de
outros. Riqueza e valor não são definidos adequadamente somente em termos de
aumento de preço da ação, dividendos, ou lucros.
Sousa e Almeida (2003) defendem que as práticas de planejamento e controle
financeiro devem monitorar o relacionamento com seus grupos de interesse, avaliando-se a
relação custo-benefício das ações empresariais junto aos stakeholders.
Segundo Guedes (2000), uma empresa estará exercendo de maneira plena sua RS
quando possuir uma gestão eficaz de RS tanto com relação ao seu público interno, quanto ao
público externo.
Em relação ao público interno Melo Neto e Fróes (1999) aborda a RS quando focaliza
os funcionários e seus dependentes, identificando-os como os beneficiários internos da
empresa sem os quais as empresas não sobreviveriam. Por outro lado, a responsabilidade
social empresarial em relação ao seu público externo procura atuar na sociedade em que a
66
empresa está inserida juntamente com os fornecedores, clientes atuais e potenciais, opinião
pública, governo, sociedade, entre outros. Esses são considerados como beneficiários
externos, e a empresa atuando juntamente com esse público passa a obter maior admiração
frente aos públicos relevantes.
O status de empresa-cidadã é obtido por uma empresa, ainda segundo Melo Neto e
Fróes (1999), a partir do momento em que ela passa a atuar nas dimensões da RS interna e
externa, uma vez que as relações construídas com ambos os públicos, buscando satisfazer as
suas necessidades e interesses, traz vantagem para todos e asseguram a sustentabilidade do
negócio em longo prazo, uma vez que estão adaptadas às novas dinâmicas que tem afetado a
sociedade e o mundo dos negócios.
Para Maignan (1999), a definição de empresa-cidadã seria a extensão pela qual as
empresas atendem todas as suas responsabilidades (econômicas, legais, éticas e
discricionárias) exigidas por seus diversos stakeholders.
Dessa forma, é possível perceber que a RS é estabelecida a partir da relação que a
empresa tenha com todos os seus grupos de interesse, sendo que a natureza dessas relações
depende das políticas, dos valores éticos e morais, da cultura e da estratégia das empresas.
Segundo Martinelli (2000), pode haver empresas que se limitam apenas a resolver conflitos
com seus parceiros, contudo há aquelas que buscam otimizar, de forma estratégica, as suas
relações com todos seus grupos de interesse, definindo, de forma clara, suas políticas e linhas
de ação em relação a cada um deles, objetivando o sucesso empresarial.
É possível constatar que na prática empresarial dos últimos vinte e cinco anos a Teoria
dos Stakeholders vem se desenvolvendo dentro de quatro linhas distintas de pesquisa da
administração de empresa, segundo Freeman e McVea (2000). São elas: o planejamento
estratégico corporativo; a teoria de sistemas; a RSC e a teoria organizacional.
67
É de fácil sustentação a tese de que a linha de RS não pode, e não deve, ser
considerada como um grupo teórico formalizado, mas, sim, como uma série de abordagens de
casos empresariais e de testes empíricos que buscam enfatizar e demonstrar a importância da
construção de relacionamentos fortes e confiáveis e de reputação com todos os grupos
internos e externos à organização, para o sucesso da administração.
A gestão baseada na Teoria dos Stakeholders defende, como argumento principal, que
deve ser dada atenção simultânea aos stakeholders mais importantes. É importante observar
que a Teoria dos Stakeholders, especialmente em seu aspecto instrumental, aproxima-se
muito do conceito de RSC definido por autores como Carroll (1979) e Sethi (1979), uma vez
que ela identifica vantagens estratégicas para a adoção de uma administração voltada para os
interesses de todos os envolvidos em suas atividades, diferentemente da Teoria dos
Shareholders. Essa distinção merece ser enfatizada na medida em que se pretende, nesse
estudo, avaliar a relação existente entre as práticas de RS de uma empresa e o seu valor da
empresa.
Teorias dos Shareholders
Segundo Jensen (2001), a Teoria dos Shareholders, também conhecida como a teoria
da maximização da riqueza dos acionistas, adota como critério para a tomada de decisões, a
maximização do valor da empresa, sendo coerente com a maioria das respostas dos
economistas financeiros. Um dos aspectos a favor da Teoria dos Shareholders, nas palavras
de Sundaram e Inkpen (2001), consiste no fato de que, maximizando o valor para o acionista,
todo o valor da empresa estaria sendo maximizado, ou seja, tal objetivo estaria favorecendo a
todos os grupos envolvidos com a empresa que tivessem interesse em seu sucesso em longo
prazo. Em outras palavras, todos os stakeholders seriam beneficiados ao maximizar a
possibilidade de providência da corporação no longo prazo.
68
Em defesa dessa teoria, vale ressaltar a formulação de Friedman
5
(1970, apud
STONER e FREEMAN, 1985), na qual ele diz acreditar que há apenas uma RS para as
empresas: a utilização dos recursos para gerar o maior lucro possível, atendendo aos
acionistas, dentro das regras legais e sem fraudes. Segundo este autor, com o aumento do
lucro seria possível aumentar a geração de empregos e aumentar também a receita do
governo, por meio de impostos, sendo revertidos em melhorias para toda a sociedade.
Segundo os estudiosos dessa teoria, o objetivo da Teoria dos Shareholders não é
atender aos stakeholders no seu conjunto, mas sim atender a uma categoria de stakeholder em
particular, os acionitas. Friedman
6
(1970, apud STONER e FREEMAN, 1985) defende a
idéia de que o objetivo das organizações é o de maximizar o capital investido pelos acionistas,
ao afirmar que quem tem responsabilidade são os indivíduos e não as empresas. Ao
administrador cabe, portanto, a responsabilidade pelos empregados e pela condução geral dos
negócios. Ele, como executivo, não possui RS uma vez que o autor considera esta uma
dimensão privada. Os economistas neoclássicos, a exemplo de Penrose (1995) e Solow
(1971), afirmam que o objetivo das organizações é apenas a maximização dos lucros, e esta é
considerada a forma mais eficiente de conduzir os negócios, estabelecida na teoria
microeconômica.
Friedman
7
(1970, apud STONER e FREEMAN, 1985) considera a busca pelo lucro
como a forma mais eficiente de organizar a atividade econômica visto que satisfaz o acionista
(shareholder), sem deixar de atender aos stakeholders. Outro fator que vem reforçar a teoria
5
FRIEDMAN, R.E. (1970). The Social responsibility of business is to increase its profits. New York Times Magazine,
New York, p. 122-126. Apud STONER, J.A.F.; FREEMAN, R.E. (1985). Administração. 5.ed. Rio de Janeiro: Prentice-
Hall do Brasil.
6
FRIEDMAN, R.E. (1970). The Social responsibility of business is to increase its profits. New York Times Magazine,
New York, p. 122-126. Apud STONER, J.A.F.; FREEMAN, R.E. (1985). Administração. 5.ed. Rio de Janeiro: Prentice-
Hall do Brasil.
7
FRIEDMAN, R.E. (1970). The Social responsibility of business is to increase its profits. New York Times Magazine,
New York, p. 122-126. Apud STONER, J.A.F.; FREEMAN, R.E. (1985). Administração. 5.ed. Rio de Janeiro: Prentice-
Hall do Brasil.
69
dos shareholders é a questão da propriedade. Os acionistas obtêm o retorno do capital
investido apenas no final do processo, diferentemente dos demais contratos dos stakeholders,
sejam eles, empregados, fornecedores ou consumidores. Assim, para Boatright (1999), os
acionistas assumem riscos residuais na condução dos negócios e a única maneira dos riscos
serem reduzidos é por meio do controle. Isso explica o fato dos acionistas assumirem o
controle da empresa, uma vez que interessa a eles, principalmente, que os resultados sejam
maximizados. Ainda segundo Boatright (1999), os outros stakeholders buscam apenas
assegurar os seus retornos já fixados.
Stakeholders vs Shareholders
Algumas críticas que são formuladas à Teoria dos Stakeholders provêm de Jensen
(2001) ao afirmar que companhias que adotam a Teoria dos Stakeholders acabarão passando
por confusão gerencial, conflito, ineficiência, e talvez, fracasso corporativo. Ele traça um
comparativo com a Teoria dos Shareholders, onde o objetivo único é a maximização de
riqueza do acionista. Outra crítica à Teoria dos Stakeholders diz respeito à dificuldade de
implementação, que é destacada por Freeman e McVea (2000). Segundo esses autores, na
ausência de critérios justos para a decisão, a dificuldade em atender a todos os diferentes
interesses envolvidos levará a uma situação de conflito.
Em contrapartida, muitos são os argumentos favoráveis à Teoria dos Stakeholders.
Segundo o próprio Jensen (2001), não seria possível a maximização do valor de mercado de
uma organização, em longo prazo, se os administradores ignorassem algum importante
componente ou agente envolvido.
Para Freeman e McVea (2000), sob a óptica da Teoria dos Stakeholders, torna-se
necessária uma abordagem administrativa que enfatize o gerenciamento ativo do ambiente do
negócio, dos relacionamentos entre os participantes e a promoção dos diferentes interesses,
70
buscando sucesso e sustentabilidade em longo prazo. Desse modo, a Teoria dos Stakeholders
constitui-se em uma filosofia de administração que busca criar instrumentos capazes de
possibilitar sua adoção em larga escala pelas empresas e, assim, favorecer a obtenção de
resultados organizacionais melhores para todos os envolvidos e para a sociedade.
Em que pese o antagonismo que se verifica no campo das idéias em torno das duas
teorias, é possível verificar semelhanças entre elas, na medida em que ambas buscam alcançar
o desenvolvimento da sociedade como um todo, sendo oportuno ressaltar que cada uma delas
utiliza meios diferentes para isso.
A Teoria dos Stakeholdres busca atender a todos os seus grupos de interesse no
momento da tomada de decisão, buscando a satisfação de todos. Por outro lado, a Teoria dos
Shareholders busca a maximização do valor da empresa para o acionista, não dando atenção,
inicialmente, aos outros grupos de interesse. Contudo, quando é feita uma análise das
conseqüências da maximização da riqueza dos acionistas, pode-se notar que esse fator pode
proporcionar benefícios para toda a sociedade, caso haja interesse por parte dos empresários.
Aumento de salários e de pagamento de impostos, maior grau de investimento em
responsabilidade socioambiental, elevação do cuidado com os funcionários, seus dependentes
e a comunidade como um todo, são alguns desses benefícios. Isso pode acontecer, mas é
necessário que haja a tomada de consciência por parte dos empresários em buscar não só a
maximização da riqueza, mas repassar essa riqueza de modo responsável para toda a
comunidade.
2.5 RELAÇÃO ENTRE DESEMPENHO FINANCEIRO E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
A relação entre investimento em ações de Responsabilidade Socioambiental e o Valor
da Empresa interessa ser abordada neste trabalho, uma vez que permeia toda a pesquisa aqui
71
relatada. A adoção de posturas éticas e o compromisso social da empresa com a comunidade
podem se tornar um diferencial competitivo e um indicador de rentabilidade no longo prazo,
uma vez que os consumidores tendem a valorizar esses comportamentos éticos.
Segundo Chand (2006), a relação entre a performance social corporativa e a
performance financeira corporativa tem sido investigada intensivamente nesses últimos 30
anos. Todavia os resultados têm sido freqüentemente contraditórios, não havendo uma
resposta conclusiva sobre essa relação. Segundo este autor, algumas pesquisas verificaram
uma relação negativa entre a performance social e a performance financeira das empresas,
como as realizadas por Bromiley e Marcus, em 1989, por Davidson, Chandy e Cross, em
1987, por Davidson e Worell em 1988 e por Wier, em 1983.
Outras pesquisas, entretanto, não chegaram a uma conclusão sobre esta relação,
podendo ser citadas aquelas que foram realizadas por Alexander e Buchholz, em 1976, por
Abott e Monsen, em 1979, por Auperrle, Carrol and Hatfield, em 1985 e por Ingram e Frazier,
em 1983.
Vale observar, contudo, que um terceiro conjunto de pesquisas realizadas nessa área
conseguiu estabelecer uma relação positiva entre a performance social e a performance
financeira. Entre elas destacam-se aquelas que foram realizadas por Bowman, em 1978, por
Cowen, Ferreri e Parker, em 1987, por Fry, Keim e Meiners, em 1982, por Ingram, em 1978,
por Moskowitz, em 1972 e em 1975, por Spencer e Taylor, em 1987, por Sturdivant e Ginter,
em 1977, e por Waddock e Gaves, em 1994.
As contradições encontradas nos resultados dos pesquisadores citados acima são
atribuídas, segundo Chand (2006), às diferentes definições e à diferente metodologia para os
cálculos de performance social e financeira. Outra razão que pode justificar esses resultados
contraditórios é o fato de as pesquisas terem sido realizadas em empresas de setores
diferentes.
72
Pava e Krausz (1996) formularam duas hipóteses principais para estudar essa relação
entre a performance social e financeira. A primeira delas foi a hipótese tradicionalista, na
qual as atividades sociais das empresas são consideradas custosas e prejudiciais no sentido
financeiro da empresa, enquanto a segunda hipótese é aquela identificada com o “paradoxo do
custo social”, que afirma existir uma relação positiva entre desempenho social e financeiro.
Para se chegar a resultados satisfatórios no estudo dessa relação, objeto desta pesquisa,
devem ser considerados alguns fatores. O primeiro deles é a necessidade de se dispor de um
intervalo de tempo longo de observação para que os resultados e os efeitos econômicos na
empresa, originados por ações socialmente responsáveis, possam ser contabilizados. Além
disso, tanto o tamanho da empresa quanto a sua lucratividade devem ser levados em
consideração nesse tipo de investigação.
Esses três fatores somente puderam ser constatados a partir da pesquisa de Stanwick e
Stanwick (1998), que demonstrou uma relação positiva significativa entre resultado financeiro
e desempenho social corporativo, em diversas equações de regressão.
Com base nesse cenário, muitos estudiosos passaram a fazer afirmações sobre as
vantagens que as empresas adquiririam no mercado, ao investir em ações de responsabilidade
socioambiental. É oportuno lembrar que “entre uma empresa que assume uma postura de
integração social e contribuição para a sociedade e outra voltada para si própria e ignorando o
resto, a tendência do consumidor é ficar com a primeira” (CHIAVENATO,1999, p.447).
Laczniak e Murphy (1993) corroboram a idéia de que os consumidores normalmente
se identificam com as empresas que se esforçam em ser responsável em diversos fatores
éticos e sociais. Kotler (1997) expressa a sua compreensão sobre a diferenciação obtida por
uma empresa quando ela explora e desenvolve o seu caráter cívico. Desse modo, a
responsabilidade social assumida por parte das empresas tende a se tornar um fator
73
competitivo e diferenciador, na medida em que os produtos vão se tornando mais iguais. É
ilustrativa a citação a seguir:
Quando os produtos são considerados similares – as pessoas percebem pouca
diferença entre uma Coca-Cola e uma Pepsi, entre um hotel Hyatt e um Westin,
entre uma geladeira General Electric e uma Whirpool. Está ficando cada vez mais
difícil ser diferente, pois qualquer diferencial interessante tende a atrair imitações.
Se mais compradores começarem a insistir em comprar um carro seguro, mais
fabricantes de automóveis passarão a apresentar modelos mais seguros e
competirão mais diretamente com a Volvo. Portanto como uma empresa pode
conquistar uma diferenciação mais sustentável na opinião pública? Eu argumentaria
que uma base honestamente sustentável para a diferenciação é o caráter cívico da
empresa. […] a imagem de uma empresa costuma persistir durante longo tempo.
Essas imagens em geral revelam forte carga emocional capaz de criar vínculos com
o cliente ou, no extremo oposto, afastá-lo. E bem pode vir a acontecer que à medida
que os produtos forem se tornando mais iguais, a imagem cívica de uma empresa
venha a ser um dos mais fortes fatores de influência na preferência do cliente
(KOTLER, 1997, p. 175).
Vassalo (2000) apresenta pesquisa realizada em 1999, objetivando verificar a reação
de consumidores quanto à prática da boa cidadania corporativa. Segundo o autor, foi
observado que 60% das 25.000 pessoas pesquisadas, em 23 países, afirmaram que formam
opiniões com relação às empresas com base nas relações que mantêm com a comunidade em
que está inserida e com o meio ambiente.
É importante frisar que, antes de se considerar o comportamento dos consumidores
frente às ações de responsabilidade socioambiental adotadas pelas empresas, é válido observar
os efeitos produzidos sobre a sua cadeia produtiva e sobre os seus colaboradores.
As questões relacionadas à responsabilidade socioambiental têm despertado um
interesse cada vez maior nos altos executivos de companhias. No Fórum Econômico Mundial,
realizado em Nova York em 2002, foi divulgada uma pesquisa de opinião realizada pela
empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers. Essa pesquisa ouviu 1.161 executivos-
chefes de companhias na Europa, Ásia e América e serviu para mostrar a crescente
importância da RS entre o empresariado. Segundo Passos (2002, p.5):
(...) 68% concordam que a responsabilidade social das empresas é vital para a
lucratividade de todas elas (...) 60% dos executivos não acreditam que a
74
responsabilidade social corporativa deva assumir uma prioridade menor no atual
clima econômico.
O surgimento de uma nova categoria, denominada “retorno social institucional” é,
segundo Melo Neto e Fróes (1999), fruto das vantagens obtidas com a adoção de ações de
responsabilidade socioambiental. A esse respeito, Melo Neto e Fróes (1999, p.56) se
expressam:
O retorno social institucional ocorre quando a maioria dos consumidores privilegia
a atitude da empresa de investir em ações sociais, e o desempenho da empresa
obtém o reconhecimento público. Como conseqüência, a empresa vira notícia,
potencializa a sua marca, reforça sua imagem, assegura a lealdade de seus
empregados, fideliza clientes, reforça laços com parceiros, conquista novos
clientes, aumenta sua participação no mercado, conquista novos mercados e
incrementa suas vendas.
Atualmente existem várias formas de motivar os empresários para a implementação de
ações de RS nas suas empresas. Uma delas consiste em tornar claro para eles que os
investimentos em responsabilidade socioambiental podem ser vistos como uma estratégia
competitiva, trazendo ganhos expressivos para as empresas. Contudo, deve haver um esforço
para tornar claro, também, que a adoção de práticas socialmente responsáveis não deve ter
apenas o objetivo de retorno de reputação e, como conseqüência, a reputação econômica. Os
empresários devem ter consciência de que o desenvolvimento sustentável precisa ser
assumido com determinação e com a certeza de que uma nação não progride sem o
desenvolvimento social e sem o cuidado com o meio ambiente.
É com base nesse conjunto de fatores que o trabalho de investigação se desenvolveu,
na expectativa de propor alternativas que possam contribuir com a melhoria das condições
socioambientais e com a valorização das empresas frente às exigências atuais, principalmente
no tocante à adoção de políticas de responsabilidade socioambiental.
Segundo Caetano e Fistarol (2004), ao agir de maneira socialmente responsável, as
empresas, além de cumprirem seu papel social, atraem mais consumidores, e esse
comportamento traz maior fidelidade dos consumidores para com a marca. A empresa com
75
boa imagem frente à sociedade, devido à propaganda espontânea, pode vender mais e
aumentar seu valor patrimonial, aprimorando, assim, a sua competitividade e aumentando o
sucesso da empresa.
Contudo, vale ressaltar que o principal objetivo de uma organização é o lucro e, sendo
assim, é necessário que seja utilizada a relação existente entre investimentos em
responsabilidade socioambiental e o valor financeiro da empresa, para mostrar ao mundo do
negócio o quão positivo pode ser investir em ações de responsabilidade socioambiental. Para
Caetano e Fistarol (2004), nos últimos anos as relações das empresas com a comunidade, com
o meio ambiente e com seus funcionários, tem se tornado uma questão de sobrevivência e de
estratégia financeira para as empresas, em longo prazo.
A esse respeito Garcia (1999, p.2) escreveu:
A coletividade quer comprar produtos e serviços de empresas que não poluem, não
fazem propaganda enganosa, contribuem para a melhor qualidade de vida.
Responsabilidade social, hoje, pode ser a diferença entre vender ou não vender,
sobreviver ou não. Responsabilidade social é, portanto, conceito estratégico e quem
não enxergar isto vai rapidamente deixar o convívio social, isto é, vai sair do
mercado.
Os dados da pesquisa Estratégias de empresas no Brasil: atuação social e
voluntariado, do Centro de Estudos em Administração do Terceiro Setor da Universidade de
São Paulo (CEATS-USP), realizada entre os meses de fevereiro e junho de 1999, e que contou
com a participação de 273 empresas, confirmaram que a adoção de práticas socialmente
responsáveis gera uma relação em que todas as partes ganham, o empresariado, os
funcionários e a comunidade. A citação seguinte é ilustrativa dos resultados obtidos:
Investir em ações sociais melhora em 79% a imagem institucional da empresa e
amplia em 74% suas relações com a comunidade. A motivação e produtividade dos
funcionários crescem 34%; melhora o envolvimento do funcionário com a empresa
em 40%, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento de
conhecimentos, técnicas e habilidades dos funcionários em 52% (FISCHER e
FALCONER, 1999, p.39-40).
76
Com base nos resultados da pesquisa do CEATS/USP, Guedes (2000) enfatizou que o
“retorno social institucional” se concretiza por meio de alguns tipos de retorno para a
empresa. Os retornos se dão:
a)
em imagem e em vendas, devido ao fortalecimento e fidelidade à marca e ao
produto;
b)
em aumento no valor da empresa, advindo da valorização da empresa na
sociedade e no mercado;
c)
em publicidade, a partir da geração de mídia espontânea;
d)
em tributação, pela possibilidade de isenções fiscais;
e)
em produtividade e pessoas, a partir de maior empenho e motivação por parte dos
funcionários;
f)
em retornos sociais, pelas mudanças comportamentais da sociedade (GUEDES,
2000).
Ainda segundo Guedes (2000, p.57), as empresas que agem com RS tendem a
aumentar suas relações com todos os seus stakeholders e tamm obtém a vantagem de se
expor mais em mídias espontâneas:
Quando uma empresa atua com responsabilidade social aumenta o seu
relacionamento com diversos públicos relevantes (clientes atuais e em potencial,
opinião pública, acionistas, investidores, fornecedores, funcionários, governo),
aumenta a exposição positiva em mídia espontânea onde seus produtos, serviços e
marca ganham maior visibilidade e possível aceitação.
Assim, recorrendo aos estudos estatísticos sobre a significativa aceitação pelo mercado
das empresas socioambientalmente corretas, Grajew (2000, p.55) assinala:
Estatísticas mostram que empresas socialmente responsável são mais lucrativas,
crescem mais e são mais duradouras. A página da Dow Jones na internet traz um
levantamento que compara a lucratividade dessas empresas com a média da Dow
Jones. A rentabilidade das socialmente responsáveis é o dobro da média das
empresas da Bolsa de Nova York.
77
De acordo com Vassalo (2000), estudo recente da Universidade de Havard evidenciou
que empresas preocupadas em manter relações equilibradas com seus stakeholders, crescem,
em média, quatro vezes mais em relação às empresas que são focadas apenas em obter
resultados para os acionistas.
O Índice Dow Jones de Sustentabilidade foi criado em agosto de 1999 pela Dow Jones
& Company, também responsável pelo Índice Dow Jones Geral. Como pode ser visto em
Almeida (2002), o Índice Dow Jones de Sustentabilidade mostra a rentabilidade das ações de
312 empresas com maior destaque no desempenho socioambiental, de um total de três mil
empresas que forma o Índice Dow Jones Geral. Percebe-se, assim, que o índice de
sustentabilidade está conseguindo confirmar a idéia de que o desempenho sustentável é
importante e tem sido levado em conta no momento de decisões por parte dos investidores.
Em suma, eles apostam em empresas que busquem mais do que desenvolvimento econômico,
“o Índice Dow Jones de Sustentabilidade identifica empresas que geram ganhos de longo
prazo justamente por serem capazes de considerar aspectos econômicos, ambientais e sociais
na análise de riscos e oportunidades” (ALMEIDA, 2002, p. 79).
De acordo com Petti (2001), isso pode ser explicado pelo fato de empresa socialmente
responsável ter menores possibilidades de prejuízos por não possuírem passivos ambientais.
Outro fato, segundo Petti (2001), é a menor probabilidade dos consumidores rejeitarem a
marca visto que as empresa irresponsável podem sofrer boicotes, ter a sua marca abalada e
perder participação no mercado e valor nas bolsas de valores.
Segundo Chagas; Pachi e Arbex (2004) do Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, as ações de empresas que foram selecionadas pelo Índice Dow Jones
de Sustentabilidade apresentam, somadas, uma rentabilidade superior à média das empresas
que estão listadas no Índice Dow Jones Geral.
78
Para afirmar, ainda mais, a relação existente entre investimento em responsabilidade
socioambiental e desempenho financeiro, Oliveira Neto (1999, p.1) descreveu:
Uma pesquisa realizada em maio de 1999, pela Universidade de Defoe, nos Estados
Unidos, analisando a taxa de crescimento do faturamento das mil maiores empresas
norte-americanas mostra algo surpreendente: nos últimos dez anos, as empresas que
investem na formação de uma consciência ética, que desenvolvem programas
específicos sobre questões morais, tiveram um aumento de 4,5 vezes no seu
faturamento, comparativamente às empresas do mesmo setor que não
implementaram esse tipo de ação.
No Brasil, segundo Lourenço e Schroder (2003), esta tendência também está
acontecendo. As ações socialmente responsáveis começam a dar lucro e a aumentar o valor
das empresas, não só internamente, mas também internacionalmente, quando o investidor
estrangeiro reconhece que empresas que praticam ações socialmente responsáveis são mais
prósperas, preferindo, assim, investir nelas.
Conforme matéria publicada no Jornal do Brasil, em 26/12/2001, na reportagem
intitulada “Exigências Internacionais”, os investidores de outros países estão atentos aos
índices sociais das organizações brasileiras, numa clara demonstração de que os dados
financeiros deixam de ser os únicos a serem avaliados no momento da decisão de investir.
Nesta reportagem, Rosângela Bacima Quilici, gerente geral do Instituo Pão de Açúcar
afirmou que “as empresas socialmente responsáveis atraem mais investidores, são mais
valorizadas e têm mais credibilidade, porque são vistas como empresas que não estão só
explorando” (EXIGÊNCIAS, 2001).
Nos últimos anos, vários estudos têm sido realizados com uso intensivo do ferramental
estatístico. Nesta linha de investigação, uma pesquisa realizada por Simpson e Kothers, em
2002, por meio de testes empíricos, utilizando ferramentas estatísticas, permitiu verificar a
relação positiva significativa entre investimento em responsabilidade socioambiental e
desempenho financeiro de empresas do setor bancário norte-americano.
79
A explanação que acaba de ser feita, sobre a relação entre investimento em
responsabilidade socioambiental e o desempenho financeiro, ajuda a perceber, com maior
nitidez, a necessidade de ser desvendada em bases científicas. A análise dessa relação foi
definida como o principal objetivo do presente trabalho.
Na atualidade, o empresariado tem passado por dois grandes desafios que trazem
fortes pressões, tanto econômicas quanto sociais. Um deles é o desafio da produtividade e da
competitividade e o outro é o desafio social. Este último é expresso por demandas e por
expectativas muito fortes e presentes na sociedade e que têm impacto direto nas atividades das
empresas, conforme os resultados de algumas pesquisas descritas anteriormente. Isso tem
feito com que os investimentos socioambientais deixem de ser uma opção de investir e
passem a se constituir numa necessidade das empresas.
80
C
APÍTULO 3: ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS
Este capítulo está direcionado para a Análise por Envoltória de Dados, cuja sigla –
DEA – é formada pelas letras iniciais da expressão em língua inglesa, Data Envelopment
Analysis. Essa é a principal ferramenta utilizada na realização do presente trabalho para o
cálculo da eficiência das empresas.
No primeiro tópico será tratado o conceito de eficiência e na seção posterior será feito
um levantamento sobre o histórico, as definições e as características da Análise por Envoltória
de Dados (DEA). Na seqüência, serão descritas as etapas por meio das quais se dá a aplicação
da ferramenta e, por fim, no último tópico, serão tratadas as vantagens e as limitações da
técnica DEA.
3.1 EFICIÊNCIA
De acordo com North (1990), eficiência é a capacidade de gerar um arranjo
institucional ideal que maximize a produção, dado um estoque de recursos e tecnologia. O
conceito de eficiência se refere à otimização dos inputs utilizados, ou seja, é o melhor
resultado possível com os recursos disponíveis.
As transformações socioeconômicas, fruto daquilo que se denomina a era da
globalização, e as mudanças tecnológicas daí decorrentes vêm impondo um ambiente de
81
competitividade entre as empresas. A eficiência surge, então, como uma condição
fundamental para que as empresas alcancem os seus objetivos econômicos ou sociais.
Entre os estudiosos do tema, Belloni (2000) sustenta que a noção de eficiência no
processo produtivo está ligada aos conceitos de racionalidade econômica e de produtividade
material, e mostra a capacidade da unidade produtiva atingir melhores resultados, utilizando o
mínimo de recursos. A comparação que pode ser estabelecida entre empresas do mesmo setor
é uma das maneiras de identificar a eficiência relativa das mesmas e, na medida em que uma
delas consegue produzir a mesma quantidade de produtos que as outras, destinando igual
quantidade de insumos, ela é classificada como eficiente. Em caso contrário, ela se
considerada ineficiente.
Os estudos das medidas de eficiência produtiva tiveram início com Farrel (1957) que
propôs um modelo empírico para medir a eficiência relativa, em oposição ao modelo de
função que é apresentado nas formulações de alguns teóricos. Segundo este autor, é mais
consistente determinar a medida de eficiência de uma firma, ou de uma unidade
administrativa, comparando-a com o melhor nível de eficiência até então observado, do que
compará-la com algum ideal inatingível. Para chegar a essa formulação ele se baseou em
técnicas não-paramétricas que se encontram descritas mais adiante, no corpo deste trabalho
.
A definição de eficiência relativa, por sua vez, foi elaborada por Smith
8
(1974 apud
BANA E COSTA, 2002) ao afirmar que: “...podia num esforço, utilizando todos os recursos
industriais disponíveis, produzir um alfinete por dia...”. O fabricante, nestas condições, seria
considerado eficiente. Contudo, continuava ele, caso os fabricantes passassem a aproveitar os
benefícios que a especialização traziam “cada pessoa...poderia ser considerada como
produzindo quatro mil e oitocentos alfinetes por dia” (SMITH
9
, 1974, apud BANA E
8
SMITH, A. (1974). Na Inquiry into the nature causes of the wealth of nations. [S.l.]: The Penguin English Library.
Apud BANA E COSTA, C.A. et al. (2002)..Metodologia de análise do desempenho operacional de concessionária de
distribuição de energia elétrica. Rio de Janeiro: (Relatório PUC).
9
id ibid
82
COSTA, 2002, p. 30). Em contrapartida, qualquer fabricante que produzisse apenas um
alfinete por dia passaria a ser considerado como ineficiente.
Nos processos de produção é possível identificar dois tipos de eficiência: a eficiência
técnica e a eficiência econômica. A diferenciação pode ser observada em Souza e Almeida
(2003) quando descreve que a eficiência técnica se refere à proficiência pela qual os insumos
do processo produtivo são transformados em produtos. Assim, um produtor que é capaz de
produzir mais de um produto é considerado tecnicamente eficiente se ele conseguir aumentar
a produção de um dos produtos, no momento em que diminui a produção de algum outro, sem
desperdícios de insumos. Prosseguindo na diferenciação entre os tipos de eficiência, o autor
classifica a produção como tecnicamente eficiente se não houver outro processo que alcance o
mesmo nível de produção, com a utilização de uma quantidade inferior em, pelo menos, uma
unidade de insumo. Por sua vez, ainda segundo este autor, a eficiência econômica diz respeito
à capacidade de otimizar custo e lucro. O processo produtivo será eficiente, sob esse ponto de
vista, se não houver um processo alternativo que produza, com menor custo, a mesma
quantidade, ou ainda, se não houver uma combinação de insumos e produtos que possibilite
um aumento no lucro gerado pelo processo. Em outras palavras, o processo para ser
economicamente eficiente necessita buscar a máxima eficiência técnica, uma vez que a
eficiência econômica é uma conseqüência da eficiência técnica.
Outros atores, como Tupy e Yamaguchi (1998), descrevem que a eficiência de uma
unidade produtiva é mensurada a partir da comparação entre os valores que foram observados
e os valores ideais, ótimos, de insumos e produtos.
A necessidade de se aprofundar os estudos sobre a eficiência permitiu o surgimento e
o encontro de três conceitos fundamentais para as análises econômicas, são eles: a eficiência
produtiva, a eficiência distributiva e a eficiência alocativa.
83
Coube a Farrel (1957) considerar o conceito de eficiência produtiva como sinônimo de
eficiência técnica, e ele mesmo propõe uma técnica para a medição de eficiência que consiste,
basicamente, em assumir vários inputs para um único produto a rendimentos constantes de
escala. Dessa forma, ele adotava a combinação eficiente de inputs para um dado nível de
output tomado como referência, sendo que os desvios eram classificados como ineficiência.
Pode-se notar que desde aquela época o autor já trabalhava com a idéia de melhor combinação
entre inputs para gerar o máximo de output, buscando reduzir os recursos a um nível
considerado eficiente. Torna-se mais evidente, assim, que a eficiência produtiva busca atender
ao princípio de máximo rendimento com custo mínimo.
Já o conceito de eficiência distributiva, de acordo com Possas; Pondé e Fagundes
(1996), se refere à capacidade de eliminação, por meio de concorrência ou de outro
dispositivo, rendas produzidas pelos monopólios, sejam eles quais forem, ou outros ganhos
temporários por parte de agentes individuais.
O conceito de eficiência alocativa, por seu turno, tem a sua definição atribuída a
Possas; Pondé e Fagundes (1996), quando identificam, nela, a melhor maneira de se alocar os
recursos. Para Wilhelm (2000), a eficiência alocativa de uma empresa informa se elas
empregam os insumos em uma proporção ótima, minimizando, assim, os custos de produção.
Para o cálculo da eficiência, Souza e Almeida (2003) sugere dois métodos. São eles: o
método paramétrico e o método não-paramétrico. O primeiro deles é mais exigente, uma vez
que pressupõe uma função de produção que tem que ser estimada por meio dos métodos
econométricos, sendo, portanto, um método mais rico e mais consistente no que diz respeito
ao teste de hipótese. Segundo Lovell
10
(1993 apud REINALDO, 2002), este método, para
fazer a estimativa de produções, utiliza as técnicas para estimar funções de produções
10
LOVELL, C.A.K. (1993). Productions frontiers and productive efficiency. In: FRIED, H.O.; LOVELL, C.A.; SCHMIDT,
S.S. (Ed.). The Measurement of productive efficiency. Techniques and applications. Oxford: Oxford University Press.
Apud REINALDO, R.R.P. (2002). Avaliando a eficiência em unidades de ensino fundamental de Fortaleza – CE,
usando a análise envoltória de dados (DEA). 123 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2002.
84
“médias” e requer especificações explícitas de forma funcional, além de suposições acerca da
distribuição do erro. Para Lins e Meza (2002), o principal problema desse método é que ele dá
como resultado uma função de produção média e não máxima.
Por sua vez, o método não-paramétrico se aproxima mais do ideal de comparar um
produtor com o grupo de produtores do qual ele faz parte e para isso se baseia na programação
matemática, possuindo dois objetivos principais: construir fronteiras de produção a partir de
dados empíricos e efetuar o cálculo de uma medida de produtividade, relacionando valores
observados com as fronteiras de produção (REINALDO, 2002). Os dados que se localizarem
fora da fronteira de produção são considerados ineficientes e aqueles que se encontrarem no
universo definido pela fronteira, são considerados eficientes.
Detendo-se no estudo das vantagens oferecidas pelo método não-paramétrico, Iraioz;
Rapún e Zabaleta
11
(1997 apud ÁLVAREZ, 2002), localiza uma vantagem observada naquilo
que diz respeito à flexibilidade, uma vez que ele se adapta satisfatoriamente a modelos com
múltiplos insumos e produtos e impõe menos restrições sobre a tecnologia de produção.
A eficiência técnica, representada na equação a seguir, como uma medida de
produtividade, já tinha sido definida por Farrel (1957), conforme é descrito por Cooper;
Seiford e Zhu (2004), na forma que segue:
Insumo
oduto
TécnicaEficiência
Pr
=
(3.1)
A relação entre produtos gerados e insumos utilizados, é considerada tradicional para
quantificar a produtividade de uma empresa, mas, devido ao fato dela ser uma medida que não
leva em consideração a complexidade dos processos organizacionais, tornou-se inadequada,
11
IRAIOZ, B.; RAPÚN, M.; ZABALETA, I. (1997). Análisis de la eficiência técnica de las explotaciones lecheras.
Navarra: Departamento de Economia; Universidad Pública de Navarra. (Documentos de Trabajo, 9822) Apud ALVAREZ,
A.R., CALVETE, G.F., GARRIDO, C.L. (2002). A eficiência técnica das esplotacións leiteiras na comarca interior da
Província de A Coruña. Influencia da concentración parcelaria. Artigo. Departamento de Coordinación e
Desenvolvemento Tecnolóxico, Centro de Investigacións Agrarias de Mabegondo.
85
surgindo, assim, a necessidade de se estabelecer uma nova medida de eficiência, como é
apresentada a seguir:
==
iii
rrr
xv
yu
InputdePonderadaSoma
OutputdePonderadaSoma
Eficiência
(3.2)
Onde:
y
r
significa os outputs; x
i
significa os inputs e u
r
, e v
i
significam os pesos.
Os pesos, u
r
e v
i,
se referem ao grau de importância que a empresa concede,
respectivamente, às quantidades do produto e do insumo. Uma dificuldade encontrada para a
aplicação dessa fórmula diz respeito ao fato da definição dos pesos ser a mesma para as
variáveis de insumo e para o produto. Segundo Niederauer (2002) o acordo que possa ser
estabelecido entre as empresas a serem avaliadas seria uma solução para superar esta
dificuldade. Contudo, sabe-se que os produtores têm visões diferentes, dando origem, assim,
às dificuldades em se determinar pesos para as variáveis.
A partir dessa dificuldade descrita acima, foi criada uma técnica não-paramétrica, de
programação matemática, criando as possibilidades para se avaliar a eficiência técnica de
organizações homogêneas, ou seja, organizações que realizam as mesmas tarefas e têm os
mesmos objetivos, já que elas possuem insumos e produtos e não se consegue atribuir, de
forma negociada, os pesos para eles.
Essa técnica não-paramétrica foi denominada Data Envelopment Analysis (DEA) e de
acordo com Biondi Neto; Melo e Gomes (2003) e Vilella (2004), a técnica DEA é baseada em
uma programação linear que tem o objetivo de mensurar o desempenho de unidades
operacionais, nas quais a presença de muitos inputs e outputs torna difícil a comparação.
86
3.2 ASPECTOS GERAIS HISTÓRICO, DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS
Pode-se verificar que, passadas cerca de duas décadas, os estudos de Farrel (1957)
foram redescobertos mais recentemente. Charnes, Cooper e Rhodes, em 1978, generalizaram
esses estudos, fato que deu origem a essa nova técnica de construção de fronteiras de
produção e indicadores da eficiência produtiva, conhecida como DEA.
A expectativa que se criou inicialmente, quando do aparecimento da técnica DEA,
segundo Bowlin (1999), era de que a sua utilização serviria para avaliar a eficiência das
organizações sem fins lucrativos, e a sua primeira aplicação ocorreu em escolas públicas
norte-americanas. Posteriormente, ainda segundo o mesmo autor, a técnica DEA foi
desenvolvida e ampliada, sendo atualmente utilizada em diversas áreas do conhecimento e
considerada como uma técnica importante para a medida de desempenho.
Entre as técnicas que as empresas utilizam para subsidiar o seu planejamento e
conseguir a maximização dos lucros está a DEA, que se tornou uma poderosa ferramenta
gerencial, utilizada para a avaliação da eficiência e para a comparação e classificação de
unidades organizacionais.
Na literatura consultada são encontradas definições sobre a abrangência e a definição
dessa técnica. Para Avelar (2004), DEA é uma técnica estatística não-paramétrica, cujo
objetivo é avaliar a eficiência de empresas homogêneas, que se diferenciam pela quantidade
de inputs utilizados e de outputs produzidos. Segundo Paredes (1999), a técnica DEA
estabelece uma fronteira de eficiência que define o desempenho ótimo a ser alcançado pela
empresa. Essa fronteira constitui a envoltória que é formada a partir das ligações dos planos
de operação realizados pelas organizações eficientes, enquanto as organizações consideradas
ineficientes ficam fora dessa envoltória. Para Calhoun (2003), a DEA é definida como uma
87
técnica de programação matemática utilizada para construir a fronteira de produção,
importante para auxiliar na tomada de decisões.
Com base nas noções de fronteira e de eficiência, pode-se assegurar que a fronteira de
eficiência de uma organização é construída a partir dos valores observados de input e output.
A DEA consiste em uma técnica que permite a comparação de cada firma com a melhor
firma, a partir da análise da eficiência relativa.
Segundo Casa Nova (2002), a técnica DEA define a curva de eficiência, ou seja, a
curva de máxima produtividade, considerando a relação ótima entre input e output. A Figura 6
mostra uma curva de eficiência obtida a partir da DEA.
Figura 6 – Curva de eficiência
Com base na técnica DEA, são classificadas como eficientes aquelas unidades que
obtiverem a alocação ótima entre input/output, estando posicionadas na curva de máxima
eficiência relativa. As unidades que estiverem fora dessa fronteira de eficiência são
classificadas como ineficientes.
A partir dessa classificação, obtida por meio da curva de eficiência, podem ser
definidas as unidades de referência para cada observação, permitindo calcular, assim, o
aumento ou a diminuição de produtos ou insumos necessário para que a atuação da empresa
seja otimizada. Segundo Bruneta (2004),
a DEA é definida como um método de
88
benchmarking, uma vez que a unidade considerada eficiente serve como referência para as
demais unidades. Outros autores, como Oliveira e Gomes (2003), expandem a compreensão
sobre a técnica DEA, ao afirmarem que ela não mede somente a eficiência, mas também é
capaz de prover um guia para as empresas eliminarem as suas ineficiências.
Segundo CMTE (1997), os resultados obtidos com a aplicação da análise por
envoltória de dados podem ser sintetizados em:
a)
uma superfície envoltória, formada pelas unidades eficientes, que passam a
formar o conjunto de referência para as demais unidades;
b)
uma medida de desempenho, que se refere à distância de cada unidade à
fronteira;
c)
projeções das unidades ineficientes na fronteira, estabelecendo metas para as
mesmas.
Segundo Lins e Meza (2002), a DEA possui algumas características básicas,
traduzidas na forma que segue:
a)
não é necessário que as unidades de todos os inputs e outputs sejam
convertidas em unidade monetária, fator este que diferencia a técnica DEA dos
métodos baseados em avaliação puramente econômica;
b)
os índices de eficiência se baseiam em dados reais e não em fórmulas teóricas;
c)
elabora um único output e input virtual, generalizando o método de Farrel;
d)
é uma alternativa e um complemento aos métodos da análise da tendência
central e da análise custo e benefício;
e)
os outliers não representam somente desvios em relação ao comportamento,
mas possíveis benchmark a serem analisados pelas Decision Making Units
(DMUs);
89
f) diferentemente das técnicas paramétricas, a DEA otimiza a observação
individual, objetivando determinar uma fronteira linear por partes que
compreende o conjunto de DMUs.
3.3 APLICAÇÃO DA ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS
Para uma adequada aplicação da DEA em um grupo de empresas, faz-se necessário
que estas empresas atendam a alguns pré-requisitos definidos e presentes na literatura, com o
objetivo de obter resultados corretos. De acordo com Golany e Roll (1989), são esses os pré-
requisitos:
a)
as empresas devem ser homogêneas, ou seja, realizar tarefas semelhantes e ter
objetivos comuns;
b)
as empresas devem atuar sob as mesmas condições de mercado;
c)
os inputs e outputs devem ser os mesmos, as variações devem ser apenas
quanto à intensidade ou quanto à magnitude.
Existe uma seqüência de etapas já estabelecida e que é necessário seguir para a
aplicação da técnica DEA. Nesse aspecto, foi desenvolvida uma metodologia por Golany e
Roll (1989) e nela são encontradas as três etapas listadas a seguir:
1 Definição e seleção das DMUs;
2 Seleção das variáveis de input e output;
3 Aplicação dos modelos DEA.
90
3.3.1 Definição e seleção das DMUs
O processo de seleção das unidades para a análise por envoltória de dados deve
cumprir, também, alguns pré-requisitos fundamentais. Segundo Lins e Meza (2002), as
unidades precisam ser homogêneas, ou seja, realizar as mesmas tarefas e possuir os mesmos
objetivos, além disso as empresas devem trabalhar nas mesmas condições de mercado e
utilizar as mesmas variáveis de input e output no processo produtivo. Além do mais, para a
aplicação da técnica DEA é necessário que as empresas sejam semelhantes o suficiente, para
que faça sentido a comparação das mesmas, e diferentes, também o suficiente, para que elas
possam ser discriminadas.
Um outro aspecto relacionado com as DMUs que vão passar pela análise por
envoltória de dados diz respeito à definição do quantitativo de empresas que entrarão na
análise. O número de empresas deve ser suficientemente grande, para que seja possível
observar a discriminação entre elas. Caso o número de unidades analisadas seja pequeno,
quando comparado ao número de inputs e outputs, existe a possibilidade de que muitas das
DMUs sejam consideradas eficientes, uma vez que qualquer DMU que atinja o melhor
desempenho, executando a melhor relação entre inputs e outputs, será denominada eficiente.
Para atender a essa exigência, existem dois critérios para estabelecer o número de
DMUs a ser utilizada e que satisfaça a técnica DEA. Um deles foi estabelecido por Lins e
Meza (2002), para quem o número de unidades deve ser, no mínimo, o dobro do número de
variáveis utilizadas na análise. O segundo critério, criado por Nunamaker
12
(1985 apud
ABEL, 2000), estabelece que a quantidade de DMUs deve ser, no mínimo, três vezes a soma
das variáveis de input e output utilizadas na DEA. A existência desses dois critérios faz com
12
NUNAMAKER, T.R. (1985). Using data envelopment analysis to measure the efficiency of non-profit organizations: a
critical evaluation. Managerial and Decision Economics, v.6, n.1, p.50-58. Apud ABEL, L. (2000). Avaliação cruzada
da produtividade dos departamentos acadêmicos da UFSC utilizando DEA - Data Envelopment Analysis. 160 p.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.
91
que um deles deva ser adotado para a definição da quantidade de DMUs que caberá na análise
por envoltória de dados. Cabe registrar que ambos são considerados válidos na literatura
especializada.
3.3.2 Seleção das variáveis de input e output
Outra etapa que deve ser percorrida para a análise por envoltória de dados é a seleção
das variáveis de input e output. As variáveis de input se referem às entradas do processo
produtivo, os insumos necessários para a produção, enquanto as variáveis de output são os
resultados produzidos por uma DMU. Um aspecto a ser considerado na seleção das variáreis é
a possibilidade de se alterar o conjunto de input ou de output que, para Thanassoulis (1996), é
um fato que traz importantes repercussões no resultado do processo de avaliação.
Segundo Lins e Meza (2002), há duas maneiras para que a seleção de variáveis seja
realizada de forma satisfatória. Uma delas recorre à opinião do interessado, seja ele usuário
e/ou especialista, devendo levar em consideração algumas questões, a saber:
a)
se a variável inclui à análise informações necessárias que não tenha sido
incluída em outras variáveis;
b)
se a variável se relaciona ou contribui para um ou mais objetivos da aplicação;
c)
se os dados são confiáveis e seguros;
d)
se as variáveis explicam a eficiência de uma unidade.
A outra maneira utilizada para a seleção de variáveis, segundo Lins e Meza (2002),
consiste em partir do uso da análise de correlação, inspirado no método stepwise (passo a
passo), para a seleção em modelos estatísticos de regressão linear. De acordo com Norman e
Stoker (1991) este método se inicia num par inicial de input e output, calculando os scores
92
das unidades a partir desse par inicial e também os coeficientes de correlação das demais
variáveis com estes scores. A lista de variáveis é percorrida, então, em ordem decrescente do
módulo do coeficiente de correlação, para que a próxima variável seja selecionada. O objetivo
desse método é escolher as variáveis que permitirão um melhor ajuste das unidades à
fronteira.
Nessa forma de escolha das variáveis, após a utilização da correlação com o método
stepwise, é necessário que se utilize a regressão linear para observar as relações de
dependência entre as variáveis. Pode-se mesmo afirmar que, quando a regressão explicar uma
variável utilizando como variáveis independentes o conjunto de inputs, esta deve ser
considerada como output e quando ela for capaz de explicá-la por meio do conjunto de
outputs, deverá ser considerada como input, de acordo com Golany e Roll (1989). Para esses
mesmos autores, uma fraca relação entre as variáveis é um indicador para que elas sejam
examinadas novamente e, caso seja necessário, que sejam até mesmo desconsideradas. Por
outro lado, relações fortes podem indicar que as informações dessa variável já tenham sido
representadas por meio de outra variável, o que também pode fazer com que ela seja
desconsiderada.
O uso, freqüente, das análises de regressão não garante que elas sejam extremamente
seguras, permitindo, sim, compreendê-las, de acordo com Charnes; Cooper e Rhodes (1978),
como base de apoio para examinar algumas variáveis mais de perto.
Estudiosos como Golany e Roll (1989, p. 239) abordam a relação de causalidade entre
variáveis quando escrevem: “Um problema freqüentemente encontrado nesta fase é a
distinção formal entre fatores que causam a eficiência e fatores que explicam o efeito
eficiência.” A análise desta relação causal, com apoio de especialistas, ajuda a decidir se uma
variável é causa ou se é efeito, no processo produtivo.
93
Com base nesta compreensão, apenas as variáveis consideradas determinantes sobre
outra variável, ou seja, aquelas variáveis que provocam mudanças em outra variável, devem
ser escolhidas para a aplicação na DEA. Para efeito prático, são consideradas determinantes
aquelas variáveis que são responsáveis por outras e não resultantes de outras.
Toda a formulação até aqui apresentada sobre as etapas para a seleção das variáveis
tem, como objetivo principal, a busca do melhor resultado na pesquisa, com maior
confiabilidade e com maiores possibilidades de análise entre as unidades tornando-se, assim,
mais representativas.
3.3.3 Aplicação dos modelos DEA
Definição da orientação dos modelos DEA e retornos de escala
Antes de iniciar a aplicação da técnica DEA é necessário que seja determinada a
orientação do modelo a ser adotado para que, desse modo, o objetivo proposto seja atingido.
Segundo Brunetta (2004), existem três opções de orientação para a análise por envoltória de
dados conforme é relatado por Brunetta (2004). Elas se encontram descritas a seguir.
a)
a orientação por input, na qual o objetivo é reduzir os inputs sem alterar os
níveis dos atuais outputs;
b)
a orientação por output, cujo objetivo passa a ser o de aumentar os outputs,
mantendo-se fixo o nível de input;
c)
a orientação input-output, que se refere à junção dos dois modelos anteriores,
ou seja, aumentar os outputs, diminuindo ao mínimo os inputs.
94
A Figura 7 serve para ilustrar as orientações, para o input e para o output, DEA.
Figura 7 – Modelo de orientação ao input ou ao output
Fonte: Coelli; Rao e Battese (1998).
Entre os inputs e outputs existe uma relação que é conhecida como retorno de escala
(BRUNETTA, 2004). Segundo esse autor existem quatro tipos de retorno de escala DEA. São
eles:
a)
retornos constante de escala (CRS): os inputs variam na mesma proporção dos
outputs, e havendo aumento ou diminuição num fator λ dos inputs, ocorrerá
também aumento ou diminuição num mesmo fator dos outputs;
b)
retornos não crescente de escala (NIRS): ao multiplicar a quantidade de inputs
por um fator λ > 1, os outputs vão ser multiplicados pelo fator λ` λ;
c)
retornos não decrescentes de escala (NDRS): ao multiplicar os inputs por um
fator λ > 1, os outputs vão ser multiplicados por um fator λ` λ;
d)
retornos variáveis de escala (VRS): este tipo de retorno não segue nenhum
padrão anterior, se os inputs forem multiplicados por um fator λ, os outputs
podem seguir comportamento variável em relação ao fator λ (BRUNETTA,
2004).
P A
C
A”
A’
Eixo y:
Out
p
ut
Função de
produção y=
f(x)
Orientação ao
in
p
ut
Eixo x:
I
n
p
ut
Orientação
ao out
p
ut
95
Como se pode notar, todos esses tipos de retornos confirmam a relação existente entre
os inputs e outputs, o que vem demonstrar que a DEA se constitui numa técnica adequada
para o estudo e para a avaliação da eficiência das organizações no campo que foi escolhido
para desenvolver a investigação, ou seja, a responsabilidade socioambiental.
Definição e aplicação dos modelos
Para uma melhor compreensão acerca da técnica DEA, recorre-se à definição de Lopes
(1998, p.44) para quem a técnica DEA é: “uma operacionalização da medida de eficiência
técnica de Farrel (1957), através de programação matemática”. Sendo assim, a DEA pode ser
considerada como um conjunto de modelos matemáticos que é utilizado com o objetivo de
verificar a eficiência relativa de unidades homogêneas.
Vários são os modelos formulados pela técnica DEA, contudo dois deles são mais
largamente utilizados, o modelo CCR e BCC. Biondi Neto (2001, p.50) relata que “os
diversos modelos usados em análise DEA determinam uma fronteira ou um ‘envelope de
dados’, que representa o subconjunto das DMUs eficientes”.
Será feita, aqui, uma abordagem sobre os dois modelos mais utilizados – o modelo
CCR e o modelo BCC – e as suas orientações, seja para os inputs seja para os outputs.
Como esses dois modelos produzem diferentes fronteiras de eficiência, uma vez que
eles utilizam diferentes tipos de tecnologia, Paiva (2000) reconhece que o primeiro deles
supõe o retorno de escala constante, enquanto o segundo supõe o retorno de escala variável.
Para esse autor, duas são as diferenças fundamentais entre esses dois modelos: a superfície de
envelopamento (tipos de combinações e suposições sobre os retornos de escala) e o tipo de
projeção do plano ineficiente à fronteira. A esse respeito ele continua:
96
Os modelos CCR e BCC trabalham com diferentes tipos de tecnologias e,
consequentemente geram fronteiras de eficiência diferentes e medidas de eficiência
diferentes. No que diz respeito à orientação, cada um desses dois modelos pode ser
escrito sob duas formas de projetar os planos ineficientes na fronteira: uma voltada
para os produtos e outra voltada para os insumos. Na primeira orientação, as
projeções dos planos observados sobre a fronteira buscam o máximo aumento
equiproporcional de produção dado o consumo observado e, na segunda orientação,
a maior redução equiproporcional do consumo para a produção observada (PAIVA,
2000, p.42).
A seguir os dois modelos da análise por envoltória de dados – o CCR e o BCC – vão
ser estudados tanto acerca da sua base teórica, quanto sobre a formulação matemática de cada
um deles.
O modelo CCR
Este modelo foi desenvolvido por Charnes, Cooper e Rhodes, em 1978, e a formação
da sigla para designá-lo contempla as iniciais do nome de cada um deles. Ele é considerado o
modelo mais simples, permitindo uma avaliação objetiva da eficiência global e identificando
as fontes e as estimativas dos montantes das ineficiências identificadas.
Na sua essência, Charnes et al (1997) utilizou a programação matemática e
desenvolveu o modelo CCR para resolver a questão de casos com múltiplos outputs/inputs,
criando um único output virtual e um input virtual.
Estando orientado para o input, o modelo CCR tem, de acordo com Charnes et al
(1997), a seguinte formulação matemática original e é representada dessa maneira:
Maximizar h
k
=
=
s
r
k
rr
yu
1
(3.3)
Sujeito a:
∑∑
==
m
r
n
i
ijirjr
xvyu
11
0 (3.4)
97
=
=
n
i
iki
xv
1
1
(3.5)
u
r
, v
i
0 (3.6)
Onde:
y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; r = 1 , ..., m; i = 1, ..., n; j = 1, ..., N
Aqui, deve-se considerar N empresas que produzem m quantidade de output como n
quantidade de inputs.
Dada uma empresa K, ela produz y
rk
quantidade de outputs com a utilização de x
ik
quantidade de inputs. A DEA tem como objetivo encontrar o máximo indicador de eficiência
h
k
da empresa K onde u
r
é o peso específico a ser encontrado para um output r e v
i
o peso
específico de cada input i.
O objetivo do modelo CCR orientado para o input é atingir a eficiência a partir da
diminuição dos níveis de input, enquanto o nível de output permanece constante.
A primeira restrição, equação 3.4, se refere ao resultado da empresa, e é obtida com a
subtração dos outputs (somatório das quantidades de outputs, multiplicado pelo peso dos
mesmos) dos inputs (somatório das quantidades de inputs, multiplicados pelo seu peso).
A equação 3.5 é a segunda restrição e se refere ao somatório da multiplicação das
quantidades de input pelos pesos específicos, devendo ser igual a 1. No caso de a empresa ser
eficiente o h
k
vai ser igual a um, já as ineficientes terão h
k
sempre inferior a 1.
Para um conjunto de empresas é possível que seja construída uma curva de produção e
a partir disso é possível identificar as empresas cujos planos de produção não podem ser
superados pelo plano de produção de outra empresa. Obtém-se aí um plano de produção
eficiente, otimizando a alocação da quantidade de inputs para a produção de maior quantidade
de output, e a empresa torna-se eficiente e passa a servir de referência para as outras
empresas.
98
Quando, por sua vez, o modelo CCR, estiver orientado para output ele tem como
objetivo a busca da eficiência, mantendo as quantidades de input e aumentando as
quantidades de output. Considerando o retorno de escala, esse modelo é definido
matematicamente na forma que é mostrada a seguir:
Minimizar h
k
=
=
n
i
iki
xv
1
(3.7)
Sujeito a:
∑∑
==
m
r
n
i
ijirjr
xvyu
11
0 (3.8)
=
=
m
r
rkr
yu
1
1 (3.9)
u
r
, v
i
0 (3.10)
Onde:
y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; r = 1 , ..., m; i = 1, ..., n; j = 1, ..., N
As equações de restrições são as mesmas do modelo CCR orientado para input.
O indicador de eficiência deste modelo define um indicador de eficiência produtiva,
ou seja, uma medida de produtividade global.
O modelo BCC
Este modelo foi desenvolvido por Banker, Charnes e Cooper e Rhodes, em 1984. A
exemplo do modelo anterior, a construção da sigla veio das iniciais do nome de cada um
deles. Esse modelo faz a distinção entre ineficiência técnica e ineficiência de escala,
estimando a eficiência técnica pura, a uma dada escala de operações. Por meio dele é possível
identificar se estão presentes os ganhos de escalas crescentes, decrescentes ou constantes para
99
uma futura exploração, uma vez que ele possibilita que a tecnologia mostre propriedades de
retornos a escalas diferentes ao longo da sua fronteira.
Segundo Belloni (2000), ao isolar da ineficiência produtiva o componente associado à
ineficiência de escala, resulta a eficiência técnica oriunda da aplicação desse modelo. O
modelo possibilita, segundo o autor, a utilização de unidades de referência com portes
diferentes, uma vez que esse modelo está livre das dificuldades advindas de considerar a
escala de produção.
Estando orientado para input, o modelo BCC tem a seguinte formulação matemática:
Maximizar
=
m
r
krkr
uyu
1
(3.11)
Sujeito a:
=
=
n
r
iki
xv
1
1 (3.12)
==
n
i
kiji
m
r
uxvuryrj
11
0 (3.13)
u
r
, v
i
0 (3.14)
Onde:
y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; r = 1 , ..., m; i = 1, ..., n; j = 1, ..., N
Para Casa Nova (2002), nesse caso, é possível que a variável u
k
possa obter valores
negativos, não atendendo, assim, às restrições de positividade. Ela é utilizada representando
os retornos variáveis de escala.
Quando, porém, o modelo BCC estiver orientado para output, ele é assim definido
matematicamente:
Minimizar
=
+
n
i
kkii
vxv
1
(3.15)
100
Sujeito a:
=
=
m
r
k
rr
yu
1
1 (3.16)
∑∑
==
m
r
n
i
kjrijrr
vxvyu
11
0 (3.17)
u
r
, v
i
0 (3.18)
Onde:
y = outputs; x = inputs; u, v = pesos; r = 1 , ..., m; i = 1, ..., n; j = 1, ..., N .
Novamente, ainda segundo Casa Nova (2002), a variável u
k
pode obter valores
positivos e negativos.
Comparando os dois modelos aqui abordados e considerando a orientação ao produto,
Belloni (2000) constata que o indicador de eficiência do Modelo BCC é menor ou igual ao
indicador de eficiência do Modelo CCR.
A título de conclusão pode-se dizer que o indicador de eficiência do Modelo BCC traz
uma medida de eficiência técnica, já que está depurado dos efeitos de escala de produção.
3.4 A ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS E A REGRESSÃO LINEAR
A combinação da Análise por Envoltória de Dados com modelos econométricos tem
sido utilizada por vários autores. Thanassoulis (1993), por exemplo, foi um dos autores a
iniciar a utilização da DEA com modelos de regressão para avaliar a eficiência das
organizações. Mostrando as características e vantagens das duas técnicas, o autor observou
que a Análise por Envoltória de Dados e a análise de regressão são dois métodos alternativos
que podem ser usados juntos, ou separadamente, para comparar a performance de unidades.
101
Estudos comparativos entre os resultados obtidos na DEA e os resultados obtidos pela
regressão linear são encontrados na literatura especializada, segundo Niederauer (1998). Com
base nesses estudos, o autor aponta que a análise de regressão traz como resultado uma função
que determina uma reta que minimiza a soma dos erros quadrados, o que não representa
necessariamente o desempenho de nenhuma das unidades analisadas. Essa comparação é
ilustrada na Figura 8.
Figura 8 – Comparação entre DEA e Análise de Regressão
Fonte: Niederauer (1998)
As situações de cada unidade analisada são observadas no gráfico pelos pontos nele
distribuídos. A reta traçada na Figura 8 se refere à função resultante da análise de regressão, e
aí pode-se notar que poucas observações se encontram bastante próximas da reta de regressão.
Segundo Norman e Stoker (1991), esse tipo de gráfico mostra que, na análise de regressão,
cada unidade é comparada com uma média, não ficando evidente de imediato o que essa
média representa. Segundo os autores essa técnica é muito útil para fazer inferências, mas, por
ser paramétrica, exige que se estabeleça a função que será ajustada aos dados.
Por outro lado, como a DEA é uma técnica não-paramétrica, a curva de eficiência, por
ela definida, considera uma relação ótima entre input/output. Retornando à curva da Figura 8,
Análise de
Regressão
Fronteira DEA de
Eficiência Relativa
102
verifica-se que as unidades consideradas eficientes se encontram na curva de máxima
eficiência relativa pois obtiveram a alocação ótima entre inputs e outputs. As unidades
consideradas ineficientes se encontram abaixo da curva.
A DEA define, assim, unidades de referência para cada observação, o que permite
calcular os aumentos na quantidade de output ou diminuição no consumo de inputs
necessários para que a atuação seja otimizada.
Partindo do princípio de que a atividade científica descarta a exclusividade dos
métodos utilizados, deve-se contemplar a complementaridade dos métodos de investigação
para levar a bom termo uma pesquisa. Pretende-se deixar claro que a DEA se constitui no
método preferencial para a realização dessa pesquisa.
3.5 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA DEA
A Análise por Envoltória de Dados é uma ferramenta de medida de eficiência relativa
das unidades, sendo que a comparação é feita com o melhor nível de eficiência observado, ao
invés de comparação com um ideal inatingível. Essa pode ser considerada a principal
vantagem obtida com a utilização da DEA.
De acordo com Pereira (1999), uma outra vantagem na utilização da DEA diz respeito
à possibilidade de utilizar variáveis mensuradas em quantidades e em unidades monetárias ao
mesmo tempo.
Outros autores, como Charnes; Cooper e Rhodes (1996), citam algumas características
consideradas positivas, o que faz com que a DEA se torne útil para calcular a eficiência
técnica de unidades produtivas. São elas:
a)
utilização de múltiplos inputs e outputs;
b)
não é necessário estabelecer a forma funcional;
103
c) gera um único score de eficiência relativa às outras unidades produtivas;
d)
diferencia as unidades eficientes das ineficientes;
e)
define os recursos e calcula o nível de ineficiência das unidades ineficientes;
f)
detecta deficiências que não são detectadas por outras técnicas.
Outras vantagens obtidas com a utilização da DEA são apontadas por Casa Nova
(2002). São elas:
a)
prescinde de atribuição prévia de pesos às variáveis consideradas no estudo;
b)
a eficiência de cada empresa é definida de forma individualizada, considerando
a atuação das demais empresas em estudo, porém permitindo que a alocação de
pesos aos fatores seja efetuada de forma a maximizar sua eficiência relativa;
c)
a diferença de porte pode ser tratada com a adoção de modelos que prevejam
retornos variáveis à escala, sem prejuízo às empresas de pequeno porte;
d)
mais de uma empresa pode ser classificada como eficiente, compondo a
fronteira de eficiência relativa e servindo como referência para a atuação das
demais empresas;
e)
para as empresas consideradas ineficientes, são apresentadas contribuições de
melhoria, com o estabelecimento de metas de atuação;
f)
pode ser aplicada a diversos períodos, possibilitando a verificação da evolução
da eficiência das empresas e o estudo dos fatores que contribuíram para seu
crescimento ou decrescimento;
g)
fornece uma visão multifacetada da eficiência, permitindo a análise de fatores
que mais contribuem para seu alcance.
104
Apesar das inúmeras vantagens apresentadas para a técnica DEA, e encontradas na
literatura, é importante verificar que existem, também, algumas limitações na utilização da
ferramenta DEA.
Na compreensão de Casa Nova (2002), as limitações da DEA se referem ao fato dela
ser uma técnica recente, quase que de uso exclusivo das áreas de pesquisa operacional e de
engenharia, sendo necessária a ambientação de usuários de outras áreas de conhecimento para
a sua utilização. Outra limitação que precisa ser ressaltada aqui é que por ser uma técnica não-
paramétrica, a DEA não permite extrapolação de suas conclusões, ficando restritas às
empresas e às variáveis em análise.
Outras limitações da técnica DEA são relacionadas por Anderson
13
(1997 apud
NIEDERAUER, 1998) como, por exemplo:
a)
o fato de ser uma técnica de ponto extremo, erros de medição tendem a
comprometer a análise, conforme cresce o número de variáveis, por exemplo,
cresce também a chance de mais unidades alcançarem eficiência;
b)
por ser uma técnica não-paramétrica, torna-se difícil a formulação de hipóteses
estatísticas;
c)
por criar um programa linear para cada unidade sob análise, problemas
extensos tendem a consumir um tempo computacional elevado;
d)
a análise por envoltória de dados estima bem o desempenho “relativo”, mas
converge muito lentamente para o desempenho “absoluto”.
13
ANDERSON, T. (1997). A Data envelopment analysis (DEA) home page. Portland: State University. Protland. Apud
NIEDERAUER, C.A.P. (1998). Avaliação dos bolsistas de produtividade em pesquisa da engenharia da produção
utilizando Data Envelopment Analysis. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
1998.
105
Esse conjunto de prós e contras, considerados em torno da técnica DEA, faz com que a
sua escolha, como método preferencial de investigação nesta pesquisa, adquira contornos
mais nítidos no que diz respeito àquilo que se pode obter com ela e aquilo que poderá ser
buscado por meio da complementaridade descrita anteriormente.
106
C
APÍTULO 4: MÉTODO DA PESQUISA
O método de pesquisa utilizado nesta investigação, com intenção de alcançar o
objetivo proposto, será descrito neste capítulo, sendo realizado por meio de etapas que se
sucedem. No primeiro tópico será enfatizada a delimitação temporal da pesquisa e no segundo
tópico se descreve a delimitação espacial. Após essas duas etapas são apresentadas as
especificações da análise por envoltória de dados.
4.1 DELIMITAÇÃO TEMPORAL DA PESQUISA
Para o presente trabalho, a coleta e análise dos dados contemplam o período que se
inicia no ano de 2002, inclusive, até o ano de 2006, também incluído. Essa delimitação
pretende seguir os critérios estabelecidos pela técnica DEA, que será utilizada no trabalho. As
exigências contidas nesta técnica apontam preocupação com a delimitação temporal da
análise, uma vez que a utilização de períodos de tempo muito longos pode esconder mudanças
importantes no desempenho das unidades, enquanto períodos muito curtos podem inviabilizar
uma avaliação mais completa das atividades desenvolvidas pela unidade pesquisada.
Outro fator determinante na delimitação temporal e que sugere um adequado
dimensionamento do período para a realização da pesquisa, diz respeito às questões
mencionadas na revisão de literatura sobre o tema, aqui identificado como Responsabilidade
Socioambiental. A literatura afirma que ações de Responsabilidade Socioambiental,
107
assumidas pelas organizações, somente conseguem trazer sucesso para as organizações em
um espaço de tempo relativamente estendido.
Nesse sentido, é pertinente observar que grande parte das pesquisas, até agora
realizadas, sobre esse tema tem encontrado dificuldades para obter respostas significativas o
que, para os estudiosos, pode ser atribuído ao fato das mesmas terem abrangido um intervalo
de tempo considerado curto.
Diante dessas constatações, foi selecionado, nessa pesquisa, um prazo de cinco anos
de análise, de forma a cumprir as observações mencionadas.
4.2 DELIMITAÇÃO ESPACIAL DA PESQUISA
Nesse trabalho, o objeto de investigação é composto por empresas que operam com a
distribuição de energia elétrica no Brasil, conhecidas como empresas distribuidoras. Em
relação à quantidade de empresas a ser analisada, atendeu-se à exigência de número mínimo
de unidades analisadas, contida na técnica de DEA. O resultado obtido pelo cumprimento
dessa exigência correspondia à 18 empresas no momento da definição do projeto, passando
para 10 empresas com o decorrer da pesquisa. A partir das informações já disponibilizadas
sobre as empresas distribuidoras de energia elétrica na fase de definição do projeto, foi
possível verificar que o número de unidades analisadas alcançaria 22 empresas deste setor.
Contudo, na fase de coleta de dados foi necessário excluir 2 empresas da análise, a Centrais
Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) e a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), restando
assim 20 empresas para a análise.
Foi considerado, também, para desenvolver o trabalho de delimitação de objeto de
investigação, outras características relevantes que permitem a viabilização de pesquisa. Entre
elas se destacam:
108
a) as empresas devem ser similares, ou seja, devem pertencer ao setor de
distribuição de energia elétrica;
b)
elas devem ser empresas de capital aberto, para a fácil obtenção dos dados
necessários nas demonstrações contábeis;
c)
elas devem possuir ações negociadas na Bolsa de Valores, para efetuar o
cálculo da variável de output, denominada de Valor da Empresa;
d)
elas devem ser consideradas empresas de grande porte; e
e)
elas devem ter publicado o Balanço Social, seguindo as diretrizes do Ibase,
para a obtenção de dados socioambientais.
A decisão de investigar as empresas do setor de energia elétrica deveu-se a alguns
motivos considerados relevantes. Primeiramente, porque a energia elétrica é indispensável à
civilização e ao modo de vida na sociedade moderna. Outro motivo é que a disponibilidade de
força elétrica, de forma confiável e a preços competitivos, é um dos mais importantes
componentes da rede de infra-estrutura, sendo considerada um insumo básico da atividade
econômica. Assim, os serviços disponibilizados pelo setor de energia elétrica são
considerados estratégicos e de primeira necessidade para a sobrevivência das pessoas, assim
como para os vários sistemas produtivos. Além disso, essas empresas trabalham com um
objeto de alto impacto ambiental.
A energia elétrica faz-se essencial para o setor industrial, pois quase todas as indústrias
utilizam esses serviços em maior ou menor escala. O mesmo não se pode dizer dos demais
processos energéticos.
Por conta de alguns problemas estruturais, de junho de 2001 a fevereiro de 2002
houve, no Brasil, um processo de racionamento de energia elétrica, o que obrigou muitas
empresas a reduzirem a produção por conta da restrição no consumo energético. Percebeu-se,
109
assim, que a disponibilidade de energia elétrica, de forma direta, contribui decisivamente para
a competitividade do país.
Por fim, cabe ressaltar que a energia elétrica constitui uma importante base para outro
setor relevante no mercado, as telecomunicações. Esse setor proporciona maior dinamismo à
economia, uma vez que possibilita a disseminação da informação e a melhor interação entre
os agentes econômicos.
4.3 PROCEDIMENTOS
O método da pesquisa, em sua essência, se refere aos procedimentos adotados para
que o objetivo proposto seja alcançado. Com essa característica, o método será detalhado em
oito etapas específicas. Como a análise por envoltória de dados é a principal técnica utilizada
as etapas e os procedimentos utilizados serão tratados em torno da DEA. O Quadro 5,
apresenta as etapas e os procedimentos, que serão descritos na seqüência.
ETAPA PROCEDIMENTO
Seleção das unidades analisadas
Seleção de unidades para Análise por Envoltória de
Dados proposta por Lins e Meza (2002)
Pré-identificação das variáveis
Identificar variáveis baseado na Teoria Econômica
sobre os recursos produtivos.
Coleta e organização dos dados
Entrevistas
Exame de documentos: relatórios financeiros e sociais
Cálculo da Variável Valor da Empresa (VE)
Avaliação com base no valor das ações em bolsas de
valores
Seleção e validação de variáveis.
Técnica estatística:
Coeficiente de correlação (Stepwise).
Construção do modelo
Identificar orientação do modelo e tipo de retorno de
escala.
Processamento Software – Aplicativo
Análise dos resultados
Eficientes
Ineficientes
Pesos
Metas
Quadro 5 – Etapas e procedimentos do método de pesquisa.
Fonte: Elaboração própria
110
4.3.1 Seleção das unidades analisadas
A partir da consulta e do estudo da literatura sobre Análise por Envoltória de Dados,
foi possível encontrar alguns procedimentos para a definição da quantidade de unidades que
fariam parte da análise. Para este trabalho, está sendo utilizado o método estabelecido por
Lins e Meza (2002) no qual a quantidade de unidades para a análise deve ser, no mínimo, o
dobro da quantidade das variáveis utilizadas.
Como pode ser observado no tópico seguinte, a quantidade de variáveis definida para
a análise, inicialmente, corresponde a oito variáveis de input e uma variável de output. Assim,
adotando o procedimento estabelecido por Lins e Meza (2002), chega-se ao número de
unidades mínimo a serem analisadas:
18)18(2 =+x
Na fase de coleta de dados foi necessário realizar ajustes em relação às variáveis
selecionadas, fazendo com que o número de variáveis de input utilizado para análise
diminuísse para quatro (ver 4.3.2.).
Assim, o cálculo do número de unidades a serem analisadas foi refeito e está
demonstrado a seguir:
10)14(2 =+x
Assim, considerando o critério da homogeneidade entre as unidades analisadas,
estabelecido na literatura da análise por envoltória de dados, e considerando também o critério
anteriormente mencionado, sobre a quantidade de unidades para a análise, define-se aqui a
relação das empresas que farão parte da análise por envoltória de dados do presente trabalho:
111
Companhia Elétrica de Brasília (CEB);
Companhia Elétrica de Goiás (Celg);
Companhia Energética de Pernambuco (Celpe);
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba);
Companhia Energética do Ceará (Coelce);
Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel);
Companhia Elétrica do Rio Grande do Norte (Cosern);
Light Serviço de Eletricidade (Light);
AES SUL Distribuidora Gaúcha de Energia (AES SUL);
Eletricidade Serviços (Elektro);
Centrais Elétricas do Pará (Celpa);
Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat);
Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc);
Ampla Energia e Serviços (Ampla);
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig);
Companhia Energética de São Paulo (Cesp);
AES Eletropaulo (Eletropaulo);
Empresa Energética do Mato Grosso do Sul (Enersul);
Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa);
Rio Grande Energia (RGE);
4.3.2 Pré-identificação das variáveis
A seleção inicial das variáveis de input e output, para a aplicação da técnica DEA, leva
em consideração os recursos produtivos, mencionados pela teoria econômica.
112
Segundo a definição encontrada em Wonnacott, P. e Wonnacott, R. (1994), os
recursos produtivos são os insumos básicos utilizados no processo produtivo de bens e
serviços, chamados também de fatores de produção que podem ser divididos em três
categorias:
a)
terra;
b)
capital;
c)
trabalho.
Os economistas utilizam o termo terra no sentido amplo da palavra, não devendo ser
considerada apenas a terra referente ao campo e aos lotes urbanos, mas também aos demais
bens naturais. O capital se refere às instalações, aos equipamentos e aos outros materiais
utilizados no processo produtivo. Capital, segundo Wonnacott, P. e Wonnacott, R. (1994), se
refere a capital real e não capital financeiro. Sobre a categoria trabalho, o autor se refere aos
recursos humanos aplicados na produção de bens e serviços.
Além desses três fatores produtivos, contidos na classificação anterior, é possível citar
mais outros dois fatores, recentemente classificados como novos fatores produtivos devido ao
crescente desenvolvimento da economia. São eles:
a)
tecnologia;
b)
gerenciamento.
Define-se tecnologia como sendo a coleção de maneiras conhecidas de como produzir,
de como utilizar os recursos para produzir bens de maneira eficiente. Gerenciamento, por sua
vez, compreende a aplicação de modelos organizacionais, de métodos executivos, de técnicas
de execução e de coordenação de trabalhos, objetivando otimizar os resultados em termos de
113
qualidade, prazo e custo, a partir de estimulação dos recursos humanos e, muitas vezes, do
controle dos materiais.
A partir desses conceitos, foi possível selecionar algumas variáveis que correspondem
aos fatores produtivos, neste caso específico, para análise por envoltória de dados.
Inicialmente, a previsão era para oito variáveis inputs e uma variável output, conforme
apresentado no Quadro 6.
INPUT
1. Investimento em matéria-prima
2. Investimento em máquinas e equipamentos
3. Salário
4. Investimento em pesquisa e desenvolvimento
5. Investimento em Responsabilidade Socioambiental
6. Investimento em programas de qualidade
7. Investimento em política de marketing
8. Investimento em sistemas integrados de gerenciamento
OUTPUT
1. Valor da Empresa
Quadro 6 – Variáveis utilizadas na investigação
Fonte: Elaboração própria
Com base nessa seleção, foi possível fazer uma analogia entre as variáveis
selecionadas e os fatores produtivos, já mencionados anteriormente.
Para os objetivos desse trabalho, as categorias selecionadas serão consideradas como
se descreve a seguir:
a)
a categoria terra é considerada como a variável investimento em matéria-prima;
b)
a categoria capital conta com a variável investimento em máquinas e
equipamentos;
c)
a categoria trabalho se refere à variável salário;
d)
a variável investimento em pesquisa e desenvolvimento refere-se à categoria
tecnologia;
114
e) a categoria gerenciamento conta com as seguintes variáveis: investimento em
Responsabilidade Socioambiental, investimento em programas de qualidade,
investimento em política de marketing e investimento em sistemas integrados de
gerenciamento.
A escolha da variável de output Valor da Empresa como medida financeira foi
justificada pelo fato de que, diferentemente das outras medidas puramente financeiras, essa
variável leva em consideração não apenas dados financeiros, mas também questões referentes
à aceitação da empresa no mercado. A sua marca e todos os aspectos de natureza subjetiva são
utilizados na mensuração, trazendo indicativos mais exatos em relação à avaliação financeira
da empresa.
No decorrer da execução da pesquisa, mais precisamente na fase de coleta de dados,
foram encontradas dificuldades para obter dados referentes a algumas das variáveis sugeridas
inicialmente. Assim, foi necessário realizar alguns ajustes no que diz respeito à seleção de
variáveis para a análise.
Dificuldades como falta de padronização das demonstrações contábeis das empresas
pesquisadas e a falta de respostas das empresas às solicitações exigiram o agrupamento de
algumas delas, mantendo a analogia entre as variáveis e os fatores produtivos, sugerida
anteriormente, o Quadro 7 apresenta as variáveis utilizadas na investigação.
INPUT
1. Custo de serviços prestados
2. Investimento em máquinas e equipamentos
3. Ativo diferido
4. Investimento em Responsabilidade Socioambiental
OUTPUT
1. Valor da Empresa
Quadro 7 – Variáveis utilizadas na investigação
Fonte: Elaboração própria
115
Sendo assim, a variável Custo de Serviços Prestados reflete o agrupamento das
variáveis Salário e Investimento em Matéria Prima definidas inicialmente.
A variável Investimento em Máquinas e Equipamentos foi mantida.
A variável Investimento em Políticas de Marketing foi excluída da análise pela falta de
disponibilidade de dados.
A variável Investimento em Responsabilidade Socioambiental permanece na análise,
visto que essa é a variável mais relacionada com o objetivo deste trabalho.
E por fim, as variáveis Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, Investimento
em Programas de Qualidade e Investimentos em Sistemas Integrados de Gerenciamento foram
agrupadas e substituídas pela variável Ativo Diferido. Esse agrupamento foi baseado em
pesquisa bibliográfica sobre contabilidade que revelou a existência de coerência nessa
substituição.
4.3.3 Coleta e organização dos dados
Para a coleta dos dados foram utilizadas técnicas múltiplas como, por exemplo,
entrevistas por e-mail, acesso e contato com documentos técnicos disponíveis no sítio da
internet da Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (BOVESPA) e com relatórios
financeiros e sociais disponíveis nos sítios da internet das empresas.
Uma vez coletados os dados, eles foram organizados em planilhas do programa Excel,
permitindo que fossem organizados os dados de todas as variáveis, para todas as empresas e
em todos os anos definidos na delimitação temporal.
Os dados que foram coletados, para a realização desse trabalho, estão relacionados
com as seguintes variáveis, para as 20 empresas selecionadas, durante cinco anos:
a)
Custo de serviços prestados;
116
b) Investimento em máquinas e equipamentos;
c)
Atvo diferido
d)
Investimento em Responsabilidade Socioambiental;
e)
Valor da Empresa.
4.3.4 Cálculo da variável Valor da Empresa (VE)
A partir da revisão bibliográfica de avaliação de empresas, foi possível encontrar
diversos modelos para realizar o cálculo de Valor da Empresa. Para fins deste trabalho, será
utilizado o modelo baseado no valor das ações em bolsas de valores para o cálculo da variável
de output VE. Para a aplicação desse modelo de acordo com Frezatti (1999), a equação 4.1 é
adotada:
(4.1))()()()( açõesPNxQtdeaçãoPNCotaçãoaçõesONxQtdeaçãoONCotaçãoVE
+
=
Onde:
)(açãoONCotação = Cotação da ação ordinária;
)(açõesONQtde = Quantidade de ações ordinárias;
)(açãoPNCotação = Cotação da ação preferencial; e
)(açõesPNQtde = Quantidade de ações preferenciais.
A seleção do modelo de avaliação, baseado no valor das ações em bolsas de valores, é
justificada pelo fato de este modelo ser válido e aplicável, exclusivamente, para empresas
consideradas sociedades anônimas e de capital aberto, sendo essas as características das
empresas selecionadas para o presente trabalho. Outra justificativa refere-se à
disponibilidades dos dados necessários para aplicação do modelo, e, além disso, porque o VE
117
baseado no valor das ações permite quantificar a criação de valor de imediato para o acionista,
refletido na variação do preço das ações.
4.3.5 Seleção e validação das variáveis
Após a pré-identificação das variáveis de input e output, uma das exigências é de que
seja realizado um levantamento de quais são as variáveis mais relevantes para o cálculo da
eficiência. Para Lins e Meza (2002), há duas maneiras para que a seleção de variáveis seja
realizada de forma satisfatória. Uma delas recorre à opinião do interessado, ou seja, usuário
e/ou especialista, levando em consideração:
a)
se a variável incorpora à análise feita outras informações necessárias e que não
tenham sido incluídas em outras variáveis;
b)
se a variável se relaciona ou contribui para um ou mais objetivos da aplicação;
c)
se os dados são confiáveis e seguros;
d)
se as variáveis explicam a eficiência de uma unidade.
As opiniões dos interessados constituem-se, efetivamente, nas análises qualitativas
das variáveis previstas na investigação.
A outra maneira, segundo o autor, diz respeito às análises quantitativas, como o
coeficiente de correlação, obtido por meio do método stepwise. No tópico seguinte serão
abordadas as questões quantitativas sobre a seleção e a validação das variáveis.
Stepwise
Um dos primeiros procedimentos sugeridos por Norman e Stoker (1991), para fazer a
validação das variáveis pré-selecionadas é o stepwise. Alguns estudiosos, como Lins e Meza
(2002), assinalam que a validação dessas variáveis consiste na utilização da análise de
118
correlação, inspirado no método stepwise (passo a passo), para a seleção em modelos
estatísticos de regressão linear. Ainda de acordo com Norman e Stoker (1991) este método se
inicia num par inicial de input e output; esse par deve ser aquele que indique maior
correlação.
Nessa etapa inicial são obtidos os scores de eficiência DEA das empresas, a partir
desse par inicial, estabelecendo, assim, a eficiência média entre todas as unidades. Com base
neste par, calcula-se o score de eficiência das empresas analisadas. Para selecionar a próxima
variável a entrar no modelo, calcula-se a correlação de cada variável com o score do modelo.
Determina-se a variável a ser incluída, considerando a maior correlação positiva para input ou
a maior correlação negativa para output. A partir de então, calcula-se o score de eficiência,
novamente, repetindo o procedimento até que a matriz de correlação não apresente inputs com
correlação positiva ou outputs com correlação negativa, com o score de eficiência. O objetivo
é incorporar a variável que permitirá um melhor ajuste de eficiência, ou seja, somente serão
consideradas, as variáveis que contribuam para o incremento da eficiência.
4.3.6 Construção do modelo
Após percorrer todas as etapas citadas anteriormente, faz-se necessária a definição em
relação à orientação e ao modelo adotado, para que a aplicação técnica DEA seja realizada.
Definição da orientação
A técnica DEA conta com três opções de orientação, a orientação por input, a
orientação por output e a orientação input-output.
Para a realização deste trabalho, a orientação por output é a mais adequada, já que seu
objetivo é maximizar o output, mantendo fixo o nível de input. O trabalho não adotará a
119
orientação por input, uma vez que não é objetivo deste propor a redução dos investimentos
(de qualquer natureza) realizados por uma empresa e, sim, otimizá-los.
Definição do modelo
A definição do modelo a ser adotado na técnica DEA diz respeito ao tipo de retorno de
escala, ou seja, à relação existente entre os inputs e outputs.
Conforme apresentado no capítulo 3, são dois os modelos mais utilizados na técnica
DEA. O modelo CCR, que supõe o retorno de escala constante, e o modelo BCC, que supõe o
retorno de escala variável.
Para o estudo proposto, será adotado o modelo BCC. O modelo BCC considera o porte
das empresas que compõem a análise, ou seja, é possível comparar empresas de tamanhos
diferentes e que operem em escalas diferentes, fazendo com que reduções ou aumentos nos
inputs não gerem alterações de mesma proporção nos outputs.
Um outro fator, não menos importante, para justificar a seleção desse modelo, diz
respeito à diferença entre a ineficiência técnica e a ineficiência de escala, podendo ser
identificados casos de ganhos de escala crescente, decrescente ou constante.
4.3.7 Discussão dos resultados obtidos
Foram realizadas duas aplicações da técnica DEA para que o objetivo especificado
nesse trabalho fosse alcançado.
A primeira aplicação se refere à utilização das variáveis citadas anteriormente, sendo
que o objetivo é obter a margem de contribuição de cada uma das variáveis de input em
relação à variável de output (Valor da Empresa). Esta margem de contribuição revela
informações sobre o nível de responsabilidade atribuído a cada variável de input sobre o
output, ou seja, indicar quanto do Valor da Empresa pode ser atribuído a cada uma das
120
variáveis de input Além da margem de contribuição, outro objetivo da primeira aplicação
DEA é a indicação do potencial de melhoria das unidades ineficientes com base na fronteira
de eficiência e, por fim, outro objetivo da primeira aplicação é a demonstração das
comparações de referências entre as unidades eficientes e ineficientes.
De posse dos dados relacionados à margem de contribuição da variável de input IRSA,
se iniciou a segunda aplicação. Nesse momento, o input investimento socioambiental foi
subdividido em duas abordagens: o investimento social e o investimento ambiental. A
variável de output continuou sendo o Valor da Empresa, respeitando a parte que cabia ao
investimento socioambiental.
O objetivo que se encontra estabelecido para a segunda aplicação foi identificar quais
subvariáveis de input influenciam mais no Valor da Empresa.
4.3.8 Organização dos gráficos da aplicação DEA
Como foram analisadas 20 empresas em cinco anos, obteve-se um total de 100
unidades. A ferramenta DEA forneceu uma série de gráficos e com o objetivo de simplificar a
análise desses gráficos foram realizadas montagens em papel. Cada empresa possuiu um
cartão informativo para cada ano da análise; nesse cartão encontravam-se colados todos os
gráficos fornecidos pela DEA e foram escritos o nome da empresa, o score de eficiência e o
ano ao qual o mesmo se referia, como pode ser exemplificado com a Figura 9.
121
Figura 9 – Cartão informativo da Celesc (2002)
Fonte: Elaboração Própria
Os cartões informativos foram elaborados em cartolina de cinco cores diferentes.
Cada cor se referia a um ano da análise, ou seja, a cor amarela se referia ao ano de 2002, a cor
verde se referia ao ano de 2003, a cor branca se referia ao ano de 2004, a cor rosa se referia ao
ano de 2005 e, por fim, a cor azul se referia ao ano de 2006. A idéia de separar os anos em
cores diferentes teve como objetivo simplificar a atividade de análise desses gráficos, visto
que o objetivo era de que o fator visual fosse o principal facilitador.
Feito isso, todos os cartões foram dispostos, de maneira organizada, Figura 10, para
que fosse procedida uma análise geral dos resultados, antes de realizar as análises individuais.
122
Figura 10 – Conjunto dos cartões informativos
Fonte: Elaboração Própria
A elaboração desses cartões informativos foi uma interessante etapa da pesquisa visto
que foi possível utilizar recursos simples que trouxeram benefícios expressivos para o alcance
do objetivo do presente trabalho.
123
CAPÍTULO 5: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
Os resultados obtidos com o estudo realizado são apresentados e discutidos no
presente capítulo. A sua obtenção foi possível com a utilização da Análise por Envoltória de
Dados (DEA), ferramenta escolhida para desenvolver esta pesquisa, que contou, ainda com os
demais tratamentos estatísticos, considerados fundamentais para o alcance dos objetivos que
foram propostos.
Para dar uma estrutura mais compreensível ao conteúdo do capítulo, inicialmente são
apresentados e discutidos os resultados obtidos com a aplicação da análise de correlação,
utilizando os procedimentos de Stepwise. Posteriormente a isso, serão apresentados e
discutidos os resultados obtidos a partir da primeira aplicação da técnica DEA e, por fim,
serão apresentados e discutidos os resultados que foram obtidos por meio da segunda
aplicação da técnica DEA.
5.1 STEPWISE
Com a preocupação em validar as variáveis selecionadas para a utilização da
ferramenta DEA fizeram-se necessárias algumas análises quantitativas dessas mesmas
variáveis. Para isso, foi escolhida a análise do coeficiente de correlação que é obtido por
meio do método stepwise que será descrito a seguir.
124
Inicialmente foi feito o cálculo de correlação, com a utilização de planilhas do Excel,
de todas as variáveis input/output, que compunham a análise. A partir daí foi selecionado um
par inicial, que deveria ser aquele que contasse com o maior grau de correlação, e depois foi
calculada a produtividade e a eficiência existentes nesse par de variáveis. Na etapa seguinte,
foi calculada a correlação entre as variáveis restantes e as eficiências obtidas por meio do par
inicial.
Identificada a próxima variável de maior correlação, ela foi incluída no modelo e nesse
momento, já com o apoio da ferramenta DEA, foi possível calcular as novas eficiências das
variáveis, além da eficiência média, repetindo-se, assim, todo o processo.
A idéia central foi incluir variáveis ao modelo e fazer a comparação entre a eficiência
média anterior e a eficiência média obtida com a adição de mais uma variável. A variável
somente foi mantida na análise quando apresentou um aumento na eficiência média, as
variáveis que não apresentassem esse aumento deveriam ser excluídas do modelo, essa última
situação não ocorreu, visto que em todos os anos, todas as variáveis trouxeram aumento na
eficiência média.
É oportuno salientar que a análise de correlação por meio do método stepwise foi
realizada para todos os anos do período estudado, que vai do ano de 2002, passando pelos
anos de 2003, 2004 e 2005, terminando no ano de 2006. A seguir serão demonstrados os
resultados do stepwise para todos os anos da análise com a adição de cada variável ao modelo,
destacando que o primeiro par do modelo foi, em todos os anos da análise, constituído pelo
input Investimento em Responsabilidade Socioambiental (IRSA) e pelo output Valor da
Empresa (VE), cuja justificativa é apresentada juntamente com os resultados da correlação
obtidos ano a ano, indicados nos APÊNDICES A1, A2, A3, A4 e A5.
125
5.1.1 Ano de 2002
A justificativa da escolha do par inicial IRSA e VE para fazer a análise de correlação
no ano de 2002 foi que se obteve a maior correlação entre essas variáveis, atingindo o valor
de 0,71. O cálculo da eficiência entre essas variáveis, realizado no Excel, trouxe como
resposta uma eficiência média de 12,66%.
Foi feita, a seguir, uma nova análise de correlação entre as variáveis restantes do
modelo – Custo dos Serviços Prestados (CSP), Investimento em Máquinas e Equipamentos
(IME), Ativo Diferido (AD) e eficiência obtida com o par anterior. A partir da análise de
correlação foi possível identificar que a próxima variável para ser adicionada ao modelo seria
o IME, uma vez que ela possuiu a maior correlação, de 0,04.
Com a inclusão da variável IME, e a partir da utilização da ferramenta DEA, foi
calculada a nova eficiência. Como os cálculos mostraram que a eficiência média aumentou
para 43,22%, concluiu-se que a variável IME deveria ser mantida no modelo.
A próxima etapa consistiu na análise de correlação entre as variáveis CSP e AD e a
nova eficiência obtida, ou seja, 43,22%. A partir daí foi possível selecionar a variável CSP, já
que o índice de correlação que ela obteve foi maior do que o obtido com o AD, onde o
primeiro foi de -0,22 e o segundo -0,27. A inclusão da variável CSP também foi mantida e
reforçada, uma vez que esta variável apresentou um aumento da eficiência média, calculada
pela ferramenta DEA, chegando a 43,81%.
Ficou restando, assim, a inclusão da variável AD ao modelo. Quando isso foi feito,
observou-se que a variável tornou-se significativa para a análise já que a eficiência média,
novamente calculada pela ferramenta DEA, aumentou para 48,10%.
Os resultados obtidos a partir da aplicação do método stepwise para o ano de 2002
tornaram possível justificar o fato de que todas as variáveis sugeridas para compor o modelo
fossem mantidas para concluir a análise.
126
5.1.2 Ano de 2003
Por meio da análise de correlação, e com a escolha do par inicial do modelo – input
IRSA e output VE – que obteve, no ano de 2003, a maior correlação, que foi de 0,86, o
cálculo da eficiência, realizado no Excel, trouxe como resposta uma eficiência média de
19,34%.
Adotando procedimento idêntico, uma nova análise de correlação foi realizada entre as
variáveis restantes do modelo – CSP, IME, AD e a eficiência obtida com o par anterior. A
partir da análise de correlação foi possível identificar a próxima variável a ser adicionada ao
modelo, o IME, uma vez que ela possuiu a maior correlação que foi de 0,78.
A utilização da ferramenta DEA, a partir da inclusão da variável IME, permitiu o
cálculo da nova eficiência. Como a eficiência média aumentou para 51,89%, concluiu-se que
a variável IME deveria ser mantida no modelo.
Na seqüência foi feita a análise de correlação entre as variáveis CSP e AD e a nova
eficiência obtida. A partir daí foi possível selecionar a variável CSP, já que o índice de
correlação foi maior do que o obtido com o AD, onde o primeiro foi de -0,14 e o segundo -
0,29. A adição da variável CSP também foi mantida, uma vez que esta variável trouxe o
aumento da eficiência média, calculada pela ferramenta DEA, para 53,69%.
Por fim, fez-se a inclusão da variável AD ao modelo, quando se observou que a
variável tornou-se significativa para análise já que a eficiência média, novamente calculada
pela ferramenta DEA, aumentou para 56,67%.
Com a aplicação do método stepwise para o ano de 2003 foi possível justificar o fato
de que todas as variáveis sugeridas para compor o modelo fossem mantidas para concluir a
análise.
127
5.1.3 Ano de 2004
A escolha do par inicial input IRSA e output VE, para a análise de correlação no ano
de 2004, deveram-se à maior correlação obtida entre elas, que foi de 0,83. Já o cálculo da
eficiência entre essas variáveis, realizado no Excel, trouxe como resposta uma eficiência
média de 21,46%.
Uma nova análise de correlação foi realizada, dessa vez entre as variáveis restantes do
modelo – CSP, IME, AD e a eficiência obtida com o par anterior. Identificou-se, assim, o
IME como a próxima variável a ser adicionada ao modelo, uma vez que ela possuiu a maior
correlação que foi de 0,73.
Com a adição da variável IME, a partir da ferramenta DEA foi calculada a nova
eficiência. Como os resultados indicaram que a eficiência média aumentou para 49,95%,
concluiu-se que a variável IME deveria ser mantida no modelo.
Seguindo os mesmos procedimentos dos anos anteriores, a próxima análise de
correlação foi feita entre as variáveis CSP e AD e a nova eficiência obtida. A partir daí foi
possível selecionar a variável AD, já que o índice de correlação obtido com ela foi maior do
que aquele obtido com o CSP, onde o primeiro foi de 0,25 e o segundo -0,17. A adição da
variável AD também foi mantida, uma vez que esta variável trouxe o aumento da eficiência
média, calculada pela ferramenta DEA, para 55,80%.
Foi feita, também, a inclusão da variável CSP ao modelo, quando se observou que a
variável foi significativa para análise já que a eficiência média, novamente calculada pela
ferramenta DEA, aumentou para 56,16%.
Como nos dois anos anteriores, a aplicação do método stepwise para o ano de 2004
ajudou a justificar o fato de que todas as variáveis sugeridas para compor o modelo fossem
mantidas para concluir a análise.
128
5.1.4 Ano de 2005
No ano de 2005, a maior correlação foi obtida entre as variáveis input IRSA e output
VE, que alcançou o valor de 0,91, fazendo com que elas constituíssem o par inicial do
modelo. O cálculo da eficiência entre essas variáveis, realizado no Excel, trouxe como
resposta uma eficiência média de 25,48%.
Foi feita, também, uma nova análise de correlação entre as variáveis restantes do
modelo – CSP, IME, AD e a eficiência obtida com o par anterior. Com base na análise de
correlação foi possível identificar que a variável IME seria a próxima a ser adicionada ao
modelo, uma vez que possuiu a maior correlação, que foi de 0,63.
Com a adição da variável IME, foi calculada a nova eficiência a partir da ferramenta
DEA. Como a eficiência média aumentou para 48,87%, concluiu-se que a variável IME
deveria ser mantida no modelo.
A próxima análise de correlação foi feita entre as variáveis CSP e AD e a nova
eficiência obtida, sendo selecionada a variável AD para ser a próxima incluída no modelo, já
que o índice de correlação obtido foi maior do que o obtido com o CSP, onde o primeiro foi
de 0,23 e o segundo 0,05. A adição da variável AD também foi mantida, uma vez que esta
variável trouxe o aumento da eficiência média, calculada pela ferramenta DEA, para 57,07%.
Feita a inclusão da variável CSP ao modelo, observou-se que a variável foi
significativa para análise já que a eficiência média, novamente calculada pela ferramenta
DEA, aumentou para 57,24%.
A aplicação do método stepwise para o ano de 2005, e os resultados obtidos com ele,
tornou possível justificar o fato de que todas as variáveis sugeridas para compor o modelo
fossem mantidas para concluir a análise.
129
5.1.5 Ano de 2006
Novamente justifica-se a escolha do primeiro par do modelo – input IRSA e output VE
– para o ano de 2006 pela maior correlação obtida, que foi de 0,84, e se deu entre essas duas
variáveis. O cálculo da eficiência entre elas, realizado no Excel, trouxe como resposta uma
eficiência média de 12,51%.
Nova análise de correlação foi realizada entre as variáveis restantes do modelo – CSP,
IME, AD e a eficiência obtida com o par anterior. A partir da análise de correlação foi
possível verificar que a próxima variável que deveria ser adicionada ao modelo era o IME,
uma vez que ela possuiu a maior correlação, que foi de 0,87.
Com a adição da variável IME, a partir da ferramenta DEA foi calculada a nova
eficiência. Constatando-se que a eficiência média aumentou para 46,84%, concluiu-se pela
manutenção da variável IME no modelo.
A próxima análise de correlação foi feita entre as variáveis CSP, AD e a nova
eficiência obtida. A partir daí foi possível selecionar a variável CSP, já que o índice de
correlação foi maior do que o obtido com o AD, onde o primeiro foi de 0,16 e o segundo 0,15.
A adição da variável CSP também foi mantida, uma vez que esta variável trouxe o aumento
da eficiência média, calculada pela ferramenta DEA, para 60,45%.
Da mesma forma que nos anos anteriores, incluiu-se a variável AD ao modelo, quando
foi possível observar que a variável tornou-se significativa para a análise já que a eficiência
média, novamente calculada pela ferramenta DEA, aumentou para 68,94%.
A título de comprovação, pode-se dizer que a aplicação do método stepwise para o ano
de 2006, como também nos quatro anos anteriores, contribuiu para justificar o fato de que
todas as variáveis sugeridas para compor o modelo fossem mantidas para concluir a análise.
130
5.2 ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS APLICAÇÃO
A apresentação desta seção é estruturada com base em dois tipos de análise da
primeira aplicação da DEA. No primeiro deles encontra-se a análise horizontal onde são
demonstrados os resultados de todas as empresas ao longo de cada ano. Posteriormente é feita
a apresentação da análise vertical onde cada empresa foi avaliada ao longo dos cinco anos que
perfazem o período delimitado na pesquisa.
5.2.1 Análise horizontal
A avaliação dos resultados obtidos com a aplicação da ferramenta DEA será iniciada
por meio da análise horizontal onde será observado o comportamento de todas as empresas,
em conjunto, ao logo de cada ano, começando em 2002 e finalizando com a análise do ano de
2006.
5.2.1.1 Efficiency scores
O score de eficiência é estabelecido pela ferramenta DEA por meio do seu
processamento, em que as unidades consideradas eficientes possuem pontuação equivalente a
100. Assim, a partir da análise por envoltória de dados, foi obtido um score classificatório,
indicando a eficiência técnica de cada unidade analisada para os anos de 2002, 2003, 2004,
2005 e 2006, conforme observado na Tabela 1.
131
Tabela 1 – Scores de eficiência para o período 2002-2006
Fonte: Elaboração própria
5.2.1.2 Input/Output contributions
O gráfico Input/Output Contributions traz informações sobre a ênfase de cada input e
output utilizado. Este gráfico sinaliza com a indicação útil de quais inputs e outputs foram
utilizados ou ignorados para determinar a eficiência.
A contribuição de cada input para o alcance de determinado nível de output é uma das
análises feitas pela DEA, onde é demonstrada a margem de contribuição de cada input em
relação ao output utilizado na análise, ou seja, demonstra o quanto cada variável de input
influenciou para o output que foi colocado sob análise e para o alcance da eficiência.
A partir de agora serão analisados os resultados dos gráficos Input/Output
Contributions inicialmente das empresas eficientes e, posteriormente, das empresas
classificadas como ineficientes.
2002 2003 2004 2005 2006
Unidade Pontuação Unidade Pontuação Unidade Pontuação Unidade Pontuação Unidade Pontuação
Cosern 100,00 Cosern 100,00 Cosern 100,00 Cosern 100,00 Cosern 100,00
Enersul 100,00 Enersul 100,00 Celpe 100,00 Enersul 100,00 Celesc 100,00
Ampla 100,00 Ampla 100,00 Enersul 100,00 Coelba 100,00 CEB 100,00
Copel 100,00 Copel 100,00 Cesp 100,00 Cesp 100,00 Enersul 100,00
Celpe 100,00 Cesp 100,00 Elektro 100,00 Ampla 100,00 Copel 100,00
Cemig 100,00 Cemig 100,00 Ampla 100,00 Copel 100,00 Celpa 100,00
Cesp 84,17 Celpa 89,14 Copel 100,00 Cemig 100,00 Coelba 100,00
Coelba 81,01 Celpe 88,23 Cemig 100,00 Elektro 96,25 Ampla 100,00
Eletropaulo 50,08 Elektro 67,86 Coelba 86,49 Coelce 90,45 Elektro 100,00
Coelce 49,72 Eletropaulo 66,57 Celg 65,85 Light 79,56 Cesp 100,00
Celg 43,39 Celg 64,10 Coelce 46,93 Celpe 77,72 Cemig 100,00
CEB 23,96 Coelce 60,70 CEB 44,05 Eletropaulo 52,56 Coelce 96,58
Elektro 16,92 Coelba 53,30 Eletropaulo 42,45 Celpa 40,13 Eletropaulo 73,90
Celpa 12,27 CEB 43,10 Celpa 37,08 CEB 7,73 Celpe 71,81
RGE 0,10 Light 0,16 Celesc 0,13 Escelsa 0,11 Light 36,35
Light 0,10 AES SUL 0,11 Light 0,12 RGE 0,09 RGE 0,08
Celesc 0,05 RGE 0,07 Escelsa 0,07 Celesc 0,05 Escelsa 0,04
AES SUL 0,05 Celesc 0,07 RGE 0,04 Cemat 0,04 Cemat 0,04
Escelsa 0,03 Escelsa 0,05 Cemat 0,03 Celg 0,04 AES SUL 0,03
Cemat 0,00 Cemat 0,01 AES SUL 0,01 AES SUL 0,02 Celg 0,03
132
EMPRESAS EFICIENTES
- Ano de 2002
No ano de 2002, das 20 empresas que compuseram a amostra para a análise DEA, seis
delas foram consideradas eficientes, a saber: a Enersul, a Copel, a Celpe, a Cosern, a Cemig e
a Ampla.
Para as empresas Enersul, Copel, Celpe e Cosern, o input IRSA contribuiu para 100%
do output VE. Essa situação pode ser visualizada no Gráfico 1 mostrado a seguir e que se
aplica para essas quatro empresas no ano de 2002.
Gráfico 1 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul, Copel, Celpe e Cosern
Ainda analisando o ano de 2002, na empresa Cemig a estrutura de margem de
contribuição de input para o output foi mais diversificada e pôde ser assim definida: o input
IRSA contribuiu para 62% do VE (output). Os inputs IME, CSP e AD contribuíram,
respectivamente, com 24%, 11% e 2% para o VE (output). A margem de contribuição de
input para o output pode ser ilustrada por meio do Gráfico 2.
133
Gráfico 2 - Margem de contribuição de input para o output: Cemig
Para a empresa Ampla, no ano de 2002, os inputs IME e AD contribuíram,
respectivamente, com 38% e 62% do VE (output) o que pode ser ilustrado pelo Gráfico 3,
visto abaixo.
Gráfico 3 - Margem de contribuição de input para o output: Ampla
Das seis empresas classificadas eficientes, no ano de 2002, cinco delas tiveram o input
IRSA como a variável de maior importância para a formação do output VE e alcance da
eficiência. Apenas a empresa Ampla não obteve na sua estrutura de margem de contribuição a
variável de input IRSA em relação ao output VE.
134
- Ano de 2003
Partindo para a análise das empresas classificadas como eficientes pela DEA no ano
de 2003, foi possível constatar mais uma vez que, das 20 empresas que compuseram a análise,
seis delas foram consideradas eficientes, sendo elas: a Enersul, a Copel, a Cemig, a Cesp, a
Cosern e a Ampla.
Para as empresas Cesp e Cosern o input IRSA contribuiu em 100% do output VE, e
essa situação pode ser visualizada no APÊNDICE B1.
A empresa Enersul contou com a participação das variáveis de input IRSA e IME, que
contribuíram, respectivamente, com 92% e 8%, para o VE, ilustrado no APÊNDICE B2.
Para o caso de empresa Copel, a participação das variáveis de input IRSA e IME
contribuíram, respectivamente, com 91% e 9%, para o VE, e esses dados estão ilustrados no
APÊNDICE B3.
A empresa Cemig, contou com a estrutura de margem de contribuição de input para o
output mais diversificada, sendo assim definida: o input IRSA contribuiu para 60% do VE
(output). Os inputs IME, CSP e AD contribuíram, respectivamente, com 24%, 13% e 3% para
o VE (output). A margem de contribuição de input para o output pode ser visualizada no
APÊNDICE B4.
Para empresa Ampla, ainda considerando o ano de 2003, os inputs IME e AD
contribuíram, respectivamente, para 46% e 54% do VE (output), ilustrado pelo APÊNDICE
B5.
Em 2003, das seis empresas classificadas como eficientes, cinco delas tiveram o input
IRSA como a variável de maior importância para formação do output VE e para o alcance da
eficiência. A empresa Ampla, mais uma vez, não obteve na sua estrutura de contribuição a
variável de input IRSA com relação ao VE.
135
- Ano de 2004
No que diz respeito à análise das empresas classificadas pela técnica DEA como
eficientes no ano de 2004, foi possível notar um número de oito empresas eficientes do total
das 20 empresas analisadas, a saber: a Enersul, a Copel, a Celpe, a Cemig, a Cesp, a Ampla, a
Elektro e a Cosern.
A empresa Enersul contou com a contribuição de 97% e 3%, respectivamente, dos
inputs IRSA e IME para o output VE, demonstrado no APÊNDICE C1.
Para o caso de empresa Copel, as participações das variáveis de input IRSA e CSP
foram de, respectivamente 99% e 1%, para o VE, e isso está ilustrado no APÊNDICE C2.
Para a empresa Celpe, o input IME foi responsável por 100% do VE, como pode ser
visto no APÊNDICE C3.
A empresa Cemig contou com a seguinte estrutura de margem de contribuição: o input
IRSA contribuiu para 87% do VE (output). Os inputs IME e o CSP contribuíram,
respectivamente, com 2% e 11% para o VE (output). A margem de contribuição de input para
o output pode ser ilustrada no APÊNDICE C4.
De posse das informações dos resultados da empresa Cesp, foi possível constatar que
as variáveis de input IRSA, IME e CSP, contribuíram, respectivamente, para 26%, 23% e
51% do output VE, ilustrado no APÊNDICE C5
.
A empresa Ampla, no ano de 2004, obteve a seguinte estrutura de contribuição de
input para com o output VE: 54% IRSA, 1% IME e 44% CSP, de acordo com o APÊNDICE
C6.
Para a empresa Elektro, 99% IRSA e 1% AD foram responsáveis para o output VE,
como mostra APÊNDICE C7.
136
Por fim, na empresa Consern em 2004, o input IRSA contribuiu com 36% para o VE,
enquanto o input AD contribui com 64%, como ilustrado no APÊNDICE C8.
Em 2004, das oito empresas consideradas eficientes, cinco delas tiveram o input IRSA
como a variável de maior importância para formação do output VE e para o alcance da
eficiência. As empresas Cosern e a Cesp contaram com a participação da variável de input
IRSA para o output VE, contudo em proporção menor do que as outras variáveis de input
utilizadas na proposta.
No caso da empresa Celpe, a variável de input IRSA não participou da formação do
output VE e da definição da eficiência, apresentando margem de contribuição de 100% da
variável IME para o output VE.
- Ano de 2005
A partir das análises dos desempenhos das 20 empresas no ano de 2005, a DEA
classificou sete dessas empresas como eficientes. São elas: a Enersul, a Copel, a Cemig, a
Cesp, a Ampla, a Coelba e a Cosern.
Para a empresa Enersul, o input IRSA contribuiu com 95% do output VE, enquanto
que o input IME contribuiu com 5% do VE. A margem de contribuição de input para o output
está ilustrada no APÊNDICE D1.
Para a empresa Copel, o input AD foi responsável por 100% do VE, como ilustrado no
APÊNDICE D2.
Na empresa Cemig, a estrutura da margem de contribuição input/output demonstrou
que as variáveis de input IRSA e AD contribuíram, respectivamente, com 61% e 39% do
output VE, como mostra o APÊNDICE D3.
137
A empresa Cesp contou com a contribuição dos inputs IRSA e IME em,
respectivamente, 54% e 46% do VE, de acordo com o APÊNDICE D4.
A análise dos dados da empresa Ampla apresentou uma estrutura de margem de
contribuição input/output mais diversificada, onde as variáveis de input IRSA, IME e AD
contribuíram em, respectivamente, 81%, 2% e 16% para o output VE. O APÊNDICE D5
ilustra essa estrutura.
Na empresa Coelba a variável de input IME contribuiu em 100% para o output VE, e o
APÊNDICE D6 ilustra essa situação.
Por fim, ainda no ano de 2005, a análise dos dados da empresa Consern informou que
as variáveis de input IRSA e CSP contribuíram em, respectivamente, 50% e 49% para o
output VE, o que pode ser visto no APÊNDICE D7.
No ano de 2005, das sete empresas classificadas como eficientes, cinco delas tiveram
o input IRSA como o de maior importância para a formação do output VE e para o alcance da
eficiência.
Na empresa Copel não foi notada a participação da variável de input IRSA para o
output VE e para a definição da eficiência, visto que a variável de input AD contribuiu em
100% para o output VE.
Para a empresa Coelba, a margem de contribuição do input IRSA foi nula, para a
formação do VE, enquanto a margem de contribuição da variável IME para o output VE foi
de 100%.
- Ano de 2006
A apresentação dos resultados da análise do ano de 2006 confirma que das 20
empresas que fizeram parte da análise por envoltória de dados, 11 delas foram consideradas
138
eficientes. São elas: a Enersul, a Copel, a Cemig, a CEB, a Cesp, a Celpa, a Ampla, a Celesc,
a Coelba, a Elektro e a Cosern.
Para dar início à análise é possível verificar que a empresa Enersul contou, na sua
estrutura de input/output, com a participação das variáveis IRSA e IME, contribuindo em,
respectivamente, 77% e 23% para o output VE. Essa condição está ilustrada no APÊNDICE
E1.
A empresa Cemig apresentou as variáveis de input IRSA, CSP e AD, contribuindo,
respectivamente, em 38%, 29% e 33% para a variável de output VE, de acordo com os dados
do APÊNDICE E2.
A empresa CEB, alcançou a eficiência, contando com a estrutura de margem de
contribuição, com 62% IRSA e 18% CSP do output VE, o que pode ser visto no APÊNDICE
E3.
Na empresa Cesp, 13% do input IRSA e 87% do input IME formaram a estrutura de
margem de contribuição do output VE, como se vê ilustrado no APÊNDICE E4.
Para a empresa Celpa, as variáveis dos inputs IME, CSP e AD, contribuíram,
respectivamente, em 17%, 80% e 3%, para o output VE, conforme a ilustração do
APÊNDICE E5.
A empresa Ampla atingiu a eficiência contando com a estrutura das variáveis de input
IRSA, IME e AD, respectivamente, em 57%, 20% e 23% do output VE, de acordo com a
ilustração contida no APÊNDICE E6.
Para a empresa Celesc, o output VE é 100% representado pela variável de input IRSA,
de acordo com o APÊNDICE E7.
Já as empresas Copel e Cosern tiveram a contribuição de 100% da variável de input
CSP para com o output VE, de acordo com o APÊNDICE E8.
139
A Coelba teve os inputs IME e CSP contribuindo, respectivamente, com 77% e 23%
para com o VE, podendo ser vista a ilustração no APÊNDICE E9.
E, por fim, a empresa Elektro teve as variáveis de input IRSA, IME e CSP
contribuindo, respectivamente, com 75%, 14% e 11%, para com o output VE, como
demonstra o APÊNDICE E10.
No ano de 2006, das 11 empresas ditas eficientes, seis delas tiveram o input IRSA
como o de maior importância para a formação do output VE e para o alcance da eficiência. A
empresa Cesp teve a variável de input IRSA contribuindo para o output VE, contudo em
proporção menor do que as outras variáveis de input utilizadas na proposta.
As empresas Copel e Cosern não obtiveram, na sua estrutura de margem de
contribuição, a variável de input IRSA para a formação do output VE e para o alcance da
eficiência, visto que a variável de input CSP contribuiu em 100% para o output VE.
As empresas Celpa e Coelba também não obtiveram, na sua estrutura, a variável de
input IRSA com relação ao VE. A Celpa possuiu participação das variáveis de input IME,
CSP e AD, respectivamente, em 17%, 80% e 3%, enquanto que a Coelba possuiu participação
das variáveis de input IME e CSP, respectivamente, em 77% e 23%.
EMPRESAS INEFICIENTES
A apresentação dos resultados a seguir se refere à análise Input/Output contributions
das empresas classificadas como ineficientes.
140
- Ano de 2002
No ano de 2002, das 20 empresas que compuseram a amostra para a análise DEA, 14
foram consideradas ineficientes.
Para as empresas Cesp, Elektro e AES Sul, o input IRSA contribuiu para 100% do
output VE. Essa situação pode ser demonstrada pelo Gráfico 4.
Gráfico 4 - Margem de contribuição de input para o output: Cesp, Elektro e AES Sul
No caso das empresas Celg, RGE, Celesc, Eletropaulo, Light, CEB e Escelsa, o input
IME contribuiu para 100% do output VE, e essa situação pode ser visualizada no Gráfico 5,
aplicando-se para essas sete empresas no ano de 2002.
Gráfico 5 - Margem de contribuição de input para o output: Celg, RGE, Celesc, Eletropaulo, Light,
CEB e Escelsa
141
A composição da margem de contribuição da empresa Cemat demonstra a
contribuição de 87% do input IME e 13% do AD para o output VE. O Gráfico 6, visto a
seguir, ilustra essa situação.
Gráfico 6 - Margem de contribuição de input para o output: Cemat
Para a empresa Coelba, as variáveis de input IME e AD, contribuíram,
respectivamente para 91% e 9% do VE. O Gráfico 7, visto a seguir, ilustra essa situação.
Gráfico 7 - Margem de contribuição de input para o output: Coelba
No caso da empresa Celpa, as variáveis de input IRSA, CSP e AD, contribuíram para
51%, 46% e 3% do VE, respectivamente. O Gráfico 8, ilustra essa situação.
142
Gráfico 8 - Margem de contribuição de input para o output: Celpa
Por fim, para a empresa Coelce, as variáveis de input IRSA e AD, responderam por,
respectivamente, 84% e 16% do VE. O Gráfico 9, apresentado a seguir, ilustra essa situação.
Gráfico 9 - Margem de contribuição de input para o output: Coelce
No ano de 2002, das 14 empresas ditas ineficientes, cinco delas tiveram o input IRSA
como aquele que mais contribuiu para o output VE e nove delas tiveram a margem de
contribuição do input IRSA nula.
143
- Ano de 2003
A análise feita para o ano de 2003 demonstrou que das 20 empresas investigadas, 14
foram consideradas ineficientes.
No caso das empresas Celpe, CEB, Cemat, Light, Celesc, Celg, Escelsa e Eletropaulo,
o input IME contribuiu para 100% do output VE. Essa situação pode ser visualizada no
APÊNDICE F1, o gráfico se aplica para essas oito empresas no ano de 2003.
Nas empresas Coelba, Elektro, RGE e AES Sul, as variáveis de input IRSA e IME
contribuíram aproximadamente para 96% e 4% do VE, respectivamente. Essa ilustração pode
ser vista no APÊNDICE F2, cujo gráfico se aplica para essas quatro empresas no ano de 2003.
Para a empresa Coelce, as margens de contribuição das variáveis de input IRSA, IME
e AD foram de 72%, 8% e 20% do VE, respectivamente. Essa situação pode ser visualizada
no APÊNDICE F3.
Por fim, a empresa Celpa teve as variáveis de input IME e CSP contribuindo,
respectivamente, para 66% e 34% do VE, cuja ilustração pode ser vista no APÊNDICE F4.
No ano de 2003, das 14 empresas ditas ineficientes, cinco delas tiveram o input IRSA
como o que mais contribuiu para o output VE e nove delas tiveram a margem de contribuição
do input IRSA nula.
- Ano de 2004
No que se refere ao ano de 2004, das 20 empresas estudadas, 12 foram consideradas
ineficientes.
144
No caso das empresas Eletropaulo, Coelba, Escelsa, Celg, Celesc e CEB, o input IME
contribuiu para 100% do output VE, e essa situação pode ser demonstrada no APÊNDICE
G1, sendo que o gráfico se aplica para essas seis empresas no ano de 2004.
Nas empresas RGE e AES Sul, as variáveis de input IRSA e IME contribuíram para,
respectivamente, 97% e 3% do VE, comoilustrado no APÊNDICE G2.
A empresa Cemat teve seus inputs IME e CSP contribuindo para 10% e 90% do VE,
respectivamente, de acordo com a ilustração contida no APÊNDICE G3.
Para a empresa Celpa, os inputs IME, AD e CSP contribuíram para, respectivamente,
47%, 6% e 47% do VE, conforme demonstra o APÊNDICE G4.
Já na empresa Coelce, os inputs IRSA, IME, AD, contribuíram para 93%, 4% e 3% do
output VE, respectivamente, ilustrado no APÊNDICE G5.
E, por fim, a empresa Light teve o input AD contribuindo para 100% do VE, de
acordo com a ilustração contida no APÊNDICE G6.
No ano de 2004, das 12 empresas classificadas como ineficientes, três delas tiveram o
input IRSA como o que mais contribuiu para o output VE e nove delas tiveram a margem de
contribuição do input IRSA, nula.
- Ano de 2005
A partir da análise feita no ano de 2005, pode-se afirmar que, entre as 20 empresas
investigadas, 13 delas foram consideradas ineficientes.
Para as empresas Escelsa, Celesc e Celpe, o input IME contribuiu para 100% do
output VE. Essa situação pode ser visualizada no APÊNDICE H1, o gráfico se aplica a essas
três empresas no ano de 2005.
145
Nas empresas Elektro, RGE e Celg, as variáveis de input IRSA e IME contribuíram,
aproximadamente, para 92% e 8% do VE, respectivamente, de acordo com ilustração do
APÊNDICE H2.
A empresa Eletropaulo teve seus inputs IRSA e AD contribuindo, cada um, com 50%,
para a formação do VE, conforme demonstra o APÊNDICE H3.
No caso da empresa CEB, as variáveis de input IRSA, IME e AD, contribuíram,
respectivamente, para 33%, 42% e 25% do VE, essa situação pode ser visualizada no
APÊNDICE H4.
Na empresa Cemat, as variáveis de input IRSA, IME, AD e CSP, contribuíram para
59%, 2%, 1% e 38%, respectivamente, para a formação do VE, de acordo com ilustração do
APÊNDICE H5.
A empresa Celpa teve os inputs IRSA, IME, AD e CSP contribuindo para,
respectivamente, 63%, 4%, 3% e 31% do output VE, conforme demonstra o APÊNDICE H6.
No caso da empresa Coelce, as variáveis de input IRSA, IME e AD tiverem
contribuição de respectivos 94%, 4% e 2% para a formação do VE, situação ilustrada no
APÊNDICE H7.
Já na empresa Light, as variáveis de input IRSA, IME, AD e CSP, contribuíram para
2%, 1%, 95% e 2%, respectivamente, para o VE, de acordo com ilustração do APÊNDICE
H8.
Por fim, na empresa AES Sul, as variáveis de input IRSA e IME, contribuíram para,
respectivamente, 74% e 26% do output VE, conforme demonstra o APÊNDICE H9.
No ano de 2005, das 13 empresas classificadas como ineficientes, nove delas tiveram
o input IRSA como o que mais contribuiu para o output VE.
Dentre as empresas ineficientes em 2005, quatro delas tiveram a margem de
contribuição do input IRSA próxima de zero.
146
- Ano de 2006
Por último, no ano de 2006, o estudo das 20 empresas que compuseram a amostra para
a análise DEA classificou nove delas como ineficientes.
A empresa Light teve as suas variáveis de input IRSA e IME contribuindo para 90% e
10%, respectivamente, do output VE, conforme demonstra o APÊNDICE I1.
Na empresa Celg suas variáveis de input IRSA e IME contribuíram com 75% e 25%,
respectivamente, para o output VE, situação ilustrada no APÊNDICE I2.
No caso da empresa AES Sul, as variáveis de input IRSA, IME e CSP contribuíram
em, respectivamente, 69%, 15% e 16% para a formação do output VE, de acordo com
ilustração do APÊNDICE I3.
Para a empresa Escelsa, as variáveis de input IRSA, IME e CSP, contribuíram em,
respectivamente, 38%, 41% e 21% para a formação do VE, conforme demonstra o
APÊNDICE I4.
A empresa Cemat teve as variáveis de input IRSA, IME, CSP, contribuindo em,
respectivamente, 26%, 9% e 65% para a formação do VE. Essa situação pode ser visualizada
no APÊNDICE I5.
No caso da empresa RGE, as variáveis de input IRSA, IME e CSP, contribuíram em,
respectivamente, 75%, 15% e 10% para a formação do output VE, conforme demonstra o
APÊNDICE I6.
Na empresa Celpe suas variáveis de input IME e CSP contribuindo 71% e 29%,
respectivamente, com o output VE, situação ilustrada no APÊNDICE I7.
Já para a empresa Eletropaulo, as variáveis de input IME e AD, contribuíram em,
respectivamente, 40% e 60% para a formação do VE, de acordo com ilustração do
APÊNDICE I8.
147
Por fim, a empresa Coelce teve as variáveis de input IRSA, IME, CSP e AD
contribuindo em, respectivamente, 67%, 17%, 3% e 14% para a formação do VE, essa
situação pode ser visualizada no APÊNDICE I9.
No ano de 2006, das nove empresas consideradas ineficientes, sete delas tiveram o
input IRSA como um dos que mais contribuiu para o output VE.
Dentre as empresas ineficientes, ainda no ano de 2006, duas delas tiveram a margem
de contribuição do input IRSA, nula.
5.2.1.3 Potential improvements
A análise de eficiência por meio da ferramenta DEA não pretendeu, simplesmente,
informar os scores de eficiência das unidades analisadas. Além da margem de contribuição do
input/output, apresentada e discutida anteriormente, a análise por envoltória de dados é capaz
de informar, também, a distância percentual entre a estrutura input/output da unidade
ineficiente e a estrutura input/output da fronteira de eficiência, o que pode ser utilizada como
metas que podem ser alcançadas, na medida em que as estratégias de produção e
administração sejam melhoradas.
Os gráficos Potential improvements, que serão mostrados nessa seção apresentam os
percentuais que as empresas podem diminuir ou aumentar, baseados na orientação definida do
modelo (para input ou para output), e atingir o objetivo de se tornar 100% eficiente. A
metodologia da apresentação foi mantida, com a seqüência dos gráficos ocorrendo ano após
ano, dentro do período delimitado na investigação.
Esses gráficos mostram no eixo Y os inputs e o output utilizados na análise e no eixo
X o percentual de melhoria. Esses gráficos, em forma de barra, apresentam os valores
148
percentuais de aumento ou de diminuição das variáveis de input e output, para a almejada
melhoria da eficiência.
Esse tipo de análise é realizada, via de regra, para as empresas que são classificadas
como ineficientes, onde as empresas eficientes são consideradas unidades de referência.
- Ano de 2002
No ano de 2002, das 20 empresas analisadas 14 delas foram consideradas ineficientes,
e a discussão que se inicia aqui foi realizada a partir da análise de gráficos Potential
improvements.
Considerando a empresa CEB, para que ela alcance a eficiência e tenha o seu output
VE aumentado em 317%, é necessária uma diminuição das variáveis IRSA, CSP e AD em,
respectivamente, 49%, 54% e 99%. Essa análise encontra-se ilustrada no Gráfico 10, visto a
seguir.
Gráfico 10 - Potential Improvements: CEB
No caso da empresa Cesp, o alcance da eficiência será possível e, o VE seria
aumentado em 18%, se as variáveis de input IME e CSP sofressem diminuição de,
respectivamente, 94% e 54%, de acordo com o Gráfico 11.
149
Gráfico 11 - Potential Improvements: Cesp
Para a empresa Cemat alcançar a eficiência e o aumento do output VE em
2.321.609%, as variáveis de input IRSA e AD deveriam ser diminuídas em 29% e 9%,
respectivamente, conforme ilustra o Gráfico 12.
Gráfico 12 - Potential Improvements: Cemat
Já para a empresa Celpa atingir a eficiência e alcançar um aumento do VE em 714%,
deveria apenas diminuir em 7% a variável de input IME, de acordo com ilustração do Gráfico
13.
150
Gráfico 13 - Potential Improvements: Celpa
A empresa Coelce alcançará a eficiência e terá o output aumentado em 101% caso haja
uma diminuição de 26% e 23%, respectivamente, nas variáveis de input IME e CSP,
conforme ilustração do Gráfico 14.
Gráfico 14 - Potential Improvements: Coelce
Para que a empresa Light alcance a eficiência e o output aumente em 98.041% ela
deverá ter diminuída as variáveis de input IRSA em 41% e CSP em 91%, de acordo com o
Gráfico 15.
151
Gráfico 15 - Potential Improvements: Light
No caso da empresa Celesc, ela atingirá a eficiência e um aumento na variável de
output em 191.828% se diminuísse em 64% o input IRSA e em 81% o input CSP, essa análise
encontra-se ilustrada no Gráfico 16, visto a seguir.
Gráfico 16 - Potential Improvements:Celesc
Para alcançar a eficiência, aumentando o output VE em 130%, a empresa Celg deve
promover uma diminuição em 52% na variável IRSA e 54% em CSP, de acordo com a
ilustração do Gráfico 17.
152
Gráfico 17 - Potential Improvements:Celg
Para a empresa RGE isso será possível e o VE será maximizado em 89.820% caso haja
uma diminuição nas variáveis de input IRSA, CSP e AD em, respectivamente, 60%, 24% e
97%, essa análise encontra-se ilustrada no Gráfico 18, visto a seguir.
Gráfico 18 - Potential Improvements: RGE
No caso da empresa Escelsa, a eficiência será alcançada e o output VE aumentará em
360.890%, se ela deveria diminuir seus inputs IRSA e CSP em 50% e 47%, respectivamente,
de acordo com o Gráfico 19.
153
Gráfico 19 - Potential Improvements: Escelsa
No caso da Coelba, a eficiência será alcançada e o VE será maximizado em 23%, se
houver uma diminuição de 22% e 62% nos inputs IRSA e CSP, respectivamente, conforme
ilustração do Gráfico 20.
Gráfico 20 - Potential Improvements: Coelba
A empresa Eletropaulo alcançará a eficiência e maximizará seu output VE em 99%
caso sejam diminuídos os inputs IRSA, CSP e AD em, respectivamente, 19%, 83% e 85%, de
acordo com a ilustração do Gráfico 21.
154
Gráfico 21 - Potential Improvements: Eletropaulo
Já para a empresa Elektro atingir o nível de eficiência e maximizar seu output em
491% ela deverá diminuir suas variáveis de input IME, CSP e AD em, respectivamente 32%,
49% e 93%, essa análise encontra-se ilustrada no Gráfico 22, visto a seguir.
Gráfico 22 - Potential Improvements: Elektro
Por fim, a empresa AES Sul, também considerada ineficiente, terá a eficiência
alcançada e o output VE maximizado em 193.581% caso haja uma diminuição nas variáveis
de input IME, CSP e AD em 24%, 15% e 71%, respectivamente, como ilustra o Gráfico 23 a
seguir.
155
Gráfico 23 - Potential Improvements: AES Sul
Com as projeções descritas anteriormente, feitas a partir dos dados experimentais, e
tomando por base a análise desses resultados, é possível apresentar algumas conclusões sobre
o ano de 2002.
Optou-se por iniciar este relato partindo do número de empresas classificadas como
ineficientes, no ano de 2002, e que não precisariam diminuir os níveis do input IRSA para
alcançar a eficiência. Das 14 empresas consideradas ineficientes, cinco delas (Cesp, Celpa,
Coelce, Elektro e AES Sul) obteriam um score de 100% eficiente sem precisar diminuir o
input IRSA.
Continuando a análise sobre a melhoria das empresas classificadas como ineficientes
no ano de 2002, das 14 empresas classificadas como ineficientes, em seis delas (CEB, Light,
Celesc, Celg, Coelba e Eletropaulo) foi observado que algumas variáveis de input deveriam
ser diminuídas para a maximização do output VE. Contudo, entre as variáveis que deveriam
ser diminuídas com esse objetivo, a variável de menor necessidade de diminuição foi o IRSA.
Em contrapartida, das 14 empresas julgadas ineficientes, em três delas (Cemat, RGE e
Escelsa) uma das variáveis de maior necessidade de ser diminuída para que a unidade se torne
eficiente é o input IRSA.
156
- Ano de 2003
No ano de 2003 a apresentação dos resultados dessa análise, fornecida pela aplicação
da ferramenta DEA, indicou que, das 20 empresas analisadas nesse trabalho, 14 delas foram
consideradas ineficientes.
Com o auxílio da análise por envoltória de dados identificou-se que, a empresa Celpe
virá a alcançar a eficiência e terá o seu output VE aumentado em 13% quando ela diminuir
seus inputs IRSA e CSP em, respectivamente, 42% e 45%, como ilustra o APÊNDICE J1.
No caso da empresa CEB, o alcance da eficiência e a maximização do VE em 132%
serão possíveis caso ocorra a diminuição de 54% em IRSA, 44% em CSP e 99% em AD, essa
situação pode ser ilustrada no APÊNDICE J2.
Para a empresa Cemat alcançar a eficiência e maximizar o output VE em 1.279.520 %,
ela deverá diminuir os seus inputs IRSA, CSP e AD em 26%, 2% e 78%, respectivamente,
conforme ilustração no APÊNDICE J3.
Já no caso da empresa Celpa, para atingir 100% de eficiência e ter o output VE
aumentado em 12%, deverá diminuir o input IRSA em 4% e o AD em 64%, de acordo com
ilustração contida no APÊNDICE J4.
Para a Coelce alcançar a eficiência e a maximização do output VE em 64% a empresa
deverá reduzir a variável de input CSP em 15%, como ilustra o APÊNDICE J5.
Considerando, agora, a empresa Light, ela conseguirá atingir a eficiência de 100% e
maximizar o VE em 62.201% ao diminuir as variáveis de input IRSA e CSP em,
respectivamente, 30% e 93%, de acordo com APÊNDICE J6.
No caso da empresa Celesc o alcance da eficiência e a maximização do VE em
151.459% somente será possível com a diminuição das variáveis de input IRSA em 64% e
CSP em 76%, essa situação pode ser ilustrada no APÊNDICE J7.
157
A empresa Celg atingirá a eficiência e a maximização do output em 56% caso ocorra
uma diminuição nos inputs IRSA em 45% e CSP em 43%, como ilustra o APÊNDICE J8.
O alcance da eficiência pela empresa RGE será possível se houver a diminuição nos
inputs CSP em 12% e AD 99%. Nesse caso, o output VE atingiria uma maximização de
150.136%, situação ilustrada no APÊNDICE J9.
A eficiência e alcance o aumento do VE em 182.324% serão alcançados na empresa
Escelsa caso ocorra uma diminuição nas variáveis de input IRSA e CSP em, respectivamente,
50% e 44%, conforme ilustração contida no APÊNDICE J10.
No caso da Coelba, ela conseguirá alcançar a eficiência e um aumento no output VE
em 87% se houver uma diminuição nas variáveis de input CSP em 15% e 98% em AD, de
acordo com APÊNDICE J11.
A Eletropaulo atingirá a eficiência e o aumento do VE em 50% caso haja uma
diminuição nas variáveis de input IRSA, CSP e AD em, respectivamente, 8%, 80% e 72%,
essa situação pode ser ilustrada no APÊNDICE J12.
Em se tratando da empresa Elektro, ela alcançará a eficiência e aumentará o VE em
47%, havendo uma diminuição de seus inputs CSP em 38% e AD em 90%, de acordo com
ilustração contida no APÊNDICE J13.
Por fim, a empresa AES obterá a classificação de eficiência e aumentará o output VE
em 94.798% caso haja uma diminuição nas variáveis de input CSP e AD em, respectivamente,
24% e 97%, conforme ilustração contida no APÊNDICE J14.
De acordo com a análise desses resultados do ano de 2003 é interessante ressaltar
algumas conclusões, a começar por informar o número de empresas ineficientes que não
precisariam diminuir os níveis do input IRSA para alcançar a eficiência. Das 14 empresas
consideradas ineficientes, cinco delas, a Coelce, a RGE, a Coelba, a Elektro e a AES Sul, não
precisam diminuir o input IRSA para maximizar o output VE e atingir a eficiência.
158
Além disso, é importante descrever a situação das empresas Celpe, Celpa, Light,
Celesc e Eletropaulo. Nessas cinco empresas, que foram consideradas ineficientes em 2003,
apesar de serem necessárias alterações em alguns inputs para a maximização do output VE e o
para o alcance da eficiência, o input de menor necessidade de diminuição foi o IRSA.
Por outro lado, das 14 empresas ditas ineficientes, em quatro delas (CEB, Cemat, Celg
e Escelsa) o input IRSA foi uma das variáveis com a maior necessidade de diminuição, para
que a unidade se torne eficiente e maximize o output VE.
- Ano de 2004
No ano de 2004 a apresentação dos resultados da análise fornecida pela aplicação da
ferramenta DEA indicou que, das 20 empresas analisadas no presente trabalho, 12 delas foram
consideradas ineficientes. A seguir são apresentadas as estratégias necessárias que elas
deverão adotar para alcançar a eficiência.
A empresa CEB poderá alcançar a eficiência e maximizar o VE em 127% caso haja
uma diminuição de 39% em IRSA, 79% em AD e 38% em CSP, como ilustra o APÊNDICE
K1.
Para que a empresa Cemat atinja a eficiência e aumente o VE em 306.238%, ela
deverá diminuir em 23% o input IRSA, essa situação pode ser ilustrada no APÊNDICE K2.
No caso da empresa Celpa, ela alcançará a eficiência e terá o VE aumentado em 169%,
se houver uma diminuição de 15% em IRSA, conforme ilustração no APÊNDICE K3.
Já a empresa Coelce se tornará eficiente e terá seu output VE aumentado em 113%
caso ocorra uma diminuição de 8% do input CSP, de acordo com ilustração contida no
APÊNDICE K4.
159
Para a empresa Light alcançar a eficiência e aumentar o VE em 81.740%, ela deverá
diminuir seus inputs IRSA, IME e CSP em, respectivamente, 54%, 4% e 52%, como ilustra o
APÊNDICE K5.
A empresa Celesc, por sua vez, se tornará eficiente e terá o output VE aumentado em
76.935% caso diminua os inputs IRSA e CSP em 54% e 41%, respectivamente, de acordo
com APÊNDICE K6.
No caso da empresa Celg, para que ela atinja a eficiência e aumente o VE em 51%, é
necessário diminuir seus inputs IRSA e CSP em, respectivamente, 28% e 15%, essa situação
pode ser ilustrada no APÊNDICE K7.
Para a RGE alcançar a eficiência e aumentar o seu output VE em 226.644%, deve
haver uma diminuição nos seus inputs AD em 87% e de 7% em CSP, conforme ilustração
contida no APÊNDICE K8.
A empresa Escelsa alcançará a eficiência e aumentará o VE em 145.894% caso ocorra
uma diminuição de 23% em IRSA e de 14% em CSP, como ilustra o APÊNDICE K9.
O alcance de eficiência pela empresa Coelba será possível quando houver uma
diminuição nos inputs IRSA, AD e CSP em 19%, 98% e 15%, respectivamente, aumentando,
assim, o output VE em 15%, situação ilustrada no APÊNDICE K10.
Com respeito à Eletropaulo, ela alcançará a eficiência e aumentará o VE em 135% se
houver uma diminuição dos inputs IRSA em 5%, AD em 24% e CSP em 81%, conforme
ilustração contida no APÊNDICE K11.
Por fim, a empresa AES Sul atingirá 100% de eficiência e terá o output VE aumentado
em 669.148% caso ocorra uma diminuição nas variáveis de input AD em 40% e de 10% em
CSP, de acordo com APÊNDICE K12.
Como já foi citado anteriormente, das 20 empresas analisadas no ano de 2004, 12
delas foram classificadas como ineficientes pela ferramenta DEA. Entre as empresas
160
ineficientes, três delas (Coelce, RGE e AES Sul) não precisam diminuir o input IRSA para
maximizar o output VE e atingir a eficiência.
Além disso, três empresas consideradas ineficientes (CEB, Coelba e Eletropaulo) têm,
no seu potencial de melhoria para alcance de eficiência e maximização do output VE, o IRSA
como o input que apresentou menor necessidade de diminuição.
Por outro lado, para que seis das empresas consideradas ineficientes – a Cemat, a
Celpa, a Light, a Celesc, a Celg e a Escelsa –, alcancem a eficiência e a maximização do
output VE, o IRSA é considerado o input que apresentou maior necessidade de diminuição.
- Ano de 2005
No ano de 2005, a apresentação dos resultados da análise fornecida pela aplicação da
ferramenta DEA classificou, entre as 20 unidades analisadas nesta pesquisa, 13 delas como
ineficientes. A partir dessa classificação são apresentadas as estratégias necessárias que elas
poderão adotar para atingir 100% de eficiência.
De acordo com a análise por envoltória de dados a empresa Celpe alcançará a
eficiência e aumentará o output VE em 28% caso haja uma diminuição de 6% em IRSA e
15% em CSP, como ilustra o APÊNDICE L1.
Para a empresa CEB alcançar a eficiência e aumentar o VE em 1.192% ela deve
aumentar a variável de input CSP em 17%, essa situação pode ser ilustrada no APÊNDICE
L2.
No caso das empresas Cemat e Celpa, para que elas alcancem a eficiência precisarão
aumentar seus outputs VE em, respectivamente, 275.328% e 149%, conforme ilustração no
APÊNDICE L3 e APÊNDICE L4.
161
A empresa Coelce, por sua vez, atingirá a eficiência e aumentará seu output VE em
10% caso ocorra uma diminuição de 14% em CSP, de acordo com ilustração contida no
APÊNDICE L5.
Para que a empresa Light alcance eficiência, além de aumentar em 25% o VE, ela
deverá diminuir as variáveis de input IRSA, IME e CSP em, respectivamente, 37%, 50% e
60%, como ilustra o APÊNDICE L6.
O alcance da eficiência pela empresa Celesc e o aumento do seu VE em 184.160%
somente será possível havendo uma diminuição de IRSA em 25% e de 41% em CSP, de
acordo com APÊNDICE L7.
A Celg atingirá a eficiência, aumentando o seu output VE em 278.068% caso o input
CSP seja diminuído em 15%, essa situação pode ser ilustrada no APÊNDICE L8.
No caso da RGE, ela se tornará eficiente e terá o output VE aumentado em 116.621%
se diminuir o input AD em 91% e o CSP em 11%, conforme ilustração contida no
APÊNDICE L9.
Para a empresa Escelsa alcançar a eficiência e obter o output VE aumentado em
88.953% ela deverá diminuir os inputs IRSA em 12% e o CSP em 28%, como ilustra o
APÊNDICE L10.
Já a empresa Eletropaulo, para que ela atinja a eficiência e aumente o VE em 90%, a
empresa deverá diminuir os inputs IME e CSP em, respectivamente 23% e 79%, situação
ilustrada no APÊNDICE L11.
A empresa Elektro atingirá 100% de eficiência e aumentará de 3% o output VE se
houver uma diminuição nas variáveis de input AD e CSP em 40% e 2%, respectivamente,
conforme ilustração contida no APÊNDICE L12.
162
Por fim, a AES Sul alcançará a eficiência e terá o output VE aumentado em 447.004%
caso as variáveis de input AD e CSP diminuam em 23% e 22%, respectivamente, de acordo
com APÊNDICE L13.
Conforme já foi descrito anteriormente, em 2005, das 20 empresas analisadas, 13 delas
foram classificadas como ineficientes pela ferramenta DEA. Dessas, sete (CEB, Coelce, Celg,
RGE, Eletropaulo, Elektro e AES Sul) não precisam diminuir o input IRSA para maximizar o
output VE e atingir a eficiência.
Além disso, quatro empresas – a Celpe, a Light, a Celesc e a Escelsa –, consideradas
ineficientes, têm demonstrado no seu potencial de melhoria para alcance de eficiência e
maximização do VE, que o input IRSA é aquele com menor necessidade de diminuição.
Por outro lado, para que duas das empresas ineficientes – a Cemat e a Celpa –
alcancem a eficiência, elas deverão, apenas, aumentar o output VE.
- Ano de 2006
No ano de 2006 os resultados da análise fornecida pela aplicação da ferramenta DEA
indicaram que, das 20 unidades analisadas, nove delas foram consideradas ineficientes. De
posse dessas informações são apresentadas, a seguir, as estratégias que as empresas
ineficientes podem adotar para alcançar 100% de eficiência.
Para a empresa Celpe atingir a eficiência e aumentar o VE em 39% ela deve diminuir
em 6% a variável de input IRSA, como ilustra o APÊNDICE M1.
A empresa Cemat alcançará a eficiência e o aumento do output VE em 245.692% se
houver uma diminuição de 16% no input AD, essa situação pode ser ilustrada no APÊNDICE
M2.
163
No caso das empresas Coelce e Escelsa, para que elas alcancem a eficiência precisam
aumentar seus outputs VE em, respectivamente, 3% e 241.881%, conforme ilustração no
APÊNDICE M3 e no APÊNDICE M4.
No tocante à Light, para que ela atinja o nível de 100% de eficiência e 175% do
aumento do output VE, deverá diminuir as variáveis de input CSP e AD em, respectivamente,
39% e 69%, de acordo com ilustração contida no APÊNDICE M5.
Para o alcance da eficiência pela empresa Celg, além do aumento do output VE em
340.776%, será necessária uma diminuição no input CSP em 5%, como ilustra o APÊNDICE
M6.
A RGE terá a eficiência alcançada e o VE aumentado em 129.589%, caso ocorra uma
diminuição de 82% do input AD, de acordo com APÊNDICE M7.
Já a empresa Eletropaulo, ela terá a eficiência atingida e o output VE aumentado em
35% caso haja uma diminuição de 64% em IRSA e 80% em CSP, essa situação pode ser
ilustrada no APÊNDICE M8.
Por fim, a empresa AES Sul alcançará a eficiência e terá o output VE aumentado em
305.054% se o input AD for diminuído em 20%, conforme ilustração contida no APÊNDICE
M9.
A análise DEA, feita no ano de 2006, classificou nove empresas como ineficientes no
universo das 20 empresas analisadas. Cinco delas – a Cemat, a Light, a Celg, a RGE e a AES
Sul, não necessitam diminuir o input IRSA para maximizar o output VE e atingir a eficiência.
Além disso, a empresa Eletropaulo, também classificada como ineficiente, demonstrou
no seu potencial de melhoria para atingir a eficiência e maximização do VE, que o IRSA é o
input com menor necessidade de diminuição.
164
A empresa Celpe pode ser considerada um caso especial, tendo em vista que apenas
esta empresa demonstrou uma necessidade de diminuição do input IRSA, o único input que
deveria ser alterado, para o alcance da eficiência e a maximização do output VE.
Para que as empresas Coelce e Escelsa alcancem a eficiência, será necessário apenas o
aumento do output VE.
5.2.1.4 Reference comparison
O gráfico Reference comparison apresenta informações sobre uma unidade ineficiente
em comparação com as unidades de referência. O termo unidade de referência é utilizado aqui
como o conjunto de unidades eficientes com o qual a unidade em análise tem sido comparada
mais diretamente, no momento do cálculo dos seus índices de eficiência.
Por meio dos gráficos fornecidos pela análise por envoltória de dados, foi possível
relatar, ano a ano, para o período delimitado na pesquisa, as Reference comparison, entre as
empresas ineficientes e suas unidades de referência, informando em percentual, quanto a
unidade de referência teve a mais ou a menos de cada input e de output, com o objetivo
principal de verificar as diferenças existentes entre os IRSA.
Ano de 2002
- Celg
Unidades de referência: Copel, Enersul e Ampla
Quando a Celg foi comparada com a empresa Copel concluiu-se que esta última
investiu 170% a mais em Responsabilidade Socioambiental (RSA), 453% a mais em
Máquinas e Equipamentos (ME), 99% a menos em Custo de Serviços Prestados (CSP),
mantendo praticamente o mesmo nível de Ativo Diferido (AD) e atingiu um valor 631%
165
maior na medida financeira de Valor da Empresa (VE), essa situação é ilustrada no Gráfico
24.
Gráfico 24 - Reference comparison: Celg - Copel
Na comparação feita com a Celg e a Enersul concluiu-se que a última investiu 74% a
menos em RSA, 42% a menos em ME, 51% a menos em CSP, manteve, praticamente, o
mesmo nível de AD e atingiu um valor 85% maior na medida financeira de VE, essa situação
é ilustrada no Gráfico 25.
Gráfico 25 - Reference comparison: Celg - Enersul
Quando se comparou a Celg com a Ampla concluiu-se que esta última investiu 7% a
mais em RSA, 25% a mais em ME, 19% a menos em CSP, 565.099.900 % a mais em AD e
166
atingiu um valor 378% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 26.
Gráfico 26- Reference comparison: Celg - Ampla
- RGE
Unidades de referência: Celpe e Enersul
O estudo comparativo da empresa RGE com a Celpe forneceu a conclusão de que esta
última investiu 74% a menos em RSA, 21% a mais em ME, 9% a mais em CSP, 92% a menos
em AD e atingiu um valor 122.529% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 27.
Gráfico 27 - Reference comparison: RGE - Celpe
167
Já quando a empresa RGE foi comparada com a Enersul constatou-se que esta última
investiu 55% a menos em RSA, 10% a menos em ME, 40% a menos em CSP, 100% a menos
em AD e atingiu um valor 75.550% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 28.
Gráfico 28 - Reference comparison: RGE - Enersul
- Celesc
Unidades de referência: Copel, Ampla e Enersul
Quando a empresa Celesc foi comparada com a Copel conclui-se que esta última
investiu 74% a mais em RSA, 376% a mais em ME, 100% a menos em CSP, manteve,
praticamente, o mesmo nível de AD e atingiu um valor 564.662% maior na medida financeira
de VE, essa situação é ilustrada no Gráfico 29.
168
Gráfico 29 - Reference comparison: Celesc - Copel
No caso da comparação ser feita com a empresa Ampla concluiu-se que esta investiu
31% a menos em RSA, 7% a mais em ME, 66% a menos em CSP, 565.099.900% a mais em
AD e atingiu um valor 369.749% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 30.
Gráfico 30 - Reference comparison: Celesc - Ampla
Já quando a empresa Celesc foi comparada com a Enersul concluiu-se que a última
investiu 83% a menos em RSA, 50% a menos em ME, 80% a menos em CSP, manteve,
169
praticamente, o mesmo nível de AD e atingiu um valor 142.943% maior na medida financeira
de VE, essa situação é ilustrada no Gráfico 31.
Gráfico 31 - Reference comparison: Celesc - Enersul
- Eletropaulo
Unidades de referência: Ampla e Cemig
Na comparação feita entre a empresa Eletropaulo e a Ampla chegou-se à conclusão de
que a última investiu 77% a menos em RSA, 75% a menos em ME, 88% a menos em CSP,
96% a menos em AD e manteve a medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 32.
Gráfico 32 - Reference comparison: Eletropaulo - Ampla
170
No caso de se comparar a empresa Eletropaulo com a Cemig concluiu-se que esta
última investiu 12% a mais em RSA, 40% a mais em ME, 82% a menos em CSP, 81% a
menos em AD e atingiu um valor 153% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 33.
Gráfico 33 - Reference comparison: Eletropaulo - Cemig
- Light
Unidades de referência: Copel, Enersul e Ampla
A comparação feita entre a empresa Light e a Copel levou à conclusão de que esta
última investiu 13% a menos em RSA, 49% a mais em ME, 100% a menos em CSP, 100% a
menos em AD e atingiu um valor 135.604% maior na medida financeira de VE, essa situação
é ilustrada no Gráfico 34.
171
Gráfico 34 - Reference comparison: Light – Copel
No caso de se comparar a empresa Light com a Enersul concluiu-se que a última
investiu 92% a menos em RSA, 85% a menos em ME, 89% a menos em CSP, 100% a menos
em AD e atingiu um valor 34.271% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 35.
Gráfico 35 - Reference comparison: Light – Enersul
Quando a comparação foi feita entre a empresa Light e a Ampla concluiu-se que esta
última investiu 66% a menos em RSA, 67% a menos em ME, 81% a menos em CSP,
172
50.536% a mais em AD e atingiu um valor 88.769% maior na medida financeira de VE, essa
situação é ilustrada no Gráfico 36.
Gráfico 36 - Reference comparison: Light - Ampla
- CEB
Unidades de referência: Cosern e Enersul
O estudo comparativo que foi feito entre a empresa CEB e a Cosern permitiu concluir
que esta última investiu 53% a menos em RSA, 34% a menos em ME, 61% a menos em CSP,
100% a menos em AD e atingiu um valor 100% menor na medida financeira de VE, essa
situação é ilustrada no Gráfico 37.
Gráfico 37 - Reference comparison: CEB - Cosern
173
Já quando a comparação foi feita entre a CEB e a Enersul concluiu-se que esta última
investiu 48% a menos em RSA, 35% a mais em ME, 49% a menos em CSP, 100% a menos
em AD e atingiu um valor 765% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 38.
Gráfico 38 - Reference comparison: CEB - Ensersul
- Escelsa
Unidades de referência: Copel, Ampla e Enersul
O mesmo estudo comparativo foi feito entre a empresa Escelsa e a Copel Nele,
constatou-se que esta última investiu 316% a mais em RSA, 689% a mais em ME, 99% a
menos em CSP, manteve, praticamente, o mesmo nível de AD e atingiu um valor 1.336.122%
maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no Gráfico 39.
174
Gráfico 39 - Reference comparison: Escelsa - Copel
No caso da comparação entre a empresa Escelsa e a Ampla concluiu-se que a última
investiu 65% a mais em RSA, 78% a mais em ME, 12% a menos em CSP, 565.099.900% a
mais em AD e atingiu um valor 874.959% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 40.
Gráfico 40 - Reference comparison: Escelsa – Ampla
Já quando a empresa Escelsa foi comparada com a Enersul verificou-se que esta
última investiu 59% a menos em RSA, 16% a menos em ME, 47% a menos em CSP,
175
manteve, praticamente, o mesmo nível de AD e atingiu um valor 338.340% maior na medida
financeira de VE, essa situação é ilustrada no Gráfico 41.
Gráfico 41 - Reference comparison: Escelsa - Enersul
- Cesp
Unidades de referência: Copel, Enersul e Ampla
A comparação feita entre a empresa Cesp e a Copel mostrou que esta última investiu
469% a mais em RSA, 67% a menos em ME, 99% a menos em CSP, manteve, praticamente,
o mesmo nível de AD e atingiu um valor 275% maior na medida financeira de VE, essa
situação é ilustrada no Gráfico 42.
Gráfico 42 - Reference comparison: Cesp - Copel
176
No caso de comparar a empresa Cesp com a Enersul conclui-se que esta última
investiu 44% a menos em RSA, 97% a menos em ME, 51% a menos em CSP, manteve,
praticamente, o mesmo nível de AD e atingiu um valor 5% menor na medida financeira de
VE, essa situação é ilustrada no Gráfico 43.
Gráfico 43 - Reference comparison: Cesp - Enersul
Já quando a empresa Cesp foi comparada com a Ampla constatou-se que esta última
investiu 126% a mais em RSA, 93% a menos em ME, 18% a menos em CSP, 565.099.900% a
mais em AD e atingiu um valor 146% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 44.
Gráfico 44 - Reference comparison: Cesp - Ampla
177
- Elektro
Unidades de referência: Ampla e Cemig
O estudo comparativo feito entre a empresa Elektro e a Ampla forneceu informações
de que esta última investiu 4% a menos em RSA, 36% a menos em ME, 50% a menos em
CSP, 94% a menos em AD e atingiu um valor 483% maior na medida financeira de VE, essa
situação é ilustrada no Gráfico 45.
Gráfico 45 - Reference comparison: Elektro - Ampla
Já quando a empresa Elektro foi comparada com a Cemig concluiu-se que a última
investiu 353% a mais em RSA, 251% a mais em ME, 29% a menos em CSP, 71% a menos
em AD e atingiu um valor 1.369% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 46.
178
Gráfico 46 - Reference comparison: Elektro - Cemig
- AES Sul
Unidades de referência: Celpe e Ampla
Quando se comparou a empresa AES Sul com a Celpe concluiu-se que a última
investiu 75% a menos em RSA, 42% a menos em ME, 12% a menos em CSP, 49% a menos
em AD e atingiu um valor 148.602% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 47.
Gráfico 47 - Reference comparison: AES Sul - Celpe
179
Já quando a empresa AES Sul foi comparada com a Ampla percebeu-se que a última
investiu 72% a mais em RSA, 9% a menos em ME, 20% a menos em CSP, 95% a menos em
AD e atingiu um valor 237.084% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 48.
Gráfico 48 - Reference comparison: AES Sul - Ampla
- Coelce
Unidades de referência: Copel, Ampla e Enersul
Quando foi feita a comparação entre a empresa Coelce e a Copel concluiu-se que a
última investiu 356% a mais em RSA, 296% a mais em ME, 99% a menos em CSP, 100% a
menos em AD e atingiu um valor 420% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 49.
180
Gráfico 49 - Reference comparison: Coelce - Copel
No caso de se comparar a empresa Coelce com a Ampla concluiu-se que esta última
investiu 81% a mais em RSA, 11% a menos em ME, 16% a mais em CSP, 354% a mais em
AD e atingiu um valor 241% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 50.
Gráfico 50 - Reference comparison: Coelce - Ampla
Já quando a comparação foi feita com a empresa Enersul concluiu-se que esta investiu
55% a menos em RSA, 58% a menos em ME, 30% a menos em CSP, 100% a menos em AD
e atingiu um valor 31% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 51.
181
Gráfico 51 - Reference comparison: Coelce - Enersul
- Celpa
Unidades de referência: Celpe, Copel, Ampla e Enersul
Quando a empresa Celpa foi comparada com a Celpe concluiu-se que esta última
investiu 74% a menos em RSA, 23% a menos em ME, 38% a mais em CSP, 528% a mais em
AD e atingiu um valor 681% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 52.
Gráfico 52 - Reference comparison: Celpa - Celpe
No caso da comparação ser feita com a empresa Copel verificou-se que esta investiu
360% a mais em RSA, 439% a mais em ME, 99% a menos em CSP, 100% a menos em AD e
182
atingiu um valor 1.804% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 53.
Gráfico 53 - Reference comparison: Celpa - Copel
A partir da comparação com a empresa Ampla constatou-se que esta investiu 83% a
mais em RSA, 21% a mais em ME, 26% a mais em CSP, 36% a menos em AD e atingiu um
valor 1.147% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no Gráfico 54.
Gráfico 54 - Reference comparison: Celpa - Ampla
Já quando a empresa Celpa foi comparada com a Enersul conclui-se que esta última
investiu 55% a menos em RSA, 43% a menos em ME, 24% a menos em CSP, 100% a menos
183
em AD e atingiu um valor 382% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 55.
Gráfico 55 - Reference comparison: Celpa - Enersul
- Coelba
Unidades de referência: Copel, Ampla e Enersul
Quando a empresa Coelba foi comparada com a Copel concluiu-se que esta última
investiu 199% a mais em RSA, 297% a mais em ME, 100% a menos em CSP, 100% a menos
em AD e atingiu um valor 211% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 56.
Gráfico 56 - Reference comparison: Coelba - Copel
184
No caso da comparação entre a empresa Coelba e a Ampla verificou-se que a última
investiu 19% a mais em RSA, 11% a menos em ME, 32% a menos em CSP, 1.285% a mais
em AD e atingiu um valor 103% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 57.
Gráfico 57 - Reference comparison: Coelba - Ampla
Já quando a empresa Coelba foi comparada com a Enersul concluiu-se que a última
investiu 71% a menos em RSA, 58% a menos em ME, 59% a menos em CSP, 100% a menos
em AD e atingiu um valor 22% menor na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada
no Gráfico 58.
Gráfico 58 - Reference comparison: Coelba - Enersul
185
- Cemat
Unidades de referência: Celpe, Ampla e Enersul
O estudo comparativo feito entre a empresa Cemat e a Celpe levou à conclusão de que
esta última investiu 77% a menos em RSA, 1% a menos em ME, 40% a mais em CSP, 457%
a mais em AD e atingiu um valor 2.471.742% maior na medida financeira de VE, essa
situação é ilustrada no Gráfico 59.
Gráfico 59 - Reference comparison: Cemat - Celpe
No caso de comparar a empresa Cemat com a Ampla concluiu-se que a última investiu
58% a mais em RSA, 56% a mais em ME, 27% a mais em CSP, 44% a menos em AD e
atingiu um valor 3.942.568% maior na medida financeira de VE, essa situação é ilustrada no
Gráfico 60.
186
Gráfico 60 - Reference comparison: Cemat - Ampla
Já quando a empresa Cemat foi comparada com a Enersul concluiu-se que a última
investiu 61% a menos em RSA, 27% a menos em ME, 23% a menos em CSP, 100% a menos
em AD e atingiu um valor 1.524.777% maior na medida financeira de VE, essa situação é
ilustrada no Gráfico 61.
Gráfico 61 - Reference comparison: Cemat – Enersul
A essa altura do trabalho, e a partir da análise dos gráficos de Reference comparison
do DEA, no ano de 2002, foram obtidas 38 comparações.
187
Do total de 38 comparações, em 45% delas indicaram que as empresas classificadas
como eficientes, no seu esforço para atingir essa eficiência, investiram mais em RSA e
alcançaram um VE maior, quando tiveram os seus dados comparados com os dados das
empresas ineficientes.
É importante ressaltar que os comportamentos das outras variáveis de input não serão
aqui relatados uma vez que extrapolam os objetivos deste trabalho.
Os gráficos Reference Comparison foram analisados dessa mesma maneira para os
anos de 2003, 2004, 2005 e 2006, eles não serão apresentados neste trabalho, contudo as
análises serão descritas a seguir.
A análise dos gráficos de Reference comparison do DEA, no ano de 2003, possibilitou
40 comparações, do total de 40 comparações, em 45% delas indicaram que as empresas
eficientes, para atingir a eficiência, investiram mais em RSA e alcançaram um VE maior,
quando comparadas com as empresas ineficientes.
A análise dos gráficos de Reference Comparison do DEA, no ano de 2004, forneceu
35 comparações, do total de 35 comparações, em 40% delas indicaram que as empresas
eficientes, para atingir a eficiência, investiram mais em RSA e alcançaram um VE maior,
quando feita a comparação com as empresas ineficientes.
Com a análise dos gráficos de Reference Comparison do DEA, no ano de 2005, foram
obtidas 41 comparações, desse total de 41 comparações, em 44% delas indicaram que as
empresas eficientes, no esforço despendido para atingir a eficiência, investiram mais em RSA
e alcançaram um VE maior, quando comparadas com as empresas ineficientes.
A partir da análise dos gráficos de Reference omparison do DEA, no ano de 2006,
foram obtidas 35 comparações, desse total de 35 observações, em 35% delas indicaram que as
empresas eficientes, no seu esforço para atingir a eficiência, investiram mais em RSA e
alcançaram um VE maior, quando comparadas com as empresas ineficientes.
188
Ratifica-se, aqui, a validade das observações registradas anteriormente, em relação aos
objetivos da pesquisa, nos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005, naquilo que diz respeito à
percepção do alcance da eficiência, como também sobre a extrapolação que deixa de fora
deste trabalho os comportamentos das outras variáveis de input, buscando verificar o
comportamento da variável de input IRSA.
5.2.2 Análise vertical
A avaliação dos resultados obtidos com a aplicação da ferramenta análise por
envoltória de dados, aqui denominada análise vertical, se refere às observações dos resultados
de cada empresa ao longo de cada ano, ou seja, a evolução das empresas, individualmente, no
decorrer dos cinco anos de análise, começando em 2002 e finalizando em 2006. Além da
análise dos dados obtidos a partir da DEA são trazidas as informações mais relevantes de
algumas empresas, extraídas dos seus relatórios anuais e que podem servir como possíveis
respostas às questões levantadas com a aplicação da ferramenta DEA.
5.2.2.1 Efficiency Scores
O score de eficiência foi estabelecido pela ferramenta DEA por meio do seu
processamento, sendo que as unidades consideradas eficientes possuem pontuação 100.
Assim, a partir da análise por envoltória de dados foi obtido um score classificatório
indicando a eficiência técnica de cada unidade analisada, para os anos de 2002, 2003, 2004,
2005 e 2006. A Tabela 2 indica o score de eficiência de cada empresa em cada ano de análise.
189
ANOS
UNIDADE
2002 2003 2004 2005 2006
AES SUL 0,05 0,11 0,01 0,02 0,03
Ampla 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
CEB 23,96 43,10 44,05 7,73 100,00
Celesc 0,05 0,07 0,13 0,05 100,00
Celg 43,39 64,10 65,85 0,04 0,03
Celpa 12,27 89,14 37,08 40,13 100,00
Celpe 100,00 88,23 100,00 77,72 71,81
Cemat 0,00 0,01 0,03 0,04 0,04
Cemig 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Cesp 84,17 100,00 100,00 100,00 100,00
Coelba 81,01 53,30 86,49 100,00 100,00
Coelce 49,72 60,70 46,93 90,45 96,58
Copel 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Cosern 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Elektro 16,92 67,86 100,00 96,25 100,00
Eletropaulo 50,08 66,57 42,45 52,56 73,90
Enersul 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Escelsa 0,03 0,05 0,07 0,11 0,04
Light 0,10 0,16 0,12 79,56 36,35
RGE 0,10 0,07 0,04 0,09 0,08
Tabela 2 – Scores de eficiência para o período 2002-2006
Fonte: Elaboração própria
Do total de 20 empresas analisadas, cinco delas, a Ampla, a Cemig, a Copel, a Cosern
e a Enersul, foram eficientes em todos os anos da análise, ao passo que sete empresas, a CEB,
a Celesc, a Celpa, a Celpe, a Cesp, a Coelba e a Elektro, atingiram 100% de eficiência em,
pelo menos, um ano de análise e, por fim, oito empresas analisadas, a AES Sul, a Celg, a
Cemat, a Coelce, a Eletropaulo, a Escelsa, a Light e a RGE, não alcançaram a eficiência.
AES Sul
A empresa AES Sul foi classificada como ineficiente nos cinco anos da análise. No
ano de 2002 a margem de contribuição da variável de input IRSA foi de 100% para a
formação do output VE; em 2003 as margens de contribuição das variáveis de input IRSA e
IME para a formação do output VE foi de, respectivamente, 95% e 5%; no ano de 2004 as
190
variáveis de input IRSA e IME contribuíram em, respectivamente, 97% e 3% do output VE;
em 2005 as variáveis de input IRSA e IME contribuíram em, respectivamente, 74% e 26%,
para a formação do output VE e, por fim, no ano de 2006 as margens de contribuição das
variáveis IRSA, IME e CSP foram de, respectivamente, 69%, 15% e 16% para a formação do
output VE da AES Sul.
Foi possível perceber que, mesmo sendo ineficiente em todos os anos da análise, a
empresa AES Sul teve uma margem de contribuição significativa da variável de input IRSA
para a formação do output VE.
A partir de consultas realizadas nos relatórios anuais da empresa AES Sul nos anos da
análise, foi possível chegar a algumas conclusões.
A empresa conviveu no ano de 2002 com algumas dificuldades que tiveram origem na
acelerada e imprevisível flutuação cambial. Além desse fator, outro que deve ser levado em
consideração foi a crise energética ocorrida no ano de 2001, cujos efeitos somente foram
sentidos ao longo de 2002, na medida em que o nível de consumo ficou muito abaixo dos
níveis projetados, afetando significativamente a receita da empresa. Diante disso, foi possível
observar, no ano de 2002, prejuízo e alto passivo a descoberto.
No ano de 2003 foi possível observar um cenário econômico mais favorável, no qual a
AES Sul obteve lucro e reduziu o passivo a descoberto, quando comparado com o ano de
2002. Diante desse quadro mais favorável a empresa iniciou o processo de reestruturação de
dívidas.
Um fator importante observado no ano de 2003 foi a conquista do Prêmio Destaque
Gaúcho – Responsabilidade Social 2003, promovido pela Revista Destaque Gaúcho. Apesar
de, no ano de 2002, a empresa ter declarado seu reforço do papel de empresa cidadã e ter
assumido responsabilidade frente a questões socioambientais, foi no ano de 2003, ao receber o
prêmio citado anteriormente, que a empresa teve destaque nessa área.
191
No ano de 2004 a empresa AES Sul continuou no seu processo de reestruturação das
dívidas, quando retomou o relacionamento com o mercado financeiro, o que possibilitou a
contratação de novas operações de capital de giro. Nesse mesmo ano, a empresa voltou a
ganhar o Prêmio Destaque Gaúcho – Responsabilidade Social 2004. Aliado a isso, a empresa
declarou investimento de aproximadamente R$ 550 mil em diferentes trabalhos que puderam
ser observados por meio de: trabalhos voluntários realizados pelos colaboradores; pelo
incentivo à cultura por meio dos Projetos Lâmpada Mágica, Circuito de Teatro AES Sul e
Sonoras Energias; pela condição de mantenedora do Projeto Pescar e de diversos trabalhos
realizados em escolas de todo o Estado, tais como o Teatro nas Escolas, que leva atrações
culturais às comunidades, e o Projeto Escola que adverte as crianças dos riscos e aponta
precauções que devem ser considerados ao tratar com energia elétrica.
Ao longo de 2005, como conseqüência da reestruturação econômico-financeira do ano
de 2004, a AES Sul teve suas linhas de crédito de curto prazo aumentadas e, além disso,
foram tomadas medidas significativas para solucionar a situação do passivo a descoberto. No
âmbito da responsabilidade socioambiental, foi declarado investimento de aproximadamente
R$ 518 mil em diferentes trabalhos, que foram aqueles mesmos citados no ano de 2004.
Ainda em relação ao meio ambiente, a AES Sul declarou que sempre esteve preocupada com
as questões ambientais que impactavam os seus principais processos, contudo não havia na
sua estrutura hierárquica uma área especializada nessas questões. O ano de 2005 foi decisivo
nesse ponto, uma vez que foi instalada na empresa uma área corporativa de meio ambiente.
No que diz respeito ao ano de 2006, a empresa realizou profunda reestruturação, com a
capitalização de parte do endividamento e sua substituição por custos mais atrativos e prazo
mais longo. Além disso, a AES Sul obteve financiamentos para investimento em infra-
estrutura e para o Programa Luz Para Todos. Como resultado dessa reestruturação a empresa
foi reavaliada positivamente pela Standard & Poors, uma das maiores agências de
192
classificação de risco do mundo, além de conquistar também o reconhecimento da sociedade,
como demonstrou sua posição entre as três melhores distribuidoras de energia do país, na
pesquisa realizada sobre a avaliação do cliente, pela Associação Brasileira de Distribuidores
de Energia Elétrica. Ainda no ano de 2006, a empresa efetuou aquisições de imobilizado
60,8% mais do que no ano de 2005. O ano de 2006 também foi destaque em relação à
responsabilidade socioambiental, quando a AES Sul apoiou 30 projetos culturais em 56
diferentes cidades atingindo um total de 500.000 pessoas, estreitando ainda mais o
relacionamento da companhia com a comunidade. Os principais projetos desenvolvidos em
2006 foram: Lâmpada Mágica, Oficinas da Paz, Junior Achievement, Projeto Pescar e Projeto
Atitude Certa.
Em relação à implementação de ações voltadas ao meio ambiente, a empresa deu
continuidade, em 2006, ao processo de gestão iniciado em 2005, quando investiu em projetos
que minimizaram o risco operacional e consequentemente proporcionaram melhoria do meio
ambiente. Além disso, foram desenvolvidas normas técnicas, procedimentos de execução e
capacitações para melhor desenvolvimento da atividade. E, por último, foi celebrado com a
Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul um termo de
compromisso para cumprimento das condicionantes do licenciamento florestal com vistas à
realização da atividade e alguns alvarás de licenciamento foram obtidos com essa finalidade.
É possível supor que a classificação de ineficiência tenha ocorrido pelas dificuldades
financeiras encontradas pela empresa no período estudado. Além disso, foi possível perceber
maiores investimentos em imobilizado e em ações de responsabilidade socioambiental,
comprovados pela comparação dos resultados da análise DEA e da análise dos relatórios
anuais.
193
Ampla
A empresa Ampla foi classificada como eficiente nos cinco anos da análise. No ano de
2002 a margem de contribuição das variáveis de input IME e AD foram de, respectivamente,
38% e 62% para a formação do output VE e alcance da eficiência; em 2003 as margens de
contribuição das variáveis de input IME e AD para a formação do output VE e alcance da
eficiência foi de, respectivamente, 46% e 54%; no ano de 2004 as variáveis de input IRSA,
IME e CSP contribuíram em, respectivamente, 54%, 1% e 44% do output VE e alcance da
eficiência; em 2005 as variáveis de input IRSA, IME e AD contribuíram em, respectivamente,
81%, 2% e 16%, para a formação do output VE e alcance da eficiência e, por fim, no ano de
2006 a margem de contribuição das variáveis de input IRSA, IME e AD foram de,
respectivamente, 57%, 20% e 23% para a formação do output VE e alcance da eficiência.
Analisando o desempenho da empresa Ampla observou-se que nos anos de 2002 e
2003 a margem de contribuição do input IRSA foi nula para a formação do output VE e
alcance da eficiência, enquanto que nos anos 2004, 2005 e 2006 a margem de contribuição do
input IRSA foi significativa para a formação do output VE e alcance da eficiência.
O acesso aos relatórios anuais da empresa Ampla nos anos da análise trouxe algumas
conclusões.
A empresa Ampla, assim como todas as empresas do setor, passava em 2002 por
problemas advindos do baixo consumo, da instabilidade regulatória e dos graves problemas
dos mercados financeiros e de capitais devido à crise energética que o país viveu no ano de
2001.
No ano de 2003, o setor elétrico iniciou uma fase decisiva para a consolidação da
recuperação econômica e financeira das empresas e a empresa Ampla teve aprovado o
aumento de capital, que foi realizado por meio da conversão de dívidas entre empresas do
grupo. A partir disso, foi possível o alcance do fortalecimento da situação financeira para
194
possibilitar melhoria contínua e qualidade dos serviços prestados aos clientes, mas, ainda
assim, a empresa encontrava-se em situação de prejuízo. Em 2003 foi possível perceber o
avanço para a universalização dos serviços de energia elétrica com o projeto de eletrificação
rural Luz no Campo; o Estado do Rio de Janeiro se tornou o segundo do país com a maior
cobertura elétrica em zonas rurais. O ano foi marcado, também, pela concretização de uma
nova política de gestão ambiental, ocasião em que a Ampla implementou a Política Nacional
de Meio Ambiente em toda a sua operação. Com o objetivo de cumprir a legislação aplicada
ao tema, a empresa trabalhou junto com os órgãos ambientais federais, estaduais e municipais,
além de organizações não governamentais. Nesse mesmo ano, no que diz respeito às questões
de responsabilidade social a Ampla adotou estratégias de implementação do programa Baixa
Renda em parceria com o governo federal, onde auxiliou o cadastro de clientes de baixa renda
junto ao município do Rio de Janeiro, em programas sociais do governo federal,
possibilitando, assim, inscrições para ter acesso a tarifas diferenciadas de energia elétrica.
Além disso, foi observada a realização de campanhas de voluntariado, promoção de eventos
culturais como o Canto das Luzes e a Cultura da Energia, além de trabalhos de
conscientização e difusão para o uso racional e seguro de energia elétrica em comunidades
carentes com o programa SuperAção.
No ano de 2004, foi elaborado o Plano de Transformação com o objetivo principal de
alcançar a situação de empresa lucrativa. Assim, naquele ano, a empresa Ampla saiu da
situação de prejuízo do ano de 2003 para o alcance do lucro, alcançando faturamento de
10,6% maior do que o ano anterior. Além disso, foi possível estender o vencimento da dívida
de curto prazo para três anos, por meio de lançamento de debêntures. No que se refere ao ano
de 2004, a Standard & Poors equiparou a Ampla às melhores empresas do setor elétrico do
país. Nesse mesmo ano, a empresa divulgou o seu primeiro Relatório de Responsabilidade
Social Corporativa e, ao final do ano, a empresa converteu cerca de 876 mil clientes à tarifa
195
de baixa renda. Além disso, a Ampla desenvolveu um amplo programa de ações sociais em
comunidades de baixa renda tais como: incentivo a projetos para geração de renda, educação
sobre o uso eficiente de energia e conscientização em relação às exigências de natureza
ambiental, ética e de desenvolvimento comunitário sustentável.
Ainda sobre as questões socioambientais a empresa recebeu, em 2004, investimento de
R$ 5 milhões para aplicar em atividades de melhoria da iluminação pública em municípios;
substituição de lâmpadas incandescentes em residências; desenvolvimento dos projetos
“Procel nas Escolas”, “Projeto energia renovável” e “Agente Ampla em comunidades
populares e universalização da energia na área rural.
No ano de 2005, a empresa continuou a operar com lucro, e naquele ano atingiu um
percentual 281% superior ao ano anterior. Além disso, a empresa contou com a diminuição da
sua dívida por meio de emissão de debêntures. Paralelamente, a Ampla continuava a oferecer
um portfólio de ações sociais que iam desde trabalhos voluntários a programas de geração de
renda nas comunidades mais carentes que recebiam treinamento da empresa para se tornar
auto-sustentável. Essa empresa não só deu continuidade aos trabalhos socioambientais
iniciados no ano anterior, como aumentou em 2.000% o alcance dos projetos socioculturais da
empresa, em relação ao ano de 2004. No mês de abril de 2005 foi iniciado o Plano Estratégico
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Ampla, e no final de dezembro do
mesmo ano o plano foi concluído, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento econômico
da empresa junto com o desenvolvimento socioambiental.
No ano de 2006, o Plano de Transformação iniciado no ano de 2004, foi finalizado
com muitas vitórias como a satisfação dos clientes, o orgulho dos colaboradores e a
rentabilidade para os acionistas. Naquele ano a empresa teve um aumento de 51% no lucro em
comparação com o ano anterior. Além da melhoria da situação financeira, a empresa Ampla
evoluiu para um padrão de comportamento de sustentabilidade dos negócios, alcançando
196
excelência em responsabilidade empresarial, nas dimensões econômica, social e ambiental.
Provas desta evolução foram a conquista do Prêmio Balanço Social 2006, indicada como a
melhor do Brasil pelo Ethos/Ibase/Aberj/Apimec/Fides na categoria serviços, e a certificação
da ISO 14001, como conseqüência da implantação do Sistema de Gestão Ambiental.
Um dos destaques para a Ampla no ano de 2006 diz respeito aos projetos que foram
desenvolvidos como, por exemplo, os Projetos de Aquecimento de Água por Energia Solar
em substituição dos sistemas convencionais de aquecimento de água que geram alto custo,
beneficiando o Hospital de Porciúncula e a Santa Casa de Misericórdia de São João da Barra.
Além disso, a empresa prestou atendimento a comunidades carentes, substituindo lâmpadas
incandescentes em residências, o Projeto SuperAção e a eficiência energética na comunidade.
O estudo comparativo entre as informações obtidas por meio dos relatórios anuais da
empresa Ampla e os dados obtidos com a aplicação da DEA, a partir dos quais a empresa foi
classificada como eficiente nos cinco anos da análise, faz supor que a classificação de
eficiência no período da análise tenha ocorrido pela evolução gradativa na sua situação
financeira no período estudado. Além disso, foi possível perceber uma maior atenção aos
aspectos socioambientais a partir do ano de 2004, visto que foi nesse ano que a empresa
divulgou o seu primeiro Relatório de Responsabilidade Social Corporativa. Esses fatos podem
ser comprovados por meio dos dados obtidos pela análise DEA, quando informou que nos três
últimos anos da análise a margem de contribuição da variável IRSA passou a ser significativa
para a formação do output VE e alcance da eficiência.
CEB
A empresa CEB foi classificada como ineficiente nos quatro primeiros anos da análise,
alcançando eficiência no ano de 2006. Nos anos de 2002, 2003 e 2004, a margem de
contribuição da variável de input IME foi de 100% para a formação do output VE; já no ano
197
de 2005 a estrutura de margem de contribuição foi mais diversificada, onde as variáveis de
input IRSA, IME e AD contribuíram em, respectivamente, 33%, 42% e 25%, para a formação
do output VE e, por fim, no ano de 2006, a empresa alcançou a eficiência e as margens de
contribuição das variáveis IRSA e CSP foram de, respectivamente, 82% e 18% para a
formação do output VE e alcance da eficiência.
Nos três primeiros anos – 2002, 2003 e 2004 –, a empresa CEB foi ineficiente e a
margem de contribuição do input IRSA para a formação do output VE foi nula. Já em 2005,
ainda ineficiente, a empresa teve a margem de contribuição do input IRSA aumentada e, por
fim, no ano de 2006 a empresa CEB alcançou a eficiência, tendo-se observado, nesse ano,
uma maior participação do input IRSA para a formação do output VE e alcance da eficiência.
As consultas realizadas nos relatórios anuais da empresa CEB nos anos da análise
levaram a algumas conclusões.
A empresa CEB no ano de 2002, assim como todas as empresas do setor, sofreu as
conseqüências do racionamento de energia ocorrido em 2001. A queda de consumo trouxe
consigo a queda da receita da empresa. Assim, os resultados econômico-financeiros da CEB
sofreram forte influência da desvalorização do real frente ao dólar americano, pela variação
dos índices que corrigem os preços internos e contratos e pelos reflexos do racionamento de
energia. A empresa CEB no ano de 2002 operou com prejuízo e parte deste prejuízo foi
absolvida pelas reservas de lucros e de capital. Os investimentos foram da ordem de R$ 23
milhões em suas atividades de distribuição de energia, com recursos captados no mercado de
capitais com o lançamento de debêntures para serem quitadas no longo prazo.
No que se refere às questões socioambientais, no ano de 2002 a CEB expandiu seus
investimentos, tanto na implantação de políticas de desenvolvimento do patrimônio humano,
com projeto reconhecido nacionalmente pela Fundação COGE, por meio do prêmio COGE
2002 em Capacitação e Desenvolvimento de Pessoa, quanto de projetos de inclusão social do
198
Programa CEB Solidária e Sustentável, selecionado pelo Guia EXAME de Boa Cidadania
Corporativa, pelas práticas de responsabilidade social empresarial na aplicação do Modelo de
Responsabilidade Social Corporativa da Região Centro-Oeste. A empresa também conquistou
o prêmio Troféu empresa cidadã, durante a realização do 6° Fórum Nacional de Cidadania
Empresarial em Curitiba. A empresa melhorou a sua imagem, passando a ser vista com mais
aceitação da população em face dos patrocínios a eventos culturais e esportivos que tiveram
grande impacto junto à comunidade do Distrito Federal.
No ano de 2003, a empresa ainda continuava passando por dificuldades financeiras por
causa dos fortes reflexos que o racionamento trouxe para o faturamento da empresa, assim a
empresa ainda operava em prejuízo no ano de 2003, contudo cerca de 88% menor do que o
ano anterior. Ela investiu cerca de R$ 39 milhões em suas atividades de distribuição de
energia (70% a mais do que no ano de 2002), com os recursos sendo captados no mercado de
capitais, e para isso foram lançadas debêntures para serem quitadas no longo prazo.
No tocante às questões socioambientais, a CEB conquistou em 2003 o 1° lugar no
“Prêmio Nacional Fundação COGE” na categoria “Gestão de Segurança e Saúde
Ocupacional”. A empresa ganhou também o Prêmio “Empresa Cidadã”, conferido pela
Revista Exame, quando, entre 400 empresas pesquisadas, foi considerada a empresa com
melhor desempenho em responsabilidade social do Centro Oeste.
Desde o ano de 2001 a CEB executa o Programa CEB Solidária e Sustentável, o que
reflete a maior disposição da empresa de atuar em harmonia com a sociedade e a natureza,
cujo objetivo é agir diminuindo as disparidades sociais, fomentando atividades econômicas
que gerem emprego e renda, promovendo educação básica e profissionalizante, cultura, saúde,
esportes, educação ambiental, conservação, preservação e recuperação do meio ambiente.
Assim, além de continuar executando projetos já existentes, a CEB buscou criar novos
projetos. Em 2003, foram aplicados 0,13% da sua receita líquida nos seguintes projetos
199
socioambientais: Mãos Que Falam, Luz das Letras, Gente de Sucesso, Pirâmide da
Solidariedade, Apoio ao Trabalhador Preso, Consumidores do Futuro, Pessoas Especiais,
Vidas – Esperanças da Recuperação da Lagoa do Jaburu.
O ano de 2004 foi marcado pelo trabalho da empresa CEB em busca de aumentar as
receitas e a diminuição do prejuízo, tentando o restabelecimento da situação financeira afetada
pela crise energética do ano de 2001. Assim, no ano de 2004, a CEB teve a receita aumentada
em 18,89% quando comparada com o ano de 2003, trazendo uma diminuição no prejuízo em
7,76%, também quando comparada com o ano de 2003. A empresa investiu cerca de R$ 42
milhões em suas atividades de distribuição de energia (8% a mais do que no ano de 2003), os
recursos foram captados no mercado de capitais, para isso foram lançadas debêntures para
serem quitadas no longo prazo. Naquilo que se refere às questões socioambientais, a CEB
voltou a conquistar o “Prêmio Nacional Fundação COGE” na categoria “Gestão de Segurança
e Saúde Ocupacional” e ganhou novamente o Prêmio “Empresa Cidadã”. Ainda sobre as
questões socioambientais, a empresa CEB, continuou no ano de 2004 executando o Programa
CEB Solidária e Sustentável, buscando melhora no âmbito socioambiental. Além disso, a
empresa divulgou no ano de 2004 aumentos nos investimentos nos seguintes programas
socioambientais: Mãos Que Falam, Luz das Letras, Gente de Sucesso, Pirâmide da
Solidariedade, Apoio ao Trabalhador Preso, Consumidores do Futuro, Pessoas Especiais,
Vidas – Esperanças da Recuperação da Lagoa do Jaburu.
O ano de 2005 foi marcado por grandes vitórias para a CEB por meio da
Reestruturação Produtiva da empresa, que implantou ajustes em arquitetura organizacional
juntamente com a adequação na contratação de serviços de terceiros ao longo do ano. Essas
medidas, somadas à adoção de Programa de Desligamento Voluntário, trouxeram redução dos
custos operacionais em 15%, quando comparado com o ano de 2004. Ainda, a CEB teve a sua
receita aumentada em aproximadamente 11% quando comparada com o ano anterior. No que
200
diz respeito ao resultado do exercício, a empresa CEB atingiu um lucro de R$ 27.533 mil,
diante de um prejuízo de R$ 19.557 mil verificado no ano anterior. Os investimentos, em
2005, totalizaram cerca de R$ 30 milhões em suas atividades de distribuição de energia (70%
a menos do que no ano de 2004), sendo os recursos foram captados no mercado de capitais,
para isso foram lançadas debêntures para serem quitadas no longo prazo.
Sobre as questões socioambientais, a empresa CEB, continuou no ano de 2005
executando o Programa CEB Solidária e Sustentável, buscando melhora no âmbito
socioambiental, por meio de promoção de eventos sociais, culturais e esportivos. A empresa
CEB também investiu em projetos sociais, nas obras de melhoria e ampliação de sistema de
distribuição elétrica e iluminação pública.
Os ajustes efetuados pela empresa para a Reestruturação Produtiva fizeram com que
ela operasse, no ano de 2006, em prejuízo de R$ 154.192 mil, uma vez que essa
reestruturação orientou a implementação do Programa de Desligamento Voluntário que trouxe
um custo de R$ 155.184 mil. Ressalte-se que os benefícios desse programa para a empresa só
poderiam ser sentidos no longo prazo.
O que para o ano de 2005 trouxe vantagem para a empresa, reduzindo custo e
aumentando o lucro, em 2006 teve um efeito contrário, tendo em vista as remunerações dos
funcionários que pediram demissão. Mesmo com essas dificuldades financeiras, devido ao
alto custo do Programa de Desligamento Voluntário, a CEB reduziu seu endividamento junto
ao mercado financeiro em 24% e, apesar desse quadro de prejuízo, a empresa CEB foi
reconhecida, em 2006, como a melhor empresa distribuidora de energia elétrica das regiões
Norte e Centro-Oeste, conforme premiação da associação Brasileira de Distribuidores de
Energia Elétrica. Na dimensão socioambiental a empresa continuou executando o Programa
CEB Solidária e Sustentável, buscando melhora no âmbito socioambiental, por meio de
promoção de eventos sociais, culturais e esportivos. Além disso, durante o primeiro semestre
201
de 2006, a empresa realizou uma campanha maciça de rádio e televisão com o objetivo de
prestar informações de serviço ao consumidor, com campanhas objetivas direcionadas aos
direitos e deveres, uso seguro da energia e orientação para a economia de energia.
Por meio dos relatórios anuais da empresa CEB e comparando-os com os dados
obtidos com a aplicação da DEA, que a classificaram como ineficientes nos quatro primeiros
anos da análise e eficiente no ano de 2006, último ano da análise, pode-se supor que a elevada
margem de contribuição da variável IME para a formação do output VE nos anos de 2002,
2003, 2004 e 2005 seja justificada pelo crescimento gradativo de investimentos em suas
atividades de distribuição de energia. Não foi citado o aumento de investimento nessa área no
ano de 2006, e talvez por isso, naquele ano, a DEA não trouxe a margem de contribuição da
variável de input IME como importante para a formação do VE e alcance da eficiência.
A eficiência foi alcançada em 2006, mesmo voltando para a situação de prejuízo
financeiro, mas observou-se nesse ano o reconhecimento da CEB como a melhor empresa
distribuidora de energia elétrica das regiões Norte e Centro-Oeste, conforme premiação da
associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. Houve, também, a redução do
endividamento junto ao mercado financeiro, além do aumento da importância dos IRSA tanto
nos relatórios anuais quanto na análise DEA. Naquele mesmo ano a variável de input CSP
passou a ter importância para a formação do output VE e alcance da eficiência e isso pode ser
justificado a partir dos relatórios anuais, devido à importância do Programa de Desligamento
Voluntário que se encaixa na variável de input CSP, uma vez que trata de questões referentes
ao investimento em mão de obra.
Celesc
A empresa Celesc foi classificada como ineficiente nos quatro primeiros anos da
análise, alcançando eficiência somente no ano de 2006. Nos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005
202
a margem de contribuição da variável de input IME foi de 100% para a formação do output
VE. Já no ano de 2006, a margem de contribuição da variável IRSA foi de 100% para a
formação do output VE e alcance da eficiência. Nos anos em que foi considerada ineficiente,
a empresa Celesc teve margem de contribuição nula do input IRSA, para a formação do
output VE, enquanto que no ano de 2006 a empresa alcançou a eficiência tendo-se observada
a participação de 100% do input IRSA para a formação do output VE e alcance da eficiência.
O acesso aos relatórios anuais da empresa Celesc nos anos da análise permitiu
formular algumas conclusões, ano a ano.
Em 2002 havia a instabilidade da economia brasileira e, além disso, as empresas
distribuidoras de energia elétrica sofriam as conseqüências do racionamento. Para a Celesc a
situação foi um pouco diferente, haja vista que mesmo diante das crises do setor elétrico e das
indefinições regulatórias, a empresa foi apontada por especialistas como uma exceção à regra,
uma vez que não sofreu com o racionamento de 2001 e não obteve dívida, possuindo no ano
de 2002 um baixo índice de endividamento. Em relação ao resultado do exercício, a Celesc
encerrou o exercício social de 2002 com um prejuízo de R$ 290,6 milhões e, de acordo com
informações da empresa, esse resultado foi originado pelo provisionamento de R$ 389,3
milhões para despesas de pessoal referente ao programa de Demissão Voluntária Incentivada.
Quanto aos investimentos, a Celesc investiu, em 2002, R$ 111,6 milhões (9,8% menos em
relação ao ano anterior) em programa de ampliação do sistema de distribuição. Já em relação
à captação de recursos, houve o ingresso de R$ 55,4 milhões oriundos do BNDES para a
quitação de dívidas, para o Programa de Eletrificação Rural, para a iluminação pública e para
a construção de redes subterrâneas. Com respeito à dimensão socioambiental, a Celesc
divulgou no ano de 2002 o Balanço Social, fazendo referência a alguns programas como
capacitação dos funcionários e treinamento de jovens da comunidade, em informática.
203
No ano de 2003 a Celesc continuava sendo apontada pelos especialistas como uma
exceção à regra, uma vez que seu desempenho continuava positivo em relação ao mercado,
continuando com os programas de ampliação de redes de distribuição. O resultado financeiro,
da Celesc passou de uma situação de prejuízo do ano anterior para um lucro de R$ 168, 2
milhões. No que diz respeito a investimentos a empresa implementou um programa de
investimento em 2003 de R$ 134,9 milhões, 20, 8% superior ao investido no ano anterior. Em
relação ao ingresso de recursos, R$ 4,7 milhões foram oriundos da Eletrobrás, destinados ao
Programa de Eletrificação Rural. Sobre as questões socioambientais, a Celesc divulgou no
ano de 2002 o Balanço Social, fazendo referência a alguns programas como o uso eficiente e
seguro de energia, o Projeto Banho de Sol que prevê a instalação de sistemas de aquecimento
solar, para substituir os chuveiros elétricos em entidades assistenciais, sendo investidos R$
2,9 milhões neste programa no ano de 2003.
A Celesc, no ano de 2004, continuou sendo destaque no setor de distribuição de
energia elétrica, ao registrar um lucro líquido de R$ 200,9 milhões, superando em 19,5% o
resultado do ano anterior. Esse desempenho trouxe, paralelamente, reflexos no mercado
acionário, o que fez com que as ações dessa empresa fossem valorizadas além da média do
setor. Em relação aos investimentos, a Celesc realizou, no ano de 2004, investimentos de R$
212,1 milhões, 57,3% a mais em relação ao ano anterior. O ingresso de recursos totalizou R$
16,68 milhões, referente a contratos de empréstimos e financiamentos firmados com a
Eletrobrás e o termo de compromisso com o Estado de Santa Catarina. No ano de 2004 a
Celesc ganhou o Troféu Empresa Socialmente Responsável, concedido pela Câmara
Internacional de Pesquisas e Integração Social, além disso, o Ibase conferiu à Celesc o Selo
Balanço Social, pelo mérito de ações realizadas pelo Programa de Responsabilidade Social e
Empresarial além da publicação do Balanço Social.
204
No ano de 2005, a Celesc encerrou o exercício social de 2005 com lucro líquido de R$
207,4 milhões, 3,2% maior em relação ao ano anterior. Os investimentos realizados pela
Celesc no ano de 2005 totalizaram R$ 250 milhões, visando a melhoria dos serviços
prestados, bem como o incremento da atividade de distribuição elétrica. O ingresso de
recursos no ano de 2005 foi da ordem de R$ 135.722 mil, provenientes do BNDES. Em
relação ao aspecto socioambiental a Celesc divulgou a sincronia existente entre os princípios
da Governança Corporativa e o Programa Celesc de Responsabilidade Social. Este programa
segue as orientações do Ibase e a empresa internalizou o conceito de desenvolvimento
sustentável em seus negócios, fazendo com que o mercado passasse a reconhecer a seriedade
dos trabalhos socioambientais e concedeu à Celesc um lugar de destaque no Índice de
Sustentabilidade Empresarial da Bovespa.
A Celesc continuava, em 2005, com seus programas anteriores e estabeleceu novos
programas como Escola + Clara, Celesc nas Escolas, Luzes da Cultura, entre outros. Em
relação ao meio ambiente, as diretrizes de Política Ambiental da Celesc tiveram o objetivo de
contribuir para a conformidade socioambiental, a partir de incorporação de boas práticas do
gerenciamento ambiental.
E, por fim, no ano de 2006 a Celesc encerrou o exercício social com lucro líquido de
R$ 213,6 milhões, valor superior em 3% em relação ao ano anterior. Os investimentos
realizados pela Celesc no ano de 2006 foram de R$ 313 milhões, 25% superior ao ano
anterior. O ingresso de recursos na Celesc, no ano de 2006, foi da ordem de R$ 39 milhões,
destinados à execução do Programa Luz para todos e para a execução do Programa Nacional
de Iluminação Pública Eficiente, provenientes da Eletrobrás e do Tesouro do Estado de Santa
Catarina. Quanto às exigências socioambientais, a Celesc atendeu a conformidade ambiental
na operação e na manutenção do sistema elétrico e nos novos empreendimentos, implantou
ações de responsabilidade social e atendeu aos planos de universalização do acesso à energia
205
elétrica, dando ênfase às ações de redução dos impactos no ambiente urbano e rural, de
inclusão social e investimento em cultura. A Celesc continuou incentivando os projetos
criados nos anos anteriores e obteve alguns reconhecimentos como: o Prêmio Empresa
Cidadã, Prêmio Fritz Muller – Gestão Ambiental, o Prêmio ABMN 2006, o Selo Ibase, o Selo
Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa e o Selo Fundação Abrinq pelos Direitos
da Criança e do Adolescente.
As informações colhidas por meio dos relatórios anuais da empresa Celesc,
comparadas com os dados obtidos com a aplicação da DEA, permitiram supor que a margem
de contribuição nula da variável de input IRSA para a formação do output VE nos anos de
2002, 2003, 2004 e 2005 seja justificada pelo fato de a Celesc, nesses quatro anos, não ter
atingido um desempenho ótimo nos investimentos em responsabilidade socioambiental. A
ineficiência pode ser justificada pela sua situação econômica-financeira nesses anos. A partir
dos estudos dos relatórios anuais, foi possível perceber uma melhora gradual, ano após ano,
no seu desempenho econômico-financeiro e nos investimentos socioambientais, a ponto de,
no ano de 2006, a empresa ser considerada eficiente pela DEA.
Celg
Nos cinco anos em que foi analisada, a empresa Celg foi classificada como ineficiente,
com o registro de que, nos anos de 2002, 2003 e 2004 a margem de contribuição da variável
de input IME foi de 100% para a formação do output VE. Já no ano de 2005, as variáveis de
input IRSA e IME contribuíram em, respectivamente, 92% e 8%, para a formação do output
VE e, por fim, no ano de 2006, as margens de contribuição das variáveis IRSA e IME foram
de, respectivamente, 75% e 25% para a formação do output VE. Percebeu-se, assim, que a
empresa foi ineficiente nos anos de 2002, 2003 e 2004 e teve a margem de contribuição nula
do input IRSA para a formação do output VE, enquanto nos anos de 2005 e 2006 a empresa,
206
ainda ineficiente, obteve margem de contribuição significativa do input IRSA para a formação
do output VE.
As consultas realizadas nos relatórios anuais da empresa Celg nos anos da análise
levaram a algumas conclusões. A empresa Celg, assim como todas as demais empresas do
setor, em 2002 passava por problemas financeiros devido às conseqüências do racionamento
de energia iniciado no ano de 2001, além da variação nas taxas de câmbio e a volatilidade das
taxas de juros. Diante desse quadro a empresa operou com prejuízo no ano de 2002 e, além
disso, a empresa tinha ao final do ano um endividamento total de R$ 2.088.797 mil,
correspondendo a 95% do seu ativo total. Ao longo do ano a empresa trabalhou adotando
medidas para ampliação da receita. Naquele mesmo ano os investimentos da empresa em suas
atividades de distribuição de energia foram de R$ 80,97 milhões, 75% a mais do que no ano
de 2001. Quanta à responsabilidade socioambiental, a empresa reforçou seu papel de empresa
cidadã, a partir de investimento em políticas, programas e práticas voltadas para o meio
ambiente, desenvolvimento econômico-social e cultural junto à comunidade.
As principais atividades desenvolvidas pela empresa Celg no ano de 2002 na área de
cidadania corporativa e responsabilidade social foram referentes a projetos culturais, projetos
educacionais, palestras de segurança à comunidade sobre riscos e uso correto da energia,
bolsas de trabalho, programa menor aprendiz, programa de alimentação, previdência privada,
serviço social, plano de saúde, programa Luz no Campo, Rede Subterrânea, proteção do
ecossistema e regularização de ligações clandestinas.
No ano de 2003 o crescimento contínuo da geração de receitas foi possível graças ao
sucesso das ações de incorporação de melhorias de processo, estabilidade operacional e
realização de projetos para um novo perfil de gestão. A receita foi 25,40% maior em relação a
2002 e, em face desse desempenho, a empresa alcançou um resultado extremamente positivo
de R$ 308,37 milhões ante um resultado negativo de R$ 454,77 milhões no ano de 2002, esse
207
resultado teve decorrência também da variação cambial referente ao período quando o real
estava valorizado em relação ao dólar e o impacto disso sobre a dívida da empresa. Foram
consolidadas negociações da dívida junto à Eletrobrás, o que proporcionou uma modificação
no perfil do endividamento, as dívidas passaram a se concentrar 70% no longo prazo. Os
investimentos da empresa, em suas atividades de distribuição de energia, foram de R$ 49,96
milhões, 38% a menos do que no ano de 2002. A Celg desenvolveu, ainda, a contratação,
análise e aprovação de estudos ambientais, exigidos pela Agência Goiana de Meio Ambiente
e de Recursos Naturais Renováveis (Agemar) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de
Recursos Renováveis (Ibama), para licenciamento ambiental das linhas e subestações. A Celg
no ano de 2003 também solicitou autorização do Ministério Público para a instalação de redes
de energia em loteamentos irregulares. O ano foi marcado pela divulgação do I Relatório de
Responsabilidade Social Empresarial, onde estão apresentadas todas as atividades e iniciativas
da empresa Celg no âmbito das questões socioambientais, como atesta a crescente
preocupação da empresa com tais questões.
O ano de 2004 foi marcado por inúmeras ações relacionadas à melhoria do processo de
gestão da empresa e ao seu equilíbrio econômico-financeiro. A empresa Celg apresentou
aumento de 30% da receita em relação ao ano de 2003, aumento esse decorrente de receita
pelo crescimento do mercado e pelos reajustes tarifários. Não se observou aumento do lucro
da empresa, em relação ao ano anterior, tendo operado com lucro inferior ao ano anterior. A
redução do lucro em relação ao ano de 2003 foi justificada pelo aumento dos custos
operacionais. Quanto ao endividamento da empresa, considerando as dívidas de longo prazo,
notou-se uma redução de 4,83% em relação ao ano de 2003. Os investimentos da empresa, em
suas atividades de distribuição de energia, foram de R$ 132,99 milhões, 166,19% a mais do
que no ano de 2003. A Celg continuou, no ano de 2004, com a contratação, análise e
aprovação de estudos ambientais, exigidos pela Agemar e Ibama, para licenciamento
208
ambiental das linhas e subestações. Além disso, desenvolveu projetos e eventos que visaram
uma utilização mais racional e eficiente dos recursos energéticos. Naquele mesmo ano, a
empresa realizou vários eventos e projetos com objetivo o de investir em ações
socioambientais, respeitando a comunidade e cuidando do meio ambiente. Dentre os eventos
realizados, merecem destaque: a Academia Popó Energia e Cidadania, a tecnologia PLC nas
escolas, a Reciclagem de cabos e fios de alumínio, o Projeto Araguaia, o Festival
Internacional de Cinema Ambiental, o Prêmio Celg de Artes Plásticas, o Canto da Primavera
V, entre outros.
No ano de 2005 a receita da Celg aumentou 4% quando comparada com o ano anterior
e, além disso, ela teve seu lucro aumentado 52% em relação ao ano anterior. O bom
desempenho da economia brasileira contribuiu para um ambiente favorável às captações de
recursos e alongamento das dívidas, e assim a empresa acessou o mercado financeiro para
obter recursos, equacionando as suas dívidas. Os investimentos da empresa em suas
atividades de distribuição de energia foram 72% maiores do que no ano de 2004. Do ponto de
vista da Responsabilidade Social, a atuação da Celg buscou atender aos interesses do Estado
de Goiás, iniciando-se pelo atendimento com infra-estrutura energética nas regiões mais
carentes, com destaque para as áreas de eletrificação rural, atingindo as metas de
universalização definidas pelo Governo do Estado, fator relevante para o processo de
desenvolvimento sustentável.
No ano de 2006, a empresa Celg, apesar de ter sua receita aumentada em 6,47% em
relação ao ano anterior, voltou para uma situação de prejuízo e os principais responsáveis por
tal situação foram a depreciação, o aumento das despesas operacionais, influenciadas pela
reavaliação do ativo imobilizado, realizada no final de 2005. Em relação ao endividamento da
empresa, a Celg buscou, no ano de 2006, a redução das exigibilidades de curto e longo prazo,
mediante negociações de parcelamento de suas dívidas. Os investimentos da empresa, em
209
suas atividades de distribuição de energia, no ano de 2006, foram 32% menores que no ano de
2005. Em 2006, a Celg desenvolveu várias ações que confirmaram o seu papel de empresa
socialmente responsável, ao promover, apoiar ou patrocinar atletas, projetos, programas e
eventos técnicos, sociais, culturais e ambientais. As suas atitudes, consideradas corretas do
ponto de vista socioambiental, foram desde o reflorestamento de áreas, visando a
compensação ambiental, a projetos de profissionalização de jovens carentes, além de resgate
do patrimônio cultural do Estado e programas de eficiência energética.
Os relatórios anuais da empresa forneceram informações que, comparadas com os
dados obtidos com a aplicação da DEA, esclarecem porque a empresa foi classificada como
ineficiente nos cinco anos da análise. A principal suposição foi a elevada importância de
margem de contribuição da variável IME para a formação do output VE nos anos de 2002,
2003 e 2004, sendo justificada pelo insistente aumento dos investimentos para a atividade de
distribuição de energia e, mesmo que no ano de 2003 tenha sido notado um decréscimo, no
ano de 2004 voltou a ter aumento.
Com relação aos ano de 2005 e 2006, a diminuição da importância da variável de input
IME para a formação do VE pode ser justificada pela significativa diminuição dos
investimentos para a atividade de distribuição de energia no ano de 2006, e assim, a variável
de input IRSA passou a liderar em importância, na margem de contribuição para a formação
do output VE.
Celpa
A empresa Celpa foi classificada como ineficiente nos quatro primeiros anos da análise,
alcançando eficiência apenas no ano de 2006. No ano de 2002 as margens de contribuição das
variáveis de input IRSA, CSP e AD foram de, respectivamente, 51%, 46% e 3% para a
formação do output VE; em 2003 as margens de contribuição das variáveis de input IME e
210
CSP para a formação do output VE foi de, respectivamente, 66% e 34%; no ano de 2004 as
variáveis de input IME, AD e CSP contribuíram em, respectivamente, 47%, 6% e 47% do
output VE; em 2005 as variáveis de input IRSA, IME, AD e CSP contribuíram em,
respectivamente, 63%, 4%, 3% e 31%, para a formação do output VE e, por fim, no ano de
2006, a empresa Celpa alcançou a eficiência e as margens de contribuição das variáveis IME,
CSP e AD foram de, respectivamente, 17%, 80% e 3% para a formação do output VE e
alcance da eficiência. Com base nesses dados percebeu-se que, no ano de 2006, a empresa
Celpa alcançou a eficiência tendo sido observado, também naquele ano, uma margem de
contribuição nula do input IRSA para a formação do output VE e alcance da eficiência.
Apesar dos efeitos do programa de racionamento de energia elétrica, a empresa Celpa
continuou crescendo em 2002 e atingiu o mesmo patamar de consumo verificado no ano de
2000. Contudo, ela operou no ano de 2002 com prejuízo de R$ 38,6 milhões, provocado,
basicamente, pela incidência dos encargos financeiros e das variações monetárias e cambiais.
No ano de 2002, a empresa captou cerca de R$ 131 milhões junto a diversas
instituições financeiras e junto à Eletrobrás, com o objetivo de financiar o programa de
investimentos e proporcionar reforço ao capital de giro. Em relação aos investimentos, no ano
de 2002, foram priorizados os projetos que possibilitassem viabilização de um melhor
atendimento no fornecimento de energia elétrica, a empresa investiu um montante de R$ 67,2
milhões.
Em 2003, a comercialização de energia elétrica da Celpa apresentou crescimento de
9,1% em relação a 2002 e a sua receita aumentou 25,7% em relação ao ano anterior, devido
ao aumento das tarifas e à redução de perdas de energia. Paralelamente a esse crescimento da
receita, a Celpa obteve também a alteração da situação de prejuízo no ano de 2003 de R$ 38,6
milhões (exercício 2002) para um lucro de R$ 58,3 milhões em 2003. Além dos investimentos
realizados no ano de 2002 com o objetivo de financiar o programa de investimentos e
211
proporcionar reforço ao capital de giro, a Celpa captou recursos junto ao BNDES de R$ 6,4
milhões, visando suprir parte da insuficiência de recursos. Em relação aos investimentos no
ano de 2003, priorizando projetos que possibilitassem a viabilização de um melhor
atendimento no fornecimento de energia elétrica, a empresa investiu R$ 73,3 milhões,
aumentando em 9% o investimento em relação ao ano de 2002.
Em 2004, a empresa teve aumentada a sua receita em 17,4% em relação ao ano
anterior, contudo ela passou de uma situação de lucro para uma situação de prejuízo, R$ 124,6
milhões. Tal resultado foi justificado basicamente pelo acordo indenizatório no montante de
R$ 370 milhões celebrado com o sindicato dos urbanitários, relativos às perdas decorrentes do
Plano Bresser. Com o objetivo de financiar o programa de investimento e proporcionar
reforço ao capital de giro, a Celpa captou R$ 92,8 milhões junto a diversas instituições
financeiras e ao BNDES, tendo diminuída a sua captação de recursos quando comparada com
os dois anos anteriores. Em relação aos investimentos no ano de 2004 e com objetivo de
promover melhorias técnicas importantes no sistema elétrico e no atendimento dos
consumidores, refletindo em elevação de indicadores de qualidade e de eficiência, a empresa
aplicou R$ 125,8 milhões em aquisições de imobilizado, observando um aumento de 72% em
relação ao ano anterior. Vale lembrar que até o ano de 2003 a Celpa não tinha demonstrado
nos seus relatórios anuais os investimentos que foram feitos em ações sociais e foi, a partir do
ano de 2004, que essas informações passaram a constar nestes relatórios. Ainda no ano de
2004 foi declarado que a responsabilidade social as empresa Celpa era uma conduta que
transitava da ética nos negócios às ações desenvolvidas na comunidade, passando pelo
tratamento dos empregados, relações com acionistas, fornecedores e clientes, onde a empresa
tinha o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da região por meio de investimentos
sociais. Os seguintes projetos são destaque da atuação de responsabilidade socioambiental da
212
Celpa: Projeto Criança Luz, Outros Projetos Culturais e Sociais, Projeto de Qualidade de Vida
e Fundação Aquarela.
No ano de 2005 a empresa teve um aumento de 13,4% na sua receita, justificado pelo
crescimento do mercado de venda de energia elétrica e pelo reajuste tarifário. Paralelo a esse
crescimento da receita, a empresa Celpa contou com o alcance da eficiência em 2005 já que
em 2004 o resultado do exercício apresentou um prejuízo de R$ 124,7 milhões e no ano de
2005 o lucro alcançou R$ 98,4 milhões. Com o objetivo de financiar programa de
investimento e proporcionar reforço ao capital de giro, a Celpa captou R$ 146 milhões junto a
diversas instituições financeiras, e a empresa aumentou sua captação de recursos quando
comparada com os dois anos anteriores. Em relação aos investimentos no ano de 2005, com
objetivo de promover melhorias técnicas importantes no sistema elétrico e no atendimento dos
consumidores, refletindo em elevação de indicadores de qualidade e eficiência, a empresa
aplicou R$ 185,4 milhões em aquisições de imobilizado, observando um aumento de 47% em
relação ao ano anterior. Além de dar continuidade aos projetos sociais listados no ano
anterior, ela deu ênfase, em 2005, a projetos ambientais também. A Celpa em parceria com o
Museu Paraense Emílio Goeldi concluiu um projeto com o objetivo de estudar e adequar a
arborização urbana, apoiou, ainda, eventos ligados à questão ambiental, sendo um deles o “I
Ciclo de Palestras: Meio Ambiente e Energia”.
No ano de 2006, a empresa Celpa teve a sua receita aumentada em 11% em relação ao
ano de 2005, e esse aumento foi decorrente do crescimento do mercado de venda de energia
elétrica e do reajuste tarifário. Não se observou, porém, paralelamente ao aumento de receita,
o aumento do lucro, já que a empresa continuou na situação de lucrativa, mas teve um lucro
de R$ 79,4 milhões, ou seja, 19% menor em relação ao ano de 2005. Em relação aos
investimentos no ano de 2006, em aquisições de imobilizado, a empresa realizou um
investimento total de R$ 393,9 milhões, com o objetivo de promover melhorias técnicas
213
importantes no sistema elétrico e no atendimento dos consumidores, refletindo-se em
elevação de indicadores de qualidade e eficiência, e foi observado investimento 112,46%
maior em relação ao ano anterior. Naquilo que se referem aos investimentos em
responsabilidade social alguns exemplos de gestão social da Celpa têm destaque como os
seminários, os workshops, as palestras, os programas, os encontros e os eventos do tipo: X
Feira Panamazônica do Livro; Projeto Criança Luz; Programa de Valorização do Aposentado;
Projeto Menor Aprendiz; Fundação Aquarela. Além dessas ações sociais, a Celpa no ano de
2006 desenvolveu ações, projetos e programas, com objetivo de aperfeiçoar a gestão
ambiental desenvolvida na empresa, atendendo a legislação vigente e ao desenvolvimento
sustentável de suas atividades. Dentre estas ações destacam-se a recuperação do Rio Apeú,
sob o enfoque da educação ambiental, a revegetação do Parque Ambiental de Belém e o
desenvolvimento e a implementação de um sistema de gerenciamento do meio ambiente,
saúde e segurança do trabalho. Além dessas ações a empresa Celpa continua, ainda hoje, com
a execução do programa “Luz para todos”, com o objetivo de fornecer energia elétrica aos
domicílios rurais que ainda não têm acesso a esse serviço.
As informações colhidas por meio dos relatórios anuais da empresa Celpa, comparadas
com os dados obtidos com a aplicação da DEA, deram conta de que a empresa foi classificada
como ineficiente nos quatro primeiros anos da análise e como eficiente no ano de 2006. Nesse
estudo comparativo foi possível supor que a participação da margem de contribuição da
variável de input IME para a formação do output VE nos anos de 2003, 2004, 2005 e 2006
seja justificada pelo aumento nos investimentos em ativo imobilizado para a atividade de
distribuição de energia, mesmo que no ano de 2005 tenha sido notado um decréscimo, e que
no ano de 2006 tenha voltado a ter aumento.
No que diz respeito ao ano de 2003 e 2004, a ineficiência pode ser justificada pela
participação nula da variável de input IRSA para a formação do output VE, sendo que nos
214
anos de 2002 e 2003 não foram declaradas, nos relatórios anuais, informações sobre
investimentos em responsabilidade socioambiental. Registre-se que naqueles dois anos a
empresa foi classificada como ineficiente.
Já no ano de 2006, quando a empresa alcançou eficiência foi observada uma
diminuição do lucro e junto a isso foi observada, também, uma margem de contribuição nula
da variável de input IRSA, contudo, naquele ano, a maior margem de contribuição notada foi
referente à variável de input CSP. É possível concluir que tenha havido, no ano de 2006, uma
maior preocupação com a mão-de-obra e matéria prima, a fim de buscar uma posição ótima
no mercado.
Celpe
A empresa Celpe foi classificada como ineficiente em três anos da análise (2003, 2005
e 2006) e eficiente nos dois outros anos (2002 e 2004). No ano de 2002, a Celpe foi
classificada como eficiente e a margem de contribuição da variável de input IRSA foi de
100% para a formação do output VE e alcance da eficiência; nos anos de 2003, 2004
(eficiente) e 2005, a margem de contribuição da variável de input IME foi de 100% para a
formação do output VE e, por fim, no ano de 2006, as margens de contribuição das variáveis
IME e CSP foram de, respectivamente, 71% e 29% para a formação do output VE.
Percebeu-se, ao longo do estudo, uma queda gradativa no score de eficiência da
empresa Celpe ao longo dos anos de análise, exceto no ano de 2004 quando esse score atingiu
100% de eficiência. No ano de 2002 a empresa Celpe foi eficiente e contou com a margem de
contribuição de 100% do input IRSA, enquanto no ano de 2006 a empresa foi ineficiente e
teve margem de contribuição nula do input IRSA.
As consultas realizadas nos relatórios anuais da empresa Celpe, trouxeram algumas
informações sobre o seu comportamento socioambiental.
215
A empresa Celpe, no ano de 2002, conquistou a certificação da ISO 14001 referente à
implementação do Sistema de Gestão Ambiental no edifício-sede da Celpe. Neste mesmo ano
a Celpe foi agraciada com alguns prêmios referente ao seu comportamento
socioambientalmente responsável: o “Prêmio Fernando de Noronha de Ecologia e
Preservação”; “1° Prêmio Balanço Social”, reforçando assim o compromisso e disposição em
continuar investindo em Responsabilidade Social. Além disso, a Celpe desenvolveu, no ano
de 2002, três projetos “Energia do Saber”, “Compromisso com o Meio Ambiente” e “Energia
do Saber”, com diretrizes e finalidades específicas para cada área.
Em 2003, a Celpe voltou a ser agraciada com o “Prêmio Balanço Social” e
implementou um Sistema de Gestão na Usina Tubarão. A partir dessa iniciativa a Celpe
recebeu a sua segunda certificação ISSO 14001.
No ano de 2004, a empresa Celpe teve consolidado o programa de eletrificação rural
com a participação da Celpe no “Programa Luz Para Todos”. Neste ano a Celpe viveu um
crescimento expressivo na imagem corporativa e foi classificada como a 4° Melhor Empresa
em Responsabilidade Social entre as empresas da Associação Brasileira de Distribuidoras de
Energia Elétrica (Abradee). Além disso, a Celpe conquistou, pela terceira vez consecutiva, o
Prêmio de Melhor Publicação do Balanço social Norte e Nordeste; foi Destaque da Região
Nordeste no Guia da Boa Cidadania Coprporativa da Revista Exame; e recebeu o Selo de
Empresa Amiga da Criança, concedido pela Fundação Abrinq Pelos Direitos da Criança e do
Adolescente.
A Celpe em 2005 ampliou investimentos no apoio a projetos sustentáveis, consciente
de que o sucesso da empresa está diretamente relacionado ao desenvolvimento social. Foram
patrocinados projetos com foco na cultura, educação e meio ambiente. A partir disso, muitos
prêmios foram conquistados: Destaque Regional Nordeste e Destaque no tema Valores e
216
Transparência, do Guia Exame da Boa Cidadania Corporativa; o Selo Ibase Betinho pela
publicação do Balanço Social; e, por fim, o Prêmio Abradee de Responsabilidade Social.
E, por último, no ano de 2006, a Celpe promoveu o lançamento do Programa de
Responsabilidade Social “Energia para Crescer”, por meio deste projeto a Celpe dá
visibilidade e transparência às ações sociais, benefícios e investimentos nas comunidades
onde atua. No âmbito da educação, a Celpe apoiou projetos para a melhoria da qualidade de
ensino e a erradicação do trabalho infantil, foram apoiados também projetos relacionados à
cultura e esportes. Nesse mesmo ano, foi realizado pela Celpe, com autorização do Ibama, um
estudo de embasamentos técnico para controle da vegetação de risco em faixas de servidão e
estradas de acesso em áreas de interesse ambiental. Os reconhecimentos da Celpe, no ano de
2006, em relação às questões socioambientais foram o Selo Ibase Betinho; Empresa Amiga
da Criança; Empresa-modelo do Guia Exame de Boa Cidadania Corporativa; e Prêmio
Abradee de Responsabilidade Social
Cemat
A classificação obtida pela empresa Cemat foi de ineficiente nos cinco anos da análise.
No ano de 2002 as margens de contribuição da variável de input IME e CSP foram de,
respectivamente, 87% e 13% para a formação do output VE; em 2003 a margem de
contribuição da variável de input IME para a formação do output VE foi de100%; no ano de
2004 as variáveis de input IME e CSP contribuíram em, respectivamente, 10% e 90% para o
output VE; em 2005 as variáveis de input IRSA, IME, AD e CSP contribuíram em,
respectivamente, 59%, 2%, 1% e 38%, para a formação do output VE e, por fim, no ano de
2006, as margens de contribuição das variáveis IRSA, IME e CSP foram de, respectivamente,
26%, 9% e 65% para a formação do output VE da Cemat.
217
A empresa Cemat teve, nos anos de 2002, 2003 e 2004, uma margem de contribuição
nula do input IRSA para a formação do output VE; no ano de 2005 a empresa, ainda
ineficiente, obteve uma margem de contribuição significativa do input IRSA para a formação
do output VE e, por fim, no ano de 2006 a Cemat, considerada ineficiente pela análise por
envoltória de dados, teve a participação do input IRSA na margem de contribuição para a
formação do output VE, mas esse valor não foi significativo.
Consultas realizadas nos relatórios anuais da empresa Cemat, permitiram obter
algumas informações sobre o seu comportamento socioambiental.
No ano de 2001 a Cemat recebeu pelo segundo ano consecutivo o Prêmio SESI de
Qualidade no Trabalho, classificada como a melhor empresa acima de 500 empregados no
Estado do Mato Grosso, nos aspectos de saúde, benefícios, segurança, meio ambiente e
responsabilidade social, a empresa recebeu ainda prêmio conferido pela Eletrobrás em função
do Programa Luz no Campo.
A Cemat tem se firmado como uma empresa socialmente responsável pela
colaboração com diversas entidades filantrópicas e investimentos em projetos culturais. No
ano de 2003, a Cemat ganhou, pelo terceiro ano consecutivo, o Prêmio SESI de Qualidade no
Trabalho. No que se refere às questões ambientais a Cemat, em 2003, obteve licenciamento
ambiental de usinas e linhas de transmissão, acompanhamento da legislação ambiental,
desenvolvimento de estudos técnicos e patrocínio de eventos voltados ao meio ambiente.
A Cemat é uma das patrocinadoras da Fundação Aquarela, entidade direcionada à
atuação social nas áreas de educação, saúde, esporte, meio ambiente, habitação e cultura. Em
2004, onze entidades e projetos sociais foram impulsionados com o apoio da Cemat. Além
disso, no ano de 2004, a Cemat ganhou, pelo quarto ano consecutivo, o Prêmio SESI de
Qualidade no Trabalho. No que se refere às questões ambientais, a Cemat em 2004
continuava as políticas informadas no ano de 2003.
218
No ano de 2005, a Cemat voltou a ser laureada com o Prêmio SESI e continuava
patrocinando a Fundação Aquarela. Referente às ações ambientais, a Cemat continuava com
as políticas indicadas no ano anterior e acrescentou: os cursos técnicos de poda e arborização
urbana, desenvolvimento de projetos de educação ambiental e projeto ambiental voltado para
captação de recursos que possibilitará a execução de medidas de controle ambiental.
E, por último, no ano de 2006, a Cemat continuava patrocinando a Fundação Aquarela
e investindo em patrocínio de eventos, doações e apoio a entidades filantrópicas. Referente ao
meio ambiente, as ações dos anos anteriores foram continuadas, contudo teve destaque o
Plano de Gestão de resíduos, em fase de implantação.
Cemig
A empresa Cemig foi classificada como eficiente nos cinco anos da análise. No ano de
2002 as margens de contribuição das variáveis de input IRSA, IME, CSP e AD foram de,
respectivamente, 62%, 25%, 11% e 2% para a formação do output VE e alcance da eficiência;
em 2003 as margens de contribuição das variáveis de input IRSA, IME, CSP e AD para a
formação do output VE e alcance da eficiência foi de, respectivamente, 60%, 24%, 13% e 3%;
no ano de 2004 as variáveis de input IRSA, IME e CSP contribuíram em, respectivamente,
87%, 2% e 11% para o output VE e alcance da eficiência; em 2005 as variáveis de input IRSA
e AD contribuíram em, respectivamente, 61% e 39%, para a formação do output VE e alcance
da eficiência e, por fim, no ano de 2006 as margens de contribuição das variáveis IRSA, CSP
e AD foram de, respectivamente, 38%, 29% e 33% para a formação do output VE e alcance
da eficiência pela Cemig.
A empresa Cemig alcançou a eficiência em todos os anos e observou-se que, em todos
eles, houve uma maior participação do input IRSA para a formação do output VE e alcance da
eficiência.
219
A partir de consultas realizadas nos relatórios anuais da empresa Cemig, foi possível
obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental.
No ano de 2006, a Cemig investiu mais de R$ 58 milhões em meio ambiente,
contribuindo para o desenvolvimento sustentável, se comprometendo com o meio ambiente e
com a qualidade de vida da sociedade. Além disso, nesse mesmo ano, a Cemig foi incluída,
pela sétima vez consecutiva, entre as companhias que compõe o Índice Mundial de
Sustentabilidade Dow Jones, a única empresa do setor elétrico brasileiro com essa
classificação.
A Cemig continuava a investir no programa de Uso Racional de Energia, em 2006,
com o desenvolvimento dos seguintes projetos: “Eficiência em Projetos de Iluminação
Pública”; “Eficientização da Iluminação de Hospitais da Rede Pública”; Substituição de
Autoclaves”; “Treinamento em Eficiência Energética”; “Cemig nas Escolas”; e “Programa de
Gestão Energética Estadual”. No âmbito social, a Cemig investiu cerca de R$ 18 milhões em
cultura e ações sociais, beneficiando a população de mais de 200 municípios em Minas
Gerais.
Na análise realizada com a ferramenta DEA foi possível verificar que a Cemig foi
eficiente nos cinco anos da análise, comparando esse resultado com as informações obtidas a
partir dos relatórios anuais foi possível supor que a inclusão, pela sétima vez consecutiva,
entre as companhias que compõe o Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones, justifica a
eficiência nos cinco anos estudados.
Cesp
A empresa Cesp foi classificada como ineficiente no primeiro ano da análise,
atingindo eficiência a partir do ano de 2003 até o ano de 2006. No ano de 2002, a Cesp contou
com a margem de contribuição da variável de input IRSA de 100% para a formação do output
220
VE; no ano de 2003 repetiu-se a situação do ano de 2002; no ano de 2004 as margens de
contribuição das variáveis de input IRSA, IME e CSP foram de, respectivamente, 26%, 23% e
51% para a formação do output VE e alcance da eficiência; em 2005 as margens de
contribuição das variáveis de input IRSA e IME para a formação do output VE e alcance da
eficiência foram de, respectivamente, 54% e 46% e, por fim, no ano de 2006, as margens de
contribuição das variáveis IRSA e IME foram de, respectivamente, 13% e 87% para a
formação do output VE e alcance da eficiência.
Esses dados mostram que nos anos da análise em que a empresa Cesp alcançou a
eficiência houve participação do input IRSA para a formação do output VE e alcance da
eficiência.
Consultas foram realizadas em relatórios anuais da empresa Cesp e, com isso, foi
possível obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental. No ano de 2006, a
Cesp desenvolveu uma série de ações de responsabilidade social por meio de afiliação ou
colaboração com entidades que atuam na área educacional, cultural e social, além disso, a
empresa foi Certificada pela Fundação Abrinq como “Empresa Amiga da Criança”.
Objetivando a conscientização ambiental das pessoas, o Programa de Educação Ambiental
realizou cursos, palestras e visitas monitoradas contando com a participação de 63.150
pessoas.
Coelba
A empresa Coelba foi classificada como ineficiente nos três primeiros anos da análise,
alcançando eficiência nos anos de 2005 e 2006. No ano de 2002, a Coelba contou com as
margens de contribuição das variáveis de input IME e AD de, respectivamente, 91% e 9%
para a formação do output VE; no ano de 2003 as margens de contribuição das variáveis de
input IRSA e IME foram de, respectivamente, 98% e 2% para a formação do output VE; no
221
ano de 2004 a margem de contribuição da variável de input IME foi de 100% para a formação
do output VE; em 2005 a Coelba alcançou a eficiência, com uma margem de contribuição da
variável de input IME para a formação do output VE, alcançando eficiência de 100% e, por
fim, no ano de 2006, as margens de contribuição das variáveis IME e CSP foram de,
respectivamente, 77% e 23% para a formação do output VE e alcance da eficiência.
A Coelba alcançou a eficiência tendo observado, também, nos anos em que isso
ocorreu, uma margem de contribuição nula do input IRSA para a formação do output VE e
alcance da eficiência.
A partir de consultas realizadas em relatórios anuais da empresa Coleba, foi possível
obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental.
O ano de 2006 foi considerado o período de consolidação da Responsabilidade Social
Empresarial da Coelba. Apesar de em 1997 a empresa já desenvolver ações sociais
relacionadas com a distribuição de energia elétrica, foi no ano de 2003 que os projetos sociais
desenvolvidos pela Coelba foram mapeados e organizados; no ano de 2005 foi lançado o
programa “Energia para Crescer”, orientando todas as ações da empresa em direção ao
desenvolvimento socioeconômico sustentável. Esse programa, na sua relação com a
comunidade estabeleceu quatro focos fundamentais de ação: educação, meio ambiente,
cultura e energia elétrica.
No aspecto ambiental, no que se refere ao ano de 2004, a Coelba deu início à
implantação do Sistema de Gestão Ambiental, alicerçado na ISO 14001, envolvendo
atividades de poda de árvores, construção de rede de limpeza e a elaboração do Manual de
Gestão Ambiental, contendo 20 procedimentos. Em 2005 teve início o treinamento de
colaboradores e parceiros com a realização de um curso de educação ecológica. E, por último,
em 2006 foram produzidos um vídeo e uma cartilha com todos os procedimentos do Sistema
de Gestão Ambiental, com o objetivo de fortalecer o treinamento dos colaboradores. A
222
produção Mais Limpa se consolidou em 2006 como uma prática integrada aos processos
produtivos da empresa e a Gestão da Arborarização Urbana também foi adotada em 2006.
Coelce
A empresa Coelce foi classificada como ineficiente nos cinco anos da análise, apesar
de ter havido uma evolução no score de eficiência, exceto na passagem do ano de 2003 para o
ano de 2004. No ano de 2002 as margens de contribuição da variável de input IRSA e AD
foram de, respectivamente, 84% e 16% para a formação do output VE; em 2003 as margens
de contribuição das variáveis de input IRSA, IME e AD para a formação do output VE foram
de, respectivamente, 72%, 8% e 20%; no ano de 2004 as variáveis de input IRSA, IME e AD
contribuíram em, respectivamente, 93%, 4% e 3% para o output VE; em 2005 as variáveis de
input IRSA, IME e AD contribuíram em, respectivamente, 94%, 4% e 2%, para a formação
do output VE e, por fim, no ano de 2006 as margens de contribuição das variáveis IRSA,
IME, CSP e AD foram de, respectivamente, 67%, 17%, 3% e 14% para a formação do output
VE da Coelce.
A empresa Coelce foi classificada como ineficiente, nos cinco anos da análise, sendo
que a variável de input que mais contribuiu para a formação do VE foi o IRSA.
Consultas foram realizadas em relatórios anuais da empresa Coelce e, com isso, foi
possível obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental. A Coelce tem
participação em muitas ações sociais com o objetivo de eliminar a exclusão social e
minimizar pobreza no Ceará.
Com recursos próprios, a partir de parcerias com entidades ou por meio de incentivos
fiscais a Coelce investe em muitas áreas, mas o seu foco é projetos relacionados à educação,
especialmente de crianças e adolescente em áreas de risco, no ano de 2006 a empresa aplicou
R$ 8,9 milhões em programas sociais.
223
No âmbito do meio ambiente, a Coelce investe em projetos com foco em educação
ambiental e em estudos de impactos ambientais referentes às suas atividades, para esse fim a
empresa investiu R$ 8,4 milhões, no ano de 2006.
No ano de 2006 a Coelce ganhou o Prêmio Abradee 2006, sendo apontada como a
melhor Distribuidora de Energia Elétrica da Região Nordeste; conquistou o certificado ISO
14001 do Sistema de Gestão Ambiental; foi reconhecida, pelo Guia Exame de Boa Cidadania
Corporativa como Empresa Destaque da região Nordeste, pelas boas práticas sociais e de
governança; e teve participação das ações preferenciais classe A no Índice de Sustentabilidade
Empresarial da Bovespa.
Copel
A empresa Copel foi classificada como eficiente nos cinco anos da análise. No ano de
2002 a margem de contribuição da variável de input IRSA foi de 100% para a formação do
output VE e alcance da eficiência; em 2003 as margens de contribuição das variáveis de input
IRSA e IME para a formação do output VE e alcance da eficiência foram de, respectivamente,
91% e 9%; no ano de 2004 as variáveis de input IRSA e CSP contribuíram em,
respectivamente, 99% e 1% para o output VE e alcance da eficiência; em 2005 a variável de
input AD contribuiu em 100%, para a formação do output VE e alcance da eficiência e, por
fim, no ano de 2006 a margem de contribuição da variável CSP foi de 100% para a formação
do output VE e alcance da eficiência pela Copel.
Nos três primeiros anos do estudo, a empresa Copel alcançou a eficiência e neles foi
observada uma maior participação do input IRSA para a formação do output VE e alcance da
eficiência. Nos anos de 2005 e 2006 a empresa Copel alcançou a eficiência tendo-se
observado, também, nesses anos, uma margem de contribuição nula do input IRSA para a
formação do output VE e alcance da eficiência.
224
A partir de consultas realizadas em relatórios anuais da empresa Copel, foi possível
obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental. No ano de 2006, no contexto
da sustentabilidade empresarial, a empresa se consolidou como referência visto que suas
ações permaneceram entre as que compõem, durante o ano de 2007, o Índice de
Sustentabilidade Empresarial da Bovespa.
Desde o ano de 2000, a empresa Copel declarou-se comprometida com o Pacto Global
das Nações Unidas. Para a materialização desse compromisso a Copel dividiu seus esforços
em três grandes linhas de atuação: a primeira se refere às dimensões internas da organização;
a segunda está voltada à ação externa da empresa, promovendo maior sustentabilidade da
sociedade; e, por último, a atuação direta em projetos e iniciativas socioambientais.
A Coordenação Institucional de Meio Ambiente desenvolveu, no ano de 2006, as
seguintes atividades: estruturação da gestão corporativa de resíduos; elaboração do Relatório
Anual de Meio Ambiente; mapeamento e modelagem de todos os processos da função
empresarial “meio ambiente”; alinhamento da função meio ambiente ao mapa estratégico
corporativo; e coordenação do Seminário Internacional de Tecnologias Energéticas do Futuro,
com uma estratégia para o posicionamento da Copel como interessada em desenvolvimento
de estudos e execução de projetos referente à geração de energia elétrica por meio de fontes
renováveis.
Cosern
A empresa Cosern foi classificada como eficiente nos cinco anos da análise. No ano de
2002 a margem de contribuição da variável de input IRSA foi de 100% para a formação do
output VE e alcance da eficiência; em 2003 as margens de contribuição das variáveis de input
IRSA e IME para a formação do output VE e alcance da eficiência foram de, respectivamente,
99% e 1%; no ano de 2004 as variáveis de input IRSA e CSP contribuíram em,
225
respectivamente, 36% e 64% para o output VE e alcance da eficiência; em 2005 as variáveis
de input IRSA e CSP contribuíram em, respectivamente, 50% e 49%, para a formação do
output VE e alcance da eficiência e, por fim, no ano de 2006, a margem de contribuição da
variável CSP foi de 100% para a formação do output VE e alcance da eficiência pela Cosern.
Foi possível perceber que nos anos 2002, 2003 e 2005 a empresa Cosern alcançou a
eficiência tendo observado também nesses anos uma maior participação do input IRSA para a
formação do output VE e alcance da eficiência. No ano de 2004, a eficiência foi atingida pela
Cosern com menor margem de contribuição do input IRSA e, por fim, no ano de 2006 a
variável IRSA não participou da formação do output VE nem da definição do indicador de
eficiência.
Consultas foram realizadas em relatórios anuais da empresa Cosern e, a partir disso,
foi possível obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental.
A empresa continuou a desenvolver ações como portadora do Selo Empresa Amiga da
Criança, recebido em 2003 da Fundação Abrinq. Além disso, a Cosern firmou parceria com o
Instituto Ayrton Senna (Programa Educação pela Arte), apoiando o trabalho da ONG Centro
Cultural Casa da Ribeira com o “Projeto ArteAção”. A Cosern é considerada a empresa do
Rio Grande do Norte que mais investe em cultura, no ano de 2006 15 projetos foram
viabilizados.
No âmbito da responsabilidade ambiental a Cosern investiu, em 2006, R$ 599 mil. A
empresa adota critérios na construção de subestações e linhas de transmissão, com postes
mais altos e de redes de distribuição com cabos isolados, o que torna possível melhor
convivência com as árvores, o que faz diminuir a necessidade de cortes e podas.
226
Elektro
A empresa Elektro foi classificada como ineficiente em três anos da análise (2002,
2003 e 2005) e eficiente nos outros dois anos (2004 e 2006). No ano de 2002, a Elektro foi
classificada como ineficiente e a margem de contribuição da variável de input IRSA foi de
100% para a formação do output VE; no ano de 2003 a empresa também foi classificada
como ineficiente e as margens de contribuição das variáveis de input IRSA e IME foram de,
respectivamente, 97% e 3%; em 2004 a empresa alcançou a eficiência e teve margens de
contribuição das variáveis de input IRSA e AD de, respectivamente, 99% e 1% para a
formação do output VE e alcance da eficiência. No ano de 2005 o score de eficiência
diminuiu de 100% para 96,3%, e a Elektro foi classificada ineficiente com margens de
contribuição das variáveis de input IRSA e IME de, respectivamente, 95% e 5% para a
formação do output VE e, por fim, no ano de 2006 a Elektro voltou a ser classificada como
eficiente com as margens de contribuição das variáveis IRSA, IME e CSP de,
respectivamente, 75%, 14% e 11% para a formação do output VE e alcance da eficiência.
Observou-se um aumento gradativo no score de eficiência da empresa Elektro ao
longo dos anos de análise, exceto no ano de 2005 quando esse score passou a ser 96,3%. Em
todos os anos da análise houve contribuição da variável de input IRSA para a formação do
output VE, com destaque para os anos em que a empresa atingiu a eficiência, 2004 e 2006,
quando a participação do input IRSA foi significativa para a formação do output VE e alcance
da eficiência.
A partir de consultas realizadas em relatórios anuais da empresa Elektro, foi possível
obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental.
A empresa Elektro, por dois anos consecutivos, foi reconhecida como uma das
melhores empresas do país para se trabalhar e uma das 10 “empresa-modelo” em
Responsabilidade Social no Brasil, pelo Guia Exame de Boa Cidadania Corporativa. O
227
objetivo da Elektro na área social é ampliar cada vez mais a conscientização sobre a questão
da segurança e do uso adequado da energia elétrica nas comunidades em que atua.
No ano de 2003, a Elektro implementou, com base na ISO 14001, o Sistema de Gestão
Ambiental com o objetivo de orientar seus colaboradores e prestadores de serviços a executar
as atividades de maneira a não agredir o meio ambiente. Os investimentos ambientais da
Elektro, no ano de 2006, foram relacionados à gestão de resíduos com o objetivo de realizar o
correto armazenamento e o descarte de resíduos gerados pela empresa decorrente de sua
atividade; monitoramento de fumaça preta em carros de frota; gestão de recursos naturais;
reflorestamento; educação e conscientização ambiental; e coleta seletiva.
Eletropaulo
A empresa Eletropaulo foi classificada como ineficiente nos cinco anos da análise,
apesar de ter havido uma evolução no score de eficiência, exceto na passagem do ano de 2003
para o ano de 2004. Nos anos de 2002, 2003 e 2004 a margem de contribuição da variável de
input IME foi de 100% para a formação do output VE; em 2005 as margens de contribuição
das variáveis de input IRSA e AD para a formação do output VE foram, ambas, de 50% e, por
fim, no ano de 2006, as margens de contribuição das variáveis IME e AD foram de,
respectivamente, 40% e 60% para a formação do output VE da Eletropaulo.
Nos anos de 2002, 2003, 2004 e 2006 a margem de contribuição do input IRSA para a
formação do output VE foi nula. No ano de 2005, a Eletropaulo, ainda classificada como
ineficiente obteve margem de contribuição de 50% do input IRSA para a formação do VE.
Consultas foram realizadas em relatórios anuais da empresa Eletropaulo e, a partir
disso, foi possível obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental. A
Eletropaulo realizou esforço, em 2006, para resgatar e consolidar a imagem do grupo, tanto
junto ao público interno quanto externo. O fator que mais teve atenção da Eletropaulo foi a
228
capacidade do desenvolvimento de pessoas, a partir de investimentos em programas de
aperfeiçoamento profissional e pessoal. Além disso, a Eletropaulo passou a ter consciência de
que as práticas de responsabilidade socioambientais não são incompatíveis com o
desempenho econômico-financeiro. Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento para a
responsabilidade socioambiental e segurança no trabalho, projetos relacionados ao Programa
de Eficiência Energética, investimento em cultura e tratamento de resíduos, são exemplos da
atuação socioambientalmente correta da Enersul. No ano de 2006 foi publicado o primeiro
Relatório de Sustentabilidade da Enersul, esse documento reúne informações relacionadas às
práticas de desenvolvimento sustentável da empresa, ou seja, no âmbito social, ambiental e
econômico.
Enersul
A empresa Enersul foi classificada como eficiente nos cinco anos da análise. No ano
de 2002 a margem de contribuição da variável de input IRSA foi de 100% para a formação do
output VE e alcance da eficiência; em 2003 as margens de contribuição das variáveis de input
IRSA e IME para a formação do output VE e alcance da eficiência foram de, respectivamente,
92% e 8%; no ano de 2004 as variáveis de input IRSA e IME contribuíram em,
respectivamente, 97% e 3% para o output VE e alcance da eficiência; em 2005 as variáveis de
input IRSA e IME contribuíram em, respectivamente, 95% e 5%, para a formação do output
VE e alcance da eficiência e, por fim, no ano de 2006 as margens de contribuição das
variáveis de input IRSA e IME foram de, respectivamente, 77% e 23% para a formação do
output VE e alcance da eficiência pela Enersul.
A empresa Enersul alcançou a eficiência em todo o período estudado, tendo-se
observado que em todos os anos houve maior participação do input IRSA para a formação do
output VE e alcance da eficiência, em relação às demais variáveis de input.
229
A partir de consultas realizadas nos relatórios anuais foi possível levantar algumas
informações sobre a prática socioambiental da Enersul. No ano de 2006, a Enersul aderiu ao
Programa Luz para Todos com o objetivo de universalizar acesso de energia elétrica nas áreas
rurais, fomentando o desenvolvimento econômico e social das comunidades rurais mais
carentes até o ano de 2008.
Em relação à responsabilidade social, a Enersul deu continuidade ao Fundo de
Incentivo Social, iniciado em 2005; apoiou o Programa de Incentivo à Doação de Sangue;
atuou no fortalecimento da cultura do Mato Grosso do Sul; e investiu no projeto Ler é uma
Viagem. Além disso, em 2006 foram ampliadas as ações das campanhas de conscientização
sobre o uso econômico e seguro da energia elétrica, indicando consumo consciente e
alertando sobre o risco de acidentes por choque elétrico.
No que diz respeito à responsabilidade ambiental, a Enersul, no ano de 2006, adquiriu
equipamentos para diminuir o impacto das alterações climáticas; realizou atividades com o
objetivo de cuidar da biodiversidade e paisagem; atuou na proteção do solo e das águas
superficiais e subterrâneas; investiu na gestão de resíduos; e obteve 38 licenças ambientais
para operação.
A Enersul, no ano de 2006, conquistou o prêmio Abradee, classificada como a melhor
empresa da Região Centro-Oeste em qualidade de gestão e, ainda, a empresa foi reconhecida
e certificada, pelo terceiro ano consecutivo, como Empresa Amiga da Criança pela Fundação
Abrinq. Em relação às ações de caráter ambiental, a Enersul conquistou dois títulos: Troféu
Marco Verde e o Top of Quality Ambiental.
Escelsa
A empresa Escelsa foi classificada como ineficiente nos cinco anos da análise. Nos
quatro primeiros anos a margem de contribuição da variável de input IME foi de 100% para a
230
formação do output VE, no ano de 2006 as margens de contribuição das variáveis IRSA, IME
e CSP foram de, respectivamente, 38%, 41% e 21% para a formação do output VE da Escelsa.
A empresa Escelsa foi classificada como ineficiente e nos quatro primeiros anos a
margem de contribuição do input IRSA para a formação do output VE foi nula. Já no ano de
2006, a margem de contribuição do input IRSA aumentou, mas não se tornou significativa
para a formação do output VE.
Consultas foram realizadas em relatórios anuais da empresa Escelsa e, a partir disso,
foi possível obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental.
Em 2006, a Escelsa cumpriu integralmente o Programa Luz para Todos; realizou 12
palestras na comunidade, atingindo diretamente 387 pessoas, levando à população
informações sobre cuidados com a energia elétrica; colaborou com o Projeto Iluminar, cujo
objetivo principal é dar oportunidade de recuperação e de inserção social a menores em
situação de risco social.
No âmbito da responsabilidade ambiental a Escelsa, no ano de 2006, cumpriu todas as
fases de licenciamento ambiental para o funcionamento de novos empreendimentos. Além
disso, foram realizadas campanhas de conscientização ambiental junto aos colaboradores,
como a comemoração do Dia Mundial da Água; a comemoração da Semana Mundial do Meio
Ambiente e a comemoração do Dia da Árvore
Durante o ano de 2006, a Escelsa foi considerada como a quarta melhor empresa da
região Sudeste em qualidade da gestão; conquistou o Prêmio Procel 2006, concedido pelo
Ministério de Minas e Energia por reconhecimento público no combate ao desperdício de
energia; e pelo sétimo ano consecutivo recebeu a certificação Empresa Amiga da Criança pela
Fundação Abrinq.
231
Light
A empresa Light foi classificada como ineficiente nos cinco anos da análise. Nos anos
de 2002 e 2003 a margem de contribuição da variável de input IME foi de 100% para a
formação do output VE; em 2004 a margem de contribuição da variável de input AD para a
formação do output VE foi 100%; no ano de 2005 as margens de contribuição das variáveis
de input IRSA, IME, AD e CSP para a formação do output VE foram, respectivamente, 2%,
1%, 95% e 2% e, por fim, no ano de 2006 as margens de contribuição das variáveis IRSA e
IME foram de, respectivamente, 90% e 10% para a formação do output VE da Light.
Nos anos de 2002, 2003 e 2004 a empresa Light teve margem de contribuição nula do
input IRSA para a formação do output VE. No ano de 2005 a margem de contribuição do
input IRSA foi 2% e, por fim, no ano de 2006, a Light teve a margem de contribuição do
input IRSA aumentada, tornando-se significativa para a formação do output VE.
A partir de consultas realizadas nos relatórios anuais foi possível levantar algumas
informações sobre a prática socioambiental da Light.
A atuação social da Light é efetuada de acordo com as diretrizes do Instituto Light
para o Desenvolvimento Urbano e Social que tem o objetivo de definir formas de atuação nos
campos urbano, ambiental, social e institucional, contribuindo para melhorar as condições
econômicas e sociais da área de concessão da Light. As atividades sociais que tiveram
investimento pela Light foram: financiamento pré-vestibular; manutenção de 104 Escolas de
Informática e Cidadania beneficiando 4.500 alunos por ano. Além dessas atividades, alguns
projetos sociais são permanentes do Instituto Light: Projeto Centro Cultural Light para
Estudantes e Serviços para pesquisadores.
A política ambiental da Light é fundamentada na ISO 14001 e está alinhada com a
declaração de intenções e princípios da empresa em relação ao seu desempenho ambiental
global. A Light mantém um convênio com a Fundação SOS Mata Atlântica, a maior
232
organização não-governamental brasileira, cujo compromisso foi doar um total de 500 mil
mudas de árvores para o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas ou de
Reflorestamento da Light. Além disso, registra-se a continuidade de projetos ambientais de
pesquisa e desenvolvimento em parceria com três universidades brasileiras sobre a qualidade
ambiental dos reservatórios.
RGE
A empresa RGE foi classificada como ineficiente nos cinco anos da análise. No ano de
2002 a margem de contribuição da variável de input IME foi de 100% para a formação do
output VE; em 2003, 2004 e 2005 as margens de contribuição das variáveis de input IRSA e
IME para a formação do output VE foram, respectivamente, 96% e 4% e, por fim, no ano de
2006 as margens de contribuição das variáveis IRSA, IME e CSP foram de, respectivamente,
75%, 15% e 10% para a formação do output VE da RGE.
Apenas no ano de 2002 a variável de input IRSA teve margem de contribuição nula e,
nos outros anos, essa margem de contribuição foi significativa para a formação do output VE
da empresa RGE.
Consultas foram realizadas em relatórios anuais da empresa RGE e, a partir disso, foi
possível obter algumas informações sobre a sua postura socioambiental.
No que diz respeito ao relacionamento com a comunidade a RGE investiu, no ano de
2006, no Projeto RodaCine, levando cinema para as cidades que não contavam com salas de
exibição; realizou a terceira edição do Prêmio RGE Governo RS de Cinema; apoiou
programas da Unicef, com arrecadação na conta de energia elétrica, a partir do programa RGE
e Você, Amigos das Crianças; a RGE disponibiliza a versão de sua conta de energia elétrica
na linguagem braile; e, além desses projetos, a RGE também desenvolve projetos de apoio ao
voluntariado e outros eventos culturais.
233
No âmbito da responsabilidade ambiental, a CEB divulgou no ano de 2006,
investimento de R$ 1,3 milhão. Para evitar e controlar impactos ambientais de suas
atividades, a RGE mantém o Sistema de Gestão Ambiental, iniciado no ano de 2002.
Assim, a partir das análises dos relatórios anuais das 20 empresas distribuidoras de
energia elétrica estudadas, foi possível observar a gradual divulgação de informações sobre a
adoção de programas socioambientais por essas empresas ao longo dos períodos da análise.
5.3
ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS 2ª APLICAÇÃO
Esta seção está estruturada a partir de resultados obtidos com a segunda aplicação
DEA, com a subdivisão do input investimento socioambiental em duas abordagens distintas: o
investimento em responsabilidade social (IRS) e o investimento em responsabilidade
ambiental (IRA), que se tornaram as variáveis de input nessa etapa da investigação. A
variável de output foi a parte do VE atribuída ao investimento socioambiental de cada unidade
investigada, com base nos resultados obtidos na primeira aplicação da técnica DEA.
As unidades escolhidas para participar desta segunda aplicação foram aquelas
consideradas eficientes na primeira aplicação DEA, sendo excluídas as unidades que
obtiveram o output VE nulo, referente aos investimentos socioambientais. Assim, a segunda
aplicação DEA comporta 29 unidades que serão listadas no Quadro 8. Até esse momento as
unidades analisadas foram chamadas de “empresa”, nessa segunda aplicação DEA elas serão
chamadas de “unidade”, uma vez que serão analisadas, muitas vezes, a mesma empresa em
diversos anos.
Serão apresentados os resultados desta segunda aplicação DEA a partir da
demonstração das análises dos gráficos Input/Output Contributions.
234
UNIDADE
Ampla 2004
Ampla 2005
Ampla 2006
CEB 2006
Celesc 2006
Celpe 2002
Cemig 2002
Cemig 2003
Cemig 2004
Cemig 2005
Cemig 2006
Cesp 2003
Cesp 2004
Cesp 2005
Cesp 2006
Copel 2002
Copel 2003
Copel 2004
Cosern 2002
Cosern 2003
Cosern 2004
Cosern 2005
Elektro 2004
Elektro 2006
Enersul 2002
Enersul 2003
Enersul 2004
Enersul 2005
Enersul 2006
Quadro 8 – Unidades participantes da segunda aplicação DEA
Fonte: Elaboração própria
5.3.1 Input/Output contributions
A contribuição de cada input para o alcance de determinado nível de output é uma das
análises feitas pela DEA, na qual é demonstrada a margem de contribuição de cada input em
relação ao output utilizado na análise, ou seja, demonstra o quanto cada variável de input
influenciou para a formação do output que foi colocado sob análise.
Para as unidades Celpe 2002 e Cemig 2004, o input IRS contribuiu para 100% do
output VE. Essa situação pode ser visualizada no Gráfico 62, apresentado a seguir.
235
Gráfico 62 - Margem de contribuição de input para o output: Celpe 2002 e Cemig 2004
As unidades Elektro 2004 e Elektro 2006 contaram com a contribuição de 100% do
input IRA para o output VE, como pode ser demonstrado no Gráfico 63, a seguir.
Gráfico 63 - Margem de contribuição de input para o output: Elektro 2004 e Elektro 2006
No caso das unidades Enersul 2003 e Cemig 2005, os inputs IRS e IRA contribuíram,
respectivamente, com 60% e 40% para o output VE, de acordo com o Gráfico 64.
236
Gráfico 64 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul 2003 e Cemig 2005
Já no caso das unidades Enersul 2002 e Cesp 2003, os inputs IRS e IRA contribuíram,
respectivamente, com 90% e 10% para o output VE, de acordo com o Gráfico 65.
Gráfico 65 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul 2002 e Cesp 2003
Para a unidade Celesc 2006, os inputs IRS e IRA contribuíram, respectivamente, com
96% e 4% para o output VE, de acordo com o Gráfico 66.
237
Gráfico 66 - Margem de contribuição de input para o output: Celesc 2006
Por último, no caso da unidade Cosern 2002, os inputs IRS e IRA contribuíram,
respectivamente, com 69% e 31% para o output VE, de acordo com o Gráfico 67.
Gráfico 67 - Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2002
As unidades Cemig 2002, Cemig 2003, Cemig 2006 e Copel 2004 contaram com
100% da participação da variável de input IRA para o output VE e esta situação encontra-se
ilustrada no Gráfico 68.
238
Gráfico 68 - Margem de contribuição de input para o output: Cemig 2002, Cemig 2003, Cemig
2006 e Copel 2004
No caso das unidades Copel 2002 e Ampla 2006, as variáveis de input IRS e IRA
contribuíram, respectivamente, com 99% e 1%, para o output VE. Esses dados constam no
Gráfico 69.
Gráfico 69 - Margem de contribuição de input para o output: Copel 2002 e Ampla 2006
Para a unidade Cosern 2004, as variáveis de input IRS e IRA contribuíram,
respectivamente, com 91% e 9%, para o output VE. Esses dados estão apresentados no
Gráfico 70.
239
Gráfico 70 - Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2004
No caso das unidades Cosern 2003 e Enersul 2004, as variáveis de input IRS e IRA
contribuíram, respectivamente, com 70% e 30%, para o output VE, esses dados constam no
Gráfico 71.
Gráfico 71 - Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2003 e Enersul 2004
As unidades Cosern 2005, Enersul 2005 e Enersul 2006, tiveram as variáveis de input
IRS e IRA contribuindo, aproximadamente, com 78% e 22%, respectivamente, para o output
VE. Esses dados estão apresentados no Gráfico 72.
240
Gráfico 72 - Margem de contribuição de input para o output: Cosern 2005, Enersul 2005 e
Enersul 2006
Para as unidades Cesp 2004, Cesp 2005 e Cesp 2006, as variáveis de input IRS e IRA
contribuíram, aproximadamente, com 62% e 38%, respectivamente, para o output VE,
conforme ilustração contida no Gráfico 73.
Gráfico 73 - Margem de contribuição de input para o output: Cesp 2004, Cesp 2005 e Cesp
2006
Por último, no caso das unidades Copel 2003, Ampla 2004, Ampla 2005 e CEB 2006,
as variáveis de input IRS e IRA contribuíram, aproximadamente, com 87% e 13%, para o
output VE. Esses dados estão apresentados no Gráfico 74.
241
Gráfico 74 - Margem de contribuição de input para o output: Copel 2003, Ampla 2004, Ampla
2005 e CEB 2006
Configurou-se, assim, que, das 29 unidades analisadas, 23 delas tiveram o input IRS
como a variável de maior importância para a formação do output VE, enquanto as seis
restantes tiveram a variável de input IRA como a variável de maior importância para a
formação do output VE.
242
C
APÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento sustentável como política de Estado tem influenciado diretamente
o comportamento das empresas, o que torna visível a crescente participação delas em projetos
socioambientais e mostra a necessidade de uma atuação focalizada não só no
desenvolvimento financeiro, mas também no desenvolvimento social e no desenvolvimento
ambiental, resguardando as gerações futuras de prejuízos que possam ser acarretados ao meio
vital.
Agir de maneira correta do ponto de vista socioambiental tem se tornado uma
tendência das empresas brasileiras, e é possível perceber a “olho nu” o expressivo
crescimento das divulgações de participação em projetos socioambientais. Na maioria das
vezes as ações de natureza socioambientais são confundidas pelas empresas como uma
ferramenta de marketing, contudo a idéia é ir além, é agir com responsabilidade perante a
sociedade, é promover qualidade de vida, o acesso à cultura, a economia dos recursos naturais
escassos e não renováveis como a água, é preservar a camada de ozônio, a partir da
diminuição de liberação de poluente no ambiente, é cuidar do lixo, procurando fazer a
reciclagem apropriada. Esse conjunto de ações, devidamente planejadas, são fatores que
constroem a classificação de uma empresa como politicamente correta na dimensão
socioambiental.
243
Apesar da proposta de visão mais ampla, relacionada às questões socioambientais, o
apelo por resultados de curto prazo no âmbito financeiro pode ser estimulante para as
empresas, neste momento de transição, em que as culturas de preservação ambiental e
preocupação social não estão definitivamente instaladas.
A ação socioambientalmente responsável pode se traduzir em valorização junto ao
mercado e aos seus clientes, para empresas que, atualmente, são pressionadas, de um lado
pelas exigências da sociedade e do mercado e, do outro lado, pela competitividade acentuada.
A prática de responsabilidade socioambiental é uma das medidas que a empresa pode
adotar para atender aos anseios do mercado consumidor e passar a ser bem aceita pela
sociedade, o que pode se traduzir em aumento nas vendas, nos resultados financeiros obtidos
e no seu valor de mercado.
O objetivo do presente trabalho foi identificar a relação entre Investimentos em
Responsabilidade Socioambiental (IRSA) e o Valor da Empresa (VE), em empresas
distribuidoras de energia elétrica, utilizando a técnica de Análise por Envoltória de Dados
(DEA).
A ferramenta DEA é utilizada, prioritariamente, para calcular a eficiência relativa de
empresas, na transformação de inputs em outptus. Quando aplicada, ano a ano, para o período
delimitado no presente trabalho e para as empresas selecionadas, resultou na classificação das
empresas eficientes, como resumido a seguir:
a)
no ano de 2002, foram seis empresas eficientes a Cosern, a Enersul, a Ampla, a
Copel, a Celpe e a Cemig;
b)
no ano de 2003, manteve-se o mesmo número, havendo a troca da Celpe pela
Cesp;
c)
no ano de 2004, a Celpe retornou ao grupo e estreou a Elektro, totalizando oito
empresas eficientes;
244
d) no ano de 2005, foram sete empresas eficientes, estreou a Coelba e ficaram de fora
a Celpe e a Elektro;
e)
no ano de 2006, foram 11 empresas, retornou a Elektro e estrearam a CEB, a Celpa
e a Celesc.
Além disso e, cumpre registrar, um dos resultados mais importantes obtidos por meio
da DEA foi a análise dos gráficos Input/Output contributions. Esses gráficos forneceram
informações sobre a participação de cada input para a formação do output e para o alcance da
eficiência, a partir da margem de contribuição dos inputs em relação ao output. A partir dessas
informações chegou-se a algumas conclusões sobre as empresas eficientes.
No ano de 2002, das seis empresas classificadas como eficientes cinco delas tiveram o
input IRSA como a variável de maior importância para a formação do output VE e para
alcançar a eficiência.
Considerando o ano de 2003, observou-se que, das seis empresas classificadas como
eficientes, cinco delas tiveram o input IRSA como a variável de maior importância para a
formação do output VE e para o alcance da eficiência.
Em 2004, verificou-se que, das oito empresas consideradas eficientes, cinco tiveram o
input IRSA como a variável de maior importância para a formação do output VE e para o
alcance da eficiência, enquanto em duas empresas essa participação se deu em menor
proporção. A exceção ficou por conta da empresa Celpe que não investiu na variável de input
IRSA.
No ano de 2005, das sete empresas classificadas como eficientes cinco delas tiveram o
input IRSA como aquele de maior importância para a formação do output VE e para o alcance
da eficiência.
245
E, por último, observando-se o ano de 2006, apenas em quatro das 11 empresas
classificadas como eficientes o input IRSA não contribuiu com o alcance da eficiência e com
o output VE.
Esses dados mostram a importância da variável IRSA para a eficiência das empresas,
fato que irá refletir-se, necessariamente, no valor financeiro alcançado por ela, aqui
identificado pelo output VE. Dessa forma, adquire consistência prática a hipótese
anteriormente formulada de que investimentos em responsabilidade socioambiental trazem
aumento no valor da empresa.
A análise DEA também classificou as empresas ineficientes, ano após ano, na forma
que segue:
a)
no ano de 2002, 14 empresas foram ineficientes a Cesp, a Coelba, a Eletropaulo, a
Coelce, a Celg, a CEB, a Elektro, a Celpa, a RGE, a Light, a Celesc, a AES Sul, a
Escelsa e a Cemat;
b)
no ano de 2003, foi mantido o mesmo número, havendo a troca da Cesp pela
Celpe;
c)
no ano de 2004, saíram a Celpe e a Elektro, totalizando 12 empresas;
d)
no ano de 2005, foram 13, saiu a Coelba e entraram a Celpe e a Elektro;
e)
no ano de 2006, foram nove empresas, saíram a Celesc, a CEB, a Elektro e a
Celpa.
Da mesma forma como se procedeu em relação às empresas classificadas como
eficientes, foi feita a análise dos gráficos
Input/Output contributions para as empresas situadas
no grupo das empresas ineficientes, obtendo-se as seguintes informações.
No ano de 2002, das 14 empresas consideradas ineficientes, apenas cinco delas
tiveram o input IRSA como aquele que mais contribuiu para o output VE, enquanto em nove
delas essa contribuição foi nula.
246
No ano de 2003, repetiu-se a mesma situação do ano de 2002 com relação ao número
de empresas ineficientes e, apenas cinco delas tiveram o input IRSA como aquele que mais
contribuiu para o output VE, enquanto em nove delas essa contribuição foi nula.
Mais uma vez, a participação do input IRSA na grande maioria das empresas
classificadas como ineficientes, no ano de 2004, foi muito baixo. Apenas três delas tiveram o
input IRSA como aquele que mais contribuiu para o output VE, enquanto em nove delas essa
contribuição foi nula.
Contudo, no ano de 2005, verificou-se que a atuação das 13 empresas classificadas
como ineficientes no ano de 2005, foi modificada. Nove delas tiveram o input IRSA como o
que mais contribuiu para o output VE, enquanto apenas quatro tiveram a margem de
contribuição do input IRSA próxima de zero.
No ano de 2006, das nove empresas consideradas ineficientes, sete delas tiveram o
input IRSA como um dos que mais contribuiu para o output VE e em apenas duas delas a
margem de contribuição do input IRSA foi nula.
Pode-se supor que, nos três primeiros anos da análise, a ineficiência das empresas
tenha, na baixa participação da variável de input IRSA para a formação do output VE, uma
das explicações para performance relativamente menor, dentre as empresas pesquisadas. Nos
anos de 2005 e 2006, observou-se uma maior participação da variável de input IRSA, porém,
ainda insuficiente para que as empresas atingissem a classificação de eficientes.
Isso pode ser justificado partindo da idéia de que deve haver um mix de inputs que
deve estar bem combinado para o alcance de bons resultados, pela empresa, e que
investimento em responsabilidade socioambiental é, na atualidade, um importante
componente deste mix.
Ainda como resultado da primeira aplicação DEA, foi feita a análise dos gráficos
potential improvements, cujo objetivo é indicar a distância percentual entre a estrutura
247
input/output da unidade ineficiente da estrutura input/output da fronteira de eficiência,
construída a partir das empresas consideradas eficientes.
A partir dos gráficos potential improvements foi possível chegar a alguns resultados,
ano após ano, significativos para o objetivo do presente trabalho.
No ano de 2002, verificou-se que das 14 empresas ineficientes, cinco delas poderiam
se tornar eficientes sem diminuir o input IRSA, seis delas tiveram a variável de input IRSA
como a de menor necessidade de diminuição para alcançar a eficiência e, por último, somente
em três delas uma das variáveis de maior necessidade de diminuição para o alcance da
eficiência foi o IRSA.
Em relação ao ano de 2003, observou-se que das 14 empresas ineficientes, cinco delas
não precisariam diminuir o input IRSA para alcançar a eficiência, em cinco delas o input de
menor necessidade de diminuição para o alcance da eficiência foi o IRSA e, por fim, em
quatro delas o input IRSA foi uma das variáveis de input com maior necessidade de
diminuição para que a empresa venha a se tornar eficiente.
Em relação ao ano de 2004, das 12 empresas ineficientes, três delas não precisariam
diminuir o input IRSA para atingir a eficiência, além disso, em três delas o input IRSA foi o
que apresentou menor necessidade de diminuição para o alcance da eficiência, contudo, para
que seis empresas ineficientes alcancem a pretendida eficiência o IRSA é considerado o input
que apresentou maior necessidade de diminuição.
No ano de 2005, das 13 empresas ineficientes, nove delas não precisariam diminuir o
input IRSA para atingir a eficncia e quatro delas tiveram o input IRSA como de menor
necessidade de diminuição.
Por último, no ano de 2006, das nove empresas ineficientes sete delas não
necessitariam diminuir o input IRSA para alcançar a eficiência, uma delas tem o input IRSA
como o de menor necessidade de diminuição para o alcance da eficiência e apenas uma
248
empresa teve o IRSA como o único input que deveria ser diminuído com o objetivo de tornar-
se eficiente.
Esses resultados permitem afirmar que a maioria das empresas ineficientes nos cinco
anos de análises indicou o input IRSA como de baixa ou de nenhuma necessidade de
diminuição para o alcance da eficiência. Assim, esses dados reforçam a idéia do alto grau de
importância dos IRSA para o alcance da eficiência, da mesma forma como ocorreu no estudo
das empresas eficientes.
Convém ressaltar, todavia, que a variável de input IRSA não é o único input
importante para a eficiência de uma empresa. Outros inputs, como medidas gerenciais, por
exemplo, influenciam fortemente os resultados. A análise da participação dessas outras
variáveis não são mencionadas aqui, uma vez que extrapolam o objetivo do presente trabalho.
A validação da hipótese adquire mais consistência na medida em que a ferramenta
DEA fornece novos resultados experimentais.
Outra análise realizada na primeira aplicação DEA, dessa vez envolvendo as empresas
eficientes e as empresas ineficientes, foi a análise dos gráficos Reference comparison. Com
base nela foi possível chegar a algumas novas conclusões.
No ano de 2002, a análise forneceu 38 comparações e em 45% delas foi indicado que
as empresas eficientes investiram mais em RSA e alcançaram um VE superior, quando
comparadas com as empresas ineficientes.
Em relação ao ano de 2003, foi possível trabalhar com 40 comparações e em 45%
delas ficou evidenciado que as empresas eficientes investiram mais em RSA e alcançaram um
VE maior, na comparação com as empresas ineficientes.
Para o ano de 2004, foram 35 comparações. Em 40% delas observou-se que as
empresas eficientes tiveram maiores investimentos em RSA e alcançaram um maior VE,
quando comparadas com as ineficientes.
249
No ano de 2005 foram 41 comparações e em 44% delas verificou-se que as empresas
eficientes investiam mais e RSA e atingiam um maior VE, quando comparadas com as
ineficientes.
Por último, no ano de 2006, foram 35 observações e em 35% delas verificou-se que as
empresas eficientes investiam mais em RSA e atingiam um maior VE, quando comparadas
com as empresas ineficientes.
Esses resultados mostraram que, em média, 41% das comparações entre empresas
eficientes e ineficientes foram observados maiores investimentos em RSA e alcance de maior
VE da empresas eficientes em relação às ineficientes. Isso reforça, mais uma vez, a
importância da variável de input IRSA para o aumento da medida financeira VE, validando a
hipótese balizadora do trabalho de que investimento em responsabilidade socioambiental traz
aumento do valor da empresa.
Como já foi relatado anteriormente, no Capítulo 5, houve uma segunda aplicação da
DEA, onde as variáveis de input foram substituídas pela subdivisão da variável IRSA em duas
variáveis: Investimento em Responsabilidade Social (IRS) e Investimento em
Responsabilidade Ambiental (IRA). Nela, foram analisados os gráficos Input/Output
contributions para obter alguns resultados considerados significativos para a investigação aqui
relatada.
Observou-se que das 29 unidades verificadas nessa etapa, 23 tiveram o input IRS
como a variável de maior importância para a formação do output VE. Já para as seis unidades
restantes o input IRA foi o de maior importância para a formação do VE.
Esses resultados, ao que tudo indica, são decorrentes de uma maior divulgação, pelas
empresas, aos aspectos sociais do que aos aspectos ambientais. Uma análise detalhada dos
informativos e relatórios das empresas permitiu a verificação de mais políticas de cunho
250
social do que ambiental, ao mesmo tempo em que foi possível observar uma tendência
crescente nos investimentos ambientais, no decorrer do período analisado.
Para corroborar os resultados obtidos a partir da ferramenta DEA, coerência exigida
pelo rigor da investigação científica, foi feita, também, uma investigação nos relatórios anuais
das empresas analisadas, nos cinco anos da análise. Isso permitiu a sistematização, gradual, de
informações sobre a dedicação, pelas empresas, de esforços socioambientais, ao longo do
período.
Em grande parte das empresas, particularmente nos anos 2002 e 2003, foram poucas
as indicações da adoção de programas ou de projetos de cunho socioambiental, apesar de
todas as empresas terem divulgado os Balanços Sociais.
A partir do ano de 2004, e continuando até o ano de 2006, observou-se um aumento na
divulgação de participação em projetos e políticas socioambientais. Naquele período as
empresas passaram a tornar público toda e qualquer iniciativa socioambiental, possivelmente
para atender às exigências do mercado. Isso pode ser resultado da percepção empresarial,
mesmo que intuitiva, de que os investimentos que uma empresa realiza em políticas
socioambientais revertem-se, na maioria das vezes, no valor financeiro da empresa, devido ao
aumento do reconhecimento e da confiança que a sociedade passa a depositar nessas
organizações.
A finalização de um trabalho dessa natureza necessita explicitar as limitações para a
sua execução, que vão desde os obstáculos enfrentados na obtenção dos dados necessários
para o estudo, até a crise que as empresas distribuidoras de energia elétrica enfrentaram no
ano de 2002, provocada pelo “Apagão” Elétrico de 2001.
As variáveis escolhidas inicialmente para a aplicação da DEA tiveram que ser revista,
uma vez que não foi possível coletar todos os dados necessários. Um conjunto de variáveis,
escolhidas inicialmente não fazia parte dos explicitados nos demonstrativos contábeis o que
251
criou a necessidade de realizar contatos diretos com as empresas analisadas para sua
obtenção. Essa tentativa foi frustrada, haja vista que via contatos telefônicos, algumas
empresas se comprometeram a encaminhar os dados solicitados, e apenas uma empresa o fez.
Insistiu-se na busca dos dados via correspondência eletrônica, que não surtiram o efeito
desejado, apesar das promessas. Novamente, foram feitos contatos telefônicos, também
inócuos, antes da promoção de alterações das variáveis escolhidas inicialmente.
Isso pode demonstrar a falta de interesse das empresas, ou mesmo a falta de
conhecimento ou de interesse dos seus funcionários com os quais foram feitos os contatos,
sobre a importância da pesquisa científica, tanto para as empresas como para a sociedade.
Também, pode indicar uma preocupação com o caráter sigiloso de informações, que a
empresa considera de natureza estratégica.
Assim, foi formulado um novo conjunto de variáveis, agrupando as variáveis
inicialmente definidas e buscando relacioná-las com os dados disponíveis nos demonstrativos
contábeis. Feito isso, surgiu outra dificuldade em relação aos dados, sendo que, dessa vez, a
falta de padronização dos demonstrativos contábeis da empresas foi o obstáculo a ser
enfrentado.
Além disso, o “apagão” foi uma crise nacional que afetou a distribuição e o
conseqüente consumo de energia elétrica. Essa crise causou sobressaltos na economia
brasileira e, possivelmente, o setor que mais sofreu foi o próprio setor de distribuição de
energia elétrica, haja vista que as empresas tiverem seus fornecimentos diminuídos
bruscamente, trazendo diminuição nos resultados financeiros.
Mas, por outro lado, essa crise energética trouxe consigo um fator positivo que foi a
conscientização da sociedade sobre o uso da energia elétrica, evitando desperdícios, fator
importante para a preservação do meio ambiente, como pode ser comprovado pelos relatórios
anuais das empresas. É plenamente aceitável que, a partir disso, as empresas distribuidoras de
252
energia elétrica tenham investido em programas socioambientais que tratam da educação
sobre o uso da energia elétrica, além de buscar opções alternativas para o fornecimento de
energia para as instituições e populações carentes.
Cumpre ressaltar que, na opinião dessa pesquisadora, a solução de contorno para a
dificuldade na obtenção de determinado conjunto de dados não impediu a consecução do
objetivo proposto, nem comprometeu a qualidade dos resultados apresentados. Apenas,
demandou mais trabalho e estudo o que, de certa maneira, redunda em contribuição para o
objetivo amplo de um trabalho de mestrado, que é formar pesquisadores capazes de propor
soluções para problemas brasileiros, a despeito das dificuldades de obtenção de dados e
informações, característica das estruturas de países em desenvolvimento.
Embora tenha havido algumas limitações para a plena execução do trabalho aqui
relatado, nos moldes originalmente propostos, é inegável, e os resultados confirmam, que
aumentos em investimentos socioambientais implicam em alterações nos resultados do valor
da empresa.
Essa constatação adquire maior relevância quando se busca sensibilizar os empresários
e os investidores, e não só eles, como também os consumidores, sobre a importância de ações
corretas do ponto de vista socioambiental, não só para o interesse individual ou de um grupo
de pessoas, mas também para o interesse coletivo.
Estrategicamente, pode ser considerado um equívoco supor que de um lado estarão os
empresários e os investidores que, ao investirem em responsabilidade socioambiental, buscam
retorno interno, e do outro lado a sociedade, conhecedora das iniciativas das empresas
responsáveis e tomadora de decisão sobre “comprar de quem?”.
A idéia que permeou a execução do trabalho foi a do convencimento da sociedade em
geral, dos empresários, dos investidores e dos consumidores, sobre a importância de práticas
corretas do ponto de vista socioambiental para o futuro da comunidade. O trabalho realizado e
253
o seu relato pretendem ser uma contribuição a esse tema, buscando fornecer informações, para
empresários e para investidores, de que investir em responsabilidade socioambiental não deve
ser considerado um processo oneroso, tendo em vista que ele traz valorização para suas
empresas e para as ações negociadas no mercado de capitais.
Além das contribuições para a sociedade de uma maneira geral, a execução do
trabalho aqui relatado trouxe contribuição pessoal para a pesquisadora, na medida em que
recompensou o esforço dedicado e as inquietações surgidas no processo de investigação. Cada
obstáculo foi, sem sombra de dúvida, o impulso para a descoberta do novo, das novas idéias e
das novas soluções.
A firmeza e a serenidade na busca da comprovação de uma idéia, inicialmente apenas
sua, conseguiram conduzir a um estágio de segurança, onde a pesquisadora iniciou o processo
de divulgação, a partir das observações e experimentações inerentes ao processo de
investigação.
O compromisso com as ações socioambientais, coerentes como se propõe aqui, não
cabe apenas aos empresários, aos investidores e aos consumidores de produtos, mas cabe,
principalmente, a cada e todo ser humano.
A economia de água, de energia elétrica, de papel, de alimentos, além do cuidado com
o outro ser humano, do respeito com o próximo e da aceitação das diversidades podem ser
consideradas atividades individuais e, ao mesmo tempo, de todo mundo.
Revela-se, assim, o papel que a investigação científica deve desempenhar para superar
obstáculos e para apontar vias de desenvolvimento sustentável para a humanidade. Esse
trabalho é uma contribuição comprometida e, a partir dele, espera-se que surjam novas
inquietações e novas propostas de solução.
As possibilidades de novas pesquisas constituem-se em importantes contribuições,
reafirmando a natureza do conhecimento científico e o caráter não conclusivo da investigação
254
científica. Assim, a aplicação dessa proposta para outro setor empresarial, ou a adição de um
maior número de variáveis de input e output, são propostas para futuras pesquisas,
objetivando ampliar o conhecimento sobre a adoção da responsabilidade socioambiental pelas
empresas e a verificação da influência desta no valor da empresa.
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APÊNDICE A
ANÁLISE DE CORRELAÇÃO PELO MÉTODO STEPWISE
266
APÊNDICE A1 – Análise de Correlação pelo método Stepwise: 2002
2002 CSP IME IRSA AD VE Correlação VE 2002 IRSA VE Produtividade Eficiência
CEB 775824 467322 280844 77839 71133700 CSP 0,0379209 CEB 280844 71133700 253,2854521 2,179987714
Celg 805417 1077449 548270 0 332603253 IME 0,3831568 Celg 548270 332603253 606,6413507 5,22126589
Celpe 725988 855969 85935 54792 998449908 IRSA 0,7146104 Celpe 85935 998449908 11618,6642 100
Coelba 957470 1500726 495956 408 780735477 AD -0,142672 Coelba 495956 780735477 1574,203108 13,54891648
Coelce 564588 1505798 325098 1244 466901664 Coelce 325098 466901664 1436,18744 12,36103751
Copel 9273 5967576 1484739 0 2431850725 Copel 1484739 2431850725 1637,897789 14,09712649
Cosern 305323 311504 134391 0 534475 Cosern 134391 534475 3,977017211 0,034229556
Light 3442513 3986617 1702134 11 1792021 Light 1702134 1792021 1,052808248 0,009061354
AES SUL 823076 1466991 342591 105550 671443 AES SUL 342591 671443 1,959896903 0,016868522
Elektro 1307534 2074223 610319 84714 273094718 Elektro 610319 273094718 447,4622583 3,851236688
Celpa 522501 1106041 322086 8721 127701874 Celpa 322086 127701874 396,4837776 3,41247299
Cemat 516431 861946 371744 10008 40393 Cemat 371744 40393 0,108657974 0,000935202
Celesc 1938165 1253163 853217 0 430597 Celesc 853217 430597 0,504674626 0,004343654
Ampla 659316 1347771 590821 5651 1592560129 Ampla 590821 1592560129 2695,503593 23,19977191
Cemig 934451 7294189 2765889 25096 4012901964 Cemig 2765889 4012901964 1450,854306 12,4872729
Cesp 801113 18071110 260550 0 647173358 Cesp 260550 647173358 2483,873951 21,37830914
Eletropaulo 5183552 5187743 2463948 125664 1580442248 Eletropaulo 2463948 1580442248 641,4267864 5,520658618
Enersul 400355 635025 147991 0 615943033 Enersul 147991 615943033 4162,030346 35,82193507
Escelsa 742283 755544 356502 0 181994 Escelsa 356502 181994 0,510500614 0,004393798
RGE 660367 702139 326229 636093 814197 RGE 326229 814197 2,495784556 0,021480822
máximo 11618,6642
Eficiência Média 12,65856522
Desvio Padrão 22,77312255
Coeficiente de Variação 1,799028733
Variância 518,6151106
Mínimo 0,000935202
Mediana 4,536251289
Máximo 100
267
2002 CSP IME AD Eficiência Correlação Eficiência 2002 IRSA IME VE Eficiência
CEB 775824 467322 77839 2,179987714 CSP -0,1677642 CEB 280844 467322 71133700 23,96
Celg 805417 1077449 0 5,22126589 IME 0,0411384 Celg 548270 1077449 332603253 26,27
Celpe 725988 855969 54792 100 AD -0,1169977 Celpe 85935 855969 998449908 100,00
Coelba 957470 1500726 408 13,54891648 Coelba 495956 1500726 780735477 52,72
Coelce 564588 1505798 1244 12,36103751 Coelce 325098 1505798 466901664 36,48
Copel 9273 5967576 0 14,09712649 Copel 1484739 5967576 2431850725 93,99
Cosern 305323 311504 0 0,034229556 Cosern 134391 311504 534475 100,00
Light 3442513 3986617 11 0,009061354 Light 1702134 3986617 1792021 0,07
AES SUL 823076 1466991 105550 0,016868522 AES SUL 342591 1466991 671443 0,05
Elektro 1307534 2074223 84714 3,851236688 Elektro 610319 2074223 273094718 16,92
Celpa 522501 1106041 8721 3,41247299 Celpa 322086 1106041 127701874 10,01
Cemat 516431 861946 10008 0,000935202 Cemat 371744 861946 40393 0,00
Celesc 1938165 1253163 0 0,004343654 Celesc 853217 1253163 430597 0,03
Ampla 659316 1347771 5651 23,19977191 Ampla 590821 1347771 1592560129 100,00
Cemig 934451 7294189 25096 12,4872729 Cemig 2765889 7294189 4012901964 100,00
Cesp 801113 18071110 0 21,37830914 Cesp 260550 18071110 647173358 53,76
Eletropaulo 5183552 5187743 125664 5,520658618 Eletropaulo 2463948 5187743 1580442248 50,08
Enersul 400355 635025 0 35,82193507 Enersul 147991 635025 615943033 100,00
Escelsa 742283 755544 0 0,004393798 Escelsa 356502 755544 181994 0,02
RGE 660367 702139 636093 0,021480822 RGE 326229 702139 814197 0,11
Eficiência Média 43,2235
Desvio Padrão 41,439706
Coeficiente de Variação 0,9587309
Variância 1717,2492
Mínimo 0
Mediana 31,375
Máximo 100
268
2002 CSP AD Eficiência Correlação Eficiência 2002 IRSA IME CSP VE Eficiência
CEB 775824 77839 23,96 CSP -0,2222251 CEB 280844 467322 775824 71133700 23,96
Celg 805417 0 26,27 AD -0,2743867 Celg 548270 1077449 805417 332603253 26,27
Celpe 725988 54792 100,00 Celpe 85935 855969 725988 998449908 100,00
Coelba 957470 408 52,72 Coelba 495956 1500726 957470 780735477 52,72
Coelce 564588 1244 36,48 Coelce 325098 1505798 564588 466901664 40,15
Copel 9273 0 93,99 Copel 1484739 5967576 9273 2431850725 100,00
Cosern 305323 0 100,00 Cosern 134391 311504 305323 534475 100,00
Light 3442513 11 0,07 Light 1702134 3986617 3442513 1792021 0,07
AES SUL 823076 105550 0,05 AES SUL 342591 1466991 823076 671443 0,05
Elektro 1307534 84714 16,92 Elektro 610319 2074223 1307534 273094718 16,92
Celpa 522501 8721 10,01 Celpa 322086 1106041 522501 127701874 12,14
Cemat 516431 10008 0,00 Cemat 371744 861946 516431 40393 0,00
Celesc 1938165 0 0,03 Celesc 853217 1253163 1938165 430597 0,03
Ampla 659316 5651 100,00 Ampla 590821 1347771 659316 1592560129 100,00
Cemig 934451 25096 100,00 Cemig 2765889 7294189 934451 4012901964 100,00
Cesp 801113 0 53,76 Cesp 260550 18071110 801113 647173358 53,76
Eletropaulo 5183552 125664 50,08 Eletropaulo 2463948 5187743 5183552 1580442248 50,08
Enersul 400355 0 100,00 Enersul 147991 635025 400355 615943033 100,00
Escelsa 742283 0 0,02 Escelsa 356502 755544 742283 181994 0,02
RGE 660367 636093 0,11 RGE 326229 702139 660367 814197 0,11
Eficiência Média 43,814
Desvio Padrão 41,734823
Coeficiente de Variação 0,9525454
Variância 1741,7955
Mínimo 0
Mediana 33,21
Máximo 100
269
2002 IRSA IME CSP AD VE Eficiência
CEB 280844 467322 775824 77839 71133700 23,96
Celg 548270 1077449 805417 0 332603253 43,39
Celpe 85935 855969 725988 54792 998449908 100,00
Coelba 495956 1500726 957470 408 780735477 81,01
Coelce 325098 1505798 564588 1244 466901664 49,72
Copel 1484739 5967576 9273 0 2431850725 100,00
Cosern 134391 311504 305323 0 534475 100,00
Light 1702134 3986617 3442513 11 1792021 0,10
AES SUL 342591 1466991 823076 105550 671443 0,05
Elektro 610319 2074223 1307534 84714 273094718 16,92
Celpa 322086 1106041 522501 8721 127701874 12,27
Cemat 371744 861946 516431 10008 40393 0,00
Celesc 853217 1253163 1938165 0 430597 0,05
Ampla 590821 1347771 659316 5651 1592560129 100,00
Cemig 2765889 7294189 934451 25096 4012901964 100,00
Cesp 260550 18071110 801113 0 647173358 84,17
Eletropaulo 2463948 5187743 5183552 125664 1580442248 50,08
Enersul 147991 635025 400355 0 615943033 100,00
Escelsa 356502 755544 742283 0 181994 0,03
RGE 326229 702139 660367 636093 814197 0,11
Eficiência Média 48,093
Desvio Padrão 43,08022
Coeficiente de Variação 0,895769
Variância 1855,9054
Mínimo 0
Mediana 46,555
Máximo 100
270
APÊNDICE A2 – Análise de Correlação pelo método Stepwise: 2003
2003 CSP IME IRSA AD VE Correlação VE 2003 IRSA VE Produtividade Eficiência
CEB 669515 412269 377951 642 65167294
CSP 0,2378467
CEB 377951 65167294 172,4225985 2,798730984
Celg 771663 1108863 660057 0 449442710
IME 0,4291905
Celg 660057 449442710 680,9149967 11,05248335
Celpe 818985 917430 525417 0 542098060
IRSA 0,8624455
Celpe 525417 542098060 1031,748231 16,747142
Coelba 1103716 1532605 593187 245159 851952699
AD -0,099398
Coelba 593187 851952699 1436,229552 23,31260624
Coelce 695801 1490946 432697 1052 600473226
Coelce 432697 600473226 1387,745295 22,52561896
Copel 69629 5953401 1789279 0 2896558899
Copel 1789279 2896558899 1618,841387 26,27672699
Cosern 322053 317038 155332 0 534475
Cosern 155332 534475 3,440857776 0,055851352
Light 3366901 3967957 1737951 14 3210054
Light 1737951 3210054 1,847033947 0,029980705
AES SUL 922363 1407368 388146 54343 1069058
AES SUL 388146 1069058 2,754267338 0,044706746
Elektro 1534961 2094350 710395 42373 1219425126
Elektro 710395 1219425126 1716,545198 27,86263676
Celpa 548721 1073089 483116 4385 847257400
Celpa 483116 847257400 1753,73492 28,46629328
Cemat 629949 864524 452443 5004 64571
Cemat 452443 64571 0,142717072 0,002316556
Celesc 1797803 1291498 1147316 0 517253
Celesc 1147316 517253 0,450837851 0,007317915
Ampla 935110 1405351 590821 3489 1592560129
Ampla 590821 1592560129 2695,503593 43,75290413
Cemig 1242096 7337929 3925787 22127 7103740377
Cemig 3925787 7103740377 1809,507336 29,37158058
Cesp 833544 18044583 192714 0 1187261257
Cesp 192714 1187261257 6160,742119 100
Eletropaulo 5636671 5089026 2905662 54697 3338103815
Eletropaulo 2905662 3338103815 1148,827295 18,6475472
Enersul 470116 619837 212728 0 479573305
Enersul 212728 479573305 2254,396718 36,59294083
Escelsa 823528 750550 507201 0 295360
Escelsa 507201 295360 0,58233304 0,00945232
RGE 832305 1109557 420968 525704 728900
RGE 420968 728900 1,731486574 0,028105162
máximo 6160,742119
Eficiência Média 19,3792471
Desvio Padrão 23,72112563
Coeficiente de Variação 1,224047844
Variância 562,691801
Mínimo 0,002316556
Mediana 17,6973446
Máximo 100
271
2003 CSP IME AD Eficiência Correlação Eficiência 2003 IRSA IME VE Eficiência
CEB 669515 412269 642 2,798730984
CSP -0,10057
CEB 377951 412269 65167294 43,10
Celg 771663 1108863 0 11,05248335
IME 0,784282
Celg 660057 1108863 449442710 38,33
Celpe 818985 917430 0 16,747142
AD -0,1716
Celpe 525417 917430 542098060 60,15
Coelba 1103716 1532605 245159 23,31260624
Coelba 593187 1532605 851952699 53,30
Coelce 695801 1490946 1052 22,52561896
Coelce 432697 1490946 600473226 52,43
Copel 69629 5953401 0 26,27672699
Copel 1789279 5953401 2896558899 80,28
Cosern 322053 317038 0 0,055851352
Cosern 155332 317038 534475 100,00
Light 3366901 3967957 14 0,029980705
Light 1737951 3967957 3210054 0,09
AES SUL 922363 1407368 54343 0,044706746
AES SUL 388146 1407368 1069058 0,11
Elektro 1534961 2094350 42373 27,86263676
Elektro 710395 2094350 1219425126 67,86
Celpa 548721 1073089 4385 28,46629328
Celpa 483116 1073089 847257400 75,53
Cemat 629949 864524 5004 0,002316556
Cemat 452443 864524 64571 0,01
Celesc 1797803 1291498 0 0,007317915
Celesc 1147316 1291498 517253 0,04
Ampla 935110 1405351 3489 43,75290413
Ampla 590821 1405351 1592560129 100,00
Cemig 1242096 7337929 22127 29,37158058
Cemig 3925787 7337929 7103740377 100,00
Cesp 833544 18044583 0 100
Cesp 192714 18044583 1187261257 100,00
Eletropaulo 5636671 5089026 54697 18,6475472
Eletropaulo 2905662 5089026 3338103815 66,57
Enersul 470116 619837 0 36,59294083
Enersul 212728 619837 479573305 100,00
Escelsa 823528 750550 0 0,00945232
Escelsa 507201 750550 295360 0,04
RGE 832305 1109557 525704 0,028105162
RGE 420968 1109557 728900 0,07
Eficiência Média 51,8955
Desvio Padrão 39,641811
Coeficiente de Variação 0,7638776
Variância 1571,4732
Mínimo 0,01
Mediana 56,725
Máximo 100
272
2003 CSP AD Eficiência Correlação Eficiência 2003 IRSA IME CSP VE Eficiência
CEB 669515 642 43,10
CSP -0,14518
CEB 377951 412269 669515 65167294 43,10
Celg 771663 0 38,33
AD -0,28762
Celg 660057 1108863 771663 449442710 38,33
Celpe 818985 0 60,15
Celpe 525417 917430 818985 542098060 60,15
Coelba 1103716 245159 53,30
Coelba 593187 1532605 1103716 851952699 53,30
Coelce 695801 1052 52,43
Coelce 432697 1490946 695801 600473226 54,95
Copel 69629 0 80,28
Copel 1789279 5953401 69629 2896558899 100,00
Cosern 322053 0 100,00
Cosern 155332 317038 322053 534475 100,00
Light 3366901 14 0,09
Light 1737951 3967957 3366901 3210054 0,09
AES SUL 922363 54343 0,11
AES SUL 388146 1407368 922363 1069058 0,11
Elektro 1534961 42373 67,86
Elektro 710395 2094350 1534961 1219425126 67,86
Celpa 548721 4385 75,53
Celpa 483116 1073089 548721 847257400 89,14
Cemat 629949 5004 0,01
Cemat 452443 864524 629949 64571 0,01
Celesc 1797803 0 0,04
Celesc 1147316 1291498 1797803 517253 0,04
Ampla 935110 3489 100,00
Ampla 590821 1405351 935110 1592560129 100,00
Cemig 1242096 22127 100,00
Cemig 3925787 7337929 1242096 7103740377 100,00
Cesp 833544 0 100,00
Cesp 192714 18044583 833544 1187261257 100,00
Eletropaulo 5636671 54697 66,57
Eletropaulo 2905662 5089026 5636671 3338103815 66,57
Enersul 470116 0 100,00
Enersul 212728 619837 470116 479573305 100,00
Escelsa 823528 0 0,04
Escelsa 507201 750550 823528 295360 0,04
RGE 832305 525704 0,07
RGE 420968 1109557 832305 728900 0,07
Eficiência Média 53,688
Desvio Padrão 41,128617
Coeficiente de Variação 0,7660672
Variância 1691,5631
Mínimo 0,01
Mediana 57,55
Máximo 100
273
2003 IRSA IME CSP AD VE Eficiência
CEB 377951 412269 669515 642 65167294 43,10
Celg 660057 1108863 771663 0 449442710 64,10
Celpe 525417 917430 818985 0 542098060 88,23
Coelba 593187 1532605 1103716 245159 851952699 53,30
Coelce 432697 1490946 695801 1052 600473226 60,70
Copel 1789279 5953401 69629 0 2896558899 100,00
Cosern 155332 317038 322053 0 534475 100,00
Light 1737951 3967957 3366901 14 3210054 0,16
AES SUL 388146 1407368 922363 54343 1069058 0,11
Elektro 710395 2094350 1534961 42373 1219425126 67,86
Celpa 483116 1073089 548721 4385 847257400 89,14
Cemat 452443 864524 629949 5004 64571 0,01
Celesc 1147316 1291498 1797803 0 517253 0,07
Ampla 590821 1405351 935110 3489 1592560129 100,00
Cemig 3925787 7337929 1242096 22127 7103740377 100,00
Cesp 192714 18044583 833544 0 1187261257 100,00
Eletropaulo 2905662 5089026 5636671 54697 3338103815 66,57
Enersul 212728 619837 470116 0 479573305 100,00
Escelsa 507201 750550 823528 0 295360 0,05
RGE 420968 1109557 832305 525704 728900 0,07
Eficiência Média 56,6735
Desvio Padrão 41,688794
Coeficiente de Variação 0,7355959
Variância 1737,9555
Mínimo 0,01
Mediana 65,335
Máximo 100
274
APÊNDICE A3 – Análise de Correlação pelo método Stepwise: 2004
2004 CSP IME IRSA AD VE Correlação VE 2004 IRSA VE Produtividade Eficiência
CEB 613007 422236 469211 1613 68937138
CSP 0,1183045
CEB 469211 68937138 146,9214031 2,950518188
Celg 1026949 842953 848313 0 385246693
IME 0,3874323
Celg 848313 385246693 454,1327235 9,12002494
Celpe 1039589 955225 810941 0 644824672
IRSA 0,8291184
Celpe 810941 644824672 795,1560872 15,96855494
Coelba 1281882 1569488 875698 231274 1663164360
ATIVO
DIFERIDO 0,3033244
Coelba 875698 1663164360 1899,244214 38,14117263
Coelce 1048518 1511904 551175 304 579770576
Coelce 551175 579770576 1051,88112 21,12418144
Copel 13006 5730561 2534122 4996 3353569646
Copel 2534122 3353569646 1323,365507 26,57620957
Cosern 313201 320843 244860 0 376071
Cosern 244860 376071 1,535862779 0,030843641
Light 2900765 3945295 1868323 27 2359579
Light 1868323 2359579 1,262939306 0,025362713
AES SUL 1026143 1360510 538177 4475 218600
AES SUL 538177 218600 0,406186162 0,008157148
Elektro 1445320 1859824 928303 31 2046945823
Elektro 928303 2046945823 2205,04062 44,28226466
Celpa 617947 1064999 520559 723 319893194
Celpa 520559 319893194 614,5186124 12,34094084
Cemat 737103 857837 598935 0 177247
Cemat 598935 177247 0,295937105 0,005943095
Celesc 1763023 1156129 1759095 0 843769
Celesc 1759095 843769 0,479661013 0,009632691
Ampla 1237332 1833396 805866 5012 2329352581
Ampla 805866 2329352581 2890,496163 58,04778149
Cemig 1104458 7523550 4584685 63650 9684095316
Cemig 4584685 9684095316 2112,270596 42,41923014
Cesp 811175 17797013 216629 0 1078706675
Cesp 216629 1078706675 4979,511859 100
Eletropaulo 6391344 5101308 3157076 51240 2781747932
Eletropaulo 3157076 2781747932 881,1152891 17,69481254
Enersul 543947 632851 234606 0 473081865
Enersul 234606 473081865 2016,495166 40,4958402
Escelsa 904526 779993 646507 0 377733
Escelsa 646507 377733 0,584267456 0,011733428
RGE 1006124 1612495 545057 21628 659112
RGE 545057 659112 1,209253528 0,02428458
máximo 4979,511859
Eficiência Média 21,46387444
Desvio Padrão 26,13262513
Coeficiente de Variação 1,217516679
Variância 682,9140963
Mínimo 0,005943095
Mediana 14,15474789
Máximo 100
275
2004 CSP IME AD Eficiência Correlação Eficiência 2004 IRSA IME VE Eficiência
CEB 613007 422236 1613 2,950518188
CSP -0,07298
CEB 469211 422236 68937138 44,05
Celg 1026949 842953 0 9,12002494
IME 0,732303
Celg 848313 842953 385246693 47,90
Celpe 1039589 955225 0 15,96855494
AD 0,175323
Celpe 810941 955225 644824672 65,99
Coelba 1281882 1569488 231274 38,14117263
Coelba 875698 1569488 1663164360 86,49
Coelce 1048518 1511904 304 21,12418144
Coelce 551175 1511904 579770576 38,40
Copel 13006 5730561 4996 26,57620957
Copel 2534122 5730561 3353569646 58,91
Cosern 313201 320843 0 0,030843641
Cosern 244860 320843 376071 100,00
Light 2900765 3945295 27 0,025362713
Light 1868323 3945295 2359579 0,05
AES SUL 1026143 1360510 4475 0,008157148
AES SUL 538177 1360510 218600 0,01
Elektro 1445320 1859824 31 44,28226466
Elektro 928303 1859824 2046945823 86,61
Celpa 617947 1064999 723 12,34094084
Celpa 520559 1064999 319893194 27,91
Cemat 737103 857837 0 0,005943095
Cemat 598935 857837 177247 0,02
Celesc 1763023 1156129 0 0,009632691
Celesc 1759095 1156129 843769 0,07
Ampla 1237332 1833396 5012 58,04778149
Ampla 805866 1833396 2329352581 100,00
Cemig 1104458 7523550 63650 42,41923014
Cemig 4584685 7523550 9684095316 100,00
Cesp 811175 17797013 0 100
Cesp 216629 17797013 1078706675 100,00
Eletropaulo 6391344 5101308 51240 17,69481254
Eletropaulo 3157076 5101308 2781747932 42,45
Enersul 543947 632851 0 40,4958402
Enersul 234606 632851 473081865 100,00
Escelsa 904526 779993 0 0,011733428
Escelsa 646507 779993 377733 0,05
RGE 1006124 1612495 21628 0,02428458
RGE 545057 1612495 659112 0,04
Eficiência Média 49,9475
Desvio Padrão 40,524314
Coeficiente de Variação 0,8113382
Variância 1642,22
Mínimo 0,01
Mediana 45,975
Máximo 100
276
2004 CSP AD Eficiência Correlação Eficiência 2004 IRSA IME AD VE Eficiência
CEB 613007 1613 44,05
CSP -0,17296
CEB 469211 422236 1613 68937138 44,05
Celg 1026949 0 47,90
AD 0,250535
Celg 848313 842953 0 385246693 65,85
Celpe 1039589 0 65,99
Celpe 810941 955225 0 644824672 100,00
Coelba 1281882 231274 86,49
Coelba 875698 1569488 231274 1663164360 86,49
Coelce 1048518 304 38,40
Coelce 551175 1511904 304 579770576 46,93
Copel 13006 4996 58,91
Copel 2534122 5730561 4996 3353569646 100,00
Cosern 313201 0 100,00
Cosern 244860 320843 0 376071 100,00
Light 2900765 27 0,05
Light 1868323 3945295 27 2359579 0,12
AES SUL 1026143 4475 0,01
AES SUL 538177 1360510 4475 218600 0,01
Elektro 1445320 31 86,61
Elektro 928303 1859824 31 2046945823 100,00
Celpa 617947 723 27,91
Celpa 520559 1064999 723 319893194 29,82
Cemat 737103 0 0,02
Cemat 598935 857837 0 177247 0,03
Celesc 1763023 0 0,07
Celesc 1759095 1156129 0 843769 0,13
Ampla 1237332 5012 100,00
Ampla 805866 1833396 5012 2329352581 100,00
Cemig 1104458 63650 100,00
Cemig 4584685 7523550 63650 9684095316 100,00
Cesp 811175 0 100,00
Cesp 216629 17797013 0 1078706675 100,00
Eletropaulo 6391344 51240 42,45
Eletropaulo 3157076 5101308 51240 2781747932 42,45
Enersul 543947 0 100,00
Enersul 234606 632851 0 473081865 100,00
Escelsa 904526 0 0,05
Escelsa 646507 779993 0 377733 0,07
RGE 1006124 21628 0,04
RGE 545057 1612495 21628 659112 0,04
Eficiência Média 55,7995
Desvio Padrão 43,757201
Coeficiente de Variação 0,7841863
Variância 1914,6926
Mínimo 0,01
Mediana 56,39
Máximo 100
277
2004 IRSA IME AD CSP VE Eficiência
CEB 469211 422236 1613 613007 68937138 44,05
Celg 848313 842953 0 1026949 385246693 65,85
Celpe 810941 955225 0 1039589 644824672 100,00
Coelba 875698 1569488 231274 1281882 1663164360 86,49
Coelce 551175 1511904 304 1048518 579770576 46,93
Copel 2534122 5730561 4996 13006 3353569646 100,00
Cosern 244860 320843 0 313201 376071 100,00
Light 1868323 3945295 27 2900765 2359579 0,12
AES SUL 538177 1360510 4475 1026143 218600 0,01
Elektro 928303 1859824 31 1445320 2046945823 100,00
Celpa 520559 1064999 723 617947 319893194 37,08
Cemat 598935 857837 0 737103 177247 0,03
Celesc 1759095 1156129 0 1763023 843769 0,13
Ampla 805866 1833396 5012 1237332 2329352581 100,00
Cemig 4584685 7523550 63650 1104458 9684095316 100,00
Cesp 216629 17797013 0 811175 1078706675 100,00
Eletropaulo 3157076 5101308 51240 6391344 2781747932 42,45
Enersul 234606 632851 0 543947 473081865 100,00
Escelsa 646507 779993 0 904526 377733 0,07
RGE 545057 1612495 21628 1006124 659112 0,04
Eficiência Média 56,1625
Desvio Padrão 43,560007
Coeficiente de Variação 0,7756066
Variância 1897,4742
Mínimo 0,01
Mediana 56,39
Máximo 100
278
APÊNDICE A4 – Análise de Correlação pelo método Stepwise: 2005
2005 CSP IME IRSA AD VE Correlação VE 2005 IRSA VE Produtividade Eficiência
CEB 757310 422926 562326 2036 49403101
CSP 0,5655579
CEB 562326 49403101 87,8549119 2,240669424
Celg 1191363 2542671 879640 0 531728
IME -0,008277
Celg 879640 531728 0,604483652 0,015416873
Celpe 1111100 996797 1047448 0 1081879655
IRSA 0,9094594
Celpe 1047448 1081879655 1032,871947 26,34257482
Coelba 1441906 1599361 1554698 0 2634561633
AD 0,8876075
Coelba 1554698 2634561633 1694,580962 43,21893524
Coelce 1033589 1234409 728369 178 1057883750
Coelce 728369 1057883750 1452,400843 37,04232455
Copel 36582 5991291 3000468 5375 4389398442
Copel 3000468 4389398442 1462,904601 37,31021451
Cosern 386289 322144 342184 0 645228
Cosern 342184 645228 1,885617329 0,048091165
Light 3661764 3255486 2471104 0,127 2096054243
Light 2471104 2096054243 848,2258308 21,63332297
AES SUL 993082 570938 629208 3404 218600
AES SUL 629208 218600 0,347420964 0,008860694
Elektro 1387102 1216736 1192822 12304 2426989570
Elektro 1192822 2426989570 2034,661978 51,89243018
Celpa 740376 1602146 710234 422 437378918
Celpa 710234 437378918 615,8236841 15,70609166
Cemat 823760 1315273 708721 1455 442874
Cemat 708721 442874 0,624892165 0,015937376
Celesc 1980712 1256117 1655570 0 1045648
Celesc 1655570 1045648 0,631593983 0,016108301
Ampla 1300993 2069165 1003023 3313 2157383755
Ampla 1003023 2157383755 2150,88164 54,85651991
Cemig 5131350 7448 6005108 61982 14148998325
Cemig 6005108 14148998325 2356,16051 60,09199368
Cesp 1003406 17700143 315542 0 1237215732
Cesp 315542 1237215732 3920,922514 100
Eletropaulo 7476387 5114771 3561096 18833 3469106514
Eletropaulo 3561096 3469106514 974,1682095 24,84538284
Enersul 648101 701523 414751 0 557938626
Enersul 414751 557938626 1345,237567 34,3092107
Escelsa 1046651 761214 867199 0 1017488
Escelsa 867199 1017488 1,173304121 0,029924185
RGE 1106086 1645263 706621 18551 1170395
RGE 706621 1170395 1,656326447 0,042243284
máximo 3920,922514
Eficiência Média 25,48331262
Desvio Padrão 27,30456128
Coeficiente de Variação 1,071468285
Variância 745,5390666
Mínimo 0,008860694
Mediana 23,2393529
Máximo 100
279
2005 CSP IME AD Eficiência Correlação Eficiência 2005 IRSA IME VE Eficiência
CEB 757310 422926 2036 2,240669424
CSP 0,147581
CEB 562326 422926 49403101 7,47
Celg 1191363 2542671 0 0,015416873
IME 0,633554
Celg 879640 2542671 531728 0,03
Celpe 1111100 996797 0 26,34257482
AD 0,264456
Celpe 1047448 996797 1081879655 50,55
Coelba 1441906 1599361 0 43,21893524
Coelba 1554698 1599361 2634561633 76,33
Coelce 1033589 1234409 178 37,04232455
Coelce 728369 1234409 1057883750 76,24
Copel 36582 5991291 5375 37,31021451
Copel 3000468 5991291 4389398442 61,21
Cosern 386289 322144 0 0,048091165
Cosern 342184 322144 645228 100,00
Light 3661764 3255486 0,127 21,63332297
Light 2471104 3255486 2096054243 36,38
AES SUL 993082 570938 3404 0,008860694
AES SUL 629208 570938 218600 0,02
Elektro 1387102 1216736 12304 51,89243018
Elektro 1192822 1216736 2426989570 96,25
Celpa 740376 1602146 422 15,70609166
Celpa 710234 1602146 437378918 31,85
Cemat 823760 1315273 1455 0,015937376
Cemat 708721 1315273 442874 0,03
Celesc 1980712 1256117 0 0,016108301
Celesc 1655570 1256117 1045648 0,03
Ampla 1300993 2069165 3313 54,85651991
Ampla 1003023 2069165 2157383755 100,00
Cemig 5131350 7448 61982 60,09199368
Cemig 6005108 7448 14148998325 100,00
Cesp 1003406 17700143 0 100
Cesp 315542 17700143 1237215732 100,00
Eletropaulo 7476387 5114771 18833 24,84538284
Eletropaulo 3561096 5114771 3469106514 40,89
Enersul 648101 701523 0 34,3092107
Enersul 414751 701523 557938626 100,00
Escelsa 1046651 761214 0 0,029924185
Escelsa 867199 761214 1017488 0,06
RGE 1106086 1645263 18551 0,042243284
RGE 706621 1645263 1170395 0,09
Eficiência Média 48,8715
Desvio Padrão 41,99129
Coeficiente de Variação 0,8592184
Variância 1763,2684
Mínimo 0,02
Mediana 45,72
Máximo 100
280
2005 CSP AD Eficiência Correlação Eficiência 2005 IRSA IME AD VE Eficiência
CEB 757310 2036 7,47
CSP 0,049853
CEB 562326 422926 2036 49403101 8
Celg 1191363 0 0,03
AD 0,227254
Celg 879640 2542671 0 531728 0
Celpe 1111100 0 50,55
Celpe 1047448 996797 0 1081879655 78
Coelba 1441906 0 76,33
Coelba 1554698 1599361 0 2634561633 100
Coelce 1033589 178 76,24
Coelce 728369 1234409 178 1057883750 90
Copel 36582 5375 61,21
Copel 3000468 5991291 5375 4389398442 100
Cosern 386289 0 100,00
Cosern 342184 322144 0 645228 100
Light 3661764 0,127 36,38
Light 2471104 3255486 0,127 2096054243 80
AES SUL 993082 3404 0,02
AES SUL 629208 570938 3404 218600 0
Elektro 1387102 12304 96,25
Elektro 1192822 1216736 12304 2426989570 96
Celpa 740376 422 31,85
Celpa 710234 1602146 422 437378918 37
Cemat 823760 1455 0,03
Cemat 708721 1315273 1455 442874 0
Celesc 1980712 0 0,03
Celesc 1655570 1256117 0 1045648 0
Ampla 1300993 3313 100,00
Ampla 1003023 2069165 3313 2157383755 100
Cemig 5131350 61982 100,00
Cemig 6005108 7448 61982 14148998325 100
Cesp 1003406 0 100,00
Cesp 315542 17700143 0 1237215732 100
Eletropaulo 7476387 18833 40,89
Eletropaulo 3561096 5114771 18833 3469106514 53
Enersul 648101 0 100,00
Enersul 414751 701523 0 557938626 100
Escelsa 1046651 0 0,06
Escelsa 867199 761214 0 1017488 0
RGE 1106086 18551 0,09
RGE 706621 1645263 18551 1170395 0
Eficiência Média 57,0665
Desvio Padrão 45,22135
Coeficiente de Variação 0,7924325
Variância 2044,9705
Mínimo 0,02
Mediana 78,64
Máximo 100
281
2005 IRSA IME AD CSP VE Eficiência
CEB 562326 422926 2036 757310 49403101 7,73
Celg 879640 2542671 0 1191363 531728 0,04
Celpe 1047448 996797 0 1111100 1081879655 77,72
Coelba 1554698 1599361 0 1441906 2634561633 100,00
Coelce 728369 1234409 178 1033589 1057883750 90,45
Copel 3000468 5991291 5375 36582 4389398442 100,00
Cosern 342184 322144 0 386289 645228 100,00
Light 2471104 3255486 0,127 3661764 2096054243 79,56
AES SUL 629208 570938 3404 993082 218600 0,02
Elektro 1192822 1216736 12304 1387102 2426989570 96,25
Celpa 710234 1602146 422 740376 437378918 40,13
Cemat 708721 1315273 1455 823760 442874 0,04
Celesc 1655570 1256117 0 1980712 1045648 0,05
Ampla 1003023 2069165 3313 1300993 2157383755 100,00
Cemig 6005108 7448 61982 5131350 14148998325 100,00
Cesp 315542 17700143 0 1003406 1237215732 100,00
Eletropaulo 3561096 5114771 18833 7476387 3469106514 52,56
Enersul 414751 701523 0 648101 557938626 100,00
Escelsa 867199 761214 0 1046651 1017488 0,11
RGE 706621 1645263 18551 1106086 1170395 0,09
Eficiência Média 57,2375
Desvio Padrão 45,146299
Coeficiente de Variação 0,7887539
Variância 2038,1883
Mínimo 0,02
Mediana 78,64
Máximo 100
282
APÊNDICE A5 – Análise de Correlação pelo método Stepwise: 2006
2006 CSP IME IRSA AD VE Correlação VE 2006 IRSA VE Produtividade Eficiência
CEB 673,59 0,05 502,00 2,41 133973,60
CSP 0,543744
CEB 502,00 133973,60 266,8796832 1,981479451
Celg 1610,25 2090,94 1165,28 0,00 681,28
IME 0,275182
Celg 1165,28 681,28 0,584644674 0,004340763
Celpe 1434,10 1104,52 1331,93 0,00 1496402,65
IRSA 0,8415453
Celpe 1331,93 1496402,65 1123,48614 8,341454374
Coelba 1570,95 1736,08 1814,49 0,00 3410544,85
AD 0,6013637
Coelba 1814,49 3410544,85 1879,620373 13,9554615
Coelce 1059,61 1387,98 845,09 2,26 1962200,18
Coelce 845,09 1962200,18 2321,880348 17,23907246
Copel 569,08 6711,69 3727,18 23,20 6026717,99
Copel 3727,18 6026717,99 1616,965 12,00534594
Cosern 411,96 372,18 433,07 0,00 1140,11
Cosern 433,07 1140,11 2,632632826 0,019546291
Light 4056,42 3074,31 2888,59 97,91 3081201,14
Light 2888,59 3081201,14 1066,681093 7,919698647
AES SUL 950,71 635,77 662,85 2,83 421,59
AES SUL 662,85 421,59 0,636031811 0,004722293
Elektro 1378,02 1293,84 1575,31 10,13 5017746,43
Elektro 1575,31 5017746,43 3185,2519 23,64927562
Celpa 644,26 1720,53 956,32 0,39 1217443,11
Celpa 956,32 1217443,11 1273,044601 9,451868676
Cemat 696,20 1393,67 813,04 3,85 695,44
Cemat 813,04 695,44 0,855358431 0,006350709
Celesc 1571,30 0,00 311,66 0,00 1337,19
Celesc 311,66 1337,19 4,290582403 0,031855931
Ampla 1305,37 2287,46 1180,03 3,31 3294913,37
Ampla 1180,03 3294913,37 2792,219013 20,73115694
Cemig 5208,84 2,49 6506,33 82,75 16079057,16
Cemig 6506,33 16079057,16 2471,2952 18,34842052
Cesp 1029,54 17450,70 473,43 0,00 6376477,00
Cesp 473,43 6376477,00 13468,70809 100
Eletropaulo 6903,85 5078,49 3928,29 8,91 4075261,97
Eletropaulo 3928,29 4075261,97 1037,412672 7,702391829
Enersul 601,26 757,19 473,27 0,00 557938,63
Enersul 473,27 557938,63 1178,896334 8,752853846
Escelsa 974,27 796,69 848,20 0,00 471,43
Escelsa 848,20 471,43 0,55580554 0,004126643
RGE 1196,37 1707,20 783,11 19,07 1695,05
RGE 783,11 1695,05 2,164525282 0,016070771
máximo 13468,70809
Eficiência Média 12,50827466
Desvio Padrão 21,99781139
Coeficiente de Variação 1,758660725
Variância 483,9037059
Mínimo 0,004126643
Mediana 8,13057651
Máximo 100
283
2006 CSP IME AD Eficiência Correlação Eficiência 2006 IRSA IME VE Eficiência
CEB 673,59 0,05 2,41 1,981479451
CSP -0,01141
CEB 502,00 0,05 133973,60 39,74
Celg 1610,25 2090,94 0,00 0,004340763
IME 0,875756
Celg 1165,28 2090,94 681,28 0,02
Celpe 1434,10 1104,52 0,00 8,341454374
AD -0,01905
Celpe 1331,93 1104,52 1496402,65 36,75
Coelba 1570,95 1736,08 0,00 13,9554615
Coelba 1814,49 1736,08 3410544,85 60,09
Coelce 1059,61 1387,98 2,26 17,23907246
Coelce 845,09 1387,98 1962200,18 81,82
Copel 569,08 6711,69 23,20 12,00534594
Copel 3727,18 6711,69 6026717,99 53,39
Cosern 411,96 372,18 0,00 0,019546291
Cosern 433,07 372,18 1140,11 0,20
Light 4056,42 3074,31 97,91 7,919698647
Light 2888,59 3074,31 3081201,14 36,35
AES SUL 950,71 635,77 2,83 0,004722293
AES SUL 662,85 635,77 421,59 0,03
Elektro 1378,02 1293,84 10,13 23,64927562
Elektro 1575,31 1293,84 5017746,43 100,00
Celpa 644,26 1720,53 0,39 9,451868676
Celpa 956,32 1720,53 1217443,11 41,80
Cemat 696,20 1393,67 3,85 0,006350709
Cemat 813,04 1393,67 695,44 0,03
Celesc 1571,30 0,00 0,00 0,031855931
Celesc 311,66 0,00 1337,19 100,00
Ampla 1305,37 2287,46 3,31 20,73115694
Ampla 1180,03 2287,46 3294913,37 84,22
Cemig 5208,84 2,49 82,75 18,34842052
Cemig 6506,33 2,49 16079057,16 100,00
Cesp 1029,54 17450,70 0,00 100
Cesp 473,43 17450,70 6376477,00 100,00
Eletropaulo 6903,85 5078,49 8,91 7,702391829
Eletropaulo 3928,29 5078,49 4075261,97 35,88
Enersul 601,26 757,19 0,00 8,752853846
Enersul 473,27 757,19 557938,63 66,49
Escelsa 974,27 796,69 0,00 0,004126643
Escelsa 848,20 796,69 471,43 0,02
RGE 1196,37 1707,20 19,07 0,016070771
RGE 783,11 1707,20 1695,05 0,07
Eficiência Média 46,845
Desvio Padrão 38,434137
Coeficiente de Variação 0,8204533
Variância 1477,1829
Mínimo 0,02
Mediana 40,77
Máximo 100
284
2006 CSP AD Eficiência Correlação Eficiência 2006 IRSA IME CSP VE Eficiência
CEB 673,59 2,41 39,74
CSP 0,158376
CEB 502,00 0,05 673,59 133973,60 100,00
Celg 1610,25 0,00 0,02
AD 0,147074
Celg 1165,28 2090,94 1610,25 681,28 0,02
Celpe 1434,10 0,00 36,75
Celpe 1331,93 1104,52 1434,10 1496402,65 36,75
Coelba 1570,95 0,00 60,09
Coelba 1814,49 1736,08 1570,95 3410544,85 60,27
Coelce 1059,61 2,26 81,82
Coelce 845,09 1387,98 1059,61 1962200,18 86,24
Copel 569,08 23,20 53,39
Copel 3727,18 6711,69 569,08 6026717,99 100,00
Cosern 411,96 0,00 0,20
Cosern 433,07 372,18 411,96 1140,11 100,00
Light 4056,42 97,91 36,35
Light 2888,59 3074,31 4056,42 3081201,14 36,35
AES SUL 950,71 2,83 0,03
AES SUL 662,85 635,77 950,71 421,59 0,03
Elektro 1378,02 10,13 100,00
Elektro 1575,31 1293,84 1378,02 5017746,43 100,00
Celpa 644,26 0,39 41,80
Celpa 956,32 1720,53 644,26 1217443,11 68,51
Cemat 696,20 3,85 0,03
Cemat 813,04 1393,67 696,20 695,44 0,04
Celesc 1571,30 0,00 100,00
Celesc 311,66 0,00 1571,30 1337,19 100,00
Ampla 1305,37 3,31 84,22
Ampla 1180,03 2287,46 1305,37 3294913,37 84,82
Cemig 5208,84 82,75 100,00
Cemig 6506,33 2,49 5208,84 16079057,16 100,00
Cesp 1029,54 0,00 100,00
Cesp 473,43 17450,70 1029,54 6376477,00 100,00
Eletropaulo 6903,85 8,91 35,88
Eletropaulo 3928,29 5078,49 6903,85 4075261,97 35,88
Enersul 601,26 0,00 66,49
Enersul 473,27 757,19 601,26 557938,63 100,00
Escelsa 974,27 0,00 0,02
Escelsa 848,20 796,69 974,27 471,43 0,02
RGE 1196,37 19,07 0,07
RGE 783,11 1707,20 1196,37 1695,05 0,08
Eficiência Média 60,4505
Desvio Padrão 42,197451
Coeficiente de Variação 0,6980497
Variância 1780,6249
Mínimo 0,02
Mediana 76,665
Máximo 100
285
2006 IRSA IME CSP AD VE Eficiência
CEB 502,00 0,05 673,59 2,41 133973,60 100,00
Celg 1165,28 2090,94 1610,25 0,00 681,28 0,03
Celpe 1331,93 1104,52 1434,10 0,00 1496402,65 71,81
Coelba 1814,49 1736,08 1570,95 0,00 3410544,85 100,00
Coelce 845,09 1387,98 1059,61 2,26 1962200,18 96,58
Copel 3727,18 6711,69 569,08 23,20 6026717,99 100,00
Cosern 433,07 372,18 411,96 0,00 1140,11 100,00
Light 2888,59 3074,31 4056,42 97,91 3081201,14 36,35
AES SUL 662,85 635,77 950,71 2,83 421,59 0,03
Elektro 1575,31 1293,84 1378,02 10,13 5017746,43 100,00
Celpa 956,32 1720,53 644,26 0,39 1217443,11 100,00
Cemat 813,04 1393,67 696,20 3,85 695,44 0,04
Celesc 311,66 0,00 1571,30 0,00 1337,19 100,00
Ampla 1180,03 2287,46 1305,37 3,31 3294913,37 100,00
Cemig 6506,33 2,49 5208,84 82,75 16079057,16 100,00
Cesp 473,43 17450,70 1029,54 0,00 6376477,00 100,00
Eletropaulo 3928,29 5078,49 6903,85 8,91 4075261,97 73,90
Enersul 473,27 757,19 601,26 0,00 557938,63 100,00
Escelsa 848,20 796,69 974,27 0,00 471,43 0,04
RGE 783,11 1707,20 1196,37 19,07 1695,05 0,08
Eficiência Média 68,943
Desvio Padrão 43,651835
Coeficiente de Variação 0,6331583
Variância 1905,4827
Mínimo 0,03
Mediana 100
Máximo 100
286
APÊNDICES B, C, D, E, F, G, H E I
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DE INPUT PARA O OUTPUT
287
APÊNDICE B1 - Margem de contribuição de input para o output: Cesp e Cosern
APÊNDICE B2 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul
APÊNDICE B3 - Margem de contribuição de input para o output: Copel
288
APÊNDICE B4 - Margem de contribuição de input para o output: Cemig
APÊNDICE B5 - Margem de contribuição de input para o output: Ampla
289
APÊNDICE C1 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul
APÊNDICE C2 - Margem de contribuição de input para o output: Copel
APÊNDICE C3 - Margem de contribuição de input para o output: Celpe
290
APÊNDICE C4 - Margem de contribuição de input para o output: Cemig
APÊNDICE C5 - Margem de contribuição de input para o output: Cesp
APÊNDICE C6 - Margem de contribuição de input para o output: Ampla
291
APÊNDICE C7 - Margem de contribuição de input para o output: Elektro
APÊNDICE C8 - Margem de contribuição de input para o output: Cosern
292
APÊNDICE D1 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul
APÊNDICE D2 - Margem de contribuição de input para o output: Copel
APÊNDICE D3 - Margem de contribuição de input para o output: Cemig
293
APÊNDICE D4 - Margem de contribuição de input para o output: Cesp
APÊNDICE D5 - Margem de contribuição de input para o output: Ampla
APÊNDICE D6 - Margem de contribuição de input para o output: Coelba
294
APÊNDICE D7 - Margem de contribuição de input para o output: Cosern
295
APÊNDICE E1 - Margem de contribuição de input para o output: Enersul
APÊNDICE E2 - Margem de contribuição de input para o output: Cemig
APÊNDICE E3 - Margem de contribuição de input para o output: CEB
296
APÊNDICE E4 - Margem de contribuição de input para o output: Cesp
APÊNDICE E5 - Margem de contribuição de input para o output: Celpa
APÊNDICE E6 - Margem de contribuição de input para o output: Ampla
297
APÊNDICE E7 - Margem de contribuição de input para o output: Celesc
APÊNDICE E8 - Margem de contribuição de input para o output: Copel e Cosern
APÊNDICE E9 - Margem de contribuição de input para o output: Coelba
298
APÊNDICE E10 - Margem de contribuição de input para o output: Elektro
299
APÊNDICE F1 - Margem de contribuição de input para o output: Celpe, CEB,
Cemat, Light, Celesc, Celg e Escelsa
APÊNDICE F2 - Margem de contribuição de input para o output: Coelba, Elektro,
RGE e AES Sul
APÊNDICE F3 - Margem de contribuição de input para o output: Coelce
300
APÊNDICE F4 - Margem de contribuição de input para o output: Celpa
301
APÊNDICE G1 - Margem de contribuição de input para o output: Eletropaulo,
Coelba, Escelsa, Celg, Celesc e CEB
APÊNDICE G2 - Margem de contribuição de input para o output: RGE e AES Sul
APÊNDICE G3 - Margem de contribuição de input para o output: Cemat
302
APÊNDICE G4 - Margem de contribuição de input para o output: Celpa
APÊNDICE G5 - Margem de contribuição de input para o output: Coelce
APÊNDICE G6 - Margem de contribuição de input para o output: Light
303
APÊNDICE H1 - Margem de contribuição de input para o output: Escelsa, Celesc e
Celpe
APÊNDICE H2 - Margem de contribuição de input para o output: Elektro, RGE e
Celg
APÊNDICE H3 - Margem de contribuição de input para o output: Eletropaulo
304
APÊNDICE H4 - Margem de contribuição de input para o output: CEB
APÊNDICE H5 - Margem de contribuição de input para o output: Cemat
APÊNDICE H6 - Margem de contribuição de input para o output: Celpa
305
APÊNDICE H7 - Margem de contribuição de input para o output: Coelce
APÊNDICE H8 - Margem de contribuição de input para o output: Light
APÊNDICE H9 - Margem de contribuição de input para o output: AES Sul
306
APÊNDICE I1 - Margem de contribuição de input para o output: Light
APÊNDICE I2 - Margem de contribuição de input para o output: Celg
APÊNDICE I3 - Margem de contribuição de input para o output: AES Sul
307
APÊNDICE I4 - Margem de contribuição de input para o output: Escelsa
APÊNDICE I5 - Margem de contribuição de input para o output: Cemat
APÊNDICE I6 - Margem de contribuição de input para o output: RGE
308
APÊNDICE I7 - Margem de contribuição de input para o output: Celpe
APÊNDICE I8 - Margem de contribuição de input para o output: Eletropaulo
APÊNDICE I9 - Margem de contribuição de input para o output: Coelce
309
APÊNDICES J, K, L E M
POTENTIAL IMPROVEMENTS
310
APÊNDICE J1 - Potential Improvements: Celpe
APÊNDICE J2 - Potential Improvements: CEB
APÊNDICE J3 - Potential Improvements: Cemat
311
APÊNDICE J4 - Potential Improvements: Celpa
APÊNDICE J5 - Potential Improvements: Coelce
APÊNDICE J6 - Potential Improvements: Light
312
APÊNDICE J7 - Potential Improvements: Celesc
APÊNDICE J8 - Potential Improvements: Celg
APÊNDICE J9 - Potential Improvements: RGE
313
APÊNDICE J10 - Potential Improvements: Escelsa
APÊNDICE J11 - Potential Improvements: Coelba
APÊNDICE J12 - Potential Improvements: Eletropaulo
314
APÊNDICE J13 - Potential Improvements: Elektro
APÊNDICE J14 - Potential Improvements: AES Sul
315
APÊNDICE K1 - Potential Improvements: CEB
APÊNDICE K2 - Potential Improvements: Cemat
APÊNDICE K3 - Potential Improvements: Celpa
316
APÊNDICE K4 - Potential Improvements: Coelce
APÊNDICE K5 - Potential Improvements: Light
APÊNDICE K6 - Potential Improvements: Celesc
317
APÊNDICE K7 - Potential Improvements: Celg
APÊNDICE K8 - Potential Improvements: RGE
APÊNDICE K9 - Potential Improvements: Escelsa
318
APÊNDICE K10 - Potential Improvements: Coelba
APÊNDICE K11 - Potential Improvements: Eletropaulo
APÊNDICE K12 - Potential Improvements: AES Sul
319
APÊNDICE L1 - Potential Improvements: Celpe
APÊNDICE L2 - Potential Improvements: CEB
APÊNDICE L3 - Potential Improvements: Cemat
320
APÊNDICE L4 - Potential Improvements: Celpa
APÊNDICE L5 - Potential Improvements: Coelce
APÊNDICE L6 - Potential Improvements: Light
321
APÊNDICE L7 - Potential Improvements: Celesc
APÊNDICE L8 - Potential Improvements: Celg
APÊNDICE L9 - Potential Improvements: RGE
322
APÊNDICE L10 - Potential Improvements: Escelsa
APÊNDICE L11 - Potential Improvements: Eletropaulo
APÊNDICE L12 - Potential Improvements: Elektro
323
APÊNDICE L13 - Potential Improvements: AES Sul
324
APÊNDICE M1 - Potential Improvements: Celpe
APÊNDICE M2 - Potential Improvements: Cemat
APÊNDICE M3 - Potential Improvements: Coelce
325
APÊNDICE M4 - Potential Improvements: Escelsa
APÊNDICE M5 - Potential Improvements: Light
APÊNDICE M6 - Potential Improvements: Celg
326
APÊNDICE M7 - Potential Improvements: RGE
APÊNDICE M8 - Potential Improvements: Eletropaulo
APÊNDICE M9 - Potential Improvements: AES Sul
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