Introdu¸c˜ao e Motiva¸c˜oes
A tese ´e dividida em duas partes: a primeira trata de solu¸c˜oes de cordas tipo BPS em
teorias n˜ao-Abelianas, e a segunda trata de poss´ıveis extens˜oes de redu¸c˜ao de Legendre e um
tratamento multi-simpl´etico de redu¸c˜ao dimensional. Embora estes assuntos sejam bastante
diferentes, os conceitos e a ferramenta matem´atica realmente n˜ao s˜ao t˜ao divergentes: grupos
e as suas representa¸c˜oes, cosets, N = 2 supersimetria, extens˜oes centrais, termos topol´ogicos,
etc. tomam um papel central em ambas teorias.
A importˆancia de cordas (como solu¸c˜oes topol´ogicas em teorias de gauge [15]) tem sido
enfatizada bastante na f´ısica de hoje. As aplica¸c˜oes em confinamento continuam a motivar
muitos trabalhos recentes, baseados frequentemente nas id´eias originais de [16], onde crˆe-se
que o confinamento ´e uma generaliza¸c˜ao dual n˜ao-Abeliana do efeito de Meissner. Al´em disto,
fora das suas aplica¸c˜oes conhecidas em supercondutores [17], cordas parecem desempenhar
um papel importante com respeito `a forma¸c˜ao de gal´axias [18, 19].
Cordas satisfazendo condi¸c˜oes de BPS s˜ao particularmente interessantes na f´ısica. Elas
satisfazem equa¸c˜oes diferenciais da primeira ordem, assim facilitando a sua an´alise, em vez
de equa¸c˜oes de movimento da segunda ordem. Adicionalmente, a existˆencia destes objetos
topol´ogicos em teorias supersim´etricas e a sua rela¸c˜ao com a dualidade [6] tem sido outra
motiva¸c˜ao importante para estud´a-los com mais detalhe.
Numa teoria de Yang-Mills com grupo de gauge arbitr´ario semi-simples quebrada por um
escalar na representa¸c˜ao adjunta, conhecem-se as solu¸c˜oes BPS dos monopolos [20]. N˜ao
obstante, a situa¸c˜ao para cordas ´e diferente. Embora conhe¸cam-se as solu¸c˜oes BPS para
um grupo Abeliano quebrado ao seu centro Z [21, 22] (e em mais alguns casos [23, 24]), as
solu¸c˜oes BPS no caso de uma teoria de Yang-Mills quebrada a um grupo de gauge semisimples
n˜ao-Abeliano n˜ao parecem ser muito conhecidas na literatura e v˜ao ser o nosso objetivo na
primeira parte neste trabalho. Mas, contrariamente aos casos Abelianos, as nossas cordas v˜ao
ser associadas aos elementos de algum grupo Z
k
em vez de Z.
Relacionados ao nosso trabalho, e formando em parte uma motiva¸c˜ao para o nosso es-
tudo, s˜ao os trabalhos de Seiberg e Witten [6], onde considera-se uma teoria Yang-Mills
supersim´etrica N = 2 com grupo de gauge SU (2). Exigindo que os termos supersim´etricos F
e D sejam nulos, ´e f´acil ver (pelo menos classicamente) que o grupo de gauge ´e quebrado ao
grupo U(1) no espa¸co m´odulo, e com mais trabalho vˆe-se que monopolos sem massa aparecem
neste ponto, al´em de um termo de massa quebrando N = 2. Nesta teoria efetiva, o grupo U(1)
´e quebrado ao grupo Z, solu¸c˜oes de cordas Abelianas aparecem, e crˆe-se que confinamento
´e produzido. Ap´os este resultado interessante, muitos trabalhos sa´ıram generalizando este
resultado [25] onde a teoria efetiva tinha um grupo de gauge U(1)
rankG
quebrado a seu cen-
tro discreto. Mas n˜ao consideravam o caso de um grupo quebrado a um grupo n˜ao-Abeliano
semisimples, e assim n˜ao continham o grupo SU(3) × U(1). De certa forma, em termos do
trabalho de Seiberg e Witten, o nosso trabalho pode ser visto como uma teoria efetiva onde o
grupo de gauge ´e n˜ao-Abeliano e semi-simples, permitindo um grupo res´ıduo SU (3) × U (1).
Ent˜ao, na primeira parte da tese, come¸camos por revisar brevemente as cordas abelianas
tipo BPS, incluindo as suas solu¸c˜oes, tens˜oes, etc. que v˜ao ser generalizadas ao caso n˜ao-
Abeliano da mesma forma. Seguimos por introduzir a nossa teoria, que vai ser a parte bosˆonica
de uma teoria supersim´etrica N = 2 de Yang-Mills com mat´eria em quatro dimens˜oes, onde
o campo de gauge S est´a na representa¸c˜ao adjunta, e onde a mat´eria φ (com massa µ) est´a
numa representa¸c˜ao especial motivada pelo trabalho de [1], garantindo a possibilidade de
cordas Z
k
. Vamos propor as condi¸c˜oes de BPS parecidas ao caso Abeliano, e mostrar que
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