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Também é fundamental verificar a estrutura produtiva para eletrônica embarcada
apresentada em 2.7.1 e avaliá-la.
As montadoras, de forma geral, estão instaladas no Brasil há quase 50 anos bem
como seus fornecedores, e portanto existe um importante conhecimento tecnológico
agregado a essas empresas bem como à maioria de seus fornecedores. Existe um
consenso no mercado que, devido a essas montadoras serem multinacionais e assim
seguirem as orientações de suas matrizes, o Brasil não tem conhecimento tecnológico
para desenvolver um veículo próprio, sem dependência estrangeira. Essa linha de
pensamento é equivocada e para confirmar esse fato basta citar o exemplo da
Volkswagen Caminhões e Ônibus. Até antes de 1997, a VW não tinha em lugar
algum do mundo uma planta que produzisse caminhões ou ônibus: entretanto aqui no
Brasil, pela primeira vez montaram uma fábrica em Rezende, RJ, para produção
modular desses veículos, com projeto da planta e dos veículos feitos no Brasil; e para
surpresa até mesmo da própria VW, em 2003 tornou-se líder de mercado,
ultrapassando outras empresas multinacionais e assim se mantém até hoje. Indo além,
a VW Caminhões e Ônibus se tornou o centro de competência mundial para esses
veículos e expandiu sua tecnologia, construiu uma planta no México e outra está em
preparo na África do Sul.
Para avaliar os fornecedores de peças para montadoras, os tier 1, é preciso restringir
a análise aos fabricantes com eletrônica embarcada e pode-se citar os exemplos
principais com plantas no Brasil como Bosch, Siemens VDO, Magneti Marelli, TRW,
Kostal, Johnson Controls, Visteon, Denso e Valeo.
De imediato, o que chama a atenção é o elevado número de fabricantes instalados no
Brasil, o que não é muito comum mesmo em outros países na Europa ou sudeste
asiático e EUA. Outra característica é que, como os veículos populares utilizam o
mínimo de aplicações possíveis, atualmente eles dispõem basicamente de três
funções eletrônicas: módulo de ignição eletrônica do motor, painel do velocímetro e
outras funções simples e o temporizador do limpador de pára-brisa.
Entre essas funções a mais complexa é a injeção eletrônica, e que sem exceção, é
projetada fora do Brasil. Recentemente, com o advento do motor bi-combustível,
alguns fabricantes desenvolveram o software de controle da injeção eletrônica no
Brasil. Outras aplicações, como painel, levantadores de vidro, alarmes antifurto, e