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MARTHA GABRIELA CELLE RIVERO
Avaliação de um teste in house de PCR-colorimétrico em placa para
o diagnóstico de Tuberculose Pulmonar
Tese apresentada à Universidade Federal de o
Paulo - Escola Paulista de Medicina para obtenção
dotulo de Doutor em Ciências.
São Paulo
2008
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ii
MARTHA GABRIELA CELLE RIVERO
Avaliação de um teste in house de PCR-colorimétrico em placa para
o diagnóstico de Tuberculose Pulmonar
Tese apresentada à Universidade Federal de o
Paulo - Escola Paulista de Medicina para obtenção
dotulo de Doutor em Ciências.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Campos
Pignatari
Disciplina de Infectologia - Universidade Federal de
São Paulo - UNIFESP
Co-orientador: Prof
a
. Dr
a
. Sylvia Cardoso Leão
Disciplina de Microbiologia - Universidade Federal
de São Paulo - UNIFESP
Este trabalho foi realizado com auxílio financeiro
fornecido pelo Conselho Nacional para o
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
São Paulo
2008
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iii
RIVERO, Martha Gabriela Celle
Avaliação de um teste in house de PCR-
colorimétrico em placa para
o diagnóstico de Tuberculose Pulmonar.
Martha Gabriela Celle
Rivero - São Paulo, 2008. xxiv, 116f.
Tese (Doutorado) -
Universidade Federal de São Paulo. Escola
Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Infectologia.
Título em inglês: Evaluation of microwell Colorimetric PCR in house
for pulmonar tuberculosis diagnosis.
Key-words: 1.Tuberculose Pulmonar, 2. PCR colorimétrico in house,
3.Mycobacterium tuberculosis.
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DISCIPLINA DE INFECTOLOGIA
Chefe do Departamento:
Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola
Coordenador do curso de Pós-graduação:
Prof. Dr. Ricardo Sobhie Diaz
São Paulo
2008
v
MARTHA GABRIELA CELLE RIVERO
Avaliação de um teste in house de PCR-colorimétrico em placa para
o diagnóstico de Tuberculose Pulmonar
BANCA EXAMINADORA:
Titular: Prof. Dr. Antonio Carlos Campos Pignatari
Titular: Prof. Dr. Afranio Lineu Kritski
Titular: Dr
a
. Antonia Maria de Oliveira Machado
Titular: Prof. Dr. Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros
Titular:
Prof
a
. Dr
a
. Maria Lúcia Rossetti
Suplente: Prof. Dr. Katsumi Osiro
Suplente: Dr
a
. Lucilene Ferrazoli
Aprovada em: 10/06/2008
vi
DEDICATÓRIA
À MEMÓRIA DOS MEUS PAIS MARIA MARTHA E DANIEL
AUGUSTO.
AO MEU ESPOSO ALBERTO, PELO APOIO,
COMPANHEIRISMO, INCENTIVO E, MAIS QUE NADA, PELO
AMOR.
AOS MEUS FILHOS ALBERT, TELMA, FABIOLA, RICARDO,
COMO ESTÍMULO NESSA LUTA CONSTANTE POR
ALCANÇAR NOSSOS SONHOS.
vii
AGRADECIMENTOS
viii
Ao Prof. Dr. ANTONIO CARLOS CAMPOS PIGNATARI, Professor Titular da
Disciplina de Infectologia, Orientador deste trabalho, pela confiança, pelos seus
ensinamentos, pelo estímulo........muito obrigada pelo carinho e preocupação
com seus alunos.
À Profa. Dr
a
. SYLVIA CARDOSO LEÃO, Professora Adjunta da Disciplina de
Microbiologia do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia,
Co-Orientadora deste trabalho; por ter-me acolhido no seu laboratório, apoiado
e colaborado com muita dedicação.
ix
Às estagrias Luciana Cirilo e Cristiana Glicetti, e a aluna de Mestrado
Fernanda Inoue do Laboratório Especial de Microbiologia Clínica (LEMC), pela
colaboração na fase da seleção das amostras.
Ana Paula Toledo da Silva e Luiza Reis responsáveis pelo setor de
micobactérias da seção de Microbiologia do Laboratório Central do Hospital
São Paulo, pelo apoio e ajuda na coleta dos resultados.
À Dr
a
. Dea Rosa Sperhacke, pelo treinamento técnico, amizade e preocupação
durante o desenvolvimento deste trabalho.
À Dr
a
Maria Lúcia Rossetti e todos seus colaboradores do Centro de
Desenvolvimento de Ciências e Tecnologia-CDCT, Fundação Estadual de
Produção e Pesquisa em Saúde-FEPPS/RS, Porto Alegre; em especial à
Candice Michelon, por ter-me recebido no seu laboratório para a realização do
PCR colorimétrico em placa.
À Rosana Capecce, secretária do LEMC/ALERTA, pela colaboração constante
nos detalhes administrativos e sobre tudo pela grande amizade.
À minha amiga, Mirian Silva do Carmo, aluna de pós-doutorado do
LEMC/ALERTA, pela revisão e ajuda na discussão deste trabalho.
A Rodrigo Cayô, querido amigo, sempre prestativo, pelo auxilio na formatação
do trabalho e por suas maravilhosas sugestões.
x
Aos meus colegas e amigos do laboratório LEMC/ALERTA, Dra. Ana Cristina
Gales, Dra. Soraya Sgambatti, Suzane Silvert, Andrea Pereira, Jussimara
Monteiro, Thaís Ávila, Fernanda Marques, Paulo Bispo, Pedro D`Azevedo
Liana Carballo, Itacy Siqueira, Anderson Fernandes, Adriana Nicoletti, Renata
Picão, Danilo Xavier, Maria Cecília Cergole Novella, Kelly Santiago, Eloísa
Campana, Alinne Guimarães, Loren Paschoal, Adryella Luz, Lorena Feldberg,
Raquel Girardello, Amilton Mouro, Paula Koga, Marco Zonta, Vinícius Gomes,
Bruna Teixeira, Paula Barbosa, Paula Perabo, Andréia Penteado, Juliana
Gugel, Juliana Bertoli, Roberto Chirotto, Kátia Kiyota, Jéssica Sanches, Jacira
Donizeti, Lilian D’Alamo.
À Renata Volpi, Agda do Carmo Vinagre, Mirella Carla Baretta, Ana Paula
Veschi e Roseli Sampaio, funcionárias do Laboratório de Microbiologia do
IDIPA, pelo carinho e amizade.
À Dr
a
. Antonia Maria de Oliveira Machado, chefe da seção de Microbiologia do
Laboratório Central do Hospital São Paulo, à Eliete A. Miranda, Fernando P.
Pinto, Thomas Chagas Neto, Clarice Matsumoto, Neide Ferreira Yonashiro,
Lisete L.M. Pires, Elza Maria Silva e Mara Paes, pelo apoio e amizade.
À Cristina Viana Niero e Michelle Rabelo, alunas de pós graduação da Dr
a
.
Sylvia C. Leão, pelo auxilio.
xi
SUMÁRIO
ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS .........................................................xiv
ÍNDICE DE TABELAS.....................................................................................xvii
ÍNDICE DE FIGURAS .......................................................................................xx
RESUMO.........................................................................................................xxii
ABSTRACT.................................................................................................... xxiii
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 4
2.1. Epidemiologia......................................................................................... 5
2.2. Programa Nacional de Controle da Tuberculose - PNCT.....................10
2.3 - Diagnóstico ......................................................................................... 11
2.4 - Baciloscopia........................................................................................ 12
2.5 - Cultura................................................................................................. 14
2.6 - Testes Rápidos ................................................................................... 19
2.7 - Técnicas de Biologia Molecular........................................................... 19
3.OBJETIVOS.................................................................................................. 25
4. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................27
4.1 - Seleção de Pacientes.......................................................................... 28
4.1.1 - Critérios de Inclusão ..................................................................... 28
4.1.2 - Critérios de Exclusão .................................................................... 28
4.2 Parâmetros Clínicos e Epidemiológicos - Coleta de Dados .................. 28
4.3 - Coleta e Armazenamento do Material Biogico.................................. 29
4.4 - Baciloscopia e Cultura......................................................................... 29
xii
4.5 - Procedimentos Moleculares................................................................ 29
4.5.1 - Extração de DNA ........................................................................... 30
4.5.2 - Amplificação por PCR da região IS6110 de M. tuberculosis.......... 31
4.5.2.1 - Detecção dos Produtos Amplificados em Gel de Agarose.......32
4.5.2.2 - Detecção dos Produtos Amplificados por Colorimetria em Placa
Amino Link ................................................................................................33
4.6 - Análise Estatística dos Dados............................................................. 34
5. RESULTADOS............................................................................................. 35
5.1 - Análise Descritiva................................................................................ 36
5.2 - Análise Correlacional .......................................................................... 51
5.3 - Análise Inferencial............................................................................... 54
6. DISCUSSÃO ................................................................................................ 60
7. CONCLUSÕES ............................................................................................ 77
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 79
9. ANEXOS ...................................................................................................... 99
Anexo 1. Protocolo Clínico........................................................................ 100
Anexo 2. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UNIFESP...... 101
Anexo 3. Protocolo e POP do Setor de Micobactérias da Seção de
Microbiologia do Laboratório Central do Hospital São Paulo – HSP.........102
10. APÊNDICES............................................................................................. 104
Apêndice 1. Grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP sem
associação a outras doenças.................................................................... 105
Apêndice 2. Grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP associado
a outras doenças ...................................................................................... 106
xiii
Apêndice 3. Grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP associado
ao HIV....................................................................................................... 108
Apêndice 4. Grupo de pacientes com outros diagnósticos clínicos........... 110
xiv
ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMT - Amplificação mediada por transcrição
ANP - Amostra Não Processada
BAAR - Bacilos Ácido-Álcool Resistentes
BCG - Bacilo Calmette-Guérin
EMB - Etambutol
CD4 - Linfócito TCD4
CDC - Center for Disease Control and Prevention
CDCT- FEPPS - Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-
Fundação de Pesquisa e Produção em Saúde
CNE - Controle Negativo de Extração
CNR - Controle Negativo de Reação
CPE - Controle Positivo de Extração
CPR - Controle Positivo de Reação
CVE - Centro de Vigilância Epidemiológica
DR - Direct Repeat
ELISA - Enzyme Linked Immune Assay
EtBr - Brometo de Etídio
EUA - Estados Unidos da América
FDA - Food and Drug Administration
FIND - Foundation for Innovantive New Diagnostic
HA - Hidroxilamina
HIV - Human Immunodeficiency Virus
HSP - Hospital São Paulo
xv
INH - Isoniazida
IS - Insertion Sequence
LBA - Lavado Broncoalveolar
LJ - Löwenstein-Jenssen
MAC - Complexo Mycobacterium avium
MGIT - Mycobacteria Growth Indicator Tube System®
NASBA - Amplificação baseada na seqüência de ácidos nucléicos
ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
OMS - Organização Mundial de Saúde
PCR - Polymerase Chain Reaction
PGRS - Polymorphic Guanine-Cytosine Rich Repetitive Sequence
PNB - Ácido р-nitrobenzóico
PNCT - Programa Nacional de Controle da Tuberculose
POP - Protocolo Operacional de Procedimentos
PZA - Pirazinamida
REDE-TB - Rede de Estudos em Tuberculose do Brasil
RFLP - Restriction Fragment Length Polymorphism
RIF - Rifampicina
SAME - Serviço de Arquivo Médico
SDA - Amplificação por transferência de fita
SIDA - síndrome de imunodeficiência adquirida
SM - Estreptomicina
ST - Solução Tampão
SVS - Serviço de Vigilância Sanitária
TBP - Tuberculose Pulmonar
xvi
TCH - Thiophene-2-Carboxylic Hydrazide
TE - Tamo Tris-EDTA
TMB - Tetrametilbenzidina
USA - United States of America
xvii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela I - Resultado da baciloscopia direta de acordo com o tipo de amostra ........
37
Tabela II - Resultado da PCR colorimétrica da ANP de acordo com o tipo
espécime clínico.........................................................................................................
37
Tabela III - Resultado do método baciloscopia do sedimento de acordo com o tipo
de amostra.................................................................................................................
38
Tabela IV - Resultado da PCR colorimétrica do sedimento de acordo com o tipo
de amostra.................................................................................................................
39
Tabela V - Resultado da cultura de acordo com o tipo de amostra..........................
39
Tabela VI -
D
istribuição do número de pacientes de acordo com o diagnóstico
clínico.........................................................................................................................
40
.
Tabela VII - Resultados de baciloscopia direta da amostra de acordo com o
diagnóstico clínico......................................................................................................
41
Tabela VIII - Resultado da PCR colorimétrica da ANP de acordo com o
diagnóstico clínico......................................................................................................
42
Tabela IX - Resultado da baciloscopia do sedimento de acordo com o diagnóstico
clínico.........................................................................................................................
42
Tabela X - Resultado da PCR colorimétrica do sedimento de acordo com o
diagnóstico clínico......................................................................................................
43
Tabela XI - Resultado da cultura para M. tuberculosis, de acordo com o
diagnóstico clínico .....................................................................................................
44
xviii
Tabela XII - Distribuição dos pacientes de acordo com o diagnóstico clínico,
considerando a ocorrência de tratamento prévio ou não...........................................
44
Tabela XIII - Resultado da baciloscopia direta de acordo com o diagnóstico
clínico, considerando tratamento prévio e sem tratamento.......................................
45
Tabela XIV - Resultado da PCR colorimétrica da ANP de acordo com o
diagnóstico clínico, considerando tratamento prévio e sem tratamento....................
46
Tabela XV - Resultado da baciloscopia do sedimento, de acordo com o
diagnóstico clínico, considerando ocorrência de tratamento prévio ou não.............
47
Tabela XVI - Resultado da PCR colorimétrica do sedimento de acordo com o
diagnóstico clínico, considerando tratamento prévio e sem tratamento....................
48
Tabela XVII - Resultado da cultura de acordo com o diagnóstico clínico,
considerando tratamento prévio e sem tratamento................................................... 49
Tabela XVIII - Resumo dos resultados das análises descritas.................................
50
Tabela XIX - Distribuição das amostras com relação às avaliações pelos métodos
de PCR colorimétrica e baciloscopia direta...............................................................
52
Tabela XX - Distribuição das amostras com relação às avaliações pela PCR
colorimétrica e baciloscopia do sedimento................................................................
52
Tabela XXI - Distribuição da amostra com relação às avaliações pelos métodos
de PCR colorimétrica da ANP e da cultura................................................................
53
Tabela XXII - Distribuição da amostra com relação às avaliações pelos métodos
de PCR colorimétrica do sedimento e da cultura.......................................................
53
xix
Tabela XXIII - Resultados do estudo de concordância entre a PCR colorimétrica
da ANP e os outros testes.........................................................................................
54
Tabela XXIV - Resultados do estudo de concordância entre a PCR colorimétrica
do sedimento e os outros testes................................................................................
54
Tabela XXV - Medidas de eficácia diagnóstica da PCR colorimétrica
da ANP em
relação à Cultura........................................................................................................
55
Tabela XXVI - Medidas de eficácia diagnóstica da PCR colorimétrica do
sedimento em relação à Cultura................................................................................
55
Tabela XXVII - Resultado do estudo de concordância entre os métodos utilizados
e o Diagnóstico Clínico de TBP.................................................................................
56
Tabela XXVIII - Medidas de eficácia diagnóstica dos métodos utilizados no estudo
em que a Prevalência TBP foi de 23,9% (35/146).....................................................
57
xx
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Forma inalaria de transmissão da tuberculose em humanos...............
6
Figura 2 - Tendência a diminuir a incidência de TB em 9 regiões do mundo........
10
Figura 3 - Identificação de bacilos ácido-
álcool resistentes pela técnica de
coloração Ziehl-Neelsen............................................................................................
13
Figura 4 - Cultura de M. tuberculosis........................................................................
15
Figura 5 - Eletroforese em gel de agarose (1,5%)....................................................
32
Figura 6 - Resultados da deteão colorimétrica em placas de ELISA....................
33
.
Figura 7 - Nomograma de Fagan.............................................................................
59
xxi
xxii
RESUMO
As técnicas mais utilizadas no diagnóstico laboratorial de rotina para
tuberculose pulmonar (TBP) apresentam sensibilidade variável. Diversos testes
de amplificação de ácidos nucléicos m sido propostos para o diagnóstico
rápido da tuberculose pulmonar em associação com a pesquisa de BAAR,
cultura e o diagnóstico clínico. Neste estudo avaliamos o desempenho de um
teste in house de PCR colorimétrico utilizando a seqüência IS6110 em
amostras de escarro, lavado brônquio alveolar e aspirado traqueal de 150
pacientes internados com suspeita cnica de TBP em um Hospital Geral
Universitário no período de março a dezembro de 2005. Foi realizada a PCR
colorimétrica em amostras não processadas (ANP) e em sedimentos. A
validade do teste foi estimada em comparação com a baciloscopia, cultura e
diagnóstico clínico de TBP. A sensibilidade do teste in house PCR colorimétrico
foi de 41,93% (ANP) e 48,38% (sedimento) e a especificidade de 98,21%
(ANP) e 97,67% (sedimento) em comparação com a cultura. O teste in house
PCR colorimétrico teve uma boa concordância, kappa = 0,6, em comparação
com a baciloscopia e kappa = 0,5 quando comparado à cultura. Com respeito
ao diagnóstico clínico a sensibilidade foi de 28,6% (ANP e sedimento) e a
especificidade de 98,2% (ANP) e 97,3% (sedimento) Os valores preditivos
positivo e negativo obtidos foram de 83,3% e 81,1% para ANP e de 76,9% e
81,2% para sedimento, respectivamente. O teste in house de PCR
colorimétrico apresentou baixa sensibilidade, mas demonstrou ser altamente
específico para o diagnóstico de TBP, além de apresentar boa concordância
com os demais métodos utilizados na rotina laboratorial em um Hospital Geral
Universitário para o diagnóstico de TBP. Em relação ao diagnóstico clínico
observamos alto valor preditivo (positivo e negativo) e alta probabilidade
positiva pós-teste.
xxiii
ABSTRACT
The techniques most widely used in the routine laboratory diagnosis of
pulmonary tuberculosis (PTB) show variable sensitivities. Various nucleic acids
amplification tests have been proposed for the rapid diagnosis of PTB in
association with the acid-fast bacillus staining, culture and clinical diagnosis.
We evaluated the performance of an in-house colorimetric PCR test using the
IS6110 sequence in samples of sputum, broncho-alveolar lavage and tracheal
aspirate from 150 patients with clinical suspicion of PTB admitted to a General
University Hospital in the period from March to December 2005. The
colorimetric PCR test was applied to non-processed samples (NPS) and to the
sediment. The validity of the test was estimated in comparison with culture and
clinical diagnosis of PTB. The sensitivity of the in house colorimetric PCR test
was 41.93% (NPS) and 48.38% (sediment) and specificity 98.21% (NPS) and
97.67% (sediment). The in house colorimetric PCR test had a good agreement,
kappa = 0.6, in comparison to the acid-fast staining and kappa = 0.5 when
compared to culture. Considering the clinical diagnosis, sensitivity was 28.6%
(NPS and sediment) and specificity 98.2% (NPS) and 97.3% (sediment). The
positive and negative predictive values were 83.3% and 81.1% for NPS and
76.9% and 81.2% for sediment, respectively. The in house colorimetric PCR
test showed low sensitivity, high specificity and good agreement compared with
acid-fast bacillus staining and culture used for diagnosis of PTB in a routine
microbiology laboratory at a General University Hospital The test also showed
high predictive values (positive and negative) and high positive post-test
probability when the clinical diagnosis was considered.
INTRODUÇÃO
1
1. INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
2
A tuberculose é uma doença grave, mas o tratamento leva à cura, desde
que o diagnóstico seja feito com rapidez e os medicamentos sejam tomados
regularmente e de maneira adequada. O tratamento correto dos pacientes
bacilíferos é prioridade do programa de controle da doença, pois permite a
quebra da cadeia de transmissão (Ministério da Saúde, 1997).
O raciocínio diagnóstico da tuberculose pulmonar desenvolve-se a partir
do exame clínico, dos dados epidemiológicos e da interpretação dos resultados
de exames complementares. Uma forte suspeita clínica é a condição sine qua
non para qualquer tentativa de diagnóstico precoce da tuberculose (Schluger,
Kinney & Rom, 1994). Sintomas de tosse persistente, febre, dor torácica,
sudorese noturna, perda de peso, inapetência e hemoptise são todos
sugestivos, mas pouco específicos para a confirmação da tuberculose
pulmonar. Devemos estar atentos para os grupos de pacientes em que a
tuberculose é mais freqüente, que incluem pacientes infectados pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), idosos, etilistas, pessoas vivendo ou residindo
em locais onde a tuberculose é comum, contactantes de pessoas com
tuberculose em atividade, pacientes com neoplasia, diabetes mellitus ou
imunosuprimidos. A partir das informações obtidas com a anamnese do
paciente podemos estabelecer o diagnóstico clínico-epidemiológico, e caminhar
na investigação tentando sua confirmação (Wolinsky, 1994).
O exame microscópico para o diagnóstico da tuberculose pulmonar é um
componente essencial do Programa de Controle da Tuberculose; já a cultura é
necessária para a detecção das formas paucibacilares da tuberculose
pulmonar (pacientes imunodeprimidos ou crianças) e das formas
extrapulmonares. Mas ao utilizar a cultura são necessárias em torno de oito
INTRODUÇÃO
3
semanas para o fornecimento do resultado final ao paciente. A realização do
teste de sensibilidade às drogas ou a identificação das demais espécies do
gênero aumenta esse tempo em duas semanas, e no caso de espécimes
biológicos com baciloscopia negativa o tempo pode ser mais longo.
Diversos testes de amplificação e detecção de ácidos nucléicos de
bactérias do complexo M. tuberculosis m sido propostos para o diagnóstico
rápido da tuberculose (alguns disponíveis comercialmente e outros in house). A
verificação da validade desses testes é efetuada em comparação com a cultura
e ou diagnóstico clínico do paciente.
O presente trabalho teve o intuito de avaliar o desempenho de um novo
teste in house de PCR colorimétrico quando aplicado em codições de rotina
laboratorial em um Hopital Geral Universitário, estimando a sua validade com
respeito ao diagnóstico clínico de tuberculose pulmonar.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5
Historicamente a tuberculose constitui inusitado fenômeno de
interpenetração cultural com diversas formas da manifestação humana, por ter
vitimado cientistas, literatos, poetas, músicos, pintores e monarcas, interferindo
inclusive no curso político de países. Na época anterior à moderna
quimioterapia os tratamentos foram bizarros, danosos, bárbaros, românticos e
eróticos. O pneumotórax foi o primeiro tratamento racional. Nos sanatórios, os
dramas dos doentes, os internamentos por longos anos despersonalizavam os
pacientes, criando-se o denominado "Hominis Sanatorialis". Após a descoberta
do bacilo por Koch, criaram-se a histeria contra o escarro e ambiente propício
ao charlatanismo. Nas estâncias climatéricas, havia aspectos peculiares de
assimilação dos tísicos e paralelamente o desencadeamento de quadros
dantescos, de miséria dos doentes amontoados em verdadeiras mansardas.
Os tisiólogos dessa época foram heróis idealistas e humanitários,
ajudando os pacientes e lutando contra a doença praticamente de mãos vazias.
O apogeu da integração da tuberculose no romantismo, dos dramas e
dos lirismos de tuberculosos célebres ocorreu no século 19 e primeira metade
do século 20, contrastando com a imensa massa humana anônima dizimada
pelo Mycobacterium tuberculosis, cujos sofrimentos permaneceram ignorados
restando apenas frios números estatísticos (Rosemberg, 1999).
2.1. Epidemiologia
A tuberculose (TB) é uma das doenças mais antigas descritas, sendo
que existem relatos de lesões tuberculosas observadas em esqueletos datados
de 2000 anos a.C. (Arriaza et al., 1995). Mycobacterium tuberculosis, o agente
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6
etiológico da tuberculose, foi isolado e cultivado em 1882, pelo médico alemão
Robert Koch e chamado desde então de bacilo de Koch.
Apesar de antiga, esta doença possui mecanismos imunopatogênicos
pouco conhecidos. Sabe-se que a bactéria é um patógeno intracelular
facultativo, que pode sobreviver e reproduzir-se dentro de células fagocitárias,
especialmente nos macrófagos. No trato respiratório, os microrganismos
inalados (Figura 1) são apreendidos no muco, transportados para a parte
posterior da orofaringe pela ação ciliar e, finalmente, eliminados na maioria dos
casos. No entanto, alguns microrganismos podem atingir os alvéolos e então
ser fagocitados por macrófagos locais.
Figura 1. Forma inalatória de transmissão da tuberculose em humanos
(Adaptado do Programa para Capacitación de Laboratórios, México 2000).
Cerca de 10% dos indivíduos infectados com tuberculose desenvolvem a
doença ativa ao longo da vida, o restante mantém o bacilo sob a forma latente
(Comstock, 1982; Kato-Maeda et al., 2001). Fatores como a baixa resistência
do hospedeiro, o grande número de bactérias, o grau de ativação dos
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7
macrófagos alveolares, e a presença de proteínas e glicolideos localizados
na parede bacteriana expressos pela micobactéria causam condições para a
doença progredir.
O bacilo da TB mata mais indivíduos que qualquer outro agente
infeccioso sozinho. Os óbitos representam 25% de toda a mortalidade evitável
nos países em desenvolvimento, onde se registram 95% dos casos e 98% dos
falecimentos causados pela doença. A maioria dos casos (75%) ocorre no
grupo etário economicamente produtivo (15-50 anos) e é a principal causa de
morte por infecção de mulheres jovens. Assim, fatores sociais como condições
precárias de alimentação, transporte, educação, moradia (por exemplo,
aglomerados populacionais), síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA),
movimentos migratórios, envelhecimento da população e a piora na qualidade
dos programas de controle de TB sob a coordenação dos gestores públicos
condicionam à maior predisposição para a infecção (WHO, 2002).
A taxa de mortalidade da tuberculose associada à SIDA é superior
àquela observada na tuberculose isoladamente, independente da contagem de
linfócitos CD4
+
(Whalen et al., 1995). Como conseqüência, temos pessoas com
infecção prolongada, sofrendo, morrendo e colocando em risco a população, os
profissionais da saúde e outros pacientes. Jones e colaboradores (1993)
descreveram uma relação entre o grau de imunodeficiência, avaliado pela
contagem de CD4
+
, e a apresentação clínica e radiológica da tuberculose. A
presença de tuberculose extrapulmonar foi mais freqüente nos pacientes com
contagem de CD4
+
menor que 100 células/mm
3
. Em geral, pacientes com
contagem de CD4
+
maior que 200 células/mm
3
apresentaram doença com
padrão da tuberculose “clássica” do adulto ou s-primária, enquanto naqueles
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8
com contagem menor a apresentação foi atípica” para adultos, ou típica da
doença primária, tal qual ocorre nos casos pediátricos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que em
2006 houve 14,4 milhões de casos prevalentes de Tuberculose Pulmonar
(TBP) e 1,7 miles de óbitos, sendo que 0,2 milhões correspondiam ao grupo
de pacientes infectados pelo HIV. Em 2007, 202 de 212 paises notificaram 5,1
milhões de casos novos, dos quais 2,5 milhões eram casos bacilíferos novos.
Do total, 83% dos casos foram diagnosticados nas regiões da África, Ásia Sul-
oriental e Pacífico Ocidental (WHO, 2008).
O Brasil ocupa o 16° lugar na lista dos 22 países onde se estima que
ocorram 80% dos casos de TB do mundo. Estima-se uma incidência de
60/100.000 hab/ano, dos quais o notificados apenas cerca de 90 mil casos,
em sua maioria em grandes centros urbanos. O coeficiente de mortalidade, em
2006, foi de 7,8/100.000 /hab/ano; o percentual de detecção de casos foi igual
a 67% e o de curas, 72% (Duarte, 2006). O Estado de São Paulo anualmente
notifica cerca de 21.000 casos, representando em meros absolutos o maior
contingente de casos do Brasil. No entanto, o coeficiente de incidência de
casos do Estado situa-se próximo da média nacional de 44,1 por 100.000
habitantes em 2004. O coeficiente de incidência do Estado foi de 43,9 casos
por 100.000 hab/ano e o coeficiente de incidência de pacientes bacilíferos de
22,5 casos por 100.000 hab/ano (SVS, 2005). No Rio Grande do Sul observou-
se associação entre fatores de risco, apresentados por cerca de 40% dos
casos, e características demográficas e clínico-laboratoriais, obedecendo ao
padrão descrito para regiões em desenvolvimento (Mattos et al., 2006).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
9
O percentual de abandono do tratamento está em torno de 12% no País,
chegando, em algumas capitais, ao valor de 30 a 40%, o que demonstra
elevadas taxas de não aderência ao tratamento. A avaliação do perfil de
resistência aos medicamentos anti-TB é realizada em menos de 5% dos casos
diagnosticados. Os fatores limitantes para o controle efetivo da TB estão
relacionados à baixa efetividade de atuação dos serviços de saúde em
prevenção, diagnóstico, tratamento e a má qualidade dos mesmos. Somado a
isso, de um lado, a ausência da sociedade civil como parceira no
monitoramento das ações governamentais, e de outro, a escassez de
conhecimentos básicos da biologia do bacilo e da relação parasito-hospedeiro,
que poderiam fornecer novos alvos de interveão para o controle da TB, como
novas vacinas, novos fármacos e novos métodos diagnósticos.
A OMS espera que as taxas de prevalência e mortalidade por TB
publicadas em 1990 (Figura 2a) sejam reduzidas ao 2015 (Figura 2b), meta
que está incluída no ODM6 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM) como programa de controle à tuberculose (WHO, 2008).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
10
Figura 2. Tendência a diminuir a incidência de TB em 9 regiões do mundo*
(Stop TB Working Group, 2008). * Gráfico publicado por WHO, 2002.
2.2. Programa Nacional de Controle da Tuberculose - PNCT
Atualmente, a prevenção da TB é feita com a vacina BCG, que é a mais
utilizada entre todas as vacinas disponíveis. Entretanto, sua efetividade é
extremamente controversa por variar entre 0% e 80% e apresentar pouco
impacto nos indicadores epidemiológicos da TB nos adultos, em âmbito
mundial (SVS,2002). Torna-se imperioso, portanto, o desenvolvimento de
novas vacinas à luz da tecnologia pós-genoma.
O PNCT tem como propósito fundamental promover o controle da TB no
Brasil. Busca a interrupção da transmissão da doença e a conseqüente
diminuição dos riscos de adoecer e morrer por ela. Para isso, procura
identificar de maneira oportuna todos os doentes de TB, e principalmente os da
forma pulmonar bacilífera (principais transmissores da doea), garantindo seu
tratamento até o final.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
11
Toda a população brasileira tem direito ao diagnóstico e tratamento
gratuitos no Sistema Único de Saúde. A maioria dos casos ocorre em pacientes
do sexo masculino e em idade produtiva, prejudicando ainda mais as condições
de vida das famílias carentes, maiores timas da TB. A pobreza gera a
tuberculose, que gera mais pobreza
(http://portal.saude.gov.br/portal/svs/visualizar_texto.cfm?idtxt=21446).
2.3 - Diagnóstico
O diagnóstico clínico precoce da doença é bastante complicado,
sobretudo quando a TB está associada a outras enfermidades (infecção pelo
HIV, neoplasias malignas, pós-transplante, etc), quando então o diagnóstico
laboratorial é de extrema importância. Entre os métodos utilizados no
diagnóstico da TB podemos citar os métodos bacteriológicos (baciloscopia e
cultura; métodos de deteão do crescimento micobacteriano, automatizados
ou não); testes imunosorológicos; prova tuberculínica; métodos radiológicos e
métodos de biologia molecular (Katoch, 2004).
Nos pacientes em que há uma suspeita clínica de TB, o primeiro passo
na investigação deve ser uma combinação de exame radiográfico de tórax e
pesquisa de micobactérias no escarro. Apesar de algumas apresentações
radiológicas serem sugestivas de TB pós-primária (velamento nos segmentos
apicais e posteriores do lobo superior, com ou sem cavitações), as
manifestações radiológicas da TB são geralmente muito variadas, incluindo
cavitações, infiltrados alveolares, intersticiais, nodulação miliar e derrame
pleural. A apresentação radiológica da tuberculose pode variar mais ainda nos
pacientes infectados pelo HIV. Fraser e colaboradores (1991) descreveram 17
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
12
padrões radiológicos possíveis para as doenças pulmonares. A tuberculose
pode manifestar-se radiologicamente, através de 12 desses padrões, o que
a idéia da pouca especificidade do exame radiogico convencional para
confirmação diagnóstica. O padrão radiológico da TBP, normalmente variável,
sofre a influência dos diferentes graus de imunodeficiência impostos pela co-
infecção do HIV e na TBP da criança (Brasil, 1995; Kritski et al., 2000).
Pitchenik & Rubinson (1985) em estudo comparativo e representativo de
pacientes com SIDA em fase avançada, mostraram que 60% destes tinham
adenopatia hiliar ou mediastinal, 29% apresentavam infiltrados localizados nos
terços médios e inferiores dos pulmões e 12% apresentaram exame radiológico
de tórax normal. No grupo de pacientes sem SIDA, a freqüência destes
achados foi de 3%, 3% e 0%, respectivamente. Além disso, enquanto 67% dos
pacientes sem SIDA apresentaram cavidades pulmonares, nenhum dos
pacientes com SIDA apresentou essa alteração. Somente 18% dos pacientes
com SIDA apresentaram velamento apical, comparados com 97% do grupo
sem SIDA.
O diagnóstico clínico definitivo e a identificação do microrganismo
causador da infecção a partir de amostras clínicas iniciam-se com a análise das
amostras de escarro para identificação de bacilos ácido-álcool resistentes
(BAAR) que apresenta sensibilidade em torno de 50% (Figura 3) (Chakravorty
et al., 2005).
2.4 - Baciloscopia
“O método bacteriológico é o recurso mais importante para o diagnóstico
e controle de tratamento da tuberculose, pois permite a detecção do agente
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
etiológico por meio da baciloscopia e/ou da cultura” (Ministério da Saúde,
1994).
Figura 3. Identificação de bacilos ácido-álcool resistentes pela técnica de
coloração Ziehl-Neelsen (Adaptado do Programa para Capacitación de
Laboratórios, México 2000).
A baciloscopia fundamenta-se na propriedade conhecida como álcool-
ácido resistência. Por causa da grande quantidade de lipídeos na parede
celular das micobactérias, esta, após ser corada com carbolfucsina, não perde
a coloração sob a ação de álcool-ácido (Wayne & Kubica,1986).
Este exame é apenas presuntivo, pois permite a visualização dos BAAR
presente no espécime em quantidade igual ou superior a 10
4
bacilos/mL, mas
não a sua identificação. É efetuado nos esfregaços dos espécimes (direto ou
sedimento) em lâminas que depois de secos e fixados são corados pelos
métodos de Ziehl-Neelsen ou Kinyoun. Em alguns laboratórios, adota-se
tamm o método com Auramina-O. Quando o utilizados os dois primeiros
métodos, a leitura é realizada em microscópio óptico comum usando objetiva
de imersão. Quando os esfregaços são corados com Auramina-O, o
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
examinados em microscópio de fluorescência com objetiva 40X (Martins,
2000).
A baciloscopia é considerada o exame básico para o diagnóstico da
tuberculose pulmonar, sendo indicada para pesquisa direta do bacilo no
escarro, por ser um método simples, de fácil implantação e de baixo custo. No
caso de outros tipos de espécimes, há necessidade de cautela ao avaliar
resultados de baciloscopia, pois micobactérias saprofíticas podem estar
presentes transitoriamente (Martins, 2000).
Na execução do exame bacteriogico, são importantes tanto a
qualidade como o transporte e conservação adequados do espécime, assim
como o uso de técnicas laboratoriais precisas. Diversos espécimes biológicos
podem ser analisados para detecção de M. tuberculosis e de outras espécies
de micobactérias e são divididos em:
a) originalmente o estéries (em razão da presença de flora bacteriana)
como escarro, lavado brônquico, lavado gástrico, secreções em geral,
fezes, urina, biópsias de pele;
b) originalmente estéreis como sangue, gânglio, secreção de gânglio,
biópsia de tecido interno e líquidos pleural, ascítico, sinovial,
cefalorraquidiano (Ministério da Saúde,1994).
2.5 - Cultura
Muitos métodos de cultura, seletivos ou não, estão disponíveis para
detecção e isolamento de micobactérias (Figura 4). Os meios o seletivos
podem ser caldos e meios sólidos com base de ovo ou com base de ágar
(Nolte & Metchock, 1995).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
Figura 4. Cultura de M. tuberculosis (Adaptado do Programa para Capacitación
de Laboratórios, México 2000).
Os caldos mais utilizados são o de Middlebrook 7H9 e Dubos Tween
albumina. Atualmente o meio líquido Middlebrook 7H9 é o mais utilizado nos
sistemas semi automatizados ou automatizados e é tamm utilizado no BBL
Mycobacteria Growth Indicator Tube System® (MGIT) (Becton-Dickinson)
(Hanna et al., 1999).
O meio lido com base de ovo mais utilizado é o de Löwenstein-Jensen
(LJ); o de Petragnani tem uma concentração de verde malaquita maior que o
LJ, e é mais adequado para inoculação de amostras mais contaminadas. Os
meios com base de ágar são mais indicados para detecção precoce de
colônias microscópicas sendo possível detectá-las de 10-12 dias após a
semeadura (Nolte & Metchock, 1995; Mejia et al., 1999; Palomino & Portales,
2000).
Uma desvantagem dos meios com base de ágar em relação ao meio LJ
é a sua durabilidade, após seu preparo, que é no máximo de um mês sob
refrigeração. A exposição à luz poderá resultar em deterioração com produção
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
16
de formaldeídos, que são tóxicos para as micobactérias (Miliner, Stottmeier &
Kubica, 1969).
O método radiométrico BACTEC TB 460 (Beckton Dickinson
Microbiology System) usa meio líquido contendo ácido palmítico marcado com
14
C (Bloom, 1994). O crescimento pode ser detectado em 7 a 15 dias pela
mensuração de
14
CO
2.
O método BACTEC-MGIT 960, comercializado pela
mesma empresa, não usa material radioativo e a detecção do crescimento é
feita utilizando fluorometria (Hanna et al., 1999; Somoskovi et al., 2003). Ambos
os métodos dependem de aparelhos importados e são de alto custo.
O isolamento da bactéria em cultura possibilita o uso de provas
bioquímicas para identificação das espécies de micobactérias e a realização de
testes de susceptibilidade in vitro para verificação da resistência da cepa de M.
tuberculosis aos tuberculostáticos A cultura requer de 4-6 semanas devido ao
crescimento lento das micobactérias. Dessa forma a determinação da
susceptibilidade às drogas requer de 3-6 semanas adicionais levando a atraso
na emissão do resultado final.
O International Working Group on Micobacterial Taxonomy (IWGMT) em
1974-1976, aceitou 11 testes altamente reprodutíveis para o uso em estudos
de sistemática do gênero Mycobacterium e também utilizados nos laboratórios
de Saúde Pública para identificação de espécies (Wayne et al., 1974; Wayne et
al.,1976). Os testes mínimos para identificação de micobactérias são:
crescimento a 25°C, 30°C, 33°C, 37°C, 42°C e 45°C, analise da presença de
pigmentação, resistência a isoniazida (INH) (2 e 20 µg/mL), hidrazida do ácido
tiofeno-2-carboxílico (TCH) (2 µg/mL), hidroxilamina (HA) (500 µg/mL), ácido р-
nitrobenzóico (PNB) (500 µg/mL, cloreto de sódio (ClNa) (5%), tiacetazona (20
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
µg/ml), ácido pícrico (0,2%) e ácido oleico (250 µg/ml) teste de catalase,
hidrólise do Tween, urease, produção de niacina, redução de nitrato, fosfatase
ácida, arilsulfatase, pirazinamidase e atividade da esterease.
No Setor de Micobactérias do Instituto Adolfo Lutz as cepas recebidas
do Estado de São Paulo são submetidas aos testes de susceptibilidade e
identificação da espécie. Os aspectos macroscópicos e microscópicos da
cultura são considerados para direcionamento das cepas aos testes
adequados, por exemplo, uma cultura com colônias rugosas, acromógenas e
com bacilos formando cordas à microscopia é presuntiva de M. tuberculosis e,
portanto, o isolado é submetido a testes de susceptibilidade às drogas. São
utilizados PNB, TCH, INH, Rifampicina (RIF), Etambutol (EMB), Estreptomicina
(SM) e Pirazinamida (PZA). A espécie M. tuberculosis é susceptível ao PNB e
resistente ao TCH, e com exceção dos casos resistentes, apresenta
susceptibilidade a EMB, RIF, SM, PZA e INH.
As culturas resistentes a TCH e PNB são submetidas a testes para
identificação de micobactérias não tuberculosas (Chimara et al., 2008). Os
testes bioquímicos são feitos com as bactérias de cultivos frescos e as
condições de realização são importantes para que os resultados sejam
confiáveis e reprodutíveis, pois os mesmos variam de acordo com a
concentração do substrato, tempo de reação, composição do tampão,
comprimento de onda selecionado para detectar a reação, reagentes
colorimétricos, etc.
As técnicas são tradicionais e, portanto, já não se questiona o custo e
benefício de sua aplicação rotineira, porém existem algumas desvantagens. A
identificação requer a semeadura da micobactéria em diversos meios para
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
provas de pigmentação e de crescimento em diversas temperaturas, para
pesquisa de susceptibilidade a determinadas drogas e para verificação da
utilização de substratos químicos. Para a interpretação do crescimento da
micobactéria em meios com drogas, é necessário um treinamento prolongado
e, mesmo assim, em alguns casos pode ser subjetiva. Vários testes para
identificação de uma espécie são necessários, o que dificulta a implantação da
técnica em laboratórios regionais. A realização dos testes baseados na
expressão de certas características bacterianas que podem ser variáveis
requer o crescimento abundante da micobactéria em cultura, o que leva em
torno de uma a quatro semanas. A leitura é feita depois de três semanas da
semeadura nos meios específicos, sendo, portanto, requerido um longo tempo
para obtenção do resultado (Martins, 2000).
Na última década, a utilização destes testes tem sido questionada, pois
no momento atual é importante a identificação rápida da espécie
micobacteriana para orientar o tratamento, e esses testes fornecem a
identificação após três a oito semanas (Kusunoki et al., 1991; CDC, 1996;
Shikama et al., 1999).
Springer e colaboradores (1996) mencionaram que os métodos
fenotípicos não são capazes de separar espécies muito similares como as do
Complexo Micobacterium avium (MAC) que contém pelo menos quatro
espécies e é citado por Guerrero e colaboradores (1995) como a “zona
cinzenta” da taxonomia da micobactérias e por Kirschner & Böttger (1992)
como a “dor de cabeça” dos taxonomistas, porque obscurece a interpretação
de estudos médicos e veterinários de infeões causadas por M. avium.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
2.6 - Testes Rápidos
Testes imuno-sorológicos para detecção pida de TB ativa m sido
propostos, como hemaglutinação, fluorescência direta, radioimunoensaio e
ELISA, mas até o momento não se mostraram úteis do ponto de vista clínico
(Daniel et al., 1987; Alzahrani et al., 2000; Conde et al., 2000).
A prova tuberculínica é usada ainda hoje como método auxiliar no
diagnóstico da TB, mas, estima-se uma taxa de 25% de resultados falso-
negativos em pessoas com tuberculose ativa (Holden et al., 1971).
2.7 - Técnicas de Biologia Molecular
Os avanços técnico-científicos, nas últimas décadas, deram origem a
vários testes diagnósticos promissores. No entanto, houve muito pouco
progresso no entendimento de como operacionalizar tais técnicas em
condições de rotina nos Serviços de Saúde, bem como avaliar seu impacto em
termos de custo-efetividade no controle da TB de maneira global.
Partindo-se do pressuposto de que o genoma de qualquer organismo é o
que de mais específico existe para sua identificação, técnicas de biologia
molecular, especialmente as técnicas baseadas na amplificação de ácidos
nucléicos, passaram a ser utilizadas para o diagnóstico de diversas doenças,
inclusive para TB, com a vantagem de poderem oferecer o resultado em tempo
muito curto (algumas horas). Os métodos de diagnóstico de TB baseados em
amplificação de ácidos nucléicos são:
i) Reação em cadeia da polimerase (PCR)
ii) Amplificação mediada por transcrição (AMT)
iii) Amplificação baseada na seqüência de ácidos nucléicos (NASBA)
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
iv) Amplificação por transferência de fita (SDA).
v) Amplificação Qβ replicase
O primeiro desafio para a utilização destas técnicas foi identificar
sequências de DNA que poderiam não separar as micobactérias de outras
bactérias patogênicas, mas que pudessem distinguir entre espécies de
micobactérias. Muitos alvos do genoma das micobactérias foram identificados,
dentre eles podemos citar os genes que codificam as proteínas de 32 kDa
(Soini et al., 1992), 38 kDa (Miyazaki et al., 1993), 65 kDa (Brissoa-Nöel et al.,
1989) e os genes dnaJ (Takewaki et al., 1993) e mtp40 (Parra et al., 1991).
Alguns destes genes são gênero ou complexo específicos, e para identificação
das espécies seria necessária a realização de hibridação ou uso de enzimas de
restrição.
O alvo mais freqüentemente utilizado para diagnóstico molecular é a
seqüência de DNA denominada IS6110, seqüência que tem significado
funcional desconhecido, capaz de auto replicação e que pode estar
permanentemente integrada ao genoma do hospedeiro (Eisenach et al., 1990).
A IS6110 consiste em uma seqüência de 1.355 pares de bases (pb)
contendo 28 pb idênticos, mas com seqüência invertida em ambas as
extremidades e é encontrada exclusivamente em cepas pertence ao complexo
M. tuberculosis (M.tuberculosis, M. bovis, M. microti, M. africanum, M caprae,
M. canettii, M. pinnipedii) (Thierry et al., 1990).
Durante as últimas cadas, têm sido desenvolvidos vários métodos de
detecção direta e identificação de M. tuberculosis a partir de amostras clínicas.
Esses métodos são capazes de reduzir o tempo de diagnóstico de semanas
para dias, tendo assim uma grande relevância nos laboratórios de diagnóstico.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
21
Os testes comerciais com reagentes padronizados são submetidos à
aprovação pelo Food and Drug Administration (FDA-USA), para que possam
ser usados para diagnóstico e ao estarem disponíveis comercialmente
simplificam a utilização das técnicas moleculares, possibilitando maior
reprodutibilidade de resultado.
Os testes disponíveis comercialmente até o momento são AMTD
e
EMTD
(Gen-Probe Inc., San Diego, CA), Amplicor
e Cobas Amplicor
(Roche Molecular Systems, Brancburg, NJ), o último de uma geração com
automatização completa, e SDA
(Biosciences, Sparks, Md). Entretanto,
apenas o AMTD
, o Amplicor
e o EMTD
foram aprovados pelo FDA, e
exclusivamente para amostras respiratórias, com baciloscopia positiva. Cabe
ressaltar que o EMTD
foi aprovado para amostras com baciloscopia negativa
tamm. Todos esses testes foram aprovados para uso em casos com
suspeita clínica de TB pulmonar em pacientes adultos, não infectados pelo HIV
e sem tratamento prévio nos 12 meses que antecederam o evento atual (Mello
et al., 2002).
Dependendo do “padrão ouro” considerado, estudos mostram que a
sensibilidade do PCR varia entre 77% e 95% e a especificidade é maior que
95% em amostras com baciloscopia positiva (Kivihya-Ndugga et al., 2004;
Flores et al., 2005).
Segundo o Center for Disease Control and Prevention - CDC (1996), os
testes de amplificação preparados em laboratório (in house) devem ser
utilizados para o diagnóstico com muito critério, pois as variáveis são inúmeras,
o que dificulta sua avaliação. A padronização da técnica, principalmente da
extração do DNA, é fundamental no sucesso dos testes in house. Rossetti e
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
22
colaboradores (1997) padronizaram um método de extração de DNA a partir de
amostras clínicas, utilizando sílica. O método foi utilizado por outros autores
que comprovaram sua eficácia para a remoção de possíveis inibidores da Taq
DNA polimerase presentes no sangue, escarro e outros materiais biológicos
(Al-Soud, 2000; Almeda et al., 2000; Boddinghaus, 2001). Por outro lado, a
acuidade da PCR depende da seqüência alvo escolhida e da realização do
teste em cepas isoladas ou em amostras clínicas. Ogusku e colaboradores, em
2004, selecionaram amostras clínicas de pacientes com suspeita de TBP no
estado de Amazonas e aplicaram a técnica de PCR utilizando primers
específicos para os seguintes alvos: IS6110 e genes codificadores das
proteínas 65 kDa, 38 kDa e MPB64 e concluíram que o protocolo utilizado no
processamento das amostras clínicas e os primers específicos utilizados para
amplificação do fragmento de 123pb da seqüência IS6110 demonstraram maior
eficncia no diagnóstico de tuberculose pulmonar paucibacilar. Bollela e
colaboradores (1999) utilizaram os mesmos primers complementares à
seqüência IS6110 no trabalho realizado em 1999, com o intuito de padronizar
uma reação que pudesse ser realizada (in house) de maneira simplificada e
que fosse facilmente reproduzida em laboratórios com recursos mínimos para a
realização do teste.
A PCR é capaz de detectar até uma pia de um fragmento de DNA de
M. tuberculosis, como já foi demonstrado por Eisenach e colaboradores (1990).
Bollela (2000) detectou até 3 bacilos em uma solão-padrão o que confirma a
extrema sensibilidade da técnica em amplificar sequências genômicas de M.
tuberculosis.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
23
Sperhacke e colaboradores (2004) no estudo de padronização de um
método de diagnóstico colorimétrico para TB incluíram controles negativos de
extração e amplificação, os quais foram processados com as amostras clínicas,
como sugerido por Noordhoek e colaboradores (1996) bem como a utilização
de procedimento operacional padrão (POP), que possibilita uma melhor
performance dos técnicos e uma confiável avaliação do controle de qualidade
dos métodos que utilizam a amplificação de ácidos nucléicos.
Existe variação da acurácia entre os diferentes laboratórios que utilizam
métodos in house, e alguns estudos indicam que resultados falso-negativos
ocorrem na etapa de detecção e não durante a reação da PCR (Suzuki et al.,
1992). Vários métodos de detecção têm sido relatados; os mais usuais
envolvem a eletroforese em gel de agarose utilizando brometo de etídio ou
visualização dos produtos amplificados usando sondas radioativas. Mais
recentemente têm sido utilizados métodos onde o DNA amplificado é detectado
em fase sólida com sistemas não radioativos. Sperhacke e colaboradores
(2003) padronizaram uma metodologia de PCR in house com detecção
colorimétrica usando suporte sólido.
Apesar da elevada sensibilidade e especificidade das metodologias
moleculares, a análise de custo e real contribuição na prática clínica merece
um especial destaque. Os custos atuais de ensaios comerciais de amplificação
de ácidos nucléicos impossibilitam a inclusão destes no diagnóstico de rotina.
Os países pobres são mais sobrecarregados com os mais elevados números
de casos e, portanto, é pouco provável que se beneficiem de tecnologias caras.
Percebendo isso, agências como a Foundation for Innovantive New Diagnostic
(FIND), a OMS e a Stop TB Working Group for New Diagnostic incentivam as
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
24
iniciativas de criar e implementar novas tecnológicas acessíveis e disponíveis
em países em desenvolvimento, para detectar a TB e outras doenças
negligenciadas (Ling et al., 2008).
Em 2001 o custo do teste de amplificação de ácidos nucléicos era de
aproximadamente US$50 a US$100 (Schluger et al., 2001). O custo do método
desenvolvido por Sperhacke e colaboradores em 2003 foi estimado em
aproximadamente US$10 para o processamento de 14 amostras clínicas, sem
considerar outros custos não relacionados à execução do teste molecular. O
tempo requerido para o procedimento foi de aproximadamente 8 horas.
OBJETIVOS
25
3.OBJETIVOS
OBJETIVOS
26
Avaliar o desempenho do teste in house de PCR colorimétrico no
diagnóstico de tuberculose pulmonar quando aplicado em
condições de rotina laboratorial em um Hospital Geral
Universitário;
Estimar a validade do teste com respeito ao diagnóstico clínico de
tuberculose pulmonar.
MATERIAL E TODOS
27
4. MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E TODOS
28
4.1 - Seleção de Pacientes
4.1.1 - Critérios de Inclusão
Todos os pacientes com suspeita de tuberculose pulmonar que
estiveram internados em diferentes unidades do Hospital São Paulo (HSP) e
com amostras (escarro, lavado bronco-alveolar, aspirado traqueal e liquido
pleural) enviadas ao Laboratório Central do Hospital São Paulo (LCHSP) no
período de março a dezembro de 2005 foram incluídas neste estudo. O número
de amostras coletadas por paciente variou de acordo com a requisição médica.
4.1.2 - Critérios de Exclusão
Pacientes que não puderam ser avaliados para a definição do
diagnóstico (pacientes transferidos para outras unidades de saúde, por
exemplo) foram excluídos do estudo.
4.2 Parâmetros Clínicos e Epidemiológicos - Coleta de Dados
Os dados foram obtidos através da análise dos prontuários médicos dos
pacientes solicitados ao Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME) do
HSP. Foram obtidos dados de anamnese, exame físico, exames laboratoriais e
radiológicos de cada prontuário de acordo com ficha clínica adaptada pelos
pesquisadores da Rede de Estudos em Tuberculose do Brasil (REDE-TB)
(Anexo 1). Após coleta dos dados dos prontuários, as fichas clínicas foram
avaliadas por um infectologista.
O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de São Paulo-Hospital São Paulo (Anexo 2).
MATERIAL E TODOS
29
4.3 - Coleta e Armazenamento do Material Biológico
Para execução deste trabalho foram utilizadas 210 amostras (escarro,
aspirado traqueal, lavado brônquio-alveolar e liquido pleural), coletadas pelo
serviço de enfermagem do Hospital São Paulo. As amostras foram enviadas ao
Laboratório Central do Hospital São Paulo, Seção de Microbiologia, Setor de
Micobactéria para pesquisa de BAAR e cultura.
As amostras recebidas pelo laboratório foram identificadas e
processadas de acordo com o Protocolo Operacional de Procedimentos (POP)
do laboratório (Anexo 3). Uma alíquota da amostra não processada (ANP) e
uma alíquota do sedimento obtido após descontaminação e centrifugação (que
denominamos sedimento) foram mantidas congeladas a -20ºC até o momento
de sua utilização.
4.4 - Baciloscopia e Cultura
Foram realizadas no Laboratório Central do Hospital São Paulo, Seção
de Microbiologia, Setor de Micobactérias .
4.5 - Procedimentos Moleculares
Para realização do PCR colorimétrico em placa para detecção de M.
tuberculosis, as amostras foram processadas e avaliadas sem o conhecimento
dos resultados de baciloscopia e cultura, assim como da história clínica do
paciente. Os protocolos de extração de DNA, reação de PCR e detecção por
colorimetria em placa foram padronizados e cedidos com o kit fornecidos pela
Dra. Maria Lucia Rossetti e colaboradores, do Centro de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico/Fundação de Pesquisa e Produção em Saúde (CDCT-
MATERIAL E TODOS
30
FEPPS) contendo todos os reagentes usados nos testes. Todas as etapas
foram realizadas conforme o protocolo descrito em cada kit.
4.5.1 - Extração de DNA
Preparou-se o Controle Negativo de Extração (CNE), calculou-se o
volume de Solução de Tampão (ST) e Solão hidroalcoólica a ser utilizado de
acordo com o número de amostras. Uma alíquota de 500 µL de cada amostra
clínica foi centrifugada por 10 min a 1290 g (12000 rpm), o sobrenadante
desprezado e o sedimento foi lavado duas vezes com 200 µL de ST. Os tubos
foram agitados em vórtex por 5 seg e centrifugados por 5 min a 1290 g (12000
rpm).
Os tubos foram colocados em termobloco a 100°C por 10 min incluindo o
Controle Positivo de Extração (CPE) proporcionado no kit e depois foram
centrifugados por 20 seg. O sobrenadante foi transferido para outro microtubo
contendo 5 µL de resina de lica e agitado de forma manual e
seqüencialmente durante 5 min. Depois da centrifugação por 1 min a 1290 g
(12000 rpm) o sobrenadante foi descartado e 200 µL de solução hidroalcoólica
foram adicionados ao sedimento que foi então agitado manualmente e
centrifugado a 1290 g (12000 rpm) por 1 min. O sobrenadante foi retirado e
descartado, os microtubos foram invertidos sobre papel absorvente até secar a
resina.
Os sedimentos foram ressuspendidos em 33 µL de ST, agitados
manualmente e centrifugados a 1290 g (12000 rpm) por 1 min. O sobrenadante
foi transferido para um microtubo novo previamente identificado, e
armazenados a -2C até o momento de processar a PC R.
MATERIAL E TODOS
31
4.5.2 - Amplificação por PCR da região IS6110 de M.
tuberculosis
A reação de amplificação foi realizada utilizando os primers biotinilados
INS-1CGTGAGGGCATCGAGGTGGC e INS-2 CGCTAGGCGTCGGTGACAAA
derivados da seqüência de inserção IS6110 (Hermans et al.,1990). Na etapa
de deteão colorimétrica foi utilizada uma sonda aminada complementar ao
produto amplificado. Os primers e a sonda foram sintetizados pela empresa
Invitrogen (Molecular Biology Incorporating Life Technologies
TM
and ResGen
TM
Brand).
Os tubos da reação foram preparados com 40 µL da MIX-PCR fornecido
no Kit e 10 µL de DNA previamente extraído das amostras e dos controles de
extração (CNE e CPE). Dois tubos adicionais foram preparados com 40 µL da
MIX-PCR e 10 µL dos controles de reação (Controle Positivo de Reação - CPR
e Controle Negativo de Reação - CNR).
Os tubos foram colocados no termociclador Gene AmPCR System
9700 (Applied Biosystems) programado com as condições de amplificação
descritas no protocolo que acompanha o kit: desnaturação a 94°C por 5 min, 35
ciclos a 94°C por 2 min, 68°C por 2 min, 72°C por 2 min, e uma extensão final a
72°C por 5 min, estabilização e parada de reação a C.
Após o término da PCR os microtubos foram guardados a -20°C até o
momento da detecção por gel e placa.
MATERIAL E TODOS
32
4.5.2.1 - Detecção dos Produtos Amplificados em Gel de
Agarose
O gel pronto foi proporcionado com o kit. Utilizou-se tampão TBE 1X
(não incluído no kit) para a eletroforese programando a fonte para 5 volts/cm de
gel por um período de aproximadamente 30 min. As amostras foram
preparadas adicionando-se tampão de amostra na proporção de 1:5 do volume
total. Após a eletroforese, o gel foi visualizado em transiluminador UV. Para a
confirmação do tamanho de fragmentos de DNA utilizou-se padrão de peso
molecular de 100 pb ou de um kb.
Figura 5. Eletroforese em gel de agarose (1,5%). Análise dos produtos de PCR
amplificados a partir do DNA de M. tuberculosis extraído de amostras clínicas.
Padrão de peso molecular de 100 pb; 1 - controle negativo de extração; 2 -
controle positivo de extração; 3 - controle negativo de reação; 4 - controle
positivo de reação; 5 - amostra positiva; 6 - amostra negativa e 7 - controle
positivo de reação.
245 pb
600 pb
λ 1 2 3 4 5 6
7
100 bp
300 pb
800 pb
1000 pb
MATERIAL E TODOS
33
4.5.2.2 - Detecção dos Produtos Amplificados por Colorimetria
em Placa Amino Link
A etapa de detecção colorimétrica dos produtos amplificados por PCR foi
realizada no CDCT-FEPPS. Segue um resumo da metodologia utilizada.
A detecção dos produtos amplificados biotinilados foi realizada por
hibridização utilizando placa de ELISA. Uma sonda aminada foi previamente
fixada aos micropoços. Etapas de lavagem posteriores a hibridização foram
utilizadas. Posteriormente, o conjugado enzimático estreptavidina peroxidase
foi adicionado. Como revelador da reação foi utilizado TMB (3,3´,5,5´-
tetrametilbenzidina). A reação foi interrompida pela adição de ácido sulfúrico.
Os resultados foram observados através de leitura em equipamento Leitor de
ELISA em comprimentos de onda de 450nm e re-filtro de 620nm.
O valor do controle negativo foi subtraído de cada valor da leitura,
considerando-se resultado positivo a partir de 0,275.
A
B
Figura 6. Resultados da detecção colorimétrica em placas de ELISA. A)
Visualização dos resultados após a adição do substrato TMB; B) Visualização
dos resultados após a adição da solução de parada. Nesta etapa foi realizada a
leitura dos resultados em equipamento leitor de placas de ELISA.
MATERIAL E TODOS
34
4.6 - Análise Estatística dos Dados
O passo inicial da análise dos dados consistiu na descrição geral dos
mesmos, a partir de tabela de dados utilizando o programa de planilha
Microsoft Excel e SSPS 13.0 for Windows. Foram construídas tabelas de
contingência com os dados de interesse na pesquisa (AgrestiI, 2000). Em
seguida, para avaliar as concordâncias do ponto de vista estatístico, empregou-
se a estatística kappa. Foram calculadas a sensibilidade e a especificidade
como medidas de eficácia diagnóstica do PCR colorimétrico com respeito à
cultura. Para estimar a validade do teste com respeito ao diagnóstico clínico
calculamos os valores preditivo positivo e negativo.
Os cálculos estatísticos foram realizados utilizando o programa
estatístico DAG_Stat (Kraemer 1992) e o programa estatístico Probabilitas
contido na página web http://www.vademecum.com.br/iatros/index.htm.
Utilizamos o nomograma de Fagan para os cálculos de probabilidade pós-teste
(Greenhalg, 1997).
RESULTADOS
35
5. RESULTADOS
RESULTADOS
36
5.1 - Análise Descritiva
Neste estudo foram incluídas amostras clínicas de 150 pacientes
internados no Hospital São Paulo, com suspeita clínica de tuberculose, no
período de Março a Dezembro de 2005. Foram coletas amostras clínicas de
todos os pacientes, sendo que para cada caso foi coletada a amostra mais
indicada pelo médico, a saber: escarro, lavado bronco-alveolar (LBA), aspirado
traqueal, ou líquido pleural. Todos os pacientes realizaram pelo menos uma
vez a coleta de amostra, sendo que 42 pacientes realizaram duas, 17
realizaram três e apenas um único paciente realizou quatro coletas. Devido ao
diferente número de coletas realizadas pelos pacientes, foram avaliadas no
presente estudo 210 amostras clínicas.
Dentre as 210 amostras coletadas a distribuição foi de 148 escarros
(70,5%), 47 LBA (22,4%), 14 aspirados traqueais (6,7%) e uma única amostra
de líquido pleural (0,5%).
A baciloscopia direta foi realizada em 197 amostras clínicas das 210
incluídas no estudo (93,8%). Os resultados são mostrados na Tabela I. Treze
amostras (6,2%) não foram processadas, uma vez que foi solicitada apenas
cultura.
RESULTADOS
37
Tabela I. Resultado da baciloscopia direta de acordo com o tipo de amostra
Amostra clínica Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (%)
Escarro
15 (7,6) 129 (65,5)
144 (73,1)
LBA
2 (1,0) 40 (20,3)
42 (21,4)
Aspirado traqueal
1 (0,5) 9 (4,6)
10 (5,1)
Líquido pleural
0 (0,0) 1 (0,5)
1 (0,5)
Total 18 (9,1) 179 (90,9) 197 (100,0)
A PCR colorimétrica da ANP foi realizada com 206 amostras e 4 (1,9%)
não foram avaliadas por esse método por insuficiência de material. Os
resultados obtidos são mostrados na Tabela II.
Tabela II. Resultado da PCR colorimétrica da ANP de acordo com o tipo
amostra
Amostra clínica Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (%)
Líquido pleural
0 (0,0)
1 (0,5)
1 (0,5)
Aspirado traqueal
1 (0,5) 12 (5,8)
13 (6,3)
Escarro
12 (5,8) 134 (65,0)
146 (70,8)
LBA
3 (1,5) 43 (20,9)
46 (23,4)
Total 16 (7,8) 190 (92,2) 206 (100,0)
RESULTADOS
38
A baciloscopia e a PCR colorimétrica tamm foram realizadas
utilizando-se o sedimento. De todas as 210 amostras, a partir de uma alíquota
do produto descontaminado e concentrado, procedimento este que antecedeu
à cultura. Vinte e quatro (11,4%) amostras apresentaram resultado positivo na
baciloscopia do sedimento, como pode ser visto na Tabela III.
Tabela III. Resultado do método baciloscopia do sedimento de acordo com o
tipo de amostra
Amostra clínica Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (%)
Líquido pleural
0 (0,0) 1(0,5)
1 (0,5)
Aspirado traqueal
1 (0,5) 13 (6,2)
14 (6,7)
Escarro
21 (10,0) 127 (60,5)
148 (70,5)
LBA
2 (1,0) 45 (21,4)
47 (22,4)
Total 24 (11,4) 186 (88,6) 210 (100,0)
Com a PCR colorimétrica realizada a partir do sedimento foram obtidos
19 (9,0%) resultados positivos (Tabela IV).
RESULTADOS
39
Tabela IV. Resultado da PCR colorimétrica do sedimento de acordo com o tipo
de amostra
Das 210 culturas realizadas, 7 (3,3%) não puderam ser analisadas por
estarem contaminadas e foram descartadas das análise. A tabela V mostra que
31 (15,3%) culturas foram positivas. Em 29 das culturas foi identificada M.
tuberculosis e em 2 (1,0%) culturas houve crescimento de M. fortuitum e M.
avium respectivamente (Tabela V).
Tabela V. Resultado da cultura de acordo com o tipo de amostra
Amostra clínica Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (%)
Líquído pleural
0 (0,0) 1 (0,5)
1 (0,5)
Aspirado traqueal
1 (0,5) 12 (5,9)
13 (6,7)
Escarro
*25 (12,3) 117 (57,6)
142 (70,5)
LBA
5 (2,5) 42 (20,7)
47 (22,4)
Total 31 (15,3) 172 (84,3) 203 (100,0)
* M. fortuitum e M. avium
Amostra clínica Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (%)
Líquido pleural
0 (0,0) 1 (0,5)
1 (0,5)
Aspirado traqueal
3 (1,4) 11 (5,2)
14 (6,7)
Escarro
15 (7,1) 133 (63,3)
148 (70,5)
LBA
1 (0,5) 46 (21,9)
47 (22,4)
Total 19 (9,0) 191 (90,1) 210 (100,0)
RESULTADOS
40
O diagnóstico clínico definitivo de 146 (97,3%) pacientes foi obtido pela
análise dos prontuários e quatro (2,7%) não foram localizados. O diagnóstico
de 35 (24%) pacientes foi definido como (TBP), dentre os quais 12 (34,3%) não
apresentaram associação a outra doença de base, 6 (17,1%) pacientes
apresentaram TBP associado a outra doença de base (não portadores do HIV,
porém com câncer, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica,DPOC, e Pneumonia,
entre outras) e 17 (48,6%) tiveram diagnóstico de TBP associado ao HIV
(Tabela VI).
Tabela VI. Distribuição do número de pacientes de acordo com o diagnóstico
clínico
Diagnóstico Pacientes
TBP
12
TBP+ doença base
6
TBP + HIV
17
Outro diagnóstico
111
Total 146
Para construção das tabelas a seguir, nos casos em que os pacientes
tiveram coleta de mais de uma amostra, considerou-se um resultado final,
prevalecendo o resultado positivo.
Como poderser visualizado em destaque na Tabela VII, 24(17,5%)
pacientes com diagnóstico clínico de TBP associado ou não a outras doenças
apresentaram baciloscopia direta negativa. Amostras de 9 pacientes o
tiveram resultado por ter sido solicitada só cultura.
RESULTADOS
41
Tabela VII. Resultados de baciloscopia direta de acordo com o diagnóstico
clínico
.
A PCR colorimétrica da ANP foi realizada nas amostras de 144
pacientes, pois em 2 casos não houve material suficiente para a extração do
DNA. Em destaque, 25 (17,36%) amostras correspondentes ao grupo com
diagnóstico de TBP apresentaram resultado negativo. Em duas (1,3%)
amostras correspondentes a pacientes com outros diagnósticos, o resultado foi
positivo (Tabela VIII).
Diagnóstico Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (%)
TBP
5 (3,6) 7 (5,1)
12 (8,8)
TBP+ doença base
3 (2,2) 3 (2,2)
6 (4,4)
TBP+HIV
3 92,2) 14 (10,2)
17 (12,4)
Outro diagnóstico
0 (0,0) 102 (74,5)
102 (74,5)
Total 11 (8,0) 126 (92,0) 137 (100,0)
RESULTADOS
42
TabelaVIII. Resultado da PCR colorimétrica da ANP de acordo com o
diagnóstico clínico
Diagnóstico Positivo Negativo Total
n (%) n (%)
n (%)
TBP
6 (4,2) 6 (4,2)
12 (8,3)
TBP+ doença base
2 (1,4) 4 (2,8)
6 (4,2)
TBP+HIV
2 (1,4) 15 (10,4)
17 (11,8)
Outro diagnóstico
2 (1,4) 107 (74,3)
109 (75,7)
Total 12 (8,3) 132 (91,7) 144 (100,0)
Em relação à baciloscopia do sedimento, obtive-se resultado negativo
em 20 (13,6%) amostras de pacientes diagnosticados clinicamente como
portadores de TBP (Tabela IX).
Tabela IX. Resultado da baciloscopia do sedimento de acordo com o
diagnóstico clínico
Diagnóstico Positivo Negativo Total
n (%) n (%)
n (%)
TBP
8 (5,5) 4 (2,7)
12 (8,2)
TBP+ doença base
3 (2,1) 3 (2,1)
6 (4,1)
TBP+HIV
4 (2,7) 13 (8,9)
17 (11,6)
Outro diagnóstico
0 (0,0) 111 (76,0)
111 (76,0)
Total 15 (10,3) 131 (89,7) 146 (100,0)
Vinte e cinco (17,1%) amostras, referentes ao grupo de pacientes com
diagnóstico clínico de TBP, apresentaram resultado negativo ao PCR
RESULTADOS
43
colorimétrico do sedimento. No grupo de pacientes com outros diagnósticos
clínicos, 3 (2,1%) apresentaram resultado positivo (Tabela X).
Tabela X. Resultado da PCR colorimétrica do sedimento de acordo com o
diagnóstico clínico
Diagnóstico Positivo Negativo Total
n (%) n (%)
n (%)
TBP
5 (3,4) 7 (4,8)
12 (8,2)
TBP+ doença base
3 (2,1) 3 (2,1)
6 (4,2)
TBP+HIV
2 (1,3) 15 (10,2)
17 (11,5)
Outro diagnóstico
3 (2,1) 108 (74,0)
111 (76,1)
Total 13 (8,9) 133 (91,1) 146 (100,0)
No total foram analisadas 146 culturas, das quais duas culturas estavam
contaminadas, restando as 144 apresentadas na Tabela XI. Embora
correspondam ao grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP, 16
(11,1%) culturas apresentaram resultado negativo, como pode ser visto na
Tabela XI. Por outro lado, duas (1,3%) amostras de pacientes com outro
diagnóstico, apresentaram cultura positiva.
RESULTADOS
44
Tabela XI. Resultado da cultura para M. tuberculosis de acordo com o
diagnóstico clínico
Diagnóstico Positivo Negativo Total
n (%) n (%) n (
%)
TBP
9 (6,3) 3 (2,1)
12 (8,3)
TBP+ doença base
3 (2,1)
a
3 (2,1)
6 (4,2)
TBP+HIV
7 (4,9) 10 (6,9)
17 (11,8)
Outro diagnóstico
2 (1,4)
b
107 (74,3)
109 (75,7)
Total 21 (14,7) 123 (85,4) 144 (100,0)
Cultura identificada como
a
M. fortuitum e
b
M. avium
Uma informação clínica considerada importante foi a ocorrência de
tratamento prévio ou não à internação. A Tabela XII mostra que dos 35
pacientes diagnosticados como TBP isolada ou associada a outra doença, 12
(34,3%) foram tratados previamente para TBP.
Tabela XII. Distribuição dos pacientes de acordo com o diagnóstico clínico,
considerando a ocorrência de tratamento prévio ou não
Tratamento
Prévio
TBP
TBP+ doença
base
TBP+HIV
Outro
diagnóstico
Total
Sim
4 (2,7) 1 (0,7) 7 (4,8) 0 (0,0)
12 (8,2)
Não
8 (5,5) 5 (3,4) 10 (6,8) 111 (76,0)
134 (91,8)
Total 12 (8,2) 6 (4,1) 17 (11,6) 111 (76,0) 146 (100,0)
RESULTADOS
45
Como pode ser visto na Tabela XIII, 5 pacientes com diagnóstico de
TBP, 2 com TBP + doença de base e 7 com TBP + HIV não receberam
tratamento prévio e apresentaram resultado negativo na baciloscopia direta.
Dois pacientes com diagnóstico de TBP que receberam tratamento prévio
apresentaram resultado positivo na baciloscopia.
Tabela XIII. Resultado da baciloscopia direta de acordo com o diagnóstico
clínico, considerando tratamento prévio e sem tratamento
Diagnóstico Tratamento prévio Positivo Negativo Total
sim
2 2 4
não
3 5 8
TBP
Total 5 7 12
sim
0 1 1
não
3 2 5
TBP+ doença base
Total 3 3 6
sim
0 7 7
não
3 7 10
TBP+HIV
Total 3 14 17
sim
0 0 0
não
0 102 102
Outro diagnóstico
Total 0 102 102
Considerando a realização de tratamento prévio, em relação ao
resultado da PCR colorimétrica da ANP, pode-se observar que entre os
pacientes com diagnóstico de TBP 3 pacientes sem tratamento apresentaram
RESULTADOS
46
resultado negativo, o mesmo resultado foi encontrado em 3 pacientes com TBP
+ outras doenças de base e em 8 com TBP + HIV (Tabela XIV).
Tabela XIV. Resultado da PCR colorimétrica da ANP de acordo com o
diagnóstico clínico, considerando tratamento prévio e sem tratamento
Diagnóstico Tratamento prévio Positivo Negativo Total
sim
1 3
4
não
5 3
8
TBP
Total 6 6 12
sim
0 1
1
não
2 3
5
TBP+ doença base
Total 2 4 6
sim
0 7
7
não
2 8
10
TBP+HIV
Total 2 15 17
sim
0 0
0
não
2 107
109
Outro diagnóstico
Total 2 107 109
Na Tabela XV observamos que 2 pacientes diagnosticados como
portadores de TBP e com TBP + outras doenças de base e 6 pacientes com
TBP + HIV sem tratamento apresentaram resultado negativo para baciloscopia
do sedimento. entre os pacientes que haviam recebido tratamento prévio,
apenas 2 com TBP apresentaram baciloscopia positiva.
RESULTADOS
47
Tabela XV. Resultado da baciloscopia do sedimento de acordo com o
diagnóstico clínico, considerando ocorrência de tratamento prévio ou não
Diagnóstico Tratamento prévio Positivo Negativo Total
sim
2 2
4
não
6 2
8
TBP
Total 8 4 12
sim
0 1
1
não
3 2
5
TBP+ doença base
Total 3 3 6
sim
0 7
7
não
4 6
10
TBP+HIV
Total 4 13 17
sim
0 0
0
não
0 111
111
Outro diagnóstico
Total 0 111 111
Entre os resultados negativos encontrados na PCR colorimétrica do
sedimento, verificou-se que, entre os pacientes sem tratamento prévio, 4
tinham TBP, 2 apresentavam TBP + doença de base e 8 foram diagnosticados
como TBP + HIV. Resultado positivo foi observado em apenas 1 paciente que
apresentava TBP e havia realizado tratamento prévio (Tabela XVI).
RESULTADOS
48
Tabela XVI. Resultado da PCR colorimétrica do sedimento de acordo com o
diagnóstico clínico, considerando tratamento prévio e sem tratamento
Diagnóstico Tratamento prévio Positivo Negativo Total
sim
1 3
4
não
4 4
8
TBP
Total 5 7 12
sim
0 1
1
não
3 2
5
TBP+ doença base
Total 3 3 6
sim
0 7
7
não
2 8
10
TBP+HIV
Total 2 15 17
sim
0 0
0
não
3 108
111
Outro diagnóstico
Total 3 108 111
Quanto aos resultados da cultura, houve ausência de crescimento de
micobactérias no material de 1 paciente com TBP, 2 com TBP + doença de
base e 5 com TBP + HIV os quais não haviam recebido tratamento prévio. Por
outro lado a cultura apresentou-se positiva para amostras de 2 pacientes com
TBP e 2 com TBP + HIV que haviam recebido tratamento prévio e no material
de 2 pacientes com outro diagnóstico e sem tratamento para TBP (Tabela
XVII).
RESULTADOS
49
Tabela XVII. Resultado da cultura de acordo com o diagnóstico cnico,
considerando tratamento prévio e sem tratamento
Diagnóstico Tratamento prévio Positivo Negativo Total
sim
2 2
4
não
7 1
8
TBP
Total 9 3 12
sim
0 1
1
não
3 2
5
TBP+ doença base
Total 3 3 6
sim
2 5
7
não
5 5
10
TBP+HIV
Total 7 10 17
sim
0 0
0
não
2 107
109
Outro diagnóstico
Total 2 107 109
RESULTADOS
50
Tabela XVIII. Resumo dos resultados das análises descritas
Método de Análise
Resultado
Amostras TBP
positivas
% (%T)
Amostras TBP
negativas
% (%T)
Pacientes com
TBP
% (%T)
Pacientes sem
TBP
% (%T)
Total de
amostras
%
Positivo 18,0 33,3 (09,1) 0,0 0,0 (0,0) 11 31,4 (5,6) 0,0 0,0 (0,0) 18,0 9,1
Negativo 36,0 66,7 (18,3) 140 100,0 (71,1) 24 68,6 (12,2) 102 91,9 (51,8) 179 90,9
Baciloscopia direta
Total 54,0 100,0 (27,4) 140 100,0 (71,1) 35 100,0 (17,8) 111* 100,0 (56,3) 197 100,0
Positivo 14,0 25,5 (06,8) 02 01,3 (1,0) 10 28,6 (4,8) 02 01,8 (01,0) 16,0 7,8
Negativo 41,0 74,5 (19,9) 145 96,0 (70,4) 25 71,4 (12,1) 107 96,4 (51,9) 190 92,2
PCR colorimétrica do ANP
Total 55,0 100,0 (26,7) 151* 100,0 (73,3) 35 100,0 (16,9) 111* 100,0 (53,9) 206 100,0
Positivo 24,0 43,6 (11,4) 0,0 0,0 (0,0) 15 42,9 (7,1) 0,0 0,0 (0,0) 24,0 11,4
Negativo 31,0 56,4 (14,8) 151 100,0 (71,9) 20 57,1 (9,5) 111 100,0 (52,9) 186 88,6
Baciloscopia do
sedimento
Total 55,0 100,0 (26,2) 155* 100,0 (71,9) 35 100,0 (16,6) 111 100,0 (52,9) 210 100,0
Positivo 16,0 29,0 (07,6) 03 1,9 (1,4) 10 28,6 (4,7) 03 02,7 (01,4) 19,0 9,0
Negativo 39,0 71,0 (18,6) 148 95,48 (70,5) 25 71,4 (11,9) 108 97,3 (51,4) 191 91,0
PCR colorimétrica do
sedimento
Total 55,0 100,0 (26,2) 155* 100,0 (73,8) 35 100,0 (16,6) 111 100,0 (52,9) 210 100,0
Positivo 29,0 52,7 (14,3) 02 1,3 (01,0) 19 54,3 (9,3) 02 01,8 (01,0) 31,0 15,3
Negativo 24,0 43,6 (11,8) 144 97,3 (70,9) 16 45,7 (7,8) 107 96,4 (52,7) 172 84,3
Cultura
Total 55,0 100,0 (27,1) 148* 100,0 (72,9) 35 100,0 (17,2) 111* 100,0 (54,7) 203 100,0
*A soma não corresponde ao total uma vez que nesses casos algumas amostras não foram processadas, por falta de material.
RESULTADOS
51
Os resultados negativos da baciloscopia direta e baciloscopia do
sedimento correspondem a 86,3% (126/146) e 89,7% (131/146) dos pacientes,
respectivamente. Além disso, 85,4% (123/144) dos pacientes também
apresentaram culturas negativas. Com base nos dados clínicos conclui-se que
apenas 23,9% (35/146) dos 150 pacientes incluídos no nosso estudo,
apresentaram alguma forma de TBP (Tabela XII).
Quando os resultados dos testes microbiológicos foram analisados em
relação aos pacientes com diagnóstico clínico de TBP (35/146), 68,6% (24/35)
dos resultados de baciloscopia direta, 57,1% (20/35) da baciloscopia do
sedimento e 45,7% (16/35) da cultura foram negativos.
Os resultados das 210 amostras analisadas foram negativos em 90,1%
(179/197), 88,6% (186/210) e 84,3% (172/203) em relação à baciloscopia
direta, do sedimento e cultura, respectivamente.
A análise de 206 ANP e 210 sedimentos por PCR colorimétrica
apresentou resultados negativos em 92,2% (190/206) e 91,0% (191/210),
respectivamente. Em relação ao número de pacientes (n=146), foram obtidos
88,6% e 84,3% resultados negativos para a PCR colorimétrica da ANP e do
sedimento, respectivamente. Se considerarmos ainda apenas os 35 pacientes
com diagnóstico clínico de TBP, os resultados negativos foram de 71,4%
(25/35) para ambos os experimentos (Tabela XVIII).
5.2 - Análise Correlacional
Comparando a baciloscopia direta com a PCR colorimétrica, podemos
observar que houve uma pequena discrepância entre os resultados. Como
podemos observar em destaque na Tabela XIX a baciloscopia apresentou 7
RESULTADOS
52
resultados positivos, não detectados pela PCR colorimétrica e a PCR
colorimétrica apresentou 5 resultados positivos não detectados na baciloscopia
direta.
Tabela XIX. Distribuição das amostras com relação às avaliações pelos
métodos de PCR colorimétrica e baciloscopia direta
Baciloscopia direta
PCR colorimétrica
Positivo
Negativo
Sem resultado
Total
Positivo
11 5 0
16
Negativo
7 170 13
190
Sem resultado
0 4 0
4
Total 18 179 13 210
A Tabela XX tamm demonstra uma pequena diferença entre os
resultados da baciloscopia do sedimento versus PCR colorimétrica. Essa
diferença é observada para os resultados negativos.
Tabela XX. Distribuição das amostras com relação às avaliações pela PCR
colorimétrica e baciloscopia do sedimento
Baciloscopia do sedimento
PCR Colorimétrica
Positivo Negativo Total
Positivo
15 4
19
Negativo
9 182
191
Total 24 186 210
RESULTADOS
53
A comparação entre a PCR colorimétrica da ANP versus cultura e PCR
colorimétrica do sedimento versus cultura podem ser observados na Tabelas
XXI e XXII, respectivamente.
Tabela XXI. Distribuição das amostras com relação às avaliações pelos
métodos de PCR colorimétrica da ANP e da cultura
Cultura
PCRc. ANP
Positivo Negativo Contaminada Total
Positivo
13 3 0
16
Negativo
18 165 7
190
Sem resultado
0 4 0
4
Total 31 172 7 210
Tabela XXII. Distribuição das amostras com relação às avaliações pelos
métodos de PCR colorimétrica do sedimento e da cultura
Cultura
PCRc sedimento
Positivo Negativo Contaminada Total
Positivo
15 4 0
19
Negativo
16 168 7
191
Total 31 172 7 210
RESULTADOS
54
5.3 - Análise Inferencial
Considerando as 210 amostras, de acordo com o critério da estatística
Kappa, podemos afirmar que a PCR colorimétrica, tanto da ANP como do
sedimento, apresenta uma boa concordância com respeito à cultura (Tabelas
XXIII e XXIV).
Tabela XXIII. Resultados do estudo de concordância entre a PCR colorimétrica
da ANP e os outros testes
Kappa Intervalo de confiança
B. direta 0,6131
0,4130 0,8132
Cultura 0,5
0,3247 0,6829
Tabela XXIV. Resultados do estudo de concordância entre a PCR colorimétrica
do sedimento e os outros testes
Kappa Intervalo de confiança
B.sedimento 0,6637
0,4940 0,8334
cultura 0,5481
0,3191 0,6977
A especificidade da PCR colorimétrica (ANP e sedimento) em relação à
cultura foi de 98%. Essa estimativa pode ser visualizada nas Tabelas XXV e
XXVI, respectivamente. Outro resultado relevante que ainda podemos verificar
RESULTADOS
55
nestas tabelas é que a sensibilidade para a PCR colorimétrica da ANP e
sedimento em relação à cultura foi de 41% e 48%, respectivamente.
Tabela XXV. Medidas de eficácia diagnóstica da PCR colorimétrica da ANP em
relação à Cultura
Estimativa Intervalo de confiança
Especificidade 0,9821
0,9487 0,9963
Sensibilidade 0,4193
0,2485 0,6092
Tabela XXVI. Medidas de eficácia diagnóstica da PCR colorimétrica do
sedimento em relação à Cultura
Estimativa Intervalo de confiança
Especificidade 0,9767
0,9415 0,9931
Sensibilidade 0,4838
0,3015 0,6694
A concordância do teste PCR colorimétrico com respeito ao diagnóstico
clínico de TBP é fraca (kappa=0,34 e 0,33 com IC=[0,1677-0,5205 e 0,1522-
0,5070], respectivamente) tanto para a PCR colorimétrica da ANP quanto para
a PCR colorimétrica do sedimento (Tabela XXVII).
RESULTADOS
56
Tabela XXVII. Resultado do estudo de concordância entre os testes utilizados
e o Diagnóstico Clínico de TBP
Kappa Intervalo de confiança
B. direta 0,406
0,2320
0,5793
PCR colorimétrica da ANP 0,344
0,1677 0,5205
B. sedimento 0,533
0,3646 0,7010
PCR colorimétrica do sedimento
0,330
0,1522 0,5070
Cultura 0,607
0,4475 0,7664
Em relação ao diagnóstico clínico de TBP observamos que os resultados
de sensibilidade (28,6%), especificidade (98,2%) tanto para a PCR
colorimétrica da ANP como para o sedimento. Os valores preditivo positivo
foram de 83,3% e 76,9% para a PCR colorimétrica da ANP e sedimento e os
valores preditivo negativo foram de 81,1% e 87,0%, respectivamente para
ambos os testes (Tabela XXVIII).
RESULTADOS
57
Tabela XXVIII. Medidas de eficácia diagnóstica dos métodos utilizados no estudo em que a Prevalência TBP foi de 23,9%
(35/146)*.
Métodos
Sensibilidade (%)
Especificidade (%)
Valor Preditivo Positivo
(%)
Valor Preditivo
Negativo (%)
Probabilidade Pré-teste
(%)
Probabilidade Pós-
teste (%)
Acurácia
%
Verossimilhança
Kappa
Conceito da análise
estatística
Proporção de
indivíduos
doentes com
teste positivo
Proporção
de
indivíduos
sadios com
teste
negativo
Se resultado
positivo, qual
probabilidade do
paciente ter
realmente a
doença
Se resultado
negativo, qual
probabilidade
do paciente não
ter a doença
(Prevalência)
proporção de
pessoas com a
doença em
estudo, em uma
população de
risco
chance do teste
estar correto
Proporção de
testes
verdadeirame
nte.positivo e
verdadeirame
nte negativo,
em relação o
total de
resultados
Quantas vezes é
provável encontrar
resultado + em
pessoas doentes
comparado com
não doentes ou –
em não doentes
comparados com
doentes
Grau de
concordância
(0,2=pobre
0,21-0,4=
fraca;
0,41-0,6=
moderada;
0,61-0,8=
boa;
>0,8=muito
boa)
fórmulas
a/a+c d/b+d a/a+b x100 d/d+c x100 a+c/a+b+c+d
Positivo
Negativo
a+d/a+b+c
+d
Vr(+) =S/1-E
Vr(-) =1-S/E
Positivo
Negativo
P
O
- P
E
/1- P
E
Baciloscopia
direta
31,4 100,0 100,0 81,0 25,5 - - 82,5 - 0,70 0,41
PCRc da ANP
28,6 98,2 83,3 81,1 24,3 83,3 18,9 81,3 15,6 0,70 0,34
Baciloscopia
sedimento
42,9 100,0 100,0 84,7 24,0 - - 86,3 - 0,60 0,53
PCR c do
sedimento
28,6 97,3 76,9 81,2 24,0 76,9 18,8 80,8 10,6 0,70 0,33
Cultura
54,3 98,2 90,5 87,0 24,3 90,5 13,0 87,5 29,6 0,47 0,61
* resultado válido para o grupo de pacientes incluídos neste trabalho.lculos baseados em: http://www.vademecum.com.br/iatros/index.htm
RESULTADOS
58
A prevalência de TBP, para o nosso grupo de pacientes, foi de 23,9%
este é um índice importante porque nos ajuda a compreender melhor o
desempenho do teste sob o prisma da clínica uma vez que a sensibilidade,
especificidade, VPP e VPN podem variar de acordo com a prevalência do local.
A razão de verossimilhança ou Likelihood Ratio (Vr ou LR) é uma
ferramenta importante para a prática clínica e laboratorial na análise de um
teste diagnóstico, definida como a possibilidade do resultado de um teste em
particular para uma pessoa com a doença de interesse, dividido pela
probabilidade daquele resultado de teste para uma pessoa sem a doença de
interesse. A aplicação na clínica fica facilitada quando se usa o nomograma de
Fagan (Figura 7) que permite estimar a probabilidade pós-teste (83.3% e
76,9%) quando determinada a probabilidade pré-teste (24.3% e 24,0%) e Vr
(15,9 e 10,6). Ajuda a definir quantas vezes aumentou ou diminuiu a chance do
paciente que tem um teste positivo ou negativo realmente ser portador da
doença em questão.
RESULTADOS
59
Figura 7. Nomograma de Fagan
PCRc sedimento
PCRc do ANP
Cultura
DISCUSSÃO
60
6. DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
61
A detecção rápida e precisa de M. tuberculosis tem um forte impacto no
cuidado e tratamento de pessoas infectadas e no controle da tuberculose na
população. Ante o crescente número de casos de tuberculose multiresistente à
drogas, o CDC (1992) definiu, no início da década de 90, alguns objetivos para
o diagnóstico microbiológico da TBP, que incluem: a comunicação do resultado
da baciloscopia ao clínico em 24 horas; detecção do BAAR em 14 dias por
cultura ; identificação da espécie em 17 a 21 dias e disponibilidade do resultado
do teste de sensibilidade aos antimicrobianos em 28 dias.
Também o isolamento dos pacientes internados com TBP ativa é
importante para evitar a transmissão da tuberculose hospitalar. Recomenda-se
dentro da instituição o isolamento de todos os pacientes potencialmente
contagiosos em quarto-leito individual o com pressão negativa. Os doentes
devem permanecer em isolamento a que sejam obtidos 3 resultados
negativos da baciloscopia ou até que apresentem boa resposta clínica ao
tratamento além de 3 baciloscopias negativas (Wisnivesky et al., 2005).
A aplicação destas orientações tem-se traduzido em diminuição da
transmissão de tuberculose em algumas instituições. A diminuição das taxas de
TBP nos EUA e menores taxas de hospitalização de pessoas com tuberculose
conduziram a baixa prevalência de TBP entre doentes isolados por causa da
suspeita da doença. Embora seja elevado o número de isolamentos de doentes
com baixo risco de TBP, a identificação demorada dos pacientes com TBP é
um grande problema.
É comum a identificação de pacientes com TBP pelos resultados da
baciloscopia, porém a sensibilidade deste teste não é alta (50-60%) (Chan et
DISCUSSÃO
62
al., 2000) e já foi reportada a transmissão de TBP por pacientes com
baciloscopia negativa (Anderson et al.,1995; Behr et al., 1999).
A utilização de recursos rápidos e eficientes na identificação dos doentes
com baixo risco de TBP poderia ajudar a reduzir os custos hospitalares. Esses
critérios devem basear-se na presença de fatores de risco, achados físicos e
radiografia torácica, embora se deve considerar que a associação de TBP com
SIDA trouxe profundas modificações nas características de apresentação da
doença. O diagnóstico da tuberculose em pacientes com SIDA é geralmente
mais difícil do que no paciente imunocompetente, pela rápida evolução e
apresentação menos característica. Por isso, vários casos são diagnosticados
tardiamente, e muitas vezes não se confirma o diagnóstico (Kramer et al.,
1990); além do mais a infecção pelo HIV esteve presente em mais de 80% de
6 surtos de tuberculose multiresistente a drogas ocorridos em 1990 a 1992, nos
EUA (Ellner et al., 1993).
Nos casos de suspeita de tuberculose extrapulmonar, além desses
testes, são utilizados tamm métodos anátomo-patológicos, citológicos,
sorológicos, bioquímicos e de biologia molecular, conforme a disponibilidade
nos serviços de saúde e laboratórios de referência (Ministério da Saúde, 1994;
Ministério da Saúde, 1997).
A baciloscopia é o exame mais empregado na rotina diagnóstica da
tuberculose em função da sua simplicidade, rapidez e baixo custo (Ministério
da Saúde, 1997). A baciloscopia tem algumas limitações, dentre as quais
podemos citar o grande número de bacilos necessário para a positividade do
teste. O exame é positivo em amostras com pelo menos 10.000 bacilos/mL,
o que limita a sensibilidade do teste. Consequentemente se deduz que apenas
DISCUSSÃO
63
lesões razoavelmente extensas, com grande população bacilar, podem
apresentar baciloscopia positiva. Outro inconveniente é o fato de o resultado
apenas identificar o microrganismo como BAAR, portanto, a interpretação
dependeda prevalência da tuberculose e de outras micobacterioses no local
onde o teste é empregado, visto ser ele incapaz de diferenciar espécies de
micobactérias, o que pode influenciar negativamente na sua especificidade
(Ministério da Saúde, 1994).
A sensibilidade e especificidade da baciloscopia têm sido avaliadas
periodicamente em várias revisões e, embora seus valores variem
consideravelmente nos diferentes estudos, é claro que a baciloscopia continua
sendo um passo imprescindível na avaliação diagnóstica da tuberculose
(Chakravorry et al., 2005). Levy e colaboradores (1989) num estudo de 2560
escarros provenientes de 727 pacientes do Hospital Hilbrow reportaram
sensibilidade de 53,1% e especificidade de 99,8%, com valor preditivo positivo
de 98,5%. Gordin & Slutkin (1990) revisando os resultados de baciloscopia no
Hospital Geral de São Francisco encontraram sensibilidade variando entre
45,75 e 55,3% num período de 8 anos. A especificidade sempre foi de 99%, e o
valor preditivo positivo ficou entre 91,5% a 98% no período estudado.
Kim e colaboradores (1984) demonstraram sensibilidade de até 74,4%,
uma vez que 727 de 977 pacientes com tuberculose pulmonar tiveram
baciloscopia positiva antes de iniciar o tratamento.
A sedimentação combinada com a citocentrifugação aumenta a
sensibilidade na detecção dos bacilos ácido-álcool resistentes nos esfregaços
de escarro. Fodor (1995) estudou a eficácia da sedimentação combinada com
a citocentrifugação do escarro na preparação de esfregaço para a detecção de
DISCUSSÃO
64
micobactérias. Obteve 32 esfregaços positivos para BAAR, sendo que em 26
casos os resultados foram melhores que com a baciloscopia direta. Encontrou-
se mais bacilos em 20 casos, e em 6 casos o resultado foi positivo com o
método de citocentrifugação. A diferença no número de bacilos foi de 100 a
200 vezes em 5 amostras e de 10 vezes em 12 amostras comparadas com a
baciloscopia direta concluindo que a técnica aplicada é adequada para o cultivo
e para a baciloscopia a partir do mesmo sedimento.
Em nosso estudo na rotina laboratorial de um Hospital Geral
Universitário sem seleção prévia dos pacientes por critério clínico, no total de
210 amostras obtivemos positividade em 33,3% na baciloscopia direta e 31,4%
quando consideramos as amostras dos pacientes com diagnóstico clínico de
TBP. Por outro lado, a positividade na baciloscopia do sedimento foi de 43,6%,
e 42,9%, respectivamente. Nossos resultados da baciloscopia do sedimento
confirmam os achados da literatura em que a detecção de BAAR é mais
eficiente que a observada com a baciloscopia direta.
De acordo com a literatura, variações observadas nos resultados da
baciloscopia podem ser explicadas pela apresentação da doença (cavitária ou
miliar), espécie de micobactéria e sua prevancia, eficácia da
descontaminação e concentração, espessura e extensão do esfregaço, tipo de
coloração, descoloração, o treino e a experiência de quem vai avaliar a lâmina
(Pfaller, 1994). Wobeser e colaboradores (1996) em estudo de 1480 espécimes
no Canadá, evidenciaram crescimento de micobactérias em 218, o que
representa 14,7%. Deste total, 170 (78%) foram isolados de escarro ou lavado
broncoalveolar e, destes espécimes, 63 (37%) foram positivos na baciloscopia.
Das 63 amostras clínicas com baciloscopia e cultura positivas, em 40 (63%) foi
DISCUSSÃO
65
isolado M. tuberculosis, em 15 (24%) MAC, e 8 (13%) outras micobactérias.
Portanto, numa região onde 37% das amostras respirarias positivas à
baciloscopia são micobactérias não tuberculosas, a especificidade e o valor
preditivo positivo deste teste podem estar comprometidos.
Greenbaum e colaboradores (1980) reportaram baciloscopia positiva em
52% dos pacientes com cavitações e 32% entre aqueles com infiltrados locais.
Klein e colaboradores (1989) demonstraram que a sensibilidade da
baciloscopia em pacientes com SIDA foi de 45% contra 81% no grupo controle
sem SIDA. Tem sido reportado um menor rendimento da baciloscopia em
pacientes infectados pelo HIV e espera-se que a sensibilidade seja menor
quanto maior a imunodepressão (Klein et al., 1989; Daniel, 1990). Smith e
colaboradores (1994), no entanto, desafiam esse conceito, com resultados que
mostram a mesma sensibilidade da baciloscopia para 100 infectados pelo HIV
e 76 não infectados (60% e 57%, respectivamente).
Nas tabelas XII e XIII mostramos que 10 das baciloscopias diretas
apresentaram resultado negativo. No grupo de pacientes, 34,3% (12/35)
estavam em tratamento ou o receberam previamente, o que poderia estar
contribuindo para uma baixa sensibilidade da baciloscopia.
A demonstração de BAAR pela microscopia direta no escarro é
altamente sugestiva de tuberculose pulmonar, no entanto, a confirmação
depende do cultivo do M. tuberculosis naquela amostra. Ambas as técnicas
estão sujeitas a erro do tipo falso positivo ou falso negativo. Apesar da alta
sensibilidade, a cultura pode não detectar até 20% dos bacilos em amostras de
casos de tuberculose (Ling, 2008). Vários fatores podem estar relacionados
com essa ocorrência, dentre eles podemos destacar amostras com menos de
DISCUSSÃO
66
10 a 100 bacilos/mL, que geralmente são negativas no cultivo. A
descontaminação com soda pode inviabilizar o crescimento dos bacilos; a
contaminação com fungos e bactérias de crescimento rápido, o uso prévio de
drogas tuberculostáticas e problemas técnicos e operacionais também podem
interferir no desempenho da cultura. De acordo com os nossos resultados, a
sensibilidade da cultura considerando o total de amostras foi de 52,7% e
segundo o diagnóstico cnico de TBP foi de 54,3%.
Em uma pesquisa realizada no setor de Microbiologia do Laboratório
Central do HSP, Machado (1998) avaliou o desempenho do meio de cultura
líquido (MGIT) e do meio sólido (LJ) e concluiu que a média de tempo para
detecção de micobactérias em escarro utilizando MGIT foi significantemente
menor quando comparada a do LJ, embora a sensibilidade e a especificidade
fossem similares para ambos os testes.
A sensibilidade da cultura varia entre 80% e 100%, e a especificidade de
98% a 100% (Bollela, 1999). O cultivo do M. tuberculosis também pode ser
afetado pela apresentação clínica da doença. Por outro lado, podemos ter
resultados falsos-positivos na cultura, implicando em queda na especificidade
da cnica. A ocorrência deste fato pode decorrer da contaminação da amostra
com M. tuberculosis, manipulação indevida após a coleta, manuseio da
amostra no laborario ou por erro na identificação das amostras.
A leitura da cultura e o fornecimento dos resultados positivos devem ser
efetuados semanalmente. Em razão do crescimento lento das micobactérias
(geralmente em torno de 30 dias), a duração do processo desde o recebimento
da amostra até o fornecimento do resultado positivo ou negativo da cultura
efetuada com métodos tradicionais é de quatro a seis semanas e a
DISCUSSÃO
67
determinação da sensibilidade às drogas antituberculosas e ou a identificação
da espécie isolada pode adicionar de três a oito semanas ao processo
(Ministério da Saúde, 1994; Collins et al., 1997).
Em nosso estudo, as 210 amostras foram submetidas à cultura, das
quais 31 resultaram positivas, representando total de 15,3%. É importante
ressaltar que dos 35 pacientes com TBP, 12 estavam usando drogas
tuberculostáticas ou a usaram num intervalo curto de tempo antes da coleta
das amostras clínicas. Além disso, 7 (3,3%) culturas estavam contaminadas,
impedindo a sua avaliação adequada.
As técnicas convencionais e as alternativas discutidas mostraram
grandes limitações para atingir o objetivo do diagnosticopido e preciso
(Pfaller, 1994). Brisson-Nöel e colaboradores (1991) reportaram que em 514
amostras variadas (escarro, aspirado gástrico, líquido pleural, urina, líquor)
97,3% tiveram resultados de PCR concordantes com os dados microbiológicos
e/ou clínicos. Os autores analisaram uma grande variedade de espécimes, mas
não foi informado quais foram os critérios clínicos utilizados para a definição da
tuberculose.
Clarridge III e colaboradores (1993) avaliaram 5000 espécimes clínicos
diferentes quanto à presença de micobactérias usando como DNA alvo o
elemento IS6110. Os resultados foram comparados com os da cultura
resultando em sensibilidade de 83,5%, especificidade de 99% e valor preditivo
positivo de 94,2%. A sensibilidade da PCR em amostras com baciloscopia
negativa e cultura positiva foi de 62%. Outros trabalhos foram desenvolvidos,
tendo como alvo o elemento IS6110 (Abe et al., 1993; Forbes & Hicks, 1993;
Miyazaki et al., 1993; Nolte et al., 1995; Beige et al.,1995), sendo que a
DISCUSSÃO
68
sensibilidade da PCR oscilou entre 74 e 98%, e a especificidade entre 66 e
100%.
Na tentativa de otimizar os resultados da PCR, principalmente nas
amostras paucibacilares, Forbes & Hicks (1994) descreveram a detecção de M.
tuberculosis diretamente em meio de cultura 12B do BACTEC 460. Os
resultados mostraram sensibilidade de 100% e especificidade de 99,7%. É
importante ressaltar que 42% das culturas apresentaram resultados de
baciloscopia negativo, mas apresentaram resultados positivos na PCR.
Sperhacke e colaboradores (2004) analisaram 80 amostras clínicas
(pulmonares e extrapulmonares) usando PCR colorimétrico in house (PCR dot-
blot). A detecção do produto amplificado foi feita por hibridização com sonda
marcada com biotina em suporte sólido (membrana de nitrocelulose) e com a
visualização do produto amplificado por migração em gel de agarose. Os
autores consideraram como padrão ouro a cultura combinada com achados
clínicos e verificaram sensibilidade de 90% e 95% para detecção em gel
agarose e membrana, respectivamente e especificidade de 97% para ambas as
formas de detecção. Assim, concluíram que os resultados de sensibilidade e
especificidade obtidos com a PCR dot-blot justificavam estudos subseqüentes
de efetividade e posterior avaliação de sua real aplicabilidade na rotina de
diagnóstico na rede de saúde pública.
A utilização de técnicas moleculares no diagnóstico da tuberculose tem
atraído grande interesse, particularmente pela possibilidade de redução do
tempo necessário para detecção e identificação do M. tuberculosis em
espécimes clínicos. A disparidade entre o rendimento da baciloscopia e da
cultura de escarro indica que o número considerável de diagnóstico potencial
DISCUSSÃO
69
de tuberculose, em amostras de escarro, o tem sido feito ou têm demorado
em demasia, por falta de ensaios mais rápidos e sensíveis (Schluger, 1996).
O significado funcional das seqüencias de DNA não é relevante para seu
uso como alvo de amplificação na PCR, desde que seja específica do
organismo que se pretende estudar. O elemento IS6110 foi encontrado
somente em bactérias do complexo M. tuberculosis (M.tuberculosis, M. bovis,
M. microti e M. africanum). Tanto M. tuberculosis quanto M. bovis podem
causar tuberculose em humanos. No entanto, as rotas de infecção e a
apresentação clínica geralmente o diferentes, sendo que a doença causada
por M. tuberculosis é muito mais prevalente. IS6110 tem uma única cópia na
maioria das cepas de M. bovis e até 18 cópias em algumas cepas de M.
tuberculosis (Van Soolingen et al., 1993), porém raros isolados no sudeste
asiático não possuem esta seqüencia de inserção no seu genoma (Yuen et al.,
1993). Outros alvos de amplificação para PCR são possíveis e com vantagens
teóricas. Tem sido comum o uso de seqüencias de rRNA como alvo de
amplificação podendo ser transcritas reversamente a um DNA como alvo da
PCR (Böddinghaus et al., 1990).
Um dos primeiros trabalhos sobre a aplicação da PCR no diagnóstico da
tuberculose diretamente no escarro foi feito por Eisenach e colaboradores
(1990), com a amplificação de um fragmento de 123 pares de bases da região
IS6110 em 162 amostras. A sensibilidade e especificidade encontradas foram
de 96%. O trabalho demonstrou que a PCR foi capaz de diagnosticar
efetivamente casos de tuberculose pulmonar, além da capacidade de
diferenciar M. tuberculosis das micobactérias não tuberculosas. Uma limitação
DISCUSSÃO
70
deste trabalho foi não ter incldo grande número de amostras com
baciloscopia negativa e cultura positiva.
Trabalhos publicados para analisar a sensibilidade a especificidade da
PCR no diagnóstico de TBP foram elaborados a partir de amostras de
pacientes com diagnóstico definido (Cheng et al., 2004).
Recentemente, Scherer e colaboradores (2007) avaliaram o
desempenho dessa PCR in house (PCR dot-blot) para diagnosticar TBP a partir
de amostras de escarro com resultado de baciloscopia negativa em pacientes
portadores do HIV e com alta suspeita de TBP, obtendo 90% de sensibilidade e
71% de especificidade. Os resultados encontrados por esses autores estão de
acordo com a literatura, mostrando que os métodos moleculares podem
contribuir de forma efetiva para o diagnóstico de TBP nestes pacientes.
Tanto Sperhacke e colaboradores (2004) como Scherer e colaboradores
(2007) avaliaram a eficácia da PCR in house tendo como foco a detecção dos
produtos amplificados através de colorimetria em suporte sólido. No nosso
trabalho, usando o mesmo protocolo de PCR in house padronizado por
Sperhacke, a deteão dos produtos amplificados foi feita em placa amino link,
para avaliar sua aplicabilidade na rotina diagnóstica da rede de saúde pública.
Este trabalho é o primeiro à apresentar a aplicabilidade do teste na rotina de
um Hospital Geral Universitário.
Quando comparamos os resultados laboratoriais relacionados ao
diagnóstico clínico verificamos que dos 111 (76,0%) pacientes com outro
diagnóstico clínico (diferente de qualquer apresentação de TBP) 2 (0,01%)
pacientes apresentaram resultado positivo na PCR colorimétrica da ANP sendo
que nas baciloscopias e cultura os resultados foram negativos.
DISCUSSÃO
71
Por outro lado, 3 pacientes apresentaram resultado positivo na PCR
colorimetrico do sedimento sendo que com os outras métodos o resultado foi
negativo (Apêndice 4). Dois pacientes apresentaram resultado positivo na
cultura com resultados negativos com os outros métodos utilizados. Dentre os
grupos com diagnóstico de TBP associado ou o a outra doença, os
resultados dos outros métodos aplicados nas amostras foram negativos nos
pacientes 11, nº 30, 123 e 124 (Apêndices 1 e 2). Encontrou-se ainda
resultados negativos com pelo menos um dos métodos, nos seguintes
pacientes: nº 64, nº 94, nº 102, nº 104, nº 131 e nº 136 (Apêndices 1 e 2).
Resultados falso-positivos foram observados na seguinte proporção:
1,8% para a PCR colorimétrica da ANP e cultura e 2,7% na PCR colorimétrica
do sedimento. Os resultados falso-negativos foram mais discrepantes em todos
os métodos, como se segue: 68,6% na baciloscopia direta, 71,4% na PCR
colorimétrica da ANP e do sedimento, 57,1% na baciloscopia do sedimento e
45,7% na cultura. Para evitar esses problemas rios autores recomendam
monitorar as seguintes situões: a) inibição da Taq polimerase, b) distribuição
não homogênea dos bacilos nas amostras paucibacilares, c) volume e
quantidade dos espécimes analisados (Martins, 2000).
Saboor e colaboradores (1992) relataram resultados de PCR positivo
para M. tuberculosis em pacientes com sarcoidose e salientaram que esta é
uma doença granulomatosa de causa não definida, mas com características
histológicas similares a da tuberculose. Mitchell e colaboradores (1992) em um
estudo sobre detecção de rRNA de micobactérias em sarcoidose sugeriram
que um agente micobacteriano poderia contribuir para a patogenia da doença.
DISCUSSÃO
72
Possíveis resultados falso-positivos já foram relatados por Reischl e
colaboradores (1998) em amostras extrapulmonares de pacientes com suspeita
de TB, porém com diagnóstico clínico de câncer e em pacientes que faziam
uso de quimioterápicos. Outros autores também relataram resultados falso-
positivos presentes em espécimes de biópsia de pulmão e linfonodos e
aspirados provenientes de pacientes com leucemia, ncer ou pacientes
imunocomprometidos (coinfectados com HIV, transplantados, e tratados com
corticosteróides). Estes sítios como pulmão e linfonodos podem albergar M.
tuberculosis na sua forma latente, onde a reativação e a replicação são
favorecidas em pacientes com este perfil (Hellyer et al., 1996; Honoré-
Bouakline et al., 2003).
As reações de PCR colorimétrica da ANP e do sedimento, apresentaram
resultados positivos nas amostras de 10 pacientes (4,8% e 4,7,
respectivamente). O teste apresentou sensibilidade de 28,6% ndice de
confiança (IC)= 13,6-43,5], nas reações preparadas sobre ANP e sedimento.
Com relação à especificidade apresentou melhor resolução [98,2%, IC= 95,6-
100,7] nas reações realizadas com sedimento. Conclui-se que a PCR
colorimétrica é pouco sensível, mas muito específica e tem acurácia de 81,3%
e 80,8% para as reações sobre ANP e sedimento, respectivamente (Tabela
XXVIII).
A estimativa de indivíduos realmente portadores de TBP, calculada pelo
valor preditivo positivo foi de 83,3% (PCR colorimétrica de ANP) e 76,9% (PCR
colorimétrica do sedimento) (IC= 54,0-104,4) e a estimativa de indivíduos
realmente negativos foi calculada pelo valor preditivo negativo que resultou em
81,1% (IC=74,4-87,8), para a ANP e sedimento em ambos os cálculos.
DISCUSSÃO
73
A razão das probabilidades ou de verossimilhança (Vr) que indica a
possibilidade do resultado do teste apresentar o resultado mais condizente com
a verdade foi de Vr positivo=15,6 e 10,6, respectivamente para teste sobre
ANP e sedimento. Quanto maior o valor de Vr positivo, maior a sua capacidade
de diagnosticar a doença em pacientes com teste negativo, sendo considerado
bons os valores superiores a 1,0, valores entre 1,0 e 0 diminuem a
probabilidade da doença, e quanto mais próxima de zero for a VR negativo
para a presença do achado, mais forte o argumento contra a doença.
A fim de proporcionar dados mais substanciais sobre a validade
diagnóstica de um teste, atualmente, recomenda-se que além dos valores de
especificidade e sensibilidade, sejam calculados a razão de probabilidade
(likelihood ratio) e as probabilidades pré e pós-teste. A razão de probabilidade
indica o mero de vezes que o exame é positivo entre portadores da doença
em questão, em relação a falsos positivos. A probabilidade pré-teste estima a
chance do exame ser positivo levando-se em consideração a prevalência.
Considera-se dessa forma que quando o teste de PCR colorimétrica foi
realizado com a ANP as chances de que um paciente com teste positivo,
aumentou de 24,3% para 83,3,% (Figura 7).
Os índices de positividade do teste in house PCR colorimétrico foram
menores para diagnóstico de TBP com respeito aos outros testes (cultura e
baciloscopia) (p=0,00), conforme verificado pelo teste do X
2
(dados não
mostrados). Uma vez que o valorde p não foi significativo o valor do coeficiente
kappa, considerando o total de amostras clínicas apresentou boa concordância
(kappa = 0,6 e 0,5 para PCR colorimétrica ANP e PCR colorimétrica do
sedimento, respectivamente), mas quando calculamos a concordância do teste
DISCUSSÃO
74
com respeito ao diagnóstico clínico de TBP obteve-se fraca concordância.
(coeficiente kappa = 0,41 e 0,33 para PCR colorimétrica ANP e PCR
colorimétrica do sedimento, respectivamente).
Atualmente é possível adquirir kits comerciais, para realizar o
diagnóstico de tuberculose pela técnica de PCR, no entanto o custo desses kits
é elevado. A implementação da PCR in house, am de diminuir o custo,
introduz o uso de novas tecnologias que possibilitam avanços no estudo das
micobactérias, considerando as inúmeras aplicações que podem oferecer,
como por exemplo, em estudos de susceptibilidade as drogas do M.
tuberculosis, pesquisa epidemiológica e molecular de surtos, testes
diagnósticos e avaliação da resposta ao tratamento, entre outras. Ainda, se
considerarmos o custo da internação de um paciente sem diagnóstico e o risco
de transmissão da doença, principalmente no ambiente hospitalar, a PCR terá
boa relação custo-benefício se bem indicada (Bollela, 2000).
Kritski e colaboradores (1998) afirmaram que a interpretação clínica de
um resultado de PCR positivo para TB no escarro, bem como a sua utilidade
em outros tipos de espécimes clínicos ainda não estariam bem estabelecida.
Se interpretarmos os resultados de acordo com a doença pré-teste os
pacientes com elevada suspeita clínica de TBP, com baciloscopia direta
negativa e teste PCR positivo, teriam indicação de início de terapia anti-TB, de
isolamento respiratório (quando internados em hospital geral) e avaliação dos
contatos intradomiciliares. Nos casos com baixa suspeita clínica de TBP,
exame baciloscópico positivo e teste PCR negativo, deve-se realizar
investigação maior na dirão de uma micobactéria não tuberculosa.
DISCUSSÃO
75
Em 1998, Foulds e O`Brien pronunciaram-se no programa global de
tuberculose da WHO com o objetivo de estimular e facilitar os estudos de
novos testes para o diagnóstico da tuberculose. Como este programa enfatiza
a implementação do diagnóstico da tuberculose paucibacilar. Martins e
colaboradores (2000) sugeriram estudos regionais, em grupos específicos de
pacientes, para definir as situações em que seria útil implantar a técnica de
amplificação de ácidos nucléicos. Os laboratórios funcionariam como centros-
pilotos e deveriam ser de vel II ou III, conforme indicado no Workshop”
relatado pela American Thoracic Society (1997). Estes deveriam possuir área
exclusiva para os testes de amplificação de ácidos nucléicos e contar com
profissionais para atuar na área de isolamento, identificação e teste de
sensibilidade de micobactérias e outros profissionais para realizar os testes de
amplificação de ácidos nucléicos.
De acordo com Bollela (2000), a PCR deve ser considerada e estaria
indicada em algumas situações, tais como pacientes com forte suspeita de TBP
em que foi preciso internação para confirmação diagnóstica, pacientes graves,
especialmente com SIDA, com suspeita de tuberculose, pacientes
paucibaciliferos em que se considere o início da terapêutica empírica,
pacientes infectados pelo HIV, particularmente aqueles com níveis de células
CD4
+
menores que 100 células/mm
3
, em que, apesar da baciloscopia positiva,
exista dúvida entre infecção por M.tuberculosis e /ou outras micobactérias.
É importante lembrar que a sensibilidade e especificidade do teste
diagnóstico não dependem da população, ou localidade em que o teste será
utilizado, pois o características do teste. Se realizado conforme
padronização, espera-se resultados reprodutíveis e constantes. No entanto, os
DISCUSSÃO
76
valores preditivos positivo e negativo são variáveis dependentes da prevalência
da doença na população onde o teste será empregado. O conhecimento sobre
essa questão é fundamental na avaliação de um teste que se pretenda
implantar na rotina diagnóstica da doença (Arias et al., 2007).
Quando se analisa um novo método, o desempenho do teste padrão é
um parâmetro crítico. Para a detecção do M. tuberculosis, a cultura pode ser
considerada o gold standard”, por ter especificidade de 100% e sensibilidade
de aproximadamente 90% (Bates, 1979). No entanto em nosso caso a
sensibilidade da cultura foi de 54,3% e especificidade de 98,2% quando
considerado o diagnóstico clínico. Este trabalho demonstrou que um teste de
PCR colorimétrico foi capaz de detectar (em amostras clínicas pulmonares, em
que poderiam estar presentes várias substâncias inibidoras da PCR) 28,6%
das amostras com especificidade de 98,2% e 97,3% quando aplicado na ANP e
sedimento, respectivamente.
As técnicas de PCR para diagnóstico de micobactérias se constituem em
metodologias importantes para o diagnóstico da TBP, uma vez que os
benefícios da rapidez com que podem identificar um caso justificam a sua
implantação e uso rotineiro, associada aos métodos clássicos, em unidades
com alta demanda e em pacientes com TBP de difícil diagnóstico.
Nossos resultados demonstraram que a técnica de PCR in house com
detecção colorimétrica é importante como complemento para o diagnóstico da
tuberculose, pois apresenta resultados de sensibilidade adequados quando
comparados com a baciloscopia e/ou cultura e possibilita maior rapidez no
resultado. Este teste poderia ser útil para implementar o diagnóstico rápido da
tuberculose paucibacilar, que geralmente apresenta, baciloscopia negativa.
CONCLUSÕES
77
7. CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
78
O teste in house de PCR colorimétrico apresentou uma boa
concorncia com os métodos de bacterioscopia e cultura
utilizados na rotina laboratorial em um Hospital Geral Universitário
para o diagnóstico de TBP, com baixa sensibilidade e alta
especificidade;
O teste in house de PCR colorimétrico em relação ao diagnóstico
clínico evidenciou boa acurácia, elevados valores preditivos
(positivo e negativo) e alta probabilidade positiva pós-teste.
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ANEXOS
99
9. ANEXOS
ANEXOS
100
Anexo 1. Protocolo Clínico
Observação 0 sim 1 não 9 ignorado
Paciente: RH:
Sexo: M F Idade: anos Enfermaria:
Admissão no PS: Horário: Transferência: local ?
amostras colhidas
1
a
. fonte Data solicitação: Data coleta: Data resultado:
BAAR: (+) (-) Cultura: (+) (-) identificação
2
a
. fonte Data solicitação: Data coleta: Data resultado:
BAAR: (+) (-) Cultura: (+) (-) identificação
3
a
. fonte Data solicitação: Data coleta: Data resultado:
BAAR: (+) (-) Cultura: (+) (-) identificação
Isolamento respiratório 0 1 9
Início da terapêutica: / / Drogas:
Co-morbidades e hábitos: 0 1 9
Etilismo 0 1 9 Tabagismo 0 1 9 DM S N I 0 1 9
UDEV 0 1 9 Corticoterapia 0 1 9
imunossupresora
TX – especificar 0 1 9
HIV colhido (0 1 9) Positivo (0 1 9) em / / Uso ARV (0 1 9)
Quais:
CD4: em / / CV: ou Log em / /
Doença oportunista associada ao HIV:
Queixa principal: e tempo em semanas
Tosse 0 1 9 Febre 0 1 9 Hepatoesplenomegalia 0 1 9
Expectoração 0 1 9 Sudorese noturna 0 1 9 SNC 0 1 9
Hemoptise 0 1 9 Cefaléia 0 1 9 Irritação meníngea 0 1 9
Emagrecimento 0 1 9 Confusão 0 1 9 Outros:
Dispnéia 0 1 9 Adenomegalia 0 1 9
PPD realizado 0 1 9 Se realizado: mm
Forma Clínica
Disseminada 0 1 9 Pulmonar bacilífera 0 1 9 Pulmonar o bacilífera 0 1 9
Uro-genital 0 1 9 SNC 0 1 9 Óssea 0 1 9
Ganglionar 0 1 9 Pleural 0 1 9 Articular 0 1 9
Pulmonar miliar 0 1 9 HMC 0 1 9 Outra 0 1 9
Diagnóstico:
Baciloscopia 0 1 9 Baciloscopia e Cultura 0 1 9 Anátomo patológico 0 1 9
Cultura 0 1 9 Clínico - tto de prova 0 1 9 Exames / imagem 0 1 9
QC / imagem 0 1 9
RX:
Normal 0 1 9
Caverna 0 1 9
Padrão Típico
Padrão Atípico Padrão Compatível
Anátomo – Patológico: 0 1 9
Inflamatório inespecífico 0 1 9 Granuloma sem necrose caseosa 0 1 9
Granuloma com necrose caseosa 0 1 9 Outro
Evento atual:
Primeiro episódio 0 1 9 Falha terap. 0 1 9 Tto após abandono 0 1 9 Novo episódio 0 1 9
qdo qdo qdo Qdo
Complicações durante a internação: descrever
Data da Alta: Óbito: 0 1 Data do óbito: / /
Preenchido por: Data: / /
Universidade Federal de São Paulo
Hospital São Paulo
Escola Paulista de Medicina Ficha de Acompanhamento / TB
ANEXOS
101
Anexo 2. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UNIFESP
ANEXOS
102
Anexo 3. Protocolo e POP do Setor de Micobactérias da Seção de
Microbiologia do Laboratório Central do Hospital São Paulo – HSP
BACILOSCOPIA
Principio da Metodologia
As micobactérias possuem uma parede celular constituída de ácidos micólicos
resistentes à descoloração por álcool-ácido, elas possuem uma notável propriedade:
dificilmente tomam os corantes básicos de anilina, mas, uma vez coradas, fixam-nos
de tal forma que não se descoram pela ação diferenciadora do álcool-ácido (álcool e
ácidos numerais fortes diluídos). Essa é a propriedade que se conhece por álcool-
ácido resistente.
Essa coloração é o método mais rápido para a deteão de micobactérias em
amostras clínicas.
Tipo de amostras
As amostras o obtidas de material orgânico do trato respiratório inferior, tecidos,
líquidos em geral, fezes, linfa de lóbulo de orelha, mucosa nasal, lavado gástrico,
escarro, líquidos orgânicos, biópsias de tecidos e urina.
Rejeição
Frasco com salivas.
Liberação do resultado:
Resultado negativo: não foram observados bacilos álcool-ácido resistentes na amostra
analisada. Reportar: Pesquisa de BAAR negativa.
Resultado positivo: presença de bacilos álcool-ácido resistentes na amostra analisada.
(consultar Tabela 1).
Tabela 1. Guia para liberação do resultado pela Coloração Ziehl-Neelsen.
Ziehl-Neelsen Resultado
0/100 campos
Não foram encontrados BAAR em 100 campos observados.
menos de 1 bacilo/100 campos
+ Presença de menos de 1 BAAR em 100 campos
observados.
1 a 10 bacilos/50 campos
++ Presença de 1 a 10 BAAR em 50 campos observados.
Mais de 10 bacilos/20 campos
+++ Presença de mais de 10 BAAR em 20 campos
observados.
PETROFF
Princípio do Teste
A digestão do material permite a concentração do BAAR por sedimentação e a
descontaminação permite o crescimento sem alteração do pH do meio.
Critérios de Rejeição da Amostra:
Escarro saliva ou em temperatura ambiente por mais de 6 horas.
Urina urina de 24 horas ou em temperatura ambiente por mais de 6 horas.
Biópsia em formol ou em temperatura ambiente por mais de 6 horas.
ANEXOS
103
Lavado brônquico alveolar em temperatura ambiente por mais de 6 horas.
Líquidos orgânicos em temperatura ambiente por mais de 6 horas.
Secreções em geral em temperatura ambiente por mais de 6 horas.
Secreções em culturete.
Líquidos orgânicos, sangue e medula óssea em frasco Bactec de aeróbio ou
anaeróbio.
CULTURA E IDENTIFICAÇÃO (NIACINA)
Procedimento (passo a passo):
- Os frascos de meio LJ ficam na estufa por 8 semanas e as leituras são feitas uma
vez por semana até completar 2 meses.
- Observar se tem crescimento, caso tenha, separar para identificação e repicar.
- Fazer uma lâmina de Ziehl Neelsen da colônia para observar se é bacilo álcool ácido
resistente.
- Crescimento sugestivo de micobactéria: colônia bege à palha e com tempo de
crescimento à partir de 3 semanas.
Fazer o teste de niacina:
Procedimento:
a) adicionar 1mL de água destilada estéril no tubo de LJ com 4 semanas de
crescimento, fazendo alguns cortes no meio com auxilio da alça, a fim de favorecer a
liberação da niacina;
b) deixar o tubo em posição horizontal durante 10 minutos, e após este período,
transferir 0,6 mL, desta solução (procure não aspirar colônia) para um tubo com tampa
de rosca, de 90x120 mm;
c) introduzir a fita de niacina na suspensão, com a parte plástica para cima. Agitar
suavemente o tubo na vertical, mantendo-o nesta posição durante 20 minutos;
d) realizar a leitura, observando a mudança de coloração na suspensão: o
aparecimento de coloração amarela indicará teste positivo (fazer juntamente com o
teste um controle positivo e um negativo: para o controle negativo ATCC M. bovis;
para o controle positivo usar a cepa ATCC 25177 M. tuberculosis;
e) o teste de niacina deve ser realizado em tubo hermeticamente fechado, a fim de
evitar a saída de cloreto crianogênico, que é um gás volátil e constitui um dos
principais elementos da reação.
Leitura do teste da niacina:
Depois do tempo esperado, realizar a leitura, observando a mudança de coloração na
suspensão. O aparecimento de coloração amarela indica teste POSITIVO, e
transparente NEGATIVO.
Teste Positivo: Mycobacterium tuberculosis
Teste Negativo: Micobactérias não complexo M. Tuberculosis.
APÊNDICES
104
10. APÊNDICES
APÊNDICES
105
Apêndice 1. Grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP sem associação a outras doenças
0: resultado positivo; 1: resultado negativo; 4: diagnóstico clínico de TBP
nº 30 e nº 124, que de acordo com a ficha clínica tiveram antecedente de TBP tratada em 1998 e 2003, respectivamente.
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico
Tratamento
prévio
4 0 0 0 0 0 0 4 TBP 1
8 0 0 0 0 0 0
4
TBP 1
20 1 0 0 0 0 0
4
TBP 1
30 1 1 1 1 1 0
4
TBP 1
64 1 1 0 1 0 0
4
TBP 1
65 0 0 0 0 0 0
4
TBP(reativada) 0
94 1 0 1 1 0 0
4
TBP 1
102 1 1 0 0 0 0
4
TBP 1
104 0 0 0 1 0 0
4
TBP 1
124 1 1 1 1 1 0
4
TBP(reativada) 0
131 1 1 0 1 0 0
4
TBP tratada há 3
meses 0
136 0 1 1 1 1 0
4
TBP(reativada) 0
APÊNDICES
106
Apêndice 2. Grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP associado a outras doenças
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico
Tratame
nto
prévio
11 1 1 1 1 1 0 2 TBP+DPOC 1
28 0 1 0 1 0 0 2 TBP \neoplasia pancreas 1
33 0 0 0 0 0 0 2 TBP/DPOC/Pneumonia 1
84 1 0 1 0 1 0 2
TBP/pancreatite
crônica/diabetes
1
123 1 1 1 1 1 0 2 TBP /linfoma de hodgkin 0
139 0 1 0 0 0 0 2 TBP/ TBganglionar 1
0: resultado positivo; 1: resultado negativo; 2: diagnóstico clínico de TBP associado a outras doenças
o paciente nº 11, diagnosticado como DPOC e seqüela de TBP (primeiro episódio em 1992);
o paciente nº28 apresentou resultado da PCR colorimétrica (ANP e sedimento) mas com cultura positiva que foi
identificada com Mycobacterium fortuitum. No momento da internação apresentava tosse, dispnéia e adenomegalia. O
Rx de tórax demonstrou infiltrado intersticial nodular difuso e pneumotórax; com o suporte de exames específicos foi
diagnosticado como sepse grave, pneumonia hospitalar e TBP;
o paciente 84, gênero masculino, de 52 anos, etilista, tabagista foi internado por apresentar tosse, expectoração
emagrecimento, dispnéia e febre. O Rx de tórax revelou grande cavitação, sugestiva de TBP, foi diagnosticado como
portador de pancreatite, diabetes e TBP;
APÊNDICES
107
o paciente nº123, diagnosticado com Linfoma de Hodgkin e com início de tratamento para TB em agosto de 2005 sendo
que foi incluido no estudo na internação de setembro 2005;
o paciente 139 foi internado por apresentar emagrecimento, dispnéia, febre, sudorese noturna, cefaléia e adenomegalia
cervical. O Rx de tórax mostrou alargamento mediastinal e infiltrado pulmonar reticular difuso. Foi solicitada biópsia de
gânglio cervical, que foi positiva para presença de BAAR; para amostra de escarro a PCR colorimétrica da ANP
apresentou resultado negativo;
APÊNDICES
108
Apêndice 3. Grupo de pacientes com diagnóstico clínico de TBP associado à infecção pelo HIV
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento Cultura
Dx.
TBP
TBPHIV
+/- Dx.clínico
Tratamento
prévio
12 1 1 1 1 1 0 3 TBP/SIDA 1
15 1 1 1 1 1 0 3 TBP/SIDA 1
40 1 1 1 1 1 0 3 SIDA/TBP /Pneumonia 0
49 0 0 0 0 0 0 3 TBP/TB ganglionar/SIDA 1
60 1 1 0 1 0 0 3 TBP/SIDA/HCV 1
66 1 1 1 1 1 0 3 TBP/SIDA 0
68 1 1 1 1 0 0 3 SIDA/TBP/pneumonia 0
69 0 0 0 0 0 0 3 SIDA/TBP 1
71 1 1 1 1 1 0 3 SIDA/TBP 1
80 1 1 1 1 1 0 3 SIDA/TBP
1
101 1 1 1 1 0 0 3 SIDA/TBP
0
109 1 1 1 1 1 0 3 SIDA/TBP /Meningite 0
111 1 1 1 1 1 0 3
SIDA/HCV/HTLV/TBP em
tratamento 0
121 1 1 1 1 1 0 3 SIDA/TBP 0
128 1 1 1 1 0 0 3 SIDA/TBP/TB gnglionar 1
143 1 1 1 1 1 0 3 SIDA/HBVC/TBP 1
147 0 1 0 1 0 0 3 SIDA/TBP 1
0: resultado positivo; 1: resultado negativo; 3: diagnóstico clínico de TBP + HIV
APÊNDICES
109
os pacientes 12, nº 15, 40, 66, 71, nº 80, 109, nº 111, nº 121, nº 143 constituem um grupo que têm em
comum serem portadores de HIV, apresentarem no momento da internão outras infecções e TBP diagnosticada.
Alguns dos casos tiveram tratamento interrompido por complicações hepáticas;
e os pacientes n° 60, 68, 101, 128, 14 7 que têm em comum serem portadores do HIV com diagnóstico
anterior de TBP e que quando foram internados apresentavam outra infecção concomitante com TBP.
APÊNDICES
110
Apêndice 4. Grupo de pacientes com outros diagnósticos clínicos
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento
Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico Tratamento prévio
1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
2 1 1 1 1 1 1
Insuficiencia renal
aguda 1
3 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
5 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
6 1 1 1 0 1 1 1
Insuficiciência renal
crônica 1
7 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
9 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/pneumonia 1
10 1 1 1 1 1 1 1
Neoplasia
pulmonar 1
13 1 1 1 1 1 1 1 Linfoma não-Hodgkin 1
14 1 1 1 1 1 1 1
Aneurisma Aorta
Abdominal 1
16 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
17 1 1 1 1 1 1 1
IInsuficiêmcia
Cardíaca
1
18 1 1 1 1 1 1 1 Espondilite aquilosante
1
19 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
21 1 1 1 1 1 1 1 Cisto intracerebelear 1
22 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
23 1 1 1 1 1 1 1 Linfoma de Hodgkin 1
24 1 1 1 1 0 1 1 Tumor de laringe 1
25 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de prostata 1
26 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
27 1 1 1 1 0 1 1 SIDA/TBganglionar 1
29 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
31 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/PNF 1
APÊNDICES
111
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento
Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico Tratamento prévio
32 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de próstata. 1
34 1 1 1 1 1 1 1 Bronquiolite 1
36 1 1 1 1 1 1 1 Tb gantiglionar 1
37 1 1 1 1 1 1 1 TB urogenital 1
38 1 1 1 1 1 1 1 Isuficiência cardíaca 1
39 1 1 1 1 1 1 1 Bronquiectasia 1
41 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de bexiga 1
42 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/pneumocistose 1
43 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/Pneumocistose 1
44 1 1 1 1 1 1 1 Sepsis 1
45 1 1 1 0 1 1 1 DPOC 1
46 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
47 1 1 1 1 1 1 1 Broncoespasmos 1
48 1 0 1 1 1 1 1
Insuficiencia renal
crônica/pneumonia 1
50 1 1 1 1 1 1 1 Porfiria 1
51 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/Sepse 1
52 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
53 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
54 1 1 1 1 1 1 1 Sepse 1
55 1 1 1 1 1 1 1 Lúpus/pneumonia 1
56 1 1 1 1 1 1 Insuficiência cardíaca 1
57 1 1 1 1 1 1 1 TBurogenital/ sepse 1
58 1 1 1 1 1 1 1 Bronquite 1
59 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
61 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de pulmão 1
62 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
63 1 1 1 1 1 1 Lúpus 1
APÊNDICES
112
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento
Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico Tratamento prévio
67 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
70 1 1 1 1 1
Hemorragia digestiva
alta 1
72 1 1 1 1 1 1 1 SIDA 1
73 1 1 1 1 1 1 1 SIDA 1
74 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/Asma 1
75 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de ovário 1
76 1 1 1 1 1 1 1 TB pleural 1
77 1 1 1 1 1 1 1
Laringotraqueo
bronquite 1
78 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/Pneumocistose 1
79 1 1 1 1 1 1 Asma 1
81 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de pulmão 1
82 1 1 1 1 1 1 1 Asma 1
83 1 1 1 1 1 1 1 Linfoma de Hodgkin 1
85 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/Pneumonia 1
86 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de pulmão 1
87 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
88 1 0 1 1 1 1 1 Neoplasia de laringe 1
89 1 1 1 1 1 1 1 Pneumectomia 1
90 1 1 1 1 1 1 1 Bronquiectasia 1
91 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de pulmão 1
92 1 1 1 1 1 1 1
SIDA+TB
gaglionar(M.avium) 1
93 1 1 1 1 1 1 1 Diabetes 1
95 1 1 1 1 1 1 1
Isuficiência renal
crônica 1
96 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
97 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/pneumonia 1
98 1 1 1 1 1 1 sepse 1
APÊNDICES
113
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento
Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico Tratamento prévio
99 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia hepáica 1
100 1 1 1 1 1 1 1 Isuficiência cardíaca 1
103 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
105 1 1 1 1 1 1 Insuficiência cardíaca 1
106 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
107 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/TB gnaglionar 1
108 1 1 1 1 1 1 1
Insuficiência renal
crônica 1
110 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
112 1 1 1 1 1 1 1 Ppneumectomia 1
113 1 1 1 1 1 1 1 DPOC 1
114 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
115 1 1 1 1 1 1 1 SIDA// Choque séptico
1
116 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
117 1 1 1 1 1 1 1 Linfoma de Hodggkin 1
118 1 1 1 1 1 1 1 Lobectomia pulmonar 1
119 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de pulmão 1
120 1 1 1 1 1 1 1
HIV/
Pneumocistose 1
122 1 1 1 1 1 1 1 Bronquiectasia 1
125 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/Pneumocistose 1
129 1 1 1 1 1 1 1
Hepatite auto-
imune/pneumonia
1
130 1 1 1 1 1 1 1 Lúpus 1
132 1 1 1 1 1 1 1
SIDA/INeoplasia
urogenital. 1
133 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
134 1 1 1 1 1 1 1
Insuficiência renal
crônica 1
135 1 1 1 1 1 1
Leucemia mielóide
aguda/ sepse 1
APÊNDICES
114
Paciente
Baciloscopia
direta
colorimétrico
ANP
Baciloscopia
sedimento
colorimétrico do
sedimento
Cultura Dx.TBP TBPHIV+/- Dx.clínico Tratamento prévio
137 1 1 1 1 1 1 1 Pneumonia 1
140 1 1 1 1 1 1 1 SIDA/pneumocistoseT 1
141 1 1 1 1 1 1 1
SIDA/Abcesso
hepático 1
142 1 1 1 1 1 1 1 Embolia pulmonar 1
144 1 1 1 1 1 1 1 Neoplasia de pulmão 1
145 1 1 1 1 1 1 1
estenose de
traquéia/sepse 1
146 1 1 1 1 1 1 1 SIDA 1
148 1 1 1 0 1 1 1 DPOC 1
149 1 1 1 1 1 1 1 Lúpus/sepse 1
150 1 1 1 1 1 1 Pneumonia/ sepse 1
0: resultado positivo; 1: resultado negativo; 1: diagnóstico clínico não TBP
paciente de 6 gênero masculino, 56 anos, tabagista internado por apresentar tosse, expectoração, dispnéia e febre. Foi
solicitado baciloscopia que resultou negativa e Rx com de discreto infiltrado na base pulmonar Esquerda. Odiagnostico final
foi de sepse, com foco pulmonar, e Insuficiência Respiratória;
paciente nº 24, gênero masculino, de 61 anos com diagnóstico de tumor na corda vocal esquerda;
paciente nº 27, gênero feminino, de 26 anos, portadora do HIV, internada por apresentar febre, adenomegalia e
emagrecimento. A baciloscopia resultou negativa e o Rx de tórax revelou presença de infiltrado intersticial bilateral e
velamento da base pulmonar esquerda, sendo o diagnóstico final de Tuberculose Ganglionar (TBG+SIDA);
paciente 45 gênero feminino de 80 anos, foi internada por apresentar tosse, dispnéia, edema de membro inferiores.
Solicitou-se baciloscopia que resultou negativa. Este resultado complementado com outros exames específicos levou ao
APÊNDICES
115
diagnóstico final de Pneumonia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Diabetes Mellitus e Insuficiência Renal
Crônica;
o paciente 48, gênero masculino, 34 anos, etilista, tabagista e usuário de drogas foi internado por apresentar tosse,
dispnéia e febre. Foi solicitado, além da baciloscopia, o exame de sorologia para HIV que resultou negativo, Rx de rax
evidenciando cardiomegalia e Tomografia Computadorizada de Tórax com laudo de infiltrado peribrônquico-vascular. O
diagnóstico conclusivo foi de Pneumonia com Insuficiência Respiratória;
o paciente nº 88, nero masculino, 46 anos, etilista, tabagista foi internado por apresentar abscesso cervical, tosse,
expectoração, emagrecimento, febre, cefaléia, adenomegalia. Com antecedente de laringectomia total foi solicitada
baciloscopia de escarro que resultou negativa. O diagnostico clínico foi de Câncer de laringe;
paciente nº 148, gênero masculino, 64 anos, tabagista em uso de corticosteróides no momento da internação apresentou
tosse e febre sendo diagnosticado Enfisema pulmonar. Solicitou-se baciloscopia que resultou negativa e o diagnóstico final
foi de úlcera duodenal, broncopneumonia e DPOC.
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