2 – INTRODUÇÃO
Todo automóvel é um corpo físico que produz forças internamente e é capaz de fazê-las
interagir com o meio externo, sob o comando de um condutor, gerando acelerações e
desacelerações com conseqüentes deslocamentos. O condutor tem autonomia para
controlar a atuação dessas forças, seu grau de intensidade e o momento de sua
aplicação, dependendo de uma grande quantidade de fatores, dentre os quais pode-se
citar sua habilidade de dirigir, sua capacidade de decisão, experiência, acuidade visual,
estado físico e emocional, etc. Juntamente com os demais ocupantes, o condutor
experimenta as sensações causadas pela resposta dinâmica do próprio automóvel, na
forma de acelerações ou desacelerações. Tais sensações podem ser agradáveis ou
desconfortáveis. Podem causar ferimentos ou até mesmo vítimas fatais, dentro ou fora
do veículo. Tudo vai depender do grau de intensidade das acelerações e desacelerações
associadas ao movimento do veículo e sua trajetória.
A resposta dinâmica de um automóvel, entretanto, é algo complexo e não depende
apenas da atitude de seu condutor, mas de uma variada gama de fatores, dentre os quais
as características de projeto, tais como seu peso, forma, geometria, sua distribuição de
massas, suspensão, pneus, tipo e estado do pavimento, condições meteorológicas e
climáticas, além, é claro, do estado de conservação dos componentes dos seus vários
sistemas mecânicos e as vias por onde ele se desloca.
Os acidentes de trânsito podem ter inúmeras causas, como fatalidades, defeitos nas vias,
fenômenos da natureza, imprudências de outros motoristas ou mesmo de pedestres, etc.
Analisando sob o ponto de vista físico, os eventos são, em última análise, sempre uma
conseqüência da atitude do condutor no comando veículo, mesmo daqueles
absolutamente responsáveis. Essa atitude, às vezes pode não passar de uma inocente
reação a um fato inesperado, como um objeto que se desprende repentinamente de outro
veículo, ou uma manobra aparentemente normal mas de forma imprecisa, como acessar
uma curva com velocidade excessiva para a condição.
Em geral, por efeito da atitude e da imprecisão da manobra ocorre a desestabilização do
veículo e, como conseqüência, a perda do controle do mesmo. Buscando centrar as