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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
NUCLEO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DESENVOLVIMENTO RURAL
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA -
AMAZÔNIA ORIENTAL
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
Antônia do Socorro Américo de Assunção
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL, COLESTEROL E
MATURAÇÃO OVARIANA DO Acetes marinus OMORI, 1975
COLETADO NO BAIXO TOCANTINS.
Belém
2007
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Antônia do Socorro Américo de Assunção
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL, COLESTEROL E
MATURAÇÃO OVARIANA DO Acetes marinus OMORI, 1975
COLETADO NO BAIXO TOCANTINS.
Dissertação apresentada para obtenção do grau de
Mestre em Ciência Animal. Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal. Núcleo de Ciências
Agrárias e Desenvolvimento Rural. Universidade
Federal do Pará. Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Amazônia Oriental. Universidade
Federal Rural da Amazônia.
Área de concentração: Produção Animal.
Orientador: Prof. Dr. Rosildo Santos Paiva
Co-Orientadora: Profa. Dra. Lúcia de Fátima
Henriques Lourenço
Belém
2007
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) –
1 BIBLIOTECA NÚCLEO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DESENVOLVIMENTO RURAL / UFPA,
BELÉM-PA
Assunção, Antônia do Socorro Américo de
Composição centesimal, colesterol e maturação ovariana do Acetes marinus
Omori, 1975 coletado no Baixo Tocantins / Antônia do Socorro Américo de
Assunção; orientador, Rosildo Santos Paiva. - 2007.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Amazônia Oriental,
Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2007.
1. Camarão - Aspectos nutricionais 2. Camarão – Composição. 3. Camarão -
Fecundidade. 3. Alimentos – Teor de colesterol I. Título.
CDD – 22.ed.595.384
Antônia do Socorro Américo de Assunção
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL, COLESTEROL E
MATURAÇÃO OVARIANA DO Acetes marinus OMORI, 1975
COLETADO NO BAIXO TOCANTINS.
Dissertação apresentada para obtenção do grau
de Mestre em Ciência Animal. Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal. Núcleo de
Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural.
Universidade Federal do Pará. Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Amazônia
Oriental. Universidade Federal Rural da
Amazônia.
Área de concentração: Produção Animal.
Data da aprovação. Belém - PA: 30 / 11 / 2007
Banca Examinadora
___________________________________
Prof. Dr. Rosildo Santos Paiva – ICB/UFPA
Presidente
_______________________________________
Prof. Dr. Eder Augusto Furtado Araújo – ITEC/UFPA
Examinador
__________________________________________
Profa. Dra. Rossineide Martins da Rocha - ICB/UFPA
Examinador
Dedico à Izabella
que muito tem
me ensinado.
AGRADECIMENTOS
A Deus por luz, paz e forças.
À família, em especial, ao Marcos Afonso Soares da Silva e à Marilene de
Assunção Rodrigues, pelos estímulos, companheirismo e compreensão.
Ao Prof. Dr. Rosildo Santos Paiva pelos incentivos e orientação.
À Profa. Dra. Lúcia de Fátima Henriques Lourenço pela disponibilidade,
paciência e co-orientação.
À Profa. Dra. Rossineide Rocha pelos ensinamentos e práticas em histologia.
Ao Prof. Dr. Edilson Matos, pelo apoio nas práticas histológicas.
Ao Dr. Célio Magalhães; á Dra. Lidia Miyako Oshiro, ao Dr. Ohtsuka e ao
Breno pelas importantíssimas referências bibliográficas.
Aos Professores das disciplinas que cumpri como carga teórica do mestrado,
pelas grandes contribuições.
Ao Sr. Natalino, do Laboratório de análise de solos da geociências, pelos
seus grandes ensinamentos.
Ao Sr. Mário, à Cassandra e à Dona Rosa, do Laboratório de Engenharia
Química, pela ajuda e dedicação.
Aos colegas Ronald, Lia, Mirna, Rodolfo e Paula, que me auxiliaram muito no
Laboratório de Histologia Geral.
Ao Martiniano Patrício de Assunção Júnior e ao Marcos de Assunção Gaia,
pelo auxílio nas coletas.
À Eliane Brabo pela ajuda nos cálculos estatísticos.
A todos que contribuíram direta e indiretamente com este trabalho.
RESUMO
A espécie Acetes marinus Omori, 1975, possui total aproveitamento alimentar
constituindo-se em uma espécie de grande importância nutritiva para a população
regional onde ocorre, porém, é muito pouco estudada. Visando contribuir com um
melhor aproveitamento deste recurso foram realizadas coletas mensais de A.
marinus durantes os meses de janeiro de 2006 a junho de 2007, em duas praias,
próximas da cidade de Cametá, no baixo Tocantins. Foram determinadas a
composição centesimal (%) e o teor de colesterol (mg/100g) relacionado aos
parâmetros ambientais: pH, temperatura e material em suspensão da sub-superfície
da água. A caracterização do desenvolvimento ovariano, baseado nas modificações
macro e microscópicas. Para essas duas praias o pH médio anual foi de 7,52 ± 0,71,
a temperatura foi de 26,57ºC ± 1,26, e o material em suspensão foi de 73mg/L ±
65,53. Para a composição centesimal do A. marinus obteve-se: 87,1% ± 1,1-
umidade; 9,8% ±1,3-cinzas; 71% ± 1,8-proteínas; 5,4% ± 2,9-lipídios; 13,7% ± 2,6-
carboidratos; 387,6% ± 13,2 Kcal-valor calórico. O teor de colesterol foi de
374,87mg/100g ± 207,08. Foi revelado um grande potencial nutricional,
principalmente protéico, desta espécie, porém esta é rica em colesterol. E para o
desenvolvimento ovariano foram descritos três estágios de maturação, baseados em
quatro diferentes tipos de ovócitos.
Palavras-chaves: Acetes marinus. Aviú. composição centesimal. Colesterol.
desenvolvimento ovariano.
ABSTRACT
The specie Acetes marinus Omori, 1975, have full use as food constituting
themselves into a kind of nutritional importance to the regional population, however, it
is few studied. To contribute to a better use of this resource were conducted monthly
collections of A. marinus during the months of January 2006 to June 2007, in two
beaches, near of the Cametá town in low Tocantins river. They were certain the
composition centesimal (%) and the content of cholesterol (mg/100g) relating to
environmental parameters: pH, temperature and material in suspension of the sub-
surface water. The characterization of ovarian development, were based on the
macro-and microscopic changes. For these two beaches the annual average pH was
7.52 ± 0.71, the temperature was 26.57 ° C ± 1.26, and the material in suspension
was 73mg / L ± 65.53. For the composition centesimal of A. marinus got itself: 87.1%
± 1.1- moisture; 9.8% ± 1.3-ash, 71% ± 1.8-protein, 5.4% ± 2.9-lipids; 13.7 % ± 2,6-
carbohydrates; 387.6% ± 13.2 kcal - calorific value. The content of cholesterol was
374.87 mg/100g ± 207.08. Was revealed a large potential nutrition, especially
protein, for this species, but it is rich in cholesterol. And for developing ovarian were
described three stages of maturation, based on four different types of oocytes.
Keywords: Acetes marinus. Aviú. Centesimal composition. Cholesterol. ovarian
development.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01: Desenho esquemático do macho adulto do A. marinus,
segundo Omori (1975); mxpd.: maxilípede; ch.: quela; exp.:
exópodo; end.: endópodo........................................................
16
Figura 02: Desenho esquemático do flagelo antenular inferior, do
macho, de A. marinus (fonte: Omori, 1975)............................
16
Figura 03: Localização da Cidade de Cametá e dos pontos de coleta
(ponto 1 e ponto 2), na margem esquerda do baixo rio
Tocantins. Fontes: Plano Nacional de Recursos Hídricos,
2006; Google earth..................................................................
21
Figura 04: Fluxograma das coletas e direcionamento das amostras.......
22
Figura 05: Variação do pH da água dos pontos de coleta, de janeiro a
dezembro de 2006; (P1) Praia do Pacajá; (P2) Praia de
Cametá-Tapera.......................................................................
27
Figura 06: Variação de temperatura (°C) da água, dos pontos de
coleta, de janeiro a dezembro de 2006; (P1) Praia do
Pacajá; (P2) Praia de Cametá-Tapera....................................
28
Figura 07: Variação do material em suspensão dos pontos de coleta do
A. marinus, no ano de 2006; (P1) Praia do Pacajá; (P2)
Praia de Cametá-Tapera.........................................................
28
Tabela 1: Composição, em percentual, de umidade, cinzas, proteínas
e lipídios, do Acetes marinusin natura” coletado no Baixo
Rio Tocantins, nos meses de janeiro (JAN), junho (JUN) e
dezembro (DEZ) de 2006........................................................
30
Tabela 2: Composição em percentual de carboidratos e valor
energético total (VET) do Acetes marinusin natura”
coletado no Baixo Rio Tocantins, nos meses de janeiro
(JAN), junho (JUN) e dezembro (DEZ) de 2006.....................
32
Figura 08: Teor de colesterol (g/100g) do A.marinus nos meses de
janeiro a dezembro de 2006; (P1) Praia do Pacajá; (P2)
Praia de Cametá-Tapera.........................................................
34
Figura 09: Desenho esquemático da localização do ovário imaturo no
corpo da fêmea de A. marinus................................................
36
Figura 10: Desenho esquemático da localização do ovário em
maturação no corpo da fêmea de A. marinus.........................
36
Figura 11: Desenho esquemático da localização do ovário maduro no
corpo da fêmea de A. marinus................................................
36
Figura 12: Fotografia de fêmeas de A. marinus: (a) imatura (Im), em
maturação (EM) e madura (M); (b) madura............................
37
Figura 13: Fotomicrografia de cortes histológicos de ovários de A.
marinus: (a) Ovócito imaturo, 400x; (b) ovócito em
maturação, 400x; e (c) ovário maduro, 100x (Nu: núcleo; Cit:
citoplasma; Cr: cromatina; CF: células foliculares; lg: linha
germinativa; em: ovócito em maturação; m: ovócito
maduro)...................................................................................
38
Figura 14: Fotomicrografia de cortes histológicos de ovários de A.
marinus com ovócito vitelogênico em momentos. (a) e (b)
ainda apresentam grânulos de cromatina grosseiros
aderidos à carioteca, mas o seu citoplasma já é acidófilo; (c)
ovócito vitelogênico bem desenvolvido e com cromatina
mais delicada aderida à carioteca. Nu: núcleo; Cit:
citoplasma; (a) 200x; (b) 200x; (c) 100x.................................
38
Figura 15: Fotomicrografia de cortes histológicos de ovários de A.
marinus com ovócitos maduros: Nu: núcleo; Cit: citoplasma;
CF: células foliculares; (a) 100x; (b) 100x...............................
39
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................... 11
2. OBJETIVOS....................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................... 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................ 14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................. 15
3.1 ESPÉCIE ESTUDADA..................................................................... 15
3.1.1 Descrição Anatômica.................................................................. 15
3.1.2 Sexagem....................................................................................... 16
3.1.3 Distribuição.................................................................................. 17
3.1.4 Valores econômico e ecológico................................................. 17
3.2 ESTUDOS DE COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL............................... 17
3.3 ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO OVARIANO......................... 19
4. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................. 20
4.1 ÁREA DE ESTUDO.......................................................................... 20
4.2 COLETA........................................................................................... 22
4.3 VARIÁVEIS AMBIENTAIS................................................................ 23
4.4 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL......................................................... 23
4.4.1 Umidade....................................................................................... 23
4.4.2 Resíduo Mineral Fixo.................................................................. 23
4.4.3 Proteínas Totais.......................................................................... 24
4.4.4 Lipídios Totais............................................................................. 24
4.4.5 Valor Energético.......................................................................... 24
4.5 CONCENTRAÇÃO DO COLESTEROL........................................... 25
4.6 DESENVOLVIMENTO OVARIANO................................................. 25
4.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ............................................................ 26
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................... 27
5.1 DADOS AMBIENTAIS...................................................................... 27
5.2 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL.........................................................
29
5.3 COLESTEROL................................................................................. 34
5.4 CORRELAÇÃO DE PEARSON........................................................ 35
5.5 DESENVOLVIMENTO OVARIANO.................................................. 35
5.5.1 Aspectos Macroscópicos........................................................... 35
5.5.2 Aspectos Microscópicos............................................................ 37
6 CONCLUSÕES................................................................................... 41
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 42
11
1 INTRODUÇÃO
O incessante crescimento da população mundial demanda, cada vez mais,
por um consumo alimentar maior, o que tem exigido uma maior produção alimentar
ou a exploração de novos recursos alimentares. A produção pesqueira, por exemplo,
tem expandido tanto no cultivo como na captura, seja em escala industrial ou
artesanal (BARTHEM et al., 1997; SANTOS; CÂMARA, 2002).
No Norte e Nordeste do Brasil, a pesca artesanal se apresenta como mais
importante, pois é quase 12 vezes maior que a captura industrial, principalmente na
Amazônia que é um dos importantes pólos pesqueiros nacionais. Porém devido a
essa crescente demanda alguns estoques pesqueiros da Amazônia já se encontram
em estado de sobrepesca (BATISTA; ISAAC; VIANA, 2004).
Esse pescado compõem-se, principalmente de peixes como, a dourada, a
piramutaba, a pescada e o mapará (BARTHEM, 2004) e também abrange os
crustáceos, de água doce ou salgada (SILVA, 1981).
Entre as muitas espécies de crustáceos exploradas no Estado do Pará,
algumas espécies de camarões se destacam pela sua importância pesqueira
nacional, como Farfantepenaeus subtilis (PINHEIRO; FRÉDOU, 2004)
Farfantepenaeus brasiliensis (SAMPAIO, 2004), outras espécies são de valor
regionalizado e de grande importância para as populações locais como a espécie
Acetes marinus Omori, 1975, popularmente conhecida, como aviú ou avium.
A A. marinus pertence à família Sergestidae Dana, 1852, onde estão
classificados os camarões que possuem rostro pequeno, menor que o pedúnculo
ocular (PÉREZ-FARFANTE; KENSLEY, 1997), e ao gênero Acetes Milne-Edwards,
1830. Este gênero é representado por camarões com tamanho corporal que não
excede a 40 mm, sendo as fêmeas normalmente, maiores que os machos, ocorrem
em altas densidades e se distribuem em rios de água doce e em oceano aberto,
próximo de ilhas. Essa distribuição é caracterizada pela variabilidade espaço-
temporal e a sazonalidade parece ser uma característica importante para essa
distribuição. Os Acetes são neríticos e epipelágicos e habitam profundidades
inferiores a 150 m, na coluna d’água (CHIOU; CHENG; CHEN, 2003; OMORI, 1975;
RÖNNBÄCK, 1999; XIAO; GREENWOOD, 1993).
12
A produção pesqueira dos Acetes é expressiva na Ásia, pois segundo OMORI
(1975), anualmente, 130 toneladas de Acetes são pescadas em sete países
asiáticos e o restante da produção mundial fica em torno de 170 toneladas. Somente
uma pequena porção desta produção pesqueira é comercializada como camarão “in
natura” e a maior quantidade é desidratada ou fermentada. E as espécies mais
comercializadas são: Acetes chinensis, A. erythraeus, A. indicus, A. japonicus, A.
serralatus, A. sibogae e A. vulgaris.
Entre as 16 espécies descritas no gênero Acetes (Animal Diversity Webs,
2006), está a A. marinus que também se distribui tanto em ambientes salinos quanto
em dulcícolas (OMORI, 1975) e ocorre no baixo rio Tocantins, no estado do Pará.
Esta é uma das muitas espécies alimentícias da Amazônia que ainda carece de
informações como as nutritivas.
Os crustáceos constituem-se em uma excelente fonte de proteínas, gorduras
e outros que fazem parte de sua composição química, os camarões, por exemplo, se
destacam quanto ao teor de colesterol (MOURA et al., 2002; SAMPAIO, 2004).
O colesterol é um álcool muito comum na composição dos alimentos de
origem animal (LOTTENBERG, 1992), porém a sua ingestão, assim como dietas,
desbalanceadas estão relacionadas com o comprometimento do bom funcionamento
da saúde humana e até com a etiologia de processos aterogênicos (BROWN;
JESSUPE, 1999).
O aviú possui total aproveitamento alimentar em relação a outras espécies de
camarão que produzem resíduos - cefalotórax, exoesqueleto e télson (TETUNA
FILHO; ZUCAS, 1985) e uma descrição química desta espécie, proporcionará um
melhor aproveitamento nutricional deste recurso, seja nas dietas ou na formulação
de novos produtos alimentícios (WARTHESEN; MUEHLENKAMP, 1997), além de
agregar valor econômico a esta (SU; YAN; ZHANG, 1990).
A valorização econômica das espécies alimentícias aumenta a sua captura,
muitas vezes, de forma desordenada causando a depleção dos seus estoques
naturais ou até a extinção destas (PAULY et al., 2002). Tornando necessário, um
planejamento ordenado da exploração pesqueira que é subsidiado em muitas
informações, como os estudos dos processos do desenvolvimento gonadal
(CADIMA, 2000; KING, 1995). Assim, para que não se esgote o fornecimento de
muitas espécies alimentícias, como as de pescado, se faz necessário que os
estudos de composição química destas, estejam, de alguma forma,
13
complementados com investigações que possam subsidiar o ordenamento da
exploração pesqueira, da espécie em foco.
Embora os Acetes possuam grande importância alimentar, econômica-social
e ecológica, onde ocorrem, a espécie A. marinus ainda é pouco estudada. Então
estudos visando determinar a composição química e o teor de colesterol, além de
descrever a maturação gonadal das fêmeas para incentivar o melhor aproveitamento
deste recurso, são de grande importância.
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Determinar a composição centesimal, assim como identificar e descrever os
estágios de desenvolvimento gonadal das fêmeas de A. marinus.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar os teores e as variações nas concentrações de lipídios, proteínas,
umidade e resíduo mineral fixo em A. marinus.
Determinar a variação sazonal e relacionar o teor médio de colesterol em A.
marinus com as variáveis ambientais: pH, temperatura, material em
suspensão e sazonalidade;
Identificar estágios e descrever os aspectos macro e microscópicos da
maturação gonadal das fêmeas de A. marinus.
15
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ESPÉCIE ESTUDADA
A espécie Acetes marinus Omori, 1975 se distingue da Acetes paraguayensis
Hansen, 1919, por não apresentar um dente largo na coxa do terceiro pereópodo,
tanto os machos quanto as fêmeas; nos machos, o segundo e o terceiro segmentos
do pedúnculo antenular são mais alongados e o petasma possui particularidades
morfológicas (OMORI, 1975).
3.1.1 Descrição Anatômica
O A. marinus possui o corpo transparente ou semitransparente (OMORI,
1975). O seu plano corporal é alongado e comprido, lateralmente, com um abdômen
bem desenvolvido e adaptado para a natação (XIAO; GREENWOOD, 1993).
A cabeça e o tórax, cobertos por uma carapaça fina e estriada, estão
fusionados no cefalotórax (Figura 01). Neste, estão: os olhos, pedunculados e
móveis; o rostro com 2 dentes dorsais; a boca ventral e entre as mandíbulas;
espinhos hepáticos e supraorbitais; 2 pares de antenas; mandíbulas; maxílulas (1ª e
2ª); 3 pares de maxilípedes e 3 pares de pereópodos, quelados e utilizados na
alimentação (OMORI, 1975; XIAO; GREENWOOD, 1993).
O abdômen possui 6 segmentos, os 5 primeiros possuem 1 par de pleópodos,
cada, usados para nadar e o 6, possui o urópodo, com manchas vermelhas e 1
télson, formando o rabo usado para repelir, em defesa. O ânus localiza-se na
superfície ventral da base do telson (D’INCAO; MARTINS, 2000; OMORI, 1975;
XIAO; GREENWOOD, 1993).
16
3.1.2 Sexagem
As fêmeas possuem maiores o flagelo antenular inferior (12º e 13º
segmentos) e a escama antenal, quase alcançando o fim do terceiro segmento do
pedúnculo antenular. Terceiro pleópodo com pequeno espinho na margem interna
da coxa. Os machos possuem menores o flagelo antenular inferior (10º e 11º
segmentos), com morfologia característica e a escama antenal (Figura 02),
alcançando, no máximo, o fim do segundo segmento do pedúnculo antenular;
petasma, entre o primeiro par de pleópodos (D’INCAO, 1995; D’INCAO; MARTINS,
2000; MELO, 2003; OMORI, 1975).
Embora a sexagem do A. marinus seja feita, com base, em muitas diferenças
morfológicas, duas se destacam, expressivamente: nos machos a presença do
Figura 02: Desenho esquemático do flagelo antenular
inferior, do macho, de A. marinus (fonte: Omori, 1975).
Figura 01: Desenho esquemático do macho adulto do A. marinus, segundo
Omori (1975); mxpd.: maxilípede; ch.: quela; exp.: exópodo; end.: endópodo.
17
petasma e do flagelo antenular inferior com morfologia característica (ASSUNÇÃO,
2004; D’INCAO, 1995; D’INCAO; MARTINS, 2000; OMORI, 1975).
3.1.3 Distribuição
O A. marinus tem sua ocorrência registrada no Suriname, Guianas e no Brasil
nos estado do Amapá e Pará (D’INCAO, 1995; D’INCAO; MARTINS, 2000; MELO,
2003; OMORI, 1975). No estado do Pará, a presença do A. marinus foi registrada no
encontro dos rios Tocantins e Pará (OMORI, 1975); na localidade de Mangabeiras
(D’INCAO, 1995; D’INCAO; MARTINS, 2000) e nas proximidades da cidade de
Cametá (ASSUNÇÃO, 2004).
3.1.4 Valores econômico e ecológico
Dentro da diversidade de pescado do baixo Tocantins está o av
desempenhando a função alimentícia e de fonte de renda para as comunidades de
pescadores da área (TAVERNARD; JORDÃO; MONTEIRO, 2005). No período de
maior ocorrência do aviú as comunidades locais pescam este camarão e, uma parte
é consumida pelas comunidades locais, a outra parte é desidratada para ser
comercializada em Belém, onde nos supermercados o kilograma do aviú desidratado
ultrapassa 12 reais.
Ecologicamente, o aviú desempenha importante papel na transmissão de
energia, na cadeia alimentar aquática, pois este se alimenta, principalmente, de
fitoplâncton que constituem os principais produtores primários do ecossistema
aquático e assim permite o fluxo de energia entre as algas e os níveis tróficos
superiores (ASSUNÇÃO, 2004).
3.2 ESTUDOS DE COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL
De acordo com Warthesen & Muehlenkamp (1997), o valor nutricional dos
alimentos é determinado pela sua composição em carboidratos, proteínas, gorduras,
vitaminas, sais minerais e água.
Devido à etiologia de muitas doenças como, as cardiovasculares, a obesidade
e certos tipos de câncer, estar associada a uma dieta rica em gorduras, colesterol e
18
carboidratos (HAUMANN, 1998), tornou-se, cada vez mais necessário os estudos de
composição nutricional dos alimentos.
Assim, a ANVISA, através da resolução RDC 360/03 - REGULAMENTO
TÉCNICO SOBRE ROTULAGEM NUTRICIONAL DE ALIMENTOS EMBALADOS,
tornou obrigatória a rotulagem nutricional de alimentos e bebidas embalados, que
contenha informações sobre o valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras
totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, com o objetivo
principal de atuar em benefício do consumidor e ainda evitar obstáculos técnicos ao
comércio.Também, a ANVISA incentiva o fornecimento de informações referentes ao
conteúdo de colesterol, cálcio e ferro, com o objetivo de aumentar o nível de
conhecimento do consumidor (ANVISA, 2005).
Uma adequada orientação dietética depende, sem dúvida, de um estudo
detalhado da composição centesimal dos alimentos (LIRA et al., 2004). Entre os
Acetes, as espécies mais estudadas quanto a este aspecto são Acetes chinensis, A.
cochinensis e A. japonicus (XIAO e GREENWOOD, 1993), outras espécies de
camarão também já foram, assim, investigadas, como: Pandalus borealis (HEU; KIM;
SHAHIDI, 2003; SHAHIDI; SYNOWIECKI, 1991); Penaeus paulensis (MOURA et al.,
2002); Penaeus brasiliensis (MOURA et al., 2002; PEDROSA; COZZOLINO, 2001);
Xiphopenaeus kroyeri (FREITAS et al., 2002a; LUZIA et al., 2003); Trachypena
cuvirostris (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003); Macrobrachium rosenbergii (KIRSCHINIK;
VIEGAS, 2004); e, Penaeus semisulcatus e Metapenaeus monoceros (YANAR;
ÇELIK, 2005).
Entre os alimentos de origem animal, os camarões possuem níveis elevados
de colesterol (MOURA; TETUNA-FILHO, 2001), o que já foi confirmado com a
investigação do conteúdo de colesterol das seguintes espécies de camarão:
camarão (WU; LILLARD; AKOH, 1997); Penaeus brasiliensis e Penaeus paulensis
(MOURA et al., 2002; MOURA; TETUNA-FILHO, 2002); Camarão salgado-seco
(SAMPAIO, 2004); Xiphopenaeus kroyeri (BRAGAGNOLO; RODRIGUEZ-AMAYA,
2001; FREITAS et al., 2002b; LUZIA et al., 2003); Penaeus paulensis,
Macrobrachium rosenbergii e Penaeus schimitti (BRAGAGNOLO; RODRIGUEZ-
AMAYA, 2001); Penaeus brasiliensis (BRAGAGNOLO; RODRIGUEZ-AMAYA, 1997 ;
2001).
19
3.3 ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO OVARIANO
Entre os decápodas, muitas espécies de camarões apresentam potencial
pesqueiro e sua exploração se verifica tanto pela pesca como pelo cultivo intensivo,
porém a manutenção dos estoques destas espécies depende de estudos sobre
biologia reprodutiva (MAGALHÃES, 2002).
Muitos aspectos da biologia reprodutiva das espécies, como o período de
desova só são compreendidos depois da elucidação do desenvolvimento gonadal
destas (CARVALHO, 1979; ROTHLISBERG, 1998).
O estudo de desenvolvimento gonadal é baseado em modificações
macroscópicas, principalmente, as de coloração, e microscópicas, as celulares.
Embora o gênero Acetes agrupe camarões, que são importantes componentes
da comunidade zooplanctônica onde ocorrem (YOUNG; WADLEY, 1979), somente a
Acetes chinensis já foi estudada quanto ao seu desenvolvimento ovariano (WU;
CHENG, 1957 apud XIAO; GREENWOOD, 1993).
O desenvolvimento gonadal de outras espécies de camarão, também já foi
caracterizado: Macrobrachium acanthurus (CARVALHO; PEREIRA, 1981);
Euphausia superba (CUZIN-ROUDY; ALMSLER, 1991); Macrobrachium borellii
(VERDI, 1995); Meganyctiphanes norvegica (CUZIN-ROUDY; BUCHHOLZ, 1999);
Penaeus penicillatus, Penaeus merguiensis, Metapenaeus affinis e Parapenaeopsis
stylifera (AYUB; AHMED, 2002); Farfantepenaeus paulensis (PEIXOTO et al.,
2003);Oratosquilla oratoria (KODAMA et al., 2004) e Macrobrachium rosenbergii
(CHANG; SHIH, 1995; SABRY, 1998; MARTINS et al., 2007 ).
20
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ÁREA DE ESTUDO
O município de Cametá, localizado no nordeste paraense, possui uma área
territorial de 3.122,899 km
2
(IBGE, 1983); população de 106.814 habitantes, até
2006; altitude de 150 metros e é banhado pelo rio Tocantins. Este município possui
uma hidrografia, bastante navegável por barcos de pequeno porte, e rica em
inúmeros furos e paranás que interpenetram um grande número de ilhas (PROJETO
GESPAN, 2004).
O rio Tocantins é um rio de águas claras, é um dos extensos rios da
Amazônia, e está dividido em: Alto, Médio e Baixo, o trecho que corresponde ao
Baixo Tocantins situa-se entre a Hidroelétrica de Tucuruí e sua foz, nas margens
deste há domínio do Bioma Amazônia, com uma cobertura vegetal densa (SANTOS;
MIRANDA; TOURINHO, 2004), com presença marcante de árvores, como,
buritizeiros, açaizeiros, mangueiras e castanheiras. Neste trecho, também, é
marcante a presença de praias, seja nas margens do Rio ou no meio dele.
Na margem esquerda do rio Tocantins localiza-se a cidade de Cametá (02°
14’ 32” Sul e 49° 29’ 52” Oeste), sede municipal, e suas proximidades se
caracterizam pela presença de regiões arenosas, como as praias do Pacajá
(PONTO 01 - 02° 12,396’ Sul e 49° 28,456’ Oeste) e do Cametá-Tapera (PONTO 02
- 02° 10,956’ Sul e 49° 27,066’ Oeste) (Figura 03), estas foram escolhidas como
pontos de coleta em virtude da facilidade de acesso e da ocorrência de A. marinus.
21
Figura 03: Localização da Cidade de Cametá e dos pontos de coleta (ponto 1 e
ponto 2), na margem esquerda do baixo rio Tocantins. Fontes: Plano Nacional de
Recursos Hídricos, 2006; Google earth.
22
4.2 COLETA
As amostras de A. marinus foram coletadas, no período de janeiro de 2006 a
junho de 2007. As coletas de 2006, foram feitas nas praias, do Pacajá (ponto 1) e
Cametá-Tapera (ponto 2), no mesmo dia, junto a estas também foram medidos, “in
situ”, pH e temperatura da água e coletados 200 mL de água para a determinação
do material em suspensão (Figura 04). Já as amostras de 2007 foram feitas somente
no ponto 1 (Pacajá), devido a sua proximidade, e sem as medições das variáveis
ambientais, mencionadas anteriormente. Essas amostragens foram feitas sempre no
início da noite, com o auxílio de uma rede artesanal de nylon com malha de 2 mm de
abertura, num sistema de arrasto sub-superficial.
As amostras, destinadas à análise nutricional, foram resfriadas em gelo para
serem transportadas, para o laboratório de Engenharia Química da UFPA, e as
destinadas à histologia ovariana, foram fixadas, em formol, e levadas para o
Laboratório de Histologia da UFPA. Foram coletados 200 mL de água,
acondicionados em gelo e transportados para o Herbário da UFPA para
determinação da concentração do material em suspensão. Essas amostras eram
recebidas nos laboratórios citados, em torno de 12 horas após a efetivação das
coletas.
Figura 04: Fluxograma das coletas e direcionamento das amostras.
AMOSTRA A
FIXADA
200 mL DE
ÁGUA NO GELO
AMOSTRA B
NO GELO
LABORATÓRIO
DE HISTOLOGIA
DA UFPA
LABORATÓRIO
DE ENGENHARIA
QUÍMICA DA
UFPA
HERBÁRIO DA
UFPA
P
R
A
I
A
TEMPERATURA
pH
23
4.3 VARIÁVEIS AMBIENTAIS
As medições do pH e da temperatura da água, dos pontos de coleta, foram
feitas com o auxílio do aparelho pH 330i/SET. Já para a mensuração do material em
suspensão, foram coletados 200 mL de água para posterior filtragem e pesagem do
filtro.
O regime pluviométrico, para a região onde se localizam os dois pontos de
coleta do A. marinus, foi considerado conforme MORAES et al. (2005), em que o
período chuvoso vai de novembro a maio e o período seco ou menos chuvoso vai de
junho até outubro.
4.4 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
As análises de composição centesimal foram feitas segundo as normas da
AOAC (2002), nas amostras de aviú coletadas durante o ano de 2006.
4.4.1 Umidade
A determinação da umidade foi feita pela pesagem de 5g da amostra, antes e
após permanecer em estufa a 105ºC.
A umidade (U%) foi determinada pela seguinte fórmula.
U% = (100 x P)/P’
Onde, P é a perda de peso (g), e, P’ é o peso da amostra (g).
4.4.2 Resíduo Mineral Fixo
Resíduo mineral fixo foi obtido por incineração, em mufla, de 3g da amostra, à
600ºC e pesagem do cadinho antes e após a incineração.
Para o cálculo da percentagem de resíduo mineral fixo (RMF%) foi aplicada a
fórmula:
RMF% = [(P
2
– P
1
)/P] x 100
Onde, P
2
é o peso do cadinho após incineração; P
1
é o peso do cadinho; e P
é o peso da amostra (g).
24
4.4.3 Proteínas Totais
Nesta etapa, segundo o méto Kjeldahl, 1g a amostra foi colocado em um
digestor e sofreu ação do ácido sulfúrico concentrado na presença de: sulfato de
sódio, sulfato de cobre e dióxido de selênio. O produto desta digestão foi destilado
na presença de hidróxido de sódio a 40% e depois titulado com ácido clorídrico
0,1N, para quantificar a concentração de nitrogênio que foi convertida em proteínas
totais pela seguinte fórmula:
Proteínas/100mL = [(V
A
– V
B
) x f
a
x F x 0,14]/P
Onde, V
A
é o volume de ácido clorídrico 0,1N gasto na titulação da amostra;
V
B
é o volume de ácido clorídrico 0,1N gasto na titulação do branco; f
a
é fator de
correção da solução de ácido clorídrico 0,1N; F é o fator de correspondência
nitrogênio-proteína; 0,14 é a constante de correção; e P é o peso da amostra (g).
4.4.4 Lipídios Totais
A extração de lipídios totais foi feita em um aparelho extrator elétrico, marca
TE-044 (Tecnal), com temperatura de 57ºC. Neste aparelho 2g da amostra foram
adicionados em cartucho e imersos em tubo de reboiler, com éter, onde a gordura foi
extraída. Após a recuperação do éter foi feita a quantificação de lipídios totais pelas
pesagens do tubo, antes e depois do processo extração.
Para a determinação da percentagem de lipídios totais, usou-se a fórmula:
Lipídios em g/100g = [(P
2
– P
1
)/P] x 100
Onde, P
2
é o peso do balão com gordura; P
1
é o peso do balão seco; e P é o
peso da amostra(g).
4.4.5 Valor Energético
Utilizando os coeficientes de ATWATER (WATT & MERRILL, 1963), o valor
energético foi estimado em Kilocalorias (Kcal) conforme fórmula abaixo.
VCT Kcal/100g = (Cx4) + (Px4) + (Gx9)
Onde, C é o valor de carboidratos; P é o valor de proteínas totais; e G é o
valor de lipídios totais. O valor de carboidratos foi estimado pela seguinte fórmula:
C% = 100 – (P+U+L+RMF)
25
Onde, P é o valor de proteínas totais; U é o valor de umidade; L é o valor de
lipídios totais, e RMF é o valor do resíduo mineral fixo. Para cada amostra foram
estimados 3 valores do teor energético.
4.5 CONCENTRAÇÃO DO COLESTEROL
A determinação da concentração do colesterol foi feita segundo o método de
HIDAL (1946), onde de 2g pulverizado, de cada amostra, foi extraída uma fração
lipídica, em um aparelho extrator elétrico, marca TE-044 (Tecnal), e solubilizada em
50 mL de clorofórmio. Em 5 mL desta solução, foi adicionado uma mistura reagente
de ácido acético glacial, anidrido acético e ácido sulfúrico, esta nova mistura foi
aquecida à 37ºC, por 20 minutos e lida em espectrofotômetro, em absorbância, à
625 nm. Para cada amostra foram feitas 6 leituras, em absorbância, que foram
convertidos em concentração (mg/mL) de colesterol pela seguinte fórmula:
X = (y+0,007) / 0,875
Onde x é a concentração de colesterol (mg/mL) e y, os valores em
absorbância. As concentrações de colesterol (mg/mL) foram corrigidas para o peso
úmido da amostra, considerando a umidade de (87,1%) e convertidas para (g/100g)
pela fórmula abaixo:
Colesterol (g/100g) = fd x colesterol (mg/mL); onde fd é o fator de
diluição do colesterol.
4.6 DESENVOLVIMENTO OVARIANO
A caracterização do desenvolvimento ovariano foi baseada nos aspectos
macroscópicos e microscópicos de 198 fêmeas de A. marinus. Os aspectos macro
basearam-se nas mudanças morfológicas, as observáveis a olho nu, e os
microscópicos, na descrição histológica dos ovários, para estes, as fêmeas foram
fixadas, durante 120 horas, em formol 4%, desidratadas em concentração crescente
de álcool até 100%, diafanizadas em xilol e incluídas em parafina, para serem
cortadas em fragmentos seriados de 5 μm de espessura. Estes cortes foram
hidratados em concentrações decrescentes de álcool e corados pelo método
Hematoxilina-Eosina, e depois, examidanas em microscópio óptico (BEHMER;
TOLOSA; FREITAS-NETO,1976).
26
4.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
A análise de variância ANOVA (one way) com o Teste de Tukey (p< 0,05)
foram utilizados para verificar e localizar as diferenças significativas nos teores de
colesterol da espécie Acetes marinus: entre os meses de coleta, entre os pontos de
coleta, com o pH e a Temperatura da água dos pontos de coleta, também, para
analisar a composição centesimal do A. marinus, entre os meses e pontos, e para,
comparar os dois pontos de coleta quanto; as medidas de pH, as de temperatura e
as de material em suspensão, da água. O software utilizado foi o STATISTICA 6.
O teor de colesterol, também foi testado, pela Correlação de Pearson, com as
medidas de pH, de Temperatura e de material em suspensão.
27
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 DADOS AMBIENTAIS
As mudanças ambientais podem determinar mudanças fisiológicas nos seres
vivos, podendo levar a mudanças, inclusive em sua composição química
(JACQUOT, 1982), assim os pontos, do baixo rio Tocantins, onde o A. marinus foi
coletado foram caracterizados quanto: ao pH, à Temperatura e ao material em
suspensão.
Entre os valores de pH, o valor mínimo foi 6,1, o máximo foi 8,5 (Figura 05) e
o valor médio anual foi de 7,52 ± 0,71. Estas medidas diferiram significativamente,
entre os meses (F = 15,961; p < 0,001), e o mês de março só não foi menor
significativamente que os meses de abril, maio e junho. Entre os pontos de coleta,
as medidas de pH, não houve diferença significativa(F = 0,657; p = 0,427).
Quanto à temperatura (°C), os valores, mínimo e máximo foram 24,8 e 29,3,
respectivamente (Figura 06), e a média anual foi de 26,57 ± 1,26. No mês de janeiro
(F = 192,06; p < 0,001), a temperatura foi significativamente menor e no mês julho
Figura 05: Variação do pH da água dos pontos de coleta, de
janeiro a dezembro de 2006; (P1) Praia do Pacajá; (P2) Praia
de Cametá-Tapera.
28
foi significativamente maior e entre os pontos as medidas de temperatura não
diferiram (F = 0,004; p = 0,948).
Nos registros do material em suspensão (mg/L), o valor mínimo foi de 7,62; o
valor máximo de 240,25 e média anual de 73,00 ± 65,53 (Figura 07). Os valores não
variaram de forma significativa entre os meses (F = 0,752; p = 0,670) e entre os
pontos (F = 0,238; p = 0,631).
Figura 06: Variação de temperatura (°C) da água, dos pontos
de coleta, de janeiro a dezembro de 2006; (P1) Praia do
Pacajá; (P2) Praia de Cametá-Tapera.
Figura 07: Variação do material em suspensão dos pontos de
coleta do A. marinus, no ano de 2006; (P1) Praia do Pacajá;
(P2) Praia de Cametá-Tapera.
29
As águas dos rios das regiões tropicais sofrem pequenas variações sazonais
de temperatura, porém a estação chuvosa expande o ambiente aquático, alterando
algumas de suas características físico-químicas, principalmente na sub-superfície
para onde é, inicialmente, carreado uma grande quantidade de matéria orgânica e
uma temperatura mais elevada, devido à lavagem do solo próximo às margens dos
rios (LOWE-MCCONNELL, 1999), assim, como o Rio Tocantins é um rio de águas
tropicais, se pode constatar variações sazonais estatisticamente significativas de
temperatura e pH. No período chuvoso, foram registrados os valores mais baixos de
pH e temperatura. E no período menos chuvoso, os valores mais altos. Quanto ao
material em suspensão, embora tenha sido registrada uma grande variação em suas
medições, mínima e máxima, estes valores não variaram de forma significativa,
porém o valor máximo foi registrado durante o período chuvoso e o mínimo, no
período menos chuvoso.
5.2 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
Na obtenção da composição centesimal do A. marinus, somente o percentual
de umidade foi calculado em relação ao peso úmido da amostra. E esta composição
foi avaliada nos meses de maior pesca e comercialização da espécie, janeiro, junho
e dezembro de 2006 (Tabelas 1 e 2).
Os teores médios de umidade (g/100g), das amostras de A. marinus, variaram
de 85,9 ± 0,6 até 87,9 ± 0,7, com média geral de 87,1 ± 1,1 (Tabela 1). Não houve
diferenças estatisticamente significativas entre os meses estudados (F = 3,54; p =
0,055) e entre os pontos de coleta (F = 1,64; p = 0,730).
Para os Acetes XIAO e GREENWOOD (1993) citaram a variação de 71,8% a
81,7% e este último foi menor que o teor mínimo de umidade registrado para o A.
marinus;
Dentre o teor de umidade da musculatura de outras espécies, como:
Macrobrachium rosenbergii 78,54% ± 0,53 – 79,06% ± 0,28 (KIRSCHINIK; VIEGAS,
2004); Trachypena cuvirostris 83,1 ± 0,1 e Pandalus borealis 84,4% ± 0,0 (HEU;
KIM; SHAHIDI, 2003); Penaeus brasiliensis cozido 81,60% (PEDROSA;
COZZOLINO, 2001), somente Penaeus brasiliensis cru - 88,34% (PEDROSA;
COZZOLINO, 2001) foi superior ao A. marinus.
30
VARIÁVEL MESES P1 P2
Média geral
UMIDADE
JAN 88,3 ± 0,8 87,4 ± 0,8
87,9 ± 0,7
JUN 85,9 ± 1,0 85,9 ± 1,0
85,9 ± 0,6
DEZ 86,7 ± 1,0 88,5 ± 1,0
87,6 ± 2,3
Média geral 87,0 ± 1,2 87,3 ± 1,3 87,1 ± 1,1
CINZAS
JAN 10,8 ± 0,7 11,5 ± 0,7
11,2 ± 0,7
JUN 10,2 ± 0,4 8,7 ± 1,0
9,5 ± 1,0
DEZ 9,7 ± 0,1 8,1 ± 0,7
8,9 ± 1,0
Média geral 10,2 ± 0,6 9,4 ± 1,8 9,8 ± 1,3
PROTEÍNAS
JAN 67,7 ± 0,3 70,5 ± 1,3
69,1 ± 1,7
JUN 72,8 ± 0,2 71,6 ± 0,3
72,2 ± 0,7
DEZ 71,5 ± 0,7 72,1 ± 1,3
71,8 ± 1,0
Média geral 70,7 ± 0,3 71,4 ± 0,8 71,0 ± 1,8
LIPÍDIOS
JAN 8,0 ± 0,1 7,7 ± 0,2
7,8 ± 0,2
JUN 2,0 ± 0,1 1,5 ± 0,4
1,8 ± 0,4
DEZ 6,6 ± 0,1 6,6 ± 0,6
6,6 ± 0,4
Média geral 5,5 ± 3,1 5,3 ± 3,3 5,4 ± 2,9
A umidade da parte residual das espécies: Trachypena cuvirostris 78,5% ±
0,0; (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003) 2,47% ± 0,27 – 3,0% ± 0,32 - (SHAHIDI;
SYNOWIECKI, 1991) e Pandalus borealis 79,1% ± 0,8 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003),
também foram inferiores ao A. marinus.
Os valores do resíduo mineral fixo (cinzas g/100g) das amostras, oscilaram
entre 8,9 ± 1,0 e 11,2 ± 0,7 apresentando a média geral de 9,8 ± 1,3 (Tabela 1),
havendo diferença significativa entre os meses de estudo (F = 9,64; p = 0,002). O
mês de janeiro/06 apresentou o percentual de cinza mais elevado que os meses de
junho/06 (p=0,018) e dezembro/06 (p=0,002). Por outro lado, não houve diferença
significativa entre os pontos de coleta (F = 1,64; p = 0,219).
Os percentuais de resíduo mineral fixo encontrados para o A. marinus foram
maiores que percentual mínimo (7,4), mas não superou o percentual máximo (25,6),
citado para os Acetes (XIAO; GREENWOOD, 1993).
Tabela 1. Composição, em percentual, de umidade, cinzas,
proteínas e lipídios, do Acetes marinusin natura” coletado no
Baixo Rio Tocantins, nos meses de janeiro (JAN), junho (JUN) e
dezembro (DEZ) de 2006.
Média ± Desvio Padrão
P1 = Ponto 1; P2 = Ponto 2
31
Com relação a outras espécies de camarão, a A. marinus superou o
percentual, do resíduo mineral fixo, da parte comestível, das seguintes espécies:
Macrobrachium rosenbergii 1,18 ± 0,14 – 1,35 ± 0,11 (KIRSCHINIK; VIEGAS, 2004);
Trachypena cuvirostris 1,5 ± 0,1 e Pandalus borealis 1,6 ± 0,1 (HEU; KIM; SHAHIDI,
2003); Xiphopenaeus kroyeri 9,32 (FREITAS et al., 2002a); Penaeus brasiliensis cru
1,05 ± 0,01 e P. brasiliensis cozida 1,25 ± 0,02 (PEDROSA; COZZOLINO, 2001), do
resíduo de Trachypena cuvirostris 7,0 ± 0,2 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003) e Pandalus
borealis 0,09 ± 0,02 - 8,2 ± 0,1 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003; SHAHIDI;
SYNOWIECKI, 1991). Porém a A. marinus não extrapolou os percentuais de cinzas
da parte residual de Xiphopenaeus kroyeri 38,29 (FREITAS et al., 2002a).
A avaliação dos teores de proteínas (g/100g) registrou valores de 69,1 ± 1,7 a
72,2 ± 0,7 e média geral de 71,0 ± 1,8, tabela 1. Estes valores variaram
significativamente entre os meses (F = 11,331; p = 0,001) sendo o mês de
janeiro/06 menos elevado que os demais, e entre os pontos não se mostraram
diferentes (F = 0,651; p = 0,432).
O teor médio de proteínas do A. marinus foi equivalente ao percentual
máximo (49,3 a 71,9) citado por XIAO e GREENWOOD (1993) para os Acetes, e,
superior aos percentuais protéicos para o músculo das seguintes espécies de
camarão: Macrobrachium rosenbergii 19,50 ± 0,53 – 19,77 ± 0,44 (KIRSCHINIK;
VIEGAS, 2004); Trachypena cuvirostris 14,9 ± 0,5 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003);
Pandalus borealis 13,4 ± 0,3 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003); Penaeus brasiliensis cru
10,62 ± 0,09 e P. brasiliensis cozida 16,78 ± 0,02 (PEDROSA; COZZOLINO, 2001);
e inclusive para resíduo de, Trachypena cuvirostris 11,6 ± 0,2 e Pandalus borealis
9,3 ± 0,3 – 41,90 ± 0,2 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003; SHAHIDI; SYNOWIECKI, 1991).
A determinação do teor lipídico (g/100g), das amostras, revelou uma variação
entre 1,8 ± 0,4 e 7,8 ± 0,2 e a média geral foi de 5,4 ± 2,9, conforme tabela 1. Os
meses diferiram significativamente (F = 550,79; p < 0,001) sendo no mês de junho o
registro do valor mais baixo, mas entre os pontos não houve diferença (F = 0,415; p
= 0,841).
Os percentuais de lipídios do A. marinus
foram bem inferiores aos citados
XIAO e GREENWOOD (1993) (14,4 – 27,9%) para os Acetes. O teor médio de
lipídios do A. marinus só não superou o percentual determinado para Xiphopenaeus
kroyeri 6,07, por FREITAS et al. (2002a), mas superou os valores apresentados
para a musculatura das espécies: Macrobrachium rosenbergii 0,15 ± 0,08 – 0,24 ±
32
0,04 (KIRSCHINIK; VIEGAS, 2004); Trachypena cuvirostris 0,3 ± 0,1 e Pandalus
borealis 0,4 ± 0,0 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003); Penaeus brasiliensis cru 0,36 ± 0,03
e P. brasiliensis cozido 1,55 ± 0,25 (PEDROSA; COZZOLINO, 2001); e para o
resíduo de Trachypena cuvirostris 0,7 ± 0,2 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003); Pandalus
borealis 0,0 – 0,6 ± 0,1 (HEU; KIM; SHAHIDI, 2003; SHAHIDI; SYNOWIECKI, 1991);
e de Xiphopenaeus kroyeri 2,66 (FREITAS et al., 2002a).
Os valores de carboidratos, do A. marinus, variaram de 11,9 ± 2,0 à 16,5 ± 1,9
e a média geral foi de 13,7 ± 2,6, tabela 2. Entre os meses avaliados, o mês de
junho apresentou média significativamente (F = 11,311; p = 0,001) maior que os
demais, janeiro e dezembro, e, quanto aos pontos não houve diferença significativa
(F = 0,68; p = 0,798).
Os teores de carboidratos apresentados para o A. marinus foram inferiores ao
valor máximo citado por XIAO e GREENWOOD (1993) para os Acetes 1,74 – 18,80.
Em relação ao valor calórico (Kcal) a variação foi de 371,0 ± 3,7 a 397,4 ± 3,8
e a média geral foi de 387,6 ± 13,2 (Tabela 2), ou 3.876 Cal.g
-
. A média do mês de
VARIÁVEL MESES P1 P2
Média geral
CARBOIDRATOS
JAN 13,5 ± 0,5 10,3 ± 1,5
11,9 ± 2,0
JUN 14,9 ± 0,6 18,1 ± 0,7
16,5 ± 1,9
DEZ 12,2 ± 0,7 13,2 ± 2,0
12,7 ± 1,5
Média geral 13,5 ± 1,4 13,9 ± 3,9 13,7 ± 2,6
VET(Kcal)
JAN 396,7 ± 2,2 392,4 ± 3,5
394,6 ± 3,5
JUN 369,3 ± 1,6 372,7 ± 4,8
371,0 ± 3,7
DEZ 394,2 ± 0,1 400,5 ± 2,7
397,4 ± 3,8
Média geral 386,7 ± 15,1 388,5 ± 14,3 387,6 ± 13,2
Tabela 2: Composição em percentual de carboidratos e valor
energético total (VET) do Acetes marinusin natura” coletado no
Baixo Rio Tocantins, nos meses de janeiro (JAN), junho (JUN) e
dezembro (DEZ) de 2006.
Média ± Desvio Padrão
P1 = Ponto 1; P2 = Ponto 2
Kcal=kilocalorias
33
junho foi significativamente (F = 92,33; p < 0,001 ) menor que a média dos outros
meses e entre os pontos não houve diferença significativa (F = 0,83; p = 0,777).
A média do valor calórico do A. marinus foi bem maior do que em Penaeus
brasiliensis cru 45,72 Kcal – e P. brasiliensis cozido 81,07 Kcal (PEDROSA;
COZZOLINO, 2001), mas não superou o valor para os Acetes 5.740 Cal.g
-
(XIAO;
GREENWOOD, 1993).
As análises estatísticas da composição centesimal, do A. marinus
encontraram diferenças significativas somente entre meses. Nos meses de janeiro e
dezembro que fazem parte do período chuvoso, foram altos, o resíduo mineral fixo,
os lipídios totais e o valor calórico. E no período seco, mês de junho, foram altos,
proteínas e carboidratos. As diferenças sazonais na composição centesimal das
espécies, principalmente quanto ao teor de lipídios totais, estão associadas à
fisiologia reprodutiva destas, como foi constatado, nos meses de janeiro, abril, julho
e outubro, nas espécies Penaeus semisulcatus e Metapenaeus monoceros (1,07% ±
0,04 – 0,97% ± 0,01) e (0,98% ± 0,01 – 1,15% ± 0,01), respectivamente (YANAR;
ÇELIK, 2005), e, em Xiphopenaeus kroyeri avaliado no verão (0,94%) e no inverno
(1,16%) (LUZIA et al., 2003).
O resíduo produzido por muitas espécies de camarão, de grande importância
comercial, pesam mais de 50% do seu peso total (TETUNA FILHO; ZUCAS, 1985;
HEU; KIM; SHAHIDI, 2003), o gênero Acetes agrupa espécies de camarão que não
produzem resíduos. A A. marinus, dentre as outras espécies de Acetes, se
apresentou inferior quanto aos teores de lipídios, de carboidratos e valor calórico, e
quanto ao teor de proteínas, foram equivalentes. Porém, a composição centesimal
do A. marinus se mostrou superior à composição de outras espécies de camarão,
inclusive em relação à composição do resíduo de algumas espécies. Embora essas
diferenças entre as espécies sejam comuns, estas podem estar relacionadas
também com a condição fisiológica das espécies, com o processo de conservação
das amostras e com a metodologia empregada nas análises (SHAHIDI;
SYNOWIECKI, 1991; KIRSCHINIK; VIEGAS, 2004).
34
5.3 COLESTEROL
As medidas de colesterol (g/100g; peso úmido) apresentaram: a dosagem
média anual de 374, 87 ± 195,96 e as dosagens mínima de 120,95 ± 24,60 e
máxima de 882,34 ± 44,19, figura 08. Os meses de novembro (596,22 ± 185,6) e
dezembro (802,39 ± 100,90) foram maiores, estatisticamente (F = 46,04; p < 0,001),
que os outros meses. Estas dosagens de colesterol não variaram,
significativamente, entre pontos de coleta (F = 0,49; p = 0,481), com o pH (F = 3,07;
p = 0,070), e com a temperatura (F = 0,95; p = 0,461).
No mês de abril de 2006, devido o pequeno volume amostral, não foi possível
medir o teor de colesterol.
O teor médio anual de colesterol do A. marinus só não superou o teor de
colesterol encontrado para as espécies Penaeus brasiliensis e P. paulensis, que foi
em torno de 500 mg/100g (MOURA; TETUNA-FILHO, 2002), mas o seu valor
máximo foi superior em relação a estas espécies e na musculatura e no resíduo das
espécies seguintes: No músculo de: camarão 142 mg/100g ± 3,0 - 166,6mg/100g ±
2,8 (WU; LILLARD; AKOH, 1997); do Xiphopenaeus kroyeri 134 ± 12 - 165,4
mg/100g (LUZIA et al., 2003; BRAGAGNOLO; RODRIGUEZ-AMAYA, 2001); do
Macrobrachium rosenbergii 139 ± 5 mg/100g e Penaeus schimitti 121 mg/100g ± 11
– 124 mg/100g ± 7 (BRAGAGNOLO; RODRIGUEZ-AMAYA, 2001); do Penaeus
Figura 08: Teor de colesterol (g/100g) do A.marinus nos meses de
janeiro a dezembro de 2006; (P1) Praia do Pacajá; (P2) Praia de
Cametá-Tapera.
35
brasiliensis 114 mg/100g ± 3 - 134 mg/100g ± 9 (BRAGAGNOLO; RODRIGUEZ-
AMAYA, 1997,2001); e, no resíduo de Xiphopenaeus kroyeri 98,82 mg/100g
(FREITAS et al., 2002).
5.4 CORRELAÇÃO DE PEARSON
Os teores de colesterol não apresentaram fortes correlações com os valores de
temperatura (r = -0,249) e material em suspensão (r = -0,277). Por outro lado, os
valores de pH correlacionaram positivamente com os valores de colesterol (r =
0,452).
Estatisticamente, o teor de colesterol de A. marinus variou somente entre os
meses, e os valores mais altos coincidiram com o período chuvoso e com os meses
de altos valores de pH. Porém, segundo LUZIA et al. (2003) não houve variação no
teor de colesterol dosado no verão e no inverno para Xiphopenaeus kroyeri 165,4
mg/100g no verão, e, 164,8 mg/100g no inverno.
Vários outros fatores podem influenciar no teor de colesterol como, espécie,
alimentação disponível, idade, sexo, fase reprodutiva e outros (ARMSTRONG;
LEACH; WYLLIE, 1991) e a variação sazonal do teor de colesterol de A. marinus
pode estar relacionada com o seu período reprodutivo.
5.5 DESENVOLVIMENTO OVARIANO
O processo de maturação gonadal como um todo é muito complexo e pode ser
dividido em várias fases, como, imaturo, em maturação, vitelogênica, maduro, pronto
para a desova e desovado. Essas fases são subjetivas, embora estejam baseadas
em modificações macroscópicas e microscópica (KING, 1948).
5.5.1 Aspectos Macroscópicos
O ovário imaturo é translúcido, assim como o corpo das fêmeas de A.marinus,
está localizado bem próximo da linha corporal mediana e somente na cavidade
torácica (Figura 09). Este ovário não é visível, a olho nu (Figura 12), através da
carapaça, e em sua composição celular predominam ovócitos imaturos (Figura 13a).
36
O ovário em maturação torna-se esbranquiçado (Figura 12a) e seu
crescimento se desalinha da posição do ovário imaturo, invadindo do abdômen e
projetando-se para a parte dorsal entre a musculatura do abdômen e o exoesqueleto
(Figura 10). Neste tipo de ovário, é comum a presença de ovócitos em maturação
(Figura 13b).
O ovário maduro torna-se alaranjado, de claro até escuro, o seu crescimento
é máximo quando este invade, por completo, a parte dorsal da cavidade abdominal,
ficando bem aderido à carapaça (Figura 11) e facilmente visível a olho nu (Figuras
12a e 12b). Na constituição celular deste ovário, encontram-se todos os tipos de
ovócitos, mas é evidente a quantidade maior de ovócitos vitelogênicos (Figura 14) e
maduros (Figura 15).
Figura 09: Desenho esquemático da localização do
ovário imaturo no corpo da fêmea de A. marinus.
Figura 10: Desenho esquemático da localização do
ovário em maturação no corpo da fêmea de A. marinus.
Figura 11: Desenho esquemático da localização do
ovário maduro no corpo da fêmea de A. marinus.
37
Figura 12: Fotografia de fêmeas de A.
marinus: (a) imatura (Im), em maturação
(EM) e madura (M); (b) madura.
5.5.2 Aspectos Microscópicos
Ovócito imaturo
Esta célula possui núcleo grande com cromatina bem distribuída, pouco
citoplasma e caráter basófilo (Figura 13a). Esta célula se constitui na maioria, na
composição histológica do ovário imaturo e, também, se faz presente em todas as
outras fases de maturação ovariana. No ovário maduro, os ovócitos imaturos
localizam-se na linha germinativa (Figura 13c).
Ovócito em maturação
Esta célula ainda se apresenta basófila, seu citoplasma aumenta, em relação
ao citoplasma do ovócito imaturo, e a cromatina forma grânulos grosseiros que ficam
aderidos à carioteca (Figura 13b).
O ovócito em maturação, também pode ser facilmente encontrado em todos
os estádios de maturação ovariana.
38
Ovócito vitelogênico
Esta célula possui caráter acidófilo e citoplasma bem desenvolvido, em
relação ao núcleo, devido ao acúmulo de vitelo, e os grânulos de cromatina, no início
desta fase, são grosseiros (Figuras 14a e b), e depois ficam mais delicados com o
crescimento desta célula (Figura 14 c). A presença desta é freqüente no ovário em
maturação.
Figura 14: Fotomicrografia de cortes histológicos de ovários de A. marinus com
ovócito vitelogênico em momentos. (a) e (b) ainda apresentam grânulos de
cromatina grosseiros aderidos à carioteca, mas o seu citoplasma já é acidófilo; (c)
ovócito vitelogênico bem desenvolvido e com cromatina mais delicada aderida à
carioteca. Nu: núcleo; Cit: citoplasma; (a) 200x; (b) 200x; (c) 100x.
Figura 13: Fotomicrografia de cortes histológicos de ovários de A. marinus: (a)
Ovócito imaturo, 400x; (b) ovócito em maturação, 400x; e (c) ovário maduro, 100x
(Nu: núcleo; Cit: citoplasma; Cr: cromatina; CF: células foliculares; lg: linha
germinativa; em: ovócito em maturação; m: ovócito maduro).
39
Ovócito maduro
O núcleo está mergulhado em um citoplasma repleto de vitelo, a carioteca
ainda possui grânulos de cromatina, mais delicados que os grânulos apresentados
no ovócito vitelogênico.
Para o A. marinus, foram caracterizados 3 estádios de maturação baseados
na diferença de coloração, no tamanho e em 4 diferentes tipos de oócitos, outras
espécies de camarão, também já foram avaliadas quanto a estes aspectos, como:
Acetes chinensis, WU e CHENG (1957 apud XIAO; GREENWOOD, 1993)
caracterizaram 4 estádios; Macrobrachium acanthurus, CARVALHO e PEREIRA
(1981) caracterizaram 4 estádios; Euphausia superba CUZIN-ROUDY e ALMSLER
(1991) caracterizaram 7 estádios com 4 tipos de oócitos; Macrobrachium borellii,
VERDI (1995) descreveu 5 tipos de ovócitos; Meganyctiphanes norvegica, CUZIN-
ROUDY e BUCHHOLZ (1999), caracterizaram 6 estádios de maturação e 4 tipos de
oócitos; Penaeus penicillatus, Penaeus merguiensis, Metapenaeus affinis e
Parapenaeopsis stylifera, AYUB e AHMED (2002), caracterizaram 6 estádios e 5
tipos de oócitos; Farfantepenaeus paulensis, PEIXOTO et al. (2003), caracterizaram
4 estádios e 4 tipos de oócitos; Oratosquilla oratória, KODAMA et al. (2004),
caracterizaram 6 estádios e 6 diferentes oócitos; e, em Macrobrachium rosenbergii,
CHANG e SHIH (1995) e SABRY (1998) caracterizaram 5 estádios e 5 tipos
Figura 15: Fotomicrografia de cortes histológicos de ovários de A. marinus com
ovócitos maduros: Nu: núcleo; Cit: citoplasma; CF: células foliculares; (a) 100x;
(b) 100x.
40
diferentes de oócitos, mas MARTINS et al. (2007), caracterizaram 5 estádios
baseados em 3 tipos de oócitos.
Devido à subjetividade da caracterização dos estágios do desenvolvimento
ovariano, muitas divergências podem ser encontradas, principalmente, quando se
trata de espécies diferentes, ou quando as metodologias de investigação são
diferentes, por exemplo, investigações baseadas em análises ultraestrutural
descrevem mais estágios de maturação (WORSMANN; SESSO, 1977). Para que o
processo de maturação ovariana do A. marinus se componha de mais estágios é
necessário a utilização da análise ultraestrutural para que estádios como o
esvaziado seja caracterizado com mais detalhes.
41
6 CONCLUSÕES
Os dois pontos de coleta, ao longo do Rio Tocantins, se apresentaram
homogêneos quanto às variáveis ambientais pH, temperatura e material em
suspensão. Porém, sazonalmente, o rio Tocantins é heterogêneo, pois no período
chuvoso foram registrados baixos valores de pH e temperatura e o mais alto de
material em suspensão e no período menos chuvoso, foram registrados os valores
mais altos de pH e temperatura e o mais baixo de material em suspensão.
Embora a espécie A. marinus seja de baixo valor comercial, esta se constitui
em uma fonte de alto valor nutritivo, potencialmente rica em proteínas, quando
comparada com muitas espécies de camarão de expressivo valor comercial. Porém
trata-se de uma espécie rica em colesterol, principalmente quando esta é coletada
no período chuvoso, assim esta fonte alimentícia não deve fazer parte de dietas
pobres em colesterol.
A caracterização do desenvolvimento ovariano das fêmeas de A. marinus
revelou 3 estágios de maturação gonadal: imaturo, em maturação e maduro, e, 4
tipos de oócitos: imaturo, em maturação, vitelogênico e maduro. E como o avíú é
uma das muitas espécies amazônicas de grande importância alimentícia local,
medidas que possam garantir o melhor aproveitamento deste recurso natural são de
grande importância. Assim, a partir dessa caracterização, outros estudos, como o do
período reprodutivo assim como um estudo completo de população sobre esta
espécie podem ser feitos para que se possa estabelecer um ordenamento da
exploração pesqueira desta espécie, da forma que este recurso possa ser explorado
sem que se chegue ao esgotamento de seu estoque natural.
42
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