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FLÁVIA FALCI ERCOLE
Avaliação da aplicabilidade do índice de risco DE INFECÇÃO CIRÚRGICA do Sistema
NNIS em pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos:
BELO HORIZONTE
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2
FLÁVIA FALCI ERCOLE
Avaliação da aplicabilidade do índice de risco DE INFECÇÃO CIRÚRGICA do Sistema
NNIS em pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos:
TESE APRESENTADA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
PARASITOLOGIA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO
DE PARASITOLOGIA, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO
GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS
INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
ORIENTADORA: PROFA
DRA
MARIÂNGELA CARNEIRO
BELO HORIZONTE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UFMG
2006
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3
TRABALHO DESENVOLVIDO NO LABORATÓRIO DE
EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS E
PARASITÁRIAS, DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA,
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MINAS GERAIS E FINANCIADO PELO
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ).
4
PESQUISADORES COLABOLADORES:
PROF. DR. ENRICO ANTÔNIO COLOSIMO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA
DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS.
DR. CARLOS ERNESTO FERREIRA STARLING – MÉDICO INFECTOLOGISTA E
COORDENADOR DOS SERVIÇOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
DOS HOSPITAIS DO ESTUDO.
PROF. DR. GREY ERCOLE DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA DO INSTITUTO
DE CIÊNCIAS EXATAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.
5
Ao Deus dO IMPOSSÍVEL, ao Senhor de todas as coisas que por graça,
bondade e misericórdia esteve comigo todo o tempo nesta árdua caminhada.
por tudo que passei e vivi neste tempo, Consagro este trabalho a ti, apenas a ti
e te dou toda a glória.
6
Aos meus AmADOS Grey, Rafael e Lorena
1
AGRADECIMENTOS.............................................................................................
vii-xi
RESUMO................................................................................................................
xxi-xxii
ABSTRACT..............................................................................................................
xxiii-xxiv
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................
1-34
1.1 INFECÇÕES HOSPITALARES....................................................................................
1-12
1.2 INFECÇÕES ORTOPÉDICAS......................................................................................
12-15
1.3 O DESENVOLVIMENTO DE ÍNDICES DE RISCO DE INFECÇÃO DE SÍTIO
CIRÚRGICO..........................................................................................................................
15-23
1.4 A PROPOSTA DO SISTEMA NNIS PARA O ÍNDICE DE RISCO DE INFECÇÃO
DE SÍTIO CIRÚRGICO – IRIC...........................................................................................
23-28
1.5 APLICAÇÕES E LIMITAÇÕES DO IRIC NA PRÁTICA CLÍNICA.........................
28-34
2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................
35-37
3. OBJETIVOS.........................................................................................................
38
3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................
38
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.............................................................................................
38
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................
39-65
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO..................................................................................
39
4.2 LOCAL DO ESTUDO.....................................................................................................
39
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO..................................................................
40
4.4 COLETA E CONSISTÊNCIA DOS DADOS................................................................
40-44
4.5 CARACTERIZAÇÃO DOS HOSPITAIS DO ESTUDO............................................... 45
4.5.1 SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR......................................................
46-48
4.5.2 SACIH SISTEMA AUTOMOTIZADO DE CONTROLE DE INFECÇÕES
HOSPITALARES....................................................................................................................................
48-49
4.5.3 SISTEMA DE VIGILÂNCIA NNIS................................................................................................
49-51
2
4.6 PROCEDIMENTOS ORTOPÉDICOS NNIS A SEREM CONSIDERADOS NO
ESTUDO................................................................................................................................
51-52
4.6.1 CÓDIGOS DE PROCEDIMENTOS DE CIRURGIAS TRAUMATO -ORTOPÉDICAS
CONSIDERADAS NO ESTUDO...........................................................................................................
52-53
4.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO.............................................................................................
53-59
4.7.1 VARIÁVEL DEPENDENTE..........................................................................................................
54
4.7.1.1 INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO – ISC..............................................................................
54
4.7.2 VARIÁVEIS INDEPENDENTES..................................................................................................
54-59
4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS E LEGAIS DO ESTUDO..............................................
59
4.9 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS.................................................................
60-66
4.9.1 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS.........................................................................................
60
4.9.2 CÁLCULO DAS TAXAS DE INCIDÊNCIA DE ISC....................................................................
60
4.9.3 ANÁLISE UNIVARIADA DOS DADOS.......................................................................................
61
4.9.4 ANÁLISE MULTIVARIADA DOS DADOS..................................................................................
62-66
5. RESULTADOS.....................................................................................................
67-121
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS QUE COMPÕEM O BANCO EM
ESTUDO................................................................................................................................
68-73
5.1.1 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS POR HOSPITAL............................................................
73-78
5.2 INCIDÊNCIA DE SÍTIO CIRÚRGICO........................................................................
78-85
5.3 ASSOCIAÇÃO DAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES COM A ISC-ANÁLISE
UNIVARIADA........................................................................................................................
85-94
5.4 ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA E O DESENVOLVIMENTO DE
MODELOS “ALTERNATIVOS” DE PREDIÇÃO DE RISCO DE
INFECÇÃO............................................................................................................................
5.5 CÁLCULO DAS PROBABILIDADES DO MODELO IRIC E MODELO 2...............
5.6 COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS IRIC E MODELO 2 NO CÁLCULO
DAS PROBABILIDADES....................................................................................................
95-111
111-115
115-121
6. DISCUSSÃO.........................................................................................................
122-146
7. CONCLUSÕES.....................................................................................................
147-149
3
8. DESDOBRAMENTOS.........................................................................................
150
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................
151-163
ANEXOS....................................................................................................................
164-197
4
Lista de Figuras
Figura 1 – Classificação das ISC de acordo com a localização anatômica.......
5
Figura 2 – Esquema de coleta de dados das informações dos pacientes
submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos, Belo Horizonte, MG
1994-2002................................................................................................................
44
Figura 3 Histogramas das probabilidades de ISC para as 4 categorias do
IRIC........................................................................................................................
115
5
Lista de Tabelas
Tabela 1 Avaliação das perdas de informações de algumas variáveis em
relação ao Índice de Risco de Infecção Cirúrgico, Belo Horizonte MG,
1994-2002.................................................................................................................
165-166
Tabela 2 Avaliação das perdas de informações de algumas variáveis em
relação à ISC, Belo Horizonte - MG, 1994-
2002..................................................
167-168
Tabela 3 - Medidas de tendência central e dispersão dos 8.236
procedimentos cirúrgicos ortopédicos, Belo Horizonte MG, 1994-
2002...........................................................................................................................
68
Tabela 4 - Distribuição da freqüência simples das variáveis relacionadas aos
pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos, Belo
Horizonte – MG, 1994-2002..................................................................................
70-71
Tabela 5 - Medidas de tendência central e dispersão dos 8.236
procedimentos cirúrgicos ortopédicos, Belo Horizonte MG, 1994-
2002...........................................................................................................................
74
Tabela 6 Distribuição da freqüência simples, por hospital, das variáveis
relacionadas aos pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, Belo
Horizonte – MG, 1994-2002...................................................................................
76
Tabela 7 Taxas de ISC dos 8.236 pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos ortopédicos de acordo com o Potencial de Contaminação da
Ferida Cirúrgica, ASA e Duração da Cirurgia, Belo Horizonte MG, 1994-
2002..........................................................................................................................
80
Tabela 8 Incidência de infecção de ISC segundo os hospitais envolvidos no
estudo, Belo Horizonte MG, 1994-
2002..........................................................................................................................
81
Tabela 9 – Caracterização dos 116 pacientes cirúrgicos ortopédicos com ISC,
Belo Horizonte MG, 1994-
2002..........................................................................................................................
82-83
Tabela 10 - Medidas de tendência central e dispersão das variáveis contínuas
de acordo com a ISC, Belo Horizonte MG, 1994-
2002...........................................................................................................................
86
Tabela 11 - Análise Univariada da ISC com as Variáveis independentes, Belo
Horizonte - MG, 1994-2002....................................................................................
87-88
Tabela 12- Estimativas da regressão logística para avaliação do IRIC, Belo
Horizonte – MG, 1994-2002..................................................................................
95
Tabela 13 - Estimativas da regressão logística para avaliação das variáveis
que compõem o IRIC, Belo Horizonte MG, 1994-
6
2002...........................................................................................................................
98
Tabela 14 - Estimativas da regressão logística para definição do Modelo 2
Alternativo, Belo Horizonte – MG, 1994-2002....................................................
100
Tabela 15 - Estimativas da regressão logística para definição do Modelo 3
Alternativo, Belo Horizonte – MG, 1994-2002....................................................
103
Tabela 16 - Estimativas da regressão logística para definição do Modelo 4
Alternativo, Belo Horizonte – MG, 1994-2002....................................................
105
107
Tabela 17 - Estimativas da regressão logística para definição do Modelo 5
Alternativo, Belo Horizonte – MG, 1994-2002....................................................
Tabela 18 Comparação dos Modelos 0, 1 e 2 em relação às áreas da Curva
ROC.........................................................................................................................
109
Tabela 19 Resultados dos Modelos Alternativos em relação ao Modelo
IRIC do Sistema NNIS/CDC, Belo Horizonte – MG, 1994-2002.......................
110
Tabela 20 Avaliação da correlação do IRIC com a ISC dos 8.236 pacientes
submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos, através do Teste de
Goodman-Kruskal (G) coeficiente Gamma, Belo Horizonte MG, 1994-
2002..........................................................................................................................
111
Tabela 21 Probabilidades observadas e esperadas de ocorrência de ISC de
acordo com a variável IRIC nos 8.236 pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos ortopédicos, Belo Horizonte MG, 1994-
2002..........................................................................................................................
113
Tabela 22 Variáveis que compõem o Modelo 2 Alternativo e seus
respectivos coeficientes β.......................................................................................
116
Tabela 23 - Probabilidades observadas e esperadas de ocorrência de ISC do
Modelo alternativo para os procedimentos cirúrgicos ortopédicos, Belo
Horizonte MG, 1994-
2002..........................................................................................................................
118
7
Lista de Quadros
Quadro 1 – Critérios para definição da ISC........................................................
6
Quadro 2 – Infecções de Ossos e Articulações.....................................................
13
Quadro 3 – Classificação da Ferida Cirúrgica....................................................
18
Quadro 4 – Classificação ASA..............................................................................
20
Quadro 5 – Índice de Risco SENIC......................................................................
22
Quadro 6 – Índice de Risco IRIC.........................................................................
27
Quadro 7 Distribuição dos quatro hospitais de estudo segundo o número
de admissões/ano, leitos e entidade mantenedora, no período de 1991-1996,
Belo Horizonte, MG...............................................................................................
45
Quadro 8 Composição do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares
dos hospitais em estudo, no período de 1991-1996, Belo Horizonte, MG.........
47
8
Lista de Gráficos
Gráfico 1 Incidência de ISC segundo os tipos de procedimentos cirúrgicos
ortopédicos, Belo Horizonte, MG – 1994-2002....................................................
78
Gráfico 2 Incidência de ISC segundo o IRIC, Belo Horizonte, MG 1994-
2002..........................................................................................................................
79
Gráfico 3 – Curva ROC do Modelo 0 – IRIC......................................................
96
Gráfico 4 - Curva ROC do Modelo 1 (ASA, Potencial de Contaminação e
Duração da Cirugia................................................................................................
99
Gráfico 5 – Curva ROC do Modelo 2 Alternativo..............................................
101
Gráfico 6 – Pontos de corte para cada probabilidade do Modelo 2..................
102
Gráfico 7 – Curva ROC do Modelo 3 Alternativo..............................................
104
Gráfico 8 – Curva ROC do Modelo 4 Alternativo..............................................
106
Gráfico 9 – Curva ROC do Modelo 5 Alternativo............................................
108
Gráfico 10 Curva ROC comparativa do Modelo 0 IRIC com Modelo 1 e
Modelo 2 alternativo..............................................................................................
109
Gráfico 11 Curva ROC comparativa dos Modelos 1,2,3,4 e 5 Alternativos
com o Modelo 0 - IRIC..........................................................................................
110
Gráfico 12 – Probabilidades estimadas do Modelo 2 Alternativo em 474
grupos de Configurações, Belo Horizonte, MG 1994-
2002.........................................................................................................................
119
Gráfico 13 Probabilidades estimadas do Modelo 2 Alternativo nos 8.236
dados, Belo Horizonte, MG 1994-
2002.........................................................................................................................
119
Gráfico 14 Resíduos de Pearson x 474 grupos de configurações do Modelo
2, Belo Horizonte, MG – 1994-2002......................................................................
120
Gráfico 15 Resíduos de Pearson x Número de observações totais (8.236),
Belo Horizonte, MG – 1994-2002..........................................................................
121
9
Relação de Anexos
Anexo 1 – Ponto de corte dos procedimentos cirúrgicos do Sistema NNIS....
164
Anexo 2 Avaliação das perdas de informações de algumas variáveis em
relação ao IRIC e à ISC.........................................................................................
Anexo 3 Esquema representativo da metodologia do Sistema NNIS e
SACIH.............................................................................
........................................
165-168
169
Anexo 4 Ficha de coleta de dados do componente de vigilância
cirúrgica.................................................................................................................
170
Anexo 5 – Folha de cirurgia dos hospitais do estudo........................................
171
Anexo 6 - Ficha de notificação de infecção hospitalar.....................................
172
Anexo 7 - Comitê de Ética....................................................................................
173
Anexo 8 – Análise dos modelos propostos – saída do programa STATA 8.0..
174-196
Anexo 9 Carta de aceite do artigo de revisão da tese enviada à Revista
The Brazilian Journal of Infectious Diseases......................................................
197
1
Resumo
Foi realizada uma coorte histórica de 8.236 informações de cirurgias ortopédicas registradas
em banco de dados no período de 1994 a 2002, de quatro hospitais gerais, de médio porte,
localizados em diferentes pontos da região metropolitana de Belo Horizonte-MG. O objetivo
geral deste estudo foi avaliar a aplicabilidade do Índice de Risco de Infecção Cirúrgica do
National Nosocomial Infection Surveillance System - NNIS para predizer o risco de infecção
em pacientes submetidos a seis tipos de cirurgias ortopédicas. Os objetivos específicos foram:
determinar a incidência global de ISC no período estudado; determinar a incidência de ISC
para cada hospital, para os diferentes procedimentos cirúrgicos ortopédicos e para as
categorias do índice de risco do Sistema NNIS; identificar, dentre as variáveis coletadas
regularmente pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar dos hospitais de estudo, quais
variáveis que constituem fatores de risco para infecção cirúrgica em pacientes ortopédicos;
avaliar o poder preditivo do índice de risco do NNIS e das variáveis que o compõem; calcular
as probabilidades de infecção de cada categoria do índice de risco do NNIS e propor o
desenvolvimento de um modelo para a predição do risco de infecção de sítio cirúrgico em
pacientes cirúrgicos ortopédicos, a partir das variáveis selecionadas no modelo logístico. A
taxa de incidência global de ISC foi de 1,41 para o período de estudo. Taxa abaixo dos limites
estabelecidos pela literatura. As taxas de incidência por hospital, por procedimento ortopédico
e por categorias do índice de risco do NNIS também foram muito baixas. As variáveis que
apresentaram valor de p0,20 na análise univariada foram elegíveis para comporem a análise
de regressão logística multivariada, foram elas: Hospital, Uso de Prótese, ASA, Potencial de
Contaminação da Ferida Cirúrgica, IRIC, Número de Profissionais na Cirurgia e Uso de
Antibioticoprofilático. Apesar de não apresentarem associação com infecção neste estudo, de
acordo com a análise univariada e pelo teste estatístico Gamma, as seguintes variáveis foram
também selecionadas para a análise multivariada devido a importância que elas têm como
2
fatores de risco, reconhecida na literatura: Tipo de Procedimento Cirúrgico, Ocorrência de
Trauma, Uso de Anestesia Geral, Idade, Tempo Pré-operatório e Duração da Cirurgia. Ao
todo, este estudo analisou seis modelos de predição de risco de ISC. Através da análise de
Regressão Logística, foram construídos quatro modelos de predição de risco. Esses quatro
modelos foram comparados ao Modelo do Sistema NNIS, denominado Índice de Risco de
Infecção Cirúrgica IRIC, em sua versão padrão que contabiliza os três fatores de risco
específicos (ASA, Potencial de Contaminação de Ferida Cirúrgica e Duração da Cirurgia)
através dos escores (0, 1, 2 ou 3), bem como à versão que considera estes três fatores como
variáveis independentes. O modelo IRIC não foi considerado bom preditor de ISC por
apresentar baixa associação com a infecção em suas duas versões. Entretanto, o IRIC, em sua
versão padrão, estratificou satisfatoriamente os pacientes em seus quatro escores. O modelo
alternativo (Modelo 2), composto das variáveis (Prótese, ASA, Potencial de Contaminação da
Ferida Cirúrgica, Número de Profissionais na Cirurgia, Hospital, Uso de Anestesia Geral e
Duração da Cirurgia) foi dentre os quatro construídos, o que apresentou melhor habilidade
para classificar corretamente os pacientes com e sem infecção, medida por meio da área
abaixo da curva ROC (0.75). A acurácia deste modelo em relação à ISC foi muito superior à
do IRIC e sua validação será objeto de um estudo prospectivo a ser realizado, posteriormente,
nos mesmos quatro hospitais.
Palavras-chave: Epidemiologia, Infecção hospitalar, Infecção de sítio cirúrgico, Cirurgias
ortopédicas, Índice de Risco de Infecção Cirúrgica – IRIC, Predição de risco.
1
Abstract
It was accomplished a historical cohort of 8.236 records of orthopedical surgeries from a
database in the period from 1994 to 2002, relative to four general hospitals, of medium size,
located in different points of the metropolitan area of Belo Horizonte-MG. The main objective
of this study was to evaluate the applicability of the NNISS risk index of National
Nosocomial Infection Surveillance System to predict the infection risk in patients submitted
to six types of orthopedical surgeries. The specific objectives included: to determine the
global incidence rate of Surgery Site Infection (SSI) during the period; to determine the
incidence of SSI by studied hospitals for different procedures of orthopedical surgeries and
for the different categories of index risk of NNISS; to identify among the variables collected
by the Nosocominal Infection Surveillance System those that are risk factors associated with
surgeries infectious for orthopedic patients; to evaluate the predictive values of NNISS risk
index and the variables included in this index; to calculate the probabilities of infectious
among each category of the NNISS risk index and to a model to predict the risk of infection
surgical site in surgical orthopedical patients. The incidence rate of SSI was 1.41% for the
study period. This rate was lower than those reported in literature. The incidence rates for
hospitals, orthopedical procedures and categories of NNISS risk index were also lower than
expected. Those variables that reached statistical significance of p0,20 in univariate analyses
were eligible to compose the multivariate regression logistics analysis and the following
variables were selected: ASA, Use of Prosthesis, Potential of Contamination of the Surgical
Wound, Hospital, System Risk Index/NNIS, Use of Prophylactic Antibiotics and Number of
Professionals involved in the Surgery. In spite of no association with infection, according to
Gamma statistical test, the following variables were selected for the multivariate analysis due
to the importance that they have as risk factors, recognized in the literature: Type of Surgical
2
Procedure, Occurrence of Trauma, Emergency Surgery, Use of General Anesthesia, Age,
Preoperative Time and Duration of the Surgery. At the whole, this study analyzed six models
of prediction of risk of SSI. Through logistic regression analysis four models of risk
prediction were built. These four models were compared to the NNISS model - referred in this
work by IRIC - in its standard score version that counts the number of factors of presents (0,
1, 2 or 3) according to three specific risk factors (ASA, Potential of Contamination of the
Surgical Wound and Duration of the Surgery), as well as in its version that consider these
factors as independent variables. NNISS model was not considered a good predictor of SSI by
not presenting association with the infection in their two versions. However, the standard
version stratified the patients satisfactorily in their four scores. The proposed alternative
model (Model 2), composed of the variables Prosthesis, ASA, Potential of Contamination of
the Surgical Wound, Number of Professionals involved in the Surgery, Hospital, Use of
General Anesthesia and Duration of the Surgery, was, among the four, what presented more
ability to classify correctly the patients with and without infection, measured through the area
under the curve ROC (0.75). The accuracy of this model in relation to SSI was higher to the
one of NNISS and its validation will be subject of a prospective study to be conducted at the
same four hospitals.
Key words: Epidemiology, Hospital infection, Infection of surgical site, Orthopedical
surgeries, NNIS risk index, Prediction of risk.
1
1 Introdução
1 Introdução1 Introdução
1 Introdução
1.1 Infecções Hospitalares
A história das infecções hospitalares está inserida na história da medicina que se inicia
primeiramente com a luta, tanto pela sobrevivência, como pelo intento de conhecer um mundo
aparentemente governado por forças poderosas e ocultas (THORWALD, s/d; MARTINS,
2005).
A história da medicina pode nos revelar através de fósseis o desenvolvimento da infecção,
encontrada nos primórdios da vida na terra. Naquela época, a relação da infecção com o
predador versus presa e parasita versus hospedeiro, representava, neste contexto, regras gerais
de sobrevivência. Segundo Fernandes (2000); Lyons e Petrucelli (1987); Thorwald (1990)
fragmentos ósseos de dinossauros mostraram claramente lesões compatíveis com
osteomielite.
Na época pré-histórica, o Homo erectus e posteriormente o Homo sapiens em sua vida
comunitária, já tratavam as feridas de outros de sua espécie com o uso de plantas medicinais e
de instrumentos cirúrgicos rústicos (FERNANDES, 2000; FERRAZ e FERRAZ, 1997).
Evolutivamente, a infecção talvez seja uma das mais antigas preocupações da medicina e da
humanidade.
A partir da metade do século XIX, a questão da infecção hospitalar começa a ser enfocada
pelos profissionais de saúde. Sabe-se que as infecções adquiridas em hospitais, ocorriam
muito antes das primeiras construções destes. A inclusão do adjetivo “hospitalar” ao termo
2
infecção, certamente originou-se com o surgimento dos hospitais no Ocidente, quando os
bispos da igreja católica passaram a abrigar as pessoas doentes em galpões junto às catedrais
existentes na Europa (COUTO, PEDROSA e NOGUEIRA, 1997).
A infecção hospitalar (IH) pode ser conceituada como sendo:
“qualquer infecção adquirida após a internação do paciente manifestada
durante a internação ou mesmo após a alta quando puder ser relacionada
com a internação ou procedimentos hospitalares” (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1992).
A IH é ainda considerada uma complicação grave da internação em muitos hospitais e
continua sendo, com razão, objeto de grande preocupação de todos os que lidam com a saúde
dentro dos nosocômios embora tenha havido, nos últimos tempos, grandes avanços científicos
e tecnológicos na área médico-hospitalar como equipamentos mais modernos, antibióticos de
última geração, técnicas cirúrgicas e de anestesia modernas (MEDEIROS, 1996).
Nos Estados Unidos estima-se que no ano de 1996, as infecções hospitalares atingiram
aproximadamente dois milhões de pacientes, a um custo extra de quatro e meio bilhões de
dólares (KEITA-PERSE e GAYNES, 1996; OLIVEIRA, 2002).
Na Inglaterra, os custos da infecção hospitalar giraram em torno de 111 milhões de libras em
1986. Os gastos atribuídos a cada paciente com infecção foram estimados a um custo médio
extra de 1.041 libras, resultando em um aumento da internação em aproximadamente oito dias
(SMYTH e EMMERSON, 2000; WENZEL, 1985).
3
No Brasil, apesar de não existirem estatísticas nacionais atualizadas que revelem a magnitude
real do problema das IH, estima-se que entre 6,5% e 15% dos pacientes internados contraem
algum tipo de IH (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1985) e que entre 50.000 e 100.000 óbitos
anuais estejam associados a sua ocorrência (GUIMARÃES, 1985).
Segundo a Agência Nacional de Saúde (2005) o Brasil não possui dados relevantes sobre a
incidência de IH, embora tenha uma das medicinas mais modernas do mundo. A última
estatística é de 1994, onde pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde apontou uma taxa de
infecção de 13,1%.
É provável que o número de casos de IH seja maior do que estimado. Este fato pode estar
relacionado à dificuldade na obtenção de taxas reais de infecções porque, de um modo geral,
as taxas de IH nas instituições brasileiras são subnotificadas.
A ocorrência de subnotificação nos resultados dos hospitais, ora pode ser causada pela
liberação de taxas de infecções não ajustadas, ora pela dificuldade de implantação de um
sistema de vigilância epidemiológica eficaz durante a internação do paciente no hospital e
principalmente após alta hospitalar (MARTINS, 2001; OLIVEIRA, 2002; PANNUTI e
GRINBAUM, 1995; STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997; WEY, 1995).
Segundo Arrowsmith (1998), nos EUA, os custos anuais da IH têm sido estimados em torno
de quatro bilhões de dólares. O impacto das infecções não deve ser considerado apenas sobre
o prisma financeiro, pois elas representam uma das dez principais causas de morte, dentre os
pacientes hospitalizados.
4
Dentre as principais topografias das IH, a Infecção de Sítio Cirúrgico ISC continua a ser
uma complicação das mais temíveis, decorrente de um ato operatório.
A ISC acompanha os primeiros atos cirúrgicos. Como elucidado por Fernandes (2000), os
primeiros atos cirúrgicos datam dos primórdios da humanidade, indicando a realização
inclusive de neurocirurgia (trepanação) em época pré-histórica.
Hoje, apesar do desenvolvimento das técnicas cirúrgicas de esterilização e de desinfecção e
do uso de antimicrobianos de última geração, a infecção ainda não foi controlada. Continua
preocupando a comunidade de profissionais de saúde e acarretando danos aos pacientes que a
adquirem após cirurgias ou outros procedimentos invasivos.
Para Bartlett (1987); Duse (1998) e Haley et al. (1987) apesar dos grandes avanços científicos
e tecnológicos, a infecção hospitalar continua a se constituir em séria ameaça à segurança dos
pacientes hospitalizados. Ela contribui para elevar as taxas de morbimortalidade, aumentar os
custos de hospitalização mediante o prolongamento da permanência e gastos com
procedimentos diagnósticos e terapêuticos, além de negligenciar o tempo de afastamento do
paciente de seu trabalho e de sua família (BRANDT et al., 2004).
Apesar de todo o progresso, a infecção persiste como a causa mais freqüente de mortalidade
relacionada ao ato cirúrgico. Ela pode ocorrer em 30% dos pacientes internados para cirurgia
em geral e em cerca de 7% das feridas cirúrgicas (BEVILACQUA, 1995).
5
A infecção de sítio cirúrgico constitui um risco inerente ao ato cirúrgico sendo reconhecido
como sua complicação mais comum (BRAVO NETO et al., 1986; MOREIRA e NOGUEIRA,
1997; OLIVEIRA, 1999,2003; ZANON, 1987).
As infecções de sítio cirúrgico (ISC) podem ser conceituadas como:
infecções que ocorrem na incisão ao nível superficial e profundo, como
também aquelas que envolvem órgãos ou espaços que foram abertos ou
manipulados durante a cirurgia. Ocorrem até o trigésimo dia de pós-
operatório ou até o primeiro ano, no caso de inserção de próteses”
(NNISS, 1994).
Conforme Horan et al. (1992) os tipos de infecções hospitalares mais freqüentes são as
urinárias, respiratórias e de sítio cirúrgico. Esta última pode ocupar ora o primeiro lugar ora o
segundo lugar na classificação topográfica dessas infecções.
As ISC são classificadas de acordo com sua localização anatômica como esquematizado na
FIG.1.
FIGURA 1 – Classificação das ISC de acordo com a localização anatômica.
Fonte: HORAN et al., 1992.
6
O Sistema NNISS (National Nosocomial Infections Surveillance System) do CDC-P (Centers
for Diseases Control and Prevention) com objetivo de aprimorar os métodos de vigilância nos
hospitais, estabeleceu alguns critérios para definir ou classificar as infecções de sítio
cirúrgico, a fim de padronizar as diversas interpretações. Estes critérios estão apresentados no
QUADRO 1.
QUADRO 1
Critérios para definição da infecção de sítio cirúrgico
Categorias Critérios
Infecção de sítio cirúrgico incisional
superficial
Ocorrer nos primeiros 30 dias de pós-operatório.
Envolver pele e tecido subcutâneo da incisão
Atender a pelo menos mais um dos seguintes critérios:
a) drenagem de secreção purulenta proveniente dos tecidos superficiais da
incisão;
b) cultura positiva de fluidos ou tecidos da incisão superficial;
c) apresentar pelo menos um dos sinais e sintomas de inflamação e a incisão
for deliberadamente aberta por cirurgião, a menos que haja cultura
negativa;
d) diagnóstico de infecção incisional superficial por cirurgião ou clínico.
Infecção de sítio cirúrgico incisional
profunda
ocorrer nos primeiros 30 dias de pós-operatório. Se implante de prótese,
considerar a possibilidade de ocorrência durante o primeiro ano de pós-
operatório;
envolver tecidos moles profundos (fáscia e músculos) próximos à incisão;
atender a pelo menos mais um dos seguintes critérios:
e) drenagem de secreção purulenta proveniente da incisão profunda, mas
não de órgão e espaço pertencentes ao sítio cirúrgico;
f) deiscência incisional profunda espontânea ou abertura deliberada por
cirurgião quando o paciente apresentar temperatura superior a 38 graus
C e/ou dor e/ou sensibilidade local, a não ser que a cultura seja negativa;
g) abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo a incisão profunda,
baseado em exame direto durante re-operação ou através de exames
radiológicos ou histopatológicos;
h) diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico incisional profunda por cirurgião
ou clínico.
Infecção de sítio cirúrgico em
órgão/espaço
ocorrer nos primeiros 30 dias de pós-operatório. Se implante de prótese,
considerar a possibilidade de ocorrência durante o primeiro ano de pós-
operatório. Neste caso, considerar somente infecções no local do implante;
envolver qualquer parte do corpo que tenha sido aberta e manipulada durante
o procedimento cirúrgico, exceto aquelas já consideradas nas classes anteriores;
atender a pelo menos um dos seguintes critérios:
i) drenagem de secreção purulenta proveniente de dreno colocado dentro de
órgão ou espaço através de incisão contra-lateral;
j) cultura positiva de fluido ou tecido de órgão/espaço obtido
assepticamente;
k) abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo órgão/espaço, baseado
em exame direto durante re-operação ou através de exames radiológicos
ou histopatológicos;
l) diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico em órgão/espaço por cirurgião ou
clínico.
Fonte: Adaptado de MANGRAN et al., 1999; MOREIRA, 1997.
7
As infecções pós-cirúrgicas surgem como resultado de um desequilíbrio nas relações entre o
ser humano e a microbiota endógena ou exógena, decorrente do ato cirúrgico e de
procedimentos que o antecedem e o sucedem. Podem ser resultantes de contaminação no pré,
trans ou pós-operatório (ARROWSMITH, 1998; MOREIRA, 1997).
Para que haja uma infecção no sítio cirúrgico é necessária a presença e a interação das
características de cada indivíduo, além da exposição a fatores externos. Nenhuma
característica e/ou fator de exposição é suficiente para explicar a grande maioria das
infecções. Assim, as ISC são resultantes da combinação de fatores ou causas diversas, que
reunidos diferirão entre os pacientes infectados (FERRAZ et al., 2001; MARTONE et al.,
1995; SMYTH e EMMERSON, 2000; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993; ZILIOTTO
JUNIOR et al., 1989).
Devido a essa variação nos fatores de risco, os pacientes infectados ou com probabilidade de
se infectarem, terão riscos diferentes de infecção após procedimentos cirúrgicos. Assim, o
Sistema NNIS/ CDC-P vem desenvolvendo e refinando algumas medidas de incidência de IH
através da estratificação, ajustando a população de pacientes cirúrgicos, de acordo com fatores
de risco extrínsecos e intrínsecos o controláveis para comparação (SMYTH e
EMMERSON, 2000).
As infecções de sítio cirúrgico são complicações evolutivas, no sentido de que podem ser
decorrentes de técnicas cirúrgicas avançadas e bastante invasivas realizadas em populações
jovens (prematuros), imunodeprimidas e idosas. Apesar disso, as ISC muitas vezes podem ser
evitáveis em cerca de 30% (VEGAS et al., 1993).
8
AS ISC podem originar-se durante o processo de atenção aos pacientes hospitalizados e é por
essa razão que a utilização cada vez maior de indicadores para delimitar a qualidade da
assistência prestada pelos hospitais está recebendo uma atenção maior na última década
(MARTINS, 2001; SANDS et al., 1996; VEGAS et al., 1993).
Sabe-se que as infecções adquiridas em hospitais podem estar associadas à assistência
prestada nessas instituições e quando ocorrem podem ser causadas por falhas no cuidado ao
paciente (CONWAY, 2003; NOY e CREEDY, 2002). É interessante ressaltar que cerca de
85% das infecções classificadas como evitáveis seriam controláveis apenas com a
higienização adequada das mãos (FERNANDES, FERNANDES e RIBEIRO FILHO, 2000;
MARTINS, 2001).
Será a infecção hospitalar o sintoma mais evidente da inadequação de um sistema de saúde?
Segundo Fernandes (2000) muitas vezes ela é confundida com erro médico, pela imprensa
leiga, colocando a responsabilidade da sua ocorrência sobre o profissional de saúde, quando
em verdade, é o elo final de uma complexa cadeia de eventos.
Seria ilógico acreditar que o profissional de saúde contaminaria voluntariamente seus
pacientes, mas o seu desconhecimento das principais medidas de controle da IH pode trazer
sérias conseqüências. A infecção hospitalar continua sendo uma das principais causas de
morbimortalidade, e, portanto, as ações desenvolvidas para seu controle têm grande
importância na promoção da saúde coletiva.
Apoiadas em estimativas nacionais Pereira e Moriya (1988); Moriya, Pereira e Gir (1991)
relatam que em hospitais brasileiros, 720.000 indivíduos contraem infecções, por ano e,
9
dessas, 144.000 vão a óbito. Provavelmente, nos dias atuais essas estimativas sejam maiores
pelo próprio crescimento populacional.
Segundo Moreira e Nogueira (1997); Kaye et al., (2001); Keita-Perse e Gaynes (1996) e
Sands et al., (1996) nos EUA, estima-se a ocorrência anual de 325.000 ISC, a um custo extra-
estimado entre um a dois bilhões de dólares.
No cenário mundial, observa-se um aumento cada vez maior das ISC em alguns hospitais
gerais. Segundo dados já publicados em maio de 1995 (baseados no relatório semianual do
Sistema NNIS, de janeiro de 1993 a abril de 1995), a infecção do trato urinário (ITU)
apresentou a maior freqüência entre todas as infecções, com um percentual de 27,2% seguida
da infecção do sítio cirúrgico com um percentual de 18,7%. A pneumonia ocupa o terceiro
lugar com 17,3% (MARTINS, 2001; MARTONE, 1995; VEGAS et al., 1993).
Baseados no sistema de informação do Sistema NNIS, a infecção do sítio cirúrgico é a
segunda ou terceira infecção mais freqüente e comum de ocorrer entre pacientes que se
submetem a procedimentos cirúrgicos. São responsáveis por aproximadamente 16% de todas
as IH (SMYTH e EMMERSON, 2000).
No Brasil, um estudo prospectivo realizado no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) durante 23 anos, onde foram
incluídas 42.274 cirurgias gerais, realizadas no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital
mostrou que a ISC foi a IH mais freqüente, com uma taxa de infecção de 11%. A infecção
respiratória foi a segunda maior com uma taxa de 4,0% e em terceiro lugar a infecção urinária
com 2,8% (FERRAZ et al., 2001).
10
Outros autores reportam taxas de infecção que variam entre 2,8% a 20% dependendo das
características dos hospitais, das condições clínicas dos pacientes e do tipo de procedimento
realizado, acarretando um aumento considerável da morbimortalidade e um aumento da
hospitalização, o que gera aumento nos custos sociais, econômicos e humanos (LIZÁN-
GARCÍA, 1997; OLIVEIRA, 2003; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993).
Este fato, segundo Ponce De Leon (1993), pode ser confirmado em relatórios esporádicos
sobre infecção hospitalar, quase sempre baseados na vigilância epidemiológica inadequada,
sem a realização da vigilância no pós-alta do hospital, revelando com isso taxas de incidências
subestimadas.
Para Penteado (1993) a infecção hospitalar representa um sério problema enfrentado em
nossos hospitais. Apesar de sua incidência ser estimada em torno de 20% e estar dentro da
média aceita pela Organização Mundial de Saúde (BIBLIOMED, 2005)
1
a
casuística
brasileira de infecção em hospitais e sua incidência real em nosso meio é ainda, segundo
Bravo Neto et al. (1986); Lacerda (1992) e Pereira, Moriya e Gir (1993), praticamente
desconhecida por falta de dados estatísticos confiáveis e estudos bem conduzidos.
Conclusivamente, as taxas de incidência de ISC além dos fatores já mencionados acima,
diferem de um país para outro, determinando sistemas diferentes de controle e de vigilância
epidemiológica das IH (FREITAS, CAMPOS e CIPRIANO, 2000; GRINBAUM, 1994;
HALEY et al., 1985; LIZÁN-GARCÍA et al., 1997; MANGRAN et al., 1999; MARTINS,
2001; MOREIRA e NOGUEIRA, 1997; OLIVEIRA, 2003; STARLING, PINHEIRO e
COUTO, 1993; SMYTH e EMMERSON, 2000; VEGAS et al., 1993).
1
http://corporativo.bibliomed.com.br
11
Sistemas eficazes de vigilância epidemiológica das IH, nas instituições, levam ao
conhecimento de grupos, fatores e procedimentos de risco que determinam o desenvolvimento
das ISC. Conseqüentemente, este fato é de suma importância para a prevenção, controle,
redução dessas infecções em até 50% dos pacientes operados e para a identificação dos
pacientes com maior probabilidade de desenvolver uma ISC (EMORI et al., 1991; FERRAZ
et al., 2001; FREITAS, CAMPOS e CIPRIANO, 2000; GRINBAUM, 1994; HALEY et al.,
1985; VEGAS et al., 1993).
O componente cirúrgico é um importante componente dos programas de vigilância
epidemiológica dos hospitais, assim como o sistema de estratificação das taxas de infecção
que levam em consideração alguns importantes fatores de risco associados com o
desenvolvimento das ISC. Eles servem para comparações em períodos diferentes em uma
mesma instituição, ou entre instituições diferentes (MARTONE et al., 1995; SMYTH e
EMMERSON, 2000; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993).
Devido a grande variedade de fatores que intervêm na produção das IH, quando se comparam
as taxas de infecção (de diferentes centros, serviços e cirurgiões), de se empregar métodos
de ajuste que eliminam fatores de risco de infecção não controláveis. Assim, exclusivamente
as taxas que estão relacionadas com a prática assistencial dos centros ou serviços comparáveis
emergirão (BRANDT et al., 2004; BRAVO NETO et al., 1992; HALEY et al., 1985;
STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993; BARRASA VILLAR et al., 1996).
Ao comparar as taxas de infecção de sítio cirúrgico, técnicas de ajuste devem ser introduzidas.
Entre elas está o índice de risco de infecção cirúrgica (IRIC), índice criado pelo Sistema
NNIS/CDC-P, que deveria eliminar o risco produzido pelos diferentes perfis de pacientes
12
atendidos nos hospitais visando estabelecer a comparabilidade inter-hospitalar (FREITAS,
CAMPOS e CIPRIANO, 2000; GRINBAUM, 1994; MARTINS, 2001; STARLING,
PINHEIRO e COUTO, 1993).
O controle das ISC constitui um padrão indicador de qualidade da vigilância epidemiológica
dos pacientes cirúrgicos (CONWAY, 2003; FERRAZ et al., 1997; NOY e CREEDY, 2002;
OLIVEIRA, 1999). Assim, os sistemas de vigilância epidemiológica dos hospitais ao
identificarem fatores de risco, grupos de pacientes ou procedimentos de maior risco à
aquisição de infecção, podem planejar ações preventivas e estratégias de controle que
resultem na redução das taxas de infecção de sítio cirúrgico (FREITAS, CAMPOS e
CIPRIANO, 2000).
1.2 As Infecções ortopédicas
O paciente de traumato-ortopedia quase sempre reúne condições (trauma, necrose tissular,
presença de prótese e de outros corpos estranhos, imobilização prolongada no leito,
comprometimento das funções respiratória e urinária, etc.) que o tornam susceptível a
infecções causadas por microrganismos de baixa virulência, que constituem a própria
microbiota humana (OLIVEIRA, 2005; ZANON et al., 1984).
Estas infecções podem manifestar-se durante a internação ou após a alta do paciente, como
infecções de sítio cirúrgico, do trato respiratório, osteoarticulares e outras. No caso específico
deste estudo, serão consideradas as infecções que podem ocorrer no tio ortopédico
manipulado cirurgicamente (QUADRO 2).
13
QUADRO 2
Infecções de ossos e articulações
Sítio específico Critérios
Osso
Osteomielite
A osteomielite precisa atender a pelo menos um dos seguintes critérios:
Critério 1: o paciente apresentar cultura positiva do osso;
Critério 2: o paciente deve apresentar evidências de osteomielite no exame direto do osso durante a
cirurgia ou exame histopatológico;
Critério 3: o paciente deve apresentar pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: febre > 38
o
C,
edema localizado, eritema, rubor, calor ou drenagem de secreção purulenta proveniente do osso e ainda
pelo menos um dos seguintes critérios:
a) cultura positiva do sangue;
b) teste antígeno positivo do sangue (H. influenzae, S. pneumoniae);
c) evidências radiológicas de infecção (achados anormais no raio-x, ressonância magnética-
MRI,
métodos cintilográficos com gálio, tecnétio e índio).
Articulação ou
bursa
A infecção de articulação ou bursa precisa atender a pelo menos um dos seguintes critérios:
Critério 1: o paciente apresentar cultura positiva proveniente do líquido articular ou biópsia sinovial
Critério 2: o paciente deve apresentar evidências de infecção de articulação ou bursa no exame direto
durante a cirurgia ou exame histopatológico;
Critério 3: o paciente deve apresentar pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: dor articular,
edema, rubor, calor ou evidência de limitação de movimento e ainda pelo menos um dos seguintes
critérios:
a) cultura positiva do fluido articular ou achados de células brancas no gram de fluido articular;
b) teste antígeno positivo do sangue, urina ou fluido articular;
c) perfil celular e químico de fluido articular compatíveis com infecção e não explicados por uma
desordem reumatológica;
d) evidências radiológicas de infecção (achados anormais no raio-x, ressonância magnética-MRI,
métodos cintilográficos com gálio, tecnétio e índio etc).
e) drenagem de secreção purulenta proveniente da incisão profunda, mas não de órgão e espaço
pertencentes ao sítio cirúrgico.
Espaço Disco
vertebral
A infecção do espaço vertebral precisa atender a pelo menos um dos seguintes critérios:
Critério 1: o paciente apresentar cultura positiva proveniente do tecido do espaço vertebral obtido
durante a cirurgia ou aspirado;
Critério 2: o paciente deve apresentar evidências de infecção de espaço do disco vertebral no exame
direto durante a cirurgia ou exame histopatológico;
Critério 3: o paciente deve apresentar febre > 38
o
C (não proveniente de outra causa) e dor envolvendo
o espaço vertebral
e ainda evidências radiológicas de infecção (achados anormais no raio-x, ressonância magnética-MRI,
métodos cintilográficos com gálio, tecnétio e índio etc).
Critério 4: o paciente deve apresentar febre > 38
o
C (não proveniente de outra causa) e dor envolvendo
o espaço vertebral e ainda teste antígeno positivo do sangue ou urina (H. influenzae, S. pneumoniae, N.
meningitidis ou Streptococcus do grupo B).
Fonte: Adaptado do Manual NNIS-CDC, 1994.
A
s infecções cirúrgicas traumato-ortopédicas abrangem tanto infecções incisionais
superficiais, quanto profundas, que podem comprometer as próteses ortopédicas, o próprio
14
osso e as articulações. As infecções osteoarticulares se manifestam sob a forma de
osteomielites e artrites (PERCOP de ANDRADE e LISBOA, 2005; ZANON et al., 1984).
A infecção de sítio cirúrgico em cirurgia traumato-ortopédica em hospitais no Brasil, Canadá
e Estados Unidos variaram entre 0,8 a 10,6% (ZANON et al., 1984). Ferraz (1982) verificou
uma incidência de 9,1% no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.
A incidência de infecções incisionais superficiais ocorridas no Hospital de Traumato-
ortopedia do INAMPS/RJ (HTO), no período de 1982-1983, variou entre 3,6% para a
artroplastia total do quadril, a 12,5% na cirurgia corretiva de escoliose. Não houve infecções
profundas em cirurgias da coluna e artroplastias parciais do quadril e nas artroplastias de
joelho a incidência foi de 5,3% (ZANON et al., 1984).
Para Zanon et al. (1984) a incidência de infecções osteoarticulares em pacientes
hospitalizados é desconhecida. No Hospital Geral de Bonsucesso, INAMPS/RJ, no biênio
1984-1985, para um total de 770 pacientes operados, foram notificadas taxas de 0,2% de
acometimento de osteomielites hospitalares; 0,5% de artrites infecciosas hospitalares; 1,45%
de osteomielites comunitárias e 3,4% de artrites comunitárias.
Segundo informações obtidas no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar de um hospital
de Belo Horizonte, a taxa de infecção de sitio cirúrgico em cirurgias ortopédicas foi de 1,54%,
no período de janeiro de 1995 a outubro de 2001. Ao analisar as taxas de incidência pelo
IRIC/NNIS de alguns procedimentos específicos ("outros" procedimentos do sistema
músculo-esquelético, prótese de quadril e redução de fratura aberta) verificou-se que as taxas
de infecção aumentaram com o aumento do número de fatores de risco do índice de risco.
15
Para cirurgias envolvendo fusões e artrodeses, colocação de prótese de joelho e de outros
tipos de próteses verificou-se uma não estratificação adequada dos pacientes pelo IRIC
(informação verbal).
2
1.3 O desenvolvimento de índices de risco de infecção de sítio cirúrgico
A preocupação crescente das instituições de saúde, privadas ou públicas, por melhores
resultados na assistência reflete um sistema extremamente competitivo onde se considera que
o aumento do volume de atendimentos prestados, a redução do tempo de permanência
hospitalar e de custos assistenciais, a priorização da satisfação do paciente, sejam fatos que
revertam em garantias de sobrevivência no mercado. Assim, a utilização de indicadores de
resultados vem configurando-se como uma forma objetiva de mensurar a qualidade dos
serviços de saúde (ALMEIDA, 2001).
Segundo Decker (1991) e Grinbaum (1994) a principal utilidade das taxas de incidência de
infecção de determinada instituição ou serviço é ser um indicador clínico que auxilie na
avaliação e monitoramento da qualidade do serviço prestado. Ele não mede diretamente a
qualidade da assistência, mas permite que a instituição identifique problemas e direcione a
atenção para o desempenho de questões específicas. A qualidade passa então a ser medida a
partir da comparação desses índices, ao longo do tempo, entre instituições ou em uma mesma,
em momentos diferentes.
Os indicadores devem se apresentar como taxas ajustadas. Podem ser mostrados através do
cálculo dos índices de ISC. Assim, a Comissão de Vigilância Epidemiológica de um hospital
2
Informe repassado em Reunião da Comissão de Infecção Hospitalar dos Hospitais envolvidos na pesquisa no período de
janeiro de 1995 a outubro de 2001.
16
pode detectar a existência de um problema, monitorar e avaliar a ocorrência de ISC, oferecer
suporte para as atividades de controle, avaliar a eficiência dessas medidas institucionais,
avaliar indiretamente a qualidade do serviço prestado e estabelecer comparações entre
cirurgiões, serviços ou instituições (ABRUTYN e TALBOT, 1987; DONABEDIAN, 1966;
HALEY et al., 1985; GRINBAUM, 1994,1999; LIZÁN-GARCÍA et al., 1997; STARLING,
PINHEIRO e COUTO, 1993).
Um indicador não define um padrão de cuidado, mas deve ser apropriado para fornecer uma
panorâmica dos potenciais problemas apresentados e assim reduzir o grande volume de
eventos que aparentemente precisariam ser revisados (DECKER, 1991).
Taxas gerais de incidência calculadas a partir do número de ISC diagnosticadas, dividido pelo
número de admissões ou altas de um serviço (em um dado período) são consideradas
imprópriaspara o estabelecimento de comparações adequadas e precisas. Elas impedem
avaliações claras da magnitude do problema das ISC dentro e entre instituições (ABRUTYN e
TALBOT, 1987; GRINBAUM, 1994, 1999; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993).
Para estabelecer comparações adequadas é necessário que o denominador reflita a população
exposta ao risco, ou seja, devem ser incluídos dados referentes ao risco de infecção de cada
procedimento cirúrgico realizado, doença de base e gravidade dos pacientes que são
submetidos à cirurgia - Risco Intrínseco (ABRUTYN e TALBOT, 1987; GRINBAUM, 1994,
1999; HALEY, 1991; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993).
Um índice para ser comparável requer alguma forma de correção ou estratificação de acordo
com o risco intrínseco de cada amostra a ser estudada. Quando taxas de infecções forem
17
comparadas entre hospitais ou mesmo em uma mesma instituição em períodos diferentes, tal
risco deve ser considerado, pois a predisposição dos pacientes e o risco inerente a cada tipo de
procedimento realizado variam consideravelmente. Esta variabilidade precisa ser expressa ou
utilizada como parâmetro de ajuste. Geralmente, indicadores diferentes podem avaliar cada
etapa do processo, desde a estruturação até o resultado do cuidado prestado (ABRUTYN e
TALBOT, 1987; GRINBAUM, 1994; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993).
As taxas de incidência de infecção cirúrgica foram consideradas um dos melhores avanços
nos últimos anos do século XX porque trouxeram a oportunidade de analisar o campo do
cuidado à saúde através de dados de estatística (DONABEDIAN, 1988).
A idéia de controlar o risco intrínseco de infecção cirúrgica está longe de ser nova. Desde
1895, indicadores clínicos foram usados para obter-se uma revisão das taxas de infecção
cirúrgica para comparação entre cirurgiões e com isso tentar reduzir essas taxas (BREWER,
1915; HALEY, 1991).
Brewer surpreendeu seus colegas cirurgiões do New York’s Roosevelt Hospital ao demonstrar
estatisticamente, que em um período de seis meses, a taxa de cirurgia abdominal considerada
limpa foi de 39%. Posteriormente com a inovação de técnicas cirúrgicas, essas taxas
reduziram em 95% (BREWER, 1915).
A primeira menção a uma classificação da ferida cirúrgica foi feita entre as décadas de vinte e
trinta. Goff, em 1925, através de um estudo feito no Woman’s Hospital of New York que
considerava a técnica de sutura, o tipo de fio cirúrgico e a classificação da cirurgia abdominal
em limpa ou contaminada determinaram condições similares para a comparação das taxas de
infecção (GOFF, 1925).
18
Posteriormente, a essa classificação da ferida cirúrgica feita por Goff em 1925, que dividia as
cirurgias em limpa e contaminada, surgiu a estratificação das cirurgias de acordo com seu
potencial de contaminação, como a primeira forma de correção, ou seja, o primeiro índice
utilizado pelo National Research Council (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1964).
Esse tradicional sistema de classificação da ferida cirúrgica que estratifica os procedimentos
em cirurgias limpas, potencialmente contaminadas, contaminadas e infectadas tem sido usado
desde 1964 (QUADRO 3).
QUADRO 3
Classificação da Ferida Cirúrgica
Classificação do Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica
Limpa
Cirurgia sem intercorrências, realizada em tecidos estéreis. Ex: cardiovascular,
neurológico, osteoarticular, endócrino, hematológico, fígado e pâncreas.
Potencialmente
Contaminada
Cirurgia sem intercorrências, realizada em tecidos com flora própria. Ex: trato
digestivo, respiratório alto e geniturinário baixo.
Contaminada
Quaisquer cirurgias com intercorrências que levam à presença de
microrganismos no sítio cirúrgico, como acidentes intra-operatórios, processo
infeccioso a distância, bolsa rota, traumas recentes e cirurgias de urgência
realizadas sem preparo adequado.
Infectada
Cirurgia realizada com presença de pus, sujidades ou necrose nos tecidos
manipulados durante o ato cirúrgico ou bolsa rota e trauma atendidos acima de
12 horas de exposição.
Fonte: Adaptado de Mangran, A.J. et al., 1999.
As limitações deste tipo de estratificação de risco são bem conhecidas. Um dos maiores
problemas é a não consideração do risco intrínseco do paciente, no desenvolvimento da
infecção, após a realização de qualquer procedimento cirúrgico (CULVER et al., 1991;
GAYNES et al., 2001).
19
Lidwell, por volta de 1960, utilizou a análise de regressão múltipla para avaliar a infecção
pós-operatória de 3.000 pacientes de 20 hospitais. Os resultados encontrados foram
importantes porque ele encontrou diferentes taxas de infecção e esta diferença foi devida às
diferentes características dos pacientes, dos hospitais e dos tipos de cirurgias realizadas
(HALEY, 1991; LIDWEL, 1961).
Cruse e Foord, por volta de 1967, iniciaram um estudo prospectivo com 23.649 pacientes
operados, onde 1.124 cirurgias foram classificadas como infectadas. Este estudo teve a
finalidade de determinar as taxas de infecção cirúrgica para a comparação entre cirurgiões e
serviços e assim reduzir as infecções em cirurgias consideradas limpas. Os autores não
focalizaram seus achados para a construção de um índice de risco (CRUSE e FOORD, 1973;
HALEY, 1991).
Em 1970, Davidson, Clark e Smith através de um estudo prospectivo, obtiveram informações
de 1.000 pacientes e conduziram uma análise de regressão múltipla para avaliação de fatores
de risco para infecção de ferida cirúrgica. Cinco fatores foram altamente significativos e
independentes (mais de 90% de associação), entre eles a idade do paciente, a duração da
cirurgia, o tipo de procedimento, a presença de bactéria na ferida ao final da cirurgia e um
fator ambiental da sala cirúrgica. O estudo também não focalizou os resultados para a
construção de um índice de risco (DAVIDSON, CLARK e SMITH., 1971; HALEY, 1991).
Ehrenkranz, em 1981 publicou um estudo prospectivo de cinco anos (1975-1980) onde
analisou infecções em oito tipos de procedimentos cirúrgicos de 9.108 pacientes de um
hospital comunitário. Ele utilizou alguns fatores de risco como infecção remota, presença de
diabetes e cirurgias com duração acima de quatro horas para estratificar a população em risco
20
de infecção. Os autores também não direcionaram seus achados para a construção de um
índice de risco (EHRENKRANZ, 1981; HALEY, 1991).
Simchen e colaboradores nessa mesma época estenderam essa análise multivariada com a
inclusão de outros fatores de risco. Entretanto, estes autores não direcionaram os resultados
para a construção de um índice de risco (HALEY, 1991; SIMCHEN et al., 1981).
Ainda no início da década de oitenta foi criada a classificação da condição clínica do paciente
pela "American Society of Anesthesiology" ASA (QUADRO 4). Atualmente, esse escore
tem sido bastante questionado devido à sua subjetividade. O índice de concordância entre dois
anestesistas é pequeno e essa subjetividade poderia afetar a determinação do índice de risco
de infecção cirúrgica baseado no NNIS (KEATS, 1978; SALEMI, ANDERSON e FLORES,
1997).
QUADRO 4
Classificação ASA
Classificação do Risco Anestésico-Cirúrgico pelo Índice ASA
ASA Estado Físico do Paciente
I Saudável ou com doença localizada
II
Doença sistêmica discreta, sem limitação de capacidade
III
Doença sistêmica grave, com limitação de capacidade, mas totalmente incapacitado
IV
Doença sistêmica grave, incapacitante, com ameaça à vida
V Moribundo, com alta probabilidade de morte em 24 horas
Fonte: Mangran, A.J., 1999
Na década de setenta, foram coletados e analisados dados de prontuários de pacientes
admitidos para uma amostra de hospitais americanos participantes do "Study on the Efficacy
of Nosocomial Infection Control" (projeto SENIC). Hooton e colaboradores, em 1981, usando
21
a Técnica de Detecção de Interação Automática do Qui-quadrado (CHAID) desenvolveram
três índices multivariados sítio-específicos para controlar uma variedade de fatores de risco do
paciente. No entanto, esses índices não puderam ser aplicados em muitos hospitais, por serem
considerados muito complexos para aplicação na prática diária, mas foram posteriormente
utilizados em futuras análises dos dados no projeto SENIC (HALEY, 1991; HOOTON et al.,
1981).
Nichols e colaboradores, em 1984, utilizaram a análise de regressão logística em um estudo
com 145 pacientes e identificaram a idade, a transfusão de sangue, a necessidade de
colostomia e as lesões de múltiplos órgãos, como fatores de risco altamente associados ao
desenvolvimento de infecções após cirurgias de perfuração intestinal devido a trauma
abdominal (HALEY, 1991; NICHOLS et al., 1984).
Os trabalhos de Hooton e colaboradores, Nichols e colaboradores, Ehrenkranz e Simchen, não
desenvolveram um índice de risco de infecção cirúrgica que fosse aplicável na prática clínica
diária em hospitais, mas foram importantes como precursores para outros estudos (HALEY,
1991).
A partir dos dados do projeto SENIC, Haley e colaboradores, em 1985, desenvolveram um
índice de risco de ISC, através da técnica de regressão logística. Foram estudadas
retrospectivamente 59.352 cirurgias. Dentre dez fatores de risco considerados potenciais,
quatro deles mostraram-se independentemente associados à ocorrência de infecção: cirurgia
envolvendo abdome, duração da cirurgia maior que duas horas, cirurgias contaminadas ou
infectadas e presença de mais do que três diagnósticos na alta do paciente (HALEY et al.,
1985; NICHOLS, 2004).
22
Assim, a partir destas quatro variáveis foi criado o índice SENIC que consistia do somatório
do número de fatores de risco presentes no paciente. Dentre os quatro fatores citados, o
paciente podia receber uma pontuação que o incluía nos grupos de zero a quatro, existindo
associação com a ocorrência de infecção (QUADRO 5). Este novo índice, apesar de não
validado, foi considerado melhor preditor de risco de infecção do que o tradicional sistema de
classificação da ferida cirúrgica instituída em programas de controle e acompanhamento das
infecções em hospitais (CULVER et al., 1991; GAYNES et al., 2001; HALEY et al.,
1985,1991).
QUADRO 5
Índice de risco SENIC
Índice SENIC Coeficiente Peso atribuído Valor P
Duração cirurgia > duas horas 1,04 1 < 0.0001
Cirurgia contaminada/infectada 1,04 1 < 0.0001
Cirurgia abdominal 1,12 1 < 0.0001
Mais de três diagnósticos na alta
0,86 1 < 0.0001
Fonte: Haley et al., 1985.
Em 1987, Christou e colaboradores desenvolveram um índice que incluía a avaliação da
condição nutricional e estado imunológico do paciente (CHRISTOU et al., 1987; HALEY et
al., 1991).
Um índice de risco composto, que consiga articular um ou mais fatores de risco, é sem dúvida
preferível antes que sejam feitas quaisquer comparações das taxas de infecção de sítio
cirúrgico entre hospitais e cirurgiões, ao longo do tempo e em momentos distintos (GAYNES,
2000,2001; GAYNES et al., 2001; HUGHES, 1988).
23
O índice SENIC teve um melhor poder preditivo para a ocorrência de infecção do que a
classificação do sítio cirúrgico de acordo com o potencial de contaminação, anteriormente
utilizada (CULVER et al., 1991; GAYNES et al., 2001; GRINBAUM, 1994; VALLS et al.,
1999).
Apesar da boa acurácia do índice SENIC na predição de infecção demonstrada em alguns
estudos, este modelo ainda não se mostrou adequado para utilização, devido à imprecisão
encontrada em duas de suas quatro variáveis (CULVER et al., 1991).
A variável mais que três diagnósticos na alta do paciente (variável gravidade da doença de
base constatada no momento da alta hospitalar) e a duração da operação (por estabelecer o
ponto de corte de duas horas para todas as cirurgias) fizeram com que o projeto NNIS
sugerisse um índice corretivo. Em 1991, aproveitando três das quatro variáveis do índice
SENIC, para correção de tal discrepância, o Sistema NNIS propôs o Índice de Risco de
Infecção Cirúrgica – IRIC (CULVER et al., 1991; GRINBAUM, 1999; HUGHES, 1988;
STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997).
1.4 A proposta do Sistema NNIS para o Índice de Risco de Infecção Cirúrgica -
IRIC
O Sistema NNIS foi estabelecido em 1970 quando hospitais nos Estados Unidos foram
selecionados para reportarem seus dados de vigilância epidemiológica de infecções
hospitalares para fazerem parte do banco de dados nacional (CDC NNIS SYSTEM, 1996,
2004).
24
Todos os dados NNIS foram coletados pelo uso de quatro protocolos padronizados incluídos
na chamada vigilância epidemiológica das infecções hospitalares por componentes. Todos os
critérios clínicos e definições foram baseados na padronização do CDC-P (GULÁCSI et al.,
2000).
Em 1991, pesquisadores iniciaram a utilização da metodologia do Sistema NNIS em cinco
hospitais brasileiros e concluíram que o método NNIS aplica-se perfeitamente à realidade dos
hospitais brasileiros (STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997).
Posteriormente o método NNIS foi estendido nacionalmente sendo utilizado em mais de 70
hospitais no Brasil. Nessa mesma época a Argentina e o Uruguai representando países do
Mercosul, conduziram um estudo prospectivo, multicêntrico para avaliar a metodologia do
Sistema NNIS em seus hospitais e iniciar a sua aplicação (STARLING, COUTO e
PINHEIRO, 1997).
Alguns países da Europa até recentemente não haviam adotado um Sistema de Vigilância
Nacional de Infecções Hospitalares. Em 1994 foi designado por uma Comissão da
Comunidade Européia, um grupo de hospitais para o controle das infecções denominado
HELICS com o propósito de desenvolver métodos padronizados de vigilância das IH. Em
1996, com base no HELICS, três novos esquemas de vigilância Nacional das Infecções
Hospitalares foram desenvolvidos na Inglaterra, Alemanha e Holanda denominadas
respectivamente NINSS, KYSS e PREZIES. Todos utilizando o Sistema NNIS do CDC-P
como modelo para realizarem suas metodologias de vigilância (BOER et al., 1999; COELHO
et al., 2001; GAYNES, 2000; GEUBBELS et al., 2000; GULÁCSI et al., 2000).
25
Adaptações à realidade de cada país foram feitas. Algumas diferenças, como o seguimento
dos pacientes, precisam ser ainda melhor desenvolvidas. Todos os três programas como o
Sistema NNIS/CDC-P procuram uma padronização para obter taxas ajustadas de IH e
utilizam o índice de risco de infecção do Sistema NNIS para estratificar suas cirurgias (BOER
et al., 1999; COELHO et al.,2001; GAYNES, 2000; GEUBBELS et al., 2000; GULÁCSI et
al., 2000).
A metodologia do Sistema NNIS representou um avanço significativo na vigilância da IH por
introduzir conceitos fundamentais para a investigação epidemiológica e por possibilitar o
estabelecimento de comparações ajustadas pelas características das amostras populacionais
atendidas. A padronização dos critérios de casos utilizados e a necessidade de considerar
fatores de confusão na interpretação das taxas de infecção possibilitaram uma melhor
comparação entre as instituições (FREEMAN et al., 1987; MARTINS, 2001; STARLING,
COUTO e PINHEIRO, 1997).
Nos Estados Unidos, desde 1969, o Sistema NNIS vem desenvolvendo e refinando medidas
de incidência das infecções hospitalares e tem conseguido aplicação ampla de indicadores de
qualidade nessa área (FREITAS, CAMPOS e CIPRIANO, 2000; VEGAS et al., 1993).
Os indicadores propostos pelo sistema NNIS para a análise epidemiológica e detecção das
infecções (após o estabelecimento de critérios de acordo com as características de cada
instituição) podem, como foi dito, constituir-se como indicadores indiretos da qualidade
assistencial prestada nos hospitais. Portanto, podem servir como guia para atividades que
contribuem para a melhoria da assistência à saúde (ABRUTYN e TALBOT, 1987; DECKER,
1991; GRINBAUM, 1999).
26
Muitos investigadores tentaram desenvolver métodos para estratificar grupos de
procedimentos cirúrgicos em categorias de risco, mas nenhum desses métodos foi específico e
direcionado para a infecção de sítio cirúrgico (EHRENKRANZ, 1981; SMYTH e
EMMERSON, 2000; WILSON e RIDGWAY, 1992).
O Sistema NNIS/CDC-P, após avaliar 84.691 procedimentos operatórios realizados em 44
hospitais participantes do projeto, no final da década de oitenta e início da década de noventa,
propôs um sistema de índice de risco. Este estratificava as populações de pacientes cirúrgicos,
levando em consideração as suas diferentes condições clínicas (GAYNES et al., 2001; ROY
et al., 2000). Assim, em 1991, o NNIS propôs modificações no índice de risco de infecção
cirúrgica, até então utilizado pelo projeto SENIC. Estas modificações foram feitas para um
aprimoramento e para correção de duas das quatro variáveis do índice SENIC com o objetivo
de simplificar a sua utilização pelo sistema de vigilância epidemiológica dos hospitais e
corrigir suas deficiências. Desde então, as taxas de infecção cirúrgica vêm sendo estratificadas
pelo Índice de Risco de Infecção Cirúrgica - IRIC (GAYNES et al., 2001; MARTINS, 2001;
PANNUTI e GRINBAUM, 1995; ROY et al., 2000; STARLING, COUTO e PINHEIRO,
1997).
A estratificação feita pelo escore de risco do Sistema NNIS IRIC considera três principais
fatores de risco independentes e com pesos iguais que são obtidos facilmente pela equipe
hospitalar: classificação clínica do paciente segundo o escore ASA (American Society of
Anesthesiology) igual a três, quatro ou cinco (pacientes com patologia de base mais graves),
Classificação da ferida cirúrgica como contaminada ou infectada e Duração da cirurgia maior
que o ponto de corte para cada procedimento específico - percentil 75 de cada cirurgia
(ANEXO 1). Esta estratégia permite comparar taxas, discriminar corretamente um dado
evento do outro e detectar mudanças ocorridas, com o passar do tempo, entre hospitais e em
27
momentos diferentes dentro de uma mesma instituição (GAYNES et al., 2001; STARLING,
FERREIRA e COUTO, 2001; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993; STARLING et al.,
2002).
Sendo assim, o IRIC estratifica os pacientes em quatro grupos de risco (0,1,2 e 3), que
recebem uma pontuação de zero a três na escala de risco. Calcula-se o índice de risco de
infecção cirúrgica (QUADRO 6), obtendo-se o somatório de cada ponto computado para cada
critério encontrado conforme presença ou não dos três fatores: um ponto, se a cirurgia foi
contaminada ou infectada; um ponto, se o paciente for classificado como ASA três, quatro ou
cinco e, outro ponto, se o tempo cirúrgico foi maior que o percentil 75 - ponto de corte dos
procedimentos cirúrgicos NNIS (GAYNES et al., 2001; STARLING, FERREIRA e COUTO,
2001; STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993; STARLING et al., 2002).
QUADRO 6
Índice de Risco de Infecção Cirúrgica do Sistema NNIS
Fatores de Risco 0 Ponto 1 Ponto
Classificação ASA
< 3
3
Grau de contaminação da ferida
Limpa
Potencialmente
Contaminada
Contaminada
Infectada
Percentil do tempo cirúrgico < 75 > 75
Fonte: Adaptado por STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993.
A utilização do IRIC como preditor de risco de infecção permite comparações das taxas de
infecção cirúrgica entre cirurgiões, dentro e entre instituições, desde que os hospitais
comparados utilizem a metodologia do Sistema NNIS para a vigilância das infecções
hospitalares. Assim, as avaliações dessas taxas de infecção, podem estar livres da influência
das variações da clientela, e podem ser realizadas através do tempo (GAYNES et al., 2001;
28
KEATS, 1978; SALEMI, ANDERSON e FLORES, 1997; STARLING, FERREIRA e
COUTO, 2001; STARLING et al., 2002).
1.5 Aplicações e limitações do IRIC na prática clínica
Ao analisarem 738.398 procedimentos operatórios que inicialmente não eram NNIS, Gaynes e
colaboradores, no período de 1992 a 1998, observaram que o índice de ISC do Sistema NNIS
foi eficaz para o ajustamento do risco de infecção em uma grande variedade de
procedimentos. De uma maneira geral, esse índice de risco do NNIS foi eficaz para predizer o
risco de infecção em 34 das 44 categorias de procedimentos operatórios avaliados (GAYNES
et al., 2001).
Por outro lado, o índice de infecção baseado no NNIS não foi adequado para procedimentos
operatórios que combinaram uma grande variedade de cirurgias. Ele foi adequado para seis
das treze combinações de procedimentos designados como "outros", onde as taxas de infecção
cirúrgica aumentaram significantemente com o aumento do número de fatores de risco.
Dentre esses seis procedimentos encontram-se outros procedimentos do sistema
cardiovascular, musculoesquelético, digestivo, endócrino e cirurgias de nariz e olhos. As taxas
de infecção cirúrgica não aumentaram significativamente com o aumento do número de
fatores de risco em procedimentos operatórios específicos como nefrectomia, esplenectomia e
amputação de membro (GAYNES et al., 2001).
O risco de aquisição de ISC, segundo Culver e colaboradores em 1991, eleva-se
significativamente de 1,5% para 13% se o índice de risco NNIS aumentar de zero para três
(CULVER et al., 1991).
29
Sabe-se que o índice do Sistema NNIS foi desenvolvido para a avaliação de uma grande
diversidade de procedimentos cirúrgicos e por isso os resultados podem ser limitados, o que
impede a generalização para populações e procedimentos específicos (GRINBAUM, 1999).
Essas limitações do modelo são causadas basicamente pela própria diversidade e
especificidade das cirurgias. Cada tipo de operação possui peculiaridades próprias referentes
aos sujeitos submetidos aos procedimentos, às doenças subjacentes e aos aspectos da técnica
operatória. A consideração de fatores de risco gerais somente pode ser apropriada para
conglomerados de cirurgias. Portanto, para a finalidade de comparações de pacientes
internados em uma mesma instituição, o método NNIS pode não ser uma medida apropriada
quando utilizada na vigilância epidemiológica rotineira das infecções hospitalares
(GRINBAUM, 1999).
Variáveis que possam descrever as condições específicas de cada procedimento operatório
devem ser consideradas cuidadosamente, a fim de propiciar o desenvolvimento de modelos
individualizados ou alternativos para cada procedimento que levem em conta não só os
possíveis fatores de risco, mas também a diversidade de modalidades cirúrgicas
abordadas(GRINBAUM, 1999).
Para quatro procedimentos cirúrgicos como apendicectomia, colecistectomia, cirurgias do
estômago e do cólon, Gaynes e colaboradores em 1991, sugeriram a necessidade de
incorporar uma medida adicional ao índice de risco do NNIS: o uso de laparoscópio (CDC
NNIS SYSTEM REPORT, 2001,2004; COELHO et al., 2001; GAYNES et al., 1991).
As cirurgias laparoscópicas e endoscópicas estão sendo utilizadas com bastante freqüência
nos hospitais, desde 1992, por diminuírem o risco de infecção após a cirurgia. Não se pode
30
deixar de mencionar que muitas cirurgias ortopédicas como as próteses de joelho ou ombro
estão utilizando o laparoscópico. Ele tem sido incorporado ao índice de risco de infecção de
sítio cirúrgico modificando-o de maneira a influenciar as taxas de ISC por categoria de risco
(CDC NNIS SYSTEM REPORT, 2001,2004; COELHO et al., 2001; GAYNES et al., 1991).
Quando outros fatores de risco que fazem parte do índice de risco NNIS são controlados, o
uso do laparoscópico subtrai dos fatores presentes um ponto, criando uma categoria do índice
de risco modificada. Quando dois fatores de risco estão presentes e o procedimento foi feito
por via laparoscópica, a nova categoria do índice de risco é 1 (ie. 2-1=1) (CDC NNIS
SYSTEM REPORT, 2001,2004; COELHO et al., 2001; GAYNES et al., 1991).
Estudos como os realizados por pesquisadores em procedimentos como craniotomia,
revascularização do miocárdio e cardiotorácicas mostraram que o índice de risco do NNIS não
estratificou adequadamente o risco de desenvolvimento de infecção de sítio cirúrgico em
populações de pacientes submetidos a procedimentos considerados limpos (HORAN et al.,
1994; ROY et al., 2000; RUSSO e SPELMAN, 2002).
Analisando cirurgias estudadas no projeto do Sistema NNIS, no período de 1987 a 1990,
Culver e colaboradores, em 1991, encontraram sete tipos de procedimentos no qual o índice
não estratificou adequadamente os pacientes que realizaram cesariana, histerectomia
abdominal, outros procedimentos obstétricos, nefrectomia, prostatectomia, outros
procedimentos do sistema endócrino e cirurgia de olhos (CULVER et al., 1991).
Para alguns procedimentos cirúrgicos específicos, como as cirurgias vasculares e digestivas o
índice NNIS não atendeu a sua proposta de predição de risco de ISC (GRINBAUM, 1999).
Para o pesquisador, variáveis utilizadas no IRIC não estão necessariamente associadas a ISC
31
em operações específicas, onde existam particularidades próprias da população e
procedimentos.
Em um estudo multicêntrico em hospitais de Belo Horizonte, no período de 1994 a 1996,
Starling e colaboradores, observaram que o índice NNIS não foi capaz de discriminar nos
quatro estratos a população cirúrgica em risco, em procedimentos como craniotomia e em
cirurgias cardíacas (STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997).
Entretanto, em alguns estudos, o IRIC foi considerado bom preditor de risco de infecção
cirúrgica quando comparado aos índices de componentes individuais ou ao próprio índice do
SENIC. Ele revelou valores mais confiáveis uma vez que trabalha com um número maior de
variáveis e não apenas com o potencial de contaminação de ferida cirúrgica (BERBARI et al.,
1998; DELGADO-RODRIGUEZ et al., 1997; FREITAS, CAMPOS e CIPRIANO, 2000).
Avaliando o índice de risco cirúrgico como preditor de risco de infecção após procedimentos
de revascularização do miocárdio, Culver e colaboradores em 1997 observaram uma
dicotomização da população de pacientes baseada no ponto de corte de duração da cirurgia
(CULVER et al., 1997).
O poder preditivo do índice de risco de infecção cirúrgico foi avaliado por Starling e
colaboradores em pacientes da clínica pediátrica. Os autores concluíram que o IRIC se aplica
bem a esse grupo de pacientes e a diversidade de procedimentos, mas a variável faixa etária
deva ser incluída (STARLING et al., 1996).
32
Starling et al. (2002), em estudo multicêntrico, avaliaram a eficiência do índice de risco NNIS
em 64.158 pacientes submetidos a diferentes procedimentos cirúrgicos e concluíram que o
índice NNIS estratifica adequadamente o risco de ISC em uma análise global dos
procedimentos cirúrgicos. A análise de procedimentos específicos mostrou uma boa eficiência
para 26% das intervenções cirúrgicas (estratificando em 3 ou 4 categorias de risco), uma
razoável eficiência em 52% (estratificando em 2 categorias de risco) e em 22% dos
procedimentos analisados mostraram uma eficiência pobre para predizer infecção
(estratificando em somente 1 categoria de risco).
Os autores acima concluíram que outros fatores de risco específicos devem ser também
analisados em outros procedimentos cirúrgicos como revascularização do miocárdio,
nefrectomia, implante de shunt ventricular, transplante e prótese de quadril.
Oliveira (2003) ao analisar 609 cirurgias do aparelho digestivo verificou que o Índice de
Risco NNIS foi pouco preditivo para a infecção de sítio cirúrgico nessa amostra estudada.
Assim como Oliveira (2003); Soleto et al. (2003) e Vernet et al. (2004) ao estudarem 376
procedimentos cirúrgicos para avaliar o desempenho do Índice de Risco do Sistema NNIS em
cirurgias gerais de um hospital público de Santa Cruz - Bolívia, também não encontrou
associação significativa entre o IRIC e as taxas de ISC. O Índice de Risco NNIS não
discriminou adequadamente os pacientes entre baixo e alto risco para o desenvolvimento de
infecção de sítio cirúrgico nos pacientes envolvidos no estudo.
Em um estudo realizado com 16.799 cirurgias gerais em 51 hospitais da Bélgica os
pesquisadores concluíram que o índice de risco de infecção cirúrgica do Sistema NNIS
33
mostrou uma alta correlação para predizer a ISC, evidenciando ser o IRIC um bom preditor de
infecção (RONVEAUX et al., 1996).
Ao avaliarem o índice de risco NNIS em cirurgias neurológicas realizadas no Hospital das
Clínicas da Universidade de Barcelona, Espanha, Vernet et al. (2004) constataram que quando
esse índice é aplicado em outro sistema de saúde, que não a dos Estados Unidos, deve ser
adaptado para ser utilizado. O valor da adição de um novo fator de risco (uso de antibiótico
profilático perioperatório) mostrou uma melhoria significante na taxa preditiva de ISC em
pacientes submetidos a craniotomia, principalmente naqueles pacientes com baixo risco para
desenvolvimento de ISC superficial.
A utilização dos índices de risco originalmente desenvolvidos para serem utilizados em
hospitais americanos para medir o risco de ISC é segundo Vernet et al. (2004) importante e
útil na vigilância dessas infecções, mas precisa ser analisado de acordo com cada
procedimento cirúrgico específico.
O Índice de Risco de Infecção do Sistema NNIS mostrou-se adequado para estratificar o risco
de infecção de 5.126 pacientes que se submeteram a 6.006 operações (colecistectomia,
herniorrafia, apendicectomia e redução de fratura aberta). Essas cirurgias foram realizadas em
20 hospitais públicos na Hungria, durante o ano de 1996, e apresentaram melhor estratificação
do risco de infecção do que a classificação da ferida cirúrgica. As distribuições de
procedimentos nas categorias de risco dos hospitais participantes foram muito consistentes
com aquelas reportadas pelo Sistema NNIS (GULÁCSI et al., 2000).
34
Para comparar a habilidade do Índice SENIC com o Índice NNIS para predizer a infecção
após cirurgias foi realizado um estudo caso-controle em um Hospital de cuidado terciário na
Espanha. Os dois índices mostraram-se bons preditores de ISC, mas o IRIC teve um poder
preditivo melhor (FARIÑAS-ÁLVAREZ et al., 2000).
O índice de risco proposto pelo Sistema NNIS mostrou-se adequado para a avaliação do risco
de infecção cirúrgica nos pacientes submetidos a cirurgias no Hospital Universitário da
Universidade Federal de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil (FREITAS, CAMPOS e
CIPRIANO, 2000).
Para os autores, esse índice tem sido recomendado por especialistas em
infecções hospitalares por sua simplicidade e facilidade de aplicação para a vigilância das
infecções cirúrgicas.
35
2 Justificativa do Estudo
2 Justificativa do Estudo2 Justificativa do Estudo
2 Justificativa do Estudo
Alguns estudos demonstraram que o índice de risco do Sistema NNIS tem sido hábil em
discriminar e predizer o risco de aquisição de ISC, embora outros tenham chegado a
conclusões diferentes. Existem controvérsias na literatura. A utilização desse índice, para a
predição do risco de infecção em alguns grupos específicos de pacientes cirúrgicos é
contraditória.
A literatura internacional, há vários anos, mostra-se polêmica em relação à utilização do IRIC
como preditor de risco em procedimentos específicos. Esta discussão data de 1991, quando a
utilização do IRIC foi proposta pelo CDC. Desde então, novos índices individualizados estão
sendo construídos a partir de análise multivariada de fatores de risco potenciais, sem que antes
seja esgotada a avaliação do índice de risco original do NNIS no leque de procedimentos
cirúrgicos.
O índice NNIS já foi aplicado em estudos brasileiros realizados para predição de risco de
infecção em alguns tipos de cirurgias específicas como as cardiotorácicas, cardiovasculares,
digestivas, neurológicas e pediátricas e os resultados também são controversos. Em todos
esses estudos houve a necessidade de inclusão de outras variáveis específicas em cada
procedimento, o que possibilitou a construção de modelos alternativos para a predição do
risco de infecção cirúrgica.
Os pesquisadores devem usar métodos já estabelecidos para o desenvolvimento e validação de
novos índices. Estes devem ser comparados a algum índice reconhecido, antes de serem
amplamente divulgados e utilizados, porque qualquer índice de risco apresentará limitações,
36
que o fará servir melhor a determinados grupos de pacientes quando comparado a outros
(HALEY, 1991; MACHADO, 1997).
Para Gaynes (2000, 2001), o índice de risco NNIS deve ser melhorado. A eficácia do índice
NNIS em predizer o risco de infecção deve ser reavaliada como ferramenta de comparação
das taxas de ISC antes que sejam propostos outros índices de risco (adaptações locais do
índice oficial do NNIS) através de análise multivariada.
Apesar da utilização do índice NNIS para a predição do risco de infecção em alguns estudos
ter sido considerado de pouco valor, este deve ser avaliado em outros procedimentos
cirúrgicos específicos em que o mesmo não foi testado.
A razão de avaliar o poder de predição de ISC do índice NNIS em cirurgias específicas, se
deve ao fato dele ser facilmente aplicável na prática diária da Comissão de Infecção
Hospitalar.
Por ser pequeno e inexpressivo o número de trabalhos internacionais e nacionais avaliando
sua adequação como método de estratificação, para comparação das taxas de infecção dentro
de um mesmo hospital ou entre instituições diferentes, este Índice deve ser avaliado.
No Brasil, são poucos os estudos que demonstram a habilidade do índice NNIS em predizer
infecções em vários procedimentos específicos como nas cirurgias ortopédicas. Sabe-se que a
grande maioria dos hospitais brasileiros ainda o utiliza a metodologia NNIS e o IRIC para
comparar suas taxas.
37
Segundo Freitas, Campos e Cipriano (2000) estudos comparando e validando este índice em
populações que não aquelas dos hospitais participantes do sistema NNIS são raros. Assim,
novos estudos utilizando amostras de diferentes hospitais com características semelhantes são
necessários e sugeridos para a avaliação do risco associado a procedimentos cirúrgicos
específicos.
Segundo Gaynes et al. (2001) atualmente o índice de risco baseado no NNIS permanece ainda
o melhor método de avaliação para comparações "benchmark" das taxas de ISC.
Em revisão de literatura pertinente à avaliação do IRIC em cirurgias ortopédicas, nos últimos
dez anos, não foram encontrados trabalhos nacionais e internacionais sobre a temática
proposta pelo estudo. Reconhecendo a importância e a gravidade que uma infecção no sítio
ortopédico representa para o paciente e para a instituição hospitalar, além da inexistência de
trabalhos nacionais de avaliação do IRIC como preditor de infecção em cirurgias ortopédicas,
julga-se ser relevante a realização desse estudo.
Os resultados da avaliação da aplicabilidade desse índice em procedimentos cirúrgicos
ortopédicos poderão indicar se necessidade ou não de modificar o protocolo de vigilância
de infecção para procedimentos ortopédicos nos Hospitais estudados ou mesmo implementar,
com outras variáveis preditoras, o índice de infecção cirúrgica (IRIC) do NNIS.
Neste contexto, este estudo vem propor a utilização do índice NNIS para estratificar a
população de pacientes que foram submetidos a procedimentos ortopédicos, avaliando sua
eficácia ou não como preditor de infecção cirúrgica.
38
3 Objetivos
3.1 Geral
Avaliar a aplicabilidade do Índice de Risco de Infecção Cirúrgica (IRIC) do Sistema NNIS e
verificar qual modelo prediz melhore o risco de infecção em pacientes submetidos a cirurgias
ortopédicas em hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte e o melhor modelo.
3.2 Específicos
1) determinar a incidência global de ISC para o período de estudo;
2) determinar a incidência de ISC para cada hospital participante do estudo, para os diferentes
procedimentos cirúrgicos ortopédicos e para as categorias do índice de risco NNIS;
3) identificar, dentre as variáveis coletadas regularmente pelo Serviço de Controle Infecção
Hospitalar dos hospitais em estudo, quais as variáveis que constituem fatores de risco para a
infecção cirúrgica em pacientes ortopédicos nos hospitais analisados;
4) calcular as probabilidades de infecção de cada categoria do IRIC;
5) avaliar o poder preditivo do IRIC e das variáveis que o compõem na população
selecionada;
6) propor um modelo de predição de risco de infecção a partir das variáveis selecionadas no
modelo logístico.
39
4 Materiais e Métodos
4 Materiais e Métodos4 Materiais e Métodos
4 Materiais e Métodos
4.1 Delineamento do estudo
Foi realizada uma coorte histórica de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos
ortopédicos gerais, classificados como procedimentos NNIS.
Em um estudo de coorte histórico também denominado coorte retrospectiva a seleção de
indivíduos expostos e não expostos acontece no passado. O investigador acompanha a coorte
e observa o desenvolvimento ou não do evento de interesse ao longo do período.
A diferença de um estudo de coorte prospectivo concorrente (longitudinal), para um estudo de
coorte histórica, não acontece na exposição dos grupos expostos e não expostos, pois estes
continuam a ser comparados. A diferença está no encurtamento do tempo em que se obtêm o
resultado e pelo uso de dados históricos do passado, que podem prejudicar a qualidade da
informação, tanto da exposição quanto do efeito.
4.2 Local do estudo
O estudo foi realizado em quatro hospitais da cidade de Belo Horizonte - Minas Gerais. Eles
fazem parte de um grupo de hospitais cujos Serviços de Controle de Infecções Hospitalares
estão sob a coordenação de um mesmo Médico Infectologista, que cedeu as informações das
cirurgias ortopédicas gerais, registradas em banco de dados do programa denominado Sistema
Automatizado de Controle de Infecções Hospitalares SACIH, de cada uma dessas
instituições.
4.3 População e Amostra do estudo
40
Cada um dos quatro hospitais incluídos no estudo possui informações das cirurgias
ortopédicas gerais realizadas, no período de 1994 a 2001, registradas em banco de dados do
programa denominado Sistema Automatizado de Controle de Infecções Hospitalares
SACIH.
Após a coleta das informações de cada um dos bancos dos quatro hospitais, um banco geral
foi construído e constituído inicialmente de 21.737 procedimentos ortopédicos.
No Programa EPI-INFO 6.04 foi feita a consistência do banco inicial de 21.737 registros de
cirurgias ortopédicas, formando um banco com 21.558 informações de pacientes cirúrgicos
ortopédicos.
Como os 21.558 registros estavam distribuídos em variáveis que ainda continham dados não
informados (“missing”), optou-se por trabalhar na análise estatística com 8.236 informações
de cirurgias ortopédicas, cujas variáveis apresentavam informações completas, a fim de que
um dos objetivos do estudo fosse alcançado. Estes dados foram transferidos e tratados
estatisticamente no Programa STATA 8.1 (STATA, 2003).
4.4 Coleta e consistência dos dados
Além de outras informações, o banco de dados do programa SACIH de cada hospital foi
alimentado com informações contidas em dois formulários - ficha de coleta de dados do
componente de vigilância cirúrgica do Sistema NNIS e ficha de notificação de infecções,
ambas, padronizadas nos quatro hospitais do estudo.
41
Segundo Starling, Pinheiro e Couto (1993), esses formulários foram criados a partir de uma
adaptação da metodologia do Sistema NNIS para garantir uma coleta de dados mais rápida,
eficiente, acurada e consistente nos hospitais brasileiros.
Após a união dos bancos dos quatro hospitais em um único banco, observou-se que a entrada
de dados no programa SACIH tem problemas de consistência. Foi verificado que há variações
na entrada de dados de um hospital para outro. Pode-se inferir que, provavelmente, essa
inconsistência de informações foi devida à imprecisão no passo denominado “checagem de
entrada” das informações no banco, na ausência de manual de instrução para digitação ou
treinamento dos diferentes digitadores.
Por isso, cada variável passou por uma investigação manual para verificar sua consistência e
quando possível foram corrigidos os pequenos erros encontrados. Podemos exemplificar o
problema de inconsistência com algumas variáveis: duração da cirurgia, data de admissão do
paciente no hospital e data da cirurgia. Elas necessitaram ser reformatadas após a união dos
quatro bancos. Os formatos de entrada das variáveis referentes a datas variaram de um
hospital para outro (modelo americano e europeu). O mesmo aconteceu com a variável
duração da cirurgia, que em determinado banco a entrada foi feita em horas e em outro a
entrada foi feita em minutos. Padronizou-se a variável em minutos.
A partir de algumas variáveis já existentes no banco de dados do programa SACIH foram
criadas outras para completarem e auxiliarem a análise do conjunto de dados. Ressaltam-se
duas variáveis que foram criadas para tal fim: perdas da ISC e perdas do IRIC, representando
42
os dados informados e não informados da amostra. Essas variáveis foram dicotomizadas da
seguinte forma:
dados informados,
dados não informados.
Cada variável do banco (com 21.558 informações de pacientes) foi analisada em relação a
essas duas novas variáveis criadas, para avaliar o problema das perdas em relação à ISC e ao
IRIC, peças-chave da análise estatística para que os objetivos do estudo fossem alcançados.
Foi verificado se as perdas de informação em algumas variáveis em relação ao evento
investigado e ao IRIC eram diferenciais, ou seja, foi investigado se o grupo de pacientes com
informações completas tinha características similares ou não ao grupo sem informações.
Para algumas variáveis analisadas em relação à ISC e ao IRIC as perdas foram diferenciais
(ANEXO 2). No entanto, deve-se enfatizar que ao lidar com banco de dados com grande
número de registros (21.558), como foi o caso deste estudo, estas perdas inicialmente
consideradas diferenciais podem ter ocorrido devido a uma associação ao acaso. Não se pode
afirmar a ocorrência de um erro sistemático no estudo (introdução do viés de seleção).
Como o objetivo principal do estudo foi avaliar o IRIC como índice preditor de infecção para
cirurgias ortopédicas, optou-se por trabalhar com o banco cujos dados eram completos, quer
dizer sem informações perdidas, pois caso contrário, os modelos que posteriormente poderiam
ser propostos não seriam comparáveis.
43
É preciso esclarecer que o fato de se retirar os dados faltantes do banco não eliminaria o
problema da perda diferencial, caso tenha realmente ocorrido o viés de seleção. Os 8.236
pacientes com dados informados teriam características diferentes daqueles sem informações.
Podem-se observar todos os passos da coleta de dados realizada no estudo pelo diagrama feito
do esquema de coleta de dados apresentado na FIGURA 2.
Como o objetivo principal do estudo foi avaliar o IRIC como índice preditor de infecção para
cirurgias ortopédicas, optou-se por trabalhar com o banco cujos dados eram completos, quer
dizer sem informações perdidas, pois caso contrário, os modelos que posteriormente poderiam
ser propostos não seriam comparáveis.
Hospital
0
6.569
Hospital
1
11.601
Hospital
2
2.304
Hospital
3
1.263
Formulário 1
Folha cirurgia
(coleta de dados)
Formulário 2
Ficha de infecção
(notificação ISC)
Metodol
ogia
NNISS
44
FIGURA 2 - Esquema de coleta dos dados dos bancos dos hospitais em estudo.
4.5 Caracterização dos Hospitais de estudo
21.737 registros
Informações de procedimentos cirúrgicos ortopédicos com
dados faltantes
21.558 registros com
dados faltantes
analisados no STATA
8.1
Hospital
0
2.752
Dados faltantes retirados de cada variável
Hospital
1
4.000
Hospital
2
563
Hospital
3
921
Banco de Dados com
8.236 registros com
informações
completas
45
Segundo Starling, Couto e Pinheiro (1997) todas as quatro instituições hospitalares estão
localizadas em diferentes áreas da região metropolitana de Belo Horizonte - Minas Gerais. Os
hospitais são classificados como gerais e de ensino, de médio porte, de cuidado terciário a
quaternário e são mantidos financeiramente por entidade privada e por Fundação
(STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997). Todos eles atendem pacientes conveniados ao
Sistema Único de Saúde (SUS), aos sistemas de previdência privada e a pacientes particulares
(QUADRO 7).
Os hospitais são semelhantes entre si por possuírem Comissões de Controle de Infecções
Hospitalares - CCIHs constituídas e atuantes bastante tempo, pela homogeneidade
(treinamento e reciclagem dos profissionais para a busca ativa, utilização de fichas de coleta
de dados padronizadas e utilização de um mesmo “software” para processamento dos dados
coletados) da vigilância epidemiológica das infecções hospitalares e pelo tipo de assistência
prestada à população (STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997).
QUADRO 7
Distribuição dos hospitais de estudo segundo o mero de admissões/ano, leitos e
entidade mantenedora, no período de 1991-1996, Belo Horizonte, Minas Gerais.
Hospital
Admissões/ano
N
o
de leitos
Entidade Mantenedora
0 9264 300 Fundação
1 15638 600 Fundação
2 6025 130 Privado
3 4950 170 Fundação
Fonte: STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997.
4.5.1
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
46
Os hospitais constituíram suas Comissões de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) de
acordo com a Portaria 196/83 do Ministério da Saúde, que recomendava a vigilância passiva
das infecções hospitalares. A partir da década de oitenta e início da década de noventa, foram
contratados profissionais com dedicação exclusiva para desenvolver programas de prevenção
e controle das infecções, constituindo então os Serviços de Controle de Infecções Hospitalares
(STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997).
A partir de 1991 foi iniciada a implantação do Sistema NNIS/CDC-P (desenvolvido na década
de setenta) nos hospitais participantes do presente estudo. Segundo Starling, Couto e Pinheiro
(1997) adequações dessa metodologia foram realizadas de acordo com a realidade de cada
instituição.
A composição destas comissões variou de acordo com a complexidade de cada instituição.
Basicamente, a equipe de controle de infecção de cada hospital foi composta de pelo menos
um médico, um enfermeiro, uma secretária e um estatístico, com exceção do Hospital 2, que
contou com três médicos e quatro enfermeiros. Todos os hospitais contam com um mesmo
profissional estatístico para colaborar no tratamento e na análise dos dados (QUADRO 8).
QUADRO 8
Composição do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar dos hospitais em estudo, no
período de 1991-1996. Belo Horizonte, Minas Gerais.
Hospital
Implantação
CCIH
a
Implantação
Sistema NNIS
Equipe Profissional Componentes de Vigilância
0 nov., 1987 jan., 1991 1 médico Global
47
1 enfermeiro
1 secretária
Terapia Intensiva
Cirúrgico
1 abril, 1989 jan.,1991 2 médicos
2 enfermeiros,
1 secretária
Global
Terapia Intensiva
Cirúrgico
2
jan., 1991
jan., 1991
3 médicos
4 enfermeiros
2 secretárias
Global
Terapia Intensiva
Cirúrgico
Obstétrico
3 abril, 1992 abril, 1992 3 médicos
1 enfermeira
1 secretária
Global
Terapia Intensiva (1995)
Cirúrgico
Fonte: STARLING, COUTO e PINHEIRO, 1997.
Nota -
a
CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
Um mesmo profissional estatístico atende a todos os hospitais.
Atualmente outros componentes de vigilância foram acrescentados.
As equipes de todos os hospitais estão, desde então, sob a coordenação de um único médico
infectologista, com formação em epidemiologia hospitalar. Os médicos residentes da equipe
recebem treinamento em epidemiologia hospitalar durante dois anos. As enfermeiras possuem
especialização em controle de infecção hospitalar (STARLING COUTO e PINHEIRO, 1997).
Semanalmente, as equipes dos quatro hospitais se reúnem para apresentação de seminários,
atualizações, discussão de casos e planejamento de atividades. Em todos os hospitais, os
Serviços de Controle de Infecção Hospitalar desenvolvem as atividades de vigilância
epidemiológica, auditoria em antimicrobianos, normatização de medidas de prevenção,
realização e participação em treinamentos.
A identificação dos casos de infecção é feita através da metodologia de busca ativa durante a
internação dos pacientes, utilizando conceitos e critérios determinados, anteriormente, pelo
CDC para o diagnóstico das IH. Estes critérios diagnósticos são utilizados de maneira coesa
por todos os enfermeiros dos hospitais para a busca de casos de infecção (STARLING
48
COUTO e PINHEIRO, 1997). É importante ressaltar que não há ambulatório de egressos para
a busca de casos de infecção no período pós-alta.
A notificação das infecções hospitalares é feita pelos enfermeiros, em formulários próprios,
onde são registrados dados demográficos dos pacientes, dados das infecções encontradas
como fatores de risco do paciente e os sítios principais e específicos acometidos, apenas no
período da internação do paciente no hospital.
Posteriormente, todas as informações coletadas do paciente (prontuários e busca ativa por
infecção) em formulários durante sua hospitalização são digitadas em um banco de dados do
programa SACIH.
4.5.2 SACIH - Sistema Automatizado de Controle de Infecções Hospitalares
O SACIH é um dos softwares existentes para o controle das infecções hospitalares. É um
pacote gráfico-estatístico baseado em uma poderosa base de dados especializados no suporte
ao controle de infecção hospitalar (STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993).
Ele foi desenvolvido a partir do Sistema NNIS e adaptado aos hospitais brasileiros para
orientar a coleta e o processamento de dados referentes à internação de pacientes em
hospitais.
O programa SACIH é um software interativo com o usuário, permitindo que ele seja utilizado
por pessoas com nenhum conhecimento de informática porque possui níveis de ajuda na tela,
informando o que deve ser digitado.
49
4.5.3 Sistema de vigilância NNIS
Na tentativa de obter dados comparáveis para uma posterior avaliação de medidas de
prevenção e controle das infecções hospitalares, o sistema NNIS implantado nos quatro
hospitais foi originalmente dividido em 4 componentes: global, cirúrgico, terapia intensiva e
berçário de alto risco (ANEXO 3). Além disso, o NNIS determinou uma série de definições
específicas como a definição de procedimentos cirúrgicos, infecções, fatores de risco e
população sob vigilância (definido pela instituição), o que possibilitou uma coleta de dados
homogênea entre todos os hospitais que utilizam esse sistema de vigilância, para posterior
comparação com o padrão NNIS.
O componente cirúrgico, abordado neste estudo, possui definições básicas, que segundo o
Manual do NNIS (1994) são as seguintes:
Paciente NNIS: é aquele cuja data de admissão no hospital e a data de alta ocorrem em
dias diferentes do calendário. O paciente deve ser admitido num determinado dia do mês e
receber alta num dia subseqüente. Logo, são excluídos os pacientes sob tratamento
ambulatorial (atualmente sofrendo reconsiderações do CDC), aqueles com doenças
crônicas (psiquiátricos, em reabilitação e etc);
Procedimento cirúrgico - NNIS: é aquele realizado em paciente NNIS, no qual o
cirurgião faz no nimo uma incisão através da pele ou membrana mucosa, incluindo
abordagens endoscópicas e laparoscópicas e realiza a sutura antes do paciente sair da sala
de operação. Não estão agrupados aqui procedimentos ambulatoriais, cirurgias em
paciente-dia;
50
Infecção hospitalar - NNIS: condição sistêmica ou localizada, resultante de reação
adversa à presença de agentes infecciosos e/ou suas toxinas. A IH deve ocorrer em
paciente NNIS, não deve existir qualquer evidência de que esteja presente ou em período
de incubação no momento da admissão, exceto se estiver relacionada com a internação
prévia no mesmo hospital e deve preencher os critérios específicos para cada topografia
corporal de infecção hospitalar, conforme definido por Garner et al.. (1988);
Infecção de sítio cirúrgico - NNIS: é a infecção que ocorre na incisão cirúrgica, podendo
ser classificada como incisional superficial, incisional profunda ou em órgão/ espaço sítio-
específico manipulados durante o procedimento cirúrgico, diagnosticada até 30 dias após
o procedimento ou até o primeiro ano, no caso de colocação de próteses;
Sítios principais e específicos de infecção: dois termos são usados para descrever sítios
de infecção no NNIS: sítios específicos de infecção e sítios principais de infecção. Ao
todo são 49 sítios específicos de infecção ou tipos de infecção para os quais critérios para
a determinação de presença têm sido desenvolvidos. Os 49 sítios específicos de infecção
têm sido agrupados em 13 categorias de sítios principais para facilitar a análise de dados.
Por exemplo, três sítios específicos ou tipos de infecções de ossos e articulações (BJ)
como osteomielites - BONE, articulação ou bursa - JNT e espaço disco vertebral – DISC;
Infecções traumato-ortopédicas: São as três infecções sítio-específicas como as
osteomielites - BONE, as que ocorrem na articulação ou bursa - JNT e as de espaço disco
vertebral - DISC agrupadas no sítio principal denominado BJ que englobam as infecções
de ossos e articulações (QUADRO 2);
51
Infecções no sítio cirúrgico específico ortopédico: são aquelas infecções classificadas
como agudas (superficiais e profundas) ou tardias que ocorrem no sitio ortopédico até o
primeiro ano de pós-operatório em caso de colocação de materiais não orgânicos (estão
mais relacionadas aos procedimentos PROS). As infecções de sítio cirúrgico classificadas
como órgão/espaço envolvem as infecções dos ossos como as osteomielites - BONE, as
que ocorrem na articulação ou bursa - JNT e as de espaço disco vertebral – DISC.
4.6 Procedimentos ortopédicos NNIS a serem considerados no estudo
As categorias de procedimentos cirúrgicos traumato-ortopédicos NNIS são combinações de
operações que são similares clinicamente. Essa divisão em grupos de pacientes submetidos a
procedimentos cirúrgicos semelhantes possibilita a comparação das taxas de ISC.
Com exceção do grupo cirúrgico Amputação de Membros (AMP), todos os outros
procedimentos operatórios ortopédicos do Sistema NNIS farão parte do estudo. Nos hospitais
estudados as cirurgias de amputação estão incluídas em outra classe de procedimentos, o que
difere do preconizado pelo Sistema NNIS.
4.6.1 Códigos de procedimentos de cirurgias traumato-ortopédicas
consideradas no estudo
Segundo Starling, Pinheiro e Couto (1993) as cirurgias listadas a seguir são procedimentos
cirúrgicos classificados de acordo com o Sistema NNIS e fazem parte do estudo:
52
1) FUS - Fusão e Artrodese
correção cirúrgica de luxação (acrômio-clavicular, cotovelo, joelho, tornozelo,
ossos do pé, articulação coxo-femural, metacarpianos ao nível das falanges),
artrodese (coluna, interfalangiana, metafalangiana, coxo-femural, tíbio-társica,
tornozelo),
patelectomia,
meniscectomia,
tratamento cirúrgico do pé torto congênito,
outras cirurgias das articulações.
2) FX - Redução de fratura aberta
redução cirúrgica de fratura: (clavícula, úmero, cotovelo, rádio, ulna, ossos
metacarpianos, falanges, diálise do fêmur, tornozelo, ossos do pé),
correção cirúrgica de pseudo-artrose de clavícula, úmero, antebraço, fêmur e tíbia.
3) OMS - Outros procedimentos do sistema musculoesquelético
tenorrafia, tenotomia, tenoplastia e miorrafia,
transposição do tendão e outras cirurgias dos músculos e tendões,
osteotomia,
retirada de próteses,
tratamento cirúrgico de lesões do cóccix, da aponeurose palmar e ruptura de
ligamentos,
outras cirurgias do punho e da mão,
outras cirurgias do sistema musculoesquelético.
53
4) PROS - Próteses
J - Prótese de joelho,
O - Outras próteses articulares,
Q - Prótese de quadril.
4.7 Variáveis do estudo
O banco de dados do programa SACIH foi composto por um conjunto de variáveis coletadas
nos serviços de origem de cada paciente ortopédico para a identificação de fatores de risco
para ISC.
Dentre o leque de variáveis existentes no banco de dados de cada hospital, as variáveis
consideradas no estudo estão entre aquelas constantes na ficha de coleta de dados do
componente de vigilância cirúrgica NNIS e na ficha de notificação de infecções, comuns a
todos os hospitais do estudo (ANEXO 4, 5 e 6).
4.7.1 Variável Dependente
4.7.1.1 Infecção de sítio cirúrgico (ISC)
Foram consideradas, neste estudo, as infecções de tio cirúrgico que ocorreram nos pacientes
submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos constantes em banco de dados dos
hospitais participantes do estudo.
54
A categorização baseou-se na ausência (não) ou presença (sim) da ISC. A ISC foi. A variável
que se referia à especificação da ISC constava do banco, mas não estava disponível de forma
clara e consistente para que fosse incluída, de forma segura, no estudo.
4.7.2 Variáveis independentes
As variáveis independentes ou explanatórias são variáveis explicativas, investigadas como
possíveis fatores de risco à ISC. São fatores cujas presenças estão associadas a uma maior
probabilidade de que uma infecção venha a desenvolver-se. São retirados da folha cirúrgica
preenchida pelo cirurgião (ANEXO 4). Foram elas:
1) Hospital
Foram analisados quatro hospitais não identificados, mas codificados em 0, 1, 2 e 3 por
questões éticas e legais do estudo.
2) ASA
Essa variável determinada pelo anestesista no período pré-operatório imediato ou em consulta
prévia refere-se às condições clínicas gerais do paciente. Os anestesistas utilizam os critérios
propostos pela “American Society of Anestesiologists” para avaliar os pacientes através de
um escore, estabelecidos em cinco categorias, já especificados no QUADRO 4:
ASA I,
ASA II,
ASA III,
ASA IV,
55
ASA V (Neste estudo não houve pacientes nessa categoria).
3) Idade
É uma variável contínua. A idade correspondeu ao número de anos dos pacientes, obtidos pela
data de nascimento.
4) Tipo de procedimento cirúrgico realizado
As cirurgias ortopédicas foram categorizadas de acordo com o NNIS, em quatro grupos de
procedimentos homogêneos em relação ao risco de ISC, exceto o procedimento de
amputação:
FUS (fusão e artrodese),
FX (redução de fratura aberta),
OMS (outros procedimentos do sistema musculoesquelético),
PROS (prótese de joelho; outros tipos de próteses que não as de joelho e quadril).
5) Duração da Cirurgia
Correspondeu ao período, em minutos, entre o início da incisão cirúrgica e o último ponto de
sutura da pele.
Tomando como parâmetro a tabela “Cut Point” do Sistema NNIS/CDC (ANEXO 1), que
determina o tempo específico para cada tipo de cirurgia, segundo a duração esperada (duração
máxima de 75% das cirurgias), foi feita a análise, tanto do ponto de corte do Sistema NNIS,
quanto das cirurgias realizadas nos hospitais do estudo.
56
A média de duração dos procedimentos cirúrgicos envolvidos no estudo foi obtida,
arredondando-se o ponto de corte para 120 minutos. Os resultados obtidos utilizando-se essas
duas versões da variável foram praticamente os mesmos. Para efeito de análise do trabalho
dicotomizou-se a variável em duas categorias:
0 - 120 minutos,
1 - >120 minutos.
6) Potencial de contaminação da ferida cirúrgica
As cirurgias são classificadas em quatro categorias como aludidas no Quadro 3:
limpa,
potencialmente contaminada,
contaminada,
infectada.
7) Índice de Risco NNIS – IRIC
Este índice foi desenvolvido pelo Sistema NISS/CDC com o objetivo de calcular taxas de ISC
ajustadas pelas três variáveis ou fatores de risco que o compõe: ASA, Potencial de
Contaminação da Cirurgia e Duração da cirurgia. Para cada um desses fatores de risco é
atribuída a pontuação 0 ou 1, de acordo com a ausência ou presença do fator de risco. O IRIC
é, então, calculado pelo resultado da soma das pontuações atribuídas aos três fatores de risco.
A variável é categorizada em quatro níveis:
IRIC 0 – se os três fatores de risco foram ausentes,
IRIC 1 – se apenas um dos fatores de risco foi presente e os outros ausentes,
IRIC 2 – se dois fatores foram presentes e o outro foi ausente,
IRIC 3 – se os três fatores de risco foram presentes.
57
8) Uso de anestesia geral
Esta variável foi categorizada da seguinte forma:
não (outros tipos de anestesia),
sim (anestesia geral).
9) Caráter emergencial da cirurgia
Foram consideradas cirurgias de emergência aquelas não agendadas com antecedência, onde o
paciente não recebeu a preparação necessária para a cirurgia. Portanto pode estar em piores
condições clínicas. Cirurgias realizadas de urgência são consideradas fatores de risco para a
ocorrência de ISC. Duas categorias foram consideradas:
não (cirurgia eletiva),
sim (cirurgia de emergência).
10) Trauma
É um procedimento cirúrgico realizado devido a um ferimento traumático penetrante ou por
impacto (provocando esmagamento dos órgãos ou membros). Essa variável foi constituída de
duas categorias:
não,
sim.
11) Uso de prótese
Pela definição do Sistema NNIS, prótese é todo material não orgânico que é implantado
permanentemente no paciente e não utilizado rotineiramente para fins diagnósticos e
terapêuticos. Existiu uma diferença de classificação do que o Sistema NNIS classifica como
58
prótese e o que foi empregado nos hospitais estudados. Essa variável no banco em estudo não
estava de acordo com o conceito do Sistema NISS. Provavelmente, no preenchimento da folha
de cirurgia, os cirurgiões consideraram como próteses qualquer tipo de material de implante
permanente ou não (placas, pinos parafusos e fios). Foi categorizada como:
não,
sim.
12) Tempo de internação pré-operatório
É o período em dias que corresponde ao intervalo de tempo entre a admissão do paciente no
hospital e a data em que foi realizada a cirurgia. É uma variável contínua.
13) Uso de antibiótico profilático
Considerou-se o uso de antimicrobiano profilático aquele prescrito pelo cirurgião no trans e
pós-operatório. Essa variável foi categorizada da seguinte maneira:
não (não utilizou),
uso do antibiótico Cefazolina,
uso do antibiótico Clindamicina e associados.
14) Número de profissionais participantes na sala de cirurgia
Corresponde ao número de cirurgiões, residentes, auxiliares de enfermagem, instrumentadores
e alunos que participaram da cirurgia. Inicialmente essa variável foi analisada como variável
contínua. Após essa análise foi realizada a categorização do número de profissionais
participantes da cirurgia através das medidas de tendência central, ficando, então, da seguinte
forma:
1-4 profissionais,
59
5-8 profissionais,
9-16 profissionais.
4.8 Considerações éticas e legais do estudo
O Projeto de pesquisa (processo ETIC 274/04) foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa
da UFMG, sendo julgado e aprovado pelo mesmo, uma vez que a natureza da pesquisa não
necessita a apresentação de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE, por
envolver dados secundários na pesquisa (ANEXO 7).
4.9 Tratamento e análise dos dados
A análise dos dados foi realizada utilizando-se o programa STATA 8.1, conforme as seguintes
fases:
4.9.1 Análise descritiva dos dados
Foram utilizadas as distribuições de freqüências simples, as medidas de tendência central
(como média ou mediana) e também as medidas de variabilidade (como desvio padrão e
quartis) para todas as variáveis do banco, a fim de caracterizar e descrever a população de
pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos.
4.9.2 Cálculo das taxas de incidência de infecção de sítio cirúrgico
60
Foram calculadas as taxas de incidência para as categorias de risco do índice NNIS (IRIC),
por hospital e por procedimento operatório. Para seu cálculo foram utilizados o número de
casos de infecção hospitalar e o número de casos de infecção de sítio cirúrgico entre os
pacientes cirúrgicos ortopédicos como numerador e como denominador o total de pacientes
cirúrgicos ortopédicos no período de estudo. A taxa de incidência pode ser representada pela
seguinte fórmula:
ISC = Número de procedimentos cirúrgicos que desenvolveram ISC (no período de estudo) x 100
Total de procedimentos cirúrgicos ortopédicos realizados
4.9.3 Análise univariada dos dados
Para a análise da associação dos possíveis fatores de risco envolvidos com o evento de
interesse (infecção de sítio cirúrgico) nos procedimentos cirúrgicos ortopédicos foi utilizada a
análise univariada de todas as variáveis do banco, através do cálculo do teste de qui-quadrado
(X
2
) de Pearson.
Para estimar a força da associação do evento com as variáveis independentes foi estimada a
odds ratio (OR) com um intervalo de confiança de 95% e um p < 0,05 evidenciando que o
evento não tenha ocorrido em razão do acaso. Para a análise das variáveis contínuas com a
ISC foi utilizada a técnica de análise de variância ANOVA e o teste de Scheffé, para
identificar diferenças. Para as medianas foi utilizado o teste de Kruskal Wallis e o teste de
Dunn’s, para identificar diferenças (SZKLO e JAVIER NIETO, 2000).
61
Também foi utilizado o Coeficiente Gamma de Goodman-Kruskal (G) para avaliar a força de
associação entre cada um dos fatores de risco (variáveis independentes categóricas) e a
ocorrência de ISC. Esse coeficiente de correlação mede a associação, apenas, entre variáveis
ordinais (GOODMAN e KRUSKAL, 1994; WASSER, 1998). Para Everitt (1992); Freitas,
Campos e Cipriano (2000); Jobson (1992) e Polit (1996) a associação desse coeficiente pode
ser entendida como a probabilidade que um par de observações aleatórias sejam concordantes
menos a probabilidade de que o par seja discordante, assumindo-se a ausência de vínculos.
4.9.4 Análise de Regressão Logística
A análise multivariada foi realizada utilizando-se a regressão logística com a finalidade de
desenvolver modelos logísticos de predição de ISC.
A análise multivariada oferece um modelo estatístico, mais robusto, que possa predizer
determinada resposta ante uma série de variáveis intervenientes. Analisa simultaneamente a
influência ou os efeitos de todas as variáveis relacionadas à exposição sobre a ocorrência do
evento (infecção), ajustando todas as variáveis do modelo, a fim de se corrigir os possíveis
efeitos de fatores de confusão (SZKLO e JAVIER NIETO, 2000).
Segundo Szklo e Javier Nieto (2000), modelos de regressão logística são usados muito
freqüentemente para determinar os fatores que estão associados, de forma independente, com
a ocorrência do evento de interesse e para estimar a probabilidade de um indivíduo
(caracterizado pelos valores das covariáveis x
1
, x
2
, ....x
k
) desenvolver a doença.
62
O modelo de regressão pode ser expresso pela seguinte fórmula:
Em que:
P = probabilidade de ocorrência do evento conforme variável explicativa
X
i
= variáveis explicativas (fatores de exposição)
B
i
= coeficientes a serem estimados – razão das chances de desenvolver a doença de um
exposto em relação ao não exposto.
Como a variável resposta (evento) neste estudo é a presença ou ausência de infecção no sítio
cirúrgico ortopédico, a técnica de regressão logística múltipla se mostra adequada para
estimar o valor de predição dessa variável, em função de determinados valores das variáveis
independentes (SZKLO e JAVIER NIETO, 2000).
A modelagem inicial foi realizada a partir das variáveis selecionadas na análise univariada
(associação estatística com a ISC com um p 0,20) ou com aquelas variáveis que tiveram um
significado biológico conhecido na literatura, de forma a permitir a construção de modelos
logísticos com os grupos de variáveis selecionadas. As variáveis que possuíam mais de duas
categorias foram transformadas em variáveis indicadoras (“dummies”).
kk
XXX
P
P
ββββ
++++=
L
22110
1
ln
logito
1
ln =
P
P
63
Iniciou-se com a construção do modelo cheio e as variáveis foram retiradas passo a passo até
a definição do modelo final. Para a definição do melhor modelo final foi utilizado o teste da
razão de verossimilhança, os coeficientes
β
(Beta), o odds ratio (OR) e o valor p < 0,05.
A análise pela curva de operação característica denominada ROC “Receiver Operating
Characteristic Curve” (porque esse método originou-se dos estudos de detecção de sinais por
operadores de radares) foi o método escolhido para a avaliação da acurácia (poder
discriminatório entre os indivíduos com e sem o evento ISC) dos modelos alternativos para
predição da ISC (HANLEY e MCNEIL, 1982; SOARES e SIQUEIRA, 2001; PAGANO e
GAUVREAU, 2004).
A área sob a curva ROC representa a distinção de todos os pares possíveis de indivíduos que
apresentam ISC daqueles que não a apresentam. Ela mede a probabilidade de um paciente
com ISC apresentar um
p
ˆ
(probabilidade estimada) maior do que um paciente sem ISC, ou
seja, essa probabilidade de um paciente com ISC apresentar um p
ˆ
maior do que um paciente
sem ISC seria 58% (CHILDREN’S MERCY, 2006).
A curva ROC oferece uma representação gráfica da relação entre a taxa de verdadeiros
positivos (sensibilidade do teste) no eixo vertical do gráfico e o complemento da
especificidade, a taxa de falsos positivos (1 especificidade) no eixo horizontal. Este método
baseia-se em uma avaliação visual do comportamento do teste mediante as prevalências
distintas do evento (SOARES e SIQUEIRA, 2001; PAGANO e GAUVREAU, 2004).
Pela curva ROC, a visualização de dois modelos permite escolher qual é o melhor, em razão
de seu poder diagnóstico, ou seja, em função de seus níveis de sensibilidade e especificidade.
É considerado como o melhor teste aquele em que a curva mais se aproxima do canto superior
64
esquerdo do gráfico. A área abaixo da curva pode variar de 0,5 a 1,0. Um teste inútil teria uma
área de 0,5, ou seja, um teste positivo teria a mesma probabilidade de ser falso-positivo ou
verdadeiro-positivo. Uma área de 0,5 a 0,7 indica baixa acurácia. De 0,7 a 0,9 indica teste útil
para estratificação. Um teste > 0,9 é útil para predição individual do evento. Um teste perfeito
teria uma área de 1,0 (HANLEY, 1982; MACHADO, 1997; THE AREA UNDER NA ROC
CURVE, 2006
3
).
Foram calculadas e verificadas as probabilidades observadas e estimadas de ocorrência de
ISC em relação ao Índice de Risco NNIS – IRIC com a finalidade de avaliar se essas
probabilidades eram crescentes, como também avaliar a variabilidade do estimador utilizado.
O esperado é que a variabilidade entre as probabilidades observadas e as estimadas seja
pequena, assim, pode-se dizer que o modelo está bem ajustado aos dados para a predição de
infecção.
Para verificar a força de correlação do índice de risco NNIS - IRIC com a ocorrência de ISC
foi utilizado o teste de Goodman-Kruskal (Gamma). Este coeficiente é particularmente
adequado para a análise de variáveis com nível de mensuração ordinal, como é o caso do
índice de risco a ser analisado. Ele varia de -1 a +1. Se as variáveis analisadas forem
independentes seu valor aproxima-se de zero. Valores positivos indicam aumento de risco de
infecção para um aumento dos fatores de risco presentes. Valores negativos indicam uma
diminuição no risco de infecção para um aumento no número de fatores de risco presentes
(EVERITT, 1992; JOBSON, 1992; GOODMAN e KRUSKAL, 1994; POLIT, 1996;
WASSER, 1998; FREITAS, CAMPOS e CIPRIANO, 2000).
3
http://gim.unmc.edu/dxtests/roc3.htm
65
Após a obtenção do melhor modelo alternativo de predição de risco de infecção de sítio
cirúrgico foi feita a comparação da curva ROC do novo modelo preditor com a Curva ROC
do modelo IRIC.
Para o modelo alternativo, também, foram calculadas e verificadas as probabilidades
observadas e estimadas de ocorrência de ISC, com a finalidade de avaliar a magnitude e a
variabilidade do estimador de probabilidades.
Era esperado que as probabilidades observadas e estimadas do modelo alternativo fossem
maiores quando comparadas ao modelo IRIC. A variabilidade entre as duas probabilidades
deveria ser pequena para que os estimadores utilizados fossem considerados adequados para
estimar as probabilidades de ISC oferecidas pelo modelo.
Para o modelo alternativo, a variabilidade ocorrida entre as probabilidades observadas e as
esperadas foi plotada em gráfico para a análise dos resíduos.
66
Pois todo aquele que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir
Pois todo aquele que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrirPois todo aquele que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir
Pois todo aquele que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-
--
-se
sese
se-
--
-
lhe
lhelhe
lhe-
--
-á
áá
á
Lucas 11.10
Lucas 11.10 Lucas 11.10
Lucas 11.10
5. Resultados
5. Resultados5. Resultados
5. Resultados
67
Os resultados obtidos neste estudo foram apresentados sob a forma de tabelas e gráficos,
dispostos da seguinte maneira:
1) caracterização das variáveis do estudo;
2) incidência da ISC de cada hospital, categoria IRIC e por procedimentos operatórios;
3) associação entre o evento de interesse (ISC) e as variáveis independentes;
4) análise univariada;
5) análise multivariada, com apresentação do modelo alternativo de predição de risco de
infecção;
6) análise da correlação do Índice de Risco de Infecção IRIC com a ISC pelo
Coeficiente de Correlação de Goodman-Kruskal (G);
7) probabilidade de infecção pelo Índice de Risco de Infecção – IRIC;
8) probabilidade de infecção pelo modelo alternativo.
5.1 Caracterização das variáveis que compõem o banco em estudo
As características dos pacientes submetidos a 8.236 procedimentos cirúrgicos ortopédicos,
podem ser analisadas na TABELA 3. Os pacientes caracterizam-se por serem jovens, com
68
média de idade de 34,6 anos, desvio padrão de 27 e mediana de 30 anos com quartis 1 e 3
iguais a 10 e 57, respectivamente. A idade mínima dos pacientes detectada no estudo foi zero,
quer dizer, os pacientes recém-nascidos foram agrupados na categoria de menores de 1 ano. A
idade máxima foi de 99 anos.
TABELA 3
Medidas de tendência central e dispersão dos 8.236 procedimentos cirúrgicos ortopédicos – Belo
Horizonte, MG – 1994 – 2002.
Variáveis Medidas de Tendência Central
Idade
Média + DP
a
Mediana (Q1/Q3)
b
Tempo internação pré-operatório
Média + DP
Mediana (Q1/Q3)
Duração cirurgia
Média + DP
Mediana (Q1/Q3)
Número de profissionais participantes da cirurgia
Média + DP
Mediana (Q1/Q3)
34,6 + 27,0
30(10/57)
3,8 + 25,6
1(0/1)
115,5 + 69,9
95(60/150)
4,6 + 1,6
5(4/6)
Nota:
a
DP = desvio padrão;
b
Q1/Q3 = quartis 1 e 3
Em relação ao tempo de internação pré-operatório a média de permanência dos pacientes,
durante o período que antecede a cirurgia, foi de 3,8 dias com desvio padrão de 25,6 e
mediana de um dia (quartis 1 e 3 iguais a 0 e 1, respectivamente). O tempo mínimo de
permanência foi de zero dia, isto é, os pacientes foram submetidos ao procedimento cirúrgico
no mesmo dia em que foram internados no hospital. O período máximo de internação pré-
operatória foi de 595 dias.
69
A média de duração da cirurgia foi de 115,6 minutos com desvio padrão de 69,9 e mediana de
95 minutos (quartis 1 e 3 iguais a 60 e 150). O tempo mínimo de cirurgia foi de 10 minutos e
o máximo de 660 minutos (11 horas).
A variável denominada número de profissionais atuantes durante a cirurgia foi analisada,
inicialmente, como variável contínua. A média de profissionais participantes durante a
cirurgia foi de aproximadamente 4,6 profissionais, com desvio padrão de 1,6 (4/6) e mediana
de 5 (quartis 1 e 3 iguais a 4 e 6). Do total de procedimentos cirúrgicos ortopédicos, apenas
26,6% contaram com 5 profissionais. O mero mínimo de profissionais em cada cirurgia foi
1 e o máximo 16.
Na TABELA 4 observa-se a freqüência dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos realizados
nos hospitais integrantes do estudo. Verificou-se que 14,9% dos pacientes foram submetidos a
cirurgias do grupo FUS (fusão e artrodese); 35,3% pertenceram ao grupo de cirurgias FX
(redução aberta de fratura); 41,6 % realizaram cirurgias do grupo OMS (Outras cirurgias do
sistema musculoesquelético); 1,59% fizeram cirurgia de prótese de joelho (PROS J); 1,1%
colocaram outros tipos de próteses (PROS – O) e 5,4% foram submetidos à prótese de Quadril
(PROS – Q).
TABELA 4
Distribuição da freqüência simples das variáveis relacionadas aos pacientes submetidos a
procedimentos cirúrgicos ortopédicos – Belo Horizonte, MG – 1994-2002.
Variáveis
Freqüência
N = 8.236
Percentual
%
70
Tipo de cirurgia realizada
FUS (Fusão e Artrodese) 1.232
14.9
FX (Redução Fratura Aberta) 2.905
35.3
OMS (Outras Cirurgias do Sistema Músculo-
esquelético)
3.429
41.6
PROS - J (Prótese de Joelho) 131
1.6
PROS - O (Outros Tipos de Próteses) 91
1.1
PROS - Q (Prótese de Quadril 448
5.4
Hospital
0 2.752
33.4
1 4.000
48.6
2 563
6.8
3 921
11.2
Uso de anestesia geral
não 4.458
54.1
sim
3.778
45.8
Caráter emergencial cirurgia
não 7.098
86.2
sim
1.138
13.8
Uso de próteses
c
não 4.232
51.4
sim 4.004
48.6
Ocorrência de trauma no local da cirurgia
não 4.844
58.8
sim 3.392
41.2
ASA - condição clínica do paciente
a
ASA I
ASA II
5.021
2.378
60.9
28.8
ASA III 763
9.3
ASA IV
74
0.9
Continuação da TABELA 4
Potencial de contaminação da ferida cirúrgica
71
limpa 7.176
87.1
pot.contaminada
b
560
6.8
contaminada 184
2.2
infectada 316
3.8
IRIC
IRIC 0 5.263
63.9
IRIC 1 2.523
30.6
IRIC 2 431
5.2
IRIC 3
19
0.2
Uso de antibiótico profilático na cirurgia
não 3.602
43.7
cefazolina 4.472
54.3
clindamicina + outros 162
1.9
Nota
:
a
Nesta amostra não houve pacientes classificados como ASA V
b
Pot. Contaminada = Potencialmente Contaminada
c
A freqüência simples dos pacientes que utilizaram próteses difere da freqüência simples da variável tipo de procedimento
cirúrgico por erro conceitual do que seria considerado como ”prótese ortopédica”
O Hospital 1 foi responsável pelo maior número de cirurgias ortopédicas realizadas (48,6%)
seguido do Hospital 0 com 33,4% das cirurgias.
Quanto à utilização de anestesia, 4.458 (54,13%) dos pacientes utilizaram outros tipos de
anestesia que não a geral.
Em relação ao caráter emergencial da cirurgia, 7.098 (86,18%) delas foram realizadas
eletivamente. Apenas 1.138 (13,82%) foram realizados de emergência, quer dizer sem a
preparação adequada do paciente para a cirurgia.
Apenas 4.004 (48,62%) dos pacientes utilizaram algum tipo de prótese ortopédica. Ao ser
analisada, essa variável não estava de acordo com o conceito preconizado pelo Sistema NNIS
quanto ao uso de prótese. Foram consideradas próteses não apenas aquelas utilizadas nas
72
substituições das principais articulações, mas também outros implantes tais como placas,
pinos e parafusos. Com isso houve discrepância das freqüências absolutas encontradas.
A maioria dos pacientes (58,81%) submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos não
sofreu nenhum tipo de trauma.
No que se refere à condição clínica geral dos pacientes (ASA) no período pré-operatório
determinado pelo anestesista, houve um predomínio dos pacientes classificados na categoria
ASA I, perfazendo um total de 5.021 (60,96%).
Quanto ao potencial de contaminação da ferida operatória, 7.176 (87,13%) dos procedimentos
foram realizados em ferida operatória limpa; 560 (6,80%) foram classificadas como
potencialmente contaminadas; 184 (2,23%) foram contaminadas e 316 (3,84%) foram
classificadas como infectadas.
Ao analisar o Índice de Risco de Infecção Cirúrgica IRIC, a maior parte dos pacientes foi
categorizada como IRIC 0, com um total de 5.263 (63,90%) cirurgias nessa categoria. Em
segundo lugar 2.523 pacientes categorizados como IRIC I (30,63%).
Quanto ao uso de antibioticoprofilaxia administrada nos pacientes no período trans-
operatório, 4.472 (54,30%) deles receberam o antibiótico cefazolina. Em 3.602 (43,73%)
pacientes não foi utilizado nenhum tipo de antibiótico.
5.1.1 Caracterização das variáveis por hospital
73
Observando-se a TABELA 4, no Hospital 0, foram realizados 2.752 (33,4%) procedimentos
cirúrgicos ortopédicos. O Hospital 1 foi responsável por 4.000 (48,6%) cirurgias; o Hospital 2
fez 563 (6,8%) e por último o hospital 3 realizou 921 (11,2%) cirurgias, somando um total de
8.236 cirurgias. As maiores representatividades, nesta variável foram determinadas pelos
hospitais 0 e 1.
Na TABELA 5 estão descritas as características das variáveis contínuas do banco de dados,
por hospital.
TABELA 5
Medidas de tendência central e dispersão dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos por Hospital
– Belo Horizonte, MG – 1994 – 2002.
Variáveis Hospital 0
N=2.725
Hospital 1
N=4.000
Hospital 2
N=563
Hospital 3
N=921
Valor P
Idade
a
Média ± DP* (dias)
Mediana (Q1/Q3)**
11,4±13,6
8(1/27)
46,2±25,1
43(25/67)
45,2±22,1
45(17/75)
47,5±22,6
46(18/78)
0,000
74
Tempo internação pré-operatório
b
Média ± DP (dias)
Mediana (Q1/Q3)
4,4±28,5
1(1/1)
4,2±26,3
0(0/1)
.89±8,1
0(0/0)
2,1±13,2
1(0/3)
0,000
Duração cirurgia
c
Média ± DP (min)
Mediana (Q1/Q3)
77,5±42,0
60(30/120)
142,9±76,6
120(90/180)
102,9±57,1
90(45/180)
111,8±58,4
110(50/180)
0,000
N
o
profissionais na sala de cirurgia
d
Média ± DP
Mediana (Q1/Q3)
3,3±1,3
3(2/5)
5,4±1,2
5(4/7)
3,8±1,0
4(3/4)
5,0±1,7
5(3/6)
0,000
Nota
: *
DP = desvio padrão ;
*
Q1/Q3 = quartis 1 e 3
Análise de variância para as médias e teste de Schefeé para as diferenças entre hospitais; Kruskal-Wallis para medianas e teste de Dunn’s
para as diferenças entre hospitais.
a
Hosp. 0
;
b
Hosp. 0 Hosp. 2;
c
d
Hosp. 0 Hosp. 1 Hosp. 2 Hosp. 3
Hosp. 1 Hosp. 2
Para testar as diferenças entre as médias e medianas de algumas variáveis que caracterizaram
os pacientes da amostra nos diferentes hospitais, foram realizados testes de comparação de
medianas (Teste de Kruskal-Wallis) e Análise de Variância (ANOVA) para as médias. Para
localização das diferenças foram utilizados teste de Dunn’s para as medianas e teste de
Scheffé para as médias.
O Hospital 0 apresenta a menor média de idade entre os quatro hospitais. Observa-se, neste
hospital, uma população bastante jovem com dia de idade aproximada de 11,4 anos, com
desvio padrão de 13,6 anos. A mediana encontrada foi de 8 anos (quartis 1 e 3 iguais a 1 e
27).
Os Hospitais 1, 2 e 3 apresentam média de idade variando em torno de 45 anos.
Provavelmente, este hospital localizado em uma determinada área da cidade seja referência
como hospital de ensino, para o atendimento ao público mais jovem e com patologias do
sistema musculoesquelético mais complexos.
75
Em relação ao tempo de internação pré-operatório, diferenças das médias e medianas
encontram-se no Hospital 0 em relação ao Hospital 2 e no Hospital 1 em relação ao 2. O
Hospital 1 apresentou a maior média de tempo gasto em cirurgia, com 142,9 minutos, seguido
do Hospital 0 com 111,8 minutos.
Na variável duração da cirurgia, diferenças das médias e medianas encontram-se no Hospital
0 em relação ao Hospital 1.
Quanto ao número de profissionais na cirurgia, a diferença das médias e medianas encontra-se
no Hospital 0 em relação aos outros três. Os Hospitais 1 e 3 apresentaram média de 5
profissionais durante o procedimento cirúrgico.
A TABELA 6 apresenta as características por hospital de algumas variáveis principais do
banco em estudo.
TABELA 6
Distribuição da freqüência simples das variáveis estudadas, por hospital, das variáveis
relacionadas aos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicosBelo Horizonte,
MG – 1994-2002.
Variáveis Hospital 0
N=2.752
Hospital 1
N=4.000
Hospital 2
N=563
Hospital 3
N=921
Freq.
% Freq. % Freq. % Freq. %
Tipo procedimento cirúrgico
a
FUS - Fusão e Artrodese
FX - Redução Fratura Aberta
OMS-Outras Cirurgias do Sistema
Músculo esquelético
PROS-J - Prótese joelho
PROS-O-Outros Tipos de Próteses
PROS-Q - Prótese de Quadril
730 26,5
664 24,1
1.353 49,2
0 0,0
01 0,04
04 0,2
303 7,6
1.777 44,4
1.455 36,4
116 2,9
17 0,4
332 8,3
112 19,9
87 15,5
274 48,7
06 1,1
72 12,8
12 2,1
87 9,5
377 40,9
347 37,7
09 1,0
01 0,1
100 10,8
Uso de próteses
b
não
sim
1.506 54,7
1.246 45,3
1.820 45,5
2.180 54,5
396 70,3
167 29,7
510 55,4
411 44,6
76
ASA-condição clínica do paciente
c
ASA I
ASA II
ASA III
ASA IV
2.416 87,8
311 11,3
23 0,8
2 0,1
1.833 45,8
1.505 37,6
596 14,9
66 1,6
290 51,5
218 38,7
51 9,1
4 0,7
482 52,3
344 37,4
93 10,1
2 0,2
Potencial de contaminação cirurgia
d
limpa
potencialmente contaminada
contaminada
infectada
IRIC
e
IRIC 0
IRIC 1
IRIC 2
IRIC 3
Uso de antibioticoprofilático
f
não
cefazolina
clindamicina + outros
2.433 88,4
160 5,8
50 1,8
109 3,9
2.401 87,3
340 12,4
11 0,4
0 0,0
2.619 95,2
127 4,6
6 0,2
3.360 84,0
351 8,8
111 2,8
178 4,5
1.798 44,9
1.810 45,3
375 9,4
17 0,4
607 15,2
351 81,3
140 3,5
519 92,2
15 2,7
16 2,8
13 2,3
402 71,4
146 25,9
15 2,7
0 0,0
162 28,8
396 70,3
5 0,9
864 93,8
34 3,7
7 0,7
16 1,7
662 71,9
227 24,6
30 3,3
2 0,2
214 23,2
696 75,6
11 1,2
Ocorrência de trauma
g
não
sim
2.345 85,2
407 14,8
1.584 39,6
2.416 60,4
449 79,7
114 20,3
466 50,6
455 49,4
Uso de anestesia geral
h
não
sim
812 29,5
1.940 70,5
2.444 61,1
1.556 38,9
451 80,1
112 19,9
751 81,5
170 18,5
Nota: X
2
Inspeção:
a
Hosp. 0 FX e Hosp. 2 PROS-O;
b
Hosp. 2 ;
c
Hosp. 0 ASA 1 e 2;
d
Hosp. 1 Hosp. 2 Hosp. 3;
e
Hosp. 0 e Hosp.1 IRIC 1;
f
Hosp. 0 e Hosp. 1 Não , Hosp 0 e Hosp 1 Cefazolina;
g
Hosp.
0 ,
h
Hosp. 0 .
No Hospital 0, as cirurgias do grupo OMS foram realizadas em maior número, apresentando
freqüência de 49,2% seguidas das FUS com freqüência de 26,5%. No Hospital 1, as cirurgias
do grupo FX foram as mais freqüentes com 44,4%, seguidas das cirurgias do grupo OMS com
36,4%. As cirurgias do grupo OMS, no Hospital 2, foram as mais freqüentes (48,7%). No
Hospital 3, as cirurgias do grupo FX foram as mais realizadas (40,9%).
77
Nos quatro hospitais, em relação à condição clínica do paciente (ASA), observou-se
predomínio de pacientes classificados como ASA 1 e ASA 2. O Hospital 0 apresentou 2.416
pacientes categorizados como ASA 1.
Quanto ao potencial de contaminação da ferida cirúrgica, os maiores percentuais de
procedimentos ortopédicos, nos quatro hospitais, foram as cirurgias classificadas como
limpas.
Quanto à classificação do Índice de Risco de Infecção Cirúrgica - IRIC, os pacientes
categorizados como IRIC 0 apresentaram maior percentual nos quatro hospitais seguidos do
IRIC 1. Os Hospitais 0 e 2 não apresentaram pacientes classificados na categoria IRIC 3.
Dentre os quatro hospitais, o Hospital 0 utilizou a anestesia geral em 1.940 pacientes que
fizeram cirurgia, correspondendo a um percentual de 70,5%. O Hospital 1 apresentou o
segundo maior percentual (38,9%) realizando 1.556 cirurgias em que os pacientes receberam
anestesia geral.
O Hospital 1 realizou, em maior freqüência, cirurgias em caráter de emergência (20,9%). O
Hospital 2 teve o menor percentual (10,1%) de cirurgias consideradas de emergência.
5.2 Incidência de Sítio Cirúrgico
Nos 8.236 pacientes que se submeteram à procedimentos cirúrgicos ortopédicos foram
detectadas 116 infecções de sítio cirúrgico. A incidência global de infecção foi, portanto, de
1,41% [IC95% = 1,18 – 1,76] para o período de estudo.
78
São apresentadas, no GRÁFICO 1, as incidências de infecção de sítio cirúrgico dos
procedimentos ortopédicos. O grupo de cirurgias FUS apresentou a maior incidência de ISC,
com uma taxa de 1,7%. Em segundo lugar as cirurgias de prótese de Joelho, com uma taxa de
1,5%. Em terceiro lugar as cirurgias do grupo OMS com uma incidência de 1,4%.
1,1
1,4
1,5
1,7
2,2 2,2
0
0,5
1
1,5
2
2,5
%
FX FUS PROS-J OMS PROS-O PROS-Q
Incidência
GRÁFICO 1 - Incidência de ISC de acordo com os Tipos de Procedimentos
Cirúrgicos Ortopédicos - Belo Horizonte, MG - 1994-2002
FX
FUS
PROS-J
OMS
PROS-O
PROS-Q
No GRÁFICO 2, a incidência de infecção de tio cirúrgico é apresentada por categoria do
IRIC. Observa-se que as taxas de incidência aumentam com o aumento dos fatores de risco do
IRIC. A maior taxa de ISC foi encontrada nos pacientes categorizados como IRIC 3 (5,3%). A
menor incidência de ISC foi encontrada nos pacientes categorizados como IRIC 0 (1,1%).
79
GRÁFICO 2 - Incidência de ISC de acordo com as categorias do IRIC - Belo
Horizonte, MG - 1994-2002
5,3%
2,8%
1,8%
1,1%
0
1
2
3
4
5
6
IRIC 0 IRIC 1 IRIC 2 IRIC 3
%
Incidência
Linear
(Incidência)
Ao analisar as variáveis que compõem o IRIC (ASA, potencial de contaminação da cirurgia e
duração da cirurgia) em relação à incidência de ISC, verificou-se que os pacientes
classificados como Asa IV e III apresentaram as maiores taxas 4,1% e 2,4% respectivamente
(TABELA 7).
TABELA 7
Taxas de ISC em 8.236 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos de acordo
com o Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica, ASA e Duração da cirurgia, Belo
Horizonte – MG, 1994-2002
Variáveis que compõem o Índice NNIS - IRIC Número de
Cirurgias
Taxas de ISC
%
Potencial de contaminação da ferida cirúrgica (G
a
= 0,43 ASE
b
= 0,08)
limpa 84 1,2
pot. contaminada 13 2,3
contaminada 8 4,3
infectada
Total
11
116
3,5
ASA
c
(G = 0,25 ASE = 0,07)
I 56 1,1
II 39 1,6
III 18 2,4
80
IV
Total
3
116
4,1
Duração da cirurgia (G = 0,10 ASE = 0,09)
0 120 59 1,3
1 < 120
Total
57
116
1,6
Nota:
a
Coeficiente de Correlação de Goodman-kruskal Gamma G;
b
desvio padrão;
c
ASA - American Society
of Anesthesiologists
Em relação ao potencial de contaminação da ferida cirúrgica e a ISC, observou-se que as
cirurgias classificadas como contaminadas e infectadas apresentaram as maiores incidências
4,3% e 3,5% e respectivamente (TABELA 7). Pode-se inferir pelo resultado do Coeficiente de
Correlação de Goodman-kruskal Gamma (G = 0,43) que das variáveis que compõem o IRIC,
o potencial de contaminação da ferida cirúrgica é o fator de risco mais importante.
Como explicado anteriormente, foi realizada a dicotomização da variável contínua duração da
cirurgia para analisá-la em relação à ISC. Utilizou-se a média do ponto de corte das cirurgias
(percentil 75) do NNIS, obtendo-se uma taxa de incidência de 1,3% para a categoria 120
minutos e de 1,6% para a categoria >120 minutos (TABELA 7).
Analisando a ISC por hospital, verificou-se que no Hospital 0 houve 56 casos de infecção,
correspondendo a uma incidência de infecção de sítio cirúrgico de 2,0%, sendo esta a maior
incidência entre os quatro hospitais. Em ordem decrescente, as outras incidências foram as
seguintes (TABELA 8): o Hospital 2 com 1,8% (10 casos de infecção), o Hospital 3 com
1,2% (11 casos) e o Hospital 1 com 1,0% (39 casos).
TABELA 8
Incidência de ISC segundo os hospitais envolvidos no estudo - Belo Horizonte, MG - 1994-2002.
Infecção Sítio Cirúrgico
Não Sim Total
RR
Hospital
Freq. % Freq.
%
81
Hospital 0 2.696
97,9
56
2,1
2.752 1,0
Hospital 1 3.961
99,0
39
1,0
4.000 0,5
Hospital 2 553
98,2
10
1,8
563 0,9
Hospital 3 910
98,8
11
1,2
921 0,6
Os riscos relativos de ISC para os diferentes hospitais foram calculados tendo como referência
o Hospital 0. Uma vez que este hospital teve a maior taxa de infecção, os Riscos Relativos
foram menores que 1.
A caracterização dos pacientes que adquiriram ISC, na amostra estudada está apresentada na
TABELA 9.
TABELA 9
Caracterização dos 116 pacientes cirúrgicos ortopédicos com ISC Belo Horizonte, MG 1994-
2002
Variáveis ISC
N = 116
Idade (Média e DP)
Min/Max
36,3 ± 30,2
0/94
Tempo internação pré-operatório (Média e DP)
Min/Max
6,01 ± 25,2
0/260
Duração cirurgia (Média e DP)
Min/Max
122,1 ± 76,5
20/465
N
o
de profissionais em cirurgia (Média e DP)
Min/Max
até quatro
5-8
9-16
4,8 ± 2,7
(1/16)
60(51,7%)
51(44,0%)
5(4,3%)
82
Hospital
0
1
2
3
Procedimento cirúrgico realizado
FUS
FX
OMS
PROS-J
PROS-O
PROS-Q
Prótese
não
sim
56(48,3%)
39(33,6%)
10(8,6%)
11(9,5%)
21(18,1%)
32(27,6%)
49(42,2%)
2(1,7%)
2(1,7%)
10(8,6%)
45(39,0%)
71(61,0%)
ASA
I
II
III
IV
56(48,3%)
39(33,6%)
18(15,5%)
3(2,6%)
Potencial de contaminação cirurgia
limpa
pot. contaminada
contaminada
infectada
84(72,4%)
13(11,2%)
8(6,9%)
11(9,5%)
Continuação TABELA
9
IRIC
0
1
2
3
Uso de anestesia geral
não
sim
Caráter emergencial da cirurgia
não
sim
Trauma
não
sim
56(48,0%)
47(41,0%)
12(10,0%)
1(1,0%)
65(56,0%)
51(44,0%)
97(84,0%)
19(16,0%)
77(66,0%)
39(34,0%)
83
Apesar da média de idade entre os pacientes com infecção ser aproximadamente de 36 anos,
observa-se que 46 dos 116 pacientes com ISC eram crianças, cujas idades variavam entre
menores de um ano a quinze anos.
A média de internação dos pacientes com ISC no hospital foi de aproximadamente 6,1. Dos
116 pacientes com infecção 56 deles ficaram internados por um dia no hospital antes da
realização da cirurgia. Apenas um paciente, com dois anos de idade, permaneceu internado no
Hospital 0 por 260 dias.
A média de duração dos procedimentos operatórios ortopédicos foi de 122 minutos. Dos 116
pacientes com ISC, 19 foram operados em duas horas. 25 pacientes com ISC foram operados
em um tempo maior que duas horas e estavam internados no Hospital 1.
Dos 116 pacientes com ISC, 21 deles realizaram cirurgias do grupo FUS, sendo que destes, 19
no Hospital 0; dos 32 pacientes que realizaram redução de fratura aberta, 17 o fizeram no
Hospital 1; dos 49 pacientes que realizaram cirurgias do grupo OMS, 31 deles o fizeram no
hospital 0 e 12 no Hospital 1. Nenhum paciente realizou algum tipo de colocação de prótese
ortopédica no Hospital 0.
Fizeram uso de algum tipo de prótese ortopédica 71 dos 116 pacientes com ISC. Destes 32
eram pacientes do Hospital 0, 29 do Hospital 1, 5 do Hospital 2 e 5 do Hospital 3.
Dos 116 pacientes com ISC, 82% foram classificados como sendo ASA I ou II. Apenas 21
(16%) foram classificados como ASA III ou IV. Dos 21 pacientes com piores condições
84
clínicas (ASA III ou IV), 14 foram operados no hospital 1, 4 deles no Hospital 2 e 3 no
Hospital 3.
Dos 116 pacientes com ISC, 84 (72,4%) a cirurgia foi classificada como limpa; 13 (11,2%)
como potencialmente contaminadas; 8 (6,9%) como contaminadas e; 11 (9,5%) como cirurgia
infectada. Dos 84 pacientes cujas cirurgias foram classificadas como limpas, 42 eram do
Hospital 0, 26 do Hospital 1, 7 do Hospital 2 e 8 do Hospital 3.
Dos 56 pacientes com ISC categorizados como IRIC 0, 44 eram pacientes operados no
Hospital 0. Dos 47 pacientes com ISC categorizados como IRIC 1, 20 eram pacientes
operados no Hospital 1 e 12 no Hospital 0. Dos 12 pacientes com ISC categorizados como
IRIC 2, 10 foram operados no Hospital 1 e 2 no Hospital 2. Nesta amostra, apenas 1 paciente
com ISC foi categorizado como IRIC 3 e foi operado no Hospital 1. Nos Hospitais 0, 2 e 3
não havia pacientes com ISC e categorizados como IRIC 3.
Dos 116 pacientes com ISC, 64 (55,2%) não fizeram uso de antibioticoprofilático em cirurgia;
51 ( 43,9%) dos infectados usaram o antibiótico cefazolina e; apenas 1 (0,86%) usou
clindamicina.
Dos 116 pacientes com ISC, 19 fizeram cirurgia de emergência. Destes, 9 eram do Hospital 1.
Sofreram algum tipo de trauma antes da cirurgia 39 dos 116 pacientes com ISC. Dos 39, 21
fizeram cirurgia no Hospital 1.
Dentre os 116 com ISC, 38 pacientes receberam anestesia geral, no Hospital 0.
85
5.3 Associação das variáveis independentes com a ISC - Análise Univariada
Na TABELA 10 observa-se as médias e medianas das variáveis contínuas em relação à ISC.
A média de internação dos pacientes sem ISC no hospital antes da cirurgia foi de 3,79 dias
com desvio de 25,6 e a média de internação entre os pacientes com ISC foi de 6,06 dias com
desvio de 25,2. Existem diferenças estatísticas entre as médias (Teste t) e entre as medianas
(Mann-Whitney).
A variável contínua duração da cirurgia foi avaliada, entre os pacientes com e sem ISC, em
relação à média (TABELA 10). Entre os pacientes sem infecção, a média de duração das
cirurgias foi de 115,5 minutos com desvio de 69,8. A média entre os pacientes com ISC foi de
122,1 minutos com desvio de 76,5. Existem diferenças estatísticas entre as médias dos dois
grupos (Teste t), mas não existem diferenças estatísticas entre as medianas (Mann-Whitney).
TABELA 10
Medidas de tendência central e de dispersão das variáveis contínuas de acordo com a ISC – Belo
Horizonte, MG – 1994 – 2002.
Variáveis Infecção de Sítio Cirúrgico
Não Infecção Infecção Valor p
N=8.120 N = 116
Idade
Média±DP
a
Mediana (Q1/Q3)
b
34,6±26,9
30 (10/57)
36,3±30,2
28,5 (9/66,5)
p = 0,56
p = 0,77
Tempo internação pré-operatório
Média±DP
Mediana (Q1/Q3)
3,8±25,6
1 (0/1)
6,1±25,2
1(1/4)
p 0,00
p 0,00
Duração cirurgia
Média±DP
Mediana (Q1/Q3)
115,5±69,8
95 (60/150)
122,1±76,5
110 (60/162,5)
p 0,00
p = 0,35
N
o
profissionais na sala cirurgia
Média±DP
Mediana (Q1/Q3)
4,6±1,6
5 (4/6)
4,8±2,7
4 (3/6)
p 0,00
p = 0,43
Nota:
a
DP = desvio padrão
b
Q1/Q3 = quartis 1 e 3
86
Ao avaliar a variável contínua número de profissionais na sala de cirurgia, observou-se que,
entre os pacientes sem infecção, a média de profissionais na cirurgia foi de 4,6 com desvio de
1,6. A média entre os pacientes com ISC foi de 4,8 com desvio de 2,7 (TABELA 10). Existem
diferenças estatísticas entre as médias dos dois grupos (Teste t), mas não existem diferenças
estatísticas entre as medianas (Mann-Whitney).
Dessas quatro variáveis apenas o número de profissionais na sala de cirurgia se mostrou
estatisticamente associada à ISC.
A TABELA 11 é um resumo da análise univariada, realizada para avaliação das variáveis do
banco em relação à ISC. A partir da análise univariada, as variáveis estatisticamente
significativas (p 0,20) foram selecionadas para a análise multivariada.
TABELA 11
Análise univariada da infecção de sítio cirúrgico com as variáveis independentes Belo
Horizonte, MG – 1994-2002.
Variáveis ISC Variáveis
“Dummy”
OR [IC95%] P Gamma
a
P
Não
N= 8.120
Sim
N = 116
Freq. % Freq. %
Hospitais (0,1,2,3)
0
1
2
3
2.696
3.961
553
910
33,2
48,8
6,8
11,2
56
39
10
11
48,3
33,6
8,6
9,5
Referência
hospital_1
hospital_2
hospital_3
1,0
0,5 [0,3-0,7]
0,8 [0,4-1,7]
0,6 [0,3-1,1]
--
0,00
0,70
0,10
--
--
Tipo procedimento cirúrgico
FUS
FX
OMS
PROS-J
PROS-O
PROS-Q
1.211
2.873
3.380
129
89
438
14,9
35,4
41,6
1,6
1,1
5,4
21
32
49
2
2
10
18,1
27,6
42,2
1,7
1,7
8,6
Referência
tipoproc_2
tipoproc_3
tipoproc_4
tipoproc_5
tipoproc_6
1,0
0,6 [0,4-1,1]
0,8 [0,5-1,4]
0,9 [0,2-3,9]
1,3 [0,3-5,6]
1,3 [0,6-2,8]
--
0,12
0,50
0,88
0,73
0,48
0,06
0,47
Uso de prótese
não
sim
4.187
3.933
51,6
48,4
45
71
38,8
61,2
Referência
prótese_1
1,0
1,7 [1,2-2,4]
--
0,01
0,25
0,01
ASA
ASAI
ASAII
ASAIII
ASAIV
4.965
2.339
745
71
61,2
28,8
9,2
0,8
56
39
18
3
48,3
33,6
15,5
2,6
Referência
asa_2
asa_3
asa_4
1,0
1,5 [0,9-2,2]
2,2 [1,3-3,7]
3,7 [1,2-12,3]
--
0,10
0,00
0,00
0,25
0,00
87
Potencial de contaminação da
cirurgia
limpa
pot. contaminada
contaminada
infectada
7.092
547
176
305
87,3
6,7
2,2
3,7
84
13
8
11
72,4
11,2
6,9
9,5
Referência
potcont_1
potcont_2
potcont_3
1,0
2,0[1,1-3,6]
3,8[1,8-8,0]
3,0[1,6-5,8]
--
0,02
0,00
0,00
0,43
0,00
IRIC
IRIC 0
IRIC 1
IRIC 2
5.207
2.476
419
64,1
30,5
5,2
56
47
12
48,3
40,5
10,3
Referência
iric_1
iric_2
1,0 --
1,7 [1,2-2,6]
0,00
2,7[1,4-5,0]
0,00
Continuação da TABELA 11
IRIC 3 18 0,2 1 0,8 iric_3 5,7 [0,7-39,4] 0,11 0,31
0,00
N
o
de profisionais na cirurgia
até 4
5-8
9-16
3.739
4.316
65
46,1
53,2
0,8
60
51
5
51,7
43,9
4,3
Referência
nprofi_1
nprofi_2
1,0
0,7[0,5-1,1]
4,8[1,8-12.3]
--
0,11
0,00
-0,07
0,45
Uso antibioticoprofilático
não
cefazolina
clindamicina + outros
3.53
8
4.421
161
43,6
54,5
1,9
64
51
1
55,2
43,9
0,8
Referência
antbprofi_1
antbprofi_2
1,0
0,6 [0,4-0,9]
0,3 [0,1-2,5]
--
0,02
0,30
-0,23
0,01
Ocorrência de trauma
não
sim
4.767
3.353
58,7
41,3
77
39
66,4
33,6
Referência
trauma_1
1,0
0,7 [0,5-1,1]
--
0,09
-0,16
0,09
Caráter emergencial da cirurgia
não
sim
7.001
1.119
86,2
13,8
97
19
83,6
16,4
Referência
emergência_1
1,0
1,2 [0,7-2,0]
--
0,42
0,10
0,42
Uso anestesia geral
não
sim
4.393
3.727
54,1
45,9
65
51
56,0
44,0
Referência
tipanes_1
1,0
0,9 [0,6-1,3]
--
0,68
-0,04
0,68
Idade (anos) variável contínua
0,52 -- --
Tempo internação pré-operatório (dias) variável contínua
0,36 -- --
Duração cirurgia (min)
b
120
> 120
4.555
3.565
56,1
43,9
59
57
51,0
49,0
Referência
duraçãocir_1
1,0
1,2[0,8-1,8]
--
0,26
0,11
0,26
Nota:
a
A variável Duração Cirurgia foi dicotomizada para avaliação da OR e valor p;
b
Coeficiente de correlação Gamma de
Goodman Kruskall (G).
Tomando como referência o Hospital 0, cuja taxa de incidência (2,1%) foi maior em relação
aos outros três, obteve-se uma associação estatisticamente significativa do Hospital 1 com a
88
ocorrência de infecção de sítio cirúrgico. O Hospital 1 (com 4.000 procedimentos
ortopédicos) apresentou OR = 0,5; IC95% = [0,3-0,7] e p 0,00.
A variável denominada tipo de procedimento cirúrgico realizado não se mostrou associada
estatisticamente a ISC em nenhuma das suas categorias.
A utilização de prótese ortopédica em cirurgia mostrou-se associada à ocorrência de infecção
de sítio cirúrgico, apresentando OR = 1,7; IC 95% = [1,2-2,4] e p 0,00.
Observou-se uma associação significativa de duas categorias da variável ASA com a
ocorrência de infecção de sítio cirúrgico. À medida que a gravidade da condição clínica do
paciente aumenta, pôde-se notar uma tendência do aumento da OR. Apesar disso, não houve
associação estatística significativa em relação à ISC na categoria ASA II (OR = 1,5; IC95% =
[0,9-2,2] e p = 0,10).
Em relação ao potencial de contaminação verificou-se que esta variável está associada à
ocorrência de infecção de sítio cirúrgico em todas as categorias (p = 0,00). Quando as demais
categorias foram comparadas à classificação da ferida operatória limpa, utilizada como
categoria de referência, observou-se que as cirurgias potencialmente contaminadas
apresentaram OR = 2,0; IC 95% = [1,1-3,6] e p 0,00. As cirurgias contaminadas
apresentaram OR = 3,8; IC 95% = [1,8-8,0] e p 0,00.
Contraditoriamente ao gradiente da OR que era esperado, as cirurgias infectadas apresentaram
OR = 3,0; IC 95% = [1,6-5,8] e p 0,00. Portanto, as cirurgias infectadas apresentaram uma
chance de desenvolvimento de infecção menor do que as cirurgias contaminadas.
89
Provavelmente, este fato se deve ao menor número de pacientes nesta categoria e
possivelmente ao tratamento da infecção instituído ao paciente. A falência terapêutica, com os
avanços das técnicas nessa área vem diminuindo, determinando assim, esse comportamento
epidemiológico.
Na distribuição da variável IRIC, o escore 0 (pacientes sem nenhum fator de risco) foi
considerado referência para a análise univariada. A partir de então se observa uma tendência
de aumento da OR à medida que o número de fatores de risco em cada escore aumenta.
Apesar disso, pacientes classificados como IRIC 3 (presença dos três fatores de risco) tiveram
OR = 5,2; IC 95% = [0,7-39,4] e p = 0,11. Entretanto, não apresentaram significância
estatística em relação a ISC. Somente um paciente infectado foi classificado como IRIC 3.
Em uma análise global, ao avaliar a eficiência do Índice de Risco NNIS nos 8.236 pacientes
submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos verificou-se que, o IRIC conseguiu
estratificar moderadamente os pacientes cirúrgicos em suas quatro categorias.
Maiores percentuais de pacientes foram encontrados nos estratos do IRIC 0 ou 1.
Categorizados como IRIC 0 foram 5.263 pacientes (63,1%) e como IRIC 1 foram
estratificados 2.523 pacientes (30,6%). Observou-se que houve 431 pacientes na categoria
IRIC 2 (5,2%) e 19 pacientes como IRIC 3 (0,2%).
Quando realizada a análise do IRIC em relação aos procedimentos ortopédicos específicos
(FUS, FX, OMS, PROS J, PROS – O e PROS Q), observou-se que o índice NNIS não foi
eficiente para estratificar, nas quatro categorias, os pacientes que realizaram essas seis
cirurgias específicas. Possivelmente, este fato se deve à característica da amostra estudada ou
90
talvez à deficiência do IRIC enquanto preditor de ISC. O índice NNIS estratificou
moderadamente os pacientes em apenas dois estratos (IRIC 0 e IRIC 1). Não havia pacientes
classificados como IRIC 3 nos procedimentos FUS, PROS J, PROS O e PROS Q.
Classificados como IRIC 2 foram menos que 8%.
A variável número de profissionais participantes da cirurgia mostrou-se associada à
ocorrência de ISC. Quando o número de participantes esteve entre 5 e 8, a categoria obteve
OR=0,6; IC 95% = [0,4 0,9] e p 0,00 indicando que a presença de até 8 profissionais na
cirurgia, funcionou como um fator de proteção. Não houve significância estatística entre a
ISC e um número maior de profissionais na sala de operação.
A utilização do antibiótico cefazolina em cirurgia mostrou-se associado estatisticamente à ISC
como fator de proteção, apresentando OR = 0,6; IC95% = [0,4-0,9] e p 0,00.
A ocorrência de trauma não mostrou uma associação significativa com a ocorrência de ISC
(OR = 0,7, IC95% = [0,5-1,1] e p = 0,09).
Observou-se que as variáveis uso de anestesia geral, ocorrência de trauma, caráter
emergencial da cirurgia, idade, tempo de internação pré-operatória e a duração da cirurgia não
se mostraram estatisticamente significativas em relação à ocorrência de ISC, apesar de
relevantes segundo a literatura.
Considerando-se a idade e a ocorrência de ISC, observou-se que a média de idade entre os
pacientes que apresentaram ISC foi de 36,3 anos com desvio padrão de 30,2. A média de
idade dos pacientes que não adquiriram ISC foi de 34,6 anos com desvio padrão de 26,9
91
(TABELA 11). Não existem diferenças estatísticas entre as médias (Teste t) e entre as
medianas (Mann-Whitney).
Com o objetivo de confirmar a associação de cada variável ou fator de risco em
relação à ocorrência de ISC, também se utilizou o Coeficiente Gamma de
Goodman-Kruskal (G). Porém, ele foi usado apenas nas variáveis categóricas.
O Coeficiente Gamma confirmou a associação das variáveis tipo de
procedimento cirúrgico, prótese, ASA, potencial de contaminação da cirurgia,
IRIC e uso de antibiótico profilático com a ocorrência de ISC. O maior
coeficiente apresentado foi relativo à variável potencial de contaminação da
cirurgia G = 0,431 e p 0,00, mostrando que esse “velho índice” possui
importância como preditor de ISC.
Quanto ao número de profissionais na cirurgia, o Gamma não mostrou
associação com a ISC (G = - 0,071 e p = 0,45).
Após a realização da análise univariada foram elegíveis para a análise multivariada, sete
variáveis: ASA, uso de prótese, potencial de contaminação da ferida cirúrgica, IRIC, uso de
antibioticoprofilático, hospital e número de profissionais participantes da cirurgia.
Vale ressaltar que outras sete variáveis não foram elegíveis na análise univariada (p > 0,20)
para comporem a análise logística, mas possuem importância já comprovada na literatura
médica (CANO & ARMAZÃNAS, 1988; CRUSE & FOORD, 1980; NATIONAL
92
RESEARCH COUNCIL, 1964; ERCOLE, 2000). Foram elas: tipo de procedimento,
ocorrência de trauma, caráter emergencial da cirurgia, uso de anestesia geral, idade, tempo de
internação pré-operatório e duração da cirurgia.
As seguintes variáveis foram selecionadas pela análise univariada:
ASA
Uso de prótese
Potencial contaminação da ferida cirúrgica
93
IRIC
Uso de antibioticoprofilático
Hospital
Número de profissionais participantes da cirurgia
Variáveis consideradas importantes na literatura ortopédica:
Tipo de procedimento
Ocorrência de trauma
Caráter emergencial da cirurgia
Uso de anestesia geral
Idade
Tempo internação pré-
operatório
Duração da cirurgia
Proposição de modelos de Predição de
Proposição de modelos de Predição de Proposição de modelos de Predição de
Proposição de modelos de Predição de
ISC
ISCISC
ISC
5.4 Análise de regressão logística multivariada e o desenvolvimento de
modelos “alternativos” de predição de risco de infecção
Baseando-se nos resultados da análise univariada foram selecionadas 14 variáveis de acordo
com a significância estatística escolhida (p 0,20) e a importância na literatura, para serem
94
utilizadas na análise de regressão logística multivariada a fim de possibilitar a construção de
modelos “alternativos” ao modelo proposto pelo Sistema NNIS – IRIC (TABELA 12).
A partir dessas variáveis selecionadas especificaram-se quatro dos seis modelos de predição
de risco de ISC apresentados no estudo.
Modelo 0: constituído pelo Índice de Risco de Infecção IRIC do Sistema NNIS/CDC para
avaliá-lo, enquanto preditor de risco de infecção em pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos ortopédicos (TABELA 12). O Modelo IRIC serviu de modelo-padrão para
comparação com os outros modelos propostos (ANEXO 8).
TABELA 12
Estimativas da Regressão logística para avaliação do Índice de Risco de Infecção – IRIC
do Sistema NNIS/CDC, Belo Horizonte, MG – 1994-2002.
Variável Coeficiente OR Valor P IC 95%
Constante
- 4.53
IRIC
iric_1 0.568 1,76 0,004 1,2 – 2,6
iric_2 0,979 2,66 0,002 1,4 – 5,0
iric_3 1,642 5,16 0,113 0,7 – 39,4
A seguir, este modelo foi representado na Curva ROC para uma melhor visualização dos
resultados (GRÁFICO 3).
95
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1 - Specificity
Area under ROC curve = 0.5855
GRÁFICO 3 – CURVA ROC – Modelo 0 - IRIC
A curva ROC tem sido utilizada na comparação de modelos de regressão logística
(CHILDREN’S MERCY, 2006). No presente contexto, em que o evento estudado é a
ocorrência de ISC, a probabilidade estimada pelo modelo, p
ˆ
, é utilizada como ponto de corte
para a definição de cada ponto da curva ROC, ou seja, de cada par (sensibilidade e 1
especificidade).
A área sob a curva representa a distinção de todos os pares possíveis de indivíduos que
apresentam ISC daqueles que não apresentam a ISC. É uma medida da probabilidade de um
paciente com ISC apresentar um p
ˆ
(probabilidade estimada) maior do que o de um paciente
sem ISC, sendo ambos escolhidos aleatoriamente (CHILDREN’S MERCY, 2006).
Essa interpretação permite utilizar a área sob a curva ROC como parâmetro de avaliação da
eficácia do modelo proposto, enquanto preditor de ISC. Quanto maior a área, maior a
capacidade de predição de infecção do modelo correspondente. Daí a utilidade da área sob a
curva ROC.
96
Em termos geométricos, as curvas ROC são, em geral, côncavas. Elas se iniciam no canto
superior direito (quando p
ˆ
= 0) e terminam no canto inferior esquerdo (para algum p
ˆ
entre 0
e 1) ficando acima da diagonal. Portanto, a área abaixo da curva ROC tem valor igual ou
maior que 0,5 e aumentam quando os valores intermediários da curva se aproximam do canto
superior esquerdo (CHILDREN’S MERCY, 2006).
O Modelo 0 IRIC apresentou um valor de 0,58 para a área sob a curva correspondente,
indicando uma baixa acurácia ou baixo poder de predição dos pacientes infectados.
O modelo proposto foi analisado pelo Coeficiente de Correlação de Goodman-Kruskal
Gamma. O resultado encontrado (Gamma = 0,31) foi considerado muito baixo, corroborando
com o resultado achado pela área sob a curva ROC.
Modelo 0 – IRIC
Área Gamma Intervalo de Confiança (95%) p (Gamma) Chi2 df
0,58 0.31 [0,154 - 0,455] 0.000 16.2 3
Modelo 1: constituído pelas variáveis que compõem o Índice de Risco de Infecção IRIC do
Sistema NNIS/CDC (ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração
Cirurgia) para avaliá-lo enquanto preditor de risco de infecção em pacientes submetidos a
procedimentos cirúrgicos ortopédicos (TABELA 13).
O Modelo IRIC serviu de padrão para
comparação em relação aos outros modelos alternativos (ANEXO 8).
TABELA 13
97
Estimativas da Regressão logística para avaliação das variáveis que compõem o Índice
de Risco de Infecção IRIC do Sistema NNIS/CDC, Belo Horizonte, MG – 1994-2002.
Variável Coeficiente OR Valor P IC 95%
Constante
- 4.69
ASA
asa_2 0.318 1,37 0,14 0,9 – 2,1
asa_3 0,661 1,94 0,02 1,1 – 3,4
asa_4
0,968 2,63 0,12 0,8 – 9,0
Pot. Contaminação da Ferida
Cirúrgica
potencial contaminação_1 0.706 2,03 0,02 1,1 – 3,6
potencial contaminação_2 1.224 3,39 0,00 1,6 – 7,2
potencial contaminação_3
1.089 2,97 0,00 1,5 – 5,6
Duração da Cirurgia (min)
tempo_1
0.152
1,16
0,44
0,8 - 1,7
Observou-se que a variável Duração da Cirurgia, uma das três variáveis que compõem o
IRIC, não se mostrou associada à ocorrência de ISC.
A seguir, este modelo foi representado na Curva ROC para uma melhor visualização dos
resultados (GRÁFICO 4).
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1 - Specificity
Area under ROC curve = 0.6295
GRÁFICO 4 – CURVA ROC – Modelo 1 – (ASA, Potencial de Contami-
nação da Ferida Cirúrgica e Duração Cirurgia)
98
Analisando a área sob a curva do Modelo 1, observa-se que ela está muito afastada do canto
superior esquerdo. Seu valor de 0,63 indica baixa acurácia ou baixo poder de predição do
modelo em relação aos pacientes com ISC.
Modelo 2: constituído pelas variáveis com p 0,20 obtidas na análise univariada. Além delas,
fizeram parte desse modelo as variáveis consideradas importantes na literatura. Constou do
Modelo 2 as seguintes variáveis: ASA, Trauma, Prótese, Tipo de Procedimento, Potencial de
Contaminação da Ferida Cirúrgica, Uso de Antibioticoprofilático, Número de Profissionais
Participantes da Cirurgia, Hospital, Idade, Tempo Pré-operatório, Duração da cirurgia,
Uso de Anestesia Geral e Caráter Emergencial da cirurgia.
Foram testadas todas as interações possíveis dentre as variáveis que compuseram o modelo.
Para a obtenção do Modelo Final 2 optou-se por retirar as interações significativas
estatisticamente como (ASA*Hospital, Pot.Contaminação*Prótese e Hospital*Número de
Profissionais) devido à colinearidade entre cada interação e com as demais variáveis do
banco.
Retirando do modelo cheio as variáveis (Trauma, Caráter Emergencial da cirurgia,
Tempo Pré-operatório, Tipo de Procedimento, Idade e Uso de Antibióticoprofilático)
uma a uma na ordem apresentada, de acordo com o valor de p < 0,05, o Modelo 2 ficou com
as seguintes variáveis: ASA, Prótese, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica,
Hospital, Número de Profissionais Participantes da Cirurgia, Uso de Anestesia Geral e
Duração da Cirurgia (ANEXO 8). A TABELA 14 apresenta as estimativas da regressão
logística para este modelo.
99
TABELA 14
Estimativas da Regressão logística para definição do Modelo 2, Belo Horizonte, MG 1994-
2002.
Variável Coeficiente OR Valor P IC 95%
Constante
- 4.406
Prótese
0.628 1,87 0,003 1,3 –2,9
ASA
asa_2 0.633 1,88 0,01 1,2 – 3,1
asa_3 1,111 3,03 0,00 1,7 – 5,8
asa_4
1.576 4,83 0,02 1,4 – 17,3
0.065 1,06 0,78 0,7 – 1,7
N
o
Profissionais na cirurgia
número profissionais_1
número profissionais_2
1.667 5,29 0,00 1,7 – 14,5
Hospital
hospital_1
-1.758
0,17
0,00
0,1 – 0,3
hospital_2 -0.655 0,52 0,09 0,3 – 1,1
hospital_3 -1.363 0,26 0,00 0,1 – 0,6
Pot. Contaminação da ferida
cirúrgica
potencial contaminação_1 0.904 2,47 0,00 1,3 – 4,4
potencial contaminação_2 1.564 4,78 0,00 2,2 – 10,6
potencial contaminação_3
1.347 3,85 0,00 1,9 – 7,4
Uso de Anestesia Geral
(sim)
-0.383
0,68
0,06
0,5- 1,0
Duração da Cirurgia
tempo_1
0.503
1,65
0,03
1,1 – 2,6
A seguir, este modelo foi representado na Curva ROC para uma melhor visualização dos
resultados (GRÁFICO 5).
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1 - Specificity
Area under ROC curve = 0.7486
GRÁFICO 5 – CURVA ROC - Modelo 2
100
Analisando a área sob a curva do Modelo 2, observa-se que ela está mais próxima do canto
superior esquerdo do gráfico, quando comparado aos modelos 0 e 1.
O modelo 2 apresentou uma área de 0,75 sob a curva, revelando uma boa acurácia ou um bom
poder de predição do teste em relação à detecção dos pacientes com ISC para p
ˆ
próximo de
1,5%. O valor p
ˆ
= 0,015 pode ser considerado o melhor ponto de corte do modelo 2, pois, a
partir desse valor as sensibilidades e especificidades são 0 e 1, respectivamente (GRÁFICO 6)
e os pontos da curva ROC recaem sempre no canto inferior esquerdo (GRÁFICO 5).
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity/Specificity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Probability cutoff
Sensitivity Specificity
GRÁFICO 6 – Pontos de corte para cada Probabilidade do Modelo 2 (Pró-
tese, ASA, Número de Profissionais na Cirurgia, Hospital, Potencial de Con-
taminação, Uso de Anestesia Geral e Duração da Cirurgia)
Esse baixo valor limita a utilização do p
ˆ
como parâmetro de diagnóstico de ISC. Este fato é
uma conseqüência dos baixos índices de ISC verificados no estudo.
Modelo 3:
foram incluídas as variáveis com p 0,20 na análise univariada. Constou do
Modelo 3 as seguintes variáveis: ASA, Trauma, Prótese, Tipo de Procedimento, Potencial de
101
Contaminação da Ferida Cirúrgica, Uso de Antibióticoprofilático, Número de Profissionais
Participantes da Cirurgia e Hospital.
Foram testadas todas as interações possíveis entre as variáveis que compunham o modelo.
Para a obtenção do Modelo Final 3 optou-se por retirar as interações (ASA*Hospital,
Pot.Contaminação*Prótese e Hospital*Número de Profissionais) devido à colinearidade entre
cada interação e as demais variáveis do banco.
Retirando do modelo cheio as variáveis (Trauma, Uso de Antibioticoprofilático e Tipo de
Procedimento) uma a uma na ordem apresentada, de acordo com o valor de p < 0,05, o
Modelo Final 3 ficou com as seguintes variáveis: ASA, Prótese, Potencial de Contaminação
da Ferida Cirúrgica, Hospital e Número de Profissionais Participantes da Cirurgia
(ANEXO 8).
A TABELA 15 apresenta as estimativas da regressão logística para este modelo.
TABELA 15
Estimativas da Regressão logística para definição do Modelo 3, Belo Horizonte, MG
1994-2002.
Variável Coeficiente OR Valor P IC 95%
Constante
- 4.612
Prótese 0.728 2,1 0,00 1,4 –3,1
ASA
asa_2 0.685 2,0 0,00 1,3 – 3,1
asa_3 1,144 3,1 0,00 1,7 – 5,8
1,557 4,7 0,02 1,3 – 16,7
0,083
1,1
0,73
0,7 – 1,7
1,773 5,9 0,00 2,1 – 16,5
asa_4
N
o
Profissionais na cirurgia
número profissionais_1
número profissionais_2
Hospital
102
hospital_1 -1.429 0,2 0,00 0,1 – 0,4
hospital_2 -0.356 0,7 0,33 0,3 – 1,4
hospital_3 -1.005 0,4 0,01 0,2 – 0,7
Pot. Contaminação da ferida
cirúrgica
potencial contaminação_1 0.846 2,3 0,01 1,3 – 4,3
potencial contaminação_2 1.489 4,3 0,00 2,0 – 9,8
potencial contaminação_3 1.273 3,6 0,00 1,8 – 7,0
A seguir, este modelo foi representado na Curva ROC para uma melhor visualização dos
resultados (GRÁFICO 7).
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1 - Specificity
Area under ROC curve = 0.7339
GRÁFICO 7 – CURVA ROC – Modelo 3
Analisando a área sob a curva do Modelo 3, observa-se que ela apresenta alguns pontos de
corte próximos do canto superior esquerdo do gráfico. Esse modelo possui uma área de 0,73
sob a curva representando, também, um bom poder de predição do teste em relação à ISC,
mas inferior ao apresentado pela Curva ROC do Modelo 2.
Modelo 4: foram incluídas as variáveis com um p 0,20 obtidas na análise univariada. Além
delas, foi incluída a variável IRIC (excluídas as variáveis que o compõem ASA, Potencial
de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração da Cirurgia). Constou do Modelo 4 as
103
seguintes variáveis: Trauma, Prótese, Tipo de Procedimento, Uso de Antibióticoprofilático,
Número de Profissionais Participantes da Cirurgia, Hospital, IRIC.
Foram testadas todas as interações possíveis dentre as variáveis que compuseram o modelo.
Para a obtenção do Modelo 4 optou-se por retirar as interações significativas estatisticamente
como (IRIC*Hospital, IRIC*Prótese e Hospital*Número de Profissionais) devido à
colinearidade entre cada interação e entre as demais variáveis do banco.
Retirando do modelo cheio as variáveis (Trauma, Tipo de Procedimento e Uso de
Antibióticoprofilático) uma a uma na ordem apresentada, de acordo com o valor de p < 0,05,
o Modelo Final 4 ficou com as seguintes variáveis: Prótese, IRIC, Hospital e Número de
Profissionais Participantes da Cirurgia (ANEXO 8).
A TABELA 16 apresenta as estimativas da regressão logística para este modelo.
TABELA 16
Estimativas da Regressão logística para definição do Modelo 4, Belo Horizonte, MG -
1994-2002.
Variável Coeficiente OR Valor P IC 95%
Constante
- 4.350
Prótese 0.503 1,6 0,01 1,1 –2,4
IRIC
iric_1 1,013 2,7 0,00 1,8 – 4,3
iric_2 1,634 5,1 0,00 2,5 – 10,4
iric_3
2,428 11,3 0,02 1,4 – 90,6
0,074
1,1
0,76
0,7 – 1,7
N
o
Profissionais na cirurgia
número profissionais_1
número profissionais_2
1,701 5,5 0,00 2,0 – 15,3
Hospital
hospital_1 -1.522 0,2 0,00 0,1 – 0,4
hospital_2 -0.331 0,7 0,35 0,4 – 1,4
hospital_3 -0,977 0,4 0,01 0,2 – 0,8
104
A seguir, este modelo foi representado na Curva ROC para uma melhor visualização dos
resultados (GRÁFICO 8).
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1 - Specificity
Area under ROC curve = 0.7065
GRÁFICO 8 – CURVA ROC – Modelo 4
Analisando a área sob a curva do Modelo 4, observa-se que ela apresenta uma curva com
pontos distribuídos de maneira não homogênea e apenas alguns pontos de corte estão
próximos do canto superior esquerdo do gráfico. Este modelo possui uma área de 0,71 sob a
curva. Este valor está próximo do limite entre um teste com bom poder de predição em
relação à ISC e um teste considerado não adequado para a predição de ISC.
Modelo 5: foram incluídas neste modelo as variáveis que tiveram um p 0,20 na análise
univariada. Foram também incluídas a variável IRIC (excluídas as variáveis que o compõe
ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração da Cirurgia) e as variáveis
importantes na literatura.
Constou do Modelo Cheio 5 as seguintes variáveis:
Trauma, Prótese, Tipo de Procedimento,
IRIC, Uso de Antibióticoprofilático, Hospital, Número de Profissionais Participantes da
105
Cirurgia, Caráter Emergencial da Cirugia, Uso de Anestesia Geral, Idade e Tempo pré-
operatório.
Foram testadas todas as interações possíveis dentre as variáveis que compuseram o modelo.
Para a obtenção do Modelo Final 5 optou-se por retirar as interações significativas
estatisticamente como (IRIC*Hospital, IRIC*Prótese e Hospital*Número de Profissionais)
devido à colinearidade entre cada interação e entre as demais variáveis do banco.
Retirando do modelo cheio as variáveis (Trauma, Tempo pré-operatório, Tipo de
Procedimento, Caráter Emergencial da Cirurgia, Uso de Anestesia Geral e Uso de
Antibióticoprofilático) uma a uma na ordem apresentada, de acordo com o valor de p < 0,05,
o Modelo Final 5 ficou com as seguintes variáveis: Prótese, IRIC, Hospital, Número de
Profissionais Participantes da Cirurgia e Idade (ANEXO 8).
A TABELA 17 apresenta as estimativas da regressão logística para este modelo.
TABELA 17
Estimativas da Regressão logística para definição do Modelo 5, Belo Horizonte,MG – 1994-2002.
Variável Coeficiente OR Valor P IC 95%
Constante
- 4.425
Prótese 0.45 1,6 0,03 1,1 –2,3
IRIC
iric_1 0,94 2,6 0,00 1,6 – 4,0
iric_2 1,46 4,3 0,00 2,1 – 8,9
iric_3 2,33 10,2 0,03 1,3 – 81,4
0,05 1,1 0,82 0,6 – 1,7
N
o
Profissionais na cirurgia
número profissionais_1
número profissionais_2
1,70 5,4 0,00 1,9 – 14,9
Hospital
hospital_1 -1.82 0,2 0,00 0,1 – 0,3
-0.67 0,5 0,09 0,2 – 0,6
-1,34 0,3 0,01 0,1 – 0,6
hospital_2
hospital_3
Idade
0,01
1,0
0,00
1,0– 1,0
106
A seguir, este modelo foi representado na Curva ROC para uma melhor visualização dos
resultados (GRÁFICO 9).
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1 - Specificity
Area under ROC curve = 0.7123
GRÁFICO 9 – CURVA ROC – Modelo 5
Este modelo, também, possui uma área de 0,71 sob a curva ROC (GRÁFICO 9). Apesar de o
valor encontrado estar próximo do limite entre um teste com bom poder de predição em
relação à ISC e um teste considerado não adequado para a predição de ISC, ele é melhor do
que o modelo 4, pois os pontos da curva estão distribuídos de maneira homogênea.
Através dos gráficos construídos pôde-se, visualmente e através dos parâmetros descritos,
verificar a capacidade discriminante dos modelos alternativos. Dentre os modelos
apresentados, considerou-se o Modelo 2 (Alternativo), o que apresentou melhor adequação
em relação à ISC, com uma área sob a curva de 0,75. Dois dos outros três modelos
apresentaram uma área sob a curva de 0,71 e o outro uma área sob a curva de 0,73.
A seguir serão apresentadas no GRÁFICO 10 as comparações dos modelos 2, 0 (IRIC) e 1
(com as três variáveis que compõem o IRIC).
107
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1-Specificity
Mod0 ROC area: 0.5855 Mod1 ROC area: 0.6295
Mod2 ROC area: 0.7486 Reference
GRÁFICO 10 – CURVA ROC – Comparação do Modelo 0 – IRIC com Modelo 2
Alternativo e o modelo 1 (ASA, Potencial de Contaminação da Cirurgia e Duração
da Cirurgia)
Pelo GRÁFICO 10 e TABELA 18, quando a curva do Modelo Alternativo 2 é comparada
com a do Modelo 0 IRIC do Sistema NNIS/CDC, observa-se que as curvas são diferentes
estatisticamente e são significativas em relação ao valor de p. O mesmo acontece em relação
às curvas do Modelo 2 Alternativo em relação ao Modelo 1.
TABELA 18
Comparação dos Modelos 0, 1 e 2 em relação às áreas da Curva ROC
Modelo Área DP Intervalo de Confiança (95%) valor p
Modelo 0
a
0.5855 0.0245 [0.53747 - 0.63361] <0,005
Modelo 1
b
0.6295 0.0269 [0.57678 - 0.68218] <0,005
Modelo 2
c
0.7486 0.0199 [0.70948 - 0.78764] <0,005
Ho: área(Mod 0) = área (Mod 1) = área(Mod 2) chi2(1) = 32.40 Prob>chi2 = 0.00
a
Modelo 0 – IRIC
b
Modelo 1 – (ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração Cirurgia)
c
Modelo 2 - (ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica, N
o
de Profissionais na cirurgia, Hospital, Uso de Anestesia Geral e
Duração Cirurgia).
De acordo com o GRÁFICO 11 e TABELA 19 quando se realiza a comparação dos seis
Modelos pode-se observar que as áreas das curvas acima da reta de 45 graus são áreas que
diferem estatisticamente uma da outra, apresentando um p 0,00. Todos os modelos
apresentam um p < 0,05.
108
O Modelo 2 Alternativo tem um melhor poder de predição de ISC quando comparado ao
Modelo do Índice de Risco do NNIS – IRIC e ao Modelo 1.
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Sensitivity
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
1-Specificity
Mod0 ROC area: 0.5855 Mod1 ROC area: 0.6295
Mod2 ROC area: 0.7486 Mod3 ROC area: 0.7339
Mod4 ROC area: 0.7065 Mod5 ROC area: 0.7123
Reference
GRÁFICO 11 – CURVA ROC – Comparação Modelos 1, 2, 3, 4, 5 Al-
ternativos com o Modelo 0
(IRIC)
TABELA 19
Resultados dos Modelos Alternativos em relação ao Modelo IRIC do Sistema NNIS/CDC.
Modelos Área DP IC 95% Valor p
Modelo 0 - IRIC 0,58 0,0245
[0,53747 - 0,63361] <0,005
Modelo 1 0,63 0,0296
[0,57678 - 0,68218] <0,005
Modelo 2 0,75 0,0194
[0,70948 - 0,78164] <0,005
Modelo 3 0,73
0,0222 [0,69039 - 0,77738] <0,005
Modelo 4 0,71
0,0234 [0,66071 – 0,75238] <0,005
Modelo 5 0,71
0,0215
[0,67010 - 0,75449]
<0,005
Ho: área (Mod. 0) = área(Mod. 1) = área(Mod. 2) = área(Mod.3) = área(Mod. 4) = área(Mod.5)
chi2(5) = 39.72 Prob>chi2 = 0.000
Na TABELA 20, ao avaliar a correlação do Índice de Risco de Infecção do Sistema
NNIS/CDC através do Teste de Goodman-Kruskal (também denominado coeficiente Gamma
- G) com a ocorrência de ISC observou-se que este índice tem baixa associação com a ISC (G
= 0,31), isto é, tem baixo poder preditivo de ISC.
109
TABELA 20
Avaliação da Correlação do IRIC com a ISC de pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos ortopédicos, através do Teste de Goodman-Kruskal (G) - Coeficiente Gamma,
Belo Horizonte, MG – 1994-2002.
ISC Índice de Risco de Infecção Cirúrgica do Sistema NNIS - IRIC
IRIC 0 IRIC 1 IRIC 2 IRIC 3 Total
0 - Não 5.207 2.476 419 18 8.120
(64,13%) (30,49%) (5,16%) (0,22) (100%)
1 – Sim 56 47 12 01 116
Total
(48,28%)
5.263
(40,52%)
2.523
(10,34%)
431
(0,86%)
19
(100%)
8.236
Pearson chi2(3) = 16,15 p = 0,001 Gamma = 0,305 IC95% = [0,154 – 0,455] p 0,000 ASE = 0,077
5.5 Cálculo das probabilidades do modelo IRIC e modelo 2 alternativo
Outra maneira de se verificar a capacidade de um modelo em predizer ISC é utilizando
estimadores diferentes de probabilidades de ocorrência de infecção (cálculo de probabilidades
observadas e estimadas). Quanto menor a variância dos valores obtidos entre essas
probabilidades, mais confiável será o resultado obtido. Essa situação pode ser analisada a
seguir.
A probabilidade (estimada) de ocorrência de ISC pode ser calculada pela fórmula:
)exp(1
)exp(
ˆ
d
d
p
+
=
em que
3322110
XXXd
ββββ
+++= e X
i
= IRIC
i
, para
i
= 1 ou 2 ou 3.
Para o paciente com melhor prognóstico, ou seja, aquele que tem IRIC 0 = 1, IRIC 1 = 0,
IRIC 2 = 0 e IRIC 3 = 0, tem-se 0
321
=== XXX
e 532407,4
0
==
β
d . Portanto, nesse
caso, a probabilidade de ocorrência de ISC é dada por:
110
1,06403241
)-4,532407exp(1
)-4,532407exp(
ˆ
=
+
=p %
Para o paciente com pior prognóstico, ou seja, aquele que tem IRIC 0 = 0, IRIC 1 = 0,
IRIC 2 = 0 e IRIC 3 = 1, tem-se
0
21
== XX
,
1
3
=X e
890371,2642036,1532407,4
=
+
=
d . A respectiva probabilidade de ocorrência de ISC é
dada por :
%26316167,5
)964255,3exp(1
)964255,3exp(
ˆ
=
+
=p
Todas as quatro possíveis configurações do Modelo IRIC foram consideradas. Como
observado na TABELA 21, as probabilidades (observadas e estimadas) dos pacientes
adquirirem ISC do Modelo IRIC foram crescentes à medida que os fatores de risco dessa
variável foram aumentando.
Pode-se observar que apesar das probabilidades serem baixas, elas são crescentes. Quando se
compara as probabilidades entre os escores, verifica-se que a probabilidade do IRIC 3 em
relação ao IRIC 0 quintuplica.
As probabilidades observadas e as estimadas diferem uma da outra apenas na sexta casa
decimal, demonstrando ser o Modelo IRIC um bom estimador de probabilidades além de
conseguir estratificar, adequadamente, os pacientes cirúrgicos ortopédicos nos quatro escores
do modelo.
As probabilidades observadas e esperadas são na verdade dois estimadores consistentes do
mesmo parâmetro (probabilidade de infecção verdadeira). Como o número de registros do
banco é muito grande (8.236), pode acontecer dos estimadores apresentarem valores
111
próximos. Mesmo assim, considera-se que as estimativas das probabilidades obtidas através
do modelo IRIC são confiáveis.
TABELA 21
Probabilidades observadas e esperadas de ocorrência da ISC dos pacientes cirúrgicos
ortopédicos segundo a variável IRIC, Belo Horizonte, MG – 1994-2000
Configurações Possíveis do IRIC Probabilidades
IRIC 0 IRIC 1 IRIC 2 IRIC 3 ISC - ISC + P
OBS
(%) P
EST
(%)
IRIC = 0
1 0 0 0 5.207 56 1,06403192% 1,06403241%
IRIC = 1
0 1 0 0 2.476 47 1,86286167% 1,86286246%
IRIC = 2
0 0 1 0 419 12 2,78422274%
2,78422401%
IRIC = 3
0 0 0 1 18 1 5,26315789%
5,26316167%
Nota: 0 = Fator de Risco Ausente P
OBS
(%) = Probabilidade Observada
1 = Fator de Risco Presente P
EST
(%) = Probabilidade Estimada
Optou-se por realizar reamostragens da mesma amostra estudada (8.236 registros) para
validar os estimadores das probabilidades e com isso, a variabilidade de cada escore do IRIC
(EFRON e TIBSHIRANI, 1993; MANLY, 1997).
Foram feitas 400 reamostragens. Cada uma delas contendo 1.000 observações retiradas
aleatoriamente do banco de 8.236 registros. Para cada uma das amostras com 1.000
observações foi realizada a análise de regressão logística para estimação dos parâmetros.
Estas estimativas foram utilizadas para estimar a probabilidade de ISC em cada escore do
IRIC. Conseguiu-se, portanto, 400 estimativas das probabilidades de infecção para cada um
dos níveis do IRIC.
O objetivo da reamostragem foi avaliar a variabilidade do estimador das probabilidades de
ISC dentro de cada nível da variável IRIC. Caso o estimador fosse bom, não haveria grande
112
variabilidade das estimativas geradas por ele, de uma amostra para outra. Como a
variabilidade foi pequena, comprova a adequação e confiabilidade do estimador para obtenção
das probabilidades do modelo IRIC. A única ressalva foi observada para as probabilidades
estimadas, quando o indivíduo foi categorizado no escore 3 do IRIC. Neste caso observou-se
uma variância maior do estimador da probabilidade de ISC, mas isto se deve ao fato do
número baixo de indivíduos nesta categoria e uma incidência de infecção muito baixa.
A FIGURA 3 representa os gráficos das 400 estimativas de cada um dos escores da variável
IRIC. Pode-se observar que as probabilidades estimadas para os três primeiros escores
apresentaram uma distribuição aproximadamente normal (Gaussiana) com as estimativas
flutuando simetricamente em torno de sua média.
IRIC 0 - Média:0,01102 DP: 0,00386 IRIC 1- Média: 0,01733 DP: 0,00531
IRIC 2 - Média: 0,2983 DP: 0,01593 IRIC 3 - Média: 0,06276 DP: 0,05248
FIGURA 3 - Histogramas das probabilidades de infecção para as quatro categorias do IRIC
113
5.6 Comparação entre os modelos IRIC e o modelo 2 no cálculo das
probabilidades
Foram calculadas as probabilidades observadas e estimadas do modelo 2 alternativo para
comparação com as probabilidades encontradas pelo modelo IRIC. Quanto menor a variância
dos valores obtidos entre as probabilidades, melhor o estimador. Quanto maiores os valores
das probabilidades encontradas pelo modelo 2, melhor ele pode ser considerado. Essa
situação pode ser analisada nos GRÁFICOS 12 e 13.
A probabilidade estimada de ocorrência de ISC, conforme o modelo 2 alternativo pode ser
calculada pela fórmula:
)exp(1
)exp(
ˆ
d
d
p
+
=
em que d é o logito, podendo ser definido por
141422110
XXXd
ββββ
++++=
L
.
As variáveis
1421
,,, XXX
L
, os respectivos coeficientes
1421
,,,
βββ
L
e o intercepto
0
β
do
modelo 2 (alternativo) estão apresentados na TABELA 22.
TABELA 22
Variáveis que compõem o Modelo 2 e seus respectivos coeficientes β
Variáveis Coeficientes
X
1
= Uso de Prótese β
1
0,628
X
2
= ASA_2 β
2
0,633
X
3
= ASA_3 β
3
0,111
X
4
= ASA_4 β
4
1,576
X
5
= Nprofi_1 β
5
0,065
X
6
= Nprofi_2 β
6
1,667
X
7
= Hospit_1 β
7
-1,758
X
8
= Hospit_2 β
8
- 0,655
X
9
= Hospit_3 β
9
- 1,363
114
X
10
= Cont_1 β
10
- 0,904
X
11
= Cont_2 β
11
- 1,564
X
12
= Cont_3 β
12
- 1,347
X
13
= Uso Anestesia β
13
- 0,383
X
14
= Duração Cirurgia β
14
0,503
Intercepto β
0
- 4,606
O modelo 2 alternativo gerou 474 tipos diferentes de configurações, das quais 7 foram
observadas somente entre indivíduos com ISC, 402 somente entre indivíduos sem infecção e
65 distribuídas entre indivíduos com ou sem infecção.
Na TABELA 23 estão apresentadas as probabilidades estimadas pelo modelo 2 para 4
configurações das variáveis, bem como as probabilidades observadas nos dados. Estas são
calculadas pela freqüência de ISC entre os pacientes cujas variáveis do modelo possuem o
mesmo valor (mesma configuração)
Por exemplo, a penúltima linha da tabela mostra que a configuração:
1
14107521
====== XXXXXX e 0
13121198643
======== XXXXXXXX
ocorreu em 21 pacientes, dos quais, apenas 1 apresentou ISC positiva. Isto significa que a
probabilidade observada para esta configuração foi de:
%.76,4
21
1
ˆ
=
obs
p
Para a mesma configuração o valor de d foi de:
.431,3503,0904,0758,1065,0633,0628,0406,4
14107510
=+++++=
+++++=
ββββββ
d
Portanto, para esta configuração, a probabilidade estimada pelo modelo 2 alternativo foi de:
115
%.13,3
431,3exp(1
)431,3exp(
)dexp(1
)dexp(
ˆ
+
=
+
=p
116
0 .1 .2 .3
Pr(SSI)
0 100 200 300 400 500
covariate pattern
GRÁFICO 12 – Probabilidades Estimadas do Modelo 2 Alternativo
em 474 Grupos de Configurações.
0 .1 .2 .3
Pr(SSI)
0 2000 4000 6000 8000
Observacoes
GRÁFICO 13 – Probabilidades Estimadas do Modelo 2
117
Alternativo nos 8.236 dados
Nota: As observações foram ordenadas pela probabilidade
Para avaliar o ajuste do modelo 2 foi realizado o teste do X
2
de Pearson encontrando-se um
valor de p > 0,05 (aproximadamente 0,08). Portanto pode-se deduzir que a hipótese de
igualdade das probabilidades observadas e esperadas do modelo 2 é verdadeira.
Ao teste de ajuste de Hosmer-Lemeshow para 15 grupos de covariáveis, dos 474 diferentes
grupos de configurações observadas, encontrou-se um valor de p = 0,74. Este resultado
encontrado confirma, portanto, que a hipótese de igualdade das probabilidades é verdadeira,
conforme o X
2
de Pearson.
Este fato é evidenciado nos GRÁFICOS 14 e 15. No primeiro foram plotados os resíduos de
Pearson para os 474 padrões de observações das variáveis do modelo 2. No segundo, foram
plotados os resíduos de Pearson para cada uma das observações, ordenadas pela probabilidade
esperada. Em ambos os gráficos, os resíduos se distribuem uniformemente em torno do valor
zero, o que quer dizer que o estimador utilizado para estimar as probabilidades observadas e
esperadas de ocorrência de ISC pelo modelo 2 alternativo está adequado.
-2 0 2 4 6 8
Pearson residual
0 100 200 300 400 500
covariate pattern
118
GRÁFICO 14 – Resíduos de Pearson x 474 Grupos de
Configurações do Modelo 2
-2 0 2 4 6 8
Pearson residual
0 2000 4000 6000 8000
Observacoes
GRÁFICO 15 – Resíduos de Pearson x Número de Observações
Totais (8.236)
119
5 Discussão
5 Discussão5 Discussão
5 Discussão
Serão discutidos, inicialmente, os aspectos relacionados ao delineamento e à metodologia
utilizada na análise, seguidos pela discussão dos resultados encontrados neste estudo.
5.1 Considerações metodológicas
5.1.1 Referentes ao delineamento do estudo e principais limitações
Para analisar os dados deste estudo utilizou-se o delineamento coorte histórica. A coorte
histórica é identificada e formada no passado com base na existência de registros em
prontuários e é seguida em direção ao presente, tempo em que o estudo foi iniciado.
Um dos principais aspectos que merece consideração em estudos epidemiológicos é a
presença de vícios ou vieses. Segundo Pereira (2000) viés é sinônimo de erro sistemático,
vício, tendenciosidade, desvio, deturpação, distorção ou “bias”.
Em uma pesquisa científica, devem-se conhecer as causas possíveis ou prováveis de erros. As
possíveis falhas na metodologia do estudo devem ser analisadas criticamente e expostas para
que a validade interna e externa seja claramente discutida. Em geral, o viés não é intencional,
mas proveniente de questões conceituais e metodológicas não resolvidas adequadamente, quer
por impossibilidade prática de evitá-las, quer por não serem identificadas no devido tempo
(PEREIRA, 2000).
120
Erros sistemáticos introduzidos em qualquer etapa do estudo, sejam eles no delineamento, na
condução ou na análise tendem a produzir resultados que não refletem os valores verdadeiros
(SZKLO & JAVIER NETO, 2000; GORDIS, 2000). Os erros em uma investigação
epidemiológica podem ser evitados e controlados nas fases de planejamento, execução e
análise dos dados (PEREIRA, 2000; GORDIS, 2000; SZKLO & JAVIER NETO, 2000).
O estudo de coorte histórica mostrou-se ideal para a análise dos dados do estudo. Como
qualquer outro tipo de estudo, mesmo que de forma não intencional, vieses podem ter
ocorrido durante a condução do estudo.
Um dos principais vieses identificados neste estudo foi devido a perdas de informação. Perdas
diferenciais entre os indivíduos com informações perdidas quando comparados aos com
informações no estudo podem levar a um resultado do risco relativo ou odds relativa
deturpados, o que influenciaria diretamente no evento de interesse.
O planejamento inicial deste estudo visava analisar o banco de dados dos 4 hospitais
envolvidos no trabalho. Após realizar a consistência dos bancos iniciais, estes compuseram
21.558 informações de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos.
Observou-se que entre todas as variáveis, a grande maioria delas, tinha percentuais de perdas
que variavam de 17% a aproximadamente 40%. Variáveis importantes e principais do banco,
como a Infecção de Sítio Cirúrgico (variável resposta) e o Índice de
Risco de Infecção de Sítio Cirúrgico do Sistema NNIS/CDC – IRIC (uma das variáveis
independentes que faz parte do principal objetivo do estudo) tinham perdas consideráveis de
informações. Quando analisadas, essas perdas elas foram classificadas como diferenciais o
121
que impossibilitaria a priori trabalhar com tais variáveis. Entretanto, quando se realiza
comparações com bancos de dados contendo muitas informações, como é o caso deste estudo,
a significância estatística pode ocorrer ao acaso. Isto poderia explicar em parte as diferenças
estatísticas encontradas entre as informações dos indivíduos que foram perdidos dos
indivíduos que foram analisados. Provavelmente, introduziu-se assim
viés de seleção e de
informação
no estudo.
O banco que foi denominado “completo”, quer dizer sem perdas de informações nas variáveis,
permaneceu com um total de 8.236 registros de pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos ortopédicos. Número ainda grande o suficiente para ser trabalhado estatisticamente
para atingir os objetivos propostos. É necessário ressaltar que as 8.236 informações dos
pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas continuam com características diferentes dos que
foram retirados do banco.
Assim, o banco que foi denominado “completo”, quer dizer sem as perdas de informações nas
variáveis, permaneceu com um total de 8.236 informações de pacientes submetidos a
procedimentos cirúrgicos ortopédicos. Número ainda grande o suficiente para ser trabalhado
estatisticamente para atingir os objetivos propostos serem alcançados. É necessário ressaltar
que as 8.236 informações dos pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas continuam com
características diferentes dos que foram retirados do banco.
Outro tipo de viés que pode ser introduzido nos estudos de coorte é o viés de seguimento. O
viés de seguimento
pode ter ocorrido por não se fazer, nos hospitais do estudo a vigilância
após alta das ISC. Com isso os pacientes com curta permanência pós-operatória podem ter
122
tido infecção e esta não ter sido detectada pelos hospitais, gerando com isso uma baixa
incidência de ISC
A vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, enquanto processo de observação,
produção de informações adequadas e análise rotineira da ocorrência e distribuição das IH, é a
maior atividade dentro de um Serviço de Controle de Infecções Hospitalares que necessita do
auxílio de programa (softwares) para gerenciar dados de infecções.
Pode-se dizer que a vigilância epidemiológica das infecções hospitalares é um sistema de
informação complexo que gerencia muitos dados e por isso deva ser bem planejada. As
definições dos mecanismos de coleta, das variáveis que irão compor o banco de dados, das
análises que serão feitas e da produção de relatórios devem ser claras.
As informações geradas pela metodologia de vigilância das infecções dentro de um hospital
podem e devem resultar na montagem de um banco de dados. Para Lessa et al (2000) um
banco de dados é um produto da transcrição dos instrumentos de coleta. A partir dessa
definição de Lessa e colaboradores pode-se inferir a grande importância que um instrumento
de coleta de dados tem dentro de um sistema de informação, seja ele para qualquer finalidade.
Os arquivos de dados hospitalares devem ser compostos de um conjunto de variáveis para
cada paciente, que são retirados de uma ficha de coleta. Essa ficha ou instrumento de coleta
deve garantir uma rápida e ágil obtenção de informações para uma melhor consistência dos
dados.
123
A obtenção de dados através de instrumentos de coleta é um subsistema de produção de dados
bastante crítico para o sistema como um todo. A partir desses dados coletados das fichas de
coletas ou instrumentos de coleta é que são produzidas ou não as informações, que
racionalmente, serão analisadas e entrarão nos relatórios, que no caso deste estudo, irão
caracterizar o problema das infecções hospitalares de um dado serviço, em um dado hospital.
Para Campos et al. (2000) a principal vantagem de se trabalhar com banco de dados é o
grande volume de casos registrados e o reduzido tempo entre a ocorrência do evento e seu
registro no sistema. Para eles a utilização de bancos de dados pode representar um importante
avanço nas ações de avaliação e melhoria da qualidade dos serviços de saúde.
Ao utilizar um banco de dados em estudos epidemiológicos, deve-se atentar para algumas
limitações como o fato de se trabalhar com variáveis pré-determinadas e coletadas (o
investigador não pode escolher e realizar o seguimento) e de se trabalhar com grandes perdas
de informações.
Segundo Machado (2002) ao se utilizar um sistema de arquivos de dados vitais de qualquer
país, mas principalmente de países em desenvolvimento (bancos de dados de mortalidade ou
de nascidos vivos) para estudos, deve-se ter em mente o grau de precisão limitada das
informações geradas por esse sistema, devido ao grande percentual de dados sem informação.
Grandes perdas comprometem a qualidade dos dados. Sabe-se que ao analisar banco de dados,
esforços devem ser feitos para minimizar resultados pouco acurados.
De que maneira essas perdas de informações podem ser trabalhadas para produzirem
resultados consistentes e acurados? É necessária uma avaliação do sistema de vigilância
124
epidemiológica das infecções no sítio cirúrgico em cada hospital do estudo, com o objetivo de
fazer com que os profissionais envolvidos no preenchimento dos instrumentos de coleta, nos
centros cirúrgicos, que o façam de maneira coerente, minimizando as perdas de informação.
Além disso, é necessário também que se realize a “checagem” de entrada dos dados de cada
variável no banco, para que sejam determinados os possíveis limites de entrada para cada
informação. Outro procedimento que garante acúrácia é a “dupla entrada de dados” no banco.
Isso pode ser feito, talvez, por um bom sistema de conferencia, a fim de verificar o nível de
concordância dos dados do banco.
5.2 Incidência de Infecção de Sítio Cirúrgico
Durante o período do estudo, entre 1994 a 2002, foram notificados 116 casos de ISC entre os
8.236 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos.
A incidência global de 1,41% foi resultante da vigilância dos pacientes realizada durante a
internação, no hospital. A taxa obtida encontra-se abaixo dos parâmetros preconizados por
vários estudos, que obtiveram taxas variando entre 2,8% a 20% (MARTONE et al., 1985;
STARLING et al., 1993; LIZÁN-GARCÍA,1997; OLIVEIRA, 2003).
Essa baixa incidência obtida no período de estudo nas quatro instituições pode ser devida à
ocorrência de subnotificação, por rios motivos: falta de controle dos pacientes após a alta
hospitalar e problemas relacionados aos registros no banco de dados. A taxa de ISC no banco
com 21.512 registros foi de 2,0%, demonstrando que mesmo sem retirar os indivíduos com
informações perdidas a taxa de ISC é baixa. Por outro lado, deve-se considerar que os
125
hospitais estudados realizam uma vigilância epidemiológica, já, há muitos anos, consolidada,
o que poderia refletir em baixas taxas de ISC.
A vigilância do paciente após a alta hospitalar deve ser feita até o trigésimo dia a partir da
data da cirurgia e até um ano se houver implante de prótese. Essa vigilância é preconizada por
vários estudos como os de FERRAZ e LIMA-FILHO, 1981; BURNS e DIPPE, 1987;
MANGRAN et al., 1999; OLIVEIRA, 1999 e 2003.
Segundo Gaynes (2001) atualmente os pacientes hospitalizados tendem a receber alta
precocemente após a realização da cirurgia, o que pode acarretar em uma menor taxa de
incidência no período intra-hospitalar. Este fato gera taxas de incidência que não condizem
com a realidade.
Segundo Oliveira (2003) a infecção leva de quatro a seis dias para a sua manifestação. Em
pacientes que recebem alta precoce, essas ISC podem não ser detectadas por um Sistema de
Vigilância Epidemiológica que não realize o seguimento dos pacientes após a alta hospitalar.
Se os pacientes tivessem infecção neste período após alta, o esperado é que ele retornasse ao
hospital onde a intervenção tenha sido realizada. Este fato não é garantido, pois o paciente
pode procurar outro serviço ou mesmo o tratamento em consultório das infecções
consideradas menos graves. A infecção seria registrada no prontuário se o paciente
necessitasse de uma reinternação no mesmo local do procedimento para o tratamento de uma
infecção considerada mais grave.
Quando a incidência de ISC foi analisada por instituição, observou-se que o Hospital 0
apresentou uma taxa de 2,0% (n=56) sendo a maior quando comparada aos outros hospitais.
126
Mesmo elevada quando comparada às outras três instituições, a taxa encontrada está abaixo
dos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde para a ocorrência de ISC.
A taxa de incidência mais elevada em relação aos outros hospitais pode estar associada ao fato
dessas infecções, nesse hospital, terem ocorrido em clientela bastante jovem, com patologias e
prognósticos mais graves e condições nutricionais menos favoráveis. Dos 56 casos com ISC
ocorridos no Hospital 0, 43 (76,8%) deles eram crianças menores de 13 anos; 23 (53,5%) das
43 crianças menores de 13 anos fizeram algum tipo de cirurgia do grupo OMS. Dessas 23
crianças, 4 (17,4%) tiveram a cirurgia classificada como potencialmente contaminada, 3
(13%) como contaminada e 3 (13%) como infectada.
Lacerda (1992) afirma que a realização de cirurgia em pacientes jovens constitui situação de
risco à infecção, devido a uma resposta imunológica imatura ou comprometida dos pacientes
extremamente jovens e por desgaste deste em populações idosas. As maiores taxas de ISC por
idade (0,53% e 0,41%) foram verificadas no grupo de menores de 13 anos e no grupo com
faixa etária entre 61 e 99 anos respectivamente.
As maiores taxas de incidência entre os seis tipos diferentes de procedimentos cirúrgicos
foram entre as próteses de quadril e outros tipos de próteses. Esses dois procedimentos
apresentaram taxas de 2,2%. Este fato pode ser explicado pelo uso de materiais de implante
não orgânicos nessas cirurgias elevando o risco para a infecção no pós-operatório tardio.
Segundo Saravolatz (1993); Nafziger e Saravolatz (1997); Yamaguti (1997); Starling (1998) o
desenvolvimento da infecção no local onde foi colocado o dispositivo protético pode ocorrer
127
por implantação direta na ferida aberta, por disseminação via hematogênica ou ainda por
reativação da infecção latente.
Os pacientes com ISC classificados como IRIC 0 foram 56 casos apresentando uma
incidência de 1,1%. Os pacientes categorizados como IRIC 1 foram 47 casos apresentando
uma incidência de 1,8%. A taxa de incidência dos pacientes incluídos nas categorias IRIC 2 e
3 foram respectivamente 2,8% e 5,3%. Já era esperado que as incidências fossem crescentes à
medida que os fatores de risco aumentassem. Freitas, Campos e Cipriano (2000) encontraram
em seu estudo taxas de ISC também crescentes à medida que se aumentavam os fatores de
risco do Índice NNIS.
As variáveis que compõem o Índice se Risco de Infecção do NNIS IRIC são as variáveis ou
fatores de risco ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração da Cirurgia.
Dessas a única variável que não se mostrou associada à ocorrência de ISC na análise
univariada foi a Duração da Cirurgia. Para confirmação dessa não associação optou-se por
dicotomizar a variável para a avaliação. Esta nova variável mostrou o mesmo comportamento
da variável contínua e por isso foi utilizada, na análise, em algumas situações.
5.3 Análise das variáveis que permaneceram nos modelos
A variável Hospital foi incluída como possível fator de risco, neste estudo, para verificação de
possíveis diferenças que poderiam ter ocorrido na metodologia de vigilância nesses hospitais
e com isso influenciar a ocorrência de ISC. Essa variável fez parte de quatro dos seis modelos
do estudo.
128
A menor taxa de infecção hospitalar foi no Hospital 1 quando comparado ao Hospital 0.
Provavelmente este hospital tenha uma vigilância mais acurada e um controle mais eficaz das
infecções em relação aos outros hospitais. Desde que a metodologia NNIS foi implantada
nesses quatro hospitais, esforços da equipe de controle de infecção têm sido feitos para
propiciar uma metodologia de vigilância homogênea com métodos que favoreçam a
minimização de agravos como a ISC.
Mesmo apresentando problemas conceituais relatados em capítulo anterior a variável
Prótese (não obedecer ao conceito instituído pelo Sistema NNISS/CDC para ser considerado
um procedimento NNIS), fez parte de quatro dos seis modelos do estudo e apresentou-se
como fator de risco para a ocorrência de ISC. Sua associação estatisticamente significativa
com a ISC pôde ser confirmada pelo valor apresentado pelo Coeficiente de Correlação de
Goodman-Kruskal – Gamma, cujo valor foi positivo.
A colocação de próteses ou implantes não orgânicos apresentam um risco inerente ao próprio
procedimento. Além de se implantar um material estranho no organismo causando reação
tissular, essas próteses são colocadas em pacientes idosos que já possuem um risco elevado de
contrair ISC no pós-operatório devido às comorbidades e ao desgaste do sistema imune
(HORAN et al. 1993; PEREIRA te al. 1996).
A variável ASA fez parte de três (Modelos 1, 2 e 3) dos seis modelos do estudo. Nos Modelos
2 e 3, as categorias II, III e IV dessa variável, mostraram-se estatisticamente significativas á
ocorrência de ISC. A chance de infecção de um paciente classificado como ASA IV foi quase
três vezes maior que um paciente classificado como ASA I.
129
Além de outros estudos, o poder preditivo independente do ASA foi também comprovado por
Garibaldi et al. (1991) em um estudo prospectivo em 1.852 pacientes cirúrgicos. Eles
encontraram uma maior chance de ISC de 4,2% quando os pacientes eram classificados entre
o ASA III e ASA V quando comparado com os que se encontravam no ASA I e II
(GARIBALDI et al., 1991; SAWYER e PRUETT, 1994 MACHADO, 1997; MOREIRA,
1997; OLIVEIRA, 1999).
A variável Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica fez parte de três dos seis modelos
do estudo. Essa variável mostrou-se estatisticamente associada à ocorrência de ISC. As
cirurgias classificadas como infectadas apresentaram uma chance de adquirir ISC menor que a
categoria anterior denominada Contaminada. Este fato pode ser explicado pelo número menor
dos pacientes, cujas cirurgias foram classificadas como Infectadas. O Coeficiente de
Goodman-Kruskal Gamma dessa variável foi positivo e o segundo maior quando
comparado às outras variáveis do estudo, mostrando a existência de correlação entre o
Potencial de Contaminação da cirurgia e a ISC.
Espera-se que as cirurgias classificadas como limpas tenham uma menor incidência de ISC
por apresentarem poucos fatores envolvidos que demandam um risco menor de contaminação
em relação às outras categorias. A taxa de incidência de ISC para cirurgias consideradas
limpas segundo Arrowsmith (1998) deve ser inferior a 2%. Neste estudo a taxa ( 1,7%)
encontrada nas cirurgias limpas foi menor do que o preconizado pela literatura. Em relação às
cirurgias consideradas limpas, as taxas para as outras categorias foram crescentes.
A variável IRIC (escores 0, 1, 2 e 3) fez parte de três dos seis modelos de estudo (0, 4 e 5). No
modelo 0, as categorias do IRIC 1 e 2 foram estatisticamente associadas à ISC quando
130
comparada à categoria de referência IRIC 0. A categoria IRIC 3 não se mostrou associada à
ocorrência de infecção. Este fato pode ser devido ao pequeno número de pacientes neste
escore. Nos Modelos 4 e 5 as três categorias do IRIC foram estatisticamente significativas e
com a OR crescente (quase cinco vezes maior) em relação à categoria de referência. Quando
essa variável foi analisada pelo Coeficiente de Correlação de Goodman-Kruskal - Gamma,
esta mostrou-se pouco associada à ISC.
A variável Número de Profissionais Participantes da Cirurgia fez parte de quatro dos seis
modelos do estudo. Observou-se que nos quatro Modelos (2, 3, 4 e 5), quando participaram da
cirurgia entre nove e dezesseis profissionais, esta categoria se mostrou estatisticamente
associada à ISC, quando comparado à categoria de referência até quatro profissionais.
Segundo Allen (1997) e Saravolatz (1993,1996) devem-se limitar o número de pessoas dentro
da sala de cirurgia como medida de prevenção da ISC. Um número grande de pessoas na sala
de cirurgia aumenta a disseminação de microrganismos através das mãos e principalmente por
vias aéreas e, portanto, aumentar o número de microrganismos no ar, aumentando a chance de
se inocular bactérias, vírus e fungos diretamente na incisão cirúrgica.
A variável Uso de Anestesia Geral fez parte, apenas, do Modelo 2. Ela permaneceu no
modelo para estabilizá-lo. A utilização de anestesia geral neste estudo não mostrou associação
estatisticamente significativa em relação à ISC. Em contradição ao achado neste estudo,
Couto (1983); Lacerda et al., (1992) e Mangran et al., (1999) relatam que a anestesia geral
interfere com a resposta imunológica (provocam uma significativa redução da capacidade de
defesa às infecções), possivelmente por inibir a fagocitose, por prejudicar a oxigenação
131
tecidual e por causar hipotermia. Estudos experimentais demonstraram o efeito deletério de
substâncias anestésicas sobre o número de leucócitos (Referencias).
A variável Idade fez parte, apenas, do Modelo 5. Mesmo não sendo estatisticamente
significativa esta variável permaneceu no modelo para melhor ajuste. A Idade não se mostrou
estatisticamente significativa à ocorrência de ISC. Oliveira (2003) em seu estudo também não
achou associação dessa variável com a ISC. Vários estudos como os de Zillioto Junior et
al.,(1989), Lacerda et al., (1992) e Morris (1993) demonstraram a relação entre os extremos
de idade e a ISC. Nos extremos de idade, quando os pacientes são muito jovens ou idosos, o
sistema imunológico é imaturo ou incompetente ou há um desgaste do sistema imune.
A variável Duração da Cirurgia fez parte de dois dos seis modelos do estudo. Ela não foi
associada à ISC. Para muitos autores como Cruse e Foord, (1980), Haley et al., (1987), Ferraz
et al., (1992) e Soleto et al., (2003) o risco de infecção é proporcional à duração do
procedimento. Segundo Al-Ibrahin e Futh (1993); Ferraz et al. (1982) e Moreira (1999) a
duração da cirurgia por um tempo superior a duas horas ou que ultrapasse a duração esperada
para o procedimento (percentil 75%), tem sido apontada como um fator de risco altamente
correlacionado à ISC.
Para Zillioto Junior et al. (1989) e Lacerda et al. (1992) a duração da cirurgia aumenta o
tempo de exposição dos tecidos abertos, facilitando o acesso aos microrganismos que podem
contaminar o sítio manipulado.
5.4 Análise de Regressão Logística Multivariada
132
Foram analisados neste estudo seis modelos para predição de ISC. Através da análise de
regressão logística foram construídos quatro modelos alternativos de predição de risco de ISC.
Dos seis modelos, dois foram considerados como modelos-padrão (IRIC do Sistema
NNIS/CDC) para comparação em relação aos quatro.
5.4.1 Modelo IRIC
O primeiro modelo analisado foi o Modelo 0 constituído do Índice de Risco de Infecção
Cirúrgica do NNIS/CDC IRIC. O escore do Índice do NNIS, como foi dito, é utilizado
para ajustar as taxas de ISC, quer dizer ele coloca os pacientes em um mesmo patamar de
risco e este fato serve para que comparações das taxas de infecção possam ser realizadas em
uma mesma instituição em diferentes momentos, e entre hospitais diferentes, mas que
utilizam a mesma metodologia do Sistema NNIS (Referências).
O objetivo principal deste estudo foi investigar a aplicabilidade do Índice NNIS nos pacientes
submetidos às cirurgias ortopédicas em quatro instituições, por meio da avaliação do modelo
preditivo de ISC que deu origem ao Índice de Risco de Infecção Cirúrgica do Sistema NNIS -
IRIC.
Quando analisamos a correlação do IRIC com a ISC através do Coeficiente de Goodman-
Kruskal Gamma (0,31), pode-se considerar que a associação obtida neste estudo é pequena
(GRÁFICO 8). Enquanto modelo de ajuste, o grau de associação entre o Índice NNIS e a
ocorrência de ISC encontrada no presente estudo está em consonância com trabalhos como os
de Oliveira (2003) e Grinbaum (1999). O Índice composto mostrou-se associado à ISC, mas
133
apresentou um baixo poder de adequação para a avaliação do risco de infecção cirúrgica em
pacientes ortopédicos.
Ao analisá-lo visualmente pela área da curva ROC, pôde-se considerar que o modelo
apresentou um baixo poder de predição de infecção, com uma chance de acerto dos
verdadeiros positivos em torno de 58%.
Para análise individual de cada uma das três variáveis do Índice de Risco de Infecção
Cirúrgica do NNIS IRIC (ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração
da Cirurgia) construiu-se o Modelo 1.
Foi analisada cada variável em relação à ISC. A variável Duração da Cirurgia não apresentou
associação estatisticamente significativa com a ISC. Seu coeficiente de correlação de
Goodman-Kruskal (G) foi próximo de zero, demonstrando que não uma associação da
variável com a ISC.
Na variável ASA, apenas o escore IV perdeu sua significância estatística na presença das
variáveis Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica e Duração da Cirurgia. O coeficiente
de correlação de Goodman-Kruskal – (G) do ASA foi muito baixo, demonstrando que há uma
associação muito baixa da variável com a ISC.
Dentre as três variáveis que compõem o IRIC, apenas a variável Potencial de Contaminação
da Ferida Cirúrgica mostrou ser um indicador com um razoável poder preditivo de infecção
comparável a resultados de estudos como os de Freitas et al (2000) e Culver et al. (1991).
Somente ele contribuiu com um maior peso para o desempenho final do Índice NNIS, quando
analisado pelas variáveis que o compõem.
134
Observou-se que a não associação estatística da variável Duração da Cirurgia e a fraca
associação da variável ASA com a ISC, pode ter prejudicado o IRIC enquanto Modelo de
predição. Todas as suas variáveis deveriam ser associadas estatisticamente à ISC, para que
este fosse considerado um bom preditor de infecção.
De uma maneira geral o Modelo 1 (composto pelas três variáveis do IRIC) mostrou ser
melhor preditor de ISC, em relação ao Modelo 0 (IRIC 0,1,2 e 3), quando visualizamos a área
da Curva ROC (0,64). Pode-se concluir que os dois modelos, similarmente, têm baixa
associação com a ISC. Apresenta, também baixo poder de predição de ISC, ou melhor, baixo
poder em detectar os verdadeiros infectados entre os pacientes cirúrgicos ortopédicos.
As questões que envolvem a variável ASA, enquanto componente do índice de Risco de
Infecção NNIS, são bem conhecidas. Esta variável é considerada por muitos
pesquisadores como Garibaldi, Cushing e Lerer, (1991); Keita-Perse e Gaynes (1996), Salemi,
Anderson e Flores (1997), Oliveira (1999) como um escore subjetivo que reflete o grande
nível de discordância entre os diferentes Anestesistas. Este fato reflete diretamente na
aplicabilidade do Índice de Risco Cirúrgico do NNIS em predizer as infecções. Sabe-se que a
maior discordância entre os anestesistas está entre a classificação ASA II e ASA III. Segundo
Mangran et al., (1999) é recomendado que esta variável passe por uma reavaliação minuciosa.
Pela Curva Roc pode-se afirmar que o Modelo 1 tem 64% de chance de diagnosticar os
pacientes que verdadeiramente tem ISC (os verdadeiros positivos). Ele foi melhor que o
Modelo 0 (escore 0,1,2 e 3 do IRIC) que teve 58% de acerto em diagnosticar os verdadeiros
positivos. Mesmo assim, o Modelo 1 com 64% de sensibilidade tem baixo poder de predição.
Em alguns estudos como os de Freitas, Campos e Cipriano (2001) e Machado (1997) o índice
135
NNIS foi um bom preditor de ISC. Em outros estudos esse índice teve um baixo poder de
predição de infecção corroborando com os achados deste estudo (SALEMI, ANDERSON e
FLORES, 1997; GRINBAUM, 1999; PLATT, 2001; OLIVEIRA, 2003).
Para avaliar o Índice de Risco cirúrgico do NNIS IRIC pelas probabilidades observadas e
estimadas do modelo, foram utilizados dois estimadores diferentes, mas consistentes, porém
na mesma amostra em que foram realizadas todas as análises logísticas. Para Harrell et
al.(1985) este fato é considerado uma limitação para estimativas finais confiáveis. Assim,
optou-se por realizar técnica de reamostragem aleatória. Foram feitas 400 reamostragens
aleatoriamente, contendo 1.000 observações cada, em substituição à avaliação em amostra
previamente separada, conforme (EFRON e TIBSHIRANI, 1993; MANLY, 1997).
Quando o Índice de Risco cirúrgico do NNIS – IRIC foi avaliado pelas probabilidades
observadas e estimadas do modelo, observou-se que ele se ajustou muito bem aos dados deste
estudo. Praticamente, não existiu diferença entre as probabilidades de ISC observadas e as
estimadas pelo Modelo 0 - IRIC como pode ser analisado na TABELA 19 e no GRÁFICO 15.
A variância foi quase inexistente.
Quanto menor a variância dos valores obtidos entre as probabilidades, melhor o ajuste do
modelo. Nesta amostra, o Modelo 0 - IRIC está bem ajustado aos dados da amostra. Isto
comprova que as estimativas das probabilidades obtidas através do Modelo IRIC são
garantidas. Apesar disso, as probabilidades obtidas foram baixas, mas crescentes à medida
que se aumentam os fatores de risco em cada escore do IRIC. Quando se comparou a
probabilidade do IRIC 0 em relação às outras três probabilidades, elas foram praticamente
136
dobrando. Quando se comparou a probabilidade da categoria do IRIC 3 com a do IRIC 0,
observou-se que ela foi aproximadamente cinco vezes maior.
As estimativas das taxas de incidência pelo IRIC foram iguais às estimativas encontradas
pelas probabilidades observadas e esperadas deste modelo. As incidências foram baixas para
cada escore, mas crescentes à medida que os fatores de risco em cada um deles aumentaram.
Quando se comparou a incidência do IRIC 0 em relação às outras três categorias de risco, elas
foram praticamente dobrando. Quando se comparou a incidência da categoria do IRIC 3 com
a do IRIC 0, observou-se que ela foi aproximadamente cinco vezes maior.
Através dos resultados encontrados tanto pelas probabilidades do IRIC quanto pelas taxas de
incidência, observa-se que o Índice do NNIS consegue estratificar bem os pacientes cirúrgicos
ortopédicos nos quatro escores.
Pelos seis tipos de procedimentos cirúrgicos que foram estudados na amostra, o IRIC não
estratificou adequadamente os pacientes cirúrgicos ortopédicos nos quatro escores.
Quando se analisa os resultados encontrados pelo coeficiente de Goodman-Kruskal (G) do
IRIC em relação à ISC observa-se que ele tem uma associação muito fraca com a ISC.
Através da Curva ROC observa-se que o Modelo IRIC têm baixo poder de detecção dos
verdadeiros infectados.
Essa fraca associação com a ISC e o baixo poder de detecção dos verdadeiros infectados faz
com que o Modelo IRIC não tenha uma boa acurácia para a predição da ISC. Assim, optou-se
por construir modelos alternativos.
137
5.4.2 Construção de Modelos Alternativos
O Modelo 2 Alternativo foi constituído a partir das variáveis que foram significativas na
análise univariada em adição às variáveis com importância biológica. Isto foi feito para
analisar todas as 14 variáveis em conjunto. Seu modelo final contou com as variáveis:
Prótese, ASA, Potencial de Contaminação da Ferida Cirúrgica, Hospital, Número de
Profissionais na Cirurgia, Uso de Anestesia Geral e Duração da Cirurgia.
Todas as variáveis constantes nesse modelo foram associadas estatisticamente à ISC. Ao
analisar o Modelo 2 Alternativo pela Curva ROC, este teve um bom poder em predizer a
infecção. Por esta curva podemos afirmar que este modelo tem 75% de chance de diagnosticar
os verdadeiros positivos, quer dizer os pacientes que verdadeiramente tem ISC. Apesar da
variável Uso de anestesia Geral não ter sido estatisticamente significativa, ao realizar o teste
da razão da verossimilhança, este indicou que a variável deveria permanecer no modelo,
provavelmente para melhor ajuste.
Quando se avalia o Modelo 2 Alternativo pelas probabilidades observadas e esperadas do
modelo em relação à ISC, observa-se que ele se ajusta bem aos dados deste estudo. As
diferenças existentes, quer dizer a variância entre as probabilidades de ISC observadas e as
estimadas, como pode ser analisado na TABELA 21 e nos GRÁFICOS 16, 17 e 18 é pequena.
Com a finalidade de avaliar essa pequena variância foram construídos gráficos onde foram
plotados os resíduos. Pode-se verificar que a maioria dos dados está entre zero e um. Isto
mostra como o Modelo 2 está bem ajustado aos dados do estudo. As estimativas das
probabilidades obtidas através do Modelo 2 Alternativo são confiáveis.
138
Segundo Harrell Jr et al. (1985) a validação de modelos obtidos através da regressão múltipla
deve ser realizada em amostra com tamanho adequado e previamente separada. O objetivo
deste estudo não foi validar o modelo alternativo proposto. Este passo será feito
posteriormente em estudo prospectivo multicêntrico, cuja amostra será separada previamente.
Segundo Grinbaum (1999) a determinação de taxas esperadas e seu confrontamento com as
observadas possui grande potencial de aplicação na vigilância epidemiológica rotineira.
O Modelo 3 Alternativo incluiu as variáveis que foram significativas na análise univariada. O
Modelo 3 final ficou com as variáveis: ASA, Prótese, Potencial de Contaminação da Ferida
Cirúrgica, Hospital, Número de Profissionais na Cirurgia. Ao analisar o Modelo 3 Alternativo
pela Curva ROC, este teve um bom poder em predizer a infecção. Por esta curva podemos
afirmar que este modelo tem 73% de chance de diagnosticar os verdadeiros positivos, quer
dizer os pacientes que verdadeiramente tem ISC.
O Modelos 4 Alternativo incluiu as variáveis que foram significativas na análise univariada e
o IRIC (retirando-se as três variáveis que o compõem). O Modelo 4 final ficou com as
variáveis: Prótese, IRIC, Número de Profissionais na Cirurgia e Hospital. Ao analisar o
Modelo 3 Alternativo pela Curva ROC, este teve um bom poder em predizer a infecção. Por
esta curva podemos afirmar que este modelo tem 71% de chance de diagnosticar os
verdadeiros positivos, quer dizer os pacientes que verdadeiramente tem ISC.
O Modelo 5 Alternativo incluiu as variáveis que foram significativas na análise univariada, as
variáveis com importância na literatura e o IRIC (retirando-se as três variáveis que o
139
compõem). O Modelo 5 final ficou com as variáveis: Prótese, IRIC, Número de Profissionais
na Cirurgia e Hospital. Ao analisar o Modelo 5 Alternativo pela Curva ROC, este teve um
bom poder em predizer a infecção. Por esta curva podemos afirmar que este modelo tem 71%
de chance de diagnosticar os verdadeiros positivos, quer dizer os pacientes que
verdadeiramente tem ISC (GRÁFICO 10, 11 e 12). Apesar da variável Idade não ter sido
estatisticamente significativa, ao realizar o teste da razão da verossimilhança, este indicou que
a variável deveria permanecer no modelo para melhor ajuste.
A variável IRIC fez parte dos Modelos 4 e 5 apresentando uma OR crescente, com todas as
categorias estatisticamente associadas à ISC e demonstrando sua importância enquanto
modelo de estratificação dos pacientes cirúrgicos, apesar de não ser bom preditor (TABELA
10, 11).
O Modelo 2 Alternativo, em relação aos outros modelos construídos, foi o melhor modelo de
predição da ISC. Este modelo pode teoricamente substituir o Modelo IRIC, que contém
suas variáveis e mais três que foram significativas (GRÁFICO 8).
O Modelo 2 não pôde ser analisado pelo Coeficiente de Correlação de Goodman-Kruskal -
Gamma porque este coeficiente é adequado para a associação entre duas variáveis
categóricas.
5.4 Comentários Finais
O CDC desenvolveu um método de estudo das taxas de ISC, denominado Método NNIS, para
que fosse possível avaliar o risco de infecção em diferentes populações que realizam
140
diferentes procedimentos cirúrgicos. Métodos de ajuste para minimizar essas diferenças
também foram criados. Essa forma de ajuste utilizando indicadores de infecção trouxe uma
nova visão para os Sistemas de Vigilância Epidemiológica dos hospitais que adotam essa
metodologia.
A metodologia NNIS foi criada para diversas finalidades e uma delas é a comparabilidade do
risco de infecção de pacientes cirúrgicos de diferentes hospitais através da utilização de
indicadores ou índices. Desde que adequados para a estratificação da população a ser
investigada e para os diferentes procedimentos cirúrgicos, essa comparabilidade permite que
confrontos das taxas de incidência de infecção sejam feitos entre hospitais com características
semelhantes. Assim, parâmetros de qualidade de atenção podem ser planejados.
Para Grinbaum (1994, 1999) os índices de infecção hospitalar são importantes parâmetros da
avaliação da qualidade da assistência prestada. A partir destes índices que são determinados
os parâmetros de normalidade para que sejam bem definidas as atitudes das comissões de
controle de infecção.
Vários estudos multicêntricos têm sido realizados com a intenção de avaliar a utilização do
Índice NNIS para análise de risco da infecção cirúrgica. A avaliação do Índice NNIS é um
assunto que tem sido bastante discutido. Muitas críticas têm sido feitas em relação à
adequação desse índice NNIS para procedimentos cirúrgicos generalizados e muito distintos.
Grinbaum (1999) recomenda a avaliação do Índice NNIS para determinar o risco do paciente,
em contrair ISC, em casos cirúrgicos similares e em populações homogêneas.
141
Para Haley et al., (1985) o Índice NNIS veio substituir o Índice SENIC (considerado o
primeiro Índice de Risco utilizado para o ajuste das taxas de ISC) desenvolvido em 1974.
Inadequações desse Índice NNIS têm sido mostradas em estudos como os de Culver et al.,
(1991); Grinbaum (1994, 1999) e Oliveira (2003) que afirmaram que para determinados tipos
de procedimentos específicos, esse índice não apresentava boa capacidade de discriminação
do risco de ISC e, portanto, não deveria ser aplicado na vigilância epidemiológica das
Infecções Hospitalares.
Para Grinbaum (1999) a utilização do Índice NNIS em estudos multicêntricos, com uma
grande diversidade de procedimentos, não pode ser extrapolados para populações e
procedimentos restritos. Este autor recomenda que para a análise de procedimentos
específicos que possuam peculiaridades próprias sejam criados modelos de predição de ISC
mais adequados para essas situações específicas.
Diversos índices multivariados (alternativos ao Índice NNIS) foram desenvolvidos para
cirurgias cardíacas, cirurgias do aparelho digestivo, cirurgias vasculares entre outras para a
avaliação das ocorrências de IH. Segundo Culver et al., (1991); CDC-P, (1998) e Grinbaum
(1999) o método de construção de índices a partir de análise multivariada possui limitações e
sua aplicação rotineira nos hospitais não pode ser feita ou generalizada sem prévia validação e
crítica.
Para esses autores a abordagem estatística proposta, de construção de índices preditivos
multivariados, pelo menos na área de atuação da IH é recente, e com freqüência a aplicação
dos métodos e a interpretação dos resultados é realizada sem juízo crítico. No Brasil o método
142
NNIS tem sido utilizado em diversas instituições sem uma prévia análise da validade do
índice multivariado.
Para Harrell Jr et al. (1985) modelos de regressão múltipla têm sido amplamente aplicados na
predição de eventos em uma variedade de doenças. Quando a análise é feita cuidadosamente,
os modelos de regressão podem fazer estimativas prognósticas que são frequentemente tão
bons quanto e algumas vezes melhor do que aqueles obtidos usando métodos de
estratificação.
Espera-se que este trabalho possa de alguma forma contribuir positivamente para que sejam
aplicadas ações educativas por parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar de cada
hospital participante do estudo, frente aos cirurgiões responsáveis pelo preenchimento dos
protocolos referentes às cirurgias. É também necessário reforçar o treinamento das pessoas
responsáveis pela entrada de dados no programa utilizado para a análise dos dados relativos às
IH.
143
6 Conclusões
6 Conclusões6 Conclusões
6 Conclusões
1. A
Incidência global de ISC nos quatro hospitais de estudo foi de 1,41%. Esta taxa
apresenta-se abaixo do preconizado pela Organização Mundial de Saúde, cujas taxas variam
de 2,8 a 20%. Ressalta-se que estas taxas baixas podem ser resultantes de uma vigilância
epidemiológica eficaz e consolidada dos hospitais envolvidos ou pode ser devido à
subnotificação;
2. As incidências de ISC encontradas nos Hospitais 0, 1, 2 e 3 foram respectivamente 2,0%,
0,97%, 1,8% e 1,2%;
3. As Incidências de ISC foram crescentes em relação aos escores do IRIC: IRIC 0, IRIC 1,
IRIC 2 e IRIC 3 foram respectivamente 1,1%, 1,8%, 2,8% e 5,3%. Conclui-se que o IRIC, de
um modo geral, estratifica nos quatro escores os pacientes cirúrgicos ortopédicos;
4. A maior incidência de ISC encontrada entre os seis grupos de procedimentos cirúrgicos
ortopédicos foi entre as cirurgias de Próteses (PROS-O e PROS-Q) com taxas de 2,2% e 2,2%
respectivamente;
5. Quando se analisou o poder de estratificação do IRIC em relação aos seis tipos de
procedimentos ortopédicos observou-se que ele estratificou apenas em três estratos os
pacientes cirúrgicos ortopédicos em quatro dos seis procedimentos;
6. O índice de Risco de Infecção do NNIS - IRIC não se mostrou associado estatisticamente à
ISC. Pela correlação de Goodman-Kruskal Gamma mostrou-se com baixo poder preditivo
de ISC nos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos. Pela visualização da
144
Curva ROC, o poder de discriminação do Índice NNIS foi de 58% em detectar os verdadeiros
positivos;
7. O Modelo Alternativo (Modelo 2) proposto para o Sistema NNIS/CDC apresentou as
seguintes variáveis associadas à ISC e preditoras de infecção: ASA, Potencial de
Contaminação da Ferida Cirúrgica, Duração da Cirurgia, Número de Profissionais
Participantes da Cirurgia, Uso de Anestesia Geral e Hospital;
8. O poder de descriminação da ISC do Modelo Proposto (Modelo 2) em detectar os
verdadeiros positivos visualizado pela Curva ROC foi de 75% (IC95% = [0,71 0,79] e p <
0,05). Este resultado encontrado significa que o Modelo é um bom preditor de infecção;
9. Quando as variáveis que compõem o IRIC (ASA, Potencial de Contaminação da Ferida
Cirúrgica e Duração da Cirurgia) foram avaliadas individualmente (Modelo 1), foi encontrado
resultado similar ao encontrado no Modelo IRIC 0,1,2 e 3 (Modelo 0). A correlação de
Goodman-Kruskal (G) de cada variável mostrou baixa associação em relação à ISC. A
variável Duração da Cirurgia não mostrou significância estatística. Conclui-se que o IRIC
possui baixo poder preditivo de ISC nos pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas. Pela
visualização da Curva ROC, o poder de discriminação do Índice NNIS foi de 63% (pouco
discriminante) em detectar os verdadeiros positivos, confirmando os resultados acima
encontrados;
9.
O Modelo IRIC/NNIS (Modelo 0) quando analisado pela avaliação das probabilidades
observadas e esperadas mostrou um ajuste adequado para os dados do estudo. A variância
entre as probabilidades foi praticamente zero, mostrando um bom ajuste do modelo para
145
estimar probabilidades confiáveis de ISC nos pacientes cirúrgicos ortopédicos. As
probabilidades encontradas foram crescentes, mas muito baixas, significando que o IRIC é
pouco adequado para a predição de ISC. Entretanto, pode ser considerado um bom
estratificador dos pacientes cirúrgicos ortopédicos;
10. O Modelo Alternativo (Modelo 2) quando analisado pela avaliação das probabilidades
observadas e esperadas mostrou um ajuste adequado para os dados do estudo. A variância
entre as probabilidades foi baixa, ficando os resíduos concentrados em torno do zero,
mostrando um bom ajuste do Modelo Alternativo para estimar probabilidades confiáveis de
ISC nos pacientes cirúrgicos ortopédicos.
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158
ANEXO 1
Ponto de Corte dos Procedimentos Cirúrgicos do Sistema NNIS
Código NNISS Procedimento Cirúrgico Ponto de corte (em horas)
CABG
CARD
OCVS
THOR
ORES
APPY
BILI
CHOL
COLO
GAST
SB
XLAP
OGIT
AMP
FUS
FX
PROS
OMS
CSEC
HYST
VHYS
OOB
NEPH
PRST
OGU
HN
OENT
CRAN
VSHN
ONS
HER
MAST
TP
SKGR
SPLE
VS
OES
OEYE
OBL
OSKN
Bypass coronariano
Cardíaca
Outras cardiovasculares
Torácica
Outros do sistema respiratório
Apendicectomia
Ductor biliar, Fígado, Pâncreas
Colecistectomia
Cólon
Gástrica
Intesino delgado
Laparotomia exploradora
Outros do sistema digestivo
Amputação de membros
Fusões, Artrodese
Redução aberta de fraturas
Prótese articular
Outros sistemas musculoesqueléticos
Cesáreas
Histerectomia abdominal
Histerectomia vaginal
Outros procedimentos obstétricos
Nefrectomia
Prostatectomia
Outros do sistema geniturinário
Cabeça e Pescoço
Outros otorrinolaringológicos
Craniotomia
Shunt ventricular
Outros Sist. Nervoso, coluna
Herniorrafia
Mastectomia
Transplante de órgãos
Enxerto de pele
Esplenectomia
Vascular
Outros sist. Endócrino
Olhos
Outros do sistema linfático e hemático
Outros do sistema tegumentar
5
5
2
3
1
1
4
3
3
3
3
2
3
1
3
2
3
2
1
2
2
1
3
4
2
4
3
4
2
2
2
2
7
2
2
3
2
2
2
2
FONTE - STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993
NOTA - Corresponde ao valor em horas do tempo cirúrgico máximo de 75% das cirurgias
analisadas no estudo NNISS.
159
ANEXO 2
TABELA 1
Avaliação das perdas de informação de algumas variáveis em relação ao Índice de
Risco de Infecção Cirúrgico. BH – 1994-2002.
Variável: perdas do IRIC
Variáveis
Independentes
Dados Informados Dados não informados
Freqüência
N
Percentual
%*
Freqüência
N
Percentual
%*
Total
Valor P
Hospital
0 4.911
38,5
6.563
74,6 16.385
1 5.787
45,4
738
8,4 6.525
2 873
6,8
389
4,4 1.202
3 1.185
9,3
1.112
12,6 4.667
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
Tipo Procedimento
Fusão e Artrodese 2.036
15,9
1.592
18,1 3.628
Redução Aberta de Fratura 4.370
34,3
2.904
32,9 7.274
Outras cirurgias do sistema Músculo-
esquelético
5.409
42,4
3.962
45 9.371
Prótese Joelho
Outras Próteses
Prótese Quadril
Total
166
108
667
12.756
1,3
0,9
5,2
100
38
33
273
8.802
0,4
0,4
3,1
100
204
141
940
21.558
p = 0,000
Uso Prótese
Não 6.216
48,7
2.899
32,9 9.115
Sim 5.917
46,4
3.283
37,3 9.200
9 (perdas) 813
6,4
4.559
51,8 9.160
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
ASA
1 8.044
63,1
4.087
46,4 12.131
2 3.505
27,5
908
10,3 3.595
3
1.093
8,6
204
2,3 1.297
4 114
0,9
19
0,3 133
9 (perdas)
0 0,0
3.584
40,7 3.584
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
Potencial de Contaminação
Limpa 10.910
85,5
3.361
38,2 14.271
Pot. Contaminada 938
7,4
417
4,7 1.355
Contaminada 345
2,7
65
0,74 410
Infectada 560
4,4
138
1,57 698
Continuação da TABELA 1
9 (perdas) 3
0,02
4.824
54,8
4.824
160
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
Trauma
Não 7.390
57,9
3.364
38,2 10.754
Sim 4.918
38,6
1.127
12,8 6.045
9 (perdas) 448
3,5
4.311
49,0 4.759
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
N
o
de Profissionais em Cirurgia
0 6.120
48,0
6.120
69,5 12.240
1 6.091
47,7
1.832
20,8 7.923
2 97
0,76
49
0,6 146
9 (perdas) 448
3,51
801
9,1 1.249
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
Uso de Antibioticoprofilático
Não 4.384
34,0
1.389
15,8 5.773
Cefazolina 5.601
43,9
1.442
16,4 7.043
Clindamicina + outros 227
2,2
39
0,4 266
9 (perdas) 2.544
19,9
5.932
67,4 8.476
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
Emergência
Não 10.551
86,1
4.119
46,8 14.670
Sim 1.709
13,4
392
4,5 2.101
9 (perdas) 496
3,9
4.291
48,7 4.787
Total 12.260 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
Uso Anestesia Geral
Não 6.216
48,7
2.899
32,9 9.115
Sim 5.457
42,8
3.283
37,3 8.740
9 (perdas) 1.083
8,5
2.620
29,7 3.703
Total 11.673 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
SSI
Não 12.522
98,4
8.559
97,2 21.081
Sim 210
1,6
221
2,5 431
9 (perdas) 24
0,2
22
0,3 46
Total 12.756 100 8.802 100 21.558 p = 0,000
* Percentual em relação ao total da coluna.
TABELA 2
Avaliação das perdas de informação de algumas variáveis em relação à ISC. BH – 1994-
2002.
161
Variável: perdas da ISC
Variáveis
Independentes
Dados Informados Dados não informados
Freqüência
N
Percentual
%*
Freqüência
N
Percentual
%*
Total
Valor P
Hospital
0 11.474
53,3
0
0 11.474
1 6.525
30,3
0
0 6.525
2 1.262
5,8
0
0 1.262
3 2.251
10,5
46
100 2.297
Total 21.512 100 46 100 21.558 p = 0,00
Tipo Procedimento
Fusão e Artrodese 3.621
16,8
7
2,2 3.628
Redução Aberta de Fratura 7.258
33,7
16
34,8 7.274
Outras cirurgias do sistema Músculo-
esquelético
9.255
43,0
16
34,8 9.371
Prótese Joelho
Outras Próteses
Prótese Quadril
Total
203
141
934
21.512
0,9
0,6
4,3
100
1
0
0
46
2,2
0,0
0,0
100
204
141
940
21.558
p = 0,08
Uso Prótese
Não 8.661
40,3
19
41,3 8.680
Sim 7.482
34,8
19
41,3 7.506
9 (perdas) 5.364
24,9
8
17,4 5.372
Total 21.512 100 46 100 21.558
p = 0,45
ASA
1 12.115
56,3
16
34,8 12.131
2 4.399
20,4
14
30,4 4.413
3
1.292
6,0
5
10,8 1.297
4 133
0,62
0
0,0 133
9 (perdas) 3.573
16,6
11
23,9 3.584
Total 21.512 100 46 100 21.558
p = 0,05
Potencial de Contaminação
Limpa 14.231
66,2
40
86,9 14.271
Pot. Contaminada 1.354
6,3
1
2,2 1.355
1,9
1
2,2 410
Contaminada 409
Continuação da TABELA 2
Infectada 697
3,2
1
2,2 698
9 (perdas) 4.821
22,4
3
6,5
4.824
Total 21.512 100 46 100 21.558
p = 0,05
162
Trauma
Não 10.733
49,9
21
45,7 10.754
Sim 6.026
28,0
19
41,3 6.045
9 (perdas) 4.753
22,1
6
13,0 4.759
Total 21.512 100 46 100 21.558
p = 0,09
N
o
de Profissionais em Cirurgia
0 12.222
56,8
18
39,0 12.240
1 7.895
36,7
28
61,0 7.923
2 146
0,7
0
0,0 146
9 (perdas) 1.249
5,8
0
0,0 1.249
Total 21.512 100 46 100 21.558 p = 0,01
Uso de Antibioticoprofilático
Não 5.758
26,7
15
32,6 5.733
Cefazolina 7.016
32,6
27
58,7 7.043
Clindamicina + outros 266
1,2
0
0,0 266
9 (perdas) 8.472
39,4
4
8,7 8.476
Total 21.512 100 46 100 21.558 p = 0,00
Emergência
Não 14.633
68,0
37
80,4 14.670
Sim 2.096
9,7
5
10,8 2.101
9 (perdas) 4.783
22,2
4
8,7 4.787
Total 21.512 100 46 100 21.558
p = 0,08
Uso Anestesia Geral
Não 9.080
42,2
35
76,1 9.115
Sim 8.734
40,6
6
13,1 8.740
9 (perdas) 3.698
17,2
5
10,8 3.703
Total 21.512 100 46 100 21.558 p = 0,00
IRIC
0 7.983
37,1
12
26,1 7.995
1 4.035
18,7
11
23,9 4.046
2 684
3,2
1
14,8 685
3 30
0,1
0
0,0 30
9 8.780
40,8
22
47,8 8.807
Total 21.512 100 46 100 21.558 p = 0,57
* Percentual em relação ao total da coluna.
163
ANEXO 3
Esquema Representativo da Metodologia do Sistema NNIS e SACIH
Fonte: STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993.
Metodologia
NNISS
Global
Cirúrgico
Terapia
Intensiva
HRN
Componente
Global
Componente
Cirúrgico
Componente
Unidades
Componente
Serviços
SACIH
Microbiológico Farmácia
164
ANEXO 4
Ficha de Coleta de Dados do Componente de Vigilância Cirúrgico
Rec # ___________
Data da cirurgia: ___/___/____ Bloco:__________ Sala:____________
Nome do Paciente: _____________________ Prontuário: _________________
Idade: _________ D M A Sexo: ______ M F
Doença de Base: __________________________________________________
Procedimento Cirúrgico: ____________________________________________
Tempo de Cirurgia: _____:_____ Tempo de CEC: ____:____
Grau de Contaminação: L PC C I
Anest. Geral: S N Emergência: S N Trauma: S N
ASA: 1 2 3 4 5 Prótese: S N
ATB Profilático: ________________________________ Dose:_____________
Cirurgião 1: ___________________________
Cirurgião 2: ___________________________
Cirurgião 3: ___________________________
Anestesista: ___________________________
Instrumentadora: _______________________
Circulante: ____________________________
Fonte - STARLING, PINHEIRO e COUTO, 1993.
Nota - L = Cirurgia limpa, PC = Cirurgia potencialmente contaminada, C = Contaminada,
I = Infectada
CEC = Circulação Extra Corpórea
165
ANEXO 5
Folha de Cirurgia
ANEXO 6
166
Ficha de notificação de infecção hospitalar (frente)
Identificação
Nº prontuário:_____________________ Nome:______________________________________________
RN: (ignorar) Internação:___ (1
a 99) Admissão: ____/____/_________ Vínculo:______________
Sexo: M F Nascimento: ____/____/_________ ou Idade: ______ Anos Dias Meses
Movimentação do paciente entre as clínicas e as unidades de internação (setores)
Serviço: __________________ Entrada: ____/____/________ Saída: ____/____/________
Serviço: __________________ Entrada: ____/____/________ Saída: ____/____/________
Unidade: __________________ Entrada: ____/____/________ Saída: ____/____/________
Unidade: __________________ Entrada: ____/____/________ Saída: ____/____/________
Evolução: alta ou transferência óbito Data de saída do hospital: ____/____/________
Dados da infecção (F7)
Infecção número: ___
Serviço onde ocorreu a infecção:_____________ Unidade onde ocorreu a infecção:_______________
Tipo de infecção: Hospitalar Comunitária colonização Sítio principal: ______ Sítio específico: ______
Data diagnóstico: ____/____/_______ (menor data entre início ATB, início sintomas ou pedido de cultura)
Data calculada da infecção: (data estimada automaticamente pelo sistema; se não concordar, altere !)
Sepse secundária: sim não Se óbito, relação com a infecção: causa relacionada não relacionada
F
F
F
i
i
i
c
c
c
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h
a
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c
c
c
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r
(
(
(
v
v
v
e
e
e
r
r
r
s
s
s
o
o
o
)
)
)
Utilização de antimicrobiano para tratar a infecção: não sim Preencher dados abaixo
Antimicrobiano
Via
Dose
Freq
Serviço
responsável
Pela prescrição
Início do ATB
Término do ATB
Classificação
( 1 ou 4)
____/____/_____
____/____/_____
____/____/_____
____/____/_____
Obs.: classificação = 1 (prescrição recomendada);classificação = 4 (prescrição não recomendada
pela CCIH);
Procedimentos invasivos e variáveis associados à infecção: não sim Preencher dados abaixo
Procedimento / variável Serviço responsável
Setor Início Término ATB profilático
Cateter Venoso Central
____/___/___
____/___/___
Respirador
____/___/___
____/___/___
Sonda Vesical De Demora
____/___/___
____/___/___
____/___/___
____/___/___
ANEXO 7
167
ANEXO 8
Saída do Programa STATA 8.0
Análise dos Modelos Propostos
168
Modelo 1
O Modelo 1 foi composto pelas variáveis do IRIC
. xi: logit SSI i.asa1 i.cont tempciru
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -605.10963
Iteration 2: log likelihood = -595.90209
Iteration 3: log likelihood = -595.22049
Iteration 4: log likelihood = -595.20943
Iteration 5: log likelihood = -595.20943
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(7) = 28.88
Prob > chi2 = 0.0002
Log likelihood = -595.20943 Pseudo R2 = 0.0237
------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+----------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .3316948 .215282 1.54 0.123 -.0902501 .7536398
_Iasa1_3 | .6796749 .2795369 2.43 0.015 .1317925 1.227557
_Iasa1_4 | .9870642 .618665 1.60 0.111 -.2254969 2.199625
_Icont_1 | .6952461 .3017282 2.30 0.021 .1038697 1.286623
_Icont_2 | 1.21271 .3866653 3.14 0.002 .4548604 1.97056
_Icont_3 | 1.075529 .327303 3.29 0.001 .434027 1.717031
tempciru | .0006938 .0012786 0.54 0.587 -.0018122 .0031998
_cons | -4.712261 .1982037 -23.77 0.000 -5.100733 -4.323789
--------------------------------------------------------------------------------------------
lroc, nograph
Logistic model for SSI
number of observations = 8236
area under ROC curve = 0.6352
Modelo 2
As variáveis que compõem o Modelo 2: Asa, Trauma, Protese, Tipo de procedimento cirúrgico, Potencial
de contaminação, Uso de antibiótico profilático, Número de profissionais envolvidos na cirurgia, Hospital,
Idade, Tempo pré-operatório, Duração da cirurgia, Uso de anestesia e Carater emergencial da cirurgia.
Modelo Cheio 2:
. xi: logit SSI i.asa1 trauma protese i.tipoproc i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit idade tpreop tempciru tipanes
emerg
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
169
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -574.38268
Iteration 2: log likelihood = -563.88693
Iteration 3: log likelihood = -563.32209
Iteration 4: log likelihood = -563.3188
Iteration 5: log likelihood = -563.3188
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(25) = 92.66
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -563.3188 Pseudo R2 = 0.0760
---------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .5761393 .2603194 2.21 0.027 .0659226 1.086356
_Iasa1_3 | 1.029576 .3646461 2.82 0.005 .3148824 1.744269
_Iasa1_4 | 1.394233 .6800455 2.05 0.040 .061368 2.727097
trauma | -.0364555 .2717003 -0.13 0.893 -.5689783 .4960672
protese | .6801479 .2296872 2.96 0.003 .2299693 1.130326
_Itipoproc_2 | -.3606165 .3345146 -1.08 0.281 -1.016253 .29502
_Itipoproc_3 | -.1881738 .2871839 -0.66 0.512 -.7510439 .3746962
_Itipoproc_4 | -.1817943 .7966045 -0.23 0.819 -1.74311 1.379522
_Itipoproc_5 | -.191523 .8268922 -0.23 0.817 -1.812202 1.429156
_Itipoproc_6 | -.0218758 .4552533 -0.05 0.962 -.914156 .8704043
_Icont_1 | .9062055 .3143598 2.88 0.004 .2900716 1.52234
_Icont_2 | 1.551804 .4253799 3.65 0.000 .7180746 2.385533
_Icont_3 | 1.33754 .3646106 3.67 0.000 .6229161 2.052163
_Iantbprof~1 | -.3224653 .3324119 -0.97 0.332 -.9739806 .3290499
_Iantbprof~2 | -1.374115 1.055532 -1.30 0.193 -3.44292 .6946906
_Inprofi_1 | .0602739 .2401598 0.25 0.802 -.4104308 .5309785
_Inprofi_2 | 1.571558 .5562201 2.83 0.005 .4813869 2.66173
_Ihospit_1 | -1.508845 .4019268 -3.75 0.000 -2.296607 -.721083
_Ihospit_2 | -.5014053 .4610554 -1.09 0.277 -1.405057 .4022466
_Ihospit_3 | -1.09225 .472066 -2.31 0.021 -2.017482 -.1670177
idade | .0039452 .0057209 0.69 0.490 -.0072675 .0151579
tpreop | .0015957 .0028198 0.57 0.571 -.0039309 .0071224
tempciru | .0029702 .0015203 1.95 0.051 -9.49e-06 .0059498
tipanes | -.3921144 .2290255 -1.71 0.087 -.8409961 .0567673
emerg | .089383 .2905782 0.31 0.758 -.4801398 .6589058
_cons | -4.424653 .3580145 -12.36 0.000 -5.126348 -3.722957
------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store a
Retirando a variável Trauma
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.tipoproc i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit idade tpreop tempciru tipanes emerg
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
170
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -574.40704
Iteration 2: log likelihood = -563.89627
Iteration 3: log likelihood = -563.33111
Iteration 4: log likelihood = -563.32782
Iteration 5: log likelihood = -563.32782
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(24) = 92.64
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -563.32782 Pseudo R2 = 0.0760
--------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .5783355 .2598057 2.23 0.026 .0691257 1.087545
_Iasa1_3 | 1.030662 .3646353 2.83 0.005 .3159897 1.745334
_Iasa1_4 | 1.400055 .6782975 2.06 0.039 .0706163 2.729494
protese | .6756477 .227192 2.97 0.003 .2303596 1.120936
_Itipoproc_2 | -.3751015 .3166786 -1.18 0.236 -.9957801 .2455771
_Itipoproc_3 | -.1886678 .2871227 -0.66 0.511 -.751418 .3740824
_Itipoproc_4 | -.1705882 .7922228 -0.22 0.830 -1.723316 1.38214
_Itipoproc_5 | -.1896748 .8267658 -0.23 0.819 -1.810106 1.430756
_Itipoproc_6 | -.02526 .4546265 -0.06 0.956 -.9163115 .8657915
_Icont_1 | .9048784 .3141602 2.88 0.004 .2891357 1.520621
_Icont_2 | 1.554508 .4248601 3.66 0.000 .7217975 2.387218
_Icont_3 | 1.338218 .364487 3.67 0.000 .6238366 2.052599
_Iantbprof~1 | -.3255259 .3316459 -0.98 0.326 -.97554 .3244882
_Iantbprof~2 | -1.378238 1.055287 -1.31 0.192 -3.446562 .6900869
_Inprofi_1 | .0601276 .2402263 0.25 0.802 -.4107073 .5309625
_Inprofi_2 | 1.571427 .5560876 2.83 0.005 .4815157 2.661339
_Ihospit_1 | -1.520105 .393154 -3.87 0.000 -2.290673 -.7495377
_Ihospit_2 | -.505156 .4602412 -1.10 0.272 -1.407212 .3969001
_Ihospit_3 | -1.102478 .4660297 -2.37 0.018 -2.015879 -.1890762
idade | .003943 .0057209 0.69 0.491 -.0072697 .0151557
tpreop | .0015867 .0028213 0.56 0.574 -.0039429 .0071163
tempciru | .002981 .0015172 1.96 0.049 7.32e-06 .0059547
tipanes | -.3913785 .2288603 -1.71 0.087 -.8399365 .0571795
emerg | .0814785 .2843476 0.29 0.774 -.4758325 .6387895
_cons | -4.424834 .3579042 -12.36 0.000 -5.126313 -3.723355
--------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store b
. lrtest a
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.02
(Assumption: b nested in a) Prob > chi2 = 0.8932
A variável Trauma foi retirada do modelo de acordo com Prob > chi2 = 0.8932
Retirando a Variável Carater emergencial da cirurgia
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.tipoproc i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit idade tpreop tempciru tipanes
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
171
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -574.41949
Iteration 2: log likelihood = -563.93605
Iteration 3: log likelihood = -563.37173
Iteration 4: log likelihood = -563.36842
Iteration 5: log likelihood = -563.36842
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(23) = 92.56
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -563.36842 Pseudo R2 = 0.0759
--------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .5817805 .2595408 2.24 0.025 .0730899 1.090471
_Iasa1_3 | 1.037066 .3639515 2.85 0.004 .3237341 1.750398
_Iasa1_4 | 1.424013 .6723525 2.12 0.034 .1062259 2.741799
protese | .6742699 .2269738 2.97 0.003 .2294094 1.11913
_Itipoproc_2 | -.360223 .3118439 -1.16 0.248 -.9714258 .2509797
_Itipoproc_3 | -.1881326 .2870662 -0.66 0.512 -.750772 .3745069
_Itipoproc_4 | -.1759701 .7919675 -0.22 0.824 -1.728198 1.376258
_Itipoproc_5 | -.1924259 .8268814 -0.23 0.816 -1.813084 1.428232
_Itipoproc_6 | -.0176153 .4534508 -0.04 0.969 -.9063625 .8711319
_Icont_1 | .9143679 .312232 2.93 0.003 .3024045 1.526331
_Icont_2 | 1.571655 .4204683 3.74 0.000 .7475525 2.395758
_Icont_3 | 1.361809 .3546147 3.84 0.000 .666777 2.056841
_Iantbprof~1 | -.3188517 .330437 -0.96 0.335 -.9664964 .328793
_Iantbprof~2 | -1.384018 1.055052 -1.31 0.190 -3.451882 .6838465
_Inprofi_1 | .0560627 .2397777 0.23 0.815 -.4138928 .5260183
_Inprofi_2 | 1.574624 .555468 2.83 0.005 .4859272 2.663322
_Ihospit_1 | -1.514022 .392203 -3.86 0.000 -2.282725 -.7453178
_Ihospit_2 | -.5021065 .4599568 -1.09 0.275 -1.403605 .3993922
_Ihospit_3 | -1.104887 .4657417 -2.37 0.018 -2.017724 -.1920495
idade | .003921 .0057174 0.69 0.493 -.0072848 .0151269
tpreop | .0015948 .0028207 0.57 0.572 -.0039337 .0071233
tempciru | .0029482 .0015145 1.95 0.052 -.0000201 .0059165
tipanes | -.389406 .2286248 -1.70 0.089 -.8375023 .0586903
_cons | -4.422569 .3576213 -12.37 0.000 -5.123493 -3.721644
--------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store c
. lrtest b
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.08
(Assumption: c nested in b) Prob > chi2 = 0.7757
A variável Carater emergencial da cirurgia foi retirada do modelo de acordo com Prob > chi2 = 0.7757
Retirando a Variável Tempo pré-operatório
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.tipoproc i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit idade tempciru tipanes
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
172
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -574.54181
Iteration 2: log likelihood = -564.07113
Iteration 3: log likelihood = -563.50937
Iteration 4: log likelihood = -563.50609
Iteration 5: log likelihood = -563.50609
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(22) = 92.29
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -563.50609 Pseudo R2 = 0.0757
---------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .5807214 .2593897 2.24 0.025 .072327 1.089116
_Iasa1_3 | 1.041307 .3632781 2.87 0.004 .3292951 1.753319
_Iasa1_4 | 1.418614 6725802 2.11 0.035 .1003809 2.736847
protese | .6768482 .2269883 2.98 0.003 .2319593 1.121737
_Itipoproc_2 | -.3641712 .3116911 -1.17 0.243 -.9750745 .2467321
_Itipoproc_3 | -.1852992 .2869663 -0.65 0.518 -.7477429 .3771445
_Itipoproc_4 | -.1623422 .7914323 -0.21 0.837 -1.713521 1.388837
_Itipoproc_5 | -.1936319 .8268087 -0.23 0.815 -1.814147 1.426883
_Itipoproc_6 | -.0132915 .4526463 -0.03 0.977 -.9004621 .873879
_Icont_1 | .9117765 .3121835 2.92 0.003 .2999081 1.523645
_Icont_2 | 1.577328 .4202109 3.75 0.000 .7537301 2.400926
_Icont_3 | 1.362706 .354602 3.84 0.000 .6676985 2.057713
_Iantbprof~1 | -.3244932 .3302385 -0.98 0.326 -.9717487 .3227624
_Iantbprof~2 | -1.387848 1.05519 -1.32 0.188 -3.455982 .6802862
_Inprofi_1 | .0548811 .2397192 0.23 0.819 -.41496 .5247222
_Inprofi_2 | 1.594089 .5530716 2.88 0.004 .5100882 2.678089
_Ihospit_1 | -1.508964 .3920598 -3.85 0.000 -2.277387 -.7405411
_Ihospit_2 | -.5018683 .4596785 -1.09 0.275 -1.402822 .399085
_Ihospit_3 | -1.096455 .4645549 -2.36 0.018 -2.006966 -.1859447
idade | .0039096 0057114 0.68 0.494 -.0072846 .0151038
tempciru | .0029533 .001513 1.95 0.051 -.0000121 .0059186
tipanes | -.387345 .2284747 -1.70 0.090 -.8351471 .0604572
_cons | -4.418227 .357512 -12.36 0.000 -5.118938 -3.717516
--------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store d
. lrtest c
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.28
(Assumption: d nested in c) Prob > chi2 = 0.5998
A variável tempo pré-operatório foi retirada do modelo de acordo com Prob > chi2 = 0.5998
Retirando a Variável Tipo de procedimento cirúrgico
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit idade tempciru tipanes
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
173
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -575.31763
Iteration 2: log likelihood = -564.96696
Iteration 3: log likelihood = -564.42185
Iteration 4: log likelihood = -564.41878
Iteration 5: log likelihood = -564.41878
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(17) = 90.46
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -564.41878 Pseudo R2 = 0.0742
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+---------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .5979772 .2573504 2.32 0.020 .0935796 1.102375
_Iasa1_3 | 1.052247 .3609092 2.92 0.004 .3448779 1.759616
_Iasa1_4 | 1.436574 .668919 2.15 0.032 .1255167 2.747631
protese | .6599419 .2157004 3.06 0.002 .2371768 1.082707
_Icont_1 | .8800912 .3100454 2.84 0.005 .2724134 1.487769
_Icont_2 | 1.580578 .4125942 3.83 0.000 .7719082 2.389248
_Icont_3 | 1.329652 .3476761 3.82 0.000 .6482197 2.011085
_Iantbprof~1 | -.3520024 .3273989 -1.08 0.282 -.9936925 .2896877
_Iantbprof~2 | -1.409741 1.055346 -1.34 0.182 -3.478181 .6586987
_Inprofi_1 | .0624805 .2392639 0.26 0.794 -.4064681 .5314291
_Inprofi_2 | 1.604429 .5500165 2.92 0.004 .5264168 2.682442
_Ihospit_1 | -1.566751 .3868985 -4.05 0.000 -2.325058 -.8084434
_Ihospit_2 | -.5006856 .4407235 -1.14 0.256 -1.364488 .3631166
_Ihospit_3 | -1.123162 .4601068 -2.44 0.015 -2.024955 -.2213689
idade | .0038906 .0056168 0.69 0.489 -.007118 .0148993
tempciru | .0032368 .0014757 2.19 0.028 .0003445 .0061292
tipanes | -.3649912 .2242963 -1.63 0.104 -.8046038 .0746214
_cons | -4.617048 .2767223 -16.68 0.000 -5.159414 -4.074683
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store e
. lrtest d
likelihood-ratio test LR chi2(5) = 1.83
(Assumption: e nested in d) Prob > chi2 = 0.8727
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit tempciru tipanes
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -575.39374
Iteration 2: log likelihood = -565.1872
Iteration 3: log likelihood = -564.66265
174
Iteration 4: log likelihood = -564.65979
Iteration 5: log likelihood = -564.65979
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(16) = 89.98
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -564.65979 Pseudo R2 = 0.0738
--------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .6668976 .2354323 2.83 0.005 .2054587 1.128336
_Iasa1_3 | 1.167004 .31851 3.66 0.000 .542736 1.791272
_Iasa1_4 | 1.534986 .6523183 2.35 0.019 .2564654 2.813506
protese | .6704762 .2152029 3.12 0.002 .2486863 1.092266
_Icont_1 | .8692221 .3095372 2.81 0.005 .2625403 1.475904
_Icont_2 | 1.573661 .4130888 3.81 0.000 .7640218 2.3833
_Icont_3 | 1.319156 .3475608 3.80 0.000 .6379492 2.000362
_Iantbprof~1 | -.3350062 .3267074 -1.03 0.305 -.9753409 .3053286
_Iantbprof~2 | -1.401729 1.055657 -1.33 0.184 -3.470779 .6673208
_Inprofi_1 | .0686208 .2386565 0.29 0.774 -.3991373 .536379
_Inprofi_2 | 1.620129 .5487662 2.95 0.003 .5445673 2.695691
_Ihospit_1 | -1.493474 .3716421 -4.02 0.000 -2.221879 -.7650691
_Ihospit_2 | -.4322018 .4295571 -1.01 0.314 -1.274118 .4097146
_Ihospit_3 | -1.051217 .4484869 -2.34 0.019 -1.930236 -.1721993
tempciru | .0032398 0014709 2.20 0.028 .000357 .0061227
tipanes | -.4234052 .2081012 -2.03 0.042 -.831276 -.0155344
_cons | -4.548397 .2576192 -17.66 0.000 -5.053321 -4.043472
---------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store f
. lrtest e
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.48
(Assumption: f nested in e) Prob > chi2 = 0.4875
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.cont i.nprofi i.hospit tempciru tipanes
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -576.49962
Iteration 2: log likelihood = -566.55913
Iteration 3: log likelihood = -566.07041
Iteration 4: log likelihood = -566.06832
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(14) = 87.16
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -566.06832 Pseudo R2 = 0.0715
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+---------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .6430845 .2348383 2.74 0.006 .1828099 1.103359
_Iasa1_3 | 1.13548 .3168434 3.58 0.000 .5144785 1.756482
175
_Iasa1_4 | 1.580481 .6471765 2.44 0.015 .3120383 2.848924
protese | .6471103 .2133194 3.03 0.002 .229012 1.065209
_Icont_1 | .8657004 .3088043 2.80 0.005 .2604551 1.470946
_Icont_2 | 1.566742 .40585 3.86 0.000 .7712909 2.362194
_Icont_3 | 1.323643 .3458546 3.83 0.000 .6457807 2.001506
_Inprofi_1 | .067515 .2392436 0.28 0.778 -.4013939 .5364238
_Inprofi_2 | 1.589788 .5481299 2.90 0.004 .5154728 2.664102
_Ihospit_1 | -1.73708 .3072673 -5.65 0.000 -2.339313 -1.134847
_Ihospit_2 | -.6300476 .3848509 -1.64 0.102 -1.384342 .1242463
_Ihospit_3 | -1.280561 .3943948 -3.25 0.001 -2.053561 -.5075617
tempciru | .0027699 .001443 1.92 0.055 -.0000582 .0055981
tipanes | -.4061783 .2077389 -1.96 0.051 -.8133391 .0009826
_cons | -4.521681 .2569704 -17.60 0.000 -5.025334 -4.018028
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store g
. lrtest f
likelihood-ratio test LR chi2(2) = 2.82
(Assumption: g nested in f) Prob > chi2 = 0.2445
. lroc
Logistic model for SSI
number of observations = 8236
area under ROC curve = 0.7499
Modelo 3
O Modelo 3 foi composto pelas variáveis:asa, trauma, protese tipo de procedimento cirúrgico, potencial de
contaminação, uso de antibiótico profilático, número de profissionais envolvidos na cirurgia e hospital
Modelo Cheio 3:
. xi: logit SSI trauma i.asa1 protese i.tipoproc i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -576.85356
Iteration 2: log likelihood = -567.7612
Iteration 3: log likelihood = -567.31513
Iteration 4: log likelihood = -567.31289
Iteration 5: log likelihood = -567.31289
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(20) = 84.67
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -567.31289 Pseudo R2 = 0.0694
-------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
176
-------------+-----------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .6608928 .2400545 2.75 0.006 .1903946 1.131391
_Iasa1_3 | 1.123847 .3253136 3.45 0.001 .4862444 1.76145
_Iasa1_4 | 1.482589 .6494644 2.28 0.022 .2096623 2.755516
trauma | -.0407682 .2674175 -0.15 0.879 -.5648968 .4833605
protese | .7513786 .2270277 3.31 0.001 .3064125 1.196345
_Itipoproc_2 | -.2910407 .3293865 -0.88 0.377 -.9366263 .354545
_Itipoproc_3 | -.115581 .2830679 -0.41 0.683 -.6703838 . 4392219
_Itipoproc_4 | .097253 .7882932 0.12 0.902 -1.447773 1.642279
_Itipoproc_5 | -.0166185 .8212276 -0.02 0.984 -1.626195 1.592958
_Itipoproc_6 | .2280258 .4444456 0.51 0.608 -.6430716 1.099123
_Icont_1 | .8972737 .3105742 2.89 0.004 .2885595 1.505988
_Icont_2 | 1.505703 .419135 3.59 0.000 .6842136 2.327193
_Icont_3 | 1.313532 .3547535 3.70 0.000 .6182274 2.008836
_Iantbprof~1 | -.1548858 .3248671 -0.48 0.634 -.7916136 .481842
_Iantbprof~2 | -1.15049 1.047316 -1.10 0.272 -3.203192 .9022116
_Inprofi_1 | .0727574 .2379383 0.31 0.760 -.393593 .5391078
_Inprofi_2 | 1.741171 .5344125 3.26 0.001 .6937413 2.7886
_Ihospit_1 | -1.222193 .3815176 -3.20 0.001 -1.969954 -.4744325
_Ihospit_2 | -.2490367 .4417126 -0.56 0.573 -1.114777 .616704
_Ihospit_3 | -.8471548 .4530234 -1.87 0.061 -1.735064 .0407548
_cons | -4.493052 .2847092 -15.78 0.000 -5.051072 -3.935032
---------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store a
Retirando a primeira variável: Trauma
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.tipoproc i.cont i.antbprofilat i.nprofi i.hospit
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -576.87618
Iteration 2: log likelihood = -567.77301
Iteration 3: log likelihood = -567.32677
Iteration 4: log likelihood = -567.32453
Iteration 5: log likelihood = -567.32453
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(19) = 84.65
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -567.32453 Pseudo R2 = 0.0694
---------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .6629762 .2396704 2.77 0.006 .1932309 1.132721
_Iasa1_3 | 1.124223 .3254175 3.45 0.001 .4864164 1.76203
_Iasa1_4 | 1.48649 .6487831 2.29 0.022 .2148986 2.758082
protese | .7465206 .2247751 3.32 0.001 .3059694 1.187072
_Itipoproc_2 | -.3094721 .3065368 -1.01 0.313 -.9102733 .291329
_Itipoproc_3 | -.1165424 .2829529 -0.41 0.680 -.6711199 .4380352
_Itipoproc_4 | .1097157 .784098 0.14 0.889 -1.427088 1.64652
177
_Itipoproc_5 | -.0139522 .8209845 -0.02 0.986 -1.623052 1.595148
_Itipoproc_6 | .2230579 .4433818 0.50 0.615 -.6459545 1.09207
_Icont_1 | .8951354 .3102104 2.89 0.004 .2871342 1.503137
_Icont_2 | 1.506197 .4190796 3.59 0.000 .6848163 2.327578
_Icont_3 | 1.311231 .3543755 3.70 0.000 .6166675 2.005794
_Iantbprof~1 | -.1582135 .3241934 -0.49 0.626 -.7936209 .4771938
_Iantbprof~2 | -1.153476 1.047289 -1.10 0.271 -3.206124 .8991723
_Inprofi_1 | .0731728 .2380072 0.31 0.759 -.3933128 .5396585
_Inprofi_2 | 1.741684 .534461 3.26 0.001 .69416 2.789208
_Ihospit_1 | -1.235259 .3719378 -3.32 0.001 -1.964244 -.5062746
_Ihospit_2 | -.2540753 .440577 -0.58 0.564 -1.11759 .6094397
_Ihospit_3 | -.8590203 .4465635 -1.92 0.054 -1.734269 .0162282
_cons | -4.491446 .2844188 -15.79 0.000 -5.048897 -3.933995
--------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store b
. lrtest a
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.02
(Assumption: b nested in a) Prob > chi2 = 0.8787
A Variável Trauma foi retirada do modelo de acordo com Prob > chi2 = 0.8787
Retirando a variável uso de Antibióticoprofilático
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.tipoproc i.cont i.nprofi i.hospit
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -577.58565
Iteration 2: log likelihood = -568.5914
Iteration 3: log likelihood = -568.16776
Iteration 4: log likelihood = -568.16605
Iteration 5: log likelihood = -568.16605
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(17) = 82.97
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -568.16605 Pseudo R2 = 0.0680
--------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .6473116 .2390513 2.71 0.007 .1787797 1.115843
_Iasa1_3 | 1.110463 .3245775 3.42 0.001 .4743031 1.746624
_Iasa1_4 | 1.507585 .6456834 2.33 0.020 .2420691 2.773101
protese | .7305082 .2229845 3.28 0.001 .2934666 1.16755
_Itipoproc_2 | -.311168 .3051673 -1.02 0.308 -.909285 .286949
_Itipoproc_3 | -.1153625 .2828972 -0.41 0.683 -.6698309 .4391059
_Itipoproc_4 | .0779612 .7837017 0.10 0.921 -1.458066 1.613988
_Itipoproc_5 | -.0555448 .8164212 -0.07 0.946 -1.655701 1.544611
_Itipoproc_6 | .2199598 .4397692 0.50 0.617 -.641972 1.081892
_Icont_1 | .8865363 .3097612 2.86 0.004 .2794155 1.493657
_Icont_2 | 1.485528 .4137884 3.59 0.000 .6745177 2.296538
178
_Icont_3 | 1.304992 .3529324 3.70 0.000 .6132577 1.996727
_Inprofi_1 | .0722884 .238116 0.30 0.761 -.3944104 .5389873
_Inprofi_2 | 1.711215 .5319427 3.22 0.001 .6686263 2.753803
_Ihospit_1 | -1.382078 .2940694 -4.70 0.000 -1.958444 -.8057129
_Ihospit_2 | -.3527015 .3947452 -0.89 0.372 -1.126388 .4209848
_Ihospit_3 | -.981378 .3896341 -2.52 0.012 -1.745047 -.2177092
_cons | -4.486244 .2838817 -15.80 0.000 -5.042642 -3.929846
----------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store c
. lrtest b
likelihood-ratio test LR chi2(2) = 1.68
(Assumption: c nested in b) Prob > chi2 = 0.4311
A variável uso de Antibióticoprofilático foi retirada do modelo de acordo com Prob > chi2 = 0.4311
Retirando a variável Tipo de procedimento cirúrgico
. xi: logit SSI i.asa1 protese i.cont i.nprofi i.hospit
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -578.66653
Iteration 2: log likelihood = -569.81539
Iteration 3: log likelihood = -569.41331
Iteration 4: log likelihood = -569.41182
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(12) = 80.48
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -569.41182 Pseudo R2 = 0.0660
---------------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | .6846136 .2342822 2.92 0.003 .2254289 1.143798
_Iasa1_3 | 1.143885 .3179982 3.60 0.000 .5206204 1.767151
_Iasa1_4 | 1.557752 .642153 2.43 0.015 .2991548 2.816348
protese | .7285448 .2092061 3.48 0.000 .3185084 1.138581
_Icont_1 | .8465417 .3072222 2.76 0.006 .2443972 1.448686
_Icont_2 | 1.489747 .4034373 3.69 0.000 .6990243 2.280469
_Icont_3 | 1.273232 .3455161 3.69 0.000 .5960328 1.950431
_Inprofi_1 | .0833832 .2372273 0.35 0.725 -.3815738 .5483402
_Inprofi_2 | 1.772553 .5267807 3.36 0.001 .7400814 2.805024
_Ihospit_1 | -1.429663 .2797015 -5.11 0.000 -1.977868 -.8814581
_Ihospit_2 | -.3566682 .3684285 -0.97 0.333 -1.078775 .3654383
_Ihospit_3 | -1.004702 .3769751 -2.67 0.008 -1.743559 -.2658439
_cons | -4.612152 .2069001 -22.29 0.000 -5.017668 -4.206635
---------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store d
179
. lrtest c
likelihood-ratio test LR chi2(5) = 2.49
(Assumption: d nested in c) Prob > chi2 = 0.7778
A variável Tipo de Procedimento cirúrgico foi retirada do modelo de acordo com Prob > chi2 = 0.7778
Modelo final 3: Asa Protese Pot. cont Número de prodissionais na sala de cirurgia e Hospital
. xi: logistic SSI i.asa1 protese i.cont i.nprofi i.hospit
i.asa1 _Iasa1_1-4 (naturally coded; _Iasa1_1 omitted)
i.cont _Icont_0-3 (naturally coded; _Icont_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
Logistic regression Number of obs = 8236
LR chi2(12) = 80.48
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -569.41182 Pseudo R2 = 0.0660
-------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Odds Ratio Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-----------------------------------------------------------------------
_Iasa1_2 | 1.983005 .4645829 2.92 0.003 1.25286 3.138667
_Iasa1_3 | 3.138941 .9981776 3.60 0.000 1.683071 5.854148
_Iasa1_4 | 4.748134 3.049028 2.43 0.015 1.348718 16.7157
protese | 2.072063 .4334882 3.48 0.000 1.375075 3.122335
_Icont_1 | 2.33157 .71631 2.76 0.006 1.276851 4.257517
_Icont_2 | 4.435972 1.789637 3.69 0.000 2.011789 9.781271
_Icont_3 | 3.572379 1.234314 3.69 0.000 1.814904 7.031717
_Inprofi_1 | 1.086958 .2578562 0.35 0.725 .682786 1.730379
_Inprofi_2 | 5.885859 3.100557 3.36 0.001 2.096106 16.52747
_Ihospit_1 | .2393896 .0669576 -5.11 0.000 .1383639 .4141786
_Ihospit_2 | .7000047 .2579017 -0.97 0.333 .3400119 1.441146
_Ihospit_3 | .3661539 .1380309 -2.67 0.008 .1748968 .7665588
-----------------------------------------------------------------------------------------------
. lroc
Logistic model for SSI
number of observations = 8236
area under ROC curve = 0.7339
Modelo 4
O Modelo 4 foi composto das variáveis retiradas da univariada (sem as variáveis asa, pot. Cont e duração
cirurgia) + a variável IRIC
O Modelo 4 tinha as seguintes variáveis: trauma protese i.tipoproc i.antbprofilat i.hospit i.nprofi i.iric2
O Modelo Cheio 4:
. xi: logit SSI trauma protese i.tipoproc i.antbprofilat i.hospit i.nprofi i.iric2
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
180
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -609.4912
Iteration 2: log likelihood = -576.49294
Iteration 3: log likelihood = -574.33962
Iteration 4: log likelihood = -574.23488
Iteration 5: log likelihood = -574.23431
Iteration 6: log likelihood = -574.23431
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(17) = 70.83
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -574.23431 Pseudo R2 = 0.0581
-------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+------------------------------------------------------------------------------
trauma | .0016044 .2599704 0.01 0.995 -.5079282 .5111371
protese | .5550907 .2186129 2.54 0.011 .1266173 .9835641
_Itipoproc_2 | -.3604122 .3265827 -1.10 0.270 -1.000502 .279678
_Itipoproc_3 | -.1008772 .2788196 -0.36 0.718 -.6473536 .4455991
_Itipoproc_4 | .2514759 .7825798 0.32 0.748 -1.282352 1.785304
_Itipoproc_5 | .0917095 .8157091 0.11 0.910 -1.507051 1.69047
_Itipoproc_6 | .3300875 .4394945 0.75 0.453 -.5313058 1.191481
_Iantbprof~1 | -.4757653 .327185 -1.45 0.146 -1.117036 .1655055
_Iantbprof~2 | -1.303486 1.054402 -1.24 0.216 -3.370075 .7631036
_Ihospit_1 | -1.16105 .3794068 -3.06 0.002 -1.904673 -.417426
_Ihospit_2 | -.0760983 .4285634 -0.18 0.859 -.916067 .7638705
_Ihospit_3 | -.6376455 .4398935 -1.45 0.147 -1.499821 .2245298
_Inprofi_1 | .0837363 .2398952 0.35 0.727 -.3864497 .5539223
_Inprofi_2 | 1.679043 .5327824 3.15 0.002 .6348087 2.723277
_Iiric2_1 | 1.079736 .232053 4.65 0.000 .6249208 1.534552
_Iiric2_2 | 1.747365 .3686548 4.74 0.000 1.024815 2.469915
_Iiric2_3 | 2.618872 1.091928 2.40 0.016 .4787332 4.75901
_cons | -4.24169 .2720658 -15.59 0.000 -4.774929 -3.708451
------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store a
Retirando a variável trauma
. xi: logit SSI protese i.antbprofilat i.tipoproc i.hospit i.nprofi i.iric2
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -609.49113
Iteration 2: log likelihood = -576.49281
Iteration 3: log likelihood = -574.33963
Iteration 4: log likelihood = -574.2349
Iteration 5: log likelihood = -574.23433
181
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(16) = 70.83
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -574.23433 Pseudo R2 = 0.0581
---------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------
protese | .5552753 .2165558 2.56 0.010 .1308337 .979717
_Iantbprof~1 | -.475666 .3267857 -1.46 0.146 -1.116154 .1648223
_Iantbprof~2 | -1.303395 1.054275 -1.24 0.216 -3.369735 .7629453
_Itipoproc_2 | -.3597085 .3060246 -1.18 0.240 -.9595056 .2400887
_Itipoproc_3 | -.1008441 .27877 -0.36 0.718 -.6472232 .4455349
_Itipoproc_4 | .2509201 .7773784 0.32 0.747 -1.272713 1.774554
_Itipoproc_5 | .0915745 .8154154 0.11 0.911 -1.50661 1.689759
_Itipoproc_6 | .3302084 .4390555 0.75 0.452 -.5303245 1.190741
_Ihospit_1 | -1.160535 .3701206 -3.14 0.002 -1.885958 -.435112
_Ihospit_2 | -.075909 .4274601 -0.18 0.859 -.9137154 .7618975
_Ihospit_3 | -.6371906 .4336635 -1.47 0.142 -1.487156 .2127743
_Inprofi_1 | .0837219 .2398804 0.35 0.727 -.3864351 .5538788
_Inprofi_2 | 1.679081 .5327263 3.15 0.002 .6349561 2.723205
_Iiric2_1 | 1.079741 .2320528 4.65 0.000 .6249261 1.534556
_Iiric2_2 | 1.74734 .3686306 4.74 0.000 1.024837 2.469843
_Iiric2_3 | 2.618597 1.091028 2.40 0.016 .4802206 4.756974
_cons | -4.241739 .2719498 -15.60 0.000 -4.774751 -3.708728
---------------------------------------------------------------------------------------------
. est store b
. lrtest a
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.00
(Assumption: b nested in a) Prob > chi2 = 0.9951
A variável trauma nào volta para o modelo.
Retirando a variável tipo de procedimento cirúrgico
. xi: logit SSI protese i.antbprofilat i.hospit i.nprofi i.iric2
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -585.46924
Iteration 2: log likelihood = -576.69259
Iteration 3: log likelihood = -576.32507
Iteration 4: log likelihood = -576.32371
Iteration 5: log likelihood = -576.32371
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(11) = 66.65
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -576.32371 Pseudo R2 = 0.0547
----------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+--------------------------------------------------------------------------------
182
protese | .5540658 .2009587 2.76 0.006 .160194 .9479377
_Iantbprof~1 | -.4622384 .3193744 -1.45 0.148 -1.088201 .1637238
_Iantbprof~2 | -1.273385 1.052208 -1.21 0.226 -3.335676 .7889058
_Ihospit_1 | -1.177358 .3600273 -3.27 0.001 -1.882998 -.4717172
_Ihospit_2 | -.0296254 .4087012 -0.07 0.942 -.830665 .7714141
_Ihospit_3 | -.651442 .4246727 -1.53 0.125 -1.483785 .1809013
_Inprofi_1 | .094245 .2385129 0.40 0.693 -.3732318 .5617218
_Inprofi_2 | 1.765926 .5271144 3.35 0.001 .7328007 2.799051
_Iiric2_1 | 1.080122 .2267705 4.76 0.000 .6356598 1.524584
_Iiric2_2 | 1.698566 .3642051 4.66 0.000 .9847369 2.412395
_Iiric2_3 | 2.526939 1.083389 2.33 0.020 .4035347 4.650343
_cons | -4.372808 .1876468 -23.30 0.000 -4.740589 -4.005027
--------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store c
. lrtest b
likelihood-ratio test LR chi2(5) = 4.18
(Assumption: c nested in b) Prob > chi2 = 0.5240
A variável tipo de procedimento cirúrgico nào volta ao modelo.
Retirando a variável antibioticoprofilático
. xi: logit SSI protese i.hospit i.nprofi i.iric2
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -586.51099
Iteration 2: log likelihood = -578.19242
Iteration 3: log likelihood = -577.86779
Iteration 4: log likelihood = -577.86692
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(9) = 63.57
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -577.86692 Pseudo R2 = 0.0521
---------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------
protese | .5031846 .1967145 2.56 0.011 .1176312 .888738
_Ihospit_1 | -1.521767 .287361 -5.30 0.000 -2.084984 -.9585493
_Ihospit_2 | -.331333 .3583553 -0.92 0.355 -1.033696 .3710305
_Ihospit_3 | -.9773093 .3665334 -2.67 0.008 -1.695702 -.258917
_Inprofi_1 | .0741212 .2392513 0.31 0.757 -.3948028 .5430452
_Inprofi_2 | 1.700668 .523986 3.25 0.001 .6736742 2.727661
_Iiric2_1 | 1.012657 .2224673 4.55 0.000 .5766288 1.448684
_Iiric2_2 | 1.634082 .3628645 4.50 0.000 .9228808 2.345283
_Iiric2_3 | 2.428692 1.06038 2.29 0.022 .3503852 4.506999
_cons | -4.350304 .18525 -23.48 0.000 -4.713387 -3.987221
-----------------------------------------------------------------------------------------------
. est store d
. lrtest c
183
likelihood-ratio test LR chi2(2) = 3.09
(Assumption: d nested in c) Prob > chi2 = 0.2137
. lroc, nograph
Logistic model for SSI
number of observations = 8236
area under ROC curve = 0.7065
Modelo 5
O Modelo 5 foi composto das variáveis retiradas da univariada + IRIC + as variáveis importantes na literatura
O Modelo 5 continha as seguintes variáveis: trauma protese i.tipoproc i.iric2 i.antbprofilat i.hospit
i.nprofi emerg tipanes idade tpreop
Modelo cheio 5:
. xi: logit SSI trauma protese i.tipoproc i.iric2 i.antbprofilat i.hospit i.nprofi emerg tipanes idade tpreop
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -607.40853
Iteration 2: log likelihood = -572.61186
Iteration 3: log likelihood = -570.46032
Iteration 4: log likelihood = -570.35527
Iteration 5: log likelihood = -570.35469
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(21) = 78.59
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -570.35469 Pseudo R2 = 0.0645
-----------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+---------------------------------------------------------------------------------
trauma | -.0881617 .2686988 -0.33 0.743 -.6148018 .4384783
protese | .5405511 .221394 2.44 0.015 .1066268 .9744754
_Itipoproc_2 | -.5155046 .3352055 -1.54 0.124 -1.172495 .1414862
_Itipoproc_3 | -.2246916 .2837149 -0.79 0.428 -.7807626 .3313794
_Itipoproc_4 | -.1076794 .7960939 -0.14 0.892 -1.667995 1.452636
_Itipoproc_5 | -.1214151 .8247989 -0.15 0.883 -1.737991 1.495161
_Itipoproc_6 | .0318869 .4555338 0.07 0.944 -.8609428 .9247167
_Iiric2_1 | 1.013254 .2352878 4.31 0.000 .5520988 1.47441
_Iiric2_2 | 1.580195 .3795475 4.16 0.000 .8362951 2.324094
_Iiric2_3 | 2.585502 1.093062 2.37 0.018 .4431387 4.727865
_Iantbprof~1 | -.5079762 .3243499 -1.57 0.117 -1.14369 .1277379
_Iantbprof~2 | -1.327548 1.059942 -1.25 0.210 -3.404995 .7498992
_Ihospit_1 | -1.428665 .3955798 -3.61 0.000 -2.203987 -.653343
_Ihospit_2 | -.4614041 .455268 -1.01 0.311 -1.353713 .4309048
_Ihospit_3 | -.98716 .4652039 -2.12 0.034 -1.898943 -.0753771
_Inprofi_1 | .0895998 .2415054 0.37 0.711 -.383742 .5629417
_Inprofi_2 | 1.721517 .5387199 3.20 0.001 .6656452 2.777389
184
emerg | .3502928 .2804331 1.25 0.212 -.1993459 .8999315
tipanes | -.316332 .2246135 -1.41 0.159 -.7565663 .1239023
idade | .0077756 .0051616 1.51 0.132 -.0023409 .017892
tpreop | .0010038 .0027358 0.37 0.714 -.0043583 .0063659
_cons | -4.032848 .3337385 -12.08 0.000 -4.686964 -3.378733
-------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store a
Retirando a variável Trauma
xi: logit SSI protese i.tipoproc i.iric2 i.antbprofilat i.hospit i.nprofi emerg tipanes idade tpreop
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -607.44166
Iteration 2: log likelihood = -572.66557
Iteration 3: log likelihood = -570.51436
Iteration 4: log likelihood = -570.40935
Iteration 5: log likelihood = -570.40878
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(20) = 78.48
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -570.40878 Pseudo R2 = 0.0644
----------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+--------------------------------------------------------------------------------
protese | .5295012 .2187744 2.42 0.016 .1007113 .9582911
_Itipoproc_2 | -.5498835 .3185264 -1.73 0.084 -1.174184 .0744169
_Itipoproc_3 | -.2255007 .2835754 -0.80 0.426 -.7812982 .3302968
_Itipoproc_4 | -.0771488 .7905598 -0.10 0.922 -1.626618 1.47232
_Itipoproc_5 | -.1145526 .8246196 -0.14 0.890 -1.730777 1.501672
_Itipoproc_6 | .0257392 .4554239 0.06 0.955 -.8668752 .9183537
_Iiric2_1 | 1.015262 .235187 4.32 0.000 .5543038 1.47622
_Iiric2_2 | 1.585735 .3791572 4.18 0.000 .8426004 2.328869
_Iiric2_3 | 2.601964 1.091669 2.38 0.017 .4623319 4.741597
_Iantbprof~1 | -.5144888 .3239044 -1.59 0.112 -1.14933 .1203522
_Iantbprof~2 | -1.333867 1.059268 -1.26 0.208 -3.409994 .742259
_Ihospit_1 | -1.45293 .3887551 -3.74 0.000 -2.214876 -.6909838
_Ihospit_2 | -.4691088 .454844 -1.03 0.302 -1.360587 .4223691
_Ihospit_3 | -1.009146 .46066 -2.19 0.028 -1.912023 -.1062688
_Inprofi_1 | .0891229 .2416617 0.37 0.712 -.3845253 .5627712
_Inprofi_2 | 1.719279 .5389566 3.19 0.001 .6629429 2.775614
emerg | .3296989 .2729886 1.21 0.227 -.2053489 .8647466
tipanes | -.3143756 .2243186 -1.40 0.161 -.7540319 .1252808
idade | .0077614 .0051628 1.50 0.133 -.0023575 .0178803
tpreop | .0009938 .0027414 0.36 0.717 -.0043793 .0063669
_cons | -4.030809 .3333234 -12.09 0.000 -4.684111 -3.377507
------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store b
. lrtest a
185
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 0.11
(Assumption: b nested in a) Prob > chi2 = 0.7422
A variável trauma não volta ao modelo
Retirada a variável tempo pré-operatório
. xi: logit SSI protese i.tipoproc i.iric2 i.antbprofilat i.hospit i.nprofi emerg tipanes idade
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -607.25081
Iteration 2: log likelihood = -572.72017
Iteration 3: log likelihood = -570.57354
Iteration 4: log likelihood = -570.46923
Iteration 5: log likelihood = -570.46867
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(19) = 78.36
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -570.46867 Pseudo R2 = 0.0643
--------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------
protese | .5315096 .2187173 2.43 0.015 .1028316 .9601877
_Itipoproc_2 | -.5528698 .3183678 -1.74 0.082 -1.176859 .0711197
_Itipoproc_3 | -.2241386 .2835086 -0.79 0.429 -.7798052 .3315281
_Itipoproc_4 | -.0673191 .7899668 -0.09 0.932 -1.615626 1.480987
_Itipoproc_5 | -.1155998 .824542 -0.14 0.889 -1.731673 1.500473
_Itipoproc_6 | .029156 .4546801 0.06 0.949 -.8620006 .9203126
_Iiric2_1 | 1.019495 .2347657 4.34 0.000 .5593622 1.479627
_Iiric2_2 | 1.588154 .3790929 4.19 0.000 .8451457 2.331162
_Iiric2_3 | 2.607235 1.091602 2.39 0.017 .4677346 4.746735
_Iantbprof~1 | -.5182686 .3236727 -1.60 0.109 -1.152655 .1161181
_Iantbprof~2 | -1.335459 1.058865 -1.26 0.207 -3.410796 .7398769
_Ihospit_1 | -1.451955 .3887803 -3.73 0.000 -2.213951 -.6899599
_Ihospit_2 | -.4699001 .4546769 -1.03 0.301 -1.36105 .4212502
_Ihospit_3 | -1.003917 .459717 -2.18 0.029 -1.904945 -.102888
_Inprofi_1 | .0879681 .2415963 0.36 0.716 -.3855519 .5614882
_Inprofi_2 | 1.732072 .5364908 3.23 0.001 .6805696 2.783575
emerg | .3307279 .2728451 1.21 0.225 -.2040387 .8654944
tipanes | -.3129813 .224195 -1.40 0.163 -.7523955 .1264329
idade | .0077519 .00516 1.50 0.133 -.0023616 .0178654
_cons | -4.028429 .333236 -12.09 0.000 -4.68156 -3.375298
-------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store b
. lrtest a
likelihood-ratio test LR chi2(2) = 0.23
(Assumption: b nested in a) Prob > chi2 = 0.8923
A variável tempo pré-operatório não volta ao modelo pelo valor de Prob > chi2 = 0.8923
186
Retirada a variável emergência
. xi: logit SSI protese i.tipoproc i.iric2 i.antbprofilat i.hospit i.nprofi tipanes idade
i.tipoproc _Itipoproc_1-6 (naturally coded; _Itipoproc_1 omitted)
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -607.33265
Iteration 2: log likelihood = -573.42783
Iteration 3: log likelihood = -571.27129
Iteration 4: log likelihood = -571.16584
Iteration 5: log likelihood = -571.16526
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(18) = 76.97
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -571.16526 Pseudo R2 = 0.0631
---------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-------------------------------------------------------------------------------
protese | .518669 .2180317 2.38 0.017 .0913347 .9460032
_Itipoproc_2 | -.4920161 .3122536 -1.58 0.115 -1.104022 .1199897
_Itipoproc_3 | -.2140566 .2829377 -0.76 0.449 -.7686042 .340491
_Itipoproc_4 | -.1006418 .7893693 -0.13 0.899 -1.647777 1.446494
_Itipoproc_5 | -.130935 .8246196 -0.16 0.874 -1.74716 1.48529
_Itipoproc_6 | .0521993 .4527059 0.12 0.908 -.835088 .9394865
_Iiric2_1 | 1.051274 .2338394 4.50 0.000 .5929573 1.509591
_Iiric2_2 | 1.628115 .37934 4.29 0.000 .8846225 2.371608
_Iiric2_3 | 2.641625 1.091757 2.42 0.016 .5018212 4.781429
_Iantbprof~1 | -.5271527 .3227999 -1.63 0.102 -1.159829 .1055235
_Iantbprof~2 | -1.368959 1.059626 -1.29 0.196 -3.445788 .7078706
_Ihospit_1 | -1.422609 .3866387 -3.68 0.000 -2.180407 -.6648108
_Ihospit_2 | -.4441801 .4527955 -0.98 0.327 -1.331643 .4432828
_Ihospit_3 | -1.005743 .4586723 -2.19 0.028 -1.904724 -.1067619
_Inprofi_1 | .0722153 .2411752 0.30 0.765 -.4004794 .5449101
_Inprofi_2 | 1.737853 .5357046 3.24 0.001 .6878916 2.787815
tipanes | -.2992616 .2231678 -1.34 0.180 -.7366625 .1381392
idade | .0080415 .0051562 1.56 0.119 -.0020645 .0181474
_cons | -4.029731 .3328066 -12.11 0.000 -4.68202 -3.377442
------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store c
. lrtest b
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 1.39
(Assumption: c nested in b) Prob > chi2 = 0.2379
A variável emergência não volta ao moelo pelo valor de Prob > chi2 = 0.2379
Retirada a variável tipo de procedimento
. xi: logit SSI protese i.iric2 i.antbprofilat i.hospit i.nprofi tipanes idade
187
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -607.96558
Iteration 2: log likelihood = -575.37382
Iteration 3: log likelihood = -573.22225
Iteration 4: log likelihood = -573.11288
Iteration 5: log likelihood = -573.11224
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(13) = 73.08
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -573.11224 Pseudo R2 = 0.0599
----------------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+---------------------------------------------------------------------------------
protese | .5011648 .2033669 2.46 0.014 .1025731 .8997566
_Iiric2_1 | 1.027034 .228702 4.49 0.000 .5787859 1.475281
_Iiric2_2 | 1.559222 .3739444 4.17 0.000 .8263042 2.292139
_Iiric2_3 | 2.547882 1.08287 2.35 0.019 .4254969 4.670268
_Iantbprof~1 | -.5347533 .3181676 -1.68 0.093 -1.15835 .0888438
_Iantbprof~2 | -1.35463 1.058233 -1.28 0.201 -3.428729 .7194698
_Ihospit_1 | -1.469598 .381215 -3.86 0.000 -2.216766 -.7224306
_Ihospit_2 | -.4117362 .4350437 -0.95 0.344 -1.264406 .4409339
_Ihospit_3 | -1.046613 .4534663 -2.31 0.021 -1.93539 -.1578348
_Inprofi_1 | .0843587 .2401801 0.35 0.725 -.3863857 .555103
_Inprofi_2 | 1.812819 .5295788 3.42 0.001 .7748639 2.850775
tipanes | -.2643015 .2182716 -1.21 0.226 -.692106 .163503
idade | .0084241 .0049894 1.69 0.091 -.0013548 .0182031
_cons | -4.26191 .2460234 -17.32 0.000 -4.744107 -3.779713
-----------------------------------------------------------------------------------------------
. est store d
. lrtest c
likelihood-ratio test LR chi2(5) = 3.89
(Assumption: d nested in c) Prob > chi2 = 0.5648
A variável tipo procedimento cirúrgico não volta ao modelo pelo valor de Prob > chi2 = 0.5648
Retirando a variável uso de anestesia geral
. xi: logit SSI protese i.iric2 i.antbprofilat i.hospit i.nprofi idade
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.antbprofilat _Iantbprofi_0-2 (naturally coded; _Iantbprofi_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -608.49766
Iteration 2: log likelihood = -576.09337
Iteration 3: log likelihood = -573.95559
Iteration 4: log likelihood = -573.84818
Iteration 5: log likelihood = -573.84756
188
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(12) = 71.61
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -573.84756 Pseudo R2 = 0.0587
-----------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-----------------------------------------------------------------------------
protese | .502947 .2032153 2.47 0.013 .1046522 .9012418
_Iiric2_1 | 1.010041 .2289614 4.41 0.000 .5612847 1.458797
_Iiric2_2 | 1.514688 .3731164 4.06 0.000 .7833939 2.245983
_Iiric2_3 | 2.458581 1.078217 2.28 0.023 .3453143 4.571848
_Iantbprof~1 | -.5319051 .3191684 -1.67 0.096 -1.157464 .0936535
_Iantbprof~2 | -1.344652 1.055675 -1.27 0.203 -3.413738 .7244331
_Ihospit_1 | -1.460617 .3837777 -3.81 0.000 -2.212808 -.7084267
_Ihospit_2 | -.3574484 .4350772 -0.82 0.411 -1.210184 .4952872
_Ihospit_3 | -.9931813 .4533699 -2.19 0.028 -1.88177 -.1045926
_Inprofi_1 | .0733716 .2404514 0.31 0.760 -.3979045 .5446477
_Inprofi_2 | 1.750349 .5271684 3.32 0.001 .717118 2.78358
idade | .0104998 .0046994 2.23 0.025 .0012892 .0197104
_cons | -4.455384 .1909671 -23.33 0.000 -4.829673 -4.081096
------------------------------------------------------------------------------------------------
. est store e
. lrtest d
likelihood-ratio test LR chi2(1) = 1.47
(Assumption: e nested in d) Prob > chi2 = 0.2252
A variável uso de anestesia geral não volta ao modelo pelo valor de Prob > chi2 = 0.2252
Retirando a variável antibioticoprofilático
. xi: logit SSI protese i.iric2 i.hospit i.nprofi idade
i.iric2 _Iiric2_0-3 (naturally coded; _Iiric2_0 omitted)
i.hospit _Ihospit_0-3 (naturally coded; _Ihospit_0 omitted)
i.nprofi _Inprofi_0-2 (naturally coded; _Inprofi_0 omitted)
Iteration 0: log likelihood = -609.6501
Iteration 1: log likelihood = -609.48206
Iteration 2: log likelihood = -577.91394
Iteration 3: log likelihood = -575.84039
Iteration 4: log likelihood = -575.73449
Iteration 5: log likelihood = -575.73387
Logit estimates Number of obs = 8236
LR chi2(10) = 67.83
Prob > chi2 = 0.0000
Log likelihood = -575.73387 Pseudo R2 = 0.0556
-----------------------------------------------------------------------------------------
SSI | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
-------------+-----------------------------------------------------------------------------
protese | .4473718 .1992517 2.25 0.025 .0568455 .837898
_Iiric2_1 | .9435892 .2253684 4.19 0.000 .5018753 1.385303
_Iiric2_2 | 1.46205 .3719658 3.93 0.000 .7330104 2.19109
_Iiric2_3 | 2.325319 1.057987 2.20 0.028 .2517021 4.398937
189
_Ihospit_1 | -1.827031 .3273361 -5.58 0.000 -2.468597 -1.185464
_Ihospit_2 | -.6731453 .3970197 -1.70 0.090 -1.45129 .1049989
_Ihospit_3 | -1.338319 .4092066 -3.27 0.001 -2.14035 -.5362891
_Inprofi_1 | .0546506 .2413568 0.23 0.821 -.4183999 .5277012
_Inprofi_2 | 1.677808 .524354 3.20 0.001 .6500933 2.705523
idade | .0096662 .0046586 2.07 0.038 .0005355 .0187968
_cons | -4.425271 .1884761 -23.48 0.000 -4.794678 -4.055865
----------------------------------------------------------------------------------------------
. est store f
. lrtest e
likelihood-ratio test LR chi2(2) = 3.77
(Assumption: f nested in e) Prob > chi2 = 0.1516
A variável antibioticoprofilático não volta ao modelo pelo valor de Prob > chi2 = 0.1516
. lroc, nograph
Logistic model for SSI
number of observations = 8236
area under ROC curve = 0.7123
190
ANEXO 9
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