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MÁRCIA BUAES PIZZATO
A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS
SEGUNDO CIRURGIÕES-DENTISTAS E PACIENTES DE CLÍNICAS
ODONTOLÓGICAS DE FLORIANÓPOLIS
FLORIANÓPOLIS, 2008.
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18
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
MÁRCIA BUAES PIZZATO
A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS
SEGUNDO CIRURGIÕES-DENTISTAS E PACIENTES DE CLÍNICAS
ODONTOLÓGICAS DE FLORIANÓPOLIS
Dissertação apresentada como requisito à obtenção do grau
de Mestre em Administração, Curso de Mestrado Profissional
em Administração, Área de Concentração: Gestão
Estratégica das Organizações, Linha de Pesquisa: Gestão de
Inovações e Tecnologias Organizacionais.
Orientador: Profº Drº Mário César Barreto de Moraes
FLORIANÓPOLIS, SC.
2008
MÁRCIA BUAES PIZZATO
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19
A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS SEGUNDO
CIRURGIÕES-DENTISTAS E PACIENTES DE CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS DE
FLORIANÓPOLIS
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em
Administração, na área de concentração: Gestão Estratégica das Organizações,
linha de pesquisa: Gestão de Inovações e Tecnologias Organizacionais e aprovada
em sua forma final pelo Curso de Mestrado Profissional em Administração da
Universidade do Estado de Santa Catarina, em 07 de abril de 2008.
Prof. Dr. Mário César Barreto de Moraes
Coordenador do Mestrado
Apresentada à Comissão Examinadora, integrada pelos professores:
Prof. Dr. Mário César Barreto de Moraes
Orientador
Prof. Dr. Jacy Simi Júnior
Membro Externo
Profª. Drª. Graziela Dias Alperstedt
Membro Interno
Profª. Drª. Simone Ghisi Feuershütte
Membro Interno
20
DEDICATÓRIA
Aos meus amores: Roberto, Vera,
Felipe e Marcos.
21
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Por todas as oportunidades, desafios e luz.
Aos meus pais e irmão,
Pelo carinho, respeito, compreensão, força e amor dedicados a mim.
Ao meu noivo,
Pelo companheirismo, atenção, carinho, amor e apoio.
Ao meu orientador,
Além de seu conhecimento, orientação e competência, por mostrar-se um amigo.
Aos professores do Mestrado,
A todos os queridos professores do mestrado, especialmente ao Prof° Júlio Dias,
pela ajuda e paciência na parte estatística, bem como o auxílio de seu estagiário,
George, a Profª Jane Costa, pelos conselhos, entusiasmo e carinho, a Profª Graziela
Dias Alperstedt e a Profª Simone Ghisi Feuershütte por estarem desde o início do
desenvolvimento das idéias desta pesquisa.
Aos cirurgiões-dentistas e pacientes,
Pela cordialidade em participar da pesquisa e torná-la viável.
22
“A mente que se abre a uma nova idéia,
jamais volta ao seu tamanho original”.
Albert Einstein
23
RESUMO
PIZZATO, Márcia Buaes. A percepção da qualidade de serviços odontológicos segundo cirurgiões-
dentistas e pacientes em clínicas odontológicas da cidade de Florianópolis. 2008. 143f. Dissertação
(Mestrado Profissional em Administração). Escola Superior de Administração e Gerência –ESAG,
Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Santa Catarina, 2008
.
O grande número de clínicas odontológicas e profissionais da área em Florianópolis
vem demandando por um acirramento da concorrência na prestação de serviço
odontológico. Este aumento da concorrência requer uma melhoria na qualidade e na
prestação dos serviços odontológicos. Com vistas a analisar a percepção da
qualidade segundo cirurgiões-dentistas e pacientes de clínicas odontológicas deste
município, tomou-se por referência um estudo análogo realizado por Urdan (2001).
Ao identificar as percepções, a pesquisa permitiu verificar a existência de lacunas na
prestação dos serviços odontológicos e o desenvolvimento de um modelo
estratégico de qualidade. Os atributos da qualidade foram divididos em três grandes
subgrupos: atributos relacionados ao cirurgião-dentista, atributos relacionados às
recepcionistas e atributos ligados aos cenários de serviços das clínicas, todos com
uma escala de cinco níveis. Trata-se de uma pesquisa de levantamento, descritiva e
exploratória. A amostra selecionada compreendeu 75 clínicas odontológicas do
município de Florianópolis, sendo que 150 cirurgiões-dentistas e 402 pacientes
responderam ao questionário semi-estruturado apresentado. Em função dos dados
coletados percebeu-se que a maioria dos atributos de qualidade de serviços para os
cirurgiões-dentistas destacavam os graus indispensável e importante, sendo apenas
um atributo identificado como pouco importante, ao passo que para os pacientes
apenas as escalas indispensável e importante figuraram. Os atributos mais
relevantes para os cirurgiões-dentistas foram dentista tratar com respeito, ouvir o
paciente e ambiente da clínica organizado e limpo. Destaca-se, para os pacientes, o
ambiente da clínica ser organizado e limpo, dentista inspirar total confiança e
dentista ouvir o paciente. A tabulação final permitiu ainda identificar similaridade de
percepção entre cirurgião-dentista e pacientes em oito novos atributos sugeridos
pelos pesquisados nas questões abertas. Os resultados da pesquisa remetem a
importância de considerar a percepção dos pacientes como condição de melhoria
para a qualidade dos serviços odontológicos de Florianópolis.
Palavras chave: serviços, clínicas odontológicas, qualidade de serviços, lacunas da
qualidade de serviços.
24
ABSTRACT
PIZZATO, Márcia Buaes. The quality perception of odontological services according to surgeons-
dentists and patients in odontological clinics of the city of Florianópolis. 2008. 143f. Dissertação
(Mestrado Profissional em Administração). Escola Superior de Administração e Gerência –ESAG,
Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Santa Catarina, 2008.
The great number of odontological clinics and professionals of the area in
Florianópolis comes demanding for a competition irritation in the odontological
service rendering. This competition increase requires an improvement in the quality
and in the installment of the odontological services. With sights to analyze the quality
according to surgeons-dentists and patients perception of odontological clinics of this
municipal district, it took by reference a similar study accomplished by Urdan (2001).
when identifying the perceptions, the research allowed to verify the lacunas existence
in the installment of the odontological services and the development of a strategic
model of quality. The quality attributes were divided into three great subgroups:
Attributes related to surgeon-dentist, attributes related to receptionists and attributes
linked to the clinics services scenaries, all with a scale of five levels. It is a rising
research, descriptive and exploratory. The sample selected comprehended 75
odontological clinics of the municipal district of Florianópolis, and 150 surgeons-
dentists and 402 patients answered to the questionnaire semi-structured presented.
In function of the collected data to noticed itself that most services quality attributes
for the surgeons-dentists highlighted the indispensable and important degrees, being
only an identified attribute as little important, while for the patients only the
indispensable and important scales represented. The most important attributes for
the surgeons-dentists were dentist treat with respect, listen the patient and
environment of the organized and clean clinic. It stands out, for the patients, the clinic
environment being organized and cleaned, dentist inspire total confidence and
dentist listen the patient. The final table allowed still to identify perception similarity
between surgeon-dentist and patients in eight new attributes suggested by the
searched in the opened questions. The research results remit the importance of
considering patients' perception as improvement condition for the quality of the
odontological services of Florianópolis.
Key words: Services, odontological clinics, services quality, services quality lacunas.
25
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Quatro características de serviço 27
Figura 2: A matriz do processo de serviços 30
Figura 3: Os 4P´s do mix de marketing 31
Figura 4: Continuum de avaliação para diferentes tipos de produtos 39
Figura 5: A tríade do encontro de serviço 42
Figura 6: A zona de tolerância 44
Figura 7: Fatores que influenciam as expectativas de serviço 45
Figura 8: Natureza e determinantes das expectativas do cliente em relação
aos serviços
47
Figura 9: Qualidade percebida do serviço 48
Figura 10: Modelo de qualidade de serviço 50
Figura 11: A relação entre expectativa, satisfação do cliente e qualidade
percebida no serviço
51
Figura 12: Benefícios da satisfação do cliente e qualidade do serviço 52
Figura 13: Modelo de qualidade de serviço 54
Figura 14: Determinantes da qualidade de serviço prestado 55
Figura 15: Correlação atributos indispensáveis subgrupo 1 87
Figura 16: Correlação atributos indispensáveis subgrupo 2 89
Figura 17: Correlação atributos importantes subgrupo 1 91
Figura 18: Correlação atributos importantes subgrupo 2 93
Figura 19: Correlação atributos importantes subgrupo 3 95
Figura 20: Modelo estratégico de qualidade de serviço 99
26
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Número de empresas de serviços por ramo de atividade no Brasil
2004
34
Gráfico 2: Escolaridade dos cirurgiões-dentistas 72
Gráfico 3: Falta de conhecimento de gestão – cirurgião-dentista 75
Gráfico 4: Sexo- pacientes 77
Gráfico 5: Idade – pacientes 78
Gráfico 6: Escolaridade – pacientes 78
Gráfico 7: Atributos indispensáveis para ambos os grupos inerentes ao
cirurgião-dentista
86
Gráfico 8: Atributos indispensáveis para ambos os grupos inerentes às
recepcionistas
88
Gráfico 9: Atributos indispensáveis para ambos os grupos inerentes ao
cenário de serviço
89
Gráfico 10: Atributos importantes para ambos os grupos inerentes ao
cirurgião-dentista
90
Gráfico 11: Atributos importantes para ambos os grupos inerentes às
recepcionistas
92
Gráfico 12: Atributos importantes para ambos os grupos inerentes ao cenário
de serviços
94
Gráfico 13: Andamento x especialidade odontológica – em andamento 120
Gráfico 14: Andamento x especialidade odontológica – concluída 120
27
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Maneiras significativas de classificar serviços 29
28
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Razões para o crescimento da indústria de serviços 35
Tabela 2: Proporção (%) da renda familiar utilizada com saúde, por regiões
metropolitanas
35
Tabela 3: Contribuição para o valor total bruto econômico 36
Tabela 4: Determinantes da qualidade de serviços 56
Tabela 5: Listagem das 121 clínicas odontológicas de Florianópolis agrupadas
por categorias após contato telefônico
61
Tabela 6: Quantidade de dentistas por clínicas e quantidade de clientes a
serem pesquisados
61
Tabela 7: Tabela para determinar a amplitude de uma amostra tirada de uma
população finita com margens de erro de 1%, 2%, 3%, 4%, 5% e 10% na
hipótese de p=0,5. Coeficiente de confiança de 95,5%
62
Tabela 8: Motivo da escolha da clínica 70
Tabela 9: Número de cirurgião-dentista por especialidade nas clínicas
odontológicas participantes da pesquisa no município de Florianópolis – SC
73
Tabela 10: Atributos de qualidade de serviços segundo os cirurgiões-dentistas
e pacientes – Subgrupo 1: inerente ao cirurgião-dentista
81
Tabela 11: Atributos de qualidade de serviços segundo os cirurgiões-dentistas
e pacientes – Subgrupo 2: inerente às recepcionistas
84
Tabela 12: Atributos de qualidade de serviços segundo os cirurgiões-dentistas
e pacientes – Subgrupo 3: inerente ao cenário de serviço
85
Tabela 13: Atributos apontados pelos cirurgiões-dentistas como importante 96
Tabela 14: Outros atributos – pacientes 97
Tabela 15: Sexo – cirurgião-dentista 121
Tabela 16: Idade – cirurgião-dentista 121
Tabela 17: Atributo: ouvir o paciente – cirurgião-dentista 121
Tabela 18: Atributo: fornecer informações – cirurgião-dentista 122
Tabela 19: Atributo: cuidadoso na explicação – cirurgião-dentista 122
Tabela 20: Atributo: minucioso no atendimento – cirurgião-dentista 122
Tabela 21: Atributo: dedicação no atendimento – cirurgião-dentista 122
Tabela 22: Atributo: examinar bem – cirurgião-dentista 122
Tabela 23: Atributo: inspirar confiança – cirurgião-dentista 123
Tabela 24: Atributo: total atenção – cirurgião-dentista 123
Tabela 25: Atributo: tratar com respeito – cirurgião-dentista 123
Tabela 26: Atributo: não levar a riscos desnecessários – cirurgião-dentista 123
Tabela 27: Atributo: não ter como prioridade o dinheiro – cirurgião-dentista 124
Tabela 28: Atributo: não priorizar conversas com funcionários – cirurgião-
dentista
124
Tabela 29: Atributo: admitir quando não sabe – cirurgião-dentista 124
Tabela 30: Atributo: elevada qualificação – cirurgião-dentista 124
Tabela 31: Atributo: não cometer erros – cirurgião-dentista 125
Tabela 32: Atributo: atualizado na odontologia – cirurgião-dentista 125
Tabela 33: Atributo: alternativas de tratamento – cirurgião-dentista 125
Tabela 34: Atributo: raramente fazer esperar – cirurgião-dentista 125
Tabela 35: Atributo: disponível em uma emergência – cirurgião-dentista 126
Tabela 36: Atributo: decisão que lhe cabe – cirurgião-dentista 126
Tabela 37: Atributo: folhetos explicativos – cirurgião-dentista 126
29
Tabela 38: Atributo: falar com clareza – cirurgião-dentista 126
Tabela 39: Atributo: atualizado com a tecnologia – cirurgião-dentista 127
Tabela 40: Atributo: agirem de forma profissional – cirurgião-dentista 127
Tabela 41: Atributo: conhecerem individualmente os pacientes – cirurgião-
dentista
127
Tabela 42: Atributo: corteses – cirurgião-dentista 127
Tabela 43: Atributo: flexibilidade no agendamento – cirurgião-dentista 128
Tabela 44: Atributo: interesse em atender – cirurgião-dentista 128
Tabela 45: Atributo: horário ser cômodo – cirurgião-dentista 128
Tabela 46: Atributo: fácil acesso – cirurgião-dentista 128
Tabela 47: Atributo: estacionamento próximo – cirurgião-dentista 128
Tabela 48: Atributo: rapidez no agendamento – cirurgião-dentista 129
Tabela 49: Atributo: ambiente organizado e limpo – cirurgião-dentista 129
Tabela 50: Atributo: grande quantidade de especialidades – cirurgião-dentista 129
Tabela 51: Atributo: confirmar consulta – cirurgião-dentista 130
Tabela 52: Atributo: conhecimento de gestão – cirurgião-dentista 130
Tabela 53: Idade – paciente 131
Tabela 54: Atributo: ouvir o paciente – paciente 131
Tabela 55: Atributo: fornecer informações – paciente 132
Tabela 56: Atributo: cuidadoso na explicação – paciente 132
Tabela 57: Atributo: minucioso no atendimento – paciente 132
Tabela 58: Atributo: dedicação no atendimento – paciente 133
Tabela 59: Atributo: examinar bem – paciente 133
Tabela 60: Atributo: inspirar confiança – paciente 133
Tabela 61: Atributo: total atenção – paciente 134
Tabela 62: Atributo: tratar com respeito – paciente 134
Tabela 63: Atributo: não levar a riscos desnecessários – paciente 134
Tabela 64: Atributo: não ter como prioridade o dinheiro – paciente 135
Tabela 65: Atributo: não priorizar conversas com funcionários – paciente 135
Tabela 66: Atributo: admitir quando não sabe – paciente 135
Tabela 67: Atributo: elevada qualificação – paciente 136
Tabela 68: Atributo: não cometer erros – paciente 136
Tabela 69: Atributo: atualizado na odontologia – paciente 136
Tabela 70: Atributo: alternativas de tratamento – paciente 137
Tabela 71: Atributo: raramente fazer esperar – paciente 137
Tabela 72: Atributo: disponível em uma emergência – paciente 137
Tabela 73: Atributo: decisão que lhe cabe – paciente 138
Tabela 74: Atributo: folhetos explicativos – paciente 138
Tabela 75: Atributo: falar com clareza – paciente 138
Tabela 76: Atributo: atualizado com a tecnologia – paciente 139
Tabela 77: Atributo: agirem de forma profissional – paciente 139
Tabela 78: Atributo: conhecerem individualmente os pacientes – paciente 139
Tabela 79: Atributo: corteses – paciente 140
Tabela 80: Atributo: flexibilidade no agendamento – paciente 140
Tabela 81: Atributo: interesse em atender – paciente 140
Tabela 82: Atributo: horário ser cômodo – paciente 141
Tabela 83: Atributo: fácil acesso – paciente 141
Tabela 84: Atributo: estacionamento próximo – paciente 141
Tabela 85: Atributo: rapidez no agendamento – paciente 142
Tabela 86: Atributo: ambiente organizado e limpo – paciente 142
30
Tabela 87: Atributo: grande quantidade de especialidades – paciente 142
Tabela 88: Atributo: confirmar consulta – paciente 143
Tabela 89: Atributo:expectativa do paciente– paciente 143
31
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................
17
1.1 OBJETIVOS
....................................................................................................
20
1.1.1 Objetivo geral
.............................................................................................
20
1.1.2 Objetivos específicos
...................................................................................
20
1.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................... 21
1.3LIMITAÇÕES DA PESQUISA................................................................................................. 22
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO........................................................................................ 22
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................... 24
2.1 ESTRATÉGIA, COMPETIÇÃO E SERVIÇO....................................................................... 25
2.1.1 Classificações de serviços............................................................................................ 28
2.2 MARKETING EM SERVIÇOS............................................................................................. 30
2.2.1 O setor de serviço e o setor da saúde.......................................................................... 33
2.3 A DIMENSÃO DA QUALIDADE.......................................................................................... 37
2.3.1 Qualidade em serviço e o setor da saúde.................................................................... 38
2.3.2 Comportamento do consumidor em serviços................................................................ 40
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................
58
3.1 ABORDAGEM.................................................................................................................... 59
3.2 POPULAÇÃO, AMOSTRAGEM E AMOSTRA.................................................................... 60
3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS....................................................................................... 63
3.4 MODELO BASE DA PESQUISA......................................................................................... 64
3.5 A ORGANIZAÇÃO NO SETOR DA SAÚDE....................................................................... 66
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...............................
68
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS CLÍNICAS PESQUISADAS....................................................... 69
4.2 RESULTADOS DO PERFIL E POSICIONAMENTO DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS..... 71
4.2.1 Tipo de respondente – Perfil dos cirurgiões-dentistas.................................................. 71
4.2.2 Atributos da qualidade de serviços odontológicos – indispensável.............................. 73
4.2.3 Atributos da qualidade de serviços odontológicos – importante................................... 74
4.2.4 Atributos da qualidade de serviços odontológicos – pouco importante........................ 74
4.2.5 Dificuldades dos cirurgiões-dentistas com a gestão..................................................... 75
4.3 RESULTADOS DO PERFIL E POSICIONAMENTO DOS PACIENTES............................. 76
4.3.1 Tipo de respondente – Perfil dos pacientes.................................................................. 77
4.3.2 Atributos da qualidade de serviços odontológicos – indispensável.............................. 79
4.3.3 Atributos da qualidade de serviços odontológicos – importante................................... 79
4.3.4 Expectativa do paciente................................................................................................ 79
4.4 CONSOLIDAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS SEGUNDO A PERSPECTIVA
DOS PESQUISADOS...................................................................................................................
80
4.5 ANÁLISE QUANTITATIVA COMPARATIVA ENTRE CIRURGIÕES-DENTISTAS E
PACIENTES................................................................................................................................................
86
4.5.1 Escala indispensável..................................................................................................... 86
4.5.2 Escala importante ........................................................................................................ 90
4.6 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE CIRURGIÕES-DENTISTAS E PACIENTES NAS
PERGUNTAS ABERTAS ................................................................................................................... 95
4.6.1 Cirurgião-dentista.......................................................................................................... 96
4.6.2 Pacientes ...................................................................................................................... 97
4.6.3 Cirurgião-dentista x pacientes e as lacunas da qualidade............................................ 98
4.7 DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO ESTRATÉGICO DE QUALIDADE PARA
SERVIÇOS EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS.......................................................................... 99
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.........................................................
102
REFERÊNCIAS...................................................................................................
106
ANEXO................................................................................................................
111
APÊNDICE..........................................................................................................
113
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE ATRIBUTOS DE QUALIDADE DE SERVIÇOS
ODONTOLÓGICOS SEGUNDO A PERCEPÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA................. 113
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE ATRIBUTOS DE QUALIDADE DE SERVIÇOS
ODONTOLÓGICOS SEGUNDO A PERCEPÇÃO DO PACIENTE........................................
117
32
APÊNDICE C – GRÁFICOS................................................................................................... 120
APÊNDICE D – TABELAS REFERENTES AOS QUESTIONÁRIOS DOS CIRURGIÕES-
DENTISTAS........................................................................................................................... 121
APÊNDICE E – TABELAS REFERENTES AOS QUESTIONÁRIOS DOS PACIENTES...... 131
33
1. INTRODUÇÃO
As sociedades modernas estão impulsionadas pela economia baseada em
serviços. A importância atual deste setor pode ser demonstrada pela posição que
ocupa na economia, bem como a transformação que as economias vêm sofrendo
nos últimos anos (GIANESI; CORRÊA, 2006). A crescente importância atribuída a
este setor, leva a uma reflexão sobre os níveis adequados de excelência e de
qualidade na prestação de um serviço. Um serviço é uma atividade econômica que
cria valor e facilita benefícios a clientes (LOVELOCK; WIRTZ, 2006). Em todos os
tipos de serviços, entender e gerenciar a qualidade é uma questão central para criar
clientes satisfeitos e que queiram iniciar relacionamentos de longo prazo.
Pode ser difícil para diversos segmentos da área de serviços a questão de
avaliação da qualidade, pelo fato dos serviços possuírem como características
principais a intangibilidade, perecibilidade, inseparabilidade e heterogeneidade
(LOVELOCK; WRIGHT, 2003; BATESON; HOFFMAN 2001; FITZSIMMONS;
FITZSIMMONS 2005; PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY 2006). Estes itens são
complicados de mensurar, acabando, muitas vezes, na subjetividade (GRONRÖOS,
1995). Movimentos de qualidade de serviços vêm ocorrendo nos últimos anos, a fim
de entender o que os clientes desejam, quais são os quesitos necessários para
melhorias e a avaliação contínua da satisfação de qualidade dos serviços prestados.
Para se conseguir isto, no entanto, criou-se um composto mercadológico
voltado para a área de serviços, visto que existia um mix de marketing para bens,
que não atingia o objetivo da área de serviços. O mix de marketing tradicional,
denominado por 4P’s, era voltado para bens e indústrias, tendo como elementos o
ponto de distribuição, o preço, o produto e a promoção (KOTLER; ARMSTRONG,
2000; SCHEWE; SMITH, 1982). O novo composto para a área de serviços, chamado
de 8P’s, foi desenvolvido por Lovelock e Wright (2003) e engloba as seguintes
questões: elemento de produto (product element), lugar e tempo (place e time),
processo (process), produtividade e qualidade (productivity and quality), pessoas
(people), promoção de educação (promotion abd education), evidência física
(physical evidence) e preços e outros custos do serviço (price and other costs of
service).
34
A qualidade, então, é um dos P’s do composto do mix de marketing de serviços
proposto por Lovelock e Wright (2003) e que de acordo com a American Marketing
Association (2007b) deve ser compreendida na maneira como serviços podem ser
entregues da melhor maneira para satisfazer seus clientes.
Pesquisar a respeito de satisfação e qualidade é um requisito para gerenciar a
perspectiva do cliente, já que esta se inicia antes mesmo do contato com o serviço
ou o profissional, por meio das expectativas prévias formuladas, experiências
anteriores ou, até mesmo, percepções de outras pessoas a respeito de determinado
serviço (LOVELOCK; WRIGHT, 2003).
O processo de compra de serviço se diferencia do processo de compra de uma
mercadoria e isso afeta diretamente o comportamento, a expectativa e a
percepção/satisfação do consumidor. Os clientes, por sua vez, após o encontro com
o serviço, sentem-se aptos a avaliarem seus graus de (in) satisfação e, com isso,
manifestam suas percepções acerca da qualidade. A satisfação do cliente com a
qualidade do serviço pode ser definida, segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005,
p.146), “pela comparação da percepção do serviço prestado com as expectativas do
serviço desejado”. Quando o serviço ultrapassa as expectativas ele é visto como de
qualidade excepcional. E, ao contrário, quando o serviço não atinge as expectativas,
a qualidade é inaceitável. Quando isto ocorre, surgem as lacunas ou os gaps da
qualidade.
Estas, no entanto, podem ocorrer em diversos níveis do processo de prestação
do serviço e, de acordo com Lovelock e Wright (2003), são em número de sete: a
lacuna do conhecimento, lacuna nos padrões, lacuna na entrega, lacuna nas
comunicações internas, lacuna nas percepções, lacuna na interpretação e a lacuna
no serviço. Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006), entretanto, apontam cinco
lacunas e estes autores foram os primeiros a lançar este modelo. Outras cinco
dimensões também são utilizadas para dimensionar qualidade: confiabilidade,
aspectos tangíveis, sensibilidade, segurança e empatia (ZEITHAML; BITNER, 2003;
BERRY; PARASURAMAN, 1992; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005). Todos
itens são essenciais quando se fala de serviços e, principalmente, quando a
prestação de serviço se relaciona com atendimento de sua saúde.
Isto reflete, principalmente, a questão da intangibilidade, que é inerente aos
serviços. Corrêa e Caon (2006) entendem como uma implicação da intangibilidade a
maior ou menor facilidade com que se avalia a qualidade de valor oferecido. Por ser
35
intangível, o serviço odontológico é difícil de ser avaliado pelo paciente, mesmo após
o contato com o serviço, e é igualmente complicado para o dentista. Mesmo
questões objetiváveis como o tempo de uma consulta, pode ter diferente
interpretação. Os clientes diferem entre si sob muitos aspectos, como por exemplo, o
nível de tolerância. Tudo isso, segundo estes autores, dificulta a avaliação de
qualidade e de valor percebido.
Na área da saúde, avaliar a questão da qualidade é especialmente difícil, por
este tipo de serviço lidar com a saúde e poucas pessoas possuírem conhecimento
técnico do assunto, além do próprio paciente participar do processo de prestação de
serviço (BATESON ; HOFFMAN, 2001). Além disso, os próprios profissionais sentem
dificuldade na questão de gestão e, também, na questão do que é qualidade dos
seus serviços. É sabido, ainda, que há uma carência grande em investigações em
serviços de saúde no Brasil (MALIK, 2004), o que dificulta mais o entendimento de
qualidade de tal setor.
Partindo desta dificuldade em lidar com a questão da avaliação de qualidade de
serviço na área da saúde, buscou-se no estudo de Urdan (2001) os atributos por ele
levantados sobre qualidade de serviços médicos e adaptou-se para o cenário da
odontologia, retirando-se alguns deles e acrescentando-se outros julgados
importantes pela pesquisadora. A preterida pesquisa buscou unir os atributos deste
autor, a fim de identificar os mais importantes para os pacientes e para os cirurgiões-
dentistas das clínicas odontológicas estudadas. Desta forma, pode-se diminuir a
distância entre o paciente e o dentista, no que tange a questão de percepção da
qualidade de serviço odontológico. Além disso, alguns modelos propostos de
qualidade de serviços foram utilizados como, por exemplo, Bateson e Hoffman
(2001), Berry e Parasuraman (1992), Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), Grönroos
(1995; 2006), Lovelock e Wirtz (2006), Lovelock e Wright (2003),Parasuraman,
Zeithaml e Berry (2006) e Zeithaml e Bitner (2003).
Após a pesquisa e a aproximação com os modelos dos autores supracitados,
foi possível formular um modelo de qualidade de serviço para a área odontológica.
Dada a problematização exposta acima, tem-se a seguinte questão de
pesquisa:
* Qual a percepção de qualidade de serviços odontológicos segundo cliente
(paciente) e cirurgião-dentista em clínicas odontológicas na cidade de Florianópolis?
36
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Partindo-se do problema de pesquisa proposto anteriormente, este estudo tem
como objetivo geral:
* Analisar a percepção de qualidade de serviços odontológicos segundo cliente
(paciente) e cirurgião-dentista em clínicas odontológicas na cidade de Florianópolis.
1.1.2 Objetivos Específicos
Especificamente, os objetivos desta pesquisa são os seguintes:
* Levantar os atributos referentes à qualidade de serviços odontológicos segundo a
percepção do cliente (paciente) em clínicas na cidade de Florianópolis;
* Levantar os atributos referentes à qualidade de serviços odontológicos segundo a
percepção do cirurgião-dentista em clínicas odontológicas na cidade de
Florianópolis;
* Avaliar o grau de correlação dos atributos de qualidade segundo a percepção dos
clientes dos cirurgiões-dentistas;
* Descrever as lacunas da qualidade segundo as percepções dos cirurgiões-
dentistas e pacientes;
* Desenvolver um modelo estratégico para a qualidade de serviços odontológicos;
37
1.2 JUSTIFICATIVA
O setor de serviços é responsável por 60% do PIB brasileiro (Ministério de
Desenvolvimento, Industria e Comercio, 2007). Além disso, o setor de serviços, a
cada ano, cresce mais, como apontam dados do Canadá, para um incremento de
3,2%, enquanto todos os outros setores crescem 1,6% ao ano (OECD –
Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento, 2000). Isto corrobora
com a importância de tal setor e a necessidade de aprofundar este tipo de estudo,
por ser gerador de empregos e por movimentar significativos montantes financeiros.
Atualmente, se está investindo mais em promoção da saúde e prevenção,
tanto pelo governo, com o “Brasil Sorridente” (Ministério da Saúde, 2007), como por
empresas privadas (propagandas de prevenção bucal). Elementos como vaidade e
aparência física também impulsionam a maior procura por tratamentos
odontológicos, sem contar que esta demanda afeta diretamente a questão da
concorrência entre as clínicas. E quanto maior a concorrência, maior a necessidade
de conhecer melhor seu cliente, com suas expectativas e suas percepções acerca
do que espera e considera para um excelente atendimento.
A escolha do tema, por sua vez, foi selecionada em função da questão da
qualidade em serviços odontológicos ser um fator decisivo na escolha do cliente por
um profissional e por uma clinica para atendimento odontológico. Dessa forma, ao
compreender o que os pacientes (clientes) e o que os cirurgiões-dentistas pensam,
se conseguirá auxiliar tal setor a diminuir possíveis lacunas de insatisfação e
melhorar a percepção dos profissionais a respeito das expectativas e das
percepções dos pacientes. Isso porque a maior parte dos tratamentos odontológicos
exige uma interação dentista-paciente satisfatória, além de inúmeros casos ser uma
interação longa até o fim do tratamento.
Posto isto, torna-se recomendável indagar aos pacientes e aos dentistas o que
é relevante para um atendimento odontológico, a fim de alcançar o mais alto nível de
satisfação e visualizar a percepção de qualidade frente ao serviço.
Outro fator motivador para realizar esta pesquisa deu-se ao fato da
pesquisadora ser graduada nas duas áreas (Administração e Odontologia),
permitindo, assim, uma aproximação de seus conhecimentos.
38
1.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
A principal limitação detectada na realização da pesquisa está relacionada a
dificuldade de bibliografia específica que associa à gestão aplicada à área da saúde.
Dada as suas especificidades, o número de estudos realizados e de pesquisas neste
setor são feitos por profissionais sem experiência e conhecimento técnico na área de
administração, o que, pelos mais variados motivos, leva a visão reducionistas, sendo
reforçado por Malik e Teles (2001).
Outra limitação relevante refere-se a inexistência de uma definição técnica ou
científica para conceituar clínica odontológica, fato reforçado pelo Conselho
Regional de Odontologia (CRO). Restringe-se, apenas, a distinção entre pessoa
física e pessoa jurídica. Esta limitação exigiu o estabelecimento de um conceito
próprio de modo a viabilizar a própria consecução do trabalho.
Soma-se às limitações, a dificuldade encontrada em convencer as clínicas de
aplicarem o questionário junto aos pacientes e também aos cirurgiões-dentistas.
Mesmo assim, apões a aceitação em participar, houve um significativo número de
questionários de dentistas e pacientes não retornados.
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
A presente dissertação estrutura-se em seis capítulos. O primeiro deles,
denominado de Introdução, consta sucintamente da explicação do tema da
pesquisa, o problema de pesquisa, bem como os objetivos gerais e específicos do
trabalho. Além disso, a justificativa, a delimitação da dissertação, os procedimentos
metodológicos e a estrutura da pesquisa complementam este capítulo.
O segundo capítulo consolida as bases do referencial teórico, abrangendo
desde as questões militares de estratégia, até as considerações contemporâneas.
Na seqüência, toda a base de marketing de serviços é apresentada, para a
posteriori, enfatizar a questão da qualidade de serviços. Neste capítulo, ainda, são
apontados dados estatísticos do setor de serviços e da área da saúde.
O capítulo seguinte refere-se aos procedimentos metodológicos da pesquisa,
explanando o tipo de pesquisa, caracterização da pesquisa, forma de coleta e
análise dos dados. Apresentou-se, também, a base que originou o estudo, a partir
do estudo de Urdan (2001).
39
O quarto capítulo consta dos resultados da pesquisa, sendo separadas as
análises quantitativas das qualitativas. Contemplando este capítulo, são
apresentadas as correlações e análise de conteúdo.
O quinto capítulo é direcionado à apresentação das conclusões e
recomendações, com registro das expectativas de futuros trabalhos na área. Ainda
nas conclusões são confrontados os resultados atingidos.
Por fim, o sexto capítulo enumera o referencial bibliográfico que norteia esta
dissertação. Os apêndices e anexos utilizados na pesquisa encontram-se no final do
trabalho, após o referencial bibliográfico.
2. REVISÃO DE LITERATURA
As organizações formulam estratégias, de acordo com Mintzberg, Ahlstrand e
Lampel (2000), de modo deliberado e/ou emergente. Estas estratégias derivam de
um processo decisório que visam melhorar os processos, a capacidade de
competição, os serviços e os resultados da organização. Estabelece-se, segundo
Grant (2002), uma relação direta entre estratégia e capacidade de competição ou
competitividade.
Na perspectiva de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a estratificação de
estratégia em escolas que caracterizam formas de pensar e conceituar o tema
ratificam a possibilidade da área de serviços se evidenciar como uma forma de
estratificação de estratégia, buscando a melhoria da capacidade de competição.
Desta forma, a estratégia pode ter seu foco corporativo ou segmentado, segundo
áreas de gestão ou mesmo de ações da própria organização. Assim, a estratégia de
atendimento pode ser uma preocupação da gestão derivada ou não de uma
estratégia em serviços.
Ao estabelecer perspectivas genéricas sobre estratégia, Whittington (2002)
define uma intersecção entre a maximização de resultados e sua pluralidade com a
forma de definir os processos envolvidos, se deliberados ou emergentes.
Neste sentido, é possível compreender a alternância da estratégia, segundo
uma perspectiva clássica, definida por Ansoff (1991) e Porter (1986) para uma
evolucionária, conforme a proposta de Hannah e Freeman (2005) ou então, uma
variação entre processual e sistêmica onde são comuns os processos emergentes e
deliberados respectivamente.
A noção de que a estratégia pode aparecer a qualquer momento da vida e da
organização é reforçada por Montgomery e Porter (1998) e Mintzberg (1994).
Tal posição ratifica a compreensão de que a formulação da estratégia como um
processo emergente favorece um aprendizado, porém dificulta ou impede um
controle, enquanto que a deliberada facilita o controle e gestão, porém limita a
inovação (MONTGOMERY; PORTER, 1998).
Independentemente do tipo de processo para a formulação da estratégia, as
organizações procuram através desta melhorar a gestão e, sobretudo, o próprio
desempenho por meio dos resultados e do nível de competição (PORTER; 1986;
1989).
41
2.1 ESTRATÉGIA, COMPETIÇÃO E SERVIÇO
A competição existe desde o surgimento da vida, por meio da cadeia alimentar
e da luta pela sobrevivência, descrita por Darwin, na qual os mais aptos sobrevivem
no ambiente (PORTER, 1989). Uma rede complexa de interação competitiva foi
estabelecida e até hoje é utilizada por pessoas e por empresas. E para se manterem
competitivos, criaram mecanismos de defesa, chamados “estratégia”. Estratégia
esta que é desfrutada por todos o tempo todo, mesmo que inconscientemente. Mas
aqueles que a utilizam como um diferencial são os mais aptos para sobreviverem no
contexto atual.
Porter (1989) afirma que a essência da formulação estratégica é conseguir lidar
com a competição. A concorrência em um dado setor depende de cinco forças:
concorrentes, poder de negociação dos fornecedores, poder de negociações de
compradores, ameaça de novos participantes e ameaça de substitutos. O autor
observa que a meta do estrategista é encontrar uma posição onde se possa
defender destas forças e influenciá-las em seu favor. Dessa forma, consegue-se a
chamada “vantagem competitiva”.
Levy (1992) entende que a competitividade é um resultado do grau que o
produto/ serviço se encontra em relação às exigências do mercado e as vantagens
competitivas que estão sendo obtidas. Além disso, cita a sinergia como um resultado
sistêmico da associação de imagens dos produtos.
O tipo de relacionamento com o cliente também é um fator apontado como
essencial para a competitividade, já que interfere no comportamento do consumidor
(GIANESI; CORRÊA, 2006).
O marketing de serviços demorou a emergir devido a uma falta de
necessidade dele em uma época em que a demanda excedia a oferta e as
pressões competitivas eram poucas. Todavia, atualmente a competição
está aumentando e os consumidores estão exigindo mais e melhores
serviços. (BATESON; HOFFMAN, 2001, p.22).
Dessa forma, sabe-se que um serviço eficaz é base para a diferenciação entre
as empresas prestadoras de serviços e, portanto, uma fonte considerável de
vantagem competitiva (GRONRÖOS, 1995). Assim, tornam-se importantes ações
estratégicas para o setor de serviços, a fim de adquirir maior competitividade e,
conseqüentemente, vantagem competitiva.
42
O serviço pode ser compreendido como um ato oferecido e desempenhado de
uma parte para outra parte, criando benefícios para os clientes (LOVELOCK;
WRIGHT, 2003). Ou também, como descreve Zeithaml e Bitner (1996, p.5), “atos,
processos e o desempenho de ações”. Kotler (2000) acrescenta que este ato ou
desempenho pode ser essencialmente intangível, que não resulta em propriedade e
que pode ou não estar relacionada a um produto concreto. No entanto, Gronröos
(1995) afirma que o serviço pode ser mais ou menos intangível e que não
necessariamente há interação com os clientes.
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) entendem serviço como uma experiência
perecível e intangível, na qual o consumidor ocupa o papel de co-produtor.
Uma outra definição proposta é a da Associação Americana de apresentada
pela Marketing – AMA (American Marketing Association), que entendem serviços
como:
Produtos, como empréstimo bancário ou segurança residencial, sendo
totalmente intangíveis ou, pelo menos, parcialmente intangíveis. Aqueles
totalmente intangíveis são oferecidos diretamente do prestador de serviço
ao usuário, não podendo ser transportado ou estocado, e sendo perecível
quase que instantaneamente. Geralmente, a identificação de seus
resultados é difícil, justamente porque neles os resultados surgem à
medida que o serviço é consumido. Os serviços envolvem elementos
intangíveis inseparáveis; geralmente os clientes têm uma participação
importante no processo; os serviços não podem ser vendidos, no sentido
de transferência de propriedade; e não possuem rótulos. Hoje em dia, no
entanto, muitos produtos são parcialmente tangíveis e parcialmente
intangíveis, e a forma dominante é usada para classificá-los como bens ou
serviços (sendo todos produtos). Estas formas híbridas,
independentemente de como são chamadas, podem ou não ter os atributos
dos serviços totalmente intangíveis. (SANTOS, 2006, p. 35, tradução livre).
Os serviços possuem características próprias, como destacam Lovelock e
Wright (2003). O cliente não possui propriedade sobre o serviço, o serviço é
intangível, maior envolvimento do cliente no processo de produção, difícil avaliação
em alguns casos por parte dos clientes, normalmente há ausência de estoque e o
fator tempo é importante. Essas características são bastante nítidas na área da
saúde. Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006) apontam três características chaves
dos serviços: intangibilidade, heterogeneidade e inseparabilidade. Estes atributos
necessitam serem levados em consideração para se compreender a qualidade de
serviços. O primeiro ponto é o fato da maioria dos serviços ser intangível. Os autores
afirmam que serviço não é objeto, o que impossibilita estabelecer especificações
43
precisas. Além disso, os serviços não podem ser contados e medidos. Por este
motivo, as empresas prestadoras de serviços podem ter uma dificuldade maior de
entender a percepção de qualidade de serviços de seus consumidores. Gronröos
(1995) ressalta ainda que a dificuldade que se tem deve-se a intangibilidade do
próprio fenômeno e que um serviço normalmente é percebido de maneira subjetiva.
A segunda característica citada por Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006) é a
afirmativa de que os serviços são heterogêneos, principalmente os que contêm
muito trabalho, já que a prestação pode ser diferente de prestador para prestador,
de cliente para cliente e de dia para dia. Gronröos (2006) acrescenta que a
experiência anterior com um serviço influencia diretamente as expectativas dos
clientes. Kotler (2000) descreve a heterogeneidade como variabilidade, pois os
serviços são altamente variáveis, dependendo de cada prestador de serviços. Por
fim, o terceiro fator relacionado ao serviço, de acordo com Parasuraman, Zeithaml e
Berry (2006), é a inseparabilidade. Isto significa que em muitos serviços a produção
e o consumo são inseparáveis. Isto ocorre na prestação de serviços odontológicos,
pois à medida que o cirurgião-dentista executa determinado procedimento, ele
produz e o paciente já o consome. E neste momento de interação profissional –
paciente é que se observa a questão da qualidade de serviços. Gronröos (1995)
apenas acrescenta que os serviços são atividades ou um conjunto de atividades, ao
invés de coisas. Kotler e Armstrong (2000) propuseram uma figura para melhor
visualizar as características dos serviços, demonstradas abaixo.
Serviços
Inseparabilidade
Os serviços não podem ser
separados de seus
fornecedores.
Perecibilidade
Os serviços não podem ser
estocados para venda ou uso
posterior.
Intangibilidade
Serviços que não podem ser
vistos, provados, sentidos,
ouvidos ou cheirados antes de
comprados.
Variabilidade
A qualidade dos serviços
depende de quem os
proporciona e de quando, onde
e como são proporcionados.
Serviços
Inseparabilidade
Os serviços não podem ser
separados de seus
fornecedores.
Perecibilidade
Os serviços não podem ser
estocados para venda ou uso
posterior.
Intangibilidade
Serviços que não podem ser
vistos, provados, sentidos,
ouvidos ou cheirados antes de
comprados.
Variabilidade
A qualidade dos serviços
depende de quem os
proporciona e de quando, onde
e como são proporcionados.
Figura 1: Quatro características de serviço
Fonte: Kotler e Armstrong (2000, p.143).
Outro item importante é o nível de contato e envolvimento do cliente no
processo de prestação de serviços. Lovelock e Wright (2003) mencionam três tipos
44
de níveis de contato. O primeiro são os serviços de alto contato, que tendem a ser
aqueles no quais os clientes possuem alto grau interação entre os participantes do
processo de prestação de serviço. O segundo são os serviços de médio contato, ou
seja, envolvem apenas uma quantidade limitada de contato. E, por fim, os serviços
de baixo contato, que exigem o mínimo de interação durante o processo. No caso da
odontologia, pode-se inferir que ela esteja nos serviços de alto contato. Quando o
serviço se encontra no nível de alto contato, a percepção acerca da qualidade do
serviço se forma durante esta interação.
Dada a complexidade da atividade do serviço, tanto o que tange a
conceituação, características e percepções, algumas classificações foram propostas
a fim de identificar grupos afins e facilitar o estudo na área de serviços.
2.1.1 Classificações de serviços
A classificação de serviço auxilia a compreender um pouco mais a questão da
diversificação das atividades inerentes. Uma das maneiras mais tradicionais de
classificação é a por meio do ramo de atividade, apresentada pela CNAE – Código
Nacional de Atividades Econômicas (IBGE, 2007). Este código estratifica o ramo de
atividade, segundo um conjunto de seções que variam de A a U, com divisões
associadas variando de 1 à 99, onde se encontram diversas áreas relacionadas aos
serviços. A área da saúde está prevista como serviço, na seção Q, divisão 86 a 88,
onde também são contemplados os serviços sociais.
Para Kotler (2000), é possível se estabelecer a seguinte classificação para
serviços:
¾ Serviços baseados em equipamentos: lavagens automáticas de automóveis.
¾ Serviços baseados em pessoas: serviços de contabilidade.
¾ Serviços que exigem a presença de clientes: cirurgias.
¾ Serviços diferem quanto ao tipo de atendimento das necessidades: pessoais
(serviços pessoais) e empresariais (serviços empresariais).
¾ Prestadores de serviços diferem em objetivos (com ou sem fins lucrativos) e
em propriedade (privados ou públicos).
Esta classificação proposta leva em consideração a característica principal do
serviço a ser prestado para poder classificar. Várias vezes é necessário inserir um
tipo de serviço em mais de uma classificação deste autor.
45
Para Lovelock e Wright (2003), a estratificação de serviço pode ser
compreendida de acordo com a seguinte especificação:
Quadro 1: Maneiras significativas de classificar os serviços.
Fonte: Lovelock e Wright (2003, p.32).
De acordo com os autores, pode ser interpretada da seguinte maneira:
a) Grau de tangibilidade ou intangibilidade dos processos de serviço:
dependendo da natureza do serviço, há parcela de tangibilidade (capacidade de ser
tocado) ou intangibilidade (sem a capacidade de ser tocado ou apropriado).
b) Destinatário direto do processo de serviço: grau de interação do cliente no
processo de prestação de serviço.
c) Lugar e tempo de entrega do serviço: é o local onde o serviço será entregue
ou executado, variando de acordo com custos, tempo e disponibilidade de local.
d) Personalização versus padronização: varia em função do grau de
personalização e padronização. Personalização é personalizar para cada cliente o
serviço, em função das necessidades, desejos e características de cada um.
Padronização é a manobra que se utiliza para padronizar processos e, assim,
diminuir variações nos serviços.
e) Natureza da relação com os clientes
: a relação dos clientes com os
prestadores de serviços dependerá do envolvimento dos consumidores com a
empresa de serviço.
f) Medida na qual a oferta e a demanda estão em equilíbrio
: é a capacidade de
ajustamento entre a oferta e a demanda.
h) Medida na qual instalações, equipamentos e pessoal participam da
experiência de serviço: são as experiências anteriores e as evidências físicas,
influenciando a percepção do serviço.
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) delineiam a classificação dos serviços sob
outro prisma, montando uma matriz. Esta matriz auxilia a visualizar duas dimensões
que afetam o processo de serviço, como visto abaixo:
46
Instria de serviços:
- Companhias aéreas
-- Transportadoras
-- Hotéis
-- Resorts e recreação
Estabelecimento de serviços:
- Hospitais
-- Mecânicas
-- Outros serviços de manutenção
Serviços de massa:
-Varejista
-- Atacadista
-- Escolas
-- Traços de varejo dos
bancos comerciais
Serviços profissionais
-Médicos
-- Advogados
--Contadores
--Arquitetos
Baixo
Alto
Baixo Alto
Grau de interação e customização
Grau de intensidade de trabalho
Figura 2: A matriz do processo de serviços.
Fonte: Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p.43).
No eixo vertical observa-se a intensidade do trabalho (custo da mão de obra /
custo do capital). Dependendo desta proporção, os serviços terão alto ou baixo grau
de intensidade de trabalho. No outro eixo, o horizontal, tem-se o grau de interação e
customização, ou seja, a capacidade que o cliente possui de interferir pessoalmente
no serviço que está sendo executado. E conforme esta capacidade, ela será
classificada como alta ou baixa. Portanto, a área da saúde encontra-se classificada
como alto grau de intensidade de trabalho e alto grau de interação e customização.
“Os estabelecimentos de serviços permitem maior customização, mas o fazem em
um ambiente de alto investimento de capital” (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS,
2005, p. 43).
A partir destas classificações, pôde-se começar a segmentar e estudar a área
de serviços, para conseguir um melhor entendimento e, conseqüentemente, explorar
mais o marketing em serviços.
2.2 MARKETING EM SERVIÇOS
O marketing de serviço tem sua origem diretamente relacionada ao marketing .
Para Kotler e Armstrong (2000, p.3), marketing pode ser entendido como “o
processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtêm aquilo de que
necessitam e que desejam, criando e trocando produtos e valores com os outros”.
47
De acordo com McCarthy e Perreault (1997, p.22), marketing é “um conjunto de
atividades desempenhadas por organizações e também um processo social”. Isto
quer dizer que o marketing pode atuar tanto em um nível micro, como em um nível
macro. O micromarketing, segundo estes autores, pode ser compreendido como o
movimento que se faz para atingir os objetivos da organização, de modo que atenda
as necessidades das pessoas. Já o macromarketing envolve a esfera econômica.
Relaciona-se ao fluxo entre fornecedores e consumidores dos bens e dos serviços.
American Marketing Association - AMA (2007) ratifica ocomo sendo uma função
organizacional e um conjunto de processos de criação, comunicação e entrega de
valores para clientes, bem como as relações gerenciais com estes, beneficiando a
organização e seus stakeholders.
Estes processos de criação, comunicação e concessão de valores levam em
consideração todas as ações das empresas de modo a influenciar as demandas por
seus produtos, o que evidencia sua melhoria na capacidade de competição.
Para Kotler e Armstrong (2000) estas ações podem ser agrupadas, segundo
quatro classes ou grupos, conhecidos como 4 P’s: produto, preço, promoção e pont
de distribuição (praça), conforme figura a seguir:
Consumidores-alvo
Posicionamento
pretendido
Promoção
Propaganda
Venda pessoal
Promoção de vendas
Relações públicas
Preço
Lista de preços
Descontos
Abatimentos
Prazos de pagamento
Condições de crédito
Produto
Variedade de produtos
Qualidade
Design
Características
Nome da marca
Embalagem
Tamanhos
Serviços
Garantias
Retornos
Praça
Canais
Cobertura
Sortimentos
Localização
Estoque
Transporte
Logística
Figura 3: Os 4P’s mix de marketing.
Fonte: Kotler e Armstrong (2000, p. 29).
As ações, assim agrupadas, caracterizam, segundo os autores, um mix de
marketing.
48
Grönroos (1995) considerou esta classificação limitada, observando que no
caso específico de marketing de serviço a proposta de mix de marketing de Kotler e
Armstrong (2000) evidenciavam-se como excessivamente simples, à medida em que
não contempla questões mais objetiváveis como bens. Assim, Lovelock e Wright
(2003) descreveram oito componentes essenciais da administração integrada de
serviços, denominados 8 P’s e que foram o composto de mix de marketing de
serviços. São eles: elementos do produto (product elements), lugar e tempo (place
and time), processo (process), produtividade e qualidade (productivity and quality),
pessoas (people), promoção e educação (promotion and education), evidência física
(physical evidence) e preço e outros custos do serviço (price and other costs of
service). O desdobramento de cada um deles, é assim compreendido:
a) Elementos de produtos: é o que fornece valor para os clientes, seja do
produto principal ou dos elementos suplementares que o envolvem;
b) Lugar e tempo: refere-se a entrega dos serviços aos clientes, avaliando
questões de quando, onde e como.
c) Processo: é a seqüência de atividades referentes aos serviços, que precisam
ser delineadas.
d) Produtividade e qualidade: devem ser analisadas em conjunto, para se ter
um melhor resultado. Por produtividade entende-se o grau de eficácia em
transformar seus produtos e insumos a seus clientes. Qualidade, por sua vez,
compreende-se como o grau de encantamento e satisfação dos clientes, ao
conseguir atender suas expectativas e necessidades.
e) Pessoas: são os profissionais envolvidos no serviço, bem como os clientes.
f) Promoção e educação: relaciona-se a comunicação, ou seja, os meios que se
utilizam para promover a maior preferência dos clientes frente a um determinado
serviço ou fornecedor de serviço.
g) Evidência física: é a aparência visual de determinada parte tangível de um
processo de serviço, que exprime uma parte da questão da qualidade.
h) Preço e outros custos do serviço: são as despesas e custos incorridos pelos
consumidores para se obter o serviço.
Este composto, que contempla um mix de ações especificamente voltada para
o marketing de serviços viabiliza uma redução da distância percebida nas relações
49
entre o serviço propriamente dito, a organização e o cliente, o que também se
percebe no segmento da saúde.
2.2.1 O setor de serviços e o setor da saúde
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, observa-se que o setor de
serviços ocupa posição de destaque na economia. As saúdes das economias
baseiam-se, atualmente, nos serviços. De acordo com o IBGE (2007), este setor
inclui comércio, transporte, comunicação, instituições financeiras, administração
pública, aluguéis e outros serviços.
Em outros serviços encontram-se diversas atividades econômicas das
sociedades atuais, entre elas a área da saúde, tanto no que tange organizações
privadas, como públicas. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) ao descreverem os
estágios das atividades econômicas, acatam a sugestão de Nelson N. Foote e Paul
K. Hatt, que em 1953 caracterizaram em cinco estágios: primário (extrativista),
secundário (produção de bens), terciário (serviços domésticos), quaternário (serviços
de comércio e intercâmbio) e quinário (saúde, educação, pesquisa e lazer). O setor
terciário que normalmente é conhecido genericamente como setor de serviços, é
subdividido em três categorias. E a área da saúde encontra-se no setor quinário.
Corrêa e Caon (2006) explanam que o principal indicador para evidenciar o
destaque do setor de serviços na economia é a participação deste setor na
ocupação de mão-de-obra e na geração de riqueza, refletida pelo PIB. No Brasil,
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (2007) demonstram
que 60% do PIB brasileiro são referentes à participação dos serviços e, ainda
comentam que, nos países desenvolvidos, este número é em torno de 80%.
Fitzimmons e Fitzsimmons (2005) apontam percentuais de empregos no setor de
serviços em nações industrializadas no período de 1999. Por exemplo, nos Estados
Unidos este número é de 80,4%, no Canadá de 73,9% e no Japão 72,4%, o que
corrobora com a importância atual do setor de serviços nas economias. Por sua vez,
a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – OCDE (2000)
infere que mais de 60% do total das atividades econômicas na maioria dos países
da OCDE e mais de 70% em dez países advindos do papel dos serviços nestas
economias. E que a tendência é continuar com números significativos ou, até
mesmo, números maiores. Quinn, Doorley e Pasquete (apud MONTGOMERY;
50
PORTER, 1998) destacam que cerca de três quartos dos custos totais da maioria
dos setores de negócios americanos advém dos serviços. Além disso, um quarto do
valor de todo o valor do comércio internacional, vem do setor de serviços (KOTLER;
ARMSTRONG, 2000).
O IBGE destaca o número de empresas de serviços por ramo de atividade, no
Brasil, no ano de 2004, observando ser expressiva a quantidade de prestadores de
serviços, importando aproximadamente 100 milhões classificados na categoria de
outras atividades de serviços, a qual a área da saúde encontra-se. Isto pode ser
demonstrado no gráfico abaixo:
Gráfico 1: Número de empresas de serviços por ramo de atividade no Brasil – 2004.
Fonte: http:// www.ibge.gov.br/brasil_em_síntese/default.html
(2007).
Conforme dados da OCDE (2000), cerca de 64% dos trabalhadores dos países
da OCDE, em 1997, eram engajados em atividades relacionadas a serviços, sendo
que a expectativa é continuar o crescimento.
Para Bateson e Hoffman (2001), o crescimento econômico foi o responsável
pelo impulso e crescimento da indústria de serviços. Isto se deve ao aumento do
nível de prosperidade que as pessoas adquiriram e, conseqüentemente, optam mais
por lazer e por divertimento. As tecnologias também trouxeram mudanças no cenário
de serviços.
Por fim, podem-se analisar algumas das razões que fizeram do setor de
serviços um setor de destaque nas economias atuais e os fatores que influenciaram
tal crescimento, apresentada por Grönroos (1995):
51
1. Maior afluência Maior demanda por cuidados com o gramado, limpeza
de tapetes e carpetes e outros serviços que os
consumidores costumavam fazer por si próprios.
2. Maior tempo de Lazer Maio demanda por agências de viagens, cidades de
veraneio ou esportes de inverno e cursos para educação
de adultos.
3. Alto percentual de mulheres na força
de trabalho
Maior demanda por creches, serviços domésticos e
refeições fora de casa.
4. Expectativa de vida mais longa Maior demanda por estabelecimentos de assistência aos
idosos e por serviços de saúde.
5. Maior complexidade dos produtos Maior demanda por especialistas para proverem
manutenção a produtos complexos como automóveis e
computadores pessoais.
6. Maior complexidade da vida Maior demanda por profissionais que preparem o
imposto de renda, aconselhamento de casais, consultoria
legal e serviços relacionados a empregos.
7. Maior preocupação com a ecologia e a
escassez de recursos
Maior demanda por serviços adquiridos ou alugados
como ônibus de porta-a-porta ou de aluguel de
automóveis ao invés da compra de automóveis.
8. Maior número de novos produtos O surgimento de serviços como programação, conserto
de computadores e periféricos e compartilhamento de
informações, todos em decorrência do desenvolvimento
da computação.
Tabela 1: Razões para o Crescimento da Indústria de Serviços.
Fonte: Grönroos, (1995, p.12).
O crescimento da prestação de serviço na área da saúde também se reflete de
forma significativa, com o incremento do gasto em serviços pela sociedade,
crescendo anualmente. Dados do IBGE ratificam este incremento entre os anos de
1987-1996 nas regiões metropolitanas, conforme tabela a seguir:
Região Metropolitana 1987 1996
Total 6,3 8,0
Belém 6,1 7,5
Belo Horizonte 6,5 8,0
Curitiba 7,6 8,5
Fortaleza 5,5 6,2
Porto Alegre 7,0 7,4
Recife 5,8 8,5
Rio de Janeiro 5,8 8,1
Salvador 4,8 7,4
São Paulo 6,5 8,3
Tabela 2: Proporção (%) da renda familiar utilizada com saúde, por regiôes metropolitanas. Brasil –
1987 e 1996.
Fonte: IBGE: Pesquisa de Orçamentos Familiares – Pof (apud RIPSA, 2002, p.215).
52
A pesquisa de orçamentos familiares elaborada pelo IBGE processa dimensões
do gasto total com a saúde em função da renda familiar nas regiões metropolitanas
do Brasil. Destaca-se que, atualmente, as regiões sul e sudeste apresentam maior
proporção de despesas com a saúde. Entretanto, cabe salientar que as cidades de
Recife, Rio de Janeiro e Salvador sofreram significativo acréscimo no percentual
destinado a gastos com a saúde.
Outro dado observável é a contribuição do setor da saúde em alguns países.
Pode-se verificar que a grande maioria destes países houve um incremento de
gastos entre os anos de 1993 e 2003, observáveis na tabela abaixo.
SERVICES: VALUE ADDED
1
A
ustralia
2
13,6 13,7 8,6 8,7 8,4 6,9 20,7 19,1 4,3
e
4,5
e
15,4
e, h
15,3
e, h
A
ustralia
2
Austria
17,6 17,1 7,6 8,5 5,3 6,6 17,1 12,3 6,0 6,7 13,9 15,8
Austria
Belgium
13,8 14,6 6,9 6,9 5,8 6,1 22,8 19,0 8,2 7,9 16,5 16,0
Belgium
Canada
13,6
a
13,5 7,0
a
7,3 7,3
a
6,6 18,1
a
17,8 5,6
a
7,2 14,0
a, h
16,3
h
Canada
Czech Republic
13,9 12,7 10,8 11,0 3,3 4,5 14,6 13,3 5,7 5,0 10,9 9,0
Czech Republic
Denmark
13,5 14,4 7,9 7,6 5,4 5,0 19,0 18,2 6,7 7,3 20,2 19,9
Denmark
Finland
11,9 11,2 10,8 9,7 3,1 4,2 18,3 15,2 5,0 5,8 17,1 18,6
Finland
France
12,4 13,3 6,2 6,7 5,0 5,1 26,1 22,8 8,5 8,4 15,5
h
14,3
h
France
Germany
11,8 11,7 6,2 5,8 4,1 5,3 26,4 21,4 6,0 6,8 15,7 14,6
Germany
Greece
20,9 19,9 8,5 6,4 5,2 .. 15,5 .. 7,2 7,1 13,5 11,5
Greece
Hungary
13,0 13,3 8,0 8,8 4,3 4,6 16,7 13,1 9,3 7,5 14,8 14,5
Hungary
Iceland
12,5
b
14,2 8,2
b
7,4 7,0
b
5,9 14,4
b
11,7 6,1
b
.. 18,8
b
..
Iceland
Ireland
12,0 13,5 5,6 5,5 4,9 4,2 16,4 12,2 3,9 6,1 13,3 15,1
Ireland
Italy
16,4 16,7 7,2 7,6 5,8 6,4 21,6 16,4 5,7 6,0 14,3 13,9
Italy
Japan
3
12,7
c
14,0
c
6,1 6,5 6,7 5,2 21,0 17,6 4,6 4,0 17,4
c
15,0
c
Japan
3
Korea
10,3 12,1 7,5 6,7 8,9 6,4 12,8 10,8 6,0 5,5 11,8 9,8
Korea
Luxembourg
11,2 14,4 8,9 8,4 30,8 14,4 16,9 18,3 5,2 6,5 10,2 12,5
Luxembourg
Mexico
20,1 21,2 10,2 9,0 3,3 4,8 16,8 14,8 4,5 3,7 15,8 14,4
Mexico
Netherlands
14,2 15,3 7,1 7,2 6,7 5,4 19,9 16,6 7,8 8,8 17,2 15,4
Netherlands
New Zealand
4
15,4
a
15,8 7,1
a
8,1 5,8
a
5,4 21,1
a
19,4 4,3
a
5,4 13,0
a
11,5
New Zealand
4
Norway
10,4 12,1 9,1 11,0 3,6 5,2 16,0 13,8 5,0 6,2 17,9 16,4
Norway
Poland
20,9 16,3 7,8 6,7 2,1 0,6 14,7 6,2 7,2 7,0 13,8 14,8
Poland
Portugal
17,2 17,7 6,7 6,0 6,2 6,6 13,0 12,6 9,5 9,0 17,7 13,6
Portugal
Slovak Republic
15,0 20,1 10,3 8,3 5,5 4,4 14,7 10,4 7,7 6,5 11,1 9,2
Slovak Republic
Spain
18,9 18,9 8,8 7,5 5,2 6,0 14,9 12,7 6,1 6,5 14,6 14,2
Spain
Sweden
12,0
b
11,7 8,2
b
8,3 3,6
b
4,9 21,3
b
19,5 5,3
b
6,8 20,3
b
18,5
Sweden
Switzerland
15,4
b
15,7 6,1
b
6,7 13,6
b
11,1 17,5
b
16,2 10,4
b, f
10,4
f
8,6
b, f
8,2
f
Switzerland
Turke
y
3,5
20,2 .. 15,2 .. 5,1 .. 7,6
d
.. ..
g
.. 11,3
d, g
..
Turke
y
3,5
United Kingdom
15,4 14,1 7,4 7,8 5,1 6,6 23,8 17,3 4,9 6,6 17,4 15,5
United Kingdom
United States
3
15,5 15,5 6,1 6,4 8,0 6,6 23,9 22,0 8,0 8,8 15,8
h
15,6
h
United States
3
Notes:
StatLink:
http://dx.doi.org/10.1787/872852212688
.. not available
1. e. Public order and safety services included in VI
f. Public education services included in V
g. Public administration and defence included in VI
2. Fiscal years beginning 1st July of year shown h. Not including sanitary and similar services
3. Value added is estimated at producer's prices
4. Fiscal years beginning 1st April of year shown
5 ISIC Rev.2
a. 2001
b. 2002
c. Hotels and restaurants are included in VI
d. Personal services included in IV
Contribution to total economy gross value added
%
Wholesale and retail
trade, restaurants and
hotels
I
Transport,
storage and
communication
II
Real estate,
renting and
business services
IV
Public
administration and
defence
V
Education, health,
social work and
other services
VI
Finance
and
insurance
III
199320031993
According to the 1993 System of National Accounts (SNA) and the International
Standard Industrial Classification (ISIC), Revision 3 (1990). Value added is
estimated at basic prices
2003 19932003200319932003 19932003 1993
Tabela 3: Contribuição para o valor total bruto econômico.
Fonte: OECD (2000).
Estes dados corroboram ainda mais com a importância atual do setor de
serviços nas economias pelo mundo, além de começarmos a observar uma maior
preocupação das famílias em investir em saúde e no seu bem estar. E quando se
fala em saúde, a palavra qualidade é o que vem na mente de todos os indivíduos.
53
2.3 A DIMENSÃO DA QUALIDADE
Apesar de existirem vários conceitos sobre qualidade, busca-se, cada vez mais,
entender melhor este termo para que ele possa desempenhar um papel estratégico
dentro das organizações (GARVIN, 2002).
Crosby (1994) define que a palavra qualidade deve ser utilizada ao dar valor
relativo das coisas e que deve estar em conformidade com os requisitos pré-
estabelecidos.
Paladini (2000), por sua vez, argumenta que o conceito de qualidade deve
envolver uma multiplicidade de itens e que a qualidade deve ser um processo
evolutivo. O primeiro ponto enfatizado é que a qualidade deve conter vários
aspectos simultâneos e o segundo sugere que o conceito de qualidade seja
temporal, ou seja, mude ao longo do tempo.
Nesse contexto, na qual a qualidade está relacionada a elementos e requisitos,
surgem definições centrando a qualidade no consumidor. Horovitz (1993)
correlaciona qualidade com satisfação de seus clientes, enfatizando que o nível de
excelência escolhido por cada empresa é para satisfazer seus consumidores.
Para Paladini (2000, p.27) a “qualidade é a condição necessária de aptidão
para o fim que se destina”. Esta percepção é ratificada por Juran e Gryna (1991),
que define a qualidade como sendo caracterizada pela adequação ao uso, enquanto
Jenkins (1991) associa a qualidade a um grau de ajuste do produto na perspectiva
da satisfação do cliente.
Garvin (2002) procura classificar as definições de qualidade segundo cinco
categorias: transcendente, baseada no produto, baseada no usuário, baseada na
produção e baseada no valor.
A qualidade em uma dimensão transcendente está associada a compreensão
da condição de excelência além dos limites da definição tradicional (PIRSIG, 1974).
A qualidade baseada no produto, segundo Abbott (1955), corresponde ao
número de ingredientes ou produtos que o diferenciam de outros produtos similares.
A qualidade baseada no usuário consiste numa capacidade de satisfação dos
desejos ou expectativas dos mesmos, segundo Edwards (1968). Kuehn e Day (1962,
p.101) compartilham com este conceito, à medida em que consideram a “qualidade
de um produto depende de até que ponto ele se ajusta aos padrões de referências
54
do consumidor”. Juran (1974) ratifica Edward (1968) e Kuehn eDay (1962) ao afirmar
que a qualidade está diretamente relacionada à adequação ao uso.
A qualidade baseada na produção para Garvin (2000) pressupõe o atendimento
das especificações definidas ou estabelecidas para um determinado produto ou
serviço. Crosby (1979, p.15) observa que a “qualidade é conformidade com as
exigências”. Gilmore (1974) corrobora com a classificação de Gravin (2000) ao
definir a qualidade em função da adequação do produto ao projeto ou a
especificação técnica.
A qualidade baseada no valor, para Garvin (2000), correlaciona a variável preço
com o nível de excelência associado ao que o cliente pode pagar. Feigenbaum
(1961) estabelece como condições para atender a um padrão de qualidade o preço
de venda do produto e o seu verdadeiro uso.
Em sua classificação, Garvin (2000), propõe que o conceito de qualidade
possam ser categorizados segundo cinco dimensões de forma preponderante.
Acrescenta, ainda, oito dimensões da qualidade, que podem ajudar a melhor
compreender o conceito e o significado de qualidade: desempenho (características
operacionais de um produto), características (adereços dos produtos), confiabilidade
(probabilidade de falha em um período de tempo), conformidade (grau de
padronização do produto), durabilidade (vida útil do produto), atendimento (rapidez e
cortesia), estética (aparência) e qualidade percebida (dimensão subjetiva). Esta
última dimensão, a qualidade percebida, é citada como sendo difícil de avaliar e
definir.
A diversidade de conceitos e dimensões a respeito da qualidade auxilia a
explicar a dificuldade em definir o termo qualidade, especificamente, qualidade em
serviço, já que serviço é intangível e produto é tangível.
2.3.1 Qualidade em serviços e o segmento da saúde
O objetivo dos prestadores de serviços é a capacidade de desenvolver e
disponibilizar ofertas que satisfaçam as necessidades e as expectativas do cliente,
preenchendo a lacuna entre as expectativas e as percepções dos clientes acerca do
serviço.
O segmento de serviços da saúde possui uma visão diferente sobre a questão
da qualidade, quando comparado à indústria (MALIK e TELES, 2001). Englobam
55
aspectos mais emocionais e atributos subjetivos, uma vez que envolve o estado de
saúde em dada situação.
Então, Zeithaml e Bitner (2003) criaram uma escala de bens e serviços
apontando três atributos (de procura, de experiência e de credibilidade), projetando
em um continuum de avaliação. A maioria dos bens se localiza à esquerda da escala
e os serviços (intagibilidade, heterogeneidade e inseparibilidade) encontram-se à
direita, ou seja, são difíceis de avaliar.
Roupas
Jóias
Móveis
Casas
Automóveis
Alimentação em Restaurantes
Férias
Cortes de cabelo
Cuidar de crianças
Conserto de TV
Serviços legais
Tratamento de canal
Conserto de automóvel
Diagnóstico médico
Fácil de Avaliar Difícil de Avaliar
Maioria dos
Bens
Maioria dos
Serviços
Alta concentração
de atributos de
procura
Alta concentração
de atributos de
experiência
Alta concentração
de atributos de
credibilidade
Roupas
Jóias
Móveis
Casas
Automóveis
Alimentação em Restaurantes
Férias
Cortes de cabelo
Cuidar de crianças
Conserto de TV
Serviços legais
Tratamento de canal
Conserto de automóvel
Diagnóstico médico
Fácil de Avaliar Difícil de Avaliar
Maioria dos
Bens
Maioria dos
Serviços
Alta concentração
de atributos de
procura
Alta concentração
de atributos de
experiência
Alta concentração
de atributos de
credibilidade
Figura 4– Continuum de avaliação para diferentes tipos de produtos.
Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p. 52)
.
Observa-se que os serviços da área da saúde encontram-se no extremo do
continuum, na parte difícil de avaliar e com alta concentração de atributos de
credibilidade. Logo, isto justifica a alta expectativa que o cliente possui do serviço a
ser prestado e das interações subjetivas.
No caso da área da saúde, a qualidade dos serviços auxilia a obter sucesso
entre os serviços concorrentes, já que a mera qualidade técnica é muito semelhante
entre os prestadores de serviços existentes no mercado. A questão da qualidade
56
relacionada a serviços surge no decorrer do próprio processo de prestação do
serviço e possui uma duração de longo prazo. Em cada encontro, o cliente poderá
avaliar o grau de satisfação frente ao serviço prestado. Bateson e Hoffman (2001)
entendem qualidade de serviço não como um programa específico, mas uma parte
em andamento do gerenciamento e do serviço. Lovelock e Wright (2003) descrevem
qualidade como avaliações cognitivas de longo prazo dos clientes na entrega dos
serviços, enquanto satisfação do cliente é uma reação emocional de curto prazo
após a realização de um serviço. Apesar de estarem intrinsecamente relacionadas,
são conceitos distintos.
A American Marketing Association – AMA, define qualidade de serviço como
“uma área de estudo que se tem desenvolvido para definir e descrever como os
serviços podem ser entregues da melhor maneira para satisfazer os clientes” Livre
Tradução – AMA, 2007b.
Percebe-se que a qualidade de um serviço influencia no desempenho de cada
organização. NA perspectiva da satisfação do cliente, a qualidade desejada requer a
compreensão do comportamento daquele para qual é demandada, enquanto cliente
é consumidor.
2.3.2 Comportamento do consumidor em serviços
Bateson e Hoffman (2001) descrevem um modelo de três estágios de
comportamento de consumidor em serviços: o estágio pré-compra, o estágio de
consumo e a avaliação pós-compra. O estágio pré-compra refere-se a todas as
etapas que antecedem a compra do serviço e se inicia quando a pessoa percebe a
necessidade ou um problema. Então, o cliente buscará informações importantes e
selecionará a melhor opção.
Para Lovelock e Wright (2003) a primeira etapa é denominada de pré-compra, a
segunda de encontro com o serviço e a terceira de pós-compra. A etapa pré-compra
é aquela que o cliente identifica algumas alternativas, avalia riscos e benefícios e
então decide qual compra irá realizar. Os autores mencionam que nesta etapa os
usuários percebem alguns riscos e que isto é altamente relevante e deve ser
considerado quando se fala de serviço, já que há influência nos julgamentos das
pessoas. Os riscos descritos por estes autores são de alguns tipos. Dentro eles, os
riscos funcionais (resultados de desempenho insatisfatórios), risco financeiro (perda
57
monetária, custos inesperados), risco temporal (perda de tempo, conseqüências de
demoras), risco físico (dano pessoal ou prejuízo material), risco psicológico (temores
e emoções pessoais), risco social (como os outros pensam e reagem) e risco
sensorial (impactos indesejados sobre qualquer um dos cinco sentidos).
Para tanto, sugerem algumas estratégias de redução de riscos antes de decidir
comprar um serviço:
¾ Procurar informações a partir de fontes pessoais respeitadas;
¾ Confiar na reputação da empresa;
¾ Procurar oportunidades para experimentar antes de comprar;
¾ Examinar pistas tangíveis ou outra evidência física;
¾ Utilizar a Internet para comparar ofertas de serviço;
Zeithaml e Bitner (2003) dividem o processo de tomada de decisão em relação
a seu serviço em quatro categorias: busca de informação, avaliação de alternativas,
compra e consumo e avaliação pós-compra. As duas primeiras categorias
enquadram-se na primeira etapa de Bateson e Hoffman (2001) e de Lovelock e
Wright (2003). Na busca por informações, por exemplo, utiliza-se o uso de fontes
pessoais (amigos, especialistas) e também nesta categoria é mencionada a questão
do risco percebido, pois aparentemente haverá mais risco na compra de um serviço
que de bens de consumo, “pois os serviços são intangíveis, sem padronização e, via
de regra, vendidos sem garantias” (ZEITHAML; BITNER, 2003, p. 54).
Complementam afirmando que alguns serviços são técnicos ou demasiadamente
especializados que o cliente não tem condição de avaliar mesmo após o consumo
do serviço. Isto acaba ocorrendo, inúmeras vezes, na área da saúde. A outra
categoria que se encaixa na primeira etapa dos outros autores é a avaliação de
alternativas de serviços, que é o conjunto de alternativas levadas em consideração
como opções aceitáveis. Normalmente há menos opções em serviços que com
bens. E também se deve lembrar que os serviços não especializados estarão
competindo com o próprio consumidor, pois este possui conhecimento e habilidades
para executá-lo.
A segunda etapa proposta por Bateson e Hoffman (2001) é o estágio de
consumo, que desempenha um papel fundamental, pois armazena um conjunto de
expectativas sobre o desempenho do serviço. Isso afeta diretamente a avaliação.
Lovelock e Wright (2003, p.86) descrevem a segunda etapa como a do encontro com
o serviço, “na qual a entrega do serviço ocorre por meio da interação entre o cliente
58
e o fornecedor do serviço”. Os autores propõem alguns fatores que influenciam e
afetam os resultados desta etapa:
¾ Ambiente de serviço: são as características tangíveis do ambiente que ocorre
a entrega do serviço (equipamentos, limpeza, cheiros, barulhos, outros
clientes).
¾ Profissionais de serviço: fator mais importante na maioria dos encontros com
alto nível de contato, por isso a importância de selecionar, treinar e remunerar
cuidadosamente os funcionários.
¾ Serviços de suporte: são as matérias-primas e equipamentos, além de todos
os processos dos bastidores.
Para Zeithaml e Bitner (2003) este estágio corresponde à compra e consumo
de serviços e que as emoções e o humor dos clientes afetam diretamente as suas
percepções e avaliações. Os autores acima citam ainda a possibilidade de outros
clientes receberem os serviços ao mesmo tempo, o que influencia diretamente na
experiência de um cliente. “A compatibilidade de clientes é um fator que influencia a
satisfação dos mesmos, particularmente em serviços de contato intensivo”
(ZEITHAML; BITNER, 2003, p. 58).
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) demonstraram, por meio de uma figura, esta
etapa de encontro com o serviço, definindo uma tríade, exposta abaixo:
Pessoal da linha
De frente
Cliente
Organização de
serviço
Controle
percebido
Efic iê nc ia
versus
satisfação
Eficiência versus
autonomia
Figura 5: A Tríade do encontro de serviço.
Fonte: Fitzsimmons; Fitzsimmons (2005, p.117).
Esta tríade destaca o encontro e as relações existentes entre as partes deste
processo de serviço, bem como as possíveis fontes de conflitos entre elas.
Idealmente, estas três partes devem estar em harmonia para se conseguir uma
melhor percepção acerca da qualidade do serviço e da satisfação.
59
Por fim, o último estágio descrito por Bateson e Hoffman (2001) é a avaliação
pós-compra, que é a satisfação do consumidor, ou seja, o resultado fundamental do
processo de marketing. Os autores complementam (p.49): “consumidores avaliam
serviços comparando o serviço que percebem terem recebido com suas
expectativas”.
Lovelock e Wright (2003) definem a última etapa como pós-compra, que
consiste em avaliar a qualidade do serviço e sua satisfação ou insatisfação com o
resultado do serviço. Se as expectativas superarem o que os clientes esperavam, o
serviço é visto como de alta qualidade. Caso contrário, é visto como de baixa
qualidade.
Para Zeithaml e Bitner (2003) este estágio é denominado de avaliação pós-
compra. Três aspectos são considerados para explicar esta etapa: atribuição de
insatisfação, difusão da inovação e lealdade à marca. A atribuição de insatisfação
consiste em buscar compreender o motivo de tal insatisfação, visto que os clientes
trazem consigo informações. Além disso, os consumidores atribuem sua insatisfação
à própria incapacidade de especificar e explicar seus desejos e suas expectativas no
processo de compra do serviço. A difusão da inovação depende de cinco
características: vantagem relativa, compatibilidade, comunicabilidade, divisibilidade e
complexidade. O consumidor possui mais dificuldade em inovar em serviço que em
bens, por isso torna-se mais lento e complexo este processo. E a lealdade à marca é
presente mais em serviços que em produtos, pois é muito mais difícil encontrar
substitutos em serviços. Além disso, os clientes de serviços sentem-se mais
seguros se forem repetidas vezes no mesmo estabelecimento e isso ocorre mais
com os serviços técnicos e especializados.
Contudo, cabe ressaltar que todas as primeiras etapas da prestação de serviço,
independentemente de suas denominações, possuem expectativas prévias dos
próprios clientes. Zeithaml e Bitner (2003, p.66) definem expectativas dos clientes
como “crenças a respeito da execução do serviço que funcionam como padrões ou
pontos de referência com relação aos quais o desempenho é julgado”. Afirmam,
ainda, que é necessário conhecer o que o cliente deseja na prestação do serviço.
Lovelock e Wright (2003) acrescentam que os clientes possuem diferentes
expectativas dos fornecedores, o que torna o processo ainda mais complicado.
“Expectativas são padrões internos que os clientes utilizam para julgar a qualidade
60
de uma experiência de serviço” E que as expectativas das pessoas são altamente
influenciadas por suas experiências anteriores.
Bateson e Hoffman (2001) discutem que têm várias formas de expectativas:
como prognóstico, como idéias, como experiência, como tolerâncias mínimas, como
merecimento, comparativa, entre outras. E que é provável que mais de uma forma
de expectativa funcione simultaneamente.
Zeithaml e Bitner (2003, p.67) afirmam existir dois significados e padrões para
a expectativa. O primeiro se refere ao serviço desejado, definido “como o nível de
serviços que o cliente desejaria receber” e o segundo é serviço adequado, que é o
nível de serviço que o cliente aceita. Serviço adequado é a expectativa mínima
tolerável pelos clientes na prestação de um serviço, sendo o nível mais baixo de
aceitação. Desses dois níveis, surge uma zona, denominada de zona de tolerância.
Ela é responsável por aceitar a variação entre o que se deseja e o que é adequado.
Caso o serviço exceda o limite do serviço desejado, será considerado de alta
qualidade e o cliente ficará muito satisfeito. E se ficar aquém do serviço adequado,
será visualizado como de baixa qualidade e o cliente se tornará insatisfeito. É
necessário compreender que clientes são diferentes e por esta razão possuem
zonas de tolerância diferentes. Uma zona de um cliente pode ampliar-se ou reduzir-
se diante de inúmeros fatores, como o preço, por exemplo. Outro fator que causa
variação na zona de tolerância é a dimensão do serviço. Isso decorre de atributos e
dimensões do próprio cliente. Há uma tendência de haver menos tolerância em
serviços não confiáveis, com expectativas mais altas. Isso diminui a zona de
tolerância, ficando uma faixa mais estreita. Além disso, quando o serviço é prestado
pela primeira vez as expectativas dos clientes são maiores, tanto para resultados,
como para a maneira como o serviço é realizado.
Serviço desejado
Serviço adequado
Zona de
Tolerância
Serviço desejado
Serviço adequado
Zona de
Tolerância
Figura 6: A Zona de Tolerância
Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p. 69).
61
Lovelock e Wright (2003) corroboram com Zeithaml e Bitner (2003) ao afirmar
que existem dois níveis de expectativas, denominando da mesma forma: serviço
desejado e serviço adequado. E também explica a ocorrência da zona de tolerância.
Os autores mencionam alguns fatores que influenciam a expectativa de serviços,
como por exemplo: as necessidades pessoais, crenças sobre o que é possível,
alterações percebidas no serviço, fatores situacionais, promessas explícitas e
implícitas de serviço, comunicação boca a boca, experiência passada e serviço
prestado. Para facilitar a compreensão, Lovelock e Wright (2003) adaptaram de
Zeithaml e Bitner (2003) uma figura e acrescentaram seus pontos de vistas.
Serviço Desejado
Serviço Adequado
ZONA DE
TOLERÂNCIA
Necessidades pessoais
Crenças sobre o que é
possível
Alterações percebidas no
serviço
Fatores situacionais
Serviço previsto
Promessas explícitas e
implícitas de serviço
Comunicação boca a boca
Experiência passada
Serviço Desejado
Serviço Adequado
ZONA DE
TOLERÂNCIA
Necessidades pessoais
Crenças sobre o que é
possível
Alterações percebidas no
serviço
Fatores situacionais
Serviço previsto
Promessas explícitas e
implícitas de serviço
Comunicação boca a boca
Experiência passada
Figura 7: Fatores que influenciam as expectativas de serviço
Fonte: Lovelock e Wright (2003, p. 104).
Zeithaml e Bitner (2003) concordam que existam fatores que influenciam as
expectativas de serviços dos clientes e que muitas forças são incontroláveis, como a
experiência passada dos clientes, propagandas das empresas, bem como o estado
psicológico no momento da prestação do serviço. Há, ainda, uma separação entre
fontes de expectativas de serviços desejados e fontes de expectativas de serviços
adequados. Podem-se citar como fontes de expectativas de serviços desejados as
necessidades pessoais (bem estar físico ou psicológico) e os intensificadores
permanentes de produtos. Estes são fatores individuais que ocasionam uma maior
sensibilidade frente aos serviços. Um desses fatores importantes é chamado de
expectativas de serviços derivados, “o qual pode ser verificado quando as
expectativas do cliente estão sendo influenciadas por outra pessoa ou por um grupo
de pessoas” (ZEITHAML; BITNER, 2003, p. 72). Outro intensificador permanente de
serviço é a filosofia pessoal de serviço, que consiste no comportamento do cliente
em relação ao significado do serviço. No que tange as expectativas de serviços
62
adequados, os seguintes fatores influenciam: intensificadores transitórios de
serviços, alternativas percebidas para os serviços, papel de serviço percebido pelo
próprio cliente, fatores situacionais e serviços pretendidos. O primeiro conjunto de
elementos transitórios de serviço são fatores individuais temporários, de curto prazo,
que torna o cliente mais consciente da necessidade do serviço. As alternativas
percebidas de serviços são as possibilidades que os clientes possuem de adquirir os
serviços dos concorrentes. E ela é aumentada à medida que há outras
possibilidades de execução do serviço, diminuindo a zona de tolerância. Um terceiro
fator que influencia é o papel de serviço percebido pelo próprio cliente. “As
expectativas dos clientes são parcialmente formadas por quão bem eles acreditam
estar desempenhando seus próprios papéis na prestação do serviço” (ZEITHAML;
BITNER, 2003, p. 75). Uma situação que também corresponde influencia são os
fatores situacionais, que são os fatores subjacentes que os clientes percebem do
prestador de serviço. Normalmente, estes fatores ampliam a zona de tolerância. O
último fator que exerce influência é o serviço esperado, sendo o que os clientes
esperam que irão receber.
Além desses tipos de fontes de expectativas para serviços desejados e
adequados, os consumidores poderão fazer uma pesquisa interna. Dessa forma,
Zeithaml e Bitner (2003) indicam um fator interno e três fatores externos. O interno
refere-se à experiência passada e as promessas implícitas e explícitas de serviços e
comunicação boca a boca são os externos. No que tange as promessas explícitas,
as afirmações que são repassadas aos clientes podem ser pessoais (vendedores e
equipes) ou impessoais (propaganda e publicações escritas). Todas essas
promessas afetam diretamente as expectativas do serviço, tanto no nível desejado
quanto no adequado. Já as promessas implícitas são indicações de qualidade
relacionadas a um tipo diferente das promessas explícitas. Normalmente são
dominadas por preço e atributos tangíveis em geral associados ao serviço. A
comunicação boca a boca é útil para o cliente na indicação de serviços e influenciam
os serviços pretendidos e desejados. E a experiência passada é outra força
relevante sobre as pretensões e os desejos dos consumidores.
Todos esses fatores e intensificadores de serviços podem ser demonstrados
da seguinte maneira:
63
SERVIÇO
ESPERADO
Servo
desejado
Servo
adequado
Zona de
tolerância
INTENSIFICADORES
PERMANENTES DE
SERVIÇOS
•Expectativas derivadas
•Filosofias pessoais de
serviços
NECESSIDADES
PESSOAIS
INTENSIFICADORES
TRANSITÓRIOS DE
SERVIÇOS
•Emergências
•Problemas com serviços
ALTERNATIVAS
PERCEBIDAS DE
SERVIÇOS
PAPEL DO SERVIÇO
PERCEBIDO PELO
PRÓPRIO CLIENTE
FATORES SITUACIONAIS
•Mau tempo
•Catástrofe
•Aumento caótico da
demanda
PROMESSAS EXPLÍCITAS
DE SERVIÇOS
•Propaganda
•Venda pessoal
•Contratos
•Outras comunicações
BOCA A BOCA
•Pessoal
•“Especialistas” (relatos de
consumidores, propaganda,
consultores, pessoas que
nos substituem na compra
de serviços)
EXPERIÊNCIA PASSADA
SERVIÇO ESPERADO
PROMESSAS IMPLÍCITAS
DE SERVIÇOS
•Tangíveis
•Preço
SERVIÇO
PERCEBIDO
Lacuna 5
SERVIÇO
ESPERADO
Servo
desejado
Servo
adequado
Zona de
tolerância
SERVIÇO
ESPERADO
Servo
desejado
Servo
adequado
Zona de
tolerância
INTENSIFICADORES
PERMANENTES DE
SERVIÇOS
•Expectativas derivadas
•Filosofias pessoais de
serviços
NECESSIDADES
PESSOAIS
INTENSIFICADORES
TRANSITÓRIOS DE
SERVIÇOS
•Emergências
•Problemas com serviços
ALTERNATIVAS
PERCEBIDAS DE
SERVIÇOS
PAPEL DO SERVIÇO
PERCEBIDO PELO
PRÓPRIO CLIENTE
FATORES SITUACIONAIS
•Mau tempo
•Catástrofe
•Aumento caótico da
demanda
PROMESSAS EXPLÍCITAS
DE SERVIÇOS
•Propaganda
•Venda pessoal
•Contratos
•Outras comunicações
BOCA A BOCA
•Pessoal
•“Especialistas” (relatos de
consumidores, propaganda,
consultores, pessoas que
nos substituem na compra
de serviços)
EXPERIÊNCIA PASSADA
SERVIÇO ESPERADO
PROMESSAS IMPLÍCITAS
DE SERVIÇOS
•Tangíveis
•Preço
SERVIÇO
PERCEBIDO
Lacuna 5
Figura 8: Natureza e determinantes das expectativas do cliente em relação aos serviços.
Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p. 78).
Os clientes, após o encontro com o serviço, sentem-se aptos a avaliarem
seus graus de (in) satisfação e, com isso, manifestam suas percepções acerca da
qualidade. Bateson e Hoffman (2001) entendem que a natureza da percepção do
serviço não está focada apenas na qualidade técnica do serviço. Aponta que muitos
outros fatores influenciam as percepções dos clientes, como a comunicação oral,
propaganda e experiência passada. Além disso, a equipe de contato, o ambiente
físico e outros clientes também exercerão impacto como o serviço é percebido.
Acrescenta, ainda, que no serviço não há um limite claro entre a aquisição e o uso
do serviço, isto porque não há transferência de propriedade. E que a avaliação da
satisfação do cliente depende da interação e sincronização dos elementos da equipe
de contato, suporte e ambiente físico, clientes e sistema interno da organização.
64
Quando nos referimos às percepções de clientes e sobre como os
clientes avaliam os serviços, pode-se partir do pressuposto de que
tanto clientes internos quanto externos estão incluídos, e que as
definições, estratégias e abordagens podem ser aplicadas para
ambos os grupos. (ZEITHAML; BITNER, 2003, p.87).
Segundo Zeithaml e Bitner (2003) a satisfação pode ser entendida por meio
de uma avaliação feita pelo cliente com respeito a um produto ou serviço. Esta
satisfação é influenciada por atributos específicos do serviço e também pelas
percepções de qualidade. Ao ser realizada a pesquisa de avaliação de satisfação, a
maioria das empresas foca os atributos mais importantes para o seu serviço e então
se realiza a mensuração das percepções de tais características. As emoções do
consumidor também afetam suas percepções de satisfação, sendo elas positivas ou
negativas. Algumas causas percebidas pelos clientes também influenciam para o
sucesso ou fracasso de um serviço, por exemplo, a percepção de ganho ou de
preço-justo. Lovelock e Wright (2003) corroboram com Zeithaml e Bitner (2003), pois
afirmam que a satisfação do cliente deriva do estado emocional que o indivíduo se
encontra.
A satisfação do cliente com a qualidade do serviço pode ser definida, de
acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p.146), “pela comparação da
percepção do serviço prestado com as expectativas do serviço desejado”. Quando o
serviço ultrapassa as expectativas ele é visto como de qualidade excepcional, acima
do esperado. E, ao contrário, quando o serviço não atinge as expectativas, a
qualidade é inaceitável. Cabe lembrar que estas expectativas advêm de inúmeras
fontes, tais como a propaganda boca a boca, experiências anteriores, entre outras
(FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005). Isto pode ser melhor visualizado na figura
abaixo:
Dimensões da qualidade
em serviços
Confiabilidade
Responsabilidade
Segurança
Empatia
Aspectos tangíveis
Qualidade percebida em serviços
1. As expectativas foram excedidas
SE< SP (qualidade surpreendente)
2. Expectativas atendidas
SE = SP (qualidade satisfatória)
3. Expectativas não foram atendidas
SE > SP (qualidade inaceitável)
Serviço
esperado
Serviço
percebido
Necessidades
pessoais
Indicação pessoal
Experiência
passada
Figura 9: Qualidade percebida do serviço.
Fonte: Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p. 147).
65
Quando a expectativa não ocorre surgem as lacunas ou os gaps da
qualidade. Estas, por sua vez, podem ocorrer em diversos níveis do processo de
prestação do serviço e, conforme Lovelock e Wright (2003), são em número de sete.
A primeira é a lacuna do conhecimento, que consiste na diferença entre o que os
fornecedores julgam sob as necessidades e expectativas dos clientes e o que de
fato eles necessitam e esperam. A segunda, a chamada lacuna nos padrões, refere-
se à diferença entre o que a administração percebe sobre as expectativas dos
clientes e os padrões de qualidade especificados para a entrega do serviço. A
lacuna na entrega é a terceira lacuna e trata da diferença entre os padrões
estabelecidos de entrega e o desempenho real dos fornecedores. A quarta lacuna é
nas comunicações internas, sendo a diferença entre o que o pessoal de propaganda
e promessas de venda julga ser as características do serviço e o que realmente a
organização é capaz de entregar. A quinta é a lacuna nas percepções que é a
diferença entre o que é entregue e o que os clientes perecem ter recebido. A lacuna
na interpretação é a sexta lacuna e é a diferença entre o que as campanhas
prometem e o que o cliente interpreta como prometido. Por fim, a sétima lacuna é a
lacuna no serviço que é a diferença entre o que os clientes esperam receber e suas
percepções sobre o que é entregue. O objetivo da empresa prestadora de serviço é
de diminuir e amenizar ao máximo essas lacunas. Esses gaps ou lacunas da
qualidade são resultados, segundo Grönroos (1995, p.77), “das inconsistências no
processo de gestão da qualidade”.
Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006), após uma pesquisa com entrevistas em
profundidade com executivos em quatro empresas prestadoras de serviços e com
grupos focais de consumidores em 1985, identificaram um modelo de qualidade de
serviço, apontando cinco lacunas existentes. O argumento central deste modelo é de
que as percepções de qualidade de serviços por parte dos consumidores são
influenciadas por lacunas distintas que ocorrem do lado dos vendedores. Apenas a
quinta lacuna é que se refere ao consumidor.
66
CONSUMIDOR
LACUNA 5
VENDEDOR
LACUNA 4
LACUNA 3
LACUNA 1
LACUNA 2
Comunicação
Boca a boca
Comunicação
externa com o
consumidor
Serviço
percebido
Prestação de serviço (inclusive
contatos pré e pós- prestação)
Tradução das percepções em
especificações de qualidade de
serviço
Percepção que a administração
tem das expectativas do
consumidor
Serviço
esperado
Experiência
anterior
Necessidades
pessoais
Figura 10: Modelo de qualidade de serviço
Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006, p.100)
A primeira lacuna (Lacuna 1) deste modelo é o gap entre a expectativa do
consumidor e a percepção da administração. Interpreta-se, pois, como o falta de
entendimento por parte dos vendedores em relação às características necessárias
para prover qualidade de serviços aos clientes. A segunda é a lacuna entre
percepção da administração e especificação da qualidade de serviço (Lacuna 2). Os
motivos que levam a esta lacuna, segundo os autores do modelo, são as restrições
dos recursos e do mercado e a ausência de comprometimento total da administração
67
com a qualidade do serviço. Essa discrepância afeta, diretamente, a percepção de
qualidade por parte dos consumidores. A terceira lacuna ocorre entre as
especificações de serviço e prestação do serviço (Lacuna 3). Mesmo a empresa
possuindo diretrizes para a boa prestação de serviços, pode-se não alcançar tal
nível de excelência, em virtude da variabilidade do desempenho dos funcionários. A
lacuna entre prestação de serviço e comunicação externa é a lacuna de número
quatro (Lacuna 4). “Informar aos clientes padrões de serviços que não são
facilmente percebidos, poderia melhorar as percepções de qualidade”
(PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006, p.102). Em suma, a comunicação
externa pode afetar tanto as expectativas dos consumidores, como também as
percepções do serviço prestado. A última lacuna - serviço esperado e serviço
percebido (Lacuna 5), parece indicar a qualidade que um consumidor percebe em
um produto.
Para demonstrar a relação entre as expectativas, a satisfação do cliente e a
qualidade percebida no serviço, desenhou-se uma figura para expressar esta inter-
relação, mostrada a seguir:
Medidas da
Qualidade do
Serviço
Superioridade
Percebida no
serviço
Adequação
Percebida
No serviço
Serviço
esperado
Serviço
percebido
Serviço
previsto
Serviço
desejado
Serviço
desejado
Satisfação
Figura 11: A Relação entre Expectativas, Satisfação do Cliente e Qualidade Percebida no Serviço.
Fonte: Lovelock e Wright (2003, p.107).
Lovelock e Wright (2003) acrescentam que a satisfação do cliente e a qualidade
do serviço podem trazer alguns benefícios, tais como os demonstrados abaixo.
68
Reduz os custos de falhas Reduz custos de atração
de novos clientes
Amplia e promove boca a
boca positivo
Encoraja clientela
constante e fidelidade
Pode criar vantagem
sustentável
Isola os clientes
da concorrência
Satisfação
do Cliente
(e Qualidade
do Serviço)
Figura 12: Benefícios da Satisfação do Cliente e Qualidade do Serviço.
Fonte: Lovelock e Wright (2003, p.116).
Outras cinco dimensões também são utilizadas para dimensionar qualidade:
confiabilidade, aspectos tangíveis, sensibilidade, segurança e empatia. Estas são as
primeiras dimensões utilizadas pelos clientes para julgarem a qualidade do serviço.
A confiabilidade é a habilidade de prestar o serviço de modo seguro, preciso
(ZEITHAML; BITNER, 2003) e confiável (BERRY; PARASURAMAN, 1992). Significa
cumprir o serviço no prazo, sem modificações ou erros, como ressaltam Fitzsimmons
e Fitzsimmons (2005). “A confiabilidade é a essência da qualidade do serviço, que,
por sua vez, é a base da excelência do marketing de serviços” (BERRY;
PARASURAMAN, 1992, p. 30). Os aspectos tangíveis referem-se às instalações
físicas, equipamento, pessoal e material de comunicação impressos (ZEITHAML;
BITNER, 2003). A sensibilidade é outra dimensão da qualidade e se caracteriza na
disposição para ajudar um cliente (BERRY; PARASURAMAN, 1992) e também pode
ser denominado de responsabilidade (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005) ou
ainda de responsividade (ZEITHAML; BITNER, 2003), acrescentando que a
prestação de serviços não pode ser demorada. A segurança consiste no
conhecimento e cortesia dos funcionários aliados a capacidade de inspirar
credibilidade e confiança (ZEITHAML; BITNER, 2003). Por fim, Fitzsimmons e
Fitsimmons, (2005) entendem empatia como a demonstração de cuidado, interesse
e atenção aos clientes. Lovelock e Wright (2003) destacam que das cinco
dimensões, a empatia tem demonstrado ser o fator mais importante para a avaliação
da qualidade de serviço.
69
Com estas cinco dimensões, foi criada a Escala Servqual, incluindo-as em 22
itens e medidos em uma escala que varia em sete pontos, que vão de concordo
inteiramente a discordo inteiramente.
Gronröos (2006) criou um modelo de qualidade de serviço, integrando as
seguintes categorias: serviço esperado, serviço percebido, qualidade do serviço
percebido, imagem, qualidade técnica e qualidade funcional. Em outras palavras, o
autor descreveu como a qualidade dos serviços é percebida pelos clientes.
Gronröos (2006) explica que a qualidade percebida do serviço é resultado de
um processo de avaliação, na qual o consumidor compara suas expectativas frente
ao serviço prestado. O resultado técnico do processo, ou seja, o que o cliente
recebe de sua interação com o prestador de serviço, é importante para a avaliação
da qualidade do serviço. Chama-se isto de qualidade técnica. Esta dimensão, no
entanto, não representará a qualidade total que o consumidor percebe receber, pois
o consumidor também se interessa no processo em si, na maneira como recebe a
funcionalidade de um resultado técnico. Esta dimensão de qualidade é denominada
de qualidade funcional. Ela corresponde, portanto, ao desempenho expressivo de
um serviço. Outro ponto relevante na dimensão da qualidade, citado pelo autor, é a
imagem da organização ou imagem do prestador de serviço. As expectativas dos
clientes são influenciadas pela visão que se tem da empresa, ou seja, a imagem
corporativa. A imagem, por sua vez, é basicamente construída pelas qualidades
técnica e funcional, embora tenha outras dimensões intrínsecas, como tradição,
ideologia, fatores externos, etc. Uma imagem positiva, por exemplo, pode até
justificar uma possível falha em determinado momento. Por outro lado, uma imagem
negativa pode aumentar problemas percebidos de qualidade de serviços.
A Figura 13, apresentada a seguir, mostra o modelo de Gronröos (2006) de
qualidade de serviço.
70
SERVIÇO
ESPERADO
Qualidade de Serviço
Percebida
SERVIÇO
PERCEBIDO
QUALIDADE
FUNCIONAL
QUALIDADE
TÉCNICA
IMAGEM
O
q
ue? Como?
Figura 13: Modelo de qualidade de serviço.
Fonte: Gronröos (2006, p.91)
Com este modelo, Gronröos (2006) conclui que as dimensões da qualidade
são interligadas e que uma qualidade técnica aceitável pode ser um pré-requisito de
uma qualidade funcional satisfatória. E acrescenta que a imagem é um fator
importante no processo de percepção de qualidade de serviço.
Edvardsson et al (apud LEWIS e LITTER, 2001) também apresentam
aspectos que interferem nas percepções dos consumidores acerca dos serviços:
qualidade técnica (habilidades do pessoal, corroborando com Gronröos, 2006),
qualidade integrativa (facilidade com que os membros da prestação do serviço
funcionam em conjunto), qualidade funcional (estilo, ambiente e responsabilidade,
ou seja, atributos que se relacionam a prestação de serviço ao cliente) e qualidade
de resultado (se o serviço de fato atende às expectativas do consumidor).
Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006) desenvolveram dez determinantes da
qualidade de serviço percebida, após pesquisas com grupos, demonstradas na
figura a seguir. As determinantes são atributos relevantes para a questão da
qualidade percebida dos clientes.
71
Figura 14: Determinantes da qualidade de serviço prestado.
Fonte: PArasuraman, Zeithaml e Berry (2006, p.105).
Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006) decodificaram os determinantes para a
qualidade de serviço respeitando um conjunto de associações que definem um grau
de envolvimento de interpretação do cliente, conforme demonstrado no quadro a
seguir:
72
CONFIABILIDADE envolve a consistência da prestação e da confiabilidade.
Significa que a empresa presta o serviço corretamente da primeira vez.
Significa, também, que a empresa cumpre o que promete. Mais especificamente, envolve:
- Cobrança correta;
- Manutenção correta de registros;
- Realização do serviço no prazo indicado.
SENSIBILIDADE diz respeito à disposição ou prontidão dos empregados para a prestação de
serviços. Envolve a tempestividade ou oportunidade do serviço:
- Remessa imediata do comprovante;
- Respostas rápidas aos telefonemas dos clientes;
- Prestação pronta de serviço (por exemplo, marcar consulta rapidamente).
COMPETÊNCIA significa dispor das habilidades e dos conhecimentos necessários para prestar o
serviço. Envolve:
- Conhecimento e habilidades do pessoal de contato
- Conhecimento e habilidades do pessoal de suporte operacional
- Capacidade de pesquisa da organização, por exemplo, de uma corretora de valores.
ACESSO envolve a facilidade de abordagem e contato. Significa:
- Disponibilidade do serviço por telefone (há linhas suficientes e o cliente não é deixado em
espera);
- Tempo razoável de espera para receber o serviço (num banco, por exemplo);
- Horário conveniente;
- Localização conveniente.
CORTESIA significa polidez, respeito, consideração e comportamento amigável do pessoal de
contato (inclusive recepcionistas, telefonistas, etc.). Inclui:
- Consideração pelos bens do consumidor (por exemplo, nada de pegadas de lama no
carpete);
- Aparência limpa e arrumada do pessoal de contato público.
COMUNICAÇÃO significa manter os clientes informados numa linguagem que possam compreender,
além de dar ouvidos a eles. Pode significar que a empresa tem que ajustar sua linguagem a
diferentes clientes, aumentando o nível de sofisticação com clientes instruídos e falando de maneira
simples e direta com clientes de menor instrução. Envolve:
- Explicar o serviço em si;
- Explicar quanto irá custar o serviço;
- Explicar a relação entre o serviço e o custo;
- Garantir ao cliente que o problema será devidamente encaminhado.
CREDIBILIDADE significa ser digno de confiança e ser honesto. Envolve ter em mente os interesses
do cliente. Contribuem para a credibilidade:
- O nome da empresa;
- A reputação da empresa;
- As características pessoais da equipe de contato;
- O grau de trabalho concentrado de venda (hard sell, no original) envolvido nas interações
com os clientes.
SEGURANÇA é estar livre de perigo, risco ou dúvida. Envolve:
- Segurança física (Serei assaltado no caixa automático?);
- Segurança financeira (A empresa sabe onde está o certificado das minhas ações?);
- Sigilo (Minhas transações com a empresa são sigilosas?).
COMPREENSÃO/ CONHECIMENTO DO CLIENTE refere-se aos esforços para entender as
necessidades do cliente. Envolve:
- Aprender as necessidades específicas do cliente;
- Dar atenção individual;
- Reconhecer clientes habituais.
TANGÍVEIS são evidências físicas do serviço:
- Instalações físicas;
- Aparência do pessoal;
- Ferramentas ou equipamentos usados para prestar o serviço;
- Representações físicas do serviço, como um cartão de crédito ou um extrato bancário;
- Outros clientes presentes nas instalações da prestadora de serviços.
Tabela 4: Determinantes da qualidade de serviço.
Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006, p. 105).
73
“O que se faz necessário é um modelo de qualidade do serviço, ou seja,
um modelo de como a qualidade do serviço é percebida pelos clientes.
Quando um prestador de serviços compreende como os serviços serão
avaliados pelos usuários, é possível identificar como gerenciar essas
avaliações e como influenciá-las na direção desejável. O relacionamento
entre o conceito de serviço, o serviço oferecido aos clientes e os benefícios
aos clientes tem que ser esclarecidos”. (Eiglier e Langeard apud
GRÖNROOS, 1995, p.45).
Entretanto, não obstante as ramificações e delimitações verificadas em
serviços quanto a percepção da qualidade de serviços pelos pacientes, os modelos
desenvolvidos de forma genérica para serviços e específicos para a área da saúde,
não se encontra um modelo de classificação voltada para a área odontológica.
Porém, pesquisas recentes revelam a avaliação da qualidade em serviços na área
médica, envolvendo os serviços de saúde, como a proposta derivada de Urdan
(2001), que por meio de uma escala de atributos de qualidade de serviços, pôde-se
verificar a qualidade percebida pelo paciente. Urdan (2001) propõe uma qualidade
experimentada pelo paciente (QEP), que se constrói a partir dos indicadores da
pesquisa de campo. A escala criada de QPC (qualidade percebida pelo cliente) foi
formada pela consolidação de atributos propostos por Brown e Swartz (apud
URDAN, 2001), baseada em experiência.
74
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo exploratório auxilia o pesquisador a solucionar e/ou aumentar sua
expectativa em função do problema determinado (TRIVINÕS, 1987). Richardson
(1999, p.66) também afirma que “quando não se tem informação sobre determinado
tema e se deseja conhecer o fenômeno”, este tipo de estudo é o exploratório. Gil
(1999, p.43) complementa que “este tipo de pesquisa é realizado especialmente
quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular
hipóteses precisas e operacionalizáveis”. Além disso, o mesmo autor enfatiza que a
pesquisa exploratória pode ser a primeira etapa de um projeto maior.
O caráter exploratório configura esta pesquisa, visto que se busca abordar um
tema pouco estudado na literatura, que são as percepções da qualidade de serviços
odontológicos, segundo os pacientes e os cirurgiões-dentistas, bem como seu
cruzamento de informações, a fim de identificar possíveis lacunas na prestação de
serviço e de se conseguir um melhor delineamento das estratégias. Triviños (1987,
p. 109) afirma que “normalmente, após a pesquisa exploratória inicia-se uma
pesquisa descritiva”.
O caráter descritivo, por sua vez, “pretende descrever com exatidão os fatos e
fenômenos de determinada realidade” (TRIVINÕS, 1987, p.110). Gil (1999) e
Richardson (1999) corroboram com tal afirmação, ao inferirem que estudos
descritivos, como o próprio nome sugere, são aqueles que descrevem e identificam
as características de determinada população, fenômeno ou situação. O presente
estudo, por buscar a relação e confrontamento das percepções de qualidade de
serviços odontológicos de acordo com pacientes e cirurgiões-dentistas para se tentar
descobrir alguma lacuna, é, portanto, considerado um estudo descritivo.
A presente pesquisa é do tipo levantamento (survey), tanto para os cirurgiões-
dentistas, como para os pacientes. Buscou-se uma amostra dos pacientes e os
cirurgiões-dentistas para responderem ao questionário dentro do universo das
clínicas odontológicas da cidade de Florianópolis.
As pesquisas deste tipo (survey) se caracterizam pela interrogação direta
das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente,
procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise
quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados
coletados.(GIL 1999, p.70).
75
Portanto, não foram pesquisados todos os pacientes/clientes e cirurgiões-
dentistas das clínicas. Selecionou-se antes uma amostra significativa do universo
nas clínicas a serem pesquisadas. Dentre as principais vantagens apontadas por Gil
(1999) para o levantamento são o conhecimento direto da realidade, economia e
rapidez e quantificação dos resultados.
3.1 ABORDAGEM
Este estudo se caracteriza por possuir a abordagem quantitativa. O método
quantitativo quantifica as informações e possibilita a precisão dos resultados,
evitando distorções de análise e de interpretação. “É freqüentemente aplicado nos
estudos descritivos, naqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre
variáveis” (RICHARDSON, 1999, p.70). Este método foi utilizado como base para a
tabulação dos dados referentes aos questionários aplicados nas clínicas
odontológicas selecionadas, tanto para os pacientes, como para os cirurgiões-
dentistas. Para este mesmo autor, o método quantitativo é indicado quando se
necessita relacionar variáveis, como é o caso deste estudo.
Por fim, o tratamento dos resultados “visa a um tratamento quantitativo que não
exclui a interpretação qualitativa” (RICHARDSON, 1999, p.233). A mais comum,
segundo o autor, é a utilização das freqüências. Nesta pesquisa, seguiu-se esta
seqüência para a análise qualitativa (perguntas abertas dos questionários) e utilizou-
se estatística simples.
Outro método utilizado foi a observação simples. A observação é o exame
detalhado de um fenômeno no seu todo ou em partes, sendo a captação precisa do
objeto a ser analisado (RICHARDSON, 1999) e constou na pesquisa para a
obtenção de informações que não se conseguiu obter apenas pelo preenchimento
do questionário. Gil (1999) aponta com uma grande vantagem da observação
simples que os fatos são observados e vistos pelo pesquisador, sem interferência de
ninguém. “Neste procedimento, o pesquisador é muito mais um espectador que um
ator” (GIL, 1999, p.111). Além disso, Richardson (1999) salienta que a observação é
importante por ser mais livre, sem fichas ou listas de registros e geralmente é
utilizada nos estudos exploratórios.
76
3.2 POPULAÇÃO, AMOSTRAGEM E AMOSTRA
As clínicas odontológicas encontram-se no setor da saúde, o qual pertence ao
setor de serviços. Dentro do setor de serviços existem inúmeros ramos de
atividades. A escolha pelo segmento da saúde se deu ao fato deste setor ser pouco
explorado e estudado pelos administradores (MALIK e TELES, 2001). Outro fator
interessante é o fato da crescente preocupação das pessoas pela saúde bucal.
Esta pesquisa insere-se, portanto, no universo das clínicas odontológicas da
cidade de Florianópolis- SC. As clínicas selecionadas, no entanto, foram definidas a
partir da listagem completa das clínicas odontológicas registradas junto ao CRO-SC
(2007) e fornecida pelo mesmo, totalizando 121 clínicas. Um estudo exploratório foi
realizado inicialmente, a fim de determinar a amostra de interesse. Por amostra,
entende-se como “qualquer parte de uma população” (MATTAR, 1999, p.262). Logo,
telefonou-se para as 121 empresas da lista com o intuito de identificar a quantidade
de cirurgiões-dentistas em cada clínica e saber o perfil destas clínicas, visto que não
há um conceito formulado para clínica odontológica por nenhum órgão.
Após este primeiro contato telefônico, obteve-se o seguinte resultado,
demonstrado na tabela abaixo:
77
Categorias Frequência
telefone mudou 12
telefone não existe 5
convênio odontologico 5
congresso 1
terceirizam serviços 3
perito(a) de convênio 1
sem telefone 3
não quis informar 1
não foi possivel contato 2
especialização de odontologia 1
radiológicas 12
1 dentista 16
2 dentistas 13
3 dentistas 10
4 dentistas 9
5 dentistas 5
6 dentistas 9
7 dentistas 2
8 dentistas 2
9 dentistas 2
11 dentistas 2
12 dentistas 1
18 dentistas 2
19 dentistas 1
20 dentistas 1
TOTAL 121
Tabela 5: Listagem das 121 clínicas odontológicas de Florianópolis agrupadas por categorias após
contato telefônico.
Fonte: Dados primários, 2007.
De acordo com esta tabela, apenas as clínicas com um dentista ou mais foram
identificadas como passíveis de serem pesquisadas, totalizando, então, 75 clínicas e
caracterizando a amostragem da pesquisa. “Amostragem é o processo de colher
amostras de uma população” (MATTAR, 1999, p.262).
Dentistas por
Clínica
Nº Clínicas
%
Clientes a serem
pesquisados
1 ou 2 dentistas 29 38,67 155
3 à 5 dentistas 24 32,00 128
6 à 20 dentistas 22 29,33 117
TOTAL 75 100 400
Tabela 6: Quantidade de dentistas por clínicas e quantidade de clientes a serem pesquisados.
Fonte: A autora, 2007.
A amostra, uma vez definida, possibilitou a identificação de tipos de clínicas em
função do número de cirurgiões-dentistas a elas vinculadas. A fim de viabilizar uma
estratificação mais homogênea do número de clínicas, foram estabelecidas
78
essencialmente cinco intervalos, que apresentavam ema grande variação entre si, o
que necessitou ser reduzido para três, de modo a se chegar a um equilíbrio no
número de unidades pesquisadas, ou seja, numa proporção próxima a um terço por
intervalo.
Analogamente, observa-se a quantidade de clientes-pacientes a serem
pesquisados em cada intervalo. O número total de pacientes a serem pesquisados
obteve-se do cálculo realizado para se ter 5% de erro amostral e 95% de coeficiente
de confiança, denotando ser uma amplitude infinita, como demonstrado na tabela
seguinte:
Amplitude da amostra com as margens de erro acima indicadas Amplitude
da
população
(universo)
± 1% ± 2% ± 3% ± 4%
± 5%
± 10%
................ - - - - 222 83
1000 - - - 385 286 91
1500 - - 638 441 316 94
2000 - - 714 476 333 95
2500 - 1250 769 500 345 96
3000 - 1364 811 517 353 97
3500 - 1458 843 530 359 97
4000 - 1538 870 541 364 98
4500 - 1607 891 549 367 98
5000 - 1667 909 556 370 98
6000 - 1765 938 566 375 98
7000 - 1842 949 574 378 99
8000 - 1905 976 480 381 99
9000 - 1957 989 584 383 99
10000 5000 2000 1000 488 383 99
15000 6000 2143 1034 600 390 99
20000 6667 2222 1053 606 392 100
25000 7143 2273 1064 610 394 100
50000 8333 2381 1087 617 397 100
100000 9091 2439 1099 621 398 100
10000 2500 1111 625
400
100
Tabela 7: Tabela para determinar a amplitude de uma amostra tirada de uma população finita com
margens de erro de 1%, 2%, 3%, 4%, 5% e 10% na hipótese de p= 0,5. Coeficiente de confiança de
95,5%.
Fonte: Arkin, H; Colton, R. apud (GIL, 2002, p.124).
Assim, a amostragem caracteriza-se como sendo do tipo não probabilística.
Mattar (1999, p.268) salienta que neste tipo de amostragem “não há nenhuma
chance conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte
da amostra”. Algumas razões e vantagens são argumentadas por Mattar (1999),
como a superioridade da amostra não probabilística na prática quando comparada à
79
amostragem probabilística. Barbetta (2002) acrescenta outras vantagens, como a
questão temporal e a operacionalidade.
Dentre os tipos de amostragens não probabilísticas existentes, a que melhor
coube nesta pesquisa foi a amostra por conveniência (ou acidental, acessibilidade).
Esta amostra é selecionada acidentalmente, ou seja, a seleção se deu ao fato da
pessoa estar no local e no momento daquela pesquisa. É muito utilizado em
pesquisas exploratórias (MATTAR, 1999).
Para os cirurgiões-dentistas não se definiu cálculo amostral para a pesquisa,
uma vez que o número de dentistas de cada clínica corresponde ao número de
dentistas pesquisados no total.
Destas 75 clínicas selecionadas, 74 aceitaram participar da pesquisa. No
entanto, nem todos os dentistas de cada clínica, bem como nem todos os
questionários deixados para os pacientes responderem, foram retornados. Os
motivos argumentados pelas clínicas foram os seguintes:
a) Para os dentistas: viagens, cursos de especialização ou férias, o que
impossibilitou de responderem ao questionário no período pesquisado.
b) Para os pacientes: pouca aceitação dos pacientes para pesquisas, falta de tempo
para responder pelo fato da clínica não fazer o cliente esperar e falta de iniciativa
das secretárias.
Quanto à aplicação dos questionários, estes foram separados segundo o perfil
do respondente: cirurgião-dentista ou paciente. Os questionários aplicados junto aos
cirurgiões-dentistas foram diretamente fornecidos a cada um envolvido na amostra,
enquanto que para os pacientes foram repassados para aplicação pelas secretárias
ou atendentes das clínicas, sendo periodicamente visitados os consultórios e
coletados os questionários preenchidos. Esta etapa da pesquisa demandou maior
tempo da sua realização.
3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
A coleta de dados desta pesquisa ocorreu nos meses de maio a outubro de
2007. Nos dois primeiros meses foram realizadas a visita, explicação e aplicação
dos questionários em cada clínica odontológica e nos demais meses foram
realizadas a coleta dos mesmos. O questionário aplicado foi estruturado em três
80
partes: perfil do avaliador, uma tabela com os atributos relacionados à qualidade e,
por fim, perguntas abertas a serem preenchidas, diferindo as de pacientes e de
dentistas, como observado no apêndice A e B, totalizando respectivamente 42 e 41
perguntas. Apenas a parte dos atributos de qualidade eram iguais aos dois grupos
pesquisados, na mesma ordem e com as mesmas opções de respostas. Cabe
salientar, ainda, que dentro da parte de atributos de qualidade existiam três
subgrupos: questões inerentes a figura do cirurgião-dentista, questões a respeito
das recepcionistas/atendentes e itens vinculados a cenário de serviços. (Ver
Apêndice A e B – Questionários de qualidade de serviços segundo a percepção do
cirurgião-dentista e do paciente).
Os dados coletados desta lista de atributos foram então tabulados e tratados
estatisticamente, visto que foi uma análise quantitativa. Logo, para esta análise dos
atributos da qualidade utilizaram-se o software para tabulação de dados Sphinx –
versão 4.0 e o software Excel. Para a realização da correlação entre estas variáveis,
optou-se pelo coeficiente de Pearson, pois esta ferramenta é empregada para
correlacionar duas variáveis (TOLEDO e OVALLE, 1985). O objetivo principal para a
aplicação deste coeficiente se deu ao fato de se querer relacionar a opinião total dos
dentistas e dos pacientes no que tange todos os atributos questionados a respeito
de qualidade.
O cálculo deste coeficiente é o seguinte, segundo Toledo e Ovalle (1985),
existindo variação de valores de r em -1 a +1, na qual -1 corresponde a uma
divergência perfeita e +1 a uma convergência perfeita entre os resultados.
3.4 MODELO BASE DA PESQUISA
Não obstante as ramificações e delimitações verificadas em serviços quanto à
percepção da qualidade de serviços pelos pacientes, os modelos desenvolvidos de
forma genérica para serviços e específicos para serviços na área da saúde, não se
encontra um modelo de classificação voltada para a área odontológica. Porém,
pesquisas recentes revelam a avaliação da qualidade em serviços na área médica,
81
envolvendo os serviços de saúde, como a proposta derivada de Urdan (2001), que
por meio de uma escala de atributos de qualidade de serviços, pôde-se verificar a
qualidade percebida pelo paciente. Urdan (2001) propõe uma qualidade
experimentada pelo paciente (QEP), que se constrói a partir dos indicadores da
pesquisa de campo. A escala criada de QPC (qualidade percebida pelo cliente) foi
formada pela consolidação de atributos propostos por Brown e Swartz (apud
URDAN, 2001), baseada em experiência. No total, somaram-se 38 atributos,
envolvendo os domínios técnico e interpessoal. Dentre estes atributos, Urdan (2001,
p.54) os dividiu em 5 fatores: interações do médico e diagnóstico, competência
profissional, interações de auxiliares, comodidade de horários e localização e
profissionalismo e responsabilidade profissional, conforme anexo 1.
Partindo desta concepção de qualidade experimentada pelo paciente, domínio
técnico e interpessoal e atributos de qualidade levantados por Urdan (2001), pode-
se adaptar e restringir os aspectos similares para a área odontológica e acrescentar
outros, chegando-se aos atributos levantados nesta pesquisa, representados abaixo:
6) Dentista ouvir o paciente
7) Dentista fornecer informações sobre a saúde bucal
8) Dentista ser cuidadoso para explicar o que fazer
9) Dentista ser minucioso no atendimento
10) Dentista dedicar tempo ao atendimento
11) Dentista examinar bem antes de concluir
12) Dentista inspirar total confiança
13) Dentista dar total atenção
14) Dentista tratar com respeito
15) Dentista não levar a riscos desnecessários
16) Dentista não ter como prioridade o dinheiro
17) Dentista não priorizar conversas com funcionários
18) Dentista admitir quando não sabe
19) Dentista ter elevada qualificação
20) Dentista não cometer erros
21) Dentista se manter atualizado na odontologia
22) Dentista dar alternativas de tratamento
23) Dentista raramente fazer esperar
24) Dentista disponível em uma emergência
25) Dentista tomar a decisão que lhe cabe
26) Dentista fornecer folhetos explicativos
27) Dentista falar com clareza
28) Dentista atualizado com a tecnologia odontológica
29) Recepcionistas agirem de forma profissional
30) Recepcionistas conhecerem individualmente os pacientes
31) Recepcionistas serem corteses
82
32) Recepcionistas serem flexíveis no agendamento de
consultas
33) Recepcionistas interessadas em atender
34) Horário da clinica ser cômodo
35) Clínica ser de fácil acesso
36) Possuir estacionamento próximo
37) Ser fácil e rápido marcar consulta
38) Ambiente da clínica organizado e limpo
39)Clínica atuar com grande quantidade de especialidades
odontológicas
40) Clínica confirmar consulta previamente
Como se pode notar, a maioria dos fatores listados por Urdan (2001)
encontram-se na listagem acima. As cores delimitam os subgrupos: cor vermelha
corresponde aos atributos inerentes aos cirurgiões-dentistas, cor azul às
recepcionistas (front office) e cor verde ao cenário de serviço.
A inclusão dos cirurgiões-dentistas a serem pesquisados fornece uma possível
relação entre as percepções experimentadas de qualidade destes e dos pacientes e
as lacunas na qualidade destes serviços, propostas por Parasuraman, Zeithaml e
Berry (2006). A ocorrências de falhas pode prejudicar a qualidade de um serviço,
gerando impacto negativo.
Assim, a presente pesquisa busca identificar os atributos de qualidade de
serviços para ambos os grupos (cirurgião-dentista e paciente), comparar tais
percepções, analisar possíveis falhas e construir um modelo estratégico de
qualidade de serviços odontológicos a fim de amenizar tais distâncias.
3.5 A ORGANIZAÇÃO NO SETOR DA SAÚDE
Organização, em sentido geral, pode ser definida como “duas ou mais pessoas
trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou
um conjunto de objetivos” (STONER ; FREEMAN, 1985).
Os critérios estabelecidos para a definição do tamanho da organização são
importantes, uma vez que delimitam em qual categoria a empresa se enquadra, a
fim de usufruir os benefícios e incentivos que a legislação prevê.
A Lei nº 9.841/99 define legalmente o que são micro e pequenas empresa e
baseia-se no critério de receita bruta. Microempresa é a empresa que tiver receita
bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil,
83
setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos). Já empresa de pequeno
porte, é aquela que tiver receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 (quatrocentos
e trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos) e igual
ou inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte
e dois reais). No entanto, quando se utiliza o regime de tributação simples, os
critérios adotados são diferentes. Para a microempresa, a receita bruta anual deve
ser igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais). As empresas
de pequeno porte devem possuir receita bruta anual superior a R$ 240.000,00
(duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e
quatrocentos mil reais) (SEBRAE, 2007).
Além do critério de receita bruta, o SEBRAE (2007) utiliza outro conceito, que
é o número de pessoas ocupadas nas empresas, a saber:
- Microempresa: a) na indústria e construção Æ até 19 pessoas;
b) no comércio e serviços Æ até 9 pessoas ocupadas;
- Pequena Empresa: a) na indústria e construção Æ 20 a 99 pessoas
ocupadas;
b) no comércio e serviços Æ 10 a 49 pessoas
ocupadas.
Como não foi encontrada nenhuma definição abrangente sobre clínica
odontológica, a partir das informações anteriores pode-se elaborar um conceito:
Clínica Odontológica é toda pessoa jurídica registrada (tanto na junta
comercial, como no CRO – Conselho Regional de Odontologia), que
possua um ou mais dentistas no corpo clínico também registrados junto ao
Conselho Regional de Odontologia, não os obrigando a ser sócios ou
proprietários das clínicas e que tenha um cirurgião-dentista como
responsável técnico deste estabelecimento. (A autora, 2007).
Cabe salientar, portanto, que as clínicas odontológicas são organizações como
quaisquer outras. Para obter sucesso, necessitam conhecer seu negócio,
principalmente o comportamento e expectativas de seus clientes, a fim de atendê-
los, satisfazê-los e formarem relacionamentos duradouros.
84
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A apresentação dos resultados será composta de duas partes. Primeiramente,
a caracterização geral e um comentário sobre as clínicas participantes da pesquisa.
Os dados referentes a esta caracterização foram coletados por meio de pesquisa
bibliográfica e observação não participante – pesquisa qualitativa.
Na segunda etapa serão expostos os dados do segmento, seguindo esta
ordem: opinião dos cirurgiões-dentistas, opinião dos pacientes, consolidação dos
resultados dos dois grupos, comparação entre os dois grupos quantitativamente e
comparação entre os dois grupos qualitativamente. A comparação quantitativa
advém dos questionários aplicados, tanto para os cirurgiões-dentistas, como para os
pacientes. Toda esta análise será realizada por meio da amostra total dos
questionários aplicados. Já a análise qualitativa é resultado das perguntas abertas
no fim do questionário para ambos os grupos.
A discussão dos resultados será realizada simultaneamente a apresentação
dos mesmos, de forma a tornar mais dinâmico este capítulo.
85
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS PESQUISADAS
As clínicas odontológicas pesquisadas são todas situadas no município de
Florianópolis-SC, sendo que os bairros pesquisados foram os seguintes:
¾ Agronômica: 1
¾ Capoeiras: 1
¾ Centro: 63
¾ Estreito: 4
¾ Ingleses: 1
¾ Itacorubi: 1
¾ Santa Mônica: 1
¾ Saco dos Limões: 1
¾ Trindade: 2
No entanto, os pacientes que responderam ao questionário eram dos mais
variados locais, inclusive de municípios vizinhos. O instrumento de pesquisa
buscava correlacionar bairro do paciente e bairro que se localizava a clínica.
Observa-se que a maior porcentagem de pacientes é residente do bairro Centro,
com 20,81% dos pesquisados, seguido do bairro Estreito com 8,12% dos
respondentes. Salienta-se, pois, o fato do bairro centro e estreito serem os bairros
que mais possuem clínicas odontológicas pesquisadas.
Ainda para se tentar relacionar localização da clínica e bairro dos pacientes,
buscaram-se os motivos dos clientes procurarem determinada clínica e chegaram-se
aos seguintes resultados:
86
Proximidade de casa 26 6,77%
Proximidade do trabalho 12 3,13%
Preço 18 4,69%
Localização 9 2,34%
Indicação 118 30,73%
Qualidade no
atendimento
38 9,90%
Qualificação do
profissional
40 10,42%
Convênio 55 14,32%
Propaganda 23 5,99%
Paciente antigo 28 7,29%
Outros 17 4,43%
TOTAL CIT. 384 100,00%
Tabela 8: Motivo de escolha da clínica.
Fonte: Dados primários, 2007.
Os motivos que mais se destacaram foram a questão de indicação com 30,73%
e o cirurgião-dentista ter o convênio do paciente com 14,32%. Deste dado
depreende-se que a melhor forma de atrair pacientes ainda é pela propaganda boca
a boca. E que a proximidade de casa (bairro) com a localização da clínica obteve
apenas 6,77%. Portanto, esta correlação não foi a determinante para a escolha dos
pacientes por determinada clínica.
Cabe lembrar, que as clínicas alvo desta pesquisa possuem diferentes classes
de público, bem como infra-estrutura oferecida aos seus clientes. Foram
pesquisadas clínicas populares, como também clínicas de alto luxo da cidade. Na
apresentação do perfil dos pacientes, isto poderá ser melhor visualizado.
Dentre estas clínicas, havia variações entre o número de cirurgiões-dentistas
que trabalhavam nos locais. Este intervalo variou de 1 dentista até 20 dentistas,
conforme explicado no capítulo de Metodologia.
Pode-se observar, na seqüência deste capítulo, os principais resultados
verificados nos questionários a respeito da qualidade de serviços odontológicos,
tanto para cirurgiões-dentistas, como para pacientes.
87
4.2 RESULTADOS DO PERFIL E POSICIONAMENTO DOS CIRURGIÕES-
DENTISTAS
Serão apresentados, no primeiro momento, os dados do perfil dos cirurgiões-
dentistas participantes da pesquisa e, na seqüência, o posicionamento destes no
que tange os itens de qualidade de serviços, seguindo os itens que mais se
sobressaíram dentre as cinco possíveis escolhas da escala do questionário:
indispensável, importante, pouco importante, indiferente ou sem nenhuma
importância. O questionário aplicado na parte de qualidade de serviços constava de
3 grandes grupos, que foram subdivididos. Da questão 5 até a 27 foram atributos
inerentes ao cirurgião-dentista. Da questão 28 até a 32 eram itens referentes às
recepcionistas ou atendentes, ou seja, o front-office da clínica. E da questão 33 até a
39 foram questões sobre cenário de serviço e assuntos diversos (ver Apêndice A –
Questionário dos atributos da qualidade de serviços odontológicos – cirurgiões
dentistas). As questões 40 e 41 eram do tipo aberta, para o respondente expressar
algum atributo que não havia sido considerado anteriormente e também saber o que
mais sente falta em termos de gestão em sua clínica.
A partir dos dados coletados, foi possível analisar o tipo de respondente,
quanto ao sexo, idade, escolaridade, como também suas percepções acerca da
qualidade de serviços odontológicos, as quais serão descritas a seguir.
4.2.1 Tipo de respondente – Perfil dos cirurgiões-dentistas
Embora tenham sido selecionados para responderem ao questionário 400
cirurgiões-dentistas, apenas 150 o preencherem. Os motivos destes 250
profissionais não responderam foram estes:
¾ Férias/Viagem: 15
¾ Curso/Congresso: 27
¾ Trabalham em outra clínica e já tinham respondido: 68
¾ Falta de tempo/interesse: 140
Dentre os respondentes, houve uma pequena percentagem a mais para o sexo
feminino, possuindo 53,3% contra 46,7% do sexo masculino. Quanto à faixa etária, a
mais significativa foi a idade entre 30 e 40 anos, com 40,9%, seguida da 20 e 30
88
anos com 30.9%, 40 e 50 anos com 21,5%, 50 e 60 anos com 6% e, por fim, menos
de 20 anos 0,7% (Ver Tabela 17: Sexo – Cirurgiões-dentistas; Tabela 18: Idade –
Cirurgião-dentista).
Outro item abordado foi à escolaridade do cirurgião-dentista, a qual obteve-se
o seguinte resultado, demonstrado no gráfico abaixo:
ANDAMENTO x ESCOLARIDADE
Em andamento
64,0%
20,0%
12,0%
4,0%
Concluída
1,0%
76,0%
14,6%
7,3%
1,0%
3o Grau Especialização Mestrado Doutorado
Pós-Doutorado
Gráfico 2: Escolaridade dos Cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados primários, 2007.
O gráfico acima é dividido no eixo horizontal em dois grupos, conforme
indagado no questionário: escolaridade em andamento e concluída. Pode-se
observar que no primeiro grupo (em andamento) o que mais se destacou foi a
especialização, com 64%, seguido do mestrado (20%), doutorado (12%) e pós-
doutorado (4%). No segundo grupo (escolaridade concluída), a seqüência foi
exatamente a mesma, apenas modificando o percentual. A especialização concluída
obteve 76%, o mestrado 14,6%, doutorado 7,3% e pós-doutorado e 3ºgrau completo
apenas 1%. Estes dados apontam que os cirurgiões-dentistas, após concluírem a
graduação, continuam estudando e se atualizando, mesmo porque a odontologia
exige, cada vez mais, profissionais especialistas em determinada área, fugindo do
antigo profissional, que era um clínico geral.
Ainda foi abordado ao cirurgião-dentista, caso ele possuísse especialidade,
qual era. Como resposta, teve-se o seguinte resultado:
89
ESPECIALIDADE Em
andamento
Concluída TOTAL
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo Facial 2 5 7
Dentística 3 15 18
Disfunção Têmporo-Mandibular 2 1 3
Endodontia 3 13 16
Implantodontia 3 7 10
Odontogeriatria 0 2 2
Odontopediatria 2 11 13
Ortodontia 5 21 26
Periodontia 5 12 17
Prótese 3 11 14
Saúde Pública 1 3 4
Outra 1 7 8
TOTAL 30 108 138
Tabela 9: Número de cirurgiões-dentistas por especialidade nas clínicas odontológicas participantes
da pesquisa no município de Florianópolis-SC.
Fonte:Dados primários, 2007.
Esta tabela demonstra que as especialidades mais citadas, no total, foram a
ortodontia, dentística, periodontia e endodontia. Dentre as especialidades em
andamento, as de maior percentual foram a ortodontia (16,7%) e a periodontia
(16,7%), seguida da prótese, implantodontia, endodontia e dentística, todas com
10%. Nas especialidades concluídas, a ordem foi um pouco diferente nas
especialidades com maior percentual. A ortodontia obteve 19,4%, a dentística
13,9%, a endodontia 12% e a periodontia com 11,1% (Ver Apêndice C – Gráfico 1:
Andamento x Especialidade odontológica – em andamento e Gráfico 2: Andamento x
Especialidade odontológica – concluída). O destaque para o maior percentual na
especialidade da ortodontia se deve ao fato da valorização da estética e também o
barateamento do tratamento ortodôntico nos últimos anos.
4.2.2 Atributos da Qualidade de Serviços Odontológicos – Indispensável
Conforme explicado anteriormente, o questionário foi subdividido em 3 grandes
grupos para melhor atender as questões referentes a qualidade de serviços
odontológicos. Serão citados, portanto, os itens de maior destaque em cada um
destes 3 subgrupos, considerados como indispensáveis pelos cirurgiões-dentistas.
90
No subgrupo 1 os atributos que obtiveram a maior freqüência da escala foram
os seguintes: dentista tratar com respeito (92,7%), dentista examinar bem antes
de concluir (89,3%), dentista ouvir o paciente (87,3%), dentista inspirar total
confiança (83,9%) e dentista fornecer informações sobre a saúde bucal
(80,7%). (Ver Apêndice D – Tabelas 19 a 41). No subgrupo 2, o item de maior
destaque foi as recepcionistas interessadas em atender, com 69,1%, seguida das
recepcionistas agirem de forma profissional, com 68% e recepcionistas serem
corteses (58%). (Ver Apêndice D – Tabelas 42 a 46). Por fim, no último subgrupo, o
ambiente da clínica ser limpo e organizado obteve o maior percentual, com 88%.
(Ver Apêndice D – Tabela 47 a 53).
4.2.3 Atributos da Qualidade de Serviços Odontológicos – Importante
Os itens considerados como importante para os cirurgiões-dentistas que mais
se destacaram na pesquisa do subgrupo 1 foram: dentista raramente fazer esperar
(55,7%), dentista disponível em uma emergência (54,7%) e dentista atualizado
com a tecnologia odontológica (48,7%). (Ver Apêndice D – Tabela 19 a 41). No
subgrupo 2, o maior percentual foi 53,1% para o item das recepcionistas serem
flexíveis no agendamento de consultas. (Ver Apêndice D – Tabela 42 a 46). E no
subgrupo 3, quatro atributos se destacaram: ser fácil e rápido marcar consulta
(59,3%), o horário da clínica ser cômodo (58%), clínica ser de fácil acesso
(52,7%) e possuir estacionamento próximo (48%). (Ver Apêndice D – Tabela 47 a
53).
4.2.4 Atributos da Qualidade de Serviços Odontológicos – Pouco Importante
Dentre os itens apontados como pouco importante apenas um atributo foi
considerado pelos cirurgiões-dentistas. Este atributo era do subgrupo 1: dentista
não priorizar conversas com funcionários, com 37,2%. Cabe uma ressalta neste
atributo, pois ele foi o que mais apresentou percentuais próximos na escala, sendo
que as cinco notas foram citadas. (Ver Apêndice D – Tabela 30: Atributo: não
priorizar conversas com funcionários – Cirurgião-dentista).
91
4.2.5 Dificuldades dos cirurgiões-dentistas com a gestão
A última questão reportava-se, de forma aberta, as dificuldades percebidas
pelos cirurgiões-dentistas na gestão da clínica (Ver Apêndice D – Tabela 54
Conhecimento de gestão – Cirurgião-dentista). Somaram-se 119 citações, as quais
se destacam:
25
73
6
12,6%
21,0%
61,4%
5,0%
15
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Administração de
Marketing
Administração de
Recursos
Humanos
Administração
Financeira
Noções de direito
Qtdade Citões Distribuição % de Frequência
Gráfico 3: Falta de conhecimento de gestão – Cirurgião-dentista.
Fonte: Dados primários, 2007.
Para um melhor entendimento, segue abaixo a categorização completa e
explicação desta questão
:
Administração de Marketing (Estratégias de Marketing, Fidelização de
clientes, Publicidade, Propaganda)
Administração de Recursos Humanos (Treinamento, Administração de
benefícios)
Administração Financeira (Controle financeiro, Fluxo de caixa, Imposto de
renda, Tributação, Controle de custos, Formação de preço)
Noções de direito (leis do direito do trabalho).
“Não somos preparado durante a graduação e, até mesmo, na pós graduação em
relação a questões financeiras em nosso consultório”. C.P.
92
“Acredito que o maior problema é controlar a produção do consultório em termos
financeiros, pois como são muitos dentistas não consigo ficar de olho em tudo o
tempo todo. Além disso, as secretárias não são preparadas para este tipo de
responsabilidade, mesmo porque não tenho condições de ensiná-las uma coisa que
não faço idéia” C.
“Como lidar com as secretárias? Como escolhê-las? Não sei... “ C.D.
“Devemos investir em propaganda (marketing), mas não temos idéia de como, onde
e para quem fazê-la”. S.
A análise das repostas evidencia que as dificuldades dos cirurgiões-dentistas
em relação à gestão financeira e de recursos humanos responderam por
aproximadamente 83% dos problemas apontados. Estes problemas têm origem na
inexistência de conteúdos específicos nos cursos de graduação e pós-graduação em
odontologia, como bem citado por um profissional. De forma análoga, o conceito de
marketing para os cirurgiões-dentistas aproxima-se diretamente ao conceito de
propaganda, identificando-a como uma necessidade para a projeção das clínicas.
4.3 RESULTADOS DO PERFIL E POSICIONAMENTO DOS PACIENTES
A apresentação dos resultados para os pacientes seguirá a mesma ordem
utilizada anteriormente para os cirurgiões-dentistas, ou seja: perfil dos respondentes
e percepções sobre os atributos da qualidade de serviços odontológicos, de acordo
com a escala de indispensável, importante, pouco importante, indiferente e sem
nenhuma importância. Cabe ressaltar que os mesmos atributos foram questionados
para ambos os grupos e existia uma questão aberta idêntica, a qual explorava os
atributos que os pacientes e cirurgiões-dentistas julgavam importantes e que não
haviam sido citados. No entanto, a última questão era diferente para os grupos. No
caso dos pacientes relacionava às expectativas dos pacientes frente aos serviços
prestados. (Ver Apêndice B - Questionário dos atributos da qualidade de serviços
odontólogicos – pacientes).
93
4.3.1 Tipo de respondente – Perfil dos pacientes
Foram selecionados para participarem da pesquisa 400 pacientes, que foram
divididos entre as 75 clínicas. Responderam ao questionário 408 pacientes, sendo
que apenas 402 foram utilizados, pois os demais foram desconsiderados pela
duplicidade de respostas.
Dessa forma, o que pode se observar quanto ao perfil dos pacientes no quesito
sexo é que a maioria é do sexo feminino, como mostra o gráfico abaixo:
SEXO
226
176
Feminino
Masculino
Gráfico 4: Sexo – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
Quanto a faixa etária, percebe-se que entre 20 e 30 anos houve um número
maior de respondentes (26,4%), seguido da faixa entre 40 e 50 anos (25,6%) e 30 e
40 anos (21,6%). Isto pode ser melhor visualizado por meio do gráfico a seguir. (Ver
Apêndice D – Tabela 40: Idade – paciente).
94
IDADE
46
118
87
103
39
9
Menos de 20
Entre 20-30
Entre 30-40
Entre 40-50
Entre 50-60
Mais de 60
Gráfico 5: Idade – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
Quanto à escolaridade dos pacientes respondentes, verificou-se um maior
percentual com 2º grau completo (30,1%), acompanhado do grupo com 3º grau
completo (27,4%). Pode-se ter um panorama maior, observando o gráfico
representado:
ESCOLARIDADE PACIENTE
15
12
40
121
72
110
32
Não resposta
1o Grau Incompleto
2o Grau Incompleto
2o Grau Completo
3o Grau Incompleto
3o Grau Completo
Pós-Graudação
Gráfico 6 : Escolaridade – Paciente
Fonte : Dados primários, 2007.
Como dito no início do capítulo, as clínicas selecionadas possuíam tipos
diferentes de público-alvo, bem como infra-estrutura oferecida. Isto retrata as
diferenças de nível de escolaridade dos respondentes, observadas acima.
95
4.3.2 Atributos da Qualidade de Serviços Odontológicos – Indispensável
Para os clientes, os atributos classificados como indispensáveis para a
qualidade de serviços odontológicos e com maiores percentuais no subgrupo 1 são:
dentista inspirar total confiança (63,2%), dentista ouvir o paciente (63,2%) ,
dentista examinar bem antes de concluir (62,4%), dentista tratar com respeito
(61,9%) e dentista ser cuidadoso para explicar o que fazer (61,9%).. (Ver
Apêndice E – Tabelas 56-78). O subgrupo 2 obteve estas respostas para o item
indispensável: recepcionistas interessadas em atender (53,0%), recepcionistas
serem corteses (52,7%) e recepcionistas agirem de forma profissional (50,7%)
(Ver Apêndice E – Tabelas 79-83). O último subgrupo, o 3, teve como destaque:
ambiente da clínica organizado e limpo, com 68,3%. (Ver Apêndice E – Tabelas
84-90).
4.3.3 Atributos da Qualidade de Serviços Odontológicos – Importante
Os pacientes consideraram como importante, no subgrupo 1, estes atributos:
dentista raramente fazer esperar (47,0%), dentista tomar a decisão que lhe
cabe (47%), dentista não priorizar conversas com funcionários (42,8%) e
dentista não ter como prioridade o dinheiro (42,8%). No subgrupo 2, os itens de
destaque foram: recepcionistas serem flexíveis no agendamento de consultas
(49,3%) e recepcionistas conhecerem individualmente os pacientes (39,3%).
Horário da clínica ser cômodo (51,0%), ser fácil e rápido marcar consulta
(50,7%) e clínica ser de fácil acesso (48,5%) foram os atributos mais considerados
no subgrupo 3. (Ver Apêndice E – Tabelas 56-78).
4.3.4 Expectativa do paciente
No questionário para os pacientes, existiam duas questões abertas. A primeira
referia-se a atributos que os pacientes consideravam importantes e que não haviam
sido abordados nas questões anteriores.
A outra pergunta referia-se a expectativa do paciente. Para 99,8% pacientes
suas expectativas foram alcançadas e apenas 0,2% que disseram que não. (Ver
Apêndice E – Tabela 91: Expectativa do paciente).
96
4.4 CONSOLIDAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS SEGUNDO A
PERSPECTIVA DOS PESQUISADOS
As tabelas representadas abaixo consolidam as porcentagens dos atributos
para todos os níveis da escala (indispensável, importante, pouco importante,
indiferente e sem nenhuma importância), em cada subgrupo, para se ter um
panorama geral das respostas, tanto segundo a percepção dos cirurgiões-dentistas,
como para os pacientes. Também está citada a quantidade (base) de respondentes
para cada atributo questionado.
Subgrupo 1 – Inerente ao Cirurgião-dentista
OUVIR Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 12,67% 87,33%
Paciente 401 0,25% 36,41% 63,34%
FORNECER
INFORMACOES
Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 19,33% 80,67%
Paciente 402 0,50% 38,31% 61,19%
CUIDADOSO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 1,33% 30,00% 68,67%
Paciente 401 0,75% 37,16% 62,09%
MINUCIOSO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 21,33% 78,00%
Paciente 400 0,25% 1,50% 42,00% 56,25%
DEDICACAO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 2,67% 33,33% 64,00%
Paciente 398 0,50% 1,26% 40,45% 57,79%
EXAME COMPLETO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 10,74% 89,26%
Paciente 402 0,25% 37,31% 62,44%
CONFIANCA Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 0,67% 15,44% 83,89%
Paciente 402 0,50% 36,32% 63,18%
ATENCAO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 27,33% 72,00%
Paciente 402 0,50% 0,25% 40,05% 59,20%
RESPEITO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 7,33% 92,67%
Paciente 402 0,50% 37,56% 61,94%
RISCOS Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 148 1,35% 20,27% 78,38%
Paciente 398 0,25% 0,50% 0,50% 39,20% 59,55%
97
PRIORIDADE Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 4,00% 7,33% 30,00% 32,00% 26,67%
Paciente 398 3,52% 5,78% 9,80% 43,22% 37,69%
PRIORIZAR Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 145 7,59% 8,97% 37,24% 31,03% 15,17%
Paciente 398 6,28% 7,29% 12,06% 43,22% 31,16%
ADMITIR Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 4,00% 24,00% 36,67% 34,67%
Paciente 401 1,00% 1,50% 4,49% 38,40% 54,61%
QUALIFICACAO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 4,00% 42,00% 53,33%
Paciente 399 0,50% 0,75% 1,00% 42,36% 55,39%
ERROS Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 148 0,68% 3,38% 10,81% 47,30% 37,84%
Paciente 397 2,02% 1,26% 1,76% 42,57% 52,39%
ATUALIZADO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 1,33% 24,00% 74,67%
Paciente 398 0,25% 0,25% 1,51% 40,95% 57,04%
ALTERNATIVAS Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 0,67% 2,68% 48,32% 48,32%
Paciente 399 1,00% 1,50% 1,75% 44,61% 51,13%
ESPERAR Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 0,67% 2,01% 14,09% 55,70% 27,52%
Paciente 398 2,76% 4,27% 6,78% 47,49% 38,69%
EMERGENCIA Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 1,33% 12,00% 54,67% 32,00%
Paciente 397 1,26% 2,02% 1,76% 41,81% 53,15%
DECISAO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 0,67% 4,00% 40,00% 54,67%
Paciente 398 1,01% 2,26% 3,52% 47,49% 45,73%
FOLHETOS Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 2,68% 12,75% 34,90% 38,26% 11,41%
Paciente 396 8,84% 9,09% 18,69% 40,15% 23,23%
CLAREZA Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 2,67% 46,67% 50,67%
Paciente 395 0,25% 0,76% 40,51% 58,48%
TECNOLOGIA Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 6,00% 48,67% 45,33%
Paciente 395 0,51% 3,54% 44,30% 51,65%
Tabela 10: Atributos da qualidade de serviços segundo os cirurgiões-dentistas e pacientes
Subgrupo 1: Inerente ao Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
Esta primeira tabela reflete às questões do primeiro subgrupo, ou seja, os
atributos relacionados ao cirurgião-dentista. Além da distância percentual (mais de
20%) em alguns atributos entre a percepção dos cirurgiões-dentistas e dos pacientes
98
– mesmo sendo classificados na mesma escala (ouvir e respeito), cabe salientar
alguns itens, essencialmente aqueles que em termos percentuais atingem níveis na
escala (indispensável, importante, pouco importante, indiferente e sem importância)
bem próximos, como por exemplo, os atributos prioridade, priorizar, alternativas e
tecnologia, conforme visualizado abaixo:
PRIORIDADE Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 4,00% 7,33% 30,00% 32,00% 26,67%
Paciente 398 3,52% 5,78% 9,80% 43,22% 37,69%
O atributo referente ao dentista não ter como prioridade o dinheiro cabe uma
ressalta. Os percentuais indicados pelos dentistas nas escalas pouco importante,
importante e indispensável atingem níveis muito próximos. Apesar deste atributo ser
considerado como importante para ambos os grupos, muitos dentistas interpretam
como pouco importante. Já para os pacientes, um percentual baixo considerou como
pouco importante e uma boa parte dos pacientes indicaram como indispensável o
dentista não ter como prioridade o dinheiro. Estes dados indicam que os pacientes
tendem mais a pensar este atributo como importante ou indispensável, pois para o
paciente o dentista precisa ter como prioridade o atendimento e não o dinheiro. Sob
a ótica do dentista, há uma tendência de se considerar o dinheiro como algo
significativo no atendimento odontológico, uma vez que ele depende dele.
PRIORIZAR Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 145 7,59% 8,97% 37,24% 31,03% 15,17%
Paciente 398 6,28% 7,29% 12,06% 43,22% 31,16%
Dentista não priorizar conversas com funcionários foi apontado como pouco
importante para os dentistas e importante para os pacientes. Não obstante, um
percentual expressivo de pacientes apontaram como indispensável, ao passo que
para os alguns dentistas ele foi considerado como importante. Portanto, este atributo
para os dentistas atingiu expressivos percentuais como pouco importante e
importante e para os pacientes como importante e indispensável, ratificando que os
dois grupos, neste item, possuem visões diferentes. Os pacientes entendem que
durante o atendimento não se deva priorizar conversas, pois neste caso pode
acarretar descuidos ou falha.
99
ALTERNATIVAS Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 0,67% 2,68% 48,32% 48,32%
Paciente 399 1,00% 1,50% 1,75% 44,61% 51,13%
Outra observação que merece destaque é referente ao atributo relacionado a
alternativas. Para os cirurgiões-dentistas, houve um empate percentual entre a
escala importante e indispensável, totalizando mais de 95% dos pesquisados.
Apesar de ter sido considerado como importante por ambos os grupos, o
atributo relativo à distribuição de folhetos explicativos obteve variações dentro das
escalas dos respondentes, como visto a seguir.
FOLHETOS Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 2,68% 12,75% 34,90% 38,26% 11,41%
Paciente 396 8,84% 9,09% 18,69% 40,15% 23,23%
Logo, os maiores percentuais para os cirurgiões-dentistas compreenderam na
escala pouco importante e importante, enquanto para os pacientes foi importante e
indispensável. De uma maneira geral, este atributo pode vir apontar uma lacuna na
qualidade de serviços.
100
Subgrupo 2 – Inerente às recepcionistas
PROFISSIONAL Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 1,33% 30,67% 68,00%
Paciente 395 0,25% 1,52% 46,58% 51,65%
CONHECIMENTO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 0,67% 25,33% 46,00% 27,33%
Paciente 396 9,09% 7,07% 14,39% 39,90% 29,55%
CORTESIA Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 0,67% 40,67% 58,00%
Paciente 396 2,27% 44,19% 53,54%
AGENDAMENTO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 147 10,20% 53,06% 36,73%
Paciente 396 0,51% 0,76% 2,53% 50,00% 46,21%
INTERESSE Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 0,67% 30,20% 69,13%
Paciente 399 0,25% 0,75% 45,61% 53,38%
Tabela 11: Atributos da qualidade de serviços segundo os cirurgiões-dentistas e pacientes
Subgrupo 2: Inerente às recepcionistas.
Fonte: Dados primários, 2007.
Em termos percentuais, duas escalas se destacaram mais para ambos os
grupos nas mesmas questões: indispensável e importante. Neste subgrupo, ainda,
todos os atributos foram classificados na escala da mesma forma pelos dois grupos.
Entretanto, dentre estes itens um merece destaque, que é “recepcionistas
conhecerem individualmente os pacientes”.
CONHECIMENTO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 0,67% 25,33% 46,00% 27,33%
Paciente 396 9,09% 7,07% 14,39% 39,90% 29,55%
O que chama a atenção é que, embora os dois grupos tenham considerado
este atributo como importante, há percentuais expressivos no grupo dos pacientes
caracterizando o item como pouco importante, indiferente e sem nenhuma
importância, totalizando mais de 30% dos pesquisados. Além disso, no grupo dos
dentistas mais de 25% apontaram este atributo como pouco importante. Neste
atributo, então, observou-se uma variação de percepções.
101
Subgrupo 3 – Cenário de serviços
HORARIO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 6,67% 58,00% 34,67%
Paciente 399 0,75% 0,75% 3,26% 51,38% 43,86%
ACESSO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 0,67% 11,33% 52,67% 34,67%
Paciente 397 1,01% 1,76% 5,54% 49,12% 42,57%
ESTACIONAMENTO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 3,33% 20,67% 48,00% 27,33%
Paciente 398 10,55% 9,05% 12,81% 33,67% 33,92%
RAPIDEZ AGENDAMENTO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 9,33% 59,33% 30,67%
Paciente 398 0,25% 0,50% 2,01% 51,26% 45,98%
AMBIENTE Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 12,00% 88,00%
Paciente 400 0,50% 0,50% 30,50% 68,50%
ESPECIALIDADES Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 1,33% 4,67% 26,67% 35,33% 32,00%
Paciente 395 6,08% 4,81% 9,37% 45,57% 34,18%
CONFIRMACAO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 149 1,34% 7,38% 20,81% 41,61% 28,86%
Paciente 394 5,84% 4,06% 11,68% 41,37% 37,06%
Tabela 12: Atributos da qualidade de serviços segundo os cirurgiões-dentistas e pacientes
Subgrupo 3: Inerente ao cenário de serviço.
Fonte: Dados primários, 2007.
Este subgrupo caracteriza os atributos de qualidade ligados essencialmente ao
cenário de serviço. Observa-se que em quase todos os atributos listados, há
percentuais elevados nas escalas indispensável, importante e pouco importante. O
item relacionado ao estacionamento foi o que obteve maiores variações entre todos
os atributos questionados, mais especificamente no grupo dos pacientes, conforme
grifado abaixo.
ESTACIONAMENTO Base Sem importância Indiferente Pouco importante Importante Indispensável
Cirurgião dentista 150 0,67% 3,33% 20,67% 48,00% 27,33%
Paciente 398 10,55% 9,05% 12,81% 33,67% 33,92%
As escalas sem importância, indiferente e pouco importante representam quase
um terço da opinião dos pacientes, sendo que as escalas importante e
indispensável, cada uma também representa também um terço. Em suma, este
102
atributo foi o que mais apresentou opiniões distintas entre os pacientes. Além disso,
o maior percentual foi indicativo da escala indispensável. Cabe salientar que
analisando os questionários, o perfil da clínica e o tipo de respondente (paciente)
pode-se inferir que a relação entre bairro em que mora e bairro que se localiza a
clínica influencia diretamente este atributo.
4.5 ANÁLISE QUANTITATIVA COMPARATIVA ENTRE CIRURGIÕES-DENTISTAS
E PACIENTES
A análise comparativa entre as percepções de qualidade de serviços dos
cirurgiões-dentistas e dos pacientes será exposta em relação a escala indispensável
e importante, sendo que os atributos dos dois grupos devam necessariamente estar
incluídos no mesmo nível da escala como sendo o de maior percentual.
4.5.1 Escala: Indispensável
Subgrupo 1 – Inerente ao Cirurgião-dentista
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Cirurgião Dentista (150) Paciente (402)
Gráfico 7: Atributos indispensáveis para ambos os grupos inerentes ao cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
Dos 23 (vinte e três) atributos relacionados ao subgrupo 1, 13 (treze) foram
considerados como indispensáveis tanto pelos cirurgiões-dentistas, como pelos
pacientes, conforme visto no gráfico acima. Percebem-se dois cenários:
percentagens maiores para os cirurgiões-dentistas e percentagens maiores para
103
pacientes. No entanto, o que mais se destacou foi o primeiro cenário, o qual os
dentistas obtiveram maiores resultados percentuais e uma diferença significativa,
alcançando mais de 25% em alguns atributos, como por exemplo, dentista tratar com
respeito (32%), dentista examinar bem antes de concluir (26%) e dentista ouvir o
paciente (24%). Houve apenas dois itens que os pacientes tiveram maiores
percentuais: dentista ter elevada qualificação e dentista falar com clareza, mas a
diferença percentual foi mínima, demonstrando uma homogeneidade de pensamento
nestes atributos.
O coeficiente de correlação encontrado para comparação entre as percepções
dos atributos considerados indispensáveis para ambos os grupos no primeiro
subgrupo da escala resultou em um coeficiente de correlação de r = 0,682571. Como
comentado antes, quanto mais próximo ao número +1 o coeficiente indica uma alta
correlação positiva e -1 uma fraca correlação. Neste caso, o cálculo indica uma
moderada correlação positiva. Isto pode ser visto na figura abaixo, sendo que nos
dois eixos (X,Y) é mostrado o percentual de citações de pacientes e cirurgiões-
dentistas.
Correlão Atributos Indispensáveis Subgrupo 1
54,0%
55,0%
56,0%
57,0%
58,0%
59,0%
60,0%
61,0%
62,0%
63,0%
64,0%
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%
Correlão Atributos
Indispensáveis
Figura 15: Correlação atributos indispensáveis Subgrupo 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
A figura demonstra que os pontos encontram-se um pouco dispersos, o que
corrobora com a diferença de percepções entre os dois grupos no que tange aos
atributos de qualidade de serviços considerados indispensáveis.
104
Subgrupo 2 – Inerente às recepcionistas
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
Cirurgião Dentista (150) Paciente (402)
Gráfico 8: Atributos indispensáveis para ambos os grupos inerentes às recepcionistas
Fonte: Dados primários, 2007.
Neste subgrupo, o que se observa é apenas um tipo de resultado, no qual o
dentista obteve percentuais mais elevados que os pacientes. Três atributos foram
apontados como indispensáveis, sendo que a maior diferença percentual foi no item
das recepcionistas agirem de forma profissional, em torno de 17% de diferença,
seguido das recepcionistas interessadas em atender (15%) e recepcionistas serem
corteses (5,5%).
O coeficiente de correlação para o subgrupo 2 dos atributos indispensáveis
apontou r = -0,42712. O número negativo indica correlação negativa entre o
posicionamento de dentistas e pacientes e, neste caso, significa uma moderada
correlação negativa.
105
Correlação Atributos Indispensáveis Subgrupo 2
51,80%
52,00%
52,20%
52,40%
52,60%
52,80%
53,00%
53,20%
55,0% 60,0% 65,0% 70,0%
Correlação Atributos
Indispensáveis
Subgrupo 2
Figura 16: Correlação atributos indispensáveis subgrupo 2
Fonte: Dados primários, 2007.
Os pontos da figura acima se encontram bastante dispersos, indicando
correlação linear negativa. Esta correlação negativa pode ser um fator que influencie
nas lacunas da qualidade.
Subgrupo 3 – Cenário de serviço
88,0
68,2
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
AMBIENTE
Cirurgião Dentista (150) Paciente (402)
importante
importante
Gráfico 9: Atributos indispensáveis para ambos os grupos inerentes ao cenário de serviço
Fonte: Dados primários, 2007.
106
Dos sete atributos desta categoria, apenas um foi considerado pelos dois
grupos respondentes como indispensável. Este atributo refere-se ao ambiente da
clínica ser organizado e limpo. Assim como nos outros subgrupos, os cirurgiões-
dentistas alcançaram maior percentual que os pacientes e esta diferença foi de
quase 20%. Ambos os grupos observam a questão de higiene como um fator
determinante, mesmo porque uma clínica necessita de higiene para demonstrar
preocupação com a saúde e bem estar de seus pacientes.
4.5.2 Escala: Importante
Na seqüência, serão apresentados os atributos de qualidade citados como
importante para ambos os grupos respondentes. Também foi separado por
subgrupos, para melhor compreensão.
Subgrupo 1 – Inerente ao Cirurgião-dentista
32,0
55,7
38,3
42,8
47,0
39,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
PRIORIDADE ESPERAR FOLHETOS
Cirurgião Dentista (150) Paciente (402)
Gráfico 10: Atributos importantes para ambos os grupos inerentes ao cirurgião-dentista.
Fonte: Dados primários, 2007.
Apenas 3 (três) atributos, dos 23 (vinte e três) possíveis para este subgrupo
foram apontados como sendo importante: dentista não ter como prioridade o
107
dinheiro, dentista raramente fazer esperar e dentista distribuir folhetos explicativos.
Chama-se a atenção que em dois destes atributos, os pacientes alcançaram maiores
percentuais que os dentistas, sendo a maior diferença de 9,2%. No entanto, como
mostrado na consolidação dos resultados, estes atributos obtiveram níveis
percentuais significativos também em outras escalas, muitas vezes, quase atingindo
proximidade percentis.
O coeficiente de correlação verificou r = 0, 761452, destacado abaixo:
Correlação Atributos Importantes Subgrupo 1
39,00%
40,00%
41,00%
42,00%
43,00%
44,00%
45,00%
46,00%
47,00%
48,00%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Correlão Atributos
Importantes Subgrupo 1
Figura 17: Correlação atributos importantes subgrupo 1
Fonte: Dados primários, 2007.
Isto subsidia interpretações de forte correlação linear positiva, com alguma
dispersão de posicionamento.
O fato do dentista não ter como prioridade o dinheiro demonstra a preocupação
do paciente em relação ao seu atendimento, já que para ele é mais significativo uma
boa consulta do que a questão financeira, ao passo que para o cirurgião-dentista o
dinheiro influencia para pagar as despesas, bem como seu pró-labore.
108
Subgrupo 2 – Inerente às recepcionistas
46,0
53,1
39,3
49,3
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
CONHECIMENTO AGENDAMENTO
Cirurgião Dentista (150) Paciente (402)
Gráfico 11: Atributos importantes para ambos os grupos inerentes às recepcionistas.
Fonte: Dados primários, 2007.
Dois atributos foram mencionados como importante: recepcionistas
conhecerem individualmente os pacientes e recepcionistas serem flexíveis no
agendamento de consultas. As diferenças percentuais, no entanto, não
ultrapassaram 7,5%. Salienta-se, ainda, que em ambos os atributos, os cirurgiões-
dentistas tiveram maiores percentuais.
O resultado da correlação destes atributos foi de r = 0,761452.
109
Correlação Atributos Importante Subgrupo 2
39,00%
40,00%
41,00%
42,00%
43,00%
44,00%
45,00%
46,00%
47,00%
48,00%
0% 20% 40% 60%
Correlação Atributos
Importante Subgrupo
2
Figura 18: Correlação atributos importante subgrupo 2
Fonte: Dados primários, 2007.
Mais uma vez, isto indica uma forte correlação positiva e com pouca dispersão
dos pontos na figura.
O item recepcionistas conhecerem individualmente os pacientes, como
discutido anteriormente, é problemático em clínicas grandes e com fluxo intenso de
pacientes, pois além de serem muitas pessoas girando em um mês no
estabelecimento, clínicas maiores possuem turnos de secretárias, ou seja, um
paciente que vai de manhã em um dia, provavelmente, não encontrará a mesma
funcionária no outro dia no período vespertino. Isto dificulta o conhecimento
individual dos clientes.
110
Subgrupo 3 – Cenário de serviços
58,0
52,7
59,3
35,3
41,6
51,0
48,5
50,7
44,8
40,5
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
HORIO
ACESSO
RAPIDEZ
ESPECIALIDADES
CONFIRMAÇÃO
Cirurgo Dentista (150) Paciente (402)
Gráfico 12: Atributos importantes para ambos os grupos inerentes ao cenário de serviço.
Fonte: Dados primários, 2007.
No que concerne este subgrupo, cinco atributos se destacaram, em
conformidade com o gráfico acima. Nota-se que não houve diferenças percentuais
maiores que 10%. Cabe ressaltar que apenas 1 (um) atributo (especialidades), os
pacientes obtiveram maiores percentuais que os dentistas.
O coeficiente de correlação para os atributos de qualidade considerados como
importante para os itens de cenário de serviços foi o que alcançou maior
proximidade ao +1, ou seja, obteve r = 0,843607. Isto indica uma forte correlação
positiva entre as percepções dos dois grupos.
111
Correlão Atributos Importante Subgrupo 3
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Correlão Atributos
Importante Subgrupo 3
Figura 19: Correlação atributos importante subgrupo 3
Fonte: Dados primários, 2007.
Uma das maneiras de verificar esta forte correlação são os pontos que se
encontram pouco dispersos na figura acima.
Destaca-se, neste subgrupo, o atributo referente a clínica possuir grande
quantidade de especialidades. Para o cirurgião-dentista o percentual apontado foi
maior do que para os pacientes. Isto se justifica pelo fato de cada vez mais ser uma
tendência das clínicas atuarem com todas as especialidades, pois necessitam reter e
cativar seus clientes dentro de seu espaço e não incentivar o seu paciente a
conhecer seus concorrentes e talvez não retornar.
4.6 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE CIRURGIÕES-DENTISTAS E PACIENTES
NAS PERGUNTAS ABERTAS
A análise qualitativa se viabilizou por meio de questões abertas, com caráter
facultativo, disponibilizadas para as amostras de pacientes e de cirurgiões-dentistas.
Com relação a possível existência de outros indicadores ou atributos que
poderiam ser acrescidos à relação disponível no questionário fechado, verificaram-
se 24 (vinte e quatro) novos atributos considerados relevantes para o cirurgião-
dentista e 18 (dezoito) para os pacientes. Deste modo, a análise dos dados
possibilitou a consolidação das informações de modo objetivo, conforme apontados
nas tabelas 15 e 16.
112
Para se realizar a análise de conteúdo desta questão, foi necessário anotar
todas as considerações e agrupá-las em grupos, a fim de se buscar possíveis
lacunas na qualidade de serviços.
4.6.1 Cirurgiões-dentistas
Dos 150 dentistas participantes da pesquisa, 62 contribuíram com algum
atributo não explorado no questionário. Os resultados foram os seguintes:
ATRIBUTO QT.CIT %
Lay – out 1 1,6
Uniforme 5 8,08
Clínica lembrar dentistas dos horários de suas consultas
após confirmar pacientes
1 1,6
Conhecimentos gerais de gestão 1 1,6
Ênfase na prevenção odontológica 1 1,6
Remuneração adequada aos dentistas 1 1,6
Manter contato com paciente após o término do tratamento 1 1,6
Ter uma administradora 4 6,5
Questão financeira (pagamentos, cobrança,
parcelamentos, tabelas)
9 14,52
Biosegurança 5 8,08
Treinamento de funcionários 2 3,2
Infra-estrutura (sala de espera e consultórios) 3 4,9
Retornos dos pacientes 1 1,6
Material utilizado de alta qualidade 4 6,5
Interação entre os funcionários da clínica e com os
fornecedores de serviços
4 6,5
Falta a consulta deve ser previamente avisada ou cobrada 2 3,2
Dentista ser ético e ter ética entre os dentistas 9 14,52
Dentista agregar valor ao tratamento, saber o que o
paciente quer
1 1,6
Preparo psico-emocional do profissional 1 1,6
Colaboração do paciente no tratamento 1 1,6
Entender as mudanças no ambiente de trabalho de forma
rápida
1 1,6
Ter auxiliares de consultórios e técnicas em higiene bucal 2 3,2
Clínica possuir laboratório de prótese 1 1,6
Dentista reconhecer erro para o paciente 1 1,6
TOTAL 62 100
Tabela 13: Atributos apontados pelos Cirurgiões-dentistas como importantes.
Fonte: Dados primários, 2007.
Houve uma boa quantidade de atributos não listados e que foram relacionados,.
113
Os itens acima grifados de vermelho relacionam os maiores percentuais
citados, sendo que a questão financeira e a questão ética obtiveram maiores
proporções, com 14,52% cada uma. Em seguida, uniforme e treinamento de
funcionários alcançaram 8,08% cada.
Novamente a questão financeira é incluída como um fator de destaque em uma
clínica odontológica, corroborando com suas dificuldades em termos de gestão.
Além disso, o treinamento de funcionários também é citado com maiores
percentuais.
4.6.2 Pacientes
Os pacientes apontaram 18 (dezoito) atributos como sendo importantes e que
não haviam sido contemplados no questionário, conforme visualizado abaixo:
ATRIBUTO Qt. Cit. %
Infra-estrutura (água, tv, revistas, mural, ar
condicionado, interfone, elevador, computador)
23 22,33
Higiene dos profissionais e funcionários 12 11,65
Uniforme 13 12,62
Questão financeira (pagamentos, descontos,
parcelamentos, máquina de cartão)
11 10,68
Biosegurança 8 7,78
Organização das fichas e radiografias dos pacientes 5 4,85
Simpatia e cordialidade 8 7,78
Alvará sanitário 3 2,91
Auxiliar de consultório 3 2,91
Ética 3 2,91
Bom atendimento ao telefone 1 0,97
Boa anamnese 1 0,97
Retornos de 6 em 6 meses 1 0,97
Profissionalismo 4 3,88
Informar ao paciente o andamento do tratamento 2 1,94
Amizade cirurgião-dentista e paciente 1 0,97
Distrair o paciente 1 0,97
Qualidade do material utilizado 3 2,91
TOTAL 103 100
Tabela 14: Outros atributos – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
Os que mais de destacaram estão em vermelho, sendo a questão de infra-
estrutura (22,33%), higiene dos profissionais e funcionários (11,65%), uniforme
114
(12,62%) e questão financeira (10,68%). A questão financeira se refere mais
especificamente a possibilidade de parcelamentos e descontos à vista, já que
clínicas são prestadoras de serviços e o comportamento dos consumidores é de
querer desconto.
4.6.3 Cirurgião-dentista X paciente e as lacunas da qualidade
Após a categorização individual dos dois grupos, buscou-se analisar pontos de
percepção similares entre dentistas e pacientes, bem como atributos expressivos e
distintos para ambos os grupos, de modo a identificar possíveis falhas.
Os cirurgiões-dentistas citaram 24 (vinte e quatro) itens. Por sua vez, os
pacientes mencionaram 18 (dezoito). Dentre estes atributos, 8 (oito) eram
semelhantes para ambos os grupos. E destes 8 (oito), 2 (dois) obtiveram maiores
percentuais para ambos os grupos: uniforme (8,08% para cirurgiões-dentistas e
12,62% para pacientes) e a questão financeira, que engloba a forma de
pagamento, descontos e parcelamentos (14,52% para os dentistas e 10,68% para
os pacientes).
Cabe uma ressalva para a questão financeira. Ambos os grupos apontam este
item como relevante dentro de uma clínica odontológica, mas como bem
mencionado pelos dentistas anteriormente, poucos possuem noção para executar tal
tarefa. Aqui, pode-se, então, iniciar alguma falha de serviço.
A partir da análise qualitativa, podem-se apontar algumas considerações
importantes que podem levar as lacunas da qualidade de serviços, correspondente a
lacuna 5 (serviço esperado – serviço percebido) dos autores Parasuraman, Zeithaml
e Berry (2006). Por exemplo, o item com mais citações dentre os pacientes é
relacionado à infra-estrutura (água, tv, revistas, mural, ar condicionado, interfone,
elevador, computador) com 22,33%, contra 4,9% dos dentistas.
Outro item que nem foi citado pelos dentistas e que obteve 11,65% das
manifestações dos pacientes foi a higiene do profissional e das recepcionistas,
sendo um ponto relevante para possível falha na interpretação da qualidade, ou
seja, na lacuna 5.
Assim, para se tentar evitar estas prováveis falhas, é interessante possuir um
modelo que consiga vislumbrar todas as etapas do comportamento do consumidor,
bem como todos os componentes que dele constam para um atendimento
115
odontológico. A seguir, um modelo será construído para se amenizar os gaps de
qualidade.
4.7 DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO ESTRATÉGICO DE QUALIDADE
PARA SERVIÇOS EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS
Tomando por referência a proposta de Urdan (2001), considerando os
pressupostos de Brown e Swartz (apud URDAN, 2001) e os modelos propostos por
Zeithaml e Bitner (2003), Lovelock e Wright (2003), Grönroos (2006), Parasuraman,
Zeithaml e Berry (2006) e a partir dos resultados da pesquisa foi possível consolidar
um modelo estratégico que permite uma visão ampliada a respeito de qualidade de
serviços na área odontológica.
PACIENTE
EXPECTATIVAS
PRÉVIAS
CENÁRIO DE
SERVIÇO
FRONT OFFICE
1ª Percepção de Serviço
2ª Percepção de Serviço
ATENDIMENTO
ODONTOLÓGICO
ZONA DE
TOLERÂNCIA
Etapa Encontro com o serviço
Etapa Pós Compra
Qualidade Técnica e Funcional
Etapa Pré- Compra
Experiências
anteriores
Boca a boca
Crenças, valores
SATISFAÇÃO INSATISFAÇÃO
Fidelizão
Lacunas da Qualidade
Figura 20: Modelo Estratégico de Qualidade de Serviços
Fonte: Elaborada pela autora, com base em Bateson e Hoffman (2001), Berry e Parasuraman (1992),
Fitzsimmons e Fitzsimmons 92005), Grönroos (1995, 2006), Lovelock e Wirtz (2006), Lovelock e
Wright (2003),Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006) e Zeithaml e Bitner (2003).
116
Este modelo foi dividido em três partes: etapa pré-compra, etapa encontro com
o serviço e etapa pós-compra, seguindo a terminologia de Lovelock e Wright (2003),
apresentados anteriormente no capítulo de revisão da literatura. Na primeira etapa,
inseriram-se as expectativas prévias dos pacientes, formuladas por meio de
experiências anteriores, crenças, valores e difusão de informações no boca a boca.
Este é o momento que os pacientes procuram o serviço e marcam a consulta
odontológica, avaliando riscos e benefícios.
A etapa encontro com o serviço é aquela na qual o paciente (cliente) vai até a
clínica odontológica para ser consultado, havendo, portanto, interação entre paciente
e cirurgião-dentista. Quando ele entra no ambiente da clínica, seu primeiro contato é
com as atendentes (recepcionistas), denominada no modelo como front office, ou
seja, o pessoal de frente. Assim, a maneira como o cliente é atendido e as atitudes
das recepcionistas formam uma percepção. Acrescentando a isto, há o cenário de
serviço, como por exemplo, o ambiente. Este é um dos poucos momentos que
características tangíveis do serviço podem ser observadas. Desta forma, tem-se a
primeira percepção de qualidade de serviços do paciente. Ainda na etapa
encontro com o serviço, há o contato do paciente com o profissional, no atendimento
odontológico. Após este atendimento, surge a segunda percepção de qualidade do
paciente. Somando-se a primeira com a segunda percepção e avaliando a zona de
tolerância do cliente, gera-se o resultado final de (in) satisfação. A zona de
tolerância, apresentada por Zeithaml e Bitner (2003) e Lovelock e Wright (2003) será
o fator desencadeador para a real percepção e avaliação da qualidade do serviço
prestado e, conseqüentemente, a (in) satisfação. A qualidade técnica e funcional
em conformidade com Gronröos (2006) corroboram com esta avaliação, uma vez
que se avalia o resultado técnico do processo, bem como a maneira como se recebe
a funcionalidade deste resultado.
Por fim, a última etapa, denominada de pós-compra é aquela em que o cliente
avalia a qualidade do serviço e sua (in) satisfação com o resultado. No modelo
acima, caso o cliente saia satisfeito, inicia-se o relacionamento de longo prazo, a
fidelização. Caso ele avalie como insatisfatório, buscam-se nas lacunas da
qualidade as possíveis explicações e modificações para tal insatisfação.
Com o desenvolvimento deste modelo, pode-se entender como o
comportamento do cliente, com suas percepções, influencia na sua avaliação de (in)
satisfação frente ao serviço prestado. A partir deste modelo, também se pode tentar
117
diminuir as lacunas de qualidade, que corresponde ao que o paciente esperava e o
que ele percebeu como qualidade.
118
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Conforme foi possível perceber na pesquisa bibliográfica de acordo com os
dados do IBGE (2007), o crescimento do setor de serviços, especificamente na área
da saúde, ratificam sua relevância no contexto sócio-econômico, tanto quanto na
geração de trabalho e de renda. O aumento da demanda pelo setor trouxe consigo
uma exigência de excelência traduzida na qualidade e no nível de satisfação
esperada ou percebida pelos usuários destes serviços. Esta percepção, segundo
Urdan (2001), enseja um grau de subjetividade à medida que deriva da interpretação
dos estímulos por meio dos sentidos. Evidencia-se como necessário à compreensão
e o discernimento dos atributos relevantes à consecução dos serviços e a percepção
destes por seus usuários, na área da saúde identificados como pacientes. Tal
percepção impacta no comportamento do consumidor, refletindo uma avaliação
sobre a qualidade dos serviços.
A compreensão do comportamento do consumidor , por meio da pesquisa, foi
possível corroborar com o disposto por Montgomery e Porter (1998) quanto a ênfase
da estratégia praticada pela organização ou pelo profissional da área da saúde,
como factível de aparecer a qualquer momento, revelando mais a prática da
estratégia como conseqüência de um processo emergente, em detrimento de um
processo deliberado.
Em relação à percepção dos atributos de qualidade do subgrupo 1 (inerente ao
profissional) apontados pelos cirurgiões-dentistas os que mais se destacaram na
escala indispensável foram: dentista tratar com respeito (92,7%), dentista examinar
bem antes de concluir (89,3%) e dentista ouvir o paciente (87,3%). Na escala
importante foram: dentista raramente fazer esperar (55,7%), dentista disponível em
uma emergência (54,7%) e dentista atualizado com a tecnologia odontológica
(48,7%). Por fim, na escala pouco importante apenas um atributo figurou: dentista
não priorizar conversas com funcionários (37,2%). Para os pacientes, os atributos
indispensáveis do subgrupo 1 foram os seguintes: dentista inspirar total confiança
(63,2%), dentista ouvir o paciente (63,2%) e dentista examinar bem antes de concluir
(62,4%). O que se contrasta neste primeiro subgrupo de resultados é que há
diferenças percentuais que atingem mais de 25% em alguns itens julgados, como
dentista ouvir o paciente e dentista examinar bem antes de concluir, o que
demonstra posicionamentos não tão similares nos dois grupos.
119
Para o subgrupo 2 (inerente às recepcionistas), os cirurgiões-dentistas
avaliaram como indispensáveis as recepcionistas interessadas em atender (69,1%),
recepcionistas agirem de forma profissional (68%) e recepcionistas seres corteses
(58%). Na escala importante, os profissionais definiram recepcionistas serem
flexíveis no agendamento de consultas (53,1%). Para este mesmo subgrupo 2, os
pacientes evidenciaram como indispensáveis recepcionistas interessadas em
atender (53%), recepcionistas serem corteses (52,7%) e recepcionistas agirem de
forma profissional (50,7%). E na escala importante foram recepcionistas serem
flexíveis no agendamento de consultas (49,3%) e recepcionistas conhecerem
individualmente os pacientes (39,9%). Notou-se, neste atributo, que ambos os
grupos classificaram os atributos dentro da mesma escala.
O último subgrupo, o 3 (cenário de serviço), para os cirurgiões-dentistas, foi o
ambiente da clínica ser organizado e limpo, com 88%, para a escala indispensável.
Como importante citaram-se quatro atributos: ser fácil e rápido marcar consulta
(59,3%), horário da clínica ser cômodo (58%), clínica ser de fácil acesso (52,7%) e
possuir estacionamento próximo (48%). Para os pacientes, o item indispensável foi
igual ao dos cirurgiões-dentistas, ou seja, ambiente da clínica organizado e limpo,
com 68,3%. Como importante, foram horário da clínica ser cômodo (51%), ser fácil e
rápido marcar consulta (50,7%) e clínica ser de fácil acesso (48,5%).
Os resultados da pesquisa de campo possibilitaram identificar um elevado grau
de identidade entre a percepção da qualidade de serviços segundo a ótica dos
cirurgiões-dentistas e pacientes com a pesquisa restringem-se ao enfoque percebido
apenas pelos pacientes de hospitais de São Paulo. De forma análoga, os dois
fatores preponderantes na pesquisa realizada, quais sejam: dentista ouvir o paciente
e dentista tratar com respeito, são coincidentes em ambos os estudos.
No que tange o grau de similaridade entre os grupos pesquisados, para o
subgrupo 1 – escala indispensável, o coeficiente de pearson apontou r = 0,682571, o
que caracteriza uma moderada correlação positiva. O subgrupo 2 – indispensável
obteve um coeficiente negativo, r = -0,42712, o que indica uma moderada correlação
negativa entre os dois grupos. Este foi o coeficiente mais baixo de todos, mostrando
uma não concordância de idéias neste subgrupo. Este resultado, então, é um
possível gargalo e, conseqüentemente, um possível ponto de lacuna.
A similaridade para a escala importante, nos três subgrupos, apontaram
correlação moderada positiva, sendo para o subgrupo 1 r= 0,761452, para o 2 r=
120
0,761452 e para o 3 r= 0,843607, sendo este o maior dentre todos. Conclui-se,
portanto, que há compatibilidade entre as percepções dos dentistas e dos pacientes
nestes itens.
A presente pesquisa também possibilitou identificar outras características dos
atributos em relação aos cirurgiões-dentistas e pacientes e as possíveis lacunas da
qualidade. Os atributos mais mencionados por ambos os grupos foram uniforme e a
questão financeira. No entanto, alguns itens foram citados apenas pelos pacientes,
como a higiene dos profissionais e dos funcionários. Este item reflete uma lacuna de
qualidade, de número 5, ou seja, entre o serviço esperado e o serviço recebido.
Outro atributo que refletiu falha de percepção dos cirurgiões-dentistas (lacuna 5)
refere-se a infra-estrutura da clínica, ou seja, água, tv, revistas, mural, etc. Para os
pacientes este item refletiu 22,33% das citações, contra 4,9% dos dentistas.
Portanto, os resultados de campo vêm ao encontro da conceituação da
qualidade baseada no usuário, definida por Garvin (2000), Edwards (1968), Juran
(1974) e Kuehn e Day (1962) que ratificam a qualidade como derivada e ajustada às
preferências, desejos e expectativas dos consumidores. Entretanto, os atributos
apontados como relevantes pelos pacientes também endossam a dimensão
transcendente da qualidade proposta como conceito por Garvin (2000) e Pirsig
(1974).
Especificamente, quanto a qualidade de serviços prestados, a pesquisa de
campo contempla os determinantes propostos por Parasuraman, Zeithaml e Berry
(2006), sejam eles: acessibilidade, comunicação, competência, cortesia,
credibilidade, confiabilidade, sensibilidade, tangibilidade e a compreensão e
conhecimento do cliente. Indicadores confirmados no campo, por meio dos atributos
percebidos pelos pacientes.
Embora a construção de um modelo específico para a compreensão da
qualidade em serviços odontológicos não se caracterizasse como objetivo final da
pesquisa, evidenciou-se como necessário a partir do levantamento bibliográfico e da
pesquisa de campo. Assim, o modelo desenvolvido compreende três etapas: pré-
compra, encontro com o serviço e pós-compra. Em cada etapa foram inseridas as
questões inerentes à qualidade de serviços, como exemplificado na Figura 21. Este
modelo, portanto, serviu para consolidar e aproximar os dados da pesquisa, com os
autores teóricos da área. Isto remete à importância de se assimilar o comportamento
121
das pessoas, de modo a transcender a subjetividade da percepção e objetivar a
questão da qualidade de serviços odontológicos.
A pesquisa realizada e seus resultados não esgotam, nem pretendem esgotar o
tema, dada sua abrangência e reduzida literatura específica. Neste sentido, é mister
ampliar o conhecimento da realidade no que concerne a qualidade de serviços na
área da saúde, recomendando-se para tal à realização de pesquisas qualitativas
com pacientes e cirurgiões-dentistas para analisar suas expectativas acerca do
assunto. Outra extensão desta pesquisa pode ser a sua aplicação em outros
segmentos da área da saúde, a fim de ratificar ou não as concordâncias percebidas
nas pesquisas realizadas nos segmentos médicos e odontológicos.
122
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foco no cliente. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
WHITTINGTON, Richard. O que é estratégia. São Paulo: Thompson, 2002.
127
ANEXO 1
Fator 1: Interações do Médico e Diagnóstico
V01 O médico ouvir o que eu tenho a dizer.
V02 O médico normalmente dar informações suficientes sobre minha saúde.
V03 O médico ser cuidadoso para me explicar o que eu tenho que fazer.
V04 O médico ser bastante minucioso em meu atendimento.
V05 O médico dedicar o tempo necessário em meu atendimento.
V06 O médico me examinar cuidadosamente antes de concluir meu problema.
V07 O médico me inspirar total confiança.
V08 O médico ter real interesse pela minha pessoa.
V09 O médico me dar total atenção quando estou com ele.
V10 O médico me tratar com respeito.
V11 O médico me explicar por completo as razões dos exames que eu terei de
fazer.
V25 O médico explicar sempre os problemas de saúde que eu tenho.
V36 O médico falar com clareza, usar palavras que eu entendo.
V37 O médico ter um interesse sincero por mim.
V38 O médico me explicar pessoalmente os exames que terei de fazer, em vez de
deixar a explicação por conta de recepcionistas e/ou enfermeiras.
Fator 2: Competência Profissional
V18 O médico receitar somente os remédios necessários.
V20 O médico não incorrer em riscos desnecessários em meu tratamento.
V24 Não haver nada no tratamento que eu recebo do médico que possa ser
melhor.
V26 O médico ter uma elevada qualificação profissional.
V27 O médico não cometer erros comigo.
V28 O médico se manter atualizado com os últimos avanços da medicina.
V29 O médico dar alternativas, quando elas existem, ao decidir sobre o meu
tratamento.
V41 O médico tomar todas as decisões que são cabíveis a respeito de minha
saúde.
V42 O médico se manter atualizado com os recursos tecnológicos mais
avançados da medicina.
Fator 3: Interações de Auxiliares
V12 As recepcionistas deste médico terem um interesse pessoal por mim.
V13 As recepcionistas deste médico me conhecerem individualmente.
V14 As recepcionistas deste médico serem corteses.
V15 As recepcionistas deste médico serem flexíveis para lidar com as minhas
necessidades individuais.
V16 As recepcionistas deste médico agirem de forma profissional.
128
V17 As recepcionistas deste médico estarem mais interessadas em atender às
minhas necessidades do que servir ao médico.
Fator 4: Comodidade de Horários e Localização
V30 O médico raramente me fazer esperar além do horário marcado para me
atender.
V31 Os horários de atendimento do consultório deste médico serem cômodos para
as minhas necessidades.
V32 O consultório deste médico ter uma localização cômoda (de fácil acesso) para
mim.
V33 O médico trabalhar em um hospital cuja localização é cômoda (de fácil
acesso) para mim.
V34 Ser fácil e rápido marcar uma consulta com o médico.
Fator 5: Profissionalismo e Responsabilidade Profissional
V19 O médico não pedir exames (laboratório, radiologia, etc.) além do necessário.
V21 O médico não ter como principal interesse ganhar tanto dinheiro quanto
possível.
V22 O médico não conversar com funcionários como se eu nem estivesse
presente no consultório.
129
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DOS ATRIBUTOS DA QUALIDADE DE
SERVIÇOS ODONTÓLOGICOS – CIRURGIÕES-DENTISTAS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO E GERÊNCIA - ESAG
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
Prezado (a) Sr (a):
O presente questionário objetiva analisar os atributos relevantes da qualidade de serviços
odontológicos, segundo a percepção dos cirurgiões-dentistas. Este questionário servirá de
base para a dissertação de Mestrado Profissional em Administração da ESAG/UDESC da
pesquisadora Márcia Buaes Pizzato. Os dados coletados serão utilizados exclusivamente
nesta pesquisa. Sua participação é muito importante! Obrigada!
Perfil do avaliador (opcional):
1) Sexo
( ) Feminino ( ) Masculino
2) Idade
( ) Menos de 20 anos ( ) Entre 20 – 30 anos ( ) Entre 30 – 40 anos
( ) Entre 40 – 50 anos ( ) Entre 50 – 60 anos ( ) Mais de 60 anos
3) Escolaridade
( ) 3º grau completo
( ) Pós-Graduação (Especialização) ( ) Em andamento ( ) Concluída
( ) Pós- Graduação (Mestrado) ( ) Em andamento ( ) Concluído
( ) Pós-Graduação (Doutorado) ( ) Em andamento ( ) Concluído
( ) Pós-Graduação (Pós-Doutorado) ( ) Em andamento ( ) Concluído
4) Qual sua especialidade odontológica?
( ) Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo Facial
130
( ) Dentística
( ) Disfunção Têmporo-Mandibular
( ) Endodontia
( ) Implantodontia
( ) Odontogeriatria
( ) Odontolegal
( ) Odontopediatria
( ) Ortodontia
( ) Periodontia
( ) Prótese
( ) Saúde Pública
( ) Outra. Qual? ___________________________________________________________
Por favor, avalie os itens abaixo, assinalando-os, de acordo com a escala de 1 a 5, na
qual o número 1 corresponde a uma avaliação sem nenhuma importância, 2
indiferente, 3 pouco importante, 4 para uma avaliação importante e 5 indispensável.
Atributo 1 2 3 4 5
5) Dentista ouvir o paciente
6) Dentista fornecer informações sobre a saúde bucal
7) Dentista ser cuidadoso para explicar o que fazer
8) Dentista ser minucioso no atendimento
9) Dentista dedicar tempo ao atendimento
10) Dentista examinar bem antes de concluir
11) Dentista inspirar total confiança
12) Dentista dar total atenção
13) Dentista tratar com respeito
14) Dentista não levar a riscos desnecessários
15) Dentista não ter como prioridade o dinheiro
16) Dentista não priorizar conversas com funcionários
17) Dentista admitir quando não sabe
18) Dentista ter elevada qualificação
19) Dentista não cometer erros
131
Atributo 1 2 3 4 5
20) Dentista se manter atualizado na odontologia
21) Dentista dar alternativas de tratamento
22) Dentista raramente fazer esperar
23) Dentista disponível em uma emergência
24) Dentista tomar a decisão que lhe cabe
25) Dentista fornecer folhetos explicativos
26) Dentista falar com clareza
27) Dentista atualizado com a tecnologia odontológica
28) Recepcionistas agirem de forma profissional
29) Recepcionistas conhecerem individualmente os pacientes
30) Recepcionistas serem corteses
31) Recepcionistas serem flexíveis no agendamento de
consultas
32) Recepcionistas interessadas em atender
33) Horário da clinica ser cômodo
34) Clínica ser de fácil acesso
35) Possuir estacionamento próximo
36) Ser fácil e rápido marcar consulta
37) Ambiente da clinica organizado e limpo
38)Clínica atuar com grande quantidade de especialidades
odontológicas
39) Clínica confirmar consulta previamente
Fonte: Adaptação dos atributos de qualidade de Urdan, (2001, p.51).
40) Espaço para sugestões de atributos não relacionados anteriormente e considerados
importantes em uma clinica odontológica e para um cirurgião–dentista:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
41) O que você mais sente falta, no que se refere ao conhecimento de gestão, em sua
clínica? (Por exemplo, a questão de Controle Financeiro, Imposto de Renda – tributos,
Treinamento dos funcionários, etc.).
132
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Muito Obrigada! Para maiores informações a respeito da pesquisa, entre em contato pelo
e-mail: marciapizzato@hotmail.com.
133
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DOS ATRIBUTOS DA QUALIDADE DE
SERVIÇOS ODONTÓLOGICOS – PACIENTES
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO E GERÊNCIA - ESAG
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
Prezado (a) Sr (a):
O presente questionário objetiva analisar os atributos relevantes da qualidade de serviços
odontológicos, segundo a percepção dos pacientes. Esse questionário servirá de base para a
dissertação de Mestrado Profissional em Administração da ESAG/UDESC da pesquisadora
Márcia Buaes Pizzato. Os dados coletados serão utilizados exclusivamente nesta pesquisa.
Sua participação é muito importante! Obrigada!
Perfil do avaliador (opcional):
1) Sexo
( ) Feminino ( ) Masculino
2) Idade
( ) Menos de 20 anos ( ) Entre 20 – 30 anos ( ) Entre 30 – 40 anos
( ) Entre 40 – 50 anos ( ) Entre 50 – 60 anos ( ) Mais de 60 anos
3) Escolaridade
( ) 1º grau incompleto ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo
( ) 3º grau incompleto ( ) 3º grau completo
( ) Pós-Graduação (Especialização, Mestrado, Doutorado)
4) Bairro em que mora.
_________________________________________________________________________
5) O que o levou a escolher esta clínica?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
134
Por favor, avalie os itens abaixo, assinalando-os, de acordo com a escala de 1 a 5, na
qual o número 1 corresponde a uma avaliação sem nenhuma importância, 2
indiferente, 3 pouco importante, 4 para uma avaliação importante e 5 indispensável.
Atributo 1 2 3 4 5
6) Dentista ouvir o paciente
7) Dentista fornecer informações sobre a saúde bucal
8) Dentista ser cuidadoso para explicar o que fazer
9) Dentista ser minucioso no atendimento
10) Dentista dedicar tempo ao atendimento
11) Dentista examinar bem antes de concluir
12) Dentista inspirar total confiança
13) Dentista dar total atenção
14) Dentista tratar com respeito
15) Dentista não levar a riscos desnecessários
16) Dentista não ter como prioridade o dinheiro
17) Dentista não priorizar conversas com funcionários
18) Dentista admitir quando não sabe
19) Dentista ter elevada qualificação
20) Dentista não cometer erros
21) Dentista se manter atualizado na odontologia
22) Dentista dar alternativas de tratamento
23) Dentista raramente fazer esperar
24) Dentista disponível em uma emergência
25) Dentista tomar a decisão que lhe cabe
26) Dentista fornecer folhetos explicativos
27) Dentista falar com clareza
28) Dentista atualizado com a tecnologia odontológica
29) Recepcionistas agirem de forma profissional
30) Recepcionistas conhecerem individualmente os pacientes
31) Recepcionistas serem corteses
32) Recepcionistas serem flexíveis no agendamento de
consultas
33) Recepcionistas interessadas em atender
34) Horário da clinica ser cômodo
35) Clínica ser de fácil acesso
36) Possuir estacionamento próximo
37) Ser fácil e rápido marcar consulta
38) Ambiente da clínica organizado e limpo
39)Clínica atuar com grande quantidade de especialidades
odontológicas
40) Clínica confirmar consulta previamente
Fonte: Adaptação dos atributos de qualidade de Urdan, (2001, p.51).
135
41) Além dos atributos citados, o que você considera importante em uma clínica
odontológica e em um profissional, que não foi considerado anteriormente?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
42) O atendimento do serviço odontológico atendeu suas expectativas?
( ) Sim ( ) Não
43) Se você respondeu não na pergunta anterior, o que você esperava do serviço
odontológico e que não atingiu suas expectativas?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Muito Obrigada! Para maiores informações a respeito da pesquisa, entre em contato pelo
e-mail: marciapizzato@hotmail.com
136
APÊNDICE C – GRÁFICOS
ANDAMENTO x ESPECIALIDADE ODONTOLOGICA : Em andamento
6,7%
10,0%
6,7%
10,0%
10,0%
6,7%
16,7%
16,7%
10,0%
3,3%
3,3%
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo Faci
a
Dentística
Disfunção Têmporo-Mandibular
Endodontia
Implantodontia
Odontogeriatria
Odontopediatria
Ortodontia
Periodontia
Prótese
Saúde Pública
Outra
Gráfico 13: Andamento x Especialidade odontológica – em andamento.
Fonte: Dados primários, 2007.
ANDAMENTO x ESPECIALIDADE ODONTOLOGICA : Concluída
4,6%
13,9%
0,9%
12,0%
6,5%
1,9%
10,2%
19,4%
11,1%
10,2%
2,8%
6,5%
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo Faci
a
Dentística
Disfunção Têmporo-Mandibular
Endodontia
Implantodontia
Odontogeriatria
Odontopediatria
Ortodontia
Periodontia
Prótese
Saúde Pública
Outra
Gráfico 14: Andamento x Especialidade Odontológica – concluída.
Fonte: Dados primários, 2007.
137
APÊNDICE D – TABELAS REFERENTES AOS QUESTIONÁRIOS DOS
CIRURGIÕES-DENTISTAS
TIPO DE RESPONDENTE – PERFIL DO AVALIADOR
SEXO Qt.
cit.
Freq.
Feminino 80 53,3%
Masculino 70 46,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 15: Sexo– Cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados primários, 2007.
IDADE Qt.
cit.
Freq.
Menos de 20 1 0,7%
Entre 20-30 46 30,9%
Entre 30-40 61 40,9%
Entre 40-50 32 21,5%
Entre 50-60 9 6,0%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 16: Idade – Cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados primários, 2007.
ATRIBUTOS DA QUALIDADE DE SERVIÇOS
SUBGRUPO 1: REFERENTE AO CIRURGIÃO-DENTISTA
OUVIR Qt.
cit.
Freq.
Importante 19 12,7%
Indispensável 131 87,3%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 17: Atributo: ouvir o paciente – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
138
FORNECER
INFORMACOES
Qt. cit. Freq.
Importante 29 19,3%
Indispensável 121 80,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 18: Atributo: fornecer informações – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
CUIDADOSO Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 2 1,3%
Importante 45 30,0%
Indispensável 103 68,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 19: Atributo: cuidadoso na explicação – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
MINUCIOSO Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 1 0,7%
Importante 32 21,3%
Indispensável 117 78,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 20: Atributo: minucioso no atendimento – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
DEDICACAO Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 4 2,7%
Importante 50 33,3%
Indispensável 96 64,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 21: Atributo: dedicação ao atendimento – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
EXAME
COMPLETO
Qt. cit. Freq.
Importante 16 10,7%
Indispensável 133 89,3%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 22: Atributo: examinar bem – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
139
CONFIANÇA Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 1 0,7%
Importante 23 15,4%
Indispensável 125 83,9%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 23: Atributo: inspirar confiança – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ATENÇÃO Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 1 0,7%
Importante 41 27,3%
Indispensável 108 72,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 24: Atributo: total atenção – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
RESPEITO Qt.
cit.
Freq.
Importante 11 7,3%
Indispensável 139 92,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 25: Atributo: tratar com respeito – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
RISCOS Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 2 1,4%
Importante 30 20,3%
Indispensável 116 78,4%
TOTAL CIT. 148 100%
Tabela 26: Atributo: não levar a riscos desnecessários – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
140
PRIORIDADE Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 6 4,0%
Indiferente 11 7,3%
Pouco importante 45 30,0%
Importante 48 32,0%
Indispensável 40 26,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 27: Atributo: não ter como prioridade o dinheiro – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
PRIORIZAR Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 11 7,6%
Indiferente 13 9,0%
Pouco importante 54 37,2%
Importante 45 31,0%
Indispensável 22 15,2%
TOTAL CIT. 145 100%
Tabela 28: Atributo: não priorizar conversas com funcionários – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ADMITIR Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 6 4,0%
Pouco importante 36 24,0%
Importante 55 36,7%
Indispensável 52 34,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 29: Atributo: admitir quando não sabe – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
QUALIFICACAO Qt.
cit.
Freq.
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 6 4,0%
Importante 63 42,0%
Indispensável 80 53,3%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 30: Atributo: elevada qualificação – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
141
ERROS Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 5 3,4%
Pouco importante 16 10,8%
Importante 70 47,3%
Indispensável 56 37,8%
TOTAL CIT. 148 100%
Tabela 31: Atributo: não cometer erros – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ATUALIZADO Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 2 1,3%
Importante 36 24,0%
Indispensável 112 74,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 32 Atributo: atualizado na odontologia – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ALTERNATIVAS Qt.
cit.
Freq.
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 4 2,7%
Importante 72 48,3%
Indispensável 72 48,3%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 33: Atributo: alternativas de tratamento – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ESPERAR Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 3 2,0%
Pouco importante 21 14,1%
Importante 83 55,7%
Indispensável 41 27,5%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 34: Atributo: raramente fazer esperar – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
142
EMERGÊNCIA Qt.
cit.
Freq.
Indiferente 2 1,3%
Pouco importante 18 12,0%
Importante 82 54,7%
Indispensável 48 32,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 35: Atributo: disponível em uma emergência – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
DECISÃO Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 6 4,0%
Importante 60 40,0%
Indispensável 82 54,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 36: Atributo: decisão que lhe cabe – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
FOLHETOS Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 4 2,7%
Indiferente 19 12,8%
Pouco importante 52 34,9%
Importante 57 38,3%
Indispensável 17 11,4%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 37: Atributo: folhetos explicativos – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
CLAREZA Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 4 2,7%
Importante 70 46,7%
Indispensável 76 50,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 38: Atributo: falar com clareza – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
143
TECNOLOGIA Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 9 6,0%
Importante 73 48,7%
Indispensável 68 45,3%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 39: Atributo: atualizado com a tecnologia – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
SUBGRUPO 2: REFERENTE ÀS RECEPCIONISTAS/ ATENDENTES
PROFISSIONAL Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 2 1,3%
Importante 46 30,7%
Indispensável 102 68,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 40: Atributo: agirem de forma profissional – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
CONHECIMENTO Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 38 25,3%
Importante 69 46,0%
Indispensável 41 27,3%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 41: Atributo: conhecerem individualmente os pacientes – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
CORTESIA Qt.
cit.
Freq.
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 1 0,7%
Importante 61 40,7%
Indispensável 87 58,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 42: Atributo: corteses – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
144
AGENDAMENTO Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 15 10,2%
Importante 78 53,1%
Indispensável 54 36,7%
TOTAL CIT. 147 100%
Tabela 43: Atributo: flexibilidade no agendamento – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
INTERESSE Qt.
cit.
Freq.
Pouco importante 1 0,7%
Importante 45 30,2%
Indispensável 103 69,1%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 44: Atributo: interesse em atender – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
SUBGRUPO 3: CENÁRIO DE SERVIÇO E OUTROS ITENS
HORARIO Qt.
cit.
Freq.
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 10 6,7%
Importante 87 58,0%
Indispensável 52 34,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 45: Atributo: horário ser cômodo – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ACESSO Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 17 11,3%
Importante 79 52,7%
Indispensável 52 34,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 46: Atributo: fácil acesso – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
145
ESTACIONAMENTO Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 1 0,7%
Indiferente 5 3,3%
Pouco importante 31 20,7%
Importante 72 48,0%
Indispensável 41 27,3%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 47: Atributo: estacionamento próximo – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
RAPIDEZ
AGENDAMENTO
Qt. cit. Freq.
Indiferente 1 0,7%
Pouco importante 14 9,3%
Importante 89 59,3%
Indispensável 46 30,7%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 48: Atributo: rapidez agendamento – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
AMBIENTE Qt.
cit.
Freq.
Importante 18 12,0%
Indispensável 132 88,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 49: Atributo: ambiente organizado e limpo – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
ESPECIALIDADES Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 2 1,3%
Indiferente 7 4,7%
Pouco importante 40 26,7%
Importante 53 35,3%
Indispensável 48 32,0%
TOTAL CIT. 150 100%
Tabela 50: Atributo: grande quantidade de especialidades – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
146
CONFIRMACAO Qt.
cit.
Freq.
Sem importância 2 1,3%
Indiferente 11 7,4%
Pouco importante 31 20,8%
Importante 62 41,6%
Indispensável 43 28,9%
TOTAL CIT. 149 100%
Tabela 51: Atributo: confirmar consulta – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
OUTROS ATRIBUTOS
GESTÃO Qt.
cit.
Freq.
Administração de Marketing 15 12,6%
Administração de Recursos
Humanos
25 21,0%
Administração Financeira 70 58,8%
Análise de investimentos 3 2,5%
Noções de direito 6 5,0%
TOTAL CIT. 119 100%
Tabela 52: Conhecimento de gestão – Cirurgião-dentista
Fonte: Dados primários, 2007.
147
APÊNDICE E – TABELAS REFERENTES AOS QUESTIONÁRIOS DOS
PACIENTES
TIPO DE RESPONDENTE – PERFIL DO AVALIADOR
IDADE Freq. %
Menos de 20 46 11,4%
Entre 20-30 118 29,4%
Entre 30-40 87 21,6%
Entre 40-50 103 25,6%
Entre 50-60 39 9,7%
Mais de 60 9 2,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 53: Idade – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ATRIBUTOS DA QUALIDADE DE SERVIÇOS
SUBGRUPO 1: REFERENTE AO CIRURGIÃO-DENTISTA
OUVIR Freq. %
Não resposta 1 0,2%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 1 0,2%
Importante 146 36,3%
Indispensável 254 63,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 54: Atributo: ouvir o paciente – Paciente
Fonte: Dados primários, 2007.
148
FORNECER INFORMACOES Freq. %
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 2 0,5%
Importante 154 38,3%
Indispensável 246 61,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 55: Atributo: fornecer informações – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
CUIDADOSO Freq. %
Não resposta 1 0,2%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 3 0,7%
Importante 149 37,1%
Indispensável 249 61,9%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 56: Atributo: cuidadoso na explicação – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
MINUCIOSO Freq. %
Não resposta 2 0,5%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 1 0,2%
Pouco importante 6 1,5%
Importante 168 41,8%
Indispensável 225 56,0%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 57: Atributo: minucioso no atendimento – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
149
DEDICACAO Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 2 0,5%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 5 1,2%
Importante 161 40,0%
Indispensável 230 57,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 58: Atributo: dedicação ao atendimento – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
EXAME COMPLETO Freq. %
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 1 0,2%
Importante 150 37,3%
Indispensável 251 62,4%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 59: Atributo: examinar bem – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
CONFIANCA Freq. %
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 2 0,5%
Importante 146 36,3%
Indispensável 254 63,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 60: Atributo: inspirar confiança – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
150
ATENCAO Freq. %
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 2 0,5%
Pouco importante 1 0,2%
Importante 161 40,0%
Indispensável 238 59,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 61: Atributo: total atenção – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
RESPEITO Freq. %
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 2 0,5%
Pouco importante 0 0,0%
Importante 151 37,6%
Indispensável 249 61,9%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 62: Atributo: tratar com respeito – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
RISCOS Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 1 0,2%
Indiferente 2 0,5%
Pouco importante 2 0,5%
Importante 156 38,8%
Indispensável 237 59,0%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 63: Atributo: não levar a riscos desnecessários – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
151
PRIORIDADE Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 14 3,5%
Indiferente 23 5,7%
Pouco importante 39 9,7%
Importante 172 42,8%
Indispensável 150 37,3%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 64: Atributo: não ter como prioridade o dinheiro – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
PRIORIZAR Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 25 6,2%
Indiferente 29 7,2%
Pouco importante 48 11,9%
Importante 172 42,8%
Indispensável 124 30,8%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 65: Atributo: não priorizar conversas com os funcionários – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ADMITIR Freq. %
Não resposta 1 0,2%
Sem importância 4 1,0%
Indiferente 6 1,5%
Pouco importante 18 4,5%
Importante 154 38,3%
Indispensável 219 54,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 66 Atributo: admitir quando não sabe – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
152
QUALIFICACAO Freq. %
Não resposta 3 0,7%
Sem importância 2 0,5%
Indiferente 3 0,7%
Pouco importante 4 1,0%
Importante 169 42,0%
Indispensável 221 55,0%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 67: Atributo: elevada qualificação – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ERROS Freq. %
Não resposta 5 1,2%
Sem importância 8 2,0%
Indiferente 5 1,2%
Pouco importante 7 1,7%
Importante 169 42,0%
Indispensável 208 51,7%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 68: Atributo: não cometer erros – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ATUALIZADO Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 1 0,2%
Indiferente 1 0,2%
Pouco importante 6 1,5%
Importante 163 40,5%
Indispensável 227 56,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 69: Atributo: atualizado na odontologia – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
153
ALTERNATIVAS Freq. %
Não resposta 3 0,7%
Sem importância 4 1,0%
Indiferente 6 1,5%
Pouco importante 7 1,7%
Importante 178 44,3%
Indispensável 204 50,7%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 70: Atributo: alternativas de tratamento – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ESPERAR Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 11 2,7%
Indiferente 17 4,2%
Pouco importante 27 6,7%
Importante 189 47,0%
Indispensável 154 38,3%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 71: Atributo: raramente fazer esperar – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
EMERGENCIA Freq. %
Não resposta 5 1,2%
Sem importância 5 1,2%
Indiferente 8 2,0%
Pouco importante 7 1,7%
Importante 166 41,3%
Indispensável 211 52,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 72: Atributo: disponível em uma emergência – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
154
DECISAO Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 4 1,0%
Indiferente 9 2,2%
Pouco importante 14 3,5%
Importante 189 47,0%
Indispensável 182 45,3%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 73: Atributo: decisão que lhe cabe – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
FOLHETOS Freq. %
Não resposta 6 1,5%
Sem importância 35 8,7%
Indiferente 36 9,0%
Pouco importante 74 18,4%
Importante 159 39,6%
Indispensável 92 22,9%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 74: Atributo: folhetos explicativos – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
CLAREZA Freq. %
Não resposta 7 1,7%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 1 0,2%
Pouco importante 3 0,7%
Importante 160 39,8%
Indispensável 231 57,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 75: Atributo: falar com clareza – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
155
TECNOLOGIA Freq. %
Não resposta 7 1,7%
Sem importância 2 0,5%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 14 3,5%
Importante 175 43,5%
Indispensável 204 50,7%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 76: Atributo: atualizado com a tecnologia – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
SUBGRUPO 2: REFERENTE ÀS RECEPCIONISTAS/ ATENDENTES
PROFISSIONAL Freq. %
Não resposta 7 1,7%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 1 0,2%
Pouco importante 6 1,5%
Importante 184 45,8%
Indispensável 204 50,7%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 77: Atributo: agirem de forma profissional – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
CONHECIMENTO Freq. %
Não resposta 6 1,5%
Sem importância 36 9,0%
Indiferente 28 7,0%
Pouco importante 57 14,2%
Importante 158 39,3%
Indispensável 117 29,1%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 78: Atributo: conhecerem individualmente os pacientes – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
156
CORTESIA Freq. %
Não resposta 6 1,5%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 9 2,2%
Importante 175 43,5%
Indispensável 212 52,7%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 79: Atributo: corteses – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
AGENDAMENTO Freq. %
Não resposta 6 1,5%
Sem importância 2 0,5%
Indiferente 3 0,7%
Pouco importante 10 2,5%
Importante 198 49,3%
Indispensável 183 45,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 80: Atributo: flexibilidade no agendamento – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
INTERESSE Freq. %
Não resposta 3 0,7%
Sem importância 1 0,2%
Indiferente 0 0,0%
Pouco importante 3 0,7%
Importante 182 45,3%
Indispensável 213 53,0%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 81: Atributo: interesse em atender – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
157
SUBGRUPO 3: CENÁRIO DE SERVIÇO E OUTROS ITENS
HORARIO Freq. %
Não resposta 3 0,7%
Sem importância 3 0,7%
Indiferente 3 0,7%
Pouco importante 13 3,2%
Importante 205 51,0%
Indispensável 175 43,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 82: Atributo: horário ser cômodo – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ACESSO Freq. %
Não resposta 5 1,2%
Sem importância 4 1,0%
Indiferente 7 1,7%
Pouco importante 22 5,5%
Importante 195 48,5%
Indispensável 169 42,0%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 83: Atributo: fácil acesso – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ESTACIONAMENTO Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 42 10,4%
Indiferente 36 9,0%
Pouco importante 51 12,7%
Importante 134 33,3%
Indispensável 135 33,6%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 84: Atributo: estacionamento próximo – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
158
RAPIDEZ AGENDAMENTO Freq. %
Não resposta 4 1,0%
Sem importância 1 0,2%
Indiferente 2 0,5%
Pouco importante 8 2,0%
Importante 204 50,7%
Indispensável 183 45,5%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 85: Atributo: rapidez no agendamento – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
AMBIENTE Freq. %
Não resposta 2 0,5%
Sem importância 0 0,0%
Indiferente 2 0,5%
Pouco importante 2 0,5%
Importante 122 30,3%
Indispensável 274 68,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 86: Atributo: ambiente organizado e limpo – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
ESPECIALIDADES Freq. %
Não resposta 7 1,7%
Sem importância 24 6,0%
Indiferente 19 4,7%
Pouco importante 37 9,2%
Importante 180 44,8%
Indispensável 135 33,6%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 87: Atributo: grande quantidade de especialidades – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
159
CONFIRMACAO Freq. %
Não resposta 8 2,0%
Sem importância 23 5,7%
Indiferente 16 4,0%
Pouco importante 46 11,4%
Importante 163 40,5%
Indispensável 146 36,3%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 88: Atributo: confirmar consulta – Pacientes
Fonte: Dados primários, 2007.
OUTROS ATRIBUTOS
EXPECTATIVA Freq. %
Não resposta 12 3,0%
Sim 389 96,8%
Não 1 0,2%
TOTAL OBS. 402 100%
Tabela 89: Atributo: expectativa do paciente – Paciente
Fonte: Dados primários, 2007.
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