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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ECOLOGIA
Dissertação de Mestrado
Alometria foliar, biomassa e fitoacumulação de cromo em
Eichhornia crassipes (Mart.) Solms
Cátia Viviane Gonçalves
Porto Alegre, agosto de 2006
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1
Alometria foliar, biomassa e fitoacumulação de cromo
em Eichhornia crassipes (Mart.) Solms
Cátia Viviane Gonçalves
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ecologia, do Instituto de
Biociências da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Mestre em Ecologia, área de
concentração: Ecologia Aquática.
Orientador:
Prof. Dr. Albano Schwarzbold
Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Antônio Fernando Monteiro Camargo
Prof. Dr. Bruno Edgar Irgang
Prof. Dr. Odorico Konrad
Porto Alegre, agosto de 2006
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2
Liebe…
macht aus jeder Träne einen Tropfen Glück.
Sybille Seidel
Quem passou pelos momentos de aflição e angústia que envolvem a
elaboração de uma dissertação, irá entender o quanto a frase acima me animava quando
era dita pelo meu marido e meu grande entusiasta.
3
AGRADECIMENTOS
De forma especial agradeço:
Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Instituto de Biociências
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nas pessoas da Prof
a
. Dr
a
. Sandra Maria
Hartz, coordenadora, e da Silvana Barzotto, secretária, pela excelente qualificação do
quadro docente, estrutura de apoio, atenção e encaminhamento competente e
paciencioso das demandas do quadro discente.
Ao meu eterno orientador Prof. Dr. Albano Schwarzbold. Posso garantir
que, a cada atividade profissional minha, serás sempre lembrado e honrado.
À minha segunda casa, UNIVATES, pelo apoio e credibilidade que foram,
e são, depositadas em meu trabalho diário.
Aos alemães, na pessoa da Bióloga Sabine Heinle, do Baden-
Würtembergisches Brasilien-Zentrum der Universität Tübingen, que me suportaram durante 79
dias, dando todo o carinho, amizade e paciência.
4
Aos demais, que por tantos serem, não cito nominalmente, fechem os
olhos e sintam o cheiro de chuva e mato fresco e, se o puderem sentir, tenham certeza
que fizeram parte da minha vida, de forma que esse trabalho é um pouco de vocês
também.
5
SUMÁRIO
Lista de figuras
Apresentação
Resumo
Abstract
Introdução...........................................................................................
11
Referências bibliográficas.........................................................................
22
Capítulo I............................................................................................
27
Artigo científico.......................................................................
28
Regulamento para apresentação de contribuições..............................
43
Classificação da revista - Qualis/CAPES..........................................
46
Capítulo II...........................................................................................
47
Artigo científico.......................................................................
48
Regulamento para apresentação de contribuições..............................
60
Classificação da revista - Qualis/CAPES..........................................
62
Anexos................................................................................................
63
6
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Formas biológicas das plantas aquáticas. 1 anfíbia, 2 emergente,
3 - flutuante fixa, 4 - flutuante livre (aqui representada uma Eichhornia
crassipes (Mart.) Solms), 5 - submersa fixa, 6 - submersa livre e 7 - epífita
(adaptado de Pott & Pott, 2000).
FIGURA 2 - Estruturas de Eichhornia crassipes (Mart.) Solms. 1 Flor, 2 Limbo, 3
Pecíolo, 4 Rizoma (parcialmente visível) e 5 Raiz (adaptado de
Simpson & Sanderson, 2002).
FIGURA 3 - Vista geral da Lagoa dos Ruschel, município de Lajeado/RS.
FIGURA 4 - Folha de Eichhornia crassipes (Mart.) Solms indicando os dados alométricos
coletados (destaque para os dados diferenciados de pecíolo e limbo).
FIGURA 5 - Croqui demonstrativo dos tanques piloto e a distribuição aleatória dos
tratamentos.
7
APRESENTAÇÃO
A presente dissertação foi elaborada na forma de dois artigos científicos
acompanhados de texto introdutório, conforme previsto no regimento do Programa de
Pós-Graduação em Ecologia em seu capítulo VII, artigo 34, parágrafo 3º, seguindo as
diretrizes aprovadas pela comissão coordenadora em 18 de junho de 2001 que aprova o
“Modelo para dissertações e teses no formato de artigo” (Anexo I).
Assim, foram elaborados dois artigos científicos, os quais estão
compilados e compõem “Capítulo I” e “Capítulo II” do presente documento. Desta forma,
espera-se empreender maior agilidade quanto a etapa de submissão destes aos periódicos
científicos selecionados para publicação, condição fundamental para obtenção do grau de
Mestre em Ecologia nos devidos termos do capítulo VIII, artigo 36, alínea e”, do referido
regulamento.
As pesquisas realizadas para a elaboração dos presentes artigos, foram
desenvolvidas junto ao Laboratório de Limnologia do Instituto de Biociências da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul em parceira com o Setor de Botânica e
8
Paleobotânica do Museu de Ciências Naturais da UNIVATES, sob coordenação dos
professores Dr. Albano Schwarzbold (UFRGS) e Dr. André Jasper (UNIVATES).
Os capítulos estão apresentados conforme as normas dos periódicos aos
quais se pretende encaminhar os trabalhos após a revisão pelos membros da banca. Cada
capítulo é constituído pelo artigo científico, pelas normas de apresentação de trabalhos ao
periódico e também pela classificação do periódico pela CAPES/QUALIS.
9
RESUMO
Nos ambientes aquáticos tropicais, o crescimento das macrófitas aquáticas é favorecido
pelas altas temperaturas e elevada intensidade de radiação solar. Nestas condições, tal
crescimento pode subsidiar efetivamente a manutenção das cadeias tróficas e os fluxos de
energia dos ambientes aquáticos naturais ou até mesmo construídos. Considerando que as
alterações ao longo do tempo na diversidade das macrófitas aquáticas ocorrem pelas
variações na biomassa e na abundância relativa das espécies, o presente trabalho limitou
sua pesquisa a espécie Eichhornia crassipes (Mart.) Solms. Deste modo, são apresentados
dois artigos científicos desenvolvidos sobre o tema: um enfocando o ambiente natural e as
relações alométricas foliares da espécie com sua biomassa e outro desenvolvido em
ambiente construído (estação de tratamento de efluentes) onde foram introduzidos
exemplares da espécie com o objetivo de avaliar a capacidade depuradora em um sistema
aquático contendo cromo e sua reação ao elemento químico. A conexão dos dois artigos
desenvolvidos está no fato de que o primeiro faz uma definição e avaliação detalhada da
metodologia a ser utilizada (não destrutiva) e o segundo aplica o método, devidamente
aferido, em plantas desenvolvidas em ambiente construído e com acentuada concentração
de contaminantes. Desta forma, o presente trabalho, além de estabelecer uma nova
metodologia de determinação de biomassa vegetal com base em dados alométricos, utiliza
o mesmo para definir a eficiência de Eichhornia crassipes no processo de depuração de
efluentes da indústria de couro.
Palavras-chave: aguapé, alometria, ambiente natural, cromo, sistema de tratamento
terciário.
10
ABSTRACT
In tropical aquatic environments, the growth of the aquatic macrophytes is favored had to
the high temperatures and the raised intensities of solar radiation. In these conditions,
such growth can effectively subsidize the maintenance of the trophic chains and the flows
of energy of natural aquatic environments or even though constructed. Considering that
the alterations in the diversity of aquatic macrophytes throughout the time occur for the
substitution and variations in the biomass and relative abundance of the species, the
present work limited its research the species Eichhornia crassipes (Mart.) Solms and
presents two developed scientific articles on the subject: one focusing the natural
environment and the allometry leaf relations of the species with its biomass and
developed other in constructed environment (station of treatment of effluent) where had
been introduced exemplary of the specimen with the objective to evaluate the depurant
capacity in aquatic system contends chromium and its reaction to the chemical element.
The connect of two produced articles is in the fact of that the first one makes a definition
and detailed evaluation of the methodology to be used (not destructive) and as it applies
the method, already duly surveyed, in plants developed in environment constructed and
with accented concentration of contaminantes. In such a way, the present work, beyond
establishing a new methodology of determination of vegetal biomass on the basis of given
allometric, uses the same to define the efficiency of Eichhornia crassipes in the process of
purification of effluent of the leather industry.
Keywords: water hyacinth, allometry, natural environment, chromium, tertiary
treatment system.
INTRODUÇÃO
Ao se discutir temas relacionados às macrófitas aquáticas, é fundamental
que, inicialmente, seja esclarecida a terminologia a ser utilizada, tanto no que se refere
aos seus ambientes originais de desenvolvimento e sua importância, quanto ao que se
relaciona à própria definição desse grupo de plantas.
De modo amplo, as macrófitas aquáticas ocorrem em zonas úmidas
(Pedralli, 2003; Pedralli & Teixeira, 2003), como definido pela Convenção Ramsar
(1971). Conforme Maltchik (2003), a definição mais aceita internacionalmente para as
wetlands (áreas ou zonas úmidas) é aquela que determina que elas são “extensões de brejos,
pântanos e turfeiras, ou superfícies cobertas de água, sejam de regime natural ou artificial,
permanentes ou temporárias, estancadas ou correntes, doces, salobras ou salgadas,
incluídas as extensões de água marinha cuja profundidade na maré baixa não exceda os
seis metros”.
Além disso, de acordo com Tiner (1999) as áreas úmidas são as manchas
de maior produtividade e diversidade biológica do planeta, sendo ela, em geral, áreas de
12
transição entre ambientes terrestre e aquático, reunindo informações biológicas de ambos
os ecossistemas. Nesse sentido, são considerados por Taylor et al. (1995) locais
estratégicos para a conservação da biodiversidade.
Além disso, as áreas úmidas, em seu estado natural, são consideradas por
Vuuren & Roy (1993) fontes de benefício substancial para a sociedade. A disponibilidade
dos recursos hídricos é um aspecto importante para o desenvolvimento sustentável de
uma região.
Com base em Jepsen & Winemiller (2002), atualmente as áreas úmidas
cobrem grandes extensões de área nos trópicos em geral, e em específico no Brasil. Ainda
de acordo com esses autores, estas áreas têm funções importantes na paisagem como
armazenamento de água, tampão climático local, fonte e receptor em ciclos
biogeoquímicos, habitat para plantas e animais altamente adaptados, habitat para
populações humanas, áreas de produção de peixes, gado, agricultura, floresta e pontos
focais para o turismo.
Desta forma, em relação aos seus ambientes originais de
desenvolvimento, destaca-se o que afirmam Irgang & Gastal Jr. (1996) quando dizem que
as macrófitas aquáticas são os vegetais que melhor caracterizam as áreas úmidas por
estarem adaptadas a ambientes alagados.
Do ponto de vista de definição das macrófitas aquáticas, conforme Irgang
& Gastal (1996) elas têm suas partes fotossintetizadoras permanentemente, ou por
diversos meses todos os anos, total ou parcialmente submersas em água doce ou salobra,
ou ainda podendo ser flutuantes na mesma, sendo que estão presentes em todos os
ecossistemas aquáticos, variando somente a composição entre si. Ainda de acordo com
Irgang & Gastal (1996) normalmente, as plantas aquáticas têm uma distribuição mais
ampla do que a maioria das plantas terrestres, fato decorrente da pequena variação sofrida
pelos fatores do ambiente aquático, o que possibilita às macrófitas aquáticas uma ampla
distribuição fitogeográfica, possibilitando o aparecimento de muitas espécies cosmopolitas.
13
Soma-se a isto a grande variedade de forma biológicas que as macrófitas
aquáticas podem apresentar, variando de acordo com Pott & Pott (2000) desde anfíbias
até epífitas (Fig. 1).
FIGURA 1 Formas biológicas das plantas aquáticas. 1 anfíbia, 2 emergente,
3 - flutuante fixa, 4 - flutuante livre (aqui representada uma Eichhornia crassipes
(Mart.) Solms), 5 - submersa fixa, 6 - submersa livre e 7 - epífita (adaptado de Pott
& Pott, 2000).
Somado a estes aspectos descritivos básicos, destaca-se o fato de que,
para pesquisadores como Zhu et al. (1999), Del Bubba et al. (2003) e Meuleman et al.
(2004) as áreas úmidas, e conseqüentemente as macrófitas aquáticas, são consideradas
“áreas de depuração”, tendo em vista que absorvem com grande eficiência os elementos
contidos no seu meio, no caso a água.
Uma das macrófitas aquáticas que, conforme tal Zhu et al. (1999) atua
como depuradora em áreas úmidas é o aguapé (Eichhornia crassipes (Mart.) Solms). As
descrições ecológicas e taxonômicas de Simpson & Sanderson (2002) definem E. crassipes
14
como sendo uma macrófita aquática de forma biológica flutuante livre, com sistema de
raízes fibrosas e com folhas de coloração verde escuras. Ainda de acordo com os autores,
suas folhas possuem pecíolo esponjoso inflado que possibilita a sua forma biológica
flutuante, além disso as flores possuem pétalas em tons de lilás claro à azul escuro, com
amarelo no centro da pétala superior, sendo dispostas em densas espigas projetadas para
fora da planta (Fig. 2).
FIGURA 2 - Estruturas de Eichhornia crassipes (Mart.) Solms.
1 Flor, 2 Limbo, 3 Pecíolo, 4 Rizoma (parcialmente
visível) e 5 – Raiz (adaptado de Simpson & Sanderson, 2002).
A reprodução de E. crassipes, com base em Gopal (1987) ocorre tanto
por propagação vegetativa quanto por reprodução sexuada. Na maioria das vezes, a
primeira ocorre de forma extremamente rápida, favorecendo a dominância da espécie em
1
2
3
4
5
15
ambientes onde tenha sido introduzida ou mesmo em áreas onde as condições ambientais
passem a favorecer o desenvolvimento. Esta forma de desenvolvimento se constitui na
formação de um estolão na base do pecíolo, de onde surge uma nova planta que, mais
tarde, irá se desligar da planta mãe.
Devido à existência de polinizadores específicos, a tendência é que a
reprodução sexuada ocorra apenas nas áreas onde E. crassipes é nativa. No Brasil, a
floração começa em outubro em continua por todos os meses de verão. Cada uma das
flores ficam abertas por um ou dois dias antes de murcharem. Quando todas as flores da
planta murcharem, a haste floral gradualmente inclina-se para dentro d’água e após 18
dias, as sementes são liberadas das cápsulas em direção ao fundo d’água, podendo
permanecer viva por cerca de 15 anos (Gopal, 1987).
Como referido anteriormente, a reprodução vegetativa é a mais
adotada pela espécie em climas mais quentes (Martins et al., 2005), como é o caso do
Brasil. Quando as condições o favoráveis, este processo é o mais rápido e permite a
formação de densas e grandes comunidades de aguapé em curto espaço de tempo.
Segundo Pott & Pott (2000) sua biomassa pode duplicar a cada duas semanas, ao fechar a
superfície da lâmina d’água pode atingir 50 t.ha
-1
de massa verde perfazendo o total de
2000 t.ha
-1
.ano
-1
.
Com base nas características biológicas citadas, uma relação direta
entre os elementos contidos na água e o desenvolvimento vegetativo de E. crassipes (Neves
et al., 2002). Isto faz com que, para que seja possível a análise da relação fatores abióticos
aquáticos x absorção de substâncias x desenvolvimento vegetativo, assim, segundo Wetzel
& Likens (1991) é necessária uma fase preliminar de análises para verificação e
quantificação das variáveis a serem estudadas, sendo biomassa uma destas análises.
As estimativas de biomassa de um ecossistema podem ser obtidas por
métodos diretos (destrutivo) ou indiretos (não destrutivo) (Thomaz et al., 2004). O
método direto é mais acurado e eficaz, porém mais difícil de ser executado, uma vez que
é praticamente impossível pesar todos os representantes vegetais de uma área. Em geral,
16
para contornar essa dificuldade, os trabalhos utilizam o método direto em poucas e
pequenas parcelas extrapolando os dados obtidos (Santos et al., 2006). O método indireto
é mais rápido, não necessitando a morte dos indivíduos, podendo amostrar uma área
maior e um maior número de indivíduos pois utiliza variáveis mais facilmente obtidas em
campo, como o largura e comprimento (Higuchi et al., 1998; Hairiah et al., 2001).
Alometria (sensu Niklas, 1995) pode ser definida como a relação entre
variáveis de tamanho de um organismo, podendo ser considerada como o estudo do
crescimento de uma parte do organismo em relação ao todo; como o estudo das
conseqüências do tamanho na forma do organismo, ou ainda; como a propriedade que
têm certos objetos de conservarem sua geometria e forma enquanto eles variam de
tamanho. Conforme Harvey & Pagel (1991), o estudo das relações alométricas” é
utilizado para descrever relações quantitativas entre mudanças no tamanho de diversos
organismos e uma variedade de características morfológicas, fisiológicas, de história de
vida ou de comportamento.
A relação mais utilizada em alometria de plantas é aquela entre o
diâmetro do tronco e a altura total da árvore. Com base nesta relação foram propostos
vários modelos que procuram explicar como se combinam as forças em um caule, de
modo que este se mantenha de e sustente uma copa (Sposito & Santos, 2001). Estes
modelos vêm sendo utilizados para se comparar grandes grupos taxonômicos
(Niklas, 1993), plantas com diferentes alturas (King, 1990), plantas pioneiras com plantas
de estádios sucessionais mais avançados (Rich et al., 1986) e diferentes espécies de árvores
em uma área (King, 1996).
Dessa forma, o Capítulo I do presente trabalho teve como objetivo
principal a comparação entre os resultados obtidos através de todos destrutivo e não
destrutivo na quantificação de biomassa de E. crassipes, em ambiente natural, a fim de
verificar a viabilidade de análises que evitem impactos na vegetação, envolvendo
procedimentos que não impliquem na sua destruição.
17
Os exemplares utilizados foram coletados na Lagoa Ruschel, que é um
pequeno reservatório localizado no município de Lajeado (RS), próximo ao Rio Taquari.
Em função do ambiente lêntico formado pelo reservatório uma exuberante cobertura de
macrófitas aquáticas livre flutuantes ocorre no local, sendo os principais elementos E.
crassipes (Mart.) Solms e Salvinia biloba Raddi (Fig. 3).
O clima da região, segundo o sistema de classificação climática de
Köppen, enquadra-se na zona temperada subtropical úmida (Moreno, 1961). Quanto ao
regime termo-pluviométrico, pode-se destacar duas estações, uma mais seca entre
novembro e março (90 mm mensais) e uma estação mais chuvosa entre abril e outubro
(130 mm mensais); as temperaturas médias oscilam entre 18°C e 20°C na estação mais
seca, e 12°C e 15°C na estação mais chuvosa (Centro de Informações
Hidrometerológicas da UNIVATES, 2005).
Para estimar a biomassa de E. crassipes foram utilizados dois sistemas de
quantificação: (1) sistema destrutivo com secagem do material em estufa e (2) sistema não
destrutivo com medida de largura e comprimento do limbo e do pecíolo.
A coleta de dados seguiu as seguintes etapas: i) as folhas coletadas foram
aquelas expostas acima da lâmina da água, as quais foram cortadas com o auxílio de
estilete; ii) foram separadas as folhas nas frações limbo e pecíolo; iii) foram realizadas
medidas de comprimento ao longo da nervura principal do limbo, comprimento máximo
do pecíolo, largura máxima perpendicular à nervura principal e o maior diâmetro
transversal do pecíolo com auxílio de paquímetro digital (Fig.4); iv) por fim os
exemplares foram encaminhadas para secagem em estufa.
18
FIGURA 3 – Vista geral da Lagoa dos Ruschel, município de Lajeado/RS.
19
LIMBOPECÍOLO
L
a
r
g
u
r
a
C
o
m
p
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m
e
n
t
o
L
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t
o
FIGURA 4 Folha de Eichhornia crassipes indicando os
dados alométricos coletados (destaque para os dados
diferenciados de pecíolo e limbo).
Os resultados deste estudo demonstraram que existe uma alta correlação
entre medidas de comprimento e largura do limbo e do pecíolo com a biomassa da
estrutura. A correlação entre comprimento e largura do pecíolo com a biomassa (r
s
=
0,7705; p<0,001) é menor que a correlação entre limbo e biomassa (r
s
= 0,8838;
p<0,001). Correlacionando dados alométricos com biomassa, determinou-se dois
sistemas de estimativa de biomassa para a parte aérea (limbo + pecíolo). Para fins de
comparação, coletaram-se outras folhas que o aquelas utilizadas para determinação do
modelo e compararam-se os dois métodos. Os valores de biomassa obtidos a partir do
sistema não destrutivo, quando comparados com os valores obtidos pelo sistema
destrutivo (secagem do material em estufa) se mostraram bastante similares. A
comparação entre o sistema de obtenção de biomassa utilizado no presente trabalho e o
sistema destrutivo demonstra que o primeiro é uma eficiente forma de quantificação de
biomassa de E. crassipes. Além disso, com a utilização dessa metodologia, é possível o
acompanhamento do crescimento vegetal ao longo do tempo, tornando viável relacioná-
lo com outras variáveis ambientais como disponibilidade de água e nutrientes.
20
O Capítulo II teve como objetivo a avaliação da eficiência de Eicchornia
crassipes no tratamento de efluentes de uma indústria do couro.
No processo industrial de curtimento mineral de couro são utilizados,
dentre outros componentes químicos, sais de cromo gerando um efluente bastante
diverso quimicamente. Os diversos constituintes ou poluentes encontrados no efluente
são removidos por processos físicos, químicos e biológicos. A indústria em que o
experimento da presente pesquisa foi instalado possui as seguintes etapas de tratamento
de efluentes: (1) preliminar, (2) primária, (3) secundária e (4) terciária.
Para que fossem atingidos os objetivos propostos para o presente
trabalho, montou-se um conjunto de 9 tanques experimentais de 1 m
3
de efluente, com
tempo de residência de cinco dias, sendo eles: 3 tanques com 100% de cobertura de E.
crassipes, 3 tanques com 50% de cobertura de E. crassipes, e 3 tanques controle sem plantas
(Fig. 5). Ressalta-se que o efluente de abastecimento dos tanques experimentais havia
passado pelas etapas de tratamento citadas acima. Para a definição da área de cobertura de
50%, foram considerados os estudos de McDonald & Wolverton (1980) e de Kawai &
Grieco (1983).
Número dos tanques
T1
T2
T3
T4 T5
T6
T7 T8
T9
50% 0
50%
100%
0
0
100%
100%
50%
Índice de cobertura vegetal
FIGURA 5 Croqui demonstrativo dos tanques piloto e a distribuição aleatória dos
tratamentos.
Para a definição da área de cobertura de 50%, foram considerados os
estudos de McDonald & Wolverton (1980) e de Kawai & Grieco (1983) que dissertam
sobre a relação entre a superfície de água coberta por aguapé e sua eficiência na remoção
21
de nutrientes, bem como sobre a densidade de espécimes e sua taxa de crescimento, que
tende a decrescer quanto maior a superfície coberta e, conseqüentemente, diminuição das
atividades biológicas relacionadas à assimilação de substâncias poluidoras.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e
desenvolvido entre os meses de fevereiro e maio de 2004, período este adequado
considerando as exigências de temperatura e intensidade luminosa que E. crassipes requer
para manter certa uniformidade no seu desenvolvimento, evitando assim pulsos de
infestações rápidas, as quais não são, de acordo com Esteves (1982), adequados para as
avaliações pretendidas.
Com base nos dados obtidos no referido trabalho pode-se concluir que o
fato do efluente produzido na empresa passar pelos tanques contendo E. crassipes podem
reduzir a quantidade de nutrientes presentes no mesmo.
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CAPÍTULO I
Estimativa da biomassa foliar de Eichhornia crassipes Mart. Solms por alometria
Artigo científico a ser apresentado para a Brazilian Journal of Biology,
publicação do Instituto Internacional de Ecologia.
Após o artigo científico em anexo, disponibilizou-se as instruções aos
autores, disponível em http://www.scielo.br/revistas/bjb/pinstruc.htm.
Dentro do sistema de classificação de periódicos, anais, jornais e revistas
denominado de Qualis/CAPES, a referida revista é classificada como A para a área de
avaliação ecologia e meio ambiente, com circulação nacional.
28
ESTIMATIVA DA BIOMASSA FOLIAR DE EICHHORNIA CRASSIPES
MART. SOLMS POR ALOMETRIA
Autor:
Cátia Viviane Gonçalves
Bióloga, aluna do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul e pesquisadora do Setor de Botânica e Paleobotânica do Museu de Ciências Naturais da
UNIVATES, Caixa Postal 155, CEP 95.900-000, Lajeado, RS, Brasil. (biologacatia@univates.br)
Figuras:
O presente artigo possui três (3) figuras.
Palavras-chave:
Aguapé, ambiente natural, alometria
Water hyacinth, natural environment, allometry
Título abreviado para a cabeça das páginas:
Estimativa da biomassa foliar de E. crassipes ...
Nome do autor correspondente:
Cátia Viviane Gonçalves
29
Abstract
(Estimative of the foliar biomass of Eichhornia crassipes Mart. Solms for allometry). The
estimates of biomass of an ecosystem can be gotten by methods direct (destructive) or indirect
(not destructive). However the majority of the methods uses destructive sampling of the
vegetation, being able these, to cause irreparable damages to the structure of the aquatic
vegetation and to the environment. The present article presents a model of attainment of
biomass of E. crassipes using measured of width and leaf length (limb + petiole) and data of
comparison between two methods. The used units had been collected in natural environment
in the City of Lajeado/RS. To estimate the biomass two methods had been used: (1)
destructive method with drying of the material in stove and (2) not destructive method with
measure of width and length. The correlation between length and width of petiole with the
biomass (rs = 0,7705; p<0,001) is minor who limb and biomass (rs = 0,8838; p<0,001).
Correlating given allometric with biomass if it determines two models of estimate of biomass
for the aerial part (limb + petiole). For comparison ends, one collected other leves that those
used for determination of the model and did not compare the two methods. The gotten values
of biomass from the model (not destructive method) when compared with the values gotten
with drying of the material in stove (destructive method) if had shown sufficiently similar for
the test t of Student. The comparison enters the model of attainment of biomass gotten for the
present work and destructive method demonstrates that the not destructive method is an
efficient form of attainment of biomass of E. crassipes. Beyond providing the accompaniment
of the vegetal growth throughout the time (without its destruction) and relating it with other
ambient and variable as water availability and nutrients.
30
Resumo
(Estimativa da biomassa foliar de Eichhornia crassipes Mart. Solms por alometria). As
estimativas de biomassa de um ecossistema podem ser obtidas por métodos diretos
(destrutivos) ou indiretos (não destrutivo). Porém a maioria dos estudos emprega amostragem
destrutiva da vegetação, podendo estes, causar danos irreparáveis à estrutura da vegetação
aquática e ao ambiente. O presente artigo apresenta um modelo de obtenção de biomassa de E.
crassipes utilizando medidas de largura e comprimento de folha (limbo + pecíolo) e dados de
comparação entre dois métodos. Os exemplares utilizados foram coletados em ambiente
natural no Município de Lajeado/RS. Para estimativa de biomassa foram utilizados dois
métodos: (1) método destrutivo com secagem do material em estufa e (2) método não
destrutivo com medida de largura e comprimento. Os resultados deste estudo demonstram que
existe uma alta correlação entre medidas de comprimento e largura do limbo e do pecíolo com
a biomassa da estrutura. A correlação entre comprimento e largura do pecíolo com a biomassa
(r
2
= 0,7705; p<0,001) é menor que a correlação entre limbo e biomassa (r
2
= 0,8838;
p<0,001). Através da correlação dos dados alométricos com a biomassa pode-se determinar
dois modelos de estimativa de biomassa para a parte aérea (limbo + pecíolo). Para fins de
comparação, foram coletadas outras folhas que não aquelas utilizadas para determinação do
modelo e compararam-se os dois métodos. Os valores de biomassa obtidos a partir do modelo
(método não destrutivo) quando comparados com os valores obtidos com secagem do material
em estufa (método destrutivo) se mostraram bastante similares pelo teste t de Student. A
comparação entre o modelo de obtenção de biomassa efetuado no presente trabalho e o
método destrutivo demonstra que o método não destrutivo é uma eficiente forma de obtenção
de biomassa de E. crassipes, uma vez que proporciona o acompanhamento do crescimento
vegetal ao longo do tempo (sem sua destruição) e a correlação com outras variáveis
ambientais, como disponibilidade de água e nutrientes.
31
INTRODUÇÃO
As áreas úmidas cobrem grandes extensões nos trópicos em geral, e em especial no Brasil.
Estas áreas têm funções importantes nas paisagens, servindo para armazenamento de água,
tampões climáticos locais, fontes e receptores de elementos de ciclos biogeoquímicos, habitats
para plantas e animais altamente adaptados (Jepsen e Winemiller, 2002).
Em termos de vegetação, pode-se dizer que as macrófitas aquáticas, por estarem bem
adaptadas a ambientes alagados, são as plantas que melhor caracterizam as áreas úmidas.
Estes vegetais têm suas partes fotossintetizantes permanentemente, ou por diversos meses,
todos os anos, total ou parcialmente submersas em água doce ou salobra, podendo ainda ser
flutuantes. Além disso, normalmente, as plantas aquáticas têm uma distribuição mais ampla
do que a maioria das plantas terrestres, fato decorrente da maior homogeneidade dos
ambientes aquáticos, o que possibilita às macfitas aquáticas uma ampla distribuição
fitogeográfica, possibilitando o aparecimento de muitas espécies cosmopolitas (Irgang e
Gastal Jr., 1996).
Avaliações de macrófitas aquáticas presentes em áreas úmidas requerem uma fase preliminar
de análises para verificação e quantificação das variáveis a serem estudadas. Entre estas
variáveis estão matéria orgânica, oxigênio dissolvido, temperatura e quantidade de biomassa
(Thomaz et al., 2004). As estimativas de biomassa de um ambiente aquático podem ser
obtidas por métodos diretos (destrutivo) ou indiretos (não destrutivo). O método direto é mais
acurado e eficaz, porém de mais difícil aplicação, uma vez que, na prática, determinar a
biomassa de todos os representantes vegetais de uma área demanda grande trabalho, além de
implicar na morte dos espécimes. Assim, para contornar essa dificuldade, vêm sendo
utilizados métodos diretos em poucas e pequenas parcelas extrapolando os dados obtidos
(Thomaz et al., 2004). Por outro lado, o método indireto é mais rápido, não sendo necessária a
morte dos indivíduos, e sendo possível a amostragem de uma área maior, com avaliação de
32
um maior número de indivíduos, pois utiliza variáveis mais facilmente obtidas em campo,
como o largura e comprimento dos estandes (Higuchi et al., 1998; Hairiah et al., 2001).
O estudo aqui apresentado se concentra em Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, pretendendo
servir de modelo a outras espécies de macrófitas aquáticas.
As descrições ecológicas e taxonômicas de Simpson e Sanderson (2002) caracterizam a E.
crassipes como sendo uma macrófita aquática de forma biológica flutuante livre, com sistema
de raízes fibrosas com folhas de coloração verde escuras. Suas folhas possuem pecíolo
esponjoso inflado que possibilita a sua forma biológica flutuante.
E. crassipes, conforme Gopal (1987), possui tanto propagação vegetativa quanto reprodução
sexuada; a primeira ocorre de forma extremamente rápida favorecendo a dominância da
espécie em ambientes onde tenha sido introduzida ou mesmo em áreas onde as condições
ambientais favorecem o desenvolvimento. Esta forma de desenvolvimento se constitui na
formação de um estolão na base do pecíolo, de onde surge uma nova planta que mais tarde irá
se desligar da planta mãe.
Devido à existência de polinizadores específicos, a tendência é que a reprodução sexuada
ocorra apenas nas áreas onde E. crassipes é nativa. Quando todas as flores da planta murcham,
a haste floral gradualmente se inclina para dentro d’água e, caso tenha havido
polinização/fecundação, após 18 dias as sementes são liberadas das cápsulas em direção ao
fundo d’água, podendo permanecer viáveis por cerca de 15 anos (Gopal, 1987).
Mesmo assim, segundo Pott e Pott (2000), em climas quentes, a reprodução vegetativa é mais
rápida que a sexuada, de forma que se observa a formação de densas e grandes comunidades
de E. crassipes em curto espaço de tempo. Sua biomassa pode duplicar a cada duas semanas e,
cobrir totalmente a lâmina d’água atingindo 50 t.ha
-1
de massa verde, perfazendo,em alguns
casos, um total de 2000 t.ha
-1
.ano
-1
(Pott e Pott, 2000).
33
O presente trabalho tem como objetivos: (1) determinar uma equação matemática de obtenção
de biomassa por método não destrutivo; (2) comparação entre os resultados obtidos através de
métodos destrutivo e não destrutivo na determinação de biomassa de E. crassipes; e (3)
auxiliar em estudos que envolvam o monitoramento das escies sem a sua destruição.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de Estudo
As plantas se encontravam em um pequeno reservatório natural localizado no Município de
Lajeado (RS), próximo ao Rio Taquari (Coordenadas UTM – Zona 22, N 6.743.126 e E
409.137). O ambiente lêntico formado pelo reservatório uma exuberante cobertura de
macrófitas aquáticas livre flutuantes ocorre no local, sendo Eichhornia crassipes (Mart.)
Solms a espécie dominante, acompanhada de Salvinia biloba Raddi.
Segundo o sistema de classificação climática de Köppen, o clima da região é subtropical
úmida (Moreno, 1961) com uma estação mais seca entre novembro e março (90 mm mensais)
e uma estação mais chuvosa entre abril e outubro (130 mm mensais). As temperaturas médias
oscilam entre 18 °C e 20 °C na estação mais seca, e 12 °C e 15 °C na estação mais chuvosa
(Centro de Informações Hidrometerológicas da UNIVATES, 2005).
Estimativa de Biomassa
No presente estudo foram coletados 106 folhas de Eichhornia crassipes na área de estudo.
Para estimar a biomassa de E. crassipes foram utilizados dois métodos: (1) método destrutivo
com secagem do material em estufa e (2) método não destrutivo com medida de largura e
comprimento dos limbo e do pecíolo. Quando da coleta de dados, considerou-se apenas uma
folha por espécime coletado, sendo esta escolhida ao acaso e representando idades foliares
34
diversas. As identificações numeradas das folhas e as medidas foliares foram realizadas em
campo, com o objetivo de evitar que a perda de turgidez das folhas pudesse alterar os
resultados.
A coleta de dados seguiu as seguintes etapas: i) as folhas coletadas foram aquelas expostas
acima da lâmina da água, as quais foram cortadas com o auxílio de estilete; ii) foram
separadas as folhas nas frações limbo e pecíolo; iii) foram realizadas medidas de comprimento
ao longo da nervura principal do limbo, comprimento máximo do pecíolo, largura máxima
perpendicular à nervura principal e o maior diâmetro transversal do pecíolo com auxílio de
paquímetro digital; iv) por fim os exemplares foram encaminhadas para secagem em estufa a
70 ºC até peso constante.
Dentre os tratamentos estatísticos testados, regressões múltiplas com duas variáveis preditoras
apresentaram os melhores resultados. As equações preditivas do modelo obtidas a partir delas
foram instrumentos na determinação da viabilidade da utilização do método não destrutivo
para obtenção de biomassa. As análises estatísticas foram realizadas no programa denominado
de Projeto R. Para fins de verificação das equações matemáticas obtidas, coletou-se 20 folhas
que não aquelas utilizadas para determinação do modelo e comparou-se a biomassa
determinada pelo método destrutivo com a obtida pelas equações preditivas do modelo aqui
propostas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo demonstram que existe uma alta correlação entre medidas de
comprimento e largura do limbo e do pecíolo com a biomassa da planta.
A correlação entre comprimento e largura do pecíolo com sua biomassa (r
2
= 0,7705;
p<0,001) é menor que a correlação entre o comprimento e largura do limbo com sua biomassa
(r
2
= 0,8838; p<0,001), conforme Fig. 1 e 2.
35
Figura 1
Figura 2
Correlacionando os dados alométricos com a biomassa se determina as seguintes equações
preditivas do modelo de obtenção de biomassa, sendo X1 = largura e X2 = comprimento,
ambos expressos em centímetros, resultando em um método não destrutivo de obtenção de
biomassa.
Equação da biomassa do limbo (em gramas)
BL = (0,0168 * X1) + (0,0527 * X2) – 0,1246
Equação da biomassa do pecíolo (em gramas)
BP = (0,0374 * X1) + (0,0337 * X2) – 0,1067
Os valores de biomassa obtidos a partir da equação aqui proposta (método não destrutivo)
quando comparados com os valores obtidos com secagem do material em estufa (método
destrutivo) se mostraram bastante similares, conforme Fig. 3, não havendo diferenças
estatísticas significantes pelo teste t (p = 0,0739), sendo que o valor da estatística de teste para
testar a igualdade dos valores médios das duas situações é de 1.838 (p>0,05).
Figura 3
Uma vez que foram coletadas folhas de diferentes idades e ainda assim os resultados obtidos
através da equação preditiva ainda é válido, pode-se imaginar que não ocorrem processos
significativos de diferenciação celular durante o crescimento da planta.
36
Métodos não destrutivos vêm sendo utilizados por autores como Mahujchariyawong e Ikeda
(2001), Greco e Freitas (2002), Henry-Silva e Camargo (2003) e Santos et al. (2006) para
avaliação de biomassa vegetal de macrófitas aquáticas. Todavia estes autores não concentram
a sua atenção nas plantas em si, mas em amostragens por meio de quadrados para
determinação da biomassa.
Por outro lado, a alometria é utilizada por autores como Alves et al. (2004) e Marchi e Pitelli
(2003) para definição de áreas foliares sem, no entanto, aplicarem seus dados à biomassa.
Todavia, o método aqui apresentado baseia-se na premissa de que os dados alométricos são,
também, importantes para definição de biomassa, ao menos em E. crassipes, tendo em vista
os resultados obtidos pela metodologia destrutiva não diferirem estatisticamente dos
resultados aqui alcançados por método não destrutivo.
Outro fator fundamental é que as avaliações que utilizam amostragens por meio de quadrados,
o fazem de forma sazonal fato que gera, uma diferenciação dos valores de biomassa obtidos
por área ocupada em cada período do ano, o que permite uma avaliação da perda ou do ganho
de biomassa total no tempo, sem, no entanto, considerar a biomassa de cada escime
individualmente.
CONCLUSÃO
A comparação entre o modelo matemático de determinação da biomassa obtido pelo presente
trabalho e método destrutivo demonstra que o método não destrutivo é uma eficiente técnica
de estimativa de biomassa de E. crassipes.
Sugere-se que estimativas relativamente simples e precisas da biomassa do limbo foliar de E.
crassipes podem ser obtidas pela equação [(0,0168 * X1) + (0,0527 * X2) – 0,1246] e que
estimativas da biomassa do pecíolo foliar podem ser obtidas pela equação [(0,0374 * X1) +
37
(0,0337 * X2) – 0,1067], com coeficiente de determinação da ordem de 0,7705 e 0,8838,
respectivamente.
O modelo obtido proporciona o acompanhamento do crescimento de E. crassipes ao longo do
tempo podendo ainda ser relacionado com outras variáveis ambientais como disponibilidade
de água e nutrientes.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Setor de Botânica e Paleobotânica do Museu de Ciências Naturais
da UNIVATES e ao Laboratório de Limnologia do Instituto de Biociências da UFRGS pelo
incentivo e suporte.
38
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São Carlos: RiMa. 371p.
40
Figura 1 – Representação gráfica das correlações largura x comprimento x biomassa para o
limbo foliar (r
2
= 0,8838; p<0,001).
41
Figura 2 – Representação gráfica das correlações largura x comprimento x biomassa para o
pecíolo foliar (r
2
= 0,7705; p<0,001).
42
Figura 3 – Boxplot da determinação da biomassa pelo método não-destrutivos e pelo método
destrutivos de biomassa.
43
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Finalidade e normas gerais
A Brazilian Journal of Biology publica resultados de pesquisa original em qualquer ramo
das ciências biológicas. Estará sendo estimulada a publicação de trabalhos nas áreas de
biologia celular, sistemática, ecologia (auto-ecologia e sinecologia) e biologia evolutiva, e que
abordem problemas da região neotropical.
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serão publicados desde que previamente propostos e aprovados pela Comissão Editorial.
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um assessor, será usualmente pedida a opinião de um outro. Os trabalhos serão publicados na
ordem de aceitação pela Comissão Editorial, e não de seu recebimento. Serão fornecidas
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44
nomes como Pereira-Neto J. Usar e, y, and, et em vez de & para ligar o último co-autor aos
antecedentes.
Os trabalhos devem ser redigidos de forma concisa, com a exatidão e a clareza necessárias
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provas de impressão, muito onerosas e cujo pagamento ficará sempre a cargo do autor. Os
trabalhos (incluindo ilustração e tabelas) devem ser submetidos em triplicata (original e duas
cópias).
Serão considerados para publicação apenas os artigos redigidos em inglês. Todos os trabalhos
deverão ter resumos em inglês e português. Esses resumos deverão constar no início do
trabalho e iniciar com o título traduzido para o idioma correspondente. O Abstract e o
Resumo devem conter as mesmas informações e sempre sumariar resultados e conclusões.
Em linhas gerais, as diferentes partes dos artigos devem ter a seguinte seriação:
1
a
página – Título do trabalho. Nome(s) do(s) autor(es). Instituição ou instituições, com
endereço. Indicação do número de figuras existentes no trabalho. Palavras-chave em
português e inglês (no máximo 5). Título abreviado para cabeça das páginas. Rodapé: nome
do autor correspondente e endereço atual (se for o caso).
2
a
página e seguintes – Abstract (sem título). Resumo: em português (com título);
Introduction, Material and Methods, Results, Discussion, Acknowledgements.
Em separado – References, Legends to the figures, Tables and Figures.
O trabalho deverá ter, no máximo, 25 páginas, incluindo tabelas e figuras.
A seriação dos itens de Introduction e Acknowledgements só se aplica, obviamente, a
trabalhos capazes de adotá-la. Os demais artigos (como os de Sistemática) devem ser
redigidos de acordo com critérios geralmente aceitos na área.
Referências Bibliográficas – No texto, será usado o sistema autor–ano para citações
bibliográficas, utilizando-se ampersand (&) no caso de 2 autores. As referências,
datilografadas em folha separada, devem constar em ordem alfabética. Deverão conter nome(s)
e iniciais do(s) autor(es), ano, título por extenso, nome da revista (abreviado e sublinhado),
volume e primeira e última páginas. Citações de livros e monografias deverão também incluir
a editora e, conforme citação, indicar o capítulo do livro. Deve(m) também ser referido(s)
nome(s) do(s) organizador(es) da coletânea. Exemplos:
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Para outros pormenores, veja as referências bibliográficas deste fascículo.
A revista publicará um Índice inteiramente em inglês, para uso das revistas internacionais de
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arábicos) ao estritamente necessário. No texto do manuscrito, o autor indicará os locais onde
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Símbolos e abreviaturas devem ser definidos no texto principal e/ou legendas.
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altura por 25 cm de largura e incluir barra(s) de calibração.
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direito de dispor esse material do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação.
Todos os desenhos devem ser feitos à tinta da China e apresentados de tal forma que
seja possível sua reprodução sem retoques. As fotografias devem vir em papel brilhante. Nas
fotos, desenhos e tabelas deve-se escrever, a lápis, no verso, o nome do autor e o título do
trabalho.
Disquete – Os autores são encorajados a enviar a versão final (e somente a final), já aceita, de
seus manuscritos em disquete. Textos devem ser preparados em Word for Windows e
acompanhados de uma cópia idêntica em papel.
Recomendações Finais : Antes de remeter seu trabalho, preparado de acordo com as
instruções anteriores, deve o autor relê-lo cuidadosamente, dando atenção aos seguintes itens:
correção gramatical, correção datilográfica (apenas uma leitura sílaba por sílaba a garantirá),
correspondência entre os trabalhos citados no texto e os referidos na bibliografia, tabelas
e figuras em arábicos, correspondência entre os números de tabelas e figuras citadas no texto
e os referidos em cada um e posição correta das legendas.
46
PESQUISA DE PERIÓDICO POR TÍTULO
Titulo:
Relação de Periódicos - Classificação relativa a dados de 2004
Critérios de Classificação do Qualis por Área
ISSN Título Classificação
Circulação Área de Avaliação
1519-6984 Brazilian Journal of Biology A Internacional CIÊNCIAS BIOLÓGICAS I
1519-6984 Brazilian Journal of Biology A Nacional ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE
1519-6984 Brazilian Journal of Biology B Nacional ENGENHARIAS I
1519-6984 Brazilian Journal of Biology C Nacional MEDICINA I
1519-6984 Brazilian Journal of Biology C Internacional ODONTOLOGIA
1519-6984 Brazilian Journal of Biology A Nacional MEDICINA VETERINÁRIA
1519-6984 Brazilian Journal of Biology A Nacional CIÊNCIAS AGRÁRIAS
1519-6984 Brazilian Journal of Biology A Nacional MULTIDISCIPLINAR
CAPÍTULO II
Fitoacumulação de cromo em Eichhornia crassipes (Mart.) Solms disposta em sistema de
tratamento de efluentes da indústria de couro
Artigo técnico a ser apresentado para Brazilian Archives of Biology and
Technology, órgão de publicação oficial do Instituto de Tecnologia do Paraná.
Após o artigo cnico em anexo, disponibilizou-se as instruções aos
autores, disponível em http://everest3.tecpar.br/babt/babt-normas.php.
Dentro do sistema de classificação de periódicos, anais, jornais e revistas
denominado de Qualis/CAPES, a referida revista é classificada como A para a área de
avaliação ecologia e meio ambiente, com circulação nacional.
48
Fitoacumulação de cromo em Eichhornia crassipes (Mart.)
Solms disposta em sistema de tratamento de efluentes de
indústria de couro
Cátia Viviane Gonçalves
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Instituto de Biociências da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Bióloga do Setor de Botânica e Paleobotânica do Museu de Ciências Naturais da
UNIVATES (www.univates.br/mcn)
Rua Avelino Tallini, 171, CEP 95.900-000, Lajeado/RS, Brasil.
(biologacatia@univates.br)
ABSTRACT
Aquatic plants come being used successfully for fitorremediação of aquatic, natural or
constructed environments, with objective of elimination or reduction of chemical elements. This study
it demonstrates to the potential of Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, aquatic plant of free floating
habit, for the fitorremediação of three chemical elements still gifts in effluent the proceeding one from
the station of treatment of effluent of the industry of the leather. The experiment was composed of 9
tanks of 1 m
3
and three treatments, being they: i) tank has controlled without plants, II) tank with 50%
of vegetal covering, and III) tank with 100% of vegetal covering. The removals of DBO
5
, DQO had
been mensuradas during the evaluation, N, P and Cr of effluent and the aerial part of E. crassipes. The
gotten results had allowed to conclude that the presence of plants is efficient for the chromium
removal, for the too much parameters, only the time of residence of 5 days in the tanks already
presented reductions of the pollutants.
KEYWORDS: Eichhornia crassipes, chromium absorption, tertiary treatment system.
49
INTRODUÇÃO
Estudos como os de Oliveira et al. (2001), Machado (2003) e Martins et al. (2005) indicam a
crescente preocupação com a preservação dos recursos hídricos, bem como o interesse na detecção de
possíveis fontes de contaminação, as quais possam e devam ser tratadas de forma a permitir a sua
descontaminação. Concomitantemente, autores como Reddy et al. (1983), Knight et al. (1999),
Warwick & Broch (2003) e Mangabeira et al. (2004) definem que várias espécies de vegetais
aquáticos podem ser utilizadas como alternativas para contribuírem na solução destes problemas.
Um destes grupos de vegetais aquáticos são as macrófitas aquáticas, denominação utilizada
para caracterizar plantas que habitam desde brejos até ambientes verdadeiramente aquáticos e que
apresentam várias adaptações morfológicas e fisiológicas que as tornam capazes de colonizar os
diversos ambientes (Schemin-Dias et al. 1999). Essa capacidade de depuração, conforme Pompêo et al.
(1997), pode estar relacionada ao papel que estas plantas apresentam na troca de nutrientes entre o
sedimento e a coluna d’água.
Além disso, autores como Gopal & Sharma (1979), Reddy & Debusk (1987) e Greenway
(1997) associam esta característica à elevada capacidade de algumas espécies de assimilação e
estocagem de nutrientes e às suas altas taxas de produção primária.
Estudos mais específicos como os de Wooten & Dood (1976), Weber & Tchobanoglous
(1985), Brix & Scherup (1989), Casabianca (1995), Karpiskak et al. (1996), Ennabili et al. (1998),
Salati et al. (1999), Farahbakhshazad et al. (2000) e Chandra & Kulshreshtha (2004) vêm
comprovando a eficiência de macrófitas aquáticas no tratamento de efluentes. Entre as macrófitas
aquáticas utilizadas para fins de tratamento de efluentes Muramoto & Oki (1983) e Wilson et al. (2005)
definem Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (aguapé) como sendo a que apresenta melhor capacidade
de absorção e de tolerância a grandes quantidades de íons de metais pesados.
Com base nas descrições de Simpson & Sanderson (2002) é possível observar que, devido à
sua morfologia, além das raízes, as folhas do aguapé também estabelecem contato direto com a
solução em que se desenvolvem, de forma que estes órgãos poderiam absorver metais pesados tanto
quanto as raízes (Oliveira et al. 2001).
Todavia, a absorção dos metais pesados pelas raízes, e sua subseqüente translocação para a
parte aérea, ou a resposta morfológica do pecíolo e limbo à solução em que se desenvolve são pouco
conhecidas (Cakmak et al. 2000).
O objetivo da presente pesquisa é avaliar a eficiência de Eicchornia crassipes no tratamento
de efluentes de uma indústria do couro.
MATERIAIS E MÉTODOS
No processo industrial de curtimento mineral de couro o utilizados, entre outros
componentes químicos, sais de cromo com o objetivo de tornar as peles tenazes e resistentes à
putrefação. Os diversos constituintes ou poluentes encontrados no efluente da indústria coureira
podem ser removidos por processos sicos, químicos e biológicos. A indústria em que este
experimento foi instalado possui as seguintes etapas de tratamento de efluentes: (1) preliminar, (2)
primária, (3) secundária e (4) terciária.
Para que fossem atingidos os objetivos propostos para o presente trabalho, montou-se um
conjunto de 9 tanques experimentais de 1 m
3
de efluente, com tempo de residência de cinco dias,
sendo eles: 3 tanques com 100% de cobertura de Eichhornia crassipes, 3 tanques com 50% de
cobertura de Eichhornia crassipes, e 3 tanques controle sem plantas (Fig. 1). Ressalta-se que o
efluente de abastecimento dos tanques experimentais havia passado pelas etapas de tratamento
50
citadas acima. Para a definição da área de cobertura de 50%, foram considerados os estudos de
McDonald & Wolverton (1980) e de Kawai & Grieco (1983).
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e desenvolvido entre os meses de
fevereiro e maio de 2004, período este adequado considerando as exigências de temperatura e
intensidade luminosa que Eichhornia crassipes requer para manter uniformidade no seu
desenvolvimento, evitando assim pulsos de infestações rápidas que são, de acordo com Esteves (1982),
inadequados para as avaliações pretendidas no presente estudo.
Número dos tanques
T1
T2
T3
T4 T5
T6
T7 T8
T9
50% 0
50%
100%
0
0
100%
100%
50%
Índice de cobertura vegetal
Figura 1 – Esquema demonstrativo da distribuição dos tanques utilizados no experimento. Vazão de
efluente:
0,47 L.min
-1
durante 8 horas por dia.
Os exemplares de Eichhornia crassipes introduzidos nos tanques experimentais foram
coletados em ambiente úmido (município de Estrela/RS, Brasil) livre de qualquer despejo de poluentes.
Foram selecionados exemplares quanto à uniformidade de tamanho e forma, desinfetados durante
1 minuto em solução de hipoclorito de sódio 1% e então colocados 15 exemplares em cada tanque,
abastecidos com água corrente proveniente de poço artesiano, onde foram mantidas por 7 dias. A
desinfecção com hipoclorito de sódio e a o tratamento prévio com água de poço artesiano serviu para a
eliminação de algas e protozoários oriundos do local de coleta que poderiam vir a interferir nos
resultados.
Após esse período, os tanques passaram a receber o efluente proveniente da Estação de
Tratamento de Efluentes (ETE), mantida uma vazão constante de 0,42 L.min
-1
para circulação do
efluente, obtendo-se 5 dias de tempo de residência.
Para determinação de biomassa aérea das macrófitas aquáticas presentes em cada tanque,
realizou-se a contagem e marcação de todos os limbos foliares, sendo que a cada contagem semanal,
foram determinadas as superfícies foliares de 15 folhas (limbos e pecíolos). As marcações foram
efetuadas com perfurador manual, e as medições de largura e comprimento com paquímetro digital.
Com base nesses dados e utilizando a metodologia descrita por Gonçalves et al. (2005) obteve-se os
valores de biomassa. A idade das folhas foi determinada com base na marcação semanal nas folhas
jovens.
As áreas de cobertura com plantas foram mantidas com a retirada de indivíduos ao acaso, os
quais eram destinados ao leito de secagem da empresa. No caso específico do tanque com cobertura de
50%, a definição desta porcentagem foi feita com a utilização de uma barreira física móvel de
contenção, a qual era introduzida no tanque no momento da retirada dos indivíduos em excesso.
Considerando que o tempo de residência do efluente avaliado nos tanques experimentais é de
5 (cinco) dias, fez-se a medição dos valores de demanda bioquímica de oxigênio (DBO
5
), demanda
química de oxigênio (DQO), nitrogênio total (N total), fósforo total (P total) e cromo total (Cr total),
na entrada sempre 5 dias antes de efetuar os mesmos na saída, visando avaliar a real capacidade de
depuração de E. crassipes neste tipo de sistema.
51
Para avaliação da quantidade e distribuição de cromo nos diversos tratamentos, as plantas
foram coletadas, identificadas quanto à idade das folhas e após secas em estufa e trituradas em moinho.
Para a realização das análises químicas de nitrogênio total (N total), fósforo total (F total) e cromo
total (Cr total) na biomassa, as amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Análise de Solo,
Água e Resíduo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para determinação segundo Standard
Methods (APHA 2000). As datas de amostragens foram as mesmas que as anteriores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo von Sperling (2005) nas estações de tratamento de efluentes são várias as atividades
cujo controle envolve determinações de pH. Considerando que a faixa de pH para lançamento de
efluentes em recursos hídricos é de 5 a 9, conforme a Resolução CONAMA 357/2005, monitorou-se
diariamente o pH dos tanques, sendo os valores obtidos na faixa entre 6 e 7,2, o que caracteriza um
ambiente adequado para o desenvolvimento de Eichhornia crassipes e a impossibilidade de redução
de cromo hexavalente à forma trivalente (Zeng et al. 2005). Não foi observada alteração da faixa de
pH na passagem do efluente pelos tanques, sendo baixa a possibilidade de redução de cromo
hexavalente à forma trivalente.
A DBO
5
é um parâmetro importante no controle das eficiências das estações de tratamento
uma vez que corresponde a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por
decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável (von Sperling 2005). Observa-se
diminuição dos valores de DBO
5
no efluente após a passagem pelos tanques, porém não é significativa
a diferença entre os tratamentos, indicando que o tempo de permanência foi mais importante do que a
presença ou não de Eichhornia crassipes (Fig. 2).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1 2 3 4
Períodos de amostragem
DBO
5
, mg.L
-1
23/FEV 08/MAR 22/MAR 12/ABR
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
Figura 2 - Valores de demanda bioquímica de oxigênio nos diferentes tratamentos e períodos de
amostragem. Legenda: efluente de entrada; controle (branco, sem plantas); sem manejo (100%
de cobertura vegetal) e com manejo (50% de cobertura vegetal).
52
Von Sperling (2005) cita ainda que a DQO é um parâmetro útil para avaliação dos sistemas de
tratamento, principalmente quando utilizada conjuntamente com a DBO
5
, para observar a
biodegradabilidade dos efluentes. Desta forma os resultados da DQO de uma amostra são superiores
aos de DBO
5
, quanto mais os valores de DBO
5
se aproximarem da DQO, isto significa que mais
facilmente biodegradável será o efluente. A relação DQO/DBO
5
durante as amostragens ficaram
próximas a 3/1. Independente dos tratamentos, os valores de DQO obtidos não se alteram
significativamente após a passagem pelos tanques (Fig. 3).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4
Períodos de amostragem
DQO, mg.L
-1
23/FEV 08/MAR 22/MAR 12/ABR
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
Figura 3 - Valores de demanda química de oxigênio nos diferentes tratamentos e períodos de
amostragem. Legenda: efluente de entrada; controle (branco, sem plantas); sem manejo (100%
de cobertura vegetal) e com manejo (50% de cobertura vegetal).
Nitrogênio e fósforo constituem-se nos dois macronutrientes mais importantes nos processos
biológicos, por serem exigidas grandes quantidades desses compostos pelas células (Kerbauy 2004).
Assim, tornam-se parâmetros imprescindíveis para caracterização de efluentes a serem tratados por
processos biológicos.
Segundo Corrêa et al. (2002), o crescimento do aguapé é diretamente proporcional ao
fornecimento de níveis baixos ou moderados de nutrientes. Quando os nutrientes se encontram em
concentrações elevadas, não ocasionam aumento do crescimento da planta, mas acarretam sua
assimilação luxuriante.
Porém, assim como nos experimentos de Dellarossa et al. (2001), os tanques recebiam uma
quantidade mínima necessária de nutrientes, não constituindo portanto, o efluente como um fator
limitante de crescimento.
Lopes-Ferreira (1995) constatou o efeito depurador de macrófitas no tratamento de esgotos
sanitários, reduzindo a carga de nutrientes, de coliformes fecais e a demanda bioquímica de oxigênio,
por meio de adsorção de material orgânico particulado e dissolvido pelas raízes. O autor afirma ainda
que a alta concentração de nutrientes satura as plantas, podendo ocorrer degeneração no metabolismo,
embora a assimilação luxuriante possa ser limitada por algum mecanismo de defesa.
Nas coletas dos dias 28 de fevereiro e 12 de março observa-se que a quantidade de nitrogênio
total presente na entrada dos tanques e na saída são muito próximas indicando que neste período a
Eichhornia crassipes não utilizou grandes quantidades do nitronio disponível no efluente. Nas
coletas seguintes, 27 de março e 17 de abril, observa-se que houve diminuição significativa da
quantidade de nitrogênio presente após a passagem pelos tanques, porém não diferença entre os
tratamentos (sem plantas e com plantas) indicando que o tempo de residência foi mais importante do
que a presença ou não de Eichhornia crassipes (Fig. 4).
53
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
1 2 3 4
Períodos de amostragem
Nitrogênio total, mg.L
-1
23/FEV 08/MAR 22/MAR 12/ABR
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
Figura 4 - Valores de nitrogênio total nos diferentes tratamentos e períodos de amostragem. Legenda:
efluente de entrada; controle (branco, sem plantas); sem manejo (100% de cobertura vegetal) e
com manejo (50% de cobertura vegetal).
As quantidades de fósforo total medidas indicam diminuição da carga poluente após a
passagem pelos tanques, sendo bastante interessante os valores obtidos no tanque com manejo, uma
vez que estes ficaram muito próximos nas diferentes coletas, independente da quantidade de entrada.
Segundo Kerbauy (2004) na falta de fósforo no meio externo, a velocidade da absorção pode aumentar
2 a 4 vezes, dependendo da espécie, podendo ser um indicativo dos valores observados nos tanques.
Entre os tratamentos, os resultados são bastante diversos indicando uma sutil eficiência nos tanques
com Eichhornia crassipes (Fig. 5).
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
1 2 3 4
Período de amostragem
Fósforo total, mg.L
-1
23/FEV 08/MAR 22/MAR 12/ABR
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
Figura 5 - Valores de fósforo total nos diferentes tratamentos e períodos de amostragem. Legenda:
efluente de entrada; controle (branco, sem plantas); sem manejo (100% de cobertura vegetal) e
com manejo (50% de cobertura vegetal).
De acordo com Taiz et al. (2004), o cromo não possui essenciabilidade comprovada na
nutrição das plantas. Com base nos resultados, pode-se perceber claramente que os efluentes que
passaram pelos tanques com a presença de Eichhornia crassipes apresentaram diminuição na carga de
cromo total, enquanto é mínima a diferença entre o efluente de entrada e de saída do tanque controle,
indicando que tempo de permanência não é condição de diminuição da carga de cromo (Fig. 6).
54
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 2 3 4
Períodos de amostragem
Cromo total, mg.L
-1
23/FEV 08/MAR 22/MAR 12/ABR
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
Figura 6 – Concentrações de cromo total nos diferentes tratamentos e períodos de amostragem.
Legenda: efluente de entrada; controle (branco, sem plantas); sem manejo (100% de cobertura
vegetal) e com manejo ( 50% de cobertura vegetal).
Quando analisados os tecidos vegetais e comparando-se as concentrações de nutrientes de
Eichhornia crassipes provenientes dos tanques piloto abastecidos com efluente com plantas
desenvolvidas em ambiente natural, observa-se que na primeira coleta houve incremento de nitrogênio
e pequena perda de fósforo, sendo que a presença de cromo nos tecidos foi incrementada.
A partir desse momento, as demais coletas demonstram que a quantidade de cromo absorvida
é cumulativa ficando evidente isso na comparação entre os tanques com e sem manejo, onde os
resultados de maior carga de cromo é observada no tanque sem manejo. Comparando-se a absorção de
Cr, N e P, observa-se que ocorre uma menor absorção de nitrogênio e fósforo a partir da segunda
coleta, quando as plantas já estão com um nível mais elevado de cromo nos tecidos (Fig. 7).
A assimilação luxuriante de nitrogênio e fósforo na fase inicial de desenvolvimento de
Eichhornia crassipes nos tanques se mostrou importante para o adiamento do início da senescência,
pois quando a planta passou a acumular cromo nos tecidos houve uma diminuição das taxas de
absorção de nitrogênio e fósforo do efluente.
Porém a planta continuou crescendo por um baixo período, uma vez que a assimilação de
nitrogênio é um processo vital que controla o crescimento e o desenvolvimento da planta. O nitrogênio
inorgânico é assimilado em aminoácidos, que servem como importantes armazenadores de nitrogênio
em plantas (Lam et al. 1996).
Embora Eichhornia crassipes seja conhecida como um importante bio-filtro para a remoção de
metais em muitos estudos experimentais (Nir et al. 1990; Xiang et al. 1994), os resultados do presente
estudo, assim como os de Schamik Das (2004), não são conclusivos quando se relaciona elementos de
nutrição essenciais (como nitrogênio e fósforo) com metais pesados.
Os estudos de Klumpp et al. (2002) apontam que as concentrações de fósforo em tecidos
vegetais de aguapé mostraram um padrão similar independente do local de ocorrência, porém a
concentração de sforo nas plantas provenientes de ambiente natural mostraram-se superiores às
quantidades de fósforo encontradas nas plantas desenvolvidas nos tanques abastecidos com efluente,
indicando uma possível maior concentração do nutriente no ambiente natural.
55
X
X
X
X
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4
Data das amostragens
Cromo total, em mg.g
-1
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
X
X
X
X
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
1 2 3 4
Data das amostragens
Nitrogênio total, mg.g
-1
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
X
X
X
X
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 2 3 4
Data das amostragens
Fósforo total, mg.g
-1
28/FEV 12/MAR 27/MAR 17/ABR
Figura 7 - Valores de cromo, nitrogênio e fósforo total em tecido vegetal, nos diferentes tratamentos e
períodos de amostragem. Legenda: X ambiente natural (município de Estrela/RS) amostragem
única em 28 de fevereiro; – tanques piloto abastecido com efluente / sem manejo (100% de
cobertura vegetal) e tanques piloto abastecido com efluente / com manejo (50% de cobertura
vegetal).
Comparando-se as quantidades de cromo presentes nas plantas com as características do
efluente de entrada do sistema, podemos concluir que a planta absorve e acumula nos seus tecidos o
cromo, fato este também observado por Soltan & Rasched (2003). Gaur et al. (1992) considera que os
níveis de cromo não apresentam fitotoxicidade, acreditando que exista um mecanismo de controle pela
planta. Porém neste estudo as plantas em contato com o cromo demonstraram menor tempo de
sobrevivência, entrando em gradual senescência.
Pela condição de senescência, o não manejo dos espécimes pode acarretar um retorno para o
ambiente aquático, a longo prazo, durante o processo de decomposição vegetal. Em relação a este
retorno Soltan & Rasched (2003) consideram a E. crassipes um descontaminador mais do que um
contaminante.
56
CONCLUSÕES
Os resultados apresentados nestes experimentos indicaram que Eichhornia crassipes é
eficiente na absorção de cromo existente em efluente da indústria coureira.
A redução dos teores de nitrogênio e fósforo do efluente foi semelhante nos diferentes
tratamentos (sem plantas, com plantas com manejo e sem manejo,) indicando que a eficiência de
Eichhornia crassipes é discreta para estes nutrientes se comparado com os tanques sem a presença da
planta. O estresse causado pela presença de cromo também pode ser uma causa presumível para a
baixa eficiência de absorção pelas plantas nos tanques com efluente.
AGRADECIMENTOS
O autor agradece ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), Laboratório de Limnologia do Instituto de Biociências da UFRGS e ao Setor
de Botânica e Paleobotânica do Museu de Ciências Naturais da UNIVATES pelo incentivo e suporte.
RESUMO
Plantas aquáticas vem sendo utilizadas com sucesso para fitorremediação de ambientes aquáticos, com
objetivo de eliminação ou diminuição de elementos químicos. Este estudo demonstra o potencial de
Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, planta aquática flutuante livre, para a fitorremediação de
elementos químicos presentes no efluente proveniente da estação de tratamento de efluentes da
indústria do couro. O experimento foi composto de 9 tanques de 1 m
3
de efluente e três tratamentos,
sendo eles: i) tanque controle sem plantas, ii) tanque com 50% de cobertura vegetal, e iii) tanque com
100% de cobertura vegetal. Foram mensuradas durante a avaliação as remoções de DBO
5
, DQO, N, P
e Cr do efluente e da parte aérea de E. crassipes. Os resultados obtidos permitiram concluir que a
presença de plantas é eficiente para a remoção de cromo. Para os demais parâmetros, apenas o tempo
de residência de 5 dias nos tanques apresentou reduções dos poluentes.
57
REFERÊNCIAS
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107.
Cakmak, I.; Welch, R. M.; Hart, J; Norvell, W. A.; Ozturk, L & Kochian, L.V. (2000) Uptake and
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109
Cd) in diploid, tetrapoid and hexaploid wheats. Journal of
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Casabianca, M. L. (1995) Large-scale production of Eichhornia crassipes on paper industry effluent.
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Dellarossa, V.; spedes, J. & Zaror, C. (2001) Eichhornia crassipes based tertiary treatment of Kraft pulp
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water hyacinth (Eichhornia crassipes) Bioresource Technology, In Press, Corrected Proof, Available online
4 January 2006.
60
INSTRUCTIONS FOR AUTHORS
Submission of papers
Brazilian Archives of Biology and Technology publishes original research
papers, Short notes and Review articles in English in the interdisciplinary areas
of biological sciences and engineering/technology. Submission of paper
implies that it has not been published or being considered for publication
elsewhere. Care should be taken to prepare a compact manuscript with
precision in presentation, which will help authors in its acceptance. All the
papers are subjected to review by referees.
Manuscript
Three copies of the single-spaced typed manuscript
(maximum 12 pages) on a high grade A-4 size paper
(210x297 mm), with margins (left 25, right 20, superior
and inferior 30 mm) should be prepared. This should be
divided under the following headings: ABSTRACT,
INTRODUCTION, MATERIALS AND METHODS,
RESULTS, DISCUSSION, ACKNOWLEDGEMENTS,
RESUMO, REFERENCES. These headings should be
typed in bold upper case (12 font).
Title
The title (18 font, bold) of the paper should clearly reflect
its contents. It should be followed by the name(s) of
author(s) with expanded initials (12 font, bold) and the
address(s) (italic, 10 font) of the institution(s) where the
work has been carried out.
ABSTRACT
Each paper should be provided with an abstract (italic) of
100-150 words, describing briefly on the purpose and
results of the study. It should be prepared as concisely as
possible.
Key words
Authors should provide three to six key words
that will be used in indexing their paper.
INTRODUCTION
This should describe the background and relevant
information about the work. It should also state the
objective of the work.
MATERIALS AND METHODS
Authors must take care in providing sufficient details so
that others can repeat the work. Standard procedures need
not be described in detail.
In journals:
Pandey, A. (1992), Recent developments in solid state
fermentation. Process Biochem., 27, 109-117
Thesis:
Chang, C. W. (1975), Effect of fluoride pollution on plants
and cattle. PhD Thesis, Banaras Hindu University,
Varanasi, India
In books:
Tengerdy, R. P. (1998), Solid substrate fermentation for
enzyme production. In-Advances in Biotechno-logy, ed. A.
Pandey. Educational Publishers & Distributors, New Delhi,
pp. 13-16
Pandey, A. (1998), Threads of Life. National Institute of
Science Communication, New Delhi
In conferences:
Davison, A. W. (1982), Uptake, transport and accumulation
of soil and airborne fluorides by vegetation. Paper
presented at 6
th
International Fluoride Symposium, 1-3
May, Logan, Utah
Tables and Figures
Tables and figures, numbered consecutively with arabic
numerals must be inserted at appropriate place in the text.
These should be used to present only those data, which can
not be described in the text
Units and Abbreviations
The SI system should be used for all experimental data. In
case other units are used, these should be added in
parentheses. Only standard abbreviations for the units
should be used. Full stop should not be included in the
abbreviation (e.g. m, not m. or rpm, not r.p.m.). Authors
should use '%' and '/' in place of 'per cent' and 'per'.
Manuscript lay-out
It is suggested that authors consult a recent issue of the
journal for the style and layout. Except the title, abstract
and key words, entire text should be placed in two columns
on each page. Footnotes, except on first page indicating the
corresponding author (8 font) should not be included. The
entire manuscript should be prepared in Times New
61
RESULTS AND DISCUSSION
Results and Discussion may be presented separately or in
combined form (authors may decide easier way for them).
Preliminary work or less relevant results are not to be
described. The reproducibility of the results, including the
number of times the experiment was conducted and the
number of replicate samples should be stated clearly.
RESUMO
An abstract of the paper should also be prepared in
Portuguese and placed before the list of References.
Authors from other than Latin American countries can seek
the help of Editor's office to prepare Portuguese resumo of
their papers.
REFERENCES
References in the text should be cited at the appropriate
point by the name(s) of the author(s) and year (e.g.
Raimbault & Roussos, 1996; Raimbault et al., 1997). A list
of references, in the alphabetic order (10 font), should
appear at the end of the manuscript. All references in the
list should be indicated at some point in the text and vice
versa. Unpublished results should not be included in the
list. Examples of references are given below.
Roman, 11 font (except reference list, which should be in
10 font).
Spacing
Leave one space between the title of the paper and the
name(s) of the author(s), and between the headings and the
text. No space should be left between the paragraphs in the
text. Leave 0.6-cm space between the two columns.
Electronic submission
Manuscript should be accompanied by a diskette indicating
the name and version of the word processing programme
used (use only MS Word 6/7 or compatible).
Referees
When submitting the manuscript authors may suggest up to
three referees, preferably from other than their own
countries, providing full name and address with email.
However, the final choice of referees will remain entirely
with the Editor.
Page charges and reprints
There will be no page charges. Reprints can be ordered up
on acceptance of the paper. Manuscripts and all
correspondence should be sent to the Editor, Prof. Dr.
Carlos R. Soccol
Brazilian Archives of Biology and Technology Rua Prof.
Algacyr Munhoz Mader 3775 - CIC
81350-010
Curitiba - PR, Brazil
Fax +55-41-3245 08 44
Email: niet@tecpar.br
Prof. Dr. Carlos R. Soccol
Brazilian Archives of Biology and Technology
Rua Prof. Algacyr Munhoz Mader 3775-CIC 81350-010
Curitiba-PR, Brazil
Fax +55-41-3247 67 88
Email: niet@tecpar.br
Subscription Information Published quarterly.
Annual institutional subscription rates:
R$ 300,00 for Brazil;
US$ 150.00 for other countries (postage included).
62
PESQUISA DE PERIÓDICO POR TÍTULO
Titulo:
Relação de Periódicos - Classificação relativa a dados de 2004
Critérios de Classificação do Qualis por Área
ISSN Título Classificação
Circulação Área de Avaliação
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology C Internacional CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology C Internacional ASTRONOMIA / FÍSICA
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Nacional QUÍMICA
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology A Nacional GEOCIÊNCIAS
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology A Internacional CIÊNCIAS BIOLÓGICAS I
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology A Nacional ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology C Internacional CIÊNCIAS BIOLÓGICAS II
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Nacional ENGENHARIAS I
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Internacional ENGENHARIAS II
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Internacional MEDICINA II
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Internacional FARMÁCIA
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Internacional SAÚDE COLETIVA
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology A Internacional
ZOOTECNIA / RECURSOS
PESQUEIROS
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology A Internacional MEDICINA VETERINÁRIA
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology B Internacional CIÊNCIA DE ALIMENTOS
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology A Internacional CIÊNCIAS AGRÁRIAS
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology C Internacional MULTIDISCIPLINAR
1516-8913 Brazilian Archives of Biology and Technology C Internacional
ENSINO DE CIÊNCIAS E
MATEMATICA
ANEXOS
64
MODELO PARA DISSERTAÇÕES E TESES NO FORMATO DE ARTIGO:
(aprovado pela Comissão Coordenadora do PPG – Ecologia em 18/JAN/2001)
- Capa
- Agradecimentos (devendo mencionar o Programa de Pós-Graduação, bem como, se for
bolsista, fonte de pagamento, ex: CAPES, CNPq, etc)
- Resumo (do trabalho como um todo)
- Palavras-chave
- Abstract
- Key words
- Introdução geral do problema (com revisão bibliográfica), citando objetivos. Caso houver
um artigo específico que contemple a revisão bibliográfica, retirar esta questão neste item.
- Capítulo 1 (ou artigo 1): completo, de acordo com as normas da revista a ser escolhida
- Capítulo 2 (ou artigo 2): idem
- Capítulo n... (no caso, deverá ser citado o Programa de Pós-Graduação no endereço do autor)
- Considerações finais sobre o assunto tratado (discussão geral)
- Referência bibliográfica (citadas na introdução e considerações finais, segundo ABNT)
- Anexos
- Normas da revista escolhida
Obs: os artigos poderão ser apresentados em outro idioma, desde que com o consentimento da
Comissão Coordenadora.
65
RESULTADOS ESTATÍSTICOS
R Development Core Team (2006). R: A language and environment for
statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna,
Austria. ISBN 3-900051-07-0, URL http://www.R-project.org.
CAPÍTULO I
Estimativa da biomassa foliar de Eichhornia crassipes Mart. Solms por alometria
66
Limbo
> a<-scan()
1: 5.90 3.80 0.168
4: 5.20 3.70 0.174
7: 6.00 3.70 0.1832
10: 4.10 2.70 0.0843
13: 4.10 2.30 0.1084
16: 3.90 2.60 0.0748
19: 4.80 5.60 0.2257
22: 4.20 2.60 0.0966
25: 4.00 2.50 0.0879
28: 5.00 4.30 0.1956
31: 5.10 4.80 0.2104
34: 3.60 2.40 0.0676
37: 3.20 2.10 0.059
40: 4.70 4.50 0.2106
43: 4.00 3.50 0.1296
46: 5.20 4.40 0.1785
49: 4.70 3.20 0.1417
52: 5.70 6.20 0.2838
55: 2.90 2.10 0.0457
58: 3.20 2.40 0.0665
61: 3.00 2.10 0.0576
64: 2.40 1.90 0.0423
67: 2.40 1.70 0.0305
70: 2.00 1.60 0.0276
73: 4.70 5.30 0.2201
76: 5.00 3.30 0.1218
79: 5.40 3.70 0.1387
82: 4.80 3.40 0.1199
85: 7.10 6.40 0.3892
88: 5.20 3.40 0.1313
91: 4.50 3.20 0.1164
94: 5.30 3.30 0.1369
97: 4.70 3.30 0.1275
100: 4.60 3.40 0.1135
103: 4.90 3.40 0.1198
106: 3.80 3.10 0.0956
109: 5.20 3.70 0.1436
112: 4.50 3.30 0.1174
115: 5.00 3.40 0.1501
118: 5.40 5.20 0.2184
121: 4.90 3.30 0.0927
124: 4.30 3.40 0.0955
127: 3.80 2.90 0.0758
130: 5.60 3.90 0.1373
133: 5.20 3.50 0.1603
136: 5.90 4.00 0.2116
139: 6.90 5.50 0.2715
142: 6.10 4.50 0.2589
145: 4.10 2.80 0.0935
148: 5.60 3.70 0.2031
151: 5.50 3.60 0.184
154: 6.90 5.20 0.3048
157: 4.90 3.80 0.1874
160: 4.40 3.50 0.134
163: 4.70 3.40 0.1536
166: 4.20 3.10 0.1145
169: 6.10 6.40 0.3227
172: 4.90 3.30 0.1412
175: 5.40 4.50 0.2002
178: 5.2 4.4 0.2065
181: 4.4 3.1 0.1269
184: 4.3 3.2 0.083
187: 4.4 3.8 0.1427
190: 5.2 4.4 0.2003
193: 4.8 3.5 0.1342
196: 4.1 2.8 0.0789
199: 3.4 3.4 0.1005
202: 5.5 4.2 0.2038
205: 6.4 6.7 0.3597
208: 4.5 3.4 0.1466
211: 4.4 3.3 0.1444
214: 5 3.7 0.1688
67
217: 4.8 3.5 0.169
220: 2.9 2 0.027
223: 3.9 2.8 0.0977
226: 5.8 3.8 0.1322
229: 3.7 2.6 0.0505
232: 4.7 3.4 0.1255
235: 5 3.3 0.1176
238: 4.2 3.9 0.1056
241: 4.4 4 0.1317
244: 5.2 3.3 0.1295
247: 4.6 3.6 0.1116
250: 4.8 5.1 0.2008
253: 5 3.3 0.107
256: 3.7 2.6 0.0656
259: 4.2 3.3 0.0786
262: 5.8 4.2 0.1546
265: 6.3 5.7 0.3478
268: 7 4.4 0.1416
271: 5.1 3.4 0.1682
274: 5.8 4.1 0.2292
277: 4.5 3 0.1268
280: 4.3 3.6 0.1023
283: 3 2.2 0.0432
286: 6.6 4.6 0.2744
289: 2.3 1.8 0.0338
292: 6 4 0.1949
295: 5.3 3.3 0.099
298: 5.6 3.8 0.1741
301: 6.9 4.5 0.2028
304: 4.4 3.5 0.1051
307: 3.7 3.3 0.0928
310: 4.5 2.8 0.0845
313: 4.3 2.7 0.0837
316: 4.7 3 0.0986
319:
Read 318 items
> foto<-matrix(a,106,3,byrow=TRUE)
> foto
[,1] [,2] [,3]
[1,] 5.9 3.8 0.1680
[2,] 5.2 3.7 0.1740
[3,] 6.0 3.7 0.1832
[4,] 4.1 2.7 0.0843
[5,] 4.1 2.3 0.1084
[6,] 3.9 2.6 0.0748
[7,] 4.8 5.6 0.2257
[8,] 4.2 2.6 0.0966
[9,] 4.0 2.5 0.0879
[10,] 5.0 4.3 0.1956
[11,] 5.1 4.8 0.2104
[12,] 3.6 2.4 0.0676
[13,] 3.2 2.1 0.0590
[14,] 4.7 4.5 0.2106
[15,] 4.0 3.5 0.1296
[16,] 5.2 4.4 0.1785
[17,] 4.7 3.2 0.1417
[18,] 5.7 6.2 0.2838
[19,] 2.9 2.1 0.0457
[20,] 3.2 2.4 0.0665
[21,] 3.0 2.1 0.0576
[22,] 2.4 1.9 0.0423
[23,] 2.4 1.7 0.0305
[24,] 2.0 1.6 0.0276
[25,] 4.7 5.3 0.2201
[26,] 5.0 3.3 0.1218
[27,] 5.4 3.7 0.1387
[28,] 4.8 3.4 0.1199
[29,] 7.1 6.4 0.3892
[30,] 5.2 3.4 0.1313
[31,] 4.5 3.2 0.1164
[32,] 5.3 3.3 0.1369
[33,] 4.7 3.3 0.1275
[34,] 4.6 3.4 0.1135
[35,] 4.9 3.4 0.1198
[36,] 3.8 3.1 0.0956
[37,] 5.2 3.7 0.1436
[38,] 4.5 3.3 0.1174
68
[39,] 5.0 3.4 0.1501
[40,] 5.4 5.2 0.2184
[41,] 4.9 3.3 0.0927
[42,] 4.3 3.4 0.0955
[43,] 3.8 2.9 0.0758
[44,] 5.6 3.9 0.1373
[45,] 5.2 3.5 0.1603
[46,] 5.9 4.0 0.2116
[47,] 6.9 5.5 0.2715
[48,] 6.1 4.5 0.2589
[49,] 4.1 2.8 0.0935
[50,] 5.6 3.7 0.2031
[51,] 5.5 3.6 0.1840
[52,] 6.9 5.2 0.3048
[53,] 4.9 3.8 0.1874
[54,] 4.4 3.5 0.1340
[55,] 4.7 3.4 0.1536
[56,] 4.2 3.1 0.1145
[57,] 6.1 6.4 0.3227
[58,] 4.9 3.3 0.1412
[59,] 5.4 4.5 0.2002
[60,] 5.2 4.4 0.2065
[61,] 4.4 3.1 0.1269
[62,] 4.3 3.2 0.0830
[63,] 4.4 3.8 0.1427
[64,] 5.2 4.4 0.2003
[65,] 4.8 3.5 0.1342
[66,] 4.1 2.8 0.0789
[67,] 3.4 3.4 0.1005
[68,] 5.5 4.2 0.2038
[69,] 6.4 6.7 0.3597
[70,] 4.5 3.4 0.1466
[71,] 4.4 3.3 0.1444
[72,] 5.0 3.7 0.1688
[73,] 4.8 3.5 0.1690
[74,] 2.9 2.0 0.0270
[75,] 3.9 2.8 0.0977
[76,] 5.8 3.8 0.1322
[77,] 3.7 2.6 0.0505
[78,] 4.7 3.4 0.1255
[79,] 5.0 3.3 0.1176
[80,] 4.2 3.9 0.1056
[81,] 4.4 4.0 0.1317
[82,] 5.2 3.3 0.1295
[83,] 4.6 3.6 0.1116
[84,] 4.8 5.1 0.2008
[85,] 5.0 3.3 0.1070
[86,] 3.7 2.6 0.0656
[87,] 4.2 3.3 0.0786
[88,] 5.8 4.2 0.1546
[89,] 6.3 5.7 0.3478
[90,] 7.0 4.4 0.1416
[91,] 5.1 3.4 0.1682
[92,] 5.8 4.1 0.2292
[93,] 4.5 3.0 0.1268
[94,] 4.3 3.6 0.1023
[95,] 3.0 2.2 0.0432
[96,] 6.6 4.6 0.2744
[97,] 2.3 1.8 0.0338
[98,] 6.0 4.0 0.1949
[99,] 5.3 3.3 0.0990
[100,] 5.6 3.8 0.1741
[101,] 6.9 4.5 0.2028
[102,] 4.4 3.5 0.1051
[103,] 3.7 3.3 0.0928
[104,] 4.5 2.8 0.0845
[105,] 4.3 2.7 0.0837
[106,] 4.7 3.0 0.0986
> foto<-data.frame(foto)
> plot(foto)
> cor(foto)
X1 X2 X3
X1 1.0000000 0.7943653 0.8261697
X2 0.7943653 1.0000000 0.9287491
X3 0.8261697 0.9287491 1.0000000
69
> local({pkg <- select.list(sort(.packages(all.available = TRUE)))
+ if(nchar(pkg)) library(pkg, character.only=TRUE)})
> X<-matrix(,106,3)
> X[,1]<-1
> X[,2]<-foto[,1]
> X[,3]<-foto[,2]
> Y<-matrix(foto[,3],106,1)
> Xt<-t(X)
> b<-solve(Xt%*%X)%*%(Xt%*%Y)
> b
[,1]
[1,] -0.12459357
[2,] 0.01677038
[3,] 0.05267300
> summary(lm(formula = foto[, 3] ~ foto[, 1] + foto[, 2]))
Call:
lm(formula = foto[, 3] ~ foto[, 1] + foto[, 2])
Residuals:
Min 1Q Median 3Q Max
-0.082960 -0.015383 -0.001646 0.016106 0.066504
Coefficients:
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
(Intercept) -0.124594 0.011436 -10.895 < 2e-16 ***
foto[, 1] 0.016770 0.003871 4.332 3.44e-05 ***
foto[, 2] 0.052673 0.003945 13.352 < 2e-16 ***
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
Residual standard error: 0.0249 on 103 degrees of freedom
Multiple R-Squared: 0.8838, Adjusted R-squared: 0.8815
F-statistic: 391.5 on 2 and 103 DF, p-value: < 2.2e-16
> summary(aov(formula = foto[, 3] ~ foto[, 1] + foto[, 2]))
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
foto[, 1] 1 0.37511 0.37511 604.79 < 2.2e-16 ***
foto[, 2] 1 0.11057 0.11057 178.27 < 2.2e-16 ***
Residuals 103 0.06388 0.00062
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
> foto3d<-scatterplot3d(foto,type="h",xlab="largura, em cm",ylab="comprimento, em
cm",zlab="biomassa, em g",color=2)
> foto.lm<-lm(foto[,3]~foto[,1]+foto[,2])
> foto3d$plane3d(foto.lm,lty.box= "solid",col=4,angle=50)
Warning messages:
1: "angle" não é um parâmetro gráfico in: segments(x0, y0, x1, y1, col = col, lty = lty, lwd =
lwd, ...)
2: "angle" não é um parâmetro gráfico in: segments(x0, y0, x1, y1, col = col, lty = lty, lwd =
lwd, ...)
70
Pecíolo
> a<-scan()
1: 2.50 5.30 0.1711
4: 2.30 7.10 0.2294
7: 2.30 6.70 0.2031
10: 2.00 3.60 0.0971
13: 1.80 4.70 0.1334
16: 1.80 4.00 0.0826
19: 0.80 12.00 0.2604
22: 2.00 3.20 0.1157
25: 2.00 3.90 0.1287
28: 1.20 7.20 0.2376
31: 1.10 9.40 0.267
34: 2.00 3.60 0.1025
37: 1.30 3.00 0.0729
40: 1.20 6.70 0.2712
43: 1.40 5.80 0.1844
46: 1.80 10.20 0.2234
49: 2.00 9.00 0.2261
52: 0.70 12.80 0.2795
55: 1.70 3.30 0.0547
58: 1.40 3.00 0.0896
61: 1.30 3.10 0.0859
64: 1.30 3.70 0.0584
67: 1.50 3.80 0.0496
70: 1.40 3.20 0.0455
73: 0.80 9.20 0.2735
76: 2.60 5.40 0.175
79: 2.90 4.50 0.1507
82: 2.60 4.60 0.1473
85: 2.10 10.80 0.4094
88: 2.90 5.50 0.1765
91: 2.70 5.50 0.1696
94: 2.70 5.60 0.1596
97: 2.60 5.30 0.1862
100: 2.00 5.50 0.1587
103: 2.30 6.40 0.1616
106: 2.30 6.40 0.1562
109: 2.90 6.00 0.1886
112: 2.40 6.20 0.1688
115: 2.40 5.70 0.1786
118: 1.60 7.70 0.2312
121: 2.10 4.00 0.0724
124: 2.10 5.60 0.1178
127: 2.00 5.70 0.1033
130: 2.40 5.60 0.1298
133: 2.60 6.40 0.1848
136: 2.20 7.10 0.2063
139: 2.10 7.80 0.2586
142: 2.30 7.10 0.2711
145: 2.50 5.10 0.1362
148: 2.40 7.10 0.2479
151: 2.60 6.30 0.2158
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157: 2.40 7.10 0.3041
160: 2.30 8.00 0.2049
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172: 2.30 6.20 0.1786
175: 1.80 8.90 0.2288
178: 2.2 7.1 0.3178
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184: 2.2 4 0.0829
187: 1.9 6.3 0.1833
190: 1.9 8 0.2431
193: 2.6 6.5 0.2265
196: 2.2 5.6 0.1124
199: 1.2 7.7 0.1005
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208: 2.2 7.2 0.2469
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71
217: 2.1 5.5 0.2266
220: 1.3 2.1 0.02
223: 1.8 3.6 0.0934
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229: 2.2 4 0.0582
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238: 2.1 7.7 0.1723
241: 1.8 7.1 0.1938
244: 2.6 4.7 0.1625
247: 2.3 5 0.1094
250: 1.4 9.6 0.227
253: 2.3 3.9 0.1046
256: 1.9 3.8 0.0811
259: 2.2 5.2 0.1122
262: 2.7 7.5 0.179
265: 2.3 10 0.4275
268: 1.3 3.7 0.0548
271: 2.6 7 0.2601
274: 2.6 7 0.3171
277: 2.3 4.7 0.166
280: 2 8.7 0.1764
283: 2.1 2.5 0.0491
286: 3.3 9 0.3495
289: 1.8 3.4 0.0569
292: 2.7 6.7 0.1725
295: 1.9 3.8 0.0599
298: 2.7 5.9 0.2138
301: 2.2 4.9 0.1094
304: 2.2 7.2 0.1769
307: 2.1 9.5 0.1838
310: 2.2 4.8 0.097
313: 2.1 3.9 0.0898
316: 2.1 3.5 0.0995
319:
Read 318 items
> foto<-matrix(a,106,3,byrow=TRUE)
> foto
[,1] [,2] [,3]
[1,] 2.5 5.3 0.1711
[2,] 2.3 7.1 0.2294
[3,] 2.3 6.7 0.2031
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[5,] 1.8 4.7 0.1334
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[9,] 2.0 3.9 0.1287
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[24,] 1.4 3.2 0.0455
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[26,] 2.6 5.4 0.1750
[27,] 2.9 4.5 0.1507
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[30,] 2.9 5.5 0.1765
[31,] 2.7 5.5 0.1696
[32,] 2.7 5.6 0.1596
[33,] 2.6 5.3 0.1862
[34,] 2.0 5.5 0.1587
[35,] 2.3 6.4 0.1616
[36,] 2.3 6.4 0.1562
[37,] 2.9 6.0 0.1886
[38,] 2.4 6.2 0.1688
72
[39,] 2.4 5.7 0.1786
[40,] 1.6 7.7 0.2312
[41,] 2.1 4.0 0.0724
[42,] 2.1 5.6 0.1178
[43,] 2.0 5.7 0.1033
[44,] 2.4 5.6 0.1298
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[50,] 2.4 7.1 0.2479
[51,] 2.6 6.3 0.2158
[52,] 2.0 8.2 0.3010
[53,] 2.4 7.1 0.3041
[54,] 2.3 8.0 0.2049
[55,] 2.6 6.6 0.2561
[56,] 2.5 5.1 0.1810
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[60,] 2.2 7.1 0.3178
[61,] 2.2 4.6 0.1635
[62,] 2.2 4.0 0.0829
[63,] 1.9 6.3 0.1833
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[65,] 2.6 6.5 0.2265
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[67,] 1.2 7.7 0.1005
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[69,] 1.3 12.8 0.4430
[70,] 2.2 7.2 0.2469
[71,] 1.7 6.5 0.2141
[72,] 2.6 6.6 0.2450
[73,] 2.1 5.5 0.2266
[74,] 1.3 2.1 0.0200
[75,] 1.8 3.6 0.0934
[76,] 2.8 5.5 0.1482
[77,] 2.2 4.0 0.0582
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[79,] 1.6 3.2 0.0623
[80,] 2.1 7.7 0.1723
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[86,] 1.9 3.8 0.0811
[87,] 2.2 5.2 0.1122
[88,] 2.7 7.5 0.1790
[89,] 2.3 10.0 0.4275
[90,] 1.3 3.7 0.0548
[91,] 2.6 7.0 0.2601
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[95,] 2.1 2.5 0.0491
[96,] 3.3 9.0 0.3495
[97,] 1.8 3.4 0.0569
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[99,] 1.9 3.8 0.0599
[100,] 2.7 5.9 0.2138
[101,] 2.2 4.9 0.1094
[102,] 2.2 7.2 0.1769
[103,] 2.1 9.5 0.1838
[104,] 2.2 4.8 0.0970
[105,] 2.1 3.9 0.0898
[106,] 2.1 3.5 0.0995
> foto<-data.frame(foto)
> plot(foto)
> cor(foto)
X1 X2 X3
X1 1.00000000 -0.1552416 0.07534263
X2 -0.15524155 1.0000000 0.85226345
X3 0.07534263 0.8522634 1.00000000
73
> local({pkg <- select.list(sort(.packages(all.available = TRUE)))
+ if(nchar(pkg)) library(pkg, character.only=TRUE)})
> X<-matrix(,106,3)
> X[,1]<-1
> X[,2]<-foto[,1]
> X[,3]<-foto[,2]
> Y<-matrix(foto[,3],106,1)
> Xt<-t(X)
> b<-solve(Xt%*%X)%*%(Xt%*%Y)
> b
[,1]
[1,] -0.10675368
[2,] 0.03743317
[3,] 0.03367476
> summary(lm(formula = foto[, 3] ~ foto[, 1] + foto[, 2]))
Call:
lm(formula = foto[, 3] ~ foto[, 1] + foto[, 2])
Residuals:
Min 1Q Median 3Q Max
-0.1079662 -0.0314500 0.0007424 0.0286237 0.1114098
Coefficients:
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
(Intercept) -0.106754 0.022516 -4.741 6.84e-06 ***
foto[, 1] 0.037433 0.008406 4.453 2.15e-05 ***
foto[, 2] 0.033675 0.001817 18.529 < 2e-16 ***
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
Residual standard error: 0.04323 on 103 degrees of freedom
Multiple R-Squared: 0.7705, Adjusted R-squared: 0.7661
F-statistic: 172.9 on 2 and 103 DF, p-value: < 2.2e-16
> summary(aov(formula = foto[, 3] ~ foto[, 1] + foto[, 2]))
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
foto[, 1] 1 0.00476 0.00476 2.548 0.1135
foto[, 2] 1 0.64167 0.64167 343.324 <2e-16 ***
Residuals 103 0.19251 0.00187
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
> foto3d<-scatterplot3d(foto,type="h", em cm",zlab="biomassa, em g",color=2)
> foto.lm<-lm(foto[,3]~foto[,1]+foto[,2])
> foto3d$plane3d(foto.lm,lty.box= "solid",col=4,angle=50)
Warning messages:
1: "angle" não é um parâmetro gráfico in: segments(x0, y0, x1, y1, col = col, lty = lty, lwd =
lwd, ...)
2: "angle" não é um parâmetro gráfico in: segments(x0, y0, x1, y1, col = col, lty = lty, lwd =
lwd, ...)
74
Método Destrutivo x Não-destrutivo
> a<-scan()
1: 0.5382
2: 0.4400
3: 0.4829
4: 0.4577
5: 0.3699
6: 0.5750
7: 0.5584
8: 0.3306
9: 0.4221
10: 0.5193
11: 0.5466
12: 0.4072
13: 0.3724
14: 0.3753
15: 0.3537
16: 0.2988
17: 0.6024
18: 0.3033
19: 0.4399
20: 0.5763
21:
Read 20 items
> b<-scan()
1: 0.6201
2: 0.3037
3: 0.4388
4: 0.4321
5: 0.3314
6: 0.5175
7: 0.4760
8: 0.2590
9: 0.4141
10: 0.4140
11: 0.4886
12: 0.3262
13: 0.3373
14: 0.3120
15: 0.2447
16: 0.2195
17: 0.5702
18: 0.1991
19: 0.3273
20: 0.4841
21:
Read 20 items
> boxplot(a,b, ylab="Biomassa, em g", xlab="Métodos de determinação", names=c("Não-
destrutivo","Destrutivo"))
75
> var.test(a,b)
F test to compare two variances
data: a and b
F = 0.6751, num df = 19, denom df = 19, p-value = 0.3995
alternative hypothesis: true ratio of variances is not equal to 1
95 percent confidence interval:
0.2671965 1.7055033
sample estimates:
ratio of variances
0.675059
> t.test(a,b, var.equal=TRUE, alternative="two.sided")
Two Sample t-test
data: a and b
t = 1.838, df = 38, p-value = 0.0739
alternative hypothesis: true difference in means is not equal to 0
95 percent confidence interval:
-0.006361424 0.131791424
sample estimates:
mean of x mean of y
0.448500 0.385785
> wilcox.test (a,b, conf.int=TRUE)
Wilcoxon rank sum test
data: a and b
W = 264, p-value = 0.08591
alternative hypothesis: true mu is not equal to 0
95 percent confidence interval:
-0.0087 0.1325
sample estimates:
difference in location
0.06745
76
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