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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE OSTEOPOROSE
-PROGRAMA DE MEDICAMENTO EXCEPCIONAL-
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE - MT
ELIANNE MARIA FERREIRA CURVO
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT para
obtenção do Título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª Lenir Vaz Guimarães
CUIABÁ-MT
2005
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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE OSTEOPOROSE
-PROGRAMA DE MEDICAMENTO EXCEPCIONAL-
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE - MT
ELIANNE MARIA FERREIRA CURVO
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT para
obtenção do Título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª Lenir Vaz Guimarães
CUIABÁ-MT
2005
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3
Aos meus pais, Evans, Oly, Ila e
à minha companheira Alzira.
4
AGRADECIMENTOS
À Otília e Marta, o princípio de tudo;
À Profª Drª Lenir Vaz Guimarães pelo apoio, competência e paciência;
À Srª Neuracy, pelo apoio incondicional da Gerência de Atendimento ao Usuário;
À Prof ª Milena, pelo reconhecimento e apoio a esta pesquisa;
Ao Prof Dr Clóvis Botelho e Profª Drª Edna Massae Yokoo pelas contribuições
inestimáveis nos seminários;
Ao Prf Dr João Henrique Gurtter Scatena, Profª Drª Elisabeth Carmen Duarte e Profª
Drª Márcia Gonçalves Ferreira pelas correções e sugestões na fase de pré-banca;
À Profª DenisePimentel Bergamaschi pela colaboração na análise estatística;
À Mayra, Anna Carolina, Alex, Janaína, Ana Paula, Artemis e Acy pela dedicação
no trabalho de campo e digitação do banco de dados;
À Mara pela revisão do banco de dados;
À Ana Paula, Conceição, Elibene, Hea, Solanyara , Tatiane e Yeda presentes nos
momentos difíceis;
A Jurema e Ailton pelo pronto atendimento as minhas solicitações:
Aos amigos que torceram pela conclusão e sucesso deste trabalho;
À Alzira e Cláudio pela compreensão;
Às rezas infindas da minha mãe;
Ao Antônio que assumiu os encargos do trabalho nos dias da minha ausência
Aos pacientes.
5
RESUMO
Curvo EMF. Estudo epidemiológico dos portadores de osteoporose – Programa
de Medicamento Excepcional, Secretaria de Estado de Saúde – MT. Cuiabá;
2005. [Dissertação de Mestrado- Instituto de Saúde Coletiva - UFMT].
Com o aumento na esperança de vida ao nascer nestes últimos 20 anos, as doenças
crônicas degenerativas destacam-se na transição epidemiológica do Brasil. Dentre
estas, a osteoporose ressalta-se pela limitação na qualidade de vida na terceira idade.
O presente estudo visa analisar as principais características epidemiológicas dos
usuários com osteoporose do Programa de Medicamento Excepcional e a utilização
destes, para a otimização do programa. O estudo descritivo de corte transversal foi
realizado em 623 portadores de osteoporose do Programa de Medicamento
Excepcional da Secretaria do Estado de Saúde de Mato Grosso, cadastrados no
período de julho de 2003 a julho de 2004. Entrevistas com os usuários e
levantamento nos formulários de solicitação dos medicamentos para seu tratamento
permitiram a coleta das variáveis de interesse para o estudo. O tipo de amostragem
foi estratificada proporcional. As variáveis foram categorizadas e a análise descritiva
dos dados foi realizada utilizando freqüência absoluta, relativa, media e desvio
padrão. A comparação das variáveis foi realizada pelo teste de qui quadrado, com α
0,05, razão de prevalência e intervalo de confiança de 95%. Observou-se maior
ocorrência de solicitação de medicamento para tratamento de osteoporose na
população feminina com idade maior que 58 anos (72,6%), de cor parda (49,9%),
casadas (38,1%) ou viúvas (35,0%). Entre as usuárias, 72% tinham renda familiar de
até R$ 780,00. Praticamente a metade delas concluiu as 4 primeiras séries do ensino
fundamental. A maioria das usuárias exerciam como ocupação atividade sem
remuneração, “do lar” e tinham como principal atividade física aquelas
desenvolvidas em trabalhos domésticos. As usuárias encontravam-se em menopausa
em sua maioria (98,2%) sendo que 80,5% há mais de 10 anos, com uma perda de
massa óssea maior na coluna lombar com média de T score -3,32 (dp ± 0,95). No
colo do fêmur, esta perda foi de menor magnitude [T score -2,06 (dp ± 1,02)]. Em
análise univariada a presença de osteoporose na coluna lombar apresentou associação
estatisticamente significativa para as seguintes variáveis: renda familiar menor que
6
R$ 780,00 (p=0,0186), peso menor ou igual a 45kg (p=0,0234) e história de
amamentação (p=0,0158). A presença de osteoporose no colo do fêmur apresentou
associação estatisticamente significante nas seguintes situações: idade maior de 71
anos (p<0,0001), ausência de companheiro (p=0,0049), ser analfabeta (p=0,0062),
ser aposentada (p=0,002), não praticar atividade física (p<0,0001), usar o carro como
meio de transporte (p=0,0047), estatura até 1,45m (p=0,0010), peso até 45kg
(p<0,0001), índice de massa corpórea < 18,5 (p<0,0001), história de fratura prévia
(p=0,0278), fratura com mais de 71 anos (p=0,0022), histórico familiar de fratura
(p=0,0006). A presença de osteoporose no fêmur total apresentou associação
estatisticamente significativa com: idade maior de 71 anos (p<0,0001), ausência de
companheiro (p=0,0005), ser aposentada (p=0,0081), peso igual ou inferior a 45kg
(p<0,0001), índice de massa corpórea <18,5 (p<0,0001), história de fratura prévia
(p=0,0053), fratura com mais de 71 anos (p=0,0107), histórico familiar de fratura
(p=0,0296). Estes resultados apontam que são poucos os fatores modificáveis
associados com a presença de osteoporose em seguimentos específicos (coluna, colo
de fêmur e fêmur total) nos usuários com osteoporose presentes nesta amostra. A
atuação na prevenção deverá ser voltada para o período em que se adquire a massa
óssea, da 1ª infância até a idade de adulto jovem.
Descritores: Osteoporose. Medicamento. Mato Grosso. Cuiabá
7
SUMMARY
Curvo EMF. Epidemological study of the patients with osteoporosis - Program of
Exceptional Remedie, Secretary of Health of the State – MT. Cuiabá (Brazil);
2005. [Dissertation- Instituto de Saúde Coletiva - UFMT].
With the increase in life expectancy of those born in the last 20 years, the chronic
degenerative diseases have become prevalent in the epidemiology of Brazil. Among
these, osteoporosis distinguishes itself by limiting the quality of life of the elderly.
The present study analyzes the principal epidemological characteristics of the
patients with osteoporosis of the Program of Exceptional Remedie and utilization of
these to improve the program. The descriptive Secretary of Health of the State of
Mato Grosso of transversal cuts was done with 623 patients with osteoporosis of the
Program of Exceptional Remedies of the Secretary of Health of the State of Mato
Grosso during the period of July 2003 til July 2004. Interviews of the patients and a
study of the forms of medicine requests permitted collection of the variables that are
of interest to the research study. The samples were proportionally stratified. The
variables were categorized and the descriptive analysis was done utilizing absolute
frequency, relative frequency, mean frequency and standard deviation. Comparision
of the variables was made with the chi square test with α 0,05 which is the reason
the confidence level is 95%. We observed a larger occurrence of request for
medicine for treatment of osteoporosis in the female population older than 58
years(72.6%), dark color (49.9%), married (38.1%) or widows (35.0%). Among the
patients, 72% had a family income of up to R$780. Practically half of them had
finished four years of school. The majority of the patients are housewives without a
salary and their principal activity is doing housework. The majority of the patients
(98.2%) have reached menopause and 80.5% have been going through menopause
for more than 10 years. They have a loss of bone mass mainly in the lumbar region
with a mean T score of –3.32 (dp ± 0.95). In the femur neck the loss was of less
magnitude with a T score of –2.06 (dp ± 1.02). In univariable analysis the presence
of osteoporosis in the lumbar region had a significant satistical relation with the
following variables: family income less than R$780 (p=0.0186), weight equal to or
less than 45 kilos (p=0.0234) and history of breast feeding (p=0.0158). The presence
of osteoporosis in the femur neck showed significant satistical relation in the
8
following situations: age greater than 71 years (p<0.0001), absence of partner
(p=0.0049), illiteracy (p=0.0062), retirement (p=0.002), no physical activity
(p<0.0001), use of car for transportation (p=0.0047),height up to 1.45 meters
(p=0.00l0), weight up to 45 kilos (p<0.0001), index of body mass < 18.5 (p<0.0001),
history of previous fracture (p=0.0278), fracture with more than 71 years (p=0.0022),
history of family fracture (p=0.0006). Presence of osteoporosis in the femur
presented significant statistical relation with the following: age greater than 71 yers
(p<0.0001), absence of partner (p=0.0005), retirement (p=0.0081), weight equal to or
below 45 kilos (p<0.0001), index of body mass <18.5 (p<0.0001), history of
previous fracture (p=0.0053), fracture with more than 71 years (p=0.0107), history of
family fracture (p=0.0296). These results show that there are few modifiable factors
associated with the presence of osteoporosis in specific segements (spinal column,
femur neck and femur) of the osteoporosis patients in this sample. The preventive
activities should be directed to the period of body mass acquisition, from infancy to
young adulhood.
Keywords: Osteoporosis, Medicine, Mato Grosso. Cuiabá.
9
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
1
2. OBJETIVOS
16
2.1 Objetivo geral 16
2.2 Objetivos específicos 16
3. MATERIAL E MÉTODO
17
3.1 Tipo de estudo 17
3.2 Local de estudo 17
3.3 População de estudo 18
3.4 Amostra 18
3.5 Fonte de dados 19
3.6 Formulário e roteiro de entrevistas 20
3.7 Treinamento e estudo Piloto 20
3.8 Coleta de dados 21
3.8.1 Preparação e execução do trabalho 21
3.8.2 Variáveis a serem estudadas 21
3.9 Processamento de dados 27
3.10 Análise dos dados 28
3.11 Considerações éticas 28
4. RESULTADOS
29
4.1 Descrição da população do estudo 30
4.1.1 Segundo variáveis demográficas 30
4.1.2 Segundo variáveis estilo de vida 34
4.1.3 Segundo variáveis antropométricas 37
4.1.4 Segundo variáveis relacionadas ao diagnóstico e tratamento 38
4.1.5 Segundo variáveis relacionadas às características fisiológicas 44
4.1.6 Segundo variáveis relacionadas às morbidades 45
4.1.7 Segundo variáveis relacionadas ao conhecimento do tratamento
pelo usuário
47
4.2 Associação das variáveis na osteoporose de acordo com o segmento
ósseo analisado
50
4.2.1 Variáveis demográficas 50
10
4.2.2 Variáveis socioeconômicas 51
4.2.3 Variáveis estilo de vida 53
4.2.4 Variáveis antropométricas 58
4.2.5Variáveis relacionadas às características fisiológicas 59
4.2.6 Variáveis relacionadas às morbidades 61
4.3 Indicação do tratamento com medicamento excepcional para
osteoporose
64
4.3.1 Variáveis relacionadas ao diagnóstico 64
4.3.2 Variáveis relacionadas a especialidade do médico e sua
justificativa para solicitação do medicamento
66
4.3.3 Variáveis relacionadas ao conhecimento do usuário sobre seu
tratamento e uso de outra terapêutica
67
5. DISCUSSÃO
69
6. CONCLUSÃO
80
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
82
8. APÊNDICES
92
9. ANEXOS
109
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição dos usuários de Medicamento Excepcional para
tratamento da osteoporose em Mato Grosso, Cuiabá, amostra e
entrevistados segundo o tipo de medicamento. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004.
29
Tabela 2 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis
demográficas: sexo, idade e cor. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
30
Tabela 3 Distribuição dos 618 usuários segundo variável demográfica:
local de nascimento. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
31
Tabela 4 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis
socioeconômicas: família, situação conjugal, número de filhos.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
32
Tabela 5 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis
socioeconômicas: renda familiar, ocupação e escolaridade.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
33
Tabela 6 Distribuição dos usuários segundo variável hábito tabágico.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
34
Tabela 7 Distribuição dos usuários segundo consumo de bebida
alcoólica. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
35
Tabela 8 Distribuição dos usuários (n=623) segundo consumo de leite.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
36
Tabela 9 Distribuição dos usuários segundo tipo e freqüência de
atividade física realizada e o meio de locomoção utilizado
diariamente. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
38
Tabela 10 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis
antropométri-cas, altura, peso e índice de massa corpórea
(IMC). Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
38
Tabela 11 Distribuição dos usuários segundo variável diagnóstico clínico.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
39
Tabela 12 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis
relacionadas às densidades de massa óssea na coluna lombar,
cabeça do fêmur e fêmur total. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
40
12
Tabela 13
Distribuição dos usuários segundo variável justificativa para
solicitação do medicamento excepcional. Cuiabá-MT, setembro
a dezembro 2004.
40
Tabela 14 Distribuição dos usuários segundo variável relacionada a
especiali-dade do médico solicitante. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
41
Tabela 15 Distribuição dos usuários (n=623) segundo tipo de tratamento
anterior para osteoporose referida pelo médico no formulário de
solicitação de Medicamentos Excepcional. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004.
42
Tabela 16 Distribuição dos usuários segundo medicamentos utilizados
associados ao tratamento de osteoporose. Cuiabá-MT, setembro
a dezembro 2004.
43
Tabela 17 Distribuição das usuárias (n=600) segundo variáveis
relacionadas às características fisiológicas: menarca, gravidez,
n° de gestação, amamentação, menopausa e tempo de
menopausa. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
44
Tabela 18 Distribuição dos usuários segundo as variáveis relacionadas a
morbidades: dificuldade visual, perda de equilíbrio e queda.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
45
Tabela 19 Distribuição das usuárias segundo variáveis relacionadas à
morbidades: presença de fratura pregressa, idade da fratura,
local da fratura, história familiar de fratura. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004.
46
Tabela 20 Distribuição dos usuários segundo a presença de morbidade em
tratamento. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
47
Tabela 21 Distribuição dos usuários segundo conhecimento do uso do
medicamento sua justificativa e efeitos colaterais. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004.
48
Tabela 22 Distribuição dos usuários segundo conhecimento de uso
anterior de medicamento para osteoporose, substância utilizada
e motivo de substituição. Cuiabá-MT, setembro a dezembro
2004.
49
Tabela 23 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e variáveis demográficas. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
51
13
Tabela 24 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e variáveis socioeconômicas. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
53
Tabela 25 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e hábito de fumar. Cuiabá-MT, setembro a dezembro
2004.
54
Tabela 26 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e variáveis relacionadas ao consumo de álcool e café.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
55
Tabela 27 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e consumo de leite. Cuiabá-MT, setembro a dezembro
2004.
56
Tabela 28 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo, atividade física e meio de locomoção utilizado
diariamente. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
57
Tabela 29 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e variáveis antropométricas. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
59
Tabela 30 Distribuição dos usuários segundo osteoporose por segmento
ósseo e variáveis relacionadas às características fisiológicas.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004.
61
Tabela 31 Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento
ósseo e variáveis relacionadas a morbidades. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004.
63
Tabela 32 Associação de Medicamento Excepcional para tratamento de
osteoporose segundo variáveis relacionadas ao diagnóstico
clínico e densitometria. Cuiabá-MT, setembro a dezembro
2004.
65
Tabela 33 Associação de Medicamento Excepcional para tratamento de
osteoporose, segundo variáveis relacionadas à especialidade do
médico solicitante e sua justificativa. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004.
67
Tabela 34 Distribuição dos usuários segundo o uso de Medicamento
Excepcional para tratamento da osteoporose e variáveis
relacionadas ao conhecimento do usuário do seu tratamento.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
68
14
FICHA CATALOGRÁFICA
Índice para Catálogo Sistemático
1. Osteoporose – Diagnóstico e tratamento
2. Osteoporose – Programa de Medicamento Excepcional-
Mato Grosso
3. Programa de Medicamento Excepcional – Osteoporose-
Usuários
4. Osteoporose – Estudo epidemiológico – Mato Grosso
C981e
Curvo, Elianne Maria Ferreira
Estudo Epidemiológico dos Portadores de
Osteoporose – Programa de Medicamento Excepcional,
Secretaria de Estado de Saúde – MT / Elianne Maria
Ferreira Curvo. - 2005.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, 2005
“Orientação: Lenir Vaz Guimarães”.
C
D
U
– 614.4: 616.71-007.234
(
817.2
)
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total
ou parcial desta dissertação, por processos fotocopiadores.
Assinatura:
Data:
15
1-INTRODUÇÃO
A medicina moderna tem alcançado formidáveis resultados no decorrer deste
século reduzindo a mortalidade, a morbidade de doenças infecto-contagiosas e até a
cura de certos tipos de câncer. Com isto, tem aumentado a expectativa de vida da
população (SANTINI 1993).
Em 20 anos, a esperança de vida ao nascer do brasileiro teve um aumento de
5,2 anos passando de 61,88 anos em 1980 para 67,08 no ano 2000, e com este
aumento, as doenças crônicas degenerativas se destacam na transição epidemiológica
do Brasil, influenciada pela introdução maciça de tecnologia e assistência médica
(VERMELHO e MONTEIRO 2003).
As doenças crônico-degenerativas repercutem na qualidade de vida dos
indivíduos na terceira idade, dentre elas, as do aparelho locomotor que acarretam
importantes limitações (MARQUES NETO e FERNANDES 2001).
A importância dessas enfermidades é tanta que a Organização Mundial da
Saúde (OMS) determinou os anos de 2000 a 2010 como a Década do Osso,
priorizando neste período o atendimento assistencial e a pesquisa na área das doenças
osteomioarticulares (MARQUES NETO e FERNANDES 2001).
Dentre as doenças do aparelho locomotor priorizadas pela OMS a
osteoporose destaca-se pela alta freqüência na população acima de 65 anos, por sua
evolução incapacitante (MARQUES NETO e FERNANDES 2001).
O estudo da osteoporose no Brasil continua sendo um desafio importante,
desde a sua compreensão como problema de saúde até o estabelecimento de uma
política nacional de assistência que resulte em um melhor preparo do sistema de
saúde na sua prevenção, diagnóstico e tratamento (MARQUES NETO e FERNADES
2001).
À medida que novos conhecimentos sobre osteoporose foram divulgados,
tornou-se clara a importância do caráter multidisciplinar no processo assistencial, o
que fez com que crescesse o interesse de diferentes áreas de conhecimento da saúde
pelo assunto (SEDA 2000).
16
“O conceito de osteoporose, passados 57 anos do trabalho princeps de
Albrigth e colaboradores, ainda sucinta discussões” (SEDA 2000, p. 4). O termo
osteoporose era usado sem precisão, referindo-se tanto ao processo da doença, que
causa um decréscimo na densidade óssea, quanto à fratura que é a sua resultante
(SEDA 2000).
A introdução do termo osteopenia foi feita por Bauner em 1961 para
caracterizar a perda óssea fisiológica, mas esta terminologia também foi empregada
de modo inadequado e indiscriminado. A discussão no conceito de osteoporose como
doença tem a ver com a perda gradual com o passar dos anos que poderá ser
considerada fisiológica (SEDA 2000).
Segundo NORDIN (1971, p. 571) “o termo osteoporose significa um
reduzido volume de tecido ósseo por unidade de volume do osso anatômico”, e que
“o osso osteoporótico não difere em nenhum outro aspecto do normal”.
No passado, osteoporose não era diagnosticada até que fraturas ocorressem. O
agravo teve sua melhor definição no Consensus Development Conference, como
sendo “uma doença caracterizada pela diminuição da massa óssea e deteriorização da
microarquitetura do tecido ósseo, levando ao aumento da fragilidade óssea e um
conseqüente aumento no risco de fratura” (CONSENSUS 1993, p. 646).
Osteoporose era freqüentemente considerada como uma alteração de
mulheres após a menopausa, principalmente nas descendentes do Norte da Europa,
que apresentavam altas taxas de fraturas. Entretanto, com o aumento da expectativa
de vida, a freqüência de fraturas da bacia passou também a ser alta em outras
populações (RAISZ 1998).
Tradicionalmente o estudo epidemiológico da osteoporose é realizado através
da incidência e prevalência de fratura já estabelecida, e não no risco de fratura, onde
estão incluídos indivíduos com diversos fatores de riscos que diminuem a massa ou
densidade óssea (WASNICH 1997).
A prevalência de osteoporose e a incidência de fraturas variam de acordo com
a raça e o sexo. As mulheres brancas na pós-menopausa apresentam maior incidência
de fraturas. A partir dos 50 anos, 30,0% das mulheres e 13,0% dos homens poderão
sofrer algum tipo de fratura por osteoporose ao longo da vida (CONSENSUS 2001).
17
No continente europeu, as mulheres com 50 anos ou mais, têm risco de 17,5%
para fratura na bacia, 16,0% para fratura vertebral e 16,0 % para fratura no punho. Os
homens têm um risco menor sendo 6,0% para a bacia, 5,0% para a coluna vertebral e
2,5 % para o punho (LIPS 1997).
O estudo de KANIS et al. (1997), na Inglaterra, demonstrou que as fraturas de
quadril foram responsáveis pela maior proporção de ocupação de leitos hospitalares
em mulheres acima de 45 anos, comparado com o total de leito-dia para câncer de
mama, infarto agudo do miocárdio, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes.
O Estudo Prospectivo Europeu da Osteoporose (EPOS) evidenciou uma
incidência de fratura em membros, ajustada para a idade, de 7,3/1000 pessoa ano
entre homens e 19/1000 pessoa ano entre mulheres. A incidência foi maior nas
mulheres em paises escandinavos, não havendo diferença geográfica na incidência
para o sexo masculino (ISMAIL et al. 2002).
A prevalência da osteoporose nas mulheres japonesas com 60 anos pode ser
estimada em 30,0% na coluna e 37,0 % no fêmur; aos 70 anos, 37,0% na coluna e
64,0 % no fêmur e aos 80 anos, 42,0 % na coluna e 90,0% no fêmur (SUZUKI et al.
1998).
Na população japonesa, a incidência de osteoporose é diferente da
caucasiana. Tal fato pode estar relacionado a fatores genéticos, como genótipo de
receptores diferentes da vitamina D e também ao estilo de vida (ITO et al. 2001).
A incidência de fraturas vertebrais é significativamente menor tanto em
mulheres como nos homens, mas o número de fraturas na bacia cresce rapidamente
com o aumento da população anciã no Japão (ITO et al. 2001).
Na China, estudo realizado em Pequim, demonstrou que a incidência de
fratura vertebral em mulheres acima de 50 anos era de 15,0 % da população, ou seja,
1,5 milhões de mulheres chinesas apresentava fratura. A incidência de fratura na
bacia era maior em homem que em mulheres, sendo 80/100000 e 67,2/100000
respectivamente na parte oeste do país (LIU et al. 1997).
A National Osteoporosis Foundation (NOF), em 2004, calcula que 10
milhões de americanos tenham osteoporose (sendo 8 milhões de mulheres e 2
milhões de homens) e 34 milhões tenham baixa massa óssea. No Canadá, segundo a
18
Osteoporosis Society of Canadá, em 2000 a osteoporose atingia 1,4 milhões de
pessoas. Uma em cada quatro mulheres acima de 50 anos apresentava osteoporose.
As mulheres acima de 50 anos têm risco estimado de sofrer fratura da bacia
de 16 a 17,0% (CUMMINGS e BLACK 1995) e cerca de 90,0% das fraturas da bacia
são devidas à osteoporose (FOX et al. 1997). A incidência de fratura de bacia em
mulheres americanas é estimada em 2 por 1000 habitantes na idade de 65 anos e 30
por 1000 habitantes após os 85 anos (WASNICH 1997). Este tipo de fratura tem um
aumento exponencial com a idade (COOPER 1999). KESLEY (1984) estimou em
um milhão e trezentos mil as fraturas atribuídas à osteoporose nos Estados Unidos.
Entre as fraturas na coluna vertebral, 90,0% podem ser atribuídas à
osteoporose e 50,0 % das mulheres brancas americanas com mais de 85 anos
apresentam osteoporose (MELTON et al. 1997).
As fraturas distais do punho têm sua incidência maior logo após a menopausa,
mantendo um plateau após 60 anos com uma taxa estimada de 700 por 100000
pessoas ano (WASNICH 1997).
A América do Sul possui grande diversidade racial. Na Argentina e Uruguai
predominam os caucasianos, no Peru há alta concentração de orientais, na região dos
Andes (Bolívia, Equador e Peru) há predominância dos ancestrais nativos. Esta
diferença étnica reflete-se na prevalência da osteoporose nestas populações, sendo
menor nos negros quando comparados com os caucasianos. Os orientais têm menor
massa óssea que os caucasianos, mas não têm maior incidência de fraturas
osteoporóticas. Os estudos referentes à massa óssea da população índia nativa são
poucos conhecidos (MAUTALEN e PUMARINO 1997).
O conhecimento da epidemiologia da osteoporose na América do Sul é
incompleto, pois têm sido realizados estudos em poucas áreas e com uma população
restrita. Na revisão realizada por MAUTALEN e PUMARINO (1997), a incidência
de fratura de bacia por 100000 habitantes com idade acima de 50 anos foi de 379
mulheres e 101 homens na Argentina, 193 mulheres e 109 homens no Chile, 94
mulheres e 44 homens na Venezuela.
Nesta revisão foi citado o estudo realizado na população nativa da Província
de Tucuman (norte da Argentina), nos descendentes dos índios Amaicha e Quilmes,
comparando-se os resultados com a população normal de Buenos Aires. A densidade
19
óssea do fêmur nos índios era significativamente maior e a densidade óssea na coluna
era igual nos dois grupos (MAUTALEN e PUMARINO 1997).
Apesar das dimensões continentais do nosso país tornarem difícil e onerosa a
realização de estudos epidemiológicos mais amplos, alguma iniciativa tem permitido
demonstrar que a osteoporose também é um problema de saúde pública no Brasil
(MARQUES NETO e FERNANDES 2001).
Estes estudos na população brasileira apresentam incidências similares aos
estudos norte americano e europeu, especialmente na população branca. Porém deve-
se considerar a grande miscigenação da população brasileira tendo em vista a menor
incidência de fraturas nos indivíduos da raça negra (ASSOCIAÇÃO MÉDICA
BRASILEIRA 2002).
Em 1995, o projeto “Osteoporose Brasil ano 2000” evidenciou quão mal
preparada estava a comunidade médica para enfrentar o problema da osteoporose.
Este projeto foi realizado com 300 médicos e 300 pacientes, nas regiões Norte,
Nordeste, Sul e Sudeste. Em 1995 apenas 32,8% dos pacientes estimados tinham o
diagnóstico realizado e destes, 20,1% estavam sendo submetidos a alguma forma de
tratamento. Isto significa que, apesar dos avanços em relação ao diagnóstico, o
número de pacientes tratados, estava muito aquém do desejado (MARQUES NETO e
LEDERMAN 2000).
Estudo realizado em Porto Alegre, em 1992, constatou que a incidência de
fraturas proximais de fêmur na população branca acima de 50 anos foi de
88,58/100000 nos homens e 229,41/100000 nas mulheres (VOLKMAN e CASTRO
1998).
Em Salvador, foi verificado que de 150 mulheres menopausadas que
realizaram densitometria óssea no Serviço de Reumatologia e Clínica Ortopédica e
Traumatológica, 119 eram caucasianas e destas, 36,0% apresentavam osteoporose,
22,0% osteopenia e 42,0% eram normais (MARTINEZ et al. 1999).
Em São Paulo, de 4868 mulheres adultas estudadas, 48,6% eram normais,
33,9% eram osteopênicas e 17,5% osteoporóticas na coluna lombar. Em relação ao
colo do fêmur, 46,2% eram normais, 42,3% eram osteopênicas e 11,6%
osteoporóticas (BRAZ et al. 1999).
20
O estudo realizado com 356 mulheres em menopausa no Instituto de
Medicina Nuclear em Brasília demonstrou uma maior prevalência da osteoporose na
coluna lombar (25,0%) quando comparada com o colo femoral e fêmur total, que
mostraram prevalências de 13,2% e 7,9%, respectivamente (SAMPAIO NETO e
BARRA SOBRINHO 1999).
No estudo de corte transversal realizado no ambulatório de menopausa da
UNICAMP, envolvendo 473 mulheres com faixa etária média de 53,9 (dp ± 7,1), as
prevalências de osteoporose e osteopenia, na coluna lombar foram 14,7% e 38,0% e
no fêmur 3,8 e 32,7% respectivamente (PAIVA et al. 2003).
O estudo de coorte retrospectivo realizado na cidade de Sobral (CE)
evidenciou uma incidência anual, ajustada para a idade acima de 50 anos, de
5,59/10000 em homens e 12,4/10000 em mulheres de fraturas na região femoral ou
bacia (CASTRO e RIBEIRO 2003).
Inúmeros fatores de risco estão associados tanto com o desenvolvimento da
osteoporose quanto com as fraturas. Idade, sexo, raça e herança genética são
analisados como fatores de risco não modificáveis, enquanto que tabagismo,
alcoolismo, ingestão de bebidas cafeinadas, estado nutricional e atividade física são
considerados fatores de risco modificáveis (Figura 1).
FATORES DE RISCO NÃO
MODIFICÁVEIS
IDADE
SEXO
RAÇA
HERANÇA GENÉTICA
FATORES DE RISCO
MODIFICÁVEIS
TABAGISMO
ALCOOLISMO
CAFÉ - CHÁS
ESTADO NUTRICIONAL
ATIVIDADE FÍSICA
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO
OUTROS
FATORES DE
RISCO
FRATURA PRÉVIA
DEFICIÊNCIA
HORMONAIS
DOENÇAS
CRÔNICAS
USO DE
MEDICAMENTOS
OSTEO-
POROSE
DETERMINANTES
MACROS
CONDIÇÕES SÓCIO
ECONÔMICAS
CULTURAIS
AMBIENTAIS
RISCO DE
FRATURA
Figura 1. Fatores de risco relacionados à osteoporose
(
Ada
p
tado BARRETO
,
2004
)
21
O pico de massa óssea é atingido em tempos diferentes nas várias regiões do
esqueleto, podendo variar entre 17 a 35 anos de acordo com o peso corporal.
Fisiologicamente a mulher tem perda de massa óssea de 2,8 a 7,5 % aos 49 anos;
17,8 a 37,0% aos 59 anos. No homem, a perda de massa óssea de 0,3% ao ano
começa na idade de 40 anos e aos 74 anos esta perda chega a 10,2% ao ano
(POCOCK et al. 1988, NORDIN et al. 1990).
Estudo em mulheres brancas brasileiras encontrou resultados semelhantes aos
da literatura internacional, com o peso corporal influenciando a aquisição e a perda
da massa óssea. As mulheres mais leves (<49 kg) atingem o pico de massa óssea
vertebral e femoral mais tarde entre 30 a 39 anos enquanto as mais pesadas (>60 kg)
o atingem mais cedo, aos 20 anos. A perda da massa óssea na coluna vertebral se
inicia mais cedo, a partir da 4ª década, nas mulheres com menos de 59 Kg. A perda
da massa óssea na região femoral começa logo após seu pico máximo ter sido
atingido. O peso tem um efeito protetor na perda da massa óssea na região femoral,
com menores médias de diminuição nas mulheres mais pesadas (LEWIN et al. 1997).
É complicado o diagnóstico de osteoporose no homem, pois há falta de
consenso de como deveria ser definido. Há evidência que o efeito positivo do
estrogênio em osso é maior que o da testosterona, além disso, este hormônio
masculino declina lentamente com a idade. A osteoporose no homem pode estar
associada a múltiplos fatores de risco (OLSZYNSKI et al. 2004).
Em estudo realizado com população masculina acima de 50 anos a densidade
mineral óssea mostrou-se mais alta, em relação à feminina. Em São Paulo, o índice
de massa corporal e peso mostraram uma correlação positiva forte com a densidade
da coluna e fêmur, não houve perda significativa na coluna com o envelhecimento e
a diminuição no fêmur ocorreu na ultima década do estudo entre 70 a 79 anos
(ZERBINI et al. 2000).
É conhecida a diferença na massa óssea e risco de fratura em etnias
diferentes. Estudo recente demonstrou diferenças nas curvas de densidade mineral
óssea entre mulheres chinesas, japonesas e caucasianas americanas. Neste estudo
ficou demonstrado que a densidade mineral óssea se diferencia de acordo com o sítio
analisado nessas raças (WU 2003).
22
Fica bem evidenciado no estudo de NELSON et al. (2000), que a diferença na
estrutura óssea é a responsável provável pela diferença na densidade mineral óssea
entre as 371 mulheres brancas e negras estudadas.
Densidade do osso não é o único determinante da fragilidade do esqueleto e
influências genéticas sobre o risco de fratura independem dela. As propriedades
microarquiteturais, tamanho global e geometria do osso também influenciam a força
do esqueleto (SEEMAN 2003, CARBONARE 2004).
O uso do cigarro é um fator de risco para o aumento da perda da densidade
mineral óssea, mas o seu mecanismo não está bem definido. Como a absorção do
cálcio intestinal é menor nos fumantes pode ser este um fator que contribui para
menor massa óssea (KRALL e HUGHES 1999). Outro mecanismo estaria
relacionado com turnover ósseo, pois estudos evidenciaram níveis altos de
osteocalcina em fumantes (HLA et al. 2001).
Estudo realizado em 489 mulheres com idade acima de 65 anos, recrutadas
na Unidade de Metabolismo Ósseo da Universidade de Medicina de Omaha, mostrou
que 54 eram tabagistas e apresentaram aumento significante dos marcadores de
remodelação óssea, na osteocalcina e paratormônio, sugerindo associação do fumo
com densidade mineral óssea baixa por diminuição de absorção de cálcio,
hipoparatiroidismo secundário e reabsorção de osso aumentada (RAPURI et al.
2000). Estudo realizado em São Paulo com 325 homens voluntários com mais de 50
anos demonstrou associação entre história anterior de tabagismo e osteoporose
(TANAKA et al. 2001).
O consumo de álcool é um fator de risco para osteoporose, baseado no achado
freqüente de uma baixa massa óssea, diminuição na taxa de formação óssea e
aumento de incidência de fraturas em alcoólatras. A diminuição da proliferação das
células osteoblásticas em cultura, pela ação do álcool, foi demonstrada em estudo
laboratorial (TURNER 2000).
É difícil demonstrar a perda óssea induzida pelo álcool, pois os estudos são
realizados em população pequena, e em alguns deles há evidência de que o álcool
tem um efeito prejudicial quando se tem abuso crônico e que teria um efeito neutro
ou até benéfico em mulheres idosas se seu consumo fosse moderado (GANRY e
DUBREUIL 1999, TURNER 2000, KIM et al. 2003).
23
Os diversos estudos correlacionando a ingestão de bebidas cafeinadas e chá
apresentam resultados conflitantes, e não são uniformes na quantidade considerada
excessiva de café. Os estudos de LLOYD et al. (1997), HEGATTY et al. (2000) e
CHEN et al. (2003) não demonstraram correlação entre ingestão de bebidas
cafeinadas e osteoporose. Enquanto que nos estudos de CONOOR et al. (1994),
HARRIS e HUGHES (1994), HANSEN et al. (2000) e KORPELAINEN et al.
(2003) a diminuição na densidade mineral óssea em mulheres está associada à
diminuição na ingestão de cálcio ou com baixo peso.
Desnutrição com deficiência de proteína contribui para a ocorrência de fratura
osteoporótica não só pela diminuição na massa óssea como também pela alteração da
função do músculo. O fator de crescimento insulina like (mais potente estimulador de
osteoblastos) pode estar envolvido na patogênese da fratura do quadril, pois há
diminuição da proteína de ligação do fator de crescimento, a IGBP
3
(RIZZOLI et al.
2001).
O cálcio da alimentação tem papel importante na saúde do osso. Deficiência
crônica por ingestão de cálcio ou absorção intestinal inadequada é causa importante
de diminuição da massa óssea e osteoporose (CASHMAN 2002).
O estudo realizado com 454 mulheres em Hong Kong demonstrou que a
ingestão superior de 900mg de cálcio é útil para prevenir a perda do osso cortical em
chinesas na pós-menopausa inicial. A quantidade de cálcio presente na alimentação
tem efeito benéfico na massa óssea da bacia, não tendo efeito significante na massa
óssea da coluna vertebral (HO et al. 2004).
A falta de atividade física pode influenciar negativamente o pico de massa
óssea. O exercício transmite carga ao esqueleto mediante o impacto direto e a
contração muscular. No estudo de PRINCE et al. (1995), com 168 mulheres na pós-
menopausa por mais de 10 anos, foi avaliado o efeito do cálcio associado ou não ao
exercício. Ficou demonstrada menor perda de massa óssea no fêmur no grupo que
realizou 4 horas de exercício por semana em relação àquelas mulheres que não
praticavam exercício físico.
Em repouso absoluto, a desmineralização óssea começa somente após 4 a 6
semanas, podendo atingir uma perda de 15,0% após 4 meses de imobilização. A
osteoporose por imobilização nos indivíduos acima de 60 anos tem sua recuperação
24
muito lenta, podendo ter um aumento de 1,0 a 2,0% com os programas adequados de
exercício (DAMBACHER e SCHACHT 1996, DAMBACHER et al. 1997).
Em mulheres na menopausa, não há nenhuma evidência de que o exercício
físico sozinho possa reduzir a perda óssea, pois há interação de outros fatores
(deficiência hormonal, deficiência de cálcio e vitamina D) que determinam a
ocorrência da osteoporose nesta fase da vida da mulher (LANZZILLOTI et al. 2003).
Durante a gravidez e lactação, transferência de quantidade significante de
cálcio acontece da mãe para o feto e para a criança, colocando teoricamente a mãe
com um risco aumentado para osteoporose. Perda materna de osso pode acontecer
nos últimos meses de gravidez, quando ocorre a mineralização rápida do esqueleto
fetal (KALKWARF e SPECKER 2002).
Várias mulheres têm osteoporose transitória na coluna e quadril após a
terceira gravidez sucessiva (PEARSON et al. 2004). Embora passageira, a lactação
está associada com perda de massa óssea (GRIME e WIMALAWANSA 2003).
Estudo epidemiológico não encontrou associação entre gravidez e lactação
com risco aumentado de fraturas osteoporóticas (KARLSSON et al. 2005). Outras
pesquisas não encontraram uma diminuição estatisticamente significativa na
densidade mineral óssea associada com o número de gestação e tempo de
amamentação (CARRANZA LIRA e MERA 2002, KAUR et al. 2003). Na literatura
há diversos relatos de osteoporose pós-parto associada a fraturas por stress (DI
GREGORIO et al. 2002, CLEMETSON et al. 2004, LIN e LUTZ 2004).
Foram poucos os estudos encontrados nesta revisão bibliográfica associando
escolaridade, estado civil e renda familiar com osteoporose. Estudo realizado com
335 pessoas que viviam em centros rurais em Vitória na Austrália, encontrou um
risco maior para osteoporose associada à diminuição de cálcio da dieta e baixo peso
em mulheres solteiras ou divorciadas. Neste estudo, a falta de exercício e a menor
escolaridade estavam associados à osteoporose (PEACH e BATH 2000).
Outros fatores de risco estão também implicados no aparecimento e ou
agravamento da osteoporose. São eles, fraturas prévias, deficiência hormonal de
estrogênio ou testosterona, doenças crônicas e uso de medicamento (Figura 1).
A associação entre fratura vertebral prévia com aumento na incidência de
fraturas osteoporóticas, de qualquer tipo, faz com que este fator de risco seja
25
considerado o principal parâmetro para o início de um tratamento (NAVES et al.
2003). Fratura vertebral prévia é também fator de risco para novas fraturas vertebrais
ou fraturas em outros sítios (LINDSAY et al. 2001, DELMAS et al. 2003).
A causa mais comum da osteoporose relacionada com a deficiência primária
ovariana de estrogênio é a que ocorre com a menopausa, mas há outras amenorréias
secundárias que podem diminuir a massa óssea provocando osteoporose como
Síndrome de Turner (SHORE et al. 1982), anorexia nervosa (SEMAN et al. 1992)
exercícios intenso em atletas (NELSON et al. 1986, DUGOWSON et al. 1991).
Diversas doenças crônicas podem estar associadas com osteoporose tanto pela
doença base quanto pelo seu tratamento. O hipertiroidismo pode ser considerado
como fator de risco para indução ou agravamento da osteoporose, quando não
controlado (RIBEIRO et al. 2003). A ação na diminuição da massa óssea pode ser
por efeito direto do excesso de hormônio tiroidiano ou a doença pode estar associada
à insuficiência relativa de outros hormônios como o fator de crescimento insulina
like e sulfato de dehidroepiandrosterona (FOLDES et al. 1997).
A osteoporose é uma complicação comum de doenças inflamatórias
intestinais que pode ter seu mecanismo etiopatogênico associado à disfunção do
cálcio, vitamina D, desnutrição ou ao seu tratamento com corticóide
(LICHTENSTEIN 2001, NUTI et al. 2001).
Osteoporose é a complicação iatrogênica mais freqüente observada no
tratamento crônico com corticóide, por comprometimento na formação óssea e
aumento na reabsorção (LANNA et al. 2003).
Nas colagenoses, lupus eritematoso sistêmico e artite reumatóide, o uso
preventivo de suplemento de cálcio, vitamina D e bifosfanatos já é preconizado para
proteção da perda da massa óssea provocada pela terapêutica com corticóide
(HAUGEBERG et al. 2002, BOYANOV et al. 2003).
Os estudos correlacionando perda de cálcio na urina com perda de massa
óssea são conflitantes, há estudos onde a prevalência da osteopenia é alta em
pacientes com hipercalciúria idiopática e outros onde não se observou associação
(GARCIA NIETO et al. 2003, CAUDARELLA et al. 2003).
26
Hoje já há critérios estabelecidos pela Associação Americana de
Reumatologia para a prevenção e tratamento da osteoporose induzida pelo
glicocorticóide (AMERICAN COLLEGE 2001). Doses maiores de 5 mg de
prednisona ou equivalente leva à redução da massa óssea e ao aumento do risco de
fratura durante seu uso (VAN STAA et al. 2002). Sabe-se que a perda de massa
óssea é maior nos primeiros seis meses de tratamento (ADACHI 1997, VAN STAA
et al. 2002).
Outro medicamento de uso contínuo que também tem implicações na perda
de massa óssea em mulheres na pós-menopausa é o hormônio tiroidiano quando
usado em dose supressiva acima de 2 µg/Kg (COOPER 1994, SIJANOVIC e
KARNER 2001).
Medicamentos que são usados em menor escala, mas que também podem
interferir no metabolismo ósseo reduzindo a massa óssea são: heparina (PETILLA et
al. 2002), antiepiléticos (HARDEN 2003, FITZPATRICK 2004), opióides (DANIEL
2004).
O lítio é citado na literatura como um agente também capaz de produzir
osteoporose (HARPER e WEBER 1998). Estudos mais recentes têm demonstrado
uma alteração no metabolismo do cálcio com aumento na secreção de paratormônio e
conseqüente aumento do turnover ósseo, mas sem perda de massa óssea, nos
pacientes com distúrbio afetivos em uso de carbonato de lítio (COHEN et al. 1998).
O custo direto atribuído à osteoporose entre os americanos aumentou de 7 a
10 bilhões de dólares em 1986 para 14 bilhões de dólares em 1995 (RAY et al. 1997,
WATTS 1998). A National Osteoporosis Foundation estimou um custo total de 17
bilhões de dólares ao ano para o sistema de saúde americano gastos com o tratamento
para osteoporose no ano de 2001. A Osteoporosis Society of Canadá em 2000
estimou que o tratamento da osteoporose nas canadenses acima de 50 anos foi na
ordem 1,3 bilhões de dólares por ano.
A osteoporose pode ser considerada como um fator relevante para a restrição
das atividades diárias dos idosos, interferindo na sua sobrevivência e no seu lazer,
dado que 35,0% dos idosos têm restrições da função locomotora por este agravo
(CARNEIRO 1988). Com o aumento da expectativa de vida, a osteoporose ficará
27
mais prevalente no futuro com implicações onerosas para a saúde pública
(REGINSTER 2004).
O intenso processo de inovação tecnológica em cursos nos últimos 30 anos
vem ampliando as alternativas de tratamento, aumentando também o custo na
assistência médica e levando a maioria dos países a implementar reformas no setor
saúde (SILVA 2003).
Estas políticas exigem dados confiáveis e pertinentes sobre a situação inicial,
definições de critérios aceitáveis de prioridades e disponibilidade de estratégias
válidas de intervenção. A epidemiologia tem um importante papel na definição das
políticas, saindo do seu quadro tradicional biológico, para o estudo das variáveis
sócio-culturais (DUSSAULT 1995).
As modernas tecnologias têm um grande potencial, oferecendo um enorme
número de soluções para ajudar a resolver os problemas de saúde do Brasil. Este
potencial fica prejudicado, entretanto, pela impossibilidade de conduzir até o fim
programas e projetos estratégicos pela falta de critérios para auxiliar na seleção de
tecnologias e na decisão sobre onde e como adquiri-las e alocá-las” (MARQUES
1993, p.30).
A assistência farmacêutica é parte fundamental do serviço de atenção à saúde
do cidadão, por sua importância estratégica teve suas diretrizes regulamentadas pela
Portaria Ministerial n° 3916 (BRASIL 1998).
A garantia de acesso a medicamentos é essencial à política assistencial
adequada. No Sistema Único de Saúde (SUS), são garantidos os medicamentos das
internações hospitalares através das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH).
No nível ambulatorial o SUS provê os medicamentos essenciais da farmácia básica,
os de quimioterapia do câncer e os medicamentos estratégicos para tratamentos dos
programas DST/AIDS, Tuberculose, Hanseníase e Doenças Crônicas Degenerativas
como Hipertensão e Diabetes (SOUZA 2002).
Os medicamentos de alto custo são incluídos no Programa de Medicamento
Excepcional. Os recursos para a aquisição destes medicamentos são transferidos pelo
Ministério da Saúde aos estados que planejam a aquisição, controlam a distribuição e
seu estoque (SOUZA 2002).
28
Este programa foi implantado em 1993 e tem sido incrementado no
fornecimento de medicamentos e no número de beneficiados desde então. Ao final de
2001, a tabela de medicamentos excepcionais contava com 41 medicamentos com 83
apresentações diferentes. Em 2002, o Programa foi significantemente incrementado,
com distribuição gratuita de 92 medicamentos com 208 apresentações diferentes
(SOUZA 2002).
Uma das diretrizes do Programa de Medicamento Excepcional é a promoção
do uso racional dos medicamentos, o desenvolvimento e capacitação de recursos
humanos, pois, ao mesmo tempo em que o medicamento é um importante insumo no
processo de atenção à saúde, pode também se constituir em um fator de risco quando
utilizado de maneira inadequada.
Para fazer a avaliação das solicitações de medicamentos no Programa de
Medicamentos Excepcionais para as diversas patologias, a Secretaria de Estado de
Saúde de Mato Grosso designou através da Portaria nº 008/2002 (MATO GROSSO
2002), os médicos para comporem a equipe de Especialidades Médicas do Programa
de Medicamento Excepcional.
Pela Portaria nº 1318 (BRASIL 2002), foi criado o Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas e pela Portaria n° 470 (BRASIL 2002) o protocolo para o
tratamento da osteoporose. Neste protocolo é aceito o parâmetro para diagnóstico da
doença sugerida pela Organização Mundial da Saúde, em exames de densitometria
óssea em coluna lombar e fêmur, onde o índice de valores inferiores a - 2,5 desvio
padrão da média de valor de pico em adultos jovens (T score < -2,5) é considerado
osteoporose, valores de T score entre< –1,0 a –2,5 é considerado osteopenia e T
score até –1,0 é considerado normal (NHI CONCENSUS 2001).
Estão relacionados no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
tratamento da osteoporose com ou sem fratura (CID10 M80 e M81 respectivamente),
os medicamentos bifosfanatos, calcitonina, carbonato de cálcio, vitamina D,
estrógenos e raloxifeno. As solicitações de carbonato de cálcio, vitamina D e
estrógeno são encaminhados para a dispensação básica de medicamentos. Para os
medicamentos bifosfanatos, calcitonina e raloxifeno são fornecidos formulários para
solicitação de medicamentos excepcionais.
29
Com as inclusões dos medicamentos realizadas em 2002, Portaria nº 1318
(BRASIL 2002), dependendo da velocidade de compra por parte dos estados e da
implantação dos novos protocolos publicados, o número de pacientes atendidos
poderá duplicar nos próximos 12 meses (SOUZA 2002). O gasto anual com
Medicamento Excepcional em Mato Grosso foi de R$ 445.324,00 em 1995 e de R$
9.075.290,79 em 2001 havendo portanto um aumento de 20 vezes nos investimentos
para medicamentos excepcionais (MATO GROSSO 2002).
A aquisição desses novos fármacos deverá ser realizada pelo Estado, com os
recursos advindos da desoneração da contribuição para o PIS/PASEP e da
CONFINS, incidentes sobre a receita bruta das operações com esses produtos
advindos do convênio ICMS nº 87/02, de 28 de junho de 2002 pelo Conselho
Nacional de Política Fazendária, que concede isenção do ICMS nas operações com
fármacos e medicamentos destinados a órgão da Administração Pública Direta
Federal, Estadual e Municipal.
Um outro problema a ser abordado, frente a este aumento na demanda, é o
impacto financeiro que ela acarreta. Daí a necessidade de uma discussão mais ampla
que envolva tratamento com utilização de medicamentos mais acessíveis como
primeira escolha e medidas preventivas.
Com base nos pressupostos acima é que se pretende realizar o presente estudo
que visa analisar as principais características epidemiológicas dos usuários com
osteoporose no Programa de Medicamento Excepcional e a utilização destes
medicamentos, em busca de subsídios que contribuam para a otimização do
programa, redirecionando ações e racionalizando custos.
30
2 – OBJETIVOS
2.1-Objetivo geral
Analisar as características epidemiológicas dos portadores de osteoporose
atendidos no Programa de Medicamento Excepcional, analisando os fatores
associados a presença de osteoporose em seguimentos ósseos e a utilização de
medicamentos pelos prescritores.
2.2-Objetivos específicos
2.2.1- Descrever as principais características epidemiológicas dos portadores com
osteoporose atendidos no Programa de Medicamento Excepcional.
2.2.2- Analisar a associação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas, estilo
de vida, antropométricas, características fisiológicas, morbidades e presença de
osteoporose em seguimento ósseo.
2.2.3- Analisar a associação entre o tipo de medicamento de alto custo utilizado no
tratamento da osteoporose segundo variáveis relativas ao diagnóstico clínico,
diagnóstico densitométrico, especialidade do médico solicitante e o conhecimento do
usuário do seu tratamento.
31
3-MATERIAL E MÉTODO
3.1-Tipo de estudo
Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal em portadores de
osteoporose do Programa de Medicamento Excepcional da Secretaria do Estado de
Saúde de Mato Grosso, cadastrados no período de julho de 2003 a julho de 2004.
3.2- Local de estudo
O Estado de Mato Grosso está situado na região Centro Oeste, tem uma
extensão territorial de 903386,1 km
2
. Por atrair muito imigrante o Estado de Mato
Grosso tem uma grande diversidade nas características sociais, raciais, econômicas e
culturais. Entre 1991 e 2000 apresentou um crescimento anual de 2,47% com taxa de
urbanização de 8,34%. É um dos estados brasileiros com crescimento na renda per
capita, com aumento de 40,62% (BRASIL/PNUD 2002) nesse período. O Estado de
Mato Grosso teve uma população estimada para o ano 2004 de 2.697.717 habitantes
sendo 51,26 % homens e 48,57% mulheres.
Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, conta com uma população
estimada no ano de 2004 de 515.547 habitantes. A população acima de 40 anos é
estimada em 132.212, sendo 69.806 mulheres. No ano de 2003, Cuiabá apresentou
taxa de crescimento anual de 1,68% (BRASIL/IBGE 2004).
O Centro de Especialidade de Média e Alta Complexidade (CERMAC) da
Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso está situado em Cuiabá, é referência
ao atendimento secundário em diversas especialidades, dentre elas a Farmácia de
Alto Custo, onde foi desenvolvido este estudo.
32
3.3- População de estudo
A população de estudo é composta pelos usuários cadastrados com
osteoporose/osteopenia no Programa de Medicamento Excepcional no período de
julho de 2003 a julho de 2004, dos quais 1414 residem em Cuiabá.
3.4 Amostra
Na Gerência de Atendimento e Entrega de Medicamentos a Usuários
encontravam-se cadastrados, no período de julho de 2003 a julho de 2004
o total de
2051 usuários. São fornecidos raloxifeno para 990 (48,3%), bifosfanatos para 747
(36,4%) e calcitonina para 314 (15,3%). Para os 1414 usuários residentes em Cuiabá
são fornecidos raloxifeno para 753 (53,2%), bifosfanato para 478 (33,8%) e
calcitonina para 183 (12,9%).
Para a realização deste estudo foi estimado um tamanho de amostra
considerando a prevalência esperada de 53% (utilizando como parâmetro a
freqüência de uso do medicamento raloxifeno por ser o medicamento mais
solicitado), nível de significância de 95%, precisão absoluta de 5% e efeito de
desenho de 2. O tamanho mínimo da amostra, foi de 603 usuários, calculado pelo
programa Epitable calculator do Epi Info versão 6.04.
A fórmula utilizada para calculo da amostra (DEAN et al. 1994) foi a
seguinte:
n = ___N z
2
p (1-p)______
d
2
(N-1) + z
2
p (1-p)
N = população total
z = valor crítico para determinado nível de confiança (1-α)
d = precisão absoluta
p = proporção esperada na população
n effective = n * design effect
Para compensar possíveis perdas, calculou-se um adicional de 20% em
relação ao tamanho da amostra totalizando 723 usuários. Aplicando-se a esta amostra
33
os percentuais de uso de medicamento observados para o total dos usuários, chegou-
se à seguinte distribuição da amostra conforme quadro abaixo.
Quadro 1 – Distribuição da amostra conforme tipo de medicamento fornecido para
usuários residentes em Cuiabá do Programa de Medicamento Excepcional para
Osteoporose, Gerência de Atendimento e Entrega de Medicamento a Usuários, julho
2004.
Tipo de Medicamento Total de Usuários Distribuição da Amostra
nº % %
Raloxifeno 753 53,25 383 53
Bifosfanato 478 33,80 246 34
Calcitonina 183 12,94 94 13
O tipo de amostragem do presente estudo foi estratificada proporcional
aleatória, sendo selecionados os usuários de cada estrato conforme o tipo de
medicamento. No sorteio dos usuários foi utilizada a tabela de dígitos aleatórios
(KIRKWOOD 1988).
3.5-Fonte de dados
A Gerência de Atendimento e Entrega de Medicamentos a Usuários é
responsável pelo cadastro dos pacientes, controle, regulação e liberação dos
medicamentos de alto custo.
As informações do presente estudo foram obtidas a partir do formulário de
solicitação de medicamentos para osteoporose e roteiro para entrevista (APÊNDICE
I).
34
3.6- Formulário e roteiro de entrevistas
O formulário e roteiro para entrevista (APÊNDICE I) aplicado no presente
estudo foi elaborado de forma a conter a maioria das perguntas pré-codificadas.
Incluiu variáveis demográficas e variáveis relacionadas ao diagnóstico e tratamento,
às características fisiológicas, à morbidade, aos hábitos e estilo de vida, às
características socioeconômicas e ao conhecimento do tratamento.
3.7- Treinamento e estudo piloto
Foram selecionados quatro auxiliares de pesquisa e dois digitadores. Os
critérios de seleção foram: escolaridade: 2º grau completo, experiência em
atendimento ao público, disponibilidade na carga horária sem prejuízo do serviço,
declaração de não objeção do superior imediato quando funcionário federal, estadual
ou municipal e conhecimento de Word, Excel para os candidatos a digitadores.
O treinamento foi realizado pela responsável da pesquisa no dia 19 de
setembro de 2004, das 13 às 17 horas e teve como finalidade padronizar os
procedimentos de obtenção das informações e a maneira correta de formular as
perguntas, bem como o preenchimento correto do formulário de entrevista.
O treinamento iniciou com a apresentação dos objetivos do estudo,
enfatizando-se as questões relacionadas à abordagem dos usuários e a necessidade de
sigilo das informações obtidas. Os auxiliares de pesquisa tiveram disponível o
manual do entrevistador (APÊNDICE II) com as orientações de como proceder em
cada item da entrevista. Foram discutidas as questões de cada item e o cuidado
pertinente em cada um deles.
O estudo piloto foi realizado após o treinamento na primeira semana de
setembro. Foram selecionados quatro auxiliares de pesquisa com formação de 2°
grau que realizaram entrevistas com objetivo de aprimorar as habilidades e verificar
a aplicabilidade do formulário de entrevista. Os quatros auxiliares de pesquisa
realizaram cada um 10 entrevistas que não foram incluídas na amostra.
35
3.8- Coleta de dados
3.8.1- Preparação e execução do trabalho de campo
Para que o trabalho de campo se desenvolvesse de maneira mais efetiva, foi
solicitada à Gerente da Unidade onde se deu a pesquisa uma declaração de não
objeção para as auxiliares de pesquisa (ANEXO I). As entrevistas foram realizadas
no período de setembro a dezembro de 2004 na Gerência da Unidade ou no domicílio
dos usuários selecionados.
3.8.2- Variáveis estudadas
As informações relativas às variáveis do estudo foram obtidas utilizando o
formulário pré-codificado (APÊNDICE I) aplicado nas entrevistas com os usuários
selecionados. As entrevistas foram realizadas após a assinatura do termo de
consentimento (APÊNDICE II).
O questionário aplicado contém as seguintes variáveis:
Identificação
Nº do formulário
Data da solicitação do medicamento: entre julho de 2003 a julho 2004
Data de nascimento
Cadastro de Pessoa Física (CPF)
Endereço de residência (rua, número da casa, bairro), telefone
Variáveis demográficas
Idade: na data de solicitação do medicamento, considerada como variável
contínua ou categorizada em 4 grupos conforme os quartis da amostra ( 58 ,
59 ¦-- 65, 65 ¦-- 72 e 72).
Sexo: 1= feminino; 2= masculino
Cor da pele: branca, preta, parda e amarela. Foi considerada a cor auto
referida.
36
Esta variável foi analisada de forma dicotômica: branca e outras
(preta, parda,e amarela).
Naturalidade: estado e cidade de nascimento
Analisado em estado de Mato Grosso e outros estados: Cuiabá e outros
Variáveis antropométricas
Peso* em kg: foi categorizado em cinco grupos (45, 45,001 ¦-- 55,001,
55,001 ¦-- 65,001, 65,001 ¦-- 75,001, 75,001)
Altura em metro: categorizada em quatro grupos (< 1,46, 1,46¦-- 1,56,
1,56 ¦-- 1,66, 1,66 e mais).
Os dados de peso e altura foram obtidos no exame de densitometria, anexado
no formulário de solicitação de medicamentos
Índice de massa corpórea: IMC = kg/altura (m
2
), foi utilizado conforme os
pontos de corte preconizado pela Organização Mundial da Saúde WHO
(1995) :
IMC <16,0= grau 3 de emagrecimento
IMC entre 16,0 e 16,99= grau 2 de emagrecimento
IMC entre 17 a 18,49= grau 1 de emagrecimento
IMC entre 18,5 a 24,99= normalidade
IMC entre 25 a 29,99= grau 1 de obesidade
IMC entre 30 a 39,99 grau 2 de obesidade
IMC> 40 grau 3 de obesidade
Foi também categorizado em quatro grupos: baixo peso (< 18,5),normal
(entre 18,5 a 24,99), sobrepeso (25 a 29,99) e obesidade (acima de 30).
Variável relacionada ao diagnóstico e tratamento
Diagnóstico: registrado no formulário da solicitação (osteopenia,
osteoporose, osteoporose com fratura).
CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e problemas
relacionados à saúde, décima revisão)
Osteoporose sem fratura: M 81
Osteoporose com fratura: M80
37
Comprovação diagnóstica: coletada no formulário de solicitação de
medicamentos.
A informação de comprovação diagnóstica foi obtida por exame de
densitometria óssea, a qual pode ser realizado em um, dois ou nos três
segmentos ósseos, abaixo descrito.
Comprovação diagnóstica: densitometria coluna lombar (I)
Comprovação diagnóstica: densitometria colo do fêmur (II)
Comprovação diagnóstica: densitometria fêmur total (III)
A comprovação diagnóstica feita pelo resultado da densitometria óssea
baseado nos critério da OMS (NHI 2001) : T score até -1 SD é
considerado normal, T score <-1 a -2,5 SD é considerado osteopenia e
T score < - 2,5 é considerado osteoporose.
BMD T
1- L
2
- L
4
/ L
1
– L
4
2- Neck / colo
3- Femur Total / Inteiro
L
2-
L
4
/ L
1
– L
4
= seguimento lombar a ser analisado
Neck / colo = segmento do fêmur a ser analisado
Fêmur Total / Inteiro = densidade mineral óssea de todos os sítios do fêmur
BMD= densidade mineral óssea
T score = desvio padrão da média de valor de pico de massa óssea em
adulto jovem
A osteoporose foi também categorizada em: osteoporose leve (T score até -3,50),
osteoporose moderada (T score até -4,5) e osteoporose severa (T score < -4,5)
Nome do medicamento em uso: raloxifeno, bifosfanato ou calcitonina.
Justificativa para seu uso: anotado pelo médico no formulário de solicitação
Especialidade do médico solicitante
Tratamento anterior: (1) sim (2) não (9) não informado
hormônio feminino ( )
cálcio ( )
cálcio + vitamina D ( )
38
calcitonina ( )
bifosfanato ( )
raloxifeno ( )
Outros medicamentos: categorizados em classe medicamentosa
(antihipertensivos, hipoglicemiante, antiinflamatório e ou analgésico,
antidepressivo, antiadesivo plaquetario, hipolipemiante e outros). Anotado
no formulário de solicitação pelo médico prescritor.
Hormônio tiroidiano: informação obtida na entrevista com o usuário
uso: (sim/não/não sabe)
dose : (1) até 150 mcg (2) > 150 a 200mcg
(3) > 200 mcg (9) não sabe
Corticóide: informação obtida na entrevista com o usuário
uso: (sim/não/não sabe)
tempo de uso: (menos de 30 dias/30 a 120 dias/
mais 120 dias/não sabe
Lítio: uso: (sim/não/não sabe)
Variáveis relacionadas às características fisiológicas
Menarca: idade da ocorrência da 1ª menstruação
Categorizada em 12 anos , 13 ¦-- 15 anos, e 15 anos e mais
Gravidez: incluído aborto (não se aplica/ sim/não /não sabe)
Quantas vezes engravidou: (1 vez/2 vezes/3 vezes/4 vezes ou mais)
Amamentação: (sim/não/não sabe)
Presença de menopausa (sim/não/não sabe)
Tempo de ocorrência da menopausa: (1) < 1ano, (2) 1 ¦-- 5 anos
(3) 5 ¦-- 11 anos (4) 11 e mais
(9) não sabe ou não recorda
Também categorizado em 10 anos e > 10 anos
Variáveis relacionadas à morbidade
Fratura: presença (sim/não/não sabe)
idade de ocorrência considerada de forma continua
39
Categorizada em 4 grupos: 40 a 50 anos (perimenopausa), 51 a 60 anos
(menopausa recente), 61 a 70 anos (pós-menopausa), acima 71 anos
(senilidade)
local de ocorrência: (1) punho (2) vértebras (3) fêmur (4) quadril
(5) tornozelo (6) outro local (9) não sabe
História familiar de fratura (após 60 anos); (sim/não/não sabe)
Outras doenças em tratamento: (sim/não/não sabe)
Quais (anotar com o linguajar do paciente),
Foram identificadas doenças e agrupadas segundo a Classificação
Estatística Internacional de Doenças e problemas relacionados à saúde,
décima revisão (CID 10)
Dificuldade visual: (sim/não/ não sabe
Perda de equilíbrio (sim/não/não sabe)
com queda (sim/não/não sabe)
Variáveis relacionadas a hábitos e estilo de vida
Tabagismo: presença (sim/não/não sabe)
unidades de cigarro por dia fumado: (< 10, 10¦-- 21, 21 e mais )
Categorizado em 2 grupos: consumo/dia (< 10 unidades, 10 unidades)
Ex-fumante: (sim/não/não sabe)
tempo que parou em meses, foi categorizado em 2 grupos:
abandono (< 10 anos, 10 anos)
quantidade que fumou em unidades (< 10, 10¦-- 21, 21 e mais )
Categorizado em 2 grupos: consumo/dia (< 10 unidades, 10unidades)
Uso de café: uso (sim/não/não sabe)
freqüência (todos os dias , 1 a 2 vezes por semana, 3 a 4 vezes
por semana, não sabe)
quantidade café (até 3 xícaras por dia /4 xícaras por dia e mais/
não sabe
Uso de leite: uso (sim/não/não sabe)
freqüência (todos os dias , 1 a 2 vezes por semana, 3 a 4
vezes por semana, não sabe)
40
quantidade de leite (1copo por dia /2 copos por dia /3copos por
dia/4 ou +copos por dia / não sabe)
Foi agrupado em 2 categorias (até 2 copos/3copos ou + por dia)
Uso de bebida alcoólica: uso (sim/não/não sabe)
freqüência de uso (todos os dias/1 a 2 vezes na
semana/ 3 a 4 vezes na semana /raramente)
Atividade física: (sim/não/não sabe)
tipo de exercícios foi categorizado em: serviço doméstico, caminhada,
hidroginásticas (sozinhas ou associadas a outros exercícios
(+)
),
ginásticas e outras (dança, yoga, alongamento, tai chi)
freqüência (todos os dias/1 a 2 vezes/3 a 4 vezes/ 5 a 6 vezes /não sabe)
Foi categorizada em 2 grupos: mais de 4 vezes/ até 4 vezes na semana
Meio de locomoção (carro/ônibus/moto/bicicleta/à pé/não sabe)
Variáveis relacionadas às características sócio-econômicas
Situação conjugal: casado/solteiro/separado/viúvo/união consensual/outro/
não respondeu
Foi categorizado em 2 grupos: com companheiro(a)= casado(a),união
consensual, outros
sem companheiro(a)=solteiro(a),
separado(a), viúvo(a)
Número de filhos (nenhum/ 1 a 3/ 4 a 6/ 7 a 9/ 10 a 12/ mais de 12 filhos)
Foi categorizado em 3 grupos: nenhum filho, até 3 filhos, mais de 3
filhos
Escolaridade: (analfabeto(a)/ primário incompleto/primário completo/1º grau
incompleto/1º grau completo/2º grau completo/2º grau incompleto/ superior
incompleto/superior completo/não responde
Categorizado em; analfabeto(a)/primário incompleto/primário
completo/1º completo/2º completo/superior
Renda familiar total: somatória dos valores percebidos por todas as pessoa
que trabalham e residem no domicílio em reais.
A média desta renda foi dividida pelo salário mínimo vigente de R$
41
260,00 e categorizada em 5 faixas de salários ( 260,00,
260,01¦--780,01, 780,01¦--1561, 1560,01¦--2340,01, 2340,01¦--8000,01 .
Foi também categorizada em 3 salários ou > 3 salários mínimos
Ocupação: foi considerado o trabalho de maior carga horária. Entende-se por
ocupação/trabalho, o cargo, a função ou o ofício que o usuário exercia no
mês da entrevista.
Foi anotado de forma específica e agrupada nas grandes categorias da
Classificação Brasileira de Ocupação (CBO).
Foi categorizada em aposentado/pensionista, do lar (função sem
remuneração) e outras (trabalhadores de serviço de serventia,
trabalhadores das ciências e das artes, trabalhadores de serviço
administrativo, professores, funcionários públicos, trabalhadores de
produção industrial, trabalhadores do comércio outras (11 funcionários
públicos, 13 professores, 2 trabalhador do comércio, 10 trabalhador
produção industrial, 18 trabalhadores das ciências e da arte, 17serviço
administrativo, 19 serviço serventia)
Variáveis relacionadas ao conhecimento pelo usuário do seu tratamento
Indicação do medicamento: (sim/não/não respondeu)
Reação adversa do medicamento: se foi informado(sim/não/não respondeu)
Uso de outro medicamento para tratamento de osteoporose (sim/não/não
sabe)
Motivo da substituição
3.9- Processamento de dados
As informações foram processadas em microcomputador. Os dados dos
questionários (APÊNDICE I) foram digitados em banco elaborado com o programa
Epi-Info versão 6.04 (DEAN et al 1994).
A digitação do banco das entrevistas foi realizada por uma digitadora da
Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso também liberada pela Gerente da
42
Unidade onde se realizou a pesquisa, conforme declaração de não objeção (ANEXO
I) e por uma estudante com conhecimento de Word e Excel.
A análise de consistência e correção das informações foi realizada pela
responsável da pesquisa e por uma Analista de Sistema da Secretaria de Saúde do
Estado de Mato Grosso no programa Validate duplicate entry do Epi 6.04 (DEAN et
al. 1994).
3.10- Análise dos dados
A análise estatística dos dados foi realizada por meio de elaboração de tabelas
descritivas, utilizando freqüência absoluta e relativa, média e desvio padrão. A
comparação das variáveis foi realizada pelo teste de qui quadrado, análise de
variância, teste t de Student e teste Exato de Fisher com α 0,05. As análises
estatísticas foram realizadas no programa Epi-Info versão 6.04 (DEAN et al. 1994) e
SPSS versão 9.0 (SPSS 1999). A análise dos dados foi realizada segundo um
esquema de amostragem aleatória simples porque não foi verificado efeito de
desenho para as variáveis idade, peso e altura. O efeito de desenho é calculado pela
razão entre a variância segundo uma amostragem aleatória simples e a variância
média dos estratos (SILVA 1998).
3.11 Considerações éticas
Os pacientes envolvidos no estudo não foram submetidos a nenhum tipo de
risco à saúde. A identidade dos pacientes e dos médicos solicitantes foi mantida em
sigilo. Foi solicitado o consentimento para a participação no estudo aos usuários
selecionados para a pesquisa que ficou registrado, em carta de consentimento
(APÊNDICE I).
O projeto de pesquisa foi aprovado no dia 26 de maio de 2004, pelo Comitê
de Ética do Hospital Universitário Júlio Muller da Universidade Federal de Mato
Grosso, credenciado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da
Saúde (ANEXO VI).
43
4- RESULTADOS
O Programa de Medicamento Excepcional para tratamento de osteoporose, no
período de julho de 2003 a julho de 2004, atendeu a 2051 pacientes cadastrados na
Gerência de Entrega de Medicamento a Usuários da Secretaria de Estado de Saúde
de Mato Grosso (GAEMU) Destes, 1414 (68,9%) eram residentes em Cuiabá.
Dos usuários residentes no Município de Cuiabá foram selecionados 723 para
fazer parte da amostra deste estudo, dos quais 623 foram entrevistados o que
significou uma perda de 100 (13,8%) usuários (Tabela 1).
Tabela 1.
Distribuição dos usuários de Medicamento Excepcional para
tratamento da osteoporose em Mato Grosso, Cuiabá, amostra e
entrevistados segundo o tipo de medicamento. Cuiabá-MT, setembro
a dezembro 2004
Tipo de
Medicamento
Total de Usuários
Mato Grosso Cuiabá Amostra Entrevistados
n° % n° %
nº %
n° %
Raloxifeno 990 48,3 753 53,2 383 53 333 53,5
Bifosfanato 747 36,4 478 33,9 246 34 215 34,5
Calcitonina 314 15,3 183 12,9 94 13 75 12,0
Total 2051 100 1414 100 723 100 623 100
As perdas ocorreram por mudança de endereço (71), falecimento (8), viagem
no período da entrevista (19). Duas usuárias recusaram ser entrevistadas. É
importante ressaltar que durante o período das entrevistas foram feitas 127 visitas
domiciliares aos usuários impossibilitados de locomoção e àqueles com quem não se
conseguiu contato via telefone ou telegrama, comprovando a mudança de endereço.
Mudaram de Cuiabá para outras cidades do interior de Mato Grosso 32 usuários e em
39 casos o endereço do cadastro estava errado.
44
4.1-Descrição da população do estudo
4.1.1- Segundo variáveis demográficas
Na amostra estudada as mulheres representaram 96,3% dos usuários. Em
relação a idade verificou-se que 27,4 % dos usuários encontravam-se com menos de
58 anos. A idade variou entre 13 a 99 anos e a média foi de 64,2 (dp±9,69) e mediana
de 64 anos. Com relação à variável cor, referida pelos usuários, observou-se a
predominância da cor parda (49,9%) em seguida a branca (34,2%) (Tabela 2).
Tabela 2 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis demográficas:
sexo, idade e cor. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variáveis Categorias %
Sexo
feminino 600 96,3
masculino 23 3,7
Idade
58 171 27,4
59 ¦-- 65 146 23,4
65 ¦-- 72 157 25,2
72 149 23,9
Cor
parda 311 49,9
branca 213 34,2
preta 72 11,6
amarela 17 2,7
não sabe 10 1,6
A distribuição dos usuários segundo a variável local de nascimento foi
analisada considerando a região geográfica brasileira, estados da Região Centro-
Oeste e municípios do Estado de Mato Grosso. Verificou-se que as maiores
freqüências foram de usuários naturais da região Centro Oeste (62,7%), do Estado de
Mato Grosso (89,2%) e do Município de Cuiabá (38,3), conforme mostra a Tabela 3.
45
Tabela 3 Distribuição dos 618 usuários segundo variável demográfica: local
de nascimento. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Local de nascimento* n° %
Região geográfica brasileira e outros países (n= 618)
Centro Oeste 387 62,7
Sudeste 112 18,1
Nordeste 80 12,9
Sul 34 5,5
Norte 2 0,3
Outro pais
3 0,5
Estados da região Centro Oeste (n= 387)
Mato Grosso 345 89,2
Goiás 21 5,4
Mato Grosso do Sul 20 5,1
Tocantins 1 0,3
Municípios do Estado de Mato Grosso (n= 345)
Cuiabá 132 38,3
Santo Antônio do Leverger 36 10,4
Chapada do Guimarães 24 7,0
Poconé 19 5,5
Rosário Oeste 19 5,5
Cáceres 16 4,6
Várzea Grande 14 4,1
Acorizal 13 3,8
Barão de Melgaço 10 2,9
Poxoréu 8 2,3
Rondonópolis 5 1,4
Outros 25 7,2
*sem informação em 5 formulários
Considerando a distribuição dos usuários segundo a variável relativa à
família, observou-se que 38,1% e 35,0% eram casados e viviam em união
consensual, respectivamente (Tabela 4). De acordo com a variável número de filhos
constatou-se que 35,6% dos usuários possuíam entre 1 a 3 filhos e 29,8% tinham
mais de 6 filhos. A média de número de filhos foi de 4,8 (dp ± 3,2) (Tabela 4).
46
Tabela 4 Distribuição dos usuários (n= 623) segundo variáveis
socioeconômicas: família, situação conjugal, número de filhos.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variáveis sócio-
econômicas
família
Categorias n° %
Situação conjugal
Casado 238 38,1
Viúvo 218 35,0
Separado 69 11,1
Solteiro 56 9,0
União consensual 11 1,8
Outras 18 2,9
Não respondeu 13 2,1
Número de filhos
Nenhum 47 7,5
1 -- 3 221 35,6
4 -- 6 169 27,1
7 -- 9 126 20,2
10 -- 12 51 8,2
13 e mais 9 1,4
Analisando a distribuição dos usuários segundo as variáveis socioeconômicas
verificou-se que 72,0% dos usuários tinham renda familiar de até R$ 780,00
(equivalente a 3 salários mínimos) e 37, 7% dos usuários tinham renda familiar R$
260,00. O nível de escolaridade foi informado em 620 entrevistas (99,5%) e 33,4%
dos entrevistados tinham primário incompleto. A variável ocupação indicou que
51,0% dos usuários eram do lar e 32,4% eram aposentados / pensionistas (Tabela 5).
47
Tabela 5 Distribuição dos usuários (n=623) segundo variáveis sócio-econômicas:
renda familiar ocupação e escolaridade. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro de 2004
Variáveis sócio-econômicas Categorias %
Renda familiar em R$
260,00 235 37,7
260,01 ¦-- 780,01 214 34,3
780,01 ¦-- 1560,01 82 13,2
1560,01 ¦-- 2340,01 21 3,4
2340,01 ¦-- 8000,01 32 5,1
não respondeu 39 6,3
Escolaridade
analfabeto 104 16,7
primário incompleto 208 33,4
primário completo 79 12,7
1° grau incompleto 61 9,8
1° grau completo 24 3,9
2° grau incompleto 27 4,3
2° grau completo 80 12,8
superior completo 37 5,9
não respondeu 3 0,5
Ocupação*
do lar (sem remuneração) 316 51,0
aposentado/pensionista 201 32,4
Trabalhadores de serviço de serventia 22 3,5
Trabalhadores das profissões
científicas
20 3,2
Trabalhadores de serviços
administrativos
18 2,9
Professores 13 2,1
Funcionários públicos 12 1,9
Trabalhadores de produção industrial 10 1,6
Trabalhadores de comércio 3 0,5
outras 5 0,8,2
* Classificação Brasileira de Ocupação (2002). Não responderam: 3 usuários
48
4.1.2- Segundo variáveis de estilo de vida
Analisando a distribuição dos entrevistados segundo variáveis relacionadas
ao estilo de vida, verificou-se que o hábito tabágico (atual e passado) foi informado
por 253 dos usuários (40,6%), sendo que 69 (11,1%) ainda persistem com este
hábito. No momento da investigação 46 dos usuários (66,7%) que continuam a
fumar são considerados fumantes leves, consomem até 10 cigarros ao dia. Dos 184
ex-fumantes (33,2%), 67,4% também fumavam até 10 cigarros ao dia e 57,1% não
tem mais este hábito há mais de dez anos (Tabela 6)
Tabela 6 Distribuição dos usuários segundo variável hábito tabágico. Cuiabá-
MT, setembro a dezembro de 2004
Variáveis estilo de vida Categorias %
Fumante
(n= 623)
Não 551 88,4
Sim 69 11,1
Não sabe 3 0,5
Quantos cigarros fuma ao
dia (n= 69)
< 10 46 66,7
10 ¦-- 21 19 27,5
21 e mais 4 5,8
Ex-fumante (n= 554)
Não 367 66,3
Sim 184 33,2
Não sabe 3 0,5
Quantos cigarros fumava ao
dia
(n= 184)
<10 124 67,4
10 ¦-- 21 43 23,4
21 e mais 14 7,6
Não sabe 3 1,6
Quanto tempo parou de
fumar (anos) (n= 184)
< 5 36 19,5
5 ¦--11 41 22,3
11 e mais 105 57,1
Não sabe 2 1,1
49
A ingestão de bebida alcoólica esteve presente em 79 usuários (12,7%) sendo
que 46 (58,2%) consomem 1 a 2 vezes na semana. O café foi consumido por 81,7%
dos usuários, dos quais 91,8% bebem café diariamente e 83,1% consomem até 3
xícaras/dia (Tabela 7).
Tabela 7 Distribuição dos usuários segundo consumo de bebida alcoólica e
café. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variável estilo de vida Categorias %
Consumo de bebida
alcoólica (n= 623)
Não 541 86,8
Sim 79 12,7
Não sabe 3 0,5
Consumo bebida
alcoólica/semana (n= 79)
Todos os dias 12 15,2
1 a 2 vezes na semana 46 58,2
3 a 4 vezes na semana 1 1,3
Raramente 20 25,3
Consumo de café (n= 623) Sim 509 81,7
Não 111 17,8
Não sabe 3 0,5
Consumo de café/semana
(n=509)
Todos os dias 467 91,8
1 a 2 vezes na semana 23 4,5
3 a 4 vezes na semana 18 3,5
Não sabe 1 0,2
Consumo diário de café
(n=509)
3 xícaras 423 83,1
4 e mais xícaras 84 16,5
Não sabe 2 0,4
Observou-se que o leite é um alimento consumido por 566 dos entrevistados
(90,8% dos usuários), sendo que cerca de 76,7% o fazem todos os dias e 43,8%
ingerem somente 1 copo por dia (Tabela 8).
50
Tabela 8 Distribuição dos usuários (n= 623) segundo o consumo de leite.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variável estilo de vida Categorias %
Consumo de leite
Sim 566 90,8
Não 54 8,7
Não sabe 3 0,5
Consumo de leite por dia
na semana
Todos os dias 434 76,7
3 a 4 vezes na semana 80 14,1
1 a 2 vezes na semana 48 8,5
Não sabe 4 0,7
Quantidade no consumo de
leite
1 copo 248 43,8
2 copos 207 36,6
3 copos 76 13,4
4 copos ou mais 32 5,7
Não sabe 3 0,5
Dentre os 515 usuários (82,5%) que praticam alguma atividade física, o
serviço doméstico é realizado como única atividade por 243 (47,2%) e associado a
outras atividades físicas por 295 (57,3%). A caminhada é praticada por 108 (21%) e
a hidroginástica é exercida por 30 (5,8%) dos usuários. Estas duas atividades físicas,
quando associadas a outras atividades não semelhantes a serviços domésticos,
representam 132 (25,7%) e 46 (8,9%) respectivamente. A maioria dos entrevistados
(61,9%) faziam alguma atividade física diariamente. O meio de locomoção de rotina
mais utilizado pelos usuários foi o ônibus (59,4%) e o carro próprio (27,1%) (Tabela
9).
51
Tabela 9 Distribuição dos usuários segundo o tipo e freqüência de atividade
física realizada e o meio de locomoção utilizado diariamente.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variáveis estilo de vida Categorias %
Atividade física (n=623)
Sim 515 82,6
Não 105 16,9
Não sabe 3 0,5
Tipo de atividade física
(n=515)
Serviços domésticos 243 47,2
Caminhada 108 21,0
Serviços domésticos e outras 52 10,1
Hidroginástica 30 5,8
Caminhada e outras 24 4,7
Hidroginásticas outras 16 3,1
Ginástica 15 2,9
Outras* 27 5,0
Freqüência da atividade
física (n=515)
todos os dias 319 61,9
1 a 2 vezes na semana 120 23,3
3 a 4 vezes na semana 67 13,0
5 a 6 vezes na semana 8 1,6
não respondeu 1 0,2
Meio de locomoção diária
(n=623)
Ônibus 370 59,4
Carro próprio 169 27,1
À pé 63 10,1
Bicicleta 5 0,8
Moto 3 0,5
Não respondeu 13 2,1
*Atividades exercidas de maneira esporádica: Dança, natação, bicicleta ergométrica, esteira,
alongamento, taichi chuan
4.1.3- Segundo variáveis antropométricas
A amostra foi composta por usuários de baixa estatura, 430 (69,0%) com até
1,55 m. A estatura média foi 1,52 m (dp± 0,07). Observou-se que os usuários com
peso até 65 kg representaram 72,2% da amostra, com peso médio de 60,1 (dp± 11,4).
52
Nesta amostra, 262 (42,1%) estavam dentro da normalidade em relação ao índice de
massa corpórea (IMC). A média do IMC foi 25,8 (dp± 4,8) (Tabela 10).
Tabela 10 Distribuição dos usuários (n= 623) segundo variáveis antropomé-
tricas, altura, peso e índice de massa corpórea (IMC). Cuiabá-MT,
setembro a dezembro de 2004
Variáveis antropométricas Categorias %
Altura *(m)
1,30 ¦--1,46 84 13,5
1,46 ¦-- 1,56 346 55,5
1,56 ¦-- 1,66 167 26,8
1,66 e mais 26 4,2
Peso (kg)
45 51 8,2
45,001 ¦-- 56,001 167 26,8
56,001 ¦-- 65,001 232 37,2
65,001¦-- 75,001 127 20,4
>75,001 46 7,4
IMC
**
grau 3 de emagrecimento 3 0,5
grau 2 de emagrecimento 4 0,6
grau 1 de emagrecimento 16 2,6
normal 262 42,1
grau 1 de obesidade 230 36,9
grau 2 de obesidade 102 16,4
grau 3 de obesidade 6 1,0
* Altura segundo Nactional Center for Health Statistics percentiles - NCHS (1979)
** IMC segundo World Health Organization- WHO (1995)
4.1.4- Segundo variáveis relacionadas ao diagnóstico e tratamento
Analisando-se o diagnóstico clínico registrado pelo profissional que fez o
encaminhamento dos usuários para o cadastro no programa de Medicamento
Excepcional, a osteoporose aparece em 91,3% e osteoporose com fratura somente em
7,6% (Tabela 11).
53
Tabela 11 Distribuição dos usuários segundo variável diagnóstico clínico.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variável diagnóstica Categorias %
Diagnóstico clínico
Osteopenia 7 1,1
Osteoporose 569 91,3
Osteoporose com fratura 47 7,6
Total 623 100
A comprovação diagnóstica com densitometria óssea foi anexada em 99,4%
dos formulários de solicitação. A osteoporose esteve presente em 86,5% na coluna
lombar, 30,1% na cabeça do fêmur e 23,3% no fêmur total (Tabela 12).
A análise por densitometria óssea demonstrou na coluna lombar uma
densidade mineral óssea com uma média de T score= -3,320 (dp ± 0,953), no colo do
fêmur T score= - 2,026 (dp ± 1,020 e no fêmur total T score= -1,796 (dp ± 1,093).
A densitometria da coluna lombar demonstrou maior perda de massa óssea
que do colo do fêmur e fêmur total. Das 616 análises densitométricas da coluna, 308
(50,0%) apresentaram osteoporose leve (T score até -3,50), 170 (27,6%) osteoporose
moderada (T score até -4,5) e 55 (8,9%) osteoporose severa (T score <-4,5) . No
colo do fêmur, das 608 análises realizadas, 145 (23,8%) apresentaram osteoporose
leve, 36 (5,9%) osteoporose moderada e 2 (0,3%) osteoporose severa. No fêmur
total das 446 análises realizadas, 84 (18,8%) apresentaram osteoporose leve, 17
(3,8%) osteoporose moderada e 3 (0,7%) osteoporose severa.
54
Tabela 12 Distribuição dos usuários segundo variáveis relacionadas às
densidades de massa óssea na coluna lombar, cabeça do fêmur e
fêmur total. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Local analisado Densidades de massa óssea* %
Coluna lombar (n=616)
Normal 11 1,8
Osteopenia 72 11,7
Osteoporose 533 86,5
Cabeça do fêmur
(n=608)
Normal 86 14,1
Osteopenia 339 55,8
Osteoporose 183 30,1
Fêmur total (n=466)
Normal 101 22,7
Osteopenia 241 54,0
Osteoporose 104 23,3
*Densidade de massa óssea segundo T-score adulto jovem (AMB, 2002)
A osteoporose registrada em 280 fichas de cadastro (44,9%) foi a
justificativa mais utilizada pelos médicos solicitantes na escolha do medicamento
prescrito (Tabela 13).
Tabela 13 Distribuição dos usuários segundo variável justificativa para
solicitação do Medicamento Excepcional. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro de 2004
Variável relacionada ao medicamento
Justificativa para seu uso
n° %
Osteoporose 280 44,9
Risco de fratura 92 14,8
Dor óssea 35 5,6
Prevenção de fraturas 35 5,6
Tratamento Clínico 33 5,3
Clínica e exame 27 4,4
Perda de massa óssea 20 3,2
Alto custo 12 1,9
Outras 25 4,0
Sem justificativa 64 10,3
Total 623 100
55
Cinco especialidades da área médica são responsáveis por 93,9% das
solicitações dos Medicamentos Excepcionais para tratamento da osteoporose, dentre
as quais a Ginecologia (35,6%) e a Ortopedia (30,0%) são as mais prevalentes
(Tabela 14).
Tabela 14 Distribuição dos usuários segundo variável relacionada a
especialidade do médico solicitante. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro de 2004
Variável relacionada a especialidade do médico solicitante %
Ginecologia 222 35,6
Ortopedia 187 30,0
Clínica Médica 90 14,5
Reumatologia 45 7,2
Endocrinologia 41 6,6
Geriatria 15 2,4
Outras* 23 3,7
Total 623 100
*Outras: Programa Saúde da Família 7, Cardiologia 5, Pneumologia 4, Infectologia 2, Sanitarista 2,
Oncologia 1, Pediatria 1, Anestesiologia 1
Dentre os medicamentos anteriormente usados e registrados no formulário de
solicitação de Medicamento Excepcional pelo médico solicitante, o cálcio foi o de
maior freqüência, sendo usado por 98 usuários (15,7%), seguido do bifosfanato com
74 usuários (11,9%) e do hormônio feminino, usado por 58 mulheres (10,4%). Em
214 formulários (34,3%) este item não foi respondido (Tabela 15).
Segundo a variável uso de medicamento associado ao tratamento da
osteoporose, não houve relato em 477 (76,6%) formulários. Em 146 (23,4%) havia
associação de um medicamento e em 46 (7,4%) com mais de um medicamento. Os
medicamentos de maior uso foram os antihipertensivos em 42,5% dos participantes
da pesquisa, antiinflamatórios e analgésicos em 11,6% deles. Dos 623 usuários
entrevistados, 38 (6,1%) fazem uso de hormônio tiroidiano, o corticóide foi usado
por 21 (3,4%) e somente 01 (0,2%) faz uso de lítio. Nenhum usuário faz uso de dose
supressiva (>200 mcg) de hormônio tiroidiano. Dos 21 usuários que fizeram uso de
corticóide 13 (61,9%) usaram por mais de 120 dias (Tabela 16).
56
Tabela 15 Distribuição dos usuários (n=623) segundo tipo de tratamento
anterior para osteoporose referido pelo médico no formulário de
solicitação de Medicamento Excepcional. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro de 2004
Variável relacionada ao tratamento anterior Categorias %
Hormônio feminino*
sim 58 10,4
não 336 60,2
não respondido 205 36,4
Cálcio
sim 98 15,7
não 311 49,9
não respondido 214 34,4
Vitamina D
sim 10 1,6
não 399 64,1
não respondido 214 34,3
Cálcio + Vitamina D
sim 23 3,7
não 386 62,0
não respondido 214 34,3
Calcitonina
sim 36 5,8
não 373 59,9
não respondido 214 34,3
Bifosfanato
sim 74 11,9
não 335 53,8
não respondido 214 34,3
Raloxifeno
sim 18 2,9
não 391 62,8
não respondido 214 34,3
*não se aplica em 23 usuários do sexo masculino e 1 menina pré-púbere
57
Tabela 16 Distribuição dos usuários segundo medicamentos utilizados
associados ao tratamento de osteoporose. Cuiabá-MT, setembro
a dezembro de 2004
Variável relacionada
à outro medicamento
Categoria n° %
Associada a um
medicamento (n=623)
Antihipertensivo 62 42,5
Antiinflamatório/analgésicos 17 11,6
Hormônio tiroidiano 10 6,8
Hipoglicemiantes 8 5,5
Antidepressivo 8 5,5
Antiadesivoplaquetário 7 4,8
Hipolipemiantes 6 4,1
Outros 28 19,2
Não relatado 477 76,6
Associada a dois
medicamentos (n=46)
Antihipertensivo 13 28,3
Antiadesivo plaquetário 4 8,7
Hipoglicemiantes 4 8,7
Outros 25 54,3
Hormônio tiroidiano
(n=623)
Sim 38 6,1
Não 581 93,3
Não sabe 4 0,6
Dose do Hormônio
tiroidiano (n=38)
<100 mcg 25 65,8
100 a 200 mcg 10 26,3
> 200 mcg - -
Não sabe 3 7,9
Corticóide
(n=623)
Sim 21 3,4
Não 591 94,8
Não sabe 11 1,8
Tempo de uso de
corticóide (n=21)
< 30 dias 5 23,8
30 a 120 dias - -
> 120 dias 13 61,9
Não sabe 3 14,3
Lítio (n=623)
Sim 1 0,2
Não 608 97,6
Não sabe 14 2,2
58
4.1.5- Segundo variáveis relacionadas às características fisiológicas
As pacientes do sexo feminino foram entrevistadas a respeito das suas
características fisiológicas (Tabela 17).
Tabela 17 Distribuição das usuárias segundo variáveis relacionadas as
características fisiológicas das mulheres entrevistadas: menarca,
gravidez, nº de gestação, amamentação, menopausa e tempo de
menopausa. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004.
Característica fisiológica
Categoria n° %
Menarca **
(n=600)
12 162 27
13 ¦--15 234 39
15 e mais 149 24,8
Não recorda* 54 9,0
Não se aplica 01 0,2
Gravidez
(n=599)
Sim 557 93,0
Não 40 6,7
Não sabe* 2 0,3
Nº de gestações
(n=557)
uma 20 3,6
duas 51 9,2
três 82 14,7
quatro ou mais 404 72,5
Amamentação
(n=557)
Sim 529 95,0
Não 28 5,0
Menopausa
(n=599)
Sim 588 98,2
Não 9 1,5
Não sabe* 2 0,3
Tempo de menopausa
***
(n=590)
< 1 8 1,4
1 ¦-- 5 39 6,6
5 ¦-- 11 56 9,5
11 e mais 475 80,5
Não recorda 12 2,0
*2 Usuárias com Mal de Alzheimer
** idade em anos
*** tempo em anos
Entre as 600 usuárias entrevistadas, uma não tinha ainda menstruado pela 1ª
vez. A média de idade da 1ª menstruação foi de 13 anos (dp±1,8) anos nas 547
59
mulheres que recordaram desta data. Ainda apresentam ciclo menstrual regular 9
mulheres (1,5%) e 588 (98,2%) estão em menopausa, das quais 475 (80,5%) há mais
de 10 anos. Ficaram grávidas 557 usuárias (93%), sendo que 404 (72,5%) tiveram
mais de 4 gestações e somente 28 (5,0%) não amamentaram (Tabela 17).
4.1.6- Segundo variáveis relacionadas às morbidades
Houve relato de alteração da visão em 87,1% dos usuários, de equilíbrio em
271 deles (43,5%) sendo que 192 (70,8%) negavam queda após a perda de equilíbrio
(Tabela 18).
Dos usuários que estão em uso de medicamento para tratamento da
osteoporose 219 deles (35,1%) já apresentaram algum tipo de fratura, em sua
maioria entre 51 a 60 anos (28,3%). O local mais freqüente das fraturas relacionadas
à osteoporose foi no punho (23,4%). A freqüência das fraturas em outros locais foi
de 47,2%, ocorrendo em 66 usuários com idade superior a 40 anos. Não houve relato
de história familiar de fratura em idoso em 463 usuários (75%). Esses dados são
apresentados na Tabela 19.
Tabela 18 Distribuição dos usuários segundo variáveis relacionadas a mor-
bidades: dificuldade visual, perda de equilíbrio e queda. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro de 2004.
Variável relacionada à morbidade Categoria %
Dificuldade na visão
Sim 543 87,1
Não 77 12,4
Não sabe
*
3 0,5
Perda de equilíbrio
Sim 271 43,5
Não 349 56,0
Não sabe
*
3 0,5
Queda
**
Sim 79 29,2
Não 192 70,8
*3 Usuários com Mal de Alzheimer
** após perda do equilíbrio
60
Tabela 19 Distribuição das usuárias segundo variáveis relacionadas a
morbidades: presença de fratura pregressa, idade da fratura, local da
fratura, historia familiar de fratura. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro de 2004.
Variável relacionada à
morbidade
Categoria n° %
Fratura pregressa
(n=623)
Sim 219 35,1
Não 401 64,4
Não sabe
*
3 0,5
Idade quando da fratura
**
(n=219)
39 38 17,4
40 ¦-- a 51 42 19,1
51 ¦-- 61 62 28,3
61 ¦-- 70 37 16,9
70 e mais 40 18,3
Local da fratura
***
(n=219)
punho 51 23,3
vértebras 19 8,7
fêmur 10 4,5
quadril 13 5,9
tornozelo 22 10,1
outros locais 104 47,5
Historia familiar de fratura
em idoso
(n=623)
sim 143 23,0
não 463 74,3
não sabe 17 2,7
* 3 usuários com Mal de Alzheimer
** idade em anos da última fratura
*** local da última fratura
Outras doenças foram relatadas pelos usuários entrevistados correspondendo
a 434 indivíduos (69,7%). A doença do aparelho circulatório é a de maior
prevalência, estando presente em 54% dos usuários seguida de doenças endócrinas e
nutricionais em (10,1%). Esses dados são apresentados na Tabela 20.
61
Tabela 20 Distribuição dos usuários segundo a presença de morbidade em
tratamento. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variável Categoria %
Presença de
comorbidade
(n=623)
sim 434 69,7
não 186 29,8
não sabe* 3 0,5
Tipos de
comorbidades
(n= 437)
Doenças do aparelho circulatório 154 35,2
Doenças do aparelho circulatório e outras
doenças
82 18,8
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 44 10,1
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e
outras doenças
12 2,7
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido
conjuntivo
30 6,9
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido
conjuntivo e outras doenças
6 1,4
Doenças do aparelho digestivo 15 3,4
Doenças do aparelho digestivo e outras doenças 3 0,7
Transtornos mentais e comportamentais
(**)
18 4,1
Doença do ouvido interno 13 3.0
Doenças do sistema nervoso 12 2,7
Doenças da pele 10 2,2
Doenças do aparelho respiratório 9 2,1
Doenças do aparelho genitourinário 6 1,4
Neoplasias 6 1,4
Outras 17 3.9
* 3 Usuários com Mal de Alzheimer
** acrescentado 3 usuários portadores de Mal de Alzheimer
4.1.7- Relacionada ao conhecimento do tratamento pelo usuário
O conhecimento do tratamento da sua doença foi confirmado por 96,1% dos
usuários sendo que 85,5% relacionam o uso do medicamento ao tratamento da
osteoporose. Somente 100 usuários (16,0%) relataram conhecer os efeitos colaterais
dos medicamentos para osteoporose (Tabela 21).
62
Tabela 21 Distribuição dos usuários segundo conhecimento do uso do medi-
camento sua justificativa e efeitos colaterais. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro de 2004
Variável Categoria %
Conhecimento do uso do
medicamento (n=623)
Sim 599 96,1
Não 21 3,4
Não sabe 3 0,5
Justificativa ao uso do
medicamento (n=599)
Osteoporose ou osteopenia
512 85,5
Tratamento do osso 48 8,0
Tratamento da dor 17 2,8
Para repor cálcio 9 1,5
Outras justificativas 10 1,7
não sabe 3 0,5
Conhecimento de efeitos
colaterais (n=623)
Sim 100 16,0
Não 517 83,0
Não respondeu 6 1,0
Foi observado em 186 indivíduos (29,9%) o uso prévio de outro medicamento
para tratamento da osteoporose, sendo que 151 usuários (81,2%) relataram os
medicamentos os quais fizeram uso. A calcitonina foi usada por 50 usuários (26,9%)
seguido de cálcio em 46 (24,7%) e bifosfanatos em 28 (15,0%). A substituição do
medicamento foi por critério médico em apenas 23,6% dos casos (Tabela 22).
63
Tabela 22 Distribuição dos usuários segundo conhecimento de uso anterior de
medicamento para osteoporose, substância utilizada e motivo de sua
substituição. Cuiabá-MT, setembro a dezembro de 2004
Variável Categoria %
Uso anterior de
medicamento para
osteoporose
(n= 623)
Sim 186 29,9
Não 432 69,3
Não sabe 5 0,8
Medicamento usado
anteriormente
(n= 186)
Calcitonina
50 26,9
Cálcio 46 24,7
Bifosfanato 28 15,0
Cálcio +Vitamina D 6 3,2
Cálcio e bifosfanato 5 2,7
Calcitonina e bifosfanato 5 2,7
Hormônio feminino 4 2,2
outras associações ou medicamentos 7 3,8
não lembra o nome do medicamento 35 18,8
Motivo da
substituição
(n= 186)
Critério médico 44 23,6
Associou com outro medicamento 25 13,4
Falência no tratamento 23 12,4
Alto custo 19 10,2
Efeito colateral 16 8,6
Parou por conta própria 4 2,2
Dificuldade no uso 2 1,1
Outro motivos 24 12,9
Não sabe 29 15,6
64
4.2- Associação entre variáveis demográficas, socioeconômicas, estilo de vida,
antropométricas, uso de medicamento, morbidade e presença de osteoporose no
segmento ósseo
Tendo em vista a freqüência de apenas 3,7% de usuários do sexo masculino
na amostra, optou-se por estudar somente as mulheres na análise da associação das
variáveis demográficas, socioeconômicas, estilo de vida, antropométricas,
características fisiológicas e morbidades na presença de osteoporose confirmada por
densitometria óssea, na coluna lombar, no colo de fêmur e no fêmur total. Foram
excluídas da análise as duas portadoras de Mal de Alzheimer, estudando-se, portanto
598 usuárias.
4.2.1 Variáveis demográficas
A associação das variáveis demográficas, idade e cor da pele e presença de
osteoporose nos segmentos: coluna lombar, colo do fêmur e fêmur total é
apresentada na Tabela 23.
Não foi observada diferença estatisticamente significante da presença de
osteoporose na coluna lombar e faixa etária (p= 0,4581). A existência de osteoporose
no colo do fêmur e fêmur total diferenciou significativamente segundo a idade das
usuárias. A proporção de osteoporose no colo do fêmur aumentou nas usuárias com
65 anos ou mais. A osteoporose no fêmur total foi mais prevalente no grupo de 72
anos e mais.
Ao analisar a influência da idade na presença de osteoporose segundo
segmento ósseo observou-se que a prevalência de osteoporose no colo do fêmur
entre as mulheres com de 72 anos e mais foi de 3,36 vezes maior em relação às
mulheres com 58 anos ou menos (IC 95% = 2,31 a 4,90). Com relação a presença de
osteoporose no fêmur total observou-se uma prevalência de 3,52 entre as mulheres
com 72 anos e mais em relação às de 58 anos (IC 95% = 2,08 a 5,98).
A análise da presença de osteoporose na coluna lombar (p= 0,2758), colo do
fêmur (p= 0,1429), fêmur total (p= 0,2607) segundo a cor da pele referida não
indicou diferença estatisticamente significante.
65
Tabela 23
Distribuição das usuárias portadoras de osteoporose por segmento ósseo
segundo variáveis demográficas. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Faixa etária
(1)
58
59 ¦-- 65
65 ¦-- 72
72
Total
138 83,6 27 16,4 27 16,7 135 83,3 15 12,0 110 88,0
123 87,9 17 12,1 24 17,3 115 82,7 18 17,3 86 82,7
136 89,5 16 10,5 48 31,8 103 68,2 26 25,0 78 75,0
115 85,8 19 14,2 74 56,1 58 43,9 41 42,3 56 57,7
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Cor da pele
(2)
Branca 169 85,0 31 15,0 66 33,5 131 66,5 35 26,7 96 73,3
Outras 343 87,8 48 12,2 107 27,6 280 72,4 65 23,3 234 78,8
Total 512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
(1) (I) χ
2
= 2,60 gl= 3 p= 0,4581 (II) χ
2
= 67,82 gl= 3 p< 0,0001 (III) χ
2
= 30,76 gl= 3 p< 0,0001
(2) (I) χ
2
=1,19 gl= 1 p= 0,2758 (II) χ
2
= 2,15 gl= 1 p= 0,1429 (III) χ
2
= 1,26 gl= 1 p= 0,2607
4.2.2 Variáveis socioeconômicas
A associação entre as variáveis sócio-econômicas: situação conjugal, número
de filhos, renda familiar, escolaridade, condição de ocupação e presença de
osteoporose na coluna lombar, colo do fêmur e fêmur total é apresentada na Tabela
24.
A associação entre a presença de osteoporose na coluna lombar e situação
conjugal não indicou diferença estatisticamente significante (p= 0,2975). A
existência de osteoporose no colo do fêmur e fêmur total diferenciou
significativamente segundo a situação conjugal das usuárias (p= 0,0049 e p= 0,0005
respectivamente). Verificou-se que as prevalências de osteoporose no colo do fêmur
(33,7%) e no fêmur total (28,8%) foram maiores nas usuárias sem companheiro.
Usuárias sem companheiro tinham 1,47 vezes mais chance de apresentar osteoporose
no colo do fêmur do que aquelas que tinham companheiro (IC= 1,12 a 1,93) esta
chance no fêmur total foi de 1,97 (IC 95%= 1,32 a 2,95).
A associação do número de filhos com presença de osteoporose não
apresentou diferença estatisticamente significante. Observou-se que, nas mulheres
que declararam ter mais de 3 filhos, as prevalências de osteoporose foram maiores
66
na coluna lombar (88,8%) e no fêmur total (24,4%). No colo do fêmur a prevalência
foi maior nas usuárias que não tinham nenhum filho (35,0%).
A prevalência de osteoporose confirmada por densitometria na coluna foi
88,8% nas usuárias que possuíam renda familiar de até 3 salários mínimos. Notou-
se diferença estatisticamente significante entre a presença de osteoporose na coluna
lombar e renda familiar (p= 0,0186). A usuárias cuja renda familiar era de até 3
salários mínimos apresentaram 10% a mais de chance de apresentaram osteoporose
na coluna lombar do que aquelas que tinham renda superior a 3 salários mínimos
(rp= 1,10;IC 95% = 1,00 a 1,21).
As usuárias analfabetas tiveram as maiores prevalências de osteoporose,
sendo 91,9% na coluna, 45,9% no colo do fêmur e 32,9% no fêmur total. Diferenças
estatisticamente significantes foram observadas no grupo de mulheres que possuíam
osteoporose no colo do fêmur segundo nível de escolaridade (p= 0.0062). A
associação do nível de escolaridade foi observada com relação à presença de
osteoporose no colo do fêmur, sendo a prevalência de 1,74 maior nas usuárias que
não eram alfabetizadas em relação as alfabetizadas (IC 95% = 1,34 a 2,26).
As usuárias na sua maioria tinham como ocupação principal a função “do
lar”, sem remuneração salarial. Foi observada diferença estatisticamente significante
entre a presença de osteoporose no colo do fêmur (p= 0,0002), fêmur total (p=
0,0081) e tipo de ocupação. Usuárias aposentadas tinham 60% a mais de chance de
apresentarem osteoporose no colo do fêmur do que mulheres com ocupação do lar e
demais ocupações com remuneração (rp= 1,60; IC 95%= 1,25 a 2,05). A razão de
prevalência para osteoporose no fêmur total para esses mesmos grupos de
comparação foi de 1,61 (IC 95%= 1,15 a 2,26).
67
Tabela 24
Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento ósseo e
variáveis socioeconômicas. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Situação
conjugal
(1)
s/ companheiro
c/ companheiro
Total
280 85,1 49 14,9 110 33,7 216 66,3 68 28,8 168 71,2
222 88,1 30 11,9 57 23,0 191 77,0 27 14,6 158 85,4
502 86,4 79 13,6 167 29,1 407 70,9 95 22,6 326 77,4
Nº de filhos
(2)
nenhum
até 3
mais de 3
Total
34 85,0 6 15,0 14 35,0 26 65,0 3 15,8 16 84,2
176 83,4 35 16,6 58 28,0 149 72,0 33 22,1 116 77,9
302 88,8 38 11,2 101 30,0 236 70,0 64 24,4 198 75,6
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Renda familiar
(3)
3 salários
>3 salários
Total
378 88,5 49 11,5 130 30,8 292 69,2 82 25,2 244 74,8
103 80,5 25 19,5 33 26,2 93 73,8 13 17,3 62 82,7
481 86,7 74 13,3 163 29,7 385 70,3 95 23,7 306 76,3
Escolaridade
(4)
analfabeto
primar.incomp
primar. completo
1º completo
2º completo
superior
Total
91 91,9 8 8,1 45 45,9 53 54,1 27 32,9 55 67,1
172 86,9 26 13,1 47 24,0 149 76,0 35 23,5 114 76,5
112 84,8 20 15,2 36 27,5 95 72,5 21 22,3 73 77,7
39 79,6 10 20,4 15 30,6 34 69,4 7 18,4 31 81,6
67 88,2 9 11,8 21 28,4 53 71,6 7 15,6 38 84,4
31 83,8 6 16,2 9 25,0 27 75,0 3 13,6 19 86,4
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Ocupação
(5)
aposentado
do lar
outras
Total
162 87,6 23 12,4 73 39,9 110 60,1 44 31,2 97 68,8
273 87,2 40 12,8 84 27,0 227 73,0 48 21,3 177 78,7
77 82,8 16 17,2 16 17,8 74 82,2 8 12,5 56 87,5
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
(1) (I) χ
2
= 1,09 gl= 1 p
= 0,2975 (II) χ
2
= 7,90 gl= 1 p
= 0,0049 (III) χ
2
= 12,0 gl= 1 p
= 0,0005
(2) (I) χ
2
= 3,39 gl= 2 p
= 0,1835 (II) χ
2
= 0,83 gl= 2 p
= 0,6604 (III) χ
2
= 0,90 gl= 2 p
= 0,6384
(3) (I) χ
2
= 5,53 gl= 1 p
= 0,0186 (II) χ
2
= 0,99 gl= 1 p
= 0,3199 (III) χ
2
=2,06 gl= 2 p
= 0,1509
(4) (I) χ
2
= 5,27 gl= 5 p
= 0,3836 (II) χ
2
= 16,21 gl= 5 p
= 0,0062 (III) χ
2
= 7,48 gl= 5 p
= 0,1873
(5) (I) χ
2
= 1,42 gl= 2 p
= 0,4927 (II) χ
2
= 16,33 gl= 2 p
= 0,0002 (III) χ
2
= 9,61 gl= 2 p
= 0,0081
4.2.3 Variáveis estilo de vida
Ao analisar as variáveis relacionadas ao tabagismo observou-se que a
proporção de usuárias não fumantes predominou nos três grupos analisados. Não se
verificou diferença estatisticamente significante na associação analisada. A relação
entre a variável ex-fumante e presença de osteoporose no fêmur total indicou
68
diferença no limiar de significância estatística quando o hábito de fumar pregresso
era de 10 ou mais cigarros por dia (Tabela 25).
Tabela 25
Distribuição das usuárias segundo a presença de osteoporose por segmento
ósseo e hábito de fumar. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Fumante
(1)
não
sim
Total
459 86,9 69 13,1 154 29,4 370 70,6 86 22,5 296 77,5
53 84,1 10 15,9 19 31,7 41 68,3 14 29,2 34 70,8
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Consumo/dia
(2)
<10 cigarros
10 cigarros
Total
38 86,4 6 13,6 12 29,3 29 70,7 9 26,5 25 73,5
15 78,9 4 21,1 7 36,8 12 63,2 5 35,7 9 64,3
53 84,1 10 15,9 19 31,7 41 68,3 14 29,2 34 70,8
Ex-fumante
(3)
não
sim
Total
306 86,2 49 13,8 102 29,1 249 70,9 56 23,0 188 77,0
153 88,4 20 11,6 52 30,1 121 69,9 30 21,7 108 78,3
459 86,9 69 13,1 154 29,4 370 70,6 86 22,5 296 77,5
Consumo/dia
(4)
<10 cigarros
10 cigarros
Total
104 88,9 13 11,1 36 30,8 81 69,2 25 25,8 72 74,2
46 86,8 7 13,2 15 28,3 38 71,7 4 10,5 34 89,5
150 88,2 20 11,8 51 30,0 119 70,0 29 21,5 106 78,5
Abandono
(5)
> 10 anos
10 anos
Total*
90 91,8 8 8,2 30 30,3 69 69,7 17 22,1 60 77,9
61 83,6 12 16,4 21 29,2 51 70,8 13 22,0 46 78,0
151 88,3 20 11,7 51 29,8 120 70,2 30 22,1 106 77,9
*2 usuárias não recordaram o tempo de abandono do hábito tabágico
(1) (I) χ
2
= 0,38 gl= 1 p
= 0,5363 (II) χ
2
= 0,13 gl= 1 p
= 0,7143 (III) χ
2
= 1,06 gl= 1 p
= 0,3037
(2) (I) p Fisher
= 0,4723 (II) χ
2
= 0,34 gl= 1 p
= 0,5574 (III) χ
2
= 0,41 gl= 1 p
= 0,5218
(3) (I) χ
2
=0,51 gl= 1 p
= 0,4731 (II) χ
2
= 0,06 gl= 1 p = 0,8135 (III) χ
2
= 0,07 gl= 1 p
= 0,7853
(4) (I) χ
2
= 0,15 gl= 1 p
= 0,6943 (II) χ
2
= 0,11 gl= 1 p
= 0,7450 (III) χ
2
= 3,76 gl= 1 p
= 0,0523
(5)(I) χ
2
= 2,77 gl= 1 p
= 0,0958 (II) χ
2
= 0,03 gl= 1 p
= 0,8725 (III) χ
2
= 0,00 gl= 1 p
= 0,9951
A associação entre as variáveis uso de bebida alcoólica e consumo de café e
presença de osteoporose nos segmentos, da coluna lombar, colo do fêmur e fêmur
total é apresentada na Tabela 26. Observa-se, que a prevalência da osteoporose nas
usuárias que fizeram uso de bebida alcoólica foi menor na coluna lombar (81,6%) do
que naquelas que negaram consumo de bebida alcoólica (87,4%). Percebe-se na
análise realizada que a prevalência de osteoporose associada ao consumo de café foi
69
mais elevada na coluna entre as usuárias que consumiam café todos os dias (87,1%)
que aquelas que faziam uso até 4 vezes na semana (84,2%).
Tabela 26 Distribuição das usuárias segundo a presença de osteoporose por segmentos
ósseos e variáveis relacionadas ao consumo de álcool e café. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Uso álcool
(1)
não
sim
Total
450 87,4 65 12,6 155 30,5 354 69,5 91 24,3 283 75,7
62 81,6 14 18,4 18 24,0 57 76,0 9 16,1 47 83,9
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Consumo álcool
(2)
até 2 x semana
todos os dias
Total
53 82,8 11 17,2 14 21,9 50 78,1 7 14,9 40 85,1
9 75,0 3 25,0 4 36,4 7 63,3 2 22,2 7 77,8
62 81,6 14 18,4 18 24,0 57 76,0 9 16,1 47 83,9
Uso café
(3)
sim
não
Total
423 86,9 64 13,1 138 28,7 343 71,3 83 23,1 277 76,9
89 85,6 15 14,4 35 34,0 68 66,0 17 24,3 53 75,7
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Consumo café
(4)
todos os dias
até 4x semana
Total*
390 87,1 58 12,9 124 28,1 318 71,9 76 23,0 255 77,0
32 84,2 6 15,8 13 34,2 25 65,8 7 24,1 22 75,9
422 86,8 64 13,2 137 28,5 343 71,5 83 23,1 277 76,9
Quantidade
(5)
até 3 xicaras
mais de 3 xicaras
Total
352 86,9 53 13,1 119 29,8 281 70,3 69 23,2 229 76,8
70 86,4 11 13,6 19 23,8 61 76,3 14 23,0 47 77,0
422 86,8 64 32,2 138 28,8 342 71,3 83 23,1 276 76,9
* Uma usuária não recorda sobre o consumo de café
(1) (I) χ
2
= 1,92 gl= 1 p
= 0,1654 (II) χ
2
= 1,31 gl= 1 p
= 0,2532 (III) χ
2
= 1,86 gl= 1 p
= 0,1723
(2) (I) p Fisher
= 0, 6846 (II) p Fisher
= 0,4437 (III) p Fisher
= 0,6264
(3) (I ) χ
2
= 0,12 gl= 1 p
= 0,7274 (II) χ
2
= 1,14 gl= 1 p
= 0,2858 (III) χ
2
= 0,05 gl= 1 p
= 0,8236
(4) (I) χ
2
= 0,25 gl= 1 p
= 0,6187 (II) χ
2
= 0,65 gl= 1 p
= 0,4200 (III) χ
2
= 0,02 gl= 1 p
= 0,8852
(5) (I) χ
2
= 0,01 gl= 1 p
= 0,9044 (II) χ
2
= 1,17 gl= 1 p
= 0, 2790 (III) χ
2
= 0,00 gl= 1 p
= 0,9725
A prevalência de osteoporose entre as usuárias que consumiam 3 ou mais
copos de leite foi maior (92,3%) que naquelas que consumiam até 2 copos (85,2%)
ao dia (p= 0,00567). Na tabela 27 é apresentada a distribuição das usuárias segundo
osteoporose em segmento ósseo e consumo de leite.
70
Tabela 27
Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento ósseo e
consumo de leite. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Uso de leite
(1)
sim
não
Total
467 86,5 73 13,5 156 29,3 377 70,7 93 23,4 304 76,6
45 88,2 6 11,8 17 33,3 34 66,7 7 21,2 26 78,8
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Consumo leite
(2)
todos os dias
3 a 4 vezes
1 a 2 vezes
Total*
362 86,8 55 13,2 127 30,8 285 69,2 74 24,7 225 75,3
66 88,0 9 12,0 16 21,6 58 78,4 12 20,3 47 79,7
37 84,1 7 15,9 12 27,9 31 72,1 7 18,9 30 81,1
465 86,8 71 13,2 155 29,3 374 70,7 93 23,5 302 76,5
Quantidade/dia
(3)
até 2 copos
3 copos ou mais
Total
369 85,2 64 14,8 123 28,8 304 71,2 73 22,7 249 77,3
96 92,3 8 7,7 32 31,1 71 68,9 20 27,0 54 73,0
465 86,6 72 13,4 155 29,2 375 70,8 93 23,5 303 76,5
* 3 usuárias não recordam sobre consumo de leite
(1) (I) χ
2
= 0,12 gl= 1 p
= 0,7249 (II) χ
2
= 0,37 gl= 1 p
= 0,5435 (III) χ
2
= 0,08 gl= 1 p
= 0,7724
(2) (I) χ
2
= 0,37 gl= 2 p
= 0,8294 (II) χ
2
= 2,61 gl= 2 p
= 0,2712 (III) χ
2
=1,02 gl= 2 p
= 0,6012
(3) (I) χ
2
= 3,63 gl= 1 p
= 0,0567 (II) χ
2
= 0,21 gl= 1 p
= 0,6505 (III) χ
2
=0,64 gl= 1 p
= 0,4253
A análise entre as variáveis atividade física, meio de locomoção utilizado de
rotina e presença de osteoporose nos segmentos ósseos é apresentada na Tabela 28.
Entre as usuárias, a prevalência de osteoporose na coluna lombar foi
semelhantes entre as que faziam alguma forma de atividade física (86,7%) ou não
(86,5%). Foi observada diferença estatisticamente significante entre a presença de
osteoporose no colo do fêmur (p< 0,0001) e prática de atividade física, não
ocorrendo o mesmo em relação à coluna lombar e fêmur total. Ao fazer a associação
entre o tipo de atividade física realizada e presença de osteoporose as diferenças não
foram estatisticamente significantes. Ao analisar a influência da atividade física na
presença de osteoporose no colo do fêmur, constatou-se que a prevalência entre as
mulheres com sedentarismo foi de 2,01 vezes maior em relação as usuárias com
alguma atividade física (IC 95%= 1,57 a 2.57).
Ao analisar a associação do meio de locomoção mais utilizado pelas usuárias
na prevalência de osteoporose, observou-se diferença estatisticamente significante
(p= 0,0047) entre a presença de osteoporose no colo do fêmur e o tipo de locomoção
71
utilizado. A prevalência de osteoporose no colo do fêmur, entre as mulheres que
utilizavam carro foi 2,12 vezes maior em relação às mulheres que andavam à pé (IC
95%= 1,20 a 3,72).
Tabela 28
Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento ósseo,
atividade física e meio de locomoção. Cuiabá-MT, setembro a dezembro
2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim %
Não
% Sim % Não % Sim % Não %
Exercício
(1)
sim
não
Total
429 86,7 66 13,3 124 25,4 364 74,6 79 21,9 282 78,1
83 86,5 13 13,5 49 51,0 47 49,0 21 30,4 48 69,6
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Tipo exercício
(2)
serviço domest
caminhada
serviço domest
+
hidroginástica
caminhada +
hidroginástica +
ginástica
outras
Total
208 86,3 33 13,7 56 23,6 181 76,4 37 29,9 140 79,1
86 90,5 9 9,5 34 36,2 60 63,8 19 27,5 50 72,5
43 86,0 7 14,0 11 22,0 39 78,0 8 22,9 27 77,1
23 76,7 7 23,3 9 31,0 20 69,0 6 28,6 15 71,4
21 87,5 3 12,5 3 12,5 21 87,5 2 11,1 16 88,9
14 87,5 2 12,5 2 12,5 14 87,5 2 16,7 10 83,3
14 93,3 1 6,7 3 20,0 12 80,0 1 9,1 10 90,9
20 83,3 4 16,7 6 26,1 17 73,9 4 22,2 14 77,8
429 86,7 66 13,3 124 25,4 364 74,6 79 21,9 282 78,1
Frequência
/sem
(3)
mais de 4 vezes
até 4 vezes
Total
272
86,3
43
13,7
76
24,6
233
75,4
49
21,0
184
79,0
156 87,2 23 12,8 48 27,0 130 73,0 30 23,6 97 76,4
428 86,6 66 13,4 124 25,5 363 74,5 79 21,9 281 78,1
Locomoção
(4)
carro
ônibus
bicicleta
moto
à pé
Total
132 83,5 26 16,5 63 40,1 94 59,9 30 30,3 69 69,7
312 87,6 44 12,4 92 26,2 259 73,8 55 20,1 218 79,9
5 100 - - 1 20,0 4 80,0 1 33,3 2 66,7
3 100 - - - - 3 100 1 33,3 2 66,7
51 86,4 8 13,6 11 19,0 47 81,0 8 19,0 34 81,0
503 86,6 78 13,4 167 29,1 407 70,9 95 22,6 325 77,4
(1) (I) χ
2
= 0,00 gl= 1 p
= 0,9562 (II) χ
2
= 25,28 gl= 1 p
< 0,0001 (III) χ
2
= 2,37 gl= 1 p
= 0,1234
(2) (I) χ
2
= 4,70 gl= 7 p
= 0,6966 (II) χ
2
= 10,68 gl= 7 p
= 0,1529 (III) χ
2
= 4,43 gl= 7 p
= 0,7297
(3) (I) χ
2
= 0,06 gl= 1 p
= 0,8012 (II) χ
2
= 0,33 gl= 1 p
= 0,5630 (III) χ
2
= 0,32 gl= 1 p
= 0,5701
(4) (I) χ
2
= 2,84 gl= 4 p
= 0,5853 (II) χ
2
= 14,99 gl= 4 p
= 0,0047 (III) χ
2
= 4,99 gl= 4 p
= 0,2880
72
4.2.4 Variáveis antropométricas
A associação entre as variáveis antropométricas, altura, peso e índice de
massa corpórea (IMC) e presença de osteoporose nos segmentos: coluna lombar,
colo do fêmur e fêmur total é apresentada na Tabela 29.
As usuárias com altura entre 1,35 a 1,45 m apresentaram as menores
densidades ósseas em todos os segmentos analisados. A média de densidade óssea
foi -3,549 (dp ± 1,041), -2,297 (dp ± 1,029), -1,881 (dp ± 1,280), na coluna
lombar,no colo do fêmur e fêmur total respectivamente. As usuárias com altura entre
1,46 a 1,55 m , a media de densidade óssea foi -3,290 (dp ± 0,876) na coluna lombar,
-1,977 (dp ± 0,913) no colo do fêmur e -1,744 (dp ± 1,064) no fêmur total. As
usuárias acima de 1,55 m apresentaramdia de densidade óssea de -3,249 (dp ±
1,030) na coluna lombar, -1,913 (dp ± 1,078) no colo do fêmur e -1,778 (dp ± 0,990)
no fêmur total (dados não apresentados em tabela).
A prevalência de osteoporose no colo do fêmur e fêmur total foi maior no
grupo de usuárias com estatura igual ou inferior a 1,55 m. Evidenciou-se diferença
estatisticamente significante entre a presença de osteoporose no colo do fêmur e a
altura (p=0,0010). Nos outros segmentos ósseos não foi observada diferença
estatisticamente significante quando comparado à altura das usuárias.
Encontrou-se diferença estatisticamente significante entre a presença de
osteoporose segundo o peso corporal das usuárias, em todos os segmentos ósseos
analisados (coluna lombar, p= 0,0234; colo do fêmur, p< 0,0001 e fêmur total
p< 0,0001). Observa-se que a prevalência de osteoporose diminui com o aumento de
peso e IMC no colo do fêmur e fêmur total.
Ao analisar a associação entre o peso corporal e osteoporose segundo
segmento ósseo, observa-se que a prevalência de osteoporose entre mulheres
muito magras (45 kg ou menos) foi 1,21 vezes maior em relação às mulheres com
peso acima de 75 kg na coluna lombar (IC 95%= 1,02 a 1,45), 5,38 vezes maior no
colo do fêmur (IC 95%= 2,29 a 12,6) e 7,35 maior no fêmur total (IC 95%= 2,43 a
22,22).
Encontrou-se uma diferença estatisticamente significativa entre a presença de
osteoporose no colo do fêmur e fêmur total e índice de massa corpórea (p< 0,0001).
73
Usuárias portadoras de magreza tinham 3,25 vezes mais chance de apresentar
osteoporose no colo do fêmur do que aquelas com obesidade (IC 95%= 3,25 a 5,36)
e no fêmur total a chance foi 5,38 vezes maior para esse mesmo grupo (IC 95%=
2,35 a 12,32).
Tabela 29
Distribuição das usuárias segundo ocorrência de osteoporose por segmento
ósseo e variáveis antropométricas. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Altura
(1)
1,30 ¦-- 1,46
1,46 ¦-- 1,56
1,56 e mais
Total
72 87,8 10 12,2 38 46,3 44 53,7 17 25,8 49 74,2
292 85,9 48 14,1 95 28,3 241 71,7 57 23,6 185 76,4
148 87,6 21 12,4 40 24,1 126 75,9 26 21,3 96 78,7
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Peso
(2)
45
45,001 ¦-- 55,001
55,001 ¦-- 65,001
65,001 ¦-- 75,001
75,001 e mais
Total
46 93,9 3 6,1 30 62,5 18 37,5 24 64,9 13 35,1
139 86,9 21 13,1 56 35,4 102 64,6 42 36,8 72 63,2
197 90,0 22 10,0 59 27,2 158 72,8 21 13,1 139 86,9
96 80,7 23 19,3 23 19,5 95 80,5 10 11,8 75 88,2
34 77,3 10 22,7 5 11,6 38 88,4 3 8,8 31 91,2
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
IMC
(3)
magreza
normal
sobrepeso
obesidade
Total
20 95,2 1 4,8 13 65,0 7 35,0 7 53,8 6 46,2
214 88,4 28 11,6 85 35,4 155 64,6 65 37,6 108 62,4
193 87,3 28 12,7 54 24,7 165 75,3 20 12,2 144 87,8
85 79,4 22 20,6 21 20,0 84 80,0 8 10,0 72 90,0
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
(1) (I) χ
2
= 0,39 gl= 2 p
= 0,8220 (II) χ
2
= 13,72 gl= 2 p
= 0,0010 (III) χ
2
= 0,50 gl= 2 p
= 0,7780
(2) (I) χ
2
= 11,30 gl= 4 p
= 0,0234 (II) χ
2
= 40,56 gl= 4 p
< 0,0001 (III) χ
2
= 67,14 gl= 4 p
< 0,0001
(3) (I) χ
2
= 6,89 gl= 3 p
= 0,0754 (II) χ
2
= 23,12 gl= 3 p
< 0,0001 (III) χ
2
= 45,80 gl= 3 p
< 0,0001
4.2.5 Variáveis relacionadas às características fisiológicas
A associação entre as variáveis relacionadas às características fisiológicas
menarca, menopausa, gravidez, número de gestações, amamentação e presença de
osteoporose nos segmentos: coluna lombar, colo do fêmur e fêmur total é
apresentada na Tabela 30.
Não foi observada diferença estatisticamente significante entre a presença de
osteoporose na coluna lombar (p= 0,7692), e colo do fêmur (p= 0,3027) e menarca.
A existência de osteoporose no fêmur total diferenciou significativamente segundo a
74
menarca das usuárias (p= 0,0064). Entre as mulheres que tiveram a menarca com
idade 15 anos, a prevalência de osteoporose no fêmur total foi 2,25 vezes maior do
que naquelas que menstruaram pela primeira vez com idade 12 anos (rp=2,25; IC
95%= 1,34 a 3,79).
Ao analisar a associação entre a variável tempo de menopausa e presença de
osteoporose por segmento ósseo, verificou-se diferença estatisticamente significante
para as mulheres com menopausa, no colo de fêmur (p= 0,0024) e fêmur total (p=
0,0021) em relação às não menopausadas. A prevalência de osteoporose no colo do
fêmur entre mulheres na menopausa, há mais de 10 anos, foi 1,90 vezes maior do
que entre mulheres não menopausadas ou com menos de 10 anos (IC 95%= 1,21 a
2,99) e no fêmur total foi 2,96 vezes maior em relação as não menopausadas (IC
95%= 1,35 a 6,49) para as mesmas variáveis. Não foi observada diferença
estatisticamente significante de osteoporose na coluna lombar para essa variável.
Verificou-se que a prevalência de osteoporose aumentou de acordo com o
número de gestações, mas as diferenças não foi estatisticamente significante (Tabela
30).
Houve maior prevalência de osteoporose na coluna lombar entre as mulheres
que amamentaram em relação às mulheres que não tinham amamentado (p=0,016).
Ao comparar as prevalências de osteoporose na coluna lombar nas mulheres que
tinham amamentado em relação às que não tinham amamentado constatou-se uma
razão de prevalência de 1,22, mas o intervalo de confiança inclui a unidade (IC95%
= 0,97 a 1,55). A amamentação não foi associada com a presença de osteoporose no
colo de fêmur e fêmur total, conforme mostra a Tabela 30.
75
Tabela 30
Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento ósseo e
variáveis relacionadas às características fisiológicas. Cuiabá-MT,
setembro a dezembro 2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Menarca
(1)
12 anos
13 ¦-- 15 anos
15 e mais
Total
141 87,6 20 12,4 38 24,1 120 75,9 17 14,5 100 85,5
198 85,3 34 14,7 65 28,5 163 71,5 39 22,9 131 77,1
125 85,0 22 15,0 47 32,0 100 68,0 33 32,7 68 67,3
464 85,9 76 14,1 150 28,1 383 71,9 89 22,9 299 77,1
Menopausa
(2)
> 10 anos
10 anos
Total
407 88,8 62 13,2 147 31,7 317 68,3 88 25,4 259 74,6
87 84,5 16 15,5 17 16,7 85 83,3 6 8,6 64 91,4
494 86,4 78 13,6 164 29,0 402 71,0 94 22,5 323 77,5
Gravidez
(3)
sim
não
Total
477 86,6 74 13,4 160 29,4 384 70,6 97 23,7 313 76,3
35 87,5 5 12,5 13 32,5 27 67,5 3 15,0 17 85,0
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Nº gestação
(4)
uma
duas
três
quatro ou mais
Total
16 80,0 4 20,0 4 21,1 15 78,9 4 33,3 8 66,7
43 84,3 8 15,7 12 23,5 39 76,5 5 12,8 34 87,2
70 87,5 10 12,5 23 29,9 54 70,1 11 20,4 43 79,6
348 87,0 52 13,0 121 30,5 276 69,5 77 25,2 228 74,8
477 86,6 74 13,4 160 29,4 384 70,6 97 23,7 313 76,3
Amamentação
(5)
sim
não
Total
457 87,4 66 12,6 153 29,7 363 70,3 92 23,5 299 76,5
20 71,4 8 28,6 7 25,0 21 75,0 5 26,3 14 73,7
477 86,6 74 13,4 160 29,4 384 70,6 97 23,7 313 76,3
(1) (I) χ
2
= 0,52 gl= 2 p
= 0,7692 (II) χ
2
= 2,39 gl= 2 p
= 0,3027 (III) χ
2
=10,09 gl= 2 p = 0,0064
(2)
(I) χ
2
= 0,38 gl= 1 p
= 0,5354 (II) χ
2
= 9,16 gl= 1 p
= 0,0024 (III) χ
2
= 9,40 gl= 1 p = 0,0021
(3) (I)
χ
2
= 0,03 gl= 1 p
= 0,8674 (II) χ
2
= 0,17 gl= 1 p
= 0,6797 (III) p Fisher
= 0,5871
(4) (I) χ
2
= 1,09 gl= 3 p
= 0,7797 (II) χ
2
= 1,71 gl= 3 p
= 0,6336 (III) χ
2
= 3,91 gl= 3 p = 0,2716
(5) (I) χ
2
= 5,82 gl= 1 p
= 0,0158 (II) χ
2
= 0,28 gl= 1 p
=0, 5988 (III) χ
2
= 0,08 gl= 1 p = 0,7801
4.2.6 Variáveis relacionadas às morbidades
A associação entre as variáveis relacionadas às morbidades: fratura, idade da
fratura, história familiar de fratura, outras doenças em tratamento e presença de
osteoporose nos segmentos: da coluna lombar, colo do fêmur e fêmur total é
apresentada na Tabela 31.
76
A prevalência de osteoporose na coluna lombar não apresentou diferença
estatisticamente significante com a presença ou não de fratura na coluna lombar.
Contudo existência de osteoporose e fratura diferenciou significativamente no colo
do fêmur (p= 0,0278) e no fêmur total (p= 0,0053).
Ao analisar a associação entre fratura e presença de osteoporose no colo do
fêmur, a prevalência de osteoporose entre as usuárias com fratura foi 1,33 vezes
maior em relação às usuárias sem fratura (IC 95%= 1,03 a 1,70). Notou-se que a
presença de osteoporose no fêmur total foi 1,62 vezes maior entre as usuárias que
relataram fratura do que entre as que não apresentaram essa morbidade (IC 95%=
1,15 a 2,28).
A existência de osteoporose e a idade de ocorrência de fratura mostraram-se
associadas quando o seguimento ósseo foi o colo do fêmur (p= 0,0022) e o fêmur
total (p= 0,010).
Ao analisar a ocorrência de fratura e presença de osteoporose no colo do
fêmur a prevalência foi 1,92 vezes maior nas mulheres com mais de 71 anos em
relação as com idade menor de 51 anos (IC 95%= 1,13 a 3,25). Observou-se que a
ocorrência de fratura e presença de osteoporose no fêmur total a prevalência foi 2,83
vezes maior para as mesmas variáveis (IC 95%= 1,30 a 6,15).
Não houve associação entre prevalência de osteoporose na coluna lombar e
história familiar de fratura. A existência de osteoporose no colo do fêmur (p=
0,0006) e no fêmur total (p= 0,0296) diferenciou-se significativamente entre as
usuárias com história familiar de fraturas.
Observou-se ao analisar a associação de historia familiar de fratura na
ocorrência de osteoporose no colo do fêmur a prevalência 0,54 vezes menor entre a
usuárias com história familiar de fratura (IC 95%= 0,37 a 0,79) em relação as sem
história familiar. No fêmur total observou-se a prevalência 0,57 vezes menor para as
mesmas variáveis (IC 95%= 0,34 a 0,98). A historia familiar de fratura foi um fator
de proteção nesta amostra.
Não se observou diferença estatisticamente significante entre a presença de
osteoporose nos segmentos ósseos analisados e tratamento de outro agravo.
77
Tabela 31
Distribuição das usuárias segundo osteoporose por segmento ósseo e
variáveis relacionadas a morbidades. Cuiabá-MT, setembro a dezembro
2004
Variável
OSTEOPOROSE
Coluna lombar
(I)
Colo de fêmur
(II)
Fêmur total
(III)
Sim % Não % Sim % Não % Sim % Não %
Fratura
(1)
não
sim
Total
335 87,0 50 13,0 101 26,6 279 73,4 52 19,0 222 81,0
177 85,9 29 14,1 72 35,3 132 64,7 48 30,8 108 32,7
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
Idade fratura
(2)
40 a 50 anos
51 a 60 anos
61 a 70 anos
acima 71 anos
Total
34 89,5 4 10,5 12 32,4 25 67,6 6 20,7 23 79,3
51 82,3 11 17,7 19 30,6 43 69,4 16 33,3 32 66,7
28 80,0 7 20,0 8 22,9 27 77,1 6 24,0 19 76,0
33 89,2 4 10,8 23 62,2 14 37,8 17 58,6 12 41,1
146 84,9 26 15,1 62 36,3 109 63,7 45 34,4 86 65,6
Fratura família
(3)
não
sim
Total
378 85,7 63 10,3 146 33,4 291 66,6 85 25,8 244 74,2
122 89,7 14 14,3 24 18,0 109 82,0 13 14,8 75 85,2
500 86,7 77 13,3 170 29,8 400 70,2 98 23,5 319 76,5
Outra doença
(4)
sim
não
Total
351 85,0 62 15,0 127 31,1 282 68,9 66 22,0 234 78,0
161 90,4 17 9,6 46 26,3 129 73,7 34 26,2 96 73,8
512 86,6 79 13,4 173 29,6 411 70,4 100 23,3 330 76,7
(1) (I) χ
2
= 0,14 gl= 1 p = 0,7104 (II) χ
2
= 4,84 gl= 2 p
= 0,0278 (III) χ
2
= 7,74 gl= 2 p
= 0,0053
(2) (I) χ
2
= 2,14 gl= 3 p
= 0,5434 (II) χ
2
= 14,54 gl= 3 p
= 0,0022 (III) χ
2
=11,18 gl= 3 p
= 0,0107
(3) (I)
χ
2
= 1,43 gl= 1 p
= 0,2314 (II) χ
2
= 11,50 gl= 1 p
= 0,0006 (III) χ
2
= 4,73 gl= 1 p
= 0,0296
(4)
(I) χ
2
= 3,20 gl= 1 p
= 0,0734 (II) χ
2
= 1,34 gl= 1 p
= 0,2478 (III) χ
2
= 0,88 gl= 1 p
= 0,3490
78
4.3- Indicação do tratamento com medicamento excepcional para osteoporose
A análise da associação entre o tipo de Medicamento Excepcional para
tratamento de osteoporose e as variáveis relativas ao diagnóstico clínico, laboratorial
(densitometria óssea) e especialidade do médico solicitante foi realizada com os 623
usuários desta amostra. A análise das variáveis relativas ao conhecimento do usuário
do seu tratamento foi realizada com 620 pacientes que responderam as entrevistas.
Foram excluídos os 3 pacientes portadores de Mal de Alzheimer (2 mulheres e 1
homem).
Analisando a distribuição da associação do medicamento para tratamento da
osteoporose, observou-se que entre os usuários que utilizaram bifosfanato 92,1%
eram do sexo feminino e 7,9% do sexo masculino. Entre os que utilizaram
calcitonina, 94,7% eram mulheres e 5,3% eram homens e o raloxifeno foi prescrito
para 0,6% usuários do sexo masculino e 99,4% do sexo feminino.
4.3.1- Variáveis relacionadas ao diagnóstico
Na análise da associação entre o tipo de Medicamento Excepcional para
tratamento de osteoporose e as variáveis relativas ao diagnóstico clínico e
laboratorial observou-se que, dos usuários que fizeram uso de bifosfanato, 84,0%,
apresentaram osteoporose em densitometria de coluna lombar, 54,3% e 55,6%
apresentaram osteopenia em colo de fêmur e fêmur total respectivamente. Daqueles
que fizeram uso de calcitonina 94,6% apresentaram osteoporose em densitometria de
coluna lombar, 50,0% e 54,0% apresentaram osteopenia em colo do fêmur e fêmur
total, respectivamente. Dos usuários que fizeram uso de raloxifeno, 86,4%
apresentaram osteoporose em coluna lombar, 57,9% e 53,0% apresentaram
osteopenia em colo do fêmur e fêmur total, respectivamente (Tabela 32).
Não foi observada diferença estatisticamente significativa na associação dos
medicamentos para tratamento da osteoporose com o diagnóstico clínico e o
diagnóstico por densitometria óssea.
79
Os usuários que fizeram uso de bifosfanato apresentaram media de T score na
coluna de -3,281 (dp ± 0,993), no colo do fêmur de -1,920 (dp ± 1,076), no fêmur
total de -1,750 (dp ± 1,198). Naqueles que usaram calcitonina a média de T score foi:
na coluna -3,607 (dp ± 0,799), no colo do fêmur de -2,338 (dp ± 0,978), no fêmur
total de -2,099 (dp ± 1,005). Os que usaram raloxifeno a média de T score foi: na
coluna -3,281 (dp ± 0,951), no colo do fêmur -2,025 (dp ± 0,961), no fêmur total
-1,763 (dp ± 1,029)
Tabela 32
Associação de Medicamento Excepcional para tratamento da osteoporose
segundo variáveis relacionadas ao diagnóstico clínico e densitometria.
Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
Diagnóstico
MEDICAMENTO EXCEPCIONAL
Bifosfanato
Calcitonina
Raloxifeno
nº % nº % nº %
Clínico
1
Osteoporose
Osteoporose c/ fratura
Osteopenia
Total
194 90,2 69 92,0 306 91,9
20 9,3 6 8,0 21 6,3
1 0,5 - - 6 1,8
Dens coluna lombar
2
Osteoporose
Osteopenia
Normal
Total
178 84,0 70 94,6 285 86,4
29 13,7 4 5,4 39 11,8
5 2,4 - - 6 1,8
212 34,4 74 12,0 330 53,6
Dens do colo do fêmur
3
Osteoporose
Osteopenia
Normal
Total
61 29,3 29 40,3 93 28,4
113 54,3 36 50,0 190 57,9
34 16,3 7 9,7 45 13,7
208 34,2 72 11,8 328 53,9
Dens fêmur total
4
Osteoporose
Osteopenia
Normal
Total
36 22,5 17 34,0 51 21,6
89 55,6 27 54,0 125 53,0
35 21,9 6 12,0 60 25,4
160 35,9 50 11,2 236 52,9
1) χ
2
=4,66 gl= 4 p= 0,3243 2) χ
2
=5,65 gl=4 p= 0,2264 3) χ
2
=5,38 gl= 4 p= 0,2502 4) χ
2
=6,26 gl= 4 p=0,1804
80
4.3.2- Variáveis relacionadas à especialidade do médico e sua justificativa para
solicitação do medicamento
Na análise da associação entre o tipo de Medicamento Excepcional para
tratamento de osteoporose e especialidade do médico solicitante (Tabela 33)
verificou-se que a ginecologia foi a quem mais solicitou o bifosfanato (30,2%) e o
raloxifeno (42,0%), a ortopedia a que mais solicitou a calcitonina (33,3%). A clínica
médica foi a segunda a mais solicitar calcitonina (29,3%) e a terceira a solicitar o
bifosfanato (17,7%).
A osteoporose foi a justificativa de maior freqüência para a solicitação de
todos os medicamentos para tratamento da osteoporose no Programa de
Medicamento Excepcional. A 2ª justificativa mais prevalente para a solicitação de
bifosfanato foi o risco de fratura (15,8%), para a calcitonina foi a dor óssea (14,1%)
e para o raloxifeno foram a prevenção de fratura, a dor óssea e o risco de fratura,
cada uma delas com 6,1%.
Foi observada diferença estatisticamente significante na associação entre
medicamentos para tratamento da osteoporose e especialidade médica (p< 0,0001), e
entre medicamento e justificativa da solicitação do medicamento feita pelo médico
(p= 0,0182).
81
Tabela 33
Associação de Medicamento Excepcional para tratamento da osteoporose,
segundo variáveis relacionadas a especialidade do médico solicitante e
sua justificativa. Cuiabá-MT, setembro a dezembro 2004
Variável
MEDICAMENTO EXCEPCIONAL
Bifosfanato
Calcitonina
Raloxifeno
nº % nº % nº %
Especialidade
1
Ginecologia
Ortopedia
Clínica médica
Reumatologia
Endocrinologia
Geriatria
Outras
Total
65 30,2 17 22,7 140 42,0
60 27,2 25 33,3 102 30,6
38 17,7 22 29,3 30 9,0
21 9,8 2 2,7 22 6,6
19 8,8 2 2,7 20 6,0
4 1,9 3 4,0 8 2,4
8 3,7 4 5,3 11 3,3
215 34,5 75 12,2 333 53,5
Justificativa
2
Osteoporose
Risco de fratura
Tratamento clínico
Prevenção de fraturas
Clínica e exame
Perda de massa óssea
Dor óssea
Alto custo
Outras
93 50,5 30 46,9 157 50,5
29 15,8 6 9,4 19 6,1
16 8,7 5 7,8 12 3,9
15 8,2 1 1,6 19 6,1
9 4,9 3 4,7 15 4,8
8 4,3 1 1,6 11 3,5
7 3,8 9 14,1 19 6,1
4 2,2 2 3,1 6 1,9
3 1,6 7 10,9 15 4,8
Total 184 32,9 64 11,4 311 55,6
1) χ
2
= 68,59 gl= 26 p< 0,0001 2) χ
2
= 29,95 gl= 16 p= 0,0182
4.3.3- Variáveis relacionadas ao conhecimento do usuário sobre o seu tratamento e
uso de outra terapêutica
Analisando o conhecimento que os usuários tinham sobre o seu tratamento
(Tabela 34) evidenciou-se que mais de 80,0% dos que usavam os medicamentos,
não tinham informações sobre as reações adversas dos mesmos.
Quanto à utilização de outro medicamento anteriormente, constatou-se que já
fizeram uso de outra terapêutica para osteoporose 21,7% dos usuários de bifosfanato,
42,7% dos de calcitonina e 32,6% dos de raloxifeno, sendo observada diferença
estatisticamente significante na associação entre o medicamento atual para
tratamento da osteoporose e uso anterior de outro medicamento para o mesmo fim
(p= 0,0010).
82
Tabela 34
Distribuição dos usuários segundo o uso de Medicamento Excepcional
para tratamento da osteoporose e variáveis relacionadas ao
conhecimento do usuário do seu tratamento. Cuiabá-MT, setembro a
dezembro 2004
Variável
MEDICAMENTO EXCEPCIONAL
Bifosfanato
Calcitonina
Raloxifeno
nº % nº % nº %
Conhecimento sobre reação
do medicamento
1
Sim
Não
Total
37
17,2
13
17,3
50
15,2
176 82,6 62 82,7 279 84,8
215 34,5 75 12,2 329 53,3
Justificativa para tratamento
2
Osteoporose
Para tratamento do osso
Para tratamento da dor
Para repor cálcio
Outras
Não sabe
Total
165 80,9 65 90,3 282 87,3
18 8,8 3 4,2 27 8,4
8 3,9 1 1,4 8 2,5
3 1,5 2 2,8 4 1,2
7 3,4 1 1,4 2 0,6
3 1,5 - - - -
204 34,1 72 12,0 323 53,9
Uso anterior de outro
medicamento
3
Sim
Não
Total
46 21,7 32 42,7 108 32,6
166 78,3 43 57,3 223 67,4
212 34,3 75 12,1 331 53,6
1) χ
2
=0,53 gl= 2 p
= 0,7674 3) χ
2
= 16,60 gl= 10 p
= 0,0838 3) χ
2
= 13,75 gl= 2 p χ
2
=0,0010
83
5- DISCUSSÃO
Com o aumento da esperança de vida dos brasileiros, as doenças crônicas
degenerativas vêm se destacando e, dentre elas, a osteoporose, que pode limitar a
qualidade de vida na terceira idade. O Índice de Envelhecimento (número de pessoas
idosas para cada 100 indivíduos jovens) em Cuiabá também vem apresentando de
forma progressiva, sendo que em 1991 os idosos eram 12,0 e em 2000 passaram a ser
19,5/100 indivíduos jovens (BRASIL/IBGE 2004). A partir do incremento da
solicitação de medicamentos excepcionais para seu tratamento na Gerência de
Atendimento e Entrega de Medicamentos a Usuários pôde-se observar que a
osteoporose tem despertado grande interesse social, também em nossa região.
Por ter como fonte de informações entrevistas com pacientes em idade
avançada e prontuários, onde nem todos os dados têm registro e a população ser
demanda de um serviço, a pesquisa pode conter algumas limitações. Como são
poucos os estudos publicados sobre epidemiologia da osteoporose em nosso país, e
particularmente neste Estado, procurou-se conhecer as principais características
epidemiológicas dos usuários atendidos no Programa de Medicamento Excepcional,
em busca de subsídios que contribuam para a otimização do programa no sentido de
melhorar a qualidade de vida da população usuária.
5.1- Da população de estudo e dos fatores associados
Este estudo mostrou que a ocorrência maior na solicitação dos medicamentos
foi para o sexo feminino (96,3%), o que está de acordo com a literatura,que evidencia
uma prevalência de osteoporose entre em mulheres na pós-menopausa, tendo poucas
referências em relação ao sexo masculino, no sistema Medline e Lilacs.
Usuários com idade superior a 58 anos corresponderam a 72,6% da população
estudada, o que está de acordo com o estudo de NORDIN (1999) que constatou que a
massa óssea era menor em mulheres acima de 60 anos e o de SZEJNFELD (1995)
que encontrou uma diminuição da massa óssea na coluna na mesma faixa etária com
11,4% de perda acima da verificada em indivíduos com idade menor de 50 anos.
84
Na literatura mundial é clássica a referência de “osteoporose em mulheres
brancas na pós-menopausa”, mas neste estudo a cor da pele mais freqüente foi a
parda (49,9%). Isto pode ser atribuído às características raciais diferentes na América
do Sul como destacaram MAUTALEN e PUMARINO (1997), em relação aos
estudos americanos e europeus, mas está de acordo com a cor predominante na
região Centro- Oeste, onde Cuiabá está situada (BRASIL/IBGE 2000). Um viés de
seleção pode ter ocorrido nesta amostra, onde a cor da pele branca correspondeu a
34,2%, provavelmente pelas portadoras de osteoporose do serviço privado ainda não
procurarem o Programa de Medicamento Excepcional.
Neste estudo, onde 93,6% dos usuários eram do sexo feminino, houve
predominância de pacientes casadas (38,1%) ou viúvas (35,0%). PEACH e BATH
(2000) encontraram resultados diferentes, havendo maior prevalência de risco de
perda de massa óssea entre mulheres australianas solteiras ou divorciadas.
No Banco de Preço em Saúde (BRASIL/ Ministério da Saúde/2005), setor de
divulgação de valor de referência para compra de equipamentos e medicamentos, as
aquisições mais recentes dos medicamentos excepcionais para tratamento de
osteoporose foram realizadas entre maio e julho de 2004. Não existe registro desses
dados referentes ao Estado de Mato Grosso.
Tendo como referência os valores registrados pelos estados de São Paulo e
Ceará, em maio de 2004, um paciente em tratamento para osteoporose, que consome
mensalmente 30 comprimidos de bifosfanato de 10mg ou 30 comprimidos de
raloxifeno 60mg ou ainda, 2 frascos de calcitonina (spray nasal) de 200 UI
representaria, respectivamente, um custo anual para o estado de R$ 46,80
(Osteoform
®
10mg), R$ 1142,45 (Evista
®
60mg) e R$ 1781,76 (Miacalcic
®
200UI).
O custo anual para a aquisição destes remédios pelo usuário no comércio
farmacêutico em Mato Grosso, em maio de 2005, seria de R$ 399,88 (Osteoform
®
),
R$ 2089,62 (Evista
®
) e R$ 3974,88 (Miacalcic
®
) segundo a ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE COMÉRCIO FARMACÊUTICO (2005), demonstrando o grande
aumento do valor de compra destes, quando adquiridos de forma individual, em
nossa região.
Pelos indicadores econômicos (BRASIL/IBGE/2004) sabemos que 5,06% da
renda familiar de quem ganha até R$ 600,00 é utilizada na aquisição de
85
medicamentos. Constatou-se neste estudo, que 72,0% dos usuários tinham renda
familiar de até três salários mínimos (R$ 780,00), o que reforça a necessidade de
fornecimento dos medicamentos para tratamento de osteoporose pelo Estado.
Observou-se um nível de baixa escolaridade entre os usuários do estudo, pois
50,1% não tinham as quatro primeiras séries do ensino fundamental completas. O
analfabetismo correspondeu a 16,7%. A baixa escolaridade também esteve presente,
nas portadoras de osteoporose, no estudo de PAIVA et al. (2003), onde a média de
anos de estudo foi de 3,8 (dp ± 3,10).
Por ser a população feminina dominante neste estudo, a ocupação principal
das usuárias foi sem remuneração, “do lar” (51%), sendo a atividade física
decorrente do serviço doméstico (47,2%) a principal atividade física praticada pelos
participantes da pesquisa. Outra forma de exercício regular observada entre os
entrevistados foi usar como meio de locomoção o andar “a pé” (10,1%). Nos
trabalhos brasileiros de LANZILOTTI et al. (2003) a ausência de atividade física
esteve presente como fator de risco para perda de massa óssea e no estudo de
RAMALHO et al. (2001) a baixa atividade física esteve presente como fator de risco
para osteoporose. Para estes autores é considerado como baixa atividade física
quando a atividade caseira é menor que 4 horas/dia.
O tabagismo, esteve presente em 11,1% das usuárias e 33,2% eram ex-
fumantes. Todas elas referiram consumir ou ter consumido até 10 cigarros ao dia
(66,7% e 67,4% respectivamente), o que classifica como fumante leve quem ainda
mantém o hábito tabágico. A ex-fumantes já tinham abandonado o esse hábito há
mais de 10 anos. Nos estudos de RAMALHO (2001) a prevalência de fumantes foi
de 20,5% e no de RAPURI (2000) de 12,1% nas portadoras de osteoporose.
Assim como no tabagismo, o consumo de bebida alcoólica esteve presente em
uma parcela menor de usuárias (12,7%) e destas, 25,3% o consumiam raramente. Na
revisão realizada por TUNER (2000), o autor mostra que o consumo crônico de
bebida alcoólica está associado a diversos outros fatores de risco para osteoporose,
como desnutrição, baixo peso, pobreza, tabagismo, dentre outras e são estas
associações que podem contribuir na patogênese da osteoporose no alcoólatra
crônico.
86
Dentre os fatores de risco para osteoporose, o café foi o que esteve mais
presente nesta amostra, sendo consumido por 81,7% das usuárias e destas, 91,8%
ingeriam quase todos os dias e 83,1% pelo menos três xícaras ao dia. Apesar do alto
consumo observado, não se verificou, neste estudo, associação com a perda da massa
óssea, como nos trabalhos de LLOYD et al. (1997). A explicação para estes achados
pode ser decorrente do grupo de comparação ser pessoas também doentes, com graus
menores de perda da massa óssea em outros sítios do corpo.
O estudo de CASHMAN (2002) comprova que a deficiência crônica de cálcio
por diminuição na ingestão ou má absorção é causa importante de redução de massa
óssea e osteoporose. Observou-se nesta pesquisa que, apesar do leite ser consumido
por 90,8% das usuárias e 76,7% delas o fazerem diariamente, somente 5,7%
consumiam a quantidade mínima considerada como fator de proteção (mais de três
copos ao dia). Para LANZILLOTI (2003) cada copo de 200ml contém 228 mg de
cálcio e segundo estudos de HO et al. (2004), a necessidade de cálcio para prevenir
perda de massa óssea do fêmur deveria ser maior que 900mg/dia.
Nesta amostra chama atenção a altura das usuárias, pois 69% podem ser
consideradas como baixa estatura ( 1,55m) de acordo com o índice NCHS
(HAMILL et al. 1979), que é mais freqüentemente utilizado para avaliação de
crescimento. A média de estatura da amostra foi 1,52 m (dp ± 0,07) e o peso médio
foi de 60,1 kg (dp± 11,4). O índice de massa corpórea de baixo peso, considerado
como fator de risco para osteoporose, só esteve presente em 3,7% dos usuários. No
estudo de LEWIN (1997) a menor perda de massa óssea ocorreu nas mulheres com
maiores pesos.
A perda da massa óssea foi mais acentuada na coluna lombar, com T score
-3,32 (dp ± 0,95) e no colo do fêmur a perda foi T score -2,06 (dp ± 1,02). Estes
dados estão de acordo com os observados na literatura (NORDIN et al. 1990, ITO et
al. 1995, LEWIN et al. 1997, PAIVA et al. 2003), pois a perda de massa óssea em
osso trabecular (da coluna) está mais relacionada com a falta dos esteróides sexuais e
a perda do osso cortical (colo de fêmur) está mais associada ao envelhecimento. Na
população estudada, a mediana da idade foi de 64 anos e somente 23,9% tinham mais
que 71 anos.
87
Observou-se neste estudo a associação de tratamento de outras patologias em
69,7% dos usuários. As doenças do aparelho cardiocirculatório estiveram presentes
em 54% da amostra, seguidas das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas
(12,8%). Os medicamentos mais consumidos foram os antihipertensivos (70,8%),
seguidos de hipoglicemiantes e antiadesivo plaquetários . No estudo de KOWALSK
et al. (2001) a associação de outro tratamento esteve presente em 96% e as doenças
osteomusculares e do tecido conjuntivo eram as mais prevalentes (44%), seguidas
das doenças cardiocirculatórias (40%), sendo que os medicamentos mais utilizados
foram os antiadesivo plaquetários, diuréticos e antidepressivos.
Foram poucos os usuários da amostra que afirmaram fazer uso de
medicamentos que podem diminuir a massa óssea. Usam hormônio tiroidiano 6,1%,
sendo que a dose utilizada foi inferior àquela que aumenta a reabsorção óssea.
COOPER (1994) fez uma extensa revisão sobre a associação de desmineralização
óssea e hormônio tiroidiano e nos estudos de SIJANOVIC e KARNER (2001) o uso
de dose supressiva de L tiroxina (acima de 200mcg) para supressão após
tiroidectomia para carcinoma tiroidiano esteve associada após 10 anos a osteopenia
na perimenopausa.
O corticóide foi utilizado por 3,4% dos participantes do estudo, sendo que o
tempo do seu uso foi superior a 120 dias em 61,9% dos casos o que pode ter sido
responsável pela perda de massa óssea encontrada nesses usuários. A meta-análise
realizada por VAN STAA et al. (2002) demonstrou o efeito dose cumulativa do
corticosteróide no osso com perda da massa óssea e aumento do risco de fratura após
três meses de uso de corticóide em dose baixa (5mg de predinisona), justificando o
uso de drogas antiabsortivas como os bifosfanatos na prevenção da osteoporose
induzida pelo corticóide como preconizado pela American College of Rheumatology
(2001).
Constatou-se que das 598 usuárias residentes em Cuiabá, 98,2% já estavam
na menopausa, sendo que 80,5% há mais de 10 anos. A idade da menarca foi 13 anos
(dp ± 1,8) semelhante ao estudo de PAIVA et al. (2003). A média de 4,8 (dp ± 3,2)
no número de filhos é considerada alta, sendo que 72,5% das usuárias eram
multigestas, significando com isso que tiveram quatro ou mais gestações. O
resultado encontrado por PAIVA et al. (2003) foi 2,6 gestações (dp± 0,62). Esses
88
resultados podem ser explicados pelo nível socioeconômico da população estudada e
pelo pouco empenho no controle da natalidade em nosso meio, na década de 60,
época da idade fértil das usuárias deste estudo.
Para KARLSSON et al. (2005) gestações múltiplas e lactação de longa
duração não devem ser considerados como fator de risco para osteoporose e fraturas
espontâneas, como indicam a maioria dos estudos observacionais, pois a massa óssea
normaliza-se após a gestação e ao cessar a amamentação.
NAVES et al. (2003) considerou a fratura prévia como o principal fator para
o início do tratamento da osteoporose. Em nosso estudo este fator esteve presente em
35,1% dos usuários sendo que em 52,8% ocorreu em faixa etária em que a
osteoporose pode ter sido o seu fator de risco.
Entre os usuários, 96,1% tinham conhecimento sobre osteoporose, 83% não
sabem reconhecer os efeitos colaterais das drogas que fazem uso e 69,3% fazem
tratamento para osteoporose pela primeira vez. O desconhecimento dos efeitos
colaterais dos medicamentos para tratamento da osteoporose pode em muitas
situações ter conseqüências sérias à saúde do usuário, alguns efeitos podem colocar
em risco a sua vida, como tromboembolismo provocado pelo raloxifeno, perfurações
em esôfago provocado pelo bifosfanato e reações alérgicas provocada pela
calcitonina.
As informações fornecidas pelo prescritor no formulário de solicitação dos
medicamentos excepcionais para tratamento de osteoporose mostram diferenças da
informação fornecida pelas usuárias. Os médicos relataram que 94 usuárias
utilizaram cálcio e 58 usam hormônio feminino, enquanto que somente 52 usuárias
confirmaram uso de cálcio e quatro o uso de hormônio feminino. Tais dados sugerem
pouca aderência à terapia com utilização de hormônio feminino, nessa amostra,
necessitando estudos mais aprofundados para comprovação deste dado.
5.2- Da associação das variáveis na osteoporose nos segmentos ósseos
A idade é uma variável associada à presença de osteoporose no colo do fêmur
e fêmur total, local onde há predomínio de osso cortical. Nesta amostra foi
demonstrado a probabilidade de mulheres com mais de 71 anos desenvolverem
89
osteoporose 3,36 vezes maior do que as que tinham menos de 71 anos. Estes dados
estão semelhantes aos da literatura (POCOCK et al. 1988, NORDIN et al. 1999,
ZERBINI et al. 2000, OLSZYNSKI et al. 2004), pois a perda do osso cortical ocorre
mais tardiamente.
No estudo de PEACH e BATH (2000) solteiras e divorciadas apresentaram
uma prevalência maior de osteoporose, resultados esses semelhante aos encontrados
do nosso estudo, onde as usuárias sem companheiro apresentaram uma diferença
estatisticamente significante em relação a presença de osteoporose no colo do fêmur
e fêmur total. Esta diferença pode também estar relacionada a outras influências,
sendo a principal delas, a idade.
Foi verificada uma diferença estatisticamente significativa da presença de
osteoporose na coluna lombar segundo renda familiar. Possivelmente, as famílias
com renda familiar mais baixa teriam uma alimentação com deficiências de
nutrientes (cálcio e proteínas). Esta diferença pode também estar relacionada à menor
escolaridade e outras deficiências nutricionais. Diferença estatisticamente
significante da presença de osteoporose no colo do fêmur e escolaridade foi
constatada neste estudo. O estudo de PAIVA et al (2003), no ambulatório de
menopausa da UNICAMP, encontrou uma prevalência maior da presença de
osteoporose ou osteopenia na coluna lombar, em mulheres sem instrução, quando
comparadas às mulheres de maior escolaridade, o que poderia indiretamente estar
relacionado ao estado nutricional.
Constatou-se neste estudo uma associação estatisticamente significante entre
a presença de osteoporose no colo do fêmur e fêmur total e ocupação principal das
usuárias, com maior comprometimento das “aposentadas”. Esta diferença pode ter
como fator de confundimento a idade, já que nas aposentadas a média de idade foi
maior, 67,9 (dp ± 7,9), do que aquelas que tinham como ocupação a função “do lar”,
64,3 (dp ± 8,9) ou outras ocupações, 56,1 (dp ± 8,0).
Segundo a literatura a atividade física exerce papel protetor da densidade
mineral óssea, (PRINCE et al. 1995, DAMBACHER e SCHACHT 1996,
DAMBACHER et al. 1997, PEACH e BATH 2000, RAMALHO et al. 2001). Assim
como na literatura, diferença estatisticamente significante foi observada entre a
presença de osteoporose no colo do fêmur e atividade física, em nosso estudo, que
90
mostrou que entre as mulheres que não faziam atividade física havia uma chance
2,01 vezes maior de desenvolver osteoporose no colo do fêmur comparadas às que
faziam alguma atividade. A prevalência de osteoporose no colo do fêmur, nas
usuárias do Programa de Medicamento Excepcional, para as que usavam carro como
meio de transporte foi maior em comparação as que andavam à pé.
As usuárias com estatura até 1,45m foram as que mais perda de massa óssea
apresentaram em todos os seguimentos analisados, principalmente na coluna lombar,
o que pode ter sido acarretado por microfraturas com achatamento dos corpos
vertebrais e diminuição na estatura final.
Os resultados demonstrados neste estudo estão de acordo com a literatura em
relação à influência do peso e densidade mineral óssea (POCOCK et al. 1988,
NORDIN et al. 1990, LEWIN et al. 1997). O colo do fêmur e fêmur total são os
segmentos que apresentaram maiores influências do peso corporal, pois o peso
provoca maior stress mecânico o que aumenta a aquisição da massa óssea femoral,
ocorrendo também maior produção de estrógenos nos adipócitos a partir da
aromatização de androgênios adrenais nas mulheres obesas, que funciona como um
fator de proteção.
Quanto aos fatores reprodutivos, foram associados à presença de osteoporose
na coluna, colo do fêmur e fêmur total nesta amostra, a menarca tardia (acima de 15
anos) e o maior tempo de menopausa (acima de 10 anos). Estes fatores diminuem a
exposição da ação dos hormônios estrogênios nos ossos, sendo estes achados
semelhantes aos encontrados na literatura (ITO et al. 1995, PAIVA et al. 2003).
Embora estudos epidemiológicos não tenham encontrado associação entre gravidez e
lactação com diminuição da densidade mineral óssea (CARRANZA LIRA e MERA
2002, KAUR et al. 2003, KARLSSON et al. 2005), neste estudo foi observada maior
prevalência de osteoporose na coluna lombar entre as mulheres que amamentaram,
mas não significativo dado pelo intervalo de confiança conter a unidade (RP=1,22;
IC 95%=0,97 a 1,55). Esta diferença pode ser atribuída a influência de outros fatores
como a idade, tempo de menopausa, idade da menarca, necessitando
aprofundamento da análise.
Neste estudo a associação encontrada entre osteoporose e presença de fratura
prévia, está de acordo com dados da literatura (LINDSAY et al. 2001, NAVES et al.
91
2003, DELMAS et al. 2003). Diferença estatisticamente significante entre a presença
de osteoporose e fratura prévia ocorreu no colo do fêmur e fêmur total. Esta
diferença também foi observada em relação à maior idade de ocorrência de fratura e
história familiar de fratura. Esta relação pode ser explicada ou pelo arranjo da
arquitetura óssea, pois no envelhecimento há perda do osso cortical, ocorrendo então
diminuição da sustentação, tornado-o mais sujeito a fraturas (CARBONARE e
GIANNINI 2004), ou pela menor aquisição de massa óssea ocorrida na infância ou
adolescência nesses usuários.
Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa da presença de
osteoporose nos seguimentos ósseos analisados com: cor da pele, número de filhos,
ocorrência de gravidez, número de gestações, tabagismo presente ou passado,
consumo de bebida alcoólica, de café e de leite.
Considerando os resultados encontrados no presente estudo, sugere-se cautela
na sua interpretação pela presença de alguns viéses. A possibilidade de viés de
seleção e causalidade reversa deve ser analisada, pelo delineamento do estudo de
corte transversal e pela população estudada. A população selecionada na investigação
consiste em um conjunto de pessoas portadoras de osteoporose que são usuárias do
Programa de Medicamento Excepcional do Sistema Único de Saúde, portanto não
reflete a população de portadores de osteoporose residentes em Cuiabá. As
freqüências das variáveis podem estar superestimadas, assim como, a análise da
associação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas, antropométricas,
morbidade e presença de osteoporose fica comprometida, pois o grupo de
comparação, compreende pessoas também portadora de alguma perda óssea em outro
sítio do corpo, ou seja, não representa um grupo de pessoas livre de osteoporose. Os
achados que não tiveram significância estatística, possivelmente possam ser
explicados por esse viés. A influência de variáveis de confusão pode ter ocorrido,
como destacado na associação entre estado conjugal e presença de osteoporose, a
idade, possivelmente interfere na associação, o que requer análise estratificada ou
multivariada para clarear os resultados encontrados.
92
5.3- Da indicação do tratamento
Na indicação do tratamento para osteoporose com medicamento excepcional,
chamou atenção neste estudo a utilização de raloxifeno, estimulante de receptor de
estrogênio, em dois usuários jovens (27 anos), do sexo masculino, portadores de
osteoporose provavelmente secundária ao uso de corticóide prolongado para
tratamento de doença de pele. Entretanto, observa-se que a totalidade dos estudos
considera esta indicação não adequada, inclusive a AMERICAN COLLEGE OF
RHEUMATOLOGY (2001), que preconiza o uso de bifosfanatos nestes casos.
Não foi observada diferença estatisticamente significante da associação do
tipo de medicamento para tratamento da osteoporose (bifosfanato, calcitonina,
raloxifeno) e o diagnóstico clínico ou densitométrico.
Pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (BRASIL/SAS/MS/470
2002) a droga de primeira escolha para tratamento de osteoporose estabelecida é o
bifosfanato com suplementação de cálcio e vitamina D, que tem comprovado sua
eficácia em reduzir incidência de fraturas em prevenção secundária, reduzir o risco
de fraturas não vertebrais em mulheres com osteoporose, além de aumentar a massa
óssea na coluna e fêmur. O raloxifeno é eficaz na redução da perda de massa óssea
da menopausa e redução do número de fraturas vertebrais em mulheres com
osteoporose, mas não em outros tipos de fraturas osteoporóticas. A calcitonina
melhora a densidade mineral óssea e reduz fraturas vertebrais, mas seu benefício é
inferior ao bifosfanato, mas é a alternativa em caso de doenças pépticas ou
insuficiência renal. Tem efeito analgésico.
Exames densitométricos nos três segmentos estudados foram realizados em
425 usuárias; destas apresentaram osteoporose somente em coluna lombar 250
(59,3%), em fêmur total 32 (7,5%) e em colo do fêmur, 13 (3%). Em 39 usuárias
(9,2%) o exame avaliado no estudo não revelou osteoporose em nenhum dos
segmentos estudados, apenas osteopenia sendo que 18 (46,2%) usavam bifosfanato,
20 (51,3%) usavam raloxifeno e 1 (2,6%) fazia uso de calcitonina, sugerindo
melhores critérios para utilização dos medicamentos, nestes casos.
Chama atenção neste estudo o número de usuários com fratura fazendo uso
de raloxifeno (21) e calcitonina (6) e a média de T score -3,607 (dp ± 0,799) na
93
coluna lombar dos pacientes em uso de calcitonina. Nestes casos, pelo protocolo do
Ministério, o uso do bifosfanato seria mais adequado.
Neste estudo, 82% dos usuários referiram não ter conhecimento das reações
adversas dos medicamentos que fazem uso. Provavelmente o Termo de
Consentimento Informado, através do qual os usuários recebem os esclarecimentos
necessários sobre indicações, contra indicações, principais efeitos colaterais e riscos
relacionados ao uso desses remédios utilizados no tratamento da osteoporose,
preconizado pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (BRASIL 2002), não
está sendo apresentado aos usuários.
94
6- CONCLUSÃO
Observou-se a ocorrência de maior freqüência da população feminina dentre
os pacientes com solicitação de medicamento para tratamento de osteoporose com
idade superior a 58 anos , de cor parda , casada ou viúva.
Em Cuiabá, o Programa de Medicamento Excepcional para Tratamento de
Osteoporose atende principalmente a parcela de baixa renda da população, sendo que
a metade dos participantes não concluiu o ensino fundamental e tinham como
ocupação principal a função “ do lar”.
Fatores de risco para osteoporose tais como tabagismo e consumo de bebida
alcoólica, foram pouco freqüentes nesta amostra. O consumo de café, não esteve
associado ao aumento de perda de massa óssea e o consumo de leite não exerceu
efeito protetor, possivelmente pela limitação do estudo na definição do grupo de
referência e/ou pela pouca quantidade diária de leite consumido. A estatura baixa e
magreza foram importantes fatores associados à osteoporose.
Em sua maioria, as usuárias encontravam-se em menopausa há mais de 10
anos, com uma perda de massa óssea maior na coluna lombar com média de T score -
3,32 (dp ± 0,95). A perda de massa óssea do colo do fêmur foi de menor magnitude
com T score -2,06 (dp ± 1,02) entre as participantes deste estudo.
Outras doenças crônicas estiveram presentes entre as usuárias
portadoras de osteoporose, sendo as do aparelho cardiocirculatório as mais
prevalentes. Aproximadamente um terço dos usuários já tinham apresentado pelo
menos uma fratura, em sua maioria após os 40 anos.
Apesar da utilização do corticóide por poucos usuários, o tempo do seu uso
pode ser o fator associado na maioria deles com perda de massa óssea severa.
A presença de osteoporose na coluna lombar apresentou-se associada, com
significância estatística a: renda familiar menor que R$ 780,00, peso menor ou igual
a 45kg.
A presença de osteoporose no colo do fêmur apresentou-se associada, com
significância estatística a: idade maior de 71 anos, não ter companheiro, ser
analfabeta, ser aposentada, não praticar atividade física, usar como meio de
95
transporte o carro, estatura até 1,45m, peso até 45kg, baixo peso no IMC, história de
fratura , fratura com mais de 71 anos e histórico familiar de fratura .
A presença de osteoporose no fêmur total apresentou-se associada, com
significância estatística a: idade maior de 71 anos, não ter companheiro, ser
aposentada, peso igual ou inferior a 45kg, baixo peso no IMC, história de fratura,
fratura com mais de 71 anos e histórico familiar de fratura.
Com base nos resultados obtidos sugere-se que seja implantado o Termo de
Consentimento Informado aos usuários do Programa de Medicamento Excepcional,
conforme diretrizes do Ministério da Saúde e que o Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas seja sistematicamente divulgado aos médicos prescritores para
esclarecimento das opções de tratamento e uso adequado dos medicamentos para
tratamento da osteoporose..
Fazem-se necessários estudos adicionais de seguimento para avaliar a
efetividade terapêutica dos diferentes medicamentos utilizados no tratamento da
osteoporose no Programa de Medicamentos Excepcionais da Secretaria de Estado de
Saúde de Mato Grosso, para garantir o fornecimento de medicamento de qualidade
para tratamento de osteoporose, pois constatou-se neste estudo que 72,0% dos
usuários tinham renda familiar de até 3 salários mínimos (R$ 780,00), o que reforça a
necessidade de dispensação destes medicamentos.
Portanto pretende-se dar continuidade e estimular estudos que busquem
contribuir para uma melhor implementação do Programa de Medicamento
Excepcional da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, principalmente na
garantia da Saúde como Direito de Todos e Dever do Estado. É necessário ampliar a
divulgação de informações sobre a prevenção e tratamento da osteoporose para
usuários e trabalhadores da saúde, em especial aos médicos. Finalmente, espera-se
que este e futuros estudos possam garantir a aquisição de medicamentos de qualidade
para a dispensação neste programa, promover o uso racional desses medicamentos e
contribuir na melhoria da qualidade de vida da população.
Destaca-se a satisfação dos usuários com a implantação do serviço de entrega
de medicamentos a domicílio, fato este que parece estar contribuindo positivamente
com a adesão ao tratamento.
96
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106
8- APÊNDICES
APÊNDICE I- Formulário da entrevista
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE
MEDICAMENTO EXCEPCIONAL PARA OSTEOPOROSE DA SES-MT
1.Nº do formulário ٱٱٱٱٱٱ 2. Data da solicitação do medicamento ٱٱ.ٱٱ.ٱٱ
Esta pesquisa tem como objetivo conhecer as características dos pacientes cadastrados no Programa de Medicamento
Excepcional realizado pela Secretaria de Estado de Saúde no tratamento de osteoporose visando a busca de subsídios que
possam contribuir para a melhoria do mesmo.
As informações obtidas são sigilosas.
A- IDENTIFICAÇÃO
3.Nome ......................................................................................................................................................
4.1 Data de nascimento
ٱٱ.ٱٱ.ٱٱ 4.2 Idade ٱٱ 4.3 Sexo (1)fem ( 2)mas ٱ
4.4 Altura
ٱٱ.ٱ Peso ٱٱٱ.ٱٱٱ
5. CPF: ٱٱٱٱٱٱٱٱٱٱٱ
6. Local de nascimento: .............................................................................. 6.1 UF.................
7. Endereço..................................................................................................... 7.1 Nº...........................
7.2 Bairro......................................................................... 7.3 Fone..........................................................
8. Cidade.........................................................
B- DIAGNÓSTICO - TRATAMENTO
9 Diagnóstico........................................................................................................CID 10
ٱٱٱ ٱ.
9.1 Comprovação diagnóstica : densitometria coluna lombar
Comprovação diagnóstica : densitometria do colo do fêmur
Comprovação diagnóstica : densitometria do fêmur total
BMD T
L
2
- L
4
/ L
1
– L
4
Neck / colo
Femur Total / Inteiro
L
2-
L
4
/ L
1
– L
4
= seguimento lombar a ser analisado
Neck / colo = segmento do fêmur a ser analisado
Fêmur Total / Inteiro = densidade mineral óssea de todos os sítios do fêmur
BMD= densidade mineral óssea
T score = desvio padrão da média de valor de pico de massa óssea em adulto jovem
10. Nome do medicamento: ..............................................................................
10.1 Justificativa........................................................................................................................................
107
10.2 Especialidade do médico solicitante .................................................................................................
11. Tratamento anterior para osteoporose:
11.1 Hormônio feminino (1)sim (2) não (9) não informado.............................................................
ٱ
11.2 Cálcio (1)sim (2) não (9) não informado............................................................................... ٱ
11.3 Vitamina D (1)sim (2) não (9) não informado...................................................................... ٱ
11.4 Cálcio + Vitamina D (1)sim (2) não (9) não informado......................................................
ٱ
11.5 Calcitonina (1)sim (2) não (9) não informado...................................................................... ٱ
11.6 Bifosfanato (alendronato) (1)sim (2) não (9) não informado............................................. ٱ
11.7 Raloxifeno (1)sim (2) não (9) não informado................ ........................................................ ٱ
12 Outros Medicamentos
12.1 Outro medicamento 1...................................................................................
12.2 Outro medicamento 2........................................................................................
OS ITENS A SEGUIR SERÃO PERGUNTADOS AOS USUÁRIOS
Se o usuário for do sexo masculino começar pela pergunta 13.7
13. Características fisiológicas
13.1Com que idade a Srª teve a 1ª menstruação? .........................................................................
ٱٱ
13.2 A Srª ainda menstrua? .............................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9)não sabe
13.3 Se não menstrua , há quanto tempo (anos) ?............................................................................. ٱ
(1) menos de 1 ano (2) entre 1 a 5 anos (3) entre 5 a 10 anos
(4) mais de 10 anos (9) não sabe
13.4 Já ficou grávida? .......................................................................................................................
ٱ
(1) Sim (2) Não (9) não sabe
13.5 Quantas vezes engravidou ? ..................................................................................................... ٱ
(1) 1 vez (2) 2 vezes (3) 3 vezes (4) acima de 3 vezes (9) não sabe
13.6 A Sra já amamentou...................................................................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
13.7 Faz uso de hormônio tiroidiano ?................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
13.8 Qual a dose de hormônio tiroidiano usada ?............................................................................... ٱ
(1)< 100 mcg (2) 100
a 200mcg (3) >200mcg (9) não sabe
13.9 Faz uso de corticóide?............................................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
13.10 Se faz uso de corticóide a quantos dias?...................................................................................
ٱ
(1) menos de 30 dias (2) de 30 a 120 dias (3) mais de 120 dias (9) não sabe
13.11Faz uso de lítio (Carbolitium) ..................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
108
14. Morbidades
14.1 O Sr(a) já teve alguma fratura ...................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
14.1.1 Se for sim com qual idade (anos) ....................................................................................... ٱٱ
14.1.2 Se for sim em que local............................................................................................................
ٱ
(1) punho (2) vértebras (3) fêmur (4) quadril
(5) tornozelo (6) outro local (9) não sabe
14.1.3 Alguém na sua família já teve fratura quando idoso? .............................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
14.2 A Sr(a) possui alguma doença que esteja em tratamento?...........................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
14.2.1 Quais doenças .................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
14.3 O Sr(a) tem alguma dificuldade na visão ...................................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
14.4 O Sr(a) perde o equilíbrio com freqüência? ..............................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
14.5 Chega cair no chão?.....................................................................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15. Características de hábito e estilo de vida
15.1 O Sr(a) é fumante? ....................................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
15.1.1 Se for sim quantos cigarros fuma por o dia ..........................................................................
ٱ
(1) 0 a 10 cigarros (2) 10 a 20 cigarros (3) mais de 20 cigarros (9) não sabe
15.1.2 Já fumou antes?........................................................................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15.1.3 Se for ex fumante quanto tempo o Sr(a) parou? Em meses ........................................
ٱ ٱٱ
15.1.4 Quando fumava quantos cigarros por dia o (a) Sr (a) fumava por dia? ..................................
ٱ
(1) 0 a 10 cigarros (2) 10 a 20 cigarros (3) mais de 20 cigarros (9) não sabe
15.2 O Sr(a) toma café? .....................................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
15.2.1 Caso sim quantas vezes na semana?........................................................................................
ٱ
(1) todos os dias (2) 1 a 2 vezes na semana (3) 3 a 4 vezes na semana (9) não sabe
15.2.2 Se for sim quantas xícaras ou copos toma durante o dia ................................................... ...
ٱ
(1) até 3 xícaras (2) mais de 3 xícaras (9) não sabe
109
15.3 O Sr (a) toma leite?....................................................................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15.3.1 Caso sim quantas vezes na semana?........................................................................................
ٱ
(1) todos os dias (2) 3 a 4 vezes na semana (3) 1 a 2 vezes na semana (9) não sabe
15.3.2 Caso sim quantas copos por dia? ..........................................................................................
ٱ
(1) 1 copo (2) 2 copos (3) copos (4) quatro ou mais (9) não sabe
15.4.1 o Sr(a) toma bebida alcoólica?................................................................................................
ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15.4.2 Caso sim quantas vezes por semana?
(1) todos os dias (2) 1 a 2 vezes por semana (3) 3 a 4 vezes por semana (9) raramente
15.5 O Sr(a) faz exercício? .................................................................................................................
ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
15.5.1 Qual o exercício?.............................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
15.5.2 Quantas vezes na semana?.......................................................................................................
ٱ
(1 ) todos os dias (2) 1 a 2 vezes na semana (3) 3 a 4 vezes na semana
(4) 5 a 6 vezes na semana (9) não sabe
15.5.3 Qual o meio de locomoção mais utilizado pelo Sr (a) ?.........................................................
ٱ
(1) carro próprio (2) ônibus (3)bicicleta (4) moto (5) à pe (9) ignorado
16. Características sócio econômica
16.1 Qual a sua cor? ....................................................................................................................
ٱ
(1) branca (2) preta (3) parda (4) amarela
16.2 Qual a sua situação conjugal?....................................................................................................
ٱ
(1) casada (2) solteira (3)separada (4)viúva (5)união consensual
(6)outro (9) não respondeu
16.3 Quantos filhos tem? ..............................................................................................................
ٱٱ
16.4 Qual a sua escolaridade ...............................................................................................................
ٱ
(0) analfabeto (1) primário incompleto (2) primário completo (3) 1º grau incompleto
(4) 1º grau completo (5) 2º grau completo (6) 2º grau incompleto (6) superior incompleto
(7) superior completo (9) não sabe
16.5 Qual a renda total da família?............................................................................................................
16.6 Qual a sua ocupação?.........................................................................................................................
110
17. Conhecimento do tratamento
17.1 Você sabe porque toma este medicamento? ...............................................................................
ٱ
(1) sim (2) não
17.1.1 Justifique a resposta anterior...........................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
17.2 Você foi informado das reações que ele pode provocar? ...........................................................
ٱ
(1) sim (2) não
17.3 Já usou outro medicamento para osteoporose? ......................................................................
ٱ
(1) sim (2) não
17.3.1 Qual medicamento que o(a) Sr(a) utilizou? ................................................................................
................................................................................................................................................................
17.4 Sabe o motivo da substituição ?...................................................................................................
...........................................................................................................................................................
18. Nome do entrevistador.........................................................................................................................
18.1 Data da entrevista
ٱٱ.ٱٱ.ٱٱ
18.2 Duração da entrevista : início às ..........................hs rmino às ..........................hs
Obrigada pelas informações!
111
APÊNDICE II- Termo de consentimento livre e esclarecido
Prezado(a) Senhor(a)
O Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “ Estudo
Epidemiológico dos usuários do Programa de Medicamento Excepcional para
Osteoporose da SES-MT” que será realizado neste serviço até dezembro de 2004.
Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você poderá desistir de
participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua
relação com o pesquisador ou com este Serviço.
Esta pesquisa é de grande importância pois a osteoporose é uma doença com
alta freqüência na população e tem uma evolução incapacitante e muitas vezes letal.
Este trabalho tem como finalidade analisar as principais características
epidemiológicas dos usuários com osteoporose deste programa e a aplicação
adequada dos medicamentos para osteoporose.
Sua participação consistirá em autorizar e facilitar o trabalho de nossos
pesquisadores no inquérito que será realizado no momento da retirada do
medicamento para osteoporose na Gerência de Atendimento e Entrega de
Medicamento a Usuários (GAEMU).
Não haverá risco na sua participação e os benefícios relacionados com a sua
participação serão na avaliação dos resultados deste programa para que possamos
cada vez mais compreendermos a epidemiologia da osteoporose no Brasil.
As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as os demais
participantes, não sendo divulgada a identificação dos mesmos. Não há despesas
pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, não havendo também
nenhuma compensação financeira relacionada a sua participação.
O (A) Senhor (a) tem garantia de que em qualquer etapa do estudo poderá ter
acesso a pesquisadora para esclarecimento de qualquer dúvida, podendo entrar em
contato pelo telefone (65) 3210517 com Elianne Maria Ferreira Curvo.
------------------------------------------------------------------------------------------------------
Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na
pesquisa e concordo em participar. Terei garantia que somente os dados consolidados
serão divulgados. Entendo também que tenho o direito de receber informação
adicional sobre o estudo a qualquer momento, mantendo contato com o pesquisador
principal. Compreendo tudo que me foi explicado sobre o estudo e concordo em
participar do mesmo.
Nome:______________________________________________________
Assinatura_________________________________________Data: ______________
Instituto de Saúde Coletiva UFMT - CCBS III GAEMU
Telefone (65) 6158881/ 8883 Telefone: (65) 6247447
Av.Fernando Correa S/N Rua Togo Pereira 63
Cuiabá - MT CEP 78090-100 Cuiabá – MT CEP 78020-500
112
APÊNDICE III Manual do entrevistador
MANUAL DO ENTREVISTADOR
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA
DE MEDICAMENTO EXCEPCIONAL PARA OSTEOPOROSE DA
SES-MT
CUIABÁ
AGOSTO/2004
113
1. APRESENTAÇÃO
Este Manual foi elaborado para orientar a coleta de dados da pesquisa Estudo
Epidemiológico dos usuários do Programa de Medicamento Excepcional para
Osteoporose. A pesquisa objetiva analisar as principais características
epidemiológicas dos pacientes com osteoporose atendidos no Programa de
Medicamentos Excepcionais, assim como avaliar a aplicação adequada dos
medicamentos.
A investigação permitirá conhecer a realidade do Programa de Medicamento
Excepcional realizado pela Secretaria Estadual de Saúde no tratamento de
osteoporose e assim fornecer subsídios que possam contribuir para a melhoria do
mesmo.
O formulário de coleta de dados é composto por duas fases. Na fase I, serão
coletadas as informações dos usuários nos formulários de solicitação da Instituição,
Gerência de Atendimento e Entrega de Medicamento aos Usuários (GAEMU), este
preenchimento será realizado nesta fase (itens de 1 a 12).
Na fase II, serão coletadas os itens 13 a 17, através de entrevistas com os
usuários a cerca da características fisiológica, morbidades, características de hábito e
estilo de vida, características sócio econômica, conhecimento sobre a doença.
As informações obtidas serão analisadas e apresentadas à Secretaria de
Saúde do Estado de Mato Grosso.
2. OBJETIVOS
Este manual tem por objetivo padronizar os procedimentos de preenchimento
do formulário de coleta de dados da pesquisa “Estudo Epidemiológico dos usuários
do Programa de Medicamento Excepcional para Osteoporose”. Será utilizado como
instrumento no treinamento da equipe de pesquisa explicitando a maneira correta de
preenchimento dos dados coletados e esclarecendo prováveis dúvidas que surgir no
decorrer do trabalho de campo.
114
3. ORIENTAÇÃO GERAL
1-A coleta dos dados deve iniciar com a apresentação do pesquisador, no setor de
arquivo de prontuários, de onde deverá retirar o prontuário do usuário agendado para
recebimento do medicamento.
2-Os dados obtidos no prontuário e nas entrevistas são confidenciais. O sigilo faz
parte do código de ética do Serviço, e deve ser mantido sob quais quer
circunstâncias.
3-A qualidade da pesquisa depende totalmente da qualidade da coleta dos dados.
4-As instruções e normatizações devem ser seguidas na íntegra, de maneira
especialmente cuidadosa, coletando todas as informações solicitadas.
5-É preciso conhecer profundamente o formulário e o manual, antes da coleta de
dados. Esclarecendo todas as dúvidas sobre o seu conteúdo e a forma de aplicação.
6-Durante o preenchimento do formulário, não demonstrar aprovação, desaprovação
e/ ou surpresa frentes aos dados coletados. Os usuários são em sua maioria idosos,
portando é necessária atenção e paciência.
7-As dúvidas que surgem no decorrer do levantamento e da entrevista devem ser
comunicadas e resolvidas com a responsável /supervisora da pesquisa (Eliane Curvo)
com prioridade máxima (telefone 99711703)
4. ORIENTAÇÕES PARA O REGISTRO DAS INFORMAÇÕES
4.1. Normas para o registro das informações
Antes de iniciar a coleta dos dados
1. Procurar um local adequado para manusear os prontuários.
2. Fazer a leitura da ficha de solicitação de medicamente pausadamente. Se
necessário, repita a leitura antes de chamar o usuário para a entrevista.
3. Não induzir dados; não sugerir palavras.
4. Evitar “influenciar” a outra pessoa para definição da informação;
5. Todas as respostas devem ser preenchidas com CANETA azul.
6. Evitar rasuras. As respostas devem ser legíveis para o revisor e digitador.
7. Não abreviar ou escrever siglas.
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8. Faça o preenchimento detalhado, em caso de dúvidas, anote os dados na última
página ou no verso da folha. Se for necessário, deixe a ficha de solicitação
separada para que a pesquisadora principal faça a revisão.
9. Após realizar o preenchimento, conferir o formulário de entrevista do primeiro
ao último item. Verificar se não esqueceu algum item em branco.
Observação Importante: item sem resposta, ou o usuário não soube ou não quis
responder será registrada como ignorado.
5. COMO PREENCHER OS FORMULÁRIOS
5.1- 1ª fase Preenchido com os dados registrados no formulário de solicitação
de medicamento da Instituição
1.Nº do formulário
2. Data da solicitação do medicamento
A- IDENTIFICAÇÃO
3.Nome_
4.1 Data de nascimento
4.2 Idade
4.3 Sexo
4.4 Altura cm ___ Peso ____Kg
5. CPF
6. Local de nascimento 6.1 UF.......
7. Endereço 7.1 N°........
7.2 Bairro ................................. 7.3 Fone..............
8. Cidade............................................
116
B-DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
9. Diagnóstico CID10 .................
9.1 Comprovação diagnóstica: coluna lombar..........................................................
9.2 Comprovação diagnostica: colo do fêmur...........................................................
9.3 Comprovação diagnóstica: fêmur total .................................................................
BMD T
L
2
- L
4
/ L
1
– L
4
Neck / colo do fêmur
Fêmur Total /Inteiro
Osteoporose quando T < -2,5 Osteopenia T <-1,0 e - 2,5 Normal T -1,0
L
2-
L
4
/ L
1
– L
4
= seguimento lombar a ser analisado
Neck / colo = segmento do fêmur a ser analisado
Fêmur Total / Inteiro = densidade mineral óssea de todos os sítios do fêmur
BMD= densidade mineral óssea
T score = desvio padrão da média de valor do pico de massa óssea em adulto jovem
10.Nome do medicamento..........................................................................................
10.1 Justificativa.........................................................................................................
10.2 Especialidade do médico solicitante.....................................................................
11. Tratamento anterior para osteoporose:
11.1 Hormônio feminino (1)sim (2) não (9)não informado .................................... ٱ
11.2 Cálcio (1)sim (2) não (9) não informado....................................................... ٱ
11.3 Vitamina D (1)sim (2) não (9) não informado.............................................. ٱ
11.4 Cálcio + Vitamina D (1)sim (2) não (9) não informado.............................. ٱ
11.5 Calcitonina (1)sim (2) não (9) não informado.............................................. ٱ
11.6 Bifosfanato (alendronato) (1)sim (2) não (9) não informado...................... ٱ
11.7 Raloxifeno (1)sim (2) não (9) não informado................................................. ٱ
12 Outros Medicamentos
12.1 Outro medicamento 1...................................................................................
12.2 Outro medicamento 2........................................................................................
No caso de dados incompletos na solicitação de medicamentos preenchida pelo
médico solicitante, obter as informações no momento da entrevista
117
5.2- 2ª fase Preenchida pelos monitores com a entrevista
Lembre-se: o formulário já terá sido preenchido na 1ª fase que se estiverem incompletos
os dados deverão ser obtidos nesta 2ª fase da entrevista.
Antes de começar a entrevista esclarecer que esta pesquisa tem como objetivo
conhecer a características dos pacientes cadastrados no Programa de Medicamento
Excepcional realizado pela Secretaria Estadual de Saúde no tratamento de osteoporose
visando a busca de subsídios que possam contribuir para a melhoria do mesmo e que:
As informações obtidas são sigilosas .
Ler o termo de consentimento livre e esclarecido que está anexado no formulário, esclarecendo
a dúvida que o paciente possa ter e peça que o mesmo assine a autorização e só depois começar
a entrevista.
Revisar a 1ª fase se tem todos os dados registrados no questionário, caso não tenha
pergunte ao paciente antes de começar as perguntas da 2ª fase
Abaixo segue explicação sobre cada questão desta parte do Formulário:
13. Características fisiológicas
13.1 Com que idade a senhora teve a 1ª menstruação ? ....................................................ٱ ٱ
Preencher com a idade que a paciente recorda que menstruou pela primeira vez, caso
ela não se recorde preencher com o número 99 que é o código de informação ignorada.
13.2 A Srª ainda menstrua? .................................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9)não sabe
Fazer esta pergunta somente para as senhoras, para sabermos se está na menopausa.
(sem menstruar a mais de um ano) ou não.
13.3 Se não menstrua, há quanto tempo (anos) ? ................................................................. ٱ
(1) menos de 1 ano (2) entre 1 a 5 anos (3) entre 5 a 10 anos
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(4) mais de 10 anos (9) não sabe
13.4 Já ficou grávida? ............................................................................................................. ٱ
(1) sim (2) Não (9) não sabe
Quantas vezes engravidou13.5 ٱ
(1) 1 vez (2) 2 vezes (3) 3 vezes (4) acima de 3 vezes (9) não sabe
13.6ª A Sra já amamentou? ..................................................................................................... ٱ
(1) Sim (2) Não (9) Não sabe
13.7 Faz uso de hormônio tiroidiano ....................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
Puran, Euthyrox, Syntroid são os nomes comerciais do hormônio tiroidiano
Hormônio tiroidiano é medicamento para tratar da disfunção da tiróide, nódulo,
hipotiroidismo. Iodo não é hormônio tiroidiano.
13.8 Qual a dose do hormônio tiroidiano que você toma?............................................... ٱ
(1) até 150 (2) 150 a 200 (3) mais que 200 (9) não sabe
13.9 Faz uso de corticóide .............................................................................................. ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
Decadron, Meticorten, Prelone, predinisona, dexametasona, são os nomes comerciais do
corticóide.
Corticóides são medicamentos antiinflamatórios para reumatismo, alergia severas, dores
fortes
13.10 Se faz uso de corticóide a quantos dias ?.................................................................... ٱ
(1) menos de 30 dias (2) de 30 a 120 dias (3) mais de 120 dias (9) não sabe
13.11 Faz uso de lítio .............................................................................................................. ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
Carbolitium é o nome comercial desse medicamento
Lítio é medicamento usado para tratamento de depressão.
14. Morbidades
14.1 O Sr (a) já teve alguma fratura ...................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
14.1.1 Qual o local que fraturou?.......................................................................................... ٱ
119
(1) punho (2) vértebra (3) fêmur (4) quadril
(5) tornozelo (6) outro lugar (9) não sabe
Aqui é para perguntar se quebrou perna na parte de cima que é o fêmur ou o tornozelo
que é em baixo , punho , bacia é o quadril , vértebras é a coluna
14.1.2 Se for sim com qual idade (anos) ...................................................................... ٱٱ
Saber quantos anos tinha quando fraturou
Se não recordar preencher com o nº 99
14.1.3 Alguém da sua família já teve fratura quando idoso? ............................................. ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
Saber se algum parente mais próximo já quebrou algum osso quando velho.
14.2 A Sr(a) possui alguma doença que esteja em tratamento ......................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
14.2.1 Quais doenças? .....................................................................................................
Pode escrever a doença com o linguajar da paciente, não abreviando nenhuma
palavra, caso o espaço não dê para anotar, continuar no espaço da observação
no final do questionário.
14.3 O Sr(a) tem dificuldade na visão ? ............................................................................ ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
Esta pergunta é para saber qual a dificuldade que a pessoa tenha para enxergar
principalmente de longe . Se usar óculos saber se é só para ler. Perguntar se fez cirugia
de catarata. Se fez já corrigiu a deficiência visual.
14.4 O Sr (a) perde o equilíbrio com freqüência ? ............................................................ ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
Perguntar se fica desequilibrado quando levanta da cama.
Se tropeça muito
14.5 Chega a cair no chão? ........................................................................................... ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15. Características de hábito e estilo de vida
15.1 O Sr(a) é fumante? ................................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
15.1.1 Se for sim, quantos cigarros fuma durante o dia? ........................................... ٱ
(1) 0 a 10 cigarros (2) 10 a 20 cigarros (3) mais de 20 cigarros (9) não sabe
120
15.1.2 Já fumou antes?................................................................................................... ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15.1.3 Se for ex fumante quanto tempo o Sr(a) parou? Em meses .......................ٱٱ ٱ
15.1.4 Quando fumava quantos cigarros por dia o (a) Sr (a) fumava por dia? .............. ٱ
(1) 0 a 10 cigarros (2) 10 a 20 cigarros (3) mais de 20 cigarros (9) não sabe
15.2 O Sr(a) toma café? ................................................................................................ ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
15.2.1 Caso sim quantas vezes na semana?.................................................................. ٱ
(1) todos os dias (2) 1 a 2 vezes na semana (3) 3 a 4 vezes na semana
(9) não sabe
15.2.2 Se for sim quantas xícaras ou copos toma durante o dia .............................. ... ٱ
(1) até 3 xícaras (2) mais de 3 xícaras (9) não sabe
15.3 O Sr (a) toma leite?............................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
15.3.1 Caso sim quantas vezes na semana?.................................................................. ٱ
(1) todos os dias (2) 3 a 4 vezes na semana (3) 1 a 2 vezes na semana
(9) não sabe
15.3.2 Caso sim quantas copos por dia? ................................................................... ٱ
(1) 1 copo (2) 2 copos (3) copos (4) quatro ou mais (9) não sabe
15.4.1 o Sr(a) toma bebida alcoólica?......................................................................... ٱ
(1) sim (2) não (9) não sabe
15.4.2 Caso sim quantas vezes por semana?............................................................. ٱ
(1) todos os dias (2) 1 a 2 vezes por semana (3) 3 a 4 vezes por semana
(9) raramente
15.5 O Sr(a) faz exercício? ................................................................................................... ٱ
(1)sim (2) não (9) não sabe
Lembrar que qualquer atividade doméstica é exercício.
Só não faz exercício o idoso que só fica sentado, deitado ou que não faz nenhum
trabalho no lar.
15.5.1 Qual o exercício?.................................................................................................
Nesta pergunta anotar também exercício que fazem no trabalho doméstico como
limpar casa, lavar roupa, jardinagem, caminhar para fazer compras, além daqueles
como caminhada, dança, aeróbica, hidroginástica ,alongamento
15.5.2 Quantas vezes na semana?.......................................................................... ٱ
121
(1 ) todos os dias (2) 1 a 2 vezes na semana (3) 3 a 4 vezes na semana
(4) 5 a 6 vezes na semana (9) não sabe
15.5.3 Qual o meio de locomoção mais utilizado pelo Sr (a) ?............................. ٱ
(1) carro próprio (2) ônibus (3)bicicleta (4) moto (5) à pe
(9) não informado
16. Características sócio econômica
16.1 Qual a sua cor? ........................................................................................ ٱ
(1) branca (2) preta (3) parda (4) amarela
A cor da pessoa é auto referida, portanto fazer esta pergunta desta forma.
16.2 Qual a sua situação conjugal?...................................................................... ٱ
(1) casada (2) solteira (3)separada (4)viúva (5)união consensual
(6)outro (9) não respondeu
casado(a) : quando coabita com um(a) parceiro(a) com quem se casou
oficialmente em cartório civil
solteiro(a): quando não contraiu casamento civil e não vive em
união consensual
separado(a): o (a) que foi casado(a) (matrimonio civil) e esta separado(a)
com ou sem divorcio e ou desquite
viúvo(a): o (a) que o cônjuge morreu e não teve outra companhia
união consensual: quando coabita com um(a) parceiro(a)
sem casamento civil
outro: tem companheiro(a) mas não coabitam
16.3 Quantos filhos tem? ................................................................................... ٱٱ
16.4 Qual a sua escolaridade ............................................................................... ٱ
(0) analfabeto (1) primário incompleto (2) primário completo
(3) 1º grau incompleto (4) 1º grau completo (5) 2º grau completo
(6) 2º grau incompleto (6) superior incompleto (7) superior completo
(9) não informado
Primário incompleto corresponde da 1ª a 3ª série do primeiro grau
Primário completo concluiu até a 4ª série do primeiro grau
Primeiro grau incompleto: não concluiu até a 8ª série do primeiro grau,
completo, concluiu.
Segundo grau completo: concluiu até o terceiro ano do segundo grau, se não
concluiu é segundo grau incompleto.
Lembrar: curso primário antigamente era da 1ª até a 4ª série do primeiro grau
atual. Curso ginasial era da 5ª a 8ª série do primeiro grau atual. Colegial ou
Magistrado corresponde ao segundo grau atual
122
16.5 Qual a renda total da família?....................................................................
Saber quantos todos que moram na mesma residência ganham. Anotar a renda total
16.6 Qual a sua ocupação?....................................................................................
Poder ainda estar trabalhando regularmente ou fazendo qualquer bico
17. Conhecimento do tratamento
17.1 Você sabe porque usa este medicamento? .............................................. ٱ
(1) sim (2) não
17.1.1 Justifique a resposta anterior...................................................................
..............................................................................................................................
O nosso objetivo é saber se o paciente tem conhecimento do tratamento que ele faz.
17.2 Você foi informado das reações que ele pode provocar? ......................ٱ
(1) sim (2) não
17.3 Já usou outro medicamento para osteoporose? ..................................... ٱ
(1) sim (2) não
17.3.1 Qual medicamento que o(a) Sr(a) utilizou? ..........................................
...........................................................................................................................
17.4 Sabe o motivo da substituição ?..............................................................
.................................................................................................................
Escrever todas as justificativas que a paciente disser.
18. Nome do entrevistador.............................................................................
18.1 Data da entrevista ٱٱ.ٱٱ.ٱ
18.2 Duração da entrevista: início às ................hs
término às ..................hs
Obrigada pelas informações
123
9 ANEXOS
ANEXO I
124
ANEXO II
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