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ser metalúrgico, não é essa preparação do branco que nós tamos buscando, nós temos que
buscar a auto-sustentação, a própria renda , eu acho que isso vai fortalecer a permanência
do índio na aldeia, o local como ele é, a cultura dele. Mais interessante, por exemplo, é o
que eu falei ele vive de agricultura, ele vive de pequenos animais, pouco gado mais tem, aí
tem a questão da saúde. Eu acho que a saúde, o médico, o enfermeiro, o dentista, o
fisioterapeuta, essas coisas e outras da área da medicina vai dar certo um dia. Um dia vai
dar certo na sua amplitude. Por que, já pensou um índio sendo dentista morador da
lagoinha, ta dentro da sua casa, quem não quer sair da sua cama ir para sala e estar
trabalhando. Aí eu acho que aquele índio fisioterapeuta, nutricionista que é da comunidade
vai dar certo. Que não é aquele filhinho de papai que mora em apartamento que saiu da
universidade, que ele precisa se ajeitar, porque é o prazer do pai dele, pra fazer o gosto dos
pais, e ta doido aí para arrumar um pra inicio de carreira dele, e acha uma instituição,
contratado, vem pra cá, pega poeira, mosquito, pega isso e aquilo, suor, sol, e não fica. Ele
volta, ele fica aí seis meses, e abre consultório, vou ficar aqui 10 meses um ano. Um
abraço, e ta certo não ta errado, ele está procurando o meio onde ele conviveu e convive.
O professor não é diferente, assim vai ser a parte da veterinária, assim vai ser a parte da
ortodontia, assim vai ser outras áreas, aí é interessante você fazer uma parceria ou buscar
uma ajuda, ou pelo menos, você indicar um aluno, você viu uma habilidade no aluno, olha
esse menino aqui gosta muito de animal, como a gente percebe desde o prézinho, você
percebe que o menino vai desenhar cavalo, você vê o aluno que gosta de animais, não dá
pra encaminhar ele para a UNIDERP, ou uma UCDB, ou outra universidade, que tenha
veterinária , ou que gosta de agronomia não dá pra gente fazer isso. Não dá pra gente
encaminhar, fazer curso intensivo, a área teológica é importante, eles querem, eles gostam
duas horas da tarde ali eles estão tocando teclado, guitarra, bateria e são bons nisso.
Cantam e cantam muito bem, e se ele for cantor evangélico, vai ganhar seu dinheiro, ta
vivendo.
Entendeu, eu acho que precisa ter essas portas abertas, para ele seguir, mostrar pra eles, por
que o médio não mostra nada. Quando sai do médio, vai fazer uma farmácia, mas imagina
uma farmácia que não é aquilo que ele pensou. Ele vai ver ali muita matemática, mas não
quer mexer com a matemática, com a química, com a física, ele vai vazar. Estamos errando
nesse sentido do encaminhamento, nós professores somos responsáveis pelo ensino médio
dos alunos. Acho que nós erramos um pouco se a gente não ajudar o aluno no ensino
Médio, o que ele quer ser, como é que é ser, tem que dar mais uma atenção especial,fazer
um teste vocacional. Mostrar como é que é essa função para eles não errar. E trazer um
grande benefício de qualidade. Em Dourados vária indígenas, mulheres estão fazendo
enfermagem, estão voltando prá cá, elas falam desde o 2° ano nós temos prática de
enfermagem. Desde o 2° ano que nós tiramos plantão. Imagina a praticidade que esses
alunos vão sair de lá, são índias terena, do Bananal, olha a coisa bonita, né daqui a pouco
você vai ter um bioquímico, daqui a pouco você vai ter outras áreas, você pode fazer já
valer um medicamento preventivo dentro da área indígena. Não é bem visível até o nível
superior, que agora que nós estamos começando, né, vamos ver daqui mais uns cinco anos,
como é que vão se procede. Mas professor estão todos aqui, quem se formou estão aqui, até
porque o campo aqui de educação é muito amplo, eu vejo que educação nas áreas
indígenas, nós temos um caminho muito grande ainda, diferente da cidade que está
achatando os alunos. Aqui não está ampliando os alunos. Então eu tenho que cativar as
crianças, que chega falo senta aqui, vou ligar a televisão, fique aí, é a casa deles. Faz esses
esporte para eles fiquem, nós estamos, não só querendo da nota cobrar prova cobrar