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logradouro público externo’, comportando, avenidas, praças, largos, parques, terrenos baldios,
aterros sanitários, estacionamentos; portas/entradas de universidades, escolas, casas comerciais,
igrejas, supermercados, sacolões, shoppings, lanchonetes, restaurantes, cinemas, teatros, boates,
fliperamas, danceterias, estádios, feiras, calçadões, viadutos, pontes, passarelas, estações de
metrô e trem, terminais de rodoviárias e linhas de trem; por fim, a atividade desenvolvida é um
critério fundamental para a identificação de crianças, adolescentes e jovens em situação de rua.
As atividades habitualmente compatíveis com o ‘estar na rua’ são: trabalhando, esmolando,
perambulando, brincando, dormindo. (ROSEMBERG, 1996:30-31) Vale ressaltar que, mesmo
com todos estes cuidados, a pesquisa realizada por Rosemberg apresentou problemas no que se
refere à classificação da faixa etária:
Considerando-se a origem social diversa entre observador – observado e a equação
individual na apreciação da idade, alguns jovens adultos (tendo 18 anos e mais) podem
ter sido identificados como adolescentes (ter idade inferior a 18 anos). (ROSEMBERG,
1996, p. 34)
Em relação às atividades desenvolvidas nas ruas, estudos realizados por Alves e
colaboradores (2002) com 20 crianças em situação de rua no centro de Porto Alegre, apontam
um total de 2724 atividades executadas. As referidas atividades foram categorizadas como:
brinquedos, brincadeiras e exploração do ambiente (25,33%), contatos sociais (11,43%),
observação do contexto (10,5%), trabalho (3,37%) e outras (49,45%), incluídas nesta categoria
atividades motoras, compra e consumo de comida. Um dos aspectos relevantes destes estudos
foi a metodologia utilizada. Após a observação em ambiente natural por cerca de 30 minutos, os
registros foram codificados de acordo com o Manual de Codificação de Atividades de Crianças
em Situação de Rua (Alves, Koller & Tudge, 1996; Alves e Cols., 1999), baseado no original
proposto por Tudge, Sidden e Putnam (1994). Conforme Alves (2002):
Os dados obtidos através deste instrumento [Manual de Codificação] permitem a
descrição de aspectos do microssistema da rua, incluindo as atividades molares e
moleculares realizadas e, basicamente a ocorrência de processos proximais de
desenvolvimento. (ALVES, 2002, p. 6-7)
Vale ressaltar que os estudos acima referidos fazem parte de uma pesquisa descritiva da
observação de atividades cotidianas de crianças em situação de rua. Conforme os referidos