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UFPB UEPB
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Braulio José Carvalhal Luna
Características espaço-temporais do sistema do Açude
Acauã-PB, e seu atual Índice de Estado Trófico.
Dissertação apresentada ao Programa Regional
de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal
da Paraíba / Universidade Estadual da Paraíba,
em cumprimento às exigências para obtenção de
grau de Mestre em Desenvolvimento e Meio
Ambiente.
Prof. Dr. José Etham de Lucena Barbosa
Orientador
Campina Grande - PB
2008
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Braulio José Carvalhal Luna
Características espaço-temporais do sistema do Açude
Acauã-PB, e seu atual Índice de Estado Trófico.
Dissertação apresentada ao Programa Regional
de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal
da Paraíba / Universidade Estadual da Paraíba,
em cumprimento às exigências para obtenção de
grau de Mestre em Desenvolvimento e Meio
Ambiente.
Data da aprovação:_____/_____/_____
Comissão examinadora:
Prof. Dr. José Etham de Lucena Barbosa – UEPB
Orientador
Prof. Dr. Francisco José Pegado Abílio – UFPB
1ª Suplente
Prof. Dr
a
. Maria Cristina Basílio Crispim da Silva – UFPB
Examinador Interno
Prof. Dr
a
. Célia Regina Diniz – UEPB
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xaminadora Externa
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A minha mãe Sônia....
...que sempre me apoiou, sempre me orientou, sempre me
norteou como exemplo de dedicação e conquista.
Aos meus irmãos Paulo, Ana e Valéria...
...sem essa base, nada seria possível.
À toda minha família...
...Pelo imenso apoio e confiança.
A todos vocês que tanto amo... Dedico.
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A Deus, como fonte renovadora e base espiritual que se faz presente sempre em minhas
caminhadas.
Ao PRODEMA, Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente, pela oportunidade de realizar essa pesquisa.
Ao Prof. Dr. José Etham, pela orientação, amizade, profissionalismo e confiança
depositado em minha pessoa.
Aos examinadores Prof. Dr. Francisco José Pegado Abílio, Prof. Dr
a
. Maria Cristina
Basílio Crispim da Silva, Prof. Dr
a
. Célia Regina Diniz pelas valiosas contribuições na
finalização do trabalho.
À Prof. Dr
a
Loreley Garcia, pela ajuda, amizade e competência.
A todos os professores do PRODEMA, pelos conhecimentos divididos.
A Hélia, Marilene e Amélia, pela competência e auxílio em todas as horas.
Aos amigos do PRODEMA: Daniel, Juliana Moreira, Juliana Louyza, Patrícia, Rodolfo,
Maurício, Kallyne, Suerda, Shirley, Anna Karla, Guilherme, Flávia, Janine, Késia, Juliana
Furtado, Rebecca, Karen, Ricardo e Silvio, pela amizade.
Aos amigos do LEAC – Laboratório de Ecologia de Águas Continentais: Ruceline,
Patrícia, Aretuza, Rogério, Gabrielle, Gilberto, Ronaldo, Janielly, Klívia, Thais, Rafael,
Eline, Neto e Altieres pelo companheirismo nas coletas de campo e processamento em
laboratório.
Aos amigos Gabrielle, Walfredo, Rafael e Rogério, pela ajuda na aplicação dos
questionários.
A Aretuza, pelo apoio, amizade e incentivo nos momentos difíceis.
Aos habitantes das comunidades do Cajá e Melancia, pelo acolhimento e pelas valiosas
informações somadas durante toda uma vida e dividida com tanta simpatia e simplicidade.
Aos meus tios Célia Westhoff e Robert Westhoff, por todo apoio e confiança em todas as
fases do mestrado.
A toda minha família: sobrinhos, primos e tios.
A minha amiga Paloma e amigos Rogério e Fernando, pelos momentos únicos e preciosos
de descontração e alegria.
A todos que contribuíram de forma direta e indireta na elaboração deste trabalho.
Aqueles que acreditam que a ousadia e o erro são caminhos para as grandes realizações.
“Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo.
Por isso, aprendemos sempre."
Paulo Freire
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ListadeFiguras........................................................................................................................................iii
ListadeTabelas.........................................................................................................................................v
INTRODUÇÃOGERAL
.................................................................................................................................1INTRODUÇÃOGERAL
1‐IntroduçãoGeral
..................................................................................................................................21‐IntroduçãoGeral
2‐Referências
..........................................................................................................................................72‐Referências
Capítulo1.................................................................................................................................................1
1‐Resumo
................................................................................................................................................21‐Resumo
2‐Abstract
...............................................................................................................................................32‐Abstract
3‐Introdução
...........................................................................................................................................43‐Introdução
4‐Áreadeestudo
............................................................................................................................... ......94‐Áreadeestudo
5‐Materiaisemétodos
...........................................................................................................................115‐
Materiaisemétodos
6ResultadoseDiscussões
.....................................................................................................................166ResultadoseDiscussões
6.1‐Variáveisclimáticas...............................................................................................................................16
6.2‐Variáveislimnológicas..........................................................................................................................18
6.2.1Temperatura.......................................................................................................................18
6.2.2OxigênioDissolvido............................................................................................................21
6.2.3Condutividade....................................................................................................................23
6.2.4pH.......................................................................................................................................26
6.2.5Alcalinidade........................................................................................................................27
6.2.6Nitrito.................................................................................................................................29
6.2.7Nitrato................................................................................................................................31
6.2.8Amônio...............................................................................................................................32
6.2.9FósforoTotal.......................................................................................................................34
6.2.10POrto...............................................................................................................................36
6.3.AnáliseQualitativadofitoplâncton.......................................................................................................38
6.4.AnáliseQuantitativa..............................................................................................................................42
6.5.AnáliseEstatística..................................................................................................................................45
6.6.ÍndicesdeEstadoTrófico‐IET...............................................................................................................48
7‐Conclusões
.........................................................................................................................................507‐Conclusões
8‐Referências
........................................................................................................................................518‐Referências
Capítulo2.................................................................................................................................................1
1‐Resumo
................................................................................................................................................21‐Resumo
2‐Abstract
...............................................................................................................................................32‐Abstract
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3‐Introdução
...........................................................................................................................................43‐Introdução
4‐Áreadeestudo
............................................................................................................................... ......74‐Áreadeestudo
5‐MateriaiseMétodos
............................................................................................................................95‐MateriaiseMétodos
5.1‐PerfildosEntrevistados..........................................................................................................................9
5.2IdentificaçãodaIctiofauna..................................................................................................................10
6‐ResultadoseDiscussões
.....................................................................................................................126‐ResultadoseDiscussões
6.1.AspectosdacomunidadedePescadores...............................................................................................12
6.2.CondiçõesSócioCulturais......................................................................................................................13
6.3.AtividadeEconômicadosPescadores....................................................................................................18
6.4.AtividadePesqueira...............................................................................................................................20
6.5.EcologiadasPrincipaisEspéciesdePeixesdoAçudedeAcauã............................................................22
6.8.CaracterizaçãodoAmbienteLêntico:VisãodosPescadores................................................................27
6.7.VisãodoFuturo......................................................................................................................................31
7Conclusões
........................................................................................................................................327Conclusões
8‐Referências
........................................................................................................................................338‐Referências
Apêndice1‐QuestionárioaplicadonasComunidadesdoCajáeMelancia.
................................................1Apêndi
ce1‐QuestionárioaplicadonasComunidadesdoCajáeMelancia.
Apêndice2‐TabeladeCorrelações,N=7,p<0,050.
....................................................................................2
Apêndice2‐TabeladeCorrelações,N=7,p<0,050.
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Lista de Figuras
Figura1LocalizaçãodoAçudeAcauãemâmbitoregional,eospontosdecoleta........................................9
Figura2‐Pluviometriamédiaemmm3doEstadodaParaíba‐2006.Fonte:AgenciaExclusivadeGestãoda
ÁguadoEstadodaParaíbaAESA..........................................................................................................10
Figura3AçudedeAcauãnoperíododeChuva.Fonte:RucelineLins............................................................11
Figura4ValoresmensaisdaPrecipitaçãoPluviométricaemrelaçãoaoVolumeMédioMensaldoAçudede
Acauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..............................................................17
Figura5ValoresmensaisdaTransparênciadoudedeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005e
Dezembro/2006.......................................................................................................................................18
Figura6Perfilverticaldatemperaturaemfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçudedeAcauã,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................19
Figura7PerfilhorizontaldastemperaturasnasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíbaeRioParaibinha,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................21
Figura8PerfilverticaldasconcentraçõesdeOxigênioDissolvido(mg/L)emfunçãodaextinçãodeluzna
colunad’águadoAçudeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.......................22
Figura9PerfilhorizontaldasconcentraçõesdeOxigênioDissolvido(mg/L)nasuperfíciedoAçudeAcauã,
RioParaíbaeRioParaibinha,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006...........................23
Figura10PerfilverticaldaCondutividadeElétrica(µS/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águado
AçudeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006...................................................24
Figura11PerfilhorizontaldaCondutividadeElétrica(µS/L)nasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíbae
RioParaibinha,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.................................................25
Figura12PerfilverticaldopHemfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçudeAcauã,entreos
mesesdeNovembro/2005eDezembro/2006........................................................................................26
Figura13PerfilhorizontaldopHnasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíbaeRioParaibinha,entreos
mesesdeNovembro/2005eDezembro/2006........................................................................................27
Figura14Perfilverticaldaalcalinidade(mgCaCO
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/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águado
AçudeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006...................................................28
Figura15Perfilhorizontaldaalcalinidade(mgCaCO
3
/L)nasuperfíciedoAçudeAcauã,RioParaíbaeRio
Paraibinha,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.......................................................28
Figura16PerfilverticaldoNitrito(µg/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçudeAcauã,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................30
Figura17PerfilhorizontaldoNitrito(µg/L)nasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíbaeRioParaibinha,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................30
Figura18PerfilverticaldoNitrato(µg/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçudeAcauã,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................31
Figura19PerfilhorizontaldoNitrato(µg/L)nasuperfíciedoAçudeAcauã,RioParaíbaeRioParaibinha,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................32
Figura20Perfilverticaldoíonamônio(µg/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçude
Acauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..............................................................33
Figura21Perfilhorizontaldoíonamônio(µg/L)nasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíbaeRio
Paraibinha,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.......................................................34
Figura22PerfilverticaldosteoresdeFósforoTotal(µg/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’água
doAçudedeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.........................................35
Figura23PerfilhorizontaldosteoresdeFósforoTotal(µg/L)nasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíba
eRioParaibinha,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..............................................36
Figura24PerfilverticaldoOrtofosfatoSolúvel(µg/L)emfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águado
AçudeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006...................................................37
Figura25PerfilhorizontaldoOrtofosfatoSolúvel(µg/L)nasuperfíciedoAçudedeAcauã,RioParaíbaeRio
Paraibinha,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.......................................................37
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐iv
Figura26AnálisedoFitoplânctondoAçudedeAcauã,divididoporClasses,esuarepresentatividadeda
comunidadefitoplanctônicas,entreosmesesdeNov/2005eDez/2006...............................................40
Figura27Mudançastemporaisnonúmerodetáxonsdascomunidadesfitoplanctônicas,doAçudede
Acauã,entreosmesesdeNov/2005eDez/2006....................................................................................41
Figura28Diagramadeprofundidadepeladensidad efitoplanctônicadoAçudedeAcauã,entreosmesesde
Nov/2005eDez/2006..............................................................................................................................43
Figura29PerfilverticaldaClorofilaaemfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçudedeAcauã,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................44
Figura30PerfilverticaldaFeofitinaemfunçãodaextinçãodeluznacolunad’águadoAçudedeAcauã,
entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006..........................................................................44
Figura31OrdenaçãopelaACPdasvariáveispesquisadasnoAçudeAcauãbaseadasnosFatoresIeII,entre
osmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006....................................................................................46
Figura32OrdenaçãopelaACPdasestaçõesdecoletasamostradasemesesdoAçudeAcauãbaseadasnos
FatoresIeII,entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.....................................................47
Figura33ÍndicedeEstadoTróficomodificado,calculadoapartirdasvariáveis:FósforoTotal(µg/L),Porto
(µg/L),Transparência(m)eClorofilaa(µg/L),entreosmesesdeNovembro/2005eDezembro/2006.48
Figura34LocalizaçãodacomunidadedeMelanciaeCajáemâmbitonacionaleregional.............................8
Figura35Representaçãoesquemáticadatécnica“Snowball”,baseadaemBarbosa,2006.Fonte:Braulio
Carvalhal..................................................................................................................................................10
Figura36Faixaetáriadosentrevistados,noperíododepesquisa................................................................12
Figura37LevantamentodoTempo(Anos)depescadecadaentrevistado..................................................13
Figura38FotodaComunidadedoCajá2007.Fonte:BraulioCarvalhal........................................................13
Figura39Levantamentodaorigemdaáguaconsumidapelasfamíliasdospescadoresartesanais..............14
Figura40Tratamentoeorigemdaágua,consumidapelasfamíliasdospescadoresartesanais,deAcauã..15
Figura41Tratamentoeorigemdaágua,consumidapelasfamíliasdospescadoresartesanais,deAcauã..16
Figura42Freqüênciadeconsumodepeixesporsemana,dospescadoresdeAcauã...................................16
Figura43Destinodosresíduossólidoselíquidosdasresidênciasdospescadoresartesanaisdas
ComunidadesdeCajáeMelancia............................................................................................................17
Figura44Resíduoslíquidos(esgoto)a“céuaberto”naComunidadedeMelancia.......................................18
Figura45Levantamentodarendamensal(reais)dasfamíliasdospescadoresentrevistados......................18
Figura46LevantamentodaprincipalfontederendadasfamíliasdospescadoresartesanaisdoAçudede
Acauã.......................................................................................................................................................19
Figura47InstrumentosdepescautilizadosporpescadoresartesanaisdoAçudedeAcauã........................21
Figura48DestaqueparaoArpão,instrumentosdepescautilizadosporpescadoresartesanaisajusanteda
represadoAçudedeAcauã.Fonte:BraulioCarvalhal.............................................................................21
Figura49GráficodolevantamentodoconhecimentoempíricodospescadoresartesanaisdoAçudede
Acauã,sobreépocafavorávelàpescacomparadoatemperaturadoambiente....................................22
Figura50Disponibilidadedepeixesporperíodoseco/chuvosonoAçudedeAcauã....................................23
Figura51DietadospeixesbaseadonoconhecimentoempíricodospescadoresartesanaisdoAçudede
Acauã.......................................................................................................................................................24
Figura52Espéciedepeixesmaispescados,baseadonasentrevistasdospescadoresartesanaisdoAçude
deAcuaã..................................................................................................................................................25
Figura53Lucrocomopescado,baseadonasentrevistasdospescadoresartesanaisdoAçudedeAcauã...26
Figura54Relaçãoentreespécieseprofundidade,baseadonasentrevistasdospescadoresartesanaisdo
AçudedeAcauã.......................................................................................................................................27
Figura55Opiniãosobreaqualidadedeáguadabarragem,baseadonasentrevistasdospescadores
artesanaisdoAçudedeAcauã.................................................................................................................28
Figura56ÉpocadesfavorávelparaconsumodaáguadoAçude,baseadonasentrevistasdospescadores
artesanais.................................................................................................................................................29
Figura57Aspectodaágua,baseadonasentrevistasdospescadoresartesanaisdoAçudedeAcauã..........30
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐v
Lista de Tabelas
Tabela1–CritériodeclassificaçãoadotadoparaoÍndicedeEstadoTrófico,apartirdovalorobtidopela
equaçãodoIETparareservatóriossegundoÍndicedeCalrsonModificado...........................................14
Tabela2EstadoTróficodeLagosTropicaisemrelaçãoaoPtotalemµg/Lparareservatóriossegundo
ÍndicedeCalrsonModificado.................................................................................................................35
Tabela3‐TáxonsidentificadosnoAçudeAcauã,deNovembro/2005àDezembro/2006..............................38
Tabela4Correlaçãodasvariáveiscomoscomponentesprincipais,entreosmesesdeNovembro/2005e
Dezembro/2006......................................................................................................................................45
Tabela5ResultadodaANOVArealizadaparaestabelecerasignificânciadasvariaçõesespaciaisdas
variáveisfísicasequímicasanalisadasnoAçudeAcauã,entreosmesesdeNovembro/2005e
Dezembro/2006......................................................................................................................................47
Tabela6ClassificaçãodoEstadoTróficoparareservatóriossegundoÍndicedeCalrsonModificado..........49
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Características espaço-temporais do sistema do Açude
Acauã-PB, e seu atual Índice de Estado Trófico.
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A necessidade de se estabelecer em um local e abandonar a forma de vida nômade
levaram o homem, a modificar o ambiente conforme as suas necessidades, foco dessas
transformações é a água, que desempenha um papel complexo, tanto nas atividades
humanas como nos sistemas naturais.
A maioria dessas atividades causa algum tipo de impacto negativo para o Meio
Ambiente, considerando-se que impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas dos Ecossistemas, a construção de reservatórios destaca-se
pela área que atinge e a capacidade de interferência sobre a natureza. A construção de
barragens e inevitavelmente a formação de grande lagos, produz alteração no ambiente
aquático e no ambiente terrestre adjacente, levando por conseqüência a uma mudança no
estilo de vida da população em seu entorno.
No entanto a construção de barragens tem sido utilizada há milhares de anos,
barragens para controlar inundações, para represar águas como fonte de energia hidrelétrica,
para fornecer água para consumo humano direto, uso industrial ou para irrigar plantações
(THE REPORT OF THE WORLD COMMISSION ON DAMS, 2000).
Embora tais construções sejam consideradas estratégias para melhoria da qualidade
de vida da população que direta ou indiretamente utilizam esses recursos, elas têm afetado
negativamente muitas pessoas, sociedades e o ecossistema como um todo. A interferência
global, extensão e complexidade destes impactos dependem do ecossistema fluvial (Rio a
montante e a jusante de uma represa), ou de modo geral a transformação de um ambiente
lótico em lêntico, e tal significado deve ser considerado e detalhadamente avaliado para a
construção da represa.
Em conseqüência do crescimento acelerado da população, o desenvolvimento
industrial e tecnológico, as poucas fontes disponíveis de água doce estão comprometidas ou
correndo risco no que diz respeito à qualidade.
A poluição dos mananciais, o assoreamento
de rios e lagos, o desmatamento das matas ciliares, o uso inadequado de irrigação, a
impermeabilização do solo para construção, a ineficiência ou falta de estações de
tratamento de efluentes, entre tantas outras ações do homem moderno, são responsáveis
pela contaminação da água e inutilização dos corpos aquáticos.
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Atualmente, um quinto da população mundial não tem água potável, 40% do total
sofrem algum tipo de racionamento, enquanto 10 milhões de pessoas morrem a cada ano
por causas associadas à água. Estima-se que cerca de 3.800 km³ de água doce são retiradas
anualmente dos lagos, rios e aqüíferos do mundo, valores que correspondem a duas vezes o
volume extraído há 50 anos, quando a população mundial passou de 2,6 bilhões de
habitantes para 6,7 bilhões atualmente (THE REPORT OF THE WORLD COMMISSION
ON DAMS, 2000).
O Brasil detém um terço das bacias fluviais e 13% da água doce do Planeta, no
entanto a distribuição é de forma irregular, cerca de 60% está na Amazônia, onde vivem
cerca de 17 milhões de brasileiros os outros 40% é responsável pela manutenção de 143
milhões de habitantes (GALILEU, 2008).
Comenta Diniz (2004), que entre as principais causas controladoras da oferta de
água em curto prazo, destacam-se as variações regionais da precipitação pluviométrica,
apresentando forte impacto nos ecossistemas aquáticos nordestinos, por se concentrar em
poucos meses do ano (CEBALLOS et al, 1995 ).
Devido ao caráter efêmero dos recursos hídricos do Nordeste brasileiro e suas
peculiaridades sazonais, a construção de açudes passou a ser uma das estratégias utilizadas
pelos governantes para aumentar a disponibilidade de água na região, visando à promoção
de desenvolvimento, no entanto, pouco se conhece sobre as qualidades físicas químicas e
biológicas de alguns desses corpos hídricos (BARBOSA, 2002).
Segundo Barbosa (2002) “Na Paraíba, os sistemas aquáticos da bacia do alto-
médio Paraíba, respondem por
1
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3
do volume de acumulação do Estado e é o elo de
sustentabilidade econômica e social de 40% da população paraibana”.
Na medida em que se torna mais intenso e diversificado o uso dos mananciais e de
suas bacias hidrográficas, maior é a necessidade de se definir formas de manejo sustentado
e de gestão ambiental desses ecossistemas.
Dentre os fatores relevantes do manejo desses ecossistemas, encontra-se a
eutrofização, que constitui o principal problema que acomete os corpos de água de todo o
mundo. Aumentada pelo estabelecimento de atividades humanas nas bacias de drenagens,
fato que tem incrementado as descargas de nutrientes nos lagos, rios, reservatórios e
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐4
estuários tendo como conseqüência mudanças nas características tróficas destes corpos
aquáticos, levando esses ecossistemas a um envelhecimento prematuro.
O processo de eutrofização tem como principal característica o excesso de nutrientes
nos corpos de água que podem ocasionar o crescimento excessivo de alguns organismos
aquáticos, entre eles as algas, que apesar de terem grande importância para o equilíbrio
ecológico do meio aquático, sua multiplicação excessiva, pode acarretar na liberação de
vários compostos orgânicos, que podem ser tóxicos ou produzir sabor e odor desagradáveis,
(BRAGA et al., 2005).
Segundo Huszar (1999), as seqüências sucessionais do fitoplâncton nos trópicos estão
relacionadas, predominantemente, com aspectos físicos dos ambientes, como os episódios
de circulação da água. É relevante o conhecimento da dinâmica da comunidade
fitoplanctônica, pois as flutuações temporais e espaciais em sua composição e biomassa
podem ser indicadores eficientes das alterações naturais ou antrópicas nos ecossistemas
aquáticos.
O monitoramento biológico deve contemplar a classificação das algas, as flutuações
das espécies no espaço e no tempo e a identificação das épocas favoráveis ao crescimento
(TUNDISI, 2005). A vigilância da qualidade da água para consumo humano deve ser uma
atividade rotineira, preventiva, de ação sobre os sistemas públicos e soluções alternativas de
abastecimento de água, a fim de garantir o conhecimento da situação da água para o
consumo humano, resultando na redução das possibilidades de enfermidades transmitidas
pela água (BRASIL, 2005), visando um equilíbrio para esses ecossistemas (ESTEVES,
1998).
Em função disso, Tundisi (1999) argumenta, que a implementação de estudos de
monitoramento e avaliação trófica em sistemas aquáticos tem como relevância a detecção e
predição dos seus processos de eutrofização e busca de propostas de soluções que
viabilizem o aumento da vida útil, minimizando os impactos e entendendo a dinâmica
desses ecossistemas.
Baseado nisso, o monitoramento limnológico constitui uma importante ferramenta
de gestão ambiental, levantando os aspectos da qualidade de água e elaborando estratégias
para um uso sustentável desses recursos (LINS, 2006).
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐5
Os dados acumulados são abundantes e relacionados com vários parâmetros, para
facilitar a sua interpretação pode se recorrer a “índices” que resumem em um único ou em
poucos valores o conjunto de informações obtidas. Dentre estes, o Índice do Estado Trófico
(IET de Carlson, 1977) que permite uma avaliação limnológica bastante aproximada do
nível de enriquecimento nutricional de um corpo aquático (DUARTE et al, 2008).
O IET de Carlson (1977), que é um dos mais utilizados no Brasil para estimar o
estado trófico de sistemas aquáticos (DINIZ, 2005), modificado por Toledo et al. (1983) e
Toledo (1990), utiliza três avaliações de estado trófico em função dos valores obtidos para
as variáveis: transparência (disco de Secchi), clorofila a e fósforo total. O critério para
classificação do IET de Carlson modificado foi baseada nos valores para cada nível trófico:
Oligotrófico (47<IET52), mesotrófico (52<IET59) e eutrófico (59<IET63). No entanto
o gerenciamento dos recursos hídricos não deve ser realizado dissociando os aspectos
quantitativos e qualitativos, bem como o levantamento etnolimnológico, para que se possa
permitir uma visão mais ampla da utilização desses ecossistemas pela população local,
conduzindo a soluções mais apropriadas para o seu uso sustentável.
Baseado nisso, o estudo da utilização dos recursos hídricos pelos pescadores
artesanais surgiu como ferramenta para o levantamento de um conhecimento peculiar em
relação ao corpo aquático que é explorado. Este conhecimento deve contemplar a ecologia,
comportamento e dinâmica deste recurso. Implica também na forma como o ambiente está
sendo manejado por estes grupos humanos. Coadunam-se com essas reflexões Silva e
Montag (2006), quando ressaltam que a etnoecologia como ferramenta de documentação
deste conhecimento, pode ser considerada como uma primeira etapa, de grande
importância, quando se pretende desenvolver projetos que envolvam comunidades humanas
e manejo de área.
Baseado no pressuposto de que é necessário reconhecer que os estudos no Nordeste
ainda são escassos, principalmente no que diz respeito aos recursos hídricos, se comparados
com grande número de investigações em zonas temperadas, isso devido à falta de recursos
financeiros destinados a pesquisas nessa região, a presente pesquisa buscou conhecer os
processos dinâmicos desse ecossistema, adquirindo conhecimentos que possam vir a somar
às informações existentes, e levantar dados a fim de um melhor manejo e gerenciamento
dos recursos Hídricos da Paraíba, culminando ao final em dois capítulos sobre tais aspectos.
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O Primeiro Capítulo intitulado: “Caracterização espaço-temporal das variáveis limnológicas
da barragem de Acauã – PB: Semi-árido Paraibano.” teve como objetivo caracterizar os
estágios de evolução trófica, nas escalas horizontal e vertical, a fim de obter subsídios para
avaliar a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes, demonstrando o grau
de influência dos seus dois tributários (Rio Paraíba e Rio Paraibinha). O Segundo Capítulo
intitulado: “Etnolimnologia do Açude de Acauã: Um conhecimento para gestão ambiental
integrada” teve como finalidade, fazer um levantamento do conhecimento popular,
ressaltando as formas de utilização da pesca artesanal, a ecologia dos peixes deste ambiente
e a qualidade de água na visão dos pescadores, constatando-se um conhecimento peculiar a
respeito dos fatores bióticos e abióticos, podendo se constituir num importante elo do
conhecimento humano e ferramenta eficiente para uma melhor gestão ambiental integrada,
objetivando contribuir para uma proposta de gestão participativa, tendo como foco a
população local e as suas reais necessidades, baseadas nos aspectos sociais e ambientais.
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VtÑ•àâÄÉ D
Caracterização espaço-temporal das variáveis limnológicas
da barragem de Acauã – PB: Semi-árido Paraibano.
CARVALHAL-LUNA, Braulio José
PRODEMA – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Universidade Federal da Paraíba / Universidade Estadual da Paraíba – Paraíba – Brasil
brauliojclu[email protected].br
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O Estado da Paraíba localiza-se na região Nordeste do território brasileiro, o clima é semi-
árido e sujeito a estiagens prolongadas no interior. Para solucionar o déficit hídrico da
região, foi construído o Açude Acauã que constitui a terceira maior bacia hidráulica do
Estado, localiza-se no município de Itatuba-PB, possui uma área de 2.300ha e
253.000.000m
3
de capacidade de acumulação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
representatividade do aporte de nutrientes no Açude Acauã, a partir da análise do
comportamento deste ambiente e seus tributários (Rio Paraíba e Rio Paraibinha). Foram
realizadas coletas bimensais entre novembro/2005 e dezembro/2006, em um ponto da
barragem, em quatro profundidades, sub-superficie, 50%, 1% da extinção de luz, e região
mais profunda, e nas superfícies de seus afluentes. As variáveis analisadas foram:
transparência, profundidade, temperatura, pH, condutividade elétrica, OD, alcalinidade,
fósforo total, ortofosfato, amônia, nitrito, nitrato, clorofila a, feofitina e diversidade
fitoplanctônica. Os resultados obtidos mostraram que o índice pluviométrico influenciou no
volume do açude, valores elevados de nutrientes e baixa transparência (0,58 a 2,70 m). O
pH apresentou-se alcalino (7,66 a 9,15) em todo período amostrado. Os valores de
temperatura da água oscilaram entre 26,5 a 32,5
0
C; a condutividade variou de (248,5 a
3.400 µS/cm). Embora a heterogeneidade espacial não tenha sido significativamente alta, a
variação dos codeterminantes estudados a nível temporal se mostraram com valores
elevados, com concentração de Oxigênio Dissolvido atingindo a maior média no mês de
junho de 2006 ( =33,73 mg/L; CV=20,40%); Nitrito (0 a 364,61 µg/L); Nitrato, máximo
de 35,18 µg/L e mínimo de 8,88 µg/L; Fósforo Total no mês de Dezembro/2006, obtendo
como valor máximo 183,4 µg/L e mínimo 91,4 µg/L. Os pigmentos Clorofila a e Feofitina
apresentam médias de = 29,92 e = 53,64, respectivamente. Analisando o Índice de
Estado Trófico modificado (IET
M
), o Açude é classificado como eutrófico a hipereutrófico.
Os resultados observados indicam que a localização do Açude Acauã na porção final do
Médio Paraíba, essa a segunda maior bacia hidrográfica do Estado, faz desse ambiente um
reservatório final de uma rede de pequenas e médias sub-bacias, nota-se uma grande
influência sobre esse corpo hídrico de seus tributários, principalmente o Rio Paraíbinha, que
é responsável pela vazão proveniente do Açude Bodocongó, responsável por drenar a região
da zona urbana de Campina Grande-PB.
Palavras-chave: Eutrofização, Qualidade de água, Variação espaço-temporal
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The state of Paraiba is located in the Northeastern Brazilian territory, the climate is semi-
arid and subjected to prolonged dry spells. To solve the water deficit in the region, it was
built the Dam of Acauã which is the third largest hydraulic river of the state, located near
the city of Itatuba-PB, it has an area of 2.300ha and 253.000.000m
3
accumulation of
capacity. The objective of this study was to evaluate the representativeness of the intake of
nutrients in Dam of Acauã, from the analysis of the behavior of this environment and its
tributaries (Paraíba River and Paraibinha River). Twice monthly collections were made
between november/2005 and december/2006 at a point of the dam, in four depths, sub-
surface, 50%, 1% of the light extinction, and the deepest, and in all areas of its tributaries.
The variables examined were: transparency, depth, temperature, pH, electrical conductivity,
OD, alkalinity, total phosphorus, orthophosphate, ammonia, nitrite, nitrate, chlorophyll a,
feofitine and diversity phytoplankton. The results showed that the index Precipitation
influenced on the volume of the dam, elevated levels of nutrients and low transparency
(0.58 to 2.70 m). The pH showed alkaline (7.66 to 9.15) in all period sampled. The values
of the water temperature varied from 26.5 to 32.5
0
C, the conductivity varied from (248.5 to
3,400 μ S / cm). Although the spatial heterogeneity was not significantly high, the variation
of variables studied were showed with high values, with concentration of Dissolved Oxygen
reaching the highest average in the month of June 2006 ( = 33.73 mg / L, CV = 20.40%);
nitrite (0 to 364.61 µg/L); nitrate, a maximum of 35.18 µg/L and minimum of 8.88 µg/L;
Total Phosphorus in the month of December/2006, getting as maximum value 183.4 μ g / L
and 91.4 least μ g / L. The pigments Chlorophyll a and Feofitine presented rate = 53.64
and = 29.92, respectively. Analyzing the State Trófico Index modified (STI
M
), the
Açude is classified as eutrophic to hypereutrophic. The results indicate that location of Dam
of Acauã in the final portion of the Middle Paraíba, is the second largest basin of the State,
making of this environment a final reservoir of a network of small and medium sub-basins,
it is noted a great influence on this body of water of its tributaries, mainly the Paraíbinha
River, which is responsible for the flow of Dam of Bodocongó, responsible for draining the
region of the urban area of Campina Grande-PB.
Keywords: Eutrophication, Water quality, Spatial-temporal variation
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A água é considerada o insumo básico da sobrevivência de todas as espécies e
indicador do desenvolvimento de uma região, tal importância, leva à necessidade de
atenção especial no seu manejo, visando a sua conservação em qualidade e quantidade
(ANNEL, 2001).
Embora a disponibilidade de água no Brasil seja abundante, está distribuída de
forma irregular. Estudos realizados no semi-árido demonstram que essa região apresenta
um cenário mais crítico no que diz respeito ao índice pluviométrico. Outro sim, percebe-se
então que o fenômeno da evaporação no semi-árido tem papel fundamental no
dimensionamento e manejo de obras hídricas.
Neste cenário, encontra-se o Estado da Paraíba, localizado na região Nordeste do
território brasileiro, caracterizado pelo clima tropical úmido e pelas chuvas mais abundantes
no litoral. À medida em que se desloca para o interior, o clima torna-se semi-árido e sujeito
a estiagens prolongadas, predominantemente caracterizado por altas temperaturas e chuvas
escassas e irregulares, (BARBOSA, 2002).
Ressaltam Gunkel et al (2003), que o desenvolvimento de uma gestão de recursos
hídricos sustentável no semi-árido é dificultado pelas condições climáticas instáveis. Estes
resultam de períodos de precipitações intensas e secas extremas, provocando
alternadamente, por um lado inundações e erosão e por outro lado períodos de seca sem
vazão nenhuma, essas duas épocas climáticas bem definidas, geram situações distintas e
persistentes nas condições de estratificação e na qualidade da água (ESTEVES et al., 1988).
Os ecossistemas aquáticos são dinâmicos e apresentam grande variabilidade no tempo e no
espaço, sob influência de fatores climáticos, morfológicos e antropogênicos (TUNDISI,
2005).
Nos ambientes lênticos de regiões tropicais, os fenômenos de estratificação são
diferentes de regiões temperadas. Segundo Gunkel et al (2003) que analisou um
reservatório típico do semi-árido o de Tapacurá-PE, a estratificação térmica é pouco estável
e dissolve-se em conseqüência a eventos meteorológicos como vento, precipitações,
arrefecimento noturno.
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Com a perda de calor para a atmosfera, essas camadas se desfazem e as águas se
misturam, praticamente uniformizando a temperatura em todas as profundidades
(isotermia). As mudanças de temperatura da água alteram a densidade desta e o teor de
oxigênio dissolvido. Em pesquisa no lago Monte Alegre, em Ribeirão Preto –SP, Cleto
Filho (2006), evidenciou que a temperatura, condutividade elétrica e pH apresentaram
valores maiores na coluna d’água no período de estratificação, o que não ocorreu com o
teor de oxigênio dissolvido. Como conseqüência do recebimento de uma radiação solar
mais intensa, os ambientes aquáticos tropicais apresentam certas peculiaridades em
comparação com os sistemas de clima temperado (VON SPERLING, 1996). Nos corpos
aquáticos tropicais, as temperaturas elevadas favorecem perdas de oxigênio no hipolimnio,
muito rapidamente, principalmente decorrentes da decomposição aeróbia da matéria
orgânica acumulada no sedimento (ESTEVES, 1998).
A estratificação térmica tem sido mais observada durante o período de maior
intensidade luminosa, apresentando a noite, o período de desestratificação. A radiação solar
exerce uma influência marcante sobre o metabolismo das comunidade aquáticas,
notadamente com relação ao processo fotossintético realizado pelas algas, (VON
SPERLING, DANTAS, 2000, CLETO FILHO, 2006). Exerce também influência direta a
estratificação térmica os parâmetros morfométricos: profundidade, área, volume e a
existência e vazão de tributários nesses corpos hídricos. A área do corpo aquático também
está relacionada aos processos de precipitação e evaporação (DINIZ, 2005).
Segundo Townsend, Begon e Harper (2006), a natureza estreita dos canais de rios
significa que eles estão intimamente conectados ao ambiente terrestre do entorno. Assim,
uma compreensão precisa da ecologia de rios requer que consideremos o rio e sua bacia de
drenagem como uma unidade, a fim de estabelecer padrões e sua influência na bacia
hidráulica. Farias (2006), comenta que a grande maioria da população brasileira está
concentrada em cidades, próximos de rios e mananciais, desencadeando um duplo impacto
negativo para os recursos hídricos: a intensificação do uso e o aumento da poluição.
A rede de drenagem de uma bacia hidrográfica é formada pelo rio principal e pelos
seus tributários, constituindo-se em um sistema de transporte de água e sedimentos. O
Açude Acauã é o receptor de todos os impactos ocasionado por atividades humanas, na
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bacia hidrográfica do Médio Paraíba, que direta ou indiretamente gera uma grande
quantidade de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo.
A descarga excessiva de nutrientes acelera o processo de enriquecimento natural
desses ecossistemas, que por sua vez ocasiona o crescimento excessivo de plantas aquáticas
tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam consideradas como causadoras
de interferências prejudiciais ao uso desejável do corpo d’água e manutenção de um
ecossistema equilibrado (THOMANN & MUELLER, 1987). Algumas espécies são
classificadas como potencialmente produtoras de substâncias tóxicas.
Segundo Tundisi (2005), as toxinas presentes nesses lagos, são produzidas por
cianobactérias e são classificadas como hepatotoxinas, citotoxinas e endotoxinas. Em
alguns casos, a remoção dessas toxinas é difícil, uma vez que são estáveis e resistentes à
hidrólise química ou oxidação, sendo aconselhada a utilização de filtração por carvão
ativado, o que torna o processo extremamente dispendioso.
Os problemas associados às florações do fitoplâncton potencialmente tóxicas são
ainda mais dramáticos em regiões com reconhecido déficit de água potável e precária
estrutura social. Na região do Açude Acauã, encontra-se entre os mais baixos valores do
Índice de Desenvolvimento Humano, com média de esgotamento sanitário abaixo de 30%
das cidades, raros processos de tratamento de águas residuárias e tratamento de resíduos
sólidos desestruturados (IBGE, 2006).
De acordo com Tundisi (2005), a aceleração da eutrofização e a degradação dos
sistemas aquáticos e da qualidade da água produzem uma série de impactos econômicos,
sociais e culturais, tais como o aumento muito rápido dos custos de tratamento, a perda do
valor estético de lagos, represas e rios, a diminuição da disponibilidade de pescados o que
resulta na elaboração de outras estratégias de subsistência da população local e o
impedimento à navegação e à recreação, o que diminui o valor turístico e os investimentos
nas bacias hidrográficas.
A compreensão da ecologia de ecossistemas aquáticos continentais, naturais ou
artificiais, não existe sem o amplo entendimento da estrutura e funcionamento de suas
principais comunidades (PINTO-COELHO, 2004 apud ARAÚJO, 2006), juntamente com a
caracterização do estado de trofia de lagos (IET) é uma ferramenta utilizada para o
gerenciamento da qualidade de águas e tem como objetivo simplificar uma série de
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parâmetros em valores inteiros, fáceis de entendimento pelo público e órgãos responsáveis
pelo monitoramento.
O Índice de Carlson (1977) é um dos mais utilizados no Brasil, para estimar o
estado trófico dos sistemas aquáticos, modificações no IET de Carlson foram feitas
procurando adequá-lo às condições limnológicas dos reservatórios tropicais. Segundo
Duarte et al. (1999), o IET foi considerado mais restritivo e conservador, resultando em
números mais elevados, enquanto que o IET
M
absorve valores mais altos dos parâmetros,
em particular do fósforo total. Concluiu- se que a versão modificada do índice mostra-se
mais adequada para a determinação do estado trófico de lagos de clima tropical.
Contudo, ressaltam Fontes, Oliveira e Medeiros (2003) que como a gestão da água
deve partir do conhecimento do percurso que esse recurso traça no meio ambiente, o
conhecimento detalhado das variáveis que compõem o ciclo hidrológico é o subsídio de
uma gestão eficiente. Cabe observar que o comportamento desse ciclo se diferencia entre as
várias regiões e o uso racional da água deve ocorrer com base nas suas características
peculiares, baseando-se nos usos múltiplos desses ecossistemas.
Para solucionar o problema de abastecimento hídrico da região, foi construído o
Açude Argemiro de Figueiredo (Acauã), que constitui a terceira maior bacia hidráulica do
Estado da Paraíba, tem como finalidade o abastecimento humano de cidades localizadas na
bacia hidrográfica do Médio Paraíba e reforço no abastecimento de Campina Grande, a
segunda maior cidade do Estado, além de servir como fonte de água para irrigação,
atividades recreacionais e pesca artesanal, atualmente utilizado para a criação de peixes em
escala comercial, através da utilização de tanques-rede.
A escolha desse reservatório como tema central deste trabalho, baseia-se em suas
características peculiares: ser um reservatório de grande porte, localizado no semi-árido,
apresentar características de um ambiente eutrófico e ser destinado ao abastecimento
humano.
Baseado na idéia de que o conjunto de alterações que ocorrem num reservatório, ao
longo de uma escala temporal variada, desencadeia diferentes respostas por parte da
comunidade planctônica, que podem ser utilizadas como parâmetro em estudos
limnológicos, este trabalho avaliou a representatividade do aporte de nutrientes no Açude
Acauã localizado no semi-árido. Foi realizada análise do comportamento do açude em
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questão e seus dois tributários, provenientes do Açude Bodocongó e Boqueirão, localizados
na bacia hidrográfica do rio Paraíba e Paraibinha respectivamente, sob efeito de altas taxas
de nutrientes oriundos desses afluentes e baixos índices pluviométricos, tendo o Índice de
Estado Trófico (IET) modificado como discriminador ambiental, analisando a dinâmica da
comunidade fitoplanctônica de modo que englobe as variações temporais em escala anual e
variações espaciais em plano horizontal e vertical, refletindo assim, as características
peculiares desse reservatório.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐9
4
4
-
-
Á
Á
r
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d
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s
t
t
u
u
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d
o
o
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba, com uma área de 20.071,83 km
2
,
compreendida ente as latitudes 6
o
51’31’’ e 8
o
26’21’’ Sul e as longitudes 34
o
48’35’’ e
37
o
2’15” a Oeste de Greenwich, com altitude média de 180m, é a segunda maior do Estado
da Paraíba, pois abrange 38% do seu território, abrigando 1.828.178 habitantes que
correspondem a 52% da sua população total. Considerada uma das mais importantes do
semi-árido nordestino, ela é composta pela sub-bacia do Rio Taperoá e Regiões do Alto,
Médio e Baixo Curso do Rio Paraíba (PARAÍBA, 2007).
a área de 20.071,83 km
2
,
compreendida ente as latitudes 6
o
51’31’’ e 8
o
26’21’’ Sul e as longitudes 34
o
48’35’’ e
37
o
2’15” a Oeste de Greenwich, com altitude média de 180m, é a segunda maior do Estado
da Paraíba, pois abrange 38% do seu território, abrigando 1.828.178 habitantes que
correspondem a 52% da sua população total. Considerada uma das mais importantes do
semi-árido nordestino, ela é composta pela sub-bacia do Rio Taperoá e Regiões do Alto,
Médio e Baixo Curso do Rio Paraíba (PARAÍBA, 2007).
O Açude de Acauã localiza-se no médio Paraíba (Figura 01), e sua bacia hidráulica
tem uma área de 2.300ha e 253.000.000m
3
de capacidade de acumulação. Seu volume atual
é de 206.397.908m
3
, no entanto, períodos de extremo estresse hídrico, foram relatados em
Março de 2003, quando o volume do reservatório chegou ao seu menor valor, desde a
construção atingindo 10.953.435m
3
, cerca de 4,3% do seu volume total. A vegetação
dominante é a Caatinga arbustiva e arbórea, aberta, com elevado grau de antropização.
O Açude de Acauã localiza-se no médio Paraíba (Figura 01), e sua bacia hidráulica
tem uma área de 2.300ha e 253.000.000m
3
de capacidade de acumulação. Seu volume atual
é de 206.397.908m
3
, no entanto, períodos de extremo estresse hídrico, foram relatados em
Março de 2003, quando o volume do reservatório chegou ao seu menor valor, desde a
construção atingindo 10.953.435m
3
, cerca de 4,3% do seu volume total. A vegetação
dominante é a Caatinga arbustiva e arbórea, aberta, com elevado grau de antropização.
Figura 1 – A localização do Açude Acauã em âmbito nacional e regional, e os pontos de coleta.
0 50 100 km
Pontos de Colet
a
Paraíba
Brasil
P
2
P
1
P
3
Bacia Hidrográfica do Rio Paraiba
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐10
Concluída em 2002, possui profundidade máxima de 58 m, média de 25 m,
drenando águas de toda a região metropolitana de Campina Grande, abrange as zonas rurais
dos municípios de Itatuba, Natuba e Aroeiras. Foi construída para abastecimento de 17
cidades do planalto da Borborema e reforço ao abastecimento de Campina Grande.
nto de 17
cidades do planalto da Borborema e reforço ao abastecimento de Campina Grande.
Figura 2 - Pluviometria média em mm3 do Estado da Paraíba - 2006. Fonte: A
g
encia
Exclusiva de Gestão da Água do Estado da Paraíba – AESA.
A região caracteriza-se com período de estiagem durando de 4 a 5 meses e índices
pluviométricos anuais variando de 700 a 900mm
3
(Figura 02) (PARAÍBA, 1999).
A região caracteriza-se com período de estiagem durando de 4 a 5 meses e índices
pluviométricos anuais variando de 700 a 900mm
3
(Figura 02) (PARAÍBA, 1999).
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐11
5
5
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M
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s
s
Foram realizadas coletas bimensais, de modo a compreender todo o ciclo sazonal da
região, entre novembro de 2005 e dezembro de 2006, com coletas em três pontos,
caracterizando toda a bacia hidráulica de Acauã. No ponto de coleta (P
1
) na zona da
barragem da água, foram realizadas em quatro profundidades, 100%, 50%, 1% de
penetração de luz e a zona afótica, região mais profunda. Esses percentuais, determinados
seguindo o índice de extinção da luz, calculado através do disco de Secchi. Os pontos de
coleta no braço do Rio Paraíba e do Rio Paraibinha (P
2
e P
3
, respectivamente) foram
realizados exclusivamente na superfície.
Foram realizadas coletas bimensais, de modo a compreender todo o ciclo sazonal da
região, entre novembro de 2005 e dezembro de 2006, com coletas em três pontos,
caracterizando toda a bacia hidráulica de Acauã. No ponto de coleta (P
1
) na zona da
barragem da água, foram realizadas em quatro profundidades, 100%, 50%, 1% de
penetração de luz e a zona afótica, região mais profunda. Esses percentuais, determinados
seguindo o índice de extinção da luz, calculado através do disco de Secchi. Os pontos de
coleta no braço do Rio Paraíba e do Rio Paraibinha (P
2
e P
3
, respectivamente) foram
realizados exclusivamente na superfície.
Figura 3 – Açude de Acauã no período de Chuva. Fonte: Ruceline
Lins.
Os parâmetros climatológicos a respeito da precipitação pluviométrica mensal e os
dados de volume do reservatório foram fornecidos pela Agência Executiva de Gestão das
Águas do Estado da Paraíba - AESA PB.
Os parâmetros climatológicos a respeito da precipitação pluviométrica mensal e os
dados de volume do reservatório foram fornecidos pela Agência Executiva de Gestão das
Águas do Estado da Paraíba - AESA PB.
Os parâmetros físico-hidrológicos como temperatura da água, pH e condutividade
elétrica foram determinados por um Oxímetro da marca Handlab OX1, modelo 65719,
medidor de pH digital portátil, marca TECNAL modelo RTEC – 03P – MP, e um
condutivímetro digital portátil, marca TECNAL modelo R-TEC-04P-MP, respectivamente.
Os parâmetros físico-hidrológicos como temperatura da água, pH e condutividade
elétrica foram determinados por um Oxímetro da marca Handlab OX1, modelo 65719,
medidor de pH digital portátil, marca TECNAL modelo RTEC – 03P – MP, e um
condutivímetro digital portátil, marca TECNAL modelo R-TEC-04P-MP, respectivamente.
O oxigênio dissolvido foi determinado seguindo o método de Winkler descrito em
Golterman et al., (1979). A transparência da água foi analisada na máxima pronfudidade de
O oxigênio dissolvido foi determinado seguindo o método de Winkler descrito em
Golterman et al., (1979). A transparência da água foi analisada na máxima pronfudidade de
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐12
visão de um disco de Secchi de 30 cm de diâmetro imerso nos pontos de coleta, a partir dos
valores em “cm” obtidos das profundidades e foi calculado o coeficiente de atenuação
aplicando na fórmula Z= (-log
e.
f)(k
-1
), onde k é o fator 2,7 (ESTEVES, 2006).
Para a análise dos parâmetros químico-inorgânicos foram filtradas 300 ml das
amostras, com filtros de 47 mm de diâmetro da marca Whatman GF/C, os quais eram
armazenados, em papel alumínio e depositados em frascos de vidro até análise da clorofila
a e Feofitina, por extração com acetona a 90% (GOLTERMAN et al., 1978) o filtrado era
colocado em frasco de polietileno e congelado, para posterior análise do ortofosfato solúvel
e nitrato, seguindo os métodos de Mackerethc et al., (1978), para concentrações de íons
amônio, do Standard Methods (APHA, 1995), a alcalinidade seguiu o método descrito por
Golterman et al., (1978). Para as amostras não filtradas foram determinadas as
concentrações de fósforo total segundo a APHA (1995).
Para Clorofila a e Feofitina, as amostras foram coletadas utilizando a garrafa de Van
Dorn nas profundidades pré-estabelecidas, e armazenadas em frascos de polietileno e
posteriormente concentradas sob pressão negativa, em filtros de fibra de vidro Whatman
GF/C de 47 mm de diâmetro.
O volume filtrado foi de 300 ml e a extração dos pigmentos seguiu as modificações
propostas por Wetzel e Likens (1991) que utiliza como solvente, a acetona a 90%. Os filtros
foram macerados e o extrato colocado em tubos de ensaio de 15ml e conservados em
geladeira por 24 horas no escuro. Após esse período o material foi centrifugado por 15 min
a 3.000 rpm. A leitura da absorbância dos extratos em espectrofotômetro ocorreu logo após
a centrifugação nos comprimentos de onda a 665 nm e 750 nm. Para a leitura da Feofitina
foram adicionadas duas gotas de ácido clorídrico a 1N nos tubos de ensaio contendo as
amostras já lidas para Clorofila a. Após 5 minutos de espera para homogeneização da
amostra foram realizadas as leituras nos comprimentos de onda utilizados para a leitura da
Clorofila a. As concentrações de Clorofila a e Feofitina foram obtidas através da fórmula
abaixo:
Clorofila a (µg.1
-1
) =29,6 . (Ab
665
– Aa
665
) (v/(V.l)
Feofitina (µg.1
-1
) =20,8 . (Aa
665
) . (v/(V.l) – Clor. A
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐13
onde:
Ab = Ab
665
– Ab
750
= Absorbância antes da acidificação
Aa = Aa
665
– Aa
750
= Absorbância após a acidificação
v = Volume do extrato (ml)
V= Volume filtrado (L)
l = Comprimento da Cubeta (cm)
Para as análises quantitativas as amostras foram coletadas com garrafa do tipo Van
Dorn de 5 litros de capacidade nas profundidades pré-estabelecidas, acondicionadas em
frascos de polietileno de 250 ml e preservadas em formol a 4% para posterior contagem
através de um microscópio invertido da marca Carl Zeiss com aumento de até 40x, através
do método de sedimentação de Utermöhl (1958), seguindo as recomendações de Lund,
Kpling e Lecren, (1958). A contagem de cada amostra foi feita através de transectos
horizontais e verticais, tantos quantos foram necessários para que fossem contados, no
mínimo, 100 indivíduos da espécie mais freqüente, de modo que o erro fosse inferior a 20%
e o coeficiente de confiança acima de 95%. O número de indivíduos por unidade de volume
foi calculado segundo (ROSS, 1979), representado pela equação abaixo:
Para as análises quantitativas as amostras foram coletadas com garrafa do tipo Van
Dorn de 5 litros de capacidade nas profundidades pré-estabelecidas, acondicionadas em
frascos de polietileno de 250 ml e preservadas em formol a 4% para posterior contagem
através de um microscópio invertido da marca Carl Zeiss com aumento de até 40x, através
do método de sedimentação de Utermöhl (1958), seguindo as recomendações de Lund,
Kpling e Lecren, (1958). A contagem de cada amostra foi feita através de transectos
horizontais e verticais, tantos quantos foram necessários para que fossem contados, no
mínimo, 100 indivíduos da espécie mais freqüente, de modo que o erro fosse inferior a 20%
e o coeficiente de confiança acima de 95%. O número de indivíduos por unidade de volume
foi calculado segundo (ROSS, 1979), representado pela equação abaixo:
Ind.ml
-1
= [n/ (s.c)]. [1/h].F Ind.ml
-1
= [n/ (s.c)]. [1/h].F
Para as análises qualitativas, as amostras foram coletadas com rede de plâncton de
malha de 20µm, através do arrasto horizontal compreendendo a superfície da água. Após
coletadas as amostras eram armazenadas em frascos de 250 ml e preservadas em formol a
4%. Em laboratório a identificação dos organismos foi realizada através de um microscópio
ótico binocular de marca Olympus CBA, com até 1000 vezes de aumento, equipado com
câmera de vídeo conectada a um computador Desktop Semprom 3.0 mhz, OSWindows XP.
Os táxons foram identificados a partir de amostras populacionais, sempre que possível a
Para as análises qualitativas, as amostras foram coletadas com rede de plâncton de
malha de 20µm, através do arrasto horizontal compreendendo a superfície da água. Após
coletadas as amostras eram armazenadas em frascos de 250 ml e preservadas em formol a
4%. Em laboratório a identificação dos organismos foi realizada através de um microscópio
ótico binocular de marca Olympus CBA, com até 1000 vezes de aumento, equipado com
câmera de vídeo conectada a um computador Desktop Semprom 3.0 mhz, OSWindows XP.
Os táxons foram identificados a partir de amostras populacionais, sempre que possível a
onde:
n = número de indivíduos contados
s = superfície do campo (mm
2
)
c = número de campos contados
h = altura da câmara de sedimentação (mm)
F= fator de correção para mililitro (10
3
mm
3
. ml
-1
)
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐14
nível especifico e infra-específico. O sistema de classificação para cada classe seguiu as
indicações de Bicudo e Menezes (2006).
nível especifico e infra-específico. O sistema de classificação para cada classe seguiu as
indicações de Bicudo e Menezes (2006).
Para o cálculo do IET foi utilizado o índice de Carlson (1983), modificado para
ambientes tropicais por Toledo Jr. et al, (1983). Segundo Prado & Novo, (2006), o IET
considera os valores obtidos para a transparência da água (S) em m, fósforo total (P) em
μg/L, fosfato inorgânico (PO4) em μg/L e clorofila a (CL) em μg/L, cujas expressões são
dadas, respectivamente, pelas equações:
Para o cálculo do IET foi utilizado o índice de Carlson (1983), modificado para
ambientes tropicais por Toledo Jr. et al, (1983). Segundo Prado & Novo, (2006), o IET
considera os valores obtidos para a transparência da água (S) em m, fósforo total (P) em
μg/L, fosfato inorgânico (PO4) em μg/L e clorofila a (CL) em μg/L, cujas expressões são
dadas, respectivamente, pelas equações:
IET(S)=10 {6 - [ (0,64 + lnS) / ln2 ]} IET(S)=10 {6 - [ (0,64 + lnS) / ln2 ]}
IET(P)=10 {6 - [ ln (80,32 / P) / ln2 ]} IET(P)=10 {6 - [ ln (80,32 / P) / ln2 ]}
IET(PO
4
)=10 {6 - [ ln (21,67 / PO
4
) / ln2 ]} IET(PO
4
)=10 {6 - [ ln (21,67 / PO
4
) / ln2 ]}
IET(Cl)=10 {6 - [ (2,04 – 0,695 lnCl) / ln2 ]} IET(Cl)=10 {6 - [ (2,04 – 0,695 lnCl) / ln2 ]}
Ressaltam Prado e Novo, (2006), que para controlar a elevada turbidez dos
reservatórios na maior parte do ano é sugerido ponderar o IET médio, de forma a dar menor
peso à variável transparência da água, da seguinte forma:
Ressaltam Prado e Novo, (2006), que para controlar a elevada turbidez dos
reservatórios na maior parte do ano é sugerido ponderar o IET médio, de forma a dar menor
peso à variável transparência da água, da seguinte forma:
IET (médio) = IET(S) + 2[IET(P) + IET(PO
4
) + IET (Cl)] / 7 IET (médio) = IET(S) + 2[IET(P) + IET(PO
4
) + IET (Cl)] / 7
A partir do IET médio obtido pela equação, o critério de classificação adotado foi: A partir do IET médio obtido pela equação, o critério de classificação adotado foi:
Tabela 1– Critério de classificação adotado para o Índice de Estado Trófico, a partir do valor obtido
pela equação do IET para reservatórios segundo Índice de Calrson Modificado.
Tabela 1– Critério de classificação adotado para o Índice de Estado Trófico, a partir do valor obtido
pela equação do IET para reservatórios segundo Índice de Calrson Modificado.
Característica Característica Valor Valor
Ultraoligotrófico IET 47
Oligotrófico 47 < IET 52
Mesotrófico 52 < IET 59
Eutrófico 59 < IET 63
Supereutrófico 63 < IET 67
Hipereutrófico IET > 67
onde:
P = Concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg.L
-1
Cl = Concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg.L
-1
ln = Logaritmo natural
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐15
O tratamento estatístico foi baseado na amostragem estratificada realizada a partir
da análise descritiva através da média aritmética como medida de tendência central. O
desvio padrão foi utilizado para obtenção do grau de dispersão absoluto e como medida de
dispersão relativa foi utilizado o coeficiente de variação de Pearson (CV), através do
programa BioEstat 2.0.
Com o objetivo de conhecer o nível de significância dos fatores das variáveis
obtidas para os diferentes pontos de coleta, profundidades e épocas de amostragem, foram
utilizadas técnicas de análise de variância de uma via (ANOVA) com um nível de
significância de 5%. A análise fatorial de Componentes Principais (ACP) foi aplicada para
os dados mensais e horizontais/verticais para explicar as principais tendências de variação
da qualidade da água, possibilitando identificar os principais componentes responsáveis
pela explicabilidade da variação dos dados limnológicos do ambiente estudado. Esta análise
baseou-se na metodologia de Kaiser (1958, 1960 apud MANLY, 1986), utilizando os Alto-
valores maiores que 1.0, através do programa estatístico Statistica 7.0, da Statsoft.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐16
6
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R
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õ
õ
e
e
s
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6.1 - Variáveis climáticas
De acordo com os dados obtidos em Acauã, baseando-se nas análises da
precipitação pluviométrica, a região caracterizou-se por dois períodos distintos: Um período
de baixa precipitação pluviométrica, registrado entre os meses de novembro/2005 e
janeiro/2006 e entre setembro/2006 e dezembro/2006, denominados período de seca, e de
maior índice pluviométrico no período entre março/2006 e julho/2006.
Gunkel et al (2003) em estudos no reservatório de Tapacurá - PE, identificaram
períodos de precipitações intensas e secas extremas, em conseqüência das condições
extremas a fauna e flora limitam-se a espécies de grande tolerância o que torna uma
biodiversidade baixa.
Durante o período estudado a intensidade de chuva acumulada foi de 271,6mm
3
obtendo uma média de 38,80mm
3
(CV=112,11%), segundo Viana e Von Sperling (2002),
mesmo no agreste nordestino as precipitações médias anuais são superiores a 200 mm,
caracterizando, portanto a prevalência de climatologia semi-árida. O índice foi elevado
entres os meses de março e julho de 2006, apresentando seu valor máximo, no mês de julho
de 2006 (120,8mm
3
), o que denota precipitação pluviométrica irregular apresentando
252,80mm
3
, acumulado nesse período.
Os valores da precipitação pluviométrica local pouco influenciaram diretamente o
volume médio mensal (Figura 4), o que nos remete a influência dos tributários sobre o
Açude de Acauã, que reflete o Índice Pluviométrico nas suas bacias de drenagem (Figura
04).
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐17
Figura 4 – Valores mensais da Precipitação Pluviométrica em relação ao
Volume Médio Mensal do Açude de Acauã, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
A transparência medida pelo disco de Secchi é função, essencial, da reflexão da luz
na superfície do corpo d`água e é, por isso, influenciada pelas características da absorção da
água e da matéria orgânica nela dissolvida ou em suspensão (WETZEL, 1993).
Segundo Barbosa et al. (2006), a variação da transparência, deve-se a dois fatores
principais: introdução de material alóctone, elevando a quantidade de material em
suspensão na água e ressuspensão de material do sedimento, provocada pelo vento
(autóctone).
Muito embora as chuvas contribuam com o aumento da turbidez, através do aporte
de material alóctone para o açude e conseqüentemente com a diminuição da transparência
da água, o mês de Junho de 2006 apresentou o valor mais elevado da transparência (2,70m)
(Figura 5), o que confirma o fato de que com o aumento da precipitação de chuva, os
componentes suspensos na coluna de água se apresentam diluídos. Fato explicado pela
correlação positiva entre o volume do reservatório e a transparência da água (r=0,6630,
N=42, p=0,001).
Na escala temporal, a transparência da água foi influenciada de forma positiva pela
precipitação pluviométrica (r=0,7926, p=0,034, N=7), explicado também pela profundidade
nas áreas de coleta, influenciando ainda, positivamente a alcalinidade e oxigênio
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐18
Dissolvido (r=0,6708, p=0,099, r=0,6433, p=0,119, respectivamente, N=7), e
negativamente o teor de Clorofila a (r= -0,9621, p=0,001, N=7).
Figura 5 – Valores mensais da penetração de luz do Açude de Acauã, entre
os meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
6.2 - Variáveis limnológicas
6.2.1 – Temperatura
Os resultados da temperatura da água registrados, indicam uma média anual da
temperatura do reservatório de 30,1°C (CV = 13,02%), apresentando uma média superficial
de 28,3°C (CV=2,75%) e na zona mais profunda de 27,2°C (CV=3,41%). Considerações de
Payne e Lewis, (1986, 1995) de que nas regiões próximo ao equador as diferenças de
temperaturas entre superfície e fundo em reservatórios tropicais são estreitas, já estão bem
estabelecidas.
Ao nível de escala temporal o mês de março de 2006, obteve a maior média
(x=29,5; CV=5,05%) e o mês de novembro de 2005, apresentou a menor média (x=26,90;
CV=3,53%), houve uma correlação positiva com a pluviosidade (r=5992, p=0,155, N=7).
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐19
No período chuvoso, a temperatura foi inversamente proporcional ao volume do
reservatório, correlacionando-se negativamente com ele (r= -0,9987, p=0,033, N=7).
Com relação à variação sazonal do perfil térmico do açude, demonstrado através do
gráfico de profundidade/tempo (Figura 6), dois períodos podem ser bem identificados, um
período de águas mais frias caracterizado pela Isotermia, de novembro de 2005 a janeiro de
2006 e de junho a setembro de 2006, onde a total mistura térmica da água está intimamente
ligada à ação dos ventos da região, percebidos nos dias de coleta, e períodos de águas mais
quentes caracterizado por micro-estratificações, pontualmente em março e dezembro de
2006, havendo o estabelecimento de uma gradiente térmico, sendo o primeiro responsável
pela maior variação de temperatura. Os valores de temperatura oscilaram entre 26,5 e
32,5°C na superfície e entre 26 e 28,7°C na região mais profunda.
Analisando resultados semelhantes em outros reservatórios, e seguindo o
pressuposto que lagos que ocorrem em regiões tropicais apresenta baixa variação de
temperatura, o reservatório apresenta a ocorrência de micro-estratificações térmicas
mensais (THOMAS, MEYBECK & BEIM, 1996). Sengudo Lewis (1983 apud LINS, 2006)
essas características térmicas classifica Acauã como polimítico quente descontínuo,
apresentando mais de uma mistura por ano.
ºC
2005 200
6
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
Meses - 2005/2006
26.0
26.5
27.0
27.5
28.0
28.5
29.0
29.5
30.0
30.5
31.0
31.5
32.0
32.5
Figura 6 – Perfil vertical da temperatura em função da extinção de luz na
coluna d’á
g
ua do Açude de Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐20
Lewis (1983) salienta que a sazonalidade reduzida nos lagos tropicais, torna difícil
qualquer julgamento sobre a ocorrência de padrões térmicos e de fluxo de calor previsíveis
em termos anuais.
Características térmicas desta barragem foram registradas em pesquisas anteriores
(LINS, 2006) e em outros reservatórios de grande porte do Nordeste semi-árido, tais como
Boqueirão-PB (DINIZ, 2005; DINIZ, BARBOSA, CEBALLOS, 2006), Bodocongó-PB
(DINIZ, BARBOSA, CEBALLOS, 2006) e Tapacurá-PE (GUNKEL et al. 2003).
Segundo Braga et al. (2005), a densidade da água varia com a temperatura, a
concentração de substâncias dissolvidas e a pressão, tais variações de densidade são
suficientemente elevadas do ponto de vista ambiental.
No eixo horizontal a temperatura foi mais elevada no período chuvoso, obtendo seu
valor máximo em março de 2006, 35,4 ºC (x=34,1 ºC; CV=4,36%), e menos elevada no
período seco, obtendo seu valor mínimo em setembro de 2006, 27,7 ºC (x=27,3 ºC;
CV=1,47%), o mês de novembro de 2005, que apesar de ter sido um mês seco, a influência
do índice pluviométrico nos tributários do açude fez a média de temperatura desse mês
atingir 27,5 ºC, o que baixou os valores da média da temperatura entre os meses secos.
Entre os meses secos foi registrada a média mais elevada em dezembro de 2006 (x=29,9°C,
CV=1,24%) e entre os meses chuvosos, o mês de Março de 2006 (x=34,1°C; CV=4,36%).
Na verificação dos dados obtidos no eixo horizontal, a fim de entender a influência
dos afluentes no Açude, verificaram-se temperaturas muito elevadas na superfície da água,
obtendo um valor máximo, no mês de Março de 2006 para os pontos: Açude Acauã, Rio
Paraíba (P
2
) e Rio Paraibinha (P
3
), (32,5ºC, 29,4ºC, 28,4°C, respectivamente) e valores
mínimos no mês de novembro de 2005, para o ambiente lêntico (26,5°C) e setembro de
2006, para os Rios Paraíba (P
1
) e Paraibinha (P
2
) (27,7°C e 27,3°, respectivamente). As
temperaturas do Açude de Acauã e seus tributários, os Rios Paraíba e Paraibinha
mantiveram-se em uma escala proporcional (Figura 7). A temperatura relativamente mais
elevada nos tributários de Acauã é explicada pela profundidade do local, onde no açude por
ser mais profundo, sofre menor amplitude térmica em conseqüência do seu calor específico.
A influência dos tributários é comentado por Cleto Filho (2006), quando está
relacionado com o estabelecimento de uma estratificação térmica, há a ocorrência dos
chamados underflows – que em alguns casos a água do Rio rica em nutrientes e matéria
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐21
orgânica de temperatura inferior e de densidade maior que a água do reservatório, penetra
na camada do hipolímnio provocando a deterioração da qualidade da água nessa camada.
Figura 7 – Perfil horizontal das temperaturas na superfície do Açude de
Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
6.2.2 – Oxigênio Dissolvido
A presença de gases dissolvidos na água, como o oxigênio, permite a ocorrência da
fotossíntese e da respiração aeróbia nesse meio. A determinação do oxigênio dissolvido é
de fundamental importância para avaliar as condições naturais da água e detectar impactos
ambientais como eutrofização e poluição orgânica (CARMOUZE, 1994). Assim, quanto
maior a carga de matéria orgânica, maior o número de microorganismos decompositores e,
conseqüentemente, maior o consumo de oxigênio.
O comportamento dos níveis de oxigênio dissolvido (OD) no perfil do corpo hídrico
atingiu a maior média no mês de junho de 2006 (x=33,73 mg/L; CV=20,40%), seguindo os
padrões da intensidade de chuva (Figura 8), apresentando uma correlação positiva com essa
variável (r=0,6433, p=0,119, N=7), no período chuvoso, o OD correlacionou-se
positivamente com a transparência e pluviosidade (r=0,5197, p=0,652, r=0,9958, p= 0,058,
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐22
N=3). O oxigênio dissolvido, seguindo a estrutura térmica do reservatório, apresentou
amplitudes temporais tão significativas quanto as espaciais, em ambos os períodos (seco e
chuvoso), fato que comprova que a temperatura tem influência sobre o teor em oxigênio
dissolvido, que explica que quanto mais elevada for esta, menor o teor de oxigênio
dissolvido.
ica do reservatório, apresentou
amplitudes temporais tão significativas quanto as espaciais, em ambos os períodos (seco e
chuvoso), fato que comprova que a temperatura tem influência sobre o teor em oxigênio
dissolvido, que explica que quanto mais elevada for esta, menor o teor de oxigênio
dissolvido.
Em Acauã, nos períodos de temperatura elevada, foi constatado majoritariamente
um perfil clinogrado de temperatura e de oxigênio. Apresentando-se oxidante na superfície
e redutor no fundo, o que traz preocupações com relação à ressolubilização dos nutrientes
acumulados na região hipolimnética. O mesmo evento ocorreu na fase de enchimento do
reservatório (MENDES & BARBOSA, 2004) e características semelhantes foram
evidenciadas nas represas do Soberbo e Ribeirão-MG (VIANA & VON SPERLING, 2002).
Em Acauã, nos períodos de temperatura elevada, foi constatado majoritariamente
um perfil clinogrado de temperatura e de oxigênio. Apresentando-se oxidante na superfície
e redutor no fundo, o que traz preocupações com relação à ressolubilização dos nutrientes
acumulados na região hipolimnética. O mesmo evento ocorreu na fase de enchimento do
reservatório (MENDES & BARBOSA, 2004) e características semelhantes foram
evidenciadas nas represas do Soberbo e Ribeirão-MG (VIANA & VON SPERLING, 2002).
Durante o período de maior pluviosidade, os aportes de material em decomposição
do solo podem provocar acentuados decréscimos das concentrações de oxigênio dissolvido
e aumento de nutrientes nestes ambientes (RODRIGUES & BICUDO, 2001).
Durante o período de maior pluviosidade, os aportes de material em decomposição
do solo podem provocar acentuados decréscimos das concentrações de oxigênio dissolvido
e aumento de nutrientes nestes ambientes (RODRIGUES & BICUDO, 2001).
O período de maior índice pluviométrico na região ocasionou um maior fluxo dos
rios e como conseqüência oxigenação da água no açude por ação mecânica.
O período de maior índice pluviométrico na região ocasionou um maior fluxo dos
rios e como conseqüência oxigenação da água no açude por ação mecânica.
Meses - 2005/2006
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
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30
32
34
36
38
mg/L
2005 2006
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
Figura 8 – Perfil vertical das concentrações de Oxi
g
ênio Dissolvido (m
g
/L) em
função da extinção de luz na coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐23
Em relação à característica do ambiente no eixo horizontal, os valores do oxigênio
dissolvido no Açude Acauã, representaram valores diretamente proporcionais com os seus
tributários (Figura 10), havendo uma discrepância entre os valores mensais e no mês de
junho de 2006, fato esse devido à correlação entre oxigênio dissolvido e pluviosidade
(r=0,43, N=9, p=0,047), visto que neste período os índices de vento são relativamente altos,
e o reservatório sofre influência direta destas relações.
Figura 9 – Perfil horizontal das concentrações de Oxi
g
ênio Dissolvido
(m
g
/L) na superfície do Açude Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre
os meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
6.2.3 – Condutividade
A condutividade elétrica (CE) é a medida resultante da aplicação de uma dada força
elétrica, que é diretamente proporcional à quantidade de sais presentes em uma solução.
Essa variável mostrou-se marcante a nível interanual, obtendo uma média elevada
1.257 µS/cm, com um máximo de 1.800 µS/cm (novembro/2005) e mínimo de 858 µS/cm
(Junho/2006). Com relação ao perfil vertical, no mês de janeiro, onde foram verificados
maiores valores, esse parâmetro apresentou-se mais alto que a média anual (x=1600,50
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐24
µS/cm; CV=89,71%) com valores máximo e mínimos de 3400,00 e 248,00 µS/cm
respectivamente, (Figura 10).
Apesar de apresentar uma amplitude total elevada na escala vertical no mês de
janeiro, (AT=3.152 µS/cm) o período de seca, não apresentou uma correlação significativa
entre condutividade elétrica e qualquer outra variável, ao contrário dos valores obtidos no
período chuvoso que apesar de manterem variações mais baixas (x=1.062 µS/cm,
CV=20,94, AT=596,60), foi neste período que houve uma correlação negativa com o
Oxigênio Dissolvido (r= -58,04, p=0,606, N=3).
Segundo Cleto Filho (2006), grande parte da matéria orgânica acumulada no fundo,
gerada no próprio lago (autóctone) ou vinda de fora (alóctone), aumenta a condutividade
elétrica, em relação à superfície.
No período chuvoso, as taxas de condutividade elétrica são explicadas devido
principalmente à grande quantidade de íons dissolvidos de carbonatos e carbonetos,
provenientes do solo da região, drenado para o interior desse reservatório, através dos seus
tributários (Figura 11), fato confirmado pela correlação negativa com a transparência da
água (r= -0,8426, p=0,017, N=7). Comentaram Barbosa et al. (2006), que cargas de íon
bicarbonato devem ter influenciado sobremaneira nos elevados valores de condutividade
elétrica encontrados, principalmente no açude Soledade-PB, região que influencia por sua
vez o Rio Paraíba.
2005 200
6
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
Meses - 2005/2006
200
400
600
800
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1200
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2200
2400
2600
2800
3000
3200
3400
µS/L
Figura 10 – Perfil vertical da Condutividade Elétrica (µS/L) em função da
extinção de luz na coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐25
Apesar de existirem fontes difusas para inserção de íons dissolvidos em toda a
extensão do açude, seus tributários são os principais responsáveis por essa carga de
partículas carregadas eletricamente.
A figura 11, mostra uma relação intimamente ligada entre os rios e o açude, no que
diz respeito à Condutividade Elétrica, entretanto no mês de Janeiro de 2006, houve uma
maior carga desses íons provenientes do Rio Paraíba, provavelmente devido a intensidade
da chuva em sua bacia de drenagem, vinculada a geografia no curso do rio, e
conseqüentemente a interferência da sub-bacia do Rio Taperoá, que já é bem evidenciada.
Segundo Barbosa (2002), a alta demanda evaporativa, regime irregular das chuvas,
déficit hídrico, entre outros e principalmente os solos da região não é difícil imaginar o
quanto o Nordeste semi-árido é vulnerável à salinização. Essa região apresenta uma
intrincada relação entre fatores complexos, em termos de solo, clima e conseqüentemente
qualidade e quantidade de água.
Figura 11 – Perfil horizontal da Condutividade Elétrica (µS/L) na superfície
do Açude de Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐26
6.2.4 – pH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) é usado para expressar a intensidade da
condição ácida ou básica de uma solução (FARIAS, 2006).
Durante todo o período de amostragem, no perfil vertical o pH mostrou-se alcalino
tendo como valor mínimo 7,48 (janeiro/2006) e máximo 9,15 (dezembro/2006),
apresentando reduções com o aumento da profundidade, evidenciado nos períodos mais
quentes (janeiro/2006 e dezembro/2006) (Figura 12), ligadas às micro estratificações
térmicas (r=05819, p=0,171, N=7). Isso é comum em ambientes nestas regiões com balanço
hídrico negativo (precipitação menor que evaporação), no caso do semi-árido nordestino,
apresenta valores de pH superiores a 8,0 (BARBOSA, 2002).
Contudo é sabido que em lagoas com grande população de algas, nos dias
ensolarados, o pH pode ser elevado, chegando a 9 ou valores mais elevados. Isso porque as
algas, ao realizarem fotossíntese, retiram uma grande quantidade de gás carbônico, que é a
principal fonte natural de acidez da água, fato que vem a se confirmar pela correlação
positiva com a Clorofila a (r=0,7558, p=0,049, N=7).
2005 200
6
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
Meses 2005/2006
7.40
7.50
7.60
7.70
7.80
7.90
8.00
8.10
8.20
8.30
8.40
8.50
8.60
8.70
8.80
8.90
9.00
9.10
9.20
Figura 12 – Perfil vertical do pH em função da extinção de luz na coluna
d’água do Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐27
Entre a bacia hidráulica e seus afluentes as relações de pH são proporcionais, como
mostra a figura 13, influenciado inversamente com as propriedades translúcidas do
reservatório (r= -0,5341, p=0,013, N=21), o pH de Acauã reflete o tipo de solo por onde a
água de seus tributários percorre, sabe-se que o solo da região é rico em carbonatos e
bicarbonatos, o que naturalmente, influencia no pH do reservatório em virtude do
carreamento de partículas do solo.
Figura 13 – Perfil horizontal do pH na superfície do Açude de Acauã, Rio
Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
6.2.5 – Alcalinidade
A alcalinidade é uma variável estreitamente relacionada com as formas de CO
2
e
conseqüentemente com o pH, os meses mais secos mostraram uma homogeneidade no que
diz respeito à alcalinidade no perfil vertical (Figura 14), fator inversamente relacionado
com a temperatura do ambiente em questão, apresentando no mês de Junho de 2006, o valor
máximo de 65 mgCaCO
3
/L e mínimo de 30 mgCaCO
3
/L (x=51 mgCaCO
3
/L; CV=29,12%).
Leprun (1983), ao analisar a qualidade física e química de águas de diversos açudes
na região semi-árida, observou a predominância do íon bicarbonato. Segundo Farias (2006),
a porção principal de alcalinidade em águas naturais é causada por hidróxidos, carbonatos e
bicarbonatos. A porção principal de alcalinidade em águas naturais é causada por
hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos (APHA et al., 1995).
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐28
Nas profundidades no perfil vertical, o índice pluviométrico e a transparência
influenciaram positivamente com o teor de alcalinidade (r=0,6814, p=0,092, r=0,6708,
p=0,099, N=7, respectivamente).
mgCaCO
2005 200
3/L
6
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
Entre os pontos horizontais, é demonstrada a influência dos rios no Açude Acauã,
no entanto, ressaltado no período chuvoso, uma diferença na resposta dos valores entre as
estações de coleta nos tributários e no Açude, (Figura 15).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
Meses - 2005/2006
Figura 14 – Perfil vertical da alcalinidade (mgCaCO
3
/L) em função da extinção
de luz na coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
Figura 15 – Perfil horizontal da alcalinidade (mgCaCO
3
/L) na superfície
do Açude Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐29
6.2.6 – Nitrito
Em geral, as águas continentais, contêm nitratos em solução e, além disso,
principalmente tratando-se de águas que recebem efluentes domésticos e industriais, e
cargas de outras fontes difusas de nutrientes, podem conter quantidades variáveis de
compostos mais complexos, ou menos oxidados, tais como: amônia e nitritos. A presença
destes compostos denuncia a existência de poluição recente, uma vez que essas substâncias
são oxidadas rapidamente na água, graças principalmente à presença de bactérias
nitrificantes.
Para as variáveis nitrogenadas estudadas, o íon nitrito foi o mais abundantemente
encontrado nas águas de Acauã (x=98,66 µg/L; CV=142,37%) seguido pelo Nitrato (x=5,60
µg/L, CV=158,39) e por fim o íon amônio (x=2,62 µg/L; CV=130,15%).
Segundo Esteves (1998), somente em lagos poluídos, a concentração de nitrito pode
assumir valores significativos. Nos lagos eutróficos, durante o período de estratificação
térmica, ocorre no hipolímnio o aumento da concentração deste íon, em conseqüência,
principalmente, da desnitrificação que ocorre durante o período de anoxia.
O nitrito, que é uma forma intermediária da amônia e do nitrato e está diretamente
ligado à poluição orgânica, em escala mensal acusou valores que variaram de 0,99 a 372,67
µg/L (x=98,66 µg/L; CV=142,37%). O período de chuvas não atua somente na ampliação
das diferenças sazonais, mas, no aporte de nutrientes no açude, no perfil vertical, os valores
mais elevados para Nitrito concentraram-se no período chuvoso (Figura 16), tendo seu pico
no mês de junho/2006 onde a média atingiu 332,67 µg/L (CV=17,03%), coincidindo com o
maior volume do açude (r=0,6460, p=0,117, N=7), o mês de janeiro/2006 acusou os
menores valores, apresentando seu valor máximo 3,96 µg/L e mínimo 0, (x=0,99 µg/L;
CV=200,0%).
Estes altos valores possivelmente estão relacionados com o processo de nitrificação,
provavelmente em conseqüência do aporte de material alóctone que vai sofre
decomposição, já que no referido mês também foram verificados baixos teores de amônia,
tal característica é semelhante ao identificado por Amâncio, Farias e Silva Neto (2005), no
açude de Pentecoste-CE.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐30
2005 200
6
____ _____________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set De
100%
75%
50%
1%
0%
µg/L
__
z
Com relação ao eixo horizontal, os valores mantiveram-se proporcionais entre os
Rios Paraíba e Paraibinha e o Açude Acauã durante o período analisado (Figura 17),
mantendo uma correlação positiva com oxigênio dissolvido, (r=0,5583, p=0,009, N=21),
não havendo significância entre esses pontos, (Tabela 4).
Figura 17 – Perfil horizontal do Nitrito
g
/L) na superfície do Açude de
Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de Novembro/2005
e Dezembro/2006.
Meses - 2005/2006
0
20
40
60
80
100
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140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
360
Figura 16 – Perfil vertical do Nitrito (µg/L) em função da extinção de luz na
coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐31
6.2.7 – Nitrato
Dentre as diferentes formas de Nitrogênio no ambiente aquático, o nitrato,
juntamente com íon amônio são os mais importantes, já que são as principais fontes de
alimento para os produtores primário. O que sugere uma relação muito forte entre Nitrato e
Amônia.
No perfil vertical, o mês de Setembro de 2006 (Figura 18), apresentou valores
elevados para Nitrato, máximo de 35,18 µg/L e mínimo de 8,88 µg/L (x=25,09 µg/L;
CV=47,67%), distribuído na coluna d`água, no entanto, a região fótica apresentou os
maiores índices 32,96 e 35,19 µg/L à 100 e 50% de incidência de luz, respectivamente,
segundo Esteves (1998), a concentração é mais baixa durante o período de estratificação
térmica do que durante o período de circulação, isso porque no epilímnio, que fica isolado
das camadas inferiores, o nitrato é assimilado pelo fitoplâncton (r= -0,5381, p=0,213, N=7)
e no hipolímnio com baixas concentrações de oxigênio, ocorre a sua amonificação.
µg/L
2005 200
6
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
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20
22
24
26
28
30
32
34
36
Meses - 2005/2006
Figura 18 – Perfil vertical do Nitrato (µg/L) em função da extinção de luz na
coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
Os valores médios de Nitrato do Açude, quando comparados com os valores médios
de seus tributários (Figura 19), mostram a influência de descarga deste composto por seus
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐32
afluentes, principalmente o Rio Paraibinha, que drena a região metropolitana de Campina
Grande-PB. Os valores obtidos de Nitrato, mostram uma correlação direta positiva com o
Volume de água (r=0,5289, p=0,014, N=3) e correlação negativa com pH (r= -0,6359,
p=0,002, N=3).
Figura 19 – Perfil horizontal do Nitrato (µ
g
/L) na superfície do Açude
Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
6.2.8 – Amônio
O nitrogênio amoniacal é a forma mais reduzida do nitrogênio e é o primeiro
composto produzido na degradação da matéria orgânica (APHA et al., 1995).
Os dados obtidos no perfil vetical demonstram que os valores mais elevados de íons
amônio entre os meses estudados estão na profundidade máxima do reservatório (Figura
20), visto que a amonificação prevalece com escassez de oxigênio, ou anoxia. Esses íons
podem estar presentes na água ou no solo devido à degradação dos compostos orgânicos
nitrogenados, bem como em decorrência da redução do nitrato, ou baseado no aporte de
excretas nesse ambiente, as maiores médias dos íons amônios se encontram nos meses de
Novembro/2005 ( =8,73 µg/L, CV=156,82%) e Dezembro/2006 ( =5,88 µg/L,
CV=168,54%).
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐33
A figura 20 evidencia que durante o período de estratificação térmica, observam-se
baixas concentrações do íon amônio no epilímnio (zona fótica) e altas no hipolímnio,
sugerindo o consumo do íon amônio no epilímnio pelo fitoplâncton e altas taxas de
amonificação de nitrato no hipolímnio.
2005 200
6
____ ______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set De
100%
75%
50%
1%
_
z
0%
µg/L
O íon amônio é a forma preferencial de nitrogênio inorgânico para as atividades de
bactérias e fungos, cuja proporção, depende da temperatura e do pH, Os valores mais
elevados deste íon, foram obtidos nos períodos de baixo índice Pluviométrico, onde
também foram registradas altas temperaturas na coluna d´água e baixos níveis de oxigênio
na região mais profunda, explicado pelo aumento da produtividade, de excretas e
decomposição, outro fator relevante que contribuem para o crescimento das concentrações
de, principalmente, nitratos e amônia, ao lado do fósforo, são os fertilizantes utilizados nas
plantações (VON SPERLING, 1996).
Com o aumento do índice pluviométrico as concentrações de amônia diminuíram
em decorrência da maior diluição dos compostos nitrogenados pela coluna d`água e pela
oxidação, favorecendo o processo de nitrificação, característica semelhante foi relatada por
Amâncio, Farias e Silva Neto (2002), no Açude Pentecoste-CE.
Em análise espaço-horizontal, as médias entre os teores de amônio no Açude e nos
tributários não tiveram uma relação proporcional (Figura 21), no entanto entre os meses de
Janeiro e Julho de 2006, os valores foram muito baixos, não se correlacionando com
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Meses - 2005/2006
Figura 20 – Perfil vertical do íon amônio (µg/L) em função da extinção de luz
na coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐34
nenhuma outra variável. O alto valor do íon amônio em setembro de 2006 no Açude, está
provavelmente relacionado com a quantidade de seres vivos e conseqüentemente mais
excreção e mais decomposição.
Figura 21 – Perfil horizontal do íon amônio (µ
g
/L) na superfície do Açude
de Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de Novembro/2005
e Dezembro/2006.
6.2.9 – Fósforo Total
O fósforo é um elemento essencial para a vida dos organismos, sendo considerado
um nutriente limitante da produtividade primária em sistemas hídricos (ESTEVES, 1998).
Considerado como elemento principal no processo de Eutrofização, baseado na sua
utilização nos processos fundamentais no metabolismo dos seres vivos. A maior
concentração do fósforo faz parte da fase particulada das algas e do seston orgânico morto
(WETZEL, 1993).
No perfil vertical do açude (Figura 22), os valores mais altos encontrados foram no
mês de dezembro de 2006, apresentando como valor máximo 183,4 µg/L e mínimo 91,4
µg/L ( = 123.4 µg/L, CV=33.55%), apresentando uma correlação positiva com ortofosfato
(r=0,6604, p=0,106, N=7). Apesar da variabilidade dos resultados, as diferenças
significativas ficaram restritas às variações mensais (Tabela 05).
Os meses de janeiro e junho de 2006 coincidindo com o período chuvoso, que
provavelmente apresentou precipitação o fósforo na forma de fosfato ferroso (Figura 22)
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐35
apresentaram valores ( =5,67 µg/L; CV=147,97%, =13,61 µg/L; CV=9,55%), que
classificariam este ambiente como oligotrófico (Tabela 02), no entanto nos meses de julho e
setembro de 2006, apresentaram valores elevados, ( =86,60 µg/L; CV=9,58%, =59,05
µg/L; CV=21,88%) classificando suas águas como eutrófica, chegando em Dezembro/2006
a Supereutrófico, =123,40 µg/L; CV=33,55%).
13,61 µg/L; CV=9,55%), que
classificariam este ambiente como oligotrófico (Tabela 02), no entanto nos meses de julho e
setembro de 2006, apresentaram valores elevados, ( =86,60 µg/L; CV=9,58%, =59,05
µg/L; CV=21,88%) classificando suas águas como eutrófica, chegando em Dezembro/2006
a Supereutrófico, =123,40 µg/L; CV=33,55%).
2005 200
6
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Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
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75%
50%
µg/L
__
1%
0%
Tabela 2 – Estado Trófico de Lagos Tropicais em relação ao P-total em µg/L para reservatórios
segundo Índice de Calrson Modificado.
Tabela 2 – Estado Trófico de Lagos Tropicais em relação ao P-total em µg/L para reservatórios
segundo Índice de Calrson Modificado.
Estado Trófico Estado Trófico P-total em µg/L P-total em µg/L
Ultra-oligotrófico P 8
Oligotrófico 8 < P 19
Mesotrófico 19 < P 52
Eutrófico 52 < P 120
Supereutrófico 120 < P 233
Hipereutrófico 233 < P
Os valores de fósforo total entre os Rios Paraíba e Paraibinha e o Açude de Acauã,
mostraram-se estreitamente relacionados (Figura 24), demonstrando uma correlação
positiva com oxigênio dissolvido, alcalinidade e nitrito, (r=0,60, N=12, p=0,039, r=0,62,
N=12, p=0,031, r=0,79, N=12, p=0,002, respectivamente) no período seco, e se
relacionando com ortofosfato em ambos os períodos (seco e chuvoso), (r=0,74, N=21
p=0,000).
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Meses - 2005/2006
Figura 22 – Perfil vertical dos teores de Fósforo Total (µ
g
/L) em função da
extinção de luz na coluna d’á
g
ua do Açude de Acauã, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐36
Figura 23 – Perfil horizontal dos teores de Fósforo Total (µ
g
/L) na
superfície do Açude de Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os
meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
6.2.10 – P-Orto
O ortofosfato pode ser proveniente de adubos ou da decomposição de materiais
orgânicos e esgoto, são nutrientes essenciais das cadeias alimentares nos reservatórios. A
concentração desses elementos é favorecida pela baixa pluviosidade e pelo grande índice de
evaporação no Nordeste.
Baseado no perfil vertical do Açude Acauã, os meses de julho, setembro e dezembro
de 2006, apresentaram altos índices de P-orto, (Figura 24), sendo setembro responsável pela
maior média ( = 57,50 µg/L, CV=17,55%), os dados ainda apontam uma correlação
positiva entre P-orto e Volume no período de estiagem (r=0,5811, p=0,0419, N=4),
entretanto o fato de Acauã apresentar uma grande descarga de Fósforo proveniente de
fontes artificiais, indica que em via de regra, não existe uma relação entre o Fósforo
presente e a utilização por parte das algas.
O aumento da concentração de P-orto no fundo do reservatório, durante o período
de estiagem, pode estar associado ao processo de sedimentação, comumente observado em
ambientes de profundidade elevada e o fato da liberação do íon fosfato para a coluna,
somente ocorrer em concentrações baixas de OD, explica os valores do P-orto na coluna.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐37
2005 200
6
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Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
50%
1%
0%
µg/L
Baseado nos índices de ortofosfato nos afluentes de Acauã, pode-se traçar um
paralelo entre esses valores, em que os tributários influenciam diretamente a bacia
hidráulica (Figura 25), apresentando em setembro de 2006 a média mais alta dos meses
estudados, ( =55,00 µg/L, CV=16,57%). Entre as zonas de barragem e de rio, as diferenças
não forem significativas (Tabela 05).
Meses - 2005/2006
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Figura 24 – Perfil vertical do Ortofosfato Solúvel (µg/L) em função da extinção
de luz na coluna d’água do Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
Figura 25 – Perfil horizontal do Ortofosfato Solúvel (µ
g
/L) na superfície
do Açude de Acauã, Rio Paraíba e Rio Paraibinha, entre os meses de
Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐38
6.3. Análise Qualitativa do fitoplâncton
O levantamento dos táxons da comunidade fitoplactônica do Açude de Acauã, foi
agrupado em 30 táxons, classificados em 4 classes, 7 ordens, 13 famílias e 24 gêneros, bem
abaixo do valor sugerido por Kalff & Watson (1986), onde foi citado entre 94 a 143 táxons
para ambientes tropicais. Seria esperado encontrar uma maior abundância, riqueza e
diversidade, no entanto os baixos valores das duas últimas características podem ser reflexo
do pequeno número de pontos amostrados e/ou a dificuldade em identificar algumas
estruturas de alguns táxons a nível infra-específico, agrupando esses um único gênero
podendo estar mascarando o verdadeiro “status” das comunidades desse sistema, no entanto
fator como a eutrofização, também força a redução drástica dessas comunidades
fitoplanctônicas, tal fator foi identificado na maioria dos períodos amostrados nesse
ambiente (Capitulo 1).
Estudos anteriores identificaram 46 táxons no período de pós-barramento do Açude
de Acauã, (MENDES & BARBOSA, 2005), seguido de 64 táxons em 2005, (LINS, 2006).
Tabela 3 - Táxons identificados no Açude Acauã, de Novembro/2005 a Dezembro/2006
CYANOPHYCEAE
Chroococcales
Merismopediacea
Aphanocapsa sp. (Nägeli 1849)
Shaerocavum sp. (Azevedo & Sant`Anna 2003)
Microcystacea
Microcystis aeruginosa (Kützing ex Lemmermann 1907)
Synechococcaceae
Epigloesphaera brasílica (Komárková 1976)
Synechococcus sp. (Nägeli 1849)
Nostocales
Nostocaceae
Anabaena sp. (Bory ex Bornet & Flahault 1888)
Anabaena ciricinalis (Bory ex Bornet & Flahault 1888)
Anabaena elenkinii (Bory ex Bornet & Flahault 1888)
Aphanizomenon gracile (Morren ex Bornet & Flahault 1988)
Cylindrospermopsis raciborskii (Woloszýnska) Seenayya& Subba
Cylindrospermum licheniforme (Kützing ex Bornet & Flahault
1988)
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐39
Raphidiopsis mediterranea (Fritsch & Rich 1929)
Oscillatoriales
Oscillatoriaceae
Oscillatoria sp
1
. (Vaucher ex Gomont 1892)
Oscillatoria sp
2
. (Vaucher ex Gomont 1892)
Phormidiacea
Planktothrix agardii (Anagnostidis & Komárek 1988)
Spirulina sp. (Turpin ex Gomont 1982)
Pseudanabaenaceae
Pseudoanabaena sp. (Lauterbom 1915)
Romeria sp. (koczware 1928)
CHLOROPHYCEAE
Chlorococcales
Oocystaceae
Chlorella vulgaris (Beijerinck 1890)
Oocystis borgii (Nägeli 1855)
Scenedesmaceae
Scenedesmus sp. (Meyen 1829)
BACILLARIOPHYCEAE
Centrales
Coscinodiscophyceae
Aulacoceira granulata (Thwaites 1848)
Aulacoceira italica (Thwaites 1848)
Cyclotella sp. ((Kützing) Brèbisson 1838)
Pennales
Bacillariophyceae
Navicula sp. (Bory 1832)
Fragilariophyceae
Fragilaria sp. (Lyngbye 1819)
ZYGNEMAPHYCEAE
Desmidiales
Desmidiaceae
Closterium reticulatum (Nitzsch ex Ralfs 1848)
Closterium microporum (Nitzsch ex Ralfs 1848)
Staurastrum leptocladum (Meyen & Ralfs 1848)
Staurastrum dorsidentiferum (Meyen & Ralfs 1848)
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐40
Segundo Huszar e Silva (1999) as seqüências sucessionais do fitoplâncton nos
trópicos estão relacionadas, predominantemente com aspectos físicos dos ambientes, como
os episódios de circulação da água, mais do que a disponibilidade de nutrientes, conforme
regularmente observado em lagos temperados. Fato este, que também explicaria a baixa
biodiversidade planctônica nesse ecossistema, visto que desde a sua formação, existe
grande quantidade de nutrientes disponível, tornando este ambiente eutrófico e
consequentemente simplificando sua diversidade. Lins (2006), comenta que desde o início
da formação de lago, a eutrofização tem sido o processo que mantém esse ecossistema
sobre pressão, restringindo os níveis de informação trófica.
A classe Cyanophyceae, foi a de maior riqueza específica (Figura 03), sendo a
representante de 69% dos táxons identificados, tendo dentre seus táxons as espécies
Pseudoanabena sp, Oscillatoria sp, Planktotrthix agardhii e Cylidrospermopsis raciborskii,
obtido 100% de freqüência nos períodos estudados.
Figura 26 – Análise do Fitoplâncton do Açude de Acauã, dividido por
Classes, e sua representatividade da comunidade fitoplanctônicas, entre
os meses de Nov/2005 e Dez/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐41
Algumas dessas espécies de cianoprocariotas, que dominam durante as épocas de
maior biomassa e/ou densidade, coincidem com aquelas assinaladas para ambientes de
região temperada como, por exemplo, Microcystis aeruginosa, Anabaena solitaria, e
Anabaena circinalis (PAERL, 1988). Entretanto, espécies não usualmente registradas como
dominantes em lagos de regiões temperadas são comuns em sistemas tropicais brasileiros
como Cylindrospermopsis raciborskii, principalmente em reservatórios (HUSZAR &
SILVA, 1999).
A classe Bacillariophyceae, respondeu por 18% (Figura 03) da riqueza específica,
sendo Aulacoseira granulata, a espécie mais freqüentemente encontrada, responsável por
75% das amostragens. Apesar de Barbosa (2002) concordar que a maior representatividade
qualitativa do fitoplâncton em reservatórios, tanto em lagos tropicais como temperado, seja
a divisão Chlorophyta contribuindo com a maioria das espécies, em Acauã tal classe foi
responsável apenas por 8% (Figura 01), dos táxons estudados, este valor bem inferior aos
valores observados para reservatórios da região, condiz com a baixa diversidade dessas
espécies em ambientes eutróficos em detrimento das Cyanofíceas. Em seguida foram
identificadas espécies da classe Chlamydophyceae, que tiveram uma representatividade de
5% dos táxons encontrados, dentro desta o táxon Closterium sp obteve a maior freqüência,
23%.
Figura 27 – Mudanças temporais no número de táxons das comunidades
fitoplanctônicas, do Açude de Acauã, entre os meses de Nov/2005 e
Dez/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐42
A riqueza de espécies do ecossistema em questão foi influenciada positivamente
pela disponibilidade de Nitrato e Orto-Fosfato (r=0,7242, N=28, p=0,000 e r=0,4738,
N=28, p=0,011, respectivamente) no ambiente, o que explicou a relação das Cianofíceas
com nutrientes, principalmente Nitrogênio e Fósforo. Condiz com essa teoria Reynolds
(1984, apud BRASIL, 2007b), quando cita que as cianofíceas são organismos diretamente
associados a maiores graus de trofia, principalmente a maiores concentrações de fósforo.
Dos 36 táxons identificados no ambiente, 17 foram encontrados concentrados no
período chuvoso, estes, representantes das classes Bacillariophyceae, Chlorophyceae e
Chlamydophyceae, e alguns representantes das Cyanophyceae, compreendido entre final de
Março e inicio de Agosto de 2006. No período de seca, compreendido nos meses de
Novembro de 2005 a inicio de Março de 2006 e Setembro a Dezembro de 2006, foram
encontrados 29 táxons, dentre esses 17 foram representantes das Cyanophyceae.
Dentre os meses estudados, o mês de Novembro de 2005 foi o que apresentou a
menor riqueza específica. Segundo Lewis (1978), o desaparecimento de espécies em lagos é
apenas aparente, sendo uma função da diminuição da probabilidade de registrá-las em
épocas de baixa densidade.
6.4. Análise Quantitativa
No perfil vertical, a comunidade fitoplactônica mostrou-se disponível em toda a
coluna de água, no entanto, mais concentrada nos períodos secos, e valores sensivelmente
mais baixos à medida que aumenta a profundidade.
Dentre as Cyanophyceaes encontradas destacam-se Microcystis aeruginosa que é
uma das espécies de cianobactéria mais associada a condições de eutrofia, principalmente
em ambientes com grandes concentrações de fósforo e grande disponibilidade de luz
(BRASIL, 2007b).
No perfil vertical (Figura 28), demonstra concentração de fitoplactôn em toda
coluna d`água, porém valores elevados foram identificados nos períodos mais secos,
principalmente em Setembro/2006, o que coincide com altos teores de Nitrato, este por sua
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐43
vez, juntamente com o íon amônio, são os mais importantes, já que são as principais fontes
de alimento para os produtores primários.
Em estudo da Represa do Lobo-Broa, Brotas-SP Pereira (2005), relacionou a
concentração elevada de clorofila com à presença de peixes onívoros, fato que pode ser
comparado ao Açude Acauã, quando analisado os resultados das entrevistas,
etnolimnológicas (Cap 2).
2005 200
6
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
75%
A clorofila a é o pigmento mais abundante e relevante do fitoplâncton constituindo-
se na molécula fotossintética básica dos organismos clorofilados (PINTO-SILVA, 2002).
Os teores de clorofila a foram influenciados pelas chuvas, hidrodinâmica e os teores de
Oxigênio Dissolvido (r=0,60, p= 0,153, r= 0,53, p=0,213, r=0,75 , p=0,50, respectivamente)
(Figura 29), resultados semelhantes foram identificado por Barbosa (2002), quando com o
advento das chuvas e conseqüentemente inundação do ambiente, a clorofila diminui a
baixos valores.
Analisando a Figura 29, vemos que o mês de Janeiro/2006 e Março/2006,
apresentou o maior índice de clorofila a, fato que corrobora com a hipótese de Oliveira e
Ferreira (2003), as elevadas temperaturas e radiação incidente favorecem o
desenvolvimento das algas e, conseqüentemente, o incremento na concentração de clorofila
a.
50%
1%
0%
-2000
2000
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38000
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Meses 2005/2006
Figura 28 – Dia
g
rama de profundidade pela densidade fitoplanctônica do
Açude de Acauã, entre os meses de Nov/2005 e Dez/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐44
µg/L
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Nov Jan Mar Jun Jul Set
100%
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50%
1%
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Dez
Outros pigmentos podem ser sintetizados por meio da substituição do íon Mg
2+
por
Zn
2+
e Cu
2+
. Particularmente, a feofitina é o derivado não-metalado da clorofila, (LIMA et
al, 2008). Os produtos da degradação da clorofila, encontrados em ecossistemas aquáticos,
são os feoforbídeos e feofitinas que constituem os feopigmentos e os clorofilídeos
(BARROSO & LITTLEPAGE, 1998). Branco (1986) ressalta que em rios, ambientes com
grande aporte de material alóctone, as concentrações de feopigmentos podem ser bem
maiores que as concentrações de clorofila a, no entanto, tal característica se mantém
proporcional em ambientes lênticos.
Os níveis de Feofitina mantiveram estreita relação com os níveis de Clorofila a,
valores relacionados também foram encontrados por Barbosa (2002) ao analisar o Açude
Taperoá II.
Meses 2005/200
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180
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210
220
Figura 29 – Perfil vertical da Clorofila a em função da extinção de luz na
coluna d’á
g
ua do Açude de Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
µg/L
2005 200
6
Meses 2005/2006
____ _______________________________________________
Nov Jan Mar Jun Jul Set Dez
100%
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50
55
60
65
Figura 30 – Perfil vertical da Feofitina em função da extinção de luz na coluna
d’água do Açude de Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐45
A determinação da estrutura da comunidade fitoplanctônica é também de
fundamental importância para a manutenção da qualidade de água para abastecimento.
Sabendo-se quais os fatores determinantes na variação da diversidade e predomínio das
espécies de algas, pode-se saber o desenvolvimento futuro de espécies que afetam
diretamente o abastecimento de água potável.
6.5. Análise Estatística
A aplicação da Análise de Componentes Principais (ACP) para discutir a capacidade
discriminatória dos indicadores usados, indica que o primeiro fator para as variáveis
limnológicas explica 29,06 % e o segundo fator 16,17 %, totalizando 45,23 % da
explicabilidade dos codeterminantes analisados com relação à sua representatividade no
ecossistema (Tabela 4). O primeiro fator explicou através de associações positivas a
Clorofila a e Feofitina e negativas a Transparência do Açude (Secchi), Volume,
Pluviosidade, Alcalinidade e Oxigênio Dissolvido. Para o segundo fator, as associações
positivas foram os dados de Ortofosfato e Fósforo Total, e negativa Pluviosidade.
Tabela 4 – Correlação das variáveis com os componentes principais, entre os meses de Novembro/2005
e Dezembro/2006.
Vaiáveis
Componentes Principais
Fator I Fator II
Secchi
0,850465 0,192595
Volume
0,687285 -0,356680
Pluviosidade
0,724216 0,519099
Profundidade
0,216790 -0,328611
Temperatura
-0,322859 0,398715
pH
-0,369055 0,125904
Condutividade
-0,535555 0,143535
Alcalinidade
0,764943 0,083527
Oxigênio Dissolvido
0,566548 0,422023
Clorofila a
-0,821030 0,098957
Feofitina
-0,695898 0,355078
Amônia
0,095426 -0,365685
Nitrito
0,572358 0,062200
Nitrato
0,323366 -0,326439
Ortofosfato
-0,000114 -0,703691
Fósforo Total
0,072597 -0,779991
Diversidade
0,367204 0,586763
Explicabilidade
29,06 % 16,17 %
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐46
A ACP demonstra que as mudanças significativamente observadas no ambiente em
questão, refletem principalmente as características meteorológicas. No fator 1 onde temos
no semi-eixo positivo os meses de maior índice pluviométrico e menos eutróficos, com
maiores valores dos codeterminantes climatológicos, maior influência de transparência e
intensidade de chuva, enquadram-se os meses de maior volume, alcalinidade e oxigênio
dissolvido e cargas de nutrientes, no semi-eixo negativo, os fatores de influência foram as
variáveis biológicas, enquadram-se os meses de maior temperatura, pH e condutividade
elétrica. No fator 2, o semi-eixo positivo é marcado pelas cargas de nutrientes,
principalmente p-orto e fósforo total, e no semi-eixo negativo, com a pluviosidade.
Figura 31 – Ordenação pela ACP das variáveis pesquisadas no Açude Acauã baseadas
nos Fatores I e II, entre os meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐47
Tabela 5 – Resultado da ANOVA realizada para estabelecer a significância das variações espaciais das
variáveis físicas e químicas analisadas no Açude Acauã, entre os meses de Novembro/2005 e
Dezembro/2006.
Estaçõesdecoleta MesesAmostrados PerfilVertical
f p f p f p
Secchi (m)
0,580273 0,569878 64,74238 0,000000 0,0000 1,000000
Volume
0,000000 1,000000 - - 0,0000 1,000000
Pluviosidade
0,000000 1,000000 - - 0,0000 1,000000
Profundidade
- - 0,02786 0,999893 463,0817 0,000000
Temperatura
0,639094 0,539333 7,29842 0,000041 0,8453 0,482631
pH
0,327018 0,725266 3,75468 0,005464 3,0689 0,047100
Condutividade
1,286473 0,300458 1,65819 0,160663 0,7508 0,532592
Alcalinidade
0,200980 0,819740 20,17399 0,000000 0,0802 0,970161
Oxigênio Dissolvido
0,360712 0,702106 12,54429 0,000000 0,4579 0,714235
Clorofila a
0,208159 0,814005 5,26812 0,000589 2,1036 0,126311
Feofitina
3,109504 0,069190 3,76230 0,005400 1,2976 0,298090
Amônia
0,779062 0,473705 0,93658 0,481426 4,0769 0,017899
Nitrito
0,008454 0,991585 86,27290 0,000000 0,0404 0,988912
Nitrato
0,367379 0,697621 4,91630 0,000969 0,3025 0,823284
Ortofosfato
0,097945 0,907178 52,86742 0,000000 0,0338 0,991431
Fósforo Total
0,015812 0,984326 29,73394 0,000000 0,5183 0,673689
Div. Fitoplanctônica
0,986432 0,392184 4,37728 0,002127 0,6460 0,593064
Figura 32 – Ordenação pela ACP das estações de coletas amostradas e meses do Açude
Acauã baseadas nos Fatores I e II, entre os meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐48
6.6. Índices de Estado Trófico - IET
O Índice do Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d`água em
diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água do ambiente, quanto ao
enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas
ou potencial crescimento de macrófitas aquáticas.
dade classificar corpos d`água em
diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água do ambiente, quanto ao
enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas
ou potencial crescimento de macrófitas aquáticas.
Com relação a esse estágio de evolução, o ambiente em questão apresentou nos
meses de novembro de 2005, janeiro, março e junho de 2006 (Figura 33) valores elevados,
classificando-se nesse período como uma ambiente mesotrófico a eutrófico (Tabela 06),
onde possuía águas relativamente limpas, apresentando baixa produtividade primária, e
baixos valores de nutrientes, não ocasionando interferências indesejáveis sobre os usos
múltiplos desse ecossistema.
Com relação a esse estágio de evolução, o ambiente em questão apresentou nos
meses de novembro de 2005, janeiro, março e junho de 2006 (Figura 33) valores elevados,
classificando-se nesse período como uma ambiente mesotrófico a eutrófico (Tabela 06),
onde possuía águas relativamente limpas, apresentando baixa produtividade primária, e
baixos valores de nutrientes, não ocasionando interferências indesejáveis sobre os usos
múltiplos desse ecossistema.
Figura 33 – Índice de Estado Trófico modificado, calculado a partir das
variáveis: Fósforo Total (µg/L), P-orto (µ
g
/L), Transparência (m) e
Clorofila a (µg/L), entre os meses de Novembro/2005 e Dezembro/2006.
Entre os meses de julho e dezembro de 2006, esse ambiente apresentou valores de
ponderação do IET, bastante elevados (71,76, 70,52 e 68,57, respectivamente),
classificando-se nesses meses como um ambiente Hipereutrófico, apresentando nesse
período uma alta produtividade em relação às condições naturais, com redução da
Entre os meses de julho e dezembro de 2006, esse ambiente apresentou valores de
ponderação do IET, bastante elevados (71,76, 70,52 e 68,57, respectivamente),
classificando-se nesses meses como um ambiente Hipereutrófico, apresentando nesse
período uma alta produtividade em relação às condições naturais, com redução da
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transparência, ocorrendo alterações indesejáveis na qualidade da água decorrentes do
aumento da concentração de nutrientes e interferências nos seus usos múltiplos.
Tabela 6 – Classificação do Estado Trófico para reservatórios segundo Índice de Calrson Modificado.
Estado Trófico Ponderação Transparência P-Total Clorofila a
Ultraoligotrófico IET 47 S 2,4 P 8 CL 1,17
Oligotrófico 47 < IET 52 2,4 > S 1,7 8 < P 19 1,17 < CL 3,24
Mesotrófico 52 < IET 59 1,7 > S 1,1 19 < P 52 3,24 < CL 11,03
Eutrófico 59 < IET 63 1,1 > S 0,8 52 < P 120 11,03 < CL 30,55
Supereutrófico 63 < IET 67 0,8 > S 0,6 120 < P 233 30,55 < CL 69,05
Hipereutrófico IET> 67 0,6 > S 233 < P 69,05 < CL
Apesar dos níveis de trofia em determinadas épocas do ano apresentar o Açude de
Acauã como um ambiente Eutrófico, seu destino dentre outros usos múltiplos é o
abastecimento humano.
Vale salientar que a influência das atividades antrópicas sobre a qualidade da água
de Acauã, é bem evidenciada, principalmente no que diz respeito ao aporte de nutrientes
proveniente de seus tributários, destaque para o Rio Paraibinha.
Baseado nisso, os resultados obtidos de Acauã corroboram com os resultados de
outros pesquisadores e reforçam a hipótese de que os açudes desta região estão sujeitos a
variações anuais em suas variáveis hidrológicas, sofrendo forte influência por parte de seus
tributários.
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O Açude Acauã caracterizou-se por apresentar um padrão de variações dos níveis de
codeterminantes limnológicos regido pelos períodos chuvosos e de estiagem, e
intensidade luminosa;
A qualidade de água apresentou-se influenciada no tempo e no espaço por seus
tributários, principalmente o Rio Paraibinha;
Os níveis de componentes nitrogenados do açude sofreram maiores influências do
rio Paraibinha, proveniente da bacia hidráulica do Açude Bodocongó, enquanto as
concentrações de sais foram estreitamente relacionadas com os níveis dessas
concentrações no rio Paraíba;
Este ambiente apresentou um Índice de Estado Trófico – IET, variável de eutrófico
a hipereutrófico, apresentando no período de maior índice pluviométrico, os
melhores valores, no que diz respeito à qualidade de água;
A densidade planctônica e os valores de clorofila a e feofitina, durante o período
estudado, mostrou-se maiores no período de seca, e menores no período de chuva,
bem como a diversidade planctônica que também apresentou uma relação direta
com a característica trófica do ambiente.
Os resultados obtidos corroboram com os resultados obtidos por outros
pesquisadores e reforçam a idéia da influência dos açudes do semi-árido pelas
variações anuais, bem como, a influência antrópica sobre a qualidade de suas águas.
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Recentemente, a integração de aspectos sociais na pesquisa biológica, vem sendo
mais valorizada no meio acadêmico, pois se reconhece que a busca da sustentabilidade
envolve relações entre diversos tipos de conhecimentos e práticas, entre elas o
conhecimento etnoecológico. Este conhecimento deve fornecer subsídios que venham a
contemplar a ecologia, comportamento e classificação em grupos das espécies que são
capturadas, implicando também na forma como o ambiente é manejado por estes grupos
humanos. Esta pesquisa visou levantar o conhecimento intrínseco, através de indicadores
associados à atual condição sócio-econômico-cultural desses pescadores, comparando os
dados físicos, químicos e biológicos levantados em laboratório desse ecossistema com as
informações obtidas através de estudos etnolimnológicos locais. O Açude Acauã localiza-se
no médio Paraíba, e a sua bacia hidráulica tem uma área de 2.300ha e 253.000.000m
3
de
capacidade de acumulação seu volume atual é de 206.397.908m
3
. A criação e execução da
“Barragem Acauã” afetou áreas de terras nos municípios de Natuba, Itatuba e Aroeiras,
proporcionando a retirada da população atingida pelas águas e reassentamento dessa
população em seis comunidades ao longo do açude. Foram entrevistados 57 pescadores
artesanais, distribuídos em duas comunidades principais (Cajá e Melancia), estas foco da
pesquisa, e duas comunidades a jusante do reservatório (Tabocas e Macaporana). A
pesquisa se realizou entre os meses Agosto e Novembro de 2006. Os resultados
demonstraram que a maior faixa etária de pescadores artesanais está entre 21 e 30 anos. Em
visita às Comunidades do Cajá e de Melancia, foi constatada uma situação precariamente
vivenciada pela população local, que não mudou nos últimos 5 anos. Apesar da grande
maioria das famílias utilizarem água do açude para consumo, apenas 59% destas fazem a
cloração da água. Em levantamento da utilização da água para fins diversos, 96% dos
entrevistados, afirmaram consumir água do açude. As atividades relacionadas com a pesca e
a agricultura sustentam a economia dos pescadores artesanais de Acauã, segundo
levantamento entre os pescadores artesanais, o instrumento mais utilizado na pesca é a rede
de espera. Apesar da pesca ser responsável por grande parte da economia desses pescadores
(44%), 34% dos pescadores apresentam renda financeira entre 100,00 e 200,00 reais. A
oferta de pescado segue uma relação intrínseca com a temperatura do ambiente. Os dados
levantados com a entrevista condizem com a literatura específica, onde é relatado que 27%
das espécies se alimentam de “lama” e 16% de “lodo”, matéria orgânica ou disponibilidade
de alimentos associados a eles. A respeito da percepção desses pescadores, sobre a
qualidade de água, fica evidenciada a falta de informação disponibilizada por parte das
autoridades competentes sobre esse tema. Vale salientar que a conservação e o investimento
na valorização de seu saber visa o desenvolvimento humano em uma base economicamente
viável, socialmente eqüitativa e ambientalmente sustentável.
Palavras-chave: Etnolimnologia, Pescadores artesanais, Condições sócio-ambientais
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Recently, the integration of social aspects in biological research, has been further enhanced
in the academic milieu, because it is admited that the quest for sustainability involves
relationships among various types of knowledge and practices, among them the one,
etnoecologic knowledge. This knowledge should provide subsidies that would cover the
ecology, behavior and classification in groups of species that are caught, resulting also in
the way the environment is managed by these human groups. This research aimed to raise
the knowledge intrinsic through indicators associated with the current socio-economic-
cultural condition of these fishermen, comparing the physical, chemical and biological data
collected in the laboratory from the ecosystem with the information obtained through
etnolimnologics studies. The Açude Acauã located in the medium Paraíba, and its hydraulic
basin has an area of 2.300ha in 253.000.000m
3
of accumulation capacity: Its current volume
is 206.397.908m
3
. The creation and implementation of the "Dam Acauã" affected areas of
land in the cities of Natuba, Itatuba and Aroeiras, providing the withdrawal of the
population affected by the waters and resettlement of the population in six communities
along the dam. We interviewed 57 artisanal fishermen, distributed into two main
communities (Cajá and Melancia), the focus of the research, and the two communities
downstream of the reservoir (Tabocas and Macaporana). The research took place between
the months of August and November 2006. The results showed that the largest age group of
artisanal fishermen is between 21 and 30 years. In visit to the Communities of Cajá and
Melancia, it was noted a precarious situation experienced by the local population, which has
not changed in the last 5 years. Although the vast majority of households use water from the
dam for consumption, only 59% of them do are the chlorination of water. In the survey of
water used for other purposes, 96% of respondents said they consume water from the dam.
The activities relating to fisheries and agriculture support the economy of artisanal
fishermen of Acauã, according to a survey among artisanal fishermen, the most used net in
fishing is a “rede-de-espera”. Despite the fishing is responsible for much of the economy of
these fishermen (44%), 34% of the fishermen present financial income between 100.00 and
200.00 reais. The offer follows an intrinsic relationship with the temperature of the
environment. The data collected with the interview match with the specific literature, where
it is reported that 27% of the species eat, "mud" and 16% of "mire", organic matter or
availability of foods associated with them. Regarding the perception of these fishermen, on
the quality of water, it shows the lack of information provided by the competent authorities
on the subject. It noted that conservation and investment in the recovery of their knowledge
visa human development in an economically viable base, socially equitable and
environmentally sustainable.
Keywords: Etnolimnologia, Artisanal fishermen, Social and Environmental conditions
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A gestão das águas consiste na articulação do conjunto de ações dos diferentes
agentes sociais, econômicos e políticos objetivando compatibilizar o uso, o controle e a
proteção desse recurso, disciplinando as ações antrópicas de acordo com a política
estabelecida para a mesma, de modo a se atingir o desenvolvimento sustentável (SILVA,
2000 apud FONTES; OLIVEIRA; MEDEIROS, 2003).
Segundo Alves, Souto e Leite (2002), recentemente, a integração de aspectos sociais
na pesquisa biológica vem sendo mais valorizada no meio acadêmico, pois se reconhece
que a busca da sustentabilidade envolve relações entre diversos tipos de conhecimentos e
práticas, entre elas o conhecimento etnoecológico. Coadunam-se com essas reflexões Silva
e Montag (2003) quando ressaltam que a “etnoecologia, como ferramenta de documentação
deste conhecimento, pode ser considerada como uma primeira etapa, de grande
importância, quando se pretende desenvolver projetos que envolvam comunidades
humanas”, caracterizando uma ligação entre desenvolvimento sustentável e sociedade.
Para Silva (2007), a “Ciência para a sustentabilidade” deveria estar orientada para
problemas de sustentabilidade. Estas questões incluem aspectos complexos e difíceis,
aqueles em que o conhecimento está fortemente afetado pela incerteza, pela ignorância e
pelos conflitos de valores.
Sabe-se que a busca do desenvolvimento em geral, altera o Meio Ambiente, essa
mudança contribui para uma modificação no estilo de vida dos moradores da comunidade
que utilizam os recursos desses ecossistemas, e conseqüentemente para a perda do
conhecimento empírico, praticado por esses povos há décadas.
As atividades pesqueiras, dependendo de seu objetivo, podem ser divididas nas
categorias: subsistência, artesanal e industrial (de média e grande escala). A primeira
destina-se ao consumo próprio e/ou familiar, enquanto as demais são comercialmente
orientadas (GARCEZ; SÁNCHEZ-BOTERO 2005).
A pesca artesanal em reservatórios apresenta-se como uma atividade “extrativa
tradicional”, pescadores artesanais e suas famílias estão entre os trabalhadores mais
empobrecidos dos habitantes do meio rural; todavia, os problemas não passam tão somente
pela questão da remuneração, visto que muitas vezes esses valores são superiores aos de
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐5
outros trabalhadores do setor primário, (VIEIRA; NETO, 2006). No caso de Acauã, os
serviços básicos de saúde e educação, como água potável de boa qualidade, assistência
médica, coleta de resíduos sólidos e líquidos e outros benefícios sociais, são falhos ou
inexistentes em determinados períodos do ano.
O conhecimento sobre a pesca em particular, como época de melhor aproveitamento
desse recurso e toda a cultura da população em torno do Açude de Acauã, em geral é
transmitido através de experiências do cotidiano e através do relacionamento entre os
membros das comunidades locais, conhecimento esse que provém de épocas anteriores à
construção do Açude.
De acordo com Diegues e Arruda (2001), populações tradicionais que já habitam
uma área há muitas gerações acumulam maior carga de experiências e conhecimentos sobre
o ambiente que manejam. Estas experiências proporcionam a geração de um conhecimento
ecológico tradicional e desenvolve um equilíbrio entre sociedade e ecossistema. Reforça
essa idéia Orcherton (2005) comentando que os sistemas tradicionais são holísticos e
integradores, no caso de Acauã, apesar da mudança da característica de um ambiente lótico,
para um ambiente lêntico, as experiências dos pescadores do Rio Paraíba, estão sendo
empregadas pelos pescadores do Açude Acauã.
Este conhecimento deve fornecer subsídios que venham a contemplar a ecologia,
comportamento e classificação em grupos das espécies que são capturadas, identificando
períodos de pesca e quais os espécies são economicamente viáveis, implicando também na
forma como o ambiente é manejado por estes grupos humanos.
Estudos em etnoecologia têm demonstrado que comunidades locais que dependem
da pesca ou utilizam esse meio como complemento da renda familiar, como o caso dos
pescadores artesanais do Açude Acauã, possuem relevantes conhecimentos a respeito da
ecologia e biologia de muitas espécies de peixes. Este conhecimento, gerado através do
contato direto com o recurso natural, em comparação com a literatura pode ser usado como
subsídio para programas de conservação e manejo.
Refere-se a essa idéia Pereira (2005), citando que o manejo da pesca, não está
relacionado apenas ao estoque de peixes, mas também deve-se considerar as necessidades
sociais, econômicas e culturais da comunidade envolvida.
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A ictiofauna da Caatinga tem sua diversidade impactada por processos naturais,
como alterações históricas do clima regional com a intensificação da semi-aridez (ROSA et
al, 2006), e por diversos processos antrópicos decorrentes da ocupação humana na região,
assim como a introdução de espécies exóticas, como a tilápia.
“Em conformidade com as legislações nacionais, (a Convenção deve) respeitar,
preservar e manter o conhecimento, inovações e práticas de comunidades indígenas
e locais que apresentam estilos de vida relevantes para a conservação e o uso
sustentado da diversidade biológica e promover sua aplicação ampla com a
aprovação e o envolvimento dos possuidores de tais conhecimentos, inovações e
práticas e encorajar a distribuição dos benefícios derivados de tais conhecimentos,
inovações e práticas” (DIEGUES et al, 2001, p. 6).
Com base no pressuposto de que deve ser resgatado o conhecimento empírico para
somar a pesquisas científicas, buscando assim elaborar estratégias de manejo sustentável,
com a premissa que pescadores artesanais do açude Acauã através de gerações têm uma
extensa relação ecológica da pesca de subsistência, esta pesquisa visou levantar o
conhecimento intrínseco, através de indicadores associados à atual condição sócio-
econômico-cultural desses pescadores, comparando os dados físicos, químicos e biológicos
levantados em laboratório desse ecossistema com as informações obtidas através de estudos
etnolimnológicos locais.
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A Bacia Hidrográfica do rio Paraíba, com uma área de 20.071,83 km
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compreendida ente as latitudes 6
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51’31’’ e 8
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26’21’’ Sul e as longitudes 34
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48’35’’ e
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2’15” Oeste de Greenwich, é a segunda maior do Estado da Paraíba, pois abrange 38%
do seu território, abrigando 1.828.178 habitantes que correspondem a 52% da sua
população total. Considerada uma das mais importantes do semi-árido nordestino, ela é
composta pela sub-bacia do Rio Taperoá e Regiões do Alto Curso do rio Paraíba, Médio
Curso do rio Paraíba e Baixo Curso do rio Paraíba (PARAÍBA, 2007).
O Açude Acauã localiza-se no médio Paraíba, e sua bacia hidráulica tem uma área
de 2.300ha e 253.000.000m
3
de capacidade de acumulação seu volume atual é de
206.397.908m
3
, com altitude de 180m, responde por 81,6% de seu volume. Concluída em
2002, possui profundidade máxima de 58 m, média de 25 m.
Segundo a classificação de Köpen, o clima é do tipo As’ – Tropical chuvoso, quente
e úmido, com estação chuvosa concentrada no outono. De acordo com as regiões
bioclimáticas, o clima local é 3cth – mediterrâneo ou nordestino quente, com período de
estiagem durando de 4 a 5 meses e índices pluviométricos anuais variando de 700 e 900mm
(PARAÍBA, 1999).
A criação e execução da “Barragem de Acauã” afetou áreas de terras nos municípios
de Natuba, Itatuba e Aroeiras, proporcionando a retirada da população atingida pelas águas,
em sua maioria proprietários rurais e trabalhadores agrícolas. Alem dessa retirada e da
indenização por essas terras e residências afetadas, as providencias incluíram o
reassentamento dos atingidos em comunidades. Esses reassentamentos se concentraram em
várias comunidades. À hora atual seis comunidades reassentadas – denominadas “Cajá”,
“Melancia”, “Costa”, “Pedro Velho”, “Água Paba” e “Riachão” – abrigam cerca de 4.500
pessoas, entre crianças, adultos e idosos (BRASIL, 2007).
Os pescadores, foco de estudo desta pesquisa, pertencem principalmente a
comunidade de pescadores artesanais das Comunidades de Melancia e do Cajá, lotados as
margens do açude.
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Segundo o RIMA de Acauã, a agricultura e a pecuária eram as principais atividades
econômicas da região, no entanto, a pescaria sempre esteve presente como terceira opção de
atividade, e em muitas famílias a primeira, como o caso das famílias mais tradicionais, que
antes residiam às margens do antigo rio que originou o açude.
Segundo o RIMA de Acauã, a agricultura e a pecuária eram as principais atividades
econômicas da região, no entanto, a pescaria sempre esteve presente como terceira opção de
atividade, e em muitas famílias a primeira, como o caso das famílias mais tradicionais, que
antes residiam às margens do antigo rio que originou o açude.
Atualmente vem se empregando a criação de peixes em Tanques-rede, uma prática
relativamente nova, que surgiu como alternativa para complemento de renda de muitas
famílias da comunidade, em contraponto, a esse desenvolvimento, tal atitude levou a muitos
pescadores artesanais, abandonarem o estilo tradicional de pesca, e optarem por essa nova
alternativa.
Atualmente vem se empregando a criação de peixes em Tanques-rede, uma prática
relativamente nova, que surgiu como alternativa para complemento de renda de muitas
famílias da comunidade, em contraponto, a esse desenvolvimento, tal atitude levou a muitos
pescadores artesanais, abandonarem o estilo tradicional de pesca, e optarem por essa nova
alternativa.
Segundo a AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba –
2006), na Região do médio Paraíba o Índice econômico é de 16,9%, 30,7% e 52,4% nos
setores, primário, secundário e terciário respectivamente. A região de Itatuba e Natuba, no
ano de 2000, registrou um índice de desenvolvimento entre 0,45 e 0,55, baseado em
longevidade, educação e renda (AESA, 2006).
Segundo a AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba –
2006), na Região do médio Paraíba o Índice econômico é de 16,9%, 30,7% e 52,4% nos
setores, primário, secundário e terciário respectivamente. A região de Itatuba e Natuba, no
ano de 2000, registrou um índice de desenvolvimento entre 0,45 e 0,55, baseado em
longevidade, educação e renda (AESA, 2006).
Bacia Hidrográfica do Rio Paraiba
Pontos de Coleta
CC – Comum. de Cajá
CM – Comum. de Melancia
0 50 100 km
CM
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Figura 34 – Localização da comunidade de Melancia e Cajá em âmbito nacional e regional.
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O presente estudo Etnolimnológico, foi desenvolvido entre os meses de Agosto e
Outubro de 2007, buscando além do perfil sócio-econômico-cultural dos pescadores
artesanais do Açude de Acauã, levantar as diversidades de peixes capturados, as técnicas
empregadas, épocas e locais para pesca, valor econômico do pescado e qualidade da água
do Açude, na perspectiva de vista dos pescadores artesanais.
Para se alcançar tal objetivo, a técnica empregada na pesquisa etnolimnológica foi a
aplicação de questionários semi-estruturados, baseada e direcionada pelo pesquisador
(Entrevistador) a fim de se seguir um raciocínio lógico e em seguida comentado pelos
pescadores (Entrevistados) (Apêndice 01).
No primeiro momento foi aplicado um questionário teste (n=3), para identificação
de problemas na elaboração do conteúdo e posterior alteração na estrutura do questionário,
almejando assim, a contextualização na realidade local, buscando a maximização dos
resultados. Após a adequação do questionário as condições sócio-culturais do local, foram
entrevistados 57 pescadores artesanais, distribuídos em duas comunidades principais (Cajá
e Melancia), estas, foco da pesquisa, e duas comunidades a jusante do reservatório (Tabocas
e Macaporana), as duas primeiras responderam por 59% e 33% das entrevistas realizadas e
as duas restantes 8% em sua totalidade, divididos genericamente em 52 homens e 5
mulheres.
Embora os depoimentos dos “especialistas nativos”, foram focos da pesquisa, visto
a maior experiência no que diz respeito à caracterização do ambiente, não foram
descartadas as informações divergentes, dadas por outros indivíduos menos experientes.
Essas informações foram confrontadas com informações levantadas através da literatura
específica e documentos relacionados com o ambiente.
5.1 - Perfil dos Entrevistados
Inicialmente foram abordados moradores da Comunidade de Melancia, os quais
indicaram os pescadores artesanais mais conhecidos dentre eles. Identificados os
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pescadores, esses foram entrevistados sem interferência do entrevistador de forma a
estabelecer um nível de confiança, visando um maior grau de veracidade nas respostas.
pescadores, esses foram entrevistados sem interferência do entrevistador de forma a
estabelecer um nível de confiança, visando um maior grau de veracidade nas respostas.
Na seleção foi utilizada a técnica de “bola de neve” (Snowball) de Bernard (2002
apud BARBOSA 2006) (Figura 35). Essa técnica consiste em identificar entre os membros
da comunidade de pescadores, através da indicação de outros membros, aquele que melhor
se relaciona com o conhecimento empírico da região, o “Especialista em Pesca”, que em
muitos casos, se caracteriza pelo individuo mais velho dentre os atuais pescadores, no caso
de Acauã, os que já utilizavam esses recursos antes da construção do açude, os quais
herdaram o conhecimento da pesca, com familiares.
Na seleção foi utilizada a técnica de “bola de neve” (Snowball) de Bernard (2002
apud BARBOSA 2006) (Figura 35). Essa técnica consiste em identificar entre os membros
da comunidade de pescadores, através da indicação de outros membros, aquele que melhor
se relaciona com o conhecimento empírico da região, o “Especialista em Pesca”, que em
muitos casos, se caracteriza pelo individuo mais velho dentre os atuais pescadores, no caso
de Acauã, os que já utilizavam esses recursos antes da construção do açude, os quais
herdaram o conhecimento da pesca, com familiares.
O fato de existirem pescadores tão antigos, nos direciona a outra característica
peculiar desse ecossistema, no que diz respeito à comparação; a disponibilidade de peixes e
qualidade da água, antes e depois da construção do açude, caracterizado com transição de
um ambiente lótico a um ambiente lêntico.
O fato de existirem pescadores tão antigos, nos direciona a outra característica
peculiar desse ecossistema, no que diz respeito à comparação; a disponibilidade de peixes e
qualidade da água, antes e depois da construção do açude, caracterizado com transição de
um ambiente lótico a um ambiente lêntico.
5.2 – Identificação da Ictiofauna 5.2 – Identificação da Ictiofauna
Com a finalidade de validar os dados etnolimnológicos dos pescadores das
comunidades visitadas em relação à diversidade de peixes encontrados na região, foi
Com a finalidade de validar os dados etnolimnológicos dos pescadores das
comunidades visitadas em relação à diversidade de peixes encontrados na região, foi
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Figura 35 – Representação esquemática da técnica “Snowball”, baseada em Barbosa, 2006.
Fonte: Braulio Carvalhal.
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realizada uma pesquisa bibliográfica, a fim de comparar, a ecologia das espécies de peixes
encontradas e comentadas pelos pescadores locais e suas características ecológicas citadas
na literatura.
Com relação à qualidade da água, os dados levantados com os entrevistados, foram
comparados com as análises físico-quimico-biológicas (Capítulos I) realizadas previamente.
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6.1. Aspectos da comunidade de Pescadores
A etnolimnologia, assim, como a etnoecologia, pode definir-se como um enfoque ou
abordagem interdisciplinar que explora as maneiras como a natureza é percebida pelos
diferentes grupos humanos, à medida que um indivíduo interage com o meio, ele
inexoravelmente adquire conhecimento, fato este evidenciado pela idade e tempo de relação
com o meio ambiente em que vive.
ogia, pode definir-se como um enfoque ou
abordagem interdisciplinar que explora as maneiras como a natureza é percebida pelos
diferentes grupos humanos, à medida que um indivíduo interage com o meio, ele
inexoravelmente adquire conhecimento, fato este evidenciado pela idade e tempo de relação
com o meio ambiente em que vive.
Dentre as vantagens da pesca artesanal destaca-se, como uma grande fornecedora de
proteína de ótima qualidade para as populações locais e estas utilizam uma grande
variedade de aparelhos e, em geral as embarcações não são motorizadas.
Dentre as vantagens da pesca artesanal destaca-se, como uma grande fornecedora de
proteína de ótima qualidade para as populações locais e estas utilizam uma grande
variedade de aparelhos e, em geral as embarcações não são motorizadas.
Em Acauã a relação entre idade e conhecimento sobre o meio ambiente foi bem
evidenciada na pesquisa etnolimnológica, onde o nível das respostas sobre o ecossistema
sobrepõe os dados levantados em laboratório.
Em Acauã a relação entre idade e conhecimento sobre o meio ambiente foi bem
evidenciada na pesquisa etnolimnológica, onde o nível das respostas sobre o ecossistema
sobrepõe os dados levantados em laboratório.
A maior faixa etária está entre 21 e 30 anos, (Figura 36), fato que pode ser
correlacionado com a grande quantidade de pescadores artesanais que exercem esse tipo de
atividade, desde 1 e 5 anos (Figura 37), em sua grande maioria após a construção da
barragem.
A maior faixa etária está entre 21 e 30 anos, (Figura 36), fato que pode ser
correlacionado com a grande quantidade de pescadores artesanais que exercem esse tipo de
atividade, desde 1 e 5 anos (Figura 37), em sua grande maioria após a construção da
barragem.
Figura 36 – Faixa etária dos entrevistados, no período de pesquisa.
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Figura 37 – Levantamento do Tempo (Anos) de pesca de cada entrevistado.
6.2. Condições Sócio-Culturais
Em visita às Comunidades do Cajá e de Melancia, foi constatada uma situação
precariamente vivenciada pela população local, que não mudou nos últimos 5 anos, após a
conclusão das obras da construção do Açude de Acauã.
Segundo o Relatório do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (2006),
a comunidade do “Cajá” não dispõe de ruas pavimentadas, sendo formada por pequenas
ruas com casas populares pré-moldadas de cerca de 50 metros quadrados, que são
apelidadas de “casas de placa”, (Figura 38).
Figura 38 – Foto da Comunidade do Ca
j
á 2007. Fonte: Braulio
Carvalhal.
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Não há praticamente arborização, nem hortas comunitárias, nem tão pouco terras
para a produção agrícola. Não foram vislumbrados postos de saúde ou outros serviços de
infra-estrutura e lazer coletivos, apenas um telefone público.
Foi constatado um sistema precário de saneamento coletivo denominado “fossão”
em franco processo de deterioração. A comunidade de “Melancia” possui as mesmas
características da comunidade supracitada, onde as casas dispõem de energia elétrica,
porém a água é predominantemente distribuída por meio de “carros-pipa”, apesar da
existência de uma caixa d’água vazia e de um incipiente sistema de captação de águas da
barragem, atualmente sem utilização pelo receio de que as águas da represa ali situada
estejam contaminadas.
Desde o Relatório do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (2006),
houve um decréscimo na qualidade da água utilizada pelas comunidades estudadas,
atualmente a grande maioria dessa água, tem origem em pequenos açudes denominados de
“barreiros” de fazendas próximas às comunidades, ou até barreiros produzidos pelos
próprios habitantes locais, às margens do Açude de Acauã, o qual tem suas águas infiltradas
pelas águas do açude, 29% da população de pescadores artesanais entrevistados, faz uso de
águas provenientes desses barreiros, 28% águas de cisternas e 18% de carros pipas, esses
dois, em certo ponto se sobrepõem, visto que carros-pipas abastecem as cisternas dessas
famílias (Figura 06).
Figura 39 – Levantamento da ori
g
em da á
g
ua consumida pelas famílias
dos pescadores artesanais.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐15
Apesar da grande maioria das famílias utilizarem a barragem particular, apenas 59%
destas fazem a cloração da água, dos 21% das famílias que utilizam a água do açude de
Acauã 90% fazem a cloração e 10% utilizam a água in natura, inclusive para beber (Figura
40), apenas 3% tem água encanada em suas residências ou utilizam esta fonte de água.
Outro fato importante a ressaltar é o processo e o tipo de substância utilizada na
cloração, segundo os entrevistados, essa cloração é feita na própria residência, com uma
espécie de “pó” deixada pelos agentes de saúde, no entanto, em levantamento prévio, a
substância utilizada para a desinfecção da água, é o Hipoclorito de Sódio, que se apresenta
em propriedade líquida.
Figura 40 – Tratamento e origem da água, consumida pelas famílias dos
pescadores artesanais, de Acauã.
Em levantamento da utilização da água para fins diversos, 96% dos entrevistados,
afirmaram consumir água do açude, desses, 38% utilizam essa água para banho, 33% para
Lavar Roupa e 11% para cozinhar (Figura 41), apenas 10% das pessoas entrevistadas
utilizam essa água para agricultura, que consiste na segunda fonte de renda das famílias dos
pescadores artesanais, fato explicado durante a entrevista, onde um dos pescadores levantou
a questão, “Antes nós tinha terra e não tinha água, hoje nós temos água e não temos terra”,
fato confirmado em visitas as comunidades.
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Figura 41 – Utilização da á
g
ua, pelas famílias dos pescadores artesanais,
de Acauã.
Outra contradição entre disponibilidade e utilização, é o fato de que 95% dos
pescadores consomem os peixes por eles pescados, e a grande maioria apenas de 1 a 3 vezes
por semana (Figura 42), 8% de 4 a 6 vezes por semana e 21% todos os dias.
Figura 42 – Freqüência de consumo de peixes por semana, dos pescadores
de Acauã.
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Em relação às condições sanitárias, a situação é grave, apesar de ser uma
comunidade “construída” pelo Governo Estadual, relativamente nova, os problemas com a
disposição dos resíduos sólidos e líquidos, são antigos. Nas entrevistas relatamos apenas
dois destinos aos resíduos sólidos, a queima feita por 64% dos entrevistados, dentre esses a
grande maioria residente na Comunidade de Melancia e 36% jogam a céu aberto, num
espaço perto de suas residências denominado de “lixão”, os que praticam essa atividade, a
grande maioria reside na Comunidade do Cajá, não havendo relato de Coleta de Lixo por
parte da prefeitura ou qualquer outro órgão público (Figura 43).
Figura 43 – Destino dos resíduos sólidos e líquidos das residências dos pescadores artesanais
das Comunidades de Cajá e Melancia.
Os resíduos líquidos, apresenta uma situação ainda mais dramática, 68% dos
entrevistados, afirmam que seus esgotos têm como destino a fossa séptica coletiva, no
entanto, foi constatado nas duas comunidades problemas com relação a esse “fossão”
denominado assim, pela população local. Na comunidade de Melancia, a encanação que
leva os esgotos ao “fossão” comunitário, está obstruída, fazendo com que inevitavelmente
esses resíduos sigam a céu aberto (Figura 44), na comunidade de Cajá, o problema é
maximizado no período chuvoso quando a fossa coletiva, não suporta a entrada de esgotos e
transborda, fazendo com que esses resíduos entrem diretamente no Açude de Acauã. Os
pescadores das Comunidades de Tabocas relataram que seus esgotos seguem a “céu aberto
com destino ao rio a jusante do Açude de Acauã.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐18
Figura 44 – Resíduos líquidos (esgoto) a “céu aberto” na Comunidade de Melancia.
6.3. Atividade Econômica dos Pescadores
As atividades relacionadas com a pesca e a agricultura sustentam a economia dos
pescadores artesanais de Acauã. Combinam diversas atividades econômicas e de
subsistência a diferentes períodos do ano. Na época que a pesca é menos vantajosa
(entressafra), alternativas mostram-se viáveis e os pescadores assumem comportamentos de
agricultores numa tentativa de sobreviverem em meio à escassez sazonal do pescado, no
entanto no período de entressafra, o governo do Estado da Paraíba, fornece um auxilio
financeiro aos pescadores.
Figura 45 – Levantamento da renda mensal (reais) das famílias dos
pescadores entrevistados.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐19
As diferentes alternativas de renda da região, apesar de se mostrarem viáveis, não
anulam a característica dessas comunidades, de pertencerem à lista de uma das regiões mais
pobres do Estado, onde, 37% das famílias de pescadores artesanais possuem renda entre
100 e 200 reais por mês e 15% possuem renda inferior a R$ 100,00 por mês (Figura 45).
Apesar de antes, a principal fonte de renda das famílias de pescadores da região ser
a agricultura e pecuária, visto a característica intermitente do rio que outrora cruzava a
região, a construção do Açude Acauã, favoreceu conseqüentemente a maior disponibilidade
de peixes e camarões, fato confirmado por 81% das pessoas entrevistadas, fazendo a pesca,
passar a ser a principal fonte de renda das famílias de pecadores artesanais locais (Figura
46).
No entanto, a necessidade da busca de outras fontes de renda, para complementação
do gasto familiar, faz com que alguns desses pescadores, busquem alternativas diversas,
como serviços de alvenaria (pedreiro), atividades na pecuária terceirizada (vaqueiros), e
serviços gerais (desmatamento de terrenos urbanos e rurais), atividades essas, que
respondem por 15% da manutenção financeira das famílias dos pescadores entrevistados.
Figura 46 – Levantamento da principal fonte de renda das famílias dos
pescadores artesanais do Açude de Acauã.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐20
O atual modelo econômico brasileiro, que se espelha no modelo capitalista mundial
está acentuando o abandono por que passa a pesca artesanal, a qual desempenha um papel
fundamental na produção pesqueira deste país, tanto em escala comercial, quanto de
subsistência, onde estima-se que existam cerca de 55 mil pescadores artesanais
responsáveis por mais de 50% da produção total, segundo dados da Confederação Nacional
de Pescadores em 1986 (CETRA, 1998).
6.4. Atividade Pesqueira
A pesca em Acauã é tradicionalmente artesanal, (excluindo a produção em tanques-
rede) e faz uso de instrumentos simples, como linha/anzóis, arpões, covo, redes e tarrafas,
condizentes com os recursos disponíveis na região. Alguns confeccionados por eles
mesmos com materiais provenientes de produtos industrializados. As pescarias são
desenvolvidas durante o ano todo, de janeiro a dezembro. Consideram os meses secos
(setembro, outubro e novembro) os mais produtivos, no entanto, entre os meses de
Dezembro e Março, o Governo do Estado, desenvolveu um projeto de “defeso” das
espécies, incentivando através do pagamento de 1 salário mínimo por mês aos pescadores
que não pescarem durante esse período.
Segundo levantamento entre os pescadores artesanais (Figura 47), o instrumento
mais utilizado na pesca é a rede de espera, alguns pescadores chegam a colocar 15 redes no
interior do açude e aguardam cerca de 12 horas para a retirada dessas redes, 34% dos
pescadores utilizam Tarrafa (uma rede de pesca circular, de malha fina, com pesos em seu
contorno e um cabo fino no centro, pelo qual é puxada), foi identificada pesca com anzol e
linha (14%), no entanto em menor quantidade com relação às outras supracitadas. Alguns
pescadores optam pelo covo, esse, um instrumento rudimentar e bem eficaz, elaborado a
partir de garrafas PET’s, o qual consiste em uma armadilha que ao adentrar o camarão, este
não consegue sair.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐21
Figura 47 – Instrumentos de pesca utilizados por pescadores artesanais do
Açude de Acauã.
Uma relação interessante foi identificada entre instrumento de pesca e local de
pesca, a jusante da represa foi encontrada uma modalidade peculiar de pesca para esse tipo
de ambiente, a pesca com arpão (Figura 48), este, praticado exclusivamente por pescadores
da Comunidade de Tabocas.
Figura 48 – Destaque para o Arpão, instrumentos de pesca
utilizados por pescadores artesanais a
j
usante da represa do Açude
de Acauã. Fonte: Braulio Carvalhal.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐22
O levantamento dos dados a respeito da qualidade de água, baseando-se no
conhecimento dos pescadores locais, corroboram com os dados encontrados após as
análises em laboratório, refletindo assim, um nível significante de similaridades entre essas
informações.
Com relação à característica da oferta de pescado, houve uma correlação positiva
entre a disponibilidade de peixes e a temperatura do ambiente (r = 33,76, p = 0,044), visto a
peculiaridade deste ambiente ser bem menos diversificado, quando comparado com outros
ecossistemas brasileiros.
Figura 49 – Gráfico do levantamento do conhecimento empírico dos
pescadores artesanais do Açude de Acauã, sobre época favorável à pesca
comparado a temperatura do ambiente.
6.5. Ecologia das Principais Espécies de Peixes do Açude de Acauã
Esse ambiente, é caracteristicamente típico da região do semi-árido, segundo Rosa
et al (2006), a fauna atual certamente é muito reduzida em relação à que existia no passado,
devido aos processos históricos às alterações climáticas, e aos fatores antrópicos, que
possivelmente alteraram a sua composição original com extinções locais ou generalizadas.
Em levantamento faunístico do ambiente, baseado no conhecimento empírico foram
encontradas algumas espécies mais freqüentes, entre elas o Piau (Leporinus spp.), a Traíra
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐23
(Hoplias malabaricus), a Tilápia (Oreochromis niloticus), o Curimatã (Prochilodus spp), a
Piaba (Astyanax spp.) e a Pescada (Plagioscion spp.).
Sabe-se que temperaturas muito baixas, causam mortalidade em Tilápia
(Oreochromis niloticus), e que uma grande variação da temperatura da água causa
desequilíbrio metabólico, levando-os à morte após um longo período, fato que explica a
adaptação dessa espécie nesses ambientes de temperatura média elevada. Por ser localizado
no semi-árido brasileiro, caracterizado por uma região de baixa densidade pluviométrica e
altas temperaturas o Açude de Acauã, é um ambiente que apresenta condições favoráveis a
esses organismos.
Observando a figura 50, a maior disponibilidade de peixes encontra-se na época de
baixa pluviosidade, no caso da Tilápia a disponibilidade de peixe no período seco é bem
superior à do período chuvoso, fato que comprova as condições favoráveis nessa época. A
pescada, mostrou-se como a segunda espécie mais pescada, devido a disponibilidade e as
características peculiares do reservatório (Cap. I).
Figura 50 – Disponibilidade de peixes por período seco/chuvoso no Açude de
Acauã.
Segundo Gurgel, Lucas, e Souza (2002), piabas (Astyanax spp.), presentes nos
açudes nordestinos, desenvolvem uma dieta constituída de algas filiformes, folhas de
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐24
dicotiledôneas, sementes, helmintos, insetos e alevinos. Gurgel, Lucas e Souza (2002) para
a mesma espécie na lagoa Boa Cicca/RN observaram uma dieta essencialmente constituída
de insetos.
Avaliando a alimentação de Curimatã (Plagiosciom spp). no açude Amanari/CE,
Gurgel, Lucas e Souza (2002) detectaram uma dieta constituída preferencialmente de
crustáceos e peixes. Os alimentos essenciais são os insetos; os secundários, crustáceos e
peixes; e os ocasionais, algas e vegetais superiores. Alimentam-se de matéria orgânica e
microorganismos presentes na lama do fundo de lagos e margens de rios.
Segundo Loures et al (2001), as tilápias (Oreochromis niloticus), possuem uma
dieta alimentar baseada em Zooplâncton e Fitoplâncton, estes sendo de grande importância
na alimentação. O Piau (Leporinus spp.) tem como habitat as margens e na entrada de
tributários em lagoas ou represas, é considerada uma espécie onívora, alimenta-se de
vegetais e insetos adultos e larvas, mas algumas espécies se alimentam exclusivamente de
algas filamentosas, raízes de gramíneas ou de sementes pequenas. A traíra (Hoplias
malabaricus) é considerada um predador voraz, solitário, que pode ser encontrado em águas
paradas, lagos, lagoas, brejos, matas inundadas, e em córregos e igarapés, geralmente entre
as plantas aquáticas, onde fica a espreita de presas como peixes, sapos e insetos, (MMA –
IBAMA, 2006).
Figura 51 – Dieta dos peixes baseado no conhecimento empírico dos
pescadores artesanais do Açude de Acauã.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐25
Um refinado conhecimento ecológico tradicional do ecossistema tem sido
demonstrado por pescadores em relação às espécies de peixes (CARVALHO, 2002) e
peculiaridades de territorialidade, alimentação.
Baseado no conhecimento empírico dos pescadores artesanais do Açude de Acauã,
há uma diversidade de hábitos alimentares dos peixes por eles pescados, no entanto, os
dados levantados com a entrevista condizem com a literatura específica, onde é relatado que
27% das espécies se alimentam de “lama” e 16% de “lodo” matéria orgânica ou
disponibilidade de alimentos associados a eles (Figura 51). É relatado também que 19% dos
peixes se alimentam de outros peixes ou camarões encontrados nesse ambiente, entre os
mais citados estão o curimatã e a traíra, ambos confirmados com a literatura específica,
como carnívoros e eventuais insetívoros.
Figura 52 – Espécie de peixes mais pescados, baseado nas entrevistas
dos pescadores artesanais do Açude de Acuaã.
Segundo o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental / The
Nature Conservancy (2005), a tilápia é uma espécie agressiva, de hábito alimentar onívoro e
que se reproduz precocemente. Essas características resultam na predação de espécies
aquáticas nativas, não só peixes, e no rápido aumento populacional com conseqüente
competição por alimento e espaço com as espécies nativas. As tilápias são espécies
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐26
oportunistas que adaptam-se facilmente em ambientes lênticos. Toleram grandes variações
de temperatura e baixo nível de oxigênio dissolvido na água (Capitulo I).
Esses dados são confirmados com levantamento das espécies mais pescadas, juntos
aos pescadores artesanais da região, onde 44% são tilápias, 28% Pescadas e 11% Traíras,
(Figura 52), apesar da Tilápia do Nilo, ser uma espécie exótica, estes peixes também são
responsáveis pelos lucros dos pescadores, visto a preferência dessas espécies pelos
comerciantes e consumidores de peixes da região, fato que se baseia no tamanho do
pescado, sabor da carne e tempo de conservação, sem alteração de seus aspectos
morfológicos, características que colocam a Tilápia entre 83% dos peixes mais procurados
(Figura 53), em segundo lugar empatados a traíra e pescada, o primeiro, apesar da carne
saborosa, possui grande quantidade de “Espinhas”, e o segundo, tem seus aspectos
morfológicos alterados após um curto período congelado, características que segundo os
pescadores locais, desvalorizam essas espécies junto ao comércio da região.
Figura 53 – Lucro com o pescado, baseado nas entrevistas dos pescadores
artesanais do Açude de Acauã.
Apesar de 5% dos pescadores entrevistados não relacionar profundidade com tipos
de peixes pescados, a grande maioria identificou que embora a tilápia está presente em toda
coluna d`água é na zona eufótica (Clara) que ela é encontrada em maior
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐27
quantidade/tamanho (Figura 54), característica semelhante aos outros tipos de peixes, com
exceção da Sardinha e Piaba, que são encontrados em grande quantidade na zona Afótica.
Em ambiente natural as Tilápias (Oreochromis niloticus), são caracterizadas como
bentopelágicas, de água doce à ligeiramente salgada encontrada em maior quantidade na
profundidade média de 5 m, (INSTITUTO HÓRUS, 2005).
Figura 54 – Relação entre espécies e profundidade, baseado nas
entrevistas dos pescadores artesanais do Açude de Acauã.
6.8. Caracterização do Ambiente Lêntico: Visão dos Pescadores
Ressalta Carvalho (2002) que entre os pescadores, a sabedoria sobre o sistema
ecológico resulta do uso quase diário de recursos naturais e é, em geral, qualitativa. O
conhecimento dos pescadores representa uma parte integral do contínuo cultural tradicional
dessas comunidades, e é expressão de sua “visão de mundo” em relação aos recursos do
ecossistema e de seu funcionamento.
Esse conhecimento empírico é constantemente ameaçado pela perda cultural nas
populações, pelo desvio ou abandono da atividade tradicional, e pela falta de incentivo dos
órgãos de contato direto com essas comunidades.
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐28
As informações levantadas sobre a ecologia dos peixes pescados em Acauã
condizem com a realidade encontrada na literatura. No entanto, a real situação das águas do
açude, não reflete a mesma realidade por parte da grande maioria.
Em levantamento feito com relação à qualidade de água (Figura 55), 73% da
população entrevistada, ressalta que a água é de boa qualidade, no entanto alguns deles, são
enfáticos ao dizer que não bebem dessa água, não explicando o real motivo para tal atitude,
apenas 4% relatou que a qualidade do açude é ruim, sendo esta a menor categoria com
relação à qualidade.
Figura 55 – Opinião sobre a qualidade de á
g
ua da barra
g
em, baseado nas
entrevistas dos pescadores artesanais do Açude de Acauã.
Ao serem indagados sobre a existência de alguma época do ano em que a água do
açude, não poderia ser consumida, devido a algum fator, apenas 35% dos entrevistados
afirmaram que sim e 65% afirmaram que não, não havendo abstinência de resposta. Dos
que afirmaram que existia uma época em que a água do açude não poderia ser consumida
28% afirmaram que é no inverno (Figura 56), o principal motivo, é a cor da água se tornar
parda nesse período devido à grande quantidade de partículas em suspensão trazidas pelos
seus afluentes. Os que afirmaram que a época em que a água não apresenta boa qualidade
para consumo no verão (72%), atribui essa característica à cor da água e ao cheiro, fato
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐29
evidenciado pela grande quantidade de nutrientes e conseqüentemente proliferação
desordenada de fitoplâncton (Cap. I).
Figura 56 – Época desfavorável para consumo da á
g
ua do Açude,
baseado nas entrevistas dos pescadores artesanais.
O aspecto da água, é um fator importante na caracterização de sua qualidade, no
levantamento de informações junto aos pescadores que identificaram alguma característica
anormal, 45% dos entrevistados relataram que a água do açude possui um cheiro
desagradável (Figura 57), principalmente por trás da represa, onde está localizado o
vertedouro, popularmente conhecido como “Rabo-de-pavão”, e atribuem esse cheiro ao
volume de água, vegetais ou “lodo” – “Essa catinga é por que a barragem é muito funda e
tem muita água...”, “O cheiro é por causa da água que bate na pedra e fede...”, “Cheiro
por que o mato apodreceu, fica com catinga de enxofre...”, “Cor verde, e tem um caramujo
que fede...”, “A cor fica verde por causa dos matos...”, “Cheiro por causa dos peixes...”,
essas concepções não fogem de todo da realidade, visto que o vertedouro libera água
proveniente do fundo do reservatório, onde se acumula uma quantidade relativamente alta
de matéria orgânica, que através das ações dos microorganismos anaeróbios liberam
quantidades de gás sulfidrico.
Com relação à cor das águas do açude, os 45% de entrevistados que comentaram
sobre essa característica do ambiente (Figura 57), indicaram a “Cor por causa de uma
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐30
bactéria...”, “A cor fica verde por causa dos matos...”, “A cor verde é por causa do lodo
das pedras...”, não obstante o conhecimento popular sobrepor em alguns aspectos o
conhecimento cientifico, que atribui tal característica à proliferação de algas, devido à
grande quantidade de nutrientes nesse corpo aquático, principalmente nitrogênio e fósforo.
Apenas 10% dos entrevistados relataram como a principal característica
desagradável do ambiente, o gosto, e atribuíram ao período de seca, tal peculiaridade
...gosto ruim no verão...”, “...gosto mais salobro...”, de fato, é nesta época em que os íons
de bicarbonato e carbonato, estão mais concentrados, visto este ambiente receber de seus
efluentes essa carga de íons drenados de todo o solo da região (Cap. I).
Figura 57 – Aspecto da água, baseado nas entrevistas dos pescadores
artesanais do Açude de Acauã.
Sabe-se que o Açude Acauã, é caracterizado como um ambiente eutrófico à
hipereutrófico (Cap. I), não oferecendo águas de boa qualidade para os moradores da
região, fato sabido e identificado pelos entrevistados, no entanto, quando indagados sobre a
importância da barragem em suas vidas, os pescadores foram categóricos, “... o açude deu a
vida a todo mundo...”, esta frase se mostra suficientemente forte para que autoridades
governamentais estruturem políticas de revitalização dessas águas, “...muitas pessoas vivem
dela...” Na visão da população local a construção desse açude trouxe inúmeros pontos
CARVALHALLUNA/PRODEMA‐31
positivos, “...veio a casa maior, antes era de taipa...”, “...não tenho medo da seca, para
pescaria e irrigação...”, “...foi bom, trouxe peixe...”, “...boa, por que na época do verão
tinha que cavar cacimba...”, mas dentre todos os fatores positivos, alguns fatores negativos
se destacam, e uma frase aparece pronunciada de lábios ressecados e de um rosto enrugado,
entre olhar de tristeza, ...hoje tem água, mas perdi minha terra...antes tinha terra para
plantar, agora é só peixe....
As populações tradicionais são discriminadas por sua identidade sócio-cultural e
impedidas de reproduzir seu modo de vida (ARRUDA, 1999), desse modo acabam por
adotar uma postura anticonservacionista, imposta pelo capitalismo, para manter sua
“qualidade de vida”. Vale salientar que a conservação e o investimento na valorização de
seu saber, na melhoria de suas condições de vida e na garantia de sua participação na
construção de uma política de conservação, é essencial quando se pretende desenvolver
projetos que envolvam comunidades tradicionais, visando o desenvolvimento humano em
uma base economicamente viável, socialmente eqüitativa e ambientalmente sustentável.
6.7. Visão do Futuro
Segundo Ramos, Rosário e Marchesan (2004), os prejuízos causados pela
introdução de espécies exóticas invasoras constituem outro aspecto que recomenda a
cautela na adoção desta prática. Algumas espécies exóticas passaram a ser uma alternativa
econômica local, como o caso da Tilápia, que de acordo com Popma e Lovshin, (1996), a tilápia
é hoje a segunda espécie de peixe mais criada no mundo, logo após a carpa (Cyprinus carpio).
No
entanto, danos econômicos globais anuais causados pelas espécies exóticas invasoras às
atividades produtivas são estimados em 400 bilhões de dólares. Além dos prejuízos diretos
nas atividades econômicas, os gastos anuais com controle, erradicação e mitigação dos
impactos das espécies exóticas invasoras nos EUA, África do Sul, Reino Unido, Austrália,
Brasil e Índia ultrapassam os 300 bilhões de dólares por ano, fatos que nos levam a pensar,
Quais espécies chegarão a esse ambiente após a conclusão da transposição do Rio São
Francisco? Quais os impactos positivos e negativos dessas espécies exóticas? Esse
intercâmbio de espécies pode ser catastrófico do ponto de vista da biodiversidade local,
levando a alterações significativas no ecossistema?
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A concordância entre o conhecimento dos pescadores sobre a ecologia dos peixes,
as características ambientais do açude e a literatura científica observada nesta
pesquisa, evidenciam a crescente importância da etnolimnologia;
Apesar da população local está ciente dos problemas com a qualidade de água do
reservatório, existe a necessidade de uma maior intervenção das autoridades
competentes, no que diz respeito à sensibilização do tratamento e armazenamento da
água para uso doméstico;
O atual modelo econômico brasileiro, que se espelha no modelo capitalista mundial
está acentuando o abandono dos métodos artesanais de pesca por parte das
populações de pescadores, ocasionando o aumento dos impactos antrópicos sobre os
ambientes aquáticos, e conseqüentemente diminuição na qualidade de água;
Apesar dos problemas relacionados à inserção de espécies exóticas no ambiente,
como é o caso da Tilápia, estas espécies passaram a ser uma alternativa
economicamente viável dos pescadores locais;
Os dados levantados corroboram com a hipótese que conhecimentos empíricos
como de pescadores artesanais, devem ser valorizados e mostram-se como uma
estratégia de manejo sustentável do ecossistema;
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________ Data:_____/_____/ 2007
Etnolimnologia: Um conhecimento sobre a Barragem de Acauã
N
ome:___________________________________________
Sexo: Masculino Feminino
Idade:
_
_____
_
Escolaridade: Série:________ Grau:________
Analfabeto
Estado Civil: Solteiro Casado Viúvo Separado Outros:_________________
Tem filhos: Sim Não Quantos?
Renda mensal da família: Salário/Aposentadoria R$_________________ Outros Benefícios: R$________________
_
Qual a principal fonte de renda: Agricultura Pecuária Pesca Comércio Outros
Especificar outros:___________________________________________________________________________________
Quanto tempo você pesca:________________ Como é feita a pesca: __________________________________________
Qual a época “boa” para pesca:_________________________________________________________________________
Qual o local da barragem, melhor para pescar? ____________________________________________________________
Qual a espécie que mais se pesca na Seca:______________________________Na Chuva__________________________
Quais os peixes são mais pescados: _____________________________________________________________________
Qual o(s) peixe(s) que gera mais lucro: __________________________________________________________________
Qual a principal dieta dos peixes pescados: _______________________________________________________________
Alguma relação entre tipos de peixes e a profundidade de onde se pesca: Sim Não
Quais os peixes pescados e as profundidades: _____________________________________________________________
A construção da barragem aumentou a disponibilidade de peixes: Sim Não
Consome peixe da barragem: Sim Não
Com qual freqüência:___________________________
_
Utiliza a água da barragem: Sim Não
Qual a finalidade: __________________________________
_
_
_________________________________________________________________________________________________
Qual sua opinião sobre a água da barragem: Péssima Ruim Regular Boa Ótima
Existe alguma época do ano, em que a água não pode ser consumida: Sim Não Qual época:________________
A água tem cor, cheiro ou gosto? Se “sim” sabe por quê? ___________________________________________________
Atribui alguma doença na família a qualidade de água da barragem: Sim Não
Por que: _______________
_
De onde vem a água que é consumida na casa: ____________________________________________________________
Essa água é submetida a algum tratamento: _______________________________________________________________
Qual o destino do esgoto de sua residência:_______________________________________________________________
Qual o destino dos resíduos sólidos de sua residência:_______________________________________________________
Qual a importância da Barragem em sua vida:_____________________________________________________________
N
o ultimo ano, houve algum mês, ruim para pesca? ________________________________________________________
Você tem notado alguma mudança na Barragem: __________________________________________________________
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Secchi Volume Pluvios. Prof. Temp. pH Cond. Alcalinidade OD Clorofila
a
Feofitina Amônia Nitrito Nitrato Ortofosfato Fósforo
Total
Fito
Secchi
1,0000
p=‐‐‐
Volume
,3333 1,0000
p=,465 p=‐‐‐
Pluviosidade
,7926 ,0825 1,0000
p=,034 p=,860 p=‐‐‐
Temperatura
,6904 ,5800 ,5992 1,0000
p=,086 p=,172 p=,155 p=‐‐‐
Profundidade
,4362 ,2899 ,2798 ,1860 1,0000
p=,328 p=,528 p=,543 p=,690 p=‐‐‐
pH
,7532 ,0094 ,4735 ,4463 ,5819 1,0000
p=,051 p=,984 p=,283 p=,316 p=,171 p=‐‐‐
Condutividade
,8426 ,4135 ,7432 ,7564 ,2513 ,5300 1,0000
p=,017 p=,356 p=,056 p=,049 p=,587 p=,221 p=‐‐‐
Alcalinidade
,6708 ,4430 ,6814 ,6063 ,2320 ,1270 ,6937 1,0000
p=,099 p=,319 p=,092 p=,149 p=,617 p=,786 p=,084 p=‐‐‐
OD
,5496 ,2436 ,6433 ,2635 ,1373 ,0767 ,6221 ,7516 1,0000
p=,201 p=,599 p=,119 p=,568 p=,769 p=,870 p=,136 p=,051 p=‐‐‐
Clorofila a
,9621 ,1887 ,8308 ,6188 ,5261 ,7558 ,9023 ,6322 ,5722 1,0000
p=,001 p=,685 p=,021 p=,138 p=,225 p=,049 p=,005 p=,128 p=,179 p=‐‐‐
Feofitina
,7533 ,7612 ,4275 ,7715 ,1169 ,4500 ,8919 ,6395 ,4825 ,7346 1,0000
p=,051 p=,047 p=,339 p=,042 p=,803 p=,311 p=,007 p=,122 p=,273 p=,060 p=‐‐‐
Amônia
,1686 ,5045 ,4166 ,0944 ,2043 ,3830 ,4038 ,1821 ,0177 ,3938 ,0669 1,0000
p=,718 p=,248 p=,352 p=,840 p=,660 p=,396 p=,369 p=,696 p=,970 p=,382 p=,887 p=‐‐‐
Nitrito
,2906 ,6460 ,3384 ,5147 ,4698 ,3678 ,4439 ,6786 ,7313 ,2011 ,5181 ,3334 1,0000
p=,527 p=,117 p=,458 p=,237 p=,287 p=,417 p=,318 p=,094 p=,062 p=,666 p=,234 p=,465 p=‐‐‐
Nitrato
,4056 ,3130 ,0843 ,2074 ,5415 ,4641 ,6287 ,2295 ,1583 ,5381 ,6775 ,3636 ,1057 1,0000
p=,367 p=,494 p=,857 p=,655 p=,209 p=,294 p=,130 p=,621 p=,735 p=,213 p=,094 p=,423 p=,822 p=‐‐‐
Ortofosfato
,2516 ,4950 ,4487 ,0137 ,0774 ,2897 ,1666 ,0601 ,0324 ,1654 ,3934 ,0458 ,1597 ,6433 1,0000
p=,586 p=,259 p=,313 p=,977 p=,869 p=,529 p=,721 p=,898 p=,945 p=,723 p=,383 p=,922 p=,732 p=,119 p=‐‐‐
Fósforo Total
,1703 ,7273 ,3142 ,4847 ,5651 ,2863 ,1102 ,1807 ,1847 ,2465 ,4059 ,3434 ,4367 ,1313 ,6604 1,0000
p=,715 p=,064 p=,493 p=,270 p=,186 p=,534 p=,814 p=,698 p=,692 p=,594 p=,366 p=,451 p=,327 p=,779 p=,106 p=‐‐‐
Fito
,5376 ,0878 ,6017 ,0379 ,1715 ,1519 ,3343 ,3284 ,7539 ,5137 ,1425 ,0844 ,3697 ,1544 ,5676 ,6408 1,0000
p=,213 p=,852 p=,153 p=,936 p=,713 p=,745 p=,464 p=,472 p=,050 p=,238 p=,761 p=,857 p=,414 p=,741 p=,184 p=,121 p=‐‐‐
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