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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
ESTUDO COMPARATIVO DA FARMACOCINÉTICA VÍTREA E
TOXICIDADE RETINIANA ENTRE O ACETONIDO DE
TRIANCINOLONA COM E SEM PRESERVATIVO ÁLCOOL
BENZÍLICO, EM OLHOS DE COELHOS
RAFAEL CARDOSO OLIVEIRA
RIBEIRÃO PRETO
2008
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RAFAEL CARDOSO OLIVEIRA
ESTUDO COMPARATIVO DA FARMACOCINÉTICA VÍTREA E
TOXICIDADE RETINIANA ENTRE O ACETONIDO DE
TRIANCINOLONA COM E SEM PRESERVATIVO ÁLCOOL
BENZÍLICO, EM OLHOS DE COELHOS
Tese apresentada à Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo para obtenção do Título de Doutor em
Ciências Médicas.
Área de Concentração: Mecanismos
Fisiopatológicos nos Sistemas Visual e
Audio-Vestibular.
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Jorge
RIBEIRÃO PRETO
2008
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA
Oliveira, Rafael Cardoso
Estudo comparativo da farmacocinética vítrea e toxicidade retiniana
entre o acetonido de triancinolona com e sem preservativo, em
olhos de coelhos. Ribeirão Preto, 2008.
74p.: il.; 30 cm
Tese de Doutorado, apresentada à Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto/USP. Área de Concentração: Mecanismos
Fisiopatológicos nos Sistemas Visual e Audio-Vestibular.
Orientador: Jorge, Rodrigo
1. Triancinolona; 2 Preservativo Álcool Benzílico; 3.
Farmacocinética vítrea; 4. Retina.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Alcides e Regina, principais referências em todos os “trabalhos”
de minha vida. Aos meus irmãos, Sílvia e Humberto, pela intensa união
familiar. Aos meus avós Antônio Severino (in memorian) e Nair, Domingos (in
memorian) e Amélia (in memorian), pelos exemplos de luta.
Aos “Meus Amores”: à minha esposa Lygia, que sempre esteve ao meu lado
em todos os momentos, verdadeira co-autora desta tese, já que participou
diretamente de todo o trabalho desde o início, e à minha filha Júlia, que, com
sua chegada, me fortaleceu ainda mais para enfrentar as adversidades e
prosseguir.
Aos mestres que tive na vida: ao Prof. Osvaldo M. Ohya, que me fez despertar
o interesse pela ciência ainda no colégio, em Apucarana-PR; ao meu tio, Dr.
João Severino de Araújo (in memorian), que além de grande médico
oftalmologista, sempre ensinou, a mim e aos meus primos, a importância da
união familiar; ao Prof. Dr. Rodrigo Jorge, que compartilha continuamente o
ensinamento com seus alunos, sem omissão de informações, transmitindo a
melhor forma de se praticar a medicina baseada em evidências, e visando o
melhor para o paciente. Com extrema dedicação tornou o Serviço de Retina da
FMRP-USP uma forte referência nacional, o que me faz orgulhar de ter
participado do seleto grupo de residentes, estagiários e pós-graduandos
orientados por ele; ao Dr. Harry W Flynn, que me acolheu de maneira
extremamente cordial em Miami e complementou minha formação em Retina e
Vítreo, no Bascom Palmer Eye Institute; ao meu pai, Dr. Alcides da Silva e
Oliveira, que, com sua experiência de 40 anos de medicina, me orientou a
persistir na busca dos objetivos, sempre com humildade, dignidade e
honestidade, sem prejudicar as pessoas.
À minha cidade natal, que me proporcionou uma formação pessoal de
qualidade. Além de poder ter freqüentado excelentes colégios (Mater Eclesiae
e Canadá), Apucarana me ofereceu agradáveis locais de lazer e prática de
esportes. Tudo isso resultou em histórias inesquecíveis e verdadeiras
amizades por toda a vida. Por isso minha eterna gratidão à ela, a “Cidade Alta”
do norte do Paraná.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por iluminar meus caminhos como médico, pai, filho, irmão,
esposo e amigo.
Ao Prof. Dr. Rodrigo Jorge, que não mediu esforços para a realização deste
trabalho. Um verdadeiro professor que sempre compartilha os conhecimentos e
idéias com seus alunos, além de um grande incentivador da pesquisa e do
estudo oftalmológico.
Ao Prof. Armando da Silva Cunha Júnior, pela dedicação e apoio a esta
pesquisa, somada à valiosa colaboração na obtenção dos principais resultados.
Ao Dr. Rubens Siqueira, que sempre incentivou a pesquisa em retina e que
participou diretamente desta obra.
Ao Prof. Antônio Haddad, à Maria Dolores Seabra Ferreira e Vani Alves
Correia, que proporcionaram excelentes condições para o estudo e obtenção
das imagens histológicas.
Ao Dr. Francisco Max Damico, que, com sua grande experiência nesta linha de
pesquisa, contribuiu diretamente para a obtenção dos resultados.
Ao Prof. Pedro Di Tarique Barreto Crispim, pela ajuda indispensável na análise
estatística dos dados do trabalho.
Aos Professores Alfredo Maia e Halin Atique, e a todos do Hospital Veterinário
UNIRP, que tornaram possível o desenvolvimento de toda a parte cirúrgica
da pesquisa.
Aos técnicos em Cirurgia Experimental do HCFMRP: Hermes Murtha Oliveira,
José Carlos Vanni, Paulo Alves Júnior, Sebastião Assis Mazzetto, e Wagner
Andrade de Oliveira, que com muita dedicação proporcionaram cuidados
excepcionais para com os animais, evitando sofrimento ou perda dos mesmos
durante o estudo.
A todos do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de
Cabeça e Pescoço, do Ambulatório de Oftalmologia e do Centro Cirúrgico, em
especial à Cecília, Amélia, Rita, Rogério, Édson, Neuza, Maria Luiza, Elisabeth,
Lucélia, Vera, Maria Eduvirges, Maria Helena, Marlene, Flora, Luís Carlos,
Paulo César, Maribel, Neusa, Siane, Fátima, Madalena, Adriana, Auxiliadora,
Luciana e Alessandra, profissionais com quem convivi durante os anos de
residência e de pós-graduação, e por quem tenho um sentimento de gratidão e
amizade.
Aos meus amigos e colegas de residência e pós-graduação Doutores Marcus
Rudolph Malaguido, Marcelo Guimarães Brandão Rego e Mila Wiermann
Paques, que dividiram as tarefas para que pudéssemos, com amizade, superar
as dificuldades desta época de árduo estudo e trabalho.
A todos da família CEOF, em especial à Glória e aos doutores Erodício, Penati
e Waldemar, que deram o suporte necessário, principalmente durante minhas
ausências na clínica para a execução desta pesquisa.
À tia Claudia, Ricardo, Ricardinho, Vitor e Margarida, que me acolheram de
braços abertos em Ribeirão Preto, durante os anos de residência e pós-
graduação.
Aos meus queridos parentes e amigos de Apucarana-PR, Jandaia do Sul-PR,
Londrina-PR, Reserva-PR, Curitiba-PR, Guaratuba-PR, Ribeirão Preto-SP,
Araguari-MG, Piracaíba-MG, Brasília-DF e Porto Velho-RO, que sempre me
apoiaram em tudo, mesmo à distância.
Às Universidades que freqüentei: à UEL / Londrina-PR e à USP / Ribeirão
Preto-SP, apesar das dificuldades que atravessam as escolas e hospitais
públicos no Brasil, decorrentes do descaso de nossos políticos para com a
educação e saúde, proporcionaram a mim e aos meus colegas boas condições
para o aprendizado da medicina.
À CAPES, ao CNPq e à FAEPA, pelo auxílio financeiro para a realização desta
pesquisa.
“A base do sucesso está ligada ao bom entendimento dentro da Família.
O apoio que sempre recebi de minha Família proporcionou o meu
sucesso”.
Arthur Antunes Coimbra – Zico
LISTA DE ABREVIATURAS
__________________________________________
Lista de Abreviaturas
____________________________________________________________________________________
®- marca registrada
ARVO- Association for Research in Vision and Ophthalmology
AV- acuidade visual
CETEA- Comissão de Ética em Experimentação Animal
CMV- citomegalovírus
DMRI- degeneração macular relacionada com a idade
EPR- epitélio pigmentado da retina
ERG- eletrorretinograma
EUA - Estados Unidos da América
FDA- Food and Drug Administration
FMRP- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
g- grama
HSC- células tronco hematopoéticas
ICAM-1- molécula de adesão intercelular-1
ISCEV- International Society of Electrophysiology of Vision
Kg- quilograma
M- molar
mg- miligrama
mL- mililitro
mm- milímetro
mmHg- milímetro de mercúrio
NVC- neovascularização de coróide
ºC- graus Celsius
OCT- tomografia de coerência óptica
OVCR- oclusão de veia central da retina
Ph- potencial de hidrogênio
PO- pressão ocular
PVR- proliferação vitreorretiniana
SDF-1- fator derivado de células estromais-1
Lista de Abreviaturas
____________________________________________________________________________________
SIDA- síndroma da imunodeficiência adquirida
TACP- triancinolona com preservativo alcoólico
TASP- triancinolona sem preservativo alcoólico
UFMG- Universidade Federal de Minas Gerais
UNIRP- Universidade de Rio Preto
USP- Universidade de São Paulo
VEGF- fator de crescimento endotelial vascular
ZO-1- zonulae occludens-1
µg- micrograma
µm
2
- micrômetro quadrado
LISTA DE FIGURAS
__________________________________________
Lista de Figuras
_____________________________________________________________________________________
Figura 1- Técnica utilizada para injeção intravítrea em coelhos ........................... 37
Figura 2- Biotério do Hospital Veterinário Dr. Halim Atique, onde os animais
ficaram confinados após a injeção ........................................................................ 41
Figura 3- Técnica de realização do ERG ............................................................. 42
Figura 4- Dissecção do globo ocular e retirada do vítreo após enucleação ......... 44
Figura 5- Variabilidade da concentração em relação ao tempo para os grupos
de coelhos que receberam as drogas com preservativo (Grupo I) e livres de
preservativo (Grupo II) ......................................................................................... 49
Figura 6- Curva cinética comparativa da concentração em relação ao tempo
entre os grupos de coelhos que receberam as drogas com preservativo (Grupo
I) e livres de preservativo (Grupo II) ...................................................................... 49
Figura 7- Curva comparativa da meia-vida entre as formulações com e sem
preservativo.................................................................................................... ....... 50
Figura 8- Análise granulométrica da triancinolona com preservativo
(TACP).............................................................................................................. ..... 51
Figura 9- Análise granulométrica da triancinolona sem preservativo
(TASP)............................................................................................................... .... 51
Figura 10- Variabilidade da pressão intra-ocular em relação ao tempo para os
grupos de coelhos que receberam as drogas com preservativo (Grupo I) e
livres de preservativo (Grupo II) ............................................................................ 53
Figura 11- Representação esquemática das curvas obtidas no estudo
eletrorretinográfico (Grupo I) ................................................................................. 54
Figura 12- Representação esquemática das curvas obtidas no estudo
eletrorretinográfico (Grupo II) ................................................................................ 55
Figura 13- Variabilidade da amplitude da onda B ................................................. 56
Figura 14- Cortes semifinos da retina dos animais, corados com azul de
toluidina ................................................................................................................. 57
LISTA DE TABELAS
__________________________________________
Lista de Tabelas
_____________________________________________________________________________________
Tabela 1- Potência relativa e dose equivalente dos principais corticosteróides
(Adaptado de HAYNES-JR; MURAD, 1990) ......................................................... 26
Tabela 2- Condições cromatográficas .................................................................. 39
Tabela 3- Concentrações (µg/mL) de Triancinolona com preservativo álcool
benzílico (Grupo I) e Triancinolona livre de preservativo (Grupo II) nos dias
observados............................................................................................................ 48
Tabela 4- Valores tonométricos (mmHg) .............................................................. 52
RESUMO
__________________________________________
Resumo
_____________________________________________________________________________________
OLIVEIRA, R.C. Estudo comparativo da farmacocinética vítrea e toxicidade
retiniana entre o acetonido de triancinolona com e sem preservativo , em
olhos de coelhos. 74f. Tese de Doutorado Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
O objetivo deste estudo foi avaliar a farmacocinética vítrea e a toxicidade
retiniana dos dois tipos de triancinolona, com e sem preservativo álcool
benzílico, em olhos de coelhos. Foram utilizados sessenta coelhos albinos
machos, divididos em dois grupos: Grupo I, composto por 25 coelhos, que
receberam 4mg (0,1mL) intravítreo de trinancinolona com preservativo álcool
benzílico (TACP), no olho direito e Grupo II, formado por 25 coelhos, os quais
receberam também no olho direito, 4mg (0,1mL) de triancinolona livre de
preservativo (TASP). Foram sacrificados cinco coelhos de cada grupo nos dias
3, 7, 14, 21 e 28 após a injeção intravítrea, sendo a dosagem da triancinolona
realizada por cromatografia líquida (CLAE). Todos os animais foram avaliados
por meio de exame ocular externo e oftalmoscopia binocular indireta. A pressão
ocular foi aferida antes e imediatamente após as injeções em todos os coelhos,
e nos dias 14 e 28 após as aplicações. Para o estudo da toxicidade, 10 coelhos
foram utilizados, sendo escolhidos, aleatoriamente, cinco de cada grupo. Vinte
e quatro horas antes da injeção e no vigésimo sétimo dia após, os cinco
coelhos do grupo I e os cinco do grupo II foram submetidos ao
eletrorretinograma. No vigésimo oitavo dia, esses dez animais foram
sacrificados e tiveram os olhos direitos processados para análise
histopatológica.
A concentração intravítrea de triancinolona observada nos olhos dos
animais do grupo I apresentou médias de 1713.34µg/mL, 1250.62µg/mL,
Resumo
_____________________________________________________________________________________
770.52µg/mL, 436.44µg/mL, e 203.3µg/mL, nos dias 3, 7, 14, 21 e 28,
respectivamente. No grupo II, a média da concentração intravítrea de
triancinolona observada nos mesmos dias foi 1362.50µg/mL, 655.66µg/mL,
507.06µg/mL, 289.82µg/mL e 119.54µg/mL, respectivamente.
Os resultados obtidos indicam que a injeção intravítrea de triancinolona
com preservativo álcool benzílico e a triancinolona livre de preservativo
apresentaram maior diferença de concentração vítrea da droga nos olhos de
coelhos do grupo I no sétimo dia do estudo (valor-p<0,03). Nos demais dias,
não se constatou diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Os
estudos, histológico e eletrorretinográfico, não evidenciaram toxicidade do
tecido retiniano.
Palavras-chave: Triancinolona; Preservativo Álcool Benzílico; Farmacocinética
vítrea; Retina
ABSTRACT
__________________________________________
Abstract
____________________________________________________________________________________
OLIVEIRA, R.C. Vitreous pharmacokinetics and retinal toxicity
comparative study of preserved and non preserved triamcinolone in
rabbits eyes. 74f. Thesis (Doctoral) - Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
The purpose of this study was to determine the intravitreous pharmacokinetic
profile of benzyl alcohol triamcinolone acetonide formulation, and preservative-
free triamcinolone acetonide formulation, and evaluate potential signs of toxicity
to the retina.
Sixty New Zealand male white rabbits, divided in two groups, were enrolled in
the study. In group I, 25 rabbits received 4mg (0,1mL) of preservative benzyl
alcohol triamcinolone acetonide formulation into the vitreous of the right eye. In
group II, 25 rabbits received 4mg (0,1mL) preservative-free triamcinolone. Five
rabbits of each group was euthanized at 3, 7, 14, 21 e 28 days after injections,
and intravitreal drug levels were determined by high-performance liquid
chromatography (HPLC). Ocular pressure of the experimental eye was
measured preoperatively, postoperatively, and on 14 and 28 days after
injection. Five animals in each group were randomly chosen 27 days after
injection for light microscopy examination. Eletroretinography (ERG) was
performed on both eyes of each five rabbits of group I and II at baseline and 27
days after injection.
After injection, the median triamcinolone intravitreous concentration in the group
I was 1713.34µg/mL, 1250.62µg/mL, 770.52µg/mL, 436.44µg/mL, e
203.3µg/mL, on days 3, 7, 14, 21 and 28 respectively. In the group II, the
median triamcinolone intravitreous concentration observed on days 3, 7, 14, 21,
e 28 were 1362.50µg/mL, 655.66µg/mL, 507.06µg/mL, 289.82µg/mL, e
Abstract
____________________________________________________________________________________
119.54µg/mL, respectively. There was no evidence of toxic effects on both
groups based on histological and ERG findings.
Our findings showed that preservative benzyl alcohol triamcinolone acetonide
formulation, and preservative-free triamcinolone acetonide formulation had
different vitreous concentration at 7 days after injection. No toxic reactions in
the retina were observed in both groups.
Key words: Triamcinolone; Preservative benzyl alcohol; Vitreous
pharmacokinetics Retina.
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO .................................................................................................. 21
1.1. Administração de Drogas Intravítreas .............................................................. 22
1.2. Corticosteróides .............................................................................................. 22
1.3. Aplicações e Perspectivas dos Corticosteròides em Doenças do Segmento
Posterior do Olho ............................................................................................ 27
1.4. Relevância do Estudo ..................................................................................... 31
2- OBJETIVOS ..................................................................................................... 32
3- MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 34
3.1. Injeção Intravítrea ............................................................................................ 35
3.1.1. Materiais ................................................................................................ 35
3.2. Animais ........................................................................................................... 35
3.3. Procedimentos Cirúrgicos ............................................................................... 35
3.4. Dosagem de Triancinolona Intravítrea ............................................................. 37
3.5. Análise Granulométrica................................................................................. .... 39
3.6. Estudo de Toxicidade Retiniana ..................................................................... 40
3.6.1. Observação Clínica ............................................................................... 40
3.6.2 Eletrorretinografia ................................................................................... 41
3.6.3 Estudo Histopatológico ........................................................................... 43
3.7. Análise Estatística ........................................................................................... 45
4- RESULTADOS ................................................................................................. 46
4.1. Dosagem de Triancinolona .................................................................................. 47
4.2. Análise Granulométrica.................................................................................. ....... 50
4.3. Observação Clínica ............................................................................................. 51
4.4. Eletrorretinografia ................................................................................................ 53
4.5. Estudo Histopatológico ........................................................................................ 56
5- DISCUSSÃO ..................................................................................................... 58
6- CONCLUSÕES ................................................................................................. 65
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 67
8- ANEXO ............................................................................................................. 73
ANEXO DE PUBLICAÇÃO
1- INTRODUÇÃO
__________________________________________
Introdução
____________________________________________________________________________________
22
Nos últimos anos, o desenvolvimento farmacêutico permitiu o surgimento
de inúmeras drogas com potencial de aplicação no tratamento de doenças
intra-oculares. As vantagens do olho em tratamentos farmacológicos e
cirúrgicos o decorrentes de sua acessibilidade e transparência. A
administração tópica, com o uso de colírios, mostra-se adequada apenas para
tratar doenças do segmento anterior do olho. A administração sistêmica requer
doses elevadas para que se tenha concentração intravítrea satisfatória.
Visando aumentar a eficácia do tratamento de doenças vítreorretinianas,
têm sido utilizadas injeções dessas drogas diretamente no globo ocular. Por
meio de injeção subconjuntival ou subtenoniana, a droga pode ser depositada
próxima à esclera para que atinja o segmento posterior, difundindo-se através
dela. Mas são as injeções realizadas diretamente no interior da cavidade trea
que garantem níveis terapêuticos da droga, sem causar danos sistêmicos.
Novas pesquisas estão sendo direcionadas para as doenças capazes de
provocar perda visual grave como a degeneração macular relacionada com a
idade, a retinopatia diabética, a obstrução venosa da retina e outras patologias
que causam danos à retina e à mácula. Essas pesquisas envolvem a utilização
de drogas, que têm por objetivo principal o de regredirem o edema retiniano
e/ou inibirem a formação de neovasos, e conseqüentemente, melhorarem a
acuidade visual (GILLIES et al., 2006).
A triancinolona, que é um corticosteróide sintético, é uma das drogas
mais pesquisadas e utilizadas na prática clínica, que pode ser injetada pela via
Introdução
____________________________________________________________________________________
23
subtenoniana e intravítrea, sendo que na última, o medicamento tem se
mostrado mais efetivo para o tratamento das doenças da retina (BONINI-FILHO
et al., 2005).
1.1. Administração de Drogas Intravítreas
A liberação da droga diretamente na cavidade vítrea, em casos de
doenças do segmento posterior do olho, surge diante da necessidade de se
manter níveis terapêuticos adequados no seu local de ação, isto é, no vítreo,
na retina, ou na coróide. Desse modo, evitam-se também efeitos adversos
associados ao tratamento sistêmico e problemas relacionados às vias
perioculares, como ptose e celulite. Porém, a injeção intravítrea possui riscos
inerentes ao procedimento como hemorragia intra-ocular, descolamento de
retina, glaucoma, catarata e endoftalmite.
1.2. Corticosteróides
A atividade antiinflamatória do cortisol (hidrocortisona), o hormônio
produzido no córtex das glândulas adrenais humanas, foi descoberta na
década de 40 e vários dos seus derivados sintéticos têm se mostrado úteis no
controle de processos inflamatórios e auto-imunes. A introdução dos
corticosteróides como método terapêutico em doenças oculares ocorreu
mais de 50 anos (GORDON; McLEAN, 1950). Essas drogas têm sido
largamente empregadas, tanto no tratamento de alterações inflamatórias do
segmento anterior quanto do segmento posterior do olho, reduzindo as
conseqüências da sua resposta, particularmente a cicatrização e a
Introdução
____________________________________________________________________________________
24
neovascularização (DUKE-ELDER; ASHTON, 1951; LEIBOWITZ;
KUPFERMAN, 1980). O seu efeito parece ser inespecífico e sua ação pode ser
percebida em processos de causa alérgica, traumática ou infecciosa.
Clinicamente, os corticóides não atuam de forma direta para corrigir uma
desordem específica, mas provavelmente modificam a resposta do organismo
a um estímulo exógeno ou endógeno (CHARAP, 1992).
Evidências indicam que a ação farmacológica dos corticosteróides
ocorre através de proteínas receptoras (FRANGIE; LEIBOWITZ, 1993)
resultando em alterações no sistema imunológico, em quase todos os seus
aspectos (CHARAP, 1992). Há inibição da migração de neutrófilos para o
espaço extracelular e sua aderência no endotélio vascular no local da lesão
tecidual. Em doses terapêuticas, os corticosteróides também inibem a migração
de macrófagos, interferem na atividade linfocítica e reduzem o número de
linfócitos T e B (LEIBOWITZ; KUPFERMAN, 1980). Outras lulas e
substâncias moduladoras da resposta inflamatória têm seu comportamento
modificado por essas drogas como os basófilos, que inibem a liberação de
histamina induzida por estímulo dependente de IgE (SCHLEIMER, 1985); a
fosfolipase A2, ao ser inibida, evita a biossíntese do ácido aracdônico e a
conseqüente formação das prostaciclinas, tromboxano A, prostaglandinas e
leucotrienos (CHARAP, 1992). Os corticosteróides também diminuem a
permeabilidade capilar, a proliferação de fibroblastos e a quantidade de
depósito de colágeno, o que influencia na reparação dos tecidos (LEOPOLD;
PURNELL; CAMON, 1951).
Introdução
____________________________________________________________________________________
25
Na oftalmologia, os corticosteróides são usados para tratar diversas
doenças, sendo especialmente indicados para reduzir processos inflamatórios
e alérgicos de doenças oculares e no pós-operatório, principalmente por via
tópica. Porém, ao mesmo tempo em que são úteis no controle inflamatório da
maioria das afecções superficiais do olho, podem melhorar os sintomas e
mascarar a progressão de doenças de etiologia fúngica ou herpética, por
exemplo, podendo levar a um déficit visual severo, ou até à perda da visão.
Além disso, não devem ser utilizados em casos de lacerações ou abrasões
mecânicas do olho, pois retardam a cicatrização e estimulam a disseminação
de infecções, justamente devido à sua ação na resposta imunológica. Outras
complicações oculares que podem surgir são úlceras corneais, glaucoma
cortisônico (mais comum com a terapia tópica) e a catarata subcapsular
posterior, que é mais freqüente com o tratamento sistêmico por período
superior a um ano. A corticoterapia sistêmica é comumente utilizada em casos
de uveítes e neurite óptica, por exemplo, e em pacientes cujo quadro
oftalmológico manifesta-se associado a processos inflamatórios extra-oculares.
De qualquer modo, podem surgir efeitos adversos gerais como: hipertensão
arterial sistêmica, hiperglicemia, maior susceptibilidade a infecções, úlceras
pépticas e psicose quando o tratamento torna-se crônico (HAYNES JR;
MURAD, 1990). O uso de corticosteróides deve, então, ser feito apenas
quando sua indicação for indispensável e seus efeitos adversos oculares e
sistêmicos devem ser conhecidos e detectados precocemente.
A escolha do corticosteróide a ser empregado varia de acordo com a
enfermidade ocular presente e sua dose deve ser ajustada individualmente.
Introdução
____________________________________________________________________________________
26
Para uso local, as drogas mais utilizadas clinicamente são a prednisolona, a
dexametasona e a betametasona. Para uso sistêmico opta-se, geralmente,
pela prednisona e metilprednisolona, enquanto a triancinolona é preferida para
aplicação intra ou periocular. A Tabela 1 mostra a potência relativa e a dose
equivalente dos corticosteróides.
Tabela 1- Potência relativa e dose equivalente dos principais corticosteróides
(Adaptado de HAYNES-JR; MURAD, 1990)
CORTICOSTERÓIDE
POTÊNCIA RELATIVA
DOSE EQUIVALENTE (mg)
Cortisol 1 20
Cortisona 0,8 25
Prednisona 4 5
Prednisolona 4 5
Metilprednisolona 5 4
Triancinolona 5 4
Betametasona 25 0,75
Dexametasona 25 0,75
O Acetonido de Triancinolona (9-fluoro - 11, 21 dihydroxy - 16, 17 - [( 1 -
methylethylidene) bis (oxy)] pregna 1,4 - diene - 3,20 - dione) é um
corticosteróide que tem sido bastante utilizado na prática oftalmológica, sendo
droga promissora na inibição da proliferação celular. Sua baixa solubilidade
isolada proporciona maior tempo de liberação da droga em meios intra-
oculares (HASHIZOE et al., 1994). Recentemente, a triancinolona tem sido foco
de inúmeros estudos clínicos, com resultados bastante promissores no
tratamento do edema macular diabético, em obstruções venosas, cistóide s-
Introdução
____________________________________________________________________________________
27
operatório e proposta como tratamento alternativo para a degeneração macular
relacionada à idade (DMRI).
1.3. Aplicações e Perspectivas dos Corticosteróides em Doenças do
Segmento Posterior do Olho
Os corticosteróides são usados, tradicionalmente, por causa de sua
capacidade de diminuir a migração de leucócitos, limitando seu acesso aos
locais de inflamação e de redução da produção de citocinas. Para se obter
esses efeitos no segmento posterior do olho, a única alternativa foi, por muito
tempo, a via sistêmica. Recentemente, tornou-se freqüente o uso de injeções
perioculares e intravítreas de corticosteróides, principalmente a triancinolona,
para o tratamento de algumas doenças retinianas como neovascularização de
coróide, telangiectasias justafoveais idiopáticas, edema macular secundário à
retinopatia diabética, obstrução venosa, uveítes e pseudofacia, além de ser
utilizada para visibilização intra-operatória da hialóide posterior (PEYMAN;
MOSHFEGHI, 2004).
Alguns estudos mostraram a eficácia terapêutica da injeção intravítrea
de 4mg de triancinolona na melhora da acuidade visual e estabilização
angiográfica da neovascularização de coróide em pacientes com DMRI
exsudativa (CHALLA et al., 1998; DANIS et al., 2000), assim como na
resolução do edema macular diabético e normalização da espessura retiniana
foveal (MARTIDIS et al., 2002). As principais hipóteses relacionadas ao
mecanismo de ação dos corticosteróides na retina são: a inibição do fator de
crescimento endotelial vascular (VEGF), restabelecimento da barreira hemato-
Introdução
____________________________________________________________________________________
28
retiniana por meio da redução da permeabilidade e efeito anti-angiogênico
(FLOMAN; ZOR, 1977; ISHIBASHI et al., 1985). O VEGF, uma citocina
angiogênica e um fator de permeabilidade, é secretado a partir das células
gliais, das células do EPR e do endotélio vascular; está presente na retina e no
vítreo em baixos níveis (BUDDI; ELIOTT, 2004). É possível que essa
expressão do VEGF pelo EPR normal seja responsável, ao menos
parcialmente, pelo efeito trófico do epitélio sobre a coriocapilar
(BLAAUWGEERS et al., 1999). Acredita-se ainda, que haja um equilíbrio
natural entre o VEGF e o fator derivado do EPR, uma citocina anti-angiogênica,
e que uma alteração nesse equilíbrio seja responsável pela angiogênese
coroidal que leva ao crescimento de vasos sangüíneos anormais no espaço
sub-retiniano e/ou sub-EPR, caracterizando a neovascularização de coróide
(OHNO-MATSUI et al., 2001). Maior expressão do VEGF provoca também
aumento da permeabilidade vascular, responsável pelo surgimento de edema
retiniano e promove a migração e a proliferação de células endoteliais, etapas
essenciais para a neovascularização da retina. Assim, o VEGF é reconhecido
como alvo terapêutico promissor para a regulação da angiogênese (WITMER et
al., 2003). As conseqüências de sua inibição têm sido estudadas por meio do
uso de corticóides tradicionais e de novas drogas angiostáticas como o
Macugen® (Pfiser/Eyetech, EUA), que bloqueiam a isoforma VEGF 165 e foi
recentemente aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) dos EUA
para uso em pacientes com DMRI exsudativa; Lucentis® (Novartis/Genentech,
EUA), o fragmento ativo de um anticorpo recombinante humanizado para o
VEGF e o Anecortave® (Alcon, EUA), um corticosteróide sintético modificado
Introdução
____________________________________________________________________________________
29
sem ação glucocorticóide e que não causa aumento da pressão ocular. Os dois
primeiros são injetados diretamente na cavidade vítrea, enquanto o último é
administrado através de injeção periocular (SINGERMAN; MILLER, 2003). O
uso off-label de bevacizumabe (Avastin®, Genentech, EUA) intravítreo tem se
mostrado seguro e eficaz para o tratamento da DMRI exsudativa (RICH et al.,
2006).
Outras substâncias atuam sinergicamente com o VEGF na angiogênese,
como o fator derivado de células estromais-1 (SDF-1). O SDF-1 é a principal
citocina que mobiliza as células-tronco hematopoéticas (HSC), que têm função
hemangioblástica, e as lulas progenitoras endoteliais (EPC) para os locais
onde dano vascular (HATTORI; HEISSIG; RAFFI, 2003). Sabe-se que a
expressão do SDF-1 aumenta em olhos nos quais estão presentes afecções
como: edema macular e retinopatia diabética proliferativa, além de
correlacionar-se diretamente com a gravidade da doença (BUTLER et al.,
2005). Um dos mecanismos de ação dos corticosteróides na resolução do
edema macular diabético após a injeção intravítrea seria também a redução
dos níveis de substâncias como o SDF-1 e do subseqüente recrutamento de
EPC, o que, teoricamente, provoca regressão de neovascularização (BUTLER
et al., 2005).
Estudos indicam que os corticóides atuam, ainda, nas junções
intercelulares, modulando a expressão de algumas moléculas de adesão e
permeabilidade na retina como a molécula de adesão intercelular-1 (ICAM-1). A
ICAM-1 é expressa constitucionalmente no EPR e nas lulas endoteliais dos
vasos da coróide, sendo um componente importante para as interações
Introdução
____________________________________________________________________________________
30
intercelulares durante a resposta inflamatória, mediando a adesão e o
extravasamento de leucócitos. Penfold et al. (2000) demonstraram que a
triancinolona é capaz de reduzir a expressão de ICAM-1, após estudo com um
modelo de barreira hemato-retiniana externa. Os autores sugerem que o
mesmo pode ocorrer in vivo e as conseqüentes reduções da permeabilidade
vascular e de estímulos inflamatórios seriam, então, os principais efeitos da
injeção intravítrea de triancinolona (PENFOLD et al., 2000). Anteriormente,
Singer et al. (1994) evidenciaram, in vitro, que a dexametasona pode regular a
permeabilidade através de sua ação sobre tight junctions, resultando no
aumento da resistência transepitelial e da zonulae occludens-1 (ZO-1), uma
proteína de membrana que participa das junções intercelulares (SINGER et al.,
1994).
O relato de toxicidade retiniana provocada pelos veículos de alguns
corticosteróides de depósito, após injeção intravítrea (HIDA et al., 1986),
reforça a importância de estudos abrangendo tais preservativos. Também
relato de que injeções intravítreas de triancinolona com preservativo álcool
benzílico, em olhos de coelhos, nas dosagens 0,5mg ou 1mg não causaram
toxicidade retiniana, e que, quando a droga foi administrada na dose de 4 e
8mg observou-se, à microscopia eletrônica, destruição de fotorreceptores da
retina externa e migração de células “macrófagos-like” para o espaço sub-
retiniano. Esse estudo também mostrou um dano mais extenso, quando se
injetou 20mg da droga (YU et al., 2006). Entretanto, outros estudos revelam
ausência de toxicidade retiniana após injeção intravítrea de 4 e 16mg de
triancinolona com e sem preservativo (KIM et al., 2006).
Introdução
____________________________________________________________________________________
31
1.4. Relevância do Estudo
A injeção intravítrea de triancinolona é um procedimento realizado em
larga escala, por oftalmologistas do mundo todo, no tratamento de patologias
do segmento posterior do olho. Trata-se de um estudo preliminar na
comparação das duas drogas com e sem preservativo álcool benzílico. É
pioneiro no Brasil e representa um importante passo no que diz respeito à
segurança do método, que existem dúvidas geradas por outros trabalhos
publicados.
2. OBJETIVOS
__________________________________________
Objetivos
____________________________________________________________________________________
33
Objetiva o presente estudo:
Avaliar a farmacocinética vítrea dos dois tipos de triancinolona,
após a injeção intravítrea das drogas, em olhos de coelhos.
Avaliar a ocorrência de possível toxicidade retiniana causada pela
triancinolona, e/ou pelo preservativo álcool benzílico por
intermédio de eletrorretinografia e estudo histopatológico.
3. MATERIAL E MÉTODOS
__________________________________________
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
35
3.1. Injeção Intravítrea
3.1.1. Materiais
Acetonido de Triancinolona 40mg/mL, 0,1mL, ou seja, 4mg da droga
foram injetados na cavidade vítrea de olhos de coelhos. No grupo I foi utilizada
droga contendo preservativo álcool benzílico em sua formulação (TACP -
Kenalog® Bristol-Myers, EUA), e no grupo II, droga livre do preservativo (TASP
- Ophthalmos® São Paulo, Brasil) para o estudo comparativo.
3.2. Animais
Sessenta coelhos Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), machos, com
idade dia de quatro meses, e peso de 2000g a 2500g, foram utilizados no
estudo, de acordo com a resolução da Association for Research in Vision and
Ophthalmology (ARVO) para estudo em animais. O protocolo da pesquisa foi
aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação Animal (CETEA) da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(FMRP-USP) (Anexo 1). Os procedimentos anestésico-cirúrgicos foram
realizados no Hospital Veterinário Dr. Halim Atique da Faculdade de Medicina
Veterinária da Universidade de Rio Preto (UNIRP), em São José do Rio Preto-
SP, cujo biotério abrigou os animais durante todo o período de estudo.
Os animais foram divididos em dois grupos. O grupo I (TACP) composto
por 25 animais, que receberam 4mg de Acetonido Triancinolona importada com
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
36
preservativo álcool benzíliço (Kenalog® Bristol-Myers, EUA), através de
injeções intravítreas. O grupo II (TASP) formado por 25 coelhos, que foram
submetidos a injeções intratreas de Triancinolona nacional (Ophthalmos®,
Brasil) sem preservativo em sua formulação.
As análises do treo realizaram-se 3, 7, 14, 21 e 28 dias da injeção,
quando cinco animais de ambos os grupos foram sacrificados em cada um
desses dias.
Vinte e quatro horas antes da injeção, e no vigésimo sétimo dia após a
mesma, os cinco animais de cada grupo, escolhidos aleatoriamente, foram
submetidos ao ERG.
No vigésimo oitavo dia, os mesmos cinco coelhos de cada grupo, que
haviam sido submetidos ao ERG, foram sacrificados e tiveram seus olhos
direitos enucleados e processados para microscopia de luz, como descrito a
seguir.
As injeções intravítreas nos olhos dos animais foram realizadas no
Centro Cirúrgico do Hospital Veterinário da UNIRP, sob cuidados de assepsia e
com medidas pós-operatórias para evitar complicações imediatas (Figuras 2 e
3). As injeções intravítreas e a posterior eutanásia dos animais foram
acompanhadas pelo médico veterinário, responsável pela administração das
drogas anestésicas (Figura 2).
Os coelhos ficaram confinados em gaiolas individuais, em ambiente com
temperatura média de 25ºC, com ar condicionado e exaustor de ar (Figura 3), e
luminosidade variando de acordo com a luz solar. Não houve restrição de água
nem de alimentação (ração animal própria para a espécie).
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
37
3.3. Procedimentos Cirúrgicos
A anestesia foi realizada utilizando-se uma injeção intramuscular de
30mg/Kg de Cloridrato de Ketamina (Ketamin®, Cristália - 50mg/ml), e
4,0mg/Kg de Xilasina (Coopazine®, Schering-Plough Coopers - 20mg/ml), além
da instilação tópica de Cloridrato de Tetracaína 1% + Cloridrato de Fenilefrina
0,1% (Anestésico®, Allergan) no olho direito dos animais. Para a dilatação
pupilar foi instilada uma gota de Fenilefrina 2,5% e uma de Tropicamida 1%.
Procedeu-se no olho direito a assepsia com povidine tópico (PVPI), e logo em
seguida foi realizada a injeção intravítrea a 4mm do limbo, com seringas de 1ml
e agulhas de insulina (BD®, 0,30 x 13 30G1/2). Foi instilado colírio de
Gatifloxacino (Zymar®, Allergan), a partir do pós-operatório imediato, quatro
vezes ao dia durante cinco dias (Figuras 2 e 3).
Figura 1- Injeção intravítrea.
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
38
3.4. Dosagem de Triancinolona Intravítrea
A dosagem da triancinolona na cavidade vítrea foi realizada nos 25
animais de cada grupo (50 olhos), por pesquisadores do Laboratório de
Farmacotécnica e Tecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Empregou-se a técnica de
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE).
O equipamento utilizado foi o cromatógrafo líquido Waters, equipado
com bomba modelo 515, injetor automático modelo 717 plus, detector de
ultravioleta modelo 2487-dual lambda absorbance, software Millenium
v.2.15.01. A coluna empregada foi do tipo C18 de 3,9mm de diâmetro e 150mm
de comprimento, com partículas de 5µm (Nova-Pak
, Waters, USA).
A validação é o processo estabelecido por um estudo de laboratório
visando garantir que o método atenda às exigências das aplicações analíticas,
assegurando a confiabilidade dos resultados. Para tanto, deve apresentar
precisão, exatidão, linearidade, sensibilidade e especificidade adequadas à
análise.
Os reagentes utilizados foram: Triancinolona acetonide-TA (Sigma
chemical Co, St. Louis, MO, USA), água ultra filtrada (Milli Q plus, Millipore,
USA) e acetonitrila grau CLAE (J.T. Baker, Division Mallinckrodt Baker, INC,
Phillipsburg, NJ, USA).
As condições cromatográficas estabelecidas para o ensaio encontram-se
descritas na Tabela 2. Uma solução de TA 25µg/mL em acetonitrila foi utilizada
com padrão de referência.
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
39
Tabela 2- Condições cromatográficas.
Fase móvel Água: acetonitrila (40:60)
Fluxo da fase móvel (mL/minuto) 0,6
Modo do fluxo isocrático
Comprimento de onda no UV (nm) 240
Temperatura da coluna ambiente
Para avaliação da concentração da droga intravítrea, cinco coelhos de
cada grupo foram sacrificados nos dias 3, 7, 14, 21 e 28 dias após as injeções
intra-oculares, com dose letal de tiopental sódico intravenoso (Thiopentax®,
Cristália, Brasil), 100mg/Kg. Em seguida, os animais foram decapitados e os
olhos que receberam as drogas, imediatamente enucleados; o vítreo foi
completamente removido e, logo a seguir, conservado a -18ºC para posterior
determinação da concentração de triancinolona intravítrea pela técnica de
CLAE.
As amostras de vítreo foram descongeladas, homogeneizadas,
acrescidas de 1,0 ml de fase móvel, filtradas em filtros Millex® (0,45U) e
analisadas em duplicata. A quantidade de droga foi expressa como
concentração equivalente de triancinolona, em µg/mL de treo. Também foi
realizado o estudo de meia-vida da droga no vítreo.
3.5. Análise Granulométrica
Para se obter a medida dos grânulos de triancinolona TACP e TASP, foi
utilizada a técnica de espalhamento (ou difração) da luz, através do
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
40
equipamento Hydro 2000S(A), da Malrven Instruments Ltd., Malvern, UK -
Programa: Mastersizer Ver. 5.22.
3.6. Estudo de Toxicidade Retiniana
3.6.1. Observação Clínica
Desconhecendo a que grupo pertencia, dois examinadores realizaram os
exames de inspeção e oftalmoscopia binocular indireta (Topcon®, Japão) em
todos os animais. Esses exames foram feitos no pré-operatório e, nos dias 3, 7,
14, 21 e 28, após a injeção intravítrea. Foram pesquisados os seguintes dados:
quemose, hiperemia ou secreção conjuntival, edema de córnea, hipópio,
catarata, opacidade vítrea e descolamento de retina. Para a dilatação pupilar
foram utilizados tropicamida 0,5% e fenilefrina 2,5% tópicos.
Cinco animais de cada grupo foram submetidos à tonometria através de
TonoPen® (Mentor, EUA) antes da injeção, tendo sido feita escolha aleatória
dos mesmos. O exame foi repetido logo após a injeção, e nos dias 3, 14 e 28
após o procedimento; o valor da pressão ocular considerado para cada olho
avaliado foi a média de três aferições. Após a aferição da PO no pós-operatório
imediato, quando foi constatada a elevação abrupta dos níveis pressóricos, foi
procedida uma paracentese da mara anterior para conseqüente redução da
PO.
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
41
Figura 2- Biotério do Hospital Veterinário Dr. Halim Atique, onde os animais ficaram
confinados após a injeção.
3.6.2. Eletrorretinografia
A função retiniana foi avaliada através de ERG (LKC, EPIC 2000), de
acordo com o protocolo da International Society of Electrophysiology of Vision
(ISCEV). Foi realizado um estímulo tipo flash, utilizando-se uma cúpula de
Ganzfeld (Figura 4). O exame foi dividido em duas fases: fase 1 ou escotópica
(adaptação ao escuro durante 30 minutos, na qual foram estudados os
bastonetes, e fase 2 ou fotópica (adaptação à luz durante 10 minutos), quando
se estudaram os cones. Na primeira fase foram realizados os passos
escotópico B, resposta máxima combinada e potenciais oscilatórios, e na
segunda, os passos fotópico B e flicker (30Hz).
Cinco animais de cada grupo, escolhidos aleatoriamente, foram
submetidos ao exame de eletrorretinografia vinte e quatro horas antes da
injeção, e no vigésimo sétimo dia após a mesma. Os coelhos foram submetidos
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
42
ao ERG sob anestesia com injeção intramuscular de 30mg/Kg de Cloridrato de
Ketamina (Ketamin®, Cristália - 50mg/ml), 4,0mg/Kg de Xilasina (Coopazine®,
Schering-Plough Coopers - 20mg/ml) e da instilação tópica de Cloridrato de
Tetracaína 1% + Cloridrato de Fenilefrina 0,1% (Anestésico colírio®, Allergan).
Figura 3- Técnica de realização do ERG: (A) Disposição dos eletrodos. (B) ERG
(LKC, EPIC 2000). (C) Cúpula de Ganzfeld.
A
B
C
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
43
3.6.3. Estudo histopatológico
No estudo histopatológico, realizado após 28 dias, foram utilizados 10
coelhos, cinco de cada grupo, os mesmos que foram previamente submetidos
ao ERG. Os olhos experimentais desses animais foram analisados com
microscópio de luz.
Os coelhos foram sacrificados com dose letal de tiopental sódico
intravenoso (Thiopentax®, Cristália) e, em seguida, decapitados e enucleados
ambos os olhos. Foram livrados dos tecidos adjacentes e colocados em
solução fixadora (Figura 5).
A solução fixadora empregada para a preparação do exame com
microscopia de luz foi o formaldeído 4% (recentemente preparado a partir do
paraformaldeído) em tampão fosfato de Sorensen 0,1M, pH 7,2. Uma calota
posterior do globo ocular foi separada por meio de incisão equatorial ao nível
da inserção dos sculos retos e, então, dividida em duas partes por um corte
horizontal passando pelo nervo óptico, permanecendo no fixador por 24 horas,
a 4 graus Celsius. Em seguida, as peças foram incluídas rotineiramente em
parafina. Dos blocos, foram produzidos 12 cortes de 5µm de espessura, em
micrótomo Reichert-Jung, modelo RM 2065 (Leica Instruments®, Alemanha).
Os cortes corados em hematoxilina e eosina foram observados com o
microscópio de luz (Carl Zeiss®, Alemanha) e imagens representativas da
retina fotografadas utilizando-se o fotomicroscópio Axiophot (Carl Zeiss,
Alemanha).
Dois olhos de cada grupo, e dois olhos esquerdos (controles) dos
respectivos coelhos, escolhidos aleatoriamente, tiveram o segmento posterior
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
44
recortado do restante do globo ocular e dividido em duas peças por um corte
horizontal passando pelo nervo óptico. As pas foram, então, imersas em
solução de formalddo 2% e glutaraldeído 2% em tampão fosfato 0,1M, pH 7,2,
durante quatro horas, a C. Após lavagem em tampão durante 30 minutos,
fragmentos desses segmentos, com aproximadamente 1,0mm de espessura,
foram refixados em tetróxido de ósmio (OsO
4
) a 1,0% em tampão fosfato 0,1M, pH
7,2, por duas horas, a 4ºC, e desidratados com uma rie crescente de etais.
Os fragmentos de retina foram, eno, tratados com óxido de propileno e incluídos
em Epon 812. Quatorze cortes semifinos de 0,5µm obtidos com ultramicrótomo
Reichert Ultracut S (Leica Instruments®, Alemanha) foram colhidos em lâminas de
vidro, corados com azul de toluidina 1,0% e analisados com microscópio de luz
(Carl Zeis, Alemanha). A partir desses cortes, foram obtidos registros
fotográficos de imagens representativas da retina, utilizando-se o fotomicroscópio
Axiophot. Caso fosse detectada alteração, seria procedido o estudo com
microscópio eletrônico (Philip, EM 208, EUA).
Figura 4- (A) Dissecção do globo ocular; (B) retirada do vítreo após enucleação.
A B
Material e Métodos
____________________________________________________________________________________
45
3.7. Análise Estatística
O estudo considerou uma amostra de 60 coelhos (unidade
experimental), nos quais foram realizadas injeções intravítreas e que foram
sacrificados ao longo de 28 dias. Nos dias 3, 7, 14, 21 e 28 foram sacrificadas
cinco unidades de cada grupo e as concentrações de triancinolona intravítrea
determinadas em µg/mL.
As pressões oculares foram aferidas antes e depois da injeção, no
terceiro dia, no décimo quarto dia e no vigésimo oitavo dia após o
procedimento. Os valores tonométricos dos animais do grupo I foram
comparados àqueles verificados nos animais do grupo II, em cada dia de
pressão aferida.
Os resultados do ERG também foram analisados. As amplitudes das
ondas A e B foram estudadas separadamente, comparando-se os valores
obtidos antes e após vinte e sete dias da injeção intravítrea.
Nessa análise estatística descritiva e exploratória foram observadas a
mediana, a variação interquartílica (respectivamente o 1
o
e o 3
o
quartis) e a
amplitude total descritas nas Tabelas 1 e 2, tendo sido utilizado o teste não-
paramétrico U de Mann-Whitney. O nível de significância (α) utilizado nas
inferências foi de 5% de probabilidade.
Para a verificação dos dados no plano cartesiano foram utilizados
gráficos Box-Plot (mediana e quartis) e gráfico de linhas.
4. RESULTADOS
__________________________________________
Resultados
_____________________________________________________________________________________
47
4.1. Dosagem de Triancinolona
Para a comparação das concentrações de triancinolona entre os grupos
I (TACP) e II (TASP), ao longo do tempo, não foram verificadas diferenças
estatisticamente significativas para os tempos de 3, 14, 21 e 28 dias (valor-
p>0,05) e foram detectadas diferenças estatisticamente significantes para sete
dias (valor-p<0,03) após a injeção intravítrea, indicando maior concentração de
triancinolona com preservativo nesse período. No terceiro dia, a concentração
de triancinolona no grupo I (TACP) apresentava uma mediana de 1903,1µg/ml,
e de 1032,9µg/ml no grupo II (TASP). No sétimo dia, as concentrações de
triancinolona dos grupos I e II apresentavam concentrações com medianas de
1213,0µg/ml e de 570,1µg/ml, respectivamente, quando foi observada
diferença estatisticamente significativa. Nos demais dias estudados, assim
como no terceiro, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os
dois grupos. As medianas das concentrações nos dias 14, 21 e 28 no grupo I
(TACP) foram de 857,8 µg/ml, 442,0 µg/ml e 248,6 µg/ml, respectivamente. Já
no grupo II (TASP), os valores das medianas nesses mesmos dias foram de
516,6 µg/ml, 347,9 µg/ml e 102,8 µg/ml, respectivamente (Tabela 3).
Pode-se notar o comportamento dos dados nas Figuras 5 e 6, com a
apresentação dos valores de mediana. A Figura 5 revela a grande variabilidade
experimental observada em cada grupo.
Resultados
_____________________________________________________________________________________
48
O estudo farmacocinético da meia-vida no vítreo revelou 8,166 ± 1,287
dias no grupo que recebeu a formulação de triancinolona com preservativo, e
7,995 ± 2,793 dias no grupo sem preservativo (Figura 7).
Tabela 3- Concentrações (µg/ml) de TACP (Grupo I) e TASP (Grupo II) nos dias
observados.
Tempo
Mínimo
1
0
qu
artil
Mediana
3
0
quartil
Máximo
Grupo I
3 dias 835,6 1573,1 1903,2 1944,8 2310,0
7 dias 678,9 1173,7 1213,0 1215,9 1971,6
14 dias
362,9 807,0 857,8 864,8 960,1
21 dias
122,1 385,0 442,0 564,3 668,8
28 dias
64,3 172,7 248,6 255,5 275,4
Grupo II
3 dias 1005,7 1010,6 1032,9 1770,6 1992,7
7 dias 371,6 526,2 570,1 897,1 913,3
14 dias
304,7 342,4 516,6 682,7 688,9
21 dias
124,0 147,8 347,9 391,8 437,6
28 dias
30,8 77,2 102,8 190,9 196,0
Resultados
_____________________________________________________________________________________
49
Figura 5- Variabilidade da concentração em relação ao tempo para os grupos de
coelhos que receberam as drogas com preservativo grupo I / TACP (verde) e sem
preservativo – grupo II / TASP (azul) (Box-Plot).
Figura 6- Curva cinética comparativa da concentração de triancinolona (em µg/mL -
diluída em 10 mL) em relação ao tempo entre os grupos de coelhos que receberam as
drogas com preservativo - grupo I / TACP (vermelho) e sem preservativo - grupo II /
TASP (azul).
Resultados
_____________________________________________________________________________________
50
0 7 14 21 28
4
5
6
7
8
Com AB
Sem AB
Dias
Ln[µg/mL]
Figura 7- Curva comparativa da meia-vida entre as formulações com preservativo
álcool benzílico (TACP = com AB) e sem preservativo (TASP = sem AB).
4.2. Análise Granulométrica
Essa análise mostrou a maior medida do tamanho dos grânulos de
triancinolona na formulação com preservativo em relação à droga sem
preservativo (Figuras 8 e 9).
Resultados
_____________________________________________________________________________________
51
Figura 8 - Análise granulométrica da triancinolona com preservativo (TACP)
Figura 9 - Análise granulométrica da triancinolona sem preservativo (TASP)
4.3. Observação Clínica
No acompanhamento pós-operatório dos animais, o exame de inspeção
revelou hiperemia conjuntival e edema corneano na maioria dos coelhos dos
dois grupos, logo após a injeção da droga intravítrea; provavelmente pelo
Resultados
_____________________________________________________________________________________
52
aumento súbito da pressão ocular, havendo resolução do mesmo após
paracentese de alívio. Não foi observada secreção ocular externa nem hipópio
em nenhum animal de ambos os grupos. Também não se detectou
opacificação do cristalino durante o período estudado.
Os achados oftalmoscópicos mostraram-se dentro da normalidade, não
ocorrendo hemorragias ou descolamento de retina em qualquer animal.
Quanto à tonometria, foi observado aumento súbito da pressão ocular,
imediatamente após a injeção intravítrea em ambos os grupos, havendo
regressão gradativa durante os dias estudados (Tabela 4; Figura 10).
Comparando as drogas com preservativo (grupo I TACP) versus sem
preservativo (grupo II TASP) em relação à pressão intra-ocular, ao longo do
tempo, chegou-se à conclusão de que não houve diferenças estatisticamente
significativas através do teste de Mann-Whitney (valor-p < 0,05). Quando a
comparação foi feita entre os valores de cada grupo, houve um aumento
significativo da pressão intra-ocular imediatamente após a injeção e no terceiro
dia após o procedimento (p < 0,05).
Tabela 4 – Valores tonométricos brutos (em mmHg) entre os dois grupos
TACP TASP
Pré
19, 11
,
7, 16, 9 8, 17, 7, 8, 13
30 segundos
58, 54, 90, 86, 80 89, 55, 63, 60, 89
3 dias
63, 42, 39, 34, 27 42, 32, 42, 37, 43
14 dias
59, 39, 35, 27, 22 37, 29, 37, 34, 39
28 dias
28, 35, 34, 35, 32 14, 34, 32, 27, 39
Resultados
_____________________________________________________________________________________
53
Figura 10- Variabilidade da pressão intra-ocular em relação ao tempo para os grupos
de coelhos que receberam as drogas com preservativo - grupo I / TACP (verde) e sem
preservativo - grupo II / TASP (azul).
4.4. Eletrorretinografia
O ERG não mostrou sinais de toxicidade retiniana causada pela
triancinolona, de ambos os grupos, ou pelo veículo álcool benzílico, do grupo I,
na cavidade vítrea. As amplitudes das ondas A e B permaneceram normais
após os 27 dias de avaliação (Figuras 11 e 12). Houve alta variabilidade dos
dados nos dois grupos, porém não foi observada diferença estatisticamente
significativa antes da injeção intravítrea e 27 dias após a mesma, quando
Resultados
_____________________________________________________________________________________
54
comparados os olhos com as drogas (direitos) com os olhos contralaterais,
virgens de tratamento (Figura 13).
Figura 11- Representação esquemática das curvas obtidas no estudo
eletrorretinográfico (resposta máxima combinada) de um olho experimental de um
animal do Grupo I antes da injeção intravítrea de triancinolona com preservativo -
TACP (esquerda) e após 27 dias (direita).
PRÉ PÓS
Resultados
_____________________________________________________________________________________
55
Figura 12- Representação esquemática das curvas obtidas no estudo
eletrorretinográfico (resposta máxima combinada) de um olho experimental de um
animal do Grupo II antes da injeção intravítrea de Triancinolona livre de preservativo -
TASP (esquerda) e após 27 dias (direita).
P
P
ÓS
Resultados
_____________________________________________________________________________________
56
Antes
Depois
TD TE KD KE
Droga
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
Amplitude da onda
Figura 13- Variabilidade da amplitude da onda B de acordo com a droga utilizada para
os olhos direito (tratamento) e esquerdo (controle). K = grupo I (TACP); T = grupo II
(TASP); D = olhos direito; E = olhos esquerdo.
4.5. Estudo Histopatológico
No estudo histopatológico com microscopia de luz, a retina apresentou
aspecto normal em todos os olhos estudados, de ambos os grupos, após o
vigésimo oitavo dia de avaliação. Especificamente, não foram observados
sinais de necrose retiniana, perda de fotorreceptores, restos celulares,
degeneração cística, infiltrados inflamatórios ou hipocelularidade das camadas
nucleares (Figura 14). O corpo dos fotorreceptores encontrava-se intacto, sem
sinais de picnose. A concentração dos cones variou de quatro a sete por
Resultados
_____________________________________________________________________________________
57
100µm
2
em ambos os grupos. Os vacúolos apresentaram-se dentro da
normalidade. Também não foram encontradas alterações na camada de
células ganglionares e no epitélio pigmentado.
Grupo I (TACP) Controle
Grupo II (TASP) Controle
Figura 14- Cortes semifinos da retina dos animais, corados com azul de toluidina:
Aspecto morfológico normal preservado, tanto nos coelhos tratados (A) e (C), como
nos respectivos controles (B) e (D).
A
B
C
D
5. DISCUSSÃO
__________________________________________
Discussão
_____________________________________________________________________________________
59
O presente estudo demonstrou o comportamento da formulação
contendo triancinolona e preservativo álcool benzílico (TACP), e da formulação
da mesma droga sem preservativo (TASP), após a injeção na cavidade vítrea
de olhos de coelhos.
Em relação à concentração intravítrea, observou-se maior concentração
da droga no grupo I apenas no sétimo dia após a injeção intravítrea da droga.
Nos dias 3, 14, 21 e 28 não houve diferença estatisticamente significativa entre
os grupos. O comportamento da curva de concentração mostrou regressão
gradativa da droga na cavidade vítrea, em ambos os grupos, durante os dias
estudados. As medianas dos níveis intravítreos de triancinolona variaram de
1903,2µg/ml, no terceiro dia, a 248,6µg/ml, 28 dias após a injeção intravítrea,
no grupo I. No grupo II, a variação das medianas foi de 1032,9µg/ml, no
terceiro dia, e de 102,8µg/ml no vigésimo oitavo dia após o procedimento.
Kim et al. (2006), ao compararem a farmacocinética de uma formulação
contendo triancinolona com preservativo álcool benlico e livre de preservativo,
em olhos de coelhos, observaram meia-vida semelhante da droga entre as
formulações, na concentração de 4mg, sendo de 24 dias nos olhos em que
foram injetados triancinolona livre de preservativo, e de 23 dias, nos olhos que
continham a droga com preservativo álcool benzílico em sua fórmula. Nesse
mesmo estudo foi observado que a meia-vida aumentou para trinta e nove dias
quando foi injetada triancinolona numa concentração de 16mg. Em nosso
trabalho, a quantidade de triancinolona encontrada em ambos os grupos foi
Discussão
_____________________________________________________________________________________
60
inferior à observada no estudo de Kim et al. (2006). Como conseqüência, a
meia-vida encontrada em ambas as formulações (TACP = 8,166 ± 1,287 ; TASP
= 7,995 ± 2,793 dias) também foi inferior àquela verificada por Kim ( TACP = 23 ;
TASP = 24 dias). Vários fatores podem influenciar na diferença de
concentração de droga, como, por exemplo, tamanho do olho coelho, tipos de
seringa ou agulha, eliminação de sobrenadante da formulação. Ober et al.
(2006) descreveram essa variação, e que agulhas de menor calibre, utilizadas
nas injeções, e a remoção do preservativo aquoso da fórmula através de filtros,
parecem aumentar a concentração da mesma, porém, ainda assim, com
resultados variados. Spandau et al. (2005) também observaram que o método
de preparação da triancinolona no laboratório pode alterar a concentração da
droga. Enfim, é natural que haja alteração na concentração da droga, quando
se trata de estudos realizados em diferentes centros de pesquisa. Desde
animais de diferentes tamanhos, agulhas de calibres variados, seringas de
medidas distintas, laboratórios com técnicas específicas para confecção da
triancinolona, até mesmo o fato dos procedimentos injeção intravítrea e
dissecção do globo ocular serem realizados por diferentes pesquisadores,
podem contribuir para essa diferença de concentração da droga, entre o nosso
trabalho e o estudo de Kim et al. (2006). Por se tratar de um estudo
comparativo, foi fundamental o fato de a mesma técnica ter sido empregada
pelo mesmo pesquisador para a injeção de ambas as formulações do
corticóide, o que reduz drasticamente parte dos vieses decorrentes dos motivos
acima apresentados.
Discussão
_____________________________________________________________________________________
61
É importante ressaltar a dificuldade na precisão da dose decorrente do
pequeno volume a ser injetado (precisão de medida de volume) e em função do
tipo de formulação (precisão na concentração). Nesse ultimo aspecto, cabe
enfatizar que por se tratar de uma suspensão a velocidade de sedimentação
estará diretamente relacionada às características de sua composição e
também à uniformidade de dispersão de partículas alcançada durante o
processo de reconstituição (agitação) que antecede a administração.
A análise granulométrica realizada no presente estudo mostrou um
tamanho maior do grânulo da triancinolona com preservativo (TACP), em
relação à droga sem preservativo (TASP), o que pode, talvez, explicar a
absorção mais rápida dessa e a menor concentração no sétimo dia do estudo.
As medidas tonométricas realizadas antes da injeção, logo após a
mesma, e nos dias 3, 14 e 28, mostraram que não houve diferença
estatisticamente significativa entre os dois grupos durante os dias estudados.
No entanto, quando cada grupo foi analisado separadamente, houve aumento
significativo da mesma imediatamente após a injeção e no terceiro dia do
estudo, não havendo, a partir de então, novos picos hipertensivos em nenhum
dos olhos estudados durante o período de 28 dias. Thompson (2006) observou
aumento significativo da pressão intra-ocular em 9,7% de 93 olhos de
pacientes diabéticos submetidos à injeção intravítrea de triancinolona para
tratamento de edema macular (follow-up = 140 dias). Entretanto, McGee et al
(2005) não observaram aumento significativo da pressão intra-ocular após
injeção intravítrea de triancinolona em olhos de coelhos. no estudo de Kai et
al (2006) foi detectado aumento significativo da pressão ocular após injeção
Discussão
_____________________________________________________________________________________
62
intravítrea de triancinolona com preservativo em olhos de coelhos albinos, o
que corrobora com nossos achados.
Acredita-se que a hipertensão ocular induzida por corticosteróides seja
dependente da dose e da duração do tratamento e, presumivelmente, o reflexo
da quantidade da droga que atinge a câmara anterior e a malha trabecular
(BECKER, 1965; ARMALY, 1967). A presença da droga nessa região do olho
não foi avaliada no presente estudo e, apesar de isto ser esperado, não se
pode assegurar que tenha atingido níveis terapêuticos. Outro ponto importante
a ser discutido é o tempo de seguimento, já que alguns estudos mostram
ocorrência de elevação da pressão intra-ocular meses após o procedimento de
injeção intravítrea de triancinolona (Kai, 2005; Thompson, 2006). Um período
de seguimento superior a 28 dias e com amostra maior, talvez pudesse ter
evidenciado hipertensão ocular posterior a esse período. Novas pesquisas
poderão trazer dados clínicos relevantes sobre o tema.
Todavia, alguns fatores devem ser considerados na interpretação dos
resultados tonométricos. Ficou demonstrado, em estudo anterior, que os
coelhos apresentam menor susceptibilidade para o aumento da pressão ocular
induzida por uso de corticosteróide do que o homem (KNEPPER et al., 1978).
Futuros testes clínicos deverão excluir, obviamente, pacientes com história de
glaucoma ou de aumento da pressão ocular após uso de corticosteróides.
O uso de ketamina intramuscular para a anestesia dos animais, durante
os procedimentos, é capaz de provocar o aumento da pressão ocular em olhos
de coelhos. Sabe-se, porém, que o efeito hipertensivo da droga é, em média,
de apenas 7% (ANTAL; MUCSI; FALUDI, 1978). Quanto ao eletrorretinograma,
Discussão
_____________________________________________________________________________________
63
não é relatada influência da ketamina no resultado do exame (SASOVETZ,
1978).
Os exames de inspeção e oftalmoscopia binocular indireta não
evidenciaram sinais de toxicidade que pudessem ser atribuídos à triancinolona
ou ao preservativo álcool benzílico, incluindo a formação de catarata. Porém, o
tempo de seguimento pode não ter sido suficientemente longo para possibilitar
sua ocorrência, pois é sabido que a catarata é uma conseqüência adversa do
uso prolongado de corticosteróides (URBAN; COTLIER, 1986). Islam, Vernon e
Negi (2007) observaram formação de catarata em 81% de olhos de pacientes
diabéticos submetidos a tratamento com triancinolona intravítrea até dois anos
após a aplicação. No presente estudo, não houve, portanto, trauma
cristalineano com a agulha, no momento das injeções intravítreas, que pudesse
provocar rápida opacificação do mesmo.
A ausência de sinais de toxicidade intra-ocular foi confirmada nos
estudos com ERG e histopatologia. Os cortes incluídos em parafina foram
examinados e a avaliação detalhada foi feita nos cortes semifinos, incluídos em
resina, que apresentaram melhor qualidade de preservação e melhor definição
de imagem em face da sua reduzida espessura. O exame realizado com o
microscópio de luz evidenciou normalidade anatômica da retina dos animais
estudados, não se observando lesão de fotorreceptores, morte celular,
necrose, presença de macrófagos ou demais infiltrados inflamatórios. A
camada de células ganglionares, bem como o epitélio pigmentado da retina,
mostraram-se sem alterações nos dois grupos e nos respectivos controles.
Discussão
_____________________________________________________________________________________
64
Alguns estudos revelam alterações histológicas da retina após injeção
intravítrea de triancinolona. Yu et al. (2006) observaram destruição da camada
externa de fotorreceptores e migração de células “macrófagos-like” para o
espaço subrretiniano, após injeção de triancinolona intravítrea em olhos de
coelhos nas doses de 4, 8 e 20mg, sendo que nessa última dosagem também
foi evidenciado dano mais extenso e aumento de grânulos de pigmentos nas
células do epitélio pigmentado da retina, além de alterações citoplasmáticas.
Kim et al. (2006) não evidenciaram alterações histológicas na retina após a
administração de triancinolona intravítrea em olhos de coelhos, o que corrobora
com os resultados obtidos em nosso trabalho.
O presente estudo utilizou-se apenas de animais sadios, com olhos
normais, para que qualquer efeito adverso pudesse ser atribuído à droga ou ao
preservativo álcool benzílico, injetados na cavidade vítrea, e não a uma
patologia prévia, como inflamações intra-oculares, que talvez pudessem alterar
a farmacocinética da droga. Os efeitos adversos como glaucoma, toxicidade e
catarata, devem ser complementados com novas investigações, principalmente
com relação ao tempo de seguimento e ao número de animais envolvidos no
estudo. Também se torna necessário um estudo comparativo da eficácia entre
as duas drogas em seres humanos, no tratamento do edema macular
diabético, por exemplo, que houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos no sétimo dia de estudo.
6. CONCLUSÕES
__________________________________________
Conclusões
_____________________________________________________________________________________
66
O presente estudo mostrou que a formulação contendo triancinolona e
preservativo álcool benzílico (TACP) apresentou níveis de concentração de
droga maiores que a da formulação sem preservativo (TASP), apenas no
sétimo dia de estudo, e que no restante do período estudado, o comportamento
entre as formulações foi semelhante.
O procedimento de injeção intravítrea de triancinolona, que é bastante
utilizado no tratamento de doenças do segmento posterior do olho em
humanos, mostrou-se um método seguro para se obter níveis terapêuticos da
droga na cavidade vítrea de olhos de coelhos.
Não foram evidenciados sinais de toxicidade retiniana, que pudessem ter
sido causados pela presença da triancinolona e/ou do preservativo álcool
benzílico na cavidade vítrea, após a realização de ERG e histopatologia. A
função da retina e seu aspecto anatômico mantiveram-se preservados ao final
do vigésimo oitavo dia de avaliação
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2006.
8. ANEXO
__________________________________________
ANEXO
_____________________________________________________________________________________
74
ANEXO 1
APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
ANEXO DE PUBLICAÇÃO
__________________________________________
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
Vitreous pharmacokinetics and retinal toxicity comparative study of preserved
and non preserved triamcinolone in rabbits eyes
RC Oliveira
1
*, R Jorge
1
, RC Siqueira
1
, MA Bonini-Filho
1
, A Haddad
2
, FM Damico
3
, A
Maia-Filho
4
, PTB Crispim
5
, AS Cunha-Jr
6
1
Department of Ophthalmology, Otohrinolaryngology Head and Neck Surgery, School
of Medicine of Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.
2
Department of Cellular and Molecular Biology and Pathogenic Agents, School of
Medicine of Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.
3
Department of Ophthalmology, University of São Paulo, São Paulo, Brazil.
4
Faculty of Veterinary Medicine, University of Rio Preto, São José do Rio Preto, São
Paulo, Brazil.
5
Department of Mathematics, Federal University of Rondônia, Porto Velho, Rondônia,
Brazil.
6
Faculty of Pharmacy, Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas
Gerais, Brazil.
*Corresponding author. Tel.: 55-69-3229 2929; Fax: 55-69-3229 1820
E-mail address: [email protected]
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
2
ABSTRACT
Purpose: To compare the intravitreous pharmacokinetic profile of benzyl alcohol
triamcinolone acetonide formulation (TA-BA) versus preservative-free triamcinolone
acetonide formulation (TA-PF), and evaluate potential signs of toxicity to the retina.
Methods: A total of 60 New Zealand male white rabbits, divided in two groups, were
studied. In TA-BA group, 30 rabbits received 4mg (0,1ml) of preservative benzyl
alcohol triamcinolone acetonide formulation into the vitreous of the right eye. In TA-PF
group, 30 rabbits received 4mg (0,1ml) of preservative-free triamcinolone. The
intravitreal drug levels were determined in 25 animals from each group by high-
performance liquid chromatography (HPLC). The toxicity of the intravitreal injections
was evaluated in five animals from each group by electroretinography (ERG) and by
light microscopy. Results: Median intravitreal concentrations of TA-BA-(µg/mL) were
1903.1, 1213.0, 857.8, 442.0, 248.6 at 3,7,14, 21 and 28 days after injection. Intravitreal
concentrations of TA-PF-(µg/mL) were 1032.9, 570.1, 516.6, 347.9, 102.8 at 3,7,14, 21
and 28 days after injection. At 7 days after injection, the median triamcinolone
intravitreous concentration in TA-BA group was higher than the mean concentration in
TA-PF group. TA half-lives observed were 8,166 ± 1,287 days in TA-BA group, and
7,995 ± 2,793 days in TA-PF group. There was no evidence of toxic effects on both
groups based on histological and ERG findings. Conclusions: Our findings showed that
preservative benzyl alcohol triamcinolone acetonide formulation, and preservative-free
triamcinolone acetonide formulation had different vitreous concentration just at 7 days
after injection. No toxic reactions in the retina were observed in both groups.
Keywords: Triamcinolone; Preservative benzyl alcohol; Vitreous pharmacokinetics
Retina.
Anexo de Publicação
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3
INTRODUCTION
The treatment of posterior segment diseases of the eye is to a significant extent
limited by the difficulty in delivering effective doses of drugs to the vitreous, retina and
choroid
1,2
. Some chronic diseases need a prolonged treatment and, regarding the
posterior tissues of the eye, the difficult is to delivery the active drug to this region.
Topical delivery is not effective due to the limited intraocular penetration. Chronic
systemic administration may be effective but has numerous side effects, especially with
corticosteroid therapy. Intravitreal injections of drugs maintain the therapeutic level of
the agent without systemic side effects
3-5
.
Intravitreal administration of triamcinolone acetonide has been widely used for
the treatment of eye diseases including edema secondary to diabetic retinopathy, central
and branch retinal vein occlusion
6
, Irving-Gass Syndrome
1,2,7
, uveits
3,6,7
, choroidal
neovascularization associated with age related macular degeneration
7-9
, and proliferative
vitreoretinopathy
3,10
. Unfortunately, there have been reports of sterile endophthalmitis
11-14
and vision loss thought to be related to the preservative and/or dispersion agent
15,16
.
In the present study, the intravitreous pharmacokinetic profile of benzyl alcohol
triamcinolone acetonide formulation, and preservative-free triamcinolone acetonide
formulation was compared, and evaluated potential signs of toxicity to the retina.
MATERIALS AND METHODS
Sixty male New Zealand white rabbits, weighting approximately 2.0 to 2.5 Kg,
were studied. Throughout the observation period, the animals were maintained at the
animal facility of the Faculty of Veterinary Medicine of the University of Rio Preto, São
Anexo de Publicação
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4
José do Rio Preto, São Paulo, Brazil. They were kept in a quiet and climatically
controlled environment, with free access to standard rabbit chow and water.
Experiments were carried out in accordance with the guidelines set forth by the
Association for Research in Vision and Ophthalmology (ARVO) statement for the use
of animals in ophthalmic and vision research. The study was approved by the Ethics
Committee for Animal Experimentation of the School of Medicine of Ribeirão Preto,
University of São Paulo.
Surgical Procedures
The animals were divided into two groups. In group I, 4 mg of benzyl alcohol
triamcinolone acetonide formulation 40 mg/ml (TA - Kenalog® Bristol-Myers, EUA)
were injected into the vitreous of the right eye of 25 rabbits. In group II, 25 rabbits
received 4 mg of preservative-free triamcinolone acetonide formulation 40 mg/ml (TA-
PF - Ophthalmos® São Paulo, Brazil).
The rabbits were anesthetized with an intramuscular injection of 30 mg/Kg
ketamine hydrochloride (Ketamin®, Cristália, Brazil – 50 mg/ml) and 4 mg/Kg xylasine
hydrochloride (Coopazine®, Schering-Plough Coopers, Brazil 20 mg/ml). The ocular
surface was then anesthetized by topical instillation of 1% proparacaine ophthalmic
drops (Anestésico®, Allergan). The pupils were dilated with 1 drop each of
phenilephrine hydrochloride (2.5% w/v) and tropicamide (0.5% w/v). At baseline,
clinical eye examination was performed, and after adequate anesthesia and akinesia
were obtained, the right eye was injected 1 mm behind the surgical limbus in the
superotemporal quadrant with 0.1 ml of either benzyl alcohol triamcinolone acetonide
formulation (Kenalog®) and preservative-free triamcinolone acetonide formulation
Anexo de Publicação
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5
(Ophthalmos®). Anterior chamber paracentesis was performed to reduce the intraocular
pressure in all rabbits.
Five animals of each group were were euthanized with an overdose of
intravenous thiopental (Thiopentax®, Cristália, Brazil) 100 mg/Kg at 3, 7, 14, 21 e 28
days following injection and their right eyes were immediately enucleated. The vitreous
of 25 animals of each group were completely removed and frozen at -18
o
C until the
triamcinolone concentrations were determined.
Drug Level Analysis
The intravitreal drug levels were determined by high-performance liquid
chromatography (HPLC). The equipment used was Waters, pump 515, automatic
injector 717 plus, UV detector 2487-dual lambda absorbance, software Millenium
v.2.15.01 (Nova-Pak
, Waters, USA). A C-18 column (5µm; 3.9 x 150 mm) was also
used for separation. The flow rate used was 0.6 ml/min with a mobile phase of 60% of
acetonitrile and 40% of water by the volume.
The amount of triamcinolone was expressed as triamcinolone equivalent
concentration (µg/ml).
TA-BA and TA-PF Granulometry
Triamcinolone granules size from both formulations were evaluated by Hydro
2000S(A), da Malrven Instruments Ltd., Malvern, UK.
Anexo de Publicação
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6
Clinical Examination
Clinical evaluation included ocular inspection and binocular indirect
ophthalmoscopy (Topcon®, Tokio, Japan) preoperatively and at 3, 7, 14, 21, and 28
days after injection, in all animals, and was done by two blinded observers.
The intraocular pressure (IOP) of the experimental eyes was measured in five
animals of each group at baseline and at 3, 14 and 28 days after injection using
TonoPen® (Mentor, US).
Electroretinographic Study
Retinal function was evaluated in both eyes of another 5 animals of each group
at baseline and at 27 days after injection by electroretinography (ERG) using a LKC
model EPIC 2000 unit with a Ganzfeld flash unit (VPA-10, Cadwell), in accordance
with the International Society of Electrophysiology of Vision (ISCEV). Scotopic ERGs
were performed after at least 30 minutes of dark adaptation and photopic ERGs were
performed at a frequency of 30 Hz after at least 10 minutes of light adaptation.
Histopathologic Study
Five rabbits from each group, used for ERG analysis, were killed at 28 days for
histopathologic analysis. The experimental eyes were enucleated and then prepared for
light and electron microscopy.
The eyes were hemisected at the equator and their posterior segments were fixed
in 2% formaldehyde plus 2%glutaraldehyde in 0.1 M phosphate buffer, pH 7.2, for 4
hours, at 4
o
C. After washing in buffer, small pieces were fixed in 1% osmium tetroxide
in 0.1 M phosphate buffer for 2 hours, at 4
o
C. They were then dehydrated in graded
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
7
ethanol, cleared in propylene oxide and embedded in Epon 812 resin. Semi thin sections
(0.5µm) were stained with Toluidine blue for examination by light microscopy (Carl
Zeiss®, Germany). If any change was detected at light microscopy, electron microscopy
(Philips®, EM 208, EUA) would then be performed.
Statistical Analysis
The Mann-Whitney non parametric test was used to compare intravitreal
triamcinolone levels. The same test was used to study IOP in both groups. For all tests,
the level of significance was set at α = 0.05, two tailed.
RESULTS
In vivo Release Study
The triamcinolone concentration in the vitreous along 28 days of evaluation is
presented in Figures 6 and 7. Median intravitreal concentrations of TA-BA-(µg/mL)
were 1903.1, 1213.0, 857.8, 442.0, 248.6 at 3,7,14, 21 and 28 days after injection.
Intravitreal concentration of TA-PF-(µg/mL) were 1032.9, 570.1, 516.6, 347.9, 102.8 at
3,7,14, 21 and 28 days after injection. Median benzyl alcohol triamcinolone acetonide
(TA-BA) vitreous concentration was higher than preservative-free triamcinolone
acetonide (TA-PF) only 7 days after injection. In other study periods, there was no
statistically significant difference in TA vitreous concentrations between both groups
(Figures 1 and 2). The half-lives of triamcinolone in TA-BA group and TA-PF group
were found to be 8,166 ± 1,287 and 7,995 ± 2,793 days, respectively (Figure 10).
Anexo de Publicação
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8
TA-BA and TA-PF Granulometry
Triamcinolone particles’ size analysis showed that TA-PF granules had smaller size
when compared to TA-BA ones. (Figures 8 and 9)
Clinical Examination and IOP analysis
Mild hyperemia was noticed under eye inspection immediately after injection in
all rabbits. After day-one study period, no inflammatory signs were noticed under eye-
inspection in any rabbit from both groups. Indirect ophthalmoscopy did not show
evidence of drug toxicity in the animals from both groups during the 28 days period of
the study. There was no endophthalmitis, retinal detachment or cataract after injections.
There was a significant increase in intraocular pressure immediately after
intravitreal injection of TA and at 3 days after the procedure in both groups (p<0,05).
The statistical analysis of IOP between TA-BA group and TA-PF group showed no
significance at any study period (p>0,05) (Figure 3).
Electroretinography Study
By ERG, no signs of retinal toxicity were observed in the experimental eyes of
any 5 animals of each group. At 27 days, the A-wave amplitude and the B-wave
amplitude were not significantly different from baseline (Figures 4, 5 and 6).
Histopathologic Study
Histopathologic examination of the experimental eyes showed no signs of retinal
toxicity or inflammatory cell infiltration. No structural abnormalities were noted at day
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
9
28 by light microscopy and the normal anatomy of the retina was preserved in both
groups (Figure 7).
DISCUSSION
The present study showed a statistically significant difference between TA-BA
and TA-PF concentrations 7 days after injection, when TA-BA (group I) was higher
than TA-PF (group II). This quicker initial clearance of triamcinolone may be related to
smaller triamcinolone granules from TA-PF, facilitating its clearance, although in
previous reports using a different TA-PF formulation, vitreous levels of TA-BA and
TA-PF were not significantly different
7
.
Intravitreal triamcinolone levels from both formulations shows variability
regarding the same group and study period. This variation has been verified elsewhere
and is related to drug shaking and aspiration bias intrinsic to the procedure
33
. This also
may also explain our 3-day triamcinolone dosage of less than 2 mg of TAAC in both
groups, when compared to the ~3,5mg reported by Kim for both formulations at the
same study period (estimated data according to elimination rate constant). As a
consequence, extrapolated TA half-lives from both formulations (TA-PF: 7,995 ±
2,793; TA-BA: 8,166 ± 1,287 days) were also lower than the ones reported by Kim
(TA-PF: 24 days; TA-BA: 23 days). However, since the procedures in both groups were
performed by the same experienced retinal surgeon, using an adequate number of
animals
7,23,34,35
, bias regarding the intravitreal injection were equalized, allowing precise
conclusions mainly regarding comparative analysis.
No difference on intraocular pressure was verified between both groups;
however a significant increase on intraocular pressure occurred in both groups
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
10
immediately and at 3 days after injection. Similar increase on intraocular pressure was
verified by Kai et al.
37
in rabbits, and by Thompson (2006)
38
, in humans, although
rabbits have less susceptibility to develop secondary ocular hypertension due to
corticosteroids when compared to humans. Although, McGee et al.
39
did not observe a
significant IOP increase after IVTA in rabbits eyes. In addition, cataract is also an
important complication of intraocular steroids
31,37,38
and was not observed in the present
study probably due to the short follow-up period.
The present study showed no clinical signs of toxicity regarding both TA
formulations. There was also no signs of retinal toxicity after ERG and histopathologic
studies. Accordingly, Kim et al.
7
also studied histopathologic and ERG results after
intravitreal injections of preservative benzyl alcohol triamcinolone acetonide
formulation and preservative-free triamcinolone acetonide formulation in rabbits eyes,
and observed no toxicity signs. However, Yu et al.
32
observed histopathologic
alterations after intravitreal triamcinolone injection in rabbits eyes.
In summary, both TA formulations show similar vitreous pharmacokinetics on
normal rabbit eyes, except for a higher decrease on TA levels 7 days after TA_PF
injection, probably related to TA-PF granules size. Both TA were well tolerated and did
not lead to any retina toxicity.
REFERENCES
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Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
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Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
16
FIGURES LEGENDS
Figure 1- In vivo profile of triamcinolone concentration after intravitreal injections. A
comparative box-plot graphic between group I (TA-BA) and group II (TA-PF).
Figure 2- Comparative kinetic curve between group I (TA-BA) and group II (TA-PF).
Figure 3- Comparative IOP box-plot graphic between group I (TA-BA) and group II
(TA-PF).
Figure 4- Representative electroretinography of an eye receiving preservative benzyl
alcohol triamcinolone acetonide formulation (TA-BA – group I) at baseline (left) and at
27 days after injection (right).
Figure 5- Representative electroretinography of an eye receiving preservative-free
triamcinolone acetonide formulation (TA-PF – group II) at baseline (left) and at 27 days
after injection (right).
Figure 6- ERG statistical analysis. There was no statistical difference in B-wave
amplitude between the preoperative period and 27 days after injection, in both groups
(R = right eye; L = left eye).
Figure 7- Semi thin section of the retina of a group I rabbit (A = 28 days after TA-BA
injection; B = control / left eye) and a group II rabbit (C = 28 days after TA-PF
injection; D = control / left eye).
Figure 8- TA-BA representative granulometry
Figure 9- TA-PF representative granulometry
Figure 10- Comparative TA half-lives curve between group I (TA-BA) and group II
(TA-PF).
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
17
Figure 1
Figure2
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
18
Figure 3
Figure 4
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
19
Figure 5
Figure 6
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
20
Figure 7
A
B
C
D
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
21
Figure 8
Figure 9
Anexo de Publicação
____________________________________________________________________________________
22
Figure 10
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