Download PDF
ads:
Universidade Federal de Mato Grosso
Instituto de Saúde Coletiva
Circunferência da cintura e índice de massa corporal
e sua associação com hipertensão arterial na
população adulta de Cuiabá, Mato Grosso
Larissa Silva Barbosa
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva para obtenção
do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientador: Prof. Dr. Luiz César Nazário Scala
Co-orientadora: Profª. Drª Márcia Gonçalves
Ferreira Lemos dos Santos
Cuiabá
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Circunferência da cintura e índice de massa corporal
e sua associação com hipertensão arterial na
população adulta de Cuiabá, Mato Grosso
Larissa Silva Barbosa
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação e
m Saúde Coletiva do
Instituto de Saúde Coletiva da Universidade
Federal de Mato Grosso para obtenção do
título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientador: Prof. Dr. Luiz César Nazário Scala
Co-orientadora: Profª. Drª Márcia Gonçalves
Ferreira Lemos dos Santos
Cuiabá
2007
ads:
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
B238c
Barbosa, Larissa Silva.
Circunferência da cintura e índice de massa corporal e sua associa-
cão com hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Gro-
sso. / Larissa Silva Barbosa. Cuiabá: a autora, 2007.
109 fls.
Orientador: Prof. Dr. Luiz César Nazário Scala.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso.
Instituto de Saúde Coletiva. Campus de Cuiabá.
1. Saúde. 2. Patologia. 3. Problemas cardíacos. 4. Pressão. 5. An-
tropometria. 6. Massa Corporal. 7. IMC. 8. Hipertensão. 9. População.
10. Adulto. 11. Cuiabá. I. Título.
CDU 616.12-008.331.1
Dedico esta conquista
Dedico esta conquistaDedico esta conquista
Dedico esta conquista
À minha família, que com paciência, compreendeu minha vivência a longa distância
por vários anos, enquanto estava em busca dos meus sonhos.
À minha grande amiga Andréia Zimpel Pazdziora, amiga de todas as horas, pelo
constante estímulo e também pelas idéias sempre coerentes e criativas, que
enriqueceram meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
Muitos contribuíram para que esta dissertação fosse escrita: meus docentes,
meus colegas e amigos e minha família. Essas pessoas fazem ou fizeram parte da
minha vivência profissional e, de algum modo, estão presentes em cada página desta
obra. Agradeço a contribuição e o carinho, retribuindo com aquilo em que investi
durantes esses anos o que elas me ajudaram a conseguir: conhecimento.
Não palavras, nem gestos que possam fazer jus ao meu profundo
agradecimento por aqueles que me apoiaram nesses momentos.
Mas em especial, agradeço:
Ao Prof. Dr. Luiz César Nazário Scala, meu orientador, pela orientação
técnica e científica indispensável para o desenvolvimento deste trabalho, extrema
compreensão, apoio e incentivo.
À Profª. Drª Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos, minha co-
orientadora, pelos valiosos ensinamentos e, principalmente, pela paciência, carinho,
compreensão e apoio na execução desta dissertação.
Aos docentes do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade Federal de Mato Grosso, cujas portas estiveram sempre abertas a nos
auxiliar em todos os esclarecimentos e orientações solicitadas.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPQ) pelo apoio financeiro.
Aos meus amigos Eduardo de Araújo Silva, Andréia Zimpel Pazdziora,
Márcia Regina Haddad Marques, Edirene da Silva Porto, Tânia Maria do Rosário,
Leila Auxiliadora de Arruda Alencar e Francelino Darcy Braga Júnior por
compartilharem comigo as dificuldades e conquistas de uma pós-graduação.
RESUMO
Barbosa LS. Circunferência da cintura e índice de massa corporal e sua associação
com hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso [dissertação de
mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2007.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui-se em um dos maiores problemas de
saúde pública no Brasil, devido à elevada morbidade e mortalidade da doença e pelas
implicações sócio-econômicas para o seu tratamento. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) indica o uso da antropometria para a vigilância dos fatores de risco das
doenças crônicas e recomenda a análise da associação dos parâmetros
antropométricos (peso, altura, perímetro da cintura e do quadril) com desenlances
como a pressão arterial. Este trabalho avaliou a associação entre os indicadores
antropométricos (índice de massa corporal (IMC), definido pelo Peso/Estatura
2
e
circunferência da cintura) e hipertensão arterial na população adulta do município de
Cuiabá. É um estudo de corte transversal, de base populacional, realizado no período
de fevereiro de 2003 a agosto de 2004, com uma amostra de 1298 indivíduos (20 e
59 anos). Foram considerados hipertensos os indivíduos com pressão arterial
140/90 mmHg ou em uso de medicação hipotensora. As associações entre os
indicadores antropométricos e a hipertensão arterial foram analisadas por regressão
de Poisson, ajustada por potenciais fatores de confusão. A curva ROC foi utilizada
para determinar o melhor ponto de corte do IMC para detecção da hipertensão
arterial. A prevalência de hipertensão foi de 28,3%, sendo 33,5% no sexo masculino
e 23,5% no feminino. Após ajuste para o IMC e potenciais fatores de confusão, a
circunferência da cintura perde sua associação com o desfecho avaliado, não
acrescentando poder explicativo para a variação de pressão arterial, permanecendo
apenas o IMC associado à hipertensão arterial no modelo (RP = 1,05, ρ = 0,001),
sendo responsável por 5% de explicação do evento. O melhor ponto de corte para o
IMC no sexo masculino foi de 25,6 Kg/m
2
(sensibilidade de 66,34% e especificidade
de 61,71%) e no sexo feminino, 25,7 Kg/m
2
(sensibilidade de 66,04% e
especificidade de 63,08%), valores estes próximos aos pontos de corte preconizados
pela OMS. Novas investigações devem ser conduzidas na população brasileira, a fim
de verificar as associações entre esses indicadores antropométricos nos vários
desenlances, em diferentes estratos etários e em ambos os sexos, possibilitando a
definição de pontos de corte mais apropriados para a nossa população.
Descritores: Hipertensão; Índice de Massa Corporal; Distribuição da Gordura
Corporal.
ABSTRACT
Barbosa LS. Waist circumference and body mass index and their association with
arterial hypertension in the adult population of Cuiabá, Mato Grosso [master
dissertation]. Cuiabá: Social Health Institute of the UFMT; 2007.
The systemic arterial hypertension (SAH) is one of the biggest problems of public
health in Brazil, due to the high morbidity and mortality of the disease and also
because of the socio-economic implications for its treatment. The World Health
Organization (WHO) indicates the use of anthropometry for the surveillance of risk
factors of chronic diseases and recommends the analyses of the association of
anthropometric parameters (weight, height, waist and hip circumference) with
outcomes such as arterial pressure. This work evaluated the association between the
anthropometric indexes (body mass index (BMI) defined by Weight/Stature
2
and
waist circumference) and arterial hypertension in the adult population of the district
of Cuiabá. It is a study of transversal cut, population-based, carried out from
February 2003 to August 2004, with a sample of 1298 individuals (20 and 59 years
old). The individuals with arterial pressure 140/90 mmHg or using hypotensive
medicine were considered hypertensive. The associations between the
anthropometric indicators and the arterial hypertension were analyzed through
Poisson’s regression, adjusted by potential factors of confusion. The ROC curve was
used to determine the best cut point of the BMI for the detection of the arterial
hypertension. The prevalence of hypertension was of 28,3%, being 33,5% male
23,5% female. After the adjustment for the BMI and potential factors of confusion,
the waist circumference loses its association with the evaluated results, not adding
any explanation to the variation of the arterial pressure, with only the BMI associated
to the arterial hypertension in the pattern (RP = 1,05, p = 0,001), being responsible
for 5% of the explanation of the event. The best point of cut for the BMI for males
was 25,6 Kg/m
2
(sensibility of 34% and specificity of 61,71%) and for females, 25,7
Kg/m
2
(sensibility of 66,04% and specificity of 63,08%) values that are close to the
points of cut recommended by WHO. New investigations must be conducted in the
Brazilian population in order to check the associations among these anthropometric
indicators in the several outcomes, in different age groups and in both sexes, making
it possible to define the most suitable points of cut for our population.
Key words: Hypertension; Body Mass Index; Body Fat Distribution.
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO
14
1.1 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES 14
1.2 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 15
1.2.1 Fatores de Risco para Hipertensão Arterial 17
1.2.1.1 Fatores Não Modificáveis 18
1.2.1.2 Fatores Modificáveis 20
1.3 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DO PADRÃO DE
DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL
25
1.3.1 Limitações do Uso de Indicadores Antropométricos na Avaliação da
Composição Corporal
28
2 OBJETIVOS
31
3. MÉTODOS
32
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO 32
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO 32
3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO 32
3.4 VARIÁVEIS DE ESTUDO 34
3.4.1 Definição das Variáveis de estudo e Pontos de Corte 34
3.4.2 Procedimentos de Aferição 36
3.5 COLETA DE DADOS 38
3.6 TREINAMENTO DOS ENTREVISTADORES 39
3.7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 39
3.8 ASPECTOS ÉTICOS 41
4 RESULTADOS
43
4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO 43
4.2 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO
DE ESTUDO
49
4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL E AS
VARIÁVEIS DE ESTUDO
51
4.4 ANÁLISE LTIPLA ENTRE AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES
DO ESTUDO E HIPERTENSÃO ARTERIAL
56
4.5 CAPACIDADE PREDITIVA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
SEGUNDO O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
56
5 DISCUSSÃO
59
5.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO 60
5.2 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO
DE ESTUDO
63
5.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL E AS
VARIÁVEIS DE ESTUDO
65
6 CONCLUSÕES
74
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
76
ANEXOS
96
Anexo 1 - Distribuição da população da área urbana de Cuiabá, segundo as
regiões da macrozona
96
Anexo 2 - Questionário impresso 97
Anexo 3 - Procedimento de medida da pressão arterial 107
Anexo 4 - Termo de consentimento livre e esclarecido 109
Lista de Figura e Quadro
Figura 1 - Índice de massa corporal e hipertensão arterial: sensibilidade,
especificidade e melhor ponto de corte, discriminados por sexo, Cuiabá (MT),
2003 – 2004
56
Quadro 1 - Prevalência de hipertensão arterial em estudos realizados no Brasil,
com critério de diagnóstico 140/90 mmHg.
15
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Distribuição da população de estudo segundo variáveis sócio-
econômicas e demográficas, Cuiabá (MT), 2003-2004
44
Tabela 2 - Distribuição da população de estudo segundo variáveis relacionadas
ao estilo de vida, Cuiabá (MT), 2003-2004
45
Tabela 3 - Prevalência do hábito tabágico, consumo de bebida alcoólica e
sedentarismo segundo o sexo, Cuiabá (MT), 2003-2004
46
Tabela 4 - Distribuição da população de estudo segundo a classificação do
índice de massa corporal (IMC) e da circunferência da cintura, discriminado por
sexo, Cuiabá (MT), 2003-2004
46
Tabela 5 - Média e erro padrão do índice de massa corporal (IMC) e da
circunferência da cintura da população estudada segundo o sexo, Cuiabá, 2003 –
2004
47
Tabela 6 - Distribuição da população de estudo de acordo com a classificação da
pressão arterial, segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial,
Cuiabá, 2003 – 2004
48
Tabela 7 - Prevalência de hipertensão arterial e intervalo de confiança (IC95%)
na população de estudo segundo o sexo, Cuiabá, 2003 – 2004
49
Tabela 8
-
Média e erro padrão da pressão arterial sistólica e da pressão arterial
diastólica da população de estudo de acordo com o sexo, Cuiabá, 2003 – 2004
49
Tabela 9 - dia e erro padrão da pressão arterial sistólica e da pressão arterial
diastólica da população de estudo segundo sexo e faixa etária, Cuiabá, 2003
2004
50
Tabela 10 - Prevalência de hipertensão, razão de prevalência e intervalo de
confiança (IC95%) segundo características sócio-econômicas e demográficas na
população estudada, Cuiabá (MT), 2003 – 2004
51
Tabela 11 - Prevalência de hipertensão arterial, razão de prevalência e intervalo
de confiança (IC95%) segundo características relacionadas ao estilo de vida na
população estudada, Cuiabá (MT), 2003 – 2004
53
Tabela 12 - Prevalência de hipertensão arterial, razão de prevalência e intervalo
de confiança (IC95%) segundo a classificação do índice de massa corporal na
população estudada, Cuiabá (MT), 2003 – 2004
54
Tabela 13 - Prevalência de hipertensão arterial, razão de prevalência e intervalo
de confiança (IC95%) segundo a classificação da circunferência da cintura de
acordo com o sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004
54
Tabela 14 - Razão de Prevalência (RP) bruta e ajustada entre os indicadores
antropométricos e hipertensão arterial, Cuiabá (MT), 2003 – 2004 (n = 1.278)*
55
Tabela 15 - Sensibilidade, especificidade e IC95% do índice de massa corporal
para o desfecho hipertensão arterial, segundo sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004
57
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que atualmente a maioria
das mortes no mundo é decorrente de doenças não transmissíveis (32 milhões), e
destas mais da metade (16,7 milhões) estão relacionadas às doenças cardiovasculares
(DCV), sendo mais de um terço em adultos de meia idade (OMS, 2004).
O Brasil, além de enfrentar o problema ainda não resolvido das doenças
infecciosas e parasitárias, defronta-se com as doenças crônicas, de alto custo sócio-
econômico e mais difícil prevenção (BARATA, 1997; LAURENTI e BUCHALLA,
2001). Em 2003, registraram-se um milhão de óbitos no Brasil, sendo que 27,4%
decorrentes de doenças cardiovasculares (LOTUFO, 2005a). Esse grupo de doenças
contribui significativamente como grupo causal de mortalidade em todas as regiões
brasileiras, principalmente pela alta carga de doenças coronárias e cerebrovasculares
que são proporcionalmente mais freqüentes nas regiões Norte e Nordeste,
acometendo as mulheres em maior proporção (LOTUFO, 2005b).
No município de Cuiabá-MT, no período de 2000 a 2002 foram registrados
8.048 óbitos, sendo 1.853 (23,04%) em decorrência de DCV, com maior predomínio
no sexo masculino (54,31%). Similarmente ao que ocorre no Brasil, a taxa de óbitos
por DCV está à frente das causas externas, das neoplasias e das doenças pulmonares
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Entre os fatores de risco de maior probabilidade para o desenvolvimento das
doenças cardiovasculares (DCV) estabelecidos desde o estudo de Framinghan,
destacam-se o fumo, a hipertensão arterial, as dislipidemias e o diabetes mellitus. A
obesidade e a inatividade física associam-se positivamente com o risco de
desenvolver DCV, constituindo-se nos fatores de risco mais significativos
(GRUNDY et al., 1998; KRAUSS et al., 2000; SBC, 2001).
15
1.2 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: CRITÉRIOS DE
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), definida como uma entidade clínica
multifatorial, crônica, não transmissível, assintomática na maioria dos casos,
associada a alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofia
cardíaca e vascular), constitui-se, no Brasil, em um dos maiores problemas da saúde
pública devido a elevadas morbidade e mortalidade da doença e pelas implicações
sócio-econômicas para o seu tratamento (SBH, SBC, SBN, 1998; ARAÚJO, 2003;
KRIEGER e GIORGI, 2005).
A HAS afeta atualmente aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo
inteiro (CHOBANIAN et al., 2003). Estudo conduzido com amostras populacionais,
que variaram de 1.800 a 23.100 indivíduos, procurou comparar a prevalência de HAS
entre os países europeus e os países da América. Nestes países, a prevalência da HAS
foi de 28% enquanto que nos países europeus atingiu 44% (MAIER et al., 2003).
O estudo de meta-análise, que incluiu 61 estudos de coorte, envolvendo cerca
de um milhão de indivíduos, revelou um total de 12,7 milhões de pessoas/ano em
risco de desenvolver DCV, a ocorrência de 56 mil óbitos por DCV e 66 mil por
outras causas, em indivíduos de 40 a 89 anos. Este estudo confirmou que a elevação
dos níveis de pressão arterial constitui um fator de risco independente para DCV e
que o risco de morbidade e mortalidade associado à elevação da pressão arterial é
contínuo, não existindo um limiar (pelo menos para valores tão baixos quanto 115/75
mmHg), a partir do qual possam ser definidos níveis normais de pressão arterial
(LEWINGTON et al., 2002).
Dessa forma, os valores de pressão arterial ao redor de 140/90 mmHg
propostos por diversas sociedades como critérios diagnósticos de HAS não
representam uma divisão entre a presença e a ausência de risco cardiovascular, mas
sim, um ponto em que o risco repercute de forma mais pronunciada, pois parte de
16
valores que se associam de forma importante ao risco cardiovascular (LEWINGTON
et al., 2002).
Vários estudos têm apontado o impacto econômico gerado no tratamento dos
pacientes com HAS (HODGSON e CAI, 2001; FLACK et al., 2002; HANSSON et
al., 2002; LLOYD et al., 2003). Nos Estados Unidos, gastaram-se 24 bilhões de
dólares em 1995 e na Espanha 1,7 bilhões de dólares em 1994, sendo que 50% desses
gastos apenas em custos direto (PARDELL et al., 2000).
A hipertensão arterial é a doença mais freqüente na população brasileira.
Inquéritos populacionais bem conduzidos em algumas cidades confirmam que a
prevalência da hipertensão arterial permanece em patamares preocupantes (JARDIM
et al., 2003; DÓREA e LOTUFO, 2004). Considerando os níveis de pressão arterial
maior ou igual a 140/90 mmHg como critérios de hipertensão, as taxas de
prevalência na população brasileira têm variado de 22,3% no município de São
Paulo-SP a 44,0% na cidade de Cotia-SP (REGO et al., 1990; AYRES, 1991;
FUCHS et al., 1995; MARTINS et al., 1997; FREITAS et al., 2001; MATOS e
LADEIA, 2003; GUS et al., 2004a). As principais informações desses estudos estão
sistematizadas no Quadro 1.
Quadro 1 - Prevalência de hipertensão arterial em estudos realizados no Brasil, com
critério de diagnóstico 140/90 mmHg.
Autores/Ano Local do estudo Nº de
investigados
Faixa
Etária
Prevalências
Encontradas
REGO et al., 1990 São Paulo (SP) 1479 15 - 59 22,3
AYRES, 1991 Piracicaba (SP) 1944 15 32,7
FUCHS et al., 1995 Porto Alegre (RS) 1091 18 26,0
MARTINS et al., 1997 Cotia (SP) 1041 20 - 88 44,0
FREITAS et al., 2001 Catanduva (SP) 688 18 31,5
MATOS e LADÉIA, 2003 Cavenge (BA) 126 19 36,5
GUS et al., 2004a Rio Grande do Sul 918 > 20 33,7
17
Em Mato Grosso, estudos sobre a prevalência de hipertensão arterial são
escassos. SANTOS et al. (1988), em estudo realizado na cidade de Cáceres, com
uma amostra de 485 indivíduos do sexo masculino e 766 do sexo feminino, com
idade superior a 10 anos registrou uma prevalência de 12,1%. Os achados mostraram
que a prevalência era maior nos homens, aumentando com a idade, em homens e
mulheres. Dentre os hipertensos, poucos conheciam sua condição e poucos estavam
em tratamento.
Recentemente, estudo realizado na área urbana do município de Cuiabá-MT,
considerando o critério de hipertensão arterial de níveis tensionais 140/90 mmHg
e/ou uso de terapêutica anti-hipertensiva, mostrou prevalência de 33,4% de
hipertensos, sendo 36,8% em homens e 30,2% em mulheres, com significativo
aumento dos percentuais com o avançar da idade (CASSANELLI, 2005).
1.2.1 Fatores de Risco para Hipertensão Arterial
Vários estudos demonstram a existência de fatores de risco que influenciam
no aparecimento ou agravamento da hipertensão arterial (SBH, SBC, SBN, 1998;
DYER et al., 1999; LESSA, 2001; FIRMO et al., 2003; KEARNEY et al., 2005; DE
SIMONE et al., 2006).
A interface favorável entre fatores genéticos e ambientais seria a melhor
condição para a determinação do fenótipo final da hipertensão. Assim, indivíduos
geneticamente predispostos a desenvolverem hipertensão, se expostos a fatores
ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento, aumentariam a probabilidade de
apresentarem a doença clinicamente (LINDIQUIST et al., 1997; LIFTON et al.,
2001).
Medidas que visam modificar os hábitos e estilo de vida, quando
implementadas no próprio hipertenso ou naqueles com alto risco para o
desenvolvimento de HAS, levam à redução significativa dos valores tensionais
18
(SOARES, 2005). A importância da intervenção no conjunto de fatores é notável
(KORHONEN et al., 2003). Modificações de alguns desses fatores, mesmo de forma
moderada, têm efeitos aditivos na redução da pressão arterial (CASPER et al., 1992).
1.2.1.1 Fatores Não Modificáveis
- Sexo e Raça:
Vários estudos têm demonstrado a influência do sexo na determinação da
hipertensão arterial (CHOR, 1998; TRINDADE et al., 1998; FREITAS et al., 2001;
MARTINS et al., 2001; MILL et al., 2004).
Estimativas globais para homens e mulheres ocidentais em diferentes
categorias de idade, sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para os homens até
os 50 anos, invertendo-se a partir da quinta década (DRIZD et al., 1986; HE et al.,
1991; DUSTAN, 1996; SINGH et al., 1997). Nos países da América Latina e Caribe,
os homens apresentam maior prevalência do que as mulheres em quase todas as
idades (KEARNEY et al., 2005).
A prevalência de HAS essencial em mulheres é em linhas gerais, semelhante
ao que se observa em homens, acometendo, em média, 30 a 40% das mulheres
negras e 20% das brancas (ABREU, 2005). Estudos brasileiros com abordagem
simultânea de sexo e raça são escassos. Quando isso se verifica, predomina em
mulheres negras, com excesso de hipertensão de até 130% em relação às brancas
(LESSA, 2001).
- Idade:
A pressão arterial aumenta linearmente com a idade em ambos os sexos, mas
o padrão de aumento difere segundo essas variáveis (GUS et al., 2002; SIMONETTI
et al., 2002; OLIVEIRA e NOGUEIRA, 2003; CONVERSO e LEOCÁDIO, 2004;
19
MILL et al., 2004; SARNO, 2005). A prevalência aproxima-se de 80% em mulheres
com mais de 70 anos, incluindo nesse percentual os casos de hipertensão sistólica
isolada (CORNONI-HUNTLEY et al., 1989; FRANKLIN, 2002).
No estudo de Framingham, o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial
em ambos os sexos, com idade entre 55 e 65 anos e que sobreviveram até 80-85
anos, chegou a ser de 90%. Esse estudo mostra também que mais da metade dos
indivíduos com 65 anos desenvolveram hipertensão em um período de dez anos
(VASAN et al., 2002).
Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentemente da
elevação isolada na pressão diastólica, enquanto que a partir da sexta década o
principal componente é a elevação da pressão sistólica (FRANKLIN et al., 2005).
Estudo com 1742 idosos da cidade de Bambuí-MG identificou que 61,5% dos
indivíduos apresentavam hipertensão arterial (FIRMO et al., 2003). Em Cuiabá-MT,
estudo de base populacional revelou prevalência de 71,9% em indivíduos com idade
igual ou superior a 60 anos (CASSANELLI, 2005).
- Fatores Genéticos:
O surgimento da hipertensão arterial também pode ser influenciado por
história familiar da doença. Isso foi observado em estudo onde a pressão arterial
sistólica (PAS) foi maior nos jovens cujos pais se encontravam no 3º tercil de pressão
arterial quando comparados com o tercil (diferença de 2,7 mmHg). Apresentar os
pais no tercil de pressão arterial diastólica (PAD) também resultava em maior
PAD nesses mesmos jovens, demonstrando que a pressão arterial dos pais é um
importante preditor da pressão arterial nos filhos desde a infância até a idade de
adultos jovens (ALLISON et al., 1995; VAN DEN ELZEN et al., 2004).
20
1.2.1.2 Fatores Modificáveis
- Fatores Sócio-Demográficos:
Inerente ao conceito de transição epidemiológica, várias análises mostram
que as doenças crônicas, em especial as crônico-degenerativas, associam-se a um
padrão de maior desenvolvimento socioeconômico e maior mortalidade (SIZIYA et
al., 1995; MCKETNEY et al., 1996; SINGH et al., 1997; MANHEM et al., 2000;
VARGAS et al., 2000; GALOBARDES et al., 2003, MENDEZ et al., 2003).
No entanto, nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, diversos
estudos demonstraram uma associação inversa entre prevalência de doenças
cardiovasculares e nível sócio-econômico (MOLLER et al., 1991; STAMLER et al.,
1992; HAZUDA, 1996; IRIBARREN et al., 1997; LOTUFO, 2001; MOLINA et al.,
2003; MILL et al., 2004). No Brasil, a baixa escolaridade tem sido apontada como
um dos fatores mais importantes associados à hipertensão (ORTEGA et al., 1999;
FREITAS et al., 2001; CASSANELLI, 2005).
A associação entre escolaridade e hipertensão arterial parece ocorrer na
mesma direção daquela observada entre escolaridade e obesidade, provavelmente em
função da grande associação que existe entre obesidade e hipertensão arterial, sendo
essa associação direta nos países em desenvolvimento e inversa nas sociedades
desenvolvidas (SOBAL e STUNKARD, 1989).
Estudo realizado por AYRES (1991), em Catanduva-SP, mostrou que as
classes de baixa renda tinham maior prevalência de hipertensão, porém com
diferenças significantes entre os grupos de diferentes rendas familiares. Observações
semelhantes foram feitas por MILL et al. (2004), cujos resultados revelam valores
pressóricos médios mais elevados e maior proporção de hipertensos graves, nos
extratos de renda mais baixa entre os residentes de 25 a 64 anos na cidade de Vitória-
ES.
21
Uma questão pouco citada na literatura é a relação entre hipertensão arterial e
situação conjugal (BLOCH et al., 1993). Em estudo realizado por FREITAS et al.
(2001), observou-se hipertensão arterial em 45,3% dos viúvos e 29,82% dos
divorciados/separados. Estratificando a situação conjugal por sexo, verificou-se
maior prevalência de hipertensão arterial entre os homens que viviam com
companheira (41,1%), ao contrário das mulheres, cuja prevalência foi maior (36,2%)
entre as que viviam sem companheiro (CASSANELLI, 2005).
- Álcool:
A maior parte dos estudos aponta para a existência de uma relação linear,
direta entre o consumo de álcool e a elevação da pressão arterial (WAKABAYASHI
et al., 1994; STRANGES et al., 2004).
Estudos de coorte (WITTEMAN et al., 1990; ASCHERIO et al., 1992) e
experimentais (MAHESWARAN et al., 1992; UESHIMA et al., 1993), sustentam a
idéia de uma associação causal, estimando-se que cerca de 10% a 30% dos casos de
hipertensão arterial devem-se ao consumo de bebidas alcoólicas (LANG, 1987). De
modo geral, os estudos epidemiológicos são consistentes quanto à elevação da PAS e
PAD quando os indivíduos ingerem 30 g de álcool ou mais por dia, sendo a elevação
maior para a PAS.
Poucos estudos longitudinais avaliaram incidência de hipertensão arterial e
consumo de álcool, destacando-se a coorte ARIC (FUCHS et al., 2001) que estudou
mais de 15 mil pessoas com idade entre 45 e 64 anos. O consumo a partir de 210
g/semana associou-se positivamente com incidência de HAS (OR 1,47; IC 95% 1,15
a 1,89), independentemente de raça, idade, IMC, educação, atividade física e
diabetes. O risco atribuível bruto de desenvolver hipertensão entre os indivíduos
expostos a mais de 30 g/álcool/dia foi de 17,1%.
O efeito do etanol pode estar relacionado não apenas à quantidade e duração
da exposição, mas também ao tempo desde o último consumo. Esse efeito deletério
22
sobre o sistema cardiovascular reforça a interpretação de que o efeito protetor
decorrente do consumo de bebidas alcoólicas, particularmente vinho, pode se dever
mais ao estilo de vida dos bebedores do que a um efeito intrínseco da bebida
(MUKAMAL et al., 2003).
- Tabagismo:
Em avaliação por MAPA (medida ambulatorial da pressão arterial), utilizada
em um estudo caso-controle, verificou-se que os fumantes mantiveram uma PAS
mais elevada quando comparados com os não fumantes, enquanto que a medida
clínica da pressão arterial foi similar nos dois grupos, revelando o importante efeito
hipertensivo transitório do fumo (MANN et al., 1991).
Alguns estudos epidemiológicos, no entanto, têm demonstrado níveis mais
baixos de pressão arterial entre fumantes em relação aos não fumantes (BERGLUND
e WILHELMSEN, 1975; SALVAGGIO et al., 1992; STACHENKO et al., 1992) e
que ex-fumantes tendem a ter níveis de pressão arterial similar às pessoas que nunca
fumaram (SAVDIE et al., 1984).
Vale ressaltar que os efeitos deletérios do fumo não se restringem apenas aos
usuários do fumo. Estudos epidemiológicos mostram um aumento em torno de 30%
no risco de morte por cardiopatia isquêmica e infarto do miocárdio em cônjuges de
fumantes (GLANTZ e PARMLEY, 1991; MCBRIDE, 1992; MILEI e GRANA,
1998).
- Atividade Física:
O sedentarismo se caracteriza como um fator de risco independente para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo de grande importância por sua
alta prevalência na população (DUBBERT et al., 2002; MANSON et al., 2002;
STEVENS et al., 2002; GULATI et al., 2003; MORA et al., 2003).
23
Estudos observacionais (LESNIAK e DUBBERT, 2001; BASSET et al.,
2002, GUSTAT et al., 2002; HU et al., 2001, 2002, 2003), estudos prospectivos
(PAFFENBARGER e LEE, 1997; PEREIRA et al., 1999) e estudos de intervenção
(HALBERT et al., 1997; KELLEY et al., 2001; WHELTON et al., 2002) têm
evidenciado uma relação inversa entre o nível de atividade física e o
desenvolvimento da HAS.
A redução da pressão arterial ocorre mesmo com atividades leves, tanto em
hipertensos como em normotensos, sendo mais eficiente no primeiro grupo.
Indivíduos sedentários apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver
hipertensão que os ativos (FAGARD, 2005).
- Excesso de Peso e Obesidade:
A obesidade, definida como um excesso de gordura corporal, é uma doença
universal de prevalência crescente e que vem adquirindo proporções alarmantes,
inclusive em países que, paradoxalmente, ainda sofrem os efeitos da fome e da
desnutrição crônica (MONTEIRO et al., 1992).
A partir da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) de 2002-2003, estimou-se
que cerca de 40% dos indivíduos adultos no Brasil apresentam excesso de peso, o
havendo diferença substancial entre homens e mulheres. A obesidade afeta 8,9% dos
homens adultos e 13,1% das mulheres adultas do país. Obesos representam cerca de
20% do total de homens com excesso de peso e cerca de um terço do total de
mulheres com excesso de peso. Em Cuiabá detectou-se que 54,8% dos homens e
42,8% das mulheres apresentam excesso de peso, enquanto que 16,1% das mulheres
e 13,4% dos homens estão obesos (IBGE, 2004).
Comparando-se estimativas da POF de 2002-2003 com estimativas de
pesquisas anteriores realizadas no país em 1974-1975 (Estudo Nacional da Despesa
Familiar ENDEF) e em 1989 (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição – PNSN),
verifica-se que o excesso de peso e obesidade aumentam contínua e intensamente na
24
população masculina: a prevalência do excesso de peso mais do que duplica entre a
primeira pesquisa e a terceira pesquisa, enquanto a prevalência de obesos mais do
que triplica. A evolução de excesso de peso e obesidade entre mulheres é distinta nos
dois períodos demarcados pelas três pesquisas: aumentos de cerca de 50% entre
1974-1975 e 1989 e relativa estabilidade entre 1989 e 2002-2003 (IBGE, 2004).
Não restam dúvidas de que o excesso de peso provoca aumento das
morbidades e mortalidade por doenças crônico-degenerativas (WHO, 1998), devido à
obesidade freqüentemente se associar a condições tais como dislipidemias, diabetes
mellitus (MANSON et al., 1990) e hipertensão arterial (RYAN et al., 1994), que
favorecem a ocorrência de eventos cardiovasculares (MYKKANEN et al., 1992;
STERN, 1995), particularmente os eventos coronarianos (MANSON et al., 1990;
BAIK et al., 2000; OKOSUN et al., 2000).
Por outro lado, é amplamente conhecida também a relação entre sobrepeso e
deposição de gordura abdominal, e entre esta e diversas doenças crônicas (BRAY,
1989; OMS, 1990; LEMOS-SANTOS et al., 2004; VEIGA et al., 2004).
Vários estudos epidemiológicos demonstraram associação entre excesso de
peso, obesidade e aumento do risco de hipertensão (DOLL et al., 2002; JUHAERI et
al., 2002; SABRY et al., 2002; SANCHEZ-CASTILLO et al., 2003; BRAMLAGE et
al., 2004; CERCATO et al., 2004). Estima-se que 20 a 30% da prevalência de
hipertensão arterial pode ser explicada por essa associação (FUNG et al., 2001;
MILLEN et al., 2001).
O conceito de que o excesso de tecido adiposo visceral está associado às
complicações metabólicas e hemodinâmicas que levam à doença cardiovascular
aterogênica e hipertensão arterial (HALL, 1993; FOLSON et al., 2000) não é recente.
VAGUE (1947) descrevia dois tipos de distribuição de gordura corporal: o padrão
masculino ou andróide (maior proporção de gordura abdominal, também conhecido
como obesidade central, abdominal ou ainda visceral) e o padrão feminino ou
ginóide (maior acúmulo de gordura na região glútea), posteriormente comprovada
25
por estudos prospectivos (LAPIDUS et al., 1984; DUCIMETIERE et al., 1986;
DONAHIRE et al., 1987).
Estudos sugerem que obesidade central está mais fortemente associada com
os níveis de pressão arterial do que a adiposidade total. Indivíduos com níveis
pressóricos ótimos que ao decorrer do tempo apresentam obesidade central
apresentam maior risco de desenvolver de hipertensão (DE SIMONE, 2006). Além
do índice de massa corporal (GUS et al., 2004b), índices novos, corrigindo a cintura
pela altura ou circunferência do quadril, mostraram-se capazes de predizer a
incidência de hipertensão (FUCHS, 2005; BARCELLOS et al., 2006).
1.3 Avaliação da Composição Corporal e do Padrão de Distribuição da
Gordura Corporal
Para o diagnóstico da obesidade existem vários todos indiretos que
permitem estimar com precisão a quantidade total de gordura corpórea, assim como
sua distribuição, tais como a densitometria corporal por pesagem hidrostática, a
bioimpedância elétrica, a avaliação ultra-sônica, a avaliação radiográfica, a
tomografia computadorizada, a absorciometria por raios-X de dupla energia (DEXA)
e a ressonância magnética. De modo geral, esses métodos, apesar de mais acurados,
são caros e complexos e, além disso, alguns deles são invasivos, sendo aplicáveis
geralmente a estudos clínicos que envolvem um número reduzido de indivíduos
(DURNIN e RAHAMAN, 1967; HE et al., 2001; STOLK et al., 2003). Para a
realização de estudos epidemiológicos, entretanto, tem sido recomendado a utilização
da antropometria, considerando ser um método simples, de fácil obtenção, de baixo
custo e de boa precisão (WHO, 1995).
Um dos índices mais utilizados na avaliação antropométrica da composição
corporal é o Índice de Massa Corporal (IMC), também conhecido como Índice de
Quetelet, definido pela divisão da massa corporal em quilogramas pelo quadrado da
estatura em metros (Kg/m
2
). Configura-se como um importante indicador do estado
26
nutricional de adultos em estudos epidemiológicos (ANJOS, 1992; MICHELS et al.,
1998; WHO, 1998).
A grande difusão desse índice na avaliação da composição corporal se deve à
sua capacidade de expressar as reservas energéticas dos indivíduos, e às vantagens
como facilidade de obtenção, aplicabilidade, baixa correlação com a estatura e boa
correlação com as medidas da gordura corporal (GARROW e WEBSTER, 1985;
ANJOS, 1992; NORGAN, 1994; STEVENS, 2002).
Como os indivíduos diferem em relação à composição corporal e localização
de gordura (padrão andróide ou ginóide), a relação entre IMC e risco de morbidades
pode ser afetada, visto que as principais complicações da obesidade, que incluem
doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão arterial e hiperlipidemia,
estão associadas ao maior acúmulo de gordura abdominal, independente do peso
corpóreo (DESPRÉS et al., 1985; HAUNER et al., 1994). Dessa forma, o uso do
IMC deve ser associado a medidas de distribuição de gordura, como forma de melhor
predizer o risco de doenças cardiovasculares e outras (WHO, 1998; JANSSEN et al.,
2002).
Diversos métodos podem ser utilizados na caracterização da distribuição do
tecido adiposo. A medição da espessura das dobras cutâneas, apesar de sua
praticidade e do seu custo relativamente baixo, apresenta inconvenientes como a
baixa reprodutibilidade dos dados, a necessidade de treinamento intenso do
avaliador, sendo que, em indivíduos obesos, a variabilidade é ainda maior. Um outro
incoveniente da avaliação de dobras cutâneas é a necessidade de se tomar vários
sítios de medida, uma vez que o tecido subcutâneo o é uniformemente distribuído
(LOHMAN, 1981; BRAY e GRAY, 1988; GUEDES, 1994).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1995), além do peso e da
altura, devem ser medidos os perímetros da cintura e do quadril, pois o aumento da
deposição de gordura abdominal na população pode fornecer um indicador sensível
27
dos problemas de saúde pública relacionados com o sobrepeso e suas conseqüências.
Essa recomendação baseia-se tanto na associação da localização de gordura com as
doenças cardiovasculares (DYER et al., 1999), quanto pela alta correlação que a
gordura abdominal possui com métodos laboratoriais de avaliação da composição
corporal (LEAN et al., 1996; LEMIUX et al., 1996).
Os índices que relacionam circunferências têm sido eleitos entre
pesquisadores para avaliar a localização de gordura, uma vez que essas medidas são
mais facilmente obtidas, por apresentarem menor variabilidade inter e intra-
observador e ainda, pela possibilidade de serem obtidas em todos os indivíduos,
inclusive em obesos, com maior acurácia quando comparadas com as dobras
cutâneas (BRAY e GRAY, 1988). A relação entre a circunferência da cintura e a
circunferência do quadril (RCQ) e a circunferência da cintura isoladamente são as
medidas mais utilizadas para estimar a gordura abdominal, relacionando-se à
quantidade de tecido adiposo visceral (EGGER, 1992).
Entretanto, segundo BJÖRNTORP (1997), a circunferência da cintura e a
RCQ contêm informações diferentes sobre os distúrbios metabólicos associados à
obesidade centralizada. A circunferência da cintura seria melhor indicador da massa
adiposa visceral, estando fortemente relacionada com as doenças cardiovasculares
ateroscleróticas. Por outro lado, a RCQ, que contém a medida da região glútea com
numerosos tecidos musculares, principais reguladores da sensibilidade à insulina
sistêmica, seria mais fortemente associada à resistência à insulina.
Em estudo realizado com mulheres com idade entre 15 e 59 anos, na cidade
de Belo Horizonte-MG observou-se que tanto a circunferência da cintura quanto o
IMC e a RCQ mostraram associação positiva com hipertensão arterial, sendo que a
essa associação foi similar para a circunferência da cintura e IMC e mais fraca para a
RCQ. A circunferência da cintura > 0,80cm e > 0,88cm, respectivamente,
discriminaram com exatidão 89,8% de mulheres com sobrepeso e 88,5% com
obesidade. A obesidade abdominal (circunferência da cintura > 0,88cm) esteve
28
associada significantemente (OR=2,88, IC 95%:1,77-4,67) com a hipertensão
(VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ et al., 2002).
Vários outros estudos evidenciam associação entre adiposidade abdominal e
hipertensão arterial (BEEGON et al., 1995; OKOSUN et al., 1998; OKOSUN et al.,
1999; OKOSUN et al., 2001a; OKOSUN et al., 2001b; JANSSEN et al., 2002; ZHU
et al., 2002; NISKANEN et al., 2004, PEIXOTO, 2004).
1.3.1 Limitações do Uso de Indicadores Antropométricos na Avaliação da
Composição Corporal
GARN et al. (1986) enumeraram três limitações para o uso do IMC: a
correlação com a estatura (que apesar de baixa ainda é significativa), com a massa
livre de gordura (principalmente nos homens) e com a proporcionalidade corporal
(relação tamanho das pernas/tronco), o que, segundo os autores, colocariam em risco
a utilização do IMC como indicador de gordura corporal.
Mesmo conhecendo-se o grau de adiposidade, ou seja, o percentual de
gordura corporal, e daí a quantidade total de massa magra e massa gorda, pode-se
não conseguir distinguir os indivíduos saudáveis dos portadores de desnutrição
energético protéica (VANITALLIE et al., 1990). Por exemplo, indivíduos altos com
desnutrição energética podem ter valores de massa magra similares àqueles de
indivíduos mais bem nutridos, mas com estatura menor, já que a quantidade de massa
magra está correlacionada com a estatura (FORBES, 1976).
Assim, VANITALLIE et al. (1990) sugerem a separação do IMC em índice
de massa de gordura corporal (IMGC) e índice de massa livre de gordura (IMLG)
que seriam calculados a partir das frações de gordura corporal e massa magra
respectivamente, superando, portanto, a principal limitação relacionada ao IMC.
Apesar da vantagem teórica deste modelo, a grande restrição fica por conta da
necessidade da mensuração da composição corporal, cujos métodos ainda não foram
utilizados em grande escala em populações de países em desenvolvimento, o que
29
tem, como conseqüência, não se saber a validade da sua utilização nessas
populações.
Os dados de estudos disponíveis atualmente sugerem que, para a maior parte
dos métodos de avaliação da composição corporal, os parâmetros assumidos como
verdadeiros para um grupo populacional podem não ser os mesmos para outros
grupos (BURSKIRK, 1987; LUKASKI, 1987). Conseqüentemente, as equações de
predição desenvolvidas a partir desses todos são específicas para os grupos
populacionais usados na sua obtenção, como evidenciado em amostra da população
brasileira, onde as equações de predição da composição corporal a partir das medidas
de dobras cutâneas, produzidas em outros países, mostraram-se inadequadas para a
nossa população (GUEDES, 1985).
O IMC também deixa de ser um bom marcador da adiposidade total com o
avançar da idade, em função do decréscimo de estatura, acúmulo de tecido adiposo,
redução da massa corporal magra e diminuição da quantidade de água no organismo,
não é capaz de detectar esse aumento percentual da gordura corporal que ocorre com
o envelhecimento (GIBSON, 1990; WHO, 1995; ZHU et al., 2003).
Erros de classificação na localização da gordura corporal podem ocorrer
devido as diferentes contribuições da massa muscular e da estrutura óssea, que
podem levar a diferentes associações na relação entre a razão cintura/quadril e o
acúmulo de gordura visceral. Essa situação implicaria em diferentes riscos para a
saúde para os diferentes grupos populacionais (ISO et al., 2001; LIN et al., 2002),
dificultando o desenvolvimento de pontos de corte universais para os indicadores de
distribuição de gordura (WHO, 1995).
O fato de não existir ainda um consenso internacional sobre qual o melhor
marcador antropométrico na predição da hipertensão arterial e a possibilidade da
utilização de medidas simples, de baixo custo, de cil interpretação e,
principalmente, que podem ser realizadas com certa facilidade pela própria
30
população como forma de triagem em programas de promoção da saúde e prevenção
dos fatores de risco cardiovasculares, estimulou a realização deste estudo de
avaliação da associação entre os indicadores antropométricos IMC e circunferência
da cintura e a presença de hipertensão arterial na população adulta do município de
Cuiabá.
31
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL:
- Avaliar a associação entre indicadores antropométricos e hipertensão
arterial na população adulta do município de Cuiabá.
2.2 ESPECÍFICOS:
- Caracterizar o perfil sócio-econômico, demográfico e antropométrico
da população em estudo;
- Medir a associação entre hipertensão arterial e variáveis sócio-
econômicas, demográficas e de estilo de vida;
- Analisar a capacidade preditiva dos marcadores antropométricos de
gordura corporal total (IMC) e de distribuição da gordura corporal
(circunferência da cintura) em relação à hipertensão arterial.
32
3 MÉTODOS
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Para o desenvolvimento deste estudo, foram utilizados dados do Estudo da
Prevalência e do Conhecimento da Hipertensão Arterial e alguns Fatores de Risco
em uma Região do Brasil”, projeto aprovado e financiado pelo CNPq e desenvolvido
pelo Instituto de Saúde Coletiva e Faculdade de Ciências Médicas (Universidade
Federal de Mato Grosso - UFMT), em parceria com a Universidade Federal de Goiás
UFG (Liga de Hipertensão Arterial e Faculdade de Medicina). Trata-se de um
estudo com delineamento transversal, de base populacional, realizado nas capitais e
em duas cidades do interior dos estados de Goiás e de Mato Grosso. No presente
estudo, foram analisados apenas o dados relativos a Cuiabá, coletados no período de
fevereiro de 2003 a agosto de 2004.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO
Cuiabá, a capital do estado de Mato Grosso, conta com 474.458 habitantes
(IBGE 2000). Sua extensão territorial é de 3.224,68 Km
2
, sendo 251,94 km
2
correspondentes a macrozona urbana e 2.972,74 km
2
a área rural (PREFEITURA
MUNICIPAL DE CUIABÁ, 2004). Segundo o IBGE (2000), 48,74% da população
residentes no município são do sexo masculino e 51,26% do sexo feminino. O
município apresentou um crescimento anual de 1,68%, relativo ao período de 2000 a
2003 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a) e uma densidade demográfica de 136,61
habitantes/km² (IBGE, 2000).
3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO
O tamanho da amostra para o município de Cuia foi calculado
considerando-se uma população de 474.458 habitantes (IBGE, 2000), prevalência de
hipertensão arterial de 20% na população adulta (RIBEIRO, 1996; MINISTÉRIO
33
DA SAÚDE, 1993), intervalo de confiança de 95% e erro de estimação de 2%,
resultando numa amostra de 1531 domicílios.
Os domicílios foram selecionados por amostragem aleatória simples,
estratificada proporcional à densidade populacional de cada macrozona (Anexo 1). A
partir da listagem dos setores censitários que compunham a área urbana de Cuiabá
em 2000, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2000), procedeu-se à distribuição proporcional da amostra por setor. Alguns setores
censitários, 22 de um total de 499, ficaram sem qualquer amostra em função da
pequena densidade de habitantes. Excluíram-se também os setores ocupados por
escolas, quartéis, hospitais, hotéis e condomínios. Posteriormente, procedeu-se ao
sorteio aleatório das quadras, sendo numeradas em sentido horário. Na seqüência
efetuou-se o sorteio aleatório da face da quadra onde seria identificado o domicílio e
a seguir, quantificou-se, o número de casas daquela face da quadra, para a realização
do sorteio aleatório do domicílio a ser visitado.
No domicílio selecionado, foi entrevistado apenas um morador sorteado entre
os moradores com idade de 18 a 74 anos, para evitar problemas de interdependência
de informações entre entrevistados. O indivíduo sorteado foi agendado por, no
mínimo, três entrevistas a seu completo êxito. Somente após três agendamentos
sem sucesso, ou em caso de recusa de participação, este era excluído do estudo e
substituído por outro de domicílio contíguo, identificado no sentido horário. Foram
também excluídos indivíduos acamados ou inválidos, gestantes e lactantes.
Como as visitas domiciliares foram realizadas, predominantemente, nos dias
de semana e em menor número nos finais de semana, observou-se um número maior
de mulheres, uma vez que, na prática os homens estavam mais ausentes de seus
domicílios nos horários de trabalho. Deste modo, houve um acréscimo de 168
indivíduos (aleatoriamente incluídos sob os mesmos critérios descritos
anteriormente) ao mero de participantes, inicialmente calculado (1531),
procedimento necessário para o pareamento entre homens e mulheres, método
34
também utilizado por JARDIM et al. (2003), passando a amostra a ser constituída por
1699 indivíduos. Com o intuito de avaliar apenas os adultos (20 a 59 anos), a amostra
final deste estudo restringiu-se a 1298 indivíduos.
3.4 VARIÁVEIS DE ESTUDO
3.4.1 Definição das Variáveis de Estudo e Pontos de Corte
A medida de pressão arterial é comprovadamente o elemento chave para
estabelecer o diagnóstico da HAS e a classificação da pressão arterial obedeceu aos
seguintes critérios: PAS < 120 mmHg e PAD < 80 mmHg, foram classificados com
pressão arterial ótima; PAS < 130 mmHg e PAD < 85, pressão arterial normal e PAS
entre 130 e 139 mmHg e PAD entre 85 e 89 mmHg, pressão arterial limítrofe (SBH,
SBC, SBN, 2006).
Foram considerados como hipertensos os indivíduos com PAS 140 mmHg
e/ou PAD 90 mmHg, ou em uso de medicação hipotensora. A HAS foi classificada
em estágios, de acordo com os níveis tensionais: estágio 1, PAS entre 140 e 159
mmHg e/ou PAD entre 90 e 99 mmHg; estágio 2, PAS entre 160 e 179 mmHg e/ou
PAD entre 100 e 109 mmHg; estágio 3, PAS > 180 mmHg e/ou PAD > 110 mmHg e
sistólica isolada, PAS > 140 mmHg e < 90 mmHg, de acordo com as V Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial (SBH, SBC, SBN, 2006).
Para a classificação do estado nutricional com base no IMC, foram utilizados
os pontos de corte preconizados pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998):
< 18,5 Kg/m
2
(baixo peso); 18,5 a 24,9 Kg/m
2
(peso normal); 25 a 29,9 Kg/m
2
(sobrepeso); 30 a 34,9 Kg/m
2
(obesidade grau I); 35 a 39,9 Kg/m
2
(obesidade II) e
40 Kg/m
2
(obesidade grau III).
A circunferência da cintura foi analisada a partir dos pontos de corte em
relação ao risco de desenvolvimento de complicações metabólicas, sugeridos pela
35
Organização Mundial da Saúde (WHO, 1998): < 94 cm (normal), entre 94 e 102 cm
(aumentada) e 102 cm (muito aumentada) para homens e < 80 cm (normal), entre
80 e 88 cm (aumentada) e 88 cm (muito aumentada) para mulheres. A variável
relação entre a circunferência da cintura e a circunferência do quadril (RCQ) não foi
analisada por não ter sido coletada no momento da entrevista.
Quando trabalhada de forma agrupada, a idade foi categorizada em 20 a 29
anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos. A escolaridade foi agrupada segundo
anos de estudo, adaptada do IBGE (2000): 0 a 4 anos, 5 a 7 anos, 8 ou mais anos. A
situação conjugal foi avaliada classificando os entrevistados que viviam com ou sem
companheiro na época do estudo.
A renda mensal familiar per capita foi analisada segundo valores de salários
mínimos (SM), vigentes no ano de 2003 (R$ 240,00): sem rendimento, até ½ SM (até
R$ 119,99), de ½ a 1,9 SM (R$ 120,00 a R$ 479,99), de 2 a 4,9 SM (R$ 480,00 a R$
1199,99) e 5 SM ou mais (R$ 1200,00 ou mais), de acordo com o IBGE (2004).
A atividade física foi avaliada segundo a sua realização nos períodos
ocupacional e de lazer. As ocupações foram categorizadas segundo graus crescentes
de gasto energético (FAO/WHO/UNU, 1985) e a Portaria 3.214/78 do Ministério do
Trabalho (1978). Considerou-se como atividade leve as ocupações exercidas
sentadas, com movimentos leves de braços e tronco; em pé, com trabalho leve em
máquina ou bancada movimentando braços e pernas como por exemplo: dico,
advogado, bancário, operador de caixa, motorista, auxiliar de escritório, balconista,
professor, vendedor, com gasto energético entre 125 e 150Kcal/h; atividade
moderada as ocupações exercidas de pé, com trabalho leve em máquinas ou bancada
com movimentação vigorosa de braços e pernas e ocupações exercidas de , como
trabalho moderado em máquina ou bancada, com movimentação vigorosa de braços
e as ocupações exercidas em movimento, como trabalho moderado de levantar ou
empurrar, com gasto energético entre 175 e 300Kcal/h, como por exemplo: carteiro,
contínuo, vendedor domiciliar, pintor de parede, eletricista, marceneiro, mecânico de
automóveis, faxineiro, caseiro. Finalmente, considerou-se como atividade intensa, o
36
trabalho intermitente de levantar ou arrastar, com gasto energético entre 440 a
550Kcal/h, como por exemplo: servente de pedreiro, lixeiro e estivador. Quando
mais de uma ocupação foi referida, computou-se a ocupação com maior gasto
energético.
A atividade física nos momentos de lazer foi obtida perguntando-se ao
participante da pesquisa que tipo de atividade realizava durante seu tempo livre ou
nos momentos de folga, sendo posteriormente categorizada em sim ou não.
O hábito tabágico foi mensurado em cigarros/dia e os indivíduos foram
classificados como: não fumante (aquele que referiu nunca ter fumado cigarros), ex-
fumante (aquele que fumou regularmente no passado e abandonou completamente o
tabagismo) e fumante (aquele que relatou fumar pelo menos 1 (um) cigarro por dia).
Os fumantes foram avaliados através da divisão interna desta variável em tercis (1 a
6 cigarros/dia, 7 a 19 cigarros/dia e 20 ou mais cigarros/dia).
O consumo alcoólico referiu-se ao tipo, freqüência e quantidade de bebida
alcoólica ingerida, sendo expresso em gramas de etanol/dia, a partir de tercis de
consumo (até 6,44 g/dia, 6,45 a 19,33 g/dia e 19,34 ou mais g/dia). A ingestão
adicional de sal foi avaliada classificando os entrevistados que adicionavam ou não
sal às “preparações prontas”.
3.4.2 Procedimentos de Aferição
Através da entrevista foram coletados dados sócio-econômicos, demográficos
e de estilo de vida como: sexo, idade, situação conjugal, número de moradores no
domicílio, escolaridade, renda, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, prática de
atividade física no trabalho e/ou nos momentos de lazer. As medidas antropométricas
(peso, altura e circunferência da cintura) foram obtidas no momento da entrevista,
sendo realizada também a aferição da pressão arterial.
37
O peso foi registrado em Kg, obtido através de balanças da marca Plenna
Litthium Digital, modelo MEA 08128, do tipo digital portátil e com capacidade
para 150 kg. Durante a pesagem, o indivíduo manteve-se em posição ortostática,
braços estendidos ao longo do corpo, sem sapatos, de acordo com as recomendações
de GORDON et al. (1988).
A estatura foi medida utilizando-se um estadiômetro portátil, marca Seca,
modelo Body Metter 208, estando o indivíduo em posição ortostática, sem sapatos,
pés unidos e braços estendidos ao longo do corpo, olhando para a frente, observando-
se a técnica preconizada por GORDON et al. (1988).
A medida da circunferência da cintura foi realizada segundo a padronização
de CALLAWAY et al. (1988), estando o indivíduo em pé, em posição ereta,
utilizando-se uma fita flexível e inextensível, marca Cardiomed, com precisão de 0,1
cm, no plano horizontal, ao nível da cintura natural, ou seja, na parte mais estreita
entre a crista ilíaca e a última costela. Este ponto foi escolhido por ser considerado o
sítio que reflete com mais acurácia o tecido adiposo visceral (BRAY, 1989; LEAN et
al., 1995; CLASEY et al., 1999; WANG et al., 2003). Para obtenção dos valores das
circunferências, a fita foi posicionada com firmeza em torno do local do corpo a ser
medido, sem esticar excessivamente, evitando-se assim a compressão do tecido
subcutâneo. A leitura foi feita no centímetro mais próximo, onde a fita cruzava o
ponto zero.
Para a medida da pressão arterial foi utilizado aparelho semi-automático
(marca OMRON HEM 705 CP). Este equipamento foi escolhido por diminuir a
influência do entrevistador na coleta da pressão arterial e por ter sido validado
internacionalmente (ARTIGAO et al., 2000), sendo seus resultados comparáveis aos
obtidos por meio das medidas com coluna de mercúrio (padrão ouro). Foram
realizadas duas aferições da pressão arterial, com intervalo mínimo de 5 minutos. A
medição foi realizada de acordo com os critérios das V Diretrizes Brasileiras de
38
Hipertensão Arterial (SBH, SBC, SBN, 2006), apresentados no Anexo 3. A primeira
medida sofre a influência do fenômeno conhecido por hipertensão arterial do avental
branco, razão pela qual sempre é considerada a(s) última(s) medida(s) realizada(s).
Para fins de análise, considerou-se a segunda medida, uma vez que o protocolo
utilizado no estudo de Cuiabá foi idêntico ao de JARDIM et al. (2003), compondo o
Projeto Centro-Oeste de Hipertensão Arterial.
3.5 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro de 2003 a agosto de
2004. A equipe de pesquisa foi constituída por um coordenador geral do projeto
(Centro-Oeste), um coordenador local (Mato Grosso), dois supervisores, um
consultor em epidemiologia e estatística e dez entrevistadores, graduandos dos cursos
de Enfermagem, Educação Física, Nutrição e Medicina, da Universidade Federal de
Mato Grosso. Os pesquisadores de campo, organizados em cinco duplas, portavam
crachás de identificação, camisetas e bolsas com a logomarca da pesquisa.
Os dados deste estudo foram obtidos a partir de inquérito domiciliar, medidas
antropométricas e aferição da pressão arterial (Anexo 2). Tais procedimentos foram
testados previamente em estudo similar realizado nas cidades de Goiânia e
Firminópolis (JARDIM et al., 2003). O questionário foi aplicado ao indivíduo
sorteado, através de uma entrevista com duração aproximada de 30 minutos.
O controle de qualidade da coleta de dados consistiu no acompanhamento e
verificação de todas as informações coletadas nos domicílios. Os supervisores
participavam de pelo menos um encontro semanal com as duplas de pesquisadores de
campo. A medida em que os pesquisadores entregavam questionários preenchidos,
recebiam novos formulários com orientação acerca da localização (região, bairro,
quadra) dos domicílios a serem visitados. Os questionários recebidos eram
verificados pelos supervisores, em relação à falhas de preenchimento ou omissões,
orientando as correções necessárias.
39
Em fase anterior à coleta de dados propriamente dita, foi realizado um pré-
teste que simulou a situação real das visitas de campo, permitindo a verificação do
nível de compreensão das perguntas e esclarecimento de possíveis dúvidas.
3.6 TREINAMENTO DOS ENTREVISTADORES
Os entrevistadores receberam treinamento para realizarem as entrevistas
domiciliares e executarem as medidas antropométricas e aferição da pressão arterial.
Este treinamento consistiu na realização de diversas oficinas de trabalho com
a presença de todos os estudantes participantes, com o auxílio de um “Manual do
Entrevistador”, recebendo orientações sobre o processo da entrevista e
esclarecimentos quanto à maneira correta de abordagem do entrevistado e o uso
adequado das técnicas de obtenção dos dados antropométricos e aferição da pressão
arterial. Os estudantes treinados eram supervisionados periodicamente, seja através
de contatos telefônicos com os entrevistados ou por sorteio de domicílios já
visitados.
Aspectos éticos também foram abordados quanto à necessidade de se proteger
a confidencialidade dos dados e a importância de se manter um ambiente agradável e
natural no momento da entrevista.
3.7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados do questionário foram duplamente digitados em bancos elaborados
no Programa Microsoft Office Access 2003. Os dois bancos foram comparados
utilizando o procedimento Data Compare do programa EPI INFO 2000 (DECANO et
al., 2000), como forma de permitir a correção de possíveis inconsistências, sendo
esta etapa realizada pela autora principal do estudo.
40
As análises dos dados foram realizadas utilizando-se os programas EPI INFO
6.0 (DEAN et al., 1994) e STATA/SE versão 9.0 (2005).
A variável dependente foi a presença ou a ausência da HAS (binária). As
variáveis explanatórias principais foram o IMC e a circunferência da cintura. Em
uma primeira etapa, foi feita uma análise descritiva (freqüências absolutas e
relativas, média (erro padrão) e intervalos de confiança IC 95%), objetivando
conhecer o comportamento das variáveis estudadas. Na seqüência, foram
realizadas as análises bivariadas entre as possíveis variáveis de confusão para o
estudo da associação entre os indicadores antropométricos e a HAS.
As análises bivariadas entre as variáveis principais do estudo foram medidas
através da razão de prevalência e seu intervalo de confiança (IC 95%), bem como
através de médias e erro padrão. Para a comparação de proporções foi utilizado o
teste Qui-quadrado de Pearson e a análise pela não intersecção dos IC 95%. A
variação linear de proporções, ao longo dos estratos, de uma variável categórica foi
estimada através de um teste de tendência (FLEISS, 1981) e a comparação de
médias foi realizada através do teste t de Student.
Para a estimativa ajustada de razões de prevalência, utilizou-se a regressão de
Poisson (BARROS e HIRAKATA, 2003), a fim de verificar os efeitos ajustados das
variáveis explanatórias na associação entre os marcadores antropométricos e a
hipertensão arterial. Considerando-se que uma distribuição binomial pode ser
aproximada para uma Poisson quando ρ (prevalência do evento) é menor que 0,3
(ALEXANDER et al., 1974), utilizou-se este tipo de modelagem, uma vez que no
presente estudo, ρ foi igual a 0,28 (367 hipertensos/1298 indivíduos).
Apesar de se utilizar as variáveis IMC e circunferência da cintura como
categóricas na análise bivariada, estas entraram no modelo de regressão como
variáveis contínuas, com o intuito de o se perder poder de informação da variável,
o que poderia ocorrer quando se utiliza variáveis categorizadas no modelo. As
41
variáveis IMC e circunferência da cintura foram ajustadas mutuamente no modelo de
regressão.
Análises de curvas ROC (Receiver Operating Characteristic) foram
utilizadas para identificar o melhor ponto de corte e o poder de discriminação do
marcador antropométrico para o desfecho hipertensão arterial. Os pontos de corte
deste indicador e as respectivas áreas sob a curva ROC com seus intervalos de
confiança (IC95%) foram obtidos pelo pacote estatístico STATA/SE versão 9.0.
As curvas ROC são uma representação gráfica da sensibilidade (eixo vertical)
e o complementar da especificidade (eixo horizontal) para diversos pontos de corte,
que permitem identificar o melhor ponto de corte (ALTMAN e BLAND, 1994). A
sensibilidade, neste estudo, foi definida como a proporção de hipertensos
corretamente identificados e a especificidade como a proporção de normotensos
corretamente identificados.
As áreas sob a curva ROC forneceram a probabilidade global do marcador
antropométrico classificar corretamente a presença ou ausência de hipertensão
arterial. Um teste perfeito tem uma área sob a curva ROC igual a 1,0. Se o intervalo
de confiança de 95% da área sob a curva incluir o valor 0,50 significa que a
perfomance do teste não é melhor do que o acaso (HANLEY e MCNEIL, 1982).
3.8 ASPECTOS ÉTICOS
O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital
Universitário Júlio Müller. Antes dos participantes da pesquisa responderem ao
questionário, foram explicados, verbalmente, os objetivos da pesquisa e sua forma de
realização, informando-os acerca do caráter sigiloso dos dados obtidos e da
possibilidade do entrevistado desistir livremente em qualquer momento do estudo.
Em seguida, realizava-se a leitura e explicação do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexo 4) para obtenção da assinatura do entrevistado (a). Após a
42
assinatura do termo, procedia-se à coleta de dados no próprio domicílio do
participante.
As visitas domiciliares foram acompanhadas da distribuição de folhetos
informativos sobre hipertensão arterial, fatores de risco cardiovascular e prevenção
das doenças cardiovasculares. Utilizou-se também meios de comunicação para
apresentar o projeto e debater o problema. Todas as pessoas com diagnóstico de
hipertensão arterial eram esclarecidas acerca da importância do tratamento e
prevenção das complicações, sendo a seguir encaminhadas para o sistema público de
saúde.
43
4 RESULTADOS
Do total de 1.699 indivíduos residentes na área urbana do município de
Cuiabá, distribuídos proporcionalmente entre as quatro macrorregiões da cidade, com
faixa etária de 18 a 74 anos, foram consolidadas, neste estudo, informações de
apenas 1.298 indivíduos, por considerar os indivíduos que se encontravam na faixa
etária de 20 a 59 anos.
4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO
Dos 1.298 indivíduos entrevistados, 617 (47,5%) eram do sexo masculino e
681 (52,5%) do feminino. A idade média e o erro padrão do sexo masculino foram de
37,5 ± 0,31 anos e do sexo feminino, 37,8 ± 0,43 anos.
Os homens participantes do estudo apresentaram altura média de 1,82 ± 0,12
cm e peso médio de 74,5 ± 0,6 Kg. Já as mulheres apresentaram altura média de 1,57
± 0,004 cm e peso médio de 63,4 ± 0,5 Kg.
Houve maior concentração de indivíduos na faixa etária de 20 a 29 anos
(29,6%). Quanto à escolaridade, 62,9% dos indivíduos freqüentaram a escola por 8
ou mais anos e 21,1% relataram menos que 4 anos de estudo. A maioria dos
participantes desse estudo tinha renda mensal familiar per capita entre 0,5 e 2
salários nimos (54,2%). Cerca de 2/3 dos entrevistados viviam com o cônjuge e,
aproximadamente 60% deles moravam em domicílios habitados por 4 a 7 pessoas
(Tabela 1).
A Tabela 2 descreve a distribuição da população de estudo com relação às
características relacionadas ao estilo de vida. Com relação ao tabagismo, verifica-se
que a maioria da população de estudo era não fumante (54,6%). Entre os fumantes (n
= 298) houve ligeira maior proporção de indivíduos que fumavam pelo menos 20
cigarros por dia (37,9%). O abandono do hábito de fumar foi relatado por 22% dos
44
entrevistados. Cerca de 2/3 dos participantes do estudo referiram não ingerir bebida
alcoólica. Dentre os consumidores de álcool, observa-se que a maioria ingeria
quantidades moderadas de etanol (6,45 a 19,3g/dia).
Ainda na Tabela 2, pode-se notar que mais da metade (55,7%) dos
participantes do estudo eram sedentários e que, a atividade ocupacional leve foi a
mais frequentemente observada entre eles. Constata-se uma elevada proporção de
indivíduos (82,5%) que negaram a adição de sal às “preparações prontas”.
Estratificando-se por sexo, verifica-se que a prevalência de tabagismo e de
consumo alcoólico foi maior entre os homens, sendo que a prevalência de sedentários
foi maior para o sexo feminino (Tabela 3).
Analisando-se a distribuição da população de estudo segundo a classificação
do IMC, evidencia-se que para o sexo masculino, 42,3% foram considerados
eutróficos e 36,9% com sobrepeso. As mulheres apresentaram melhor situação
nutricional, uma vez que 45,5% foram classificadas como eutróficas e 29,6% com
sobrepeso. Pode ser observado que 3,4% dos homens e 5,2% das mulheres estavam
baixo peso. Não houve, porém, diferença estatisticamente significativa entre os sexos
quanto ao estado nutricional segundo o IMC (Tabela 4).
Avaliando o indicador circunferência da cintura, observa-se maior proporção
estatisticamente significante de indivíduos do sexo masculino que apresentavam
valores normais para a circunferência da cintura quando comparado ao sexo
feminino. As mulheres, no entanto, exibiram uma freqüência significantemente
maior de circunferência da cintura muito aumentada em relação aos homens (Tabela
4).
45
Tabela 1 - Distribuição da população de estudo segundo variáveis sócio-econômicas
e demográficas, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
* Dados ausentes para 8 participantes.
Variável N % IC 95%
Sexo
Masculino
Feminino
Total
617
681
1298
47,5
52,5
100,0
44,8 – 50,3
49,7 – 55,2
Faixa Etária (anos)
20 - 29
30 - 39
40 - 49
50 - 59
Total
384
361
297
256
1298
29,6
27,8
22,9
19,7
100,0
27,1 – 32,2
25,4 – 30,4
20,6 – 25,3
17,6 – 22,0
Escolaridade (anos de estudo)
0 - 4
5 - 7
8
Total
274
207
817
1298
21,1
15,9
62,9
100,0
18,9 – 23,5
14,0 – 18,1
60,2 – 65,6
Situação Conjugal*
Sem Cônjuge
Com Cônjuge
Total
438
852
1290
34,0
66,0
100,0
31,4 – 36,6
63,4 – 68,6
Número de Moradores no Domicílio
1 - 3
4 - 7
8
Total
458
778
62
1298
35,3
59,9
4,8
100,0
32,7 – 38,0
57,2 – 62,6
3,7 – 6,1
Renda (salário mínimo per capita)
Sem rendimento
< ½
½ - 1,9
2 – 4,9
5
Total
15
246
703
264
70
1298
1,2
19,0
54,2
20,3
5,4
100,0
0,7 – 1,9
16,9 – 21,2
51,4 – 56,9
18,2 – 22,7
4,3 – 6,8
46
Tabela 2 - Distribuição da população de estudo segundo variáveis relacionadas ao
estilo de vida, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
* Dados ausentes para 4 participantes.
** Dados ausentes para 3 participantes.
Variável N % IC 95%
Tabagismo
Não-fumante 709 54,6 51,9 – 57,4
Ex-fumante
Fumante
Total
291
298
1298
22,4
23,0
100,0
20,2 – 24,8
20,7 – 25,4
Fumantes (cigarros/dia)
1 – 6 93 31,2 26,0 – 36,8
7 – 19 92 30,9 25,7 – 36,5
20 113 37,9 32,4 – 43,7
Total
298 100,0
Consumo de Bebida Alcoólica
Não
Sim
Total
Sim (g/dia)
863
435
1298
66,5
33,5
100,0
63,8 – 69,0
31,0 – 36,2
6,44 111 25,5 21,5 – 29,9
6,45 – 19,33 176 40,5 35,8 – 45,3
19,34 148 34,0 29,6 – 38,7
Total
435 100,0
Atividade Física de Lazer*
Não 721 55,7 53,0 – 58,4
Sim 573 44,3 41,6 – 47,0
Total
1294 100,0
Atividade Física Ocupacional
Leve 548 42,2 39,5 – 45,0
Moderada 315 24,3 22,0 – 26,7
Intensa 435 33,5 31,0 – 36,2
Total
1298 100,0
Ingestão Adicional de Sal**
Não 1068 82,5 80,3 – 84,5
Sim 227 17,5 15,5 – 19,7
Total
1295 100,0
47
Tabela 3 - Prevalência do hábito tabágico, consumo de bebida alcoólica e
sedentarismo segundo o sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
* Dados ausentes para 1 homem e 3 mulheres.
Tabela 4 - Distribuição da população de estudo segundo a classificação do índice de
massa corporal (IMC) e da circunferência da cintura, discriminado por sexo, Cuiabá
(MT), 2003 – 2004.
* 4 participante sem informação para peso e/ou altura.
** Dados ausentes para 7 participantes.
Sexo
Variável
Masculino
(N = 617)
Feminino
(N = 681)
N % IC 95% N % IC 95%
Tabagismo 184 29,8 26,3 – 33,6 114 16,7 14,1 – 19,8
Consumo de Bebida
Alcoólica
279 45,2 41,3 – 49,2 156 22,9 19,8 – 26,3
Sedentarismo* 290 47,1 43,1 – 51,1 431 63,6 59,8 – 67,2
Sexo
Variável
Masculino Feminino
N % IC 95% N % IC 95%
Índice de Massa Corporal (Kg/m
2
)*
Baixo Peso (< 18,5) 21 3,4 2,2 – 5,3 35 5,2 3,7 – 7,2
Eutrofia (18,5 - 24,9) 260 42,3 38,4 – 46,3 309 45,5 41,7 – 49,3
Sobrepeso (25 - 29,9) 227 36,9 33,1 – 40,9 201 29,6 26,2 – 33,2
Obesidade Grau I (30 - 34,9) 84 13,7 11,1 – 16,7 102 15,0 12,5 – 18,0
Obesidade Grau II (35 - 39,9) 17 2,8 1,7 – 4,5 25 3,7 2,4 – 5,5
Obesidade Grau III ( 40)
6 1,0 0,4 – 2,2 7 1,0 0,5 – 2,2
TOTAL 615 100,0 679 100,0
Circunferência da Cintura (cm)**
Normal 413 67,4 63,5 – 71,0 299 44,1 40,3 – 47,9
Aumentado 105 17,1 14,3 – 20,4 155 22,9 19,8 – 26,2
Muito Aumentado 95 15,5 12,8 – 18,7 224 33,0 29,5 – 36,7
TOTAL 613 100,0 678 100,0
48
A Tabela 5 mostra que os valores médios do IMC foram de 25,7 ± 0,20
Kg/m
2
e 25,8 ± 0,19 Kg/m
2
, para mulheres e homens respectivamente. Não foi
encontrada diferença estatisticamente significante, quando a média do IMC do sexo
masculino foi comparada com a do sexo feminino. A média da circunferência da
cintura no sexo masculino (
x
= 90,0 ± 0,63) foi estatisticamente superior à do sexo
feminino (
x
= 83,4 ± 0,48).
Tabela 5 - Média e erro padrão do índice de massa corporal (IMC) e da
circunferência da cintura da população estudada segundo o sexo, Cuiabá (MT), 2003
– 2004.
a
Dados ausentes para 2 homens e 2 mulheres.
b
Dados ausentes para 4 homens e 3 mulheres.
* associado ao teste t de Student.
Observou-se uma forte associação entre IMC e circunferência da cintura em
ambos os sexos. Para o sexo masculino, as correlações entre esses marcadores
antropométricos foram maiores para indivíduos com idade igual ou superior a 37
anos, idade essa que corresponde à mediana da população de estudo (r = 0,81, ρ <
0,001), em comparação aos com idade menor que 37 anos (r = 0,77, ρ < 0,001). Em
oposição, para o grupo das mulheres, a correlação entre essas variáveis foi maior (r =
0,88, ρ < 0,001) entre as participantes que apresentavam idade inferior à 37 anos do
que entre as que apresentavam idade superior ou igual a 37 anos (r = 0,84, ρ <
0,001).
Sexo
Masculino
(N = 617)
Feminino
(N = 681)
Variável
x
ep
x
ep
ρ*
Índice de Massa Corporal (Kg/m
2
)
a
25,8 0,19 25,7 0,20 0,77
Circunferência da Cintura (cm)
b
90,0 0,63 83,4 0,48 < 0,001
49
4.2 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO
DE ESTUDO
A classificação de todos os indivíduos, por estágio pressórico é apresentada
na Tabela 6. A prevalência de hipertensão arterial sistêmica, considerando como
hipertensos todos os indivíduos sob medicação anti-hipertensiva (independente de
valores pressóricos) e aqueles sem medicação apresentando PAS e/ou PAD elevada,
foi de 28,3%. Dentre os hipertensos (n= 367), 29,7% encontravam-se no estágio 1 de
hipertensão arterial e, apenas 7,9% exibiam níveis pressóricos compatíveis com o
grau 3 de hipertensão. Observou-se que 37,1% da população correspondem a
indivíduos portadores de hipertensão, porém com a doença controlada.
Tabela 6 - Distribuição da população de estudo de acordo com a classificação da
pressão arterial, segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, Cuiabá
(MT), 2003 – 2004.
Classificação N % IC 95%
Ótima 586 45,1 42,4 – 47,9
Normal 186 14,3 12,5 – 16,4
Limítrofe 159 12,2 10,5 – 14,2
Hipertensão
Controlada 136 37,1 32,1 – 42,2
Hipertensão estágio 1 109 29,7 25,1 – 34,7
Hipertensão estágio 2 33 9,0 6,4 – 12,5
Hipertensão estágio 3 29 7,9 5,4 – 11,3
Hipertensão sistólica isolada
Total
60
367
16,3
28,3
12,8 – 20,6
Os resultados deste estudo apontam que a prevalência de hipertensão arterial
foi maior no sexo masculino (33,5%) quando comparado ao sexo feminino (23,5%).
As médias de PAS (
x
= 127,6 ± 0,80 mmHg) e de PAD (
x
= 81,0 ± 0,57 mmHg) do
sexo masculino foi significantemente maior que as médias de PAS (
x
= 114,7 ± 0,83
50
mmHg) e de PAD (
x
= 76,1 ± 0,58 mmHg) do sexo feminino (ρ < 0,001). Esses
dados são mostrados na Tabela 7 e 8.
Tabela 7 - Prevalência de hipertensão arterial e intervalo de confiança (IC 95%) na
população de estudo segundo o sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
Tabela 8 - Média e erro padrão da pressão arterial sistólica e da pressão arterial
diastólica da população de estudo de acordo com o sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
* associado ao teste t de Student.
A Tabela 9 apresenta as médias e erro padrão das PAS e PAD discriminadas
por faixa etária e sexo. Observou-se aumento linear da PAS com o aumento da idade
em ambos os sexos. Os valores dessas variáveis foram maiores para o sexo
masculino. As médias de PAD também apresentaram aumento linear com o avançar
da idade, com leve declínio na faixa etária de 50 a 59 anos para o sexo masculino.
Sexo
Hipertensão
Arterial
Masculino
(N = 617)
Feminino
(N = 681)
Total
N % IC 95% N % IC 95% N %
Não 410 66,5 62,6 – 70,1 521 76,5 73,1 – 79,6 931 71,7
Sim 207 33,5 29,9 – 37,4 160 23,5 20,4 – 26,9 367 28,3
Sexo
Pressão Arterial
(mmHg)
Masculino
(N = 617)
Feminino
(N = 681)
x
ep
x
ep ρ*
Pressão Arterial Sistólica 127,6 0,80 114,7 0,83 < 0,001
Pressão Arterial Diastólica 81,0 0,57 76,1 0,58 < 0,001
51
Tabela 9 - Média e erro padrão da pressão arterial sistólica e da pressão arterial
diastólica da população de estudo segundo sexo e faixa etária, Cuiabá (MT), 2003
2004.
4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL E AS
VARIÁVEIS DE ESTUDO
A Tabela 10 mostra a associação entre as variáveis sócio-econômicas e
demográficas com a hipertensão arterial. A prevalência de hipertensos no sexo
masculino foi 1,4 vezes maior em relação ao sexo feminino. Foi observado aumento
linear na prevalência de hipertensão arterial com o aumento da idade (ρ < 0,001).
Detectou-se associação inversa e linear entre a prevalência de hipertensão arterial e
escolaridade, sendo que os indivíduos com até 4 anos de estudo apresentaram uma
prevalência de hipertensão aproximadamente 1,6 vezes maior quando comparados
aos indivíduos com 8 anos e mais de estudo. A situação conjugal não influenciou a
prevalência de hipertensão arterial e nenhuma associação foi observada entre número
de moradores no domicílio, renda e hipertensão arterial.
Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diastólica
Faixa Etária
Masculino Feminino Masculino Feminino
x
ep
x
ep
x
ep
x
ep
20 – 29 121,3 1,01 105,4 1,20 75,5 0,87 70,0 1,02
30 – 39 124,8 1,35 108,8 1,15 81,1 0,99 74,2 0,82
40 – 49 131,4 1,96 119,9 1,72 85,4 1,47 79,4 1,14
50 – 59 136,7 2,08 130,9 2,09 84,6 1,19 83,6 1,58
ρ (para a
tendência linear)
< 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001
52
Tabela 10 - Prevalência de hipertensão, razão de prevalência e intervalo de
confiança (IC 95%) segundo características sócio-econômicas e demográficas na
população estudada, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
a
Dados ausentes para 8 participantes.
* ρ < 0,001 (para tendência linear).
Variável Hipertensos/N Prevalência (%) RP (IC 95%)
Sexo
Feminino 160/681 23,5 1,00
Masculino 207/617 33,5 1,43 (1,20 – 1,70)
Faixa Etária (anos)*
20 – 29 42/384 10,9 1,00
30 – 39 72/361 19,9 1,82 (1,28 – 2,59)
40 – 49 118/297 39,7 3,63 (2,64 – 4,99)
50 – 59 135/256 52,7 4,82 (3,54 – 6,56)
Escolaridade (anos de
estudo)*
8 205/817 25,1 1,00
5 – 7 54/207 26,1 1,04 (0,80 – 1,35)
0 – 4 108/274 39,4 1,57 (1,30 – 1,90)
Situação Conjugal
a
Sem Cônjuge 120/448 27,4 1,00
Com Cônjuge 244/852 28,6 1,07 (0,89 – 1,29)
Número de Moradores no
Domicílio
1 – 3 140/458 30,6 1,00
4 – 7 214/778 27,5 0,90 (0,75 – 1,08)
8 13/62 21,0 0,69 (0,41 – 1,13)
Renda (salário mínimo per
capita)
5 23/70 32,9 1,00
2 – 4,9 76/264 28,8 0,88 (0,60 – 1,29)
½ - 1,9 194/703 27,6 0,84 (0,59 – 1,20)
< ½ 70/246 28,5 0,87 (0,59 – 1,28)
Sem rendimento 4/15 26,7 0,81 (0,33 – 2,00)
53
A associação entre as variáveis relacionadas ao estilo de vida e hipertensão
arterial é apresentada na Tabela 11. Quanto ao hábito tabágico, verificou-se que ex-
fumantes apresentaram uma prevalência de hipertensão arterial 1,46 vezes maior
quando comparados aos não-fumantes. A prevalência de hipertensão arterial foi
maior e estatisticamente significante entre os indivíduos do último tercil de consumo
de etanol comparados aos que não consumiam bebidas alcoólicas. Não praticar
atividade física nos momentos de lazer e desenvolver atividade ocupacional intensa
exerceu influência sobre a prevalência de hipertensão arterial nos participantes deste
estudo, apresentando efeito protetor para o evento avaliado. A ingestão adicional de
sal não mostrou associação com a prevalência de hipertensão arterial.
Foi observada associação linear direta entre a prevalência de hipertensão
arterial e a obesidade global, avaliada pelo IMC (Tabela 12). Indivíduos com
obesidade grau III apresentaram prevalência de hipertensão arterial,
aproximadamente, 3,4 vezes maior do que a observada entre os eutróficos. Entre
indivíduos com sobrepeso, essa prevalência foi 1,8 vezes maior em relação aos
eutróficos. A categoria baixo peso teve efeito protetor de hipertensão arterial.
Em relação à adiposidade localizada, observou-se que homens com valores de
circunferência da cintura muito aumentados apresentaram prevalência de hipertensão
2,4 vezes maior quando comparados aos de valores de circunferência da cintura
normais. Essa associação mostrou-se linear e direta. Para as mulheres, a mesma
tendência foi observada, embora a força da associação tenha sido maior do que a
encontrada entre os homens (Tabela 13).
54
Tabela 11 - Prevalência de hipertensão arterial, razão de prevalência e intervalo de
confiança (IC 95%) segundo características relacionadas ao estilo de vida na
população estudada, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
* Dados ausentes para 4 participantes.
** Dados ausentes para 3 participantes.
Variável Hipertensos/N Prevalência (%) RP (IC 95%)
Tabagismo
Não-fumante 182/709 25,7 1,00
Ex-fumante 109/291 37,5 1,46 (1,20 – 1,77)
Fumante 76/298 25,5 0,99 (0,79 – 1,25)
Fumantes (cigarros/dia)
1 – 6 20/93 21,5 0,84 (0,56 – 1,26)
7 – 19 23/92 25,0 0,97 (0,67 – 1,42)
20 33/113 29,2 1,14 (0,83 – 1,56)
Consumo de Bebida Alcoólica
Não 244/863 28,3 1,00
Sim 123/435 28,3 1,00 (0,83 – 1,20)
Sim (g/dia)
6,44 22/111 19,8 0,70 (0,48 – 1,03)
6,45 – 19,33 46/176 26,1 0,92 (0,71 – 1,21)
19,34 55/148 37,2 1,31 (1,04 – 1,66)
Atividade Física de Lazer*
Sim 182/573 31,8 1,00
Não 185/721 25,7 0,81 (0,68 – 0,96)
Atividade Física Ocupacional
Leve 174/548 31,8 1,00
Moderada 82/315 26,0 0,82 (0,66 – 1,02)
Intensa 111/435 25,5 0,80 (0,66 – 0,98)
Ingestão Adicional de Sal**
Não 297/1068 27,8 1,00
Sim 68/227 30,0 1,08 (0,86 – 1,34)
55
Tabela 12 - Prevalência de hipertensão arterial, razão de prevalência e intervalo de
confiança (IC 95%) segundo a classificação do índice de massa corporal na
população estudada, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
a
Dados ausentes para 4 participantes.
* ρ < 0,001 (para tendência linear).
Tabela 13 - Prevalência de hipertensão arterial, razão de prevalência e intervalo de
confiança (IC 95%) segundo a classificação da circunferência da cintura de acordo
com o sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
a
Dados ausentes para 4 participantes.
b
Dados ausentes para 3 participantes.
* ρ < 0,001 (para tendência linear).
Índice de Massa Corporal
(Kg/m
2
)
a
Hipertensos/N Prevalência (%)
RP (IC 95%)
ρ*
Eutrofia (18,5 - 24,9) 102/569 17,9 1,00
Baixo Peso (< 18,5) 3/56 5,4 0,30 (0,10 – 0,91)
Sobrepeso (25 - 29,9) 140/428 32,7 1,82 (1,46 – 2,28)
< 0,001
Obesidade Grau I (30 - 34,9) 88/186 47,3 2,64 (2,09 – 3,33)
Obesidade Grau II (35 - 39,9) 23/42 54,8 3,05 (2,20 – 4,23)
Obesidade Grau III ( 40)
8/13 61,5 3,43 (2,16 – 5,46)
Variável Hipertensos/N Prevalência (%) RP (IC 95%)
Sexo Masculino
Circunferência da Cintura (cm)
a
*
Normal (< 94) 98/413 23,7 1,00
Aumentado (94 - 102) 53/105 50,5 2,13 (1,65 – 2,75)
Muito Aumentado ( 102) 55/95 57,9 2,44 (1,91 – 3,11)
Sexo Feminino
Circunferência da Cintura (cm)
b
*
Normal (< 80) 30/299 10,0 1,00
Aumentado (80 – 88) 37/155 23,9 2,81 (1,61 – 4,93)
Muito Aumentado ( 88) 92/224 41,1 4,09 (2,82 – 5,95)
56
4.4 ANÁLISE MÚLTIPLA ENTRE AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES
DO ESTUDO E HIPERTENSÃO ARTERIAL
As variáveis de interesse do estudo (IMC e circunferência da cintura) foram
avaliadas no modelo de Poisson como variáveis contínuas. A Tabela 14 mostra os
efeitos brutos e ajustados dessas variáveis. O IMC e a circunferência da cintura
mantiveram-se associados com a hipertensão arterial, quando analisada a razão de
prevalência bruta (RP = 1,08, ρ < 0,001 e RP = 1,02, ρ < 0,001), respectivamente.
Entretanto, após ajuste pelo IMC e pelos potenciais fatores de confusão (sexo, idade,
escolaridade, tabagismo, consumo de bebida alcoólica e atividade física no lazer), a
circunferência da cintura perde sua associação com o desfecho avaliado,
permanecendo apenas o IMC associado à hipertensão arterial no modelo (RP = 1,05,
ρ = 0,001), sendo responsável por 5% de explicação do evento.
Tabela 14 - Razão de Prevalência (RP) bruta e ajustada entre os indicadores
antropométricos e hipertensão arterial, Cuiabá (MT), 2003 – 2004 (n = 1.278)*.
1
Ajustado por sexo, idade, escolaridade, tabagismo, consumo de bebida alcoólica e atividade física no lazer.
* Apenas 1.278 indivíduos apresentaram todos os dados que entraram no modelo desta regressão. Aqueles para os
quais não se tinha informação sobre qualquer uma das variáveis do modelo foram excluídos da análise.
** ρ < 0,001 (associado ao Qui-quadrado de Pearson).
*** ρ = 0,001 (associado ao Qui-quadrado de Pearson).
4.5 CAPACIDADE PREDITIVA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
SEGUNDO O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
A figura 1 mostra as curvas de sensibilidade e especificidade do IMC como
preditor de hipertensão arterial, identificando os melhores pontos de corte para os
ambos os sexos. O melhor ponto de corte para a detecção da hipertensão arterial
entre homens e mulheres foi bastante semelhante (25,6 Kg/m
2
para os homens e 25,7
Kg/m
2
para as mulheres). O poder discriminatório do IMC para hipertensão arterial,
Variável RP
bruto
IC 95% RP
ajust
1
IC 95%
Índice de Massa Corporal (Kg/m
2
) 1,08** 1,06 – 1,10 1,05*** 1,02 – 1,08
Circunferência da Cintura (cm) 1,02** 1,02 – 1,03 1,00 1,00 – 1,01
57
avaliado pela área sob a curva ROC mostrou que sua capacidade de classificar
corretamente a presença ou ausência de hipertensão arterial foi de cerca de 68% para
os homens e 69% para as mulheres. Em ambos os casos, o limite inferior do IC 95%
não atingiu o valor 0,50.
No cálculo da sensibilidade e da especificidade do IMC (e respectivos
intervalos de confiança – 95%) para os pontos de corte de 25,6 Kg/m
2
, para homens,
e 25,7 Kg/m
2
, para mulheres, foram obtidos os seguintes valores: homens:
sensibilidade = 66,34% (59,43 - 72,77) e especificidade = 61,71% (56,81 - 66,44);
mulheres: sensibilidade = 66,04% (58,12 - 73,35) e especificidade = 63,08% (58,77 -
67,24). Esses dados demonstram que, os pontos de corte acima descritos
conseguiram identificar, corretamente, 66,34% dos homens e 66,04% das mulheres
com hipertensão arterial. A proporção de falsos positivos foi de 38,3% para o sexo
masculino e de 36,92% para o sexo feminino (Tabela 15).
Figura 1 - Índice de massa corporal e hipertensão arterial: sensibilidade,
especificidade e melhor ponto de corte, discriminados por sexo, Cuiabá (MT), 2003 –
2004.
Sexo Masculino – 20 a 59 anos Sexo Feminino – 20 a 59 anos
Área sob a curva ROC: 0,6847 (IC 95%: 0,64009 - 0,72929) Área sob a curva ROC: 0,6911 (IC 95%: 0,64487 - 0,73728)
58
Tabela 15 - Sensibilidade, especificidade e IC 95% do índice de massa corporal para
o desfecho hipertensão arterial, segundo sexo, Cuiabá (MT), 2003 – 2004.
Sexo N Sensibilidade
(%)
IC 95% Especificidade
(%)
IC 95%
Masculino
IMC 615
66,34
59,43 - 72,77 61,71
56,81 - 66,44
Feminino
IMC 679 66,04
58,12 - 73,35 63,08
58,77 - 67,24
59
5 DISCUSSÃO
Este estudo analisou a associação entre os indicadores antropométricos IMC e
circunferência da cintura e hipertensão arterial e examinou a capacidade preditiva
destes marcadores antropométricos na identificação do risco de hipertensão arterial
da população adulta do município de Cuiabá. Estudos de base populacional
apresentam a vantagem de poderem representar o conjunto total de onde foi retirada
a amostra (ABRAMSON, 1997), constituindo-se em fonte importante de
informações para planejar, administrar, organizar e avaliar sistemas ou serviços de
saúde.
O tipo de delineamento (transversal) utilizado não possibilitou, no entanto,
estabelecer uma relação temporal de causa e efeito, visto que as informações sobre
exposição e desfecho foram obtidas ao mesmo tempo, mas permitiu que fossem
exploradas algumas associações entre as variáveis estudadas, possibilitando também
a investigação do efeito dose-resposta.
Tendo em vista que o desfecho estudado foi avaliado segundo uma medida da
pressão arterial e as variáveis independentes principais (IMC e circunferência da
cintura) segundo uma medida antropométrica, o critério metodológico exigido no
treinamento e padronização dos examinadores, bem como a qualidade do material
utilizado na tomada da medida, representam fatores decisivos para a qualidade dos
dados. O estudo foi criterioso nesse aspecto, ao considerar as recomendações das
Sociedades Científicas (Hipertensão, Clínica Médica e Nefrologia) e das últimas
Diretrizes de Hipertensão recentemente publicadas (SBH, SBC, SBN, 2006) para a
aferição, diagnóstico e classificação da pressão arterial, da técnica original
recomendada por CALLAWAY et al. (1988), na aferição da circunferência da
cintura e da técnica de GORDON et al. (1988) para a obtenção do peso e da altura.
A estimativa da gordura corporal total e da gordura abdominal foi feita de
forma indireta, através da utilização de medidas antropométricas (IMC e
60
circunferência da cintura, respectivamente). Estimativas mais precisas do conteúdo
de gordura corpóreo e abdominal podem ser realizadas através do uso de métodos de
imagem, como tomografia computadorizada ou densitometria. Porém, vários estudos
comprovaram a alta correlação entre a quantidade de gordura corporal e esses
indicadores antropométricos (LEAN et al., 1995; HAN et al., 1996; NIH, 1998,
JANSSEN et al., 2002; WANG et al., 2003)
5.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO
No presente estudo, 52,5% dos indivíduos eram do sexo feminino. A maior
parte dos entrevistados pertenciam à faixa etária de 20 a 29 anos (29,6%),
apresentavam 8 ou mais anos de estudo (62,9%) e uma renda mensal familiar per
capita de 0,5 a 2 salários mínimos (54,2%). Dos indivíduos estudados, 59,9%
residiam em domicílios habitados por 4 a 7 pessoas e cerca de 2/3 dos entrevistados
viviam com cônjuge. Em um estudo populacional realizado na cidade de Pelotas-RS
(CASTANHEIRA et al., 2003), a amostra também foi constituída por uma proporção
ligeiramente maior de mulheres (56%) e metade dos indivíduos possuía até 40 anos
de idade. Observou-se que homens e mulheres, viviam, em sua maioria, com
companheiro e que, aproximadamente, um terço dos indivíduos pertencia a famílias
com renda igual ou inferior a três salários mínimos, enquanto cerca de 6% não
tinham completado um ano de escola.
Resultados semelhantes foram encontrados por LIMA-COSTA et al. (2004)
na cidade de Bambuí-MG, cujo estudo predominaram mulheres (56,5%), adultos
jovens (50,1% tinham entre 18 e 39 anos), indivíduos com escolaridade igual ou
superior a oito anos (33,3%) e indivíduos com renda domiciliar igual ou superior a
quatro salários mínimos (42,4%).
Os dados obtidos neste estudo apontam que a maioria dos participantes era
não fumante (54,6%) e uma prevalência de tabagistas menor (23,0%) quando
comparados a outros estudos, como o de SOUZA (1999), que encontrou uma
prevalência de 32,7% e os de KLEIN et al. (1992), POHLMANN et al. (1991) e
61
MOREIRA et al. (1995), que observaram prevalência de 33,0%, 41,5% e 45,7%
respectivamente. Em estudo realizado por MATOS et al. (2004), no entanto, o
tabagismo foi observado em apenas 12,4% da amostra, valor muito inferior ao
observado na literatura.
A prevalência de consumo de bebidas alcoólicas no estudo em questão
(33,5%) é similar à encontrada por CASTANHEIRA et al. (2003), na cidade de
Pelotas-RS, onde verificaram que um terço dos homens bebia com freqüência de dois
ou mais dias na semana, sendo 10% das mulheres incluídas nessa categoria.
Neste estudo, a maioria dos participantes não praticava atividade física de
lazer. O sedentarismo foi mais freqüente entre as mulheres. Grande parte dos estudos
sobre a prática de atividades físicas existente foi realizada com homens ou com a
população em geral, sem diferenciar por sexo. Os poucos estudos que diferenciaram
a atividade física no lazer por sexo demonstraram que a prevalência de sedentarismo
era maior em mulheres do que em homens (BLAIR et al., 1996; GOMES et al., 2001;
COSTA et al., 2003; PITANGA e LESSA, 2005a). Entretanto, quando todos os
domínios da atividade física são avaliados (atividades ocupacionais, deslocamentos,
de lazer e serviços domésticos), as diferenças por sexo tendem a desaparecer
(MATSUDO et al., 2002; HALLAL et al., 2003).
Em Cuiabá, a prevalência de excesso de peso foi menor (36,9% no sexo
masculino e 29,6% no feminino) quando comparada aos resultados de POF de 2002-
2003 para a área urbana da Região Centro-Oeste (44,9% no sexo masculino e 36,4%
no feminino). a prevalência de obesidade, neste estudo, foi superior (17,5% em
homens e 19,7% em mulheres) aos dados da POF de 2002-2003 para a área urbana
da Região Centro-Oeste, em que 9,0% dos homens e 10,5% das mulheres
apresentaram algum grau de obesidade (IBGE, 2004).
Ao estudar um grupo populacional no Nordeste (SABRY et al., 2002),
constatou-se que o sexo feminino exibiu um percentual de 54,4% com IMC elevado,
sendo 14,4% compatíveis com obesidade e no sexo masculino encontrou-se um
62
percentual mais elevado de IMC acima do normal - 65,7%, sendo 19,8% compatíveis
com obesidade.
No presente estudo, a prevalência de obesidade central apresentou níveis de
32,6% em homens e 55,9% em mulheres, resultados superiores ao encontrado em
estudo realizado em Campos-RJ, que apontaram para valores de obesidade
abdominal de 15,2% e 20,2% em homens e mulheres, respectivamente (SOUZA et
al., 2003).
Assim como em outros estudos (LEAN et al., 1995; TAYLOR et al., 1998;
FOUCAN, 2000), foi observada uma alta correlação entre o IMC e a circunferência
da cintura, para ambos os sexos, sendo maior para os homens com idade superior a
37 anos e para as mulheres com idade inferior a 37 anos. Alguns estudos brasileiros
também demonstraram a alta correlação existente entre IMC e circunferência da
cintura (PEREIRA et al., 1999; OLIVEIRA et al., 2001; LEMOS-SANTOS et al.,
2004; PITANGA e LESSA, 2005b).
Apesar de não medir a composição corporal, o IMC possui bom potencial
como indicador do estado nutricional em estudos epidemiológicos. Sua utilização se
baseia nos resultados de estudos populacionais que mostram que o IMC é pouco
correlacionado com a altura e altamente correlacionado com a massa de gordura
absoluta e na associação existente entre IMC elevado e morbidade e mortalidade por
doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, câncer de cólon e doenças das vias
biliares (HUBERT et al., 1983; CALLE et al., 1999; STEVENS, 2000).
A relação entre o risco relativo de mortalidade total e o IMC tem sido
identificada como uma curva em "U", assimétrico, sendo que o menor risco (a parte
horizontal do U) fica aproximadamente no intervalo de IMC de 20 a 30kgm
2
, ou seja,
os dois extremos de IMC estão associados com maior risco de morbidade e
mortalidade (BURTON et al., 1985; NCHS, 1987; WAALER, 1988).
63
A associação entre IMC e risco de morbidades, no entanto, pode ser afetada
pela distribuição da gordura corpórea, visto que as principais complicações da
obesidade, que incluem doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão e
hiperlipidemia, estão associadas ao maior acúmulo de gordura abdominal,
independente do peso corpóreo (DESPRÉS et al., 1985; TAYLOR et al., 1998).
5.2 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO
DE ESTUDO
Considerando-se o ponto de corte de 140x90 mmHg e/ou o uso de terapêutica
anti-hipertensiva para definição de hipertensão arterial, observou-se, neste estudo,
uma prevalência de 28,3% de hipertensos, sendo 33,5% em homens e 23,5% em
mulheres de 20 a 59 anos. Em Goiânia-GO, em estudo idêntico ao realizado em
Cuiabá, com indivíduos de 20 a 64 anos, foi observado que cerca de 39,8% dos
homens e 29,4% das mulheres eram hipertensas (PEIXOTO, 2004).
Inquéritos de base populacional realizados em algumas cidades do Brasil
mostram prevalência de hipertensão arterial (140/90 mmHg) de 22,3% a 44,0%,
considerando-se as diferenças de distribuição etária e de nível social dos grupos
investigados (FREITAS et al., 2001; GUS et al., 2002; JARDIM et al., 2003;
MATOS e LADEIA, 2003; OLIVEIRA E NOGUEIRA, 2003; SOUZA et al., 2003;
GUS et al., 2004a). Deste modo, a comparação de prevalências com outros estudos
de natureza populacional feitos no Brasil deve ser feita com cautela devido ao uso de
diferentes critérios para definir hipertensão ou por envolver faixas etárias distintas.
Na região urbana de Cuiabá, a prevalência de hipertensão arterial foi de
33,4%, sendo 36,8% em homens e 30,2% em mulheres (p<0,001), com significativo
aumento dos porcentuais com o avançar da idade, considerando uma amostra
composta por indivíduos de 18 a 74 anos (CASSANELLI, 2005).
64
A real prevalência de hipertensão na amostra e, conseqüentemente, na
população é, em geral, discretamente superestimada em estudos de corte transversal
porque a aferição da pressão arterial foi feita num único dia. Sabe-se que medidas
repetidas da pressão arterial, a intervalos superiores a uma semana, fazem com que
muitos hipertensos de estágio 1 (o segundo grupo mais numeroso neste estudo) sejam
classificados como normotensos (MILL et al., 2004), além da ocorrência do “efeito
do avental branco (II DIRETRIZ PARA USO DA MONITORIZAÇÃO
AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL; II DIRETRIZ PARA O USO DA
MONITORIZAÇÃO RESIDÊNCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL, 2005).
De acordo com os critérios definidos pelas V Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial (SBH, SBC, SBN, 2006), considerando-se somente os
normotensos, observou-se neste estudo que 45,1% tinham pressão no estágio
“ótimo”, 14,3% classificaram-se no estágio “normal” e 12,2% no estagio “limítrofe”.
Estes dados demonstram que se o ponto de corte para o diagnóstico de hipertensão
baixasse para valores considerados limítrofes (135/85 mmHg), haveria significativo
acréscimo no grupo de hipertensos, uma vez que 12,2% dos normotensos estão no
estágio “limítrofe” de pressão arterial. Observa-se que estes indivíduos com pressão
arterial limítrofe são passíveis de, facilmente, transitar para o estágio I de hipertensão
arterial, caso não mudem seu estilo de vida ou associem outros fatores ambientais
desfavoráveis. Para reforçar a importância desta questão, destaca-se que no
diagnóstico de síndrome metabólica o plano de corte da variável pressão arterial é de
130/85 mmHg (I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA, 2005).
Chama a atenção o número de hipertensos no estágio 3 (29 em N = 367;
7,9%) e com sistólica isolada (60 em N = 367; 16,3%). Esses dados indicam o
número de indivíduos em fase avançada de hipertensão arterial, uma parte sem
diagnóstico e outra parte sem tratamento eficaz. Estudo realizado em Araraquara
revelou uma prevalência de 4,6% de hipertensão em estágio 3 e apenas 1,4% de
sistólica isolada (LÓLIO, 1990). Já em Catanduva, a prevalência de hipertensão
sistólica isolada foi de 6,5% (FREITAS et al., 2001). Estudo realizado por MILL et
65
al. (2004), no entanto, registrou uma prevalência maior de hipertensos em estágio 3
(11,8%), sendo que quase metade deles estavam incluídos no grupo sob uso de
medicação, quando comparado à prevalência encontrada neste grupo de hipertensos
em Cuiabá.
Do total de hipertensos em Cuiabá, cidade com razoável cobertura de serviços
de saúde, apenas 37,1% dos hipertensos em tratamento têm pressão arterial
controlada, fato este que pode explicar os elevados índices de mortalidade por
doenças cerebrovasculares (930 óbitos/ano), segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE
(2006b).
Neste estudo, os valores dios da pressão arterial foram mais elevados em
homens do que em mulheres, tanto para a PAS (126,7 x 114,7 mmHg) como para a
PAD (81 x 76,1 mmHg). Este fato pode ser explicado devido a faixa etária média da
população amostral masculina estar, predominantemente na terceira cada de vida
(37,5 ± 0,31 anos), idade esta onde a prevalência predomina no gênero masculino.
Diferenças similares foram encontradas por LÓLIO (1990) para PAS (137,6 para
homens x 130,9 mmHg para mulheres) e para PAD (88,5 para homens x 84,0 mmHg
para mulheres), com cifras de PAS mais elevadas possivelmente pelo alto
contingente de idosos participantes daquele estudo.
5.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL E AS
VARIÁVEIS DE ESTUDO
Observou-se um aumento da prevalência de hipertensão arterial
estatisticamente significante com o aumento da idade. Indivíduos que se
encontravam na faixa etária de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos apresentaram
prevalência de hipertensão arterial cerca de 3,6 e 4,8 vezes maior em relação ao
grupo de comparação, respectivamente. Em concordância com outros autores, a
análise por faixa etária e gênero, revela aumento da prevalência de hipertensão com o
aumento da idade, tanto em homens quanto em mulheres (LÓLIO et al., 1990;
66
FUCHS et al., 1995; FREITAS et al., 2001; GUS et al., 2002; JARDIM et al., 2003;
OLIVEIRA e NOGUEIRA, 2003; MILL et al., 2004).
Prevalências mais elevadas de hipertensão neste estudo foram encontradas no
estrato mais baixo de escolaridade (4 anos ou menos). A baixa escolaridade surge
como um dos fatores mais importantes associados à hipertensão, com razões de
prevalência entre 1,4 a 7,3 nas comparações entre analfabetos e entre aqueles com
nível universitário (ORTEGA et al., 1999). O estudo realizado por FREITAS et al.
(2001) mostrou alta prevalência de HAS no grupo que possui menor escolaridade
(49,5%), corroborando os achados do presente estudo.
JARDIM et al. (2003), em estudo realizado em Goiânia, também encontraram
associação entre baixa escolaridade e hipertensão arterial. As pesquisas apontam que
os indivíduos com inserção sócio-econômica desfavorável estariam mais propensos à
depressão e ao estresse crônico causados pelas dificuldades cotidianas, aumentando
os níveis de catecolaminas e, conseqüentemente, a freqüência cardíaca e a pressão
arterial (VARGAS et al., 2000).
Os resultados que se tem encontrado na análise da associação entre renda e
hipertensão arterial o controversos. No presente estudo, não foi observada
associação entre essas variáveis. Entretanto, AYRES (1991), em estudo realizado em
Piracicaba, observou que indivíduos pertencentes a classes de baixa renda
apresentavam maior prevalência de hipertensão, com diferenças significantes entre
os grupos de diferentes rendas familiares (p<0,05). Estudo de base populacional
realizado por MILL et al. (2004) na cidade de Vitória-ES também mostrou maior
proporção de hipertensos nas classes de menor renda. Em concordância com os
achados do presente estudo, GUS et al. (2004a) também o encontraram associação
entre renda e hipertensão arterial.
Neste estudo não foi observada associação entre hipertensão arterial e
tabagismo. Sabe-se que o efeito hipertensivo do fumo dura até 15 a 30 minutos após
67
o último cigarro fumado (MANN, 1991) e que a associação entre hipertensão arterial
e fumo poder ser bem determinada com a monitorização ambulatorial da pressão
arterial MAPA (MANN, 1991) e, no presente estudo, essa metodologia não foi
empregada por tratar-se de um estudo de corte transversal, em que a medida da
pressão arterial foi feita em uma única visita domiciliar.
No estudo em questão, indivíduos pertencentes ao último tercil de consumo
de etanol apresentaram prevalência de hipertensão arterial 1,31 vezes maior quando
comparados ao grupo de não consumidores de bebidas alcoólicas. Vários estudos têm
mostrado que o excesso de consumo de álcool é um dos fatores responsáveis pelo
aumento dos níveis da pressão arterial (MOREIRA et al., 1998; STRANGES et al.,
2004). FREITAS et al. (2001) encontraram uma prevalência de 34,8% de hipertensão
entre os que relataram consumir mais de 30 ml de etanol por dia (p=0,05). Os estudos
de base populacional sobre prevalência de hipertensão registram em geral, maior
consumo de bebida alcoólica entre os homens, no entanto, nem todos conseguem
estabelecer relação entre este hábito e hipertensão arterial.
De forma similar ao consumo de sal, observa-se que o consumo de álcool não
é um hábito constante. As pessoas variam o consumo de nutrientes entre refeições, de
um dia para o outro, entre dias úteis e finais de semana e feriados. Em decorrência da
variabilidade da pressão arterial e do consumo de sal ou álcool, medidas isoladas
provavelmente não representam a realidade média dos indivíduos (HEIMANN
2004).
O sedentarismo é um fator de risco de doenças crônicas não transmissíveis
dos mais prevalentes na população. Neste estudo, 47,1% dos indivíduos do sexo
masculino e 63,6% do sexo feminino eram sedentários. Contraditoriamente, não
praticar atividade física de lazer indicou proteção para hipertensão arterial. Dados
epidemiológicos da população da Finlândia (VUORI 2001) revelaram uma
prevalência de sedentarismo de 71%, o mesmo sendo observado na população
brasileira (REGO et al., 1990; MATOS et al., 2004). Observou-se também no
68
presente estudo que a atividade ocupacional intensa associou-se a hipertensão
arterial, com efeito protetor para o evento avaliado.
Quando se avalia a associação entre atividade física e doenças crônicas, o
fenômeno da causalidade reversa deve ser lembrado. Indivíduos diagnosticados e
com informações sobre a enfermidade podem procurar mais fatores de proteção do
que outros indivíduos que não tenham algum tipo de morbidade (ANDRADE E
ZICKER, 1997). Isso se aplica para as variáveis hipertensão arterial, diabetes
mellitus e IMC.
A avaliação dietética de sódio é extremamente complexa, que sua ingestão
diária varia substancialmente e pode subestimar a quantidade de sódio ingerida, pois
não leva em consideração as diferenças interpessoais na adição de sal (ESPELAND
et al., 2001). Além disso, outro problema encontrado para a realização da avaliação
dietética é a tabela de composição de alimentos utilizada, que pode variar muito de
um país para o outro e o contemplar preparações regionais e os produtos
industrializados produzidos internamente. Populações ocidentais e com alto consumo
de sal aparecem com maiores percentuais de hipertensão, enquanto as populações
rurais ou primitivas que não faziam uso de sal de adição apresentaram menores
prevalências ou nenhum caso de hipertensão arterial (INTERSALT, 1988).
Na população estudada, não foi verificada associação entre ingestão adicional
de sal e hipertensão arterial, similarmente ao descrito por PICCINI e VICTORA
(1994), mas ao contrário de estudo realizado com mulheres (20 a 44 anos) que
demonstrou diferenças estatisticamente significantes na prevalência de hipertensão
arterial entre mulheres que faziam uso adicional de sal (FERREIRA, 2000).
No presente estudo observou-se associação positiva e linear entre o aumento
do IMC e da circunferência da cintura com hipertensão arterial (p<0,001), o mesmo
sendo evidenciado tanto em estudos prospectivos quanto nos transversais em
diversas populações, independente da idade (HAN et al., 1995; KROKE et al., 1998;
69
GUAGNANO et al., 2001; DOLL et al., 2002), em que o excesso de tecido adiposo é
um dos principais fatores de risco associados à hipertensão arterial.
Em estudos prospectivos, o ganho de peso a médio e longo prazo aumentou
consideravelmente a incidência de hipertensão e a perda de peso reduziu esta
incidência. Estimativas do estudo de Framingham sugerem que cerca de 70% dos
novos casos de hipertensão arterial poderiam ser atribuídos à obesidade ou ao ganho
de peso (HUBERT et al., 1983). No Nurses’ Health Study, um aumento no IMC de 1
kg/m
2
foi associado a um aumento de 12% no risco de hipertensão (HUANG et al.,
1988).
Outros estudos populacionais transversais brasileiros observaram que, em
Porto Alegre, a hipertensão arterial foi igualmente associada com IMC, relação
cintura-quadril e circunferência da cintura para as mulheres, enquanto que para os
homens apenas o IMC apresentou associação (GUS et al., 1998). Na Pesquisa
Nutrição e Saúde, realizada no município do Rio de Janeiro, a relação cintura-quadril
apresentou maior capacidade preditiva de hipertensão arterial e menor correlação
com o IMC do que a circunferência da cintura (PEREIRA et al., 1999). Estudo
realizado em São Paulo, mostrou associação entre hipertensão e relação cintura-
quadril e circunferência da cintura (MARTINS e MARINHO, 2003). VELASQUEZ-
MELÉNDEZ et al. (2002), em uma amostra de mulheres de um centro de saúde de
Belo Horizonte, observaram que a circunferência da cintura associou-se
significantemente com hipertensão arterial, porém os pontos de corte avaliados, 80
cm e 88 cm, mostraram moderada (63,8%) e baixa (42,8%) sensibilidade para
hipertensão arterial, respectivamente.
No único estudo longitudinal brasileiro (5,6±1,1 ano de seguimento) de base
populacional, que explorou a associação entre diferentes índices de obesidade com a
incidência de hipertensão arterial, GUS et al. (2004b) observaram que a razão de
risco para o nível 2 da circunferência da cintura foi 1,78 para os homens e 1,72 para
as mulheres, enquanto que para o IMC 30 kg/m
2
foi 1,08 para os homens e 1,74
70
para as mulheres. Os autores concluíram que o risco de incidência de hipertensão
arterial foi mais consistente quando a obesidade foi definida pelo nível 2 da
circunferência da cintura do que pelo IMC 30 kg/m
2
, em ambos os sexos.
Estes estudos confirmam a importância do excesso de peso total e do acúmulo
da gordura visceral na prevalência da hipertensão arterial. No entanto, os indicadores
antropométricos mais utilizados nos estudos epidemiológicos (IMC, circunferência
da cintura e relação cintura-quadril) podem não refletir o mesmo risco em diferentes
populações. é bem estabelecido que existem diferenças na relação entre a gordura
corpórea e o IMC e/ou circunferência da cintura, isso ocorre, em parte, devido a
influência de fatores como a raça e a idade na composição corpórea, bem como pelas
diferenças na ingestão alimentar e no padrão de atividade física (SLATTERY et al.,
1992; HAUNER et al.,1994; WHO, 1995). Essas diferenças modulam o grau de
associação entre os indicadores antropométricos e os fatores de risco
cardiovasculares.
Poucos estudos apresentam estimativa ajustada da relação entre os
marcadores antropométricos e hipertensão arterial. HARRIS et al. (2000) mostraram
que a razão de chance entre o primeiro e último quintis de cintura abdominal em
homens, que era de 3,06, passou a 1,33 após ajuste para o IMC. Em mulheres, esses
valores passaram de 5,4 para 3,04, demonstrando que o excesso de adiposidade
abdominal exerce influência na determinação da HAS independente da adiposidade
global. SARNO (2005) observou uma diminuição importante dos valores das razões
de chance para a ocorrência HAS devido a níveis elevados de cintura abdominal,
utilizando os níveis de corte usuais em ambos os sexos: redução em torno de 50% em
ambos os sexos, porém ainda mantendo as tendências lineares significativas.
No presente estudo, O IMC e a circunferência da cintura mantiveram-se
associados com a hipertensão arterial, quando analisada a razão de prevalência bruta
(RP = 1,08, ρ < 0,001 e RP = 1,02, ρ < 0,001), respectivamente. Entretanto, após
ajuste pelo IMC e pelos potenciais fatores de confusão (sexo, idade, escolaridade,
71
tabagismo, consumo de bebida alcoólica e atividade física no lazer), a circunferência
da cintura perde sua associação com o desfecho avaliado, permanecendo apenas o
IMC associado à hipertensão arterial no modelo (RP = 1,05, ρ = 0,001), sendo
responsável por 5% de explicação do evento.
Deste modo, o excesso de tecido adiposo global, inferido pelo IMC,
contribuiu de forma mais importante para a ocorrência de HAS do que o excesso de
tecido adiposo abdominal, inferido pela medida da circunferência da cintura,
utilizando os níveis de corte usuais. Uma explicação para este fato pode ser dada pela
alta correlação observada entre esses dois marcadores.
Os achados deste estudo estão de acordo com outros estudos brasileiros que
avaliaram a capacidade preditiva de marcadores antropométricos com relação a
desfechos associados ao risco cardiovascular. O primeiro estudo brasileiro de base
populacional que avaliou a capacidade preditiva de indicadores de localização de
gordura em relação à hipertensão arterial foi realizado na cidade Rio de Janeiro
(PEREIRA et al., 1999). Neste estudo, ficou evidente a alta correlação do IMC com a
circunferência da cintura, estando a relação cintura-quadril menos correlacionada à
adiposidade total. Os autores concluíram que, a relação cintura-quadril foi capaz de
predizer mais eficientemente a hipertensão arterial do que a circunferência da
cintura.
LEMOS-SANTOS et al. (2004) testaram a hipótese de que a circunferência
da cintura poderia predizer o perfil lipídico de uma população de homens doadores
de sangue, independentemente do poder explicativo da adiposidade total, avaliada
pelo IMC e pelo percentual de gordura. Os autores observaram uma elevada
correlação entre o IMC e a circunferência da cintura (г = 0,90 e 0,83, para os mais
jovens e mais velhos, respectivamente), sendo que a relação cintura-quadril mostrou-
se mais independente do que o IMC (г = 0,52 e 0,40, para os para os mais jovens e
mais velhos, respectivamente). Os autores concluíram que apenas a relação cintura-
quadril foi capaz de predizer a relação colesterol/HDL elevada, um importante fator
de risco cardiovascular. Estudo semelhante, conduzido entre adolescentes brasileiros
72
também identificou a superioridade da relação cintura-quadril em relação a
circunferência da cintura como preditor de dislipidemia (OLIVEIRA et al., 2001).
Na validação de um indicador, o que se deseja conhecer é a sua capacidade de
discriminar corretamente os indivíduos sob risco de apresentar a doença. Para tal, os
resultados obtidos pela aplicação do indicador são comparados com os dados da
situação verdadeira dos indivíduos. No presente estudo, os resultados relativos a
diferentes pontos de corte do IMC para homens e mulheres foram comparados com
os dados de hipertensão arterial, buscando definir quais os melhores pontos de corte
deste índice para detectar o desenlance em estudo.
A análise da sensibilidade e especificidade por meio da construção de curvas
ROC tem sido recomendada em estudos epidemiológicos para a determinação de
pontos de corte (ERDREICH e LEE, 1981).
Nos últimos anos, um grande número de publicações tem evidenciado a
inadequação de se aplicar pontos de corte definidos para populações caucasianas a
outros grupos raciais. Estudos que avaliaram os indicadores de localização de
gordura em chineses e japoneses mostram claramente que os melhores pontos de
corte para a detecção de diversas doenças crônicas estão abaixo daqueles
preconizados pela Organização Mundial de Saúde (LIN et al., 2002;
DEURENBERG-YAP et al., 2002; ITO et al., 2003).
Nesse estudo, apenas o IMC apresentou capacidade preditiva para a
hipertensão arterial, ou seja, o IC95% da área sob a curva não incluiu o valor 0,50,
permitindo maior discriminação de indivíduos em risco de doença crônica,
particularmente hipertensão arterial. Os melhores pontos de corte para o IMC,
mostraram-se de acordo com o preconizado pela Organização Mundial de Saúde
(WHO, 1998).
Esses pontos de corte apresentaram uma sensibilidade e especificidade
moderada para ambos os sexos, gerando 33,7% para o sexo masculino e 34,0% para
73
o sexo feminino de falsos negativos e 38,3% e 36,92% de falsos positivos para
homens e mulheres, respectivamente. PITANGA e LESSA (2005b) em Salvador-BA
encontraram valores semelhantes para o IMC em estudo em que o risco coronariano
elevado era o desfecho (24,0 Kg/m
2
para homens e 26,0 Kg/m
2
para mulheres) e que
a sensibilidade e especificidade também foram semelhantes as do presente estudo.
Em se tratando de medidas antropométricas e pontos de corte, a escolha de
pontos de corte que tenham maior sensibilidade ou especificidade tem algumas
implicações. Se o objetivo é a prevenção de hipertensão arterial e das conseqüências
desse evento, o uso de pontos de corte mais baixos e com maior sensibilidade teria
maior acurácia para identificar os adultos com risco de hipertensão arterial. A baixa
sensibilidade, neste caso, poderia implicar em atraso nas medidas preventivas.
Se a preocupação, no entanto, é não rotular ou estigmatizar como hipertensos
adultos normotensos (falsos positivos), ou não sobrecarregar os serviços de saúde
com indivíduos que não apresentam risco à saúde, a escolha de pontos de corte mais
específicos, parece mais adequada.
Em razão da importância de reconhecer indivíduos em risco de apresentar
hipertensão arterial e outros distúrbios metabólicos relacionados com a alimentação e
a obesidade e tendo em conta a simplicidade operacional do indicador IMC, reforça-
se a pertinência de se utilizar os pontos de corte preconizados pela WHO (1998)
como parte das estratégias de programas de saúde pública dirigidos à prevenção e
controle do excesso de peso. Seriam úteis também para alertar sobre a importância de
se avaliar a presença de hipertensão arterial e outros fatores de risco associados ao
ganho de peso. Ressalta-se, no entanto, a necessidade de se realizar, no Brasil, novos
estudos com diferentes desenlances, em ambos os sexos, para identificação dos
melhores marcadores antropométricos e definição dos melhores pontos de corte.
Ainda que políticas públicas devam contemplar a todos, atenção especial deve
ser voltada para os subgrupos mais vulneráveis, tanto para as ações de prevenção, de
controle da hipertensão, assim como para as de promoção da saúde.
74
6 CONCLUSÕES
- A prevalência de hipertensão arterial neste estudo foi elevada (28,3%), sendo maior
entre homens (33,5%) quando comparado às mulheres (23,5%);
- A maioria dos participantes do estudo era do sexo feminino, com idade entre 20 a
29 anos, tinha 8 ou mais anos de estudo, com renda mensal familiar per capita de 0,5
a 2 salários mínimos, residindo em domicílios habitados por 4 a 7 pessoas. Cerca de
2/3 dos entrevistados viviam com cônjuge.
- Grande parte dos entrevistados era não fumante, o consumia bebida
alcoólica, não praticava atividade física de lazer e não apresentava o hábito de
adicionar sal à comida pronta;
- Foi observada maior prevalência de tabagismo e consumo de bebida alcoólica entre
os homens, enquanto o sedentarismo foi mais freqüente entre as mulheres;
- O sobrepeso foi mais freqüente entre os homens, enquanto as mulheres exibiram
maior prevalência de obesidade, sem diferença estatisticamente significante entre os
sexos;
- Houve maior proporção estatisticamente significante de indivíduos do sexo
masculino com valores normais para circunferência da cintura e de mulheres com
circunferência da cintura muito aumentada;
- Os valores médios do IMC foram próximos para ambos os sexos. A média da
circunferência da cintura no sexo masculino foi superior à do sexo feminino;
- As dias de PAS e de PAD do sexo masculino foram maiores que as médias de
PAS e de PAD do sexo feminino;
75
- Houve aumento linear da PAS com o aumento da idade em ambos os sexos. As
médias de PAD também apresentaram aumento linear com o avançar da idade, com
leve declínio na faixa etária de 50 a 59 anos para o sexo masculino;
- Detectou-se associação direta e linear entre a prevalência de hipertensão arterial e
idade e associação inversa e linear entre a prevalência de hipertensão arterial e
escolaridade;
- Ex-fumantes e indivíduos do último tercil de consumo de etanol apresentaram
maiores prevalência de hipertensão arterial;
- Foi observada associação linear direta entre a prevalência de hipertensão arterial,
IMC e circunferência da cintura;
- Após ajuste pelo IMC e potenciais fatores de confusão, a circunferência da cintura
perdeu sua associação com o desfecho avaliado, permanecendo apenas o IMC
associado à hipertensão arterial;
- Apenas o IMC apresentou capacidade preditiva para a hipertensão arterial e seus
melhores pontos de corte mostraram-se de acordo com o preconizado pela
Organização Mundial de Saúde.
76
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abramson JH. Cross-sectional studies. In: Detels R, Holand WW, McEwen J.
Omenn GS, editors. Oxford textbook of public health. New York: Oxford University
Press; 1997. p. 517-35.
Abreu VG. Hipertensão Arterial e risco cardiovascular na mulher. In: Francischetti
EA, Sanjuliani AF. Tópicos Especiais em Hipertensão Arterial. São Paulo: Manole;
2005. p. 51-69.
Alexander MM, Franklin AG, Duane CB. Introducion to the Theory of Statistics
Third Edition. Editora McGraw-Hill; 1974. Special Parametric Families of
Univeriate Distributions; p. 85-122.
Allison DA et al. Genetic, and phenotypic links between body mass index and blood
pressure among women. Am J Med Genet. 1995;55:335-41.
Altman DG, Bland JM. Diagnostic tests1: sensitivity and specificity. BMJ.
1994;308:1552.
Andrade ALSS, Zicker F. Estudos de prevalência. In: Andrade ALSS, Zicker F,
organizadores. Métodos de investigação epidemiológica em doenças transmissíveis.
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde/Fundação Nacional de Saúde; 1997.
p. 33-42.
Anjos LA. Índice de massa corporal como indicador do estado nutricional de adultos:
revisão da literatura. Rev Saúde Pública. 1992:26(6):431-6.
Araújo JJB. Hipertensão arterial: prevalência e perfil epidemiológico de população
adulta com programa de saúde da família em Cuiabá, Mato Grosso [dissertação de
mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2003.
Artigao LM, Llavador JJ, Puras A, Lpez Abril J, Rubio MM, Torres C, Vidal A,
Sanchis C, Divison JA, Nabarro F, Caldevilla D, Fuentes G. Evaluation and
validation of Omron Hen 705 CP and Hem 706/711 monitors for self-measumement
of blood pressure. Atencion Primaria. 2000;15,25(2):96-102.
Ayres JE. Prevalence of hypertension in the city of Piracicaba. Arq Bras Cardiol.
1991;57:33-6.
Ascherio A, Rimm EB, Giovannucci EL et al. A prospective study of nutritional
factors and hypertension among US men. Circulation. 1992;86:1475–84.
77
Baik I, Ascherio A, Rimm EB, Giovannucci E, Spiegelman D, Stampfer MJ, Willet
WC. Adiposity and mortality in men. American Journal of Epidemiology. 2000;
152(3):264-70.
Barata RCB. O desafio das doeas emergentes e a revalorização da epidemiologia
descritiva. Rev Saúde Pública. 1997;31(5):531-7.
Barcellos MT, Fuchs F, Fuchs SC. Indicadores antropométricos preditores da
incidência de hipertensão. Hipertensão. 2006;9(2):56-59.
Barros AJ, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional
studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence
ratio. BMC Med Res Methodol. 2003;3:21.
Bassett DR Jr, Fitzhugh EC, Crespo CJ, King GA, McLaughlin JE. Physical activity
and ethnic differences in hypertension prevalence in the United States. Prev Med.
2002;34(2):179-86.
Beegon R, Beegon R, Niaz MA, Singh RB. Diet, central obesity and prevalence of
hypertension in the urban population of South India. Int J Cardiol. 1995;51:183-91.
Berglund G, Wilhelmsen L. Factors related to blood pressure in a general population
sample of Swedish men. Acta Med Scand. 1975;198:291-298.
Björntorp P. Body fat distribution, insulin resistence, and metabolic diseases.
Nutrition. 1997;13:795-803.
Blair SN, Kampert JB, Kohl HW 3rd, Barlow CE, Macera CA, Paffenbarger Jr. RS,
et al. Influences of cardiorespiratory fitness and other precursors on cardiovascular
disease and all-cause mortality in men and women. JAMA. 1996;276:205-10.
Bloch KV, Coutinho ESF, Lobo MSC, Oliveira JEP, Milech A. Pressão arterial,
glicemia capilar e medidas antropométricas em uma população Yanomámi. Cad
Saúde Pública. 1993;9(4):428-38.
Bramlage P, Pittrow D, Wittchen HU, Kirch W, Boehler S, Lehnert H, Hoefler M,
Unger T, Sharma AM. Am J Hypertens. 2004;17(10):904-10.
Bray GA. Classication and evaluation of the obesities. Med Clin North Am. 1989;
73:161-84.
Bray GA, Gray DS. Anthropometric measurements in the obese. In: Lohman TG,
Roche AF, Martorell R. Anthropometric Standardization Reference Manual. Illinois:
Human Kinetics Books; 1988. p. 131-6.
Burskirk, E.R. Body composition analysis: the past, present and future. Res Quart
Exerc Sport 1987;58:1-10.
78
Burton BT, Foster WR, Hirsch J, Vanitallie TB. Health implications of obesity: An
NIH consensus development conference. Int. J. Obesity. 1985;9:155-69.
Callaway CW, Chumlea WC, Bouchard C, Himes JH, Lohman TG, Martin AD,
Mitchell CD, Mueller WH, Roche AF, Seefeldt VD. Circunferences. In: Lohman TG,
Roche AF, Martorell R. Antropometric Standardization Reference Manual. Illinois:
Human Kinetics Books; 1988. p. 39-54.
Calle EE, Thun MJ, Petrelli JM, Rodriguez C, Weath CW. Body-mass index and
mortality in a prospective cohort of U.S. adults. The New England Journal of
Medicine. 1999;341(15):1097-105.
Casper M, Wing S, Strogatz D, Davis CE, Tyroler, HA Antihypertensive treatment
and US trends in stroke mortality, 1962 to 1980. Am J Public Health. 1992;82:1600-
6.
Cassanelli T. Prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e Fatores Associados na
Região Urbana de Cuiabá - Estudo de Base Populacional [dissertação de mestrado].
Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2005.
Castanheira M, Olinto MTA, Gigante DP. Associação de variáveis sócio-
demográficas e comportamentais com a gordura abdominal em adultos: estudo de
base populacional no Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública. 2003;19(1 Supl):S55-S65.
Cercato C, Mancini MC, Arguello AMC, Passos VQ, Villares SMF, Halpern A. Rev
Hosp Clin Fac Med S Paulo. 2004;59(3):113-8.
Chobanian AV, Bakris GL, Black HR, Cushman WC, Green LA, Izzo Jr JL, Jones
DW, Materson BJ, Oparil S, Wright Jr JT, Roccella EJ. The Seventh Report of the
Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of
High Blood Pressure. JAMA. 2003;289(19):2560-71.
Chor D. Hipertensão Arterial entre Funcionários de Banco estatal no Rio de Janeiro.
Hábitos de Vida e Tratamento. Arq Bras Cardiol. 1998;71(5):653-60.
Clasey JL, Bouchard C, Teates CD, Riblett JE, Thorner MO, Hartman ML, Weltman
A. The use of antropometric and dual-energy X-ray (DXA) measures to estimate
total abdominal and abdominal visceral fat in men and women. Obes Res.
1999;7(3):256-64.
Converso MER, Leocádio PLLF. Prevalência de hipertensão arterial e análise de seus
fatores de risco em idosos de Presidente Prudente. In: Anais do 2. Congresso
Brasileiro de Extensão Universitária; 2004; Belo Horizonte, BR.
Cornoni-Huntley J, LaCroix AZ, Havlik RJ. Race and sex differentials in the impact
of hypertension in the United States. The National Health and Nutrition Examination
Survey I: Epidemiologic follow-up study. Arch. Intern Méd. 1989;149:780-88.
79
Costa RS, Werneck GL, Lopes CS, Faerstein E. Associação entre fatores sócio-
demográficos e prática de atividade física de lazer no Estudo Pró-Saúde. Cad Saúde
Pública. 2003;19(4):1095-105.
Dean AG, Dean JA, Ciulombier D, Brendel KA, Smith DC, Burton AH, et al. Epi
Info, Version 6: a word processing database, and statistics program for epidemiology
on microcomputers. Atlanta, Georgia, USA: Center of Disease Control and
Prevention; 1994.
Decano AG, Arner TG, Sangam S, Sunki GG, Friedman R, Lantinga M, Zubieta JC,
Sullivan KM, Smith DC. Epi-Info 2000, um banco de dados e programa de estatística
para profissionais de saúde pública para uso em Windows 95, 98, NT e 2000.
Atlanta, Geórgia: Centro para Controle e Prevenção de Doenças; 2000.
De Simone G, Devereux RB, Chinali M, Roman MJ, Best LG, Welty TK, Lee ET,
Howard BV. Strong Heart Study Investigators. Risk factors for arterial hypertension
in adults with initial optimal blood pressure: the Strong Heart Study. Hypertension.
2006;47(2):162-7.
Després J, Allard C, Tremblay A, Talbot J, Bouchard C. Evidence for a regional
componet of body fatness in the association with serum lipids in men an women.
Metabolism. 1985;34(10):967-73.
Deurenberg-Yap M, Chew SK, Deurenberg P. Elevated body fat percentage and
cardiovascular risks at low body mass index levels among Singaporean Chinese,
Malays and Indians. Obes Rev. 2002;3:209-15.
Doll S, Paccaud F, Bovet P, Burnier M, Wietlisbach V. Body mass index, abdominal
adiposity and blood pressure: consistency of their association across developing and
developed countries. Int J Obes Relat Metab Disord. 2002;26(1):48-57.
Donahire RP, Bloom E, Abbot RD, Reed DM, Yans K. Central obesity and coronary
heart disease in men. Lancet. 1987;1:821-3.
Dórea EL, Lotufo PA. Epidemiologia da Hipertensão Arterial Sistêmica.
Hipertensão. 2004;7(3):86-9.
Drizd T, Dannenberg AL, Engel A. Blood pressure levels in persons 18- 74 years of
age in 1976-80, and trends in blood pressure from 1960 to 1980 in the United States.
Vital Health Stat. 1986;11(234):1-68.
Dubbert PM, Carithers T, Sumner AE, Barbour KA, Clark BL, Hall JE, Crook ED.
Obesity, physical inactivity, and risk for cardiovascular disease. Am J Med Sci.
2002;324:116-126.
80
Ducimetiere P, Richard J, Cambien F. The pattern of subcutaneous fat distribution in
middle-aged men and the risk of coronary heart disease: the Paris prospective study.
Int J Obes. 1986;10:229-40.
Durnin JVGA, Rahaman MM. The assessment of the amount of fat in the human
body form measurements of skinfold thickness. Br J Nutr. 1967;21:681-9.
Dustan HP. Gender differences in hypertension. J Hum Hypertens. 1996;10(6):337-
340.
Dyer AR Liu K, Walsh M, Kiefe C, Jacobs Jr DR e Bild DE. Ten-year incidence of
elevated blood pressure and its predictors: The CARDIA Study. Journal of Human
Hypertension. 1999;13:13-21.
Egger G. The case for using waist to hip ratio measurements in the routine medical
checks. Med J Aust. 1992;156:280-5.
Erdreich LS, Lee ET. Use of relative operating characteristic analysis in
epidemiology. A method for dealing with subjective judgement. Am J Epidemiol.
1981;114:649-62.
Espeland MA, Kumanyika S, Wilson AC, Reboussin DM, Easter L, Self M et al.
Statistical issues in analyzing 24-hours dietary recall and 24-hours urine collection
data for sodium and potassium intakes. Am J Epidemiol. 2001;153:996-06.
Fagard RH. Physical activity, physical fi tness and the incidence of hypertension. J
Hypertens. 2005;23:265-7.
FAO (Food and Agricultural Organization)/WHO (World Health Organization)/UNU
(United Nations University). Energy and Protein Requiremens. Geneva; 1985.
Ferreira APL. Estado nutricional e fatores dietéticos de risco para hipertensão arterial
sistêmica primária em mulheres jovens no município de Jaboatão dos Guararapes.
[dissertação de mestrado] Recife: CCS-Nutrição da Universidade Federal de
Pernambuco; 2000.
Firmo JOA, Barreto SM, Lima-Costa MF. The Bambui Health and Aging Study
(BHAS): factors associated with the treatment of hypertension in older adults in the
community. Cad Saúde Pública. 2003;19:817-27.
Flack JM, Casciano R, Casciano J, Doyle J, Arikian S, Tang S, Arocho R.
Cardiovascular disease costs associated with uncontrolled hypertension. Manag Care
Interface. 2002;15(11):28-36.
Fleiss JL. Statistical Methods for Rates and Proportions. 2. ed. New York: John
Wiley & Sons; 1981.
81
Folson AR, KushI LH, Anderson KE., Mink PJ, Olson JE, Hong CP, Sellers TA,
Lazovich D e Prineas RJ. Associations of general abdominal obesity with multiple
health outcomes in older women: The Iowa Women’s Health Study. Archives of
Internal Medicine. 2000;160:2117-28.
Forbes, G. B. The adult decline in lean body mass. Human Biol. 1976;48:161-173.
Foucan L, Hanley J, Deloumeaux J, Suissa S. Body mass index (BMI) and waist
circumference (WC) as screening tools for cardiovascular risk factors in
Guadeloupean women. Journal of Clinical Epidemiology. 2000;55:990-96.
Franklin SS. Definition and epidemiology of hypertensive cardiovascular disease in
women: the size of the problem. J Hypertens. 2002;20(2 Supl):53.
Franklin SS, Pio JR, Wong ND, Larson MG et al. Predictors of new-onset diastolic
and systolic hypertension: the Framingham Heart Study. Circulation 2005;11:1121-
27.
Freitas OC, Carvalho FR, Neves JM, Veludo PK, Parreira RS, Gonçalves JM et al.
Prevalência da hipertensão arterial sistêmica na população urbana de Catanduva, São
Paulo, Brasil. Arq Bras Cardiol. 2001;77 (1):9-15.
Fuchs FD, Chambless LE, Whelton PK, Nieto FJ, Heiss G. Alcohol consumption and
the incidence of hypertension. The Atherosclerosis Risk in Communities Study.
Hypertension. 2001;37:1242–50.
Fuchs FD, Gus M, Moreira LB et al. Anthropometric Indices and the Incidence of
Hypertension: A Comparative Analysis. Obesity Research. 2005;13(9):1515-17.
Fuchs FD, Moreira LB, Moraes RS, Bredemeier M, Cardozo SC. Prevalência de
hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na região urbana de Porto Alegre.
Estudo de base populacional. Arq Bras Cardiol. 1995;63:473-9.
Fung TT, Rimm EB, Spiegelman NR et al. Association between dietary patterns and
plasma biomarkers of obesity and cardiovascluar disease risk. Am J Clin Nutr.
2001;73:61-7.
Galobardes B, Costanza MC, Bernstein MS, Delhumeau C, Morabia A. Trends in
risk factors for lifestyle-related diseases by socioeconomic position in Geneva,
Switzerland, 1993-2000: health inequalities persist. Am J Public Health.
2003;93(8):1302-9.
Garn SM, Leonard WR, Hawthorne VM. Three limitations of the body mass index.
Amer J clin Nutr. 1986;44:996-7.
Garrow JS, Webster J. Quetelet’s index (w/h
2
) as a measure of fatness. Int J Obes.
1985;9:147-53.
82
Gibson RS. Principles of nutritional assessment. New York: Oxford University
Press; 1990.
Glantz SA, Parmley WW. Passive smoking and heart disease: epidemiology,
physiology and biochemistry. Circulation. 1991;83:1-12.
Gomes VB, Siqueira KS, Sichieri R. Atividade física em uma amostra probabilística
da população do município do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública. 2001;17(4):969-
76.
Gordon CC, Chumlea WC, Roche AF. Stature, recumbent length, and weight. In:
Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Antropometric Standardization Reference
Manual. Illinois: Human Kinetics Books; 1988. p. 39-54.
Grundy SM et al. Primary prevention of coronary Herat disease: guidance from
Framingham: a statement for healthcare professionals form the AHA task force on
risk reduction. Circulation. 1998;97:1876-87.
Guagnano MT, Ballone E, Colagrande V, Della Vechia R, Manigrasso MR, Merlitti
D, Riccioni G, Sensi S. Large waist circumference and risk of hypertension.
International of obesity. 2001;25:1360-4.
Guedes DP. Estudo da gordura corporal através da mensuração dos valores de
densidade corporal e da espessura de dobras cutâneas em universitários [dissertação
de mestrado]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 1985.
Guedes DP. A importância do estudo da composição corporal. 2. ed. Londrina:
APEF; 1994. Composição Corporal: Princípios, técnicas e aplicações; p. 1-15.
Gulati M, Pandey DK, Arnsdorf MF et al. Exercise capacity and the risk of death in
women: the St James Women Take Heart Project. Circulation. 2003;108:1554-59.
Gus I, Fischrmann A, Medina C. Prevalência dos fatores de risco da doença arterial
coronariana no Estado do Rio Grande do Sul. Arq Bras Cardiol. 2002;78(5):478-83.
Gus I, Harzheim E, Zaslavsky C, Medina C, Gus M. Prevalence, Awareness, and
Control of Systemic Arterial Hypertension in the State of Rio Grande do Sul. Arq
Bras Cardiol. 2004a;83(5):429-33.
Gus M, Fuchs SC, Moreira LB, Moraes RS, Wiehe M, Silva AF, Albers F, Fuchs
FD. Association between different measurements of obesity and the incidence of
hypertension. American Journal of Hypertension. 2004b;17(1):50-53.
Gus M, Moreira LB, Pimentel M, Gleisener ALM, Moraes RS, Fuchs FD.
Associação entre diferentes indicadores de obesidade e prevalência de hipertensão
arterial. Arq Bras Cardiol. 1998;70(2):111-4.
83
Gustat J, Srinivasan SR, Elkasabany A, Berenson GS. Relation of self-rated
measures of physical activity to multiple risk factors of insulin resistance syndrome
in young adults: the Bogalusa Heart Study. J Clin Epidemiol. 2002;55(10):997-1006.
Halbert JA, Silagy CA, Finucane P, Withers RT, Hamdorf PA, Andrews GR. The
effectiveness of exercise training in lowering blood pressure: a meta-analysis of
randomised controlled trials of 4 weeks or longer. J Hum Hypertens.
1997;11(10):641-9.
Hall JE, Brands MW, Dixon WN, Smith MJ Jr. Obesity-induced hypertension: renal
function and systemic hemodynamics. Hypertension. 1993;22:292-9.
Hallal PC, Victora CG, Wells JCK, Lima RC. Physical inactivity: prevalence and
ssociated variables in Brazilian adults. Med Sci Sports Exerc. 2003;35:1894-900.
Han TS, Leer EM, Seidell JC, Lean MEJ. Waist circumference action levels in the
identification of cardiovascular risk factors: prevalence study in a random sample.
BMJ. 1995;311:1401-05.
Han TS, van Leer EM, Seidell JC, Lean MEJ. Waist circumference as a screening
tool for cardiovascular risk factors: evaluation of receiver operating characteristics
(ROC). Obes Res. 1996;4(6):533-47.
Hanley JA, Mcneil BJ. The meaning and use of the area under a receiver operating
characteristic (ROC) curve. Radiology. 1982;143:29-36.
Hansson L, Lloyd A, Anderson P, Kopp Z. Excess morbidity and cost of failure to
achieve targets for blood pressure control in Europe. Blood Press. 2002;11(1):35-45.
Harris MM, Stevens J, Thomas N, Schreiner P, Folsom AR.Associations of fat
distribution and obesity with hypertension in a bi-ethnic population: the ARIC study.
Atherosclerosis Risk in Communities Study. Obes Res. 2000;8(7):516-24.
Hauner H, Bognar E, Blum A. Body fat distribution and its association with
metabolic and hormonal risk factors in women with angiographically assessed
coronary artery disease: evidence for the presence of a metabolic syndrome.
Atherosclerosis. 1994;105:209-16.
Hazuda HP. Hypertension in the San Antonio Heart Study and the Mexico City
Diabetes Study: Sociocultural correlates. Public Health Rep. 1996;111(2 Supl):18-
21.
He J, Klag MJ, Whelton PK, Chen J-Y, Mo J-P, Quian MC et al. Migration, blood
pressure pattern, and hypertension: The Yi Migrant Study. Am J Epidemiol.
1991;134(10):1085-1101.
84
He M, Tan KCB, Li ETS, Kung AWC. Body fat determination by dual energy X-ray
absorptiometry and its relation to body mass index and waist circumference in Hong
Kong Chinese. Int J Obes. 2001;25:748-52.
Heimann JC. Sal e hipertensão arterial. Rev Soc Bras Hipertensão. 2004;7(2):51-4.
Hodgson TA, Cai L. Medical care expenditures for hypertension, its complications,
and its comorbidities. Med Care. 2001;39:599-615.
Hu G, Pekkarinen H, Hanninen O, Yu Z, Guo Z, Tian H. Commuting, leisure-time
physical activity, and cardiovascular risk factors in China. Med Sci Sports Exerc.
2002;34:234-238.
Hu G, Qiao Q, Silventoinen K, Eriksson JG, Jousilahti P, Lindstrom J, Valle TT,
Nissinen A, Tuomilehto J. Occupational, commuting, and leisure-time physical
activity in relation to risk for Type 2 diabetes in middle-aged Finnish men and
women. Diabetologia. 2003;46:322-29.
Hu G, Tian H. A comparison of dietary and non-dietary factors of hypertension and
normal blood pressure in a Chinese population. J Hum Hypertens. 2001;15:487-493.
Huang Z, Willet WC, Manson JE, Rosner B, Stampfer MJ, Speizer FE, Colditz GA.
Body weight, weight change, and risk for hypertension in women. Annals of Internal
medicine. 1988;128(2):81-8.
Hubert HB, Feinleib M, Mcnamara M, Castelli W. Obesity as na independent risk
factor for cardiovascular disease: A 26-year follow-up of participants in the
Framingham Heart Study. Circulation. 1983;67(5):968-76.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística Censo demográfico do Brasil.
Rio de Janeiro; 2000.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos
Familiares 2002-2003: análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado
nutricional no Brasil. Rio de Janeiro; 2004.
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq Bras
Cardiol. 2005;84(I Supl).
II Diretriz para uso da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial. II Diretriz
para o uso da Monitorização Residência da Pressão Arterial. Arq Bras Cardiol.
2005;85(II Supl):5-18.
Intersalt Cooperative Research Group. Na international study of electrolyte excretion
and blood pressure: results for 24 hour urinary sodium and potassium excretion. BMJ
1988;297:319-28.
85
Iribarren C, Luepker RV, McGovern PG, Arnett DK, Blackburn H. Twelve-year
trends in cardiovascular disease risk factors in the Minnesota Heart Survey. Are
socioeconomic differences widening? Arch Intern Med. 1997;157(8):873-81.
Iso H, Naito Y, Sato S, Kitamura A, Okamura T, Sankai T, Shimamoto T, Iida M,
Komachi Y. Serum triglycerides and risk of coronary heart disease among Japanese
men and women. Am J Epidemiol. 2001;153:490-9.
Ito H, Nakasuga K, Ohshima A, Maruyama T, Kaji Y, Harada M, et al. Detection of
cardiovascular risk factors by indices of obesity obtained from anthropometry and
dual-energy X-ray absorptiometry in Japanese individuals. Int J Obes Relat Metab
Disord. 2003; 27:232-7.
Janssen I, Heymsfield SB, Allison DB, Kotler DP, Ross R. Body mass index and
waist circumference independently contribute to the prediction of nonabdominal,
abdominal subcutaneous, and visceral fat. Am J Clin Nutr. 2002;75:683-8.
Jardim PCBV, Peixoto MR, Monego E, Fontes J, Alves D, Moreira H et al.
Prevalência da hipertensão arterial em um estado brasileiro. Arq Bras Cardiol. 2003;
81(3 Supl):23.
Juhaeri SJ, Chambless LE, Tyroler HA, Rosamond W, Nieto FJ, Schreiner P, Jones
DW, Arnett D. Associations between weight gain and incident hypertension in a
biethnic cohort: the Atherosclerosis Risk in Communities Study. Int J Obes Relat
Metab Disord. 2002;26(1):58-64.
Kearney PM, Whelton M, Reynolds K, Muntner P, Whelton PK, He J. Global burden
of hypertension: analysis of worldwide data. Lancet. 2005;365:217-23.
Kelley GA, Kelley KA, Tran ZV. Aerobic exercise and resting blood pressure: a
meta-analytic review of randomized, controlled trials. Prev Cardiol. 2001;4(2):73-
80.
Klein CH, Silva NAS, Nogueira AR, Campos CHS, Bloch KV. Relatório de Pesquisa
de Hipertensão Arterial na Ilha do Governador. HUCFF-UFRJ/Ministério de Saúde;
1992.
Korhonen M, Kastarinen M, Uusitupa M et al. The Effect of Intensified Diet
Couseling on the Diet of Hypertensive Subjectes in Primary Care: a 2-year open
Randomized Controlled Trial of Lifestyle Intervention against Hypertension in
Eastern Finland. Prev Med. 2003;36:8-16.
Krauss RM et al. AHA Dietary guidelines. Revision 2000: a statement for healthcare
professionals from the Nutrition Committee of the American Heart Association.
Circulation. 2000;102(31):2284-99.
86
Krieger EM, GiorgI DM. A. Hipertensão Arterial. In: Nobre F, Serrano Jr CV.
Tratado de Cardiologia SOCESP. São Paulo: Manole; 2005. p. 396-535.
Kroke A, Bergmann M, Klipstein-Grobusch K, Boeing H. Obesity, body fat
distribution and body build: Their relation to blood pressure and prevalence of
hypertension. International Journal of Obesity. 1998;22:1062-70.
Lang T, Degoulet P, Aime, F et al. Relationship between alcohol consumption
prevalence and control in a french population. J Chron Dis. 1987;713-20.
Lapidus L, Bengtsson C, Larsson B, Pennert K, Ryho E, Agostrom L. Distribution of
adipose tissue and risk of cardiovascular disease and death: A 12-year follow-up of
participants in the population study of women in Gothenburg. BMJ. 1984;289:1257-
61.
Laurenti R, Buchalla CM. Myths about cardiovascular diseases. Arq Bras Cardiol.
2001;76:99-110.
Lean ME, Han TS, Morrison CE. Waist circumference as a measure for indicating
need for weight management. BMJ. 1995;311:158-61.
Lean MEJ, Han TS e Deurenberg P. Predicting body composition by densitometry
from simple anthropometric measurements. American Journal of Clinical Nutrition.
1996;63:4-14.
Lemieux S, Prud’Homme D, Bouchard C, Tremblay A e Després JP. A single
threshold of waist girth identifies normal weight and overweight subjects with excess
visceral adipose tissue. American Journal of Clinical Nutrition. 1996;64:685-693.
Lemos-Santos MGF, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Waist
circunference an waist-to-hip ratio as predictors of serum concentration of lipids in
brazilian men. Nutrition. 2004;20(10):857-62.
Lesniak KT, Dubbert PM. Exercise and hypertension. Current Opinion in
Cardiology. 2001;16(6):356-59.
Lessa I. Epidemiologia da Insuficiência Cardíaca e da Hipertensão Arterial
Sistêmica no Brasil. Rev Bras de Hipertensão. 2001;8:383-392.
Lewington S, Clarke R, Qizilbash N, Peto R, Collins R. Prospective Studies
Collaboration. Age-specific Relevance of Usual Blood Pressure to Vascular
Mortality: a Meta-analysis of individual date for one million adults in 61 prospective
Studies. Lancet. 2002;360:1903-13.
Lifton RP, Gharavi AG, Geller DS. Molecular mechanisms of human hypertension.
Cell. 2001;104:545-56.
87
Lima-Costa MF, Peixoto SV, Firmo JOA. Validade da hipertensão arterial auto-
referida e seus determinantes (projeto Bambuí). Rev Saúde Pública. 2004;38(5):637-
42.
Lin WY, Lee LT, Chen CY, Lo H, HSIA HH, Liu IL, Lin RS, Shau WY, Huang KC.
Optimal cut-off values for obesity: using simple anthropometric indices to predict
cardiovascular rissk factors in Taiwan. Int J Obes. 2002;26:1232-8.
Lindquist TL, Beilin LJ, Knuiman. Influence of lifestyle, coping, and job stress on
blodd pressure in men and women. Hypertension. 1997;29:1-7.
Lloyd A, Schmieder C, Marchant N. Financial and health costs of uncontrolled blood
pressure in the United Kingdom. Pharmacoeconomics. 2003;21(1 Supl):33-41.
Lohman TG. Skinfolds and body density and their relation to body fatness: A review.
Hum Biol. 1981;53:181-225.
Lolio CA. Prevalência da hipertensão arterial em Araraquara. Arq Bras Cardiol.
1990;55:167-73.
Lotufo PA. Coffee, Samba, Football and…Social Inequalities: Reflections on
mortality in Sao Paulo, Brazil. Sao Paulo Med J. 2001;119(3):94-6.
Lotufo PA. Stroke in Brazil: a neglected disease. São Paulo Med J. 2005a;123(1):3-
4.
Lotufo PA. Doenças Cardiovasculares no Brasil. In: Nobre, F e Serrano Jr CV.
Tratado de Cardiologia SOCESP. São Paulo: Manole; 2005b. p. 7-15.
Lukaski HC. Methods for the assessment of human body composition: traditional
and new. Amer J clin Nutr. 1987;46:537-56.
Maier KW, Cooper RS, Banegas JR, Giampaoli S, Hense HW, Joffres M, Kastarinen
M, Poulter N, Primatesta P, Artalejo FR, Stegmayr B, Thamm M, Tuomilehto J,
Vanuzzo D, Vescio F. Hypertension Prevalence and Blood Pressure Levels in 6
European Countries, Canada, and the United States JAMA. 2003;289:2363-69.
Manhem K, Dotevall A, Wilhelmsen L, Rosengren A. Social gradients in
cardiovascular risk factors and symptoms of Swedish men and women: the Goteborg
MONICA Study 1995. J Cardiovasc Risk. 2000;7(5):359-68.
Mann SJ, James GD, Wang RS, Pickering TG. Elevation of ambulatory systolic
blood pressure in hypertensive smokers. A case-control study. JAMA.
1991;265:2226-8.
Manson JE, Colditz GA, Stampfer, MJ, et al. A prospective study of obesity and risk
of coronary heart disease in women. N Eng J Med. 1990;322:882-9.
88
Manson JE, Greenland P, LaCroix AZ, et al. Walking compared with vigorous
exercise for the prevention of cardiovascular events in women. N Engl J Med.
2002;347:716–25.
Martins D, Nelson K, Pan D, Tareen N, Norris K. The effect of gender on age
relatated blood pressure changes and the prevalence of isolated systolic hypertension
among older adults : data from NHANES III. J Ged Especif Med. 2001;4(3):10-3.
Martins IS, Marinho SP. O potencial diagnóstico dos indicadores da obesidade
centralizada. Rev Saúde Pública. 2003;37(6):760-67.
Martins IS, Marucci MF, Velasquez-melendez G et al. Doenças cardiovasculares
ateroscleróticas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e diabete melito em população
da área metropolitana da região Sudeste do Brasil. III - Hipertensão. Rev Saúde
Publica. 1997;31(5):466-71.
Maheswaran R, Beevers M, Beevers DG. Effectiveness of advice to reduce alcohol
consumption in hypertensive patients. Hypertension. 1992;19:79–84.
Matos AC, Ladeia AM. Assessment of Cardiovascular Risk Factors in a Rural
Community in the Brazilian State of Bahia. Arq Bras Cardiol. 2003;81(3):297-302.
Matos MFD, Souza e Silva NA, Pimenta AJM, Cunha AJLA. Prevalência dos fatores
de risco para doença cardiovascular em funcionários do centro de pesquisa da
Petrobrás. Arq Bras Cardiol. 2004;82(1):1-4.
Matsudo SMM, Matsudo VKR, Araújo T, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC et al.
Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo: análise de acordo
com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de
conhecimento. Rev Bras Cienc Mov. 2002;10(4):41-50.
McBride PE. The health consequences of smoking: pulmonary diseases. Med Clin
North Am. 1992;76:333-54.
McKetney EC, Ragland DR. Henryism J. Education, and blood pressure in young
adults. The CARDIA study. Coronary Artery Risk Development in Young Adults
Study. Am J Epidemiol. 1996;143(8):787-91.
Mendez MA, Cooper R, Wilks R, Luke A, Forrester T. Income, education, and blood
pressure in adults in Jamaica, a middle-income developing country. Internacional
Journal of Epidemiology. 2003;32(3):400-8.
Michels KB, Greenland S, Rosner BA. Does Body Mass Index adequately capture
the relation of body composition and body size to health outcomes? Am J Epidemiol.
1998;197(2):167-72.
89
Milei J, Grana DR. Mortality and morbidity from smoking-incluced cardiovascular
diseases: the necessity of the cardiologists involvement and commitment. Int J
Cardiol. 1998;67:95-109.
Mill JG, Molina MC, Silva IO, Marquezini AJ, Ferreira AVL, Cunha RS,
Herkenhoff FL. Epidemiologia da hipertensão arterial na cidade de Vitória, Espírito
Santo. Hipertensão. 2004;7(3):109-16.
Millen BE, Fada PA, Quatromoni MS et al. Validation of a dietary pattern approach
for evaluating nutritional risk: the Framingham Nutrition Studies. Jr Am Diet
Assoc. 2001;101:187-94.
Ministério da Saúde. Coordenação de Doenças Cardiovasculares. Doenças
Cardiovasculares no Brasil. Dados epidemiológicos, assistência médica. Brasília;
1993.
Ministério da Saúde. Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). Óbitos causados
por doenças do Aparelho Circulatório 2000 [acessado em 10 mai 2004]. Disponível
em: http://www.datasus.gov.br.
Ministério da Saúde. Informações de Saúde [acessado em 05 fev. 2006a]. Disponível
em: http://www.datasus.gov.br.
Ministério da Saúde. Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). Óbitos causados
por doenças do Aparelho Circulatório 2004 [acessado em 17 dez. 2006b]. Disponível
em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obtMT.def
Molina MCB, Cunha RS, Herkenhoff LF, Mill JG. Hipertensão arterial e consumo de
sal em população urbana. Rev Saúde Pública. 2003;(37):743-50.
Moller L, Kristensen TS, Hollnage H. Social class and cardiovascular risk factors in
danish men. Scand J Soc Med. 1991;19:116-26.
Monteiro CA, Benício MH, Iunes R, Gouveia NC. Nutritional status of Brazilian
children: Trends from 1975 to 1989. Bull World Health Organ. 1992;70:657-66.
Mora S, Redberg RF, Cui Y, et al. Ability of exercise testing to predict
cardiovascular and all-cause death in asymptomatic women: a 20-year follow-up of
the lipid research clinics prevalence study. JAMA. 2003;290:1600-07.
Moreira LB, Fuchs FD, Moraes RM et al. Prevalência de tabagismo e fatores
associados em área metropolitanada região sul do Brasil. Rev Saúde Pública.
1995;29:46-51.
Moreira LB, Fuchs FD, Moraes RS et al. Alcohol intake and blood pressure: the
importance of time elapsed since last drink. J Hypertens. 1998;16:175-180.
90
Mukamal KJ,Conigrave KM, Mittlemen MA et al. Roles of drinking pattern and type
of alcohol consumed in coronary heart disease in men. N Engl J Med. 2003;348:109–
18.
Mykkanen L, Laakso M, Pyorala K. Association of obesity and distribution of
obesity with glucose tolerance and cardiovascular risk factors in the elderly. Int J
Obes Relat Metab Disord. 1992;16:695-704.
NCHS - National Center for Health Statistics. Anthropometric reference data and
prevalence of overweight, United States, 1976-80. Vital and Health Statistics.
1987;87-1688.
NIH. National Heart, Lung and Blood Institute: Clinical guidelines on the
identification, evaluation and treatment of overweight and obesity in adults: the
evidence report. Obes Res. 1998;6(2 Supl):S51–S210.
Niskanen L, Laaksonen DE, Nyyssonen K, Punnonen K, Valkonen VP, Fuentes R,
Tuomainen TP, Salonen R, Salonen JT. Hypertension. 2004.
Norgan NG. Population differences in body composition in relation to the body mass
index. Eur J Clin Nutr. 1994;48(3 Supl):S10-27.
Okosun IS, Chandra KM, Choi S, Christman J, Dever GE, Prewitt TE. Hypertension
and type 2 diabetes comorbidity in adults in the United States: risk of overall and
regional adiposity. Obes Res. 2001b;9(1):1-9.
Okosun IS, Choi S, Dent MM, Jobin T, Dever GE. Abdominal obesity defined as a
larger than expected waist girth is associated with racial/ethnic differences in risk of
hypertension. J Hum Hypertens. 2001a;15(5):307-12.
Okosun IS, Cooper RS, Rotimi CN, Osotimehin B, Forrester T. Association of Waist
Circumference With Risk of Hypertension and Type 2 Diabetes in Nigerians,
Jamaicans, and African Americans. Diabetes Care. 1998;21:1836-42.
Okosun IS, Liao Y, Rotimi CN, Prewitt E, Cooper RS. Abdominal adiposity and
clustering of multiple metabolic syndrome in white, black and hispanic americans.
Ann Epidemiol. 2000;10:263-70.
Okosun IS, Prewitt TE, Cooper RS. Abdominal obesity in the United States:
prevalence and attributable risk of hypertension. J Hum Hypertens. 1999;13(7):425-
30.
Oliveira CL, Veiga GV, Sichieri R. Anthropometric markers for cardiovascular
disease risk factors among overweight adolescents. Nutrition Research.
2001;21:1335-45.
91
Oliveira RZ, Nogueira JL. Hipertensão arterial no município de Cianorte, estado do
Paraná, Brasil. Acta Scientiarum. Health Sciences. 2003;25(1):75-79.
OMS - Organización Mundial de la Salud. Epidemias mundiales desantendidas: tres
amenazas crecientes. In: The world Health Report. Ginebra; 2003. [acessso em 13
julho 2004]. Disponível em: http://www.who.int/whr/2003/en/Chapter6-es.pdf
OMS - Organización Mundial de la Salud. Dieta, Nutrición y Prevención de
Enfermedades Crónicas: Informes de um Grupo de Estudio de la OMS. Serie de
Informes Técnicos 797. Ginebra; 1990.
Ortega KC, Jr Mion D, Nobre F. Hipertensão Arterial. In: Jr Mion D, Nobre F. Risco
Cardiovascular Global. São Paulo: Lemos Editorial; 1999. p. 65-76.
Paffenbarger RS Jr, Lee IM. Intensity of physical activity related to incidence of
hypertension and all-cause mortality: an epidemiological view. Blood Press Monit.
1997;2(3):115-23.
Pardell H, Tresserras R, Armario P, Hernandez del Rey R. Pharmacoeconomic
considerations in the management of hypertension. Drugs. 2000;59(2 Supl):13-20.
Peixoto MR. G. Estudo e Índices Antropométricos na População Adulta de Goiânia
[tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2004.
Pereira MA, Folsom AR, McGovern PG, Carpenter M, Arnett DK, Liao D, Szklo M,
Hutchinson RG. Physical activity and incident hypertension in black and white
adults: the Atherosclerosis Risk in Communities Study. Prev Med. 1999;28(3):304-
12.
Pereira RA, Sichieri R, Marins VMR. Razão cintura/quadril como preditor da
hipertensão arterial. Cad Saúde Pública. 1999;15(2):333-44.
Piccini RX, Victora CG. Hipertensão arterial sistêmica em área urbana no sul do
Brasil: prevalência e fatores de risco. Rev Saúde Pública. 1994;28(4):261-7.
Pitanga FJG, Lessa I. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo no lazer em
adultos. Cad Saúde Pública. 2005a;21(3):870-77.
Pitanga FJG, Lessa I. Indicadores antropométricos de obesidade como instrumento
de triagem para risco coronariano elevado em adultos na cidade de Salvador - Bahia.
Arq Bras Cardiol. 2005b;85(1):26-31.
Pohlmann PR. Tabagismo em Porto Alegre: prevalência e o papel dos profissionais
da saúde na prevenção. Rev Ass Med Brasil. 1991;37: 8-14.
Prefeitura Municipal de Cuiabá. IPDU. Perfil Sócio econômico de Cuiabá. Cuiabá:
IPDU/AS&M/ Central de Texto. 2004;2.
92
Rego RA, Bernardo FAN, Rodrigues SSR, Oliveira ZMA, Oliveira MB,
Vasconcellos C et al. Fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT): Inquérito domiciliar no Município de São Paulo, SP (Brasil). Metodologia
e resultados preliminares. Rev Saúde Pública. 1990;24:277-85.
Ribeiro AB. Atualização em Hipertensão Arterial. São Paulo: Atheneu; 1996.
Ryan AS, Roche AF, Wellens R, Guo S. Relationship of blood pressure to fatness
and fat patterning in Mexican American adults from the Hispanic Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES, 1982-1984). Coll Antropol. 1994;18:89-
99.
Sabry MOD, Sampaio HAC, Silva MGC. Hipertensão e obesidade em um grupo
populacional no nordeste do Brasil. Rev Nutr Campinas. 2002;15(2):139-47.
Salvaggio A, Periti M, Quaglia G, Marzorati D, Tavanelli M. The independent effect
of habitual cigarette and coffee consumption on blood pressure. Eur J Epidemiol.
1992;8(6):776-82.
Sanchez-Castillo CP, Velazquez-Monroy O, Berber A, Lara-Esqueda A, Tapia-
Conyer R, James WP; Encuesta Nacional de Salud (ENSA) 2000 Working Group.
Anthropometric cutoff points for predicting chronic diseases in the Mexican National
Health Survey 2000. Obes Res. 2003;11(3):442-51.
Santos MA, Koike SK, Caporossi EMG. Hipertensão Arterial e Medida de Controle
Referidos na População de Cáceres. Mato-Grosso, Brasil. Rev Inst Med trop São
Paulo. 1988;30(3):208-11.
Sarno F. A importância do excesso de peso e da obesidade abdominal na
determinação da hipertensão arterial sistêmica em adultos em uma população de
funcionários de um hospital de grande porte de São Paulo [dissertação de mestrado].
São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2005.
Savdie E, Grosslight GM, Adena MA. Relation of alcohol and cigarette consumption
to blood pressure and serum creatinine levels. J Chron Dis. 1984;37:617-23.
SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretrizes brasileiras sobre
dislipidemias e diretriz de prevenção de aterosclerose do Departamento de
Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol.
2001;77(Supl 3):51-548.
SBH, SBC, SBN - Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial, Sociedade Brasileira
de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Nefrologia. III Consenso Brasileiro de
Hipertensão Arterial. Campos do Jordão; 1998.
93
SBH, SBC, SBN - Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de
Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial. Hipertensão. 2006;9(4):126-156.
Simonetti JP, Batista L, Carvalho LR. Hábitos de Saúde e Fatores de Risco em
Pacientes Hipertensos. Rev Latino-am Enfermagem. 2002;10(3):415-22.
Singh RB, Beegom R, Ghosh S, Niaz MA, Rastogi V, Rastogi SS et al.
Epidemiological study of hypertension and its determinants in an urban population of
North India. J Hum Hypertens. 1997;11(10):679-85.
Siziya S, Marufu T, Matchaba-Hove RB. Relationship of causal blood pressure to
smoking, education and occupation in a high density town near Harare, Zimbabwe.
Cent Afr J Med. 1995; 41(7):219-24.
Slattery ML, McDonald A, Bild DE, Caan BJ, Hilner JE, Jacobs DR, Liu K.
Associations of body fat and its distribution with dietary intake, physical activity,
alcohol and smoking in blacks and whites. AM J Clin Nutr. 1992;55:943-49.
Soares, LC. Mudança no estilo de vida e controle da pressão arterial. In:
Francischetti EA, Sanjuliani AF. Tópicos Especiais em Hipertensão Arterial. São
Paulo: Manole; 2005. p. 217-24.
Sobal J e Stunkard A. Socioeconomic status and obesity: A review of the lierature.
Psychological Bulletin. 1989;105:260-75.
Souza LJ, Neto CG, Chalita FEB, Reis AFF, Bastos DA, Souto Filho JTD, Souza
TF, Côrtes VA. Prevalência de obesidade e fatores de risco cardiovascular em
Campos, Rio de Janeiro. Arq Bras Endocrinol Metab. 2003;47(6):669-76.
Souza NRM. Fatores de risco cardiovascular em motoristas de ônibus [dissertação de
mestrado]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 1999.
Stachenko SJ, Reeder BA, Lindsay E, Donovan C, Lessard R, Balram C. Smoking
prevalence and associated risk factors in Canadian adults. CMAJ.
1992;146(11):1989-96.
Stamler R, Shipley M, Elliot P, Dyer A, Sans S, Stamler J. Higher blood pressure in
adults with less education: Some explanations from INTERSALT. Hypertension.
1992;19(3):237-41.
Stata Statistical Software: Release 9.0 [software em CD-ROM]. College Station,
Texas: StataCorp; 2005.
Stern M. Epidemiology of obesity and its link to heart disease. Metab Clin Exper.
1995;44(Supl 9):1-3.
94
Stevens J. Impact of age on associations between weight and mortality. Nutrition
Reviews. 2000;25(5):129-37.
Stevens J, Cai J, Evenson KR, Thomas R. Fitness and fatness as predictors of
mortality from all causes and from cardiovascular disease in men and women in the
lipid research clinics study. Am J Epidemiol. 2002;156:832–41.
Stolk RP, Meijer R, Mali WPTM, Grobbee DE, Van der Graaf Y. Ultrasound
measurements of intraabdominal fat estimate the metabolic syndrome better than do
measurement of waist circumference. Am J Nutr. 2003;77:857-60.
Stranges S, Wu T, Dorn JM, Freudenheim JL, Muti P, Farinaro E, Russel M,
Nochajski TH, Trevisan M. Relationship of alcohol drinking pattern to risk of
hypertension: a population-based study. Hypertension. 2004;44:813-19.
Taylor RW, Keil D, Gold EJ, Williams SM, Goulding A. Body mass index, waist
girth, and waist-to-hip ratio as indexes pf total and regional adiposity in women:
evaluation using receiver operating characteristic curves. AM J Clin Nutr.
1998;67:44-9.
Trindade IS, Heineck G, Machado JR, Ayzemberg H, Formighieri M, Crestani M,
Gusso J. Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica na População Urbana de
Passo Fundo (RS). Arq Bras Cardiol. 1998;71(2):127-30.
Ueshima H, Mikawa K, Baba S et al. Effect of reduced alcohol consumption on
blood pressure in untreated hypertensive men. Hypertension. 1993;21:248–52.
Vargas CM, Ingram DD, Gillum RF. Incidence of hypertension and educational
attainment. Am J Epidemiol. 2000;152:272-8.
Vague J. La differenciation sexuelle: facteur determinant des formes de l´obesite. La
Presse Medicale. 1947;55:339-40.
Van den Elzen APM, Ridder MAJ, Grobbee DE, Hofman A, Witteman JCM,
Uiterwaal CSPM. Am J Hypertens. 2004;(10):936-40.
Vanitallie, T.B.; Yang, M.; Heymsfield, S.B.; Funk, R.C.; Boileau, R.A.R.A. Height-
normalized indices of the body's fat-free mass and fat mass: potentially useful
indicators of nutritional status. Amer J clin Nutr. 1990;52:953-9.
Vargas CM, Ingram DD, Gillum RF. Incidence of hypertension and educational
attainment: the NHANES I epidemiologic followup study. First National Health and
Nutrition Examination Survey. Am J Epidemiol. 2000;152(3):272-8.
Vasan RS, Beisera A, Seshadri S et al. Residual lifetime risk for developing
hypertension in middle-aged women and men. The Framingham heart Study. JAMA.
2002;287:1003-10.
95
Veiga GV, Pereira RC, Vieira ACR, Alvarez MM, Oliveira TC, Silva EA.
Associação de indicadores antropométricos e de percentual de gordura corporal
como fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes: um estudo
piloto. Nutrição Brasil. 2004;3(3):137-43.
Velásquez-Meléndez G, Hac G, Valente JG, Tavares R, Silva CQ, Garcia ES.
Evaluation of waist circumference to predict general obesity and arterial
hypertension in women in Greater Metropolitan Belo Horizonte, Brazil. Cad Saúde
Pública. 2002;18(3):765-71.
Vuori IM. Health benefits of physical activity with special reference to interaction
with diet. Public Health Nutrition. 2001;4(2B):517-28.
Wakabayashi K, Nakamura K, Kono S, Shinchi K, Imanishi K. Alcohol consumption
and blood pressure: an extended study of selfdefense officials in Japan. Int J
Epidemiol. 1994;23(2):307-311.
Waaler HT. Hazard of obesity: the Norweigian experience. Acta Med. Scand.
1988;(723): 17-21.
Wang J, Thornton JC, Bari S, Williamson B, Gallagher D, Heymsfield SB, Horlick
M, Kotler D, Laferrère B, Mayer L, Pi-Sunyer FX, Pierson Jr RN. Comparisons of
waist circumferences measured at 4 sites. American Journal of Clinical Nutrition.
2003;77(2):379-84.
Whelton SP, Chin A, Xin X, He J. Effect of Aerobic Exercise onBlood Pressure: a
Meta-Analyses of Randomized, Controlled Trials. Ann Intern Med. 2002;136:493-
503.
WHO - World Health Organization. Obesity: Preventing and Managing the Global
Epidemic. WHO Technical Report Series 894. Geneva; 1998.
WHO - World Health Organization. Physical Status: The Use and Interpretation of
Anthropometry. WHO Technical Report Series 854. Geneva; 1995.
Witteman JCM, Willett WC, Stampfer MJ et al. Relation of moderate alcohol
consumption and risk of systemic hypertension in womem. Am J Cardiol.
1990;65:633–37.
Zhu S, Wang Z, Shen W, Heymsfield SB, Heshka S. Percentage body fat ranges
associated with metabolic syndrome risk: results based on the third National Health
and Nutrition Examination Survey (1988-1994). Am J Clin Nutr. 2003;78:228-35.
Zhu S, ZiMian Wang, Stanley Heshka, Moonseong Heo, Myles S Faith, and Steven
B Heymsfield. Waist circumference and obesity-associated risk factors among whites
in the third National Health and Nutrition Examination Survey: clinical action
thresholds. Am J Clin Nutr. 2002;76:743-9.
96
ANEXO 1
Tabela 1 Distribuição da população da área urbana de Cuiabá, segundo as regiões
da macrozona. Cuiabá-MT, 2000.
Região
População
%
Número de
amostras
Número de
amostras
(com aproximação)
Norte 104536 22,03
337,32
337
Oeste
112197
23,65
362,04
362
Leste
140178
29,54
452,33
453
Sul
117547
24,78
379,31
379
Total
474458
100,00
1531,00 1531
Fonte: IBGE, 2000.
97
ANEXO 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRESSÃO ARTERIAL E FATORES DE RISCO
CARDIOVASCULAR NA REGIÃO CENTRO-OESTE BRASIL
Município: Equipe:
N
o
questionário:
Hor. Início:
N
o
do Setor:
N
o
do domicílio:
N
o
do controle:
Endereço:_________________________________________________________________________
_______Telefone:_______________
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Bom dia/boa tarde, meu nome é __________________________e estou trabalhando numa
pesquisa sobre fatores de risco para as doenças do coração na cidade de Cuiabá, apoiada pela
Universidade Federal de Mato Grosso. Se concordar em participar da pesquisa terá que responder
perguntas de um questionário. Após responder ao questionário você será pesado e medido. Sua
pressão também será medida em dois momentos, no início e no final da entrevista.
Suas respostas a essas perguntas o muito importantes e estritamente confidenciais, isto é,
não serão mostradas a ninguém. As informações serão utilizadas apenas para fins estatísticos.
Informamos que a entrevista terá uma duração de 15 a 30 minutos aproximadamente.
Sua participação neste trabalho é voluntária. Você pode escolher participar ou ainda pode
deixá-lo a qualquer momento, sem que isto traga qualquer prejuízo a você.
Podemos começar? [ ] sim [ ] não
Assinatura do(a) entrevistado (a): ______________________________
Assinatura do entrevistador(a): ________________________________
Coordenador: Luiz César Nazário Scala Fone: 615 7214
VISITA 1 VISITA 2 VISITA 3
Data __/__/__ __/__/__ __/__/__
Resultado*
Próxima visita
Data
Hora
__/__/__
_______
__/__/__
_______
__/__/__
_______
* Código de resultados:
1. completa 2. ausente 3. adiada 4. recusada
5. incompleta 6. outra(comércio, casa demolida/vazia):____________
98
AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL (PA 1) * PA 1 = __/__/__ x __/__/__
*considerar e respeitar todos os cuidados para uma boa aferição.
A – IDENTIFICAÇÃO:
1. Nome:
2. Idade (em anos completos): _____________anos
3. Sexo
Masculino
1
Feminino
2
4. Escolaridade: Freqüentou a escola?
Sim
1
Não
2
5. Até que ano/série cursou? ___________série (ano)
Primeiro grau
1
Segundo grau
2
Terceiro grau
3
Antigo primário
4
Antigo científico/normal
5
Outro
6
Não sabe
7
6. Sabe ler? Para quem tem menos de 4 anos de escolaridade).
Sim
1
Não
2
7. Qual a sua situação conjugal atual? (reside)
Com companheiro
1
Sem companheiro
2
8. Apenas para as mulheres entrevistadas. (somar número de nascidos vivos e nascidos mor
tos).
Paridade: _________
9. Número total de moradores do domicílio: ___________
Enumerar todos os moradores (crianças e adultos), sem renda ou com renda individual (salário, pensão,
aposentadoria, ajuda, etc.)
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
________________________________________________________ Valor:_________________
RENDA TOTAL: _____________
(Após término da entrevista, dividir a renda total pelo número de moradores) RENDA PERCAPITA:
____________
99
B – ALIMENTAÇÃO:
1. Você retira a gordura da carne?
Sim
1
Não
2
Às vezes
3
2. Você retira a pele do frango?
Sim
1
Não
2
Às vezes
3
3. Você usa adoçante?
Sim
1
Não
2
Às vezes
3
4. Você coloca sal na comida, à mesa?
Nunca
1
Quando a comida não está salgada, o suficiente
2
Sempre, antes de prová-la
3
5. Nos últimos 6 meses recebeu informações de como se alimentar melhor?
Sim (Se sim, questão 6 da alimentação)
1
o (Se não, questão 7 da alimentação)
2
6. Quem orientou: (1 ou mais itens)
Televisão
1
Rádio
2
Jornal
3
Revista
4
Vizinho, amigo
5
Profissional de saúde
6
Outros (especificar) :___________________________
7
7. Você faz refeições assistindo televisão?
Sim
1
Não
2
Às vezes
3
8. Quais destas refeições você faz regularmente Não Sim
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar/lanche da noite
100
Ceia
Outros (além destas, faz outras refeições?). Especificar: _____________
9. Total de refeições por dia: _____________
10. Você mudou sua alimentação por razões de saúde durante o ano (últimos 12 meses
passado (últimos 12 meses)?
Não
Sim
Reduziu a quantidade de gordura
Mudou o tipo de gordura
Aumentou o uso de vegetais/frutas
Reduziu a quantidade de açúcar
Reduziu a quantidade de sal
Outros (especificar):_____________________
11. Agora vou avaliar o seu consumo alimentar no último ano. Faça um esforço para lembrar o que
você costuma comer. Vou ler o nome dos alimentos e você vai me dizer se come ou não o alimento. Se
você comer, deve dizer também o número de vezes por semana ou mês que come cada um.
Alimentos Nunc
a
Menos de
1x ao mês
(rarament
e)
1 a
3x
ao
mês
1x
por
se
m
2 a 3x
por
sem.
(pouca
s vezes
na
semana
)
4 a 6x
por
sem.
(quase
todos
os dias)
1x ao
dia
(todo
s os
dias)
2ou+ vezes
por dia
Leites e Produtos derivados
1. Leite integral
2. Leite desnatado
3. Requeijão, iogurte ou
coalhada
4. Queijo
5. Creme de leite, manteiga
de leite
Carne e ovos
6. Carne de vaca
7. Frango
8. Peixe
9. Sardinha, atum
10. Carne de porco, lingüiça
11. Ovo frito, cozido,
mexido, omelete
12. Salsicha, mortadela,
presunto
13. Miúdos, (miolo, rim,
fígado, bucho e língua)
Gorduras
14. Margarina tradicional
15. Margarina light
16. Maionese
17. Óleo vegetal (soja,
canola, milho, etc.)
18. Azeite
19. Banha, torresmo, bacon
101
Cereais, pães e tubérculos
20. Batata, cará, mandioca,
inhame
21. Arroz cozido
22. Macarrão (molho,
manteiga, extrato)
23. Milho verde, angu,
polenta, pamonha
24. Massas (lasanha, raviole,
etc)
25. Farinhas (mandioca,
milho, fubá, mucilon,
neston, farinha láctea,
cereal matinal)
26. Bolachas, biscoitos, petas
27. Pão francês, pão de forma
Alimentos
Nunca
Menos de
1x ao mês
(raramente)
1 a 3
x ao
mês
1x
por
se
m
2 a 3x
por sem
(poucas
vezes
na
semana
)
4 a 6 x
por
sem
(quase
todos
os
dias)
1 x
ao dia
(todos
os
dias)
2 ou +
vezes por
dia
Verduras e folhas
28. Alface
29. Acelga, repolho.
30. Couve, espinafre, chicória,
rúcula, mostarda, almeirão, taioba,
agrião
31. Tomate
32. Pepino, pimentão
33. Brócolis, couve-flor
34. Abobrinha, chuchu
35. Jiló, quiabo
36. Abóbora madura, kabutiá
37. Cenoura, beterraba, vagem
Frutas
38. Abacate, açaí
39. Abacaxi, melão, melância
40. Banana
41. Laranja, mexirica
42. Maçã, pêra, mamão
43. Manga, goiaba, morango, uva
44. Ameixa, caqui, pêssego
45. Castanha de caju, côco,
amêndoa, amendoim, avelã,
castanha do Pa
Leguminosas
46. Feijão, lentilha, ervilha, etc.
Bebidas
47. Refrigerante normal
48. Refrigerante light, diet
49. Sucos de frutas (pacotinho)
50. Suco de polpa de fruta
102
51. Sucos naturais com leite
52. Café
Salgados e preparações
53. Salgados fritos (pastel,
coxinha, risole, pastelão, quibe,
etc.)
54. Salgados assados (esfira,
empada, enroladinho)
55. Salgadinhos de pacote (skine,
fandangos, etc.)
56. Pão de queijo, biscoito de
queijo
57. Sanduíches
58. Pizza
Açúcares e doces
59. Chocolate, brigadeiro, balas
60. Bolo, roscas
61. Sorvete/Picolé
62. Açúcar
63. Doces: mel, doces de frutas,
pudim, goiabada, musse, tortas,
rapadura
Outros
64. Achocolatados (Nescau,
Toddy)
65. Sopa
66. Frituras em geral (ovo,
banana, batata, carne, mandioca,
etc)
67. Conservas ou enlatados
(Extrato de tomate, azeitona,
palmito, picles)
C – ATIVIDADE FÍSICA
1. Que tipo de atividade física você desenvolve em seu trabalho? (Dividimos as ocupações em quatro
grupos. Caso não trabalhe, mencione o grupo 1. Marque somente um grupo)
Meu trabalho tem atividades para as quais tenho que ficar sentado. o
caminho muito enquanto trabalho. Exemplos: relojoeiro, eletrotécnico em rádios,
costureira industrial, trabalho burocrático no escritório.
1
Caminho bastante enquanto trabalho, mas não tenho que levantar nem carregar
coisas pesadas. Exemplos: empregados comerciais, trabalho industrial leve,
trabalho de escritório que implique movimento.
2
Tenho que caminhar e mover muitas coisas ou subir escadas ou rampas em meu
trabalho. Exemplos: carpinteiros ou trabalhadores agrícolas, trabalho de oficina
mecânica, trabalho industrial pesado.
3
Meu trabalho exige atividades pesadas, como, por exemplo, mover/levantar coisas pesadas, trabalhar
com madeira ou cortar muito. Exemplos: trabalhador florestal, trabalho agrícola pe
trabalho industrial pesado.
4
2. Quantos minutos por dia você se dedica a caminhar, andar de bicicleta ou a qualquer outra
atividade física quando vai trabalhar? Inclua o tempo que passa indo e vindo do seu trabalho.
o trabalho ou realizo atividade física alguma quando vou trabalhar
1
Menos de 15 minutos por dia
2
15 – 29 minutos por dia
3
30 – 44 minutos por dia
4
45 – 59 minutos por dia
5
103
Mais de 1 hora por dia
6
3. Que tipo de atividade física você faz durante seu tempo livre ou momentos de folga?
No meu tempo livre, vejo televisão e faço coisas que não precisam de atividade física
1
No meu tempo livre, caminho, ando de bicicleta ou me movimento de alguma maneira que
tenha atividade física durante um mínimo de 30 minutos por dia, inclusive caminhar pescar ou
caçar, jardinagem e outros, porém não ir e vir do trabalho.
2
No meu tempo livre, faço atividades físicas para manter meu estado físico, como, por
exemplo, correr, ginástica, natação, jogos com bola ou trabalhos pesados de jardinagem ou
equivalente durante um mínimo 30 minutos por dia.
3
No meu tempo livre, treino periodicamente, vários dias por semana, para participar de
competições, corridas, jogos com bola ou algum outro esporte que exija muita atividade física.
4
4. Quantas vezes por semana você participa nas atividades que mencionou ao responder à
pergunta 3?
5. Alguma vez você tentou aumentar suas atividades físicas durante os momentos de folga? Caso
afirmativo, quando foi a última vez?
Nunca
1
Faz mais de 6 meses
2
Faz de 1 – 6 meses
3
Durante o último mês
4
6. Você alterou a atividade sica que desenvolve durante seu tempo livre durante os últimos 6
meses?
Aumentou muito
1
Aumento um pouco
2
o mudou
3
Diminuiu um pouco
4
Diminuiu muito
5
7. O que você acha do seu preparo físico atual?
Muito bom
1
Bom
2
Regular
3
Fraco
4
Péssimo
5
8. O que você acha do seu estado de saúde atual?
Muito bom
1
Bom
2
Regular
3
Fraco
4
Péssimo
5
9. O que você acha do seu peso atual?
Muito abaixo do normal
1
Abaixo do normal
2
Normal
3
Um pouco acima do normal
4
Muito acima do normal
5
10. Quantas horas por dia você assiste televisão?
Menos de 2 horas por dia
1
De 2 a 4 horas por dia
2
De 4 a 6 horas por dia
3
Mais de 6 horas por dia
4
104
D – FUMO:
1. Você:
Nunca fumou (ir para o item E – Álcool)
1
Fuma, mesmo que às vezes (ir para a questão 2 – Fumo)
2
Parou de fumar (ir para a questão 3 – Fumo)
3
2. Você fuma quantos cigarros por dia? ________________
[ ] às vezes (menos de 1 cigarro por dia)
3. Parou de fumar há _____________ ( ) meses ou ( )anos
E – ÁLCOOL
1. Qual a sua bebida preferida? ________________________
2. Você consome bebida alcoólica?
Sim
1
o
2
3. Nos últimos 7dias, você bebeu alguma das seguintes bebidas: Se não consumir escrever “0”
Cerveja (garrafa) [ ]
Vinho (cálice/copo) [ ]
Bebidas destiladas tipo uísque, vodka (dose) [ ]
Cachaça (dose) [ ]
Outros (especificar) [ ]
F- CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL E DOENÇAS CRÔNICAS:
1. Alguma vez alguém já lhe disse que você tem pressão alta?
Sim
1
o (ir para a questão 6)
2
2. De onde veio esta informação? (marcar + de 1, se houver)
Farmácia
1
Médico
2
Enfermagem
3
Campanhas
4
Outros (Especificar)
5
3. Você faz tratamento para pressão alta?
Sim (regular, pelo menos 2 consultas/ano)
1
o (ir para questão 5 certificar-se de que o entrevistado não faça nenhum
tratamento)
2
Às vezes
3
4. Onde você faz tratamento para a pressão alta?
No centro de saúde, posto do PSF ou policlínica
1
No hospital
2
Em consultório médico
3
105
Lugar variável
4
Outros (Especificar)
5
5. Com relação ao uso de medicamentos para pressão alta, você?
Nunca usou medicamento
1
Usou medicamento, mas não usa mais
2
Está usando medicamento
( ) regular (tomou todos os dias nos últimos 3 meses) ( ) irregular
(especificar medicação) __________________________________
3
6. Você, alguma vez, foi internado por problemas com a pressão?
Sim
1
o (ir para a questão 8)
2
7. Qual foi o problema que você teve, que precisou ser internado? (pode marcar mais de uma opção)
Derrame ou AVC
1
Infarto ou ameaça de infarto
2
Angina ou dor no peito
3
PA alta ou descompensada (não controlada), pré eclâmpsia
4
Outros (especificar)
5
8. Você sabe o que pode fazer mal para o coração?
Sim
1
Não
2
Já ouviu falar
3
9. Agora vou ler alguns itens e você vai me dizer quais destes podem ajudar no surgimento das
doenças do coração ou “fazem mal” para o coração (pode marcar quantos achar)
Cigarro
1
Bebida alcoólica
2
Doces
3
Diabetes (açúcar no sangue)
4
Colesterol alto (gordura no sangue)
5
Obesidade (excesso de peso)
6
Falta de exercícios
7
Estresse (nervosismo)
8
Hipertensão arterial (pressão alta)
9
Outros (especificar)
10
10. Medida da PA (sentado) no membro superior esquerdo:
Aferir novamente a pressão do entrevistado (respeitando o método e os critérios) e anotar nos campos
abaixo a PA1 e PA2.
PA 1 /___/___/___/ X /___/___/___/ mmHg
PA 2 /___/___/___/ X /___/___/___/ mmHg
106
G – ANTROPOMETRIA:
Indicador Valor referido Valor aferido
Altura ___,___ ___ ___ m ___,___ ___ ___ m
Peso ___ ___ ___, ___ kg ___ ___ ___, ___ kg
Circunferência da cintura ___ ___ ___, ___ cm
Data da entrevista: Horário de término:
Entrevistadores:
Supervisor:
107
ANEXO 3
Medida da Pressão Arterial
Cuidados com aparelho de tipo semi–automático de marca OMRON HEM
705 CP:
1. Ajustar as pilhas e, de preferência, ter algumas de reserva;
2. Conectar o manguito ao aparelho;
3. Apertar o botão “ON/OFF” e aguardar aparecer o “zero”;
4. Depois de se adaptar o manguito ao braço do paciente, inicia-se a medição,
apertando-se o botão “START”;
5. Após alguns segundos será mostrado o valor da pressão arterial.
A medida da pressão arterial deve ser realizada na posição sentada, de acordo
com os seguintes critérios das V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO
(SBH, SBC, SBN, 2006).
Preparo do paciente para a medida da pressão arterial:
1. Explicar o procedimento ao paciente;
2. Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo;
3. Evitar bexiga cheia;
4. Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes;
5. Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes;
6. Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e
relaxado;
7. Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito;
8. Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou
espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo
ligeiramente fletido;
9. Solicitar para que não fale durante a medida.
108
Procedimento de medida da pressão arterial:
1. Medir a circunferência do braço do paciente;
2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
3. Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a 3 cm;
4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
5. Estimar o vel da pressão sistólica (palpar o pulso radial e inflar o manguito até
seu desaparecimento, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes da medida);
6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio
sem compressão excessiva;
7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão
sistólica;
8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo);
9. Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff),
que é um som fraco seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a
velocidade de deflação;
10. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de
Korotkoff);
11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu
desaparecimento e depois proceder à de. ação rápida e completa;
12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no
abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da
sistólica/diastólica/zero;
13. Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medidas;
14. Informar os valores de pressão arterial obtidos para o paciente;
15. Anotar os valores e o membro.
A primeira medida sofre a influência do fenômeno conhecido por hipertensão
arterial do avental branco, razão pela qual sempre é considerada a(s) última(s)
medida(s) realizada(s).
109
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRESSÃO ARTERIAL E FATORES DE RISCO
CARDIOVASCULAR NA REGIÃO CENTRO-OESTE BRASIL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Bom dia/boa tarde, meu nome é __________________________e estou
trabalhando numa pesquisa sobre fatores de risco para as doenças do coração na
cidade de Cuiabá, apoiada pela Universidade Federal de Mato Grosso. Se concordar
em participar da pesquisa terá que responder perguntas de um questionário. Após
responder ao questionário você será pesado e medido. Sua pressão também será
medida em dois momentos, no início e no final da entrevista.
Suas respostas a essas perguntas são muito importantes e estritamente
confidenciais, isto é, não serão mostradas a ninguém. As informações serão
utilizadas apenas para fins estatísticos. Informamos que a entrevista terá uma duração
de 15 a 30 minutos aproximadamente.
Sua participação neste trabalho é voluntária. Você pode escolher participar ou
ainda pode deixá-lo a qualquer momento, sem que isto traga qualquer prejuízo a
você.
Podemos começar? [ ] sim [ ] não
Assinatura do(a) entrevistado (a): ______________________________
Assinatura do entrevistador(a): ________________________________
Data: __/__/__
Coordenador: Luiz César Nazário Scala Fone: 3615-7214
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo