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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
Estado Nutricional de Escolares em Cuiabá – MT:
Influência de Fatores Biológicos e Sócio-
Demográficos
Andréia Zimpel Pazdziora
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva para obtenção do título
de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª Lenir Vaz Guimarães
Co-Orientadora: Profª Drª Márcia G. Ferreira Lemos
dos Santos
Cuiabá – MT
2007
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Estado Nutricional de Escolares em Cuiabá – MT:
Influência de Fatores Biológicos e Sócio-
Demográficos
Andréia Zimpel Pazdziora
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde
Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso para
obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª Lenir Vaz Guimarães
Co-Orientadora: Profª Drª Márcia G. Ferreira Lemos
dos Santos
Cuiabá – MT
2007
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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
P3485e
Pazdziora, Andréia Zimpel.
Estado nutricional de escolares em Cuiabá-MT: influência de fa-
tores biológicos e sócio-demográficos. / Andréia Zimpel Pazdziora.
– Cuiabá: a autora, 2007.
129 fls.
Orientadora: Profª Dra. Lenir Vaz Guimarães.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso.
Instituto de Saúde Coletiva. Campus Cuiabá.
1. Saúde. 2. Nutrição. 3. Antropometria. 4. Desnutrição. 5. Obesi-
dade. 6. Massa corporal. 7. IMC. 8. Estudantes. 9. Criança. 10. Escola.
11. Cuiabá. I. Título.
CDU 613.95:371.217.2
Dedico este trabalho:
Aos meus pais Claudio e Sônia, aos meus
irmãos André e Adriano e a minha
sobrinha Rafaela pelo amor e incentivo
para alcançar mais este objetivo.
À minha amiga Larissa pela amizade e
companheirismo em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
À minha família, pelo amor, carinho e apoio incondicional e pela
valorização da minha formação profissional.
À amiga “maninha” Larissa Silva Barbosa, pela amizade de sempre, carinho
e companheirismo em todos os momentos dessa conquista, independente da
distância.
À nova amiga Neuciani Ferreira da Silva, pela amizade ao longo dos
últimos meses e pelas valiosas sugestões para a melhora na redação da dissertação.
À Prof
a
Dr
a
Lenir Vaz Guimarães, pela dedicação como orientadora deste
trabalho, pela amizade, compreensão, apoio, incentivo à pesquisa científica e por
despertar em mim o gosto pela docência.
À Prof
a
Dr
a
Márcia Gonçalves Ferreira, pela preciosa e cuidadosa “co-
orientação” prestada no cumprimento deste trabalho e pelo incentivo à pesquisa
científica.
Aos mestrandos e amigos Eduardo de Araújo Silva, Márcia Regina Haddad
Marques, Edirene da Silva Porto, Leila de Arruda Alencar e Maria Aparecida
Lima Lopes, pela amizade e companheirismo na trajetória desta conquista.
Ao Profº Drº Mariano Martinês Espinosa pela valiosa colaboração na
análise estatística dos dados.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pelo
auxílio financeiro.
À Universidade Federal de Mato Grosso, pela infra-estrutura dispensada
para a construção do conhecimento.
E a todos aqueles que colaboraram de alguma forma para o cumprimento de
mais esta etapa tão importante de minha vida acadêmica e profissional, deixo o meu
agradecimento e carinho.
RESUMO
Pazdziora AZ. Estado nutricional de escolares em Cuiabá-MT: influência de fatores
biológicos e sócio-demográficos [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de
Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso; 2007.
Introdução - Atualmente, estudos constatam redução da prevalência de desnutrição
infantil e aumento de obesidade na população e têm identificado a associação do
estado nutricional com fatores biológicos, demográficos, sociais e econômicos.
Objetivo - Analisar a influência de fatores biológicos e sócio-demográficos no
estado nutricional de escolares. Métodos - Estudo transversal, com amostragem
estratificada, proporcional e por cluster, totalizando 1054 escolares com idade entre 6
e 9 anos, da primeira série do ensino fundamental da rede de ensino de Cuiabá – MT.
Foram levantados dados antropométricos e de condições sócio-demográficas das
crianças e dos pais. O estado nutricional dos escolares foi classificado de acordo com
o Índice de Massa Corporal (IMC). A análise dos dados foi feita por análise
descritiva, teste de comparação de proporções, razão de prevalências e análise
multivariada por regressão logística. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do
Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) da Universidade Federal de Mato
Grosso. Resultados - Observou-se prevalência igual a 8,9% para baixo peso e 10,5%
para sobrepeso entre os escolares. Os alunos das escolas municipais apresentaram
maior chance de baixo peso, bem como os escolares com maior número de
moradores no domicílio, filhos de pais eutróficos e desnutridos e nascidos com baixo
peso. Verificou-se que apresentaram maior chance de sobrepeso, os escolares filhos
de mães com 8 ou mais anos de estudo, com renda familiar per capita maior ou igual
a 3 salários mínimos, cujas mães tinham entre 30 e 49 anos no seu nascimento e
cujos pais apresentavam sobrepeso/obesidade. Conclusão - Os distúrbios
nutricionais, baixo peso e sobrepeso, encontram-se associados a fatores tanto
biológicos como sócio-demográficos.
Descritores: Criança; Desnutrição; Sobrepeso; Antropometria, Avaliação
Nutricional.
ABSTRACT
Pazdziora AZ. Nutritional status of school children in Cuiabá-MT: influence of
biological and socio-demographic factors [Master dissertation]. Cuiabá: Social
Health Institute of the Federal University of Mato Grosso; 2007.
Introduction - Nowadays, studies prove reduction of the prevalence of infant
undernourishment and increase of obesity in the population and have identified the
association of the nutritional status with biological, demographic, social and
economic factors. Aim – to analyze the influence of biological and socio-
demographic factors on the nutritional status of school children. Methods –
Transversal study, with a stratified sampling, proportional and by cluster, totalizing
1054 school children from 6 to 9 years old. All volunteer attended the first grade of
the primary school in Cuiabá – MT. Anthropometric data and socio-demographic
status of children and their parents were collected. The nutritional status of the
school children was classified according to the Body Mass Index (BMI). Data were
analyzed by descriptive analysis, comparison of proportion test, prevalence ratio and
multivariate analysis by logistic regression. The project was approved by the Ethic
Committee of the University Hospital Júlio Müller (HUJM) of the Federal University
of Mato Grosso. Results – Prevalence of low weight equal to 8,9% and of
overweight equal to 10,5% among the school children was observed. The school
children from municipal schools presented a bigger chance of being underweight, as
well as the school children who had a larger number of people living under the same
roof with undernourished and euthrophic parents, born with low weight. It was
verified that the children who were overweight had mothers with 8 or more years of
studies, had a family income higher than or equal to 3 minimum salaries, whose
mothers were between 30 and 49 years old at birth and whose parents were
overweight/obese. Conclusion – Nutritional disorders, low weight and overweight
are associated to either biological or socio-demographic factors.
Key words: Child; Malnutrition; Overweight; Anthropometry, Nutrition
Assessment.
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO
14
1.1 ESTADO NUTRICIONAL
14
1.2 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
15
1.3 DESNUTRIÇÃO
18
1.4 OBESIDADE
21
1.5 INFLUÊNCIA DE FATORES BIOLÓGICOS E AMBIENTAIS
24
1.6 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
30
2 OBJETIVOS
33
3 MÉTODOS
34
3.1 DESENHO AMOSTRAL
34
3.2 LOCAL DE ESTUDO
34
3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO
35
3.4 TAMANHO AMOSTRAL
35
3.5 TIPO DE AMOSTRAGEM
36
3.6 TREINAMENTO E ESTUDO PILOTO
37
3.7 COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTOS DE AFERIÇÃO
37
3.8 VARIÁVEIS DE ESTUDO E PONTOS DE CORTE
38
3.9 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
40
3.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
42
4 RESULTADOS
43
4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO
43
4.2 ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES
52
4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL DOS PAIS
E ESCOLARES
53
4.4 FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO
55
4.4.1 Resultados da Análise Bivariada
55
4.4.2 Resultados da Regressão Logística Múltipla Hierarquizada
61
4.5 FATORES ASSOCIADOS AO SOBREPESO
65
4.5.1 Resultados da Análise Bivariada
65
4.5.2 Resultados da Regressão Logística Múltipla Hierarquizada
73
5 DISCUSSÃO
77
5.1 ASPECTOS METODÓLOGICOS DO ESTUDO
77
5.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO
77
5.3 ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES
78
5.4 ESTADO NUTRICIONAL DOS PAIS
81
5.5 ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL DOS
ESCOLARES E DOS PAIS
82
5.6 FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO
83
5.7 FATORES ASSOCIADOS AO SOBREPESO
85
6 CONCLUSÕES
90
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
91
ANEXOS
104
Anexo 1 – Manual do Entrevistador 104
Anexo 2 – Ficha para levantamento antropométrico 116
Anexo 3 – Questionário 117
Anexo 4 - Índice de Massa Corporal para meninos com idade entre 6 e 9 anos 124
Anexo 5 - Índice de Massa Corporal para meninas com idade entre 6 e 9 anos 126
Anexo 6 – Termo de Aprovação Ética 128
Anexo 7 – Termo de Consentimento Livre-Esclarecido 129
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Número de escolas e de alunos segundo localização e tipo da
escola. Cuiabá-MT, 1998 35
Tabela 2 - Número de alunos observados segundo categoria da escola 36
Tabela 3 - Distribuição dos escolares segundo características sócio-
econômicas. Cuiabá – MT, 2000 44
Tabela 4 - Distribuição dos escolares segundo características do domicílio.
Cuiabá – MT, 2000 46
Tabela 5 - Distribuição dos escolares segundo variáveis relativas à família.
Cuiabá – MT, 2000 47
Tabela 6 - Distribuição dos escolares segundo variáveis maternas e
reprodutivas. Cuiabá – MT, 2000 48
Tabela 7 - Distribuição dos pais segundo altura (cm) e estado nutricional,
de acordo com classificação do Índice de Massa Corporal (IMC
– WHO 1998). Cuiabá – MT, 2000 49
Tabela 8 - Distribuição dos escolares segundo variáveis biológicas e
condições de saúde da criança. Cuiabá – MT, 2000 51
Tabela 9 - Distribuição dos escolares segundo o estado nutricional,
classificado de acordo com critérios do Centers for Diseases
Control and Prevention (CDC, 2000). Cuiabá – MT, 2000 52
Tabela 10 - Distribuição dos escolares segundo estado nutricional por sexo.
Cuiabá – MT, 2000 52
Tabela 11 - Distribuição dos escolares segundo estado nutricional por sexo.
Cuiabá – MT, 2000 53
Tabela 12 - Distribuição dos escolares do sexo masculino segundo seu
estado nutricional e dos pais. Cuiabá – MT, 2000 54
Tabela 13 - Distribuição dos escolares do sexo feminino segundo seu estado
nutricional e dos pais. Cuiabá – MT, 2000 54
Tabela 14 - Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo características sócio-
econômicas. Cuiabá – MT, 2000 56
Tabela 15 - Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo características do domicílio.
Cuiabá – MT, 2000 57
Tabela 16 - Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo
variáveis demográficas. Cuiabá
– MT, 2000 58
Tabela 17 - Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis maternas e
reprodutivas. Cuiabá – MT, 2000 59
Tabela 18 - Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis antropométricas dos
pais. Cuiabá – MT, 2000 60
Tabela 19- Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis biológicas e
condições de saúde da criança. Cuiabá – MT, 2000 61
Tabela 20 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre baixo peso e variáveis sócio-econômicas.
Cuiabá – MT, 2000 63
Tabela 21 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre baixo peso e variáveis relativas ao domicílio e
demográficas. Cuiabá – MT, 2000 63
Tabela 22 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre baixo peso e variáveis antropométricas dos
pais. Cuiabá – MT, 2000 64
Tabela 23 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre baixo peso e variáveis biológicas e de
condições de saúde da criança. Cuiabá – MT, 2000 65
Tabela 24 - Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo características sócio-
econômicas. Cuiabá – MT, 2000 67
Tabela 25 - Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo características do domicílio.
Cuiabá – MT, 2000 68
Tabela 26 - Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis demográficas. Cuiabá
– MT, 2000 69
Tabela 27 - Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis maternas e
reprodutivas. Cuiabá – MT, 2000 70
Tabela 28 - Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis antropométricas dos
pais. Cuiabá – MT, 2000 71
Tabela 29 - Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo
de Confiança (IC 95%) segundo variáveis biológicas e
condições de saúde da criança. Cuiabá – MT, 2000 72
Tabela 30 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre sobrepeso e variáveis sócio-econômicas.
Cuiabá – MT, 2000 74
Tabela 31 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre sobrepeso e variáveis reprodutivas e maternas.
Cuiabá – MT, 2000 75
Tabela 32 - Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da
associação entre sobrepeso e variáveis antropométricas dos pais.
Cuiabá – MT, 2000 75
Lista de Quadro e Figuras
Quadro 1 - Modelo de análise hierarquizada do estado nutricional de
escolares. Cuiabá – MT, 2000 41
Figura 1 - Distribuição dos escolares segundo a idade. Cuiabá – MT, 2000 43
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 ESTADO NUTRICIONAL
O acompanhamento da situação nutricional dos indivíduos de um país
constitui instrumento essencial para aferição de suas condições de saúde, bem como
oportunidade ímpar para se obter medidas objetivas da evolução das condições de
vida da população em geral. A avaliação nutricional é essencial em função da
influência decisiva que o estado nutricional exerce sobre os riscos de morbi-
mortalidade e sobre o crescimento e o desenvolvimento da população (MONTEIRO
et al., 2000a).
O estado nutricional compreende o grau em que as necessidades fisiológicas
por nutrientes estão sendo supridas, para manter a composição e funções adequadas
do organismo, resultante do equilíbrio entre ingestão de nutrientes e o gasto
energético do indivíduo (DEHOOG, 1998; ACUÑA e CRUZ, 2004).
As modificações acentuadas no estado nutricional contribuem para o aumento
da morbi-mortalidade. A desnutrição predispõe o indivíduo a uma série de
complicações graves, como tendência à infecção, deficiência de cicatrização de
feridas, falência respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da síntese de
proteínas a nível hepático com produção de metabólitos anormais, diminuição da
filtração glomerular e da produção de suco gástrico (OMS, 2000).
Por outro lado, o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para um vasto
número de agravos à saúde, como por exemplo, doença isquêmica do coração,
hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, diabetes mellitus tipo 2, osteoartrite,
esofagite de refluxo, hérnia de hiato e problemas psicológicos, como depressão,
baixa auto-estima e distúrbio da imagem corporal (HILL et al., 1994; WHO, 1998;
ACUÑA e CRUZ, 2004). Estudos epidemiológicos vêm mostrando uma associação
do crescimento expressivo na incidência de doenças crônicas, à medida que ocorre
15
um aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) da população (OLIVEIRA et al.,
2004).
Diferenças no estado nutricional podem ser decorrentes tanto de influência
genética, quanto do meio ambiente e também da interação de ambos. A correlação
entre estado nutricional de pais e filhos é grande e decorre do compartilhamento da
hereditariedade e do meio ambiente (FONSECA et al., 1998; RAMOS e BARROS
FILHO, 2003).
1.2 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, tem apresentado
profundas modificações no perfil nutricional de sua população, fruto de um processo
conhecido como transição nutricional. Este processo pode ser caracterizado por um
aumento exagerado do consumo de alimentos com alto valor energético (ricos em
gorduras, açúcar e reduzidos em carboidratos complexos e fibras – freqüentemente
denominada “dieta ocidental”), associado ao sedentarismo, representado pela
diminuição da atividade física e incrementos de hábitos que não geram gasto calórico
como assistir à televisão, uso de vídeo game e computadores, entre outros (POPKIN,
2001; WANG et al., 2002). Enfim, o processo de transição nutricional é
caracterizado por mudanças importantes no estilo de vida, determinadas por fatores
culturais, sociais e econômicos (DAMIANI et al., 2000; MONTEIRO et al., 2000b).
As relações entre as mudanças demográficas, sócio-econômicas e
epidemiológicas que levam à transição nutricional são complexas. Em relação às
mudanças demográficas, observa-se que a baixa fecundidade e a reduzida
mortalidade infantil e pré-escolar geram uma elevação na vida média o que resulta,
atualmente, em uma expectativa de sobrevivência de 67 anos (IBGE, 2000). A
pirâmide populacional, antes formada, em sua maior composição, por crianças,
adolescentes e jovens hoje já apresenta um perfil aproximado do padrão vigente nos
países desenvolvidos, com uma participação crescente de pessoas com mais de
16
cinqüenta anos nos patamares medianos e superiores de sua estrutura (BATISTA
FILHO e RISSIN, 2003).
A rápida transição demográfica, particularmente acelerada no período de
1960 a 1980, levou a ocorrência de outras mudanças significativas, como na estrutura
de ocupações e empregos, passando de um mercado de trabalho fundado no setor
primário (agropecuária e extrativismo) para uma demanda de mão-de-obra
concentrada no setor secundário e, sobretudo, no setor terciário da economia. São
transformações cruciais no que se refere à geração de renda, estilos de vida e,
especificamente, demandas nutricionais (PATARRA, 2000; YUNES, 2000).
Observa-se que a distribuição social da renda não melhorou, mantendo-se ou
até aumentando o diferencial entre ricos e pobres, de forma que o Brasil é um dos
três países mais injustos do mundo no que se refere à partilha social das riquezas
produzidas (YUNES, 2000).
Outro aspecto importante na compreensão do cenário epidemiológico dos
problemas alimentares/nutricionais configura-se nas disparidades regionais de renda,
com as regiões mais pobres (Norte e Nordeste) desfrutando de um ingresso per
capita que representa pouco mais de ¼ da renda individual disponível nas regiões
Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Mantém-se, por outro lado, uma diferença expressiva na
distribuição da renda entre o meio rural (bem mais pobre) e o urbano,
acentuadamente nas regiões Norte e Nordeste (BATISTA FILHO e RISSIN, 2003).
Na segunda metade do século e, de modo mais evidente, nos últimos 25 anos
melhoraram significativamente, o acesso, a cobertura e a resolutividade das ações de
saúde. Melhoraram também as condições de saneamento (água potável e esgotos
sanitários) e o acesso aos meios de comunicação massiva, principalmente à televisão
(BENÍCIO et al., 2000).
17
No Brasil, constata-se que entre os anos de 1974/75 e 1989, houve uma
redução da prevalência da desnutrição infantil de 19,8% para 7,6%, e um aumento na
prevalência de obesidade em adultos, de 5,7% para 9,6% (MONTEIRO et al., 1995).
Já, comparando-se os dados do Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF
(IBGE, 1977), realizado em 1974/75 com os dados da Pesquisa sobre Padrões de
Vida (PPV), realizada em 1996/97 somente nas regiões Sudeste e Nordeste,
verificou-se um aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para
13,9% em crianças e adolescentes de 6 a 18 anos (WANG et al., 2002).
Em relação à população adulta, a dinâmica epidemiológica da desnutrição
apresenta um comportamento evolutivo um tanto singular, tendo ocorrido um
declínio acentuado do problema entre 1975 e 1989, quando, em todas as regiões,
excetuando-se o Nordeste rural, a prevalência de baixo índice de massa corporal
(IMC < 18,5 kg/m
2
) passou a se equivaler aos valores encontrados nos países
desenvolvidos, ou seja, cerca de 5% (BATISTA FILHO e RISSIN, 2003).
Em estudo comparativo entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil, assinala-se
uma prevalência consistentemente elevada de obesidade, já que considerando-se,
cumulativamente, a prevalência de sobrepeso e obesidade entre mulheres adultas,
constata-se que as duas condições agregadas evoluíram de valores iniciais de 22,2%
(1974/1975) para 39,1% (1989) e, finalmente, 47% (1995/1996), correspondendo,
assim, a um aumento de 112% (BATISTA FILHO e RISSIN, 2003).
É evidente que as diferenciações geográficas expressam, basicamente,
diferenciações sociais na distribuição da obesidade. Em princípio, existiria maior
prevalência de sobrepeso/obesidade nas regiões mais ricas, sendo esta condição o
fator discriminante dos cenários epidemiológicos entre o Nordeste e Sudeste do
Brasil. Dentro dessa perspectiva, no entanto, já se desenha uma outra tendência: o
aumento da ocorrência da obesidade nos estratos de renda mais baixa (1º, 2º e 3º
quartis), no período 1989/1996, enquanto o comportamento ascendente do problema
começa a se interromper entre as mulheres adultas de renda mais elevada. É um
18
resultado curioso, na medida em que se repete, em curto espaço de tempo, um
comportamento verificado em países nórdicos, mediante uma trajetória bem mais
demorada (MONTEIRO, 2001).
O resgate desses antecedentes demográficos se deve ao consenso de sua
importância na determinação do perfil alimentar/nutricional da população. Logo, são
dados necessários para a compreensão da cinética temporal, geográfica e social da
situação nutricional do país e suas mudanças.
1.3 DESNUTRIÇÃO
A desnutrição na infância, caracterizada pelo comprometimento severo do
crescimento linear e/ou pelo emagrecimento extremo da criança, constituiu um dos
maiores problemas enfrentados por países em desenvolvimento, seja por sua elevada
freqüência, seja pela variedade de danos que se associam àquelas condições. Estima-
se que 38,1% das crianças menores de cinco anos que vivem nestes países padeçam
de comprometimento severo do crescimento e que 9,0% apresentem emagrecimento
extremo (WHO, 1997). Outros danos também podem estar associados a essas
condições como aumento na incidência e na severidade de enfermidades infecciosas,
a elevação das taxas da mortalidade na infância, o retardo do desenvolvimento
psicomotor, dificuldades no aproveitamento escolar, diminuição da altura e da
capacidade produtiva na idade adulta (MARTORELL et al., 1992; MONTEIRO e
CONDE, 2000).
A alta prevalência de desnutrição encontrada em décadas passadas
relacionava-se com a ingestão e utilização biológica de alimentos, altas prevalências
de doenças infecciosas e parasitárias, assim como com a estrutura sócio-econômica e
política do país (ELL et al., 1992).
Existem importantes diferenças nas prevalências de desnutrição infantil entre
os países. Fatores como nível de desenvolvimento econômico, distribuição de
19
riquezas, estabilidade política, prioridades nos gastos públicos e padrão sócio-
cultural de um país podem influenciar estes diferenciais. Além das variações
internacionais, existem diferenças entre regiões, entre populações urbanas e rurais,
entre famílias vivendo em uma mesma comunidade e entre crianças da mesma
família (OLINTO et al., 1993).
De acordo com 3 inquéritos antropométricos realizados no município de São
Paulo, entre os anos 1974 e 1996, observa-se que a desnutrição na infância deixou de
ser endêmica neste município, tornando-se relativamente rara, mesmo entre as
famílias mais pobres. Verifica-se também que a prevalência de déficits de altura
(indicador de formas moderadas e severas de desnutrição) em São Paulo declinou em
76,2% (de 10,1% para 2,4%) neste período, superando largamente as metas
internacionais (MONTEIRO e CONDE, 2000).
Da mesma forma, comparando-se inquéritos nacionais realizados em
1974/1975 e 1989, nota-se que a prevalência de desnutrição observada no período de
1974/75, mostrava uma razão de quatro crianças desnutridas para cada obesa e em
1989 reduziu para aproximadamente duas desnutridas para cada criança obesa. Esses
estudos indicaram também associação inversa entre a ocorrência de desnutrição e o
nível sócio-econômico das famílias (MONTEIRO, 2000).
Em Cuiabá, ao analisar o estado nutricional de escolares entre 6 e 11 anos,
segundo classificação de MUST et al. (1991) para o índice de massa corporal,
verificou-se prevalências de baixo peso de 13,2% e 14,2% nos meninos e meninas,
respectivamente (GUIMARÃES, 2001). Constatou-se tendência de maior
prevalência de baixo peso com o aumento da idade, especialmente nos meninos.
Segundo a categoria da escola, as prevalências de baixo peso foram maiores nas
escolas públicas (14,5% e 14,7% nas escolas estaduais e municipais,
respectivamente) do que nas escolas da rede privada, as quais apresentaram uma
prevalência de 5,8% de baixo peso (GUIMARÃES, 2001).
20
Já o diagnóstico de deficiência energética na idade adulta é questão ainda
controversa e de fato, pouco investigada, uma vez que a maioria dos inquéritos
nutricionais realizados em países em desenvolvimento costuma ser restrita ao
segmento infantil da população (MONTEIRO et al., 2000c). Entretanto, no Brasil,
existem inquéritos nacionais de grande porte, nos quais constata-se baixos valores de
IMC apenas na região Nordeste rural desde o fim da década de 80, populações
afetadas pela deficiência energética, que manifestam peso deficitário para a altura
(BATISTA FILHO e RISSIN, 2003).
A partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002-2003) realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verificou-se que o risco
de desnutrição, quando observado, se caracterizou como baixo, correspondendo a
proporções de déficits de peso entre 5 e 10% (IBGE, 2004). As classificações
internacionais consideram que taxas entre 5% e 10% configuram baixa exposição à
desnutrição; entre 10% e 20%, moderada; entre 20% e 30%, alta e, acima de 30%,
muito alta exposição à desnutrição (IBGE, 2004).
No Brasil, a prevalência de déficit de peso é igual ou superior a 5% para
homens com mais de 74 anos de idade (8,9%) e mulheres com menos de 30 anos
(12,2% entre as mulheres com 20 e 24 anos e 7,3% entre 25 e 29 anos). Entre os
homens adultos, em geral, o déficit de peso é sempre inferior a 5% em todas as
regiões do país, variando de 2% no Sul a 3,5% no Nordeste, sendo ligeiramente
maior no meio rural. Na população feminina, as taxas variam de 3,7% no Sul a 6,2%
no Nordeste e Centro-Oeste. No meio rural, alcança 3,6% no Sul e é de 5,1% no
Norte. Nas áreas rurais do Nordeste, a prevalência de déficit de peso alcança 7,2 %
das mulheres adultas, no Sudeste, 6,2% e no Centro-Oeste, 6,3%, indicando, nos três
casos, baixa exposição à desnutrição (IBGE, 2004). Segundo a POF (2002-2003), em
Cuiabá, a prevalência de déficit de peso em adultos maiores de 20 anos é de 3,2%
entre homens e 3,6% entre as mulheres (IBGE, 2004).
21
1.4 OBESIDADE
A obesidade é um distúrbio nutricional e metabólico compreendido por
aumento da quantidade relativa de tecido adiposo, resultante do balanço energético
positivo na relação ingesta-gasto energético, que freqüentemente gera vários agravos
à saúde, com perdas importantes não só na qualidade de vida como também no
tempo de sobrevida (TADDEI, 1993; DANADIAN et al., 2001; MARGAREY et al.,
2001; FONTAINE et al., 2003; RAMOS e BARROS FILHO, 2003; SILVA et al.,
2003).
A obesidade não se trata de um fenômeno recente, mas atualmente está sendo
considerada uma doença crônica e epidêmica, pois vem apresentando um rápido
aumento em sua prevalência nas últimas décadas, tanto em países desenvolvidos
como em desenvolvimento e está relacionada com alta taxa de morbidade e
mortalidade (POPKIN, 2001; OLIVEIRA et al., 2004). Sendo assim, um importante
problema de saúde pública tanto na infância como na população jovem e adulta
(ESCRIVÃO et al., 2000; TADDEI, 2000; BOOTH et al., 2003; GIUGLIANO e
CARNEIRO, 2004).
Um rápido aumento na prevalência de obesidade, durante o período escolar,
tem sido registrado em vários países (LAW, 2000; WANG et al., 2000; KRASSAS et
al., 2001; STRAUSS e POLLACK, 2001; TREMBLAY et al., 2002; YOSHINAGA
et al., 2004).
O número de crianças com sobrepeso nos Estados Unidos tem alcançado
proporções epidêmicas e as crianças estão atingindo o sobrepeso em idades mais
precoces (SOTHERN, 2004). Recentes estudos mostram um consistente aumento na
prevalência de sobrepeso entre crianças pré-escolares e escolares de famílias de baixa
renda (O’LOUGHLIN et al., 2000), sendo considerada a maior tendência para a
saúde das crianças nos Estados Unidos (MICIC, 2001). A prevalência de obesidade,
neste país, em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos (IMC > percentil
95 da referência populacional) é estimada atualmente em aproximadamente 11%,
22
com uma adição de 14% de sobrepeso, com IMC entre os percentis 85 e 95. Estas
taxas de prevalências tiveram um aumento dramático quando comparadas com as
taxas de prevalências encontradas entre o período de 1963 a 1970, no qual somente 4
a 4,5% da população com idade entre 6 e 17 anos apresentavam sobrepeso
(TROIANO e FLEGAL, 1998; SCHWATZ e PUHL, 2003).
No Canadá, as taxas de sobrepeso e obesidade entre crianças são mais que o
dobro das taxas encontradas nas décadas passadas, sendo que estimativas recentes
indicam que 30% das crianças estão com sobrepeso ou obesidade (TREMBLAY e
WILLIAMS, 2000; TREMBLAY et al., 2002).
Em pesquisa com crianças na Grã-Bretanha, foram coletados dados nos anos
de 1974, 1984 e 1994, aplicando os novos pontos de corte para o IMC segundo
COLE et al. (2000). Neste estudo, não houve mudanças na prevalência de sobrepeso
ou obesidade entre 1974 e 1984, mas a prevalência de sobrepeso aumentou de 44% a
67% no período de 1984 a 1994 e a prevalência de obesidade aproximadamente
dobrou nesse mesmo período. Estes registros sugerem que não só está ocorrendo um
aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade, mas que houve um aumento mais
rápido nos últimos 10 a 15 anos do que nas décadas anteriores (CHINN e RONA,
2001).
Em recente estudo realizado em 34 países da Europa e América do Norte,
com 137.593 indivíduos que tinham entre 10 e 16 anos, observou-se que os 3 países
com maior prevalência de sobrepeso foram Malta (25,4%), Estados Unidos (25,1%)
e País de Gales (21,2%). Os países com maior prevalência de obesidade foram Malta
(7,9%), Estados Unidos (6,8%) e Inglaterra (5,1%) e os três países com menor
prevalência de sobrepeso e obesidade, foram, respectivamente, Lituânia (5,1% e
0,4%), Rússia (5,9% e 0,6%) e Latvia (5,9% e 0,5%) (JANSSEN et al., 2005).
Verificou-se ainda que existem diferenças regionais nas prevalências nacionais de
sobrepeso.
23
Em relação à população adulta, verifica-se nos Estados Unidos que 35% da
população nessa faixa etária apresenta sobrepeso, baseado no IMC com valores entre
25 e 29,9 kg/m
2
e 27% são obesos, IMC 30 kg/m
2
(CDC, 2000a). Pesquisas em
alguns países da América Latina confirmam uma epidemia da prevalência de
obesidade entre adultos (BRAGUINSKY et al., 1998; ARROYO et al., 2000;
MONTEIRO et al., 2000d; FIGUEREDO, 2001) e crianças (KAIN et al., 1998;
MARTORELL et al., 1998; MONTEIRO e HALPERN, 2000).
Estudo realizado nos Estados Unidos, Brasil, China e Rússia verificou uma
prevalência de sobrepeso consideravelmente maior em crianças (6-9 anos) do que em
adolescentes (10-18 anos) na China, Brasil e Rússia (WANG et al., 2002). Além
disso, a prevalência de sobrepeso foi muito mais alta nas áreas urbanas que nas áreas
rurais da China e Brasil. Nas últimas duas décadas, a prevalência de sobrepeso no
Brasil aumentou mais rapidamente nos grupos com alto nível sócio-econômico, ao
contrário do encontrado nos Estados Unidos, no qual ocorreu aumento na prevalência
nos grupos de baixo nível sócio-econômico (WANG et al., 2002).
No Brasil, a prevalência de obesidade (IMC 30 kg/m
2
) na população urbana
foi estimada em cerca de 8,0% para os homens e 12,9% para as mulheres com 20
anos ou mais, em inquérito realizado em 1997 nas regiões Sudeste e Nordeste
(MONTEIRO et al., 2000d). Entretanto, dados do mesmo ano mostraram uma
prevalência de obesidade de 25% em mulheres e 15% em homens no município de
Pelotas, no sul do Brasil, para a população com idade entre 20 e 69 anos (GIGANTE
et al., 1997).
De acordo com os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)
2002-2003 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), a
freqüência do excesso de peso na população supera em oito vezes o déficit de peso
entre as mulheres e em quinze vezes o da população masculina. Em um universo de
95,5 milhões de pessoas com 20 anos ou mais de idade, há 3,8 milhões de pessoas
(4,0%) com déficit de peso e 38,8 milhões (40,6%) com excesso de peso, das quais
24
10,5 milhões são consideradas obesas. Esse padrão se reproduz, com poucas
variações, na maioria dos grupos populacionais analisados no país. Em Cuiabá,
segundo dados da POF, 54,8% dos homens e 42,8% das mulheres com 20 anos ou
mais de idade apresentam excesso de peso, enquanto que 13,4% dos homens e 16,1%
das mulheres apresentam obesidade. Vale ressaltar, que essa prevalência de excesso
de peso encontrada entre os homens do município de Cuiabá é a maior encontrada
entre as capitais e regiões metropolitanas do Brasil (IBGE, 2004).
Em estudo realizado em escola de classe média/alta no nordeste do Brasil,
foram detectadas em crianças e adolescentes prevalências de 26,2% de sobrepeso e
8,5% de obesidade (BALABAN e SILVA, 2001). Agrupando-se dados de 2 regiões
brasileiras (Nordeste e Sudeste), têm-se uma prevalência de 10,3% de obesidade
entre escolares do sexo feminino e 9,2% entre os do sexo masculino (ABRANTES et
al., 2002).
Em Cuiabá, de acordo com estudo realizado em 1999 e 2000 com escolares,
foi encontrado uma prevalência global de sobrepeso de 14,4% (IMC percentil 85),
segundo a classificação de IMC de MUST et. al (1991). A prevalência de sobrepeso
apresentou-se bem maior nos escolares da rede privada (32,8%) do que nas escolas
municipais e estaduais, 11,8% e 12,8%, respectivamente (GUIMARÃES, 2001).
1.5 INFLUÊNCIA DE FATORES BIOLÓGICOS E AMBIENTAIS
A desnutrição no Brasil vem sofrendo redução em suas prevalências em ritmo
acelerado, no entanto, ainda não existe uma região onde se tenha completado a
correção deste déficit nutricional em crianças menores de cinco anos de idade
(BATISTA FILHO e RISSIN, 2003).
A desnutrição imposta no início da vida é bastante freqüente em comunidades
com prevalentes contrastes sociais. Nesse sentido, existe uma hipótese, conhecida
como teoria de Barker (BARKER, 1994), a qual postula que um agravo nutricional
25
ocorrido durante um período crítico do crescimento e desenvolvimento, poderia ter
efeito deletério durante toda a vida, por induzir mecanismos adaptativos que, na
idade adulta, tornariam tais indivíduos susceptíveis à obesidade.
Diversos estudos suportam a hipótese de que a desnutrição no início da vida
pode, no futuro, promover a obesidade e as enfermidades associadas (PARKER et
al., 1998; SICHIERI et al., 1999; HOFFMAN et al., 2000). BARKER (1994),
demonstrou que, adultos nascidos com baixo peso, desenvolveram obesidade
abdominal e outras condições fortemente relacionadas com a síndrome metabólica.
A obesidade pode iniciar em qualquer idade, desencadeada por fatores como
o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbios de
comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de
aceleração do crescimento (FISBERG, 1995). Estudos têm relatado a necessidade da
identificação precoce do excesso de peso em crianças para diminuir o risco de se
tornarem adultos obesos (PRICE, 1987; WHITAKER et al., 1997). Dois fatores
podem contribuir para dobrar o risco da obesidade em adultos: obesidade em um dos
pais ou sua presença na infância, os quais não devem ser considerados isoladamente,
mas em interação (PRICE, 1987; WHITAKER et al., 1997; GIUGLIANO e
CARNEIRO, 2004). De acordo com CUTTING et al. (1999), o modelo de
comportamento que tende à inatividade física e inadequação da dieta familiar é um
fator que pode levar à obesidade precoce.
Baseado em estudos epidemiológicos, DIETZ (1994) sugeriu que existem três
períodos críticos no desenvolvimento da obesidade infantil. Estes períodos consistem
no período pré-natal (WHITAKER E DIETZ, 1998), no período de infância precoce,
na qual ocorre o rebote da adiposidade (ROLLAND-CACHERA et al., 1994) e na
adolescência (DIETZ, 1994). Entretanto, estudos biológicos têm sugerido que a
curva de crescimento do tecido adiposo é máxima ao nascimento e antes do início da
puberdade (WABITSCH, 2000). DIETZ e GORTMARKER (2001) estão menos
convencidos de que o peso ao nascer é por si só um importante fator predisponente à
26
obesidade e concluíram recentemente que a relevância de cada um desses períodos
na prevalência da obesidade em adultos permanece incerta.
O alto peso ao nascer (medida composta de massa magra e gorda) está
associado com o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) na vida adulta
(ROGERS e EURO-BLCS, 2003), mas há também algumas evidências que o baixo
peso ao nascer está associado ao aumento de obesidade, particularmente adiposidade
central (OKEN e GILLMAN, 2003).
Em estudo que visava verificar se a obesidade na infância aumentava o risco
de obesidade na vida adulta, concluiu-se que esse risco existe, mas que a magreza na
infância não é um fator protetor para a ocorrência de obesidade na vida adulta
(WRIGHT et al., 2001). O IMC na infância correlaciona-se positivamente com o
IMC do adulto e crianças obesas têm maior risco de óbito quando adultos (WRIGHT
et al., 2001). A obesidade no adulto é mais severa quando inicia na infância do que
quando inicia na idade adulta (VALVERDE, 2003).
Pesquisas sobre obesidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento
têm apontado para uma associação familiar, ou seja, as crianças cujos pais
apresentam sobrepeso ou obesidade têm maior chance de também o terem
(LOCARD et al., 1992; ANJOS e ENGSTROM, 1996; LAKE et al., 1997;
ESCRIVÃO et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2000). Cerca de 50% das crianças obesas
aos seis meses de idade e 80% das crianças obesas aos cinco anos de idade
permanecerão obesas na vida adulta (RAMOS e BARROS FILHO, 2003). A
probabilidade de se tornar obeso na vida adulta é três vezes mais alta para crianças
jovens com um dos pais obesos, comparado com crianças que não possuem pais
obesos (GRILO e POGUE-GEILE, 1991; MAES et al., 1997; WHITAKER et al.,
1997). Porém, estas estimativas podem sofrer alterações. De acordo com estudos
mais recentes, a criança que tem os pais obesos tem 80% de chance de se tornar
obesa, enquanto que a proporção diminui para 40% quando apenas o pai ou a mãe é
obeso (RAMOS e BARROS FILHO, 2003).
27
Em estudo realizado por ANJOS e ENGSTROM (1996), observou-se que das
crianças que tinham mães com sobrepeso, 6,2% também apresentavam sobrepeso.
Esta freqüência diminuiu para 2,0% se a mãe tinha baixo peso, havendo uma
prevalência de 4,8% de crianças com sobrepeso quando suas mães apresentavam
estado nutricional adequado.
De acordo com os achados de GIUGLIANO e CARNEIRO (2004), verificou-
se que no grupo de mães de crianças eutróficas, a freqüência de sobrepeso e
obesidade foi de 22,73%, enquanto que nas mães das crianças do grupo sobrepeso,
foi de 35,07%. Nos pais das crianças do grupo eutrófico, a ocorrência de sobrepeso e
obesidade foi de 48,19%, enquanto que nos pais do grupo sobrepeso, foi de 74,33%.
A freqüência de sobrepeso e obesidade nas crianças foi de 51,8% quando ambos os
pais eram obesos, 50% quando um dos pais era obeso e 19,6% quando nenhum dos
pais era obeso.
Estudos comparando o peso corporal relativo de crianças adotadas com os
pais adotivos e biológicos sugerem um maior componente genético na incidência da
obesidade (MARTINS e MICHELETTI, 1995; CYSNEIROS, 1996;
TERSHAKOVEC, 1996). Entretanto, apesar dessa indiscutível evidência da
influência genética no desenvolvimento da obesidade, influências ambientais
também têm sido bem documentadas (CYSNEIROS, 1996; TERSHAKOVEC, 1996;
WHITAKER et al., 1997; RAMOS e BARROS FILHO, 2003). A expressão
fenotípica de alguns genes está intimamente relacionada a fatores ambientais em uma
constante interação genética-ambiente (ANJOS e ENGSTROM 1996), ou seja, os
fatores genéticos têm ação permissiva para que os fatores ambientais possam atuar,
como se criassem um “ambiente interno” favorável à produção do ganho excessivo
de peso. Estudos como os de DANADIAN et al. (2001) e MARGAREY et al.
(2001) também apontam para o papel de fatores biológicos no desenvolvimento da
obesidade. No entanto, o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade, do ponto
de vista epidemiológico, pode ser explicado pelos fatores ambientais, uma vez que,
nas últimas décadas, não ocorreram alterações substanciais nas características
genéticas das populações, ao passo que as mudanças nos seus hábitos de vida foram
28
enormes (HILL e PETERS, 1998; MONTEIRO e CONDE, 1999; POPKIN, 2001;
UAUY et al., 2001).
MARINHO (2002), em estudo que analisou a distribuição intrafamiliar do
estado nutricional dos indivíduos, encontrou que graus de desnutrição entre o
moderado e o severo, em crianças e adolescentes, relacionaram-se à baixa estatura
materna associada à obesidade. Alguns estudos também demonstram que há relação
direta entre o estado nutricional de mães e filhos (MOCK et al., 1993; RAHMAN et
al., 1993; ENGSTROM e ANJOS, 1999). No entanto, na literatura, são escassos os
estudos sobre a influência da estatura materna no sobrepeso e obesidade das crianças.
O estado nutricional está relacionado com o nível sócio-econômico familiar.
Demonstrou-se, em estudo comparativo realizado por MONTEIRO e CONDE
(2000), que mudanças positivas em determinantes distais da nutrição infantil, como
poder aquisitivo das famílias e nível de escolaridade das mães exerceram influência
decisiva sobre o declínio das prevalências de desnutrição infantil documentadas entre
1984/85 e 1995/96.
Geralmente, a renda familiar apresenta-se inversamente associada às
prevalências de desnutrição. Em estudo realizado por OLINTO et al. (1993),
observou-se que para as famílias com renda inferior a meio salário mínimo per
capita, os riscos foram aproximadamente duas vezes maiores que para as de maior
renda. O nível de escolaridade dos pais esteve associado inversamente com a alta
prevalência de desnutrição.
A obesidade está presente nas diferentes faixas econômicas no Brasil. O nível
sócio-econômico influencia a obesidade por meio da educação, da renda e da
ocupação, resultando em padrões comportamentais específicos, que afetam a
ingestão calórica, gasto energético e taxa de metabolismo. Entretanto, à medida que
alimentos saudáveis, incluindo peixes, carnes magras, vegetais e frutas frescas estão
menos disponíveis para indivíduos de condições mais restritas, a relação entre
29
obesidade e classe econômica baixa é observada em países em desenvolvimento
(GRILLO et al., 2000; EBBELING et al., 2002).
O nível sócio-econômico familiar a que pertence a criança em sua infância
tem influência a longo-termo sobre o IMC. Sobrepeso e obesidade foram mais
comuns e a média de IMC foi maior entre descendentes de classes sociais mais
baixas (LAITINEN et al., 2001).
De acordo com dois grandes inquéritos, realizados no Brasil em 1989 e 1996,
foi observado aumento da prevalência de obesidade entre crianças menores de 5 anos
de idade, nas regiões menos desenvolvidas e redução em regiões mais desenvolvidas,
sendo que tanto os aumentos quanto as reduções ocorreram mais intensamente entre
filhos de mães com maior grau de escolaridade (TADDEI et al., 2002; MELLO et al.,
2004).
Em estudo realizado em Salvador-BA, demonstrou-se que a prevalência de
obesidade foi 15,8% entre crianças de escolas públicas e particulares. Porém,
observou-se que a freqüência de obesidade foi maior para alunos de escolas
particulares (30,0%) do que para os de escolas públicas (8,2%). Quanto à avaliação
sócio-econômica, constatou-se que nas escolas públicas, 61,6% dos obesos
apresentaram baixo nível sócio-econômico enquanto que, nas particulares, 53,4%
tinham alto nível (SOUZA LEÃO et al., 2003).
As preferências alimentares das crianças, assim como as atividades físicas,
são práticas influenciadas pelos hábitos dos pais e pelo ambiente escolar, que
persistem freqüentemente na vida adulta, o que reforça a hipótese de que os fatores
ambientais são decisivos na manutenção ou não do peso saudável (COUTINHO,
1999). No âmbito familiar, pais e filhos compartilham condições sócio-ambientais
semelhantes, com hábitos alimentares associados também aos aspectos culturais de
cada grupo social, favorecendo uma relação direta em seu estado nutricional (ANJOS
e ENGSTROM, 1996).
30
Apesar desses fatores ambientais, a informação genética constitui-se em uma
causa suficiente para determinar sobrepeso e obesidade, mas, não sempre necessária,
sendo possível reduzir a sua influência, através de modificações no micro e macro
ambiente em que vivem os indivíduos (COUTINHO, 1999).
1.6 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
Existem diferentes métodos para avaliar o estado nutricional de indivíduos e
coletividades. Entre os métodos indiretos, encontram-se a densitometria corporal por
pesagem hidrostática, a bioimpedância elétrica, a tomografia computadorizada, a
absorciometria por raios- X de dupla energia (DEXA) e a ressonância magnética, que
permitem estimar com precisão a quantidade total de gordura corpórea, bem como a
sua distribuição, em alguns métodos. No entanto, são métodos caros, complexos e
alguns invasivos, de modo geral, utilizados apenas em estudos clínicos com número
pequeno de indivíduos (DURNIN e RAHAMAN, 1967; HE et al., 2001; STOLK et
al., 2003).
Em estudos epidemiológicos e na prática clínica, a avaliação antropométrica
constitui-se em importante método diagnóstico, fornecendo estimativa da prevalência
e gravidade de alterações nutricionais como a desnutrição e obesidade (WHO, 1986).
A antropometria é um método não-invasivo, de baixo custo e universalmente
aplicável, disponível para avaliar o tamanho, proporções e composição do corpo
humano (ROLLAND-CACHERA et al., 1982; GIBSON, 1990; WHO, 1995). É uma
técnica desenvolvida por antropologistas no final do século XIX, usando medidas
simples para quantificar diferenças na forma humana (JOHNSON et al., 1985;
SHILS et al., 1994), porém, a era moderna da antropometria nutricional se iniciou
durante a primeira guerra mundial com a preocupação com a eficiência física dos
soldados (SHILS et al., 1994).
A antropometria é caracterizada pela facilidade de realização, objetividade da
medida e possibilidade de comparação com um padrão de referência de manuseio
relativamente simples, principalmente em estudos populacionais (DOUEK e
31
LEONE, 1995; WHO, 1995). Entre as medidas mais freqüentemente utilizadas estão
o peso e a estatura (MONDINI e MONTEIRO 1998), pela facilidade e rapidez de
mensuração, sendo que a partir dessas duas medidas calcula-se o IMC, que tem se
mostrado como índice confiável para identificação de desnutrição e obesidade
infantil e adulta, respectivamente, em nível populacional (LEÃO et al., 2003).
A partir de 1995, a Organização Mundial da Saúde recomendou a utilização
do IMC para crianças, pois é um índice que oferece inúmeras vantagens por ser
estabelecido a partir de medidas simples (peso/estatura), colhidas rotineiramente.
Contrário às curvas peso/idade e peso/altura, as curvas do IMC segundo idade
compreendem simultaneamente as três variáveis: peso, altura e idade. Entretanto,
como todos os métodos baseados em peso e altura, este também apresenta suas
limitações. Particularmente, esse método não distingue a parte de massa gorda e
massa magra como fariam os métodos mais elaborados. A utilização do IMC não
pode ser considerada como um novo método de avaliação da composição corporal, e
sim, como uma melhoria dos métodos clássicos existentes baseados no peso e altura.
A evolução do IMC reflete bem a evolução da massa gorda avaliada por outros
métodos, como, por exemplo, o das pregas cutâneas (DIETZ e BELLIZZI, 1999).
O índice de massa corporal na infância muda substancialmente com a idade.
COLE et. al (2000) propõem pontos de corte relacionados com a idade como
referência percentis e baseados nos pontos de corte para adultos, referenciados
internacionalmente, de 25 e 30 kg/m
2
para sobrepeso e obesidade, respectivamente.
Os Estados Unidos e a Inglaterra recomendam os percentis 85 e 95 de IMC para
idade e sexo como pontos de corte para sobrepeso e obesidade, respectivamente. O
corte utilizado para definir obesidade não é arbitrário: crianças com índice de massa
corporal acima do percentil 95 são excessivamente gordas e a obesidade definida
nesses termos tem uma grande possibilidade de persistir na idade adulta e estar
relacionada a vários efeitos adversos na saúde (REILLY et al., 1999; COLE et al.,
2000).
32
Dessa forma, o interesse na prevenção de distúrbios do estado nutricional na
população infantil justifica-se pelo fato de que intervenções em crianças,
principalmente antes dos 10 anos de idade ou na adolescência, reduzem a severidade
da doença mais do que as mesmas intervenções na idade adulta, pois mudanças na
dieta e na atividade física podem ser influenciadas pelos pais e poucas modificações
no balanço energético são necessárias para causar alterações substanciais no estado
nutricional (LEÃO et al., 2003).
Sendo assim, é necessário que o indivíduo, principalmente a criança, não seja
vista como unidade isolada, seu estado nutricional solitariamente avaliado, sem
perceber este indivíduo inserido em seu contexto familiar, interagindo com seu meio
ambiente. É nesse contexto, que se torna necessária a investigação do estado
nutricional de escolares, avaliando a influência de variáveis biológicas e sócio-
demográficas sobre o seu estado nutricional, uma vez que o conhecimento de tais
influências fornece substrato ao desenvolvimento de programas que visem a
minimização e o controle de problemas nutricionais.
33
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL:
- Analisar a influência de fatores biológicos e sócio-demográficos no estado
nutricional de escolares.
2.2 ESPECÍFICOS:
- Verificar a associação entre o índice de massa corporal (IMC) dos pais e dos
escolares;
- Identificar fatores biológicos e sócio-demográficos associados ao baixo peso
de escolares;
- Analisar a influência de variáveis biológicas e sócio-demográficas no
sobrepeso de escolares.
34
3 MÉTODOS
3.1 DESENHO AMOSTRAL
O presente estudo foi desenvolvido a partir de dados do Estudo “Estado
Nutricional e Fatores Associados ao Sobrepeso em Escolares da Área Urbana de
Cuiabá - MT”, que consistiu de uma pesquisa de corte transversal seguida de um
estudo do tipo caso-controle, em escolares da primeira série do ensino fundamental
da rede de ensino de Cuiabá, Mato Grosso, a fim de avaliar o estado nutricional e
identificar fatores associados ao sobrepeso dos escolares. A equipe da pesquisa foi
composta por duas nutricionistas (sendo uma delas supervisora geral) e oito
graduandos em nutrição (GUIMARÃES, 2001).
Estudo de corte transversal, que consistiu de análise dos dados
antropométricos e das condições sócio-demográficas de uma amostra aleatória de
escolares e respectivos pais da área urbana do município, a fim de avaliar a
influência de fatores biológicos e sócio-demográficos no estado nutricional dos
escolares.
3.2 LOCAL DE ESTUDO
O levantamento de dados foi realizado no período de julho de 1999 a
dezembro de 2000, na área urbana do município de Cuiabá, estado de Mato Grosso.
Cuiabá conta, segundo o último censo demográfico, com um total de 483.346
habitantes, sendo que destes 476.532 (95,59%) residem na área urbana e 36.872
(7,63%) encontram-se com idade entre 6 e 9 anos. Entre os indivíduos desta faixa
etária, 98,29% (36.241) residem na área urbana e destes 72,42% são alfabetizados
(IBGE, 2000). O município apresenta um crescimento anual de 1,68% (estimativa
relativa ao período de 2000 a 2003) e uma taxa de urbanização de 98,58%. A taxa de
natalidade em 2000 foi de 24,65 por 1.000 habitantes, o Coeficiente de Mortalidade
Infantil de 21,6 por 1.000 Nascidos Vivos e o Coeficiente de Mortalidade Geral de
5,5 por 1.000 habitantes (DATASUS, 2005).
35
No município de Cuiabá, em 1998, existiam 245 escolas na rede de ensino,
sendo que 220 contavam com classes de 1ª série do ensino fundamental. Esses dados
são apresentados no Tabela 1.
Tabela 1 – Número de escolas e de alunos segundo localização e tipo da escola.
Cuiabá-MT, 1998.
Categoria
de Escola
Localização
da Escola
Nº de
Escolas
Nº de Escolas com
série fundamental
Nº de Alunos da 1ª
série fundamental
Municipal
Urbana
Rural
71
28
68
28
8476
646
Estadual Urbana
Rural
67
1
52
1
5333
30
Privada Urbana
Rural
78
-
71
-
1778
-
Total
Urbana
Rural
216
39
191
29
15587
676
Fonte: Secretaria de Estado de Educação, 1998
3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO
Consistiu de escolares das redes pública e privada de ensino, da área urbana
de Cuiabá - Mato Grosso, e seus respectivos pais. Para participar do estudo, os
escolares deveriam estar matriculados e freqüentando a primeira série do ensino
fundamental. Foram excluídos da pesquisa, indivíduos que apresentassem patologias
que impedissem a mensuração antropométrica.
3.4 TAMANHO AMOSTRAL
O tamanho da amostra foi calculado considerando-se que no município de
Cuiabá, a prevalência estimada para sobrepeso entre escolares (considerando-se
sobrepesos aqueles com índice de massa corporal ao percentil 85) é de 10%
(NUNES et al., 1998; PEREIRA et al., 1999; GUIMARÃES e BARROS, 2001).
Dessa forma, para se obter 130 crianças com sobrepeso seria necessário avaliar 1.300
crianças no inquérito antropométrico, número este que garantiu elevada precisão na
estimativa das prevalências.
36
Do total de 1.256 escolares incluídos no levantamento antropométrico, foram
entrevistados 1.100 (87,6%) e seus respectivos pais. As perdas (12,4%) ocorreram
por mudança de endereço, erro de endereço, recusa e entrevistas incompletas. Houve
exclusão de 1 (um) escolar por apresentar deficiência física. Dos 1.100 escolares
entrevistados, participaram deste estudo 1.054, que encontravam-se com idade entre
6 e 9 anos de idade.
3.5 TIPO DE AMOSTRAGEM
Foi adotada a técnica de amostragem estratificada, proporcional e por cluster.
As escolas foram estratificadas em particulares, estaduais e municipais. De cada
estrato foi sorteado um número de escolas que pudesse gerar um número de alunos
na amostra proporcional ao total de alunos do estrato. A Tabela 2 apresenta a
distribuição das crianças observadas no estudo, de acordo com as categorias de
escola.
Tabela 2 – Número de alunos observados segundo categoria da escola.
Categoria de Escola
Amostra estudada
Municipal 637 (57,91 %)
Estadual 336 (30,54 %)
Particular 127 (11,55 %)
Total
1.100 (100,0 %)
Fonte: GUIMARÃES, 2001.
37
3.6 TREINAMENTO E ESTUDO PILOTO
Foi realizado o treinamento dos auxiliares de pesquisa, com o objetivo de
padronizar os procedimentos de tomadas de medidas antropométricas, obtenção de
informações, formulação das perguntas e o preenchimento do questionário. Foi
disponibilizado para os entrevistadores, um manual com as orientações sobre como
proceder em cada item da entrevista (Anexo 1).
Após o treinamento dos pesquisadores de campo, foi realizado estudo piloto
em 2 escolas não sorteadas para o estudo (uma da rede pública municipal e outra da
rede privada), com os objetivos de verificar e aprimorar a habilidade dos
entrevistadores em aplicar o formulário e avaliar a adequação do questionário, do
manual e dos procedimentos propostos.
3.7 COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTOS DE AFERIÇÃO
Os dados foram obtidos por equipe treinada aplicando-se dois métodos: ficha
antropométrica (Anexo 2) e a entrevista (Anexo 3). A primeira fase da pesquisa, que
consistiu de levantamento antropométrico, foi realizado no período de 4 de
novembro à 17 de dezembro de 1999, enquanto que a 2ª fase (aplicação do
questionário nas escolas e domicílios) ocorreu de abril a dezembro de 2000.
Para medição do peso foi empregada balança digital com capacidade de 150
quilogramas da marca Kratos. Os indivíduos foram pesados com o mínimo de
indumentária e descalços. Para obtenção da estatura foi utilizada fita métrica de aço
com escala milimétrica e esquadro de madeira. A estatura foi obtida com o indivíduo
em posição ereta encostado na parede, onde foi fixada a fita métrica de aço com
escala milimétrica, de forma que o indivíduo ficasse com os pés em paralelo, os
glúteos, omoplata e cabeça (área occipital) encostados à parede e o plano de
Frankfurt paralelo ao solo. O esquadro de madeira foi então colocado na parte
superior da cabeça e deslizado até encostar na mesma (JELLIFE, 1968). A leitura foi
38
feita após o indivíduo deixar a posição sob o esquadro e registrada imediatamente na
Ficha de Avaliação Nutricional (crianças) ou no questionário (no caso dos pais ou
responsáveis).
As entrevistas foram realizadas com a mãe ou responsável pela criança,
utilizando questionário padronizado, sendo feitas na sua grande maioria no domicílio
da criança e um número menor foi realizado na escola que a criança freqüentava.
O controle de qualidade dos dados foi realizado de forma contínua no
trabalho de campo pelo supervisor e pelo responsável da pesquisa, para esclarecer
dúvidas, detectar e corrigir falhas no preenchimento do questionário. Foram
realizadas também reuniões semanais para a avaliação dos trabalhos realizados.
3.8 VARIÁVEIS DE ESTUDO E PONTOS DE CORTE
A seguir, estão descritas as variáveis que foram estudadas:
Identificação da criança: sexo e idade;
Medidas antropométricas das crianças e dos pais: peso e altura, para posterior
cálculo do IMC;
Características da criança: peso e comprimento ao nascer, ocorrência de problemas
de saúde, número de internações desde o nascimento e aleitamento materno;
Família e domicílio: número de pessoas que moram no domicílio, número de irmãos,
número de crianças menores de cinco anos morando no domicílio, tipo de domicílio,
número de cômodos, número de quartos para dormir, condição de ocupação do
domicílio, abastecimento de água, ligação com rede de esgoto sanitário e coleta
pública de lixo;
Características maternas: número de filhos (vivos e mortos) antes do nascimento da
criança em estudo, idade no nascimento da criança, situação conjugal no nascimento
39
da criança;
Sociais e econômicas: categoria de escola, escolaridade dos pais, renda familiar
mensal per capita e número de equipamentos e bens domésticos.
Para avaliação do estado nutricional foram utilizados índices antropométricos
e seus respectivos pontos de corte. Para adultos, utilizou-se o IMC, que é calculado
através da fórmula: IMC = (peso (kg) / altura
2
(m)), para avaliar tanto a desnutrição
quanto o sobrepeso/obesidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(WHO, 1998), são preconizados os seguintes pontos de corte para o IMC: < 16,00 -
Desnutrição grau III (grave); 16,00 a 16,99 - Desnutrição grau II (moderada); 17,00
a 18,49 - Desnutrição grau I (leve); 18,50 a 24,99 - Eutrófico ou Faixa de
normalidade; 25,00 a 29,99 - Sobrepeso; 30,00 a 34,99 - Obesidade grau I; 35,00 a
39,99 - Obesidade grau II; 40,00 - Obesidade grau III.
Para avaliação do estado nutricional dos escolares, foi calculado o IMC por
idade, considerando os padrões recomendados pelo Centers for Disease Control and
Prevention (CDC), publicado em 2000 (Anexo 4 e 5), em substituição ao referencial
de crescimento do National Center for Health Statistics (NCHS), utilizado desde
1977. Este novo referencial de crescimento parte de uma revisão do anterior,
objetivando refletir mudanças seculares e corrigir e/ou minimizar uma série de falhas
que o apontam atualmente como um indicador imperfeito de crescimento (CDC,
2000b; SOARES, 2003). Os pontos de cortes recomendados pelo CDC 2000 são: <
percentil 5 – Baixo Peso; percentil 85 a 95 – Risco de Sobrepeso; e percentil 95 –
Sobrepeso.
A escolaridade dos pais foi classificada segundo os anos de estudo: menos de
1 ano de estudo, 1 a 3 anos de estudo, 4 a 7 anos de estudo e 8 ou mais anos de
estudo (IBGE 2000). A renda per capita foi analisada em salários mínimos per
capita (smpc), sendo agrupada da seguinte forma: sem rendimento, < 0,5, de 0,5 a
2,99, de 3,0 a 5,99, de 6,0 a 9,99 e 10 ou mais smpc (IBGE, 2004).
40
3.9 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
As informações foram processadas em microcomputador tipo IBM-PC. Como
a maioria das questões era pré-codificada, apenas alguns itens necessitaram ser
codificados posteriormente, sendo essa codificação feita durante a revisão e
checagem das respostas. Esta etapa foi feita por um membro da equipe, graduada em
nutrição. Os dados antropométricos foram processados utilizando o programa CAPS
- Centers for Disease Control Antropometric Software Package do Epi-info versão
6.04 (DEAN et al., 1994). Os dados dos questionários foram digitados em banco
elaborado com o programa Epi-Info versão 6.04 (DEAN et al., 1994).
A digitação do banco de antropometria foi realizada por um dos
examinadores, nutricionista, sendo a conferência feita pela mesma pessoa e pela
pesquisadora principal. A digitação do banco das entrevistas foi realizada por uma
estudante do curso de processamento de dados. A análise de consistência e correção
do banco de dados da entrevista foi feita pela pesquisadora principal.
Para efeito de análise, foram consideradas duas variáveis dependentes: Baixo
Peso e Sobrepeso, categorizadas em ausência ou presença do distúrbio nutricional.
Considerando esses dois desfechos, o banco de dados foi subdividido para análise
exploratória e regressão logística hierarquizada.
A análise do banco de dados foi realizada nos programas Epi-Info 2000
versão 3.3 (DECANO et al., 2000), Epi Info versão 6.04 (DEAN et al., 1994) e
MINITAB versão 14.0 (2003). Foram utilizados testes estatísticos para avaliar
associação entre as variáveis, iniciando-se pela análise descritiva (freqüências
absolutas e relativas e intervalo de confiança). Teste de comparação de proporções
(Teste do Qui-Quadrado) foi utilizado para avaliar o estado nutricional segundo sexo,
idade e estado nutricional dos pais. Na análise bivariada foi calculada a Razão de
Prevalência e Intervalo de Confiança (IC 95%).
41
Para a construção dos modelos finais, foi utilizada a análise logística múltipla
hierarquizada (MCCULLAGH e NELDER, 1989; GOLDSTEIN, 1995), a fim de
verificar os efeitos das variáveis explanatórias e os fatores de risco associados ao
baixo peso e ao sobrepeso. Foram consideradas como fatores de risco no modelo
final, as variáveis que apresentaram nível de significância < 0,05. Esta análise
hierarquizada foi feita segundo o quadro apresentado a seguir.
Quadro 1 – Modelo de análise hierarquizada do estado nutricional de escolares.
Cuiabá – MT, 2000.
Nível Características Variáveis
Sócio-econômicas Categoria de escola, escolaridade dos pais, número de
equipamentos e bens domésticos, renda familiar per capita.
Domicílio Tipo de domicílio, número de cômodos, número de quartos
para dormir, condição do domicílio, abastecimento de água,
tipo de esgoto sanitário, destino do lixo.
Demográficas Número de moradores no domicílio, número de irmãos,
número de crianças menores de cinco anos de idade, presença
dos pais naturais no domicílio.
Maternas e reprodutivas Idade materna e situação conjugal no nascimento da criança,
ordem de nascimento da criança.
3º Antropométricas dos
pais
Altura e IMC dos pais.
Biológicas e de
condições de saúde da
criança
Sexo, idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer,
problema de saúde, número de internações, aleitamento
materno.
Adaptado de GUIMARÃES et al., 2006.
A partir do modelo hierárquico com todas as variáveis, foi utilizada a técnica
de regressão seqüencial (stepwise) iniciando com o nível 1, excluindo-se as variáveis
com menor significância (maiores valores de p), sendo o modelo re-estimado após
cada exclusão e assim, sucessivamente, até que todas as variáveis que
permanecessem no modelo atingissem o critério de p < 0,15. Foram consideradas
como variáveis com significância estatística aquelas que apresentaram p-valor <
0,05.
42
Nos níveis hierárquicos seguintes foi utilizada a mesma metodologia, no
entanto, mantendo as variáveis que foram selecionadas no nível hierárquico anterior,
independente da manutenção de sua significância estatística.
Utilizou-se o teste da razão de verossimilhança (likelihood ratio) para avaliar
a significância das variáveis e de grupos de variáveis nos modelos de regressão
logística.
3.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio
Müller (HUJM) da Universidade Federal de Mato Grosso, credenciado pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Anexo 6). As Secretarias Municipais e
Estadual de Educação e as diretoras das escolas da rede privada aprovaram a
realização da pesquisa nos estabelecimentos de ensino que haviam sido sorteados.
Foi solicitado aos pais/responsáveis o consentimento para participação do
estudo, que foi registrado em carta de consentimento (Anexo 7), contendo o objetivo
da pesquisa e os procedimentos que foram desenvolvidos. As crianças envolvidas
não foram submetidas a nenhum tipo de risco à saúde, apenas ao exame
antropométrico. A identidade dos indivíduos que forneceram as informações obtidas
nas entrevistas foi mantida em sigilo e os nomes e endereços não foram digitados.
43
4 RESULTADOS
4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO
Do total de escolares estudados, 51,7% eram do sexo masculino e 48,3% do
sexo feminino. A maior parte dos escolares (56,8%) tinha 7 anos de idade (n = 599),
enquanto que apenas 6,0% da amostra tinha 9 anos de idade (Figura 1).
Figura 1 – Distribuição dos escolares segundo a idade. Cuiabá – MT, 2000.
16,80%
56,80%
20,40%
6,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos
Idade
Percentual
Observou-se, que a maioria dos escolares estudados (56,7%) pertencia às
escolas da rede municipal, 31,4% eram estudantes de escolas estaduais e 11,9%
freqüentavam escolas particulares, conforme apresentado na Tabela 3.
Quanto à escolaridade das mães, verificou-se que 49,9% possuíam de 1 a 7
anos de estudo, enquanto que 5,2% não freqüentaram a escola (nenhum ano de
estudo) e 6,5% estudaram por 12 anos ou mais. Entre os pais, 5,9% nunca
freqüentaram a escola, 30,8% estudaram de 8 a 11 anos e 5,2% tinham 12 anos ou
mais anos de estudo. Verificou-se que 9,9% das famílias possuíam de 1 a 3
equipamentos/bens domésticos, 40,3% tinham de 4 a 6 equipamentos e, 19,8%
possuíam 10 ou mais equipamentos e bens domésticos. Quanto à renda familiar,
44
detectou-se que 33,5% das famílias tinham renda mensal menor que meio salário
mínimo, enquanto que 1,9% apresentaram renda igual ou superior a 10 salários
mínimos por mês (Tabela 3).
Tabela 3 – Distribuição dos escolares segundo características sócio-econômicas.
Cuiabá – MT, 2000.
Variável N % IC (95%)
Categoria de escola
Municipal 598 56,7 53,7 – 59,7
Estadual 331 31,4 28,6 – 34,3
Particular 125 11,9 10,0 – 14,0
Total
1054 100,0
Escolaridade da mãe
(anos de estudo)
0 55 5,2 4,0 – 6,8
1 – 7 526 49,9 46,8 – 53,0
8 – 11 389 36,9 34,0 – 39,9
12 69 6,5 5,2 – 8,3
Não sabe 2 0,2 0,0 – 0,8
Não se aplica* 13 1,2 0,7 – 2,2
Total
1054 100,0
Escolaridade do pai
(anos de estudo)
0 62 5,9 4,6 – 7,5
1 – 7 455 43,2 40,2 – 46,2
8 – 11 325 30,8 28,1 – 33,7
12 55 5,2 4,0 – 6,8
Não sabe 3 0,3 0,1 – 0,9
Não se aplica 154 14,6 12,6 – 16,9
Total
1054 100,0
Nº equipamentos e bens
0 2 0,2 0,0 – 0,8
1 – 3 104 9,9 8,2 – 11,9
4 – 6 425 40,3 37,4 – 43,4
7 – 9 314 29,8 27,1 – 32,7
10 209 19,8 17,5 – 22,4
Total
1054 100,0
Renda familiar (smpc)**
Sem rendimento 8 0,8 0,4 – 1,6
< 0,5 353 33,5 30,7 – 36,4
0,5 – 2,99 567 53,8 50,7 – 56,8
3,0 – 5,99 64 6,1 4,7 – 7,7
6,0 – 9,99 38 3,6 2,6 – 5,0
10 20 1,9 1,2 – 3,0
Recusa 2 0,2 0,0 – 0,8
Não sabe 2 0,2 0,0 – 0,8
Total
1054 100,0
Notas:
* não se aplica: caso em que a criança residia com tios, avós, sem a presença da mãe no domicílio
** smpc: salário mínimo per capita
45
De acordo com as características do domicílio, verificou-se que mais da
metade (53,8%) dos escolares residiam em domicílios de alvenaria com acabamento
incompleto e 2,6% residiam em domicílios de material aproveitado. Dentre as
famílias estudadas, 64,8% residiam em domicílios com 4 a 7 cômodos e 65,9%
possuíam de 1 a 2 quartos para dormir em seus domicílios. Apenas 2,6% das famílias
não possuíam quartos para dormir nos domicílios. Nota-se que quase 70% das
famílias residiam em domicílios próprios e quitados, enquanto que 6,7% residiam em
domicílios cedidos. Quanto ao abastecimento de água, verificou-se que 70,6% dos
domicílios possuíam abastecimento da rede pública com canalização interna no
domicílio (Tabela 4).
Ainda na Tabela 4, observa-se que 48,4% dos domicílios possuíam esgoto
sanitário ligado à rede pública, no entanto, menos da metade das famílias (46,1%)
tinham fossa em seus domicílios. Já em relação ao destino do lixo, verificou-se que a
grande maioria dos domicílios (88,4%) era atendida pela coleta pública.
Verificou-se que 79,6% (n = 839) das famílias tinham de 4 a 7 moradores e
9,6% tinham 8 ou mais moradores no domicílio. Observou-se que 67,5% dos
escolares possuíam até 2 irmãos e em 92,5% dos domicílios residia uma ou nenhuma
criança com menos de 5 anos de idade. Quanto à presença dos pais biológicos no
domicílio, notou-se que a maioria dos escolares (88,7%) dos escolares tinha a mãe
natural presente e menos que dois terços deles (61,7%) tinham a presença do pai
natural no domicílio (Tabela 5).
46
Tabela 4 - Distribuição dos escolares segundo características do domicílio. Cuiabá –
MT, 2000.
Variável N % IC (95%)
Tipo de domicílio
Alvenaria com acabamento completo 418 39,7 36,7 42,7
Alvenaria com acabamento incompleto 567 53,8 50,7 – 56,8
Material aproveitado 27 2,6 1,7 – 3,8
Outro 42 4,0 2,9 – 5,4
Total
1054 100,0
Nº cômodos
1 – 3 203 19,3 16,9 – 21,8
4 – 7 683 64,8 61,8 – 67,7
8 – 11 145 13,8 11,8 – 16,0
12 23 2,2 1,4 – 3,3
Total
1054 100,0
Nº quartos para dormir
0 27 2,6 1,7 – 3,8
1 – 2 695 65,9 63,0 – 68,8
3 – 4 317 30,1 27,3 – 33,0
5 15 1,4 0,8 – 2,4
Total
1054 100,0
Condição do domicílio
Próprio, já acabou de pagar 737 69,9 67,0 – 72,7
Próprio, não acabou de pagar 139 13,2 11,2 – 15,4
Alugado 94 8,9 7,3 – 10,8
Cedido 71 6,7 5,3 – 8,5
Outro 12 1,1 0,6 – 2,0
Não sabe 1 0,1 0,0 – 0,6
Total
1054 100,0
Abastecimento de água
Rede pública com canalização interna 744 70,6 67,7 – 73,3
Rede pública sem canalização interna 252 23,9 21,4 – 26,6
Outro 58 5,5 4,2 – 7,1
Total
1054 100,0
Tipo de esgoto sanitário
Ligado à rede pública 510 48,4 45,3 – 51,5
Fossa 486 46,1 43,1 – 49,2
Outro 57 5,4 4,2 – 7,0
Não sabe 1 0,1 0,0 – 0,6
Total
1054 100,0
Destino do lixo
Coleta pública 932 88,4 86,3 – 90,3
Jogado no quintal 16 1,5 0,9 – 2,5
Enterrado 3 0,3 0,1 – 0,9
Queimado 58 5,5 4,2 – 7,1
Outro 45 4,3 3,2 – 5,7
Total
1054 100,0
47
Tabela 5 – Distribuição dos escolares segundo variáveis relativas à família. Cuiabá –
MT, 2000.
Variável N % IC (95%)
Nº moradores no domicílio
1 – 3 114 10,8 9,0 – 12,9
4 – 7 839 79,6 77,0 – 82,0
8 – 11 88 8,3 6,8 – 10,2
12 13 1,2 0,7 – 2,2
Total
1054 100,0
Nº irmãos
0 – 2 711 67,5 64,5 – 70,3
3 – 5 270 25,6 23,0 – 28,4
6 – 8 56 5,3 4,1 – 6,9
9 17 1,6 1,0 – 2,6
Total
1054 100,0
Nº crianças menores de 5 anos de
idade
0 – 1 975 92,5 90,7 – 94,0
2 – 3 73 6,9 5,5 – 8,7
4 – 5 6 0,6 0,2 – 1,3
Total
1054 100,0
Presença da mãe natural no
domicílio
Sim 935 88,7 86,6 – 90,5
Não 119 11,3 9,5 – 13,4
Total
1054 100,0
Presença de pai natural no domicílio
Sim 650 61,7 58,6 – 64,6
Não 404 38,3 35,4 – 41,4
Total
1054 100,0
Verificou-se que a maioria dos escolares (58,5%) nasceu quando suas mães
tinham entre 20 a 29 anos de idade, enquanto que 22,5% nasceram quando suas mães
eram adolescentes (10 a 19 anos de idade). Nota-se que, 85,6% dos escolares
nasceram quando suas mães estavam casadas ou em união consensual e 12,2%
nasceram quando suas mães encontravam-se solteiras. Observou-se ainda, que 33,6%
dos escolares eram primogênitos de suas mães e 45,7% tinham 1 ou 2 irmãos
nascidos antes deles (Tabela 6).
48
Tabela 6 – Distribuição dos escolares segundo variáveis maternas e reprodutivas.
Cuiabá – MT, 2000.
Variável n % IC (95%)
Idade materna (anos)
a, b
10 – 19 210 22,5 19,8 – 25,3
20 – 29 547 58,5 55,3 – 61,7
30 – 39 165 17,6 15,3 – 20,3
40 – 49 12 1,3 0,7 – 2,3
Não sabe 1 0,1 0,0 – 0,7
Total
935 100,0
Situação conjugal
da mãe
a,b
Casada/União consensual 800 85,6 83,1 – 87,7
Solteira 114 12,2 10,2 – 14,5
Separada 18 1,9 1,2 – 3,1
Viúva 3 0,3 0,1 – 1,0
Total
935 100,0
Ordem de nascimento da criança
c
0 354 33,6 30,8 – 36,5
1 – 2 482 45,7 42,7 – 48,8
3 – 4 106 10,1 8,3 – 12,1
5 59 5,6 4,3 – 7,2
Não se aplica 53 5,0 3,8 – 6,6
Total
1054 100,0
Notas:
a
no nascimento da criança em estudo, considerando apenas as mães biológicas
b
consideradas apenas as crianças com mães biológicas
c
número de irmãos (vivos e mortos) nascidos antes da criança em estudo
A altura dos pais (centímetros) foi apresentada segundo quartis de
distribuição. De acordo com o estado nutricional das mães, observou-se que há uma
maior freqüência de eutrofia (48,5%), enquanto que 29,2% apresentaram sobrepeso.
A maior freqüência de obesidade entre as mães (11,2%), foi observada em seu grau
mais leve. Comparados às mães, os pais apresentaram menor prevalência de
desnutrição (2,8%) e maior prevalência de sobrepeso (38,2%). Da mesma forma que
o observado para as mães, a categoria mais freqüente foi a de eutróficos (45,5%).
Esses dados são mostrados na Tabela 7.
49
Tabela 7 – Distribuição dos pais segundo altura (cm) e estado nutricional, de acordo
com classificação do Índice de Massa Corporal (IMC – WHO 1998). Cuiabá – MT,
2000.
Variável N % IC (95%)
Altura das mães (cm)
1
< 153,20 255 24,9 22,3 – 27,7
153,20 – 156,99 243 23,8 21,2 – 26,5
157,00 – 161,09 269 26,3 23,6 – 29,1
161,10 256 25,0 22,4 – 27,8
Total
1023 100,0
Altura dos pais (cm)
2
< 164,50 188 24,6 21,7 – 27,9
164,50 – 168,99 184 24,1 21,2 – 27,3
169,00 – 173,99 193 25,3 22,3 – 28,6
174,00 196 25,7 22,7 – 29,0
Total
763 100,0
Estado nutricional das mães (IMC)
3
Desnutrição (< 18,5) 46 4,5 3,3 – 6,0
Eutrofia (18,5 – 24,99) 496 48,5 45,4 – 51,6
Sobrepeso (25,0 – 29,99) 298 29,2 26,4 – 32,1
Obesidade grau I (30,0 – 34,99) 114 11,2 9,3 – 13,3
Obesidade grau II (35,0 – 39,99) 51 5,0 3,8 – 6,6
Obesidade mórbida ( 40,0) 17 1,7 1,0 – 2,7
Total
1022 100,0
Estado nutricional dos pais (IMC)
4
Desnutrição (< 18,5) 21 2,8 1,8 – 4,3
Eutrofia (18,5 – 24,99) 346 45,5 41,9 – 49,1
Sobrepeso (25,0 – 29,99) 291 38,2 34,8 – 41,8
Obesidade grau I (30,0 – 34,99) 81 10,6 8,6 – 13,1
Obesidade grau II (35,0 – 39,99) 18 2,4 1,5 – 3,8
Obesidade mórbida ( 40,0) 4 0,5 0,2 – 1,4
Total
761 100,0
Notas:
1
31 registros sem informação
2
291 registros sem informação e 2 recusas
3
32 registros sem informação
4
293 registros sem informação
50
A distribuição dos escolares de acordo com algumas variáveis biológicas e
condições de saúde da criança é apresentada na Tabela 8. Dos 1054 escolares
estudados, 7,2% apresentaram baixo peso no nascimento e 34,1% apresentaram peso
ao nascer de 3.000 a 3.499 gramas. Vale ressaltar, que 10,5% dos pais ou
responsáveis entrevistados, não souberam relatar o peso ao nascer da criança em
estudo. Em relação ao comprimento ao nascer, a maior freqüência observada foi
entre 46 e 49 centímetros (32,4%), apenas 13,4% dos escolares apresentaram
comprimento menor ou igual a 46 centímetros. Dentre os pais ou responsáveis
entrevistados, 27,2% não souberam informar o comprimento ao nascer dos escolares
estudados.
Ainda na Tabela 8, dentre os escolares estudados, 62,4% não apresentavam
problemas de saúde ou deficiência física e 57,4% nunca haviam sido internados.
Quanto ao aleitamento materno, observa-se que a maioria dos escolares (91,7%) foi
amamentada ao peito e que entre eles, 38,9% tiveram um tempo de amamentação
maior que 12 meses.
51
Tabela 8 – Distribuição dos escolares segundo variáveis biológicas e condições de
saúde da criança. Cuiabá – MT, 2000.
Variável N % IC (95%)
Peso ao nascer (gramas)
< 2.500 76 7,2 5,8 – 9,0
2.500 – 2.999 211 20,0 17,7 – 22,6
3.000 – 3.499 359 34,1 31,2 – 37,0
3.500 – 3.999 228 21,6 19,2 – 24,3
4.000 69 6,5 5,2 – 8,3
Não sabe 111 10,5 8,8 – 12,6
Total
1054 100,0
Comprimento ao nascer (cm)
46 141 13,4 11,4 – 15,6
46 – 49 342 32,4 29,6 – 35,4
50 284 26,9 24,3 – 29,8
Não sabe 287 27,2 24,6 – 30,0
Total
1054 100,0
Problema de saúde
Sim 396 37,6 34,7 – 40,6
Não 658 62,4 59,4 – 65,3
Total
1054 100,0
Nº internações
0 605 57,4 54,3 – 60,4
1 – 3 417 39,6 36,6 – 42,6
4 32 3,0 2,1 – 4,3
Total
1054 100,0
Aleitamento materno
Sim 967 91,7 89,9 – 93,3
Não 82 7,8 6,3 – 9,6
Não sabe 5 0,5 0,2 – 1,2
Total
1054 100,0
Tempo de amamentação (meses)
< 6 321 30,5 27,7 – 33,3
6 – 11,99 237 22,5 20,0 – 25,2
12 410 38,9 36,0 – 4,9
Não sabe 7 0,7 0,3 – 1,4
Não se aplica 79 7,5 6,0 – 9,3
Total
1054 100,0
52
4.2 ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES
Entre os escolares estudados, encontrou-se uma prevalência de 8,9% de baixo
peso, 5,7% de risco de sobrepeso e 4,8% de sobrepeso (Tabela 9).
Tabela 9 – Distribuição dos escolares segundo o estado nutricional, classificado de
acordo com critérios do Centers for Diseases Control and Prevention (CDC, 2000).
Cuiabá – MT, 2000.
Estado nutricional N % IC (95%)
Baixo Peso (Percentil < 5) 94 8,9 7,3 – 10,8
Eutrofia (Percentil 5 a 85) 849 80,6 78,0 – 82,9
Risco de Sobrepeso (Percentil 85 a 95) 60 5,7 4,4 – 7,3
Sobrepeso (Percentil 95) 51 4,8 3,7 – 6,4
Total
1054 100,0
Para efeito de análise, em virtude do tamanho da amostra dos grupos Risco de
Sobrepeso (N = 60) e Sobrepeso (N = 51), optou-se por juntar estes grupos,
formando-se o grupo Sobrepeso (n = 111, prevalência de 10,53%).
Observou-se que não houve diferença estatisticamente significativa do estado
nutricional dos escolares por sexo (p = 0,949) e idade (p = 0,136), conforme
apresentado nas Tabelas 10 e 11.
Tabela 10 – Distribuição dos escolares segundo estado nutricional por sexo. Cuiabá
– MT, 2000.
Estado Nutricional
Sexo
p
1
Masculino Feminino
N % N %
Baixo Peso 48 8,8 46 9,0
0,949
Eutrofia 441 80,9 408 80,2
Sobrepeso 56 10,3 55 10,8
Total
545 100,0 509 100,0
Nota:
1
Qui-quadrado de Pearson
53
Tabela 11 - Distribuição dos escolares segundo estado nutricional por idade. Cuiabá
– MT, 2000.
Estado
Nutricional
Idade (anos)
p
1
6 7 8 9
N % N % N % N %
Baixo Peso 22 12,4 42 7,0 22 10,2 8 12,7
0,136
Eutrofia 138 78,0 485 81,0 176 81,9 50 79,4
Sobrepeso 17 9,6 72 12,0 17 7,9 5 7,9
Total
177 100,0 599 100,0 215 100,0 63 100,0
Nota:
1
Qui-quadrado de Pearson
4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL DOS PAIS E
ESCOLARES
A Tabela 12 mostra que a prevalência de baixo peso entre os escolares do
sexo masculino, filhos de mães com desnutrição, foi de 8,3% e 13,9% para os
escolares filhos de mães eutróficas. Verificou-se, entre os escolares, uma prevalência
de sobrepeso igual a 11,4% para os filhos de mães com sobrepeso e 20,0% para os
filhos de mães com obesidade. Constatou-se também, prevalência de baixo peso de
27,3% entre os escolares filhos de pais desnutridos e prevalência de sobrepeso igual
a 15,7% para os escolares filhos de pais com sobrepeso e 20,8% para os escolares
filhos de pais com obesidade.
Entre os escolares do sexo feminino, notou-se prevalência de baixo peso de
22,7% entre as filhas de mães com desnutrição e prevalência de sobrepeso igual a
26,4% para as filhas de mães com obesidade. Observou-se prevalência de baixo peso
de 20,0% entre as escolares filhas de pais desnutridos e prevalência de sobrepeso
igual a 14,5% para as escolares filhas de pais com sobrepeso e 20,0% para as
escolares filhas de pais com obesidade. (Tabela 13).
54
Tabela 12 – Distribuição dos escolares do sexo masculino segundo seu estado
nutricional e dos pais. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Estado Nutricional dos Escolares
P
*
Baixo peso Eutrofia Sobrepeso
N % N % N %
IMC das mães
1
Desnutrição 2 8,3 20 83,3 2 8,3
< 0,001
Eutrofia 35 13,9 202 80,2 15 6,0
Sobrepeso 7 4,4 133 84,2 18 11,4
Obesidade 3 3,2 73 76,8 19 20,0
Total
47 8,9 428 80,9 54 10,2
IMC dos pais
2
Desnutrição 3 27,3 8 72,7 0 0,0
0,001
Eutrofia 17 10,1 142 84,5 9 5,4
Sobrepeso 8 5,2 121 79,1 24 15,7
Obesidade 3 5,7 39 73,6 11 20,8
Total
31 8,1 310 80,5 44 11,4
Notas:
* p-valor associado ao Qui-quadrado de Pearson
1
16 registros sem informação
2
160 registros sem informação
Tabela 13 – Distribuição dos escolares do sexo feminino segundo seu estado
nutricional e dos pais. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Estado Nutricional dos Escolares
P
*
Baixo peso Eutrofia Sobrepeso
N % N % N %
IMC das mães
1
Desnutrição 5 22,7 17 77,3 0 0,0
<0,001
Eutrofia 25 10,2 202 82,8 17 7,0
Sobrepeso 9 6,4 118 84,3 13 9,3
Obesidade 3 3,4 61 70,1 23 26,4
Total
42 8,5 398 80,7 53 10,8
IMC dos pais
2
Desnutrição 2 20,0 8 80,0 0 0,0
0,015
Eutrofia 23 12,9 144 80,9 11 6,2
Sobrepeso 10 7,2 108 78,3 20 14,5
Obesidade 2 4,0 38 76,0 10 20,0
Total
37 9,8 298 79,3 41 10,9
Notas:
* p-valor associado ao Qui-quadrado de Pearson
1
16 registros sem informação
2
133 registros sem informação
55
4.4 FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO
4.4.1 Resultados da Análise Bivariada
Neste módulo, incluiu-se os escolares eutróficos (n = 849) e baixo peso
(n = 94), totalizando uma amostra de 943 crianças.
De acordo com o apresentado na Tabela 14, observa-se que para as variáveis
sócio-econômicas (categoria de escola, escolaridade da mãe e do pai, número de
equipamentos e bens domésticos e renda familiar per capita), não houve diferença
estatisticamente significante nas prevalências de baixo peso entre os níveis das
variáveis analisadas.
O mesmo ocorreu com relação às variáveis relativas ao domicílio (tipo de
domicílio, número de cômodos, número de quartos, condição do domicílio,
abastecimento de água, esgoto sanitário e destino do lixo) e variáveis demográficas
(número de moradores, número de irmãos, número de crianças menores de 5 anos de
idade, presença da mãe e pai natural no domicílio), conforme mostram as Tabelas 15
e 16, respectivamente.
56
Tabela 14 – Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo características sócio-econômicas. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Baixo Peso
RP (IC 95%) Sim Não
N % N %
Categoria de escola
Particular 4 4,6 83 95,4 1,00
Estadual
34 11,1 271 88,9 2,42 (0,88 – 6,65)
Municipal 56 10,2 495 89,8 2,21 (0,82 – 5,94)
Escolaridade da mãe
(anos de estudo)
1
8 36 9,4 352 90,6 1,00
1 – 7 50 10,2 438 89,8 1,10 (0,73 – 1,66)
0 5 9,4 48 90,6 1,02 (0,42 – 2,48)
Escolaridade do pai
(anos de estudo)
2
8 34 10,6 288 89,4 1,00
1 – 7 38 9,1 381 90,9 0,86 (0,55 – 1,33)
0 6 10,2 53 89,8 0,96 (0,42 – 2,19)
Nº equipamentos
e bens
7 42 9,5 402 90,5 1,00
4 – 6 44 11,0 357 89,0 1,16 (0,78 – 1,73)
3 8 8,2 90 91,8 0,86 (0,42 – 1,78)
Renda familiar
(smpc)
3,4
3,0 4 4,8 80 95,2 1,00
0,5 – 2,99 53 10,3 464 89,7 2,15 (0,80 – 5,79)
< 0,5 36 10,6 303 89,4 2,23 (0,82 – 6,09)
Notas:
1
exclusão de 14 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
2
exclusão de 143 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
3
salário mínimo per capita
4
exclusão de 3 registros sem informação (não sabe / recusa)
57
Tabela 15 – Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo características do domicílio. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Baixo Peso
RP (IC 95%) Sim Não
N % N %
Tipo de domicílio
Alvenaria c/ acabamento
completo
36 10,2 318 89,8 1,00
Alvenaria c/ acabamento
incompleto e outro
58 9,8 531 90,2 0,97 (0,65 – 1,44)
Nº cômodos
8 14 10,7 117 89,3 1,00
4 – 7 61 9,8 561 90,2 0,92 (0,53 – 1,59)
1 – 3 19 10,0 171 90,0 0,94 (0,49 – 1,80)
Nº quartos para dormir
3 22 7,7 264 92,3 1,00
2 72 11,0 585 89,0 1,42 (0,90 – 2,25)
Condição do domicílio
1
Próprio, já acabou de pagar
66 10,0 597 90,0 1,00
Próprio, não acabou de
pagar e outro
28 10,0 251 90,0 1,01 (0,66 – 1,53)
Abastecimento de água
Rede pública c/ canalização
interna
64 10,0 591 90,0 1,00
Rede pública s/ canalização
interna e outro
30 10,0 258 90,0 1,07 (0,71 – 1,61)
Tipo de esgoto sanitário
1
Ligado à rede pública 46 10,3 402 89,7 1,00
Outro 48 9,7 446 90,3 0,95 (0,64 – 1,39)
Destino do lixo
Coleta pública 84 10,1 747 89,9 1,00
Outro 10 8,9 102 91,1 0,88 (0,47 – 1,65)
Notas:
1
exclusão de 1 registro sem informação (não sabe)
58
Tabela 16 – Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis demográficas. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Baixo Peso
RP
Sim Não
N % N %
Nº moradores no
domicílio
1 – 3 10 10,5 85 89,5 1,00
4 – 7 73 9,7 677 90,3 0,92 (0,49 – 1,73)
8 11 11,2 87 88,8 1,07 (0,48 – 2,39)
Nº irmãos
0 – 2 64 10,3 559 89,7 1,00
3 30 9,4 290 90,6 0,91 (0,60 – 1,38)
Nº crianças menores de 5
anos de idade
0 – 1 87 10,0 782 90,0 1,00
2 – 5 7 9,5 67 90,5 0,94 (0,45 – 1,97)
Presença mãe natural no
domicílio
Sim 9 8,0 103 92,0 1,00
Não 85 10,2 746 89,8 1,27 (0,66 – 2,46)
Presença pai natural no
domicílio
Sim 40 10,9 328 89,1 1,00
Não 54 9,4 521 90,6 0,86 (0,59 – 1,27)
A situação conjugal da mãe na época do nascimento da criança foi a única
variável que se aproximou da significância estatística, quando analisou-se a
associação entre variáveis maternas e baixo peso dos escolares (Tabela 17).
59
Tabela 17 – Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis maternas e reprodutivas. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Baixo Peso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Idade materna
(anos)
1
a
20 – 29 54 11,2 429 88,8 1,00
19
14 7,1 183 92,9 0,64 (0,36 – 1,12)
30 – 49 17 11,3 133 88,7 1,01 (0,61 – 1,69)
Situação conjugal mãe
2 a
Casada/União consensual 67 9,4 645 90,6 1,00
Sem companheiro 18 15,1 101 84,9 1,61 (0,99 2,60)*
Ordem nascim. da
criança
3 b
0 28 9,1 281 90,9 1,00
1 – 2 44 10,2 386 89,8 1,13 (0,72 – 1,77)
3 16 10,5 137 89,5 1,15 (0,64 – 2,07)
Notas:
1
exclusão de 113 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
2
exclusão de 112 registros (não se aplica)
3
exclusão de 51 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
a
no nascimento da criança em estudo, considerando apenas as mães biológicas
b
número de irmãos (vivos e mortos) nascidos antes da criança em estudo
Verificou-se que escolares cujos pais eram desnutridos, pelo critério do IMC,
apresentaram prevalência 3,41 (IC 95% = 1,44 – 8,05) vezes maior de apresentarem
baixo peso, quando comparado aos escolares filhos de pais com sobrepeso ou
obesidade. Já os escolares com pais eutróficos, tiveram prevalência de baixo peso
1,76 (IC 95% = 1,08 – 2,86) vezes maior do que os filhos de pais com algum excesso
de peso. A mesma tendência foi observada para a influência do IMC das mães na
prevalência de baixo peso nas crianças, embora a força das associações tenham sido,
em geral, menor do que a observada em relação aos pais. Escolares, filhos de mães
desnutridas, apresentaram uma prevalência maior (RP = 2,94; IC 95% = 1,33 – 6,50)
de serem baixo peso do que aqueles cujas mães tinham excesso de peso. Os escolares
com mães eutróficas, apresentaram prevalência 2,39 (IC 95% = 1,50 – 3,83) vezes
maior de serem baixo peso quando comparados aos escolares filhos de mães com
sobrepeso/obesidade (Tabela 18).
60
Tabela 18 – Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis antropométricas dos pais. Cuiabá – MT,
2000.
Variável
Baixo Peso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Altura das mães
1
(cm)
161,10 18 7,9 210 92,1 1,00
157,00 – 161,09 27 11,3 213 88,7 1,42 (0,81 – 2,52)
153,20 – 156,99 21 9,5 199 90,5 1,21 (0,66 – 2,21)
< 153,20
23 10,1 205 89,9 1,28 (0,71 – 2,30)
Altura dos pais
2
(cm)
174,00 19 11,0 154 89,0 1,00
169,00 – 173,99 20 11,6 152 88,4 1,06 (0,59 – 1,91)
164,50 – 168,99 16 9,9 145 90,1 0,90 (0,48 – 1,70)
< 164,50 13 7,6 157 92,4 0,70 (0,36 – 1,36)
IMC das mães
3
(kg/m
2
)
Sobrepeso/Obesidade 22 5,4 385 94,6 1,00
Eutrofia 60 12,9 404 87,1 2,39 (1,50 – 3,83)*
Desnutrição
7 15,9 37 84,1 2,94 (1,33 – 6,50)*
IMC dos pais
2
(kg/m
2
)
Sobrepeso/Obesidade 23 7,0 306 93,0 1,00
Eutrofia 40 12,3 286 87,7 1,76 (1,08 – 2,86)*
Desnutrição 5 23,8 16 76,2 3,41 (1,44 – 8,05)*
Notas:
1
exclusão de 27 registros sem informação (dados ausentes/recusa)
2
exclusão de 267 registros sem informação (dados ausentes /recusa)
3
exclusão de 28 registros sem informação (dados ausentes /recusa)
Em relação às variáveis biológicas e relativas às condições de saúde dos
escolares, verificou-se que os nascidos com baixo peso (< 2.500 gramas)
apresentaram prevalência 3,01 (IC 95% = 1,56 – 5,79) vezes maior de serem baixo
peso do que os escolares que nasceram com peso acima de 3.500 gramas (Tabela 19).
61
Tabela 19 – Prevalência de baixo peso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis biológicas e condições de saúde da criança.
Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Baixo Peso
RP (IC 95%) Sim Não
N % N %
Sexo
Masculino 48 9,8 441 90,2 1,00
1,03 (0,70 – 1,51)
Feminino 46 10,1 408 89,9
Idade (anos)
6 - 7 64 9,3 623 90,7 1,00
1,26 (0,84 – 1,89)
8 - 9 30 11,7 226 88,3
Peso ao nascer (gramas)
1
3.500 17 6,7 235 93,3 1,00
1,51 (0,86 – 2,65)
1,63 (0,88 – 3,00)
3,01 (1,56 – 5,79)*
3.000 – 3.499 33 10,2 291 89,8
2.500 – 2.999 21 11,0 170 89,0
< 2.500 14 20,3 55 79,7
Comprimento ao nascer (cm)
2
50 24 9,7 223 90,3 1,00
46 – 49 29 9,6 272 90,4 0,99 (0,59 – 1,66)
46 20 15,7 107 84,3 1,62 (0,93 – 2,82)
Nº internações
Nenhuma 49 9,1 492 90,9 1,00
1 45 11,2 357 88,8 1,24 (0,84 – 1,81)
Aleitamento materno
3
Sim 87 10,1 777 89,9 1,00
Não 7 9,5 67 90,5 0,94 (0,45 – 1,95)
Tempo amamentação (meses)
4
12 40 10,8 332 89,2 1,00
6,01 – 11,99 12 5,8 195 94,2 0,54 (0,29 – 1,00)
6 35 12,3 250 87,7 1,14 (0,75 – 1,75)
Notas:
1
exclusão de 107 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
2
exclusão de 268 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
3
exclusão de 5 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
4
exclusão de 79 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
4.4.2 Resultados da Regressão Logística Múltipla Hierarquizada
Nesta seção, a amostra foi de 455 escolares, sendo 49 baixo peso e 406
eutróficos. A amostra foi reduzida em função da exclusão dos registros que
continham variáveis sem informação (dados ausentes/recusa). Estas variáveis foram:
escolaridade da mãe (14 registros); escolaridade do pai (143 registros); renda familiar
(3 registros); condição do domicílio (1 registro); tipo de esgoto sanitário (1 registro);
62
idade materna (43 registros); situação conjugal da mãe (1 registro); altura das mães
(7 registros); altura dos pais (120 registros); IMC das mães (1 registro); peso ao
nascer (50 registros); comprimento ao nascer (103 registros) e aleitamento materno
(1 registro).
No primeiro
modelo da regressão logística foram analisadas as seguintes
variáveis sócio-econômicas: categoria de escola, escolaridade da mãe, escolaridade
do pai, número de equipamentos e bens e renda familiar. A variável deste nível que
permaneceu com significância estatística foi a categoria de escola (p = 0,030)
(Tabela 20).
No segundo nível, relativo às características do domicílio, foi mantida a
variável categoria de escola e inseridas as seguintes variáveis: tipo de domicílio,
número de cômodos, número de quartos para dormir, condição do domicílio, tipo de
abastecimento de água, tipo de esgoto sanitário e destino do lixo. Neste modelo, a
variável tipo de domicílio manteve-se com significância estatística (p = 0,005)
(Tabela 21).
Ainda neste nível foram inseridas as variáveis referentes às características
demográficas da família: número de moradores, número de irmãos, número de
crianças menores de 5 anos de idade, presença da mãe e do pai natural no domicílio,
ajustadas pelas variáveis categoria de escola e tipo de domicílio. Deste bloco, a
variável número de moradores no domicílio permaneceu com significância
estatística (p = 0,033), de acordo com a Tabela 21.
Em seguida, inseriu-se as variáveis maternas e reprodutivas (idade materna,
situação conjugal, ordem de nascimento da criança), ajustadas pelas variáveis
significativas dos blocos anteriores (categoria de escola, tipo de domicílio e número
de moradores no domicílio). Neste modelo, não permaneceu nenhuma variável com
significância estatística (p < 0,05).
63
Tabela 20 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre baixo peso e variáveis sócio-econômicas. Cuiabá – MT, 2000.
Modelo 1
(1)
Categorias OR
b
OR
a
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Variáveis sócio-
econômicas
Categoria de escola
Particular 1 1 - -
0,030 Estadual 1,80 2,23 0,58 – 8,55 0,242
Municipal 2,68 3,47 0,99 – 12,21 0,052
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 152,47; χ
2
= 5,97; gl = 3; p = 0,113
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
Tabela 21 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre baixo peso e variáveis relativas ao domicílio e demográficas. Cuiabá – MT,
2000.
Modelo 2
(1,2)
Categorias OR
b
OR
a
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Características
do domicílio
Tipo de domicílio
Alvenaria
3
1 1 - -
0,005
Outro
4
0,52 0,40 0,21 – 0,74 0,003
Variáveis
demográficas
N
o
de moradores
1 – 3 1 1 - -
4 – 7 3,25 3,88 0,50 – 29,86 0,193 0,033
8 6,14 8,85 0,92 – 85,19 0,059
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 149,90; χ
2
= 17,12; gl = 5; p = 0,004
2
Ajustado pela variável categoria de escola
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
3
Alvenaria com acabamento completo
4
Outro tipo: alvenaria com acabamento incompleto, material aproveitado, etc.
64
No terceiro modelo foram inseridas as variáveis antropométricas dos pais:
altura e IMC, ajustadas pelas variáveis categoria de escola, tipo de domicílio e
número de moradores no domicílio. Permaneceram com significância estatística, as
variáveis IMC da mãe (p = 0,003) e IMC do pai (p = 0,001), conforme Tabela 22.
Tabela 22 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre baixo peso e variáveis antropométricas dos pais. Cuiabá – MT, 2000.
Modelo 3
(1,2)
Categorias OR
b
OR
a
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Variáveis
antropométricas
IMC da mãe
Sobrepeso/Obesidade 1 1 - -
0,003
Eutrofia 2,27 2,27 1,12 – 4,58 0,022
Desnutrição 4,85 7,35 1,90 – 28,46 0,004
IMC do pai
Sobrepeso/Obesidade 1 1 - -
Eutrofia 2,35 3,02 1,48 – 6,18 0,002 0,001
Desnutrição 5,71 6,28 1,58 – 24,98 0,009
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 135,68; χ
2
= 39,56; gl = 9; p = 0,000
2
Ajustado pelas variáveis categoria de escola, tipo de domicílio e número de moradores
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
No último modelo, incluiu-se as variáveis relativas à criança: sexo, idade,
peso ao nascer, comprimento ao nascer, problema de saúde, número de internações,
aleitamento materno. A única variável que manteve-se com significância estatística,
neste nível, foi peso ao nascer (p = 0,004), de acordo com a Tabela 23.
65
Tabela 23 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre baixo peso e variáveis biológicas e de condições de saúde da criança. Cuiabá –
MT, 2000.
Modelo 4
(1,2)
Categorias OR
b
OR
a
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Variáveis
relativas à
criança
Peso ao nascer
3.500 1 1 - -
0,004 3.000 – 3.499 1,73 1,93 0,77 – 4,83 0,160
2.500 – 2.999 1,71 1,86 0,69 – 5,03 0,220
< 2.500 6,60 6,71 2,20 – 20,47 0,001
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 129,99; χ
2
= 50,92; gl = 12; p = 0,000
2
Ajustado pelas variáveis categoria de escola, tipo de domicílio, número de moradores, IMC da mãe e IMC do
pai
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
4.5 FATORES ASSOCIADOS AO SOBREPESO
4.5.1 Resultados da Análise Bivariada
Neste módulo, incluiu-se os escolares eutróficos (n = 849) e com sobrepeso
(n = 111), totalizando uma amostra de 960 crianças.
Com relação às variáveis sócio-econômicas, observou-se que os escolares que
estudavam em escola particular tinham prevalência de sobrepeso 3,62 (IC 95% =
2,48 – 5,29) vezes maior do que os escolares que estudavam em escola da rede
municipal. Quanto à influência da escolaridade dos pais, verificou-se que os
escolares filhos de mães com mais de 8 anos de estudo apresentaram maior
prevalência (RP = 4,15; IC 95% = 1,05 – 16,40) de sobrepeso do que aqueles que
eram filhos de mães que nunca freqüentaram a escola. Já os escolares cujos pais
tinham mais de 8 anos de estudo apresentaram prevalência 3,13 (IC 95% = 1,02 –
66
9,64) vezes maior de sobrepeso do que aqueles filhos de pais que nunca
freqüentaram a escola (Tabela 24).
Ainda na Tabela 24, pode-se notar que os escolares que residiam em
domicílios com mais de sete equipamentos/bens domésticos, apresentaram
prevalência 2,01 (IC 95% = 1,01 – 4,03) vezes maior de sobrepeso do que aqueles
que residiam em domicílios com menos de três equipamentos e bens domésticos.
Com relação à renda da família, constatou-se que os escolares que tinham família
com renda mensal maior que 6 salários mínimos per capita tiveram maior
prevalência de sobrepeso (RP = 5,37; IC 95% = 3,15 – 9,16) do que aqueles cuja
renda familiar mensal era menor que meio salário mínimo per capita.
Entre as variáveis que caracterizam o domicílio (Tabela 25), nota-se que os
escolares que residiam em domicílios de alvenaria com acabamento completo
apresentaram uma prevalência maior (RP = 2,06; IC 95% = 1,45 – 2,93) de
sobrepeso do que os escolares que residiam em outro tipo de domicílio. Os escolares
que moravam em domicílios com mais de oito cômodos apresentaram prevalência
3,40 (IC 95% = 1,88 – 6,16) vezes maior de sobrepeso do que aqueles que tinham de
1 a 3 cômodos em seus domicílios. Da mesma forma, os escolares que moravam em
domicílios com mais quartos de dormir tiveram prevalência 1,48 (IC 95% = 1,04 –
2,11) vezes maior de sobrepeso do que os escolares residentes em domicílios com
menos quartos. Quanto à influência do tipo de abastecimento de água, verificou-se
que os escolares que residiam em domicílios com canalização interna de água
apresentaram uma prevalência maior (RP = 1,67, IC 95% = 1,07 – 2,60) de
sobrepeso do que aqueles que residiam em domicílios com outro tipo de
abastecimento de água.
Dentre as variáveis demográficas estudadas, constatou-se que o número de
moradores e número de irmãos no domicílio apresentaram associação inversa com a
prevalência de sobrepeso. Os escolares que residiam em domicílios com até 3
moradores, tiveram prevalência 5,48 (IC 95% = 1,68 – 17,92) vezes maior de
sobrepeso do que aqueles residentes em domicílios com mais de 8 moradores.
67
Quando o escolar tinha 2 irmãos ou menos, a prevalência de sobrepeso era maior
(RP = 1,85; IC 95% = 1,19 – 2,87) se comparada àquela observada para os casos que
possuíam 3 ou mais irmãos (Tabela 26).
Tabela 24 – Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo características sócio-econômicas. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Sobrepeso
RP (IC 95%) Sim Não
N % N %
Categoria de escola
Municipal
47 8,7 495 91,3 1,00
Estadual 26 8,8 271 91,2 1,01 (0,64 – 1,60)
Particular 38 31,4 83 68,6 3,62 (2,48 – 5,29)*
Escolaridade da mãe
(anos de estudo)
1
0 2 4,0 48 96,0 1,00
1 – 7 38 8,0 438 92,0 2,00 (0,50 – 8,03)
8 70 16,6 352 83,4 4,15 (1,05 – 16,40)*
Escolaridade do pai
(anos de estudo)
2
0 3 5,4 53 94,6 1,00
1 – 7 36 8,6 381 91,4 1,61 (0,51 – 5,06)
8 58 16,8 288 83,2 3,13 (1,02 – 9,64)*
Nº equipamentos e bens
3 8 8,2 90 91,8 1,00
4 – 6 24 6,3 357 93,7 0,77 (0,36 – 1,66)
7 79 16,4 402 83,6 2,01 (1,01 – 4,03)*
Renda familiar
(smpc)
3,4
< 0,5 22 6,8 303 93,2 1,00
0,5 – 2,99 50 9,7 464 90,3 1,44 (0,89 – 2,33)
3,0 – 5,99 18 28,6 45 71,4 4,22 (2,41 – 7,40)*
6,0 20 36,4 35 63,6 5,37 (3,15 – 9,16)*
Notas:
1
exclusão de 12 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
2
exclusão de 141 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
3
salário mínimo per capita
4
exclusão de 3 registros sem informação (não sabe / recusa)
68
Tabela 25 – Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo características do domicílio. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Sobrepeso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Tipo de domicílio
Alvenaria c/ acabamento
incompleto e outro
47 8,1 531 91,9 1,00
Alvenaria c/ acabamento
completo
64 16,8 318 83,2 2,06 (1,45 – 2,93)*
Nº cômodos
1 – 3 13 7,1 171 92,9 1,00
4 – 7 61 9,8 561 90,2 1,39 (0,78 – 2,47)
8 37 24,0 117 76,0 3,40 (1,88 – 6,16)*
Nº quartos para dormir
2 65 10,0 585 90,0 1,00
3 46 14,8 264 85,2 1,48 (1,04 – 2,11)*
Condição do domicílio
1
Próprio, não acabou de
pagar e outro
37 12,8 251 87,2 1,00
Próprio, já acabou de pagar
74 11,0 597 89,0 0,86 (0,59 – 1,24)
Abastecimento de água
Rede pública s/
canalização interna e outro
22 7,9 258 92,1 1,00
Rede pública c/
canalização interna
89 13,1 591 86,9 1,67 (1,07 – 2,60)*
Tipo de esgoto sanitário
1
Outro 49 9,9 446 90,1 1,00
Ligado à rede pública 62 13,4 402 86,6 1,35 (0,95 – 1,92)
Destino do lixo
Outro 10 8,9 102 91,1 1,00
Coleta pública 101 11,9 747 88,1 1,33 (0,72 – 2,48)
Notas:
1
exclusão de 1 registro sem informação (não sabe)
69
Tabela 26 – Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis demográficas. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Sobrepeso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Nº moradores no
domicílio
8 3 3,3 87 96,7 1,00
4 – 7 89 11,6 677 88,4 3,49 (1,13 – 10,79)*
1 – 3 19 18,3 85 81,7 5,48 (1,68 – 17,92)*
Nº irmãos
3 23 7,3 290 92,7 1,00
0 – 2 88 13,6 559 86,4 1,85 (1,19 – 2,87)*
Nº crianças menores
de 5 anos de idade
2 – 5 5 6,9 67 93,1 1,00
0 – 1 106 11,9 782 88,1 1,72 (0,72 – 4,08)
Presença mãe natural
no domicílio
Sim 7 6,4 103 93,6 1,00
Não 104 12,2 746 87,8 1,92 (0,92 – 4,03)
Presença pai natural
no domicílio
Sim 36 9,9 328 90,1 1,00
Não 75 12,6 521 87,4 1,27 (0,87 – 1,85)
Os escolares nascidos quando suas mães tinham de 30 a 49 anos de idade
apresentaram prevalência de sobrepeso 2,54 (IC 95% = 1,36 – 4,77) vezes maior
quando comparado à observada para os escolares nascidos de mães adolescentes. Já
para os escolares nascidos de mães com idade entre 20 a 29 anos, a prevalência
passou a ser 1,96 (IC 95% = 1,10 – 3,47) vezes maior em relação à estimada entre os
nascidos de mães adolescentes (Tabela 27).
70
Tabela 27 – Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis maternas e reprodutivas. Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Sobrepeso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Idade materna
(anos)
1 a
19
13 6,6 183 93,4 1,00
20 – 29 64 13,0 429 87,0 1,96 (1,10 – 3,47)*
30 – 49 27 16,9 133 83,1 2,54 (1,36 – 4,77)*
Situação conjugal mãe
2 a
Casada/União consensual 88 12,0 645 88,0 1,00
Sem companheiro 16 13,7 101 86,3 1,14 (0,69 – 1,87)
Ordem nascim. da
criança
3 b
3 12 8,1 137 91,9 1,00
1 – 2 52 11,9 386 88,1 1,47 (0,81 – 2,68)
0 45 13,8 281 86,2 1,71 (0,93 – 3,14)
Notas:
1
exclusão de 111 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
2
exclusão de 110 registros sem informação (não se aplica)
3
exclusão de 47 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
a
no nascimento da criança em estudo, considerando apenas as mães biológicas (exclusão de 10 registros)
b
número de irmãos (vivos e mortos) nascidos antes da criança em estudo
Verificou-se que os escolares que tinham mães com sobrepeso/obesidade
apresentaram uma prevalência maior (RP = 2,23; IC 95% = 1,51 – 3,28) de
sobrepeso do que os escolares que tinham mães com desnutrição ou eutrofia. O
mesmo resultado foi observado em relação aos pais, constatando-se que escolares
filhos de pais com excesso de peso, apresentaram prevalência 2,82 (IC 95% = 1,75 –
4,55) vezes maior do que aqueles escolares filhos de pais eutróficos ou desnutridos
(Tabela 28).
71
Tabela 28 – Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis antropométricas dos pais. Cuiabá – MT,
2000.
Variável
Sobrepeso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Altura das mães
1
(cm)
161,10 28 11,8 210 88,2 1,00
157,00 – 161,09 29 12,0 213 88,0 1,02 (0,63 – 1,66)
153,20 – 156,99 23 10,4 199 89,6 0,88 (0,52 – 1,48)
< 153,20
27 11,6 205 88,4 0,99 (0,60 – 1,63)
Altura dos pais
2
(cm)
174,00 23 13,0 154 87,0 1,00
169,00 – 173,99 21 12,1 152 87,9 0,93 (0,54 – 1,62)
164,50 – 168,99 23 13,7 145 86,3 1,05 (0,62 – 1,80)
< 164,50 18 10,3 157 89,7 0,79 (0,44 – 1,41)
IMC das mães
3
(kg/m
2
)
Desnutrição/Eutrofia
34 7,2 441 92,8 1,00
Sobrepeso/Obesidade 73 15,9 385 84,1 2,23 (1,51 – 3,28)*
IMC dos pais
2
(kg/m
2
)
Desnutrição/Eutrofia 20 6,2 302 93,8 1,00
Sobrepeso/Obesidade 65 17,5 306 82,5 2,82 (1,75 – 4,55)*
Notas:
1
exclusão de 26 registros sem informação (missing/recusa)
2
exclusão de 267 registros sem informação (missing/recusa)
3
exclusão de 27 registros sem informação (missing/recusa)
Entre as variáveis biológicas e de condições de saúde dos escolares, nenhuma
delas apresentou associação estatisticamente significante com a prevalência de
sobrepeso nos escolares (Tabela 29).
72
Tabela 29 – Prevalência de sobrepeso, razão de Prevalência (RP) e Intervalo de
Confiança (IC 95%) segundo variáveis biológicas e condições de saúde da criança.
Cuiabá – MT, 2000.
Variável
Sobrepeso
RP (IC 95%)
Sim Não
N % N %
Sexo
Masculino 56 11,3 441 88,7 1,00
Feminino 55 11,9 408 88,1 1,05 (0,74 – 1,50)
Idade
9 - 8 22 8,9 226 91,1 1,00
7 - 6 89 12,5 623 87,5 1,41 (0,90 – 2,20)
Peso ao nascer
(gramas)
1
< 2.500 7 11,3 55 88,7 1,00
2.500 – 2.999 20 10,5 170 89,5 0,93 (0,41 – 2,10)
3.000 – 3.499 35 10,7 291 89,3 0,95 (0,44 – 2,04)
3.500 45 16,1 235 83,9 1,42 (0,67 – 3,01)
Comprimento ao
nascer (cm)
2
46 14 11,6 107 88,4 1,00
46 – 49 41 13,1 272 86,9 1,13 (0,64 – 2,00)
50 37 14,2 223 85,8 1,23 0,69 – 2,19)
Problema de saúde
Não 67 11,2 531 88,8 1,00
Sim 44 12,2 318 87,8 1,08 (0,76 – 1,55)
Nº internações
Nenhuma 64 11,5 492 88,5 1,00
1 47 11,6 357 88,4 1,01 (0,71 – 1,44)
Aleitamento materno
3
Sim 103 11,7 777 88,3 1,00
Não 8 10,7 67 89,3 0,91 (0,46 – 1,80)
Tempo amamentação
(meses)
4
12 38 10,3 332 89,7 1,00
6,01 – 11,99 30 13,3 195 86,7 1,30 (0,83 – 2,03)
6 36 12,6 250 87,4 1,23 (0,80 – 1,88)
Notas:
1
exclusão de 102 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
2
exclusão de 266 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
3
exclusão de 5 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
4
exclusão de 79 registros sem informação (não sabe / não se aplica)
73
4.5.2 Resultados da Regressão Logística Múltipla Hierarquizada
Nesta seção, a amostra foi de 471 escolares, sendo 65 com sobrepeso e 406
eutróficos. A amostra foi reduzida em função da exclusão dos registros que
continham variáveis sem informação (dados ausentes/recusa). Estas variáveis foram:
escolaridade da mãe (12 registros); escolaridade do pai (141 registros); renda familiar
(3 registros); condição do domicílio (1 registro); tipo de esgoto sanitário (1 registro);
idade materna (42 registros); situação conjugal da mãe (1 registro); altura das mães
(7 registros); altura dos pais (122 registros); IMC das mães (1 registro); peso ao
nascer (50 registros); comprimento ao nascer (107 registros) e aleitamento materno
(1 registro).
No primeiro
modelo da regressão logística para sobrepeso foram analisadas as
seguintes variáveis sócio-econômicas: categoria de escola, escolaridade da mãe,
escolaridade do pai, número de equipamentos e bens e renda familiar. As variáveis
deste nível que permaneceram com significância estatística, considerando o critério
de p < 0,05, foram a escolaridade da mãe (p = 0,042) e a renda familiar (p =
0,003) (Tabela 30).
No segundo nível, relativo às características do domicílio, foram mantidas as
variáveis escolaridade da mãe e renda familiar e inseridas as seguintes variáveis: tipo
de domicílio, número de cômodos, número de quartos para dormir, condição do
domicílio, tipo de abastecimento de água, tipo de esgoto sanitário e destino do lixo.
Neste modelo, nenhuma variável manteve-se com significância estatística.
Da mesma forma, no bloco referente às características demográficas da
família (número de moradores, número de irmãos, número de crianças menores de 5
anos de idade, presença dos pais naturais no domicílio), nenhuma variável apresentou
associação estatística significante com o sobrepeso dos escolares (p > 0,05).
74
Ainda no mesmo nível, referente às variáveis maternas e reprodutivas (idade
materna, situação conjugal, ordem de nascimento da criança), a variável idade
materna apresentou associação significante com o desfecho estudado (p = 0,027),
conforme a Tabela 31.
Tabela 30 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre sobrepeso e variáveis sócio-econômicas. Cuiabá – MT, 2000.
Modelo 1
(1)
Categorias OR
b
OR
a
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Variáveis sócio-
econômicas
Escolaridade da mãe
(anos de estudo)
0 - 7 1 1 - -
0,042
8 3,00 1,99 1,02 – 3,91 0,044
Renda familiar
(smpc)
< 0,5 1 1 - -
0,003 0,5 – 2,99 1,28 1,02 0,46 – 2,25 0,963
3,0 5,20 3,25 1,31 – 8,06 0,011
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 175,03; χ
2
= 27,99; gl = 3; p = 0,000
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
75
Tabela 31 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre sobrepeso e variáveis reprodutivas e maternas. Cuiabá – MT, 2000.
Modelo 2
(1,2)
Categorias OR
bruto
OR
ajustado
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Variáveis
reprodutivas e
maternas
Idade materna
19 1 1 - -
0,027 20 – 29 2,01 1,69 0,73 – 3,87 0,218
30 – 49 3,79 2,74 1,06 – 7,12 0,038
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 171,68; χ
2
= 34,68; gl = 6; p = 0,000
2
Ajustado pelas variáveis escolaridade da mãe e renda familiar per capita
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
No terceiro modelo foram inseridas as variáveis antropométricas dos pais:
altura e IMC, ajustadas pelas variáveis escolaridade da mãe, renda familiar e idade
materna. Permaneceram com significância estatística, as variáveis IMC da mãe (p =
0,003) e IMC do pai (p = 0,020), de acordo com a Tabela 32.
Tabela 32 – Resultados da regressão logística múltipla hierarquizada da associação
entre sobrepeso e variáveis antropométricas dos pais. Cuiabá – MT, 2000.
Modelo 3
(1,2)
Categorias OR
b
OR
a
IC 95% (OR
a
) p
c
p
v
Variáveis
antropométricas
IMC da mãe
Desnutrição/Eutrofia 1 1 - -
0,003
Sobrepeso/Obesidade 2,24 2,12 1,13 – 3,97 0,020
IMC do pai
Desnutrição/Eutrofia 1 1 - -
0,020
Sobrepeso/Obesidade 2,75 2,46 1,37 – 4,42 0,003
Notas:
1
Teste da razão de verossimilhança: - 164,88; χ
2
= 48,28; gl = 7; p = 0,000
2
Ajustado pelas variáveis escolaridade da mãe, renda familiar per capita e idade materna
OR
b
– OR bruto
OR
a
– OR ajustado
p
c
– p da categoria
p
v
– p da variável
76
No último modelo, incluiu-se as variáveis relativas à criança: sexo, idade,
peso ao nascer, comprimento ao nascer, problema de saúde, número de internações,
aleitamento materno. Nenhuma variável manteve-se com significância estatística
neste modelo.
Na presente investigação, a partir dos modelos de regressão logística
hierarquizada, verificou-se que mantiveram associação com o baixo peso dos
escolares as seguintes variáveis: categoria de escola, número de moradores no
domicílio, tipo de domicílio, estado nutricional dos pais e peso ao nascer dos
escolares. Com relação ao sobrepeso, constatou-se associação com a escolaridade da
mãe, renda familiar per capita, idade materna no nascimento do escolar e estado
nutricional dos pais.
77
5 DISCUSSÃO
5.1 ASPECTOS METODÓLOGICOS DO ESTUDO
A presente investigação trata-se de um estudo transversal, portanto não se
pode determinar uma relação temporal entre os desfechos (conseqüências) e os
fatores associados (causas), uma vez que as observações foram feitas em cada
indivíduo em uma única oportunidade. No entanto, este tipo de estudo apresenta a
capacidade de inferência dos resultados observados para uma população definida no
tempo e no espaço (KLEIN e BLOCH, 2004). Dessa forma, acredita-se que os
resultados obtidos neste estudo, possam ser inferidos para os escolares com idade
entre 6 e 9 anos, da 1ª série do ensino fundamental da rede pública e privada do
município de Cuiabá – MT.
Para a obtenção dos dados, seguiu-se o rigor metodológico necessário para
assegurar a confiabilidade e a qualidade dos dados, contribuindo para a validade
interna e a diminuição da variabilidade. Para tal, foi imprescindível o treinamento
dos entrevistadores e a padronização dos procedimentos para a coleta dos dados
antropométricos e na aplicação do questionário. Assim, acredita-se que os dados
obtidos são de boa qualidade e refletem, com certo grau de confiança, a verdadeira
situação nutricional dos escolares de 6 a 9 anos de Cuiabá – MT. No entanto, vale
ressaltar as perdas de informações ocorridas em diferentes variáveis do questionário
(por exemplo, antropometria de mães e pais, peso e comprimento ao nascer,
aleitamento materno), em virtude da ausência ou recusa da mãe/pai no momento da
antropometria e a falta de conhecimento sobre a informação a ser coletada.
5.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO
Analisando as condições sócio-econômicas e demográficas das famílias do
presente estudo, encontrou-se que a maioria dos domicílios (79,6%) tinha de 4 a 7
moradores. Este achado é superior ao encontrado em estudo realizado por VEIGA e
78
BURLANDY (2001), no município do Rio de Janeiro, no qual 53,8% dos domicílios
tinham de 4 a 7 moradores.
Quanto à renda familiar, verificou-se que 33,5% das famílias tinham renda
menor que meio salário mínimo per capita (smpc) ao mês e que a maior parte das
famílias (53,8%) possuía entre meio e 2,99 smpc. Esses achados são superiores aos
encontrados por MONTEIRO e CONDE (2000) em São Paulo, nos anos de 1995/96,
onde verificou-se que 33,8% da amostra possuía renda de até um salário mínimo per
capita. Quanto à escolaridade das mães, observou-se que o presente estudo
apresentou um percentual menor de mães (5,2%) que nunca freqüentaram a escola,
do que as mães estudadas por VEIGA e BURLANDY (2001), que representaram
13,6% da amostra.
5.3 ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES
Verificou-se uma prevalência de baixo peso (percentil < 5) igual a 8,9% entre
os escolares estudados. As prevalências de desnutrição/baixo peso no Brasil, já foram
bem maiores, de acordo com dados epidemiológicos de estudos realizados, como o
de MONDINI e MONTEIRO (1998), o qual analisa dados da Pesquisa Nacional
sobre Saúde e Nutrição – PNSN, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, em 1989, quando detectou-se prevalência de desnutrição (P/I < percentil
5 da população de referência) igual a 13,1% entre crianças de 6 a 35 meses.
Estudo de DOAK et al. (2000), realizado com crianças e adolescentes e
baseado em pesquisas nacionais do Brasil, China e Rússia, mostrou prevalências de
desnutrição igual a 4,7%, 21,2% e 11,1% respectivamente, levando em consideração
os pontos de corte de IMC preconizados por COLE et al. (2000).
Uma prevalência de desnutrição igual a 3,1% foi encontrada por
GIUGLIANO e CARNEIRO (2004), entre crianças de 6 a 10 anos de idade, no
município de Brasília – DF. De acordo com estudo realizado em duas escolas
públicas do município de São Paulo (KOGA, 2005), encontrou-se uma prevalência
79
de baixo peso (percentil de IMC/idade < 5) igual a 4,4%, entre crianças de 7 a 10
anos de idade.
Uma prevalência alta de desnutrição (12,4%) foi detectada em estudo
realizado com crianças de 4 a 12 anos que estudavam em três escolas primárias da
Austrália (HEATH e PANARETTO, 2005), sendo que os dados antropométricos
destas crianças foram avaliados segundo os pontos de corte de IMC/idade
preconizados pelo CDC (2000).
Em concordância com o encontrado no presente estudo, ANDRADE (2006)
detectou uma prevalência de baixo peso de 8,1%, segundo padrão de referência do
CDC (2000) e a classificação de FRISANCHO (1990) para o IMC/idade, entre
crianças com 6 a 12 anos, de escolas públicas e privadas do ensino fundamental do
município de Franca – SP. Em estudo realizado em Florianópolis, encontrou-se
prevalência muito baixa de desnutrição (1,1%) entre crianças de 7 a 9 anos de idade,
considerando como ponte de corte o percentil < 3 (ASSIS et al. 2006).
Não foram detectadas diferenças significativas no estado nutricional de
escolares quanto ao sexo e faixa etária. Resultados semelhantes foram encontrados
em estudos realizados nos municípios de Franca-SP (ANDRADE, 2006) e São
Paulo-SP (KOGA, 2005).
Quanto ao sobrepeso, o presente estudo detectou prevalência de 5,7% de risco
de sobrepeso e 4,8% de sobrepeso entre os escolares, com uma prevalência total de
sobrepeso igual a 10,5%, uma vez que as médias de percentil de IMC/idade desses
grupos não apresentaram diferenças significativas.
Segundo estudo realizado com a base de dados da Pesquisa sobre Padrões de
Vida (PPV), coletados em 1997 pelo IBGE, encontrou-se prevalência de sobrepeso e
obesidade (z-score > +2) igual a 5,6% na região Nordeste e 12,4% na região Sudeste,
entre escolares de 7 a 9 anos de idade (ABRANTES et al., 2002). Em crianças de
escolas públicas e privadas, com idade entre 5 e 10 anos, do município de Salvador,
80
Bahia, detectou-se prevalência de obesidade igual a 15,8% (percentil de IMC/idade >
95), em estudo feito por LEÃO et al. (2003).
No município de São Paulo, segundo dados de estudo realizado em oito
escolas públicas estaduais (SOTELO et al., 2004), com crianças de 6 a 11 anos de
idade, verificou-se uma prevalência de sobrepeso/obesidade igual a 19,09% entre
meninos e 21,76% entre meninas, segundo critérios padronizados por COLE et al.
(2000).
Em estudo realizado com escolares de 6 a 10 anos de idade de uma escola
privada de Brasília (GIUGLIANO e MELO, 2004), observou-se prevalência de
14,6% de sobrepeso e 5,5% de obesidade, de acordo com pontos de corte de
IMC/idade padronizados por COLE et al. (2000).
No município de Townsville, Austrália, foi detectado prevalência de 11,1%
de sobrepeso e 7,8% de obesidade, entre crianças de escolas primárias com idade
entre 4 e 12 anos (HEATH e PANARETTO, 2005). Segundo dados de um estudo de
coorte realizado em escolas primárias na República da Irlanda (McMASTER et al.,
2005), encontrou-se prevalência de 18% de sobrepeso e 8% de obesidade entre
meninas e 16% e 9% de sobrepeso e obesidade, respectivamente, entre meninos, com
idade entre 4 e 7 anos.
Pesquisa realizada em escolas públicas de São Paulo, com crianças entre 7 e
10 anos de idade, mostrou uma prevalência de risco de sobrepeso igual a 15,3% e
11,0% de sobrepeso (KOGA, 2005). Estudo realizado em Florianópolis por ASSIS et
al. (2006), encontrou prevalência de 19,9% de sobrepeso entre 2.232 crianças de 7 a
9 anos de idade, estudantes de escolas públicas e privadas do município. Já, no
município de Franca-SP (ANDRADE, 2006), foi observada entre crianças de 6 a 12
anos de idade, oriundas de escolas públicas e privadas, prevalência de 11,6% para
sobrepeso e 13,0% para obesidade, segundo pontos de corte preconizados pelo CDC
(2000) e a classificação de FRISANCHO (1990).
81
5.4 ESTADO NUTRICIONAL DOS PAIS
A avaliação do estado nutricional dos pais dos escolares estudados mostrou
uma prevalência de 4,5% de desnutrição, 29,2% de sobrepeso e 17,8% de obesidade
entre as mães. Entre os pais, observou-se prevalência de 2,8% de desnutrição, 38,2%
de sobrepeso e 13,5% de obesidade. Ou seja, detectou-se uma maior prevalência de
sobrepeso entre os pais e de obesidade entre as mães dos escolares.
De acordo com os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)
2002-2003 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2004), entre os
indivíduos com 20 anos ou mais de idade no país, 4,0% apresentam déficit de peso e
40,6%, excesso de peso. Em Cuiabá, segundo dados da POF, 54,8% dos homens e
42,8% das mulheres adultas apresentam excesso de peso, enquanto que 13,4% dos
homens e 16,1% das mulheres apresentam obesidade, prevalências essas bem
próximas às encontradas pelo presente estudo. Essa prevalência de excesso de peso
encontrada entre os homens deste município é a maior entre as capitais e regiões
metropolitanas do Brasil (IBGE 2004).
Segundo dados comparativos do Brasil, China e Rússia, com base em
pesquisas nacionais, verificou-se prevalência de desnutrição em adultos de 10,6%,
9,7% e 3,0% e de sobrepeso igual a 31,8%, 13,1% e 45,4%, respectivamente (DOAK
et al., 2000).
Nos Estados Unidos, a obesidade é considerada como o maior problema de
saúde pública entre adultos, onde, aproximadamente 30,4% dos indivíduos maiores
de 20 anos, de ambos os sexos, são obesos (IMC 30 kg/m
2
) , de acordo com estudo
de HEDLEY et al. (2004).
82
Em alguns países da América Latina, constatam-se altas prevalências de
sobrepeso. De acordo com dados de estudo de FILOZOF et al. (2001), verificou-se
prevalências de sobrepeso de 34,05% na Argentina, 28,6% no Brasil, 40,3% no
México, 38,8% no Paraguai e 41,3% no Peru entre adultos, de ambos os sexos.
5.5 ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL DOS ESCOLARES
E DOS PAIS
Os resultados apresentados no presente estudo, mostram uma associação
significativa entre o estado nutricional dos escolares e seus pais. Ao investigar a
relação entre estado nutricional materno e sobrepeso em crianças menores de 10 anos
de idade, ANJOS e ENGSTROM (1996) verificaram que 6,2% das crianças com
sobrepeso eram filhas de mães com sobrepeso, sendo que essa freqüência diminuiu
para 2,0% quando a mãe apresentava baixo peso.
Em estudo conduzido feito por RAMOS e BARROS FILHO (2003) com
adolescentes do município de Bragança Paulista e seus respectivos pais, observou-se
que o IMC dos pais e mães apresentou associação significativa com o IMC dos
filhos. Entre as mães com obesidade, 21,9% dos filhos apresentaram
sobrepeso/obesidade (percentil de IMC 85 kg/m
2
). Já entre os pais obesos, 15,6%
dos filhos apresentaram sobrepeso/obesidade segundo critérios padronizados por
MUST et al. (1991).
No município de Brasília, estudo realizado com escolares de 6 a 10 anos de
idade evidenciou também uma freqüência de sobrepeso e obesidade mais elevada nos
pais das crianças do grupo sobrepeso quando comparados aos pais das crianças
eutróficas. Entre as mães das crianças eutróficas, a freqüência de excesso de peso foi
de 22,7%, enquanto que nas mães das crianças sobrepeso foi de 35,1%. Nos pais das
crianças eutróficas, a ocorrência de excesso de peso foi de 48,2%, enquanto que nos
pais do grupo com sobrepeso, foi de 74,3% (GIUGLIANO e CARNEIRO, 2004).
83
Estudo transversal realizado com adolescentes residentes no município de
Pelotas, Rio Grande do Sul, encontrou uma prevalência de sobrepeso menor em
adolescentes que não possuíam nenhum dos pais obesos quando comparados com
aqueles que relataram ter pelo menos um deles obeso (TERRES et al., 2006).
Em Chilpancingo – México, também verificou-se a associação entre estado
nutricional dos pais e filhos, onde foi encontrado que 53,1% dos escolares com
sobrepeso e 58,3% dos obesos eram filhos de pais com sobrepeso (MORAES et al.,
2006).
5.6 FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO
O baixo peso/desnutrição, embora ainda prevalente, não tem sido objeto de
muitas investigações atuais, uma vez que é notável a diminuição de sua prevalência
em todo o mundo e o forte interesse pelo aumento da prevalência de sobrepeso e
obesidade e seus fatores associados.
No entanto, em virtude de sua alta prevalência em países em
desenvolvimento e das conseqüências para a saúde, principalmente em crianças,
existe a necessidade de mais estudos que investiguem os fatores biológicos e
ambientais que estão envolvidos na epidemiologia desta enfermidade.
As crianças que apresentam algum grau de desnutrição têm maior
probabilidade de apresentar baixo desenvolvimento cognitivo, sofrer danos
neurológicos, além de menor resistência às doenças. Na idade adulta, podem
apresentar maior risco de contrair doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes,
altas taxas de colesterol e problemas renais (OPAS, 2000). Em geral, a desnutrição
infantil é uma condição crônica, decorrente da pobreza e que apresenta como causas
mais comuns a baixa escolaridade materna, a falta de cuidados adequados no pré-
natal e o desmame precoce (SAWAYA et al., 2003).
84
Diante do exposto, o presente estudo teve como um de seus objetivos
investigar a prevalência de baixo peso e os fatores associados em escolares.
Na análise bivariada, verificou-se que as variáveis que estiveram associadas
ao baixo peso foram: maternas e reprodutivas (situação conjugal da mãe),
antropométricas dos pais (IMC da mãe e do pai) e biológicas e condições de saúde
da criança (peso ao nascer da criança).
No modelo final, gerado através da regressão logística, constatou-se
associação entre baixo peso e variáveis sócio-econômicas (categoria de escola),
características do domicílio (tipo de domicílio), demográficas (número de
moradores no domicílio), antropométricas dos pais (IMC da mãe e IMC do pai) e
biológicas e condições de saúde da criança (peso ao nascer da criança).
Apresentaram maior chance de baixo peso, os escolares de escola municipal (OR =
3,47; IC 95% = 0,99-12,21), com maior número de moradores no domicílio (OR =
8,85; IC 95% = 0,92-85,19), filhos de mães eutróficas (OR = 2,27; IC 95% = 1,12-
4,58) e mães desnutridas (OR = 7,35; IC 95% = 1,90-28,46), filhos de pais eutróficos
(OR = 3,02; IC 95% = 1,48-6,18) e pais desnutridos (OR = 6,28; IC 95% = 1,58-
24,98) e nascidos com baixo peso (OR = 6,71; IC 95% = 2,20-20,47). A variável tipo
de domicílio (acabamento incompleto ou outro tipo) apresentou efeito protetor para o
baixo peso (OR = 0,40; IC 95% = 0,21-0,74).
Em estudo realizado por OLINTO et al. (1993), com crianças menores de 2
anos do município de Pelotas-RS, verificou-se associação entre o déficit de
peso/altura e as variáveis número de utilidades domésticas, intervalo interpartal,
condições de moradia, peso ao nascer, idade e hospitalizações. Crianças com
condições inadequadas de moradia e baixo peso ao nascer (< 2.500 gramas)
apresentaram maior chance de apresentarem déficit de peso/altura.
Em áreas de invasão de Juiz de Fora – MG (TEIXEIRA e HELLER, 2004),
investigou-se a prevalência de desnutrição aguda (z-score P/A menor que -2) e
fatores ambientais associados em 659 crianças entre 1 e 5 anos de idade, onde
85
encontrou-se associação entre a desnutrição e variáveis como a internação no
primeiro ano de vida e fornecimento de suplemento nutricional e ao nível-sócio-
econômico da família (número de cômodos no domicílio). Crianças que haviam sido
internadas e que receberam suplemento nutricional tiveram maior chance de
apresentarem desnutrição. A variável número de cômodos apresentou efeito protetor
sobre a desnutrição.
Utilizando dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, MONDINI e
MONTEIRO (1998) verificaram que a desnutrição infantil no Brasil apresenta-se
controlada (prevalências baixas) mesmo em estratos da população com níveis
modestos de renda familiar. No entanto, no estrato de menor renda familiar (< 0,25
salários mínimos per capita) evidenciou-se as maiores prevalências de desnutrição
infantil e adulta, mostrando assim, o maior problema de saúde das famílias que
vivem abaixo da “linha da miséria”.
5.7 FATORES ASSOCIADOS AO SOBREPESO
O excesso de peso é considerado, atualmente, como um relevante problema
de saúde, que atinge todas as faixas etárias, inclusive as crianças (WHO, 1998;
MARINS et al., 2002; WANG et al., 2002), uma vez que o acúmulo excessivo de
gordura corporal está associado ao desenvolvimento ou agravamento de inúmeras
disfunções metabólicas, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial,
diabetes, hipercolesterolemia, entre outras (WILLIAMS et al., 1992; COLE et al.,
2000; HOPPER et al., 2001; BALL e MACCARGAR, 2003).
O desenvolvimento do sobrepeso/obesidade tem sido relacionado com
diferentes fatores sócio-econômicos, demográficos, genéticos e ambientais. Crianças
cujos pais apresentam sobrepeso ou obesidade têm maior chance de também o terem
(LOCARD et al., 1992; ANJOS e ENGSTROM, 1996; LAKE et al., 1997;
ESCRIVÃO et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2000; GIUGLIANO e CARNEIRO,
2004). Ainda são contraditórios os estudos sobre a influência do peso ao nascer no
86
desenvolvimento do sobrepeso (ROGERS e EURO-BLCS, 2003; OKEN e
GILLMAN, 2003).
Na análise bivariada do presente estudo, observou-se associação entre
sobrepeso e as seguintes variáveis: sócio-econômicas (categoria de escola,
escolaridade da mãe e do pai, número de equipamentos e bens domésticos e renda
familiar per capita), características do domicílio (tipo de domicílio, número de
cômodos, número de quartos para dormir, abastecimento de água), demográficas
(número de moradores e número de irmãos no domicílio), maternas e reprodutivas
(idade materna) e antropométricas dos pais (IMC da mãe e IMC do pai).
Em concordância com os resultados encontrados na presente investigação,
estudo realizado por LEÃO et al. (2003) com escolares em Salvador-BA, verificou
uma prevalência de obesidade maior entre alunos de escolas particulares quando
comparados com alunos de escolas públicas. No município de Franca – SP, também
verificou-se uma associação positiva entre prevalência de excesso de peso e tipo de
escola, na qual a maioria dos alunos com sobrepeso/obesidade encontrava-se nas
escolas particulares (ANDRADE, 2006). No entanto, na Finlândia, o sobrepeso e a
obesidade foram mais prevalentes e a média de IMC foi maior entre descendentes de
classes sociais mais baixas (LAITINEN et al., 2001).
Baseado em dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição – PNSN,
encontrou-se, entre crianças menores de 10 anos de idade, um risco de sobrepeso
2,89 vezes maior se a mãe tinha mais escolaridade (12 ou mais anos de estudo), em
relação a mãe analfabeta ou com 1 a 4 séries cursadas (ANJOS e ENGSTROM,
1996). Já, segundo estudo realizado por GIUGLIANO e CARNEIRO (2004), com
escolares na faixa etária de 6 a 10 anos do município de Brasília – DF, constatou-se
uma associação significativa e inversa entre a escolaridade materna e a ocorrência de
sobrepeso e obesidade nas crianças. Foi mais freqüente a baixa escolaridade e menos
freqüente o curso superior nas mães das crianças que apresentavam sobrepeso
quando comparada às mães das crianças eutróficas.
87
Em estudo realizado em Feira de Santana – BA, com crianças de 5 a 9 anos
de escolas públicas e privadas, observou-se que a obesidade infantil foi
significativamente associada com níveis elevados de escolaridade dos pais, alta renda
familiar e presença de televisão, computador, telefone e vídeo game nos domicílios
(OLIVEIRA et al., 2003). Crianças do Sul do Brasil, com idade entre 12 a 59 meses,
apresentaram chance dobrada de apresentar sobrepeso quando a escolaridade materna
era maior do que o ensino fundamental e a renda familiar maior ou igual a dois
salários mínimos per capita, comparadas àquelas cujas mães tinham menor grau de
escolaridade e renda familiar mais baixa (DRACHLER et al., 2003).
No município de Chilpancingo, México, foram avaliadas crianças de escolas
primárias e verificou-se que 56,5% dos escolares com sobrepeso e 72,5% dos obesos
nasceram com peso maior ou igual a 3.110 gramas e que 53,1% dos escolares com
sobrepeso e 58,3% dos obesos eram filhos de pais com sobrepeso (MORAES et al.,
2006). Verificou-se entre crianças do município de Pelotas – RS, que houve menor
chance de sobrepeso quando a mãe era adolescente ao nascimento da criança, no
entanto, este efeito não foi estatisticamente significante no modelo multivariado
(DRACHLER et al., 2003).
Neste estudo, no modelo final para sobrepeso e fatores associados, gerado a
partir da regressão logística, verificou-se efeito estatisticamente significativo das
seguintes variáveis: sócio-econômicas (escolaridade materna e renda familiar per
capita), maternas e reprodutivas (idade materna) e antropométricas dos pais
(IMC da mãe e IMC do pai). Apresentaram maior chance de sobrepeso, os escolares
filhos de mães com 8 ou mais anos de estudo (OR = 1,99; IC 95% = 1,02-3,91), com
renda familiar per capita maior ou igual a 3 salários mínimos (OR = 3,25; IC 95% =
1,31-8,06), cujas mães tinham entre 30 e 49 anos no seu nascimento (OR = 2,74; IC
95% = 1,06-7,12) e quando mães (OR = 2,46; IC 95% = 1,37-4,42) e pais (OR =
2,12; IC 95% = 1,13-3,97) apresentavam sobrepeso/obesidade.
88
Em escolares do município de Feira de Santana – BA, foram identificados, no
modelo de regressão logística, como fatores preditivos independentes para o
desenvolvimento do sobrepeso e obesidade, o fato da criança estudar em escola
privada (OR = 2,5; IC 95% = 1,4-3,6) e ser unigênita (OR = 1,5; IC 95% = 1,2-1,8),
segundo dados do estudo de OLIVEIRA et al. (2003). No presente estudo, apesar de
ter sido verificada uma prevalência maior de sobrepeso entre os escolares da rede
privada de ensino, a variável categoria de escola não manteve associação
significativa no modelo final para sobrepeso.
Estudo desenvolvido por MORAES et al. (2006), no município de
Chilpancingo, México, mostrou que os seguintes fatores de risco para sobrepeso:
número de anos de escolaridade materna, hábito de comer enquanto estudavam ou
assistiam televisão, atividades sedentárias com escore 1,6 horas/dia e peso ao
nascer 2.890 gramas. A prática de atividades esportivas, fora da escola, foi
identificada como fator de proteção.
A associação do estado nutricional de mães e filhos foi detectada em estudo
de ANJOS e ENGSTROM (1996), no qual foi observado entre as crianças com
sobrepeso um OR igual a 3,19 (IC 95% = 2,24-4,53) quando eram filhas de mães
com sobrepeso, comparado a um OR igual a 2,46 (IC 95% = 1,73-3,50) para filhas de
mães com estado nutricional adequado.
Em estudo com adolescentes do município de Pelotas – RS, identificou-se
associação entre a descrição dos pais como obesos e a obesidade do adolescente.
Adolescentes que referiram obesidade em seus pais tiveram um risco 2,39 vezes
maior de serem obesos, mesmo quando a variável foi controlada pela idade e
escolaridade (TERRES et al., 2006).
Neste contexto da associação do estado nutricional com diferentes fatores
biológicos e sócio-demográficos, verifica-se a necessidade da implementação de
programas e ações dentro das escolas da rede de ensino do município, que assegurem
medidas efetivas na prevenção do baixo peso, nas escolas da rede pública e do
89
sobrepeso, nas escolas da rede privada, como a promoção de alimentação saudável e
incentivo à atividade física.
90
6 CONCLUSÕES
Observou-se uma prevalência de baixo peso igual a 8,9% e de sobrepeso igual
a 10,5% entre os escolares estudados;
Não houve diferença de prevalência dos distúrbios nutricionais entre meninas
e meninos e nem entre as diferentes idades dos escolares;
Os resultados revelam que a prevalência de desnutrição foi maior em escolas
da rede pública, enquanto o sobrepeso foi mais prevalente entre escolares da rede
privada do município de Cuiabá – MT;
Verificou-se que apresentaram maior chance de baixo peso, os escolares de
escola municipal, com maior número de moradores no domicílio, filhos de mães
eutróficas e desnutridas, filhos de pais eutróficos e desnutridos e escolares nascidos
com baixo peso. A variável tipo de domicílio (acabamento incompleto ou outro tipo)
apresentou efeito protetor para o baixo peso;
No modelo final de sobrepeso, encontrou-se que apresentaram maior chance
de sobrepeso, os escolares filhos de mães com 8 ou mais anos de estudo, com renda
familiar per capita maior ou igual a 3 salários mínimos, cujas mães tinham entre 30 e
49 anos no seu nascimento, cujas mães e pais apresentavam sobrepeso/obesidade;
Evidencia-se, assim, que os distúrbios nutricionais (baixo peso e sobrepeso)
aqui estudados, encontram-se associados a fatores tanto biológicos como sócio-
demográficos. Os achados encontrados reforçam o que tem se encontrado na
literatura, os quais indicam forte associação entre o estado nutricional dos filhos e
dos pais e também a associação com fatores envolvidos no meio ambiente em que
vivem estes escolares.
91
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104
ANEXO 1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS/UNIVERSIDADE FEDERAL
DE MATO GROSSO
PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
PESQUISA: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
ESCOLARES, CUIABÁ, MT, 1999.
MANUAL DO ENTREVISTADOR
NOME:________________________________________________
CUIABÁ, MT
AGOSTO,1999
105
APRESENTAÇÃO
Esta é uma pesquisa que objetiva avaliar o estado nutricional, condições de
vida, padrão alimentar e de atividade física de escolares da rede ensino de Cuiabá,
Mato Grosso. O presente estudo consiste no levantamento antropométrico (peso,
altura, prega cutânea das crianças e pais) realizado nas escolas e entrevistas com os
pais/responsáveis das crianças selecionadas. A investigação permitirá analisar o
estado nutricional e os fatores que influenciam, tais como características da criança,
características da família e do domicílio e características socioeconômicas.
O questionário da entrevista é composto das seguintes partes:
características da criança (sexo, idade, peso e comprimento ao nascer, morbidade,
internação hospitalar, atividade física e alimentação), características da família e
domicílio (composição da família, tipo de casa, saneamento, equipamentos e bens
domésticos e dados socieconômicos referente à mãe e ao pai, o questionário inclui
ainda dados sobre atividade física e consumo alimentar da criança.
As informações obtidas serão analisadas e apresentadas na tese de
doutoramento em saúde coletiva pela Universidade Estadual de Campinas e
divulgada aos serviços de saúde e educação do município.
Enfatiza-se que a identificação é considerada informação sigilosa.
Objetivos
Este manual foi estruturado de forma a explicitar para o entrevistador a
maneira correta de preencher as questões da Pesquisa “Avaliação nutricional em
escolares, Cuiabá-MT”.
Este manual visa o esclarecimento de dúvidas e a normatização dos
procedimentos do (a) entrevistador (a).
A contribuição deste manual se dará no treinamento e na utilização efetiva no
decorrer do trabalho de campo.
106
Orientação geral
1 - A entrevista deve iniciar com a apresentação do entrevistador, dos objetivos da
pesquisa e das instituições envolvidas. Uma carta com os nomes e telefones dos
responsáveis será apresentada nesta oportunidade.
2 - Os dados obtidos na entrevista são confidenciais. Você os obteve sendo recebido
em um domicílio por um morador que confiou em você. O que você observou não
deverá portanto ser comentado fora do âmbito da pesquisa.
3. A mãe da criança é que deverá ser entrevistada, quando a mãe não morar com a
criança, a entrevista deverá ser feita com uma pessoa responsável pelo escolar.
4 - A qualidade de seu trabalho será o maior determinante da qualidade dos
resultados do estudo.
5 - É importante seguir cuidadosamente as instruções que lhe forem dadas, coletando
todas as informações necessárias.
6 - É preciso conhecer profundamente o questionário e o manual não tendo dúvidas
sobre o seu conteúdo e a forma de aplicação.
7 - Durante a entrevista, não demostrar aprovação, desaprovação e/ou surpresa
frentes as respostas.
8 - As dúvidas que surgem no decorrer do levantamento devem ser comunicadas e
resolvidas com o responsável/supervisor da pesquisa.
Obtenção e registro das informações
1 - Procurar um local adequado para realizar a entrevista;
2 - Fazer as perguntas pausadamente e com a mesma entoação;
3 - Não induzir respostas; não sugerir palavras, mesmo que o entrevistado esteja com
dificuldade para elaborar a resposta.
4 - Evitar a “influência” de outras pessoas nas respostas do informante;
5 - Todas as respostas devem ser preenchido com CANETA
6 - Evitar rasuras. As respostas devem ser legíveis.
7 - Não abreviar ou escrever siglas
8 - Anotar a alternativa correta de acordo com o código.
107
9 - Após realizar a entrevista, conferir o formulário. Verificar se não esqueceu
alguma questão em branco. Lembre-se que no caso de pergunta sem resposta, você
precisará voltar ao mesmo domicílio para completá-la.
10 - Faça observação detalhada em caso de dúvidas na última página ou no verso da
folha.
Importante: registre (88) para não sabe (99) não se aplica.
Cada explicação contida neste manual será precedida pelo número da questão,
em negrito.
A) Quadro de identificação
(1) N.º do formulário
(2) Data da entrevista
(3) Nome da criança
(4) Nome da mãe ou responsável do sexo feminino
(5) Endereço
(6) Nome da escola
(7) Endereço da escola
(8) Categoria da escola
*Você receberá o formulário para a entrevista com estes dados já
preenchidos.
B) Quadro de visitas
Quando não for possível a realização da entrevista na 1ª visita, exceto nos
casos de recusa taxativa, será realizada uma outra visita em horário e período mais
adequados para a família. A marcação da próxima visita será feita no item
“encaminhamento” Até 3 visitas deverão ser realizadas nestes casos.
Depois de realizar todas as tentativas possíveis preencher:
(9.1) Conforme o código se a entrevista foi ou não realizada.
(9.2) Registrar o motivo final da não realização
Preencher o campo com o código da alternativa correspondente: recusa,
família não localizada, responsável sem disponibilidade para entrevista e outros
(especificar).
(9.3) Anotar o valor correspondente ao número de visitas realizadas, para as
entrevistas que foram e não foram realizadas.
(9.4) Anotar a relação de parentesco do entrevistado com a criança em estudo; o
desejável é que seja a mãe ou a pessoa responsável pela criança.
(9.5) Anotar o seu nome.
108
(9.6) Anotar a duração em minutos da entrevista.
*As informações seguintes serão preenchidas durante o trabalho interno.
C) Como preencher os dados das medidas antropométricas
(10.1) Anotar data da tomada da medida para a criança, o seu peso (quilogramas),
altura (metro e centímetro), circunferência do braço em centímetros, e a prega
tricipital em milímetro.
(10.2) Anotar a data da tomada da medida para a mãe, o seu peso (quilogramas),
altura (metro e centímetro).
(10.3) Anotar a data da tomada da medida para o pai, o seu peso (quilogramas),
altura (metro e centímetro).
*os dados deverão ser registrados imediatamente no questionário após a
medição
D) Características da Criança
(11) Registra a data de nascimento de acordo com a certidão de nascimento.
(12) Anotar o sexo
Solicitar o Cartão do hospital e de vacinação da criança.
(13) Registrar o peso ao nascer da criança, em gramas.
(13.1) Anotar conforme o código, se a informação foi obtida do cartão de
nascimento.
(14) Registrar o comprimento ao nascer da criança, em centímetros.
(14.1) Registrar se a informação foi obtida do cartão de nascimento.
(15) Informar a cidade e o estado (unidade federal) em que a criança nasceu. Será
codificado posteriormente.
(15.1) Anotar o tempo de moradia da criança, em Cuiabá, em anos completos.
Se a criança mora há menos de um ano anotar 00; se sempre morou em
Cuiabá anotar a própria idade da criança.
(15.2) Anotar o número de cidades em que a criança residiu, desde o seu
nascimento.
Se a criança sempre morou em Cuiabá anotar 01.
(16) Perguntar se a criança tem algum problema de saúde ou alguma deficiência
física? Não um problema leve e passageiro (gripe, resfriado) mas algum problema
mais prolongado, frequente ou grave. Esta pergunta será codificada posteriormente.
Considerar para cada linha um tipo de doença ou incapacidade.
109
(16.1) Anotar se a criança consultou médico por problema de crescimento, podendo
ser por desnutrição ou estatura baixa ou obesidade.
(16.2) Se for sim, especificar o tipo de problema que motivou a consulta
(17) Registar o número de vezes em que ocorreu alguma internação hospitalar
desde o nascimento, independente do número de dias em que a criança ficou
internada.
Não considerar a internação para o parto.
E) Características da família e do domicílio
(18.1) Anotar a relação de parentesco do chefe-de-família com a criança do estudo.
Ex.: pai, mãe, avô, avó, outro (especificar)
Chefe-de-família considera-se a pessoa, homem ou mulher, responsável pela
família, em geral é a pessoa que garante o sustento.
(18.2) Anotar o número de pessoas que residem no domicílio.
(18.3) Anotar quem são as pessoas que moram com a criança no domicílio. A
codificação será feita posteriormente.
(18.4) Registrar quantos irmãos a criança tem.
(18.5) Anotar o número de crianças menores de 5 anos que moram no domicílio.
19. Características do domicílio
(19.1) Registar o tipo de domicílio
Alvenaria com acabamento completo – refere-se a casa feita de tijolo com
revestimento e pintura.
Alvenaria com acabamento incompleto – refere-se a casa feita de tijolo sem
revestimento ou sem pintura ou sem piso ou sem janelas, etc.
Material aproveitado – quando utilizado material aproveitado de embalagens,
tapumes, vasilhames, etc.
Outro – quando utilizado material que não enquadrasse em nenhuma das categorias
descritas anteriormente.
(19.2) Informar o número de cômodos existentes no domicílio.
Considera-se cômodos todo compartimento coberto por um teto e limitado por
paredes, que seja parte integrante do domicílio, inclusive cozinha, banheiro e os
existentes na parte externa do prédio. Não considerar garagem, área de serviço,
depósitos, lavanderia e banheiro coletivo (para mais de um domicílio) na contagem.
110
Se um corredor é utilizado como cômodo e não apenas para passagem, deverá ser
incluído na contagem.
(19.3) Informar o número de quartos. Não incluir sala ou cozinha na contagem
mesmo que sejam utilizados para dormir.
(19.4) Anotar a condição de ocupação do domicílio.
Próprio, já acabou de pagar: quando o dono ou co-proprietário estiver residindo no
domicílio, já totalmente pago.
Próprio, não acabou de pagar: quando o dono ou co-proprietário estiver residindo
no domicílio, mas ainda não foi pago o valor total do imóvel.
Alugado: quando o aluguel do domicílio é pago por qualquer morador do domicílio,
em geral o chefe.
Cedido: quando o domicílio é cedido gratuitamente por particular (parente, ou não-
parente ou instituição) ou cedido pelo empregador (particular ou público) de
qualquer morador do domicílio, ainda que mediante uma taxa de ocupação ou
conservação; ou
Outra: quando o domicílio é ocupado de forma diferente das anteriormente
descritas, como por exemplo, no caso de invasão, herança. Ex.: a família pode residir
em um domicílio em que o prédio é de sua propriedade sem ter posse do terreno onde
foi construído.
(19.5) Informar o tipo de abastecimento de água.
Rede pública com canalização interna: a água provêm da rede geral de
abastecimento e o imóvel possui água encanada, corrente na cozinha, banheiro, etc.;
Rede pública sem canalização interna: a água provém da rede geral de
abastecimento mas o imóvel não possui água encanada dentro do imóvel (cozinha,
banheiro);
Outro: quando o imóvel for suprido por água proveniente de outras fontes que não a
rede geral. Informar qual é a fonte (poço, rio, nascente etc.).
(19.6) Informar sobre a qualidade de abastecimento de água.
Regular: quando não costuma faltar água no domicílio (ocorre abastecimento todos
os dias);
Irregular: quando é frequente (ao menos 1 vez por semana) ocorrer falta de água.
(19.7) Anotar o tipo de esgoto sanitário
Ligado à rede pública: a casa é conectada à rede geral de esgoto.
111
Fossa: quando o domicílio possui um sistema próprio para o destino dos dejetos.
Outro: quando o imóvel for suprido por outra forma de destino dos dejetos (rios,
valas). Informar qual.
(19.8) Informar se o lixo é coletado por serviço de limpeza que atende o logradouro
do domicílio, queimado, jogado no quintal, enterrado no terreno em que se
localiza o domicílio ou se tem outro destino.
(19.9) Registrar o número de equipamentos e bens no domicílio, anotar (0) quando
não tiver o equipamento.
Filtro de água – deve-se verificar a existência no domicílio de filtro de água, ligado
ao encanamento ou de depósito com dispositivo para filtragem da água (inclusive
aparelho para ozonização da água). Investigar na ausência do filtro se a água
utilizada é água mineral.
Os equipamentos, geladeira, freezer, máquina de lavar roupa, ar condicionado,
microondas devem estar em condições de funcionamento.
E) Características maternas (mãe natural)
(20) Registar o n.º de filhos nascidos (vivos e mortos) antes da criança em estudo.
(21) Anotar a data do último parto ocorrido antes do nascimento da criança em
estudo, registrar no campo correspondente. O intervalo interpartal prévio será
calculado posteriormente
(22) Registrar a idade da mãe no nascimento da criança
(23 e 27) Informar o situação conjugal da mãe da criança em estudo.
Casada quando coabita com um parceiro com quem se casou oficialmente em
Cartório civil;
União consensual: quando coabita com um parceiro sem casamento civil;
Solteira: quando não contraiu casamento civil e não vive em união consensual;
Separada: a que foi casada (matrimonio civil) e que está separada sem desquite ou
divórcio homologado, e não vive em companhia de cônjuge;
Desquitada: a que tivesse este estado civil homologado por decisão judicial e não
tivesse em companhia de cônjuge;
Divorciada: a que tivesse este estado civil homologado por decisão judicial e não
tivesse em companhia de cônjuge;
Viúva: a pessoa cujo cônjuge tivesse morrido e ao qual estivesse ligada por
casamento civil, religioso ou por união consensual e não tivesse em companhia de
outro cônjuge.
112
F) Características sócioeconômicas
Alguns itens são iguais para a mãe e para o pai. Por isso, serão especificados dois
itens quando a pergunta for igual.
(24 e 34) Registrar a data de nascimento da mãe da criança.
(25 e 35) Informar a cidade e a unidade federal em que a mãe nasceu. Será
codificado posteriormente.
(26) Anotar o tempo de moradia da mãe, em Cuiabá, em anos completos.
Se a mãe mora há menos de um ano anotar 00; se sempre morou em Cuiabá
anotar a própria idade da mãe.
(28 e 36) Escrever a última série e o grau que os pais concluíram com aprovação.
Sem instrução ou menos de um ano – não haviam frequentado a escola ou, se
haviam, não concluíram a 1ª série do primário do primeiro grau.
Primário incompleto: corresponde da 1ª a 3ª série do primeiro grau;
Primário completo: tem concluído as 4 séries do primeiro grau;
Primeiro grau completo: ter concluído a 8ª série do primeiro grau;
Segundo grau completo: ter concluído o 3º ano do 2º grau
Superior completo: ter concluída a graduação universitária
Exemplos: se fez o 2º ano do 2º grau = 1º grau completo
Cursou 2 anos de graduação em matemática = 2º grau completo
o antigo curso ginasial corresponde às 4 últimas séries do 1º grau e o curso
colegial compreende do 1º ao 3º ano do segundo grau.
O item anos de escolaridade será codificado posteriormente.
(29 e 38) Anotar o trabalho/ocupação principal realizado atualmente, se a pessoa
tiver mais do que uma ocupação.
Ocupação Principal: considera-se como o trabalho de maior carga horária e se
houver igualdade no número de horas trabalhadas na semana, considera-se o que
proporciona maior rendimento.
Considerar como trabalho/ocupação o exercício de uma atividade econômica.
Entende-se por ocupação o cargo, função, profissão ou ofício que a pessoa exercia no
mês anterior anterior à entrevista. A ocupação não deve ser confundida com a
formação profissional.
A ocupação deve ser anotada de forma suficientemente específica a fim de permitir
sua correta identificação.
Registros como mecânico, trabalhador, operador, são vagos e genéricos e
impossibilitam classificar adequadamente a ocupação que a pessoa exercia. Deve-se
113
registrar: mecânico de máquina de calcular, operador de som, vendedor de frutas,
auxiliar de escritório, auxiliar de enfermagem, artesão de madeira, etc.
(30 e 39) Anotar a posição na ocupação.
Entende-se por posição na ocupação a relação existente entre a pessoa e o
empreendimento em que trabalha.
Empregado: pessoa que trabalha para um empregador (pessoa física ou jurídica);
geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo
em contra partida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou
benefícios (moradia, alimentação, roupas);
Contra própria: pessoa que trabalha explorando seu próprio empreendimento,
sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de
trabalhador não remunerado;
Empregador: pessoa que trabalha explorando uma atividade econômica, com pelo
menos, um empregado. Importante: anotar o número de empregados.
Não remunerado: a que exerce uma atividade econômica sem remuneração,
trabalhando pelo menos 15 horas por semana, em ajuda a membro do domicílio ou,
ainda em ajuda a instituição religiosa, de caridade ou beneficiente.
está situação quando ocorrer deverá ser registrada no outro.
(31) Preencher informando as horas semanais normalmente dispensadas com a
ocupação referida. Não incluir o tempo de deslocamento para o trabalho.
(32 e 40) Registrar o valor em reais do rendimento recebido no último mês, anterior
a pesquisa, na ocupação referida. Anotar o mês referente ao valor informado.
Para os empregados - a remuneração bruta mensal , ou se for variável, considerar
a remuneração média mensal, referente aos últimos 3 meses.
Para os empregadores e conta-própria - a retirada líquida mensal referente ao
mês anterior, ou se for variável, a retirada média mensal , referente aos últimos 3
meses.
(33 e 41) Anotar o número de empregos pregressos, considerando desde o
nascimento da criança.
(37) São classificadas como pessoas ocupadas aquelas que tinham trabalho durante
o mês anterior de referência, ainda que não o houvessem exercido nesse período por
motivo de férias, licença, greve, etc.
Considera-se como pessoa desocupada aquelas sem trabalho no mês anterior.
(42) Anotar há quanto tempo (em anos) a pessoa está naquele trabalho, em anos
completos se trabalha há mais de 1 ano, 00 se trabalha há menos de 1 ano.
114
(43) Registrar se o pai alguma vez ficou desempregado, desde o nascimento da
criança.
(44) Informar o total de tempo em meses que o pai ficou desempregado, desde o
nascimento da criança.
(45) Anotar o valor da renda familiar total mensal em reais na lacuna disponível.
Registrar o mês referente ao valor informado. Considerar pensão, aluguéis, poupança
etc.
G) Atividade física
(46.1)Anotar o número de horas que a criança dorme por dia (noturno+diurno)
(46.2)Informar o número de horas que criança fica na escola estudando, corresponde
ao horário de entrada e saída da escola
(46.3)Anotar o número de horas por dia que a criança assiste televisão, vídeo,
videogame e computador, no domicílio ou em outro local.
(46.4)Registrar o número de horas/semana em que a criança fica estudando em casa
ou lendo livro, revistas etc.
(46.5)Anotar horas/semana de atividade física praticada na escola e o tipo de
atividade
(46.6)Informar se a criança pratica algum tipo de esporte
(46.7)Anotar o esporte que a criança pratica com as respectivas horas/semana
(46.8)Registrar as horas/semana em que a criança anda de bicicleta
(46.9)Informar se a criança brinca na rua, o tipo de brincadeira e as respectivas
horas/semana
(46.10) Informar o meio de locomoção utilizado para ir para escola (44.10.1) se for a
pé especificar a o tempo (em minutos) que a criança gasta para ir e voltar da escola.
(46.11) Registrar se a atividade física da criança é semelhante à do ano anterior.
(46.12)Anotar se não for o mesmo tipo de atividade, que tipo de mudanças
ocorreram
(46.13) Anotar de acordo com a comparação para meninos e meninas da mesma
idade a percepção da mãe sobre o grau de atividade física da criança
(46.14) Informar se a criança faz alguma dieta especial.
(46.15) Anotar se a alimentação atual da criança é semelhante à do ano anterior.
(46.16) Registrar se não for o mesmo tipo de alimentação, que tipo de mudanças
ocorreram
(46.17) Escrever se a criança toma algum medicamento como vitamina e
complemento mineral
(46.18) Se a resposta for sim, escrever o nome a dose do medicamento que o
escolar toma por dia.
H) Consumo alimentar
Anotar o número do formulário que corresponde ao item (1) do questionário
115
O inquérito dietético de 24 horas refere-se ao consumo de alimentos
ingerido no dia anterior da entrevista.
A entrevista será feita com a mãe/responsável com a participação da criança.
(47.1) Informar o horário em que a criança faz cada uma das refeições ou se
alimenta em intervalos
(47.2) Anotar o tipo de refeição (café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar,
desjejum)
(47.3) Registar para cada refeição todos os alimentos e bebidas ingeridos,
detalhadamente.
(47.4) Anotar a quantidade de cada alimento e bebida em medidas caseiras que
podem ser: copo americano pequeno, médio grande, copo duplo, copo descartável,
xícara de chá, xícara de café, colher de sopa, colher de chá, colher de café (rasa ou
cheia) prato de sopa ou raso.
. A medida em gramas será registrada posteriormente
. Utilizar verso da página caso o espaço para escrever seja insuficiente
O sucesso do inquérito vai depender: da memória do entrevistado; da
habilidade do respondente em estimar o tamanho da porção consumida, do grau de
motivação do respondente, e da persistência do entrevistador.
Descrição detalhada de todos os alimentos e bebida consumidos, incluindo
método de cozimento e marcas deverão ser registradas, vitamina e suplemento
mineral usado devem ser anotados.
A quantidade dos alimentos, será estimada em medidas caseiras, a qual
poderá ser confirmada com fotografias dos tipos de medidas e se a entrevista for no
domicílio, deve ser solicitado à mãe/responsável que seja mostrada a medida caseira
utilizada.
A informação sobre preparação da merenda escolar será verificada na escola.
116
ANEXO 2
9. Antropometria
Nome da Criança D. Nasc Sexo Peso (gr) Altura (cm) PB PT
||_1_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_2_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_3_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_4_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_5_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_6_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_7_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_8_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_9_||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_10||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_11||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_12||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_13||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_14||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_15||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
||_16||____________________________________________||__|__|__|__|__|__||______||__|__||__|__|__||__|__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||__|__||
Observações:
PESQUISA: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES, CUIABÁ, MT, 1999.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS/UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Apoio: Secretaria de Estado de Saúde
1. Data da medição: ..
2. Responsável pela medição ..............................................
3 Nome da escola:...........................................................................................
4. Endereço .................................................................................................................
5. Diretora: .............................................................................
6. Classe:...............................7. Nº de alunos: 
8. Faltas: 
117
ANEXO 3
* Resultado Da Visita: 1= Entrevista Realizada 2= Adiada 3= Moradores Ausentes 4=Erro De Endereço 5= Recusa 6=outro_______________________
8.1. A entrevista foi realizada? 1= sim 2= não
[
8.2 Se não foi realizada, motivo final da não realização
7.31= recusa 2= família não localizada 3= responsável sem disponibilidade para entrevista 4=outro..........................
[
8.3 Nº de visitas realizadas
[
8.4 . Qual é a relação de parentesco da pessoa que respondeu o questionário
com a criança?
1= mãe 2= pai 3=outro.....................................................................................
[
8.5. Nome do entrevistador....................................................................................
[ código
Data Peso
(kg)
Altura
(m)
Tipo de Roupa
9.2 Mãe:
pp.pp.pp
pp.pp
p
p.pp
9.3 Pai:
pp.pp.pp
pp.pp
p
p.pp
Revisão Codificação Digitação
PESQUISA: AVALIAÇÃO DO ESTADO
NUTRICIONAL DE ESCOLARES, CUIABÁ,
MT, 1999.
U
NIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
APOIO: SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
1. Nº do formulário: [[[[
2. Data da entrevista:
[[.[[.[[
3. Duração da entrevista:
Início: ................ Término: ............. [[
*As informações obtidas nesta entrevista são confidenciais
Identificação
4.Nome da Criança:.................................................................................................
5.Nome da Mãe (responsável).................................................................................
6.Endereço: ............................................................................................................
Nº.......... Bairro.........................................
[[[
Referência (como ir até a casa)
.........................................................................................Tel: ................................
7.Escola:...........................................................................Tel: ................................
[[
Características da entrevista
Visita Data Hora Resultado* Encaminhamento
118
Nome: ...........................................
Data:
pp.pp.pp
Nome: ..........................................
Data: pp.pp.pp
Nome: ......................................
Data:
pp.pp.pp
Características da Criança
10. Qual foi o peso ao nascer da criança? (em gramas)................................................
10.1 O dado foi obtido do cartão de nascimento da criança?
1=sim 2=não
[[[[
[
11. Qual foi o comprimento ao nascer da criança
(em centímetros)?.......................................
11.1 O dado foi obtido do cartão de nascimento da criança?
1=sim 2=não
[[
[
12. A criança foi amamentada no peito? 1=sim 2=não
12. 1. Durante quanto tempo? ..........................................
[
[[ meses
13. Onde a criança nasceu?
Município:.................................................................Estado:.........................................
p[
13.1 Há quanto tempo a criança reside em Cuiabá ?
(00) menos de 1 ano (n) nº de anos
pp
13.2 Em quantas cidades a criança morou desde o nascimento?
(01) sempre morou em Cuiabá (n) nº de cidades
pp
14. A criança tem algum problema de saúde ou deficiência física? 1=sim; 2=não
Se tem, especifique quantos e quais? (considerar os mais graves e freqüentes)
...............................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
[ quantos [
pppp
pppp
pppp
15.1 A criança já consultou médico por problema de crescimento (desnutrição, baixa
estatura e obesidade)?
1=sim 2= não
p
15.2. Se for sim, qual foi o motivo?.................................................................................
p
15.3. Desde que a criança nasceu quantas vezes a criança esteve internada em hospital?
(00) nunca (n) nº de internações (não inclui internação no nascimento)
pp
Características da família e do domicílio
16. Características da família
16.1 Qual a relação de parentesco do chefe de família com a criança?
1= pai 2=mãe 3=outro............................................................................................
[
16.2 Quantas pessoas moram neste domicílio?
pp
16.3 Quem mora no domicílio com a criança? 1=sim 2= não
( ) a mãe natural ( ) mãe adotiva ( ) madrasta ( ) avó
( ) o pai natural ( ) pai adotivo ( ) padrasto ( ) avô
( ) irmãos.
Quantos.........................................................
( ) outros parentes.............................................................................................
[
16.4 Quantos irmãos a criança tem?
pp
16.5 Quantas crianças menores de 5 anos moram na casa?
p
119
17. Características do domicílio
17.1 Qual é o tipo de domicílio
1= alvenaria com acabamento completo 2= alvenaria com acabamento incompleto
3 = material aproveitado 4= outro ...................................................................................................
p
17.2 Quantos cômodos o domicílio possui? (inclui cozinha e banheiro)
pp
17.3 Quantos quartos para dormir existem no domicílio?
p
17.4 O domicílio é:
1= próprio, já acabou de pagar 3= alugado
2= próprio, não acabou de pagar 4= cedido 5=outro
..........................................................................
p
17.5 Qual é o tipo de abastecimento de água
1= rede pública com canalização interna
2= rede pública sem canalização interna 3= outro ...........................................................................
p
17.6 Como é o abastecimento de água
1= regular 2= irregular
p
17.7 Qual é o tipo de esgoto sanitário?
1= ligado à rede pública 2= fossa 3= outro ..................................................................................................
p
17.8 Qual é o destino do lixo
1= coleta pública 2= jogado no quintal 3= enterrado
4= queimado 5= outro............................................................................
p
17.9 Quantos equipamentos e bens a família possui? 0 (não tem)
pp total de
equip.
17.9.1 filtro
p
17.9.2 geladeira
p
17.9.3 máquina de lavar roupa
p
17.9.4 televisão
p
17.9.5 freezer
p
17.9.6 automóvel
p
17.9.7 telefone
p
17.9.8 ar condicionado
p
17.9.9 vídeo-game
p
17.9.10 bicicleta
p
17.9.11 computador
p
Características Maternas (mãe natural)
18. Quantos filhos (vivos e mortos) a Sra teve antes do nascimento desta criança?
pp
18.1. Qual a data do último parto que ocorreu antes do nascimento desta criança?
18.1.1 Intervalo interpartal prévio
pp.pp.
pp
IIP (meses) pp
19. Idade no nascimento da criança.
Idnascr
pp
20. Qual era a situação conjugal da Sra. na época do nascimento desta criança?
(1) casada/ união consensual (2) solteira (3) separada (4)desquitada /divorciada (4) viúva
p
20.1. Houve alguma mudança da sua situação conjugal desde então? 1=sim 2=não
20.1. p
120
20.1.1. nº de separações
20.1.2. nº de companheiros
20.1.1. p
20.1.2. p
Características demográficas e socioeconômicas (mãe natural ou adotiva)
21. Qual a data de nascimento da Sra?
pp.pp.
pp
22. Onde a Senhora nasceu? (Cidade e
Estado)
..........................................................................
pp
23. Há quanto tempo a Senhora mora em Cuiabá?
(00) menos de 1 ano (n) nº de anos
pp
24. Qual é a situação conjugal da Senhora?
(1) casada/ união consensual (2) solteira (3) separada (4)desquitada /divorciada (4) viúva
p
25. A Senhora estudou até que série e grau com aprovação? .série........... grau............
0 = sem instrução/menos de 1 ano 1= primário incompleto 2= primário completo
3= 1º grau incompleto 4= 1º grau completo 5= 2ª grau completo 6= superior completo
p
anos de escolaridade
pp
26. A Sra. tem alguma ocupação além das atividades domésticas? 1= sim 2 = não
Qual ?...................................................................................................................
p
pppp
27. Qual é a posição da Sra nessa ocupação?
(1) empregada (2) conta próprio estabelecido (3) conta própria não estabelecido
(4) empregadora /nº de empregados................... (5) outra........................................................................................
p
28. Quantas horas habitualmente a Sra dispensa nessa ocupação durante a semana?
pp
29. Qual é o valor da remuneração recebida no último mês?
R$................................................................Mês...................................................
salário mínimo
pp
30. Quantos empregos a Sra teve desde o nascimento desta criança?
(00) nenhum (nn) nº de empregos
pp
As questões 31 a 38, elas são referente ao pai, na ausência dele considerar o
chefe da família, se for a e passar para a questão 39
31. Qual é a data de nascimento do pai ou do chefe da família ?
pp.pp.
pp
32.Onde o pai ou chefe da família nasceu? (Cidade e Estado).........................................
pp
33. O pai ou chefe da família estudou até que série e grau com aprovação?
série.........grau............
0 = sem instrução/menos de 1 ano 1= primário incompleto 2= primário completo
3= 1º grau incompleto 4= 1º grau completo 5= 2ª grau completo 6= superior completo
p
anos de escolaridade
pp
34. Qual é a condição de ocupação do pai ou chefe de família?
1=ocupado 2=desocupado 3= aposentado
p
pppp
121
35. Qual é a ocupação? .......................................................................................................
36. Qual é a posição que ocupa nessa ocupação?
(1) empregado (2) contra própria estabelecido (3) conta própria não estabelecido
(4) empregador/nº de empregados ....................... (5)= outros.............................................................
p
Atividade física
43.1 Número de horas/dia dormindo
pp:pp
43.2 Número de horas/dia assistindo aula na escola
p:pp
43.3 Número de horas/dia vendo televisão, vídeo, videogame, computador
p:pp
43.4 Número de horas/dia estudando em casa ou lendo
p:pp
43.5 Horas/semana que faz atividade física na escola
modalidade.......................................
p:pp
43.6. Pelo menos uma vez na semana o seu filho (a) pratica algum esporte como
futebol, natação, judo, karate, ginástica, ballet e outros?
1=sim 2=não
p
43.7. Se sim, qual o tipo de atividade/ esporte que pratica?
Quantas horas/semana?
( ) futebol ( ) karate
( ) natação ( ) ballet
( ) judô ( ) ginástica
( ) outros..................................................................................................................
(enumerar as modalidades, se praticar mais de 4 tipos de modalidades anotar no verso)
1 p:pp
horas/semana
2 p:pp
3 p:pp
4 p:pp
43.8 Horas/semana que anda de bicicleta
pphoras/semana
43.9. Horas/semana em brincadeira de rua ou em casa
tipo:............................................................................................................................
pp horas/semana
43.10 Meio de locomoção utilizado para ir a escola:
(1) A pé: quanto tempo gasta por dia .........................minutos (ida/volta)
(2) de carro próprio (3) de ônibus (público) (4) de carro escolar
(5) Outros, especifique..............................................................................
p
a pé pp minutos
43.11 . Comparando com outro menino (a) da mesma idade, a Sra. avalia que o
seu filho(a) é?
(1) muito mais ativo(a) (2) um pouco mais ativo (a) (3) igual (4) menos ativo (a)
p
37. Qual é o valor da remuneração recebida no último mês?
R$................................................Mês.....................................................................
salário mínimo
pp
38. Quantos empregos teve desde o nascimento da criança?
(00) nunca trabalhou (nn) nº de empregos
pp
39. Há quanto tempo está no emprego atual? (em anos)
(00) para menos de 1 ano
pp
40. Desde o nascimento desta criança, alguma vez ficou desempregado?
1= sim 2=não 9= não se aplica
p
41. Durante quanto tempo ficou desempregado, desde o nascimento desta criança?
(nn) total em meses (nn) nº de empregos
pp
42. Qual a renda mensal total da família referente no último mês?
R$...........................................................mês:.........................................................
..
*incluir toda a renda família = salários + outras fontes
salário mínimo
pp
* (88) não sabe (99) não se aplica
122
43.12 Comparando com o ano anterior a Sra. avalia que o seu filho(a) é?
(1) muito mais ativo(a) (2) um pouco mais ativo (a) (3) igual (4) menos ativo (a)
p
43.13 O filho (a) da Sra faz alguma dieta especial? 1= sim 2= não
p
43.13.1 Com que finalidade?
p
43.13.2 Quem indicou?
p
43.14 A alimentação atual é semelhante à do ano anterior? 1= sim 2 = não
p
43.15 Se for não, o que modificou? (utilizar o verso)
p
43.16 Tem algum alimento (s) que a criança recusa comer? (utilizar o verso)
p
43.17 O filho(a) da senhora toma algum medicamento como vitamina ou
complemento mineral?
1 =sim 2 = não
p
43.18 Se for sim, qual o tipo de medicamento e quantas vezes ao dia?
Tipo................................................dose/dia..................................................
p tipo p dose
Observações:
___________________________________________________________
___________________________________________________________
123
44. CONSUMO ALIMENTAR – INQUÉRITO DIETÉTICO RECORDATÓRIO DE 24
HORAS
Nº DO FORMULÁRIO:
[[[[
44.1.Qual o
horário em
que a
criança
comeu?
44.2 Qual
a
refeição?
44.3. Quais foram os alimentos e
bebidas que a criança comeu?
44.4. Quanto foi?
Medidas
Caseiras gramas
Obs: descrever o método de cozimento e as marcas dos alimentos
124
ANEXO 4
Quadro 2 – Índice de Massa Corporal para meninos com idade entre 6 e 9 anos, segundo a idade (meses) e o percentil correspondente. Centers for
Disease Control and Prevention (CDC), 2000.
Sex Age
(months)
P3 P5 P10 P50 P85 P95 P97
1 72.5 13.55435329 13.73623987 14.03772376 15.38353217 17.01417786 18.41421242 19.10882456
1 73.5 13.54924901 13.73163946 14.03417051 15.38831005 17.03888299 18.46698511 19.18005024
1 74.5 13.54466964 13.72764072 14.03133851 15.39422883 17.06504953 18.52151524 19.25329044
1 75.5 13.54061839 13.72424433 14.02922475 15.40127496 17.09265223 18.57774996 19.32846782
1 76.5 13.53710097 13.72145289 14.02782718 15.40943252 17.12166319 18.63563816 19.4055104
1 77.5 13.53412147 13.71926775 14.02714319 15.41868691 17.15205629 18.69512904 19.48434431
1 78.5 13.53168472 13.71769094 14.0271705 15.42902273 17.18380454 18.75617288 19.56489823
1 79.5 13.52979573 13.71672458 14.027907 15.44042439 17.21688072 18.81872078 19.64710224
1 80.5 13.52845994 13.71637124 14.02935081 15.45287581 17.25125697 18.88272474 19.7308886
1 81.5 13.5276813 13.71663233 14.03149952 15.46636218 17.28690708 18.948137 19.81618799
1 82.5 13.52746565 13.71751078 14.03435159 15.48086704 17.32380254 19.01491107 19.902936
1 83.5 13.52781794 13.71900887 14.03790521 15.49637465 17.3619157 19.08300081 19.99106797
1 84.5 13.52874305 13.72112886 14.0421586 15.51286936 17.40121891 19.15236073 20.08052042
1 85.5 13.53024568 13.72387293 14.04710998 15.53033563 17.44168456 19.22294589 20.17123104
1 86.5 13.53233036 13.72724315 14.05275762 15.54875807 17.48328513 19.29471191 20.2631386
1 87.5 13.53500147 13.7312415 14.05909975 15.56812143 17.52599317 19.36761493 20.35618297
1 88.5 13.53826314 13.73586983 14.06613458 15.58841065 17.56978138 19.44161165 20.45030507
1 89.5 13.54211938 13.7411299 14.0738604 15.60961101 17.61462266 19.51665894 20.54544624
1 90.5 13.54657375 13.74702309 14.08227508 15.63170735 17.66048985 19.59271539 20.64155132
1 91.5 13.55162988 13.753551 14.091377 15.65468563 17.70735632 19.6697383 20.73856241
125
1 92.5 13.55729098 13.7607148 14.10116411 15.67853139 17.75519541 19.74768666 20.83642509
1 93.5 13.56356006 13.76851558 14.1116344 15.70323052 17.80398077 19.82651963 20.93508525
1 94.5 13.57043987 13.77695423 14.12278578 15.72876911 17.85368626 19.90619689 21.03448975
1 95.5 13.57793291 13.78603145 14.13461608 15.75513347 17.90428602 19.98667859 21.13458634
1 96.5 13.58604144 13.79574779 14.14712305 15.78231007 17.95575444 20.06792538 21.2353237
1 97.5 13.59476742 13.80610355 14.16030433 15.8102856 18.00806622 20.1498984 21.33665138
1 98.5 13.60411246 13.81709878 14.17415743 15.83904708 18.06119653 20.23255928 21.4385195
1 99.5 13.61407844 13.82873375 14.18867999 15.86858123 18.1151201 20.31587026 21.54088032
1 100.5 13.62466611 13.84100784 14.20386916 15.89887562 18.16981303 20.39979379 21.64368493
1 101.5 13.63587653 13.85392068 14.21972223 15.92991765 18.22525119 20.48429323 21.74688677
1 102.5 13.64771054 13.86747174 14.23623642 15.96169481 18.28141055 20.56933216 21.85043987
1 103.5 13.66016853 13.88166013 14.25340873 15.99419489 18.33826774 20.6548748 21.95429887
1 104.5 13.67325038 13.89648454 14.27123591 16.02740607 18.39579999 20.74088584 22.05841878
1 105.5 13.68695684 13.91194439 14.28971516 16.0613159 18.45398355 20.82733059 22.16275742
1 106.5 13.70128712 13.92803786 14.30884292 16.09591292 18.51279647 20.9141748 22.26727123
1 107.5 13.71624103 13.94476358 14.32861592 16.13118532 18.57221621 21.00138483 22.37191887
1 108.5 13.73181676 13.9621189 14.3490301 16.16712234 18.63222223 21.08892746 22.47665729
1 109.5 13.7480147 13.98010297 14.37008248 16.20371168 18.69279128 21.17677023 22.58144893
1 110.5 13.76483325 13.99871328 14.39176909 16.24094239 18.75390266 21.26488107 22.68625363
1 111.5 13.78227084 14.01794738 14.41408598 16.27880346 18.81553565 21.3532285 22.79103265
1 112.5 13.80032593 14.03780282 14.43702918 16.31728385 18.87766958 21.44178165 22.89574847
1 113.5 13.81899666 14.0582769 14.46059456 16.35637267 18.94028419 21.53051015 23.00036429
1 114.5 13.83828098 14.07936677 14.48477791 16.39605916 19.00335954 21.61938426 23.10484416
1 115.5 13.85817663 14.10106937 14.50957485 16.43633265 19.06687603 21.70837477 23.20915296
1 116.5 13.87868113 14.1233815 14.53498094 16.47718256 19.13081436 21.79745308 23.31325641
1 117.5 13.8997918 14.14629977 14.56099157 16.51859843 19.19515554 21.88659115 23.41712109
1 118.5 13.92150576 14.16982063 14.58760204 16.56056987 19.25988094 21.97576153 23.5207144
1 119.5 13.94381995 14.19394037 14.61480754 16.60308661 19.3249722 22.06493737 23.62400462
126
ANEXO 5
Quadro 3 – Índice de Massa Corporal para meninas com idade entre 6 e 9 anos, segundo a idade (meses) e o percentil correspondente. Centers for
Disease Control and Prevention (CDC), 2000.
Sex Age
(months)
P3 P5 P10 P50 P85 P95 P97
2 72.5 13.23344678 13.42587042 13.74693776 15.21690296 17.09974172 18.83777954 19.75462234
2 73.5 13.22851054 13.42253788 13.74637473 15.2305815 17.13575468 18.89907229 19.83129333
2 74.5 13.22423251 13.41991629 13.74660941 15.24542745 17.17330968 18.96211354 19.90975644
2 75.5 13.22061564 13.41800595 13.74763782 15.26141966 17.21236911 19.02685341 19.9899546
2 76.5 13.21766256 13.41680692 13.74945586 15.27853728 17.25289572 19.09324243 20.07183146
2 77.5 13.21537563 13.41631905 13.75205934 15.29675967 17.29485256 19.16123158 20.15533137
2 78.5 13.2137569 13.41654198 13.75544399 15.31606644 17.33820304 19.23077228 20.24039941
2 79.5 13.21280815 13.41747514 13.7596054 15.33643745 17.38291092 19.30181639 20.32698132
2 80.5 13.21253087 13.41911775 13.76453911 15.35785274 17.42894029 19.37431624 20.41502357
2 81.5 13.2129263 13.42146884 13.7702405 15.38029261 17.4762556 19.44822461 20.5044733
2 82.5 13.21399541 13.42452722 13.77670491 15.40373754 17.52482162 19.52349477 20.59527834
2 83.5 13.2157389 13.42829152 13.78392751 15.42816819 17.57460349 19.60008044 20.68738721
2 84.5 13.21815723 13.43276016 13.79190343 15.45356545 17.6255667 19.67793583 20.7807491
2 85.5 13.22125062 13.43793139 13.80062765 15.47991037 17.67767708 19.75701564 20.8753139
2 86.5 13.22501902 13.44380325 13.81009508 15.50718419 17.7309008 19.83727506 20.97103216
2 87.5 13.22946217 13.45037362 13.82030049 15.53536829 17.78520438 19.91866977 21.06785511
2 88.5 13.23457958 13.45764018 13.83123858 15.56444426 17.8405547 20.00115598 21.16573466
2 89.5 13.24037052 13.46560044 13.84290393 15.5943938 17.89691898 20.08469037 21.2646234
2 90.5 13.24683405 13.47425174 13.85529103 15.6251988 17.95426475 20.16923016 21.3644746
2 91.5 13.25396902 13.48359125 13.86839426 15.65684126 18.01255992 20.25473307 21.46524221
127
2 92.5 13.26177409 13.49361598 13.8822079 15.68930333 18.07177271 20.34115737 21.56688088
2 93.5 13.27024769 13.50432278 13.89672614 15.7225673 18.13187166 20.42846182 21.66934595
2 94.5 13.27938808 13.51570835 13.91194308 15.75661555 18.19282565 20.51660573 21.77259347
2 95.5 13.28919334 13.52776922 13.9278527 15.79143062 18.25460388 20.60554896 21.87658015
2 96.5 13.2996613 13.54050176 13.9444489 15.82699517 18.31717594 20.69525186 21.98126336
2 97.5 13.31078904 13.55390172 13.96172519 15.86329241 18.38051241 20.78567525 22.08660008
2 98.5 13.32257456 13.56796556 13.97967549 15.90030484 18.44458291 20.87678068 22.19254999
2 99.5 13.33501512 13.58268918 13.99829338 15.93801545 18.50935798 20.96853014 22.29907253
2 100.5 13.34810726 13.59806788 14.01757212 15.97640787 18.57480931 21.06088607 22.4061266
2 101.5 13.36184843 13.61409768 14.0375053 16.01546483 18.6409074 21.15381165 22.51367407
2 102.5 13.37623516 13.63077388 14.05808613 16.05516984 18.70762408 21.24727049 22.62167597
2 103.5 13.39126329 13.6480912 14.07930747 16.09550688 18.77493214 21.34122666 22.73009308
2 104.5 13.40693007 13.6660455 14.1011628 16.13645881 18.84280276 21.43564505 22.8388898
2 105.5 13.42323134 13.68463148 14.12364494 16.17800955 18.91120897 21.5304909 22.94802887
2 106.5 13.44016315 13.70384401 14.1467468 16.22014281 18.98012366 21.62573005 23.05747448
2 107.5 13.45772088 13.72367745 14.17046092 16.26284277 19.04952063 21.72132885 23.16719057
2 108.5 13.47590046 13.74412656 14.19478013 16.30609316 19.11937316 21.8172543 23.27714304
2 109.5 13.49469797 13.7651862 14.21969726 16.34987759 19.18965453 21.91347402 23.38729906
2 110.5 13.51410735 13.78684956 14.24520415 16.39418118 19.26034062 22.00995586 23.49762289
2 111.5 13.53412476 13.80911155 14.27129365 16.43898741 19.33140487 22.10666864 23.60808381
2 112.5 13.55474487 13.83196589 14.29795787 16.48428082 19.4028226 22.20358151 23.71864933
2 113.5 13.5759628 13.85540667 14.32518913 16.53004554 19.47456869 22.30066429 23.82928884
2 114.5 13.59777181 13.87942647 14.35297886 16.57626713 19.54662051 22.39788709 23.9399692
2 115.5 13.62016849 13.90402053 14.38132004 16.62292864 19.6189515 22.49522108 24.05066418
2 116.5 13.64314567 13.92918106 14.4102038 16.67001572 19.69153965 22.59263755 24.16134214
2 117.5 13.66669786 13.95490163 14.43962209 16.71751288 19.7643612 22.69010855 24.27197506
2 118.5 13.69081905 13.98117536 14.46956659 16.76540496 19.83739314 22.78760665 24.38253502
2 119.5 13.71550304 14.00799522 14.50002883 16.81367689 19.91061278 22.88510501 24.49299479
ANEXO 6
TERMO DE APROVAÇÃO ÉTICA DE PROJETO DE PESQUISA
O projeto de pesquisa intitulado “A transição nutricional e fatores associados
ao sobrepeso em escolares da área urbana de Cuiabá”, de responsabilidade da Profª
Lenir Vaz Guimarães, foi novamente avaliado após ter alterações acatadas. A
pesquisadora viabilizou atendimento aos participantes que dele precisarem e o
Consentimento Livre e Esclarecido foi reformulado. Entendo que a versão atual e os
compromissos assumidos pela pesquisadora deixam o projeto totalmente de acordo
com as orientações emanadas pela resolução 196/96. O projeto está aprovado AD
REFERENDUM, podendo iniciar suas atividades.
Cuiabá, 16 de setembro de 1999.
128
129
ANEXO 7
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS/UNIVERSIDADE FEDERAL
DE MATO GROSSO
PÓS-GRADUAÇÃO
EM SAÚDE COLETIVA
ÁREA DE EPIDEMIOLOGIA
Pesquisa: Avaliação do Estado Nutricional de Escolares, Cuiabá, MT, 1999.
Pesquisador responsável: Lenir Vaz Guimarães
Instituto de Saúde Coletiva- UFMT – CCBS III
Av. Fernando Corrêa S/N Coxipó - (065) 615-8881/8883
Objetivo principal: Avaliar o estado nutricional, por meio de medidas antropométricas, de
escolares da rede de ensino de Cuiabá, Mato Grosso.
Resumo dos procedimentos: o presente estudo consiste de um levantamento antropométrico
com uma amostra de escolares que estejam freqüentando a 1ª série do ensino fundamental,
no segundo semestre de 1999, da rede de ensino (público e privado) do município de Cuiabá.
As medidas antropométricas (peso, altura, circunferência do braço e prega tricipital) serão
tomadas nas escolas, durante o horário escolar, em local específico para a mensuração. Será
solicitado às crianças que no dia da mensuração elas levem o vestuário de educação física
para medição de forma mais adequada. As medidas serão tomadas por 5 auxiliares de
pesquisa que são alunos do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso,
treinados e acompanhados pelo pesquisador responsável. Os pais serão solicitados a
comparecerem na escola para mensuração (peso e altura) e entrevista, sendo aplicado um
questionário com informações relativas à criança, à família, à moradia e às condições sócio-
econômicas. As informações obtidas serão confidenciais sendo analisadas em consolidados.
Possíveis riscos e desconforto: as crianças não sofrerão nenhum tipo de risco à sua saúde;
serão apenas medidas (peso, altura, circunferência do braço e prega cutânea tricipital).
Benefícios previstos: será fornecido à família a avaliação do estado nutricional da criança.
Os resultados do estudo serão apresentados e discutidos com as autoridade municipais e
estaduais.
Eu.......................................................................................................................................... ,fui
informado dos objetivos, procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa conforme
descritos acima.
Entendo que terei garantia de confidencialidade, ou seja, que apenas dados consolidados
serão divulgados e ninguém além dos pesquisadores terá acesso aos nomes dos participantes
desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber informação adicional sobre o
estudo a qualquer momento, mantendo contato com o pesquisador principal. Fui informado
ainda, que a minha participação é voluntária e que se eu preferir não participar ou deixar de
participar deste estudo em qualquer momento, isso NÃO me acarretará qualquer tipo de
penalidade. Compreendo tudo o que me foi explicado sobre o estudo a que se refere este
documento, concordo em participar do mesmo.
Assinatura dos pais/responsável: ............................................................................................
Assinatura do pesquisador principal:......................................................................................
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