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Fabrício Monteiro de Castro Machado
ESTUDO DAS ALTERAÇÕES SAGITAIS E
TRANSVERSAIS DECORRENTES DA DISTALIZAÇÃO
DOS MOLARES SUPERIORES COM O APARELHO
PENDULUM ASSOCIADO À ANCORAGEM
ESQUELÉTICA
MARÍLIA
2005
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Fabrício Monteiro de Castro Machado
ESTUDO DAS ALTERAÇÕES SAGITAIS E
TRANSVERSAIS DECORRENTES DA DISTALIZAÇÃO
DOS MOLARES SUPERIORES COM O APARELHO
PENDULUM ASSOCIADO À ANCORAGEM
ESQUELÉTICA
Dissertação apresentada à Universidade
de Marília (UNIMAR), Faculdade de
Ciências Odontológicas, para obtenção do
Título de Mestre em Clínica Odontológica,
área de concentração em Ortodontia.
Orientador:
Prof. Dr. Paulo César Tukasan
Co-Orientador:
Prof. Dr. Acácio Fuziy
MARÍLIA
2005
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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central “Zilma Parente de Barros”
Machado, Fabricio Monteiro de Castro
M149e Estudo das alterações sagitais e transversais decorrentes da distalização
dos molares superiores com o aparelho Pendulum associado à ancoragem
esquelética/ Fabricio Monteiro de Castro Machado. – Marília : UNIMAR,
2005.
108 f.
Dissertação (Mestrado). – Faculdade de Ciências da Saúde,
Universidade de Marília, 2005.
1. Ortodontia 2. Ortodontia – alterações 3. Aparelhos ortodônticos
4. Ancoragem I. Machado, Fabricio Monteiro de Castro II. Estudo das
alterações sagitais e transversais decorrentes da distalização dos molares
superiores com o aparelho Pendulum associado à ancoragem esquelética
CDD – 617.643
iii
Universidade de Marília - UNIMAR
Reitor:Dr. Márcio Mesquita Serva
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Pró-Reitor Prof
a
. Dr
a
. Suely Fadul Villibor Flory
Faculdade de Ciências da Saúde
Diretor: Prof. Dr. Armando Castello Branco Júnior
Programa de Pós-Graduação em Clinica Odontológica
Área de Concentração Ortodontia
Coordenador: Prof. Dr. Roque Javier Mérida Delgado
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Tukasan
Co-orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
iv
v
DADOS PESSOAIS
FABRICIO MONTEIRO DE CASTRO MACHADO
Nascimento 02/01/1974 – Niterói/RJ
1992 – 1995 Curso de Odontologia pela Faculdade de
Odontologia de Bauru – Universidade de
São Paulo.
1996 – 1998 Residência Odontológica em Ortodontia
Preventiva e Interceptiva pelo Hospital de
Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
(HRAC) da Universidade de São Paulo.
1999 – 2001 Curso de Especialização em Ortodontia e
Ortopedia Facial pela PROFIS (Sociedade
de Promoção Social do Fissurado Lábio-
palatal), Bauru – SP.
2003 Curso de Pós-Graduação em Clínica
Odontológica, área de concentração em
Ortodontia, na Faculdade de Ciências
Odontológicas da Universidade de Marília.
2004 Professor do Curso de Odontologia no
Centro Universitário de Maringá
(CESUMAR).
Associações Associação Maringaense de Odontologia
Sociedade Paranaense de Ortodontia –
Regional Maringá
DEDICATÓRIA
vii
DEDICATÓRIA
À minha querida esposa
Andréia, pelo apoio e incentivo
constantes; mais do que
dedicar-lhe este trabalho,
agradeço sua compreensão,
carinho e conselhos preciosos.
viii
Aos meus pais, Paulo e Eneida,
pela educação e amor sempre
constantes, que norteiam
sempre meu caminho.
AGRADECIMENTOS
x
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho foi possível graças à
colaboração direta ou indireta de muitas pessoas:
Meu agradecimento especial ao Prof. Dr. Paulo
César Tukasan, pela orientação segura e precisa na elaboração
deste trabalho, pela confiança e respeito;
Ao Prof. Dr. Acácio Fuziy, co-orientador deste
trabalho, agradeço pelo exemplo de dedicação à Ortodontia e
por todos os conhecimentos transmitidos nesses dois anos de
convivência;
À Faculdade de Ciências Odontológicas da
Universidade de Marília e, em especial, ao Prof. Dr. Sosígenes
Victor Benfatti, coordenador da Pós-graduação, pela
oportunidade concedida;
Aos meus professores da Faculdade de Odontologia
de Bauru, pelo exemplo de ensino e pesquisa;
Aos meus professores do “Centrinho”, Dino, Omar,
Arlete, Terumi, Araci, Rita, Sílvia e Aiello, um agradecimento
especial por me apresentarem de maneira brilhante à
Ortodontia;
xi
Ao Prof. Dr. Adílson Luiz Ramos, agradeço pelos
conselhos valiosos e pela amizade;
Às professoras Emília Kobayashi e Rosely Suguino,
agradeço pelo apoio e pela amizade;
Ao Prof. Dr. Sebastião Marcos Ribeiro de Carvalho,
pelo tratamento estatístico dos dados obtidos, pela análise dos
resultados e pelas sugestões sempre pertinentes;
Aos amigos do mestrado, Bigarella, Décio, Caricati,
Clóvis e Marcello, agradeço o convívio prazeroso e amizades
fortalecidas. Que perdurem por muito tempo;
Aos funcionários da UNIMAR, em especial Ademir e
Andréia, pela atenção e gentileza;
Às funcionárias da Biblioteca, em especial a
Luciana, pela orientação e ajuda na elaboração deste trabalho;
E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram
para a realização deste trabalho,
Agradeço de coração!!
SUMÁRIO
xiii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ------------------------------------------------------------------------- xiv
LISTA DE TABELAS ------------------------------------------------------------------------ xviii
RESUMO -------------------------------------------------------------------------------------- xxiii
ABSTRACT ------------------------------------------------------------------------------------ xxv
1 - INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------- 01
2 – REVISÃO DE LITERATURA ---------------------------------------------------------- 06
3 – PROPOSIÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 40
4 – MATERIAL E MÉTODO ---------------------------------------------------------------- 42
5 – RESULTADOS ---------------------------------------------------------------------------- 71
6 – DISCUSSÃO ------------------------------------------------------------------------------ 81
7 – CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------- 100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS----------------------------------------------------- 102
ANEXOS --------------------------------------------------------------------------------------- 109
APÊNDICE
xiv
LISTA DE FIGURAS
xv
LISTA DE FIGURAS
Figura
1 Fotografias extrabucais iniciais de uma paciente
apresentando as características exigidas para
inclusão na amostra.
Figura
2 Fotografia frontal intrabucal inicial, de uma paciente
da amostra.
Figura
3 – Fotografia intrabucal lateral direita inicial.
Figura
4 - Fotografia intrabucal lateral esquerda inicial.
Figura
5 – Modelo inicial (pré-distalização).
Figura
6 – Modelo final (pós-distalização).
Figura
7 – Parafuso de titânio da marca MDT, com 14 mm de
comprimento e 2,7 mm de diâmetro.
Figura
8 – Parafusos implantados ao palato.
Figura
9 Moldagem do arco superior com a impressão dos
parafusos e das bandas dos primeiros molares.
Figura
10 Botão de Nance envolvendo os implantes e os
tubos telescópicos.
Figura
11 – Confecção do helicóide com 4 mm de diâmetro.
Figura
12 Confecção da alça de 4 mm de altura e 4 mm de
largura.
44
44
45
45
45
45
47
47
48
49
50
50
xvi
Figura
13
Contorno da mola para melhor adaptação ao
palato.
Figura
14 – Dobra para confecção do segmento intratubo
passivo.
Figura
15 – Simetria entre as molas.
Figura
16 Ativação da mola em 90º, conforme preconizado
por Hilgers.
Figura
17 – Dobra de antiinclinação de 15º.
Figura
18 Levante de resina composta na face oclusal dos
pré-molares.
Figura
19 Fotografia intrabucal lateral direita após a
distalização dos molares superiores.
Figura
20 Fotografia intrabucal lateral esquerda após a
distalização dos molares superiores.
Figura
21 – Fotografia oclusal superior pós-distalização.
Figura
22 – Modelo inicial.
Figura
23 – Modelo final.
Figura 24
Pontos Cefalométricos.
Figura
25 – Linhas Verticais.
Figura 26
Linhas Horizontais.
51
51
52
53
53
54
55
55
55
57
57
60
64
64
xvii
Figura 27
Linhas Rotacionais.
Figura 28
Medidas Sagitais.
Figura
29 – Medidas Transversais.
Figura
30 – Medidas Rotacionais.
65
67
69
69
LISTA DE TABELAS
xix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Comparação das medidas sagitais por meio do teste t
pareado e Dahlberg entre os valores medidos inicialmente
e após 15 e após 15 dias, para as medidas iniciais e finais.
Tabela 2
Comparação das medidas transversais por meio do teste t
pareado entre os valores medidos inicialmente e após 15
dias, para as medidas iniciais e finais.
Tabela 3
Comparação das medidas rotacionais por meio do teste t
pareado entre os valores medidos inicialmente e após 15
dias, para as medidas iniciais e finais.
Tabela 4
Resultado da comparação entre as médias das medidas
sagitais iniciais e finais, lineares, em mm, por meio do
teste t pareado.
Tabela 5
Resultado da comparação entre as médias das medidas
transversais iniciais e finais, lineares, em mm, por meio do
teste t pareado.
Tabela 6
– Resultado da comparação entre as médias das medidas
iniciais e finais, angulares, em graus, por meio do teste t
pareado.
Tabela 7
– Idade inicial e final, em dias, dos indivíduos da amostra.
Tabela 8
– Tempo de tratamento, em dias.
Tabela 9
Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros
(Fase inicial).
73
74
75
77
78
79
xx
Tabela 10 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Tabela 11 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Tabela 12 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Tabela 13 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase inicial).
Tabela 14 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase inicial).
Tabela 15 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Tabela 16 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Tabela 17 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Tabela 18 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Tabela 19 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase final).
Tabela 20 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase final).
Tabela 21 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Tabela 22 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Tabela 23 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
xxi
Tabela 24 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Tabela 25 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Tabela 26 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Tabela 27 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Tabela 28 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Tabela 29 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores retirados da
amostra - fase inicial).
Tabela 30 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Tabela 31 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores retirados da
amostra - fase inicial).
Tabela 32 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Tabela 33 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Tabela 34 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros
(fase final).
Tabela 35 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
xxii
Tabela 36 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros
(fase final).
Tabela 37 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Tabela 38 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros
(fase final).
Tabela 39 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Tabela 40 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros
(fase final).
Tabela 41 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores
retirados da amostra - fase final).
Tabela 42 - Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros
(fase final).
Tabela 43 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores
retirados da amostra - fase final).
Tabela 44 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros
(fase final).
RESUMO
xxiv
RESUMO
A ancoragem esquelética, por meio do uso de implantes ósseos, tem se
tornado mais freqüente na Ortodontia nos últimos anos, numa tentativa de
evitar a movimentação das unidades de ancoragem. No entanto, poucos
trabalhos procuraram avaliar cientificamente esse tipo de ancoragem. O
presente estudo procurou avaliar os efeitos dentários do aparelho distalizador
Pendulum modificado associado à ancoragem esquelética. Para isso foram
avaliados modelos de gesso de 13 pacientes, sendo 10 do gênero feminino e 3
do gênero masculino, com idade média de 14 anos e seis meses. Todos os
pacientes selecionados receberam o aparelho Pendulum de Hilgers modificado
por Almeida et al. (1999), associado à ancoragem esquelética. Os resultados
foram avaliados por meio do teste t pareado, ao nível de significância de 5%, e
evidenciaram alterações sagitais significantes de distalização para molares,
pré-molares e caninos. Ocorreu distalização, respectivamente, para o lado
direito e esquerdo dos seguintes dentes: os segundos molares distalizaram
7,73 mm e 5,96 mm; os primeiros molares sofreram distalização de 9,22 mm e
7,37 mm; os segundos pré-molares distalizaram 4,93 mm e 3,57 mm; os
primeiros pré-molares distalizaram 2,7 mm e 1,87 mm e os caninos
distalizaram 1,45 mm e 0,93 mm. Os incisivos superiores não sofreram
alteração sagital de posição. No sentido transversal, os segundos molares
sofreram alteração significante. Houve expansão de 1,73 mm e 3,8 mm para os
segundos molares direito e esquerdo. O uso da ancoragem esquelética
associada ao aparelho Pendulum se mostrou um método eficaz de distalização
dos molares superiores em casos que necessitem de máxima ancoragem.
ABSTRACT
xxvi
ABSTRACT
The skeletal anchorage, by utilization of bone implants, has
become increasingly frequent in Orthodontics in the last years, in an attempt to
avoid the movement of anchorage units. However, few studies have
scientifically evaluated this type of anchorage. The present study investigated
the dental effects of the Pendulum distalizer appliance associated to skeletal
anchorage. The study was conducted on dental casts of 13 patients, being 10
females and 3 males, with a mean age of 14 years and 6 months. All patients
selected received the Hilgers Pendulum appliance modified by Almeida et al.
(1999) associated to skeletal anchorage. The results were evaluated by the
paired t test at the significance level of 5% and revealed significant sagittal
alterations for distalization of molars, premolars and canines. There was
distalization at the right and left sides, respectively, of the following teeth:
7.73mm and 5.96mm for the second molars; 9.22mm and 7.37mm for the first
molars; 4.93mm and 3.57mm for the second premolars; 2.7mm and 1.87mm for
the first premolars; and 1.45mm and 0.93mm for the canines. The maxillary
incisors did not display sagittal alterations. In the transverse direction, the
second molars exhibited significant alteration. There was 1.73mm and 3.8mm of
expansion for the right and left second molars. Utilization of skeletal anchorage
associated to the Pendulum appliance presented to be an effective method for
distalization of maxillary molars in cases with need of maximum anchorage.
1 – INTRODUÇÃO
Introdução -
2
1 - INTRODUÇÃO
A má oclusão de Classe II foi primeiramente descrita por Angle (1899)
como uma relação mesiodistal anormal dos arcos dentários, com os dentes
inferiores posicionados distalmente aos superiores, resultando na desarmonia
das linhas faciais e dos incisivos.
Em um levantamento epidemiológico realizado na cidade de Bauru-SP,
Silva Filho et al. (1989) observaram que 42% das más oclusões presentes em
crianças na faixa etária de 7 a 11 anos eram de Classe II. Esta alta prevalência
explica o grande interesse do assunto entre os pesquisadores, no intuito de se
identificar os componentes esqueléticos e dentários envolvidos na sua
determinação, bem como buscar todos de tratamento mais adequados para
cada componente envolvido.
Moyers et al. (1980), avaliando pacientes com más oclusões de Classe II
no sentido horizontal, identificaram seis subgrupos reconhecidos pelas letras A,
B, C, D, E e F, que foram denominados de tipos. Destes, quatro apresentavam
problemas esqueléticos significativos (B, C, D e E). O tipo F, o mais freqüente,
não apresenta discrepância esquelética acentuada de Classe II, porém não se
enquadra na má oclusão de Classe I. Por último, o tipo A não apresenta
discrepâncias esqueléticas, tendo apenas a protrusão dos dentes superiores na
determinação da relação sagital de Classe II.
Devido a esta diversidade estrutural, várias formas de tratamento são
sugeridas para correção da relação oclusal de Classe II. Dentre elas, podemos
citar os vários tipos de tração extrabucal, aparelhos ortopédicos funcionais e
tratamentos com aparelhos fixos com e sem extrações dentárias. A seleção do
tipo de aparelho deverá, então, considerar alguns fatores, tais como:
componentes envolvidos na determinação da oclusão, preferência
profissional por cada aparelho e cooperação do paciente.
Introdução -
3
O diagnóstico diferencial do componente envolvido na determinação
da relação oclusal de Classe II torna-se fundamental para a seleção da
mecanoterapia mais apropriada em cada caso.
Em casos de más oclusões de Classe II que apresentem apenas
protrusão dos dentes superiores sem envolvimento esquelético, assim como
nos casos de pequenas discrepâncias esqueléticas que suportem a
compensação ortodôntica como método de correção, a distalização dos
molares superiores até a obtenção da chave de oclusão estaria indicada.
O todo mais tradicional para a distalização dos molares superiores é
o aparelho extrabucal cervical. Tal aparelho proporciona alterações
ortodônticas e ortopédicas favoráveis à correção da oclusão de Classe II,
com máxima ancoragem, uma vez que posiciona a unidade de ancoragem fora
da cavidade bucal (região cervical). No entanto, muitos pacientes rejeitam este
tipo de aparelho devido a preocupações estéticas e sociais.
Behrents (1996) citou a cooperação do paciente como o fator mais
importante a qualquer tipo de tratamento bem sucedido. Koltun; Stone (1986)
descrevem que a cooperação ao tratamento vem diminuindo ao longo dos
anos. Com isso, os ortodontistas têm se preocupado em buscar alternativas de
tratamento que requeiram mínima cooperação do paciente, no intuito de
eliminar essa variável, aumentando assim a previsibilidade dos resultados a
serem atingidos.
Com esta intenção, vários tipos de aparelhos intrabucais fixos surgiram
para promover a distalização dos molares superiores. Destes, podemos citar:
os magnetos (GIANELLY; VAITAS; THOMAS, 1989; BONDEMARK; KUROL,
1992), as molas de níquel-titânio (GIANELLY; BEDNAR; DIETZ, 1991; JONES;
WHITE, 1992), o distalizador bimétrico de Wilson (WILSON; WILSON, 1980), o
Distal Jet (CARANO; TESTA; SICILIANI, 1996), Pendulum (HILGERS, 1992),
dentre outros.
Todos esses aparelhos produzem sistemas de força que atuam fora do
centro de resistência dos molares, produzindo momentos que tendem a inclinar
e girar estes dentes durante a distalização. Além disso, efeitos extrusivos e
intrusivos podem ocorrer, bem como a vestibularização ou lingualização destes
dentes dependendo do tipo de aparelho utilizado. A grande preocupação dos
profissionais então se volta para minimizar estes efeitos indesejáveis.
Introdução -
4
Apesar da diversidade de distalizadores intrabucais fixos, todos eles têm
em comum o fato de produzirem forças suaves e contínuas, no intuito de obter
máxima distalização dos molares com um mínimo de efeitos indesejáveis na
unidade de ancoragem. Porém, nos distalizadores intrabucais convencionais,
sempre ocorre alguma reação sobre os pré-molares, caninos e incisivos. Isto
ocorre devido ao fato de todos utilizarem o botão palatino de Nance, ancorado
ao palato e aos pré-molares, para formar a unidade de ancoragem, na tentativa
de se opor à ação recíproca das forças de distalização nestes dentes.
Foi a busca por uma unidade de ancoragem que se comportasse de
maneira ideal, ou seja, ausência completa de movimentação, que levou alguns
autores a proporem uma unidade de ancoragem “esquelética”, por meio do uso
de implantes osteointegrados como ancoragem para a distalização dos molares
(WEHRBEIN, 1996; BYLOFF et al., 2000; KÄRCHER; BYLOFF; CLAR, 2002;
KARAMAN; BASCIFTCI; POLAT, 2002; KYUNG; HONG; PARK, 2003; KELES;
ERVERDI; SEZEN, 2003; GELGOR et al., 2004). Desta maneira, busca-se
eliminar a principal desvantagem dos sistemas de distalização intrabucais.
Hilgers (1992) apresentou um aparelho denominado Pendulum para
distalização molar com molas de ação pendular construídas com fio de titânio-
molibdênio fixadas em um botão acrílico de Nance que se apoiava no palato e
nos pré-molares, para servir como unidade de ancoragem. Após sua
introdução, vários trabalhos foram realizados para avaliar os efeitos
provocados pelo Pendulum (GHOSH; NANDA, 1996; BYLOFF;
DARENDELILER, 1997; BYLOFF et al., 1997; KINZINGER et al., 2000;
BUSSICK; MCNAMARA Jr., 2000; FUZIY, 2001). Todas essas publicações
demonstraram os efeitos de distalização deste aparelho, porém também
explicitaram a perda de ancoragem com a movimentação em direção anterior
de pré-molares, caninos e incisivos.
Byloff et al. (2000) descreve uma modificação na unidade de ancoragem
do aparelho Pendulum utilizando um sistema de fixação do botão de Nance ao
palato, com a utilização de uma placa de titânio de 10 X 15mm fixada por
quatro parafusos ao contorno palatino da maxila, e dois pinos expostos ao
palato. Os autores demonstram o bom desempenho desta unidade de
ancoragem esquelética em um caso clínico.
Introdução -
5
Dos trabalhos publicados com a utilização da ancoragem esquelética,
poucos se preocuparam em quantificar as alterações dentárias e esqueléticas
decorrentes da distalização dos molares superiores. De tal forma, dúvidas
ainda persistem sobre os efeitos dentários sagitais, transversais e rotacionais
nos primeiros e segundos molares, bem como sobre os pré-molares, caninos e
incisivos, que neste tipo de aparelho podem ou não estar compondo a unidade
de ancoragem.
O objetivo deste trabalho foi elucidar as dúvidas existentes sobre o uso
do aparelho Pendulum modificado com molas removíveis, associado aos
implantes no palato, avaliando as alterações sagitais e transversais e
rotacionais nos molares, pré-molares, caninos e incisivos, em modelos de
estudo, obtidos no início e no final do uso deste dispositivo.
2 – REVISÃO DA LITERATURA
Revisão da Literatura -
7
2 – REVISÃO DA LITERATURA
Em Ortodontia, o diagnóstico baseia-se no estudo da
documentação ortodôntica, composta por análise facial, exame clínico
intrabucal, exame radiográfico e avaliação de modelos de estudo. Estas
informações se somam no processo de identificação das alterações envolvidas
na determinação das diferentes más-oclusões.
A oclusão de Classe II pode apresentar diferentes
componentes esqueléticos e dentários na sua formação e, consequentemente,
as estratégias de tratamento devem incluir aparelhos ortopédicos e
ortodônticos para sua correção. Quando o arco dentário superior se encontra
posicionado anteriormente, o tratamento proposto precisa incluir a distalização
dos dentes póstero-superiores até a obtenção da correta posição molar e, em
seguida, a correção da relação dentária anterior. Esta situação requer um
controle preciso da movimentação ortodôntica, onde apenas os dentes de
interesse devem ser movimentados e as unidades que dão apoio aos
aparelhos distalizadores, denominadas de unidades de ancoragem, devem
idealmente permanecer estáticas.
Deslocando a unidade de ancoragem para fora da região
intrabucal, o aparelho extrabucal resolve de maneira brilhante, sob o ponto de
vista mecânico, esta questão. No entanto, problemas relacionados à
cooperação quanto ao uso, devido ao fato de ser um aparelho removível, e
também problemas de ordem estética, por ser um aparelho externo, levaram os
pesquisadores a buscar alternativas para distalização dos molares superiores
com dispositivos intrabucais.
Para uma melhor organização da revisão da literatura, este capítulo
será dividido em duas partes:
2.1 – Distalizadores intrabucais convencionais e
Revisão da Literatura -
8
2.2 Distalizadores intrabucais associados à ancoragem
esquelética.
2.1 – DISTALIZADORES INTRABUCAIS CONVENCIONAIS
Wilson; Wilson (1980) apresentaram a utilização de um arco,
denominado multidirecional, para a correção da Classe II unilateral ou bilateral.
Este arco distaliza o primeiro molar superior com uma mola e uma alça
instaladas em cada lado do arco superior. Ele age no tubo redondo dos
primeiros molares e é mantido com força de distalização promovida por
elásticos intermaxilares de Classe II. Os autores comentam que este aparelho
não seria indicado em casos onde a extrusão dos molares superiores não fosse
adequada.
O uso de magnetos, associados a outros aparelhos, tem se
mostrado um método adequado para distalização de molares. Gianelly; Vaitas;
Thomas (1989) analisaram modelos de estudo, pe pós-tratamento, de oito
pacientes tratados, consecutivamente, que utilizaram magnetos de repulsão,
para distalizar os molares superiores, ancorados por um botão palatino de
Nance, cimentado nos primeiros pré-molares. Os magnetos foram reativados
semanalmente. Por meio da observação dos modelos de estudo pré e pós-
tratamento, os autores verificaram que, quando os segundos molares não
estavam presentes, observava-se um movimento mais rápido dos molares para
uma relação de Classe I, dentro de um período de dois a cinco meses. Quando
os segundos molares estavam presentes, o tempo de tratamento aumentava
um pouco, sendo que, nos adultos, o resultado era menos previsível.
Concluíram que essa forma de abordagem proporcionava uma menor perda de
ancoragem. Consistentemente, 80% do espaço criado era representado pelo
movimento distal dos molares e, portanto, a cada 5 mm de espaço aberto, os
molares eram movimentados 4 mm posteriormente, ao passo que os pré-
molares e incisivos movimentavam-se 1,0 mm anteriormente.
Aproveitando a superelasticidade das molas de níquel-titânio,
Gianelly; Bednar; Dietz (1991) descreveram seu uso na distalização dos
molares superiores. Utilizaram um arco superior de aço inoxidável .016" X
Revisão da Literatura -
9
.022", com molas superelásticas, comprimidas de 8 a 10 mm, por meio de um
gancho do tipo Gurin contra os primeiros molares, produzindo uma força
distalizadora de 100 g. A ancoragem era obtida por meio de um botão palatino
de Nance. Essa conduta garantiu movimento distal dos molares de 1 a 1,5
mm/mês. Os autores comentam que, em 25% dos pacientes, com a presença
dos segundos molares superiores, era necessário o emprego de elásticos de
Classe II para se evitar perda de ancoragem na região dos incisivos. O controle
no arco inferior era proporcionado por um arco .018" x .022", com 10° de torque
lingual nos incisivos.
Aproveitando-se das forças magnéticas de repulsão, Itoh et al.
(1991) empregaram os magnetos na distalização dos molares superiores. O
sistema de distalização era composto por dois magnetos em cada quadrante
posterior. O magneto mesial de cada par movimentava-se livremente ao longo
de um segmento de fio e a força magnética, de aproximadamente 230 g, era
liberada quando a barra deslizante contactava-se com o magneto mesial,
levando-o de encontro ao magneto distal. A distalização dos molares resultava
da separação dos magnetos. A ancoragem era estabelecida por um botão
palatino de Nance. As reativações eram realizadas a cada duas semanas
devido a queda na força de 50 a 70% quando os magnetos se separavam de
0,5 a 1,0 mm. A amostra utilizada pelos autores consistia de 10 pacientes em
estágio de dentadura mista precoce. Os resultados foram obtidos por meio de
modelos e telerradiografias, tomadas antes e depois do tratamento. A
distalização dos molares variou de 0,5 mm a 3,7 mm, com uma média de 2,1
mm. O movimento vestibular dos incisivos ocorreu de 0,5 mm a 2.4 mm, com
uma média de 1,2 mm. A rotação molar variou de 0
o
a 29,0°, com média de
6,2°.
Os efeitos da distalização simultânea dos primeiros e segundos
molares, com magnetos de repulsão, foram estudados por Bondemark; Kurol
(1992). Neste estudo, selecionaram dez indivíduos, nove do gênero feminino e
um do masculino, portadores de má oclusão Classe II, apresentando uma
deficiência de espaço total de 2 a 5 mm, com idade média aproximada de 13
anos e cinco meses. Todos foram tratados com magnetos de samário-cobalto,
que produziram força inicial de 225 g. As reativações foram realizadas a cada
três semanas, ou seja, quando a separação das faces dos magnetos atingia
Revisão da Literatura -
10
cerca de 1,5 a 2,0 mm. Esse protocolo de reativações evitou que a força
atingisse uma magnitude inferior a 60 g. Os movimentos dentários foram
analisados por meio de medições em modelos de estudo, fotografias laterais
dos modelos e telerradiografias em norma lateral, das fases inicial e final da
distalização dos molares. O movimento médio da coroa do molar foi de 4,2 mm,
e os primeiros molares sofreram rotação distovestibular de 8,5°. A rotação
distovestibular dos segundos molares foi de 7,0°. As força s recíprocas
resultaram no ligeiro aumento da inclinação vestibular dos incisivos superiores.
A perda de ancoragem ocorreu em aproximadamente 1,5 mm. No sentido
transversal, os dentes avaliados, caninos, primeiros e segundos molares, não
apresentaram alteração significante. Concluíram que a distalização simultânea
de primeiros e segundos molares poderia ser uma alternativa de tratamento
ortodôntico, que cumpria os objetivos, num período de tempo relativamente
curto (tempo médio de 16,6 semanas).
Vários dispositivos têm sido introduzidos para movimentar dentes
sem necessidade de colaboração do paciente. Jones; White (1992)
apresentaram o aparelho Jones Jig (American Orthodontics), onde a
ancoragem consistia de um botão palatino de Nance fixado às bandas dos
primeiros ou segundos pré-molares ou segundos molares decíduos, por meio
de um segmento de fio de aço de .036”. O aparelho Jones Jig eram composto
por um fio guia de aço de .036”, onde foi soldado um fio de aço .016”, que era
encaixado na canaleta do tubo-bráquete do primeiro molar com a finalidade de
orientar o movimento distal. Uma mola de níquel-titânio que liberava força de
70-75 g quando era comprimida de 1 a 5 mm contra o primeiro molar superior
por meio de um cursor que se unia ao bráquete do segundo pré-molar com um
segmento de fio de ligadura. As molas eram reativadas num intervalo de 4 a 5
semanas. Segundo os autores, esse aparelho produzia distalização dos
molares para uma relação de Classe I, com ou sem a irrupção dos segundos
molares, na dentadura mista ou permanente, uni ou bilateralmente, em
pacientes em crescimento ou não, e sem a necessidade de colaboração do
paciente.
Na busca por um método de tratamento para a oclusão de
Classe II que não forçasse o arco inferior e não necessitasse de cooperação do
paciente, Hilgers (1992) descreveu um novo mecanismo para correção da
Revisão da Literatura -
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relação dentária de Classe II, com distalização dos molares superiores. O
aparelho consistiu de duas molas, uma do lado direito e outra do lado
esquerdo, com fio de titânio-molibdênio de .032” de diâmetro, adaptadas ao
palato, que apresentavam um helicóide fechado, uma alça horizontal, uma
extensão de fio que se fixava no botão de acrílico de Nance e um segmento de
fio que se encaixava nos tubos linguais, os quais foram soldados às bandas
dos primeiros molares superiores. O autor recomendou a fixação do aparelho
na região anterior, por meio de bandas nos primeiros pré-molares ou primeiros
molares decíduos, onde foram soldados fios de aço que se estenderam até o
botão de acrílico. O aparelho era fixado por meio de grampos de apoio oclusal
que se estendiam das cristas marginais mesial do primeiro pré-molar e distal do
segundo pré-molar até o botão de acrílico. Caso fosse necessário expansão do
arco superior, poderia-se incorporar um parafuso expansor no centro do botão
de acrílico, passando-se a ser chamado de Pend-x. Embora as molas
pudessem ser ativadas intrabucalmente, o autor recomendou, para um melhor
controle das ativações, que as molas fossem pré-ativadas extrabucalmente, de
modo que estas ficassem paralelas à linha média do palato. Os efeitos de
rotação e inclinação dos molares poderiam ser minimizados por ajustes na alça
horizontal das molas. O autor verificou que ocorreu uma distalização dos
molares de 5,0 mm em 3 a 4 meses. Concluiu que os aparelhos
Pendulum/Pend-x foram eficientes na distalização dos molares, não houve
necessidade da cooperação do paciente e não houve traumatismos na língua.
Muse et al. (1993) procuraram determinar as alterações nos
molares e incisivos, superiores e inferiores, decorrentes da correção da relação
molar de Classe II, com distalização rápida, empregando-se o arco de Wilson.
Com esse intuito, selecionaram 19 pacientes, sendo 13 meninas com idade
média de 12 anos e quatro meses e 6 meninos com idade média de 13 anos e
dois meses. Todos os indivíduos apresentavam má oclusão de Classe II,
ângulo do plano mandibular com o plano horizontal de Frankfurt menor ou igual
a 27°, distância do incisivo inferior à linha A-pogônio menor ou igual a 3,5 mm,
ângulo do eixo facial maior ou igual a 85° e convexidade menor que 6,0 mm, e
que não necessitavam de tratamentos com extrações. Foram tratados com
arcos distalizadores bimétricos e, no arco inferior, um arco utilidade .016" X
.016", ou arco Edgewise .018" X .025", para estabilização. Os arcos
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distalizadores foram ativados com as molas abertas, reduzindo-se o
comprimento da alça ômega para 3,0 mm e associada ao uso dos elásticos
intermaxilares de Classe II, obedecendo-se ao princípio da redução da carga
elástica, sendo que, na primeira semana, a força deveria ser de 172,14 g; na
segunda, 114,76 g; na terceira, 57,38 g, permanecendo até o retorno para
consulta. Um total de cinco ativações foram completadas, ou até que a
inspeção visual revelasse a presença da sobrecorreção de 1,0 mm na relação
molar de Classe I. As telerradiografias em norma lateral inicial foram
comparadas com as finais, para quantificar as alterações dentárias, ocorridas
com a distalização dos molares. Em um tempo médio de tratamento de 14,9
semanas, a correção da relação molar média foi de 4,1 mm. A distalização dos
molares superiores foi de 2,16 mm, ou seja, 50,7% da correção da Classe II,
sendo a taxa de distalização de 0,56 mm/mês. O movimento mesial dos
molares inferiores foi de 1,38 mm, ou 39,8% da correção. A protrusão e
extrusão média dos incisivos superiores foram de 0,3 mm e 1,6 mm,
respectivamente. Exceto para a amostra Edgewise, todos os indivíduos
apresentaram um movimento dos molares inferiores maior que o dos incisivos,
reduzindo o comprimento do arco inferior. A presença dos segundos molares
irrompidos não se correlacionou com a taxa de movimento dos primeiros
molares superiores, magnitude ou quantidade de inclinação. Concluíram que:
1) a relação molar de Classe I pode ser alcançada em 16 semanas ou menos;
2) a taxa de distalização molar não era previsível; 3) os molares superiores
inclinaram-se para a distal em todos os casos e, 4) uma significante proporção
de correção da Classe II ocorreu com o movimento dos molares inferiores para
a mesial.
Bondemark; Kurol; Bernhold (1994) compararam os magnetos de
repulsão com as molas superelásticas de níquel-titânio, no movimento distal
simultâneo de primeiros e segundos molares superiores. Selecionaram 18
indivíduos, com idades entre 12,5 a 18,3 anos, apresentando más oclusões de
Classe II, mordida profunda, deficiência moderada de espaço na maxila e
presença dos germes dos terceiros molares. Todos os pacientes foram tratados
com magnetos em um lado e, no oposto, com molas superelásticas de níquel-
titânio, para a distalização dos molares superiores. Os magnetos e as molas
foram calibrados a produzir 225 g de força e as reativações executadas, a cada
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quatro semanas. Observaram que as forças magnéticas declinaram mais
rapidamente, de 225 para 100 g, ao passo que as forças médias das molas de
225 para 180 g. Os movimentos dentários foram medidos em modelos de
estudos, fotografias laterais de modelos, telerradiografias em norma lateral das
fases, inicial e seis meses após o início do tratamento. O movimento distal dos
molares foi de 3,2 mm para as molas e de 2,2 mm para os magnetos. A rotação
distopalatina dos primeiros molares foi de 2,9° para as molas e de 2,0° para os
magnetos. O trespasse horizontal aumentou 1,5 mm, como resultado do
aumento na inclinação vestibular dos incisivos superiores, de 4.4°. A inclinação
vestibular dos incisivos superiores foi associada com o movimento mesial dos
dentes da unidade de ancoragem, caninos e pré-molares. Essa perda de
ancoragem foi causada pelas forças recíprocas, direcionadas mesialmente no
sistema de forças. Concluíram que: as molas superelásticas de níquel-titânio
foram mais efetivas do que os magnetos, para a distalizaçâo simultânea dos
molares superiores; as molas foram mais constantes e mais confortáveis do
que os magnetos; o aumento na inclinação vestibular dos incisivos foi
decorrente das forças recíprocas e a abertura da mordida estava associada à
distalização.
Buscando novas opções para a distalização dos molares
superiores, sem a necessidade de cooperação dos pacientes, Carano; Testa;
Siciliani (1996) apresentaram um novo aparelho para distalização dos primeiros
molares superiores, o Distal Jet. Esse aparelho era constituído por um botão
de Nance, soldado às bandas dos segundos pré-molares, e em seu interior
continha um fio de aço de .032” de diâmetro que se estendia até o tubo lingual
de .036”, soldado às bandas dos primeiros molares superiores permanentes.
Uma mola de níquel-titânio era comprimida no fio .032”, por meio de uma trava
regulável que servia para ajuste da magnitude de força. Os autores
recomendaram 150 g de força para crianças e 250 g de força para adultos,
afirmando que este aparelho possibilitava movimento de translação dos
molares em direção distal, sem alterar a posição dos dentes anteriores.
Procurando avaliar cientificamente os efeitos do aparelho
Pendulum sobre os molares e dentes que compunham a unidade de
ancoragem, Ghosh; Nanda (1996) analisaram, retrospectivamente, as
radiografias cefalométricas, iniciais e finais, de 41 pacientes, sendo 26 do
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gênero feminino e 15 do masculino, que foram tratados com o aparelho
Pendulum para a distalização bilateral dos primeiros molares superiores.
Avaliaram também os modelos de estudo de 31 pacientes para determinar a
expansão e rotação sofrida pelos molares e primeiros pré-molares. A
distalização média dos primeiros molares superiores foi de 3,37 mm, com a
inclinação distal de 8,36°. Os segundos molares foram dista lizados 2,27 mm e
inclinados distalmente, 11,99
o
. Somente as coroas dos terceiros molares eram
visíveis radiograficamente, e os efeitos sobre a distalização foram variáveis,
mostrando 2,49° de inclinação distal e 0,19 mm de distalização. A irrupção dos
segundos molares teve um mínimo efeito sobre a distalização dos primeiros
molares. O movimento mesial médio recíproco do primeiro pré-molar foi de
2,55 mm, com a inclinação mesial de 1,29°. Portanto, pa ra cada milímetro de
distalização dos molares ocorreu um movimento mesial, dos pré-molares, de
0,75 mm. A distância transversal entre as cúspides mesiovestibulares dos
primeiros e segundos molares aumentou 1,40 e 2,33 mm, respectivamente, ao
passo que as cúspides distovestibulares sofreram expansão de 0,04 e 1,59
mm, respectivamente. Essa diferença de expansão entre as cúspides mesio e
distovestibulares conferiu uma rotação mesio-vestibular tanto aos primeiros
quanto aos segundos molares. A expansão dos primeiros pré-molares foi de
1,95 mm. Os incisivos centrais superiores tiveram a sua inclinação vestibular
aumentada em 2,40°. Os resultados desse estudo mostraram que o aparelho
Pendulum era um método efetivo e seguro na distalização dos molares
superiores; entretanto, essa distalização, geralmente, era acompanhada de
uma moderada perda de ancoragem. Como a ancoragem era composta dos
primeiros e segundos pré-molares, conectados pelos grampos de apoios
oclusais e pela cobertura de resina acrílica no palato, aconselharam estender
essa cobertura por todo o palato para incluir todos os elementos dentários.
Destacaram as maiores vantagens desse sistema: a mínima dependência dos
pacientes, a facilidade na construção dos aparelhos, a ativação única, a
possibilidade de ajustes das molas, se necessário, para corrigir problemas
transversais e verticais nas posições dos molares, e a boa aceitação pelos
pacientes.
A busca pela melhor técnica de distalização dos molares
superiores levou Erverdi; Koyutürk; Küçükkeles (1997) a compararem dois
Revisão da Literatura -
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procedimentos intrabucais de distalização de molares superiores, envolvendo
quinze casos com relação molar de Classe II. Os magnetos foram aplicados
nos primeiros molares do lado direito e as molas abertas de níquel-titânio foram
usadas nos primeiros molares do lado esquerdo, por um período de três
meses. Medições foram realizadas em telerradiografias em norma lateral e
fotocópias de modelos de estudo, obtidas antes e ao final da distalização. Os
resultados demonstraram que a distalização dos primeiros molares com
magnetos foi, em média, 2,1 mm, quando medidos nos cefalogramas laterais e
2,7 mm, nas fotocópias. A inclinação distal foi de 7,6° e a rotação distopalatina,
9,9°. As molas de níquel-titânio produziram uma distal ização média de 3,8 e 4,2
mm, medidas nos cefalogramas e fotocópias, respectivamente. A inclinação
distal foi de 9,8° e a rotação, 8,6°. Concluíram que, apesar da distalização ter
sido facilmente alcançada pelas duas técnicas, as molas de níquel-titânio
mostraram superioridade nos movimentos resultantes.
Em um estudo clínico e radiográfico realizado por Byloff; Darendeliler
(1997), foram avaliados treze pacientes, nove do gênero feminino e quatro do
masculino, com idade média de 11 anos e 1 mês. Clinicamente, cada paciente
apresentava relação dentária de Classe II, moderada deficiência de espaço no
arco superior e ausência de mordida aberta. O propósito deste estudo foi
analisar os efeitos dentários e esqueléticos do aparelho Pendulum, no qual as
molas foram ativadas 45º no centro dos helicóides, em relação ao plano sagital
produzindo uma força inicial de 200 a 250g nos molares superiores. Os
aparelhos foram utilizados por um tempo médio de 16,6 semanas, até a
sobrecorreção da relação molar de Classe I. Avaliaram as telerradiografias
iniciais e finais dos pacientes e verificaram que no plano sagital, houve
movimento distal dos primeiros molares de 3,39 mm, movimento mesial dos
segundos pré-molares de 1,63 mm, movimento anterior das bordas incisais dos
incisivos de 0,92 mm e abertura de espaço entre o molar e segundo pré-molar
de 5,53 mm. Os autores concluíram que o aparelho Pendulum promoveu
movimento distal dos molares sem ocorrer mordida aberta, dentária ou
esquelética, e com pouca perda de ancoragem.
Buscando contornar a inclinação distal excessiva dos molares
superiores quando da distalização com o aparelho Pendulum, Byloff et al.
(1997) analisaram o movimento distal dos molares superiores com o aparelho
Revisão da Literatura -
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Pendulum modificado por meio de uma dobra de anti-inclinação distal.
Também procuraram determinar se a expansão lenta durante o movimento
distal dos molares preservaria melhor a ancoragem anterior. Neste estudo, a
amostra consistiu de 20 pacientes, 8 do gênero feminino e 12 do masculino,
com idade média de 13,11 anos, que apresentavam relação dentária de Classe
II com deficiência de espaço moderado no arco superior, sendo que, 8 destes
pacientes necessitavam de expansão maxilar de 2 a 4 mm. O tratamento foi
dividido em duas etapas e as alterações dentárias e esqueléticas foram
avaliadas por meio de telerradiografias iniciais e finais. A primeira etapa
consistia no movimento distal das coroas dos molares, com ativação de 45º no
centro do helicóide no plano sagital até obter uma relação dentária
sobrecorrigida de Classe I e, na segunda etapa foram incorporadas dobras de
anti-inclinação nos segmentos intratubos de 10º a 15º, para movimentar as
raízes para distal. Os resultados mostraram que o tratamento teve um período
médio de 6 meses e 3 semanas, sendo que, 4 meses foram destinados para a
primeira etapa do tratamento e 2 meses e 3 semanas para a segunda etapa. A
quantidade do movimento distal das coroas dos molares foi de 4,14 mm, com a
distalização mensal de 1,20 mm se somente o movimento distal fosse
considerado e de 0,69 mm, se a duração do experimento total fosse calculado.
Os ápices radiculares movimentaram para distal 2,81 mm, com uma média
mensal de 1,01 mm. A abertura de espaço entre primeiros molares e segundos
pré-molares foi de 64,16% para movimento distal dos molares. As forças de
distalização dos molares estavam ativas quando as dobras de verticalização
foram incorporadas e, portanto, as forças direcionadas para mesial e distal
estavam presentes durante todo o tratamento, causando movimento distal dos
molares, movimento mesial e inclinação dos incisivos e maior perda de
ancoragem dos pré-molares. A inclinação dos molares foi de 6,07º neste
estudo. Os autores concluíram que a introdução das dobras de verticalização
aumentou o tempo de tratamento, notou-se uma perda de ancoragem
ligeiramente maior, porém não houve diferença na perda de ancoragem entre
pacientes com ou sem expansão lenta maxilar e a posição do segundo molar
não influenciou a quantidade de movimento distal dos molares, nem o
movimento mesial dos pré-molares e a perda de ancoragem nos incisivos.
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Runge; Martin; Bukai (1998) avaliaram os efeitos do tratamento com
aparelho Jones Jig na distalização de molares superiores. Compararam as
telerradiografias, em norma lateral, de 13 pacientes que foram tratados em 26
semanas com este aparelho, para determinar se houve diferenças nas
variáveis esqueléticas, dentárias e de tecido mole, pré e pós-tratamento.
Verificaram a ocorrência de movimento mesial e a inclinação dos pré-molares
de 2,23 mm e 9,47º, respectivamente. Houve também um significante aumento
no trespasse horizontal e na altura facial ântero-inferior, indicando que a
ancoragem era insuficiente para neutralizar as forças recíprocas, produzidas
pela compressão da mola contra o botão palatino de Nance. Os molares
superiores foram distalizados 2,23 mm, inclinaram para distal e sofreram
rotações distolinguais.
Buscando avaliar as aterações dentárias e esqueléticas produzidas
pelo aparelho Jones Jig, Gulati; Kharbanda; Parkash (1998) selecionaram uma
amostra composta por dez pacientes, com idades de doze a quinze anos, os
quais apresentavam todos os elementos dentários, segundos molares
clinicamente visíveis e que não haviam sido submetidos a tratamento
ortodôntico prévio. Todos os indivíduos apresentavam oclusão Classe II,
divisão 1 ou Classe I, com apinhamento anterior suave. Os molares foram
distalizados com molas superelásticas Sentalloy, exercendo força distal de 150
g. Os pacientes foram reavaliados a cada quatro semanas, por um período total
de doze semanas. Os registros incluíam modelos de estudo, fotografias clínicas
e telerradiografias. Compararam as telerradiografias e modelos iniciais com os
da fase pós-tratamento. Observaram o movimento distal dos primeiros molares
de 2,75 mm, e dos segundos molares de 2,70 mm, associados à inclinação
distal de 3,50° e 3,30°, respectivamente. Os primeiros p -molares sofreram
movimento mesial de 1,10 mm e inclinação mesial de 2,60°. Os primeiros
molares extruíram 1,60 mm e sofreram rotação distopalatina de 3,4º e 2,1°,
respectivamente para os lados direito e esquerdo. As mensurações nos
modelos de estudo mostraram que a distalização dos primeiros e segundos
molares, no lado direito, foram de 2,95 e 2,61 mm, e no lado esquerdo, de 2,60
mm e 2,05 mm, respectivamente. A taxa de distalização foi de 0,86 mm/mês,
no lado direito e de 0,76 mm/mês, no lado esquerdo. Concluíram que o
aparelho distalizava os molares, com uma insignificante taxa de inclinação e
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rotação dos molares, associado ao movimento mesial de pré-molares e
incisivos e aumento do plano mandibular.
Visando melhorar a eficiência mecânica do aparelho Pendulum na
distalizaçao dos molares superiores, Scuzzo; Pisani; Takemoto (1999)
descreveram uma modificação que consistia na confecção de alças horizontais
invertidas, proporcionando melhor controle sobre os movimentos das coroas e
raízes dos molares. Recomendavam que após a distalização dos molares, as
alças deveriam ser abertas e isso produziria verticalização radicular, resultando
no movimento de translação, diminuindo também a tendência de rotação.
Utilizavam, inicialmente, a ativação de 45° das molas com força distalizadora
de 125 g de cada lado.
Para facilitar o mecanismo de ativação e ajuste nas molas para
distalização dos aparelhos Pendulum/Pend-x, Almeida et al. (1999)
apresentaram uma modificação na construção destes aparelhos. A alteração
proposta, diz respeito às molas distalizadoras que tornaram-se removíveis e,
no aparelho original proposto por Hilgers (1992), as molas encontravam-se
fixas. A construção seguiu os passos do aparelho convencional, porém para a
inserção das molas no botão de acrílico, incorporaram-se duas extensões de
10 mm de tubos telescópicos de aço inoxidável de 0,9 mm de diâmetro interno,
posicionados paralelos à sutura palatina mediana. Após a fixação do aparelho,
ativaram-se as molas extrabucalmente e inseriram-nas nos tubos telescópicos
e, posteriormente, nos tubos linguais dos primeiros molares. Assim, no
aparelho modificado, as molas poderiam ser reativadas e ajustadas fora da
cavidade bucal, sem necessidade de remoção do aparelho Pendulum/Pend-x,
proporcionando um melhor controle durante a distalização dos molares.
Comparando dois métodos de distalização dos molares superiores;
Haydar; Üner (2000) avaliaram os efeitos dentários e esqueléticos do aparelho
Jones Jig e compararam aos efeitos do aparelho extrabucal de tração cervical.
A amostra do estudo consistia de 20 pacientes, no estágio final da dentadura
mista, com padrão esquelético de Classe I ou Classe II suave e relação
dentária de Classe II. Dez pacientes foram tratados com aparelho Jones Jig
para distalizar os molares superiores seguido de aparelho fixo e outros 10
pacientes usaram aparelho extrabucal de tração cervical seguido de aparelho
fixo. A idade média para os grupos de aparelho de tração cervical e Jones Jig
Revisão da Literatura -
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foram de 10,6 e 10,7 anos, respectivamente. No grupo do aparelho extrabucal,
a força exercida foi de 600 g com uso de 16 horas por dia, e a relação molar de
Classe I foi alcançada em 10,7 meses. No grupo do aparelho Jones Jig,
ativaram-se as molas em 5,0 mm, liberando força de 75 g, sendo reativadas em
intervalos de quatro semanas, com tempo médio de distalização dos molares
de 2,5 meses. Foram obtidas telerradiografias laterais antes e após a
distalização dos molares e os autores observaram que os molares distalizaram
efetivamente tanto com o aparelho Jones Jig quanto com o aparelho de tração
cervical, sendo que as médias de distalização foram de 2,8 e 3,6 mm,
respectivamente. A principal diferença entre os dois grupos foi a perda de
ancoragem com o aparelho Jones Jig, examinada por meio do movimento
mesial dos segundos pré-molares. Neste quesito, o grupo com o aparelho
Jones Jig apresentou mesialização de 3,35 mm, ao passo que, no grupo com
aparelho extrabucal, os pré-molares acompanharam, em parte, a distalização
dos molares, apresentando uma distalização de 2,7 mm. Na região anterior, o
Jones Jig promoveu movimento vestibular dos incisivos de 1,95 mm, e o
aparelho extrabucal promoveu movimento lingual de 1,45 mm. A vantagem do
aparelho Jones Jig foi o tempo reduzido de distalização, sem necessidade de
colaboração do paciente. Relataram também, que o botão palatino de Nance
não provocou lesões na mucosa palatina.
A barra transpalatina de Goshgarian é um aparelho frequentemente
utilizado no tratamento ortodôntico, e que permite o aumento no comprimento
do arco pela rotação, expansão e distalização dos molares,
independentemente da colaboração do paciente. Haas; Cisneros (2000)
examinaram os efeitos deste aparelho na correção da má oclusão de Classe II,
e determinaram suas características de força-ativação, por meio de um modelo
laboratorial. Avaliaram também telerradiografias em norma lateral e modelos de
11 pacientes com más oclusões de Classe II. Os resultados revelaram que a
correção era alcançada pela inclinação distal e rotação mesiovestibular do
molar ativado. O movimento distal das cúspides mesiovestibulares e
mesiolinguais foi, em média, de 1,8 e 0,9 mm, respectivamente. A rotação dos
molares ativados foi de 12° e a inclinação distal foi de . Os efeitos negativos
eram visualizados no movimento mesial médio de 1,3 mm dos molares não
ativados com uma rotação média de 14º. As distâncias intermolares e interpré-
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molares tiveram um aumento substancial de 2,8 e 1,6 mm, respectivamente,
com torque vestibular de raiz para os molares. Não ocorreu a intrusão e
extrusão dos molares. Os resultados laboratoriais mostraram a linearidade das
forças, sendo que a força gerada pela deflexão distal era de 16 g/mm, ou seja,
um quarto a um oitavo da força gerada pelos aparelhos extrabucais, e a força
média de expansão era de 260 g/mm. Quando a ativação distal excedia 35°,
resultava no comportamento não elástico.
Para alcançar uma distalização dos molares, vários aparelhos estão
disponíveis. O arco distalizador bimétrico de Wilson é um sistema que promove
uma distalização rápida dos molares, e foi estudado por Rana; Becher (2000)
para avaliar as alterações dentárias provenientes do tratamento com este
aparelho. A amostra consistiu de 18 pacientes, sendo 13 do gênero feminino e
5 do masculino, com uma idade média de 13 anos, apresentando uma relação
molar de Classe II, padrão esquelético normal, incisivos superiores bem
posicionados ou verticalizados e incisivos inferiores bem posicionados. Todos
os pacientes foram tratados com o arco distalizador bimétrico, com molas de
níquel-titânio. Instruíram os pacientes para usarem os elásticos com o
esquema de redução das forças, ou seja, usar elásticos de 172,14 g durante 3
semanas; elásticos de 114,76 g durante 2 semanas, e; elásticos de 57,38 g
durante uma semana. Os molares foram sobrecorrigidos no sentido sagital e o
tratamento finalizado com mecânica Edgewise. Telerradiografias laterais foram
realizadas pré e pós-tratamento. Os resultados mostraram que os molares
superiores distalizaram 0,8 mm, inclinaram para distal 2,3º e extruíram 1,1 mm,
em relação ao plano palatino; os incisivos superiores inclinaram 3,5º para
vestibular, protruíram 1,4 mm e extruíram 0,6 mm, em relação ao plano
palatino, e; os incisivos inferiores inclinaram 4,0° para vestibular, em relação ao
plano mandibular. Os autores concluíram que os primeiros molares poderiam
ser distalizados uni ou bilateralmente, e que, o paciente ideal para usar esse
sistema seria um adolescente colaborador para uso dos elásticos, relação
molar de Classe II suave, incisivos superiores verticalizados, padrão de
crescimento facial normal e mínimo apinhamento.
Dentre os inúmeros sistemas distalizadores propostos nos últimos
anos, o aparelho Pendulum de Hilgers tem se tornado um dos mais utilizados
e, por isso mesmo, um dos mais pesquisados. Joseph, Butchart (2000)
Revisão da Literatura -
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examinaram os efeitos dentários e esqueléticos provenientes deste aparelho.
Foram selecionados 7 pacientes, com relação dentária de Classe II, com
idades variando de 9 anos e 3 meses até 13 anos e 4 meses, sendo que 3 dos
pacientes apresentavam os segundos molares irrompidos. Todos pacientes
foram tratados com o aparelho Pendulum, cujas molas foram ativadas em 90º
e mantidas em posição até obter uma relação molar de Classe I sobrecorrigida.
Foram realizadas telerradiografias pré e pós-tratamento. O tempo de
tratamento variou de 1,5 a 5 meses. Os resultados obtidos foram: os primeiros
molares superiores distalizaram 5,1mm e inclinaram 15,7º e os incisivos
superiores protruíram 3,7mm e inclinaram 4,9º. Observaram que a presença
dos segundos molares não interferiu na velocidade de distalização dos
primeiros molares. Os autores concluíram que o aparelho Pendulum foi um
efetivo sistema para distalização de molares superiores, sem necessidade de
colaboração do paciente, porém ocasionou perda de ancoragem.
Buscando facilitar a utilização do aparelho Distal Jet, Quick; Harris
(2000) descreveram uma modificação para este aparelho. Tal modificação
consistia na mudança da entrada da secção deslizante, de distal para mesial,
nos tubos linguais dos primeiros molares superiores. A extremidade da presilha
deveria ser mais longa para possibilitar a amarração com elásticos ou ligaduras
metálicas. A quantidade de ativação desejada foi realizada por comprimir a
mola entre a extremidade do tubo de suporte incorporado no botão de acrílico
de Nance e um gancho soldado ao fio que se deslizaria. Para reativar o
aparelho, cortou-se a ligadura metálica e a secção deslizante foi puxada para
distal e removida e, uma mola mais comprida foi posicionada no fio. A secção
deslizante foi, então, inserida novamente nos tubos linguais dos molares. Os
autores apresentaram um caso clinico de uma paciente do gênero feminino, de
17 anos de idade, com relação dentária de Classe II, onde foi realizada a
distalização dos molares superiores com o aparelho Distal Jet modificado. Após
3 meses e meio, um espaço de 4 mm foi criado anteriormente aos primeiros
molares.
Utilizando a maior amostra até hoje descrita em pesquisas sobre os
efeitos do aparelho Pendulum, Bussick; McNamara Jr. (2000) realizaram um
estudo retrospectivo com 101 pacientes, sendo 45 do gênero masculino e 56
do feminino, com idade média de 12 anos e 1 s. Estes pacientes haviam
Revisão da Literatura -
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sido tratados com aparelho Pendulum/Pendex por 13 profissionais dos
Estados Unidos e apresentavam oclusão de Classe II, em diferentes
estágios do desenvolvimento dentário e padrões faciais variados. As molas
haviam sido ativadas 60º a 90º, exercendo forças de 200 a 250 g, por um
tempo de tratamento de 6,96 meses, até a obtenção de uma relação molar de
Classe III. Os resultados, avaliados por meio de telerradiografias, indicaram
que os primeiros molares movimentaram para distal 5,7 mm inclinaram para
distal 10,6º, ao passo que os primeiros pré-molares e incisivos movimentaram
para anterior 1,8 mm e 0,9 mm, respectivamente, e inclinaram para anterior
1,5º e 3,6º, respectivamente. O espaço entre primeiros molares e pré-molares
foi representado por 76% de movimento distal dos molares e 24% de
movimento mesial dos pré-molares. Os primeiros molares intruíram 0,7 mm e
os primeiros pré-molares extruíram 1,0 mm. Os resultados deste estudo
sugeriram que o aparelho Pendulum é eficiente para distalizar molares
superiores. Para se realizar máxima distalização com mínimo de aumento da
altura ântero-inferior, este aparelho deveria ser empregado em segundos
molares decíduos para ancoragem e segundos molares permanentes não
erupcionados, embora nenhuma abertura significante da mordida tenha sido
constatada.
Na busca pela otimização dos aparelhos de distalização, Kinzinger et
al. (2000) analisaram as alterações dentárias e esqueléticas de um aparelho
Pendulum modificado, denominado Pendulum K. A amostra foi composta por
50 pacientes, 29 do gênero feminino e 21 do masculino, idade média de 11,2
anos, com relação dentária de Classe II e, dividida em dois grupos de acordo
com a idade: no primeiro grupo, o aparelho foi fixado nos molares decíduos ou
pré-molares e, no segundo grupo, o aparelho foi fixado apenas nos pré-
molares. O aparelho Pendulum foi modificado, de modo que, as alças das
molas do Pendulum, que atuariam como centro de rotação do movimento,
fossem posicionadas distalmente ao centro de resistência dos molares.
Incorporou-se uma angulação de 100º a 120º, criando um torque distal de raiz
dos molares e uma dobra de desvio caudal foi realizada nas extremidades das
molas, onde se encaixariam nos tubos linguais dos molares, promovendo um
controle de rotação destes dentes. Um parafuso no sentido sagital foi
posicionado, de forma que, sua ativação possibilitasse um movimento no
Revisão da Literatura -
23
sentido ântero-posterior, produzindo um efeito de deslocamento posterior do
centro de rotação. Assim, diminuiu-se o efeito de inclinação e rotação dos
molares, além de eliminar a necessidade de reativação das alças das molas.
Foram analisados modelos de estudo e telerradiografias laterais antes e após a
distalização dos molares, com tempo médio de tratamento de 22,5 semanas.
Os resultados mostraram que, na análise dos modelos, a distalização dos
primeiros molares foi de 4,41 mm no lado direito e de 4,35 mm no lado
esquerdo em relação à uma linha determinada pela primeira rugosidade
palatina e perpendicular ao plano medial da rafe palatina mediana; a distância
transversal entre as cúspides mésio-vestibulares dos primeiros molares
aumentou 1,68 mm e, entre as cúspides disto-vestibulares aumentou 0,96 mm,
mostrando que ocorreu expansão e rotação mésio-vestibular nos primeiros
molares. Na análise cefalométrica, os primeiros molares distalizaram 2,87 mm
(72,5%) e os incisivos superiores protruíram 1,06 mm (27,5%). Nestas
medidas, não houve diferença significante entre os dois grupos estudados. Os
autores concluíram que a modificação no aparelho Pendulum provocou menos
inclinação e rotação dos primeiros molares, com um aumento na distância
inter-molares e que as medidas sagitais foram melhores avaliadas através do
método radiográfico.
Chaqués-Asensi; Kalra (2001) empregaram o aparelho Pendulum em
26 pacientes, sendo 10 do gênero masculino e 16 do feminino, com idade
média de 11 anos e 2 meses, relação molar de Classe II. Os segundos molares
estavam irrompidos em 11 pacientes e não irrompidos em 15, e o ângulo do
plano mandibular apresentava uma média de 24,1º. As molas foram ativadas
em 80º e não foram reativadas durante o tratamento, que durou 6,5 meses. Os
resultados, avaliados por meio de cefalometria, mostraram que os primeiros
molares distalizaram 5,3 mm, inclinaram para distal 13,1º e intruíram 1,2 mm.
Os primeiros pré-molares ou primeiros molares decíduos mesializaram 2,2 mm,
inclinaram para mesial 4,8º e extruíram 1,2 mm. Os incisivos superiores
protruíram 2,1 mm e inclinaram para vestibular 5,1º. O trespasse horizontal
aumentou 1,8 mm, o trespasse vertical diminuiu 1,8 mm, a altura ântero-inferior
da face aumentou 2,8 mm e o ângulo do plano mandibular aumentou 1,3º. Os
molares superiores distalizaram uma média de 0,8 mm por mês, representando
70% do espaço criado entre molares e pré-molares. A quantidade de
Revisão da Literatura -
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distalização e inclinação dos molares não foram influenciadas pela presença ou
não dos segundos molares superiores, porém a quantidade de perda de
ancoragem foi 0,5 mm maior nos pacientes com os segundos molares
irrompidos. Os autores concluíram que o aparelho Pendulum promoveu
distalização dos molares para correção da Classe II dentária, contudo, deveria
ser necessário adicionar métodos para reforçar a ancoragem e deveria ser
contra-indicado em pacientes com altura facial ântero-inferior aumentada e/ou
pouca sobremordida.
Para analisar os efeitos promovidos pelo aparelho Distal Jet e o
resultado final após realização de tratamento ortodôntico completo, Ngantung;
Nanda; Bowman (2001) realizaram um estudo com 33 pacientes, sendo 21 do
gênero feminino e 12 do masculino, com idade média de 12,8 anos, que
apresentavam relação molar de Classe II. Foram tratados com aparelho Distal
Jet, com molas de níquel-titânio de 240 g e bandas nos segundos pré-molares.
Os aparelhos foram reativados em intervalos de 4 a 6 semanas, e a relação
molar foi sobrecorrigida em 6,7 meses. Após a distalização dos molares,
instalaram-se aparelhos Jasper Jumpers para manter os molares superiores,
auxiliar na ancoragem durante a retração dos dentes anteriores e promover
algum efeito ortopédico. Os aparelhos Jasper Jumpers e os botões palatinos de
Nance foram removidos ao completarem o fechamento dos espaços no arco
dentário superior e atingido uma relação molar de Classe I. O tratamento
ortodôntico foi finalizado com aparelhos fixos pré-ajustados. O tempo médio de
tratamento total foi de 25,7 meses. Realizaram-se telerradiografias laterais e
modelos de estudo antes, após a distalização dos molares e após o tratamento
ortodôntico total finalizado. Após a distalização dos molares os resultados
mostraram que os primeiros molares superiores distalizaram 2,1 mm e
inclinaram 3,3º; os segundos pré-molares mesializaram 2,6 mm e inclinaram
para distal 4,3º; os segundos molares distalizaram 2,6 mm e inclinaram 11,8º;
os incisivos superiores inclinaram para vestibular 12,2º e protruíram 1,7 mm; a
altura ântero-inferior da face aumentou 2,4 mm. Os autores concluíram que o
aparelho Distal Jet foi um método efetivo para distalização dos molares
superiores, e que nenhum aparelho intra-arco para realizar esse tipo de
movimento, promoveria um controle efetivo de ancoragem.
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Os efeitos do aparelho Pendulum na distalização de molares
superiores em indivíduos com diferentes padrões de crescimento facial no
sentido vertical e as alterações a curto prazo, durante o período de
estabilização de três meses, foram estudados por Toroglu et al. (2001). Em
uma amostra de 30 pacientes, divididos em dois grupos, baseados nos valores
do ângulo FMA. O grupo denominado alto ângulo (grupo 1), composto de 14
pacientes, sendo 10 do gênero feminino e 4 do masculino, com a idade média
de 13,14 anos e ângulo FMA maior ou igual a 29°. O g rupo considerado de
baixo ângulo (grupo 2), foi constituído por 16 pacientes, sendo distribuídos
igualmente nos gêneros masculino e feminino, com idade média de 12,9 anos e
ângulo FMA menor ou igual a 24º. Empregaram as telerradiografias iniciais e
finais para avaliar as alterações decorrentes da distalização dos molares. O
tempo médio de tratamento foi de 5,9 meses para o grupo 1 e 5,03 meses para
o grupo 2. Em relação às alterações esqueléticas, observaram que os ângulos
SNA, SNB e ANB sofreram ligeiras modificações, porém não significantes.
Verificaram que o houve diferença estatisticamente significante na
quantidade da distalização dos molares nos dois grupos, sendo de 5,9 mm no
grupo 1 e de 4,1 mm no grupo 2. Os autores explicaram a ocorrência dessa
pequena diferença na quantidade de distalização, pelo fato de que em 75% dos
pacientes do grupo 2, os segundos molares se encontravam irrompidos e no
grupo 1, em apenas 57%. A perda de ancoragem foi de 4,8 mm e 6,6 mm,
respectivamente nos grupos 1 e 2. O movimento mesial dos incisivos
superiores foi de 2.1 mm no grupo 1, e de 4.1 mm no grupo 2, resultando no
aumento da sobressaliência. Constataram que no período de estabilização, a
perda de ancoragem dos molares foi de 1,5 mm e de 1,7 mm, nos grupos 1 e 2,
e que os segundos pré-molares e incisivos tendiam a retornar às posições
iniciais. Concluíram que o aparelho Pendulum distalizava os molares num
curto período de tempo, entretanto, havia a necessidade de estabilizá-los por
pelo menos três meses com o intuito de se evitar a perda de ancoragem.
FUZIY (2001) avaliou os efeitos do aparelho Pendulum em 32
pacientes, sendo 23 do sexo feminino e 9 do sexo masculino, com idade média
de 14,7 anos, portadores de oclusão de Classe II, divisão 1, com todos os
dentes permanentes presentes, de segundo a segundo molar do lado oposto.
Sua metodologia incluiu avaliação radiográfica de telerradiografia em norma
Revisão da Literatura -
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lateral convencional, em norma lateral de 45º e avaliação de modelos de
estudo. O tempo médio de tratamento foi de 5,87 meses e as principais
alterações observadas foram: 1) os segundos molares superiores distalizaram
4,22 e 5,28 mm, e expandiram 1,67 e 1,54 mm, respectivamente para os lados
direito e esquerdo; 2) os primeiros molares distalizaram 4,45 e 5,22 mm,
respectivamente para os lados direito e esquerdo, tendo alcançado expansão
significativa apenas para o primeiro molar esquerdo, de 1,51 mm; 3) os
segundos pré-molares mesializaram 1,68 e 1,29 mm, respectivamente para os
lados direito e esquerdo; 4) os primeiros pré-molares mesializaram 2,07 e 1,67
mm, respectivamente para os lados direito e esquerdo; 5) os caninos
mesializaram 1,77 e 1,39 mm, respectivamente para os lados direito e
esquerdo; 6) os incisivos protruíram 1,08 mm e inclinaram para vestibular 3,4º.
O autor observou uma taxa de distalização de 1,06 e 1,07 mm,
respectivamente para os lados direito e esquerdo. Concluiu que o aparelho
Pendulum produziu distalização dos primeiros e segundos molares, com perda
de ancoragem de pré-molares, caninos e incisivos.
Para a distalização de molares superiores em pacientes adultos,
Kinzinger; Fritz; Diedrich (2002) propuseram modificação no aparelho
Pendulum, que consistia, basicamente, do aparelho preconizado por Hilgers
acrescentado por mais duas molas, uma em cada segundo molar superior,
denominando este aparelho de Quad Pendulum. A necessidade de distalizar
somente o primeiro e segundo molares do mesmo lado, aplicaram as molas
nestes dentes, denominando o aparelho de BiPendulum. Segundo os autores,
essas modificações permitiriam distalizar, primeiramente, os segundos molares
com aplicação de força de 180cN em cada dente. Após a distalização destes
dentes, deixariam suas molas passivas e, em seguida, distalizariam os
primeiros molares com força de 180cN. Com isso, não ocorreria forças
excessivas no sistema de ancoragem anterior, nem perda de ancoragem.
Realizaram, nas molas, ativação anti-inclinação dos molares, permitindo um
movimento distal de corpo destes dentes. Os autores apresentaram dois casos
clínicos, no primeiro foi utilizado o aparelho BiPendulum em paciente de 34
anos e 10 meses do gênero masculino e, no segundo caso foi utilizado o Quad
Pendulum em paciente do gênero masculino de 30 anos e 6 meses e
concluíram que os aparelhos apresentados promoveram movimento distal dos
Revisão da Literatura -
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molares quase inteiramente de corpo, sem necessidade de cooperação do
paciente e houve um controle na ancoragem.
Preocupados com a deficiência no perímetro dos arcos dentários
e o apinhamento dentário anterior, Kinzinger; Fritz; Diedrich (2003) realizaram
um estudo em 20 pacientes divididos em dois grupos. O primeiro grupo
consistia de 10 crianças, 6 do gênero masculino e 4 do feminino, com idade
média de 9 anos e 6 meses, que apresentavam dentadura mista. O segundo
grupo consistia de 10 adolescentes, 3 do gênero masculino e 7 do feminino,
com idade média de 12 anos e 3 meses, que apresentavam dentadura
permanente. Todos os pacientes apresentavam oclusão de Classe I,
deficiência no perímetro dos arcos dentários superior e inferior, e apinhamento
dentário anterior. No arco superior, foi utilizado o aparelho Pendulum
modificado por Kinzinger, denominado Pendulum K. No arco inferior, foi
instalado um arco lingual que consistia de um arco lingual de fio Elgiloy de
0,038” (RMO) ou fio de aço de 0,040”(Dentaurum), que era soldado às bandas
dos primeiros molares. Esse arco contornava o rebordo alveolar lingualmente e
era soldado à bandas dos molares, de onde, estendia-se um segmento de fio
do lado direito e um do lado esquerdo, contornando as faces linguais dos
dentes, no sentido anterior, até a região distal do incisivo lateral do lado oposto.
A ativação do arco lingual foi realizada para promover expansão do arco,
protrusão dos dentes anteriores e verticalização dos molares. O estudo foi
realizado em modelos de estudo e telerradiografias iniciais e finais, com uma
duração média de tratamento de 21 semanas. Os resultados das alterações no
arco superior mostraram que, no primeiro grupo, os molares superiores
distalizaram 4,0 mm, inclinaram para distal 6,1º e sofreram rotação mésio-
vestibular de 4,3º, de cada lado. A distância intermolar aumentou 1,05 mm, os
incisivos protruíram 1,08 mm e inclinaram para vestibular 7,65º. No segundo
grupo, os molares superiores distalizaram 2,86 mm, inclinaram para distal 4,25º
e sofreram rotação mésio-vestibular de 3,2º no lado direito e 4,0º no lado
esquerdo. A distância intermolar aumentou 1,32 mm, os incisivos protruíram
1,62 mm e inclinaram para vestibular 3,8º. A proporção de distalização dos
molares foi de 79,83% no primeiro grupo e, de 60,71% no segundo grupo. No
arco inferior, as alterações no primeiro grupo mostraram que os molares foram
verticalizados 2,4º, sofreram rotação mésio-vestibular de 4,0º no lado esquerdo
Revisão da Literatura -
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e de 6,1º no lado direito, houve aumento na distância entre os primeiros
molares permanentes de 1,57 mm. Os incisivos sofreram inclinação para
vestibular de 5,0º. No segundo grupo, os molares verticalizaram 1,95º,
sofreram rotação mésio-vestibular de 3,3º no lado esquerdo e de 5,2º no lado
direito e pouco aumento na distância intermolar. A inclinação dos incisivos
inferiores foi de 2,75º. Os autores concluíram que o tratamento com o aparelho
Pendulum e o arco lingual poderiam ser indicados para aumentar o perímetro
dos arcos na dentadura mista, e a proporção de distalização dos molares
superiores com a inclinação dos incisivos foi maior na dentadura mista, quando
comparada à permanente.
Uma análise comparativa de dois métodos para distalização de
molares superiores foi realizada por Taner et al. (2003). O objetivo deste
estudo foi comparar os efeitos dentários do aparelho Pend-x e o aparelho
extrabucal de tração cervical. A amostra de 26 pacientes, com relação dentária
de Classe II, foi dividida em dois grupos, sendo um dos grupos formado por 13
pacientes, 10 do gênero feminino e 3 do masculino, com idade média de 10,64
anos e foram tratados com o aparelho Pend-x. O outro grupo foi formado por
13 pacientes, 8 do gênero feminino e 5 do masculino, com idade média de 10,5
anos e foram tratados com o aparelho extrabucal de tração cervical. O aparelho
Pend-x utilizado foi o mesmo descrito por Hilgers, deixando as molas paralelas
à linha da sutura palatina mediana, exercendo força de 230 a 250 g, aobter
uma relação molar de Classe I sobrecorrigida e o expansor era ativado quando
necessário para evitar a tendência de cruzar a mordida posterior. O aparelho
extrabucal de tração cervical foi adaptado, de modo que, os arcos externos
ficassem inclinados 20º para cima do plano oclusal, exercendo força de 500 g,
com uso de 14 a 16 horas por dia até alcançar uma relação molar de Classe I.
Foram analisadas telerradiografias laterais antes e após a distalização dos
molares e os resultados obtidos para o grupo que usou o aparelho Pend-x,
com tempo médio de tratamento de 7,31 meses, foi uma distalização dos
primeiros molares de 3,81 mm, inclinação para distal de 11,77º e o sofreram
alteração no sentido vertical; os segundos molares distalizaram 2,04 mm,
inclinaram para distal 11,04º e extruíram 0,23 mm; os primeiros pré-molares
mesializaram 0,73 mm, inclinaram para mesial 4,07º e extruíram 1,77 mm; os
incisivos protruíram 2,00 mm, inclinaram para vestibular 6,08º extruíram 0,19
Revisão da Literatura -
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mm. O grupo que utilizou o aparelho extrabucal, com tempo médio de
tratamento de 11,38 meses, verificou-se que os primeiros molares distalizaram
3,15 mm, inclinaram para distal 6,96º e extruíram 1,42 mm; os segundos
molares distalizaram 2,27 mm, inclinaram para distal 4,30º e extruíram 1,72
mm; os primeiros pré-molares distalizaram 1,88 mm, inclinaram para distal
4,07º e extruíram 2,12 mm; os incisivos lingualizaram 0,42 mm, inclinaram
1,73º e extruíram 0,12 mm. Os autores concluíram que ambos os aparelhos
foram eficientes para distalização dos molares superiores,porém deveria ser
levado em consideração o maior tempo para distalização dos molares e a
necessidade de cooperação do paciente no aparelho extrabucal de tração
cervical, e a perda de ancoragem do aparelho Pend-x.
Ogeda (2003) realizou um estudo para avaliar cefalometricamente os
efeitos dentários e esqueléticos do Pend-x de Hilgers modificado. A amostra
consistia de 16 pacientes, sendo 10 do gênero feminino e 6 do masculino, com
relação molar de Classe II e idade média de 11,28 anos. A única variação
introduzida no aparelho foi a forma de fixação aos dentes, que em alguns
casos foi feita por meio de bandas nos pré-molares, e em outros por fios
ortodônticos de 1,0 mm colados em dois dentes anteriores aos molares, de
cada lado. Após a cimentação do aparelho, iniciaram-se as ativações do
expansor, de modo que, foram realizadas duas ativações no primeiro dia e uma
ativação diária de ¼ de volta no torno expansor, até que se completasse a
expansão planejada de 2 a 4 mm. O propósito da expansão foi corrigir a atresia
maxilar, favorecer a ancoragem e a distalização dos molares, e atenuar a
tendência de lingualização dos molares, decorrente da ação pendular das
molas. Após o período médio de 32 dias após a instalação dos aparelhos,
iniciou-se a distalização dos molares com as molas do aparelho, por um
período médio de 5,5 meses. As ativações das molas foram realizadas de
forma que ficassem em 60º com o plano frontal, promovendo uma força de 230
gramas. Foi realizada dobra de anti-inclinação de 10º, na tentativa de diminuir a
inclinação distal das coroas dos molares. Foram realizadas telerradiografias
laterais antes e após a distalização dos molares e, os resultados foram que as
coroas dos molares distalizaram 3,48 mm e inclinaram para distal 9,49º,
enquanto que os incisivos superiores sofreram deslocamento anterior da coroa
de 1,84 mm e inclinaram para vestibular 3,01º. O autor concluiu que o potencial
Revisão da Literatura -
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do aparelho Pend-x na distalização dos molares superiores foi demonstrado
nesse trabalho, sem necessidade de colaboração e esforço pessoal dos
pacientes, no entanto, houve alguns efeitos indesejáveis, tais como a grande
inclinação da coroa dos molares superiores e perda de ancoragem.
Ritchey (2003) avaliou os resultados de um novo aparelho denominado
Ertty System, que é recomendado para correções unilaterais de relação molar
de Classe II. Tal aparelho é composto por um fio transpalatino de .036” de
diâmetro com 2 helicóides, que é soldado às bandas dos primeiros molares.
Sua atuação é similar à de uma barra transpalatina onde um lado recebe uma
força de distalização e o outro recebe um momento de giro mésio-vestibular e
uma força de mesialização. Para neutralizar esse componente mesial e
potencializar o componente de distalização do molar oposto, elásticos de
Classe II são associados à mecânica. A amostra utilizada consistiu de 20
pacientes, sendo 10 do gênero masculino e 10 do gênero feminino, idade
média de 14,36 anos, que apresentavam oclusão de Classe II, subdivisão.
Os resultados demonstraram uma distalização média dos primeiros molares de
1,3 mm, com inclinação de 0,55º; os incisivos superiores lingualizaram 2º. No
arco inferior, os incisivos vestibularizaram 2,68º. O tempo médio de tratamento
foi de 4,16 meses.
Mavropoulos et al. (2005) avaliaram os efeitos do aparelho Jones-Jig
em 10 pacientes, com idade média de 13,2 anos, em estágio de dentadura
permanente, todos com segundos molares irrompidos. Sua metodologia incluiu
avaliação radiográfica através de telerradiografia e avaliação de modelos
através de um digitalizador em três dimensões (3D). Seus resultados
mostraram uma distalização dos primeiros molares de 2,8 mm com movimento
anterior de segundos pré-molares, caninos e incisivos de 3,32; 2,41 e 1,89 mm,
respectivamente. Com relação aos efeitos transversais, os resultados
apontaram lingualização dos primeiros molares de 0,24 mm, enquanto que os
segundos pré-molares e caninos vestibularizaram 0,73 e 1,25 mm,
respectivamente. Quanto à rotação, os primeiros molares apresentaram
rotação distopalatina média de 7,9º e os segundos pré-molares apresentaram
rotação distovestibular de 3,7º. Comparando as duas metodologias utilizadas
neste trabalho, os autores concluem que os dados obtidos através da
telerradiografia apresentaram maior variação e erro quando comparados aos
Revisão da Literatura -
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dados obtidos através da digitalização dos modelos em 3D. Os únicos dados
utilizados pelos autores obtidos através das telerradiografias foram as medidas
de inclinação dentária, pois estas não poderiam ser obtidas através dos
modelos digitalizados. Os autores também comentam sobre o efeito
assimétrico do aparelho, mesmo com ativações simétricas, onde em alguns
casos a diferença de movimentação entre os lados esquerdo e direito foram
superiores a 1,5 mm. Os autores atribuem estes resultados a diferenças no
alinhamento e nivelamento entre os hemi-arcos.
2.2 DISTALIZADORES ASSOCIADOS À ANCORAGEM
ESQUELÉTICA
Quando se necessita de ancoragem absoluta, o tempo consumido
para corrigir a perda de ancoragem normalmente é igual ou maior àquele do
tratamento primário. Wehrbein et al. (1996) apresentaram um sistema de
ancoragem esquelética para o tratamento ortodôntico, denominado de
Orthosystem, que foi utilizado em um paciente de 16 ano de idade, com
oclusão de Classe II, sobressaliência de aproximadamente 10 mm e
necessidade de extrações dos primeiros pré-molares, retração dos dentes
ântero-superiores e ancoragem máxima realizada com parafuso de titânio puro
de 3,3 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento implantado na região média
sagital do palato, na altura dos pré-molares. Os primeiros pré-molares foram
extraídos 10 semanas após implantação dos parafusos e 12 semanas após a
implantação, foi instalado um arco transpalatino confeccionado com fio aço de
0,032”x 0,032” soldado às bandas dos segundos pré-molares e fixado ao
parafuso implantado, iniciando a mecânica ortodôntica de retração dos dentes
ântero-superiores. Após 9 meses de tratamento, constatou-se que não houve
perda de ancoragem e o parafuso implantado não mostrou mobilidade. Os
autores concluíram que o sistema de ancoragem esquelética Orthosystem foi
de fácil implantação cirúrgica e proporcionou ancoragem máxima, sem
necessidade de cooperação do paciente, diferentemente da ancoragem
extrabucal ou dos elásticos de Classe II.
Revisão da Literatura -
32
Comentando sobre o uso de implantes em Ortodontia, Costa; Raffaini;
Melsen (1998) apresentaram um mini-parafuso para ser utilizado como unidade
de ancoragem para movimentação ortodôntica. Este mini-parafuso apresentava
2 mm de diâmetro e 9 mm de altura. A sua penetração no interior do osso
variaria de 5 a 7 mm dependendo de sua localização. A porção extra-óssea
variava de 2 a 4 mm. Citaram que a localização dos mini-parafusos poderia ser
tanto na maxila quanto na mandíbula. Citaram como vantagens deste tipo de
implante a fácil inserção e remoção, possibilidade de receber carga imediata,
com baixa irritação local quando comparado a outros tipos de ancoragem
transmucosos. A desvantagem seria o risco de infecção, que seria específico
em relação às diferentes localizações. A complicação mais notável seria a
perda dos mini-parafusos. Concluíram que os mini-parafusos o uma
alternativa para a recente opção de ancoragem estacionária, porém cuidados
com a construção do sistema biomecânico também seriam necessários para
garantir a estabilidade da ancoragem.
Ancoragem apoiada em dentes é uma das grandes limitações da
Ortodontia moderna, devido aos movimentos dentários em resposta às forças
ortodônticas. Vários autores têm posicionado implantes na região sagital
mediana do palato para estabelecer uma ancoragem máxima. Esta área é
caracterizada por apresentar pouca quantidade de osso cortical. Com o
objetivo de estudar uma região palatina que apresente uma maior quantidade
de osso de suporte para colocação de implantes, BERNHART et al., em 2000,
selecionaram 22 pacientes, 18 do gênero feminino e 4 do masculino, com idade
que variavam de 13 a 48 anos que necessitavam de tratamento ortodôntico
com ancoragem xima. Os casos foram planejados por meio de tomografia
computadorizada para a colocação dos implantes. Os autores concluíram que a
área palatina adequada para a colocação dos implantes foi localizada 6 a 9 mm
posterior ao forame incisivo e 3 a 6 mm paramediana à sutura palatina
mediana.
Com o objetivo de estudar um sistema de ancoragem esquelética
para permitir carga imediata, resistir a forças rotacionais e promover um meio
de ancoragem máxima, Byloff et al. (2000) desenvolveram um sistema de
ancoragem esquelética denominado de “Graz implant-supported Pendulum”.
Utilizaram esse sistema em uma paciente do gênero feminino com relação
Revisão da Literatura -
33
molar e canino de Classe II, sobressaliência de 10 mm. O sistema consistia de
uma placa cirúrgica de titânio de 15 x 10 mm com 4 buracos para parafusos,
como é utilizada em cirurgia bucomaxilofacial. Dois cilindros de 10 mm de
comprimento e 3,5 mm de diâmetro foram soldados perpendicularmente à
placa. A placa foi fixada no osso palatino por meio de 4 parafusos de titânio de
5 mm de comprimento. Os dois cilindros ficaram voltados para a cavidade
bucal, onde foi apoiado um botão de resina com as molas do Pendulum, que
foram instalados após 2 semanas de cicatrização. Em 8 semanas de
tratamento ortodôntico, os molares foram distalizados e sobrecorrigidos para
uma relação de Classe I, sendo o tempo de tratamento ortodôntico total de 22
meses. Os autores concluíram que esse sistema apresentou as vantagens de
ancoragem esquelética, que permitiu carga quase imediata, foi estável a forças
rotacionais, permitiu uma ativação uni ou bilateral para distalização de molares,
e apresentou como desvantagem a necessidade de abrir retalho cirúrgico para
implantação da placa e parafusos.
O uso de implantes endósseos é uma alternativa para assegurar uma
ancoragem ortodôntica eficiente. Utilizando-se desta técnica, BERNHART et al.
(2001) realizaram um estudo com 21 indivíduos, sendo 15 do gênero feminino
e 6 do masculino, com idade média de 25,8 anos para avaliar a eficiência de
implantes curtos para ancoragem ortodôntica na região paramediana do palato.
Os casos foram planejados com tomografias e o comprimento dos implantes
foram definidos de acordo com a distância do rebordo palatino até 1 mm do
assoalho da fossa nasal. Esses implantes rosqueáveis eram de titânio puro
(Branemark, Nobel Biocare), com um diâmetro de 3,75 mm. Após um período
médio de 4 meses para permitir a osseointegração dos implantes, forças
ortodônticas foram realizadas direta ou indiretamente sobre os mesmos. Dos
21 casos, 3 tiveram seus implantes perdidos, o restante não apresentou
mobilidade, apresentando uma boa condição de higiene bucal, sem patologias
aparentes. Causas diferentes poderiam ter ocasionado a perda dos implantes,
tais como: o excesso de forças transversais durante o procedimento de
moldagem, forças impostas pela língua durante a alimentação e higienização, o
hábito severo de fumar de um dos pacientes que resultou em infecção e perda
do implante e a aplicação de forças contínuas e diretas sobre os implantes. Os
autores concluíram que os implantes na região paramediana do palato são
Revisão da Literatura -
34
eficientes meios de ancoragem para o tratamento ortodôntico; o osso palatino
possui espessura suficiente para a colocação dos implantes, mesmo naqueles
indivíduos que estão na fase de crescimento; não se deve aplicar forças diretas
acima de 6N; implantes considerados perdidos, sem infecção, podem ser
utilizados diminuindo-se as forças aplicadas sobre eles.
Tosun; Keles; Erverdi (2002) propuseram um estudo com o objetivo de
estabelecer um método e protocolo para posicionamento de implante palatino
para ancoragem ortodôntica. O estudo envolveu 23 pacientes, sendo 8 do
gênero masculino e 15 do feminino, com idade média de 22,5 anos, que
apresentavam relação molar e canino de Classe II. Foram realizados
tratamentos ortodônticos com distalização dos molares superiores, sem
necessidade de extrações dentárias. Para tanto, foram utilizados ancoragens
esqueléticas por meio de implantes palatinos com parafusos de titânio ( Frialit-2
Implant System) de 4,5 mm de diâmetro e 8 mm de comprimento, que foi
implantado transmucosamente na região paramediana do palato para evitar a
sutura palatina mediana e ser considerada uma área adequada para colocação
do implante. Para auxiliar no posicionamento do implante palatino, foram
confeccionados guias cirúrgicos de acrílico, de modo que, o eixo do implante
ficasse em torno do 45
o
a 60
o
com o plano oclusal, inclinado em direção da
espinha nasal anterior e, 3 a 4 mm acima dos ápices dos incisivos superiores,
evitando a penetração na cavidade nasal. A distalização dos molares foi
realizada com o aparelho proposto por Keles (2001), que foi modificado para
adaptação ao implante palatino. Os autores concluíram que a ancoragem
esquelética evitou movimento de protrusão dos dentes anteriores, a
implantação cirúrgica transmucosa foi uma técnica pouco invasiva, sem
necessidade de incisão, retalho e sutura, a região paramediana foi considerada
uma área propícia para implantação de ancoragem esquelética e os guias
cirúrgicos auxiliaram para eliminar falha que poderiam ocorrer no
posicionamento e inclinação dos implantes e facilitaram o ato cirúrgico.
Como
conclusão os autores mencionam que o tratamento ortodôntico contemporâneo
necessita de dispositivos mais modernos e com cada vez menos auxílio do
paciente.
A correção da má oclusão de Classe II freqüentemente requer
tratamento para correção da relação molar. Com este propósito
Revisão da Literatura -
35
desenvolveram-se vários tipos de distalizadores intrabucais de molares
superiores com a vantagem de necessidade mínima de cooperação do
paciente, porém a perda de ancoragem na região de pré-molares, caninos e
incisivos é a grande desvantagem destes sistemas. Karaman; Basciftci; Polat
(2002) utilizaram um implante para ancoragem associado ao aparelho Distal
Jet em um caso clínico para avaliar os efeitos nas estruturas dentofaciais. Um
paciente de 11 anos de idade, gênero masculino, em estágio de dentadura
mista, face agradável e perfil reto apresentava relação molar de Classe I no
lado direito e de Classe II no lado esquerdo devido à perda precoce de molares
decíduos. Os objetivos do tratamento foram alcançar uma relação molar de
Classe I com distalização do primeiro molar superior esquerdo e possibilitar
irrupção do segundo pré-molar impactado. A correção da relação molar foi
realizada por meio do aparelho Distal Jet associado a um implante (Leibinger,
German) para ancoragem esquelética de 3 mm de diâmetro e 14 mm de
comprimento que foi implantado na sutura palatina, dois a três milímetros
posterior ao canal incisivo, sendo aplicada força imediata. Foi instalado um
Distal Jet modificado com molas de níquel-titânio de 0,76 mm de diâmetro
(Dentaurum). Após quatro meses da instalação do aparelho, foi obtido um
espaço de oito milímetros para irrupção do segundo pré-molar superior
esquerdo e foram removidos o Distal Jet modificado e o implante. O primeiro
molar superior direito o teve alteração, pois a mola não estava ativada neste
lado. Os autores concluíram que o aparelho Distal Jet modificado associado à
ancoragem esquelética é um método efetivo para distalização de molares
superiores sem perda de ancoragem e deveria ser avaliado numa amostra
maior.
Kärcher; Byloff; Clar (2002) apresentaram um sistema de distalização
com o aparelho Pendulum associado a uma mini-placa parafusada ao palato.
Relataram suas experiências no tratamento com este aparelho em 7 pacientes
adultos com relação dentária de Classe II. Foram tratados sem extrações
dentárias, realizando a distalização dos molares superiores, por meio de
implantes palatinos associados ao aparelho Pendulum (Graz implant
supported Pendulum). O implante foi colocado na linha sagital mediana do
palato, sendo que os dois pinos ficam na mesma linha em relação aos
primeiros pré-molares. O implante é fixado através de quatro parafusos. O
Revisão da Literatura -
36
tempo de distalização dos molares superiores até obter a relação molar de
Classe I foi de 8 meses e o tempo total de tratamento ortodôntico foi de 22
meses. Os autores concluíram que o sistema apresentou estabilidade
rotacional, permitiu aplicação de forças uma semana após a implantação dos
implantes, suportou as forças necessárias para a distalização dos molares e os
dentes anteriores não foram protruídos. A única desvantagem mencionada
pelos autores foi a necessidade de realizar um retalho cirúrgico para
implantação da placa e parafusos.
Schlegel; Kinner; Schlegel (2002) destacam a importância do
conhecimento anatômico para a realização dos implantes palatinos com
finalidade ortodôntica. Segundo os autores, a massa óssea onde deveria ser
inserido o implante parece ser mais importante que o próprio processo
cicatricial. O local a ser utilizado para o implante deve ter qualidade suficiente,
isto é, altura e espessura suficiente para acomodar o implante. O objetivo do
estudo foi coletar evidências anatômicas que expliquem a ossificação da linha
média palatina em diferentes idades, levando em consideração que a
colocação do implante na linha média palatina pode apenas ter sucesso
quando há mínimo suporte disponível. Desta forma foram utilizados 41
cadáveres entre 12 e 53 anos de idade dos quais foram removidos pedaços de
osso palatino em forma de cilindro, todos da região mediana. Após isto foi
realizada uma biópsia e exames histológicos após a descalcificação das peças.
Os resultados foram os seguintes: 1) ossificação da sinostose palatina em
cadáveres de 23 anos, 2) qualidade e quantidade óssea foi variável em todas
as idades; 3) um dos cadáveres, do gênero masculino e com 31 anos de idade
não possuía ossificação. Concluíram também que a estrutura morfológica do
osso depende da topografia e varia com a idade. O osso maxilar em geral é
classificado como sendo do tipo 3 por sua fina cortical e ampla estrutura
trabeculada. A colocação dos implantes na linha média palatina pode atingir
áreas como o canal incisivo. Apesar de não causar dor aguda, poderia lesar
permanentemente o nervo. Reafirmam que a melhor região para se colocar o
implante é a posterior da linha média palatina, pois possui massa óssea
melhor. O referido estudo não conseguiu comprovar se a sinostose da região
estimularia a osseointegração no implante. Independente disto, os autores
consideram o tratamento com implantes ancorados em osso, um bom avanço
Revisão da Literatura -
37
para ortodontia, ocultando aparelhos ortopédicos e tornando o tratamento
menos dependente do paciente.
Kyung; Hong; Park (2003) relataram a utilização de miniparafusos no
palato médio, justificando a escolha desta região pela quantidade de osso
cortical, que é suporte suficiente para um miniparafuso inteiro. Além disso, essa
área não possui estruturas nobres que poderiam complicar a colocação dos
parafusos. Nesse caso, não há espera de osseointegração e não existe a
necessidade de cirúrgia adicional, pois o parafuso é removido facilmente.
Exemplificam a técnica com a descrição de 2 casos clínicos, que apresentavam
relação molar de Classe II. O tempo necessário para que ocorresse a
distalização com sobrecorreção foi de 5 meses. Os implantes foram removidos
9 meses após sua implantação.
Keles; Erverdi; Sezen (2003) relataram um caso clínico de uma
paciente do gênero feminino, 17 anos de idade, com relação molar de Classe
II. Planejaram distalizar os molares superiores por meio do aparelho proposto
por Keles (2001 e 2002), que foi associado à ancoragem esquelética, por meio
de implante com parafuso de titânio (Frialit-2 Implant System) de 4,5 mm de
diâmetro e 8 mm de comprimento, que foi implantado transmucosamente na
região paramediana do palato para evitar a sutura palatina mediana e por ser
considerado um local adequado para sua implantação. Foi confeccionado guia
cirúrgico descrito por Tosun et al. (2002) para auxiliar no ato cirúrgico. Após 3
meses da implantação do parafuso para ocorrer a osseointegração, iniciaram-
se os procedimentos ortodônticos. Os molares foram distalizados 3 mm de
cada lado em 5 meses. Os autores concluíram que os molares foram
distalizados sem perda de ancoragem, a implantação cirúrgica transmucosa foi
uma cnica pouca invasiva, sem necessidade de incisão, retalho e sutura e a
região paramediana do palato foi considerada uma área adequada para a
realização de implantes com finalidade ortodôntica.
Os aparelhos intrabucais para distalização de molares superiores que
não necessitam de cooperação do paciente são eficientes, porém promovem
perda de ancoragem, caracterizada pela protrusão dos incisivos superiores e
mesialização de pré-molares. Gelgör et al. (2004) realizaram um estudo para
avaliar as alterações esqueléticas, dentárias e de tecido mole após distalização
de molares superiores associados com ancoragem realizada por meio de
Revisão da Literatura -
38
parafusos intraósseos. Foram selecionados 25 pacientes, sendo 18 do gênero
feminino e 7 do masculino, com idade média de 13 anos e 9 meses, padrão
esquelético de Classe I e relação dentária de Classe II. Os parafusos
intraósseos (IMF Stryker, Leibinger, Germany) utilizados eram constituídos de
titânio puro e apresentavam diâmetro de 1,8 mm e comprimento de 14 mm,
sendo posicionados 5,0 mm posteriormente ao forame incisivo e, 3,0 mm para
o lado direito ou esquerdo da sutura palatina mediana. Esse parafuso foi unido
a uma barra transpalatina que era soldada às bandas dos primeiros pré-
molares para estabelecer a unidade de ancoragem. Os primeiros molares
foram então distalizados com mola de secção aberta de níquel-titânio
produzindo força de 250 g de cada lado. Uma relação molar de Classe I,
sobrecorrigida de 2,0 mm, foi alcançada em aproximadamente 4,6 meses com
movimento médio distal de 3,9 mm para os primeiros molares. Modelos de
estudo realizados antes e após a distalização dos molares superiores
demonstraram que as cúspides mesiovestibulares dos dentes 16 e 26
distalizaram 5,3 mm e 4,9 mm, respectivamente; enquanto que as cúspides
mesio-linguais distalizaram 3,5 mm e 3,8 mm, respectivamente. Os incisivos
superiores direito e esquerdo protruíram 0,3 mm e 0,5 mm, respectivamente.
Pela avaliação cefalométrica, os autores não observaram movimentação dos
primeiros pré-molares. Segundo os autores, a pequena perda de ancoragem
poderia ser atribuída à flexibilidade da barra transpalatina e uma insuficiente
fixação entre esta barra e o parafuso. Concluíram que este sistema de
ancoragem esquelética permitiu aplicação de força imediata e foi muito estável
durante a distalização dos molares superiores, promovendo uma distalização
média de 0,85 mm por mês.
O aspecto psicológico do uso de um implante palatino como
ancoragem para a movimentação ortodôntica foi investigado por Gündüz et al.
(2004). Através de um questionário distribuído a 85 pacientes que receberam
tratamento ortodôntico associado à utilização de implante no palato, eles
concluíram que 95% dos pacientes estavam satisfeitos com esta modalidade
de tratamento. A fase mais desconfortável do procedimento cirúrgico relatada
pelos pacientes foi a injeção do anestésico, apesar de a pressão na hora da
colocação do implante também ter sido relatado por parte dos pacientes
(14,2%), mas não tão desconfortável quanto a injeção do anestésico (50,6%).
Revisão da Literatura -
39
O tempo mais comumente citado pelos pacientes para se habituar ao implante
foi duas semanas, e o tempo ximo de tolerância para uso dos implantes foi
de 24 meses.
Park; Lee; Kwon (2005) avaliaram 13 casos consecutivos, tratados
com a utilização de micro-implantes para permitir a distalização de molares.
Dos 13 casos, apenas 4 tiveram implantes colocados na maxila, sendo que os
locais selecionados para sua colocação foram, por vestibular, entre os
segundos pré-molares e primeiros molares (3 casos) e, por palatino, entre os
primeiros e segundos molares (1 caso). Os implantes tinham 1,2 mm de
diâmetro e 6 mm de comprimento. As forças foram transmitidas aos dentes
através de molas fechadas de níquel-titânio que eram presas aos implantes e
ao dentes caninos ou pré-molares em estágio de nivelamento com fios de TMA
ou aço inoxidável, de calibre .016”X.022” Os resultados foram avaliados
através de telerradiografias e modelos de estudo e demonstraram, após um
período médio de 12,3 meses, uma distalização média de 1,6 e 1,2 mm para
primeiros molares e primeiros pré-molares, respectivamente. Os incisivos
também apresentaram movimento de lingualização, porém esse resultado foi
não significante (0,85 mm). Transversalmente, os primeiros molares também
apresentaram resultado não significante para expansão (-0,29 mm). Os autores
comentam que a estabilidade dos implantes é um fator crucial para a
distalização efetiva. Na amostra total, dos 30 implantes colocados, apenas 3
tiveram de ser substituídos por problemas relacionados à estabilidade. Isto
conferiu uma taxa de sucesso de 90% com relação à estabilidade dos
implantes. Em nenhum caso foi notada inflamação significante ao redor dos
implantes, porém houve hiperplasia de tecido mole sobre os segundos molares
em dois casos.
3 – PROPOSIÇÃO
Proposição -
41
3 - PROPOSIÇÃO
Esta pesquisa propõe-se a avaliar, em modelos de gesso, as possíveis
alterações decorrentes da distalização dos molares superiores com o uso do
aparelho Pendulum modificado com molas removíveis, associado à
ancoragem esquelética, em brasileiros jovens, leucodermas, com oclusão
Classe II de Angle para:
1) Analisar as alterações sagitais em molares, pré-molares, caninos e
incisivos;
2) Analisar as alterações transversais em molares, pré-molares e caninos;
3) Analisar as alterações rotacionais em molares e pré-molares e
4) Determinar a taxa mensal média de distalização dos primeiros molares.
4 – MATERIAL E MÉTODO
Material e Método -
43
4. MATERIAL E MÉTODO
4.1. Material
A amostra foi composta por 13 indivíduos, de ambos os gêneros, sendo
dez do gênero feminino e três do masculino, brasileiros, leucodermas, naturais
da cidade de Marília, estado de São Paulo, com idades variando de 13 anos
completos a 15 anos e 5 meses, com idade média de 14 anos e 6 meses.
Os pacientes foram selecionados na Clínica de Pós-Graduação da
Faculdade de Ciências Odontológicas - Universidade de Marília, e em Escolas
Estaduais desta cidade, respeitando-se os seguintes critérios de inclusão
(Figuras 1 a 4):
1. Avaliação facial compatível com padrão facial do tipo I, segundo Capelozza
Filho (2004) ou do tipo II, sem sinais de deficiência mandibular;
2. Tendência de crescimento horizontal;
3. Relação molar de Classe II de Angle, acima de meia cúspide;
4. Presença de todos os dentes permanentes, de segundo a segundo molar
do lado oposto;
5. Observação clínica de boa quantidade de osso na distal dos segundos
molares superiores e
6. Observação clínica da disto-oclusão em caninos.
Todos os indivíduos selecionados receberam, como mecanismo para
distalização dos molares superiores, o aparelho Pendulum com molas
removíveis associado à ancoragem esquelética, que foi empregado por um
período médio de 6,97 meses ( 6 meses e 29 dias).
Material e Método -
44
FIGURA 1 – Fotografias extrabucais iniciais de uma paciente apresentando as
características exigidas para inclusão na amostra.
FIGURA 2 – Fotografia frontal intrabucal inicial, de um paciente da
amostra.
Material e Método -
45
FIGURA 3 – Fotografia intrabucal
lateral direita inicial.
FIGURA 4 - Fotografia intrabucal
lateral esquerda inicial.
Foram analisados os modelos de gesso do arco dentário superior
desses pacientes, obtidos antes e após a distalização dos molares superiores
(Figuras 5 e 6).
FIGURA 5 – Modelo inicial (pré-
distalização).
FIGURA 6 – Modelo final (pós-
distalização).
Material e Método -
46
4.2. Método
Para uma melhor organização, dividiu-se o método em:
4.2.1) Tratamento ortodôntico;
4.2.2) Análise de modelos;
4.2.3) Controle do erro;
4.2.4) Análise estatística e
4.2.5) Ética.
4.2.1. Tratamento Ortodôntico
4.2.1.1. Implantação do sistema de ancoragem esquelética
Nos indivíduos selecionados, dois parafusos de titânio da marca MDT,
com 14 mm de comprimento e 2,7 mm de diâmetro (código 4.24.06.27014),
foram implantados no palato, para estabilizar a unidade de ancoragem do
aparelho (Figura 7).
A colocação dos parafusos no palato foi realizada de 6 a 9 mm
posteriomente ao forame incisivo e de 3 a 6 mm lateralmente à sutura palatina
mediana, bilateralmente, como descrito por Bernhart et al. (2000). A inclinação
dos parafusos foi de aproximadamente 45º a 60
o
em direção à espinha nasal
anterior (TOSUN; KELES; ERVERDI, 2002). O parafuso ficou exposto,
aproximadamente 2,0 mm, na cavidade bucal (Figura 8). A implantação dos
parafusos foi realizada por um profissional especialista em Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial.
4.2.1.2. Construção do aparelho
Os pacientes receberam, como mecanismos distalizadores dos molares
superiores, o aparelho Pendulum com molas removíveis, segundo Almeida et
al. (1999). A construção desse aparelho envolveu, basicamente, duas fases:
uma laboratorial e outra clínica.
Material e Método -
47
FIGURA 7 – Parafuso de titânio da marca MDT, com 14 mm de comprimento e
2,7 mm de diâmetro.
FIGURA 8 – Parafusos implantados ao palato.
Material e Método -
48
Inicialmente, foram adaptadas bandas pré-fabricadas da marca GAC
International, nos primeiros molares superiores onde foram soldados, por
vestibular, tubos triplos da marca Morelli (códigos 20.11.511 e 20.11.512), e
pela palatina, tubos linguais da marca Morelli (código 20.60.100). Essas
bandas foram cimentadas com cimento de ionômero de vidro Vitro Cem da
marca DFL. Após a cimentação das bandas, realizou-se a moldagem para
obtenção dos modelos de trabalho, procurando registrar em detalhes os
parafusos implantados e as bandas cimentadas aos primeiros molares (Figura
9).
No modelo de trabalho, de acordo com Almeida et al. (1999), foram
posicionados duas extensões de 10 mm de tubos telescópicos de aço
inoxidável de 0,9 mm de diâmetro interno da marca Tecnident (código TT-009),
de modo que ficassem paralelas e bilateralmente à sutura palatina mediana. O
limite posterior desses tubos foi uma linha que tangenciou a porção anterior do
tubo lingual. Fixaram-se os tubos telescópicos no modelo de trabalho com cera
pegajosa e, na seqüência, foi confeccionada o botão palatino de Nance, que se
estendeu 5,0 mm abaixo da gengiva marginal e envolveu o palato, englobando
os tubos telescópicos e a impressão dos parafusos (Figura 10).
FIGURA 9 – Moldagem do arco superior com a impressão dos parafusos e das
bandas dos primeiros molares.
Material e Método -
49
FIGURA 10 – Botão de Nance envolvendo os implantes e os tubos
telescópicos.
Após o acabamento e polimento do botão palatino de Nance, iniciou-se a
confecção das molas distalizadoras, de acordo com FUZIY, em 2001, com
alicate 139, com fio de titânio-molibdênio de .032de diâmetro da marca GAC
International. Com o botão de acrílico posicionado no modelo de trabalho,
introduziu-se um segmento do fio de titânio-molibdênio no interior do tubo
telescópico e, na saída desse tubo, construiu-se um helicóide com
aproximadamente 4,0 mm de diâmetro interno (Figura 11).
O passo subseqüente consistiu em confeccionar, 3,0 mm distante do
helicóide, uma alça apresentando 4,0 mm de altura e 4,0 mm de largura, com o
objetivo de aumentar o comprimento de fio, reduzindo assim, a relação
carga/deflexão e aumentando a flexibilidade do fio. Esse procedimento facilitou
a inserção do segmento intratubo da mola no tubo lingual, assim como
também, permitiu pequenos ajustes verticais e transversais durante a avaliação
da pré-ativação da mola (Figura 12).
Material e Método -
50
FIGURA 11 – Confecção do
helicóide com 4 mm de diâmetro.
FIGURA 12 – Confecção da alça de
4 mm de altura e 4 mm de largura.
Após confecção da alça, toda extensão foi recurvada para uma
melhor adaptação no rebordo alveolar do palato (Figura 13). Com a mola
posicionada, fez-se uma dobra na entrada mesial do tubo lingual, formando-se
o segmento intratubo passivo, tanto no sentido vestíbulo-lingual quanto vertical
(Figura 14).
Material e Método -
51
FIGURA 13 – Contorno da mola para melhor adaptação ao palato.
FIGURA 14 – Dobra para confecção do segmento intra-tubo passivo.
A confecção da mola do lado oposto foi realizada perante os mesmos
procedimentos anteriormente citados, tomando-se o cuidado de tentar
preservar a simetria entre as molas (Figura 15).
Material e Método -
52
FIGURA 15 – Simetria entre as molas.
Após a confecção do aparelho, as molas foram ativadas, por meio de
uma pequena dobra no helicóide, deixando-as paralelas à sutura palatina
mediana, obedecendo aos critérios preconizados por Hilgers, em 1992 (Figura
16). Incluiu-se também, uma dobra de antiinclinação, de modo que, o segmento
intratubo formasse um ângulo de 15º, em direção oclusal, para se ter um maior
controle na inclinação distal das coroas dos molares superiores durante a
distalização, segundo FUZIY, em 2001 (Figura 17). Em seguida, o aparelho
pré-ativado foi testado no modelo de trabalho para verificar se não havia
ocorrido nenhuma distorção nas molas.
Material e Método -
53
FIGURA 16 – Ativação da mola em 90º, conforme preconizado por Hilgers.
FIGURA 17 – Dobra de antiinclinação de 15º.
Material e Método -
54
Na fase clínica, o botão palatino de Nance foi reembasado e fixado nos
parafusos com resina acrílica autopolimerizável Jet da marca Clássico e,
imediatamente após, foram instaladas as molas pré-ativadas. Em seguida,
colocou-se resina fotopolimerizável nas faces oclusais dos primeiros e
segundos pré-molares, de ambos os lados, com a finalidade de levantar a
oclusão e, conseqüentemente, facilitar a distalização dos molares pelo alívio
das intercuspidações desses elementos dentários (Figura 18).
FIGURA 18 – Levante de resina composta na face oclusal dos pré-molares.
Os pacientes foram avaliados mensalmente, porém mantendo-se uma
única ativação durante o período de tratamento ativo. A distalização dos
primeiros molares até a sobrecorreção de 2,0 mm, em relação à chave de
oclusão, que foi alcançada, em média, em 6,97 meses (Figuras 19 a 21).
Material e Método -
55
FIGURA 19 – Fotografia intrabucal
lateral direita após a distalização
dos molares superiores.
FIGURA 20 – Fotografia intrabucal
lateral esquerda após a distalização
dos molares superiores.
FIGURA 21 – Fotografia oclusal superior pós-distalização.
4.2.1.3. Sistema de força produzido
As pré-ativações das molas produziram forças distalizadoras de
aproximadamente 253,3 g, conforme Fuziy (2001).
As forças distalizadoras das molas produziam uma inclinação distal de
coroa dos molares, decorrente do momento realizado pelas molas, pois estas
Material e Método -
56
se localizavam a certa distância do centro de resistência desses dentes,
segundo Hilgers (1992). Com o propósito de minimizar este efeito indesejável
foi utilizado a dobra de antiinclinação de 15º no segmento intratubo.
A ativação dessas molas também produzia alterações verticais de
intrusão dos molares, devido à trajetória dessas molas no sentido vertical,
segundo Hilgers (1992).
Assim, devido à trajetória de uma conformação geométrica pendular
tanto no sentido transversal, como também no sentido sagital das molas
distalizadoras, o aparelho Pendulum determinou um sistema de força que
proporcionou alterações verticais, transversais e sagitais.
4.2.2. Método de avaliação dos modelos
Foram utilizados os modelos de estudo iniciais e finais dos 13 pacientes
para analisar as alterações sagitais, transversais e rotacionais em molares, pré-
molares, caninos e incisivos centrais, decorrentes da utilização do aparelho
Pendulum na distalização dos molares superiores.
Os modelos de estudo foram então fotografados, utilizando-se uma
máquina digital Nikon, modelo D70, com lente macro 50 mm EX Sigma, de
modo a obter uma imagem com as mesmas dimensões do objeto. Para isto foi
utilizada uma estativa com o objetivo de padronizar a distância foco/objeto, de
modo a obter sempre o mesmo tamanho do objeto.
Depois de obtida a imagem digital, esta foi submetida aos processos de
correção de brilho e contraste de modo a obter uma máxima qualidade para
visualização e identificação dos pontos (Figuras 22 e 23).
FIGURA 22 – Modelo inicial. FIGURA 23 – Modelo final.
4.2.2.1 Pontos cefalométricos
Utilizando-se o programa Corel Photo-Paint, versão 12.0.0.458 (2003
Corel Corporation), foram demarcados os seguintes pontos cefalométricos,
criando-se uma camada sobreposta à imagem do modelo (Figura 24):
1. Ponto central do parafuso direito ponto localizado no centro da cabeça
do parafuso implantado no lado direito do palato;
2. Ponto da papila palatina – ponto localizado no centro da papila palatina;
3. Ponto posterior do palato ponto localizado na parte posterior do palato,
na região dos segundos molares;
4. Ponto do incisivo central superior direito ponto localizado na porção
mais vestibular do incisivo central superior direito;
5. Ponto do incisivo central superior esquerdo ponto localizado na porção
mais vestibular do incisivo central superior esquerdo;
6. Ponto mesial do canino superior direito ponto localizado na face mesial
do canino superior direito;
7. Ponto mesial do canino superior esquerdo – ponto localizado na face
mesial do canino superior esquerdo;
8. Ponto cúspide do canino superior direito ponto localizado na ponta de
cúspide do canino superior direito;
9. Ponto cúspide do canino superior esquerdo ponto localizado na ponta
de cúspide do canino superior esquerdo;
Material e Método -
58
10. Ponto mesial do primeiro pré-molar superior direito ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do primeiro pré-molar superior direito;
11. Ponto mesial do primeiro pré-molar superior esquerdo – ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do primeiro pré-molar superior
esquerdo;
12. Ponto cúspide vestibular do primeiro pré-molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide vestibular do primeiro pré-molar superior
direito;
13. Ponto cúspide vestibular do primeiro pré-molar superior esquerdo ponto
localizado na ponta da cúspide vestibular do primeiro pré-molar superior
esquerdo;
14. Ponto cúspide palatina do primeiro pré-molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide palatina do primeiro pré-molar superior
direito;
15. Ponto cúspide palatina do primeiro pré-molar superior esquerdo ponto
localizado na ponta da cúspide palatina do primeiro pré-molar superior
esquerdo;
16. Ponto mesial do segundo pré-molar superior direito ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do segundo pré-molar superior direito;
17. Ponto mesial do segundo pré-molar superior esquerdo ponto mais
mesial localizado na crista marginal mesial do segundo pré-molar superior
esquerdo;
18. Ponto cúspide vestibular do segundo pré-molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide vestibular do segundo pré-molar superior
direito;
19. Ponto cúspide vestibular do segundo pré-molar superior esquerdo ponto
localizado na ponta da cúspide vestibular do segundo pré-molar superior
esquerdo;
20. Ponto cúspide palatina do segundo pré-molar superior direito – ponto
localizado na ponta da cúspide palatina do segundo pré-molar superior
direito;
21. Ponto cúspide palatina do segundo pré-molar superior esquerdo ponto
localizado na ponta da cúspide palatina do segundo pré-molar superior
esquerdo;
Material e Método -
59
22. Ponto mesial do primeiro molar superior direito ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do primeiro molar superior direito;
23. Ponto mesial do primeiro molar superior esquerdo ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do primeiro molar superior esquerdo;
24. Ponto cúspide sio-vestibular do primeiro molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar
superior direito;
25. Ponto cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior esquerdo –
ponto localizado na ponta da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar
superior esquerdo;
26. Ponto cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior
direito;
27. Ponto cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior esquerdo – ponto
localizado na ponta da cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior
esquerdo;
28. Ponto mesial do segundo molar superior direito ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do segundo molar superior direito;
29. Ponto mesial do segundo molar superior esquerdo ponto mais mesial
localizado na crista marginal mesial do segundo molar superior esquerdo;
30. Ponto cúspide mésio-vestibular do segundo molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide mésio-vestibular do segundo molar
superior direito;
31. Ponto cúspide mésio-vestibular do segundo molar superior esquerdo
ponto localizado na ponta da cúspide sio-vestibular do segundo molar
superior esquerdo;
32. Ponto cúspide mésio-palatina do segundo molar superior direito ponto
localizado na ponta da cúspide mésio-palatina do segundo molar superior
direito e
33. Ponto spide mésio-palatina do segundo molar superior esquerdo
ponto localizado na ponta da cúspide sio-palatina do segundo molar
superior esquerdo.
Material e Método -
60
FIGURA 24 – Pontos Cefalométricos.
4.2.2.2 Linhas de referência (Figuras 25 a 27)
1. Linha de referência vertical essa linha foi traçada passando-se pelo
ponto papila palatina e ponto posterior do palato e foi utilizada para a
avaliação das alterações dentárias transversais;
2. Linha de referência horizontal essa linha foi traçada passando-se pelos
ponto central do parafuso direito, perpendicularmente à linha de referência
vertical e foi utilizada para avaliação das alterações dentárias sagitais;
3. Linha vertical oclusal do segundo molar superior direito essa linha se
estende do ponto mesial do segundo molar superior até a linha de
referência horizontal;
4. Linha vertical oclusal do segundo molar superior esquerdo – essa linha se
estende do ponto mesial do segundo molar superior até a linha de
referência horizontal;
Material e Método -
61
5. Linha horizontal oclusal do segundo molar superior direito essa linha se
estende da ponta de cúspide vestibular do segundo molar superior direito
até a linha de referência vertical;
6. Linha horizontal oclusal do segundo molar superior esquerdo essa linha
se estende da ponta de spide vestibular do segundo molar superior
esquerdo até a linha de referência vertical;
7. Linha rotacional do segundo molar superior direito linha que une os
pontos ponta de cúspide mésio-vestibular do segundo molar superior e
ponta de cúspide mésio-lingual do segundo molar superior, seguindo até
tocar a linha de referência vertical;
8. Linha rotacional do segundo molar superior esquerdo linha que une os
pontos ponta de cúspide mésio-vestibular do segundo molar superior e
ponta de cúspide mésio-lingual do segundo molar superior, seguindo até
tocar a linha de referência vertical;
9. Linha vertical oclusal do primeiro molar superior direito essa linha se
estende do ponto mesial do primeiro molar superior até a linha de
referência horizontal;
10. Linha vertical oclusal do primeiro molar superior esquerdo essa linha se
estende do ponto mesial do primeiro molar superior até a linha de
referência horizontal;
11. Linha horizontal oclusal do primeiro molar superior direito essa linha se
estende da ponta de spide vestibular do primeiro molar superior até a
linha de referência vertical;
12. Linha horizontal oclusal do primeiro molar superior esquerdo essa linha
se estende da ponta de cúspide vestibular do primeiro molar superior até
a linha de referência vertical;
13. Linha rotacional do primeiro molar superior direito – linha que une os
pontos ponta de cúspide sio-vestibular do primeiro molar superior e
ponta de cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior, seguindo até
tocar a linha de referência vertical;
14. Linha rotacional do primeiro molar superior esquerdo linha que une os
pontos ponta de cúspide sio-vestibular do primeiro molar superior e
ponta de cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior, seguindo até
tocar a linha de referência vertical;
Material e Método -
62
15. Linha vertical oclusal do segundo pré-molar superior direito essa linha
se estende do ponto mesial do segundo pré-molar superior até a linha de
referência horizontal;
16. Linha vertical oclusal do segundo pré-molar superior esquerdo – essa
linha se estende do ponto mesial do segundo pré-molar superior até a
linha de referência horizontal;
17. Linha horizontal oclusal do segundo pré-molar superior direito – essa linha
se estende da ponta de cúspide vestibular do segundo pré-molar superior
até a linha de referência vertical;
18. Linha horizontal oclusal do segundo pré-molar superior esquerdo essa
linha se estende da ponta de cúspide vestibular do segundo pré-molar
superior até a linha de referência vertical;
19. Linha rotacional do segundo pré-molar superior direito linha que une os
pontos ponta de cúspide vestibular do segundo pré-molar superior e ponta
de cúspide lingual do segundo pré-molar superior, seguindo atocar a
linha de referência vertical;
20. Linha rotacional do segundo pré-molar superior esquerdo linha que une
os pontos ponta de cúspide vestibular do segundo pré-molar superior e
ponta de cúspide lingual do segundo pré-molar superior, seguindo até
tocar a linha de referência vertical;
21. Linha vertical oclusal do primeiro pré-molar superior direito – essa linha se
estende do ponto mesial do primeiro pré-molar superior até a linha de
referência horizontal;
22. Linha vertical oclusal do primeiro pré-molar superior esquerdo – essa linha
se estende do ponto mesial do primeiro pré-molar superior até a linha de
referência horizontal;
23. Linha horizontal oclusal do primeiro pré-molar superior direito essa linha
se estende da ponta de spide vestibular do primeiro pré-molar superior
até a linha de referência vertical;
24. Linha horizontal oclusal do primeiro pré-molar superior esquerdo essa
linha se estende da ponta de cúspide vestibular do primeiro pré-molar
superior até a linha de referência vertical;
25. Linha rotacional do primeiro pré-molar superior direito linha que une os
pontos ponta de cúspide vestibular do primeiro pré-molar superior e ponta
Material e Método -
63
de cúspide lingual do primeiro pré-molar superior, seguindo até tocar a
linha de referência vertical;
26. Linha rotacional do primeiro pré-molar superior esquerdo linha que une
os pontos ponta de cúspide vestibular do primeiro pré-molar superior e
ponta de cúspide lingual do primeiro pré-molar superior, seguindo até
tocar a linha de referência vertical;
27. Linha vertical da cúspide do canino superior direito essa linha se
estende do ponto ponta de cúspide do canino superior a a linha de
referência horizontal;
28. Linha vertical da spide do canino superior esquerdo essa linha se
estende do ponto ponta de cúspide do canino superior a a linha de
referência horizontal;
29. Linha horizontal da cúspide do canino superior direito essa linha se
estende do ponto ponta de cúspide do canino superior a a linha de
referência vertical;
30. Linha horizontal da cúspide do canino superior esquerdo essa linha se
estende do ponto ponta de cúspide do canino superior a a linha de
referência vertical;
31. Linha vertical do incisivo superior direito - essa linha se estende do ponto
mais vestibular do incisivo superior até a linha de referência horizontal e
32. Linha vertical do incisivo superior esquerdo - essa linha se estende do
ponto mais vestibular do incisivo superior até a linha de referência
horizontal.
Material e Método -
64
FIGURA 25 – Linhas Verticais.
FIGURA 26 – Linhas Horizontais.
Material e Método -
65
FIGURA 27 – Linhas Rotacionais.
4.2.2.3 Obtenção das medidas cefalométricas
O programa Corel Photo-Paint foi adaptado para permitir a leitura dos
pontos referenciais acima mencionados, girando-se a imagem de modo que a
linha de referência vertical ficasse paralela ao eixo Y do sistema de
coordenadas do programa. Desta forma, o sistema de coordenadas X e Y do
programa pode ser utilizado para mensurar todas as distâncias dos pontos
demarcados, perpendicularmente às linhas de referência horizontal e vertical.
Considerando-se a linha de referência horizontal, as alterações ântero-
posteriores foram obtidas, distribuídas nos quadrantes direito e esquerdo do
arco dentário superior. Essas medidas foram realizadas perpendicularmente do
ponto de referência dentário à linha de referência horizontal. As medidas foram
as seguintes (Figura 28):
1. Distal 11 distância do ponto vestibular do incisivo central superior
direito à linha de referência horizontal;
Material e Método -
66
2. Distal 13 - distância do ponto mesial do canino superior direito à linha
de referência horizontal;
3. Distal 14 - distância do ponto mesial do primeiro pré-molar superior
direito à linha de referência horizontal;
4. Distal 15 - distância do ponto mesial do segundo pré-molar superior
direito à linha de referência horizontal;
5. Distal 16 - distância do ponto mesial do primeiro molar superior
direito à linha de referência horizontal;
6. Distal 17 - distância do ponto mesial do segundo molar superior
direito à linha de referência horizontal;
7. Distal 21 distância do ponto vestibular do incisivo central superior
esquerdo à linha de referência horizontal;
8. Distal 23 - distância do ponto mesial do canino superior esquerdo à
linha de referência horizontal;
9. Distal 24 - distância do ponto mesial do primeiro pré-molar superior
esquerdo à linha de referência horizontal;
10. Distal 25 - distância do ponto mesial do segundo pré-molar superior
esquerdo à linha de referência horizontal;
11. Distal 26 - distância do ponto mesial do primeiro molar superior
esquerdo à linha de referência horizontal e
12. Distal 27 - distância do ponto mesial do segundo molar superior
esquerdo à linha de referência horizontal.
Material e Método -
67
FIGURA 28 – Medidas Sagitais.
A linha de referência vertical foi empregada para avaliar as alterações
transversais e rotacionais dos molares, pré-molares e caninos. Essas medidas
foram avaliadas perpendicularmente do ponto dentário até essa linha de
referência para as alterações transversais e por meio do ângulo formado entre
a linha rotacional e a linha de referência vertical para as alterações rotacionais.
As medidas foram as seguintes (Figuras 29 e 30):
13. Expansão 13 distância da ponta de spide do canino superior
direito à linha de referência vertical;
14. Expansão 14 - distância do ponto do sulco central do primeiro pré-
molar superior direito à linha de referência vertical;
15. Rotação 14 – ângulo formado entre a linha rotacional do primeiro pré-
molar superior direito e a linha de referência vertical;
16. Expansão 15 - distância do ponto do sulco central do segundo pré-
molar superior direito à linha de referência vertical;
17. Rotação 15 ângulo formado entre a linha rotacional do segundo
pré-molar superior direito e a linha de referência vertical;
Material e Método -
68
18. Expansão 16 - distância do ponto do sulco central do primeiro molar
superior direito à linha de referência vertical;
19. Rotação 16 ângulo formado entre a linha rotacional do primeiro
molar superior direito e a linha de referência vertical;
20. Expansão 17 - distância do ponto do sulco central do segundo molar
superior direito à linha de referência vertical;
21. Rotação 17 ângulo formado entre a linha rotacional do segundo
molar superior direito e a linha de referência vertical;
22. Expansão 23 distância da ponta de spide do canino superior
esquerdo à linha de referência vertical;
23. Expansão 24 - distância do ponto do sulco central do primeiro pré-
molar superior esquerdo à linha de referência vertical;
24. Rotação 24 – ângulo formado entre a linha rotacional do primeiro pré-
molar superior esquerdo e a linha de referência vertical;
25. Expansão 25 - distância do ponto do sulco central do segundo pré-
molar superior esquerdo à linha de referência vertical;
26. Rotação 25 ângulo formado entre a linha rotacional do segundo
pré-molar superior esquerdo e a linha de referência vertical;
27. Expansão 26 - distância do ponto do sulco central do primeiro molar
superior esquerdo à linha de referência vertical;
28. Rotação 26 ângulo formado entre a linha rotacional do primeiro
molar superior esquerdo e a linha de referência vertical;
29. Expansão 27 - distância do ponto do sulco central do segundo molar
superior esquerdo à linha de referência vertical e
30. Rotação 27 ângulo formado entre a linha rotacional do segundo
molar superior d esquerdo e a linha de referência vertical.
Material e Método -
69
FIGURA 29 – Medidas Transversais.
FIGURA 30 – Medidas Rotacionais.
Material e Método -
70
4.2.3. Controle do erro
Foram realizadas as medidas em dois momentos, sendo que a primeira
representou a amostra total e foi derivada do primeiro conjunto de medições e
a segunda planilha foi obtida a partir de remedições feitas em 38,4% dos
modelos sorteados aleatoriamente, 15 dias após o primeiro conjunto de
medidas.
Para avaliação do erro sistemático, foi efetuada a aplicação do teste t
para dados emparelhados e da fórmula de Dahlberg para determinação do erro
casual (DAHLBERG, 1940).
4.2.4. Análise estatística
Os efeitos dentários decorrentes da distalização dos molares foram
analisados pela comparação das variáveis cefalométricas obtidas nos modelos
de estudo, das fases inicial e final, por meio do teste t pareado (ARMITAGE;
BERRY, 1997). Adotou-se o nível de 5% de probabilidade para a rejeição da
hipótese nula em todos os testes.
4.2.5. Ética
Todos os responsáveis, o pai ou a mãe, de cada indivíduo assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1).
O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Marília aprovou o
protocolo de pesquisa em 04 de fevereiro de 2005, expedido pelo Prof. Dr.
Sosígenes Victor Benfatti, Presidente do CEP-UNIMAR (Anexo 2).
5 – RESULTADOS
Resultados -
72
5. RESULTADOS:
Os resultados avaliados compreenderam as diferenças entre as médias
iniciais e finais do estudo. As alterações dentárias sagitais, transversais e
rotacionais com o aparelho Pendulum foram avaliados sobre molares, pré-
molares, caninos e incisivos centrais.
Para melhor ilustrar os resultados, o capítulo será dividido em:
5.1 – Análise de erro;
5.2 – Análise dos efeitos sagitais;
5.3 – Análise dos efeitos transversais;
5.4 – Análise dos efeitos rotacionais e
5.5 – Taxa de distalização mensal.
5.1 – Análise de erro
Para analisar o erro metodológico, os modelos iniciais e finais de 5
pacientes (38,4% da amostra) foram remedidos após 15 dias, totalizando 10
modelos remedidos. Para avaliação do erro sistemático, foi utilizado o teste t
para dados emparelhados, e o erro casual intra-examinador foi quantificado
pelo teste do erro de Dahlberg. Os resultados constam nas tabelas 1 a 3.
Resultados -
73
Tabela 1 Comparação das medidas sagitais por meio do teste t pareado e
Dahlberg entre os valores medidos inicialmente e após 15 dias, para as
medidas iniciais e finais (n = 5).
IC95% da média
das diferenças
Erro Resultado
2
VARIÁVEL Média das
diferenças
DP da média
das diferenças
INF. SUP.
t
(0,05;4)
1
p-
valor
DIST17I
1
DIST1715I
2
-0,05 0,21 -0,31 0,21 -0,53 0,625
0,14 NS
DIST27I
1
DIST2715I
2
1,97E-03 0,06 -0,08 0,08 0,07 0,947
0,04 NS
DIST16I
1
DIST1615I
2
0,02 0,05 -0,08 0,04 -0,8 0,468
0,03 NS
DIST26I
1
DIST2615I
2
-0,08 0,15 -0,27 0,11 -1,21 0,292
0,11 NS
DIST15I
1
DIST1515I
2
-3,55E-16 0,3 -0,37 0,37
-2,67E-15
>0,999
0,19 NS
DIST25I
1
DIST2515I
2
-0,05 0,25 -0,36 0,26 -0,44 0,696
0,16 NS
DIST14I
1
DIST1415I
2
-0,06 0,12 -0,22 0,09 -1,12 0,325
0,09 NS
DIST24I
1
DIST2415I
2
-0,04 0,07 -0,13 0,05 -1,16 0,309
0,05 NS
DIST13I
1
DIST1315I
2
-0,06 0,24 -0,36 0,24 -0,54 0,617
0,16 NS
DIST23I
1
DIST2315I
2
0,12 0,22 -0,16 0,39 1,2 0,298
0,12 NS
DIST11I
1
DIST1115I
2
-0,03 0,18 -0,26 0,19 -0,41 0,704
0,12 NS
DIST21I
1
DIST2115I
2
-0,1 0,17 -0,31 0,11 -1,36 0,247
0,13 NS
DIST17F
1
DIST1715F
2
0,02 0,19 -0,22 0,25 0,19 0,861
0,12 NS
DIST27F
1
DIST2715F
2
0,1 0,36 -0,35 0,55 0,61 0,577
0,24 NS
DIST16F
1
DIST1615F
2
-0,05 0,19 -0,29 0,6 -0,57 0,600
0,13 NS
DIST26F
1
DIST2615F
2
-0,02 0,24 -0,31 0,28 -0,15 0,889
0,15 NS
DIST15F
1
DIST1515F
2
-0,14 0,25 -0,45 0,18 -1,2 0,298
0,19 NS
DIST25F
1
DIST2515F
2
0,15 0,47 -0,43 0,73 0,73 0,507
0,31 NS
DIST14F
1
DIST1415F
2
-0,05 0,23 -0,33 0,23 -0,51 0,638
0,15 NS
DIST24F
1
DIST2415F
2
-0,1 0,26 -0,42 0,22 -0,87 0,434
0,18 NS
DIST13F
1
DIST1315F
2
-0,1 0,23 -0,38 0,19 -0,96 0,392
0,16 NS
DIST23F
1
DIST2315F
2
1,97E-03 0,14 -0,17 0,18 0,03 0,977
0,09 NS
DIST11F
1
DIST1115F
2
-0,02 0,15 -0,2 0,17 -0,24 0,822
0,09 NS
DIST21F
1
DIST2115F
2
-0,08 0,23 -0,37 0,2 -0,84 0,45
0,16 NS
(
1
) t
(0,05;4)
= t com α
αα
α = 5% e grau de liberdade = 04 (
2
) s = significante
Resultados -
74
Tabela 2 Comparação das medidas transversais por meio do teste t pareado
entre os valores medidos inicialmente e após 15 dias, para as medidas iniciais
e finais (n = 5).
IC95% da média
das diferenças
Erro Resultado
2
VARIÁVEL Média das
diferenças
DP da
média das
diferenças
INF. SUP.
t
(0,05;4)
1
p-valor
EXP17I
1
EXP 1715I
2
0,05 0,09 -0,07 0,17 1,22 0,289
0,07 NS
EXP 27I
1
EXP 2715I
2
0,05 0,05
-7,06E-
03
0,11 2,44 0,071
0,05 NS
EXP 16I
1
EXP 1615I
2
0,03 0,24 -0,26 0,33 0,3 0,782
0,15 NS
EXP 26I
1
EXP 2615I
2
-0,03 0,27 -0,37 0,3 -0,28 0,797
0,17 NS
EXP 15I
1
EXP 1515I
2
0,05 0,19 -0,18 0,28 0,57 0,600
0,12 NS
EXP 25I
1
EXP 2515I
2
0,1 0,12 -0,05 0,25 1,82 0,143
0,10 NS
EXP 14I
1
EXP 1415I
2
0,23 0,3 -0,14 0,6 1,71 0,162
0,25 NS
EXP 24I
1
EXP 2415I
2
-0,04 0,07 -0,13 0,06 -1,07 0,344
0,05 NS
EXP 13I
1
EXP 1315I
2
-0,08 0,23 -0,36 0,2 -0,79 0,473
0,16 NS
EXP 23I
1
EXP 2315I
2
-0,02 0,38 -0,49 0,45 -0,11 0,921
0,24 NS
EXP 17F
1
EXP 1715F
2
0,05 0,13 -0,11 0,21 0,85 0,444
0,09 NS
EXP 27F
1
EXP 2715F
2
0,03 0,23 -0,25 0,32 0,33 0,760
0,15 NS
EXP T16F
1
EXP 1615F
2
0,02 0,11 -0,12 0,15 0,36 0,737
0,07 NS
EXP 26F
1
EXP 2615F
2
0,07 0,25 -0,25 0,38 0,6 0,584
0,17 NS
EXP 15F
1
EXP 1515F
2
0,03 0,11 -0,11 0,17 0,67 0,542
0,08 NS
EXP 25F
1
EXP 2515F
2
1,97E-03 0,2 -0,24 0,24 0,02 0,983
0,12 NS
EXP 14F
1
EXP 1415F
2
0,02 0,07 -0,07 0,11 0,49 0,650
0,05 NS
EXP 24F
1
EXP 2415F
2
0,05 0,15 -0,13 -0,13 0,24 0,770
0,10 NS
EXP 13F
1
EXP 1315F
2
0,05 0,11 -0,09 0,19 0,95 0,396
0,08 NS
EXP 23F
1
EXP 2315F
2
0,03 0,13 -0,12 0,19 0,59 0,294
0,08 NS
(
1
) t
(0,05;4)
= t com α
αα
α = 5% e grau de liberdade = 04 (
2
) s = significante
Resultados -
75
Tabela 3 Comparação das medidas rotacionais por meio do teste t pareado
entre os valores medidos inicialmente e após 15 dias, para as medidas iniciais
e finais (n = 5).
IC95% da média
das diferenças
Erro Resultado
2
VARIÁVEL Média das
diferenças
DP da média
das
diferenças
INF. SUP.
t
(0,05;4)
1
p-
valor
ROT17I
1
ROT 1715I
2
-0,2 0,84 -1,24 0,84 -0,53 0,621
0,55 NS
ROT 27I
1
ROT 2715I
2
0,1 0,42 -0,42 0,62 0,53 0,621
0,27 NS
ROT 16I
1
ROT 1615I
2
-0,1 0,96 -1,29 1,09 -0,23 0,828
0,61 NS
ROT 26I
1
ROT 2615I
2
0,2 0,45 -0,36 0,76 1 0,374
0,32 NS
ROT 15I
1
ROT 1515I
2
-0,1 0,74 -1,02 0,82 -0,3 0,778
0,47 NS
ROT 25I
1
ROT 2515I
2
0 0,79 -0,98 0,98 0 >0,999
0,50 NS
ROT 14I
1
ROT 1415I
2
-0,5 1 -1,74 0,74 -1,12 0,326
0,72 NS
ROT 24I
1
ROT 2415I
2
0,4 0,74 -0,52 1,32 1,21 0,294
0,55 NS
ROT 17F
1
ROT 1715F
2
-0,3 0,45 -0,86 0,26 -1,5 0,208
0,35 NS
ROT 27F
1
ROT 2715F
2
0,2 0,57 -0,51 0,91 0,78 0,477
0,39 NS
ROT T16F
1
ROT 1615F
2
0,1 0,65 -0,71 0,91 0,34 0,749
0,42 NS
ROT 26F
1
ROT 2615F
2
0,1 0,74 -0,82 1,02 0,3 0,778
0,47 NS
ROT 15F
1
ROT 1515F
2
0,1 0,42 -0,42 0,62 0,53 0,621
0,27 NS
ROT 25F
1
ROT 2515F
2
0,6 0,55 -0,08 1,28 2,45 0,07
0,55 NS
ROT 14F
1
ROT 1415F
2
-0,5 0,35 -0,94 -0,06 -3,16 0,034
0,42 NS
ROT 24F
1
ROT 2415F
2
-0,2 0,76 -1,14 0,74 -0,59 0,587
0,50 NS
(
1
) t
(0,05;4)
= t com α
αα
α = 5% e grau de liberdade = 04 (
2
) s = significante
Como pode ser observado, não houve diferenças estatisticamente
significativas a 5% de probabilidade para todas as variáveis analisadas, entre
os valores medidos inicialmente e retraçados após 15 dias (Tabelas 1 a 3).
Resultados -
76
5.2 – Análise dos efeitos sagitais
A análise das alterações sagitais decorrentes do aparelho Pendulum
associado à ancoragem esquelética foi realizada por meio do teste t pareado,
cujos resultados se encontram dispostos na tabela 4.
O teste t pareado, ao nível de significância de 5%, revelou movimento de
distalização significativa dos molares, pré-molares e caninos, segundo as
seguintes alterações das médias iniciais para as finais: 1) segundo molar
superior direito, de 20,8 para 28,6 mm, com distalização de 7,8 mm; 2)
segundo molar superior esquerdo, de 20,6 para 26,6 mm, com distalização de
6,0 mm; 3) primeiro molar superior direito, de 9,2 para 18,5 mm, com
distalização de 9,2 mm; 4) primeiro molar superior esquerdo, 9,3 para 16,3 mm,
com distalização 7,4 mm; 5) segundo pré-molar superior direito, de 2,4 para 7,3
mm, com distalização de 4,9 mm; 6) segundo pré-molar superior esquerdo, de
2,4 para 6,0 mm, com distalização de 3,6 mm; 7) primeiro pré-molar superior
direito, de -4,3 para -1,6 mm, com distalização de 2,7 mm; 8) primeiro pré-
molar superior esquerdo, de -4,2 para -2,3 mm, com distalização de 1,9 mm; 9)
canino superior direito, de -11,1 para -9,7, com distalização de 1,4 mm e 10)
canino superior esquerdo, de -11,1 mm para -10,2 mm, com distalização de 0,9
mm. Os incisivos centrais também apresentaram movimento de lingualização,
porém o resultado foi não significante, segundo as alterações das médias
iniciais para as finais: 1) incisivo central superior direito, de -18,3 para -18,0,
com lingualização de 0,3 mm e 2) incisivo central superior esquerdo, de -18,8
para -18,4 mm, com lingualização de 0,4 mm.
Resultados -
77
Tabela 4 Resultado da comparação entre as médias das medidas sagitais
iniciais e finais, lineares, em mm, por meio do teste t pareado.
IC95% da
média das
diferenças
VARIÁVEL
n Média
Média das
diferenças
DP da média
das
diferenças
INF. SUP.
t
(0,05;12)
1
p-
valor
Resultado
2
DIST17I
1
DIST17F
2
13
13
20,8
28,6
7,8 2,6 6,2 9,3 10,85 <0,001
S
DIST27I
1
DIST27F
2
12
12
20,6
26,6
6,0 1,7 4,9 7,1 11,9 <0,001
S
DIST16I
1
DIST16F
2
13
13
9,2
18,5
9,2 2,3 7,8 10,6 14,4 <0,001
S
DIST26I
1
DIST26F
2
13
13
9,3
16,6
7,4 1,6 6,4 8,3 16,9 <0,001
S
DIST15I
1
DIST15F
2
13
13
2,4
7,3
4,9 1,3 4,1 5,7 13,4 <0,001
S
DIST25I
1
DIST25F
2
13
13
2,4
6,0
3,6 1,8 2,5 4,6 7,3 <0,001
S
DIST14I
1
DIST14F
2
13
13
-4,3
-1,6
2,7 1,2 2,0 3,4 8,1 <0,001
S
DIST24I
1
DIST24F
2
13
13
-4,2
-2,3
1,9 1,4 1,0 2,7 4,7 <0,001
S
DIST13I
1
DIST13F
2
13
13
-11,1
-9,7
1,4 1,1 0,8 2,1 4,9 <0,001
S
DIST23I
1
DIST23F
2
13
13
-11,1
-10,2
0,9 1,3 0,1 1,7 2,6 0,024
S
DIST11I
1
DIST11F
2
13
13
-18,3
-18,0
0,3 0,8 -0,1 0,8 1,6 0,126
NS
DIST21I
1
DIST21F
2
13
13
-18,8
-18,4
0,4 0,9 -0,1 0,9 1,6 0,142
NS
(
1
) t
(0,05;12)
= t com α
αα
α = 5% e grau de liberdade = 12 (
2
) s = significante
5.3 – Análise dos efeitos transversais
Os resultados encontrados na comparação das médias iniciais e finais
das medidas transversais revelaram alterações de expansão significativas
apenas para os segundos molares superiores, segundo pré-molar superior
direito e primeiros pré-molares (Tabela 5). Suas alterações foram de: 1)
segundo molar superior direito, de 29,0 para 31,7 mm, com vestibularização de
1,7 mm; 2) segundo molar superior esquerdo, de 27,8 para 31,6 mm, com
vestibularização de 3,8mm; 3) segundo pré-molar superior direito, de 23,3 para
24,1 mm, com vestibularização de 0,8 mm; 4) primeiro pré-molar superior
direito, de 20,8 para 21,4 mm, com vestibularização de 0,6 mm e 5) primeiro
pré-molar superior esquerdo, de 20,5 para 21,5 mm, com vestibularização de
0,9 mm. As alterações dos demais dentes avaliados foram, estatisticamente,
Resultados -
78
não significantes, a saber: 1) primeiro molar superior direito, de 25,8 para 26,5
mm, com vestibularização de 0,7 mm; 2) primeiro molar superior esquerdo, de
25,3 para 26,2 mm, com vestibularização de 0,8 mm; 3) segundo pré-molar
superior esquerdo, de 23,3 para 24,1 mm, com vestibularização de 0,8 mm; 4)
canino superior direito, de 17,7 para 17,8 mm, com vestibularização de 0,2 mm
e 5) canino superior esquerdo, de 17,0 para 17,3 mm, com vestibularização de
0,4 mm.
Tabela 5
Resultado da comparação entre as médias das medidas
transversais iniciais e finais, lineares, em mm, por meio do teste t pareado.
IC95% da
média das
diferenças
VARIÁVEL
N Média
Média das
diferenças
DP da média
das
diferenças
INF. SUP.
t
(0,05;12
1
p-
valor
Resultado
2
EXP17I
1
EXP17F
2
13
13
29,0
30,7
1,7 2,3 0,3 3,1 2,7 0,017
S
EXP 27I
1
EXP 27F
2
12
12
27,8
31,6
3,8 1,9 2,6 5,0 6,8 <0,001
S
EXP 16I
1
EXP 16F
2
13
13
25,8
26,5
0,7 1,6 -0,3 1,7 1,5 0,158
NS
EXP 26I
1
EXP 26F
2
13
13
25,3
26,2
0,8 2,0 -0,4 2,1 1,5 0,156
NS
EXP 15I
1
EXP 15F
2
13
13
23,3
24,1
0,8 1,2 0,1 1,5 2,4 0,034
S
EXP 25I
1
EXP 25F
2
13
13
23,3
24,1
0,8 1,4 -0,1 1,6 2,0 0,069
NS
EXP 14I
1
EXP 14F
2
13
13
20,8
21,4
0,6 0,8 0,1 1,1 2,5 0,030
S
EXP 24I
1
EXP 24F
2
13
13
20,5
21,5
0,9 0,9 0,4 1,5 3,8 0,002
S
EXP 13I
1
EXP 13F
2
13
13
17,7
17,8
0,2 0,7 -0,2 0,6 0,9 0,403
NS
EXP 23I
1
EXP 23F
2
13
13
17,0
17,3
0,4 0,7 -0,1 0,8 1,9 0,083
NS
(
1
) t
(0,05;12)
= t com α
αα
α = 5% e grau de liberdade = 12 (
2
) s = significante
5.4 – ANÁLISE DOS EFEITOS ROTACIONAIS
A avaliação dos movimentos de rotação associados à mecânica de
distalização revelaram alterações significativas para primeiro e segundo
molares superiores do lado esquerdo, segundo pré-molar superior esquerdo e
primeiros pré-molares superiores direito e esquerdo (Tabela 6). As médias
iniciais e finais, com suas respectivas diferenças foram: 1) segundo molar
Resultados -
79
superior esquerdo, de 61,9º para 55,2º, com rotação disto-vestibular de 6,6º; 2)
primeiro molar superior esquerdo, de 62,3º para 51,0º, com rotação disto-
vestibular de 11,3º; 3) segundo pré-molar superior direito, de 69,0º para 72,8º,
com rotação mésio-vestibular de 3,9º; 4) primeiro pré-molar superior direito,
71,1º para 75,9º, com rotação mésio-vestibular de 4,8º e 5) primeiro pré-molar
superior esquerdo, de 77,0º para 81,0º, com rotação mésio-vestibular de 4,0º.
Os demais dentes avaliados apresentaram rotações não significantes
estatisticamente, a saber: 1) segundo molar superior direito, de 56,4º para
55,4º, com rotação disto-vestibular de 1,0º; 2) primeiro molar superior direito,
de 58,2º para 59,4º, com rotação disto-vestibular de 1,1º e 3) segundo pré-
molar superior esquerdo, de 77,3º para 78,1º, com rotação mésio-vestibular de
0,8º.
Tabela 6 – Resultado da comparação entre as médias das medidas iniciais e
finais, angulares, em graus, por meio do teste t pareado.
IC95% da
média das
diferenças
VARIÁVEL
n Média
Média das
diferenças
DP da média
das diferenças
INF. SUP.
t
(0,05;12
1
p-
valor
Resultado
2
ROT17I
1
ROT17F
2
13
13
56,4
55,4
-1,0 5,4 -4,3 2,2 -0,7 0,501
NS
ROT27I
1
ROT27F
2
12
12
61,9
55,2
-6,6 7,3 -11,3 -2,0 -3,1 0,010
S
ROT16I
1
ROT16F
2
13
13
58,2
59,4
1,1 8,3 -3,9 6,2 0,5 0,626
NS
ROT26I
1
ROT26F
2
13
13
62,3
51,0
-11,3 9,7 -17,2 -5,4 -4,2 0,001
S
ROT15I
1
ROT15F
2
13
13
69,0
72,8
3,9 4,4 1,2 6,5 3,2 0,008
S
ROT25I
1
ROT25F
2
13
13
77,3
78,1
0,8 6,1 -2,9 4,5 0,5 0,642
NS
ROT14I
1
ROT14F
2
13
13
71,1
75,9
4,8 7,6 0,2 9,3 2,3 0,043
S
ROT24I
1
ROT24F
2
13
13
77,0
81,0
4,0 4,3 1,4 6,6 3,3 0,006
S
(
1
) t
(0,05;12)
= t com α
αα
α = 5% e grau de liberdade = 12 (
2
) s = significante
5.5 – TAXA DE DISTALIZAÇÃO MENSAL
Para calcular a taxa de distalização mensal dos primeiros molares
superiores, foi utilizada a fórmula matemática de quantidade de distalização
pelo tempo médio de tratamento. Considerando-se que a distalização dos
Resultados -
80
primeiros molares superiores foi de 9,2 e 7,4 mm, respectivamente para os
lados direito e esquerdo, e que o tempo total médio de distalização foi de 6,97
meses, obteve-se a taxa mensal de distalização de 1,32 e 1,06 mm/mês,
respectivamente para os lados direito e esquerdo.
6 – DISCUSSÃO
Discussão -
82
6 – DISCUSSÃO
Visando uma melhor organização para apresentação e comparação dos
resultados encontrados neste estudo, decidiu-se pela divisão do capítulo em
seis partes:
6.1 – Precisão da metodologia;
6.2 – Considerações sobre a amostra;
6.3 – Alterações dentárias sagitais;
6.3.1 – Alterações sagitais nos molares;
6.3.2 Alterações sagitais nos pré-
molares, caninos e
incisivos;
6.4 – Alterações dentárias transversais;
6.5 – Alterações dentárias rotacionais e
6.6 – Considerações sobre os implantes.
6.1 – Precisão da metodologia
Neste estudo, procurou-se neutralizar os procedimentos que pudessem
mascarar os reais efeitos do aparelho Pendulum, associado à ancoragem
esquelética. Inicialmente a rígida seleção da amostra baseada nos critérios de
Discussão -
83
inclusão estabelecidos permitiu uma uniformização das características dos
indivíduos selecionados.
A construção dos aparelhos, bem como suas ativações, foram todas
realizadas por um mesmo profissional. As molas do Pendulum, sendo
removíveis conforme preconizado por Almeida et al. (1999), facilitavam uma
ativação mais precisa.
Os implantes realizados no palato e que foram utilizados como linha de
referência horizontal para avaliação dos resultados, foram todos testados e
aprovados quanto à sua imobilidade na época da realização das moldagens
iniciais e finais, de modo a garantir sua confiabilidade como referência para
avaliação das alterações sagitais. Por essa razão, e também pela dificuldade
em localizar a extremidade lateral da terceira rugosidade palatina nos casos
avaliados, pois, em alguns deles, a localização do implante se encontrava
próxima à rugosidade, dificultando a exata localização da mesma.
O método de obtenção das imagens escolhido foi o fotográfico,
buscando uma imagem o mais próximo possível do tamanho original. No
entanto uma pequena ampliação esteve presente, e o fator de correção
empregado foi 1,4%.
Para analisar os erros desta metodologia, quinze dias após a
primeira obtenção das imagens, os modelos de 5 pacientes (38,4% da
amostra) foram refotografados para comparar com o primeiro grupo de
medidas. A comparação do primeiro grupo de medidas com as remedições
foi feita por meio do teste t pareado para avaliação do erro sistemático e da
fórmula de Dahlberg para avaliação do erro casual. Nenhuma das trinta
variáveis avaliadas apresentou diferença estatisticamente significante ao nível
de 5% (Tabelas 1 a 3).
Portanto, pode-se concluir que o método de mensuração empregado
apresenta confiabilidade adequada, o que permite que os dados obtidos por
meio desta metodologia possam ser utilizados com segurança.
Discussão -
84
6.2 – Considerações sobre a amostra
Nesta pesquisa buscou-se, na composição da amostra, selecionar
indivíduos que atendessem às indicações principais para tratamento com o
aparelho Pendulum de Hilgers. Isto foi realizado por meio da seleção de
pacientes portadores de padrão facial I ou II sem sinais de deficiência
mandibular significante(CAPELOZZA FILHO, 2004), braquifaciais, com relação
de molares e caninos de Classe II e boa quantidade de osso disponível na
distal dos segundos molares superiores, para permitir a distalização.
Da amostra inicial de 16 pacientes, foram descartados: um paciente, do
gênero masculino pela falta de documentação que possibilitasse a avaliação
pela metodologia desenvolvida; dois pacientes do gênero feminino, sendo uma
pela desistência do tratamento e outra por problema relacionado à fixação do
implante. Desta forma a amostra total ficou estabelecida em 13 pacientes,
sendo 10 do gênero feminino e 3 do masculino, com idades variando de 13
anos completos a 15 anos e cinco meses, idade média de 14 anos e 6 meses.
6.3 – Alterações dentárias sagitais
Considerando que a maioria dos trabalhos que avaliam distalização
utiliza a telerradiografia como metodologia, os resultados aqui apresentados
serão discutidos comparando mensurações obtidas por meio de análise de
modelos com mensurações obtidas por meio de telerradiografias, quando não
houver dados referentes a análise de modelos. Os trabalhos que utilizaram as
duas metodologias tendem a encontrar valores ligeiramente maiores na
avaliação de modelos (ERVERDI; KOYUTÜRK; KÜÇÜKKELES, 1997;
KINZINGER et al., 2000; MAVROPOULOS et al., 2005) ou valores na
telerradiografia que ficam entre os valores de distalização obtidos nos modelos
de gesso entre os lados direito e esquerdo (GULATI; KHARBANDA;
PARKASH, 1998; FUZIY, 2001). De acordo com Mavropoulos et al. (2005), os
dados obtidos por meio da telerradiografia apresentam maior variação e erro
quando comparados aos dados obtidos por meio dos modelos de estudo.
Discussão -
85
6.3.1 – Alterações sagitais nos molares
O aparelho Pendulum, utilizado neste estudo, teve uma ativação de 90º
das molas. Esta ativação, conforme estabeleceu Fuziy (2001), produz uma
força distalizadora de 253 g. Este aparelho distalizou efetivamente os molares
superiores até uma relação sobrecorrigida de 2 mm em relação à chave de
oclusão em 6,97 meses. Devido ao tipo de metodologia empregada, não foi
possível a mensuração do grau de inclinação mesio-distal sofrida pelos
molares e pré-molares, bem como a inclinação vestíbulo-lingual dos incisivos;
porém a inclinação distal, principalmente dos molares, foi observada
clinicamente em todos os pacientes da amostra.
Hilgers (1992), ao introduzir o aparelho Pendulum, comenta que é
possível alcançar uma distalização dos molares de 5,0 mm num período de 3 a
4 meses. Ghosh; Nanda (1996) observaram uma distalização de 3,37 mm,
porém não mencionaram o período de tempo de uso do aparelho.
Byloff; Darendeliler (1997) utilizando ativação de 45º das molas do
Pendulum, o que gerava uma força entre 200 e 250g, verificaram distalização
de 3,39 mm em 3,87 meses, gerando taxa de distalização mensal de 0,88
mm/mês. Em outro estudo, buscando minimizar a inclinação distal dos molares
por meio de dobras de anti-inclinação, Byloff et al. (1997) verificaram uma
distalização de 4,14 mm em 6,7 meses, com taxa de 0,62 mm/mês. Joseph;
Butchart (2000), utilizando ativação de 90º das molas do Pendulum,
observaram 5,1 mm de distalização em um período que variou de 1,5 a 5
meses. Bussick; McNamara Jr. (2000), com ativações que variavam de 60º a
90º produziram forças de distalização de 200 a 250g. Isto permitiu uma
distalização média de 5,7 mm em 6,96 meses, com taxa de 0,82 mm/mês.
Chaqués-Asensi; Kalra (2001), com ativação de 80º das molas do
Pendulum, produziram distalização de 5,3 mm num período de 6,5 meses,
com taxa de 0,81. Toroglu et al. (2001) não mencionou a quantidade de força
de ativação do Pendulum, porém encontrou valores médios de distalização de
5,9 e 4,1 mm para grupos com alta (primeiro grupo) e baixa (segundo grupo)
divergência do plano mandibular, respectivamente. O tempo médio de
tratamento foi de 5,9 meses para o primeiro grupo e de 5,03 meses para o
Discussão -
86
segundo grupo, o que gerou taxas de distalização de 1,0 e 0,81 mm/mês,
respectivamente para o primeiro e segundo grupos.
Fuziy (2001) empregou força de 253 g por meio de ativação de 90º
das molas do Pendulum. Em um período de tempo médio de 5,87 meses, a
avaliação de modelos mostrou uma distalização de 4,22 e 5,28 mm,
respectivamente para os segundos molares direito e esquerdo. Os primeiros
molares direito e esquerdo distalizaram 4,45 e 5,22 mm, respectivamente, o
que gerou uma taxa de distalização de 0,76 e 0,89 mm/mês.
Taner et al. (2003) empregou forças de 230 a 250g com ativação de
90º das molas. Seus resultados foram uma distalização de 3,81 e 2,04 mm,
respectivamente para os primeiros e segundos molares em um período médio
de tratamento de 7,31 meses, o que gerou uma taxa de distalização para os
primeiros molares de 0,52 mm/mês. Ogeda (2003), aplicando forças de 230 g
por meio de ativações de 60º nas molas do aparelho Pendulum/Pend-x,
conseguiu uma distalização média de 3,48 mm em um período de tratamento
de 5,5 meses, com taxa de distalização de 0,63 mm/mês.
Neste estudo, a distalização dos segundos molares foi de 7,8 e 6,0
mm, respectivamente para os lados direito e esquerdo. Os primeiros molares
distalizaram 9,2 e 7,4 mm, respectivamente para os lados direito e esquerdo.
Estes resultados são superiores a todos os demais resultados encontrados na
literatura utilizando o aparelho Pendulum, garantindo uma taxa de distalização
de 1,32 e 1,06 mm/mês, respectivamente para os lados direito e esquerdo.
Algumas explicações para estes resultados podem ser sugeridas: as
ativações do aparelho utilizadas neste estudo foram as mesmas preconizadas
por Hilgers, ou seja, dobras de 90º, que são as maiores ativações preconizadas
na literatura. Com essa mesma ativação, somente os trabalhos de Joseph;
Butchart (2000), Fuziy (2001) e Taner et al. (2003) podem ser comparados.
Nestes a maior taxa de distalização encontrada é a de Fuziy, para o primeiro
molar esquerdo: 0,89 mm/mês. No entanto, sem mencionar a quantidade de
força, Toroglu et al. (2001) conseguiram taxa de 1,0 mm/mês no grupo de alta
divergência do plano mandibular. Os valores encontrados neste estudo são,
portanto, superiores mesmo às pesquisas que utilizaram a mesma quantidade
de força. Uma explicação para o melhor desempenho deste trabalho está
voltada para a unidade de ancoragem utilizada. Conforme será descrito
Discussão -
87
posteriormente, a unidade de ancoragem utilizada neste trabalho se comportou
de maneira ideal, ou seja, ausência de movimentação total. Com isso, toda a
força da mola foi empregada para o movimento distal dos molares. Em todos
os outros estudos que utilizaram o Pendulum sem ancoragem esquelética,
houve perda de ancoragem (GHOSH; NANDA, 1997; BYLOFF;
DARENDELILER, 1997; BYLOFF et al., 1997; JOSEPH; BUTCHART, 2000;
BUSSICK; McNAMARA Jr, 2000; TOROGLU et al., 2001; FUZIY, 2001;
CHÁQUES-ASENSI; KALRA, 2001; TANER et al., 2003; OGEDA, 2003). Com
isso, parte da força da mola foi dissipada com o movimento mesial da unidade
de ancoragem.
Dos trabalhos que utilizaram ancoragem esquelética para
distalização, apenas Keles; Erverdi; Sezen (2003) apresentam valores de
distalização. Em um relato de caso de uma paciente do gênero feminino, de 17
anos de idade, utilizando o aparelho descrito por Keles (2001), com uma mola
de níquel-titânio que, em compressão máxima, produzia força de 200 g,
obtiveram 3 mm de distalização em um período de 5 meses de tratamento, com
taxa de distalização mensal de 0,6 mm. Neste caso, a menor taxa de
distalização poderia ser explicada pela menor força produzida pelo sistema
(200 g), quando comparada a utilizada por este estudo (253 g). Também,
devido ao desenho do aparelho, que aplica a força mais próxima ao centro de
resistência dos molares, o movimento produzido poderia apresentar menor
inclinação distal do molar, quando comparado ao Pendulum utilizado neste
trabalho.
No presente estudo, a presença dos segundos molares não
representou obstáculo para a distalização dos primeiros molares, concordando
com as opiniões apresentadas por Muse et al. (1993), Byloff; Darendeliler
(1997), Byloff et al. (1997), Bussick; McNamara Jr (2000) e discordando de
Gianelly; Vaitas; Thomas (1989). Devido a isto, não houve necessidade de
sistemas de distalização em separado para primeiros e segundos molares,
como sugerido por Kinzinger; Fritz; Diedrich (2002). No entanto, os segundos
molares, tanto direito quanto esquerdo, tiveram menor distalização, quando
comparados aos primeiros molares. Isto foi possível devido à maior
expansão sofrida pelos segundos molares em relação aos primeiros (Tabela 5)
e também a maior inclinação para distal sofrida pelos primeiros molares.
Discussão -
88
Desde sua introdução por Hilgers (1992), várias modificações foram
propostas no desenho do aparelho Pendulum para melhorar a eficiência da
mola (SCUZZO; PIZZANI; TAKEMOTO, 1999; KINZINGER et al., 2000) e
facilitar sua ativação (ALMEIDA et al., 1999). Kinzinger et al. (2000) idealizaram
uma modificação na mola, de modo que suas alças ficassem posicionadas
distalmente ao centro de rotação dos molares. Um parafuso expansor,
posicionado transversalmente foi utilizado para realizar a ativação de
distalização e, desta forma, evitar que a mola necessitasse ser reativada para
distalização. Os autores denominaram este aparelho de Pendulum K.
Encontraram distalização de 4,41 e 4,35 mm, respectivamente para os lados
direito e esquerdo, em um tempo médio de 5,25 meses, com taxa de
distalização de 0,84 e 0,83 mm/mês, respectivamente para os lados direito e
esquerdo. Kinzinger; Fritz; Diedrich (2003) utilizaram o Pendulum K em dois
grupos de pacientes: um em fase de dentadura mista e outro em fase de
dentadura permanente. Encontraram valores de distalização melhores no grupo
de dentadura mista, sendo que a distalização foi de 4,0 e 2,86 mm,
respectivamente para os grupos de dentadura mista e permanente. O tempo de
tratamento foi de 4,9 meses, com taxa de distalização de 0,82 e 0,58 mm/mês,
respectivamente para os grupos de dentadura mista e permanente. Estes
resultados são inferiores, mesmo quando comparados os dados de dentadura
mista com os dados deste estudo, realizado em dentadura permanente.
Utilizando a força de repulsão produzida por magnetos, diferentes
autores apresentaram seus resultados. Com magnetos que produziam forças
de 230 g, Itoh et al. (1991) obtiveram distalização média de 2,1 mm, em 2,5
meses, com taxa mensal de 0,84. Também utilizando magnetos, com força
inicial de 225 g, Bondemark; Kurol (1992) alcançaram distalização de 4,2 mm
em 3,87 meses, com taxa de distalização de 1,08 mm/mês. Bondemark; Kurol;
Bernhold (1994) obtiveram distalização de 2,2 mm em um período de 6 meses
de tratamento, com taxa de distalização mensal de 0,37 mm. Erverdi; Koyutürk;
Küçükkeles (1997) conseguiram distalização dia de 2,7 mm, medidas por
meio de fotocópias de modelos de gesso, em um período de 3 meses de
tratamento, com taxa de distalização de 0,9 mm/mês.
Comparando os resultados produzidos pelos magnetos com o
presente trabalho, conclui-se pela superioridade na distalização produzida pelo
Discussão -
89
Pendulum associado à ancoragem esquelética. Porém, no trabalho de
Bondemark; Kurol (1992), a taxa de distalização mensal de 1,08 é muito
semelhante à encontrada neste estudo para o primeiro molar esquerdo (1,06
mm/mês), porém inferior à alcançada no primeiro molar direito (1,32 mm/mês).
As molas superelásticas de níquel-titânio também são utilizadas
como método de distalização intrabucal, podendo produzir forças constantes de
aproximadamente 100 g. Gianelly; Bednar; Dietz (1991) comentam que a taxa
de distalização pode ser de 1 a 1,5 mm/mês. Bondemark; Kurol; Bernhold
(1994) conseguiram distalização de 3,2 mm em 6 meses, com taxa de
distalização 0,53 mm/mês. Erverdi; Koyutürk; Küçükkeles (1997) apresentaram
resultados de distalização utilizando molas de níquel-titânio de 4,2 mm em um
período de 3 meses, com taxa mensal de 1,4 mm.
Apresentado por Jones; White (1992) como um sistema de
distalização independente da cooperação do paciente, o aparelho Jones Jig
utilizava um segmento de fio de aço de .036” que servia como guia para a
distalização dos primeiros molares superiores. A força distal é realizada por
meio de uma mola de níquel-titânio que libera força de 70-75 g quando
comprimida de 1 a 5 mm. Runge; Martin; Bukai (1998) utilizaram este
dispositivo e obtiveram distalização dos primeiros molares de 2,23 mm em um
período de tempo de 6,07 meses, com taxa de distalização mensal de 0,37
mm. Gulati; Kharbanda; Parkash (1998) aplicaram força de 150 g no aparelho
Jones Jig. Avaliaram modelos de estudo e encontraram distalização de 2,95 e
2,6 mm respectivamente para os primeiros molares direito e esquerdo. O
tempo de tratamento foi de 12 semanas, com taxa de distalização mensal de
0,86 e 0,76 mm, respectivamente para os lados direito e esquerdo.
Haydar; Üner (2000) empregaram o aparelho Jones Jig com força de
75 g. Obtiveram distalização de 2,8 mm em 2,5 meses, com taxa de
distalização de 1,12 mm/mês. Mavropoulos et al. (2005) utilizou um
digitalizador 3D para avaliar os modelos iniciais e finais de uma amostra de 10
pacientes submetidos ao distalizador Jones Jig. Encontraram uma distalização
média de 2,8 mm.
Comparando os resultados do aparelho Jones Jig com este estudo,
percebe-se vantagem nítida em relação ao valor absoluto de distalização.
Discussão -
90
Porém, em trabalhos como o de Haydar; Üner (2000), percebe-se taxa de
distalização similar às encontradas neste estudo.
Outro aparelho utilizado na distalização dos molares superiores é o
distalizador bimétrico de Wilson (WILSON; WILSON, 1980), que combina a
ação das molas de níquel titânio com os efeitos do elástico de Classe II para
produzir a distalização dos primeiros molares superiores. Muse et al. (1993)
encontraram uma distalização de 2,16 mm em um período de tratamento de
3,48 meses, com taxa de distalização mensal de 0,62 mm. Rana; Becher
(2000) constataram que os molares superiores distalizaram 0,8 mm em um
período de 4,5 meses, com taxa mensal de 0,18 mm.
Comparando o distalizador bimétrico de Wilson com os dados deste
estudo, fica nítida a vantagem do Pendulum e expõe a clara desvantagem do
aparelho proposto por Wilson; Wilson (1980): a necessidade de cooperação
quanto ao uso de elásticos intermaxilares para ativação do sistema.
O aparelho Distal Jet se propõe a aplicar forças de 150 a 250 g com
uma linha de ação de força passando próxima ao centro de resistência dos
molares (CARANO; TESTA; SICILIANI, 1996). Quick; Harris (2000) utilizaram
este aparelho com uma modificação para facilitar sua utilização, passando a
introduzir o fio do aparelho por distal no tubo palatino dos molares.
Conseguiram em um caso clínico a abertura de 3 mm de espaço na mesial dos
primeiros molares, porém não quantificaram a real distalização do molar.
Ngantung; Nanda; Bowman (2001) verificaram distalização de 2,1 mm em 6,7
meses de tratamento, com uma taxa mensal de distalização de 0,31 mm.
Karaman; Basciftci; Polat (2002) apresentaram caso clínico utilizando Distal Jet
associado à ancoragem esquelética, onde havia perda de espaço causada pela
mesialização de um dos primeiros molares. Relataram a abertura de espaço de
8 mm, permitindo a irrupção do segundo pré-molar.
Comparando os resultados encontrados referentes ao Distal Jet com
os deste estudo, também se observa nítida vantagem do Pendulum associado
à ancoragem esquelética.
A barra transpalatina de Goshgarian também tem sido utilizada
como método de distalização molar. Haas; Cisneros (2000), por meio de um
estudo laboratorial verificaram que uma ativação máxima de 3poderia ser
feita, sendo que após isto o material perderia sua capacidade elástica. Esta
Discussão -
91
ativação máxima produziria uma força distal de 275 g. Observaram uma
distalização da cúspide mesiovestibular de 1,8mm e da cúspide mesiolingual
de 0,9mm. Estes valores são bem inferiores aos encontrados neste estudo e,
além disto, a barra transpalatina apresenta o incoveniente de ter de realizar o
movimento de distalização em etapas, distalizando um molar por vez. Além
disto, o lado não ativado recebe uma força recíproca com tendência de rotação
mesial.
Ritchey (2003) avaliou um aparelho destinado à correção unilateral
da relação molar de Classe II, denominado Ertty System. Este sistema se
assemelha ao sistema de forças criado pela barra transpalatina, porém associa
elásticos de Classe II para potencializar o efeito da barra no molar ativado e
neutralizar a tendência de mesialização no molar não ativado. Encontraram
distalização de 1,3 mm em um período de tratamento de 4,16 meses, com taxa
de distalização mensal de 0,31 mm. Esse resultado é bastante inferior ao
encontrado no presente estudo.
Gelgör et al (2004), utilizando um miniparafuso localizado na região
paramediana do palato para compor a unidade de ancoragem e molas de
níquel-titânio aplicadas por vestibular, obtiveram distalização média de 3,9 mm
para os primeiros molares, com taxa de distalização mensal de 0,8 mm. Este
resultado é também inferior ao encontrado no presente estudo.
6.3.2 – Alterações sagitais nos pré-molares, caninos e incisivos
Uma das características principais dos distalizadores intrabucais que
independem de cooperação do paciente, é o que se conhece em Ortodontia
como perda de ancoragem. Isto acontece porque a unidade de ancoragem dos
distalizadores intrabucais fixos é constituída pelos dentes localizados
anteriormente aos primeiros molares, geralmente associados à parede anterior
do palato. Quando a força é aplicada contra os molares, uma força de igual
magnitude e direção, porém em sentido contrário é aplicada contra a unidade
de ancoragem e, esta força, normalmente provoca movimento anterior dos
dentes de ancoragem. Segundo Ngantung; Nanda; Bowman (2001), nenhum
distalizador intra-arco consegue promover um controle efetivo de ancoragem.
Discussão -
92
A literatura é unânime em demonstrar a perda de ancoragem no
aparelho Pendulum, avaliada por meio do movimento anterior de pré-molares
e incisivos. Ghosh; Nanda (1996) encontraram uma mesialização de 2,25 mm
para pré-molares e um aumento de 1,3 mm no trespasse horizontal, onde para
cada milímetro de distalização do molar, havia um movimento mesial de
0,75mm do pré-molar. Byloff; Darendeliler (1997) relataram mesialização dos
segundos pré-molares de 1,63 mm e protrusão de 0,92 mm nos incisivos. Byloff
et al. (1997) relataram que ocorria 35,84% de perda de ancoragem. Bussick;
McNamara Jr. (2000) relataram movimento anterior de 1,8 e 0,9 mm,
respectivamente para pré-molares e incisivos. Joseph; Butchart (2000)
apresentaram uma perda de ancoragem na região de incisivos de 3,7 mm.
Chaqués-Asensi; Kalra (2001) relataram movimento anterior de segundos pré-
molares e incisivos de 2,2 e 2,1 mm, respectivamente.
Fuziy (2001) relata, avaliando modelos de estudo, mesializações de
1,68 e 1,29 mm, respectivamente para os segundos pré-molares direito e
esquerdo; 2,07 e 1,67 mm, respectivamente para os primeiros pré-molares
direito e esquerdo; 1,77 e 1,39, respectivamente para os caninos direito e
esquerdo; 0,37 e 0,24 mm, respectivamente para incisivos centrais direito e
esquerdo. Taner et al. (2003) relataram movimento anterior de pré-molares e
incisivos de 0,73 e 2,0 mm, respectivamente. Ogeda (2003) também relatou
perda de ancoragem na região de incisivos de 1,84 mm.
Confrontando todos estes resultados descritos na literatura para o
aparelho Pendulum com os obtidos neste estudo, pode-se concluir que o efeito
da ancoragem esquelética se mostrou com máxima eficiência, ou seja, não
ocorreu perda de ancoragem. O uso dos parafusos no palato e a construção do
botão de Nance apoiado unicamente sobre estes parafusos e o palato anterior,
permitiu que os pré-molares e caninos acompanhassem a distalização dos
molares. Os valores deste estudo para o movimento distal de pré-molares e
caninos foi de: 1) 4,9 e 3,6 mm, respectivamente para os segundos pré-
molares direito e esquerdo; 2) 2,7 e 1,9 mm, respectivamente para os primeiros
pré-molares direito e esquerdo; 3) 1,4 e 0,9 mm, respectivamente para os
caninos direito e esquerdo. Os incisivos centrais não apresentaram movimento
significante, com lingualização de 0,3 e 0,4 mm, respectivamente para os
incisivos centrais direito e esquerdo.
Discussão -
93
A explicação desta distalização espontânea para pré-molares e
caninos se exclusivamente pela ação das fibras transeptais. Resultados
semelhantes estão descritos com o uso do aparelho extrabucal, com
movimentos distais dos segundos pré-molares. Haydar; Üner (2000) relataram
uma distalização de 2,7 mm dos segundos pré-molares acompanhando a
distalização dos primeiros molares com aparelho extrabucal cervical. Taner et
al. (2003) observaram distalização de 1,88 mm para os segundos pré-molares.
No entanto, a magnitude de movimento distal encontrada neste estudo para
pré-molares e a caninos não tem comparação com nenhum dos outros
trabalhos revisados. Além disso, o resultado alcançado com o uso do aparelho
extrabucal nos trabalhos de Haydar; Üner (2000) e Taner et al. (2003) foi
conseguido às custas de grande cooperação dos pacientes, que foram
orientados a utilizar o aparelho extrabucal durante 14 a 16 horas por dia. No
presente estudo, os resultados foram alcançados sem a necessidade de
cooperação dos pacientes quanto à utilização de qualquer dispositivo
removível.
Os resultados encontrados neste estudo permitem discordar da
afirmação feita por Ngantung; Nanda; Bowman (2001) de que nenhum
distalizador intra-arco promoveria controle efetivo de ancoragem. O aparelho
Pendulum associado à ancoragem esquelética utilizado neste trabalho
promoveu controle máximo da ancoragem, permitiu distalização de molares,
pré-molares e caninos, com resultados superiores até mesmo quando
comparados ao aparelho extrabucal, sem depender da cooperação do
paciente, num menor tempo de tratamento e com melhores resultados.
Gelgör et al (2004), associando um parafuso na região paramediana
do palato à unidade de ancoragem, conseguiu que os pré-molares não
sofressem movimentação anterior e que os incisivos tivessem uma mínima
protrusão. Estes resultados, apesar de serem realmente bons quando
comparados aos distalizadores intrabucais convencionais, são inferiores aos
encontrados no presente estudo. Devido ao sistema utilizado por estes autores,
utilizando os segundos pré-molares como unidade de ancoragem associada à
barra palatina e ao implante, os pré-molares ficaram presos e não puderam
acompanhar o movimento distal dos molares. Com isso, após a distalização
dos molares, a necessidade de estabilizá-los e distalizar os pré-molares em
Discussão -
94
seguida. No presente estudo, como os pré-molares não estavam compondo a
unidade de ancoragem, eles puderam acompanhar espontaneamente a
distalização dos molares, devido à ação das fibras transeptais. Isto, sem
dúvida, diminui o tempo total do tratamento ortodôntico.
6.4 – Alterações dentárias transversais
As molas distalizadoras utilizadas neste estudo descrevem um
movimento pendular, tendendo a lingualizar os primeiros molares superiores.
Para contrabalancear esta tendência e evitar o cruzamento da mordida, Hilgers
(1992) preconiza ativar ligeiramente a alça horizontal para promover suave
expansão dos molares. Em casos que necessitem de maior expansão, um
parafuso expansor também pode ser associado ao sistema.
No presente estudo, todos os dentes apresentaram movimento
vestibular de expansão, porém essa expansão não foi significativa para os
primeiros molares superiores direito e esquerdo, segundo pré-molar esquerdo e
caninos direito e esquerdo (Tabela 5).
Quando os dentes o distalizados, uma tendência natural de
serem também vestibularizados. Isto ocorre porque conforme a distalização
acontece, os dentes passam a ocupar uma região mais larga da maxila, bem
como passam a intercuspidar com dentes inferiores que estão posicionados
mais vestibularmente. Desta forma, a própria configuração óssea da maxila,
bem como os contatos oclusais tendem a promover essa expansão.
No caso dos primeiros molares, estes não sofreram uma expansão
significativa devido à restrição promovida pelas molas do aparelho. os
segundos molares tiveram valores de expansão de 1,7 e 3,8 mm,
respectivamente para os lados direito e esquerdo (Tabela 5). Ghosh; Nanda
(1996) obtiveram valores de expansão de 1,4 e 2,33 mm entre as cúspides
mesiovestibulares dos primeiros e segundos molares, respectivamente. Fuziy
(2001) encontrou expansão de 1,51mm para o molar esquerdo e contração de
0,08 mm para o primeiro molar direito, ao passo que os segundos molares
tiveram expansão de 1,67 e 1,54 mm, respectivamente para os lados direito e
esquerdo. Os valores de expansão dos primeiros molares, se considerarmos
Discussão -
95
os lados direito e esquerdo somados são muito semelhantes aos obtidos neste
estudo (1,5 mm). Isto se deve a ação restritiva da mola que impede uma maior
expansão dos primeiros molares. Entretanto, os valores de expansão dos
segundos molares são maiores neste estudo quando comparado aos valores
de Ghosh; Nanda (1996) e Fuziy (2001). Este resultado se deve,
provavelmente, à maior quantidade de distalização sofrida pelos segundos
molares neste estudo, levando-os a uma posição mais posterior e mais larga
da maxila.
Kinzinger et al. (2000), utilizando o Pendulum K, obteve uma
expansão de 1,68 mm entre os primeiros molares. Kinzinger; Fritz; Diedrich
(2003), utilizando o mesmo aparelho, encontraram uma expansão de 1,2 mm.
Estes valores são próximos aos encontrados neste estudo (1,5 mm) e podem
ser explicados também pela ação restritiva da mola.
Bondemark; Kurol (1992), utilizando os magnetos, instalados por
vestibular, encontraram valores não significativos para alterações transversais,
tanto nos primeiros quanto nos segundos molares, assim como Bondemark;
Kurol; Bernhold (1994). Provavelmente a ação restritiva do sistema de
distalização, atuando por vestibular impede que o movimento de distalização
ocorra conjuntamente com uma expansão significativa para os primeiros
molares. No entanto, os resultados o significativos de alteração transversal
para os segundos molares diferem dos resultados obtidos neste e em outros
estudos que utilizaram o aparelho Pendulum (GHOSH; NANDA, 1996; FUZIY,
2001), os quais obtiveram expansão significativa para os segundos molares.
Gulati; Kharbanda; Parkash (1998) utilizaram molas de níquel-titânio,
aplicadas por vestibular, e observaram constrição transversal nos primeiros
molares de 0,85 e 0,8 mm, respectivamente para os lados direito e esquerdo.
Da mesma forma, Mavropoulos et al. (2005) também observaram constrição de
0,24 mm na distância inter primeiros molares, utilizando-se do aparelho Jones
Jig. Comparando estes resultados com o aparelho Pendulum, utillizado neste
estudo, verifica-se uma ligeira vantagem deste sobre as molas de níquel-titânio
aplicadas por vestibular, pois neste estudo não houve constrição na distância
inter primeiros molares.
Discussão -
96
6.5 – Alterações dentárias rotacionais
Uma força de distalização atuando lingualmente ao centro de
resistência do dente tende a criar um momento que promove rotação
distovestibular. No entanto, devido à trajetória de movimento descrita pela mola
pendular, cria-se um momento inverso com tendência de rotação distopalatina.
As alterações de expansão introduzidas no sistema e também as dobras de
anti-inclinação para tentar controlar a tendência de inclinação distal podem
também alterar os momentos que controlam a rotação dos primeiros molares.
No presente estudo, os primeiros molares tiveram um
comportamento distinto, onde o primeiro molar direito não apresentou rotação
significante e o primeiro molar esquerdo apresentou rotação distovestibular de
11,3º. Os segundos molares também apresentaram comportamentos diferentes
para os lados direito e esquerdo, onde o segundo molar direito não apresentou
rotação significativa e o segundo molar esquerdo apresentou rotação
distovestibular significante de 6,6º. Confrontando esses resultados com Ghosh;
Nanda (1996), percebe-se uma diferença na direção da rotação, pois em seu
trabalho, Ghosh; Nanda (1996) comentam a ocorrência de rotação
distopalatina. Da mesma maneira, Fuziy (2001) também comenta da ocorrência
de rotação distopalatina com a utilização do aparelho Pendulum. Nenhum
destes trabalhos apresenta os valores medidos de rotação. Cabe ressaltar que,
apesar de haver no Pendulum uma tendência de rotação distopalatina devido
à trajetória descrita pela mola, também a força distalizadora atuando por
palatino, que gera uma tendência de rotação distovestibular. Se avaliarmos que
tanto o primeiro quanto o segundo molar do lado direito tiveram maior
distalização que os molares do lado esquerdo (Tabela 4), pode-se inferir que o
lado direito expressou com mais distalização e menos rotação a força de
distalização aplicada por palatino. os molares do lado esquerdo tiveram
menores valores de distalização e valores maiores de rotação. Isto pode ser
explicado, possivelmente, por uma quantidade menor de osso disponível no
lado esquerdo, levando os segundos molares contra a cortical óssea,
impedindo assim a distalização e favorecendo a rotação distovestibular.
Kinzinger et al. (2000) comenta da ocorrência de rotação
mesiovestibular com a utilização do Pendulum K. Kinzinger; Fritz; Diedrich
Discussão -
97
(2003), com o mesmo aparelho, encontraram valores de rotação
mesiovestibular de 3,2º e , respectivamente para os primeiros molares direito
e esquerdo, no grupo de dentadura permanente. Estes valores são diferentes
dos encontrados no presente estudo. A explicação, mais uma vez, se encontra
na quantidade de distalização realizada, que foi muito maior no presente
estudo com distalização de 7,2 mm para o primeiro molar do lado esquerdo
contra 4,35 mm de Kinzinger et al. (2000) e 2,86 mm de Kinzinger; Fritz;
Diedrich (2003). Com isso, a chance das raízes estarem contra a cortical distal
da tuberosidade no presente estudo é muito maior e, na impossibilidade de
ocorrer movimento de distalização, ocorre a rotação distovestibular.
Ao contrário do Pendulum, que aplica a força de distalização por
palatino, todos os sistemas que aplicam forças de distalização por vestibular
geram, exclusivamente, momentos para rotação mesiovestibular (ITOH et al.,
1991; BONDEMARK; KUROl, 1992; BONDEMARK; KUROL; BERNHOLD,
1994; ERVERDI; KOYUTURK; KÜÇÜKKELES, 1997; GULATI; KHARBANDA;
PARKASH, 1998; MAVROPOULOS et al., 2005).
Os pré-molares tiveram, conjuntamente com o movimento de
distalização, uma rotação mesiovestibular. Esta rotação foi de 3,9º e 0,8º,
respectivamente para os segundos pré-molares direito e esquerdo; e de 4,8º e
4º, respectivamente para os primeiros pré-molares direito e esquerdo. Com
exceção do segundo pré-molar superior esquerdo, todos os outros pré-molares
apresentaram rotação mesiovestibular significante estatisticamente. O único
estudo descrito na literatura que também avaliou as rotações dos pré-molares
durante a distalização dos molares foi o de Mavropoulos et al. (2005). Neste
estudo, que utilizou o Jones Jig como método de distalização, os segundos
pré-molares apresentaram rotação distovestibular média de 3,7º. Esta rotação
é facilmente explicada devido à aplicação da força de distalização por
vestibular. Desta forma os molares distalizam e giram no sentido
mesiovestibular e a unidade de ancoragem, composta em parte pelos
segundos pré-molares, tem tendência inversa, ou seja, sofre mesialização e
rotação distovestibular. Neste estudo, diferentemente dos outros sistemas
distalizadores, não nenhuma força ativa sendo aplicada aos pré-molares e,
estes são distalizados pela ação das fibras transeptais. De um modo geral,
conforme estes dentes foram distalizados, houve ligeira expansão e rotação
Discussão -
98
mesiovestibular, devido à ação das fibras transeptais e, possivelmente
influenciados pelos contatos de oclusão com os dentes inferiores.
6.6 – Considerações sobre os implantes
Neste estudo, decidiu-se pela utilização de parafusos de titânio com
14 mm de comprimento e 2,7 mm de diâmetro. Estes valores são próximos aos
valores empregados por Karaman; Basciftci; Polat (2002) de 14 mm de
comprimento e 3 mm de diâmetro. Bernhart et al. (2000) utilizou parafusos de 8
mm de comprimento e 3 mm de diâmetro. Tosun; Keles; Erverdi (2002) e
Keles; Erverdi; Sezen (2003) utilizaram parafusos de 8 mm de comprimento e
4,5 mm de diâmetro. Byloff et al. (2000) e Karcher; Byloff; Clar (2002) utilizaram
4 miniparafusos de 5 mm de comprimento para fixar uma placa de titânio ao
osso palatino. Nesta placa eram soldados dois pinos de 10 mm de
comprimento e 3,5 mm de diâmetro que perfuravam a mucosa palatina e
serviam de ancoragem para a construção do botão palatino de Nance para a
confecção do que os autores denominaram de “Graz implant-supported
Pendulum”. No sistema desenvolvido neste estudo, apesar de o parafuso ter
um comprimento maior que em outros trabalhos, deve-se ressaltar que o
mesmo não era totalmente inserido ao osso. Parte dele foi deixado fora
mucosa para servir de suporte ao botão de Nance. Com isso, a real
profundidade deste parafuso no osso palatino foi em torno de 8 mm.
A escolha da região para colocação dos implantes seguiu a
orientação preconizada por Bernhart et al. (2000). Os parafusos foram
implantados de 6 a 9 mm posterior ao forame incisivo e de 3 a 6 mm
lateralmente à sutura palatina mediana. Segundo Bernhart et al. (2000), a
região da sutura palatina mediana deve ser evitada em pacientes em fase de
crescimento, pois pode comprometer o crescimento nessa região. Schlegel;
Kinner; Schlegel (2002) apontaram que a ossificação completa da sutura
palatina mediana raramente ocorre antes dos 23 anos de idade. Outros
trabalhos também mencionam a utilização da região paramediana para a
colocação dos parafusos (BERNHART et al., 2001; TOSUN; KELES;
ERVERDI, 2002; KELES; ERVERDI; SEZEN, 2003, GELGÖR et al., 2004). No
entanto, alguns trabalhos utilizam a sutura palatina como área de eleição para
Discussão -
99
a colocação dos implantes (WEHRBEIN et al., 1996; KARAMAN; BASCIFTCI;
POLAT, 2002; KYUNG; HONG; PARK, 2003).
Com relação ao tipo de cirurgia realizada para a colocação dos
implantes, a técnica utilizada no presente estudo permitiu a colocação dos
parafusos sem a necessidade de abertura de retalho cirúrgico, assim como
Tosun; Keles; Erverdi (2002), Karaman; Basciftci; Polat (2002), Keles; Erverdi;
Sezen (2003) e Gelgör et al. (2004). Desta forma, o processo de cicatrização
se torna menos desconfortável, devido à técnica menos invasiva, as chances
de infecção são menores e o tempo de cirurgia é diminuído. No presente
estudo, não houve queixas dos pacientes quanto à utilização dos implantes
nem quanto ao processo cirúrgico de sua colocação, concordando com Gündüz
et al. (2004), que comenta sobre a boa aceitação dos pacientes quanto a este
tipo de tratamento.
Dos 16 casos inicialmente selecionados para este estudo, apenas
um caso teve problemas relacionados à estabilidade dos implantes. Segundo
Costa; Raffaini; Melsen (1998), as causas mais comuns de insucessos com os
implantes são o risco de infecção e a perda da estabilidade dos mesmos. Park;
Lee; Kwon (2005) reportaram a necessidade de substituição dos implantes em
3 pacientes em uma amostra de 30 indivíduos, por falta de estabilidade.
7 – CONCLUSÃO
Conclusão -
101
7 – CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos decorrentes do uso do aparelho Pendulum
associado à ancoragem esquelética, pode-se concluir que:
No sentido sagital:
o O aparelho foi efetivo para distalizar os primeiros molares até a
obtenção de uma sobrecorreção de 2 mm em relação à chave de
oclusão em 6,97 meses;
o Associado à distalização dos molares, houve distalização
significante de caninos e pré-molares;
o Os incisivos centrais não alteraram significantemente sua posição
no sentido sagital;
o A taxa de distalização mensal foi de 1,32 mm para o primeiro
molar direito e de 1,06 mm para o primeiro molar superior
esquerdo;
No sentido transversal:
o Todos os dentes avaliados apresentaram expansão, porém
somente os segundos molares, segundo pré-molar direito e
primeiros pré-molares apresentaram alterações estatisticamente
significantes;
Em relação às rotações:
o Somente os molares do lado esquerdo apresentaram rotações
distovestibulares significantes e
o Os primeiros pré-molares e o segundo pré-molar direito
apresentaram rotações mesiovestibulares significantes.
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Referências Bibliográficas -
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ANEXOS
Anexos -
110
ANEXO 1
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Autorização para o tratamento ortodôntico
Eu,__________________________________________, portador(a) do RG
número ___________, responsável pelo (a)
menor,________________________, recebi todas as explicações sobre a
oclusão do menor, e autorizo a realização do tratamento ortodôntico associado
à implante no palato (céu da boca), pois esta é a forma mais segura da
correção do referido problema. Estou ciente de que o tratamento faz parte de
pesquisa científica desenvolvida pelos alunos de pós-graduação em
Ortodontia, nível de mestrado da UNIMAR. Os exames necessários para o
início do tratamento e da fase intermediária, assim como todos os dispositivos
ortodônticos não terão custo e autorizo a utilização dos mesmos para análise
de resultados e divulgação por meio de teses, palestras, painéis, em
congressos e aulas em geral e em publicações de artigos. Assumo a
responsabilidade pelo comparecimento do menor nas consultas, no dia e
horário previamente determinados, estando ciente de que o não cumprimento
destas exigências, eliminará o menor do grupo de pacientes, liberando os
profissionais da responsabilidade pela conclusão do tratamento. Ao término do
tratamento, estou ciente de que haverá o custo da documentação final
(radiografias e modelos de estudo).
Marília, ____de _________________de 2004.
____________________________________
Assinatura do(a) Responsável
Nome por extenso:
Anexos -
111
ANEXO 2
APÊNDICE
Tabela 7 – Idade inicial e final, em dias, dos indivíduos da amostra.
Indivíduos Idade inicial Idade final
1
5631 5850
2
4747 4938
3
5286 5498
4
5657 5869
5
5543 5755
6
5338 5536
7
5074 5279
8
5045 5257
9
5471 5683
10
4983 5181
11
5351 5570
12
5058 5270
13
4676 4895
Média
5220 5429
Tabela 8 – Tempo de tratamento, em dias.
Indivíduos
Tempo de
tratamento
1
219
2
191
3
212
4
212
5
212
6
198
7
205
8
212
9
212
10
198
11
219
12
212
13
219
Média
209,31
Tabela 9 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Indivíduos Dist. 17 Dist. 16 Dist. 15 Dist. 14 Dist. 13 Dist. 11
1
19,70
8,18
1,25 -4,84 -11,27 -15,27
2
19,96
6,93
0,00 -7,85 -15,36 -24,37
3
20,04
9,35
3,01 -3,01 -9,68 -15,44
4
25,38
12,52
5,34 -1,50 -8,60 -15,86
5
14,86
3,01
-3,84 -10,69 -17,03 -24,88
6
20,62
9,85
3,84 -1,83 -7,93 -16,28
7
20,04
8,52
1,67 -5,18 -12,02 -18,28
8
14,52
3,68
-4,17 -11,02 -18,86 -25,96
9
22,37
10,93
4,59 -1,67 -8,18 -16,11
10
24,71
12,94
6,68 -0,50 -7,59 -13,61
11
20,11
8,77
0,84 -5,51 -12,52 -20,04
12
24,63
12,60
6,34 -0,75 -7,51 -15,44
13
24,04
12,86
5,42 -2,00 -8,43 -16,53
Tabela 10 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Indivíduos Dist. 27 Dist. 26 Dist. 25 Dist. 24 Dist. 23 Dist. 21
1
23,96 12,11 4,76 -2,00 -8,69 -15,70
2
21,22 6,76 -0,17 -7,51 -14,52 -24,88
3
20,78 9,44 2,50 -3,59 -10,19 -16,03
4
20,95 9,60 1,92 -4,76 -10,43 -17,36
5
14,86 3,01 -3,76 -10,43 -17,78 -25,04
6
21,04 9,68 3,76 -2,26 -8,52 -16,03
7
19,37 8,02 1,83 -5,26 -11,94 -18,54
8
15,03 3,42 -3,76 -9,51 -17,70 -26,63
9
21,70 10,60 4,43 -1,83 -9,27 -17,20
10
25,55 13,44 7,10 0,17 -6,84 -13,36
11
19,96 8,43 1,01 -6,01 -12,69 -20,71
12
22,88 11,77 5,59 -1,42 -8,69 -16,45
13
14,19 6,43 0,00 -7,27 -16,45
Tabela 11 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Indivíduos Exp. 17 Exp. 16 Exp. 15 Exp. 14 Exp. 13
1
26,05 24,04 20,95 17,70 17,12
2
30,72 27,63 24,54 21,53 18,70
3
29,97 26,05 23,21 20,78 16,61
4
29,05 26,71 24,71 21,29 18,11
5
31,55 27,30 24,88 22,20 19,29
6
26,88 23,71 20,28 17,45 15,03
7
29,81 27,72 26,05 22,04 18,54
8
28,05 23,96 22,79 20,95 18,37
9
28,72 26,05 23,55 21,70 18,20
10
27,96 25,79 22,95 19,87 17,12
11
29,38 24,80 24,80 21,70 17,70
12
29,47 25,96 21,62 21,29 17,78
13
29,05 25,63 23,04 21,87 17,36
Tabela 12 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
inicial).
Indivíduos Exp. 27 Exp. 26 Exp. 25 Exp. 24 Exp. 23
1
26,80 26,05 24,37 22,20 18,37
2
26,46 25,79 23,12 20,95 17,53
3
27,96 24,97 23,87 20,20 16,94
4
28,97 23,96 24,54 20,54 15,36
5
31,98 28,13 24,97 21,46 18,78
6
24,30 23,55 21,04 18,45 14,61
7
29,55 27,47 25,63 21,79 17,70
8
27,96 24,30 23,29 20,45 16,69
9
28,05 25,71 23,62 20,95 17,45
10
25,63 24,30 21,53 18,45 17,36
11
26,46 23,71 21,87 20,20 16,53
12
29,14 24,97 21,46 19,45 16,78
13
26,38 24,21 21,70 16,69
Tabela 13 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase inicial).
Indivíduos Rot. 17 Rot. 16 Rot. 15 Rot. 14
1
56,00 60,50 76,50 63,00
2
60,00 62,50 58,50 74,00
3
57,50 56,00 68,00 66,50
4
51,00 51,50 55,00 69,00
5
61,00 55,00 71,50 74,00
6
57,00 67,00 72,00 61,00
7
67,00 61,00 76,00 76,00
8
54,00 48,00 61,50 64,50
9
54,50 70,50 74,00 72,00
10
65,00 60,00 64,50 69,50
11
52,00 56,00 87,00 79,50
12
56,50 57,00 71,00 82,00
13
42,00 52,00 61,00 74,00
Tabela 14 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase inicial).
Indivíduos Rot. 27 Rot. 26 Rot. 25 Rot. 24
1
66,50 73,00 83,00 77,50
2
41,50 68,00 69,00 85,00
3
59,00 61,50 79,00 72,00
4
51,00 62,50 86,00 80,50
5
55,00 58,50 73,50 77,50
6
74,00 74,00 83,00 73,50
7
72,00 64,50 83,50 73,50
8
60,00 56,00 76,00 65,00
9
58,00 63,50 68,00 71,50
10
66,50 66,50 74,50 80,50
11
67,50 57,50 85,50 86,00
12
71,50 63,00 76,00 80,50
13
41,00 68,00 78,00
Tabela 15 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Indivíduos Dist. 17 Dist. 16 Dist. 15 Dist. 14 Dist. 13 Dist. 11
1
31,98 20,37 7,51 -0,17 -8,43 -14,02
2
24,71 13,61 4,00 -5,51 -14,86 -24,37
3
29,64 22,13 9,77 1,25 -6,60 -13,70
4
33,89 21,04 8,84 -0,58 -7,68 -15,61
5
20,54 9,68 0,34 -7,35 -15,78 -23,79
6
31,55 22,04 10,93 1,50 -5,76 -16,86
7
25,96 15,70 6,76 -2,84 -11,19 -18,95
8
20,04 13,36 -0,58 -10,43 -19,20 -26,54
9
30,30 21,37 9,68 0,58 -7,51 -15,86
10
35,14 23,55 12,69 3,34 -4,59 -12,52
11
28,88 18,20 6,01 -3,01 -10,69 -19,79
12
29,55 18,78 9,10 1,08 -6,84 -15,61
13
29,22 20,20 10,02 0,92 -7,01 -15,86
Tabela 16 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Indivíduos Dist. 27 Dist. 26 Dist. 25 Dist. 24 Dist. 23 Dist. 21
1
30,72 20,45 8,69 1,17 -6,93 -14,78
2
22,95 11,68 2,67 -7,59 -15,53 -25,12
3
29,14 19,87 10,43 1,50 -6,26 -13,77
4
26,13 14,61 2,17 -4,59 -10,69 -16,78
5
20,95 12,35 1,08 -7,10 -15,27 -23,62
6
28,39 17,45 7,59 -0,17 -7,76 -17,12
7
25,38 14,69 5,68 -3,09 -11,52 -19,12
8
19,45 10,02 -0,41 -8,77 -17,70 -26,63
9
27,96 17,61 6,26 -1,17 -7,93 -16,61
10
30,89 21,21 10,43 1,83 -6,26 -12,69
11
27,72 16,03 4,26 -4,76 -12,86 -20,78
12
29,14 17,87 8,35 0,75 -7,51 -16,53
13
22,46 10,86 1,92 -6,26 -15,86
Tabela 17 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Indivíduos Exp. 17 Exp. 16 Exp. 15 Exp. 14 Exp. 13
1
29,79 27,72 23,62 20,62 17,95
2
28,30 24,88 23,38 20,78 17,12
3
34,22 25,71 24,04 21,53 17,03
4
30,56 28,55 25,79 22,20 18,78
5
33,81 29,55 25,88 22,37 19,03
6
28,22 23,38 20,95 18,03 15,70
7
26,97 26,46 25,04 22,13 18,86
8
31,98 24,63 23,46 21,29 17,95
9
32,31 26,97 23,87 21,62 18,28
10
28,13 26,30 23,62 20,45 18,11
11
32,56 26,30 24,71 22,13 17,45
12
32,22 27,80 24,54 22,20 17,95
13
30,05 26,05 24,80 22,46 17,87
Tabela 18 Dados referentes à avaliação de modelos, em milímetros (Fase
final).
Indivíduos Exp. 27 Exp. 26 Exp. 25 Exp. 24 Exp. 23
1
30,22 23,96 23,96 22,54 18,37
2
31,31 27,55 24,80 21,87 17,87
3
30,64 25,38 23,96 21,12 17,12
4
32,89 26,30 23,87 21,04 15,86
5
34,73 26,80 24,04 20,71 18,45
6
28,72 25,71 23,55 20,71 16,95
7
28,47 27,38 25,71 22,54 18,20
8
31,55 26,13 23,46 21,70 16,78
9
32,97 25,96 23,87 21,21 17,45
10
32,14 25,55 23,21 20,20 17,12
11
32,31 28,05 25,12 22,37 17,53
12
32,89 27,88 23,87 21,12 17,36
13
23,71 23,96 21,79 16,53
Tabela 19 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase final).
Indivíduos Rot. 17 Rot. 16 Rot. 15 Rot. 14
1
53,50 56,00 75,00 80,50
2
62,00 71,00 64,00 85,00
3
52,50 56,50 81,50 78,50
4
61,00 59,00 59,00 77,00
5
57,50 46,50 71,50 65,50
6
65,00 73,00 78,00 70,00
7
68,50 75,50 74,50 78,00
8
44,00 47,00 70,00 69,00
9
50,00 53,00 74,00 69,00
10
63,50 58,50 71,50 75,00
11
49,50 58,00 92,50 90,00
12
52,00 58,00 73,50 77,50
13
41,00 60,00 62,00 72,00
Tabela 20 – Dados referentes à avaliação de modelos, em graus (Fase final).
Indivíduos Rot. 27 Rot. 26 Rot. 25 Rot. 24
1
53,00 57,00 91,50 78,50
2
54,00 58,00 61,50 84,50
3
56,00 60,00 82,00 85,00
4
47,50 37,00 77,00 81,50
5
43,00 43,00 83,00 84,00
6
59,50 56,50 76,00 73,50
7
67,00 69,50 81,00 85,00
8
55,00 42,00 78,00 69,50
9
47,50 52,50 69,50 72,00
10
62,50 54,50 74,00 82,00
11
59,00 41,00 90,00 88,50
12
59,00 42,50 76,00 87,00
13
49,00 76,00 82,00
Tabela 21 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Indivíduos Dist. 17 Dist. 16 Dist. 15 Dist. 14 Dist. 13 Dist. 11
2
19,96
6,93
0,00 -7,85 -15,36 -24,37
5
14,86
3,01
-3,84 -10,69 -17,03 -24,88
7
20,04
8,52
1,67 -5,18 -12,02 -18,28
8
14,52
3,68
-4,17 -11,02 -18,86 -25,96
10
24,71
12,94
6,68 -0,50 -7,59 -13,61
Tabela 22 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Indivíduos Dist. 17 Dist. 16 Dist. 15 Dist. 14 Dist. 13 Dist. 11
2
20,04 6,96 0,00 -7,67 -15,11 -24,21
5
14,61 3,07 -4,00 -10,69 -17,23 -25,04
7
20,11 8,58 2,17 -5,09 -11,94 -18,11
8
14,86 3,68 -4,43 -10,86 -19,03 -26,13
10
24,71 12,88 6,60 -0,62 -7,27 -13,44
Tabela 23
Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Indivíduos Dist. 27 Dist. 26 Dist. 25 Dist. 24 Dist. 23 Dist. 21
2
21,22 6,76 -0,17 -7,51 -14,52 -24,88
5
14,86 3,01 -3,76 -10,43 -17,78 -25,04
7
19,37 8,02 1,83 -5,26 -11,94 -18,54
8
15,03 3,42 -3,76 -9,51 -17,70 -26,63
10
25,55 13,44 7,10 0,17 -6,84 -13,36
Tabela 24
Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
inicial).
Indivíduos Dist. 27 Dist. 26 Dist. 25 Dist. 24 Dist. 23 Dist. 21
2
21,21 7,01 0,08 -7,42 -14,75 -24,63
5
14,95 3,01 -3,84 -10,52 -18,03 -25,12
7
19,37 8,26 2,00 -5,21 -12,02 -18,37
8
15,03 3,34 -4,09 -9,44 -17,61 -26,71
10
25,46 13,44 7,35 0,24 -6,76 -13,10
Tabela 25
Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Indivíduos Exp. 17 Exp. 16 Exp. 15 Exp. 14 Exp. 13
2
30,72 27,63 24,54 21,53 18,70
5
31,55 27,30 24,88 22,20 19,29
7
29,81 27,72 26,05 22,04 18,54
8
28,05 23,96 22,79 20,95 18,37
10
27,96 25,79 22,95 19,87 17,12
Tabela 26 – Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase inicial).
Indivíduos Exp. 17 Exp. 16 Exp. 15 Exp. 14 Exp. 13
2
30,64 27,47 24,46 21,29 18,62
5
31,55 27,55 24,80 21,47 19,45
7
29,64 27,38 25,79 21,96 18,37
8
28,13 24,13 23,04 20,95 18,45
10
27,88 25,71 22,88 19,79 17,53
Tabela 27
Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase inicial).
Indivíduos Exp. 27 Exp. 26 Exp. 25 Exp. 24 Exp. 23
2
26,46 25,79 23,12 20,95 17,53
5
31,98 28,13 24,97 21,46 18,78
7
29,55 27,47 25,63 21,79 17,70
8
27,96 24,30 23,29 20,45 16,69
10
25,63 24,30 21,53 18,45 17,36
Tabela 28 – Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase inicial).
Indivíduos Exp. 27 Exp. 26 Exp. 25 Exp. 24 Exp. 23
2
26,38 26,22 23,04 21,04 17,70
5
31,89 28,30 25,04 21,46 18,70
7
29,55 27,47 25,46 21,87 17,87
8
27,88 24,04 23,04 20,37 16,11
10
25,63 24,13 21,46 18,54 17,78
Tabela 29 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores retirados da
amostra - fase inicial).
Indivíduos Rot. 17 Rot. 16 Rot. 15 Rot. 14
2
60,00 62,50 58,50 74,00
5
61,00 55,00 71,50 74,00
7
67,00 61,00 76,00 76,00
8
54,00 48,00 61,50 64,50
10
65,00 60,00 64,50 69,50
Tabela 30 – Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase inicial).
Indivíduos Rot. 17 Rot. 16 Rot. 15 Rot. 14
2
60,00 61,50 59,50 75,50
5
62,00 55,00 72,00 75,00
7
66,00 60,50 75,00 75,00
8
55,00 48,50 61,50 65,50
10
65,00 61,50 64,50 69,50
Tabela 31 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores retirados da
amostra - fase inicial).
Indivíduos Rot. 27 Rot. 26 Rot. 25 Rot. 24
2
41,50 68,00 69,00 85,00
5
55,00 58,50 73,50 77,50
7
72,00 64,50 83,50 73,50
8
60,00 56,00 76,00 65,00
10
66,50 66,50 74,50 80,50
Tabela 32 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase inicial).
Indivíduos Rot. 27 Rot. 26 Rot. 25 Rot. 24
2
41,00 67,50 69,50 83,50
5
55,00 59,00 72,50 77,50
7
72,50 64,00 83,00 73,00
8
60,00 56,00 77,00 65,50
10
66,00 66,00 74,50 80,00
Tabela 33 Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Indivíduos Dist. 17 Dist. 16 Dist. 15 Dist. 14 Dist. 13 Dist. 11
2
24,71 13,61 4,00 -5,51 -14,86 -24,37
5
20,54 9,68 0,34 -7,35 -15,78 -23,79
7
25,96 15,70 6,76 -2,84 -11,19 -18,95
8
20,04 13,36 -0,58 -10,43 -19,20 -26,54
10
35,14 23,55 12,69 3,34 -4,59 -12,52
Tabela 34 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
final).
Indivíduos Dist. 17 Dist. 16 Dist. 15 Dist. 14 Dist. 13 Dist. 11
2
24,46 13,85 4,26 -5,18 -14,44 -24,30
5
20,71 9,94 0,67 -7,59 -15,78 -23,55
7
25,96 15,70 6,76 -2,75 -11,19 -19,03
8
19,87 13,19 -0,25 -10,52 -18,95 -26,63
10
35,31 23,46 12,44 3,51 -4,76 -12,60
Tabela 35
Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Indivíduos Dist. 27 Dist. 26 Dist. 25 Dist. 24 Dist. 23 Dist. 21
2
22,95 11,68 2,67 -7,59 -15,53 -25,12
5
20,95 12,35 1,08 -7,10 -15,27 -23,62
7
25,38 14,69 5,68 -3,09 -11,52 -19,12
8
19,45 10,02 -0,41 -8,77 -17,70 -26,63
10
30,89 21,21 10,43 1,83 -6,26 -12,69
Tabela 36
Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase
final).
Indivíduos Dist. 27 Dist. 26 Dist. 25 Dist. 24 Dist. 23 Dist. 21
2
22,29 11,68 1,83 -7,18 -15,53 -24,88
5
21,29 12,77 1,50 -6,76 -15,19 -23,29
7
25,38 14,69 5,68 -3,09 -11,44 -19,12
8
19,45 9,85 -0,75 -8,93 -17,95 -26,88
10
30,72 21,04 10,43 1,76 -6,18 -12,60
Tabela 37
Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Indivíduos Exp. 17 Exp. 16 Exp. 15 Exp. 14 Exp. 13
2
28,30 24,88 23,38 20,78 17,12
5
33,81 29,55 25,88 22,37 19,03
7
26,97 26,46 25,04 22,13 18,86
8
31,98 24,63 23,46 21,29 17,95
10
28,13 26,30 23,62 20,45 18,11
Tabela 38 – Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase final).
Indivíduos Exp. 17 Exp. 16 Exp. 15 Exp. 14 Exp. 13
2
28,39 24,97 23,46 20,78 17,12
5
33,64 29,38 25,79 22,37 18,86
7
26,88 26,38 24,97 22,04 18,70
8
31,81 24,63 23,29 21,21 17,95
10
28,22 26,38 23,71 20,54 18,20
Tabela 39
Dados referentes ao teste do erro, em milímetros (Valores
retirados da amostra - fase final).
Indivíduos Exp. 27 Exp. 26 Exp. 25 Exp. 24 Exp. 23
2
31,31 27,55 24,80 21,87 17,87
5
34,73 26,80 24,04 20,71 18,45
7
28,47 27,38 25,71 22,54 18,20
8
31,55 26,13 23,46 21,70 16,78
10
32,14 25,55 23,21 20,20 17,12
Tabela 40 – Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase final).
Indivíduos Exp. 27 Exp. 26 Exp. 25 Exp. 24 Exp. 23
2
31,31 27,38 24,46 21,70 17,70
5
34,89 27,05 24,21 20,78 18,54
7
28,47 27,47 25,79 22,62 18,28
8
31,64 25,71 23,46 21,70 16,78
10
31,72 25,46 23,29 19,96 16,95
Tabela 41 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores retirados da
amostra - fase final).
Indivíduos Rot. 17 Rot. 16 Rot. 15 Rot. 14
2
62,00 71,00 64,00 85,00
5
57,50 46,50 71,50 65,50
7
68,50 75,50 74,50 78,00
8
44,00 47,00 70,00 69,00
10
63,50 58,50 71,50 75,00
Tabela 42 - Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase final).
Indivíduos Rot. 17 Rot. 16 Rot. 15 Rot. 14
2
62,00 71,00 64,00 85,50
5
57,50 45,50 71,00 66,50
7
69,50 76,00 75,00 78,50
8
44,00 47,50 69,50 69,00
10
64,00 58,00 71,50 75,50
Tabela 43 Dados referentes ao teste do erro, em graus (Valores retirados da
amostra - fase final).
Indivíduos Rot. 27 Rot. 26 Rot. 25 Rot. 24
2
54,00 58,00 61,50 84,50
5
43,00 43,00 83,00 84,00
7
67,00 69,50 81,00 85,00
8
55,00 42,00 78,00 69,50
10
62,50 54,50 74,00 82,00
Tabela 44 Dados referentes ao retraçado dos modelos, em milímetros (fase final).
Indivíduos Rot. 27 Rot. 26 Rot. 25 Rot. 24
2
54,00 58,00 61,50 84,00
5
43,50 42,00 82,00 85,00
7
67,00 69,50 80,00 84,50
8
54,50 41,50 78,00 70,50
10
61,50 55,50 73,00 82,00
AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO
Eu, Fabricio Monteiro de Castro Machado, autor da Dissertação/ Tese
intitulada "Estudo das alterações sagitais e transversais decorrentes da distalização
dos molares superiores associado à ancoragem esquelética" apresentada como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ortodontia, em 05 de agosto
de 2005, autorizo a reprodução desta obra a partir do prazo abaixo estabelecido,
desde que seja citada a fonte.
(X) após 6 meses da defesa pública
( ) após 12 meses da defesa pública
Marília, 05 de agosto de 2005.
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