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UIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
PROPUR/UFRGS
Dissertação de Mestrado
AVALIAÇÃO ESTÉTICA E USO DE TRÊS PRAÇAS EM PELOTAS/RS
Orientador
Antônio Tarcísio da Luz Reis, Ph.D
Autora
Clarissa Castro Calderipe Montelli
Porto Alegre, Fevereiro de 2008.
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II
CLARISSA CASTRO CALDERIPE MONTELLI
AVALIAÇÃO ESTÉTICA E USO DE TRÊS PRAÇAS EM PELOTAS/RS
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Planejamento Urbano e Regional
da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, como requisito
Parcial à obtenção de título de
Mestre em Planejamento Urbano e
Regional.
Orientador
Antônio Tarcísio da Luz Reis, Ph.D
Porto Alegre, novembro de 2007.
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III
CLARISSA CASTRO CALDERIPE MONTELLI
AVALIAÇÃO ESTÉTICA E USO DE TRÊS PRAÇAS EM PELOTAS/RS
.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e
Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito Parcial à obtenção
de título de Mestre em Planejamento Urbano e Regional.
Integrantes da banca examinadora
_________________________________
Professora Doutora Adriane Borda
(Examinador Externo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/UFPel)
_________________________________
Professora Doutora Sandra Pesavento
(Examinador Interno PROPUR/UFRGS)
________________________________
Professora Doutora Maria Cristina Dias Lay
(Examinador Interno PROPUR/UFRGS)
_________________________________
Professor Doutor Antônio Tarcísio da Luz Reis
(Orientador e presidente da banca)
Data de aprovação
Novembro de 2007
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que colaboraram na realização desta dissertação, em especial ao meu
orientador Antônio Tarcísio da Luz Reis, pela sua dedicação e disposição em me ajudar a
qualquer momento; aos demais professores e colegas do PROPUR, pelo aprendizado e
companheirismo; aos meus pais, Antônio Sílvio Calderipe e Clarice Castro Calderipe, que
sempre me incentivaram e apoiaram nos momentos difíceis; ao meu marido Daniel
Conceição Montelli que sempre esteve ao meu lado e finalmente ao meu amigo Nero, pelo
companheirismo de todas as horas.
V
RESUMO
Essa pesquisa avalia a estética de três praças em Pelotas, considerando as variáveis
associadas aos diferentes elementos físico-espaciais que compõem as praças, bem como
investiga a relação entre estética e uso das mesmas. Nessa investigação levam-se em
consideração as percepções de diferentes faixas etárias de usuários: adolescentes, adultos
e idosos. O objetivo central é fornecer subsídios teóricos para que possam ser produzidas
praças mais satisfatórias para os usuários. As três praças selecionadas como objetos de
estudo estão situadas na cidade de Pelotas (RS) e possuem características que as tornam
pertinentes quanto a avaliação estética. Os métodos de coleta e análise de dados fazem
parte daqueles utilizados na área de pesquisa Ambiente e Comportamento. Os dados foram
obtidos a partir de levantamentos de arquivo e levantamento de campo, esse incluindo
observações, mapas comportamentais, levantamento das variáveis associadas aos
aspectos físico-espaciais e questionários. Os resultados dessa investigação demonstram
que existe relação entre a estética e o uso das praças. Além disso, destaca que dentre as
variáveis consideradas, as mais importantes para a definição da satisfação geral com as
praças estão associadas às características das fachadas que delimitam as praças,
principalmente com a composição arquitetônica e com características associadas ao espaço
aberto das praças, salientando a presença de vegetação. Torna-se evidente para o
desenvolvimento de bons projetos e para a existência de usuários satisfeitos a consideração
de tais variáveis. Espera-se que os dados encontrados despertem o interesse pelo
desenvolvimento de outros estudos sobre o tema da estética e sua relação com o uso das
praças.
Palavras-chave: estética – praças – nível de satisfação - uso
VI
ABSTRACT
This research evaluates the aesthetics of three squares in Pelotas, considering the variables
associated to the different physical and spatial aspects that compose the squares, as well as
investigating the relation between aesthetic and use. In this inquiry the perceptions of
different ages are taken into account: adolescents, adults and elder people. The main
objective is to supply theoretical subsidies to produce more satisfactory squares for the
users. The three selected squares used in this study are located in the city of Pelotas (RS –
BRAZIL) and have characteristics that become them pertinent for the esthetic evaluation.
The data collecting methods and data analysis are part of Environment and Behavior area.
The data were obtained from file and field surveys, including observations, behavior maps,
survey of the variables associated to the physical and spatial aspects and questionnaires.
The results demonstrate that there is a relation between the aesthetic and the use of the
squares. Moreover, it is features that the most important variable for the definition of the
general satisfaction with the squares are associated with the characteristics of the facades
that delimit the squares, mainly with the architectural composition and characteristics
associated with the open space of the squares, pointing out the vegetation presence. The
consideration of such variables becomes evident for the development of good projects and
the existence of satisfied users. One expects that this data could awake the interest for the
development of other studies on the subject of the aesthetic one and its relation with the use
of the squares.
Key words: aesthetic - squares - level of satisfaction – use.
VII
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS..............................................................................................................IV
RESUMO..................................................................................................................................V
ABSTRACT.............................................................................................................................VI
SUMÁRIO...............................................................................................................................VII
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................XI
LISTA DE TABELAS..........................................................................................................XVIII
CAPÍTULO 1: FATORES FÍSICO-ESPACIAIS E A INFLUÊNCIA DA ESTÉTICA NO USO
DAS PRAÇAS............................................................................................ 1
1.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 1
1.2 IDENTIFICAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA DE PESQUISA...................... 1
1.3 VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO PROBLEMA DE PESQUISA................................... 3
1.4 PROPOSTA DE INVESTIGAÇÃO............................................................................... 4
1.4.1 Objetivos............................................................................................................. 4
1.4.2 Objetos de estudo............................................................................................... 5
1.5 DEFINIÇÕES CONCEITUAIS.................................................................................... 6
1.6 SUMÁRIO DOS CAPÍTULOS.................................................................................... 6
CAPÍTULO 2: PRAÇAS – ESTÉTICA E USO DO ESPAÇO............................................ 7
2.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 7
2.2 A PRAÇA: CONCEITO E IMPORTÂNCIA.................................................................. 7
2.3 TIPOS DE PRAÇAS..................................................................................................... 10
2.4 ESTÉTICA: CONCEITO E IMPORTÂNCIA................................................................. 13
2.4.1 Processos de Apreensão e Avaliação estética pelo Indivíduo............................ 17
2.4.1.1 Níveis de Satisfação e Comportamento do indivíduo em Relação à
Estética do Ambiente.................................................................................. 19
2.4.1.2 Dimensões das Avaliações Estéticas.......................................................... 21
2.4.1.2.1 Interesse............................................................................................. 22
2.4.1.2.2 Agradabilidade.................................................................................... 23
2.4.1.3 Objetividade nas Avaliações Estéticas........................................................ 23
VIII
2.4.2 Fatores Composicionais – Distintos Grupos de Usuários.................................. 24
2.4.3 Fatores Contextuais – Variáveis Relacionadas à Estética do Ambiente............. 25
2.4.3.1 Variáveis Relacionadas à Estética Formal.................................................. 25
2.4.3.1.1 Nível da Estética das Edificações Adjacentes ao Espaço Aberto das
Praças................................................................................................ 26
2.4.3.1.1.1 Existência de Ordem Compositiva nas Edificações................... 26
2.4.3.1.1.2 Valor Histórico das Edificações................................................ 27
2.4.3.1.1.3 Manutenção das Fachadas das edificações............................. 28
2.4.3.1.2 Nível da Estética do Espaço Aberto das Praças............................... 28
2.4.3.1.2.1 Presença de Vegetação........................................................... 28
2.4.3.1.2.2 Presença de Monumentos....................................................... 29
2.4.3.1.2.3 Manutenção e Limpeza do Ambiente....................................... 29
2.5 RELAÇÃO ENTRE ESTÉTICA E USO....................................................................... 30
2.6 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 31
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA........................................................................................ 32
3.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 32
3.2. SELEÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO........................................................................ 32
3.2.1 Delimitação da Área de Estudo......................................................................... 33
3.2.2 Breve Histórico da Cidade de Pelotas/RS.......................................................... 34
3.2.2.1 A Praça como Início do Núcleo Urbano...................................................... 34
3.2.3 As Praças que Fazem Parte do Estudo.............................................................. 36
3.2.3.1 Parque Dom Antônio Zattera..................................................................... 36
3.2.3.2 Praça José Bonifácio................................................................................... 38
3.2.3.3 Parque Piratinino de Almeida..................................................................... 39
3.3 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS......................................................................... 41
3.3.1 Levantamento de Arquivo.................................................................................. 42
3.3.2 Levantamento de Campo..................................................................................... 42
3.3.3 Observações Comportamentais.......................................................................... 43
3.3.3.1 Mapas Comportamentais........................................................................... 43
3.3.4 Levantamento Fotográfico................................................................................. 45
3.3.4.1 Levantamento Fotográfico das Fachadas das Edificações......................... 45
3.3.4.2 Levantamento Fotográfico do Espaço Aberto (vistas internas)................... 49
3.3.4.2.1 Critérios para Seleção das Vistas Internas....................................... 50
3.3.5 Questionários..................................................................................................... 51
3.3.5.1 A amostra.................................................................................................. 51
3.3.5.2 Questionário Aplicado nas Praças............................................................. 52
IX
3.3.5.3 Questionário Aplicado fora das Praças....................................................... 53
3.4 MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS......................................................................... 55
3.5 TRABALHO DE CAMPO............................................................................................. 55
3.6 SUMÁRIO.................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 4: RESULTADOS........................................................................................... 58
4.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 58
4.2 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO A ESTÉTICA DAS PRAÇAS....................................... ..58
4.2.1 Nível de satisfação geral dos usuários com a estética das praças..................... 58
4.2.2 Importância dos dois níveis estéticos para a satisfação com a estética das
praças................................................................................................................... 63
4.2.3 Nível de satisfação com a estética das fachadas das edificações que delimitam as
praças................................................................................................................ 66
4.2.3.1 Principais aspectos associados ao nível de satisfação com a estética das
fachadas das edificações que delimitam das praças................................. 71
4.2.3.1.1 Composição Arquitetônica................................................................. 71
4.2.3.1.2 Valor Histórico.................................................................................... 81
4.2.3.1.3 Manutenção das Fachadas................................................................. 88
4.2.4 Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos das praças................. 91
4.2.4.1 Principais aspectos associados ao nível de satisfação com a estética das dos
espaços abertos das praças...................................................................... 96
4.2.4.1.1 Presença de vegetação..................................................................... 96
4.2.4.1.2 Presença de monumentos............................................................ .... 100
4.2.4.1.3 Manutenção ..................................................................................... 104
4.3 A INFLUÊNCIA DA ESTÉTICA NO USO DAS PRAÇAS............................................ 108
4.3.1 A importância da estética para o uso das praças.............................................. 108
4.3.2 A relação entre o nível de satisfação com a estética e a intensidade de uso das
praças................................................................................................................. 110
4.3.3 A relação entre a estética e a freqüência de utilização das praças...................... 111
4.3.3 A relação entre a estética e o tempo de permanência nas praças...................... 113
4.4. CONCLUSÃO................................................................................................................114
4.4.1 Níveis de satisfação dos usuários com a estética das praças............................ 115
4.4.2 Importância dos dois níveis estéticos para a satisfação com a estética das
praças................................................................................................................ 115
X
4.4.3 Níveis de satisfação com a estética das fachadas das edificações que delimitam as
praças................................................................................................................. 116
4.4.3.1 Principais aspectos associados ao nível de satisfação com a estética das
fachadas das edificações que delimitam das praças................................. 116
4.4.3.2 Principais aspectos associados ao nível de satisfação com a estética dos
espaços abertos das praças...................................................................... 117
4.4.4 A importância da estética para o uso das praças.............................................. 118
4.4.5 A relação entre o nível de satisfação com a estética e a intensidade de uso das
praças................................................................................................................ 118
4.4.6 A relação entre a estética e a freqüência de utilização das praças................... 118
4.4.7 A relação entre a estética e o tempo de permanência nas praças.................... 119
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................... 120
5.1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................120
5.2. PROBLEMA DE PESQUISA, OBJETIVOS E MÉTODOS............................................120
5.3. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS.......................................................................122
5.4. LIMITAÇÕES DO ESTUDO..........................................................................................124
5.5. IMPORTÂNCIA DOS RESULTADOS E SUGESTÕES PARA FUTURAS
INVESTIGAÇÕES................................................................................................................125
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................126
ANEXO A..............................................................................................................................131
ANEXO B..............................................................................................................................133
ANEXO C..............................................................................................................................136
ANEXO D..............................................................................................................................141
XI
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Plaza Mayor – Madri, Espanha……........................................................................09
Figura 2: Plaza Mayor – Salamanca, Espanha......................................................................09
Figura 3: Place de La Concorde e Place de Vosger – Paris, França.....................................09
Figura 4: Campidoglio - Roma................................................................................................09
Figura 5: Passeio Público do Rio de Janeiro..........................................................................11
Figura 6: Projeto Padrão das Praças Brasileiras nas décadas de 50 e 60............................12
Figura 7: Praça XV – Rio de Janeiro......................................................................................15
Figura 8: Cinelândia – Rio de Janeiro....................................................................................15
Figura 9: Projeto Reviver (Prédios) – São Luis, Maranhão, 1999..........................................16
Figura 10: Projeto Reviver (Ruas) – São Luis, Maranhão......................................................16
Figura 11: Pelourinho – Salvador, Bahia................................................................................16
Figura 12: Praça Terreiro de Jesus (Pelourinho) – Salvador, Bahia, 2003............................16
Figura 13: Processo de Formação de Imagens......................................................................18
Figura 14: Processo de Avaliação Ambiental.........................................................................19
Figura 15: Diagrama das Dimensões Avaliativas...................................................................22
Figura 16: Vista Aérea da Cidade de Pelotas/RS...................................................................33
Figura 17: Localização das praças na Área Central da Cidade de Pelotas/RS.....................34
Figura 18: Primeiro Loteamento – Mapa Elaborado com Base na Planta de 1815................36
Figura 19: Segundo Loteamento – Mapa Elaborado com Base na Planta de 1835...............36
Figura 20: Vista Aérea do Parque Dom Antônio Zattera........................................................37
Figura 21: Vista Geral do Parque Dom Antônio Zattera.........................................................37
Figura 22: Altar da Pátria - Parque Dom Antônio Zattera.......................................................37
Figura 23: Fachada Antiga da Catedral São Francisco de Paula...........................................38
Figura 24: Atual Catedral São Francisco de Paula.................................................................38
Figura 25: Vista Aérea da Praça José Bonifácio....................................................................39
Figura 26: Busto de José Bonifácio........................................................................................39
Figura 27: Vista Aérea da Praça Piratinino de Almeida..........................................................41
Figura 28: Antiga Praça Piratinino de Almeida – Pelotas/RS.................................................41
Figura 29: Caixa D’Água da Praça Piratinino de Almeida......................................................41
Figura 30: Modo de Captura das Fotografias das Fachadas.................................................46
Figura 31: Montagem das Fachadas que Delimitam o Parque Dom Antônio Zattera............47
Figura 32: Montagem das Fachadas que Delimitam a Praça José Bonifácio........................48
Figura 33: Montagem das Fachadas que Delimitam a Praça Piratinino de Almeida..............49
XII
Figura 34: Vista Interna da Praça José Bonifácio (Testada no Estudo Piloto).......................50
Figura 35: Vista 1 do espaço aberto do parque Dom Antônio Zattera...................................53
Figura 36: Vista 2 do espaço aberto do parque Dom Antônio Zattera...................................53
Figura 37: Vista 1 do espaço aberto da praça José Bonifácio...............................................53
Figura 38: Vista 2 do espaço aberto da praça José Bonifácio...............................................54
Figura 39: Vista 1 do espaço aberto da praça Piratinino de Almeida.....................................54
Figura 40: Vista 2 do espaço aberto da praça Piratinino de Almeida.....................................54
Figura 41: Obstrução visual das fachadas no parque Dom Antônio Zattera..........................64
Figura 42: Obstrução visual das fachadas na praça José Bonifácio......................................64
Figura 43: Obstrução visual das fachadas na praça Piratinino de Almeida...........................65
Figura 44: Fachada da quadra Q6 (Parque Dom Antônio Zattera)........................................75
Figura 45: Fachada da quadra Q1 (Parque Dom Antônio Zattera)........................................75
Figura 46: Fachada da quadra Q5 (Parque Dom Antônio Zattera)........................................75
Figura 47: Fachada da quadra Q2 (Parque Dom Antônio Zattera)........................................75
Figura 48: Fachada da quadra Q3 (Parque Dom Antônio Zattera)........................................76
Figura 49: Fachada da quadra Q4 (Parque Dom Antônio Zattera)........................................76
Figura 50: Fachada do Asilo de Mendigos (parque Dom Antônio Zattera)............................76
Figura 51: Fachada da Igreja São João (parque Dom Antônio Zattera).................................77
Figura 52: Fachada do Esporte Clube Pelotas (parque Dom Antônio Zattera)......................77
Figura 53: Fachada do conjunto de edificações da Av. Bento Gonçalves (parque Dom
Antônio Zattera)......................................................................................................................77
Figura 54: Fachada da quadra Q5 (praça José Bonifácio).....................................................77
Figura 55: Fachada da quadra Q6 (praça José Bonifácio).....................................................77
Figura 56: Fachada da quadra Q4 (praça José Bonifácio).....................................................78
Figura 57: Fachada da quadra Q3 (praça José Bonifácio).....................................................78
Figura 58: Fachada da quadra Q2 (praça José Bonifácio).....................................................78
Figura 59: Fachada do Colégio Gonzaga (praça José Bonifácio)..........................................79
Figura 60: Fachada do Prédio do Bispado (praça José Bonifácio)........................................79
Figura 61: Fachada da edificação 2C (praça José Bonifácio)................................................79
Figura 62: Fachada da Imobiliária 3C (praça José Bonifácio)................................................79
Figura 63: Fachada da quadra Q4 (praça Piratinino de Almeida)..........................................79
Figura 64: Fachada de edifício esquina Santos Dumont (praça Piratinino de Almeida)........80
Figura 65: Fachada do prédio da Associação dos funcionários do SANEP (praça Piratinino
de Almeida).............................................................................................................................80
Figura 66: Fachada de prédio comercial (praça Piratinino de Almeida).................................80
Figura 67: Visibilidade dos prédios históricos (Praça José Bonifácio)...................................84
Figura 68: Prédios de valor histórico que delimitam o Parque Dom Antônio Zattera.............85
XIII
Figura 69: Prédios de valor histórico que delimitam a praça José Bonifácio.........................86
Figura 70: Fachada da Catedral São Francisco de Paula......................................................86
Figura 71: Fachada de edificação denominada 2A (Praça José Bonifácio)...........................86
Figura 72: Prédios de valor histórico que delimitam a praça Piratinino de Almeida...............87
Figura 73: Fachada da edificação 1H (Praça Piratinino de Almeida).....................................87
Figura 74: Edificação do parque Dom Antônio Zattera...........................................................91
Figura 75: Edificação da praça José Bonifácio.......................................................................91
Figura 76: Edificação da praça Piratinino de Almeida............................................................91
Figura 77: Arborização no parque Dom Antônio Zattera........................................................99
Figura 78: Canteiros da praça Piratinino de Almeida.............................................................99
Figura 79: Monumento à José Bonifácio – Praça José Bonifácio........................................101
Figura 80: Caixa’Água – Praça Piratinino de Almeida..........................................................101
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Definição das faixas etárias abordadas no estudo................................................ 52
Tabela 2: Avaliação estética geral das praças.......................................................................59
Tabela 3: Avaliação estética das praças (questionário aplicado nas praças e fora
delas)......................................................................................................................................59
Tabela 4: Avaliação estética em relação às diferentes faixas etárias....................................60
Tabela 5: Avaliação estética por grupo de usuários (questionário aplicado nas praças e fora
delas)......................................................................................................................................61
Tabela 6: Avaliação estética por grupo de usuários (questionário aplicado nas
praças)....................................................................................................................................62
Tabela 7: Avaliação estética por grupo de usuários (questionário aplicado fora das
praças)....................................................................................................................................62
Tabela 8: Correlação entre o nível de satisfação com a estética das praças e cada um dos
níveis estéticos.......................................................................................................................63
Tabela 9: Correlação entre o nível de satisfação com a estética das praças e cada um dos
níveis estéticos (questionário aplicado nas praças e fora delas)...........................................64
Tabela 10: Correlação entre o nível de satisfação com a estética e cada um dos níveis
estéticos (questionário aplicado nas praças)..........................................................................66
XIV
Tabela 11: Correlação entre o nível de satisfação com a estética e cada um dos níveis
estéticos (questionário aplicado fora das praças)..................................................................66
Tabela 12: Avaliação estética das fachadas das edificações que delimitam as
praças.....................................................................................................................................67
Tabela 13: Avaliação estética das fachadas das edificações (questionário aplicado nas
praças e fora delas)................................................................................................................68
Tabela 14: Avaliação do nível de satisfação com a estética das fachadas em relação ás
diferentes faixas etárias..........................................................................................................69
Tabela 15: Avaliação estética das fachadas em relação ás diferentes faixas etárias
(questionário nas praças e fora delas)...................................................................................70
Tabela 16: Variáveis associadas ao nível de satisfação com as fachadas das edificações do
entorno das praças
...................................................................................................................71
Tabela 17: Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das
praças)....................................................................................................................................72
Tabela 18: Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das
praças)....................................................................................................................................72
Tabela 19: Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças)..............................73
Tabela 20: Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado fora das praças).......................74
Tabela 21: Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)....................81
Tabela 22: Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)....................82
Tabela 23: Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças).................................................83
Tabela 24: Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado fora das praças)........................................ 83
Tabela 25: Quantidade de edificações de valor histórico nas fachadas que delimitam as
praças.....................................................................................................................................84
Tabela 26: Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)....................88
Tabela 27: Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)....................89
XV
Tabela 28: Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças).................................................90
Tabela 29: Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado fora das praças)..........................................90
Tabela 30: Avaliação estética dos espaços abertos das praças ...........................................92
Tabela 31: Avaliação estética dos espaços abertos das praças............................................93
Tabela 32: Avaliação do nível de satisfação estética com os espaços abertos das praças em
relação as diferentes faixas etárias........................................................................................93
Tabela 33: Avaliação estética dos espaços abertos das praças em relação aos grupos de
usuários (questionário nas praças e fora delas).....................................................................95
Tabela 34: Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças).........................................96
Tabela 35: Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças).........................................97
Tabela 36: Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças)......................................................................98
Tabela 37: Aspectos associados à presença de vegetação (questionário fora das praças)..98
Tabela 38: Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado fora das praças)...............................................................99
Tabela 39: Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços
abertos das praças...............................................................................................................100
Tabela 40: Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços
abertos das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)..........................102
Tabela 41: Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços
abertos das praças (questionário aplicado nas praças).......................................................103
Tabela 42: Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços
abertos das praças (questionário aplicado fora das praças)................................................103
Tabela 43: Influencia da manutenção na avaliação estética dos espaços abertos das
praças...................................................................................................................................104
Tabela 44: Influencia da manutenção na avaliação estética dos espaços abertos das praças
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)..........................................................105
Tabela 45: Influencia do nível de manutenção na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças)....................................................................105
Tabela 46: Influencia do nível de manutenção na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado fora das praças).............................................................106
Tabela 47: Aspectos associados à manutenção (questionário fora das praças).................107
XVI
Tabela 48: Influencia do nível de satisfação com a estética das fachadas das edificações e
do espaço aberto sobre o uso das praças (questionário aplicado nas praças e fora das
praças)..................................................................................................................................109
Tabela 49: Influencia do nível de satisfação com a estética das fachadas das edificações
sobre o uso das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)....................109
Tabela 50: Total de usuários nas praças..............................................................................111
Tabela 51: Relação entre o nível de satisfação e a freqüência de uso das praças
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)..........................................................111
Tabela 52: Relação entre o nível de satisfação e a freqüência de uso em cada praça
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)..........................................................112
Tabela 53: Relação entre o nível de satisfação e o tempo de permanência nas praças
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)..........................................................113
Tabela 54: Relação entre o nível de satisfação e o tempo de permanência em cada praça
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)..........................................................114
1
CAPÍTULO 1: FATORES FÍSICO-ESPACIAIS E A INFLUÊNCIA DA
ESTÉTICA NO USO DAS PRAÇAS
1.1 INTRODUÇÃO
Os espaços das praças têm sido criticados por falharem no seu propósito de uso e de
satisfação às necessidades dos seus freqüentadores (NOHL, apud NASAR, 1988; HESTER,
1984, apud FRANCIS, 1991). Esses espaços, para responderem satisfatoriamente, devem
atender a um conjunto de aspectos, dentre os quais está a qualidade estética (STEELE,
apud LANG, 1987; MASLOW, apud LANG, 1987; BASSO, 2001; REIS, 2002). Assim, os
efeitos que a estética das praças exerce sobre as atitudes e comportamentos dos usuários
têm gerado muitas discussões, tanto na esfera científica quanto na pública. Portanto, o
presente estudo aborda essa temática, e pretende compreender a influência das variáveis
associadas aos aspectos físico-espaciais das praças na definição dos níveis de satisfação
estética e no uso das mesmas pela população. Neste capítulo, inicialmente, é identificado o
problema de pesquisa, bem como a importância do desenvolvimento desta. Também são
apresentadas as diferentes variáveis associadas às questões relativas à satisfação estética
e ao uso das praças. Por fim, é exposta a proposta de investigação, as relações a serem
examinadas, os objetos de estudo e algumas definições conceituais, necessárias à
compreensão adequada deste estudo.
1.2 IDENTIFICAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA DE PESQUISA
Diversos estudos já realizados têm avaliado a influência de variáveis, sociais, culturais e
físico-espaciais na satisfação com a estética do ambiente (NASAR, 1988; STAMPS, 2000,
PORTELLA, 2003). Entretanto, apesar de uma parcela desses trabalhos abordarem
variáveis físico-espaciais de espaços abertos como praças (por exemplo, JOARDAR &
NEIL, 1978; WHYTE, 1980; MARCUS & FRANCIS, 1990; MEIRA, REIS, LAY, 2002) e da
literatura sobre a relação entre ambiente e comportamento ser extensa, a influência dessas
variáveis na percepção estética e no comportamento dos usuários parece ser ainda um
campo no qual existem lacunas.
Dentre os estudos realizados, nenhum apresenta resultados conclusivos ou suficientemente
esclarecidos sobre quais variáveis são atualmente mais significativas para a maior
2
satisfação estética com as praças, nem tampouco existem estudos que abordem
diretamente a influência da estética no uso desses espaços (WHYTE, 1980; MARCUS &
FRANCIS, 1990; STAMPS, 2000). Também é relevante destacar que a maioria dos estudos
são realizados no exterior e podem não se aplicar à realidade brasileira. Portanto, o
problema central desta pesquisa é a falta de entendimento sobre os efeitos das variáveis
associadas a determinados aspectos físico-espaciais com os níveis de satisfação da estética
em praças, bem como a influência desses níveis de satisfação estética no seu uso.
Este estudo mostra-se relevante na medida em que a avaliação estética de projetos tem
sido implementada na maioria das grandes cidades dos Estados Unidos, França, Alemanha,
Suécia entre outros países. Adicionalmente, a suprema corte dos Estados Unidos tem citado
o critério de análise da qualidade estética como suficiente para uma base adequada de
desenvolvimento. Além disso, em 30 estados, as cortes determinam que as considerações
estéticas são suficientes para estabelecer regulamentações (SANOFF, 1991; STAMPS,
2000; REIS E LAY, 2003). Especificamente, o National Environmental Protection Act, de
1969, determina uma avaliação cuidadosa dos efeitos de grandes projetos no ambiente e,
inclusive, requer considerações dos impactos visuais destes, uma vez que as cortes
americanas sustentam que a beleza ambiental é de legítimo interesse público e deve estar
baseada nas preferências da população e não no gosto pessoal de funcionários do governo.
(SANOFF, 1991; STAMPS, 2000; REIS E LAY, 2003).
Além disso, a relevância da estética do ambiente é evidenciada por diversos estudos
científicos, bem como, são identificadas as composições mais aprazíveis ao observador.
Esses estudos indicam a estética como um importante aspecto associado à satisfação das
pessoas com o ambiente, influenciando nas suas atitudes e comportamentos. (STAMPS,
2000; AZEVEDO, 2000; REIS E LAY, 2003; PORTELLA, 2003; NASAR, 1988; WEBER,
1995). Nesse sentido, cabe frisar que as atitudes dizem respeito às opiniões e idéias,
enquanto comportamentos referem-se a ações, passivas ou não (REIS, 2002).
Portanto, o estudo da relação entre a estética e o uso das praças é importante para
aprofundar os conhecimentos sobre a estética do ambiente construído no contexto das
cidades brasileiras. Além de fornecer subsídios teóricos, colaborando para adaptar o
planejamento urbano, as políticas públicas e as legislações de controle, principalmente
estético, às necessidades humanas, promovendo uma melhor qualidade de vida nas
cidades.
3
1.3 VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO PROBLEMA DE PESQUISA
Os efeitos de diversos fatores físico-espaciais associados a determinados níveis de
satisfação estética, bem como a influência desses níveis de satisfação no seu uso é um tema
emergente, o qual já possui estudos a respeito (NASAR, 1988; STAMPS, 2000; AZEVEDO,
2000; PORTELLA, 2003). As variáveis associadas ao tema desta pesquisa envolvem
parâmetros relativos às diferenças existentes entre as percepções de distintos grupos de
usuários (composicionais), aos atributos formais e simbólicos (contextuais) do ambiente
(NASAR, 1988; GOLLEDGE E STIMSOM, 1997).
Dentre as características individuais relacionadas aos usuários (composicionais) estão os
valores sociais e culturais (p.ex. LANG, apud NASAR, 1988); as necessidades relacionadas
ao estilo de vida e aos interesses profissionais (p.ex. NASAR, 1998; LYNCH, 1997); as
experiências passadas (p.ex. GOLLEDGE E STIMSOM, 1997); a familiaridade
(RAPOPORT, 1978; KAPLAN E KAPLAN, 1981), entre outras. Entretanto, dos fatores
composicionais, a faixa etária dos indivíduos (LYNCH, 1997) parece ser um dos fatores que
influencia no nível de satisfação com a estética dos espaços urbanos e que merece maiores
esclarecimentos, uma vez que não existem estudos conclusivos a esse respeito, sendo
assim, portanto, abordada nesta dissertação.
Quanto às variáveis contextuais que interferem na estética do espaço urbano das praças,
dois tipos de variáveis têm sido tratadas nos estudos estéticos: as formais, que enfatizam a
estrutura das formas e as simbólicas, que enfatizam o conteúdo das formas (LANG, 1987;
NASAR, apud MOORE E MARANS, 1997).
As variáveis relacionadas à estética formal podem ser agrupadas em níveis, de acordo com
as características dos elementos físico-espaciais presentes no ambiente. Assim, pode-se
estabelecer o nível que diz respeito às variáveis associadas à estética das edificações
adjacentes ao espaço aberto das praças (WEBER, 1995; STAMPS, 2000; REIS E ZERBINI,
2002; REIS E LAY, 2003; REIS, PORTELLA, BENNETT E LAY, 2004) e o nível que diz
respeito às variáveis relacionadas à estética do espaço aberto das praças (MEIRA, REIS E
LAY, 2002; REIS E LAY, 2003; REIS, PORTELLA, BENNETT E LAY, 2004). Em algumas
praças, além desses dois níveis estéticos existe ainda o nível das visuais para fora das
praças, que diz respeito àquelas variáveis associadas às vistas para além das praças
(MARCUS E FRANCIS, 1990; CAMPOS, 1999; MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS, LAY E
AMBROSINI, 2003).
4
Entretanto, praças com este tipo de visuais, localizadas no interior da malha urbana não são
comuns na maioria das cidades brasileiras, uma vez que normalmente, as faces que delimitam
as praças são constituídas por edificações, bloqueando as visuais para além do espaço aberto.
Logo, este trabalho irá se deter nos dois primeiros níveis, aquele que trata da estética das
edificações que delimitam as praças e da estética dos espaços abertos, conforme especificado
mais adiante na metodologia.
Cada um desses níveis estéticos a serem estudados apresenta uma série de variáveis que
são explicitadas a seguir com maiores detalhes. Dentre as variáveis que tratam da estética
das edificações adjacentes ao espaço aberto das praças pode-se citar: a necessidade da
percepção de ordem na composição arquitetônica (WEBER, 1995; STAMPS, 2000; REIS E
ZERBINI, 2002; REIS E LAY, 2003), a compatibilidade formal entre as edificações (REIS E
ZERBINI, 2002; REIS, 2002) e a manutenção das fachadas (MEIRA, REIS E LAY, 2002;
REIS E LAY, 2003; REIS, LAY, PORTELLA E BENNETT, 2004). Quanto às variáveis que
dizem respeito à estética do espaço aberto das praças estão: a presença de vegetação (por
exemplo, WHYTE, 1980; WHYTE, 1988; NASAR, 1988; MARCUS E FRANCIS, 1990;
BASSO, 2001), a manutenção do ambiente (MARCUS E FRANCIS, 1990; MEIRA, REIS E LAY,
2002) e a presença de monumentos (KAPLAN E KAPLAN, 1998; MARCUS E FRANCIS,
1990). Quanto às variáveis relacionadas à estética simbólica está principalmente a
existência de prédios de interesse histórico e cultural no entorno das praças (LANG, 1987;
NASAR, 1988; WEBER, 1995, NASAR, 1998).
1.4 PROPOSTA DE INVESTIGAÇÃO
1.4.1 OBJETIVOS
Esta pesquisa pretende contribuir na busca de solução ou redução da problemática exposta,
para isso, apresenta como objetivos gerais:
(1) Aprofundar o conhecimento acerca da percepção e do comportamento dos usuários de
praças, utilizando o conhecimento da área ambiente-comportamento, testando como as
diferentes variáveis físico-espaciais influenciam os níveis de satisfação com a estética das
praças e qual a relação desses níveis de satisfação estética com o uso das praças. Dessa
forma, aumentando a qualidade da experiência estética e do uso desses espaços urbanos
pela população em geral.
5
(2) Fornecer subsídios teóricos para a realização de novos estudos e para a produção de
praças mais satisfatórias para os usuários, contribuindo para um ambiente urbano com mais
qualidade de vida.
No desenvolvimento desta investigação, pretende-se ser abrangente e contribuir para a
produção de espaços mais satisfatórios para a grande maioria da população. Portanto,
examina-se os interesses das distintas faixas etárias (adolescentes, adultos e idosos) de
usuários que freqüentam as praças em relação às divergências e semelhanças quanto ao
nível de satisfação estética e a influência no uso desses locais. Considerando esses
aspectos, são delimitados os seguintes objetivos específicos:
(1) Verificar a relação entre as variáveis associadas aos diferentes aspectos físico-espaciais
das praças (fachadas e espaço aberto) e os níveis de satisfação estética dos usuários.
(2) Investigar a relação entre os níveis de satisfação com o conjunto de variáveis associadas
às características dos diferentes elementos físico-espaciais presentes nas praças (fachadas
e espaço aberto) e a satisfação estética geral com as praças.
(3) Estudar a existência de similaridades e/ ou distinções entre as percepções dos diferentes
grupos de usuários (adolescentes, adultos e idosos), em relação à avaliação dos níveis de
satisfação e uso do espaço urbano.
(4) Verificar a relação entre o nível de satisfação estética e a freqüência de uso e tempo de
permanência nas praças.
1.4.2 OBJETO DE ESTUDO
A fim de satisfazer os objetivos deste trabalho, é delimitado como estudo de caso o
município de Pelotas/RS, mais especificamente a área central desta cidade por possuir
questões comuns à maioria das praças existentes nas cidades brasileiras. Tais
características correspondem principalmente à existência de praças subutilizadas,
vandalizadas e com precária qualidade estética, além de contemplar a presença de bens de
interesse histórico e cultural no seu entorno. Também contribui a essa seleção, a facilidade
de obtenção dos dados gráficos, fotográficos e teóricos em função de estudos já
desenvolvidos pela autora desta dissertação neste município.
A partir da escolha do município de Pelotas e da delimitação da área central da cidade,
selecionam-se as praças que serão os objetos de estudo desta dissertação. Logo, dentro do
perímetro delimitado, das cinco praças existentes na área, foram selecionadas 3 para serem
objetos de estudo em função de variáveis físico-espaciais que diferem umas das outras,
permitindo a análise de suas singularidades, tornando assim pertinente sua escolha.
6
1.5 DEFINIÇÕES CONCEITUAIS
É relevante definir exatamente o que significa alguns termos utilizados ao longo desta
pesquisa a fim de evitar entendimentos ambíguos e errôneos no decorrer da leitura.
1) Prédios de interesse histórico e cultural: neste estudo são identificados como prédios de
interesse histórico e cultural aqueles que fazem parte do inventário do patrimônio histórico e
cultural de Pelotas (LEI MUNICIPAL n° 4.568/00).
2) Vistas: corresponde nesse trabalho ao que é visualizado pelo observador a partir de um
determinado ponto do ambiente e é constituída pelos elementos presentes nesse local.
1.6 SUMÁRIO DOS CAPÍTULOS
1) Capítulo 1: este capítulo introdutório apresenta o problema de pesquisa, aborda
resumidamente as variáveis a esse associadas, bem como a proposta para esta investigação
e algumas definições conceituais necessárias para melhor entendimento da dissertação.
2) Capítulo 2: este capítulo constitui a revisão da literatura acerca das variáveis associadas à
proposta de investigação, sendo apresentadas as justificativas para a seleção dessas e as
relações a serem examinadas. O capítulo divide-se em basicamente 3 partes: a parte
introdutória do capítulo que trata das praças, seu conceito e importância, justificada através da
história, após é abordado sobre a estética e por fim é estabelecida a relação entre estética e
uso do espaço urbano.
3) Capítulo 3: este capítulo apresenta a metodologia adotada. Apresenta aspectos relativos à
operacionalização das variáveis, seleção dos objetos de estudo, métodos de coleta e de
análise de dados, seleção dos grupos de usuários e os principais aspectos ligados à
realização do trabalho de campo.
4) Capítulo 4: neste capítulo são apresentados a análise dos dados e os resultados obtidos,
sendo verificadas se as relações propostas são sustentadas ou não.
5) Capítulo 5: neste capítulo são revistos os objetivos da dissertação, os principais resultados
obtidos, bem como a importância e as implicações dos mesmos para futuras pesquisas e ao
aprofundamento da problemática exposta.
7
CAPÍTULO 2: PRAÇAS – ESTÉTICA E USO DO ESPAÇO
2.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo tem como objetivo examinar os fatores que interferem na estética das praças,
e sua relação com o uso dessas, em trabalhos já realizados na área ambiente-
comportamento que abordam esta temática. O capítulo é dividido em duas partes, uma que
aborda os aspectos relativos à qualidade estética do ambiente, e outra associada à relação
entre a estética e uso dos espaços públicos.
Primeiramente são conceituadas as praças, bem como é evidenciada sua importância para a
vida pública urbana, através de um breve histórico de sua evolução, desde a antiguidade até
os dias atuais. Adicionalmente são abordados os diversos tipos de praças e identificados os
mais adequados para a realização do estudo.
Em relação à estética é abordado seu conceito e importância, através da apresentação de
algumas tentativas realizadas no Brasil de requalificação dos espaços públicos, por meio da
elaboração de diretrizes de controle da qualidade estética. Além disso, são discutidos o
processo de apreensão e avaliação da estética pelo indivíduo, as preferências e níveis de
satisfação do indivíduo em relação à qualidade estética do ambiente, as dimensões das
avaliações estéticas, a objetividade nas avaliações estéticas, bem como as principais variáveis
relacionadas à ela. Quanto ao uso das praças é abordada sua relação com a qualidade
estética do ambiente. Por fim, são apresentadas, com base nas informações descritas ao
longo deste capítulo, as relações a serem examinadas nesta dissertação.
2.2 A PRAÇA: CONCEITO E IMPORTÂNCIA
As praças, segundo Halprin (1963, apud BASSO, 2001) são classificadas como um dos tipos
de espaços públicos abertos urbanos, além das ruas e parques. Esses espaços são
caracterizados como de uso comum, ou seja, acessíveis a todas as pessoas que vivem numa
cidade e disponíveis às ações espontâneas desses indivíduos. São locais destinados a
atender a atividades funcionais, sociais e/ou de lazer (LYNCH, 1990). Logo, para fins deste
estudo, as praças são espaços públicos abertos, onde ocorrem as manifestações da vida
urbana, projetadas com a finalidade de promover a convivência e a permanência das
pessoas nesses locais.
8
A importância das praças está no fato de que elas são um elemento morfológico ancestral
que se confunde com a própria origem do conceito ocidental de urbano (SEGAWA, 1996).
Além disso, é o local onde, na maioria das culturas acontece a vida social urbana
(SALDANHA, 1993, SEGAWA, 1996). Por exemplo, na antiguidade na Grécia e em Roma,
as praças que correspondiam respectivamente ao Ágora e ao Fórum, eram locais de
encontro dos cidadãos, onde discutia-se sob céu aberto, política e filosofia (MUNFORD,
1982; SITTE, 1992; ANGELIS, 2007).
Também, na idade média as praças tinham muita importância na vida econômica e social.
Pois, nesses locais, as pessoas faziam compras, ouviam notícias, conversavam com
amigos, participavam de festas religiosas e presenciavam apresentações artísticas. (SITTE,
1992; SPOSITO 1994-a, apud FERREIRA, 2002; SEGAWA, 1996; WELCH, apud BASSO,
2001).
Contudo, segundo Segawa (1996) entre os séculos XVI e XVIII, a imagem de praças
começa a sofrer alterações, e há surgimento de espaços públicos como a plaza mayor
espanhola (Figuras 1 e 2), as places royales francesas (Figura 3) e a piazza italiana (Figura
4), cujas configurações tendem a satisfazer o desejo de unidade, com proporções estudadas
em relação à planta e às fachadas adjacentes às praças, proporcionando continuidade pela
repetição de elementos como janelas, portas e balcões. A área aberta é ocupada por
estátuas, fontes e mastros, tornando estes espaços à altura do absolutismo real, da elite
dominante (classe burguesa), e do poder eclesiástico e assim, a população mais pobre
perde seu espaço na praça cedendo o ambiente à glorificação do rei (BAKHTIN, apud
SEGAWA, 1996). Nessa época, novos modelos urbanísticos são adotados e então a cidade
medieval, crescida desordenadamente, com seus edifícios concentrados ao longo de
estreitas e tortuosas vias, é substituída por uma nova cidade, planificada de acordo com um
desenho racional, simétrico e retilíneo (GARIN, 1984, apud SEGAWA, 1996). A idéia de
descongestionar as cidades medievais, ampliando ruas, criando avenidas largas e
iluminadas e abrindo praças, eliminando antigos núcleos urbanos foi associada à questão da
necessidade de evitarem-se grandes calamidades, tais como o incêndio em Londres
ocorrido em 1866, que destruiu parte da cidade (SEGAWA, 1996).
9
Camilo Sitte (1992) comenta que as praças criadas no séc XIX são espaços impessoais e
impróprios para o uso coletivo. e lamenta a perda da qualidade estética e do uso das praças
pelos indivíduos, em relação às praças antigas, ficando evidente no seguinte trecho:
Hoje, raramente utilizadas para grandes festas públicas, e cada vez menos
para uso cotidiano, elas servem, na maioria das vezes, a nenhum outro
propósito, além de garantir maior circulação de ar e luz, provocar uma certa
interrupção na monotonia do oceano de moradias e, de qualquer maneira,
garantir uma visão mais ampla sobre um edifício monumental, realçando seu
efeito arquitetônico. Que diferença da Antiguidade! Nas cidades antigas, as
praças principais eram uma necessidade vital de primeira grandeza, na
medida em que ali tinha lugar uma grande parte da vida pública, que hoje
ocupa espaços fechados, em vez das praças abertas (SITTE, 1992, p.16-17).
Figura 1 – Plaza Mayor – Madri, Espanha
Fonte: http://www.talkingtree.com/gallery/spain/Madrid
/index37.cfm
Figura 2 – Plaza Mayor – Salamanca, Espanha
Fonte: http://www.delsolmedina.com/GuiaTuristica
Salamanca.htm
Figura 3 – Place de La Concorde e Place de
Vosger – Paris, França
Fonte :http://www.clg-rolland-sartrouville.acversailles
.fr/article.php3?id_article=271
Figura 4 – Campidoglio – Roma
Fonte: http://www2.comune.roma.it/museicapitolini/
pinacoteca/storia6.htm
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Apesar de ocorrer esse confinamento de diversas atividades que antes eram realizadas ao
ar livre, em praças, ruas e terrenos baldios, tais como, o teatro, comércio, feiras e outras
atividades, para Carr et al (1992) esta privatização é uma grande perda, já que o sistema de
espaços públicos pode ser agregador de indivíduos e ajudar na conexão destes com a
comunidade e com a natureza. Por outro lado, Robba e Macedo (2002) dizem que
atualmente, apesar de existirem muitas opções de lazer e convivência, parece que as
praças continuam tendo sua importância na vida pública urbana, onde encontramos amigos
e pessoas, convivemos e nos exibimos, passeamos, ou não fazemos nada, apreciando os
prazeres de estar ao ar livre e ao sol. Atualmente as praças são dentre outros locais, áreas
importantes de lazer urbano, onde crianças e adolescentes vão brincar e jogar, onde
praticamos esportes e exercícios físicos, ou apenas nos permitimos deitar sobre a grama e
observar a vida passar
Portanto, embora as praças tenham sofrido alterações de usos, inclusive físicas, ao longo da
história (estando tais alterações sempre ligadas às transformações que ocorreram nas
cidades), conclui-se que as mesmas continuam desempenhando um papel de fundamental
importância no contexto das cidades. Ora como local de comércio, encontro, sociabilização,
ora como teatro, manifestações religiosas ou de praticas esportivas.
2.3 TIPOS DE PRAÇAS
Os tipos de praças parecem estar relacionados às alterações realizadas nas cidades ao
longo dos anos, assim, para o contexto brasileiro as praças tiveram suas origens nos largos
das igrejas nas cidades coloniais. Os generosos espaços secos existentes em frente aos
templos serviam para a realização de muitas atividades da cidade colonial: saída e chegada
de procissões, comércio informal, encontros e passagem (MARX, 1980; ROBBA E
MACEDO, 2002). Com a transformação das cidades coloniais em ecléticas as praças
adquiriram um caráter ajardinado e contemplativo, conforme descreve Robba e Macedo
(2002):
A praça ajardinada em muito difere dos largos e terreiros coloniais, pois
constitui um contraponto a sua fervilhante agitação, uma vez que seu
programa priorizava o passeio e a contemplação da natureza, além de
haver incorporado os costumes e hábitos do comportamento cortesão
próprio do jardim europeu, onde eram exigidos trajes finos e elegância.
Assim, quando a praça se tornou ajardinada, deixou de ser o polivalente
largo colonial para transformar-se num belo cenário eclético e “naturalista”,
onde as elites emergentes da época podiam passear, flanar, ver e serem
vistas (ROBBA E MACEDO, 2002).
11
Um dos primeiros jardins públicos construídos no Brasil foi o Passeio Público do Rio de
Janeiro (Figura 5), inaugurado em 1783, baseado nos moldes de um jardim Francês, com
perspectiva infinita proporcionada pelo mar, que na época, chegava até seus limites dando
um ar de grandiosidade (SEGAWA, 1996; ANGELIS, 2007)
Figura 5 – Passeio Público do Rio de Janeiro
Fonte: Fábio Robba
Posteriormente, com a crescente urbanização das cidades, e a perda das áreas de lazer
informais existentes na malha urbana, as praças tornaram-se os principais locais destinados
ao lazer urbano. Além disso, com a difusão do hábito de praticar esportes na primeira
metade do século XX, houve a inclusão do lazer esportivo e recreativo no programa de
necessidades das praças
(ROBBA E MACEDO, 2002; ANGELIS, 2007). Essas alterações,
associada as mudanças estéticas em função do Movimento Moderno, geraram uma nova
configuração para as praças. Na praça Modernista, o traçado não seria mais estruturado por
eixos e alamedas que direcionavam o passeio (Figura 6), como fora até então, e sim
composto por estares e espaços articulados e entrelaçados, que, ao mesmo tempo,
conduziam os pedestres e abrigavam as diversas atividades de lazer, tais como quadras
esportivas, playgrounds, anfiteatros e outros equipamentos
(ROBBA E MACEDO, 2002;
ANGELIS, 2007)
.
12
Figura 6 – Projeto padrão das praças brasileiras nas décadas de 50 e 60
Fonte: Winters, apud ANGELIS, 2007
A vegetação, sempre presente no cenário da praça desde o momento do ajardinamento
também colaborou na definição dos tipos de praças. Inicialmente, nas praças do Ecletismo,
a vegetação era usada ou de maneira rígida nos moldes europeus, sendo plantada em
fileiras, bordaduras e com poda do tipo topiária, ou era usada para compor um cenário
requintado com utilização de espécies na maioria das vezes exóticas
(ROBBA E MACEDO,
2002)
. Com o modernismo, passaram a ser fortemente utilizadas espécies nativas da flora
brasileira e a vegetação entra como um elemento tridimensional para compor o espaço em
três níveis: forrações, arbustos e árvores
(ROBBA E MACEDO, 2002).
Atualmente, na praça contemporânea o uso contemplativo e o lazer ativo permanecem,
porém, novos usos incluídos, por exemplo, a volta da atividade comercial na praça, ou, em
zonas de grande trânsito de pedestres, a utilização de grandes pisos desobstruídos
destinados à passagem dos transeuntes, configurando um retorno à praça-seca
(ROBBA E
MACEDO, 2002)
. A vegetação continua sendo utilizada como no Modernismo criando e
configurando espaços, porém a utilização de espécies vegetais exóticas ou características
de outras paisagens é muito recorrente de modo a evocar paisagens consagradas,
resgatando o Ecletismo do começo do século XX
(ROBBA E MACEDO, 2002).
Em termos de classificação das praças de acordo com o uso pode-se citar o trabalho de
Rigotti (1956, apud ANGELIS, 2007) que enquadra as praças em dois grandes grupos: de
descanso e de circulação. Segundo esse trabalho as praças de circulação dividem-se em
praças de estacionamento, praças de estação e praças de edifícios públicos. Já as praças
de circulação admitem os seguintes subtipos: de mercado, de igrejas e palácios,
monumentais, de reuniões e praças de espetáculos. Um estudo mais recente, realizado por
Matas (1983, apud ANGELIS, 2007) sobre as praças de Santiago do Chile, classifica os
tipos de praças em quatro categorias: de significação simbólica, de significação visual, com
13
função de circulação e com função recreativa. A praça de significação simbólica é um marco
urbano, lembrado pela população, normalmente de desenho monumental e relacionada com
algum acontecimento de importância nacional. A praça com significação visual é aquela
subordinada a algum monumento ou prédio, geralmente público de importância. A praça
com função recreativa é aquela onde é desenvolvida atividades de entretenimento, passeio,
encontro. Por fim a praça de circulação é aquela que em função de sua localização se
converte em um local de passagem obrigatório de veículos e/ou pedestres.
Portanto, a fim de relacionar a estética com o uso das praças avaliadas neste estudo, as
mesmas devem ser do tipo de significação visual ou de recreação. Uma vez que os usuários
destes tipos de praças utilizaram provavelmente freqüentam mais vezes e utilizam por mais
tempo as mesmas que os usuários dos demais tipos de praças. Essas características,
portanto, facilitam a avaliação estética das praças pelos seus usuários.
2.4 ESTÉTICA: CONCEITO E IMPORTÂNCIA
A definição tradicional de estética refere-se à beleza expressa através das artes e implica
em sentimentos extremos e intensos (LANG, 1987). A estética, segundo Kant (1790, apud
STAMPS, 2000) é um julgamento baseado nos sentimentos de prazer e desprazer. Para ele,
se a forma física do objeto, ou seja, sua forma geométrica (aspectos formais) corresponde
com a lógica de entendimento do indivíduo, este objeto é avaliado como prazeroso e,
portanto, julgado belo (STAMPS, 2000).
Atualmente, no que se aplica aos estudos urbanos, e para fins deste trabalho, é adotado o
conceito de que estética diz respeito a respostas emocionais, relacionadas às qualidades
formais e simbólicas dos elementos que compõem o espaço urbano, de qualquer
intensidade, as quais as pessoas experienciam regularmente quando em interação com o
ambiente (WOHLWILL, 1974, apud NASAR, 1988).
A relevância da qualidade estética do ambiente é verificada na medida em que a avaliação
estética de projetos tem sido implementada na maioria das grandes cidades dos Estados
Unidos, França, Alemanha, Suécia, Itália, Espanha entre outros países como uma forma de
tentar garantir o controle estético do espaço urbano. Esse tipo de política pública é uma
forma encontrada de tentar garantir uma regulamentação para o desenvolvimento do espaço
urbano através do controle de atributos físicos e usos dos edifícios e espaços vazios entre
eles, assegurando uma experiência agradável para o público que utiliza o espaço (STAMPS,
2000). Com isso é evidenciado que existe considerável esforço por parte de muitos países
14
em tentar garantir a qualidade estética do espaço público urbano. No entanto, mais estudos
devem ser realizados a fim garantir que essas regulamentações expressem a opinião
estética da maioria da população esclarecendo como as características estéticas dos
espaços afetam direta ou indiretamente os usuários. Pois, como afirma a Suprema Corte
dos Estados Unidos a beleza ambiental é de legítimo interesse público e deve estar
baseada nas preferências da população e não no gosto pessoal de funcionários do governo.
Atualmente, em 30 estados, as cortes Americanas determinam que as considerações
estéticas são suficientes para estabelecer regulamentações, citando o critério de análise da
qualidade estética como suficiente para uma base adequada de desenvolvimento.
(SANOFF, 1991; STAMPS, 2000; REIS E LAY, 2003).
Nos Estados Unidos a importância da qualidade estética foi reconhecida através de
iniciativas como o National Environmental Policy Act de 1969 e o Coastal Zone Managemen
Act de 1972, que determinam uma avaliação cuidadosa dos efeitos de grandes projetos no
ambiente, e inclusive requerem considerações dos impactos visuais destes. Além dessas,
outras iniciativas como os comitês de avaliações arquitetônicas e associações de melhorias
dos centros urbanos evidenciaram a importância da estética (SANOFF, 1991).
Ainda é relevante destacar, em relação a importância da qualidade estética do ambiente que
diversos estudos, realizados no Brasil e no exterior, indicam este como um aspecto
fortemente associado à satisfação das pessoas com o ambiente, influenciando nas suas
atitudes e comportamentos. (STAMPS, 2000; AZEVEDO, 2000; REIS E LAY, 2003;
PORTELLA, 2003; NASAR, 1988; WEBER, 1995). Nesse sentido, cabe frisar que as
atitudes dizem respeito às opiniões e idéias, enquanto comportamentos referem-se a ações,
passivas ou não (REIS, 2002).
No Brasil, alguns projetos de revitalização urbana, embora não tratem especificamente da
revitalização urbana de praças, são iniciativas que levaram em conta além de aspectos
relativos à historicidade, considerações de controle estético, como tentativas de
requalificação de espaços públicos urbanos. Esses projetos ilustram a preocupação com a
estética para a qualidade de vida urbana, pois possuem em comum o objetivo de reverter o
processo de deterioração da qualidade estética de determinados locais, tendo como um dos
focos principais o controle da qualidade estética por meio da elaboração de diretrizes e da
aprovação de intervenções por comissões constituídas para esse fim. O conceito de
revitalização está intimamente ligado a valorização do passado, buscando resgatar tradição
e a memória coletiva sem inibir a modernidade. Por ser bastante abrangente, este termo
engloba a reabilitação de áreas abandonadas, a restauração do patrimônio histórico e
15
arquitetônico, a reciclagem de edificações e a requalificação urbana de setores degradados,
tais como praças e parques (FERREIRA, 2002).
O Projeto Corredor Cultural de 1979 trata de promover melhorias na qualidade estética da
área do centro da cidade do Rio de Janeiro. O projeto estabelece diretrizes de controle do
uso do solo, de disposição e formatação dos anúncios publicitários. As intervenções
realizadas devem ser aprovadas pelo Grupo Executivo do Corredor Cultural. Como
contrapartida promove a isenção do IPTU desses imóveis que estiverem compatíveis com
as normas (FERREIRA, 2002; PORTELLA, 2002). Dentre as áreas atingidas pelo corredor
cultural do Rio de Janeiro está o espaço urbano do entorno da Praça XV (Figura 7), além da
Cinelândia (Figura 8) onde se localiza o Teatro Municipal e a Biblioteca Nacional.
Figura 7 – Praça XV - Rio de Janeiro
Fonte: Jornal do Brasil, 2004, apud
www.simonsen.br/rds/geo/artigo3.php
Figura 8 - Cinelândia - Rio de Janeiro
Fonte: Riotur, 2004, apud
www.simonsen.br/rds/geo/artigo3.php
Também o Projeto Reviver, de 1979, em São Luis, estabelece uma área de dez ruas, onde
os prédios, praças e jardins foram restaurados (Figura 9), por meio de incentivos, e os
carros proibidos de circular. A largura das calçadas e a iluminação com tons originais foram
preservadas (Figura 10), e, para tanto, toda a fiação elétrica e telefônica é subterrânea
visando a melhor aparência da área (FERREIRA, 2002, PORTELLA, 2002).
16
Figura 9 – Projeto Reviver (Prédios) - São Luis,
Maranhão, 1999
Fonte: http://www.stw.tur.br/
Figura 10 – Projeto Reviver (Ruas) - São Luis,
Maranhão
Fonte: http://www.ma.gov.br/cidadao/saoluis/centro
_historico/programa_3etapa.php
A Recuperação da Área do Pelourinho, em Salvador, na Bahia iniciou em 1992, quando
foram restaurados vários prédios e atribuídos novos usos (Figura 11) a eles. Neste projeto a
reconstituição das fachadas deu-se de acordo com seu aspecto original, de maneira a criar
um ambiente externo (Figura 12) que valorize o caráter histórico do local, já internamente as
construções foram modificadas e adaptadas aos novos usos (FERREIRA, 2002,
PORTELLA, 2002).
Figura 11 – Pelourinho - Salvador - Bahia
Fonte:http://www.comciencia.br/reportagens/memoria
/02.shtml
Figura 12 – Praça Terreiro de Jesus, Pelourinho -
Salvador – Bahia, 2003
Fonte:http://www.pbase.com/wcph/image/55880641
Por fim, através da revisão da literatura, a importância da estética para a qualidade de vida
urbana tende a ser evidenciada tanto em países estrangeiros como no Brasil. No entanto,
um maior aprofundamento dessa relação parece necessário para que mais iniciativas sejam
realizadas. Nesse sentido, destacam-se das experiências realizadas no Brasil,
17
principalmente a recuperação do Pelourinho, em que a melhoria da qualidade estética e os
novos usos atribuídos as residências da área (como bares e cafés) tentam aumentar o uso
(através do turismo) sendo verificado, nesse local, uma relação positiva entre estética e uso.
2.4.1 PROCESSOS DE APREENSÃO E DE AVALIAÇÃO DA ESTÉTICA PELO
INDIVÍDUO
O processo de apreensão e avaliação da qualidade estética envolve duas etapas
complementares: a percepção e a cognição. O conceito de percepção tem sido abordado de
duas maneiras principais, uma está relacionada à obtenção de informações, captadas por
meio dos sentidos (visão, olfato, audição, tato e paladar), provenientes dos atributos físicos
presentes no ambiente, estando intrinsecamente ligada a experiência direta e imediata
(WEBER, 1995; MOORE E GOLLEDGE, 1976, apud REIS E LAY, 2006). Neste sentido, é
relevante salientar que embora a percepção inclua as sensações não visuais, a visão, é
dominante sobre os demais sentidos no caso dos seres humanos, fornecendo bem mais
informações que todos os outros sentidos combinados (PORTEOUS, 1996, apud REIS E
LAY, 2006).
A outra abordagem trata o conceito de percepção como a totalidade do processo de
interação do usuário com o ambiente construído, envolvendo a etapa relacionada aos
estímulos sensoriais, e a etapa relacionada ao envolvimento de vários fatores registrados na
memória e na personalidade (GOLLEDGE E STIMSON, 1997; DOWNS; STEA; ITTELSON;
RAPOPORT, 1977, apud REIS E LAY, 2006). Podendo assim, segundo Reis e Lay (2006)
ser confundida com o conceito de cognição. Ainda, a percepção pode ser entendida por
alguns pesquisadores na área ambiente-comportamento como um subconjunto ou função da
cognição. Dessa forma, a percepção seria afetada pelas estruturas cognitivas do indivíduo
uma vez que a atenção é seletiva e os indivíduos prestam atenção no que já é conhecido e
naquilo que estão motivados a conhecer, dependo de suas experiências anteriores
(GIBSON; MOORE; GOLLEDGE, 1976, apud REIS E LAY, 2006).
Portanto, o conceito de percepção é compreendido tanto como uma experiência
exclusivamente sensorial, quanto como uma experiência onde está incluída o conjunto de
informações e valores que o indivíduo possui sobre o ambiente. Para fins deste estudo, é
adotada essa primeira idéia. Assim, a percepção indica que os atributos formais das praças
tendem a ter impactos relacionados ao conceito de ordem e que estes impactos tendem a
ser estáveis para diferentes grupos de observadores. Conforme evidenciado pela teoria da
Gestalt que identificou padrões formais que tendem a provocar estímulos visuais e reações
18
similares em pessoas com distintas formações culturais (p.ex. PRAK, 1985, apud REIS E
LAY, 2006).
A cognição refere-se ao processo de armazenagem, organização e uso destas informações
percebidas (LANG, 1987; KAPLAN, apud NASAR, 1988; GOLLEDGE E STIMSON, 1997).
Conforme psicólogos, o processo de cognição não necessita estar ligado ao comportamento
imediato, diferentemente da percepção, nem tampouco, necessita estar diretamente
relacionado a alguma coisa ocorrendo no ambiente. Embora os processos de percepção e
cognição sejam quase que simultâneos, teoricamente a percepção ocorre antes de o
indivíduo tornar-se consciente do significado e valor de um elemento, ou seja, antes da
cognição, pois é através dela que as sensações adquirem valores, significados (WEBER, 1995).
Através dos processos de percepção e cognição são estabelecidas relações entre o
indivíduo e o ambiente físico. Essas relações, obtidas por meio dos estímulos sensoriais
percebidos e das experiências prévias, valores e motivações, formam uma representação
mental do ambiente real, denominada de imagem mental (Figura 13). Esse produto final do
processo de percepção ambiental é avaliado pelo indivíduo como positivo ou negativo e
influencia nas reações físicas (comportamentos) e mentais (atitudes) dos usuários em
relação ao ambiente (GOLLEDGE E STIMSON, 1997; REIS E LAY, 2006).
A resposta avaliativa tem relação com os atributos físicos do ambiente, envolvendo os
processos de percepção e cognição, formação de atitude e afeto manifestado pelo
comportamento, conforme é mostrado na figura abaixo (Figura 14), que representa o
processo de avaliação ambiental. Neste processo, o espaço é analisado com relação aos
efeitos que as características físico-espaciais têm sobre os indivíduos, e como estes
aspectos afetam as atitudes e comportamentos dos usuários destes espaços. O propósito
deste tipo de avaliação é qualificar o projeto, avaliar a qualidade deste e consequentemente
o desempenho do ambiente construído. Este processo pode ser realizado por meio das
Figura 13 - Processo de formação de imagens
Fonte: GOLLEDGE & STIMSON, 1997
19
respostas afetivas ou comportamentais dos usuários, que pode ser medida através dos
seguintes critérios de desempenho: níveis de satisfação e comportamento propriamente dito
(REIS E LAY, 1993; REIS E LAY, 1995; REIS E LAY, 2006).
Portanto, a diferenciação entre a experiência sensorial e a cognitiva é importante para a
realização deste trabalho, já que ambas apresentam implicações para as intervenções
arquitetônicas e urbanas, para a avaliação da qualidade de projetos e para o desempenho
do ambiente construído. Por exemplo, a avaliação do ambiente, realizada pelo indivíduo é
resultado de um processo de interação entre estes, podendo variar, de acordo com a
personalidade, experiência sociocultural, expectativas e fatores internos e externos ao
indivíduo (NASAR, 1988). No entanto, embora as pessoas nem sempre compartilhem da
mesma resposta avaliativa, existem padrões nas respostas, que com base no processo de
percepção dos indivíduos é possível identificar características similares e diferenças que
provocam respostas avaliativas positivas ou negativas, evidenciando assim, que é possível
chegar a um consenso sobre as respostas estéticas de um determinado grupo de
indivíduos. (LYNCH, 1997; MICHELSON, 1976, apud NASAR, 1988).
2.4.1.1 NÍVEIS DE SATISFAÇÃO E COMPORTAMENTO DO INDIVÍDUO EM RELAÇÃO À
QUALIDADE ESTÉTICA DO AMBIENTE
A satisfação tem sido utilizada em pesquisas, como critério de avaliação de duas maneiras
principais: para determinar o nível de satisfação do usuário com um determinado aspecto do
ambiente e também como uma maneira de avaliar a importância de tal aspecto para a
Figura 14 - Processo de avaliação ambiental
Fonte: BASSO, 2001 – adaptada do gráfico de DAVID MILLER em NASAR, 1988; LAY, 1992.
20
satisfação geral com o espaço (REIS E LAY, 1993; REIS E LAY, 1995). Neste estudo,
portanto, ambos os tipos de análise são utilizados a fim de identificar a relação entre os
níveis de satisfação em relação à qualidade estética do ambiente.
A medida de satisfação da pessoa para com um determinado ambiente é obtida através de
uma abordagem diferencial entre o ambiente real e o desejado, e depende da avaliação de
uma série de atributos do ambiente, resultando em níveis de satisfação positivos ou
negativos (WARD E RUSSEL, 1981, apud NASAR, 1988; REIS E LAY, 1993; STAMPS,
2000; LAY, 1992, apud BASSO, 2001). Assim, considera-se que ao existir um alto grau de
satisfação do indivíduo com o ambiente existe, consequentemente, existe um bom
desempenho ambiental.
A satisfação dos usuários tem sido um fator fortemente conectado a estética ambiental em
diversos tipos de espaços. Estudos indicam que esta relação se verifica em ambientes
residenciais, como no caso de conjuntos habitacionais (COOPER, 1970, apud LAY, 1995;
ANDERSON E WEIDEMANN, em MOORE E MARANS, 1997; REIS E LAY, 2003), na
paisagem de espaços públicos urbanos, tais como ruas e avenidas (p.ex. STAMPS, 2000;
AZEVEDO, 2000; PORTELLA, 2002), e nas paisagens naturais e rurais (p.ex. FENTON,
apud NASAR, 1988; HERZOG, apud NASAR, 1988; NASAR ET AL, apud NASAR, 1988).
Assim, partindo-se do pressuposto que a estética do ambiente é algo importante que
depende da avaliação de uma série de elementos físico-espaciais (variáveis
composicionais) presentes nesse ambiente, existe a necessidade de aprofundar o
conhecimento a respeito da relevância de cada um desses elementos (presentes nas
praças) para a satisfação estética geral, assim como sua relação com o uso das praças.
Quanto ao comportamento, em pesquisas já realizadas, é estabelecido que as
manifestações comportamentais dos indivíduos expressam a maneira com que certos
atributos ambientais são percebidos e avaliados pelos usuários. Estudos realizados em
conjuntos habitacionais comprovam que a maioria dos problemas que afetam seu
desempenho tem origem na inadequação de sua proposta, no que diz respeito ao seu
potencial de responsividade, isto é, o potencial que o ambiente construído possui para
responder simbólica e funcionalmente às necessidades dos usuários. (REIS E LAY, 1993).
Logo, partindo da premissa que a avaliação ambiental que as pessoas realizam, influencia
no seu comportamento, estudos indicam que ambientes avaliados positivamente tendem a
ser mais visitados e as pessoas tendem a demorar-se, ao contrário de ambientes avaliados
negativamente que tendem a ser evitados (MEHRABIAN E RUSSEL, 1974, apud NASAR 1988;
OSGOOD, 1971, apud NASAR, 1988; ULRICH, 1973, apud NASAR, 1988; REIS E LAY, 1993).
21
Adicionalmente, segundo Gehl (1980) somente quando existe a possibilidade de sentar as
pessoas podem permanecer na praça por algum tempo, quando as oportunidades são
poucas ou insatisfatórias, as pessoas apenas caminham pela praça. Para tanto, a fim de
testar a relação entre a estética e o uso das praças e tendo como premissa de que a
qualidade estética satisfatória tende a atrair a atenção da pessoa, provocando um
sentimento de agradabilidade (STAMPS, 2000), entende-se, neste estudo, que a pessoa
sentada tende a estar manifestando através deste comportamento, uma resposta avaliativa
positiva às características físicas do ambiente.
Portanto, neste estudo, a qualidade estética das praças é avaliada não somente através do
nível de satisfação com os vários aspectos estéticos do ambiente, mas também por meio do
comportamento manifestado pelos usuários (p. ex. REIS E LAY, 1993). Para isso é
estudada a relação entre o tempo de permanência, a freqüência com que os espaços são
utilizados, e o nível de satisfação estética dos usuários com o espaço.
2.4.1.2 DIMENSÕES DAS AVALIAÇÕES ESTÉTICAS
A avaliação afetiva ocorre quando uma pessoa realiza um julgamento levando em conta
qualidades, tais como o interesse, o relaxamento, o prazer e outros sentimentos (RUSSEL
apud NASAR, 1988). Estudos realizados identificam que as qualidades afetivas de um
ambiente são aspectos importantes, utilizadas para as pessoas compararem um lugar com
outro, decidir aonde ir, o que fazer e se querem retornar ou não ao local (NASAR, 1988).
Portanto, a avaliação estética, uma vez que é baseada em respostas emocionais,
relacionadas ao sentimento de prazer e desprazer (WOHLWILL, 1974, apud NASAR, 1988), é
também, necessariamente uma avaliação afetiva.
Conforme Russel (apud NASAR, 1988) e Stamps (2000) existem três componentes básicos
dos sentimentos, que são: o prazer, a excitação e o domínio. No entanto, pesquisas
realizadas por Stamps (2000), Russel e Ward (1981, apud NASAR, 1988), Lowenthal e Riel
(1972, apud NASAR, 1988), Canter (1969, apud NASAR, 1988) e Kant (1970, apud NASAR,
1988) identificam a agradabilidade e o interesse como as dimensões avaliativas de maior
ocorrência em relação a qualidade estética de um ambiente. As relações existentes entre as
dimensões das avaliações estéticas são ilustradas através do diagrama (Figura 15) de
Stamps (2000) e Russel (apud NASAR, 1988).
22
2.4.1.2.1 INTERESSE
O interesse relaciona-se à curiosidade, a algo atraente, simpático, que prende a atenção,
cativa o espírito, ou seja, uma atração despertada pelo ambiente no observador (WEBER,
1995, FERREIRA, 1999) e é independente do sentimento de agradabilidade (Figura 15)
(NASAR, 1988). Embora não seja negado que o ambiente pode ser ao mesmo tempo
prazeroso e interessante, existem também alguns locais que chamam nossa atenção e, no
entanto, são caracterizados como desagradáveis (KAPLAN, apud NASAR, 1988).
Alguns estudos realizados, abordam a questão do interesse e indicam os seguintes
aspectos relacionados ao interesse: elementos estranhos, que se movem, brilhantes,
animais selvagens, sons altos (JAMES, 1892, apud NASAR, 1988; KAPLAN ET AL, 1981,
apud NASAR, 1988). Em relação à excitação e ao relaxamento, segundo Nasar (1998)
essas dimensões referem-se a avaliação da imagem como positiva ou negativa, como
também ao grau de interesse despertado no indivíduo por determinada composição formal:
um lugar excitante, por exemplo é considerado mais agradável e interessante que do que
um local melancólico e um lugar tranqüilo é classificado como mais agradável e menos
interessante que um entediante (NASAR, 1988). Logo, as investigações relativas ao
interesse abordam além do interesse/apatia a excitação/melancolia e o
estressamento/relaxamento (NASAR, 1988, STAMPS, 2000).
Contudo, uma questão que pode dificultar a aplicação da dimensão de interesse às
avaliações ambientais, é a similaridade entre os termos interesse e agradabilidade em
países de língua portuguesa (PORTELLA, 2003). Embora segundo Ferreira (1999, p.64,
957) o termo agradável refere-se a algo "que dá prazer aos sentidos" e interesse relaciona-
Figura 15 - Diagrama das dimensões avaliativas
(Fonte: adaptado de STAMPS, 2000 E RUSSEL, apud NASAR, 1988)
23
se a algo "atraente, simpático, que prende a atenção, que desperta a curiosidade ou cativa o
espírito", para o indivíduo comum, no Brasil, pode tornar-se difícil distinguir entre um
ambiente agradável e um interessante. Portanto, em vista disso, para fins deste estudo, é
utilizada apenas a agradabilidade como dimensão avaliativa no ambiente das praças.
2.4.1.2.2 AGRADABILIDADE
A agradabilidade diz respeito ao sentimento de prazer propriamente dito, relacionado aos
sentidos (NASAR, 1988). Estudos indicam que o oposto de agradabilidade não é a
indiferença e sim a desagradabilidade (Figura 15), sendo que a magnitude deste sentimento
pode variar entre os pólos negativos e positivos (STAMPS, 2000).
Pesquisas realizadas (NASAR, 1988; STAMPS, 2000) têm abordado esta característica, sob
dois principais aspectos: (1) composicionais – relativo a variação da agradabilidade em
função dos distintos grupos de usuários do espaço (p.ex.: "experts" e o público em geral,
culturas distintas e outras características) e (2) contextuais – relativo a variação da
agradabilidade e do interesse relacionado as características físicas do ambiente, identificando
suas qualidades objetivas.
Portanto, este estudo busca identificar como os aspectos composicionais dos usuários das
praças e contextuais do ambiente das praças se relaciona com a agradabilidade, a fim de
revelar e identificar padrões de preferências que possam formar uma base teórica para
subsidiar decisões de desenho urbano nestes locais.
2.4.1.3 OBJETIVIDADE NAS AVALIAÇÕES ESTÉTICAS
Uma das formas de garantir a agradabilidade estética aos usuários do espaço urbano é
através das legislações de controle estético que segundo Stamps (2000), são ações
governamentais com o propósito de regular o desenvolvimento físico de uma área
geográfica de maneira a refletir a determinação pública de como esse local deve parecer no
futuro. Essas determinações devem ser claras e objetivas, a fim de facilitar o entendimento e
a aplicação. No entanto, um dos grandes problemas enfrentados é a utilização de termos
vagos ou ambíguos, que não definem como as características do ambiente devem ser
organizadas, por exemplo, "adequar o edifício ao seu contexto", "evitar excessiva
similaridade" (Stamps, 2000).
Nesse caso, estudos indicam que a utilização de critérios, baseados em conceitos que
possibilitem a clara determinação da presença ou ausência de certas características no
ambiente urbano, é uma forma de evitar a falta de clareza dos termos (RUSSEL, apud
24
STAMPS, 2000). Da mesma forma, o uso de tautologismo, ou seja, a utilização de um termo
para substituir outro equivalente a ele não é recomendável, na medida em que a função dos
princípios de desenho é esclarecer sobre os efeitos estéticos desejados para o local,
eliminado idéias confusas (STAMPS, 2000). Cabe, portanto, nesta pesquisa, a fim de evitar a
utilização de expressões vagas e tautologismos, a distinção entre a objetividade e a
subjetividade nas avaliações estéticas.
Segundo a teoria estética de Kant (1970, apud STAMPS, 2000), o julgamento estético é
baseado no sentimento de prazer ou desprazer sob determinadas circunstâncias. Sendo o
sentimento completamente subjetivo, a parte objetiva do julgamento estético está associada
ao processo de percepção e a descrição das relações formais (baseadas na idéia de ordem
e estímulo) do objeto analisado, as quais explicam a satisfação ou insatisfação estética
(STAMPS, 2000).
Conclui-se, que esse tipo de esclarecimento é importante para este estudo, uma vez que os
instrumentos utilizados para a identificação das preferências dos indivíduos a respeito dos
elementos físico-espaciais presentes no ambiente das praças, questionam sobre os
sentimentos provocados por esses elementos nos indivíduos, a fim de identificar os níveis
de satisfação destes com os vários aspectos do ambiente. Entretanto os resultados obtidos
estão relacionados as características físicas dos ambientes e não aos sentimentos
(STAMPS, 2000).
2.4.2 FATORES COMPOSICIONAIS - DISTINTOS GRUPOS DE USUÁRIOS
Os fatores composicionais são aqueles relacionados ao próprio indivíduo: os valores sociais
e culturais (p.ex. LANG, apud NASAR, 1988); as necessidades relacionadas ao estilo de
vida e aos interesses profissionais (p.ex. NASAR, 1988; LYNCH, 1997); as experiências
passadas (p.ex. GOLLEDGE E STIMSOM, 1997; LANG, 1974); a familiaridade
(RAPOPORT, 1978; KAPLAN E KAPLAN, 1989) entre outros.
Dentre esses diversos fatores composicionais que parecem influenciar na avaliação estética
das praças, está a faixa etária dos freqüentadores (LYNCH, 1997). Estudos já realizados
revelam diferenças quanto às avaliações estéticas entre grupos com diferentes
características (NASAR, 1988; STAMPS, 2000; PORTELLA, 2003). Essas diferenças podem
ser parcialmente explicadas pelo fato de que dependendo das motivações do observador, a
atenção é direcionada para determinadas características de uma configuração formal
(LANG, apud NASAR, 1988).
25
Logo, existe a necessidade de aprofundar os conhecimentos sobre análise e a comparação
da qualidade estética por usuários com diferentes faixas etárias aplicada à realidade
brasileira. Isso se justifica na medida em que o espaço das praças é freqüentado por
diversos tipos de indivíduos (crianças, adolescentes, adultos e idosos) e deve, para não
interferir negativamente na qualidade de vida das pessoas, possuir uma aparência
percebida como agradável, pela maioria dos usuários, independente da sua faixa etária.
2.4.3 FATORES CONTEXTUAIS - VARIÁVEIS RELACIONADAS À ESTÉTICA DO
AMBIENTE
Os fatores contextuais dizem respeito às características físico-espaciais existentes. Neste
caso, dois tipos de variáveis têm sido tratadas nos estudos estéticos: as formais, que
enfatizam a estrutura das formas e as simbólicas, que dizem respeito ao conteúdo das
formas, ou seja, são significados inferidos sobre a forma percebida (LANG, 1987; MOORE E
MARANS, 1997; REIS, 2002).
Neste estudo, ambas as categorias são consideradas, pois, embora a experiência estética
sensorial visual esteja mais ligada a etapa da percepção de apreensão da forma, a estética
simbólica não pode ser desconsiderada já que as associações com a forma são
estabelecidas através do processo de cognição, formando assim, a imagem final que o
indivíduo faz do ambiente. (NASAR, 1988; GOLLEDGE E STIMSOM, 1997; LANG, 1987,
apud, REIS E LAY, 2006).
2.4.3.1 VARIÁVEIS RELACIONADAS À ESTÉTICA FORMAL
De acordo com estudos realizados, as variáveis relacionadas à estética formal de praças podem
ser agrupadas em dois níveis, conforme os distintos elementos físico-espaciais presentes
nesses ambientes: (1) diz respeito à qualidade estética das fachadas das edificações adjacentes
ao espaço aberto (WEBER, 1995; STAMPS, 2000; REIS E ZERBINI, 2002; REIS E LAY, 2003;
REIS, PORTELLA, BENNETT E LAY, 2004); (2) trata da qualidade estética do espaço aberto
das praças (MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS E LAY, 2003; REIS, PORTELLA, BENNETT E
LAY, 2004). Além desses dois níveis, existem locais que apresentam um terceiro nível,
relacionado à qualidade estética das visuais para o exterior das praças (CAMPOS, 1999;
MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS, LAY E AMBROSINI, 2003). Por exemplo, em Vancouver, as
praças à beira mar com vistas de montanhas distantes e das atividades na marinha, foram
classificadas como mais agradáveis do que a maioria dos outros espaços que não
apresentavam esses elementos (MARCUS E FRANCIS, 1990).
26
Entretanto, praças com este tipo de característica, localizadas na zona central não é comum, na
maioria das cidades brasileiras, uma vez que normalmente, no interior da malha urbana, as
faces que delimitam as praças são constituídas por edificações, bloqueando as visuais para o
exterior. Logo, este trabalho irá se deter nos dois primeiros níveis, aquele que trata da estética
das edificações que delimitam as praças e da estética dos espaços abertos, conforme
especificado mais adiante na metodologia.
Cada item a seguir, descreve os elementos físicos espaciais que compõem a estética das
praças nos dois níveis avaliados nesta pesquisa:
2.4.3.1.1 NÍVEL DA ESTÉTICA DAS EDIFICAÇÕES ADJACENTES AO ESPAÇO ABERTO
DAS PRAÇAS:
Neste nível são abordados, em função de estudos já realizados, os principais aspectos que
influenciam na avaliação estética das fachadas, os quais ainda não foram suficientemente
esclarecidos, existindo lacunas a respeito de sua relação com o nível de satisfação dos
usuários. Logo, são identificados os seguintes aspectos: a existência de ordem na
compositiva nas fachadas das edificações, o nível de manutenção das fachadas e o valor
histórico dessas.
2.4.3.1.1.1 Existência de ordem compositiva nas edificações
A existência de ordem na composição das fachadas implica na idéia de unidade, estrutura,
ou princípio que governe a organização dos elementos compositivos (REIS, 2002). Em um
ambiente ordenado, as relações existentes entre os elementos que constituem a paisagem
correspondem aos princípios ordenadores da Teoria da Gestalt (LANG, 1987).
A importância da existência de ordem no ambiente é evidenciada na medida em que ela é
indispensável ao funcionamento de qualquer sistema, pois sem essa, não há como
compreender o que determinado conjunto de elementos transmitem ao receptor.
Consequentemente, a percepção de ordem provoca uma reação satisfatória ao observador
e é uma condição para a assimilação da forma (WEBER, 1995).
A idéia de que a qualidade estética de um ambiente está ligada ao grau de ordenamento dos seus
elementos constituintes é sustentada por diversos estudos que demonstram que a existência de
ordem é fator imprescindível para que a composição formal possa ser apreendida
adequadamente e avaliada como positiva pelo indivíduo (WEBER, 1995; BERLYNE, 1971, apud
NASAR, 1988; WOHWILL, 1976, apud NASAR, 1988; STAMPS, 2000).
27
A compatibilidade formal entre as fachadas das edificações que delimitam as praças
também está associada a idéia de ordem. Este termo diz respeito a organização das
características formais de uma edificação em relação às demais construções do contexto e
aos elementos naturais (REIS, 2002). Esta característica pode ser obtida, por exemplo,
através de: escala, cor e textura dos materiais, tipos e formas das aberturas, cobertura,
relação de cheios e vazios entre outros fatores (REIS E ZERBINI, 2002; REIS, 2002).
A importância de abordar a questão da compatibilidade formal dos prédios que delimitam o
espaço aberto das praças deve-se ao fato de que a qualidade estética do ambiente aumenta
conforme o indivíduo tem seus sentidos estimulados através da continuidade, variedade e
dos padrões formais existentes no espaço. Dessa forma, o planejamento do ambiente deve
considerar as características construídas e naturais do contexto (REIS, 2002).
Nesse sentido, é relevante para esse trabalho aprofundar o conhecimento a respeito da
relação entre a necessidade de ordem e o nível de satisfação com as fachadas que
delimitam os espaços abertos das praças, uma vez que nenhum dos trabalhos realizados
são conclusivos a este respeito, bem como a maioria deles não se aplica ao espaço urbano
das praças.
2.4.3.1.1.2 Valor histórico das edificações
As edificações de valor histórico são aquelas que fazem parte do patrimônio histórico e
cultural. Segundo Lemos (1987) patrimônio histórico é tudo e qualquer coisa (material ou
imaterial) que mantenha viva a memória e a identidade de um determinado grupo numa
determinada época. O valor histórico das edificações diz respeito a estética simbólica, ou
seja, são associações que o indivíduo estabelece entre as formas percebidas e os
significados a que elas remetem (LANG, 1987). Estes significados podem estar vinculados,
por exemplo, ao uso das edificações, e a determinadas características físicas, dos
elementos construídos e/ou naturais, presentes no ambiente, que possibilitam associações
no observador (LANG, 1987; NASAR, 1988; WEBER, 1995, NASAR, 1988). A questão do
simbolismo estético é inerente a qualquer processo de percepção do ambiente construído,
pois isto acontece mesmo inconscientemente (LANG, apud NASAR, 1988). Por
conseqüência, este aspecto influencia nas respostas avaliativas, sobre as fachadas, e deve
ser levado em conta em trabalhos que tratem da estética ambiental.
Embora diversos estudos tenham abordado a relação entre o valor histórico das edificações
e o nível de satisfação com as fachadas, (p.ex. AZEVEDO, 2000; PORTELLA, 2003),
nenhum deles trata especificamente de fachadas que delimitam praças. Além disso, os
28
resultados apontados a este respeito não são conclusivos e, portanto, mais estudos
merecem ser realizados a fim de aprofundar os conhecimentos.
2.4.3.1.1.3 Manutenção das fachadas
A manutenção das fachadas é um aspecto considerado em vários estudos como relevante
para a satisfação estética com as edificações (MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS E LAY,
2003; REIS, LAY, PORTELLA E BENNETT, 2004). Dentre os estudos realizados, alguns
identificam a importância da manutenção das fachadas para a satisfação com a aparência
externa do ambiente residencial (p.ex. REIS, 1998; REIS E LAY, 2003). Outra pesquisa,
realizada em praças, considera a influência da manutenção dos prédios do entorno do
espaço aberto no nível de satisfação com a estética deste ambiente (MEIRA, REIS E LAY,
2002).
Contudo, esta relação entre o nível de satisfação e a manutenção das fachadas que
delimitam as praças parece ser um campo no qual ainda existem lacunas e os estudos
realizados não apresentam resultados conclusivos a este respeito. Portanto, cabe a este
estudo aprofundar o conhecimento sobre a influência da manutenção das fachadas que
delimitam as praças no nível de satisfação com a estética desses ambientes.
2.4.3.1.2 NÍVEL DA ESTÉTICA DO ESPAÇO ABERTO DA PRAÇA
Neste nível são abordados, em função de estudos já realizados, os principais aspectos que
influenciam na avaliação estética dos espaços abertos das praças, os quais ainda não foram
suficientemente esclarecidos, existindo lacunas a respeito de sua relação com o nível de
satisfação dos usuários. A partir da revisão da literatura, são identificados os seguintes
aspectos: a existência de vegetação, a presença de monumentos e esculturas e a
manutenção do ambiente.
2.4.3.1.2.1 Presença de vegetação
De acordo com pesquisas realizadas, a presença de vegetação no ambiente é identificada,
como um aspecto associado à estética e a preferência das pessoas por determinados locais
(WHYTE, 1980; WHYTE, 1988; ULRICH E SIMONS, apud GOLLEDGE E STIMSON, 1997;
NASAR, 1988; MARCUS E FRANCIS, 1990; BASSO, 2001). As justificativas ligadas a este
aspecto estão relacionadas a características formais (SUMMIT E SOMMER, 1999),
promoção de sombra (BASSO, 2001; MEIRA, REIS E LAY, 2002), e aos efeitos positivos na
saúde e bem-estar dos indivíduos (NASAR, 1988; KAPLAN ET AL, apud REIS, LAY E
AMBROSINI, 2003; ÖZGUNER E KENDLE, 2004).
29
Embora existam estudos que avaliem a relação entre a presença de vegetação e sua
influência no nível de satisfação dos usuários dos espaços, que se aplique a realidade
brasileira (p.ex. MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS, LAY E AMBROSINI, 2003), nenhum é
conclusivo a este respeito. Portanto, mais estudos são necessários para aprofundar os
conhecimentos sobre a relação entre a presença de vegetação e o nível de satisfação com a
estética dos espaços abertos das praças.
2.4.3.1.2.2 Presença de monumentos
A diversidade de elementos como monumentos ajudam a criar uma aparência positiva do
lugar (KAPLAN E KAPLAN, 1998; MARCUS E FRANCIS, 1990). Estudos indicam que a
presença de monumentos nas praças, estimula a criatividade e a imaginação do usuário,
favorecendo o contato e a comunicação, além de encorajar as pessoas a parar e/ou sentar
em locais que permitam sua visualização (MARCUS E FRANCIS, 1990).
Embora a presença de monumentos nas praças pareça ser uma característica importante
que influencia no nível de satisfação dos usuários, não existem estudos conclusivos a este
respeito, bem como muitos dos estudos não se aplicam a realidade brasileira. Portanto,
conclui-se que mais estudos são necessários a fim de aprofundar a relação entre a
presença de monumentos nas praças, e o nível de satisfação estética dos usuários.
2.4.3.1.2.3 Manutenção e limpeza do ambiente
Segundo a literatura, a manutenção do ambiente das praças é determinante na qualidade
estética e diz respeito tanto aos elementos construídos tais como a manutenção de bancos,
lixeiras, luminárias, pisos, monumentos e brinquedos do playground como aos elementos
naturais tais como a poda de árvores e corte da grama (MARCUS E FRANCIS, 1990;
MEIRA, REIS E LAY, 2002). Além da manutenção, a limpeza do ambiente, também é
considerada em estudos realizados em praças como um importante fator para a satisfação
com a estética deste (MARCUS E FRANCIS, 1990; MEIRA, REIS E LAY, 2002).
Portanto cabe a este estudo, aprofundar os conhecimentos sobre a relação da manutenção
e da limpeza do ambiente com a sua respectiva qualidade estética. Principalmente no que
se aplica a realidade brasileira, já que muitos dos estudos que tratam dessa relação são
realizados no exterior.
30
2.5 RELAÇÃO ENTRE ESTÉTICA E USO DAS PRAÇAS
De acordo com Carr et al (1992) os principais propósitos pelos quais as pessoas utilizam os
espaços das praças, atualmente, são para realizar atividades passivas, tais como o conforto
físico e psicológico em função, por exemplo, da temperatura agradável, (sol e ar fresco) do
pouco barulho próprio para relaxar, e para realizar atividades denominadas ativas tais como
a prática de atividades físicas, sendo que estas práticas podem ocorrer de maneira
combinada ou não (CARR ET AL, 1992; BASSO, 2001).
Sendo assim, vários aspectos afetam o uso, conforme várias pesquisas. Por exemplo,
estudos realizados sobre o uso dos espaços públicos identificam que a promoção de
sentimento de segurança aos usuários do espaço, favorece um maior uso desses locais
(FRANCIS, 1987; GEHL, 1987; LANG, 1994; BASSO, 2001). A presença de pessoas
também é um outro fator que incrementa o uso dos espaços, já que pessoas atraem
pessoas e estas tendem a evitar locais desertos (GEHL, 1987; WHYTE, 1980). A variedade
de usos presente nas edificações do entorno do ambiente é outro fator que favorece o uso
do ambiente, atraindo diferentes indivíduos, em vários períodos, por razões diversas (REIS
E LAY, 2006). Também a adequação e conforto, ou seja, a maneira e a capacidade com que
os elementos do ambiente correspondem ao padrão e as ações previstas para tal, está
relacionada ao uso do espaço (LYNCH, 1981, apud REIS E LAY, 2006; GEHL, 1987). Por
exemplo, no caso das praças, bancos adequados e confortáveis, em quantidade suficiente,
sol (no caso do inverno) e sombra (no caso do verão), proteção do vento e da chuva, foram
apontados como características importantes para o uso dos espaços, por estudos já
realizados (FRANCIS, 1987; WHYTE, 1980).
A qualidade estética também é um aspecto que está relacionado ao uso dos espaços.
Estudos indicam que locais que possuem qualidades estéticas, percebidas pelos sentidos
humanos, mais predominantemente pela visão, permitem um sentimento agradável,
inspirando as pessoas a permanecerem no ambiente por algum tempo (GEHL, 1987;
FRANCIS, 1987). Adicionalmente, pesquisa realizada nos Estados Unidos identifica que
praças com maior intensidade de uso são aquelas, mais satisfatórias esteticamente
(MARCUS & FRANCIS, 1998).
Conclui-se que apesar de existirem muitos estudos a respeito do uso dos espaços públicos
urbanos, poucos se detêm no espaço urbano das praças. Além disso, nenhum dos estudos
apresenta resultados conclusivos a respeito da relação entre a estética e o uso desses
espaços. Portanto, existe a necessidade de aprofundar essa relação, principalmente que se
31
aplique a realidade brasileira, onde estudos dessa natureza ainda são incipientes. Logo este
estudo detém-se a aprofundar os conhecimentos a respeito da qualidade estética das
praças, relacionando com o uso destes espaços.
2.6 CONCLUSÃO
Neste capítulo foram apresentadas as características dos elementos físico-espaciais
relacionados à estética das praças, bem como a relação entre a estética e o uso desses
espaços. Esses aspectos embasam a formulação das relações a serem investigadas nesta
pesquisa, sendo sistematizadas em quatro grandes itens, a saber:
(1) A avaliação estética geral das praças.
Neste item é abordada as divergências e semelhanças entre os grupos (adolescentes,
adultos e idosos) na avaliação estética dos usuários das praças. Além disso, é
investigada a importância dos níveis estéticos (fachadas e espaços abertos) para a
satisfação com a estética das praças.
(2) A avaliação estética das fachadas das edificações que delimitam as praças
Neste item é abordada as divergências e semelhanças entre os grupos de usuários das
praças (adolescentes, adultos e idosos) na avaliação estética das fachadas. Além disso,
é investigado um conjunto de fatores físico-espaciais que afetam e/ ou explicam o maior
ou menor nível de satisfação estética dos usuários com as fachadas das edificações que
delimitam as praças. São estes aspectos: (a) composição arquitetônica, (b) valor
histórico das edificações, (c) manutenção das fachadas.
(3) A avaliação estética dos espaços abertos das praças
Neste item é abordada as divergências e semelhanças entre os grupos de usuários
(adolescentes, adultos e idosos) na avaliação estética dos espaços abertos das praças.
Além disso, é investigado um conjunto de fatores físico-espaciais que afetam e/ ou
explicam o maior ou menor nível de satisfação estética dos usuários com os espaços
abertos das praças. São estes aspectos: (a) presença de vegetação, (b) presença de
monumentos, (c) manutenção e limpeza.
(4) A relação entre estética e uso das praças
Este item é subdividido em três partes a fim de atender aos objetivos do trabalho: (1) é
abordado sobre a influência do nível de satisfação com a estética na freqüência de uso
das praças. Além disso, são investigadas as divergências e semelhanças entre os
32
grupos de usuários (adolescentes, adultos e idosos) quanto a influência do nível de
satisfação com a estética na freqüência de uso das praças. (2) é abordada a influência
do nível de satisfação com a estética no tempo de permanência dos usuários nas
praças. Bem como, são investigadas as divergências e semelhanças entre os grupos de
usuários (adolescentes, adultos e idosos) quanto a influência do nível de satisfação com
a estética no tempo de permanência dos usuários nas praças. (3) Por último é abordado
se os locais que as pessoas mais utilizam nas praças são os mais atraentes, segundo as
características das edificações, do espaço aberto e das visuais para fora das praças.
Também são investigadas as divergências e semelhanças entre os grupos de usuários
(adolescentes, adultos e idosos) quanto a este aspecto.
No próximo capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados a fim de
alcançar os objetivos propostos. São descritos aspectos relativos à seleção dos objetos de
estudo, aos métodos de coleta e análise de dados, seleção das amostras, bem como aos
fatores relativos ao trabalho de campo. Desta forma, pretende-se esclarecer como são
operacionalizadas as variáveis e testadas as relações investigadas, de modo que fique clara
a objetividade e cientificidade da metodologia adotada.
32
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA
3.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são descritos os aspectos relativos à operacionalização das variáveis
delimitadas a este estudo, bem como os métodos e as técnicas de pesquisa adotadas.
Inicialmente, é apresentado o objeto de estudo, os critérios que determinam sua escolha e a
delimitação da área a ser investigada. Também são expostos os métodos e as técnicas de
coleta de dados, os quais são fundamentados na área de estudos ambiente e
comportamento. Por conseguinte, são apresentadas algumas considerações acerca da
seleção da amostra. E, finalmente, são descritos os métodos de análise dos dados e
algumas considerações a respeito dos principais aspectos relacionados ao trabalho de
campo.
3.2 SELEÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
Para estudo de caso, foi selecionado um município, que além de atender aos objetivos deste
trabalho, caracteriza-se por possuir questões comuns à maioria das praças existentes nas
cidades brasileiras. Como, por exemplo, a questão da qualidade estética desses ambientes
que é, muitas vezes, colocada em segundo plano; o uso desses espaços, que da mesma
forma, nem sempre atende às necessidades dos usuários e conseqüentemente, estes,
tornam-se locais subutilizados, vandalizados e mal vistos, por grande parte da população.
Além disso, existe um agravante a essa problemática que deve ser contemplado no objeto
de estudo: diz respeito à presença de bens de interesse histórico e cultural, pois estes,
muitas vezes, sofrem prejuízo pela desqualificação estética do ambiente, causando sua
desvalorização por parte da população.
Dessa forma, portanto, foi definida a cidade de Pelotas (Figura 16), localizada no estado do
Rio Grande do Sul, como objeto de estudo por possuir tais condições. Também a facilidade
de obtenção de dados gráficos, fotográficos e teóricos, devido a estudos realizados
anteriormente pela autora da dissertação, colaborou na escolha desse Município.
33
3.2.1 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A seleção das praças a fazerem parte do estudo foi definida utilizando como principal critério
a necessidade da presença de elementos de significado histórico e cultural para a
população. O mesmo fator levou a escolha de um local que incluísse a parte mais antiga da
cidade. Além disso, a proximidade entre as praças era outro critério necessário, pois, por
situarem-se dentro de uma mesma zona, existiria certa tendência de semelhança entre os
padrões de utilização das praças. Assim ficou definida, mais especificamente a área central
desta cidade - a zona de preservação do patrimônio cultural (ZPPC), que tem como limites
as ruas Dr. Amarante, Almirante Barroso, Três de Maio e Marcílio Dias (Figura 17) (LEI
MUNICIPAL 4568/00). Adicionalmente, outro aspecto considerado na escolha é que, sendo
esta uma área central de comércio da cidade, há um fluxo intenso de pessoas circulando
nas praças e nas proximidades destas, favorecendo a avaliação da qualidade estética
destes espaços, pois muitas pessoas têm acesso a eles.
Logo, dentro do perímetro delimitado, existem cinco áreas com possibilidade de fazerem
parte do estudo: Parque Dom Antônio Zattera, Praça José Bonifácio, Praça Piratinino de
Almeida, Praça Cipriano Barcelos e Praça Coronel Pedro Osório (Figura 17). A Praça
Figura 16 - Vista aérea da cidade de Pelotas
Fonte: Google Earth: software livre. Versão 4.0.2737. Disponível em: <
http://baixaki.ig.com.br/download/Google-Earth-em-Portugues.htm>. Acesso em: 21 jun. 2007.
34
Coronel Pedro Osório não fará parte do estudo, pois está interditada em função de obras de
revitalização (através do Programa Monumenta). Da mesma forma, a Praça Cypriano
Barcellos não consta neste estudo, pois, devido a observações preliminares realizadas,
constatou-se pouca utilização desta, tanto para a travessia de pedestres como para
atividade de qualquer outra natureza, o que poderia afetar o tamanho da amostra de
respondentes.
Portanto, fazem parte deste estudo (1) o Parque Dom Antônio Zattera; (2) a Praça José
Bonifácio; (3) e a Praça Piratinino de Almeida.
Nota: Mapa da área central de Pelotas indicando em vermelho a delimitação da zona de preservação do
patrimônio cultural (ZPPC), bem como a localização das praças contidas dentro da área de estudo; 1 - Parque
Dom Antônio Zattera; 2 - Praça José Bonifácio; 3 - Praça Piratinino de Almeida; 4 - Praça Cypriano Barcellos; 5 -
Praça Coronel Pedro Osório
3.2.2 BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE PELOTAS/RS
3.2.2.1 A PRAÇA COMO INÍCIO DO NÚCLEO URBANO
Através do histórico da cidade de Pelotas, pretende-se evidenciar a importância da área de
estudo delimitada, ou seja, da zona de preservação do patrimônio cultural (ZPPC), em
função de ser o início do núcleo urbano da cidade. Além disso, destaca-se o histórico da
Figura 17 – Localização das praças na área central da cidade de Pelotas/RS
Fonte: aerofotogramétrico da cidade – Prefeitura Municipal de Pelotas (disponível na FAURB – Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas).
35
evolução urbana, bem como surgimento das praças localizadas nessa área de estudo, e
também, a relevância de algumas edificações do entorno das praças uma vez que muitas
pertencem ao patrimônio histórico e cultural da cidade, conforme lei municipal 4568/00.
A origem da cidade de Pelotas está fortemente ligada à indústria do charque, pois em 1779
José Pinto Martins saiu do Ceará em conseqüência de uma seca e estabeleceu sua
charqueada junto ao arroio Pelotas em terras de Dona Isabel Francisca da Silveira. A partir
de então, começa a produção de charque que atraiu um significativo número de novos
habitantes. Outras atividades econômicas já eram praticadas na região como, por exemplo,
o cultivo do trigo, a agricultura de subsistência e a produção de linho grosso
(NASCIMENTO, 1982).
A partir de 1784, os moradores da região demonstravam interesse em se separar da
freguesia de Rio Grande, a qual eram subordinados, em função de ser a paróquia mais
próxima. A justificativa para tal fato baseava-se na existência de mais de 150 famílias nas
charqueadas que tinham dificuldades em comparecer na Matriz de Rio Grande durante a
quaresma, pois esta coincidia com a época da matança nas charqueadas (GUTIERREZ,
2001).
Somente no alvará do Príncipe Regente Dom João, no dia 7 de julho de 1812, o povoado foi
elevado à categoria de freguesia, recebendo o nome de São Francisco de Paula, em
homenagem ao santo do dia da expulsão dos espanhóis do Rio Grande. Adicionalmente, é
relevante destacar que, até esta época, ainda não existia um núcleo urbano, apenas
charqueadas dispersas ao longo do arroio Pelotas (ARRIADA, 1994; GUTIERREZ, 2001).
No mesmo ano de 1812, depois de discussões acerca da localização do sítio onde seria
localizada a vida urbana, levando em conta interesses comerciais e familiares, este foi
estabelecido nas terras de Antônio Francisco dos Anjos (GUTIERREZ, 2001).
Assim, em 1815, o terreno, com a pequena igreja que já existia e sua área circundante
formando a praça da Matriz (atual Praça José Bonifácio), juntamente com as demais ruas e
terrenos foram medidos por uma equipe, dando origem a planta do primeiro loteamento
(Figura 18) da cidade de Pelotas. A partir desse primeiro arruamento, a freguesia foi-se
ampliando, seguindo o mesmo traçado reticulado (GUTIERREZ, 2001). O segundo
loteamento, nas terras de Mariana Eufrásia da Silveira, obteve a concessão em 1832, em
área contígua ao já referido, primeiro loteamento (Figura 19) em direção ao sul, até
encontrar às margens do arroio Pelotas (GUTIERREZ, 2001).
36
De acordo com o primeiro censo realizado em Pelotas, no ano de 1814, a população era de
2.419 habitantes; em 1822, passou para 3.400 e no ano de 1830 já existiam 4.300
habitantes, mais de 3.000 concentrados na povoação que contava com cerca de 500 casas
(GUTIERREZ, 2001). Portanto, as condições sócio-econômicas, o crescimento populacional
e a urbanização da freguesia eram condições suficientes para a implantação da vila. Então,
em 7 de dezembro de 1830, por decreto imperial, a freguesia de São Francisco de Paula foi
elevada à categoria de vila, mas sua efetividade ocorreu em 7 de abril de 1832 com o
estabelecimento da Câmara Municipal. Uma de suas primeiras atuações foi determinar a
adoção das Posturas da Câmara da Vila de Rio Grande, enquanto não houvesse as suas
próprias que, enfim, ficaram prontas em 1834, estabelecendo os limites urbanos, aspectos a
respeito da saúde pública, dos cemitérios, da limpeza de ruas e praças, o nivelamento e
alinhamento de ruas e outras determinações pertinentes à vida urbana (GUTIERREZ, 2001).
3.2.3 AS PRAÇAS QUE FAZEM PARTE DO ESTUDO
3.2.3.1 PARQUE DOM ANTÔNIO ZATTERA
O atual parque Dom Antônio Zattera, apesar de possuir a denominação de parque, tem
características comuns à maioria das demais praças que fazem parte deste estudo.
Inclusive seu nome anterior, recentemente trocado era praça Júlio de Castilhos. Foi o
primeiro local das execuções públicas através da forca, por volta de 1850 ela foi transferida
para a antiga praça da Constituição, depois das Carretas e, hoje praça Vinte de Setembro
(NETO J. In.: Revista do 1° centenário de Pelotas. n°7 e 8, 1912).
Figura 18 - Primeiro loteamento – Mapa
elaborado com base na planta de 1815
Fonte: BPP, ms. V. 093. LRPTMP. In:
GUTIERREZ, 2001, p.8.
Figura 19 – Segundo Loteamento – Mapa
elaborado com base na planta de 1835
Fonte: BPP, ms. V. 093. LRPTMP. In:
GUTIERREZ, 2001, p.12.
37
Neste local existem vários monumentos, dentre os quais se destaca o Altar da Pátria, marco
de granito contendo placas de bronze, exaltando os que lutaram pela pátria e o marco em
homenagem à marinha do Brasil, em bronze, tendo na parte superior a roda de leme e o
busto do Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré. Além dos
monumentos no espaço aberto do parque existem diversas edificações como: a academia
Pelotense de letras, banheiros públicos, depósito e escolinha municipal. Também existe
infra-estrutura para realização de diversas atividades de lazer tais como: mini-parque de
diversões, pista de skate, quadra de futebol e playground.
O parque Dom Antônio Zattera é delimitado claramente nas faces norte, leste e oeste por
edificações. Ao sul, embora exista a Avenida Bento Gonçalves, ela não representa um
limite, uma vez que o usuário do parque atravessa a mesma facilmente integrando
fisicamente e visualmente o canteiro central da avenida ao parque. Logo, o que define o
limite na face sul do parque são novamente as edificações (conforme Figura 20).
Nota: vista do parque Dom Antônio Zattera com
indicação de alguns locais; 1- Asilo de mendigos; 2-
Academia Pelotense de Letras; 3- Pista de skate; 4-
Banheiros públicos; 5- Altar da Pátria, 6- Mini Parque
de diversões; 7- Depósito Municipal; 8- Playground
infantil; 9- quadra de futebol, 10- Escolhinha Municipal;
11- Esporte Clube Pelotas; 12- Canteiro central da
Avenida Bento Gonçalves. Setas pontilhadas em
vermelho indicam os limites do parque.
Figura 20 – Vista aérea do parque Dom Antônio
Zattera
Fonte: Goocle Earth: software livre. Versão
4.0.2737. Disponível em: <
http://baixaki.ig.com.br/download/Google-Earth-
em-Portugues.htm>. Acesso em: 21 jun. 2007.
2
1
10
3
4
6
9
8
Figura 21 – Vista geral do parque Dom Antônio
Zattera
Figura 22 – Altar da Pátria - parque Dom Antônio
Zattera
12
5
7
11
38
Este local é o maior de todos os demais avaliados, possui área de 37.768,70 m², ocupando
praticamente dois quarteirões da cidade de Pelotas. As fachadas que definem seus limites
são em número de seis, duas fachadas grandes (a leste e a oeste) e quatro pequenas (duas
a norte e duas ao sul). Essas fachadas menos extensas são interrompidas pela Rua XV de
Novembro (conforme Figura 20) que corta a Praça. Neste local, existe uma grande
quantidade de vegetação, principalmente árvores de grande porte, caracterizando este local
como uma das principais áreas verdes da cidade.
3.2.3.2 PRAÇA JOSÉ BONIFÁCIO
A atual praça José Bonifácio, como já destacado anteriormente (item 3.2.2.1), é a única que
aparece na planta de 1815 (Figura 18) e, portanto, a praça mais antiga da cidade de
Pelotas. Desde seu desenho inicial, realizado por Maurício Inácio da Silveira, no interior da
praça está localizada a Catedral São Francisco de Paula (Figura 23 e 24) cuja porta
principal, localiza-se no eixo da atual Rua Miguel Barcellos, proporcionando uma perspectiva
já determinada como princípio de desenho desta praça (GUTIERREZ, 2001). Ainda hoje, as
dimensões reduzidas da mesma, em função da Catedral e do conjunto de edificações de
seu entorno, evidenciam uma centralidade nesta praça mais simbólica do que física
propriamente dita.
É relevante destacar também que entre os anos de 1820 a 1825 a praça José Bonifácio
abrigou um cemitério. A igreja foi inaugurada em 23 de dezembro de 1813 e, logo após, o
terreno nos fundos da mesma, hoje rua XV de Novembro, foi murado. Neste local, foi
implantado um cemitério que serviu à população por seis anos e onde algumas catacumbas
foram construídas e posteriormente demolidas, para a construção da capela-mor
(GUTIERREZ, 2001).
Figura 23 - Fachada antiga da Catedral São
Francisco de Paula
Fonte: Acervo Nelson Nobre
Figura 24 – Atual Catedral São Francisco de
Paula
39
No espaço aberto desta praça, atualmente, além da Edificação da Catedral, existe um único
monumento, o busto em homenagem a José Bonifácio (Figura 26) que está localizado em
frente à porta de acesso à Catedral São Francisco de Paula, conforme figura 25.
Portanto, a praça José Bonifácio justifica fazer parte deste estudo por ser importante na
história da cidade, desde sua origem até os dias atuais, assim a maioria dos prédios de seu
entorno são bens inventariados (LEI MUNICIPAL n°4.568/00) e, portanto, importantes para a
preservação da memória e da identidade dos habitantes da cidade de Pelotas.
Este local é o menor de todos que fazem parte do estudo, tendo área de 3.833,85 m², tem
um formato retangular, sendo que no seu maior sentido ocupa praticamente dois
quarteirões. É delimitado por sete fachadas, uma vez que a Rua Anchieta corta a Praça e a
Rua Miguel Barcellos desemboca na Praça (Conforme Figura 25) quebrando a continuidade
das fachadas.
3.2.3.3 PRAÇA PIRATININO DE ALMEIDA
O terreno da atual praça Piratinino de Almeida foi comprado em 1848 pela irmandade da
Santa Casa de Misericórdia. Em 1881, a área foi cercada com postes de madeira e arame e,
em seguida, foram plantadas algumas árvores e realizado o ajardinamento. Primeiramente,
o local teve o nome de praça da Caridade, em 18 de julho de 1881 passou a chamar-se
Nota: vista da praça José Bonifácio com indicação de
alguns locais; 1- Catedral São Francisco de Paula; 2-
Colégio Gonzaga; 3- Prédio do Bispado; 4- Instituto são
Benedito; 5- Localização do Busto em homenagem a
José Bonifácio. Setas pontilhadas em vermelho indicam
os limites da praça.
Figura 25 – Vista aérea da praça José Bonifácio
Fonte: Goocle Earth: software livre. Versão
4.0.2737. Disponível em: <
http://baixaki.ig.com.br/download/Google-Earth-
1
2
Figura 26 – Busto de José Bonifácio – Praça
José Bonifácio
3
4
5
40
Silveira Martins e após, em 16 de março de 1893, trocou o nome para Piratinino de Almeida
(GUTIERREZ, 2001).
No centro desta praça ergue-se até hoje, em funcionamento, o reservatório de 1875
destinado ao abastecimento de água potável na cidade (Figura 29). Esse reservatório, de
1.500.000 litros, é descrito segundo Geraldo Gomes da Silva (apud, GUTIERREZ, 2001)
como um dos mais interessantes exemplares no Brasil.
Sua forma é a de um cilindro com quatro metros de altura e vinte e cinco
metros de diâmetro, aproximadamente. Apóia-se em quarenta e cinco
colunas e tem, no seu centro, um orifício, por onde passa uma escada que
leva a um mirante no topo do reservatório. Todas essas peças são de ferro.
As colunas têm seus capitéis e pedestrais pouco decorados, e suportam
vigas de secção "I". Decorativos são somente os arcos que ligam as partes
superiores das colunas da periferia, o corrimão e a escada do mirante. Este
último, aliás, tem formas caprichosas que lembram a arquitetura oriental e
evidencia as possibilidades ornamentais do ferro fundido (SILVA, 1998,
p.94-5, apud, GUTIERREZ, 2001, p.42).
O reservatório é tombado a nível federal e é de origem escocesa (Figura 29), não francesa
como até então era afirmado por muitos autores. Ele foi comprado por catálogo e veio em
partes, de navio, (tanto o de Pelotas como o de Rio Grande, que são idênticos), sua
montagem ficou a cargo de engenheiros também escoceses da cidade de Paisley, onde era
localizada a fábrica (XAVIER, 2006).
Portanto, a praça Piratinino de Almeida justifica fazer parte deste estudo, por ser importante
na história da cidade em função de fazer parte do segundo loteamento da cidade. Bem
como, alguns dos prédios de seu entorno são bens inventariados e, portanto, importantes
para a preservação da memória e da identidade dos habitantes da cidade de Pelotas, como
por, exemplo a Santa Casa de Misericórdia. Além disso, a existência de um monumento
como a caixa d'água no seu interior, colabora com a investigação no que se refere a
importância de monumentos nestes espaços para a satisfação estética dos usuários.
Este local tem área de 8.674,20 m² e é delimitado por quatro fachadas, as quais possuem a
mesma extensão, definindo assim os limites da praça (Conforme Figura 27). Esta praça,
também possui bastante vegetação, principalmente árvores e embora em menor quantidade
que no parque Dom Antônio Zattera, aqui elas representam ser muito mais densas e
copadas. Isso é verificado, uma vez que a Praça Piratinino de Almeida é mais escura e tem
menos locais de exposição ao sol que nos demais locais estudados.
41
3.3 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS
A maneira mais efetiva para a operacionalização de avaliações sobre o ambiente urbano dá-
se através da utilização simultânea dos vários métodos e técnicas disponíveis na área de
estudos ambiente e comportamento (REIS E LAY, 1995). Investigações que baseiam seus
resultados na análise de um tipo de informação coletada através de uma só fonte (p.ex.
dados obtidos exclusivamente através de questionários) podem ser vistas como suspeitas,
diminuindo a confiabilidade, credibilidade e consequentemente a qualidade da pesquisa
(MARANS, 1987, apud REIS E LAY, 1995; ZEISEL, 1986, apud REIS E LAY, 1995; REIS E
LAY, 2005). Assim, a escolha do método e das técnicas utilizadas dependerá do tipo
específico de cada problema a ser investigado e da situação de cada pesquisa (REIS E
LAY, 1995).
Portanto, a metodologia utilizada neste estudo baseou-se na combinação da aplicação de
múltiplos métodos de coleta de dados. Os seguintes métodos foram utilizados:
levantamentos de arquivo, físico e fotográfico, observações de comportamento e
Figura 28 – Antiga praça Piratinino de
Almeida. Pelotas, RS
Fonte: Acervo Nelson Nobre
Nota: vista da praça Piratinino de Almeida com
indicação de alguns locais; 1- Caixa d’água de ferro; 2-
Santa Casa de Misericórdia. Setas pontilhadas em
vermelho indicam os limites da praça.
Figura 27 – Vista aérea da praça Piratinino de
Almeida
Fonte: Goocle Earth: software livre. Versão
4.0.2737. Disponível em: <
http://baixaki.ig.com.br/download/Google-Earth-
em-Portugues.htm>. Acesso em: 21 jun. 2007.
1
2
Figura 29 – Caixa D'água da praça Piratinino
de Almeida
42
questionários. Desta forma, objetivou-se cruzar os dados dos diferentes métodos,
garantindo maior respaldo nas análises realizadas.
3.3.1 LEVANTAMENTO DE ARQUIVO
Esta etapa caracterizou-se pela busca de materiais e informações necessárias às atividades
desenvolvidas, tais como, a procura de plantas dos objetos de estudo, mapas da cidade de
Pelotas e imagens aéreas junto à prefeitura. Além disso, foi pesquisado o histórico das
praças da cidade em trabalhos acadêmicos e pesquisas já realizadas nos cursos de
arquitetura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Católica de Pelotas
(UCPel). Adicionalmente, essa etapa serviu à sistematização de mapas e de informações
em ambiente computacional, necessários ao desenvolvimento da pesquisa.
As informações obtidas desse tipo de levantamento são relevantes para determinar o ponto
de partida da avaliação do ambiente e do próprio levantamento de campo. Quanto mais
informações adquiridas sobre o projeto original, como por exemplo, o histórico e as plantas
originais, mais subsídios ter-se-á para iniciar o levantamento de campo (REIS E LAY, 1995).
3.3.2 LEVANTAMENTO DE CAMPO
O levantamento físico da área, diferentemente do levantamento de arquivo, é um método
utilizado para levantamento de campo, ou seja, consiste na coleta de dados in loco. Além
deste, existem outros métodos dos quais se destacam as observações, entrevistas e
questionários (REIS E LAY, 1995). É relevante salientar que o método pressupõe um
processo, uma intenção, enquanto a técnica diz respeito a materialização ou
operacionalização da intenção. Por exemplo, observações podem ser registradas através de
fotografias, câmeras de vídeo, mapas comportamentais, e outras técnicas (REIS E LAY,
1995).
Nesta pesquisa, a etapa do levantamento físico da área consistiu na marcação em planta
baixa dos elementos presentes na praça, relevantes para o desenvolvimento da pesquisa,
como por exemplo, postes de iluminação, bancos, lixeiras, canteiros, caminhos,
monumentos e outros, bem como suas dimensões e observações julgadas importante pela
pesquisadora, a fim de produzir plantas atualizadas da área.
Os registros em planta baixa foram digitalizados, criando uma planta base, através do
Autocad 2006. Posteriormente, essas plantas foram impressas e utilizadas como base, na
execução dos mapas comportamentais.
43
3.3.3 OBSERVAÇÕES COMPORTAMENTAIS
Observar comportamento significa ver, sistematicamente, pessoas (indivíduos isolados, em
pares, pequenos grupos ou grandes grupos) usarem os ambientes construídos. A
observação direta de comportamento é um método comumente usado para avaliação de
desempenho ambiental, gerando dados sobre atividades realizadas (como e o quê as
pessoas fazem); regularidades de comportamento (freqüências de uso) e as oportunidades e
restrições de uso proporcionadas pelo ambiente. Enfim, essas observações permitem inferir
até onde e como o espaço construído apóia ou interfere na ocorrência dos comportamentos e
atividades dos usuários, bem como os efeitos colaterais que o ambiente pode provocar nas
relações entre indivíduos, grupos de indivíduos ou entre indivíduos e o ambiente, as quais
vêm a afetar o nível de manutenção nos espaços (REIS E LAY, 1995).
Portanto, a relevância deste método é que ele se mostra eficaz na obtenção de informações
importantes sobre o ambiente (p.ex. DREUX, BECKER, AMBROSINI, REIS E LAY, 2004;
MEIRA, REIS E LAY, 2002; BASSO, 2001; DUVAL, 1997), além de ter a possibilidade de
gerar dados numéricos para serem analisados quantitativamente quando o comportamento
é registrado de maneira sistemática. No caso das observações de comportamento, fica
evidente a necessidade de utilização de outro método conjuntamente, como por exemplo, os
questionários ou entrevistas, devido a dificuldade em responder o porquê de algo acontecer,
e a fim de evitar a inferência casual de alguma relação existente no ambiente (REIS E LAY,
1995).
3.3.3.1 MAPAS COMPORTAMENTAIS
O mapa comportamental é uma técnica de registro de observações desenvolvida por
Proshansky, Ittelson e Rivlin (1970, apud REIS E LAY, 1995) que consiste no registro, em
planta baixa, dos comportamentos no local onde acontecem, segundo categorias pré-
estabelecidas. Uma das vantagens da utilização da técnica de mapas comportamentais é
que a leitura destes pode dar ao investigador uma melhor compreensão do uso e
funcionamento do ambiente construído do que a leitura de tabelas estatísticas (REIS E LAY,
1995). No entanto, de forma a promover dados quantificáveis, é necessário observações
sistemáticas, com informações do tipo: indicação dos principais elementos espaciais, o
trajeto a ser percorrido pelo pesquisador, indicações temporais, como por exemplo, dias,
horários, estações do ano, clima, entre outros, bem como indicações de comportamento,
segundo categorias dos usuários e atividades praticadas na área. Além destas, outras
informações podem ser adotadas como critério, de acordo com os objetivos do estudo a ser
realizado (REIS E LAY, 1995).
44
Nesta pesquisa, para a realização dos mapas comportamentais, primeiramente foram
realizadas observações preliminares da área para melhor conhecer as características
peculiares à mesma. Com base nestas informações, foi definida a freqüência e os horários
para marcação destes registros, conforme a maior intensidade de uso das praças: Parque
D. Antônio Zattera (11:00h) e 15:00h, Praça José Bonifácio (11:30h) e 15:30h e Praça
Piratinino de Almeida (12:00h) e 16:00h. Além disso, foram definidas as atividades mais
marcantes realizadas pelos usuários, que interessam ao estudo.
Logo, foram definidas as seguintes categorias, elencadas a seguir e determinadas a fim de
atender aos objetivos propostos pela presente investigação. Em relação à faixa etária, foram
registradas: (1) crianças (0-13); (2) adolescentes (14-18); (3) adultos (18-65) e (4) idosos
(acima de 65). Quanto ao comportamento foram definidas as seguintes categorias: (1)
pessoas sentadas; (2) pessoas em pé e (3) pessoas em movimento. Outro aspecto
observado foi se a pessoa está (1) interagindo socialmente ou (2) se a pessoa não está
interagindo socialmente. O percurso para realização deste mapeamento comportamental
dos usuários das praças foi definido em função da possibilidade de visualização, pela
pesquisadora, do ambiente da praça, a fim de registrar os usuários e suas atividades.
Através do estudo piloto, testou-se a aplicação destes critérios para a execução do mapa
comportamental e a utilização de dois horários diários durante uma semana incluindo
sábado e domingo, um no turno da manhã e outro no da tarde, para cada uma das praças.
Constatou-se a validade dos horários definidos em função da intensidade de uso das
praças, assim como das categorias de usuários definidos. Dessa forma, portanto, os mapas
realizados no estudo piloto foram utilizados como dados da pesquisa propriamente dita.
É importante destacar que se registrou no mapa comportamental todas as pessoas que
estavam nas praças no momento da marcação. Porém, observou-se que em função destas
praças estarem localizadas no centro da cidade, onde existe grande deslocamento de
pessoas, muitas destas, estavam utilizando o local somente como passagem e/ou atalho
para cumprir seu destino. Portanto, devido à dificuldade em distinguir se a pessoa está no
local por necessidade ou por preferir o trajeto em relação a outro, pela possibilidade deste
ser mais agradável, decidiu-se considerar, para fins de registro nos mapas comportamentais
que, todas as pessoas presentes no ambiente no momento da marcação, são definidas
como usuários das praças e logo, registradas no mapa comportamental.
45
3.3.4 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
Estudos indicam que a fotografia pode ser utilizada como uma técnica para complementar
outros métodos, tais como questionários e entrevistas (REIS E LAY, 1995; SANOFF, 1991;
STAMPS, 2000; PORTELLA, 2003). Nesta pesquisa, portanto esta técnica é utilizada de
forma a representar o ambiente urbano das praças, constituindo estímulos visuais
apresentados aos indivíduos para avaliação estética. Uma vez que Stamps (1990, 1992,
1993, 2000) comprova a utilização da fotografia como forma de estimulo visual à avaliação
da satisfação do usuário, produzindo efeitos confiáveis. Isso é constatado, por este autor,
através da correlação encontrada entre as respostas avaliativas dos indivíduos através da
aplicação desta técnica e as obtidas através do ambiente real (STAMPS, 2000).
Cabe destacar ainda que, segundo Stamps (2000), fotografias coloridas produzem
resultados melhores que as representadas em preto e branco, possivelmente por produzir
um efeito mais próximo do real. Portanto o levantamento fotográfico do ambiente nesta
pesquisa é realizado a cores e com câmera digital, o que facilita a captura das imagens e a
posterior montagem das fotografias, a fim de formar as vistas e as fachadas a serem
avaliadas pelos usuários através do questionário.
A seguir, é descrito como foi realizado o levantamento fotográfico tanto das fachadas como
dos espaços abertos. O levantamento fotográfico dos espaços abertos foi realizado através
de vistas internas das praças, definidas através de critérios a fim de atender aos objetivos
propostos.
3.3.4.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DAS FACHADAS DAS EDIFICAÇÕES
O levantamento fotográfico das edificações é realizado no sábado pela tarde e no domingo,
por serem dias de pouco movimento de pessoas e veículos no centro da cidade. Define-se
esse critério, pois um número significativo de veículos e pessoas nas ruas pode encobrir
características físicas do ambiente. Esse levantamento tem por finalidade subsidiar a
montagem das fachadas que delimitam as praças, as quais serão posteriormente avaliadas
através do questionário.
O levantamento fotográfico das fachadas é realizado capturando imagens frontais das
fachadas das edificações que delimitam cada uma das praças. Estudos realizados
constatam a confiabilidade desse tipo de representação do ambiente para fins de avaliação
de suas qualidades visuais (STAMPS, 2000; PORTELLA, 2003).
46
A montagem das fachadas é produzida através da sobreposição das fotografias realizadas
no levantamento fotográfico no programa Corel Photo-paint 11, formando uma imagem
única. São excluídos por meio de recursos computacionais a maioria dos veículos, árvores,
postes e fios de luz os quais possam interferir na avaliação da qualidade visual da fachada.
Esse critério é definido de forma a isolar as variáveis investigadas, garantindo que as
avaliações estejam relacionadas aos atributos formais das construções. Essa técnica já foi
utilizada em vários estudos desta natureza (STAMPS, 2000; PORTELLA, 2003).
A seguir a figura 30, indica a posição do pesquisador e os campos visuais obtidos, quando
capturadas as imagens frontais.
Figura 30 - Modo de captura das fotografias das fachadas
Fonte: PORTELLA, 2003, adaptado de STAMPS, 2000, p. 110
Neste estudo, todas as fachadas que delimitam as praças fazem parte do estudo de forma a
obter uma avaliação geral, mais próxima da realidade possível. Com o auxílio visual da
montagem das fotografias, o respondente atribui o nível de satisfação com a estética das
fachadas, levando em conta todas aquelas que estão no ambiente, bem como especifica os
aspectos que interferem em tal nível de satisfação. As fachadas são identificadas com
números e letras, sendo que os números correspondem à quadra e as letras a cada uma
das edificações, conforme (Figuras 31, 32 e 33).
47
Figura 31 - Montagem das fachadas que delimitam o parque Dom Antônio Zattera
48
Figura 32 – Montagem das fachadas que delimitam a Praça José Bonifácio
49
3.3.4.2 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO ESPAÇO ABERTO – VISTAS INTERNAS
O levantamento fotográfico do espaço aberto através de vistas internas foi realizado,
primeiramente, no estudo piloto, a fim de testar a metodologia. O critério para a seleção
dessas vistas, no estudo piloto, foi de que fosse aquela onde estivesse, de acordo com os
mapas comportamentais, a maior quantidade de pessoas sentadas e interagindo
socialmente. Portanto, a partir destes locais pré-determinados, foram capturadas fotografias
seqüenciais formando um ângulo de 180°, considerando este o ângulo de visão da pessoa
sentada.
Figura 33 – Montagem das fachadas que delimitam a Praça Piratinino de Almeida
50
Em estudo realizado anteriormente por Sanoff (1991) com a intenção de recriar a
experiência visual do pedestre, foram utilizadas três fotografias, uma ao lado da outra,
formando uma vista (SANOFF, 1991). Já no presente estudo, entende-se estar simulando a
experiência visual da pessoa que está sentada e interagindo socialmente. Portanto,
entende-se que o ângulo de visão de 180° seria mais adequado para simular a experiência
visual do usuário da praça do que o experimentado no estudo de Sanoff (1991), e, assim,
foram utilizadas cinco fotografias para simular estas vistas internas (Figura 34).
Essas representações fotográficas do espaço aberto foram apresentadas no estudo piloto,
juntamente com o questionário para 30 respondentes que conhecessem as três praças,
assim, cada respondente avaliava todas praças (desde que conhecesse as mesmas) e as
vistas constituíam estímulos visuais a fim de promover a avaliação do nível de satisfação
com a estética do espaço aberto, bem como dos aspectos que colaboram para tal satisfação
estética. Com esta etapa, concluiu-se que existe a viabilidade de aplicar tal metodologia
para a análise da qualidade estética do espaço aberto das praças. Após, finalizado o estudo
piloto elaborou-se um novo levantamento fotográfico com novos critérios para seleção
dessas vistas internas a serem avaliadas pelos respondentes a fim de atender aos objetivos
de avaliação da estética no nível do espaço aberto das praças.
3.3.4.2.1 CRITÉRIO PARA SELEÇÃO DAS VISTAS – AVALIAÇÃO DO ESPAÇO ABERTO
As vistas internas das praças selecionadas para avaliação do espaço aberto foram
determinadas em função de atender ao objetivo de identificar o nível de satisfação do
indivíduo com a estética do espaço aberto. Dessa forma foram selecionadas vistas que
contemplem as seguintes variáveis associadas à qualidade estética dos espaços abertos
das praças, identificada na revisão da literatura: (1) presença de vegetação, (2) presença de
monumentos, (3) manutenção e limpeza do ambiente, enquanto outra vista não deve
satisfazer, ou satisfazer menos a estes aspectos. Além disso, um outro aspecto relevante é
a necessidade de que sejam usadas pelas pessoas, a fim de testar se os locais mais
agradáveis tanto em termos da estética das edificações quanto do espaço aberto são
também os mais utilizados pelos usuários.
Figura 34 – Vista interna da praça José Bonifácio (testada no estudo piloto)
51
Em função dos critérios expostos acima, foram selecionadas duas vistas de cada praça em
função da maior quantidade de pessoas sentadas, ou seja, os locais mais utilizados. Além
disso, outro aspecto determinante na escolha da vista foi a existência, não necessariamente
de todos, mas de algumas variáveis, definidas através da revisão da literatura, que
influenciem no nível de satisfação do usuário com a estética do espaço aberto.
3.3.5 QUESTIONÁRIO
A aplicação de questionários é um procedimento utilizado para descobrir regularidades entre
grupos de pessoas, através da comparação das respostas dadas a um mesmo conjunto de
perguntas, as quais são apresentadas a um número representativo e significativo de
respondentes. As questões têm o intuito de medir de forma comparável e quantificável,
através da utilização de testes estatísticos, as reações comportamentais e emocionais,
revelando atitudes e níveis de satisfação dos usuários em relação a diversos aspectos do
ambiente construído (REIS E LAY, 1995). Devido a essas características, justifica-se,
portanto, a aplicação de tal método neste estudo. A fim de mensurar o nível de satisfação
estética dos indivíduos em relação às características físico-espaciais do ambiente, nesta
dissertação é utilizada uma escala de cinco pontos, já testada em vários estudos (NASAR,
1998; STAMPS, 2000) e constituída pelos seguintes níveis: muito bonito, bonito, nem bonito
nem feio, feio e muito feio.
A aplicação do questionário é dividida em duas etapas a fim de facilitar a aplicação do
método e conseguir a maior quantidade de informações possíveis. Um tipo de questionário é
aplicado a usuários das praças no próprio ambiente, contendo questões relativas à relação
entre estética e uso do ambiente, não ocupando muito tempo dos respondentes. Outro tipo
de questionários mais detalhado, é aplicado fora do ambiente, abordando questões mais
aprofundadas, também relativas à estética das praças e o uso do ambiente. Adicionalmente
a aplicação dos questionários na praça e fora dela possibilita a confirmação dos resultados
obtidos em um dos métodos.
3.3.5.1 A AMOSTRA
No total, a amostra dos dois questionários é caracterizada por 180 respondentes,
independente da faixa etária, tendo como pré-requisito que estes freqüentem as praças, ou
seja, antes da aplicação do questionário é perguntado ao respondente se ele é usuário da
mesma, caso a resposta seja afirmativa o questionário é aplicado, caso seja negativa, é
procurado outro respondente. Desses 180 usuários, 90 devem estar no ambiente das praças
52
avaliadas (sendo 30 de cada praça) e 90 serem moradores e/ou trabalhadores do entorno
das praças (sendo 30 de cada praça).
O número de respondentes de cada praça é 30, para que possam ser realizados testes
estatísticos confiáveis. Já para a seleção dos indivíduos, são consideradas amostras
probabilísticas de modo que todos os usuários têm chance de participar da investigação
(REIS E LAY, 1995).
Embora a amostra de respondentes de cada praça não seja definida em função da faixa
etária, o total de usuários é dividido em categorias com base nas faixas etárias definidas por
Thiel (1997), e são realizadas adaptações, tornando-as mais abrangentes, a fim de verificar
similaridades e divergências nas avaliações estéticas das praças entre os grupos. Assim, as
faixas etárias são agrupadas formando três categorias, as quais fazem parte do estudo: (1)
adolescentes (13-18 incompletos), (2) adultos (18-65) e (3) idosos (acima de 65).
3.3.5.2 QUESTIONÁRIO APLICADO NAS PRAÇAS
O questionário aplicado diretamente pela pesquisadora nas praças (Anexo A) é estruturado
com dez questões fechadas de múltipla escolha. Primeiramente, é identificada a freqüência
de utilização, o tempo de permanência nas praças, bem como o nível de satisfação geral do
usuário com a estética da praça. Além disso, é analisado o nível de satisfação com a
estética: das fachadas das edificações adjacentes às praças e do próprio espaço aberto,
assim como os principais aspectos que justificam esse nível de satisfação com a estética.
Por último, procura-se saber se o nível de satisfação com a estética da praça é um dos
motivos que justificam a pessoa estar no ambiente. As demais perguntas dizem respeito a
características pessoais dos respondentes como faixa etária, sexo e endereço.
O critério adotado na distribuição dos questionários é de que sejam aplicados nos locais
onde existe maior número de pessoas no horário da aplicação, independente da atividade
Tabela 1 – Definição das faixas etárias abordadas no estudo
Faixas Etárias definidas por Thiel
(1997)
Faixas etárias definidas para o
estudo
Categoria Descrição Categoria Descrição
Bebê De 0 a 5 - -
Criança
De 5 a 13
incompletos
- -
Adolescente
De 13 a 18
incompletos
Adolescente
De 13 a 18
incompletos
Adultos Joven
De 18 a 30
incompletos
Adulto
De 30 a 65
incompletos
Adulto
De 18 a 65
incompletos
Idoso Acima de 65 Idoso Acima de 65
53
que estejam desenvolvendo e da faixa etária do respondente. Quanto aos turnos de
aplicação dos questionários, são aplicados tanto no turno da manhã (15 questionários por
praça) como no da tarde (15 questionários por praça), nos mesmos horários de realização
dos mapas comportamentais, Parque D. Antônio Zattera 11:00h e 15:00h, Praça José
Bonifácio 11:30h e 15:30h e Praça Piratinino de Almeida 12:00h e 16:00h, horários de maior
intensidade de uso dessas praças, conforme observado nos mapas comportamentais,
realizados anteriormente no estudo piloto.
3.3.5.3 QUESTIONÁRIO APLICADO FORA DAS PRAÇAS
O questionário de fora das praças também é aplicado diretamente pela pesquisadora,
(Anexo B) para os usuários que residem e/ou trabalham no entorno das praças é
estruturado com vinte questões. Sendo nove perguntas fechadas de múltipla escolha e onze
abertas. Primeiramente, é identificada a freqüência de utilização, o tempo de permanência
nas praças, bem como os principais motivos que justificam seu uso, dentre os quais está a
estética com as fachadas e com o espaço aberto, através da avaliação das vistas. Além
disso, são investigadas as principais atividades que a pessoa realiza na praça e o nível de
satisfação com a estética em geral da praça. Por último, é questionado sobre o nível de
satisfação com: as fachadas das edificações adjacentes às praças e com os espaços
abertos das praças, bem como os principais aspectos que justificam esses níveis de
satisfação com a estética.
Figura 35 – Vista 1 do espaço aberto do Parque Dom Antônio Zattera
Figura 36 - Vista 2 do espaço aberto do Parque Dom Antônio Zattera
Figura 37 - Vista 1 do espaço aberto da Praça José Bonifácio
54
Figura 38 - Vista 2 do espaço aberto da Praça José Bonifácio
Figura 39 - Vista 1 do espaço aberto da Praça Piratinino de Almeida
Figura 40 - Vista 2 do espaço aberto da Praça Piratinino de Almeida
A investigação a respeito das principais atividades que a pessoa costuma realizar no
ambiente e sobre os motivos que justificam o nível de satisfação do usuário com a estética
das fachadas e do espaço aberto são realizadas com perguntas abertas. Isso possibilita o
surgimento de novas variáveis além daquelas identificadas na revisão da literatura (capítulo
2), as quais são incluídas na investigação quando mencionadas por mais de 10% dos
respondentes de cada praça (3 vezes ou mais).
Nesse questionário, como os respondentes não estão nas praças, as variáveis são testadas
através de representações do ambiente. Assim, as fachadas (Figuras 31, 32 e 33) que
delimitam as praças e as vistas que simulam o espaço aberto (Figuras 35 a 40), foram
impressas em alta resolução a cores, formando um kit, apresentado ao respondente
juntamente com o questionário. A utilização de fotografias para avaliação das fachadas e do
espaço aberto justifica-se pelo fato de facilitar a aplicação do questionário uma vez que o
respondente não precisa estar presente no ambiente da praça, inclusive já tendo se
mostrado como um instrumento adequado para representação e avaliação
do espaço
construído em estudos anteriormente realizados (p.ex. AZEVEDO, 2000; PORTELLA, 2003).
55
3.4 MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS
Uma vez que os métodos utilizados para interpretar e as técnicas para processar os dados
coletados dependem da natureza dessas informações e dos objetivos a serem alcançados
(REIS E LAY, 2005; LEEDY, apud REIS E LAY, 2005), foi necessário para o
desenvolvimento desta pesquisa analisar os dados tanto qualitativamente quanto
quantitativamente.
A análise qualitativa baseou-se nas interpretações e julgamentos realizados conforme as
observações dos mapas comportamentais (PROSHANSKY, ITTELSON E RIVLIN apud
REIS E LAY, 1995). Assim os dados obtidos nesses mapas foram quantificados, sendo a
análise complementada através das freqüências de tipos de comportamento e da
localização dos usuários. Por sua vez, a análise quantitativa utilizou testes estatísticos não-
paramétricos, com informações numéricas tabuladas numa planilha (linhas com informações
do respondente e colunas com informações das variáveis) do programa estatístico SPSS/PC
(Statistical Package for Social Sciences). A utilização de testes estatísticos não-
paramétricos baseou-se principalmente na sua aplicabilidade para pequenas amostras
(SIEGEL, 1975).
Os principais testes estatísticos não-paramétricos utilizados foram: freqüências
(percentagens), teste Kruskal-Wallis e testes inferenciais de correlação Spearman (indica a
força e a direção da correlação entre as variáveis). Para os testes de correlação foram
considerados os seguintes intervalos: correlação fraca (0 < coef. 0,3), correlação média
(0,3 < coef. 0,5), correlação forte (0,5 < coef. 0,7), correlação muito forte (0,7 < coef.
0,9), correlação excepcional (0,9 < coef. 1) (adaptados da categorização proposta por
Rowntree, 1981, adud REIS E LAY, 2005, p.29). Quanto à analise dos dados obtidos
através dos testes estatísticos, foram elaboradas tabelas de modo a apresentar todos os
resultados considerados pertinentes a esta investigação.
3.5 TRABALHO DE CAMPO
O trabalho de campo foi realizado na cidade de Pelotas, sendo a primeira etapa relativa às
observações, registro das variáveis associadas aos aspectos físico-espaciais,
levantamentos físicos e fotográficos, medições das praças e realização dos mapas
comportamentais, bem como a realização do estudo piloto (dos questionários), foi
desenvolvido em Março de 2006. A segunda etapa, referente a aplicação dos questionários
foi realizada em Abril e Maio de 2007.
56
É relevante mencionar que as atividades desenvolvidas, tanto a etapa1, como a etapa 2
foram realizadas unicamente pela pesquisadora, garantindo a operacionalização eficaz do
método. No entanto, a principal dificuldade encontrada foi em relação ao levantamento
fotográfico e montagem das representações, principalmente das fachadas do entorno das
praças, pois foram tarefas que consumiram bastante tempo. Uma vez que era necessário
realizar o levantamento fotográfico nos dois turnos (manhã e tarde) em função da direção do
sol, já que as fachadas deveriam estar iluminadas por ele e posteriormente ainda realizar a
montagem propriamente dita das fotografias.
Considerando a aplicação dos questionários, tanto aqueles aplicados no ambiente como
fora do ambiente a pesquisadora acompanhou o preenchimento dos mesmos pelos
respondentes de forma a garantir a devolução dos mesmos e o preenchimento correto.
Quanto ao questionário aplicado nas praças a maioria dos usuários colaborou com a
pesquisa, respondendo de boa vontade, já os usuários que não estavam nas praças foram
menos receptivos, em função de muitos que trabalham no entorno não desejarem ser
interrompidos e outros que residem não estarem em casa. No entanto, essas questões não
impossibilitaram que todos os questionários fossem completados satisfatoriamente.
3.6 SUMÁRIO
Primeiramente é verificado que a cidade de Pelotas é um município adequado para a
análise a ser feita nesse estudo, pelo fato de possuir praças adequadas para a pesquisa,
com características físico-espaciais que, conforme a literatura são importantes na avaliação
do nível de satisfação dos usuários com a estética. Observações preliminares permitiram
constatar que os objetos de estudo deveriam ser selecionados principalmente em função da
variável valor histórico. Portanto, em função dessa característica as praças foram
selecionadas, por estarem localizadas na parte mais antiga da cidade, agregando assim um
valor histórico e cultural aos prédios existentes no entorno. Adicionalmente outra
necessidade para a definição dos objetos de estudo foi de que as praças deveriam
apresentar características similares em termos de uso e, portanto, próprias para analisar a
relação entre a estética e o uso desses locais.
Os dados relativos aos objetos de estudo foram coletados com a utilização de mapas
comportamentais, levantamentos físicos, de arquivo, fotográfico e questionários, que se
mostraram eficientes na investigação tanto dos níveis de satisfação com a estética como em
relação ao uso. As perguntas do questionário são compreendidas de forma satisfatória pela
57
grande maioria das respondentes e as reproduções das fachadas e vistas demonstram que
essa técnica é eficiente na elaboração de estímulos visuais.
Quanto aos métodos de análise dos dados, esses atendem plenamente aos objetivos
pretendidos, sendo eficazes à sistematização e a comparação entre a influência das
características físico-espaciais com o nível de satisfação estética, bem como em relação à
estética e o uso das praças.
Dessa forma, tendo sido os métodos explicitados, o próximo capítulo apresenta os dados
analisados e os resultados obtidos nessa dissertação.
58
CAPÍTULO 4: RESULTADOS
4.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, são apresentados os resultados referentes á análise dos dados.
Primeiramente, é apresentada uma avaliação estética geral das praças, assim como em
relação aos níveis, anteriormente descritos na revisão da literatura: (1) fachadas que
delimitam esses espaços e (2) espaços abertos. Por fim, a estética das praças é examinada
em relação ao uso das mesmas.
4.2 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO À ESTÉTICA DAS PRAÇAS
Neste item, é apresentada a avaliação dos usuários em relação à estética das praças,
conforme os dados provenientes tanto do questionário aplicado nas próprias praças, como
daquele aplicado no entorno, segundo a metodologia explicitada no capítulo 3. Para tanto,
primeiramente, é relevante destacar que a categoria de respondentes satisfeitos apresentada,
ao longo deste capítulo, inclui aqueles usuários que consideram os ambientes avaliados tanto
como "bonitos" quanto como "muito bonitos", assim como a categoria indiferente diz respeito
àqueles usuários que consideram os ambientes "nem bonitos nem feios" e a categoria
“insatisfeitos”, inclui aqueles que consideram os mesmos "feios" ou "muito feios".
4.2.1 NÍVEL DE SATISFAÇÃO GERAL DOS USUÁRIOS COM A ESTÉTICA DAS
PRAÇAS
Embora 54,44% (98 de 180) do total da amostra de usuários das praças avaliadas em
Pelotas estejam satisfeitos com a estética das praças, existe um porcentual expressivo de
45,56% (82 de 180) que não tem esta opinião (Tabela 2). Esses dados, portanto, revelam
que as praças não atendem as necessidades estéticas dos usuários como deveriam. Uma
vez que o ideal seria que praticamente a totalidade dos usuários estivessem satisfeitos com
a estética das praças.
59
Tabela 2 – Avaliação estética geral das praças
Questionários aplicados dentro e fora do ambiente das praças
Níveis de satisfação
com a estética das
praças
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça Piratinino de
Almeida
Total de
respondentes
muito bonita 8 (13,3%) 7 (11,7%) 13 (21,7%)
bonita 24 (40,0%) 29 (48,3%) 17 (28,3%)
98 (54,44%)
nem bonita nem feia 19 (31,7%) 16 (26,7%) 24 (40,0%) 59 (32,77%)
feia 6 (10%) 7 (11,7%) 2 (3,3%)
muito feia 3 (5%) 1 (1,3%) 4 (6,7%)
23 (12,77%)
total de respondentes 60 (100%) 60 (100%) 60 (100%) 180 (100%)
média* 87,81 92,29 91,40 -
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por praça; *Média dos valores ordinais:
produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis, quanto maior esse valor, maior o nível de satisfação estética dos usuários com
a praça.
Analisando a opinião do total de respondentes, não é encontrada diferença estatisticamente
significativa entre os usuários de cada uma das três praças com as mesmas quanto ao nível
de satisfação com a estética. Entretanto os valores ordinais médios produzidos pelo teste
Kruskal-Wallis (Tabela 2) indicam que os usuários da praça José Bonifácio são os mais
satisfeitos. A seguir por aqueles da praça Piratinino de Almeida e, por último, pelos do
parque Dom Antônio Zattera.
Considerando tanto os respondentes que se encontram dentro como fora do ambiente das
três praças, percebe-se, em ambos os casos, que embora a maioria, 54,4% (49 de 90)
esteja satisfeita com a estética das praças, existe uma parcela expressiva, de 45,5% (41 de
90) que não tem a mesma opinião (Tabela 3). Não sendo encontrada, em nenhum dos
casos, diferença estatisticamente significativa entre os usuários de cada uma das três
praças quanto ao nível de satisfação geral com a estética de cada uma das praças.
Tabela 3 – Avaliação estética das praças (questionário aplicado nas praças e fora delas)
Questionário aplicado na praça Questionário aplicado fora da praça
Níveis de
satisfação com
a estética das
praças
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Praça
José
Bonifácio
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Praça
José
Bonifácio
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
muito bonita
2 (6,6%) 3 (10%) 7 (23,3%) 6 (20%) 4 (13,3%) 6 (20%)
bonita
12 (40%)
17
(56,6%)
8 (26,6%)
49
(54,4%)
12 (40%) 12 (40%) 9 (30%)
49
(54,4%)
nem bonita nem
feia
14
(46,6%)
9 (30%)
13
(43,3%)
36
(40%)
5 (16,6%) 7 (23,3%)
11
(36,6%)
23
(25,5%)
feia
1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 5 (16,6%) 6 (20%) 2 (6,6%)
muito feia
1 (3,3%) 0 2 (6,6%)
5
(5,55%)
2 (6,6%) 1 (3,3%) 2 (6,6%)
18 (20%)
total de
respondentes
30
(100%)
30 (100%) 30 (100%)
90
(100%)
30
(100%)
30 (100%) 30 (100%)
90
(100%)
média*
40,82 49,65 46,03 - 46,90 43,70 45,90 -
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por praça; *Média dos valores ordinais:
produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis, quanto maior esse valor, maior o nível de satisfação estética dos usuários com
a praça.
60
Comparando-se os questionários aplicados nas praças e fora delas, é possível observar,
através das freqüências de respostas, que as maiores diferenças entre as avaliações dos
respondentes estão entre aqueles insatisfeitos. Pois, enquanto no questionário aplicado fora
da praça 20% (18 de 90) estão insatisfeitos, no questionário aplicado nas praças somente
5,55% (5 de 90) estão insatisfeitos (Tabela 3). Uma possível explicação para essa situação
é que os usuários que estavam nas praças têm uma avaliação mais positiva, segundo as
médias dos valores ordinais produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis (Tabela 3), em
função de utilizarem mais as praças que os outros usuários que estavam fora das praças.
Analisando a opinião do total de usuários das três praças, em diferentes faixas etárias,
quanto à estética das mesmas, observa-se através dos porcentuais que os resultados não
indicam grande divergência na avaliação estética de praças, realizada por usuários em
distintas faixas etárias (Tabela 4). Sendo que, embora a maioria dos usuários de todos os
grupos (adolescentes, adultos e idosos) esteja satisfeita, existe uma parcela expressiva em
cada grupo com opinião diferente. Esses dados indicam, portanto, que a estética das praças
em Pelotas, em geral não está agradando aos usuários, independente da faixa etária em
que se encontram. Observa-se, que em todas as faixas etárias os porcentuais dos usuários
que não estão satisfeitos foram altos, comparados aos satisfeitos (Tabela 4).
Tabela 4 – Avaliação estética em relação as diferentes faixas etárias
Questionários aplicados dentro e fora do ambiente das praças
Níveis de satisfação
com a estética das
praças
Adolescentes
Total por
grupo
Adultos
Total por
grupo
Idosos
Total por
grupo
muito bonita
1 (4,5%) 21 (16,4%)
6 (20,0%)
bonita
12 (54,5%)
13 (59,1%)
46 (35,9%)
67 (52,3%)
12 (40,0%)
18 (60%)
nem bonita nem feia
9 (40,9%) 9 (40,9%) 43 (33,6%) 43 (33,6%) 7 (23,3%) 7 (23,3%)
feia
0 11 (8,6%) 4 (13,3%)
muito feia
0
0
7 (5,5%)
18 (14%)
1 (3,3%)
5 (16,6%)
total de respondentes
22 (100%) 22 (100%) 128 (100%)
128 (100%)
30 (100%) 30 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário.
Analisando-se individualmente cada grupo etário, conclui-se que embora os adolescentes
estejam mais satisfeitos quanto à estética da praça José Bonifácio, nenhuma das três
praças atende às necessidades estéticas deste grupo (Tabela 5). Isso porque, embora na
praça José Bonifácio 69,23% (9 de 13) estejam satisfeitos, existe uma parcela expressiva de
usuários 30,77% (4 de 13) que não tem a mesma opinião. No parque Dom Antônio Zattera a
maioria 57,14% (4 de 7) está insatisfeita e apenas 42,85% (3 de 7) são usuários satisfeitos.
E por último, na praça Piratinino de Almeida, não vale considerar a opinião deste grupo, uma
vez que existe somente um respondente desta faixa etária (Tabela 5).
Quanto ao grupo dos adultos, a praça mais satisfatória é também a José Bonifácio (Tabela
5), entretanto tanto nesta praça como no parque Dom Antônio Zattera, embora a maioria dos
61
usuários esteja satisfeita, com porcentagens respectivas de 57,1% (20 de 35) e 55,3% (26
de 47) existe uma quantidade expressiva de usuários nestes locais que não tem a mesma
opinião, sendo 42,8% (15 de 35) na praça José Bonifácio e 44,7% (21 de 47) no parque
Dom Antônio Zattera. Já na praça Piratinino de Almeida a maioria dos respondentes adultos,
54,3% (25 de 46), estão insatisfeitos com a estética, entretanto a porcentagem de usuários
satisfeitos 45,6% (21 de 46) é também bastante expressiva (Tabela 5).
Por fim, o grupo dos idosos está mais satisfeito com a praça Piratinino de Almeida, uma vez
que 66,6% (8 de 12) estão satisfeitos e somente 33,3% (4 de 12) não tem essa opinião
(Tabela 5). Após, está a praça José Bonifácio, apesar de que nesta praça, embora a maioria
58,3% (7 de 12) esteja satisfeita, uma parcela expressiva de usuários, 41,7% (5 de 12) que
não tem a mesma opinião. Já no parque Dom Antônio Zattera o porcentual dos usuários
satisfeitos, 50% (3 de 6) e não satisfeitos, 50% (3 de 6) é o mesmo (Tabela 5).
Tabela 5 – Avaliação estética das praças por grupo de usuários (questionário aplicado nas
praças e fora delas)
Grupo
de
usuários
Níveis de
satisfação
com a estética
das praças
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Total
Praça
José
Bonifácio
Total
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
Total
por
grupo
Muito bonita 0 0 1 (100%)
Bonita 3 (42,8%)
3 (42,8%)
9 (69,23%)
9
(69,23%)
0
1 (100%)
Nem bonita,
nem feia
4 (57,1%) 4 (57,1%) 4 (30,7%) 4 (30,7%) 0 0
Feia 0 0 0
Muito feia 0
0
0
0
0
0
Adolescentes
Total de
respondentes
7 7 13 13 1 1
21
Muito bonita 6 (12,7%) 5 (14,2%) 10 (21,7%)
Bonita
20
(42,5%)
26 (55,3%)
15 (42,8%)
20
(57,1%)
11 (23,9%)
21 (45,6%)
Nem bonita,
nem feia
14
(29,7%)
14 (29,7%) 10 (28,5%)
10
(28,5%)
19 (41,3%) 19 (41,3%)
Feia 5 (10,6%) 4 (11,4%) 2 (4,3%)
Muito feia 2 (4,2%)
7 (14,9%)
1 (2,8%)
5 (14,3%)
4 (8,7%)
6 (13%)
Adultos
Total de
respondentes
47 47 35 35 46 46
128
Muito bonita 2 (33,3%) 2 (16,6%) 2 (16,6%)
Bonita 1 (16,6%)
3 (50%)
5 (41,6%)
7 (58,3%)
6 (50%)
8 (66,6%)
Nem bonita,
nem feia
1 (16,6%) 1 (16,6%) 2 (16,6%) 2 (16,6%) 4 (33,3%) 4 (33,3%)
Feia 1 (16,6%) 3 (25%) 0
Muito feia 1 (16,6%)
2 (33,3%)
0
3 (25%)
0
0
Idosos
Total de
respondentes
6 6 12 12 12 12
30
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por praça.
É relevante salientar que a pouca representação de respondentes de um determinado grupo
de usuários reflete o pouco uso da praça pela respectiva faixa etária. Contudo, os dados
revelam que embora os adultos sejam claramente os usuários majoritários, existe um uso
bastante equilibrado das três praças por parte de alguns idosos (Tabela 7) e um uso
62
privilegiado pelos adolescentes no parque Dom Antônio Zattera e, principalmente, da praça
José Bonifácio (Tabela 6). Assim, o fato das avaliações terem sido realizadas com pessoas
nas praças e fora destas possibilitou uma participação dos diferentes grupos etários.
Tabela 6 – Avaliação estética das praças por grupo de usuários (questionário aplicado nas
praças)
Grupo de
usuários
Níveis de satisfação
com a estética das
praças
Parque Dom
Antônio
Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça
Piratinino de
Almeida
Total de
respondentes
Muito bonita 0 0 1 (4,76%)
Bonita 3 (14,28%) 9 (42,86%) 0
Nem bonita, nem feia 4 (19,05%) 4 (19,05%) 0
Feia 0 0 0
Muito feia 0 0 0
Adolescentes
Total de respondentes 7 13 1
21 (100%)
Muito bonita 2 (3,22%) 3 (4,84%) 6 (9,68%)
Bonita 9 (14,52%) 8 (12,90%) 6 (9,68%)
Nem bonita, nem feia 10 (16,13%) 3 (4,84%) 10 (16,13%)
Feia 1 (1,61%) 1 (1,61%) 0
Muito feia 1 (1,61%) 0 2 (3,22%)
Adultos
Total de respondentes 23 15 24
62 (100%)
Muito bonita 0 0 0
Bonita 0 0 2 (28,57%)
Nem bonita, nem feia 0 2 (28,57%) 3 (42,86%)
Feia 0 0 0
Muito feia 0 0 0
Idosos
Total de respondentes 0 2 5
7 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário.
Tabela 7 – Avaliação estética das praças por grupo de usuários (questionário aplicado fora das
praças)
Grupo de
usuários
Níveis de satisfação
com a estética das
praças
Parque Dom
Antônio
Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça
Piratinino de
Almeida
Total de
respondentes
Muito bonita 4 (6,06%) 2 (3,03%) 4 (6,06%)
Bonita 11 (16,66%) 7 (10,60%) 5 (7,57%)
Nem bonita, nem feia 4 (6,06%) 7 (10,60%) 9 (13,63%)
Feia 4 (6,06%) 3 (4,54%) 2 (3,03%)
Muito feia 1 (1,51%) 1 (1,51%) 2 (3,03%)
Adultos
Total de respondentes 24 20 22
66 (100%)
Muito bonita 2 (8,69%) 2 (8,69%) 2 (8,69%)
Bonita 1 (4,35%) 5 (27,74%) 4 (17,39%)
Nem bonita, nem feia 1 (4,35%) 0 1 (4,35%)
Feia 1 (4,35%) 3 (13,04%) 0
Muito feia 1 (4,35%) 0 0
Idosos
Total de respondentes 6 10 7
23 (100%_
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário; o grupo dos
adolescentes foi desconsiderado no questionário aplicado fora das praças em função da falta de respondentes desta faixa
etária no entorno das praças.
Conclui-se, quanto ao nível de satisfação geral dos usuários com a estética das praças
avaliadas em Pelotas, que embora a maioria dos usuários esteja satisfeita com esse
63
aspecto, elas não atendem as necessidades estéticas dos usuários como deveriam, uma
vez que uma parcela expressiva desses não se mostra satisfeita. Adicionalmente, embora
as respostas quanto ao nível de satisfação dos usuários com as três praças avaliadas sejam
semelhantes, admite-se que a praça melhor avaliada esteticamente de maneira geral é a
José Bonifácio, seguida da Piratinino de Almeida e por último pelo parque Dom Antônio
Zattera. Quando se analisa o nível de satisfação dos usuários de distintas faixas etárias
(adolescentes, adultos e idosos) quanto à estética das três praças, conclui-se que, mais
uma vez, elas não atendem as necessidades estéticas como deveriam, pois, uma parcela
expressiva de cada faixa etária não se mostra satisfeita. Adicionalmente, embora as
respostas quanto ao nível de satisfação dos usuários com distintas faixas etárias em relação
as três praças avaliadas sejam semelhantes, admite-se que a praça melhor avaliada
esteticamente tanto para os adolescentes como para os adultos é a José Bonifácio, seguida
da Piratinino de Almeida e por último pelo parque Dom Antônio Zattera. Para o grupo dos
idosos a melhor avaliada é a Piratinino de Almeida, seguida da José Bonifácio e por último
também o parque Dom Antônio Zattera.
4.2.2 IMPORTÂNCIA DOS DOIS NÍVEIS ESTÉTICOS PARA A SATISFAÇÃO COM
A ESTÉTICA DAS PRAÇAS
Através da análise dos dados, considerando toda a amostra de usuários das praças (180
pessoas) observa-se indicações de que os dois níveis estéticos do ambiente das praças
considerados na pesquisa (as fachadas que delimitam o espaço e o próprio espaço aberto)
são importantes para a avaliação estética geral, na opinião dos usuários, considerando que
foi encontrada correlação entre o nível de satisfação estética geral e cada um dos níveis
estéticos das praças (Tabela 8). Adicionalmente, verifica-se que o nível estético do espaço
aberto das praças é o que tende a afetar mais intensamente o nível de satisfação com a
estética geral dos usuários das praças, sendo que a intensidade dessa correlação é
classificada como moderada (REIS E LAY, 2005). O nível de satisfação com as fachadas
gera correlações menos intensas, sendo classificada como fraca ou baixa (REIS E LAY,
2005) (Tabela 8).
Tabela 8 – Correlação entre o nível de satisfação com a estética das praças e cada um dos
níveis estéticos
Questionário aplicado dentro e fora das praças
Nível de satisfação com a estética das
fachadas
Nível de satisfação com a estética dos
espaços abertos
Nível de satisfação com a
estética geral das praças
(Spearman, c.=.283, sig.=.000) (Spearman, c.=.471, sig.=.000)
64
Analisando separadamente as respostas dos usuários das praças (90 pessoas) e de fora
das praças (90 pessoas), verifica-se que dentre os dois níveis estéticos analisados, o nível
de satisfação com o espaço aberto parece influenciar mais que as fachadas que delimitam
as praças, tanto em função do questionário aplicado nas praças como no aplicado fora das
praças (Tabela 9). Adicionalmente, em relação às fachadas, observa-se que para as
pessoas que estão nas praças a estética das fachadas das edificações tendem a influenciar
menos na avaliação estética geral das praças do que para as pessoas que estão fora
(Tabela 9).
Tabela 9 – Correlação entre o nível de satisfação com a estética das praças e cada um dos
níveis estéticos (questionário aplicado nas praças e fora delas)
Questionário aplicado nas praças Questionário aplicado fora das praças
Nível de satisfação
com a estética das
fachadas
Nível de satisfação
com a estética dos
espaços abertos
Nível de satisfação
com a estética das
fachadas
Nível de satisfação
com a estética dos
espaços abertos
Nível de satisfação
com a estética geral
das praças
(Spearman, c.=.207,
sig.=.05)
(Spearman, c.=.403,
sig.=.000)
(Spearman, c.=.352,
sig.=.001)
(Spearman, c.=.528,
sig.=.000)
Essa diferença entre os dois questionários, pode ser explicada pelo fato das pessoas que
estavam fora das praças, possuírem fotografias das fachadas a fim de facilitar a avaliação
estética, enquanto que as pessoas nas praças, não possuíam este instrumento. Muitas
vezes estas últimas não conseguiam visualizar todas as faces das quadras que delimitam as
praças por causa de obstáculos tais como vegetação e outros elementos obstruindo a
visibilidade (Figuras 41, 42 e 43).
Figura 41 - Obstrução visual das fachadas no
parque Dom Antônio Zattera
Figura 42 - Obstrução visual das fachadas na
praça José Bonifácio
65
Figura 43 – Obstrução visual das fachadas na praça Piratinino de Almeida
Quando enfocadas separadamente as três praças e comparando-se as respostas dos dois
questionários, quanto à importância dos níveis estéticos para a satisfação com a estética
geral, pode-se comentar que no parque Dom Antônio Zattera, para os usuários que estão no
ambiente não é encontrada correlação entre o nível de satisfação com a estética geral e
cada um dos dois níveis estéticos avaliados (Tabela 10). Entretanto, quando analisadas as
respostas referentes aos usuários de fora do parque, é encontrada correlação em todos os
níveis estéticos (Tabela 11), sendo que a correlação mais intensa, classificada como forte
ou alta, é em relação ao espaço aberto do parque (REIS E LAY, 2005). Estes resultados
sugerem que o aumento do nível de satisfação dos usuários com os níveis estéticos,
principalmente com o espaço aberto do parque, tende a aumentar o nível de satisfação geral
com a estética do parque.
Quanto a praça José Bonifácio, também observa-se que em relação aos usuários que estão
na praça, não é encontrada correlação entre o nível de satisfação com a estética geral e os
dois níveis estéticos avaliados (Tabela 10). Já para os usuários de fora da praça, é
encontrada correlação tanto para o nível estético das fachadas como para o do espaço
aberto (Tabela 11), sendo a correlação mais intensa, classificada como forte ou alta, em
relação ao espaço aberto da praça e a correlação classificada como moderada, em relação
às fachadas (REIS E LAY, 2005). Estes resultados indicam que o aumento do nível de
satisfação dos usuários com a estética das fachadas, e principalmente do espaço aberto,,
tende a aumentar o nível de satisfação com a estética da praça.
Na praça Piratinino de Almeida, para os usuários que estão no ambiente é encontrada
correlação entre o nível de satisfação com a estética geral e cada um dos dois níveis
estéticos avaliados (Tabela 10), sendo que a correlação mais intensa, classificada como
forte ou alta, é em relação ao espaço aberto da praça e em relação ao nível das fachadas é
classificadas como moderadas (REIS E LAY, 2005).
66
Tabela 10 – Correlação entre o nível de satisfação com a estética e cada um dos três níveis
estéticos (questionário aplicado nas praças)
Correlações
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça
Piratinino de
Almeida
Entre o nível de satisfação com a estética das fachadas
que delimitam as praças e o nível de satisfação com a
estética geral das praças
(Spearman,
c.=.225,
sig.=.173)
(Spearman,
c.=.108,
sig.=.571)
(Spearman,
c.=.446,
sig.=.014)
Entre o nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos das praças e o nível de satisfação com a
estética geral das praças
(Spearman,
c.=.321,
sig.=.084)
(Spearman,
c.=.297,
sig.=.111)
(Spearman,
c.=.572,
sig.=.001)
Quando analisada as respostas dos usuários de fora da praça, há correlação somente em
relação ao nível do espaço aberto (Tabela 11), sendo sua intensidade classificada como
moderada (REIS E LAY, 2005). Assim, estes resultados sugerem que o aumento do nível de
satisfação dos usuários com os níveis estéticos, principalmente com o espaço aberto da
praça, tende a aumentar o nível de satisfação estética geral dos usuários com as praças.
Tabela 11 – Correlação entre o nível de satisfação com a estética geral e cada um dos três
níveis estéticos (questionário aplicado fora das praças)
Correlações
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça
Piratinino de
Almeida
Entre o nível de satisfação com a estética das
fachadas que delimitam as praças e o nível de
satisfação com a estética geral das praças
(Spearman,
c.=.404,
sig.=.027)
(Spearman,
c.=.373,
sig.=.043)
(Spearman,
c.=.297,
sig.=.111)
Entre o nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos das praças e o nível de satisfação com a
estética geral das praças
(Spearman,
c.=.613,
sig.=.000)
(Spearman,
c.=.610,
sig.=.000)
(Spearman,
c.=.352,
sig.=.056)
Conclui-se, quanto à importância dos dois níveis estéticos avaliados para a satisfação com a
estética das praças, que tanto as fachadas que delimitam o espaço, quanto o próprio espaço
aberto são importantes para a avaliação estética geral, na opinião dos usuários. Sendo que
o nível do espaço aberto das praças parece ser o que afeta mais intensamente na avaliação
da estética geral, tanto em relação aos usuários que estão na praça como fora delas e,
depois em termos de importância, está o nível estético das fachadas que delimitam as
praças. Assim, os resultados sugerem que o aumento do nível de satisfação dos usuários
com os níveis estéticos, principalmente com o espaço aberto das praças, tende a aumentar
o nível de satisfação geral com a estética das mesmas.
4.2.3 NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A ESTÉTICA DAS FACHADAS DAS
EDIFICAÇÕES QUE DELIMITAM AS PRAÇAS
Considerando os dados provenientes dos dois questionários, com relação à satisfação com
a estética das fachadas das edificações, pode-se afirmar que embora 62,2% (112 de 180)
do total da amostra de usuários das praças avaliadas em Pelotas estejam satisfeitos com a
estética das fachadas, existe um porcentual expressivo de 37,8% (68 de 180) que não tem
67
esta opinião (Tabela 12). Esses dados, portanto, revelam que o nível estético das fachadas
das edificações que delimitam as praças não atende as necessidades estéticas dos usuários
como deveria. Uma vez que o ideal seria que praticamente a totalidade dos usuários
estivessem satisfeitos com a estética das fachadas das edificações.
Ainda analisando a opinião do total de respondentes, é encontrada diferença
estatisticamente significativa (K-W, chi²=9.487, sig.=.009) entre a opinião dos usuários de
cada uma das três praças, com as respectivas praças quanto ao nível de satisfação com a
estética das fachadas. Sendo que os valores ordinais médios produzidos pelo teste Kruskal-
Wallis (Tabela 12) indicam que os usuários da praça José Bonifácio são os mais satisfeitos
com a estética das fachadas, seguidos por aqueles da praça Piratinino de Almeida e, por
último, pelos do parque Dom Antônio Zattera, cujas fachadas são menos satisfatórias.
Tabela 12 – Avaliação estética das fachadas das edificações que delimitam as praças
Questionários aplicados dentro e fora do ambiente das praças
Níveis de satisfação
com a estética das
fachadas
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça Piratinino de
Almeida
Total de
respondentes
muito bonita 9 (15%) 8 (13,3%) 9 (15%)
bonita 17 (28,3%) 38 (63,3%) 31 (51,7%)
112 (62,2%)
nem bonita nem feia 28 (46,7%) 13 (21,7%) 18 (30%) 59 (32,7%)
feia 5 (8,3%) 1 (1,7%) 2 (3,3%)
muito feia 2 (3,3%) 0 0
9 (5%)
total de respondentes 60 (100%) 60 (100%) 60 (100%) 180 (100%)
média* 75,39 101,49 94,62 -
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por praça; *Média dos valores ordinais:
produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis, quanto maior esse valor, maior o nível de satisfação estética dos usuários com
as fachadas da praça.
Quanto ao questionário aplicado no ambiente, embora seja encontrada diferença
estatisticamente significativa (K-W, chi²=6.031, sig.=.049) entre os usuários de cada uma
das três praças quanto a avaliação da estética das respectivas praças, a opinião dos
usuários quanto a estética das fachadas da praça José Bonifácio e Piratinino de Almeida
são muito próximas, segundo os valores ordinais médios produzidos pelo teste Kruskal-
Wallis (Tabela 13) ficando por último, em termos de agradabilidade das fachadas do parque
Dom Antônio Zattera. No questionário aplicado fora das praças, embora não seja
encontrada diferença estatisticamente significativa entre os usuários de cada uma das três
praças com as respectivas praças quanto a avaliação da estética das fachadas, percebe-se
mais claramente neste questionário, através dos valores ordinais médios produzidos pelo
teste Kruskal-Wallis (Tabela 13) que os usuários mais satisfeitos com a estética das
fachadas são os praça José Bonifácio, seguidos por aqueles da praça Piratinino de Almeida
e, por último, pelos do parque Dom Antônio Zattera.
68
Comparando-se os dois questionários verifica-se que os usuários que estão fora das praças
mostram-se um pouco mais satisfeitos que os usuários das praças com a estética das
fachadas (Tabela 13). Uma possível explicação para este fato é que o respondente, quando
está na praça, não tem uma visão de todas as fachadas das edificações que delimitam a
praça e, portanto, avalia mais negativamente do que aquele que possui o recurso das
fotografias para observar mais detalhadamente e avaliar a estética dessas fachadas.
Tabela 13 – Avaliação estética das fachadas das edificações (questionário aplicado nas praças
e fora delas)
Questionário aplicado nas praças Questionário aplicado fora das praças
Avaliação
estética das
fachadas das
edificações
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Praça
José
Bonifácio
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Praça
José
Bonifácio
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
muito feia
0 0 0 1 (3,3%) 0 0
feia
3 (10%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
5 (5,5%)
2 (6,6%) 0 1 (3,3%)
4 (4,4%)
nem bonita
nem feia
15 (50%) 7 (23,3%) 9 (30%)
31
(34,4%)
13
(43,3%)
6 (20%) 9 (30%)
28
(31,1%)
bonita
9 (30%)
19
(63,3%)
15 (50%) 8 (26,6%)
19
(63,3%)
16
(53,3%)
muito bonita
3 (10%) 3 (10%) 5 (16,6%)
54 (60%)
6 (20%) 5 (16,6%) 4 (13,3%)
58
(64,4%)
Total de
respondentes
30 (100%) 30 (100%) 30 (100%) 90 (100%) 30 (100%) 30 (100%) 30 (100%) 90 (100%)
média*
36,70 50,23 49,57 - 39,25 51,73 45,52 -
Nota: o número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça. O total de
respondentes de cada praça é de 30 pessoas, logo a porcentagem total equivale a 100%; *Média dos valores ordinais:
produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis, quanto maior esse valor, maior o nível de satisfação estética dos usuários com
a praça.
Analisando a opinião do total de usuários das três praças, com diferentes faixas etárias
quanto à estética das fachadas das edificações que delimitam as mesmas, observa-se,
através dos porcentuais, que os resultados não indicam grande divergência na avaliação
estética das fachadas realizada por usuários com distintas faixas etárias (Tabela 14). Sendo
que, embora a maioria dos usuários de todos os grupos (adolescentes, adultos e idosos)
esteja satisfeitos, existe uma parcela expressiva em cada grupo que não tem a mesma
opinião. Esses dados indicam, portanto, que a estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças em Pelotas, em geral, não está agradando aos usuários, independente
da faixa etária em que se encontram. Uma vez que para todas as faixas etárias os
porcentuais dos usuários que não estão satisfeitos foram altos, comparados aos satisfeitos
(Tabela 14).
69
Tabela 14 – Avaliação do nível de satisfação com a estética das fachadas em relação ás
diferentes faixas etárias
Questionários aplicados dentro e fora do ambiente das praças
Níveis de satisfação
com a estética das
fachadas
Adolescentes
Total por
grupo
Adultos
Total por
grupo
Idosos
Total por
grupo
muito bonita
2 (9,1%) 17 (13,3%)
7 (23,3%)
bonita
11 (50%)
13 (59,1%)
59 (46,1%)
76 (59,4%)
16 (53,3%)
23 (76,7%)
nem bonita nem feia
7 (31,8%) 7 (31,8%) 45 (35,1%) 45 (35,1%) 7 (23,3%) 7 (23,3%)
feia
2 (9,1%) 6 (4,7%) 0
muito feia
0
2 (9,1%)
1 (1%)
7 (5,4%)
0
0
total de respondentes
22 (100%) 22 (100%) 128 (100%)
128 (100%)
30 (100%) 30 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário.
Analisando-se individualmente cada grupo etário, conclui-se que embora os adolescentes
estejam mais satisfeitos quanto à estética das fachadas da praça José Bonifácio, nenhuma
das três praças atende às necessidades estéticas deste grupo (Tabela 15). Pois, embora na
praça José Bonifácio 61,5% (8 de 13) dos usuários estejam satisfeitos com a estética das
fachadas, existe uma parcela expressiva de 38,4% (5 de 13) que não têm a mesma opinião.
No parque Dom Antônio Zattera a maioria 57,2% (4 de 7) estão insatisfeitos e apenas 42,9% (3
de 7) estão satisfeitos. E por último na praça Piratinino de Almeida, não vale considerar a
opinião deste grupo uma vez que existe somente um respondente desta faixa etária (Tabela 15).
Quanto ao grupo dos adultos, as fachadas das edificações que delimitam as praças que
mais agrada esteticamente aos usuários são também as da José Bonifácio (Tabela 15),
porém tanto nesta praça como na Piratinino de Almeida, embora a maioria dos usuários,
estejam satisfeitos, com porcentagens respectivas de 77,14% (27 de 35) e 63% (29 de 46)
existe uma quantidade expressiva de usuários nestes locais que não tem a mesma opinião,
sendo 22,8% (8 de 35) na praça José Bonifácio e 36,9% (17 de 46) na Praça Piratinino de
Almeida. Já no parque Dom Antônio Zattera, embora a maioria dos respondentes adultos
57,41% (27 de 47) estejam insatisfeitos com a estética das fachadas, a porcentagem de
usuários satisfeitos 42,5% (20 de 47) é também bastante expressiva (Tabela 15).
Por fim, o grupo dos idosos está mais satisfeito com a estética das fachadas das edificações
que delimitam a praça José Bonifácio, uma vez que 91,6% (11 de 12) estão satisfeitos e
somente 8,3% (1 de 12) não tem essa opinião (Tabela 15). Após está a estética das
fachadas da praça Piratinino de Almeida, entretanto nesta praça, embora a maioria 75% (9
de 12) esteja satisfeita existe uma parcela expressiva de usuários 25% (3 de 12) que não
tem a mesma opinião. Já no parque Dom Antônio Zattera a opinião entre os usuários
satisfeitos 50% (3 de 6) e não satisfeito 50% (3 de 6) é a mesma (Tabela 15).
70
Tabela 15 – Avaliação estética das fachadas em relação ás diferentes faixas etárias
(questionário nas praças e fora delas)
Grupo
de
usuários
Níveis de
satisfação
com a estética
das fachadas
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Total
Praça
José
Bonifácio
Total
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
Total
por
grupo
Muito bonita 1 (14,3%) 1 (7,7%) 0
Bonita 2 (28,6%)
3 (42,9%)
7 (53,8%)
8 (61,5%)
1 (50%)
1 (50%)
Nem bonita,
nem feia
2 (28,6%) 2 (28,6%) 5 (38,4%) 5 (38,4%)
1 (50%)
1 (50%)
Feia 2 (28,6%) 0 0
Muito feia 0
2 (28,6%)
0
0
0
0
Adolescentes
Total de
respondentes
7 (100%) 7 (100%) 13 (100%) 13 (100%) 2 (100%) 2 (100%)
22
Muito bonita 6 (12,7%) 4 (11,4%) 7 (15,2%)
Bonita
14
(29,8%)
20 (42,5%)
23 (65,7%)
27
(77,14%)
22 (47,8%)
29 (63%)
Nem bonita,
nem feia
23
(48,9%)
23 (48,9%) 7 (20%) 7 (20%) 15 (32,6%) 15 (32,6%)
Feia 3 (6,38%) 1 (2,86%) 2 (4,3%)
Muito feia 1 (2,13%)
4 (8,51%)
0
1 (2,86%)
0
2 (4,3%)
Adultos
Total de
respondentes
47 (100%) 47 (100%) 35 (100%) 35 (100%) 46 (100%) 46 (100%)
128
Muito bonita 2 (33,3%) 3 (25%) 2 (16,6%)
Bonita 1 (16,6%)
3 (50%)
8 (66,7%)
11
(91,6%)
7 (58,3%)
9 (75%)
Nem bonita,
nem feia
3 (50%) 3 (50%) 1 (8,3%) 1 (8,3%) 3 (25%) 3 (25%)
Feia 0 0 0
Muito feia 0
0
0
0
0
0
Idosos
Total de
respondentes
6 (100%) 6 (100%) 12 (100%) 12 (100%) 12 (100%) 12 (100%)
30
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário.
Conclui-se, quanto ao nível de satisfação dos usuários com a estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças que embora a maioria dos usuários esteja satisfeita
com esse aspecto, as necessidades estéticas dos usuários não são atendidas como
deveriam, uma vez que uma parcela expressiva desses não se mostra satisfeita. Entretanto,
é possível identificar claramente que a praça que possui as fachadas mais satisfatórias
esteticamente, na opinião dos usuários é a José Bonifácio, seguida da Piratinino de Almeida
e por último pelo parque Dom Antônio Zattera. Quando se analisa o nível de satisfação dos
usuários com a estética das fachadas em função das distintas faixas etárias (adolescentes,
adultos e idosos), conclui-se que mais uma vez elas não atendem as necessidades estéticas
como deveriam, pois, uma parcela expressiva de cada faixa etária não se mostra satisfeita.
Adicionalmente, conclui-se que independente da faixa etária dos usuários as fachadas
melhor avaliadas esteticamente são as da praça José Bonifácio, seguida da Piratinino de
Almeida e por último pelo parque Dom Antônio Zattera. Portanto, esses resultados indicam
que quanto à avaliação estética das fachadas que delimitam as praças a faixa etária dos
usuários é um aspecto que parece não interferir na diferença de opinião entre as pessoas.
71
4.2.3.1 PRINCIPAIS ASPECTOS ASSOCIADOS AO NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A
ESTÉTICA DAS FACHADAS DAS EDIFICAÇÕES QUE DELIMITAM DAS PRAÇAS
Nos questionários aplicados fora das praças, adicionalmente as variáveis já mencionadas
pela revisão da literatura, que estão associadas ao nível de satisfação com as edificações
do entorno das praças, foram acrescentadas outras, em função das respostas citadas nas
perguntas abertas. A seguir, (Tabelas 16) é apresentado o conjunto dessas variáveis citadas
pelos respondentes, sendo que foram excluídas aquelas variáveis mencionadas por menos
de 10% da amostra de respondentes de cada praça (30 usuários), por serem consideradas
irrelevantes.
Tabela 16 – Variáveis associadas ao nível de satisfação com as fachadas das edificações do
entorno das praças
Aspectos associados ao nível de satisfação
estética com as fachadas
Ligados à satisfação Ligados à insatisfação Total
Composição arquitetônica da fachada 52 (57,7%) 12 (13,3%) 64 (71,1%)
Valor histórico e/ou cultural de algumas
edificações existentes no entorno das praças
29 (32,2%) 0 29 (32,2%)
Nível de manutenção das fachadas 12 (13,3%) 21 (23,3%) 33 (36,6%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas a satisfação ou insatisfação com a estética das
fachadas, já o número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes que mencionou tal aspecto.
As variáveis similares mencionadas pelos respondentes e associadas ao nível de satisfação
com a estética das fachadas das edificações que delimitam as praças (Tabela 16) foram
agrupadas e avaliadas no estudo. São elas: composição arquitetônica das fachadas, que
inclui a falta de padrão ou compatibilidade formal entre as fachadas das edificações, o valor
histórico das edificações, a manutenção ou falta de manutenção das fachadas.
4.2.3.1.1 COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA
Considerando o total das amostras das três praças (180 questionários - aplicados nas
praças e fora delas) observa-se uma tendência de que a composição arquitetônica das
fachadas é uma característica importante (70% - 126 de 180) para a avaliação estética das
fachadas das edificações que delimitam as praças (Tabela 17). Adicionalmente, do total de
usuários satisfeitos com a estética das fachadas uma quantidade expressiva de usuários
77,6% (87 de 112) menciona que a composição arquitetônica justifica a satisfação com a
estética das mesmas, enquanto somente 22,3% (25 de 112) não têm essa opinião (Tabela 17).
72
Tabela 17 – Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Razão relacionada ao nível de satisfação com
a estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
20
(11,1%)
67
(37,2%)
35
(19,4%)
3 (1,7%) 1 (0,6%)
126
(70%)
não justifica
6 (3,3%)
19
(10,5%)
24
(13,3%)
5 (2,8%) 0 54 (30%)
Composição arquitetônica
Total
112 (62,2%)
59
(32,8%)
9 (5%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (180 respondentes).
Analisando-se a opinião total de usuários de cada uma das três praças sobre a composição
arquitetônica das fachadas das edificações, observa-se que em todas as praças essa
característica justifica o nível de satisfação dos usuários com a estética das fachadas
(Tabela 18). Considerando apenas os usuários satisfeitos com a estética das fachadas das
edificações, no parque Dom Antônio Zattera a composição arquitetônica das fachadas é
citada por 84,61% (22 de 26) desses usuários satisfeitos como uma razão para essa
satisfação, seguida pela praça Piratinino de Almeida, 77,5% (31 de 40) e por último pela
José Bonifácio 73,9% (34 de 46) (Tabela 18).
Tabela 18 – Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
8
(13,3%)
14
(23,3%)
13
(21,7%)
2 (3,3%) 1 (1,7%)
38
(63,3%)
não justifica
1 (1,7%) 3 (5%)
15
(25%)
3 (5%) 0
22
(36,7%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Composição
arquitetônica
Total
26 (43,3%)
28
(46,7%)
6 (10%)
60
(100%)
justifica
6 (10%)
28
(46,7%)
9 (15%) 0 0
43
(71,7%)
não justifica
2 (3,3%)
10
(16,7%)
4 (6,7%) 1 (1,7%) 0
17
(28,3%)
Praça José
Bonifácio
Composição
arquitetônica
Total
46 (76,7%)
13
(21,7%)
1 (1,7%)
60
(100%)
justifica
6 (10%)
25
(41,7%)
13
(21,7%)
1 (1,7%) 0
45
(75%)
não justifica
3 (5%) 6 (10%) 5 (8,3%) 1 (1,7%) 0
15
(25%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Composição
arquitetônica
Total
40 (66,7%)
18
(30%)
2 (3,3%)
60
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (60 respondentes).
73
Quando se analisa unicamente o questionário aplicado nas praças a composição
arquitetônica das fachadas é identificada como um aspecto importante na avaliação do nível
de satisfação dos usuários com a estética das fachadas na praça José Bonifácio 70% (21 de
30) e na praça Piratinino de Almeida, sendo que nesta última, embora a maioria dos
usuários 53,3% (16 de 30) acreditem que esse aspecto justifica o nível de satisfação, uma
quantidade expressiva de usuários, 46,7% (14 de 30) não tem essa opinião. Entretanto, no
parque Dom Antônio Zattera somente 30% (9 de 30) dos usuários afirmam que a
composição arquitetônica das fachadas é importante na avaliação do nível de satisfação dos
usuários com a estética das fachadas enquanto 70% (21 de 30) pensam o contrário (Tabela
19). Somente em relação aos usuários satisfeitos com a estética das fachadas, identifica-se
que a praça cuja composição arquitetônica justifica a satisfação dos usuários é
primeiramente a José Bonifácio (72,7% - 16 de 22), seguida pelo parque Dom Antônio
Zattera (66,6% - 8 de 12) e por último a praça Piratinino de Almeida (55% - 11 de 20)
(Tabela 19).
Tabela 19 – Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
2 (6,7%) 6 (20%) 1 (3,3%) 0 0
9
(30,0%)
não justifica
1 (3,3%) 3 (10%)
14
(46,7%)
3 (10%) 0
21
(70%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Composição
arquitetônica
Total
12 (40%)
15
(50%)
3 (10%)
30
(100%)
justifica
2 (6,7%)
14
(46,7%)
5
(16,7%)
0 0
21
(70,0%)
não justifica
1 (3,3%)
5
(16,7%)
2 (6,7%) 1 (3,3%) 0 9 (30%)
Praça José
Bonifácio
Composição
arquitetônica
Total
22 (73,3%)
7
(23,3%)
1 (3,3%)
30
(100%)
justifica
2 (6,7%)
9
(30,0%)
5
(16,7%)
0 0
16
(53,3%)
não justifica
3
(10,0%)
6
(20,0%)
4
(13,3%)
1 (3,3%) 0
14
(46,7%)
Praça Piratinino
de Almeida
Composição
arquitetônica
Total
20 (66,6%) 9 (30%) 1 (3,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (30 respondentes).
Em relação ao questionário aplicado fora das praças, a composição arquitetônica das
fachadas é identificada como um aspecto positivo na avaliação do nível de satisfação dos
usuários com a estética das fachadas em todas as praças, principalmente no parque Dom
Antônio Zattera e na praça Piratinino de Almeida, com porcentagens iguais de 96,7% (29 de
30) e na praça José Bonifácio com 73,3% (22 de 30) (Tabela 19). Quanto aos usuários
satisfeitos com a estética das fachadas, percebe-se que todos, tanto do parque Dom
Antônio Zattera (100% - 14 de 14) como da praça Piratinino de Almeida (100% - 20 de 20)
74
atribuem essa satisfação a composição arquitetônica das fachadas (Tabela 20). Entretanto,
na praça José Bonifácio embora uma quantidade expressiva de usuários 75% (18 de 24)
justifiquem que a composição arquitetônica das fachadas é uma razão para a satisfação
com as fachadas, existem 25% (6 de 24) que pensam o contrário (Tabela 20).
Tabela 20 - Influencia da composição arquitetônica na avaliação estética das fachadas das
edificações que delimitam as praças (questionário aplicado fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
avaliados
Razão relacionada ao nível de
satisfação com a estética das
fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
6
(20,0%)
8
(26,7%)
12
(40,0%)
2 (6,7%) 1 (3,3%)
29
(96,7%)
não justifica 0 0 1 (3,3%) 0 0 1 (3,3%)
Parque Dom
Antônio
Zattera
Composição
arquitetônica
Total 14 (46,7%)
13
(43,3%)
3 (10%)
30
(100%)
justifica
4
(13,3%)
14
(46,7%)
4
(13,3%)
0 0
22
(73,3%)
não justifica 1 (3,3%)
5
(16,7%)
2 (6,7%) 0 0
8
(26,7%)
Praça José
Bonifácio
Composição
arquitetônica
Total 24 (80%) 6 (20%) 0
30
(100%)
justifica
4
(13,3%)
16
(53,3%)
8
(26,7%)
1 (3,3%) 0
29
(96,7%)
não justifica 0 0 1 (3,3%) 0 0 1 (3,3%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Composição
arquitetônica
Total 20 (66,7%) 9 (30%) 1 (3,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (30 respondentes).
Comparando-se os dois questionários verifica-se que os usuários que estão fora das praças
(Tabela 20) tendem a considerar a composição arquitetônica das fachadas mais importante
para a avaliação estética das fachadas que os usuários que estão nas praças (Tabela 19).
Uma possível explicação para este fato é que o respondente quando está na praça, não tem
uma visão de todas as fachadas das edificações que delimitam a praça e, portanto, sua
composição arquitetônica tende a não ter tanta importância nessa avaliação comparada com
a avaliação dos usuários que possuem o recurso das fotografias para observar mais
detalhadamente e avaliar a estética dessas fachadas.
Considerando as respostas abertas em relação aos aspectos positivos e negativos que
justificam a satisfação com a estética das fachadas, alguns usuários citam a fachada do
quarteirão e da edificação que agrada ou desagrada em relação a composição arquitetônica.
Logo, analisando as características dessas fachadas agradáveis e desagradáveis, na
opinião dos usuários, é possível identificar semelhanças e diferenças nas composições das
mesmas, em termos da presença de ritmo, hierarquia, contraste, simplicidade, complexidade
e simetria.
75
Considerando o conjunto das fachadas das edificações que delimitam o parque Dom
Antônio Zattera, formando a quadra, a mais agradável, é a fachada denominada Q6 (Figura
44), mencionada por 62,5% (5 de 8) dos usuários, seguida pela fachada Q1 (Figura 45),
citada por 37,5% (3 de 8) dos respondentes. A primeira apresenta ritmo e proporção à
direita em função da seqüência de casas similares e ao mesmo tempo a esquerda existe
estímulo visual, contraste através da altura, cores e texturas. Já a segunda fachada tem
forte presença de ritmo devido às pilastras e aberturas das janelas, além de uma simetria
bem marcante, definindo o acesso ao prédio. Por outro lado, a fachada da quadra mais
desagradável, é primeiramente a denominada Q5 (Figura 46), segundo 37,5% (3 de 8) dos
usuários, seguida pela Q2 (Figura 47) e Q3 (Figura 48) com porcentuais iguais de 25% (2 de
8) e por último a face Q4 (Figura 49), citada por 12,5% (1 de 8) dos respondentes. Na
fachada da quadra Q5 existe falta de estímulo visual, principalmente devido a grande
extensão de muro pintado com propagandas, tornando a fachada monótona. Além disso,
nas fachadas Q2 e Q3 não existe presença de ritmo ou simetria, nem proporção entre a
altura dos prédios e os retângulos (das portas e janelas).
Figura 44 – Fachada da quadra Q6 (Parque Dom Antônio Zattera)
Figura 45 – Fachada da quadra Q1 (Parque Dom Antônio Zattera)
Figura 46 – Fachada da quadra Q5 (Parque Dom Antônio Zattera)
Figura 47 – Fachada da quadra Q2 (Parque Dom Antônio Zattera)
76
Ainda no parque Dom Antônio Zattera, quanto às fachadas das edificações, uma das mais
agradáveis para os usuários é a do Asilo de Mendigos (39,34% - 24 de 61) (Figura 50), e da
igreja São João (27,8% - 17 de 61) (Figura 51). A primeira apresenta uma composição com
ritmo, formado pelas pilastras, janelas e balaústres na platibanda, simetria, forte hierarquia
na definição da sua entrada e rica ornamentação das portas e janelas, aumentando a
complexidade da forma percebida. Quanto a igreja São João, sua composição apresenta
simetria, forte hierarquia na definição da entrada e contraste entre as cores e texturas dos
materiais.
Dentre as fachadas que desagradam aos usuários está a fachada do Esporte Clube Pelotas
(56,7% - 17 de 30) (Figura 52) que embora apresente ritmo em sua composição na parte
superior das arquibancadas, isso não se repete na parte inferior (pois é um muro pintado
com desenhos), não existindo também hierarquia na definição da entrada. O conjunto de
edificações na Av. Bento Gonçalves (13,3% - 4 de 30) (Figura 53) também desagrada aos
usuários do parque Dom Antônio Zattera. Este prédio, embora seja composto por
edificações com uma mesma escala a falta de proporção entre os retângulos (portas e
janelas) de um prédio tende a incidir sobre os demais.
Figura 50 – Fachada do Asilo de Mendigos (parque Dom Antônio Zattera)
Figura 48 – Fachada da quadra Q3 (Parque Dom Antônio Zattera)
Figura 49 – Fachada da quadra Q4 (Parque Dom Antônio Zattera)
77
Quanto ás fachadas das edificações que delimitam a praça José Bonifácio, a mais agradável
é a denominada Q5 (Figura 54), citada por 50% (3 de 6) dos respondentes, seguida pela Q6
(Figura 55), mencionada por 33,3% (2 de 6) e por último está a fachada da quadra
denominada Q4 (Figura 56) com 16,6% (1 de 6) das respostas. Nessas fachadas percebe-
se a existência de simetria, de ritmo e homogeneidade em termos de altura entre os prédios.
Quanto às fachadas das quadras identificadas como desagradáveis está a denominada Q3
(Figura 57) e Q2 (Figura 58) citadas igualmente por 50% (2 de 4) dos respondentes. As
fachadas, tanto da quadra Q3 como da Q2 apresentam ausência de simetria e ritmo, além
disso, alguns prédios destoam dos demais pela diferença de altura, cor e falta de proporção
entre as aberturas (portas e janelas), por exemplo, os prédios identificados como 3C (Figura
57) e prédio 2C (Figura 58).
Figura 51 – Fachada da Igreja
São João (parque Dom
Antônio Zattera)
Figura 52 - Fachada do
Esporte Clube Pelotas (parque
Dom Antônio Zattera)
Figura 53 – Fachada do
conjunto de edificações da Av.
Bento Gonçalves (parque Dom
Antônio Zattera)
Figura 54 – Fachada da quadra Q5 (Praça José Bonifácio)
Figura 55 – Fachada da quadra Q6 (Praça José Bonifácio)
78
Ainda na praça José Bonifácio uma das fachadas das edificações mais citadas como
agradável em função da composição arquitetônica é o Colégio Gonzaga (27,27% - 12 de 44)
(Figura 59) que apresenta princípios como o ritmo, em função das portas e janelas,
principalmente no prédio da esquerda com três níveis sobrepostos. A presença de detalhes
ornamentais nas portas e janelas também contribui na composição aumentando a
complexidade da forma percebida. Outro prédio caracterizado como agradável pelos
usuários da praça é o do bispado (27,27% - 12 de 44) (Figura 60). Existe a presença de uma
composição assimétrica com ritmo em função das janelas na parte central, mais alta e
também pelas pilastras da platibanda. Neste caso, também os ornamentos e detalhes
existentes na platibanda, portas e janelas contribuem na composição aumentando a
complexidade da forma percebida.
Quanto às fachadas identificadas como desagradáveis, está a da edificação denominada 2C
(31,25% - 5 de 16) (Figuras 58 e 61) e 3C (18,75% - 3 de 16) (Figuras 57 e 62). Estas
fachadas apresentam composições sem ritmo, detalhes decorativos e simetria. Além de
estarem fora de proporção em relação aos outros prédios da quadra, como mencionado
anteriormente (Figuras 57 e 58).
Figura 56 – Fachada da quadra Q4 (Praça José Bonifácio)
Figura 57 – Fachada da quadra Q3 (Praça José Bonifácio)
Figura 58 – Fachada da quadra Q2 (Praça José Bonifácio)
79
Quanto ao conjunto de fachadas que delimitam a praça Piratinino de Almeida, a única citada
como agradável por 100% (3 de 3) dos usuários é a fachada da quadra denominada Q4
(Figura 63) do Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Essa edificação apresenta na sua
composição arquitetônica ritmo nas portas, janelas, platibandas e pilastras, além de uma
forte hierarquia na definição da entrada principal da capela com simetria nessa parte central
do prédio, até o limite das duas torres. As laterais da edificação são de diferentes alturas,
mas ambas possuem grande ornamentação nas portas janelas e platibandas, aumentando a
complexidade da forma percebida. Nesta praça, poucos respondentes (apenas 1) citou
alguma das fachadas das quadras que delimitam a praça como desagradável, portanto sua
resposta foi desconsiderada nesta pesquisa, por ser a opinião de apenas um usuário.
Ainda na praça Piratinino de Almeida, a fachada da edificação citada como mais agradável é
novamente a da Santa Casa de Misericórdia (33,3% - 13 de 39) (Figura 63), após, o prédio
Figura 59 – Fachada do Colégio Gonzaga (praça José Bonifácio)
Figura 60 – Fachada do Prédio do
Bispado (praça José Bonifácio)
Figura 61 – Fachada da
edificação 2C (praça José
Bonifácio
)
Figura 62 – Fachada da
Imobiliária 3C (praça
José Bonifácio)
Figura 63 – Fachada da quadra Q4 (Praça Piratinino de Almeida)
80
da praça esquina Rua Santos Dumont (23% - 9 de 39) (Figura 64), também identificado
como agradável pelos usuários, embora tenha pouca ornamentação, sua composição
apresenta grande contraste entre as cores e os materiais utilizados. Possui também simetria
e presença de ritmo em função dos andares sobrepostos. Quanto aos prédios
desagradáveis em relação à composição arquitetônica das fachadas das edificações na
praça Piratinino de Almeida, pode-se citar o da FUNSAP (16,13% - 5 de 31) (Figura 65) e a
loja de peças da Agrale (9,67% - 3 de 31) (Figura 66). Ambas as composições caracterizam-
se por apresentar na sua composição ausência de ritmo, contraste entre cores, texturas e
materiais, simetria e hierarquia.
Portanto, sobre a relação entre a composição arquitetônica e o nível de satisfação com a
estética das fachadas, conclui-se que existe uma tendência de que fachadas com
composições arquitetônicas que apresentem simetria, ritmo e hierarquia na entrada,
utilização de contrastes, através de materiais, cores e texturas proporcionem níveis mais
elevados de satisfação estética. De forma contrária, as fachadas com composições, sem a
presença de elementos organizados conforme uma hierarquia, sem existência de ritmo,
estímulo e sem relação formal entre os elementos arquitetônicos, tendem a apresentar
níveis de satisfação mais baixos. Logo, os resultados corroboram com a idéia de que é
necessária a presença de ordem e estímulo visual na composição dos elementos das
fachadas, através de princípios ordenadores como, por exemplo, ritmo, hierarquia,
contraste, simetria e outros para a satisfação dos usuários com as fachadas (WEBER, 1995;
NASAR; 1988; STAMPS, 2000; REIS, 2002).
Figura 64 – Fachada de
edifício esquina Santos
Dumont (praça Piratinino de
Almeida)
Figura 65 – Fachada do prédio
da Associação dos
funcionários do SANEP (praça
Piratinino de Almeida)
Figura 66 – Fachada de prédio
comercial (praça Piratinino de
Almeida)
81
4.2.3.1.2 VALOR HISTÓRICO DAS EDIFICAÇÕES
Observa-se, considerando o total das amostras das três praças (180 questionários -
aplicados nas praças e fora delas) que embora a maioria, 52,2% (94 de 180) dos usuários
considere que o valor histórico das edificações é uma característica importante para a
avaliação estética das fachadas das edificações que delimitam as praças, uma quantidade
expressiva de usuários, 47,7% (86 de 180) pensam o contrário (Tabela 21). Adicionalmente,,
considerando unicamente os usuários satisfeitos com a estética das fachadas das três
praças, nota-se que enquanto 58,9% (66 de 112) mencionam que o valor histórico justifica a
satisfação com a estética das mesmas, 41,1% (46 de 112) não têm essa opinião (Tabela 21).
Tabela 21 – Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Razão relacionada ao nível de satisfação com
a estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
18
(10%)
48
(26,7%)
27
(15%)
1 (0,6%) 0
94
(52,2%)
não justifica
8 (4,4%)
38
(21,1%)
32
(17,7%)
7 (3,9%) 1 (0,6%)
86
(47,7%)
Valor histórico
Total
112 (62,2%)
59
(32,8%)
9 (5%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (180 respondentes).
Analisando-se a opinião do total de usuários de cada uma das três praças sobre o valor
histórico das edificações, observa-se que somente na praça José Bonifácio a maioria dos
usuários (66,7% - 40 de 60) cita o valor histórico como uma razão relacionada ao nível de
satisfação com a estética das fachadas. Entretanto, nas demais praças, embora a maioria
dos usuários no parque Dom Antônio Zattera (56,7% - 34 de 60) e na Piratinino de Almeida
(53,3% - 32 de 60) tenham mencionado que o valor histórico parece não ser importante para
a avaliação estética das fachadas das edificações que delimitam as praças, uma quantidade
expressiva de usuários manifesta opinião contrária, respectivamente (43,3% - 26 de 60) e
(46,7% - 28 de 60) (Tabela 22). Considerando unicamente os usuários satisfeitos com a
estética das fachadas, percebe-se que também somente na praça José Bonifácio a maioria
dos usuários (53,4% - 32 de 60) acredita que o valor histórico é um aspecto importante para
a satisfação com a estética das fachadas. Nas outras duas praças ele é um aspecto menos
relevante, embora citado por grande quantidade de usuários satisfeitos, 33,4% (20 de 60) na
praça Piratinino de Almeida e 23,4% (14 de 60) no parque Dom Antônio Zattera (Tabela 22).
82
Tabela 22 – Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
7
(11,7%)
7
(11,7%)
11
(18,3%)
1 (1,7%) 0
26
(43,3%)
não justifica
2 (3,3%)
10
(16,7%)
17
(28,3%)
4 (6,7%) 1 (1,7%)
34
(56,7%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Valor
histórico
Total
26 (43,3%)
28
(46,7%)
6 (10%)
60
(100%)
justifica
7
(11,7%)
25
(41,7%)
8
(13,3%)
0 0
40
(66,7%)
não justifica
1 (1,7%)
13
(21,7%)
5 (8,3%) 1 (1,7%) 0
20
(33,3%)
Praça José
Bonifácio
Valor
histórico
Total
46 (76,7%)
13
(21,7%)
1 (1,7%)
60
(100%)
justifica
4 (6,7%)
16
(26,7%)
8
(13,3%)
0 0
28
(46,7%)
não justifica
5 (8,3%)
15
(25%)
10
(16,7%)
2 (3,3%) 0
32
(53,3%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Valor
histórico
Total
40 (66,7%)
18
(30%)
2 (3,3%)
60
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (60 respondentes).
Em relação ao questionário aplicado nas praças, a José Bonifácio é das três praças a que
possui maior quantidade de usuários 86,7% (26 de 30) que mencionam que o valor histórico
é importante para a avaliação estética das fachadas das edificações, seguida pela praça
Piratinino de Almeida com porcentagem de 56,7% (17 de 30). Por último no parque Dom
Antônio Zattera embora a maioria 63,3% (19 de 30) pense que o valor histórico não interfere
no nível de satisfação, existe uma quantidade expressiva de usuários, 36,7% (11 de 30) que
pensa o contrário. Ao analisar unicamente a opinião dos usuários satisfeitos com a estética
das fachadas quanto a influência do valor histórico nessa satisfação, verifica-se que na
praça José Bonifácio, a maioria (69,56% - 32 de 46), acredita que o valor histórico tem maior
influência sobre a opinião dos usuários satisfeitos com a estética, seguida pelo parque Dom
Antônio Zattera (53,8% - 14 de 26) e após pela praça Piratinino de Almeida (50% - 20 de 40)
(Tabela 23).
Quanto à análise dos dados do questionário aplicado fora das praças, pode-se afirmar que
ao contrário do questionário aplicado nas praças, em nenhuma das praças o valor histórico
parece ser importante para a avaliação estética das fachadas das edificações (Tabela 24).
Entretanto considerando unicamente os usuários satisfeitos com a estética das praças,
verifica-se que no parque Dom Antônio Zattera a maioria desses usuários 64,28% (9 de 14)
admite que essa característica é uma das razões que justifica a satisfação com a estética,
na praça José Bonifácio essa porcentagem de usuários diminui para 50% (12 de 24) e na
Piratinino de Almeida 40% (8 de 20) (Tabela 24).
83
Tabela 23 - Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado nas praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao
nível de satisfação com
a estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
3 (10,0%) 2 (6,7%) 6 (20,0%) 0 0
11
(36,7%)
não justifica
0 7 (23,3%) 9 (30%) 3 (10%) 0
19
(63,3%)
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Valor
histórico
Total
12 (40%) 15 (50%) 3 (10%)
30
(100%)
justifica
3 (10,0%)
17
(56,7%)
6 (20,0%) 0 0
26
(86,7%)
não justifica
0 2 (6,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0
4
(13,3%)
Praça José
Bonifácio
Valor
histórico
Total
22 (73,3%) 7 (23,3%) 1 (3,3%)
30
(100%)
justifica
4 (13,3%) 8 (26,7%) 5 (16,7%) 0 0
17
(56,7%)
não justifica
1 (3,3%) 7 (23,3%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 0
13
(43,3%)
Praça
Piratinino
de Almeida
Valor
histórico
Total
20 (66,7%) 9 (30%) 1 (3,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (30 respondentes).
Tabela 24 - Influencia do valor histórico na avaliação estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças (questionário aplicado fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
avaliados
Razão relacionada ao
nível de satisfação com
a estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
4 (13,3%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 1 (3,3%) 0
15
(15,0%)
não justifica
2 (6,7%) 3 (10,0%) 8 (26,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
15
(50,0%)
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Valor
histórico
Total
14 (46,7%) 13 (43,3%) 3 (10%)
30
(100%)
justifica
4 (13,3%) 8 (26,7%) 2 (6,7%) 0 0
14
(46,7%)
não justifica
1 (3,3%)
11
(36,7%)
4 (13,3%) 0 0
16
(53,3%)
Praça José
Bonifácio
Valor
histórico
Total
24 (80%) 6 (20%) 0
30
(100%)
justifica
0 8 (26,7%) 3 (10,0%) 0 0
11
(36,7%)
não justifica
4 (13,3%) 8 (26,7%) 6 (20,0%) 1 (3,3%) 0
19
(63,3%)
Praça
Piratinino
de Almeida
Valor
histórico
Total
20 (66,7%) 9 (30%) 1 (3,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (30 respondentes).
Comparando-se os dois questionários verifica-se que os usuários que estão nas praças
(Tabela 23) tendem a considerar o valor histórico das edificações uma característica mais
importante para a avaliação estética das fachadas que delimitam as praças que os usuários
que estão fora das praças (Tabela 24). Adicionalmente, de maneira geral as praças onde o
valor histórico tem maior influência na satisfação dos usuários (Tabela 23 e 24) são onde
existe maior quantidade de prédios históricos, como no parque Dom Antônio Zattera (Tabela
84
25) ou em praças onde o impacto dos prédios históricos sobre as visuais a partir dessas
praças é maior, como no caso da José Bonifácio onde os prédios ficam mais visíveis devido
a suas dimensões (pequenas) e da inexistência de obstáculos (p.ex. vegetação) bloqueando
as visuais para tais prédios (Figura 67).
Tabela 25 – Quantidade de edificações de valor histórico nas fachadas que delimitam as
praças
Locais Avaliados Número de edificações*
Parque Dom Antônio Zattera 15 unidades (conforme figura 66)
Praça José Bonifácio 12 unidades (conforme figura 67)
Praça Piratinino de Almeida 6 unidades (conforme figura 70)
Nota: * número correspondente àquelas edificações, voltadas para as praças, que fazem parte do patrimônio cultural de
Pelotas conforme Lei Municipal 4.568/00
Figura 67 – Visibilidade dos prédios históricos (Praça José Bonifácio)
Considerando as respostas abertas são identificados quais prédios históricos justificam o
nível de satisfação dos usuários com a estética das fachadas. Logo, através da freqüência
de respostas é possível verificar a importância de cada uma das edificações para a
avaliação estética das fachadas que delimitam cada uma das praças.
No parque Dom Antônio Zattera dentre as edificações que delimitam o parque, foram
identificadas pelos usuários três (Figura 68), que em função do valor histórico influenciam na
avaliação estética das fachadas. Primeiramente está o Asilo de Mendigos, identificado como
1A (Figuras 45 e 50) com porcentagem de 61,54% (16 de 26) das respostas, após está a
Igreja São João, identificada como 6A (Figuras 44 e 51), que embora mencionada por
34,61% (9 de 26) dos usuários, segundo o inventário de Pelotas (lei municipal 4.568/00),
85
não possui tal característica e por último está a edificação identificada como 2B (Figura 47),
com porcentagem de 3,85% (1 de 26).
Nota: Mapa parcial da área central de Pelotas indicando em verde o parque Dom Antônio Zattera, em cinza escuro os prédios
de valor histórico (inventariados, conforme lei municipal 4.568/00). Em amarelo, prédios de valor histórico que fazem parte do
estudo; em vermelho prédio de valor histórico que além de fazer parte do estudo foi destacado pelos usuários em função dessa
característica: 1= Asilo de Mendigos, 2=Igreja São João (edificação que não faz parte do inventário, conforme lei municipal
4.568/00) e 3=Edificação identificada como 2B (Figura 56).
Figura 68 – Prédios de valor histórico que delimitam o Parque Dom Antônio Zattera
Fonte: Prefeitura Municipal de Pelotas
Na praça José Bonifácio (Figura 69) destaca-se em função do valor histórico, principalmente
o prédio do Bispado identificado como 5A (Figuras 54 e 60), segundo a opinião de 26,7%
(12 de 45) dos respondentes. Com porcentagem de 20% (9 de 45) está a Catedral São
Francisco de Paula (Figura 70) que embora não seja um dos prédios que delimitam a praça
(ela está na praça) aparece como uma das edificações importantes que influenciam na
avaliação estética das fachadas. Posteriormente, em termos de importância, com 17,8% (8
de 45) das respostas está a edificação identificada como 2A (Figura 71), seguida pelo prédio
do Colégio Gonzaga, identificado como 6A (Figuras 55 e 59) com 15,6% (7 de 45), o
Instituto São Benedito com 11,1% (5 de 45) e por último foi mencionado o Centro Espírita
Jesus, segundo a opinião de 8,9% (4 de 45) dos usuários.
1
2
3
86
Nota: Mapa parcial da área central de Pelotas indicando em verde a praça José Bonifácio, em cinza escuro os prédios de valor
histórico (inventariados, conforme lei municipal 4.568/00). Em amarelo, prédios de valor histórico que fazem parte do estudo;
em vermelho os prédios de valor histórico que além de fazerem parte do estudo foram destacados pelos usuários em função
dessa característica: 1=Catedral São Francisco de Paula; 2=Colégio Gonzaga; 3=Prédio do Bispado; 4=Instituto São Benedito;
5=Centro Espírita Jesus; 6=edificação 2A (Figura 69).
Figura 69 – Prédios de valor histórico que delimitam a praça José Bonifácio
Fonte: Prefeitura Municipal de Pelotas
Figura 70 – Fachada da Catedral São
Francisco de Paula
Figura 71 – Fachada de edificação
denominada 2A (Praça José Bonifácio)
Dentre as fachadas das edificações que delimitam a praça Piratinino de Almeida, foram
identificados pelos usuários em função do valor histórico primeiramente, com porcentagem de
92,3% (12 de 13) o prédio do Hospital da Santa Casa de Misericórdia, denominada 4A (Figura
61) como o que mais influencia na avaliação estética dessas fachadas, seguido pela edificação
denominada 1H (Figura 73), de acordo com a opinião de 7,7% (1 de 13) dos respondentes.
1
2
3
4
5
6
87
Nota: Mapa parcial da área central de Pelotas indicando em verde a praça Piratinino de Almeida, em cinza escuro os prédios
de valor histórico (inventariados, conforme lei municipal 4.568/00). Em amarelo, prédios de valor histórico que fazem parte do
estudo; em vermelho prédio de valor histórico que além de fazer parte do estudo foi destacado pelos usuários em função dessa
característica: 1= Hospital da Santa casa de Misericórdia.
Figura 72 – Prédios de valor histórico que delimitam a praça Piratinino de Almeida
Fonte: Prefeitura Municipal de Pelotas
Figura 73 – Fachada da edificação 1H (Praça Piratinino de Almeida)
Conclui-se sobre a relação entre o valor histórico e o nível de satisfação estética com as
fachadas, que existe uma tendência de que fachadas as quais os usuários identificam como
de valor histórico proporcionem níveis elevados de satisfação estética. Adicionalmente parece
que unicamente a quantidade de prédios históricos nas fachadas que delimitam as praças não
tem grande influência na avaliação estética das mesmas, e sim outros aspectos, como por
exemplo, a visibilidade que os usuários têm dessas edificações a partir das praças.
1
88
4.2.3.1.3 MANUTENÇÃO DAS FACHADAS
Observa-se, considerando o total das amostras das três praças (180 questionários -
aplicados nas praças e fora delas) que embora a maioria, (76,1% - 137 de 180) dos usuários
pense que a manutenção das edificações não é uma característica importante na avaliação
estética das fachadas das edificações que delimitam as praças, uma quantidade expressiva
de usuários, (23,8% - 43 de 180) pensam o contrário (Tabela 26). Adicionalmente,
considerando unicamente os usuários satisfeitos com a estética das fachadas das três
praças, nota-se que enquanto 75,9% (85 de 112) mencionam que a manutenção das
fachadas não justifica a satisfação com a estética das mesmas, 24,1% (27 de 112) não têm
essa opinião (Tabela 26). Logo, esses resultados indicam que a manutenção das fachadas é
um aspecto relevante, embora, provavelmente existem outros que influenciam mais
intensamente (p.ex. a composição arquitetônica e/ou o valor histórico) na avaliação estética
das fachadas das edificações que delimitam as praças.
Tabela 26 – Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Razão relacionada ao nível de satisfação com
a estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
7 (3,9%)
20
(11,1%)
12
(6,7%)
4 (2,2%) 0
43
(23,8%)
não justifica
19
(10,5%)
66
(36,7%)
47
(26,1%)
4 (2,2%) 1 (0,6%)
137
(76,1%)
Manutenção das fachadas
Total
112 (62,2%)
59
(32,8%)
9 (5%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (180 respondentes).
Analisando-se a opinião do total de usuários de cada uma das três praças, observa-se que
em nenhuma das praças a manutenção das fachadas das edificações é citada pela maioria
como uma razão relacionada ao nível de satisfação dos usuários com a estética das
fachadas (Tabela 27). Entretanto, comparando-se as três praças, quanto a influência da
manutenção das fachadas e o nível de satisfação com as mesmas, percebe-se que a praça
José Bonifácio é a que apresenta maior quantidade de usuários (28,3% - 17 de 60) que
pensa que a manutenção justifica o nível de satisfação, seguida pelo parque Dom Antônio
Zattera (26,7% - 16 de 60) e por último a praça Piratinino de Almeida (16,7% - 10 de 60)
(Tabela 27).
Unicamente quanto à opinião dos usuários satisfeitos com a estética das fachadas, observa-
se que também, a maioria dos respondentes de todas as praças pensa que o nível de
manutenção das fachadas é um aspecto que não justifica essa satisfação. Entretanto, das
três praças, a praça José Bonifácio, é a que apresenta quantidade mais expressiva de
89
usuários (28,3% - 13 de 46) que mencionam que a manutenção das fachadas justifica a
satisfação com a estética das mesmas, seguida pelo parque Dom Antônio Zattera (27% - 7
de 26) e por último, a praça Piratinino de Almeida (17,5% - 7 de 40) (Tabela 27).
Tabela 27 – Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
2 (3,3%) 5 (8,3%)
7
(11,7%)
2 (3,3%) 0
16
(26,7%)
não justifica
7
(11,7%)
12
(20%)
21
(35%)
3 (5%) 1 (1,7%)
44
(73,3%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Manutenção
das
fachadas
Total
26 (43,3%)
28
(46,7%)
6 (10%)
60
(100%)
justifica
2 (3,3%)
11
(18,3%)
3 (5%) 1 (1,7%) 0
17
(28,3%)
não justifica
6 (10%)
27
(45%)
10
(16,7%)
0 0
43
(71,7%)
Praça José
Bonifácio
Manutenção
das
fachadas
Total
46 (76,7%)
13
(21,7%)
1 (1,7%)
60
(100%)
justifica
3 (5%) 4 (6,7%) 2 (3,3%) 1 (1,7%) 0
10
(16,7%)
não justifica
6 (10%)
27
(45%)
16
(26,7%)
1 (1,7%) 0
50
(83,3%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Manutenção
das
fachadas
Total
40 (66,7%)
18
(30%)
2 (3,3%)
60
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (60 respondentes).
Quanto as praças avaliadas, percebe-se que na praça José Bonifácio a manutenção das
fachadas é mais relevante para a avaliação estética das fachadas que nas demais.
Possivelmente isso aconteça porque nesta praça existem muitos prédios antigos os quais
necessitam de manutenção periódica. Além disso, esses prédios antigos na praça José
Bonifácio são muito visíveis para quem está na praça, logo, a influência do nível de
manutenção desses prédios influencia mais no nível de satisfação dos usuários com a
estética das fachadas nessa praça do que nas outras com prédios mais novos, ou onde os
prédios antigos não tenham tanta visibilidade (p.ex. praça Piratinino de Almeida e parque
Dom Antônio Zattera).
Quando se analisa separadamente os dois questionários, verifica-se que tanto no questionário
aplicado nas praças como no fora delas a maioria dos respondentes, das três praças (Tabela
28 e 29) considera que a manutenção das fachadas é um aspecto que não justifica o nível de
satisfação com a estética das fachadas. Ao analisar unicamente a opinião dos usuários
satisfeitos, também os dois questionários indicam que a manutenção das fachadas é um
aspecto que não influencia na satisfação (Tabela 28 e 29). Entretanto, esses dados revelam
que embora a manutenção seja um aspecto que na opinião da maioria dos usuários não
influencia a satisfação com a estética das fachadas, ela não deve ser desconsiderada, uma
vez que uma quantidade expressiva de usuários satisfeitos de cada uma das praças, nos dois
90
questionários, revela que essa característica justifica a satisfação estética. Sendo que no
questionário aplicado nas praças, 41% (9 de 22) do total de usuários satisfeitos com a estética
das fachadas da praça José Bonifácio acredita que a manutenção justifica a satisfação com a
estética, no parque Dom Antônio Zattera, 23% (3 de 12), e na praça Piratinino de Almeida
20% (4 de 20) (Tabela 28). No questionário aplicado fora das praças, no parque Dom Antônio
Zattera 28,6% (4 de 14) do total de usuários satisfeitos com a estética das fachadas acreditam
que a manutenção justifica a satisfação com a estética, na praça José Bonifácio, 16,7% (4 de
24), e na praça Piratinino de Almeida 15% (3 de 20) (Tabela 29).
Tabela 28 – Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças (questionário aplicado nas praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
0 3 (10%)
4
(13,3%)
2 (6,7%) 0
9
(30,0%)
não justifica
3 (10%) 6 (20%)
11
(36,7%)
1 (3,3%) 0
21
(70%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Manutenção
das
fachadas
Total
12 (40%)
15
(50%)
3 (10%)
30
(100%)
justifica
1 (3,3%)
8
(26,7%)
1 (3,3%) 1 (3,3%) 0
11
(36,7%)
não justifica
2 (6,7%)
11
(36,7%)
6 (20%) 0 0
19
(63,3%)
Praça José
Bonifácio
Manutenção
das
fachadas
Total
22 (73,3%)
7
(23,3%)
1 (3,3%)
30
(100%)
justifica
2 (6,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 6 (20%)
não justifica
3
(10,0%)
13
(43,3%)
8
(26,7%)
0 0
24
(80%)
Praça Piratinino
de Almeida
Manutenção
das
fachadas
Total
20 (66,6%) 9 (30%) 1 (3,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (30 respondentes).
Tabela 29 – Influencia da manutenção na avaliação estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças (questionário aplicado fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das fachadas
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética das fachadas
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
2 (6,7%) 2 (6,7%)
3
(10,0%)
0 0
7
(23,3%)
não justifica
4
(13,3%)
6
(20,0%)
10
(33,3%)
2 (6,7%) 1 (3,3%)
23
(76,7%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Manutenção
das
fachadas
Total
14 (46,7%)
13
(43,3%)
3 (10%)
30
(100%)
justifica
1 (3,3%)
3
(10,0%)
2 (6,7%) 0 0
6
(20,0%)
não justifica
4
(13,3%)
16
(53,3%)
4
(13,3%)
0 0
24
(80,0%)
Praça José
Bonifácio
Manutenção
das
fachadas
Total
24 (80%) 6 (20%) 0
30
(100%)
justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 0 0
4
(13,3%)
não justifica
3
(10,0%)
14
(46,7%)
8
(26,7%)
1 (3,3%) 0
26
(86,7%)
Praça Piratinino
de Almeida
Manutenção
das
fachadas
Total
20 (66,7%) 9 (30%) 1 (3,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (30 respondentes).
91
Nas perguntas abertas do questionário aplicado fora das praças, considerando todas as
praças, a maioria dos respondentes 85,7% (42 de 49) refere-se à manutenção das fachadas
em termos gerais, entretanto 14,3% (7 de 49) dos respondentes associam a manutenção
das fachadas a pintura das edificações. No parque Dom Antônio Zattera do total de usuários
que considera a manutenção como um aspecto negativo, ou seja, que não colabora para a
satisfação com a estética das fachadas, 30,8% (4 de 13) menciona a fachada da edificação
identificada como 2F (Figura 74). Na praça José Bonifácio 25% (5 de 20) considera que a fachada
da edificações identificada como 2D (Figura 75) não satisfaz esteticamente em função da falta de
manutenção. Por último, na praça José Bonifácio a fachadas mais mencionada (33,3% - 5 de 15),
em função da falta de manutenção, é a 2G (Figura 76).
Conclui-se, sobre a relação entre a manutenção das fachadas e o nível de satisfação estética
com as fachadas das edificações que na opinião da maioria dos usuários a manutenção das
fachadas é um aspecto que não influencia no nível de satisfação estética dos mesmos com as
fachadas. Entretanto, existe uma tendência de que fachadas bem mantidas, e principalmente
pintadas, proporcionam níveis elevados de satisfação estética do que aquelas sem
manutenção. Logo, os resultados indicam que a manutenção das fachadas é um aspecto
relevante, embora, possam existir outros que influenciam mais intensamente na avaliação
estética das fachadas das edificações que delimitam as praças.
4.2.4 NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A ESTÉTICA DOS ESPAÇOS ABERTOS DAS
PRAÇAS
Considerando os dados provenientes dos dois questionários com relação à satisfação com a
estética dos espaços abertos das praças, pode-se afirmar que embora 62,8% (113 de 180)
do total da amostra de usuários das praças avaliadas em Pelotas estejam satisfeitos com a
estética dos espaços abertos, existe um percentual expressivo de 37,2% (67 de 180) que
Figura 75 – Edificação da
praça José Bonifácio
Figura 76 – Edificação da
praça Piratinino de Almeida
Figura 74– Edificação do parque
Dom Antônio Zattera
92
não tem esta opinião (Tabela 12). Esses dados, portanto, revelam a qualidade estética dos
espaços abertos das praças não atende as necessidades dos usuários como deveria. Uma
vez que o ideal seria que praticamente a totalidade dos usuários estivessem satisfeitos com
a estética dos espaços abertos.
Ainda analisando a opinião do total de respondentes, não é encontrada diferença
estatisticamente significativa entre a opinião dos usuários de cada uma das três praças com
as respectivas praças quanto ao nível de satisfação com a estética dos espaços abertos. No
entanto, os valores ordinais médios produzidos pelo teste Kruskal-Wallis (Tabela 30)
indicam uma tendência de que os usuários da praça Piratinino de Almeida são os mais
satisfeitos com a estética dos espaços abertos, seguidos por aqueles do parque Dom
Antônio Zattera e, por último, pelos da praça José Bonifácio, cujo espaço aberto é menos
satisfatório esteticamente.
Tabela 30 – Avaliação estética dos espaços abertos das praças
Questionários aplicados dentro e fora do ambiente das praças
Níveis de satisfação
com a estética do
espaço aberto
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça Piratinino de
Almeida
Total de
respondentes
muito bonito 10 (16,7%) 9 (15%) 12 (20%)
bonito 28 (46,7%) 27 (45%) 27 (45%)
113 (62,8%)
nem bonito nem feio 15 (25%) 17 (28,3%) 12 (20%) 44 (24,4%)
feio 5 (8,3%) 5 (8,3%) 5 (8,3%)
muito feio 2 (3,3%) 2 (3,3%) 4 (6,7%)
23 (12,8%)
total de respondentes 60 (100%) 60 (100%) 60 (100%) 180 (100%)
média* 90,99 87,95 92,56 -
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por praça; *Média dos valores ordinais:
produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis, quanto maior esse valor, maior o nível de satisfação estética dos usuários com
os espaços abertos da praça.
Analisando-se individualmente cada tipo de questionário, não é encontrada, tanto no
questionário aplicado nas praças, como no aplicado fora delas, diferença estatisticamente
significativa entre a opinião dos usuários de cada uma das três praças quanto à avaliação
do nível de satisfação com os espaços abertos das respectivas praças. Comparando-se os
dois questionários percebe-se através dos valores ordinais médios produzidos pelo teste
Kruskal-Wallis (Tabela 31) que as opiniões diferem quanto à avaliação do espaço aberto. No
questionário aplicado nas praças as opiniões dos respondentes são muito similares quanto
ao nível de satisfação com a estética dos espaços abertos das três praças. Já no
questionário aplicado fora das praças as respostas são um pouco mais definidas, indicando
uma tendência de que o espaço aberto da praça Piratinino de Almeida é o mais satisfatório,
seguidos pelo do parque Dom Antônio Zattera e, por último, pelo da praça José Bonifácio,
cujo espaço aberto é menos satisfatório esteticamente.
93
Tabela 31 – Avaliação estética dos espaços abertos das praças
Questionário aplicado nas praças Questionário aplicado fora das praças
Avaliação
estética dos
espaços
abertos das
praças
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Praça
José
Bonifácio
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Praça
José
Bonifácio
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
muito feio
1 (3,33%) 0 (0,00%) 3 (10,0%) 1 (3,33%) 2 (6,7%) 1 (3,33%)
feio
1 (3,33%) 0 (0,00%) 2 (6,7%)
7 (7,8%)
4 (13,3%) 5 (16,7%) 3 (10,0%)
16
(17,8%)
nem bonito
nem feio
9 (30,0%)
11
(36,7%)
6 (20,0%)
26
(28,9%)
6 (20,0%)
6
(20,00%)
6
(20,00%)
18 (20%)
bonito
14
(46,7%)
13
(43,3%)
15
(50,00%)
14
(46,7%)
14
(46,7%)
12
(40,0%)
muito bonito
5 (16,7%) 6 (20,0%) 4 (13,3%)
57
(63,3%)
5 (16,7%) 3 (10,0%) 8 (26,7%)
56
(62,2%)
Total de
respondentes
30 (100%) 30 (100%) 30 (100%) 90 (100%) 30 (100%) 30 (100%) 30 (100%) 90 (100%)
média* 45,70 47,73 43,07
-
45,77 40,70 50,03
-
Nota: o número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça. O total de
respondentes de cada praça é de 30 pessoas, logo a porcentagem total equivale a 100%; *Média dos valores ordinais:
produzidas pelo teste estatístico Kruskal-Wallis, quanto maior esse valor, maior o nível de satisfação estética dos usuários com
o espaço aberto da praça.
Analisando a opinião do total de usuários das três praças, com diferentes faixas etárias
quanto à estética dos espaços abertos das praças, observa-se através dos porcentuais que
os resultados não indicam grande divergência na avaliação estética desses espaços,
realizada por usuários com distintas faixas etárias (Tabela 32). Sendo que, embora a
maioria dos usuários de todos os grupos 63,6% (14 de 22) dos adolescentes, 64,8% (83 de
128) dos adultos e 53,3% (16 de 30) dos idosos esteja satisfeitos, existe uma parcela
expressiva em cada grupo 36,4% (8 de 22) dos adolescentes, 35,1% (45 de 128) dos
adultos e 46,7% (14 de 30) que não tem a mesma opinião. Esses dados indicam, portanto,
que a estética dos espaços abertos das praças em Pelotas, em geral, não está agradando
aos usuários, independente da faixa etária em que se encontram. Uma vez que para todas
as faixas etárias os porcentuais dos usuários que não estão satisfeitos foram altos,
comparados aos satisfeitos (Tabela 32).
Tabela 32 – Avaliação do nível de satisfação estética com os espaços abertos das praças em
relação as diferentes faixas etárias
Questionários aplicados dentro e fora do ambiente das praças
Níveis de satisfação
Adolescentes
Total por
grupo
Adultos
Total por
grupo
Idosos
Total por
grupo
muito bonito
6 (27,3%) 21 (16,4%)
4 (13,3%)
bonito
8 (36,4%)
14 (63,6%)
62 (48,4%)
83 (64,8%)
12 (40%)
16 (53,3%)
nem bonito nem feio
8 (36,4%) 8 (36,4%) 27 (21,1%) 27 (21,1%) 9 (30%) 9 (30%)
feio
0 12 (9,4%) 3 (10%)
muito feio
0
0
6 (4,7%)
18 (14,1%)
2 (6,7%)
5 (16,7%)
total de respondentes
22 (100%) 22 (100%) 128 (100%)
128 (100%)
30 (100%) 30 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário.
94
Analisando-se individualmente cada grupo etário, conclui-se que embora os adolescentes
estejam mais satisfeitos quanto à estética do espaço aberto da praça José Bonifácio
nenhuma das três praças atende às necessidades estéticas deste grupo (Tabela 33). Pois,
embora na praça José Bonifácio 61,5% (8 de 13) dos usuários estejam satisfeitos com a
estética das fachadas, existe uma parcela expressiva de 38,5% (5 de 13) que não têm a
mesma opinião. No parque Dom Antônio Zattera embora a maioria 57,1% (4 de 7) estejam
satisfeitos existem muitos usuários 42,9% (3 de 7) que não tem esta opinião. E por último,
na praça Piratinino de Almeida, não vale considerar a opinião deste grupo uma vez que
existe somente dois respondentes desta faixa etária (Tabela 33).
Quanto ao grupo dos adultos, o espaço aberto que mais agrada esteticamente aos usuários
é o parque Dom Antônio Zattera (Tabela 33), porém tanto neste como na praça Piratinino de
Almeida e na José Bonifácio, embora a maioria dos usuários estejam satisfeitos, com
porcentagens respectivas de 68,1% (32 de 47), 63% (29 de 46) e 62,8% (22 de 35) existe
uma quantidade expressiva de usuários nestes locais que não tem a mesma opinião, sendo
31,9% (15 de 47) no parque Dom Antônio Zattera, 36,9% (17 de 46) na praça Piratinino de
Almeida e 37,1% (13 de 35) na praça José Bonifácio. Logo, nenhuma das três praças
parece atender às necessidades estéticas deste grupo (adultos) como deveria, uma vez que
o ideal seria que praticamente a totalidade dos usuários das praças estivessem satisfeitos
com a estética dos espaços abertos.
Por fim, o grupo dos idosos está mais satisfeito com a estética do espaço aberto da praça
Piratinino de Almeida, uma vez que 66,7% (8 de 12) estão satisfeitos e somente 83,3% (4 de
12) não tem essa opinião (Tabela 33). Após está a estética do espaço aberto da praça José
Bonifácio, sendo que, nesta praça, embora 50% (6 de 12) estejam satisfeitos, 50% (6 de 12)
que não tem a mesma opinião. Já no parque Dom Antônio Zattera somente 33,3% (2 de 6)
estão satisfeitos, enquanto a maioria dos usuários 66,7% (4 de 6) não tem esta opinião.
Portanto, novamente os dados indicam uma tendência de que o espaço aberto das praças
não parece atender às necessidades estéticas do grupo dos idosos, uma vez que uma
expressiva quantidade de usuários não está satisfeita com a estética.
95
Tabela 33 – Avaliação estética dos espaços abertos das praças em relação aos grupos de
usuários (questionário nas praças e fora delas)
Grupo
de
usuários
Avaliação
estética do
espaço aberto
da praça
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Total
Praça
José
Bonifácio
Total
Praça
Piratinino
de
Almeida
Total
Total
por
grupo
muito bonito 1 (14,3%) 3 (23,1%) 2 (100%)
bonito 3 (42,9%)
4 (57,1%)
5 (38,5%)
8 (61,5%)
0
2 (100%)
nem bonito nem
feio
3 (42,9%) 3 (42,9%) 5 (38,5%) 5 (38,5%)
0
0
feio 0 0 0
muito feio 0
0
0
0
0
0
Adolescentes
Total de
respondentes
7 (100%) 7 (100%) 13 (100%) 13 (100%) 2 (100%) 2 (100%)
22
muito bonito 8 (17%) 4 (11,4%) 9 (19,6%)
bonito
24
(51,1%)
32 (68,1%)
18 (51,4%)
22
(62,8%)
20 (43,5%)
29 (63%)
nem bonito nem
feio
10
(21,3%)
10 (21,3%) 9 (25,7%) 9 (25,7%) 8 (17,4%) 8 (17,4%)
feio 4 (8,5%) 3 (8,6%) 5 (10,9%)
muito feio 1 (2,1%)
5 (10,6%)
1 (2,9%)
4 (11,4%)
4 (8,7%)
9 (19,6%)
Adultos
Total de
respondentes
47 (100%) 47 (100%) 35 (100%) 35 (100%) 46 (100%) 46 (100%)
128
muito bonito 1 (16,6%) 2 (16,7%) 1 (8,3%)
bonito 1 (16,6%)
2 (33,3%)
4 (33,3%)
6 (50%)
7 (58,3%)
8 (66,7%)
nem bonito nem
feio
2 (33,3%) 2 (33,3%) 3 (25%) 3 (25%) 4 (33,3%) 4 (33,3%)
feio 1 (16,6%) 2 (16,7%) 0
muito feio 1 (16,6%)
2 (33,3%)
1 (8,3%)
3 (25%)
0
0
Idosos
Total de
respondentes
6 (100%) 6 (100%) 12 (100%) 12 (100%) 12 (100%) 12 (100%)
30
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas relativas aos níveis de satisfação com a estética, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes por grupo etário.
Conclui-se, quanto ao nível de satisfação dos usuários com a estética dos espaços abertos
das praças, que embora a maioria dos usuários estejam satisfeitos com esse aspecto, as
necessidades estéticas dos usuários não são atendidas como deveriam uma vez que uma
parcela expressiva desses não se mostra satisfeita. A avaliação estética dos espaços
abertos realizada pelos usuários é muito semelhante entre as três praças, entretanto, é
possível identificar que a praça que possui o espaço aberto mais satisfatório esteticamente,
é a Piratinino de Almeida, seguida pelo parque Dom Antônio Zattera e por último pela praça
José Bonifácio. Quando se analisa o nível de satisfação dos usuários com a estética dos
espaços abertos em função das distintas faixas etárias (adolescentes, adultos e idosos),
conclui-se que elas não atendem as necessidades estéticas como deveriam, pois, uma
parcela expressiva de cada faixa etária não se mostra satisfeita. Adicionalmente, conclui-se
que independente da faixa etária dos usuários o espaço aberto melhor avaliado
esteticamente é o da praça Piratinino de Almeida, seguido parque Dom Antônio Zattera e
por último pela praça José Bonifácio. Portanto, esses resultados indicam que quanto a
avaliação estética dos espaços abertos das praças a faixa etária dos usuários é um aspecto
que parece não interferir na diferença de opinião entre as pessoas.
96
4.2.4.1 PRINCIPAIS ASPECTOS ASSOCIADOS AO NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS
ESPAÇOS ABERTOS DAS PRAÇAS:
Embora no questionário aplicado fora das praças, em função das perguntas abertas,
existisse a possibilidade de serem adicionadas novas variáveis associadas à estética do
espaço aberto, além daquelas mencionadas pela revisão da literatura, todas as variáveis
citadas pelos respondentes já estavam contempladas no capítulo dois. Logo, não foram
acrescentadas novas variáveis e aquelas similares foram agrupadas e avaliadas no estudo.
São elas: presença de vegetação, presença de monumentos e manutenção e limpeza do
ambiente.
4.2.4.1.1 PRESENÇA DE VEGETAÇÃO
Considerando o total das amostras das três praças (180 questionários - aplicados nas
praças e fora delas) observa-se que embora 55,6% (100 de 180) dos respondentes
considerem a presença de vegetação uma característica que influencia no nível de
satisfação com a estética do espaço aberto das praças, uma quantidade expressiva, 44%
(80 de 180) não têm a mesma opinião (Tabela 34). Entretanto, quando se analisa
unicamente os usuários satisfeitos com a estética dos espaços abertos, 62,8% (71 de 113)
consideram que a presença de vegetação no espaço aberto explica a satisfação, enquanto
para 37,1% (42 de 113) essa característica não explica (Tabela 34). Logo, parece que a
presença de vegetação no espaço aberto tende a explicar a satisfação com a estética
desses espaços.
Tabela 34 – Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos
Razão relacionada ao nível de satisfação com
a estética dos espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
justifica
19
(10,6%)
52
(28,9%)
20
(11,1%)
5 (2,8%) 4 (2,2%)
100
(55,6%)
não justifica
12
(6,7%)
30
(16,7%)
24
(13,3%)
10
(5,55%)
4 (2,2%)
80
(44,4%)
Presença de vegetação
Total
113 (62,8%)
44
(24,4%)
23 (12,8%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (180 respondentes).
Analisando-se a opinião do total de usuários de cada uma das três praças sobre a presença
de vegetação nos espaços abertos, observa-se que em todas as praças essa característica
tende a justificar o nível de satisfação dos usuários com a estética dos espaços abertos
(Tabela 35). Sendo que, no parque Dom Antônio Zattera, a presença de vegetação parece
97
influenciar mais na avaliação estética dos espaços abertos, que nas demais praças (60% -
36 de 60). Após, está a praça José Bonifácio (56,7% - 34 de 60) e por último a Piratinino de
Almeida (50% - 30 de 60) (Tabela 35). Considerando unicamente a opinião dos usuários
satisfeitos com a estética do espaço aberto das praças percebe-se que a presença de
vegetação tende a explicar a satisfação com a estética dos espaços abertos. Sendo que
71% (27 de 38) manifestaram essa opinião no parque Dom Antônio Zattera, 61,1% (22 de
36) na praça José Bonifácio e 55% (22 de 40) no praça Piratinino de Almeida (Tabela 35).
Tabela 35 – Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética dos espaços
abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
justifica
6 (10%)
21
(35%)
5 (8,3%) 3 (5%) 1 (1,7%)
36
(60%)
não justifica
4 (6,7%)
7
(11,7%)
10
(16,7%)
2 (3,3%) 1 (1,7%)
24
(36,7%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Presença de
vegetação
Total
38 (63,3%)
15
(25%)
7 (11,7%)
60
(40%)
justifica
6 (10%)
16
(26,7%)
11
(18,3%)
1 (1,7%) 0
34
(56,7%)
não justifica
3 (5%)
11
(18,3%)
6 (10%) 4 (6,7%) 2 (3,3%)
26
(43,3%)
Praça José
Bonifácio
Presença de
vegetação
Total
36 (60%)
17
(28,3%)
7 (11,7%)
60
(100%)
justifica
7
(11,7%)
15
(25%)
4 (6,7%) 1 (1,7%) 3 (5%)
30
(50%)
não justifica
5 (8,3%)
12
(20%)
8
(13,3%)
4 (6,7%) 1 (1,7%)
30
(50%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Presença de
vegetação
Total
40 (66,7%)
18
(30%)
2 (3,3%)
60
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Quando se analisa separadamente os dois questionários, verifica-se que, tanto no
questionário aplicado nas praças como no fora delas a maioria dos respondentes, das três
praças (Tabelas 36 e 38) considera a presença de vegetação um aspecto que tende a
justificar o nível de satisfação com a estética dos espaços abertos das praças. Ao analisar
unicamente a opinião dos usuários satisfeitos, também os dois questionários indicam que a
presença de vegetação é um aspecto que influencia na satisfação. Sendo que no questionário
aplicado nas praças uma quantidade expressiva de usuários satisfeitos, 73,7% (14 de 19) no
parque Dom Antônio Zattera e 68,4% (13 de 36) tanto na praça José Bonifácio como na
praça Piratinino de Almeida, acreditam que a presença de vegetação justifica a satisfação
com a estética (Tabela 36). No questionário aplicado fora das praças, 85% (17 de 20) na
praça Piratinino de Almeida, 84,2% (16 de 19) no parque Dom Antônio Zattera e 70,6% (12 de
17) na praça José Bonifácio do total de usuários satisfeitos com a estética dos espaços abertos
acreditam que a presença de vegetação justifica a satisfação com a estética (Tabela 38).
98
Tabela 36 – Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com os
espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
3 (10%)
11
(36,7%)
4 (13,3%) 0 0 18 (60%)
Não
justifica
2 (6,7%) 3 (10%) 5 (16,7%) 1 (3,3%)
1
(3,3%)
12 (40%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Presença de
vegetação
Total
19 (63,3%) 9 (30%) 2 (6,7%) 30 (100%)
justifica
5 (16,7%) 8 (26,7%) 7 (23,3%) 0 0
20
(66,7%)
não justifica
1 (3,33%) 5 (6,67%) 4 (13,3%) 0 0
10
(33,3%)
Praça José
Bonifácio
presença de
vegetação
Total
19 (63,3%)
11
(36,7%)
0 30 (100%)
justifica
4 (13,3%) 9 (30,0%) 2 (6,67%) 0
2
(6,67%)
17
(56,7%)
não justifica
0 6 (20,0%) 4 (6,67%) 2 (6,67%)
1
(3,33%)
13
(43,3%)
Praça
Piratinino de
Almeida
presença de
vegetação
não justifica
19 (63,3%) 6 (20%) 5 (16,7%) 30 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Considerando ainda o questionário aplicado fora das praças, em função das perguntas
abertas são identificados os principais aspectos associados à presença de vegetação no
espaço aberto das praças são eles, em ordem de importância: a arborização (76,3% - 71 de
93), a presença de canteiros (12,9% - 12 de 93), flores coloridas (9,7% - 9 de 93) e a
presença de gramados (1,1% - 1 de 93) (Tabela 37). Sendo que, comparando-se as três
praças a arborização é mais citada no parque Dom Antônio Zattera (10,6% - 28 de 93)
(Figura 77), os canteiros, na praça Piratinino de Almeida (11,1% - 18 de 93) (Figura 78), a
existência de flores é um aspecto que não apresenta grande diferenciação entre as três
praças e o gramado citado por somente um respondente é um aspecto desconsiderado pela
pouca freqüência de respostas (Tabela 37).
Tabela 37 – Aspectos associados à presença de vegetação (questionário fora das praças)
Aspectos associados à
presença de vegetação
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça Piratinino
de Almeida
Total
Árvores
28 (10,6%) 25 (28,9%) 18 (11,1%) 71(76,3%)
Canteiros
0 0 12 (13,3%) 12 (12,9%)
Flores
2 (2,15%) 4 (4,3%) 3 (3,2%) 9 (9,7%)
Gramado
1 (1,1%) 0 0 1 (1,1%)
Total
31 (33,3%) 29 (31,2%) 33 (35,5%) 93 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (93 respondentes).
99
Tabela 38 – Influencia da presença de vegetação na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com os
espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
5
(16,7%)
11
(36,7%)
4
(13,3%)
3
(10,0%)
1
(3,3%)
24 (80%)
Não
justifica
0
3
(10,0%)
2 (6,7%) 1 (3,3%) 0 6 (20,0%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Presença de
vegetação
Total
19 (63,3%) 6 (20%) 5 (16,7%)
30
(100%)
justifica
1 (3,3%)
11
(36,7%)
5
(16,7%)
2 (6,7%)
1
(3,3%)
20
(66,7%)
não justifica
2 (6,7%)
3
(10,0%)
1 (3,3%)
3
(10,0%)
1
(3,3%)
10
(33,3%)
Praça José
Bonifácio
presença de
vegetação
Total
17 (56,7%) 6 (20%) 7 (23,3%)
30
(100%)
justifica
8
(26,7%)
9
(30,0%)
4
(13,3%)
1 (3,3%)
1
(3,3%)
23
(76,7%)
não justifica
0
3
(10,0%)
2 (6,7%) 2 (6,7%) 0 7 (23,3%)
Praça
Piratinino de
Almeida
presença de
vegetação
Total
20 (66,7%) 6 (20%) 4 (13,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Figura 77 – Arborização no parque Dom
Antônio Zattera
Figura 78 – Canteiros da praça Piratinino de
Almeida
Conclui-se, sobre a relação entre a presença de vegetação e o nível de satisfação com a
estética dos espaços abertos das praças, que existe uma tendência de que espaços abertos
arborizados, com canteiros, que apresentem diferentes espécies de vegetações,
principalmente flores coloridas e alguns locais gramados proporcionam níveis mais elevados
de satisfação estética. Assim, ao comparar-se a variável presença de vegetação entre as
praças estudadas, sua importância pode ser verificada no parque Dom Antônio Zattera e na
praça Piratinino de Almeida, onde a presença de grande quantidade de árvores e canteiros
se traduziu em níveis de satisfação altos. Ao contrário, na praça José Bonifácio, que possui
menor quantidade de vegetação, a freqüência de usuários satisfeitos que citam esse
100
aspecto como justificativa para a satisfação, tende a ser menor. Logo, os resultados
parecem corroborar com pesquisas já realizadas, nas quais a presença de vegetação no
ambiente é identificada, como um aspecto associado à estética e a preferência das pessoas
por determinados locais (Whyte, 1980; Whyte, 1988; Nasar, 1998; Marcus e Francis, 1990;
Basso, 2001).
4.2.4.1.2 PRESENÇA DE MONUMENTOS
Considerando o total das amostras das três praças (180 questionários - aplicados nas
praças e fora delas) observa-se que a presença de monumentos é um aspecto que
apresenta similaridade entre as opiniões daqueles que acreditam que essa característica
tende a explicar (50,6% - 91 de 180) e a não explicar, (49,4% - 89 de 180) o nível de
satisfação com a estética dos espaços abertos (Tabela 39). Já quando se analisa
unicamente os usuários satisfeitos com a estética dos espaços abertos, a diferença passa a
ser um pouco maior, 51,3% (58 de 113) de usuários que acreditam que a presença de
monumentos tende a explicar a satisfação e 48,7% (55 de 113) que não tem essa opinião
(Tabela 39). Logo, esse aspecto parece não ter muita influência no nível de satisfação dos
usuários com a estética dos espaços abertos.
Tabela 39 – Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços abertos
das praças
Nível de satisfação com a estética dos espaços
abertos
Razão relacionada ao nível de satisfação com
a estética dos espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
justifica
20
(11,1%)
38
(21,1%)
20
(11,1%)
7 (3,9%) 6 (3,3%)
91
(50,6%)
não justifica
11
(6,1%)
44
(24,4%)
24
(13,3%)
8
(4,44%)
2 (1,1%)
89
(49,4%)
Presença de monumentos
Total
113 (62,8%)
44
(24,4%)
23 (12,8%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (180 respondentes).
Analisando-se a opinião do total de usuários de cada uma das três praças sobre a presença
de monumentos no espaço aberto, observa-se que somente na praça José Bonifácio a
maioria dos usuários (63,3% - 38 de 60) cita a presença de monumentos como uma razão
relacionada ao nível de satisfação com a estética do espaço aberto. Entretanto, nas demais
praças embora a maioria dos usuários na praça Piratinino de Almeida (60% - 18 de 60) e no
parque Dom Antônio Zattera (61,7% - 37 de 60) tenham mencionado que a presença de
monumentos não interfere na avaliação estética dos espaços abertos das praças, uma
quantidade expressiva de usuários manifesta opinião contrária, respectivamente (40% - 12
de 60) e (38,3% - 23 de 60) (Tabela 40).
101
Considerando unicamente os usuários satisfeitos com a estética dos espaços abertos,
percebe-se que além da praça José Bonifácio (61,1% - 22 de 36), a praça Piratinino de
Almeida (56,4% - 22 de 39) também apresenta a maioria desses usuários manifestando a
opinião de que a existência de monumentos é um aspecto importante para a satisfação com
a estética dos espaços abertos. No parque Dom Antônio Zattera a presença de monumentos
é um aspecto menos relevante, embora também citado por uma quantidade expressiva
(36,8% - 14 de 38) de usuários satisfeitos com a estética do espaço aberto como sendo um
aspecto que explica a essa satisfação (Tabela 40). Presume-se, que um dos motivos que
explica a presença de monumentos na praça José Bonifácio ser considerada um aspecto
que influencia na satisfação seja a localização do busto de José Bonifácio (único
monumento existente na praça). Ele está localizado num ponto estratégico, em frente a
Catedral São Francisco de Paula e no eixo da Rua Miguel Barcelos, portanto é visto por
muitos usuários, tanto aqueles que estão no interior da praça, quanto aqueles que estão no
entorno da mesma (Figura 79). Quanto a praça Piratinino de Almeida supõe-se a presença
de monumentos, justifica a satisfação dos usuários principalmente em função da presença
da caixa d'água (Figura 80), elemento citado por muitos usuários (80% - 4 de 5), como um
monumento, que explica a satisfação com a estética do espaço aberto.
Figura 79 – Monumento à José Bonifácio –
Praça José Bonifácio
Nota: monumento localizado em frente a Catedral São
Francisco de Paula, e no eixo da Rua Miguel Barcellos, ao
fundo.
Figura 80 – Caixa’Água – Praça Piratinino
de Almeida
102
Tabela 40 – Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Locais
Razão relacionada ao
nível de satisfação com os
espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
6 (10%)
8
(13,3%)
5 (8,3%) 2 (3,3%) 2 (3,3%)
23
(38,3%)
Não
j
ustifica
4 (6,7%)
20
(33,3%)
10
(16,7%)
3 (5%) 0
37
(61,7%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Presença de
monumentos
Total
38 (63,3%)
15
(25%)
7 (11,7%)
60
(100%)
Justifica
6 (10%)
16
(26,7%)
11
(18,3%)
3 (5%) 2 (3,3%)
38
(63,3%)
Não
j
ustifica
3 (5%)
11
(18,3%)
6 (10%) 2 (3,3%) 0
22
(36,7%)
Praça José
Bonifácio
Presença de
monumentos
Total
36 (60%)
17
(28,3%)
7 (11,7%)
30
(100%)
Justifica
8
(13,3%)
14
(23,3%)
4 (6,7%) 2 (3,3%) 2 (3,3%)
12
(40,0%)
Não
j
ustifica
4 (6,7%)
13
(21,7%)
8
(13,3%)
3 (5%) 2 (3,3%)
18
(60%)
Praça Piratinino
de Almeida
Presença de
monumentos
Total
39 (65%)
12
(20%)
9 (15%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Quando se analisa as respostas dos usuários que estão nas praças e fora das praças,
percebem-se similaridades entre as opiniões quanto a influencia da presença de monumentos
no nível de satisfação com a estética dos espaços abertos. Isso é verificado, tanto no parque
Dom Antônio Zattera quando o questionário é aplicado na praça (73,3% - 22 de 30) e fora da
praça (80% - 24 de 30), quanto na Piratinino de Almeida quando é aplicado na praça (60% -
18 de 30) e fora da praça (76,7% - 23 de 30), mostrando que para a maioria dos usuários a
presença de monumentos no espaço aberto da praça não influência na avaliação estética.
Entretanto, na praça José Bonifácio, quando o questionário é aplicado na praça, existe pouca
diferença entre aqueles que pensam que a presença de monumentos influencia (53,3% - 16
de 30) e não influencia (46,7% - 14 de 30) na avaliação estética do espaço aberto. Já quando
o questionário é aplicado fora da praça essa diferença é mais expressiva mostrando que a
maioria (83,3% - 25 de 30) dos usuários nesta praça também pensa que a presença de
monumentos não influencia na avaliação estética dos espaços abertos (Tabela 41).
Portanto, esses dados revelam indícios de que a presença de monumentos nas praças
tende a influenciar diferentemente os usuários quanto ao nível de satisfação com a estética
do espaço aberto, quando os mesmos estão localizados dentro ou fora das praças. Nesse
sentido, essas percepções tendem a influenciar mais a satisfação estética quando os
monumentos estão dentro das praças, talvez pela proximidade e contato direto que os
usuários tem com aqueles, por outro lado, essa influência não é tão expressiva quando os
usuários estão fora das praças, talvez eles nem se lembrem da existência dos mesmos,
uma vez que poucos monumentos foram citados por estes respondentes (Tabela 41 e 42).
103
Tabela 41 - Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com os
espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem bonitos
nem feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
2 (6,7%)
3
(10,0%)
2 (6,7%) 0
1
(3,3%)
8 (26,7%)
Não justifica
3 (10%)
11
(36,7%)
7 (23,3%)
1
(3,3%)
0
22
(73,3%)
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Presença de
monumentos
Total
19 (63,3%) 9 (30%) 2 (6,7%)
30
(100%)
Justifica
4 (13,3%)
6
(20,0%)
6 (20,0%) 0 0
16
(53,3%)
Não justifica
2 (6,7%)
7
(23,3%)
5 (16,7%) 0 0
14
(46,7%)
Praça
José
Bonifácio
Presença de
monumentos
Total
19 (63,3%) 11 (36,7%) 0
30
(100%)
Justifica
3 (10,0%)
7
(23,3%)
1 (3,3%) 0
1
(3,3%)
12
(40,0%)
Não justifica
1 (3,3%)
8
(26,7%)
5 (16,7%)
2
(6,7%)
2
(6,7%)
18 (60%)
Praça
Piratinino
de
Almeida
Presença de
monumentos
Total
19 (63,3%) 6 (20,0%) 5 (16,7%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Tabela 42 – Influencia da presença de monumentos na avaliação estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Locais
avaliados
Razão relacionada ao nível
de satisfação com os
espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
1 (3,3%)
4
(
13
,
3%
)
0 1 (3,3%) 0
6
(
20
,
0%
)
Não justifica
4
(
13,3%
)
10
(
33,3%
)
6 (20%)
3
(
10,0%
)
1(3,3%)
24
(
80,0%
)
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Presença de
monumentos
Total
19 (63,3%) 6 (20%) 5 (16,7%)
30
(
100%
)
Justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 0
5
(
16
,
7%
)
Não justifica
2 (6,7%)
13
(
43,3%
)
4
(
13,3%
)
4
(
13,3%
)
2(6,7%)
25
(
83,3%
)
Praça
José
Bonifácio
Presença de
monumentos
Total
17(56,7%) 6 (20%) 5 (16,7%)
30
(
100%
)
Justifica
2 (6,7%)
4
(
13
,
3%
)
0 1 (3,3%) 0
7
(
23
,
3%
)
Não justifica
6 (20%)
8
(26,7%)
6 (20%) 2 (6,7%) 1 (3,3%)
23
(76,7%)
Praça
Piratinino
de
Almeida
Presença de
monumentos
Total
20 (66,7%) 6 (20%) 4 (13,3%)
30
(
100%
)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Conclui-se quanto à relação entre a presença de monumentos e a estética dos espaços
abertos das praças que embora a literatura (p.ex. KAPLAN E KAPLAN, 1998; MARCUS E
FRANCIS, 1990) considere importante esse aspecto na avaliação estética de praças, os
resultados encontrados não confirmam essas evidências. Os resultados indicam que a
presença de monumentos parece ser um aspecto indiferente para a maioria dos usuários,
inclusive para aqueles que consideram a estética das praças satisfatórias ele não se mostrou
104
relevante. Logo, parece que outros aspectos são mais importantes para explicar a satisfação
dos usuários com a estética dos espaços abertos das praças.
4.2.4.1.3 MANUTENÇÃO
Considerando o total das amostras das três praças (180 questionários - aplicados nas
praças e fora delas) observa-se que embora na opinião da maioria dos usuários a
manutenção dos espaços abertos seja uma característica que não influencia (71,1% - 128
de 180) na avaliação estética dos espaços abertos das praças, uma quantidade expressiva
de 28,9% (52 de 180) pensa ao contrário (Tabela 17). Adicionalmente, do total de usuários
satisfeitos com a estética dos espaços abertos 74,3% (84 de 113) mencionam que a
manutenção não explica a satisfação com a estica dos espaços abertos das praças,
enquanto 25,7% (29 de 113) não têm essa opinião (Tabela 43). Logo, esses dados indicam que
possivelmente outros aspectos são mais relevantes para explicar a satisfação dos usuários com
a estética dos espaços abertos.
Tabela 43 – Influencia da manutenção na avaliação estética dos espaços abertos das praças
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Razão relacionada ao nível de
satisfação com a estética dos espaços
abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
justifica
9 (5%)
20
(11,1%)
13 (7,2%)
3
(1,7%)
7 (3,9%)
52
(28,9%)
não justifica
22 (12,2%)
62
(34,4%)
31
(17,2%)
12
(6,7%)
1 (0,7%)
128
(71,1%)
Manutenção
Total
113 (62,8%)
44
(24,4%)
23 (12,8%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (180 respondentes).
Analisando-se a opinião do total de usuários de cada uma das três praças, observa-se que
embora a maioria dos usuários, tanto na praça Piratinino de Almeida (75% - 45 de 60), como
no parque Dom Antônio Zattera (70% - 42 de 60) e na praça José Bonifácio (68,3% - 41 de
60) acreditem que a manutenção não influencia na avaliação estética dos espaços abertos,
uma quantidade expressiva de usuários pensa o contrário, respectivamente, 25% (15 de
60), 30% (18 de 60) e 31,7% (19 de 60) (Tabela 44). Da mesma forma, quando se considera
unicamente os usuários satisfeitos com a estética dos espaços abertos, nota-se que em
todas as praças a manutenção tende a não explicar a satisfação com a estética desses
espaços, sendo primeiramente na praça Piratinino de Almeida (79,5% - 31 de 39), seguida
pelo parque Dom Antônio Zattera (76,3% - 29 de 38) e por último pela praça José Bonifácio
(66,7% - 24 de 36). Entretanto, muitos dos usuários satisfeitos pensam o contrário, 20,5% (8
de 39) na praça Piratinino de Almeida, 23,7% (9 de 38) no parque Dom Antônio Zattera e
33,3% (12 de 36) na praça José Bonifácio (Tabela 44).
105
Tabela 44 – Influencia da manutenção na avaliação estética dos espaços abertos das praças
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a
estética dos espaços
abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
justifica
4 (6,7%) 5 (8,3%) 6 (10%) 1 (1,7%) 2 (3,3%)
18
(30%)
não justifica
6 (10%)
23
(38,3%)
9 (15%) 4 (6,7%) 0
42
(70%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Manutenção
Total
38 (63,3%)
15
(25%)
7 (11,7%)
60
(100%)
justifica
2 (3,3%)
10
(16,7%)
5 (8,3%) 0 2 (3,3%)
19
(31,7%)
não justifica
7
(11,7%)
17
(28,3%)
12
(20%)
5 (8,3%) 0
41
(68,3%)
Praça José
Bonifácio
Manutenção
Total
36 (60%)
17
(28,3%)
7 (11,7%)
60
(100%)
justifica
3 (5%) 5 (8,3%) 2 (3,3%) 2 (3,3%) 3 (5%)
15
(25%)
não justifica
9 (15%)
22
(36,7%)
10
(16,7%)
3 (5%) 1 (1,7%)
45
(75%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Manutenção
Total
39 (65%)
12
(20%)
9 (15%)
60
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Considerando os dados provenientes dos dois questionários (aplicados na praça e fora dela)
percebe-se que as opiniões tendem a ser similares. Em ambos os questionários, a manutenção
do espaço aberto em geral tende a não influenciar na avaliação estética desses espaços
(Tabelas 45 e 46). Comparando-se as três praças, na José Bonifácio a manutenção é mais
citada como explicação para a satisfação dos usuários com os espaços abertos. No parque
Dom Antônio Zattera a manutenção tende a explicar menos a satisfação com o espaço aberto.
Logo, esses resultados mostram que não existe grande divergência entre as opiniões quanto a
influência da manutenção na avaliação estética dos espaços abertos entre usuários que estão
nas praças e fora delas.
Tabela 45 - Influencia do nível de manutenção na avaliação estética dos espaços abertos das
praças (questionário aplicado nas praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Locais
Razão relacionada ao nível
de satisfação com a estética
dos espaços abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
2 (6,7%) 3 (10%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
11
(36,7%)
Não justifica
3 (10%)
11
(
36
,
7%
)
5 (16,7%) 0 0
19
(
63
,
3%
)
Dom
Antônio
Zattera
Nível de
manutenção
Total
19 (63,3%) 9 (30%) 2 (6,7%)
30
(
100%
)
Justifica
0 5 (16,7%) 4 (13,3%) 0 0 9 (30%)
Não justifica
6 (20%) 8 (26,7%) 7 (23,3%) 0 0
21
(
70
%)
Praça
José
Bonifácio
Nível de
manutenção
Total
19 (63,3%) 11 (36,7%) 0
30
(
100%
)
Justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 2 (6,7%)
5
(
16
,
7%
)
Não justifica
3 (10%)
14
(46,7%)
5 (16,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%)
25
(83,3%)
Praça
Piratinino
de
Almeida
Nível de
manutenção
Total
19 (63,3%) 6 (20%) 5 (16,7%)
30
(
100%
)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
106
Tabela 46 – Influencia do nível de manutenção na avaliação estética dos espaços abertos das
praças (questionário aplicado fora das praças)
Nível de satisfação com a estética dos espaços abertos
Locais
avaliados
Razão relacionada ao nível de
satisfação com os espaços
abertos
Muito
bonitos
Bonitos
Nem
bonitos
nem
feios
Feios
Muito
feios
Total
Justifica
0 3 (10%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%)
8
(26,7%
Não justifica
5 (16,7%)
11
(36,7%)
4 (13,3%) 2 (6,7%) 0
22
(73,3%
Parque
Dom
Antônio
Zattera
Nível de
manutenção
Total
19 (63,3%) 6 (20%) 5 (16,7%)
30
(100%)
Justifica
2 (6,7%) 6 (20,0%) 4 (13,3%) 2 (6,7%) 2 (6,7%)
16
(53,3%
Não justifica
1 (3,3%) 8 (26,7%) 2 (6,7%) 3 (10%) 0
14
(46,7%
Praça
José
Bonifácio
Nível de
manutenção
Total
17 (56,7%) 6 (20%) 7 (23,3%)
30
(100%)
Justifica
0 3 (10%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 0
7
(23,3%
Não justifica
8 (26,7%) 9 (30%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
23
(76,7%
Praça
Piratinino
de
Almeida
Nível de
manutenção
Total
20 (66,7%) 6 (20%) 4 (13,3%)
30
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Dentre os aspectos associados à manutenção dos espaços abertos das praças, são citados
nas perguntas abertas do questionário aplicado fora das praças, considerando todas as
praças, primeiramente a manutenção dos pisos, a manutenção da vegetação, muitos
respondentes mencionam ainda a manutenção geral, manutenção dos bancos, limpeza,
falta de bancos, manutenção dos brinquedos, mau cheiro, e manutenção dos monumentos
(Tabela 47).
Considerando individualmente cada praça, destaca-se a manutenção do piso, primeiramente
na praça José Bonifácio (23,1% - 12 de 52), seguida pelo parque Dom Antônio Zattera (21,8%
- 17 de 78) e por último a praça Piratinino de Almeida (19,3% - 12 de 62). O principal aspecto
mencionado pelos respondentes quanto à manutenção do piso diz respeito a ladrilhos faltando
e quebrados, em função das raízes das árvores. Quanto a manutenção da vegetação, este
aspecto é mais mencionado pelos usuários da praça José Bonifácio (23,1% - 12 de 52),
seguido pela Piratinino de Almeida (19,3% - 12 de 62) e posteriormente pelo parque Dom
Antônio Zattera (19,2% - 15 de 78). Os principais aspectos mencionados pelos usuários
quanto a manutenção da vegetação diz respeito à falta de poda, ou poda mal feitas nas
árvores, falta de corte da grama e falta de tratamento paisagístico nos canteiros (Tabela 47).
Alguns usuários referem-se à manutenção nas praças de maneira geral, não determinando
um tipo específico de manutenção. Essa manutenção geral é mais mencionada na praça
José Bonifácio (25% - 13 de 52), seguida pela Piratinino de Almeida (17,7% - 11 de 62) e
menos mencionada no parque Dom Antônio Zattera (11,5% - 9 de 78). A manutenção dos
107
bancos existentes nas praças é outro aspecto associado a manutenção, sendo mais
mencionado pelos usuários do parque Dom Antônio Zattera (25% - 20 de 52) e praça
Piratinino de Almeida (14,5% - 9 de 62) e menos mencionado na praça José Bonifácio (2% -
1 de 52), que por sua vez é mais mencionada pela falta de bancos (11,5% - 5 de 52),
seguida pelo parque Dom Antônio Zattera (3,8% - 3 de 78) e praça Piratinino de Almeida
(3,2% - 2 de 62). O parque Dom Antônio Zattera é único local mencionado em função da
manutenção dos brinquedos (11,5% - 9 de 78) uma vez que só ele possui esse tipo de
equipamento (playground). Da mesma forma, a praça Piratinino de Almeida é a única
mencionada em função do mau cheiro (12,9% - 8 de 62) existente no ambiente (cheiro de
urina) principalmente na proximidade do monumento da caixa’água. Por fim, o último
aspecto mencionado pelos usuários associado à manutenção dos espaços abertos é a
manutenção dos monumentos. Esse aspecto é mais citado na praça José Bonifácio (9,6% -
5 de 52) possivelmente em função do busto de José Bonifácio ser muito visível e estar em
péssimo estado de conservação, após está a praça Piratinino de Almeida (3,2% - 2 de 62) e
por último o parque Dom Antônio Zattera (1,3% - 1 de 78) (Tabela 47).
Tabela 47 – Aspectos associados à falta de manutenção (questionário fora das praças)
Aspectos associados à
presença de vegetação
Parque Dom
Antônio Zattera
Praça José
Bonifácio
Praça Piratinino
de Almeida
Total
Manutenção do piso
17 (8,8%) 12 (6,2%) 12 (6,2%) 41 (21,3%)
Manutenção da vegetação
15 (7,8%) 12 (6,2%) 12 (6,2%) 39 (20,3%)
Manutenção geral
9 (4,7%) 13 (6,8%) 11 (5,7%) 33 (17,2%)
Manutenção dos bancos
20 (10,4%) 1 (0,5%) 9 (4,7%) 30 (15,6%)
Limpeza
4 (2,1%) 3 (1,6%) 6 (3,1%) 13 (6,8%)
Falta de bancos
3 (1,6%) 6 (3,1%) 2 (1%) 11 (5,7%)
Manutenção dos brinquedos
9 (4,7%) 0 0 9 (4,7%)
Mau cheiro
0 0 8 (4,2%) 8 (4,2%)
Manutenção dos monumentos
1 (0,5%) 5 (2,6%) 2 (1%) 8 (4,2%)
Total
78 (40,6%) 52 (27,1%) 62 (32,3%) 192 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a porcentagem em relação ao total de respondentes de todas as praças (93 respondentes).
Conclui-se quanto à relação entre a manutenção e a estética dos espaços abertos das
praças que embora a literatura (p.ex. MARCUS E FRANCIS, 1990; MEIRA, REIS E LAY,
2002) considere importante esse aspecto na avaliação estética de espaços urbanos, os
resultados encontrados mostram-se contrários a isso. Logo, para a realidade investigada,
parece que outros aspectos são mais relevantes para explicar a satisfação dos usuários
com a estética dos espaços abertos das praças. Isso se justifica supostamente, porque a
manutenção não é satisfatória, entretanto, na avaliação estética geral do espaço aberto é
satisfatória. Assim, provavelmente se a manutenção fosse satisfatória, poderia vir a
aumentar o nível de satisfação dos usuários com a estética do espaço aberto das praças.
108
Adicionalmente, conclui-se que os principais aspectos associados à manutenção dos
espaços abertos das praças, são: a manutenção dos pisos (ladrilhos quebrados e faltando),
da vegetação (poda de árvores e corte de grama), dos bancos, brinquedos, monumentos,
limpeza e falta de bancos.
4.3 A INFLUÊNCIA DA ESTÉTICA NO USO DAS PRAÇAS
Neste item, é apresentada a relação entre a estética e o uso das praças, conforme os dados
provenientes tanto do questionário aplicado nas próprias praças, como daquele aplicado no
entorno, segundo a metodologia explicitada no capítulo 3. Para tanto, primeiramente, é
relevante destacar que o uso mencionado ao longo do capítulo diz respeito à freqüência e ao
tempo de permanência das pessoas nas praças.
4.3.1 A IMPORTÂNCIA DA ESTÉTICA PARA O USO DAS PRAÇAS
Considerando o total da amostra de usuários das praças avaliadas em Pelotas (tanto do
questionário aplicado nas praças como fora delas), verifica-se através das freqüências de
respostas, que embora a maioria dos usuários (82,2% - 421 de 180) (Tabela 1 – Anexo D)
tenha mencionado que utiliza as praças por outros motivos que não pela estética, 17,8% (91
de 180) mencionaram que um dos motivos de utilizar as praças é em função da estética.
Logo, esses dados revelar que a estética das praças, embora não seja determinante, ela
tem impacto no uso. Adicionalmente, desse total de usuários que dizem utilizar as praças
por motivos relacionados à estética, 74,7% (68 de 91) citam que utilizam devido à estética
do espaço aberto e 25,3% (23 de 91) devido à estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças. Portanto, mais uma vez é evidenciada a relevância da estética do
espaço aberto das praças (conforme item 4.2.2) na opinião dos usuários comparada à
estética das fachadas das edificações que delimitam as praças (Tabelas 1 – Anexo D).
Do total de usuários satisfeitos com a estética das praças (questionário aplicado nas praças
como fora delas), nota-se que embora a maioria (83,7% - 82 de 98) não justifique que a
estética com as fachadas das edificações que delimitam as praças seja uma razão para o
uso das praças, 16,3% (16 de 98) mencionam o contrário (Tabela 48). Em relação ao
espaço aberto, da mesma forma, a maioria (55,1% - 54 de 98) menciona que a estética com
o espaço aberto não é uma justificativa para o uso das praças, entretanto, uma quantidade
expressiva de usuários (44,9% - 44 de 98) comenta o contrário (Tabela 48).
109
Tabela 48 – Influencia do nível de satisfação com a estética das fachadas das edificações e do
espaço aberto sobre o uso das praças(questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das praças
Razão relacionada ao uso das praças
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
6 (3,3%)
10
(5,6%)
6 (3,3%) 1 (0,6%) 0
23
(12,8%)
não justifica
22
(12,2%)
60
(33,3%)
53
(29,4%)
14
(7,8%)
8 (4,4%)
157
(87,2%)
Estética das fachadas das
edificações
Total
98 (54,4%)
59
(32,8%)
23 (12,8%)
180
(100%)
justifica
15
(8,3%)
29
(16,1%)
17
(9,4%)
6 (3,3%) 1 (0,6%)
68
(37,8%)
não justifica
13
(7,2%)
41
(22,8%)
42
(23,3%)
9 (5%) 7 (3,9%)
112
(62,2%)
Estética do espaço aberto
Total
98 (54,4%)
59
(32,8%)
23 (12,8%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes.
Analisando individualmente cada praça, segundo a opinião do total de usuários satisfeitos
com a estética das praças (questionário aplicado nas praças como fora delas) verifica-se
que na praça José Bonifácio é onde maior quantidade de usuários (33,3% - 12 de 36)
justificam que utilizam a praça devido a estética das fachadas das edificações adjacentes à
praça, seguida do parque Dom Antônio Zattera (9,4% - 3 de 32) e por último a praça
Piratinino de Almeida (3,3% - 1 de 30). Logo, nota-se uma tendência, pelo menos na praça
José Bonifácio que a praças mais satisfatória quanto a estética das fachadas (segundo item
4.2.3) tenha mais uso, em função dessa característica (Tabela 49).
Tabela 49 – Influencia do nível de satisfação com a estética das fachadas das edificações
sobre o uso das praças (questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das praças
Locais
Razão relacionada ao uso
das praças
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
justifica
2 (3,3%) 1 (1,7%) 2 (3,3%) 0 0 5 (8,3%)
não justifica
6 (10%)
23
(38,3%)
17
(28,3%)
6 (10%) 3 (5%)
55
(91,7%)
Parque Dom
Antônio Zattera
Estética das
fachadas
das
edificações
Total
32 (53,3%)
19
(31,7%)
9 (15%)
60
(100%)
justifica
3 (5%) 9 (15%) 3 (5%) 1 (1,7%) 0
16
(26,7%)
não justifica
4 (6,7%)
20
(33,3%)
13
(21,7%)
6 (10%) 1 (1,7%)
44
(73,3%)
Praça José
Bonifácio
Estética das
fachadas
das
edificações
Total
36 (60%)
16
(26,7%)
8 (13,3%)
60
(100%)
justifica
1 (1,7%) 0 1 (1,7%) 0 0 2 (3,3%)
não justifica
12
(20%)
17
(28,3%)
23
(38,3%)
2 (3,3%) 4 (6,7%)
58
(96,7%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Estética das
fachadas
das
edificações
Total
30 (50%)
24
(40%)
6 (10%)
60
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que a variável influencia no nível de satisfação, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada praça (60 respondentes).
110
Quanto à opinião do total de usuários satisfeitos em relação à estética dos espaços abertos
das praças (questionário aplicado nas praças como fora delas) verifica-se que no parque
Dom Antônio Zattera é onde maior quantidade de usuários (59,4% - 19 de 32) justificam que
usam o local devido a estética, seguido pela praça José Bonifácio (38,9% - 14 de 36) e por
último pela Piratinino de Almeida (36,7% - 11 de 30). Logo, analisando-se individualmente
as praças, nota-se que não existe uma tendência tão clara, de que as praças mais
satisfatórias quanto à estética dos espaços abertos (segundo item 4.2.4) sejam as mais
usadas, em função dessa característica (Tabela 49).
Conclui-se quanto à importância da estética para o uso das praças que embora os usuários
não utilizem as mesmas predominantemente em função da estética ela parece ter um papel
importante no uso. Sendo que a estética do espaço aberto parece ter uma influência maior,
que a das fachadas que delimitam as praças para o uso desses espaços. Entretanto quando
se analisa individualmente cada uma das praças que fazem parte do estudo, essa influência
da estética sobre o uso parece não ser tão grande, sendo mais evidente a princípio quanto a
estética das fachadas da praça José Bonifácio.
4.3.2 A RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A ESTÉTICA E A
INTENSIDADE DE USO DAS PRAÇAS
Ainda, a fim de relacionar a estética com o uso das praças, verifica-se, de acordo com a
avaliação estética geral dos usuários que a praça melhor avaliada (conforme item 4.2.1) é a
José Bonifácio, seguida pela Piratinino de Almeida e por último o parque Dom Antônio
Zattera. Entretanto, a praça onde existe maior quantidade de pessoas por metro quadrado é
conforme os mapas comportamentais (Figuras 1, 2 e 3, Anexo C) é primeiramente o parque
Dom Antônio Zattera, seguido pela praça José Bonifácio e por último a Piratinino de Almeida
(Tabela 1, Anexo C). No parque Dom Antônio Zattera, por exemplo, observa-se, segundo o
mapa comportamental (Figura 1, Anexo C) que grande concentração de pessoas, utiliza o
parque em função dos tipos de atividades que são proporcionadas tais como, playground,
pista de skate, as quais funcionam como atratores das pessoas e não devido a qualidade
estética. Supõe-se que no caso das praças estudadas, a maior concentração de pessoas
nas praças seja por razões de caráter prático, porém, isso não significa que a qualidade
estética não tenha um impacto no maior ou menor concentração de pessoas.
111
Tabela 50 – Total de usuários nas praças
Locais Total de usuários nas praças* Área da praça (m²) Total de usuários por m²
Dom Antônio Zattera 552 37.768,7 68,4
Praça José Bonifácio 394 3.833,85 9,7
Praça Piratinino de
Almeida
996 8.674,2 8,7
Nota: *o número de usuários nas praças corresponde à contagem total realizada conforme os mapas comportamentais (Tabela
1, Anexo C); a área da praça José Bonifácio é apresentada com desconto da área da edificação da catedral.
Conclui-se sobre a relação entre o nível de satisfação com a estética e a intensidade de uso
das praças que para a realidade estudada, as mais satisfatórias esteticamente de maneira
geral, não são as que possuem maior quantidade de pessoas. A mais utilizada é aquela que
proporciona maior diversidade de atividades de lazer aos usuários, provavelmente isso
ocorra devido à falta de opções de escolha que obriga o usuário a freqüentar determinada
praça, mesmo que não seja a mais satisfatória esteticamente.
4.3.3 A RELAÇÃO ENTRE A ESTÉTICA E A FREQÜÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DAS
PRAÇAS
Considerando o total das amostras das três praças (180 questionários - aplicados nas
praças e fora delas) observa-se que a maioria (53,9% - 97 de 180) dos respondentes utiliza
as praças menos de uma vez por mês (Tabela 51). Entretanto, quando se analisa
unicamente os usuários satisfeitos com a estética das praças, embora a maioria continue
freqüentando menos de uma vez por mês (52% - 51 de 98) uma quantidade expressiva de
usuários 29,6% (29 de 98) utiliza mais de quatro vezes por mês. Logo, parece que a
avaliação estética das praças tende a ter uma influência na freqüência de utilização das
praças (Tabela 51).
Tabela 51 – Relação entre o nível de satisfação e a freqüência de uso das praças (questionário
aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das praças
Freqüência que a pessoa
utiliza a praça
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem feias
Feias
Muito
feias
Total
menos 1 vez por mês 16 (8,9%)
35
(19,4%)
31
(17,2%)
8 (4,4%) 7 (3,9%)
97
(53,9%)
de 1 a 4 vezes por mês 5 (2,8%) 13 (7,2%)
20
(11,1%)
4 (2,2%) 0
42
(23,3%)
mais de 4 vezes por mês 7 (3,9%)
22
(12,2%)
8 (4,4%) 3 (1,7%) 1 (0,6%)
41
(22,8%)
Total 98 (54,4%)
59
(32,8%)
23 (12,8%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que o nível de satisfação influencia na variável, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes.
112
Ainda, considerando o total de usuários (questionário aplicado nas praças como fora delas)
de cada uma das três praças, verifica-se que em todas as praças, a maioria deles utiliza as
praças menos de uma vez por mês, independente da avaliação estética feita da praça
(Tabela 52). Entretanto, considerando o total de usuários satisfeitos com a estética de cada
uma das praças, verifica-se que embora nas três praças a maior quantidade de pessoas
utilize as mesmas com freqüência de menos de uma vez por mês, uma quantidade
expressiva de usuários utiliza por mais de quatro vezes por mês. A mais utilizada pelos
usuários satisfeitos é a José Bonifácio (33,3% - 12 de 36), seguida pela Piratinino de
Almeida (30% - 9 de 30) e por último está o parque Dom Antônio Zattera (25% - 8 de 32)
(Tabela 52).
Tabela 52 – Relação entre o nível de satisfação e a freqüência de uso em cada praça
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das praças
Locais
Freqüência que a pessoa
utiliza a praça
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
menos 1 vez por mês
5 (8,3%)
14
(23,3%)
11
(18,3%)
2 (3,3%) 3 (5%) 35 (58,3%)
de 1 a 4 vezes por mês
0 5 (8,3%) 6 (10%) 2 (3,3%) 0 13 (21,7%)
mais de 4 vezes por mês
3 (5%) 5 (8,3%) 2 (3,3%) 2 (3,3%) 0 12 (20%)
Dom Antônio
Zattera
Total
32 (53,3%)
19
(31,7%)
9 (15%) 60 (100%)
menos 1 vez por mês
3 (5%)
14
(23,3%)
5 (8,3%) 4 (6,7%) 1 (1,7%) 27 (45%)
de 1 a 4 vezes por mês
3 (5%) 4 (6,7%)
7
(11,7%)
2 (3,3%) 0 16 (26,7%)
mais de 4 vezes por mês
1 (1,7%)
11
(18,3%)
4 (6,7%) 1 (1,7%) 0 17 (28,3%)
Praça José
Bonifácio
Total
36 (60%)
16
(26,7%)
8 (13,3%) 60 (100%)
menos 1 vez por mês
8
(13,3%)
7
(11,7%)
15 (25%) 2 (3,3%) 3 (5%) 35 (58,3%)
de 1 a 4 vezes por mês
2 (3,3%) 4 (6,7%)
7
(11,7%)
0 0 13 (21,7%)
mais de 4 vezes por mês
3 (5%) 6 (10%) 2 (3,3%) 0 1 (1,7%) 12 (20,0%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Total
30 (50%) 24 (40%) 6 (10%) 60 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que o nível de satisfação influencia na variável, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Conclui-se sobre a relação entre o nível de satisfação com a estética e a freqüência de uso
das praças, que existe uma relação entre a estética e o uso das praças, uma vez que
grande quantidade de pessoas satisfeitas utiliza as praças por mais de quatro vezes por
mês. Essa relação é ainda mais evidenciada na medida em que a praça mais freqüentada, a
José Bonifácio, é a mais satisfatória esteticamente (conforme item 4.2.1). Esses resultados
indicam que praças satisfatórias esteticamente, tendem a fazer o indivíduo retornar ao local,
diferentemente daquelas avaliadas como insatisfatórias esteticamente que tendem a ser
evitadas pelos usuários. Logo, parece que as características estéticas devem ser
113
consideradas a fim de proporcionar ambientes que sejam utilizados por maior quantidade de
pessoas, maior quantidade de vezes.
4.3.4 A RELAÇÃO ENTRE A ESTÉTICA E O TEMPO DE PERMANÊNCIA NAS
PRAÇAS
Considerando o total das amostras das três praças (180 questionários - aplicados nas
praças e fora delas) independente do nível de satisfação com a estética das praças,
observa-se que a maioria (52,2% - 94 de 180) dos respondentes utiliza as praças por mais
de uma hora (Tabela 53). Adicionalmente, quando se analisa unicamente os usuários
satisfeitos com a estética das praças, novamente a maior quantidade de usuários, 47,9%
(47 de 98) permanece nas praças por mais de uma hora. Logo, parece que existe uma
tendência de que os usuários mais satisfeitos permaneçam nas praças por mais tempo do
que aqueles insatisfeitos com a estética (Tabela 53).
Tabela 53 – Relação entre o nível de satisfação e o tempo de permanência nas praças
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das praças
Tempo de permanência na
praça
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem feias
Feias
Muito
feias
Total
somente alguns minutos 12 (6,7%) 15 (8,3%) 13 (7,2%) 2 (1,1%) 2 (1,1%)
44
(24,4%)
aproximadamente 1h 6 (3,3%) 18 (10%) 14 (7,8%) 2 (1,1%) 2 (1,1%)
42
(23,3%)
por mais de 1h 10 (5,6%)
37
(20,6%)
32
(17,8%)
11 (6,1%) 4 (2,2%)
94
(52,2%)
Total 98 (54,4%)
59
(32,8%)
23 (12,8%)
180
(100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que o nível de satisfação influencia na variável, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes.
Analisando individualmente as praça, segundo a opinião do total de usuários de cada uma
(questionário aplicado nas praças como fora delas), verifica-se que tanto no parque Dom
Antônio Zattera (53,3% - 32 de 60) como na praça Piratinino de Almeida (56,7% - 34 de 60)
a maioria dos respondentes permanece no ambiente por mais de uma hora. Entretanto, na
praça José Bonifácio, embora não seja a maioria, uma expressiva quantidade de 46,7% (28
de 60) pessoas permanece na ambiente por mais de uma hora (Tabela 54). Quando se
considera apenas os usuários satisfeitos com a estética de cada uma das praças, observa-
se que na praça Piratinino de Almeida é onde a maior quantidade de usuários satisfeitos
(56,7% - 17 de 30) permanece por mais de uma hora, seguido do parque Dom Antônio
Zattera (46,8% - 15 de 32) e por último a praça José Bonifácio (41,7% - 15 de 36).
114
Tabela 54 – Relação entre o nível de satisfação e o tempo de permanência em cada praça
(questionário aplicado nas praças e fora das praças)
Nível de satisfação com a estética das praças
Locais
Tempo de permanência
na praça
Muito
bonitas
Bonitas
Nem
bonitas
nem
feias
Feias
Muito
feias
Total
somente alguns minutos
5 (8,3%) 4 (6,7%) 2 (3,3%) 1 (1,7%) 1 (1,7%) 13 (21,7%)
aproximadamente 1h
1 (1,7%)
7
(11,7%)
4 (6,7%) 2 (3,3%) 1 (1,7%) 15 (25%)
por mais de 1h
2 (3,3%)
13
(21,7%)
13
(21,7%)
3 (5%) 1 (1,7%) 32 (53,3%)
Dom Antônio
Zattera
Total
32 (53,3%)
19
(31,7%)
9 (15%) 60 (100%)
somente alguns minutos
3 (5%)
11
(18,3%)
7
(11,7%)
1 (1,7%) 0 22 (36,7%)
aproximadamente 1h
1 (1,7%) 6 (10%) 2 (3,3%) 0 1 (1,7%) 10 (16,7%)
por mais de 1h
3 (5%) 12 (20%)
7
(11,7%)
6 (10%) 0 28 (46,7%)
Praça José
Bonifácio
Total
36 (60%)
16
(26,7%)
8 (13,3%) 60 (100%)
somente alguns minutos
4 (6,7%) 0 4 (6,7%) 0 1 (1,7%) 9 (15%)
aproximadamente 1h
4 (6,7%) 5 (8,3%)
8
(13,3%)
0 0 17 (28,3%)
por mais de 1h
5 (8,3%) 12 (20%) 12 (20%) 2 (3,3%) 3 (5%) 34 (56,7%)
Praça
Piratinino de
Almeida
Total
30 (50%) 24 (40%) 6 (10%) 60 (100%)
Nota: o número fora dos parênteses indica a freqüência de respostas com que o nível de satisfação influencia na variável, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada praça.
Conclui-se sobre a relação entre a estética e o tempo de permanência nas praças que não
existem indícios claros de que as praças mais satisfatórias esteticamente sejam onde as
pessoas permanecem por mais tempo. Entretanto, isso não significa que a estética não
tenha impacto na permanência das pessoas nas praças, uma vez que uma porcentagem
expressiva de usuários satisfeitos permanece na praça por mais de uma hora. Logo, esses
resultados parecem indicar que embora a estética influencie na permanência dos usuários
nas praças, outros aspectos provavelmente são mais determinantes no tempo de
permanência dos usuários nas praças que a estética.
4.4 CONCLUSÃO
Apresentados e analisados os dados provenientes do questionário aplicado na praça bem
como fora da praça aos usuários da cidade de Pelotas, é possível compreender de maneira
mais clara algumas das relações existentes entre as variáveis físico-espaciais e o nível de
satisfação com as praças.
115
4.4.1 NÍVEIS DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS COM A ESTÉTICA DAS PRAÇAS
Quanto ao nível de satisfação dos usuários com as praças, verifica-se que existe um
porcentual expressivo que não está satisfeito com a estética das praças. Esses dados,
revelam que as praças não atendem ás necessidades estéticas dos usuários como
deveriam. Uma vez que o ideal seria que a quase totalidade dos usuários estivessem
satisfeitos com a estética das praças. Não é verificada diferença estatisticamente
significativa entre as opiniões dos usuários das três praças quanto ao nível de satisfação
com a estética. Entretanto, é possível identificar que a praça mais satisfatória esteticamente
é a José Bonifácio, seguida pela Piratinino de Almeida e, por último, pelo parque Dom
Antônio Zattera.
Analisando a opinião dos usuários das três praças, com diferentes faixas etárias
(adolescentes, adultos e idosos) quanto à estética das mesmas, os resultados indicam que
não existe grande divergência na avaliação estética das praças, realizada por usuários com
distintas faixas etárias. Adicionalmente, observa-se que embora a maioria dos usuários de
todas as faixas etárias estejam satisfeitos com a estética, existe um porcentual expressivo
de cada faixa etária que não tem esta opinião. Entretanto, é possível identificar que a praça
melhor avaliada esteticamente, tanto pelos adolescentes como pelos adultos é a José
Bonifácio, seguida da Piratinino de Almeida e por último pelo parque Dom Antônio Zattera.
Para o grupo dos idosos a melhor avaliada é a Piratinino de Almeida, seguida da José
Bonifácio e por último também o parque Dom Antônio Zattera.
4.4.2 IMPORTÂNCIA DOS DOIS NÍVEIS ESTÉTICOS PARA A SATISFAÇÃO COM
A ESTÉTICA DAS PRAÇAS
Quanto à importância dos níveis estéticos para a satisfação com a estética das praças
verificou-se que tanto o nível das fachadas que delimitam o espaço, quanto o do próprio
espaço aberto são importantes para a avaliação estética geral, na opinião dos usuários.
Entretanto, o nível do espaço aberto das praças parece afetar mais intensamente a
avaliação da estética geral, do que o nível estético das fachadas que delimitam as praças.
Logo, os resultados sugerem que o aumento do nível de satisfação dos usuários,
principalmente com o espaço aberto das praças, tende a aumentar o nível de satisfação
geral com a estética das mesmas.
116
4.4.3 NÍVEIS DE SATISFAÇÃO COM A ESTÉTICA DAS FACHADAS DAS
EDIFICAÇÕES QUE DELIMITAM AS PRAÇAS
Quanto ao nível de satisfação dos usuários com a estética das fachadas das edificações
que delimitam as praças, conclui-se que embora a maioria dos usuários esteja satisfeita com
esse aspecto, as necessidades estéticas dos usuários não são atendidas como deveriam.
Isto porque uma parcela expressiva desses não se mostra satisfeita. Entretanto, é possível
identificar claramente que a praça que possui as fachadas mais satisfatórias esteticamente,
na opinião dos usuários é a José Bonifácio, seguida da Piratinino de Almeida e por último
pelo parque Dom Antônio Zattera. Quando se analisa o nível de satisfação dos usuários com
a estética das fachadas com relação às distintas faixas etárias (adolescentes, adultos e
idosos), conclui-se que mais uma vez elas não atendem as necessidades estéticas como
deveriam, pois, uma parcela expressiva de cada faixa etária não se mostra satisfeita. Tira-se
ainda por conseqüência, que independente da faixa etária dos usuários, as fachadas melhor
avaliadas esteticamente são as da praça José Bonifácio, seguida da Piratinino de Almeida e
por último pelo parque Dom Antônio Zattera.
4.4.3.1 PRINCIPAIS ASPECTOS ASSOCIADOS AO NÍVEL DE SATISFAÇÃO DAS
FACHADAS DAS EDIFICAÇÕES QUE DELIMITAM AS PRAÇAS:
Para a realidade das praças investigadas a composição arquitetônica das fachadas das
edificações que delimitam as praças, é o aspecto de maior influência na avaliação estética
dessas. Outras variáveis como o valor histórico das edificações e a manutenção destas
mostraram-se menos importantes.
Quanto à composição arquitetônica das fachadas, existe uma tendência de que fachadas
com composições arquitetônicas que apresentem características na sua composição como:
simetria, ritmo e hierarquia na entrada, utilização de contrastes, através de materiais, cores
e texturas, proporcionam níveis mais elevados de satisfação estética. A praça mais
satisfatória quanto à composição arquitetônica das fachadas que delimitam o ambiente é,
segundo a maioria dos respondentes, primeiramente a José Bonifácio, seguida pela
Piratinino de Almeida e por último o parque Dom Antônio Zattera.
Quanto ao valor histórico, verifica-se que as faces das quadras (fachadas das quadras) que
delimitam as praças que possuem edificações identificadas pelos usuários como de valor
hisrico, proporcionam níveis mais elevados de satisfação estética do que aquelas que não
possuem. Entretanto, parece que unicamente a quantidade de prédios históricos não é
suficiente para garantir a satisfação estética. Outros aspectos como, por exemplo, a
117
visibilidade que o usuário tem das edificações a partir da praça, interferem mais na avaliação
estética das fachadas do que a quantidade de prédios. É possível identificar que a praça mais
satisfatória quanto ao valor histórico das fachadas que delimitam o ambiente é, segundo a
maioria dos respondentes, primeiramente a José Bonifácio, seguida pela Piratinino de
Almeida e por último o parque Dom Antônio Zattera.
A manutenção das fachadas é um aspecto bem menos relevante na avaliação estética das
fachadas das edificações que delimitam as praças que os demais avaliados (composição
arquitetônica e valor histórico). Entretanto, embora não seja um aspecto citado pela maioria
dos usuários como uma explicação para a satisfação com a estética das fachadas, ele não
deve ser desprezado, uma vez que é importante para alguns usuários.
4.4.3.2 PRINCIPAIS ASPECTOS ASSOCIADOS AO NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS
ESPAÇOS ABERTOS DAS PRAÇAS:
Para a realidade das praças investigadas, a presença de vegetação nos espaços abertos
das praças, é o aspecto que parece mais influenciar na avaliação estética. Outras variáveis
como a presença de monumentos, a manutenção e limpeza mostraram-se menos
importantes na opinião dos usuários das praças.
Quanto à presença de vegetação, conclui-se que existe uma tendência de que espaços
abertos arborizados, com canteiros que apresentem diferentes espécies de vegetações,
principalmente flores coloridas e alguns locais gramados, proporcionam níveis mais
elevados de satisfação estética do que aqueles que não possuem essas características. É
possível identificar que a praça onde a presença de vegetação mais tende a explicar a
satisfação dos usuários com a estética do espaço aberto é primeiramente o parque Dom
Antônio Zattera, seguido pela praça Piratinino de Almeida e por último a praça José
Bonifácio.
A presença de monumentos mostrou-se um aspecto que na opinião dos usuários não
influencia muito na avaliação estética das praças. Entretanto, dentre as praças investigadas
ele tende a ser mais relevante na praça José Bonifácio, talvez devido à localização do
monumento (do busto de José Bonifácio) e na Piratinino de Almeida (em função da Caixa
D’Água – considerada pelos usuários como monumento), provavelmente por causa das
grandes proporções do monumento e de seu valor histórico para a comunidade.
A manutenção é um aspecto que não parece explicar a satisfação dos usuários com a
estética do espaço aberto das praças, na opinião da maioria dos usuários. Entretanto, a
118
praça José Bonifácio é onde a manutenção mais explica a satisfação com a estética do
espaço aberto, seguida pelo parque Dom Antônio Zattera e por último a praça Piratinino de
Almeida. Dentre os vários aspectos associados à manutenção dos espaços abertos das
praças foram citados principalmente: a manutenção dos bancos, do piso, da vegetação e
dos brinquedos no parque Dom Antônio Zattera; a manutenção geral, do piso, da vegetação
e a falta de bancos na praça José Bonifácio e a manutenção do piso, da vegetação,
manutenção geral, dos bancos e mau cheiro na praça Piratinino de Almeida.
4.4.4 A IMPORTÂNCIA DA ESTÉTICA PARA O USO DAS PRAÇAS
A respeito da importância da estética para o uso das praças, conclui-se que embora a
estética não seja determinante no uso das praças, ela parece ter impacto no uso. Sendo que
a estética do espaço aberto parece ter uma influência maior, que a estética das fachadas
que delimitam as praças para o uso desses espaços. Entretanto quando se analisa
individualmente cada uma das praças que fazer parte do estudo essa influência da estética
sobre o uso parece não ser tão grande, sendo mais evidente a princípio quanto a estética
das fachadas da praça José Bonifácio.
4.4.5 A RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A ESTÉTICA E A
INTENSIDADE DE USO DAS PRAÇAS
Quanto à relação entre o nível de satisfação com a estética e a intensidade de uso das
praças conclui-se que para a realidade estudada, as praças mais satisfatórias esteticamente
de maneira geral, não são as que possuem maior quantidade de pessoas. A mais utilizada é
aquela que proporciona maior diversidade de atividades de lazer aos usuários,
provavelmente isso acontece devido à falta de opções de escolha que obriga o usuário a
freqüentar determinada praça, mesmo que não seja a mais satisfatória esteticamente.
4.4.6 A RELAÇÃO ENTRE A ESTÉTICA E A FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DAS
PRAÇAS
Existe uma relação entre o nível de satisfação com a estética e a freqüência de uso das
praças, sendo que grande quantidade de pessoas satisfeitas utiliza as praças por mais de
quatro vezes por mês. Esses resultados indicam que praças satisfatórias esteticamente,
tendem a fazer o indivíduo retornar ao local, diferentemente daquelas avaliadas como
insatisfatórias esteticamente que tendem a ser evitadas pelos usuários. Logo, parece que as
119
características estéticas devem ser consideradas a fim de proporcionar ambientes que
sejam utilizados por maior quantidade de pessoas, maior quantidade de vezes.
4.4.7 A RELAÇÃO ENTRE A ESTÉTICA E O TEMPO DE PERMANÊNCIA NAS
PRAÇAS
Quanto a relação entre a estética e o tempo de permanência nas praças, não existem
indícios claros de que as praças mais satisfatórias esteticamente sejam onde as pessoas
permanecem por mais tempo. Entretanto, isso não significa que a estética não tenha
impacto na permanência das pessoas nas praças, uma vez que uma porcentagem
expressiva de usuários satisfeitos permanece na praça por mais de uma hora. Esses
resultados parecem indicar que embora a estética influencie na permanência dos usuários
nas praças, outros aspectos provavelmente são mais determinantes no tempo de
permanência dos usuários nas praças que a estética.
Tendo sido apresentados, nesse capítulo, os principais resultados encontrados, no próximo
capítulo são apresentadas as conclusões finais do trabalho, as principais dificuldades
encontradas e as sugestões para futuros estudos.
120
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são apresentadas as conclusões e as considerações finais. Inicialmente são
recuperados alguns pontos principais dessa investigação, referentes à definição do
problema de pesquisa, aos objetivos e aos métodos utilizados. A seguir são apresentados
os principais resultados encontrados e as limitações enfrentadas durante o trabalho.
Posteriormente destaca-se a importância desse estudo e são feitas sugestões para futuras
investigações.
5.2 O PROBLEMA DE PESQUISA, OS OBJETIVOS E MÉTODOS
O problema deste estudo concentra-se na precariedade de abordagens científicas acerca
dos efeitos das variáveis associadas a determinados aspectos físico-espaciais com os níveis
de satisfação estética em praças, bem como a influência desses níveis de satisfação estética
no uso desses espaços.
Embora a influência de variáveis, sociais, culturais e físico-espaciais na satisfação com a
estética do ambiente já ter sido explorada por diversos estudos (JOARDAR & NEIL, 1978;
NASAR, 1988; STAMPS, 2000; MEIRA, REIS, LAY, 2002; PORTELLA, 2003), a influência
dessas variáveis na percepção estética e no comportamento dos usuários parece ser ainda
um campo no qual existem lacunas. Nesse sentido, dentre os estudos realizados, nenhum
apresenta resultados conclusivos ou suficientemente esclarecidos sobre quais variáveis são
atualmente mais significativas para a maior satisfação estética com as praças, nem
tampouco existem estudos que abordem diretamente a influência da estética no uso desses
espaços (WHYTE, 1980; MARCUS & FRANCIS, 1990; STAMPS, 2000). Também é
relevante destacar que a maioria dos estudos são realizados no exterior e não se aplicam à
realidade brasileira.
Em virtude da problemática exposta, esta análise, fundamentada nos estudos da área
relativa ao Ambiente e Comportamento, apresenta como objetivos gerais: (1) Aprofundar o
conhecimento acerca da percepção e do comportamento dos usuários de praças, utilizando
o conhecimento da área ambiente-comportamento, testando como as diferentes variáveis
físico-espaciais influenciam os níveis de satisfação com a estética das praças e qual a
121
relação desses níveis de satisfação estética com o uso das praças e (2) Fornecer subsídios
teóricos para a realização de novos estudos e para a produção de praças mais satisfatórias
para os usuários, contribuindo para um ambiente urbano com mais qualidade de vida.
A partir desses, são considerados como objetivos específicos: (1) Verificar a relação entre
as variáveis associadas aos diferentes aspectos físico-espaciais das praças (fachadas e
espaço aberto) e os níveis de satisfação estética dos usuários; (2) Investigar a relação entre
os níveis de satisfação com o conjunto de variáveis associadas às características dos
diferentes elementos físico-espaciais presentes nas praças (fachadas e espaço aberto) e a
satisfação estética geral com as praças; (3) Estudar a existência de similaridades e/ ou
distinções entre as percepções dos diferentes grupos de usuários (adolescentes, adultos e
idosos), em relação à avaliação dos níveis de satisfação e uso do espaço urbano e (4)
Verificar a relação entre o nível de satisfação estética e a freqüência de uso e tempo de
permanência nas praças.
Assim, buscando atender aos objetivos propostos, o estudo de caso é delimitado a cidade
de Pelotas/ RS, mais especificamente a área central desta cidade por possuir questões
comuns à maioria das praças existentes nas cidades brasileiras. Para tanto, três praças
constituem os objetos de estudo em função das características associadas ás variáveis
físico-espaciais das mesmas: parque Dom Antônio Zattera, praça José Bonifácio e praça
Piratinino de Almeida.
Tendo em vista a revisão da literatura e os objetivos desta pesquisa, foram selecionados
para responderem aos questionários usuários das três praças, sendo que cada um
responde sobre a praça que freqüenta. Entretanto, em função do aprofundamento das
questões e do tempo de aplicação do mesmo, optou-se pela utilização de dois
questionários. Um aplicado no ambiente, com questões rápidas pertinentes à estética e aos
motivos de utilização da praça. Outro com questões semelhantes, porém mais aprofundadas
também sobre a estética e os motivos de utilização da praça. Ainda levou-se em
consideração a faixa etária dos respondentes que são agrupadas em adolescentes adultos e
idosos.
Os métodos de coleta de dados aplicados neste estudo fazem parte dos utilizados na área
de pesquisa ambiente-comportamento, e foram considerados em duas etapas: (1) o
levantamento de arquivo, e (2) o levantamento de campo. O levantamento de arquivo foi o
ponto de partida para a avaliação, pois inclui a busca por materiais e informações
necessários às atividades desenvolvidas na próxima etapa. No levantamento de campo, os
métodos adotados foram: (1) observação e registro das características físicas, (2) realização
dos mapas comportamentais e (3) aplicação dos questionários.
122
5.3 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS
A análise dos resultados permite elaborar conclusões a respeito da influência das variáveis
associadas aos elementos físico-espaciais na satisfação dos usuários com a estética das
praças e adicionalmente concluir quanto à relação entre a estética e uso das praças.
No que diz respeito às diferenças nas percepções entre as diferentes faixas etárias
(adolescentes, adultos e idosos) quanto ao nível de satisfação com a estética das praças,
demonstrou-se que essa característica não parece influenciar na avaliação estética geral
das praças e nem mesmo na avaliação quanto à estética das fachadas que delimitam as
praças e na estética dos espaços aberto.
Quanto as variáveis que dizem respeito à estética das fachadas das edificações que
delimitam as praças, os resultados mostram que quanto à composição arquitetônica das
fachadas, existe uma tendência de que fachadas com composições arquitetônicas que
apresentem características na sua composição como: simetria, ritmo e hierarquia na
entrada, utilização de contrastes, através de materiais, cores e texturas proporcionam níveis
mais elevados de satisfação estética. Esses dados são coerentes com a literatura existente
(LANG, 1987; NASAR, 1988; WEBER, 1995, STAMPS, 2000; REIS, 2002) e reafirmam a iia
de que a qualidade estética de um ambiente está ligada ao grau de ordenamento dos seus
elementos constituintes e tendem a resultar em maiores níveis de satisfação dos usuários
com a estética.
No que diz respeito ao valor histórico as faces das quadras (fachadas das quadras) que
delimitam as praças as quais possuam edificações identificadas pelos usuários como de
valor histórico, proporcionam níveis elevados de satisfação estética do que aquelas que não
possuem. Esses resultados evidenciam a importância da estética simbólica na avaliação
estética, conforme dia a literatura pertinente (LANG, 1987; NASAR, 1988; WEBER, 1995,
NASAR, 1998). Entretanto é identificado que unicamente a quantidade de prédios históricos
não parece ser suficiente para proporcionar níveis mais elevados de satisfação estética,
outros aspectos como, por exemplo, a visibilidade que os usuários têm das edificações a partir
da praça, interferem mais na avaliação estética das fachadas que a quantidade de prédios.
Quanto à manutenção das fachadas que delimitam as praças, os resultados são coerentes
com a literatura existente (MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS E LAY, 2003; REIS, LAY,
PORTELLA E BENNETT, 2004), mostrando que a manutenção das fachadas é um aspecto
que influencia na satisfação estética. Entretanto, além de reafirmar os resultados já
encontrados, acrescenta que embora seja um aspecto que influencia na avaliação estética
das fachadas que delimitam praças, ele não parece ser dos mais relevantes para a
123
satisfação, existem outros que parecem ser mais importantes para este tipo de espaço
urbano (p.ex.: a composição arquitetônica e o valor histórico das fachadas).
Quanto as variáveis que dizem respeito ao espaço aberto das praças, os resultados
evidenciam que quanto a presença de vegetação, existe uma tendência de que espaços
abertos arborizados, com canteiros, que apresentem diferentes espécies de vegetações,
principalmente flores coloridas e alguns locais gramados proporcionam níveis mais elevados
de satisfação estética do que aqueles que não possuem essas características. Esses dados
são coerentes com a literatura existente (WHYTE, 1980; WHYTE, 1988; ULRICH E
SIMONS, apud GOLLEDGE E STIMSON, 1997; NASAR, 1998; MARCUS E FRANCIS, 1990;
MEIRA, REIS E LAY, 2002; REIS, LAY E AMBROSINI, 2003) confirmando que a presença
de vegetação é imprescindível para proporcionar ambientes urbanos satisfatórios,
principalmente no que se refere á praças.
Entretanto, diferentemente do que indica a literatura (KAPLAN E KAPLAN, 1998; MARCUS
E FRANCIS, 1990) a presença de monumentos não se configurou como uma variável
importante para a determinação da satisfação dos usuários com a estética dos espaços
abertos. Esses resultados mostram que outros aspectos parecem ser mais relevantes que a
presença de monumentos para a satisfação com a estética dos espaços abertos.
A manutenção dos elementos existentes nos espaços abertos das praças mostrou-se como
um aspecto importante, porém parece ser um dos mais importantes para a satisfação dos
usuários com a estética do espaço aberto das praças, na opinião da maioria dos usuários.
Esses resultados divergem da literatura sobre o assunto que menciona a manutenção como
determinante na qualidade estética (MARCUS E FRANCIS, 1990; MEIRA, REIS E LAY,
2002). Dentre os vários aspectos associados a manutenção dos espaços abertos das
praças foram citados principalmente: a manutenção dos bancos do piso, da vegetação e dos
brinquedos (playground); a manutenção geral, do piso, da vegetação e a falta de bancos, a
manutenção do piso, da vegetação, manutenção geral, dos bancos e o mau cheiro.
Quanto à relação entre o nível de satisfação com a estética e a intensidade de uso das
praças, conclui-se que as praças mais satisfatórias esteticamente de maneira geral, não são
as que possuem maior quantidade de pessoas. Diferentemente do que afirma a literatura
(WHYTE, 1980, MARCUS & FRANCIS, 1998; CAMPOS, 1999) que indicando que aquelas
praças avaliadas como esteticamente mais satisfatórias são também mais utilizadas pela
população. Para a realidade estudada, a praça mais utilizada é aquela que proporciona
maior diversidade de atividades de lazer aos usuários, provavelmente isso acontece devido
124
à falta de opções de escolha que obriga o usuário a freqüentar determinada praça, mesmo
que não seja a mais satisfatória esteticamente.
Existe uma clara relação entre o nível de satisfação com a estética e a freqüência de uso
das praças, sendo que grande quantidade de pessoas satisfeitas utiliza as praças por mais
de quatro vezes por mês. Esses resultados indicam que praças satisfatórias esteticamente,
tendem a fazer o indivíduo retornar ao local, confirmando resultados encontrados em outros
estudos já realizados (GEHL, 1987; FRANCIS, 1987). Entretanto quanto ao tempo de
permanência nas praças não é encontrado indícios claros de que as praças mais
satisfatórias esteticamente sejam onde as pessoas permanecem por mais tempo, divergindo
do que comenta a literatura (GEHL, 1987; FRANCIS, 1987). Dessa forma, os dados
coletados indicam que as praças mais satisfatórias esteticamente levam o indivíduo a
retornar ao local, entretanto a estética da praça não é um dos principais motivos que fazem
o indivíduo permanecer no local por mais tempo.
5.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Quanto à investigação da influência das variáveis estéticas associadas aos elementos físico-
espaciais, foi abordado nesse estudo um número determinado de variáveis consideradas
pertinentes com base na revisão da literatura. Devido às escolhas metodológicas e a
disposição de tempo e recursos, o número de variáveis utilizadas é reduzido e não pretende
explicar muitas das relações entre o ambiente construído e os níveis de satisfação dos
usuários com a estética das praças. Logo, um entendimento mais amplo do tema está
condicionado a investigação de outras variáveis.
Adicionalmente a avaliação estética quanto às diferenças e semelhanças entre as faixas
etárias (adolescentes, adultos e idosos) restringiu-se a uma avaliação geral quanto a
estética das fachadas que delimitam as praças e a estética do espaço urbano. Não foram
testadas essas diferenças e semelhanças em cada uma das variáveis estéticas. Logo, para
um entendimento mais amplo do tema devem ser investigadas essas relações.
A utilização de montagens fotográficas realizada com fotografias coloridas reforça a idéia de
que a simulação de ambientes reais se mostra uma técnica adequada ás investigações
quanto à estética do espaço urbano, conforme já comprovado por outros estudos (NASAR,
1988, STAMPS, 2000, PORTELLA, 2003).
As limitações apresentadas no trabalho são inerentes de um estudo baseado numa
experiência controlada, que visa reproduzir da melhor forma possível uma parcela da
realidade. Possíveis distorções entre os resultados da experiência e da realidade são
125
esperadas, devido, principalmente à aplicação de dois questionários, um na praça e outro
fora da praça.
5.5 IMPORTÂNCIA DOS RESULTADOS E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Espera-se que os resultados dessa investigação sejam úteis para as discussões sobre a
qualificação dos espaços das praças e sobre o entendimento das atitudes e
comportamentos dos seus usuários. A definição das variáveis associadas aos aspectos
físico-espaciais que estão mais relacionadas com maiores níveis de satisfação estética
podem servir como subsídio teórico para a reformulação praças existentes e para a
formulação de novas. De forma geral, as informações provenientes desse trabalho devem
servir para possibilitar o aumento da qualidade da experiência estética e do uso desses
espaços urbanos pela população em geral.
Esse trabalho trata da influência de algumas variáveis associadas à estética dos elementos
físico-espaciais que constituem as praças, consideradas pertinentes pela literatura existente,
sobre o nível de satisfação dos usuários com a estética. Além disso, trata da influência da
estética sobre o uso das praças, o que parece relevante para determinar de forma mais real
a relação entre espaço urbano e as necessidades dos usuários. A identificação da influência
dessas variáveis para a avaliação estética deve servir como estímulo para novos estudos
sobre a relação entre as características do ambiente das praças, atitudes e comportamentos
do consumidor. Espera-se também que o estudo chame a atenção do poder público para as
necessidades estéticas dos usuários no espaço público das praças, para que estas possam
futuramente ser atendidas.
Dentre os possíveis desdobramentos desse estudo, está a investigação em maior
profundidade da relação entre as variáveis físico-espaciais relacionadas à estética, incluindo
aquelas variáveis relacionadas às vistas para fora das praças (as quais não foram
abordadas neste trabalho) e a criação de uma atmosfera que ofereça uma maior quantidade
e qualidade de experiências estéticas no ambiente das praças. Outra possível continuação
dessa investigação é aprofundar o conhecimento da relação entre os níveis de satisfação
com a estética e o uso das praças.
126
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130
ANEXO A
Questionário Aplicado nas Praças
131
Questionário N°______
Data: ___/___/___ - Dia da semana: ( )seg ( )ter ( )qua ( )qui ( )sex ( )sab ( )dom
Turno: ( ) manhã ( ) tarde
Local de aplicação:
( )Parque Dom Antônio Zattera ( )Praça José Bonifácio ( )Praça Piratinino de Almeida
Faixa etária do usuário: ( ) adolescente 13 – 17 ( ) adulto 18 – 59 ( idoso acima de 60
Sexo: ( )Masculino ( )Feminino
1. Com que freqüência você utiliza esta praça?
( ) menos de 1 vez por mês
( ) de 1 a 4 vezes por mês
( ) mais de 4 vezes por mês
2. Quando você utiliza a praça, quanto tempo
costuma permanecer nela?
( ) utilizo somente por alguns minutos
( ) utilizo por aproximadamente 1h
( ) utilizo por mais de 1h
3. Em geral, esta praça é:
( ) muito bonita
( ) bonita
( ) nem bonita, nem feia
( ) feia
( ) muito feia
4. As edificações (prédios) do entorno da praça são:
( ) muito bonitas
( ) bonitas
( ) nem bonitas, nem feias
( ) feias
( ) muito feias
5. Indique as principais características dos prédios
que justificam sua resposta anterior. Marque com
(+) o que colabora para justificar sua resposta
anterior, e deixe em branco o que não colabora ou
não interfere na sua resposta anterior.
( ) o estilo arquitetônico dos prédios
( ) o nível de manutenção dos prédios
( ) valor histórico e/ou cultural de alguns
prédios existentes na praça
( ) outro:_____________________________
6. O espaço aberto, ocupado pela praça é:
( ) muito bonito
( ) bonito
( ) nem bonito, nem feio
( ) feio
( ) muito feio
7. Indique as principais características do espaço
aberto que justificam sua resposta anterior. Marque
com (+) o que colabora para justificar sua resposta
anterior, e deixe em branco o que não colabora ou
não interfere na sua resposta anterior.
( ) a presença de vegetação
( ) a presença de monumentos
( ) o movimento de pessoas
( ) a manutenção do ambiente
( ) a limpeza do ambiente
( ) o tipo de revestimento do piso (grama,
ladrilho, cimento, areia...)
( ) a amplitude, extensão do ambiente (lugar
espaçoso)
( ) outro:______________________________
8. As vistas que você tem, a partir da praça são:
( ) muito bonitas
( ) bonitas
( ) nem bonitas, nem feias
( ) feias
( ) muito feias
9. Indique as principais características das vistas
que justificam sua resposta anterior. Marque com
(+) o que colabora para justificar sua resposta
anterior, e deixe em branco o que não colabora ou
não interfere na sua resposta anterior.
( ) vistas sem bloqueio visual, que permitam
uma visão ampla do ambiente
( ) nível de manutenção dos elementos
existentes nas vistas
( ) limpeza do que é visualizado na vista
( ) a presença de vegetação
( ) a presença de elementos e/ou prédios com
características físicas agradáveis
( ) o movimento de pessoas
( ) a presença de monumentos
( ) a presença de prédios ou outros elementos
que possuam valor histórico e/ou cultural
( ) outro:_____________________________
10. Indique os principais aspectos que justificam a
sua estada na praça
( ) a aparência agradável, beleza das
edificações do entorno
( ) a aparência agradável, beleza do espaço
aberto
( ) a aparência agradável, beleza das vistas a
partir da praça
( ) o sentimento de segurança
( ) a possibilidade de lazer realizando algum
tipo de atividade parado (lazer passivo)
( ) possibilidade de lazer realizando algum
tipo de atividade física, exercício (lazer ativo)
( ) o conforto dos bancos existentes na praça
( ) o conforto em função da temperatura
agradável da praça
( ) o conforto em função da tranqüilidade e do
pouco barulho existente na praça
( ) o movimento de pessoas, oportunidade de
ver e falar com outras pessoas
( ) o tipo de uso das edificações adjacentes a
praça (p.ex.: hospital, colégio e outras...)
( ) a proximidade da residência
( ) a proximidade do trabalho
( ) é central a diversas atividades
132
ANEXO B
Questionário Aplicado Fora das Praças
133
Questionário N°______
Data: ___/___/___ - Dia da semana: ( )seg ( )ter ( )qua ( )qui ( )sex ( )sab ( )dom
Turno: ( ) manhã ( ) tarde
Local de aplicação:
( )Parque Dom Antônio Zattera ( )Praça José Bonifácio ( )Praça Piratinino de Almeida
Faixa etária do usuário: ( ) adolescente 13 – 17 ( ) adulto 18 – 59 ( idoso acima de 60
Sexo: ( )Masculino ( )Feminino
1. Com que freqüência você utiliza o Parque
Dom Antônio Zattera
( ) menos de 1 vez por mês
( ) de 1 a 4 vezes por mês
( ) mais de 4 vezes por mês
2. Quando você utiliza o parque, quanto tempo
costuma permanecer nele?
( ) utilizo somente por alguns minutos
( ) utilizo por aproximadamente 1h
( ) utilizo por mais de 1h
3. Indique os principais aspectos que justificam
o uso do parque
( ) a aparência agradável, beleza das
edificações do entorno
( ) a aparência agradável, beleza do espaço
aberto
( ) a aparência agradável, beleza das vistas a
partir do parque
( ) o sentimento de segurança
(
) a possibilidade de lazer realizando algum
tipo de atividade parado (lazer passivo)
( ) possibilidade de lazer realizando algum
tipo de atividade física, exercício (lazer ativo)
( ) o conforto dos bancos existentes no
parque
(
) o conforto em função da temperatura
agradável do parque
( ) o conforto em função da tranqüilidade e do
pouco barulho existente no parque
( ) o movimento de pessoas, oportunidade de
ver e falar com outras pessoas
( ) o tipo de uso das edificações adjacentes
ao parque (p.ex.: hospital, colégio e outras...)
( ) a proximidade da residência
( ) a proximidade do trabalho
( ) é central a diversas atividades
4. Quando você utiliza o parque, quais as
principais atividades que costuma realizar?
5. Você considera, no geral, o Parque Dom
Antônio Zattera
( ) muito bonito
( ) bonito
( ) nem bonito nem feio
( ) feio
( ) muito feio
CONSIDERANDO AS FACHADAS
APRESENTADAS NA FOLHA 1, ANEXA AO
QUESTIONÁRIO, RESPONDA AS
PERGUNTAS DE 6 A 8
6. Em geral, as fachadas que delimitam o
parque são:
( ) muito bonitas
( ) bonitas
( ) nem bonitas nem feias
( ) feias
( ) muito feias
7. Indique os aspectos positivos que justificam
sua resposta à pergunta 6.
8. Indique os aspectos negativos que
justificam sua resposta à pergunta 6.
CONSIDERANDO AS VISTAS 1 e 2 E A
PLANTA DO ESPAÇO ABERTO DO
PARQUE, APRESENTADA NA FOLHA 2,
ANEXA AO QUESTIONÁRIO, RESPONDA
AS PERGUNTAS DE 9 A 15
9. Em geral, o espaço aberto do parque é:
( ) muito bonito
( ) bonito
( ) nem bonito nem feio
( ) feio
( ) muito feio
134
10. Indique os aspectos positivos que
justificam sua resposta à pergunta 9.
11. Indique os aspectos negativos que
justificam sua resposta à pergunta 10.
12. A vista 1 do espaço aberto do parque é:
( ) muito bonita
( ) bonita
( ) nem bonita nem feia
( ) feia
( ) muito feia
13. Indique os aspectos positivos que
justificam sua resposta à pergunta 10.
14. Indique os aspectos negativos que
justificam sua resposta à pergunta 10.
15. A vista 2 do espaço aberto do parque é:
( ) muito bonita
( ) bonita
( ) nem bonita nem feia
( ) feia
( ) muito feia
16. Indique os aspectos positivos que
justificam sua resposta à pergunta 13.
17. Indique os aspectos negativos que
justificam sua resposta à pergunta 13.
CONSIDERANDO A VISTA 3 A PARTIR DO
PARQUE, APRESENTADA NA FOLHA 2, ANEXA
AO QUESTIONÁRIO, RESPONDA AS
PERGUNTAS DE 16 A 18
18. Você considera a vista 3, a partir do
parque:
( ) muito bonita
( ) bonita
( ) nem bonita nem feia
( ) feia
( ) muito feia
19. Indique os aspectos positivos que
justificam sua resposta à pergunta 16.
20. Indique os aspectos negativos que
justificam sua resposta à pergunta 16.
135
ANEXO C
Informações Relacionadas aos Mapas Comportamentais
136
Nota: Mapa com somatório das pessoas registradas em 14 observações (realizadas em uma semana); os círculos no mapa
evidencia os locais de maior concentração de pessoas sentadas – critério para definição da vista avaliada pelos respondentes
do questionário.
Figura 1 – Mapa Comportamental do parque Dom Antônio Zattera
137
Nota: Mapa com somatório das pessoas registradas em 14 observações (realizadas em uma semana); os círculos no mapa
evidencia os locais de maior concentração de pessoas sentadas – critério para definição da vista avaliada pelos respondentes
do questionário.
Figura 2 – Mapa Comportamental da praça José Bonifácio
138
Nota: Mapa com somatório das pessoas registradas em 14 observações (realizadas em uma semana); os círculos no mapa
evidencia os locais de maior concentração de pessoas sentadas – critério para definição da vista avaliada pelos respondentes
do questionário.
Figura 3 – Mapa Comportamental da praça Piratinino de Almeida
139
Tabela 1: Quantidade de usuários das praças
Nível de satisfação com a estética
Categorias de usuários e usos das praças
(mapeados no mapa comportamental)
Dom
Antônio
Zattera
José
Bonifácio
Piratinino
de Almeida
Total por
grupo
Adolescentes parados em pé com interação
social 20 13 2 35
Adolescentes parados em pé sem interação
social
0 3 0 3
Adolescentes em movimento com interação
social 43 33 25 101
Adolescentes em movimento sem interação
social
4 13 12 29
Adolescentes sentados com interação social 43 0 3 46
Adolescentes sentados sem interação social 0 3 0 3
Adultos parados em pé com interação social 86 8 60 154
Adultos parados em pé sem interação social 7 6 25 38
Adultos em movimento com interação social 122 85 241 448
Adultos em movimento sem interação social 36 173 341 550
Adultos sentados com interação social 181 23 208 412
Adultos sentados sem interação social 10 20 38 68
Idosos parados em pé com interação social 0 0 0 0
Idosos parados em pé sem interação social 0 0 1 1
Idosos em movimento com interação social 0 7 0 7
Idosos em movimento sem interação social 0 7 12 19
Idosos sentados com interação social 0 0 15 15
Idosos sentados sem interação social 0 0 13 13
Total de pessoas na praça 552 394 996
Nota: Categorias de usuários e tipos de usos definidos em função de observações preliminares aos mapas comportamentais.
Quantidade de pessoas exercendo cada atividade obtida nos mapas comportamentais.
140
ANEXO D
Informações Relacionadas ao Uso das Praças
141
Tabela 1 - Principais razões relacionadas o uso e à freqüência de utilização das praças
(realizado no ambiente)
Principais razões relacionadas ao uso das praças Freqüências de Respostas
Justifica 23 (12,8%)
Aparência agradável das edificações do entorno
Não justifica 1 (3,3%)
Justifica 68 (37,8%)
Aparência agradável do espaço aberto
Não justifica 112 (62,2%)
Justifica 6 (3,3%)
Sentimento de segurança
Não justifica 174 (96,7%)
Justifica 55 (69,4%)
Possibilidade de lazer passivo
Não justifica 125 (30,6%)
Justifica 12 (6,7%)
Possibilidade de lazer ativo
Não justifica 168 (93,3%)
Justifica 7 (3,9%)
Conforto dos bancos existentes na praça
Não justifica 173 (96,1%)
Justifica 45 (25,0%)
Conforto em função da temperatura agradável
Não justifica 135 (75,0%)
Justifica 23 (12,8%)
Conforto em função da tranqüilidade, pouco barulho
Não justifica 157 (87,2%)
Justifica 45 (25,0%)
Movimento de pessoas, oportunidade de ver e falar com
outras pessoas
Não justifica 135 (75,0%)
Justifica 38 (21,1%)
Tipo de uso das edificações adjacentes à praça
Não justifica 142 (78,9%)
Justifica 56 (31,1%)
Proximidade da residência
Não justifica 123 (68,9%)
Justifica 74 (41,1%)
Proximidade do trabalho
Não justifica 106 (58,9%)
Justifica 60 (33,3%)
É central a diversas atividades
Não justifica 120 (66,7%)
Nota: o número fora do parêntese indica a freqüência de respostas sobre os níveis de satisfação com a estética da praça, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada grupo.
142
Tabela 2 - Principais razões relacionadas o uso e à freqüência de utilização das praças
(realizado no ambiente)
Parque Dom Antônio Zattera Praça José Bonifácio Praça Piratinino de Almeida
Principais razões
relacionadas ao uso
das praças
menos 1 vez
por mês
de 1 a 4 vezes
por mês
mais de 4
vezes por mês
menos 1 vez
por mês
de 1 a 4 vezes
por mês
mais de 4
vezes por mês
menos 1 vez
por mês
de 1 a 4 vezes
por mês
mais de 4
vezes por mês
Justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Aparência
agradável
das
edificações
do entorno
Não
justifica
10 (33,3%) 8 (26,7%) 8 (26,7%) 5 (16,7%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 12 (40,0%) 9 (30,0%) 9 (30,0%)
Justifica
6 (20,0%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Aparência
agradável
do espaço
aberto
Não
justifica
5 (16,7%) 4 (13,3%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 4 (13,3%) 8 (26,7%) 10 (33,3%) 6 (20,0%) 8 (26,7%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 0 (0%)
Sentimento
de
segurança
Não
justifica
11 (36,7%) 8 (26,7%) 10 (33,3%) 10 (33,3%) 9 (30,0%) 11 (36,7%) 11 (36,7%) 7 (23,3%) 9 (30,0%)
Justifica
4 (13,3%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 5 (16,7%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 2 (6,7%)
Possibilidade
de lazer
passivo
Não
justifica
7 (23,3%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 5 (16,7%) 6 (20,0%) 6 (20,0%) 8 (26,7%) 8 (26,7%) 7 (23,3%)
Justifica
4 (13,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%)
Possibilidad
e de lazer
ativo
Não
justifica
7 (23,3%) 8 (26,7%) 9 (30,0%) 10 (33,3%) 9 (30,0%) 10 (33,3%) 11 (36,7%) 9 (30,0%) 9 (30,0%)
Justifica
1 (3,3%) 0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 0 (0%) 1 (3,3%)
Conforto
dos bancos
existentes
na praça
Não
justifica
10 (33,3%) 9 (30,0%) 9 (30,0%) 10 (33,3%) 8 (26,7%) 9 (30,0%) 11 (36,7%) 9 (30,0%) 8 (26,7%)
Justifica
3 (10,0%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 5 (16,7%) 4 (13,3%) 3 (10,0%) 6 (20,0%) 5 (16,7%) 3 (10,0%)
Conforto em
função da
temperatura
agradável
Não
justifica
8 (26,7%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 8 (26,7%) 6 (20,0%) 4 (13,3%) 6 (20,0%)
Justifica
0(0%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
Conforto em
função da
tranqüilidad
e, pouco
barulho
Não
justifica
11 (36,7%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 8 (26,7%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 11 (36,7%) 8 (26,7%) 8 (26,7%)
Justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 3 (10,0%) 6 (20,0%) 3 (10,0%) 2 (6,7%)
Movimento
de pessoas,
oportunidad
e de ver e
falar com
outras
pessoas
Não
justifica
10 (33,3%) 7 (23,3%) 8 (26,7%) 9 (30,0%) 8 (26,7%) 8 (26,7%) 6 (20,0%) 6 (20,0%) 7 (23,3%)
Justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 5 (16,7%)
Tipo de uso
das
edificações
adjacentes
à praça
Não
justifica
10 (33,3%) 8 (26,7%) 9 (30,0%) 6 (20,0%) 8 (26,7%) 10 (33,3%) 7 (23,3%) 6 (20,0%) 4 (13,3%)
Justifica
2 (6,7%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 0 (0%)
Proximidade
da
residência
Não
justifica
9 (30,0%) 7 (23,3%) 7 (23,3%) 8 (26,7%) 8 (26,7%) 9 (30,0%) 11 (36,7%) 7 (23,3%) 9 (30,0%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 3 (10,0%) 1 (3,3%) 3 (10,0%) 2 (6,7%)
Proximidade
do trabalho
Não
justifica
11 (36,7%) 8 (26,7%) 6 (20,0%) 9 (30,0%) 9 (30,0%) 8 (26,7%) 11 (36,7%) 6 (20,0%) 7 (23,3%)
Justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 4 (13,3%) 3 (10,0%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 0 (0%)
É central a
diversas
atividades
Não
justifica
10 (33,3%) 7 (23,3%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 4 (13,3%) 6 (20,0%) 10 (33,3%) 6 (20,0%) 9 (30,0%)
Nota: o número fora do parêntese indica a freqüência de respostas sobre os níveis de satisfação com a estética da praça, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada grupo.
143
Tabela 3 - Principais razões relacionadas ao uso e à freqüência de utilização das praças
(realizado fora do ambiente)
Parque Dom Antônio Zattera Praça José Bonifácio Praça Piratinino de Almeida
Principais razões
relacionadas ao uso
das praças
menos 1 vez
por mês
de 1 a 4 vezes
por mês
mais de 4
vezes por mês
menos 1 vez
por mês
de 1 a 4 vezes
por mês
mais de 4
vezes por mês
menos 1 vez
por mês
de 1 a 4 vezes
por mês
mais de 4
vezes por mês
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 3 (10,0%) 0 (0%) 0 (0%) 2 (6,7%)
Aparência
agradável
das
edificações
do entorno
Não
justifica
2 (6,7%) 4 (13,3%) 23 (76,7%) 5 (16,7%) 7 (23,3%) 14 (46,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
21
(70,0%)
Justifica
1 (3,3%) 3 (10,0%) 12 (40,0%) 1 (3,3%) 3 (10,0%) 5 (16,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 6 (20,0%)
Aparência
agradável
do espaço
aberto
Não
justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 12 (40,0%) 5 (16,7%) 4 (13,3%) 12 (40,0%) 2 (6,7%) 3 (10,0%)
17
(56,7%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Sentimento
de
segurança
Não
justifica
2 (6,7%) 3 (10,0%) 24 (80,0%) 6 (20,0%) 6 (20,0%) 17 (56,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
23
(76,7%)
Justifica
1 (3,3%) 3 (10,0%) 7 (23,3%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 0 (0%) 0 (0%) 4 (13,3%)
Possibilidade
de lazer
passivo
Não
justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 17 (56,7%) 5 (16,7%) 5 (16,7%) 15 (50,0%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
19
(63,3%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 4 (13,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Possibilidad
e de lazer
ativo
Não
justifica
2 (6,7%) 4 (13,3%) 20 (66,7%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 17 (56,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
23
(76,7%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Conforto
dos bancos
existentes
na praça
Não
justifica
2 (6,7%) 4 (13,3%) 24 (80,0%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 17 (56,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
23
(76,7%)
Justifica
0 (0%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 2 (6,7%)
Conforto em
função da
temperatura
agradável
Não
justifica
2 (6,7%) 2 (6,7%) 19 (63,3%) 5 (16,7%) 7 (23,3%) 17 (56,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
21
(70,0%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 3 (10,0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Conforto em
função da
tranqüilidad
e, pouco
barulho
Não
justifica
2 (6,7%) 4 (13,3%) 21 (70,0%) 6 (20,0%) 7 (23,3%) 17 (56,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%)
23
(76,7%)
Justifica
0 (0%) 3 (10,0%) 7 (23,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 6 (20,0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 6 (20,0%)
Movimento
de pessoas,
oportunidad
e de ver e
falar com
outras
pessoas
Não
justifica
2 (6,7%) 1 (3,3%) 17 (56,7%) 5 (16,7%) 7 (23,3%) 11 (36,7%) 3 (10,0%) 3 (10,0%)
17
(56,7%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 4 (13,3%)
Tipo de uso
das
edificações
adjacentes
à praça
Não
justifica
2 (6,7%) 3 (10,0%) 23 (76,7%) 5 (16,7%) 2 (6,7%) 14 (46,7%) 3 (10,0%) 3 (10,0%)
19
(63,3%)
Justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 9 (30,0%) 4 (13,3%) 3 (10,0%) 8 (26,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%)
11
(36,7%)
Proximidade
da
residência
Não
justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 15 (50,0%) 2 (6,7%) 4 (13,3%) 8 (26,7%) 1 (3,3%) 3 (10,0%)
12
(40,0%)
Justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 18 (60,0%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 8 (26,7%) 1 (3,3%) 2 (6,7%)
20
(66,7%)
Proximidade
do trabalho
Não
justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 6 (20,0%) 4 (13,3%) 2 (6,7%) 9 (30,0%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 3 (10,0%)
Justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 4 (13,3%) 4 (13,3%) 5 (16,7%) 2 (6,7%) 3 (10,0%)
11
(36,7%)
É central a
diversas
atividades
Não
justifica
1 (3,3%) 2 (6,7%) 21 (70,0%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 12 (40,0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
12
(40,0%)
Nota: o número fora do parêntese indica a freqüência de respostas sobre os níveis de satisfação com a estética da praça, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada grupo.
144
Tabela 4 - Principais razões relacionadas ao uso e ao tempo de permanência das pessoas nas
praças (realizado no ambiente)
Parque Dom Antônio Zattera Praça José Bonifácio Praça Piratinino de Almeida
Principais razões
relacionadas ao uso
das praças
por alguns
minutos
por aprox. 1h
por mais de 1h
por alguns
minutos
por aprox. 1h
por mais de 1h
por alguns
minutos
por aprox. 1h
por mais de 1h
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 3 (10,0%) 2 (6,7%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Aparência
agradável
das
edificações
do entorno
Não
justifica
2 (6,7%) 11 (36,7%) 13 (43,3%) 12 (40,0%) 4 (13,3%) 2 (6,7%) 8 (26,7%) 14 (46,7%) 8 (26,7%)
Justifica
1 (3,3%) 6 (20,0%) 9 (30,0%) 9 (30,0%) 3 (10,0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 3 (10,0%) 2 (6,7%)
Aparência
agradável
do espaço
aberto
Não
justifica
1 (3,3%) 5 (16,7%) 8 (26,7%) 10 (33,3%) 4 (13,3%) 3 (10,0%) 7 (23,3%) 11 (36,7%) 6 (20,0%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 0 (0%)
Sentimento
de
segurança
Não
justifica
2 (6,7%) 11 (36,7%) 16 (53,3%) 19 (63,3%) 7 (23,3%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 12 (40,0%) 8 (26,7%)
Justifica
0 (0%) 7 (23,3%) 8 (26,7%) 10 (33,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 1 (3,3%)
Possibilidade
de lazer
passivo
Não
justifica
2 (6,7%) 4 (13,3%) 9 (30,0%) 9 (30,0%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 7 (23,3% 9 (30,0%) 7 (23,3%
Justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%)
Possibilidad
e de lazer
ativo
Não
justifica
1 (3,3%) 10 (33,3%) 13 (43,3%) 18 (60,0%) 7 (23,3%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 14 (46,7%) 8 (26,7%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
Conforto
dos bancos
existentes
na praça
Não
justifica
2 (6,7%) 10 (33,3%) 16 (53,3%) 17 (56,7%) 6 (20,0%) 4 (13,3%) 8 (26,7%) 13 (43,3%) 7 (23,3%)
Justifica
0 (0%) 3 (10,0%) 6 (20,0%) 9 (30,0%) 3 (10,0%) 0 (0%) 3 (10,0%) 8 (26,7%) 3 (10,0%)
Conforto em
função da
temperatura
agradável
Não
justifica
2 (6,7%) 8 (26,7%) 11 (36,7%) 10 (33,3%) 4 (13,3%) 4 (13,3%) 5 (16,7%) 6 (20,0%) 5 (16,7%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 7 (23,3%) 3 (10,0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 1 (3,3%) 2 (6,7%)
Conforto em
função da
tranqüilidad
e, pouco
barulho
Não
justifica
2 (6,7%) 10 (33,3%) 12 (40,0%) 12 (40,0%) 4 (13,3%) 3 (10,0%) 8 (26,7%) 13 (43,3%) 6 (20,0%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 0 (0%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 6 (20,0%) 4 (13,3%)
Movimento
de pessoas,
oportunidad
e de ver e
falar com
outras
pessoas
Não
justifica
2 (6,7%) 11 (36,7%) 12 (40,0%) 16 (53,3%) 7 (23,3%) 2 (6,7%) 7 (23,3%) 8 (26,7%) 4 (13,3%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 3 (10,0%) 6 (20,0%) 0 (0%) 0 (0%) 2 (6,7%) 6 (20,0%) 5 (16,7%)
Tipo de uso
das
edificações
adjacentes
à praça
Não
justifica
2 (6,7%) 11 (36,7%) 14 (46,7%) 13 (43,3%) 7 (23,3%) 4 (13,3%) 6 (20,0%) 8 (26,7%) 3 (10,0%)
Justifica
0 (0%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 3 (10,0%) 2 (6,7%) 0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
Proximidade
da
residência
Não
justifica
2 (6,7%) 9 (30,0%) 12 (40,0%) 16 (53,3%) 5 (16,7%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 13 (43,3%) 7 (23,3%)
Justifica
0 (0%) 1 (3,3%) 4 (13,3%) 2 (6,7%) 0 (0%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 1 (3,3%) 2 (6,7%)
Proximidade
do trabalho
Não
justifica
2 (6,7%) 10 (33,3%) 13 (43,3%) 17 (56,7%) 7 (23,3%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 13 (43,3%) 6 (20,0%)
Justifica
0 (0%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 8 (26,7%) 5 (16,7%) 0 (0%) 1 (3,3%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
É central a
diversas
atividades
Não
justifica
2 (6,7%) 9 (30,0%) 12 (40,0%) 11 (36,7%) 2 (6,7%) 4 (13,3%) 7 (23,3%) 11 (36,7%) 7 (23,3%)
145
Tabela 5 - Principais razões relacionadas ao uso e ao tempo de permanência das pessoas nas
praças (realizado fora do ambiente)
Parque Dom Antônio Zattera Praça José Bonifácio Praça Piratinino de Almeida
Principais razões
relacionadas ao uso
das praças
por alguns
minutos
por aprox. 1h
por mais de 1h
por alguns
minutos
por aprox. 1h
por mais de 1h
por alguns
minutos
por aprox. 1h
por mais de 1h
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 3 (10,0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
Aparência
agradável
das
edificações
do entorno
Não
justifica
15 (50,0%) 4 (13,3%) 10 (33,3%) 21 (70,0%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 26 (86,7%) 2 (6,7%) 0 (0%)
Justifica
5 (16,7%) 2 (6,7%) 9 (30,0%) 6 (20,0%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 4 (13,3%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Aparência
agradável
do espaço
aberto
Não
justifica
10 (33,3%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 18 (60,0%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 22 (73,3%) 0 (0%) 0 (0%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Sentimento
de
segurança
Não
justifica
15 (50,0%)
4 (13,3%) 10 (33,3%) 23 (76,7%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 26 (86,7%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Justifica
3 (10,0%) 2 (6,7%) 6 (20,0%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%)
Possibilidade
de lazer
passivo
Não
justifica
12 (40,0%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 22 (73,3%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 25 (83,3%) 1 (3,3%) 0 (0%)
Justifica
2 (6,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Possibilidad
e de lazer
ativo
Não
justifica
13 (43,3%) 3 (10,0%) 10 (33,3%) 24 (80,0%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 26 (86,7%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Conforto
dos bancos
existentes
na praça
Não
justifica
15 (50,0%) 4 (13,3%) 11 (36,7%) 24 (80,0%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 26 (86,7%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Justifica
1 (3,3%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 1 (3,3%)
Conforto em
função da
temperatura
agradável
Não
justifica
14 (46,7%) 3 (10,0%) 6 (20,0%) 23 (76,7%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 25 (83,3%) 3 (10,0%) 0 (0%)
Justifica
2 (6,7%) 0 (0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
Conforto em
função da
tranqüilidad
e, pouco
barulho
Não
justifica
13 (43,3%) 4 (13,3%) 10 (33,3%) 24 (80,0%) 3 (10,0%) 3 (10,0%) 26 (86,7%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Justifica
3 (10,0%) 0 (0%) 7 (23,3%) 4 (13,3%) 1 (3,3%) 2 (6,7%) 6 (20,0%) 0 (0%) 1 (3,3%)
Movimento
de pessoas,
oportunidad
e de ver e
falar com
outras
pessoas
Não
justifica
12 (40,0%) 4 (13,3%) 4 (13,3%) 20 (66,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 20 (66,7%) 3 (10,0%) 0 (0%)
Justifica
0 (0%) 0 (0%) 2 (6,7%) 7 (23,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 0 (0%) 0 (0%)
Tipo de uso
das
edificações
adjacentes
à praça
Não
justifica
15 (50,0%) 4 (13,3%) 9 (30,0%) 17 (56,7%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 21 (70,0%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Justifica
4 (13,3%) 2 (6,7%) 6 (20,0%) 13 (43,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 11 (36,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%)
Proximidade
da
residência
Não
justifica
11 (36,7%) 2 (6,7%) 5 (16,7%) 10 (33,3%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 15 (50,0%) 1 (3,3%) 0 (0%)
Justifica
13 (43,3%) 3 (10,0%) 5 (16,7%) 11 (36,7%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 21 (70,0%) 2 (6,7%) 0 (0%)
Proximidade
do trabalho
Não
justifica
2 (6,7%) 1 (3,3%) 6 (20,0%) 13 (43,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 5 (16,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%)
Justifica
4 (13,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 12 (40,0%) 1 (3,3%) 0 (0%) 16 (53,3%) 0 (0%) 0 (0%)
É central a
diversas
atividades
Não
justifica
11 (36,7%) 3 (10,0%) 10 (33,3%) 12 (40,0%) 2 (6,7%) 3 (10,0%) 10 (33,3%) 3 (10,0%) 1 (3,3%)
Nota: o número fora do parêntese indica a freqüência de respostas sobre os níveis de satisfação com a estética da praça, já o
número entre parênteses indica a percentagem em relação ao total de respondentes de cada grupo.
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