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número de regras e de correções” (Muniz, 2002, p. 12). Constituímos
processos sígnicos, ao olhar dos outros, na medida em que utilizamos nosso
corpo para a expressão, seja por adornos, pela gestualidade, pela moda,
assim como recorremos a múltiplos códigos para as interações
comunicacionais mediadas por diversas tecnologias, desde a escrita até os
mais sofisticados mecanismos digitais. Comunicação é um universo de
signos, símbolos, mensagens, figurações, imagens, idéias, que nos
designam coisas, estados de fato, fenômenos, problemas, mas que, por isso
mesmo, são os mediadores necessários nas relações dos homens entre si,
com a sociedade e com o mundo. Assim, a linguagem não pode ser
encarada apenas como instrumento de comunicação, mas sim, como
espaço de uma organização do mundo. A cultura.
Na visão de Edgar Morin, a cultura só se desenvolve na e pela
sociosfera. E explica, vivemos em três reinos que fazem parte da nossa vida
como nós fazemos parte da deles: a psicosfera, a sociosfera e a noosfera.
São reinos noosféricos que se associam, se repelem, se misturam em
simbiose. A noosfera, é como um meio, um sentido mediador do termo, que
se interpõe entre o homem e o mundo exterior para se comunicar com ele. É
o meio condutor do conhecimento humano. É um universo extremamente
rico e denso de mitos, lendas, espíritos, deuses, saberes. O universo dos
seres antropomorfos, povoado de entidades, “seres de espírito”. Essa esfera
simbólica-mítica-mágica se desenvolveu por milhares de anos pré-históricos,