Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA
________________________________________________________________
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ASPECTOS NEOTECTÔNICOS E ECOLOGIA DA
PAISAGEM EM PARTE DA ÁREA DOS MUNICÍPIOS DO
NE
DO ESTADO DO PARÁ ( TUCURUI, BAO, BREU BRANCO,
GOIANÉSIA, MOJU E TAILÂNDIA) ”
________________________________________________________________
Dissertação apresentada por:
FRANCILEIDE DE FÁTIMA ROCHA SOUZA
BELÉM
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação(CIP)
Biblioteca Geól. Rdº Montenegro G. de Montalvão
Souza, Francileide de Fátima Rocha
S729a Aspectos neotectônicos e ecologia da paisagem em parte
da área dos municípios do
NE do estado do Pará (Tucurui,
Baião, Breu Branco, Goianésia, Moju e Tailândia / Francileide
de Fátima Rocha Souza – 2007
118 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Geologia) – Curso de Pós-
Graduação em Geologia e Geoquímica, Instituto de
Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador, Mauricio da Silva Borges.
1. Neotectônica. 2. Ecologia da Paisagem. 3.
Geomorfologia. 4. Tucuruí (PA). 5. Baião (PA). 6. Breu
Branco (PA). 7. Goianésia (PA). 8. Moju (PA). 9. Tailândia
(PA). I. Universidade Federal do Pará. II. Borges, Maurício da
Silva, Orient. III. Título.
CDD 20º ed.: 551.8098115
ads:
Dedico a todas as pessoas que não
têm medo de sonhar, aceitam
desafios, vencem obstáculos e
conquistam a vitória.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar , agradeço a Deus por permitir que eu pudesse chegar até o
final desta dissertação , por ser meu refúgio e fortaleza nas dificuldades
encontradas em conciliar, meu lar, chegada de um novo filho, família e estudos,
a caminhada teria sido muito mais difícil sem as suas palavras.
À Universidade Federal do Pará e ao Programa de Pós Graduação em Geologia
e Geoquímica pela oportunidade no mestrado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes) pela
Concessão de Bolsa de Mestrado.
Ao Serviço de Proteção da Amazônia (SIPAM), pela concessão da imagem de
radar SAR, material de suma importância para a dissertação.
Ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelos materiais que
foram de grande valia para execução do trabalho.
Ao Laboratório de Computação Aplicada (COMAP), que ficou disponível para
trabalhos em softwares indispensáveis ao desenvolvimento da dissertação.
Ao Prof. Dr. Maurício da Silva Borges, pela orientação deste trabalho, confiança
depositada em mim, e amizade, seu grande conhecimento que me ensinou a
caminhar com firmeza e determinação.
Ao Msc. Osmar Guedes, pela ajuda nos momentos de dúvida relacionadas a
ferramentas do Arc Gis 9.2
Ao Prof. Dr. Roberto Vizeu, pelas dúvidas suprimidas em conceitos de deste
assunto tão amplo que é Geologia Estrutural.
À Prof. Dra Ruthléa Bemerguy pelo apoio e amizade ao longo desses anos.
A todos meus amigos que ingressaram no mestrado / 2005, os momentos de
alegria e descontração não serão esquecidos, juntos chegamos até esta etapa
final.
A Geóloga e Msc. Poliana Gualberto, meu muito obrigada de coração, pelo
carinho com os meus filhos e por toda ajuda e disponibilidade cem por cento.
À Engenheira e Msc Aline Sardinha , pela bela amizade cultivada agora e em
tempos futuros.
À Contabilista Ana Gorette pela revisão do texto em inglês.
Aos meus colegas Marcelo e Bruno, pelo pouco tempo de amizade, que no
entanto, foi de grande importância para os meus momentos de alegria e dúvidas
neste trabalho.
À minha família (pai, irmãos, primos, tias) que de alguma forma contribuíram
para que eu conseguisse chegar até a etapa final.
À minha Querida mãe, por sempre estar disponível para mim, em todos os
momentos , cuidando dos meus pequeninos, para que eu pudesse executar
tarefas no decorrer de todo o meu mestrado e também para os mesmos
cuidados, agradeço as Sras. Nailza e Dairza por disponibilizarem seu tempo com
meus filhos para que eu pudesse dar continuidade aos meus trabalhos.
Ao meu Marido César Augusto Souza pelo seu amor, apoio, compreensão e
ajuda imprescindível na hora de executar a árdua tarefa de administrar nosso lar
e família juntamente com meus estudos.
Enfim, a todos que contribuíram direta e indiretamente para que esta dissertação
tivesse êxito.
As Lutas seguidas de conquistas
e vitórias são nada mais do que
frutos das bênçãos de Deus e
persistência humana.
Francileide Souza
RESUMO
Este trabalho investigou os aspectos da paisagem através das evidências
geológicas, geomorfológicas e Neotectônicas na região entre os Municipios de Tucurui
até Tailândia (PA). Nesta região a incidência de processos neotectônicos foi
responsável pela geração de estruturas, seqüências sedimentares, padrões de rede de
drenagem ( Bacia do Rio Tocantins ) e sistemas de relevo. Para execução deste estudo
foram utilizados imagens Landsat ETM+ processadas digitalmente em plataforma ENVI
4.0, além de modelos digitais de elevação fornecidos pelo SRTM/NASA e imagens de
radar SAR, visando à análise do relevo ,drenagem e reconhecimento dos lineamentos
mais expressivos , bases analógicas também foram convertidas para o formato digital
com a finalidade de elaborar bases cartográficas em ambiente ArcGIS 9.1. A Análise do
relevo, na área investigada, permitiu identificar os seguintes grupos genéticos: a) Grupo
de Degradação Constituído por Sistema de Serras (Serra do Trucará ) com topos
achatados de amplitudes variando entre 253 e 290 metros, Sistema de Morros com
topos angulosos até 180 metros e Sistema Colinoso alcançando até 120 metros , os
quais constituem a maior parte da expressão paisagística; b) Grupo de Agradação
Englobando Sistemas de Planícies Aluviais e Sistema de Terraços Fluviais. Estes
sistemas são exibidos com geometrias controladas pela instalação de
descontinuidades, caracterizando compartimentação morfoestrutural. A integração dos
dados, oriundos da análise do relevo, bem como a caracterização das anomalias de
drenagem e as descontinuidades, permitiu o reconhecimento de “landorfms” tectônicos
primários associados a feixes de lineamentos orientados a E-W, NW-SE, NE-SW e N-S,
estes entendidos como tendo funcionado em tempos neotectônicos. A articulação entre
os feixes de falhas neotectônicas se maneira a definir um romboedro extensional a
sul do paralelo 3
0
30”S. A estrutura romboedral é definida pelo arranjo entre feixes de
descontinuidades orientadas a NW-SE, com tendência simétrica e com aparente
natureza transtensiva e feixes de descontinuidades orientados a E-W, ao centro da
área, com provável componente “strike-slip” dominante. Esta geometria é cortada por
estruturas complicadoras orientadas a NE-SW. Três feixes principais de
descontinuidades orientadas a N-S afetam a área de investigação, e representam
“landforms” tectônicos primários com tendência extensional. Estas estruturas foram
interpretadas como decorrentes da reativação das estruturas do Cinturão Araguaia.
Organizam-se em uma estrutura assimétrica com mergulho dominante para Leste e na
altura do meridiano 49
0
38W parecem ter forte vínculo com o traçado do Rio Tocantins e
impõe significativo controle aos depósitos quaternários.
A rede de drenagem se ajusta prontamente a estes padrões de tropia estrutural, os
quais respondem pela presença de feições anômalas como arcos e cotovelos, e pela
instalação de padrões , com forte assimetria, alguns parcialmente interpretados como
treliça de falha. A morfogênese da área em apreço, no que concerne aos seus aspectos
tectônicos foi admitida como vinculada à atuação de um binário dextral orientado a E-
W, fruto da dinâmica estabelecida pela atual fase de deriva da Placa Sul Americana
para Oeste.
Palavras-chave: Neotectônica. Ecologia da Paisagem. Geomorfologia. Tucuruí. Baião.
Breu Branco. Goianésia. Moju. Tailândia.
ABSTRACT
This work inside investigated the aspects of the landscape and geologic and
geomorphological evidences of the neotectonic context in the region that understands
the Tucurui Cities until Thailand (Pará). In this region the incidence of neotectonics
processes was responsible for the generation of structures, sedimentary sequences,
standards of draining net (Basin of the Tocantins River) and relief System. For execution
of this study had been used Landsat ETM+ images for the digital processing in platform
ENVI 4,0, digital Models of rise supplied by the SRTM/NASA and images of radar SAR
analysis of the relief, draining and recognition of the lineaments expressives, analogical
bases elaboration of cartographic bases in environment ArcGIS 9.1. The Analysis of the
relief, in the investigated area, allowed to identify as genetic groups: ) Group of
Degradation - Constituted of System of Mountain ranges (Mountain range of the
Trucará) with flattened topos of amplitude varying between 253 and 290 meters, System
of Mounts with angular topos up to 180 meters and Colinoso System with 0 amplitude
varying it enters m (base level) up to 120 meters, which constitute most of the
paisagística expression; b) Group of Agradação - Englobando Aluvial Plain Systems and
System of Fluvial Terraces. These systems are shown with geometrias whose joints if
give through the installation of discontinuities, characterizing morfoestrutural
compartimentação. The integration of the data, deriving of the analysis of the relief, as
well as the characterization of the anomalies of draining and the discontinuities, allowed
to the recognition of "landorfms" elementary schools tectonics associates the beams of
guided lineaments the E-W, NW-SE, NE-SW and N-S. The joint enters beams of
neotectonics imperfections gives way to define one extensional romboedro to south of
the parallel 3030"S. The romboedral structure is defined by the arrangement between
beams of guided discontinuities to NW-SE, with symmetrical trend and apparent
transtensive nature and guided beams of discontinuities the E-W, to the center of the
area, with probable dominant component "strike-slip". This geometry is cut by to
complicate structures guided to NE-SW. Three main beams of guided discontinuities the
N-S affect the inquiry area, and represent "landforms" elementary schools tectonics with
extensional trend. These structures had been interpreted as decurrent of the reactivation
of the Cinturão Araguaia. They are organized in an anti-symmetrical structure with
dominant diving for East and in the height of the meridian 49038W they seem to have
strong bond with the tracing of the Tocantins River and imposes fort has controlled to
the quaternary deposits. The draining net adjusts it to these standards of structural
tropia readily, which answer for the presence of anomalous feições as arcs and elbows,
and for the installation of standards in treliça, with strong asymmetry, some partially
interpreted as treliça of imperfection. Morfogênese of the area in appraise, in that it
concerns to its tectônics aspects was admitted as tied to the performance of a binary
guided dextral the E-W, fruit of the dynamics established for the current phase of drift of
the American South Plate for West.
Key-words: Neotectonic. Landscape ecology. Geomorphology. Tucuruí. Baião. Breu
Branco. Goianésia. Moju. Tailândia.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Pág
Figura 1 - Localização da área estudada........................................................................ 19
Figura 1.1- Principais atividades executadas no trabalho............................................... 26
Figura 2- Sub Bacias hidrográficas pertencentes à área de trabalho. Fonte: ANA
(2006)...............................................................................................................................
29
Figura 2.1- Mapa Tipos de solos da área. Fonte:RADAM (1974) e EMBRAPA(1999)... 30
Figura 2.2 -Mapa com classificação da vegetação da área. Fonte: Radam (1974)........ 31
Figura 2.3- Mapa climático da área . Fonte: IBGE, 2006................................................ 32
Figura 2.4- Unidades Morfoestruturais e Morfoclimáticas Fonte: Radam (1974).......... 33
Figura 2.5- Litoestratigrafia da área estudada. Fonte: Lima e Coelho (1997) e Matta
(1984)...............................................................................................................................
37
Figura 2.6- Contexto Geológico da região estudada. Fonte: Lima e Coelho (1997) e
Matta (1984).....................................................................................................................
38
Figura 3- A placa Sul americana no Contexto Global.Fonte: (Bizzi,2003)...................... 42
Figura 3.1 - Distribuição dos principais elementos estruturais do Quadro Neotectônico
na região Amazônica. Fonte:Costa et al. 1996................................................................
44
Figura 3.2- Estruturas maiores do Terciário Superior da Região Nordeste do Pará.
Fonte: Costa et al. 1996...................................................................................................
45
Figura 3.3- Estruturas maiores do Quaternário da região Nordeste do Pará. Fonte:
Costa et al.1996...............................................................................................................
46
Figura 3.4- Fraturas em regime coaxial. Em (a), C e C’ são as fraturas de
cisalhamento conjugado, fazendo ângulo θ com σ 1. T e fratura de partição e T’é outra
que pode aparecer; em (b), fraturas de cisalhamento de um elipsóide deformado; em
(c), mesmo caso, com arrastos. Os pequenos círculos em preto indicam o estado de
deformação interna. Fonte: Hasui e Costa(1991)............................................................
49
Figura 3.5- Descontinuidades formadas na deformação não coaxial. Os ângulos são
α = 75º β = 45º γ = 15º (considerando o ângulo de atrito interno de 30º). R, P, X e Y
(D) têm movimentos sinistrais em binários sinistrais. As flechas indicam as direções
de estiramento e encurtamento. Fonte: Hasui e Costa (1991)........................................
49
Figura 3.6- Visto em mapa, os tipos de estruturas ao longo de falha transcorrentes.
Fonte:Woodcock e Schubert (1994).................................................................................
51
Figura 3.7 - Vistas em mapa estruturas dentro de zonas transcorrentes planares.
Fonte: Woodcock e Schubert (1994)...............................................................................
51
Figura 3.8 - Vistas em mapa de blocos rotacionados por um binário dextral e as
estruturas dominantes.Fonte: Woodcock e Schubert (1994)...........................................
52
Figura 3.9- Escarpas relacionadas a incrementos de deslocamentos numa falha
recentemente propagada. Fonte: Stewart e Hancock (1990 )......................................
54
Figura 3.10 - Elementos que caracterizam o relevo tipo cuesta. Fonte: Casset,
2006..................................................................................................................................
55
Figura 3.11- Relevo tipo Hog back (ex. Serra dourada).Fonte: Casset,
2006................................................................................................................................
55
Figura 3.12 -Principais propriedades da Rede de Drenagem, O grau de integração,
grau de continuidade e densidade têm implicações diretas com o tipo litológico, no
entanto, as demais têm controles principalmente estruturais. O conceito introduzido de
Textura de Drenagem terá grandes implicações no que se refere principalmente a
Densidade, embora as demais propriedades também influenciem. Fonte:Soares e
Fiori (1976).....................................................................................................................
58
Figura 3.13 - A rede de drenagem é definida pelos padrões básicos do tipo: A,
dendritico, paralelo B, treliça C, retangular D, radial E, anelar F, multibassinal G e
contorcido H. Fonte: (Howard 1967)................................................................................
59
Figura 3.14-Variações dos padrões básicos: A- treliça de falha ,B- treliça de
junta ,C- angulado ,D- centrípeto, E-complexo, F- compostos ,G e H palimpséstico.
Fonte: Howard ( 1967)......................................................................................................
60
Figura 3.15- Subdendritico ,B- pinado, C- Anostomótico, D- Distributário, E-
Subparalelo ,F- Colinear, G-Treliça direcional e H- Treliça recurvada.Fonte:Howard,
(1967)...............................................................................................................................
61
Figura 3.16- Feições anômalas de drenagem.Fonte: Soares e Fiori (1976)................... 62
Figura 3.17- Forma do canal do Tipo Braided com a formação de terraços na
degradação e acúmulo de sedimentos na agradação. Fonte: Ouchi 1985......................
63
Figura 3.18- Aumento da sinuosidade em canais do tipo meandrante. Fonte:Ouchi
1985..................................................................................................................................
64
Figura 3.19-Esquema conceitual dos fatores formadores da paisagem-solos segundo
Botero (1999). Fonte : Castro (2000)...............................................................................
67
Figura 3.20- Arquitetura de Sistemas de informação Geográfica . ( CÂMARA e
MEDEIROS ,1998 )..........................................................................................................
71
Figura 4: Mapa de drenagem da área de trabalho.......................................................... 72
Figura 4.1- Mapa com rede de Drenagem retificada....................................................... 73
Figura 4.2- Mapa com lineamentos gerados a partir da rede de drenagem...................
74
Figura 4.3-Mapa das estruturas interpretadas a partir do reconhecimento de
lineamentos na área.........................................................................................................
75
Figura 4.4- Mapa com visualização Provável Estrutura romboedral gerada por feixes
de falhas...........................................................................................................................
77
Figura 4.5- Zonas Homólogas definidas para área de trabalho...................................... 79
Figura 4.6- Mapa com feições anômalas e assimetria de drenagem na zona
homóloga 1.......................................................................................................................
80
Figura 4.7- Mapa com Zona Homóloga a isolar os topos achatados de serras.
Imagem SRTM 2000........................................................................................................
81
Figura 4.8- Mapa com Geometria e anomalias de drenagem da zona Homóloga 3.
Imagem SRTM 2000........................................................................................................
82
Figura 4.9- Mapa com feições anômalas da Zona Homóloga 4.Imagem SRTM
2000.................................................................................................................................
83
Figura 4.10- Mapa com Zona homóloga 5...................................................................... 84
Figura 4.11- Mapa com Anomalias de drenagem encontradas nos traços de
drenagem da área...........................................................................................................
86
Figura 4.12- Mapas com visualização dos aspectos morfológicos do Rio
Tocantins.Imagens SRTM 2000, SAR R99B...................................................................
88
Figura 4.13- Mapa com Feições em arco no Rio Tocantins........................................... 89
Figura 4.14- Mapa com Aspectos meandrantes do Rio Moju.Imagem SAR
R99B................................................................................................................................
90
Figura 4.15- Feições geomorfológicas possivelmente associada a recuo de
Landforms Tectônicos Primários ( no detalhe) ............................................................... 91
Figura 4.16- Landforms Tectônicos Primários obtidos a partir de dados
morfoestruturais interpretados de produtos SRTM..........................................................
92
Figura 4.17- Perfis esquemáticos com landforms tectônicos primários.......................... 93
Figura 4.18- Perfis esquemáticos com landforms tectônicos primários.......................... 94
Figura 4.19- Perfil esquemático para visualização com landforms tectônicos
Secundários.....................................................................................................................
95
Figura 4.20- Mapa com Sistemas de Planícies de inundação. Imagem SAR
R99B................................................................................................................................
98
Figura 4.21- Mapa com Sistemas de Terraços Fluviais. Imagem SAR
R99B................................................................................................................................
99
Figura 4.22- Mapa com Sistema de Morros e Morrotes. Imagem SAR
R99B................................................................................................................................
100
Figura 4.23- Mapa com Sistema de Serras. Serra do Trucará. Imagem RADAR SAR
R99B................................................................................................................................
101
Figura 4.24- Mapa com Sistema Colinoso representando a morfografia dominante da
área. Imagem SAR R99B................................................................................................
102
Figura 4.25- Mapa Geomorfológico da Área.................................................................. 103
Figura 4.26- Análise quantitativa da expressão areal dos sistemas geomorfológicos
da paisagem em diagrama estatístico..............................................................................
104
Figura 4.27- Classes visualizadas pela classificação digital supervisionada................ 105
Figura 4.28- Classes visualizadas pela classificação digital supervisionada.................. 106
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 17
1.1 APRESENTAÇÃO 17
1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO 18
1.3 OBJETIVOS E RELEVÂNCIA 20
1.4 MATERIAIS UTILIZADOS 20
1.5 ATIVIDADES E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 21
1.5.1 Para o estudo de evidências neotectônicas 22
1.5.2 Para o estudo da ecologia da paisagem 24
2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 27
2.1 HIDROGRAFIA 27
2.2 SOLOS 30
2.3 VEGETAÇÃO 31
2.4 CLIMA 32
2.5 PROVÍNCIA GEOMORFOLÓGICA 33
2.6 GEOLOGIA LOCAL 34
2.7 CONTEXTO ESTRUTURAL 39
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 40
3.1 NEOTECTÔNICA 40
3.1.1 Contexto da placa sul Americana 41
3.1.2 Neotectônica no Brasil 42
3.1.3 Neotectônica na Amazônia 43
3.1.4 Fonte de dados para estudo da neotectônica 47
3.1.5 Tectônica transcorrente 47
3.1.5.1 Estruturas no sistema transcorrente 48
3.1.6 Geomorfologia tectônica 53
3.1.6.1 Landforms tectônicos primários & secundários 54
3.1.7 Drenagem 56
3.1.7.1 Padrões e anomalias de drenagem 56
3.1.8 Lineamentos 65
3. 2 ECOLOGIA DA PAISAGEM 66
3.2.1 História do desenvolvimento da ecologia da paisagem 68
3.2.2 Geoprocessamento como ferramenta para o estudo da ecologia
da paisagem
69
4 RESULTADOS 72
4.1 EVIDÊNCIAS NEOTECTÔNICAS 72
4.1.1 Geólogicas 72
4.1.1.1 Aspectos estruturais locais 73
4.1.1.2 Descontinuidades 74
4.1.1.3 Quadro cinemático local 76
4.1.2 Geomorfológicas 78
4.1.2.1 Drenagem 78
4.1.2.1.1
Descrição e análise da rede de drenagem 78
4.1.2.1.2
Zonas homólogas 78
4.1.2.1.3
Rio Tocantins 87
4.1.2.1.4
Rio Moju 89
4.1.2.2 Relevo 91
4.1.2.2.1
Landforms tectônicos 91
4.2 ECOLOGIA DA PAISAGEM 96
4.2.1 Análise e quantificação do relevo 96
4.2.1.1 Relevo de agradação 97
4.2.1.2 Relevo de degradação 99
4.2.2 Ocupação do solo 104
5 CONCLUSÕES 106
REFERÊNCIAS 109
17
INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
A paisagem na região de influência da Bacia Hidrográfica do Tocantins-
Araguaia,exibe a forte relação do sistema de drenagem com lineamentos gerados pelos
movimentos tectônicos do Mesozóico e Cenozóico. Assim, o controle estrutural do sistema
hidrográfico é evidenciado por diversas feições morfológicas e anomalias da rede de
drenagem (BEMERGUY; COSTA, 1991).
De acordo com Suguio (1999), as feições neotectônicas da Amazônia passaram a
ser mais bem compreendidas pelas investigações de campo de depósitos sedimentares
em diversas áreas, acompanhadas por estudos sistemáticos de vários aspectos da
drenagem e do relevo, a primeira tentativa de síntese com base em estudos morfológicos,
litológicos e estruturais foi apresentada por Costa et. al. (1996) dos Estados do Amazonas,
Roraima, Amapá, Pará, Maranhão e Tocantins.
A organização espacial da paisagem pode ser um objeto de fundamental
importância para indicação de evidências neotectônicas. Nesse contexto, a ecologia da
Paisagem, em sua abordagem geográfica explica que a evolução morfogenética resulta de
mecanismos que operam em diferentes escalas temporais, a saber, processos
geomorfológicos e geológicos ocorridos durante certo tempo. A combinação resulta em
paisagem terrestre composta por diferentes formas de relevo, tipos de vegetação e uso do
solo (FORMAN; GODRON,1986)
Segundo Carrão, Caetano e Neves (2001) no estudo da ecologia da Paisagem, a
análise quantitativa, ganha cada vez mais atenção na medida em ajuda a compreender a
organização espacial. A quantificação é geralmente baseada no uso de mapas temáticos,
onde são atribuídos valores aos elementos físicos, tais como: morros, colinas, rios , lagos,
etc..., no intuito de caracterizar padrões geométricos subsidiados pelo uso de ferramentas
do Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento.
Assim, o entendimento de todos os processos tectônicos e estruturais da área
investigada, bem como sua relação com o arcabouço da paisagem serviu como base para
a fundamentação dos objetivos gerais da dissertação.
18
1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO
A área de estudo dispõe-se como um retângulo englobando parte dos Municípios
de Tucuruí, Goianésia do Pará, Baião, Moju, Breu Branco e Tailândia, encontrando-se
limitado pelos paralelos 02°52’30’’S e 04°00’00’’S e pelos meridianos 48°52’30’’W e
50°00’00’’W com relação a Greenwich. Pertencente à parte das folhas SA.22-Z-C (Tucurui)
e SA.22-Z-D (Goianésia) e pequenas porções às folhas SA.22-Z-A (Cametá) e SA.22-Z-B
(Tomé Açu). (Figura 1)
O acesso terrestre é feito através das principais rodovias (PA-150,263,151,422), o
acesso aéreo se mediante vôos diários da capital e de Marabá para o município de
Tucuruí e Tailândia. O aeroporto de Tucuruí tem 200 metros de comprimento e 45 metros
de largura, permitindo o pouso e a decolagem de aeronaves de pequeno e grande porte. O
acesso rodo fluvial é feito através de viagens de barcos pelo Rio Tocantins.
(TUCURUIONLINE, 2006)
19
Figura 1 : Localização da área estudada.
20
1.3 OBJETIVOS E RELEVÂNCIA
A área de trabalho possui características geomorfológicas, hidrográficas e
paisagísticas relacionadas aos processos tectônicos e estruturais incidentes. Estes
eventos são peculiares e foram gerados no Cenozóico mostrando grande importância
na forma da paisagem na área de trabalho.
Diante do exposto, o objetivo geral foi mostrar os aspectos neotectônicos através
de evidências geomorfológicas e geológicas,aliado ao estudo da paisagem física,
caracterizando a mesma em seu contexto espacial.
Os objetivos específicos foram:
01- Através da analise da rede de drenagem , e observação do quadro cinemático
local ,mostrar evidências que pudessem contribuir para o estudo da neotectônica
, com aplicação de bases conceituais nos produtos gerados inerentes ao estudo.
02- Análise e classificação do espaço físico, bem como sua ocupação , auxiliando
no Estudo da Ecologia da Paisagem, com uso do Geoprocessamento e
Sensoriamento remoto.
1.4 MATERIAIS UTILIZADOS
Os materiais utilizados para execução do trabalho foram:
1) Mapa Geológico da Folha SA22-Z-C (Tucuruí), adquirido no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), parte do “Projeto de Sistematização dos Recursos
Naturais”: Reconhecimento Geológico das Folhas SA-22-Z-C (Tucuruí) e SA-22-X-A
(Novo Repartimento )
2) Folha Belém (1:1.000.000) Geomorfologia, Geologia, Vegetação, Solos do Projeto
Radam do ano 1974
21
3) Imagens do Sensor ETM + ,Landsat 7: cenas (223/062, 223/063, 224/062, 224/063)
dos anos de 2000 e 2001, adquiridos gratuitamente em Global Landcover Facility
(2006).
4) Modelo Digital de Elevação da imagem do Shuttle Radar Topography Mission
(SRTM) de 2000, que foi uma missão de ônibus espacial Endeavour (iniciada em
fevereiro de 2000) visando efetuar o levantamento topográfico da superfície do globo
terrestre, e foi adquirida gratuitamente em Shuttle Radar Topography Mission (2006).
5) Imagem de Radar SAR R 99 B, Banda L, resolução 6m e polarização HH, do ano de
2005. O SAR opera nas bandas (freqüência) L e X, com múltiplas polarizações (HH,
HV, VH e VV) e elevada resolução espacial (3, 6, e 18m). As imagens foram cedidas
pelo Centro Técnico e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia
(CENSIPAM - CTO Belém)
6) Base de dados digital do SIGIEP ( Sistemas de informações georreferenciadas do
Estado do Pará) do ano de 2003, disponível no Laboratório de computação aplicada
(COMAP)
7) Softwares Globall Mapper 6.0, Arc Gis 9.1, Envi 4.0. e Corel Draw 12.0.
1.5 ATIVIDADES E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Estas etapas foram imprescindíveis para o desenvolvimento da dissertação e
estão sintetizadas a seguir:
Pesquisa Bibliográfica, Levantamento da Base de Dados , Aquisição de Materiais.
Esta etapa compreendeu o levantamento da base de dados (mapas e imagens)
disponíveis em instituições ,órgãos públicos, internet e a análise sistemática da
bibliografia especializada sobre o tema escolhido e da área objeto da investigação,
nesta etapa subsidiou-se também a fundamentação teórica e a utilização do
geoprocessamento relativos aos temas neotectônica e ecologia da paisagem.
22
Conversão da Base de Dados para o Formato Digital
As bases analógicas (geologia, vegetação, geomorfologia e solos) na escala de
1:1.000.000 foram digitalizadas para fins de georreferenciamento e para geração de
mapas temáticos, através do software arc gis / arc map 9.1 , estabelecendo assim, uma
base de dados cartográficos em formato digital.
Trabalhos de Campo.
Esta fase do trabalho permitiu a verificação dos elementos geomorfológicos
formadores da paisagem, com auxílio de GPS (Sistema de posicionamento Global),
incluindo o levantamento de dados necessários para validação da realidade do mapa.
Foram verificados dados litológicos locais, além da descrição de estruturas, verificação
de antropismo, vegetação, entre outros.
1.5.1 Para o estudo de evidências neotectônicas
GEOLÓGICAS
Extração da Rede de Drenagem
A partir da imagem SRTM, a drenagem foi extraída através de ferramentas do
software ARC GIS/ ARC MAP
Retificação da drenagem e confecção do mapa de lineamentos
Após a extração da rede de drenagem, através da observação dos traços de
drenagem retilíneos , a drenagem foi manualmente retificada para se obter os
traços maiores de lineamentos de acordo com o conceito de O’leary, Friedman e
Pohn (1976),
Análise das estruturas
Os lineamentos foram analisados, a partir de assimetrias de drenagem, foram
geradas estruturas para possivelmente serem analisadas
23
Geração do Quadro Cinemático local
Com o reconhecimento e geração de estruturas, como possíveis falhas normais e
transcorrentes, foi criado o quadro estrutural local.
GEOMORFOLÓGICAS
a) Drenagem
Extração da rede de drenagem
A partir da imagem SRTM, a drenagem foi extraída através de ferramentas do
software ARC GIS/ ARC MAP
Descrição e Análise
A Descrição da rede de drenagem foi baseada nas propostas contidas em Howard
(1967), Lima (2002), Soares e Fiori (1976), Stewart e Hancock (1994), para
compartimentação de zonas homólogas.
Identificação de feições anômalas
A partir de distintos padrões identificados na rede de drenagem, foram descritas
feições anômalas como arco, cotovelo e meandros isolados.
Confecção de mapa de anomalias
A partir da Análise da rede de drenagem e classificação de padrões , o mapa de
anomalias foi gerado com o intuito de localizá-las regionalmente e localmente
dentro da área de trabalho.
b) Relevo
Identificação dos sistemas de relevo em SAR- R99B e SRTM
O relevo foi definido a partir de análise visual em imagens de radar SAR-R99B
(Banda L) e classificado em seus padrões morfológicos, Com base nos conceitos de
Lima (1995), Nunes et al. (1995) e Ponçano et al. (1979).
Elaboração de Perfis em imagens SRTM
Através do software Globall Mapper 6.0 foram produzidos perfis topográficos, os
quais foram editados no Corel Draw 12.0, e analisados.
24
Reconhecimento de Landforms tectônicos
Com a visualização dos perfis e respectivas denominações de tipo de relevo
encontrado, foram reconhecidos Landforms Tectônicos, segundo os critérios de
Stewart e Hancock (1994) e Casset (2006).
1.5.2 Para o estudo da ecologia da paisagem
a) Caracterização dos Elementos geomorfológicos
Identificação dos sistemas de relevo em SAR R99B e SRTM
Como descrito anteriormente, o relevo foi definido a partir de análise visual em
imagens de radar SAR-R99B (Banda L) e classificado em seus padrões
morfológicos, Com base nos conceitos de Lima (1995), Nunes et al. (1995) e
Ponçano et al. (1979).
Quantificação dos elementos geomorfológicos
Em ambiente do software ArcGis 9.1, A média da área (%) de todos os polígonos
gerados por diferentes sistemas de relevos, foi obtida com base em ferramentas
apresentadas pelo sistema, foi gerado a área de cada polígono, o que permitiu a
quantificação dos elementos geomorfológicos da área. Os dados numéricos obtidos
foram exportados para planilhas do Excel, para serem gerados gráficos que
permitissem a visualização quantitativa dos dados do relevo.
Geração de Mapa Geomorfológico
Foi possível através do reconhecimento e identificação de diferentes sistemas de
relevo o que possibilou a compartimentação geomorfológica.
b) Ocupação do Espaço Físico
Processamento em imagem Landsat
As imagens de Satélite do Landsat (ponto / órbita: 224/062, 224/063, 223/062,
223/063) foram registradas e classificadas no software ENVI 4.2. ,onde a priori foi
25
descartada a classificação não-supervisionada (ISODATA), contudo, essa
classificação não obteve uma boa resposta, em virtude das áreas de cultivo serem
representadas como vegetação natural.
Classificação digital supervisionada
Foram usados 40 pontos de controle, polinômio de 1° grau para a reamostragem dos
pixels e o processo de interpolação foi vizinho mais próximo. Assim, o erro médio foi
de 0,45 pixel, ou seja, considerando que as imagens possuem 30m de resolução
espacial, o erro corresponde a 13,5m.
Identificação de áreas ocupadas
Optou-se trabalhar com a classificação supervisionada com o treino para 03 classes:
água, vegetação natural, e ocupação do solo.
As etapas da atividades estão resumidas na figura 1.1
26
Figura 1.1 : Principais atividades executadas no trabalho, visando a aquisição de
dados e interpretação dos registros neotectônicos e de ecologia da paisagem.
27
1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
2.1 HIDROGRAFIA
A área de trabalho está inserida em três sub-bacias que pertencem a três
Grandes Bacias Hidrográficas: 1.Amazonas, 2.Rio Tocantins (Região hidrográfica
Tocantins – Araguaia) e 3. Atlântico Norte. (ANA
1
, 2006). Figura 2
Bacia Hidrográfica do Amazonas (Sub bacia 19)
A bacia Amazônica forma o maior e mais complexo sistema de água doce do
mundo, com aproximadamente 7.000.000 km
2
de área de drenagem, 58% da bacia
localiza-se no Brasil. Está limitada a Oeste pelos Andes, ao Norte pelo Escudo das
Guianas, ao Sul pelo Maciço Central Brasileiro e a Leste, deságua no Oceano Atlântico.
O principal sistema fluvial é o rio Amazonas, Posse uma descarga média final de
175.000 m
3
. A temperatura média é de aproximadamente 30° C durante a estação seca
e 26° C durante a estação chuvosa. A alta taxa de precipitação registrada em toda a
bacia - 2.200 mm/ano, em média - contribui para a existência de uma densa rede de
igarapés e pequenos rios. Aproximadamente metade da precipitação total provém do
oceano Atlântico, trazida pelos ventos, e a outra metade deriva da evapotranspiração
da vegetação existente na própria bacia. A área de drenagem da Sub-bacia 19 está
compreendida entre a Foz Rio Xingu, inclusive, e a foz do Rio Amazonas, localmente é
composta pelos afluentes Rios dos Oeiras, Rio Jacundá e Rio Alto Pacajá.
1
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
28
Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins (Sub bacia 29)
O Estado do Tocantins é caracterizado por dois sistemas hidrográficos, cujos
eixos de drenagem são os rios Tocantins e Araguaia . A bacia do rio Tocantins possui
uma vazão média anual de 10.900m3/s, volume médio anual de 344 Km3 e uma área
de drenagem de 767.000Km2 , que representa 7,5% do território nacional. O rio
Tocantins nasce no Planalto de Goiás, a cerca de 1000 m de altitude, sendo formado
pelos rios das Almas e Maranhão A extensão total do rio Tocantins é de 1.960 km,
sendo sua foz na Baía de Marajó, onde também deságuam os rios Pará e Guamá. A
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia apresenta uma vazão média de 15.432,54
m ³/s que corresponde a 9,6 % do total do País. O grande potencial hidrelétrico da
região torna a Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia prioritária para a implantação
de aproveitamentos hidrelétricos. Entre as 28 centrais hidrelétricas instaladas destaca-
se a UHE Tucuruí, localizada no baixo Tocantins, que é responsável pelo
abastecimento de energia elétrica de 96 % do estado do Pará e 99 % do Maranhão.
No
rio Tocantins, a época de cheia estende-se de outubro a abril, com pico em fevereiro,
no curso superior, e março, nos cursos médio e inferior.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Norte
A Bacia do Atlântico Norte banha extensas áreas dos Estados do Amapá,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, e parte do Estado da Paraíba,
Pernambuco, Pará e Alagoas. A Bacia possui uma vazão média anual de 6.800 m
3
/s e
uma área de drenagem de 996.000 Km² composta por dois trechos (Norte e Nordeste)
O trecho Norte corresponde à área de drenagem dos rios que deságuam ao norte da
Bacia Amazônica, incluindo a bacia do rio Oiapoque.
Na área de drenagem da Sub Bacia 31 estão os rios rio Cairari, rio Moju, rio
Capim, rio Acari, onde a mesma está compreendida entre a confluência do rio Tocantins
e a confluência do rio Guamá.
29
2.2 SOLOS
Figura .2 : Sub Bacias hidrográficas pertencentes à área de trabalho
Modificado de ANA (2006)
30
2.2 SOLOS
Segundo BRASIL (1974), os solos constituintes da área de trabalho são:
Latossolo Amarelo, Latossolo Vermelho Amarelo, Podzol Hidromórfico, Podzólico
Vermelho Amarelo e Solos Hidromórficos Gleyzados (Figura 2.1), atualmente existe
uma nova classificação de solos (EMBRAPA,1999), que substitui a existente e estão
descritas a seguir:
Figura 2.1 : Mapa com tipos de solos da área. Fonte: BRASIL (1974)) e
EMBRAPA (1999)
31
2.3 VEGETAÇÃO
Segundo BRASIL (1974) o tipo de vegetação encontrada na área pode ser
caracterizado como Floresta Densa e suas variações como, Floresta Densa de Mata
Ciliar, Aluvial Campestre, de Sub Montana, de Planícies Aluvial e Aberta Latifoliada
(Figura 2.2).
Figura 2.2 : Mapa com classificação da vegetação da área , compilado de
BRASIL (1974)
32
2.4 CLIMA
De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2006) a
área apresenta Clima quente e úmido com Temperatura dia anual variando entre
25ºC e 26ºC. Duas porções se diferenciam pelos períodos secos , um a dois meses na
parte norte e três meses na parte sul da área, e estão inseridos no clima tropical
chuvoso (segundo método de Koppen). Figura 2.3.
Figura 2.3 : Mapa climático .
Fonte: IBGE (2006)
33
2.5 PROVÍNCIA GEOMORFOLÓGICA
A área está inserida na grande unidade definida como Planalto Rebaixado da
Amazônia, o qual abrange a maior parte da compartimentação morfológica, a paisagem
se expressa por formas erosivas, correspondendo parte a superfícies pediplanadas e
aplainamentos em retomada de erosão. Faz parte do domínio morfoclimático dos
planaltos amazônicos rebaixados ou dissecados em áreas colinosas e planícies
revestidas por floresta densa.(Figura 2.4).
Figura 2.4: Unidades Morfoestruturais e Morfoclimáticas Fonte:. BRASIL (1974)
34
2.6 GEOLOGIA LOCAL
A geologia e sua distribuição estratigráfica da área de trabalho foram adquiridas
através de compilações bibliográficas e observações em campo (Figura 2.5 e 2.6).
Arqueano
Complexo Xingu
O termo foi proposto por Silva et al. (1974), para designar o conjunto de rochas
polimetamórficas existentes na bacia do Rio Xingu. Suas características petrográficas e
estruturais obedecem a um padrão homogêneo. Em campo tratam-se de migmatitos
com granitos, granodioritos, gnaisses e anfibolitos.
Na área de estudo esta unidade é representada por rochas gnaissicas
ortoderivadas de composição granodiorítica, granítica e quartzo diorítica com enclaves
de composição anfibolítica, além de Gnaisses miloníticos, Gnaisses bandados e
Gnaisses anfibolíticos.
Meso Proterozóico
Grupo Tucuruí
Formação Caraipé
A denominação desta unidade provém do Rio Caraipé, afluente do Tocantins
pela margem esquerda. A porção basal dessa unidade é representada por arenitos bem
estratificados e camadas de siltito cinzento. Basaltos também aparecem exibindo-se
como rochas cinza escuras. A porção aflorante desta unidade é restrita ao sistemas de
serras existentes na região, entre elas a Serra do Trucará.
Formação Morrote
A denominação de Formação Morrote provém de uma elevação na margem
esquerda do Rio Tocantins, na altura do eixo da barragem, onde boas exposições
desta unidade. A formação Morrote faz contato inferior com os basaltos da Formação
Caraipé, através de uma zona de brechas. (MATTA, 1982)
Esta unidade aflora na porção leste da área e os litotipos pertencentes são
Grauvacas de granulação fina.
35
Grupo Tocantins: é representado na área pela Formação Couto Magalhães
Formação Couto Magalhães
O Grupo Tocantins aflora na região Tocantins-Araguaia, zona limítrofe dos
estados de Tocantins e Pará, tendo sido definido primeiramente por Moraes Rego
(1933), como “Série do Tocantins”. Trata-se de um conjunto de fillitos, com relativa
abundância de níveis quartzíticos. Essa unidade é representada na área pela Formação
Couto Magalhães. Constitui-se litologicamente de filitos, às vezes ardosianos, com
intercalações de metassiltitos, quartzitos e rochas carbonáticas ocorrendo
subordinadamente (BRASIL, 1984)
Cenozóico
Formação Itapecuru ( Cretáceo )
De acordo com Lisboa
2
apud (BRASIL op. cit.), as camadas Itapecuru são
camadas arenosas e argilosas sempre vermelhas e acizentadas, porém livres de areias
aluviais, a Formação Itapecuru é formada principalmente por arenitos finos e argilosos,
intercaladas, subsidiariamente, com leitos de siltitos e folhelhos variegados.
Coberturas detríticas e Lateríticas
São depósitos detríticos ferruginosos, constituídos de areias inconsolidadas de
granulação média a fina, com intercalações de níveis siltico-argilosos, nas áreas de
predominância aluvial, e de areias siltes e argilas, com intercalações de níveis
conglomeráticos e zonas parcialmente laterizadas, nas áreas ( BRASIL ,1984)
De acordo com Souza (1989)
as lateritas de composição bauxítica constituem
uma couraça cuja espessura pode atingir até 8 metros e também são encontradas na
formação Caraipé, na Serra do Trucará.
2
LISBOA, M. A. R. The permian geology of northern Brasil. American Journal of Science, New Haven,
Ser. 4,37(221): 425-43, may.1914.
36
Grupo Barreiras ( Terciário Superior )
Esta unidade é encontrada na porção Leste da área e é caracterizada por uma
grande diversidade de tipos litológicos que variam de argilito a conglomerado. As
camadas oram exibem estratificação perfeita, ora o maciças. De uma maneira geral,
predominam arenitos finos e siltitos bem estratificados, nas cores vermelho, amarelo,
branco e roxo, com camadas de arenito grosseiro e conglomerático geralmente com
estratificação cruzada intercalada.
Depósitos Quaternários
Segundo Brasil (1984) Os depósitos fluviais que acompanham muito dos cursos
d’agua que constituem a atual rede de drenagem, são notáveis por sua extensão e
volume, principalmente o Rio amazonas e seus afluentes. As faixas aluviais são
facilmente demarcáveis em estudos fotointerpretativos, pois constituem planície de
acumulação sujeitas à inundações sazonais e encobertas por uma vegetação
características. A constituição litológica dos depósitos quaternários inconsolidados é
variável, havendo todavia um predomínio de argilas e siltes. Os terraços fluviais são
compostos de siltes, areias, cascalhos. No sentido Tucuruí-Goianésia se faz presente
uma extensa cobertura aluvionar que compreende os depósitos inconsolidados de
areias e cascalhos quartzosos esbranquiçados, que provavelmente associam-se aos
depósitos de Rios e Igarapés da região.
Os sedimentos detríticos recobrem indistintamente todas as unidades
estratigráficas regionais, são sedimentos inconsolidados ou incoesos , mal
selecionados, de matriz areno-argilosa, com seixos de quartzo, a coloração é
amarelada ou avermelhada, as coberturas são correlacionáveis aos sedimentos do
grupo Barreiras.
37
Figura 2.5 : Litoestratigrafia da área estudada
Fonte: Lima e Coelho (1997) e Matta (1982).
38
Figura 2.6: Contexto Geológico da Região Estudada. Fonte: Lima e Coelho
(1997) e Matta (1982)
39
2.7 CONTEXTO ESTRUTURAL
De acordo com Abreu, (1978) A região estudada está inserida em duas unidades
geotectônicas maiores: o Bloco Cratônico e Faixa de dobramentos Araguaia. O Bloco
Cratônico ocidental abrange a área de ocorrência do Complexo Xingu, onde nele
importantes lineamentos de orientação NW e WNW se acham superimpostos, alguns
chegando mesmo a adentrar na faixa marginal, impondo-lhe deslocamentos.O mesmo
autor define a Faixa Araguaia como uma grande feição estrutural que resultou de um
soerguimento assimétrico mais acentuado na parte oriental, esta feição possui
configuração geral submeridiana, ligeira concavidade voltada para oeste e alguns
aspectos estruturais de grande importância.
Abreu e Hasui (1978) descreveram as principais estruturas da Faixa Araguaia e
apresentaram uma história de deformações que afetaram as rochas desta unidade
geotectônica. As principais estruturas são: a) Geossutura Tocantins Araguaia
(ALMEIDA, 1974); b) Lineamentos Iriri-Martírios (SILVA et al., 1974) c) Falha de
empurrão de Tucuruí (TROW et al., 1976).
Almeida (op. cit.) definiu a Geossutura Tocantins-Araguaia como uma zona de
dezenas de quilômetros segmentada por falhas verticais, que alcançam a parte inferior
do extenso cordão de rochas máfico-ultramáficas, orientado submeridianamente e pelas
marcantes direções estruturais N-S e NW-SE nos sítios da faixa.
Segundo Trow et al. (op.cit.) a Falha de Empurrão de Tucuruí está localizada
entre os paralelos 4° e 6° Sul e marca o limite tectônico entre a faixa Araguaia e o Bloco
Cratônico. Esta é responsável pelo cavalgamento do Grupo Tocantins sobre o
Complexo Xingu
O sistema de falhas da Faixa Araguaia apresenta falhas direcionais NW-SE,
falhas de empurrão e Falha de gravidade. A história das deformações na Faixa
Araguaia foi de natureza polifásica, com desenvolvimento de dobras intrafoliais, dobras
de crenulação, megadobras do tipo Braquianticlinal e dobras suaves desenhadas pela
xistosidade. (ABREU, 1978)
40
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 NEOTECTÔNICA
As principais características da pesquisa neotectônica são: o enfoque
multidisciplinar; a possibilidade de criação de modelos atualísticos de paleocorrelação; o
fato de que as estruturas e tramas neotectônicas o o reflexo de processos profundos
na superfície e a possibilidade de estudos de sítios arqueológicos e sua importância
econômica, assim como de impacto social (BORGES, 2006; STEWART; HANCOCK,
1994)
Segundo Angelier
3
(1986 apud SUGUIO, 1999), a Neotectônica versaria sobre o
período no qual as observações geofísicas poderiam ser extrapoladas à luz dos dados
geológicos, enquanto que Vita Finzi (1986) diz que a neotectônica deveria tratar das
deformações do Cenozóico tardio.
Morner (1990), considera que o regime tectônico começa em tempos diferentes e
em lugares diferentes. Umas das principais discussões em neotectônica, diz respeito a
até onde se deve retroceder no tempo geológico para definir o início da implantação
desse regime. Esta questão pode ser muito relevante principalmente numa região
intraplaca. O termo “neotectônica” foi introduzido por Obruchev
4
(apud STEWART;
HANCOCK,1994) para descrever “o estudo de movimentos tectônicos que ocorreram ao
final do Terciário e primeira metade do Quaternário”.
Para Sengor; Goror e Soroglu (1985), o período neotectônico é definido como o
tempo que decorreu desde a última grande reorganização tectônica geral em uma
região de interesse. Em cinturões colisionais jovens uma grande reorganização
3
ANGELIER, J. La néotectonique cassante et sa place dans un arc insulaire: L’arc é géen meridionale.
Révue de Géographie Physique, géologie, dynamique, v. 18, p. 1257-1265, 1986.
4
OBRUCHEV, V. A. Osnovnye cherty kinetiki i plastiki neotektoniki. Akad.Nauk. sssr izv. Serv. Geol.,
5 :13-24
41
tectônica pode admitir-se que tenha ocorrido no passado recente. Segundo Becker
(1993) para crátons antigos, distantes dos limites ativos das placas, o intervalo de
tempo decorrido desde a última reorganização tectônica deve contradizer o termo “neo”
em neotectônica.
Stewart e Hancock (1994) definem “neotectônica” como ramo da tectônica
relacionado com os movimentos atuais da terra, podendo apresentar uma continuidade
dos movimentos do passado. Onde as estruturas neotectônicas desenvolvem-se no
regime tectônico corrente, abrangendo nessa conceituação, o estado de deformação
prevalecente dentro de uma região intraplaca.
3.1.1 Contexto da placa sul americana
Segundo Bizzi (2003), a Plataforma Sul Americana deriva da fração continental
da placa homônima que permaneceu estável e funcionou como antepaís durante a
evolução das faixas móveis do Caribe (norte) e Andina (a oeste), ao mesmo tempo em
que se processavam a abertura e o desenvolvimento do Atlântico Sul, no Meso-
Cenozóico. O Brasil ocupa a parte principal (>75%) dessa plataforma fanerozóica,
compartilhando-a ao norte com a Colômbia, Venezuela (de forma parcial), Guiana,
Suriname e Guiana Francesa. De acordo com a figura 3, a Placa Sul americana está
dividida em suas frações oceânicas (Atlântico Sul) e continental (continente Sul
Americano, parte estável e parte instáveis) e seus limites/zonas de interação. Ao Norte,
placa oceânica do Caribe, a oeste a fossa Peru/Chile, que conduz presentemente para
subducção as placas de Cocos, Nazca e Antártica e as cristas meso-oceânicas de
Galápagos e do Chile que as separam, ao Sul, a placa oceânica de Scotia. O
embasamento da fração continental estável a Plataforma Sul Americana se expõe
de forma mais ou menos contínua na sua porção norte - Escudo das Guiana- e na parte
centro ocidental do Brasil e parte da Bolívia-Escudo Brasil Central.
42
3.1.2 Neotectônica no Brasil
No Brasil, a partir da década de 50, pesquisas sobre a temática da neotectônica
se iniciaram com os trabalhos de Sternberg (1950,1953) Outros trabalhos importantes
foram publicados, principalmente a partir da década de 80, dentre os quais podem ser
citados: Eiras e Kinoshita, (1988); Franzinelli e Igreja (1990); Franzinelli e Piuci, (1988);
Igreja et al.(1990); Veloso et al., (1987), entre outros.
O estudo da Neotectônica no Brasil em geral e na sua região amazônica em
particular, sofreu grandes avanços ao longo da década de 90, com a publicação de
Figura 3: A placa Sul americana no Contexto Global.
Fonte: Bizzi (2003)
43
inúmeras pesquisas envolvendo o assunto. Os resultados , de um modo geral estão de
acordo quanto à natureza transcorrente do regime neotectônico originalmente proposto
por Hasui (1990).
Costa et al. (1996) analisaram as principias relações entre os elementos
tectônicos que conformam a placa Sul-Americana (Cordilheira dos Andes, Sistema
montanhosos do Caribe, a cadeia meso-atlântica e a região intra-placa) e apresentaram
considerações sobre a natureza ou fatores indutores deste regime direcional
neotectônico.
O Wokshop sobre Neotectônica e Sedimentação Cenozóica Continental no
Sudeste Brasileiro, impulsionou o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema em
várias áreas do Brasil, o trabalho de grande destaque foi de Yociteru Hasui, no qual é
apresentado o quadro neotectônico no Brasil, destacando-se o regime tectônico e a
idade dos processos envolvidos, onde considera como neotectônica todos os processos
ligados à abertura do Oceano Atlântico e seus retrabalhamentos a o Triássico ou
Permiano, e juntamente, os processos s-climax da abertura do Atlântico a partir do
Mioceno ou Oligo-Mioceno, marcando seu limite inferior pela deposição do último
pacote sedimentar nas bacias costeiras(HASUI, op.cit.)
3.1.3 Neotectônica na Amazônia
Costa et. al. (1996) realizaram um estudo sobre neotectônica em parte da região
Amazônica (Figuras 3.1, 3.2 e 3.3) em relação aos aspectos tectônicos,
geomorfológicos e estruturais e definiram que esta na região amazônica, é marcada por
estruturas, seqüências sedimentares, padrões de rede de drenagem e sistemas de
relevo, e concluíram que:
1. O Cráton Amazônico é um segmento crustal formado por numerosas
descontinuidades de naturezas diversas, que mediante reativações, tiveram papel
importante na distribuição e nos tipos dos principais arranjos neotectônicos, assim
marcando a incidência da tectônica ressurgente.
44
2. O quadro neotectônico é decorrente de deformação intraplaca imposta pela atuação
de forças de um par conjugado dextral de direção E-W, gerado pela rotação da
Placa Sul-Americana para Oeste.
Segundo os autores, tais conclusões apontam para o fato de que a atividade
neotectônica é importante no interior da Placa Sul-Americana pela influência decisiva
no modelato da paisagem e pelo potencial de desdobramentos em diversas frentes de
aplicação de conhecimentos geológicos.
Figura 3.1: Distribuição dos principais elementos estruturais do Quadro Neotectônico na região
amazônica.
Fonte:Costa et al. (1996)
45
Figura 3.2 : Estruturas maiores do Terciário Superior da Região Nordeste do Pará
Fonte:Costa et al. (1996)
46
Figura 3.3: Estruturas maiores do Quaternário da região Nordeste do Pará.
Fonte: Costa et al. (1996)
47
3.1.4 Fonte de dados para o estudo da neotectônica
Pode-se considerar que o estudo completo da neotectônica em uma região, depende
de um conjunto integrado de dados cujas fontes podem ser de natureza geológica,
geomorfológica, geofísicas, geodésicas e históricas ou arqueológicas (Tabela 1).
Evidências Fonte de Dados
Geológicas
Estudos relacionados à falhas,
arqueamentos e deformações regionais
Geomorfológicas
Escarpa de falhas
Depósitos Superficiais Deformados
Interflúvios e Vertentes
Rede de Drenagem
Disposição Geométrica-Espacial dos
Depósitos Superficiais
Geofísicas Métodos Sísmicos Para o Estudo de
Terremotos
Geodésicas
Estão ligadas diretamente ou
indiretamente às geológicas ou
geomorfológicas, medições de
movimentos recentes em escala global e
local são realizados através de
medidores de adernamento, de
deformação e de rastejo.
Históricas ou Arqueológicas
Compreendem desde registro em mapas
de épocas mais antigas até relatos feitos
pelo homem e situações geográficas em
tempos históricos , por exemplo, Muralha
da China ou Sambaquis.
Fonte: Suguio (1999)
3.1.5 Tectônica transcorrente
No Brasil o ambiente geotectônico da dinâmica crustal do Neógeno tem correlação
com sistemas transcorrentes, uma vez que o mesmo representa o produto interno da
Tabela 1.: Tipos de Evidências e fonte de dados utilizados pelo estudo da Neotectônica.
Tipos de Evidências estudadas no trabalho.
48
movimentação da placa Sul Americana, influenciando no modelato da terra e cursos de
rios. Segundo Hasui e Costa (1991), as zonas transcorrentes, por definição, têm traços
lineares, formas planares verticais e movimentos horizontais, mas em relação aos fatores
que influenciam no seu desenvolvimento, mostram traços com inflexões, formas
curviplanares, atitudes até de baixo mergulho e movimentos envolvendo componentes de
empurrão ou normais.
3.1.5.1 Estruturas no sistema transcorrente
Segundo Hasui e Costa (1991) o entendimento dos sistemas direcionais têm sido
alcançados através do estudo de zonas transcorrentes rúpteis, tanto em cisalhamento
coaxial (puro) quanto o não-coaxial (simples), as quais podem gerar movimentações
transcorrentes. Quando a deformação é pura, duas falhas direcionais (dextral e sinistral)
chamadas fraturas de cisalhamento (C e C') desenvolvem-se, formando um par conjugado
simétrico. Associadas às estruturas referidas desenvolvem-se ainda fraturas de partição (T
e T´). Falhas normais propagam-se perpendicularmente a δ3 e dobras ou falhas reversas,
perpendicularmente a δ
1
(Figura 3.4)
Na deformação não coaxial tem-se também a fratura de partição (T) e as d
cisalhamento chamadas de sintéticas ou de Riedel (R), antitéticas ou conjugadas de Riedel
(R´), sintéticas secundárias (P), Y ou D, paralela à direção do binário e mesmo sentido de
movimentação relativa, e X que faz ângulo agudo 90º (φ/2) com a direção do binário e
possui mesmo sentido de movimentação relativa (Figura 3.5).
49
Figura 3.4: - Fraturas em regime coaxial. Em
(a),C e C’ são as fraturas de cisalhamento
conjugado, fazendo ângulo θ com σ 1. T e fratura
de partição e T’é outra que pode aparecer; em
(b), fraturas de cisalhamento de um elipsóide
deformado; em (c), mesmo caso, com arrastos.
Os pequenos círculos em preto indicam o estado
de deformação interna.
Fonte: Hasui e Costa (1991).
Figura 3.5.- Descontinuidades
formadas na deformação não
coaxial. Os ângulos são α = 75º β =
45º γ = 15º (considerando o ângulo
de atrito interno de 30º). R, P, X e Y
(D) têm movimentos sinistrais em
binários sinistrais. As flechas
indicam as direções de estiramento
e encurtamento.
Fonte: Hasui e Costa (1991).
50
As primeiras estruturas desenvolvidas, segundo experimentos com argila, são
dobras e descontinuidades R, seguindo-se descontinuidades P. Com a progressão da
deformação o movimento é concentrado numa estreita zona de deslocamento principal.
Em ensaios laboratoriais com amostras sob pressão confinante, esse critério o se
aplica; as descontinuidades R e P aparecem primeiro, seguindo-se as R` e Y (HASUY;
COSTA, 1991). Vários autores ressaltam a importância das relações angulares
observadas entre as descontinuidades referidas que dizem respeito ao momento de
formação das estruturas em maciços isotrópicos, pois as mesmas são modificadas com
a progressão da deformação, tomando-se paralelizadas sob altas taxas de
movimentação. Um ponto de fundamental importância é a presença de estruturas pré-
existentes ou de anisotropias do meio, pois estas irão influenciar diretamente no
desenvolvimento de transcorrências, causando variações no estilo das estruturas.
Segundo Woodcock e Schubert (1994), quando falhas transcorrentes acomodam
movimentação oblíqua ao longo de seus segmentos, a deformação pode ser analisada
pelo sistema de cisalhamento puro superimposto a um cisalhamento simples, sendo
esta movimentação oblíqua um importante mecanismo de formação de bacias. A
principal característica geométrica dos sistemas
transcorrentes é a presença de
separações e curvaturas . Chistie-blick e Biddle, (1985) comentam que a interação entre
os segmentos de falha forma estruturas romboédricas, cuja geometria depende da
cinemática envolvida e da sobreposição e espaçamento entre as falhas. As curvaturas
são determinantes na formação de duplexes (Figura 3.6 ) Outros padrões geométricos
conhecidos são; em échelon, recobrimento, anastomosado e outros exemplificados na
Figura 3.7
51
Figura 3.6: Visto em mapa, os tipos de estruturas ao longo de falhas transcorrentes.
Fonte: Woodcock e Schubert (1994)
Figura 3.7: Vistas em mapa estruturas dentro de zonas transcorrentes
planares.
Fonte: Woodcock
e
Schubert (1994)
52
Considerando-se a deformação progressiva e heterogênea, verifica-se que as
transcorrências acomodam muita rotação ao redor de um eixo vertical resultando em
deformação finita complexa, dependente da magnitude do deslocamento e do estágio
de formação de cada feição envolvida (HASUI; COSTA, 1991). No geral, as rotações
dos blocos obedecem a cinemática do binário do sistema em função de um padrão
estrutural dominante (Figura 3.8). As áreas de padrão estrutural diferente do dominante
experimentam rotações em sentido oposto, sendo um fator complicador em estudos
paleomagnéticos (WOODCOCK; SCHUBERT, 1994).
Figura 3.8: Vistas em mapa de
blocos rotacionados por um binário
dextral e as estruturas dominantes.
Fonte: Woodcock e Schubert (1994)
53
3.1.6 Geomorfologia tectônica
A Geomorfologia tectônica, segundo Bull e Wallace
5
(1985 apud
BEMERGUY,1997) estuda a interação das estruturas da crosta com processos
erosionais e deposicionais, e inclui: a) reconhecimento de relevos que são
particularmente importantes na caracterização de estruturas; b) introdução de novas
técnicas de datação e ampliação das antigas para avaliação das idades de terraços
fluviais, depósitos glaciais e marinhos; e c) desenvolvimento de modelos processo-
resposta para explorar a importância relativa do tectonismo na operação de sistemas
geomórficos e para estimar tempos de eventos tectônicos discretos.
Com base no modelo de Davis(1905) e Penck (1953), Morisawa (1985) concluiu
os seguintes pontos sobre a interação da geomorfologia com a tectônica:
1) as formas de relevo resultam das desigualdades de forças e/ou desigualdade
de resistência. Tais princípios promovem as peculiaridades da paisagem. As
conseqüências das desigualdades das taxas dos processos exógenos e endógenos,
atuando sobre diferentes materiais são inerentes à forma de relevos. A natureza tenta
alcançar o equilíbrio entre força e resistência, mas esse estado é dificultado pela
dinâmica da terra.
2) As paisagens resultam de diferenças nas razões de atividades
exógenas/endógenas, e desse modo variam no tempo e no espaço. Portanto as formas
de relevo são freqüentemente elaborações compostas e complexas que dificultam o
entendimento de sua origem e evolução.
3) A tectônica de placas pode auxiliar em algumas das feições da paisagem da
terra; no entanto, estudos regionais mais detalhados são necessários afim de integrar a
tectônica e eventos geomorfológicos para o entendimento da evolução da paisagem
atual. Summerfield (1986) e Doornkamp (1986) comentam que esta relação foi
negligenciada por muito tempo pelos geomorfólogos.
5
BULL, W.B.; WALLACE, R.E. Tectonic Geomorphology (Penrose conference report) Geology, v. 13, p.
316, 1985.
54
A contribuição de Summerfield (1986), é de grande importância para a
geomorfologia tectônica no sentido de explorar a variação de escalas temporal e
espacial e suas ligações com a geofísica e com diversos ramos da geologia. Com esse
escopo três temas principais são identificados: a neotectônica que abarca a
investigação de movimentos, variando de décadas até o tempo do neógeno, a
depender da definição adotada; controle estrutural do desenvolvimento de relevo; e
relação entre tectônica global e evolução da paisagem.
3.1.6.1 Landforms tectônicos primários e secundários
Stewart e Hancock (1994), fazem uma breve discussão sobre os principais
conceitos adotados pela geomorfologia tectônica, em termos de Landforms
tectônicos primários e secundários. Os primários correspondem às formas de
relevos geradas por tectonismo recente, determinando áreas de impacto para análise
de risco natural; e os secundários, as que foram deslocadas, deformadas, modificadas
ou preservadas pela atividade neotectônica . Segundo estes autores como Landforms
tectônicos primários tem-se a escarpa de falha e a escarpa de linha de falha. A
escarpa de falha é o resultado do deslocamento do terreno coincidente ou fortemente
coincidente com o plano de falha e suas características dependem da geometria e
cinemática da falha. A figura 3.9 mostra estilos dos escarpamentos. As escarpas mais
importantes para análise neotectônica o as das falhas normais, pois as falhas
inversas geralmente “mascaradas” por colúvios e as transcorrentes são poucos
expressivas em termos de rejeito. Quanto aos Landforms tectônicos secundários,
ex.: : relevo de cuestas (Figura 3.10), e hog-backs, No relevo de cuestas , as camadas
de declividade moderada são basculadas produzindo um relevo assimétrico. Se o
basculamento é grande e as camadas atingirem declives de 45°, é formado um relevo
muito rotacionado, aproximadamente simétrico denominado hog-back. (Figura 3.11)
55
Figura 3.9 :Escarpas relacionadas a
incrementos de deslocamentos numa falha
recentemente propagada.
Fonte: Stewart e Hancock (1994 )
Figura 3.10: Elementos que caracterizam o relevo tipo Cuesta
Fonte: modificado de Casseti (2006)
56
3.1.7 Drenagem
Guerra (1993) define drenagem como uma feição linear negativa produzida por
água de escorrência, que modela a topografia de uma região. Por sua vez, Christofoletti
(1980) conceitua como canais de escoamento inter-relacionados que formam uma
bacia. Mais recentemente, Suguio e Bigarella (1990) apresentam conceituações de
drenagem sob o ponto de vista geológico e geomorfológico. Sob este último aspecto,
consideram como uma corrente canalizada ou confinada, incluindo os canais sem água
de regiões secas, enquanto que, geologicamente, como o tronco principal de um
sistema de drenagem. Deffontaines e Chorowicz (1991) definem rede de drenagem
como um conjunto de superfícies topográficas subaéreas, as quais são contíguas com
pendentes ladeiras acima , em todos os lados, à exceção da direção do fluxo da água.
Esse conjunto de superfícies pode ser coberto com água, temporariamente ou de forma
perene.
Para a neotectônica, a análise da rede de drenagem é um elemento bastante
sensível que reflete a orientação de deslocamentos estruturais, anomalias topográficas
ou deformações tectônicas, principalmente em áreas de baixo relevo onde este tipo de
Figura 3.11: Relevo tipo hog-back (ex. Serra Dourada)
Fonte: modificado de Casseti (2006)
57
investigação torna-se imprescindível para sua interpretação estrutural, que os rios
são muito sensíveis e capazes de se ajustar à deformação, em períodos de tempo
muito curto na escala geológica do tempo (Melo Júnior, 1998).
3.1.7.1 Padrões e anomalias de drenagem
A análise sistemática das anomalias mostrada nos deslocamentos da drenagem
possibilitam indicar a presença de fraturamentos e a movimentação ao longo de falhas,
contudo, em relevos suaves, existem dificuldades em se observar vários tipos de
deformação, devido a coberturas recentes inconsolidadas que ocultam estruturas. O
comportamento dos rios refletem padrões de drenagem e seus cursos d’água são
sensíveis a qualquer movimentação terrestre, isto é, são controlados e desviados pelas
falhas e refletem geralmente o arcabouço estrutural da área (COSTA, 2004).
Soares e Fiori (1976) estabeleceram propriedades que deveriam ser analisadas
nos padrões de drenagem com o objetivo de identificar parâmetros físicos do terreno
(Figura 3.12).
Quando as áreas são analisadas regionalmente, a rede de drenagem é definida
por padrões básicos. Segundo Howard (1967) estes correspondem aos tipos dendrítico,
paralelo, treliça, retangular. radial, anelar, multibasinal e contorcido (Figura 3.13). O
dendrítico é o mais comum dos padrões. Assemelha-se a uma ramificação de árvore.
Desenvolve-se em áreas de baixa declividade, em rocha uniformemente erodida, de
composição homogênea, como rochas sedimentares ou cristalinas não fraturadas. O
padrão paralelo é caracterizado como sendo o tipo dendrítico alongado. Indica
inclinação moderada do terreno ou quando o relevo da área acompanha o declive
regional. O padrão de drenagem treliça consiste de cursos d'água principais paralelos.
Os seus tributários normalmente são curtos formando ângulos quase retos ou retos com
os cursos d’água principais. Associa-se a estruturação de rochas do embasamento,
mas podem refletir rochas de diferentes competências. Desenvolve-se em áreas de
rochas sedimentares inclinadas ou falhadas, ou em rochas de baixo grau metamórfico.
O tipo retangular geralmente observa-se em áreas fraturadas ou talhadas em ângulo
58
reto. O padrão radial desenvolve-se sobre áreas estruturadas como domo salino,
vulcões, erosões residuais e soerguimento tectônico. O padrão básico anelar é
indicativo de estruturação em domos ou em bacias. O multibasinal é o padrão de
drenagem que se configura em zonas de erosão e deposição glacial, lica, cárstica,
vulcânicas recentes e em locais de deslizamento. A contorcida apresenta como
característica a ausência de orientação regional.
Figura 3.12: Principais propriedades da Rede de Drenagem, O grau de integração, grau de
continuidade e densidade têm implicações diretas com o tipo litológico, no entanto, as demais têm
controles principalmente estruturais. O conceito introduzido de Textura de Drenagem terá grandes
implicações no que se refere principalmente a Densidade, embora as demais propriedades também
influenciem
Fonte: Soares e Fiori (1976)
59
A partir dos principais padrões básicos surgem as variações subdentrítica,
pinada e anastomosada (dendrítica); subparalelo e colinear (paralelo), treliça de falha,
treliça de junta (treliça); e angulado (retangular) (Figura 3.14). Existem casos especiais
Figura 3.13 - A rede de drenagem é definida pelos padrões básicos do tipo: A- dendritico, B- paralelo ,
C- treliça, D- retangular , E- radial , F- anelar, G- multibasinal e H-contorcido.
Fonte: (Howard 1967).
60
de padrões como centrípeto, complexo, compostos, palimpséstico e distributário
(HOWARD, 1967) (Figura 3.15).
Figura 3.14: Variações dos padrões básicos: A- treliça de falha ,B- treliça de
junta ,C - angulado ,D - centripeto ,E - complexo ,F - compostos , G e H palimpséstico.
Fonte: Modificado de Howard (1967).
61
Figura 3.15 : A- Subdendritico ,B- pinado ,C- Anostomótico , D
Distributário , E- Subparalelo ,F- Colinear , G-Treliça direcional e H- Treliça recurvada
Fonte: Howard (1967)
62
Os desvios localizados da drenagem fornecem subsídios a respeito de estruturas
que não são observadas pelo padrão da rede de drenagem. Estas anomalias são
feições discordantes do padrão regional. Segundo Soares e Fiori (1976), anomalias de
drenagem são feições localizadas ao longo de segmentos retos, como arcos e
cotovelos, meandros abruptos ou feições braided (entrelaçado), variação no calibre de
rios, depressões isoladas (lagoas e pântanos), afogamento ou alargamento de canais e
curvas anômalas de rios (Figura 3.16) Além destas anomalias, acrescenta-se a
ocorrência restrita dos padrões radial, anelar, paralelo inseridos no padrão dendrítico e
meandramentos compridos (HOWARD, 1967).
Ouchi (1985) estudou experimentalmente as relações gradiente e forma de
canal. Na situação de soerguimento foi mostrado que o tipo braided não apresentou
mudança de forma, mas sim a formação de terraços pela erosão a montante
Figura 3.16 – Feições anômalas de drenagem.
Fonte:Soares e Fiori (1976)
63
(degradação) e acúmulo de sedimentos a jusante (agradação). No caso da subsidência,
a montante, onde o declive é mais íngreme, ocorreu degradação, conseqüentemente
agradação a jusante (Figura 3.17).No tipo meandrante, o soerguimento provocou
aumento da sinuosidade na região abaixo (jusante), onde ocorreu à deformação. Na
subsidência, a posição da sinuosidade inverteu, surgindo na região acima, com
degradação a montante e agradação na região em subsidência (Figura 3.18). Portanto,
de acordo com este autor, as mudanças bruscas na forma de um rio estão vinculadas à
variação do gradiente do terreno, ocasionado por subsidência ou soerguimento, onde o
aumento da inclinação do canal gera meandros, enquanto o decréscimo forma rios
retilíneos.
Figura 3.17: Forma do canal do Tipo Braided com a formação de terraços na degradação
e acúmulo de sedimentos na agradação.
Fonte:
Ouchi
(
1985
)
64
Figura 3.18: Aumento da sinuosidade em canais do tipo meandrante.
Fonte:
Ouchi (1985).
65
3.1.8 Lineamentos
O termo lineamento é definido como uma linha significativa do relevo significante,
a qual revela a arquitetura oculta do embasamento rochoso, sendo característica da
fisionomia da terra. Um lineamento é considerado uma feição mapeável da superfície,
linearmente simples ou composta, que está alinhada de forma retilínea ou suavemente
encurvada (HUDGSON, 1974).
De acordo com O’leary; Friedman e Pohn (1976), o lineamento é uma
morfoestrutura por conceito: é uma feição linear mapeável, simples ou composta,
contínua ou descontínua da superfície terrestre, cujas partes estão alinhadas em
arranjo retilíneo ou suavemente curvo, que diferem distintamente dos padrões de
feições que lhes são adjacentes e, presumivelmente, refletem fenômeno de
subsuperfície. Tais autores citam a importância dos mapas de lineamentos como fontes
de numerosas informações de caráter estrutural.
Para o Sensoriamento Remoto, os lineamentos são considerados, segundo Joshi
(1989) como feições fisiográficas (positivas ou negativas) ou mudanças tonais dentro de
uma cena. As feições fisiográficas são representadas por linhas de vales e cristas
lineares de relevo, que são interpretadas como fraturas presentes nas rochas. Segundo
Sabins Jr. (1978) os lineamentos são compostos pelas feições lineares da superfície
terrestre, podendo ser geomórficos (causados pelo relevo) ou tonais (provocados por
mudanças nos níveis de cinza), ocorrendo como formas de relevo, limites lineares entre
diferentes tipos de terrenos ou quebras dentro de uma unidade uniforme. Cursos de
água retilíneos e segmentos alinhados de vales são expressões geomórficas
características dos lineamentos. Um lineamento tonal pode ser um limite retilíneo entre
áreas de tons contrastantes ou mesmo uma faixa que se destaque sobre um fundo
uniforme. Com efeito, diferenças na vegetação, no teor de umidade ou na composição
dos solos ou rochas podem conduzir a acentuados contrastes tonais. As feições
lineares possuem grande importância no estudo da tectônica de uma região, pois
refletem sua estrutura crustal. Através do mapeamento de lineamentos, pode-se
determinar a localização de depósitos minerais; tal estudo tem ainda aplicações no
campo da geologia estrutural, tectônica, geofísica e engenharia.
66
3.2 ECOLOGIA DA PAISAGEM
PAISAGEM
A definição mais comum de paisagem é que se trata de uma área de terra
heterogênea composta de um agrupamento de ecossistemas interativos que se
repetem de modo similar por todas as partes. Existem diversas variantes da definição
dependendo do contexto da pesquisa ou gerenciamento (VOLOTAÕ, 1998)
De acordo com Bertrand (1972)
“Paisagem” não é a simples adição de
elementos geográficos disparatos . É uma determinada porção do espaço, o resultado
da combinação dinâmica, portanto, instável de elementos químicos, biológicos e
antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um
conjunto único e indissociável, em eterna evolução.
Existe diferença entre
paisagem natural e a paisagem cultural. A paisagem
natural refere-se aos elementos combinados de terreno, vegetação, solo, rios e lagos,
enquanto a paisagem cultural, humanizada, inclui todas as modificações feitas pelo
homem, como nos espaços urbanos e rurais (SCHIER, 2003).
A paisagem é compreendida como uma entidade natural que reúne atributos
litológicos, geomorfológicos, edáficos, topográficos, sociais e econômicos, dentre
outros. A separação da paisagem em áreas homogêneas chamadas de “unidades da
paisagemé utilizada como um modelo que possibilita seu estudo e tratamento através
de métodos qualitativos e quantitativos (REFOSCO, 1996). Estas áreas homogêneas
são reconhecidas como resultado da conjunção de fatores distintos, como a história
geológica, a morfogênese do relevo, o clima em seu movimento, a dinâmica biológica e
a participação da ação humana em sua evolução histórica (BEROUTCHACHVILLI;
BERTRAND
6
;1978; FERREIRA
7
, 1997 apud FRANÇA; IBANEZ; FERREIRA, 2005).
6
Beroutchachvilli, N; Bertrand G. Le géossystème ou système territoriel naturel. Révue Géographique
dês Pyrénées, et du Sud-Ouest, v. 49, n. 2, p. 167-180, 1978.
7
Ferreira, M. C. Mapeamento de unidades de paisagem com Sistemas de Informação Geográfica: alguns
pressupostos fundamentais. Geografia, v. 22, n. 1, p. 23-36, 1997.
67
Figura 3.19: Esquema conceitual dos fatores formadores da paisagem-solos.
Fonte : segundo Botero (op. cit.
CASTRO op. cit).
Para Botero
8
(1977 apud CASTRO, 2000) A Paisagem está intimamente ligada
aos solos, com o conceito que diz que “Solos são tanto perfis como Paisagens” A partir
da análise fisiográfica do relevo pode-se cartografar a paisagem como unidade síntese
de interface entre o meio físico e biótico, além de analisar seus fatores formadores, que
são os mesmos dos solos ( Clima ou paleo-clima, relevo, litologia, idade e organismos)
assim como suas relações dinâmicas no tempo) (Figura 3.19.). Dentro deste contexto, A
análise da paisagem aqui representa a busca pelo entendimento das relações entre a
sociedade e o meio e mostra a ocupação da terra tanto pelo meio físico quanto pelo
antropismo.
ECOLOGIA
Haeckel
9
(1869 apud BANNISTER, 1976) foi quem primeiro usou este termo para
designar a parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente
8
BOTERO , P.J. Guias para el analisis Fisiográfico. Notas de classe. Instituto Geográfico Agustin
Codazzi (IGAC)- Centro internamericano de fotointerpretación (CIAF), Bogotá. 1977
9
HAECKEL, E. Uber Entwicklungsgang und Aufgab der Zoologie .Jena Z. natur w.5, 1869. 353-370.
68
em que vivem, isto é,
o ramo da Biologia que estuda as relações das plantas, dos
animais e do homem com o meio ou com o ambiente; é o estudo de um grupo territorial
natural, no conjunto das suas relações com o meio geográfico e das condições de vida
social; ; movimento que visa o estabelecimento de um melhor equilíbrio entre o homem
e o meio ambiente, assim como a preservação deste último.
A unidade básica da
ecologia é chamada Ecossistema, onde Odum (1963) o descreve em quatro elementos
principais, também denominados de componentes do ecossistema: substâncias
abióticas (água, luz, oxigênio, dióxido de carbono, compostos orgânicos, solo e
nutrientes), organismos produtores, organismos consumidores (animais) e organismos
decompositores (bactérias e fungos). No entanto, Coaldrake (1964) divide o
ecossistema em cinco elementos: clima (precipitação, temperatura, umidade, luz),
geologia, solos, flora e vegetação.
3.2.1 História do desenvolvimento da ecologia da paisagem
De acordo com Nucci (2007) A Ecologia da Paisagem surgiu em meados do
século XX, com raízes na Europa Central e Ocidental, sendo a Alemanha e a Holanda
os primeiros países com a maior quantidade de trabalhos produzidos nessa área. O
termo Ecologia da Paisagem, como uma disciplina científica emergente, foi cunhado por
Troll em 1939, ao estudar questões relacionadas ao uso da terra por meio de
fotografias aéreas e interpretação das paisagens e definiu o termo como ramo da
ecologia que estuda os efeitos dos modelos da paisagem e suas mudanças ao longo do
tempo sobre os processos ecológicos,
Em 1981 realizou-se em Wageningen (Holanda) o 1º Congresso Internacional de
Ecologia da Paisagem, organizado pela The Netherlands Society of Landscape
Ecology, que conduziu a criação da Internacional Association of Landscape Ecology
em 1984. Durante o congresso, entre as várias definições para a Ecologia da
Paisagem, a mais ampla e compreensível definição foi apresentada por Isaak S.
Zonneveld, que diz :” a ecologia da paisagem deveria ser considerada como uma
ciência Bio-Geo- Humana e com abordagem, atitude e pensamento holísticos. Uma
importante contribuição para esse campo foi o estabelecimento de áreas especiais para
a Ecologia da Paisagem nas principais universidades da Alemanha com o objetivo de
69
se considerar o complexo inter-relacionamento entre o homem e suas paisagens
naturais,
No Brasil a influencia da concepção de Ecologia da Paisagem marca o trabalho
de importantes geógrafos como Monteiro e muitos outros geógrafos que buscam
recortar a realidade em unidades homogêneas em alguns aspectos. Dependendo da
especialiidade do autor ou de seus objetivos as características que compõem o mapa
de unidades pode conter uma tendência mais marcada para tratar de aspectos físicos
ou sociais ou ambos. (FURLAN, 2007)
A Ecologia da Paisagem é uma nova área de conhecimento dentro da Ecologia e
é marcada pela existência de duas principais abordagens: 1) Geográfica, que privilegia
o estudo da influência do homem sobre a paisagem e a gestão do território e 2)
Ecológica, que enfatiza a importância do contexto espacial sobre os processos
ecológicos e o grande valor dessas relações em termos de conservação biológica.
Neste trabalho serão enfatizadas as abordagens geográficas cujos pontos
fundamentais que a caracterizam são: a) A preocupação com o planejamento da
ocupação territorial, 2. O estudo de paisagens fundamentalmente modificadas pelo
homem, as paisagens culturais, e 3. Análise de amplas áreas espaciais. A evolução da
paisagem resulta de três mecanismos operando em diferentes escalas temporais:
Processos geomorfológicos, geológicos ocorridos durante certo tempo e padrões de
colonizações de organismos, a combinação resulta em paisagem terrestre composta
por diferentes formas de relevo, tipos de vegetação e uso do solo. (FORMAM;
GODRON ,1986; HOBBS, 1994; METZGER, 2001).
3.2.2 G
eoprocessamento como ferramenta para o estudo da ecologia da paisagem
Os atuais métodos para o estudo da ecologia da paisagem envolvem o
geoprocessamento, imagens de satélite e fotografias aéreas, de onde são extraídos dados
que são armazenados, processados e integrados via computador de forma a se obter
resultado na forma de mapas, dados estatísticos e diagramas, onde estes irão caracterizar
distintas paisagens desvendando os processos que as resultam. O desenvolvimento da
tecnologia em Sistemas de Informação Geográfica (SIG) tornou disponível um conjunto de
70
ferramentas analíticas para avaliação e ordenamento do território. Os instrumentos que
viabilizam o Estudo da Ecologia da paisagem são o Sensoriamento Remoto e os Sistemas
de informação Geográfica. Atualmente um demanda crescente de trabalhos que fazem
uma interface entre as duas ciências e geram produtos de análise estrutural e visual da
paisagem (p.ex. LANDOVSKY, 2003; REFOSCO, 1996; VOLOTÃO, 1998; WATRIN;
VENTURIERI, 2005).
Do ponto de vista técnico científico as imagens em sensoriamento remoto vêm para
reforçar e melhorar as fontes de dados para estudos e levantamento geológicos,
ambientais agrícolas, cartográficos, florestais, urbanos e oceanográficos, entre outros.
(CRÓSTA, 1992). De acordo com Câmara e Medeiros (1998) (Figura 3.20)
“Geoprocessamento” é a Disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e
computacionais para o tratamento de informações geográficas, que apresenta como
instrumento computacional o Sistema de Informação Geográfica ( SIG ).
A estrutura geral de um SIG possui os seguintes componentes:
1. Interface com usuário;
2. Entrada e integração de dados;
3. Consulta, análise espacial e processamento de imagens;
4. Visualização e Plotagem; e
5. Armazenamento e recuperação de dados (organizados sob a forma de um banco de
dados geográficos).
71
Um dos principais usos das imagens de satélite é a geração de mapas temáticos de
uso e ocupação do solo. Neste caso, o emprego do Estudo da Paisagem pode revelar
informações intrínsecas ao mapa temático gerado a partir de uma imagem orbital, como o
empobrecimento da qualidade visual de uma região em conseqüência da implantação de
uma obra de engenharia ou da ocorrência de um desmatamento. A valoração da paisagem
é considerada um recurso que permite avaliar a qualidade de uma região com rapidez e
eficácia e o estudo da Ecologia da Paisagem com as técnicas de Sensoriamento Remoto
pode ser viável, econômica e tecnicamente, nas questões de planejamento e de uso
racional do solo.( CARRÃO et al., 2001).
Figura 3.20: Arquitetura de Sistemas de informação Geográfica .
Fonte: Câmara e Medeiros (1998 )
72
4. RESULTADOS
4.1 EVIDÊNCIAS NEOTECTÔNICAS
4.1.1 Geológicas
Para se alcançar a finalidade do estudo é necessário que se conheça a rede de
drenagem (Figura 4), seus distintos padrões e características relacionadas ao traço em
que ela apresenta em seu percurso.
Figura 4: Mapa de drenagem da área de trabalho.
73
4.1.1 1 Aspectos estruturais locais
Após a retificação ou criação de segmentos retos na rede de drenagem, foram
gerados lineamentos o que possibilitou a determinação do quadro estrutural local
segmentos retilíneos da rede de drenagem. (Figura 4.1)
Figura 4.1: Mapa com rede de Drenagem retificada
74
4.1.1.2 Descontinuidades
Foram reconhecidos lineamentos que assumem as principais direções N-S/NE-
SW/NW-SE/ E-W. (Figura 4.2). A partir da análise dos mesmos, as estruturas locais
foram interpretadas como falhas normais de direção N-S, NW-SE, Falhas
transcorrentes dextrais de direção E-W e NE-SW. ( Figura 4.3)
Figura 4.2 : Mapa com lineamentos gerados a partir da rede de drenagem.
75
Figura 4.3 : Mapa com Estruturas interpretadas a partir do reconhecimento de
lineamentos na área.
76
4.1.1.3 Quadro cinemático local
A articulação entre os feixes de falhas neotectônicas se maneira a definir um
romboedro extensional a sul do paralelo 3
0
30”S (Figura 4.4). A estrutura romboedral é
organizada pelo arranjo entre feixes de descontinuidades orientadas a NW-SE, com
tendência simétrica e com aparente natureza transtensiva e feixes de descontinuidades
orientados a E-W, ao centro da área, com provável componente “strike-slip” dominante.
Esta geometria é cortada por estruturas complicadoras orientadas a NE-SW. Estas
estruturas foram interpretadas como decorrentes da reativação do Cinturão Araguaia.
Dispõem-se em uma estrutura assimétrica com mergulho dominante para Leste e na
altura do meridiano 49
0
38’ W parecem ter forte vínculo com o traçado do Rio Tocantins
e impõem forte controle aos depósitos quaternários.
77
Figura 4.4 :Mapa com visualização da provável Estrutura romboedral gerada
por feixes de falhas
78
4.1.2 Geomorfológicas
4.1.2.1 Drenagem
4.1.2.1.1Descrição e análise da rede de drenagem
As anomalias representadas pelos deslocamentos das drenagens , quando
analisadas , permitem individualizar tanto a presença de fraturamentos quanto a
movimentação ao longo de falhas. Destaca-se que a compartimentação de zonas
homólogas é indispensável para a análise da rede de drenagem, pois pode-se
individualizar setores baseados nas feições anômalas, além de padrões importantes
para o estudo da Neotectônica. Para análise da rede de drenagem foram utilizadas
bases conceituais de Howard (1967), Lima (2002), Soares e Fiori (1976), Stewart e
Hancock (1994),
4.1.2.1.2 Zonas homólogas
Na área de trabalho foram caracterizadas 5 zonas homólogas de drenagem
(Figura 4.5)
Zona Homóloga 1
A área compreende afluentes dos Rios Tocantins e Alto Pacajá. Apresenta
traçado da rede de drenagem muito denso. Pode ser classificada como ligeiramente
anelar (em ocorrências restritas) e treliça de falha, onde seus cursos de primeira ordem
se apresentam fortemente orientados segundo feixes de falhas NW-SE, o que são
refletidos também na orientação dos topos angulosos do sistema de morros e morrotes
presentes na área (Figura 4.6). Feições anômalas como arcos e cotovelos se fazem
presentes em ângulos médios a altos, com padrões de assimetria classificados como
ramificada completa fortemente estruturada, por vezes também apresenta traços
lineares cuja intensidade de estruturação é muito forte.
79
Figura 4.5: Mapa com zonas Homólogas definidas para área de trabalho.
80
Figura 4.6 : Mapa com feições anômalas e assimetria de drenagem na
zona homóloga 1
81
Zona Homóloga 2
O Rio Tocantins é o principal rio da área pertencente a esta zona homóloga.
Nesta área não se observa padrões de drenagem específicos, pois o arranjo da rede
de drenagem encontra-se pobremente distribuída sobre os topos achatados de
serras ( p.exemplo: Serra do Trucará ) que apresenta altitudes
máximas de a290
metros. Associa-se a um relevo fortemente dissecado sobrepostos a rochas da
Formação Caraipé, sustentado por cobertura lateríticas ( bauxitas ) Figura 4.7.
Figura 4.7 : Mapa com zona Homóloga a isolar os topos achatados de serras.Imagem
SRTM 2000.
82
Zona Homóloga 3
Esta zona associa-se a relevos colinosos que alcançam até 120 metros, bem
como terraços fluviais e margem de rios. Apresenta padrões com drenagem
multibasinal com lagos, e estão sobre rochas sedimentares. Algumas das formas
anômalas encontradas são em arco e cotovelo. Podem exibir angularidade média a
baixa, não raramente exibem tendência unidirecional. Destaca-se um caso particular de
assimetria forte, localizada no curso do Rio Jacundá ( Figura 4.8 ) e está sobreposta
aos depósitos quaternários e parcialmente aos litotipos da Formação Couto Magalhães.
Figura 4.8: Mapa com geometria e anomalias de drenagem da zona Homóloga 3. Imagem
SRTM 2000.
83
Zona Homóloga 4
Esta área é bastante representativa, pois a rede de drenagem é muito densa e
possuidora de formas anômalas como arcos e cotovelos representados pelos cursos
dos rios Igarapé Grande, Rio Cairari e Rio Moju. Possui assimetria simples completa,
fortemente estruturada, traços de drenagem mistos ( curvos e retilíneos ) ( figura 4.9 ).
Apresenta grandes traços de drenagem(3° eordem) com direções preferenciais NW-
SE subordinados aos feixes de falhas N-S, estes últimos vinculados à reativações das
estruturas aflorantes do cinturão Araguaia.
Figura 4.9: Mapa com feições anômalas da Zona Homóloga 4. Imagem
SRTM 2000.
84
Zona Homóloga 5
Esta zona caracteriza-se por apresentar rede de drenagem com tendência a
tropia multidirecional desordenada, sem controle forte controle estrutural preferencial
para seus cursos maiores e menores, mas ainda com presença de algumas anomalias
como arco e cotovelo. Foi classificada como Padrão sub-dendrítico, uma vez que outros
segmentos apresentavam-se angularidade média e baixa sinuosidade. ( Figura 4.10)
Figura 4.10 : Zona homóloga 5
85
As anomalias encontradas em toda a área de trabalho estão resumidas na figura
4.11 onde os traços de drenagem apresentam formas anômalas em arco, cotovelo e
meandros isolados, com assimetria nos cursos de ordens elevadas.
Bemerguy e Costa. (2001) destacam exemplos de indicadores neotectônicos
relativos à drenagem, elementos anômalos da paisagem amazônica e mostra que eles
têm íntima relação com dois pulsos de movimentos direcionais que marcam a dinâmica
do desenvolvimento da compartimentação geomorfológica no Terciário Superior e no
Quaternário.
Segundo Bemerguy e Costa (1991) os principais rios da região Norte encontram-
se fortemente adaptados à estruturas mesozóicas e cenozóicas. Estruturas intimamente
associadas à falhas de transferência, controlam o traçado da rede de drenagem, da
região do Baixo amazonas, bem como os trechos anômalos, em cotovelo dos Rios
Araguaia e Tocantins.
A rede de drenagem da área se ajusta prontamente aos padrões de tropia
estrutural, os quais respondem pela presença de feições anômalas como arcos e
cotovelos, e pela instalação de padrões em treliça, com forte assimetria, onde alguns
são parcialmente interpretados como treliça de falha.
86
Figura 4.11: Mapa com anomalias de drenagem encontradas nos traços de drenagem da área.
87
4.1.2.1.3 Rio Tocantins
O Rio Tocantins, um dos formadores do Estuário do Amazonas, desenvolve seu
curso em direção predominante sul-norte, com extensão de 2500 km até a foz, nas
proximidades da cidade de Belém, Capital do Estado do Pará, onde chega ao Oceano
com uma bacia de drenagem de 767 000 km2 possuindo inúmeros afluentes.
O rio Tocantins tem estreita planície de inundação. Nasce no Escudo Brasileiro e
flui em direção norte até desaguar na Baía de Marajó. Os principais formadores do rio
Tocantins o os rios Paranã e Maranhão. Este último nasce na Reserva Biológica de
Águas Emendadas, no Distrito Federal, onde as bacias amazônica, do Paraná e do São
Francisco se comunicam.
Dentro da área estudada, o Rio Tocantins mostra eventualmente bancos de areia
ao longo do seu leito e frequentemente o seu curso é interrompido por cachoeiras e
corredeiras e sua morfologia particular mostra feições anastomóticas e em seu perfil
longitudinal, apresenta canais retilíneos com barras ( ilhas ) próximo às coordenadas
49º37’31’’ W e 3º12’32’’ S. ( figura 4.12), o Rio Tocantins também mostra características
de formas anômalas em arco (Figura 4.13).
88
Figura 4.12 : Mapas com visualização Aspectos morfológicos do Rio Tocantins.
Imagem SRTM 2000 e SAR R99B.
89
4.1.2.1.4 Rio Moju
Segundo Cristofoletti (1980), Canais meandrantes são curvas sinuosas , largas,
harmoniosas e semelhantes entre si, elaboradas pelos rios através de um trabalho
contínuo de escavação na margem côncava (maior velocidade da corrente) e deposição
na margem convexa (menor velocidade da corrente).
O Rio Moju possui perfil longitudinal notadamente meandrante, corta a área
com várias orientações, desde N-S, passando a E-W, projetando-se a NE-SW. Exibe
grandes feições anômalas, tais como arco à altura do paralelo 3º39’00’’. Apresenta
drenagem fortemente assimétrica. ( Figura 4.14 )
O Rio Moju têm características peculiares que formam lagos estes lagos são
formados através do isolamento de meandros por processos de erosão e sedimentação
das margens.
Figura 4.13: Mapa com feições em arco no Rio
Tocantins
90
Figura 4.14: Mapa com aspectos meandrantes do Rio Moju. Imagem SAR R99B
91
4.1.2.2. Relevo
4.1.2.2.1 Landforms tectônicos
Na área de trabalho, falhas normais indicaram presença de landforms
Tectônicos Primários(escarpas de falhas)- Figura 4.15, ao longo de vales dos rios e
landforms Tectônicos secundários (relevo fracamente assimétrico) em perfis de
serras, onde seu comportamento estrutural gerou feições características para a
classificação. Foram produzidos 6 perfis com base nos modelos digitais de elevação,
onde as feições morfológicas foram identificadas( Figuras 4.16, 4.17, 4.18 e 4.19)
.
Figura 4.15 : Feições geomorfológicas possivelmente associada a recuo de Landforms
Tectônicos Primários ( no detalhe)
Rio Tocantins
92
Figura 4.16: Perfil esquemático com Landforms Tectônicos Primários obtidos a partir de dados morfoestruturais interpretados de produtos
SRTM.
93
Figura 4.17 : Perfis esquemáticos com landforms tectônicos primários
94
Figura 4.18 : Perfis esquemáticos com landforms tectônicos primários
95
Figura 4.19 : Perfil esquemático para visualização de landforms tectônicos
Secundários. Imagem SRTM 2000
96
Através dos perfis topográficos foi possível observar o contraste de relevo da
área, onde porções se mostram com baixas altitudes (variando entre 40 e 60 metros)
características de Planícies de inundação e terraços fluviais. As áreas de maior altitude
(até 290 metros) mostram morros e morrotes com vales em “V”, encostas íngremes, e
topos angulosos e arredondados, o sistema colinoso apresenta topos e encostas mais
suaves, os perfis que apresentam os relevos de serras, se particularizam pela forma
tabular de seus topos e encostas íngremes e suaves caracterizando as cuestas
presentes na área.
A Figura 4.19 mostra feições significativas para indicar sua classificação como
landform tectônico secundário, pois apresenta relevo assimétrico onde sua porção
ocidental é representado por “posição de fronte na sua porção oriental o relevo pode
ser descrito como reverso.
Na figura 4.16 foram identificados “landorfms” tectônicos primários associados a
feixes de lineamentos orientados a E-W, NW-SE, NE-SW e N-S. Três feixes principais
de descontinuidades orientadas a N-S afetam a área de investigação, e representam
“landforms” tectônicos primários com tendência extensional.
Tais feições são de elevada importância para a Neotectônica uma vez que se
tornam evidências geomorfológicas de que o processo é atuante em determinada
porção da paisagem.
4.2 ECOLOGIA DA PAISAGEM
4.2.1 Análise e quantificação do relevo
A geomorfologia tem sido freqüentemente usada, em seu sentido mais amplo,
para classificar a superfície terrestre tanto em termos de forma quanto de processo. O
reconhecimento das feições geomorfológicas foi embasada nos modelos digitais de
elevação e Imagens de Radar SAR, segundo a metodologia de Ponçano et al. (1979) e
usa, predominantemente, a forma (morfologia) do ponto de vista morfométrico como o
fator principal na determinação dos sistemas paisagístico.
97
A Análise do relevo, na área investigada, permitiu identificar grupos genéticos de
agradação e degradação que estão subdivididos em: Sistemas de : Planícies de
inundação, Terraços fluviais, Morrros e Morrotes, Colinoso e Serras ( Figura 4.25)
4.2.1.1 Relevo de agradação
São superfícies aplainadas por acumulação de sedimentos aluviais:
a) planícies de inundação – Tratam-se dos Terrenos baixos e mais ou menos
planos, junto à margem do Rio Tocantins, estas regiões são sujeitas
periodicamente às inundações. São encontrados na porção NW da área de
trabalho (Figura 4.20);
Figura 4.20: Mapa com Sistemas de Planícies de inundação, Imagem SAR
R99B
98
b) terraços fluviais São caracterizados pelos Terrenos horizontais ou levemente
inclinados, junto à margem dos rios, alçados de poucos metros em relação à
várzea não são inundáveis. Encontram-se nas porções N,S, e NE da área de
trabalho (Figura 4.21).
Figura 4.21: Mapa com Sistemas de Terraços Fluviais.
Imagem SAR R99B
99
4.2.1.2 Relevos de degradação
São superfícies que estão em processo de dissecamento ou erosão:
a) morros e morrotes: Possuem vales fluviais profundos. Apresentam
declividades médias e altitudes locais de aproximadamente 180 metros,
apresenta topos angulosos e arredondados, vertentes com perfis retilíneos e
convexos, drenagem de alta densidade, vales fechados. Encontra-se na
porção SW da área.(Figura 4.22);
Figura 4.22 : Mapa com Sistema de Morros e Morrotes. Imagem SAR
R99B
100
b) sistemas de serras: Marcado por formas com topos achatados, encostas da parte
oeste bastante íngremes e na parte leste se tornam mais suaves mostrando o
relevo cuestiforme , apresenta declividade média a alta, maiores que 15% , com
cotas de 250 a 300 metros (ex. Serra do Trucará), (Figura 4.23);
Figura 4.23: Mapa com Sistema de Serras. Serra do Trucará.
Imagem RADAR SAR R99B
101
C) sistema colinoso: Caracterizado por formas constituídas por superfícies pouco
elevadas com cume mais ou menos nivelado devido à erosão. As cotas
encontram-se abaixo de 120 metros. Este sistema constitui a maior parte da
expressão paisagística da área de estudo(Figura 4.24)
4.24: Sistema Colinoso representando a morfografia dominante da área. Imagem SAR
R99B
102
4.25: Mapa geomorfológico da Área
103
7%
5%
16%
2%
68%
2%
Rio Tocantins
Sistema de Planícies
Fluviais
Sistema de Morros e
Morrotes
Sistema de Serras
Sistema Colinoso
Sistema de Ter
raços
Fluviais
Diversidade Paisagística
A análise Quantitativa dos elementos geomorfológicos (Figura 4.26) permitiu
identificar que o relevo de agradação composta de planícies e terraços que ocupam 7
% do total, e para o grupo de degradação composta de Morros, Morrotes, Colinas e
Serras têm-se 86 %. O Rio Tocantins ocupa uma área de 7% do total, todos os dados
podem ser visualizados na tabela 2
Sistema de Relevo Área Km
2
%
Sistema Colinoso 10941,58 68
Sistema de Morros e morrotes 2475,64 16
Sistema de Serras 270,45 2
Sistema de Terraços Fluviais 322,38 2
Sistema de Planícies Fluviais 811,44 5
Rio Tocantins 1070,0 7
Figura 4.26: Análise quantitativa da expressão areal dos sistemas geomorfológicos da paisagem em
diagrama estatístico.
Tabela 2 : Diversidade paisagística da área e seus respectivos valores quantitativos.
104
4.2.2 Ocupação do solo
A classificação Supervisionada possibilitou a visualização de três classes
(Figuras 4.27 e 4.28): água (azul), vegetação(verde) e antropismo(vermelho) para as
cenas 223/062 (03.08.2001) Municipíos de Moju e Tailândia; 223/063 (31.07.2000) Breu
Branco e Goianésia do Pará; 224/062 (09.07.2001) Município de Baião; 224/063
(09.07.2001) que engloba o município de Tucuruí, em todas as cenas verifica-se que o
antropismo apresenta uma grande escala de ocupação, principalmente às margens dos
rios. É importante ressaltar que o “antropismo” refere-se aqui a solo exposto e áreas
cultivadas, sendo necessário um estudo mais detalhado para definição das
particularidades destas classes. Na cena 223/063, a área antropizada ocupa uma
porcentagem aproximada de 55%. Já a cena 223/062, tem suas classes de vegetação e
antropismo aproximadamente equivalentes.
Cena: 223/062
Cena: 223/063
Figura 4.27: Classes visualizadas pela classificação digital supervisionada
105
A cena 224/062, que engloba o município de Baião, apresenta visualmente maior
porcentagem para a classe vegetação, e a cena que abrange o município de Tucuruí (224/063), é
bastante antropizada, com grande parcela de ocupação às margens do Lago.
Cena: 224/062 Cena: 224/063
Figura 4.28: Classes visualizadas pela classificação digital supervisionada
106
5 CONCLUSÕES
As principais conclusões obtidas a partir deste trabalho são:
01. A análise da rede de drenagem demonstrou: a) presença de padrões em treliça,
subdendrítico, anastomótico, multibasinal. Alguns destes com densidade variando
de média a alta, sinuosidade mista a retilínea. Nas porções identificadas como
afetadas por descontinuidades verificou-se que os cursos de rios de primeira a
terceira ordem por vezes eram bidirecionais com angularidade média. Ainda nestas
situações foram verificadas assimetrias de drenagem, as quais estão presentes
distintamente nas 5 zonas homólogas classificadas para área. Nos segmentos
afetados pelas descontinuidades neotectônicas, foram comumente identificados
conjuntos de formas anômalas como arcos, cotovelos e um grande número de
meandros; b) que os alinhamentos estruturais obtidos a partir dos elementos
texturais de drenagem individualizam-se segundo as orientações NW-SE, N-S
(aparentemente atuando como falhas normais), NE-SW (descontinuidades
direcionais), e feixes E-W atuando como falhas transcorrentes dextrais. As
estruturas neotectônicas orientadas a N-S, NE-SW e NW-SE possivelmente
representam reativações de estruturas pretéritas vinculadas sobretudo aos eventos
Pré-cambriano e mesozóicos. O “trend” E-W é entendido como estruturação
neoformada.
02. O Rio Tocantins possui morfologia retilínea, com estreitamente e alargamento de
suas planícies ao longo de seu percurso. Eventualmente apresenta em seu leito as
barras arenosas, por vezes estabilizadas (ilhas), alternado por terraços rochosos.
Estas interrupções de seu curso são interpretadas como manifestações de
descontinuidades e blocos soerguidos, os quais são expressos morfologicamente
por cachoeiras e corredeiras. Em trechos locais também apresenta feições
anastomóticas. O Rio Moju por sua vez, apresenta-se meandrante, exibindo vários
registros de mudanças de posições destes. Não se descarta a possibilidade da
migração dos meandros estarem controladas pela rotação dos blocos.
107
03. A análise morfológica do relevo permitiu identificar os seguintes grupos genéticos:
a) Grupo de Degradação Constituído por Sistema de Serras cuja unidade
representante é a Serra do Trucará, com topos achatados e amplitude variando
entre 253 e 290 metros; Sistema de Morros e Morrotes com topos angulosos de até
180 metros e Sistema Colinoso com amplitudes alcançando até 120 metros, os
quais constituem a maior parte da expressão paisagística; b) Grupo de Agradação
Englobando Sistemas de Planícies Aluviais e Sistema de Terraços Fluviais. Estes
sistemas são exibidos com geometrias cujas articulações se dão através da
instalação de descontinuidades, caracterizando compartimentação morfoestrutural.
Através da classificação digital supervisionada, com treino para as classes de água,
foram avaliadas algumas atividades sobre os “landcovers”, sobretudo vegetação
natural e antropismo os quais possibilitou interpretar que a ocupação se dá de forma
desordenada e de modo a promover forte fragmentação da paisagem.
04. Foram identificadas anomalias geomorfológicas indicadoras de atividades
neotectônicas, as quais relacionam-se à expressões de escarpamentos de pequena
amplitude e de relevos cuestiformes os quais foram interpretados como landforms
tectônicos primários e Secundários, no sentido de Stewart e Hancock (1994).
05. A análise morfográfica da paisagem possibilitou visualizar que a área é composta
por Sistemas de Terraços Fluviais (3%), Sistema Colinoso (67%), Sistemas de
Serras (2%), Sistemas de Morros e Morrotes (21%) e Sistemas de Planícies Aluviais
(3%). O curso principal do Rio Tocantins ocupa apenas 4% da área.
06. A articulação entre os feixes de falhas neotectônicas da área, se dá de maneira a
definir um romboedro extensional a sul do paralelo 3
0
30”S. A estrutura romboedral tem
tendência simétrica. É definida pelo arranjo entre feixes de descontinuidades orientadas
a NW-SE (com tendência normal) e conjuntos de descontinuidades orientados a E-W
(provável componente “strike-slip” dominante). Esta geometria é cortada por estruturas
complicadoras orientadas a NE-SW. As estruturas orientadas a N-S e NNW-SSE foram
108
interpretadas como decorrentes da reativação do Cinturão Araguaia e impõem forte
controle aos depósitos quaternários.
07. A organização morfoestrutural e paisagística da área é entendida como
decorrente da atuação de um binário E-W no domínio intraplaca fruto da deriva da placa
Sul Americana para oeste, conforme proposto por Hasui (1990).
A integração dos dados necessária para se obter os resultados pretendidos nesta
dissertação foi suficiente para mostrar que as evidências geológicas e geomorfológicas
encontradas na área, podem ser correlacionadas ao neotectonismo pois permitiram
relacionar o arcabouço da estruturação paisagística com modificações impostas por
eventos tectônicos ocorridos no cenozóico, onde falhas impõem forte controle aos
sistemas de drenagem e relevo, cuja relação se a pulsos de movimentação de
estruturas maiores impostas pela rotação da Placa Sul Americana para Oeste.
As formas de relevo exercem um papel fundamental no estudo das paisagens.
Dentro da visão ambiental, tais formas ,são vistas como fatores de influência sobre as
condições ecológicas locais, criando condições hidrológicas e topoclimáticas
específicas. Ao se analisar o contexto paisagístico, os dados gerados na quantificação
dos elementos geomorfológicos podem ser utilizados no monitoramento ambiental da
região e no fornecimento de subsídios para o ordenamento territorial. O estudo da
paisagem demanda etapas no seu entendimento, uma delas é o levantamento de
informações que possam indagar novos questionamentos e direcionar estudos de
campo.
109
REFERÊNCIAS
ABREU, F.A.M. de. Estratigrafia e evolução estrutural do segmento setentrional da
faixa de dobramentos Araguaia. 1978. 90 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) -
Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 1978.
ABREU, F. A. M. de ; HASUI, Y. Evolução estrutural do Supergrupo Baixo Araguaia. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 30., 1978, Recife. Anais... Recife: SBG,
1978. v. 1, p. 257-269.
AB’SABER, A. N. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. USP-
IG, n. 3, p.45-48, 1967.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Informações hidrológicas. [S.l.]: Ministério
do Meio Ambiente, 2006. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/>. Acesso em: 20
nov. 2006.
ALMEIDA, F. F. M. de,. Antefossa do Alto Paraguai. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOLOGIA, 28., 1974., Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: SBG, 1974. v. 4, p. 5-9.
BANNISTER, P. Introduction to physiological plant ecology. 2. ed. Oxford:
Edinbrugh Melbourne,1976.
BECKER, A. An attempt to define a “neotectonic period” for central and northen Europe.
Geol.Rundsh, v. 993, n. 82, p. 67-83, 1993.
BEMERGUY, R. L. Morfotectônica e evolução paleogeográfica da calha do rio
Amazonas. 1997. 201 f. Tese (Doutorado em Geologia) - Centro de Geociências,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
BEMERGUY, R. L.; COSTA, J.B.S. Controle tectônico na evolução do sistema de
drenagem da Amazônia. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS TECTÔNICOS. 3.,
1991, Rio Claro. Anais... Rio Claro: SBG, Unesp, 1991. p. 103-104.
BEMERGUY, R. L.; COSTA, J.B.S. Exemplos de indicadores neotectônicos nos rios da
Amazônia. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 7., 2001, Belém. Resumos
expandidos... Belém: SBG, 2001. CD-Rom.
BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. Caderno de
Ciências da Terra, São Paulo, n.13, p.1-27, 1972.
110
BEZERRA, P. E. L.Compartimentação morfotectônica do Interflúvio Solimões -
Negro. 2003. 333 f. Tese (Doutorado em Geologia) - Centro de Geociências,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
BIZZI, L. A. (Ed.) Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil: texto, mapas &
SIG = Geology, tectonics and mineral resources of Brazil: text, maps & GIS.
Brasília, DF.: CPRM, 2003. 1 CD.
BORGES, M. S. Esculturação da paisagem do litoral Norte do Brasil e sua relação com
os movimentos neotectônicos do Quaternário. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS
TECTÔNICOS, 5., 1995, Porto Alegre. Boletim de resumos expandidos... Porto
Alegre: SBG, 1995. p. 423-424.
BORGES, M. S. Notas de aula da disciplina neotectônica e geomorfologia
aplicada. Belém: UFPA. CPGG, 2006.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Departamento Nacional de Produção Mineral.
(DNPM). Geologia do Brasil: texto explicativo do mapa geológico do Brasil e da área
oceânica adjacente incluindo depósitos minerais. Escala 1:2500.000. [S.l.], 1984. 501p.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Departamento Nacional da Produção Mineral.
Projeto Radam. Folha SB.22 Araguaia e SC. 22 Tocantins: geologia, geomorfologia,
solos, vegetação, uso potencial da terra. Rio de Janeiro,1974. (Levantamento de
Recursos Naturais, 4 e 5).
BRITALDO, S. S. F. Modelagem da dinâmica da paisagem de uma região de
fronteira de colonização Amazônica. Tese (Doutorado em Engenharia) - Escola
Politécnica da USP, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. Disponível em: <
www.dpi.inpe.br/cursos/tutoriais/modelagem/referência/tese_britaldo/tese.html>. Acesso
em: 26 set. 2006.
CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Princípios básicos em geoprocessamento.
Sistemas de informação geográfica: aplicações na agricultura. 2. ed. [S.l.]: Embrapa,
1998. p. 3-11.
CARRÃO, H.; CAETANO, M.; NEVES, N. LANDIC: Cálculo de indicadores de paisagem
em ambiente SIG. In: ENCONTRO DE UTILIZADORES DE INFORMAÇÃO
GEOGRÁFICA ESIG, 6., 2001, Oeiras, Portugal. Anais... Lisboa: Associação dos
Utilizadores de Sistemas de Informação Geográfica - USIG, 2001. Disponível em:
<http://esig2001.tripod.com>. Acesso em: 4 jun. 2006.
111
CASTRO, B.J. Evolução morfotectônica e ecologia da paisagem na região
Orinóquia Colombiana. 2000. 221 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) - Centro de
Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
CASSETI, V. Geomorfologia. Compartimentação da paisagem. Disponível em:
<http://www.funape.org.br/geomorfologia/>. Acesso em: 25 out. 2006.
CAVALCANTE, L. M. Neotectônica na área do Tiracambú, NE do estado do Pará,
NW do estado do Maranhão. 2000. 147 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) -
Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
CHISTIE-BLICK, N; BIDDLE, K. T. Deformation and basin formation along strike-slip
faults. In: BIDDLE, K. T.; CHRISTIE- BLICK, N. (Ed.). Strike-slip deformation, basin
formation and sedimentation. [S.l.]: Society of Economic Paleontologists and
Mineralogistas, 1985. p. 1-34. (Special publication, 37).
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo,
1980. 149 p.
COALDRAKE, J. E. Plant ecology. In: Some concepts and methods in sub-tropical
pasture research. Hurley, Berkshire: Commonwealth Agric. Bureaux. 1964. chapter 4,
p.37-48. (Bulletin, 47).
COELHO, F. A. J. F; LIMA, M. I. C. Evidências de movimentos neotectônicos na região
de Tucuruí Goianésia (PA). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,
40.,1998, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: SBG, 1998. p. 78.
COSTA, F. R. da; Influência da neotectônica sobre os arranjos geométricos dos
aqüíferos na região metropolitana de Belém estado do Pa. 2004. Dissertação
(Mestrado em Geologia) - Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2004.
COSTA, J. B. S. Aspectos lito-estruturais da região de Colméia-Goiás. 1985. 71 f.
Dissertação (Mestrado em Geologia) - Centro de Geociências, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1985.
COSTA, J.B.S.; BEMERGUY, R.L.; HASUI, Y.; BORGES, M. S.; FERREIRA JUNIOR,
C. A.P.; BEZERRA, P. E. L.; COSTA, M. L.; FERNANDES, J. M. G. Neotectônica da
Região Amazônica: aspectos tectônicos, geomorfológicos e deposicionais. Revista de
Geociências, v. 4, n. 2, p. 23-44, 1996.
112
COSTA, J.B.S.; HASUI, Y. O quadro geral da evolução tectônica na Amazônia. In:
SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS TECTÔNICOS, 3., 1991, Rio Claro. Resumos...
Rio Claro: [s.n.], 1991. p. 142-143.
COSTA, J.B.S.; IGREJA, H. L. S.; BORGES, M. S; HASUI, Y. Tectônica Mesozóico-
Cenozóica da Região Norte do Brasil. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS
TECTÔNICOS, 3., 1991, Rio Claro. Anais... Rio Claro: UNESP, SBG 1991. p.108-109.
CRÓSTA, A. P. Processamento digital de imagens em sensoriamento remoto.
Campinas, SP: IG. UNICAMP, 1992. 172 p.
DAVIS, W. M. The geographical cycle. Geographical Journal, v. 14, p. 481-504. 1905.
DAVIS JR, C. A. ;LAENDER, A. H. F. Múltiplas representações em aplicações
urbanas de sistemas de informação geográfica. Disponível em:
<www.geoinfo.info/geoinfo1999/papers/Clodoveu.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2006.
DEFFONTAINES, B.; CHOROWICZ, J. Principles of drainage basin analysis from
multsource data: application of the structural analysis of the Zaire basin.
Tectonophysics, Amsterdam, v. 194, p. 237-267, 1991.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL. DNPM. Projeto RADAM.
Folha SA 22 Belém: geologia, geomorfologia, solos, vegetação, uso potencial da terra.
Rio de Janeiro, 1974. (Levantamento de Recursos Minerais, 5).
DOORNKAMP, J. C. Geomorphologycal approaches to the study of neotectônics.
Journal of the geological Society, London, v. 143, p. 335-342, 1986.
EIRAS, J. F; KINOSHITA, E. M. Evidências de movimentos transcorrentes na bacia do
Tacutu. Boletim de Geociências da Petrobrás, Rio de janeiro, v. 2, n. 2/4, p. 193-208.
1988.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 1999
FAIRBRIDGE, R. W. Morphotectonics the encyclopedia of geomorphology. [S. l.]:
Dowden, Hulchilson & Koss, 1968, p. 734-736. (Encyclopedia of Earth Sciences, 3).
113
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape ecology. New York: John Wiley & Sons,
1986. 619 p.
FRANÇA, D. DE A.; IBANEZ, D. M.; FERREIRA, N. J. Detecção de mudanças e
elaboração de cartas de unidades de paisagem e de uso do solo a partir de imagens
TM-LANDSAT: o exemplo de São José dos Campos – SP. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE SENSORIAMENTO REMOTO, 12., Goiânia, 2005. Anais... Goiânia: INPE, 2005. p.
3755-3761.
FRANZINELLI, E; IGREJA, H. L. S. Utilização do sensoriamento remoto na investigação
da área do baixo rio Negro e Grande Manaus. In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
SENSORIAMENTO REMOTO, 6.; 1990, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: SBG,
1990. v. 3, p. 641-648.
FRANZINELLI, E.; PIUCI, J. Evidencias de neotectonismo na bacia amazônica. In:
CONGRESSO LATINO–AMERICANO DA GEOLOGIA, 7., 1988, Belém. Anais...
Belém: SBG, 1988. p. 80-90.
FROHN, R. Remote sensing for landscape ecology: new metric indicators for
monitoring modeling, and assessment of ecossystems. [S.l.]: Lewis publishers.Boca
Raton., 1999. 99 p.
FURLAN, S. Â. Ordenamento ecológico e econômico do território: a geografia
socioambiental. Mesa Redonda: Geografía Física y Ordenamiento Ecológico del
Territorio. Disponivel em <http://reliot.ine.gob.mx/brasil_texto.html>. Acesso em: 25 out.
2007
GLOBAL LANDCOVER FACILITY. Data & Products. ESDI. Disponível em:
<http://glcf.umiacs.umd.edu/data/>. Acesso em: 22 ago. 2006.
GUERRA, A. T. Dicionário geológico geomorfológico. 8. ed. Rio de Janeiro:
Fundação IBGE, 1993. 446 p.
GUERREIRO, M. G. S.; SILVA, J. M. R. da. Projeto Guaraí-Conceição. Belém: DNPM,
Universidade Federal do Pará, 1976. 50 p.
114
HASUI, Y. Neotectônica e aspectos fundamentais da tectônica ressurgente no Brasil. In:
WORKSHOP SOBRE NEOTECTÔNICA E SEDIMENTAÇÃO CENOZÓICA
CONTINENTAL NO SUDESTE BRASILEIRO, 1., 1990, Belo Horizonte. Anais... Belo
Horizonte: SBG. Núcleo de Minas Gerais, 1990. p 1-31. (Boletim,11).
HASUI, Y.; COSTA, J. B. S. Zonas e cinturões de cisalhamento. Belém: Ed.
Universidade Federal do Pará, 1991. 144 p.
HASUI, Y.; MATTA, M.A.S. A falha de Tucuruí. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOLOGIA, 33., 1984, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: SBG, 1984. v. 4, p.
1729-1742.
HIRUMA, S. T.; RICCOMINI, C. ; GAUTTIERI, M. C. M. Neotectônica no planalto de
Campos do Jordão, SP. Revista Brasileira de Geociências, v. 31, n. 3, p. 375-384,
2001,
HOOBS, R. J. Landscape ecology and conservation: moving from description to
application. Pacific Conservation Biology, v. 15, p. 239-248, 1994.
HOWARD, A.D. Drainage anlysis in geologic interpretation: summatio. Bull. Amer.
Assoc. Petr. Geol., Chicago, v. 51, n. 11, p. :2246-2259, 1967.
HUDSONG, R. A. Review of significant early studies in lineament tectonics. In:
INTERNATIONAL CONFERENCE OF NEW BASEMENT TECTONICS, 1., 1974, Salt
Lake City, UT. Proceedings… Salt Lake City: UGA, 1974. p. 1-10.
IGREJA, H. L. S de; BORGES, M. S.; ALVES, R. J.; COSTA JÚNIOR, P. S. da; COSTA,
J. B. S. Estudo neotectônico nas Ilhas de Outeiro e Mosqueiro. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36., 1990, Natal. .Anais... Natal: SBG. Núcleo Nordeste,
1990. v. 5 p. 2110-2123.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mapa
climatológico do Brasil. Disponível em
<ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/tematicos/mapas_murais>. Acesso em: 12 nov. 2006.
JOSHI, A. K.; Automatic detection of lineaments from Landsat data. In:
INTERNATIONAL GEOSCIENCE AND REMOTE SENSING SYMPOSIUM (IGARSS’89)
AND CANADIAN SYMPOSIUM ON REMOTE SENSING, 12., 1989, Vancouver.
Proceedings… Vancouver: IEEE, 1989. v. 1, p. 85-88.
115
LANDOVSKY, G. S.; ARAKI, H.; BATISTA, D.B. Aplicação do sensoriamento remoto na
avaliação da qualidade visual da paisagem: primeiros resultados experimentais. In:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SENSORIAMENTO REMOTO, 11., 2003, Belo
Horizonte. Anais... Belo Horizonte: INPE 2003. p. 583-587.
LIMA; M. I. C. Análise de drenagem seu significado geológico geomorfológico.
[S.l.: s.n.], 2002. CD Rom. Apostila digital.
LIMA, M. I. C. Introdução à interpretação radargeológica. [S.l.]: Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. IBGE, 1995. 124 p. (Série Manuais Técnicos em Geociências,
n. 3).
LIMA, M. I. C.; COELHO, F. A. J. F. Projeto de sistematização dos recursos
naturais. Reconhecimento geológico das Folhas SA-22-Z-C (Tucuruí) e SA-22-X-A
( Novo Repartimento ). [S.l.]: IBGE, 1997. (Relatório interno de viagem).
MATTA, A. S.; HASUI, Y. Modelamento estratigráfico da região de Tucuruí-Pa. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33., 1984, Rio de Janeiro. Anais... Rio de
Janeiro: SBG, 1984. p. 821-831.
MATTA, M. A. Evolução geológica da região de Tucuruí-Pa. 1982. 109 f. Dissertação
(Mestrado em Geologia) - Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará,,
Belém, 1982.
MELO JUNIOR, H. R. Neotectônica na região da cidade de Marabá- Pa. 1998. 63 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geologia) - Centro de Geociências,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
METZGER, J. P. O que é ecologia de paisagens?. [S.l.]: Laboratório de Ecologia de
Paisagens e conservação. LEPAC. Departamento de Ecologia. Instituto de Biocências,
2001. Disponível em: <http//www.biotaneotropica.org.Br>. Acesso em: 05 jun. 2006.
MORAES REGO, L.F. Notas geográficas e geológicas sobre o rio Tocantins. Boletim
do Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém, v. 9, p. 271-288, 1933.
MORISAWA, M. Tectonic e geomorphic models. In: MORISAWA, M. S.; HACK, J. T.
(Ed.). Tectonic geomorphology. Boston: Allen & Unwin, 1985. p. 199-216.
MORNER, N. A. Neotectonics and structural geology; general introdution. Bull. Int.
Quat. Ass. Neotect. Comm.INQUA, n. 13, p. 87, 1990.
116
NUCCI, J. C. Origem e desenvolvimento da ecologia e da ecologia da paisagem.
Revista Eletrônica Geografar, Curitiba, v. 2, n. 1, p.77-99, jan./jun. 2007. Disponível
em: <www.ser.ufpr.br/geografar> . Acesso em: 25 out. 2007.
NUNES, B de A.; RIBEIRO, M. I. de C.; ALMEIDA, V. J. de; NATALINO FILHO, T.
Manual técnico de geomorfologia. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 1995. 112 p.
ODUM, E. P. "Ecology". New York: Holt, 1963.
O’LEARY, D.W.; FRIEDMAN, J.D.; POHN, H.A. Lineament, linear limination: some
proposed new standards for old terms. Geological Society of American Bulletin, New
York, v. 87, n. 10, p. 1463-1469, 1976.
OUCHI, S. Response of alluvial rivers to slow active tectonic movement. Geological
Society of American Bulletin, v. 96, p. 504-515, 1985.
PAVLIDES, S. P. Looking for a definitions of neotectonics terraneous, v. 1, n. 3, p.
233-235, 1989.
PENCK, W. Morphological analysis of land forms. Tradução por H. Czech e K.C.
Boswell. London: Macmillan, 1953. 429 p.
PEREIRA, J.L.G.; BATISTA, G.T.; THALÊS, M.C.;ROBERTS, D.A.; VENTURIERI, A.V.
Métricas da paisagem na caracterização da evolução da ocupação da Amazônia.
Geografia, v. 26, n. 1, p. 59-90, abr. 2001.
PONÇANO, W.L.; BISTRICHI, C.A.; CARNEIRO, C.D.R.; ALMEIDA, M.A. de; PIRES
NETO, A.C.; ALMEIDA, F.F.M. de. O conceito de sistemas de relevo aplicado ao
mapeamento geomorfológico do estado de São Paulo. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE
GEOLOGIA, 2., 1979, Rio Claro. Anais... Rio Claro: SBG, 1979.
REFOSCO, J. C. Ecologia da paisagem e sistema de informações geográficas no
estudo da interferência da paisagem na concentração de sólidos totais no reservatório
da usina de Barra Bonita, SP. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO
REMOTO, 8., 1996, Salvador. Anais... Salvador: INPE, 1996. p. 343-349.
SABINS JR., F. F. Remote sensing, principles and interpretation. San Francisco: W.
H. Freeman, 1978. 426 p.
117
SCHIER, R. A. Trajetórias do conceito de paisagem na geografia. R. RA’E GA, Curitiba,
n. 7, p. 79-85, 2003. Disponível em
<http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/raega/article/viewFile/3353/2689>. Acesso
em: 22 out. 2007.
SCHUMM, S. A. Alluvial river response to active tectonics: active tectonics. [S.l.]:
National Academy Press, 1986. p. 80-94. (Studies in Geophysics).
SENGOR , A.M.C.; GOROR. N.; SOROGLU, F. Strike- slip faulting and related basin
formation in zones of tectonic scale: Turkey as a case of study. In: BIDDLE, R. T.;
CRISTIE BLICK, N. (Ed.). Strike-Slip deformation basin formation and
sedimentation. [S.l.: s.n.], 1985. p. 227-264. (Soc. Econ. Paleontol. Mineral Spec.
Publ., 37)
SHUTTLE RADAR TOPOGRAPHY MISSION. SRTM V2 released. Disponível em:
<http://www2.jpl.nasa.gov/srtm/>. Acesso em : 25 set. 2006.
SILVA, G. G. da; LIMA, M. I. C. de; ANDRADE, A. R. F. de; ISSLER, R. S. Geologia. In:
BRASIL. Projeto RADAM. Folhas SB-22 Araguaia e SC-22 Tocantins. Rio de Janeiro:
Departamento Nacional de Produção Mineral, 1974. v.. 4 , p. 1-143.
SOARES, P.C.; FIORI, A. D. Lógica e sistemática na análise de interpretação de
fotografias aéreas em geologia. Notas geomorfológicas, Campinas, v. 16, n. 32,: p.71-
104, 1976.
SOUZA, E. L. Estudo geológico das lateritas aluminosas da serra de Trucará-
Tucuruí, estado do Pará. 1989. 102 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) - Centro de
Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 1989.
STERNBERG, H. O’R. Sismicidade e morfologia da Amazônia brasileira. Anais da
Academia de Ciências Brasileira, Rio de Janeiro, n. 25, p. 443-453, 1953.
STERNBERG, H. O’R. Vales tectônicos da planície Amazônica. Revista Brasileira
Geográfica, Rio de Janeiro, n. 11,:p. 95-106, 1950.
STEWART, L.S.; HANCOCK, P.L. Neotectonics. In:. HANCOCK, P.L. (Ed.).
Continental deformation. [S.l.]: Pergamon Press, 1994. p. 370 – 409.
SUGUIO, K. Geologia do Quaternário e mudanças ambientais. Passado + Presente=
Futuro?. São Paulo: Paulo’s Comunicação e Artes Gráficas, 1999. 363 p.
118
SUGUIO, K.; BIGARELLA, J.J. Ambientes fluviais. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 1990.
183 p.
SUMMERFIELD, M. A. Global geomorphology: an introduction to the study of
landforms. New York:: Longman Scientific & Technical, 1993. 573 p.
SUMMERFIELD, M. A. Tectonic geomorphology macroscale perspectives. Progress in
Physical Geography, v. 10, p. 227-238, 1986.
TROW, R. A. J.; VAZ, L. F.; SLONGO, T. T.; NAKASATO,N. Geologia da região de
Tucuruí., Baixo Tocantins, Pa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 29.,
1976, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: SBG, 1976. v..2: p.137-148.
TUCURUIONLINE. O Portal de Tucuruí na web. Disponível em:
<http://www.mconline.com.br/tucurui/home/internas.php?page=cidade/como_chegar>.
Acesso em: 25 nov. 2006.
VELOSO, J.A.V.; ASSUMPÇÃO, M GONÇALVES, E. S REIS, J.C DUARTE, V.M.;
MOTA, C.G.B. Registro de sismicidade induzida em reservatórios da CEMIG e
FURNAS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA, 5., 1987,
São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.], 1987. v.1, p.135-146.
VITA-FINZI, C. Recent earth movements: an introduction to neotecnics. [S.l.]:
Academic Press, 1986. 226 p.
VOLOTÃO, C. F. DE S. Trabalho de análise espacial: Métricas do Fragstats.
Dissertação (Mestrado em Sensoriamento Remoto) - Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, São José dos Campos, 1998.
WATRIN , O. D. S.; VENTURIERI, A. tricas de paisagem na avaliação da dinâmica
do uso da terra em projetos de assentamentos no Sudeste Paraense In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 12., 2005, Goiânia. Anais... Goiânia:
INPE, 2005. p. 3433-3440.
WOODCOCK, N.H.; SCHUBERT, C . Continetal strike-slip tectonics. In: STEWART, I.S;
HANCOCK, P. L. Neotectonics. New York: Pergamon Press, 1994. p. 370-409.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo