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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA
TESE DE DOUTORADO
Capacidade Funcional e Qualidade de Vida de indivíduos
idosos de Porto Alegre
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele
Orientadora Profª Drª Sandra Costa Fuchs
Porto Alegre, dezembro de 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA
TESE DE DOUTORADO
Capacidade Funcional e Qualidade de Vida de indivíduos
idosos de Porto Alegre
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele
Orientadora Profª Drª Sandra Costa Fuchs
A apresentação desta tese é
exigência do Programa de Pós-
graduação em Epidemiologia,
Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, para obtenção do tulo de
Doutora em Epidemiologia.
Porto Alegre, Brasil.
2007
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3
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Airton Tetelbom Stein, Professor Titular de
Saúde Coletiva da Fundação Faculdade Federal de
Ciências Médicas de Porto Alegre.
Prof. Dr. Jair Ferreira, Professor Adjunto do
Departamento de Medicina Social, da Faculdade de
Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Prof. Dr. Sérgio Luiz Bassanesi, Professor Adjunto do
Departamento de Medicina Social, da Faculdade de
Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Prof. Dr. Emilio Hideyuki Moriguchi, Professor do
Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde,
Ciências Cardiovasculares e Cardiologia da Faculdade de
Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Dr. Mario Wiehe, Médico da Unidade de Tratamento
Coronariano Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca do
Hospital Universitário São Lucas, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Profª. Drª. Sandra Costa Fuchs, Professora Associada
do Departamento de Medicina Social, da Faculdade de
Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
4
MENSAGEM
O Despertar criativo
O que buscamos?
Ter espírito jovem sem se importar com a
opinião alheia. Discernimento,
aprimoramento, conhecimento,
engrandecimento espiritual e mental.
Qualidade de vida, satisfação de poder
contribuir. O despertar da própria
consciência para saber quem sou, de onde
vim e para onde vou.
Amor fraternal, justiça, conhecimento do
próprio "eu". Fazer deste mundo um lugar
prazeroso e habitável. Melhor
relacionamento, compreensão, amor
através do autoconhecimento.
Dar e receber, valorizar e ser valorizada,
buscamos aprender o autoconhecimento,
transformar o sofrimento em aprendizado e
sermos um pouco melhor a cada dia.
Crescimento interior, fonte da juventude,
predominância do bom senso, equilíbrio em
todas as atividades, aprimoramento da auto-
estima.
Ter espírito jovem, envelhecer com
dignidade, sabedoria e ser criativo.
Profª Elzira T. Ariza Oliveira
5
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profª. Dra. Sandra Fuchs, uma pessoa admirável, pelo
exemplo profissional, pela dedicação, amizade e compreensão, e pelo muito
que me incentivou e ensinou como ser humano. Positiva, atenta às minhas
necessidades, reconhecendo minhas dificuldades e potencialidades, sempre
me valorizando e me orientando para que eu pudesse chegar neste
resultado que me é muito prestimoso. Muito obrigada!
À querida Profª. Dra. Leila Beltrami Moreira, que me acolheu com tanto
carinho, incansável colaboradora deste trabalho. Admiro-te muito pela tua
serenidade e pela tua força de trabalho. Obrigada.
Ao meu marido Décio Caneppele, super companheiro, sempre me
estimulando e extremamente dedicado aos filhos para me liberar dos meus
afazeres familiares para que eu pudesse dar conta do doutorado. Esta
conquista é tua também.
Aos meus filhos maravilhosos Fábio e Carina de Lima Caneppele. Eu me
orgulho muito de vocês! Sensíveis, muitas e muitas vezes souberam
compreender e relevar minha ausência física. Prometo umas férias
maravilhosas juntos, e comemoração dos próximos aniversários com mais
tranqüilidade.
À minha querida mãe, Carmen da Luz Garcia de Lima, sempre preocupada
com os filhos, guerreira, exemplo de força interior. Admiro-te
À querida Mestranda Paula Stoll e ao querido Acadêmico de Medicina
Tayron Bassani pelo carinho e pela colaboração inestimável.
Aos colegas do Estudo SOFT Dra. Ruth Henn, Dr. Felipe Sparrenberger,
Mestre Analisa Celestini, Mestre Marta Rieth, Mestre Carolina de Ávila
Rodrigues e Doutoranda Janice Lukrafka por todas as possibilidades de
troca de saberes, pela parceria e pelo companheirismo. À minha colega
Doutoranda Andréia Gustavo, companheira de campo, disciplinas e estudo.
À Direção e aos colegas do Centro Universitário Metodista – IPA, pela
confiança e pelo apoio moral e tático.
Aos meus alunos da graduação e da Universidade do Adulto Maior do
Centro Universitário Metodista – IPA.
Aos participantes do Estudo SOFT, que, pacientemente, nos abasteceram
com suas valiosas informações.
À minha querida sobrinha Camila de Lima Vellinho que com muita
competência fez minha revisão de texto.
Muito Obrigada!
6
RESUMO
Fundamento: O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial. O
envelhecimento aumenta o risco para a ocorrência de doenças crônicas que
resultam em graus variáveis de perda da independência funcional. A
elevação da idade também pode acarretar a redução da independência
funcional, tornando os idosos dependentes para a realização de atividades
da vida diária (AVDs) e atividades instrumentais da vida diária (AIVDs).
Objetivos: O objetivo desse estudo foi avaliar a capacidade funcional,
determinando a prevalência de independência funcional e as características
associadas em indivíduos idosos, em uma amostra representativa de Porto
Alegre, RS, bem como identificar sua associação com qualidade de vida.
Essa pesquisa é um dos braços do estudo da Síndrome de Obesidade e
Fatores de Risco – SOFT.
Participantes e Métodos: Nesse estudo transversal, de base populacional,
de indivíduos idosos com 60 e 90 anos, selecionados através de
amostragem por estágios múltiplos de conglomerados, em 106 dos 2157
setores censitários de Porto Alegre. Em entrevistas domiciliares aplicou-se
um questionário padronizado, para investigar características
socioeconômicas, demográficas, hábitos de vida, fatores de risco para
doença cardiovascular, além do índice de independência nas atividades de
vida diária, desenvolvido por Katz, em1969, e a escala de independência
nas atividades instrumentais da vida diária, criado por Lawton e Brody, em
1983, assim como o questionário de qualidade de vida Short Form-12
(Ware,1994). Utilizou-se o módulo Complex Samples, do SPSS, para as
análises dos dados, a fim de ajustar para o efeito da amostragem.
Testaram-se diferenças entre proporções utilizando-se o teste do qui-
quadrado de Pearson, ao analisarem-se as prevalências; análise de
variância ou co-variância para compararem-se médias, e análise de
regressão logística múltipla, para cálculo da odds ratio e intervalo de
confiança de 95%. As análises foram para um nível de significância de 5%.
Resultados: A média de idade foi semelhante entre homens e mulheres
idosos, e a distribuição de idade e sexo foi similar à do censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Além de maior escolaridade (8,8 vs.
6,6 anos), os homens referiram estar casados mais freqüentemente (75,7%)
do que as mulheres (31,9%), as quais eram predominantemente viúvas ou
separadas e residiam sozinhas em maior proporção. Com exceção de cor
da pele e de residir sozinho, as demais características associaram-se
significativamente com a idade. Identificou-se uma relação inversa entre
idade e escolaridade e com o estar casado ou residir com companheiro, e
uma associação direta com aposentadoria, separação ou viuvez e o uso de
dispositivos para andar. Associação direta e independente de idade e sexo
foi observada entre escolaridade e independência para realizar as
atividades instrumentais, mas não para as atividades da vida diária. A
prática de atividade física regular foi preditora de independência funcional
nas AVDs e nas AIVDs. Esse estudo verificou tendência a maior
independência entre os homens para o total de domínios das AVDs (94%
7
vs. 89%; p=0,09), assim como das AIVDs (94% vs. 88%; p=0,04). Nos
homens, observou-se a redução da independência funcional para realizar a
maior parte das AVDs e AIVDs com o avançar da idade. Entre as mulheres,
destaca-se, a redução da independência funcional com a idade em todas as
atividades, exceto usar o telefone. O sexo masculino esteve associado,
independentemente da idade, a maiores escores dos componentes físico e
mental da qualidade de vida. A idade associou-se inversamente com o
componente físico, enquanto a escolaridade o fez de maneira direta.
Entretanto, nenhuma dessas características mostrou relação com o
componente mental. Ser ativo fisicamente e possuir menor número de
condições crônicas se associaram tanto ao escore do componente físico
quanto mental, de maneira fortemente significativa.
Conclusão: Os indivíduos idosos investigados no Estudo SOFT, representam
a população idosa de Porto Alegre. As diferenças entre homens e mulheres
idosos incluem características socioeconômicas, hábitos de vida e
independência funcional. Os homens apresentam maior qualidade de vida
do que as mulheres, independentemente da idade.
Palavras-chave: idoso, capacidade funcional, qualidade de vida, atividade
de vida diária (AVD) e atividade instrumental da vida diária (AIVD).
8
ABSTRACT
Background: The growth of the elderly population is a worldwide
phenomenon. The elderly have chronic diseases that lead to various degrees of
incapacity, which increases with age and makes them dependent in their
activities of the daily living (ADLs), and in the instrumental activities of the daily
living (IADLs).
Objectives: the objective of the present study was to assess the functional
capacity, verifing the prevalence of functional independence in a representative
sample from southern Brazil, as well as to identify its association with life
quality. The present research is one of the subprojects of the study of
Syndrome of Obesity and Risk Fators (SOFT).
Participants and methods: This cross-sectional population-based study of
elderly individuals, aged 60 to 90 years old, was selected through a multistage
probability sample including participants from 106, out of 2157, census sectors
of Porto Alegre. A standard questionnaire was applied in the household in order
to investigate socioeconomic and demographic characteristics, life habits, risk
factors for cardiovascular disease, as well as the Index of Independence in the
activities of the daily living, developed by Katz (1969) and the Instrumental
Activities of Daily Living Scale created by Lawton and Brody (1983). The
questionnaire Short Form-12 of quality of life (Ware, 1996) was also
administered. Complex Samples module of SPSS was used for data analysis
in order to take into account the design effect. The differences between
proportions were tested by Pearson’s chi-square test; the variance and
covariance analyses were used to compare the averages and the multiple
logistic regression analysis to calculate the odds ratio and 95% confidence
interval.
Results: the age average was similar between elderly man and women,
and the sex and age distribution was similar to the one of the census of the
Brazilian Institute of Geography and Statistics. Besides higher scholarity (8,8
vs. 6,6 years), men referred to being married more frequently (75,7%) than
women (31,9%), which were mainly widows or were separated and residing
alone more often than men. Except for the color of the skin and the fact of
residing alone or not, all the researched characteristics were significantly
associated with age. An inverse relationship between age and scholarity and
between age and being married or residing with a companion was identified, as
well as a direct relationship between age and being retired, being separated or
a widow, and needing a walking assistance device. Also, it was observed a
direct relationship, regardless of age and sex, between scholarity and
independence to perform instrumental activities of the daily living, not however,
to the activities of daily living. The practice of regular physical activity was a
predicting factor for functional independence in both ADLs and IADLs.
9
This study verified a larger tendency for independence among men for the
total of the ADLs (94% vs. 89% for women; p=0,09) and IADLs(94% vs. 88% for
women; p=0,04) domains. The reduction of functional independence with age
among men was observed in most of the ADLs and IADLs. Among women
there was a reduction of functional independence in every activity, except the
use of the telephone. The masculine sex was associated, regardless of age, to
higher scores on the physical and mental components of quality of life. Age
associated inversely with the physical component, while scholarity made it
directly, but none of those characteristics showed any relationship with the
mental component. Being physically active and possessing a lower number of
chronic diseases associated significantly with both mental and physical scores.
Conclusion: the elderly individuals investigated in the SOFT study are
representative of the elderly population of Porto Alegre. The differences
between elderly man and women include: socio-economical characteristics, life
habits and functional independence. Men present a higher quality of life than
women regardless of age.
Keywords: the elderly, functional capacity, quality of life, activity of daily
living (ADL) and instrumental activity of daily living (IADL).
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADL – Activity of Daily Living
AIVD – Atividade Instrumental de Vida Diária
AIVDs – Atividades Instrumentais de Vida Diária
AVD – Atividade de Vida Diária
AVDs – Atividades de Vida Diária
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
IADL – Instrumental Activity of Daily Living
IMC – Índice de Massa Corporal
IPAQ International Physical Activity Questionnaire (Questionário
Internacional sobre Atividades Físicas)
MCS – Mental component score
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
OPS – Organização Panamericana de Saúde
PCS – Physical component score
WHOQOL - BREF – World Health Organizations Quality of Life Abbreviated
WHOQOL World Health Organization Quality of Life (Questionário sobre
Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde)
11
LISTA DE TABELAS
REVISÃO DA LITERATURA
Tabela 1. Expectativa de vida no Brasil, entre 1999 e 2005......................... 27
Tabela 2. População de 60 anos ou mais, em números absolutos e relativos,
por sexo, segundo as Grandes Regiões no Brasil em 2000......................... 28
Tabela 3. População total e com 60 anos ou mais, por sexo e grupos de
idade, residindo em Porto Alegre, em 2000.................................................. 28
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional........ 38
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional......................................... 49
Tabela 6. Prevalência de incapacidade nos domínios das atividades de vida
diária (AVDs)................................................................................................. 56
Tabela 7. Prevalência de incapacidade funcional nos domínios das atividades
instrumentais de vida diária (AIVDs) (%)...................................................... 57
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional................... 60
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-
referida específicos para pessoas idosas..................................................... 77
Tabela 10. Associação entre qualidade de vida e incapacidade funcional... 87
Tabela 1. Características demográficas e socioeconômicas de acordo com
sexo, em indivíduos com 60 a 90 anos, residentes em Porto Alegre [média
±EP ou percentual (IC 95%)].................................................................... 124
Tabela 2. Distribuição de características socioeconômicas de acordo com
idade em indivíduos com 60 a 90 anos, residentes em Porto Alegre
[Percentual (IC 95%) ou média ±EP]........................................................ 125
12
Tabela 3.Prevalência de características de estilo de vida e agravos à saúde
de acordo com a idade, em homens com 60 a 90 anos [Percentual (IC 95%)
ou média ±EP]* ........................................................................................ 126
Tabela 4.Prevalência de características de estilo de vida e agravos à saúde
de acordo com a idade, em mulheres com 60 a 90 anos [Percentual (IC 95%)
ou média ±EP]* ........................................................................................ 127
Tabela 5.Problema principal responsável pela percepção geral de saúde
(Percentual IC95%)..................................................................................... 128
Tabela 1. Características de indivíduos com 60 anos ou mais, residentes em
Porto Alegre [Média ±EP ou Percentual (IC 95%)] ..................................... 148
Tabela 2. Independência nas atividades de vida diária e atividades
instrumentais da vida diária, por faixa etária, em homens com 60 anos ou
mais, residentes em Porto Alegre [Percentual (IC 95%)]............................ 149
Tabela 3. Independência nas atividades de vida diária e atividades
instrumentais da vida diária, por faixa etária, em mulheres com 60 anos ou
mais, residentes em Porto Alegre [Percentual (IC 95%)]............................ 150
Tabela 4. Características associadas à Independência nas Atividades de
Vida Diária (AVDs) e nas Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs),
em indivíduos com 60 anos ou mais [OR (IC 95%)] ................................... 152
Tabela 5. Características demográficas e socioeconômicas de acordo com o
sumário do componente físico (PCS) e o sumário do componente mental
(MCS) do SF-12, em indivíduos com 60 anos ou mais, residentes em Porto
Alegre [média ±EP]..................................................................................... 153
Tabela 6. Associação entre independência nas atividades básicas da vida
diária (AVDs) e atividades instrumentais (AIVDs) e os componentes físico
(PCS) e mental (MCS) do SF-12, em indivíduos idosos de Porto Alegre... 154
13
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 1. Estrutura da população mundial em 2002 e estrutura projetada para
2050, por idade e sexo. ................................................................................ 23
Figura 2. Proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade em países
selecionados – 1999-2000............................................................................ 24
Quadro 1. Domínios e itens para avaliação da capacidade funcional.......... 36
Quadro 2. Classificação de Independência, segundo composição do escore e
pontuação da Escala de Katz Modificada..................................................... 47
14
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 17
REVISÃO DA LITERATURA......................................................................... 20
1 Perfil do envelhecimento........................................................................ 22
2 Expectativa de vida ................................................................................ 25
3 Distribuição da população idosa no Brasil.............................................. 27
4 Características da população idosa no Brasil......................................... 29
5 Conseqüências do envelhecimento populacional................................... 32
6 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde –
CIF ............................................................................................................ 32
7 Capacidade Funcional............................................................................ 35
7.1 Definição.......................................................................................... 35
7.2. Instrumentos para avaliar a capacidade funcional.......................... 36
7.3 Prevalência de Incapacidade Funcional .......................................... 48
7.4 Características associadas à incapacidade funcional...................... 58
8 Qualidade de vida .................................................................................. 73
8.1 Definição.......................................................................................... 74
8.2 Importância de avaliar qualidade de vida nos idosos ...................... 75
8.3 Instrumentos para avaliar qualidade de vida ................................... 76
9 Características associadas à qualidade de vida e à incapacidade
funcional do idoso ..................................................................................... 86
Justificativa................................................................................................ 93
Referências................................................................................................... 94
15
ARTIGO 1................................................................................................... 109
Prevalência de agravos à saúde e características de estilo de vida em
indivíduos idosos de Porto Alegre: um estudo de base populacional......... 110
Introdução................................................................................................... 115
Materiais e Métodos.................................................................................... 116
Resultados.................................................................................................. 118
Discussão ................................................................................................... 120
Agradecimentos.......................................................................................... 123
Referências:................................................................................................ 129
ARTIGO 2................................................................................................... 132
Características associadas à independência funcional e qualidade de vida
em indivíduos idosos: um estudo de base populacional............................. 133
Resumo ...................................................................................................... 134
Introdução................................................................................................... 138
Materiais e Métodos.................................................................................... 139
Resultados.................................................................................................. 142
Discussão ................................................................................................... 143
Referências................................................................................................. 155
Anexo A – Projeto de Pesquisa............................................................... 159
PROJETO DE PESQUISA.......................................................................... 159
Anexo B – Termo de consentimento para entrevista............................... 170
Anexo C – Questionário .......................................................................... 171
Anexo D – Avaliação Física..................................................................... 182
Anexo E – Ficha de conglomerado ......................................................... 183
Anexo F – Tabela. Esperança de vida ao nascer resultantes do processo
de interpolação – 1980 / 2100................................................................. 184
16
Anexo G - Tabela. Proporção de pessoas com 65 anos ou mais............ 185
Anexo H - Tabela. População residente, por Grandes Regiões, segundo
o sexo e os grupos de idade -- 2005....................................................... 186
Anexo I – Tabela. População total e de 60 anos ou mais de idade e
proporção de idosos, segundo continentes e países - 1990/1999. (IBGE,
2002)....................................................................................................... 187
Anexo J – Tabela. Pessoas de 60 anos ou mais de idade, residentes em
domicílios unipessoais em números absolutos e relativos, segundo sexo
do responsável – Brasil 1991/2000. (IBGE, 2002) ................................. 188
Anexo K – Definição e classificação trabalho e ocupação segundo.
(IBGE, 2001) ........................................................................................... 189
17
INTRODUÇÃO
O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial. Em 1950,
havia 204 milhões de idosos no mundo e, em 1998, esse contingente atingiu
579 milhões, um crescimento anual de aproximadamente oito milhões de
pessoas idosas. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa
será de 1,9 bilhões, montante equivalente à população infantil de zero a 14
anos de idade (ANDREWS, 2000). Em 2000, uma em cada dez pessoas no
mundo tinha 60 anos ou mais e, em 2050, estima-se que essa relação será
de um para cinco e de um para três, nos países desenvolvidos. Observa-se
um crescimento da população de idosos de forma mais acentuada nos
países em desenvolvimento, embora este contingente ainda seja
proporcionalmente inferior ao encontrado nos países desenvolvidos.
Segundo as projeções mundiais, o número de centenários 100 anos ou
mais em 1999, era de aproximadamente 145.000 idosos e estima-se que
será de 2,2 milhões em 2050 (IBGE, 2002).
Com o avançar da idade, os idosos podem apresentar graus variados
de incapacidade, decorrentes ou agravados pela presença de doenças
crônicas como hipertensão arterial, doenças osteoarticulares, diadetes
mellitus entre outras. Aproximadamente 60% dos idosos com 85 anos ou
mais mantêm a independência para a realização de pelo menos uma das
atividades da vida diária. São elas: banhar-se, vestir-se, alimentar-se,
transferir-se da cama para a cadeira, usar o sanitário e manter a continência
urinária e/ou fecal; os demais requerem cuidados pessoais em tempo
integral (RAMOS, 2002).
18
As mudanças que podem ocorrer com o avançar da idade incluem
perda de força, massa e resistência muscular, equilíbrio, flexibilidade e
coordenação, resultando em diminuição do nível de atividade e mobilidade.
(FREEDMAN e BERK, 1988). Essas mudanças afetam a independência na
realização das atividades da vida diária e a qualidade de vida (CAVLAK e
BUKER, 2004).
O objetivo desta tese foi avaliar a capacidade funcional, determinar a
prevalência de independência funcional e avaliar sua associação com
características demográficas, agravos à saúde e qualidade de vida, em uma
amostra representativa de indivíduos idosos de Porto Alegre RS. Esse
projeto de pesquisa constituiu um dos subprojetos do estudo da Síndrome
da Obesidade e Fatores de Risco – Estudo SOFT.
A primeira parte dessa tese constitui-se na Revisão da Literatura sobre
o perfil do idoso no mundo, no Brasil e em Porto Alegre. Apresentam-se
dados gerais de expectativa de vida, transição demográfica, envelhecimento
populacional, prevalência de doenças não transmissíveis, capacidade
funcional e qualidade de vida da população idosa. Inclui a revisão de
instrumentos padronizados para medir capacidade funcional e qualidade de
vida.
Os resultados do presente trabalho são apresentados sob a forma de
dois artigos. O primeiro descreve o perfil demográfico, socioeconômico,
estilo de vida de idosos em uma amostra representativa de Porto Alegre,
RS, e a prevalência de agravos à saúde; avaliando sua associação com
sexo e idade. O segundo, apresenta as prevalências de capacidade
funcional e qualidade de vida em uma amostra de idosos, representativa de
Porto Alegre, RS; avaliando a associação de características demográficas e
socioeconômicas e do estilo de vida com capacidade funcional e qualidade
de vida; assim como, a associação entre independência funcional e
qualidade de vida.
19
Em anexo estão apresentados o projeto de pesquisa e o questionário
utilizado para a coleta de dados das hipóteses em estudo.
20
REVISÃO DA LITERATURA
21
A Assembléia Mundial sobre Envelhecimento, ocorrida em 1982,
adotou a definição de população idosa como o grupo de pessoas com 60
anos ou mais. Em 1985, a Organização das Nações Unidas (ONU) além de
ratificar o critério cronológico para delimitar a população idosa, fez uma
distinção a partir do desenvolvimento socioeconômico de cada sociedade.
Em países desenvolvidos, os indivíduos idosos são aqueles com 65 anos ou
mais, enquanto nos países em desenvolvimento, nos quais a expectativa de
vida é menor, os idosos são aqueles com 60 anos ou mais (PASCHOAL,
2005). No Brasil, as diretrizes legais da Política Nacional do Idoso Brasil
(1996) definiram como idosos os indivíduos com 60 anos ou mais
(GORDILHO et al., 2000; VERAS, 2003).
O envelhecimento saudável, mais do que a ausência de doenças, é
resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental,
independência nas atividades da vida diária, integração social, suporte
familiar e independência econômica. O bem-estar ou a saúde na velhice
resulta do equilíbrio entre várias dimensões da capacidade funcional do
idoso, sem necessariamente significar a ausência de problemas em todas
as dimensões (RAMOS, 2003; GUIMARÃES et al., 2004). Pessoas idosas
portadoras de hipertensão, diabetes ou doença cardíaca, por exemplo,
podem manter a autonomia e a integração social (ROSA et al., 2003).
Nessa perspectiva, uma pessoa idosa pode ser considerada saudável
quando for capaz de conduzir sua vida, determinar quando, onde e como
realizará atividades sociais, de trabalho e de lazer e desenvolver atividades
que requeiram uma vida produtiva (RAMOS, 2003).
A capacidade funcional é influenciada por fatores como idade, sexo,
escolaridade e ocupação, além de comportamentos relacionados ao estilo
22
de vida como prática de atividade física, tabagismo e consumo de bebidas
alcoólicas (RAMOS, 2003). Na velhice, a dependência pode ser resultado
de mudanças ocorridas ao longo da vida que englobam mudanças
biológicas e transformações provocadas pelo meio social (HOGSTEL e
GAUL, 1991). O aumento na prevalência de doenças não transmissíveis
acarreta maior morbidade, podendo determinar perda da capacidade
funcional (RAMOS, 2003).
1 Perfil do envelhecimento
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial identificado
tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Concomitantemente ao declínio das taxas de fecundidade ocorre maior
sobrevida de jovens e adultos devido à redução da mortalidade por doenças
infecciosas (PASCHOAL, 2005; SOUZA, 2006). O processo de modificação
nos padrões de morbimortalidade que ocorrem em estágios sucessivos,
parte da redução de doenças infecciosas para o aumento de doenças
crônicas e degenerativas. Esse processo gradativo é conhecido como
"transição epidemiológica" (OMRAN, 1971) e tem como conseqüência
populações progressivamente mais idosas, criando um novo paradigma nos
padrões de saúde, morbidade, mortalidade, autonomia e qualidade de vida.
A Figura 1 apresenta dados da população mundial em 2002 e sua projeção
para 2050, caracterizando o envelhecimento da população e um aumento
relativo da proporção de mulheres a partir dos 60 anos (U.S Census
Bureau).
23
Figura 1. Estrutura da população mundial em 2002 e estrutura projetada
para 2050, por idade e sexo.
A Figura 2 apresenta a proporção de indivíduos idosos em diversos
países. Destacam-se as populações alemã, italiana e japonesa que
possuíam mais do que 20% de idosos em 2000. Nos países da América
Latina, a proporção de idosos variou de 6,4%, na Venezuela, a 17,1% no
Uruguai. O Brasil ocupava uma posição intermediária, com 8,6% de idosos.
Próximos ao Brasil situavam-se países como Colômbia (6,8%), Peru (7,0%)
e Chile (10,1%) (IBGE, 2002).
Embora o envelhecimento populacional esteja ocorrendo em todo o
mundo, destacam-se populações como a japonesa e a chinesa. No Japão,
em 1950, havia 4,9% de idosos, aumentando para 17,7%, em 2000, e, em
2050, estima-se que o índice chegue a 35,7%. Na China, o aumento foi
Homens Mulheres
Idade
Milhões
24
menor, sendo de 4,5%, 6,8% e 22,6%, respectivamente. (TAMASHIRO et
al., sem data).
Figura 2. Proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade em países
selecionados – 1999-2000.
Fonte: Demographic yearbook 1999. New York: United Nations, 1999; IBGE, Censo
Demográfico 2000.
(IBGE, 2002)
Segundo indicadores do IBGE, a população brasileira em 2005-2006
era composta por 184.601.000 indivíduos, e, dentre esses, 18.214.000
(9,9%) apresentavam 60 anos ou mais. No Rio Grande do Sul, a população
era constituída por 10.864.000 indivíduos, dos quais 1.331.000 (12,3%)
eram idosos (IBGE, 2006a). Entre países em desenvolvimento, a evolução
do crescimento populacional de pessoas com 60 anos ou mais foi
expressiva. No Brasil, em 1980, havia 8 milhões de idosos, passando a 10,6
milhões (7,3%) em 1991 (PASCHOAL, 2005; VERAS, 2002; SOUZA, 2006)
e a 14,5 milhões (8,6%) de pessoas com 60 anos ou mais em 2000.
25
Projeções sugerem que, em 2020, 12,6% da população brasileira será
constituída por idosos e, em 2050, esse índice chegará a 16% (SOUZA,
2006). Estimativas para 2025 colocam o Brasil, em termos absolutos, como
a sétima população de idosos do mundo; isto é, com mais de 32 milhões de
pessoas com 60 anos ou mais (PASCHOAL et al., 2006) e, em 2050,
sugerem que haverá 244 milhões de habitantes, dos quais 42,2 milhões
com 65 anos ou mais (IBGE, 2004).
2 Expectativa de vida
A expectativa de vida média expressa o número de anos que espera-
se que um recém-nascido viva, que ao longo da vida esteja exposto às
taxas de mortalidade observadas na população no momento do nascimento.
A expectativa de vida também pode ser calculada a partir de uma
determinada idade, expressando o número de anos que se espera que o
indivíduo possa viver, considerando a mortalidade observada na população
a partir daquela idade. (IBGE, 2006b)
Segundo a ONU, a população mundial possuía, em 2000, expectativa
de vida de 65 anos, e estima que, em 2045-2050, ela será de 74,3 anos
(IBGE, 2004). No Egito, em 2000, a expectativa de vida era de
aproximadamente 65 anos para os homens e de 69 anos para as mulheres.
Na Índia, a expectativa de vida era de aproximadamente 60 anos para os
homens e de 63 anos para as mulheres e, na Holanda, de 75 e 81 anos,
respectivamente (OMS, 2003). Nos Estados Unidos, em 2005, a diferença
de expectativa de vida entre os sexos foi de 5,1 anos, sendo de 75,3 anos
para os homens e de 80,4 anos para as mulheres (OMS, 2007). Dados
sobre 192 países mostram que, no período 2000-2005, o Japão possuía a
maior esperança de vida ao nascer (81,6 anos), enquanto o Brasil ocupava
o octagésimo nono lugar (IBGE, 2004). No Brasil, a expectativa de vida
passou de 33,7 anos em 1900, para 43,2 anos em 1950, 55,9 anos em
26
1960, 63,5 em 1980, 68,4 em 1999, 71 em 2002 (IBGE, 2004; PASCHOAL
et al., 2006) e 71,9 em 2005 (IBGE, 2006b).
O aumento na expectativa de vida está ocorrendo em todos os países,
sendo maior entre as mulheres. Entre os japoneses, por exemplo, em 2000,
a expectativa de vida era de 77,6 anos para homens e 84,6 anos para
mulheres e, em 2050, deverá ser de 80,9 e 89,2 anos, respectivamente
(TAMASHIRO et al., sem data). No Brasil, em 2000, a diferença de
expectativa de vida entre os sexos era de 7,6 anos, sendo de 66,7 anos
para os homens e de 74,3 para mulheres (IBGE, 2004). Em 2005, a
expectativa aumentou para 68,2 anos para os homens e 75,8, para as
mulheres (IBGE, 2006b).
A Tabela 1 apresenta a expectativa de vida no Brasil, em 1999 e 2005,
segundo sexo e regiões do país, a média de anos ganhos nesse período e a
proporção que esses anos a mais representam em relação ao ano de 1999.
Observa-se que em ambos os sexos houve aumento da expectativa de vida,
mas que as mulheres apresentaram maior expectativa de vida nos dois
períodos A proporção de anos ganhos, em relação ao ano de 1999, foi
maior entre os homens de todas as regiões, exceto no nordeste. No Rio
Grande do Sul, a esperança de vida ao nascer era de 74,5 anos, sendo de
70,9 anos para os homens e de 78,3 para as mulheres (IBGE, 2006a).
27
Tabela 1. Expectativa de vida no Brasil, entre 1999 e 2005.
Expectativa de vida ao nascer
(anos)
Região
1999 2005
Anos ganhos
Anos ganhos x 100
Expec. vida
em 1999 (%)
Sul
Homens 67,1 70,8 3,7 5,5
Mulheres 74,8 77,7 2,9 3,9
Sudeste
Homens 64,9 69,5 4,6 7,1
Mulheres 74,1 77,7 3,6 4,9
Centro-Oeste
Homens 66,0 69,8 3,8 5,8
Mulheres 72,7 76,7 4 5,5
Norte
Homens 65,3 68,2 2,9 4,4
Mulheres 71,4 74,0 2,6 3,6
Nordeste
Homens 62,4 65,5 3,1 5,0
Mulheres 68,5 72,7 4,2 6,1
Brasil
Homens 64,3 68,4 4,1 6,4
Mulheres 72,3 75,9 3,6 5,0
Fonte: Adaptado de IBGE 2000 e IBGE 2006a
3 Distribuição da população idosa no Brasil
No censo brasileiro de 2000, havia 14.536.029 pessoas com 60 anos
ou mais, das quais 46,3% localizavam-se na região sudeste, 27,7% na
região norte e 15,9% na região sul. Na Tabela 2 observa-se a distribuição
da população idosa brasileira por regiões segundo o sexo. Verifica-se que
havia maior proporção de mulheres em todas as regiões, exceto na região
norte. Porém, a diferença foi de apenas 0,6%. A região sul é a terceira em
número absoluto, com 2.0305.348 idosos, sendo que 55,3% são do sexo
feminino (IBGE, 2000).
28
Tabela 2. População de 60 anos ou mais, em números absolutos e relativos,
por sexo, segundo as Grandes Regiões no Brasil em 2000.
População residente de 60 anos ou mais de idade, por sexo
Número absoluto Percentual (%)
Grandes Regiões
Total Homens Mulheres Homens Mulheres
Brasil 14.536.029 6.533.784 8.002.245 44,9 55,1
Norte 707.071 355.580 351.491 50,3 49,7
Nordeste 4.020.857 1.827.210 2.193.647 45,4 54,6
Sudeste 6.732.888 2.940.991 3.791.897 43,7 56,3
Sul 2.305.348 1.029.514 1.275.834 44,7 55,3
Centro- Oeste 769.865 380.489 389.379 49,4 50,6
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.
Em 2000, a proporção de idosos vivendo nas capitais variou de 12,8%,
no Rio de Janeiro, a 2,7%, em Palmas. Porto Alegre foi a segunda capital
com maior proporção de idosos (11,8%) (IBGE, 2000). A Tabela 3
apresenta a população total residente e a com 60 anos ou mais, por sexo e
idade em Porto Alegre, em 2000.
Tabela 3. População total e com 60 anos ou mais, por sexo e grupos de idade,
residindo em Porto Alegre, em 2000.
População com idade 60 anos
Total N (%)
Sexo
População
total
N % 60-64 65-69 70-74 75
Homens 506.103 59.717 4,4
19.397
(1,4)
15.782
(1,2)
11.701
(0,9)
12.837
(1,0)
Mulheres
854.487 100.824
7,4
27.459
(2,0)
23.367
(1,8)
20.311
(1,5)
28.687
(2,1)
29
Total 1.360.590 160.541
11,8
46.856
(3,4)
39.149
(3,0)
32.012
(2,4)
41.524
(3,1)
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.
Verifica-se que 62,7% do total de idosos eram mulheres e que acima
de 75 anos as mulheres representavam 67,7% dos idosos (IBGE, 2002).
4 Características da população idosa no Brasil
um predomínio de mulheres na população idosa brasileira,
tornando-se ainda mais marcante nos últimos anos (IBGE, 2002; ARAÚJO e
ALVES, 2000). Em 1999, havia 6,9 milhões de mulheres idosas e 5,7
milhões de homens idosos, ou seja, 120 mulheres para cada 100 homens. A
razão entre os sexos aumenta com a idade, variando de 118 mulheres: 100
homens, entre os 65-69 anos, a 141 mulheres para 100 homens nos
octagenários. Essa diferença na razão entre os sexos é um fenômeno
mundial, e bastante marcado no Brasil. Em 2006, as mulheres idosas
moradoras da região norte brasileira representavam 51,5% dessa
população; sendo que, nas demais regiões, as proporções eram mais
elevadas: 57,2% no sudeste; 55,9% no sul; 55,2 no nordeste e 52,5% no
centro-oeste (IBGE, 2006a).
Em 2000, a distribuição da população idosa brasileira, nas faixas
etárias 60-64, 65-69, 70-74 e 75 anos ou mais, era de aproximadamente
29%, 24%, 20% e 26%, respectivamente (IBGE, 2000). Um estudo
transversal em um dos 16 distritos de Porto Alegre, RS (Noroeste) em 2004,
incluindo 292 idosos, identificou 42,5% com 60-69 anos, 42,8% entre 70-79
anos e 14,7% com 80 anos ou mais (PASKULIN e VIANNA, 2007). Um
estudo no Rio de Janeiro, com 360 idosos de 65 anos ou mais,
entrevistados no guichê de recepção de um ambulatório da rede pública,
identificou 65,0% de mulheres e ao estratificar por faixa etária verificou
66,1% com 65 a 74 anos; 22,8% com 75 a 79 anos; 8,3% com 80 a 84 anos;
e 2,8% com 85 anos ou mais (VERAS, 2003).
30
Em 1996, 63,3% dos idosos brasileiros declararam-se brancos; 35,7%
pretos ou pardos, e menos do que 1% amarelos. Entre a população branca,
os idosos representavam 9,7%, enquanto que entre os pretos e pardos, a
proporção de idosos alcançava 10,2% e 6,7%, respectivamente (ARAÚJO e
ALVES, 2000). Segundo o censo do IBGE de 2000, 61% dos indivíduos
idosos caracterizaram-se como brancos. A informação sobre raça
geralmente é verificada através da cor da pele, sendo suscetível a vieses
decorrentes dos métodos de aferição. Esses incluem observação, auto-
referência, identificação étnica do entrevistado e reprodutibilidade do
método (FUCHS et al, 1996; FUCHS et al, 2002).
A proporção de brasileiros idosos analfabetos era de 37% dos idosos,
em 1996. A proporção de mulheres analfabetas era maior, assim como o
número de idosos analfabetos que residiam em áreas rurais (ARAÚJO e
ALVES, 2000). Dados do Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios,
no Brasil, mostram que, em 2000, 35,2% dos idosos eram analfabetos e que
se mantinha a diferença de proporção entre os sexos (37,4% das mulheres
vs. 32,3% dos homens) (IBGE, 2000). No Distrito Noroeste de Porto Alegre,
26,4% das mulheres e 17% dos homens eram analfabetos ou possuíam
ensino primário incompleto em 2004 (p=0,021) (PASKULIN e VIANNA,
2007).
O IBGE define trabalho como a ocupação remunerada ou não, na
produção de bens e serviços ou no serviço doméstico, desenvolvida durante
pelo menos uma hora na semana para o próprio uso ou pelo menos de um
membro da unidade domiciliar. E classifica ocupação em: empregado,
empregador, ou trabalhador doméstico, por conta-própria, não-remunerado
para membro da unidade domiciliar, na produção para o próprio consumo,
na construção para o próprio uso e outro trabalhador não-remunerado
(IBGE, 2001). (Anexo I)
31
Aproximadamente 4,1 milhões de idosos estavam ocupados, em 1996,
dos quais 2,7 milhões eram homens. Em relação ao total de pessoas
ocupadas, os idosos representavam cerca de 6%, sendo 6,7% homens e
5% mulheres (ARAÚJO e ALVES, 2000). Em Porto Alegre, 22,3% dos
homens, e 9,1% das mulheres moradores do distrito noroeste exerciam
atividades remuneradas em 2004 (p=0,002) (PASKULIN e VIANNA, 2007).
Existe uma disparidade entre homens e mulheres quanto à situação
conjugal. Em 1995, 79,1% dos homens idosos eram casados versus 40,5%
das mulheres e quase metade das mulheres idosas eram viúvas (45,6%)
(ARAÚJO e ALVES, 2000). No Distrito Sanitário Noroeste de Porto Alegre,
apenas 46,9% dos idosos tinham companheiro(a) sendo que os homens
viviam mais com companheiras, do que as mulheres com companheiros
(p<0,001) (PASKULIN e VIANNA, 2007).
Os idosos referiram algum problema de saúde em 53,3% dos casos
sendo: 23,1% doenças crônicas e 19,2% condições múltiplas, crônicas ou
não. Os problemas mais freqüentes de saúde relatados foram: coração
(16,8%), hipertensão (26,4%), deficiência osteomuscular (17,8%) e diabetes
(11,9%). Também foram mencionados, embora com menor freqüência,
problemas respiratórios, digestivos e neuro-psiquiátricos (ARAÚJO e
ALVES, 2000). O idoso, de uma maneira geral, tem maior propensão a
conviver com comorbidades, o que não necessariamente o incapacita física
e emocionalmente. Entre os idosos que referiram comorbidades, 34,1%
deixaram de realizar atividades do dia-a-dia devido a esses problemas
(ARAÚJO e ALVES, 2000).
Em 1997, 55% dos idosos brasileiros declararam apresentar um
estado de saúde regular ou ruim, enquanto que no total da população a
porcentagem foi de 19,4%. Havia pequena diferença entre homens e
mulheres, mas a proporção de idosos de cor negra ou parda que declarou
um estado de saúde regular ou ruim (60,8% e 68,1%, respectivamente) foi
mais elevada do que a dos brancos (48,6%) (ARAÚJO e ALVES, 2000).
32
Mais de 85% dos idosos brasileiros vivem em domicílios na companhia de
parentes e somente 11,6% vivem sozinhos ou com pessoas sem grau de
parentesco (ARAÚJO e ALVES, 2000). Segundo o censo de 2000, 27,1%
dos idosos de Porto Alegre moravam sozinhos (IBGE, 2004). No estudo do
distrito noroeste de Porto Alegre, 21,9% moravam sozinhos em 2004, sendo
25,3% mulheres e 14,9% homens (p=0,05) (PASKULIN e VIANNA, 2007).
5 Conseqüências do envelhecimento populacional
O aumento da expectativa de vida da população traz como
conseqüências o envelhecimento da população, com maior prevalência de
doenças não transmissíveis, incapacidades e institucionalizações
(TAMASHIRO et al., sem data; PASCHOAL, 2005).
Com o avançar da idade uma tendência natural à diminuição da
atuação do indivíduo em seu meio. A capacidade de realizar as atividades
do cotidiano pode sofrer reduções que freqüentemente associam-se ao risco
de incapacidade e à piora da qualidade de vida, acarretando perda da
independência e da autonomia (ÄIJÄNSEPPÄ et al., 2005; ADRIAN, 1986;
ANIANSSON et al, 1980; GALLAHUE, 1995; SEEMAN et al, 1996).
Dados do Ministério da Saúde mostram que quase metade dos idosos
brasileiros precisa de ajuda para a realização de pelo menos uma das
atividades necessárias à vida diária e que 7% é dependente (MS, 2002).
6 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
CIF
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde, conhecida como CIF proporciona uma linguagem unificada e
padronizada para descrever a saúde e os estados relacionados à saúde. A
33
Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a utilização da
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde CIF
para estudos referentes à incapacidade funcional, pois ela fornece um
sistema de codificação para ampla gama de informações sobre saúde.
Historicamente, essa classificação origina-se da CIassificação
Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID),
publicada inicialmente em caráter experimental em 1980, pela OMS
definindo e categorizando em três domínios os danos ou lesões que possam
causar disfunção no indivíduo: deficiências, incapacidades e desvantagens:
Deficiências (Impairments) são anormalidades causadas por perda
de estrutura ou de função anatômica, fisiológica ou psicológica, temporária
ou permanente, incluindo as funções mentais. Amputação de um membro,
perda de funcionamento de algum órgão (rim), lesão de nervo óptico são
exemplos de deficiências.
Incapacidades (Disabilities) são perdas ou restrições de habilidades
para desempenhar atividades habituais do ser humano. Surge como
conseqüência direta de um agravo ou é resposta do indivíduo a uma
deficiência.
Para ilustrar os conceitos acima, podem-se citar indivíduos com
hanseníase, que apresentam deficiências primárias como desfiguração
facial, lesão neural, alterações oculares e transtornos da personalidade.
Essas podem causar deficiências secundárias como úlceras, encurtamento
e contraturas de os e pés. Tais deficiências podem provocar
incapacidade devido à instabilidade da destreza manual, à dificuldade de
realizar a higiene pessoal e de se comunicar e à diminuição da mobilidade,
impossibilitando o indivíduo de realizar atividades básicas e instrumentais
da vida diária (SRINIVASAN,1994).
34
Desvantagens (Handicaps) caracterizam-se por restrições ou
perdas sociais ou ocupacionais experimentadas pelo indivíduo, resultantes
de uma deficiência ou uma incapacidade, que causam limitações ou
impedem o desempenho de papéis de acordo com idade, sexo, fatores
sociais e culturais (WHO; 1993 apud AMIRALIAN et al., 2000). A psoríase,
por exemplo, provoca no indivíduo uma escamação da pele que pode
causar discriminação social e profissional (SRINIVASAN,1994)
(AMIRALIAN et al., 2000).
A OMS preconiza atualizações nas classificações internacionais
periodicamente. Assim, a CID (Classificação Internacional de Doenças)
periodicamente é atualizada. O mesmo ocorreu com a CIDID que foi
atualizada para a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde CIF, a qual busca contemplar a causalidade numa
rede multi-linear na busca das necessidades dos usuários para as devidas
medidas de saúde.
No contexto da saúde, Incapacidade (disability) torna-se um termo
mais abrangente, incluindo “deficiências” (impairments), “limitações às
atividades” e “restrições à participação”. Este termo denota os aspectos
negativos da interação entre um indivíduo (com um estado ou condição de
saúde) e os fatores contextuais do indivíduo (fatores ambientais e pessoais).
Visão geral dos componentes da CIF
Definições no contexto de saúde:
a) Funções e Estruturas do Corpo, sendo que
1. Funções do corpo são funções fisiológicas do sistema do corpo
(inclusive funções psicológicas)
2. Estruturas do corpo são as partes anatômicas do corpo como
órgãos, membros e seus componentes.
3. Deficiências são problemas nas funções ou nas estruturas do
corpo como um desvio significativo ou uma perda
b) Atividades e participação e
35
1. Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo
2. Participação é o envolvimento em situações de vida diária.
3. Limitações de atividade são dificuldades que um indivíduo pode
encontrar na execução de atividades.
4. Restrições de participação o problemas que um indivíduo
pode enfrentar ao se envolver em situações de vida
c) Fatores ambientais que compõem o ambiente físico, social e de
atitude nos quais as pessoas vivem e conduzem sua vida (CIF, 2003).
7 Capacidade Funcional
A avaliação da capacidade funcional pode representar um novo
paradigma para políticas de saúde blica frente ao envelhecimento. Nesse
contexto, o conceito de saúde é ampliado para incluir a manutenção da
autonomia, independentemente da presença de doenças não
transmissíveis. Isto é, envelhecimento saudável é entendido como “a
interação entre saúde física, mental, independência nas atividades do dia a
dia, intergração social, suporte familiar e independência econômica”.
7.1 Definição
Capacidade funcional caracteriza-se pela aptidão do indivíduo para
realizar tarefas do cotidiano para a sua automanutenção de forma
independente e autônoma (GUIMARÃES et al., 2004). Entre essas
atividades incluem-se aquelas consideradas básicas como alimentar-se,
tomar banho, vestir-se, levantar-se da cama ou da cadeira, andar, usar o
banheiro e controlar fezes e urina, denominadas atividades da vida diária
(AVDs). Interações que permitem estabelecer uma rede de contatos e
relações interpessoais compreendendo a habilidade do indivíduo para
administrar o ambiente onde vive são consideradas atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs). As AIVDs incluem usar o telefone, utilizar um meio
36
de transporte, subir escadas, fazer compras, preparar refeições, arrumar ou
limpar a casa, lavar ou passar roupas, tomar remédios, pagar contas e
escrever cheques (HAGEDORN, 2003; COSTA et al., 2001). Os domínios e
itens para avaliação da capacidade funcional estão descritos no Quadro 1.
Quadro 1. Domínios e itens para avaliação da capacidade funcional
Atividades da Vida Diária (AVDs)
CUIDADOS PESSOAIS
Alimentar-se, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro
MOBILIDADE
Caminhar com ou sem ajuda, passar da cama para a
cadeira, mover-se na cama
CONTINÊNCIA
Urinária e fecal
Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs)
DENTRO DE CASA
Preparar as refeições, arrumar ou limpar a casa, lavar
ou passar roupa, tomar remédios, pagar contas ou
escrever cheques, usar o telefone
FORA DE CASA
Fazer compras (alimentos, roupas), usar os meios de
transporte para deslocar-se
FONTE: adaptado de COSTA et al., 2001
7.2. Instrumentos para avaliar a capacidade funcional
A capacidade funcional é avaliada através de instrumentos
padronizados que aferem a capacidade do indivíduo para executar
atividades da vida diária e atividades instrumentais da vida diária (COSTA et
al., 2001), seja pela aplicação de testes, observação, ou informação
referida.
Os instrumentos devem ser breves, simples e de fácil aplicação para
que possam ser utilizados para avaliação, triagem e estratificação de risco
por profissionais de qualquer área da saúde (COSTA et al., 2001). um
grande número de instrumentos e, alguns, com diferentes versões ou
37
adaptações (Tabela 4). Segundo a maioria dos instrumentos, o indivíduo é
considerado independente nas AVDs quando for capaz de executar sozinho
todos os domínios, mesmo que utilize o auxílio de algum dispositivo do tipo
bengalas, cadeira de rodas, andador ou corrimão. Nas AIVDs, o indivíduo
independente é aquele capaz de realizar todos os domínios com ou sem
auxílio de uma pessoa ou dispositivo.
A Tabela 4 apresenta uma seleção dos instrumentos mais
freqüentemente utilizados para avaliar as AVDs e AIVDs, suas
características, forma de pontuação, pontos de corte, validade e
confiabilidade.
38
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional.
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Mahoney e Barthel,
1965
Índice de Barthel, escala com 10 domínios.
1) comer (ajuda para cortar alimento = ajuda)
2) transferir-se da cama para a cadeira
3) higiene pessoal (cabelos, dentes, face, barba)
4) usar o banheiro
5) tomar banho
6) caminhar em superfície plana
7) subir e descer escadas
8) vestir-se (inclui amarrar cadarço, afivelar cinto, abotoar e
desabotoar)
9) continência fecal
10) continência urinária
Pontuação varia por domínio, com valores extremos de 0 e 15.
Escore total varia de 0 (totalmente dependente) a 100 (totalmente
independente). Escore total não é tão relevante quanto os escores em cada
item.
Pontos de corte, propostos por (Shah, 1989), para a classificação:
0 – 20 = totalmente dependente
21 – 60 = dependência grave
61 – 90 = dependência moderada
91 – 99 = dependência leve
Validade foi aferida através de
correlação linear com índice de
habilidade motora, variando de
0,73 a 0,77.
Confiabilidade foi analisada
através de coeficiente alpha de
Cronbach, variando de 0,87 a
0,92.
Fortinsky, 1981
Índice de Barthel Modificado, escala com 15 domínios.
1) beber do copo / comer do prato
2) vestir a parte superior do corpo
3) vestir a parte inferior do corpo
4) usar órtese ou prótese
5) higiene pessoal
6) lavar-se ou banhar-se
7) continência fecal e
8) continência urinária
9) higiene do períneo e vestir a roupa íntima
10) transferir-se da cadeira
11) transferir-se do vaso sanitário
12) transferir-se da banheira ou chuveiro
13) caminhar no plano 46 metros ou mais
14) subir e descer um lance ou mais de escada
15) deslocar-se com cadeira de rodas 46 metros – somente se
não caminhar.
Pontuação varia por domínio, com valores extremos de -2 (negativo) e 15.
Escore total varia de 0 (totalmente dependente) a 100 (totalmente
independente)
Pontos de corte, propostos por (Shah, 1989), para a classificação:
0 – 20 = totalmente dependente
21 – 60 = dependência grave
61 – 90 = dependência moderada
91 – 99 = dependência leve
Pontos de corte, propostos por (Lazar, 1989) , para a classificação:
0 – 19 = dependente
20 – 59 = auto-cuidado assistido
60 – 79 = assistência na cadeira de rodas
80 – 89 = independente na cadeira de rodas
90 – 99 = assistência ambulatorial
100 = independente.
Validade foi estabelecida através
de correlação com escala FIM
(r=0,84), Índice de Katz (r=0,78), e
índice de qualidade de vida de
Spitzer (r= 0,52).
Confiabilidade foi aferida através
de coeficiente alpha de Cronbach:
0,98 e de concordância
intervaliador 0,99.
39
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Lawton e Brody,
1969
Physical Self-Maintenance Scale (PSMS), escala
desenvolvida para indivíduos 60 anos, composta por seis
domínios, sendo que cada domínio possui cinco alternativas.
Domínios:
1) usar o banheiro
2) alimentar-se
3) vestir-se
4) cuidado pessoal
5) deambular
6) banhar-se
Existem dois métodos para estabelecer o escore:
Pontuação na escala variando de 0 a 6, com pontuação por domínio:
0 = incapaz ou com pequeno auxílio
1 = capaz
Pontuação na escala variando de 6 a 30, com pontuação por domínio:
1 = capaz
2 – 4 = incapacidade parcial
5 = totalmente incapaz
Resultados são expressos através de percentuais de incapacidade ou
capacidade por domínio.
Validade estabelecida a partir de
correlação com classificação física
(r = 0,62), questionário de status
mental (r = 0,38), AIVDs (r = 0,61)
e comportamento e ajustamento (r
= 0,38).
Lawton e Brody,
1969
Escala Lawton e Brody (AIVDs), com oito domínios para as
mulheres e cinco domínios para os homens (cinco primeiros).
Cada domínio possui 3 a 5 alternativas.
Domínios:
1) usar telefone
2) fazer compras
3) modo de transporte
4) responsabilizar-se por seus próprios medicamentos
5) habilidade para manejar dinheiro
6) preparar alimentos
7) trabalho de casa
8) lavar roupa
Pontuação na escala varia de 0 a 8 (mulheres) e 0 a 5 (homens), com
pontuação por domínio:
0 = incapaz
1 = capaz ou com pequeno auxílio.
Resultados são expressos através de percentuais de incapacidade ou
capacidade por domínio.
Validade estabelecida através de
correlação com escala PSMS (r =
0,61), classificação física (r =
0,40), questionário de status
mental (r = 0,48) e escala de
comportamento e ajustamento
(r = 0,36).
Fries,1980. Health Assessment Questionnaire (HAQ), escala com 8
domínios e 20 questões sobre funcionalidade física na última
semana:
1) vestir-se, arrumar-se
2) levantar-se
3) comer
4) caminhar
5) higiene
6) alcançar
7) segurar, sustentar
8) realizar tarefas do dia-a-dia (pagar contas no banco,
trabalho doméstico).
Pontuação para cada resposta:
0 = sem dificuldade
1 = alguma dificuldade
2 = muita dificuldade
3 = incapaz
Pontuação da escala varia de 0 a 24. Em cada domínio, o escore é dado pela
questão com maior pontuação.
A pontuação total é dividida por 8, obtendo-se um escore de 0 – 3 (Functional
Disability Index, Wolfe et al., 1988).
Pontos de corte, propostos por Siegert et al., 1984, para a classificação:
0,0 – 0,5 = totalmente auto-suficiente
0,5 – 1,25 = razoavelmente auto-suficiente, mas com certa dificuldade em
realizar algumas AVDs.
1,25 – 2,0 = auto-suficiente, mas tem sérias dificuldades para realizar AVDs.
2,0 – 3,0 = severamente limitado.
Correlação de Spearman entre o
escore total da observação do
entrevistador versus questionário
auto-aplicado = 0,88 (Fries, 1982).
40
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Granger e
Hamilton, 1987.
Functional Independence Measurement Instrument (FIM),
escala com 18 questões que avaliam independência física,
baseada no Índice de Barthel, e cognitiva.
Auto-Cuidados
a) Alimentação
b) Higiene pessoal
c) Banho
d) Vestir metade superior do corpo
e) Vestir metade inferior do corpo
f) Utilização do vaso sanitário
Controle de Esfíncteres
g) Controle da diurese
h) Controle da defecação
Mobilidade
transferências
i) Leito, cadeira, cadeira de rodas
j) Vaso sanitário
k) Banheira, chuveiro
Locomoção
l) Marcha / cadeira de rodas
m) Escadas
Comunicação
n) Compreensão
o) Expressão
Cognição Social
p) Interação Social
q) Resolução de problemas
r) Memória
A pontuação na escala varia de 8 a 126, com pontuação por questão:
7 = Independência completa – sem ajuda
6 = Independência modificada – sem ajuda
5 = Supervisão ou preparação – com ajuda
4 = Ajuda mínima com contato
3 = Ajuda moderada
2 = Ajuda máxima
1 = Ajuda total
Pontos de corte, propostos por Ricci, 2005, para a classificação:
18 = dependência completa (assistência total)
19 a 60 = dependência modificada (assistência em até 50% das tarefas)
61 a 103 = dependência modificada (assistência em até 25%)
104 a 126 = independência completa.
Validade por correlação de
Pearson interavaliadores variou de
0,87 a 0,98 e reprodutibilidade nas
subescalas, de 0,91 a 0,98.
(Riberto et al., 2001)
Parahyba et al.,
2005 e 2006.
Questionário do Suplemento Saúde da PNAD
(Programa Nacional por Amostra de Domicílios), com sete
questões:
“Normalmente, por problema de saúde, você tem dificuldade
para:
1) alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro?
2) correr, levantar peso, fazer esportes ou realizar trabalhos
pesados?
3) empurrar uma mesa ou fazer trabalho doméstico?
4) subir escada?
5) abaixar-se ou ajoelhar-se?
6) caminhar mais de um quilômetro?
7) caminhar cerca de 100 metros?”
Para cada questão há quatro possibilidades de resposta:
* não consegue
* tem grande dificuldade
* tem pequena dificuldade
* não tem dificuldade
Classificação da incapacidade funcional:
a) severa/ elaborada: dificuldade para alimentar-se, tomar banho e ir ao
banheiro – medida de AVD básica.
b) moderada: dificuldade para caminhar mais de 100 metros,
c) leve: dificuldade para caminhar mais de um quilômetro.
Não foram encontrados estudos
de validação do questionário.
41
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Katz et al., 1970. Índice de Independência em Atividades de Vida Diária de
Katz (1963), com 6 domínios:
1) banho,
2) vestimenta,
3) uso do banheiro,
4) transferências
5) continência,
6) alimentação.
Respostas dicotômicas: dependente ou independente.
* Independência significa sem supervisão, orientação, ou assistência pessoal
* Um indivíduo que se recusa a realizar uma função é considerado como não
tendo realizado a função, mesmo que seja considerado capaz.
Classificação do indivíduo:
A- Independente em todos os domínios;
B- Independente em todas essas atividades, exceto em uma;
C- Independente em todas essas atividades, exceto banhar-se e mais uma
atividade;
D- Independente em todas essas atividades, exceto banhar-se, vestir-se e
mais uma atividade;
E- Independente em todas essas atividades, exceto banhar-se, vestir-se, ir
ao toalete e mais uma atividade;
F- Independente em todas essas atividades, exceto banhar-se, vestir-se, ir
ao toalete, fazer transferências e mais uma atividade;
G- Dependente em todas as seis atividades
Outra - Dependente em pelo menos duas atividades, mas não classificável
como C, D, E ou F.
Validade por correlação Pearson
interavaliadores = 0,95
(Katz,1963).
Katz et al., 1983 Índice de Independência em Atividades de Vida Diária de
Katz Modificado (1983), com 4 domínios:
1) banho,
2) vestimenta,
3) transferência (cama para cadeira)
4) alimentação.
A resposta para cada questão é dicotômica: dependente ou independente.
Critérios de independência:
1) banho: independente – não recebe ajuda para entrar / sair da
banheira/chuveiro ou lavar-se, ou recebe ajuda apenas para lavar uma parte
do corpo;
2) vestimenta: independente – veste-se sozinho, ou recebe ajuda apenas
para calçar sapatos
3) transferência (cama para cadeira): independente – não recebe ajuda para
ir da cama para a cadeira
4) alimentação: independência – alimenta-se ou recebe ajuda somente para
cortar carne ou passar manteiga no pão.
Independente: nos quatro domínios e não institucionalizado.
Não foram encontrados estudos
de validação do questionário.
42
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Veras, 1994 e
2003.
Brazil Old Age Schedule (BOAS), instrumento
multidimensional composto por itens que compreendem a
situação social e familiar, a utilização de serviços de
assistência de saúde, o desempenho nas atividades de vida
diária, a ocupação do tempo livre, os recursos econômicos e
sociais, a saúde física e mental.
O desempenho nas atividades de vida diária avalia a
capacidade do indivíduo em realizar 15 atividades:
1) Sair de casa utilizando transporte (ônibus, van, táxi, trem,
metrô, barca, etc.)
2) Sair de casa dirigindo seu próprio carro
3) Sair de casa para curtas distâncias (caminhar pela
vizinhança)
4) Preparar sua própria refeição
5) Comer a sua refeição
6) Arrumar a casa, a sua cama
7) Tomar os seus remédios
8) Vestir-se
9) Pentear seus cabelos
10) Caminhar em superfície plana
11) Subir/descer escadas
12) Deitar e levantar da cama
13) Tomar banho
14) Cortar as unhas dos pés
15) Ir ao banheiro em tempo.
Para cada questão há três possibilidades de respostas: sim (capaz), não
(incapaz) ou não se aplica.
Classificação por níveis de dificuldade:
1º nível: alimentar-se sozinho, pentear o cabelo, deitar-se e levantar-se da
cama, vestir-se;
2º nível: tomar banho, caminhar em superfície plana, usar o banheiro a
tempo, tomar remédio;
3º nível: sair para perto de casa, subir escadas;
4º nível: cortar as unhas dos pés, sair para lugares distantes, tomar ônibus.
Validado para Síndrome Cerebral
Orgânica (SCO) e depressão
(Kappa):
Confiabilidade teste-reteste para
SCO = 0,9 e para depressão =
0,4.
Confiabilidade inter-avaliador para
SCO = 1,0 e para depressão =
0,8. (Veras e Coutinho, 1991).
Okochi et al., 2005a
Typology of the Aged with Illustration (TAI), instrumento
composto por quatro escalas com texto e ilustrações, que
avalia o declínio funcional do idoso:
1) mobilidade;
2) alimentação;
3) vestimenta;
4) status mental.
Pontuação das escalas varia de 0 a 5:
5 = sem incapacidade;
0 = incapacidade extrema.
Resultados são expressos através de percentuais de in/capacidade em cada
escala.
Validade foi estabelecida através
da correlação entre escalas do
TAI e subescalas do FIM (r= 0,23
a 0,72).
Correlação de KAPPA
interavaliadores = 0,41 a 0,57 e
intra-avaliadores: 0,76 a 0,83.
43
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Koyano, 1987
Fujiwara, 2003
Tokyo Metropolitan Institute of Gerontology Index of
Competence (TMIG Index of Competence), instrumento
determina capacidade funcional composto por treze itens
agrupados em três domínios:
Auto-manutenção (AIVDs):
1) uso de transporte público
2) fazer compras para as necessidades diárias
3) preparar comida para si
4) pagar contas
5) manejar seu próprio dinheiro
Atividade intelectual:
6) é capaz de preencher formulários para receber pensão
7) lê jornais
8) lê livros ou revistas
9) é interessado por novas histórias ou programas
relacionados à saúde
Relações sociais:
10) visita amigos em casa
11) algumas vezes pede conselhos
12) visitar amigos doentes
13) algumas vezes inicia conversa com pessoas mais jovens.
A pontuação do instrumento é a soma dos escores dos itens e varia de 0 a
13, sendo 13 indicativo de alto nível de competência.
A resposta para cada item é dicotômica:
0 = incapaz
1 = capaz.
A pontuação pode ser calculada em cada subescalas,variando de 0 – 5 para
AIVDs, 0 – 4 para atividade intelectual e relações sociais.
O indivíduo definido como incapaz quando apresentar em alguma das
subescala, um escore inferior ao máximo, em um ou mais itens.
Confiabilidade (alpha Cronbach)
entre questões = 0,91 e
reavaliação após um ano = 0,86
(Koyano, 1991).
Veras, 1994
McDowell e Newell,
1995
OARS (Older Americans Resources and Services)
Multidimensional Functional Assessment Questionnaire –
OMFAQ, composto por questionários independentes:
Multidimensional Functional Assessment Questionnaire
(MFAQ) e Services Assessment Questionnaire (SAQ).
A escala MFAQ é composta por 66 questões e avalia o nível
de funcionamento em cinco domínios:
1) recursos sociais (número e adequação da interação social),
2) recursos econômicos (renda, reservas e patrimônio),
3) saúde física (uso de medicações, doença, condições
crônicas e sua interferência com a auto-avaliação do estado
de saúde),
4) saúde mental (cognição e doença psiquiátrica),
5) atividades de vida diária (duas escalas AVD e AIVDs).
O SAQ obtém informações sobre 24 categorias, tais como
transporte, necessidade de auxílio, fisioterapia e preparação
de refeições, etc. Informações sobre serviços recebidos nos
últimos 6 meses e disponibilidades dos mesmos.
Cada domínio é avaliado numa escala ordinal de seis pontos, sendo 1=
funcionamento excelente e 6 = totalmente incapaz.
O escore pode ser calculado através de um software ou das seguintes
maneiras:
1) escore cumulativo de incapacidade: varia de 5 (excelente função em todos
os domínios) a 30 (totalmente incapaz). Escore <10 sugere excelente
funcionamento e >18, incapacidade em vários domínios.
2) dicotomizar cada domínio em capaz/incapaz conforme diferentes pontos
de corte da escala de 6 pontos:
escore 1 ou 2 = capaz vs 3 a 6 = incapaz;
escore 1 a 3 = capaz vs 4 a 6 = incapaz ou
escore 1 a 4 = capaz vs 5 ou 6 = incapaz.
Coeficiente de Spearman entre o
escore total e cada domínio: 0,68
(recursos econômicos), 0,67
(saúde mental), 0,82 (saúde física)
e 0,89 (capacidade de auto-
cuidado).
Concordância interavaliadores =
0,66 para saúde física, 0,78 para
recursos econômicos, 0,80 para a
saúde mental, 082 para recursos
sociais, 0,87 para auto-cuidado.
(McDowell e Newell, 1995)
44
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
Ramos, 1993a e
1993b
Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment
Questionnaire – BOMFAQ, versão brasileira do MFAQ,
Multidimensional Functional Assessment Questionnaire
(Ramos e Goihman, 1989), determina capacidade funcional
pela dificuldade auto-referida em executar 15 atividades da
vida diária (AVDs), partindo de funções básicas a complexas,
pelo método de escalonagem de Guttman.
AVDs básicas: tomar banho, pentear cabelo, usar o toalete,
vestir-se, comer, transferências posturais e andar no plano.
AVDs complexas: fazer compras, preparar refeições, fazer
limpeza da casa, usar condução, subir um lance de escadas e
andar por perto do domicílio e tomar remédios corretamente.
Cada item é classificado como:
a) sem dificuldade
b) com pouca dificuldade
c) muita dificuldade
d) não realiza.
O indivíduo é classificado segundo o número de tarefas comprometidas:
- nenhuma AVD comprometida,
- 1 a 3 AVDs comprometidas,
- 4 a 6 AVDs comprometidas e
- 7 ou mais AVDs comprometidas.
Validados por Ramos, 1993.
Konno, 2004. Care Management Teams Tool Kit for Long Term Care
Insurance, escala de cinco itens:
1) usar telefone
2) preparar alimentos quentes
3) modo de transporte
4) responsabilizar-se pelos próprios medicamentos
5) habilidade para manejar dinheiro.
Critério de dependência: necessitar de ajuda para ou ser incapaz de realizar
pelo menos uma atividade.
Não foram encontrados estudos
de validação (referência original:
Japanese Association of Certified
Social Workers, 2000).
World Health
Organization
www.who.int/icidh/w
hodas/
World Health Organization-Disability Assessment
Schedule (WHO-DAS-II), escala com 36 questões sobre os
últimos 30 dias, que determinam nível de atividade e
participação na vida social.
1) Compreensão e comunicação (capacidade de concentrar-
se por 10 minutos, lembrar-se de coisas importantes, analisar
e achar soluções para problemas do dia-a-dia, aprender novas
tarefas, iniciar e manter uma conversa);
2) Andar nas proximidades (capacidade de ficar parado,
caminhar dentro e fora de casa e longas distâncias);
3) Auto cuidado (capacidade de tomar banho, vestir-se,
alimentar-se e ficar sozinho por alguns dias);
4) Relacionamento (capacidade de relacionar-se com
pessoas desconhecidas ou próximas, de fazer e manter
amizades, de ter atividade sexual);
5) Atividades diárias (capacidade de fazer tarefas do lar, de
,realizar todas as tarefas necessárias e em tempo hábil);
6) Atividades sociais (capacidade de assitir a festivais, a
cultos religiosos, de ir ao cinema.
Cada item possui 5 possibilidades de resposta, em escala ordinal (1 a 5),
sendo 1 = sem dificuldade e 5 = dificuldade extrema.
É utilizado um recurso visual (régua com 5 pontos representando graus
crescentes de dificuldade) para auxiliar na resposta.
O escore da escala é baseado na média das respostas. A partir deste escore
total, os autores do método WHODAS II definem os pontos de corte.
(os dados devem ser enviados à WHO para que seja definida a escala
padrão).
Validade foi estabelecida através
da correlação entre escore total de
incapacidade e escala Quality of
Well-Being-(QWB) entre pacientes
esquizofrênicos (r = - 0,63 -
validade convergente).
Validade interna para
incapacidade foi estabelecida
através do coeficiente intraclasse
(r = 0,89).
McKibbin et al., 2004
45
Tabela 4. Instrumentos utilizados para avaliar a capacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano de
publicação
Nome e características do instrumento Pontuação, pontos de corte e definições Validação, confiabilidade
HAYASE et al.,
2004
Assessment of Motor and Process Skills (AMPS),
composto por duas escalas:
a) Escala de 16 itens relativos aos aspectos motores de
AVDs, abrangendo os seguintes domínios:
1) Posicionamento do corpo
2) Obtenção e manutenção de objetos
3) Mover-se e mover objetos
4) Desempenho sustentável
b) Escala de 20 itens relativos ao processo das AVDs,
abrangendo os seguintes domínios:
1) Desempenho sustentável
2) Aplicação do conhecimento
3) Organização temporal
4) Organização espacial e de objetos
5) Desempenho adaptativo
Para cada item há um escore ordinal:
4 = competente
3 = questionável
2 = inefetivo
1 = deficiente
A pontuação total ou de cada item não representa o desempenho do
indivíduo.
Esta não pode ser utilizada como referência para análises estatísticas. As
pontuações brutas devem ser analisados utilizando-se o “AMPS computer-
scoring software para criar medidas de habilidades em AVDs.
Não foram encontrados estudos
de validação do instrumento.
Escala MOB-H
SCHULTZ-LARSEN
& AVLUND, 2007
Escala que compreende medidas de mobilidade em seis itens:
1) transferência,
2) caminhar dentro de casa,
3) caminhar ao redor de casa,
4) caminhar ao ar livre com tempo bom,
5) caminhar ao ar livre com tempo ruim,
6) subir e descer escadas.
Para cada item a resposta é dicotomizada:
1) realiza sem ajuda
2) necessita ajuda em uma ou mais atividades.
46
Entre os instrumentos apresentados na Tabela 4 destacam-se a Escala
de Barthel e o Índice de Katz, por serem de fácil aplicação e amplamente
utilizados (MAHONEY & BARTHEL, 1965). O Índice de Independência nas
Atividades de Vida Diária, desenvolvido por Sidney Katz e utilizado na
presente tese, é o instrumento padronizado mais antigo e mais citado na
literatura (DUARTE, 2005). Foi elaborado baseando-se no princípio de que o
declínio funcional e a perda da capacidade para executar as atividades da
vida diária nos indivíduos idosos seguem um padrão: primeiro ocorre perda
da capacidade para banhar-se e, a seguir, para se vestir, transferir-se da
cadeira para a cama ou da cama para a cadeira e, finalmente, para se
alimentar. A recuperação tende a ocorrer na ordem inversa (KATZ et al.,
1963).
Além da classificação proposta por Katz (1963), foram realizadas
adaptações e modificações gerando Escala de Katz Modificada. O Quadro 2
apresenta algumas classificações da Escala de Katz Modificada.
Para a avaliação das Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs)
na presente tese, utilizou-se a Escala de Lawton-Brody, instrumento
padronizado e amplamente utilizado. É conveniente lembrar que, muitas
vezes, o indivíduo é capaz de executar as atividades, mas não as executa
por opção, devido a fatores ambientais ou até por questões relacionadas aos
papéis assumidos durante a vida, como é o caso de indivíduos do sexo
masculino em relação às tarefas domésticas. Alguns autores sugeriram
que a escala fosse reduzida a cinco itens, eliminando-se “lavar a roupa”,
“tarefas domésticas” e “preparar comida”, quando aplicada ao sexo
masculino (LAWTON et al., 1982). A classificação proposta por Lawton-
Brody está descrita na Tabela 4.
47
Quadro 2. Classificação de Independência, segundo composição do escore e
pontuação da Escala de Katz Modificada
Autor Composição do escore Pontuação
Katz et al., 1970 Escore de Independência
0 = não
1 = sim
Usa os 6 domínios de Katz
A pontuação é o somatório de respostas
“sim”
06 pontos: significa independência para
AVDs;
04 pontos: dependência parcial;
02 pontos: dependência importante.
Katz e Akpom,
1976
Escore de Independência
1 = não
0 = sim
Usa os 6 domínios de Katz
0 - Independente nas seis funções (banhar-
se, vestir-se, alimentação, ir ao banheiro,
transferência e continência)
1 - Independente em cinco funções e
dependente em uma função
2 - Independente em quatro funções e
dependente em duas funções
3 - Independente em três funções e
dependente em três funções
4 - Independente em duas funções e
dependente em quatro funções
5 - Independente em uma função e
dependente em cinco funções
6 - Dependente para todas as funções
Katz et al., 1983
Escore de independência dicotômico:
dependente e independente.
Critérios:
1) banho: independente – não recebe ajuda
para entrar / sair da banheira/chuveiro ou lavar-
se, ou recebe ajuda apenas para lavar uma
parte do corpo;
2) vestimenta: independente – veste-se
sozinho, ou recebe ajuda apenas para calçar
sapatos
3) transferência (cama para cadeira):
independente – não recebe ajuda para ir da
cama para a cadeira
4) alimentação: independência – alimenta-se
ou recebe ajuda somente para cortar carne ou
passar manteiga no pão.
Indivíduo independente significa não ser
institucionalizado e ser independente nos
quatro domínios.
Rubenstein et
al., 1984.
Escore de independência dicotômico:
dependente e independente
* Independência significa sem supervisão,
orientação, ou assistência pessoal ativa.
* Um indivíduo que se recusa a realizar uma
função é considerado como não tendo
realizado a função, mesmo que seja
considerado capaz.
Usa os 6 domínios de Katz
Classificação Funcional considerando o
Índice de Katz original (1963)
Mais funcional: Katz A, B
Funcionalidade Intermediária: Katz C, D, E
Menos funcional: Katz F, G
The Hartford
Innstitute fr
Geriatric
Nursing, 1998
Banhar-se
(1 ponto) Banha-se completamente ou
necessita de auxílio somente para lavar uma
parte do corpo como as costas, genitais ou
uma extremidade incapacitada.
(0 pontos) Necessita de ajuda para banhar-se
em mais de uma parte do corpo, entrar e sair
do chuveiro ou banheira ou requer assistência
total no banho.
Vestir-se
(1 ponto) Pega as roupas do armário e veste
as roupas íntimas, externas e cintos. Pode
receber ajuda para amarrar os sapatos
6= independente
4= dependencia moderada
2 ou menos = muito dependente
48
Quadro 2. Classificação de Independência, segundo composição do escore e
pontuação da Escala de Katz Modificada (Cont.)
Autor Composição do escore Pontuação
Cont.
The Hartford
Innstitute fr
Geriatric
Nursing, 1998
(0 pontos) Necessita de ajuda para vestir-se ou
necessita ser completamente vestido
Ir ao banheiro
(1 ponto) Dirigi-se ao banheiro, entra e sai do
mesmo, arruma suas próprias roupas, limpa a
área genital sem ajuda.
(0 pontos) Necessita de ajuda para ir ao
banheiro, limpar-se ou usa urinol ou comadre.
Transferência
(1 ponto) Senta-se/deita-se e levanta-se da
cama ou cadeira sem ajuda. Equipamentos
mecânicos de ajuda são aceitáveis.
(0 pontos) Necessita de ajuda para sentar-
se/deitarse e levantar-se da cama ou cadeira.
Continência
(1 ponto) Tem completo controle sobre suas
eliminações (urinar e evacuar).
(0 pontos) É parcial ou totalmente incontinente
do intestino ou bexiga.
Alimentação
(1 ponto) Leva a comida do prato à boca sem
ajuda. Preparação da comida pode ser feita por
outra pessoa.
(0 pontos) Necessita de ajuda parcial ou total
com a alimentação ou requer alimentação
parenteral.
7.3 Prevalência de Incapacidade Funcional
A determinação da incapacidade funcional é um método bastante
conhecido e aplicado na prática geriátrica e tem se mostrado um indicador
sensível e relevante para avaliar necessidades e determinar a utilização de
recursos (CALDAS, 2003).
Estimativa sugere que 25% da população idosa mundial é dependente
de outros para realizar as tarefas cotidianas, restando cerca de 75% que
embora apresente alguma dificuldade na realização dessas atividades, é
independente (ANDREOTTI e OKUMA, 1999). A Tabela 5 apresenta a
prevalência de incapacidade funcional nas AVDs e AIVDs em diversos
estudos. Como alguns estudos apresentam a prevalência de incapacidade
por domínio, essas são descritas na Tabela 6 para os domínios das AVDs e
na Tabela 7 para os domínios das AIVDs.
49
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional.
Autor N
Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDs
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos
AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Naeim et
al., 2007#
9447
Amostra populacional
representativa de indivíduos
americanos com 70 anos.
Índice de Katz
(JAMA/1963)
Incapacidade: 29,2%*
Independência: 70,8%
* Incapaz ou com aulio.
Lawton & Brody
(Gerontologist,1969)
Incapacidade: 31,9%
Independência: 68,1%*
* Com ou sem auxílio.
Fujita et
al., 2006#
1522 Indivíduos com 65 anos,
comunidade rural de Niigata,
Japão.
Índice de Katz
(JAMA, 1963;
Gerontologist,
1970).
Incapacidade: 10,1%*
Independência: 89,9%
* Incapaz ou com aulio.
Subescala do
Instrumental Self-
Maintenance of the TMIG
Index of Competence
(Koyano, 1991)
Incapacidade: 25,7%
Independência: 74,3%*
*Totalmente independente.
Roehrig et
al ., 2006
Indivíduos hospitalizados
com 60 anos, cidade de
Jena, Alemanha.
Índice de Barthel
(Mahoney e
Barthel, 1965) .
Incapacidade: 27,9%* Independência: 72,1%
(Pop = 308)
* Incapaz ou com aulio.
Lawton & Brody
(Gerontologist,1969)
Incapacidade: 36,0%
Independência: 64,0%*
(Pop = 325)
* Totalmente independente.
Dirik et
al., 2006
133 Indivíduos institucionalizados
com 65 anos da região de
Augean, Turquia.
Escala FIM
(Granger e
Hamilton, 1987).
Dependência modificada: 8,3%*
Independência: 21,8%**
Homens:
Incapacidade modificada: 2,7%*
Independência: 27,4%**
Mulheres:
Incapacidade: 15,0%*
Independência: 15,0%**
* Com dor.
** Totalmente independente.
- Não avaliado.
# Dados calculados a partir da referência
50
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional. (Cont.)
Autor N
Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDs
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Konno et
al., 2004
638
Amostra populacional
representativa de indivíduos
com 65 anos, Minami
Furano, Hokkaido, Japão.
Método Katz
modificado (New
Engl. J. Med,
1983).
Incapacidade: 8,6%*
Independência: 91,4%**
Homens: Mulheres
Incapacidade: 6,4%* 10,8%*
Independência: 93,6%** 89,2%**
* 65-74 anos:
Incapacidade: 5,0%* 7,8%*
Independência: 95,0%** 92,2%**
* 75-84 anos:
Incapacidade: 7,8%* 12,1%*
Independência: 92,2%** 87,9%**
* 85 anos:
Incapacidade: 20,0%* : 31,8%*
Independência: 80,0%** 68,2%**
:
* Incapaz ou com aulio.
** Totalmente independente.
Care Management Teams
Tool Kit for Long Term Care
Insurance, Japan 2000 .
Incapacidade: 12,2%
Independência: 87,8%*
Homens: Mulheres
Incapacidade: 10,9% 13,5%
Independência: 89,1%* 86,5%*
* 65-74 anos:
Incapacidade: 9,0% 5,9%
Independência: 91,0%* : 94,1%*
* 75-84 anos:
Incapacidade: 13,0% 22,2%
Independência: 87,0%* 77,8%*
* 85 anos:
Incapacidade: 26,7% 45,5%
Independência: 73,3%* 54,5%*
* Totalmente independente.
Schultz-
Larsen &
Avlund,
2007
705 Indivíduos 70 anos,
participantes do estudo de
coorte The Glostrup Aging
Study, Copenhagen,
Dinamarca.
Escala Mob-H
(Avlund, 1996)
(escala única de
mobilidade).
Incapacidade: 4,2%*
Independência: 95,8%**
* Incapaz ou com aulio.
** Totalmente independente.
Escala Mob-H (Avlund, 1996)
. (escala única de
mobilidade).
Escala única AVD/ AIVD (idem à
coluna AVD).
Youssef,
2005
300
Amostra populacional
representativa de indivíduos
60 anos, Al-Karak,
Jordânia.
Índice Katz (JAMA,
1963).
Incapacidade: 28,0%*
Independência: 72,0%**
* Incapaz ou com aulio.
** Totalmente independente.
Lawton & Brody
(Gerontologist,1969) #
Incapacidade: 76,0%
Independência: 24,0%*
* Com ou sem pequeno auxílio.
# Dados calculados a partir da referência
51
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional. (Cont.)
Autor N Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDs
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos
AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Gureje et
al., 2006
2152
Amostra populacional
representativa de indivíduos
com 65 anos, sudeste e
centro – oeste da Nigéria.
Índice Katz (JAMA,
1963)
Incapacidade: 3,0%*
Independência: 97,0%**
* 70-74 anos:
Incapacidade: 1,9%*
Independência: 98,1%**
* 75-79 anos:
Incapacidade: 3,9%*
Independência: 96,1%**
* 80 anos:
Incapacidade: 8,7%*
Independência: 91,3%**
Homens: Mulheres:
Incapacidade: 2,7%* 3,4%*
Independência: 97,3%** 96,6%**
Incapacidade
Independência:
* Incapaz ou com aulio. ** Com ou sem
dificuldade.
Nagi Physical
Performance Scale (Nagi
SZ, 1976)
Incapacidade: 9,1%*
Independência: 90,9%**
* 65-69 anos:
Incapacidade: 4,0%*
Independência: 96,0%**
* 70-74 anos:
Incapacidade: 6,3%*
Independência: 93,7%**
* 75-79 anos:
Incapacidade: 9,9%*
Independência: 90,1%**
* 80 anos:
Incapacidade: 25,9%*
Independência: 74,1%**
Homens: Mulheres:
Incapacidade: 7,1%* 11,9%*
Independência: 92,9%: 88,1%**
* Com ou sem auxílio.
** Com ou sem dificuldade.
Murtagh &
Hubert,
2004#
1348 Indivíduos 60 anos dos
Estados Unidos, participantes
do Alumni Health Study.
Health Assessment
Questionnaire
(escala única de
AVD e AIVD)
Homens Mulheres
Incapacidade: 41,8%* 58,5%*
Independência: 58,2%** 41,5%**
* Alguma limitação em qualquer categoria, com ou sem
auxílio (inclusive de dispositivos)
** Totalmente independente em todas as categorias.
Health Assessment
Questionnaire (escala
única de AVD e AIVD)
Escala única AVD/ AIVD (idem à
coluna AVD).
# Dados calculados a partir da referência
52
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional. (Cont.)
Autor N Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDs
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos
AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Fujiwara et
al., 2003
814 Amostra populacional
representativa de indivíduos
entre 65 e 84 anos da
comunidade Koganei, Tóquio.
Não avaliado Não se aplica. Índice de
competênciaTMIG.
(Koyano, 1987)
Homens
65 – 74 anos:
Incapacidade: 5,8%*
Independência: 94,2%**
75 – 84 anos:
Incapacidade: 24,5%*
Independência: 75,5%**
Mulheres
65 – 74 anos:
Incapacidade: 4,7%*
Independência: 95,3%**
75 – 84 anos:
Incapacidade: 29,5%*
Independência: 70,5%**
* Incapacidade em pelo menos 1
domínio.
** Totalmente independente.
Serraino et
al., 2001
303
Indivíduos com diagnóstico
de câncer após 65 anos,
consecutivamente admitidos
no Centro de Referência em
Oncologia (IRCCS), Aviano,
Itália.
Índice Katz (JAMA,
1963).
Incapacidade: 17,2%*
Independência: 82,8%
65-69 anos
Incapacidade: 12,9%*
Independência: 87,1%
70-79 anos
Incapacidade: 18,4%*
Independência: 81,6%
90 anos
Incapacidade: 20,6%*
Independência: 79,4%
*Dificuldade em realizar pelo menos um domínio.
Lawton & Brody
(Gerontologist,1969).
Incapacidade: 58,7%*
Independência: 41,3%
65-69 anos
Incapacidade: 54,8%*
Independência: 45,2%
70-79 anos
Incapacidade: 54,4%*
Independência: 45,6%
90 anos
Incapacidade: 74,6%*
Independência: 25,4%
* Dificuldade em realizar pelo
menos um domínio.
53
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional. (Cont.)
Autor N Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDs
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos
AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Donmez et
al., 2005
840 Amostra populacional
representativa de indivíduos
60 anos de Antalya,
Turquia.
Escala WHO-DAS-
II (WHO, 1999)
Incapacidade: 94,3%*
Independência: 5,7%**
Homens
Incapacidade: 89,4%*
Independência: 10,6%**
Mulheres
Incapacidade: 97,9%*
Independência: 2,1%**
* Escore > 0 em qualquer domínio (escore: 0-100,
sendo escore zero = totalmente capaz).
** Totalmente independente (escore = zero em todos os
domínios).
- Não avaliado
Tang et
al., 1999
3440 Amostra populacional
representativa de indivíduos
60 anos de Beijing, China.
Escala da WHO
(WHO, 1980)
(escala única de
AVD /AIVD).
Incapacidade: 6,5%*
Independência: 93,5%
60-64 anos
Incapacidade: 2,2%*
Independência: 97,8%
65-69 anos
Incapacidade: 4,4%*
Independência: 95,6%
70-74 anos
Incapacidade: 7,1%*
Independência: 92,9%
75-79 anos
Incapacidade: 9,9%*
Independência: 90,1%
80 anos
Incapacidade: 25,8%*
Independência: 74,2%
* com auxílio.
Escala da WHO (WHO,
1980) (escala única de
AVD /AIVD).
Incapacidade: 7,9%*
Independência: 92,1%**
60-64 anos
Incapacidade: 3,5%*
Independência: 96,5%
65-69 anos
Incapacidade: 7,2%*
Independência: 92,8%
70-74 anos
Incapacidade: 9,1%*
Independência: 90,9%
75-79 anos
Incapacidade: 13,5%*
Independência: 86,5%
80 anos
Incapacidade: 19,3%*
Independência: 80,7%
* com auxílio
54
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional. (Cont.)
Autor N Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDs
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos
AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Lawton e
Brody,
1996
265
Indivíduos 60 anos,
institucionalizados ou não.
Physical Self-
Maintenance Scale
(Lowenthal, 1964).
Incapacidade: 84,0%*
Independência: 16,0%**
* Incapaz ou com aulio em pelo menos um domínio.
** Totalmente independente.
Lawton & Brody, 1969
Homens Mulheres
Incapacidade: 92,0%* 91,0%*
Independência: 8,0% 9,0%
* Incapaz em pelo menos um
domínio.
Ramos et
al ., 1993b
1602 Amostra populacional
representativa de indivíduos
60 anos residentes no
Distrito de São Paulo/ SP.
Instrumento da
Organização
Panamericana de
Saúde acrescido
de questões do
BOMFAQ. (Escala
única de AVD /
AIVD)
Incapacidade: 47,0%*
Independência: 53,0%**
* Incapaz ou com aulio em pelo menos um domínio.
** Totalmente independente em todos os domínios.
Instrumento da
Organização
Panamericana de Saúde
acrescido de questões do
BOMFAQ. (Escala única
de AVD / AIVD)
Escala única AVD/ AIVD (idem à
coluna AVD).
Rozzini et
al., 1997
549 Amostra populacional
representativa de indivíduos
70 anos da cidade rural
Ospitaletto, Brescia, norte da
Itália.
Índice Katz (JAMA,
1963).
Incapacidade: 27,0%*
Independência: 73,0%**
* Incapaz em pelo menos um domínio.
** Independência em todos os domínios.
Lawton & Brody, 1969
.
Incapacidade: 52,3%*
Independência: 47,7%**
* Incapaz em pelo menos um
domínio.
** Independência em todos os
domínios.
Coelho
Filho e
Ramos,
1999
667 Amostra populacional
representativa de indivíduos
60 anos de
Fortaleza, Ceará.
BOMFAQ, versão
brasileira do
questionário OARS
(Ramos, 1987)
Incapacidade: 47,7%*
Independência: 52,3%**
* Incapaz em pelo menos um domínio.
** Independência em todos os domínios.
- Não avaliado.
Rozzini et
al., 2002
493
Indivíduos 60 anos
consecutivamente admitidos
em instituição geriátrica de
Gussago, Brescia, Itália.
Índice Katz
(Gerontologist,
1970).
Incapacidade: 84,8%*
Independência: 15,2%**
* Incapaz em pelo menos um domínio.
** Independência em todos os domínios.
- Não avaliado.
55
Tabela 5. Prevalência de incapacidade funcional. (Cont.)
Autor N Características da
população em estudo
Instrumentos
AVDS
Prevalência de incapacidade nas
atividades da vida diária (AVDs)
Instrumentos
AIVDs
Prevalência de
incapacidade nas
atividades instrumentais
da vida diária (AIVDs).
Diaz et al.,
2003
1023
Indivíduos 60 anos, em
situação de pobreza ou
indigentes, que consultaram
sistema de saúde de
Conchalí, Santiago, Chile.
Índice Katz (JAMA,
1963).
Incapacidade: 13,0%*
Independência: 87,0%
* Incapacidade ou dependência parcial.
Lawton & Brody, 1969
.
Incapacidade: 45,3%*
Independência: 54,7%
* Incapacidade ou dependência
parcial.
Okochi ,
2005b
1838
Amostra populacional
representativa de indivíduos
65 anos de Omishima,
Japão.
Método “Typology
of the Aged with
Illustration (TAI)”
Incapacidade: 15,0%*
Independência: 85,0%
* Incapacidade severa ou moderada.
- Não avaliado.
Paskulin e
Vianna,
2007
292 Amostra populacional
representativa de indivíduos
60 anos do Distrito
Sanitário Noroeste de Porto
Alegre/ RS.
BOMFAQ, versão
brasileira do
questionário OARS
(Ramos, 1987)
Incapacidade: 36,8%*
Independência: 63,2%**
Homens Mulheres
Incapacidade: 17,0%* 46,2%*
Independência: 83,0%** 53,8%**
* Incapaz em pelo menos um domínio.
** Independência em todos os domínios.
BOMFAQ, versão
brasileira do questionário
OARS (Ramos, 1987)
Escala única AVD/ AIVD (idem à
coluna AVD).
# Dados calculados a partir da referência
56
Tabela 6. Prevalência de incapacidade nos domínios das atividades de vida diária (AVDs)
Artigo Tomar banho Vestir-se Usar o banheiro Alimentar-se
Continência
urinária / fecal
Transferir-se
cama ou cadeira
Fazer higiene
pessoal
Caminhar em
casa
Wilms et al.,
2007*
41,4 25,2 17,3 7,6 22,0 19,5 22,3 25,7
Roehrig et al.,
2006*
7,1 8,1 4,5 1,9 6,2 / 2,9 10,7 2,3 15,6
Konno et al.,
2004*
5,5 2,8 2,4 1,4 - - - -
Youssef, 2005* 16,3 14,7 8,0 5,0 - - - 20,3
Murtagh &
Hubert, 2004†#
-
14,8
¥
17,1
-
6,0
¥
11,8
-
19,2
¥
27,6
11,9
¥
19,9
-
Moss et al.,
2004*
40,0 22,0 20,0 11,0 - 18,0 - -
Serraino et al.,
2001**
10,5
10,7
¥
10,0
11,8
12,4
¥
10,8
8,9
8,4
¥
9,6
6,6
7,2
¥
5,7
8,0
6,7
¥
10,0
10,4
9,1
¥
12,4
- 31,0
Naik et al., 2004
15,5*
15,7**
- - - - - - -
Tang et al
(1999)*
5,9 2,5 3,3 1,9 - 2,6 - 2,7
Barreto et al
(2003)
0,0 0,0 - 0,0 0,7 0,0 - 0,3
Okochi (2005b)# - - 34,8 14,4 - - - -
Parahyba et al
(2005)
**
- - - 17,1# - - - -
* com auxílio.
** com dificuldade.
† com auxílio, inclusive de dispositivos.
¥ homens
mulheres
# Dados calculados a partir da referência.
57
Tabela 7. Prevalência de incapacidade funcional nos domínios das atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) (%)
Artigo Usar o
telefone
Fazer
compras
Usar
transporte
público
ou carro
Tomar
medica
mentos
Manusear
dinheiro
Preparar
refeições
Lavar
roupa
Cuidar
da casa
Subir
descer
escadas
Caminhar
nos
arredores
da casa
Cortar
as
unhas
dos pés
Caminhar
100
metros
Wilms et al., 2007* 12,3 31,4 33,2 14,3 20,7 19,0 - - 52,6 - - -
Roehrig et al., 2006** 0,6 29,5 4,3 7,1 1,2 23,7 12,3 4,3 21,4 - - -
Konno et al., 2004** 6,0 - 8,9 5,5 5,0 - - - - - - -
Youssef et al., 2005* 12,7 31,0 - 8,3 53,0 37,0 - 40,3 - 14,7 - -
Fujiwara et al., 2003 -
2,3
¥£
11,3
¥§
1,7
£
13,5
§
3,5
¥£
10,2
¥§
2,0
£
22,4
§
-
2,7
¥£
11,1
¥§
2,7
£
15,5
§
4,2
¥£
20,4
¥§
2,7
£
10,9
§
- - - - - -
Serraino et al., 2001***
6,6
7,2
¥
5,7
39,3
34,3
¥
46,0
31,7
22,1
¥
45,9
13,2
15,5
¥
9,8
9,9
8,8
¥
11,5
34,6
43,1
¥
22,1
38,9
53,6
¥
17,2
22,4
29,3
¥
12,3
- - - -
Tang et al., 1999** - 10,0 - - - 10,0 -
8,0
ψ
15,6
ψψ
6,9 3,8 7,9 -
Murtagh & Hubert, 2004†# - - - - - - -
24,0
¥
40,9
- - - -
Barreto et al., 2003
- - 2,9 0,7 - 0,6 - 5,5 4,6 - 14,9 -
Parahyba et al., 2005
***
- - - - - - - - 66,3# - -
29,5#
Parahyba et al., 2006 - - - - - - - - - - -
7,6
*
22,6
***
17,6
¥***
26,6
***
* Completamente incapaz; ** Incapaz ou com auxílio; *** Com dificuldade; † Incapaz ou com auxílio, inclusive de dispositivos; # Dados calculados a
partir da referência; ¥ homens; mulheres; £ 65-74 anos; § 75-84 anos; ψ tarefas domésticas leves; ψψtarefas domésticas pesadas
58
Verifica-se que a prevalência de incapacidade para realizar as AIVDs é,
em geral, mais elevada do que a incapacidade para executar as AVDs. Isso
sugere que, inicialmente, os idosos perdem a capacidade funcional para
realizar as atividades do cotidiano fora de casa (AIVDs) e após, reduzem a
capacidade de realizar suas atividades rotineiras em casa (AVDs). Alguns
estudos apresentam as análises dos resultados estratificadas por sexo e
idade. Nos estudos que estratificaram a amostra por faixa etária, evidencia-
se aumento da incapacidade com o avançar da idade em ambos os sexos.
Observa-se que a prevalência de incapacidade entre as mulheres é
levemente superior a dos homens, tanto nas AVDs como nas AIVDs. No
entanto, não se sabe se isso efetivamente indica que as mulheres
apresentam mais limitação, ou que as mulheres sobrevivem mais apesar da
incapacidade (ÄIJÄNSEPPÄ et al., 2005).
Observa-se, nas AVDs, que o domínio com menor prevalência de
incapacidade é o alimentar-se e, na maioria dos estudos, tomar banho é o
domínio com maior prevalência. Nas AIVDs, o domínio usar o telefone, em
geral, apresentou baixa prevalência de incapacidade. No entanto, essa
observação não foi testada estatisticamente o que pode ser realizado em
continuidade a essa tese, através de uma metanálise.
7.4 Características associadas à incapacidade funcional
A exposição prolongada a fatores de risco, tais como comorbidades,
hábitos de vida não saudáveis, baixo nível socioeconômico e características
ambientais desfavoráveis associam-se à incapacidade funcional do idoso
(MARTÍN, 2001).
O comprometimento da capacidade cognitiva ou social, do aparelho
locomotor e o avançar da idade associam-se diretamente a maior
prevalência de doenças não transmissíveis, as quais constituem a principal
causa de incapacidade, risco de morte e institucionalização (TRIBESS e
59
VIRTUOSO, 2005). Estimativas sugerem que mais de 60% dos adultos com
incapacidade funcional devido a doenças não transmissíveis apresentam
idade de 65 anos ou mais (FREEDMAN e BERK, 1988; CLARK, 1993).
Um estudo numa clínica escola na cidade de Lavras MG, cujo
objetivo era identificar a capacidade funcional dos idosos em tratamento
fisioterápico nos setores de neurologia e ortopedia, avaliou 40 idosos,
utilizando o Índice de Katz. Segundo os autores, 10% da população adulta
acima de 75 anos perde, a cada ano, a independência em uma ou mais
AVDs, tais como: banhar-se, vestir-se, alimentar-se e fazer a higiene pessoal
(GUIMARÃES, 2004).
No distrito noroeste de Porto Alegre, 63,2% dos idosos referiram ser
independentes nas AVDs, sendo que os homens eram mais independentes
(p<0,001). A independência nas AVDs associou-se inversamente com a
idade. No entanto, na faixa etária de 80 anos ou mais, evidenciou-se um
maior percentual de dependência leve. Observou-se ainda que, à medida
que aumentava a idade, ocorria redução na prática de atividade física
(p=0,04) (PASKULIN e VIANNA, 2007).
60
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Naeim et al., 2007
Estudo de Coorte
Linha de Base: 1994
Seguimento: 1997-1998.
Amostra representativa da
população americana não
institucionalizada com 70 anos
ou mais.
9447 Incapacidade nas AVDs atribuídas pelo participante a:
Doenças Crônicas:
Acidente vascular cerebral: 51%
Doença coronariana: 42%
Fratura de quadril: 33%
Diabete melito: 28%
Asma: 18%
Câncer: 14%
Hipertensão: 7%
Bronquite ou enfisema: 4%
Não se aplica.
Schultz-Larsen e Avlund, 2007
Estudo de coorte
Linha de base: 1984-1985
Seguimento: 5, 10 e 15 anos
após a linha de base
Dinamarca.
705 Variável associada à incidência de incapacidade:
Fadiga nas AVDs
OR
BRUTO
= 10,16 (IC 95% 5,39–19,12).
Estimativa levemente atenuada quando ajustado para sexo,
comorbidades, força máxima.
Não se aplica.
61
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Wilms et al., 2007
Estudo Transversal baseado
no estudo de coorte Leipzig
Longitudinal Study of the Aged
Coleta de dados:
Jan/1997 - Jun/1998
Leipzig, Alemanha.
1338 Variáveis associadas com maior incapacidade funcional nos seguintes
domínios
a)Idade mais avançada
Fazer caminhadas
Caminhar no apartamento
Subir Escadas
Tomar banho
Alimentar-se
b) Sexo masculino
Fazer caminhadas
Caminhar no apartamento
Subir Escadas
Tomar banho
Lavar-se
c)Condição de moradia mais precárias:
Fazer caminhadas
Caminhar no apartamento
Subir Escadas
Transferir-se: cadeira
Usar o banheiro
Alimentar-se
Continência fecal e urinária
Lavar-se
Vestir-se
Ficar só no apartamento
d)Diagnóstico de Demência
Todas as variáveis pesquisadas
e) Mobilidade mais baixa
Todas as variáveis pesquisadas
Variáveis associadas com maior incapacidade funcional
nos seguintes domínios
a)Idade mais avançada
Fazer negociações bancárias
Tomar medicações
Usar o telefone
Limpar o apartamento
Preparar refeições
Orientar-se fora do apartamento
Fazer compras / Fazer visitas
Usar transporte público
b)Sexo masculino
Limpar o apartamento
Orientar-se fora do apartamento
Fazer compras / Fazer visitas
Usar transporte público
c)Condição de moradia mais precárias:
Fazer negociações bancárias
Tomar medicações
Usar o telefone
Aquecer o apartamento
Limpar o apartamento
Preparar refeições / Cortar alimentos
Orientar-se fora do apartamento
Fazer compras
Fazer visitas
d)Diagnóstico de Demência
Todas as variáveis pesquisadas
e)Mobilidade mais baixa
Todas as variáveis pesquisadas
62
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Reijneveld et al., 2007
Estudo Transversal
Não relata ano(s) de coleta
dos dados
Amsterdam, Holanda
304 indígenas
holandeses
330 turcos
299
marroquinos
Associação de incapacidade na escala de AVD com:
a) Limitação na mobilidade − OECD (Organização de
Cooperação Econômica e Desenvolvimento)
CCS = 0,64 (IC95% 0,60 e 0,68)
b) Domínio funcionalidade física da SF-36
CCS = −0,60 (IC95% −0,64 e −0,56),
c) Sintomas depressivos (CES-D)
CCS = 0,41 (IC95% 0,35 e 0,46)
d) Doenças crônicas
CCS = 0,35 (IC95% 0,29 e 0,40)
CCS = Coeficiente de Correlação de Spearman
Não se aplica.
Kono et al., 2007
Estudo de coorte
Linha de Base: 2000
Seguimentos: Agosto de
2001 e julho de 2002
Saku, Japão
Linha de base
= 137
1º Seguimento
= 130
2º Seguimento
= 107
Variável associada a maior incidência de incapacidade:
Menor freqüência em sair de casa
Sair de casa 4 ou mais vezes / semana = 16,5 ±3,9 / 15,4 ±4,5
Sair de casa 1 – 3 vezes / semana = 16,1 ±3,4 / 13,6 ±5,0
Sair de casa menos de 1 vez / semana = 12,8 ±3,0 / 11,3 ±5,1
Escore Linha de base / Escore Seguimento de 20 meses;
média ± dp
Escore varia de 0-20 (totalmente dependente – totalmente
independente)
Variável associada a maior incidência de incapacidade:
Menor freqüência em sair de casa
Sair de casa 4 ou mais vezes / semana = 8,2 ±3,6 / 6,0 ±3,9
Sair de casa 1 – 3 vezes / semana = 7,5 ±3,4 / 5,8
±4,3
Sair de casa menos de 1 vez / semana = 4,7 ±1,9 / 3,2 ±3,1
Escore Linha de base / Escore Seguimento de 20 meses;
média (dp)
Escore varia de 0-13 (totalmente dependente – totalmente
independente)
Roehrig et al., 2006
Estudo transversal ano
de coleta não informado
Jena, Alemanha
327 Variável relacionada a maior limitação no domínio “tomar banho”:
Sexo feminino
Variável relacionada a maior limitação no domínio “fazer
compras”:
Sexo Feminino
63
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Fujita et al., 2006
Estudo de Coorte
Linha de base: 2000
Seguimento: 2002
Cidade Yoita, área rural
prefeitura de Niigata, Japão.
1267 Variável relacionado a maior prevalência de incapacidade:
Maior freqüência em sair de casa
a)Sair 1x a cada 2 ou 3 dias Vs Sair 1 ou mais vezes /dia
OR
bruto
= 2,97 (IC 95% 1,56 – 5,66)
OR
ajustado
= não-significativo
b)Sair 1x ou menos /semana Vs Sair 1 ou mais vezes /dia
OR
bruto
= 4,45 (IC 95% 1,96 – 10,1)
OR
ajustado
= não-significativo
OR
ajustado
= ajustado por idade, sexo, mobilidade, comorbidade,
deficiência visual e auditiva, incontinência urinária, percepção de
saúde, humor depressivo, funções cognitivas, na linha de base.
Incapacidade está relacionada a maior incidência de:
Institucionalização, perda de seguimento ou falecimento (26,1%) vs
continuar morando na comunidade (6,9%)
Variável relacionado a maior prevalência de incapacidade:
Maior freqüência em sair de casa
a)Sair 1x a cada 2 ou 3 dias Vs Sair 1 ou mais vezes /dia
OR
bruto
= 1,98 (IC 95% 1,12 – 3,51)
OR
ajustado
= não-significativo
b)Sair 1x ou menos /semana Vs Sair 1 ou mais vezes /dia
OR
bruto
= 4,67 (IC 95% 2,12 – 10,3)
OR
ajustado
= 2,65 (IC 95% 1,06 – 6,58)
OR
ajustado
= ajustado por idade, sexo, mobilidade,
comorbidade, deficiência visual e auditiva, incontinência
urinária, percepção de saúde, humor depressivo, funções
cognitivas, na linha de base.
Incapacidade está relacionada a maior incidência de:
Institucionalização, perda de seguimento ou falecimento
(45,1%) vs continuar morando na comunidade (21,9%)
Parahyba et al., 2006
Dois estudos transversais
similares
Coleta de Dados:
1998 e 2003
Brasil.
Aproximada-
mente 30.000
em cada coleta
Análise descritiva
Variáveis associadas a maior incapacidade no domínio “caminhar por
cerca de 100m”:
a)Idade
b)Sexo feminino*
Homens Mulheres
60-64 anos 8,8% 14,9%
80 anos ou mais 35,3% 48,4%
c)Região do país (maior nas regiões norte e nordeste)
d)Menor Renda*
Até 1 salário mínimo: 27,9%
1-3 salários mínimos: 20,2%
Mais de 3 salários mínimos: 14,8%
*Dados referentes ao Brasil no ano de 2003
Não se aplica.
64
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Rautio et al., 2006
Estudo de Coorte
Inglaterra:
Dados provenientes do estudo
BWHHS
Coleta de dados:
1999 - 2001.
Finlândia: Dados provenientes
do estudo Evergreen
Linha de base: 1988
Seguimento: 1998
Inglaterra
n = 4.286
Finlândia
n = 804
Somente
mulheres
A incapacidade em lavar-se e vestir-se, associou-se a:
a)Idade
b)Não usar carro:
Britânicas:
OR
ajustado
= 1,43 (IC95% 1,04 – 1,97).
c)Mais anos de estudo (OR para cada ano a mais de
estudo):
Britânicas:
OR
ajustado
= 0,91 (IC95% 0,84 – 0,99).
d)Morar em casa alugada ou na casa de um parente:
Britânicas:
OR
ajustado
= 1,46 (IC95% 1,01 – 2,13)
Finlandesas:
OR
ajustado
= 1,79 (IC95% 1,08 – 2,98).
OR
idade
= ajustado para idade
OR
ajustado
= ajustado para idade, morbidade (número de condições
crônicas) e fatores de estilo de vida (fumar e ingerir álcool).
A incapacidade em subir e descer escadas se associaram a:
a)Idade
b)Não usar carro:
Britânicas
OR
ajustado
= 1,41 (IC95% 1,12 – 1,77)
c)Mais anos de estudo (OR para cada ano a mais de
estudo):
Britânicas:
OR
ajustado
= 0,89 (IC95% 0,85 – 0,92)
Finlandesas:
OR
ajustado
= 0,89 (IC95% 0,83 – 0,96)
d)Morar em casa alugada ou na casa de um parente:
Britânicas:
OR
ajustado
= 1,86 (IC95% 1,38 – 2,52)
e)Estar trabalhando:
Britânicas:
OR
idade
= 1,65 (IC95% 1,26 – 2,16)
OR
idade
= não-significativo
Finlandesas:
OR
idade
= 2,01 (IC95% 1,08 – 3,74).
OR
idade
= não-significativo
Gureje et al., 2006
Estudo Transversal
Coleta de dados:
Nov/ 2003 – Ago/2004.
Ibadan, Nigéria.
2.152 Variável associada a maior incapacidade :
a)Dor crônica*:
OR = 3,9 (IC 95% 1,82 – 8,40)
*Com ajuste para sexo, idade, anos de estudo e saúde geral auto-
referida
Variável associada a maior incapacidade:
a)Dor crônica*:
OR = 4,2 (IC 95% 2,81 – 6,42)
*Com ajuste para sexo, idade, anos de estudo e saúde geral
auto-referida
65
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Youssef et al., 2005
Estudo Transversal
Coleta de dados:
Jan/2004 – Abr/2004
Al-Karak, sul da Jordânia
300
Variáveis associadas a maior incapacidade:
Idade
Sexo feminino
OR = 1,14 (IC 95%: 1,00 – 1,35)
Depressão
Freqüência de sintomas físicos ou depressivos
Déficit de memória
Baixa educação
Presença de doenças crônicas
Variável associada a maior incapacidade no domínio “tomar
banho”:
Sexo Feminino
OR =3,21 (IC 95% 1,60 – 6,44)
Variáveis associadas a maior incapacidade:
Idade
Sexo Feminino
OR = 1,09 (IC 95%: 1,03–1,16)
Depressão
Freqüência de sintomas físicos ou depressivos
Déficit de memória
Baixa educação
Não morar só
Variáveis associada a maior incapacidade nos seguintes
domínios:
Sexo Feminino
a) usar o telefone: OR =4,32 (IC 95% 2,66 – 7,03)
b) caminhar em torno de casa: OR =3,32 (IC 95% 2,07 – 5,34)
c) fazer compras: OR =4,76 (IC 95% 2,91 – 7,77)
d) manejar suas finanças: OR =14,32 (IC 95% 7,53 – 27,23)
Sexo Masculino
a) cortar alimentos: OR =0,29 (IC 95% 0,19 – 0,48)
b) fazer as tarefas domésticas: OR =0,27 (IC 95% 01,5 – 0,46)
Äijänseppä et al., 2005
Estudo de Coorte
Linha de Base: 1988-2001
Seguimento em 5 e 10 anos
Centros rurais e urbanos
de 10 países europeus
3.496
Variáveis associadas com maiores prevalências na linha de
base de incapacidade nos domínios “auto-cuidado” e
“mobilidade”:
a)Sexo feminino
b)Idade
Não se aplica
66
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Okochi, 2005
Estudo de Coorte
Linha de Base: 1996
Seguimento: Anualmente
até 2002
Omishima, Prefeitura de
Ehime, Japão.
1.838
1.560 foram
seguidos
(idosos sem
incapacidade
na linha de
base)
Variáveis associadas a maior prevalência na linha de base de incapacidade:
IDEM
a) Idade
b) Sexo Feminino (vs masculino)*
0,22 (vs 0,30)
C)Número de condições médicas crônicas
Fatores associados a maior incidência de incapacidade moderada:
Número de condições médicas crônicas (ajustado para idade e sexo):
RR =1,2 (IC 95% 1,1–1,3)
Sexo Masculino:
AVC:
RR =5,6 (IC 95% 1,7–19,1)
Câncer:
RR =5,4 (IC 95% 1,6–18,3)
Sexo Feminino:
Artrite Crônica:
RR =2,8 (IC 95% 1,5–5,2)
Diabetes:
RR =2,6 (IC 95% 1,2–5,9)
Fatores associados a maior incidência de incapacidade severa:
Número de condições médicas crônicas (ajustado para idade e sexo):
RR =1,2 (IC 95% 1,0–1,4)
Sexo Masculino:
AVC:
RR =20,3 (IC 95% 5,2–78,6).
Sexo Feminino:
Artrite Crônica:
RR =5,4 (IC 95% 1,9–15,8)
AVC:
RR =22,3 (IC 95% 2,5–198,5).
*Média do escore de capacidade, que varia de 0 a 5 (incapacidade diminui
conforme aumenta a pontuação no escore)
Não se aplica.
67
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Donmez et al ., 2005
Estudo Transversal
Não relata ano(s) de coleta
dos dados
Antalya, Turquia
840 Variáveis associadas a maior prevalência de incapacidade:
a) Idade
OR =1,05 IC 95% 1,02 – 1,08
b) Número de doenças crônicas
OR =1,31 IC 95% 1,17 – 1,47
c) Número de queixas agudas
OR =1,43 IC 95% 1,27 – 1,62
d) Sexo feminino
OR =1,71 IC 95% 1,18 – 2,48
e) Moradores de casas (vs. moradores de Flats)
OR =2,54 IC 95% 1,71 – 3,78
f) Analfabeto (vs. ensino médio completo ou grau superior)
OR =4,50 IC 95% 2,31 – 8,80
g) Alfabetizado (vs. ensino médio completo ou grau superior)
OR =2,48 IC 95% 1,26 – 4,86
h) Ensino fundamental (vs. ensino médio completo ou grau superior)
OR =2,38 IC 95% 1,26 – 4,48
Não se aplica
68
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Parahyba et al., 2005
Estudo Transversal
Coleta de Dados:
1998
Brasil, excluindo a área
rural da região Norte
16.186
Somente
mulheres
Dificuldade moderada para caminhar 100m esteve associada a:
a) Região norte (vs nordeste)
OR
Idade
=0,91 (IC 95%: 0,83 – 0,99)
OR
Ajustado
=não-significativo
b) Região sudeste (vs nordeste)
OR
Idade
=0,78 (IC 95%: 0,70 – 0,86)
OR
Ajustado
=não-significativo
c) Cor Branca (vs negra e parda)
OR
Idade
=0,84 (IC 95%: 0,78 – 0,90)
OR
Ajustado
=não-significativo
d) Urbano (vs. Rural)
OR
Ajustado
=0,65 (IC 95%: 0,58 – 0,74)
e) Estudar de 1 a 3 anos (vs analfabetização)
OR
Ajustado
=0,74 (IC 95%: 0,67 – 0,83)
f) Estudar de 4 a 7 anos (vs analfabetização)
OR
Ajustado
=0,65 (IC 95%: 0,58 – 0,73)
g) Estudar de 8 anos ou mais (vs analfabetização)
OR
Ajustado
=0,49 (IC 95%: 0,42 – 0,58)
h) Tamanho do domicílio (número de cômodos – variável contínua)
OR
Ajustado
=0,96 (IC 95%: 0,94 – 0,98).
i) Boa condição sanitária do domicílio (vs. ruim)
OR
Idade
=0,81 IC 95% 0,75 – 0,87)
OR
Ajustado
= não-significativo
OR
Idade
=OR ajustado para idade
OR
Ajustado
=OR ajustado para idade, região, cor, zona municipal, anos de
educação, renda familiar, composição familiar, tamanho da família, tamanho
do domicílio, condição da propriedade, número de bens duráveis, condição
sanitária.
Não se aplica.
69
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Konno et al., 2004
Estudo de Coorte
Linha de Base: 1998
Seguimentos: Anualmente
até 2002
Minami Furano, Hokkaido,
Japão.
638
Variáveis associadas a maior prevalência na linha de base de
incapacidade:
a)Sexo feminino:
SRR =0,64 (95% CI = 0,36 a 0,91).
SRR =Standardized Rate Ratio
b)Idade (feminino / masculino)
65–74 anos = 7,8 / 5,0%
75–84 anos = 12,1 / 7,8%
≥85 anos = 31,8 / 20,0%
Variáveis associadas a maior incidência de incapacidade:
a) Idade ≥ 75 anos (vs < 75 anos)
OR
Ajustado
=1,83 (IC 95%: 1,07 – 3,16)
b) Dificuldade em caminhar
OR
Ajustado
=3,26 (IC 95%: 1,52 – 7,03)
c) Interesse reduzido (vs normal)
OR
Ajustado
=3,14 (IC 95%: 1,65 – 5,96)
OR
Ajustado
= OR ajustado para as variáveis que apresentaram
valores P <0,1 não análise univariada.
A prevalência de incapacidade funcional se associa a:
a) Idade (feminino / masculino)
65–74 anos = 5,9 / 9,0%
75–84 anos = 22,2 / 13,0%
≥85 anos = 45,5 / 26,7%
A incidência de incapacidade funcional se associa a:
a) Idade ≥ 75 anos (vs < 75 anos)
OR
Bruto
=1,88 (IC 95%: 1,14 – 3,08)
OR
Ajustado
= não-significativo
b) Dificuldade em caminhar
OR
Ajustado
=5,26 (IC 95%: 2,58 – 10,75).
c) Interesse reduzido (vs bom)
OR
Ajustado
=2,30 (IC 95%: 1,14 – 4,62).
OR
Bruto
=OR Bruto
OR
Ajustado
=OR ajustado para todas as outras variáveis
Murtagh & Hubert, 2004
Estudo de Coorte
Linha de Base: 1986
Seguimentos: Até 1999
Estados Unidos
1348 Variável associada a maior incapacidade nos seguintes aspectos:
Sexo Feminino (vs masculino):
Limitação funcional: 52% (vs 37%)
Grau de incapacidade em todos os domínios: 0,3 (vs 0,18)*
Domínio higiene
*Média do escore de capacidade, que varia de 0 a 3
(incapacidade aumenta conforme aumenta a pontuação no
escore)
Variável associada a maior incapacidade nos seguintes
domínios: “dificuldade de alcançar”, “dificuldade de apreender”,
“fazer recados” e “fazer trabalhos domésticos”
Sexo Feminino:
A média dos escores foi 1,7 a 3,0 vezes maior entre as
mulheres
70
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Naik et al., 2004
Estudo Transversal
Coleta de Dados:
Mar/1998 – Out/1999
New Haven, Connecticut,
EUA
626 Variáveis associada a maior incapacidade para o domínio
“tomar banho”:
Problema de equilíbrio
Artrite nos membros inferiores
Fadiga, fraqueza ou dispnéia
Déficit de memória ou confusão
Não se aplica.
Fujiwara et al., 2003
Estudo de Coorte
Linha de Base: 1991
Seguimentos: Bianuais até
1999
Koganei, Japão
814 Não se aplica.
Variável associada a maior incapacidade no Índice de
Competência TMIG e na maioria de seus 13 domínios,
incluindo todos os que representam AIVDs:
Idade
Associação com incapacidade nas AIVDs entre as seguintes
subescalas:
a) Atividade intectectual
HR
Ajustado
=1,39 (IC 95%: 1,05 – 1,84)
b) Atividade social
HR
sexo
=1,52 (IC 95%: 1,20 – 1,93)
HR
Ajustado
=não-significativo
HR
sexo
=ajustado para sexo
HR
Ajustado
=ajustado para sexo, idade e condição médica
crônica
71
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Rozzini et al., 2002
Estudo de Coorte
Linha de Base: Não relata
ano(s) de coleta dos dados
Seguimento: 1 ano após a
linha de base
Gussago, Brescia, Itália
493 Incapacidade funcional dada por escala de AVD e PPT (teste de desempenho
físico) associa-se a:
a)Número de doenças crônicas
R = 0,12 e – 0,15, respectivamente
b)Classificação do Índice Geriátrico de Comorbidade
R = 0,30 e – 0,26, respectivamente
c)Gravidade de doenças
R = 0,23 e – 0,32, respectivamente
R =teste de correlação de Spearman
Variáveis associadas à incapacidade funcional após ajuste para doenças
incapacitantes:
a)Sexo
b)Idade
c)Capacidade cognitiva
d)Depressão
Não se aplica.
Serraino et al., 2001
Estudo Transversal
Coleta de Dados:
1995 – 1998
Aviano, Itália
303 Variável associada a maior prevalência de incapacidade:
Idade:*
65-69 anos: 13%
70-79 anos: 18%
≥80 anos: 21%
*Sem cálculo de intervalo de confiança
Variável associada a maior prevalência de incapacidade:
Idade:
65-69 anos: 55%
70-79 anos: 54%
≥80 anos: 75%
72
Tabela 8. Características associadas à incapacidade funcional. (Cont.)
Autor, ano, delineamento e
local da coleta de dados
N Atividades da vida diária (AVDs) Atividades instrumentais da vida diária
Gama et al ., 2000
Estudo Transversal
Coleta de Dados:
1991
Cabra, Espanha
781 Variável associada a maior incapacidade nos seguintes domínios:
Pior percepção geral de saúde:
Higiene pessoal OR =2,25 (IC 95% 1,36 – 7,70)
Lavar-se ou tomar banho OR =2,49 (IC 95% 1,78 – 3,48)
Alimentar-se OR =2,06 (IC 95% 1,23 – 3,46)
Vestir-se OR =2,23 (IC 95% 1,39 – 3,59)
Continência fecal OR =1,81 (IC 95% 1,11 – 2,95)
Continência urinária OR =2,16 (IC 95% 1,59 – 2,93)
Caminhar/Cadeira de rodas OR =3,67 (IC 95% 2,39 – 5,64)
Transferir-se cama/cadeira OR =3,00 (IC 95% 1,68 – 5,36)
Subir e descer escadas OR =4,28 (IC 95% 2,82 – 6,52)
Variável associada a maior incapacidade nos seguintes domínios:
Pior percepção geral de saúde:
Uso de telefone OR =1,84 (IC 95% 1,28 – 2,64)
Fazer compras OR =1,69 (IC 95% 1,22 – 2,34)
Limpeza da casa OR =1,92 (IC 95% 1,30 – 2,83)
Lavar roupa OR =2,15 (IC 95% 1,42 – 3,23)
Transporte OR =2,12 (IC 95% 1,46 – 3,07)
Manejar dinheiro OR =2,20 (IC 95% 1,38 – 3,50)
Tang et al., 1999
Estudo Transversal
Coleta de Dados:
1990
Beijing, China
3440 Variável associada a maior prevalência de incapacidade:
Idade:
60 – 64 anos: 2,2%
65 – 79 anos: 4,4%
70 – 74 anos: 7,1%
75 – 79 anos: 9,9%
≥ 80 anos: 25,8%
Não se aplica.
Rozzini, 1997
Estudo Transversal
Coleta de Dados:
1992
Ospitaletto, Brescia, Itália
549
Variáveis associadas a maior incapacidade, após ajuste para sexo e idade:
a)Perda auditiva
P =14,9% (B =0,11, CI 95% 0,12 a 0,73)
b)Depressão
P =25,7% (B =0,21, CI 95% 0,53 a 0,97)
c)Deterioração cognitiva
P =14,2% (B =1,02, CI 95% 0,75 a 1,30)
Variáveis associadas a maior incapacidade, após ajuste para sexo e idade:
a)Depressão
P =25,75% (B =1,11, CI 95% 0,79 to 1,43)
b)Deterioração cognitiva
P =14,2% (B =2,19, CI 95% 1,82 – 2,60)
P =Prevalência
73
As associações mais freqüentes e relevantes com incapacidade
funcional foram idade, sexo, percepção geral de saúde, doenças crônicas e
freqüência de saída de casa. Nos estudos que estratificaram a amostra por
idade observa-se que nas faixas etárias mais elevadas, um aumento da
incapacidade funcional. O sexo feminino associou-se com uma maior
incapacidade funcional na maioria dos estudos. Observou-se que nos
estudos que mediram a associação entre percepção geral de saúde e
capacidade funcional, tanto nas AVDs como nas AIVDs, na medida em que
ocorre uma ‘pior percepção geral de saúde’ ocorre maior incapacidade
funcional. Em alguns estudos, a capacidade funcional aumentou após os 80
anos, o que pode ser devido à mortalidade dos indivíduos incapazes
(PARAHYBA, 2006). “Morar sozinho” e “sair de casa diariamente” foram
bons preditores de capacidade funcional.
8 Qualidade de vida
Segundo Romano (1993), a vida apresenta duas dimensões: a
quantidade e a qualidade. A quantidade é resultado direto dos avanços
científicos e tecnológicos, é expressa em termos de expectativa média de
vida, taxas de mortalidade e morbidade. A qualidade tem dimensões mais
complexas e requer outros determinantes que possibilitem avaliar sua
magnitude. Sua conceituação, ponderação e sua valorização, vêm sofrendo
uma evolução que acompanha a dinâmica da humanidade, com suas
diferentes culturas, prioridades e crenças.
Em oncologia, com o advento de novos antineoplásicos, houve
necessidade de avaliar as condições de vida dos pacientes que tinham
sobrevida aumentada com os tratamentos propostos (KATSCNIG, 1997),
que muitas vezes, na busca de acrescentar "anos à vida", era deixada de
lado a necessidade de acrescentar "vida aos anos" (OMS, 1998).
74
Em geral, a avaliação da qualidade de vida envolve três domínios
distintos: funcionamento físico, funcionamento psicológico e funcionamento
social (SPILKER, 1990). O funcionamento físico se refere à depreciação e à
incapacidade percebida pelo paciente. Diz respeito às medidas físicas
tradicionalmente utilizadas. Na área de funcionamento psicológico, os
parâmetros freqüentemente mensurados são: ansiedade, depressão e
medo. O funcionamento social, por sua vez, mensura o suporte e os
contatos sociais com outras pessoas, assim como a maneira como o
indivíduo realiza seus papéis como pai, mãe, marido, esposa, dentre outros
(SPILKER, 1990). Outro autor refere que, para se obter uma visão real da
qualidade de vida, deve-se avaliar cinco dimensões distintas: saúde física,
saúde mental, atividades da vida diária, atividades sociais e de lazer, e
percepções gerais de bem-estar (ROMANO, 1993).
8.1 Definição
Qualidade de vida é definida pela OMS como "a percepção que o
indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações”. É um conceito amplo, que incorpora
de maneira complexa a saúde física, o estado psicológico, o nível de
(in)dependência, as relações sociais, as crenças e a relação com
características proeminentes no ambiente. A qualidade de vida está
intimamente relacionada à autonomia e independência no envelhecimento,
assim como aos riscos e oportunidades vivenciados, às opções saudáveis e
aos ambientes de apoio no percurso da vida e ao apoio informal, enfatizando
a responsabilidade no autocuidado, os ambientes amistosos e a
solidariedade entre gerações (WHOQOL GROUP, 1994).
75
8.2 Importância de avaliar qualidade de vida nos idosos
A avaliação da qualidade de vida em indivíduos idosos deve ser
considerada multidimensionalmente, levando-se em conta a capacidade dos
idosos em lidar com as demandas do seu cotidiano, sendo, portanto, reflexo
de situações vivenciadas ao longo de sua vida, como doenças crônicas e
agudas, estilo e hábitos de vida. (FLECK et al., 2008). O componente físico
avalia limitações em realizar certas tarefas ou no trabalho, decorrentes de
problemas de saúde; enquanto o componente mental, além de avaliar
limitações por problemas de ordem emocional ou por dor nessas mesmas
atividades, também avalia o estado de humor do indivíduo nos últimos
tempos (PAIXÃO et al., 2005). Em geral, os aspectos orgânicos que mais
afetam o idoso são os déficits de memória, orientação e cognição; a redução
da acuidade visual e auditiva; assim como a redução da mobilidade física.
Aspectos psicológicos e socioeconômicos também são de extrema
relevância (FLECK et al., 2008).
Faz-se necessário que os profissionais de saúde estejam cientes do
estado de saúde percebido pelo próprio idoso. O profissional deve visualizar
o funcionamento global do indivíduo, pois o estado emocional está
diretamente associado à disponibilidade para a realização das atividades
básicas e instrumentais da vida diária, de trabalho e de lazer,
independentemente de alguma restrição física (HUNT et al., 1980;
CANEPPELE, 1999; FLECK et al., 2008).
A OMS refere que um instrumento de medida de qualidade de vida
pode ser usado na clínica como ferramenta de avaliação, fornecendo
informações valiosas e indicando áreas nas quais o indivíduo está mais
afetado. Dessa maneira, o resultado da avaliação pode auxiliar na escolha
dos melhores cuidados, além de ajudar a medir a qualidade de vida durante
o curso de tratamentos (OMS, 1997).
76
8.3 Instrumentos para avaliar qualidade de vida
Existem inúmeros instrumentos de medida de qualidade de vida, porém
nem todos são adequados à população com 60 anos ou mais. Na Tabela 9,
encontram-se os principais instrumentos para medir a qualidade de vida
utilizados na população idosa, bem como o número de domínios e itens de
cada escala, sua pontuação, pontos de corte, população de estudo, idade e
país em que foi validado.
77
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas.
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
#
Brief Screening Questionnaire
(BSQ) (26)
AVDs (6),
Problemas Cognitivo (1),
Impacto Financeiro (3),
Mobilidade Funcional (3),
Problemas Auditivos (1),
Saúde Mental (1)
Polifarmácia(1),
Contato Social (2)
Sintomas (7),
Problemas Visuais (1)
Respostas categóricas: sim/não
Escore total de 0-26 (26 = pior estado
de saúde)
Comunidade
Reino Unido
>75
#
Comprehensive Assessment and
Referral Evaluation (CARE)
(1500)
Domínios em 4 núcleos de:
1. Psiquiátrico (auto-referido/teste 252; observação / global
79)
2. Físico/médico/nutricional (auto-referido 272;
observação/global 57)
3. Necessidades de serviço
4. Necessidades sociais (auto-referido 265; observação /
global 39)
Categórico: 2 ou 3 opções por item
Índice global
Escore por domínio
Comunidade
E.U.A., Reino Unido
>65
#
CORE-CARE (329)
6 domínios: Depressão, demência, incapacidade (limitação
na atividade), memória subjetiva, sono, sintomas somáticos
4 escores sumários – 22 escalas indicativas
1. Psiquiátrico – cognição (10), depressão (29), memória
subjetiva (9)
2. Físico – sintomas somáticos (34), coração (15), efeitos
de AVC (9), câncer (6), respiratório (6), artrites (9),
problemas de perna (9), sono (8), audição (14), visão
(11), hipertensão (4), deambulação (27), limitação em
atividade (39)
3. Necessidade de serviço (cuidados) – utiliza serviços
utilidade (15)
4. Social – finanças (8), vizinhança (8), crime (18),
isolamento (34), descontentamento aposentadoria (7)
Categórico: 2 ou 3 opções por item
Índice global
Escore por domínio
Comunidade
E.U.A., Reino Unido
>65
#
SHORT-CARE (143)
6 domínios
Depressão, demência, incapacidade, memória subjetiva,
sono, sintomas somáticos
Escala diagnóstica
Depressão, demência, incapacidade.
Resposta categórica: 2 ou 3 opções por
item
Índice global
Escore por domínio
Comunidade
E.U.A., Reino Unido
>65
# Modificado de Haywood, 2005a.
78
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. (Cont.)
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
#
Elderly Assessment System
EASY-Care (até 85)
Saúde geral (19) – inclui depressão (6) (Escala Geriátrica
de depressão – 4 itens mais 2 itens);
comunicação (1),
saúde global (1),
audição (1),
solidão (1),
visão (1)
incapacidade (17)= AVDs (6), AIVDs (11)
Memória (6)–Teste de Incapacidade Cognitiva (6)
Casa/segurança/suporte (14) – e preocupações financeiras
Serviços de cuidado médico recebidos (22)
Cuidando sua saúde (7)
Soma do perfil dos 6 domínios:
0 a 100, onde 100 é a melhor saúde.
Comunidade, unidades de
cuidado primário e
unidades de reabilitação,
Reino Unido
75,0–81,0
#
Pesquisa Postal de screening
Geriátrico
Geriatric Postal Screening Survey
(GPSS) (10)
Condições específicas
Incapacidade cognitiva (1),
Depressão (1),
Quedas / equilíbrio (1),
Incapacidade funcional (1),
Incontinência Urinária (1)
Estado geral de saúde e Percepção de saúde (2),
Dor (1),
Medicações múltiplas (1),
perda de peso (1)
Respostas dicotômicas: sim/não
Escore de 0 a 10.
(10 = pior saúde).
Escores acima de 4 indicam alto risco.
Comunidade
E.U.A.
>65
#
Questionário Geriátrico de
Qualidade de Vida
Geriatric QoL Questionnaire
(GQLQ) (25)
1. AVDs (8)
2. Sintomas (8)
3. Função Emocional (9)
Escores
em cada domínio:
a) AVDs e Sintomas, escores de 7 a 49.
7 = pior saúde e
49 = melhor saúde;
b) função emocional de 9 a 63
9 = pior saúde e
63 = melhor saúde.
Hospital Dia,
Ambulatorial,
Canadá
79,6–78,2
#
Questionário de Screening
Geriátrico – Geriatric Screening
Questionnaire (GSQ) (6)
Incapacidade cognitiva,
Atividades diárias,
Status econômico,
Estado geral de saúde,
Saúde mental,
Suporte social
Resposta dicotômica.
Somando-se os itens ecore 0 a 23.
0 = melhor saúde
23 = indicam pior saúde e maior risco de
declínio funcional.
Comunidade
Espanha
>65
# Modificado de Haywood, 2005a.
79
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. (Cont.)
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
#
IOWA Self-Assessment Inventory
(ISAI) (56 revisado)
Alienação (8),
Ansiedade/depressão (8),
Status cognitivo (8),
Recursos econômicos (8),
Mobilidade (8),
Saúde física (8),
Suporte social (8)
4 opções de resposta para cada
domínio.
Escore 8 a 56
8 = pior saúde
56 = melhor saúde
Comunidade; programas
alimentares; home care
USA
75–79
#
LEIPAD Quality of Life
questionnaire (31 + 18)
Função cognitiva (5),
Depressão/ansiedade (4),
Satisfação de vida (6),
Função física (5),
auto-cuidado (6),
Função sexual (2),
Função social (3)
Escala Moderadora (18)
Cada item utiliza uma escala de 4
pontos
A soma dos itens fornece o escore do
domínio ou escore total.
Escore 0 a 93
0 = melhor saúde
93 = máximo de incapacidade
18 itens adicionais servem como
moderadores para avaliar a influência
de fatores sociais desejáveis e
características de personalidade em 7
escores de domínio.
Comunidade Itália, Países
Baixos, Finlândia,
>60
#
Escala de percepção de bem-
estar Perceived Well-being Scale
(PWB) (14)
Bem-estar psicológico (6), bem-estar físico (8)
Índice: Bem-estar geral (14)
escala Likert 7 pontos / itens:
1 = concorda fortemente,
7 = discorda fortemente.
Bem-estar psicológico: escores de 6 a
42, onde 42 = melhor saúde.
Bem-estar físico:
Escores de 8 a 56, onde 56 = melhor
saúde.
Escore total 14 a 98, onde 98 = melhor
bem-estar geral.
Comunidade,
Canadá
68,0
#
Qualidade de Vida Cards(QLC)
(80)
Afeto (20), Experiência de vida (20), Satisfação / Felicidade
(40)
Pick Cards:
+1= positivo
-1= negativo
Hospital Dia Holanda 79,0–83,5
# Modificado de Haywood, 2005a.
80
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. (Cont.)
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
#
OARS Multidimensional
Functional Assessment
Questionnaire – OMFAQ
(Part A 120)
Parte A:
AVDs (AIVDs 7) (14),
Recursos econômicos (15),
Saúde mental (21),
Saúde física (16),
Recursos Sociais (9),
Itens demográficos (11),
Itens de Informante (10).
Contexto da entrevista:
Entrevista específica (4),
Avaliações do entrevistador (15),
Entrevista de avaliação (5)
Questionário de Estado Mental Breve Portátil (10)
Parte B: Avaliação de Serviços (24)
Cada domínio é avaliado numa escala
contínua de seis pontos:
1= funcionamento excelente e
6 = totalmente incapaz.
O escore pode ser:
a) escore de 5 a 30:
5 = excelente função em todos os
domínios
30 = incapaz total. Ponto de corte:
<10 = excelente funcionamento e
>18 = incapacidade em vários domínios.
b) dicotômico por domínio = in/capaz
Pontos de corte (escala de 6
pontos):
escore 1 ou 2 = capaz vs 3 a 6 =
incapaz;
escore 1 a 3 = capaz vs 4 a 6 =
incapaz ou
escore 1 a 4 = capaz vs 5 ou 6 =
incapaz.
Comunidade, cuidado de
emergência, cuidado
primário.
E.U.A., Canadá,
60,0–77,0
#
Escala de Auto-avaliação de Vida
(SELF) (54) Self-evaluation of
Life (SELF) Scale
Depressão (11), Controle pessoal (4), Incapacidade física
(13), Auto-estima (7), Satisfação Social (6), Sintomas do
envelhecimento (13)
Categórico.
4 pontos por domínio
perfil por domínio ou somarização: o
mais alto escore é o pior estado de
saúde
Comunidade, hospital,
ambulatorial, casas de
cuidado
E.U.A.
70,4
#
SENOTS programa
e bateria (54)
Limitação em atividades (7), Propensão à Atividade (12),
Sofrimento financeiro (4), Felicidade /depressão (24),
sintomas físicos (7)
Respostas: sim / não
Escore total ou
Somatório: 6 – 84 (84 = melhor estado
de saúde)
Comunidade,
instituições
Canadá
77,8
#
Wellness Index (WI) (79)
AVDs/AIVDs (13), Recursos econômicos (10),
Moral (20), Saúde física (12), Religiosidade
(11), Recursos sociais (13)
5 pontos da Escala Likert.
Somatório total e perfil por domínio:
escore mais alto = melhor saúde.
Comunidade,
Casas de cuidado
73,4
# Modificado de Haywood, 2005a.
81
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. (Cont.)
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
Flanagan Quality of Life Scale
(16)
Bem-estar físico e material (1)
Relações com outras pessoas (4)
Atividades social, comunitária e cívica (2)
Desenvolvimento pessoal e realização (4)
Recreação (3)
Independência
escala de 7 pontos em cada item:
7 = terrível
1 = deleitado
Escore total de varia de 16 - 112
©
COOP Charts por Prática de
Cuidados Primário [COOP Charts
for Primary
Care Practice] (8+1)
(WONCA/COOP * 6+1 charts
Atividades/trabalho diário (1) *
Condições / sentimentos emocionais (1) *
Percepção de saúde e condição global (1) *
Dor corporal (10) *
Condição física / fitness (só caminhando *) (1)
Atividades sociais (1) *, Suporte Social (1)
Qualidade de vida (1),
Mudança no estado de saúde (1) *
Categórico: 1 a 5 (5 = sem limitação) Pacientes de clínicas e
ambulatórios;clínicas de
cuidados gerais e
primários;
casas residenciais; casas
de cuidado;
comunidade.
E.U.A., Reino Unido,
Países Baixos.
60,0–84,3
©
FSQ [34] Functional Status
Questionnaire
Atividades de vida diárias (AVDs) (3)
AVDs instrumental (6)
Função social (3)
Função psicológica (5)
Qualidade de interação social (5)
Desempenho no trabalho(6)
Cada item: 4, 5 ou 6 opções de resposta
Perfil por domínio: 0-100 (100 = melhor
estado de saúde)
Comunidade; intervenção
cirúrgica;
Clínica de cuidados gerais
e primários. E.U.A.
69,0–78,0
©
GQL [15] Goteborg Quality of
Life instrument
Bem-estar: mental (5),
físico (6),
social (4)
Por domínio: 1 a 7 (7 = melhor estado
de saúde)
Ecscore total: 7 – 105 (105 = melhor
estado de saúde)
Comunidade
Suécia
69,9–78,0
©
HSQ-12 [12] Health Status
Questionnaire 12
Energia / Fadiga (E) (1)
Percepção de saúde (o HP) (1)
Saúde mental (MH) (3)
Dor (BP) (1)
Funcionamento físico (PF) (3)
Limitação física (RP) (1)
Limitação mental (RM) (1)
Funcionamento social (SF) (1)
Categótica: 3 a 6 opções por item
Escore por domínio
Somatório saúde física e mental: 0-100,
(100 = melhor estado de saúde)
Comunidade
Reino Unido
65,0–74,0
© Modificado de Haywood, 2005b.
82
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. (Cont.)
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
©
NHP [38] Nottingham Health
Profile
Reações emocionais (9)
Energia (3)
Dor (8)
Mobilidade física (8)
Isolamento social (5)
Sono (5)
Resposta categórica sim/não
Sim = limitação
Cada item tem um peso distinto.
Os escores são de 0-100 (100 é o
máximo de limitação).
Clínicas de cuidados
gerais e cuidados
primários; ambulatorial;
intervenção cirúrgica;
comunidade
Reino Unido, Dinamarca,
Canadá,
Países Baixos, França.
68,0–83,0
©
QLI [64] Quality of Life Index
Satisfação e importância de cada domínio:
Família (8),
Saúde e funcionamento (8),
Psicológico/Espiritual (8),
Social/econômico (8)
Escala Likert: 1 a 6 para satisfação,
importância
Peso do Escore satisfação Vs
importância
Escore por domínio e total: 0 a 30 ( 30 =
melhor estado de saúde
Comunidade
E.U.A.
Signifique 73,7
©
QWB-SA [71–74]
Mobilidade e Funcionamento Físico (11)
Auto-cuidado (2)
Atividade habitual (3)
Sintomas (58): físico agudo (25),
crônico (18),
saúde mental (11)
Respostas categorical: sim/não
Escore total: 0 a 1 (1 = bem-estar
completo).
Comunidade, casas
residenciais,
EUA
72,0–80,0
©
SF-12 [12] Short Form 12-item
Healt h Survey: SF-12
Dor corporal (1), Energia/Fadiga (1)
Percepção Geral de Saúde(1)
Saúde mental (2)
Funcionamento físico (2),
Funcionamento social (1)
Papel-emocional (2),
Papel-físico (2)
Categórico: 2 a 6 opções por item.
Escore por domínio: 0 – 100 (100 =
melhor estado de saúde
Somatório: físico (PCS), Mental (MCS)
(média 50 e desvio padrão 10)
Comunidade; pacientes
egressos de hospital
Reino Unido, E.U.A.,
Suíça,
70,0–86,0
©
SF-20 [20] Short Form 20-item
Healt h Survey: SF-20
Dor corporal (1),
Percepção Geral de Saúde (5),
Saúde Mental (5),
Funcionameto físico (6)
Funcionamento Social (1),
Papel funcional (2)
Categórico: 3 a 6 opções por item.
Escore por domínio: 0 – 100 (100 =
melhor estado de saúde
Comunidade; casas
geriátricas
USA, Canada
76,0–84,0
© Modificado de Haywood, 2005b.
83
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. (Cont.)
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
©
SF-36 [36] Short Form 36-item
Healt h Survey: SF-36
Dor corporal (2),
Vitalidade (4)
Percepção Geral de Saúde (5)
Saúde mental (5)
Funcionamento Físico (10)
Função social (2)
Papel Emocional (3),
Papel Físico (4)
Categórico: 2 a 6 opções por item.
Escore por domínio: 0 – 100 (100 =
melhor estado de saúde
Somatório: físico (PCS), Mental (MCS)
(média 50 e desvio padrão 10)
Comunidade; alimentando
/ casas aposentadoria;
intervenção cirúrgica;
hospitais de dia; hospital
em pacientes; cuidado
primário / clínicas de
prática gerais; tentativas
de droga; reabilitação
E.U.A., REINO UNIDO,
Europa, Canadá,
Austrália, Nova Zelândia,
Suécia, Japão.
64,0–82,0
©
SQL [5] Spitzer Quality of Life
index
Nível de atividade (AL) (1),
Atividades de vida diária (AVDs) (1)
Sentimentos de salubridade (FH) (1),
Qualidade de suporte social (QSS) (1)
Perspectiva psicológica (PO) (1)
Checa a aplicabilidade padrão = 3
opções de escore: 0 a 2.
Escore de 0 a 10 (10 = melhor estado
de saúde)
Comunidade, reabilitação,
Canadá
60,0
para >80,0
©
SIP [136] Sickness Impact Profile
Comando de alerta (10),
Deambulação (12)
Cuidado corporal e movimento (23)
Comunicação (9),
Comendo (9)
Comportamento emocional (9)
Administração de casa (10)
Mobilidade (10),
Recreação e passatempos (8)
Sono e repouso (7),
Interação Social (20)
Trabalho (9).
Perfil por domínio e escore total :0 –
100%
100 = pior estado de saúde
escore por função física e função
psicológica.
Prática clínica
Cuidaddo/geral
Primário; casas de
cuidado;
hospitais clínicos
E.U.A., Austrália, Países
Baixos,
64,0–82,0
Medida de utilidade
©
AQoL [12 – 15] Assessment of
Quality of Life
Doença (3),
Morar independente (3)
Sensações físicas (3),
Relacionamento Social (3)
Bem-estar psicológico (3)
5 domínios, 3 opções por domínio, 0 a 9
(9=pior estado de saúde)
índice: 0 a 45 (45 = pior estado de
saúde)
mede saúde atual
escore pode ser: contínuo
Comunidade, Australia Idade 60+
(64% 75+)
© Modificado de Haywood, 2005b.
84
Tabela 9. Instrumentos de medida de qualidade de vida e de saúde auto-referida específicos para pessoas idosas. Cont.
Instrumento (nº de itens) Domínios e número de itens por domínio(n) Pontuação, pontos de corte e
definições
População de estudo e
país
Idade (média)
©
EQ-5D [5] European Quality of
Life instrument (EuroQol)
Ansiedade / Depressão (1),
Dor e desconforto (1)
Mobilidade (1),
Auto-cuidado (1),
Atividades Habituais (1)
a) 5 domínios, 3 respostas / domínio, 0
a 1
(1 =estado perfeito). e
b) escala análoga visual. 0-100
(100 = melhor estado de saúde)
http://www.atsqol.org/sections/instrumen
ts/ae/index.html
Cuidado primário;
comunidade;
pacientes hospitalizados;
pós-cirúrgico (ortopédico);
reabilitação cardíaca
Reino Unido, Suécia,
Itália, Canadá.
60,0–80,1
©
IHQL [44] Index of Health
Related Quality of Life
Incapacidade–dependência, deficiência orgânica,
Desconforto–dor, sintomas,
Angústia–disforia, desarmonia, realização
Categórica: 5 opções por item
5 níveis de classificação X 3 domínios
Escore total = 0 a 1 (1= sem
incapacidade)
Comunidade
Reino Unido
75,7
©
QWB [30] Quality of Well-Being
Scale
Mobilidade e conmpetência (MOB)
(três categorias)
Atividade física (PA) (três categorias)
Atividade social (o SÁ) (5 categorias)
Sintomas e problemas médico (27)
Categórico: sim/não
Escore: 0 a 1 (1 = completo bem-estar)
Comunidade,
casas residenciais
E.U.A.
72,0–80,0
# Modificado de Haywood, 2005a.
© Modificado de Haywood, 2005b.
85
Os instrumentos apresentados nessa tabela foram extraídos de dois artigos de
revisão sistemática do Haywood, 2005 sendo incluídos, na presente revisão,
pontuação, ponto de corte e definições de cada um dos instrumentos apresentados.
As escalas utilizam domínios que compreendem aspectos físicos, aspectos
mentais e percepção de saúde, assim como ansiedade, auto-cuidado, bem-estar,
dor, sono, funcionamento e recursos sociais, mobilidade e capacidade funcional.
O instrumento SF-12 utilizado na presente tese é uma versão reduzida do SF-
36 desenvolvida com o objetivo de facilitar sua aplicação ao idoso. O SF-12 é
composto por dois domínios: sumário do componente físico (PCS) e do componente
mental (MCS). A confiabilidade e a validade do SF-12 foram testadas em estudos de
WARE et al., 1994 e LUO, 2003. Nesse último estudo, a confiabilidade do SF-12,
testada pelo coeficiente alpha Cronbach, foi de 0,77 para o sumário do componente
mental e 0,80 para o sumário do componente físico, ambos os coeficientes alpha
Cronbach excederam ao nível mínimo recomendado de 0,70. A validade foi medida
considerando a validade de face, de conteúdo, de critérios, e de construto. Análise
de correlação foi utilizada para avaliar a relação entre os componentes das escalas e
medidas usadas para avaliar a validade de construto do SF-12. Dor nas costas
correlacionou-se significativa e inversamente com o PCS (r = 0,405, P<0,001) e o
MCS (r = – 0,326, P<0,001). Em relação ao bem-estar, houve correlação com o PCS
(r = 0,283, P<0.001) e com o MCS (r = 0,29, P<0,001), sendo que quanto mais
elevado o sentimento de bem-estar maiores os escores em ambos os componentes.
Uma correlação inversa e significativa foi observada entre idade e o PCS (r =
0,167, P<0,001). Entretanto, não foi significativa a correlação entre idade e o MCS (r
= 0,028, P=0,16). A correlação com depressão foi significativa em ambos os
componentes, porém foi mais forte com o MCS (r = 0,31, P<0,001) do que com o
PCS (R = 0,127, P<0,001). Entre depressão e estresse a correlação foi mais forte
com o MCS (r = 0,3, P<0,001) do que com o PCS (r = 0,07, P<0,001). Esses
resultados representam a validade do instrumento (LUO, 2003).
86
9 Características associadas à qualidade de vida e à incapacidade
funcional do idoso
A qualidade de vida do idoso associa-se a aspectos emocionais, sociais,
ambientais e físicos. O envelhecimento ativo é o processo de otimização das
oportunidades para a saúde, a participação e a segurança do idoso, com o objetivo
de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. (OMS, 2002
apud MOTTA et al., 2005).
A Tabela 10 apresenta estudos que avaliam a associação entre qualidade de
vida e incapacidade funcional. Procurou-se incluir artigos que apresentassem pelo
menos um dos instrumentos utilizados na presente tese, ou seja, SF–12, Índice de
Independência de Katz ou Escala de Lawton em populações de 60 anos ou mais,
moradores da comunidade.
87
Tabela 10. Associação entre qualidade de vida e incapacidade funcional.
Autor, ano e local da
coleta de dados
Delineamento
e tamanho da
amostra
Características da população
em estudo
Instrumentos de qualidade de
vida, AVDs, AIVDs
Associação AVDs / AIVDs e Qualidade de vida (QoL)
Moraes, 2005
Não refere ano da
coleta de dados
Porto Alegre – RS
Estudo
transversal
400
Amostra de idosos ( 60 anos)
do Projeto GENESIS (Gravataí-
PUCRS)
N= 239
Amostra de conveniência de
idosos ( 60 anos) residentes na
região metropolitana de Porto
Alegre que ainda trabalhavam ou
participavam de grupos de
idosos
N= 161
Escala Qualidade de Vida
Flanagan
WHOQoL–100
Envelhecimento com maior qualidade de vida está associado
independentemente a:
Relações familiares e de amizade
OR =4,93 (IC95% 2,83 – 8,60)
Saúde e bem-estar percebido
OR =1,66 (IC95% 1,07 – 2,59)
Capacidade funcional
OR =23,70 (IC95% 10,98 – 51,06)
Suporte psicossocial
OR =7,36 (IC95% 4,00 – 13,54)
Gureje et al., 2006
Coleta de Dados:
Nov/2003 – Ago/2004
Ibadan, Nigéria
Estudo
transversal
2152
Amostra de idosos ( 65 anos),
do sudoeste e centro–norte da
Nigéria.
WHOQoL – Bref
Health Assessment Questionnaire
(HAQ)
Nagi Physical Performance Scale
Índice de Independência em AVDs
de Katz
Ser incapaz nas AVDs (vs ser capaz) associou-se a pior
desempenho nos seguintes domínios do WHOQOL-Bref (escore
médio ±DP):
Físico 9,2 ±3,8 (14,9 ±3,5)
Psicológico 12,1 ±3,4 (15,6 ±2,8)
Social 10,9 ±4,4 (13,6 ±3,9)
Ambiental 12,3 ±3,0 (14,2 ±2,8)
Ser incapaz nas AIVDs (vs ser capaz) associou-se a pior
desempenho nos seguintes domínios do WHOQOL-Bref (escore
médio ±DP):
Físico 10,6 ±2,8 (15,3 ±3,3)
Psicológico 13, 3± 3,1 (15,8 ±2,8)
Social 11,5 ±4,3 (13,8 ±3,7)
Ambiental 12,7 ±2,9 (14,3 ±2,7)
88
Tabela 10. Associação entre qualidade de vida e incapacidade funcional. cont.
Autor, ano e local da
coleta de dados
Delineamento
e tamanho da
amostra
Características da população
em estudo
Instrumentos de qualidade de
vida, AVDs, AIVDs
Associação AVDs / AIVDs e Qualidade de vida (QoL)
Ozcan et al., 2005
Não refere ano de coleta
de dados.
Narlidere-Izmir, Turquia
Estudo
transversal
116
Idosos ( 65 anos), residentes
do T.C. Emekli Sandigi Narlidere
(casa de cuidados), sem
incapacidade para auto-cuidado.
SF-12 = escores de 0 – 100.
(Quanto maior o escore melhor a
saúde mental, física e percepção
geral de saúde)
Berg Balance Scale – Escala de
equilíbrio
Timed Up and Go (TUG) – Escala
de mobilidade funcional básica
Variável associada a pior desempenho no sumário do componente
mental do SF-12:
IMC R= -0,21 *R=coeficiente de correlação de Pearson
Variáveis associadas a pior desempenho no sumário do
componente físico e percepção geral de saúde do SF-12:
Físico Percepção geral de saúde
IMC R= -0,26 R= -0,27
Medo de Cair R= -0,25 R= -0,22
Equilíbrio R= 0,38 R= 0,27
Mobilidade Funcional R= -0,35 R= -0,25
Força Muscular R= 0,34 R= 0,23
Wlodarczyk et al., 2004
Linha de base: não refere
ano de coleta
Seguimentos: 12 e 24
semanas após o
tratamento com
Donezepil
Austrália
Estudo de
Coorte
100
Idosos com Doença de
Alzheimer (DA) de 20 centros de
cuidados australianos, que
participavam de um ECR aberto
cuja intervenção foi Donezepil
5mg/dia nas primeiras 4
semanas, e então 10mg/dia.
AQoL – Assessment of Quality of
Life Scale
AIVD – Lawton, 1969
MMSE – Mini-Mental State
Examination
Variáveis associadas com maior qualidade de vida (QoL), quando
referida pelos pacientes e cuidadores, respectivamente:
MMSE R= 0,30 e 0,28
IADL R= 0,36 e 0,43
R= Coeficiente de Correlação de Pearson
89
Tabela 10. Associação entre qualidade de vida e incapacidade funcional. cont.
Autor, ano e local da
coleta de dados
Delineamento
e tamanho da
amostra
Características da população
em estudo
Instrumentos de qualidade de
vida, AVDs, AIVDs
Associação AVDs / AIVDs e Qualidade de vida (QoL)
Ho et al., 2003
Coleta de Dados:
2001
Kyoto e Urausu, Japão
Estudo
transversal
994
Idosos ( 65 anos), residentes
em casa de cuidados em Kyoto.
N= 261
Idosos ( 65 anos), residentes
na cidade de Urausu
N= 733
Comprehensive Geriatric
Assessment
AVDs básicas
AVDs relacionadas a comunicação
Índice de Competência do
Instituto Metropolitano de Geriatria
de Tokio (TMIG)
Escala de Depressão Geriátrica –
GDS
Escala análoga visual para
qualidade de vida
Dependência nas AVDs básicas: 37,5% (moradores da casa de
cuidados) vs 19,8% (moradores na comunidade).
Dependência nas AIVDs (TMIG): 29,5% (moradores da casa de
cuidados) vs 26,2% (moradores na comunidade).
Os idosos moradores de casa de cuidados apresentaram um maior
grau de satisfação com a vida (homens p = 0,049; mulheres, p <
0,001).
A satisfação financeira foi mais elevada em quem morava em casa
de cuidados.(p < 0,001).
Há mais mulheres idosas morando em casas de cuidado. A média
de idade foi mais alta nos idosos morando em casas de cuidado.
Shinkai et al., 2003
Linha de Base: 1992
Seguimentos: Anuais,
por 6 anos
Nangai Village, prefeitura
de Akita, Japão
Estudo de
Coorte
748
Idosos ( 65 anos), participantes
do estudo TMIG-LISA.
Foram acompanhados apenas
os indivíduos sem incapacidades
nas AVDs e AIVDs na linha de
base.
AVDs (Katz,1993)
Escala de Depressão Geriátrica
GDS
Índice de Competência do Instituto
Metropolitano de Geriatria de
Tokio (TMIG)
Variáveis associadas a maior incidência de incapacidade nas AVDs:
Função social reduzida HR =1,44 (1,05-1,97)
Saúde auto-referida reduzida HR =1,56 (1,15-2,13)
Variáveis associadas a maior incidência de incapacidade nas
AIVDs:
Atividade intelectual reduzida HR =1,68 (1,26-2,24)
Função social reduzida HR =1,52 (1,12-2,07)
Saúde auto-referida reduzida HR =2,22 (1,66-2,98)
GDS HR =1,06 (1,03-1,09)
90
Tabela 10. Associação entre qualidade de vida e incapacidade funcional. cont.
Autor, ano e local da
coleta de dados
Delineamento
e tamanho da
amostra
Características da população
em estudo
Instrumentos de qualidade de
vida, AVDs, AIVDs
Associação AVDs / AIVDs e Qualidade de vida (QoL)
Suzuki et al., 2002
Coleta de Dados:
Jul – Ago/1999
Japão
Estudo
transversal
135
Idosos ( 60 anos), que
utilizavam o Serviço Dia.
SF-36
AVDs Básicas
Medo de Queda segundo Afken et
al, 1994
Domínios do SF-36 associados ao medo de cair nas mulheres:
Incapacidade em um membro
Queda no passado
Componente Físico
Saúde Geral
Limitações devido a problemas físicos
Vitalidade
Funcionamento Social
Domínios do SF-36 associados ao medo de cair nos homens:
Limitações devido a problemas físicos
Funcionamento Social
Domínios das AVDs básicas associadas ao medo de cair nas
mulheres:
Caminhar
Tomar Banho
Fassino et al., 2002
Coleta de Dados:
1999
Turin, Itália
Estudo
transversal
167
Idosos ( 65 anos),
dependentes, não-institucionali-
zados, sem demência.
AVDs – Katz (1963).
Escala de avaliação de ansiedade
e depressão, segundo Zigmond
and Snaith,1983.
Fatores associados à incapacidade em AVDs:
Ansiedade
R =0,185 (p=0,031)
Depressão
R =0,263 (p=0,002)
R =Coeficiente de correlação de Spearman
91
Tabela 10. Associação entre qualidade de vida e incapacidade funcional. cont.
Autor, ano e local da
coleta de dados
Delineamento
e tamanho da
amostra
Características da população
em estudo
Instrumentos de qualidade de
vida, AVDs, AIVDs
Associação AVDs / AIVDs e Qualidade de vida (QoL)
Hellström et al., 2004
Coleta de Dados:
2000
33 municípios da Suécia
4337 Idosos ( 75 anos) Life-quality Gerontology Center
scale (LGC)
SF-12
AVDs básico
AIVDs basico
Variáveis associadas ao componente físico do SF-12
Necessidade de ajuda nas AVDs:
Uma ou várias vezes por semana: B= -1,8 (IC95% = -2,9; -0,6)
Diariamente: B= -3,3 (IC95% = -4,7; -2,0)
Necessidade de Ajuda nas AIVDs:
1 ou várias vezes por semana: B= -3,2 (IC95% = -4,8; -1,6)
Diariamente: B= -3,5 (IC95% = -5,1; -1,9)
Numero de doenças: B= -1,2 (IC95% = -1,5; -0,9)
Variáveis associadas ao componente mental do SF-12
Necessidade de ajuda nas AVDs:
1 ou várias vezes por semana: B= -2,2 (IC95% = -4,0; -0,9)
Diariamente: B= -4,5 (IC95% = -6,7; -2,3)
Número de queixas: B= -0,4 (IC95% = -0,5; -0,3)
Número de doenças: B= -1,0 (IC95% = -1,5; -0,6)
Rede Social:
Contato com 1 ou 2 pessoas: B= 4,9 (IC95% = 0,5; 9,2)
Contato com 3 pessoas ou mais: B= 8,2 (IC95% = 3,9; 12,6)
92
Na Tabela 10, observa-se que a capacidade funcional dos idosos tanto
na realização das AVDs como das AIVDs, associa-se diretamente a todos os
domínios da qualidade de vida. (MORAES, 2005; GUREJE, 2006;
HELLSTRÖM et al, 2004) A dificuldade em realizar as AVDs causa maior
impacto na qualidade de vida quando comparada às AIVDs (HO et al, 2003;
WLODARCZYK et al, 2004; HELLSTRÖM et al, 2004).
Verifica-se ainda, que a qualidade de vida está associada à saúde e ao
bem-estar percebido (MORAES, 2005; OZCAN et al, 2005; SHINKAI et al,
2003; SUZIKI et al, 2002). Nas mulheres, o conforto material, sentir-se
fisicamente bem, auto-estima, sentimentos positivos, relações interpessoais,
suporte social e participação em atividades recreativas foram preditores de
qualidade de vida (MORAES, 2005; SHINKAI et al, 2003; GUREJE, 2006).
Quanto maior o IMC, menor a qualidade de vida em todos os domínios
(OZCAN et al, 2005). O medo de queda diminui os escores do componente
físico da qualidade de vida, assim como a percepção geral de saúde. No
entanto, quanto maior força muscular e melhor mobilidade funcional, maior
os escores do componente físico da qualidade de vida e da percepção geral
de saúde (SUZIKI et al, 2002; OZCAN et al, 2005; SHINKAI et al, 2003).
Comparando-se os idosos institucionalizados com os moradores da
comunidade, observa-se que maior prevalência de mulheres e de
dependência nas AVDs e AIVDs, e que a média de idade dos indivíduos é
superior (HO et al, 2003).
Indivíduos com maior capacidade funcional apresentaram maior
qualidade de vida (MORAES, 2005; HELLSTRÖM et al, 2004; SUZIKI et al,
2002; WLODARCZYK et al, 2004).
A revisão foi direcionada à capacidade funcional, medida através da
independência para executar as atividades de vida diária e as atividades
93
instrumentais da vida diária, e a qualidade de vida Análises subseqüentes
estão previstas, como parte de outras teses e dissertações.
Justificativa
O crescimento da população de idosos no mundo e, em particular, no Brasil
torna necessário o planejamento de ações e políticas de saúde específicas
para o idoso. A disponibilidade de dados, obtidos em amostras
representativas, que permitam a generalização dos resultados para toda a
população idosa é a etapa inicial para fomentar esse processo. A revisão da
literatura apresentou informações amplas para idosos de muitos países e
exíguas para o Brasil. Em Porto Alegre, não dados originários de uma
amostra representativa de idosos e a associação entre indenpendência
funcional e qualidade de vida foi pouco estudada em países em
desenvolvimento. Esta tese propôs-se a realizar um estudo e obter
resultados que possam fundamentar ações preventivas de saúde que
propiciem uma maior capacidade funcional e conseqüente qualidade de vida
para o idoso, na nossa sociedade.
94
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109
ARTIGO 1
110
Prevalência de agravos à saúde e características de estilo de vida em indivíduos
idosos de Porto Alegre: um estudo de base populacional
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele em nome dos pesquisadores do Estudo
SOFT
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Autor para correspondência:
Sandra Costa Fuchs, M.D., Ph.D.
Rua Felipe de Oliveira 987/901.
CEP 90630-000
Porto Alegre, RS, Brasil
CEP – 90 035-003
Telephone: +55 (0XX) 51-21017621/ 33330409/ 91350604
Telephone-Fax: +55 (0XX) 51-21018420
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele.
Rua São Luiz,292
CEP 90620-270
Porto Alegre, RS, Brasil
Telephone: +55 (0XX) 51-32192501/ 98247210
(Artigo para ser enviado para os Cadernos de Saúde Púbica)
111
Resumo
Fundamento: O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial. Os idosos
apresentam características demográficas, socioeconômicas e estilo de vida que
afetam a expectativa de vida e o envelhecimento saudável. As doenças crônicas
ocorrem com maior prevalência nessa faixa etária.
Objetivos: Descrever características de estilo de vida e agravos à saúde de indivíduos
idosos de Porto Alegre, RS. Verificar a distribuição dessas características de acordo
com idade e sexo. Esses objetivos constituíram um dos subprojetos do estudo da
Síndrome da Obesidade e Fatores de Risco – Estudo SOFT.
Participantes e Métodos: Trata-se de estudo transversal, de base populacional, de
indivíduos com 60 e 90 anos, selecionados através de amostragem por estágios
múltiplos de conglomerados, em 106 dos 2157 setores censitários de Porto Alegre.
Realizaram-se entrevistas domiciliares para investigar características
socioeconômicas, demográficas, hábitos de vida e fatores de risco para doença
cardiovascular, utilizando-se um questionário padronizado. Utilizou-se o módulo
Complex Samples, do SPSS, para as análises dos dados, a fim de ajustar para o efeito
da amostragem. Testaram-se diferenças entre proporções utilizando-se o teste do qui-
quadrado de Pearson, ao analisarem-se as prevalências; a análise de variância ou co-
variância para compararem-se médias, e a análise de regressão logística múltipla,
para cálculo da odds ratio e intervalo de confiança de 95%. As análises foram para
um nível de significância de 5%.
Resultados: A média de idade foi semelhante entre homens e mulheres idosos, e a
distribuição de idade e sexo foi similar à do censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Além de maior escolaridade (8,8 vs. 6,6 anos), os homens
referiram estar casados mais freqüentemente (75,7%) do que as mulheres (31,9%), as
quais eram predominantemente viúvas ou separadas e residiam sozinhas em maior
proporção. Com exceção de cor da pele e de residir sozinho, as demais características
associaram-se significativamente com a idade. Identificou-se uma relação inversa
entre idade e escolaridade e entre a idade e o fado de estar casado ou residir com
companheiro, e uma associação direta entre idade e aposentadoria, separação ou
viuvez e o uso de dispositivos para andar. Observou-se uma redução no consumo
112
abusivo de bebidas alcoólicas após os 64 anos e, marcadamente, após os 74 anos. A
atividade física diminuiu com a idade entre homens e mulheres e, aproximadamente
um terço dos homens mantinha-se ativo entre 75 e 90 anos. Identificou-se
prevalência elevada de hipertensão (71%), prevalência de homens com excesso de
peso (71,8%), em todas as categorias de idade. Cerca de um quarto dos homens
idosos e um terço das mulheres referiram apresentar saúde razoável ou ruim, sendo
que 45,6% dos idosos não referiram qualquer problema como sendo responsável pela
sua condição de saúde. Os problemas mais freqüentemente mencionados incluíam
queixas osteoarticulares, cardiovasculares e emocionais.
Conclusão: Os indivíduos idosos investigados no Estudo SOFT representam a
população idosa de Porto Alegre, apresentam prevalência elevada de fatores de risco
para doença cardiovascular e há diferenças entre homens e mulheres, incluindo
características socioeconômicas e hábitos de vida.
Palavras-chave: idoso, perfil demográfico e socioeconômico, hábitos de vida,
agravos à saúde.
113
ABSTRACT
Bases: The growth of the elderly population is a worldwide phenomenon. The elderly
presented socioeconomic, demographic, habits and lifestyle characteristics that affect
life expectation and healthy ageing. Besides, chronic diseases are more prevalent at
this age phase.
Objectives: the objective of this study was to describe the characteristics of lifestyle
and the health disorders of the elderly population from Porto Alegre, RS. It was also
verified the distribuition of these characteristics by age and sex. The present research
is one of the subprojects of the Syndrome of Obesity and Risk Factors (SOFT) study.
Participants and methods: This cross-sectional population-based study of a
representative sample of individuals aged 60 to 90 years old was selected through a
multiplestage probability sampling of 106, out of 2157, census sectors of Porto
Alegre. A standardized questionnaire was applied in household interviews to
investigate socioeconomic, demographic, lifestyle characteristics, and risk factors for
cardiovascular disease. The Complex Samples module of SPSS was used for data
analysis to adjust for design effect. The differences between proportions were tested
by Pearson’s chi-square test; the variance and covariance analyses were used to
calculate the averages and multiple logistic regression analysis to calculate the odds
ratios and 95% confidence intervals.
Results: the age average was similar between elderly man and women, and the sex
and age distribution was similar to the one of the census of the Brazilian Institute of
Geography and Statistics. Besides higher scholarity (8,8 vs. 6,6 years), men referred
to being married more frequently (75,7%) than women (31,9%), which were mainly
widows or were separated and residing alone more often than men. Except for the
color of the skin and the fact of residing alone or not, all the researched
characteristics were significantly associated with age. An inverse relationship
between age and scholarity and between age and being married or residing with a
companion was identified, as well as a direct relationship between age and being
retired, being separated or a widow, and needing a walking assistance device. A
reduction on the abusive consumption of alcoholic beverages was observed on the
individuals over 64 years old and, more so, on those over 74 years old. The practice
114
of physical activity decreased with age among men and women, but approximately
one third of the men remained active between 75 to 90 years old. This study
identified a high prevalence of hypertension (71%) among the researched
individuals, as well as a prevalence of excess weight among men (71,8%), in every
age phase. About one forth of the elderly men and one third of the elderly women
referred presenting reasonable or bad health. 45,6% of the elderly did not refer any
problem as being responsible for their health condition. The most frequently
mentioned problems included osteoarticular, cardiovascular and emotional
complaints.
Conclusion: the elderly population investigated in the SOFT study was representative
of the elderly population of Porto Alegre, presented high prevalence of
cardiovascular risk factors and there are differences between man and women,
including: socioeconomic and lifestyle characteristics.
Keywords: the elderly, demographic and socio-economical profile, life habits and
health decline.
115
Introdução
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e, no Brasil, acompanha a
redução nos padrões de morbimortalidade por doenças infecciosas e a elevação nos
de causas não transmissíveis, em paralelo ao aumento progressivo da expectativa de
vida
1,2
. Em 1991, 7,3% (10,7 milhões) da população brasileira era constituída por
indivíduos idosos, elevando-se para 8,6% (14,5 milhões), em 2000, e estima-se que
alcançará 16% (39 milhões), em 2050
3
. A caracterização da população idosa é
baseada no critério cronológico e socioeconômico, sendo 65 anos o ponto de corte
para pessoas residindo nos países desenvolvidos e 60 anos, para os habitantes de
países em desenvolvimento
4,5
.
Na população idosa do Brasil, em 2000, havia um predomínio de mulheres (118:100)
com idade entre 65 e 69 anos, o qual aumenta para 141:100 entre idosos de 80 anos
ou mais. Entre os indivíduos idosos, 61% informaram ser da raça branca. A
escolaridade média diferiu entre homens e mulheres (3,5 vs. 3,1 anos). Estudo
realizado em Goiana, GO, incluindo 420 idosos (62,4% mulheres), com 60 a 92 anos
de idade, identificou diferenças no estado marital entre homens, predominantemente
casados (77,8% vs. 35,1%), e mulheres, majoritariamente solteiras (19 vs. 4,4%),
separadas ou viúvas (57,6 vs. 27,7%)
5
.
As prevalências de fatores de risco para doenças não transmissíveis variam com a
idade e com o sexo, tanto em idosos do Brasil quanto de outros países, e estão
diretamente relacionadas à morbimortalidade. A prevalência de tabagismo entre
idosos americanos foi 10,2% (12,6% entre os homens vs. 8,3% entre as mulheres)
7
, e
uma distribuição similar foi obtida em idosos de Belo Horizonte, MG (19,6% vs.
8,1%, respectivamente). Um inquérito realizado no estudo SABE
8
- Encuesta Salud,
Bienestar y Envejecimiento realizado em Buenos Aires, Argentina; Bridgetown,
Barbados; Havana, Cuba; Montevideo, Uruguai; Santiago, Chile; México, D.F.,
México e São Paulo, Brasil, identificou que, em São Paulo, 53,3% dos idosos
referiam algum problema de saúde, sendo doença cardiovascular (16,8%),
116
hipertensão arterial (26,4%), doença osteomuscular (17,8%) e diabetes mellitus
(11,9%) os mais freqüentes. Em 1997, 55% dos idosos declararam um estado de
saúde regular ou ruim comparativamente a 19,4% na população geral
9
.
As diferenças nas prevalências de fatores de risco incluem variações na definição do
agravo, no instrumento utilizado e no ponto de corte para doença, a despeito de
variações reais entre populações da mesma região e de diferentes regiões do país. No
Brasil, há poucos estudos realizados na população idosa, principalmente em amostras
populacionais representativas que permitam caracterizar a freqüência de agravos à
saúde e a possibilidade para a definição e planejamento de políticas de saúde
específicas.
No presente estudo, avaliamos características de indivíduos com 60 anos ou mais, em
uma amostra representativa de Porto Alegre, RS, apresentando prevalências de
agravos e comparando-os por idade e sexo.
Materiais e Métodos
Desenhou-se um estudo transversal, de base populacional, incluindo-se amostra
representativa de homens e mulheres, com idade entre 60 e 90 anos, residentes na
cidade de Porto Alegre. Utilizando-se amostra por estágios múltiplos, selecionaram-
se 106 entre 2157 setores censitários, 30 domicílios por setor e todos os indivíduos
elegíveis em cada domicílio. Excluíram-se moradores temporários, empregados
domésticos e pessoas incapazes de responder às perguntas do questionário.
Entrevistadores treinados realizaram as entrevistas e aferições de peso e altura, além
da aferição de pressão arterial, nos domicílios dos participantes. Após pelo menos
três tentativas de localização, os idosos não localizados foram considerados perdas.
Os indivíduos selecionados fizeram parte do estudo da síndrome de obesidade e
fatores de risco para doença cardiovascular em adolescentes, adultos e idosos de
Porto Alegre (Estudo SOFT).
Realizaram-se entrevistas utilizando-se questionário padronizado, com informações
sobre características demográficas, socioeconômicas, hábitos de vida, fatores de risco
para doença cardiovascular, além de outras variáveis. Coletaram-se informações
sobre idade (anos), sexo (observado), cor da pele (auto-referida), escolaridade (anos
117
completos de estudo), trabalho atual, aposentadoria, situação conjugal (solteiro,
casado ou com companheiro, separado ou viúvo), residir sozinho, tabagismo (ter
fumado 100 ou mais cigarros na vida, categorizado em não fumante, ex-fumante ou
fumante atual)
10
, consumo abusivo de bebidas alcoólicas
11
(tipo, quantidade e
freqüência de bebidas ingeridas nos últimos 12 meses, categorizado em abstêmio,
social ou abusivo - ingestão de etanol 15 g/dia para as mulheres e 30g/dia para os
homens), atividade física e a necessidade de dispositivos como bengala, muleta ou
cadeira de rodas para auxiliar ou permitir a deambulação.
O instrumento International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)
12
, versão curta,
traduzido e validado no Brasil
13
foi empregado para quantificar atividades realizadas
no lazer, no domicílio, no trabalho e em deslocamentos. Idosos que despendiam pelo
menos 150 minutos em atividades físicas por semana foram caracterizados como
fisicamente ativo.
Também foram investigadas doenças não transmissíveis como doença cardiovascular
(verificada através de infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, cirurgia
cardíaca e acidente vascular encefálico) e seus fatores de risco (hipertensão arterial,
diabetes mellitus). Diabetes mellitus foi caracterizado pelo diagnóstico médico
prévio ou emprego de medicamentos para tratamento do diabetes mellitus.
Osteoartrose foi caracterizada pelo diagnóstico médico prévio de artrite, artrose, gota
ou doenças reumáticas. Foram verificadas prescrições e caixas de medicamentos em
uso diário, nos últimos 30 dias, e a percepção geral de saúde (variável com cinco
categorias, reagrupadas em excelente ou muito boa, boa e razoável ou ruim) e os seus
principais determinantes, sob a forma de problemas de saúde
14
.
Realizaram-se quatro aferições de pressão arterial durante a entrevista, utilizando-se
um instrumento automático validado (OMRON-CP705)
15
, de acordo com diretriz
brasileira
16
. A hipertensão foi caracterizada por pressão 140/90 mmHg ou pelo uso
de medicamentos anti-hipertensivos, a partir da média das quatro aferições. O peso
(kg) foi aferido com o participante vestindo roupas leves e pés descalços, utilizando a
balança (Plenna, model TINN 00088 Plenna - SA, São Paulo, Brazil), com precisão
de 100 gramas, e a altura (cm), mantendo o plano de Frankfort, com precisão de 0.1
118
cm. O índice de massa corporal [IMC; peso (kg)/altura (m)
2
] foi calculado e o ponto
de corte IMC 25,0 kg/m
2
foi utilizado para caracterizar excesso de peso.
Uma amostra de 439 idosos seria necessária para detectar diferenças estatísticamente
significativas entre, por exemplo, sexo (fator em estudo) e morar sozinho (desfecho),
com poder de 80% e nível de significância de 0,05 (bi-caudal), pressupondo que 10%
dos homens e 20% das mulheres residissem sozinhos, com uma razão de 1 homem
para 1,3 mulheres. Como esse estudo é parte do Estudo SOFT e outras hipóteses
em investigação, o tamanho de amostra foi ampliado, permitindo levar em
consideração o efeito da amostragem na análise dos dados e manter o poder do
estudo face a perdas e recusas.
Realizou-se dupla digitação dos questionários, utilizando-se o programa Epi Info
2000, versão 3.3.2, para criar o banco de dados e checar a consistência das respostas.
A análise dos dados utilizou o plano amostral e as estimativas foram ajustadas para o
efeito da amostragem. Foram realizadas análises utilizando o programa Statistical
Package for Social Sciences (versão 13, Chicago, Illinois), utilizando o módulo
complex sample. Média e erro padrão (±EP) ou percentagem com intervalo de
confiança de 95% (IC95%) foram empregados para descrever a população em estudo
e um nível de significância de 5%. Prevalência pontual (IC 95%) e média (EP) foram
calculadas, e os testes do qui-quadrado de Pearson e a análise de variância (ANOVA)
foram empregados para testar diferenças entre sexo e idade.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas
de Porto Alegre (nº 00176). Os princípios éticos foram respeitados conforme as
orientações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
Resultados
No período de janeiro de 2004 a abril de 2007 foram arrolados 562 indivíduos idosos
(177 homens e 385 mulheres). A análise ajustada para o efeito da amostragem
resultou em 68,5% (65,3-71,5%) de mulheres e 31,5% (28,5-34,7% ) de homens e a
idade foi categorizada em 60-64, 65-69, 70-74 e 75-90 anos, com uma distribuição
119
de 24,3%, 26,6%, 23,7% e 25,4%, respectivamente, entre os homens e 25,7%,
23,6%, 21,0% e 29,6%, entre as mulheres.
A Tabela 1 mostra que não houve diferenças significativas entre homens e mulheres
nas médias de idade e na proporção de idosos com cor da pele branca. Características
como escolaridade, situação conjugal e residir sozinho, por outro lado, mostraram
diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres. Além de maior
escolaridade (8,8 vs. 6,6 anos), os homens referiram estar casados mais
freqüentemente (75,7%) do que as mulheres (31,9%), que eram predominantemente
viúvas ou separadas e residiam sozinhas em maior proporção.
Observa-se, na Tabela 2, que exceto por cor da pele e residir sozinho, as demais
características associaram-se significativamente com a idade. Identificou-se uma
relação inversa da idade com a escolaridade, e com o fato de ser casado ou residir
com companheiro, e uma associação direta da idade com a aposentadoria, a
separação ou a viuvez e o uso de dispositivo para andar.
A Tabela 3 apresenta características de estilo de vida e morbidade associadas à idade,
entre os homens. Observa-se que houve redução no consumo abusivo de bebidas
alcoólicas após os 64 anos e, marcadamente, após os 74 anos. A atividade física
diminuiu com a idade e, entre 75 e 90 anos, pouco mais de um terço dos homens
mantiveram-se ativos. Identificou-se prevalência elevada de hipertensão (71%) e
uma curva tipo dose-resposta entre prevalência de doença cardiovascular e idade, em
paralelo à elevação no número médio de remédios consumidos regularmente.
Destaca-se a prevalência de homens com excesso de peso (71,8%), a qual se manteve
elevada em todas as categorias de idade. Cerca de um quarto dos homens idosos
referiram apresentar saúde razoável ou ruim.
As características de estilo de vida e morbidade de mulheres idosas estão descritas na
Tabela 4. A proporção de mulheres idosas fisicamente ativas reduziu marcadamente
com a idade, em paralelo à elevação na prevalência de emprego de algum dispositivo
para andar. Verificaram-se prevalências elevadas de hipertensão, excesso de peso e
de doença cardiovascular, embora não tenham sido identificados aumentos com a
idade que permitissem caracterizar curvas tipo dose-resposta. A percepção geral de
saúde para homens e mulheres foi 16,7% (IC 95% 13,6-20,4%) excelente ou muito
120
boa, 50,5% (IC 95% 45,3-55,7%) boa e 32,7% (IC 95% 28,2-37,6%) razoável ou
ruim. Em relação às mulheres idosas, mais do que um terço referiu saúde razoável ou
ruim.
A Tabela 5 mostra que 45,6% das pessoas com 60 a 90 anos não referiram qualquer
problema como sendo responsável pela sua condição de saúde. Os problemas mais
freqüentemente mencionados incluíam queixas osteoarticulares, cardiovasculares e
emocionais.
Discussão
O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de indivíduos idosos não
institucionalizados, em amostra representativa da população geral, com 60 a 90 anos.
A análise dos dados mostra que há diferenças socioeconômicas entre homens e
mulheres idosos, evidenciando-se nos homens maior escolaridade, maior prevalência
de aposentados e maior prevalência de idosos ainda fazendo parte do mercado de
trabalho. As características socioeconômicas associadas com a idade confirmaram
resultados esperados, seja a redução na proporção de idosos trabalhando ou a maior
proporção de aposentados. Destaca-se que uma das características relacionadas à
independência, o fato de residir sozinho, foi mais prevalente entre as mulheres e
manteve-se elevada, mesmo após os 70 anos. As análises de morbidade e
características de estilo de vida de acordo com a idade e, separadamente, para
homens e mulheres, forneceram um perfil geral do idoso que permite detectar
padrões associados ao envelhecimento e à mortalidade por doenças não
transmissíveis.
A população de idosos incluídos no estudo é representativa das pessoas com 60 a 90
anos residentes em Porto Alegre. A da população de estudo é comparável aos dados
do censo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2000, observados para
Porto Alegre, o qual identificou 37,2% homens e 62,8% mulheres idosos
17
, o que
determina a representatividade da amostra, a qual apresentou uma distribuição de
idade similar à do censo. As categorias de 60-64, 65-69, 70-74 e 75 anos ou mais
idade, no censo de Porto Alegre, agregaram, respectivamente, 32,5%, 26,4%, 19,6%
121
e 21,5% da população masculina, e 27,2%, 24,2%, 20,1% e 28,5%, da população
feminina.
A escolaridade média de 7,7 anos completados na escola, por pessoas idosas
responsáveis por domicílios em Porto Alegre, foi muito similar à detectada nesse
estudo (7,1 anos), assim como a diferença de escolaridade entre homens e mulheres.
A maior proporção de homens trabalhando foi similar à descrita em estudo de
prevalência realizado em um bairro de baixa renda em São Carlos, SP (25,1% dos
homens vs. 10,6% das mulheres)
18
. O estado marital detectado nesse estudo foi
semelhante ao descrito em outros estudos
6, 19
. No estudo realizado na cidade de
Goiânia, GO, 77,8% dos homens eram casados (vs. 35,1% das mulheres) e as
mulheres mais freqüentemente eram solteiras (19 vs. 4,4%), separadas ou viúvas
(57,6 vs. 27,7%)
6
. Algumas características socioeconômicas modificaram-se com a
idade, marcadamente os anos completados na escola, o que caracteriza o efeito
coorte, agregando indivíduos pelo ano de nascimento, onde os indivíduos mais
jovens possuem maior escolaridade do que os mais velhos. O aumento da idade
associou-se a maior proporção de separações e a redução de casais vivendo com
companheiro, o que, provavelmente, está vinculada a maior longevidade das
mulheres e a fatores socioculturais que determinam que as mulheres viúvas se casem
menos do que os homens na mesma situação
20, 21
. Este estudo confirmou a tendência
das mulheres residirem sozinhas mais freqüentemente do que os homens
6, 19
.
No presente estudo, as prevalências de hipertensão arterial, diabetes mellitus, excesso
de peso e ser fisicamente ativo foram semelhantes entre homens e mulheres. A
prevalência de tabagismo atual e pregresso e o consumo abusivo de bebidas
alcoólicas, por outro lado, apresentaram intervalos de confiança que não se
superpunham, indicando diferenças nas prevalências desses agravos. A comparação
de agravos e morbidade nos idosos de Porto Alegre foi realizada com os idosos
estudados em sete cidades da América Latina e Caribe
22
. Nossos resultados diferem
das prevalências detectadas no estudo SABE, no qual as mulheres idosas referiram
maiores prevalências de hipertensão (52,4% vs. 41,4%) e de diabetes (18,0% vs.
14,6%) e menor prevalência de atividade física regular (21,6% vs. 31,1%) do que os
homens. Obesidade, por outro lado, foi superior entre as mulheres nos dois estudos
(31,6% no SABE e 34,8% no SOFT vs. 14,8 e 23,0 nos homens, respectivamente).
122
Os métodos de avaliação dos fatores de risco, auto-referência no estudo SABE versus
aferição no estudo SOFT, podem explicar a menor prevalência de hipertensão, no
primeiro, e a auto-referência de diabetes, a prevalência similar nos dois estudos.
Diferentemente de outros estudos que agruparam os indivíduos idosos em uma ou
duas categorias de idade
22
, esse estudo procurou detectar diferenças entre categorias
mais estreitas de idade, mesmo que à custa de intervalos de confiança mais amplos
para as prevalências. Observa-se, nas Tabelas 3 e 4, que as diferenças marcantes
entre as prevalências de agravos encontram-se, geralmente, nos dois extremos de
idade, idosos com 60 a 64 anos e idosos com 75 a 90 anos. Isso ocorreu nas mulheres
em relação à hipertensão, diabetes, sobrepeso e ser fisicamente ativo. Nossas
prevalências de doença cardiovascular (26,0% em homens e 19,2% em mulheres)
diferem daquelas descritas para idosos do estudo SABE
8
(18,9% e 21,2%,
respectivamente). Por outro lado, confirmaram diferenças estatisticamente
significativas nas prevalências de doença cardiovascular de acordo com a idade e as
maiores diferenças entre os extremos de idade. Essa, possivelmente, seja uma razão
para não haver agregação de categorias amplas de idade, como a que une idosos de
60 a 74 anos.
A percepção geral de saúde entre homens e mulheres, sendo considerada razoável ou
ruim por cerca de um terço dos idosos, boa por metade dos participantes, e excelente
por cerca de 17%. Globalmente, 67,2% dos idosos de Porto Alegre caracterizaram a
saúde como boa a excelente, proporção identificada apenas em duas cidades dos sete
países do estudo SABE, Buenos Aires (65,1%) e Montevideo (63,4%)
24
. Esse
resultado está de acordo com a ausência de problema de saúde, referida por 45,6%
dos idosos, determinando a percepção geral de saúde. Dados sobre problemas de
saúde na população brasileira, referidos por idosos, apresentaram distribuição
equivalente de doenças osteoarticulares, cardiovasculares e emocionais, embora com
prevalências diversas, uma vez que mais do que um problema poderia ser citado
25
.
Dados do IPEA revelam que a proporção de doenças de coluna ou costas e de
hipertensão aumenta com a idade e que são mais prevalentes nos homens. A
proporção de artrite ou reumatismo e de doenças do coração também aumenta com a
idade, porém são mais prevalentes entre as mulheres. Tendinite ou tenosinovite,
depressão e diabete aumentaram com a idade
25
.
123
Entre os aspectos fortes desse estudo, incluem-se: a amostra ser aleatória,
representativa de idosos de Porto Alegre, a determinação de prevalências dos agravos
ter sido descrita por idade e sexo, e pela análise ter sido ajustada para o efeito da
amostragem. A maioria dos estudos populacionais
6,18,19,23,
não apresenta tal
discriminação. Entre as limitações do estudo devem ser citadas a morbidade auto-
referida para diabetes mellitus e doença cardiovascular, ambas sujeitas a viés de
aferição, embora a última tenha sido determinada a partir de eventos maiores e seja
menos propensa a vieses.
Em conclusão, esse artigo caracterizou diferenças socioeconômicas entre homens e
mulheres e mostrou prevalências similares para muitos dos agravos à saúde. As
prevalências apresentadas fornecem uma avaliação ampla sobre o perfil dos idosos
de Porto Alegre. Além disso, foram analisadas variações nas prevalências por idade.
Esses resultados fornecem dados mais detalhados do que os disponibilizados a
então na maior parte da literatura nacional e permitem inferir que a percepção geral
de saúde da população idosa de Porto Alegre assemelha-se a de alguns países da
América Latina. Os resultados apresentados são úteis para planejar intervenções e
políticas de saúde para indivíduos idosos.
Agradecimentos
Esse projeto recebeu apoio financeiro do CNPq, incluindo o Programa para Centros
de Excelência (PRONEX), Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande
do Sul e o Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIPE), do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre.
124
Tabela 1. Características demográficas e socioeconômicas de acordo com
sexo, em indivíduos com 60 a 90 anos, residentes em Porto Alegre [média
±EP ou percentual (IC 95%)]
Homens Mulheres Total
Valor P
*
Idade (anos) 70,4 ±0,5 71,0 ±0,4 70,7 ±0,3 0,3
Cor branca
81,4
(74,0-87,0)
75,3
(68,9-80,8)
77,2
(71,4-81,2)
0,07
Escolaridade (anos) 8,8 ±0,5 6,6 ±0,4 7,7 ±0,4 < 0,001
Estar trabalhando
24,9
(18,8-32,1)
13,5
(10,2-17,7)
17,1
(13,8-20,9)
0,001
Aposentadoria
70,6
(63,0-77,2)
50,1
(44,5-55,7)
56,6
(51,7-61,3)
< 0,001
Situação conjugal < 0,001
Solteiro
3,4
(1,5-7,3)
9,9
(7,0-13,8)
7,8
(5,7-10,7)
Casado ou companheiro
75,7
(68,1-82,0)
31,9
(27,0-37,3)
45,7
(40,5-51,1)
Separado ou viúvo
20,9
(15,4-27,7)
58,2
(52,5-63,7)
46,4
(41,4-51,6)
Reside sozinho
10,7
(7,0-16,1)
23,6
(19,5-28,4)
19,6
(16,2-23,4)
< 0,001
Estimativas ajustadas para efeito da amostragem
* Teste do Qui-quadrado ou ANOVA para testar diferenças entre os sexos
125
Tabela 2. Distribuição de características socioeconômicas de acordo com idade
em indivíduos com 60 a 90 anos, residentes em Porto Alegre [Percentual (IC
95%) ou média ±EP]
Idade (anos)
60-64 65-69 70-74 75-90
Valor P*
Cor branca
77,5
(67,4-85,1)
76,1
(67,7-82,9)
74,8
(65,5-82,2)
79,9
(71,3-86,4)
0,8
Escolaridade 8,1 ±0,5 7,7 ±0,6 7,3 ±0,6 6,2 ±0,5 0,01
Aposentadoria
37,3
(29,9-45,4)
55,1
(45,9-63,9)
65,0
(56,1-73,1)
68,6
(59,3-76,5)
<0,001
Estar trabalhando
35,9
(27,6-45,1)
17,4
(11,7-25,0)
8,1
(4,5-14,3)
6,9
(3,8-12,3)
<0,001
Situação conjugal <0,001
Solteiro
7,7
(4,3-13,6)
8,0
(4,5-13,8)
5,7
(2,8-11,2)
9,4
(5,3-16,1)
Casado
58,5
(50,4-66,1)
53,6
(44,3-62,7)
39,0
(29,7-49,3)
32,7
(24,2-42,5)
Separado ou viúvo
33,8
(26,6-41,8)
38,4
(29,2-48,5)
55,3
(45,2-64,9)
57,9
(48,4-66,8)
Reside sozinho
14,8
(9,6-22,1)
17,4
(11,9-24,7)
24,4
(17,7-32,7)
22,0
(16,3-29,0)
0,15
Estimativas ajustadas para efeito da amostragem
* Teste do Qui-quadrado ou ANOVA para testar diferença entre categorias de idade
126
Tabela 3.Prevalência de características de estilo de vida e agravos à saúde de acordo
com a idade, em homens com 60 a 90 anos [Percentual (IC 95%) ou média ±EP]*
Idade (anos) Valor P
Total
60-64 65-69 70-74 75-90
Tabagismo 0,3
Nunca fumou
40,1
(32,9-47,8)
32,6
(20,7-47,2)
42,6
(29,2-57,1)
42,9
(29,3-57,6)
42,2
(27,6-58,4)
Ex-fumante
45,2
(37,8-52,9)
51,2
(36,6-65,5)
38,3
(25,5-53,0)
38,1
(24,5-53,8)
53,3
(38,4-67,7)
Fumante atual
14,7
(10,1-20,9)
16,3
(7,9-30,7)
19,1
(9,3-35,4)
19,0
(9,3-35,1)
4,4
(1,1-15,9)
Consumo abusivo de bebidas
alcoólicas
11,3
(6,8-18,2)
20,9
(10,5-37,4)
10,6
(3,1-31,0)
11,9
(5,0-25,8)
2,2
(0,3-14,3)
0,08
Fisicamente ativo
58,8
(50,7-66,4)
69,8
(54,3-81,8)
70,2
(58,4-79,8)
57,1
(42,4-70,7)
37,8
(23,2-54,9)
0,004
Excesso de peso
71,8
(64,8-78,0)
76,7
(62,3-86,8)
72,3
(57,6-83,4)
70,7
(55,2-82,6)
67,4
(51,4-80,2)
0,8
Hipertensão arterial
71,2
(64,0-77,5)
53,5
(38,2-68,1)
70,2
(55,1-81,9)
81,0
(67,5-89,7)
80,0
(66,5-89,0)
0,01
Diabetes mellitus
22,0
(16,9-28,2)
25,6
(14,4-41,2)
19,1
(10,6-32,1)
26,2
(15,7-40,3)
17,8
(9,1-31,8)
0,7
Acidente vascular encefálico
8,5
(5,5-12,9)
2,3
(0,3-15,3)
10,6
(4,5-23,2)
7,1
(2,4-19,6)
13,3
(6,3-26,0)
0,3
Doença cardiovascular
26,0
(20,7-32,0)
9,3
(3,5-22,5)
34,0
(21,4-49,5)
21,4
(12,1-35,2)
37,8
(25,1-52,4)
0,008
Osteoartrose
18,1
(13,0-24,6)
14,0
(6,2-28,5)
10,6
(4,9-21,7)
33,3
(21,4-47,8)
15,6
(7,6-29,1)
0,03
Dispositivo para andar
5,6
(3,0-10,4)
2,3
(0,3-15,3)
4,3
(1,1-15,3)
4,8
(1,2-17,2)
11,1
(4,7-24,2)
0,3
Remédios ingeridos /dia 3,5 ±0,3 2,8 ±0,5 2,7 ±0,4 4,5 ±0,6 4,2 ±0,6 0,02
Percepção geral de saúde 0,7
Excelente ou muito boa
19,2
(13,6-26,4)
23,3
(13,7-36,7)
23,4
(13,6-37,2)
11,9
(5,1-25,2)
17,8
(8,9-32,3)
Boa
55,9
(48,1-63,5)
51,2
(37,3-64,9)
48,9
(34,9-63,1)
64,3
(49,7-76,6)
60,0
(45,3-73,1)
Razoável ou ruim
24,9
(18,4-32,7)
25,6
(14,7-40,7)
27,7
(15,9-43,7)
23,8
(13,3-38,9)
22,2
(13,1-35,1)
Estimativas ajustadas para efeito da amostragem
* Teste do Qui-quadrado de Pearson ou ANOVA para testar diferença entre categorias de idade
127
Tabela 4.Prevalência de características de estilo de vida e agravos à saúde de acordo
com a idade, em mulheres com 60 a 90 anos [Percentual (IC 95%) ou média ±EP]*
Idade (anos) Valor P
Total
60-64 65-69 70-74 75-90
Tabagismo 0,3
Nunca fumou
68,6
(63,2-73,5)
69,7
(58,5-79,0)
62,6
(53,5-70,9)
66,7
(57,2-75,0)
73,7
(63,5-81,8)
Ex-fumante
20,5
(16,4-25,4)
20,2
(12,6-30,7)
20,9
(13,6-30,6)
21,0
(14,0-30,2)
20,2
(12,8-30,2)
Fumante atual
10,9
(8,1-14,5)
10,1
(5,6-17,4)
16,5
(10,9-24,2)
12,3
(6,5-22,3)
6,1
(2,9-12,5)
Consumo abusivo de bebidas
alcoólicas
4,2
(2,5-6,7)
4,0
(1,6-10,0)
4,4
(1,7-11,1)
4,9
(1,8-12,6)
3,5
(1,3-9,2)
0,9
Fisicamente ativo
62,6
(56,8-68,0)
76,8
(66,2-84,8)
74,7
(63,6-83,4)
63,0
(52,3-72,5)
40,4
(31,5-49,9)
<0,001
Excesso de peso
74,2
(69,7-78,2)
78,8
(70,1-85,5)
74,7
(64,0-83,1)
84,6
(74,5-91,2)
62,0
(53,9-69,6)
0,003
Hipertensão arterial
70,1
(64,7-75,0)
56,6
(47,8-65,0)
74,7
(63,1-83,6)
72,8
(62,6-81,1)
76,3
(66,4-84,0)
0,009
Diabetes mellitus
20,0
(16,5-24,1)
15,2
(9,9-22,5)
24,2
(16,6-33,8)
21,0
(13,8-30,5)
20,2
(13,7-28,7)
0,4
Acidente vascular encefálico
6,2
(4,2-9,2)
4,0
(1,5-10,3)
4,4
(1,7-11,1)
9,9
(5,1-18,4)
7,0
(3,6-13,2)
0,3
Doença cardiovascular
19,2
(15,7-23,3)
7,1
(3,4-14,0)
15,4
(9,3-24,5)
27,2
(19,4-36,7)
19,2
(15,7-23,3)
0,001
Osteoartrose
34,1
(28,6-40,1)
27,6
(19,9-36,9)
33,7
(23,9-45,2)
37,0
(26,4-49,1)
38,1
(28,3-48,8)
0,4
Dispositivo para andar
11,9
(9,2-15,4)
1,0
(0,1-6,8)
6,6
(3,0-13,8)
9,9
(5,0-18,7)
27,2
(20,3-35,4)
<0,001
Remédios ingeridos /dia 4,0 ±0,2 3,2 ±0,3 4,0 ±0,4 4,2 ±0,4 4,4 ±0,4 0,009
Percepção geral de saúde 0,7
Excelente ou muito boa
15,6
(12,0-19,9)
19,2
(12,5-28,4)
14,3
(8,5-23,1)
13,6
(7,4-23,5)
14,9
(8,7-24,3)
Boa
48,1
(42,4-53,8)
46,5
(36,3-56,9)
48,4
(37,0-59,9)
46,9
(36,6-57,5)
50,0
(40,2-53,8)
Razoável ou ruim
36,4
(31,4-41,6)
34,3
(25,2-44,8)
37,4
(27,2-48,8)
39,5
(30,5-49,3)
35,1
(27,0-44,1)
Estimativas ajustadas para efeito da amostragem
* Teste do Qui-quadrado de Pearson ou ANOVA para testar diferença entre categorias de idade
128
Tabela 5.Problema principal responsável pela percepção geral de saúde
(Percentual IC95%)
Homens
Mulheres
Total
Nenhum
55,9
(47,9-63,7)
40,8
(35,4-46,4)
45,6
(40,9-50,3)
Problema osteoarticular
13,0
(8,4-19,5)
23,9
(19,6-28,8)
20,5
(16,9-24,6)
Problema cardiovascular
11,3
(7,4-16,9)
9,1
(6,4-12,8)
9,8
(7,7-12,3)
Problema emocional
4,0
(1,9-7,9)
5,2
(3,2-8,3)
4,8
(3,1-7,3)
Problema para caminhar
2,8
(1,2-6,6)
5,7
(3,8-8,5)
4,8
(3,3-6,8)
Problema visual ou auditivo
2,3
(0,9-5,8)
2,3
(1,2-4,3)
2,3
(1,4-3,8)
Problema respiratório
2,3
(0,7-7,2)
1,3
(0,5-3,6)
1,6
(0,6-4,4)
Problema neurológico
1,1
(0,3-4,4)
1,3
(0,5-3,6)
1,2
(0,6-2,8)
Câncer
0,6
(0,1-4,1)
0,8
(0,3-2,3)
0,7
(0,3-1,9)
Outro problema
6,8
(3,9-11,6)
9,6
(7,0-13,1)
8,7
(6,6-11,4)
129
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132
ARTIGO 2
133
Características associadas à independência funcional e qualidade de vida em
indivíduos idosos: um estudo de base populacional
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele em nome dos pesquisadores do Estudo
SOFT
Programa de Pós-graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Autor para correspondência:
Sandra Costa Fuchs, M.D., Ph.D.
Rua Felipe de Oliveira 987/901.
CEP 90630-000
Porto Alegre, RS, Brasil
CEP – 90 035-003
Telephone: +55 (0XX) 51-21017621/ 33330409/ 91350604
Thelephone-Fax: +55 (0XX) 51-21018420
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele
a
.
Rua São Luiz, 292
CEP 90620-270
Porto Alegre, RS, Brasil
Telephone: +55 (0XX) 51-32192501/ 98247210
Baseado na tese intitulada “Capacidade funcional e qualidade de vida dos indivíduos
com 60 anos ou mais residentes em Porto Alegre”, ano 2007. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em
Epidemiolgia.
(Artigo para ser enviada para os Cadernos de Saúde Púbica)
134
Resumo
Fundamento: O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial. Os idosos
apresentam doenças crônicas que resultam em graus variáveis de incapacidade, a
qual aumenta com a idade, tornando-os dependentes nas atividades da vida diária
(AVDs) e nas atividades instrumentais da vida diária (AIVDs).
Objetivos: O objetivo desse estudo foi investigar a prevalência de capacidade
funcional em indivíduos idosos, em uma amostra representativa de Porto Alegre, RS,
bem como identificar sua associação com a qualidade de vida. Essa pesquisa é um
dos braços do estudo da Síndrome de Obesidade e Fatores de Risco – SOFT.
Participantes e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, de
indivíduos idosos com 60 e 90 anos, selecionados através de amostragem por
estágios múltiplos de conglomerados, em 106 dos 2157 setores censitários de Porto
Alegre. Em entrevistas domiciliares aplicou-se um questionário padronizado, para
investigar características socioeconômicas e demográficas, hábitos de vida, fatores de
risco para doença cardiovascular, além do índice de independência nas atividades de
vida diária, desenvolvido por Katz, em 1969, e a escala de independência nas
atividades instrumentais da vida diária, criada por Lawton e Brody, em 1983, assim
como o questionário de qualidade de vida Short Form-12 (Ware,1996). Utilizou-se o
módulo Complex Samples, do SPSS, para as análises dos dados, a fim de ajustar para
o efeito da amostragem. Testaram-se diferenças entre proporções utilizando-se o
teste do qui-quadrado de Pearson, ao analisarem-se as prevalências; a análise de
variância ou co-variância para compararem-se médias, e a análise de regressão
logística múltipla, para cálculo da odds ratio e intervalo de confiança de 95%. As
análises foram para um nível de significância de 5%.
Resultados: Identificou-se associação direta e independente de idade e sexo entre
escolaridade e independência para realizar as atividades instrumentais, mas não para
as atividades da vida diária. A prática de atividade física regular foi preditora de
independência funcional nas AVDs e nas AIVDs. Esse estudo verificou tendência a
maior independência entre os homens para o total de domínios das AVDs (94% vs.
89%; p=0,09), assim como das AIVDs (94% vs. 88%; p=0,04). Nos homens,
observou-se a redução da independência funcional para realizar a maior parte das
135
AVDs e AIVDs com o avançar da idade. Entre as mulheres, destaca-se, a redução da
independência funcional com a idade em todas as atividades, exceto usar o telefone.
O sexo masculino esteve associado, independentemente da idade, a maiores escores
dos componentes físico e mental da qualidade de vida. A idade associou-se
inversamente com o componente físico, enquanto a escolaridade o fez de maneira
direta. Entretanto, nenhuma dessas características mostrou relação com o
componente mental. Ser ativo fisicamente e possuir menor número de condições
crônicas se associaram tanto ao escore do componente físico quanto mental, de
maneira fortemente significativa.
Conclusão: Os indivíduos idosos investigados no Estudo SOFT representam a
população idosa de Porto Alegre. As diferenças entre homens e mulheres idosos
incluem características socioeconômicas, hábitos de vida e independência funcional.
Os homens apresentam maior qualidade de vida do que as mulheres,
independentemente da idade.
Palavras-chave: idoso, capacidade funcional, qualidade de vida, atividade de vida
diária (AVD) e atividade instrumental da vida diária (AIVD).
136
ABSTRACT
Background: The growth of the elderly population is a worldwide phenomenon. The
elderly have chronic diseases that lead to various degrees of incapacity, which
increases with age and makes them dependent in their activities of the daily living
(ADLs), and in the instrumental activities of the daily living (IADLs).
Objectives: the objective of the present study was to verify the prevalence of
functional capacity in elderly individuals in a representative sample from Porto
Alegre, RS, as well as to identify its association with life quality. The present
research is one of the subprojects of the Syndrome of Obesity and Risk Factors
(SOFT).
Participants and methods: This cross-sectional study of elderly individuals from 60 to
90 years old, selected through multiplestage sampling of conglomerates in 106 out of
2157 census sectors of Porto Alegre. A standardized questionnaire was applied in
household interviews to investigate socioeconomicl, demographic and lifestyle
characteristics, and risk factors for cardiovascular disease, as well as the Index of
Independence in the activities of the daily living and the Instrumental Activities of
Daily Living Scale. The questionnaire Short Form-12 of quality of life (Ware, 1996)
was also applied and the SPSS Complex Samples module was used for data analysis
to adjust the samples.
Results: It was observed a direct relationship, regardless of age and sex, between
scholarity and independence to perform instrumental activities of the daily living, not
however, to the activities of daily living. The practice of regular physical activity was
a predicting factor for functional independence in both ADLs and IADLs. This study
verified a larger tendency for independence among men for the total of the ADLs
(94% vs. 89% for women; p=0,09) and IADLs(94% vs. 88% for women; p=0,04)
domains. The reduction of functional independence with age among men was
observed in most of the ADLs and IADLs. Among women there was a reduction of
functional independence in every activity, except the use of the telephone. The
masculine sex was associated, regardless of age, to higher scores on the physical and
mental components of quality of life. Age associated inversely with the physical
component, while scholarity made it directly, but none of those characteristics
137
showed any relationship with the mental component. Being physically active and
possessing a lower number of chronic diseases associated significantly with both
mental and physical scores.
Conclusion: the elderly individuals investigated in the SOFT study are representative
of the elderly population of Porto Alegre. The differences between elderly man and
women include: socio-economical characteristics, life habits and functional
independence. Men present a higher quality of life than women regardless of age.
Keywords: the elderly, functional capacity, quality of life, activity of daily living
(ADL) and instrumental activity of daily living (IADL).
138
Introdução
A população idosa mundial aumentou consideravelmente e de maneira acelerada
desde 1950, a qual representava 4,9% passando para 17,7%, em 2000, e a projeção
para 2050 é de que se eleve para 35,7%
1
. No Brasil, indivíduos com 65 anos ou mais
representavam 4,8% da população em 1991, 5,1% em 2000, e passarão a 8,5%, em
2050
2,3
. A caracterização da população idosa baseia-se no critério cronológico, sendo
60 anos a idade utilizada como ponto de corte nos países em desenvolvimento e 65
anos nos países desenvolvidos
4
. Utilizando-se esse parâmetro para avaliar o
crescimento da população idosa no Brasil, verifica-se que em 1991 havia 7,3% (10,7
milhões), elevando-se para 8,6% (14,5 milhões), em 2000, e a estimativa é de 16%,
em 2050
5
.
A idade associa-se ao risco de incapacidade, caracterizada por restrição, perda de
habilidades para realizar atividades cotidianas ou perda de autonomia para executá-
las
6
, freqüentemente associadas à prevalência de doenças não transmissíveis
7
. A
independência para executar atividades da vida diária (AVDs) - como se vestir,
deslocar-se, alimentar-se e realizar higiene pessoal - e para realizar funções mais
elaboradas, como utilizar o telefone, fazer compras, executar pagamentos, tomar
remédios e preparar alimentos as chamadas atividades instrumentais da vida diária
(AIVDs)
7-9
dimensiona a capacidade funcional. No estudo SABE - Encuesta Salud,
Bienestar y Envejecimiento - realizado em Buenos Aires, Argentina; Bridgetown,
Barbados; Havana, Cuba; Montevideo, Uruguai; Santiago, Chile; México, D.F.,
México e São Paulo, Brasil, a dificuldade para realizar ao menos uma AVD variou de
16,8%, no Uruguai, a 23,7%, no Brasil, e para realizar uma AIVD variou de 17,0% a
40,3%, nos mesmos países
10
. Entre idosos japoneses, residentes em uma cidade
pequena, com idade 65 anos, 91,4% apresentavam independência para realizar
AVDs e 87,8% para as AIVDs
11
. Um estudo realizado em São Paulo, Brasil, mostrou
que 53% dos idosos necessitavam de ajuda parcial ou total para realizar pelo menos
uma AVD, 29% para realizar até três atividades e 17% para realizar quatro ou mais
139
AVDs
12
. Por outro lado, um estudo realizado em idosos, em Porto Alegre, verificou
que 63,2% eram independentes para realizar todas as AVDs e AIVDs, 24,4%
apresentavam dependência em uma a três atividades, 7,2% dependência quatro a seis
atividades e 5,2% dependência em sete ou mais atividades, sendo que os homens eram
mais independentes do que as mulheres (83 vs. 53,8%)
13
.
A capacidade funcional é um dos indicadores do estado de saúde e da qualidade de
vida na população idosa
13-15
. A qualidade de vida está fortemente associada à
autonomia e à independência, na capacidade de auto-cuidado, e, com o aumento da
expectativa de vida, é objeto de interesse crescente de administradores de saúde e da
sociedade em geral
16
. O componente físico da qualidade de vida avalia limitações
decorrentes de problemas de saúde na execução do trabalho ou de tarefas. O
componente mental, além de avaliar limitações por problemas de ordem emocional ou
por dor na realização dessas mesmas atividades, também avalia o estado de humor do
indivíduo nos últimos tempos
9
.
A população americana, com idade entre 65 e 74 anos, apresentou médias superiores
nos componentes físico (43,75 ±11,0) e mental (52,1 ±9,5), avaliados pelo
questionário SF-12, comparativamente aos idosos com 75 anos ou mais, com escores
de 38,7 ±11,0 e de 50,1±10,9, respectivamente.
O presente estudo teve como objetivo identificar a prevalência de capacidade
funcional e de qualidade de vida, e a associação entre ambas, em adultos com 60 anos
ou mais de idade, em uma amostra representativa de Porto Alegre, RS.
Materiais e Métodos
Desenhou-se um estudo transversal, de base populacional, incluindo-se amostra
representativa de homens e mulheres, com idade entre 60 e 90 anos, residentes na
cidade de Porto Alegre. Utilizando-se amostra de conglomerados por estágios
múltiplos, selecionaram-se 106 entre 2157 setores censitários, 30 domicílios por setor
e todos os indivíduos idosos elegíveis em cada domicílio. Excluíram-se moradores
temporários, empregados domésticos e pessoas incapazes de responder às perguntas
do questionário. Entrevistadores treinados realizaram as entrevistas e aferições de
peso e altura, além da aferição de pressão arterial, nos domicílios dos participantes.
140
Após pelo menos três tentativas de localização, os idosos não localizados foram
considerados perdas. Os indivíduos selecionados fizeram parte do estudo da síndrome
de obesidade e fatores de risco para doença cardiovascular em adolescentes, adultos e
idosos de Porto Alegre (Estudo SOFT).
Entre os meses de março de 2004 a abril de 2007, realizaram-se entrevistas,
utilizando-se questionário padronizado, com informações sobre características
demográficas, socioeconômicas, atividade física, incapacidade funcional e qualidade
de vida, além de outras variáveis. Coletaram-se informações sobre idade (em anos,
categorizada em 60-69 e 70-90 anos), sexo, cor da pele (auto-referida), escolaridade
(anos completos de estudo), estar trabalhando atualmente, aposentadoria, situação
conjugal (solteiro, casado ou com companheiro, separado ou viúvo), residir sozinho, a
prática de atividade física (através do International Physical Activity Questionnaire
IPAQ
17
, versão reduzida, traduzido e validado no Brasil
36
, que quantifica atividades
realizadas no lazer, no domicílio, no trabalho e em deslocamentos, identificando como
fisicamente ativos os que executavam 150 minutos de atividade por semana)
17
, e a
necessidade de dispositivos como bengala, muleta ou cadeira de rodas para auxiliar ou
promover a deambulação. Também foram investigadas doença coronariana erificada
através de diagnóstico prévio de infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca ou
pela realzação de cirurgia cardíaca ou angioplastia e diagnóstico prévio de hipertensão
arterial ou diabetes mellitus. O somatório de doença coronariana, hipertensão e
diabetes mellitus resultou na variável número de doenças crônicas prévias, agregando-
se as categorias de duas ou três doenças. Investigou-se também a presença de familiar
ou amigo com doença debilitante residindo na casa do participante, categorizada em
sim ou não. Utilizou-se o Índice de Independência em Atividades de Vida Diária de
Katz
18
, que apresenta seis domínios: tomar banho, vestimenta, ir ao banheiro (usar o
vaso sanitário), transferências da cadeira para a cama, continência urinária e fecal e
alimentação. Cada domínio é categorizado em: dependente, se realiza as atividades
referentes a cada domínio com auxílio de alguém; ou independente, ou seja, se as
realiza com a ausência de supervisão, orientação, ou assistência pessoal ativa. Para
avaliar a independência nas atividades instrumentais da vida diária utilizou-se a Escala
de Lawton e Brody
19
com oito domínios: usar o telefone, fazer compras, utilizar meios
141
de transporte, responsabilizar-se por seus próprios medicamentos, ter habilidade para
manejar dinheiro, preparar alimentos, realizar o trabalho de casa, e lavar roupa.
As atividades de cada domínio foram avaliadas considando-se a realização: sem ajuda,
com ajuda parcial e não conseguir. Essa variável foi dicotomizada em dependente e
independente, onde independência agregou as alternativas nas quais as atividades
eram realizadas com ou sem auxílio. A qualidade de vida foi avaliada através de 12
perguntas do Short-Form Health Survey (SF-12), que são sumarizadas em dois
escores: o sumário do componente físico (PCS) e o sumário do componente mental
(MCS). analisados conforme o protocolo descrito por Ware et al (1994)
20
.
O cálculo de tamanho de amostra indicou que 381 idosos deveriam ser invetigados
para detectar-se qualidade de vida elevada em 90% dos idosos independentes e 82%
nos dependentes, com poder de 80% e nível de significância de 0,05 (bi-caudal).
Como esse estudo é parte do Estudo SOFT e outras hipóteses em investigação, o
tamanho de amostra foi ampliado, permitindo levar em consideração o efeito da
amostragem na análise dos dados e manter o poder do estudo face a perdas e recusas.
Realizou-se dupla digitação dos questionários, utilizando-se o programa Epi Info
2000, versão 3.3.2, para criar o banco de dados e checar a consistência das respostas.
A análise dos dados utilizou o plano amostral e as estimativas foram ajustadas para o
efeito da amostragem. Foram realizadas análises utilizando o programa Statistical
Package for Social Sciences (versão 13, Chicago, Illinois), e todas as análises foram
realizadas utilizando o módulo complex sample. Média e erro padrão EP) ou
percentagem com intervalo de confiança de 95% (IC95%) foram empregados para
descrever a população em estudo, e um nível de significância de 5%. Prevalência
pontual (IC 95%) e média (EP) foram calculadas, e os testes do qui-quadrado de
Pearson e análise de variância (ANOVA) ou covariância foram empregados para
testar diferenças entre os sexos e as categorias idade. Investigaram-se associações
entre variáveis independentes e as AVDs e AIVDs através de regressão logística,
controlando-se para idade e sexo. A associação entre essas mesmas variáveis e as
médias do sumário do componente físico e do mental do SF-12 foram investigadas
através de ANOVA, independente de sexo e idade. Realizou-se o controle de
qualidade das entrevistas através da aplicação de um questionário simplificado em
10% da amostra estudada. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
142
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e consentimento escrito foi obtido. Os
princípios éticos foram respeitados conforme as orientações da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde. Essa pesquisa recebeu apoio financeiro do CNPq,
CAPES, FAPERGS, FIPE-HCPA
Resultados
A população em estudo foi constituída por 562 indivíduos com 60 anos ou mais na
análise preliminar, dos quais 68,5% (65,3%-71,5%) eram mulheres e 31,5% (28,5%-
34,7%) homens, tinham 70,8 ±7,4 anos e completaram 7,7 ±0,4 anos na escola.
Aproximadamente 19,6% dos idosos moravam sozinhos, 61,4% praticavam pelo
menos 150 minutos de atividade física por semana, e 31% não referiram doenças
crônicas. Observa-se, na Tabela 1, que homens e mulheres apresentaram diferenças
marcantes em relação ao perfil socioeconômico, às atividades instrumentais da vida
diária e aos componentes físico e mental de qualidade de vida. Verificou-se tendência
a maior autonomia para as AVDs entre os homens (94% vs. 89%), assim como para as
AIVDs (94% vs. 88%).
Nas Tabelas 2 e 3 apresentam-se os domínios da independência funcional para as
atividades da vida diária e para as atividades instrumentais da vida diária, em homens
e mulheres e de acordo com a idade. Os homens idosos, com 70 a 90 anos,
apresentaram menor prevalência de independência funcional para realizar a maior
parte das AVDs e AIVDs do que os com idade entre 60 e 69 anos (Tabela 2). Usar o
telefone, tomar remédios e pagar contas foram atividades para as quais não houve
diferenças estatisticamente significativas em relação à idade. Entre as mulheres
(Tabela 3), destaca-se a redução da independência funcional com a idade em todas as
AVDs e AIVDs, exceto usar o telefone.
A Tabela 4 apresenta características associadas à independência funcional, ajustadas
para idade e sexo. A autonomia funcional para AVDs e AIVDs associou-se
inversamente com a idade, independentemente do sexo. Os homens, por outro lado,
apresentaram cerca de duas vezes mais chance de serem independentes nas AIVDs do
que as mulheres, mesmo ajustando-se para idade. Associação direta e independente foi
observada entre escolaridade e autonomia para realizar as atividades instrumentais,
143
detectando-se uma curva tipo dose-resposta. A prática de atividade física regular foi
preditora de independência funcional nas AVDs e AIVDs.
A análise de qualidade de vida, segundo os componentes físico (PCS) e mental (MCS)
do SF-12, em relação às características dos participantes está apresentada na Tabela 5,
com ajuste para idade e sexo. Entre os idosos, os homens apresentaram médias mais
elevadas dos sumários dos componentes físico e mental do que as mulheres. Idade e
escolaridade associaram-se inversamente com o componente físico, mas não com o
componente mental. Ser ativo fisicamente e possuir menor número de doenças
crônicas se associaram significativamente tanto com o PCS quanto com o MCS.
Verifica-se, na Tabela 6, que houve associação forte e significativa entre
independência funcional para AVDs e AIVDs e qualidade de vida, seja para o
componente físico como para o mental. Os idosos independentes para realizarem as
AVDs apresentaram médias dos sumários dos componentes físico e mental superiores
as médias dos idosos com dependência, mesmo controlando-se para idade e sexo.
Discussão
Esse estudo confirmou diferenças entre homens e mulheres idosos associadas a nível
socioeconômico, independência para realizar atividades básicas e instrumentais da
vida diária e qualidade de vida. As diferenças mantiveram-se mesmo após o controle,
para efeito da amostragem, de idade e sexo. Entre os aspectos inovadores desse
estudo, destacam-se a amostra populacional representativa de indivíduos idosos de
Porto Alegre, o emprego de instrumento e de protocolo de análise validado (SF-12),
com direitos de uso adquiridos do autor, para aferir dois componentes da qualidade de
vida, além do fato de realizarem-se análises multivariadas, controlando-se para idade e
sexo.
Esse estudo identificou a prevalência elevada de independência funcional nos
indivíduos idosos, tanto para realizar as AVDs quanto as AIVDs de 90,7% e 89,9%,
respectivamente. Esses resultados são superiores aos descritos em outros estudos
realizados em Porto Alegre, os quais utilizaram amostras não representativas da
população geral e detectaram independência para as AVDs de 63,2%
13
e de 62,8%
22
.
Em outros estudos as prevalências foram ainda menores: 52%
21
, 53%
23
e 34%
24
.
144
Diferenças nos instrumentos e nos pontos de corte explicam parte da variação descrita.
Apesar do instrumento clássico, desenvolvido por Katz, ter sido descrito em 1963,
várias adaptações, nem todas validadas. Nossos resultados, por outro lado, o
semelhantes aos detectados em idosos de algumas das sete cidades da América Latina
e Caribe, investigadas no estudo SABE - Encuesta Salud, Bienestar y Envejecimiento
Buenos Aires, Argentina; Bridgetown, Barbados; Havana, Cuba; Montevideo,
Uruguai; Santiago, Chile; México, D.F., México e São Paulo, Brasil.
Os idosos de Porto Alegre apresentaram prevalências de independência nas AVDs
semelhantes aos idosos de Buenos Aires (81,4%) e de Montevideo (83,2%)
10
. No
presente estudo, os homens mostraram-se mais independentes do que as mulheres para
as AIVDs (93,8 vs 88,1%), confirmando dados da literatura
25-27
. Para as AVDs houve
apenas tendência à significância para diferenças entre os sexos . Entre as atividades
freqüentemente investigadas, algumas foram executas diferentemente por homens e
por mulheres: AVDs como fazer caminhadas, caminhar no apartamento, subir
escadas, tomar banho e lavar-se, e AIVDs como limpar o apartamento, orientar-se fora
do apartamento, fazer compras, fazer visitas e usar transporte público
28
.
Apesar de diferenças entre homens e mulheres nas taxas de sobrevida, no nível
socioeconômico e na prevalência de algumas morbidades, a sobrevivência com
limitações é maior nas mulheres. Uma interpretação de estudos realizados nos Estados
Unidos e na Grã-Bretanha sugere que as mulheres desenvolvem incapacidades
funcionais com maior freqüência do que os homens, mas sobrevivem com limitações
28
mais tempo do que eles.
A autonomia funcional para AVDs e AIVDs associou-se inversamente com a idade,
independentemente do sexo. Outros estudos também mostraram
25-28
que a idade está
associada à incapacidade funcional em cinco domínios das AVDs e nove das
AIVDs
29
. Em Veranópolis, no Rio Grande do Sul, 35% da população com 80 anos ou
mais, residente na comunidade (n=77) foram pesquisados através de um breve
questionário com cinco questões abertas, onde 57% dos idosos avaliaram como
positiva sua qualidade de vida atual e 18%, como negativa. Houve uma tendência de
maior capacidade para a realização das atividades diárias nos indivíduos que referiram
qualidade de vida atual positiva (p= 0,10). Os idosos que referiram maior qualidade de
145
vida apresentaram melhores escores no Índice Geral de Saúde (p=0,03). A maior fonte
de bem-estar no dia-a-dia era o envolvimento com atividades rurais ou domésticas
30
.
Detectou-se tendência à significância estatística na relação inversa entre o número de
doenças crônicas e a independência para as AIVDs, após ajuste para idade e sexo, mas
não foi detectada associação com as AVDs. Entretanto, outros estudos
demonstraram previamente essa associação para as atividades da vida diária
25-27,31,33
,
embora nenhum deles tenha ajustado para idade e sexo.
Associação direta e independente foi observada entre escolaridade e autonomia para
realizar as atividades instrumentais, mas não para as atividades da vida diária.
Parahyba e col (2005),
29
em um estudo de abrangência nacional, encontraram
associação direta entre escolaridade e autonomia para as atividades,
independentemente da idade. Domnez et al (2005)
27
encontraram 4,5 vezes mais
chance de incapacidade para as AVDs em indivíduos analfabetos, em relação aos com
ensino médio completo ou grau superior, enquanto para os alfabetizados e os com
ensino fundamental completo, a chance foi 2,5 e 2,4 vezes maior, respectivamente, em
relação ao mesmo grupo controle.
referências na literatura de que praticar atividade física
34
e morar sozinho
25
estão
associados inversamente com incapacidade nas AVDs e AIVDs, enquanto apresentar
sintomas físicos ou depressivos
25,33
e possuir algum déficit de memória
25
ou
cognição
33
associam-se de forma direta. Nesse estudo praticar atividade física
monstrou associação semelhante a dos outros trabalhos.
Os homens apresentaram maior qualidade de vida, seja no componente físico quanto
mental do SF-12, comparativamente às mulheres. Reijneveld et al (2007)
31
demonstraram que a incapacidade nas AVDs estava relacionada à limitação na
mobilidade, sumário do componente físico do SF-36, a sintomas depressivos e à
presença de doenças crônicas. Gureje et al (2006)
35
verificaram que ter incapacidade
nas AVDs e nas AIVDs associava-se a pior desempenho nos domínios físico,
psicológico, social e ambiental do WHOQOL-Bref. No estudo de Hellström et al
(2004), associaram-se ao sumário do componente físico do SF-12 a necessidade de
ajuda nas AVDs (diariamente) e/ou nas AIVDs (diariamente ou algumas vezes por
semana). Em relação ao sumário do componente mental, associaram-se os fatores
146
necessidade de ajuda nas AVDs (diariamente), menor número de queixas e maior rede
social (contato com 3 pessoas ou mais).
A população de idosos incluídos no estudo é representativa das pessoas com 60 a 90
anos residentes em Porto Alegre. A representatividade foi estabelecida frente aos
dados do censo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2000, para Porto
Alegre, o qual identificou 37,2% de homens e 62,8% de mulheres idosos
(http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/perfilidoso/default.shtm)
32
. A
amostra apresentou distribuição de idade similar a do censo. A escolaridade média de
7,7 anos completados na escola, por pessoas idosas responsáveis por domicílios em
Porto Alegre, foi muito similar à detectada nesse estudo, assim como a diferença entre
homens e mulheres.
Indivíduos idosos de Porto Alegre apresentaram diferenças marcantes quanto às
atividades básicas e instrumentais da vida diária e aos sumários dos componentes
físico e mental de qualidade de vida. A maior autonomia para o total de domínios das
AIVDs entre os homens está fortemente associada a maior qualidade de vida, seja
pelos escores do componente físico ou pelos do mental. O efeito coorte pode estar
presente nas práticas usuais de adultos idosos, nos quais as mulheres eram menos
propensas a independência do que os homens, e esses, por sua vez, eram menos
prováveis de realizar atividades domésticas. Conforme as orientações dos
instrumentos para avaliar AVDs e AIVDs, investigou-se a capacidade de realizar
tarefas domésticas, pagar contas e fazer compras, mesmo quando essas práticas não
constituiam o hábito usual do participante.
Entre os aspectos fortes desse estudo, inclui-se a amostra aleatória, representativa de
idosos de Porto Alegre, a determinação de prevalências de independência de AVDs e
de AIVDs por idade e sexo, em análise que levou em conta o efeito da amostragem. A
maioria dos estudos populacionais não apresenta tal discriminação e, particularmente,
não realiza controle para dois fatores de confusão, idade e sexo. Entre as limitações do
estudo deve ser citada a escolha do desenho transversal, que não permite a
determinação de temporalidade e causalidade reversa é um potencial viés na
associação entre independência funcional e qualidade de vida.
147
Em conclusão, esse artigo caracterizou diferenças na independência funcional e na
qualidade de vida de homens e mulheres idosos de Porto Alegre. Foram caracterizadas
diferenças nas prevalências entre categorias de idade e sexo. Esses resultados podem
ser úteis para definir intervenções e políticas de saúde para essa faixa etária.
148
Tabela 1. Características de indivíduos com 60 anos ou mais, residentes em Porto
Alegre [Média ±EP ou Percentual (IC 95%)]
Total Homens Mulheres
Valor
P
Idade (anos)
0,7
60 – 69 anos
49,8
(45,2- 54,5)
50,8
(43,4- 58,3)
49,4
(44,1- 54,6)
70 – 90 anos
50,2
(45,5- 54,8)
49,2
(41,7- 56,6)
50,6
(45,4- 55,9)
Escolaridade (anos)
7,7 ±0,4 8,8 ±0,5 6,6 ±0,4 <0,001
Trabalho atual
17,1
(13,8- 20,9)
24,9
(18,8- 32,1)
13,5
(10,2- 17,1)
0,001
Aposentadoria
56,6
(51,7- 61,3)
70,6
(63,0- 77,2)
50,1
(44,5- 55,7)
<0,001
Tem companheiro
45,7
(40,5- 51,1)
75,7
(68,1- 82,0)
31,9
(27,0- 37,3)
<0,001
Reside sozinho
19,6
(16,2- 23,4)
10,7
(7,0- 16,1)
23,6
(19,4- 28,4)
<0,001
Número de doenças crônicas referidas
0,8
0
30,8
(27,4- 34,3)
32,8
(26,5- 39,7)
29,9
(25,8- 34,3)
1
44,3
(41,4- 47,6)
42,9
(37,1- 49,0)
44,9
(40,7- 49,2)
2 ou mais
24,9
(22,0- 28,1)
24,3
(18,8- 30,7)
25,2
(21,5- 29,3)
Bengala
10,0
(7,6-12,9)
5,6
(3,0- 10,4)
11,9
(9,2- 15,4)
0,01
Atividade física
61,4
(56,2- 66,2)
58,8
(50,7- 66,7)
62,6
(52,8- 68,0)
0,4
Familiar com doença ou problema grave
residindo na casa
8,5
(6,4- 11,2)
7,3
(4,4- 12,2)
9,1
(6,8- 12,0)
0,4
Atividades da vida diária*
90,7
(97,7- 93,1)
93,8
(88,7- 96,7)
89,4
(85,7- 92,2)
0,09
Atividades instrumentais da vida diária**
89,9
(87,0- 92,1)
93,8
(89,1- 96,5)
88,1
(84,6- 90,8)
0,03
Componente físico sumário (SF-12)
45,1 ±0,7 47,3 ±0,8 44,1 ±0,7 0,002
Componente mental sumário (SF-12)
51,6 ±0,7 53,5 ±0,9 50,8 ±0,6 0,003
Média e erro padrão (±EP) ou percentagem e (IC95%) utilizando ajuste de Bonferroni,
Testes do qui-quadrado de Pearson e análise de variância (ANOVA) ou covariância
149
Tabela 2. Independência nas atividades de vida diária e atividades instrumentais da
vida diária, por faixa etária, em homens com 60 anos ou mais, residentes em Porto
Alegre [Percentual (IC 95%)]
Idade (anos)
60
-
69
70
-
90
Total Valor P
Atividades da vida diária*
Tomar banho
98,9
(94,2-
99,8)
93,1
(86,4-
96.6)
96,0
(92,2- 98,0)
0,05
Vestir roupas
100,0
93,1
(84,8-
97,0)
96,6
(92,1- 98,6)
0,01
Alimentar-se
100,0
97,7
(91,7-
99,4)
98,9
(95,7- 99,7)
0,12
Sair da cama para a cadeira
100,0
96,6
(90,2-
98,8)
98,3
(95,0- 99,4)
0,06
Usar banheiro 100,0
97,7
(91,7-
99,4)
98,9
(95,7- 99,7)
0,12
Controlar urina e fezes 100,0
96,6
(90,6-
98,8)
98,3
(95,1- 99,4)
0,05
Todos os domínios das AVDs
98,9
(92,4-
99,8)
88,5
(79,5-
93,9)
93,8
(88,6- 96,7)
0,006
Atividades instrumentais da vida
diária**
Uso do telefone
98,9
(92,5-
99,8)
98,9
(92,7-
99,8)
98,9
(95,5- 97,7)
0,98
Andar de ônibus ou carro 100,0
96,6
(90,6-
98,8)
98,3
(95,1- 99,4)
0,05
Subir escadas 100,0
94,3
(87,8-
97,4)
97,2
(93,6- 98,8)
0,01
Fazer compras 100,0
95,4
(89,0-
98,2)
97,7
(94,3- 99,1)
0,03
Preparar refeições 100,0
94,3
(87,4-
97,5)
97,2
(93,5- 98,8)
0,01
Arrumar ou limpar a casa 100,0
95,4
(89,1-
98,1)
97,7
(94,3- 99,1)
0,02
150
Lavar ou passar roupas 100,0
90,8
(83,8-
95,0)
95,5
(91,6- 97,6)
0,001
Tomar remédios 100,0
97,7
(91,7-
99,4)
98,9
(95,7- 99,7)
0,12
Pagar contas
98,9
(92,5-
99,8)
95,4
(88,9-
98,2)
97,2
(93,6- 98,8)
0,16
Todos os domínios das AIVDs
97,8
(91,7-
99,4)
89,7
(81,3-
94,5)
93,8
(89,1- 96,5)
0,03
* Completamente independente ** Independente ou com auxílio
Média e erro padrão (±EP) ou percentagem e(IC95%) utilizando ajuste de Bonferroni,
Testes do qui-quadrado de Pearson e análise de variância (ANOVA) ou covariância
Tabela 3. Independência nas atividades de vida diária e atividades instrumentais da
vida diária, por faixa etária, em mulheres com 60 anos ou mais, residentes em Porto
Alegre [Percentual (IC 95%)]
Idade (anos)
60-69 70-90
Total Valor P
Atividades da vida diária*
Tomar banho
99,5
(96,3- 99,9)
88,2
(82,7-
92,1)
93,8
(90,8- 95,8)
<0,001
Vestir roupas
98,4
(93,5- 99,6)
88,7
(82,7-
92,8)
93,5
(90,1- 95,8)
<0,001
Alimentar-se 100,0
96,4
(92,8-
98,2)
98,2
(96,3- 99,1)
0,008
Sair da cama para a cadeira 100,0
94,4
(89,8-
96,9)
97,1
(94,8- 98,4)
0,002
Usar banheiro 100,0
96,4
(92,7-
98,3)
98,2
(96,3- 99,1)
0,01
Controlar urina e fezes
98,9
(95,8- 99,7)
91,3
(86,1-
94,6)
95,1
(92,2- 96,9)
0,001
Todos os domínios das AVDs
96,8
(91,6- 98,9)
82,1
(75,9-
86,9)
89,4
(85,7- 92,2)
<0,001
Atividades instrumentais da vida diária**
Uso do telefone
98,9
(92,9- 99,9)
96,4
(91,9- 98-
5)
97,7
(95,0- 98,9)
0,22
151
Andar de ônibus ou carro
98,4
(93,5- 99,6)
94,4
(90,2-
96,8)
96,4
(93,6- 97,9)
0,07
Subir escadas
98,9
(95,8- 99,7)
87,7
(82,6-
91,4)
93,2
(90,3- 95,4)
<0,001
Fazer compras 100,0
92,8
(88,2-
95,7)
96,4
(93,9- 97,8)
<0,001
Preparar refeições 100,0
91,8
(87,1-
94,9)
95,8
(93,4- 97,4)
<0,001
Arrumar ou limpar a casa 100,0
86,2
(80,8-
90,2)
93,0
(90,2- 95,0)
<0,001
Lavar ou passar roupas 100,0
85,6
(80,4-
89,6)
92,7
(90,0- 94,7)
<0,001
Tomar remédios 100,0
94,4
(89,7-
97,0)
97,1
(94,7- 98,5)
0,002
Pagar contas
98,4
(95,2- 99,5)
84,6
(79,2-
89,8)
91,4)
(88,3- 93,8)
<0,001
Todos os domínios das AIVDs
97,4
(92,8- 99,1)
79,0
(73,2-
83,8)
88,1
(84,6- 90,8)
<0,001
* Completamente independente ** Independente ou com auxílio
Média e erro padrão (±EP) ou percentagem e(IC95%) utilizando ajuste de Bonferroni,
Testes do qui-quadrado de Pearson e análise de variância (ANOVA) ou covariância
152
Tabela 4. Características associadas à Independência nas Atividades de Vida Diária
(AVDs) e nas Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs), em indivíduos com 60
anos ou mais [OR (IC 95%)]
AVDs Valor P AIVDs Valor P
60-69 7,4 (2,7- 20,5) <0,001 8,5 (3,5- 20,2) <0,001 Idade §
70-96 1,0 1,0
Sexo Θ Masculino 1,8 (0,9- 3,5) 0,08 2,0 (1,1- 4,1) 0,03
Feminino 1,0 1,0
0-4 1,0 0,53 1,0 <0,001
5-8 1,3 (0,6- 2,9) 3,4 (1,6- 7,5)
Escolaridade ψ
9-+ 1,6 (0,7- 3,5) 4,9 (2,1- 11,1)
Não 1,0 0,08 1,0 0,11 Trabalha ψ
Sim 6,3 (0,8- 51,3) 3,2 (0,8- 13,8)
Não 1,0 (0,6- 1,8) 0,1 0,6 (0,3- 1,0) 0,06 Aposentado ψ
Sim 1,0 1,0
Não 1,0 0,4 1,0 0,06 Reside sozinho ψ
Sim 1,3 (0,7- 2,7) 2,2 (1,0- 4,9)
Não 1,0 0,8 1,0 0,6 Tem companheiro ψ
Sim 1,1 (0,5- 2,0) 0,9 (0,4-1,6)
Não 1,0 <0,001 1,0 <0,001 Ativo fisicamente ψ
Sim 6,2 (2,9- 13,2) 4,9 (2,5- 9,5)
Não 1,8 (0,7-4,7) 0,2 3,7 (1,5-8,9) 0,004 Doente morando junto ψ
Sim 1,0 1,0
Nº de doenças crônicas ψ
1,2 (0,6-2,3) 0,23 1,0 (0,5- 1,8) 0,07
§ com ajuste para sexo
Θ com ajuste para idade
ψ com ajuste para idade e sexo
Regressão logística
153
Tabela 5. Características demográficas e socioeconômicas de acordo com o sumário do
componente físico (PCS) e o sumário do componente mental (MCS) do SF-12, em
indivíduos com 60 anos ou mais, residentes em Porto Alegre [média ±EP]
PCS Valor P MCS Valor P
60-69 47,9 ±0,6 <0,001 51,2 ±0,7 0,4 Idade §
70-96 42,4 ±0,7 52,0 ±0,7
Sexo Θ Masculino 47,2 ±0,8 0,002 53,5 ±0,8 0,003
Feminino 44,1 ±0,6 50,8 ±0,6
0-4 42,3 ±1,0 <0,001 52,3 ±0,8 0,8
5-8 44,3 ±0,8 51,3 ±1,0
Escolaridade ψ
9 e + 48,5 ±0,6 51,1 ±1,1
Sim 48,6 ±0,9 0,001 53,1 ±1,2 0,2 Trabalha ψ
Não 44,4 ±0,6 51,3 ±0,5
Sim 45,0 ±0,8 0,8 51,4 ±0,6 0,6 Aposentado ψ
Não 45,2 ±0,7 53,0 ±0,9
Sim 45,9 ±1,0 0,4 53,3 ±1,1 0,1 Reside sozinho ψ
Não 44,9 ±0,5 51,2 ±0,5
Sim 46,0 ±0,7 0,11 51,2 ±0,8 0,5 Companheiro ψ
Não 44,4 ±0,8 51,9 ±087
Sim 47,2 ±0,7 <0,001 52,9 ±0,6 0,001 Fisicamente ativo ψ
Não 41,8 ±0,8 49,7 ±0,8
Sim 45,9 ±1,9 0,6 49,1 ±18,6 0,2 Doente morando junto ψ
Não 45,0 ±0,e 51,9 ±0,5
0 48,8 ±0,8 <0,001 52,7 ±0,7 1,0
1 44,3 ±0,7 52,3 ±0,7
Nº de doenças crônicas ψ
2 ou mais 41,9 ±1,0 49,1 ±1,1
* Análise de covariância,
§ com ajuste para sexo
Θ com ajuste para idade
ψ com ajuste para idade e sexo
Sandra ver qual é o erro padrão do não doente morando
junto... ver se 18,6 do sim está certo tb
154
Tabela 6. Associação entre independência nas atividades
básicas da vida diária (AVDs) e atividades instrumentais
(AIVDs) e os componentes físico (PCS) e mental (MCS)
do SF-12, em indivíduos idosos de Porto Alegre
Média ±EP*
PCS MCS
AVDs
Dependente 34,8 ±1,9 44,2 ±2,0
Independente 46,1 ±0,6 52,4 ±0,5
Valor P <0,001 <0,001
AIVDs
Dependente 35,4 ±1,6 47,0 ±2,0
Independente 46,2 ±0,6 52,2 ±0,5
Valor P <0,001 0,01
* Análise de covariância, com ajuste para idade e sexo
155
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159
Anexo A – Projeto de Pesquisa
PROJETO DE PESQUISA
160
1 Objetivos
Gerais
Descrever características de estilo de vida e agravos à saúde de
indivíduos idosos de Porto Alegre, RS
Avaliar a associação entre a independência funcional e a qualidade de
vida
Específicos
Verificar a prevalência de características de estilo de vida e agravos à
saúde de indivíduos idosos de acordo com a idade e o sexo
Determinar a prevalência de independência funcional, de acordo com
a idade e o sexo:
para as atividades da vida diária e seus componentes
para as atividades instrumentais da vida diária e seus
componentes
161
2 Métodos
Delineamento e população de estudo
Este projeto de pesquisa fará parte de um estudo maior do Programa de
Pós-Graduação de Epidemiologia junto ao Programa de s-Graduação de
Clínica Médica que estudará a síndrome de obesidade e fatores de risco em
adolescentes e adultos da cidade de Porto Alegre (Estudo SOFT)
Trata-se de um estudo de base populacional, cujo delineamento será
transversal, a ser realizado com uma amostra representativa de homens e
mulheres com 60 a 90 anos de idade, residentes na cidade de Porto Alegre –
RS .
Utilizar-se-á amostragem por estágios múltiplos para identificar os
participantes. No primeiro estágio serão sorteados, aleatoriamente, 106 entre
os 2157 setores censitários (subdivisões geográficas da cidade, definidas
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do município de Porto
Alegre e, após, através de amostra aleatória sistemática, serão sorteados 28
domicílios em cada setor. Serão excluídos: moradores temporários,
empregados domésticos, pessoas com deficiência mental inequívoca
(incapaz de responder perguntas de forma coerente) e pessoas com
deficiência que venha a impossibilitar responder ao questionário. Após pelo
menos três tentativas de localização, os não localizados serão considerados
perdas. Todos os idosos identificados nos domicílios serão entrevistados.
Cálculo do tamanho da amostra
Segundo os indicadores sociais do IBGE 2002, verificou-se que a
população de idosos de Porto Alegre era igual a 97.791, sendo 79,9% entre
60 e 69 anos, 18,0% entre 70 e 79 anos e 2,1% com 80 anos ou mais.
fonte:(http://www2.ibge.gov.br/pub/Indicadores_Sociais/Sintese_de_Indicador
es_Sociais_2002/), acessado em 02/12/2005. Nesse mesmo ano, verificou-
se que a prevalência de capacidade funcional entre os idosos, em São Paulo,
era de 80,7% para realização das atividades básicas da vida diária, e de
73,4% para as atividades instrumentais da vida diária. Fazendo a
correspondência entre esses percentuais e o número total da população de
162
idosos em Porto Alegre, em 2002, segundo o IBGE, seriam 78.917 idosos
para a prevalência da capacidade funcional nas AVDs, e 71.778 idosos nas
AIVDs.
Para o estudo de prevalência de independência funcional, estima-se
que entre 99.000 idosos, 80% possuam capacidade funcional preservada,
com um erro de 5%. Para um intervalo de confiança de 95%, portanto, serão
necessários 245 idosos.
Para os testes de hipóteses, realizaram-se algumas simulações
apresentadas a seguir.
Fator em estudo: dependência funcional (sim/não)
Desfecho clínico: baixa qualidade de vida (dicotômica)
IC
95%
Pode
r
Não
expostos:Expostos
Independência:
dependência
%
desfecho
nos NE/E
RP N
expostos
Expost
os
Total
Sim 80%
9:1 15% / 30%
2,0 612 68 680
Sim 80%
9:1 10% / 30%
2,0 306 34 340
Sim 80%
8:2 15% / 30%
2,0 312 78 390
Sim 80%
8:2 10% / 20%
2,0 508 127 635
Sim 80%
7:3 10% / 20%
2,0 348 149 497
Sim 80%
7:3 15% / 30%
2,0 215 92 307
O tamanho da amostra foi calculado a partir de estimativas de
prevalência de incapacidade funcional e baixa qualidade de vida. Estimando-
se que a proporção de indivíduos idosos (60 anos ou mais) com capacidade
funcional (não expostos) em relação aos com incapacidade funcional
(expostos) seja de 7:3 A 9:1, e pressupondo que a prevalência de baixa
qualidade de vida entre indivíduos idosos de Porto Alegre varie de 10 a 30%,
realizaram-se cálculos com diferentes níveis de exposição e seu efeito sobre
a prevalência do desfecho.
163
Ao tamanho da amostra calculado serão adicionados 20% de
participantes para assegurar o poder na análise multivariada e repor
possíveis perdas e recusas.
Definição das variáveis
Variável Dependente (Desfecho)
Qualidade de vida (Escore SF12)
A qualidade de vida será medida pelos 12 itens do Short-Form Health
Survey (SF-12), que são sumarizados em dois escores: o sumário do
componente físico (PCS) e o sumário do componente mental (MCS). Para
calcular os escores do PCS e do MCS cada um dos 12 itens contribui para
um dos componentes e apresentam pesos pré-estabelecidos conforme
descrito em Ware et al (1994).
Variável Independente (Explanatória)
(In)capacidade funcional que será avaliada a partir de medida
padronizada de (in)dependências nas AVDs e AIVDs
AVD (Escore Katz) Será questionado ao entrevistado se ele(a) precisa de
ajuda para seu cuidado pessoal no que se refere a: tomar banho, vestir
roupas, alimentar-se, transferir-se da cama para a cadeira, usar o banheiro,
ter controle de urina e fezes. Cada domínio poderá ser classificado em: sem
ajuda, alguma ajuda ou ter ajuda total.
AIVD (Escore Lawton) Será questionado ao entrevistado se ele(a) precisa de
alguma ajuda para realizar atividades comuns do dia-a-dia no que se refere
a: usar o telefone, andar de ônibus ou carro, subir escadas (1 lance), fazer
compras (comida e roupa), preparar refeições, arrumar ou limpar a casa,
164
lavar ou passar roupa, tomar remédios (dose e hora certas) e pagar contas e
escrever cheques. Cada domínio poderá ser classificado em três categorias:
sem ajuda, alguma ajuda, ou incapaz.
Variáveis de Confundimento
Atividade física será coletada como tempo, em minutos, dias, semanas e
meses gastos na realização de atividade física global e no lazer no último
ano, a partir da data da entrevista. Também serão analisados aspectos da
inatividade física como sedentarismo: tempo gasto assistindo TV, vídeo,
utilizando o computador, jogando vídeo-game e tempo sentado (durante a
semana e no final de semana).
Percepção de saúde será questionado ao entrevistado, como ele percebe,
em geral, sua saúde: excelente, muito boa, boa, razoável ou ruim.
Percepção de saúde será questionado ao entrevistado, em geral como ele
percebe sua saúde: excelente, muito boa, boa, razoável ou ruim.
Idade – coletada em anos completos.
Sexo – masculino e feminino.
Cor da pele/raça auto-referida: branca, mista/ mulata, negra, oriental, índia,
negro + índio, mulata + índio e outra.
Estado civil – classificado como: solteiro/ nunca casou, casado, companheiro,
divorciado/ separado, viúvo e outro.
Escolaridade coletada como anos completos de estudo e categorizada em:
nenhum; 1-4; 5-8; 9 ou mais.
165
Tabagismo coletado como número de cigarros fumado por dia e tempo de
exposição, sendo categorizado como fumante, não-fumante e ex-fumante.
Consumo de bebidas alcoólicas coletado como tipo, freqüência e
quantidade, e expresso em miligramas de álcool por dia.
Morbidade: doenças crônicas referidas.
Sobrepeso definido como Índice de Massa Corporal (peso, em
quilogramas, dividido pela altura em metros quadrados) 25 kg/m² e <30
kg/m², conforme a recomendação da OMS (WHO, 1998).
Obesidade - definido como Índice de Massa Corporal (peso, em quilogramas,
dividido pela altura em metros quadrados) 30 kg/m², conforme a
recomendação da OMS (WHO, 1998).
Instrumentos e Procedimentos para Coleta de Dados
Variável Dependente (Desfecho)
Qualidade de vida O Short-Form Health Survey (SF-12) é uma escala
padronizada e validada, cujo resultado é obtido através de dois escores: o
sumário do componente físico (PCS) e o sumário do componente mental
(MCS). As questões do SF-12 encontram-se no questionário (Anexo B, entre
as questões 65 e 70). Esse instrumento investiga a limitação de saúde para a
realização das atividades do cotidiano, tanto das atividades moderadas, tais
como arrastar uma mesa, varrer a casa ou jogar bola, como subir vários
lances de escada. Questiona-se o entrevistado sobre durante quanto tempo,
nas últimas 4 semanas, teve algum problema com o seu trabalho ou com
alguma outra atividade habitual por causa de sua saúde física, realizando
menos tarefas que gostaria ou estando limitado/a no tipo de trabalho que faz
ou em outras atividades. As mesmas questões são realizadas sobre sua
166
saúde emocional, a respeito de ter se sentido deprimido/a ou ansioso/a
realizando menos tarefas que gostaria ou ter estado limitado/a no tipo de
trabalho que faz ou em outras atividades. Pergunta-se ao entrevistado se
trabalhou ou se fez qualquer outra atividade sem o cuidado habitual, se, nas
últimas 4 semanas, alguma dor interferiu em seu trabalho normal, incluindo
tanto o trabalho fora de casa quanto o doméstico, e se a saúde física ou
problemas emocionais interferiram nas atividades sociais. Inclui também
questões de como o entrevistado tem se sentido nas últimas 4 semanas:
calmo, tranqüilo, com muita energia ou desanimado e deprimido.
Variável Independente (Explanatória)
A (in)capacidade funcional será avaliada a partir de medida padronizada
de (in)dependências nas AVDs e AIVDs
A Escala de Independência nas AVDs de Katz é uma escala validada e
padronizada, originalmente criada para medir a independência funcional de
idosos nas atividades de vida diária. A partir do questionamento da
necessidade de receber ajuda para a realização de atividades como tomar
banho, vestir roupas, alimentar-se, transferir-se da cama para a cadeira, usar
o banheiro e ter controle de urina e fezes, pode-se classificar o entrevistado
como independente ou não em cada um desses domínios ou, a partir de uma
classificação geral, identificá-lo como independente ou não nas AVDs.
(Anexo C)
AIVD (Escore) A Escala de Independência nas AIVDs de Lawton é uma
escala validada e padronizada, criada para medir a independência funcional
de idosos nas atividades instrumentais da vida diária. A partir do
questionamento da necessidade de receber alguma ajuda para realizar
atividades comuns do dia-a-dia no que se refere a: usar o telefone, andar de
ônibus ou carro, subir escadas (1 lance), fazer compras (comida e roupa),
preparar refeições, arrumar ou limpar a casa, lavar ou passar roupa, tomar
remédios (dose e hora certas), pagar contas e escrever cheques, pode-se
classificar o entrevistado como independente ou não em cada um desses
167
domínios ou, a partir de uma classificação geral, identificá-lo como
independente ou não nas AVIDs. (Anexo C)
Para descrever o perfil dos idosos será utilizado um questionário
estruturado, com perguntas fechadas, em um único encontro contendo as
varáveis de estudo. Aferições como TA, perímetro braquial e pescoço, peso e
altura serão realizadas por ocasião da entrevista. As medidas
antropométricas e a coleta de sangue serão realizadas em um ou dois
encontros posteriores.
Logística do estudo
Mapeamento dos setores censitários
Os pós-graduandos envolvidos no projeto serão os responsáveis por
mapearem os setores censitários. Cada aluno, portando uma carta de
apresentação, fará contato com pelo menos um morador para obter
informações sobre o número e a idade das pessoas residindo no local, o
endereço completo, com pontos de referência e o número de um telefone
para o agendamento da entrevista. No caso de não haver telefones para
contato, solicitar-se-á informações a respeito dos horários para encontrar as
pessoas em casa. Essas informações serão registradas na Ficha de
Conglomerado, conforme Anexo C apresentados anteriormente. No caso de
não haver ninguém em casa no momento do mapeamento, o aluno deixará a
carta de apresentação com números de telefones da equipe de pesquisa. Se
o morador não fizer contato, novas visitas serão realizadas em horários
alternativos.
Seleção e treinamento dos entrevistadores
Os entrevistadores serão alunos pós-graduandos da área da saúde
ligados aos Programas de Pós-Graduação em Epidemiologia e Ciências
Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), assim
como estudantes de cursos superiores da área da saúde. O treinamento
incluirá a padronização da aplicação dos instrumentos, as técnicas de
obtenção das medidas antropométricas e as técnicas de codificação dos
168
questionários. Com exceção dos alunos de pós-graduação, os demais
entrevistadores, sempre que possível, não serão informados dos objetivos do
estudo, de modo a impedir vieses na obtenção das informações e a garantir
a comparabilidade entre os grupos.
Estudo piloto
O estudo piloto será realizado com moradores das imediações da
Faculdade de Medicina da UFRGS, com o objetivo de testar os instrumentos
e treinar os entrevistadores.
Trabalho de campo
Cada aluno de pós-graduação (supervisor) será responsável por 12
setores censitários, que serão divididos entre os entrevistadores para a
realização das entrevistas.
Os supervisores entregarão para cada entrevistador os questionários
numerados, os manuais de instruções e as fichas de conglomerado dos seus
respectivos setores. De posse destas fichas, os entrevistadores agendarão
as visitas e, no dia e horário marcados, aplicarão as entrevistas. Os
domicílios sem telefone para contato serão visitados nos horários
disponibilizados pelos moradores. Quando o participante não estiver em
casa no dia e horário agendado, será visitado por pelo menos mais duas
vezes antes de ser considerado como perda. Se após essas tentativas o
participante não se disponibilizar para a entrevista, será considerado como
recusa. O morador que tiver se mudado após a realização do mapeamento e
do qual não seja possível identificar o novo endereço será considerado como
perda.
Semanalmente, os entrevistadores entregarão os questionários
codificados para os supervisores.
Controle de qualidade
O controle do trabalho de campo ficará a cargo dos supervisores da
pesquisa que, além da revisão dos questionários e das codificações,
169
observará o entrevistador in loco em algumas entrevistas. O fluxo dos
questionários entre entrevistadores e supervisores será controlado
semanalmente. Os equipamentos, balanças e esfignomanômetro serão
aferidos com medida padrão mensalmente.
Com o objetivo de avaliar a validade interna da pesquisa, uma amostra
aleatória de 10% dos participantes serão novamente entrevistados. O
questionário será semelhante ao do estudo e incluirá variáveis que não
sofram alteração em curto espaço de tempo. Este controle será realizado por
um supervisor que não tenha participado do trabalho de campo.
Processamento e análise dos dados
A criação do banco de dados será realizada no Programa Epi-Info
(2000), por dupla digitalização e posterior comparação dos bancos de dados.
Inicialmente será realizado o cálculo de prevalência e IC95% e o cálculo
de razão de prevalência bruta através de tabelas 2x2. A regressão logística
será utilizada para o cálculo de odds ratio e IC 95% com o objetivo de
estudar possíveis associações. E por fim, através da regressão de Poisson, o
cálculo de razão de prevalência ajustada e IC 95% para apresentação dos
resultados.
Aspectos Éticos
Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre e aprovada, protocolo nº 04.430.
Os aspectos éticos serão assegurados através do termo de
consentimento livre e esclarecido que será devidamente assinado pelo
participante após o esclarecimento de dúvidas, antes de iniciar a entrevista.
Ao mesmo será fornecida uma cópia do termo.
Os participantes terão garantido o sigilo das informações coletadas.
O estudo compromete-se em informar aos participantes os resultados
relevantes para os seus cuidados de saúde.
170
Anexo B – Termo de consentimento para entrevista
UFRGS - Faculdade de Medicina
Estudo de Fatores de risco para obesidade em
adolescentes, adultos e idosos de Porto Alegre
TERMO DE CONSENTIMENTO
Pesquisadores responsáveis: Profs. Sandra C. Fuchs, Flávio D. Fuchs e Leila B.
Moreira
Telefone de contato: 2101-8420; 2101-8491
Nós gostaríamos de convidar você para participar de um estudo que
estamos realizando. Os bitos alimentares, o padrão de atividade física,
características genéticas e ambientais freqüentemente determinam o peso do
indivíduo. Algumas pessoas ganham mais peso do que as outras ao longo da
vida. Nós estamos interessados em estudar as características que levam as
pessoas a alcançar um peso acima do ideal para saber qual a melhor forma de
orientá-las. Também queremos saber a freqüência de osteoporose e de fraturas
entre os adultos de Porto Alegre e como isso atrapalha sua vida.
Para isso estamos convidando pessoas como você para participarem do
estdo. Neste estudo, os moradores de cada residência serão medidos o peso, a
altura, a pressão arterial, a cintura e o quadril e as pregas de pele em algumas
áreas do corpo. Todas as medidas e as suas respostas não serão divulgadas e
outras pessoas de fora da pesquisa não terão conhecimento. A entrevista e a
avaliação são gratuitas. Ao final, você será informado se a relação entre seu
peso e sua altura estão normais e o valor da pressão arterial.
Se você decidir participar estará colaborando para que os médicos
entendam melhor o que ocorre com o peso dos indivíduos e como isso afeta a
vida das pessoas em todas as idades, bem como a importância da osteoporose
e de fraturas na populaçõ adulta. Assim, eles poderão orientar às pessoas
sobre como previnir comportamentos e hábitos que prejudicam a saúde mais
cedo e de maneira mais eficiente.
Gostaíamos que você participasse, mas você pode decidir não participar.
Se você tiver alguma dúvida pode perguntar antes de se decidir. Se você
desejar confirmar que faço parte do grupo de pesquisa, você poderá ligar para o
Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação do Hospital de Clínicas, trlefone :
21018304. Você concorda em participar?
_________________________ ___________________________
Responsável: Participante:
_________________________
Entrevistador:
Data: ____/____/200__
171
Anexo C – Questionário
UFRGS - Faculdade de Medicina
Programas de Pós-graduação em Medicina: Ciências Médicas e Epidemiologia
Fatores de risco para doença cardiovascular
Questionário de adultos
(Parcial, correspondente ao que foi utilizado nesta tese)
1.Número l___l___l___l___l
2.Setor censitário I___I___I___I___l 3.Domicílio I___I___I
4.Data l___l___l / I___l___l / 200_ 5.Visita no.: l___l Família l___l
6.Nome do entrevistado: __________________________________________
7.Qual é o nome da sua mãe natural?
______________________________________________________________
8.Qual é a sua data de nascimento? l___l___l / l___l___l / 19 l___l___l
9.Qual é a sua idade? l___l___l anos
10.Sexo: 1. Masculino 2. Feminino
11.Qual é a sua cor ou raça: branca, negra, mista, índia ou outra?
1. Branca 2. Mista/mulata 3. Negra 4. Oriental 5. Índia
6. Negro+índio 7. Mulata+índio 77. Outra ________________ 99. IGN
12.Você poderia me dizer qual é a raça ou cor dos seus pais e avós naturais?
[
USE CÓDIGOS ACIMA
]
[9=IGN]
Pai: l___l Avô paterno l___l Avó paterna l___l
Mãe l___l Avô materno l___l Avó materna l___l
13.Qual é sua situação conjugal: solteiro, casado, com companheiro, viúvo, separado?
1. Solteiro/nunca casou 2. Casado 3. Companheiro
4. Divorciado/separado 5. Viúvo 7. Outro __________________________
14.Até que série você estudou na escola? Passou de ano? l___l___l anos completados
15.No mês passado, você estava trabalhando? (
NÃO INCLUA DONA
-
DE
-
CASA
)
1. Sim 2. Não
PULE
18
16.S
E NÃO ESTÁ TRABALHANDO
: qual é a sua situação?
1. Desempregado 2. Desempregado que não está procurando emprego
3. Dona de casa 4. Estudante 5. Aposentado 6. Pensão/ Benefício
7. Não trabalha 8. NSA 9. IGN
Paico I___I Avopco l___l Avapco l___l
Maeco l___l Avomco l___l Avamco I___l
Número l___l___l___l___l
Setor I___I___I___I___l Domi I___I___I
Dataent l___l___l / I___l___l / 200_
Visita l___l Noment
NomaeB
Datanas l___l___l/I___l___l/19I___I___I
Idade: l___l___l
Sexo I___I
Cor I___I___I
Conju l___l
Escola l___l___l
Traba I___I
Trabasi l___l
172
17.Onde você trabalha, qual é a sua ocupação? [
SE APOSENTADO
,
ÚLTIMA OCUPAÇÃO
]
88. NSA
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
ATENÇÃO
:
INFORME QUE VAI MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL E REGISTRE NA FICHA DE AFERIÇÃO
18.No total, quantas pessoas moram na sua casa? Não esqueça as crianças pequenas.
Entrevistado + l___l___l
19.Quem são todas as pessoas que moram na sua casa, além de você? [00=
NÃO
]
Mora só 1. Sim 2. Não
Irmãos 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
Pai e/ou mãe 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
Avós 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
Cônjuge/companheiro 1. Sim 2. Não 8. NSA
Filhos 18 anos 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
Filhos <18 anos 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
Outras crianças/adolescentes 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
Outros adultos (20 anos) 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l___l
Empregada sem casa 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantas? l___l
Cuidador profissional (5 d/sem) 1. Sim 2. Não 8. NSA SE SIM: Quantos? l___l
ATENÇÃO
:
INFORME QUE VAI MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL E REGISTRE NA FICHA DE AFERIÇÃO
Morasol___l
Irmão l___l
Pais l___l
Avos l___l
Conju l___l
Filho18l___l
Filho17 l___l
Criadol l___l
Outadul l___l___l
Empre l___l
Cuidadol___l
A
GORA EU VOU FAZER PERGUNTAS RELACIONADAS AO TEMPO QUE VOCÊ GASTA FAZENDO ATIVIDADE
FÍSICA
. N
ÓS QUEREMOS SABER SOBRE A
ÚLTIMA
SEMANA
. A
S PERGUNTAS INCLUEM AS ATIVIDADES QUE
VOCÊ FAZ NO TRABALHO
,
PARA IR DE UM LUGAR A OUTRO
,
POR LAZER
,
POR ESPORTE
,
POR EXERCÍCIO OU
COMO PARTE DAS SUAS ATIVIDADES EM CASA OU NO JARDIM
. S
UAS RESPOSTAS SÃO
MUITO
IMPORTANTES
. P
OR FAVOR RESPONDA AS PERGUNTAS MESMO QUE VOCÊ NÃO SE CONSIDERE ATIVO
.
P
ENSE NO TEMPO QUE VOCÊ CAMINHOU PARA IR A QUALQUER LUGAR NA ÚLTIMA SEMANA
(
ÚLTIMOS
7
DIAS
SEM CONTAR O DIA DA
ENTREVISTA
)
Ocupa1 l___l___l
Ocupa2 l___l___l
Pessoa l___l___l
173
20.Em quantos dias da última semana você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos, em casa, no
trabalho,
como forma de transporte para ir de um lugar para outro, no lazer, por prazer ou como forma de exercício?
l___l dias por semana ( ) Nenhum
PULE
24
21.Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou
caminhando POR DIA?
l___l___l horas l___l___l minutos
22.Em quantos dias da última semana você fez atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos,
como
por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo,
carregar pesos
leves, como compras, criança pequena, serviços domésticos na casa ou no quintal como varrer, aspirar,
cuidar do jardim,
ou qualquer atividade que fez aumentar MODERADAMENTE sua respiração ou batimentos do coração. Não
inclua caminhar.
l___l dias por semana ( ) Nenhum
PULE
26
23.Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo NO TOTAL você gastou fazendo essas atividades POR DIA?
l___l___l horas l___l___l minutos
24.Em quantos dias da última semana você fez atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos,
como por exemplo carregar pesos pesados, correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na
bicicleta,
jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa ou no quintal ou cavoucar no jardim, carregar
pesos
elevados, ou qualquer atividade que aumente MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
l___l dias por semana ( ) Nenhum
PULE
28
PENSE NAS ATIVIDADES FÍSICAS VIGOROSAS QUE VOCÊ FEZ NA ÚLTIMA SEMANA
(
ÚLTIMOS
7
DIAS
).
CHAMAMOS DE ATIVIDADES FÍSICAS
VIGOROSAS
AQUELAS QUE PRECISAM DE UM GRANDE ESFORÇO
FÍSICO E QUE FAZEM RESPIRAR
MUITO
MAIS FORTE DO QUE O NORMAL DEIXANDO A CAMISETA ENXARCADA
Vigodi l___l
Camidi l___l
Camimi l___l___l___l
Modedi l___l
Modemi l___l___l___l
PENSE NAS ATIVIDADES FÍSICAS MODERADAS QUE VOCÊ FEZ NA ÚLTIMA SEMANA
(
ÚLTIMOS
7
DIAS
).
CHAMAMOS DE ATIVIDADES FÍSICAS
MODERADAS
AQUELAS QUE PRECISAM DE ALGUM ESFORÇO FÍSICO E
QUE FAZEM VOCÊ RESPIRAR
UM
POUCO
MAIS FORTE DO QUE O NORMAL
,
DEIXANDO A CAMISETA ÚMIDA
174
25.Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades POR DIA?
l___l___l horas l___l___l minutos
ATENÇÃO
:
INFORME QUE VAI MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL E REGISTRE NA FICHA DE AFERIÇÃO
31.Você toma ou tomava bebidas alcoólicas?
1. Sim, tomo
2. Tomava, mas parei de beber 3. Não
PULE
55
9.IGN
32.Nos últimos 12 meses, que tipo de bebida, que quantidade e com que freqüência você tomou? [
NÃO
BEBEU
=00]
Código 1 2 3 4 5 6
Unidade
Martelo
Cálice-aperitivo
Copo comum
cálice de vinho
Dose
½ garrafa
½ litro
1 garrafa
1 litro
Lata
Garrafa
peq.
1.1.1.1
100 ml 200 ml 60 ml 350 ml
Tipo de
bebida
Código
de
unidade
Quantida
de
Dias
Por:
1.seman
a
2. mês
3. ano
Meses do
ano
Cerveja
l___l l___l___l l___l___l l___l l___l___l
Cachaça
l___l l___l___l l___l___l l___l l___l___l
Vinho
l___l l___l___l l___l___l l___l l___l___l
Wisky
l___l l___l___l l___l___l l___l l___l___l
Vodka l___l l___l___l l___l___l l___l l___l___l
Outro: l___l l___l___l l___l___ l___l l___l_
Vigomi l___l___l___l
Cerveu l___l Cerveq l___l___l Cerved l___l___l
Cervepo l___l Cerveme l___l___l
Cachau l___l Cachaq l___l___l Cachad l___l___l
Cachapo l___l Cachame l___l___l
Vinhou l___l Vinhoq l___l___l Vinhod l___l___l
Vinhopo l___l Vinhome l___l___l
Whisku l___l Whiskq l___l___l Whiskd l___l___l
Whiskpo l___l Whiskme l___l___l
Vodkau l___l Vodkaq l___l___l Vodkad l___l___l
Vodkapo l___l Vodkame l___l___l
Outibeb l___l Outbebu l___l___l Outbebq
l___l___l Outbebd l___l Outbebp l___l Outbebm
l___l___l
Bebe l___l
AGORA EU VOU PERGUNTAR SOBRE SEUS HÁBITOS DE VIDA
175
33.Nas últimas duas semanas, em pelo menos uma ocasião você tomou bebidas alcoólicas?
1. Sim
2. Não
PULE
54
8. NSA 9.IGN
34.Nas últimas duas semanas, na ocasião que tomou mais quantos copos tomou? l___l___l copos
35.Você parou ou reduziu o consumo de bebidas alcoólicas para perder peso?
1. Sim
2. Não
8. NSA 9.IGN
36.Você já fumou 100 cigarros ou mais na vida? 1. Sim 2. Não
PULE
61
37.Você continua fumando? 1. Sim, fumo 2. Não, parei 8. NSA 9. IGN
38.Com que idade você começou a fumar? l___l___l anos [
NSA
= 88]
39.Quantos cigarros fuma(va) por dia? l___l___l___l cigarros [
NSA
= 888]
40.Alguma vez parou de fumar? 1. Sim
2. Não
PULE
61
8. NSA
9. IGN
41.Por quanto tempo parou de fumar no total? l___l___l anos l___l___l meses
42.Nos últimos 12 meses, você apresentou sintomas como dor, dificuldade para mexer ou inchaço nas
juntas ou articulações ou ao redor delas? 1. Sim
2. Não
PULE
72 8.NSA 9.IGN
43. Nos últimos 3 meses, os sintomas de dor, dificuldade para mexer ou inchaço nas juntas estavam
presentes na maior na parte dos dias por pelo menos um mês?
1. Sim
2. Não
8.NSA 9.IGN
44.Os primeiros sintomas de dor, dificuldade para mexer ou inchaço nas juntas iniciaram há mais
de 3 meses atrás? 1. Sim
2. Não
8.NSA 9.IGN
45.Nos últimos 30 dias, você apresentou sintomas como dor, dificuldade para mexer ou inchaço nas
juntas ou articulações ou ao redor delas? 1. Sim
2. Não
8.NSA 9.IGN
46.Alguma vez você foi ao médico por dor ou inchaço nas juntas ou articulações?
1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Fuma100 l___l
Fuma l___l
Fumaid l___l___l
Fumaq l___l___l___l
Fumapar l___l
Fumapa l___l___l
Fumapm l___l___l
AGORA EU VOU PERGUNTAR SOBRE DOENÇAS QUE VOCÊ PODE TER AGORA OU PODE TER TIDO NA VIDA
Binge l___l
Bingeco l___l___l
Rebebe l___l
Dor12 l___l
Dor30 l___l
Dormes l___l
Dor3m l___l
Medoe
l___l
176
47.Nos últimos 12 meses, em que juntas ou articulações você teve dor, dificuldade para mexer ou inchaço?
Ombro 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Cotovelo 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Punho 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Mão, dedos 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Quadril 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Joelho 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Tornozelo 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
Pés, dedos 1. Sim
2. Não
8. NSA 9. IGN
48.Você deixou de fazer alguma atividade ou tarefa pela dor, dificuldade para mexer ou inchaço
nas juntas? 1. Sim
2. Não
8. NSA 9.IGN
49.
SE TRABALHA
: A dor, dificuldade para mexer ou inchaço nas juntas afeta seu trabalho,
o tipo de trabalho ou a quantidade de horas que trabalha? 1. Sim
2. Não 8. NSA 9. IGN
50.Pensando na dor ou inchaço nas juntas ou articulações, escolha uma das frases que diz
como você se sente hoje: 8. NSA 9. IGN
[CITE AS OPÇÕES] 1. Eu posso fazer tudo que gostaria de fazer
2. Eu posso fazer a maioria das coisas que gostaria de fazer
3. Eu posso fazer algumas coisas que gostaria de fazer
4. Dificilmente eu posso fazer as coisas que gostaria de fazer
51.Alguma vez um médico ou outro profissional de saúde disse que você tem:
[CITE AS OPÇÕES]
Excesso de peso ou obesidade
1. Sim
2. Não
9. IGN
Pressão alta ou hipertensão
1. Sim
2. Não
9. IGN
Açúcar no sangue ou diabetes
1. Sim
2. Não
9. IGN
Colesterol alto ou gordura no sangue
1. Sim
2. Não
9. IGN
Reumatismo, artrite, gota, lupus
1. Sim
2. Não
9. IGN
Osteoporose ou ossos fracos
1. Sim
2. Não
9. IGN
Outra doença? _____________________________ 1. Sim
2. Não
9. IGN
Doromb l___l
Dorcot l___l
Dorpun l___l
Dormao l___l
Dorqua l___l
Dorjoe l___l
Dortor l___l
Dorpes l___l
Dorati l___l
Dortra l___l
Dorhoj l___l
Meobe
l___l
MeHAS l___l
Media l___l
Mecol l___l
Meart l___l
Meost l___l
Meout
l___l
177
52.Alguma vez um médico disse que você teve ou tem:
[CITE AS OPÇÕES] Que idade tinha na 1
a
. vez? [NSA=888]
Derrame cerebral 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
Ataque do coração ou infarto 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
Coração grande, insuficiência cardíaca 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
Angina (dor no peito ao caminhar) 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
53.Alguma vez você fez:
[CITE AS OPÇÕES] Que idade tinha na 1
a
. vez? [NSA=888]
Cateterismo cardíaco 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
Angioplastia/ stent (molinha) 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
Ponte de safena/ mamária 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
Exame de densidade óssea 1. Sim 2. Não 9. IGN l___l___l___l
58os últimos 12 meses, você tomou remédios para tratar:
[CITE AS OPÇÕES]
Excesso de peso ou obesidade? 1. Sim
2. Não
9. IGN
Pressão alta ou hipertensão? 1. Sim
2. Não
9. IGN
Açúcar no sangue ou diabetes? 1. Sim
2. Não 9. IGN
Colesterol alto ou gordura no sangue? 1. Sim
2. Não 9. IGN
Reumatismo, artrite, dor ou inchaço nas juntas? 1. Sim
2. Não 9. IGN
Osteoporose ou ossos fracos? 1. Sim
2. Não 9. IGN
Doença do coração? _______________________________
2. Não
9. IGN
59as últimas 2 semanas você tomou remédio para tratar alguma doença?
1. Sim
2. Não PULE 82
9. IGN
Derram l___l Idader l___l___l ___l
Infarto l___l Idainf l___l___l ___l
Corgra l___l Idacor l___l___l ___l
Angina l___l Idangi l___l___l ___l
Catete l___l Idacate l___l___l___l
Angio l___l Idangi l___l___l___l
Ponte l___l Idapon l___l___l___l
Densit l___l Idaden l___l___l___l
Reobe
l___l
ReHAS l___l
Redia l___l
Recol l___l
Reart l___l
Reost l___l
Reouco
l___l
Reme2s l___l
178
60osso ver as caixas ou as receitas dos remédios que você tomou nas últimas 2 semanas?
Nome comercial / genérico
[S
E NÃO SABE PEÇA O MOTIVO
]
Dose
(mg)
Quantidade:
comp., unidad.
Tomou hoje
ou ontem?
1. Sim
2. Não
1. Sim
2. Não
1. Sim
2. Não
1. Sim
2. Não
1. Sim
2. Não
1. Sim
2. Não
61 Você tem algum problema de saúde que torna necessário o uso de bengala, cadeira de rodas ou
outro equipamento especial? 1. Sim 2. Não 9. IGN
62.Você precisa de ajuda para o seu cuidado pessoal como:
Tomar banho? (
TOMA BANHO DE BANHEIRA OU CHUVEIRO
,
SE SECA
)?
1. Não recebe qualquer ajuda
2. Recebe ajuda para lavar apenas uma parte do corpo (
UMA PERNA
)
3. Não toma banho sozinho ou recebe ajuda para lavar mais de uma parte do corpo
Vestir roupas? (
PEGA ROUPAS DE ARMÁRIOS
,
ABRE FECHOS
)?
1. Não recebe qualquer ajuda
2. Pega as roupas e se veste sem ajuda, exceto atar os sapatos ou fechar sandália
3. Recebe ajuda para pegar as roupas ou para se vestir
Se alimentar?
1. Não recebe qualquer ajuda
2. Recebe ajuda para cortar a carne ou passar manteiga no pão
3. Recebe ajuda total ou parcial para se alimentar ou usa sonda
Banho l___l
Vestir l___l
Alimen l___l
Bengala l___l
Nome1 l___l___l Dose1 l___l___l___l
Quant1 l___l Toho1 l___l
Nome2 l___l___l Dose2 l___l___l___l
Quant2 l___l Toho2 l___l
Nome3 l___l___l Dose3 l___l___l___l
Quant3 l___l Toho3 l___l
Nome4 l___l___l Dose4 l___l___l___l
Quant4 l___l Toho4 l___l
Nome5 l___l___l Dose5 l___l___l___l
Quant5 l___l Toho5 l___l
Nome6 l___l___l Dose6 l___l___l___l
Quant6 l___l Toho6 l___l
AGORA
,
EU GOSTARIA DE SABER COMO VOCÊ SE SENTE
,
E COMO VOCÊ ESTÁ SENDO CAPAZ DE
DESEMPENHAR SUAS ATIVIDADES HABITUAIS
179
Sair da cama para cadeira?
1. Sobe e desce da cama ou cadeira sem ajuda (
PODE USAR BENGALA
,
APOIO
)
2. Sobe e desce da cama ou cadeira com ajuda (
DE PESSOA
)
3. Não sai da cama
Usar o banheiro?
1. Vai ao banheiro, usa papel, arruma as roupas sem ajuda (
PODE USAR BENGALA
)
2.
Recebe ajuda para ir ao “banheiro”, se limpar, arrumar as roupas, usar urinol ou comadre
3. Não vai ao “banheiro” para o processo de eliminação, usa fralda
Controlar a urina e fezes?
1. Autocontrole completo da diurese e do intestino
2. Sofre “acidentes” ocasionais
3. Supervisão ajuda manter controle urinário ou intestinal, usa enema, cateter, ou é incontinente
63.Você precisa de alguma ajuda para realizar atividades comuns do dia-a-dia, como por exemplo, para:
Usar o telefone 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Andar de ônibus ou carro 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Subir escadas (1 lance) 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Fazer compras (comida ou roupa) 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Preparar refeições 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Arrumar ou limpar a casa 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Lavar ou passar roupa 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Tomar remédios (dose e hora certas) 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
Pagar contas, escrever cheques 1. Sem ajuda 2. Alguma ajuda 3. Incapaz 9. IGN
64.Em geral, você diria que sua saúde está:
1. Excelente 2. Muito boa 3. Boa 4. Razoável 5. Ruim
65.A sua saúde limita você nestas atividades? Se for o caso, o quanto?
[
CITE AS OPÇÕES
]
Atividades moderadas, tais como arrastar uma mesa, varrer a casa ou jogar bola .
1. Sim, limita muito 2. Sim, limita um pouco 3. Não, não limita nem um pouco
Subir vários lances de escada.
1. Sim, limita muito 2. Sim, limita um pouco 3. Não, não limita nem um pouco
Transf l___l
Banhe l___l
Urina l___l
Ufone l___l
Anonibu l___l
Facom l___l
Escada l___l
Fazcom l___l
Limcas l___l
Lavarou l___l
Tomrem l___l
Pagcon l___l
Varrer l___l
Escada l___l
Saude l___l
O
S ITENS A SEGUIR SÃO SOBRE ATIVIDADES QUE VOCÊ PROVAVELMENTE FAZ DURANTE UM DIA COMUM
.
180
66.Nas últimas 4 semanas, durante quanto tempo você teve algum dos problemas abaixo com o
seu trabalho ou com alguma outra atividade habitual, por causa de sua saúde física? [CITE AS OPÇÕES]
[CITE AS OPÇÕES]
Realizou menos tarefas do que você gostaria?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
Esteve limitado/a no tipo de trabalho que você faz ou em outras atividades?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
67.Nas últimas 4 semanas, durante quanto tempo você teve algum dos problemas abaixo com o seu trabalho
ou com alguma outra atividade diária habitual, por causa de qualquer problema emocional
(como se sentir deprimido/a ou ansioso/a)?
[
CITE AS OPÇÕES
]
Realizou menos tarefas do que você gostaria?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
Trabalhou ou fez qualquer outra atividade sem o cuidado habitual?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
68.Nas últimas 4 semanas, o quanto alguma dor interferiu em seu trabalho normal, incluindo tanto o
trabalho fora de casa quanto doméstico?
1. Nem um pouco 2. Um pouco 3. Moderadamente 4. Bastante 5. Extremamente
Etarefa l___l
Ecuida l___l
Metare l___
Limita l___l
Dorint l___l
A
GORA VOU FAZER DUAS PERGUNTAS SOBRE SUA SAÚDE FÍSICA E SUAS ATIVIDADES DIÁRIAS
.
A
GORA VOU FAZER TRÊS PERGUNTAS SOBRE SUAS EMOÇÕES E SUAS ATIVIDADES DIÁRIAS
.
181
69.Estas perguntas são sobre como você se sente e como as coisas aconteceram com você nas
últimas 4 semanas. Para cada pergunta, por favor dê a resposta que mais se aproxime da maneira
como você tem se sentido:
Nas últimas 4 semanas, durante quanto tempo...
[
CITE AS OPÇÕES
]
Você se sentiu calmo/a e tranqüilo/a?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
Você se sentiu com muita energia (disposição)?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
Você se sentiu desanimado/a e deprimido/a?
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
70. Nas últimas 4 semanas, durante quanto tempo sua saúde física ou seus problemas emocionais
interferiram em suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)?
[
CITE AS OPÇÕES
]
1. O tempo todo 2. A maior parte do tempo 3. Alguma parte do tempo
4. Uma pequena parte do tempo 5. Nunca
71.Qual é o principal problema de saúde ou doença que limita suas atividades? 00. Não tem problema
__________________________________________________________________ l___l___l
72.De <
MÊS
> do ano passado até agora você tem ou teve algum familiar com um problema
ou doença grave residindo na sua casa? Nem temporariamente?
1. Sim 2. Não
PULE
105
73.Em que mês o familiar adoeceu morando com você ou foi residir já doente em sua casa? l___l___l
74.Em que mês o familiar deixou de ter este problema ou se mudou? l___l___l
[
PARA DEFINIR HÁ QUANTOS MESES OCORREU O EVENTO
,
USE OS CÓDIGOS
:
00=
ESTE MÊS
01=
JANEIRO
, 02=
FEVEREIRO
... 12=
DEZEMBRO
88=NSA]
AGORA EU VOU LHE FAZER OUTRAS PERGUNTAS SOBRE FATOS QUE PODEM TER
ACONTECIDO OU NÃO NA SUA VIDA
,
NOS ÚLTIMOS
12
MESES
Sociais l___l
Proble l___l___l
Calmo l___l
Energia l___l
Desani l___l
182
Anexo D – Avaliação Física
1.Número do questionário: l___l___l___l___l
2.Nome do entrevistado: _____________________________________________________________
Pressão arterial (mmHg)
PAS1 l___l___l___l PAD1 l___l___l___l Pulso1 l___l___l
PAS2 l___l___l___l PAD2 l___l___l___l Pulso2 l___l___l
PAS3 l___l___l___l PAD3 l___l___l___l Pulso3 l___l___l
PAS4 l___l___l___l PAD4 l___l___l___l Pulso4 l___l___l
Altura (cm)
Altura1 l___l___l___l , l___l Altura2 l___l___l___l , l___l
Peso (kg)
Peso1 l___l___l___l , l___l Peso2 l___l___l___l , l___l
Gordura corporal
Gordu1 l___l___l , l___l Gordu2 l___l___l , l___l
Circunferência do pescoço (cm)
Cirpes1 l___l___l___l , l___l Cirpes2 l___l___l___l , l___l
Circunferência do braço (cm)
Cirbra1 l___l___l , l___l Cirbra2 l___l___l , l___l
Circunferência da cintura (cm)
Circin1 l___l___l___l , l___l Circin2 l___l___l___l , l___l
Circunferência do quadril (cm)
Cirqua1 l___l___l___l , l___l Cirqua2 l___l___l___l , l___l
Aferidor 1 ___________________ l___l___l Aferidor 2 __________________
l___l___l
Laboratório
Colesterol: l___l___l___l mg/dL
HDL: l___l___l___l mg/dL
LDL: l___l___l___l mg/dL
Glicemia: l___l___l___l mg/dL
Muito bem, terminamos! Muito obrigado!
183
Anexo E – Ficha de conglomerado
1.Data l__l__l / l__l__l / l__l__l 2.Setor: l__l__l__l
3.Supervisor:____________ l__l
Tipo: DOM: domicílio; CD: casa ou apartamento desabitados; TB: terreno baldio; EC:
Estabelecimento comercial; DOMCOL: domicílio coletivo
Rua, número, ponto de referência
Tipo
Número
entrevistados
12-19 anos
Número
adultos
20-59 anos
Número
idosos
60 anos
Ponto de partida:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
184
Anexo F – Tabela. Esperança de vida ao nascer resultantes do
processo de interpolação – 1980 / 2100
Fonte: Procedimento de interpolação descrito, do Projeto da População do
Brasil por sexo e idade para o período 1980 – 2050, Revisão 2004; IBGE, 2004
185
Anexo G - Tabela. Proporção de pessoas com 65 anos ou mais
ano Japão
Itália
China
Coréa
Malásia
Filipinas
Singapura
1950 4,9 8,3 4,5 3,0 5,1 3,6 2,3
1975 7,9 12,0 4,4 3,6 3,7 2,7 4,1
2000 17,7 18,2 6,8 6,7 4,1 3,6 7,2
2025 28,7 26,1 13,2 15,3 9,2 7,2 20,3
2050 35,7 34,9 22,6 24,7 15,9 14,2 24,6
Fonte: UN World Population Prospects: The 2000 Revision
186
Anexo H - Tabela. População residente, por Grandes Regiões,
segundo o sexo e os grupos de idade -- 2005
187
Anexo I Tabela. População total e de 60 anos ou mais de idade e
proporção de idosos, segundo continentes e países - 1990/1999.
(IBGE, 2002)
População Continentes e
Países
Total De 60 anos ou mais
Proporção de idosos
(%)
Ásia
China 1.242.799.000 133.954.000 10,8
Japão 126.486.000 28.222.000 22,3
Europa
Alemanha 82.057.379 17.927.000 21,8
França 57.526.521 11.305.622 19,7
Itália 57.563.354 13.299.830 23,1
Reino Unido 59.008.634 12.051.946 20,4
América do Norte
Canadá 30.301.185 4.950.593 16,3
Estados Unidos 280.298.524 44.670.193 15,9
América Latina
Argentina 34.768.457 4.584.300 13,2
Brasil 169.799.170 14.536.029 8,6
Chile 15.017.760 1.513.486 10,1
Colômbia 41.589.017 2.813.328 6,8
Cuba 11.065.878 1.439.245 13,0
Equador 11.936.858 792.982 6,6
México 91.158.290 5.969.643 6,5
Peru 24.800.768 1.737.326 7,0
Uruguai 3.313.239 567.565 17,1
Venezuela 23.242.435 1.483.817 6,4
Fontes: Demographic yearbook 1999. New York: United Nations, 1999; IBGE, Censo
Demográfico 2000.
(IBGE, 2002)
188
Anexo J Tabela. Pessoas de 60 anos ou mais de idade, residentes
em domicílios unipessoais em números absolutos e relativos,
segundo sexo do responsável – Brasil 1991/2000. (IBGE, 2002)
Fontes: Censo demográfico 1991: resultados do universo: microdados. Rio de 2000 IBGE
(IBGE, 2002)
189
Anexo K Definição e classificação trabalho e ocupação segundo.
(IBGE, 2001)
O IBGE define trabalho como:
a) Ocupação remunerada em dinheiro, na produção de bens e serviços ou
no serviço doméstico.
b) Ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços,
desenvolvida durante pelo menos uma hora na semana para ajuda a um
membro da família ou instituição religiosa; como aprendiz ou estagiário.
c) Ocupação desenvolvida durante pelo menos uma hora na semana na
produção de bens ou na construção de edificações, para o próprio uso ou
pelo menos de um membro da unidade domiciliar (IBGE, 2001).
O IBGE classifica ocupação em oito categorias:
Empregado - Pessoa que trabalha para um empregador recebendo em
contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou
benefícios;
Trabalhador Doméstico - Pessoa que trabalha prestando serviço doméstico
remunerado;
Conta-própria - Pessoa que trabalha explorando o seu próprio
empreendimento;
Empregador - Pessoa que trabalha com pelo menos um empregado;
Trabalhador o-remunerado membro da unidade domiciliar - Pessoa
que trabalha sem remuneração, durante pelo menos uma hora na semana,
em ajuda a membro da unidade domiciliar;
Outro trabalhador o-remunerado - Pessoa que trabalha sem
remuneração, durante pelo menos uma hora na semana, como aprendiz ou
estagiário ou em ajuda à instituição religiosa, beneficente ou de
cooperativismo;
Trabalhador na produção para o próprio consumo - Pessoa que trabalha,
durante pelo menos uma hora na semana, em atividades da agricultura,
silvicultura, pecuária, extração vegetal, pesca e piscicultura;
190
Trabalhador na construção para o próprio uso - Pessoa que trabalha,
durante pelo menos uma hora na semana, na construção de edificações,
estradas privativas, poços e outras benfeitorias (exceto as obras destinadas
unicamente à reforma) para o próprio uso ou de pelo menos um membro da
unidade domiciliar (IBGE, 2001).
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