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Resumo
Maytenus ilicifolia, (Celastraceae) conhecida como espinheira–santa, é muito usada na
medicina popular no tratamento da úlcera péptica. Vários estudos foram realizados
avaliando ações antiinflamatória, antiulcerogênica e antifúngica com ausência de efeitos
tóxicos. Este trabalho avaliou a ação preventiva e cicatrizante de Maytenus ilicifolia em
animais, bem como a atividade antioxidativa da espécie em estudo pela técnica de
ressonância do spin eletrônico (RSE). Em nosso estudo, Maytenus ilicifolia nas doses de
300 e 500 mg/Kg preveniu a formação de lesões gástricas em 42,2% e 72,0 % (p<0,05 e
p<0,001, respectivamente) quando comparado com o controle negativo tween 80.
Assim, a administração oral de M. ilicifolia uma hora antes do agente ulcerogênico,
preveniu a formação de úlceras, conservando as características de citoproteção da
mucosa gástrica e garantindo a integridade de glândulas e fossetas gástricas. Neste
mesmo experimento, os animais tratados com o controle negativo tween tiveram o
epitélio produtor de muco gástrico e a camada mucosa do estômago de roedores
danificados, sendo observada exfoliação do epitélio de revestimento superficial e
acentuada vascularização. A atividade cicatrizante de M.ilicifolia (500mg/kg, v.o.) foi
da ordem de 63% (p<0,001) em experimentos de úlcera crônica induzida pelo ácido
acético. A análise histológica confirmou este resultado recuperando a camada mucosa
(glândulas e fossetas gástricas) lesada pelo ácido acético, bem como o epitélio de
revestimento superficial. No estudo de indução de úlcera crônica por solução alcoólica
(25 %), foi possível verificar que as mucosas gástricas das mães apresentaram severas
lesões e intensa vascularização. Também foi verificada a degeneração acentuada do
epitélio de borda em escova, reduzindo a absorção intestinal desses animais. Os filhotes
não apresentaram lesões gástricas nem degeneração do epitélio intestinal, mostrando
que estes animais se adaptaram ao processo ulcerogênico dentro do útero materno.
Experimentos in vitro, realizados por Espectroscopia do Spin Eletrônico, comprovaram
a ação anti-oxidativa desta planta. Ensaios com DPPH (2,2-Diphenyl -1 –
picrylhydrazyl) demonstram que a fração polar do extrato de M. ilicifolia na
concentração de 1,0 mg/ml apresenta um efeito inibitório de 50,78% deste radical. Os
experimentos com o radical OH, produzidos pela reação de Fenton e detectados através
do aduto de spin DMPO-OH mostraram que M. ilicifiolia na concentração de 5mg/ml
apresenta um efeito inibitório de 46,35%. O efeito inibitório máximo foi de 90,47%
obtido com a concentração de 50 mg/ml da fração polar de M.ilicifolia.