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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
NÍVEIS DE SELÊNIO NA DIETA DE COELHOS E A
INFLUÊNCIA NA QUALIDADE E NOS MÉTODOS DE
CONSERVAÇÃO DO SÊMEN
Autora: Marcela Mataveli
Orientador: Prof. Dr. Gentil Vanini de Moraes
MARINGÁ
Estado do Paraná
Abril – 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
NÍVEIS DE SELÊNIO NA DIETA DE COELHOS E A
INFLUÊNCIA NA QUALIDADE E NOS MÉTODOS DE
CONSERVAÇÃO DO SÊMEN
Autora: Marcela Mataveli
Orientador: Prof. Dr. Gentil Vanini de Moraes
“Dissertação apresentada, como parte das
exigências para obtenção do título de MESTRE
EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual
de Maringá – Área de Concentração Produção
Animal.”
MARINGÁ
Estado do Paraná
Abril – 2008
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)
Mataveli, Marcela
M291n Níveis de selênio na dieta de coelhos e a
influência na qualidade e nos métodos de conservação
do sêmen / Marcela Mataveli. -- Maringá : [s.n.],
2008.
39 f.
Orientador : Prof. Dr. Gentil Vanini de Moraes.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Maringá. Programa de Pós-graduação em Zootecnia - Área
de Concentração Produção Animal, 2008.
1. Reprodução animal. 2. Sêmen. 3. Resfriamento de
sêmen. 4. Congelamento de sêmen. 5. Nutrição animal.
6. Antioxidantes. 7. Selênio. 8. Glutationa
peroxidase. I. Universidade Estadual de Maringá.
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. II. Título.
CDD 21.ed. 636.0824
Ao meu saudoso avô, Atílio Mataveli in memorian, a minha amada mãe,
Neide Cabral, e a minha querida tia, Luzia Mara Mataveli de Araújo,
DEDICO.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela dádiva da vida e pela a benção da saúde.
Ao meu avô, Atílio Mataveli in memorian, a minha mãe, Neide Cabral, e a minha tia,
Luzia Mara Mataveli de Araújo, pelo amor e apoio incondicional.
Ao meu prezado orientador, Prof. Dr. Gentil Vanini de Moraes, pelos valiosos
ensinamentos, pelo profissionalismo, pelo apoio e pela amizade.
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá e a
Fazenda Experimental de Iguatemi, pela viabilização e execução do protocolo
experimental deste estudo.
À CAPES, pela concessão de bolsa de estudos.
Ao Prof. Dr. Cláudio Scapinello, pelos ensinamentos e contribuição neste estudo.
Aos funcionários da Fazenda Experimental de Iguatemi Ezupério Salim, Antônio Parma
e Pedro Barizão, pela grande contribuição na realização deste estudo.
À laboratorista Zeni Maria Barbosa, pelos ensinamentos, pelo apoio e pela amizade.
Às acadêmicas, Thaís Cristina Carneiro, Cláudia Helena Ferreira Zago e Lorena Batista
de Moura, do curso de graduação em Zootecnia, da Universidade Estadual de Maringá,
pela contribuição na realização das análises laboratoriais.
Aos meus amigos Gisele Carrara da Silva, Marco Antônio Bensimon Gomes, Wallacy
Barbacena, Silvana Teixeira e Paulo Levi pelo apoio e companheirismo.
A todos que de alguma maneira contribuíram para realização deste estudo.
BIOGRAFIA
MARCELA MATAVELI, filha de Atílio Rodolfo Mataveli e Neide Cabral,
nasceu em Maringá, Estado do Paraná, no dia 16 de abril de 1982.
No ano de 2005, concluiu o curso de graduação em Zootecnia, da Universidade
Estadual de Maringá.
No ano de 2006, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, em nível
de Mestrado, área de concentração Produção Animal, na Universidade Estadual de
Maringá, realizando estudos na área de Reprodução Animal.
No mês de abril de 2008, submeteu-se à banca examinadora para defesa da
Dissertação de Mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia.
ÍNDICE
Página
LISTA DE TABELAS......................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................... vii
RESUMO............................................................................................................. ix
ABSTRACT......................................................................................................... x
I. INTRODUÇÃO GERAL................................................................................. 1
II. OBJETIVO GERAL....................................................................................... 7
III. NÍVEIS DE SELÊNIO NA PRODUÇÃO DE SÊMEN DE COELHOS...... 8
RESUMO.................................................................................................... 8
SUMMARY................................................................................................ 8
INTRODUÇÃO........................................................................................... 8
MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 10
Local do experimento.............................................................................. 10
Seleção dos animais e instalações............................................................ 10
Alimentação............................................................................................. 11
Tratamentos............................................................................................. 12
Coleta e avaliação do sêmen................................................................... 12
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 15
CONCLUSÃO............................................................................................. 22
REFERÊNCIAS........................................................................................... 22
IV. INFLUÊNCIA DE SELÊNIO SUPLEMENTAR DIETÉTICO NOS
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DO SÊMEN DE COELHOS.............. 25
RESUMO.................................................................................................... 25
SUMMARY................................................................................................ 25
INTRODUÇÃO........................................................................................... 25
MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 27
Local do experimento.............................................................................. 27
Animais e instalações............................................................................... 27
Alimentação............................................................................................. 27
Tratamentos............................................................................................. 28
Coleta e avaliação do sêmen.................................................................. 29
Resfriamento e congelação...................................................................... 30
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 33
CONCLUSÃO............................................................................................. 38
REFERÊNCIAS........................................................................................... 38
LISTA DE TABELAS
Página
NÍVEIS DE SELÊNIO NA PRODUÇÃO DE SÊMEN DE COELHOS
TABELA 1. Média estimada e erro padrão dos parâmetros espermáticos, de
três coletas de sêmen, de coelhos Nova Zelândia Branco, na fase
pré-experimental............................................................................ 11
TABELA 2. Composição percentual dos ingredientes da ração de coelhos da
raça Nova Zelândia Branco............................................................ 11
TABELA 3. Média estimada e erro padrão dos parâmetros quali-quantitativos
do sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com
níveis crescentes de selênio (0; 0,6; 0,9; e 1,2 mg de selênio/ kg
de ração), no período de 90 dias..................................................... 17
TABELA 4. Média estimada, distribuição de probabilidade e intervalo de
confiança das anormalidades espermáticas do sêmen de coelhos
Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis crescentes de
selênio (0; 0,6; 0,9; e 1,2 mg de selênio/ kg de ração), no
período de 90 dias......................................................................... 20
INFLUÊNCIA DE SELÊNIO SUPLEMENTAR DIETÉTICO NOS
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DO SÊMEN DE COELHOS
TABELA 1. Composição percentual dos ingredientes da ração de coelhos da
raça Nova Zelândia Branco............................................................ 28
TABELA 2. Composição do meio diluidor para conservar sêmen de coelhos a
5°C ou, para a pré-diluição, no uso de congelação........................ 31
TABELA 3. Composição do meio diluidor, com crioprotetor, para congelação
do sêmen de coelhos....................................................................... 31
TABELA 4. Morfologia espermática do sêmen resfriado, a 5°C, de coelhos
suplementados com 0; 0,6; 0,9 e 1,2 mg de selênio/ kg de
ração.............................................................................................. 35
LISTA DE FIGURAS
Página
NÍVEIS DE SELÊNIO NA PRODUÇÃO DE SÊMEN DE COELHOS
FIGURA 1. Níveis de selênio no plasma de coelhos Nova Zelândia Branco,
após 90 dias de alimentação com níveis crescentes de selênio. y
= 0,120 + 0,029x, P<0,05............................................................ 15
FIGURA 2. Volume de sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco,
alimentados com níveis crescentes de selênio, no período de 90
dias. y = 0,9947 - 0,0401x, P<0,0184.......................................... 16
FIGURA 3. Concentração espermática do sêmen de coelhos Nova Zelândia
Branco, alimentados níveis crescentes de selênio, no período de
90 dias. y = 220784725,7 + 26642842,8x, P < 0,0001. *
multiplicado por 10
8
; spz = espermatozóide.................................. 18
FIGURA 4. Incidência de espermatozóides com anormalidades primárias, no
sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com
níveis crescentes de selênio, no período de 90 dias. y = 11,8213
+ 0,6521x, P < 0,0231.................................................................... 19
FIGURA 5. Incidência de espermatozóides com cauda enrolada, no sêmen de
coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis
crescentes de selênio, no período de 90 dias. y = e
1,3087 + 0,1019x
, P
< 0,0032.......................................................................................... 21
INFLUÊNCIA DE SELÊNIO SUPLEMENTAR DIETÉTICO NOS
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DO SÊMEN DE COELHOS
FIGURA 1. Níveis de selênio no plasma de coelhos Nova Zelândia Branco,
após 90 dias de alimentação com níveis crescentes de selênio. y
= 0,120 + 0,029x, P<0,05............................................................... 33
FIGURA 2. Motilidade espermática progressiva do sêmen resfriado a 5°C de
coelhos Nova Zelândia Branco, no período de 3 dias de
conservação, aos 90 dias de ingestão de níveis crescentes de
selênio.y = e
2,9136 + 0,3357x
, P<0,0001............................................... 34
FIGURA 3. Motilidade espermática progressiva média, dos quatro níveis de
selênio, do sêmen de coelhos em função do tempo. y = e
3,8891 –
0,0214x
, P<0,0001.............................................................................. 35
FIGURA 4. Percentual de espermatozóides anormais no sêmen congelado de
coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis
crescentes de selênio. y = e
3,3575 – 0,2358x
, P<0,0343........................ 37
FIGURA 5. Percentual de anormalidades primárias no sêmen congelado de
coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis
crescentes de selênio. y = e
3,0321 – 0,5800x
, P<0,0031........................ 37
RESUMO
Considerando as funções do selênio no combate aos radicais livres, no aumento da
motilidade espermática progressiva e na manutenção da estrutura do DNA, realizou-se
este estudo com objetivo de verificar, em coelhos, a influência de teores suplementares
dietéticos de selênio no sêmen fresco, resfriado ou congelado. Foram utilizados 60
coelhos, com seis meses de idade, divididos em quatro tratamentos: 1) controle; 2)
suplementação com 0,6 mg de selênio/kg de ração; 3) suplementação com 0,9 mg de
selênio/kg de ração; 4) suplementação com 1,2 mg de selênio/kg de ração. Verificou-se
que a suplementação de selênio resultou em aumento da concentração espermática no
sêmen fresco de coelhos, mas o número de espermatozóides no ejaculado não foi
diferente entre os grupos suplementados. Ainda, constatou-se que o aumento dos níveis
de selênio resultou em aumento do percentual das anormalidades primárias e da cauda
enrolada, no sêmen fresco de coelhos. Entretanto, notou-se que a inclusão de 1,2 mg de
selênio/kg de ração melhorou a motilidade espermática progressiva do sêmen resfriado
de coelhos, a 5°C, e reduziu o percentual de espermatozóides anormais e anormalidades
primárias no sêmen congelado. Conclui-se que o suprimento das exigências nutricionais
seja suficiente para produção de sêmen fresco, mas a inclusão de 1,2 mg de selênio/kg
de ração é indicada para animais cujo sêmen será submetido aos processos de
resfriamento e congelação.
PALAVRAS-CHAVE: Antioxidantes, congelação, radicais livres, reprodução,
resfriamento.
ABSTRACT
Considering selenium functions against free radicals, in the increase of spermatic
progressive motility and in the DNA structure maintenance, this study was carried out
with the objective to verify, in rabbits, the influence of supplemental dietary selenium
levels in fresh, cooled and frozen semen. There were used 60 rabbits, six months old,
divided in four treatments: 1) control; 2) supplementation with 0.6 mg of selenium/kg of
ration; 3) supplementation with 0.9 mg of selenium/kg of ration; 4) supplementation
with 1.2 mg of selenium/kg of ration. It was verified that selenium supplementation
resulted in increase of spermatic concentration in fresh semen of rabbits, but the number
of spermatozoa in ejaculated semen was not different among supplemented groups.
Thereby, it was observed that the increase in selenium levels resulted in the increased of
primary abnormalities percentage and coiled tail percentage in fresh semen. However, it
was verified that the inclusion of 1.2 mg of selenium/kg of ration improved the
spermatic progressive motility in cooled semen of rabbits, at 5°C, and reduced the
percentage of abnormal spermatozoa and primary abnormalities in the frozen semen of
rabbits. It was concluded that the supply of nutritional exigencies is enough for
production of fresh semen, but the inclusion of 1.2 mg of selenium/kg of ration is
indicated for animals whose semen will be submitted to cooling and freezing processes.
KEY WORDS: Antioxidants, cooled semen, free radicals, frozen semen, reproduction.
I. INTRODUÇÃO GERAL
Os coelhos são utilizados em vários estudos referentes a fisiologia seminal e a
fertilização,devido a facilidade na coleta de sêmen e a possibilidade de controle da
inseminação artificial por meio da ovulação e por meio de tratamento com hormônio
luteinizante ou hormônio liberador de gonadotropina, sendo o controle do tempo entre a
ovulação e a inseminação artificial fundamental nos estudos envolvendo capacitação
espermática (CHEN et al., 1989).
Os microminerais cobalto, cobre, selênio e zinco estão presentes, em pequenas
quantidades e, são importantes para as diferentes funções do organismo e, assim, a
produção (McDOWELL, 1992) incluindo a atividade reprodutiva (BOLAND, 2003).
O selênio apresenta número atômico de 34 e peso atômico de 78m96 daltons e
pode apresentar valência de -2 até +6 (McDOWELL, 1992). É considerado um nutriente
essencial para humanos e animais, visto que a deficiência causa problemas reprodutivos
e a suplementação melhora o desempenho reprodutivo, sendo o selênio necessário a
espermatogênese e ao desenvolvimento testicular (HAWKES & TUREK, 2001).
OLSON et al. (2004) relataram que a deficiência de selênio além de reduzir o tamanho
do testículo, pode gerar, em longo prazo, atrofia dos túbulos seminíferos. Segundo
BECKETT & ARTHUR (2005) a deficiência, ainda, causa prejuízos na motilidade
espermática e eleva a incidência de espermatozóides com anormalidades na parte
intermediária do flagelo. De acordo com KOLODZIEJ & JACYNO (2004) altas
concentrações de selênio no testículo e epidídimo de suínos indicaram a importância
deste micromineral no processo de produção e maturação do espermatozóide.
Os espermatozóides contêm altas concentrações de selênio, sendo que a
deficiência afeta a síntese da cápsula mitocondrial e pode resultar em infertilidade,
devido a redução da motilidade espermática e prejuízo na espermatogênese (HOLBEN
& SMITH, 1999).
HAWKES & TUREK (2001) afirmaram que o selênio compõe, na forma
selenocisteína, o centro catalítico de enzimas como a glutationa peroxidase envolvida na
antioxidação, a iodotironina deiodinase envolvida no metabolismo de hormônios da
tireóide, a tioredoxina redutase envolvida na antioxidação e na transdução de sinais, e a
selenofosfatase sintetase envolvida na síntese de selenoproteínas.
De acordo com HOLBEN & SMITH (1999) existem quatro tipos de glutationa
peroxidase: a glutationa peroxidase celular ou clássica, a glutationa peroxidase
plasmática ou extracelular, a fosfolipídeo hidroperóxido glutationa peroxidase e a
glutationa peroxidase gastrointestinal. Ainda, os autores ressaltaram que apesar da
distinção entre os tipos de glutationa peroxidase, estas enzimas, geralmente, catalisam a
redução de peróxidos que poderiam causar danos as células e aos tecidos. No entanto,
MAIORINO et al. (2003) relataram que a enzima fosfolipídeo hidroperóxido glutationa
peroxidase é a principal selenoproteína do espermatozóide, sendo considerada essencial
no processo de fertilização devido aos seus múltiplos papéis na espermatogênese, como
a detoxificação de hidroperóxido, a formação da cápsula mitocondrial e a condensação
da cromatina.
As células vivas, assim como o espermatozóide, sob condições aeróbias,
produzem espécies de oxigênios reativos originários da atividade metabólica
(LAMIRANDE et al., 1997). As espécies de oxigênios reativos são radicais livres que
desempenham funções importantes no processo fisiológico espermático como a
capacitação, a hiperativação e a fusão espermatozóide-oócito (AGARWAL et al., 2005).
Observa-se, normalmente, equilíbrio entre a produção de radicais livres e seus
sistemas inibidores, porém, fatores como a radiação, a irradiação solar, a bioativação de
xenobióticos, as células inflamatórias, o aumento do metabolismo celular, a ativação de
oxidases e oxigenases, os distúbios endógenos liberadores de elétrons, a
descompartimentalização de íons metais de transição e a perda da capacidade
antioxidante, podem determinar aumento na produção de espécies de oxigênios reativos,
resultando no estresse oxidativo, que em condições extremas, afeta todos os
componentes celulares, incluindo lipídeos, proteínas, ácidos nucléicos e açúcares
(GUERRA et al., 2004). Uma das possíveis explicações para o estresse oxidativo no
espermatozóide, segundo GUERRA et al. (2004) baseia-se no fato de que, em
mamíferos, as membranas plasmáticas são ricas em ácidos graxos polinsaturados,
tornando-as muito fluidas e, ao mesmo tempo, muito susceptíveis aos danos
peroxidativos que determinam a perda de suas funções e da integridade do DNA. Ainda,
de acordo com os autores, outra explicação para o estresse oxidativo é baseada no fato
de os espermatozóides descartarem grande parte do citoplasma, nos estágios finais da
espermatogênese, eliminando enzimas antioxidantes, aumentando a susceptibilidade do
espermatozóide ao ataque dos radicais livres.
De acordo com AGARWAL et al. (2005) há duas principais fontes produtoras de
espécies de oxigênios reativos no sêmen: os leucócitos e os espermatozóides imaturos.
Ainda, segundo os autores, o espermatozóide produz espécies de oxigênios reativos,
principalmente, quando ocorreram defeitos durante a espermatogênese, existindo alta
correlação positiva entre os espermatozóides imaturos e a produção de espécies de
oxigênios reativos. Ainda, AGARWAL et al. (2005) relataram que os principais locais
de produção de espécies de oxigênios reativos, em nível celular, são a mitocôndria e a
membrana plasmática.
GUERRA et al. (2004) observaram que a proteção contra a alta produção de
espécies de oxigênios reativos e a prevenção de danos celulares ocorre por meio da
capacidade antioxidante total, encontrada nos espermatozóides e no plasma seminal.
Desta maneira, de acordo com os autores, quando as enzimas intracelulares não
conferem proteção total a membrana plasmática, os espermatozóides obtêm
antioxidantes do plasma seminal, que não é a única fonte extracelular de antioxidantes,
visto que o epidídimo e a secreção das glândulas sexuais acessórias contribuem com
inibição dos radicais livres.
TRAMER et al. (1998) relataram que no epidídimo, os espermatozóides passam
por diversos estágios de maturação, nos quais, a membrana plasmática é submetida a
alterações em sua composição e estabilidade, sendo os antioxidantes fundamentais na
garantia de espermatozóides maduros e aptos para, posterior, reação acrossomal. Sendo
assim, os autores verificaram, na cabeça do epidídimo de ratos, a atividade de enzimas
como a fosfolipídeo hidroperóxido glutationa peroxidase, a glutationa peroxidase e a
superóxido dismutase, além de grandes quantidades de vitamina E. Apesar da vitamina
E e do selênio desempenharem funções similares no combate aos radicais livres,
McDOWELL (1992) destacou que a vitamina E atua como antioxidante lipossolúvel
específico de membrana e o selênio, como componente da enzima glutationa
peroxidase, destrói os peróxidos antes do ataque a membrana. WU et al. (1979)
relataram que a suplementação de ratos com grandes quantidades de vitamina E não
amenizou os sintomas de deficiência de selênio. FORD (2004) notou que as alterações
que ocorriam na membrana plasmática, durante a maturação dos espermatozóides, são
devido as modificações de proteínas, sendo estas modificações moduladas pelo
ambiente do epidídimo ou espontaneamente. Este autor ressaltou que a maturação
resulta em condensação nuclear, mudanças na expressão gênica e distribuição de
moléculas na superfície do espermatozóide. De acordo com LUBERDA (2005) a
concentração de glutationa peroxidase diminuiu 75% durante a maturação do
espermatozóide de bovinos, durante a migração entre a cabeça do epidídimo e a saída
do espermatozóide no ejaculado, o que ressalta a importância da capacidade
antioxidante na viabilidade do espermatozóide.
Muitos procedimentos utilizados em laboratórios podem interferir na
concentração de antioxidantes espermáticos. Assim, GUERRA et al. (2004) relataram
que um dos aspectos importantes da criopreservação é a remoção do plasma seminal,
fonte de antioxidantes, que aumenta a susceptibilidade do espermatozóide ao ataque de
radicais livres, observando-se redução irreversível na motilidade espermática, na
integridade morfológica e na capacidade fertilizante dos espermatozóides. Ainda, os
autores afirmaram que o processo de descongelação também causa peroxidação lipídica
e danos na membrana, decorrentes do rápido aumento na utilização de oxigênio pelos
espermatozóides, determinando maior produção de radicais livres. No entanto,
BUSTAMANTE FILHO et al. (2006) mencionaram que a qualidade do sêmen
armazenado depende dos procedimentos de diluição, centrifugação e adição de meio
diluidor. Os autores relataram, também, que as técnicas de criopreservação reduzem a
atividade das enzimas catalase e glutationa peroxidase, mas destacaram que estas
técnicas não afetam as enzimas contidas no meio diluidor, fato que permite aperfeiçoar
os protocolos de criopreservação de sêmen de eqüinos com adição de enzimas
antioxidantes.
REFERÊNCIAS
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BECKETT, G. J.; ARTHUR, J. R. Selenium and endocrine systems. Journal of
Endocrinology, v. 184, p. 455-465, 2005.
BOLAND, M. P. Trace minerals in production and reproduction in dairy cows.
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BUSTAMANTE FILHO, I. C.; PEDERZOLLI, C. D.; SGARAVATTI, A. M.;
MATTOS, R. C.; DUTRA – FILHO, C. S.; JOBIM, M. I. M. Activity of glutatione
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GUERRA, M. M. P.; EVANS, G.; MAXWELL, W. M. C. Papel de oxidantes e anti-
oxidantes na andrologia (Revisão de Literatura). Revista Brasileira de Reprodução
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KOLODZIEJ, A.; JACYNO, E. Effect of dietary selenium and vitamin E
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MAIORINO, M.; BOSELLO, V.; URSINI, F.; FORESTA, C.; GAROLLA, A.;
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II. OBJETIVO GERAL
Este estudo foi realizado com o objetivo de verificar, em coelhos, a influência de
selênio suplementar dietético na qualidade do sêmen fresco, resfriado ou congelado.
III. NÍVEIS DE SELÊNIO NA PRODUÇÃO DE SÊMEN DE COELHOS
RESUMO: O selênio é constituinte essencial da enzima glutationa peroxidase que combate
os radicais livres, prevenindo o estresse oxidativo. Assim, avaliou-se a influência de teores
suplementares dietéticos de selênio (0; 0,6; 0,9 e 1,2 mg de selênio/kg de ração) na
produção do sêmen de coelhos. Entretanto, apesar da maior suplementação de selênio
resultar em aumento de 12,65% da concentração espermática, em relação ao controle, não
se observou influência no número de espermatozóides no ejaculado. Ainda, a
suplementação de 1,2 mg de selênio/kg de ração, resultou em aumento de 6,21% nas
anormalidades primárias e de 26,47% na cauda enrolada, em relação ao controle. Desta
maneira, concluiu-se que o suprimento das exigências nutricionais é suficiente para coelhos
reprodutores.
PALAVRAS-CHAVE: Antioxidantes, glutationa peroxidase, radicais livres,
reprodução.
SELENIUM LEVELS IN RABBITS SEMEN PRODUCTION
SUMMARY: Selenium is an essential constituent of glutathione peroxidase enzyme that
acts against free radicals, preventing the oxidative stress. So, it was evaluated the influence
of supplemental dietary selenium levels (0; 0.6; 0.9 and 1.2 mg of selenium/kg of ration) in
rabbits semen production. However, in spite of the higher selenium supplementation results
in increase of 12.65% of the spermatic concentration, in relation to the control, it was not
observed influence in the spermatozoa number in ejaculated semen. Thereby, the
supplementation of 1.2 mg of selenium/kg of ration resulted in increase of 6.21% in the
primary abnormalities and of 26.47% in the coiled tail, in relation to the control. So it was
concluded that the supply of nutritional exigencies is enough for rabbits reproducers.
KEY WORDS: Antioxidants, free radicals, glutathione peroxidase, reproduction.
INTRODUÇÃO
O selênio é constituinte essencial da enzima glutationa peroxidase que ajuda na
proteção das membranas de danos peroxidativos (McDOWELL, 1992).
O testículo contém altas quantidades de selênio, o que ressalta importância deste
micromineral nas funções testiculares, sendo que a deficiência resulta em produção de
sêmen de baixa qualidade, traduzido por prejuízos na motilidade espermática progressiva e
espermatozóides com anormalidades na parte intermediária do flagelo (BECKETT &
ARTHUR, 2005).
Os espermatozóides são susceptíveis a danos peroxidativos por apresentarem
membranas contendo grandes quantidades de ácidos graxos polinsaturados, o que induz a
formação de espécies de oxigênio reativos, que são uma das maiores causas da redução da
viabilidade e fertilidade dos espermatozóides (AGARWAL & SAID, 2005; ALVAREZ &
MORAES, ww2006).
A peroxidação lipídica da membrana celular causada pelo estresse oxidativo
determina substancial perda de ácidos graxos insaturados, com conseqüente redução na
fluidez, responsável pela fusão espermatozóide – oócito, na atividade das enzimas
reguladoras que se ligam ao Ca
2+
e na motilidade espermática (GUERRA et al., 2004).
CASTELLINI et al. (2003) afirmaram que o aumento de α-tocoferol no plasma
sangüíneo de coelhos se eleva com a idade devido, provavelmente, ao aumento de
lipoproteínas. Para estes autores, a vitamina C e E podem reverter os processos de
peroxidação lipídica, destacando-se que o coelho tem capacidade de sintetizar vitamina C
em nível de ceco. Apesar da vitamina E e do selênio desempenharem funções similares no
combate aos radicais livres, McDOWELL (1992) destacou que a vitamina E atua como
antioxidante lipossolúvel específico de membrana e o selênio, como componente da enzima
glutationa peroxidase, que destrói os peróxidos antes do ataque a membrana. No entanto,
WU et al. (1979) verificaram que a suplementação de ratos com grandes quantidades de
vitamina E não amenizou os sintomas deficiência de selênio. Ainda, de acordo com WU et
al. (1979) a deficiência de selênio na dieta de ratos resultou em espermatozóides sem
motilidade progressiva, mesmo quando estes animais receberam suplementação de
antioxidantes, enfatizando que o selênio é essencial para a boa formação da célula
espermática. Notaram, também, que a suplementação com selênio aumentou o peso
testicular dos ratos.
Diante das evidências, das funções e da importância do selênio na reprodução do
macho e, considerando a ausência de trabalhos que envolvem o uso deste micromineral em
valores dietéticos acima daqueles recomendados pelas tabelas nutricionais na qualidade do
sêmen de coelhos, este estudo foi realizado com o objetivo de verificar, em coelhos, a
influência de selênio suplementar dietético na qualidade do sêmen.
MATERIAL E MÉTODOS
Local do experimento
O experimento foi conduzido no setor de Cunicultura da Fazenda Experimental de
Iguatemi, a qual se encontra a 23º25’ de latitude sul, a 51º57’ de longitude oeste de
Greenwhich e 550 m de altitude, e no Laboratório de Reprodução Animal da Universidade
Estadual de Maringá, Paraná, de outubro de 2007 a janeiro de 2008, sendo, neste período, a
temperatura média de 25,65 ± 0,70°C, a umidade relativa média de 66,5 ± 6,35% e a
precipitação pluviométrica total de 629,30 mm.
Seleção dos animais e instalações
Foram utilizados 60 machos da raça Nova Zelândia Branco, com idade inicial de
seis meses, peso médio inicial de 3,47 ± 0,21 kg e final de 3,74 ± 0,29 kg. Estes animais
foram submetidos a três avaliações de sêmen e, posteriormente, divididos em três grupos
(TABELA 1) de acordo com a qualidade inicial do sêmen, em que as coletas foram
realizadas com vagina artificial a cada quatro dias. Para divisão dos grupos, utilizou-se
análise de variância não paramétrica, do SAEG (1997), por meio do Teste de Kruskal-
Wallis. Destaca-se que os parâmetros seminais (TABELA 1), considerados na formação
dos grupos, foram aqueles que poderiam ser influenciados, diretamente, pela adição de
selênio.
Os animais de cada grupo foram, aleatoriamente, distribuídos em quatro
tratamentos, com 15 animais por tratamento, sendo alojados, individualmente, em gaiolas
de arame galvanizado medindo 40 cm X 60 cm X 45 cm (comprimento, largura e altura,
respectivamente), providas de bebedouro automático e comedouro semi-automático.
TABELA 1. Média estimada e erro padrão dos parâmetros espermáticos, de três coletas
de sêmen, de coelhos Nova Zelândia Branco, na fase pré-experimental.
Parâmetros
Grupo 1
(n
*
=12)
Grupo 2
(n
*
=16)
Grupo 3
(n
*
=32)
Motilidade espermática progressiva (%) 19,17 ± 4,25 40,66 ± 3,91 58,39 ± 1,96
Vigor espermático (pontos) 1,86 ± 0,20 2,81 ± 0,21 3,57 ± 0,11
Espermatozóides normais (%) 56,89 ± 2,58 66,57 ± 1,80 63,98 ± 1,50
Espermatozóides anormais (%) 50,44 ± 2,66 40,83 ± 1,79 42,29 ± 1,36
Anormalidades primárias (%) 28,11 ± 2,05 22,61 ± 1,92 21,57 ± 0,99
Anormalidades secundárias (%) 22,33 ± 1,67 18,20 ± 1,05 20,72 ± 0,93
*n= número de animais.
Alimentação
A ração (TABELA 2) foi formulada de acordo com NRC (1977) com 90,47% de
matéria seca, 17,80% de proteína bruta, 13,12% de fibra bruta, 1,57% de extrato etéreo e
3792,20 Kcal de energia digestível/kg de ração. Estas análises químicas foram realizadas no
Laboratório de Nutrição e Alimentação Animal (LANA), do Departamento de Zootecnia,
da Universidade Estadual de Maringá, de acordo com os procedimentos descritos por
SILVA (1990).
TABELA 2. Composição percentual dos ingredientes da ração de coelhos da raça Nova
Zelândia Branco.
Ingredientes Quantidade (%)
Milho moído 25,27
Farelo de soja 14,00
Farelo de trigo 24,00
Feno de alfafa 23,30
Feno de coast cross 10,00
Sal comum 0,40
Fosfato Bicálcico 0,80
Calcário Calcítico 1,00
DL-Metionina 0,60
Bacitracina 0,05
Cicostrat Robenidina 0,08
Premix* 0,50
TOTAL
100,00
* Premix, composição por kg do produto: Vit A, 600.000 UI; Vit D, 100.000 UI; Vit E, 8.000 mg; Vit K3,
200 mg; Vit B1, 400 mg; Vit B2, 600 mg; Vit B6, 200 mg ; Vit B12, 2.000mcg; Ac. Pantotênico, 2.000
mg; Colina, 70.000 mg; Ferro, 8.000 mg; Cobre, 1.200 mg; Cobalto, 200 mg; Manganês, 8.600 mg;
Zinco, 12.000 mg; Iodo, 64 mg; Selênio, 16 mg; Metionina, 120.000 mg; Antioxidante, 20.000 mg.
O selênio foi misturado, previamente, em 1 kg de milho moído e, posteriormente,
em quantidades maiores deste ingrediente, no misturador “Y”, por 15 minutos. O milho
moído com os respectivos níveis de selênio e os demais ingredientes da ração foram
misturados, durante 15 minutos, em um misturador vertical e processados, posteriormente,
por meio da peletização, sendo que o tamanho dos péletes foi de 0,5 cm de diâmetro e 1,0
cm de comprimento.
A água e a ração foram fornecidas a vontade aos animais, porém, semanalmente,
foram pesadas as sobras de ração, para determinar a ingestão média diária, por animal, que
foi de 118,00 ± 9,94 gramas.
Tratamentos
Foram testadas quatro concentrações de selênio: 1) controle; 2) suplementação com
0,6 mg de selênio/kg de ração; 3) suplementação com 0,9 mg de selênio/kg de ração; 4)
suplementação com 1,2 mg de selênio/kg de ração. Utilizou-se como fonte de selênio, o
selenito de sódio anidro (Na
2
SeO
3
), com 45,6% de selênio. O total de selênio na ração foi:
0,78 mg de selênio/kg de ração, no controle; 1,20 mg de selênio/kg de ração, com
suplementação de 0,6 mg de selênio/kg de ração; 0,54 mg de selênio/kg de ração, com
suplementação com 0,9 mg de selênio/kg de ração; 1,41 mg de selênio/kg de ração,
suplementação com 1,2 mg de selênio/kg de ração. A determinação de selênio nas rações
foi realizada pelo Laboratório Greenlab, de Porto Alegre-RS, por meio de equipamento de
absorção atômica SM 3500 Se, de acordo com o “Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater-21
th
edition”.
Coleta e avaliação do sêmen
A coleta do sêmen foi realizada uma vez por semana, durante doze semanas. A
coleta foi com vagina artificial com temperatura de 44
º
C,
desenvolvida pelo Laboratório de
Reprodução Animal da Universidade Estadual de Maringá, constituída de tubo plástico com
oito cm de comprimento por quatro cm de diâmetro, revestida, internamente, com
membrana de preservativo não lubrificado e copo coletor graduado (SCAPINELLO et al.,
1997) utilizando uma coelha em cio para coletar o sêmen. Logo após cada coleta foi
verificado o volume com e sem gel, por meio da graduação do copo coletor, a cor que foi
classificada em escores de 1 a 5 pontos, sendo que um (1) representou a coloração branco
cremoso, dois (2) branco leitoso, três (3) branco aquoso, quatro (4) amarelo e, cinco (5)
avermelhado. O pH foi verificado por meio de papel de tornassol, colocando uma gota de
sêmen sobre a fita, efetuando a leitura em escala própria de 0 a 14.
Os outros parâmetros avaliados no sêmen foram: concentração de espermatozóides
(mm
3
), motilidade espermática progressiva (%), vigor espermático (pontos) e morfologia
(%). Sendo os procedimentos descritos como:
Concentração espermática: o sêmen foi diluído em formol salina tamponada (pH=7)
na proporção de 1:100, utilizando pipeta de Shali (0,02 mL). Feita a diluição, preencheu-se,
por capilaridade, a câmara de Neubauer e os espermatozóides foram contados em cinco
quadrados maiores da referida câmara e depois, somados e divididos por 80 quadrados
pequenos, multiplicando por 400 quadrados pequenos da câmara, pela diluição e pela altura
da câmara, obtendo-se a quantidade de espermatozóides por mm
3
de sêmen.
Com os valores dos volumes individuais e da concentração espermática foi
calculado, o número espermatozóides no ejaculado.
Motilidade espermática progressiva e vigor espermático: em uma lâmina de
microscopia óptica foi diluída uma gota (0,03 mL/gota) de sêmen com cinco gotas de
citrato de sódio diidratado a 2,94% e, deste diluído retirou-se uma gota que foi colocada em
outra lâmina, que foi levada ao microscópio de contraste de fase, em aumento de 400 X e
avaliado, por método subjetivo, ambas as variáveis. A motilidade espermática progressiva
foi avaliada considerando escore de 0 a 100% e o vigor espermático escore de 0 a 5 pontos,
sendo que os escores maiores correspondem a espermatozóides com maior motilidade
espermática progressiva e vigor espermático, respectivamente.
Morfologia: foram utilizados esfregaços corados pelo método WILLIAMS (1920),
modificado por LAGERLÖF (1934), e depois de secos, foram levados ao microscópio de
contraste de fase de 1000X. Foram consideradas as anormalidades primárias e secundárias,
realizando a contagem de 100 espermatozóides entre as lâminas feitas de cada ejaculado.
Foram consideradas anormalidades primárias, a cabeça periforme, a cabeça requetiforme, a
cauda abaxial, a cauda degenerada, a cauda enrolada, a cauda enrolada na porção final, a
cauda quebrada nas porções inicial, intermediária, final e junto a cabeça, a microcefalia e a
macrocefalia; como anormalidades secundárias, o acrossoma solto, a cabeça solta, a cauda
dobrada, a cauda dobrada na porção final e a cauda solta (CHENOWETH, 2005), sendo as
anormalidades gota distal e gota proximal, consideradas secundárias até 5% e 3%,
respectivamente, do total de espermatozóides contados.
Após o período experimental, foram abatidos 16 animais, quatro de cada tratamento,
para verificação dos pesos dos testículos e epidídimos. O sangue dos animais abatidos foi
coletado em tubos heparinizados para posterior obtenção do plasma em centrífuga, a 1612,8
x g, por 20 minutos. Após a centrifugação, foi constituído um pool de plasma por
tratamento, para análise dos níveis plasmáticos de selênio, realizada por meio de
espectrofotometria de absorção atômica, SM 3500 Se, de acordo com o “Standard Methods
for the Examination of Water and Wastewater-21
th
edition”, pelo Laboratório Greenlab, de
Porto Alegre-RS.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado. As variáveis respostas
foram: o nível de selênio no plasma; o volume de sêmen; a cor; o pH; a concentração
espermática; o número de espermatozóides no ejaculado; a motilidade espermática
progressiva; o vigor espermático; o percentual de espermatozóides normais; o percentual de
espermatozóides anormais; o percentual de anormalidades primárias e secundárias; o
percentual de cada anormalidade espermática; o peso do testículo e o peso do epidídimo
foram baseados no modelo estatístico descrito abaixo:
y = X β + ε,
em que,
y é o vetor de observação das variáveis respostas;
X corresponde a matriz de incidência do efeito fixo;
β simboliza o vetor de efeitos fixos do tratamento;
ε é o vetor dos erros aleatórios.
As análises estatísticas do nível de selênio no plasma, volume de sêmen, cor, pH,
concentração de espermatozóides, número de espermatozóides totais liberados no sêmen,
motilidade progressiva, vigor espermático, percentual de espermatozóides normal,
percentual de anormalidades primárias e secundárias, peso do testículo e epidídimos, foram
realizadas pelo procedimento GLM do SAS (1992), enquanto para cada anormalidade
espermática adotou-se o procedimento dos Modelos Lineares Generalizados (DOBSON,
2002), através do procedimento GENMOD do SAS (1992), considerando que os erros
possuíam diferentes distribuições de probabilidade, com função de ligação canônica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A adição dietética de selênio aumentou (P<0,05) os níveis plasmáticos de selênio
em coelhos Nova Zelândia Branco (FIGURA 1). CASTELLINI et al. (2002) verificaram
que a suplementação dietética de selênio, para coelhos Nova Zelândia Branco, aumentou a
atividade da glutationa peroxidase no eritrócito, no plasma seminal e no espermatozóide,
fato que pode colaborar com a estabilidade oxidativa, melhorando as funções espermáticas.
A suplementação dietética de selênio não influenciou (P>0,05) o peso dos testículos
e dos epidídimos, sendo o peso médio estimado de cada testículo de 2,63 ± 0,15 g e o de
cada epidídimo de 1,30 ± 0,09 g. De acordo com WU et al. (1979) a deficiência de selênio
reduziu o peso testicular de ratos. OLSON et al. (2004) relataram que a deficiência de
selênio, além de reduzir o tamanho do testículo, pode gerar, em longo prazo, atrofia dos
túbulos seminíferos. Contudo, esperava-se que a suplementação adicional de selênio
pudesse aumentar o peso testicular e epididimário, com conseqüente desenvolvimento dos
túbulos seminíferos. Possivelmente, a glutationa peroxidase, como antioxidante celular
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Niveis de selênio (mg/kg de ração)
Níveis plasmáticos selênio (mg/L)
FIGURA 1. Níveis de selênio no plasma de coelhos Nova Zelândia Branco,
após 90 dias de alimentação com níveis crescentes de selênio. y = 0,120 +
0,029 x, P<0,05.
descrito por BIANCHINI & ANTUNES (1999) poderia melhorar o desenvolvimento dos
referidos órgãos.
A ingestão de níveis crescentes de selênio reduziu (P<0,0184), linearmente, o
volume de sêmen de coelhos (FIGURA 2). Segundo HAWKES & TUREK (2001), a
suplementação de selênio muda o epitélio glandular das glândulas sexuais acessórias, o que,
provavelmente, possa ter ocorrido neste estudo, ocasionando redução do volume de sêmen,
ou talvez, tenha gerado algum grau de toxidez não observável clinicamente.
FIGURA 2. Volume de sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco,
alimentados com níveis crescentes de selênio, no período de 90 dias.
y = 0,9947 – 0,0401x, P<0,0184.
0,94
0,95
0,96
0,97
0,98
0,99
1,00
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (m
/k
de ração)
Volume de sêmen (mL)
O volume de gel, a motilidade espermática progressiva, o vigor espermático, o
número de espermatozóides no ejaculado, os espermatozóides normais, os espermatozóides
anormais, as anormalidades secundárias, o pH e a cor do sêmen não foram influenciados
(P>0,05) pela adição de selênio (TABELA 3).
Mesmo que a ingestão de níveis crescentes de selênio não tenha influenciado
(P>0,05) o volume de gel (TABELA 3), no sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco, este
estudo contribuiu com a estimação do valor médio de gel no sêmen desta espécie, visto a
ausência de referências neste assunto. Ainda, baseado nas observações deste estudo, a
presença de gel, no sêmen dos animais em questão, parece ser uma característica individual
e relacionada a boa produção de sêmen.
TABELA 3. Média estimada e erro padrão dos parâmetros quali-quantitativos do sêmen de
coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis crescentes de selênio (0; 0,6; 0,9; e
1,2 mg de selênio/ kg de ração), no período de 90 dias.
Parâmetros
Média
estimada
Erro
padrão
P > | t |
Volume de gel (mL)
1,20 ± 0,11 0,1391
Motilidade espermática progressiva (%) 51,35 ± 2,51 0,2658
Vigor espermático (pontos)*
3,17 ± 0,18 0,7158
Número de espermatozóides no ejaculado 2,29 x 10
8
± 1,81 x 10
7
0,4680
Espermatozóides normais (%)
66,34 ± 1,28 0,2177
Espermatozóides anormais (%)
33,67 ± 1,28 0,2177
Anormalidades secundárias (%)
21,85 ± 0,98 0,8285
pH
7,98 ± 0,02 0,3391
Cor**
2,01 ± 0,04 0,2993
*0 ponto indicam ausência de vigor; 5 pontos indicam vigor máximo.
** 1 ponto indica a cor branco cremoso; 2 pontos, branco leitoso; 3 pontos, branco aquoso; 4 pontos,
amarelo; 5 pontos, avermelhado.
Contrariando uma das hipóteses deste estudo, a motilidade espermática progressiva
(TABELA 3) não foi influenciada (P>0,05) pela adição de níveis de selênio. Considerava-
se que a suplementação de selênio poderia aumentar a motilidade espermática progressiva,
já que a função da glutationa peroxidase, descrita por LUBERDA (2005) e,
conseqüentemente, do selênio, é combater os radicais livres que prejudicam a motilidade
espermática. Ainda, este autor destacou que a concentração de glutationa peroxidase no
espermatozóide e no plasma seminal de mamíferos apresenta diferenças específicas entre as
espécies, sendo a quantidade de glutationa peroxidase insignificante nos espermatozóides
de coelhos, e sua atividade indetectável, quando comparada a outras espécies. No entanto,
CASTELLINI et al. (2002) verificaram que coelhos Nova Zelândia Branco suplementados
com 0,5 mg de selênio/kg de ração apresentaram, em relação aos animais não
suplementados com selênio, aumento da atividade da glutationa peroxidase nos eritrócitos,
no plasma seminal e nos espermatozóides.
O vigor espermático (TABELA 3) não diferiu (P>0,05) entre os animais dos quatro
tratamentos. De acordo MARIN-GUZMAN et al. (2000), existe uma selenoproteína na
membrana mitocondrial externa, que sugere a importância do selênio no desenvolvimento
celular. Assim, os mesmos autores relataram, diante da função da mitocôndria na produção
de energia, que a alteração da concentração de ATP pode alterar o metabolismo energético
e a funções da célula espermática, como o vigor espermático.
de energia, que a alteração da concentração de ATP pode alterar o metabolismo energético
e a funções da célula espermática, como o vigor espermático.
Apesar do aumento (P<0,0001) da concentração espermática (FIGURA 3) não se
verificou influência (P>0,05) da ingestão de níveis de selênio no número de
espermatozóides no ejaculado (TABELA 3), parâmetro que relaciona o volume de sêmen e
a concentração espermática. Diferentemente dos resultados observados neste estudo,
HAWKES & TUREK (2001) verificaram queda de mais de 50% na concentração
espermática e no número de espermatozóides no ejaculado de humanos suplementados com
selênio. Os autores atribuíram estes resultados a variação sazonal da produção de sêmen em
humanos. O aumento da concentração espermática poderia estar relacionado ao provável
desenvolvimento dos túbulos seminíferos descrito por OLSON et al. (2004), porém estes
autores correlacionaram o desenvolvimento dos túbulos seminíferos ao peso testicular, que
não foi diferente (P>0,05) nos animais deste estudo, alimentados com níveis de selênio.
Apesar do aumento (P<0,0001) da concentração espermática (FIGURA 3) não se
verificou influência (P>0,05) da ingestão de níveis de selênio no número de
espermatozóides no ejaculado (TABELA 3), parâmetro que relaciona o volume de sêmen e
a concentração espermática. Diferentemente dos resultados observados neste estudo,
HAWKES & TUREK (2001) verificaram queda de mais de 50% na concentração
espermática e no número de espermatozóides no ejaculado de humanos suplementados com
selênio. Os autores atribuíram estes resultados a variação sazonal da produção de sêmen em
humanos. O aumento da concentração espermática poderia estar relacionado ao provável
desenvolvimento dos túbulos seminíferos descrito por OLSON et al. (2004), porém estes
autores correlacionaram o desenvolvimento dos túbulos seminíferos ao peso testicular, que
não foi diferente (P>0,05) nos animais deste estudo, alimentados com níveis de selênio.
FIGURA 3. Concentração espermática do sêmen de coelhos Nov
a
Zelândia Branco, alimentados com níveis crescentes de selênio, no
p
eríodo de 90 dias. y = 220784725,7 + 26642842,8 x, P<0,0001.
*multiplicado por 10
2,15
2,20
2,25
2,30
2,35
2,40
2,45
2,50
2,55
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (m
/k
de ração)
Concentração espermática
(spz/ mL)*
8
; spz=espermatozóides.
O percentual de espermatozóides normais, espermatozóides anormais e o percentual
de anormalidades secundárias (TABELA 3) não foram diferentes (P>0,05) nos níveis de
ingestão de selênio. Entretanto, o percentual de anormalidades primárias (FIGURA 4)
aumentou (P<0,0231) com a adição de selênio na ração. Segundo CHENOWETH (2005),
as anormalidades espermáticas são classificadas de acordo com sua origem. Assim, o autor
O percentual de espermatozóides normais, espermatozóides anormais e o percentual
de anormalidades secundárias (TABELA 3) não foram diferentes (P>0,05) nos níveis de
ingestão de selênio. Entretanto, o percentual de anormalidades primárias (FIGURA 4)
aumentou (P<0,0231) com a adição de selênio na ração. Segundo CHENOWETH (2005),
as anormalidades espermáticas são classificadas de acordo com sua origem. Assim, o autor
destacou que as anormalidades que ocorrem na espermatogênese são consideradas
primárias e as que se desenvolvem após a espermiação são consideradas secundárias, sendo
as anormalidades primárias mais prejudiciais a fertilidade que as secundárias, visto que as
primárias são genéticas e resultantes de problemas no epitélio dos túbulos seminíferos,
enquanto as secundárias estão relacionadas a fatores ambientais.
11,70
11,80
11,90
12,00
12,10
12,20
12,30
12,40
12,50
12,60
12,70
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (mg/kg de ração)
Anormalidades primárias (%)
FIGURA 4. Incidência de espermatozóides com anormalidades
p
rimárias, no sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados
com níveis crescentes de selênio, no período de 90 dias. y = 11,8213 +
0,6521x, P<0,0231.
As anormalidades espermáticas verificadas (P>0,05) no sêmen de coelhos Nova
Zelândia Branco, nos quatro níveis de ingestão de selênio, são descritas na TABELA 4.
WU et al. (1979) relataram que estudos com selênio radioativo (Se
75
) indicaram
maiores concentrações deste micronutriente na peça intermediária do espermatozóide de
ratos e que a deficiência de selênio aumentou anormalidades na peça intermediária do
espermatozóide. CHENOWETH (2005) descreveu como anormalidades da peça
intermediária a cauda enrolada, as gotas citoplasmáticas irregulares e a cauda espiralada,
sendo esta última devido a distribuição irregular de mitocôndrias. A anormalidade primária
cauda espiralada, não foi observada neste estudo, porém esperava-se a redução da cauda
enrolada e das gotas citoplasmáticas irregulares distais que não ocorreram.
TABELA 4. Média estimada, distribuição de probabilidade e intervalo de confiança das
anormalidades espermáticas do sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis
crescentes de selênio (0; 0,6; 0,9; e 1,2 mg de selênio/ kg de ração), no período de 90 dias.
Parâmetros
Média
estimada
Distribuição de
probabilidade
Intervalo de
confiança
P>ChiSq
Anormalidades primárias
Cabeça periforme (%)
1,39 Poisson 1,06 - 1,82 0,2368
Cabeça requetiforme (%)
0,93 Normal 0,71 - 1,14 0,4382
Cauda abaxial (%)
0,89 Normal 0,84 - 0,94 0,1366
Cauda degenerada (%)
1,24 Normal 0,95 - 1,53 0,6193
Cauda enrolada na porção
final (%)
1,24 Normal 0,89 - 1,58 0,3333
Cauda quebrada na porção
inicial (%)
2,22 Poisson 1,88 - 2,62 0,8292
Cauda quebrada na porção
intermediária (%)
4,28 Binomial negativa 3,62 - 5,06 0,5214
Cauda quebrada na porção
final (%)
1,92 Binomial negativa 1,39 - 2,64 0,4951
Cauda quebrada junto a
cabeça (%)
1,45 Poisson 1,14 - 1,84 0,6580
Microcefalia (%)
2,43 Binomial negativa 2,03 - 2,90 0,5595
Macrocefalia (%)
1,11 Normal 0,90 - 1,32 0,2123
Anormalidades secundárias
Acrossoma solto (%)
0,76 Normal 0,31 - 1,21 0,2165
Cabeça solta (%)
8,24 Binomial negativa 7,44 - 9,13 0,9832
Cauda dobrada (%)
5,81 Binomial negativa 4,89 - 6,90 0,6192
Cauda dobrada na porção
final (%)
1,82 Binomial negativa 1,45 - 2,27 0,2404
Cauda solta (%)
7,24 Poisson 6,76 - 7,74 0,8943
Gota distal (%)
2,19 Binomial negativa 1,62 - 2,96 0,1380
Gota proximal (%)
2,10 Poisson 1,53 - 2,89 0,5056
A anormalidade primária cauda enrolada (FIGURA 5) aumentou (P<0,0032) com
adição de selênio na ração de coelhos, contraditoriamente a hipótese do presente estudo.
Segundo GUERRA et al. (2004), espermatozóides anormais de humanos apresentam
concentrações aumentadas de espécies de oxigênio reativos que podem danificar as
mitocôndrias, liberando a proteína citocromo “c” para o plasma seminal que,
possivelmente, danifica o DNA e acelera o processo de apoptose espermática.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (mg/kg de ração)
Cauda enrolada (%)
FIGURA 5. Incidência de espermatozóides com cauda enrolada, no
sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados com níveis
crescentes de selênio, no período de 90 dias. y = e
1,3087 + 0,1019 x
,
P<0
,
0032.
Ainda, os autores relataram que as anormalidades espermáticas mais relacionadas
com a produção de espécies de oxigênios reativos são o excesso de citoplasma na peça
intermediária, espermatozóides com cabeças anormais, defeitos de acrossoma, de peça
intermediária, de cauda e de DNA. De acordo com a hipótese formulada, acreditava-se na
redução das anormalidades primárias e secundárias devido a ação antioxidante do selênio,
fato que está em desacordo com WU et al. (1979), CASTELLINI et al. (2003) e, em parte,
com ALVAREZ et al. (2006), que observaram a ação antioxidante do selênio.
A coloração observada no sêmen de coelhos Nova Zelândia Branco foi,
predominantemente, branco leitoso (TABELA 3). De modo geral e baseado nas
observações deste estudo, associa-se a coloração branco cremoso a um sêmen que apresente
maior concentração espermática em relação as colorações branco leitoso e branco aquoso.
Ainda, as colorações amarela e avermelhada, são consideradas anormais e relacionadas a
alteração do pH seminal. O pH do sêmen observado nos animais em questão foi 8
(TABELA 3).
CASTELLINI et al. (2002) relataram que a suplementação de selênio, para coelhos,
visando melhoria das características espermáticas não é tão efetiva em relação as demais
espécies, visto a baixa atividade da glutationa peroxidase no espermatozóide de coelhos. Os
autores destacaram que, em coelhos, os tecidos que contêm alta atividade da glutationa
peroxidase não dependem do selênio como cofator, sendo outras substâncias responsáveis
pela proteção contra peroxidação lipídica, como a catalase, enzima de alta atividade no
sêmen de coelhos. Portanto, apesar do aumento (P<0,0001) da concentração espermática
(FIGURA 3), verificado neste estudo, destaca-se que o suprimento da exigência de selênio
para coelhos (NRC, 1977) é suficiente, já que não se observou influência (P>0,05) do
selênio adicional no número de espermatozóides no ejaculado e a suplementação resultou
no aumento (P<0,0231) do percentual das anormalidades primárias e no aumento
(P<0,0032) do percentual da cauda enrolada.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o suprimento das exigências nutricionais indicadas na literatura é
suficiente para coelhos reprodutores produzirem espermatozóides normais e serem
utilizados em cobertura ou inseminação artificial com sêmen recém coletado.
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IV. INFLUÊNCIA DE SELÊNIO SUPLEMENTAR DIETÉTICO NOS MÉTODOS DE
CONSERVAÇÃO DO SÊMEN DE COELHOS
RESUMO: Diante da função antioxidante do selênio, fundamental nos processos de
conservação do sêmen, avaliou-se a influência de teores suplementares dietéticos de selênio
(0; 0,6; 0,9 e 1,2 mg de selênio/ kg de ração) no sêmen resfriado e congelado de coelhos.
Verificou-se que a inclusão de 1,20 mg de selênio/kg de ração melhorou a motilidade
espermática progressiva do sêmen resfriado de coelhos e reduziu o percentual de
espermatozóides anormais e anormalidades primárias no sêmen congelado de coelhos,
analisado após descongelação a 37°C, em banho-maria, em comparações com os demais
tratamentos.
PALAVRAS-CHAVE: Antioxidantes, congelamento, radicais livres, reprodução,
resfriamento.
INFLUENCE OF SUPPLEMENTAL DIETARY SELENIUM IN THE METHODS OF
RABBITS SEMEN CONSERVATION
SUMMARY: Due to the selenium function as antioxidant, fundamental in the semen
conservation processes, it was evaluated the influence of supplemental dietary selenium
levels (0; 0.6; 0.9 and 1.2 mg of selenium/kg of ration) in cooled and frozen semen of
rabbits. It was verified that inclusion of 1.20 mg of selenium/kg of ration improved the
progressive spermatic motility of rabbits cooled semen and also reduce the percentage of
abnormal spermatozoa and primary abnormalities in the rabbits frozen semen, analyzed
after thawed, in water bath at 37°C, in comparison to the other treatments.
KEY WORDS: Antioxidants, cooled semen, free radicals, frozen semen, reproduction.
INTRODUÇÃO
O selênio, como componente da enzima antioxidante glutationa peroxidase, atua na
proteção das membranas lipídicas contra danos peroxidativos (McDOWELL, 1992). A
peroxidação lipídica resulta em perda de ácidos graxos insaturados, com conseqüente
redução na fluidez, responsável pela fusão espermatozóide-oócito, na atividade das enzimas
reguladoras que se ligam ao Ca
2+
e na motilidade espermática (GUERRA et al., 2004), fator
que pode contribuir para a viabilidade espermática.
A viabilidade do sêmen mensurada antes, durante e depois do processo de
armazenamento, tem sido base para desenvolvimento de métodos de pesquisa de
preservação de sêmen (SAACKE, 1983).
O processo de criopreservação induz ao estresse térmico e ao estresse osmótico,
resultando em perda da integridade da membrana plasmática, com conseqüente redução da
motilidade espermática e perda da viabilidade dos espermatozóides (GIRAUD et al., 2000)
sendo a utilização de crioprotetores, como o glicerol, essenciais na prevenção de danos
celulares (BAMBA & ADAMS, 1990). Ainda, estes autores verificaram que a capacidade
de fertilização do sêmen congelado de coelhos foi prejudicada com a redução da motilidade
espermática e a redução de acrossomas intactos.
GUERRA et al. (2004) relataram que um dos aspectos importantes no procedimento
de criopreservação é a remoção do plasma seminal, fonte de antioxidantes, que aumenta a
susceptibilidade do espermatozóide ao ataque de radicais livres, observando-se redução
irreversível na motilidade espermática, na integridade morfológica e na capacidade
fertilizante dos espermatozóides. Ainda, os autores afirmaram que o processo de
descongelação também causa peroxidação lipídica e danos na membrana, decorrentes do
rápido aumento na utilização de oxigênio pelos espermatozóides, determinando maior
produção de radicais livres. No entanto, BUSTAMANTE FILHO et al. (2006)
mencionaram que a qualidade do sêmen armazenado depende dos procedimentos de
diluição, centrifugação e adição de meio diluidor. Os autores relataram, também, que a
criopreservação reduz a atividade das enzimas catalase e glutationa peroxidase, mas não
afeta as enzimas contidas no meio diluidor, fato que pode aperfeiçoar os protocolos de
criopreservação de eqüinos com adição de enzimas antioxidantes.
Diante da função antioxidante do selênio, fundamental nos processos de
conservação do sêmen, este estudo foi realizado com o objetivo de verificar, em coelhos, a
influência de selênio suplementar dietético nos métodos de conservação do sêmen.
MATERIAL E MÉTODOS
Local do experimento
O experimento foi conduzido no setor de Cunicultura da Fazenda Experimental de
Iguatemi, a qual se encontra a 23º25’ de latitude sul, a 51º57’ de longitude oeste de
Greenwhich e 550 m de altitude, e no Laboratório de Reprodução Animal da Universidade
Estadual de Maringá, Paraná, de outubro de 2007 a janeiro de 2008, sendo, neste período, a
temperatura média de 25,65 ± 0,70°C, a umidade relativa média de 66,5 ± 6,35% e a
precipitação pluviométrica total de 629,30 mm.
Animais e instalações
Foram utilizados 20 machos da raça Nova Zelândia Branco, com nove meses de
idade e peso médio de 3,86 ± 0,26 kg. O tratamento 1 foi compreendido por 4 animais; o 2
por 6 animais; o 3 por 4 animais e o 4 por 6 animais, selecionados previamente com
motilidade progressiva mínima de 60% , vigor de 4 pontos e coloração branco leitoso.
Os animais foram alojados, individualmente, em gaiolas de arame galvanizado
medindo 40 cm X 60 cm X 45 cm (comprimento, largura e altura, respectivamente),
providas de bebedouro automático e comedouro semi-automático.
Alimentação
A ração (TABELA 1) foi formulada de acordo com NRC (1977), com 90,47% de
matéria seca, 17,80% de proteína bruta, 13,12% de fibra bruta, 1,57% de extrato etéreo e
3792,20 Kcal de energia digestível/kg de ração. Estas análises químicas foram realizadas no
Laboratório de Nutrição e Alimentação Animal (LANA), do Departamento de Zootecnia,
da Universidade Estadual de Maringá, de acordo com os procedimentos descritos por
SILVA (1990).
TABELA 1. Composição percentual dos ingredientes da ração de coelhos da raça Nova
Zelândia Branco.
Ingredientes Quantidade (%)
Milho moído 25,27
Farelo de soja 14,00
Farelo de trigo 24,00
Feno de alfafa 23,30
Feno de coast cross 10,00
Sal comum 0,40
Fosfato Bicálcico 0,80
Calcário Calcítico 1,00
DL-Metionina 0,60
Bacitracina 0,05
Cicostrat Robenidina 0,08
Premix* 0,50
TOTAL
100,00
O selênio foi misturado, previamente, em 1 kg de milho moído e, posteriormente,
em quantidades maiores deste ingrediente, no misturador “Y” por 15 minutos. O milho
* Premix, composição por kg do produto: Vit A, 600.000 UI; Vit D, 100.000 UI; Vit E, 8.000 mg; Vit K3, 200
mg; Vit B1, 400 mg; Vit B2, 600 mg; Vit B6, 200 mg ; Vit B12, 2.000mcg; Ac. Pantotênico, 2.000 mg;
Colina, 70.000 mg; Ferro, 8.000 mg; Cobre, 1.200 mg; Cobalto, 200 mg; Manganês, 8.600 mg; Zinco, 12.000
mg; Iodo, 64 mg; Selênio, 16 mg; Metionina, 120.000 mg; Antioxidante, 20.000 mg.
O selênio foi misturado, previamente, em 1 kg de milho moído e, posteriormente,
em quantidades maiores deste ingrediente, no misturador “Y”, por 15 minutos. O milho
moído com os respectivos níveis de selênio e os demais ingredientes da ração foram
misturados, durante 15 minutos, em um misturador vertical e processados, posteriormente,
por meio da peletização, sendo que o tamanho dos péletes foi de 0,5 cm de diâmetro e 1,0
cm de comprimento.
A água e a ração foram fornecidas à vontade aos animais, porém, semanalmente,
foram pesadas as sobras de ração, para determinar a ingestão média diária, por animal, que
foi de 119,12 ± 6,29 gramas.
Tratamentos
Foram testadas quatro concentrações de selênio: 1) controle; 2) suplementação com
0,6 mg de selênio/ kg de ração; 3) suplementação com 0,9 mg de selênio/ kg de ração; 4)
suplementação com 1,2 mg de selênio/ kg de ração. Utilizou-se como fonte de selênio, o
selenito de sódio anidro (Na
2
SeO
3
), com 45,6% de selênio. O total de selênio na ração foi:
0,78 mg de selênio/kg de ração, no controle; 1,20 mg de selênio/kg de ração, com
suplementação de 0,6 mg de selênio/kg de ração; 0,54 mg de selênio/kg de ração, com
suplementação com 0,9 mg de selênio/kg de ração; 1,41 mg de selênio/kg de ração,
suplementação com 1,2 mg de selênio/kg de ração. A determinação de selênio nas rações
foi realizada pelo Laboratório Greenlab, de Porto Alegre-RS, por meio de equipamento de
absorção atômica SM 3500 Se, de acordo com o “Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater-21
th
edition”.
Coleta e avaliação do sêmen
O sêmen dos animais, destinados aos processos de conservação de sêmen, foi
coletado após de 90 dias de alimentação com níveis suplementares de selênio, por meio de
vagina artificial, com temperatura de 44
º
C,
desenvolvida pelo Laboratório de Reprodução
Animal da Universidade Estadual de Maringá, constituída de tubo plástico com oito cm de
comprimento por quatro cm de diâmetro, revestida, internamente, com membrana de
preservativo não lubrificado e copo coletor graduado (SCAPINELLO et al., 1997),
utilizando uma coelha em cio para coletar o sêmen. Logo após cada coleta foi verificado o
volume com e sem gel, por meio da graduação do copo coletor, a cor que foi classificada
em escores de 1 a 5 pontos, sendo que um (1) representou a coloração branco cremoso, dois
(2), branco leitoso, três (3), branco aquoso, quatro (4), amarelo e, cinco (5), avermelhado. O
pH foi verificado por meio de papel de tornassol, colocando uma gota de sêmen sobre a
fita, efetuando a leitura em escala própria de 0 a 14.
Os outros parâmetros avaliados no sêmen foram: concentração de espermatozóides
(mm
3
), motilidade espermática progressiva (%), vigor espermático (pontos) e morfologia
(%), sendo a morfologia verificada em coleta prévia realizada dois dias antes. Estes
procedimentos são descritos como:
Concentração de espermatozóides: o pool de sêmen foi diluído em formol salina
tamponada (pH=7) na proporção de 1:100, utilizando pipeta de Shali (0,02 mL). Preencheu-
se, por capilaridade, a câmara de Neubauer e os espermatozóides foram contados em cinco
quadrados maiores da referida câmara e depois, somados e divididos por 80 quadrados
pequenos, multiplicando por 400 quadrados pequenos da câmara, pela diluição e pela altura
da câmara, obtendo-se a quantidade de espermatozóides por mm
3
de sêmen.
Motilidade espermática progressiva e vigor espermático: em uma lâmina de
microscopia óptica foi diluída uma gota (0,03 mL/gota) de sêmen com cinco gotas de
citrato de sódio diidratado a 2,94% e, deste diluído retirou-se uma gota que foi colocada em
outra lâmina, que foi levada ao microscópio de contraste de fase, em aumento de 400 X e
avaliado, por método subjetivo, ambas as variáveis. A motilidade espermática progressiva
foi avaliada considerando escore de 0 a 100% e o vigor espermático escore de 0 a 5 pontos,
sendo que os escores maiores correspondem a espermatozóides com maior motilidade
espermática progressiva e vigor espermático, respectivamente.
Morfologia: foram utilizados esfregaços corados pelo método WILLIAMS (1920),
modificado por LAGERLÖF (1934), e depois de secos, foram levados ao microscópio de
contraste de fase de 1000X. Foram consideradas as anormalidades primárias e secundárias,
realizando a contagem de 100 espermatozóides entre as lâminas feitas de cada ejaculado.
Resfriamento e congelação
Após a verificação dos parâmetros espermáticos e da constituição do pool de sêmen,
calculou-se o volume do diluidor, sendo o mesmo dado pela multiplicação da concentração
espermática do pool de sêmen (espermatozóides/mL) pela motilidade espermática
progressiva (percentual transformado em decimal) pelo índice de normalidade (percentual
transformado em decimal) e pelo volume de sêmen (mL) em razão da concentração
espermática por palhete (mL).
A composição do meio diluidor, com 300 mOsm/g e pH=7,1 (CASTELLINI et al.,
2002), para conservação de sêmen de coelhos a 5°C, é descrita abaixo (TABELA 2).
Posteriormente, o pool de sêmen diluído que foi resfriado permaneceu a temperatura
ambiente por 10 minutos, com a finalidade de reduzir gradativamente a de temperatura de
37°C para 20°C, e desta, para 5°C no refrigerador (CASTELLINI et al., 2002), sendo
verificados a motilidade espermática progressiva e o vigor espermático, a cada 12 horas, e a
morfologia espermática no final do período.
TABELA 2. Composição do meio diluidor para conservar sêmen de coelhos a 5°C ou,
p
ara a pré-diluição, no uso de congelação.
Componentes Quantidade
Tris (C HNO ) 2,42 g
4 3
Ácido Cítrico 1,34 g
D-glicose 1,00 g
Penicilina 0,50 g
Diidroestreptomicina 0,10 g
Água Destilada 80 mL
Gema de ovo 20 mL
O pool de sêmen destinado a congelação foi acrescido, na pré-diluição a 37°C, com
a metade do diluidor descrito na TABELA 2, sendo avaliados a motilidade espermática
progressiva e o vigor espermático, que foram, respectivamente, 65% e 4 pontos, nos quatro
tratamentos. Então, o pool de sêmen diluído permaneceu a temperatura ambiente por 10
minutos e foi levado, posteriormente, a geladeira a 20°C para reduzir, gradativamente, a
temperatura de 37°C para 20°C e, desta, para 5°C, em caixa de isopor com água e gelo.
Posteriormente, a outra metade do diluidor, composta pelo crioprotetor glicerol resfriado a
5°C (TABELA 3), foi dividida em três partes, sendo adicionadas com intervalo de 10
minutos, resultando na diluição final.
TABELA 3. Composição do meio diluidor, com crioprotetor, para congelação do sêmen de
coelhos.
Componentes Quantidade
Tris (C HNO ) 2,00 g
4 3
Ácido Cítrico 1,11 g
D-glicose 0,83 g
Penicilina 0,41 g
Diidroestreptomicina 0,08 g
Água Destilada 66 mL
Glicerol 14 mL
Gema de ovo 20 mL
Após a diluição final verificou-se a motilidade espermática progressiva (MP) e o
vigor espermático (VG), sendo, respectivamente: 40% de MP e 4 pontos de VG, no grupo
controle e nos animais suplementados com 0,6 mg de selênio/ kg de ração; e 60% de MP e
4 pontos de VG nos animais suplementados com 0,9 e 1,2 mg de selênio/ kg de ração. Para
conservar o sêmen diluído, utilizou-se palhetes de 0,25 mL, com 50 milhões de
espermatozóides por dose, sendo os mesmo lacrados com álcool polivinílico.
O congelamento foi realizado em uma câmara de congelação, preparada com uma
caixa de isopor, dotada de suporte de sustentação para conter os palhetes em posição
horizontal. Na câmara de congelação, foi colocado nitrogênio líquido até atingir 10 cm de
altura (profundidade) e o suporte contendo os palhetes foi suspenso a 3 cm da superfície do
nitrogênio, a -70ºC a - 80ºC, permanecendo nesta posição por 20 minutos, sendo depois
imersos em nitrogênio líquido por alguns segundos a - 196º. Decorrido o tempo de imersão,
os palhetes foram descongelados a 37ºC por 30 segundos, para avaliar a motilidade
progressiva e o vigor espermático.
Ao final do período experimental, os animais foram abatidos e o sangue foi coletado
em tubos heparinizados para posterior obtenção do plasma, em centrífuga a 1612,8 x g, por
20 minutos. Após a centrifugação, foi constituído um pool de plasma por tratamento, para
análise dos níveis plasmáticos de selênio, realizada por meio de espectrofotometria de
absorção atômica, SM 3500 Se, de acordo com o “Standard Methods for the Examination
of Water and Wastewater-21
th
edition”, pelo Laboratório Greenlab, de Porto Alegre-RS.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado. As variáveis respostas
foram: o nível de selênio no plasma; a motilidade espermática progressiva; o vigor
espermático; o percentual de espermatozóides normais; o percentual espermatozóides
anormais; o percentual de anormalidades primárias e secundárias do pool de sêmen
resfriado e congelado de coelhos, baseados no modelo estatístico descrito abaixo:
y = X β + ε,
em que,
y é o vetor de observação das variáveis respostas;
X corresponde a matriz de incidência do efeito fixo;
β simboliza o vetor de efeitos fixos do tratamento;
ε é o vetor dos erros aleatórios.
As análises estatísticas foram realizadas pelo procedimento dos Modelos Lineares
Generalizados (DOBSON, 2002), através do procedimento GENMOD do SAS (1992),
considerando que os erros possuíam diferentes distribuições de probabilidade, com função
de ligação canônica, exceto a variável nível de selênio no plasma, que foi analisada pelo
procedimento GLM do SAS (1992).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A adição dietética de selênio aumentou (P<0,05) os níveis plasmáticos de selênio
em coelhos Nova Zelândia Branco (FIGURA 1). CASTELLINI et al. (2002) verificaram
que a suplementação dietética de selênio, para coelhos Nova Zelândia Branco, aumentou a
atividade da glutationa peroxidase no eritrócito, no plasma seminal e no espermatozóide do
sêmen fresco e resfriado a 5°C, por 24 horas. Ainda, os autores destacaram redução de 15%
da atividade da glutationa peroxidase no sêmen resfriado em relação ao sêmen fresco,
indicando relação entre o processo de conservação de sêmen e o aumento da peroxidação
lipídica.
A ingestão de níveis de selênio, após 90 dias de suplementação, resultou em
aumento (P<0,0001) na motilidade espermática progressiva (FIGURA 2), do sêmen
resfriado de coelhos. Entretanto, o selênio não influenciou (P>0,05) o vigor espermático,
que foi 3,07 ± 1,34 pontos.
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Niveis de selênio (mg/kg de ração)
Níveis plasmáticos selênio (mg/L)
FIGURA 1. Níveis de selênio no plasma de coelhos Nova Zelândia Branco,
após 90 dias de alimentação com níveis crescentes de selênio. y = 0,120 +
0,029 x, P<0,05.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (mg/kg de ração)
Motilidade espermática
progressiva (%)
FIGURA 2. Motilidade espermática progressiva do sême
n
resfriado a 5°C de coelhos Nova Zelândia Branco, no período de 3
dias de conservação, aos 90 dias de ingestão de níveis crescentes de
selênio. y = e
2,9136 +0,3357 x
, P<0,0001.
O aumento da motilidade espermática progressiva evidenciado na FIGURA 2, está
de acordo com as verificações de BECKETT & ARTHUR (2005) e WU et al. (1979), ao
destacarem que a deficiência de selênio resulta em prejuízos na motilidade espermática.
Ratifica, também, as observações de FOOTE et al. (2002), ao verificarem o benefício dos
antioxidantes na qualidade do sêmen armazenado a 5°C ou a temperatura ambiente. Foi
observado que a motilidade espermática progressiva diminuiu (P<0,0001) em função do
tempo de conservação a 5°C (FIGURA 3), havendo a cada 12 horas redução de 23%, fato
também verificado por CASTELLINI et al. (2002), tendo conservado sêmen por 24 horas.
Apesar destes autores observarem aumento do selênio e da atividade da glutationa
peroxidase nos eritrócitos, no plasma seminal e nos espermatozóides com adição
suplementar dietética de selênio, não verificaram influência na motilidade espermática
progressiva no sêmen resfriado de coelhos Nova Zelândia Branco. Entretanto,
comparando-se os resultados deste estudo com os relatos de NAIR et al. (2006) que
evidenciaram a redução de 22% da motilidade espermática do sêmen de touro diluído em
leite desnatado, após 24 horas de resfriamento, destaca-se a menor resistência dos
espermatozóides de coelhos ao processo de resfriamento, em relação aos bovinos.
TABELA 4. Morfologia espermática do sêmen resfriado, a 5°C, de coelhos
suplementados com 0; 0,6; 0,9 e 1,2 mg de selênio/ kg de ração.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
0,00 12,00 24,00 36,00 48,00 60,00 72,00
Tempo (h)
Motilidade espermática
progressiva (%)
FIGURA 3. Motilidade espermática progressiva média, dos quatro
níveis de selênio, do sêmen de coelhos em função do tempo. y = e
3,8891 – 0,0214 x
, P<0,0001.
O percentual de espermatozóides normais, espermatozóides anormais,
anormalidades primárias e secundárias no sêmen resfriado de coelhos não foram
influenciados (P>0,05) pela ingestão selênio (TABELA 4). Entretanto, destaca-se a adição
crescente de selênio reduziu 85% o percentual das anormalidades primárias (y = e
2,5260 –
0,2468 x
) no sêmen resfriado de coelhos, o que ressalta a importância do selênio, como
antioxidante, na manutenção da estrutura do DNA (FOOTE et al., 2002).
O percentual de espermatozóides normais, espermatozóides anormais,
anormalidades primárias e secundárias no sêmen resfriado de coelhos não foram
influenciados (P>0,05) pela ingestão selênio (TABELA 4). Entretanto, destaca-se a adição
crescente de selênio reduziu 85% o percentual das anormalidades primárias (y = e
2,5260 –
0,2468 x
) no sêmen resfriado de coelhos, o que ressalta a importância do selênio, como
antioxidante, na manutenção da estrutura do DNA (FOOTE et al., 2002).
Média
estimada
Média
estimada
Parâmetros Parâmetros Erro Padrão Erro Padrão P>ChiSq P>ChiSq
±
Espermatozóides normais (%) 80,63 1,14 0,8553
±
Espermatozóides anormais (%) 20,38 1,31 0,9115
±
Anormalidades primárias (%) 12,50 1,53 0,1493
±
Anormalidades secundárias (%) 9,51 1,43 0,3552
O resultado do congelamento do sêmen de coelhos alimentados com selênio não foi
o esperado e as possíveis propriedades do selênio não foram evidenciadas (P>0,05) na
motilidade espermática progressiva, com média estimada e erro padrão de 7,83 ± 1,85%, e
no vigor espermático, com 2,83 ± 1,52 pontos. Estes resultados podem ser atribuídos a
temperatura de congelamento utilizada neste experimento que foi -70ºC a - 80ºC, visto que
MOCÉ et al. (2005) obteve bons resultados congelando sêmen de coelho em freezer, a -
30°C, durante 30 minutos, antes da imersão em nitrogênio líquido. VALENÇA &
GUERRA (2007) relacionaram os efeitos envolvidos no processo de criopreservação, como
a agressão da membrana plasmática e as organelas celulares, ocasionados pelo estresse
oxidativo, choque térmico e formação de cristais de gelo intracelulares. Ainda, os autores
destacaram que, na maioria dos mamíferos, a variação da composição dos lipídeos, da
membrana plasmática do espermatozóide, é importante para a viabilidade do sêmen
criopreservado, visto que, mais de 60% dos lipídeos presentes na membrana plasmática são
ácidos graxos polinsaturados, que conferem fluidez a mesma, devido a quantidade de
insaturações. Sendo assim, é possível que a composição lipídica da membrana plasmática
dos espermatozóides de coelhos possa ser outro fator que, aliado a temperatura de
congelamento utilizada neste estudo, tenha comprometido os resultados.
Com relação a morfologia espermática do sêmen congelado de coelhos alimentados
com níveis suplementares de selênio, não se observou (P>0,05) diferença no percentual de
espermatozóides normais e no percentual de anormalidades secundárias, com média
estimada e erro padrão de 74,37 ± 1,15% e 12,32 ± 1,44%, respectivamente. No entanto, o
percentual de espermatozóides anormais (FIGURA 4) e o percentual de anormalidades
primárias (FIGURA 5) foram reduzidos linearmente com a adição de selênio na dieta de
coelhos.
De acordo com CASTELLINI et al. (2002), o selênio está relacionado com a
morfologia espermática, com a proteção antioxidante e com a habilidade de fertilização.
Assim, possivelmente, o selênio, como componente da enzima glutationa peroxidase
(McDOWELL, 1992), tenha combatido o estresse oxidativo resultante do processo de
criopreservação, descrito por GIRAUD et al. (2000) e GUERRA et al. (2004) e conferindo
estabilização a membrana plasmática e a estrutura do DNA, reduzindo o percentual de
espermatozóides anormais e o percentual de anormalidades primárias. Ainda, segundo
CASTELLINI et al. (2002) a glutationa peroxidase sofre mudança estrutural, no final do
processo de maturação espermática, para compor a cápsula mitocondrial, fato que pode
contribuir com redução de anormalidades primárias específicas, como a cauda espiralada
(CHENOWETH, 2005).
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (mg/kg de ração)
Espermatozóides anormais (%)
FIGURA 4. Percentual de espermatozóides anormais no sême
n
congelado de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados co
m
níveis crescentes de selênio. y = e
3,3575 – 0,2358 x
, P<0,0343.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
0,00 0,30 0,60 0,90 1,20
Níveis de selênio (mg/kg de ração)
Anormalidades primárias (%)
FIGURA 5. Percentual de anormalidades primárias no sême
n
congelado de coelhos Nova Zelândia Branco, alimentados co
m
níveis crescentes de selênio. y = e
3,0321 – 0,5800 x
, P<0,0031.
Os resultados deste estudo destacaram a importância do selênio nos processos de
conservação de sêmen, com melhores resultados com a suplementação adicional de 1,20
mg de selênio/ kg de ração. Entretanto, destaca-se que novos estudos com maiores níveis de
inclusão de selênio podem colaborar com os resultados deste estudo na determinação do
teor selênio que maximizaria a resposta dos parâmetros espermáticos.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a inclusão de 1,20 mg de selênio/kg de ração melhorou a motilidade
espermática progressiva do sêmen resfriado de coelhos e reduziu o percentual de
espermatozóides anormais e anormalidades primárias no sêmen de coelhos submetido a
congelação e descongelação.
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R. C.; DUTRA FILHO, C. S.; JOBIM, M. I. M. Activity of glutatione peroxidase and
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p. 70-73, 2006.
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23, 2002.
GIRAUD, M. N.; MOTTA, C.; BOUCHER, D.; GRIZARD, G. Membrane fluidity predicts
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McDOWELL, L. R. Minerals in animal and human nutrition. London: Academic Press.
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MOCÉ, E.; LAVARA, R.; VICENTE, J. S. Influence of the donor male on the fertility of
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NAIR, S. J.; BRAR, A. S.; AHUJA, C. S.; SANGHA, S. P. S.; CHAUDHARY, K. C. A
comparative study on lipid peroxidation, activities of antioxidant enzymes and viability of
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