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A inclusão social surge como forma de pensar o homem moderno,
estabelecendo a globalização do mundo como ponto de referência. O poder público
entra na questão da inclusão social como o viabilizador a partir de ações que
garantam o desenvolvimento da cidadania.
Demo ( 2001 ) declara que a exclusão é vista como parte integrante de toda a
manifestação histórica humana. Os modos de exclusão privilegiam os procesos
discriminatórios que podem ser de gênero, de faixa etária, de raça e de mercado, entre
outros, sendo uma expressão direta da desigualdade social que é uma característica
do capitalismo, que traz uma exploração que pode ser econômica, política ou cultural
e envolve a organização e a participação na vida social. Isso representa a relação
existente entre a exclusão e a inclusão.
A alternativa mais oferecida para a inclusão social é a da política compensatória,
que atenua os efeitos cruéis dos modelos econômicos adotados nas últimas décadas.
Nesse cenário a EAD aparece como uma política que viabiliza de alguma forma o
papel da inclusão social, do ponto de vista educacional, social e político.
Segundo Fragale Filho os obstáculos para a implantação da EaD é o velho
preconceito de que não é possível garantir o aprendizado do educando estando este
distante do educador.
Além desse preconceito ainda é possível identificar outros obstáculos, a saber:
Falta de planejamento adequado às características do ensino nesta
modalidade;
Mau dimensionamento dos custos envolvidos;
Preparação inadequada dos profissionais que mediam o aprendizado,
seja por falta de conhecimento técnico do ambiente virtual de
aprendizagem, ou por falta de fundamentação teórica;
Falta de critérios e estrutura de avaliação destes cursos, por parte das
entidades governamentais.
Levy afirma que
“é preciso superar-se a postura ainda existente do professor transmissor de
conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direção que leva
à apropriação do conhecimento que se dá na interação. Interação entre
aluno/professor e aluno/aluno, valorizando-se o trabalho de parceria
cognitiva;
[...] elaborando-se situações pedagógicas onde as diversas linguagens
estejam presentes. As linguagens são, na verdade, o instrumento
fundamental de mediação, as ferramentas reguladoras da própria atividade e
do pensamento dos sujeitos envolvidos.
[...] [é preciso buscar o desenvolvimento de um espírito pesquisador e
criativo entre os docentes, para que não sejam reprodutores, incapazes de
refletir e modificar sua prática profissional.
[...] este processo criativo é sempre coletivo, na medida que a memória e a
experiência humana são patrimônio social