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Felipe Beijamini
AVALIAÇÃO DO CICLO SONO/VIGÍLIA, DA SONOLÊNCIA
DIURNA E DO DESEMPENHO PSICOMOTOR DE
ADOLESCENTES SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO SOBRE O SONO
Curitiba
2008
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação em Biologia Celular e
Molecular do Setor de Ciências
Biológicas da Universidade Federal do
Paraná, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Mazzilli
Louzada
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Felipe Beijamini
AVALIAÇÃO DO CICLO SONO/VIGÍLIA, DA SONOLÊNCIA
DIURNA E DO DESEMPENHO PSICOMOTOR DE
ADOLESCENTES SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO SOBRE O SONO
Curitiba
2008
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação em Biologia Celular e
Molecular do Setor de Ciências
Biológicas da Universidade Federal do
Paraná, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Mazzilli
Louzada
Área de concentração: Fisiologia
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A todos aqueles que conseguem voar!
13
Agradecimentos
Ao meu professor e orientador, Fernando Mazzilli Louzada, pela dedicação, amizade, e
acima de tudo, pela compreensão e confiança, sempre capaz de manter a relação
professor/aluno de uma maneira agradável e cordial, pelo exemplo de profissional, o qual
pretendo seguir, seja em minha vida acadêmica ou fora dela.
Aos adolescentes que participaram deste estudo, e a todos que integram a Escola
Estadual Jaime Canet, pela colaboração indispensável para o desenvolvimento do trabalho.
A Oliria, minha Mãe, exemplo de dedicação ao trabalho e família, pelo seu absoluto
incentivo, seus eternos e inesgotáveis conselhos e ensinamentos. Ao meu Pai e sim meu herói
Itacir, pelo apoio e por junto com minha mãe formarem meu porto seguro, além disso por
serem os financiadores de minha jornada acadêmica. Muito obrigado!
Aos meus irmãos, Vanessa, Michelli e Vinícius, pelo carinho, compreensão, apoio e por
serem nada menos que meus irmãos mais velhos, conselheiros, companheiros e confidentes.
Valeu maninhos.
A Paula, por fazer parte de quase toda a minha caminhada acadêmica, pelo
companheirismo e cumplicidade, obrigado pequena.
Aos colegas de laboratório, pela ajuda em todas as etapas do estudo, seja auxiliando na
preparação de equipamentos, seja pela sempre muito agradável companhia, valeu amigos.
Aos “novos” amigos, aquelas amizades desenvolvidas durante o mestrado, pela
companhia e por como escoteiros, estarem “sempre alerta”, valeu galera.
Aos “velhos” amigos, aqueles que me acompanham, desde quando? Pois é, muitos eu
nem lembro quando conheci, mas com toda a certeza sempre estiveram comigo, em todos os
momentos, obrigado!
A turma do futebol, ou dos futebóis, a turma da quarta-feira, pelo futebol agradável e
“competitivo”, a turma da quinta-feira os amigos do Recreio do Galo, não somente pelo
futebol ou pelas gargalhadas, mas principalmente pelo exemplo do bom convívio em grupo.
Obrigado!
Ao apoio financeiro do CNPq.A todos os citados, e aqueles que por ventura não foram
lembrados, muito obrigado.
14
Resumo
O atraso de fase de sono dos adolescentes tem sido bem documentado e é relacionado a
fatores ambientais e também ao amadurecimento puberal. Conseqüentemente, observa-se uma
privação parcial de sono, principalmente nos dias letivos, e um aumento da sonolência diurna,
com repercussões no desempenho acadêmico. Alguns estudos têm apresentado um efeito
positivo da aplicação de programas de educação sobre o sono. Este trabalho teve como
objetivo avaliar o efeito de um programa de educação sobre o sono sobre o ciclo vigília/sono
e desempenho psicomotor de adolescentes. Participaram deste estudo 21 adolescentes, com
idade entre 13 e 14 anos, de uma escola pública de Curitiba-PR. Estes adolescentes foram
separados em dois grupos: Experimental (10) o qual foi submetido ao programa de educação
sobre o sono, e controle (11) que não foi submetido ao programa. Variáveis associadas ao
ciclo vigília/sono foram avaliadas antes e após o programa, que teve a duração de uma
semana. Os dados do ciclo vigília/sono, início, término, duração e eficiência foram obtidos
através da actimetria. O desempenho psicomotor foi avaliado através do teste de vigilância
psicomotora (PVT). A sonolência subjetiva foi avaliada através da Escala de Sonolência de
Karolinska. As médias das variáveis obtidas foram comparadas, antes e depois da intervenção,
através da análise de variância de duas vias, tendo como fatores o grupo (controle ou
experimental) e tratamento (antes e após a intervenção). Os resultados não mostraram nenhum
efeito do programa de educação sobre o sono e sugerem que intervenções de curta duração
como a desenvolvida no estudo não têm efeito sobre os padrões de sono e a sonolência diurna
de adolescentes. Intervenções mais duradouras devem ser avaliadas para verificar a validade
desse tipo de programa como medida preventiva da sonolência excessiva diurna em
adolescentes.
15
Abstract
Adolescent sleep delay has been well-documented and is related to greater social
pressures as well as to ontogenetic trends. As a consequence, a partial sleep deprivation is
observed and morning school routine can promote excessive daytime sleepiness during
schooldays and a poorly academic performance. Some studies have pointed out the positive
effect of sleep educational programs. This study aimed to evaluate the effect of an
Educational Sleep Program (ESP) on adolescent sleep/wake cycle, subjective sleepiness and
psychomotor vigilance performance. 21 adolescents (13-14y) of a public school in Curitiba
Brazil participated in the study. Two groups were formed: Experimental (n=10), submitted to
the EPS, and Control (n=11), not submitted to the EPS. Sleep/wake cycle data, onset, offset,
sleep duration and sleep efficiency were recorded with actimeters; subjective sleepiness were
obtained by means Karolinska Sleepiness Scale and psychomotor performance were
performed by means Psychomotor Vigilance Task (PVT), before and after the ESP. The ESP
consisted in activities related to the importance of sleep and sleep hygiene. It lasted four
hours. Data of sleep patterns, psychomotor performance subjective sleepiness were compared
by means two-way ANOVA for dependent samples - treatment (before or after intervention)
and group (Control and Experimental) were considered factors. Results did not show any EPS
effect on adolescents sleep/wake pattern, subjective sleepiness and psychomotor performance.
Further studies with longer ESPs should be carried out to evaluate the validity of such
programs as a countermeasure to prevent excessive daytime sleepiness among adolescents.
16
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................10
1.1. Características dos Ritmos Biológicos .................................................................. 10
1.2. O Ciclo Vigília/Sono e os Adolescentes:.............................................................. 11
1.3. Privação gera Sonolência: .................................................................................... 15
1.4 Programas de Educação Sobre o Sono: ...............................................................17
2. OBJETIVO.............................................................................................................................................20
2.1. Objetivos Específicos: ............................................................................................ 20
3. METODOLOGIA...................................................................................................................................21
3.1 Descrição das etapas do estudo........................................................................... 22
3.1.1. ETAPA I - Estudo piloto......................................................................................... 22
3.1.2. ETAPA II - Coleta de dados antes da intervenção ........................................... 22
3.1.2.1. Descrição dos Grupos estudados: .................................................................. 22
3.1.3. ETAPA III Proposta para o Programa de Educação sobre o sono:.................. 25
3.1.3.1. Descrição do Programa de Educação Sobre Sono: ..................................... 25
3.2. Análise dos dados: ................................................................................................. 26
3.2.1. Ciclo Vigília/Sono................................................................................................ 26
3.2.2. Sonolência Subjetiva:.......................................................................................... 27
3.2.3. Desempenho Psicomotor:................................................................................... 27
4. RESULTADOS ......................................................................................................................................29
4.1. Ciclo Vigília/Sono:.................................................................................................. 29
4.1.1. Dados individuais para os horários de início de sono:..................................... 29
4.1.2. Médias para os horários de início de sono: ...................................................... 31
4.1.2.1. Cinco dias ......................................................................................................... 31
4.1.2.3. Finais de semana.............................................................................................. 33
4.1.3. Dados individuais para os horários de despertar: ............................................ 34
4.1.4. Médias para os horários de despertar:.............................................................. 36
4.1.4.1 Cinco dias .......................................................................................................... 36
4.1.4.2. Dias Letivos........................................................................................................ 37
4.1.4.3. Finais de semana.............................................................................................. 38
4.1.5. Dados individuais para a duração de sono noturno........................................ 39
4.1.6. Médias para a duração de sono noturno: ........................................................ 41
4.1.6.1. Cinco dias ......................................................................................................... 41
4.1.6.2. Dias letivos......................................................................................................... 42
4.1.6.3. Finais de semana.............................................................................................. 43
17
4.1.7. Dados individuais para a eficiência de sono .................................................. 44
4.1.8. Médias para a eficiência de sono:................................................................... 46
4.1.8.1. Cinco dias ........................................................................................................ 46
4.1.8.2. Dias Letivos....................................................................................................... 47
4.1.8.3. Finais de semana............................................................................................. 48
4.2. Avaliação da sonolência ..................................................................................... 49
4.2.1. Dados individuais pra a sonolência subjetiva para o primeiro momento da
manhã ............................................................................................................................ 49
4.2.2. Médias para a sonolência subjetiva no primeiro horário da manhã ............ 51
4.2.3. Dados individuais da sonolência subjetiva para o segundo momento da
manhã ............................................................................................................................ 52
4.2.4. Medias para sonolência subjetiva para o segundo momento da manhã .... 54
4.2.5. Avaliação da sonolência para dois momentos diferentes ............................. 55
4.3. Avaliação do desempenho psicomotor .............................................................. 56
4.3.1. Dados individuais para a média do tempo de reação no primeiro momento
da manhã....................................................................................................................... 56
4.3.2. Medias para o tempo de reação para o primeiro momento da manhã....... 58
4.3.3. Dados individuais para a média do tempo de reação para o segundo
momento da manhã ..................................................................................................... 59
4.3.4. Médias para o tempo de reação para o segundo momento da manhã...... 61
4.3.5. Dados individuais para a média do número de lapsos para o primeiro
momento da manhã ..................................................................................................... 62
4.3.6. Médias para o número de lapsos para o primeiro momento da manhã ...... 64
4.3.7. Dados individuais para a média do número de lapsos para o segundo
momento da manhã ..................................................................................................... 65
4.3.8. Média para o número de lapsos para o segundo momento da manhã....... 67
4.3.9. Dados individuais para média do número de antecipações para o primeiro
momento da manhã ..................................................................................................... 68
4.3.10. Média para o número de antecipações para o primeiro momento da
manhã ............................................................................................................................ 70
4.3.11. Dados individuais para a média do número de antecipações para o
segundo momento da manhã ..................................................................................... 71
4.3.12. Média para o número de antecipações para o segundo momento da
manhã ............................................................................................................................ 73
4.3.12. Média para o número de antecipações para o segundo momento da
manhã ............................................................................................................................ 73
5. DISCUSSÃO.........................................................................................................................................74
6. CONCLUSÕES.....................................................................................................................................79
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................80
8. ANEXOS................................................................................................................................................90
18
LISTA DE FIGURAS
01 - Horário de início de sono - Experimental ............................................................................... 29
02 - Horário de início de sono - Controle ....................................................................................... 30
03 - Início de sono - Cinco dias ...................................................................................................... 31
04 - Início de sono - Dias letivos .................................................................................................... 32
05 - Início de sono - Finais de semana ........................................................................................... 33
06 - Horário de despertar - Experimental ....................................................................................... 34
07 - Horário de despertar - Controle .............................................................................................. 35
08 - Horário de despertar - Cinco dias ........................................................................................... 36
09 - Horário de despertar - Dias letivos ......................................................................................... 37
10 - Horário de despertar - Finais de semana ................................................................................. 38
11 - Duração de sono - Experimental ............................................................................................. 39
12 - Duração de sono - Controle .................................................................................................... 40
13 - Duração de sono - Cinco dias ................................................................................................. 41
14 - Duração de sono - Dias letivos ............................................................................................... 42
15 - Duração de sono - Finais de semana ....................................................................................... 43
16 - Eficiência de sono - Experimental .......................................................................................... 44
17 - Eficiência de sono - Controle .................................................................................................. 45
18 - Eficiência de sono - Cinco dias ............................................................................................... 46
19 - Eficiência de sono - Dias letivos ............................................................................................. 47
20 - Eficiência de sono - Finais de semana .................................................................................... 48
21 - Sonolência subjetiva primeiro horário - Experimental ........................................................... 49
22 - Sonolência subjetiva primeiro horário - Controle ................................................................... 50
23 - Sonolência subjetiva - Primeiro horário ................................................................................. 51
24 - Sonolência subjetiva segundo horário - Experimental ............................................................ 52
25 - Sonolência subjetiva segundo horário - Controle ................................................................... 53
26 - Sonolência subjetiva - Segundo Horário ................................................................................. 54
27 - Tempo de reação primeiro horário - Experimental ................................................................. 56
28 - Tempo de reação primeiro horário - Controle ........................................................................ 57
29 - Tempo de reação - Primeiro horário ....................................................................................... 58
30 - Tempo de reação segundo horário - Experimental ................................................................ 59
31 - Tempo de reação segundo horário - Controle ......................................................................... 60
32 - Tempo de reação - Segundo horário ....................................................................................... 61
33 - Número de lapsos primeiro horário - Experimental ............................................................... 62
34 - Número de lapsos primeiro horário - Controle ....................................................................... 63
35 - Número de lapsos - Primeiro horário ...................................................................................... 64
36 - Número de lapsos segundo horário - Experimental ................................................................ 65
37 - Número de lapsos segundo horário - Controle ....................................................................... 66
19
38 - Número de lapsos - Segundo horário ...................................................................................... 67
39 - Número de antecipações primeiro horário - Experimental ..................................................... 68
40 - Número de antecipações primeiro horário - Controle ............................................................. 69
41 - Número de antecipações - Primeiro horário ........................................................................... 70
42 - Número de antecipações segundo horário - Experimental ..................................................... 71
43 - Número de antecipações segundo horário - Controle ............................................................. 72
44 - Número de antecipações - Segundo horário ........................................................................... 73
20
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Sonolência subjetiva para dois diferentes momentos da manhã KA1 (8h00min) e KA2
(11h00min) – Pré intervenção ........................................................................................................ 46
Tabela 02 Sonolência subjetiva para dois diferentes momentos da manhã KA1(8h00min) e KA2
(11h00min) – Pós intervenção ........................................................................................................ 46
10
1. INTRODUÇÃO
1.1. Características dos Ritmos Biológicos
Os organismos convivem com processos rítmicos no ambiente. As interações da Terra
com o Sol e a Lua, juntamente com a inclinação natural do seu eixo, resultam nos ciclos
associados com o dia e a noite, as estações do ano, as fases da Lua e a oscilação das marés
(MARQUES & MENNA-BARRETO, 2003). As adaptações ao ciclo de 24 horas e também
aos ciclos sazonais resultaram em uma infinidade de ritmos biológicos em plantas e animais,
sejam ritmos com um período em torno de 20 a 28 horas chamados circadianos, como o ciclo
vigília/sono (CVS), ritmos com período menores chamados ultradianos, como, por exemplo,
as secreções hormonais, e ritmos como os infradianos, aqueles com períodos maiores que 28
horas, como os ritmos sazonais, ou mesmo o ciclo menstrual (GOLOMBECK, 2002;
MARQUES & MENNA-BARRETO, 2003).
Podemos definir como ritmo um processo que varia periodicamente no tempo, no qual
o período seria o intervalo de tempo em que o mesmo se completa. Muitos ritmos biológicos
são associados a um referencial geofísico e aquele que podemos identificar mais facilmente é
o ciclo claro/escuro (CE), que é de grande importância para muitos organismos.
A presença de ritmos de 24 horas no comportamento e fisiologia humanos é bastante
óbvia, porém sua importância não foi reconhecida até o século XIX. Apenas em 1823, um
médico alemão chamado Christoph Hufeland notou que “o período de 24 horas ao qual estão
impostos todos os habitantes da terra pelo uniforme movimento de rotação do planeta, é
especialmente distintivo para a economia física do homem” (apud GOLOMBECK, 2002).
Em condições nas quais se pode estabelecer uma condição constante (claro ou escuro
constante) muitos ritmos continuam a se expressar durante um tempo que pode variar de
meses a anos, e essa situação, chamamos de ritmo em livre-curso. Foi um astrônomo francês,
Jean Jacques de Mairan o primeiro a realizar, em 1759, um experimento desse tipo, quando
deixou uma espécie de Mimosa em condições constantes de escuridão e descreveu a
persistência dos movimentos periódicos das folhas (MARQUES & MENNA-BARRETO,
2003).
11
Em experimentos nos quais os organismos são submetidos a condições constantes, é
possível observar a expressão do ritmo endógeno dos organismos. Por exemplo, ao
colocarmos um rato em uma condição de escuro constante, será possível observar a existência
de um ciclo atividade/repouso, porém este será expresso em livre-curso, controlado pelo
relógio biológico do animal. Quando um ciclo ambiental, no caso a alternância do claro e
escuro, altera a expressão desse ritmo, de forma a adiantar ou atrasar sua expressão,
permitindo a sincronização com o mesmo, chamamos esse ciclo de Zeitgeber ou sincronizador
(MARQUES & MENNA-BARRETO, 2003).
Na espécie humana, dentre os ritmos que são sincronizados com o ciclo CE, pode-se
identificar mais facilmente o ciclo vigília/sono (CVS). A interação entre os relógios
biológicos e os sincronizadores ambientais promove o ajuste do CVS. Os relógios biológicos
seriam os núcleos supraquiasmáticos (NSQs), localizados no hipotálamo (STEPHAN &
ZUQUER, 1972; MOORE-EDE et al, 1982), que junto com estruturas neurais e periféricas
especializadas formam o que poderia ser chamado de sistema de temporização circadiana
(REPPERT & WEAVER, 2002).
Em seus trabalhos Borbély (1981 e 1982) e Daan, Beersma & Borbély (1984)
propuseram modelo de regulação para o ciclo vigília/sono. De maneira resumida, seu modelo
é baseado na interação de dois processos independentes: o processo Circadiano (processo C),
e o processo Homeostático (processo S). O processo circadiano é controlado pelo sistema de
temporização circadiana e apresenta uma oscilação diária, havendo um momento favorável ao
início de sono e um momento para o final do sono. O processo S se acumula de acordo com a
extensão da vigília e diminui exponencialmente com o início do sono. Dessa forma, o
episódio de sono teria início quando os dois processos (C e S) favorecessem tal evento,
ocorrendo o mesmo para o final do episódio de sono (BORBÉLY 1981 e 1982,
CARSKADON & ACEBO, 2002).
1.2. O Ciclo Vigília/Sono e os Adolescentes:
Durante o desenvolvimento, as mudanças nos padrões de sono são bastante conhecidas.
Bebês apresentam vários episódios de sono ao longo das 24 horas, distribuídos na fase clara e
escura do dia, padrão conhecido como polifásico. Com o passar dos meses, os episódios de
12
sono diurno tendem a diminuir, e observa-se um padrão monofásico, ou seja, com
predominância de sono noturno. Este padrão é observado até o início da adolescência, quando
os episódios de sono diurno podem voltar a aparecer (GIANOTTI et al, 2005).
Na puberdade ocorre uma série de modificações anatômicas e fisiológicas. Dentre estas
modificações estão as que ocorrem com as características do ciclo vigília/sono (ANDRADE,
1997). De modo geral, os estudos sobre o ciclo vigília/sono de adolescentes têm utilizado
diários de sono ou questionários como ferramentas para obtenção das informações sobre as
características de sono (GAU & SOONG, 2003), sendo que na maioria destes estudos utilizou
uma abordagem transversal, e poucos trabalhos longitudinais foram realizados
(KLACKENBERG, 1982; STRAUCH & MEIER, 1988; ANDRADE et al., 1993). GAU &
SOONG (2003) ressaltam a necessidade de estudos longitudinais para que a compreensão do
CVS em adolescentes seja ampliada.
Deve-se destacar que na grande maioria dos trabalhos avalia-se o sono habitual, o que
não significa, necessariamente, sono suficiente (CARSKADON & ROTH, 1991). Uma
evidência de que, em muitos casos, o sono habitual não reflete o sono suficiente é a diferença
existente entre duração de sono nos dias úteis e nos fins de semana (ANDERS et al., 1978;
STRAUCH & MEIER, 1988; CARSKADON & DAVIS, 1989; ANDRADE et al., 1993;
VALDEZ et al., 1996, GIANOTTI et al, 2005). Uma outra evidência seria o próprio
depoimento dos adolescentes: em pesquisa que envolveu mais de 3000 estudantes norte-
americanos de ensino médio, 58% destes jovens declararam dormir uma quantidade
insuficiente de sono (CARSKADON & ROTH, 1991).
Diversos trabalhos com adolescentes relatam uma diferença entre os horários de início
de sono entre os dias letivos e finais de semana, do mesmo modo para os horários de
despertar. Além disso, durante o final de semana é comum os adolescentes apresentarem
maior duração de sono noturno que durante os dias letivos. Essa variação entre final de
semana e dias letivos é chamada de padrão restrição/extensão, e é característica comum entre
adolescentes de diversos países (CROWLEY et al, 2007, CARSKADON & ACEBO, 2002,
TEIXEIRA et al 2004a).
As mudanças nos padrões de sono que ocorrem durante a adolescência estão bem
documentadas (CORTESI et al., 2004). Adolescentes necessitam em torno de 8,5 a 9,5 horas
de sono, assim como tendem a dormir e acordar mais tarde, caracterizando um atraso de fase.
13
Este atraso pode estar relacionado à fase puberal, e se torna mais evidente no final da
puberdade (ANDRADE et al., 1993; CARSKADON et al., 1993; WOLFSON &
CARSKADON, 1998; GIANOTTI et al., 2005).
Em estudos nos quais foi avaliado o horário de início de sono comparando-o com o
estágio de desenvolvimento puberal, foi observada uma correlação entre amadurecimento e
atraso de fase do sono (ANDRADE et al., 1993; CARSKADON et al., 1993; GIANOTTI et
al., 2005). Jovens mais maduros de acordo com os estágios de amadurecimento propostos por
Tanner (1962) apresentariam horários de dormir mais tardios, assim como apresentam um
atraso no horário de despertar para os finais de semana, quando comparados com os dias
letivos (CROWLEY et al., 2007). Esse atraso de fase que ocorre na adolescência parece
iniciar sua reversão por volta dos 20 anos de idade (ROENNEBERG et al., 2005).
Mudanças nos mecanismos que modulam o CVS, os processos circadiano e
homeostático, podem estar associadas às mudanças nos padrões de sono/vigília dos
adolescentes que ocorrem durante a adolescência (CROWLEY et al., 2006).
As evidencias obtidas em alguns trabalhos confirmam a hipótese de que a pressão de
sono pode ser maior em adolescentes pré-púberes, fazendo com que o seu início de sono
ocorra mais rapidamente do que em adolescentes mais maduros (JENNI & CARSKADON,
2004; JENNI et al., 2005; TAYLOR et al., 2005). Em contraste, a dissipação do processo S
durante o sono não difere entre adolescentes mais maduros dos pré-púberes, ou seja,
adolescentes mais maduros não levam mais tempo que os pré-púberes levam para diminuir
sua propensão ao sono (CROWLEY et al., 2007). Sendo assim haveria uma maior
necessidade de sono em adolescentes do que em crianças.
O grupo de Carskadon & Acebo (2005) mediu o período endógeno circadiano em 27
adolescentes com idades entre 9 e 15 anos e obteve um valor médio de 24.27h. Apesar do
pequeno número de indivíduos estudados, o período intrínseco dos adolescentes foi
significantemente maior quando comparado a valores médios obtidos em adultos
(CRWOLEY et al., 2007). Este período endógeno longo representaria uma “maior duração do
dia interno” para adolescentes. Entretanto, esta hipótese ainda precisa ser testada com um
número maior de participantes.
14
Estudos avaliando uma possível mudança da sensibilidade do sistema circadiano à luz
em adolescentes têm sido desenvolvidos, porém os resultados apresentados por tais estudos
ainda não são conclusivos (CARSKADON et al., 2002; BURGRESS & EASTMAN, 2005;
BURGRESS & EASTMAN, 2006).
Além dos fatores biológicos, fatores sócio-culturais podem influenciar os padrões de
sono em adolescentes, tais como as obrigações escolares e também atividades
extracurriculares, seja de cunho cultural ou apenas atividades de diversão (HANSEN et al.,
2005). Este conjunto de atividades atua como fator importante para o atraso dos horários de
início de sono dos adolescentes, podendo contribuir com uma diminuição de até 120 minutos
da duração de sono durante os dias letivos (GAINA et al., 2005a; HANSEN et al., 2005;
CHEN et al., 2006).
Adolescentes que além de estudar também trabalham, apresentam um avanço de fase
para o despertar e uma diminuição do sono noturno durante a semana (TEIXEIRA et al.,
2004a; TEIXEIRA et al., 2004b). Ainda segundo Teixeira e colaboradores (2004a e 2004b), a
dupla jornada (trabalho e estudo) tem impacto significante sobre a duração do sono, tempo de
permanência na escola e em atividades extracurriculares. Em um trabalho mais recente,
Teixeira e colaboradores (2007) compararam os padrões de sonolência em estudantes que
trabalham e estudantes que não trabalham. O estudo indica que estudantes que trabalham são
mais sonolentos durante a tarde. Os autores argumentam que isso ocorreria, pois adolescentes
trabalhadores apresentam, de modo geral, menor duração de sono durante a semana.
Os adolescentes tendem a dormir mais durante os finais de semana, indicando um
débito de sono que ocorre durante os dias letivos (GIANOTTI et al., 2005; CHEN et al.,
2006; BROWN et al., 2006). A redução na duração de sono dos adolescentes durante a
semana seria um reflexo dos horários aos quais os adolescentes estariam submetidos, o que
causaria uma privação de sono nos mesmos, à medida que estes horários estariam
inadequados às necessidades fisiológicas desta faixa etária. Este débito de sono provocaria um
aumento da sonolência diurna (CARSKADON, 1980).
Diversos estudos relatam a alta prevalência de problemas de sono e hábitos irregulares
de sono (CORTESI et al., 2004; GIANOTTI et al., 2005; CHEN et al., 2006). Em
adolescentes esses hábitos irregulares podem estar diretamente associados à pressão
acadêmica a qual esses adolescentes são submetidos ou também associados à atividades de
15
lazer, como o uso de computadores, jogos eletrônicos e celulares. O risco de se sentir cansado
aumenta em relação diretamente proporcional ao aumento da freqüência do uso semanal dos
aparelhos, e, em estudo realizado recentemente, apenas 38% dos sujeitos avaliados nunca
haviam utilizado seus celulares após o apagar das luzes (VAN DEN BULK, 2007).
1.3. Privação gera Sonolência:
O aumento da sonolência diurna surge como a conseqüência mais evidente da
privação parcial de sono (WEBB e AGNEW, 1975; CARSKADON e DEMENT, 1987).
Pode-se considerar sonolência como um estado de transição entre a vigília e o sono
(PIVIK, 1991). Este estado de transição pode ser definido como o estado de sentir-se cansado,
ou necessitando de sono. Na maioria dos trabalhos o termo sonolência é utilizado partindo-se
do pressuposto que existe um entendimento universal para o mesmo.
Em seu trabalho, Wolfson & Carskadon (2003) demonstraram que o sono total
encurtado e horários irregulares de sono estão altamente associados a uma redução do
desempenho escolar do adolescente. Como abordado, a pressão acadêmica pode influenciar
a qualidade e duração de sono dos adolescentes. Dessa maneira, os adolescentes começam a
diminuir a quantidade de horas de sono e aumentar o seu tempo de estudo, o que pode
comprometer seu desempenho.
Estudos com adolescentes têm indicado que, quando submetidos a uma privação
parcial de sono por vários dias, os adolescentes tendem a cochilar em ambientes quietos,
como as salas de aula. (CARSKADON & DEMENT 1981; CARSKADON, 1990). Alguns
trabalhos apontam a privação de sono como responsável por redução da eficiência cognitiva,
tornando baixo o desempenho em tarefas pouco estimulantes, como manter a atenção em uma
aula um pouco monótona (MITRU et al., 2002; DAHL et al., 2002; SUZUKI et al., 2005).
Estes cochilos podem ser considerados microepisódios de sono, o que pode comprometer o
desempenho escolar do adolescente. Essa privação parcial de sono é freqüentemente
observada em adolescentes durante o período letivo. Dentre as principais causas dessa
privação de sono estão os horários escolares, as obrigações acadêmicas fora do horário
escolar, e os hábitos de sono pouco saudáveis dos adolescentes (GIANNOTTI et al, 2005
CHEN et al., 2006; DOROAEFF & DENNY, 2006).
16
A privação de sono pode deixar o indivíduo mais cansado e com pouca motivação
para iniciar certos tipos de comportamentos, particularmente aqueles associados aos objetivos
de longo prazo, ou mesmo aqueles mais monótonos. Recentes estudos comparam os efeitos da
sonolência diurna com relação à manutenção da atenção, tempo de reação, e julgamento, com
os efeitos causados pela ingestão de álcool (RUPP et al., 2007; HOWARD et al., 2007;
YEGNSWARAN & SHAPIRO 2007). Fadiga e cansaço podem ser freqüentes em
adolescentes e também podem contribuir com problemas do sono e depressão (DAHL &
LEWIN, 2002).
De modo semelhante, Anderson & Horne (2006) demonstram em seu trabalho que a
sonolência aumenta a distração durante a execução de uma tarefa monótona, quando
comparado o desempenho de indivíduos privados de sono com indivíduos não privados, na
tarefa de vigilância psicomotora (Psichomotor Vigilace Test – PVT).
Além da associação da sonolência diurna com o desempenho escolar, existem
trabalhos que apontam para os riscos da sonolência diurna, tais como os que ocorrem ao
dirigir muito sonolento (HOWARD et al., 2007; RUPP et al., 2007). O uso de álcool, mesmo
em doses baixas, combinado com poucas horas de sono, pode potencializar os efeitos do
álcool aumentando o risco de acidentes (HOWARD et al., 2007).
Existem diferentes maneiras de avaliar a sonolência em seres humanos. Fala-se em
métodos subjetivos, quando dependem da avaliação do próprio indivíduo, e métodos
objetivos, que utilizam, por exemplo, registros polissonográficos. As escalas subjetivas mais
utilizadas são a Escala de Sonolência de Stanford Scale (SSS) (HODDES et al., 1973;
HERSCOVITCH e BROUGHTON, 1981), a Escala de Sonolência de Karolinska
(ÅKERSTEDT et al., 1997) e as Escalas Analógicas Visuais (FOLSTEIN & LURIA, 1973;
BOND & LADER, 1974). O teste objetivo mais utilizado é o Teste Múltiplo de Latência de
Sono (TMLS) (CARSKADON e DEMENT, 1982; CARSKADON et al., 1986; ROEHRS &
ROTH, 1992), que avalia, por meio de registros eletroencefalográficos, a propensão do sujeito
a dormir em diferentes momentos do dia. Considerando a sonolência um estado unitário, que
poderia ser avaliado tanto de maneira subjetiva quanto objetiva, diversos estudos têm
utilizado um ou outro método (JOHNSON et al., 1991).
A tarefa de vigilância psicomotora, conhecida como PVT, permite a avaliação da
modulação circadiana de funções neuro-comportamentais, assim como o efeito da sonolência
17
sobre o desempenho (GRAW et al., 2004). Recentemente, o National Center on Sleep
Disorders Research, dos EUA, colocou à disposição software para realização do PVT que
pode ser utilizado em computadores de mão (PalmPVT™ Software). Desta forma, devido ao
custo e à facilidade de transporte destes computadores de mão, torna-se viável a realização
deste teste em estudos de campo.
O PVT tem demonstrado ser uma medida associada à privação de sono, através da
análise do tempo de reação (RT) (DRUMMOND et al., 2005). Existe também uma correlação
positiva entre os valores assinalados na escala de sonolência Karolinska e o desempenho
obtido no PVT (KAIDA et al., 2006). Desta maneira, o PVT pode ser utilizado como uma
ferramenta para a avaliação de programas de educação sobre o sono, apesar de poucos estudos
terem utilizado o PVT em adolescentes (RANDAZZO et al., 1998; SADEH, 2003;
CROWLEY e CARSKADON 2007).
1.4 Programas de Educação Sobre o Sono:
Como descrito anteriormente, a sonolência diurna pode ser um problema para o bem
estar do adolescente, assim como para seu desempenho escolar. Uma das soluções para este
problema seria o atraso nos horários de início das aulas. Esta medida foi implementada em
algumas escolas dos Estados Unidos e Israel, e os resultados apontam que os alunos se
apresentavam mais dispostos e alertas para as aulas (EPSTEIN et al., 1998; WAHLSTROM,
1999; KUBOW, WAHLSTROM & BEMIS, 1999). Porém, uma medida como esta não é tão
simples de ser implementada, pois deve-se considerar que há o envolvimento de vários setores
da comunidade que são influenciados pelos horários escolares, tais como a família dos
estudantes, os professores e o serviço de transporte.
Uma outra intervenção que pode ser aplicada em ambiente escolar é a intervenção com
luz. São bem conhecidos os efeitos arrastadores da luz sobre o sistema de temporização
circadiano e vários estudos preconizam a utilização de luz para o tratamento de indivíduos
com problemas de sono e sonolência diurna (ESPIE et al., 2001; BOOTZIN & STEVENS
2005). Uma avaliação da recomendação do uso de luz intensa e de exercícios para adultos
insones, Guilleminault e colaboradores (2005) observaram uma forte melhora para aqueles
insones que receberam instruções para o uso de luz intensa pela manhã.
18
Bootzin & & Stevens (2005) avaliaram o efeito de um programa que utilizou luz
intensa, educação sobre sono, terapia cognitiva e um tratamento para redução do estresse,
sobre os hábitos de sono de adolescentes usuários de drogas. Aparentemente, o programa teve
sucesso em melhorar os hábitos de sono dos adolescentes e os autores acreditam que a
melhora nos hábitos de sono pode ter causado uma diminuição no consumo de drogas destes
adolescentes.
Para tanto, programas educacionais sobre o sono têm surgido como uma tentativa de
melhorar os hábitos de sono dos adolescentes e como conseqüência diminuir sua sonolência
(SOUZA et al., 2007; BROWN et al., 2006).
Estudos que avaliam a higiene de sono de adolescentes indicam que estes apresentam,
de modo geral, hábitos poucos saudáveis, tais como: irregularidade nos horários de dormir e
acordar, assistir TV na cama, navegar na internet até tarde (CHEN et al., 2006; MURPHY et
al., 2006; GIANNOTTI et al., 2006). A diminuição do cuidado parental de acordo com o
amadurecimento das crianças pode estar diretamente associada ao aumento da freqüência de
hábitos pouco saudáveis de higiene de sono em adolescentes (FRIEDRIKSEN et al., 2004).
Por outro lado, existem associações entre a manutenção de horários regulares e uma rotina
diária com uma boa qualidade de sono (MONK et al., 2003).
Os hábitos de higiene de sono são comportamentos diários que favorecem o início e
desenvolvimento do sono e que podem ser facilmente incorporados como atividades rotineiras
e necessárias, assim com escovar os dentes. Podem ser considerados comportamentos
favoráveis aos hábitos de sono: a manutenção de horários regulares para dormir e para
acordar; prática de exercícios físicos regularmente; desenvolver uma rotina relaxante antes de
deitar para dormir e utilizar a cama apenas para atividade sexual e o sono. Existem também
algumas atitudes que devem ser evitadas, tais como: o consumo de estimulantes de modo
geral, o uso de bebidas alcoólicas, exposição excessiva à TV ou ao computador e realização
de exercícios físicos nos horários próximos ao de dormir (KLEITMAN, 1977; BROWN &
BULBOTZ, 2002).
Cortesi e colaboradores (2004) recomendam o uso de programas educacionais sobre o
sono para trazer informação sobre bons hábitos de sono em jovens. Estes programas podem
atuar como uma importante ferramenta preventiva, de maneira que, a partir do momento que
19
os adolescentes recebem maiores informações sobre higiene do sono, a mudança de seu
comportamento se torna uma escolha pessoal.
Brown e colaboradores (2006) desenvolveram e aplicaram um programa de educação
sobre o sono em estudantes universitários. Seu programa era composto por uma exposição
oral de 30 minutos contendo informações sobre o CVS. Havia também a distribuição de
folhetos com informações sobre substancias com cafeína e outros estimulantes. Neste estudo
foi observado que os indivíduos do grupo tratamento indicaram uma melhoria na sua
qualidade de sono e também melhores comportamentos de higiene de sono mesmo seis
semanas após a intervenção.
No Brasil, um trabalho de educação sobre o sono foi aplicado em estudantes do
terceiro ano do ensino médio. Este programa era composto por apresentação de palestra,
desenvolvimento de material e atividade do tipo “pergunta-resposta”, e tinha como objetivo
discutir com os adolescentes conceitos relacionados à fisiologia e higiene do sono. Os
adolescentes que foram submetidos a este programa apresentaram uma significativa redução
na irregularidade dos horários de dormir entre os dias letivos e o final de semana, e também
houve uma diminuição da latência de sono (SOUZA et al., 2007). Essa melhora pode
significar que os adolescentes incorporaram em sua rotina melhor higiene de sono.
Conseqüentemente pode haver uma melhora da qualidade de sono destes sujeitos.
A aplicação e desenvolvimento de um programa de educação sobre o sono, em escolas
brasileiras pode ser uma boa ferramenta para tentar amenizar os efeitos da privação de sono
na adolescência, atuando como medida alternativa à mudança dos horários escolares.
20
2. OBJETIVO
- Avaliar o efeito de um programa de educação sobre o sono sobre o CVS, a sonolência
diurna e o desempenho psicomotor de adolescentes;
2.1. Objetivos Específicos:
Avaliar os padrões de sono dos adolescentes.
Avaliar o desempenho dos adolescentes no teste de vigilância psicomotora.
Avaliar a sonolência diurna dos adolescentes durante as aulas.
Avaliar a viabilidade do uso do PalmPVT em estudos de campo realizados com
adolescentes.
21
3. METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido na Escola Estadual Jayme Canet, com alunos de série
com idades entre 13 e 14 anos.
Para início foram definidas, junto da equipe pedagógica, as turmas com as quais seria
desenvolvido o trabalho. Após a seleção das turmas, os alunos responderam a um questionário
de hábitos do sono (ANEXO 1), que também incluía questões sobre dados pessoais. Foram
formados dois grupos: o experimental, que foi submetido ao programa de Educação Sobre o
Sono e o grupo controle, que não foi submetido ao programa de educação sobre o sono.
A coleta de dados foi dividida em 4 etapas:
I) Estudo piloto
II) Coleta de dados antes da intervenção
III) Intervenção – Programa de Educação sobre o sono
IV) Coleta de dados após a intervenção
Foram selecionadas quatro turmas, duas com alunos que participaram do estudo piloto,
e outras duas que participaram do estudo, sendo uma para o grupo experimental e outra para o
grupo controle. Devido à quantidade de actímetros e computadores de mão disponíveis, foram
sorteados 10 alunos de cada turma. Os mesmos foram convidados a participar do estudo e os
pais ou responsáveis pelos adolescentes interessados assinaram o termo de consentimento
(ANEXO 2). Quando um aluno sorteado não aceitava participar do projeto, outro indivíduo
era convidado.
Para que fossem incluídos no estudo os alunos deveriam atender aos seguintes
critérios:
I) Ter nascido entre 1992 e 1993.
II) Possuir televisão e internet em casa.
22
III) Dormir sozinho, ou acompanhado de somente mais uma pessoa no seu quarto.
IV) Não ter mudado de residência nas últimas semanas.
V) Não apresentar distúrbio de sono já identificado.
VI) Não apresentar condição médica ou uso de medicamentos que possam interferir no CVS.
3.1 Descrição das etapas do estudo
3.1.1. ETAPA I - Estudo piloto
Durante o estudo piloto foram realizadas as etapas “a”, “b”, “c”, “d” e “e” (descritas a
seguir), e também foi aplicado o programa de educação sobre o sono, com um número menor
de alunos para a adequação dos instrumentos e da metodologia utilizada na intervenção.
3.1.2. ETAPA II - Coleta de dados antes da intervenção
3.1.2.1. Descrição dos Grupos estudados:
Para o desenvolvimento do estudo foram realizadas duas coletas, sendo que uma delas
teve início em setembro de 2006 e termino no final de outubro de 2006 e a outra coleta teve
início em março de 2007 e termino em abril de 2007.
Participaram do estudo alunos de série do turno matutino. Após a escolha aleatória
para definição das turmas das quais seriam selecionados os alunos para o grupo experimental
e controle, teve início a coleta de dados. Do total de 20 alunos selecionados para a primeira
coleta (10 para o grupo experimental e 10 para o grupo controle), 11 sujeitos completaram
todas as etapas da coleta de dados. A segunda coleta de dados teve início com 23 sujeitos, em
dois grupos (experimental e controle), porém ao final de todas as etapas de coleta de dados
restaram 10 sujeitos.
23
Desta forma, iniciaram o estudo um total de 43 sujeitos, foram analisados dados de 21
sujeitos sendo 11 indivíduos para o grupo Controle (7 meninos e 4 meninas) e 10 para o grupo
Experimental (3 meninos e 7 meninas).
Os parâmetros do CVS e do desempenho dos alunos foram avaliados pelos seguintes
instrumentos, antes e após a implantação do programa:
a) Questionário de hábitos de sono
Foi aplicado um questionário desenvolvido pelo Grupo Multidisciplinar de
Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, ICB-USP (ANEXO 1), que abrange diversos aspectos
da vida do adolescente: dados pessoais e familiares, atividades diárias (horas de estudo, de
lazer e eventual trabalho), características do CVS e dados de saúde.
b) Diário de sono
Os alunos anotaram em caderno apropriado (ANEXO 3), durante sete dias
consecutivos, de segunda-feira a domingo, os horários de início e término de todos os
episódios de sono, e outras informações relevantes, tais como ingestão de medicamentos e
ocorrência de problemas de saúde que podem afetar o sono. Os diários eram preenchidos
todas as manhãs antes de realizarem as avaliações da sonolência, momento em que era
possível checar o preenchimento do diário.
c) Uso de actímetro
O actímetro utilizado (Mini Motionlogger Actigraph
Ambulatory Monitoring, Inc.) é
um acelerômetro miniaturizado, usado no pulso não dominante, que permite o registro dos
movimentos e a totalização e armazenamento em uma memória a intervalos pré-definidos.
Estes dados foram submetidos a um algoritmo (COLE et al., 1992) para que seja inferido o
estado de sono ou vigília.
Durante os sete dias de registro do diário de sono, os alunos utilizaram actímetros de
punho. Os actímetros de punho são instrumentos de medida de atividade que foram
inicialmente desenvolvidos pelo exército americano no final da década de 70, sendo que o seu
uso para estudo do CVS tem se tornado cada vez mais comum entre pesquisadores e clínicos
24
(SADEH et al., 1994). Estes aparelhos permitem uma abordagem não invasiva em condições
de laboratório ou campo, com a obtenção de uma série temporal longa, de até várias semanas
consecutivas (BINKLEY, 1993). A validade e confiabilidade do método foram verificadas em
diversos trabalhos (COLE et al., 1992), sendo que a identificação dos estágios de sono e
vigília apresenta uma concordância de 85 a 95% com aquela obtida através da polissonografia
(SADEH et al., 1989).
A utilização simultânea dos dois instrumentos, diários de sono e actímetros, permite a
obtenção de informações sobre o padrão do CVS, como os horários de início e término dos
episódios de sono. Steven e colaboradores (1999) indicam a existência de correlação entre os
dados de sono obtidos através de actimetria e de métodos subjetivos (diários do sono).
d) Uso de escalas subjetivas de sonolência
Foi utilizada a Escala de Sonolência de Karolinska (KSS) (ANEXO 4). Os alunos
eram retirados da sala de aula e acompanhados pela equipe de pesquisa, eram encaminhados
para outro local onde preencheram a escala. As coletas eram realizadas em dois momentos
durante a manhã, entre 8h e 8h30min e entre 11h e 11h30min, durante os cinco dias letivos de
segunda a sexta-feira.
e) Avaliação de desempenho psicomotor.
O desempenho psicomotor foi avaliado através da aplicação do teste de tempo de
reação, do PVT (psychomotor vigilance task). Os alunos realizaram o teste durante cinco dias
letivos consecutivos, logo após o preenchimento da escala de sonolência KSS. A tarefa de
vigilância psicomotora consiste basicamente na avaliação do tempo de resposta do indivíduo à
um estímulo visual. No presente estudo foi utilizada uma versão portátil do PVT o qual pode
ser instalado em computadores de mão (palm tops) sendo possível a aplicação do teste em
atividades de campo. As variáveis obtidas através deste teste são: o tempo médio de reação
(TR), ou seja, a média do tempo de resposta a cada estímulo visual; o número de lapsos,
respostas com tempos de reação maiores que 500 ms; e o número de antecipações, ou erros de
comissão, que são todas as respostas que ocorrem antes do estímulo aparecer ou até 100ms
após o aparecimento do estímulo na tela.
25
3.1.3. ETAPA III Proposta para o Programa de Educação sobre o sono:
Este programa foi desenvolvido pelos autores deste projeto, e passou pela aprovação
da equipe pedagógica do colégio antes de ser aplicado. O programa discutiu informações a
respeito da importância do sono, conseqüências de sua privação e estratégias para o
desenvolvimento de hábitos mais saudáveis de sono. O programa foi desenvolvido durante
quatro dias consecutivos, em encontros com duração de 50 minutos. Participaram deste
programa somente os alunos selecionados para o grupo Experimental, os quais eram retirados
da sala de aula e direcionados para a sala onde foram realizadas as atividades da intervenção.
3.1.3.1. Descrição do Programa de Educação Sobre Sono:
Dia APRESENTAÇÃO e AULA EXPOSITIVA DIALOGADA: No primeiro dia
do programa foi realizada uma apresentação da equipe de pesquisa, e através de exposição
dialogada foram abordados os seguintes tópicos: O que é o sono? Por que dormimos? Quanto
tempo dormimos? Outros animais também dormem? Quais as características ideais de sono?
O que fazer para dormir melhor? Quando devemos dormir? O que acontece quando dormimos
pouco? Que substâncias que consumimos no dia a dia podem alterar o sono?
Dia ATIVIDADE EM GRUPO: Nesta atividade, os alunos foram divididos em
grupos e submetidos a uma tarefa, a elaboração de cartazes informativos, contendo dicas para
o desenvolvimento de hábitos saudáveis de sono.
Dia GINCANA DO SONO: A turma foi novamente dividida grupos. Estes dois
grupos participaram de uma gincana de perguntas e respostas estilo “passa ou repassa”, dessa
forma cada aluno dos grupos era chamado pelo menos uma vez para responder uma das
perguntas. As perguntas eram de múltipla escolha e desenvolvida pelos pesquisadores. Cada
aluno participou de uma rodada, e eram chamados através de sorteio.
Dia AVALIAÇÃO: Os alunos foram submetidos a uma avaliação composta de
perguntas de múltipla escolha. A finalidade foi avaliar o conhecimento dos alunos a respeito
dos assuntos abordados pelo programa, bem como uma avaliação da capacidade do programa
de transmitir essas informações. Na parte final da avaliação havia um espaço aberto para os
alunos emitirem sua opinião a respeito do programa de ESS.
26
3.1.4. ETAPA IV Coleta de dados após a intervenção:
O procedimento de coleta de dados após a intervenção foi o mesmo descrito para a
etapa II do estudo.
3.2. Análise dos dados:
3.2.1. Ciclo Vigília/Sono
As características do ciclo vigília/sono (CVS), obtidas através da actimetria, foram
analisadas através do programa “Action W”, a partir do qual são obtidas todas as variáveis
de sono dos sujeitos, antes e depois da intervenção. Os sujeitos usaram o actimetro durante
sete dias consecutivos. Porém, devido a problema na obtenção de dados de um ou dois dias de
alguns participantes, optamos por utilizar os dados de apenas cinco dias, sendo três dias
letivos e o final de semana.
Para cada variável do CVS foram obtidas três médias: uma para três dias letivos, uma
para o final de semana e outra para os cinco dias. As variáveis dependentes utilizadas para a
análise do CVS foram:
Horário de dormir durante os dias letivos, antes da intervenção e após a intervenção;
Horário de dormir durante os finais de semana, antes da intervenção e após a intervenção;
Horário de dormir durante os cinco dias, antes da intervenção e após a intervenção;
Horário de acordar durante os dias letivos, antes da intervenção e após a intervenção;
Horário de acordar durante os finais de semana, antes da intervenção e após a intervenção;
Horário de acordar durante os cinco dias, antes da intervenção e após a intervenção;
Duração do sono noturno durante os dias letivos, antes da intervenção e após a
intervenção;
Duração do sono noturno durante os finais de semana, antes da intervenção e após a
intervenção;
Duração do sono noturno durante cinco dias, antes da intervenção e após a intervenção;
Eficiência de sono durante os dias letivos, antes da intervenção e após a intervenção;
Eficiência de sono durante os finais de semana, antes da intervenção e após a intervenção;
27
Eficiência de sono durante os cinco dias, antes da intervenção e após a intervenção.
As médias das variáveis descritas anteriormente foram comparadas através de uma
análise de variância de duas vias (ANOVA) para medidas repetidas, tendo como fatores o
grupo (Controle ou Experimental) e o tratamento (antes ou depois da intervenção). Quando
necessário, as médias foram comparadas através do Tukey HSD test.
3.2.2. Sonolência Subjetiva:
As escalas para avaliação da sonolência subjetiva foram preenchidas pelos sujeitos
durante os cinco dias letivos antes e depois da intervenção. Foram selecionados para análise
apenas três dias. Por problemas no preenchimento da escala não foi possível padronizar os
dias a serem utilizados por todos os sujeitos. Sendo assim foram obtidas médias de três dias
consecutivos ou não, com exceção das segundas-feiras. As variáveis para sonolência subjetiva
foram:
Sonolência subjetiva para o primeiro momento da manhã, antes e após a intervenção;
Sonolência subjetiva para o segundo momento da manhã, antes e após a intervenção;
As dias foram comparadas através da análise de variância de duas vias (ANOVA)
para medidas repetidas tendo como fatores o grupo (Controle ou Experimental) e o tratamento
(antes ou depois da intervenção). Quando necessário, as médias foram comparadas através do
Tukey HSD test. Também foi realizada uma comparação, através do teste “t” para medidas
repetidas, utilizando como fator o momento da manhã, ou seja, foram comparados os dados
do primeiro momento da manhã com os dados do segundo momento da manhã.
3.2.3. Desempenho Psicomotor:
Para a análise foram utilizados apenas três dos cinco dias coletados, tomando-se o
cuidado para que se mantivessem os mesmo dias que os utilizados para análise da sonolência
subjetiva.
As variáveis do PVT que foram analisadas:
Tempo de Reação para o primeiro momento da manhã, antes e após a intervenção;
28
Tempo de Reação para o segundo momento da manhã, antes e após a intervenção;
Número de lapsos para o primeiro momento da manhã, antes e após a intervenção;
Número de lapsos para o segundo momento da manhã, antes e após a intervenção;
Número de antecipações para o primeiro momento da manhã, antes e após a
intervenção;
Número de antecipações para o segundo momento da manhã, antes e após a
intervenção.
As médias das variáveis dependentes foram comparadas através de análise de variância de
duas vias (ANOVA) para medidas repetidas tendo como fatores o tratamento (antes ou depois
da intervenção) e o grupo (Controle ou Experimental), ou seja, dados obtidos antes da
intervenção comparados com os obtidos após a intervenção. Quando necessário, as médias
foram comparadas através do Tukey HSD test.
29
4. RESULTADOS
4.1. Ciclo Vigília/Sono:
4.1.1. Dados individuais para os horários de início de sono:
A figura 01 apresenta as médias individuais dos horários de início de sono para os
cinco dias, para os sujeitos do grupo Experimental. Pode-se notar que não houve uma mesma
tendência para todos os indivíduos. Alguns adolescentes adiantaram seu início de sono,
enquanto outros atrasaram seu início de sono após a intervenção.
Horio de Início de sono - Experimental
21:00
22:00
23:00
0:00
1:00
2:00
P intervenção Pós intervenção
Tempo (horas)
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 01 - Horário individual de início de sono para os cinco dias, para o grupo Experimental (10), para os
dois momentos avaliados, pré e pós intervenção.
30
A figura 02 apresenta as médias individuais dos horários de início de sono para os
cinco dias, para os sujeitos do grupo Controle. Pode-se notar que houve uma tendência ao
atraso do horário de início de sono para a maioria dos adolescentes.
Horio de início de sono - Controle
21:00
22:00
23:00
0:00
1:00
2:00
P intervenção Pós intervenção
Tempo (horas)
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 02 - Horário individual de início de sono dos cinco dias, para o grupo Controle (11), para os dois
momentos avaliados, pré e pós intervenção.
31
4.1.2. Médias para os horários de início de sono:
4.1.2.1. Cinco dias
Na figura 03 estão apresentadas as médias dos horários de início de sono, para os
cinco dias. A análise de variância não detectou nenhum efeito da intervenção para esta
variável (F=1,31 p=0,26).
Início de sono 5 dias
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
22:00
23:00
0:00
1:00
Tempo (horas)
FIGURA 03 - Média dos horários de início de sono para os cinco dias, antes e depois da
intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as
médias dos horários de início de sono para os cinco dias antes da intervenção, as barras claras
representam as médias dos horários de início de sono para os cinco dias após a intervenção e as
linhas representam o erro padrão.
32
4.1.2.2. Dias letivos
A figura 04 apresenta as médias para os horários de início de sono nos dias letivos,
antes e depois da intervenção, para os grupos controle e experimental. A comparação entre
médias através da análise de variância não detectou nenhum efeito da intervenção sobre o
horário de início de sono (F=1,36 p=0,26).
Início de sono - Dias letivos
Pre Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
22:00
23:00
0:00
1:00
Tempo (horas)
FIGURA 04 - Média dos horários de início de sono para dias letivos, antes e depois da intervenção, para os
grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias dos horários de início
de sono para os dias letivos antes da intervenção, as barras claras representam as médias dos horários de
início de sono para os dias letivos após a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
33
4.1.2.3. Finais de semana
A figura 05 apresenta a média dos horários de início de sono para os finais de semana.
Os sujeitos do grupo Experimental e do grupo Controle não apresentaram mudanças nos
horários de início de sono no final de semana (F=0,12 p=0,73).
Início de sono Finais de semana
Pré Intervenção
s Interveão
Experimental Controle
22:00
23:00
0:00
1:00
Tempo (horas)
FIGURA 05 - dia dos horários de inicio de sono para finais de semana, antes e depois da
intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias
dos horários de início de sono para os finais de semana antes da intervenção, as barras claras
representam as médias dos horários de início de sono para os finais de semana após a intervenção, as
linhas representam o erro padrão.
34
4.1.3. Dados individuais para os horários de despertar:
A figura 06 apresenta as médias individuais dos horários de despertar para os cinco
dias, para os sujeitos do grupo Experimental. Pode-se notar que não houve uma mesma
tendência para todos os indivíduos. Alguns apresentaram um atraso no seu horário de
despertar, assim como outros adiantaram seus horários.
Horio de despertar - Experimental
6:00
7:00
8:00
9:00
Pintervenção Pós intervenção
Tempo (horas)
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 06 - Horário individual de despertar para os cinco dias, para o grupo Experimental (10) nos
dois momentos avaliados, antes e depois da intervenção.
35
A figura 07 apresenta as médias individuais para os horários de despertar, para os
cinco dias, para os sujeitos do grupo Controle. Pode-se notar que não houve uma mesma
tendência para todos os indivíduos. Alguns indivíduos atrasaram seus horários de despertar
enquanto outros adiantaram e ainda houve aqueles que pouco mudaram seus horários de
despertar.
Horio de despertar - Controle
6:00
7:00
8:00
9:00
Pintervenção Pós intervenção
Tempo (horas)
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 07 - Horário individual de despertar para os cinco dias, para o grupo Controle (11) nos dois momentos
avaliados, antes e depois da intervenção.
36
4.1.4. Médias para os horários de despertar:
4.1.4.1 Cinco dias
A figura 08 apresenta as médias dos horários de despertar para os cinco dias. A
comparação de médias através da análise de variância não detectou nenhum efeito da
intervenção sobre os horários de despertar (F=0,01 p=0,90).
Horio de Despertar 5 dias
Pré Interveão
Pós Intervenção
Experimental Controle
7:00
7:30
8:00
Tempo (horas)
FIGURA 08 - Média dos horários de despertar para os cinco dias, antes e depois da intervenção, para os
grupos Experimental (10) e Controle (11) As barras escuras representam as médias dos horários de
despertar para os cinco dias antes da intervenção, as barras claras representam as médias dos horários de
despertar para os cinco dias após a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
37
4.1.4.2. Dias Letivos
Os horários de despertar apresentados na figura 09 representam as médias do horário
de despertar para três dias letivos. Nenhum efeito do programa de educação sobre o sono foi
detectado pela análise de variância para esta variável (F=0,001 p=0,97).
Horário de Despertar Dias Letivos
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
6:00
6:30
7:00
Tempo (horas)
FIGURA 09 - Média dos horários de despertar para dias letivos para os grupos Experimental (10) e
Controle (11). Antes e depois da intervenção. As barras escuras representam as médias dos horários
de despertar para os dias letivos antes da intervenção, as barras claras representam as médias para
dos horários de despertar após a intervenção, as linhas representam o erro padrão
.
38
4.1.4.3. Finais de semana
A figura 10 apresenta as médias do horário de despertar para os finais de semana. As
análises estatísticas realizadas não detectaram qualquer efeito da intervenção para esta
variável (F=0,001 p=0,97).
Horário de Despertar Finais de Semana
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
8:00
8:30
9:00
9:30
Tempo (horas)
FIGURA 10 - Média dos horários de despertar para finais de semana, antes e depois da intervenção,
para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias dos
horários de despertar para os finais de semana antes da intervenção, as barras claras representam as
médias dos horários de despertar para os finais de semana após a intervenção, as linhas representam o
erro padrão.
39
4.1.5. Dados individuais para a duração de sono noturno
A figura 11 apresenta as médias individuais para a duração total de sono noturno para
os cinco dias, para os indivíduos do grupo Experimental. Pode-se notar que não houve uma
mesma tendência para todos os indivíduos. Alguns adolescentes apresentaram um aumento na
sua duração total de sono, e outros sujeitos apresentam uma diminuição na duração total de
sono noturno.
Duração de sono - Experimental
300
400
500
600
Pintervenção Pós intervenção
Tempo (minutos)
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 11 - Duração total de sono noturno, individual, para os cinco dias, para o grupo Experimental (11) nos
dois momentos avaliados, antes e depois da intervenção.
40
A figura 12 apresenta as medias individuais para a duração total de sono noturno dos
sujeitos do grupo Controle. Pode-se notar que houve uma tendência à diminuição da duração
de sono noturno para a maioria dos sujeitos, porém essa tendência não é seguida por todos os
adolescentes do grupo.
Duração de sono - Controle
300
400
500
600
Pintervenção Pós intervenção
Tempo (minutos)
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 12 - Duração total de sono noturno, individual, para os cinco dias, para o grupo Controle (11) nos dois
momentos avaliados, antes e depois da intervenção.
41
4.1.6. Médias para a duração de sono noturno:
4.1.6.1. Cinco dias
A figura 13 apresenta as médias para a duração total de sono noturno para os cinco
dias. O programa de educação sobre o sono não apresentou nenhum efeito para as médias da
duração total de sono noturno para os cinco dias (F=0,90 p=0,35).
Duração total de sono - 5 dias
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
350
400
450
500
550
Tempo (minutos)
FIGURA 13 - Média da duração total de sono para os cinco dias, antes e depois da intervenção,
para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias para a
duração total de sono noturno antes da intervenção, as barras claras representam as médias para a
duração total de sono noturno após a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
42
4.1.6.2. Dias letivos
A figura 14 apresenta as médias de duração de sono noturno para os dias letivos, antes
e depois da aplicação do programa de educação sobre o sono, para os grupos Experimental e
Controle A comparação entre as médias através da análise de variância o identificou efeito
do programa de educação sobre o sono para as médias de duração de sono noturno para os
dias letivos (F=0,18 p=0,67).
Duração de sono - dias letivos
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
350
400
450
500
550
Tempo (minutos)
FIGURA 14 - Média da duração total de sono para os dias letivos, antes e depois da intervenção, para os
grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias da duração total de
sono noturno antes da intervenção, as barras claras representam as médias da duração total de sono noturno
depois da intervenção, linhas representam o erro padrão.
43
4.1.6.3. Finais de semana
Os dados da figura 15 representam as médias da duração total de sono noturno para os
finais de semana. A análise de variância o detectou efeito da intervenção sobre a duração
de sono para os finais de semana (F=0,61 p=0,44).
Duração de sono - Finais de semana
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
350
400
450
500
550
Tempo (horas)
FIGURA 15 - Média da duração total de sono para os finais de semana, antes e depois da intervenção, para
os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias da duração total de
sono noturno para os finais de semana antes da intervenção, as barras claras representam as médias da
duração total de sono noturno para os finais de semana após a intervenção, as linhas representam o erro
padrão.
44
4.1.7. Dados individuais para a eficiência de sono
A figura 16 apresenta as médias individuais para a eficiência de sono, para os cinco
dias, para os indivíduos do grupo Experimental. Pode-se notar que não houve uma mesma
tendência para todos os indivíduos, porém, aparentemente a maioria dos sujeitos apresenta um
aumento da eficiência de sono, enquanto outros adolescentes apresentam uma diminuição da
eficiência de sono.
Eficiência de sono - Experimental
60,00
80,00
100,00
Pré intervenção Pós intervenção
Porcentagem (%)
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 16 - Eficiência de sono, individual, para os cinco dias, para o grupo Experimental (10) nos
dois momentos avaliados, antes e depois da intervenção.
45
A figura 17 apresenta as médias individuais para a eficiência de sono, para os sujeitos
do grupo Controle, para os cinco dias. Pode-se notar que não houve uma mesma tendência
para todos os indivíduos, porém a maioria aparenta manter bem próximas as médias do pré
intervenção com as do pós intervenção.
Eficiência de sono - Controle
60,00
80,00
100,00
Pré intervenção Pós intervenção
Porcentagem (%)
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 17 - Eficiência de sono, individual, para os cinco dias, para o grupo Controle (11) nos dois
momentos avaliados, antes e depois da intervenção.
46
4.1.8. Médias para a eficiência de sono:
4.1.8.1. Cinco dias
A figura 18 apresenta as médias da eficiência de sono para os cinco dias. A
comparação entre as dias, através da análise de variância não detectou nenhum efeito da
intervenção sobre a eficiência de sono para os cinco dias (F=0,22 p=0,65).
Eficiência de sono 5 dias
Pré Intervenção
Pós Interveão
Experimental Controle
80
90
100
Porcentagem (%)
FIGURA 18 - Média dos valores de eficiência de sono para os cinco dias da semana, antes e depois da
intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as
médias para a eficiência de sono para os cinco dias, antes da intervenção, as barras claras representam
as médias para a eficiência de sono para os cinco dias, depois da intervenção, as linhas representam o
erro padrão. .
47
4.1.8.2. Dias Letivos
A figura 19 apresenta as médias para a eficiência de sono durante os dias letivos. A
comparação entre médias pela análise de variância não detectou nenhum efeito da
intervenção sobre esta variável (F=0,83 p=0,37)
Eficiência de sono dias letivos
Pré Intervenção
Pós intervenção
Experimental Controle
80
90
100
Porcentagem (%)
FIGURA 19 - Médias da eficiência de sono para os dias letivos, antes e depois da intervenção,
para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias para a
eficiência de sono para os dias letivos antes da intervenção, as barras claras representam as médias
para a eficiência de sono para os dias letivos após a intervenção, as linhas representam o erro
padrão.
48
4.1.8.3. Finais de semana
A figura 20 apresenta as médias da eficiência de sono para os finais de semana para os
grupos Experimental e Controle, antes e após a intervenção. O programa de educação sobre o
sono não apresentou nenhum efeito para as dias de eficiência de sono para os finais de
semana (F=0,02 p=0,96).
Eficiência de sono finais de semana
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
100
Porcentagem (%)
FIGURA 20 - Médias da eficiência de sono para os finais de semana, antes e depois da
intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as
médias para a eficiência de sono para os finais de semana antes da intervenção, as barras claras
representam as médias para a eficiência de sono para os finais de semana após a intervenção, as
linhas representam o erro padrão.
49
4.2. Avaliação da sonolência
4.2.1. Dados individuais pra a sonolência subjetiva para o primeiro momento da manhã
A figura 21 apresenta as médias individuais de sonolência subjetiva para o primeiro
momento da manhã (08h00min) dos sujeitos do grupo Experimental, valores obtidos antes e
depois da intervenção. Pode-se notar que não houve uma mesma tendência para todos os
sujeitos. Alguns adolescentes aumentaram sua sonolência subjetiva, enquanto outros
adolescentes diminuíram.
Sonolência subjetiva - Experimental
0
2
4
6
8
P Intervenção Pós Intervenção
mero
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 21 - Sonolência subjetiva, individual, para o primeiro momento da man(8:00h), para o
grupo Experimental (10), nos dois momentos avaliados, antes e depois da intervenção
.
50
A figura 22 apresenta as médias individuais de sonolência subjetiva, para os sujeitos do
grupo Controle, para o primeiro momento da manha (08h00min), valores obtidos antes e
depois da intervenção. Pode-se notar que não houve uma mesma tendência para todos os
adolescentes. Alguns apresentaram diminuição de sua sonolência subjetiva e outros
apresentaram um aumento.
Sonolência subjetiva - Controle
0
2
4
6
8
Pré Intervenção Pós Intervenção
mero
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 22 - Sonolência subjetiva, individual, para o primeiro momento da manhã (8:00h), para o grupo
Controle (11), nos dois momentos avaliados, antes e depois da intervenção
.
51
4.2.2. Médias para a sonolência subjetiva no primeiro horário da manhã
As médias dos valores que expressam a sonolência subjetiva no primeiro momento da
manhã (08h00min) são apresentadas na figura 23. A análise estatística não detectou qualquer
efeito da intervenção sobre a sonolência subjetiva (F=0,27 p=0,60).
Sonolência Subjetiva Primeiro Horário
Pré Interveão
Pós Intervenção
Experimental Controle
2
3
4
5
Número
FIGURA 23 - Média dos valores de sonolência subjetiva, para o primeiro momento da manhã
(08h00min), antes e depois da intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11).
As barras escuras representam as médias de sonolência subjetiva para o primeiro momento da
manhã antes da intervenção, as barras claras representam as médias de sonolência subjetiva para
o segundo momento da manhã após a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
52
4.2.3. Dados individuais da sonolência subjetiva para o segundo momento da manhã
A figura 24 apresenta as médias para sonolência diurna, para os indivíduos do grupo
Experimental, para o segundo momento da manhã (11h00min). Pode-se notar que não houve
uma mesma tendência para todos os adolescentes. Alguns sujeitos apresentaram uma
diminuição da sonolência subjetiva e outros sujeitos apresentaram um aumento de sua
sonolência subjetiva.
Sonolência Subjetiva - Experimental
0
2
4
6
8
P Interveão Pós Intervenção
Número
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 24 - Sonolência subjetiva, individual, para o segundo momento da manhã
(11h00min), para o grupo Experimental (10), nos dois momentos avaliados, antes e depois da
intervenção
.
53
A figura 25 apresenta as médias individuais de sonolência subjetiva para o segundo
momento da manhã (11h00min) para os sujeitos do grupo Controle, valores obtidos antes e
depois da intervenção. Pode-se notar que também não houve uma mesma tendência para todos
os sujeitos.
Sonolência Subjetiva - Controle
0
2
4
6
8
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 25 - Sonolência subjetiva, individual, para o segundo momento da manhã
(11h00min), para o grupo Controle (11), nos dois momentos avaliados, antes e depois da
intervenção.
54
4.2.4. Medias para sonolência subjetiva para o segundo momento da manhã
A figura 26 apresenta os dados de sonolência subjetiva para o segundo momento da
manhã (11h00min). A avaliação através da análise de variância não detectou qualquer efeito
da intervenção (F=4,05 p=0,058).
Sonolência Subjetiva Segundo Horio
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
2
3
4
5
Número
FIGURA 26 - Média dos valores de sonolência subjetiva, para o segundo momento da manhã
(11h00min), antes e depois da intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As
barras escuras representam as médias para sonolência subjetiva para o segundo momento da manhã
antes da intervenção, as barras claras representam as médias para a sonolência diurna após a
intervenção, as linhas representam o erro padrão.
55
4.2.5. Avaliação da sonolência para dois momentos diferentes
A tabela 01 apresenta as medias de sonolência subjetiva para os dois momentos da
manhã (08h00min e 11h00min), antes da intervenção, quando comparados entre si. Pode-se
observar uma tendência à diminuição da sonolência em ambos os grupos, Experimental (t =
2,57 p<0,05) e Controle (t = 5,30 p<0,01).
TABELA 01 - Sonolência subjetiva para dois diferentes momentos da
manhã KA1 (08h00min) e KA2 (11h00min) – Pré intervenção
Grupo KA1 KA2 N
Experimental 4,07 * 3,07 10
Controle 3,27 ** 2,12 11
Comparação das médias de sonolência subjetiva em dois momentos da manhã, KA1
(08h00min) e KA2 (11h00min), pré intervenção. * p<0,05; ** p<0,01.
A tabela 02 apresenta as médias de sonolência subjetiva, após a intervenção,
comparadas entre si. Pode-se observar que o grupo Experimental apresenta uma significativa
diminuição da sonolência (t = 4,11 p<0,001). O grupo Controle apresenta uma tendência à
diminuição da sonolência diurna quando comparados os dois momentos pós intervenção (t =
2,21 p = 0,05).
TABELA 02 - sonolência subjetiva para dois diferentes momentos da
manhã KA1 (08h00min) e KA2 (11h00min) – Pós intervenção
Grupo KA1 KA2 N
Experimental 4,00* 3,23 10
Controle 3,60** 2,90 11
Comparação das médias de sonolência subjetiva em dois momentos da manhã, KA1 (8h00min)
e KA2 (11h00min), pós intervenção. *p<0,001; p< 0,05.
56
4.3. Avaliação do desempenho psicomotor
4.3.1. Dados individuais para a média do tempo de reação no primeiro momento da
manhã
A figura 27 apresenta as médias individuais para o tempo de reação, para o primeiro
momento da manhã (08h00min), antes e depois da intervenção, para os sujeitos do grupo
Experimental. Pode-se notar que não houve uma mesma tendência para todos os adolescentes.
Tempo de reação - Experimental
200
400
600
800
Pré Intervenção Pós Intervenção
Tempo (ms)
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 27 - Tempo médio de reação, individual, para o primeiro momento da manhã (8h00min) para
o grupo Experimental (10), antes e depois da intervenção.
57
A figura 28 apresenta as médias individuais para o tempo de reação, para os sujeitos
do grupo Controle, para os momentos pré e pós intervenção. Pode-se notar que não houve
uma mesma tendência para todos os adolescentes, alguns apresentaram um aumento no seu
tempo de reação. Entretanto, a maioria manteve médias semelhantes para o tempo de reação.
Tempo de reação - Controle
200
400
600
800
Pré Intervenção Pós Intervenção
Tempo (ms)
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 28 - Tempo médio de reação, individual, para o primeiro momento da manhã (8h00min) para
o grupo Controle (11), antes e depois da intervenção.
58
4.3.2. Medias para o tempo de reação para o primeiro momento da manhã
As médias do tempo de reação para o primeiro momento da manhã (08h00min) estão
apresentadas na figura 29. A análise de variância detectou uma interação entre o tratamento e
a condição (F=5,06 p<0,05), após comparação post hoc com o teste Tukey, foi possível
observar que o grupo Controle apresenta uma tendência ao aumento do tempo de reação após
a intervenção (p=0,07).
Tempo médio de reão
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
300
350
400
450
Tempo (ms)
FIGURA 29 - Tempo médio de reação para o primeiro momento da manhã (8h00min), antes e depois da
intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias
do tempo de reação para o primeiro momento da manhã antes da intervenção, as barras claras
representam as médias do tempo de reação para o primeiro momento da manhã após a intervenção, as
linhas representam o erro padrão.
59
4.3.3. Dados individuais para a média do tempo de reação para o segundo momento da
manhã
A figura 30 apresenta as médias individuais, para o tempo de reação, para o segundo
momento da manhã (11h00min), antes e depois da intervenção, para os sujeitos do grupo
Experimental. Pode-se notar que não houve uma mesma tendência para todos os adolescentes,
houve aqueles que diminuíram seu tempo de reação, assim como houve adolescentes que
aumentaram seu tempo de reação.
Tempo de reação - Experimental
200
400
600
800
P Intervenção Pós Intervenção
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 30 - Tempo médio de reação, individual, para o segundo momento da manhã (11h00min) para o
grupo Experimental (10), antes e depois da intervenção.
60
A figura 31 apresenta as médias individuais para o tempo de reação, para o segundo
momento da manhã, para os sujeitos do grupo Controle. Pode-se notar que não houve uma
mesma tendência para todos os sujeitos, porém o maior número de adolescentes do grupo
Controle aparenta poucas alterações nas médias do tempo de reação.
Tempo de reação - Controle
200
400
600
800
Pré Intervenção Pós Intervenção
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 31 - Tempo médio de reação, individual, para o segundo momento da manhã (11h00min) para o grupo
Controle (11), antes e depois da intervenção.
61
4.3.4. Médias para o tempo de reação para o segundo momento da manhã
A figura 32 apresenta as médias para o tempo de reação no segundo momento da
manhã (11h00min). A comparação das médias através da análise de variância não apresentou
nenhum efeito da intervenção (F=1,60 p=0,22).
Tempo de Reação
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
300
350
400
450
Tempo (ms)
FIGURA 32 - Tempo médio de reação para o segundo momento da manhã (11h00min), antes e
depois da intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras
representam as médias do tempo de reação para o segundo momento da manhã antes da intervenção,
as barras claras representam as médias do tempo de reação para o segundo momento da manhã após
a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
62
4.3.5. Dados individuais para a média do número de lapsos para o primeiro momento da
manhã
A figura 33 apresenta as médias individuais, para o número de lapsos, para os sujeitos
do grupo Experimental, antes e depois da intervenção, para o primeiro momento da manhã
(08h00min). Pode-se notar que não houve uma mesma tendência para todos os adolescentes.
Alguns sujeitos apresentaram uma diminuição no número de lapsos enquanto outros
apresentaram um aumento do número de lapsos.
Número de lapsos - Experimental
0
10
20
30
Pré Intervenção Pós Interveão
Número
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 33 - Número de lapsos, individual, para o primeiro momento da manhã (08h00min) para
o grupo Experimental (10), antes e depois da intervenção.
63
A figura 34 apresenta as médias individuais, para o número de lapsos, para do grupo
Controle referentes ao primeiro momento da manhã (08h00min). Pode-se notar que não houve
uma mesma tendência para todos os sujeitos.
Número de lapsos - Controle
0
10
20
30
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 34 - Número de lapsos, individual, para o primeiro momento da manhã (08h00min) para o
grupo Controle (11), antes e depois da intervenção.
64
4.3.6. Médias para o número de lapsos para o primeiro momento da man
A figura 35 apresenta as médias para o número de lapsos para o primeiro momento da
manha (08h00min), para os adolescentes do grupo Experimental e Controle. A análise
estatística não detectou nenhum efeito da intervenção sobre as médias do número de lapsos
para o primeiro momento da manhã (F=2,45 p=0,13).
dia do número de lapsos
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
0
5
10
15
Número
FIGURA 35 - Média do número de lapsos para o primeiro momento da manhã (08h00min), antes e depois da
intervenção para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras representam as médias do
número de lapsos para o primeiro momento da manhã antes da intervenção, as barras claras representam as
médias do número de lapsos para o primeiro momento da manhã após a intervenção, as linhas representam o
erro padrão.
65
4.3.7. Dados individuais para a média do número de lapsos para o segundo momento da
manhã
A figura 36 apresenta as médias individuais para o número de lapsos, para os sujeitos
do grupo Experimental, para o segundo momento da manhã (11h00min). Pode-se notar que
não houve uma mesma tendência para todos os sujeitos. Alguns adolescentes apresentaram
um aumento no seu número de lapsos, enquanto outros adolescentes apresentaram uma
diminuição.
Número de lapsos - Experimental
0
10
20
30
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 36 - Número de lapsos, individual, para o segundo momento da manhã (11h00min) para o grupo
Experimental (10), antes e depois da intervenção.
66
A figura 37 apresenta as médias individuais para o número de lapsos, para os sujeitos
do grupo Controle, para o segundo momento da manhã (11h00min). Novamente pode-se notar
que não houve uma mesma tendência para todos os sujeitos do grupo Controle.
Número de lapsos - Controle
0
10
20
30
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 37 - Número de lapsos, individual, para o segundo momento da manhã (11h00min) para o
grupo Controle (11), antes e depois da intervenção.
67
4.3.8. Média para o número de lapsos para o segundo momento da manhã
A figura 38 apresenta as médias dos números de lapsos para o segundo momento da
manhã (11h00min), e também não foi detectada nenhuma diferença estatisticamente
significativa após a intervenção (F=0,38 p=0,54).
dia do número de lapsos
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
0
5
10
15
Número
FIGURA 38 - Média do número de lapsos para o segundo momento da manhã (11h00min), antes e
depois da intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras
representam as médias para o mero de lapsos para o segundo momento a manhã antes da
intervenção, as barras claras representam as médias para o número de lapsos para o segundo
momento da manha após a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
68
4.3.9. Dados individuais para média do número de antecipações para o primeiro
momento da manhã
A figura 39 apresenta as médias individuais, para o número de antecipações, para os
sujeitos do grupo Experimental, no primeiro momento da manhã (8h00min). Pode-se notar
que houve uma tendência semelhante para maioria dos adolescentes.
Número de antecipações - Experimental
0
10
20
30
40
50
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 39 - Número de antecipações, individual, para o primeiro momento da manhã (08h00min)
para o grupo Experimental (10), antes e depois da intervenção.
69
A figura 40 apresenta as médias individuais, para o número de antecipações, para os
sujeitos do grupo Controle no primeiro momento da manhã (8h00min). Pode-se notar que não
houve uma mesma tendência para todos os sujeitos do grupo. Alguns adolescentes
apresentaram um aumento no número de erros, enquanto outros apresentaram uma diminuição
do número de erros.
Número de antecipações - Controle
0
10
20
30
40
50
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 40 - Número de antecipações, individual, para o primeiro momento da manhã (08h00min)
para o grupo Controle (11), antes e depois da intervenção.
70
4.3.10. Média para o número de antecipações para o primeiro momento da manhã
A figura 41 apresenta as médias do número de antecipações, para o primeiro momento
da manhã (08h00min). A análise de variância detectou uma diferença entre os grupos,
controle e experimental (F=8,42 p<0,001). Após a intervenção, o número de antecipações foi
maior entre os adolescentes do grupo controle (p<0,05).
Média do número de Antecipações
Pré Intervenção
s Intervenção
Experimental Controle
0
5
10
15
20
Número
#
#
FIGURA 41 - Média do número de Antecipações no primeiro momento da manhã (08h00min), antes
e depois da intervenção, para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras
representam as médias do número de antecipações para o primeiro momento da manhã antes da
intervenção, as barras claras representam as médias do número de antecipações para o primeiro
momento da manhã após a intervenção, as linhas representam o erro padrão. (# p<0,05).
71
4.3.11. Dados individuais para a média do número de antecipações para o segundo
momento da manhã
A figura 42 apresenta as médias individuais, para o número de antecipações referentes
ao segundo momento da manhã (11h00min), para os sujeitos do grupo Experimental. Pode-se
notar que houve uma tendência geral para os sujeitos do grupo Experimental. A maioria dos
adolescentes apresentou pouca alteração no número de antecipações.
Número de antecipações - Experimental
0
10
20
30
40
50
Pré Intervenção Pós Intervenção
Número
1
2
3
4
5
12
13
14
15
16
FIGURA 42 - Número de antecipações, individual, para o segundo momento da manhã
(11h00min) para o grupo Experimental (10), antes e depois da intervenção.
72
A figura 43 apresenta as médias individuais, para o número de antecipações para o
segundo momento da manhã (11h00min), para os sujeitos do grupo Controle. Pode-se notar
que não houve uma mesma tendência para todos os sujeitos. Alguns adolescentes
apresentaram um aumento no número de antecipações, enquanto outros adolescentes
apresentaram uma diminuição no número de antecipações.
Número de antecipões - Controle
0
10
20
30
40
50
P Intervenção Pós Interveão
Número
6
7
8
9
10
11
17
18
19
20
21
FIGURA 43 - Número de antecipações, individual, para o segundo momento da manhã
(11h00min) para o grupo Controle (11), antes e depois da intervenção.
73
4.3.12. Média para o número de antecipações para o segundo momento da manhã
A figura 44 apresenta as médias para o número de Antecipações, para o segundo
momento da manhã (11h00min). A comparação das médias através da análise de variância
não detectou qualquer efeito da intervenção sobre o número de antecipações dos sujeitos
(F=4,10 p=0,057).
mero de Antecipações para o segundo momento
Pré Intervenção
Pós Intervenção
Experimental Controle
0
5
10
15
20
Número
FIGURA 44 - Média do número de Antecipações para o segundo momento da manhã (11h00min),
antes e depois da intervenção para os grupos Experimental (10) e Controle (11). As barras escuras
representam as médias para o número de antecipações para o segundo momento da manhã antes da
intervenção, as barras claras representam as médias para o número de antecipações para o segundo
momento da manhã após a intervenção, as linhas representam o erro padrão.
74
5. DISCUSSÃO
Este trabalho teve como objetivo avaliar a aplicação de um programa de educação
sobre o sono para adolescentes. Os resultados demonstram que o programa, de maneira geral,
não foi eficaz em modificar os hábitos de sono dos adolescentes estudados. Não foram
observadas mudanças nos horários de início de sono e de despertar, assim como para a
duração de sono noturno.
Os dados referentes à sonolência subjetiva também não apresentaram mudanças
relacionadas à aplicação do programa de educação sobre sono, independentemente dos
horários avaliados.
O desempenho psicomotor, avaliado através do Teste de Vigilância Psicomotora
(PVT), também não sofreu qualquer efeito da intervenção. De modo geral, os adolescentes
apresentaram um aumento no tempo de reação após a intervenção, assim como um aumento
do número de antecipações ou de lapsos. A falta de motivação e interesse dos adolescentes em
realizarem o teste na semana após a intervenção pode ser a principal justificativa para essa
queda no desempenho. Durante a coleta de dados, em diversos momentos eles relataram que
acharam o teste monótono. Na verdade, esta monotonia está relacionada ao objetivo de teste,
que é flagrar a capacidade do sujeito em sustentar a atenção em situações de pouca
estimulação.
As análises individuais indicam que não houve uma tendência geral para todos os
adolescentes. Dessa maneira, podemos especular que para alguns adolescentes, aqueles que
apresentaram uma tendência a melhorar seus padrões de sono, desempenho psicomotor ou
sonolência subjetiva, o programa teria sido eficaz, enquanto que para outros não. Os
resultados das análises individuais demonstram que alguns sujeitos apresentam uma tendência
a aumentar a duração total de sono noturno. Estas diferenças com relação ao possível efeito
do programa devem estar associadas às características individuais, considerando diversos
fatores como motivação, responsabilidade e compromisso com a vida acadêmica destes
adolescentes.
Os dados de sono dos adolescentes que participaram deste estudo são bastante
semelhantes aos dados obtidos em estudos realizados no Brasil e em outros países
75
(ANDRADE et al., 1993; CARSKADON et al., 1993; GIANNOTTI et al., 2005). Foi
observada, também, a existência de um padrão extensão-restrição, ou seja, a extensão de sono
durante o final de semana e restrição de sono durante os dias letivos (GIANOTTI et al., 2005;
CHEN et al., 2006; BROWN et al., 2006).
Com relação aos dados de sonolência subjetiva, não foi observado qualquer efeito do
programa de educação sobre sono. Além disso, as médias apresentadas para os dois grupos
podem sugerir que os adolescentes não estivessem sonolentos. No entanto quando as médias
de sonolência subjetiva foram comparadas com relação ao momento da manhã em que foram
assinaladas, foi possível observar que no início da manhã as médias assinaladas eram mais
altas, e na segunda medida da manhã os adolescentes apresentaram médias menores, o que
sugere uma diminuição da sonolência. Deve-se ressaltar que a diminuição da sonolência
subjetiva não foi acompanhada por uma melhora no desempenho no teste de vigilância
psicomotora. Quando os dados de PVT foram comparados com relação ao momento da
manhã, não foi observado qualquer efeito do horário de execução do teste, como observado
para sonolência subjetiva. A partir dos dados existentes na literatura (KAIDA et al., 2006),
poderia se esperar que a redução da sonolência diurna medida pela KSS fosse acompanhada
pela redução do tempo de reação avaliado pelo PVT. Pode-se questionar se o teste de
vigilância motora seria menos sensível a mudanças sutis da sonolência. Alguns autores
sugerem que além do uso das médias ou medianas do tempo de reação, a utilização de outros
parâmetros, como a seleção dos melhores ou piores resultados dentro de cada teste seriam
mais sensíveis à flutuações da atenção (GRAW et al., 2004; BLATTER et al., 2006;
BLATTER et al., 2007; SANTHI et al., 2007).
Além disso, para todas as variáveis do teste de vigilância psicomotora que foram
analisadas, pode-se notar uma piora no desempenho para os dois grupos na etapa pós
intervenção. Como relatado anteriormente, possivelmente esta piora ocorreu em função da
falta de motivação para realização dos testes. Uma possibilidade para evitar este efeito seria a
implantação de algum tipo de premiação em função dos resultados obtidos, procedimento
utilizado com freqüência em trabalhos realizados com crianças.
Uma outra limitação do teste PVT é o fato de que, mesmo com todos os cuidados
tomados para que os sujeitos realizassem o teste em um ambiente silencioso e com pouca
quantidade de estímulos sonoros ou visuais, o controle absoluto dessas condições fica difícil
de ser realizado em ambiente escolar. Eventualmente, durante os testes havia estímulos
76
externos que provocam distração, assim como em algumas situações ocorria a interação entre
os adolescentes durante a realização dos testes.
O programa de educação sobre o sono desenvolvido e aplicado nesse estudo
apresentava entre seus objetivos uma necessidade de mudança comportamental por parte dos
adolescentes. Essa mudança de comportamento exigia dos adolescentes comprometimento e
responsabilidade. Algumas mudanças sugeridas a partir das atividades do programa, como a
diminuição do uso de aparelhos eletrônicos (computadores, vídeos-game, TV, celulares entre
outros) podem ser consideradas muito difíceis de serem aceitas pelos adolescentes desta faixa
etária. Além disso, os alunos, que cursavam a última série do ensino fundamental, ainda
estavam distantes do principal desafio acadêmico vivido por adolescentes, que são os exames
vestibulares. Em seu programa de higiene de sono, Souza e colaboradores (2007) obtiveram
sucesso em aumentar a regularidade de sono. Porém, alguns fatores devem ser considerados,
principalmente o fato de o trabalho ter sido realizado com pré-vestibulandos, e para estes
talvez fique um pouco mais clara a relação custo/benefício oferecida pela mudança dos
hábitos de sono, levando em conta que tais adolescentes estão sob uma pressão acadêmica
muito maior e sua motivação para a mudança comportamental poderia ser aumentada.
Quando comparamos os dados obtidos nesse trabalho com os dados apresentados em
outros trabalhos com adolescentes da mesma faixa etária (CARSKADON, 1990; WOLFSON
& CARSKADON, 1998; CROWLEY et al., 2007), podemos confirmar que eles estavam
privados de sono, principalmente durante os dias letivos. A combinação de dois fatores, a
baixa duração de sono e a existência de um comportamento extensão-restrição, como citado
anteriormente, sugerem a existência de uma privação parcial de sono e justificam a
necessidade de intervenções nessa faixa etária de adolescentes. Entretanto, deve-se levar
em consideração a faixa etária selecionada para participar do estudo. Os adolescentes que
participaram do nosso estudo possivelmente apresentavam menor privação de sono quando
comparados àqueles estudados por Souza e colaboradores (2007). Sabe-se que adolescentes
mais velhos, com idade entre 16 e 17 anos, como os estudados por Souza e colaboradores,
apresentam horários de dormir mais tardios quando comparados aos mais jovens, com idade
entre 13 e 14 anos, que participaram de nosso estudo. Esse atraso de fase mais pronunciado
poderia refletir em uma maior privação de sono naqueles adolescentes mais velhos
(CARSKADON 1990; WOLFSON & CARSKADON 1998).
77
A possível privação parcial de sono observada nos adolescentes não teria provocado
sonolência diurna excessiva, pois as médias observadas na avaliação subjetiva pelos dois
grupos não indicam que os adolescentes estivessem excessivamente sonolentos. A Escala de
Sonolência Karolinska trata-se de uma escala intervalar e apenas os valores ímpares estarem
associados a uma sugestão do estado de alerta ou sonolência, o que torna mais fácil a
memorização do valor assinalado em testes anteriores. Uma possível alternativa ao uso da
escala de sonolência Karolinska é o uso de escalas analógicas visuais, onde o indivíduo pode
assinalar o seu estado em uma reta de 10cm, na qual um dos extremos representaria o estado
de sonolência máxima e o outro de alerta máximo. Dessa forma, seria mais difícil a
memorização do estado assinalado em avaliações anteriores. Apesar desta diferença entre as
escalas, KAIDA e colaboradores (2006) demonstraram a existência de uma associação entre
resultados obtidos a partir das mesmas.
Independente dos fatores analisados diretamente neste estudo, e das dificuldades
relatadas, pode-se concluir que a utilização do Palm®PVT é viável para estudos em campo. A
facilidade da aplicação do teste e a portabilidade promovida pelo fato do teste ser realizado
em um computador de mão tornou possível que os aparelhos fossem transportados para a
escola e assim, possibilitou a aplicação do teste dentro da escola, sem a necessidade de
deslocar o sujeito até um laboratório. Como abordado anteriormente, algumas precauções com
relação ao ambiente onde o teste será aplicado devem ser tomadas, com o objetivo de reduzir
ao máximo estímulos que causem distração.
Durante a aplicação do PVT e do preenchimento da Escala de Karolinska, era
necessário que os alunos saíssem da sala de aula, o que acabava sendo um pequeno transtorno
para toda a turma, mesmo que fossem apenas alguns alunos que estivessem participando do
estudo. Ainda que houvéssemos planejado toda a logística para a coleta de dados, juntamente
com os professores e a equipe pedagógica, esse tipo de atividade acaba modificando a rotina
da escola e gera alguns transtornos para a comunidade escolar. Sabe-se que o sucesso de
programas como o desenvolvido depende também do envolvimento da comunidade escolar.
Por este motivo, deve-se tomar a precaução do programa não ser visto como um entrave para
o desenvolvimento das atividades pedagógicas, mas sim como um facilitador das mesmas.
Apesar de não termos observado os resultados esperados, deve-se ressaltar que um
outro efeito desejável do programa é a incorporação das idéias pela equipe pedagógica, de
maneira que a preocupação com os hábitos de sono dos alunos permeie a construção
78
curricular e a organização temporal da escola. Estas mudanças são lentas e não teríamos como
identificá-las com o protocolo utilizado em nosso estudo.
79
6. CONCLUSÕES
Neste estudo avaliamos a aplicação de um programa de educação sobre o sono para
adolescentes da série do ensino fundamental, com idades entre 13 e 14 anos. A partir dos
resultados pode se concluir:
Este programa de educação sobre o sono não foi eficaz em modificar os
padrões de sono, o desempenho no teste de vigilância psicomotora e a
sonolência subjetiva dos adolescentes;
O Palm®PVT mostrou-se uma ferramenta que pode ser utilizada em estudos
de campo com adolescentes;
Nossos resultados sugerem que programas de curta duração com o objetivo de
criar hábitos saudáveis de sono têm efeito limitado, fato que reforça a
necessidade de outras intervenções, tais como mudanças na organização
temporal da escola, com o objetivo de minimizar as conseqüências
indesejáveis do atraso de fase característico da adolescência.
80
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2007.
90
8. ANEXOS
ANEXO 1
LABORATÓRIO DE CRONOBIOLOGIA HUMANA
SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
QUESTIONÁRIO SOBRE SONO
1. Nome: ________________________________________________Série: ____
2. Idade: ____ anos
3. Data de nascimento: ___/___/___
4. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
5. Bairro onde mora: ____________________________
6. Turno Escolar: ( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite
7. Quantas pessoas moram na sua casa (incluindo você): ___
8. Quantas pessoas dormem no seu quarto (incluindo você): ___
9. Na sua casa existe rede elétrica? ( ) sim ( ) não ( ) outro: ________________
10. Na sua casa você assiste televisão? ( ) sim ( ) não
11. Na sua casa tem telefone fixo? ( ) sim ( ) não
12. Na sua casa você tem acesso à INTERNET? ( ) sim ( ) não
13. Como você vem para a escola?
( ) ônibus ( ) carro ( ) bicicleta ( ) a pé ( ) outro: ________________
14. Você trabalha? ( ) sim ( ) não Quantas horas por dia?_____
15. Quanto tempo você leva para vir para a escola? __________
16. Quanto tempo você leva para voltar para casa? __________
17. Você mudou de casa nos últimos 3 meses? ( ) Sim ( ) Não
18. Quando você tem aula no dia seguinte, a que horas você costuma dormir? ____
19. Quando você não tem aula no dia seguinte, a que horas você costuma dormir? ___
20. Em dias de aula, a que horas você costuma acordar? _____
91
21. Em dias de aula, como você costuma acordar?
( ) acordo sozinho ( ) alguém me acorda ( ) uso o despertador
22. Em dias que você não tem aula, a que horas você costuma acordar? _____
23. Em dias que você não tem aula, como você costuma acordar?
( ) acordo sozinho ( ) alguém me acorda ( ) uso o despertador
24. Você tem o hábito de tirar a sesta (cochilar durante o dia)?
( ) Nunca ( ) Às vezes ( ) Sempre
92
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO SOBRE
PADRÕES DE SONO E DESEMPENHO ESCOLAR EM ADOLESCENTES
Pesquisador responsável: Fernando Mazzilli Louzada
Este é um convite para que seu filho participe voluntariamente de um estudo sobre os
padrões de sono de adolescentes e sua influência sobre o desempenho escolar. Por favor, leia
com atenção as informações abaixo antes de dar seu consentimento para que seu filho
participe ou não do estudo.
OBJETIVO DO ESTUDO
O presente estudo tem como objetivo principal avaliar padrões de sono em adolescentes e
sua influência sobre o desempenho escolar.
PROCEDIMENTOS
Se seu filho participar deste estudo, ele terá que responder a um questionário de hábitos de
sono, registrar os seus hábitos de sono em caderno apropriado fornecido pelos pesquisadores
durante 7 dias e utilizar um instrumento chamado actígrafo de pulso, semelhante a um relógio.
Este aparelho registra os movimentos realizados pelo usuário e armazena essas informações
em uma memória. Os dados armazenados são posteriormente transferidos para um
computador para análise. Como a quantidade e o padrão de movimentos é diferente durante o
sono e a vigília, é possível a identificação dos momentos nos quais o usuário permaneceu
acordado ou dormindo.
RISCOS À SAÚDE
A participação neste estudo não oferece nenhum risco à saúde de seu filho.
BENEFÍCIOS
Este projeto não trará nenhum benefício direto à saúde de seu filho, mas servirá para que
possamos conhecer alguns fatores que tornam os adolescentes mais sonolentos, reduzindo seu
desempenho escolar. Todas as despesas necessárias para realização da pesquisa
(questionários, caderno de sono, equipamento) são de responsabilidade dos pesquisadores.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
A participação de seu filho neste estudo é voluntária. Mesmo que ele decida participar, terá
plena e total liberdade para desistir do estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete
qualquer prejuízo para ele.
GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE
93
As informações relacionadas ao estudo poderão ser inspecionadas pelos pesquisadores que
executam o estudo, sendo mantida a confidencialidade das informações.
ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS
Você e seu filho podem e devem fazer todas as perguntas que julgar necessárias antes de
concordar em participar do estudo.
IDENTIFICAÇÃO
A identificação de seu filho será mantida confidencial. Os resultados do estudo serão
publicados sem revelar a sua identidade.
EQUIPE DE PESQUISADORES
O pesquisadores responsável pelo projeto é o Prof. Dr Fernando Mazzilli Louzada. O
pesquisador podeser contatado para esclarecimentos ou problemas durante a pesquisa no
telefone 41-3611552.
COMITÊ DE ÉTICA DO SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Fui informado que este projeto foi aprovado pelo Comide Ética do Setor de Ciências
Biológicas e que no caso de qualquer problema ou reclamação em relação à conduta dos
pesquisadores deste projeto, poderei procurar o referido Comitê, localizado na Direção do
Setor de Ciências Biológicas, Centro Politécnico, Universidade Federal do Paraná.
Diante do exposto acima eu, _________________________________________________,
responsável pelo(a) aluno (a) ____________________________________________, declaro
que fui esclarecido sobre os objetivos do presente estudo e autorizo meu filho a participar do
estudo. Foi-me assegurado o direito de meu filho abandonar o estudo a qualquer momento, se
assim o desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de dependência profissional ou
educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja os pesquisadores desse
projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho ou nos estudos), não me
sentindo pressionado de nenhum modo a participar dessa pesquisa.
Curitiba, de de 2006.
________________________________ ___________________________________
(Nome do responsável) (Nome do Pesquisador)
RG RG
94
ANEXO 3
Modelo de diário do sono
Data: _____/_____/_____ Dia da Semana: _____________________
1. Que horas você foi deitar ontem? _________________________
2. Quanto tempo você acredita ter levado para pegar no sono? ________
3. Que horas você acordou hoje? ___________________________
4. Você acordou: ( ) Sozinho ( ) Pelo despertador ou alguém o acordou
5. Quanto tempo levou para você se sentir bem acordado? ____________
Hora que tirou o actímetro
Hora que recolocou o actímetro
95
ANEXO 4
Escala de sonolência – Karolinska:
Como você está se sentindo agora?
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Muito Alerta Nem alerta Sonolento mas Muito sonolento
Alerta Nem sonolento consigo ficar brigando com o
acordado sono, muito esforço
para ficar acordado
96
ANEXO 5
QUADRO 01 – VARIÁVEIS DEPENDENTES (RESPOSTAS) OBTIDAS
Variável Tipo Definição Unidade
Horário de dormir
Durante os cinco
dias
Quantitativa
Horário médio de dormir
durante os cinco dias.
Tempo em
horas
Horário de dormir
Durante os dias
letivos
Quantitativa
Horário médio de dormir
dos três dias letivos.
Tempo em
horas
Horário de dormir
no
Fim de semana
Quantitativa
Horário médio de dormir
do fim de semana.
Tempo em
horas
Horário de acordar
Durante os cinco
dias
Quantitativa
Horário médio de acordar
durante os cinco dias.
Tempo em horas
Horário de acordar
Durante os dias
letivos
Quantitativa
Horário médio de acordar
dos três dias letivos.
Tempo em horas
Horário de acordar
No final de semana
Quantitativa
Horário médio de acordar
do fim de semana.
Tempo em
horas
Duração de sono
noturno
Para os cinco dias
Quantitativa
Média da duração de
sono noturno para os
Cinco dias.
Tempo em
minutos
Duração de sono
noturno
Para os dias letivos
Quantitativa
Média da duração de
sono noturno para os
dias letivos.
Tempo em
minutos
Duração de sono
Noturno
Para o fim de
semana
Quantitativa
Média da duração de
sono noturno para o
fim de semana.
Tempo em
minutos
Eficiência de sono
Quantitativa
Média da porcentagem Porcentagem (%)
97
Para os cinco dias
do tempo de sono desde o horário
de dormir até o horário de acordar
durante os cinco dias.
Eficiência de sono
Para os dias letivos
Quantitativa
Média da porcentagem
do tempo de sono desde o horário
de dormir até o horário de acordar
dos dias letivos.
Porcentagem (%)
Eficiência de sono
Para o fim de
semana
Quantitativa
Média da porcentagem
do tempo de sono desde o horário
de dormir até o horário de acordar
no fim de semana.
Porcentagem (%)
Média dos valores
De KSS 01
Quantitativa
Média dos valores de KSS
assinalados para o primeiro
momento da manhã (8:00h).
Número
Média dos valores
De KSS 02
Quantitativa
Média dos valores de KSS
assinalados para o segundo
momento da manhã (11:00h).
Número
Tempo médio de
reação (RT) 01
Quantitativa
Média do tempo de reação
Para o primeiro momento da manhã
(8:00h).
Tempo em
milissegundos
Tempo médio de
reação (RT) 02
Quantitativa
Média do tempo de reação
Para o segundo momento da manhã
(11:00h).
Tempo em
milissegundos
Média do número
de lapsos 01
Quantitativa
Média do número de respostas
maiores que 500ms para o PVT
Para o primeiro momento da manhã
(8:00h).
Número
Média do número
de lapsos 02
Quantitativa
Média do número de respostas
maiores que 500ms para o PVT
Para o segundo momento da manhã
(11:00h).
Número
Média do número
de antecipações 01
Quantitativa
Média do número de respostas
menores que 100 ms ou que
Número
98
antecipam o estímulo do PVT
Para o primeiro momento da manhã
(8:00h)
Média do número
de antecipações 02
Quantitativa
Média do número de respostas
menores que 100 ms ou que
antecipam o estímulo do PVT
Para o primeiro momento da manhã
(8:00h)
Número
99
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