Download PDF
ads:
CESAR ANTONIO BIGARELLA
Avaliação in vitro da resistência friccional entre
braquetes cerâmicos e metálico”
Marília
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
CESAR ANTONIO BIGARELLA
Avaliação in vitro da resistência friccional entre
braquetes cerâmicos e metálico”
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de Marília, para
obter o Título de Mestre, pelo Programa de
s-Graduação em Clínica Odontológica.
Área de Concentração: Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
Marília
2005
ads:
iii
Universidade de Marília - UNIMAR
Dr. Marcio Mesquita Cerva
Reitor
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Profa. Dra. Suely Fadul Villibor Flory
Pró-Reitora
Faculdade de Ciências da Saúde
Prof. Dr. Armando Castello Branco Júnior
Diretor
Programa de Pós-Graduão em Clínica Odontológica
Área de Concentração Ortodontia
Prof. Dr. Sosígenes Victor Benfatti
Coordenador
Prof. Dr. Acácio Fuziy
Orientador
iv
UNIMAR – UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
NOTAS DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO
Cesar Antonio Bigarella
“Avaliação in vitro da resistência friccional entre braquetes
cerâmicos e metálico”
Data da Defesa:
Banca Examinadora
Prof. Dr. Roberto Macoto Suguimoto
Avaliação: _______________________ Assinatura: ______________
Prof. Dr. Paulo Cesar Tukasan
Avaliação: _______________________ Assinatura: ______________
Prof. Dr. Acácio Fuziy
Avaliação: _______________________ Assinatura: ______________
v
DEDICATÓRIA
vi
A DEUS, por ter me dado a vida,
a saúde e a garra para lutar, vencer,
e alcançar meus objetivos.
Às minhas filhas Gabriela e Anahí, dois anjos que
desde seus primeiros dias foram privadas da
minha companhia devido à minha dedicação
(quase irracional) ao trabalho e à Ortodontia.
vii
AGRADECIMENTOS
viii
Agradecimentos
Aos meus pais
Ao meu pai OSCAR, agradeço pelos ensinamentos em bons e em maus
momentos, incompreendido talvez, mas com um grande coração.
À minha mãe DELMA, que nunca perdeu a vontade de lutar, demonstrando
uma garra sem fim; um exemplo que sempre procurei seguir.
Tenho orgulho de ser vosso filho.
Anete
Mulher maravilhosa, a quem apesar de amá-la tanto, jamais consegui
oferecer o mesmo que recebi. Agradeço pela ajuda incomensurável na
formatação deste trabalho. Desculpo-me pelas ausências, falta de carinho e
paciência que fui acometido nestes anos.
Aos meus irmãos
Cibele, Nádia e Oscar, agradeço a convincia amiga, o incentivo e o
amor. Sempre lutamos ombro a ombro e passamos momentos difíceis juntos,
todos vencemos e parte da minha vitória veio da força de vocês.
Caricati
A verdadeira definição do amigo, sempre presente, segurando meu
destempero, minhas angústias e decepções, procurando achar o lado bom onde
normalmente ele não estava.
ix
Prof. Dr. Sosígenes Victor Benfatti
A alma deste Mestrado, a correção, a dedicação, a palavra certa e o firme
propósito de proporcionar o melhor aos seus alunos. Minha gratidão.
Aos Professores da área Básica
Mestres, agradeço a todos pela dedicação e ensinamentos, pelo interesse
enorme em nos passar conhecimentos e nos preparar para a dicil missão de
ensinar. Muito obrigado.
Profs. Dr. Acácio Fuziy e Dr. Paulo Cesar Tukasan
Agradeço aos mestres pela ajuda durante a elaboração deste trabalho,
especialmente ao Prof. Acácio, meu orientador, que contribuiu de maneira
importante para que chegássemos ao final.
Prof. Dr. Tito Ghersel
Meu Mestre na graduação, exigente com os alunos e muito mais consigo
mesmo. Agradeço os ensinamentos, os conselhos, os papos amigos e a ajuda na
confecção dos Corpos de Prova.
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Gandini Jr.
A busca por um tema de dissertação sempre envolve muitas dúvidas,
principalmente quando se busca algo novo e de relevância na área. Durante uma
conversa o amigo Gandini sugeriu o tema desta dissertão, a quem agradeço
imensamente.
x
Herbert e Paulo
Amigos que compartilham comigo o prazer de transmitir conhecimentos
como professores na Graduação da UNIDERP, agradeço pela amizade e
companheirismo, que nos permitiram durante todos estes anos fazer das
disciplinas de Ortodontia I e II uma unidade de pensamentos e resultados.
Aos colegas professores de pós-graduação
Aos amigos Acácio, Edna, Eulália, Marcos e Omar, professores nos
cursos da ABO/MS, agradeço a compreensão e a ajuda neste período, que muitas
vezes assumiram minhas responsabilidades, para que eu pudesse cumprir este
objetivo adequadamente.
Colegas de mestrado
Caricati, Clóvis, Décio, Fabrício e Marcelo, vossa companhia durante
estes dois anos foi decisiva para que alcançássemos juntos este resultado tão
esperado. Agradeço a todos já sentindo saudades.
Andréia e Regina
Secretárias da Pós-Graduação, sempre nos atendendo com um largo
sorriso, resolvendo nossos problemas, tirando nossas duvidas, fornecendo
informações e nos tratando com carinho, atenção e alegria.
xi
Gustavo
Agradeço ao amigo, pelas informações precisas, pela atenção oferecida
sempre que precisei de sua ajuda.
A todos os meus amigos
Os incentivos muitas vezes aparecem quando menos se espera, e
normalmente quando agente mais precisa. Aos amigos que me incentivaram e
acompanharam minhas lutas e dificuldades, minha gratidão.
Aos meus Alunos
Queridos alunos da graduação e pós-graduação, vocês são a razão da
busca de seus mestres pelo conhecimento. Eu como o mais humilde deles, com o
incentivo de vocês, trilho o caminho da busca desse conhecimento para poder
estar a altura da Ortodontia que represento.
Aos pacientes
Aos pacientes de meu consultório, que nestes dois últimos anos foram
capazes de compreender as mudanças de horário e as minhas ausências, meu
muito obrigado.
Reivanildo
Por sua ajuda na fase de pesquisa, operando a máquina de Testes Kratos,
da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – USP/BAURU,
meus agradecimentos.
xii
Em condições normais, corro para vencer e venço.
Em situações adversas, também posso vencer.
E, mesmo em condições muito
desfavoráveis ainda sou páreo.
Ayrton Senna da Silva
xiii
LISTA DE FIGURAS
xiv
Lista de Figuras
Figura 1 – Politriz giratória (Maxigrind
®
, APL4-Arotec)....................................... .32
Figura 2 – Cilindros vermelhos para confecção dos corpos de prova............... 33
Figura 3 – Cilindros amarelos para confeão dos corpos de prova................. 33
Figura 4 – Cilindros verdes para confecção dos corpos de prova............ ........ 33
Figura 5 – Cilindros azuis para confeão dos corpos de prova............... ....... 33
Figura 6 – Cilindros brancos para confecção dos corpos de prova.................. 34
Figura 7 – Braquetes já colados nos cilindros de resina........................... .......... 35
Figura 8 – Pinça de colagem Morelli® e frasco de cola Super-Bonder®..... ....... 35
Figura 9 – Alicate de Corte Distal Dentaurum , utilizado para cortar os
fios Ortodônticos......................................................................... ....... 36
Figura 10 – Forma da dobra executada na ponta do fio............................... ........ 37
Figura 11 - Dispositivo confeccionado em ferro fundido para o apoio dos
cilindros de resina acrílica vista lateral.............................................. 38
Figura 12 - Dispositivo confeccionado em ferro fundido para o apoio dos
cilindros de resina acrílica vista frontal.............................................. 38
xv
Figura 13 – Cilindros de resina já com os braquetes colados e fios
Ortodônticos mergulhados por 30 minutos em álcool etílico
absoluto……………………………………………………........... 39
Figura 14 - Secções de fios mergulhados por 30 minutos em álcool
Etílico absoluto.................................................................................... 40
Figura 15 – Escovas Bitufo HB® utilizadas para a limpeza dos
braquetes…………………………………………………………........... 40
Figura 16 – Cilindros de resina secando sobre o papel toalha branco,
Após terem sido mergulhados em Álcool Etílico Absoluto............... 41
Figura 17 – Fios ortodônticos secando sobre o papel toalha branco,
após terem sido mergulhados em Álcool Etílico Absoluto...........41
Figura 18 – Máquina Universal de Ensaios Kratos® utilizada para os
testes………………………………………………………………............42
Figura 19 -lula de carga de 5Kgf usada durante os testes de atrito................43
Figura 20 – Etiqueta marcando a data de calibração da máquina de
Universal de Ensaios Katros…………………………………............44
Figura 21 - Dispositivo superior utilizado para tracionar os fios
Ortodônticos durantes os testes.........................................................45
Figura 22 – Fotografias demonstrando a adaptação do corpo de prova
aos dispositivos durante os testes de atrito.......................................46
xvi
Figura 23 - Fotografia panorâmica geral mostrando a adaptação do
corpo de prova , o dispositivos superior, a célula de carga
e a máquina de testes..........................................................................47
Figura 24 – Média e desvio padrão da resistência, em gf, dos cinco grupos
estudados...........................................................................................52
.
xvii
LISTA DE TABELAS
xviii
Lista de Tabelas
TABELA 1 – Valores individuais da resistência, em gf, dos 10 corpos de
prova de cada grupo…………………………………………..............50
TABELA 2Média e desvio padrão da resistência, em gf, dos cinco
grupos estudados………………………………………..………..........51
TABELA 3 – Análise de Variância a um cririo para comparão entre
os grupos………………………………………………………............52
TABELA 4Teste de Tukey para comparões múltiplas entre os
grupos…………………………………………………………….........53
xix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
xx
Lista de Abreviaturas e Símbolos
- Menos
% Porcentagem
(CH3CH2OH) Álcool etílico absoluto
Polegada
+ Mais
< Menor que (para significância estatística)
> Maior que (para significância estatística)
± Mais ou menos (para o desvio padrão)
® Marca Registrada
°C Graus Celsius
µc Coeficiente de atrito cinético
µe Coeficiente de atrito estático
B-Ti Liga metálica de titânio - molibdênio
cm Centímetro
cm/min Centímetro por minuto
CP Corpo de prova
Cr-Co Liga metálica de cromo - cobalto
Dp Desvio Padrão
F Força
fc Força de atrito cinético
fe Força de atrito estático
fe,max Força estática máxima
Fig Figura
g Gramas
gf Grama força
GL Graus de Liberdade
Kg Quilograma
xxi
Kgf Quilograma força
M Módulo de reação normal
mm Milímetro
mm/min Milímetro por minuto
NiTi Liga metálica de níquel - titânio
ns Não significante
PVC Poli cloreto de vinila
SS Aço Inoxidável
QM Quadrado médio
x Indica medida do fio retangular “por”
β Beta
χ
2
Qui-quadrado
xxii
RESUMO
xxiii
Resumo
BIGARELLA, Cesar Antonio. Avaliação in vitro da resistência friccional entre
braquetes cerâmicos e metálico. 2005. 104f Dissertação (Odontologia)
Universidade de Marília, Marília, São Paulo, 2005.
Com objetivo de testar a hipótese de que o braquete metálico produz menor atrito
que o de porcelana, foram utilizadas quatro marcas de braquetes cerâmicos puros,
e comparados com a resistência oferecida por um tipo de braquete metálico.
Foram confeccionados 50 cilindros de resina acrílica auto-polimerizável Jet®
(Clássico, Brasil) com diâmetro ½e 3,5 cm de altura; em cujas superfícies foram
colados os braquetes da prescrição Roth, canaleta .022” X .028”, com adesivo à
base de éster de cianocrilato (Super-Bonder®). Os corpos de prova foram
divididos em 5 grupos: Grupo 1 braquetes metálicos Kirium Line®; Grupo 2
braquetes cerâmicos Imprigue™ (Lancer); Grupo 3 dos braquetes cerâmicos
Mystíque™ (GAC); Grupo 4 braquetes cerâmicos Signature™ (RMO) e Grupo 5
braquetes InVu™ (TP Orthodontics). Os fios retangulares de aço .019” X .025”
NUBRYTE® (GAC, USA), foram cortados em 50 secções de 6,0 cm. Os
segmentos de fio foram fixados aos corpos de prova por ligaduras elásticas de cor
cinza Lancer™ (Lancer, USA), 24 horas antes dos testes serem realizados. Cada
secção de fio foi dobrada em uma das extremidades para ser fixada à quina
Universal de Ensaios Katros, modelo K2000 MP, com célula de carga de 5Kgf. As
médias de atrito para os grupos foram: Grupo 1 (92,30 ± 27,16); Grupo 2 (98,15 ±
39,32), Grupo 3 (72,60 ± 23,80), Grupo 4 (55,00 ± 13,92), e o Grupo 5 (64,65 ±
20,72). Os braquetes que apresentaram maior resistência ao atrito foram os de
porcelana do Grupo 2 Imprigue (Lancer) seguidos pelos metálicos do Grupo 1
Kirium Line®, e os de menor atrito foram os cerâmicos do Grupo 4 Signature™
(RMO). Os valores de leitura de fricção foram submetidos a um teste de
Variância, com nível de significância de 5%. Constatou-se diferença
xxiv
estatisticamente significativa entre os grupos 1 e 4; 2 e 4 e 2 e 5, sendo que o
grupo 4 apresentou a menor resistência friccional. Não foi confirmado maior atrito
nos braquetes cerâmicos que nos metálicos, exceto para o Imprigue
(policristalino).
,
xxv
ABSTRACT
xxvi
Abstract
BIGARELLA, Cesar Antonio. In-vitro evaluation of frictional resistance between
stainless steel and ceramic brackets. 2005. 104f Dissertation (Odonthology)
Universidade de Marília, Marília, São Paulo, 2005.
Aiming to test the hypothesis that the stainless steel bracket causes less friction
than the ceramic ones, four pure ceramic brackets from different manufacturers
were used and compared with the resistance caused by one type of stainless steel
bracket. 50 cylinders of Je(Clássico, Brasil) light-cured acrylic bonding material
were made with a diameter of ½” and 3.5-cm high; to whose surfaces Roth’s
prescribed brackets were bonded, 0.022X0.028-inch slot, with bonding material
made of cianocrilate ester (Super-Bonder®). The brackets and cylinders were
divided in five groups: Group 1: Kirium Line® stainless steel brackets; Group 2
:Imprigue™ (Lancer) ceramic brackets; Group 3: Mystíque (GAC) ceramic
brackets; Group 4: Signature™ (RMO) ceramic brackets and Group 5: InVu™ (TP
Orthodontics) brackets. 0.019X0.025-inch stainless steel arch wires from
NUBRYTE® (GAC, USA) were cut into 50 sections of 6.0 cm each. The wire
sections were tied to the brackets with gray Lancer (Lancer, USA) elastomeric
ligatures, 24 hours before the tests were taken. Each section of the arch wire was
bended at the edges to be attached to a Kratos Sample Universal Machine, model
K2000 MP, with a cell load of 5kgf. The average friction for the groups were:
Group 1 (92,30 ± 27,16); Group 2 (98,15 ± 39,32), Group 3 (72,60 ± 23,80), Group
4 (55,00 ± 13,92), and Group 5 (64,65 ± 20,72). The brackets that showed more
friction resistance were the ceramic ones from Group 2 Imprigue™ (Lancer)
followed by the stainless steel ones from Group 1 Kirium Line®, and the ones that
showed less friction were the ceramic ones from Group 4 Signature(RMO). The
friction amounts went through a Variance test, with a significance level of 5%. A
significant statistically difference was seen between groups 1 and 4; 2 and 4 and 2
xxvii
and 5; and the fourth group was the one that showed less frictional resistance. A
greater friction in ceramic brackets compared to the metallic ones was not
confirmed, except for Imprigue (polycrystalline).
xxvii
i
SUMÁRIO
xxix
Sumário
1
INTRODUÇÃO……………………………………………………..........01
2 REVISÃO DA LITERATURA…………………………………..........05
3 PROPOSIÇÃO …………………………………………………..........29
4 MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………........31
5 RESULTADOS…………………………………………….................49
6 DISCUSSÃO…………………………………………………….........55
7 CONCLUSÕES…………………………………………................68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………...…………………..........70
1. INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
A exigência estética, principalmente por parte dos pacientes adultos que
passaram a procurar tratamento ortodôntico, culminou com a introdução dos
primeiros braquetes cerâmicos na Ortodontia no final de 1986. Esta alternativa
estética, uma tentativa explícita de eliminar o uso dos braquetes de aço
inoxidável, vem sendo desenvolvida a partir de então com o uso de novas
tecnologias na fabricação dos braquetes estéticos. (KARAMOUZOS et al.,
1997)
Os braquetes cerâmicos podem ser policristalinos e monocristalinos, a
diferença está no processo de fabricação. Os braquetes policristalinos são
produzidos pela precipitação de partículas de óxido de alumínio, combinadas a
um aglutinador, trabalhados e aquecidos para remover as imperfeições da
superfície e o estresse causado pelo processo de corte. Este processo de
manufaturação pode produzir falhas estruturais no acessório. Os braquetes
monocristalinos são feitos por um processo inteiramente diferente. Cristais
únicos, feitos de safira criados pelo homem, envolvem a combinação das
partículas de óxido de alumínio com um aglutinador a 2100°C. Esta massa é
resfriada vagarosamente permitindo assim um cuidadoso controle da
cristalização. Esse material é comprado pelos fabricantes e então recortado no
tamanho dos braquetes, e técnicas de corte ultrasônico, diamantado ou a
combinação das duas são utilizadas para sua formatação. Após o corte, os
cristais de safira são aquecidos para remover as imperfeições na superfície e
para aliviar o estresse produzido pelos procedimentos de corte (OMANA et al.,
1992; SWARTZ, 1988). Desta maneira, a estrutura cristalina do braquete é
mais pura (mais estética) que a do policristalino, reduzindo assim as falhas
estruturais, porém elevando os custos de fabricação.
Entretanto, os braquetes de porcelana, por serem bastante duros
tamm são muito friáveis, ocorrendo quebras constantes. Também por este
motivo, quando colados de maneira inadequada, podem ficar em contato com
3
os dentes antagônicos causando desgastes nos mesmos. Além destas
desvantagens, os braquetes cerâmicos puros apresentam, segundo a literatura,
um alto coeficiente de atrito entre a canaleta e o fio metálico, interferindo
diretamente na movimentação dos dentes, com conseqüente aumento no
tempo do tratamento ortodôntico.
Podemos definir o atrito como sendo a força de oposição ao movimento
de dois objetos em contato, e sua dirão é tangente a uma interface comum
de duas superfícies (BEDNAR, 1991; HO,1991; KEITH, 1993). Pode ser
representada de duas formas: (1) cinética (dinâmica), a qual ocorre durante o
deslocamento do objeto, e (2) estática, a qual previne o início do movimento
(DOWNING, 1994; HO, 1991; OMANA, 1992; TSELEPIS, 1994).
Durante o movimento ortodôntico a frião é um problema presente e,
em condições normais é proporcional à carga aplicada (DOWNING, 1994;
KEITH, 1993). A fricção ocorre independente da área de contato entre as
superfícies e da velocidade de deslizamento (exceto em velocidades muito
baixas).
A retração anterior é principalmente necessária quando necessitamos
fazer exodontias e, nestes casos temos duas maneiras para fazer esse
movimento: 1) a mecânica de deslizamento é provavelmente a mais utilizada
na Ortodontia atual, e também é a que mais provoca fricção durante a fase de
retração anterior e; 2) o uso de um arco de retração, com o qual a fricção é
mínima. Talvez o uso de arcos de retração seja uma alternativa viável para
resolver os problemas de fricção quando utilizamos os aparelhos ortodônticos
estéticos de porcelana. Sabemos entretanto que os problemas da fricção estão
presentes também nas outras fases do tratamento ortodôntico, como por
exemplo na retração inicial de caninos, na fase de nivelamento e alinhamento,
quando o arco desliza pelas canaletas dos braquetes e tubos (DOWNING,
1994; HO, 1991; KEITH, 1993). Os movimentos dentários ocorrem apenas
quando forças aplicadas são maiores que a fricção na interface braquete/fio.
Neste momento, os tecidos biológicos respondem e ocorre o deslocamento do
4
braquete associado a um pequeno movimento dentário. A fricção pode impedir
o movimento do dente no qual o braquete estiver colado; neste caso, a força
aplicada deve ser reduzida, caso contrário, o resultado poderá ser a perda de
ancoragem (KEITH, 1993; TANNE, 1994; VAUGHAN, 1995). O entendimento
dos mistérios da fricção se torna necessário para que possamos aplicar forças
adequadas que se traduzam em respostas teciduais biológicas e movimento
dentário durante a mecânica de deslizamento.
Durante a elaboração desta pesquisa encontramos outras metodologias
para avaliar a quantidade de atrito do braquete com o fio de aço, sempre
tentando se aproximar das condições de movimentação dentária. Essa
tentativa em nossa opinião se torna infrutífera, que as variáveis o
incontáveis e que cada paciente apresenta diferentes tipos de alimentação,
forma facial, tamanho e forma dentária, além dos tipos de mecânicas que serão
aplicadas em cada caso. Nossa metodologia teve o objetivo de avaliar dentre
os braquetes testados, qual apresenta menor atrito durante o movimento do fio
em sua canaleta.
5
2. REVISÃO DA LITERATURA
6
2. REVISÃO DA LITERATURA
Nicolls (1968), ao examinar forças de atrito em aparelhos ortodônticos
fixos, constatou que movimentos dentários complexos podem ser feitos com
resultados pidos e precisos. Entretanto, quando ocorre atrito entre os tubos,
braquetes ou arcos, esse movimento é mais lento podendo até ser
interrompido, ou ainda originar movimentos indesejáveis aos dentes. Isso pode
ocorrer no movimento distal do canino em casos de exodontias, quando a
distalização é feita por meio de elásticos intermaxilares. Nestes casos, a
inclinação distal da coroa pode aumentar os pontos de contato do arco com a
canaleta do braquete e, caso a força seja grande, pode haver uma curvatura no
arco, impedindo assim a movimentação do dente. Por outro lado, o arco
tenderá a retificar-se, movendo desta forma o ápice da raiz para a distal,
provocando um movimento de corpo, e essa mecânica de forças pesadas
exigirá maior ancoragem.
Andreasen e Quevedo (1970) desenvolveram um teste “in vitro” para
quantificar a força de atrito gerada pelo movimento de um braquete ao longo de
um arco fixo. Concluíram que quanto maior o diâmetro do arco maior seria a
força de atrito e, quanto maior a angulação arco/braquete, também maior seria
a força de atrito. Comprovaram também que houve pouca diferença na força de
atrito entre amostras secas e aquelas testadas com saliva como lubrificante.
Dependendo da técnica empregada, vários procedimentos são utilizados
para a retração de caninos, incisivos ou movimento em massa do segmento
anterior no tratamento de casos com extrações Burstone e Koenig (1976). As
mecânicas que empregam forças de compressão ou tração com molas ou
elásticos, permitindo que o dente deslize através do arco, provocam momentos
de valor elevados quando a translação é realizada. O excesso de força
aumentando o atrito pode inibir o movimento do dente. O mecanismo de
deslize tem duas desvantagens: a força de atrito pode interromper a
movimentação, e a magnitude da força é difícil de ser determinada, uma vez
que o atrito é complexo. Uma segunda maneira para a retração dos dentes
7
anteriores é o uso de um sistema sem atrito baseado na incorporação de alças
em um arco contínuo.
Em 1983, Huffman e Way realizaram um estudo clínico para comparar a
taxa média de movimento e a inclinação de caninos retraídos com arcos
redondos .016” e .020”, sendo uma espessura de cada lado. Foram usados
braquetes não angulados com canaleta de .022” x .028” e força contínua de
200g em 17 caninos de cada lado. Após 10 semanas não houve diferença
estatisticamente significante entre a taxa de movimento do dente com a
variação da espessura dos arcos, porém a inclinação foi maior no fio .016”, fato
este que permitiu dizer que a melhor opção de retração de caninos seria com o
fio .020”, pois mesmo havendo menor retração, a menor inclinação permitiu
melhor controle do movimento.
Phillips (1988) analisou a origem e a utilização dos braquetes de
porcelana, afirmando que poucos estão em uso atualmente. As justificativas
para o seu uso limitado foram: processo de fabricação mais complexo, maior
custo, dificuldade de adaptação da base nos dentes, impossibilidade de
desgastar aletas para evitar interferências oclusais; devido à transparência do
braquete o posicionamento preciso é mais demorado e a fragilidade da
cerâmica pode provocar quebra ou descolagem durante o tratamento.
Swartz (1988), discorrendo sobre as cerâmicas, explicou que as
mesmas são uma ampla classe de materiais que incluem pedras preciosas,
vidros, argilas, misturas de compostos cerâmicos e óxidos metálicos. Na sua
essência, a cerâmica não é nem metálica nem polimérica, sendo reconhecidas
pela sua dureza e pela sua resistência às altas temperaturas e à degradação
química, porém muito frágeis. Os metais podem se deformar
consideravelmente sem fraturar-se, mesmo na presença de impurezas, o que
não acontece com as cerâmicas, pois quando o estresse alcança níveis
críticos, as ligações interatômicas se rompem e ocorre a fratura, o que
chamamos de “friabilidade”. Para desenhar braquetes cerâmicos foram
utilizadas análises de computadores e a engenharia para analisar os níveis e a
8
distribuição de estresse. Concluiu-se que as intersecções circulares minimizam
a probabilidade de ocorrência de quebra a veis de força substancialmente
abaixo da resistência máxima do material. Os novos braquetes cerâmicos que
estão sendo produzidos oferecem propriedades ópticas excelentes e a
promessa de aparência estética adicional sem comprometimento funcional
significante. Eles ainda não o o resistentes ou duráveis como os de aço
inoxidável, e as cerâmicas sempre serão quebradiças por natureza. Apenas um
modelo melhor, a pureza e a ausência de falhas na fabricação pode superar a
fragilidade inerente e maximizar as propriedades físicas da cerâmica.
Drescher (1989) descreveu que movimentar um dente ao longo de um
arco resulta em uma contra-força friccional. Na clínica, a força aplicada deve
exceder a força friccional para produzir o movimento do dente. Foi feita uma
simulação para teste de fricção com rotações tridimensionais do dente, com o
objetivo de estudar os fatores que afetam a magnitude da fricção. Examinou
cinco ligas de arco (aço inoxidável padrão, aço inoxidável Hi-T, Elgiloy blue, Ni-
Ti e TMA) em cinco tamanhos de arco (.016”, .016” x .022”, .017” x .025”, .018”,
e .018” x .025) em relação a ts larguras de braquetes (2.2 , 3.3 e 4.2 mm)
em quatro níveis de forças de retardo (0, 1, 2 e 3 N). Os seguintes fatores
afetaram a fricção em ordem decrescente: força de retardo (resistência
biológica), aspereza da superfície do arco, tamanho do arco (dimensão
vertical), largura do braquete e propriedades elásticas do arco. O estudo
recomenda a utilização de um arco de aço inoxidável de .016” x .022”
combinado a um braquete médio (3.3mm) ou largo (4.2mm) para um
mecanismo guiado pelo arco com uma canaleta de .018”. A força efetiva desta
combinação tem que aumentar duplamente para superar a fricção. Para arcos
TMA, no entanto, a força efetiva deve aumentar seis vezes, resultando em uma
carga perigosa para as unidades de ancoragem.
Um estudo comparando dois tipos de braquetes cerâmicos (Allure
®
-
GAC) e (Transcend
®
- Unitek Corp.), com um braquete de aço inoxidável
(Unitek Corp.), todos com canaleta .018, Pratten, D.H. et al. (1990), ressaltaram
que os braquetes cerâmicos estéticos são uma alternativa para os dentes
9
anteriores. Testaram estes braquetes usando fios .017 x .022, Ni-Ti (Unitek) e
aço Inoxidável (Unitek), utilizando a seco e com saliva artificial. A força
friccional foi medida com a utilização de um dispositivo que aplicava uma força
de 300mg sobre o fio, enquanto uma força horizontal foi aplicada para que
houvesse o deslizamento do fio. Em seus resultados, sob todas as condições,
os braquetes metálicos geraram menores forças friccionais que os de
porcelana. As forças friccionais estáticas aumentaram na presença de saliva
para todas as combinações de braquetes e fios de nivelamento. Os braquetes
cerâmicos demonstraram maior atrito que os de aço e os fios de Ni-Ti geraram
maior resistência friccional que os de aço inoxidável.
Em 1990, Kapila et al. estudaram in vitro os efeitos da espessura e do
tipo de liga metálica do arco, durante o deslocamento de translação do
braquete em relação ao fio com o objetivo de avaliar a força de atrito gerada
entre os mesmos. Listaram diversas variáveis que afetam a movimentação,
que podem ser mecânicas ou biológicas. A saliva, a placa bacteriana, a
película adquirida e a corrosão têm sido incluídas como alguns dos fatores
biológicos que atuam como variantes na força de atrito entre braquetes e fio.
As variáveis mecânicas consideradas incluem o tipo de material utilizado para a
confecção do braquete, o tamanho da canaleta, a largura e a angulação do
braquete, a forma, espessura e a composição material do fio, tipo de ligadura e
a força aplicada na ligação. Foram avaliados fios de aço, Cr-Co, Ni-Ti e β-
titânio, testados em braquetes de aço estreito simples (.050”), duplo médio
(.130.) e duplo largo (.018”) , com canaleta de .018” e .022”. Os arcos β-
titânio e Ni-Ti geraram maior atrito do que fios o ou Cr-Co para todas as
espessuras dos fios, confirmando a literatura de que o aumento na espessura
do fio resulta em maior atrito, da mesma forma que a maior espessura do fio
aumenta a força da ligadura, que foi estatisticamente significante (p<0,005). Os
autores afirmaram que devemos considerar os fatores acima descritos na
seleção do fio para cada fase do tratamento.
A proposta de Angolkar et al. (1990) foi determinar a resistência
friccional proporcionada pelos braquetes cerâmicos utilizados em combinação
10
com fios de nivelamento de diferentes ligas e espessuras durante o
deslocamento de translação do braquete. Averiguações com braquetes
cerâmicos tamm foram comparadas aos resultados de tratamento com
braquete de aço inoxidável. Os fios de aço inoxidável, Cr-Co, β-titânio , e Ni-Ti
de diferentes espessuras foram testados em braquetes cerâmicos
monocristalinos “médium-twin” de tamanho de canaleta .018” e .022”. Os fios
foram ligados nos braquetes com módulos de elastômeros. O braquete foi
movido ao longo do fio por meio de uma máquina de teste universal Instron. A
força friccional foi medida por uma célula compressiva e registrada
graficamente em coordenadas XY. A frião do fio no braquete ficou maior com
o aumento da espessura do fio, sendo que o retangular produziu maior fricção
que o fio redondo. Os fios de β-titânio e Ni-Ti foram associados a forças
friccionais mais elevadas que os fios de aço inoxidável e Cr-Co. Estes achados
seguiram a mesma tendência que aqueles encontrados com os braquetes de
aço inoxidável, entretanto, todos os fios quando testados com braquetes
cerâmicos geraram forças friccionais significantemente maiores que os
mesmos fios nos braquetes de aço inoxidável.
Bednar et al. (1991) observaram que, após a fase de nivelamento e
alinhamento, o arco está paralelo a canaleta do braquete e, quando um dente
é trasladado com mecânicas de deslize, a coroa se move antes do ápice da
raiz, inclinando a coroa e gerando angulações nos braquetes, os quais irão
tocar o fio em dois pontos, o que irá contribuir para o aumento do atrito com o
braquete, porém este contato também trabalha no sentido de re-verticalizar o
dente. Baseados nessas observações, realizaram um estudo “in vitro” simulado
em caninos, com o objetivo de avaliar a diferença na resistência de atrito entre
arcos de aço, braquetes de aço e cerâmica com canaleta ,018” x ,025 e fios
,014”, .016 , .018”, .016” x .016 “, .016” x .022” de aço. Foram utilizadas
ligaduras elásticas, de aço e braquetes autoligados. Um aparato para o teste foi
desenvolvido para tentar simular a situação clínica na qual os dentes inclinam
suavemente enquanto deslizam ao longo do arco. Sob essas condições, os
braquetes auto-ligados de aço não demonstraram menor força de atrito que os
braquetes de aço ligados com módulo elástico ou aço. Para a maioria das
11
espessuras dos arcos, os braquetes de cerâmica ligados com elásticos
demonstraram as maiores forças de atrito quando comparados a outras
combinações de técnicas de ligaduras dos braquetes. Relataram ainda que
quando braquetes de aço são usados nos dentes posteriores e braquetes de
cerâmica nos dentes anteriores, principalmente nas mecânicas de deslize, a
perda de ancoragem pode ser significativamente maior, pois o atrito nos dentes
anteriores é maior que a dos dentes posteriores.
Ho e West (1991) quantificaram a força friccional encontrada quando
os arcos de aço inoxidável, TMA, Orthonol e multi-filamentar foram puxados a
uma distância de 2 mm através de braquetes cerâmicos e de aço inoxidável.
Foram investigados os seguintes fatores: o material do arco, o tamanho do
arco, a angulação arco-braquetes, o material dos braquetes, a aspereza da
superfície da canaleta do braquetes e do arco e a lubrificação em forma de
saliva artificial. Foram investigadas 156 combinações diferentes. Uma máquina
de teste universal foi usada para puxar os arcos ligados através dos braquetes
e registrar a frião. Verificou-se que a fricção aumenta com: a angulação do
arco e o tamanho do arco (foram vistas exceções em alguns arcos TMA). A
frião diminuiu com a lubrificação. Houve uma relação definida entre a fricção,
o arco e o material do braquetes. Não houve relação definida entre a aspereza
da superfície do arco e a fricção. A fricção mais alta foi observada com o
braquetes cerâmico e o arco TMA. A magnitude da fricção registrada é
substancialmente maior do que as forças aplicadas no movimento ortodôntico
clínico. Propõe-se que os valores registrados sejam utilizados como meio de
comparação dos efeitos de fatores diferentes, ao invés de quantificar a fricção
in vivo.
Ireland; Sherriff; McDonald (1991), pesquisando a literatura sobre
frião, concluíram que os trabalhos consideravam somente o movimento de
um único dente pelo fio de nivelamento. O objetivo desta investigação foi
considerar a fricção em um segmento posterior conjugado, durante a redução
do trespasse horizontal envolvendo deslizamentos mecânicos. Um modelo do
segmento posterior foi construído para comparar a fricção nos braquetes
12
cerâmicos e de aço usando fios de aço e Ni-Ti de duas dimensões juntamente
com um fio polimérico experimental novo. Os resultados indicam que a frião
durante a redução dos trespasse horizontal é minimizada por meio do uso de
fios retangulares de dimensões maiores e quando empregado o aço no lugar
do Ni-Ti. Comparando os braquetes de aço com os cerâmicos em série, estes
últimos mostraram resistência friccional maior, mas somente quando utilizados
com fios retangulares menores. O efeito combinado do ambiente, da ligação,
do braquete e do fio reduz a diferença significantemente. Clinicamente, a
escolha entre braquete cerâmico e de aço no segmento posterior não é tão
importante quanto a escolha do fio para determinar o deslocamento do dente. A
comparação dos resultados obtidos com aqueles usando braquetes simples
ilustra os problemas de interpretação de resultados por meio de experimentos
com fricção. Os fios poliméricos nesta forma presente demonstraram ser
inadequado para o uso ortodôntico.
A resistência friccional depende das características das duas superfícies
de contato, porém independe da área de contato, mas a dureza da superfície, a
rugosidade, a película a resistência e a temperatura influenciam nas forças
friccionais Omana et al. (1992). Estudaram sete tipos de braquetes cerâmicos
(Starfire
®
, Contour Twin
®
, Allure IV
®
, Lumina
®
, Illusion
®
, Ceramaflex
®
e
Transcend 2000
®)
, e um metálico de aço inoxidável Mini Diamond
®
, cada
braquete sendo testado com fios de aço inoxidável e Ni-Ti, previamente limpos
com álcool. Foram usadas simulações com 5 forças diferentes em um
contrapeso que simulava o centro de resistência de um canino, sendo que as
forças eram de 50 g, 75 g, 100 g, 125 g e 150 g, sendo feitas seis leituras para
cada nível de carga e combinação braquete/fio. Os resultados encontrados
foram descritos da seguinte forma: o aumento da carga elevou a força friccional
para qualquer variável; havia uma diferença estatisticamente significante entre
os braquetes metálicos e os braquetes cerâmicos, exceto para os Contour
Twin
®
e Ceramaflex
®
; não encontrou diferença estaticamente significante para
os fios de aço inoxidável e para os de Ni-Ti; em níveis mais baixos de força,
os braquetes mais estreitos apresentaram atrito significativamente maior,
13
porém com forças maiores, os braquetes maiores se aproximaram dos
estreitos.
Um estudo do atrito estático para dois tipos de braquetes cerâmicos e
um tipo de braquete de aço, usando fios retangulares, foi feito em 1993 por
Keith et al. Pesquisaram braquetes cerâmicos Starfire (cristal de óxido de
alumínio simples) e Allure III (óxido de alumínio policristalino) e o de aço da
Dentaurum. Foram investigados os materiais dos braquetes, a força de ligação
e a reação de braquetes novos e usados. Os resultados encontrados, sem
exceção, foram que os cerâmicos produziram maior resistência de atrito que os
braquetes de aço. Com uma força de ligação de 500 g o Starfire produziu a
maior resistência de atrito, e com força de 200 g e 50 g a maior resistência foi
do Allure III. Após a simulação de uso, a resistência ao atrito tendeu a elevar-
se com o aumento força de ligação no Starfire, enquanto no Allure III, a
resistência ao atrito diminuiu com as duas forças menores de ligação. Os fios
retangulares utilizados nos braquetes cerâmicos foram examinados e verificou-
se abrasão em sua estrutura, sugerindo que os debris” ou chanfraduras nos
ângulos dos braquetes podem diminuir o atrito. Os braquetes de o
produziram menor resistência ao atrito e mudanças mínimas com o uso.
A maioria das técnicas ortodônticas que utilizam aparelhos fixos produz
deslizamento entre os braquetes e o arco Downing et al.(1994) avaliaram o
atrito entre braquetes de aço inoxidável Edgewise largura 3,5 mm com canaleta
.022” x .030 “(Dentaurum), braquetes de cerâmica policristalina (Transcend),
em combinação com diferentes espessuras de fios (.018” e .019” x .025“) e
materiais , aço inoxidável, Ni-Ti e β-titânio. O objetivo foi comparar os valores
de força de atrito. Para isso padronizaram os sistemas de amarrilho, uma vez
que a força de atrito varia com a carga normal aplicada. As forças foram
medidas com o auxílio de uma máquina Instron modelo 1195. Os testes foram
realizados a uma temperatura de 34°C a uma velocida de de 5 mm/min.
Conclram que: 1) o material dos braquetes tem pouco efeito sobre a força de
atrito; 2) os braquetes de aço criaram mais força de atrito contra fio de aço do
que braquetes cerâmicos; 3) os de β-titânio produziram mais força de atrito
14
que os fios de Ni-Ti e de aço; 4) A força de atrito será maior quanto maior for o
diâmetro do arco.
Tselepis; Brockhurst; West, em 1994, procuraram com este estudo
quantificar a força friccional de deslizamento entre diferentes braquetes
ortodônticos modernos e fios. Dos muitos fatores envolvidos no processo de
frião, alguns foram selecionados para investigação: o material do fio
ortodôntico, o material do braquete, a angulação entre braquete/fio, e a
lubrificação (saliva artificial). A força de frião envolvida no deslizamento de
um fio ligado através da canaleta do braquete foi medida com uma máquina
universal de ensaios. Dos quatro fatores investigados, todos demonstraram ter
uma influência significante na resistência à fricção. Braquetes de policarbonato
mostraram a maior resistência friccional e braquetes de aço inoxidável a
menor. A fricção aumentou com a angulação do braquete-fio. A lubrificação
reduziu significativamente a força de fricção. Valores entre 0,9 a 6,8 N de força
friccional foram registrados. Esses valores foram usados mais para
comparação da influência relativa entre os fatores testados na fricção, do que
como um registro para quantificar a fricção in vivo. As forças observadas
sugeriram que a fricção pode ser uma inflncia significante na quantidade de
força requerida para movimentar um dente na boca. A seleção fio/braquete
pode ser uma importante consideração quando a ancoragem posterior for
crítica.
Edwards et al. (1994) investigaram o efeito de várias cnicas de
ligaduras ortodônticas na resistência friccional de braquetes de aço inoxidável e
arcos sob condições secas e úmidas. As técnicas estudadas foram: módulos
elásticos presos convencionalmente e em um padrão em forma de 8”,
ligaduras de aço inoxidável e ligaduras cobertas com teflon. A primeira parte
desta investigação envolveu a construção da curva de calibração para cada
material então, uma força normal estimada exercida pelas ligaduras poderia ser
avaliada. Num segundo momento, um par de ligaduras travadas com alicate
foram modificadas de maneira que poderiam ser colocadas com uma força
padronizada. Finalmente, os quatro métodos de ligaduras foram diretamente
15
comparados com um aparelho de testes especialmente construído para esse
fim. Os resultados revelaram que os módulos elásticos presos em forma de “8”
produziram fricção significativamente maior do que qualquer outro método
testado, sob condições secas ou úmidas. Nenhuma diferença significante na
resistência friccional foi encontrada entre os módulos elásticos
convencionalmente presos e as ligaduras de aço inoxidável. As ligaduras
cobertas de teflon, entretanto, foram associadas com as menores forças de
frião. Os resultados da calibração do teste indicaram que as forças normais
exercidas pelos quatro métodos de ligação podem ser maiores do que
previamente se estimava.
Edwards et al. (1994) investigaram o efeito de várias cnicas de
amarrilho ortodôntico na resistência de atrito entre braquetes de aço e arcos,
sob as condições seca e molhada. A primeira parte da investigação envolveu a
construção de uma curva de calibração para cada material, e uma estimativa
das forças normais exercidas pela ligadura pôde ser apurada. Para a segunda
parte, foi modificado um par de alicates de ligadura para que as mesmas
fossem colocadas com uma força padronizada. O módulo elástico amarrado
em forma de 8 produz atrito significantemente maior que os outros métodos,
tanto na condição molhada como na seca. Não houve diferença significante na
resistência de atrito entre módulo elástico amarrado de maneira convencional e
ligaduras de aço. O resultado de teflon foi associado com a menor força de
atrito. Os resultados dos testes de calibração indicam que a força normal
exercida por todos os métodos de ligadura pode ser maior que a estimada.
O uso crescente de sistemas de braquetes autoligáveis freqüentemente
levanta a questão de como eles são comparados aos sistemas de ligaduras
convencionais. Foi conduzida uma investigação in vitro e clínica por Shivapuja,
em 1994 para avaliar e comparar estes grupos distintos, usando-se cinco
diferentes braquetes. Os sistemas de braquete autoligáveis Activa (“A
Company, Johnson & Johnson, San Diego, Calirnia), Edgelok (Ormco,
Glendora, Califórnia) e Speed (Strite industries Ltda., Cambridge, Ontário)
mostraram um nível de resistência friccional significantemente mais baixo, um
16
tempo de cadeira muito menor para a remoção e inserção do arco, e
promoveram uma melhora no controle de infecção, quando comparados com
as ligaduras elastoméricas de poliuretano e as de aço inoxidável em braquetes
cerâmicos e twin de metal.
Em 1995 foram testadas por De Franco; Spiller Junior; Von Fraunhofer
as resistências friccionadas estáticas entre ligaduras de aço inoxidável
cobertas com Teflon e elastômeros claros com várias combinações de
braquetes e arcos. No estudo, foram utilizados braquetes com canaleta de
.022” de aço inoxidável, cerâmica policristalina e cerâmica monocristalina. Os
fios testados foram aço inoxidável, e Ni-Ti de .016”. A frião foi medida com
angulações 0º, 5º, 10º e 15º. As foas friccionais foram medidas para cada tipo
e fio e angulação dos braquetes. As ligaduras recobertas com teflon
produziram menos fricção que elastômeros para todas as combinações
braquetes/fio, os braquetes cerâmicos demonstraram maiores resistências
friccionais que os de aço inoxidável. Esses dados sugerem que a mecânica de
deslizamento é melhor executada quando usamos a combinação braquete/fio
de aço inoxidável. Também demonstraram que as ligaduras metálicas cobertas
com teflon podem minimizar a quantidade de atrito durante a mecânica
ortodôntica.
Uma investigação feita por Downing,et al. em 1995 sobre o efeito da
saliva artificial nas forças friccionais estática e cinética de braquetes de aço
inoxidável (Dentaurum) e cerâmico policristalino (Transcend) em combinação
com arcos Edgewise redondos de .018” e .025” e materiais de arco de aço
inoxidável, níquel-titânio e β-titânio, sob uma força de ligadura constante. Em
todos os casos, a saliva artificial teve o efeito de aumentar a força friccional
quando comparada ao estado seco. Neste estudo, os valores da força friccional
estática e cinética, sob condições salivares, foram maiores do que os valores
respectivos no estado seco; porém, nem todos os aumentos foram
estatisticamente significantes. É possível que a saliva artificial esteja ocupando
as irregularidades da superfície, tornando o material efetivamente mais liso e,
portanto, agindo como um lubrificante até certo ponto. Os braquetes de aço
17
inoxidável geraram mais fricção do que os braquetes policristalinos, mas estes
resultados o foram estatisticamente significantes exceto contra os arcos de
β-titânio. Quando foi comparado o escaneamento eletrônico das superfícies
dos dois braquetes, ambas superfícies apresentaram irregularidades (Downing
et al., 1994). Esperava-se que os braquetes de aço inoxidável, que são feitos à
máquina e polidos para dar acabamento a sua canaleta, fossem lisos. Neste
estudo foi usada a saliva artificial baseada em muco gástrico de porcos.
Vaughan et al. (1995) mediram “in vitro” os níveis de força de atrito
cinético gerado durante a translação de braquetes sobre os arcos. Foram
analisados dois braquetes de aço sinterizado com dois tamanhos de canaleta,
quatro ligas de arco, e cinco espessuras de arco. Os dois tipos de braquetes de
aço testados apresentavam canaleta 0,018” e 0,022” polegadas. Quatro tipos
de ligas foram usadas, de aço, Cr-Co, Ni-Ti e β-titânio . Os fios foram
amarrados com ligaduras elásticas e o movimento do braquete ao longo do fio
foi realizado por meio de instrumento de teste mecânico. As forças de atrito
foram medidas e registradas por uma célula de carga. Os fios de aço e Cr-Co
registraram as menores forças de atrito para todas as espessuras de fios. Os
fios de β-titânio e Ni-Ti produziram maior quantidade de atrito, também em
todas as espessuras de fios. Registrou-se tamm que o aumento das
dimensões dos fios, resultou em aumento do atrito. Os níveis de força de atrito
nos braquetes 0,018” foi em torno de 46g. Estes testes demonstraram, ao
serem comparados aos de Kapila et al. em 1990, que foram realizados no
mesmo equipamento, as forças de atrito em braquetes sinterizados de aço
foram aproximadamente 40 a 45% menor que nos braquetes convencionais de
aço.
Creekmore em 1996, discorrendo sobre vantagens e desvantagens dos
aparelhos ortodônticos pré-ajustados, disse que a idéia do pré-ajustado é
simplificar o trabalho do ortodontista. Desta forma, existem duas maneiras de
posicionar o dente no arco: dobras no fio ou estabelecer características nos
braquetes que o posicionem corretamente. Andrews criou um sistema com
objetivo de eliminar dobras de primeira, segunda e terceira ordem. Conceito
18
absolutamente válido que não nos faz realizar um melhor trabalho, pois o
diagnostica e não planeja o caso para o ortodontista, mas torna o nosso
trabalho com os arcos menos complexo. Entretanto há limitações em todos os
aparelhos pré-ajustados quando esperamos que os dentes sejam alinhados
perfeitamente sem dobras nos arcos. Mesmo com o posicionamento perfeito
dos braquetes e com o uso de fios de “espessura total” a mesma prescrição
não movimentará os dentes para as mesmas posições em maloclusões
diferentes, devido à folga entre o arco e a canaleta do braquete e a diminuição
da força. sempre uma folga entre o arco e a canaleta do braquete, mesmo
com fios de “espessura total”, devido às tolerâncias do fabricante. As
tolerâncias das canaletas .018” x .025” varia de .0182” a .0192” com variação
média de 0.0187”, e a dimensão 0.018” dos fios é geralmente feita com
0.0178. Isto resulta em uma folga de 3º para cada lado em relação ao centro.
Dickson e Jones (1996) avaliaram o uso clínico dos braquetes cerâmicos
que foram desenvolvidos para melhorar a estética durante o tratamento
ortodôntico; no entanto, no uso clínico, eles mostraram problemas, incluindo a
quebra que leva à falha do braquete ou da amarração da aleta, dano
iatrogênico ao esmalte durante a descolagem, gasto do esmalte dos dentes
opostos e alta resistência friccional aos mecanismos de deslizamento. Os
materiais estéticos alternativos têm suas pprias desvantagens. Os braquetes
de óxido de zircônio têm uma resistência friccional ainda maior do que os
braquetes cerâmicos; os braquetes de policarbonato reforçados com cerâmica
têm uma resistência friccional menor, mas tendem a descolar mais facilmente.
O braquete experimental foi testado em comparação ao braquete policristalino
Transcend 6000 e ao braquete Twin-Torque de aço inoxidável. Todas as
amostras eram de braquetes de pré-molares superiores de .018” X .025” e
prescrição Roth. Um arco redondo de aço inoxidável de .016 Wilcock foi
passado através de cada braquete em uma matriz montada em uma Máquina
de Testes Universal Instron, a uma velocidade de 0.5 mm por minuto. A
montagem do braquete foi desenvolvida para fornecer uma angulação arco-
braquete de , ou 10°, para simular a ligadura do braquete. O braquete foi
preso contra o arco com uma força de ligadura de 150 g constante e sem
19
frião. Na angulação de entre o arco e o braqu ete, o braquete experimental
mostrou a menor resistência friccional e o braquete cerâmico mostrou a maior
(p<0.01). A 5°, não houve diferença significante na resistência friccional entre o
braquete experimental e os braquetes de aço inoxidável, mas ambos tiveram
uma resistência friccional significantemente menor do que o braquete cerâmico
(p<0.01). A 10°, não houve diferença significante e ntre os dois braquetes
cerâmicos, ambos os quais mostraram resistência significantemente maior do
que o braquete de aço inoxidável. (p<0.01). A inserção de aço inoxidável
parece ter feito com que o braquete experimental se comportasse mais como
um braquete de aço inoxidável do que como um braquete cerâmico
convencional em termos de resistência friccional estática, pelo menos em
angulações menores do arco-braquete. A resistência friccional aumentada do
braquete experimental na angulação de 10° pode ser explicada devido a uma
quina visivelmente áspera da inserção de metal no grupo usado para teste.
Esperava-se que este efeito de ligação (união, ligadura) do braquete fosse
reduzido através de medidas de controle de qualidade aprimoradas, que os
novos braquetes são produzidos para distribuição comercial.
Halliday et al. (1996) descreveram que a força de atrito basicamente é
uma força que atua entre os átomos superficiais de dois corpos em contato. Se
duas superfícies metálicas, altamente polidas e cuidadosamente limpas, forem
colocadas em uma região de alto vácuo, não conseguirão deslizar uma sobre a
outra mas, se soldarão a frio uma na outra. Em circunstâncias normais, esses
contatos inter-atômicos não são possíveis porque, em escala atômica, uma
superfície altamente polida está longe de ser plana. Quando duas superfícies
são colocadas em contato, somente os pontos salientes tocam-se de maneira
que a área microscópica de contato é muito menor que a área aparente, num
fator igual a 10
4
. A força de atrito varia de acordo com a carga aplicada, ou
seja, com a força que empurra uma superfície contra a outra.
Experimentalmente quando um corpo é pressionado contra uma superfície não
lubrificada e uma força (F) é aplicada, a força resultante tem três propriedades:
1) Se o corpo não se move denomina-se de força de atrito estática (f
e
) e as
componentes (F) são iguais e em sentidos opostos; 2) O módulo f
e
tem o
20
componente f
e,max.
, dado por f
e,max.
e
M onde µ
e
é o coeficiente de atrito e M é
o módulo de reação normal. Se o módulo F paralelo à superfície for maior que
f
e,max.
, então o corpo ira deslizar sobre a superfíce. 3) Se o corpo deslizar sobre
a superfície, o módulo de força de atrito decrescerá rapidamente para o valor
de f
c
, dado por f
c
c
M, onde µ
c
é o coeficiente de atrito cinético. Os
coeficientes de atrito estático e cinético são dimensionais e devem ser
determinados experimentalmente, já que seus valores dependem do corpo e da
superfície, e são normalmente referidos usando-se a proposição “entre” como o
valor do coeficiente de atrito entre o asfalto e veículo o é de 0,5.
A mecânica ortodôntica de deslize, usando braquetes pré-ajustados, é
usada de maneira trivial na retração de incisivos, segundo Taylor e Ison, em
1996. A força é aplicada distalmente deslizando o arco através dos braquetes e
tubos nos segmentos vestibulares. O atrito nestes segmentos contribui para
aumentar a resistência à força necessária para movimentar os dentes. Foram
testados métodos diferentes de amarração dos fios com o objetivo de avaliar a
redução do atrito. Os teste foram executados em uma máquina de teste
Instron com três tipos de braquetes pré-ajustados de .022” x .028”, braquetes
de pré-molar de aço (Straight-wire), Activa e braquetes Speed, combinados
com cinco espessuras de arco (.018” , .020” , .016 x .022, .018” x .025” e
.019” x .025” ). Um modelo com braquetes de molar fixo e um ou dois
braquetes de pré-molares simularam um segmento vestibular . Os resultados
demonstraram menor atrito com os braquetes Activa. Os braquetes Speed
apresentaram pouco atrito com o fio redondo e, nos fios retangulares, a maior
força de atrito. Quando os fios foram amarrados frouxamente ou os módulos
elásticos foram esticados reduziram as forças de atrito nos braquetes straight-
wire padrão, sendo maior nos arcos redondos. O amarrilho de aço colocado
frouxamente reduziu o atrito em 40% para um arco .019” x .025” e uma redução
de 80% foi relatada para o arco redondo. É necessária uma maior avaliação
destes resultados, uma vez que o uso de fio retangular oferece maior controle
do movimento dos dentes. As forças de atrito avaliadas para os arcos presos
com módulos elásticos mostraram uma redução estável sobre um período de
três semanas , dependendo da quantidade de distensão do módulo.
21
Foi investigada por Yamaguchi et al. em 1996, a relação da força de
retração com a localização de aplicação da força, retardamento da força e
largura do braquete durante o deslizamento simulado do movimento do dente
ao longo do fio ortodôntico. Ponto 1 para retração foi localizado no centro do
braquete, e pontos 2 e 3 foram a 4 mm e 6 mm da canaleta do braquete,
respectivamente. Pesos de 100 g, 200 g, e 400 g foram suspensos a 9,0 mm
da canaleta do braquete como o ponto do centro de resistência simulado.
Braquetes duplos de aço inoxidável tipo edgewise largo, médio e estreito foram
presos com duas ligaduras de estico em um fio de aço inoxidável ,016 X
,016”. O braquete foi retraído à velocidade de 0,1 mm por segundo para a
distância de 2,0 mm. As medidas foram repetidas seis vezes, e os resultados
foram submetidos ao teste ANOVA de múltiplas comparações. Para todos os
braquetes, com o aumento do peso de retardamento, a média da força de
retração nos pontos 1 e 2 aumentou, mas no ponto 3 diminuiu. A média da
força de retração no ponto 1 para o braquete duplo estreito foi
significativamente maior do que aquela para o braquete duplo largo para todos
os veis de força de retardamento. Entretanto, a média da força de retrão
nos pontos 2 e 3 para o braquete estreito foi significantemente menor que para
o braquete largo em todos os níveis de força de retardamento. Esses achados
indicaram que o ponto de aplicação da força, a força de resistência do dente e
a largura do braquete são cruciais em consideração aos momentos de
inclinação do braquete.
Bazakidou et al. em 1997 mediram as forças friccionais geradas entre
braquetes de policarbonato, cerâmicos e de metal em uma seleção de
combinações de arcos de ligas metálicas com ligaduras elastoméricas e de aço
inoxidável em um ambiente seco. Quatro tipos de braquetes de policarbonato,
um tipo cerâmico, um de safira e um de metal foram testados com arcos de aço
inoxidável, Ni-Ti e β-titânio. O teste foi feito com arcos de dois tamanhos em
braquetes com canaletas de .018” e com três tamanhos de arcos em braquetes
com canaletas de .022”. Os braquetes de policarbonato recentemente
apresentados provaram oferecer uma resistência friccional menor do que os
22
braquetes cerâmicos e de aço inoxidável, sem levar em consideração o
tamanho do arco, a liga metálica e o tipo de ligadura. A liga metálica com
menor fricção foi a de aço inoxidável, seguida pela de β-titânio e Ni-Ti. A
variabilidade média na fricção, refletida pela magnitude das variações padrão,
foi de 2.7 a 3 vezes maior com a ligadura de aço inoxidável do que com a
elastomérica.
Karamouzos et al. (1997), para fornecer ao clínico uma literatura ampla,
atualizada e crítica relacionada às características clínicas e propriedades dos
braquetes cerâmicos, discutiram os vários aspectos dos mesmos em relação
ao tipo, propriedade física, força de colagem, resistência friccional,
características da superfície da base, técnicas de descolagem e riscos de
fratura do esmalte, além da abrasão e desgaste do esmalte. Abordaram
tamm a reciclagem do braquete, forneceram dicas e critérios em relação às
aplicações específicas e uso dos braquetes cerâmicos. Os braquetes
cerâmicos tornaram-se populares como aparelhos estéticos e têm estado
disponíveis para uso clínico há aproximadamente 10 anos. Algumas das
características clínicas prejudiciais e negativas e das propriedades dos
braquetes cerâmicos que foram apresentadas neste artigo não
necessariamente correspondem às novas versões e marcas de braquetes
cerâmicos que estão atualmente no mercado. Além disso, a comercialização de
alguns dos braquetes revisados foi interrompida e, para outros, foram
introduzidas veres melhoradas. Os novos desenhos dos braquetes
cerâmicos oferecem propriedades óticas excelentes e a promessa de um apelo
estético adicional sem comprometer significantemente a função. Os braquetes
cerâmicos são duráveis, permitem um controle da força adequado ao longo do
período de tratamento e o seu risco de descoloração é mínimo. A introdução de
braquetes cerâmicos foi um desenvolvimento muito proclamado no tratamento
ortodôntico de pacientes adultos. A sua aceitação por estes pacientes não teve
precedentes na prática da ortodontia e contribuiu significantemente na
expansão e desenvolvimento de modalidades terapêuticas ortodônticas
contemporâneas.
23
A maioria dos estudos sobre as forças de atrito foram conduzidos em
condições que não simulam a dinâmica do meio oral. As funções orais como
mastigação, deglutição, fonação, bem como os tecidos orais em contato com o
aparelho ortodôntico resultam em movimentos relativos periódicos e repetitivos,
na interface braquete/fio centenas de vezes a cada dia. Além disso, o grau de
inclinação dentária, o espaço relativo livre entre o fio e canaleta do braquete, e
o método de fixação não foram efetivamente medidos na simulação do meio
oral dinâmico. Esses fatores descritos afetam a força normal nas interfaces, e
portanto o atrito segundo Braun et al. (1999).
Loftus et al. (1999) montaram um modelo que representa a condição
clínica, com objetivo de avaliar as forças de atrito durante a movimentação
dentária. O modelo permitiu a inclinação até que o contato fosse estabelecido
entre o fio e os cantos diagonalmente opostos das aletas dos braquetes;
tamm permitiu rotação até que o fio tocasse os cantos opostos do fio de
amarração ou o protetor bucal do braquetes auto-ligáveis e a base do encaixe.
Braquetes de aço inoxidável convencionais e auto-ligáveis, cerâmicos puros e
cerâmicos com canaleta metálica, todos com canaleta de .022”, foram testados
com fios de aço inoxidável, Ni-Ti e de β-titânio .019” x .025”. Cada uma das 12
combinações braquetes/fio foi testada 10 vezes. As diferenças pareadas entre
os braquetes de aço inoxidável convencionais, auto-ligáveis e cerâmicos com
canaleta de aço inoxidável não foram significativas. Entretanto os braquetes
cerâmicos puros geraram atrito significativamente maior que todos os outros
testados. Já os fios β-titânio produziram forças de atrito mais altos que os de
Ni-Ti, mas nenhuma diferença significativa foi encontrada entre estes dois fios
e o fio de aço inoxidável.
Secco (1999) com o objetivo de determinar a magnitude de força
necessária para o deslizamento do braquete e do fio, além de comparar a
rugosidade do fio de aço nacional e importado, utilizou um sistema que simula
a inclinação dos dentes até que toque em dois pontos do fio ortodôntico.
Avaliou 3 marcas de fios e braquetes: 2 nacionais - Morelli e Tecnident e 1
importada – Dentaurum, Alemanha. Os braquetes testados tinham canaleta
24
.022” x .028e os fios tinham 3 espessuras: .016x .022”; .018” x .025” e .021”
x .025”, e os testes foram realizados em uma máquina Instron a uma
velocidade de 5 mm/min. Os resultados para os fios nacionais foram:
Tecnident (198,6 g) e Morelli (199,3 g) e para fio Dentaurum (178 g). Estes
resultados revelaram que os fios nacionais praticamente apresentam a mesma
força de atrito. Quando comparados ao importado Dentaurum, os resultados
apresentaram resultados significantes ao nível de 5%. A força de atrito
consumiu 49,7% da força total aplicada para movimentar os braquetes
nacionais foi para o material Tecnident (98 g); paro o material Morelli (99 g);
que apresentaram uma diferença estatisticamente significativa ao novel de 5%,
para o material Dentaurum (78 g).
Cacciafesta et al. (2003) compararam a resistência friccional entre e os
braquetes cerâmicos Transcend, Clarity com canaleta metálica e Victory
Séries, todos com canaleta .022” e usando 3 tipos de fios, inoxidável, Ni-Ti e β-
titânio . Cada combinação braquete/fio foi testada 10 vezes. Os braquetes
foram montados de maneira a eliminar os efeitos da prescrição Roth. Foram
utilizados apoios para simular a distância inter-braquetes de 20 mm. Os
resultados encontrados demonstraram que os braquetes metálicos geraram
menor atrito que os braquetes cerâmicos. O braquete de porcelana com
canaleta de metal gerou menos atrito que o cerâmico puro. Quanto aos fios, os
β-titânio produziram maior atrito que os outros dois, porém os de Ni-Ti não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes para os de aço
inoxidável. A espessura do fio aumenta a força friccional para todos os tipos de
fios ortodônticos testados.
Cacciafesta et al. (2003) compararam o nível de resistência friccional
gerado entre braquetes de aço inoxidável auto-ligáveis (Damon SL II, SDS
Ormco, Glendora, Calif), braquetes de policarbonato auto-ligáveis (Oyster,
Gestenco International, Göthenburg, Sweden), e braquetes de aço inoxidável
convencionais (Victory Series, 3M Unitek, Monrovia, Calif), e três ligas de arco
ortodôntico diferentes: aço inoxidável (Stainless Steel, SDS Ormco), Ni-Ti (Ni-
Ti, SDS Ormco), e β-titânio (TMA, SDS Ormco). Todos os braquetes tinham
25
canaleta de .022”, enquanto as ligas de arco ortodôntico foram testadas em
três espessuras diferentes: .016”, .017” X .025”, e .019” “x .025”. Cada uma das
27 combinações de braquete e arco foi testada 10 vezes, e cada teste foi feito
com uma nova amostra braquete-arco. Tanto a força estática como a cinética
foram medidas em uma máquina feita sob medida. Todos os dados foram
analisados estatisticamente (testes de Kruskal-Wallis e Mann Whitney). Os
braquetes de aço inoxidável auto-ligáveis geraram forças friccionais
significantemente mais baixas do que tanto os braquetes de aço inoxidável
convencionais como os braquetes auto-ligáveis de policarbonato, que não
mostraram nenhuma diferença significante entre si. Os arcos de β-titânio
tiveram resistências friccionais mais altas do que os arcos de aço inoxidável e
Ni-Ti. Nenhuma diferença significante foi encontrada entre os arcos de aço
inoxidável e Ni-Ti. Todos os braquetes mostraram forças estáticas e cinéticas
mais altas quando a espessura do arco aumentava.
Um estudo in vitro investigou a força friccional adicional de vários tipos
de ligaduras utilizadas durante o tratamento ortodôntico. Hain et al. (2003)
testaram as ligaduras do tipo “slick” da TP Orthodontics, módulos elásticos
normais e tamm os braquetes auto-ligáveis Speed. Também foram testados
neste estudo os efeitos das ligaduras nos braquetes cerâmicos com canaleta
de metal Clarity e em braquetes metálicos mini-twin 3M. Os testes foram feitos
com e sem saliva, os módulos com saliva foram imersos em saliva humana
uma hora antes dos testes e nos módulos sem saliva foram aplicadas as
ligaduras com um fórceps mosquito. Os módulos esticos testados foram o
cinza normal e o super-slick e as ligaduras metálicas foram apertadas e depois
afrouxadas 3 voltas. Os resultados demonstraram que os módulos “slick
reduzem a força de atrito em até 60% quando comparados aos equivalentes
normais sendo que com a lubrificação de saliva as reduções foram maiores. Os
braquetes Speed geraram menos fricção que os outros braquetes que
utilizaram módulos normais e as ligaduras metálicas foram as que produziram
menor atrito.
26
Thorstenson (2003) inseriu canaletas de aço inoxidável (SS) em braquetes
plásticos, cerâmicos e de resina para melhorar suas características friccionais
preservando seu apelo estético. Foram comparadas as resistências friccionais
dos braquetes com e sem inserção metálica com os braquetes metálicos,
utilizando-se fios ortodônticos metálicos. As resistências ao deslizamento foram
medidas tanto em estados secos e úmidos (saliva) em 32 ângulos de segunda
ordem entre –12º e +12°. Quando existiam espaços entre as paredes dos
braquetes e dos arcos, as resistências ao deslizamento para os braquetes
estéticos sem inserções foram entre 38 cN no estado seco e 73 cN no estado
úmido; as resistências dos braquetes estéticos com inserções variaram de 42
cN no estado seco a 65 cN em ambos os estados. As resistências ao
deslizamento dos braquetes SS foi igual a 38 e 52 cN nos estados secos e
úmido, respectivamente. Quando os espaços não existiam mais, as
resistências ao deslizamento dos braquetes estéticos com e sem inserções
geralmente aumentaram com a angulação a uma taxa igual ou maior do que a
dos braquetes SS exceto para os braquetes de policarbonato (PC) no estado
seco. Devido ao fato dos braquetes PC sem inserções deformarem
elasticamente, eles tiveram resistências mais baixas ao deslizamento quando
ocorria a deformação. Para os braquetes policristalinos alumina sem inserções,
as resistências ao deslizamento aumentaram rapidamente e não-linearmente
conforme aumentou a angulação acima de 4.. No exa me, foi observada a
presença de ranhuras nos arcos e fragmentos de SS nos braquetes. A adição
destas inserções de SS em particular não melhorou consideravelmente a
resistência ao deslizamento em relação os braquetes estéticos sem inserções.
Nishio et al. (2004) com o objetivo de avaliar as forças friccionais entre
braquetes e fios ortodônticos, testaram braquetes cerâmicos, cerâmicos com
canaleta de metal e braquetes metálicos, em combinação com fios de aço
inoxidável, Ni-Ti e β-titânio. As combinações braquetes/fios foram testadas com
angulação e 1a uma velocidade 0,5 cm/min. Os fios foram presos na
canaleta dos braquetes com uma pressão de 200 g. Os resultados encontrados
foram significantes (p<0,05), e as forças de fricção maiores nos braquetes
cerâmicos, seguidos pelos cerâmicos com canaleta de metal e pelos metálicos.
27
O coeficiente friccional para os fios foi maior para os fios β-titânio seguido pelo
Ni-Ti, tamm significantes (p<0,05). Este estudo tamm concluiu que a força
friccional torna-se difícil de ser avaliada quando utilizados braquetes angulados
em 10º, pois apareceram novos componentes de força quando os fios tocaram
os ângulos dos braquetes.
Wadhwa et al. (2004) compararam as resistências friccionais cinética e
estática in vitro dos braquetes cerâmicos com canaletas recobertas de metal
(Clarity, CL), braquetes de aço inoxidável (Miniature Twin, MT) e dois
braquetes cerâmicos com design de canaletas diferentes (Contour, CO;
Transcend, TR). Arcos de dois tamanhos (.018” x .025” e .021” x .025”) de aço
inoxidável (SS), níquel-titânio (NiTi) e β titânio (β-Ti) deslizaram através dos
braquetes presos em um dispositivo de uma máquina Instron Universal de
testes. Todos os braquetes tinham canaletas de .022”, e cada conjunto foi
testado apenas uma vez. Os braquetes tinham larguras diferentes: CL, .018”;
CO, .114”; MT, .118”; TR, .138”. Não houve diferença significante nas fricções
cinética ou estática quando os arcos menores que .018” x .025” foram testados
nos braquetes. Não houve diferença estatisticamente significante nas fricções
cinética e estática entre os pares de braquetes CL-CO, CL-MT e CO-MT
quando foram usados os arcos de .021” x .025” (SS, NiTi, β-Ti). Não houve
resistência friccional cinética significante entre CL-TR e MT-TR quando foram
utilizados os arcos de SS. No geral, as resistências estática e cinética dos
arcos de .021” x .025” de NiTi foram menores do que as dos arcos SS, que
foram menores do que as dos arcos de β-Ti. Desconsiderando o tipo de arco,
algumas das resistências cinéticas mais baixas foram encontradas com os
braquetes estreitos CO com bases de canaleta arredondadas. As resistências
friccionais estática e cinética mais altas foram encontradas com o braquete TR
mais largo e com os arcos de aço inoxidável e β-Ti. Concluíram que as
resistências friccionais cinética e estática altas dos braquetes cerâmicos podem
ser reduzidas tanto recobrindo-se as canaletas com aço inoxidável como
reduzindo-se a largura do braquete e arredondando-se a base da canaleta.
28
Segundo Wadhwa et al. (2004) vários artigos corroboram sua
descoberta de que a resistência friccional é maior com arcos de β-titânio do
que com arcos de outras ligas. Apesar de vários estudos tamm terem
confirmado seus resultados de que os valores friccionais dos arcos de níquel-
titânio são semelhantes ou um pouco menores que aqueles dos arcos de aço
inoxidável, outros encontraram uma fricção significantemente menor com arcos
de aço inoxidável do que com os de níquel-titânio ou beta-titânio. A resistência
friccional de cada tipo de braquete foi afetada pelo tamanho do arco, como foi
estabelecido por outros autores. Portanto, é recomendável evitar arcos largos
quando se utilizar mecanismos de deslizamento. É necessária uma força
aplicada maior para mover os dentes em situações clínicas onde as
combinações braquete-arco demonstram uma resistência friccional maior. Isto
pode ser crítico em pacientes com necessidade de ancoragem posterior
grande, incluindo grave sobressaliência e retração de canino. Em tais
situões, este estudo sugere que braquetes cerâmicos Clarity ou Contour
possam ser utilizados com arcos semelhantes àqueles dos braquetes Miniature
Twin de aço inoxidável, sem sobrecarregar a ancoragem. Isto pode satisfazer
tanto o paciente que exige braquetes estéticos como o ortodontista que quer
um sistema mecânico que seja eficiente e que produza resultados.
29
3 PROPOSIÇÃO
30
3 PROPOSIÇÃO
Este estudo teve como objetivo avaliar in vitro, a resistência friccional
produzida por quatro tipos de braquetes cerâmicos puros, quando comparados
com um braquete de aço inoxidável utilizando fios ortodônticos de aço
inoxidável retangulares .019” x .025”.
Testamos as seguintes hipóteses:
1. Os braquetes de porcelana realmente apresentam um coeficiente de
atrito maior que os braquetes metálicos?
2. Existem diferenças na resistência friccional entre os braquetes
cerâmicos testados?
31
4 - MATERIAL E MÉTODOS
32
4 - MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Obtenção dos Cilindros de Resina Acrílica
Foram confeccionados para este estudo 50 cilindros de resina acrílica,
cujo revestimento externo foi constituído de tubos de PVC de ½ polegada de
diâmetro e 3,5 cm de altura, marca Tigre
®
. Os tubos foram recortados com
serra angulada de serralheiro, de maneira que as duas extremidades das
secções dos tubos ficassem paralelas. Os tubos assim recortados foram
preenchidos com resina acrílica auto-polimerizável Jet
®
(Cssico, Brasil). Com
a finalidade de diferenciar os grupos experimentais, foram adicionados à resina
acrílica, corantes vermelho, verde, amarelo e azul, de maneira a obtermos 5
grupos com 10 cilindros de cada cor. Após a presa final da resina, as faces dos
cilindros onde os braquetes seriam colados, foram desgastadas sob
refrigeração com lixas abrasivas de carbeto de silício de granulação 400 e 600,
montadas em uma politriz giratória (Maxigrind
®
, APL4-Arotec), até se obter uma
superfície completamente plana. (FIGURA 1).
FIGURA 1 - P
olitriz giratória (Maxigrind
®
, APL4-Arotec)
33
FIGURA 2
Cilindros de resina acrílica
auto-polimerizável vermelha para
confecção dos corpos de prova
FIGURA
3
Cilindros de resina
acrílica auto-polimerizável amarela
para confecção dos corpos de prova
FIGURA
4
Cilindros de resina acrílica
auto-polimerizável verde para confecção
dos corpos de prova.
FIGURA
5
Cilindros de resina acrílica
auto-polimerizável azul para confecção
dos corpos de prova.
34
4.2 Colagem dos Braquetes
Os braquetes utilizados neste experimento foram de segundo pré-molar
superior, prescrição Roth, canaleta 0,022 x 0,028 polegadas, portanto
apresentavam as seguintes características: -7
o
de torque e 0
o
de inclinação.
Para a fixação dos acessórios, os grupos foram divididos da seguinte forma: no
Grupo 1, os braquetes metálicos Kirium Line
®
(Abzil, Brasil) foram colados nos
cilindros vermelhos (FIGURA 2); para o Grupo 2, os braquetes cerâmicos
policristalinos Imprigue
(
Lancer, USA) (FIGURA 3) foram colados nos
cilindros verdes; para o Grupo 3, foram utilizados os cilindros amarelos e
colados os braquetes cerâmicos monocristalinos Mystíque
(GAC
Internacional Inc, Bohemia, USA) ) (FIGURA 4); para o Grupo 4, os cilindros
azuis e os braquetes cerâmicos monocristalinos Signature
(RMO, USA)
(FIGURA 5) e no Grupo 5, os cilindros brancos para os braquetes cerâmicos
monocristalinos InVu
(TP Orthodontics, Inc. LaPorte, Indiana, USA) (FIGURA
6).
FIGURA
6
Cilindros de resina acrílica auto
-
polimerizável branco para confecção dos
corpos de prova.
35
Os braquetes foram colados com adesivo à base de éster de
cianoacrilato, Super-Bonder
®
gel (Henkel Ltda, Brasil) e uma pinça de colagem
de braquetes da marca Morelli
®
(FIGURA 3)
FIGURA 7 – Braquetes já colados nos cilindros de resina.
FIGURA 8 – Pinça de colagem Morelli
®
e frasco de cola Super-Bonder
®
36
4.3 Preparo dos Fios Ortodônticos
Durante o teste de atrito foram utilizados fios ortodônticos NUBRYTE
®
(GAC, USA) retangular de .019”x .025”, cortados em segmentos de 6 cm, com
o auxílio de um alicate de corte distal 003-701 Premium-Line
(Dentaurum,
Alemanha) (FIGURA 4). Foi executada uma dobra na extremidade superior de
cada segmento de fio com a finalidade de prendê-lo à máquina de ensaio
(FIGURA 10).
FIGURA 9 – Alicate de Corte Distal Dentaurum™ , utilizado para cortar os fios ortodônticos
37
4.4 Dispositivo de fixação dos cilindros
Para apoiar os cilindros, foi idealizada pelo autor, uma peça em ferro
fundido, confeccionada na forma da letra L”, com uma perfuração de ½onde
foram encaixados perfeitamente os cilindros de resina acrílica (FIGURAS 11 e
12 ).
FIGURA 10 – Forma da dobra executada na ponta dos fios.
38
FIGURA 11
-
D
ispositivo
confeccionado em ferro fundido
para o
apoio dos cilindros de resina acrílica (Vista Lateral)
F
IGURA 12
-
Dispositivo confeccionado em ferro fundido para
o apoio dos cilindros de resina acrílica (Vista Frontal)
39
4.5 Preparo dos Corpos de Prova
Depois de preparados, todos os corpos de prova foram mergulhados
por 30 minutos em álcool etílico absoluto (CH
3
CH
2
OH) (FIGURA 13), retirados
e lavadas todas as suas canaletas com uma escova inter-dental HB
®
(Bitufo,
Brasil) (FIGURA 15); para remover qualquer película de gordura ou impureza
existente nos braquetes. Feito isso, repousaram sobre folhas de papel toalha
até secarem totalmente (FIGURAS 16). Da mesma forma os segmentos de fio
ortodôntico tamm ficaram submersos por trinta minutos e secaram sobre
toalhas de papel (FIGURA 14 e 17).
FIGURA
13
Cilindros de resina já com os
braquetes
colados
mergulhados por
30 minutos em álcool etílico absoluto
40
FIGURA 14 – Secções de fios mergulhados por 30 minutos em álcool etílico absoluto
FIGURA 15 – Escovas Bitufo HB
®
utilizadas para a limpeza dos braquetes
41
A partir deste momento, todos os materiais passaram a ser manipulados
sempre com o emprego de luvas de látex. Os segmentos de fio foram fixados
aos corpos de prova por ligaduras elásticas convencionais de cor cinza
Lancer
(Lancer, USA), 24 horas antes dos testes serem realizados.
FIGURA
17
F
ios ortodônticos
secando sobre o papel toalha branco, após terem sido
mergulhados em Álcool Etílico Absoluto
FIGURAS
16
Cilindros de resina e fios ortodônticos
secando sobre o papel to
alha
branco, após terem sido mergulhados em Álcool Etílico Absoluto
42
4.6 Ensaios de Atrito
Os corpos de prova assim preparados foram adaptados à peça em
forma de “L” levados a uma Máquina Universal de Ensaios Katros
®
, Modelo
K2000 MP (Kratos – Equipamentos Industriais Ltda., Brasil), número de série m
970201, Capacidade 2000Kgf. (FIGURA 18). Utilizamos uma célula de carga
de 5Kgf com carga máxima de 1 kgf (FIGURA 19). O software que acompanha
o equipamento é o “Tracamp W95(TRCv36). A máquina de testes foi
operada por um técnico especializado da USP/Bauru-SP, e havia sido calibrado
recentemente no dia 03/03/2005 (FIGURA 20).
FIGURA 18
Máquina Universal de Ensaios Kratos
®
utilizada para os testes
43
FIGURA 19
-
C
élula de carga de 5Kgf
usada duran
te os testes de
atrito
44
O dispositivo superior utilizado para prender o fio ortodôntico apresenta
mobilidade, permitindo assim que o fio ficasse passivo no acessório,
eliminando desta forma o torque existente na canaleta do braquete, já que o
objetivo é verificar o atrito provocado durante o movimento de retração anterior
(deslizamento) quando normalmente o fio es passivo no braquete (FIGURA
21). Teste semelhante foi aplicado por Hain, Dhopatkar e Rock, em 2003.
Os corpos de prova foram submetidos à força de deslizamento (tração)
no dia 24/03/2005 durante 2 minutos, a uma velocidade 0,5 cm por minuto.
FIGURA 20
Etiqueta marcando a data de calibração da máquina de Universal de Ensaios
Katros
®
45
FIGURA 21
-
Dispositivo superior
da máquina de testes Kratos
utilizado para
o
tracionamento dos fios ortodônticos durantes os testes de atrito.
46
FI
GURA
22
– Fotografia demonstrando a adaptação do corpo de prova aos dispositivos
durante os testes de atrito
47
FIGURA 23
Fotografia panorâmica
mostrando a adaptação do corpo de prova ,
o
dispositivo superior, a célula de carga e a máquina de testes.
48
4.7.- Análise Estatística
Os dados foram analisados por meio de tabelas e gráficos com utilização
de parâmetros de média e desvio padrão.
Para verificar se havia homogeneidade de variâncias
(homocedasticidade) entre os grupos, utilizou-se o teste de Barttlet e, para
verificar se os dados tinham distribuição normal, o teste de Kolmogorov-
Smirnov (Zar, 1996).
A comparação entre os grupos foi feita utilizando-se Análise de Variância
a um critério modelo fixo e para as comparações múltiplas foi utilizado o teste
de Tukey.
Em todos os testes estatísticos adotou-se nível de significância de 5%.
Os testes foram executados no programa Statistica for Windows v. 5.1
(StatSoft Inc., USA).
49
5 RESULTADOS
50
5 RESULTADOS
5.1 Teste de atrito
Os valores individuais para o teste de atrito, obtidos para cada uma das
dez amostras dos cinco grupos experimentais, expressos em gf, podem ser
observados na TABELA 1. As médias dos desvios padrão foram calculadas
para todos os corpos de prova e encontram-se descritas na TABELA 2. As
médias de atrito para os grupos foram: Grupo 1, braquetes metálicos Kirium
Line
®
92,30 ± 27,16; Grupo 2, braquetes cerâmicos Imprigue
(Lancer) 98,15 ±
39,32; Grupo 3, braquetes cerâmicos Mystíque
(GAC) 72,60 ± 23,80; Grupo 4
braquetes cerâmicos Signature
(RMO) 55,00 ± 13,92, e o Grupo 5,
braquetes InVu
(TP Orthodontics) 64,65 ± 20,72. No gráfico 1, estão
representadas as médias e os desvios padrão dos 5 Grupos testados.
Tabela 1 – Valores individuais da resistência, em gf, dos 10 corpos de
prova de cada grupo.
CP Vermelho
Verde Amarelo Azul Branco
1 62,5 44,0 98,5 59,0 38,0
2 90,5 120,5 101,5 68,5 86,0
3 83,5 87,0 100,0 37,5 66,0
4 72,0 48,0 60,5 66,5 92,5
5 124,5 50,5 67,0 69,0 52,0
6 126,5 93,0 35,5 45,0 50,5
7 100,0 127,0 50,0 72,0 71,0
8 127,0 146,0 69,0 33,5 64,5
9 50,5 136,5 52,5 49,0 90,5
10 86,0 129,0 91,5 50,0 35,5
51
Tabela 2 – Média e desvio padrão da
resistência, em gf, dos cinco grupos
estudados.
Grupo Média Dp
Grupo 1 92,30 27,16
Grupo 2 98,15 39,32
Grupo 3 72,60 23,80
Grupo 4 55,00 13,92
Grupo 5 64,65 20,72
0
20
40
60
80
100
120
140
Vermelho Verde Amarelo Azul Branco
Grupo
gf
Figura 24 – Média e desvio padrão da resistência, em gf, dos cinco grupos
estudados.
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
52
5.2 Análise Estatística
Para comparação entre os grupos a primeira opção de teste foi a Análise
de Variância a um critério modelo fixo.
A necessidade de verificar se os dados passavam pelo critério de
homocedasticidade (homogeneidade de variâncias) levou à aplicação do teste
de Bartlett, o qual mostrou que as diferenças entre as variâncias não foram
estatisticamente significantes (
χ
2
= 9,52; p=0,052 ns).
Os dados tamm passaram pelo critério de normalidade, verificado pelo
teste de Kolmogorov-Smirnov (p>0,20) podendo então ser utilizada a Análise
de Variância.
Tabela 3 Análise de Variância a um critério para
comparação entre os grupos.
GL QM GL QM
Efeito Efeito Erro Erro
F p
4 3340,59
45 694,512
4,810 0,0026*
GL – graus de liberdade
QM – quadrado médio
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
A Análise de Variância mostrou haver diferença estatisticamente
significante entre os grupos e para as comparações múltiplas foi utilizado o
teste de Tukey. O teste de Tukey mostrou diferença estatisticamente
significante entre Grupo 1 e Grupo 4, Grupo 2 e Grupo 4 e Grupo 2 e Grupo 5
(TABELA 4).
53
Tabela 4 Teste de Tukey para
comparações múltiplas entre os grupos.
Comparação P
Grupo 1 x Grupo 2 0,987
ns
Grupo 1 x Grupo 3 0,461
ns
Grupo 1 x Grupo 4 0,022*
Grupo 1 x Grupo 5 0,150
ns
Grupo 2 x Grupo 3 0,211
ns
Grupo 2 x Grupo 4 0,006*
Grupo 2 x Grupo 5 0,049*
Grupo 3 x Grupo 4 0,572
ns
Grupo 3 x Grupo 5 0,961
ns
Grupo 4 x Grupo 5 0,924
ns
* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
ns – diferença estatisticamente não significante
De acordo com a FIGURA 24, os braquetes que apresentaram maior
resistência ao atrito foram os de porcelana do Grupo 2 Imprigue
(Lancer)
seguidos pelos metálicos do Grupo 1 Kirium Line
®
, cerâmicos do Grupo 3
Mystíque
, cerâmicos do Grupo 5 InVu
(TP Orthodontics) e, os de menor
atrito foram os cerâmicos do Grupo 4 Signature
(RMO).
Quando comparamos os resultados da força de atrito dos braquetes
metálicos do Grupo 1 com os de porcelana verificamos que o atrito do metálico
o foi maior que o do Grupo 2 porcelana, sem estabelecer significância
estatística, conforme TABELA 4.
A resistência ao atrito do Grupo 1 foi maior que no Grupo 3 e no Grupo
5, porém sem significância estatística. Quando relacionados ao Grupo 4, os
resultados foram estatisticamente significativos quanto à probabilidade de 5%,
TABELA 4.
No exame simultâneo dos braquetes do Grupo 2 com o Grupo 3, mesmo
aquele tendo apresentado força de atrito maior, o resultado não foi
54
estatisticamente significativo. Em relação aos braquetes Grupo 4 e Grupo 5,
os resultados foram estatisticamente significantes para p<0,05, embora a
média de atrito do Grupo 4
apresente-se menor.
A análise do resultados do Grupo 3 quando
comparados aos dos
Grupos 4 e 5 os resultados demonstraram não haver diferenças
estatisticamente significativas. Os Grupos 4 e 5 tamm evidenciaram que as
diferenças entre eles não são significativas quanto à probabilidade de 5%.
(TABELA 4)
55
6. Discussão
56
6 DISCUSSÃO
Fricção e Magnitude de Força
Nas últimas duas décadas, a introdão dos braquetes cerâmicos com
sua vantagem cosmética sobre os acessórios de aço inoxidável, os tornaram
populares como aparelhos estéticos, e que estão largamente disponíveis para
aplicação clínica (SWARTZ, 1988, PRATTEN, 1990). Este fato gerou a
necessidade de um estudo das características dos mesmos. Estes estudos
vêm se aprimorando ao longo dos anos, de forma que, neste período, muitas
mudanças foram introduzidas neste segmento, e os braquetes cerâmicos
sofreram modificações estruturais importantes (SWARTZ, 1988). Muitos deles
deixaram de ser produzidos, dando lugar a aparelhos mais modernos, com
modificações nos seus desenhos de base, canaletas e tamm na forma de
produção. Os braquetes cerâmicos atuais aliaram propriedades óticas
excelentes ao desenho inovador, sem comprometer sua função no movimento
dos dentes. Esses acessórios hoje produzidos são duráveis e mostram
menores riscos de descoloração. Foram introduzidos na Ortodontia com
objetivo de tratar pacientes adultos, os quais o aceitaram de maneira
inconteste, permitindo assim o desenvolvimento de modalidades terapêuticas
ortodônticas contemporâneas (KARAMOUZOS, 1997).
O movimento dentário é induzido tanto por meio de mecanismos de
deslizamento, que envolvem fricção, quanto por sistemas que não envolvem
frião, ou por uma combinação de ambos. Por haver uma variação mais
favorável de forças para a movimentação dos dentes, o conhecimento da
frião é essencial para o clínico que usa mecanismos de deslizamento. A
frião pode então ser compensada com a aplicação de forças de maior
magnitude para alcançar o movimento desejado (BAZAKIDOU, 1997).
A simples comparação dos resultados absolutos de um estudo de fricção
a outros realizados com diferentes mecanismos deve ser considerada com
57
cautela, embora possam ser observadas tendências em comum. No ambiente
ortodôntico é notável que o fio de nivelamento seja interposto entre a ligadura e
a superfície da canaleta do braquete, tornando desta maneira a decomposição
e a resolução dos componentes de força (produzida e friccional) complexa
(KEITH, JONES, 1993).
A magnitude de força necessária para que a resposta biológica seja
favorável e o movimento dentário seja rápido vem sendo investigada ao longo
dos anos. Schwartz propôs que a força ortodôntica não deveria exceder a
pressão capilar sanguínea no ligamento periodontal. Mas, também foi citado
por Angolkar que o movimento dentário aumenta conforme aumenta a força
aplicada até um determinado limite, a partir do qual uma força adicional o
produz nenhum acréscimo no movimento do dente. Para os ortodontistas, é
importante saber qual o nível de força necessário para superar esta fricção e
gerar a resposta biológica favorável ao movimento planejado. (ANGOLKAR,
1990)
A relão direta encontrada entre a resistência biológica e a força
friccional deve-se ao aumento da carga nos pontos de contato entre o braquete
e o arco, assim como entre o braquete e a ligadura. Esta relação direta enfatiza
a necessidade de um arco de nivelamento passivo antes da aplicação das
forças mesiodistais (DRESCHER, 1989).
Relação entre a composição, o diâmetro do fio e a angulação
do braquete
Uma avaliação dos efeitos do diâmetro do arco na fricção braquete-arco
demonstrou uma tendência geral de aumento da fricção em função do aumento
do diâmetro do fio. Considerando-se a secção do fio, os redondos geralmente
associam-se a uma menor fricção do que os fios retangulares. Descobertas
semelhantes foram descritas por (FRANK; NIKOLAI, 1980; KAPILA et al., 1990;
58
NISHIO et al. 2004), envolvendo os níveis de fricção gerados por vários
diâmetros e formas de arcos em combinação com braquetes de aço inoxidável.
De acordo com a literatura ortodôntica, torna-se evidente que o fio de
aço inoxidável oferece significativamente menor resistência friccional do que as
ligas de quel-titânio e β-titânio (CACCIAFESTA et al. 2003; DOWNING,
McCABE e GORDON, 1994; ANGOLKAR, 1990). Bazakidou (1997),
encontrou menor fricção nos fios de NiTi do que nos fios de β-titânio.
Angolkar
(1990) publicou que para a maioria dos diâmetros de arco, os de β-titânio e os
de Ni-Ti produziram forças cinéticas friccionais significantemente mais altas nos
braquetes cerâmicos do que nos braquetes de SS e Co-Cr, mostrando que
estes resultados o semelhantes àqueles previamente encontrados com
braquetes de aço inoxidável, e que estas diferenças na resistência friccional
podem ser atribuídas à aspereza da superfície ser relativamente maior nos
arcos de β-Ti e de Ni-Ti , quando comparados aos arcos de SS e Co-Cr.
Pratten (1990) afirmou que os fios de nivelamento de Nitinol geraram
maior resistência friccional que os de aço inoxidável. Neste mesmo trabalho,
citou que os fios de Nitinol geraram menor atrito que os de aço inoxidável
somente quando a angulação do acessório foi maior que 5º.
Segundo Keith et al. (1990), os braquetes, os fios de nivelamento, as
ligaduras e os elásticos intra e inter-maxilares contribuem para a fricção nos
aparelhos ortodônticos. Além dos fatores acima citados, outros como o
aumento na angulação do braquete (ANDREASEN e QUEVEDO, 1970;
FRANK e NIKOLAI, 1980; NISHIO et al. 2004), o aumento na força de ligação
(NICOLLS, 1968; FRANK e NIKOLAI, 1980); e a presença de torque ativo
tamm interferem no atrito.
Alguns fatores, tais como o comprimento do braquete, o material de
composição do braquete e da ligadura, segundo Andreasen e Quevedo (1970);
Frank e Nikolai (1980); Drescher et al. (1989), tamm o capazes de
interferir na força de resistência friccional.
59
Uso de Saliva como lubrificante
A saliva artificial aumentou a força friccional para todas as combinações
testadas (braquetes cerâmicos, braquetes de aço inoxidável, fios de Ni-Ti, e
aço inoxidável) nos estudos de Pratten; Germane; Gunsolley (1990). Estes
achados contradizem a noção geral do emprego da saliva como lubrificante
para os fios de nivelamento e braquetes. Contrapondo-se a estes achados,
Baker et al. (1987) afirmaram que a utilização da saliva mostrou uma redução
na força friccional estatisticamente significante de 19% para 15% (PRATTEN;
GERMANE; GUNSOLLEY, 1990).
Um estudo de Andreasen e Quevedo (1970), entretanto, mostrou que a
saliva exerce uma influência não significante na lubrificação das superfícies do
fio de nivelamento e da canaleta do braquete. A explicação para as opiniões
divergentes provavelmente fundamenta-se na utilização de forças de
magnitudes diferentes entre o fio de nivelamento e o braquete. Uma pequena
quantidade de saliva age como lubrificante, mas altas quantidades de saliva
podem elevar o atrito, forçando o contato entre o fio de nivelamento e o
braquete. Finalmente, a saliva pode produzir uma resistência de cisalhamento
para as forças de deslizamento (PRATTEN; GERMANE; GUNSOLLEY, 1990).
A saliva artificial foi testada com braquetes de aço inoxidável e com
braquetes cerâmicos policristalinos empregando-se diferentes combinações de
materiais e diâmetros de fios, sob uma força de ligadura constante. Em todos
os casos, a saliva artificial teve o efeito de aumentar a força friccional quando
comparada ao estado seco. (DOWNING; MCCABE; GORDON, 1995)
Em testes realizados a seco e com o uso de saliva, Hain; Dhoptkar;
Rock (2003) concluíram que a imersão em saliva levou à redução na fricção em
módulos elastoméricos do tipo convencional e do tipo liso (slick) da TP
60
orthodontics, desconsiderando-se o sistema de braquete utilizado. A redução
foi maior para os módulos lisos (50% a 60%) do que para os normais (10% a
30%). Os efeitos da saliva na frião são controversos porque as investigações
feitas sob condições secas ou com a adição de saliva humana ou artificial ou
água produziram resultados inconsistentes. Kusy determinou que experimentos
conduzidos com saliva artificial não eram válidos porque não há substituto para
a saliva humana. (HAIN, DHOPATKAR E ROCK, 2003)
Métodos de Ligadura
O método de ligadura é um importante contribuinte para o aumento ou
redução da força friccional, portanto os efeitos in vitro dos métodos de ligadura
na fricção durante o tratamento ortodôntico merecem investigações por parte
dos pesquisadores. Visando preencher esta lacuna nas pesquisas sobre atrito,
Hain, Dhopatkar e Rock, em 2003, pesquisaram os novos módulos
elastoméricos lisos (slick) TP Orthodontics, produzidos com o objetivo de
reduzir a fricção na interface módulo/arco, comparado-os aos módulos
convencionais não lisos, ligaduras de aço inoxidável, e ao sistema de braquete
auto-ligável SPEED. Examinaram tamm o efeito do uso dos módulos lisos
com braquetes de cerâmica reforçados com metal ( Clarity, 3M) e braquetes
miniatura ( Minitwin). Os resultados mostraram que, considerando o movimento
do dente ao longo do arco de aço inoxidável de .019” X .025”, os módulos lisos
lubrificados com saliva podem reduzir a fricção estática na interface
módulo/arco em até 60%, sem levar em conta o sistema de braquete.
Os braquetes SPEED produziram a menor fricção quando comparados
com os três outros sistemas de braquetes testados usando os módulos
elastoméricos normais. O uso dos módulos lisos, comparados a todos os tipos
de ligadura testadas, reduziu significantemente a fricção abaixo dos níveis
registrados no grupo Speed et al. (2003), sendo que os braquetes auto-ligáveis
geraram menos fricção do que os braquetes convencionais (SHIVAPUJA;
BERGER, 1994). A vantagem dos braquetes auto-ligáveis em relação aos
convencionais, pelo fato de oferecer menor atrito, possibilita redução no tempo
de tratamento.
61
Hanson encontrou resultados semelhantes e concluiu que isto pode
reduzir o tempo de tratamento. Voudouris descobriu que os braquetes auto-
ligáveis, tanto com braços vestibulares passivos como ativos, produziram
menos fricção do que os braquetes convencionais, em associação com as
ligaduras de aço. Read-Ward et al., no entanto, afirmaram que os braquetes
auto-ligáveis produzem menos fricção apenas sob certas circunstâncias. Os
braquetes Speed, em particular, produziram menos fricção em arcos redondos,
mas a fricção foi potencializada com o uso de arcos retangulares. Os braquetes
cerâmicos produzem significantemente mais frião do que os de o
inoxidável. Os módulos de ligadura colocados em forma de 8 (oito) mostraram
que este procedimento produz uma fricção aumentada em cada tipo de
braquete, apesar de ter havido uma redução significante na fricção quando foi
adicionada lubrificação. Esta melhora foi muito maior com os módulos lisos(
70% comparado aos 21% dos módulos normais ), e a redução geral foi de novo
maior do que 50%. Esta forma de ligadura em “8”, quando comparada a outros
métodos como amarrilho e módulos elásticos convencionais, evidenciou força
de fricção superior, em condições seca e úmida (HAIN; DHOPATKAR; ROCK,
2003).
As ligaduras de aço inoxidável amarradas frouxamente geralmente
produziram fricção insignificante nas situações seca e úmida, e não houve
efeito na força friccional atribuída à lubrificação. O fato de que ambos os tipos
de módulos mostraram propriedades físicas semelhantes no estiramento
sugere que a força normal gerada por eles seria comparável. É provável,
portanto, que as diferenças nas propriedades friccionais mostradas neste
trabalho, estejam relacionadas a variações nas características de superfície
(HAIN; DHOPATKAR; ROCK, 2003).
A resistência friccional foi comparada entre ligaduras de aço inoxidável
cobertas com teflon e ligaduras elásticas usadas com rias combinações de
braquetes e arcos. As ligaduras de teflon produziram menor fricção do que as
62
elásticas para todas as combinações de braquete-arco (DE FRANCO;
SPILLER; VON FRAUNHOFER, 1995).
Nenhuma diferença significante na resistência friccional foi encontrada
entre os módulos elásticos convencionalmente presos e as ligaduras de aço
inoxidável. As ligaduras cobertas de teflon, entretanto, foram associadas às
menores forças de fricção. Estes resultados também foram confirmados por
De Franco et al., em 1995. Os resultados da calibração do teste indicaram que
as forças normais exercidas pelos quatro métodos de ligação podem ser
maiores do que previamente se estimava (EDWARDS et al., 1994).
Em nosso trabalho, não foi testado tipo de fio Niti ou β-Titânio, ou
métodos de ligadura, assim como o utilizamos a saliva artificial. Por esta
razão não comparamos os resultados anteriores e sim nos limitamos a citá-los
a título de esclarecimentos e informações.
Forças Friccionais e a Composição dos Braquetes
A procura pelos braquetes cerâmicos em virtude do aumento crescente
dos pacientes adultos constitui-se no estímulo para a execução de um estudo,
avaliando-se esta alternativa de acessórios. Outro aspecto de elevada
importância na ortodontia é a força de atrito produzida pela interação dos
braquetes com os fios de aço inoxidável. Este fenômeno tem sido citado na
literatura ortodôntica como sendo maior para os braquetes cerâmicos quando
comparados aos de aço inoxidável. Este fato, considerado de relevância
clínica, justifica a realização de uma pesquisa, associando atrito a braquetes
estéticos.
Os braquetes de cerâmica policristalinos o produzidos por meio de
moldagem por injeção de micropartículas de alumina suspensas na resina e,
posteriormente, usinados e polidos para produzir o acabamento do braquete.
63
Devido à natureza do processo de fabricação e da dureza da alumina, é difícil
obter uma superfície completamente lisa. Uma avaliação microscópica
demonstrou que a estrutura policristalina do braquete cerâmico apresenta uma
forma poliédrica irregular com porosidade na superfície (DOWNING; MCCABE;
GORDON, 1995).
Em 1991 HO e WEST, constataram que as canaletas dos braquetes
cerâmicos eram mais ásperas do que as dos braquetes de aço inoxidável e
mostraram uma maior fricção em todas as medições. Portanto a aspereza da
superfície parece ser um fator importante nas canaletas dos braquetes, mas
não nos arcos. Contrastando com esses resultados, quando os fios
ortodônticos foram submetidos ao scanning micrográfico eletrônico, foi
observado que o aumento da aspereza das superfícies obedeceu a seguinte
ordem: aço inoxidável, níquel-titânio e beta-titânio (NISHIO et al., 2004). Os
valores das forças friccionais aumentaram na mesma ordem, sendo que muitos
autores acreditam que as asperezas das superfícies dos fios influenciam nas
magnitudes de forças friccionais (LOFTUS et al., 1999; HO; WEST, 1991;
DWONING; McCABE; GORDON, 1994; VAUGHAN et al., 1995; PRATTEN et
al., 1990; DRESHER; BOURAEL; SCHUMACHER, 1989; ANGOLKAR et al.,
1990; IRELAND; SHERIF; McDONALD, 1991). E ainda, acredita-se que a
aspereza das superfícies dos fios afeta tamm o deslizamento mecânico,
facilita a ocorrência de corrosão, comprometendo a estética e a
biocompatibilidade (NISHIO, 2004).
Para compensar a força de fricção resultante do atrito do fio com a
canaleta dos acessórios, os profissionais geralmente recorrem ao aumento da
força imposta aos arcos. Assim sendo a avaliação clínica deve levar em
consideração que a força efetiva tem que ser aumenta de duas (aço inoxidável)
para seis vezes (TMA) para superar a fricção braquete/arco. (DRESHER;
BOURAEL; SCHUMACHER, 1989.)
Neste estudo, observaram-se resultados que de certa forma
contradizem com as constatações feitas por outros autores, podendo-se afirmar
64
o já descrito, por exemplo, por Hain; Dhopatkar; Rock, em 2003, que a variação
de métodos dificulta a comparação de resultados como os deste trabalho.
Os braquetes utilizados nesta investigação foram: metálicos Kirium
Line
®
, porcelana policristalina Imprigue
, cerâmicos monocristalinos
Mystíque
, cerâmicos monocristalinos Signature
e os cerâmicos
monocristalinos InVu
.
A maior resistência friccional encontrada foi para os braquetes
policristalinos Imprigue
, seguido pelos braquetes metálicos Kirium Line
®
,
porém sem que houvesse significância estatística. Esses resultados são
compatíveis com Dwoning; McCabe; Gordon (1994), que encontraram maior
resistência friccional nos braquetes metálicos do que nos cerâmicos, porém
valores não estatisticamente significantes. Entretanto, Pratten et al.(1990)
afirmaram que os braquetes de aço inoxidável geraram menores forças
friccionais que os braquetes cerâmicos policristalinos em todos os testes
realizados.
Ao se comparar as forças friccionais dos braquetes cerâmicos
policristalinos Imprigue
aos monocristalinos Mystíque
, mesmo tendo
apresentado força de atrito maior, esse resultado não foi estatisticamente
significante. Em relação aos cerâmicos monocristalinos Signature
e aos
cerâmicos monocristalinos InVu
, os resultados foram estatisticamente
significantes para p<0,05, embora a média de atrito do Signature
apresente-se
menor.
A resistência ao atrito do braquete metálico Kirium Line
®
foi maior que
no cerâmico Mystíque
e no cerâmico InVu
, porém sem significância
estatística. Quando relacionados ao Signature
, os resultados foram
estatisticamente significativos à probabilidade de 5%. Ireland, Sherriff,
McDonald (1990), ao comparar os braquetes de aço aos cerâmicos,
observaram maior resistência friccional nos cerâmicos, mas somente quando
usados com fios retangulares de menor espessura; entretanto, em nossa
65
pesquisa, utilizaram-se fios de aço, .019” x .025”, constatando-se resultados
semelhantes.
Este maior coeficiente de atrito para os braquetes metálicos em relação
aos cerâmicos tamm foi verificado pelos estudos de Omana; Moore; Bagby
(1992), Nishio et al. (2004).
Os resultados deste estudo evidenciaram que a força friccional foi maior
nos braquetes metálicos do que na maioria dos braquetes de porcelana. E pelo
fato desta observação ser divergente em relação aos trabalhos já publicados,
procuraram-se na literatura ortodôntica possíveis evidências científicas que
justificassem este fato. Na seqüência, buscaram-se informações técnicas
pertinentes a fabricação do acessório Kirium
®
. Fez-se contato com o Sr. Tufy
Lemos Filho, diretor presidente da empresa fabricante dos braquetes Kirium
®
,
o qual nos informou que no processo de fabricação dos braquetes citados,
suas canaletas são confeccionadas por meio do uso de discos de corte, com
objetivo de serem mais precisas, tendo exatamente as medidas especificadas.
Desta forma, respondem melhor ao torque prescrito e, conseqüentemente,
oferecem melhores resultados aos ortodontistas.
Essa explicação é plausível e deve ser confirmada, mas pode
explicar o fato de ter-se obtido maior atrito nestes braquetes metálicos.
Segundo Creekmore (1996), discorrendo sobre vantagens e desvantagens dos
aparelhos ortodônticos pré-ajustados, disse que a idéia do pré-ajustado é
simplificar o trabalho do ortodontista. Creekmore explica que existem limitações
em todos os aparelhos pré-ajustados, traduzidas por uma folga entre o arco e a
canaleta do braquete, mesmo com fios de espessura total”, devido às
tolerâncias do fabricante. As tolerâncias das canaletas .018” x .025” variam de
.182” a .192” com variação média de .187”, e a dimensão .018” dos fios é
geralmente feita com .178”. Isto resulta em uma folga de para cada lado em
relação ao centro.
A observação feita por Creekmore (1996) representa uma segunda
justificativa para a ocorrência de maior atrito dos metálicos em relação aos
66
cerâmicos, pois a diferença no diâmetro do fio acima do prescrito e a canaleta
dentro da dimensão especificada pode gerar maior atrito.
A análise dos resultados do Mystíque
quando
comparado aos dos
Signature
e InVu
, demonstrou não haver diferenças estatisticamente
significantes. Os Grupos Signature
e InVu
tamm evidenciaram que as
diferenças entre eles não são significativas à probabilidade de 5%. Esses
resultados são parcialmente semelhantes aos de Pratten et al. (1990) que não
encontraram diferenças estatisticamente significantes entre grupos de
braquetes cerâmicos para (p< 0.001), obtendo o resultado de (p < 0.82).
Omana; Moore; Bagby (1992) confirmaram que braquetes cerâmicos mais
lisos, injetados no molde, parecem criar menos fricção que os outros
cerâmicos.
Uma das explicações plausíveis para a diferença de atrito entre os
braquetes de porcelana e os braquetes de aço inoxidável, é que nos últimos
anos as empresas investiram pesadamente na melhoria do desenho dos
braquetes de porcelana, redesenhando suas canaletas, suas bases e aletas.
Enquanto, em nossa opino, os braquetes metálicos foram deixados em
segundo plano, principalmente com relação à ao desenho de suas canaletas.
Talvez se a preocupação ocorresse no sentido de melhorar também os
braquetes metálicos, as forças de atrito encontradas hoje seriam ainda
menores.
Baseados na discussão acima, podemos afirmar que os braquetes
cerâmicos evoluíram enormemente nas últimas cadas no quesito atrito.
Porém, é importante afirmar que outros fatores que os tornam menos
eficientes que os metálicos, como por exemplo a friabilidade. Pesquisas
adicionais devem ser efetuadas para que estes problemas sejam resolvidos.
É importante salientar a necessidade de novas pesquisas na área,
avaliando-se as dimensões das canaletas de braquetes cerâmicos e metálicos
e tamm as dimensões dos fios ortodônticos utilizados, tanto retangulares
67
quanto redondos. As avaliações in vitro não reproduzem as condições que
ocorrem durante o tratamento ortodôntico, mas servem para que se tenha um
direcionamento para que respostas melhores sejam alcançadas nas atividades
clínicas.
68
7. CONCLUSÕES
69
7. CONCLUSÕES
Com base nos resultados alcançados neste estudo, podemos afirmar que:
1. Dentre os 4 grupos de braquetes cerâmicos testados, 3 apresentaram
coeficiente de atrito menor que o dos metálicos.
2. Existem diferenças entre os 4 tipos de porcelana testados, sendo os do
grupo II os de maior coeficiente de atrito.
70
Referências Bibliográficas
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREASSEN, G.F.; QUEVEDO, F.R. Evaluation of friction forces in the .022
X .028” Edgewise bracket in vitro. J. Biomech., Elmsford, v. 3, n. 2, p. 151-160,
Mar. 1970.
ANGOLKAR, P.V. et al. Evaluation of friction between ceramic brackets and
orthodontic wires of four alloys. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop. St. Louis,
v. 98, n. 6, p. 499-506, Dec. 1990.
BAZAKIDOU, E. et al. Evaluation of frictional resistance in esthetic brackets.
Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 112, n. 2, p. 138-144, Aug.
1997.
BEDNAR, J. R.; GRUENDEMAN, G. W.; SANDRIK., J.L. A comparative study
of frictional forces between orthodontic brackets and arch wires. Am. J. Orthod.
Dentofacial Orthop. St. Louis, v. 100, n. 6, p. 513-522, Dec. 1991.
BRAUN, S. et al. Friction in perspective. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop.,
St. Louis, v. 115, n. 6, p. 619-627, June 1999.
CACCIAFESTA, V. et al. Evaluation of friction of conventional and metal-insert
ceramic brackets in various bracket-archwire combinations. Am. J. Orthod.
Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 124, n. 4, p. 403-409, Oct. 2003.
CACCIAFESTA, V. et al. Evaluation of friction of stainless steel and esthetic
self-ligating brackets in various bracket-archwire combinations. Am. J. Orthod.
Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 124, n. 4 p. 395-402, Oct. 2003.
CREEKMORE, T. On treatment Mechanics. Journal of Clinical Orthodontics.
Hempstead, N.Y. v. 30, n. 11, p. 631 a 638, Nov. 1996.
72
DE FRANCO, D.J.; SPILLER JUNIOR, R.E.; VON FRAUNHOFER, J.A.
Frictional resistances using Teflon-coated ligatures with various brackets-
archwire combinations. Angle Orthod., Appleton, V.65, N.1, P. 63-72, Feb.
1995.
DICKSON, J. & JONES, S. Frictional characteristics of a modified ceramic
bracket. J. Clin. Orthod., Hempstead, N.Y. v.30, n.9, p. 516-518, Sep. 1996.
DOWNING, A.; MCCABE, J.F. and GORDON, P.H. A study of frictional forces
between orthodontic brackets and archwires. Br. J. Orthod., Oxford, v. 21, n.4,
p. 349-357, Nov. 1994.
DOWNING, A.; MCCABE, J.F. and GORDON, P.H. The Effect of the artificial
saliva on the frictional forces between Orthodontic brackets and archwires. Br.
J. Orthod., Oxford, v. 22, n.1, p. 41-46, Feb. 1995.
DRESCHER, D.; BOURAUEL, C.; SCHUMACHER, H.A. Frictional forces
between bracket and arch wire. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis,
v. 96, n.5, p. 397-404, Nov. 1989.
EDWARDS, G.D., DAVIES, E.H., and JONES, S.P. The ex vivo effect of
ligation technique on the static frictional resistance of stainless steel brackets
and archwires. Br. J. Orthod., Oxford, v. 22, n. 2, p. 145-153, May 1994.
FRANK, C.A.; NIKOLAI, R.J. A comparative study of frictional resis-tances
between orthodontic bracket and arch wire. Am. J. Orthod. Dentofacial
Orthop., St. Louis, v. 78, n.6, 593-609, Dec. 1980.
GONZALEZ, M. N. Braquetes Cerâmicos. 2003. 55 f. Monografia
(Especialização)-Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas. Bauru, 2003.
HAIN, M., et al. The effect of ligation method on friction in sliding mechanics.
Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 123, n.4, p. 416-422, April
2003.
73
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 4.ed.
LTC, Rio de Janeiro, V.1, Cap. 5, p. 71-103,1996.
HO, K. S.; WEST, V. C. Friction resistance between edgewise brackets and
archwires. Aust. Orthod. J., Brisbane, v. 12, n.2, p. 95-99, Oct. 1991.
HUFFMAN, D.J., WAY, D.C. A clinical evaluation of tooth moviment along
archwires of two different sizes. Am. J. Orthod., Saint Louis, v.83, n.6, p. 453-
459, Jun 1983.
IRELAND, A.J.; SHERRIFF, M.;MCDONALD, F. Effect of bracket and wire
composition on frictional forces. Eur. J. Orthod., London, v. 13, n. 4, p. 322-
328, Aug. 1991.
KAPILA, S. et al. Evaluation of friction between edgewise stainless steel
brackets and orthodontic wires of four alloys. Am. J. Orthod. Dentofac.
Orthop., Saint Louis, v.98, n.2, p. 117-126, Aug. 1990.
KAPUR, R.; SINHA, P.; NANDA, R.S. Comparison of frictional resistance in
titanium and stainless steel brackets. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St.
Louis, v. 116, n.3, p. 271-274, Sept. 1999.
KARAMOUZOS, A.; ATHANASIOU, A. E. and PAPADOPOULOS M. A. Clinical
characteristics and properties of ceramic brackets: A comprehensive review.
Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 112 n. 1, p. 34-40, July
1997.
KEITH, O.; JONES, S. P.; DAVIES, E. H. The influence of bracket material,
ligation force and wear on frictional resistance of orthodontic brackets. Br. J.
Orthod. Oxford, v. 20, n. 2, p. 109-115, May 1993.
LOFTUS, B.P. ET AL. Evaluation of friction during sliding tooth movement in
various bracket-arch wire combinations. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop.,
St. Louis, v. 116, n. 3, p. 336-345, Sept. 1999.
74
NICOLLS, J. Frictional forces in fixed orthodontic appliances. Dent, Pract.
Dent. Rec., Bristol, V. 18, n. 10, p. 362-366, Jun. 1968.
NISHIO, C. et al. In vitro evaluation of frictional forces between archwires and
ceramic brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop; St. Louis, v. 125, n. 1, p.
56-64, Jan. 2004.
OMANA, H.M.; MOORE, R.N. and BAGBY, M.D. Frictional properties of metal
and ceramic brackets. J Clin Orthod; Hempstead, N.Y. v. 26, n. 7, p. 425-432,
July 1992.
PHILLIPS, H.W. The Editor’s corner: The Advent of ceramics. J. Clin. Orthod.
Hempstead, N.Y., p. 69-70, feb. 1988.
PRATTEN,D.H. et al. Frictional resistance of ceramic and stainless steel
orthodontic brackets. Am. J. Orthod.Dentofacial Orthop. St. Louis, v. 98, n. 5,
p. 398-403, Nov. 1990.
SANTOS, C. F. Avaliação da resistência à tração de brackets cerâmicos e
metálicos colados em pré-molares humanos em ambiente úmido. 1999.
152 f. Dissertação (Mestrado em odontologia)-Faculdade de Odontologia ,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
SECCO, A. S. Determinação da Rugosidade, força de deslizamento,
coeficiente e resistência de atrito entre braquetes e fios ortodônticos.
1999. 193 f. Tese (Doutorado em Materiais Dentários)-Faculdade de
Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba,
1999.
SHIVAPUJA, P.K; BERGER, J. A comparative Study of conventional ligation
and self-ligation bracket systems. Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop.; St. Louis,
v. 106, n. 5, p. 472-480, Nov. 1994.
SWARTZ, ML. Ceramic brackets. J. Clin. Orthod., Boulder, v. 22 n.2, p. 82-88,
Feb. 1988.
75
TANNE, K. et al. Frictional forces and surface topography of a new ceramic
bracket. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 106, n. 3, p. 273-
278, Sept. 1994.
TAYLOR, N.G.; ISON, K. Frictional resistance between orthodontic brackets
and archwires in the buccal segments. Angle Orthod; Appleton, v. 66, n. 3, p.
215-222, May/June 1996.
THORSTENSON, G. and KUSY, R. Influence of stainless steel insert on the
resistance of esthetic brackets with second-order angulation in the dry and wet
states. Algle Orthod.; Appleton, v. 73, n.2, p. 167-175, Apr. 2003.
TSELEPIS, M.; BROCKHURST, P.; WEST, V. C. The dynamic frictional
resistance between orthodontic brackets and arch wires. Am. J. Orthod.
Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 106, n. 2, p.131-138, Aug. 1994.
VAUGHAN, J.L, et al. Relative kinetic frictional forces between sintered
stainless steel brackets and orthodontic wires. Am. J. Orthod. Dentofacial
Orthop., St. Louis, v. 107, n.1, p. 20-27, January 1995.
WADHWA, R.K. et al. Frictional resistance in ceramic and metal brackets.
J.Clin.Orthod. Hempstead, N.Y., v. 38, n. 1, p. 35-38, Jan. 2004.
WADHWA, R.K.; KWON, H.K.; CLOSE, J.M. Frictional resistance of different
bracket-wire combinations. Aust. Orthod. J.; Brisbane, v. 20, n. 1, p. 25-30,
May 2004.
YAMAGUCHI, K. et al. A study of force application, amount of retarding force,
and bracket width in sliding mechanics. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop.,
St. Louis, v. 109, n. 1, p. 50-56, Jan. 1996.
ZAR, J.H. Biostatistical analysis. New Jersey: Prentice-Hall, 3
rd
ed., 1996.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo