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PATRICIA ITOCAZO ROCHA
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA
DE UNIÃO DE DOIS SISTEMAS ADESIVOS
AUTOCONDICIONANTES À DENTINA HUMANA
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia do Campus de São José dos
Campos da Universidade Estadual Paulista,
como parte dos requisitos pra a obtenção do
título de MESTRE, pelo Programa de Pós-
Graduação em ODONTOLOGIA
RESTAURADORA, Especialidade em
Dentística.
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PATRICIA ITOCAZO ROCHA
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA
DE UNIÃO DE DOIS SISTEMAS ADESIVOS
AUTOCONDICIONANTES À DENTINA HUMANA
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia do Campus de
São José dos Campos da Universidade Estadual Paulista, como parte
dos requisitos pra a obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de
Pós-Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA,
Especialidade em Dentística.
Orientador Prof. Dr. José Roberto Rodrigues
São José dos Campos
2005
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Apresentação gráfica e normalização de acordo com:
BELLINI, A.B.; SILVA, E.A. Manual para elaboração de
monografias: estrutura do trabalho científico. São José dos Campos:
FOSJC/UNESP, 2002. 82p.
ROCHA, P. I. Avaliação comparativa da resistência de União de
dois sistemas adesivos autocondicionantes à dentina humana. o
José dos Campos, 2005. 129f. Dissertação (Mestrado em Odontologia
Restauradora, Especialidade em Dentística) Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista,
São José dos Campos, 2005.
Dedicatória
A meu amigo e marido Rodrigo Guedes Fernandes
À minha filha Isabela Rocha Fernandes
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Aos meus pais Matilde I. Rocha e Milton Rocha, meu
agradecimento pelo amor que nos une.
Ao meu querido amigo e professor José Roberto
Rodrigues, pela generosidade, pelo exemplo de profissionalismo e
pela oportunidade.
A minha amiga Alessandra Bühler Borges, pelo
verdadeiro apoio e amor nos meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia do Campus de São José
dos Campos, Universidade Estadual Paulista, representada pelo Sr.
Diretor Prof. Adj. Paulo Villela Santos Junior e pelo Vice-Diretor
Prof. Dr. José Roberto Rodrigues.
Ao Prof. Adj. Clóvis Pagani, coordenador do Programa
de Pós-Graduação em Odontologia, Área de Concentração em
Odontologia Restauradora.
À Profa. Adj. Márcia Carneiro Valera, vice-
coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Área
de Concentração em Odontologia Restauradora.
A todos os Professores e Funcionários do Programa de
Pós-Graduação em Odontologia Restauradora, pela prontidão em
ajudar sempre que necessário.
Aos queridos professores que fizeram parte da minha
graduação, em especial à Filomena, João Cândido, Rosehelene,
Sérgio, Regina Célia e Maria Amélia.
A Liliane M. Franchitto, pelo apoio para a realização
deste curso e pela amizade que nos une.
Às minhas amigas Joice L. Garotti, Raquel G.
Fernandes e Ana Cristina S. Kokanj.
À Carolina J. Ramos, à Denise K. Oyafuso e ao
Marcos K. Itinoche, pela amizade.
Aos amigos e colegas de pós-graduação Cristiani S.
Barbosa, Rodrigo M. de Araújo e Patrícia Marra de Sá.
A todos os funcionários técnicos-administrativos que
direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho.
E meu profundo agradecimento a Deus, fortemente
presente em minha vida.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .................................................................... 06
LISTA DE TABELAS ................................................................... 07
LISTA DE QUADROS .................................................................. 08
LISTA DE ABREVEATURAS DE SIGLAS ................................. 09
RESUMO ....................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ...................................................................... 15
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................... 19
2.1 Considerações sobre a dentina e adesivos convencionais ........ 19
2.2 Adesivos autocondicionantes .................................................. 32
2.3 Ensaios mecânicos e pontas de diamante CVD ....................... 73
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................... 85
4 MATERIAL E MÉTODO ...................................................... 86
4.1 Adequação e preparo dos dentes ............................................. 86
4.2 Preparo da superfície dentinária .............................................. 88
4.3 Materiais utilizados ................................................................. 89
4.4 Condições experimentais ........................................................ 91
4.5 Confecção dos corpos-de-prova miniaturizados ...................... 95
4.6 Ensaio de microtração ............................................................. 95
4.7 Planejamento estatístico .......................................................... 97
4.8 Observação sobre MEV .......................................................... 98
5 RESULTADOS ...................................................................... 99
5.1 Resistência à microtração ........................................................ 99
6 DISCUSSÃO .........................................................................105
6.1 Do material ............................................................................105
6.2 Dos resultados........................................................................108
7 CONCLUSÕES .....................................................................116
8 REFERÊNCIAS ....................................................................117
ABSTRACT ....................................................................................129
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Preparo dos dentes .................................................... 87
FIGURA 2 - Sistema utilizado ........................................................ 88
FIGURA 3 - Sistema CVD utilizado ............................................... 89
FIGURA 4 - Materiais adesivos autocondicionantes ....................... 91
FIGURA 5 - Bloco de resina composta fotopolimerizável .............. 93
FIGURA 6 - Máquina de cortes seriados ........................................ 94
FIGURA 7 - Obtenção dos corpos-de-prova miniaturizados ........... 95
FIGURA 8 - Paquímetro modificado .............................................. 96
FIGURA 9 - Desempenho esquemático “Box-and-Wisker Plot”.... 101
FIGURA 10 Gráfico das médias para os valores de resistência .... 103
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados de resistência de união adesiva (MPa) .......... 100
Tabela 2 - Estatística descritiva sob diferentes condições ......... 100
Tabela 3 - Teste análise de variância (ANOVA 2 fatores) ........ 102
Tabela 4 - Formação de grupos homogêneos, após o teste ........ 104
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Materiais empregados, fabricantes, lotes e. .............. 90
Quadro 2 - Procedimentos para aplicação dos sistemas .............. 92
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANOVA = Análise de variância
Bis-HEMA = Bisfenol A-polietilenoglicol Dieter dimetacrilato
Bis-GMA = Bisfenol A-Diglicidil Éter Dimetacrilato
CQ = canforoquinona
EDTA = Ácido Etilenodiamino Tetracético
Fenil-P = 2-Metacriloxietil Fenil-Hidrogênio Fosfatado
4-MET = 4 Metacriloxietil do Ácido Trimelitato
4-META = 4 Metacriloxietil Anidrido de Trimelitato
HEMA = Hidroxi Etil Metacrilato
MET = Microscopia Eletrônica de Transmissão
MEV = Microscopia Eletrônica de Varredura
MFA = Microscopia de Força Atômica
MMA = Metil Metacrilato
MPa = Mega Pascal
mW/cm
2
= Miliwatts por Centímetro Quadrado
NPG = N-Fenilglicina
PMMA = Polimetil Metacrilato
TBB = Tri-n-Butil Borano
TEGDMA = Trietilenoglicol Dimetacrilato
UDMA = Uretano Dimetacrilato
m = micrometro
nm = nanômetro
1 MPa = 0.102 kgF / mm
2
ROCHA, P. I. Avaliação comparativa da resistência de união de
dois sistemas adesivos autocondicionantes à dentina humana. o
José dos Campos, 2005. 129f. Dissertação (Mestrado em Odontologia,
Espcialidade em Dentística) Faculdade de Odontologia de São José
dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos,
2005.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi comparar a resistência de união de dois
sistemas adesivos autocondicionantes com diferentes métodos de preparo da dentina.
Foram utilizados 32 molares humanos hígidos armazenados em solução de Cloramina T,
sendo que a superfície de dentina oclusal foi exposta e planificada. Os dentes foram
aleatoriamente divididos em quatro diferentes condições experimentais de acordo com o
sistema adesivo: Clearfil SE Bond - SE (Kuraray) ou One-Up Bond F ONE e com o
todo de preparo da dentina: ponta diamantada (Komet) em alta rotação - D ou ponta de
diamante (INPE) em ultra-som - CVD. Os adesivos foram aplicados de acordo com as
recomendações do fabricante e foram confeccionados blocos de 5mm de altura de resina
composta fotopolimerizável TPH (Dentsply), pela técnica incremental. Após estocagem
em água destilada por 24 horas a 37ºC, foram realizadas secções seriadas no sentido
sio-distal e vestíbulo-lingual, obtendo-se espécimes, em foram de palitos, com secção
transversal de aproximadamente 0.8 mm
2
. Os corpos-de-prova foram submetidos ao
ensaio de microtração com velocidadde de 0.5mm/min e célula de carga de 10kg, na
máquina de ensaios Emic. Os resultados foram submetidos à análise estatística ANOVA e
teste de Tukey (5%). Os resultados demonstraram os seguintes valores, em MPa: D/SE:
24,06±8,84, D/ONE: 15,03 ± 8,61, CVD/SE: 39,90 ± 8,24 e CVD/ONE: 15,03 ± 8,61.
Concluiu-se que o sistema adesivo Clearfil SE Bond apresentou superioridade
significativa de resistência de união em relação ao preparo com ponta CVD, o método de
preparo da dentina interferiu no desempenho do Clearfil SE Bond e, por outro lado, não
influenciou o desempenho do One-Up Bond F.
PALAVRAS-CHAVE: adesivos dentinários autocondicionantes; resistência à tração;
pontas CVD; camada de esfregaço; molar; humano; in vitro; dentina; estudo comparativo.
1 INTRODUÇÃO
O conceito de adesividade abriu novas possibilidades
da Odontologia Restauradora para restabelecer a forma, a função e a
estética de tecidos dentais perdidos por patologias ou por fraturas.
Investimentos em pesquisas que possam avaliar o desempenho dos
materiais e técnicas restauradoras m sido estimulados, com o
objetivo de fornecer embasamento para a aplicação clínica e subsídios
para o desenvolvimento de novas técnicas e materiais.
Em 1955, Buonocore
9
apresentou uma metodologia
para aumentar a adesão de resinas acrílicas ao substrato dentário, a
partir do emprego do ácido fosfórico a 85% na superfície do esmalte
por 30 segundos, que promoveu a quelação nos cristais de
hidroxiapatita, criando microretenções no tecido amelogênico. Este
trabalho revolucionário que deu início à odontologia adesiva, na
medida em que apresentou um procedimento seguro e eficiente em
relação ao esmalte.
Porém, a adesividade de materiais resinosos ao
substrato dentinário tem sido um grande desafio aos pesquisadores,
considerando-se as diferenças morfo-funcionais da dentina em relação
ao esmalte. A dentina apresenta-se como um tecido de alto conteúdo
orgânico, permeável, de íntima relação com o tecido pulpar,
apresentando, dentre outras características, atividade metabólica,
16
Presença de fluidos dentinários com pressão positiva da polpa e
diferenças regionais de umidade (MARSHALL JUNIOR
33
, 1993).
A smear layer é uma camada de debris de corte que se
forma sobre a dentina quando esta é instrumentada, contém
quantidades variáveis de saliva, bactérias, partículas de tecido dentário
etc. A morfologia e caracterização da smear layer é determinada pelo
instrumento utilizado, sendo que a espessura desta camada função de
instrumentação seca ou úmida durante a utilização de instrumentos
rotatórios e pela região da dentina, que apresenta proporções
diferentes de tecidos orgânico e inorgânico (JOYNT et al.
29
, 1991).
O conceito do condicionamento ácido total em esmalte
e em dentina, favorecendo a remoção da smear layer, proposto por
Fusayama et al.
18
(1979), aliado à hibridização dentinária proposta por
Nakabayashi et al.
38
(1982), constituíram a base dos sistemas adesivos
dentinários, caracterizando-os com de quarta e quinta gerações.
O mecanismo de ação destes materiais tem sido
questionado devido à falhas na qualidade da interface adesivo-
dentinária, que desencadeiam sensibilidade pós-operatória, infiltração
marginal e prejudicam as propriedades mecânicas da restauração. O
sobrecondicionamento ácido causa uma desmineralização profunda da
dentina de forma que o monômero pode não infiltrar completamente,
originando regiões com fibras colágenas expostas (não hibridizadas) e
suscetíveis à hidrólise (SANO et al.
53
, 1994; TAY et al.
63
, 2000).
A manutenção da umidade dentinária após as etapas de
condicionamento, lavagem e secagem da dentina, constituem-se
passos críticos da técnica, porque não é clara e objetiva a
17
determinação da umidade dentinária, sendo o excesso de umidade
quanto a secagem excessiva, prejudiciais para a qualidade da
hibridização (NAKABAYASHI & SAIMI
37
, 1996; NAKABAYASHI
& PASHLEY
36
, 2000).
Com o objetivo de simplificar a técnica adesiva e
torná-la menos sensível, Watanabe et al.
78
, em 1994, apresentaram os
adesivos autocondicionantes, aplicados diretamente sobre a smear
layer, sem a etapa prévia do condicionamento ácido. Os monômeros
acídicos (4-META), com propriedades hidrofílicas e hidrofóbicas,
promovem a desmineralização da dentina subjacente ao mesmo tempo
em que infiltram-na.
Considerando-se que smear layer promove o selamento
da superfície dentinária e redução da permeabilidade, pesquisas m
sido desenvolvidas para verificar a relação entre o tipo de
instrumentação do tecido dentinário e o desempenho de adesivos
autocondicionantes, que estes materiais podem dissolver, modificar
ou incorporar a camada de debris em sua aplicação (KOIBUCHI et
al.
32
, 2001; TAY & PASHLEY
62
, 2001; OGATA et al.
40-1
, 2001 e
2002).
Continuando a tendência de desenvolver sistemas
adesivos de fácil aplicação, foi introduzido um novo sistema
autocondicionante, de passo único, representando os adesivos de
sétima geração, também conhecidos por all-in-one. A proposta destes
materiais é combinar numa mistura, agentes condicionadores, primer e
adesivo, de forma que a aplicação seja um passo único, o que supõe-se
18
vantagem sobre os autocondicionantes de dois passos, os self-etching
primers (FREEDMAN & LEINFELDER
17
, 2002).
Diante deste quadro, este trabalho propõe-se a
comparar a resistência de união à dentina de um adesivo
autocondicionante de passo único com um adesivo de dois passos e, o
desempenho destes materiais variando-se o método de preparo
superficial: ponta diamantada convencional em alta-rotação ou ponta
de diamante CVD em ultra-som.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Para tornar o texto de fácil compreensão, este capítulo
foi dividido em tópicos: 2.1 considerações sobre a dentina e
adesivos convencionais; 2.2 adesivos autocondicionantes; 2.3
métodos de ensaios mecânicos e pontas de diamante CVDentus.
2.1 Considerações sobre a dentina e adesivos convencionais
Em 1982, Nakabayashi et al.
38
realizaram um
experimento marcante que trouxe à odontologia um novo conceito ao
verificar a efetividade da solução 4-META, a partir de cilindros de
acrílico aderidos à superfície amelogênica dentinária, de origem
humana e bovina condicionadas com solução de ácido cítrico a 10% e
de cloreto férrico a 3% (solução10-3). Foi constatado que monômeros
resinosos anfóteros, ou seja, com grupos hidrofílicos e hidrofóbicos,
como a solução 4-META, infiltravam-se entre as fibras colágenas
expostas pelo componente ácido da solução 10-3. Após a
polimerização, foi verificada a presença de uma zona ácido-resistente,
de dentina desmineralizada permeada por resina, denominada camada
híbrida, que incrementava a resistência de união adesivo-dentinária.
20
Este experimento demonstrou que a obtenção da adesão se efetivava
não apenas pela formação dos tags no interior dos túbulos dentinários,
mas também pela retenção micromecânica entre os agentes resinosos e
as fibras colágenas desmineralizadas da dentina intertubular.
Pashley et al.
45
, em 1993, estudaram a permeabilidade
dentinária à agentes adesivos. Prepararam terceiros molares humanos
que formaram quatro grupos para estudo em microscopia eletrônica de
varredura: Grupo I: dentina fraturada, sendo metade da porção tratada
com ácido e deixada úmida antes da fixação; Grupo II: dentina
fraturada, sendo que metade da porção foi condicionada com ácido e
seca com jato de ar antes da fixação; Grupo IV: smear layer formada
com ponta diamantada de granulação média, sendo metade da porção
tratada com ácido e deixada úmida antes da fixação; Grupo V: smear
layer formada com ponta diamantada de granulação média, sendo que
metade da porção foi condicionada com ácido e seca com jato de ar
antes da fixação. O Grupo I paresentou aspecto típico de dentina
fraturada, ou seja, sem smear layer, com túbulos dentinários abertos,
com 1,5 um de dmetro e a porção tratada com ácido apresentou
aumento do diâmetro dos túbulos dentinários e perda de estrutura
dentinária peritubular. Para Grupo II observou-se a perda da rede de
fibras colágenas, com magnificação de 5.400 vezes. O Grupo III
apresentou debris de corte cobrindo a superfície dentinária, sem
apresentar a abertura dos túbulos dentinários, para a metade
condicionada, notaram-se túbulos dentinários abertos e resíduos de
smear plugs. Para o Grupo IV, a parte que foi condicionada e seca
revelou auncia de smear layer e smear plugs e uma superfície com
21
rachaduras ou trincas e aumento considerável da porosidade. Os
autores Mitchem e Gronas, em 1986, estudaram o efeito do tempo de
extração e da espessura do remanescente dentinário na resistência
adesiva ao cisalhamento de seis sistemas adesivos. Para avaliar o
efeito da profundidade dentinária na adesão, os sistemas adesivos
foram aplicados em dentina com espessura de 2 mm. Restaurações de
resina composta foram confeccionadas e os corpos-de-prova
submetidos ao teste de cisalhamento na máquina de ensaios Instron.
Após a resistência de união ter sido avaliada, a espessura de dentina
foi reduzida para 1,5 mm e para 0,75 mm. Realizados os
procedimentos de adesão e restaurações descritos, os corpos-de-prova
foram submetidos ao ensaio. Os resultados sugerem que a espessura
de dentina interferiu na adesão, sendo que esta diminui na medida em
que se aproxima da mara pulpar.
Em 1997, Pashley e Carvalho
47
, realizaram um estudo
de revisão de literatura sobre a estrutura dentinária e a relação com os
mecanismos de adesão, destacaram a importância da difusão do
adesivo nos túbulos dentinários e pelos espaços criados entre as fibras
colágenas a partir do condicionamento ácido. Tamm discutiram as
vantagens e desvantagens do condicionamento ácido, aplicação do
primer e adesivo em passos separados. Foi constatado que a
resistência de união depende do tratamento da superfície dentinária,
comparando-se a dentina fraturada, com condicionada, abrasionada e
dentina com smear layer, sendo que a maior resistência de união foi
encontrada com dentina condicionada com solução ácida, com a
presença de tags de resina e camada híbrida. Os autores concluíram
22
que a compreensão das características da permeabilidade dentinária
provê importantes subsídios para o desenvolvimento e
aperfeiçoamento dos mecanismos de união adesivo-dentinário.
Marshall Junior
33
, em 1993, apresenta em trabalho de
revisão da literatura, a importância do conhecimento das
características e propriedades da dentina, como fator determinante
para o desenvolvimento de materiais adesivos e restauradores
eficientes, de conceitos preventivos e curativos das doenças
associadas à saúde bucal. Apresenta também que uma ampla área de
pesquisadores tem se proposto a investigar novos métodos de adesão
ao tecido dentinário, sendo que estes trabalhos m focado novas
técnicas restauradoras e desenvolvimento de materiais que favoreçam
excelente adesividade e longevidade das restaurações, com adequada
resistência de união e prevenção de microinfiltração marginal. Fatores
relacionados à complexa estrutura, à composição e às propriedades
sico-mecânicas são fundamentais para o entendimento das limitações
impostas por este tecido e podem direcionar as pesquisas e a favorecer
a análise crítica das limitações das restaurações que envolvem o tecido
dentinário.
Tay et al.
65-66
, em 1996, realizaram um trabalho para
avaliar se o grau de umidade superficial da dentina interfere no
desempenho de sistemas adesivos. Para este experimento foram
utilizados 24 molares humanos hígidos a partir dos quais foram
obtidos discos de dentina de aproximadamente 1.0 a 1.5mm de
espessura. Os espécimes foram divididos aleatoriamente em três
grupos; sendo que em todos aplicou-se ácido fosfórico a 10% por 20
23
segundos, enxaguados com água e restaurados com All Bond II
(Bisco). A diferença de tratamento para os três grupos sucedeu-se da
seguinte forma: para o grupo 1 a superfície dentinária foi seca por 30
segundos com jatos de ar a 20cm de distância, sem deixar vestígios
visuais de água; para o grupo 2 a dentina foi seca com papel
absorvente e de forma que a superfície se apresentasse visivelmente
úmida; no grupo 3 gotejou-se água destilada sobre o substrato
dentinário. Os espécimes foram tratados com sistemas adesivos para a
obtenção de pares de discos aderidos e preparados para estudo em
microscópio óptico. Os resultados obtidos mostraram que o excesso de
umidade favorece a formação de espaços na interface dentina-primer,
de forma que abaixo destes encontram-se túbulos dentinários não
selados completamente, interferindo na resistência adesiva. Os
pesquisadores consideram que deva existir uma quantidade de água
necessária para que a rede de colágeno permaneça estável e
ponderaram quanto à possibilidade de sistemas adesivos, como o
pesquisado, que apresentam determinada quantidade de água, podem
comprometer a prática da técnica úmida.
Os autores Tay et al.
65-66
, ainda em 1996, estudaram o
efeito da umidade superficial na interface adesivo-dentinária.
Similarmente ao trabalho anterior dos mesmos autores, a metodologia
se repetiu com a diferença do preparo para análise em microscopia
eletrônica de varredura. Foram utilizados 24 terceiros molares
humanos hígidos, com os quais foram confeccionados discos de
dentina de aproximadamente 1.0 a 1.5 mm de espessura. Os espécimes
foram divididos aleatoriamente em três grupos; sendo que em todos
24
aplicou-se ácido fosfórico a 10% por 20 segundos, enxaguados com
água e restaurados com All Bond II (Bisco). A diferença de
tratamento para os três grupos sucedeu-se da seguinte forma: para o
grupo 1 a superfície dentinária foi seca por 30 segundos com jatos de
ar a 20 cm de distância, sem deixar vestígios visuais de água; para o
grupo 2 a dentina foi seca com papel absorvente e de forma que a
superfície se apresentasse visivelmente úmida; no grupo 3 gotejou-se
água destilada sobre o substrato dentinário. Os espécimes foram
tratados com sistemas adesivos para a obtenção de pares de discos
aderidos e preparados para avaliação em microscopia eletrônica de
varredura. A camada híbrida estava presente nos três grupos, foi
verifica a deterioração desta interface e perda do selamento tubular na
medida em que se aumentava o grau de umidade. A verificação de
bolhas foi observada nos três grupos experimentais, porém mais
incidente e maior para o grupo onde o substrato tratado estava
visivelmente úmido. Concluíram então que tanto a presença de
espaços quanto o selamento incompleto dos túbulos, decorridos do
excesso de umidade, interferem no desempenho dos adesivos
avaliados.
Em 1997, Tay et al.
64
pesquisaram a interferência do
reumidecimento sobre a matriz de colágeno condicionada e também
alterada pela aplicação de glutaraldeído evidenciada por microscopia
eletrônica de transmissão. Foram utilizados molares humanos para
esta pesquisa, dos quais foram obtidos discos de dentina, que foram
condicionadas com ácido fosfórico a 10% e, em seguida, divididos em
cinco grupos antes da aplicação do sistema adesivo One Step (Bisco).
25
No grupo 1, a dentina apresentava-se visivelmente úmida, no grupo 2
secou-se a dentina com jato de ar por 3 segundos, a dentina do grupo 3
foi seca com jato de ar por 3 segundos e reumidecida com água, o
substrato dentinário do grupo 4 foi seco com ar por 3 segundos,
armazenado em solução de glutaraldeído a 8% por 15 minutos e, em
seguida lavada com água e seca com ar por 3 segundos, para o grupo 5
também secou-se a dentina com jato de ar por 3 segundos, armazenou-
se em solução de glutaraldeído por 15 minutos, lavada com água e
mantida úmida. Nos grupos 1 e 3 observou-se completa infiltração do
adesivo na zona de dentina desmineralizada. A infiltração do adesivo
no grupo 2 apresentou-se mais superficial e limitada à base da rede
desmineralizada. A infiltração foi mínima do adesivo ao longo da base
da rede de colágeno desmineralizada, colapsada e fixada pelo
glutaraldeído de forma irreversível. Os autores concluíram que a água
auxilia na restauração da plasticidade e a permeabilidade da rede
fibrilar de colágeno desmineralizada, tendo significativa importância
para a qualidade da hibridização.
Kanca III
30
, em 1998, desenvolveu um experimento
para avaliar o efeito do tempo de aplicação do primer sobre a
resistência de união de quatro sistemas adesivos. Para esta pesquisa
foram utilizados molares humanos hígidos. Cada um dos sistemas
adesivos (Amalgambond J. Morita, Linerbond 1 J. Morita,
Optibond FL Kerr e Scotchbond Multipurpose Plus 3M) com duas
variações de aplicação do primer, em relação ao fator tempo, de 5 e de
30 segundos, deineando dois grupos diferentes para cada um dos
adesivos, em seguida, confeccionou-se restauração de resina composta
26
(Bisfil All-Purpose Bisco Dental) com área de 4mm de diâmetro. Os
resultados encontrados foram para aplicação de 5 segundos: 9.2 MPa
(Scotchbond Multipurpose Plus), 15.8 MPa (Linerbond 1), 15.1 MPa
(Optibond FL), 18.8 MPa (Amalgambond) e 29.6 MPa (One Step).
Considerando-se a aplicação de 30 segundos, os valores médios para a
resistência de união ao cisalhamento foram, na mesma ordem, 25.7
MPa, 18.5 MPa, 19.6 MPa, 26.2 MPa e 28.2 MPa. Os resultados
obtidos permitiram ao pesquisador concluir que o tempo de aplicação
do primer tem efeito sobre a resistência de união, sendo que esta
variável também pode estar relacionada com o tipo de solvente
utilizado no primer, sendo que aqueles à base de acetona e álcool
interagem mais rapidamente com a superfície úmida e, para estes, o
aumento do tempo de aplicação, não interfere na resistência adesiva.
Este trabalho teve também por objetivo enfatizar a importância do
fabricante em incluir na recomendação de uso de sues produto o
tempo e a distância de secagem do primer.
Tao & Pashley
60
, em 1988, compararam a resistência
de união à dentina localizada mais ao centro da coroa e na dentina
situada sobre os cornos pulpares, variando a profundidade do substrato
dentinário e dois tipos de preparo, com lixa de granulação 320 e ponta
diamantada em baixa-rotação, para promover diferentes tipos de
smear layer.Foram utilizados terceiros molares humanos não-
erupcionados dos quais foram obtidas supercies de dentina, com
espessuras variadas. Para avaliar os diferentes tratamentos do
substrato, os pesquisadores determinaram como grupo controle
espécimes lavados com água durante 1 minuto e, para os grupos
27
experimentais, ultra-som por 1 hora, Tubilicid (EDTA 0.2% pH 7.1)
por 1 minuto, ácido cítrico 6% por 1 minuto e ácido fosfórico a 37%
por 15 segundos. A área de adesão, em forma circular com 3 mm de
diâmetro, foi confeccionada para a análise da resistência de união ao
cisalhamento, após estocagem durante 24 horas a 37º C. Os resultados
apresentados pelos autores mostraram que a resistência adesiva alterou
de acordo com o tipo de smear layer criada, sendo superior quando a
dentina foi preparada com lixa. Foi constatada também menor
resistência adesiva na dentina profunda condicionada com ácido
cítrico ou ácido fosfórico comparativamente à dentina superficial.
Kanca III
31
(1992) avaliou a capacidade de união de
um sistema adesivo hidrofílico em esmalte e dentina, empregando o
adesivo All-Etch/All Bond com ácido fosfórico a 10% e a 37%.
Utilizou dentes humanos extraídos e montados em caixas de resina
acrílica, de forma que as superfícies dentinárias foram expostas e
desgastadas com lixa de papel de granulação 320. Após a
armazenagem em água destilada a 4ºC por 24 horas, as superfícies
foram tratadas com as diferentes concentrações de ácido e, em seguida
lavadas e seca com ar comprimido ou deixadas úmidas com a remoção
do excesso de água com uso de papel absorvente. Os primers foram
misturados e aplicados em quatro camadas consecutivos e após 10
segundos, as superfícies foram secas de três formas diferentes: com
papel absorvente, com jatos de ar por 3 segundos ou com jatos de ar
por 5 segundos. Aplicou-se então uma camada uniforme de resina sem
carga, fotopolimerizou-se por 20 segundos e foram construídos
cilindros de resina composta fotopolimerizável (Bisfil Bisco Dental)
28
com 4 mm de diâmetro e 2.5 mm de espessura. Após a estocagem por
24 horas, os espécimes foram submetidos ao teste de cisalhamento. Os
resultados mostraram que a maior resistência adesiva relacionou-se à
superfície que foi mantida úmida para ambas as concentrações de
ácidos. Foi considerado que, adesivos à base de acetona e, com
características hidrofílicas, a umidade da dentina deixa de ser
inconveniente e, pelo contrário, desejável para uma adesão mais
efetiva.
Nakabayahi & Saimi
37
(1996) estudaram se a presença
da smear layer influencia a adesividade à dentina. Para tanto,
prepararam a superfície dentinária com pasta de hidroxiapatita e ultra-
som, em seguida aplicaram a solução 20P-30H, como um agente auto-
condicionante, dividindo os espécimes em dois grupos, com
aplicações de 30 ou 60 s, tendo como controle exemplares sem a
aplicação da solução acídica. A resistência adesiva à tração, expressa
em MPa foi similar entre os grupos de 30 e de 60s. A espessura da
camada híbrida formada variou de 0,3 0,2 um para o grupo controle,
2.1 0,3 para aplicação de 30 s e 4.1 0,2 um para o grupo que
recebeu a aplicação de 60s. Observações sob microscopia eletrônica
de varredura e sob microscopia de transmissão eletrônica revelaram
que a solução 20P-30H criou canais de difusão entre a dentina rica em
cálcio, permitindo que o monômero difundisse no substrato dentinário.
A camada híbrida formada demonstrou resistência aos tratamentos
com HCl e NaOCl, sob microscopia sugerindo a estabilidade da união.
Tagami et al.
57
, em 1991, desenvolveram uma pesquisa
para comparar a resistência adesiva à dentina, com diferentes
29
tratamentos da superfície dentinária. Utilizaram três sistemas adesivos
diferentes: Scotchbond DC, sem a remoção da smear layer e o Clearfil
Photobond e o Superbond C&B, ambos com condicionamento ácido
prévio, sendo o gel de ácido fosfórico ou a solução de 10% de ácido
cítrico com 3% de cloreto férrico, respectivamente. Utilizaram
terceiros molares não-erupcionados que tiveram a superfície dentinária
exposta a 0.7mm da junção amelodentinária. A smear layer criada
pelo disco diamantado foi removida com solução de EDTA a 0.5 M
(pH 7.4) por 2 minutos. Para padronizar a smear layer e separa os
espécimes em grupos, utilizou-se: a) ponta diamantada em caneta de
alta-rotação, sob abundante irrigação à água, passando a ponta 3 vezes
a velocidade de 5 mm/s; b) o mesmo método foi aplicado em outro
grupo(2), mas sem irrigação à água; c) para o terceiro grupo (3),
utilizou-se lixa de carbeto de silício de granulação 80, sob pressão
manual. A permeabilidade dentinária foi então mensurada novamente,
sendo que os valores foram expressos baseados no percentual máximo
do valor da superfície tratada com EDTA. As supercies dentinárias
dos grupos descritos foram tratadas com uma das duas soluções
ácidas: gel de ácido fosfórico (Kuraray, Japan) por 1 minuto e a
solução 10-3 (Sun Medical, Japan) por 30 segundos. A
permeabilidade foi novamente medida e as alterações detectadas
foram expressas em percentuais em relação ao valor máximo
(tratamento com EDTA), sendo dez espécimes para cada um dos
grupos. Três tipos de materiais resinosos foram utilizados de acordo
com as instruções dos fabricantes e, em seguida, utilizou-se a resina
composta auto-polimerizável (Clearfil FII, Kuraray, Japan); os
30
espécimes foram estocados em água destilada a 37º C por 24 horas e
submetidos ao ensaio de cisalhamento, com velocidade de
0.5mm/min. Os resultados mostraram que a smear layer produzida
pela ponta diamantada em alta-rotação com ou sem irrigação à água e
com lixa de papel granulação 80 diminuem a permeabilidade para 1-
3% do valor referência. A permeabilidade dentinária aumenta após o
tratamento da smear layer com a solução e o gel ácido, mas a
alteração na percentagem de permeabilidade é bem maior para o gel
ácido (87-146%) do que para a solução 10-3 (35-60%),
independentemente do método de preparo da superfície dentinária. A
dentina preparada com lixa de carbeto de silício de granulação 80
apresentou maior alteração de permeabilidade quando comparada à
dentina preparada com ponta diamantada em alta-rotação, com ou sem
irrigação à água. Para o Scotchbond DC não houve diferença
significante entre os três métodos de cortes, o Clearfil Photobond foi
superior que para o grupo do Scotchbond DC, mas sem diferença entre
os métodos de cortes. O SuperBond C&B apresentou a maior
resistência, considerando-se os três materiais, sendo que os grupo
preparado com ponta diamantada em alta-rotação com irrigação
apresentou maior resistência do que os preparados sem irrigação ou
com lixa de carbeto de silício de granulação 80.
Hashimoto et al.
21
, em 2002, realizaram uma pesquisa
experimental para avaliar a resistência de união de dois adesivos de
frasco único utilizados com diferentes períodos de condicionamento
ácido da dentina e relacionar a resistência de união com o modo de
fratura observada em microscopia eletrônica de varredura. Os autores
31
testaram a hipótese que não diferença na resistência da união
adesivo-dentinária e no local de falha adesiva relacionados ao tempo
de condicionamento ácido. Foram utilizadas superfícies dentinárias de
pré-molares humanos, abrasionadas com lixa de papel de granulação
600 para criar uma smear layer uniforme. Foram aplicados dois
sistemas adesivos: One-Step (OS: Bisco, IL) e o OptiBond Solo (OP:
Kerr Corp., CA). As superfícies dentinárias foram divididas
aleatoriamente em oito grupos de acordo com o tempo de
condicionamento ácido: 15, 60, 120 ou 180 segundos, sendo que o
tempo recomendado pelos fabricantes é de 15 segundos para cada um
dos sistemas. O excesso de água foi removido com algodão deixando
a superfície visivelmente úmida. Em seguida, duas camadas do
adesivo foram aplicadas consecutivamente e secas com ar comprimido
e então, fotopolimerizou-se o material por 10 segundos. Foram
confeccionados blocos de resina composta em quatro camadas de 1
mm, sendo cada uma delas fotopolimerizada por 60 segundos. Os
espécimes foram estocados em água deionizada por 24 horas a 37º.C.
Após o ensaio mecânico, as superfícies fraturadas foram preparadas
para análise em microscopia eletrônica de varredura. A fração de área
de cada modo de fratura foi expressa em porcentagens do total da
superfície fraturadas de todos os espécimes. O modo de fratura foi
categorizado em três tipos: fratura no adesivo ou na resina composta
(I), fratura na camada híbrida (II) e na zona de dentina
desmineralizada (III). Os resultados mostraram que a resistência
adesiva para o OS diminuiu com o aumento do tempo de
condicionamento (15s: 50.7 9.7 MPa e 180s: 12.1 4.6 MPa). Para
32
o OP, a resistência de união foi significativamente maior para 15
segundos (42.6 7.9 MPa) que para os demais grupos. Entretanto, não
houve diferença entre 60, 120 e 180 segundos. Em todos os grupos, a
fratura com a dentina desmineralizada representaram o menor
percentual do total de fraturas. A área de fratura coesiva da resina ou
do adesivo diminuiu com o aumento do tempo de condicionamento
ácido para o OS. Entretanto, não houve alteração na percentagem da
área observada entre 60, 120 e 180 s para os grupos do OP. Os autores
concluíram que a presença da zona de dentina desmineralizada
apresenta pouco efeito na resistência de união e que foi observada
relação entre a resistência adesiva e a área percentual de fraturas na
resina e na camada híbrida.
2.2 Adesivos autocondicionantes
Tay & Pashley
62
, em 2001, examinaram sob
microscopia de transmissão eletrônica a profundidade de penetração
de três sistemas adesivos em diferentes espessuras de smear layer
dentinária. Para isso, os pesquisadores prepararam a superfície
dentinária humana com lixas de carbeto de silício de diferentes
granulações, sendo que para o grupo controle os discos de dentina
foram obtidos por criofratura para uma superfície sem smear layer.
Para os espécimes dos grupos experimentais foram utilizadas lixas de
granulação 600 e 60, produzindo, respectivamente delgada e espessa
33
camada de smear layer. Os sistemas adesivos utilizados forma:
Clearfil Mega Bond, Non-Rinse Conditioner, Prime&Bond NT e
Prompt L-Pop. Os espécimes foram desmineralizados e embebidos em
resina epóxica para a análise em microscopia de transmissão
eletrôncia. Para o grupo Mega Bond foi encontrada uma autêntica
camada híbrida, com espessura entre 0,4-0,5 m com a presença de
smear plugs e smear layer. Para o grupo que recebeu Non-Rinse
Conditioner e Prime&Bond NT também foi encontrada camada
híbrida autêntica com espessura variando de 1,2-2,2 m de espessura,
sendo que a smear layer e a smear plugs foram completamente
dissolvidas com preparos que produziram smear layer delgada e para
a superfície com espessa smear layer, observou-se retenção parcial de
smear layer e smear plugs no complexo hibridizado. Para a superfície
que recebeu o Prompt L-Pop, observou-se uma camada híbrida de 2,5-
5 m, sendo que a smear layer e a smear plug foram completamente
dissolvidas em ambas as espessuras de smear layers. Os estudiosos
destacam a classificação dos adesivos autocondicionantes como leve,
moderados e agressivos, referindo-se ao potencial iônico dos mesmos
e, então, a sua capacidade de penetrar a smear layer e demineralizar,
em diferentes profundidades a dentina subjacente. Os sistemas mais
agressivos formam uma camada híbrida espessa, similar às formadas
pelo sistema que se valem do ácido ortofosfórico.
Watanabe et al.
78
(1994) pesquisaram uma solução
autocondicionante experimental de fenil-P, variando a concentração
em 0, 5, 10, 20 e 30% em associação ao HEMA em concentração de
30%, em dentina bovina Essas soluções foram utilizadas como
34
condicionadores dentinários para promover a união entre sistema
adesivo e a smear layer. Como controle, utilizou-se solução de HEMA
a 30%, aplicando por 60 segundos no substrato dentinário. Aplicaram
nas superfícies dentinárias desgastadas com lixa de granulação 600, as
soluções experimentais de pré-tratamento durante 1 minuto, o sistema
adesivo e uma camada de resina composta. Os espécimes foram
divididos em dois grupos, para serem submetidos ao ensaio mecânico
ou preparados para observação em microscopia eletrônica de
transmissão. Este grupo foi dividido em dois subgrupos (superfície
dentinária fraturada no teste de adesão e superfície dentinária
preparada exclusivamente ao estudo qualitativo). O grupo que recebeu
a solução experimental Fenil P na concentração de 20% apresentou
resistência de união significativamente maior, 10,4 MPa e o grupo
controle de 4,7 MPa. Nas observaçãoes à microscopia, a superfície
dentária fraturada, onde utilizou-se p Fenil P a 20%, apresentou
solubilização dos cristais minerais ao redor do colágeno, demostrando
uma pequena penetração na matriz dentinária. Quando aplicada no
substrato dentinário com smear layer, este sistema adesivo
desmineralizou e incorporou a smear layer, penetrando na superfície
dentinária e formando uma camada híbrida contendo smear layer. Os
autores concluíram que esse sistema adesivo, com condicionador e
primer, aplicados simultaneamente, oferece vantagens em relação aos
sistemas adesivos convencionais, de quarta e quinta gerações.
Cardoso et al.
10
, em 2000, pesquisaram o desempenho
de união de dois sistemas adesivos autocondicionantes em esmalte e
dentina: Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray) e Clearfil SE Bond
35
(Kuraray), utilizando como controle um sistema adesivo convencional
de passo único, o Excite (Vivadent). O desempenho foi avaliado a
partir do ensaio mecânico de microtração, utilizando-se 6 molares
humanos hígidos, cujas supercies foram desgastadas com lixas de
carbeto de silício de granulação 600, sob irrigação abundante. Os
adesivos forma aplicados segundo as recomendações do fabricante.
Em seguida, confeccionaram-se blocos de resina composta
fotopolimerizável Tetric Ceran (Vivadent) para a posterior obtençaão
de corpos de prova miniaturizados, na forma de palitos. Desta forma,
foram estocados em água destilada a 37º C por 24 horas. Os valores
encontrados foram: Os espécimes tratados com Clearfil Liner Bond
2V apresentaram resistência de 37,0 MPa, aqueles tratados com o
Clearfil SE Bond, 46,4 MPa e o grupo controle, 45,5 MPa.
Carvalho
11
et al. (2005) em estudo qualitativo buscam
fornecer evidências da presença de um espaço entre a profundidade de
desmineralização e a profundidade de infiltração. Para tanto,
utilizaram molares humanos extraídos e estocados em solução de
Cloramina T a 1% a C e usados no prazo de no máximo 1 mês após
a extração. A superfície oclusal e metade da dentina foram removidas
usando disco em baixa-rotação sob irrigação à água. A superfície
dentinária foi polida com lixa granulação 180 para criar um substrato
à adesão com espessura similar à smear layer criada clinicamente. Os
sistemas adesivos autocondicionantes utilizados de passo único foram
Xeno III, iBond, Brush&Bond e uma formulação experimental, e os
autocondicionantes de dois passos, Clearfil SE Bond e Clearfil Protect
Bond, foram aplicados de acordo com as recomendações do
36
fabricante. Três dentes receberam o tratamento com cada um dos
adesivos e, em seguida, foi construída uma camada de resina
composta. Os espécimes foram então estocados em água destilada a
37ºC por 24 horas. Eles foram cortados em fatias e a interface adesiva
exposta a 50% em peso de solução de prata amoniacal (pH=9,5) por
24 horas. Os espécimes foram enxaguados e processados para
microscopia eletrônica de transmissão. Espécimes desmineralizados,
corados, mas não impregnados de prata foram tamm preparados
para exame controle da espessura da camada híbrida. As imagens
digitalizadas foram avaliadas por três examinadores, que verificaram
padrões diferentes de impregnação por prata de acordo com os
sistemas adesivos utilizados. Uma zona parcialmente condicionada
mas não infiltrada de dentina foi identificada abaixo da camada
híbrida tanto em versões suaves de autocondicionantes de passo único
e de dois passos, sendo que este espaço foi caracterizado pela
ocorrência de depósito de prata pelos espaços interfibrilares de fibras
colágenas mineralizadas. A prata infiltrada foi claramente identificada
de: Xeno III, iBond, Brush&Bond, formulação experimental e, por
outro lado, apr4esentava-se mais fina e mais ocasionalmente
observada nos adesivos autocondicinantes de dois passos: Clearfil SE
Bond e Clearfil Protect Bond.
Wang & Spencer
77
, em 2004, realizaram um estudo
cuja proposta foi de prover informações diretas e compreensíveis a
respeito da morfologia, qualidade e química da interface adesiva.
Removeram um terço da superfície oclusal de 18 terceiros molares
não-erupcionados. Prepararam a superfície dentinária e,
37
aleatoriamente, os dividiram de acordo com um dos três sistemas
adesivos que seriam aplicados, sendo um autocondicionante de passo
único (Clearfil SE Bond) e dois autocondicionantes de dois passos
(One-Up Bond F e Prompt L-Pop). A superfície de dentina tratada foi
seccionada perpendicular e paralelamente à superfície adesiva. Os
espécimes foram submetidos a três tipos de estudos que geram
resultados quantitativos (espessura) e qualitativos (grau de
complexidade). Os resultados encontrados mostraram que a diferença
de agressividade dos sistemas adesivos (pH), provoca diferenças na
camada híbrida, da seguinte forma: quanto menos r o pH, maior a
espessura da camada híbrida e que os adesivos autocondicionantes de
passo único geram uma camada híbrida mais complexa.
Oliveira et al.
44
, em 2003, objetivaram determinar o
efeito da smear layer dentinária criada por vários métodos de abrasão
na adesão de sistemas adesivos autocondicionantes e de sistemas de
condicionamento ácido total. Discos de dentina humana foram
abrasionados com jato de alumina de 0,05 m, lixas abrasivas de
granulação 240, 320 e 600, ponta carbide, ponta diamantada fina e
ponta diamantada. Os espécimes foram submetidos ao ensaio
mecânico de cisalhamento, após receberem o tratamento com o
adesivo autocondicionante ou convencional e restaurados com resina
composta. A smear layer foi caracterizada pela sua espessura com
microscopia eletrônica de varredura, a rugosidade superficial com
microscopia de força atômica e a reatividade com os adesivos, baseada
nanporcentagem de túbulos dentinários abertos, pela microscopia
eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que a resistência de
38
união foi maior para o autocondicionantes, a resistência de união
diminuiu conforme aumentou-se a rugosidade do substrato dentinário.
A rugosidade superficial e espessura da smear layer aumentam
significativamente com a aspereza do instrumento. Também foi
constatado que após a aplicação do adesivo autocondicionante, a
abertura dos túbulos dos espécimes abrasionados com ponta carbide
não diferiram dos abrasionados com lixa de granulação 240 ou 320,
mas diferiram dos espécimes abrasionados com lixa de granulação
600 a significância deste trabalho es relacionada aos seguintes
aspectos: quanto ao adesivo, notou-se que o autocondicionante
proporcionou maior resistência de união, que a maior resistência
mecânica está associada com uma smear layer mais fina, e que,
geralmente, a lixa de granulação 320 usada para abrasionar a
superfície produz um resultado próximo à da ponta carbide, sendo
então seu uso indicado para a simulação (in vitro) quando se avalia um
adesivo autocondicionante.
Em 2003, Torri et al.
72
estudaram o efeito do EDTA
utilizado como condicionador de dentina antes da aplicação do
sistema adesivo na resistência de união da resina composta à dentina.
Foram utilizados dois sistemas adesivos de passo único, ou all-in-one,
One-up Bond F (Tokuyama) e Reactmer Bond (Marca), um sistema
adesivo com primer autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray) e
um sistema adesivo convencional Single Bond (marca). O substrato
dentinário avaliado neste estudo foi de origem bovina. A superfície de
dentina foi preparada com lixa de carbeto de silício de granulação 600.
Dos 80 dentes, metade foi condicionada com solução aquosa de
39
EDTA 0,5mol (pH 7,4), aplicada por 60 segundos e enxaguada com
água e a outra metade não recebeu tratamento. Após a superfície ter
sido seca com jato de ar, os espécimes receberam os sistemas adesivos
de acordo com as recomendações dos fabricantes. Para o Reactmer
Bond, aplicou-se primer/adesivo na supercie dentinária por 20
segundos, seca com suave jato de ar e fotopolimerizada por 10
segundos, o mesmo procedimento foi realizado com o sistema One-up
Bond F. Para o Clearfil SE Bond (Kuraray), primeiro aplicou-se o
primer por 20 segundos e procedeu-se à secagem suave de jato de ar.,
o adesivo foi então aplicado, seguindo-se a aplicação do jato de ar e
fotopolimerização por 10 segundos. O grupo controle recebeu o Single
Bond (3M), inicialmente a dentina foi condicionada com ácido
fosfórico em gel a 35%, por 15 segundos, enxaguada com água e seca
com papel absorvente. O adesivo foi aplicado e secom com suave jato
de ar para a evaporação do solvente, então repetiu-se a aplicação do
adesivo e então fotopolimerizado por 10 segundos. Uma camada de
resina composta foi confeccionada e obtidos corpos-de-prova para
serem submetidos a ensaios de resistência à tração. Os resultados
obtidos e representados em MPa foram: 9.3 3.5 (OB), 11.6 2.0
(RB), 23.2 4.9 (SE) e 19.7 4.1(SB). A resistência de união para os
espécimes condicionados com EDTA apresentou os seguintes valores:
15.0 3.0 (OB), 16.8 3.6 (RB), 22.8 5.2 (SE) e 19.4 5.1 (SB).
Os testes estatísticos revelaram que a dentina condicionada com a
solução de EDTA apresentou resistência adesiva superior à não
condicionada, referentes aos sistemas adesivos de passo único, mas
não foram encontradas diferenças estatísticas significantes para os
40
sistemas autocondicionantes de dois passos e o sistema adesivo
convencional. O estudo da interface adesiva revelou que o espécime
condicionado com a solução de EDTA apresentou uma espessura de
camada híbrido maior que aqueles não condicionados, exceto para o
sistema adesivo convencional.
Hashimoto et al.
22
(2001) realizaram um estudo para
caracterizar a estrutura de união adesivo-dentinária de três sistemas
adesivos usando análise de fratura após os corpos-de-prova serem
submetidos ao teste de tração. Foram utilizados vinte p-molares não
cariados e extraídos por razões ortodônticas, com o consentimento
livre e esclarecido dos pacientes. Os dentes foram armazenados em
solução salina a C pelo prazo máximo de dois meses após a
extração. Foram expostas superfícies de dentina da porção coronária
por cortes perpendiculares ao longo eixo do dente. A superfície de
cada espécime foi tratada com lixa de carbeto de silício granulação
600, sob irrigação à água. Foram utilizados três sistemas adesivos:
Mac Bond II (Tokuyama, Co., Ltd., japan), One-Step (Bisco Inc.,
USA) e Single Bond (3M Dental Products, USA). Para o Mac Bond
II, a superfície de dentina foi tratada com o primer autocondicionante
por 20 segundos e recebeu suave jato de ar por poucos segundos. Uma
fina camada de adesivo foi aplicada e fotopolimerizada por 30
segundos e então confeccionou-se um bloco de seis camadas de resina
composta, de aproximadamente 1mm de espessura cada incremento,
polimerizado por 60 segundos. Para o One-Step, a superfície
dentinária foi condicionada com ácido fosfórico a 32% e, em seguida,
enxaguada abundantemente com água. O excesso da água foi
41
removido com algodão e, então uma fina camada de adesivo foi
aplicada e fotopolimerizada por 10 segundos e confeccionado, pela
técnica incremental, um bloco de resina composta, sendo cada
incremento fotopolimerizado por 60 segundos. Para o Single Bond,
condicionou-se a superfície dentinária por 15 segundos e enxaguou-se
com spray de água, sendo o excesso removido com algodão, deixando
uma superfície visivelmente úmida. Em seguida, uma fina camada de
adesivo foi aplicada e fotopolimerizada por 10 segundos, e então,
confeccionou-se um bloco de resina composta, pela técnica
incremental, em seis incrementos, sendo cada um deles
fotopolimerizado por 60 segundos. Após a estocagem dos espécimes
em água destilada a 37º C por 24 horas. Foram obtidos corpos-de-
prova miniaturizados de área adesiva aproximadamente de 0.9mm2,
sendo que 60 cp foram testados para cada grupo. Após o teste de
microtração, todas as superfícies fraturadas foram estudas em
microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que não
houve deferenças significantes na resistência à tração dentre o Single
Bond (62.1 18.2 MPa) e One-Step (53.8 13.1 MPa) (p>0.05), mas
a resistência adesiva do Mac Bond II (36.5 13.7 MPa) foi
significativamente inferior que os demais sistemas adesivos.
Tani & Finger
59
, (2002) investigaram o efeito da
espessura da smear layer na resistência de adesão de três sistemas
adesivos autocondicionantes de passo único que apresentam diferentes
acidez. Para este experimento, utilizaram dois sistemas adesivos
comerciais: AQ Bond (Sun Medical, Japan) e Prompt L-Pop (3M-
ESPE, Germany), de pHs 2.5 e 1.1, respectivamente e um adesivo
42
experimental AC Bond (Haraeus Kulzer, Germany), de pH 2.1. Foram
utilizados dentes humanos que tiveram a superfície dentinária exposta
com a utilização da lixa de carbeto de silício de granulação 80. A
determinação da smear layer foi executada da seguinte forma: duas
superfícies dentinárias foram preparadas por abrasão úmida com lixa
de carbeto de silício de granulações: 80, 180, 240, 320, 400, 600 e
4000, com 60 movimentos para cada numeração, em direção única.
Dois dentes foram preparados com cinco pontas diamantadas,
passadas 30 vezes na superfície do dente, sob leve pressão, estas
pontas apresentavam granulação extra-grossa, grossa, média, fina e
extra-fina. A espessura da smear layer dentinária foi medida por
microscopia de luz incidente com magnificação de 1000x, provendo
uma leitura de 0.096 m. Para avaliação da resistência adesiva ao
cisalhamento, foram utilizadas as lixas acima apresentadas seguindo-
se a aplicação dos sistemas adesivos e da resina composta
fotopolimerizável Charisma (Heraeus, Germany), de acordo com as
indicações dos fabricantes, sendo que para o adesivo experimental,
foram bem misturados seus componentes e aplicado à dentina seca
suavemente com jato de ar, saturando a superfície com três aplicações
sucessivas do adesivo, seguindo-se de aplicação de jato de ar seco por
5 segundos para volatilizar o solvente e a ativação por luz halógena,
por 30 segundos. Os espécimes foram submetidos ao ensaio de
cisalhamento, após estocagem em água destilada a 37ºC por 24 horas.
Os resultados apresentados mostram que houve correlação logarítmica
entre a granulação do material de abrasão e a espessura da smear
layer. Em relação à resistência ao cisalhamento (SBS), foi verificado
43
que não houve diferença significante entre os adesivos quando da
utilização das diversas lixas. SBS do AC Bond (18.3 MPa) foi maior
que o SBS do AQ Bond e Prompt L-Pop (16.9 MPa). Os autores
concluíram que a espessura da smear layer aumenta com o decréscimo
do mero da lixa utilizada, ou seja, com o aumento da granulação.
Apesar da diferença da acidez, os três sistemas adesivos testados
foram equivalentes em relação à espessura da smear layer formada, de
2.6 m a 0.9 m.
Toledano et al.
68
, em 2004, avaliaram a resistência de
união pelo ensaio mecânico de microtração dos sistemas adesivo
autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray Mediac Inc., Japan) em
dois diferentes graus de hidratação dentinária. A rugosidade
superficial e a molhabilidade (medida do ângulo de contato) da água e
do primer do adesivo também foram avaliados neste substrato. A
medida do ângulo de contato foi realizada em quatro terceiros molares
humanos livres de cárie. Os espécimes tiveram a superfície oclusal
cortada para expor dentina a ser abrasionada com lixa de carbeto de
silício de granulação 180 para padronizar a smear layer. Em dois
espécimes, a smear layer foi completamente seca com jato de ar e em
dois espécimes, secou-se suavemente a dentina com jato de ar. As
medidas do ângulo de contato foram realizadas para avaliar a
molhabilidade da água e do primer do Clearfil SE Bond e a
rugosidade superficial também foi mensurada. Nos outros quatro
molares, o adesivo foi aplicado na dentina com ambos os graus de
hidratação; em seguida, foram confeccionados blocos de resina
composta Tetric Ceram (Kulzer, Germany). Após 24 horas, os
44
espécimes foram cortados para a obtenção dos corpos-de-prova
miniaturizados em forma de palitos para serem submetidos ao ensaio
mecânico. Os resultados apresentados mostram que o ângulo de
contato da água foi menor na smear layer hidratada, mas não foram
encontradas diferenças entre os diferentes graus de hidratação em
relação ao Clearfil SE Bond. A rugosidade superficial foi similar para
ambos os substratos e a resistência à microtração foi maior quando o
adesivo foi aplicado no substrato completamente seco pelo jato de ar.
Os pesquisadores concluíram que o sistema adesivo autocondiconante
Clearfil SE Bond apresenta desempenho superior se aplicado em
smear layer completamente seca por jato de ar.
Chaves et al.
13
, em 2002, avaliaram a resistência
adesiva à tração de dois sistemas adesivos autocondicionantes e um
sistema adesivo de quinta geração de frasco único. Para o experimento
foram utilizados 36 molares humanos que tiveram a porção oclusal e
radicular removidas por disco diamantado em baixa-rotação sob
irrigação à água, de forma que a superfície dentinária ficasse exposta.
Esta superfície foi abrasionada com lixa de pela de granulação 600 por
10 segundos para padronizar a smear layer; os dentes foram divididos
em 12 grupos. Os adesivos utilizados foram: Prime&Bond NT
(Dentsply Culk, USA), Clearfil Mega Bond (Kuraray, Japan) e Etch &
Prime 3.0 (Degussa Dental, Germany), aplicados de acordo com as
indicações dos fabricantes ou seguindo-se os passos descritos a seguir.
O adesivo do PB foi aplicado sem o uso do ácido fosfórico a 36%,
sendo este substituído pela aplicação da solução de EDTA (pH=7) por
2 minutos ou pelo jateamento com partículas de óxido de alumínio
45
(50um) por 10 segundos e pressão de 60 psi. Os adesivos
autocondicionantes, EP e CMB foram aplicados após o
condicionamento pvio do ácido fosfórico a 36% por 15 segundos ou
da aplicação a solução de EDTA a 0.5M por 2 minutos ou do
jateamento do óxido de alumínio por 10 segundos. Quando a
superfície foi tratada com as soluções ácidas ou jateadas, seguiram-se
o enxágüe com água por 15 segundos e a secagem com papel
absorvente. Foi confeccionada uma coroa de resina composta TPH
Spectrum (Dentsply Caulk, USA) com 6mm de altura, pela técnica
incremental em três camadas, polimerizadas por luz por 20 segundos.
Os espécimes foram estocados por 24 horas a 37º C. Foram então
obtidos palitos com aproximadamente 0.8 mm
2
de área adesiva e
submetidos ao ensaio de tração. Os resultados mostraram que a
resistência de união foi significativamente maior para o PB que para
os sistemas autocondicionantes e que não foram constatadas
diferenças de desempenho em relação aos diferentes tratamentos da
smear layer com o mesmo sistema adesivo utilizado. Os autores
concluíram que os valores de resistência de união variam de acordo
com o sistema adesivo, mas que diferentes tratamentos da smear layer
não afetam a resistência de união de um mesmo material.
Ogata et al.
40
(2002) avaliaram o efeito de preparos da
superfície dentinária com diferentes tipos de brocas na resistência de
união de sistemas adesivos. Para este experimento foram utilizados 24
molares humanos hígidos que tiveram a porção oclusal em esmalte
removida e polida com lixa de carbeto de silício de granulação 600,
sob irrigação à água. Os dentes foram então divididos em 4 grupos
46
(n=6) de acordo com o tipo de broca ou lixa utilizados: ponta carbide
de 12 lâminas (SB600), ponta carbide de 6 lâminas (SB703), ponta
diamantada com partícula de 100 m (DB) e, como grupo controle,
abrasão com lixa de carbeto de silício granulação 600 (AP#600). As
pontas dos grupos SB600 e SB701 foram montadas em micro-motor
(Intramatic Lux2, Germany) a 2000 rpm e os dentes do grupo DB
foram tratados com a ponta diamantada montada em turbina de alta-
rotação (Super Torque Lux2, Germany) a 100.000-120.000 rpm. Os
dentes foram preparados pelo mesmo operador em trinta passagens da
ponta na superfície dentinária sob irrigação abundante à água. Para o
grupo AP#600, os dentes foram preparados com vinte passagens da
lixa em única direção com 15cm de comprimento, sob irrigação à água
e pressão manual. Após o preparo da superfície dentinária, os dentes
foram tratados com o sistema adesivo autocondicionante Mac-Bond ll
(Tokuyama Dental, Japan) ou o sistema convencional de frasco único
Single Bond (3M, USA), de acordo com as instruções dos fabricantes.
Após esta etapa, foi confeccionado em cada dente, um bloco de resina
composta Clearfil AP-X (Kuraray, Japan), pela técnica incremental
em 4 camadas, sendo cada porção fotopolimerizada por 20 segundos.
Os espécimes foram estocados em água destilada a 37º C por 24 horas.
Foram obtidos corpos-de-prova em forma de ampulheta apresentando
área adesiva de aproximadamente 1mm2. O modo de fratura foi
avaliado em espécimes representativos usando microscopia eletrônica
de varredura. Os resultados mostraram que o Mac-Bond ll, não houve
diferença significante entre os grupos preparados com as pontas
laminadas e o grupo controle. O grupo DB do Mac-Bond ll produziu
47
menor resistência à tração que os grupos preparados com as pontas
laminadas e produziu menor resistência, porém não significante,
comparado ao grupo AP#600. Para o Single Bond, o grupo SB703
apresentou maior resistência de união (43.7 + 7.5 MPa) mas não
significante entre os outros grupos e o grupo controle (AP#600: 35.4 +
9.9 MPa; SB600: 34.1+9.7 MPa; DB: 37.6 + 8.1 MPa). A análise
estatística revelou que correlação entre o sistema adesivo e o
método de preparo da supercie dentinária. Em inspeção visual, a
maioria dos espécimes apresentou falha adesiva, confirmado por
microscopia de luz com aumento de 20x.
Ogata et al.
41
, em 2001, verificaram o efeito de
diferentes tipos de brocas e lixas no preparo da superfície dentinária
na resistência adesiva de três sistemas adesivos autocondicionantes,
considerando a hipótese nula de que diferentes métodos de preparo
desta superfície não estão correlacionados à resistência adesiva ao
tecido dentinário. Para esta pesquisa foram utilizados 36 terceiros
molares humanos de onde foram removidas a oclusal de cada dente,
expondo a superfície dentinária que foi abrasionada com lixa de
carbeto de silício de granulação 600. Os dentes foram então divididos
em quatro grupos (n=6) de acordo com o tipo de broca ou lixa
utilizados: ponta carbide de 12 minas (SB600), ponta carbide de 6
lâminas (SB703), ponta diamantada com partícula de 100 m (DB) e,
como grupo controle, abrasão com lixa de carbeto de silício
granulação 600 (AP#600). As pontas dos grupos SB600 e SB701
foram montadas em micro-motor (Intramatic Lux2, Germany) a 2000
rpm e os dentes do grupo DB foram tratados com a ponta diamantada
48
montada em turbina de alta-rotação (Super Torque Lux2, Germany) a
100.000-120.000 rpm. Os dentes foram preparados pelo mesmo
operador em trinta passagens da ponta na superfície dentinária sob
irrigação abundante à água. Para o grupo AP#600, os dentes foram
preparados com vinte passagens da lixa em única direção com 15cm
de comprimento, sob irrigação à água e pressão manual. Após o
preparo das superfícies os dentes foram tratados com um dos 3
sistemas adesivos: Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray, Japan), Clearfil
Liner Bond 2V (Kuraray, Japan) e Clearfil SE Bond (Kuraray, Japan),
de acordo com as recomendações dos fabricantes. Após esta etapa, foi
confeccionado em cada dente, um bloco de resina composta Clearfil
AP-X (Kuraray, Japan), pela técnica incremental em quatro camadas,
sendo cada porção fotopolimerizada por 20 segundos. Os espécimes
foram estocados em água destilada a 37ºC por 24 horas. Foram
obtidos corpos-de-prova em forma de ampulheta apresentando área
adesiva de aproximadamente 1mm
2
para submetê-los ao teste de
microtração. Oito terceiros molares foram usados para estudo em
microscopia eletrônica de varredura, preparados com as pontas e lixa
antes e após o tratamento com os adesivos autocondicionantes. Após
cada tempo de aplicação, o primer foi removido com solução aquosa
de acetona a 50% antes de serem preparados para o estudo em MEV.
Os resultados mostraram que a resistência adesiva à microtração que a
superfície dentinária preparada com lixa de granulação 600 (AP#600)
antes do procedimento adesivo apresentaram a maior resistência de
união, embora não significante (LB2: 40.4 + 9.7 MPa; 2V: 54.4 + 11.3
MPa; SE: 47.0 + 13.7 MPa). Por outro lado, o grupo DB apresentou
49
resultado significativamente inferior de resistência de união que os do
grupo AP#600 (LB2: 25.1 + 12.0; 2V: 25.5 + 8.1; SE: 30.2 + 7.9
MPa). Para todos os sistemas adesivos os grupos apresentaram a
resistência de união decrescente, com se segue:
AP#600>SB600>SB703>DB. Houve diferença significante entre os
grupos em relação ao sistema adesivo 2V. O teste estatístico revelou
interação significante entre o sistema adesivo e o método de preparo
da supercie dentinária. A maioria dos espécimes apresentou fratura
do tipo adesiva, sem diferenças entre os grupos estudados. Os autores
rejeitaram a hipótese de que não havia interferência entre o método de
preparo da dentina e a resistência da interface adesiva.
Chan et al.
12
(2003) compararam a resistência adesiva à
microtração ( TBS) e a ultra-estrutura da interface adesivo-dentinária
de quatro sistemas adesivos autocondicionantes aplicados em dentina
com delgada smear layer.Para o estudo de microtração foram
utilizados 16 terceiros molares. Removeu-se o esmalte da supercie
oclusal com disco diamantado em baixa-rotação sob irrigação à água.
A smear layer foi criada e padronizada com lixa de carbeto de silício
de granulação 180, sendo que cada dente foi dividido em duas
superfícies para a adesão. Dois adesivos autocondicionantes de dois
passos, o experimental ABF (Kuraray, Japan), Imperva Fluoro Bond
(Shofu, Japan), dois adesivos autocondicionantes de passo único, o
One-Up Bond F (Tokuyama, Japan) e AQ Bond (Sun Medical, Japan).
Os adesivos foram aplicados em um dos lados do dente de acordo com
as instruções do fabricante e, no outro lado, com agitação contínua
pelo mesmo período. Aplicadores tipo micro-brushforam utilizados
50
em todos os grupos, exceto para o AQ Bond que apresenta catalisador
incluído e aplicador próprio. Confeccionou-se um bloco de resina
composta Filtek Z250 (3M ESPE, USA), pela técnica incremental.
Após a estocagem em água destilada à 37º.C por 24 horas, os
espécimes foram cortados de modo a obter corpos-de-prova
miniaturizados em forma de palitos. Estes foram adaptados ao
dispositivo Bencor Multi-T e foram tracionados em máquina de
ensaios universal a velocidade de 1mm/min. As partes fraturadas de
dentina foram avaliadas em microscopia eletrônica de varredura e o
modo de fratura foi classificado em adesiva, coesiva em dentina ou
resina e fratura mista. Em oito terceiros molares também aplicou-se
cada um dos sistemas adesivos de acordo com as instruções do
fabricante e foram preparados para serem avaliados em microscopia
eletrônica de transmissão, para análise da ultra-estrutura da interface
adesivo-dentinária. Os resultados mostraram que tanto o adesivo
quanto o modo de aplicação interferem nos resultados de resistência à
microtração, mas a interação destes dois fatores não foi
estatisticamente significante. Para cada adesivo, a agitação no método
de aplicação produziu maior resistência de união quando comparado
ao método passivo. Quanto ao modo de fratura, constatou-se que foi
predominantemente adesiva para a aplicação passiva e do tipo mista,
quando da aplicação sob agitação. Sob microscopia eletrônica de
transmissão, observou-se que para a aplicação passiva, todos os quatro
sistemas adesivos aplicados incorporaram remanescentes de smear
layer, dependendo da agressividade do sistema adesivo utilizado, a
espessura da smear layer hibridizada variou entre 0.8-3.5 m. Para os
51
grupos onde o adesivo foi aplicado sob agitação, a smear layer foi
completamente dissolvida e não pode ser identificada na camada
híbrida formada. Esta apresentou variações de espessura dentre os
espécimes de 1-1.5 m, mais espessa que para a aplicação passiva.
Koibuchi et al.
32
, em 2001, investigaram o efeito da
smear layer na resistência adesiva em substrato dentinário humano.
Para esta pesquisa foram utilizados 15 molares humanos que tiveram a
porção oclusal de esmalte removida e foram divididos em dois grupos.
O primeiro grupo (n=9) teve a superfície dentinária abrasionada com
lixa de carbeto de silíco de granulação 180 e foi aplicado o sistema
adesivo Clearfil Liner Bond ll (Kuraray, Japan) e, o outro grupo, foi
preparado com o mesmo adesivo, mas a supercie dentinária foi
abrasionada com lixa de carbeto de silício de granulção 600. Foram
obtidos corpos-de-prova miniaturizados em forma de ampulheta. Os
espécimes foram estocados em água destilada a 37ºC por 24 horas
antes de serem tracionados em máquina de ensaios universal à
velocidade de 1.0 mm/min. As superfícies fraturadas, tanto da parte
dentinária quanto da resina foram examinadas em microscopia
eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que a resistência de
união do sistema adesivo autocondicionante Clearfil Liner Bond ll foi
de 10.0 (7.2) MPa para a lixa de granulação 180 e de 28.5 (5.2) MPa
para a padronização da smear layer com a lixa de granulação 600,
significativamente diferentes entre si.
Em 2002, Arrais & Giannini
5
avaliaram a
micromorfologia e a espessura da camada híbrida formada por
adesivos dentinários. Para este estudo foram utilizados 16 terceiros
52
molares humanos. A porção radicular foi removida com disco
diamantado em baixa-rotação e a porção coronária foi seccionada no
sentido mésio-distal com disco diamantado em baixa-rotação sob
intensa irrigação à água, de forma a obter 32 metades de coroas. A
porção oclusal de esmalte foi removida e padronizou-se a smear layer
com lixa de carbeto de silício de granulação 600. Os espécimes foram
divididos aleatoriamente em quatro grupos de (n=8), de acordo com o
sistema adesivo utilizado: o convencional de três passos, Scotchbonb
MP Plus (3M ESPE, USA), convencional de frasco único, o Single
Bond (3M ESPE, USA) e dois sistemas adesivos autocondicionantes,
o Clearfil SE Bond (Kuraray, Japan) e o Etch & Prime 3.0 (Degussa
Hüls, Germany). Após a aplicação dos sistemas adesivos de acordo
com as instruções dos fabricantes, foi aplicada a resina composta
Z100 (3M ESPE, USA), fotopolimerizada por 40 segundos. Os
espécimes foram estocados em água destilada a 37ºC por 24 horas. Os
espécimes foram preparados para serem analisados em microscopia
eletrônica de varredura para verificar a espessura da zona de difusão
adesivo-dentinária. Os resultados revelaram que houve diferença
significativa entre os grupos representada pela variedade de espessura
da camada híbrida formada de acordo com o adesivo aplicado no
substrato dentinário. O adesivo convencional Scotchbonb MP Plus
apresentou a camada híbrida de maior espessura (7.41 + 1.24 m),
enquanto que o Clearfil SE Bond formou a camada híbrida mais
delagada (1.22 + 0.45 m). Quando o sistema adesivo foi aplicado na
dentina condicionada com ácido fosfórico, a espessura da camada de
infiltração do adesivo foi maior que o observado após a utilização dos
53
sistemas adesivos autocondicionantes aplicados diretamente sobre a
smear layer. A penetração do monômero dentro dos túbulos
dentinários e a formação da zona de interdifusão ou camada brida
foi observada em todos os grupos.
Zheng et al.
80
(2001) avaliaram o efeito da espessura da
camada híbrida de dois sistemas adesivos na resistência de união. Para
esta pesquisa foram utilizados 46 molares humanos hígidos que
tiveram a porção coronária cortada perpendicularmente ao longo eixo
do dente. Desta forma, a superfície dentinária exposta foi abrasionada
com lixa de granulação 800. Os adesivos avaliados foram o Clearfil
Liner Bond 2V (Kuraray Co, Ltd, Japan) e o Single Bond (3M Dental
Products, USA), aplicados de acordo com as instruções dos
fabricantes. Em seguda, foi confeccionada uma coroa de resina
composta Clearfil AP-X (Kuraray, Japan) com 5mm de altura, pela
técnica incremental, sendo cada porção fotopolimerizada por 20
segundos com potência de 700mW/cm
2
. Os corpos-de-prova
apresentavam área adesiva de aproximadamente 1.0mm
2
e foram
submetidos ao ensaio mecânico. Após o teste, as porções fraturadas
foram submetidas ao exame de microscopia com magnificação de 10x.
A espessura da camada híbrida formada foi avaliada sob microscopia
eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que a resistência
adesiva aumenta com a espessura da camada híbrida formada do
Clearfil Liner Bond 2V. O maior valor de resistência adesiva (57.1
MPa) foi obtido com a maior espessura de camada híbrida (1100-
1500 m), mas este valor de resistência de união não foi
significativamente diferente para as espessuras de 700-870 m de
54
camada híbrida. A relação entre a resistência adesiva e a espessura de
camada híbrida foi positiva. Por outro lado, a resistência adesiva
apresentada pelo Single Bond é inversamente proporcional à espessura
da camada híbrida formada.
Harada et al.
20
, em 2000, avaliaram a resistência de
união por ensaio mecânico de tração (TBS) do adesivo Clearfil SE
Bond (SEB) em substrato dentário, porcelana e metal e compararam
com o desempenho de outros sistemas adesivos: Clearfil Liner Bond II
(LBII) e Liner Bond 2V (LB2V). Para o TBS, foram usados como
substrato: esmalte e dentina bovina, blocos de porcelanas, e liga de
Au-Ag-Pd. Testes de microtração também foram ensaiados utilizando-
se como substrato à dentina humana. Resultados: para a dentina
bovina, o valor de resistência de união foi de 19.6 MPa e similar aos
valores encontrados para os demais sistemas adesivos (p<0,05), sendo
que todos os materiais apresentaram fratura coesiva em dentina. Por
outro lado, frente ao teste de microtração, o SE apresentou
desempenho superior (47,0 MPa) ao LBII (37.4 MPa, p<0,05), sendo
que quase todos os corpos-de-prova exibiram fratura na interface
adesiva. Para a porcelana e para o metal, SEB apresentou valores de
TBS similares ao LB2V. Os resultados obtidos neste experimento
sugerem que o Clearfil SE Bond é muito útil e versátil para uso
clínico, pelo seu desempenho e também pela sua simplicidade de
aplicação e reduzida sensibilidade de técnica.
Toledano et al.
68
(2001) avaliaram a resistência
mecânica de união, pelo ensaio de cisalhamento, de substrato
dentinário e em esmalte, de três sistemas adesivos, sendo dois deles
55
autocondicionantes. O ângulo de contato dos primers destes três
sistemas foi medido para avaliar a molhabilidade em dentina
superficial e profunda. As medidas do ângulo de contato foram
obtidas em trinta molares humanos, sendo que a oclusal dos mesmos
foram seccionadas, de modo a expôs dentina e superficial e dentina
profunda. A superfície dentinária foi abrasionada com lixa de carbeto
de silício de granulação 600, sob irrigação à água para padroniza a
superfície dentinária. As medidas dos ângulos de contato foram
realizadas para avaliar a molhabilidade usando a análise pelo
Axisymmetric Drop Shape Analysis. O teste de resistência de união
em esmalte foi realizado em dentes bovinos, embutidos em caixas de
resina acrílica e abrasionados com lixa de granulação 800. Os
materiais adesivos e a resina composta foram aplicados de acordo com
as instruções do fabricante. Todos os espécimes foram estocados em
água destilada por 24 horas a 37º C e termociclados (500 ciclos). Os
dentes humanos tiveram a superfície dentinária exposta em dois
níveis, perto da junção amelo-dentinária e próximo à polpa dental.
Após a abrasão com lixa de carbeto de silício de granulação 500, os
dentes foram divididos em três grupos: (I) Clearfil SE Bond (CSEB)/
resina Clearfil AP-X, (II) Etch & Prime (E&P)/resina Degufill
Mineral e (III) Scotchbond Multi-Purpose Plus (SBMP)/ resina Z-100.
Resultados: O teste ANOVA a 1 fator e comparação múltipla Student-
Newman-Keuls, mostraram que não houve diferença entre eles, sendo
que a maior dia do ângulo de contato foi apresentada pelo SBMP.
Em esmalte, E&P apresentou a menos resistência mecânica, mas não
diferente estatisticamente do SBMP. Em dentina, o CSEB apresentou
56
a maior resistência de união, sendo que entre E&P e SBMP, não
houve diferença significante. Concluíram que o uso do adesivo
autocondicionante Clearfil SE Bond pode ser uma boa alternativa para
adesivos convencionais, que se valem do condicionamento com ácido
ortofosfórico, uma vez que o autocondicionante Clearfil SE Bond
apresenta simplicidade de técnica e resistência de união maior tanto
em esmalte quanto em tecido dentinário.
Em 2003, Perdigão et al.
49
testaram a seguinte
hipótese: um sistema adesivo autocondicionante ou SE poderia
resultar em menor sensibilidade pós-operatória que um sistema
convencional, total-etch ou TE; um SE poderia resultar em menor
integridade marginal que um adesivo TE. Os pacientes foram
selecionados com base na necessidade de restaurações classe I e II em
molares e pré-molares. Foram confeccionadas 30 restaurações com o
SE Clearfil SE Bond (Kuraray América, USA) e 36 restaurações com
Prime&Bond NT Dentsply Caulk, USA), usando ácido fosfórico a
34% para condicionar esmalte e dentina simultaneamente. Os preparos
cavitários foram padronizados, com todas as margens em esmalte. Sob
isolamento absoluto, os pesquisadores condicionaram as paredes de
esmalte e dentina com o self-etching primer (para o Clearfil SE Bond)
ou condicionaram com ácido fosfórico a 34% (para prime&Bond NT),
seguindo-se a aplicação do correspondnte adesivo. Os dentes foram
restaurados com resina composta indicada para restaurações
posteriores: Clearfil AP-X para Clearfil SE Bond ou Esthet-X Micro
Matrix Restorative para Prime&Bond NT. As restaurações foram
avaliadas no pré-operatório e após duas semanas, oito semanas e seis
57
meses, em relação à sensibilidade pós-operatória ao frio, ar e forças
mastigatórias, assim como a descoloração marginal. Os resultados
revelaram que não houve diferença significante entre o SE e o TE em
todos os períodos de tempo avaliados. A descoloração marginal foi
considerada ausente em todas as restaurações e apenas um dente
apresentou sensibilidade às forças oclusais após 6 meses. Concluíram
que o SE não difere do TE em relação à sensibilidade pós-operatória e
na descoloração marginal. Isto sugere que a sensibilidade pós-
operatória pode estar associada muito mais à técnica que ao tipo de
sistema adesivo utilizado.
Toledano et al.
69
, em 2003, avaliaram a resistência de
união de cinco sistemas adesivos tanto para dentina superficial quanto
para dentina profunda. Utilizaram terceiros molares extraídos, que
tiveram a coroa seccionada transversalmente tanto próximo à junção
esmalte dentina na oclusal quanto próximo à polpa. As superfícies
receberam o tratamento dos seguintes sistemas adesivos: a) três
adesivos convencionais de condicionamento ácido total e de dois
passos (Single Bond, Prime&Bond NT e Excite), b) um
autocondicionante de dois passos (Clearfil SE Bond) e um adesivo
autocondicionante de passo único (Etch&Prime 3.0), de acordo com
as recomendações dos fabricantes. Blocos de resina composta
fotopolimerizável foram confeccionados pela técnica incremental,
com a Z-100 (3M ). Após estocagem em água destilada por 24 horas a
37º.C, os dentes foram seccionados para a obtenção de vários palitos
de área adesiva de 1,0 mm2. Cada palito foi testado na máquina de
ensaios universal Instron à velocidade de 0,05 mm/min. Os resultados
58
foram analisados pela ANOVA a 2 fatores e comparação múltipla
(p=0,05). As interfaces adesivas também foram examinadas à
microscopia eletrônica de varredura. A nanoinfiltração foi avaliada
usando técnica por impregnação de prata. Dentre os grupos do Single
Bond, Prime&Bond NT e Clearfil SE Bond, não houve diferença
significante para adesão em dentina superficial; o menos valor esteve
associado com o adesivo Etch&Prime 3.0. Para a dentina profunda, o
maior valor de resistência de união foi obtido com o Clearfil SE Bond
e Prime&Bond NT. A resistência de união do Prime&Bond NT e
Excite foi significativamente maior para dentina profunda que para
dentina superficial e os demais sistemas adesivos apresentaram
resistência de união similar para ambas as profundidades de dentina
avaliadas.
Hayakawa et al.
23
(1998) investigaram a efetividade de
adesivos autocondicionantes na adesão em substrato dentinário e
amelogênico. Dois tipos de primers autocondicionantes foram
prepados. Um deles em solução aquosa de 2-metacriloiloxietil fenil
hidrogênio fosfato (fenil P) e 2- hidroxietil metacrilato (HEMA). O
outro foi preparado com 10-metacriloxidecil diidrogênio fosfato
(MDP) e HEMA. A influência da concentração do Fenil-P ou MDP
(5, 10, 20 e 30, representando as concentrações de forma crescente),
que altera o pH dos mesmos, bem como o tempo de aplicação foram
avaliados na resistência de união em esmalte e em dentina. Estas
superfícies foram preparadas com lixas de granulação 800 e 1000 e
tratadas com as soluções experimentais por 15, 30 ou 60 segundos. O
excesso do primer foi retirado com ar comprimido e foi aplicado o
59
agente adesivo Clearfil Photobond (Kuraray Medical Inc., Japan),
polimerizado por 10 segundos. Após a polimerização da resina
composta Clearfil AP-X (Kuraray Medical Inc., Japan), os corpo-de-
prova foram estocados por 24 horas a 37º.C. Como grupo controle,
utilizou-se o sistema MAC-BOND (Tokuyama, Japan), de acordo com
as indicações do fabricante e com a mesma metodologia descrita para
as soluções experimentais. Tanto a superfície de dentina quanto de
esmalte foram estudadas sob microscopia eletrônica de varredura, bem
como a presença de camada brida. Os resultados mostraram que para
concentrações do Fenil-P, 20P e 30P por 30 segundos, a resistência
em dentina foi superior que para as concentrações de 5P e 10P. Para a
concentração 30M (MDP) por 15 segundos foi superior comparada às
concentrações 5P, 10P e 20P pelo mesmo tempo. A smear layer foi
parcialmente dissolvida pelo primer autocondicionante e a camada
híbrida formada apresentou espessura de 1 a 1.5 um. Portanto,
adesivos autocondicionantes que apresentem como primer a solução
fenil-P ou MDP apresentam boa adesão para dentina e esmalte, sendo
materiais promissores para a confecção de restaurações resinosas.
Bouillaguet et al.
8
, em 2001, desenvolveram um
apesquisa para comparar o desempenho de seis sistemas adesivos
utilizando o ensaio de microtração. Foram utilizados trinta dentes
bovinos abrasionados com lixa de granulação 600 para obter
superfícies de dentina radicular. Foram avaliados dois adesivos
convencionais (Scotchbond Multipurpose Plus e OptiBond FL), quatro
sistemas adecsivos de passo único (Scotchbond 1, Asba S.AC., Prime
and Bond NT, Excite) e dois sistemas adesivos autocondicionantes
60
(Clearfil Liner Bond 2V e Prompt L-Pop). Cada sistema adesivo foi
aplicado de acordo com as instruções dos fabricantes, seguindo-se a
plicação da resina composta Z-100. Imediatamente após a confecção
das restaurações, os dentes foram preparados para o ensaio mecânico
de microtração, sendo que para cada material 14 espécimes foram
avaliados, seguindo-se a análise dos espécimes fraturados por
microscopia eletrônica de varredura. O Scotchbond Multipurpose Plus
apresentou valores superiores (30.3+-9.4 MPa) em relação aos demais
materiais. A resistência de união dos outros sistemas adesivos foi, em
ordem decrescente: OptiBond FL (22.4 4.3 MPa); Scotchbond
1(18.9 3.2 MPa); Clearfil Liner Bond 2V (18.9 3.0 MPa); Prime
and Bond NT (18.3 6.9 MPa); Asba S.A.C. (14.4 2.9 MPa); Excite
(13.8 3.7 MPa); Prompt L-Pop (9.1 3.3 MPa). O modo de fratura
foi predominantemente do tipo adesiva. Os autores concluíram que o
sistema adesivo convencional produziu maior resistência de união em
dentina radicular que os adesivos de passo único ou
autocondicionantes.
Hoss
25
(1999) apresentou um estudo clínico sobre o
adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray, Japan), de
expressiva facilidade de técnica e conforto ao paciente. O sistema
adesivo autocondicionante promove a desmineralização
concomitantemente à infiltração do primer, característica possível
graças ao monômero ácido em sua formulação, que dissolve a smear
layer, penetra nos túbulos dentinários. diminuição da sensibilidade
pós-operatória porque a rede de fibras colágenas desmineralizadas não
fica desprotegida como pode ocorrer com o uso dos adesivos
61
convencionais de quarta e quinta gerações, quando a infiltração de
monômeros pode não alcançar a profundidade da desmineralização
dentinária. Os adesivos autocondicionantes, ou de sexta geração,
provêem os seguintes benefícios clínicos: eliminação da sensibilidade
pós-operatória, redução significativa dos passos operatórios em
comparação aos adesivos de quinta geração, aumento da resistência
adesiva das restaurações resinosas e compatibilidade à porcelana. As
observações clínicas deste autor, onde foram avaliados casos de
restaurações com o uso do Clearfil SE Bond com restaurações de
resina composta (Clearfil AP-X, Kuraray, Japan). Foram avaliados
dez casos com o total de 32 restaurações, sendo que quatro pacientes
relataram certo desconforto associado à oclusão e um paciente apenas
relatou sensibilidade aos estímulos térmicos, requerendo o
retratamento, mas o dente apresentava linha de fratura e não estava
indicada a restauração direta. Dos pacientes que relataram
sensibilidade pós-operatória, um deles apresentava cárie extensa e foi
submetido a tratamento endodôntico e os outros dois, após ajuste
oclusal, tiveram os sintomas eliminados no prazo de 24 a 48 horas. A
opinião pessoal do pesquisador, o adesivo Clearfil SE Bond pode
oferecer vantagens para o uso clínico, considerando-se a importância
de conforto ao paciente e a facilidade de técnica ao operador.
Em 2000, um estudo comparativo das propriedades e
características clínicas de 19 agentes adesivos, dentre eles os
denominados de sexta geração, que eliminam a necessidade de
condicionamento com ácido fosfórico pelo uso de um primer com
grupamentos ácido que produzem um baixo pH ácido, estando
62
disponíveis em dois frascos (condicionador e primer juntos e adesivo
separado) ou em dose única (condicionador, primer e adesivo
combinados). Apresenta o Prompt L-Pop (Espe América, USA) com
resistência desiva ao esmalte de 22 MPa e à dentina de 8 MPa e
recomenda o Clearfil SE Bond (Kuarary, Japan) como o melhor
adesivo de sexta geração, pelo seu desempenho de resistência adesiva
à dentina de 28 MPa e ao esmalte de 29 Mpa (THE DENTAL
ADVISOR
67
, 2000).
Miyasaka & Nakabayashi
35
(2001) realizaram uma
pesquisa para avaliar o efeito do Phenil-P/HEMA em primer baseado
em acetona na supercie dentinária pré-condiconada com EDTA para
remoção da smear layer. Foram preparadas superfícies dentinárias de
48 dentes bovino com lixa de papel de granulação 180. Em seguida,
aplicou-se solução de EDTA a 0.5 M (ph 7.4) por 60 segundos,
seguindo-se a lavagem com água e secagem. Em cada superfície
aplicou-se o primer à base diferentes concentrações de Phenil-P/ 30%
em peso de HEMA em acetona, por 10 segundos seguindo-se por
secagem. Após a remoção do excesso do primer, foi aplicada uma
solução de agente adesivo fotopolimerizável, uma mistura de
canforoquinona e NPG em TEGDMA, aplicada por 60 segundo e
polimerizada por 60 segundos; segui-se a aplicação da resina
composta. Foram obtidos corpo-de-prova e submetidos ao teste de
tração após estocagem por 24 horas a 37ºC. Os resultados mostraram
que a maior resistência adesiva foi apresentada para a concentração de
Phenil-P a 12% em peso, sendo que a espessura de dentina hibridizada
para este grupo foi de 1 2 um de espessura.
63
Talic
58
, em 2003, realizou uma pesquisa laboratorial
para comparar a resistência de união de dois sistemas adesivos,
imediatamente à aplicação dos mesmos e após o período de 24 horas,
em três substratos dentários. Foi utilizado o adesivo de quinta geração,
OptiBond Solo Plus (Kerr, USA), que contém álcool etílico como
solvente e o adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray,
Japan), que apresenta o primer autocondicionante. Foram utilizados
como substratos, esmalte intacto, esmalte e dentina preparados com
lixa de granulações áspera e fina e enxaguados por 5 segundos. Os
espécimes foram limpos com pedra-pomes por 5 segundos e
enxaguados por 5 segundos. Para a utilização do OptiBond Solo Plus,
aplicou-se o gel de ácido fosfórico a 37.5% por 15 segundos e
enxaguou-se por 5 segundos. O excesso de água foi removido com
suave jato de ar por 1 segundo, deixando a superfície úmida e
visivelmente brilhante. Aplicou-se então o adesivo e aguardou-se a
evaporação do solvente por 5 segundos para a posterior
fotopolimerização por 20 segundos. Para o Clearfil SE Bond,
inicialmente aplicou-se o primer e aguardou-se por 20 segundos.
Então foi aplicado o adesivo e jateou-se ar por 5 segundos para prover
uma fina camada e favorecer a evaporação do solvente, para a
fotopolimerização por 10 segundos. Todos os espécimes foram
restaurados com resina composta XRV Herculite (Kerr, USA). Parte
dos espécimes foram submetidos ao ensaio de resistência 1 minuto
após a fotopolimerização. Os demais foram estocados em água
destiladapor 24 horas antes do ensaio mecânico, na máquina Instron
com velocidade de 0.5mm/min. Os resultados mostraram que o
64
houve diferença significante entre os sistemas adesivos, testados
imediatamente ou após 24 horas. Para o sistema autocondicionante em
substrato dentinário, houve aumento significativo da resistência de
união após o período de 24 horas (40.0 2.4 MPa), comparando-se
aos valores encontrados imediatamente (29.4 +-3.8 MPa). Para o
sistema OptiBond Solo Plus, houve aumento significativo da
resistência de união após as 24 horas (48.2 4.5 MPa) em relação ao
valor encontrado imediatamente após a polimerização (31.8 2.0
MPa). O autor concluiu que o tempo de estocagem interfere na
resistência de união, especialmente para os sistemas adesivos
autocondicionantes.
Freeman & Leinfelder
17
, em 2002, realizaram revisão
da literatura, apresentando o desenvolvimento dos sistemas adesivos,
enfatizando as características dos sistemas denominados de sétima
geração. Estes são adesivos de passo único que apresentam
combinados o primer acídico com o adesivo e representam a tendência
no desenvolvimento destes materiais. As principais vantagens deste
material estão relacionadas à facilidade de técnica e também à menor
sensibilidade operatória, uma vez que a etapa do condicionamento
ácido não é necessária, bem como a aplicação prévia do primer ao
adesivo. Os autores apresentam a excelente qualidade do desempenho
em relação à resistência de união à dentina, na ordem de 18-25 MPa e
adesão similar tanto para esmalte preparado quanto para esmalte
intacto. A resistência adesiva ao cisalhamento apresenta-se indiferente
em relação aos vários métodos de polimerização: luz halógena, LED
ou arco de plasma. Uma das maiores vantagens da aplicação clínica
65
dos adesivos de sétima geração está associada à pouca ou mesmo
ausente sensibilidade pós-operatória que somada a aplicação simples
para ambos os tecidos, dentinário e amelogênico, faz deste sistema um
material de grande interesse aos clínicos.
Nishida et al.
39
, em 1993, desenvolveu um experimento
para esclarecer o desempenho do KB-100, um novo sistema adesivo
composto por condicionador dentinário (CON) e agente adesivo
fotopolimerizável (BA). O estudo comparou este novo material com o
Clearfil Liner Bond (Kuraray, Japan) que consiste de quatro
componentes: agente CA (Solução aquosa de 10% de ácido cítrico e
20% de CaCl), primer SA (Solução alcoólica de NMSA, N-
metacriloloxi-5-amino ácido salicílico), Clearfil Photo Bond e Protect
Liner (PL), resina fotopolimerizável de baixa viscosidade. O CON
contém Phenil-P, NMSA, monômero hidrofílico, fotoiniciador e
micro-partículas. BA contém MDP, monômero hidrofílico,
fotoiniciador e micro-partículas. Tanto o esmalte quanto a dentina
foram tratados com CON e não foram enxaguados. A quantidade de
Ca desmineralizado avaliada pelo CÔN mostra que foi inferior que
aquela desmineralizada pelo agente CA, sendo o pH do CON de 1.4 e
do agente CA, de 0.1. Aplicou-se o Photoclearfil A após utilização do
KB-100 ou do LBS. Os resultados de resistência adesiva mostraram
que o KB-100 apresentou desempenho superior à dentina (17.1 1.4
MPa) que o LBS (12.4 3.7 MPa), (p<0.05); não houve diferença
significante em relação ao esmalte. o foi constatada diferença
estatística entre a resistência adesiva após 1 dia e após 4000 ciclos
(temperatura entre 4ºC a 60ºC). O KB-100 apresentou melhor
66
selamento marginal que o LBS em restaurações tipo classe V (n=10).
O novo sistema adesivo apresentou menor descalcificação e melhor
desempenho adesivo que o LBS.
Rodrigues Filho & Lodovici
52
(2003) desevolveram um
protocolo de uso dos sistemas adesivos autocondicionantes,
enfatizando que os mesmos preconizam a infiltração dos monômeros
concomitantemente ao condicionamento, excluindo a fase de lavagem,
o que teoricamente faz supor que toda a estrutura desmineralizada seja
hibridizada. O desenvolvimento destes materiais foi estimulado
porque a técnica de aplicação de sistemas adesivos convencionais é
considerada um procedimento de grande sensibilidade e dificuldade.
Este fator é particularmente mais crítico em relação ao tecido
dentinário, devido a sua complexidade estrutural com alto conteúdo
orgânico, composição variável de acordo com a região e pressão
intratubular desfavorável, no sentido da polpa para a superfície. Os
pesquisadores explicam que o primer contém monômeros acídicos a
fim de realizarem o condicionamento ao mesmo tempo em que
permeia pela rede de colágeno. Dessa forma, a smear layer é alterada
e mantida na interface adesiva. Este fato supera a dificuldade inerente
aos adesivos que requerem o condicionamento ácido como fase
separada e a subjetividade da umidade do tecido dentinário após o
enxágüe do ácido. Assim, consegue-se uma interface mais homogênea
e estável, melhorando a união adesiva, diminuindo a ocorrência de
nanoinfiltração Os autores apresentaram as marcas comerciais mais
significativas dos sistemas adesivos autocondicionantes: Adper
Prompt L-Pop (3M ESPE), One-Up Bond F (Tokuyama) e também os
67
que apresentam primers autocondicionantes: Tyrian (Bisco), Clearfil
Bond 2V (Kuraray), Clearfil SE Bond (Kuraray), Fluorobond
Adhesive System (Shofu), UniFil Bond (GC América). Uma das
grandes vantagens do uso destes materiais está na diminuição
significativa da sensibilidade pós-operatória devido à obtenção de uma
união adesiva com menor solução de continuidade, falhas estas que
permitiriam a penetração de fluidos orais e estímulo dos
odontoblastos, desencadeando sensibilidade dolorosa. Por outro lado,
os pesquisadores alertam que devem ser consideradas algumas
ressalvas quanto à indicação dos sistemas adesivos
autocondicionantes, pelo seu uso relativamente recente. Estes
materiais nem sempre propiciam um pado de condicionamento do
esmalte quanto ao alcançado com o ácido fosfórico, podendo levar a
baixos valores de união. Outros cuidados devem ser tomados, como a
conservação em temperatura de 10ºC, devido à alta instabilidade de
sua formulação e aguardar o equilíbrio com a temperatura ambiente
antes de sua utilização, considerar o prazo de validade, que a
literatura mostra que após os seis primeiros meses, o desempenho de
união destes materiais caem abruptamente. Os pesquisadores
enfatizam a importância de prepara a superfície dentinária com pontas
de aço ou carbeto de tungstênio porque possibilita uma camada de
esfregaço mais aderida e mais delgada, o que é de extrema
importância considerando-se os sistemas autocondicionantes. Os
autores concluem que os sistemas adesivos autocondicionantes são
promissores e consistem uma boa alternativa para casos específicos
pela facilidade de técnica, garantindo menor influência das variáveis
68
inerentes aos materiais de quarta e quinta gerações. Porém, alertam
que são necessários estudos clínicos longitudinais para que estes
possam ser considerados substitutos dos sistemas convencionais.
Tay & Pashley
61
, em 2003, apresentaram uma revio
de literatura sobre sistemas adesivos para discutir tendências no
desenvolvimento destes materiais, considerando a formulação
hidrofílica que favorece a compatibilidade com a natureza úmida da
dentina. Os autores apontam que os fabricantes reformularam os
adesivos pela adição do HEMA para torná-los mais eficazes na adesão
ao tecido dentinário pela compatibilidade com a umidade, que
adesivos hidrofóbicos resultavam em baixa resistência de união. A
descoberta do primer a base de água e HEMA poderia reverter o
colabamento da rede de fibras colágenas devido à secagem após o
condicionamento e, portanto, melhorar o desempenho mecânico dos
adesivos. Entretanto, esnova técnica abriria a questão do quanto a
dentina deveria estar úmida, considerando-se ainda os diferentes
solventes utilizados, álcool, acetona ou água. Os pesquisadores
apontaram que a complexidade da técnica, devido à questão
apresentada, favorece a formação de uma camada híbrida não
uniforme, com conseqüente sensibilidade pós-operatória. Esta pode
ser reduzida pelo uso de desensibilizantes à base de HEMA, pela
técnica do sanduíche, com a aplicação do ionômero de vidro,
aplicação de cristais de oxalato e, finalmente, a substituição por
adesivos autocondicionantes que não removem a smear plugs,
reduzindo a condutância hidráulica através dos túbulos dentinários. Os
adesivos autocondicionantes com pH entre 1.9 e 2.4 incorporam a
69
smear layer e penetram na dentina intacta subjacente, podendo até
mesmo dissolve-la, se aplicados sob agitação. Porém, para tornar
ainda mais simples a utilização dos sistemas autocondicionantes, os
fabricantes desenvolveram os adesivos autocondicionantes all-in-one,
ou de passo único, onde o ácido, o primer e o adesivo são aplicados
simultaneamente no tecido dentário. Alguns destes adesivos são mais
ácidos, ou seja, apresentam maior potencial iônico que as versões
anteriores, os autocondicionantes de dois passos. Uma das
desvantagens deste sistema é a capacidade de atrair água do substrato
dentinário e a dificuldade de volatilizá-la antes da polimerização. Os
autores enfatizam que a sorpção de água gera diminuição das
propriedades mecânicas dos adesivos e salientam que os critérios para
o desenvolvimento de materiais que proporcionem simplicidade de
uso devem ser ponderados com as reais vantagens em relação ao
desempenho destes materiais e a longevidade das restaurações
resinosas.
Andrade et al.
3
(2004) realizaram um estudo para
avaliar a resistência adesiva de três sistemas self-etching com
diferentes pHs e 1 all-etch aplicados ao esmalte e à dentina. Foram
utilizados vinte molares hígidos seccionados no sentido M-D para a
obtenção de quarenta superfícies de esmalte que foram divididas em
quatro grupos com dez espécimes cada. As superfícies de esmalte
foram aplainadas com lixas de granulação 400. Após profilaxia
procedeu-se à lavagem e secagem, os grupos receberam os seguintes
procedimentos adesivos: G1: Single Bond; G2: Clearfil SE Bond, G3:
AdheSE, G4: Adper Prompt L-Pop. Foi utilizada uma matriz de 3
70
mm2 para delimitar a área restaurada com resina composta Z250. Os
espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas
e submetidos ao ensaio de tração na máquina Instron. Depois de
tracionados, os mesmo 40 espécimes tiveram as faces de esmalte
desgastadas com lixas de granulação 200, 400 e 600 para expor a
dentina superficial e padronizar a smear layer. Os mesmo
procedimentos e materiais de limpeza, adesão, restauração e tração
foram utilizados para a obtenção dos grupos 5, 6, 7 e 8,
respectivamente. Os resultados obtidos foram expressos em MPa:
G1(36.95 MPa), G2 (32.39 MPa), G3: (28.89), G4: (28.90), G5
(35.45), G6 (37.39), G7(27.54), G8 (27.19). Não foram encontradas
diferenças significativas entre os grupos onde o substrato estudado foi
o esmalte. Houve diferença significativa da resistência de união
adesivo-dentinária, entre os grupos 6 e 7 e os grupos 6 e 8. Os autores
concluíram que em dentina, não houve diferença significativa entre os
adesivos self-etch e all-etch, porém entre os self-etch o Clearfil SE
Bond foi o mais eficiente.
Em 2004, Tomoko et al.
71
desenvolveram um
experimento para comparar o desempenho do adesivo
autocondicionante de passo único (all-in-one) com um adesivo
autocondicionante de dois passos (self-etching primer), avaliando a
microinfiltração após a termociclagem e a resistência adesiva ( TBS)
em substrato dentinário e em esmalte. Foram utilizados vinte pré-
molares humanos extraídos, que receberam restaurações tipo classe V.
Dez dentes foram preparados com o adesivo AD Bond (AD) ou o
Clearfil SE Bond (SE) e com a resina composta Charisma. Vinte pré-
71
molares adicionais foram utilizados para o TBS e as superfícies em
estudo foram abrasionadas com lixa de carbeto de silício de
granulação 600 a 50rpm por 1 minuto sob irrigação à água. Os
espécimes foram aleatoriamente divididos em dois grupos de acordo
com o sistema adesivo aplicado. Após o período de estocagem de 245
horas em água destilada a 37ºC, os espécimes foram seccionados em
palitos para serem tracionados na máquina de ensaios EZ Test
(Shimadzu, Japan), com velocidade de 1.0mm/min.Os resultados
mostraram que o selamento marginal do AD foi inferior ao do SE em
relação à parede coronária, mas observou-se menor infiltração na
parede apical, sem diferença significante entre os dois sistemas
adesivos. A resistência de união em MPa em esmalte e dentina foram:
25.2 (7.3) e 68.3 (9.4) para o AD; 35.8 (7.4) e 76.4 (7.8) para o SE,
respectivamente. O AD apresentou menor resistência de união ao
esmalte quando comparado ao SE. Os autores concluíram que a
adaptação marginal deficiente na parede coronária da restauração com
AD pode ter sido causada pelo baixo desempenho mecânico em
esmalte.
Hiraiashi et al.
24
, em 2004, avaliaram a difusão do
ácido de sistemas adesivos em dentina, mensurando a alteração de pH
após a aplicação de três materiais. Para este estudo foram utilizados
discos de dentina bovina com espessura de 0.5mm. Os adesivos em
estudo foram: Single Bond (SB), um primer autocondicionante, o
Clearfil SE Bond (SE) e um adesivo, do tipo all-in-one, ou
autocondicionante de passo único, AQ Bond (AQ) a superfície bucal
da dentina foi condicionada como se segue: para o grupo SB1,
72
aplicou-se o ácido fosfórico a 35%; para o SB2 aplicou-se o ácido por
15 segundos e enxaguou-se por 10 segundos; para o SB3 aplicou-se o
agente adeesivo após os procedimentos para SB2. Para os grupos que
receberam o SE, procedeu-se da seguinte forma: SE1: primer por 20
segundos e secagem; SE2: similar ao anterior seguindo-se a aplicação
do agente adesivo e fotopolimerização. Para os grupos do AQ Bond,
procedeu-se: AQ1: adesivo aplicado por 20 segundos e secagem, nova
aplicação por 5 segundos e secagem; AQ2: similar ao AQ1 seguindo-
se a fotopolimerização. Os resultados mostraram que todos os grupos
referentes ao Single Bond revelaram menor pH na supercie pulpar da
dentina (pH 6.25, 6.59e 6.64 para o SB1, SB2 e SB3,
respectivamente), comparando-se com a dentina intacta. Os grupos do
Clearfil SE Bond e do AQ Bond não apresentaram variação
significativa em comparação à dentina intacta. Os autores concluíram
que a difusão do ácido fosfórico foi observada na espessura de 0.5mm
de dentina; entretanto, não houve evidência da difusão do primer do
SE e do AQ Bond.
73
2.3 Ensaios mecânicos e pontas de diamante CVD
Borges et al.
7
, em 1999, investigaram um novo
instrumento rotatório feito com uma camada contínua de diamante
obtido por deposição química de vapor (CVD), caracterizado por uma
superfície de corte sem outros metais entre os cristais e compararm
esta ponta com a broca diamantada convencional. Para a pesquisa, os
autores realizaram testes de corte segudos de avaliação em
microscopia eletrônica de varredura e análise eletrônica para verificar
a presença de traços de metais residuais tanto na superfície da broca
quanto no substrato. Os resultados mostraram a presença de traços de
metais na ponta diamantada convencional e no substrato dentinário
preparado com a mesma, tais como: Ni, Cr, Si e Fe de sob
microscopia eletrônica de varredura, notou-se significativa perda de
partículas de diamante durante o corte. Para a ponta de diamante CVD
não foi observada a perdad e partículas durante seu uso. Os autores
concluíram que a ponta de diamante CVD apresenta atividade de corte
mais eficiente, maior longevidade e exclui o risco de contaminação
por metais.
Vieira & Vieira
76
, em 2002, apresentaram uma
pesquisa onde foram avaliadas as pontas diamantadas tradicionais em
turbina de alta-rotação em comparação com as pontas de diamante
CVD utilizadas em aparelho e ultra-som. Clinicamente, compararam-
se fatores como: refrigeração, acesso, ruído, visibilidade e
durabilidade. Em testes in vitro, foram realizados estudos
74
comparativos sob microscopia eletrônica de varredura, para
verificação da limpeza e do estado das paredes cavitárias, utilizando-
se dentes humanos. As observações clínicas dos pesquisadores
mostraram que o ruído produzido pelo sistema CVD não está
associado ao ruído das pontas diamantadas tradicionais em turbinas de
alta-rotação, que a visibilidade da área de trabalho é superior devido à
haste longa adaptada ao aparelho de ultra-som, impedindo a obstrução
da visão do profissional como acontece com o alta-rotação. A
angulação da haste das pontas de diamante CDV é possível porque a
ponta não gira, apenas vibra; este fator favorece o acesso da ponta a
diversas regiões do preparo cavitário, sem a necessidade de remoção
de estrutura denria sadia, ocasionalmente realizada com o uso das
pontas tradicionais em alta-rotação. A água corre pela haste do sistema
CVD, gotejando na ponta ativa da ponta de diamante, sendo eficaz
mesmo em orifícios de pequena abertura, mas de grande
profundidade, diferentemente do sistema de alta-rotação, onde o spray
de água que deveria atingir a extremidade da ponta diamantada pode
ser obstruído por uma face do dente subjacente ou mesmo por uma
parede do próprio dente. Devido à deposição do diamante CVD
ocorrer através de ligações químicas, a sua resistência ao
arrancamento é muito maior do que as pontas tradicionais cujo de
diamante é agregado à haste de forma que as partículas se desprendem
após quinze minutos de utilização. Para o estudo in vitro, forma
confeccionadas cavidades na região mais cervical de cada dente, com
a ponta CVD esférica, de tamanho similar à ponta diamantada no
1013, com auxílio do aparelho de ultrassom Gnatus Jet Sonic Four,
75
regulado à potência 7 e a água regulada de maneira a gotejar na
extremidade da ponta, grupo B. Outra cavidade era realizada no
mesmo dente, na região mais incisal, na mesma direção longitudinal
do dente. Esta segunda cavidade, foi confeccionada com ponta
diamantada convencional (no. 1013 / KG Sorensen) com a turbina de
alta-rotação (Extra Torque 600 / Kavo), grupo A. A profundidade de
cada cavidade foi determinada pelo diâmetro das pontas. A primeira
análise foi realizada com lupa esterioscópian Baush & Lomb
ampliação 10X e 70X, sendo fotografadas todas as paredes axiais. A
segunda ana´lise foi feito por microscopia eletrônica de varredura. Das
cavidades confeccionadas em alta-rotação, 85% apresentavam estrias
circulares em suas paredes e para as cavidades confeccionadas em
ultrassom, apenas 20% das paredes apresentaram estrias. Para as
cavidades do grupo A, observou-se que 95% apresentaram espessa
smear layer e nenhuma abertura de túbulo dentinário desobstruída e
apenas 5% apresentaram fina camada de smear layer com poucos
túbulos dentinários desobstruídos. Das cavidades do grupo B, apenas
20% apresentavam aberturas obstruídas de bulos dentinários com
fina camada de smear layer e 80% apresentaram grande parte dos
túbulos dentinários desobstruídos e pequenas regiões sem smear layer.
Sano et al.
53
(1994) em trabalho experimental testaram
a hipótese nula de que não há relação entre a superfície da área
adesiva e a resistência à tração de sistemas adesivos. Terceiros
molares humanos extraídos e estocados em solução salina isotônica a
4º C foram utilizados para esta pesquisa. O supercie oclusal foi
removida perpendicularmente ao longo eixo do dente, usando disco
76
diamantado em baixa-rotação (Isomet, Buehler Ltd., Lake Bluff, IL,
USA) sob irrigação à água, em seguida removeu-se o esmalte
periférico dos espécimes. A superfície oclusal dentinária foi
abrasionada com lixa de carbeto de silício de granulação 600 e,
seguida, tratada com um dos três materiais adesivos: Scotchbond
Multi-Purpose (3M Dental Products, USA), Clearfil Liner Bond 2
(Kuraray Co. Ltd., Japan) e Vitremer (3M Dental Products, USA), de
acordo com as instruções do fabricante. Então foi confeccionada um
bloco de material restaurador, de aproximadamnete 5mm de altura,
pela ordem: resina composta Z-100 (3M Dental Products, USA),
resina composta Photo Clearfil A (Kuraray Co. Ltd., Japan), sendo
que para o ionômero de vidro modificado por resina, o material
restaurador encontra-se presente no kit, representado pelo e pelo
líquido, além do primer aplicado anteriormente. Os espécimes foram
estocados por 24 horas em água destilada a 37º. C. Foram obtidos
então, fatias de 0,5mm a 3mm de espessura, em direção ao longo eixo
do dente. Estas fatias foram então desgastadas na porção da interface
adesiva, deixando os corpos-de-prova com o desenho de uma
ampulheta. A área adesiva foi mensurada antes do ensaio mecânico de
tração, apresentado as medidas de 0,5 x 0,5mm a 3 x 3mm. Os
espécimes foram então adaptados ao dispositivo (Bencor-Multi-T,
Danville Engineering Co., USA) com cianoacrilato e foram submetido
à força de tração com velocidade de 1mm/min. Após os testes, o modo
de fratura de cada espécime foi examinado em microscopia de 10X de
magnificação. A força em kg necessária para fraturar as partes, foi
dividida pela área adesiva seccionada de forma a expressar a
77
resistência de união na grandeza MPa. Resultados: foi verificada uma
relação inversamente proporcional entre a resistência à tração e a
superfície da área adesiva.
Pashley et al.
48
, em 1995, realizaram um estudo de
revisão de literatura, envolvendo a adesão ao substrato dentinário, as
variáveis relacionadas ao condicionamento ácido, primers e adesivos,
variáveis relacionadas à estocagem e testes de avaliação de resistência
de união. Foi verificado que muitos estudos buscam padronizar as
variáveis citadas. Dentre estas, destaca-se o estudo de testes, que
nunca ficaram bem padronizados, embora um número significativo de
recomendações tem sido feitas, considerando ambos os substratos e
métodos de testes mecânicos. Como a resistência à fratura é expressa
por unidade de área, a área da superfície adesiva é de extrema
importância. Existe uma tendência para grandes áreas aderidas a
produzir falhas coesivas em dentina. Foi desenvolvido um método
para mensurar a resistência de união de áreas pequenas, denominado
teste de microtração. Em essência, este método submete um corpo-de-
prova miniaturizado, ou seja, com área adesiva diminuta. Estes
espécimes são adaptados à máquina de ensaios mecânicos, de forma
que a união adesivo-dentinário fique perpendicular à direção da força
aplicada. Este teste possibilita a coleta de maiores valores de
resistência de união que os métodos convencionais, os resultados são
dependentes da área e produzem principalmente falhas adesivas nas
áreas de superfície abaixo de 0,02 cm
2
. A razão deste aumento da
resistência de união com a diminuição da área adesiva ocorre
provavelmente devido à presença de defeitos e distribuição de
78
estresses aumentados na interface. As interfaces podem conter bolhas
de ar, separações de fase, aspereza de superfície e não apresentar
espessura uniforme, o que gera distribuição de estresses não
uniformes.
Valera et al.
73
, em 1996, em estudo comparativo,
apresentaram a grande superioridade das pontas de diamante-CVD,
comparando-as, por meio de rigorosos testes, com as pontas
diamantadas convencionais. As pontas de diamante-CVD são obtidas
por uma nova tecnologia para a produção de diamante arificial. Esta
tecnologia permite a deposição de diamante com granulação
coalescente por disposição química a partir da fase vapor (CVD-
Chemical Vapor Deposition), em substratos de diferentes formatos.
Testes mensuraram a velocidade de cote em função do tempo de vida
das pontas. Foram utilizadas microscopia óptica e microscopia
eletrônica de varredura para avaliar o desempenho global das pontas
de diamante-CVD. Neste estudo tamm realizaram-se medidas de
variação da temperatura in vitro, na câmara pulpar em função do
tempo de desgaste, comparando os dois tipos de pontas. Os resultados
deste estudo comparativo mostraram uma maior durabilidade, melhor
qualidade no acabamento, melhor limpeza das pontas de diamante-
CVD, além de ser garantido que apenas o diamante entra em contato
com a superfície dentária. Os autores concluíram que as pontas de
diamante-CVD abrem novas perspectivas na operacionalidade e na
qualidade do trabalho.
Em 2002, Silva et al.
55
realizaram um experimento para
verificar os efeitos da limpeza em ultra-som e de meios de
79
esterilização, no desgaste de instrumentos diamantados rotatórios.
Foram realizados preparos cavitários tipo classe V de dimensões
aproximadas de 2x2x2mm em 45 molares humanos hígidos, com
pontas cilíndricas montadas em turbina de alta-rotação adaptada em
aparelho de padronização de cavidades. As pontas utilizadas foram:
ponta cilíndrica diamantada no. 1091 (KG Sorensen), ponta
cilíndrica no. 514,4c (Two Striper) e ponta de diamante CVD
cilíndrica (Inpe). Após a confecção de cada preparo, as pontas foram
tratadas de acordo com os grupos. G1: limpeza com água e solução
detergente com escova, colocação em ultra-som com água destilada
por 5 minutos e secagem, perfazendo o grupo controle. Para o grupo
G2 repetiu-se o tratamento realizado para o grupo G1, seguido da
esterilização em estufa a 170ºC pelo período de 1 hora. O grupo G3
também repetiu-se o tratamento realizado no grupo G1 antes da
esterilização em autoclave a 121ºC pelo período de 30 minutos. O
desgaste das pontas avaliadas, ou seja, a perda de partículas foi
avaliada pela técnica de pesagem em balança de precisão. Três pontas
por grupo, sendo uma de cada marca foram pesadas antes e após a
realização dos preparos e do tratamento que receberam, por 10 ciclos.
Além da pesagem, as pontas foram avaliadas qualitativamente em
microscopia eletrônica de varredura. Os autores concluíram que os
métodos de limpeza e esterilização não influenciaram a efetividade de
desgaste das pontas e que todas sofreram perda superficial de
diamante, exceto a ponta de diamante CVD.
Van Noort et al.
74
, em 1989, realizaram um estudo para
avaliar os métodos de avaliação mecânica da resistência adesiva por
80
meio da análise do elemento finito. Para este experimento foi utilizado
um espécime de resina, com 6mm de largura e 6 mm de altura,
aderido a uma supercie plana de dentina, num sistema integrado ao
computador. Analisaram-se as diferentes propriedades do material
relacionando-as ao tamanho do corpo-de-prova, das condições de
aplicação da força e na distribuição do estresse. Os autores concluíram
que considerando-se tanto a força aplicada perpendicularmente à
interface adesiva quanto à aplicada paralelamente à interface, existe a
possibilidade de variações e a resistência de união avaliada
laboratorialmente pode servir de comparação do desempenho dos
adesivos em estudo. Os pesquisadores enfatizaram a importância de
padronizar os testes de ensaio mecânico para avaliação da resistência
adesiva.
Pashley et al.
46
(1999) estudaram diversas
possibilidades de aplicação do teste de microtração para avaliar a
resistência de união, considerando como substrato à adesão dentina
coronária, dentina radicular externa, diferentes porções do conduto
radicular; comparação de desempenho adesivo entre a dentina afetada
por cárie, dentina esclerosada e dentina normal e avaliar a longevidade
da união. Concluíram que o método de microtração apresenta
versatilidade superior aos demais métodos de ensaios mecânicos com
o mesmo objetivo e que o teste de microtração possibilita melhor
diferenciação de resistência de união entre os grupos.
Shono et al.
54
, em 1999, desenvolveram uma nova
técnica para a confecção de corpos-de-prova miniaturizados,
originalmente proposto por Sano et al.
53
em 1994, onde a área adesiva
81
diminuta estava representada por uma redução de material na metade
da fatia, em espécimes com forma de ampulheta. Nesta nova proposta,
o esmalte da supercie oclusal foi removido para a aplicação do
sistema adesivo em substrato dentinário, seguindo-se a confecção de
bloco de resina composta. Cada dente foi então seccionado no sentido
longitudinal em ambos os eixos, x e y, de modo a obter palitos de
secção retangular de dimensões de 1mmx1mmx8mm, provendo área
adesiva de aproximadamente 1mm
2
. Em seguida, os corpos-de-prova
foram afixados no dispositivo Bencor Multi-T acoplado a máquina de
ensaio universal para a aplicação da força de tração. A partir da
análise estatística, os autores concluíram que a nova proposta de
configuração dos espécimes miniaturizados para o ensaio mecânico
resultou em valores de resistência de união semelhantes aos espécimes
em forma de ampulheta, considerando ainda que a distribuição de
tensões na interface adesiva pode ter sido similar ao trabalho original.
Phrukkanon et al.
50
(1998) verificaram a influência da
área de superfície adesiva na resistência adesiva à microtração e ao
micro-cisalhamento. Para esta pesquisa foram utilizados molares
humanos que tiveram a superfície oclusal removida, expondo o
substrato dentinário, onde foi aplicado o sistema adesivo e
confeccionado um bloco de resina composta. Em seguida, foram
seccionados no sentido longitudinal em duas metades, sendo que uma
delas foi utilizada para o ensaio de microtração e a outra, para o ensaio
de micro-cisalhamento, perfazendo amostras pareadas. Os blocos de
dentina-resina foram fatiados em espécimes de secção quadrada e
desgastados na zona adesiva de forma que fossem obtidos corpos-de-
82
prova de secção circular com área de 1,1mm
2
, 1,5mm
2
e 3,1mm
2
,
formando diferentes grupos para serem submetidos a ambos os
ensaios. Os corpos-de-prova foram submetidos aos ensaios a
velocidade de 1mm.min
-1
. Os resultados mostraram que os valores de
resistência adesiva dos espécimes com 1,1mm
2
e 1,5mm
2
foram
semelhantes entre si e significativamente maiores que o grupo com
secção de 3,1mm
2
, indicando que a resistência adesiva foi dependente
da área. O modo de falha dos corpos-de-prova submetidos à
microtração foi, em sua maioria, do tipo adesivo, sendo menos
freqüente no ensaio de cisalhamento, sendo que para as duas áreas
menores sob o teste de tração, 70% das falhas foram adesivas. Os
pesquisadores relataram que, embora os resultados do desempenho
adesivo dos ensaios de microtração e micro-cisalhamento tenham sido
semelhantes, o segundo gerou distribuição irregular de tensões na
interface adesiva, comprovado pelo estudo do modo de fratura do tipo
coesivo, sendo que os corpos-de-prova de secções menores
permitiram distribuição mais regular de tensões na interface,
induzindo falhas adesivas.
Giannini et al.
19
, em 2004, analisaram a interface de
união compósito-dentina após o uso de tecnologias alternativas de
preparo cavitário. Utilizaram-se sistemas adesivos autocondicionantes
Clearfil SE Bond Kuraray (SE), Tyrian Bisco (TY), Unifil Bond
GC Corp (UN) e com condicionamento ácido prévio Single Bond
3M ESPE (SB). Foram utilizados terceiro molares com a dentina
oclusal planificada tratada com laser (Re:YAG 200mJ/4 Hz Kavo
Key Laser 3) (LA), ponta diamantada CVD em ultra-som (US) e lixa
83
de carbeto de silício 600 (L). Foram formados 12 grupos (n=3): G1:
SE-LA, G2: SE-US, G3: SE-L, G4: TY-LA, G5: TY US, G6: TY-L,
G7: UM-LA, G8: UM-US, G9: UM-L, G10: SB-LA, G11: SB-US,
G12: SB-L. Os sistemas adesivos foram aplicados de acordo com as
instruções dos fabricantes e blocos de 5 mm de altura foram
confeccionados com a resina composta Clearfil AP-X (Kuraray) na
superfície da dentina. Após 24 horas em água destilada, secções
seriadas de 2mm de espessura foram realizadas no sentido mésio-
distal. Três fatias centrais foram polidas, fixadas, secadas ao ponto
crítico e metalizadas para análise em MEV. Observou-se que as
amostras tratadas com LA tiveram uma diminuição na espessura da
camada híbrida, porém com formação de tags profundos quando
comparados à aplicação de L. Para US houve formação de camada
híbrida e pouca penetração de tags nos túbulos dentinários. Para o
adesivo SB os tratamentos com L e US foram semelhantes. Os autores
concluíram que as superfícies tratadas com LA e US podem
influenciar na formação da camada híbrida para os sistemas adesivos
testados em dentina.
Oliveira & Giannini
43
, em 2004, avaliaram o efeito de
tecnologias alternativas no preparo cavitário na resistência à tração
(RT), em dentina, de sistemas adesivos autocondicionantes Clearfil SE
Bond Kuraray (SE), Tyrian Bisco (TY), Unifil Bond GC Corp
(UN) e com condicionamento ácido prévio Single Bond 3M ESPE
(SB). Foram utilizados terceiros molares humanos com a dentina
oclusal planificada, tratados com abrasão a ar (AA), ponta diamantada
CVD em ultra-som (US) e lixa de carbeto de silício de granulação 600
84
(L). Foram determinados nove grupos experimentais (n=4): G1:SE-
AA, G2: SE-US, G3: SE-L, G4: UM-AA, G5: UM-US, G6: UM-L,
G7: SB-AA, G8: SB-US, G9: SB-L. Os sistemas adesivos foram
aplicados de acordo com as instruções dos fabricantes e foram
confeccionados blocos de 5mm de altura dom a resina composta
Clearfil AP-X (Kuraray) na superfície de dentina. Os espécimes foram
estocados em ágau destilada a 37ºC por 24 horas e, em seguida, foram
realizadas secções seriadas no sentido mésio-distal e vestíbulo-lingual,
obtendo-se espécimes com secção transversal de aproximadamente o.8
mm2. Estes foram submetidos ao ensaio de tração (0.5 mm/min
Instron 4411) e os resultados analisados com ANOVA e teste de
Tukey (5%). Os resultados permitiram os autores concluírem que a
tecnologia utilizada para realizar o preparo cavirio pode influenciar a
resistência de união para os sistemas adesivos autocondicionantes, não
sendo relevante para o sistema adesivo com condicionamento ácido
prévio.
3 PROPOSIÇÃO
Avaliar comparativamente a resistência de união de
dois sistemas adesivos autocondiconantes à dentina humana,
considerando-se os seguintes fatores:
a) sistema adesivo autocondicionante de dois passos
primer autocondicionante;
b) sistema adesivo autocondicionante de passo único-
adesivo autocondicionante;
c) preparo da superfície dentinária com ponta
diamantada;
d) preparo da superfície dentinária com ponta de
diamante CVD em ultra-som.
4 MATERIAL E MÉTODO
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos
Campos UNESP, para pesquisa envolvendo seres humanos, sendo
aprovada sua realização pelo certificado com protocolo 010/2005-
PH/CEP.
4.1 Adequação e preparo dos dentes
Foram utilizados 32 molares humanos hígidos,
extraídos por indicações cirúrgicas ou ortodônticas. Após a exodontia,
os dentes foram lavados em água corrente e os tecidos aderidos foram
removidos com lâmina de bisturi 15. Em seguida, foram
armazenados em solução bacteriostática de Cloramina T a 0,05% pelo
período máximo de uma semana (ISO). Os dentes foram armazenados
em água destilada e mantidos em refrigerador a -4ºC, no máximo, por
três meses. Foram retirados das condições de armazenamento
descritas acima apenas para a confecção dos corpos-de-prova (Figura
1a).
87
A porção radicular foi embutida em resina acrílica
incolor de polimerização rápida, com o auxílio de matriz de silicona
pesada (Rodhorsil Clássico Produtos Odontológicos Ind. Bras.). O
esmalte da superfície oclusal de cada um dos dentes foi removido por
meio de corte com disco diamantado, adapatado à máquina de cortes
seriados de baixa velocidade (Labcut 1010 Excet Corp., England),
com refrigeração à água (Figura 1b). Para a certificação de que todo o
esmalte fora removido, a superfície plana obtida foi avaliada em
microscópio óptico (Zeiss / Stemi 2000 C) com 30x de aumento. Caso
fosse verificada a presença de remanescentes de esmalte, desgastava-
se a supercie com lixa de carbeto de silício de granulação 320,
adaptada em Politriz DP-10 (Panambra), a 300 rpm e sob refrigeração
à água.
FIGURA 1 Preparo dos dentes: a) molares humanos gidos; b) exposição da
superfície dentiria.
a
b
88
4.2 Preparo da superfície dentinária
Os dentes preparados foram divididos aleatoriamente
em dois grupos de acordo com o preparo da superfície dentinária.
Assim, 16 dentes foram preparados com ponta cilíndrica diamantada
(PD-882.314.012 Komet Group, Germany), montada em turbina de
alta-rotação (Extra Torque 605 Turbine - Kavo Dental Co., Germany),
sob irrigação à água (Figura 2a) A superfície foi preparada com trinta
passagens da ponta diamantada pelo substrato dentinário (Figura 2b).
\
a
FIGURA 2 Sistema utilizado: a) ponta diamantada em alta-rotação; b) preparo
da superfície dentinária.
Os demais dentes tiveram a superfície dentinária
preparada com ponta de diamante-CVD
*
(INPE) em aparelho de ultra-
*
Equipamento cedido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) São Jo dos
Campos SP.
a
b
89
som Nac-Plus (modelo AE-200, Adiel Comercial Ltda., Brasil) com
70% da potência de vibração (Figura 3a e 3b).
aa
FIGURA 3 Sistema CVD utilizado: a) ponta de diamante CVD em ultra-som;
b) preparo da superfície dentinária
4.3 Materiais utilizados
O Quadro 1 apresenta os sistemas adesivos aplicados
bem como as suas respectivas composições. A Figura 4 apresenta os
materiais adesivos autocondicionantes.
a
b
b
90
Quadro 1 Materiais empregados, fabricantes, lotes e composição
Nome do
Material
Fabricante
Lote
no.
Composição
Características do
produto / pH
Clearfil
SE Bond
K
u
r
a
r
a
y
Kuraray
Japão
51231
Primer: água,
MDP, HEMA,
dimetacrilatos
hidrofílicos, di-
canforoquinona,
N,N-dietanol p-
toluidina.
Adesivo: MDP,
Bis-GMA, HEMA,
dimetacrilatos
hidrofóbicos, di-
canforoquinona,
N,N-dietanol p-
toluidina,
sílica colioidal
silanizada
Primer
autocondicionante/
pH 2.0
One-Up
Bond F
Tokuyama
Japão
Agente A: MAC-
10, momero
éster fosfatado,
Bis-GMA,
TEGDMA, agente
fotosenssível
Agente B: HEMA,
água, de flúor
alumina silicato de
vidro, fotoiniciador
(catalisador borato)
Adesivo
autocondicionante/
pH 1.3
91
FIGURA 4 Materiais adesivos autocondicionantes: a) Clearfil SE Bond; b) One-
Up Bond F
4.4 Condições experimentais
Os dezesseis dentes que tiveram a superfície dentinária,
preparada com ponta diamantada em alta-rotação, foram divididos
aleatoriamente em dois grupos de acordo com o sistema adesivo
utilizado, seguindo-se as recomendações de cada fabricante (Quadro
2), perfazendo dois grupos experimentais, denominados D/SE
(Clearfil SE Bond) e D/ONE (One-Up Bond F).
a
b
92
Quadro 2 Procedimentos para aplicação dos sistemas adesivos
Material
Procedimentos
Clearfil SE Bond
1. Breve jato de ar
2. Aplicação do primer na superfície dentinária
3. Aguardo de 20 segundos
4. Aplicação do adesivo
5. Breve jato de ar
6. Fotopolimerização por 10 segundos
One-Up Bond F
1. Breve jato de ar
2. Mistura do agente A e do agente B
3. Obtenção de mistura de coloração rósea homogênea
4. Aplicação da mistura na superfície dentinária
5. Aguardo de 20 segundos
6. Fotopolimerização por 10 segundos
Os dentes que tiveram a superfície dentinária preparada
com ponta de diamante CVD em ultra-som também foram
aleatoriamente divididos em dois grupos experimentais: CVD/SE
(Clearfil SE Bond) e CVD/ONE (One-Up Bond F), de acordo com o
sistema adesivo aplicado.
Ambos os sistemas adesivos foram fotopolimerizados
com o aparelho Curing Ligth XL 300 (3M Dental Products) de
intensidade de luz 600mW/cm
2
, aferido a cada grupo com o
radiômetro modelo 100 (Demetron, USA).
Em seguida, a porção oclusal removida foi substituída
por um bloco de resina composta fotopolimerivel TPH Spectrum
(Dentsply Caulk, EUA), representado na Figura 5, confeccionado em
93
quatro porções incrementais, sendo cada uma fotopolimerizada por 40
segundos, sem a preocupação de se restabelecer a anatomia oclusal,
mas com o cuidado de se acrescentar ao menos, 5mm de altura.
FIGURA 5 Bloco de resina composta fotopolimerizável
4.5 Confecção dos corpos-de-prova miniaturizados
Após a confecção do bloco de resina composta, os
espécimes foram imersos em água destilada e estocados em estufa
bacteriológica, a 37ºC, por 24 horas. Após isto, os dentes foram
adaptados em máquina de cortes seriados (Figura 6).
94
FIGURA 6 - Máquina de cortes seriados.
Utilizando-se um disco diamantado flexível (Komet
Group GmbH, Besigheim, Germany), em baixa-rotação, realizaram-se
cortes paralelos ao longo eixo de cada dente, com espessura
aproximada de 0.8mm
2
, nos sentidos mésio-distal e vestíbulo-lingual
(Figura 7a). Um corte na porção cervical de cada molar foi realizado
para a obtenção dos corpos-de-prova miniaturizados em forma de
palitos (Figura 7b).
95
a b
FIGURA 7 - Obtenção dos corpos-de-prova miniaturizados: a) dente com cortes
nos eixos x e y; b) corpos-de-prova em forma de palitos.
4.6 Ensaio de microtração
Para avaliar a resistência de união à microtração, cada
corpo-de-prova foi colado pelas extremidades com adesivo
cianoacrilato (Super Bonder) ao paquímetro modificado (Figura 8), de
modo que a interface adesiva ficasse posicionada perpendicularmente
à força aplicada, com o intuito de evitar forças de torção na zona
adesiva (BIANCHI
6
, 1999).
96
FIGURA 8 Paquímetro modificado
Somente as extremidades do cp foram utilizadas para a
fixação, de forma que a região da zona adesiva permanecesse
localizada no espaço entre as duas garras do dispositivo e
perpendicularmente à aplicação da força de tração.
Todo este conjunto (paquímetro e corpo-de-prova) foi
afixado em máquina de ensaios universal (EMIC DL 1000) e
submetido à tração com velocidade de 0,5 mm/min e lula de carga
de 10kg, até o rompimento da união.
Após o teste, as duas porções fraturadas foram
removidas do dispositivo e a área de fratura foi medida com
paquímetro digital de resolução de 0.01mm (Starret, Mod. 272, Itu,
Brasil). O valor da área adesiva foi transformado em cm
2
e o valor da
carga em kg. Os valores finais de resistência de união foram
calculados e expressos na grandeza de pressão MPa.
Os dados foram codificados, tabulados e submetidos ao
tratamento estatístico.
97
4.7 Delineamento estatístico
O experimento seguiu o esquema fatorial, tipo 2 x 2,
com oito repetições, para avaliar, por teste de microtração, a
resistência de união de dois sistemas adesivos autocondicionantes à
dentina humana. A variável resposta foi o valor de resistência máxima
de união obtido no ensaio de microtração.
A unidade experimental considerada foi o dente
restaurado a partir do qual foram ensaiados diferentes corpos-de-prova
em forma de palitos (n=40).
As quatro condições experimentais estabelecidas pelas
variáveis sistema adesivo e preparo da dentina, foram designadas
aleatoriamente aos dentes restaurados.
Para a análise estatística foi considerado o valor médio
obtido dos valores do corpo-de-prova miniaturizado de cada dente. Os
32 dados foram submetidos à análise estatística descritiva e
inferencial, sob auxílio de dois programas computacionais:
STATISTIX (versão 8.0, Analytical Software Inc., 2003) e
STATISTICA (versão 5.5, StatSoft Inc., 2000).
A estatística descritiva consistiu nas medidas de:
tendência central (média e mediana), variabilidade (desvio padrão,
mínimo e máximo, coeficiente de variação) e representados pelo
gráfico de colunas (média ± desvio padrão).
A estatística inferencial consistiu nos testes: análise de
variância (2 fatores, efeito fixo) e de comparação múltipla de Tukey
98
(5%). O nível de significância adotado foi o valor convencional de
5%.
4.8 Observação sob MEV
Para fins ilustrativos, duas superfícies de dentina, com
0.5mm de espessura, tratadas com a ponta CVC em ultra-som e ponta
diamantada em alta-rotação, foram analisadas ao MEV (Microscópio
Eletrônico de Varredura modelo JEOL-JSM-A) para a verificação da
smear layer formada após os diferentes métodos de preparo.
5 RESULTADOS
5.1 Resistência à microtração
Para testar a hipótese de que diferentes condições
experimentais (preparo da superfície dentinária e sistemas adesivos
autocondicionantes) produziriam diferentes valores de resistência de
união, realizou-se o ensaio de microtração e os valores obtidos
encontram-se na tabela 1, onde também pode-se tamm verificar as
condições experimentais.
100
Tabela 1 - Dados de resistência de união adesiva (MPa) referentes
às condições experimentais
CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS
SISTEMAS ADESIVOS
Clearfil SE Bond
One-Up Bond F
TRATAMENTO DA SUPERFÍCIE DENTINÁRIA
PD
CVD
PD
CVD
15,0241
29,6926
12,2854
12,0377
17,8434
29,9708
8,0364
13,5989
19,3592
32,3396
8,4269
13,7475
19,6314
40,9059
1,8382
16,7874
22,4395
43,4284
25,3859
17,2983
25,0977
45,4222
20,7835
18,4635
30,6729
45,9232
24,4501
19,9102
42,4350
51,5374
19,0040
34,4111
A estatística descritiva dos diferentes sistemas adesivos
e tratamentos da dentina com: média, mediana, desvio-padrão e
valores máximos e mínimos podem ser observados na tabela 2.
Tabela 2 - Estatística descritiva sob diferentes condições de preparo
da dentina e sistemas adesivos.
Preparo
Adesivo
linha
(média±dp)
Clearfil
One-Up
CVD
39,90±8,24*
18,28±7,04
29,09±13,39
PD
24,06±8,84
15,03±8,61
19,54±9,63
coluna(média±dp)
31,98±11,62
16,65±7,78
* n = 8
101
Utilizando a técnica exploratória do diagrama
esquemático Box-and-Wisker Plot, para a interpretação dos dados, a
partir da verificação em desenhos esquemáticos dos valores de
resistência à microtração nas diversas condições experimentais e suas
interações. Na Figura 1 verificam-se as condições experimentais
apresentam mesma dispersão, ou seja, valores próximos de desvio-
padrão. Os valores médios de resistência de união obtidos com a ponta
de diamante CVD apresentam valores superiores aos obtidos com a
ponta diamantada convencional, independente do sistema adesivo
utilizado.
FIGURA 9 - Desempenho esquemático Box-and-Wisker Plot para tração
(MPa) em cada grupo. Apresentam-se também a dia e os
valores mínimo e máximo.
102
Os dados foram submetidos a um modelo estatístico de
Análise de Variância (ANOVA) a dois fatores. Os testes estatísticos
foram realizados para verificar a hipótese de não igualdade entre os
valores médios de resistência adesiva frente as quatro variáveis.
Porém para a utilização da técnica de análise de
variância (ANOVA) é necessário que as variações dos valores médios
obtidos na tração de ruptura (MPa) sigam uma distribuição normal
com variâncias iguais entre os diferentes grupos e em cada um deles, e
que todas as observações sejam independentes.
Quando se aplica o teste de análise de variância para
avaliar a influência das variáveis independentes: adesivo e preparo da
dentina, verifica-se que o efeito conjunto dessas duas variáveis é
estatisticamente tamm, o efeito isolado de cada uma delas.
Tabela 3 - Teste análise de variância (ANOVA 2 fatores) para os
dados obtidos
Fonte de
variação
G1
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
Razão
“F”
p-valor
Adesivo
1
1879,74
1879,74
27,86
0,0001*
Preparo
1
729,25
729,25
10,81
0,0027*
Interação
1
316,72
316,72
4,69
0,0389*
Resíduo
28
1889,15
67,47
Total
31
4814,85
*p<0,05
103
Quanto à interação, pode-se verificar que para o
adesivo Clearfil SE Bond, o aumento de resistência conseguido pelo
uso da ponta CVD em relação à ponta convencional (24.06 a 39.90
MPa) é maior do que o aumento da resistência obtido com o uso do
One-Up Bond F (15.03 a 18.28 MPa)
FIGURA 10 - Gráfico das médias para os valores de resistência obtidos no
ensaio de microtração, segundo as quatro condições
experimentais.
Quanto ao efeito Adesivo, pode-se dizer pela Tabela
ANOVA, que o Clearfil SE Bond (SE) apresenta desempenho superior
(31,98 ± 11,62 MPa) que o One-Up Bond F (16,65 ± 7,78 MPa), sem
considerar a interferência do tipo de preparo dentinário.
104
Quanto à interferência do tipo de preparo, pode-se
verificar que a ponta de diamante CVD produz maior resistência de
união (29,09 ± 13,39 MPa) que a ponta diamantada em alta-rotação
(19,54 ± 9,63 MPa), desconsiderando-se aqui, o sistema adesivo
utilizado.
Quando se comparam os valores médios das condições
experimentais, pelo teste de comparação múltipla de Tukey (5%), são
estabelecidos dois conjuntos de mesmo desempenho (Tabela 4).
Tabela 4 - Formação de grupos homogêneos, após o teste de
comparação múltipla de Tukey (5%).
Sistema Adesivo
Preparo da
dentina
Média (MPa)
Grupos
homogêneos
Clearfil SE Bond
CVD
39,90
A
Clearfil SE Bond
D
24,06
B
One-Up Bond F
CVD
18,28
B
One-Up Bond F
D
15,02
B
Verifica-se, portanto, que a condição experimental
Clearfil SE Bond (SE) com ponta de diamante CVD em ultra-som
(CVD), é a que proporciona melhor desempenho de resistência de
união adesivo-dentinária.
6 DISCUSSÃO
6.1 Da metodologia
Pesquisas in vitro e in vivo têm sido desenvolvidas para
avaliar o desempenho dos sistemas adesivos, desde a introdução do
conceito da odontologia adesiva e seu aprimoramento
(BUONOCORE
9
, 1955; FUSAYAMA et al
18
, 1979;
NAKABAYASHI et al.
38
, 1982; WATANABE et al.
78
, 1994). Os
experimentos in vitro representam relevante contribuição para a
avaliação do desempenho dos adesivos e fornecem subsídios para o
desenvolvimento de novos materiais ou aprimoramento dos mesmos
(VAN NOORT et al.
74
, 1989).
Para esta pesquisa, optou-se pela utilização do
substrato dentinário devido às marcantes diferenças morfológicas
deste em relação ao esmalte, o que têm gerado novas possibilidades na
odontologia restauradora em relação à diferentes tipos de preparo e
materiais adesivos (MARSHALL JUNIOR
33
, 1993). Utilizou-se a
dentina humana que proresultados mais próximos à realidade nos
trabalhos de resistência de união (NAKABAYASHI & PASHLEY
36
,
2000); por outro lado, cuidados foram tomados para padronizar a
profundidade do substrato dentinário em estudo, que pesquisas
106
apontam diferenças na qualidade da adesão devido à variabilidade
regional da dentina (MITCHEM & GRONAS
34
, 1986; TAO &
PASHLEY
60
, 1988).
Pesquisadores têm verificado que a dentina superficial
oferece maior resistência adesiva quando comparada à dentina
profunda, devido aos fatores relacionados à permeabilidade, o que
sugere uma maior atenção quanto ao controle da profundidade do
remanescente dentinário e sua padronização no desenvolvimento dos
experimentos (HUTAHLA
26
, 1999; AMENDOLA
2
, 1999).
Para avaliação da resistência de união há a
possibilidade de utilização de diversas metodologias, dentre as quais
destaca-se o ensaio mecânico de tração aplicado à corpos-de-prova
miniaturizados, estudada por SANO et al.
53
, em 1994, que avaliaram a
resistência de união considerando como variáveis diferentes
dimensões de área adesiva e demonstraram que quanto menor a área
adesiva, maior o resistência adesiva mensurada, acompanhada de
maior freqüência de fraturas na área adesiva. Também foram
apresentados experimentos indicando que áreas diminutas submetidas
à ensaios mecânicos estão associadas com maiores valores de
resistência adesiva, sendo a eficiência de testes de tração ou de
cisalhamento similares (PHUKKANON et al.
50
, 1998).
A resistência de união à dentina é determinada pelo
somatório da adesão da camada brida na dentina intertubular, pela
rede de fibras colágenas e a retenção proporcionada pelos
prolongamentos do adesivo dentro dos túbulos dentinários, desde que
ocorra a hibridização desta superfície (PASHLEY & CARVALHO
47
,
107
1997). Outros componentes devem ser considerados, como a resina
composta, o adesivo dentinário, as fibras colágenas, a dentina
desmineralizada e a dentina mineralizada. Todos esses elementos o
extremamente exigidos quando ocorre a aplicação da carga nos
ensaios mecânicos e a tensão de distribui pelo conjunto. A ruptura terá
início na área mais frágil, podendo iniciar na interface adesiva ou
intrinsecamente em seus componentes (TAY et al.
63
, 2000;
VERSLUIS et al.
75
, 1997).
Os sistemas adesivos avaliados nesta pesquisa o
denominados autocondicionantes e dispensam a etapa do
condicionamento ácido, lavagem e secagem do substrato. Nestes
sistemas, aplica-se uma solução acidificada no substrato dentinário
provido de smear layer, que pode ser dissolvida ou incorporada à
camada híbrida. A smear layer apresenta significante capacidade
tampão e tendem a tamponar a acidez do monômero acídico usado no
sistema autocondicionante, tendendo a limitar a profundidade de
penetração na dentina subjacente, dependendo de sua espessura e
lisura, ou seja, do método utilizado para o preparo deste substrato
(NAKABAYASHI & PASHLEY
36
, 2000; WATANABE et al.
78
,
1994).
A quantidade e a qualidade da smear alyer pode variar,
dependendo se a dentina foi cortada sob irrigação ou a seco e do tipo
de instrumento utilizado. A resistência da smear layer a
componenentes ácidos es associada a diferentes métodos de
obtenção. Estudos em microscopia eletrônica de varredura
demonstram que a superfície dentinária criada com ponta de diamante
108
é similar à criada com lixa de carbeto de silício de granulação 80,
diminuindo a permeabilidade dentinária; mas a smear layer criada
com a ponta diamantada em alta-rotação é mais ácido-resistente
(TAGAMI et al.
57
, 1991).
No primer autocondicionante, a solução acidificada
apresenta-se separada do monômero resinoso (adesivo). Essas
substâncias são utilizadas separadamente, caracterizando um sistema
adesivo de dois passos (Clearfil SE Bond Kuraray). Nos adesivos
autocondicionantes, embora a solução acidificada apresente-se
separada do monômero resinoso (adesivo), essas duas substâncias são
utilizadas conjuntamente após a mistura. Dessa forma, uma única
solução é responsável pela desmineralização da superfície dentinária e
infiltração do momero resinoso (adesivo), caracterizando um
sistema adesivo de passo único (One-Up Bond F Tokuyama)
(PUCCI
51
, 2002).
6.2 Dos resultados
Os resultados do presente experimento demonstraram
que o método de preparo da superfície dentinária pode interferir, em
parte, no desempenho de sistemas adesivos autocondicionantes, de
acordo com os trabalhos da literatura consultada (OGATA et al.
41
,
2001; CHAVES et al.
13
, 2002; OLIVEIRA et al.
44
, 2003; TAY &
109
PASHLEY
61
, 2001; OGATA et al.
40
, 2002. ZHENG et al.
80
, 2001;
TANI & FINGER
59
, 2002, NAKABAYASHI & PASHLEY
36
, 2000).
A resistência de união do Clearfil SE Bond em dentina
preparada com ponta diamantada em alta-rotação, de 24.06 MPa,
encontrada neste experimento esde acordo com os valores médios
relatados por Pucci
51
(2003), de 24.362 MPa, Strukowska et al.
56
(2002), de 25 MPa e de Chaves et al.
13
(2002), de 21.1 MPa.
A resistência adesiva foi afetada pelo método de
preparo da superfície dentinária quando o Clearfil SE Bond foi
aplicado sobre a dentina preparada com ponta de diamante CVD
(39,90 ± 8,24 MPa), comparativamente à ponta diamantada
convencional em alta-rotação (24,06 ± 8,84 MPa). Este fato pode estar
associado à diferença de espessura da smear layer formada com os
diferentes métodos. A pesquisa de Vieira & Vieira
76
(2002), mostra
que as paredes cavitárias preparadas com ponta diamantada
convencional apresentam uma smear layer mais espessa e abertura
dos túbulos dentinários obstruídas, enquanto que em cavidades
preparadas com ponta de diamante CVD em ultra-som, apenas 20%
apresentaram aberturas obstrdas de túbulos dentinários com fina
camada de smear layer e 80% apresentaram grande parte dos túbulos
dentinários desobstruídos e pequenas regiões sem smear layer, o que
pode explicar a diferença de resistência de união do adesivo Clearfil
SE Bonde frente aos dois tipos de preparos da superfície dentinária.
O primer autocondicionante foi desenvolvido para
incorporar a smear layer à camada híbrida. A capacidade tampão da
smear layer pode neutralizar parte do potencial acídico do primer
110
autocondicionante, comprometendo a penetração na dentina
subjacente, o que poderia justificar o aumento da adesividade quando
da aplicação em dentina que apresente a smear layer mais delgada
(TAY & PASHLEY
62
, 2001).
O desempenho do adesivo Clearfil SE Bond quando
aplicado em diferentes espessuras de smear layer está de acordo com
o estudo de Ogata et al.
41
(2001), que demonstraram que a resistência
de união foi de 30.2 MPa para dentina preparada com ponta
diamantada convencional. Este valor aumentou para preparos de
dentina realizados com ponta de carbide de tungstênio ou lixas de
carbeto de silício de granulações 600 e 703, que proporcionaram
smear layer mais delgada, respectivamente.
Estudos de supercie tratada com Clearfil SE Bond em
microscopia eletrônica de transmissão, mostraram a formação de uma
autêntica camada híbrida em dentina fraturada, ou seja, sem a
presença de smear layer. Para a dentina preparada com lixa de carbeto
de silício de granulação 600, os pesquisadores observaram junto à
camada híbrida, uma camada de smear layer hibridizada. Para a
dentina preparada com lixa de carbeto de silício de granulação 60,
observou-se uma camada de smear layer hibridizada, com pontos de
desconexão com a camada híbrida autêntica, o que demonstra que a
espessura de camada híbrida autêntica formada pelo Clearfil SE Bond
é dependente da espessura de smear layer apresntada pela dentina,
comprometendo o seu desempenho.
O adesivo autocondicionante One-Up Bond F
apresenta um sistema combinado onde o componente ácido, o primer
111
e o adesivo são aplicados em um único passo no substrato adesivo,
sendo que mistura dos componentes do One-Up Bond F para ser
aplicada na dentina, apresenta pH de 1.3 (WANG & SPENCER
77
,
2004).
Os valores de resistência de união encontrados neste
estudo para o adesivo One-Up Bond F não foram afetados pelo
método de preparo da superfície dentinária, de 18,28 ± 7,04 MPa
(CVD/ONE) e de 15,03 ± 8,61 MPa (D/ONE).
Estes resultados estão de acordo com o estudo de Tani
& Finger
59
(2002) onde foi demonstrado que a resistência de união de
adesivos autocondicionantes de passo único que apresentem alto
potencial iônico, não depende da espessura da smear layer presente no
substrato. Esta propriedade pode estar relacionada ao pH do adesivo,
que favorece a dissolução da smear layer e a desmineralização da
dentina subjacente.
Estudos de microscopia eletrônica de varredura
demostraram que a camada híbrida formada pelo One-Up Bond F,
ainda que delgada (1-2 um), apresentou-se mais claramente que a do
Clearfil SE Bond e também maior número de tags. Também foi
constatado que o One-Up Bond F proporciona um grau de
desmineralização dentinária superior ao Clearfil SE Bond, devido ao
seu potencial iônico (WANG & SPENCER
77
, 2004).
Considerando-se apenas o fator adesivo, os resultados
deste estudo mostraram que o Clearfil SE Bond apresenta superior
desempenho de resistência adesiva que o One-Up Bond F. Os valores
encontrados foram similares à resistência de união no trabalho de
112
Pucci
51
(2003), onde o Clearfil SE Bond apresentou 24.362 MPa e o
One-Up Bond F, 17.35 MPa. Strukowska et al.
56
(2002) relataram
valores de resistência adesiva semelhantes, 25.0 MPa para o Clearfil
SE Bond e 18.0MPa para o One-Up Bond F. Cobb & MacGregor
15
(2002) também avaliaram estes materiais, emcontrando resistência
adesiva do Clearfil SE Bond (18.0 MPa) superior ao desempenho do
One-Up Bond F (14.3 MPa).
Tay & Pashley
62
, em 2001, observaram em
microscopia eletrônica de transmissão, a camada hídrida de sistemas
adesivos autocondicionantes e classificaram-nos em: brandos, como o
Clearfil SE Bond, com camada híbrida de 0.4 a 0.5 m de espessura,
com a presença de smear layer e smear plugs presente, porém
hibridizados; moderados onde foi observada a dissolução completa da
smear layer e smear plugs, mas que apresentavam-se hibridizados,
com camada híbrida de 1.2 a 2.2 m; agressivos onde a smear layer e a
smear plugs foram completamente solubilizadas, apresentando
camada híbrida com espessura de 2.5 a 5.0 m. Observaram que a
utilização de sistemas adesivos agressivos, favorece um padrão de
desmineralização semelhante ao padrão dos sistemas adesivos
convencionais e que a espessura da camada híbrida não está
relacionada com a resistência adesiva (PHUKKANON et al.
50
, 1998).
Quando um adesivo autocondicionante de dois passos
(Clearfil SE Bond) ou de passo único (ou all-in-one, One-Up Bond F)
são aplicados na supercie dentinária, o primer adico ou o adesivo
acídico condicionam através da smear layer e desmineralizam a
dentina subjacente, dissolvendo cristais minerais e, simultaneamnete,
113
permite a infiltração do monômero para formar uma camada híbrida
que pode variar de 0.5 a 2 m de espessura. Para estudar as interações
sico-químicas de interfaces entre adesivos autocondicionantes e a
dentina, Wang & Spencer
77
, em 2004, submeteram espécimes à
microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia. Foi verificado
que os três sistemas adesivos em estudo, Clearfil SE Bond, One-Up
Bond F e o Prompt L-Pop, penetram na dentina para formar camada
híbrida. O Prompt L-Pop, apresentou região de dentina
desmineralizada, mas não permeada pelo monômero, fato não
totalmente esclarecido pela literatura, mas uma das possibilidades
seria a presença de água na formulação dos adesivos
autocondicionantes de passo único, impedindo a completa
polimerização do monômero. A presença de água residual pode
comprometer a qualidade da interface adesiva e os estudos revelaram
que a complexidade do padrão da interface foi observada nos adesivos
de passo único e não ficou evidente no sistema adesivo de passos
(Clearfil SE Bond), o que pode explicar a superioridade do material
nos testes de resistência de união, ainda que apresente uma menor
agressividade (pH mais elevado).
Estudos em microscopia eletrônica de varredura
realizados por Doi et al.
16
, em 2004, avaliaram a interface adesivo-
dentinária do Clerafil SE Bond e foi observada uma camada brida
homogênea e a resistência de união apresentada foi superior ao Mac-
Bond II e ao UniFil Bond. O pH do Clearfil SE Bond é maior que os
pH apresentados pelos referidos sistemas adesivos autocondicionantes
de passo único, sugerindo que a resistência de união esassociada à
114
qualidade (homogeneidade) da camada híbrida formada e não apenas à
sua quantidade (profundidade).
A discrepância entre a profundidade de
desmineralização e a infiltração do monômero deveria não ocorrer
com os adesivos autocondicionantes, mas a nanoinfiltração por prata
ter sido verificada e atribda à incompleta remoção de água destes
adesivos. A ocorrência deste fato está relacionada ao tipo de material
autocondicionante. A mistura de monômeros hidrofílicos com
hidrofóbicos nos adesivos de passo único agrava a nanoinfiltração por
prata. A hidrólise de monômeros acídicos em adesivos
autocondicionantes de passo único, como o 4-MET pode resultar na
formação polietileno glicol, ácido metacrílico e ácido trimelítico.
Estes ácidos são não-polimerizáveis e podem continuar a condicionar
a dentina após a formação da camada brida. Portanto, o conceito de
condicionamento e infiltração simultânea não estão associados a todos
os adesivos autocondicionantes, sendo que a formulação e o potencial
iônico estão associados à presença de uma zona de dentina
desmineralizada, mas não-infiltrada abaixo da camada híbrida
(CARVALHO et al.
11
, 2005, CHERSONI et al.
14
, 2004; AGEE et al.
1
,
2003; CHAN et al.
12
, 2003; OLIVEIRA et al.
42
, 2004, YIU et al.
79
,
2004).
A ponta de diamante CVD pode melhorar o
desempenho de sistemas adesivos autocondicionantes, dependendo de
sua formulaçãoo e mecanismo de união. Porém, é fundamental
considerar que, apesar das numerosas vanatagens apresentadas pelo
sistema CVD em ultra-som, relatadas por Borges et al.
7
(1990), Vieira
115
e Vieira
76
(2002), Giannini et al.
19
(2004), Oliveira e Giannini
43
(2004), Valera et al.
73
(1996), como durabilidade, diminuição dos
níveis de ruído, maior conforto ao paciente, ainda limitações em
seu uso clínico, quando comparada ä ponta de diamante convencional
em alta-rotação.
Os sistemas adesivos autocondicionantes apresentam
maior simplicidade de técnica e, teoricamente, vantagens em relação à
qualidade da camada brida formada. Mas devido à importância de
estudos clínicos, seu uso deve ser criterioso e o cirurgião-dentista debe
estar atento ao mecanismo de união destes materiais, que variam
conforme a sua formulação e potencial iônico. Desta forma, para a
aplicação segura de materiais e técnicas restauradoras, é fundamental
que o profissonal baseie sua escolha em estudos clínicos que possam
avaliar e avalisar com mais propriedade as verdadeiras vantagens e
limitações dos mesmos.
7 CONCLUSÕES
Os resultados permitem concluir que:
a) a média de resistência de união do Clearfil SE
Bond é superior ao One-Up Bond F,
independentemente do tipo de preparo da dentina;
b) o tipo de preparo da superfície dentinária interferiu
na resistência de união para o Clearfil SE Bond;
c) o desempenho do One-Up Bond F não sofreu
variação frente aos diferentes preparos da
superfície dentinária.
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Dissertação (Mestrado em Odontologia, Especialidade em Dentística)
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade
Estadual Paulista, São José dos Campos, 2005.
ABSTRACT
The purpose of this research is to compare the union of two self
conditioning adhesive systems with different methods of dentine preparation.
Thirty-two similar human molar teeth were used, which were kept in a solution of
T Cloramine with their occlusal surface exposed and leveled. The teeth were
randomly divided within four different experimental conditions, according to the
adhesive systems used: Clearfil SE Bond SE (Kuraray) or One-Up Bond F-ONE
and under the applied method of preparation of the dentine: Diamond burs on
high speed rotation (Komet) D or diamond burs in ultrasound (Inpe) CVD.
The adhesives were applied according to manufacturer`s instructions and
recommendations and blocks 5 mm high on light-cured composed resin THP
(Dentsply) were prepared using the incremental technique. After storage under
distilled water for 24 hours under 37ºC, serial mesio-distal and vestibule-palatine
(vestibule-lingual) cuts were made and stick-like specimens were obtained, which
had transversal cuts of 0.8 mm2. The samples were submitted to micro traction
under the speed of 0.5mm/min and load of 10kg on Emic. The results were
subjected to ANOVA statistics analysis and The Test f Turkey (5%). The results
were the following, in MPa: DSE: 24.06 +/- 8.84, D/ONE: 15.03+/- 8.61,
CVD/SE: 39.90 +/- 8.24 and CVD/ONE: 15.03 +/- 8.61. It is concluded that the
Clearfil SE Bond adhesive system presented significantly superior resistance in
relation to the preparation with CVD burs. The preparation method of the dentine
interferred with the performance of Clearfil SE Bond and, on the other hand, did
not influence the performance of One-Up Bond F.
KEYWORDS: self conditioning adhesives, micro traction, CVD burs, smear layer
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