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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA POLITÉCNICA
AUGUSTO MARCELINO LOPES DORNELES FILHO
Critérios na seleção de plásticos de engenharia para aplicações
em veículos populares no Brasil
São Paulo
2006
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Livros Grátis
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Milhares de livros grátis para download.
AUGUSTO MARCELINO LOPES DORNELES FILHO
Critérios na seleção de plásticos de engenharia para aplicações
em veículos populares no Brasil
Dissertação apresentada à Escolha Politécnica da
Universidade de São Paulo para obtenção do título
de Mestre em Engenharia.
Área de concentração: Engenharia Automotiva
Orientação: Prof. Dr. Marcos Mattos Pimenta
São Paulo
2006
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS
DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Catalogação na Publicação
Serviço de Documentação de Engenharia
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Dornelles Filho, Augusto Marcelino Lopes
Critérios na seleção de plásticos de engenharia para aplica-
ções em veículos populares no Brasil / A.M.L. Dornelles Filho. --
São Paulo, 2006.
190 p.
Trabalho de curso (Mestrado Profissionalizante em Engenha-
ria Automotiva) - Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo.
1.Plásticos (Aplicações industriais) 2.Veículos populares -
Brasil I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica II.t.
DEDICATÓRIA
À Ormene Carvalho Coutinho Dorneles, minha esposa, com amor, admiração e gratidão por sua
compreensão, carinho, presença e incansável apoio (mesmo!) ao longo do período de elaboração
deste trabalho. E também aos meus pais Augusto e Yolanda e aos meus filhos Caio e Daniel, que
me dão razões para valorizar meu passado, usufruir meu presente, e me motivar para o futuro.
AGRADECIMENTOS
Ao Doutor Professor Marcos Mattos Pimenta, pela atenção, apoio e amizade durante o
processo de definição e orientação.
Ao Doutor Professor Marcelo Massarani, pelas críticas sempre construtivas que me
ajudaram sobremaneira a aumentar meu ângulo de visão.
À Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, pela oportunidade de realização do
curso de mestrado.
À Secretaria de Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva, pela gentileza e
atenção durante todo o curso.
À Biblioteca do Departamento de Mecânica da Escola Politécnica, pelo empréstimo
dos livros que utilizei.
À Dupont do Brasil, na pessoa do Diretor de Plásticos de Engenharia, Sr. Horácio
Nestor Kantt, que patrocinou e forneceu todo o suporte necessário à conclusão deste curso.
EPÍGRAFE
‘‘Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam
um ano e são melhores, há aqueles que lutam muito anos e são
muito bons, mas há os que lutam e ‘aprendem durante’ todas as
suas vidas, esses são os imprescindíveis’’.
Berthold Brecht
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Conceito de Propriedade para Plásticos (Van Krevelen - ‘Properties of
Polymers’)
26
Figura 2 Fatores que influenciam no desempenho final do produto 26
Figura 3 Mufla utilizada no teste de teor de cinzas 34
Figura 4 Ensaio Típico de Resistência à Tração 35
Figura 5 Significados do Ensaio de Tração 36
Figura 6A Ensaio de Módulo de Flexão: Configuração do Teste de Flexão 37
Figura 6B Ensaio de Módulo de Flexão: Ponto de Máxima Tensão de Flexão/
Deformação das Fibras Laterais
37
Figura 7 O entalhe no corpo de prova Izod simula um canto vivo numa peça em
plástico de engenharia
38
Figura 8 Ensaio de Impacto – Tipo Izod 39
Figura 9 Ensaio de Impacto – Tipo Charpy 39
Figura 10 Aparelho para determinação de Ponto Vicat 41
Figura 11 Teste de Temperatura de Deflexão ao calor (HDT) 42
Figura 12 Os gráficos mostram as variações de módulo de flexão de plásticos de
engenharia amorfos e semicristalinos em função da temperatura.
Importante: os dados de transição vítrea são raramente fornecidos nos
catálogos dos fabricantes
43
Figura 13 Dispositivo de teste de coeficiente de dilatação térmica 44
Figura 14 Ensaio de Fluência simula a deformação permanente de componentes de
plásticos de engenharia
47
Figura 15 Módulo de Fluência simula a resistência à deformação sob carga de
componentes em plásticos de engenharia
48
Figura 16 Resistência à abrasão: importante no contato entre componentes de
plásticos de engenharia e metálicos
48
Figura 17 Teste de Atrito 49
Figura 18 Dispositivo de teste CTI, UL 746 A modificado 51
Figura 19 Dispositivo de Teste para UL 94, HB 51
Figura 20 Dispositivo de Teste para UL 94, V-1, V-2 e V-0 52
Figura 21 Tela de Excel para definição do Eixo “X” – Funções 103
Figura 22 Tela de Excel para definição do Eixo “Y” – Propriedades Operacionais 104
Figura 23 Planilha de definição do gráfico de bolas 106
Figura 24 Botão para criação do gráfico de bolas 107
Figura 25 Definição do tipo de gráfico 108
Figura 26 Inclusão dos dados das bolas 109
Figura 27 Inclusão dos dados das bolas 110
Figura 28 Exemplo de inclusões de dados para o gráfico de bolas 111
Figura 29 Definições de títulos do gráfico de bolas 112
Figura 30 Definição dos formatos principais do gráfico de bolas 113
Figura 31 Definir o local de inclusão do gráfico de bolas 114
Figura 32 Exemplo de gráfico de bolas 115
Figura 33 Base da portinhola do tanque de combustível 117
Figura 34 Conjunto do Farol 124
Figura 35 Haste do limpador de pára-brisas traseiro 133
Figura 36 Base do espelho lateral 138
Figura 37 Galeria de combustível 143
Figura 38 Módulo frontal para sistemas 151
Figura 39 Capa deslizadora do cinto de segurança 156
Figura 40 Capa para air-bag 160
Figura 41 Base, capa e carretel de bobina de relê de controle 165
Figura 42 Conectores internos do painel 170
Figura 43 Conjunto capa plástica da engrenagem de transmissão 175
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Performance versus custo dos plásticos de engenharia 72
Gráfico 2 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base da Portinhola do Tanque de Combustível
123
Gráfico 3 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Lente do Conjunto do Farol
128
Gráfico 4 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Máscara e Moldura do Conjunto do Farol
132
Gráfico 5 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro
137
Gráfico 6 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base do Espelho Lateral
142
Gráfico 7 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Galeria de Combustível
150
Gráfico 8 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Módulo Frontal para Sistemas
155
Gráfico 9 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa Deslizadora do Cinto de Segurança
160
Gráfico 10 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa para Air-Bag
164
Gráfico 11 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa, Base e Carretel de Relê de Controle
169
Gráfico 12 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conectores Internos
174
Gráfico 13 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conjunto Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão
179
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Comparativo de Custo (US$/cm
3
) 53
Tabela 2 Comparativo Temperaturas de Deflexão ao Calor em
o
C 54
Tabela 3 Comparativo Temperaturas de Uso Contínuo em º – RTI 55
Tabela 4 Comparativo de Módulo de Flexão 56
Tabela 5 Resistência à Fluência (Mpa) – ASTM D 2990 57
Tabela 6 Resistência ao Impacto Izod 58
Tabela 7 Resistência à Tração 59
Tabela 8 Resistência a Solventes e a Produtos Químicos em Geral 60
Tabela 9 Funções e propriedades para componentes em áreas exteriores do
automóvel
66
Tabela 10 Funções e Propriedades para componentes do habitáculo do motor do
automóvel
68
Tabela 11 Funções e propriedades para componentes em áreas interiores do
automóvel
69
Tabela 12 Funções e propriedades para componentes eletro-automotivos 71
Tabela 13 Legenda de Desempenho e Respectiva Pontuação por Resistência 74
Tabela 14 Propriedades do Plástico: Polipropileno Carregado com 40% de Carga
Mineral
74
Tabela 15 Propriedades do Plástico: ABS de Média Viscosidade para Injeção 76
Tabela 16 Propriedades do Plástico: Nylon não Reforçado 77
Tabela 17 Propriedades do Plástico: Nylon Reforçado com Fibra de Vidro / Nylon
Carregado
79
Tabela 18 Propriedades do Plástico: Poliacetal 80
Tabela 19 Propriedades dos Plásticos: Poliéster Híbrido 82
Tabela 20 Propriedades do Plástico: Poliéster Elastomérico 84
Tabela 21 Propriedades do Plástico: Policarbonato 86
Tabela 22 Exemplo de tabela: Funções e propriedades para componentes em áreas
exteriores do automóvel
90
Tabela 23 Principais propriedades dos plásticos de engenharia selecionados 93
Tabela 24 Resistência a Solventes e a Produtos Químicos em Geral (reprodução da
Tabela 8)
95
Tabela 25 Principais funções dos plásticos de engenharia selecionados 97
Tabela 26 Qualificação das necessidades do componente: Base tampa de
combustível
98
Tabela 27 Estimativa de consumo atual por carro em kg 100
Tabela 28 Definições do eixo “X” – Funções Operacionais 102
Tabela 29 Definições para o gráfico de bolas 105
Tabela 30 Necessidades do componente: Base da portinhola do tanque de
combustível
118
Tabela 31 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base da Portinhola do Tanque de Combustível – Funções
120
Tabela 32 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base da Portinhola do Tanque de Combustível – Propriedades
121
Tabela 33 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base da Portinhola do Tanque de Combustível – Resumo
122
Tabela 34 Necessidades do componente: Lente do conjunto do farol 125
Tabela 35 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Lente do Conjunto do Farol – Funções
126
Tabela 36 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Lente do Conjunto do Farol – Propriedades
126
Tabela 37 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Lente do Conjunto do Farol – Resumo
127
Tabela 38 Necessidades do componente: Máscara e moldura do conjunto do farol 129
Tabela 39 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Máscara e Moldura do Conjunto do Farol – Funções
130
Tabela 40 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Máscara e Moldura do Conjunto do Farol – Propriedades
130
Tabela 41 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Máscara e Moldura do Conjunto do Farol – Resumo
131
Tabela 42 Necessidades do componente: Haste do limpador de pára-brisas traseiro 133
Tabela 43 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro – Funções
135
Tabela 44 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro – Propriedades
135
Tabela 45 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro – Resumo
136
Tabela 46 Necessidades do componente: Base do espelho lateral 138
Tabela 47 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base do Espelho Lateral – Funções
140
Tabela 48 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base do Espelho Lateral – Propriedades
140
Tabela 49 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Base do Espelho Lateral – Resumo
141
Tabela 50 Necessidades do componente: Galeria de combustível 144
Tabela 51 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Galeria de Combustível – Funções
146
Tabela 52 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Galeria de Combustível – Propriedades
147
Tabela 53 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Galeria de Combustível – Resumo
148
Tabela 54 Necessidades do componente: Módulo frontal para sistemas 151
Tabela 55 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Módulo Frontal para Sistemas – Funções
153
Tabela 56 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Módulo Frontal para Sistemas – Propriedades
154
Tabela 57 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Módulo Frontal para Sistemas – Resumo
154
Tabela 58 Necessidades do componente: Capa deslizadora do cinto de segurança 157
Tabela 59 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa Deslizadora do Cinto de Segurança – Funções
158
Tabela 60 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa Deslizadora do Cinto de Segurança – Propriedades
159
Tabela 61 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa Deslizadora do Cinto de Segurança – Resumo
159
Tabela 62 Necessidades do componente: Capa para air-bag 161
Tabela 63 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa para Air-Bag – Funções
163
Tabela 64 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa para Air-Bag – Propriedades
163
Tabela 65 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa para Air-Bag – Resumo
164
Tabela 66 Necessidades do componente: Base, capa e carretel de bobina de relê de
controle
166
Tabela 67 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa, Base e Carretel de Relê de Controle – Funções
168
Tabela 68 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa, Base e Carretel de Relê de Controle – Propriedades
168
Tabela 69 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Capa, Base e Carretel de Relê – Resumo
169
Tabela 70 Necessidades do componente: Conectores internos do painel 171
Tabela 71 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conectores Internos – Funções
172
Tabela 72 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conectores Internos – Propriedades
173
Tabela 73 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conectores Internos – Resumo
173
Tabela 74 Necessidades do componente: conjunto capa plástica da engrenagem de
transmissão
176
Tabela 75 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conjunto Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão – Funções
178
Tabela 76 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conjunto Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão – Propriedades
178
Tabela 77 Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conceito: Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão – Resumo
179
Tabela 78 Resumo dos resultados das simulações (notas destacadas para o plástico
selecionado)
183
Tabela 79 Resumo do desempenho da metodologia proposta 184
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 18
2 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS PLÁSTICOS DE ENGENHARIA 24
2.1 CONCEITO DE PROPRIEDADE EM PLÁSTICOS 24
2.1.1. Propriedades imediatas e propriedades de uso contínuo 27
2.2 PROPRIEDADES IMEDIATAS 29
2.2.1 Propriedades físicas mais comuns 29
2.2.1.1 Densidade (ASTM D-792) 31
2.2.1.2 Índice de fluidez (“Melt Flow Index” – ASTM D-1238) 31
2.2.1.3 Absorção de umidade (ASTM D-570) 32
2.2.2 Principais propriedades imediatas de origem térmica 33
2.2.2.1 Temperatura de fusão (ISO 3146) 33
2.2.2.2 Teor de cinzas (ASTM D-2584) 33
2.2.3 Propriedades mecânicas imediatas mais comuns 34
2.2.3.1 Resistência à tração, alongamento na ruptura e módulo elástico na tração
(ASTM D-638)
34
2.2.3.2 Módulo de flexão (ASTM D-790) 36
2.2.3.3 Resistência ao impacto Izod e Charpy (ASTM D-256) 37
2.2.3.4 Dureza superficial (ASTM D-785) 39
2.3 PROPRIEDADES DE USO CONTÍNUO 40
2.3.1 Propriedades de origem térmica mais comuns 41
2.3.1.1 Ponto Vicat (ASTM D-1525) 41
2.3.1.2 Temperatura de deflexão ao calor (ASTM D-648) 42
2.3.1.3 Temperatura de transição vítrea (ASTM E-1356) 43
2.3.1.4 Coeficiente de dilatação térmica (ASTM D-696) 44
2.3.2 Propriedades de origem elétrica mais comuns 45
2.3.2.1 Resistência dielétrica (ASTM D-149) 45
2.3.2.2 Resistividade volumétrica (ASTM D-257) 45
2.3.2.3 Constante dielétrica (ASTM D-150) 45
2.3.2.4 Resistência ao arco voltaico (ASTM D-495) 45
2.3.3 Propriedades de origem mecânica mais comuns 46
2.3.3.1 Resistência à fluência ou “Creep” (ASTM D-2990) 46
2.3.3.2 Módulo de fluência (ISO 899-2) 47
2.3.3.3 Resistência ao desgaste por abrasão (ASTM D-1044) 48
2.3.3.4 Coeficiente de atrito (ASTM D-1894) 49
2.3.4 Propriedades de uso contínuo de origem química 49
2.3.4.1 Resistência química (ASTM D-543) 49
2.3.5 Propriedades de uso contínuo: testes da UL (Underwriters Laboratories) 50
2.3.5.1 “Xenon-test” (UL 746 C) 50
2.3.5.2 Índice comparativo de rastreamento modificado para aplicações automotivas
(CTI – UL 746 A)
50
2.3.5.3 Resistência à chama (UL 94) 51
2.4 COMPARATIVO DE PROPRIEDADES PARA PLÁSTICOS DE
ENGENHARIA
52
3 METODOLOGIA PROPOSTA PARA SELEÇÃO DE PLÁSTICOS DE
ENGENHARIA
54
3.1 ESCOLHA DAS PROPRIEDADES IMEDIATAS E DE USO CONTÍNUO 54
3.2 ESCOLHA DOS PLÁSTICOS DE ENGENHARIA PARA A SELEÇÃO 63
3.3 RELAÇÃO ENTRE FUNÇÕES DO PRODUTO E PROPRIEDADES DOS
PLÁSTICOS DE ENGENHARIA
65
3.3.1 Áreas exteriores 65
3.3.2 Áreas do habitáculo do motor 67
3.3.3 Áreas do habitáculo interior 68
3.3.4 Áreas de componentes eletro-automotivos 70
3.4 A FUNÇÃO ECONÔMICA (REDUZIR CUSTOS) 72
3.5 PONTUAÇÃO PARA OS PLÁSTICOS DE ENGENHARIA ESCOLHIDOS 73
3.6 MÉTODO DE PONTUAÇÃO E PESOS DAS FUNÇÕES E
PROPRIEDADES ESCOLHIDAS
89
4 MATRIZ ELETRÔNICA DE SELEÇÃO DE PLÁSTICOS DE
ENGENHARIA
102
4.1 DESCRITIVO PARA A CONSTRUÇÃO DA MATRIZ ELETRÔNICA
102
5 SIMULAÇÕES, RESULTADOS E DISCUSSÃO 116
5.1 SIMULAÇÕES DE APLICAÇÕES NA ÁREA EXTERNA DE UM
VEÍCULO POPULAR
117
5.1.1 Base da portinhola do tanque de combustível 117
5.1.2 Conjunto do farol: lente e máscara da moldura 124
5.1.2.1 Lente do conjunto do farol 124
5.1.2.2 Máscara da moldura do conjunto do farol 128
5.1.3 Haste do limpador de pára-brisas traseiro 132
5.1.4 Base do espelho lateral 137
5.2 SIMULAÇÕES DE APLICAÇÕES NA ÁREA DO HABITÁCULO DO
MOTOR
142
5.2.1 Galeria de combustível 143
5.2.2 Módulo frontal para sistemas 150
5.3 SIMULAÇÕES DE APLICAÇÕES NA ÁREA DO HABITÁCULO
INTERIOR
155
5.3.1 Capa deslizadora do cinto de segurança 156
5.3.2 Capa para ‘air bag’ 160
5.4 SIMULAÇÕES EM ÁREAS DE COMPONENTES ELETRO-
AUTOMOTIVOS
165
5.4.1 Base, capa e carretel de bobina de relê de controle 165
5.4.2 Conectores internos do painel 170
5.5 SIMULAÇÃO-CONCEITO DE COMPONENTE AUTOMOTIVO EM
PLÁSTICO DE ENGENHARIA
174
5.5.1 Conjunto capa plástica da engrenagem de transmissão 175
5.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 180
6 CONCLUSÃO 185
7 SUGESTÃO PARA OS PRÓXIMOS TRABALHOS 188
REFERÊNCIAS 189
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo propor alguns critérios básicos, para o desenvolvimento de
plásticos de engenharia em aplicações, componentes e partes dos veículos chamados populares,
particularmente no Brasil, em substituição a partes tradicionalmente usinadas, fundidas ou
injetadas em ligas metálicas. A despeito da desconfiança que cerca alguns dos componentes em
plásticos que se destinam às aplicações automotivas, (e uma das principais razões para isso, são
as elevadas temperaturas presentes em algumas áreas do automóvel), as grandes indústrias do
setor não deixam de conceber novos projetos em polímeros de alta performance, para aplicações
tidas como críticas em termos de resistência geral. Os chamados plásticos de engenharia são
preferivelmente escolhidos devido à sua fácil processabilidade, e sua flexibilidade em propiciar
desenhos mais complexos, com boa estabilidade dimensional e uma excelente resistência à
corrosão em ambientes de hostilidade química. No passado, as empresas claramente optavam
pelos plásticos chamados de termofixos, que hoje estão quase esquecidos ou obsoletos
(principalmente devido aos processamentos mais custosos e/ou mais lentos). Hoje são largamente
substituídos pelos termoplásticos de engenharia. Atualmente, o consumo de plásticos em alguns
carros brasileiros já alcança quase 130 kg de plásticos nos seus interiores e/ou exteriores (como o
Ford KA, por exemplo), o que ajuda a reduzir o peso total do automóvel, aumentando a economia
de combustível, reduzindo os custos de processos, aliada a uma excelente aparência superficial.
Este trabalho versará sobre a possibilidade de se propor critérios mais objetivos na fase inicial de
um processo de seleção de plásticos de engenharia (notadamente, poliamidas, acetais, poliésteres,
e policarbonato), aumentando a eficácia da escolha e diminuindo custos (evitando erros e
economizando tempo), como um guia prático de consulta para engenheiros e profissionais do
setor automotivo brasileiro.
ABSTRACT
The main objective of this paper is to propose some basic economical and objective criteria for
the engineering plastics development in applications, components and parts in the low-end cars
segment (known in Brazil as popular cars), to replace traditional metallic machined, die-casted or
injected parts. In spite of the lack of reliance in plastics components in automotive applications
(one of them being the high temperature in the engine area), big industries in the sector always
conceive new projects on high performance polymers for applications considered critical because
of its general resistance. The named engineering plastics are preferably chosen due to its easy
processing, complex design flexibility, with a good dimensional stability and an excellent
resistance against corrosion in environments with chemical hostility. In the past, companies
clearly selected the called thermo-stable plastics, almost forgotten or obsolete nowadays (mainly
due to the high cost and/or slowness on processing). Today they are largely replaced by
engineering thermoplastics. Nowadays, the consumption of plastics in Brazilian low-end cars
already reached approximately 130 kg of plastics in their interior and/or exterior (like in Ford
KA, for example), which helps to reduce total car weight, increasing the saving of fuel,
mitigating process costs, besides to an excellent surface appearance. This paper will approach
about the possibility of proposing more objective criteria in the initial phase of the engineering
plastics selection (notably polyamides, acetals, polyesters, and polycarbonates), increasing the
choice efficacy and diminishing costs (avoiding mistakes and saving time), as a practical
consulting guide to engineers and professionals from the Brazilian automotive sector.
18
1 INTRODUÇÃO
Uma importante questão se coloca na escolha de um plástico de engenharia para uso em
componentes de automóveis populares no Brasil: Como se decidir qual o material é o melhor para
uma aplicação particular?
Nos dias de hoje, projetistas e engenheiros da área automotiva, prontamente estão dispostos a
especificar plásticos de engenharia para os vários componentes cujos desenvolvimentos estão sob
sua responsabilidade, porque estes materiais oferecem uma combinação de propriedades não
presentes em outras matérias primas, como por exemplo, leveza, resiliência, resistência à
corrosão, facilidade de cores, transparência, facilidade de processamento, e, sobretudo possuem a
vantagem de proporcionar a redução do custo total dos componentes, devido à flexibilidade de
‘design’ e diversidade de processos de fabricação. Mas apesar disso, têm o receio de fazê-lo,
devido às limitações de conhecimento na área de plásticos, que muitas vezes está concentrada
apenas na experiência prática da ‘tentativa e erro’ de moldadores (empresas transformadoras de
plásticos), e fornecedores da área em geral.
No plano acadêmico, quando se procuram informações que possam indicar os critérios de seleção
para materiais, seguidas vezes, as menções encontradas dizem respeito a produtos ainda em
desenvolvimento, que não tem formato (‘design’) definido, como por exemplo, o que
encontramos no autor Michael F. Ashby, que define a seleção de materiais como item ”que não
pode ser separada da escolha do formato” (Ashby, 2000, pág. 9). Aprofundando-se em sua
análise, Ashby afirma que a função, o material, o formato e o processo interagem, portanto a
função do componente “dita a escolha do material, o formato é escolhido para desempenhar a
função utilizando aquele material, e o processo é impactado pelas propriedades do material”
(Ashby, 2000, pág.9), que também interage com o formato, no que concerne ao tamanho, à
19
precisão, e ao custo por componente obtido por unidade de tempo. Segundo Sant’Anna e
Wiebeck (2006), com o conceito de Mapas de Propriedades de Materiais, Ashby expande os
limites de seleção, que aliados aos Índices de Mérito (que relacionam uma propriedade específica
ao tempo em horas, por exemplo), facilitariam as análises comparativas entre materiais
(Sant’Anna e Wiebeck, 2006, pág. 6).
A proposta deste trabalho é um pouco diferente, já que no segmento de veículos populares, o que
se busca são alternativas de materiais plásticos para produtos já existentes. Este fato já é
suficiente, para que a discussão se afaste das premissas iniciais, de Ashby (impossibilidade de se
estabelecer critérios sem inter-relacionar-se, formato, a função, o material, e processos) e se
concentre na seleção dos materiais plásticos – especificamente de engenharia, onde ainda a
função é requisito fundamental, e de certa forma, incorporando o conceito de Índices de Mérito, e
relacionando-a às propriedades dos plásticos de engenharia. Claro que o processo será
importante, já que contribuirá para que as propriedades intrínsecas dos materiais plásticos
venham a se manifestar com maior ou menor ênfase (por exemplo – aumento da rigidez mecânica
de uma peça produzida em poliacetal, decorrente da utilização de um molde quente no processo
de injeção). De maneira análoga, o formato (‘design’), terá sua importância relativa considerada,
entretanto com um menor peso, já que é existente (caso, por exemplo, de uma peça metálica de
um veículo popular, na qual se deseje uma redução de custo). Em suma, para os interesses deste
trabalho, os aspectos básicos, que servirão para se estabelecer uma seleção inicial, de um plástico
de engenharia para um componente ou peça para um veículo popular, tratarão de relacionar as
funções desejadas para o componente durante sua operação, às propriedades dos plásticos. Para
melhor caracterizar o conceito de propriedades para plásticos, Felicetti (1996) cita Van Krevelen,
que em sua obra, ‘Properties of Polymers’ inter-relaciona, propriedades intrínsecas, propriedades
de processo e propriedades de produto (Felicetti, 1996, pg.02) Assim, uma propriedade
20
intrínseca como resistência à fluência, poderia ser maximizada durante o processo (altas
temperaturas no molde), para se obter um componente que desempenhasse a função de suportar
cargas elevadas com pouca deformação permanente.
Também, faz-se referência, aos chamados ‘plásticos de engenharia’, que se refere a uma família
de materiais, e que inclui os Nylons, os Acetais, os Poliésteres, etc... Deste modo, assim como se
aceita que o alumínio, com propriedades diferentes dos aços, pertença à mesma família dos
metais, analogamente, os Nylons apresentam propriedades diferentes dos Poliacetais e dos
Poliésteres.
R. J. Crawford (1987), menciona que, da mesma maneira que “poucos projetistas simplificariam
demais se especificassem o metal como o material para um componente particular, igualmente o
fariam se recomendassem um plástico” (Crawford, 1987, pág. 4).
Analogamente, como há diversos tipos de aço ou alumínio, também ocorre o mesmo para Nylons,
Poliacetais ou Policarbonatos, por exemplo.
Daí resulta a dificuldade maior em se selecionar o melhor plástico de engenharia para uma dada
aplicação, já que se deverá contar com um pré-conhecimento, no que concerne ao comportamento
mecânico-físico dos plásticos, enquanto grupo de materiais, assim como haverá uma demanda
para uma certa familiaridade com suas necessidades ambientais, determinando as funções
particulares, e desempenho a curto e longo prazos.
Deste modo, faz-se mister designar inicialmente o propósito, o ambiente e, portanto, as funções
que o componente exercerá durante sua vida útil. Em seguida, considerar as propriedades de
engenharia que mais se enquadram ao seu desempenho funcional geral.
As propriedades principais a serem consideradas nas especificações da indústria automobilística
são abordadas a seguir:
21
a- Resistência mecânica: Resistência à tração, Módulo de Flexão, Resistência à Fluência
(parâmetros associados à Rigidez Mecânica) e Resistência ao Impacto (associada à
tenacidade); Resistência à Abrasão, Coeficiente de Atrito, Dureza Superficial (associados ao
desgaste).
b- Densidade (associada à economia de peso no veículo);
c- Temperatura de deflexão ao calor (associada ao comportamento mecânico sob altas e baixas
temperaturas);
d- Temperatura de Transição Vítrea e Coeficiente de Expansão Térmica (característica
intrínseca dos plásticos, vinculada à conservação de propriedades sob calor);
e- Resistência Química Geral (suscetibilidade à corrosão);
f- Propriedades Dielétricas e UL 94 (associada ao isolamento elétrico);
g- Propriedades Ópticas (associadas ao grau de transparência);
h- Facilidade ou não de Processabilidade (associada aos processos convencionais e liberdade de
‘design’ - desenho);
i- Custo do Produto Final (Preços mais Custos Agregados - relativos à facilidade ou não para
Operações Secundárias como, pintura decoração, ultra-som, etc...);
Após estas considerações, o trabalho se concentra na metodologia utilizada para construir o
cenário de critérios para a seleção de plásticos de engenharia em componentes automotivos
(veículos populares).
Baseando-se na nominação de funções, trazidas da Engenharia de Valor, o engenheiro ou
profissional da indústria automotiva, deverá traduzir o conhecimento relativo ao ambiente de
trabalho do componente, em funções. E a melhor maneira, de se definir uma função, é por meio
da técnica do Verbo + Substantivo (Massarani, 2005, pág. 17). Assim, o ideal é utilizar-se o
verbo no infinitivo pessoal e um substantivo para completar a idéia, entretanto isto não deve se
22
tornar um elemento complicador, assim pequenos desvios podem ser aceitos. Assim, expressões
como Prover Rigidez, Suportar Cargas, Minimizar Ruídos, Suportar Montagem, e etc... serão
várias vezes encontradas nas simulações de seleção realizadas neste trabalho.
Definidas as funções, listou-se ao lado destas, as principais propriedades (mais conectadas às
estas mesmas funções) por área de utilização no automóvel (de maneira simplificada, optou-se
por áreas : exteriores, do habitáculo do motor, do habitáculo interior e de componentes eletro-
automotivos).
Assim, para uma aplicação do habitáculo do motor (exemplo: Módulo Frontal para Sistemas), e
que o engenheiro ou projetista, elegeriam como funções principais, Suportar Cargas (ao Calor),
Suportar Vibrações, Prover Rigidez, Prover Dimensional (estabilidade), Resistir a Óleos, e
Reduzir Custos, se relacionaram as seguintes propriedades respectivamente : Alta temperatura de
Deflexão ao Calor, Alta Resistência ao Impacto Izod, Alto Módulo de Flexão, Baixa Contração
na Moldagem / Coeficiente de Expansão Térmica, Alta Resistência Química, e Menor Custo
Relativo.
Para completar o processo, aplica-se um sistema de pesos e notas para as funções e propriedades
dos plásticos submetidos ao processo de seleção, assim demonstra-se como se elege um Nylon
reforçado com fibras de vidro para tal parte, por exemplo.
Os critérios então para a seleção de plásticos de engenharia para componentes em veículos
populares, são determinados pelo conhecimento das funções entendidas com mais importantes
para a operação de certo componente em dado ambiente, e sua relação com as propriedades
(imediatas e de uso contínuo), norteadas por um sistema de pesos e notas, que variam em função
da área do carro a que se destinam e sua performance geral (entendidas como as funções e suas
respectivas propriedades correlatas).
23
Com este trabalho, pretende-se abrir o leque de oportunidades para se avançar na seleção de
plásticos de engenharia, diminuindo o tempo para a escolha (minimizando o tempo de
desenvolvimento de produtos) e reduzindo custos, já que muitas vezes, as empresas depois do
longo processo advindo das ‘tentativas e erros’, acabam por optar por ferramentas caras de
design, cálculos estruturais (CAD/CAE) e análises de elementos finitos (NASTRAM,
ABBACUS), e nem sempre bem sucedidos. Claro que estas ferramentas, tornam-se cada dia mais
importantes, entretanto é preciso dirigi-las para um estágio posterior à seleção básica de um
plástico de engenharia, alocando tais recursos mais dispendiosos, em aplicações de maior
complexidade e responsabilidade técnica.
24
2 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS PLÁSTICOS DE ENGENHARIA
2.1 Conceito de Propriedade em Plásticos
As propriedades dos plásticos podem ser divididas em três classes: as intrínsecas, as de
processamento e as de produto (Felicetti, 1996, pág.4). É importante enfatizar que estas
propriedades estão intimamente ligadas e não podem ser consideradas separadamente. Felicetti
(1996), afirma que Van Krevelen em seu livro ‘Properties of Polymers’, ratifica uma idéia desse
inter-relacionamento (Figura 1).
As propriedades intrínsecas dizem respeito ao plástico como matéria, as propriedades do produto
concernem ao objeto feito desta matéria, o seu tamanho e a sua forma.
Assim, quando se fala na leveza de um plástico, compreendemo-la como uma característica ou
propriedade intrínseca (como densidade), já quando se menciona o peso (massa) de um pára-
choque injetado em plástico para determinado veículo, pensamo-lo, em seu tamanho e sua forma,
como uma propriedade de produto. A propriedade de processamento está posicionada entre as
duas anteriores, já que se caracteriza por combinar algumas propriedades intrínsecas do plástico,
que definem o tipo de processo, onde se inserem, o tipo de transformação (como injeção,
extrusão, roto-moldagem por exemplos), operações secundárias (como pintura, gravação,
polimento) e operações de montagem (encaixes sob pressão, soldagem por ultra-som). Durante o
processamento, várias características são agregadas, no caso dos plásticos, por exemplo, a forma,
o grau de rigidez ou flexibilidade, o grau de orientação molecular, as tensões residuais, a
aparência superficial, etc. Fundamentalmente, esta combinação entre propriedades intrínsecas e
propriedades de processamento, constitui as propriedades de uma entidade, que coletivamente,
pode-se chamar de produto (tratado aqui por componente).
25
Claro, que o desempenho de um determinado plástico, é expresso pelo comportamento geral do
componente. Desta forma, o comportamento do mesmo não se refere apenas à medida das
propriedades intrínsecas de um plástico, mas antes à determinação “da forma na qual estas
propriedades se modificam pelo método e condições de transformação, pela configuração da peça
e pelas condições ambientais a que é submetida em serviço” (Ashby, 2000, pág.3). Assim, os
efeitos das condições ambientais determinam as funções de um componente fabricado em
plástico de engenharia (Figura 2), e que determinam o seu desempenho final, por exemplo, a
rigidez de um plástico varia com o tempo, com a temperatura a que está exposto, e com a
solicitação mecânica, assim como, a resistência ao impacto também é influenciada pelo efeito da
temperatura, a presença de fluídos e óleos automotivos. E ambas são muito susceptíveis ao
envelhecimento térmico e à ação da radiação ultravioleta. Sendo assim, também no processo de
seleção de um plástico de engenharia é preciso se contar com diversos dados, que espelhem as
mudanças das propriedades do material, em uma ampla gama de condições ambientais.
O conceito de propriedades é importante para que se compreenda a dificuldade da seleção de
plásticos na indústria automotiva, e que a necessidade de maior objetividade para os critérios
numa escolha inicial, implicará maior eficiência no processo de desenvolvimento de
componentes alternativos, com economia de tempo e de outros recursos, acelerando o tempo de
entrada num mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.
26
Figura 1 – Conceito de Propriedade para Plásticos (Van Krevelen - ‘Properties of Polymers’)
Plástico de Engenharia
Propriedades
Intrínsecas
Condições
Ambientais
(Tempo,
Temperatura, Esforço,
Corrosão)
Desempenho de
Funções do Plástico
de Engenharia
Configuração
da Peça
Processo de
Transformação
Plástico de Engenharia
Propriedades
Intrínsecas
Condições
Ambientais
(Tempo,
Temperatura, Esforço,
Corrosão)
Desempenho de
Funções do Plástico
de Engenharia
Configuração
da Peça
Processo de
Transformação
Figura 2 – Fatores que influenciam no desempenho final do produto
27
2.1.1 Propriedades Imediatas e Propriedades de Uso Contínuo
A classificação de propriedades mecânicas ou físicas de um plástico de engenharia em
‘propriedades imediatas’ e ‘propriedades de uso contínuo’ (isto é, dependentes do tempo de
exposição sob determinada condição), são um pouco arbitrárias, já que qualquer propriedade
imediata pode ser avaliada ao longo prazo, e tomar a forma de ‘propriedade de uso contínuo’.
Vale mencionar que todos os ensaios de propriedades específicas tomam um certo tempo para sua
realização, que nunca é informado nas especificações dos fabricantes de plásticos. Mesmo assim,
a distinção entre ‘propriedades imediatas’e ‘propriedades de uso contínuo’, se faz adequada para
os interesses deste trabalho.
Então, a definição das primeiras caberia a todos os ensaios, procedidos dentro de períodos de
tempo relativamente ‘instantâneos’, ou melhor, ‘de curta duração’, onde o tempo não é
considerado como fator prioritário.
Historicamente, entretanto, estes termos na área de plásticos, derivam do idioma inglês ‘short-
term properties’ e ‘long-term properties’ (aqui chamados respectivamente, ‘propriedades
imediatas’ e ‘propriedades de uso contínuo’), e já estavam em voga nos Estados Unidos na
década de 70 do século passado, pelos fabricantes de plásticos de engenharia, notadamente na
literatura da Celanese e da Dupont, sendo encontrado também, na literatura acadêmica já nos
anos oitenta, na primeira edição do livro ‘Plastics Engineering’ de R.J. Crawford em 1981.
Como mencionado anteriormente, os ensaios aqui chamados ‘de uso contínuo’, possuem no fator
tempo sua componente prioritária, pois o que se busca são os desempenhos, mecânico, térmico,
elétrico ou físico, contra o tempo de exposição.
Estes ensaios de laboratório são normalmente estendidos por horas, dias, semanas, meses ou até
anos. Conseqüentemente, a maioria dos ensaios realizados no padrão de consumo industrial
28
médio (até para regiões menos críticas de automóveis), é destinada maciçamente à mensuração
das ‘propriedades imediatas’ (isto inclui a maior parte dos ensaios prescritos pela ISO, ASTM,
DIN, etc...).
Todavia, as propriedades de ‘uso contínuo’ estão sempre muito presentes, por exemplo, quando o
componente plástico é empregado numa aplicação automotiva, estando submetido a um esforço
mecânico estático ou dinâmico, com trocas de temperatura, e exposto por determinado período de
tempo, simulando, de maneira acelerada ou não, a sua utilização final, têm-se aqui, a
caracterização de uma propriedade de uso contínuo.
Este é o caso de uma calota para uso em um veículo popular (engastada por três ou quatro
parafusos, que a fixam na roda, e sujeita à variação de temperatura durante um certo tempo de
rodagem). Portanto, um projetista ou engenheiro de produto, responsável por este componente,
deverá ter conhecimento das funções e do desempenho com que ele atuará após longos períodos
de tempo em serviço.
Por estas razões, sempre que o êxito em potencial da aplicação depender de uma função
específica, relacionada à determinada propriedade ou à combinação de várias delas, dever-se-á
considerar não apenas as ‘propriedades imediatas’, mas também as ‘propriedades de uso
contínuo’, através de uma análise cuidadosa, para se determinar quais entre elas, são as mais
importantes para o caso em estudo.
Este trabalho visa estabelecer um critério de pesos e de pontuação para as funções desejadas dos
componentes durante sua operação, relacionadas às propriedades (que a sua vez, também estarão
ponderadas com pesos e pontuação específica) mais importantes para cada área do automóvel. As
necessidades ambientais para o produto final fabricado em plástico de engenharia, determinarão
as funções dos componentes. Já as propriedades dos materiais, serão definidas na esfera das
propriedades ‘imediatas’e ‘de uso contínuo’, obtidas junto aos fabricantes de plásticos de
29
engenharia. A pontuação para funções operacionais em relação aos plásticos de engenharia será
dada pela experiência e desempenho dos mesmos ao longo de 20 anos nas aplicações automotivas
no Brasil e do mundo (amplamente divulgado pelos fabricantes de plásticos em seus sítios na
Internet). A pontuação das propriedades em relação aos plásticos de engenharia poder ser dada
diretamente pelo comparativo de valores peculiares de suas propriedades (fornecidas também
pelos fabricantes de plásticos). Tendo-se concluído estas atividades, os critérios aqui definidos
poderão ajudar os projetistas e engenheiros do setor automotivo, a estabelecer uma primeira
escolha de qual ou quais plásticos de engenharia especificar. Isto é particularmente aplicável aos
automóveis considerados populares, sempre passíveis a alterações para redução de custos,
determinada nas engenharias de produto no Brasil. Em especial, quando se trata da substituição
de componentes metálicos, por alternativos em plásticos de engenharia de veículos com pelo
menos um ano de lançado.
2.2 Propriedades Imediatas
2.2.1 Propriedades Físicas Mais Comuns
O aprimoramento técnico presenciado nos dias atuais advém do trabalho de cientistas e
profissionais que trabalham com plásticos. Novos plásticos, novas blendas e ligas são
incorporados todos os dias, buscando um compromisso entre aumento da resistência e diminuição
do custo. Para tanto, análises, testes e medições são maciçamente utilizadas. E assim tomados,
como diretrizes, ‘normas ou procedimentos, usados na determinação de propriedades,
composição ou desempenho de materiais, produtos, sistemas e serviços que possam ser
especificados’ (Propriedades Fundamentais, 2006, pág.3).
30
Uma análise pode medir uma propriedade simples, ou várias propriedades ao mesmo tempo. Para
se proceder a testes mais significativos, muitas vezes, se recorre a ensaios de engenharia
experimental, onde uma propriedade imediata pode se tornar uma propriedade de uso contínuo.
Por exemplo, a resistência ao impacto do tipo IZOD, pode ser adaptada do original (martelo de
massa especificada que se choca contra um corpo de prova normalizado, com o objetivo de se
medir o trabalho da força de impacto para romper uma dada área deste mesmo corpo de prova),
para uma esfera metálica de uma dada massa, que se deixa cair em queda livre, de uma altura de
1 m, até atingir a lateral de uma calota plástica de uma roda típica de um veículo popular,
posicionada na vertical e submetida a uma temperatura de 190°C, simulando o impacto de um
estilhaço de pedra que se solta do asfalto na condição real de frenagem em uma ladeira. A
ASTM, a ISO, a DIN, são organizações normalizadoras largamente utilizadas pelas montadoras
instaladas no Brasil, já que as normas da ABNT ainda não se consolidaram no mercado
automobilístico brasileiro, no que pese uma tendência futura de se utilizá-las, pois foram escritas
com base naquelas mais tradicionais.
Avaliando o cenário geral de testes no Brasil, relativamente poucas empresas consumidoras de
plásticos efetuaram qualquer tipo de testes nestes materiais, nos últimos dez anos. Especialmente,
após o advento dos ‘Certificados de Análise ‘ impostos aos fabricantes de plásticos pelas Normas
ISO 9000, e que propiciaram aos moldadores de plásticos, tornarem-se apenas controladores
daqueles certificados. Os laboratórios internos de testes de propriedades físicas perderam
importância nas empresas. Quando necessária alguma análise ou teste, tais empresas, costumam
recorrer a terceiros (em geral, laboratórios de universidades, que cobram pelo serviço).
31
2.2.1.1 Densidade (ASTM D-792)
A densidade constitui-se em um dos mais importantes elementos que determinam o custo final do
produto acabado, sendo sempre lembrada, quando a prioridade é redução do peso do veículo, para
diminuir consumo de combustível. Além disso, a relação custo/volume (muitas vezes mais
importante, que o preço por kg do plástico) e o próprio valor da densidade são largamente
considerados no controle da produção, tanto de matérias-primas quanto na produção de artigos
por injeção e extrusão (testes de caracterização e controle do peso de componentes injetados ou
extrudados).
Densidade é entendida como sendo a razão entre a massa de uma dada quantidade de material a
23°C e o volume de água deslocado a esta mesma temperatura.
A densidade é uma propriedade essencial que pode ser utilizada na identificação de um material,
ou na percepção de sua alteração física.
A norma ASTM D-792 descreve a realização desse ensaio, cujo resultado em geral é expresso em
g/cm³.
2.2.1.2 Índice de Fluidez (‘Melt Flow Index’ – ASTM D-1238)
Explicita a “Fluidez” (ou a viscosidade em estado fundido) dos materiais plásticos. É muitas
vezes tomada como medida do peso molecular, já que guarda uma relação direta com a
viscosidade.
Em geral, os materiais que são mais resistentes ao fluxo, são aqueles que apresentam maior peso
molecular ou aqueles que são mais fortemente reticulados. Portanto, através do índice de fluidez,
é possível avaliar qualitativamente o peso molecular de um polímero. A norma ASTM D- 1238
32
cobre o procedimento deste ensaio, e usa unidade é expressa em g/10 minutos. No caso dos
poliacetais, sua aplicação é especialmente significante.
2.2.1.3 Absorção de Umidade (ASTM D-570)
Mensura o aumento na massa de um material plástico devido à absorção de umidade. Desta
forma, os corpos de prova são secos por 24 horas, e então pesados antes e após 24 horas de
imersão em água, durante vários intervalos de tempo. A absorção de umidade é importante
porque afeta as propriedades mecânicas e elétricas, assim como as dimensões de moldados
plásticos. Assim, plásticos de engenharia que absorvem menor quantidade de umidade, tendem a
apresentar melhor estabilidade dimensional. A norma ASTM D-570 descreve o procedimento
para medir esta característica. É de muita importância para os Nylons (6 e 66), devido à sua
higroscopicidade natural.
33
2.2.2 Principais Propriedades Imediatas de Origem Térmica
2.2.2.1 Temperatura de Fusão (ISO 3146)
Os plásticos se tornam mais fluídos com o aumento de temperatura, enquanto plásticos de
engenharia de origem cristalina (Nylons, Poliacetais, Poliésteres e etc.), apresentam uma
temperatura de fusão bem definida, os plásticos de engenharia de origem amorfa (Policarbonato,
PPO Modificado, ASA, etc.), amolecem e se tornam mais fluídos sob uma larga faixa de
temperatura . Esta propriedade é de grande importância para a moldagem e operações de
montagem. É expressa em graus Celsius no sistema internacional. A norma ISO 3146 descreve
seu procedimento.
2.2.2.2 Teor de Cinzas (ASTM D-2584)
Determinação do teor de cargas ou reforços (Figura 3) pela queima da fase de material plástico
(fase orgânica) a temperaturas acima de 600°C (acima dos pontos de fusão dos plásticos de
engenharia mais conhecidos). O teor de cinzas é usado para determinar a quantidade de cargas
numa amostra após a queima do plástico, assim é expresso pela divisão do peso das cinzas pelo
peso da amostra original, multiplicada por 100, para se obter o resultado em porcentagem.
A importância do ensaio reside no fato de se conhecer o tipo de carga ou reforço presente no
plástico de engenharia sob análise, e ainda a quantidade de carga ou reforço presentes. Desta
forma, quanto maior a presença de cargas ou reforços, maior será a rigidez mecânica, maior será
a densidade, menor será a contração, pior o acabamento superficial, e muitas vezes maior o
desgaste de equipamento de processo e moldes.
34
Figura 3 – Mufla utilizada no teste de teor de cinzas
Fonte : www.ides.com
2.2.3 Propriedades Mecânicas Imediatas Mais Comuns
2.2.3.1 Resistência à Tração, Alongamento na Ruptura e Módulo Elástico na Tração
(ASTM D-638)
As propriedades de tração (Figura 4) constituem-se nas mais importantes definidoras de
resistência mecânica de um material. A força necessária para alongar (estirar) um corpo de prova
é determinada juntamente com a medida do alongamento total do corpo de prova até a sua
ruptura.
O temo de resistência à tração é um termo amplo. Na realidade deve-se distinguir 3 diferentes
fenômenos:
35
(1) A tensão de escoamento (N/mm²)
(2) A tensão no ponto de ruptura para o caso de fratura na zona plástica (tenacidade).
(3) A máxima tensão para o caso de fratura instantânea.
O módulo elástico ou módulo de tração é a relação entre a tensão aplicada e a conseqüente
deformação na região em que ela ocorre linearmente e proporcional à tensão.
O módulo elástico ainda é essencialmente uma medida da rigidez de material, sendo muito
importante na escolha de um polímero que proveja alta rigidez mecânica.
Pode-se estabelecer que o plástico de engenharia ideal para um determinado componente
automotivo deveria exibir comportamento semelhante ao observado na região em que o módulo é
medido (Figura 5).
As propriedades de tração são descritas pela norma ASTM D-638, dentre outras, e são de
relevância para plásticos de engenharia como os Poliacetais (sem carga), e Nylons e Poliésteres
reforçados, os quais apresentam valores altos de resistência à tração.
Figura 4 – Ensaio Típico de Resistência à Tração
Fonte : www.ides.com
36
Menor resistência
Menor módulo
Menor resistência
Menor módulo
Maior resistência
Maior módulo
Maior resistência
Maior módulo
Deformação Deformação
Deformação
Deformação
Plásticos frágeis
tensão
tensão
tensão
tensão
Plásticos rígidos
Menor resistência
Menor módulo
Menor resistência
Menor módulo
Maior resistência
Maior módulo
Maior resistência
Maior módulo
Deformação Deformação
Deformação
Deformação
Plásticos frágeis
tensão
tensão
tensão
tensão
Plásticos rígidos
Figura 5 – Significados do Ensaio de Tração
Fonte: www.ticona.com
2.2.3.2 Módulo de Flexão (ASTM D-790)
Se um componente automotivo plástico ou metálico, na maioria das vezes de secção transversal
retangular, sofre uma deflexão entre dois apoios, imediatamente se percebe que uma superfície do
material se deforma em tração, enquanto a superfície oposta sofre compressão. Este
comportamento ocorre, até que se alcance a linha entre as duas superfícies, chamada de linha de
tensão zero ou do eixo neutro. O Módulo Elástico na Flexão ou Módulo de Flexão (Figura 6
A) é
reportado usualmente como o módulo inicial na deflexão da curva de carga. Como a maior parte
dos componentes automotivos são, na prática, submetidos a esforços de flexão (Figura 6 B), os
37
resultados obtidos nos ensaios de flexão conduzirão a valores de engenharia mais confiáveis num
estudo de seleção de plásticos de engenharia.
A norma ASTM D-790, descreve o procedimento deste ensaio, particularmente importantes para
plásticos como Poliacetais (sem carga), Nylons e Poliésteres reforçados.
Figura 6A – Ensaio de Módulo de Flexão: Configuração do Teste de Flexão
Fonte : www.ides.com
Figura 6B – Ensaio de Módulo de Flexão: Ponto de Máxima Tensão de Flexão/ Deformação das
Fibras Laterais
Fonte : www.ides.com
2.2.3.2 Resistência ao Impacto IZOD e Charpy (ASTM D-256)
O teste de resistência ao impacto método IZOD, visa medir a energia necessária para romper um
38
corpo de prova injetado e entalhado sob condições padronizadas (Figura 7). Tal energia é
calculada em J/m (sistema internacional de unidades).
Os testes de resistência ao impacto são eminentemente comparativos e, portanto, muito úteis
quando se deseja fazer um “Ranking” de vários materiais para especificar o melhor para uma
determinada aplicação. Porém, quando se comparam dois polímeros, é importante lembrar que a
resistência ao impacto método IZOD (Figura 8), não deve ser considerada isoladamente como
indicador da tenacidade do material, mesmo porque existem muitos polímeros que são sensíveis
ao entalhe (presente nos corpos de prova quando desejado, por exemplo, simular a ação de uma
força na região de um canto vivo de um componente) e, em virtude disso, exibirão uma elevada
concentração de tensões na região posterior ao entalhe. Portanto, determinados polímeros de
engenharia que têm excelentes propriedades mecânicas, como, por exemplo, o Nylon e o
Poliacetal, têm relativamente baixa resistência ao impacto método IZOD.
A Resistência ao Impacto Charpy (Figura 9), é menos comum no Brasil, mas também é
largamente utilizada entre as empresas européias. O teste é na prática, idêntico ao IZOD, com
exceção do posicionamento do corpo de prova, que é colocado deitado, enquanto no método Izod,
este é posicionado na vertical.
A ASTM D-256, descreve os procedimentos para estes dois tipos de ensaios de impacto.
Figura 7 – O entalhe no corpo de prova Izod simula um canto vivo numa peça em plástico de
engenharia.
Fonte : www.ides.com
39
Figura 8 – Ensaio de Impacto – Tipo Izod
Fonte: www.ides.com
Figura 9 – Ensaio de Impacto – Tipo Charpy
Fonte : www.ides.com
2.2.3.4 Dureza Superficial (ASTM D-785)
Em geral, mede a dureza Rockwell, e pode ser utilizada para diferenciar as durezas relativas de
diferentes tipos de um dado plástico de engenharia. No entanto, uma vez que a “Fluência” e a
40
“Resiliência” estão envolvidas na determinação da dureza, não é válido comparar “durezas” de
vários tipos de plásticos, somente com este teste.
A dureza Rockwell não deve ser considerada como um indicador das condições de uso do
material ou da resistência à abrasão do mesmo, mas pode ser usada como parâmetro de
resistência a risco.
De acordo com a norma ASTM D-785, o valor da Dureza Rockwell de um plástico advém da
profundidade de penetração de um corpo esférico no material, sob ação de uma carga. O valor da
Dureza Rockwell de um material é sempre apresentado ao lado de uma “letra” que indica os
diâmetros, da esfera, penetrador, a carga e a escala adotada.
A Dureza Rockwell está diretamente relacionada à dificuldade de perfurar o corpo de prova.
Portanto, quanto maior o valor da Dureza Rockwell lida na escala do equipamento, maior será a
dureza do material e sua resistência a risco.
2.3 Propriedades de Uso Contínuo
Assim como a resistência à tração é uma medida importante para as propriedades imediatas, a
resistência à fluência o é, para as propriedades de uso contínuo. E isto ocorre, porque nesta
propriedade uma carga constante é aplicada ao material e a variação de deformação ao longo do
tempo é registrada. Desta forma, as propriedades intrínsecas quando testadas sob a vertente do
tempo, e que de alguma forma possam ajudar numa possível extrapolação de desempenho a
prazos maiores, caracterizam a peculiaridade das propriedades de uso contínuo. A importância
deste tipo de propriedade está no papel de complementar as propriedades imediatas, cuja
combinação resultante, ajuda a caracterizar o perfil geral de resistência dos plásticos de
engenharia.
41
2.3.1 Propriedades de Origem Térmica Mais Comuns
2.3.1.1 Ponto Vicat (ASTM D-1525)
Esta análise se destina a estabelecer uma caracterização da resistência térmica de termoplásticos
de engenharia (Figura 10).
Desta forma, a temperatura na qual uma agulha de secção transversal circular com área igual a 1
mm², penetra 1 mm de profundidade em um corpo de prova de material termoplástico; sob carga
específica (geralmente 1 kg) e utilizando uma velocidade de aquecimento pré-selecionada, define
o Ponto Vicat.
Os dados obtidos a partir desta análise podem ser usados para comparar a resistência térmica (ou
ponto de amolecimento) de termoplásticos de engenharia.
Medidor de
deformação
Peso
Carga de
transferência
Nível do líquido
Agulha de contato
Corpo de prova
Medidor de
deformação
Peso
Carga de
transferência
Nível do líquido
Agulha de contato
Corpo de prova
Figura 10 – Aparelho para determinação de Ponto Vicat. Fonte: www.ticona.com
42
2.3.1.2 Temperatura de Deflexão ao Calor (ASTM D-648)
Visa determinar a temperatura na qual uma deflexão ocorre, sob efeito de uma carga pré-
escolhida (Figura 11). Nesse caso, não existe a intenção de se estabelecer os limites de
temperaturas suportadas pelo material para aplicações específicas, mas fornecer uma idéia de
resistência térmica sob cargas mecânicas, particularmente na seleção de plásticos.
Durante o teste, uma barra de secção transversal retangular é ensaiada como se fosse uma viga,
no centro da qual é aplicada uma carga de 4,60 MPa ou 18,20 Mpa, com intuito de conferir a
máxima tração lateral das fibras do material. A amostra sob ação de uma carga em um banho
térmico que permite uma velocidade de aquecimento igual a 2 ± 0,2°C/min. A temperatura do
meio é medida quando o corpo de prova sofre uma deflexão igual a 0,25mm. Esta temperatura é
definida como sendo a “Temperatura de Deflexão ao Calor” da amostra.
Term ôm etro
Carga
Relógio
comparador
Term ôm etro
Carga
Relógio
comparador
Figura 11 – Teste de Temperatura de Deflexão ao calor (HDT)
Fonte: www.ticona.com
43
2.3.1.3 Temperatura de Transição Vítrea (ASTM E-1356)
A temperatura na qual plásticos de origem amorfa experimentam uma alteração física, passando
de um estado de rigidez, para uma condição de estado flexível, similar aos de borrachas. Para
materiais semicristalinos, que exibem regiões amorfas e cristalinas simultaneamente, apenas as
regiões amorfas sofrerão esta mudança (Figura 12).
ASTM E-1356, descreve o procedimento deste teste, que é particularmente importante para
plásticos de engenharia de origem amorfa (Policarbonato por ex.), expressando o seus limites
térmicos de uso.
Amorfos
Semi-Cristinalinos
Rigidez
não Útil
Temperatura
Módulo
Alta Rigidez
Rigidez
não Útil
Alta Rigidez
Módulo
Temperatura
Rigidez Moderada
Amorfos
Semi-Cristinalinos
Rigidez
não Útil
Temperatura
Módulo
Alta Rigidez
Rigidez
não Útil
Alta Rigidez
Módulo
Temperatura
Rigidez Moderada
Figura 12 – Os gráficos mostram as variações de módulo de flexão de plásticos de engenharia
amorfos e semicristalinos em função da temperatura. Importante: os dados de transição vítrea são
raramente fornecidos nos catálogos dos fabricantes. Fonte: www.solvayadvancedpolymers.com
44
2.3.1.4 Coeficiente de Dilatação Térmica (ASTM D-696)
A dilatação térmica é normalmente definida como a alteração em comprimento por unidade de
cumprimento, de um corpo de prova em plástico, por grau de variação de temperatura.
A norma ASTM D-696, dita o procedimento, que usa um dilatômetro de sílica (Figura 13), onde
um corpo de prova é nele disposto e a variação de cumprimento que ocorre em função do
aumento ou redução da temperatura é medida por um visor comparador montado na ponta de um
tarugo de sílica.
Visor Comparador
Tubo Vítreo de Silica
Fluído de
Transferência Térmica
Corpo de Prova
Tarugo Vítreo de Silica
Visor Comparador
Tubo Vítreo de Silica
Fluído de
Transferência Térmica
Corpo de Prova
Tarugo Vítreo de Silica
Figura 13 – Dispositivo de teste de coeficiente de dilatação térmica
Fonte : www.ides.com
45
2.3.2 Propriedades de Origem Elétrica Mais Comuns
2.3.2.1 Resistência Dielétrica (ASTM D-149)
Pode ser definida como a razão da tensão de ruptura dielétrica pela espessura do corpo de provas.
Assim, um elevado valor de resistência dielétrica implica maior resistência a uma descarga
elétrica. Sendo expressa, em kV/cm.
2.3.2.2 Resistividade Volumétrica (ASTM D-257)
Pode ser definida como o desempenho de um material à isolação elétrica, desta maneira, um
elevado valor de resistividade volumétrica, implica menor tendência à corrente de fuga. É
expressa em -cm.
2.3.2.3 Constante Dielétrica (ASTM D-150)
Denota o desempenho como isolante elétrico, assim, para valores mais baixos de constante
dielétrica, melhor é o isolante. Seu valor é adimensional.
2.3.2.4 Resistência ao Arco Voltaico (ASTM D-495)
Mede o número de segundos que um material resiste à formação de uma rota condutora na
superfície de um corpo de prova, quando submetido a um arco de alta voltagem intermitente e de
46
baixa corrente. O resultado em corpos de prova de 3 mm é considerado representativo do
desempenho do material, seja qual for a espessura. Assim, quanto maior o tempo em segundos
que um material resista ao arco voltaico, sem apresentar falhas (micro-fissuras ou queima
superficial, por exemplo), mais resistente a aplicações que necessitem essa propriedade (caixa de
fusíveis e interruptores, como exemplo).
2.3.3 Propriedades de Origem Mecânica Mais Comuns
2.3.3.1 Resistência à Fluência ou ‘Creep’ (ASTM D-2990)
Fluência (Figura 14), é a deformação resultante de aplicação prolongada de tensão abaixo do
limite elástico, sendo influenciada pelo valor da carga, o tempo que a mesma é aplicada, e a
temperatura. Em geral, aplica-se o procedimento ditado pela norma ASTM D-2990, assumindo
uma temperatura de 100°C e sob uma carga de 41 MPa em regime de 500 a 3000 horas de
exposição, para os plásticos de engenharia.
O teste na tração consiste da aplicação de uma carga em um corpo de prova, medindo-se a
deformação após um tempo determinado.
O teste na flexão produz uma deformação nas fibras laterais pela aplicação de uma carga de
flexão, depois de determinado tempo.
47
Peso
Peso
Fluência na Tração
Fluência na Flexão
PesoPeso
PesoPeso
Fluência na Tração
Fluência na Flexão
Figura 14 – Ensaio de Fluência simula a deformação permanente de componentes de plásticos de
engenharia. Fonte : www.ides.com
2.3.3.2 Módulo de Fluência (ISO 899-2)
A relação da tensão inicial de fluência pela deformação, após determinado tempo sob condições
específicas (Figura 15). Assim, um corpo de prova é submetido à flexão sob uma carga constante.
O resultado de deflexão é medido depois de um tempo específico. Sob flexão, produz uma
deformação nas fibras laterais pela aplicação de uma carga de flexão, após determinado tempo.
Quanto maior o módulo de fluência, maior a resistência à deformação sob carga por período de
tempo. É expresso em Mpa ou N/mm².
48
Figura 15 – Módulo de Fluência simula a resistência à deformação sob carga de componentes em
plásticos de engenharia. Fonte : www.ides.com
2.3.3.3 Resistência ao Desgaste por Abrasão (ASTM D-1044)
A resistência à abrasão é normalmente medida pela alteração da massa de um corpo de prova,
após determinado número de ciclos. A alteração da massa resulta da abrasão sofrida pelo corpo
de prova. O resultado é expresso em mg/1000 ciclos (Figura 16).
Rebolos
Abrasivos
Corpo de
Prova
Rebolos
Abrasivos
Corpo de
Prova
Figura 16 – Resistência à abrasão: importante no contato entre componentes de plásticos de
engenharia e metálicos.
Fonte : www.ides.com.
49
2.3.3.4 Coeficiente de Atrito (ASTM D-1894)
É a relação entre a força requerida para mover uma superfície sobre outra e a força normal total
aplicada nestas superfícies (Figura 17). Os valores de coeficientes de atrito são relacionados a
filmes extraídos dos plásticos que se quer avaliar.
Figura 17 – Teste de Atrito
Fonte: www.ides.com
2.3.4 Propriedade de Uso Contínuo de Origem Química
2.3.4.1 Resistência Química (ASTM D-543)
Este teste avalia os plásticos de engenharia em termos de resistência aos reagentes químicos,
simulando seu desempenho em ambientes de uso final. Estes reagentes podem ser lubrificantes,
agentes de limpeza, tintas, alimentos ou outra substância à qual é esperado que o componente
entre em contato. Assim, avalia: alterações de peso, dimensões, aparência e resistência mecânica,
sob temperaturas elevadas, deformações sob carga em função do tempo.
50
2.3.5 Propriedades de Uso Contínuo: Testes da UL (Underwriters Laboratories)
2.3.5.1 ‘Xenon-Test’ (UL 746 C)
Um material que é considerado adequado ao uso externo se testado de acordo com exposição à
luz Ultravioleta (UV), por 720 horas a 1.000 horas numa câmara de “Xenon-Test” com ou sem
exposição à água por 7 dias a 70
o
C. O plástico de engenharia é testado antes e após a exposição,
abrangendo testes de flamabilidade, e resistência mecânica – rigidez e impacto.
Os resultados podem levar a uma das seguintes observações:
(f1) – Adequado para uso externo com relação à exposição à luz Ultravioleta, exposição ou
imersão à água, de acordo com UL 746C. Essa condição indica que o material alcançou ambos os
requisitos, de imersão à água e a UV, como determinado no UL 746C.
(f2) – Submissão a um ou mais dos seguintes testes: luz ultravioleta, exposição ou imersão à
água, de acordo com o teste UL 746C, e a aceitação do uso externo precisa ser determinado pelo
Underwriters Laboratories Inc. Esta observação indica que o material foi aceito ou foi testado
apenas parcialmente para UV ou imersão à água.
2.3.5.2 Índice Comparativo de Rastreamento Modificado para Aplicações Automotivas
(CTI – UL 746 A)
O índice comparativo de rastreamento (Figura 18) é expresso como a voltagem, que causa
rastreamento depois da aplicação de 50 gotas de uma solução de Cloreto de Amônia, sobre a
superfície de um corpo de prova. O resultado do teste em uma placa de espessura nominal de 3
mm é considerado representativo para qualquer espessura.
51
Atualizações no Teste
Agulha
Hipodérmica
Gota da Solução de Teste
Eletrodos de
Cobre
Corpo de
Prova
Atualizações no Teste
Agulha
Hipodérmica
Gota da Solução de Teste
Eletrodos de
Cobre
Corpo de
Prova
Figura 18 – Dispositivo de teste CTI, UL 746 A modificado
2.3.5.3 Resistência à Chama (UL 94)
As medidas UL 94 agrupam materiais em categorias baseadas nos seus comportamentos de
flamabilidade. Assim, para plásticos de engenharia variam de uma classificação de menor
resistência à chama – HB (Figura 19), melhorando o desempenho para as classificações em
ordem crescente de resistência, V-1, V-2 e V-O (Figura 20).
Figura 19 – Dispositivo de Teste para UL 94, HB. Fonte : www.ides.com
52
AlgodãoAlgodão
Figura 20 – Dispositivo de Teste para UL 94, V-1, V-2 e V-0. Fonte : www.ides.com
2.4 Comparativo de Propriedades para Plásticos de Engenharia
Para simplificar a seleção, algumas tabelas complementares (mostradas a seguir) poderão ser
consultadas, para que se estabeleçam comparações de valores específicos de entre as
propriedades dos diferentes plásticos aqui considerados (nem todas propriedades e valores estarão
contemplados, pois estão disponíveis em numerosos sítios na internet e catálogos dos
fabricantes). Embora tais valores aqui mostrados expressem propriedades medidas em corpos de
prova, o que conceitualmente e concretamente são diferentes das propriedades dos componentes
reais.
Ainda assim, se adequam para o propósito deste trabalho, já que pela influência delas ajudam a
associar seus significados físicos e termo-mecânicos às funções de operação definidas pelo
ambiente de atuação desses mesmos componentes.
De fato, as notas (pontuação, que adiante será tratada – 3.5) para cada um dos produtos foram
concedidas com base em seus valores peculiares de performance para cada propriedade (Tabelas
53
1 a 8), e ajudaram no processo de construção da Matriz Eletrônica para a Seleção de Plásticos de
Engenharia, também para atender o interesse desse estudo.
Devido à grande variação de valores de propriedades dos plásticos pesquisados, optou-se por usar
como fontes, o livro de Hélio Wiebeck e Julio Harada – Plásticos de Engenharia de 2005, a tabela
referência de propriedades da Dupont – ‘Properties According to ISO and ASTM Procedures’ de
1994, e a apresentação de Michel Renaud, Introduction to Material Selection Rev. 2a, de maio de
2005, buscando uma homogeneidade maior de valores.
Tabela 1 – Comparativo de Custo (US$/cm
3
)
Custo US$/cm3 Plástico Custo US$/kg
6,50 Polipropileno Carregado 1,40
7,30 ABS Média Viscosidade 1,90
9,70 Nylon sem reforço 3,00
9,90 Poliacetal 2,70
10,20 Policarbonato 3,50
10,50 Nylon Carregado 3,10
11,00 Poliéster Híbrido 3,10
12,10 Nylon Reforçado 3,30
18,60 Poliéster Elastomérico 10,00
Fonte: Renauld, 2005.
54
Tabela 2 – Comparativo Temperaturas de Deflexão ao Calor em
o
C
ASTMD648 / ISO 75-1&2(1,82 Mpa e 0,46Mpa)
249/260 Nylon Reforçado
222/254 Nylon Carregado
220/247 Poliéster Híbrido
129 Poliacetal
125 Policarbonato
90/235 Nylon sem reforço
85/102 ABS Média Viscosidade
76/140 Polipropileno Carregado
50/115 Poliéster Elastomérico
Fonte: Properties According to ISO and STM Procedures, USA – 1994;
Plásticos de Engenharia, S.Paulo – 2005,
55
Tabela 3 – Comparativo Temperaturas de Uso Contínuo em º – RTI
UL 94 – RTI
140 Poliéster Híbrido
135 Nylon Reforçado
130 Nylon Carregado
120 Policarbonato
115 Nylon sem Reforço
105 Poliacetal
100 Poliéster Elastomérico
90 Polipropileno Carregado
80 ABS Média Viscosidade
Fonte: Properties According to ISO and ASTM Procedures, USA – 1994;
Plásticos de Engenharia, S.Paulo – 2005
56
Tabela 4 – Comparativo de Módulo de Flexão
ASTMD-790 (Mpa)
9100 Poliéster Híbrido
8960 Nylon Reforçado
6890 Nylon Carregado
2830 Poliacetal
2827 Nylon sem Reforço
2760 Policarbonato
2560 ABS Média Viscosidade
1900 Polipropileno Carregado
300 Poliéster Elastomérico
Fonte: Properties According to ISO and ASTM Procedures, USA –
1994; Renaud, Switzerland, 2005; Plásticos de Engenharia, S.
Paulo – 2005;
57
Tabela 5 – Resistência à Fluência (Mpa) – ASTM D 2990
ASTM (M Pa)
1.000 Poliéster Híbrido
680 Nylon Reforçado
360 Nylon Carregado
250 Poliacetal
220 Policarbonato
215 ABS Média Viscosidade
83 Nylon sem Reforço
65/85 Polipropileno Carregado
30 Poliéster Elastomérico
Fonte: Renaud, Switzerland, 2005.
58
Tabela 6 – Resistência ao Impacto Izod
ASTMD-256 (J/M)
420 Policarbonato
376 ABS Média Viscosidade
210 Poliéster Elastomérico
117 Nylon Reforçado
101 Poliéster Híbrido
80 Poliacetal
53 Nylon sem Reforço
48 Nylon Carregado
21 Polipropileno Carregado
Fonte: Properties According to ISO and ASTM Procedures, USA –
1994/Plásticos de Engenharia, S.Paulo – 2005
59
Tabela 7 – Resistência à Tração
ASTMD-638 (MPa)
186,0 Nylon Reforçado
158,0 Poliéster Híbrido
130,0 Nylon Carregado
82,8 Nylon sem reforço
69,0 Poliacetal
62,0 Policarbonato
45,8 Poliéster Elastomérico
34,5 ABS Média Viscosidade
31,7 Polipropileno Carregado
Fonte: Properties According to ISO and ASTM Procedures, USA –
1994/Plásticos de Engenharia, S.Paulo – 2005
60
Tabela 8 – Resistência a Solventes e a Produtos Químicos em Geral
Material
Álcool Aldeído
Aromá-
ticos
Gaso-
lina
Ceto-
nas
Água
Quente
Óleos/
Graxas
Água
Salgada
Pontos
Totais
Resistência
Química
Geral
Poliacetal
33 33323 323 5
Nylon sem Reforço
33 33312 321 5
Nylon Reforçado
33 33312 321 5
Nylon Carregado
33 33312 321 5
Poliéster Híbrido
31 23213 318 4
Poliéster Elastomérico
31 23213 318 4
Polipropileno Carregado
13 12111 313 2
ABS Média Viscosidade
21 11111 311 1
Policarbonato
21 11111 311 1
Pontuação dos materiais plásticos em relação aos produtos químicos:
1 – Afetado
2 – Ligeiramente Afetado
3 – Não Afetado
Resistência Química Geral (Componentes Automotivos)
Avaliação do Desempenho de Acordo com a Pontuação Obtida:
+ de 18 pontos: 5 (Forte)
De 16 a 18 pontos: 4 (Bom)
De 13 a 15 pontos: 3 (Regular)
De 12 a 14 pontos: 2 (Modesto)
– de 12 pontos: 1 (Fraco)
Fonte: Plásticos de Engenharia de 2005
61
3 METODOLOGIA PROPOSTA PARA SELEÇÃO DE PLÁSTICOS DE ENGENHARIA
3.1 Escolha das Propriedades Imediatas e de Uso Contínuo
Pelo que foi abordado, já se possui elementos suficientes para se estabelecer considerações
iniciais mínimas, quando da seleção de um plástico de engenharia para componentes da área
automobilística. Faz-se tempo agora, de entender as funções necessárias e propriedades
(imediatas e de uso contínuo) que serão levadas em conta e como elas caracterizam o processo de
seleção de plásticos.
Como ponto de partida, as funções operacionais (definidas pelo ambiente), serão correlacionadas
às propriedades intrínsecas dos plásticos - ‘propriedades imediatas’ e de ‘uso contínuo’, e
nortearão o processo inicial de seleção de dado plástico de engenharia.
Assim, nos exemplos que o trabalho abordará, algumas ‘propriedades imediatas’ consideradas
mais importantes, poderão ser utilizadas para montagem de uma tabela ferramental comparativa
para a organização do processo (propriedades e funções), como a seguir:
- A Densidade (leveza)
- A Resistência à tração (resistência ao estiramento)
- O Módulo de flexão (rigidez)
- A Resistência ao impacto (flexibilidade e tenacidade)
- A Constante Dielétrica e Resistividade Volumétrica (isolação elétrica)
- O Preço relativo (US$/cm³)
O mesmo procedimento é aplicado às propriedades físico-termo-mecânicas de prazo e longo
prazo, ou ‘propriedades de uso contínuo’, e assim definirão a escolha final em conjunto com
outras considerações complementares (processamento, formato, massa de produção e etc.) As
62
principais propriedades de ‘uso-contínuo’ que poderão integrar uma lista instrumental básica,
para ajudar no processo de seleção, é a seguir mostrada:
- A Resistência química (óleos, combustíveis e solventes).
- A Absorção de umidade (flexibilidade e estabilidade dimensional)
- A Fluência ou ‘Creep’ (rigidez sob carga em função tempo)
- A Temperatura de deflexão ao calor (suportar cargas ao calor)
- A Temperatura de transição vítrea (propriedades mecânicas sob calor)
- A Temperatura de uso (manutenção de propriedades)
- A Resistência à abrasão (desgaste por atrito)
- A Resistência a intempéries (aparência superficial e prevenção de fissuras)
Ainda assim, um filtro adicional será utilizado, para simplificar a explicação do processo de
seleção.
Neste trabalho, tomar-se-ão como propriedades imediatas, principalmente: o módulo de flexão
(para caracterização da rigidez do plástico de engenharia, definindo-se, portanto que quanto mais
alto o seu valor, mais alta a rigidez mecânica), a resistência ao impacto (denotando o trabalho
necessário para romper um corpo de prova durante um esforço de rasgamento ao impacto, e
quanto maior o seu valor maior sua resistência ao impacto e tenacidade), as características
dielétricas, além, é claro, do preço relativo do plástico de engenharia (US$/cm³). No que
concerne às ‘propriedades de uso contínuo’, tomar-se-ão algumas, outras não (dependendo do
componente), mesmo assim vale comentar as seguintes: resistência química (a hidrocarbonetos e
solventes, que não requer maiores elucidações, já que o plástico de engenharia ou é fortemente,
medianamente, ou quase inerte ao contato com estas substâncias, ocasionando perdas de peso e
medidas); temperatura de deflexão ao calor (que denota a medida de rigidez submetida à
temperatura na qual há uma deflexão de 2% a 5%, e em termos práticos representaria a
63
temperatura na qual o plástico começa a se deformar, comprometendo sua forma original, e
quanto maior esta resistência melhor o comportamento do plástico de engenharia sob calor e
carga); temperatura de uso (que expressa a temperatura do ar na qual um material retém 50% das
suas propriedades após 10.000 horas de exposição contínua); temperatura de transição vítrea
(TG) – importante nas aplicações automotivas submetidas ao calor, e finalmente; fluência (que
pode ser tomada como a porcentagem de deformação sob carga, em temperatura ambiente, sob
longos períodos de tempo, e assim quanto maior o seu valor, maior será a resistência do plástico
de engenharia à deformação).
3.2 Escolha dos Plásticos de Engenharia para a Seleção
A proposta deste trabalho é definir um método viável, relativamente simples, e que os
engenheiros de desenvolvimento e/ou projetistas das empresas automotivas (OEM) e de
autopeças possam aplicar, nos seus esforços rotineiros de redução de custos de componentes de
veículos populares, para selecionar o candidato ou os candidatos de plásticos de engenharia (entre
as centenas disponíveis atualmente), mais adequados ao desempenho esperado por um dado
componente. Assim, a preocupação recai sobre o processo inicial de seleção desses plásticos. Não
se trata, portanto, apenas de se modificar um método pouco consistente, mas antes, diminuir os
custos dos processos iniciais de seleção, quer por redução de erros, quer por economia de tempo
ou ainda tornando mais objetivo o processo de escolha de um bom candidato a cumprir as
especificações de maneira eficaz (atendendo às necessidades funcionais, técnicas s e de
viabilidade econômica).
64
Para este trabalho, no que concerne à escolha dos plásticos candidatos ao processo de seleção, a
proposta foi considerar aqueles que mais comumente estão presentes nas especificações e
desenhos da indústria automobilística, e destinados ao processo por injeção.
Definindo-se este caminho, é importante perceber que tais plásticos, também são os mais comuns
nas especificações corriqueiras dos sistemistas e sub-sistemistas.
Pode-se assim, utilizar como ponto de alinhamento básico, uma discussão mais prática sobre os
principais ‘plásticos de engenharia’, que serão aqui estudados.E talvez a maneira mais simples
de categorizá-los, seria considerá-los como um grupo formado por diferentes famílias, os Nylons
66 e 6, por exemplo, que por sua similaridade de propriedades podem ser simplesmente
designados por Nylons (tomados em suas versões sem reforço, reforçados com fibras de vidro e
carregados de mineral); os Poliacetais (englobando suas versões homopolímero e copolímero); os
poliésteres termoplásticos (PBT e PET) em suas versões carregada com fibras de vidro e
mineral, e elastoméricas e o Policarbonato (PC).
Ainda, apenas para menção, há pouca requisição (no âmbito dos veículos populares) para as
chamadas ‘especialidades de engenharia’ ou ‘plásticos de engenharia de alta performance’, como
o poli-sulfeto de fenileno reforçado – PPS, a Poli-ftalamida reforçada (PPA), a Poli-imida (PI), o
Polí-eter-imida (PEI), o Poli-éter cetona (PEK), e etc. Desta forma, este grupo não será tratado
neste trabalho.
Entretanto como contraponto aos plásticos de engenharia, faz-se importante considerar dois
plásticos ‘comuns’, e que permeiam as especificações para componentes menos estruturais na
indústria automobilística, e estão muitas vezes, entre as dúvidas mais persistentes na decisão do
plástico a ser escolhido devido ao seu relativo baixo preço.
Desta maneira, este trabalho também contemplará um Polipropileno carregado com 40% de carga
mineral, e um ABS de média viscosidade. Não obstante, os materiais aqui exemplificados, os
65
mesmos não devem ser tomados como membros de uma lista definitiva, e cabe ao engenheiro ou
projetista a inclusão de outros materiais, que por ventura acreditem sejam convenientes a
processo de seleção específico.
3.3 Relação entre Funções do Produto e Propriedades dos Plásticos de Engenharia
3.3.1 Áreas Exteriores
A utilização de plásticos para uso em áreas exteriores é cada vez mais importante, principalmente
devido à necessidade de estilos modernos e arredondados, em parte para reduzir o peso do
automóvel visando diminuir o consumo de combustível. Nas aplicações exteriores, os plásticos
de engenharia não são expostos a solicitações mecânicas apenas, mas também aos raios Ultra-
Violetas e ainda aos detergentes (para limpeza). Também, são mandatórios os aspectos estéticos
como o acabamento de superfície.
Deste modo, a estética curvilínea de lentes de faróis e de pára-brisas presentes no mercado, são
atraentes aos olhos dos consumidores, mas demandam alta tecnologia (no âmbito do mercado
automotivo) para serem concebidos.
É o caso também, de alguns componentes que serão apresentados na área de exteriores, neste
trabalho, como as máscara e a moldura para os sistemas de faróis, que tem no seu acabamento
espelhado, a função de prover beleza, como determinante, e que faz o consumidor final, até
escolher um automóvel pelo formato e beleza de seu sistema de faróis.
Assim, neste trabalho, definem-se as principais funções que componentes exteriores devem
exercer durante sua operação, e que se relacionam com as principais propriedades (imediatas e de
uso contínuo) dos plásticos de engenharia dos quais serão fabricados (Tabela 9).
66
Tabela 9 – Funções e propriedades para componentes em áreas exteriores do automóvel.
Principais Funções do Produto
(Componentes Exteriores)
Propriedades Relacionadas às
Funções do Produto
1- Prover Estabilidade Dimensional Baixas: Absorção de Umidade e Contração
2- Resistir ao Estiramento Altas: Resistência à Tração e Resistência à
Fluência por Tração
3- Suportar Vibrações / Choques
Mecânicos
Altos Impactos Izod e Charpy
4- Prover Rigidez, Suportar Montagem Alto Módulo de Flexão
5- Suportar Cargas Altas: Resistência à Flexão, Alongamento na
Ruptura; Resistência à Fadiga e Fluência (cargas
cíclicas);
6- Resistir aos Riscos, Prover Superfície s/
rugosidade
Alta Dureza Superficial (Rockwell)
7- Resistir aos Detergentes / Solventes Alta Resistência Química
8- Facilitar Pintura e Decoração (Gravação,
Colagem e etc...)
Baixa Resistência Química
9- Facilitar Metalização, Cromação e
Soldagem
Alto Ponto de Fusão
10- Prover Ótimo Aspecto Superficial, e
Prover Beleza
Alta Resistência a Intempéries / Oxidação
11- Prover Leveza (Economia de
Combustível e Menor Desgaste do
Conjunto Suspensão), Reduzir Custos
Menor Densidade, Menor Custo Relativo
67
3.3.2 Áreas Do Habitáculo do Motor
A presença de altas temperaturas é a característica principal para aplicações no habitáculo do
motor, assim já há compartimentos de motor, onde as temperaturas já ultrapassam os 160°C (no
futuro alcançarão temperatura acima de 190°C). Apenas esta condição por si, já é suficiente para
limitar a quantidade de plásticos que podem ser utilizados nesta área. Isto porque, as solicitações
mecânicas e térmicas são grandes e os componentes estão em contato com óleos, combustíveis e
fluídos de freio e refrigerantes do motor. Também estão expostos a vibrações severas e
constantes, e forças de aceleração, em alguns casos superiores a 40 G durante o funcionamento
do veículo.
Em geral, os componentes nas áreas do habitáculo do motor, podem ser divididas em quatro
grupos: componentes expostos ao ar quente (exemplos: ventiladores do motor, carcaça do filtro
de ar, coletor de admissão); componentes expostos ao calor e fluídos refrigerantes (exemplos:
tanques de radiadores, carcaças de bomba d’água, trocadores de calor); componentes expostos ao
ar quente e a lubrificantes (exemplo: mancais e rolamentos do sistema de transmissão); e
componentes expostos aos combustíveis (exemplos: carcaça do injetor de combustível, galeria de
combustível). Neste trabalho, serão considerados os quatro grupos como um todo, já que o
propósito é o de demonstrar os critérios de seleção de plásticos de engenharia como ferramenta
de uso geral.
Assim, a seguir, lista-se as principais funções que componentes exteriores devem exercer durante
sua operação, e que se relacionam com as principais propriedades (imediatas e de uso contínuo)
dos plásticos de engenharia dos quais serão fabricados (Tabela10).
68
Tabela 10 – Funções e Propriedades para componentes do habitáculo do motor do automóvel.
Principais Funções do Produto
(Habitáculo do Motor)
Propriedades Relacionadas às
Funções do Produto
1- Prover Estabilidade Dimensional Baixos: Absorção de Umidade, Contração na
Moldagem, e Coeficiente de Expansão Térmica
(altas temperaturas)
2- Resistir ao Estiramento Altas: Resistência à Tração, Resistência à
Fluência por Tração
3- Suportar Vibrações / Choques
Mecânicos, Reduzir Ruídos
Altos Impactos Izod e Charpy, Alongamento na
Ruptura
4- Prover Rigidez, Suportar Montagem Alto Módulo de Flexão
5- Suportar Cargas Altas: Resistência à Flexão, Alongamento na
Ruptura; Resistência à Fadiga e Fluência (cargas
cíclicas); Temperatura de Deflexão ao Calor
(cargas à temperatura elevada)
6- Prover Flexibilidade Alto Alongamento na Ruptura (%)
7- Proporcionar Manutenção de
Propriedades
Altos Índices de Temperatura UL
8- Suportar Desgaste Alta Resistência à abrasão
9- Resistir ao atrito Baixo Coeficiente de Fricção
10- Resistir aos Combustíveis Alta Resistência Química
11- Prover Leveza (Economia de
Combustível e Menor Desgaste do
Conjunto Suspensão), Reduzir Custos
Menor Densidade, Menor Custo Relativo
3.3.3 Áreas do Habitáculo Interior
Devido às suas características e flexibilidade de formato (‘design’), os plásticos de engenharia
são muitos utilizados em componentes estruturais no compartimento dos passageiros. O aumento
do uso de plásticos nesta área, também é resultado do aumento no conforto imposto pelas
69
necessidades do consumidor moderno. Assim, se impôs à indústria automotiva, uma maior
sofisticação no desenho desta área, enfatizando-se, o comportamento acústico, a estética (apelo
visual – harmonia de cores, formatos, cheiros e acabamentos, enfim, o sentir-se bem),
estabilidade e precisões dimensionais (evitando-se desprendimento espontâneo de componentes),
boas propriedades mecânicas (rigidez e tenacidade) e ao risco, proporcionando fundamentalmente
beleza.
A seguir, estão listadas as principais funções de componentes e propriedades dos plásticos de
engenharia (Tabela 11), necessárias para esta região de um automóvel.
Tabela 11 – Funções e propriedades para componentes em áreas interiores do automóvel
Principais Funções do Produto
(Habitáculo Interior)
Propriedades Relacionadas às
Funções do Produto
1- Prover Estabilidade Dimensional Baixas: Absorção de Umidade e Contração
2- Suportar Vibrações / Choques
Mecânicos, Reduzir Ruídos
Altos Impactos Izod e Charpy, Alongamento na
Ruptura
3- Prover Rigidez, Suportar Montagem Alto Módulo de Flexão
4- Suportar Cargas Altas: Resistência à Flexão, Alongamento na
Ruptura; Resistência à Fadiga e Fluência (cargas
cíclicas);
5- Prover Flexibilidade e Minimizar Ruído Alto Alongamento na Ruptura (%)
6- Resistir aos Riscos Alta Dureza Superficial (Rockwell)
7- Resistência aos Solventes Alta Resistência Química
8- Facilitar Pintura e Decoração (Gravação,
Colagem, e etc.)
Baixa Resistência Química
9- Facilitar Metalização, Cromação e
Soldagem
Alto Ponto de Fusão
continua
70
conclusão
10- Prover Ótimo Aspecto Superficial,
Prover Beleza
Altas: Resistência a Intempéries / Oxidação
11- Prover Leveza (Economia de
Combustível e Menor Desgaste do
Conjunto Suspensão), Reduzir Custos
Menor Densidade, Menor Custo Relativo
3.3.4 Áreas de Componentes Eletro-Automotivos
Atualmente, os plásticos de engenharia desempenham um papel muito importante nos sistemas
elétricos e eletrônicos de um veículo popular, basicamente os componentes em plásticos como
interruptores, relês, sensores, cabos, conectores, bases de fusíveis, e etc., permitem ou isolam, o
fluxo de elétrons de um gerador / bateria até as áreas mais remotas do automóvel (faróis,
limpadores de pára-brisas, ventiladores, sistemas hidráulicos, lanternas, controle de luzes,
comando de vidros elétricos, e etc.). Em geral tais componentes, devem operar à temperatura
ambiente na qual o veículo circula (-40 °C a 80°C), entretanto quando próximas da área do motor
ou submetidas a elevadas corrente, precisam suportar temperaturas da ordem de 160°C ou mais
(Índices de Temperaturas UL).
Além do fator térmico, as propriedades dielétricas são imprescindíveis, especialmente se aliadas
com boas características de resistência à chama (UL 94), resistência à tração, e balanceamento
entre rigidez (módulo) e tenacidade (resistência ao impacto e alongamento na ruptura).
Para os componentes eletro-automotivos (elétricos e eletrônicos), a diversidade de propriedades
varia bastantes, já que, funções, tamanhos e localizações são heterogêneas e dependem de veículo
para veículo.
71
Entretanto, a seguir estão listadas as principais funções de componentes e propriedades dos
plásticos de engenharia (Tabela 12), necessárias em geral para estas aplicações.
Tabela 12 – Funções e propriedades para componentes eletro-automotivos
Principais Funções do Produto
(Eletro-Automotivas)
Propriedades Relacionadas às
Funções do Produto
1- Prover Isolamento Elétrico Altas Propriedades Dielétricas e UL CTI
2- Prover Estabilidade Dimensional Baixos: Absorção de Umidade e
Contração na Moldagem, e Coeficiente
de Expansão Térmica (altas
temperaturas)
3- Resistir ao Estiramento Alta Resistência à Tração
4- Suportar Vibrações / Choques Mecânicos,
Reduzir Ruídos
Altos Impactos Izod e Charpy,
Alongamento na Ruptura
5- Prover Rigidez, Suportar Montagem Alto Módulo de Flexão
6- Suportar Cargas Altas: Resistência à Flexão,
Alongamento na Ruptura; Resistência à
Fadiga e Fluência (cargas cíclicas);
Temperatura de Deflexão ao Calor
(cargas à temperatura elevada)
7- Prover Flexibilidade Alto Alongamento na Ruptura (%)
8- Proporcionar Manutenção de Propriedades Altos Índices de Temperatura UL
9- Resistir a Combustíveis Alta Resistência Química
10- Prover Leveza (Economia de Combustível
e Menor Desgaste do Conjunto Suspensão),
Reduzir Custos
Menor Densidade, Menor Custo Relativo
72
3.4 A Função Econômica (Reduzir Custos)
Uma função comum a todas as áreas de aplicação em veículos populares, é a econômica, que será
aqui relacionada ao custo volumétrico do produto (gráfico 1).
Gráfico 1 – Performance versus custo dos plásticos de engenharia
Fonte : Dupont
®
: DuPont Marca Registrada
Por este gráfico, fica claro que os plásticos conhecidos como de engenharia, tais como, o
Policarbonato (PC), os Nylons (PA6 e 66), os Poliésteres (PBT e PET), o Poliacetal (POM Homo
e Copolímeros), e o Poli-óxido-fenileno (PPO modificado), são plásticos que possuem
atualmente uma relação performance contra custo, intermediária entre todos os plásticos, e por
isso hoje tão importantes no segmento de veículos populares, já que deixaram de ser proibitivos
quanto aos preços por quilo. Mesmo assim, ainda custam muito mais que os chamados plásticos
73
de uso geral, e desta forma, mesmo entre os de sua classe, possuem ligeiras diferenças de custos,
que nunca são desprezadas pelos engenheiros e projetistas automotivos.
Assim, para efeito deste trabalho, a variável econômica sempre permeará a seleção de plásticos
de engenharia, excetuando-se os casos onde apenas características técnicas e de relevância
funcional forem fundamentais.
3.5 Pontuação para os Plásticos de Engenharia Escolhidos
Embora existam centenas de plásticos, neste trabalho serão considerados 9 materiais dos mais
comuns nas especificações da indústria automotiva. Assim, tomar-se-ão: ABS, Polipropileno (PP)
carregado com talco (aqui tomado não por ser considerado plástico de engenharia, e sim por
propiciar um contraponto, já que é tido como material plástico inicial, devido ao seu baixo preço
relativo, em qualquer processo de seleção na indústria automobilística), Nylon sem carga
(Poliamida 6 e 66), Nylon carregado (30% de carga mineral), Nylon reforçado (30% de fibras de
vidro), Poliacetal (POM, homopolímero e copolímero), Poliésteres termoplásticos (PBT/PET)
reforçados (30% de fibras de vidro) e elastoméricos, e Policarbonato.
Este grupo de plásticos (mostrados através de Tabelas de Propriedades 1 a 8, e com performances
avaliadas e pontuadas de 5 a 1 – forte e fraco desempenho, respectivamente) proporcionará
alguns exemplos de uma seleção de plásticos, que serão tratados neste trabalho.
Uma legenda de Desempenho e Respectiva Pontuação por Resistência (Tabela 13), será utilizada
para todas as tabelas de pontuação de propriedades mostradas neste trabalho.
Posto desta maneira, o primeiro plástico a ser comentado é o Polipropileno (PP - homopolímero
carregado com 40% de Talco), possuindo melhores características que sua versão sem carga, e
que apresenta as características intrínsecas conforme a tabela mostrada adiante (Tabela 14)
74
Tabela 13 – Legenda de Desempenho e Respectiva Pontuação por Resistência
Forte: Bom: Médio/Regular: Modesto: Fraco:
5 Pontos 4 Pontos 3 Pontos 2 Pontos 1 Ponto
Tabela 14 – Propriedades do Plástico: Polipropileno Carregado com 40% de Carga Mineral
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Bom 4
Resistência a intempéries Modesto 2
Resistência química Modesto 2
Módulo flexão (rigidez) Modesto 2
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Médio 3
Resistência à tração Modesto 2
Alongamento na ruptura Modesto 2
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Fraco 1
Dureza Rockwell M Modesto 2
Resistência à abrasão Modesto 2
Coeficiente de atrito Modesto 2
Controle de contração na moldagem Modesto 2
Coeficiente de expansão térmica Modesto 2
Temperatura de deflexão ao calor Modesto 2
Temperatura de uso contínuo Média 3
Índice de temperatura UL Modesto 2
Ponto de Fusão Médio 3
Densidade Bom 4
continua
75
conclusão
Constante dielétrica Modesto 2
Resistividade volumétrica Modesto 2
UL 94 Modesto 2
Transparência Fraco 1
Custo relativo Forte 5
A resistência a solventes do polipropileno carregado é regular, mas apresenta excelente
resistência à maioria dos produtos químicos de PH intermediários (5 a 9) excelente, sendo
considerado regular em termos de módulos de rigidez e apresentando boa resistência ao impacto.
Sua resistência à tração é pobre, assim como sua resistência à fluência. Sua contração é boa e a
temperatura de deflexão ao calor é considerada muito baixa, limitando seu campo de aplicações
em peças ou componentes de engenharia. Seu baixo custo, no entanto, o viabiliza para usos na
indústria automobilística, em áreas que apresentem temperaturas mais baixas (interiores e
exteriores), e uma baixa solicitação de carga (esforço mecânico).
Comentando-se agora o ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno), apesar de estar na fronteira dos
plásticos de engenharia em termos de tenacidade (expressa por sua intermediária resistência ao
impacto à temperatura ambiente), é hoje encontrado em algumas aplicações automobilísticas,
onde a resistência térmica não é fator importante (notadamente, em componentes externos
pintados – o acabamento pintado é garantia de maior resistência aos raios Ultra-Violeta (UV)).
Como é encontrado em muitos tipos, para este trabalho foi selecionada uma resina de média
viscosidade, que apresenta as propriedades a seguir (Tabela 15).
76
Tabela 15 – Propriedades do Plástico: ABS de Média Viscosidade para Injeção
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Médio 3
Resistência a intempéries Modesto 2
Resistência química Fraco 1
Módulo flexão (rigidez) Modesto 2
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Médio 3
Resistência à tração Modesto 2
Alongamento na ruptura Modesto 2
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Fraco 1
Dureza Rockwell M Médio 3
Resistência à abrasão Fraco 1
Coeficiente de atrito Fraco 1
Controle de contração na moldagem Médio 3
Coeficiente de expansão térmica Médio 3
Temperatura de deflexão ao calor Modesto 2
Temperatura de uso contínuo Médio 3
Índice de temperatura UL Modesto 2
Ponto de Fusão Médio 3
Densidade Bom 4
Constante dielétrica Modesto 2
Resistividade volumétrica Modesto 2
UL 94 Modesto 2
Transparência Fraco 1
Custo relativo Bom 4
77
O ABS de Média Viscosidade para Injeção apresenta de maneira geral, regular resistência a
solventes, e resistência química geral ruim, bom módulo de flexão, sua tenacidade é excelente e
sua resistência à fluência é boa. Porém, apresenta resistência à tração regular, assim como
temperatura deflexão ao calor, especialmente, em relação ao ramo de plásticos de engenharia.
Todavia, as duas últimas propriedades citadas, são superiores quando comparadas às do
Polipropileno.
Por apresentar ainda uma boa relação custo/ densidade, o ABS, acaba especificado para a área
automobilística, principalmente em grades pintadas de automóveis (peças relativamente grandes,
por exemplo). Nestas aplicações, em geral a resistência a solventes e química e aos raios
ultravioletas, ficam por conta da tinta que as revestem.
Os plásticos de engenharia, encontram nos Nylons, seus mais antigos representantes, e se
tornaram conhecidos por seu balanço único de propriedades (Tabela 16).
Tabela 16 – Propriedades do Plástico: Nylon não Reforçado
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Modesto 2
Resistência a intempéries Médio 3
Resistência química Médio 3
Módulo flexão (rigidez) Médio 3
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Bom 4
Resistência à tração Bom 4
Alongamento na ruptura Bom 4
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Médio 3
Dureza Rockwell M Médio 3
Resistência à abrasão Forte 5
continua
78
conclusão
Coeficiente de atrito Médio 3
Controle de contração na moldagem Modesto 2
Coeficiente de expansão térmica Modesto 2
Temperatura de deflexão ao calor Médio 3
Temperatura de uso contínuo Médio 3
Índice de temperatura UL Bom 4
Ponto de Fusão Bom 4
Densidade Médio 3
Constante dielétrica Médio 3
Resistividade volumétrica Médio 3
UL 94 Bom 4
Transparência Modesto 2
Custo relativo Médio 3
A razão de sua versatilidade e popularidade deve-se ainda à sua fabricação, em quase todas as
regiões do mundo.
A resistência aos solventes, e a produtos químicos em geral, dos Nylons sem reforço, tornam
estes plásticos adequados ao uso em peças ou componentes submetidos ao contato com os
solventes, óleos e combustíveis, presentes na região do motor dos automóveis, por exemplo.
Estes Nylons apresentam módulos de flexão bons, tenacidades boas, tanto às baixas quanto altas
temperaturas em diversos ambientes.
A resistência à tração desses Nylons, é excelente, e apresenta boa resistência à fluência.
Ainda apresentam regulares controles de contração na moldagem, e boa resistência à temperatura
de deflexão ao calor, exibindo nesse termo, resistências iniciais da ordem de 90ºC.
O reforço com fibras de vidro melhoram as propriedades de flexão, resistência ao impacto e
deflexão ao calor, para a maioria dos plásticos de engenharia (exceções são encontradas nos tipos
79
derivados dos policarbonatos). As propriedades intrínsecas destes materiais em suas composições
com fibras de vidro e cargas minerais são listadas a seguir (Tabela 17).
Tabela 17 – Propriedades do Plástico: Nylon Reforçado com Fibra de Vidro / Nylon Carregado
Nylon / Desempenho
Propriedades
Reforçado Com Carga
Pontuação
Absorção de umidade Médio Médio 3
Resistência a intempéries Médio Médio 3
Resistência química Bom Médio 4 / 3
Módulo flexão (rigidez) Bom Médio 4 / 3
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Bom Médio 4 / 3
Resistência à tração Forte Médio 5 / 3
Alongamento na ruptura Fraco Modesto 1 / 2
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Bom Médio 4 / 3
Dureza Rockwell M Bom Médio 4 / 3
Resistência à abrasão Forte Forte 5
Coeficiente de atrito Modesto Médio 2 / 3
Controle de contração na moldagem Bom Médio 4 / 3
Coeficiente de expansão térmica Bom Médio 4 / 3
Temperatura de deflexão ao calor Bom Médio 4 / 3
Temperatura de uso contínuo Forte Forte 5
Índice de temperatura UL Bom Médio 4 / 3
Ponto de Fusão Bom Bom 4
Densidade Fraco Modesto 1 / 2
Constante dielétrica Médio Médio 3
Resistividade volumétrica Médio Médio 3
UL 94 Bom Bom 4
Transparência Fraco Fraco 1
Custo relativo Fraco Médio 2 / 3
80
O Nylon carregado com cargas minerais apresenta melhorias importantes na isotropia de
contrações e propriedades (Tabela 17), dada a melhor homogeneidade da dispersão das cargas
minerais e com custo reduzido, desta forma, provendo melhor estabilidade dimensional e menor
empenamento. Porém, com um sacrifício de sua resistência ao impacto. Assim, desde painéis de
instrumentos e conectores elétricos, até dispositivos importantes embutidos na região do motor,
como capas das correias, coberturas de motor e do comando de válvulas, e ainda partes do
sistema de arrefecimento-refrigeração, podem ser produzidos com esses materiais.
Os Poliacetais, por sua vez, se caracterizam por seu equilíbrio de propriedades entre metal e
plásticos: são, na essência, os plásticos de engenharia que mais de assemelham aos metais moles
(alumínio, cobre, berílio, etc).
Suas principais Propriedades estão classificadas a seguir (Tabela 18).
Tabela 18 – Propriedades do Plástico: Poliacetal
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Bom 4
Resistência a intempéries Médio 3
Resistência química Bom 4
Módulo flexão (rigidez) Bom 4
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Médio 3
Resistência à tração Bom 4
Alongamento na ruptura Médio 3
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Bom 4
Dureza Rockwell M Bom 4
Resistência à abrasão Forte 5
Coeficiente de atrito Forte 5
continua
81
conclusão
Controle de contração na moldagem Modesto 2
Coeficiente de expansão térmica Médio 3
Temperatura de deflexão ao calor Médio 3
Temperatura de uso contínuo Médio 3
Índice de temperatura UL Médio 3
Ponto de Fusão Médio 3
Densidade Modesto 2
Constante dielétrica Médio 3
Resistividade volumétrica Médio 3
UL 94 Fraco 1
Transparência Fraco 1
Custo relativo Modesto 2
O Poliacetal possui excelente resistência a solventes e resistência química geral, exceto a ácidos e
bases muito forte, bom módulo de flexão, boa resistência ao impacto entre seus diferentes tipos,
alta resistência à tração e boa fluência, médio controle de contração na moldagem e boa Tº de
deflexão ao calor mesmo sem reforço, variando até 136ºC.
Devido à sua grande resistência à fadiga, lubrificação natural e resistência à corrosão, é
amplamente usado em engrenagens, buchas, mancais e outras peças sujeitas a movimento e que
necessitem de elevado desempenho quando submetidas a esforços de desgastes.
As aplicações de Poliacetal incluem engrenagens de limpador de pára-brisas, molas de pressão’,
grades de alto-falantes, sistemas de alimentação de combustível, ‘encaixes sob-pressão’ para
fixação de laterais de portas, e etc.
Os plásticos de engenharia, chamados de Poliésteres Termoplásticos (PBT e PET), em
combinação com reforços de fibra de vidro e cargas minerais, fazem parte dos plásticos de
82
engenharia que mais crescem em consumo no mundo, e que se desenvolveram inicialmente para
substituir componentes eletrônicos, como alternativos aos plásticos chamados de termofixos (não
possuem capacidade remoldagem), demonstrando produtividade muito superior. Hoje, devido à
tendência do aumento do conceito de eletrônica embargada na indústria automobilística, essa
família é considerada a mais promissora em termos de aumento de especificações junto às
montadoras.
Devido principalmente a seu custo-benefício, isto é, preços médios aliados a suas excelentes
propriedades dielétricas, e ainda exibindo uma estabilidade dimensional ímpar, esses plásticos
apresentam as propriedades listadas a seguir (Tabela 19).
Tabela 19 – Propriedades dos Plásticos: Poliéster Híbrido
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Bom 4
Resistência a intempéries Bom 4
Resistência química Bom 4
Módulo flexão (rigidez) Bom 4
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Médio 3
Resistência à tração Forte 5
Alongamento na ruptura Fraco 1
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Bom 4
Dureza Rockwell M Médio 3
Resistência à abrasão Bom 4
Coeficiente de atrito Modesto 2
Controle de contração na moldagem Bom 4
Coeficiente de expansão térmica Bom 4
continua
83
conclusão
Temperatura de deflexão ao calor Bom 4
Temperatura de uso contínuo Forte 5
Índice de temperatura UL Bom 4
Ponto de Fusão Bom 4
Densidade Fraco 1
Constante dielétrica Bom 4
Resistividade volumétrica Bom 4
UL 94 Modesto 2
Transparência Fraco 1
Custo relativo Modesto 2
As resistências dos poliésteres aos solventes e produtos químicos em geral são boas, o módulo de
flexão é excelente e a boa resistência ao impacto dessa família de plásticos de engenharia é um
fator importante na sua escolha, especialmente quando aliados a outras características, também
consideradas ‘acima da média’, como por exemplo: excelente resistência à tração, boa resistência
à fluência, e, portanto, produzindo peças e componentes resistentes à deformação. Além do mais,
as suas temperaturas de deflexão ao calor são excelentes, podendo variar até 235ºC.
Suas aplicações na área automobilística estão mais concentradas em aplicações que demandam
resistência dielétrica importantes, tais como conectores, isolantes de motores elétricos, caixas de
fusíveis, bornes, etc., assim como peças que demandam resistências térmicas e mecânicas
elevadas (parábolas e máscaras de faróis, carretéis de servos-freios, engrenagens de limpadores
traseiros, e etc).
Já os poliésteres elastoméricos, apresentam características únicas de elasticidade, tornando-se
úteis em aplicações antes destinadas às borrachas, cheias de limitações técnicas. Esses poliésteres
84
aliam características de termoplásticos e elastômeros, apresentando como destaque, as
propriedades a seguir mencionadas (Tabela 20).
Tabela 20 – Propriedades do Plástico: Poliéster Elastomérico
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Bom 4
Resistência a intempéries Bom 4
Resistência química Bom 4
Módulo flexão (rigidez) Fraco 1
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Forte 5
Resistência à tração Modesto 2
Alongamento na ruptura Forte 5
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Fraco 1
Dureza Rockwell M Fraco 1
Resistência à abrasão Forte 5
Coeficiente de atrito Médio 3
Controle de contração na moldagem Modesto 2
Coeficiente de expansão térmica Modesto 2
Temperatura de deflexão ao calor Modesto 2
Temperatura de uso contínuo Bom 4
Índice de temperatura UL Médio 3
Ponto de Fusão Médio 3
Densidade Modesto 2
Constante dielétrica Bom 4
Resistividade volumétrica Bom 4
UL 94 Modesto 2
Transparência Fraco 1
Custo relativo Fraco 1
85
Sendo imbatível no quesito de elasticidade, sob tração e a altas temperaturas, principalmente
quando submetido a esforços de flexão freqüentes, sua vida útil é excelente. Suas características
ganham destaque, especialmente a temperaturas negativas de até –40
o
C. Em verdade, não
concorre com os plásticos de engenharia mais freqüentes, mas, conforme já mencionado,
apresenta grande potencial na substituição de borrachas.
Suas excelentes resistências a solventes e a produtos químicos, módulo de rigidez regular (já que
a flexibilidade é seu alvo principal), resistência ao impacto excelente, boa resistência à tração,
fluência regular, bom controle na contração de moldagem, boa temperatura de deflexão ao calor
e, apesar de seu custo ser considerado ruim, este poliéster termoplástico agrega um grande valor a
várias aplicações automobilísticas (coifas de homo-cinéticas na suspensão, tampas de ‘air-bags’
no interior do automóvel e até como reforço interno de pneus blindados, e etc.).
O Policarbonato encontra sua zona de conforto na resistência ao impacto. Sua resistência à tração
é boa a temperaturas medianas (90°C), apresentando modesta resistência a esforços de flexão
freqüentes. Em verdade, se difere de outros plásticos amorfos (ABS, PVC e OS, por exemplo)
por apresentar desempenho geral muito superior, abaixo, porém dos plásticos de engenharia de
origem cristalina (como os Nylons, Poliacetais e Poliésteres), mas apresenta enorme potencial na
substituição de vidro, devido a sua transparência única (Tabela 21).
Sua sofrível resistência aos solventes e aos produtos químicos, é um pouco equilibrada com uma
bem melhor resistência à água quente. Seu módulo de rigidez é médio, sua resistência à fluência é
boa, e exibe, ainda, um excelente comportamento na contração de moldagem, boa temperatura de
deflexão ao calor e, apesar de seu custo ser considerado ruim, o Policarbonato fornece um valor
inquestionável a várias aplicações automobilísticas especialmente em seus exteriores (lentes de
faróis e lanternas, laterais, e até pára-brisas atualmente).
86
Tabela 21 – Propriedades do Plástico: Policarbonato
Propriedades Desempenho Pontuação
Absorção de umidade Médio 3
Resistência a intempéries Médio 3
Resistência química Fraco 1
Módulo flexão (rigidez) Médio 3
Resistência ao impacto Izod (tenacidade) Forte 5
Resistência à tração Médio 3
Alongamento na ruptura Bom 4
Resistência à fluência (‘Creep’ - deformação) Médio 3
Dureza Rockwell M Médio 3
Resistência à abrasão Fraco 1
Coeficiente de atrito Médio 3
Controle de contração na moldagem Bom 4
Coeficiente de expansão térmica Forte 5
Temperatura de deflexão ao calor Médio 3
Temperatura de uso contínuo Bom 4
Índice de temperatura UL Médio 3
Ponto de Fusão Bom 4
Densidade Modesto 2
Constante dielétrica Médio 3
Resistividade volumétrica Médio 3
UL 94 Bom 4
Transparência Forte 5
Custo relativo Modesto 2
Agora que se tem um quadro representativo de plásticos de engenharia (exceção ao PP e ao ABS,
tomados aqui como contra-pontos devido a suas freqüentes presenças em especificações das
montadoras de automóveis), pode-se estabelecer um critério básico de comparação.
87
Durante o processo de seleção, é importante não se ater à onipresença dos custos peculiares dos
diferentes materiais (preços de mercado) apenas, já que por mais simples que sejam as
aplicações, os preços de materiais serão referenciais, não devendo ser tomados como fatores
primeiros e absolutos. Importam, em última instância, os custos resultantes das melhorias de
desempenho mecânico e de processos.
Outros fatores ainda, como “design” dos componentes (desenho para obtenção da peça – por
exemplo, como a homogeneização de paredes, o local do ponto de injeção e seu
dimensionamento no molde, a construção adequada de canais de alimentação secundários, e a
diminuição de paredes) podem influenciar muito mais positivamente, nos custos finais dos
componentes ou peças.
Em outras palavras, ocorre que, freqüentemente, uma peça pode ser constituinte de um conjunto
mais complexo, e necessita atender a um particular requisito de grande responsabilidade
mecânica para a aplicação, de modo que tal necessidade justifique um aumento do custo inicial
do produto pela adoção de um plástico de engenharia mais caro que os plásticos de uso geral, mas
que atenda a tal solicitação.
Daí se infere a fragilidade de um critério de seleção de plásticos de engenharia, que apenas se
baseie no custo por kg de determinado produto.
A comparação por custo relativo (maciçamente empregada, especialmente nas engenharias das
montadoras e sistemistas e sub-sistemistas, ou de nacionalização e redução de custos), apesar de
sua importância na definição de projetos, não poder ser considerada o elemento inicial e
fundamental no processo de seleção para substituir um componente metálico, por exemplo.
Toma-se a propósito, o caso de uma engrenagem acopladora do limpador de pára-brisas, que
tradicionalmente era usinada em aço inoxidável. O plástico de engenharia recomendado foi um
Poliacetal aditivado com 3% de pó de Teflon, e propiciou uma melhora significativa em seu
88
desempenho operacional, pela eliminação de contaminação por óleo lubrificante ao conjunto do
motor do limpador de pára-brisas (função: Resistir ao Atrito e Suportar Desgaste), diminuindo
sensivelmente o barulho provocado pela fricção entre os metais (função: Minimizar Ruído), e
prolongando a vida útil deste sistema de engrenagens por anos de uso (função: Suportar Cargas).
Este tipo especial de Poliacetal, com certeza possui custo relativo por kg, de 50% a 70% mais
elevado que outros Poliacetais tradicionais, e a outros plásticos de engenharia, entretanto o custo
benefício obtido foi amplamente justificado. E as propriedades respectivas às funções
selecionadas foram: Coeficiente de Atrito, Resistência à Abrasão, Alongamento na Ruptura, e
finalmente Resistência à Fluência.
Outro exemplo seria a necessidade por uma peça de maior resistência geral (um pára-choque),
que deveria demandar um plástico de engenharia (por exemplo, uma blenda PBT/PC) mais caro
que o convencional (PP Copolimérico), mas que resistisse melhor a impactos leves também sob
baixas temperaturas (função: Suportar Choques Mecânicos) e que agregam mais valor aos
consumidores das cidades grandes, que vivem sofrendo com o infortúnio de pequenos choques
frontais e traseiros, no dia-a-dia do trânsito destas cidades, ainda que tivessem que pagar mais por
esta conveniência. Neste caso a propriedade correlata seria, a Resistência ao Impacto à
temperatura ambiente e sob baixas temperaturas.
Destacam-se ainda, as buscas por ‘designs’ mais arrojados, como os encontrados nas novas lentes
de faróis e suas máscaras metalizadas – que melhoram a aparência superficial (cujas funções:
Prover Beleza e Facilitar Cromação relacionam-se com as propriedades de Resistência à
Oxidação, e Maior Ponto de Fusão) de um sistema que no passado era apenas projetado para
atender uma função principal – Prover Luminosidade. Hoje, estes componentes são muito mais
caros que os antigos modelos, porém se tornaram objeto de desejo de todo consumidor, que
decidi a compra pela beleza, mesmo pagando mais por esta característica ou função.
89
Sumarizando, antes de tudo, é necessário determinar as funções operacionais e correlacioná-las às
propriedades e características que realmente impactam o desempenho do componente ou peça. .
Chegando-se ao candidato mais adequado, pela computação dos resultados de pontuação e
ponderação dos pesos porcentuais relativos à importância de funções e propriedades (imediatas e
de uso contínuo) aplicadas às diferentes regiões do veículo. A partir da escolha feita, podem-se
agora considerar os custos peculiares por kg desses plásticos.
Insistindo uma vez mais, seria inadequado selecionar-se qualquer material plástico na indústria
automobilística tomando-se exclusivamente o custo, ou uma propriedade intrínseca, ou uma
função, separadamente.
Faz-se, desta maneira necessário determinar as funções derivadas do ambiente de operação dos
componentes em estudo, e comparar-se com as várias propriedades imediatas e de uso contínuo,
tomadas junto aos fabricantes de plásticos, ou provenientes de testes de confiabilidade realizados
pelos responsáveis dos componentes, sendo o custo por kg do material, considerado na última
etapa.
3.6 Método de Pontuação, Pesos das Funções e Propriedades Escolhidas
No processo de seleção, é importante seguir uma lógica na escolha dos critérios. Portanto, é
preciso conhecer as premissas básicas que a peça ou componente automobilístico deve atender ou
cumprir em termos de especificações. Assim, as funções operacionais, determinadas pelas
necessidades do ambientes, deverão ser pensadas em primeiro lugar, para em seguida relacioná-
las às propriedades imediatas ou de uso contínuo, mais adequadas, conforme Tabelas 9 a 12, do
Capítulo 3.3. A Tabela 22, por exemplo, explicita o processo proposto.
90
Tabela 22 – Exemplo de tabela: Funções e propriedades para componentes em áreas exteriores do
automóvel
Principais Funções do Produto
(Componentes Exteriores)
Propriedades Relacionadas às
Funções do Produto
1- Prover Estabilidade Dimensional
Baixas: Absorção de Umidade e Contração,
Resistência à Fluência.
2- Resistir ao Estiramento, Prover Encaixes
(sob pressão)
Altas: Resistência à Tração e Resistência à
Fluência (na tração).
3- Suportar Vibrações / Choques
Mecânicos
Altos Impactos Izod e Charpy
4- Prover Rigidez, Suportar Montagem Alto Módulo de Flexão, Baixo Coeficiente de
Dilatação Térmica
5- Suportar Cargas Altas: Resistência à Flexão, Alongamento na
Ruptura; Resistência à Fadiga e Fluência (cargas
cíclicas);
6- Resistir aos Riscos, Prover Superfície s/
rugosidade
Alta Dureza Superficial (Rockwell)
7- Resistir aos Detergentes / Solventes Alta Resistência Química
8- Facilitar Pintura e Decoração (Gravação,
Colagem e etc...)
Baixa Resistência Química aos Solventes
9- Facilitar Soldagem, Metalização,
Cromação
Alto Ponto de Fusão
10- Prover Ótimo Aspecto Superficial, e
Prover Beleza
Alta Resistência a Intempéries / Oxidação
11- Prover Leveza (Economia de
Combustível e Menor Desgaste do
Conjunto Suspensão), Reduzir Custos
Menor Densidade, Menor Custo Relativo
91
Com este entendimento e conforme mostrado nesta tabela para uma função de Prover Rigidez, a
propriedade imediata remetida é o módulo de flexão, (a medida de flexão, como parte do esforço
de compressão e parte do esforço de tração de um corpo de prova, denotando a idéia de rigidez e
resistência mecânica geral), deverá ser computada.
E então, quanto mais alto o valor registrado para o módulo de flexão, maior a rigidez do plástico.
Por sua vez, uma função relativa a prover flexibilidade terá como propriedade imediata correlata,
o alongamento na ruptura, que é uma medida da tenacidade (trabalho necessário para romper o
corpo de prova, abaixo da curva tensão deformação num ensaio de tração na ruptura).
Na prática de laboratório, em geral, plásticos de engenharia possuem bons resultados neste teste,
ou seja, quanto maior o seu valor, maior também será sua resistência no ensaio de impacto,
conforme o método Izod (ASTM D-256).
Já a função de Prover Estiramento (Alto) ou Prover Encaixes Sob Pressão, referem-se à
propriedade imediata de resistência à tração.
Embora sejam várias as propriedades que se inferem neste ensaio, a resistência à tração é medida
pela tensão máxima de tração, obtida até o ponto de ruptura de um corpo de prova, ou seja, a sua
quebra.
Para uma função de suportar cargas ao calor, a propriedade de ‘uso contínuo’ referente, é a
temperatura de deflexão ao calor (essencialmente uma medida de rigidez mecânica, sob elevadas
temperaturas, ou seja, a temperatura na qual o plástico começa a se deformar, perdendo sua
configuração mecânica original).
No que concerne, por exemplo, à função de Prover Estabilidade Dimensional, além de se referir à
baixa absorção de umidade, como propriedade correlata de caráter imediato, é fundamental
relacioná-la à Resistência Fluência ou ‘Creep’ (deformação ao escoamento de um determinado
material plástico sob 100°C e 41 MPa - ASTM D- 2990), isto porque, um plástico de engenharia
92
que apresente menor valor nesta propriedade, produz componentes com pior compromisso
dimensional.
A resistência à fluência ainda, pode ser registrada como a porcentagem de deformação ou como
medição aparente da rigidez, quando o componente é submetido a uma carga específica, e então,
quanto maior o valor obtido, maior será resistência do material à deformação a frio (fluência).
Uma outra função, que parece simples, mas na verdade é muito importante, é a de Suportar
Montagem, onde além de se considerar uma propriedade imediata, como a de Módulo de Flexão,
é imprescindível observar o Coeficiente de Dilatação Térmica Linear, já que até aqueles plásticos
com valores próximos aos dos metais, podem apresentar problemas em montagens de
componentes plásticos engastados por parafusos metálicos, isto porque, o calor gerado no
habitáculo do motor, por exemplo, é mais rapidamente dissipado pelo metal do que pelo plástico
de engenharia (Sant’Anna e Wiebeck, 2006, pg. 09),e como conseqüência ocorre perda nos
torques das montagens.
O critério assumido para avaliação da performance de propriedades dos diferentes plásticos de
engenharia tratados neste trabalho (Tabela 23), passa por uma pontuação, que estabelece as
maiores notas (5 = forte performance) para aqueles plásticos que exibem os maiores valores
peculiares de resistência. Os que apresentam valores de propriedades intermediários são
classificados entre bom (4), médio ou regular (3) e modesto (2). Aqueles que apresentam valores
peculiares menores são classificados como de ruim ou fraca performance (1), conforme
demonstra a tabela a seguir.
93
Tabela 23 – Principais propriedades dos plásticos de engenharia selecionados
Principais
Propriedades
Nylon sem
Reforço
Nylon
Reforçado
Nylon
Carregado
Poliacetal
Poliéster
Híbrido
Policarbo-
nato
A
BS Média
Visco-
sidade
Poli-
propileno
Carregado
Poliéster
Elasto-
mérico
Baixa Absorção de
Umidade
233443344
Alta Resistência a
Intempéries
333343224
Alta Resistência
Química
343441123
Alto Módulo de Flexão
343443221
Alto Impacto Izod
443335335
Alta Resistência à
Tração
453453222
Alto Alongamento na
Ruptura
412314225
Alta Resistência à
Fluência
343443111
Alta Dureza (Rockwell)
343433321
Alta Resistência à
Abrasão
555541125
Baixo Coeficiente de
Atrito
323523123
Baixa Contração da
Moldagem
243244322
Baixo Coeficiente de
Expansão Térmica
(altas temperaturas)
243345322
Alta Temperatura de
Deflexão ao Calor
343343222
Temperatura de Uso
Contínuo
355354334
Alto Índice de
Temperatura UL
443343223
Alto Ponto de Fusão
444344333
Menor Densidade
312212442
Constante Dielétrica
333343224
Resistividade
Volumétrica
333343224
UL 94
444124222
Transparência
211115111
Menor Custo Relativo
323222451
94
Obviamente, o critério é válido para fins comparativos, nunca para desqualificar as propriedades
intrínsecas dos plásticos de engenharia, já que todos têm aplicações clássicas de uso e, portanto
dotados de valor comercial.
Também na esfera das propriedades de uso contínuo, as resistências aos solventes e substâncias
químicas não requerem maiores explicações. No entanto, para fins deste trabalho, considerou-se
um quadro geral de resistência química (Tabela 24). Nela procurou-se classificar a resistência a
substâncias de cada um dos plásticos de engenharia, considerando-os afetados (classificação: 1
ponto), ligeiramente afetados (classificação: 2 pontos), e não afetados (classificação: 3 pontos). A
partir da soma total de pontos, estabeleceu-se uma nova classificação quanto à performance
química geral (5: forte performance a 1: fraca performance), portanto para aqueles plásticos que
obtiveram mais pontos, concedeu-se o valor 5 ou 4; àqueles que obtiveram pontos intermediários,
concedeu-se valores de 3 ou 2; finalmente, aos que somaram menos pontos, concedeu-se o valor
1, conforme já ilustrado na Tabela 8 anteriormente mostrada e que aparece também a seguir, para
facilitar uma rápida consulta.
95
Tabela 24 – Resistência a Solventes e a Produtos Químicos em Geral (reprodução da Tabela 8)
Material
Álcool Aldeído
Aromá-
ticos
Gaso-
lina
Ceto-
nas
Água
Quente
Óleos/
Graxas
Água
Salgada
Pontos
Totais
Resistência
Química
Geral
Poliacetal
33 33323 323 5
Nylon sem Reforço
33 33312 321 5
Nylon Reforçado
33 33312 321 5
Nylon Carregado
33 33312 321 5
Poliéster Híbrido
31 23213 318 4
Poliéster Elastomérico
31 23213 318 4
Polipropileno Carregado
13 12111 313 2
ABS Média Viscosidade
21 11111 311 1
Policarbonato
21 11111 311 1
Pontuação dos materiais plásticos em relação aos produtos químicos:
1 – Afetado
2 – Ligeiramente Afetado
3 – Não Afetado
Resistência Química Geral (Componentes Automotivos)
Avaliação do Desempenho de Acordo com a Pontuação Obtida:
+ de 18 pontos: 5 (Forte)
De 16 a 18 pontos: 4 (Bom)
De 13 a 15 pontos: 3 (Regular)
De 12 a 14 pontos: 2 (Modesto)
– de 12 pontos: 1 (Fraco)
Fonte: Plásticos de Engenharia – S.Paulo – 2005
96
O critério assumido para pontuação do desempenho das funções operacionais, está intimamente
ligado aos ambientes de operação que o componente em análise atuará, assim a pontuação para
cada plástico de engenharia em relação a essas funções, neste trabalho, estabelece as maiores
notas (5 = forte performance) para aqueles plásticos que exibem os melhores comportamentos
sob um dado ambiente. Os que apresentam desempenhos intermediários são classificados entre
bom (4), médio ou regular (3) e modesto (2). Aqueles que apresentam pior desempenho
operacional recebem a menor nota (1) , e são classificados como de ruim ou fraca performance,
conforme demonstrado na próxima tabela (Tabela 25).
É importante salientar que o melhor ou pior desempenho de um plástico de engenharia a um
determinado ambiente, portanto a uma determinada função operacional, para efeito de pontuação
neste estudo, foi baseado no histórico de aplicações automotivas que estes materiais foram
experimentados e utilizados ao longo dos últimos vinte anos, e que normalmente é recomendado
pelos profissionais dos maiores fabricantes de polímeros e nos catálogos de plásticos de
engenharia disponíveis nos sítios da Internet, alguns, a saber:
www.2.dupont.com/automotive/en_US/index.htm;
www.geplastics.com/en/industrial/automotive.htm;
www.ticona.com/index/markets/auto.htm;
www.rhodia.ep.com/index/markets/auto.htm;
www2.basf.de.
97
Tabela 25 – Principais funções dos plásticos de engenharia selecionados
Principais
Funções
Nylon
sem
Reforço
Nylon
Refor-
çado
Nylon
Carre-
gado
Poli-
acetal
Poliéster
Híbrido
Poli-
carbo-
nato
ABS Média
Visco-
sidade
Poli-
propileno
Carregado
Poliéster
Elasto-
mérico
Facilitar
Metalização,
Cromação e
Solda
g
em
32324 3 4 2 2
Manter
Propriedades
ao Calor
33344 5 1 3 4
Prover Beleza
33244 5 3 2 3
Prover
Estabilidade
23434 4 4 3 4
Prover
Flexibilidade /
Minimizar
Ruído
41221 4 2 2 5
Prover
Isolamento
Elétrico
33334 3 2 2 4
Prover Leveza
32222 2 4 4 2
Prover
Ó
timo
Aspecto
Su
p
erficial
43434 4 1 2 3
Prover Rigidez
34344 3 2 3 2
Reduzir Custos
32222 2 4 4 1
Resistir ao
atrito
32343 3 2 2 3
Resistir ao
Estiramento
34243 3 2 2 2
Resistir aos
Combustíveis e
Ó
leos
44444 1 1 2 3
Resistir aos
Detergentes /
Solventes
34344 1 1 2 3
Resistir a
Riscos
34343 3 2 2 1
Suportar
Cargas
34334 2 1 1 1
Suportar
Montagem
34344 3 2 3 2
Suportar
Vibrações /
Choques
Mecânicos
44333 4 2 3 5
Resistir a
Chamas
33312 3 2 2 2
Suportar
Cargas ao
Calor
34334 3 1 2 2
Previnir
Fissuras
33334 3 2 2 4
Prover
Transparência
21111 5 1 1 1
98
Aplicado o sistema de notas, procedeu-se uma ponderação de pesos relativos, tanto para as
funções, quanto para as propriedades imediatas e de uso para o componente sob análise e levando
em conta a região do veículo em que opera, conforme exemplificado na tabela seguinte (Tabela
26).
Tabela 26 – Qualificação das necessidades do componente: Base tampa de combustível
1. Ambiente Região semi- externa, em ambiente de combustível, e fixada por
parafusos ao redor da tampa de combustível.
2. Principais funções Prover Flexibilidade (30%);
Resistir aos Combustíveis (30%);
Suportar Vibrações e Choques Mecânicos (10%);
Suportar Montagem (10%);
Prover Leveza (10%);
Baixar Custo (10%).
3. Principais propriedades Alto Alongamento na Ruptura (30%);
Alta Resistência Química (30%);
Alta Resistência ao Impacto (10%);
Alto Módulo de Flexão (10%);
Baixa Densidade (10%);
Baixo Custo Relativo (10%).
4. Considerações
estruturais, de desenho e
processamento
Considerações Estruturais: Componente semiflexível, e de
forma irregular e assimétrica.
Considerações de Desenho: espessuras heterogêneas, presença
de furos para passagem de parafusos e re-entrâncias diversas.
Considerações de Processamento: a base da portinhola será
injetada e posteriormente receberá uma sobre-injeção de uma
camada de Polipropileno Elastomérico (PP + EPDM).
5. Considerações ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: componente semi-externo (entretanto sem
necessidade de polimento), sem pintura e ou decoração
(impressão, colagem, etc).
Aspecto Superficial: componente dever ter superfície lisa.
Transparência: Ausência de transparência, e cor preta.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custo por quilo.
Ecológicos: Produtos devem ser reciclados.
Redução de Peso (prover leveza): Muito desejável.
99
É importante salientar que foram definidas quatro macro-áreas de um veículo popular, nas quais
estão os componentes mais presentes nos estudos de redução de custos das engenharias, nas
indústrias automotivas brasileiras. Estas áreas são : a região exterior, o habitáculo do motor, o
habitáculo interior e os componentes das regiões eletro-automotivas.
A premissa básica que sustenta estes pesos concedidos às funções e propriedades (imediatas e de
uso contínuo), diz respeito ao conhecimento prévio que o engenheiro e / ou projetista, devem ter
do ambiente de operação do componente a ser estudado (Tabela 26, Item 1.: Ambiente). Através
deste conhecimento, o profissional consultará a tabela das funções mais importantes para a região
do veículo sob análise (ver Tabela 9
a 12, e Tabela 22), onde também encontrará as propriedades
correlatas a estas funções.
Superado esta fase, retorna-se à Tabela 26, de qualificação das necessidades do componente, e
então o profissional atribuirá no Item 2, pesos (em %) de acordo com a relevância das funções
operacionais escolhidas (4 a 7 funções são escolhidas em geral) para aquela região do veículo sob
análise (região a que o componente se destina). Tais pesos deverão somar , entre todas as
funções, sempre 100% .
E o mesmo procedimento, deverá ser adotado no caso das propriedades (Tabela 26, Item 3).
Ainda na tabela de qualificação de necessidades do componente , o foco é transferido agora para
as outros aspectos envolvidos no estudo. Então o profissional responsável pelo componente
informa os outros conhecimentos que possui sobre o componente, no que concerne às
considerações estruturais, de desenho e de processamento (ver Tabela 26 – Item 4), também
sobre a aparência, aspecto superficial ou transparência (Tabela 26, Item 5), e ainda sobre os
aspectos econômicos, ecológicos ou redução de peso (Tabela 26, Item 6).
Outra oportunidade aqui vislumbrada foi a possibilidade de se trabalhar com as quantidades em
kg estimadas de plásticos de engenharia para uma determinada região do veículo, como uma
100
medida da utilização e viabilidade econômica, isto é, quanto maior o consumo por veículo, maior
o envolvimento técnico e comercial por parte dos participantes da cadeia produtiva (produtores
de plásticos, fabricantes de máquinas e ferramentas, moldadores, sub-sistemistas, sistemistas e
utilizadores finais), o que pode se tornar uma vantagem competitiva, obviamente, se os requisitos
de funções operacionais e propriedades (imediatas e de uso contínuo) foram atendidos (ver a
seguir: Tabela 27).
Tabela 27 – Estimativa de consumo atual por carro em kg *
Estimativa de Consumo Atual de Plásticos de Engenharia por Carro (em Kg)
Exteriores
Habitáculo
do Motor
Interiores
Eletro-
Automotiva
Nylon sem Reforço
0,3 0,8 0,5 0,5
Nylon Reforçado
2,0 6,0 1,0 0,5
Nylon Carregado
0,3 2,5 0,5 0,5
Poliacetal
0,5 0,3 3,0 0,3
Poliéster Híbrido
0,5 1,0 0,5 0,5
Policarbonato
3,0 0,1 0,3 0,5
ABS Média Viscosidade
1,0 0,1 1,0 0,1
Polipropileno Carregado
3,0 3,0 5,0 0,5
Poliéster Elastomérico
0,1 0,1 0,5 0,1
Áreas
Plástico de Engenharia
* Estimado
Assim, apenas como ilustração, para um carro popular moderno, o consumo em de Nylon
Reforçado com fibras de vidro no habitáculo do motor alcançaria aproximadamente 6 kg (se
incluído o módulo frontal – não presente em todos os carros populares - chegaria a 8 kg).
101
É importante que se frise, que a maioria destas informações adicionais, já estão disponíveis ao
engenheiro de produto ou projetista nesta fase do processo, desta forma, que podem facilmente,
organizá-las e processá-las de modo a perceber a relevância que possuem na seleção do plástico
de engenharia mais adequado para o componente em questão.
Em resumo, disponibilizando de todo este apanhado de dados, será possível montar uma Matriz
Eletrônica, capaz de relacionar as funções mais relevantes por tipo de plástico de engenharia, e, e
também de propriedades correlatas. A ponderação por pesos então será aplicada pelo profissional
automotivo, que conhecendo o ambiente de operação do componente em estudo e região do
veículo em que operará, deverá distribuí-los tanto para as funções escolhidas, quanto para as
propriedades correlatas (informações inclusas neste trabalho).
Com tal esforço, pode-se desenhar um cenário de performances comparativas entre notas e pesos
atribuídos, e com estes dados implementar um modelo prático, econômico e mais objetivo, na
escolha dos plásticos de engenharia para componentes de veículos populares.
102
4 MATRIZ ELETRÔNICA DE SELEÇÃO DE PLÁSTICOS DE ENGENHARIA
4.1. Descritivo para a Construção da Matriz Eletrônica (via Excel)
Os campos e o preenchimento devem ser feitos com bases nos títulos e siglas apresentados (ver
Tabela 28).
Tabela 28 – Definições do eixo “X” – Funções Operacionais
Linha/Coluna Definição
1D Inserir o nome do componente
2C Inserir título da planilha: Performance – Funções
2E a 2J Títulos dos dados a inserir: Fator; Principais Funções; % de Importância
3E a 8E Incluir a ordem seqüencial dos fatores
3F a 8F Incluir as funções consideradas para o componente
3I a 8I Informar o peso de cada função incluída
12C a 20C Incluir os nomes dos plásticos de engenharia
12D a 20D Incluir fórmula para cálculo das médias:
12D: =((E12*I3+F12*I4+G12*I5+H12*I6+I12*I7+J12*I8)/SUM (I3:I8))
13D: =((E13*I3+F13*I4+G13*I5+H13*I6+I13*I7+J13*I8)/SUM (I3:I8))
...e assim por diante.
12E a 20J Incluir pontuação dos plásticos em relação às funções operacionais.
103
Para a utilização da Planilha Eletrônica de Excel, e geração do gráfico final, optou-se por dispor
as funções mais importantes do componente, parte ou peça em estudo, no eixo das abscissas (eixo
X), com mostrada na figura a seguir (Figura 21):
Figura 21 – Tela de Excel para definição do Eixo “X” – Funções
104
Para elaboração da planilha do Eixo “Y” – Propriedades, proceder de maneira análoga à planilha
do Eixo “X” – Funções, conforme figura a seguir (Figura 22):
Figura 22 – Tela de Excel para definição do Eixo “Y” – Propriedades Operacionais
105
Antes da elaboração do gráfico de bolas, gerado pela planilha de Excel, definiu-se a construção
de uma tela resumo (Figura 23), com o sumário de informações das telas anteriores de Funções
(eixo X) e Propriedades (eixo Y). Conforme os passos da tabela seguinte (Tabela 29).
Tabela 29 – Definições para o gráfico de bolas
Linha/Coluna Definição
B3 a B11 Incluir fórmula para auto-preenchimento das funções:
B3: ='X-Funções'!C12
... e assim por diante.
C3 a C11 Incluir o volume estimado do material plástico por área do veículo
D2 e E2 Fórmulas para responder às perguntas das células B14 e B15: =C14 e =C15 e
conseqüente inclusão dos títulos das colunas
D3 a D11 e
E3 a E11
Fórmulas para inclusão automática das médias obtidas nas planilhas dos eixos
“X” e “Y”, respectivamente:
='X-Funções'!D12 ='Y-Propriedades'!D12
... e assim por diante.
106
Figura 23 – Planilha de definição do gráfico de bolas
Na seqüência, passa-se à construção do gráfico de bolas, conforme demonstrado nas Figuras
24,25,26,27,28,29,30,31 que seguem.
107
Figura 24 – Botão para criação do gráfico de bolas
Pressionar o botão “Incluir Gráfico” ou “Chart Wizard”.
108
Figura 25 – Definição do tipo de gráfico
Selecionar o Gráfico de Bolhas e pressionar “Próximo” ou “Next”.
109
Figura 26 – Inclusão dos dados das bolas
Na janela “Séries”, pressionar “Adicionar” ou “Add”.
110
Figura 27 – Inclusão dos dados das bolas
Adicionar de acordo com o solicitado, com os dados da Planilha Resumo:
“Nome” ou “Name” = Selecionar a célula correspondente ao Nome do Plástico de Engenharia;
“Valores X” ou “X Values” = Selecionar a célula correspondente à Média da Função para o
Plástico de Engenharia definido;
“Valores Y” ou “Y Values” = Selecionar a célula correspondente à Média da Propriedade para o
Plástico de Engenharia definido;
“Tamanhos” ou “Sizes” = Selecionar a célula correspondente ao Volume Atual (Kg) para o
Plástico de Engenharia definido.
Repetir a operação acima até completar com todos os dados da Planilha Resumo.
111
Figura 28 – Exemplo de inclusões de dados para o gráfico de bolas
Após todas as inclusões, pressione “Próximo” ou “Next”.
112
Figura 29 – Definições de títulos do gráfico de bolas
Defina os títulos:
“Título do Gráfico” ou “Chart Title” = Informe: Seleção de Plásticos de Engenharia – Nome do
Componente;
“Valor do Eixo (X)” ou “Value (X) axis” = Inclua: Performance – Funções;
“Valor do Eixo (Y)” ou “Value (Y) axis” = Inclua: Performance – Propriedades.
113
Figura 30 – Definição dos formatos principais do gráfico de bolas
Selecionar as opções desejadas em cada uma das janelas, a saber:
“Eixos” ou “Axes": selecionar não mostrar valores;
“Linhas de Grade” ou “Gridlines”: selecionar “Principais” ou “Majors”;
“Legenda” ou “Legend”: selecionar “Mostrar legenda” ou “Show legend” e “Embaixo” ou
“Bottom”;
“Rótulos dos Dados” ou “Data Labels”: selecionar “Nenhum” ou “None”.
Pressionar “Próximo” ou “Next”.
114
Figura 31 – Definir o local de inclusão do gráfico de bolas
Selecionar onde incluir o gráfico, pressionando “Nova planilha” ou “As new sheet” e nomear o
Gráfico. Pressionar “Terminar” ou “Finish” (Figura 31).
Ainda é possível melhorar a visualização do gráfico, através da formatação da escala utilizada, e
tamanhos das letras, conforme exemplo a seguir (Figura 32).
115
Figura 32 – Exemplo de gráfico de bolas.
116
5 SIMULAÇÕES, RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo, são abordados os processos de simulações, os resultados e a discussão dos
mesmos, com ênfase inicial, na experimentação da metodologia de seleção de plásticos de
engenharia proposta contrapondo-a, às escolhas finais de componentes automotivos existentes
em plástico, e numa segunda fase, contrapondo-a a um caso de componente conceitual, ou seja,
não existente em plástico, já que originalmente trata-se de um componente metálico (portanto
passível de ser substituído num carro popular).
Como parte deste procedimento, foram escolhidos doze casos de componentes das quatro áreas
do automóvel consideradas neste trabalho, a saber: externas, habitáculo do motor, habitáculo
interno, e eletro-automotivas. A descrição da metodologia é bastante enfatizada em dois
componentes especialmente, na base da portinhola do tanque de combustível (aplicação da área
externa) e na galeria de combustível (aplicação do habitáculo do motor). Isto porque, através de
suas análises (áreas mais constantes, no que concerne à substituição de metais por plásticos de
engenharia) é possível seguir-se o método como um todo, para as demais simulações. Dos doze
casos tomados, onze se referem a componentes já existentes em plásticos, desta maneira fácil, e
imediatamente comparáveis com os resultados das simulações processadas. Um único caso foi
tomado como conceitual, ou não existente em plástico, mas com similar metálico, com o objetivo
de demonstrar a eficiência da metodologia proposta : a capa da engrenagem de transmissão, por
isso mesmo, tratada na última simulação deste capítulo.
117
5.1 Simulações de Aplicações na Área Externa de um Veículo Popular
Dos doze casos analisados, cinco simulações foram realizadas em componentes existentes da área
externa do veículo. Isto devido a sua diversidade de materiais e necessidades técnicas, passando
por plásticos de engenharia tão diferentes entre si, como os Nylons, os Poliésteres (polímeros de
origem cristalina e opacos) e o Policarbonato (polímero de origem amorfa, e em geral
transparentes).
Os componentes externos, aqui escolhidos são, a saber: a base da portinhola do tanque de
combustível, o conjunto do farol (formado por lente e máscara/moldura), a haste do limpador de
pára-brisas e finalmente a base do espelho lateral.
5.1.1 Base da Portinhola do Tanque de Combustível
Figura 33 – Base da portinhola do tanque de combustível
118
Conforme a Figura 33, o componente trata-se da base da portinhola do tanque de combustível,
sendo considerado uma aplicação de uso externo já que, parte dele fica exposta e, quando a
portinhola é aberta, torna-se totalmente aparente. Com o objetivo de verificar qual plástico de
engenharia seria a melhor alternativa para sua obtenção, desenha-se uma tabela para estabelecer
as necessidades da base da portinhola (Tabela 30).
Tabela 30 – Necessidades do componente: Base da portinhola do tanque de combustível
1. Ambiente Região Semi-externa, em ambiente de combustível, e fixada por
parafusos ao redor da tampa de combustível.
2. Principais funções Prover Flexibilidade (30%);
Resistir aos Combustíveis (30%);
Suportar Vibrações e Choques Mecânicos (10%);
Suportar Montagem (10%);
Prover Leveza (10%);
Baixar Custo (10%).
3. Principais propriedades Alto Alongamento na Ruptura (30%);
Alta Resistência Química (30%);
Alta Resistência ao Impacto (10%);
Alto Módulo de Flexão (10%);
Baixa Densidade (10%);
Baixo Custo Relativo (10%).
4. Considerações
estruturais, de desenho e
processamento
Considerações Estruturais: Componente semiflexível, e de
forma irregular e assimétrica.
Considerações de Desenho: espessuras heterogêneas, presença
de furos para passagem de parafusos e re-entrâncias diversas.
Considerações de Processamento: a base da portinhola será
injetada e posteriormente receberá uma sobre-injeção de uma
camada de Polipropileno Elastomérico (PP + EPDM).
5. Considerações ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: componente semi-externo (entretanto sem
necessidade de polimento), sem pintura e ou decoração
(impressão, colagem, etc).
Aspecto Superficial: componente dever ter superfície lisa.
Transparência: Ausência de transparência, e cor preta.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custo por quilo.
Ecológicos: Produtos devem ser reciclados.
Redução de Peso (prover leveza): Muito desejável.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Nylon 66 sem reforço.
8. Material selecionado na
prática
Nylon 6 ou 66 sem reforço.
119
Analisando-se o ambiente (item 1 dessa tabela) em que trabalharia (neste caso a área externa), as
principais funções (item 2 da tabela) e propriedades (item 3 da tabela), com seus respectivos
pesos ou percentuais de importância para a área do carro a qual, o componente se destinará (pesos
que são definidos pelo engenheiro de produto ou projetista com o auxílio das Tabelas 09 a 12:
relação entre funções e propriedades para áreas exteriores neste caso). Neste momento, ainda se
processa, um apanhado de considerações estruturais, de desenho, processamento (item 4 da
tabela), além de aspectos ligados à aparência e aspecto superficial ou transparência e cor
(exemplificados no item 5 da tabela). Também os fatores econômicos, ecológicos ou de redução
de peso (item 6 da tabela), deste modo, enfim se explicitando a família e o tipo de plástico de
engenharia sugerido pelo método (item 7 da tabela), e o plástico selecionado na prática (item 08
da mesma tabela), completando-se assim a tabela de necessidades deste componente (a base da
portinhola do tanque de combustível, aqui descrita). De posse destas informações, é agora
possível alimentar-se as planilhas ou telas eletrônicas criadas, uma em seqüência à outra.
Inicialmente, parte-se para o estudo da performance das funções (Tabela 31):
120
Tabela 31 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base da
Portinhola do Tanque de Combustível – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base da Portinhola do Tanque de Combustível
X: Performance - Funções Fator
1
Prover Flexibilidade
2
Resistir a Comb. e Óleos
3
Suportar Vibr. / Ch. Mec.
4
Suportar Montagem
5
Prover Leveza
6
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Refoo 3,7
4,0 4,0 4,0 3,0 3,0 3,0
Nylon Refoado 2,7
1,0 4,0 4,0 4,0 2,0 2,0
Nylon Carregado 2,8
2,0 4,0 3,0 3,0 2,0 2,0
Poliacetal 2,9
2,0 4,0 3,0 4,0 2,0 2,0
Poliéster Híbrido 2,6
1,0 4,0 3,0 4,0 2,0 2,0
Policarbonato 2,6
4,0 1,0 4,0 3,0 2,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,1
2,0 1,0 2,0 2,0 4,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,6
2,0 2,0 3,0 3,0 4,0 4,0
Poliéster Elastomérico 3,4
5,0 3,0 5,0 2,0 2,0 1,0
10%
10%
10%
10%
Principais
Funções
% de Importância
30%
30%
Assim deve-se: I - preencher a lista das funções – tomando-se como referência, a relação entre
funções e propriedades presentes na área exterior do carro (caso da base da portinhola em
estudo), constantes da Tabela 9 ou tomá-las diretamente do item 2 da Tabela 30 (onde já se
encontram listadas), e de acordo com a relevância dessas funções na visão do profissional
automotivo, lhes atribuir os pesos ou percentuais de importância em ordem decrescente
(perfazendo 100%, no total – conforme item 2 da Tabela 30); II - listar-se os plásticos de
engenharia considerados na seleção, e lhes atribuir as notas relativas – cada plástico e sua nota
correspondente à função (uso da Tabela 25 – principais funções dos plásticos de engenharia) que
serão ponderadas pelo percentual de importância ou peso sugerido pelo engenheiro (a nota será
multiplicada pelo percentual de importância atribuída às funções).
121
Tabela 32 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base da
Portinhola do Tanque de Combustível – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base da Portinhola do Tanque de Combustível
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alto Alongamento Ruptura
2
Alta Resistência Química
3
Alto Impacto Izod
4
Alto Módulo de Flexão
5
Menor Densidade
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,4
4,0 3,0 4,0 3,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 2,6
1,0 4,0 4,0 4,0 1,0 2,0
Nylon Carregado 2,6
2,0 3,0 3,0 3,0 2,0 3,0
Poliacetal 3,2
3,0 4,0 3,0 4,0 2,0 2,0
Poliéster Híbrido 2,5
1,0 4,0 3,0 4,0 1,0 2,0
Policarbonato 2,7
4,0 1,0 5,0 3,0 2,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,2
2,0 1,0 3,0 2,0 4,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,6
2,0 2,0 3,0 2,0 4,0 5,0
Poliéster Elastomérico 3,3
5,0 3,0 5,0 1,0 2,0 1,0
10%
10%
10%
10%
Principais
Propriedades
% de Importância
30%
30%
Segue-se agora, com estudo da performance das propriedades (Tabela 32), e assim se deve: I -
preencher as propriedades relativas às funções constantes nesta tabela (utilizar-se como apoio a
Tabela 9) ou tomá-las diretamente do item 3 da Tabela 30 (onde já se encontram listadas), e lhes
atribuir pesos ou percentuais de importância, similares aos usados para as funções presentes na
Tabela 31 (podendo, ainda ser iguais, pouco maiores ou pouco menores que aqueles, utilizados
nas suas funções correlatas, desde que se mantenha os 100% de soma dos percentuais, exigidos);
II - listar-se os plásticos de engenharia considerados na seleção (mesma ordem obedecida na
Tabela 31), e lhes atribuir as notas relativas – cada plástico e sua nota correspondente à
propriedade (uso da Tabela 23 – principais propriedades dos plásticos de engenharia), que serão
ponderadas pelo percentual de importância ou peso sugerido pelo engenheiro automotivo (a nota
será multiplicada, pelo percentual de importância atribuído às propriedades).
122
Na seqüência, a Tabela 33, mostrará o resumo do que foi obtido nas planilhas ou telas anteriores,
que será gerado automaticamente.
Tabela 33 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base da
Portinhola do Tanque de Combustível – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Atual (kg) Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,3
3,7 3,4
Nylon Reforçado 2,0
2,7 2,6
Nylon Carregado 0,3
2,8 2,6
Poliacetal 0,5
2,9 3,2
Poliéster Híbrido 0,5
2,6 2,5
Policarbonato 3,0
2,6 2,7
ABS Média Viscosidade 1,0
2,1 2,2
Polipropileno Carregado 3,0
2,6 2,6
Poliéster Elastomérico 0,1
3,4 3,3
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base da
Portinhola do Tanque de Combusvel
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado no Carro (Kg)
Todavia, ainda necessitando um preenchimento adicional, no que se refere ao: Volume Estimado
de Uso de cada plástico de engenharia na área do carro que se está avaliando (mesma seqüência
de ordem da Tabela 31 e 32), e neste caso da base da portinhola, consideraremos as massas por
plástico para aplicações exteriores, constantes na Tabela 27 – Estimativa de Consumo de
Plástico, e que definirão os tamanhos das Bolas (cada uma associada a determinado plástico de
engenharia) no gráfico; e ainda, preencher os campos do título do gráfico de bolas (neste caso,
base da portinhola do tanque de combustível), o nome do eixo X (para todos os casos:
Performance – Funções), o nome do eixo Y (para todos os casos : Performance – Propriedades).
123
Finalmente, considerando a boa utilização da ferramenta computadoriza de planilhas ou telas
eletrônicas, o gráfico de bolas será automaticamente gerado. E, cada plástico de engenharia
representado por sua ‘Bola’específica será nele mostrado, sendo que aquele selecionado será, o
que estiver posicionado mais ao topo do quadrante da direita. Neste caso da portinhola, a
simulação propõe a família de Nylons, indicando um tipo ‘sem reforço’ (Gráfico 2). Na prática, a
escolha também indicou a família de Nylons e um tipo ‘sem reforço’ (Nylon 6 ou 66 sem
reforço), portanto comprovando a eficiência da metodologia proposta, para este componente
(Tabelas 78 e 79).
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base da Portinhola do Tanque de Combustível
1,9
2,6
3,2
1,8 2,6 3,3
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Policarbonato Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço
Nylon Reforçado Nylon Carregado Poliacetal
Poliéster Híbrido ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 2 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base da
Portinhola do Tanque de Combustível
124
5.1.2 Conjunto do Farol: Lente e Máscara da Moldura
Para o conjunto do farol (formado por componentes já existentes, Figura 34), procedeu-se uma
separação entre o componente ‘Lente’ e o componente ‘Máscara da Moldura’, sendo suas
simulações tratadas isoladamente. É evidente aqui, que tal aplicação é considerada como
pertencente também à área exterior do carro.
Figura 34 – Conjunto do Farol
5.1.2.1 Lente do Conjunto do Farol
Para o componente em questão (lente do farol – Figura 34), foi aplicada a mesma metodologia de
seleção de plástico de engenharia utilizada para a base da portinhola. Desta vez, entretanto,
devido à necessidade de atender à função de Prover Transparência, o Policarbonato, como único
plástico de engenharia transparente neste trabalho, foi uma escolha óbvia, e o resultado que a
metodologia sugere é idêntico, com o plástico escolhido na prática (Tabelas 34 a 37 e Gráfico 3).
125
Tabela 34 – Necessidades do componente: Lente do conjunto do farol
1. Ambiente Região externa, sujeita ao intemperismo, e soldada por ultra-
som na carcaça do conjunto do farol.
2. Principais funções Prover Transparência (30%);
Prover Beleza (20%);
Suportar Vibrações e Choques Mecânicos (20%);
Resistir aos Riscos (10%);
Facilitar Soldagem (10%);
Suportar Montagem (10%).
3. Principais
propriedades
Alta Transparência (30%);
Alta Resistência às Intempéries (20%);
Alta Resistência ao Impacto (20%);
Dureza Superficial (10%);
Alto Ponto de Fusão (10%);
Baixo Custo Relativo (10%).
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: Componente de rígido, e de forma
irregular e simétrico.
Considerações de Desenho: Espessuras homogêneas, e
planicidade no contato com a carcaça.
Considerações de Processamento: As lentes devem ser
injetadas em moldes com cavidades aquecidas (80 a 90°C),
proporcionando brilho e evitando tensões superficiais.
5. Considerações
ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Componente externo, de aparência espelhada e sem
pintura, podendo ter decoração (impressão, colagem, etc).
Aspecto Superficial: Componente de superfície brilhante, não
admitindo qualquer defeito superficial (manchas, riscos e etc).
Transparência: Transparência próxima a 100%, e isenta de
amarelamento.
6. Fatores
econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir preço por quilo, medianamente
desejável.
Ecológicos: Produtos devem ser reciclados.
Redução de Peso (prover leveza): Muito desejável.
7. Resultado obtido
via Matriz de
Decisão
Policarbonato (PC).
8. Material
selecionado na
prática
Policarbonato (PC).
126
Tabela 35 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –Lente do
Conjunto do Farol – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Lente do Conjunto do Farol
X: Performance - Funções Fator
1
Prover Transparência
2
Prover Beleza
3
Suportar Vibr. e Ch. Mec.
4
Resistir a Riscos
5
Fac. Met./Crom./Soldagem
6
Suportar Montagem
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 2,7
2,02,04,03,03,03,0
Nylon Reforçado 2,7
1,03,04,04,02,04,0
Nylon Carregado 2,2
1,02,03,03,03,03,0
Poliacetal 2,7
1,04,03,04,02,04,0
Poliéster Híbrido 2,8
1,04,03,03,04,04,0
Policarbonato 4,2
5,05,04,03,03,03,0
ABS Média Viscosidade 2,1
1,03,02,02,04,02,0
Polipropileno Carregado 2,0
1,02,03,02,02,03,0
Poliéster Elastomérico 2,4
1,03,05,01,02,02,0
20%
10%
10%
10%
Principais
Funções
% de Importância
30%
20%
Tabela 36 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Lente do
Conjunto do Farol – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Lente do Conjunto do Farol
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Transparência
2
Alta Res.a Intemp./X-test
3
Alto Impacto Izod
4
Alta Dureza Superficial
5
Alto Ponto de Fusão
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,0
2,0 3,0 4,0 3,0 4,0 3,0
Nylon Reforçado 2,7
1,0 3,0 4,0 4,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 2,5
1,0 3,0 3,0 3,0 4,0 3,0
Poliacetal 2,4
1,0 3,0 3,0 4,0 3,0 2,0
Poliéster Híbrido 2,6
1,0 4,0 3,0 3,0 4,0 2,0
Policarbonato 4,0
5,0 3,0 5,0 3,0 4,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,3
1,0 2,0 3,0 3,0 3,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,3
1,0 2,0 3,0 2,0 3,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,6
1,0 4,0 5,0 1,0 3,0 1,0
20%
10%
10%
10%
Principais
Propriedades
% de
Importância
30%
20%
127
Tabela 37 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Lente do
Conjunto do Farol – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,3
3,7 3,4
Nylon Reforçado 2,0
2,7 2,6
Nylon Carregado 0,3
2,8 2,6
Poliacetal 0,5
2,9 3,2
Poliésterbrido 0,5
2,6 2,5
Policarbonato 3,0
2,6 2,7
ABS Média Viscosidade 1,0
2,1 2,2
Polipropileno Carregado 3,0
2,6 2,6
Poliéster Elastomérico 0,1
3,4 3,3
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Selão de Plásticos de Engenharia - Base da Portinhola do
Tanque de Combustível
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (kg)
128
Seleção de Plásticos de Engenharia - Lente do Conjunto do Farol
1,9
2,8
3,6
1,8 2,7 3,6 4,5
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço Nylon Reforçado
Nylon Carregado Poliacetal Poliéster Híbrido
Policarbonato ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 3 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Lente do
Conjunto do Farol
5.1.2.2 Máscara da Moldura do Conjunto do Farol
Para a ‘Máscara da Moldura’ (Figura 34), segue-se procedimento análogo, considerando-se
também seu caráter de componente externo, porém mais protegido, visto a sua cobertura pelo
componente ‘Lente’. O resultado obtido nesta análise, aponta a escolha de um poliéster híbrido
(Tabela 38 a 41 e Gráfico 4). Na prática, entretanto apesar do resultado da simulação recomendar
a mesma família (um poliéster), o tipo escolhido realmente, foi um poliéster de alto fluxo no
processamento por injeção. Todavia, para efeito deste trabalho, seria impossível incluir todos os
tipos da família dos poliésteres no processo de seleção aqui proposto. Se isto fosse factível, a
inclusão desse tipo de poliéster de alto fluxo no processo seletivo, provavelmente levaria a
129
afirmar-se que na função ‘Facilitar Metalização’e ‘Prover Beleza’, este tipo de poliéster, obteria
notas superiores ao poliéster híbrido, implicando a sua escolha como candidato mais adequado à
aplicação.
Tabela 38 – Necessidades do componente: Máscara e moldura do conjunto do farol
1. Ambiente Região semi-externa (lente protege de contato direto), com
superfície metalizada e sujeita às intempéries, sendo
soldada por ultra-som na carcaça do conjunto do farol, e
submetida ao calor a 150°C quando acesos os faróis.
2. Principais funções Facilitar Metalização e Soldagem e Resistir ao Calor (30%);
Prover Beleza (25%);
Manter Ap. Reduzir Custos (25%);
Suportar Montagem (10%);
Prover Leveza (10%).
3. Principais
propriedades
Ponto de Fusão (30%);
Resistência às Intempéries (25%);
Alto Módulo de Flexão (25%);
Menor Densidade (10%);
Custo Relativo (10%).
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: Componentes rígidos, e de
formas irregulares e assimétricos.
Considerações de Desenho: espessuras homogêneas, e
planicidade no contato com a carcaça.
Considerações de Processamento: os componentes devem
ser injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a
100°C), proporcionando brilho e planicidade.
5. Considerações ligadas
à aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Componente semi-externo de aparência
espelhada, podendo ter decoração (impressão, colagem,
pintura etc), e enfatizando a beleza dos componentes.
Aspecto Superficial: Componente de superfície brilhante,
isento de defeito superficial (manchas, riscos e etc).
Transparência: Componentes Opacos.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir preço, por quilo e custos
relacionados à metalização (eliminação de ‘primer’, p.ex).
Ecológicos: Produtos devem ser reciclados.
Redução de Peso (Prover Leveza): Muito desejável.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Poliéster Híbrido.
8. Material selecionado
na prática
Poliéster Alto-Fluxo.
130
Tabela 39 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Máscara e
Moldura do Conjunto do Farol – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Máscara e Moldura do Conjunto do Farol
X: Performance - Funções Fator
1
Fac. Metal./Crom./Sold.
2
Prover Beleza
3
Suportar Montagem
4
Prover Leveza
5
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,0
3,03,03,03,03,0
Nylon Reforçado 2,8
2,03,04,02,02,0
Nylon Carregado 2,6
3,02,03,02,02,0
Poliacetal 3,0
2,04,04,02,02,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,04,04,02,02,0
Policarbonato 3,3
3,05,03,02,02,0
ABS Média Viscosidade 3,3
4,03,02,04,04,0
Polipropileno Carregado 2,7
2,02,03,04,04,0
Poliéster Elastomérico 2,2
2,03,02,02,01,0
25%
10%
10%
Principais
Funções
% de Importância
30%
25%
Tabela 40 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Máscara e
Moldura do Conjunto do Farol – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Máscara e Moldura do Conjunto do Farol
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alto Ponto de Fusão
2
Alta Res. a Intemp./X-test
3
Alto Módulo de Flexão
4
Menor Densidade
5
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas &
Pesos 1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,3
4,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,3
4,0 3,0 4,0 1,0 2,0
Nylon Carregado 3,2
4,0 3,0 3,0 2,0 3,0
Poliacetal 3,1
3,0 3,0 4,0 2,0 2,0
Poliésterbrido 3,5
4,0 4,0 4,0 1,0 2,0
Policarbonato 3,1
4,0 3,0 3,0 2,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,7
3,0 2,0 2,0 4,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,8
3,0 2,0 2,0 4,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,5
3,0 4,0 1,0 2,0 1,0
25%
10%
10%
Principais
Propriedades
% de Importância
30%
25%
131
Tabela 41 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Máscara e
Moldura do Conjunto do Farol – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,3
3,0 3,3
Nylon Reforçado 2,0
2,8 3,3
Nylon Carregado 0,3
2,6 3,2
Poliacetal 0,5
3,0 3,1
Poliésterbrido 0,5
3,6 3,5
Policarbonato 3,0
3,3 3,1
ABS Média Viscosidade 1,0
3,3 2,7
Polipropileno Carregado 3,0
2,7 2,8
Poliéster Elastomérico 0,1
2,2 2,5
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Máscara e Moldura do
Conjunto do Farol
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (kg)
132
Seleção de Plásticos de Engenharia - Máscara e Moldura do Conjunto do Farol
2,3
2,8
3,3
2,0 2,6 3, 2 3,8
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço Nylon Reforçado
Nylon Carregado Poliacetal Poliéster Híbrido
Policarbonato ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 4 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Máscara e
Moldura do Conjunto do Farol
5.1.3 Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro
A haste do limpador de pára-brisas traseiro, também é uma componente existente e de caráter
externo (Figura 35).
Novamente, em se aplicando a metodologia de seleção proposta, observa-se que o resultado
converge para uma família de poliésteres, do tipo híbrido, o mesmo plástico de engenharia
selecionado na prática (Tabelas 42 a 45, e Gráfico 5).
133
Figura 35 – Haste do limpador de pára-brisas traseiro
Tabela 42 – Necessidades do componente: Haste do limpador de pára-brisas traseiro
1. Ambiente Região externa com incidência direta de raios solares, portanto
sujeita às intempéries, ar e contaminantes ambientais.
Constantemente, estará sob vibrações e deverá manter o conjunto
limpador fixo, garantindo sua funcionalidade operacional.
2. Principais funções Prover Rigidez e Suportar Montagem (30%);
Prover Ótimo Aspecto Superficial / Prover Beleza/ Eliminar
Oxidação (30%);
Suportar Vibrações / Choques Mecânicos e Reduzir Ruído (15%);
Resistência aos Detergentes (15%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais
propriedades
Maior Módulo de Flexão (30%);
Maior Resistência às Intempéries (30%);
Maior Resistência ao Impacto (15%);
Alta Resistência Química (15%);
Menor Custo Relativo (10%).
continua
134
conclusão
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: Componentes rígidos e tenazes
(conjunto rígido e capaz de absorver vibrações, e provendo baixo
ruído), possibilitando encaixes sob pressão (montagens de outros
sub componentes – borrachas limpadoras e fixadores) exibindo
ainda, elevada resistência às intemries, mantendo a performance
mecânica, além de resistir às trincas geradas por foto-degradação,
por exemplo.
Considerações de Desenho: espessuras homogêneas, admitindo
flexibilidade de formato, com excelente acabamento superficial
(provendo beleza e não acumulando sujeira ambiental).
Considerações de Processamento: os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a 100°C),
proporcionando rigidez, brilho e superfície lisa.
5. Considerações ligadas
à aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Componente externo de aparência espelhada (ótimo
acabamento superficial), propiciando beleza ao conjunto limpador
de pára-brisas.
Aspecto Superficial: Não admite, qualquer defeito superficial
(como manchas, nuvens, riscos e etc).
Transparência: Componentes Opacos.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custos, provendo componentes de melhor
aspecto (prover beleza), sem oxidação superficial, ou trincas
derivadas de foto-degradação e ação de detergentes de uso geral.
Ecológicos: Produtos devem ser reciclados.
Redução de Peso (Prover Leveza): Muito Desejável.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Poliéster Híbrido (Carga de Fibra de Vidro e Mineral).
8. Material selecionado
na prática
Poliéster Híbrido
135
Tabela 43 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Haste do
Limpador de Pára-Brisas Traseiro – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro
X: Performance - Funções Fator
1
Pr. Rigidez/Sup. Montagem
2
Ótimo Aspecto Superficial
3
Sup. Vibr. /Ch. Mecânicos
4
Resistir a Deterg./Solv.
5
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,5
3,04,04,03,03,0
Nylon Reforçado 3,5
4,03,04,04,02,0
Nylon Carregado 3,2
3,04,03,03,02,0
Poliacetal 3,7
4,04,03,04,02,0
Poliéster Híbrido 3,7
4,04,03,04,02,0
Policarbonato 3,1
3,04,04,01,02,0
ABS Média Viscosidade 1,8
2,01,02,01,04,0
Polipropileno Carregado 2,7
3,02,03,02,04,0
Poliéster Elastomérico 2,8
2,03,05,03,01,0
15%
15%
10%
Principais
Funções
% de Importância
30%
30%
Tabela 44 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Haste do
Limpador de Pára-Brisas Traseiro – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alto Módulo de Flexão
2
Alta Res. a Intemp./X-test
3
Alto Impacto Izod
4
Alta Resist. Química
5
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,2
3,0 3,0 4,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,5
4,0 3,0 4,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,4
4,0 3,0 3,0 4,0 2,0
Poliéster Híbrido 3,7
4,0 4,0 3,0 4,0 2,0
Policarbonato 2,9
3,0 3,0 5,0 1,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,2
2,0 2,0 3,0 1,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,5
2,0 2,0 3,0 2,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,8
1,0 4,0 5,0 3,0 1,0
15%
15%
10%
Principais
Propriedades
% de
Importância
30%
30%
136
Tabela 45 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Haste do
Limpador de Pára-Brisas Traseiro – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,3
3,5 3,2
Nylon Reforçado 2,0
3,5 3,5
Nylon Carregado 0,3
3,2 3,0
Poliacetal 0,5
3,7 3,4
Poliéster Híbrido 0,5
3,7 3,7
Policarbonato 3,0
3,1 2,9
ABS Média Viscosidade 1,0
1,8 2,2
Polipropileno Carregado 3,0
2,7 2,5
Poliéster Elastomérico 0,1
2,8 2,8
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Haste do Limpador de Pára-
Brisas Traseiro
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
137
Seleção de Plásticos de Engenharia - Haste do Limpador de Pára-Brisas Traseiro
2,0
2,6
3,2
3,8
1,5 2,3 3, 1
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço Nylon Reforçado
Nylon Carregado Poliacetal Poliéster Híbrido
Policarbonato ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 5 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Haste do
Limpador de Pára-Brisas Traseiro
5.1.4 Base do Espelho Lateral
A Base do Espelho Lateral (Figura 36), também é um componente pertencente à área externas do
automóvel, e também existente. No caso particular deste componente, vários plásticos já foram
especificados ao longo do tempo. Pela aplicação desta metodologia de seleção, obtêm-se dois
candidatos, que exibem notas muito próximas: o Nylon reforçado e o Poliéster Híbrido (Tabelas
46 a 49 e Gráfico 6). Na prática, a opção recaiu sobre um Nylon com 35% de fibras de vidros,
portanto um Nylon reforçado. No tópico de ‘Discussão’, este caso é mais profundamente tratado.
138
Figura 36 – Base do espelho lateral
Tabela 46 – Necessidades do componente: Base do espelho lateral
1. Ambiente Região externa, sujeita às intempéries e constante movimentação
(ajustes manuais ou automáticos para posicionamento do
espelho). Podem-se considerar também, possíveis impactos e
choques contra objetos e/ou superfícies paradas (obstáculos,
postes, portões, muretas e etc.), ou ainda móveis (bicicletas,
motos, e outros veículos). Deverá ainda, servir como apoio do
espelho, e conter o conjunto de ajuste manual ou elétrico. Estará
sob vibrações constantes, devendo suportar impactos e choques
repentinos, além de manter o conjunto estável e rígido.
2. Principais funções Prover Rigidez e Suportar Montagem (30%);
Prover Ótimo Aspecto Superficial / Prover Beleza (25%);
Suportar Vibrações / Choques Mecânicos e Reduzir Ruído
(20%);
Resistência aos Riscos (15%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais propriedades Maior Módulo de Flexão (30%);
Maior Resistência às Intempéries (25%);
Maior Resistência ao Impacto (20%);
Alta Dureza Superficial (15%);
Menor Custo Relativo (10%).
continua
139
conclusão
4. Considerações
estruturais, de desenho e
processamento
Considerações Estruturais: A base do espelho lateral deve
prover rigidez e tenacidade, capazes de absorver choques e
vibrações e minimizar ruídos, contendo o conjunto mecânico de
acionamento dos espelhos laterais, quer manuais ou automáticos.
A elevada resistência às intempéries, mantendo a performance
mecânica, além de proporcionar resistência às trincas geradas
por foto-degradação, também evitará a perda de coloração.
Considerações de Desenho: Espessuras homogêneas, admitindo
flexibilidade de formato, com excelente acabamento superficial
(provendo beleza e não acumulando sujeira ambiental). O
conjunto montado deve fornecer uma sensação de robustez
visual e tátil.
Considerações de Processamento: Os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a 100°C),
proporcionando rigidez, brilho e superfície lisa.
5. Considerações ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou transparência
Aparência: Componente externo de aparência lisa (muito bom
acabamento superficial), propiciando beleza ao conjunto do
espelho lateral. Este componente deve admitir flexibilidade de
formato e possibilitar movimentação, oferecendo formas
harmônicas quando aberto ou fechado.
Aspecto Superficial: Não admite qualquer defeito superficial
(como manchas, nuvens, riscos e etc). Sua superfície exibe
ótimo acabamento superficial na cor preta.
Transparência: Componentes opacos.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de redução de
peso
Econômicos: Reduzir custos, provendo componentes de melhor
aspecto (prover beleza), sem oxidação superficial, ou trincas
derivadas de foto-degradação e ação de choques repentinos.
Ecológicos: A base e seus componentes internos devem prover
desmontagem para facilitar a reciclagem por tipo de material.
Redução de Peso (prover leveza): Muito desejável, sem contanto
sacrificar sensação de robustez visual e tátil.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Nylon Reforçado ou Poliéster Híbrido (reforçado e carregado
com fibras de vidro e carga mineral).
8. Material selecionado
na prática
Nylon reforçado com 30% de fibra de vidro.
140
Tabela 47 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base do
Espelho Lateral – Funções
Tabela 48 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base do
Espelho Lateral – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base do Espelho Lateral
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alto Módulo de Flexão
2
Alta Res. a Intemp./X-test
3
Alto Impacto Izod
4
Alta Dureza Superficial
5
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,2
3,0 3,0 4,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,6
4,0 3,0 4,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,4
4,0 3,0 3,0 4,0 2,0
Poliéster Híbrido 3,5
4,0 4,0 3,0 3,0 2,0
Policarbonato 3,3
3,0 3,0 5,0 3,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,6
2,0 2,0 3,0 3,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,5
2,0 2,0 3,0 2,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,6
1,0 4,0 5,0 1,0 1,0
Principais
Propriedades
% de
Importância
30%
25%
20%
15%
10%
141
Tabela 49 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base do
Espelho Lateral – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,3
3,2 3,2
Nylon Reforçado 2,0
3,6 3,6
Nylon Carregado 0,3
2,7 3,0
Poliacetal 0,5
3,6 3,4
Poliéster Híbrido 0,5
3,5 3,5
Policarbonato 3,0
3,6 3,3
ABS Média Viscosidade 1,0
2,5 2,6
Polipropileno Carregado 3,0
2,7 2,5
Poliéster Elastomérico 0,1
2,6 2,6
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base do Espelho Lateral
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
142
Seleção de Plásticos de Engenharia - Base do Espelho Lateral
2,2
2,8
3,3
2,3 2,8 3,3
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço Nylon Reforçado
Nylon Carregado Policarbonato Poliacetal
Poliéster Híbrido ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 6 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Base do
Espelho Lateral
5.2 Simulações de Aplicações na Área do Habitáculo do Motor
A área do habitáculo do motor, é uma das mais demandantes em termos de exigências de funções
mecânicas e térmicas dos plásticos de engenharia, assim uma análise cuidadosa sempre é
aconselhável, assim como um conhecimento mais profundo, por parte de engenheiro de produto
ou projetista, do componente e das condições ambientais em que será utilizado. Neste trabalho,
duas simulações para as mais atuais e relevantes aplicações, são usadas como exemplos para a
aplicação da metodologia de seleção proposta, a saber: galeria de combustível e o módulo frontal
para sistemas (Figuras 37 e 38) e os resultados finais são sumarizados nas Tabelas 78 e 79.
143
5.2.1 Galeria de Combustível
A galeria de combustível plástica (Figura 37), é um componente existente, e utilizado no
habitáculo do motor, que nos últimos anos substituiu o metal como material preferido.
Objetivando-se, selecionar que plástico de engenharia seria a melhor opção para sua obtenção,
desenha-se também uma tabela para estabelecer as necessidades da galeria de combustível
(Tabela 50).
Figura 37 – Galeria de combustível
144
Tabela 50 – Necessidades do componente: Galeria de combustível
1. Ambiente Região do habitáculo do motor, sujeita ao contato direto com
combustíveis, submetida a altas temperaturas (até 140°C) e sofrendo
a ação de vibração contínua com o automóvel em funcionamento,
garantindo excelente hermeticidade com outros componentes do
sistema de alimentação de combustível. Assim, a estabilidade
dimensional sob calor e a consistência mecânica (fluência e módulo
de flexão aliados à elevada resistência ao impacto) ao longo da vida
do sistema, são fundamentais para o funcionamento e boa
performance do motor do automóvel.
2. Principais funções Resistir aos Combustíveis (20%);
Prover Estabilidade Dimensional (20%);
Suportar Cargas ao Calor (20%);
Suportar Vibrações / Choques (20%);
Prover Rigidez e Suportar Montagem (10%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais
propriedades
Alta Resistência Química (20%);
Baixa Absorção de Umidade / Contração na Moldagem e Coeficiente
de Expansão Térmica (20%);
Alta Resistência à Flexão / Resistência à Fluência / Temperatura de
Deflexão ao Calor (20%);
Alto Impacto Izod (20%);
Alto Módulo de Flexão (10%);
Menor Custo Relativo (10%).
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: A galeria de combustível é um
componente de segurança fundamental à performance do motor e da
percepção de qualidade e robustez do veículo pelo consumidor. Deve
resistir aos combustíveis e garantir hermeticidade, além de ter
estabilidade dimensional mesmo sob vibrações, proporcionando
rigidez de montagem ao sistema de alimentação, aliado ao alto
impacto sob altas temperaturas.
Considerações de Desenho: As espessuras das paredes da galeria
devem ser homogêneas (evitando contrações diferenciais entre as
secções transversais), garantindo alta estabilidade dimensional,
performance elevada ao calor e resistência mecânica consistente ao
longo de toda a superfície desse componente. Deve permitir o
desenho de formatos curvilíneos (substituindo tubulações) e com
mínimo de superfícies com emendas (evitando regiões,
mecanicamente, fracas). É também necessária, se prever uma
superfície lisa na área de contato direto com o combustível.
Considerações de Processamento: os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a 100°C),
proporcionando rigidez, ciclos constantes, repetibilidade de medidas e
acabamento liso na parede interna da galeria.
continua
145
conclusão
5. Considerações
ligadas à aparência,
aspecto superficial
ou transparência
Aparência: Componente interno, com médio a bom acabamento de
superfície externa, e com bom acabamento interno.
Aspecto Superficial: Manchas e nuvens devem ser evitadas, sem
comprometer as características mecânicas e de resistência química da
galeria.
Transparência: Componentes opacos.
6. Fatores
econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custos, provendo componentes de melhor
performance mecânica e química no longo prazo, e possibilidade de
cotas constantes aliado a um ciclo de fabricação (moldagem) baixo.
Ecológicos: A galeria pode ser totalmente reciclada, pela simples
moagem das possíveis peças incompletas ou refugos e utilizada numa
base de até 20%, na mistura com o material virgem.
Redução de Peso (prover leveza): Desejável, sem contanto
sacrificar qualidade técnica (robustez mecânica e química) da galeria
de combustível.
7. Resultado obtido
via Matriz de
Decisão
Nylon Reforçado.
8. Material
selecionado na
prática
Nylon 66 reforçado com 30% de Fibras de Vidro.
Pela análise desta tabela, o ambiente (item 1 dessa tabela) em que trabalharia (neste caso a área
do habitáculo do motor), as principais funções (item 2 da tabela) e propriedades (item 3 da
tabela), com seus respectivos pesos ou percentuais de importância para esta área do carro (pesos
que são definidos pelo engenheiro de produto ou projetista com o auxílio das Tabelas 9 a 12:
relação entre funções e propriedades para áreas exteriores neste caso), seguindo o processo, as
considerações estruturais, de desenho, processamento (item 4 da tabela), além de aspectos ligados
à aparência e aspecto superficial ou transparência e cor (exemplificados no item 5 da tabela) são
ainda determinadas. Também os fatores econômicos, ecológicos ou de redução de peso (item 6 da
tabela) a seu tempo, os são, e finalizando, explicita-se a família, o tipo de plástico de engenharia
sugerido pelo método (item 7 da tabela), e o plástico selecionado na prática (item 08 da mesma
146
tabela), completando-se assim a tabela de necessidades técnicas da galeria de combustível.
Provido dessas informações, é agora possível alimentar-se as planilhas ou telas eletrônicas
criadas, uma em seqüência à outra.
Desta maneira, inicia-se o processo, pela planilha da performance das funções (Tabela 51).
Tabela 51 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Galeria de
Combustível – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Galeria de Combustível
X: Performance - Funções Fator
1
Resistir a Comb. e Óleos
2
Pr. Estab. Dimensional
3
Sup. Cargas ao Calor
4
Sup. Vibrações/Ch. Mec.
5
Pr. Rigidez/Sup. Montagem
6
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,2
4,02,03,04,03,03,0
Nylon Reforçado 3,6
4,03,04,04,04,02,0
Nylon Carregado 3,3
4,04,03,03,03,02,0
Poliacetal 3,2
4,03,03,03,04,02,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,04,04,03,04,02,0
Policarbonato 2,9
1,04,03,04,03,02,0
ABS Média Viscosidade 2,2
1,04,01,02,02,04,0
Polipropileno Carregado 2,7
2,03,02,03,03,04,0
Poliéster Elastomérico 3,1
3,04,02,05,02,01,0
20%
20%
10%
10%
Principais
Funções
% de Importância
20%
20%
Deve-se assim: I - preencher a lista das funções – tomando-se como referência, a relação entre
funções e propriedades presentes na área do habitáculo do motor (caso da galeria de combustível
em estudo), constantes da Tabela 10 ou tomá-las diretamente do item 2 da Tabela 50 (onde já se
encontram listadas), e de acordo com a relevância dessas funções na visão do profissional
automotivo, lhes atribuir os pesos ou percentuais de importância em ordem decrescente
(perfazendo 100%, no total – conforme item 2 da Tabela 50); II - listar-se os plásticos de
147
engenharia considerados na seleção, e lhes atribuir as notas relativas – cada plástico e sua nota
correspondente à função (uso da Tabela 25 – principais funções dos plásticos de engenharia) que
serão ponderadas pelo percentual de importância ou peso sugerido pelo engenheiro (a nota será
multiplicada pelo percentual de importância atribuída às funções).
Chega-se a seguir, na planilha de performance das propriedades (Tabela 52):
Tabela 52 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Galeria de
Combustível – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Galeria de Combustível
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alta Resistência Química
2
Baixa Contr.de Moldagem
3
Alta Temp. Defl. ao Calor
4
Alto Impacto Izod
5
Alto Módulo de Flexão
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,0
3,0 2,0 3,0 4,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,8
4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,0
4,0 2,0 3,0 3,0 4,0 2,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,0 4,0 4,0 3,0 4,0 2,0
Policarbonato 3,1
1,0 4,0 3,0 5,0 3,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,4
1,0 3,0 2,0 3,0 2,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,5
2,0 2,0 2,0 3,0 2,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,6
3,0 2,0 2,0 5,0 1,0 1,0
20%
20%
10%
10%
Principais
Propriedades
% de
Importância
20%
20%
Deste modo deve-se: I - preencher as propriedades relativas às funções constantes nesta tabela
(utilizar-se como apoio a Tabela 10) ou tomá-las diretamente do item 3 da Tabela 50 (onde já se
encontram listadas), e lhes atribuir pesos ou percentuais de importância, similares aos usados para
as funções presentes na Tabela 51 (podendo, ainda ser iguais, pouco maiores, ou pouco menores
que aqueles, utilizados nas suas funções correlatas, desde que se mantenha os 100% de soma
148
dos percentuais, exigidos); II - listar-se os plásticos de engenharia considerados na seleção
(mesma ordem obedecida na Tabela 51), e lhes atribuir as notas relativas – cada plástico e sua
nota correspondente à propriedade (uso da Tabela 23 – principais propriedades dos plásticos de
engenharia), que serão ponderadas pelo percentual de importância ou peso sugerido pelo
engenheiro automotivo (a nota será multiplicada pelo percentual de importância atribuído às
propriedades).
Na seqüência, a Tabela 53, mostrará o resumo do que foi obtido nas planilhas ou telas anteriores,
que será gerado automaticamente.
Tabela 53 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Galeria de
Combustível – Resumo
Plástico de Engenharia
V
olume Estimado na Área
do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,8
3,2 3,0
Nylon Reforçado 6,0
3,6 3,8
Nylon Carregado 2,5
3,3 3,0
Poliacetal 0,3
3,2 3,0
Poliésterbrido 1,0
3,6 3,6
Policarbonato 0,1
2,9 3,1
ABS Média Viscosidade 0,1
2,2 2,4
Polipropileno Carregado 3,0
2,7 2,5
Poliéster Elastomérico 0,1
3,1 2,6
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Galeria de Combustível
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
Entretanto ainda, é necessário preencher-se adicionalmente: o volume estimado de uso de cada
plástico de engenharia na área do carro que se está avaliando (mesma seqüência de ordem da
Tabela 51 e 52), e neste caso da galeria de combustível, consideraremos as massas por plástico
para aplicações exteriores, constantes na Tabela 27 – Estimativa de Consumo de Plástico, e que
149
definirão os tamanhos das Bolas (cada uma associada a determinado plástico de engenharia) no
gráfico; e ainda, preencher os campos do título do gráfico de bolas (no caso, a galeria de
combustível), o nome do eixo X (Performance – Funções), o nome do eixo Y (Performance –
Propriedades).
Em suma, considerando a boa utilização da ferramenta computadoriza de planilhas ou telas
eletrônicas, o gráfico de bolas será automaticamente gerado, e cada plástico de engenharia
representado por sua ‘Bola’específica será nele mostrado, sendo que aquele selecionado será, o
que estiver posicionado mais ao topo do quadrante da direita. Neste caso da galeria, a simulação
propõe a família de Nylons, indicando um tipo ‘reforçado’ (Gráfico 7). Na prática, a escolha
também indicou a família de Nylons e um tipo ‘reforçado’ com 30% de Fibras de Vidro (Tabelas
78 e 79), comprovando a eficiência da metodologia proposta, para este componente.
150
Seleção de Plásticos de Engenharia - Galeria de Combustível
2,0
2,8
3,5
1,8 2,5 3,2 3,9
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço Nylon Reforçado
Nylon Carregado Poliacetal Poliéster Híbrido
Policarbonato ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 7 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Galeria de
Combustível
5.2.2 Módulo Frontal para Sistemas
Uma outra aplicação muito relevante atualmente na indústria automotiva, é o Módulo Frontal
para Montagem de Sistemas (Figura 38), que se acha localizado à frente do motor automóvel, e
por isso sujeito a todas às exigências técnicas desta área do automóvel do habitáculo do motor.
Aqui, se procedeu de maneira análoga ao exercício, anterior. E pela aplicação da metodologia
proposta, o plástico de engenharia sugerido, aponta para uma família de Nylons, e de tipo
reforçado (Tabelas 54, 55, 56, 57 e Gráfico 8). Em comparação à prática, que também selecionou
um Nylon com 30% de Fibras de Vidro, novamente a metodologia mostrou-se eficaz (Tabelas 78
e 79).
151
Figura 38 – Módulo frontal para sistemas
Tabela 54 – Necessidades do componente: Módulo frontal para sistemas
1. Ambiente Posicionado na parte da frente do habitáculo do motor que
sustenta, além do radiador, o sistema de faróis e demais sistemas
ali localizados. É um componente estrutural e de grande porte,
que deve suportar cargas elevadas, sofrendo a ação do calor
presente nesta região (até 140°C), sujeito às vibrações, portanto
devendo proporcionar além de elevada rigidez, alta resistência
ao impacto, alta estabilidade dimensional, resistência aos
combustíveis e óleos, uma perfeita montagem ao cofre do motor.
2. Principais funções Suportar Cargas / Calor (20%);
Suportar Vibrações / Choques (20%);
Prover Rigidez e Suportar Montagem (20%);
Prover Estabilidade Dimensional (15%);
Resistir aos Combustíveis e Óleos (15%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais propriedades Alta Temperatura de Deflexão ao Calor e Alta Fluência (20%);
Alta Resistência ao Impacto Izod (20%);
Alto Módulo de Flexão (20%);
Baixa Contração na Moldagem e Coeficiente de Expansão
Térmica (15%);
Resistência Química (15%);
Menor Custo Relativo (10%).
continua
152
conclusão
4. Considerações
estruturais, de desenho e
processamento
Considerações Estruturais: O módulo frontal é um
componente estrutural que sustenta vários sistemas na região do
motor, devendo ser robusto e resistente, com espessuras maiores
(4mm) que as de componentes de plásticos de engenharia mais
comuns, onde a presença de elementos de reforço como nervuras
e aletas (aumento da resistência mecânica geral), além de
insertos metálicos (áreas de fixação de parafusos e rebites) são
essenciais para garantir a melhor performance do sistema.
Considerações de Desenho: As espessuras das paredes do
módulo frontal devem ser homogêneas (evitando contrações
diferenciais entre as secções transversais) e maiores que as
convencionais, garantindo alta estabilidade dimensional,
resistência mecânica geral (ao longo de sua superfície) e
performance elevada ao calor sob cargas, já que deve suportar e
conter outros sistemas.
Considerações de Processamento: Os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a 100°C),
assim como os insertos metálicos devem também estar a estas
temperaturas, proporcionando rigidez, ciclos constantes,
repetibilidade de medidas e contrações balanceadas (entre as
secções transversais e longitudinais).
5. Considerações ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Homogênea, exibindo acabamento de superfície
médio.
Aspecto Superficial: Ausência de migrações de aditivos ou
reforços na superfície do componente.
Transparência: Componentes opacos.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custos, provendo componentes de
excelente performance mecânica (suportar cargas e vibrações)
no longo prazo, aliado a um ciclo de moldagem baixo.
Ecológicos: O módulo frontal pode ser totalmente reciclado,
pela simples moagem das possíveis peças incompletas ou
refugos e utilizada numa base de até 20%, na mistura com o
material virgem. Os insertos metálicos (parafusos e rebites)
devem ser separados do componente plástico na reciclagem.
Redução de Peso (prover leveza): Extremamente desejável, já
que além de diminuir o peso, diminui a carga sobre o conjunto
de suspensão (aumentando o seu ciclo de vida).
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Nylon Reforçado.
8. Material selecionado na
prática
Nylon 66 reforçado com 30% de Fibra de Vidro.
153
Tabela 55 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Módulo
Frontal para Sistemas – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Módulo Frontal para Sistemas
X: Performance - Funções Fator
1
Sup. Cargas ao Calor
2
Sup. Vibrações/Ch. Mec.
3
Prover Rigidez
4
Pr. Estab. Dimensional
5
Res. a Combustíveis/Óleos
6
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,2
3,04,03,02,04,03,0
Nylon Reforçado 3,7
4,04,04,03,04,02,0
Nylon Carregado 3,2
3,03,03,04,04,02,0
Poliacetal 3,3
3,03,04,03,04,02,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,03,04,04,04,02,0
Policarbonato 3,0
3,04,03,04,01,02,0
ABS Média Viscosidade 2,2
1,02,02,04,01,04,0
Polipropileno Carregado 2,8
2,03,03,03,02,04,0
Poliéster Elastomérico 3,0
2,05,02,04,03,01,0
Principais
Funções
% de Importância
20%
20%
20%
15%
15%
10%
154
Tabela 56 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Módulo
Frontal para Sistemas – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Módulo Frontal para Sistemas
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alta Temp.Deflexão Calor
2
Alto Impacto Izod
3
Alto Módulo de Flexão
4
Baixa Contr. Moldagem
5
Alta Resistência Química
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,1
3,0 4,0 3,0 2,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,8
4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,1
3,0 3,0 4,0 2,0 4,0 2,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,0 3,0 4,0 4,0 4,0 2,0
Policarbonato 3,2
3,0 5,0 3,0 4,0 1,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,4
2,0 3,0 2,0 3,0 1,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,5
2,0 3,0 2,0 2,0 2,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,5
2,0 5,0 1,0 2,0 3,0 1,0
Principais
Propriedades
% de
Importância
20%
20%
20%
15%
15%
10%
Tabela 57 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Módulo
Frontal para Sistemas – Resumo
Plástico de Engenharia
V
olume Estimado na Área
do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,8
3,2 3,1
Nylon Reforçado 6,0
3,7 3,8
Nylon Carregado 2,5
3,2 3,0
Poliacetal 0,3
3,3 3,1
Poliéster Híbrido 1,0
3,6 3,6
Policarbonato 0,1
3,0 3,2
ABS Média Viscosidade 0,1
2,2 2,4
Polipropileno Carregado 3,0
2,8 2,5
Poliéster Elastomérico 0,1
3,0 2,5
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Módulo Frontal para
Sistemas
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
155
Seleção de Plásticos de Engenharia - Módulo Frontal para Sistemas
2,0
2,8
3,5
1,8 2,5 3,2 3,9
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon Carregado Nylon sem Reforço
Nylon Reforçado Poliacetal Poliéster Híbrido
Policarbonato ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 8 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Módulo
Frontal para Sistemas
5.3 Simulações de Aplicações na Área do Habitáculo Interior
Das doze análises, duas simulações foram realizadas em componentes existentes do habitáculo
interno do veículo, área na qual, há uma grande tendência de se utilizar plásticos comuns em
substituição aos metais, mas que devido, principalmente às necessidades crescentes de aumento
de conforto interno (acústica, aspecto superficial, formatos modernos, cheiros), segurança
(resistência mecânica, estabilidade dimensional) e estética (provendo beleza através, de cores e
aparência superficial), demandadas pelo consumidor, têm implicado uma utilização importante de
plásticos de engenharia.
Os componentes externos, aqui escolhidos são, a saber: a capa deslizadora do cinto de segurança,
e a capa do air-bag (Tabelas 78 e 79).
156
5.3.1 Capa Deslizadora do Cinto de Segurança
A capa deslizadora do cinto de segurança (Figura 39), é um componente importante no habitáculo
interior do automóvel, visto tratar-se de um sistema considerado de segurança para os ocupantes
do veículo.
A utilização da metodologia de seleção proposta no trabalho, sugere como resultado a escolha de
um poliacetal. Apesar de recomendar a família adequada, o tipo de poliacetal utilizado na
escolha prática, é estabilizado aos Raios UV (Tabelas 58 a 61 e Gráfico 9). Claro, que aqui cabe
uma explicação, o tipo de poliacetal estabilizado aos Raios UV, não está disponível na lista de
plásticos de engenharia utilizada no presente no trabalho.
Assim, caso estivesse, isto implicaria que obtivesse maiores notas na função/propriedade de
Prover Ótimo Aspecto Superficial/ Alta Resistência às Intempéries, que o tipo padrão de
poliacetal (único constante na lista de materiais aqui empregada).
Figura 39 – Capa deslizadora do cinto de segurança
157
Tabela 58 – Necessidades do componente: Capa deslizadora do cinto de segurança
1. Ambiente Localizado no habitáculo interior do veículo, sob um regime
térmico ambiental, que dependerá da temperatura da área
geográfica onde circulará (ambientes com temperaturas entre –
50°C e 80°C). Por tratar-se de um componente de um sistema
considerado de segurança para os ocupantes do veículo, não poderá
desprender-se do conjunto, além de suportar o deslizamento e
travamento do cinto de segurança, promovido pela resistência ao
movimento da massa corpórea do ocupante.
2. Principais funções Suportar Cargas (25%);
Resistir ao Atrito / Riscos (25%);
Prevenir Fissuras / Prover Aspecto Superficial (20%);
Prover Estabilidade Dimensional (10%);
Suportar Vibrações / Choques Mecânicos (10%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais
propriedades
Resistência à Fluência (25%);
Baixa Coeficiente de Fricção (20%);
Resistência aos Raios U.V. / Xenon-test (20%);
Baixa Absorção de Umidade (20%);
Alta Resistência ao Impacto Izod (10%);
Baixo Custo Relativo (5%).
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: A capa deslizadora é um componente
de espessura média acima de 3mm, não podendo apresentar
defeitos na superfície (superfície lisa) e tão pouco falhas na secção
transversal das paredes (bolhas internas, por exemplo). Deve ser
resistente aos choques mecânicos (quedas e impactos repentinos),
exibindo estabilidade dimensional (distorções sob carga ou
alteração de dimensões por absorção de umidade, por exemplo). A
função deslizante é essencial para possibilitar a movimentação do
cinto de segurança, tanto no travamento quanto na liberação do
mesmo.
Considerações de Desenho: As espessuras das paredes do módulo
frontal devem ser homogêneas para evitar empenamentos ou
distorções durante e após a moldagem (prevenindo-se ainda,
contrações diferenciais entre as secções transversais). Uma elevada
resistência mecânica geral (principalmente resistência ao impacto),
deve ser favorecida, por um desenho estruturado por nervuras e
aletas.
Considerações de Processamento: os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a 100°C),
proporcionando resistência mecânica, ciclos constantes,
repetibilidade de medidas e contrações balanceadas (entre as
secções transversais e longitudinais).
continua
158
conclusão
5. Considerações ligadas
à aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Homogênea , exibindo acabamento de superfície liso.
Aspecto Superficial: Ausência de manchas e nuvens, provendo
uma superfície lisa que garanta o deslizamento do cinto de
segurança.
Transparência: Componentes opacos, em geral na cor preta
(maior resistência aos raios U.V.) ou cinza.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custos, provendo componentes de excelente
performance mecânica (suportar cargas) no longo prazo, aliado a
um ciclo de moldagem baixo.
Ecológicos: A Capa Deslizadora do Cinto de Segurança pode ser
totalmente reciclada, pela simples moagem das possíveis peças
incompletas ou refugos e utilizada numa base de até 20%, na
mistura com o material virgem.
Redução de Peso (prover leveza): Ligeiramente desejável, mas
deve proporcionar a sensação de segurança ao ocupante do veículo.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Poliacetal.
8. Material selecionado
na prática
Poliacetal estabilizado aos Raios U.V.
Tabela 59 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa
Deslizadora do Cinto de Segurança – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa Deslizadora do Cinto de Segurança
X: Performance - Funções Fator
1
Suportar Cargas
2
Resisitir ao Atrito
3
Pr. Ótimo Asp. Sup.
4
Pr. Estab. Dimensional
5
Sup. Vibr. / Ch. Mec.
6
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,2
3,03,04,02,04,03,0
Nylon Reforçado 3,0
4,02,03,03,04,02,0
Nylon Carregado 3,2
3,03,04,04,03,02,0
Poliacetal 3,4
3,04,04,03,03,02,0
Poliéster Híbrido 3,5
4,03,04,04,03,02,0
Policarbonato 3,1
2,03,04,04,04,02,0
ABS Média Viscosidade 2,0
1,02,01,04,02,04,0
Polipropileno Carregado 2,2
1,02,02,03,03,04,0
Poliéster Elastomérico 2,6
1,03,03,04,05,01,0
Principais
Funções
% de Importância
25%
25%
20%
10%
10%
10%
159
Tabela 60 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa
Deslizadora do Cinto de Segurança – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa Deslizadora do Cinto de Segurança
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alta Resist. à Fluência
2
Baixo Coef. de Atrito
3
Alta Res. Intemp./X-test
4
Baixa Abs.de Umidade
5
Alto Impacto Izod
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 2,9
3,0 3,0 3,0 2,0 4,0 3,0
Nylon Reforçado 3,1
4,0 2,0 3,0 3,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,8
4,0 5,0 3,0 4,0 3,0 2,0
Poliéster Híbrido 3,4
4,0 2,0 4,0 4,0 3,0 2,0
Policarbonato 3,2
3,0 3,0 3,0 3,0 5,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,0
1,0 1,0 2,0 3,0 3,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,4
1,0 2,0 2,0 4,0 3,0 5,0
Poliéster Elastomérico 3,0
1,0 3,0 4,0 4,0 5,0 1,0
Principais
Propriedades
% de
Importância
25%
20%
20%
20%
10%
5%
Tabela 61 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa
Deslizadora do Cinto de Segurança – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Atual (kg) Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,5
3,2 2,9
Nylon Reforçado 1,0
3,0 3,1
Nylon Carregado 0,5
3,2 3,0
Poliacetal 3,0
3,4 3,8
Poliéster Híbrido 0,5
3,5 3,4
Policarbonato 0,3
3,1 3,2
ABS Média Viscosidade 1,0
2,0 2,0
Polipropileno Carregado 5,0
2,2 2,4
Poliéster Elastomérico 0,5
2,6 3,0
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa
Deslizadora do Cinto de Segurança
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado no Carro (Kg)
160
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa Deslizadora do Cinto de Segurança
1,0
2,4
3,7
1,6 2,3 3,0 3,7
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon Reforçado Nylon Carregado
Poliacetal Poliéster Híbrido Policarbonato
ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico Nylon sem Reforço
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 9 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa
Deslizadora do Cinto de Segurança
5.3.2 Capa para Air-Bag
Figura 40 – Capa para air-bag
161
O chamado ‘Air-Bag’ (Figura 40), apesar de ser ainda um acessório não obrigatório nos carros
populares, é provavelmente um item que, mais cedo ou mais tarde, será incorporado à produção
de todos os veículos automotores, inclusive motocicletas.
A metodologia de seleção empregada, dirige os resultados para o plástico da capa do ‘air-bag’,
para a escolha de uma família de poliésteres, e do tipo elastomérico. Na prática, os plásticos de
engenharia selecionados foram o poliéster elastomérico (nas capas dos veículos mais modernos) e
o poli-uretano nos veículos mais antigos (Tabelas 62 a 65 e Gráfico 10) . Desta forma, pode-se
afirmar, que a sugestão resultante da aplicação da metodologia, é eficaz (Tabelas 78 e 79).
Tabela 62 – Necessidades do componente: Capa para air-bag
1. Ambiente Estão, em geral, localizados no habitáculo interior do veículo, sob
um regime térmico do ambiente em que será utilizado (temperaturas,
entre –50°C e 80°C). Por causa disto, a Capa do ‘Air-Bag’, é um
componente muito relevante no desempenho do sistema como um
todo. Isto porque deve ser produzida num material que possua
flexibilidade a baixas temperaturas, evitando que o material torne-se
rígido, para não promover lesões aos ocupantes do veículo. Por
outro lado, também não podem ser muito flexíveis, a ponto de
soltar-se com facilidade, disparando o ‘Air-Bag’. A Capa do Air-
Bag também exerce a função da Tampa do Conjunto do Volante,
onde é montado o acionador da buzina do veículo. Como peça
interna, deve proporcionar a obtenção de superfícies homogêneas e
prover beleza e sensação de maciez ao ser tocada.
2. Principais funções Prover Flexibilidade e Minimizar Ruído (30%);
Suportar Vibrações e Choques Mecânicos (20%);
Prover Beleza / Prevenir Fissuras /Aspecto Superficial (20%);
Prover Estabilidade Dimensional (20%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais
propriedades
Alto Alongamento na Ruptura (30%);
Alta Resistência ao Impacto (20%);
Resistência aos Raios U.V./Xenon-test (20%);
Baixa Absorção de Umidade (20%);
Baixo Custo Relativo (10%).
continua
162
conclusão
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: A Capa do ‘Air-Bag’ deve ser
desenhada, prevendo encaixes sob pressão (fixação no volante e
retenção do ‘Air-Bag’), sendo um componente de espessura média
de 2mm a 2,5mm, não podendo apresentar defeitos na superfície
(homogênea), e ainda provendo boa estética (beleza e maciez ao
tato). Deve ser resistente às vibrações (não podendo soltar-se do
frontal do volante).
Considerações de Desenho: As espessuras das paredes da Capa do
‘Air-Bag’ devem ser homogêneas para evitar empenamentos ou
distorções durante e após a moldagem (prevenindo-se
ainda,contrações diferenciais entre as secções transversais). No
desenho dos encaixes de pressão, deve-se evitar a presença de
ângulos vivos, (utilizar raios de 5°), para se evitar falhas mecânicas
(aumentando-se a resistência ao impacto).
Considerações de Processamento: Os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (80°C),
proporcionando resistência mecânica, ciclos constantes,
repetibilidade de medidas, e contrações balanceadas (entre as
secções transversais e longitudinais).
5. Considerações ligadas
à aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Homogênea, exibindo acabamento também homogêneo
(em geral imitando couro).
Aspecto Superficial: Ausência de manchas e nuvens, provendo uma
superfície macia ao tato.
Transparência: Componentes opacos, em geral na cor preta (maior
resistência aos raios U.V.) ou cinza.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Os custos podem ser reduzidos através de espessuras
menores (homogêneas), porém privilegiando a consistência técnica.
Ecológicos: A Capa ‘Air-Bag’ pode ser totalmente reciclada, pela
simples moagem das possíveis peças incompletas ou refugos e
utilizada numa base de até 40%, na mistura com o material virgem.
Redução de Peso (prover leveza): Ligeiramente desejável, mas
deve proporcionar a sensação de segurança e beleza ao ocupante do
veículo.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Poliéster Elastomérico.
8. Material selecionado
na prática
Poliéster Elastomérico e Poli-Uretano.
163
Tabela 63 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa para
Air-Bag – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa do Air-Bag
X: Performance - Funções Fator
1
Pr. Flexibilidade/Min. Ruído
2
Sup. Vibr./Choques Mec.
3
Prover Beleza
4
Prover Estab. Dimensional
5
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,3
4,04,03,02,03,0
Nylon Reforçado 2,5
1,04,03,03,02,0
Nylon Carregado 2,6
2,03,02,04,02,0
Poliacetal 2,8
2,03,04,03,02,0
Poliéster Híbrido 2,7
1,03,04,04,02,0
Policarbonato 4,0
4,04,05,04,02,0
ABS Média Viscosidade 2,8
2,02,03,04,04,0
Polipropileno Carregado 2,6
2,03,02,03,04,0
Poliéster Elastomérico 4,0
5,05,03,04,01,0
Principais
Funções
% de Importância
30%
20%
20%
20%
10%
Tabela 64 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa para
Air-Bag – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa do Air-Bag
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alto Along. na Ruptura
2
Alto Impacto Izod
3
Res. Intemp./Xenon-test
4
Bx. Absorção Umidade
5
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5
Nylon sem Reforço 3,3
4,0 4,0 3,0 2,0 3,0
Nylon Reforçado 2,5
1,0 4,0 3,0 3,0 2,0
Nylon Carregado 2,7
2,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,1
3,0 3,0 3,0 4,0 2,0
Poliéster Híbrido 2,7
1,0 3,0 4,0 4,0 2,0
Policarbonato 3,6
4,0 5,0 3,0 3,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,6
2,0 3,0 2,0 3,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,9
2,0 3,0 2,0 4,0 5,0
Poliéster Elastomérico 4,2
5,0 5,0 4,0 4,0 1,0
Principais
Propriedades
% de
Importância
30%
20%
20%
20%
10%
164
Tabela 65 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa para
Air-Bag – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,5
3,2 2,9
Nylon Reforçado 1,0
3,0 3,1
Nylon Carregado 0,5
3,2 3,0
Poliacetal 3,0
3,4 3,8
Poliéster Híbrido 0,5
3,5 3,4
Policarbonato 0,3
3,1 3,2
ABS Média Viscosidade 1,0
2,0 2,0
Polipropileno Carregado 5,0
2,2 2,4
Poliéster Elastomérico 0,5
2,6 3,0
Qual otulo do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa Deslizadora do Cinto
de Segurança
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa do Air-Bag
2,0
2,8
3,7
2,2 2,9 3,6 4,3
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Polipropileno Carregado Nylon sem Reforço Nylon Reforçado
Nylon Carregado Poliacetal Poliéster Híbrido
Policarbonato ABS Média Viscosidade Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 10 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa para
Air-Bag
165
5.4 Simulações em Áreas de Componentes Eletro-Automotivos
Também duas simulações na área de componentes eletro-automotivos, das doze em análise, são
tomadas para a aplicação deste processo seletivo e da metodologia. Neste caso, as simulações
consideram aplicações semelhantes no uso (eletro-eletrônicas) porém localizadas em lugares
diferentes nos veículos populares. Posto desta maneira, o conjunto, a capa-base e carretel do relê
(Figura 41), é utilizado no habitáculo do motor, portanto submetidas às funções-propriedades
presentes na vizinhança do motor.Em contrapartida, os conectores (também de uso eletro-
eletrônico – Figura 42), são utilizados no interior do veículo popular, logo submetidos às
premissa de funções-propriedades do habitáculo interno.
5.4.1 Base, Capa e Carretel de Bobina de Relê de Controle
Figura 41 – Base, capa e carretel de bobina de relê de controle
166
A metodologia utilizada, considera além da função de prover isolamento elétrico, o conjunto de
funções-propriedades válidos para o habitáculo do motor, conduzindo o resultado desta análise
(Tabelas 66 a 69 e Gráfico 11), para a escolha de um candidato da família de poliésteres, do tipo
híbrido, coincidente na prática, com o plástico de engenharia efetivamente utilizado nos veículos
populares atuais, também um poliéster híbrido.
O procedimento propicia assim, um acerto na família e no tipo de plástico para este componente
(Tabela 79 e 80).
Tabela 66 – Necessidades do componente: Base, capa e carretel de bobina de relê de controle
1. Ambiente Este sistema de relê é composto de uma base e capa
(anteriormente metálicas), e um carretel de bobina, exibindo
uma combinação de pólo simples e duplo numa mesma unidade.
Quando na posição aberta, é calibrado a 20A, e a 10A na posição
fechada. Serve para controlar as luzes, os motores elétricos,
buzinas e limpadores de pára-brisas. O sistema deverá suportar
300.000 ciclos de operação, submetido a temperaturas entre –
40°C e +125°C, e trabalhará no habitáculo do motor (sujeito às
vibrações inerentes à área, e contato com óleos e combustíveis).
2. Principais funções Suportar Cargas ao Calor (20%);
Prover Isolamento Elétrico (20%);
Suportar Vibrações / Choques Mecânicos (20%);
Proporcionar Manutenção de Propriedades (15%);
Resistir aos Óleos e Combustíveis (15%);
Prover Estabilidade Dimensional (10%).
3. Principais propriedades Alta Temperatura de Deflexão ao Calor e Fluência (20%);
Constante Dielétrica / Resistividade Volumétrica (20%);
Alta Resistência ao Impacto (20%);
Alto Índice de temperatura UL (15%);
Alta Resistência Química (15%);
Baixa Absorção de Umidade (10%).
continua
167
conclusão
4. Considerações
estruturais, de desenho e
processamento
Considerações Estruturais: A base do relê deverá ser resistente
ao calor, à fluência, e ainda resistir a vibrações constantes
durante o funcionamento do automóvel. Os insertos metálicos
incorporados durante a fase do processo, devem garantir a
rigidez do componente como um todo, fixando-o e assegurando
as funções a que se destina. As partes constituintes do sistema
(base, capa e bobina), devem ter espessura entre 0,8mm a
1,8mm, não podendo apresentar empenamento. Deve manter a
rigidez do sistema (terminais não podem escapar de seus
alojamentos).
Considerações de Desenho: As espessuras das paredes dos
componentes integrantes do sistema de relê devem ser finas e o
fluxo do material deve ser favorecido (sem obstáculos) para não
danificar as espiras do carretel.
Considerações de Processamento: Os componentes têm
paredes finas, assim, o material deve apresentar bom
processamento, sem, no entanto, comprometer a resistência
mecânica do material. As duas metades do molde devem ser
aquecidas separadamente a temperaturas de 80°C a 115°C.
5. Considerações ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Homogênea, exibindo acabamento liso.
Aspecto Superficial: Ausência de manchas e nuvens, provendo
uma superfície dura e rígida.
Transparência: Componentes opacos, em geral na cor preta,
pois será utilizado na região do motor.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Os custos podem ser reduzidos, porém sem
sacrificar a resistência mecânica geral.
Ecológicos: Os componentes podem ser totalmente reciclados,
pela simples moagem das possíveis peças incompletas ou
refugos e utilizada numa base de até 40% na mistura com o
material virgem.
Redução de Peso (prover leveza): Ligeiramente desejável, mas
deve proporcionar a sensação de robustez mecânica.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Poliéster Híbrido.
8. Material selecionado na
prática
Poliéster Híbrido.
168
Tabela 67 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa, Base e
Carretel de Relê de Controle – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa, Base e Carretel de Relê
X: Performance - Funções Fator
1
Sup. Cargas ao Calor
2
Pr. Isolamento Elétrico
3
Sup. Vibrações/Ch. Mec.
4
Manter Propr. ao Calor
5
Resistir a Comb. e Óleos
6
Pr. Estab. Dimensional
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,3
3,03,04,03,04,02,0
Nylon Reforçado 3,6
4,03,04,03,04,03,0
Nylon Carregado 3,3
3,03,03,03,04,04,0
Poliacetal 3,3
3,03,03,04,04,03,0
Poliéster Híbrido 3,8
4,04,03,04,04,04,0
Policarbonato 3,3
3,03,04,05,01,04,0
ABS Média Viscosidade 1,7
1,02,02,01,01,04,0
Polipropileno Carregado 2,5
2,02,03,03,02,03,0
Poliéster Elastomérico 3,7
2,04,05,04,03,04,0
20%
15%
15%
10%
Principais
Funções
% de Importância
20%
20%
Tabela 68 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa, Base e
Carretel de Relê de Controle – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa, Base e Carretel de Relê
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alta Temp. de Def. Calor
2
Constante Dielétrica
3
Alto Impacto Izod
4
Alto Índice de Temp. UL
5
Alta Resist. Química
6
Bx. Absorção Umidade
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,3
3,0 3,0 4,0 4,0 3,0 2,0
Nylon Reforçado 3,7
4,0 3,0 4,0 4,0 4,0 3,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,3
3,0 3,0 3,0 3,0 4,0 4,0
Poliéster Híbrido 3,8
4,0 4,0 3,0 4,0 4,0 4,0
Policarbonato 3,1
3,0 3,0 5,0 3,0 1,0 3,0
ABS Média Viscosidade 2,2
2,0 2,0 3,0 2,0 1,0 3,0
Polipropileno Carregado 2,4
2,0 2,0 3,0 2,0 2,0 4,0
Poliéster Elastomérico 3,5
2,0 4,0 5,0 3,0 3,0 4,0
20%
15%
15%
10%
Principais
Propriedades
% de
Importância
20%
20%
169
Tabela 69 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa, Base e
Carretel de Relê – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,5
3,3 3,3
Nylon Reforçado 0,5
3,6 3,7
Nylon Carregado 0,5
3,3 3,0
Poliacetal 0,3
3,3 3,3
Poliésterbrido 0,5
3,8 3,8
Policarbonato 0,5
3,3 3,1
ABS Média Viscosidade 0,1
1,7 2,2
Polipropileno Carregado 0,5
2,5 2,4
Poliéster Elastomérico 0,1
3,7 3,5
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa, Base e Carretel de
Re
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
Seleção de Plásticos de Engenharia - Capa, Base e Carretel de Relê
1,8
2,7
3,5
1,5 2, 4 3,2
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Nylon sem Reforço Nylon Reforçado Nylon Carregado
Poliéster Híbrido Policarbonato Poliacetal
ABS Média Viscosidade Polipropileno Carregado Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 11 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Capa,
Base e Carretel de Relê de Controle
170
5.4.2 Conectores Internos do Painel
Figura 42 – Conectores internos do painel
Analogamente, às análises anteriores, para estes conectores, caracterizados no grupo de
componentes eletro-automotivos e de uso no habitáculo interno, a metodologia empregada utiliza
como premissas, as funções-propriedades relativas ao interior do veículo, acrescidas da função
prover isolamento elétrico. O resultado sugerido pelo método, conduz a um plástico de
engenharia da família dos Nylons, do tipo sem reforço (Tabelas 70 a 73 e Gráfico 12). Na prática,
há coincidência, tanto na família como no tipo (Tabelas 78 e 79).
171
Tabela 70 – Necessidades do componente: Conectores internos do painel
1. Ambiente Esse conjunto de conectores internos tem a função de unir os
cabos e fios eletrificados pela bateria aos sistemas de comando
elétrico no painel do automóvel. O corpo desses conectores atua
como isolante elétrico, contra umidade, e ainda proporciona
proteção mecânica. As temperaturas presentes nesta área variam
com a região geográfica onde o veículo circulará, portanto
devendo suportar temperaturas entre –40°C e +85°C.
2. Principais funções Prover Isolamento Elétrico (20%);
Resistir à Chama (20%);
Resistir ao Estiramento (20%);
Prover Flexibilidade (20%);
Prover Estabilidade Dimensional (10%);
Suportar Montagem (10%).
3. Principais propriedades Constante Dielétrica / Resistividade Volumétrica (20%);
UL 94 V-2 Mínima (20%);
Resistência à Tração (20%);
Alto Alongamento na Ruptura (20%);
Baixa Absorção de Umidade (10%);
Módulo de Flexão (10%).
4. Considerações
estruturais, de desenho e
processamento
Considerações Estruturais: Os conectores devem ter
superfícies preferencialmente lisas, com espessuras de paredes
aliviadas (redução de massa, redução de ciclo, menor
empenamento e contração homogênea), também deverá ser
resistente à tração, e resistir a vibrações constantes durante o
funcionamento do automóvel. Os terminais dos conectores,
como são encaixados sob interferência, devem ser
dimensionados de maneira a deformar levemente o corpo do
conector, sem promover o rompimento do seu alojamento, mas
garantindo que os terminais não escapem do mesmo.
Considerações de Desenho: O cuidado no desenho desses
conectores diz respeito à homogeneidade das paredes, para
garantir contração homogênea e, portanto, menor empenamento.
Os alojamentos que conterão os terminais devem ser desenhados
para sofrer deformação, sem, no entanto, romperem-se.
Considerações de Processamento: Cuidados no processamento
para componentes que devem apresentar equilíbrio entre
tenacidade e rigidez: molde aquecido – entre 80°C a 90°C,
secagem do material, e tempo de residência no cilindro injetor.
continua
172
conclusão
5. Considerações ligadas à
aparência, aspecto
superficial ou
transparência
Aparência: Homogênea, exibindo acabamento de superfície
liso.
Aspecto Superficial: Ausência de manchas e nuvens, provendo
uma superfície plana e rígida.
Transparência: Componentes opacos e coloridos em alguns
casos (para facilitar instalação elétrica).
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Os componentes elétricos em geral são
considerados de segurança e o desempenho dielétrico sempre
prevalece sobre uma eventual modesta, economia na seleção do
material.
Ecológicos: Os componentes aqui descritos podem ser
totalmente reciclados pela simples moagem das possíveis peças
incompletas ou refugos e utilizada numa base de até 40%, na
mistura com o material virgem.
Redução de Peso (prover leveza): Devido às dimensões
pequenas dos conectores, o fator peso não é característica
fundamental na escolha do material.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Nylon sem Reforço.
8. Material selecionado na
prática
Nylon 66 sem Reforço.
Tabela 71 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Conectores
Internos – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conectores Internos
X: Performance - Funções Fator
1
Resist. Volumétrica
2
UL 94
3
Alta Resist. à Tração
4
Alto Along. na Ruptura
5
Alta Resist. Química
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,1
3,03,03,04,02,03,0
Nylon Reforçado 2,7
3,03,04,01,03,02,0
Nylon Carregado 2,6
3,03,02,02,04,02,0
Poliacetal 2,5
3,01,04,02,03,02,0
Poliéster Híbrido 2,6
4,02,03,01,04,02,0
Policarbonato 3,2
3,03,03,04,04,02,0
ABS Média Viscosidade 2,4
2,02,02,02,04,04,0
Polipropileno Carregado 2,3
2,02,02,02,03,04,0
Poliéster Elastomérico 3,1
4,02,02,05,04,01,0
Principais
Funções
% de Importância
20%
20%
20%
20%
10%
10%
173
Tabela 72 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Conectores
Internos – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conectores Internos
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Resist. Volumétrica
2
UL 94
3
Alta Resist. à Tração
4
Alto Along. na Ruptura
5
Alta Resist. Química
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,6
3,0 4,0 4,0 4,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,2
3,0 4,0 5,0 1,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 4,0 3,0 2,0 3,0 3,0
Poliacetal 2,7
3,0 1,0 4,0 3,0 3,0 2,0
Poliéster Híbrido 2,9
4,0 2,0 5,0 1,0 3,0 2,0
Policarbonato 3,1
3,0 4,0 3,0 4,0 1,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,1
2,0 2,0 2,0 2,0 1,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,3
2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 5,0
Poliéster Elastomérico 3,0
4,0 2,0 2,0 5,0 3,0 1,0
Principais
Propriedades
% de
Importância
20%
20%
20%
20%
10%
10%
Tabela 73 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conectores Internos – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (Kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,5
3,3 3,6
Nylon Reforçado 0,5
3,1 3,2
Nylon Carregado 0,5
3,0 3,0
Poliacetal 0,3
2,7 2,7
Poliéster Híbrido 0,5
3,0 2,9
Policarbonato 0,5
3,1 3,1
ABS Média Viscosidade 0,1
2,3 2,1
Polipropileno Carregado 0,5
2,4 2,3
Poliéster Elastomérico 0,1
3,1 3,0
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conectores Internos
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (Kg)
174
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conectores Internos
1,8
2,5
3,3
2,2 2,6 3,0
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Nylon sem Reforço Nylon Reforçado Nylon Carregado
Poliacetal Poliéster Híbrido Policarbonato
ABS Média Viscosidade Polipropileno Carregado Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 12 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conectores Internos
5.5 Simulação–Conceito de Componente Automotivo em Plástico de Engenharia
Das doze simulações em processo, apenas uma considera um componente conceitual, ou seja,
não existente, a saber a capa da engrenagem de transmissão (Figura 43). A idéia é demonstrar que
a metodologia, sendo eficaz e validada pelos resultados das simulações para as peças existentes, a
mesma possa ser empregada para qualquer análise de seleção de plásticos de engenharia para
peças conceituais. Desta forma, um componente conceitual, é suficiente para demonstrar o
método aqui proposto.
175
5.5.1 Conjunto Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão
Figura 43 – Conjunto capa plástica da engrenagem de transmissão
5.5.2 Motivação para produção da peça em plástico de engenharia
O sistema de engrenagem da transmissão possui a capa usinada em aço atualmente. Entretanto,
dado o grande número de operações no processo produtivo e montagem, além do elevado peso da
peça, necessidade de produção em massa, e alto custo final, justifica-se plenamente a alteração do
material original deste componente, para um equivalente em plástico de engenharia.
Pode-se, desta forma, aplicar para este componente metálico o programa de seleção de plásticos
de engenharia baseado nos critérios de propriedades (imediatas e de uso contínuo) combinadas
com as funções esperadas para o mesmo.
A metodologia de seleção considera, no caso da capa da engrenagem de transmissão, que esta
deva trabalhar num semi-região, intermediária (habitáculo interno e assoalho do automóvel),
desta forma, deve-se considerar as premissas de funções-propriedades do habitáculo interno de
uma maneira mais cuidadosa, onde funções como Prover Rigidez e Suportar Vibrações/Choques,
176
sejam consideradas mais importantes. Na seqüência da aplicação da metodologia, análoga aos
componentes existentes, o processo dirige a escolha para a família dos Nylons e do tipo
reforçado, porém registra um empate técnico com o poliéster híbrido (Tabelas 74 a 77 e Gráfico
13). Assim, uma análise mais refinada faz-se necessária (elementos finitos, envolvendo o
componente simulados em ambos os plásticos – Nylon reforçado e poliéster híbrido), e um
protótipo obtido, com o molde usinado para poliéster híbrido (contrações próximas, e maior
precisão na usinagem da cavidade no caso do poliéster), mas que em última análise serviria
também para injetar o componente em Nylon reforçado.
Tabela 74 – Necessidades do componente: conjunto capa plástica da engrenagem de transmissão
1. Ambiente O sistema de engrenagem da transmissão funciona na semi-região,
entre o habitáculo interno e o assoalho do automóvel, sob condições
que combinam suportar vibrações e choques mecânicos, rigidez do
sistema, com estabilidade dimensional (superfícies planas) e sujeição
a esforços (cargas externas), além do contato com óleos e graxas.
Desse modo, temperaturas entre -40°C e +80°C devem ser
consideradas, e combinadas com propriedades como alto módulo de
flexão, alta resistência ao impacto, alta resistência à flexão e
resistência química. Deve ainda proporcionar uma perfeita montagem
à caixa de transmissão.
2. Principais funções Prover Rigidez e Suportar Montagem (20%);
Suportar Vibrações / Choques (20%);
Prover Estabilidade Dimensional (20%);
Resistir aos Combustíveis e Óleos (15%);
Suportar Cargas (15%);
Reduzir Custos (10%).
3. Principais
propriedades
Alto Módulo de Flexão (20%);
Alta Resistência ao Impacto Izod (20%);
Baixa Absorção de Umidade e Baixa Contração na Moldagem (20%);
Alta Resistência Química (15%);
Alta Resistência à Fluência (15%);
Menor Custo Relativo (10%).
continua
177
conclusão
4. Considerações
estruturais, de
desenho e
processamento
Considerações Estruturais: O conjunto da capa da engrenagem de
transmissão deve possuir espessuras homogêneas (evitando-se
empenamento de superfície, devido às diferenças de contrações –
maiores nas secções de maior espessura). O conjunto capa necessitará
exibir alto desempenho mecânico, assim, a presença de elementos de
reforço como nervuras e aletas (aumento da resistência mecânica
geral), além de insertos metálicos (áreas de fixação de parafusos e
rebites) são essenciais para garantir a melhor performance do sistema.
Considerações de Desenho: Além da rigidez do sistema e alta
estabilidade dimensional, o bom desenho deve zelar pela geometria
que garanta a melhor resistência mecânica geral (ao longo de toda, a
superfície), devendo ainda suportar e conter outros sistemas.
Considerações de Processamento: os componentes devem ser
injetados em moldes com cavidades aquecidas (90 a 100°C), assim
como os insertos metálicos devem tamm estar às mesmas
temperaturas, proporcionando rigidez, ciclos constantes,
repetibilidade de medidas, e contrações balanceadas (entre as secções
transversais e longitudinais).
conclusão
5. Considerações
ligadas à aparência,
aspecto superficial
ou transparência
Aparência: Homogênea, exibindo acabamento de superfície lisa e
plana na região de contato com a caixa da engrenagem.
Aspecto Superficial: Ausência de migrações de aditivos ou reforços
(fibras e cargas presentes no material) na superfície do componente.
Transparência: Componentes opacos.
6. Fatores econômicos,
ecológicos ou de
redução de peso
Econômicos: Reduzir custos (usinagem e montagem), provendo
componentes de excelente performance mecânica (suportar cargas e
vibrações), aliado a um ciclo de moldagem baixo.
Ecológicos: O conjunto da capa pode ser totalmente reciclado, pela
simples moagem das possíveis peças incompletas ou refugos e
utilizada numa base de até 20%, na mistura com o material virgem.
Os insertos metálicos (parafusos e rebites) devem ser separados do
componente plástico na reciclagem.
Redução de Peso (prover leveza): Desejável, já que além de
minimizar o peso, diminui a carga sobre o conjunto suspensão
(aumentando o seu ciclo de vida), e ainda proporciona um
componente de baixo custo.
7. Resultado obtido via
Matriz de Decisão
Poliéster Híbrido ou Nylon Reforçado.
8. Material selecionado
na prática
Nenhum ainda, por tratar-se de componente em desenvolvimento
(conceito).
178
Tabela 75 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Conjunto
Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão – Funções
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conceito: Capa da Engrenagem de Transmissão
X: Performance - Funções Fator
1
Pr. Rig. e Sup. Montagem
2
Suportar Vibr./Ch. Mec.
3
Pr. Estab. Dimensional
4
Resistir a Deterg./Solv.
5
Suportar Cargas
6
Reduzir Custos
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
dia, Notas &
Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,0
3,04,02,03,03,03,0
Nylon Reforçado 3,6
4,04,03,04,04,02,0
Nylon Carregado 3,1
3,03,04,03,03,02,0
Poliacetal 3,3
4,03,03,04,03,02,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,03,04,04,04,02,0
Policarbonato 2,7
3,04,04,01,01,02,0
ABS Média Viscosidade 2,3
2,02,04,01,01,04,0
Polipropileno Carregado 2,8
3,03,03,02,02,04,0
Poliéster Elastomérico 3,2
2,05,04,03,03,01,0
Principais
Funções
% de Importância
20%
20%
20%
15%
15%
10%
Tabela 76 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Conjunto
Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão – Propriedades
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conceito: Capa da Engrenagem de Transmissão
Y: Performance - Propriedades Fator
1
Alto Módulo de Flexão
2
Alto Impacto Izod
3
Bx. Abs. Umidade
4
Alta Resist. à Fluência
5
Alta Resist. Química
6
Menor Custo Relativo
Valores: 1= Fraco 5= Forte
Plástico de Engenharia
Média, Notas
& Pesos
1 2 3 4 5 6
Nylon sem Reforço 3,0
3,0 4,0 2,0 3,0 3,0 3,0
Nylon Reforçado 3,6
4,0 4,0 3,0 4,0 4,0 2,0
Nylon Carregado 3,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Poliacetal 3,6
4,0 3,0 4,0 4,0 4,0 2,0
Poliéster Híbrido 3,6
4,0 3,0 4,0 4,0 4,0 2,0
Policarbonato 3,0
3,0 5,0 3,0 3,0 1,0 2,0
ABS Média Viscosidade 2,3
2,0 3,0 3,0 1,0 1,0 4,0
Polipropileno Carregado 2,8
2,0 3,0 4,0 1,0 2,0 5,0
Poliéster Elastomérico 2,7
1,0 5,0 4,0 1,0 3,0 1,0
Principais
Propriedades
% de Importância
20%
20%
20%
15%
15%
10%
179
Tabela 77 – Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) – Conceito:
Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão – Resumo
Plástico de Engenharia Volume Estimado na
Área do Carro (kg)
Performance -
Funções
Performance -
Propriedades
Nylon sem Reforço 0,5
3,0 3,0
Nylon Reforçado 1,0
3,6 3,6
Nylon Carregado 0,5
3,1 3,0
Poliacetal 3,0
3,3 3,6
Poliésterbrido 0,5
3,6 3,6
Policarbonato 0,3
2,7 3,0
ABS Média Viscosidade 1,0
2,3 2,3
Polipropileno Carregado 5,0
2,8 2,8
Poliéster Elastomérico 0,5
3,2 2,7
Qual o título do Gráfico de Bolas ?
Qual o nome do eixo X?
Qual o nome do eixo Y?
O que determina o tamanho da Bola ?
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conceito: Capa da
Engrenagem de Transmissão
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Volume Estimado na Área do Carro (kg)
Seleção de Plásticos de Engenharia - Conceito: Capa da Engrenagem de Transmissão
2,0
2,7
3,3
2,0 2,7 3,3
Performance - Funções
Performance - Propriedades
Nylon sem Reforço Nylon Reforçado Nylon Carregado
Poliacetal Poliéster Híbrido Policarbonato
ABS Média Viscosidade Polipropileno Carregado Poliéster Elastomérico
BAIXA MÉDIA ALTA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Gráfico 13 - Matriz de Decisão (Programa de Seleção de Plásticos de Engenharia) –
Conjunto Capa Plástica da Engrenagem de Transmissão
180
5.6 Resultados e Discussão
Elaborou-se uma tabela comparativa norteando as doze simulações (Tabela 78 – Resumo dos
resultados das simulações) realizadas com a finalidade de demonstrar a consistência da
metodologia empregada, e em segundo lugar submeter a Matriz Eletrônica ao teste de vários
componentes automotivos de diferentes regiões do veículo.
Das doze simulações, onze foram processadas para componentes existentes, e realizadas para se
comparar os resultados teóricos obtidos para os plásticos de engenharia selecionados pela Matriz
Eletrônica, aos resultados reais (componentes já fabricados em plásticos de engenharia). A única
simulação que escapou dessa diretriz foi a Capa Conceito da Engrenagem de Transmissão, onde o
componente está em desenvolvimento.
Os resultados obtidos foram amplamente favoráveis, porque se alcançou 100% , no que concerne
às famílias de plásticos submetidas ao processo de seleção em comparação às famílias realmente
escolhidas na prática. E no caso, dos tipos de materiais exatos de cada família o acerto chegou a
quase 82%. Isto porque, entre centenas de tipos, apenas 09 tipos foram escolhidos para o
processo seletivo, e certamente se mais tipos fossem incorporados ao processo, os resultados dos
tipos estariam ainda mais próximos dos 100% de acerto.
A seguir, analisam-se os resultados simulados considerados sob ligeiro desvio sobre os resultados
práticos:
1- Máscara e Moldura do Conjunto do Farol: O resultado simulado obtido foi para o
Poliéster Híbrido, que alcançou 3,6 pontos nas Funções Operacionais e 3,4 pontos para o
Conjunto de Propriedades (imediatas e de uso contínuo). O resultado prático apresentou
como material selecionado o Poliéster de Alto Fluxo, ou seja, um tipo de material que
pertence a mesma família de plástico, mas que possui como característica adicional, ter
181
um fluxo melhorado. No caso desta aplicação, a função mais relevante é a facilidade de
aceitar metalização, sem se deformar à temperaturas elevadas durante esse processo de
decorativo.
2- Capa Deslizadora do Cinto de Segurança: O resultado simulado obtido foi para o
Poliacetal, que alcançou 3,4 pontos nas Funções Operacionais e 3,8 pontos para o
Conjunto de Propriedades (imediatas e de uso contínuo). O resultado prático apontou
como material selecionado o Poliacetal Estabilizado aos Raios Ultra Violeta, ou seja, um
material que pertence a mesma família de plástico, mas que possui como diferencial, ter
uma quantidade extra de absorvedor de Raios Ultra Violeta.
Em alguns casos, como na Base do Espelho Lateral, o Nylon reforçado teve maior pontuação,
entretanto o poliéster híbrido ficou muito próximo. Neste caso, qualquer dos dois produtos
poderia ser especificados, visto os desempenhos alcançados por ambos em termos de pontuação,
na prática. Entretanto, os especificadores preferiram o Nylon reforçado, possivelmente devido à
sua maior tradição em componentes automotivos e, portanto por possuir uma vantagem
competitiva na cadeia de valor agregada (produtores de plásticos, moldadores, sub-sistemistas e
sistemistas, além dos OEMs e consumidores finais).
Em dois casos de componentes muito semelhantes (conectores internos e capa e base de relê), na
região eletro-automotivos , as simulações implicaram escolhas de plásticos de engenharia
diferentes. Isto porque o conector de Nylon sem reforço, escolhido no primeiro caso se encontra
no habitáculo interior (cabine de passageiros), enquanto o conjunto da capa e base do relê em
poliéster híbrido, encontra-se no habitáculo do motor. Assim os fatores, que geram as diferenças
de escolha, são as condições menos hostis presentes no habitáculo interno do que na região do
motor (elevadas cargas sob calor , necessitando de módulo de flexão e temperatura de deflexão
ao calor maiores do que no interior do veículo).
182
Outrossim, existem casos onde a vantagem é muito larga para determinados materiais, como na
seleção das Lentes do Conjunto do Farol, onde o Policarbonato por sua transparência aparece
com pontuação muito maior que os outro plásticos de engenharia (4,2 para as funções
operacionais e 4,0 para o conjunto de propriedades), e na Capa do ‘Air-Bag’ onde o Poliéster
Elastomérico obtém pontuação expressiva (4,0 para as funções operacionais e 4,2 para o conjunto
de propriedades) devido principalmente às suas funções operacionais de prover flexibilidade e
minimizar ruídos (correlatas à propriedade de alongamento na ruptura), mesmo sendo o material
mais caro, entre todos avaliados.
A última discussão relevante obtida dos resultados da seleção eletrônica realizada, diz respeito, à
Capa da Engrenagem de Transmissão, que se trata de uma peça não existente, por isso, aqui
chamada de conceito. Neste caso, tanto o Nylon reforçado como o Poliéster Híbrido obtiveram
notas idênticas (3,6 em relação às funções operacionais e 3,6 para o conjunto de propriedades
imediatas e de uso contínuo). Então, havendo a possibilidade de se processar uma análise de
elementos finitos ou de Mold-Flow, pode-se chegar a uma seleção mais fina, em função da
precisão de simulação das tensões que o programa é capaz de testar. Mas caso, não haja esta
possibilidade, a situação sugere que se construa o molde com os parâmetros utilizados para
Poliéster Híbrido (maior precisão de medidas, e menores tolerâncias de folgas dimensionais entre
os elementos metálicos da cavidade do molde), e testar-se os dois materiais (visto que possuem
contrações e propriedades mecânicas muito próximas), no ambiente de operação, e processar-se a
escolha daquele que exibir melhor desempenho técnico. A escolha por parâmetro de utilização
em volume na região do carro a que se destina o componente, também é possível, pois o de maior
volume tenderá a apresentar maior vantagem competitiva na cadeia de valor automotiva.
183
Tabela 78 – Resumo dos resultados das simulações (notas destacadas para o plástico selecionado)
Nylon sem
Refoo
Nylon
Reforçado
Nylon
Carregado
Poliacetal
Poliéster
Híbrido
Policarbonato
ABS Média
Viscosidade
Polipropileno
Carregado
Poliéster
Elastomérico
Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr. Funç. Propr.
Base da
Portinhola do
Tanque de
Combustível
3,7 3,4
2,72,62,82,62,93,22,62,52,62,72,12,22,62,63,43,3
Nylon sem
Reforço
Lentes do
Conjunto do Farol
2,73,02,72,72,22,52,72,42,82,6
4,2 4,0
2,1 2,3 2,0 2,3 2,4 2,6 Policarbonato
Máscara e
Moldura do
Conjunto do Farol
3,03,32,73,22,63,22,93,0
3,6 3,4
3,23,13,32,82,72,92,12,4
Poliéster Alto-
Fluxo
Haste do
Limpador de
Pára-brisas
Traseiro
3,5 3,23,53,53,23,03,73,4
3,7 3,7
3,12,91,82,22,72,52,82,8
Poliéster
Híbrido
Base do Espelho
Lateral
3,2 3,2
3,6 3,6
2,73,03,63,43,53,53,63,32,52,60,32,62,6
Nylon
Reforçado
com 30%
Fibra de
Vidro
Galeria de
Combustível
3,2 3,0
3,6 3,8
3,33,03,23,03,63,62,93,12,22,42,72,53,12,6
Nylon 66
reforçado
com 30%
Fibra de
Vidro
Módulo Frontal
para Sistemas
3,2 3,1
3,7 3,8
3,23,03,33,13,63,63,03,22,22,42,82,53,02,5
Nylon 66
Reforçado
com 30% de
Fibra de
Vidro
Capa Deslizadora
do Cinto de
Segurança
3,2 2,9 3,0 3,1 3,2 3,0
3,4 3,8
3,53,43,13,22,02,02,22,42,63,0
Poliacetal
estabilizado
aos Raios
U.V.
Capa do Air-Bag 3,3 3,3 2,5 2,5 2,6 2,7 2,8 3,1 2,7 2,7 4,0 3,6 2,8 2,6 2,6 2,9
4,0 4,2
Poliéster
Elastomérico
e Poli-
Uretano
Capa, Base e
Carretel de Relê
3,33,33,63,73,33,03,33,3
3,8 3,8
3,33,11,72,22,52,43,73,5
Poliéster
Híbrido
Conectores
Internos
3,1 3,6
2,73,22,63,02,52,72,62,93,23,12,42,12,32,33,13,0
Nylon 66 sem
Reforço
Conceito
Capa da
Engrenagem de
Transmissão
3,0 3,0
3,6 3,6
3,13,03,33,6
3,6 3,6
2,73,02,32,32,82,83,22,7
Componente
em
desenvolvi-
mento
(conceito)
Eletro-Aut
o
Motor
Áreas
Escolha
Prática
Material
Com
p
onente
ExterioresInteriores
184
Tabela 79 – Resumo do desempenho da metodologia proposta
Componente
Existente
Família
sugerida pelo
métod
o
Tipo sugerido
pelo método
Escolha
Prática
Acerto na
Família
Acerto no
Tipo
Base da Portinhola
do Tanque de
Combustível
Sim Nylon
Nylon sem
Reforço
Nylon sem
Reforço
Sim Sim
Lentes do
Conjunto do Farol
Sim Policarbonato Policarbonato Policarbonato Sim Sim
Máscara e Moldura
do Conjunto do
Farol
Sim Poliéster
Poliéster
brido
Poliéster Alto-
Fluxo
Sim Não
Haste do Limpador
dera-brisas
Traseiro
Sim Poliéster
Poliéster
brido
Poliéster
brido
Sim Sim
Base do Espelho
Lateral
Sim Nylon
Nylon
Reforçado
Nylon
Reforçado
Sim Sim
Galeria de
Combustível
Sim Nylon
Nylon
Reforçado
Nylon
Reforçado
Sim Sim
Módulo Frontal
para Sistemas
Sim Nylon
Nylon
Reforçado
Nylon
Reforçado
Sim Sim
Capa Deslizadora
do Cinto de
Segurança
Sim Poliacetal Poliacetal
Poliacetal
Estabilizado
U.V.
Sim Não
Capa do Air-Bag Sim Poliéster
Poliéster
Elastomérico
Poliéster
Elastomérico
Sim Sim
Capa, Base e
Carretel de Re
Sim Poliéster
Poliéster
brido
Poliéster
brido
Sim Sim
Conectores
Internos
Sim Nylon
Nylon sem
Reforço
Nylon sem
Reforço
Sim Sim
Conceito
Capa da
Engrenagem de
Transmissão
Não Nylon
Nylon
Reforçado
A Definir Sim A Definir
Compenentes
Existentes:
11
Componente
Conceito:
1
Total de
Simulações:
12
% Acerto nas
Famílias:
100%
(11 casos em 11)
% Acerto nos
Tipos Exatos:
82%
(2 casos em 11)
Resumo Estatístico
Eletro-Auto Motor
Áreas
Itens da Seleção
Componente
ExterioresInteriores
185
6 CONCLUSÃO
Os critérios de seleção para plásticos de engenharia, podem, conforme demonstrado neste
trabalho, se tornar mais objetivos, bastando para isto que os profissionais da indústria automotiva,
passem a considerar mais relevantes, as informões que já dispõe do projeto de componentes,
especialmente aqueles destinados aos veículos chamados populares (sempre em evidência visto o
claro objetivo de redução de custos), e através da metodologia aqui apresentada, construam uma
ferramenta eficaz, para o processo de escolha inicial de um plástico de engenharia. Isto
economizará, tempo e recursos importantes das empresas, sempre interessadas em ter sua
competitividade aumentada, e aumentará a confiança de seus engenheiros temerosos em se
arriscar num processo de seleção de materiais plásticos sem o conhecimento prévio na área de
polímeros.
Partindo-se dos Mapas de Propriedades idealizados por Michael F. Ashby, aliados aos Gráficos
de Índices de Mérito, a seleção de plásticos ganhou corpo no mundo acadêmico, sem, no entanto,
tornar-se uma solução para os engenheiros de produtos, projetistas, e outros profissionais ligados
ao setor, onde predominam métodos empíricos e pouco objetivos (experiência prática da tentativa
e erro). A Metodologia adotada neste estudo demonstrou que, se conhecendo o ambiente de
trabalho que o componente atuará, é possível determinar as suas funções operacionais, e
correlacioná-las, com as propriedades imediatas (obtidas diretamente dos catálogos dos
fabricantes) e as propriedades de uso contínuo (obtidas por solicitações diretas aos fabricantes). E
que ainda, pelo conhecimento das diferentes regiões do veículo, o profissional da indústria
automotiva, é capaz de ponderar a importância das funções operacionais e das propriedades em
cada uma delas. Isto é, atribuir pesos diferentes ou não (em %) a estas duas variáveis (funções e
propriedades) pela relevância das regiões do veículo em estudo. Assim, para uma região como o
186
habitáculo do motor, as funções operacionais térmicas (por exemplo, suportar calor sob carga) e
as propriedades correlatas a estas funções (por exemplo, elevada temperatura de deflexão ao calor
e elevada resistência à fluência) deverão ter um peso maior do que aquelas relacionadas à
estética do componente (excelente acabamento superficial /alta resistência ao Xenontest).
É importante ressaltar, que este conhecimento é disponível a estes profissionais, bastando-lhes
organizá-lo corretamente.
As simulações para a seleção de plásticos, realizadas neste trabalho por meio de uma Matriz
Eletrônica, consideraram os componentes avaliados como se ainda não existissem, isto foi feito,
para se certificar da eficiência da metodologia. Nos onze casos analisados, obteve-se um acerto
de 100% nas famílias de plásticos de engenharia submetidos ao processo e de aproximadamente
82% nos tipos exatos de plásticos de engenharia estudados (isto é, nestes casos, a família de
plásticos era a mesma encontrada na simulação eletrônica, e o que variava na escolha prática era
a aditivação aplicada ao mesmo).
Esta porcentagem (82%) apenas não foi maior, porque apenas 09 tipos de plásticos foram
utilizados no processo de seleção (dos quais , 02 não pertencentes à família dos plásticos de
engenharia) entre centenas de sub-tipos disponíveis (derivados da mesma família, mas com
aditivação diferente).
No que concerne ao teste realizado para o componente conceito (peça que realmente não existe),
a Matriz Eletrônica para Seleção de Plásticos ilustrou bem a utilidade desta metodologia, visto
que ao final, chegou-se a dois plásticos de engenharia como candidatos a atender todos os
requisitos de funções operacionais e propriedades (imediatas e de uso contínuo), o que leva à
decisão ou de complementar a análise com ferramentas mais robustas como o Mold-Flow, ou
usinar-se um molde protótipo que atenda os requisitos para o plástico de engenharia mais
demandante, e se injete em ambos materiais (visto que a Matriz selecionou dois materiais que
187
possuem praticamente a mesma contração na moldagem). E aquele que obtiver melhor
desempenho prático, será o candidato escolhido. Ainda, pode-se conduzir esta escolha por
parâmetro de utilização em volume, na região do carro a que se destina o componente, pois o de
maior volume tenderá a apresentar maior vantagem competitiva na cadeia de valor automotiva.
Ou seja, com esta avaliação evita-se um problema muito comum em desenvolvimento de peças
plásticas: moldes confeccionados com contrações para plásticos sem reforço cristalinos (em
geral, 2%), acabam injetando componentes em plásticos reforçados (contração em torno de
0,4%), pois os primeiros não cumpriram os requisitos técnicos no patamar estimado. O problema
é claro, a peça injetada em material reforçado, tem um dimensional muito acima do necessário,
causando problemas na sua montagem.
Dado o ineditismo do processo de seleção via matriz eletrônica, seu uso poderia ser ainda
expandido às outras regiões de um veículo popular (componentes de: decoração, sistemas de
combustíveis, portas, transmissão, chassis, etc.). Também, o rol de plásticos poderia ser
aumentado e ainda, incluir o custo de processamento por peça. E através de uma ferramenta
eletrônica mais robusta, tornar-se bastante útil aos profissionais do setor (sem formação
específica em polímeros), para conduzir estudos iniciais na seleção e utilização dos plásticos, em
inúmeros componentes que poderiam ser tornar mais competitivos, sobretudo devido à singular
flexibilidade de design, às reduções vigorosas nos custos e da maior economia de combustível,
proporcionadas pelo uso de plásticos de engenharia. Assim, organizando o conhecimento dos
profissionais automotivos e aliando-o à utilização de critérios mais objetivos (pontuação e
ponderação de pesos às funções operacionais e às propriedades intrínsecas - imediatas e de uso
contínuo), o estudo demonstrou a possibilidade de se confeccionar uma matriz eletrônica capaz
de selecionar plásticos de engenharia para componentes de veículos populares.
188
7 SUGESTÃO PARA OS PRÓXIMOS TRABALHOS
A partir da ferramenta eletrônica, agregar outras ferramentas mais elaboradas e que possam
ser utilizadas como critérios de seleção (ex: MoldFlow, Elementos Finitos, CAE, etc);
Impacto no custo de desenvolvimento de produtos, pelo uso de critérios de seleção de
plásticos de engenharia via ferramenta eletrônica de baixo custo;
Inclusão de uma ferramenta de custo industrial o processo de seleção de plásticos via
ferramenta eletrônica;
Rompimento da subjetividade em processos de seleção de plásticos como um todo
(englobando materiais chamados ‘commodities’) e estendendo os critérios mais objetivos aos
outros materiais (metálicos, vítreos, e etc.) na indústria automobilística brasileira;
Desenho de um curso de Critério de Seleção de Materiais em Geral para engenheiros de
outras especialidades;
Desenvolvimento de Critérios de Seleção de Materiais via ferramenta eletrônica para
componentes da outros segmentos mercado, por exemplo: eletrônica, mecatrônica e etc.;
189
REFERÊNCIAS
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2000.
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190
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