o que eu posso fazer e o que não posso
5
. Aí você efetua [o cuidado] conforme vai o dia-a-
dia, conforme o plantão. Tem que ter um começo e tem que ter um fim
6
. Conforme sua
avaliação, observação é a mudança de decúbito, ver como está o paciente, um cuidado
grande com cânula, [...]
7
. Ver se a mãe está acompanhando ou não, ter uma relação com a
família é fundamental. Se a família tá acompanhando, você tem que ter uma relação além
do paciente, tem que ter uma boa relação, senão não tem como
8
. Estipular limites porque
como têm pessoas que entendem as coisas, como entrar e sair da UTI têm pessoas que
não tem essa noção em questão até de ambiente de UTI
9
. E você estipular se pode entrar
ou não [os familiares na UTI], avental de contágio, a higienização das mãos
10
. O que o
acompanhante pode fazer ou não. Tem que deixar bem claro o campo, até aonde a pessoa
pode ir ou não
11
. Para acontecer o cuidado, eu acho que é preciso trabalhar como uma
família mesmo, tem que ter a tua equipe com você. Tem que ter aquela equipe, como tua
família
12
. [...] porque a partir do momento que a criança agrava, você não vai trabalhar
sozinho, vai trabalhar com mais pessoas, então você tem que contar com outras pessoas
13
.
Querendo ou não, você passa mais tempo ali dentro [na UTI] com a equipe, do que com tua
família. Então, você tem que ter um ambiente bom, um ambiente que te proporcione como
se você estivesse em casa
14
. Não adianta ter uma equipe boa, se você não tem um material
bom. Não adianta excelentes profissionais e péssimo material. Até acontece, mas meio que
no milagre
15
. Um bom relacionamento interpessoal [entre os membros da equipe de UTI],
muito diálogo, a sinceridade, amor mesmo
16
. Tem que ter uma harmonia ali, com a equipe
em geral, todos que trabalham ali, tudo que engloba, desde a equipe médica até a
limpeza
17
. Tem que ter transparência, simplicidade, saber ouvir e falar
18
. A dificuldade para o
cuidado acontece a partir do momento que é passada alguma coisa errada ou não é
passada
19
. A criança chega à UTI e uma coisa que não foi passada ou foi passada errada
pode ser uma mínima coisa, a diluição que foi passada errada ou o médico prescreveu, uma
coisa trocada por outra e já complica
20
. O paciente chegou, a partir do momento que
chegou, já não tem mais tempo de nada, tem que resolver
21
. Aí que entra aquela, a tua
equipe, dificulta em um aspecto, um plantão passado errado, uma bolinha de ar no equipo
bomba já dificulta. Porque a partir do momento que o pós-operatório chegou, e quando
chegou não tem como, você tem que resolver
22
. Tudo bem que antes do pós-operatório
chegar você vai verificar, mas sempre fica uma coisinha. Algumas coisas assim, a questão
dos materiais, meio difícil
23
.
2- Como é possível incorporar no processo de cuidar a atitude humanística? Quais as
exigências para essa incorporação?
Sim. Se não há, tem que haver. Partindo de todos. Não é uma coisa que se programe das
13 às 19 h, se autoprograme. Tem que estar embutido, tem que estar em você. O
profissional tem que ter e pronto. Se é um cuidado humanizado, tem que ter e pronto.
Ninguém coloca.
24
Se a pessoa é humanizada, é humanizada, se não é complicado, ela tem
que trabalhar isso. Não quer dizer que ela vai ser, mas pelo menos melhor
25
.
Automaticamente que ela está prestando um serviço, cuidando de alguém, ela tem que
trabalhar isso, moldar de acordo com o serviço.
26
Olha é complicado, você trabalhar com
um ser humano, tem que tentar mostrar a necessidade do cuidado humanizado. O ser
humano é insensível ao saber o que é que é o cuidado humanizado. Então mostrar o que é,
para que serve, como pode ser encontrado.
E ali ser colocado pra tua equipe ou para
pessoa...como...
27
Não é uma coisa fácil, é demorada, tem pessoa que pega rapidinho e vai
embora, tem pessoa que é mais devagar, complicada. É devagar, mas pega. Um bom jogo
de cintura e o negócio vai.
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