Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
Papel da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em lesões
periapicais osteolíticas experimentais
THIAGO POMPERMAIER GARLET
RIBEIRÃO PRETO
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Thiago Pompermaier Garlet
Papel da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em lesões
periapicais osteolíticas experimentais
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação
em Farmacologia da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências – Área de
Concentração: Farmacologia
Orientador : Prof. Dr. Fernando de Queiroz Cunha
Ribeirão Preto
2008
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA
Garlet, Thiago Pompermaier
Papel da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em lesões
periapicais osteolíticas experimentais. Ribeirão Preto,
2008.
72 p. il. 30cm
Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto/USP – Área de concentração:
Farmacologia.
Orientador: Cunha, Fernando de Queiroz.
1. Lesão periapical 2. Quimiocinas 3. Osteoimunologia
4. Osteólise
FOLHA DE APROVAÇÃO
Papel da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em lesões periapicais osteolíticas
experimentais
Thiago Pompermaier Garlet
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação
em Farmacologia da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências – Área de
Concentração: Farmacologia
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Fernando de Queiróz Cunha
FMRP-USP
Orientador
Prof. Dr. Carlos Ferreira dos Santos
FOB-USP
Prof. Dr. Adalberto Luiz Rosa
FORP-USP
Trabalho realizado no Laboratório de Dor e Inflamação, Departamento de
Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade
de São Paulo, com auxílio financeiro do CNPQ.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Anselmo e Rosa...
...por tudo!
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Fernando de Queiroz Cunha, pela orientação durante a realização deste trabalho,
pela competência e espírito científico, mas principalmente pela oportunidade e confiança.
Aos Profs. Dr. Adalberto Luiz Rosa (FORP-USP) e Dr. Carlos Ferreira dos Santos (FOB-
USP) pela atenção dispensada, comentários e sugestões na correção da proforma desta dissertação, e
pela participação na banca.
À Dr.ª Sandra Yasuyo Fukada, pela indispensável colaboração neste estudo, pela amizade e
disposição em ensinar (tanto ciência quanto nihongo!), e também à Isabella Francisco Saconato, pela
sua contribuição para a realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Mário Julio Ávila Campos, do Laboratório de Anaeróbios do ICB-USP, que vem
colaborando com nosso grupo, fornecendo as cepas de periodontopatógenos utilizadas no
desenvolvimento de nossos estudos.
Ao Prof. Dr. Ulisses Coelho (UEPG), pelos ensinamentos, colaboração, incentivo e amizade
ao longo dos anos.
Aos Profs. Dr. Marcos Rossi (FMRP-USP) e Dr. João Santana da Silva (FMRP-USP), pela
disponibilidade na utilização da infra-estrutura de seus laboratórios e pelo auxílio em diversos
experimentos.
Ao curso de Pós-Graduação em Farmacologia, representado por seus Professores, pelos
ensinamentos e pela dedicação que fez com que nosso curso atingisse o nível de excelência em que se
encontra.
A todos os funcionários e técnicos, que direta ou indiretamente contribuíram para este trabalho
e para o bom andamento do nosso dia a dia: Giuliana, Fabíola, Kátia, Diva, Eleni, Tadeu, Ramon,
Sônia, Fátima...
A todos os colegas do laboratório de dor e inflamação, Andressa, Fabrício, Renata, Henrique,
Daninha, Zeca, Spiller, Silvio, Michel, Flávia, Vanessa, Thiago, Betty, Ana Tereza, Paulo, Mani,
Waldiceu, Luiz Fernando, Celina, Guilherme, Dionéia, Cris, Djane, Marcos, que me receberam de
braços abertos e dispostos a ensinar, e aos que se juntaram ao grupo recentemente, Fabi, Marina,
Maria, Daniele, Paula, Larissa, Silvia, Rafaela, Mônica, Daniela, e também aos que não são do
laboratório, Daniel, Fernando, Heitor, Vanessa e mais uma galera, mas se eu tentar citar o nome de
todos certamente vou esquecer alguém (ou mais
alguém?)..... enfim, a todos os colegas de pós-
graduação, pelas discussões científicas e pelos momentos de descontração, seja nos churrascos, nos
games (esquadrão polimorfonuclear: Ala hu akbar!), no rock’n’roll (Vanys, Silvão, Guilherme,
Waldiceu:
VAMOS ENSAIAR!).......
Ao CNPQ, cujo auxílio na forma de minha bolsa de mestrado possibilitou a realização deste
trabalho.
...Muito obrigado a todos!
E finalmente ao Prof. Dr. Gustavo Pompermaier Garlet (FOB-USP), por indicar o caminho e
principalmente pelo exemplo a ser seguido. Este não é o fim, é só o começo...
…and we’re going down....... all the waaa-ay-aay…………
ÍNDICE
ABREVIATURAS.......................................................................................................ix
RESUMO....................................................................................................................xi
ABSTRACT...............................................................................................................xii
INTRODUÇÃO..........................................................................................................13
OBJETIVOS..............................................................................................................27
MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................28
Animais de experimentação...................................................................................28
Protocolo de indução da lesão periapical ..............................................................28
Análise histológica .................................................................................................29
Reação de detecção de osteoclastos ....................................................................29
RealTime-PCR.......................................................................................................30
Análise dos resultados...........................................................................................32
RESULTADOS..........................................................................................................33
Formação da lesão periapical................................................................................33
Presença de osteoclastos......................................................................................35
Expressão de RANKL e OPG................................................................................35
Expressão de citocinas pró-inflamatórias ..............................................................38
Expressão de quimiocinas.....................................................................................40
Expressão de proteases ........................................................................................45
DISCUSSÃO.............................................................................................................47
CONCLUSÃO ...........................................................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................60
ix
ABREVIATURAS
CCR Receptor de quimiocina da família CC
CXCR Receptor de quimiocina da família CXC
DEPC Dietil-pirocarbonato (Diethyl pyrocarbonate)
IFN Interferon
IL Interleucina (Interleukin)
IP-10 Proteína induzida por INF-γ (10 kDa interferon-
gamma-induced protein)
KC Quimiocina derivada de queratinócitos
(Keratinocyte derived chemokine)
KO Animal geneticamente deficiente (Knock-out)
MCP Proteína quimiotáxica de monócitos (Monocyte
chemotatic protein)
M-CSF Fator estimulante de colônia de macrófagos
(Macrophage colony stimulatin factor)
MIP Proteína inflamatória de macrófagos
(Macrophage inflammatory protein)
MMP Metaloprotease de matriz (matrix
metalloproteinase)
mRNA Acido ribonucléico mensageiro
NFATc1 Fator nuclear de células T ativadas 1 (nuclear
factor of activated T cells)
NFkB Fator nuclear κ B (nuclear factor κ B)
NK Natural Killer
OPG Osteoprotegerina (Osteoprotegerin)
PEPI Pró-epitelina (proepithelin)
RANK Receptor ativador do NFkB (receptor activator
of NFkB)
RANKL Ligante do receptor ativador do NFkB
(receptor activator of NFkB ligand)
x
RANTES Regulada na ativação, expressada e
secretada por células T normais (Regulated
upon activation, normal T cell expressed and
secreted)
RNA Acido ribonucléico
SDF Fator derivado de células estromais (Stromal
cell derived factor)
SLPI Inibidor de proteases secretadas por
leucócitos (secretory leukocyte protease
inhibitor)
TIMP Inibidor tecidual de metaloprotease (tissue
inhibitor of metalloproteinase)
TNF Fator de necrose tumor (Tumor necrosis
factor)
TRAP Fosfatase ácida resistente ao tartarato (tartrate
resistant acid phosphatase)
WT Camundongo selvagem (Wild type)
xi
RESUMO
GARLET, TP. Papel da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em lesões
periapicais osteolíticas experimentais. Dissertação de mestrado. Dept. de
Farmacologia, FMRP-USP
Lesões periapicais são alterações ósseas dos maxilares, decorrentes de processos
infecciosos da polpa dentária. Com a progressão do processo para o periápice
ocorre a liberação de mediadores e a migração de células inflamatórias,
desencadeando uma resposta inflamatória e destruição tecidual, com a reabsorção
dos tecidos mineralizados de suporte, comprometendo a sustentação do elemento
dental. Sabe-se que diferentes citocinas e quimiocinas participam do processo de
osteoclastogênese e reabsorção óssea em diferentes doenças, mas o papel destes
mediadores na patogênese das lesões periapicais não está bem definido. O objetivo
deste trabalho foi estudar o papel da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em um
modelo de lesão periapical em camundongos, utilizando animais geneticamente
deficientes para CCR2, o receptor de MCP-1, e de MIP-1α. A lesão periapical foi
induzida por meio de exposição pulpar cirúrgica com o auxilio de uma broca ¼ e
inoculação de bactérias patogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos de
0, 3, 7, 14 e 21 dias. Os animais MIP-1α KO apresentaram lesões semelhantes às
dos animais selvagens, enquanto os animais CCR2 KO apresentaram lesões de
maior extensão. Da mesma forma, os animais MIP-1α KO apresentaram uma
cinética de expressão de citocinas e quimiocinas similar aos animais selvagens,
enquanto os animais CCR2 KO apresentaram uma maior expressão de fatores
relacionados à diferenciação e atividade de osteoclastos, e de migração de
neutrófilos. Os resultados sugerem que nenhuma das quimiocinas estudadas é
indispensável na osteoclastogênese, e que o receptor CCR2, é importante na
proteção do hospedeiro frente à destruição óssea periapical.
xii
ABSTRACT
GARLET, TP. Role of chemokine MIP-1α and receptor CCR2 in experimental
osteolytic periapical diseases. Master dissertation. Dept. of Pharmacology,
FMRP-USP
Periapical lesions, are chronic inflammatory disorders of periradicular tissues caused
by etiological agents of endodontic origin. The osteolytic lesions are thought to be the
result of a local inflammatory response mediated by inflammatory cell infiltration and
production of inflammatory mediators. Although cytokines and chemokines are
strongly implicated in the migration and activation of leukocytes in different
inflammatory diseases and experimental models, little is known regarding the
expression of chemokines and their receptors in apical periodontitis. The objective of
this study was to evaluate the role of of chemokine MIP-1α and chemokine receptor
CCR2 in an experimental model CCR2 and MIP-1α knockout mice. Periapical lesions
were induced by surgical pulp exposure, performed with a ¼ carbide bur, followed by
bacterial infection. Animals were sacrificed at 0, 3, 7, 14 and 21 days after surgery, in
order to evaluate how the ostelytic lesios develop through time. MIP-1α KO mice
exhibited periapical lesions similar to that in wild type, whereas CCR2 KO mice
showed bigger lesions. CCR2 KO mice also expressed higher levels of
osteoclastogenic and osteolytic factors, RANKL, Cathepsin K and MMP1, and
neutrophil migration related chemokine, KC. MIP-1α KO mice cytokine and
chemokine expression was similar to wild type animals. These results suggest that
CCR2 and MCP-1 are important in host defense to periapical ostelysis and that these
proteins are not required to osteoclastogenesis.
13
INTRODUÇÃO
As lesões periapicais são alterações ósseas de natureza inflamatória, que
ocorrem como conseqüência da infecção bacteriana da polpa dentária, provocada
por cáries, traumas ou iatrogenias. A infecção da polpa resulta em destruição do
tecido conjuntivo que a constitui e induz resposta do hospedeiro na região periapical
dental [NAIR, PN, 1997]. Com a progressão do processo para a região periapical
ocorre a reabsorção de tecidos mineralizados, tais como cemento, dentina e osso
alveolar. Estas lesões podem progredir levando a destruições ósseas de grande
extensão e mesmo a abscessos [SIQUEIRA, JF, JR., 2002].
Uma característica importante das lesões periapicais é a persistente
migração de grande número de células imunocompetentes, tais como leucócitos
polimorfonucleares, macrófagos e linfócitos [KAWASHIMA, N et al., 1996;
STASHENKO, P et al., 1992]. Diversos trabalhos têm caracterizado o infiltrado
inflamatório presente em lesões periapicais. Considerando-se o curso da resposta
inflamatória, podemos esperar que elevado número de neutrófilos seja encontrado
durante a fase aguda da doença, e que linfócitos e macrófagos se acumulem
durante a fase crônica. No entanto, dados provenientes de diversos estudos são
contraditórios, e os padrões de descrição clássica de lesões crônicas e agudas não
se aplicam perfeitamente às lesões periapicais, o que pode ser atribuído a diferentes
agentes causadores de lesões periapicais, sua persistência crônica nos tecidos
dentais, bem como a fatores temporais e a fatores particulares do hospedeiro. De
forma geral, na lesão periapical os macrófagos apresentam uma distribuição
completa em toda a extensão da lesão, predominando em quase todos os estágios
de desenvolvimento [KAWASHIMA, N et al., 1996; NAIR, PN, 1997; STASHENKO, P
14
et al., 1992]. Por outro lado foi demonstrado também que neutrófilos participam
ativamente do desenvolvimento de lesões periapicais, uma vez que animais
neutropênicos desenvolvem lesões menos severas quando comparados a animais
normais [KOBAYASHI, Y, 2006; YAMASAKI, M et al., 1994]. Estas células são
importantes fontes de mediadores citotóxicos como enzimas proteolíticas e radicais
livres de oxigênio e nitrogênio, além de citocinas pró-inflamatórias, capazes de ativar
outras células e acentuar o caráter destrutivo da resposta [NATHAN, C, 2006;
WEISS, SJ, 1989].
Uma vez observada a presença de diversos tipos de leucócitos na lesão
periapical, a atenção voltou-se para os fatores envolvidos no recrutamento e
ativação destas células. De fato, os mediadores quimiotáxicos e inflamatórios têm
um papel muito importante no desenvolvimento da resposta imune e inflamatória,
visto que são os sinais químicos representados por essas citocinas que ativam as
células de defesa e as capacitam para a eliminação do agente infeccioso. Entre os
principais mediadores que regulam a migração e ativação de leucócitos podemos
citar IL-1 (Interleucina-1), TNF-α (fator de necrose tumoral alfa), MIP-1α (proteína
inflamatória de macrófagos 1 alfa), MCP-1 (proteína quimiotáxica de monócitos 1),
RANTES (regulada na ativação, expressada e secretada por células T normais), IL-8
e seu equivalente murino KC (quimiocina derivada de queratinócito) [BALTO, K et
al., 2001; KABASHIMA, H et al., 2001; KAWASHIMA, N et al., 1999; MARTON, IJ et
al., 2000; SHIMAUCHI, H et al., 2001; SUZUKI, T et al., 2002; WANG, CY et al.,
1993a; WANG, CY et al., 1993b]. Entretanto, tendo em vista a expressão crônica
destes mediadores em diversos processos inflamatórios, incluindo as lesões
periapicais, sua produção também pode levar ao dano tecidual, uma vez que vários
deles estão relacionados à osteoclastogênese [TAKAYANAGI, H, 2005].
15
Osteoclastos são células especializadas na reabsorção óssea. A ação
destas células é importante no turnover do tecido ósseo, responsável pela
manutenção da integridade estrutural do esqueleto, reabsorvendo regiões
danificadas e permitindo sua substituição por tecido novo, sintetizado por
osteoblastos [ALLISTON, T et al., 2002]. Osteoblastos são células especializadas,
responsáveis pela formação do tecido ósseo, e o equilíbrio entre a atividade destas
células e a reabsorção promovida por osteoclastos é fundamental para a
homeostasia do tecido [TANAKA, Y et al., 2005]. O processo de osteoclastogênese é
orquestrado por hormônios, citocinas produzidas localmente e fatores de
crescimento, compartilhando vários desses mediadores com o sistema imune
[TAKAYANAGI, H, 2007]. Logo, uma resposta inflamatória pode produzir os
mediadores necessários para desequilibrar o balanço entre as atividades anabólica
e catabólica do tecido ósseo, diferenciando e ativando mais osteoclastos, e por fim
resultando em uma lesão osteolítica [MANOLAGAS, SC, 1995; NAIR, PN, 1997;
TAKAYANAGI, H, 2005].
A evidência mais significativa da importância de sinais químicos para a
diferenciação de osteoclastos foi a identificação do fator osteoclastogênico RANKL
(ligante do receptor ativador de NFκB) [LACEY, DL et al., 1998; YASUDA, H et al.,
1998]. A ativação de osteoclastos é controlada principalmente pela ativação do
receptor RANK (receptor ativador de NFκB), um receptor da família dos receptores
de TNF, pela interação com seu ligante RANKL [KATAGIRI, T et al., 2002]. RANK é
expresso tanto por osteoclastos maduros como pelos seus precursores, enquanto
RANKL é expresso por osteoblastos, linfócitos T, células estromais da medula óssea
e outros tipos celulares [KATAGIRI, T et al., 2002]. Ainda que RANKL tenha sido
identificado como o fator principal na osteoclastogênese, várias citocinas envolvidas
16
em processos inflamatórios apresentam um papel fundamental no processo de
reabsorção óssea, uma vez que e expressão de RANKL é modulada por tais
mediadores [TAKAYANAGI, H, 2007; TANAKA, Y et al., 2005]. A terceira molécula
envolvida diretamente na osteoclastogênese é a osteoprotegerina (OPG), um
receptor solúvel secretado por osteoblastos capaz de ligar-se ao RANKL, impedindo
assim sua ligação ao RANK e conseqüente ativação da célula [TAKAYANAGI, H,
2007].
Além dos fatores envolvidos diretamente na diferenciação de osteoclastos, a
participação de diversas citocinas nesse processo tem sido descrita [TAKAYANAGI,
H, 2007]. IL-1 é uma citocina de caráter pró-inflamatório que regula diversas funções
em diferentes tecidos e tipos celulares, incluindo osteoclastos. Sabe-se atualmente
que ela está relacionada com a destruição de tecido ósseo em diferentes doenças,
como artrite e doenças periodontais, além das lesões periapicais [GRAVES, DT et
al., 2003; NAKAMURA, I et al., 2006; STASHENKO, P et al., 1998; WILLIAMS, RO,
2006]. Juntamente com outras citocinas pró-inflamatórias, como o TNF-α, a IL-1
contribui com a diferenciação e ativação de osteoclastos por meio da indução da
expressão de RANKL em osteoblastos [NAKAMURA, I et al., 2006; TANAKA, Y et
al., 2005; WILLIAMS, RO, 2006]. Durante algum tempo IL-1 e TNF-α foram
considerados os principais fatores responsáveis pela diferenciação e atividade deste
tipo celular. Enquanto novas pesquisas sugeriam a participação de outros
mediadores já conhecidos, como outras citocinas e fatores de crescimento,
continuava a busca pelo fator chave diretamente responsável pela
osteoclastogênese, até que o fator RANKL foi identificado no final da década de 90
[BAUD'HUIN, M et al., 2007; LACEY, DL et al., 1998].
17
Em contraste com a reabsorção óssea promovida por citocinas pró-
inflamatórias, citocinas de caráter anti-inflamatório, como IL-10 e IL-4, parecem
apresentar um papel protetor, diminuindo a destruição óssea [GARLET, GP et al.,
2003; SILVA, TA et al., 2007]. A expressão de IL-10 parece levar a uma regulação
negativa da expressão de RANKL e M-CSF (Fator estimulante de colônia de
macrófagos), além de um aumento na expressão de OPG (Osteoprotegerina) [LIU, D
et al., 2006]. Além da modulação dos sinalizadores disponíveis no microambiente, foi
demonstrado in vitro que a IL-10 tem a capacidade de inibir a expressão de fatores
de transcrição necessários à ativação dos osteoclastos, quando adicionada ao meio
de cultura destas células, por meio de receptores para IL-10 expressos
constitutivamente por estas células [MOHAMED, SG et al., 2007].
Outra citocina de ação pouco compreendida na remodelação óssea é o IFN-
γ (Interferon gama). Essa citocina tem sua expressão aumentada em tecidos
periodontais doentes [PRABHU, A et al., 1996], e parece contribuir para a
reabsorção óssea em modelos experimentais [BAKER, PJ et al., 1999]. Entretanto,
estudos in vitro sugerem que esta citocina tem a capacidade de inibir a formação e a
expressão gênica de osteoclastos, atuando diretamente sobre essas células
[KAMOLMATYAKUL, S et al., 2001]. Entretanto, IFN-γ pode estimular linfócitos T a
produzir fatores osteoclastogênicos como TNF-α e RANKL, de forma que estimularia
indiretamente a osteoclastogênese [GAO, Y et al., 2007]. Um estudo recente
empregou um modelo de movimentação ortodôntica em ratos e observou que
injeções de INF-γ reduziram a reabsorção óssea, sugerindo a possibilidade de
utilização clínica para inibição da movimentação em sítios de ancoragem [MERMUT,
S et al., 2007].
18
Além das citocinas envolvidas no processo inflamatório, têm se estudado o
papel de quimiocinas na biologia da remodelação óssea [SILVA, TA et al., 2007]. As
quimiocinas são um grupo de citocinas caracterizadas originalmente pela sua
atividade quimiotáxica, embora atualmente outras funções tenham sido reconhecidas
[PROOST, P et al., 1996]. As quimiocinas compreendem uma grande família de
proteínas de pequeno peso molecular que exercem seus efeitos por meio da ligação
a uma classe de receptores expressos na superfície celular. As quimiocinas
apresentam quatro resíduos de cisteína conservados, formando duas pontes
dissulfeto essenciais, que conferem estabilidade à sua estrutura, e certa
especificidade de ligação [LUSTER, MI, 1998]. As quimiocinas são subdivididas nos
grupos CC, CXC, CX
3
C baseado no número de aminoácidos entre as duas primeiras
cisteínas. As quimiocinas CXC, como a IL-8 (representada pelo KC em
camundongos) ativam predominantemente células polimorfonucleares como
neutrófilos enquanto que as quimiocinas da classe CC como MCP-1, RANTES e
MIP-1α ativam macrófagos, eosinófilos, basófilos e linfócitos [LUSTER, MI, 1998;
OLSON, TS et al., 2002]. As quimiocinas são produzidas localmente no tecido
inflamado e a interação quimiocina-receptor regula espacialmente a infiltração de
células inflamatórias [PROOST, P et al., 1996].
Quimiocinas como MIP1-α, MCP-1 e RANTES têm atraído a atenção dos
pesquisadores por se relacionarem com macrófagos, células da mesma linhagem
dos osteoclastos. De fato, osteoclastos apresentam receptores para estas
quimiocinas e seus sinais parecem ser importantes para a osteoclastogênese. Essas
quimiocinas são capazes de diferenciar células similares a osteoclastos, mas não
são capazes de mediar sua ativação na ausência de RANKL [KIM, MS et al., 2006a;
KIM, MS et al., 2006b; OBA, Y et al., 2005]. Estudos indicam que estas quimiocinas
19
são produzidas tanto por osteoclastos, em um processo de estimulação autócrina
para amplificação da resposta, quando ativados por RANKL, quanto por
osteoblastos sob influência de citocinas pró-inflamatórias [GARLET, TP, 2007; YU, X
et al., 2004].
Para que seja possível a diferenciação de osteoclastos no sítio de
remodelação óssea, o primeiro evento necessário é o recrutamento de seus
precursores. Os osteoclastos são gerados a partir de células tronco hematopoiéticas,
presentes na medula óssea [CUMANO, A et al., 2007]. As células tronco
pluripotentes dão origem a células precursoras, que tem grande capacidade
proliferativa mas são comprometidas com determinada linhagem celular [NIJWEIDE,
PJ et al., 1986]. Como o desenvolvimento de osteoclastos é fenômeno bastante
específico, acredita-se que seus precursores sejam atraídos por fatores
quimiotáxicos originados dos componentes da matriz óssea e osteoblastos
[ROODMAN, GD, 1991]. Além das quimiocinas relacionadas à migração de células
da linhagem de monócitos, recentes estudos identificaram a quimiocina SDF-1 (fator
derivado de células estromais 1) como um quimioatraente para estas células
[WRIGHT, LM et al., 2005; YU, X et al., 2003].
Uma vez ativados, os osteoclastos desempenham sua função de reabsorção
por meio da produção de diferentes proteases, tais como metaloproteinases (MMPs)
e catepsinas [DELAISSE, JM et al., 2003; MURPHY, G et al., 2005; TROEN, BR,
2004]. A ativação das MMPs é regulada por um grupo de proteínas endógenas,
chamado de inibidores teciduais de metaloproteases (TIMPs), capazes de inibir
praticamente todos os membros da família das MMPs, de forma não específica
[BAKER, AH et al., 2002]. Em condições fisiológicas, os TIMPs estão em balanço
com as MMPs, sendo a matriz extracelular remodelada de forma extremamente
20
controlada [GEOFFROY, V et al., 2004]. A atividade dos inibidores de MMPs no
tecido normal é importante para evitar a destruição descontrolada do tecidos, e o
desequilíbrio na relação entre as metaloproteinases e seus inibidores resulta em
atividade exagerada ou reduzida da enzima [GEOFFROY, V et al., 2004;
WITTRANT, Y et al., 2003]. O osteoclasto produz pelo menos 8 diferentes
catepsinas, sendo a mais importante e específica a catepsina K [GOTO, T et al.,
2003; TROEN, BR, 2004]. A catepsina K é uma proteinase ativa em pH ácido,
secretada pelo osteoclasto no microambiente selado pela sua borda ondulada,
juntamente com íons H+ liberados por suas bombas de prótons. O baixo pH mantido
pela ação das bombas de prótons tem a finalidade de decompor a parte mineral do
tecido ósseo, e acaba também mantendo um ambiente favorável para a ação da
catepsina K [GOTO, T et al., 2003]. A deficiência dessa protease em humanos está
relacionada com a picnodisostose, uma rara doença genética caracterizada por
nanismo e osteoesclerose [TROEN, BR, 2004]. Experimentos in vitro demonstraram
que osteoclastos isolados de diferentes ossos (calvária e ossos longos)
apresentaram diferentes padrões de expressão de proteases.
Os osteoclastos isolados de ossos longos demonstraram menor expressão
de Catepsina K e maior expressão de MMPs quando comparados aos osteoclastos
isolados de calvária. Da mesma forma, os osteoclastos isolados de ossos longos
demonstraram atividade de reabsorção sensível à inibição de MMPs, enquanto
osteoclastos isolados de calvária apresentaram atividade mais sensível à inibição de
Catepsinas, sugerindo que ambas as enzimas são importantes, e que a importância
pode variar de acordo com a origem e características das células em questão
[EVERTS, V et al., 2006].
21
Desta forma, diversos mediadores estão potencialmente envolvidos no
processo de osteoclastogênese da lesão periapical osteolítica, desde a atração de
precursores, sua diferenciação e ativação, e posteriormente na regulação de sua
atividade. Alterações nesse processo podem levar a diferenças no desenvolvimento
da patologia, reduzindo ou agravando sua severidade.
A lesão periapical é caracterizada pela osteólise, observada clinicamente
como uma área radiolúcida, decorrente da resposta inflamatória desencadeada na
região do periápice. Diversos mediadores inflamatórios foram detectados em lesões
periapicais. Apesar de serem detectados em tecidos pulpares e periapicais
inflamados e de seu efeito direto na diferenciação e atividade osteoclástica in vitro e
in vivo [MANOLAGAS, SC, 1995] a depleção de IL-1β, TNF-α [CHEN, CP et al.,
1999], IL-6 [HUANG, GT et al., 2001] ou IL-4 [SASAKI, H et al., 2000] não preveniu a
reabsorção óssea e dentária associada às lesões periapicais, sugerindo que tais
mediadores inflamatórios podem apresentar papéis análogos na progressão das
lesões, ou ainda que outros fatores estão envolvidos no processo. Por outro lado, a
depleção de IL-10 resultou em aumento da reabsorção óssea periapical [SASAKI, H
et al., 2000] assim como animais deficientes dos receptores p55 e p75 do TNF-α
apresentaram maior suscetibilidade à infecção.
Recentemente, inúmeros pesquisadores têm demonstrado interesse em
estudar as quimiocinas, mediadores inflamatórios que apresentam um importante
papel na infiltração seletiva de leucócitos para o sítio de inflamação [KABASHIMA, H
et al., 2001; PROUDFOOT, AE et al., 2003]. Antígenos bacterianos e endotoxinas
provenientes do canal radicular, além de mediadores inflamatórios tais como IL-1 e
TNF-α podem estimular a expressão de quimiocinas, que por sua vez atraem células
inflamatórias [LUSTER, MI, 1998; SAFAVI, KE et al., 1991]. Além disso, na lesão
22
periapical, as quimiocinas podem contribuir para o dano tecidual e manutenção do
processo ao estimularem a liberação de mediadores inflamatórios pelas células
presentes nestes sítios [TAKAHASHI, K, 1998].
Em lesões periapicais humanas foram detectadas as quimiocinas IL-8,
MCP-1, RANTES, MIP-1-α e MIP-1β, IP-10 (proteína induzida por IFN-γ) e
receptores de quimiocinas tais como CCR5, CXCR3, CCR3 e CCR2 [KABASHIMA,
H et al., 2001; MARTON, IJ et al., 2000; SILVA, TA et al., 2005]. Entretanto, a
análise funcional destas quimiocinas durante o desenvolvimento da lesão periapical
não é totalmente esclarecida.
A participação da quimiocina MIP-1α na modulação da resposta inflamatória
para um padrão Th1 também tem sido observada [KAWASHIMA, N et al., 1996].
MIP-1α foi a primeira quimiocina identificada de uma família que hoje possui mais
três integrantes. As proteínas MIP-1 são produzidas por diversas células, como
macrófagos, células dendríticas e linfócitos. Na inflamação, destaca-se a produção
de MIP-1α por macrófagos ativados. As proteínas MIP-1 apresentam uma alta
especificidade de receptores, interagindo com receptores da família CC
especialmente CCR1, CCR3 e CCR5. A ativação dos receptores CCR1, 3 e 5 pelas
MIP-1 desencadeia a liberação de Ca
+2
e mediadores pró-inflamatórios, como
leucotrienos, ácido araquidônico e histamina. O papel chave desempenhado por
essas quimiocinas na resposta inflamatória deve-se à capacidade de modulação da
resposta no hospedeiro. MIP-1α e seu receptor CCR5 estão associadas ao
desenvolvimento de uma resposta de característica Th1, enquanto animais
deficientes do receptor CCR5 apresentam um padrão de resposta Th2 [MAURER, M
et al., 2004]. Esse padrão de resposta sugere a importância dessa quimiocina no
processo de reabsorção óssea observado nas lesões periapicais, pois se sabe do
23
caráter mais destrutivo da resposta Th1 sobre a Th2. Visto que a quimiocina MIP-1α
exibe atividade quimiotáxica e de ativação celular por meio da ligação aos
receptores CCR1, expressos em eosinófilos, monócitos e células dendríticas, e
CCR5, expressos por monócitos, células dendríticas, células NK (natural killer) e
linfócitos Th1, e que MIP-1β e RANTES também exercem suas funções
quimiotáticas pela ligação ao receptor CCR5, a importância deste receptor na
quimiotaxia e imunomodulação da resposta inflamatória é bastante relevante
[LUTHER, SA et al., 2001; MANTOVANI, A, 1999; ROSSI, D et al., 2000]. Em
tecidos periodontais inflamados, diversas quimiocinas, como MIP-1α, MIP-1β e
RANTES, e receptores relacionados, como CCR1 e CCR5, têm sido identificados,
enquanto sua expressão em condições de saúde periodontal é mínima ou
inexistente [GAMONAL, J et al., 2001; GAMONAL, J et al., 2000; GEMMELL, E et
al., 2001; TONETTI, MS et al., 1994]. Recentemente foi demonstrado por reações de
imunohistoquímica que células T, macrófagos e células dendríticas no tecido
gengival inflamado expressam CCR5 [JOTWANI, R et al., 2004]. Também foi
demonstrado que pacientes com periodontite agressiva apresentam uma intensa
expressão das quimiocinas MIP1-α, MIP1-β e RANTES e de seu receptor CCR5,
associada a maior expressão local de IFN-γ. Por outro lado, em pacientes com
periodontite crônica, menos destrutiva, observa-se uma maior expressão de
quimiocinas do tipo Th2, associada à uma expressão predominante de citocinas
antiinflamatórias, como IL-10 [GARLET, GP et al., 2003], sugerindo que a expressão
diferencial de tais mediadores poderia ser relevante também para o desenvolvimento
de lesões periapicais. De fato, quimiocinas e seus receptores têm sido implicados
em outras patologias relacionadas à reabsorção de tecido ósseo, com destaque para
MIP-1α e CCR5, que têm sido claramente demonstrado na artrite reumatóide, assim
24
como diversas outras condições patológicas como encefalomielite autoimune
experimental, doença de Chagas, entre outras [LINDELL, DM et al., 2001; SATO, N
et al., 1999; TEIXEIRA, MM et al., 2002]. A expressão de MIP-1α e CCR5 se mostra
aumentada no tecido sinovial inflamado, assim como o número de células positivas
para CCR5 nas lesões artríticas é elevado [WANG, CR et al., 2003; WEDDERBURN,
LR et al., 2000; YUAN, GH et al., 2001].
Além de seu papel na quimiotaxia de leucócitos, MIP-1α tem sido descrita
como indutora da expressão de MMPs e como fator quimiotáxico e de diferenciação
de osteoclastos [LEE, JE et al., 2007; ROBINSON, SC et al., 2002; ROODMAN, GD
et al., 2004; SCHEVEN, BA et al., 1999]. Os efeitos de MIP-1α sobre os osteoclastos
parecem ser mediados pelos receptores CCR5 e/ou CCR1 [OBA, Y et al., 2005],
reforçando a idéia que tais fatores podem estar diretamente relacionados à atividade
de reabsorção óssea. Estudos demonstram que a utilização de anticorpos
neutralizantes anti-MIP1α, de animais geneticamente deficientes de MIP-1α, com
deleção ou mutações no receptor CCR5, leva à atenuação da severidade da artrite
experimental (e em diversos outros modelos experimentais, como a encefalomielite
autoimune experimental), demonstrando claramente seu papel na patogênese da
doença [MAURER, M et al., 2004; PROUDFOOT, AE et al., 2003; YANG, YF et al.,
2002; YUAN, GH et al., 2001]. Essas observações sugerem que o desenvolvimento
de estratégias terapêuticas visando à inibição das funções de MIP-1α e CCR5 pode
ser promissor.
A quimiocina MCP-1 foi primeiramente descrita como quimiotáxica para
monócitos, mas também desempenha função efetora na diferenciação de células T.
Seu receptor CCR2, expresso por monócitos, foi observado também em linfócitos
tipo T ativados e de memória [LUTHER, SA et al., 2001]. Essa função foi
25
comprovada com a geração e estudo de camundongos deficientes de MCP-1 e do
receptor CCR2. Ambas as linhagens mostraram deficiência no recrutamento de
monócitos, mas diferiram quanto a alterações na diferenciação de células T. Animais
deficientes para MCP-1 apresentam respostas de células T diminuídas,
principalmente em respostas de padrão Th2 [GU, L et al., 2000; LU, B et al., 1998].
Entretanto, além da deficiência no recrutamento de monócitos, animais deficientes
para o receptor CCR2 apresentaram redução na produção de IFN-γ, levando a
defeitos em respostas do tipo Th1 [BORING, L et al., 1997], diminuição na
capacidade de eliminação de patógenos intracelulares [KURIHARA, T et al., 1997] e
aumento da resistência à encefalomielite autoimune experimental [IZIKSON, L et al.,
2000]. Em um modelo de artrite experimental, animais CCR2 KO não apresentaram
diferenças em relação aos animais selvagens [BROWN, CR et al., 2003]. Estudos in
vitro têm demonstrado uma participação importante da quimiocina MCP-1 e do
receptor CCR2 na diferenciação de osteoclastos [KIM, MS et al., 2006b], sendo que
as células diferenciadas sob estímulo de MCP-1 apresentam os principais
marcadores fenotípicos característicos de osteoclastos (TRAP – fosfatase ácida
resistente ao tartarato; receptor de calcitonina; NFATc1 – fator nuclear de células T
ativadas 1), mas requerem estímulo de RANKL para ativar os mecanismos de
reabsorção óssea [KIM, MS et al., 2006a].
Dada a importância dos linfócitos T na modulação da resposta inflamatória,
podemos crer que uma alteração na eficiência dessas células tende a influenciar o
curso das lesões periapicais. De fato, já foi constatada a presença de MCP-1 em
granulomas periapicais humanos [KABASHIMA, H et al., 2001; MARTON, IJ et al.,
2000]. Em modelos experimentais, a quimiocina MCP-1 também se mostrou
importante na proteção do hospedeiro durante a progressão de lesões periapicais.
26
Animais geneticamente deficientes para esta quimiocina apresentaram redução no
recrutamento de monócitos e conseqüente deficiência no controle da infecção,
resultando em maior necrose tecidual e aumento da lesão osteolítica [CHAE, P et al.,
2002]. Cabe agora uma investigação mais detalhada do seu papel no
desenvolvimento das doenças periapicais.
Embora já esteja estabelecido o papel da quimiocina MIP-1α e do receptore
CCR5 no recrutamento de leucócitos em diferentes modelos de inflamação [BRUHL,
H et al., 2005; WANG, CY et al., 1993a; WANG, CY et al., 1993b], o papel desta
quimiocinas e de deste receptores na progressão de lesões periapicais não foi
esclarecido. Um modelo experimental de periodontite apical nos permite
acompanhar a cinética de progressão da doença, analisando as possíveis mudanças
entre os fatores envolvidos na osteoclastogênese e controle da infecção no decorrer
do tempo, levando a um melhor entendimento do processo patológico, necessário
para o desenvolvimento de novas terapias.
27
OBJETIVOS
Com base nos aspectos expostos, o objetivo deste estudo foi avaliar o papel
da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 nos eventos inflamatórios associados às
lesões da região periapical.
Objetivos específicos:
- Analisar a cinética de desenvolvimento das lesões periapicais osteolíticas
em animais normais e geneticamente deficientes (KO) para a quimiocina MIP-1α e
para o receptor CCR2;
- Verificar a diferenciação de osteoclastos durante a progressão das lesões
periapicais, e avaliar o impacto da deleção genética da quimiocina MIP-1α e do
receptor CCR2 neste processo;
- Analisar a cinética de expressão de diferentes citocinas e quimiocinas
potencialmente envolvidas na destruição tecidual da região do periápice nos animais
estudados;
- Analisar a atividade de osteoclastos na lesão periapical, por meio da
expressão de proteases necessárias para a reabsorção óssea.
28
MATERIAIS E MÉTODOS
Animais de experimentação
De acordo com as normas institucionais para animais de experimentação,
foram utilizados camundongos C57BL6 e camundongos deficientes para a
quimiocina MIP-1α (MIP-1α KO) e receptores CCR2 (CCR2 KO). Os animais
deficientes foram adquiridos do Jackson Laboratory (Bar Harbor, ME, USA) e foram
mantidos no Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto. Os demais animais são provenientes e foram mantidos no mesmo biotério.
Foram empregados animais com idade entre 6 e 8 semanas e pesando
aproximadamente 22 gramas, utilizando-se pelo menos cinco animais por grupo
(n=5).
Protocolo de indução da lesão periapical
O modelo de lesão periapical induzida experimentalmente foi baseado no
protocolo descrito por Wang e Stashenko [WANG, CY et al., 1991]. Os animais
foram anestesiados por injeção intraperitoneal de tribromoetanol. Em seguida foram
posicionados na mesa operatória, de modo a proporcionar uma abertura bucal
adequada, e a superfície oclusal dos molares foi limpa com algodão e água. Com o
auxílio de uma pinça os tecidos moles foram afastados do campo operatório, e com
uma broca esférica ¼ acoplada a um micro-motor de baixa-rotação foi realizada a
exposição pulpar do primeiro molar inferior direito. O lado esquerdo, sem exposição
pulpar, constituiu o grupo controle. Sobre a polpa exposta era inoculada a solução
contendo quatro diferentes espécies de bactérias periodontopatogênicas:
Porphyromonas gingivalis, Prevotella nigrescens, Actinomyces viscosus e
29
Fusobacterium nucleatum. Depois de recuperados da anestesia, os animais eram
devolvidos ao biotério, onde permaneciam até os tempos de 3, 7, 14 ou 21 dias,
constituindo os diferentes grupos analisados, quando eram então sacrificados. Os
animais foram sacrificados por deslocamento cervical, e as mandíbulas dissecadas
para a retirada das amostras destinadas à análise histológica ou bioquímica.
Análise histológica
As peças foram fixadas em formalina 10% durante 24h e desmineralizadas
em EDTA (4%) durante 15 dias. Em seguida foram desidratadas em álcool,
diafanizadas em xilol e incluídas em parafina conforme o protocolo padrão do
laboratório. As amostras foram submetidas a cortes seriados da mandíbula a fim de
localizar a lesão apical do primeiro molar, sendo selecionados os cortes nos quais
era possível identificar o primeiro molar cortado transversalmente, possibilitando a
visualização da câmara pulpar e do conduto radicular, com o ápice radicular aberto.
As lâminas selecionadas foram submetidas à coloração pela técnica de hematoxilina
e eosina. A histomorfometria da área da lesão e extensão das reabsorções óssea e
dentária foi realizada com o auxílio do software ImageJ 1.34 (NIH).
Reação de detecção de osteoclastos
Um grupo de lâminas foi submetido a reação de marcação de TRAP (KIT
387-A, Sigma-Adrich, St. Louis, MO, USA). As lâminas foram desparafinizadas e em
seguida incubadas por 60 minutos a 37º na solução corante contendo tartaratos, ao
abrigo da luz, de acordo com as instruções do fabricante. Em seguida as lâminas
foram contra coradas com hematoxilina, e os osteoclastos na área da lesão foram
quantificados ao microscópio óptico.
30
RealTime-PCR
As amostras destinadas à análise bioquímica foram congeladas
imediatamente em nitrogênio líqüido, e mantidas a -70°C até a realização dos
ensaios. Para a extração do RNA total, as amostras foram trituradas, com o auxilio
de gral e pistilo autoclavados e tratados com água DEPC (Dietil-pirocarbonato) para
evitar a ação de RNAses, seguindo-se então as recomendações do fabricante.
Brevemente, para cada amostra, em um tubo tipo “eppendorf”, foi adicionado o
reagente Trizol (1 mL para 1 mg de tecido), sendo agitado por 30 segundos e
deixadas em temperatura ambiente por 5 minutos. Para cada 1mL da suspensão
foram adicionados 200µL de clorofórmio (Sigma-Adrich, St. Louis, MO, USA), e
centrifugadas a 12000g por 15 minutos a 4°C. A fase aquosa foi transferida para um
tubo novo, ao qual foi adicionado o mesmo volume de isopropanol, sofrendo
agitação em “vortex” e incubado por 20 minutos a -20°C para precipitar o RNA da
fase aquosa. Novamente os tubos foram centrifugados a 12000g por 15 minutos a
4°C. O precipitado foi lavado em etanol 100%, sendo então seco em temperatura
ambiente, com o tubo invertido sobre um papel de filtro. As amostras de RNA foram
suspensas em 50µL de água deionizada e livre de Rnase, sendo então as amostras
armazenadas a –70°C. Uma alíquota de 5µL foi utilizada para a quantificação da
concentração de RNA/µL nas amostras, determinada usando o aparelho GeneQuant
(Pharmacia, USA) . Uma amostra de 5µg de RNA foi utilizada para a produção do
DNA complementar, de acordo com as instruções do fabricante.
A expressão quantitativa de genes de citocinas e quimiocinas foi analisada
por meio de reações de RealTimePCR, utilizando-se o sistema SYBR Green em um
aparelho Applied Biosystems 7500 RealTime PCR System. Primers adequados para
a maioria das reações estão em uso rotineiro em nosso laboratório, e os demais
31
foram criados a partir do programa Primer Express, específico para tal tarefa (Tabela
1).
Tabela 1. Seqüências dos primers, propriedades da reação e do produto da amplificação.
Seqüência primer sense
Seqüência primer anti-sense
CP
tA (°C) tM (°C) bp
IL-1β
GGAAGATTCTGAAGAAGAGACGG
TGAGATTTTTAGAGTAACAGG
0,15 58 79 329
TNF-α
AAGCCTGTAGCCCATGTTGT
CAGATAGATGGGCTCATACC
0,15 56 79 330
KC
ATTGTATGGTCAACACGCACG
TTTGAACGTCTCTGTCCCGAG
0,1 58 79 134
MIP1-α
TTCTGCTGACAAGCTCACCCT
ATGGCGCTGAGAAGACTTGGT
0,1 60 79 322
RANTES
TTCCCTGTCATCGCTTGCTCT
CGGATGGAGATGCCGATTTT
0,15 60 81 433
MCP-1
AGGAAGATCTCAGTG CAGAG
AGTCTTCGGAGTTTGCCTTTG
0,15 62 82 177
MMP-1
TGGACCTGGAGGAAATCTTGC
AGAGTCCAAGAGAATGGCCGA
0,1 58 79 155
RANKL
CAGAAGATGGCACTCACTGCA
CACCATCGCTTTCTCTGCTCT
0,1 60 73 203
OPG
GGAACCCCAGAGCGAAATACA
CCTGAAGAATGCCTCCTCACA
0,1 58 77 225
Catepsina K
CTCCCTCTCGATCCTACAGTAATGA
TCAGAGTCAATGCCTCCGTTC
0,2 58 80 307
β-actina
ATGTTTGAGACCTTCAACA
CACGTCAGACTTCATGATGG
0,15 56 75 495
CP: concentração de primer em µg; tA: Temperatura de annealing; tM: Temperatura de
Melting; bp: pares de base do produto de amplificação
Esse sistema realiza as reações de amplificação e detecção e quantifica as
amostras (ABI Prism Software) por meio de nucleases fluorogênicas utilizadas na
reação, sendo tal expressão normalizada com base em controles endógenos. O
DNA complementar sintetizado a partir do RNA mensageiro foi utilizado juntamente
com reagentes SYBR Green, como determinado pelo fabricante. A reação
compreende 2 minutos a 50ºC, 10 minutos a 95ºC, e quarenta ciclos de 15 segundos
a 95ºC e 1 minuto a 60ºC. Nas reações com o SYBR Green, um ciclo final de vinte
32
minutos com temperatura crescente de 60 a 95ºC foi empregado para a obtenção de
uma curva de dissociação dos produtos da reação, utilizada para a análise da
especificidade de amplificação. Os resultados foram analisados com base no valor
de TC (threshold cycle) ou linha de corte, definido após a reação, sendo este o ponto
correspondente ao número de ciclos em que a amplificação atinge um dado limiar,
que permite a análise quantitativa da expressão do fator avaliado.
Análise dos resultados
Aos dados experimentais obtidos foram aplicados testes estatísticos para a
determinação da significância entre os grupos experimentais. Para análise da curva
temporal de cada linhagem foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) seguida
pelo teste de Bonferroni; para a comparação entre duas linhagens em um
determinado tempo, foi empregado o teste T de Student, sendo que as diferenças
foram consideradas significativas para valores de P<0.05.
33
RESULTADOS
Formação da lesão periapical
O primeiro passo deste trabalho foi analisar a cinética de desenvolvimento
da lesão osteolítica periapical nos diferentes animais estudados. Para tanto, os
animais submetidos à exposição pulpar e inoculação de bactérias foram sacrificados
em diferentes tempos, possibilitando analisar a lesão em diferentes estágios de
progressão. Constatamos com os animais WT que o padrão normal de
desenvolvimento da lesão periapical era de uma tendência de aumento de volume
do dia 0 ao dia 3, e do dia 3 ao dia 7, atingindo um volume estatisticamente diferente
no 14º dia (P<0.05), mantendo-se então constante até o 21º dia após a inoculação.
Os animais MIP-1α KO apresentaram uma cinética de desenvolvimento da lesão
similar a de seus congêneres selvagens, o que não aconteceu com os animais
CCR2 KO.
03 7 14 21
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
Papel de CCR2 e MIP1alfa na lesão periapical
WT
CCR2 KO
MIP1α KO
Tempo pós inoculação (dias)
*
*
Area da lesão (mm²)
Fig.1. Análise da cinética de desenvolvimento da lesão periapical. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados e a dimensão
das lesões quantificada histologicamente. Foram observadas diferenças significativas entre os grupos
WT e CCR2 KO nos tempos de 7 e 21 dias. ( * WT x CCR2, P<0.05) Dados apresentados como
média ± erro padrão.
34
Fig. 2. Cortes histológicos da região periapical. A. Animal WT, grupo controle. B. Animal WT, grupo
14 dias. C. Animal CCR2 KO, grupo 14 dias. D. Animal MIP-1α KO, grupo 14 dias. A área
demarcada corresponde ao ligamento periodontal normal na figura 2A e à lesão periapical nas
figuras 2B, 2C e 2D. Coloração HE, aumento de 100x.
Fig. 3. Cortes histológicos da região periapical, ensaio para detecção de células TRAP+. Seta 1,
células TRAP+. Seta 2. Área de reabsorção óssea no osso alveolar. Seta 3. Raiz distal do primeiro
molar. Figura 3A, aumento de 200x, figura 3B, aumento de 400x.
A
A
B
B
C
C
D
D
A
A
B
B
1
1
2
2
3
3
1
1
35
Nestes animais observamos lesões de maiores dimensões, estatisticamente
diferentes já no 7º dia após a inoculação (P<0.05). A lesão continuou progredindo
até o 14º dia (P>0.001), permanecendo então estável até o dia 21.
Presença de osteoclastos
O passo seguinte foi avaliar a presença de células compatíveis com
osteoclastos, positivas para TRAP, na área da lesão periapical. Nos animais WT
observamos um pequeno aumento no numero de células TRAP+ no 3º dia, seguido
por um grande aumento no 7º dia (P<0.001 vs dia 0), representando o pico. No 14º
dia o número de osteoclastos apresenta uma pequena diminuição (P>0.05 x dia 7 e
P<0.01 x dia 0), mantendo-se estável até o 21º dia. Os animais MIP-1α KO
apresentaram o mesmo padrão, com uma tendência a um menor número de células
(P<0.01 x WT no dia 21, P>0.05 x WT nos dias 3, 7 e 14). Os animais CCR2 KO
apresentaram um padrão semelhante aos animais WT até o 7º dia após a incubação
(P<0.01 x dia 0). Ao contrário dos demais grupos, no 14º dia os animais CCR2 KO
apresentaram um aumento ainda maior no número de osteoclastos (P<0.001 x dia 0,
P<0.01 x WT), mantendo-se então constante até o dia 21.
Expressão de RANKL e OPG
Uma vez constatas diferenças na reabsorção óssea causada pela lesão
periapical e no número de osteoclastos encontrados nas lesões dos diferentes
animais, o próximo passo foi analisar a cinética de expressão do principal fator de
diferenciação de osteoclastos, RANKL, e seu inibidor, OPG. Foram considerados os
tempos de 0 dias (grupo controle), 7 dias (período de reabsorção ativa, número mais
36
elevado de osteoclastos nos animais selvagens) e 14 dias (período em que a
atividade osteolítica cessa, a lesão já se encontra em seu tamanho máximo).
Presença de células TRAP+ na lesão periapical
3 7 14 21
0
5
10
15
20
WT
CCR2 KO
MIP1α KO
Tempo pós inoculão (dias)
**
**
*
Número de células
Fig.4. Análise da cinética de expressão de osteoclastos em lesões periapicais. Lesões
periapicais experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e
inoculação de bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados e
os osteoclastos detectados com auxílio de um kit específico. Foram observadas diferenças
significativas dias 14 e 21. ( * WT x MIP1α KO, P<0.05. ** WT x CCR2 KO, P<0.05). Dados
apresentados como média ± erro padrão.
Expressão de mRNA para RANKL na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0
1
2
3
4
5
dia 0 dia 7 dia 14
*
Expressão de mRNA para RANKL
normalizada por
β
-actina
Fig.5. Análise quantitativa da expressão de RANKL em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de bactérias
peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das amostras
coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para RANKL quantificado por RealTime-PCR. Os resultados
apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de β-actina.
37
A expressão de RANKL foi baixa em todos os animais do grupo controle. No
tempo de 7 dias, todos os animais apresentaram aumento significativo nos níveis de
RANKL (P<0.001), enquanto que entre os tempos de 7 e 14 dias não foi verificada
diferença significativa. Entre as diferentes linhagens, foi registrada uma maior
expressão de RANKL pelos animais CCR2 KO nos tempos de 7 dias (P<0.05 x WT).
Não houve diferença entre os animais MIP-1α KO e os animais WT.
A expressão de OPG também foi baixa nos animais controle, verificando-se
uma diferença significativa no dia 7 (P<0.001 x dia 0). Nenhuma linhagem
apresentou diferenças significativas entre o dia 7 e o dia 14. Foi constatada nos dias
7 e 14 uma menor expressão de OPG pelos animais CCR2 KO em comparação com
o grupo WT (dia 7 P<0.001, e dia 14 P<0.05).
Expressão de mRNA para OPG na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0
1
2
3
4
5
dia 0 dia 7 dia 14
*
*
Expressão de mRNA para OPG
normalizada por
β
-actina
Fig.6. Análise quantitativa da expressão de OPG em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para OPG quantificado por RealTime-PCR. Os
resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de β-
actina.
38
Expressão de citocinas pró-inflamatórias
O processo de reabsorção óssea nas lesões periapicais é um processo
inflamatório. O próximo passo do trabalho foi analisar a expressão de IL-1β e TNF-α,
as principais citocinas pró-inflamatórias. Todos os grupos analisados apresentaram
nos dias 7 e 14 níveis elevados de TNF-α quando comparados ao dia 0 (P<0.001).
Não houve diferença entre os dias 7 e 14 (P>0.05). Os animais CCR2 KO
apresentaram maior expressão de TNF-α quando comparados aos animais WT nos
dias 7 (P<0.05) e 14 (P<0.01). Os animais MIP-1α KO não apresentaram diferenças
quando comparados aos animais WT.
Expressão de mRNA para TNF-α na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
dia 0 dia 7 dia 14
*
*
Expressão de mRNA TNF-
α
normalizada por
β
-actina
Fig.7. Análise quantitativa da expressão de TNF-α em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para TNF-α quantificado por RealTime-PCR.
Os resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de
β-actina.
39
Os níveis de IL-1β também apresentaram aumento no dia 7 quando
comparados aos níveis no dia 0 (P<0.001 para WT e MIP-1α KO e P<0.05 para
CCR2 KO). Não houve diferença entre o dia 7 e o dia 14. No dia 7 e no dia 14 os
animais CCR2 KO apresentaram níveis de IL-1 inferiores aos observados nos
animais WT (P<0.05 e P<0.01, respectivamente). Não houve diferença estatística
entre os animais MIP-1α e WT.
Esses resultados indicam que os animais MIP-1α apresentaram níveis de IL-
1β e TNF-α semelhantes aos níveis dos animais WT, enquanto os animais CCR2 KO
apresentaram níveis menores de IL-1β e maiores de TNF-α.
Expressão de mRNA para IL-1β na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
dia 0 dia 7 dia 14
*
*
Expressão de mRNA para IL-1
β
normalizada por
β
-actina
Fig.8. Análise quantitativa da expressão de IL-1b em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para IL-1β quantificado por RealTime-PCR. Os
resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de β-
actina.
40
Expressão de quimiocinas
Com o objetivo de identificar os estímulos de migração celular para a lesão
periapical, o próximo passo do estudo foi analisar a expressão das quimiocinas
MCP-1, MIP1-α, RANTES e KC. Os níveis de MCP-1 de todos os animais estudados
apresentaram um aumento significativo após a exposição pulpar (P<0.001 7 dias x 0
dias). Não houve diferença significativa entre o dia 7 e o dia 14. Também não foi
observada nenhuma diferença significativa entre os animais WT e MIP KO. Os
animais CCR2 KO apresentaram menor expressão de MCP-1 nos dias 7 e 14 em
relação aos animais WT (P<0.05).
Expressão de mRNA para MCP-1 na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
dia 0 dia 7 dia 14
*
*
Expressão de mRNA para MCP-1
normalizada por
β
-actina
Fig.9. Análise quantitativa da expressão de MCP-1 em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para MCP-1 quantificado por RealTime-PCR.
Os resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de
β-actina.
41
A expressão de MIP-1α foi avaliada também nos animais WT e CCR2. Como
as demais quimiocinas, os níveis de MIP-1α após a exposição pulpar foram
superiores aos níveis observados em animais controle (P<0.001). Não houve
alterações significativas entre os dias 7 e 14 e entre os animais CCR2 KO e WT. Os
animais MIP-1α KO, geneticamente deficientes, não apresentaram essa quimiocina.
Expressão de mRNA para MIP1-α na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
dia 0 dia 7 dia 14
Expressão de mRNA para MIP1-
α
normalizada por
β
-actina
Fig.10. Análise quantitativa da expressão de MIP-1α em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para MIP-1α quantificado por RealTime-PCR.
Os resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de
β-actina.
A cinética de expressão de RANTES (Fig. 11) apresentou o mesmo padrão
da expressão de MCP-1, a única diferença significativa observada foi a menor
expressão no dia 14 pelos animais CCR2 em relação aos animais WT (P<0.05).
42
Expressão de mRNA para RANTES na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
dia 0 dia 7 dia 14
*
Expressão de mRNA para RANTES
normalizada por
β
-actina
Fig.11. Análise quantitativa da expressão de RANTES em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para RANTES quantificado por RealTime-PCR.
Os resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de
β-actina.
Por fim, analisamos a cinética de expressão de KC. Como as demais
quimiocinas analisadas, ocorreu um aumento significativo (P<0.001) entre o dia 0 e o
dia 7. Os animais WT e MIP-1α KO não apresentaram diferenças entre o 7º e do 14º
dias. Os animais CCR2 KO apresentaram uma diminuição na expressão de KC entre
os mesmos períodos (P<0.05). Mesmo com essa diminuição, os animais CCR2 KO
apresentaram níveis mais elevados de KC que os animais WT nos dias 7 (P<0.01) e
14 (P<0.05). Não houve diferença significativa entre os níveis de KC dos animais WT
e MIP1-α.
43
Expressão de mRNA para KC na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0
1
2
3
4
5
6
7
8
dia 0 dia 7 dia 14
*
*
Expressão de mRNA para KC
normalizada por
β
-actina
Fig.12. Análise quantitativa da expressão de KC em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para KC quantificado por RealTime-PCR. Os
resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de β-
actina.
Esses resultados demonstram que os animais MIP-1α KO apresentaram um
padrão de expressão de quimiocinas semelhante ao dos animais WT, enquanto os
animais CCR2 KO apresentaram menor exempressão de quimiocinas da família CC
e nível mais elevado de KC.
44
Fig. 13. Corte histológico da região periapical. Animal WT, grupo 14 dias. Coloração HE, Aumento de
400x.
Fig. 14. Corte histológico da região periapical. Animal CCR2 KO, grupo 14 dias. Coloração HE.
Aumento de 400x.
45
Expressão de proteases
O próximo passo foi a análise da cinética de expressão de proteases
importantes na reabsorção óssea, MMP1 e Catepsina K.
Os animais WT apresentaram um aumento significativo na expressão de
Catepsina K do dia 0 ao dia 7 (P<0.001), e esse nível se manteve constante até o
dia 14. Os animais MIP-1α KO apresentaram um padrão semelhante, e não houve
diferença nos níveis de Catepsina K entre esses animais e os animais WT. Os
animais CCR2 KO apresentaram também um aumento significativo do dia 0 ao dia 7
(P<0.001) e uma tendência a diminuição no dia 14, sem significância estatística
(P>0.05). No dia 7, os animais CCR2 KO apresentaram uma expressão
significativamente maior em comparação aos animais WT (P<0.01).
Expressão de mRNA para Catepsina K na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
dia 0 dia 7 dia 14
*
Expressão de mRNA para Catepsina K
normalizada por
β
-actina
Fig.15. Análise quantitativa da expressão de Catepsina K em lesões periapicais. Lesões
periapicais experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e
inoculação de bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o
RNA total das amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para Catepsina K quantificado
por RealTime-PCR. Os resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo
normalizados pela expressão de β-actina.
46
A expressão de MMP1 apresentou um padrão semelhante. Não houve
diferença estatística entre a expressão de MMP1 pelos animais WT e MIP-1α KO, e
ambos apresentaram um aumento no dia 7 em relação ao dia 0, e então mantiveram
níveis estáveis. Os animais CCR2 KO apresentaram níveis elevados de MMP1 no
dia 7 (P<0.001 x WT), e esses níveis diminuíram no dia 14 (P<0.05 x 7d).
Esses resultados mostram que os animais CCR2 KO apresentaram níveis
mais elevados de proteinases que seus congêneres selvagens no dia 7.
Expressão de mRNA para MMP1 na lesão periapical
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
WT CCR2 MIP1-
α
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
dia 0 dia 7 dia 14
*
*
Expressão de mRNA para MMP1 normalizada por
β
-actina
Fig.16. Análise quantitativa da expressão de MMP1 em lesões periapicais. Lesões periapicais
experimentais foram induzidas em camundongos por meio de exposição pulpar e inoculação de
bactérias peridontopatogênicas. Os animais foram sacrificados nos tempos indicados, o RNA total das
amostras coletadas foi extraído, e os níveis de mRNA para MMP1 quantificado por RealTime-PCR.
Os resultados apresentados são os níveis de RNA da molécula alvo normalizados pela expressão de
β-actina.
47
DISCUSSÃO
As lesões periapicais osteolíticas são desencadeadas por processos
inflamatórios originados na polpa dental. Esses processos inflamatórios podem ter
origens diversas, como processos cariosos e iatrogenias [NAIR, PN, 1997]. As
condições enfrentadas pelo organismo ao realizar uma resposta inflamatória no
interior do elemento dental, como a pouca irrigação do tecido conjuntivo da polpa e o
fato deste estar confinado a uma cavidade inextensível no interior de um tecido
mineralizado, são adversas. Caso esse estímulo persista, a necrose do tecido pulpar
é um resultado freqüente. A infecção iniciada na câmara pulpar pode se disseminar
atingindo a região do ápice da raiz, provocando a migração de células
imunocompetentes e levando à reabsorção dos tecidos mineralizados dessa região
[STASHENKO, P et al., 1992; WANG, CY et al., 1991]. O objetivo deste trabalho é
investigar o envolvimento da quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2, aos quais tem
sido atribuído papel no processo de osteoclastogênese.
Os primeiros resultados indicaram que a lesão periapical começa a
apresentar um aumento significativo no 7º dia após a exposição pulpar, progredindo
até o 14º dia, mantendo-se então constante até o 21º dia (Fig.1). Os animais MIP-1α
KO apresentaram a mesma cinética de desenvolvimento da lesão periapical, e não
apresentaram diferenças quando comparados nos determinados períodos aos
animais selvagens. Os animais CCR2 KO, geneticamente deficientes para o principal
receptor da quimiocina MCP-1, apresentaram também uma cinética de
desenvolvimento semelhante no início da doença. Não houve diferença até o dia 3;
no dia 7 observou-se aumento da lesão, e esse aumento progrediu até o dia 14,
mantendo-se estável até o dia 21.
48
A literatura sugere que tanto a quimiocina MIP-1α [LEE, JE et al., 2007;
SCHEVEN, BA et al., 1999] quanto MCP-1 [KIM, MS et al., 2006a; KIM, MS et al.,
2006b] estimulam positivamente a diferenciação de osteoclastos in vitro. In vivo,
existem evidências da importância destas quimiocinas na destruição óssea causada
por mielomas, através da estimulação da osteoclastogênese [AGGARWAL, R et al.,
2006]. De fato, a reabsorção óssea observada em diferentes patologias está
diretamente relacionada à atividade de osteoclastos [TAKAYANAGI, H, 2005]. Estas
células especializadas têm a função de reabsorver o tecido mineralizado no
processo fisiológico da remodelação óssea, e o equilíbrio entre a atividade de
osteoclastos e osteoblastos tem papel importante em diversas doenças nas quais se
observam alterações ósseas. Um aumento na atividade de osteoclastos quebra o
equilíbrio em favor da reabsorção óssea, e resulta em um quadro de osteopenia,
como na osteoporose [TEITELBAUM, SL, 2000]. A situação inversa, uma redução na
atividade de reabsorção óssea, resulta em osteopetrose, como na rara doença
Picnodisostose, caracterizada pela deficiência de Catepsina K [RUSSELL, G et al.,
2001]. Considerando então que a ação direta das quimiocinas estudadas sobre os
osteoclastos gera um estímulo positivo para a sua diferenciação e atividade, poderia
ser esperado que a ausência destas moléculas de sinalização prejudicasse a
reabsorção óssea, culminado em lesões periapicais menos extensas, o que não foi
observado.
Entretanto, devemos considerar que estudos in vitro são bastante
controlados e não representam a complexidade dos sistemas vivos, e que
mediadores podem ter diferentes papéis em diferentes patologias. O papel da
quimiocina MCP-1 como estímulo positivo da osteoclastogênese foi descrito apenas
recentemente [KIM, MS et al., 2006a], enquanto seu importante papel como potente
49
quimioatraente de monócitos já foi identificado há quase duas décadas [LEONARD,
EJ et al., 1990]. Mais especificamente, foi descrita também a importância desta
quimiocina em estimular a quimiotaxia de células mononucleares em granulomas
[CONTI, P et al., 1999]. Logo, nosso próximo passo para elucidar o papel da
quimiocina MIP-1α e do receptor CCR2 em lesões periapicais foi avaliar o efeito
destes mediadores na diferenciação de osteoclastos.
Os animais WT apresentaram um número crescente de osteoclastos até o
dia 7; do dia 7 ao dia 21 o número de osteoclastos apresentou uma tendência a
diminuir, sem significância estatística. Os animais MIP-1α KO apresentaram um
padrão semelhante, com números de osteoclastos inferiores no 21, enquanto os
animais CCR2 KO apresentaram mais osteoclastos nos dias 14 e 21 (Fig.2).
Tanto o número de osteoclastos quanto as dimensões das lesões
apresentaram uma tendência a diminuição nos animais MIP1-α, um resultado
compatível. Entretanto, o resultado observado nos animais CCR2 KO é mais
intrigante: no caso de uma relação direta, seria esperado observar um aumento na
destruição óssea concomitante a um aumento no número de osteoclastos [TANAKA,
Y et al., 2005], fato que não foi inteiramente comprovado. O maior número de
osteoclastos pode ser correlacionado às maiores dimensões da lesão periapical
verificadas a partir do 14º dia, mas não com a expressiva diferença observada no 7º
dia, período no qual o número do osteoclastos não foi diferente.
Apesar da atividade pró-osteoclastogênica das quimiocinas MIP-1α e MCP-
1 in vitro [KIM, MS et al., 2006a; LEE, JE et al., 2007], frente aos dados
apresentados é plausível acreditar que a ausência destes fatores nos animais KO
não altera de forma marcante o desenvolvimento de osteoclastos, dada a
complexidade dos mecanismos reguladores da osteoclastogênese e o vasto número
50
de mediadores envolvidos neste processo [ASAGIRI, M et al., 2007; KATAGIRI, T et
al., 2002]. No complexo ambiente de um organismo vivo, o número de estímulos aos
quais uma célula está sujeita é muito maior do que em um experimento controlado
de cultura de células, e fatores de ação similar podem reduzir, ou até mesmo anular,
o impacto da remoção artificial de determinadas citocinas. Em conjunto, esses
resultados demonstram que o potencial osteolítico da lesão periapical não depende
somente do número de osteoclastos presentes na lesão, e sugerem também que
neste modelo a quimiocina MIP-1α não interfere significativamente na
osteoclastogênse, enquanto o receptor CCR2 modula negativamente diferenciação
destas células.
Os primeiros mediadores avaliados foram o fator osteoclastogênico RANKL
e seu receptor solúvel OPG. É importante observar que esses mediadores devem
ser avaliados conjuntamente para a obtenção de um resultado preciso, uma vez que
o equilíbrio entre eles é o fator determinante [GARLET, GP et al., 2004;
KOSTENUIK, PJ, 2005]. Esta situação é bem representada durante o processo de
remodelação óssea em movimentação ortodôntica: são formados dois
microambientes distintos, predominando reabsorção óssea em um deles, e formação
de novo tecido ósseo no outro. Em ambos ocorre aumento da expressão de RANKL,
e esta informação isolada poderia gerar conclusões imprecisas; no microambiente
de formação óssea, entretanto, ocorre um aumento ainda mais significativo na
expressão de OPG, de forma que o relação RANKL/OPG resultante acaba por
favorecer a aposição óssea [GARLET, TP et al., 2007].
Nossos resultados demonstraram que os animais MIP-1α KO apresentaram
níveis de RANKL e OPG semelhantes aos apresentados pelos animais WT nos
períodos analisados, de 7 e 14 dias (figura X). Esses dados são compatíveis com o
51
número de osteoclastos observado nestes períodos, também semelhante ao
apresentado pelos animais WT (figura X). Os animais CCR2 KO, entretanto,
apresentaram maior expressão de RANKL e menor expressão de OPG quando
comparados aos animais controle. Este resultado parece compatível com o aumento
no número de osteoclastos na lesão; com um aumento relativo da expressão de
RANKL seria esperado um aumento no número de osteoclastos [HADJIDAKIS, DJ et
al., 2006; WADA, T et al., 2006]. No período de 7 dias, contudo, não foi observado
aumento na quantidade de osteoclastos da lesão. Neste caso específico, devemos
considerar duas questões: o momento em que a expressão de RANKL começou a
apresentar diferenças entre os animais KO e WT, e a possibilidade de outros fatores
limitantes na diferenciação de osteoclastos interferirem, como o número de células
precursoras disponíveis.
Considerando-se que em experimentos in vitro a diferenciação de
osteoclastos é efetivamente observada após alguns dias depois da adição de todos
os fatores necessários ao meio [KIM, MS et al., 2006b], podemos sugerir que neste
caso o tempo decorrido após o início do estímulo ainda não foi suficiente para
permitir o processo de diferenciação das células. Os precursores são células da
linhagem monocítica dependem também de outros estímulos para deixar a medula
óssea e migrar até o sítio de reabsorção [BRUZZANITI, A et al., 2006]; se todos os
precursores disponíveis no sítio foram diferenciados e novas células não foram
recrutadas, será impossível aumentar o número de osteoclastos. Por outro lado, a
estimulação com RANKL não somente desencadeia a diferenciação celular, mas
também a ativação dos osteoclastos e sua atividade reabsortiva [TEITELBAUM, SL,
2000]. De fato, a diferenciação pode ser observada in vitro na ausência de RANKL,
mas a presença desta citocina se faz necessária para a ativação das células [KIM,
52
MS et al., 2006a]. Desta forma, podemos sugerir que a maior expressão relativa de
RANKL não somente contribui para o aumento quantitativo de osteoclastos na lesão,
mas também pode contribuir para uma maior ativação das células já diferenciadas
presentes neste sítio. Logo, uma maior atividade individual de cada osteoclasto
determinaria um maior resultado final, ou seja, maior destruição tecidual, sem a
necessidade de aumentar a quantidade de células.
A seguir buscamos analisar a expressão de outros fatores relacionados com
a reabsorção óssea, as citocinas IL-1β e TNF-α. A literatura suporta que estas
citocinas contribuem para a destruição óssea [GRAVES, DT et al., 2003], e a
natureza inflamatória da periodontite apical sugere sua participação nesse processo
[STASHENKO, P et al., 1992]. Nossos resultados mostram que ambas as citocinas
pró-inflamatórias estão presentes nas lesões dos animais WT, e que os animais
MIP-1α KO apresentam níveis semelhantes aos dos animais selvagens (Figs. 7 e 8).
Esse resultado sugere que a resposta inflamatória gerada pelos animais MIP-1α KO
é semelhante à resposta dos animais WT corroborando com dados já apresentados,
como as dimensões semelhantes da lesão (fig 1). Entretanto, os animais CCR2 KO
apresentaram diferenças significantes quando comparados aos animais controle,
tanto no dia 7 quanto no dia 14, exibindo maior expressão de TNF-α e menor
expressão de IL-1β. Após verificado o aumento nas dimensões das lesões nestes
animais, o aumento de TNF-α pode ser considerado um resultado esperado, uma
vez que o potencial destrutivo desta citocina foi relatado em diferentes situações,
como na doença periodontal [GRAVES, DT et al., 2003] e na artrite, levando à
concepção de terapias anti-TNF para o tratamento desta patologia [PALEOLOG, E,
2003]. Podemos, portanto, sugerir que aumento na expressão de TNF-α está
53
relacionado positivamente com o aumento na diferenciação e ativação de
osteoclastos, colaborando para a maior destruição óssea.
A redução na expressão de IL-1β verificada nas lesões dos animais CCR2
KO (Fig.8), contudo, pode ser considerada como um resultado inesperado. Da
mesma maneira que o TNF-α, a IL-1β é uma citocina constantemente relacionada a
destruição tecidual em diferentes patologias [GRAVES, DT et al., 2003; JACQUES,
C et al., 2006] e na regulação da gênese e ativação de osteoclastos [NAKAMURA, I
et al., 2006], logo uma diminuição na expressão desta citocina não seria esperada
em um quadro de agravamento da lesão, e uma relação direta de causa e efeito
entre estes eventos é pouco provável. Por outro lado, estudos in vivo demonstraram
que animais geneticamente deficientes para estas citocinas apresentavam lesões
osteolíticas induzidas por infecções multi-bacterianas maiores do que as lesões de
mesma natureza desenvolvidas por animais selvagens [CHEN, CP et al., 1999].
Estas evidências indicam que estas citocinas não são indispensáveis para a
osteólise decorrente de infecção bacteriana, apesar da grande importância para o
controle da infecção [CHEN, CP et al., 1999]. Desta forma, e cientes de que as
citocinas IL-1 e TNF-α apresentam papéis similares, freqüentemente sinérgicos, e
que podem até mesmo atuar via mecanismos intracelular similares [EDER, J, 1997],
podemos sugerir que a redução na expressão de IL-1β não foi capaz de atenuar a
destruição tecidual em virtude da exacerbação da expressão de TNF-α.
A seguir, analisamos outros fatores potencialmente envolvidos no processo
de reabsorção óssea da periodontite apical: quimiocinas da família CC, às quais vêm
se atribuindo papel na osteoclastogênese [YUAN, GH et al., 2001]. Foi avaliada a
expressão das quimiocinas MIP1-α, MCP-1 e RANTES.
54
Todas as quimiocinas da família CC analisadas (RANTES, MCP-1 e MIP1-
α) estavam presentes nas lesões dos animais WT, sendo a expressão nas lesões
bastante aumentada em relação ao grupo controle (Figs 9, 10 e 11). Entre os
animais MIP-1α KO e WT, não houve diferenças significativas na expressão de
MCP-1 e de RANTES (fig X e X). Considerando-se que o padrão de destruição
tecidual e osteoclastogênese destes animais foi similar, diferenças bastante
significativas na expressão de quimiocinas relacionadas a estes fatores seriam
pouco prováveis. Da mesma forma, a expressão destas quimiocinas parece estar
relacionada, ao menos parcialmente, à expressão de IL-1β e TNF-α [YUAN, GH et
al., 2001]. A expressão destas citocinas também foi semelhante em animais MIP-1α
KO e WT, possivelmente contribuindo também para a expressão similar das
quimiocinas.
Os animais CCR2 KO apresentaram níveis de MIP-1α semelhantes aos
apresentados pelos animais WT (Fig 10). Os níveis de MCP-1 apresentados pelos
animais CCR2 KO nos dias 7 e 14 foram inferiores aos apresentados pelos animais
WT. Todavia, é importante lembrar que a quimiocina MCP-1 atua via receptor CCR2
[OLSON, TS et al., 2002], logo é pouco provável que essa variação na expressão da
quimiocina tenha algum valor biológico para o animal geneticamente modificado. A
expressão da quimiocina RANTES também foi significativamente reduzida no animal
CCR2 KO ao 14º dia após a inoculação bacteriana, quando comparado ao animal
selvagem; os níveis desta citocina foram semelhantes nas duas linhagens ao 7º dia
(Fig 11). Observando que o aumento na expressão relativa de RANKL a partir do 7º
dia não resultou em um maior número de osteoclastos neste período, sugerimos que
a migração de mais células precursoras seria necessária para a formação de mais
osteoclastos. O aumento no número de osteoclastos na lesão destes animais a partir
55
do 14º dia poderia então indicar que esta migração ocorreu. Entretanto, não foi
constatado aumento na expressão das quimiocinas CC, potencialmente envolvidas
na migração de células da linhagem monocítica, precursoras de osteoclastos. De
fato, a ausência dos receptores CCR2 até o momento não parece prejudicar a
osteoclastogênese.
É importante considerarmos que existem outras quimiocinas que poderiam
mediar a migração de precursores de osteoclastos [XING, L et al., 2005], talvez
sendo o SDF-1 a mais importante delas [YU, X et al., 2003]. Um aumento após o 7º
dia na expressão destas quimiocinas, combinado à maior expressão de RANKL e à
menor expressão de OPG observados nos animais CCR2 KO, poderia explicar
satisfatoriamente o aumento no número de osteoclastos diferenciados nas lesões
periapicais destes animais. Caso essa modulação na migração de células
precursoras não ocorra na realidade, outra hipótese pode ser levantada, relacionada
com o tempo de viabilidade destas células. Podemos sugerir que a alta expressão
de RANKL seja importante não somente para a diferenciação e atividade de
osteoclastos, mas também para sua viabilidade. Desta forma, ampliando a sobrevida
das células maduras, um número maior delas seria atingido após um determinado
período de tempo; sendo o número de precursores semelhante para ambas as
linhagens animais estudadas, em um primeiro momento no qual os osteoclastos dos
animais WT sofrem apoptose e são conseqüentemente substituídos por novas
células, o possível aumento na sobrevida destas células permite que estes
osteclastos coexistam com aqueles que os substituiriam.
Além da participação sugerida na osteoclastogênese, as quimiocinas MCP-1
e MIP-1α têm um importante papel como quimioatraentes de macrófagos, função já
consagrada na literatura [CONTI, P et al., 1999]. Tratando-se de uma lesão
56
desencadeada por múltiplas espécies de bactérias, o papel das quimiocinas CC no
controle da infecção pode ser mais importante que sua atuação direta sobre
osteoclastos e precursores [WANG, CY et al., 1993a]. Desta forma, nossos
resultados sugerem que o recrutamento de macrófagos via MCP-1 Æ CCR2, mas
não via MIP-1α Æ CCR1/CCR5, é importante no controle da infecção periapical e na
proteção do hospedeiro. A literatura relata resultados semelhantes, enfatizando a
importância dos macrófagos no controle da infecção odontogênica [RAHIMI, P et al.,
1995], e, apesar de dificuldades em quantificar precisamente as células encontradas
na lesão, o exame histológico sugere que o número de mononucleares é
relativamente menor nos animais CCR2 (Figs 13 e 14).
Seguindo esta hipótese, analisamos também a expressão da quimiocina
KC, importante na migração de neutrófilos polimorfonucleares [KOBAYASHI, Y,
2006]. A expressão desta quimiocina foi bastante acentuada nos animais CCR2 KO
quando comparada aos animais WT, enquanto não foi observada alteração nos
animais MIP-1α KO (figura 12). Corroborando este dado, a observação histológica
das lesões sugere que o número de neutrófilos é muito superior nos animais CCR2
KO, quando comparados aos animais selvagens (Figs 13 e 14).
O maior número de neutrófilos na lesão osteolítica pode ser mais um fator
no agravamento da lesão tecidual; estas células são relacionadas com destruição
tecidual há décadas [WEISS, SJ, 1989]. Neutrófilos secretam diversos produtos
destrutivos, como espécies reativas de oxigênio e metaloproteinases, e sabe-se que
essas células estão envolvidas em doenças auto-imunes e são responsáveis por
destruição tecidual [NATHAN, C, 2006]. Os próprios neutrófilos apresentam
mecanismos para controlar a destruição desencadeada por seus produtos, entre os
quais podemos citar a liberação de sinais bioquímicos para recrutamentar e
57
programar macrófagos a parar a destruição e orquestrar o reparo [NATHAN, C,
2006]. Considerando esta hipótese podemos também suportar a hipótese de que a
menor migração de macrófagos foi importante para a maior destruição tecidual, uma
vez que macrófagos liberam produtos como SLPI (inibidor de proteases secretadas
por leucócitos) e PEPI (Pró-epitelina) capazes de bloquear a liberação de proteases
e espécies reativas de oxigênio por neutrófilos [NATHAN, C, 2006]. Neste caso
teríamos o seguinte ciclo: a menor migração de macrófagos leva a um prejuízo no
controle da infecção; o maior número de bactérias resulta em maior estímulo para
resposta do organismo; com reduzida capacidade de migração de macrófagos, as
células predominantes na resposta são os neutrófilos, que não possuem a mesma
capacidade de conter essa infecção e também contribuem para a destruição
tecidual. O aumento na expressão de MMP1, considerado a seguir, corrobora o
envolvimento de neutrófilos na destruição periapical.
Por fim, avaliamos a expressão de duas proteases importantes na
reabsorção óssea, MMP1 e catepsina K [EVERTS, V et al., 2006]. Os níveis de
catepsina K apresentados pelos animais MIP-1α KO não apresentaram diferenças
estatísticas em relação aos animais WT (Fig 15). Os níveis de MMP1 nestes animais
também não apresentaram diferenças estatísticas quando comparados aos animais
selvagens (Fig 16). Essa protease é produzida por osteoclastos [EVERTS, V et al.,
2006] e outros tipos celulares, incluindo neutrófilos [WEISS, SJ, 1989].
Os animais CCR2 KO, como esperado, apresentaram níveis mais elevados
de ambas as proteases no dia 7, e tendência a aumento também no dia 14 (Figs 15
e 16). O aumento de catepsina K pode ser relacionado com o aumento da expressão
relativa de RANKL, que apesar de não aumentar o número de osteoclastos neste
período, parece ter contribuído para o aumento da atividade das células já
58
diferenciadas. Desta forma, o aumento dos níveis de catepsina K desencadeado
pela maior expressão de RANKL foi importante no aumento da lesão observada
nestes animais. Da mesma forma, os níveis de MMP1 também podem representar,
ao menos parcialmente, aumento da atividade de osteoclastos [GARLET, GP et al.,
2004]; contudo, a produção desta protease não é exclusiva de osteoclastos. Assim,
podemos sugerir que o elevado número de neutrófilos no sítio, recrutados com o
auxílio do aumento dos níveis de KC, contribuiu positivamente para a destruição
tecidual, através da produção de MMP1. Por si só, neutrófilos não são capazes de
promover a reabsorção óssea, mas estes dados sugerem que estas células podem
colaborar com osteoclastos, facilitando e acelerando a reabsorção do tecido
mineralizado. Entretanto, novos estudos são necessários para elucidar essa possível
colaboração.
59
CONCLUSÃO
Baseando-se nos resultados obtidos, podemos concluir que a quimiocina
MCP-1 é importante na proteção do hospedeiro frente à destruição tecidual causada
por lesões periapicais, e que a ausência desta quimiocina não prejudica a
osteoclastogênese. Concluímos também que a quimiocina MIP-1α não apresenta a
mesma importância na proteção do hospedeiro, e que sua ausência pode ser mais
significante para a diferenciação de osteoclastos.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGGARWAL, R; GHOBRIAL, IM & ROODMAN, GD. Chemokines in multiple
myeloma. Experimental hematology, 34, 1289-1295, 2006.
ALLISTON, T & DERYNCK, R. Medicine: interfering with bone remodelling. Nature,
416, 686-687, 2002.
ASAGIRI, M & TAKAYANAGI, H. The molecular understanding of osteoclast
differentiation. Bone, 40, 251-264, 2007.
BAKER, AH; EDWARDS, DR & MURPHY, G. Metalloproteinase inhibitors: biological
actions and therapeutic opportunities. Journal of cell science, 115, 3719-3727,
2002.
BAKER, PJ; DIXON, M; EVANS, RT; DUFOUR, L; JOHNSON, E & ROOPENIAN,
DC. CD4(+) T cells and the proinflammatory cytokines gamma interferon and
interleukin-6 contribute to alveolar bone loss in mice. Infection and immunity, 67,
2804-2809, 1999.
BALTO, K; SASAKI, H & STASHENKO, P. Interleukin-6 deficiency increases
inflammatory bone destruction. Infection and immunity, 69, 744-750, 2001.
BAUD'HUIN, M; LAMOUREUX, F; DUPLOMB, L; REDINI, F & HEYMANN, D.
RANKL, RANK, osteoprotegerin: key partners of osteoimmunology and vascular
diseases. Cell Mol Life Sci, 64, 2334-2350, 2007.
BORING, L; GOSLING, J; CHENSUE, SW; KUNKEL, SL; FARESE, RV, JR.;
BROXMEYER, HE & CHARO, IF. Impaired monocyte migration and reduced type 1
(Th1) cytokine responses in C-C chemokine receptor 2 knockout mice. The Journal
of clinical investigation, 100, 2552-2561, 1997.
61
BROWN, CR; BLAHO, VA & LOIACONO, CM. Susceptibility to experimental Lyme
arthritis correlates with KC and monocyte chemoattractant protein-1 production in
joints and requires neutrophil recruitment via CXCR2. J Immunol, 171, 893-901,
2003.
BRUHL, H; VIELHAUER, V; WEISS, M; MACK, M; SCHLONDORFF, D &
SEGERER, S. Expression of DARC, CXCR3 and CCR5 in giant cell arteritis.
Rheumatology (Oxford, England), 44, 309-313, 2005.
BRUZZANITI, A & BARON, R. Molecular regulation of osteoclast activity. Reviews in
endocrine & metabolic disorders, 7, 123-139, 2006.
CHAE, P; IM, M; GIBSON, F; JIANG, Y & GRAVES, DT. Mice lacking monocyte
chemoattractant protein 1 have enhanced susceptibility to an interstitial polymicrobial
infection due to impaired monocyte recruitment. Infection and immunity, 70, 3164-
3169, 2002.
CHEN, CP; HERTZBERG, M; JIANG, Y & GRAVES, DT. Interleukin-1 and tumor
necrosis factor receptor signaling is not required for bacteria-induced
osteoclastogenesis and bone loss but is essential for protecting the host from a
mixed anaerobic infection. The American journal of pathology, 155, 2145-2152,
1999.
CONTI, P; BARBACANE, RC & REALE, M. Chemokines in inflammatory states.
Allergy Asthma Proc, 20, 205-208, 1999.
CUMANO, A & GODIN, I. Ontogeny of the hematopoietic system. Annual review of
immunology, 25, 745-785, 2007.
DELAISSE, JM; ANDERSEN, TL; ENGSIG, MT; HENRIKSEN, K; TROEN, T &
BLAVIER, L. Matrix metalloproteinases (MMP) and cathepsin K contribute differently
to osteoclastic activities. Microscopy research and technique, 61, 504-513, 2003.
62
EDER, J. Tumour necrosis factor alpha and interleukin 1 signalling: do MAPKK
kinases connect it all? Trends in pharmacological sciences, 18, 319-322, 1997.
EVERTS, V; KORPER, W; HOEBEN, KA; JANSEN, ID; BROMME, D; CLEUTJENS,
KB; HEENEMAN, S; PETERS, C; REINHECKEL, T; SAFTIG, P & BEERTSEN, W.
Osteoclastic bone degradation and the role of different cysteine proteinases and
matrix metalloproteinases: differences between calvaria and long bone. J Bone
Miner Res, 21, 1399-1408, 2006.
GAMONAL, J; ACEVEDO, A; BASCONES, A; JORGE, O & SILVA, A.
Characterization of cellular infiltrate, detection of chemokine receptor CCR5 and
interleukin-8 and RANTES chemokines in adult periodontitis. Journal of periodontal
research, 36, 194-203, 2001.
GAMONAL, J; BASCONES, A; JORGE, O & SILVA, A. Chemokine RANTES in
gingival crevicular fluid of adult patients with periodontitis. Journal of clinical
periodontology, 27, 675-681, 2000.
GAO, Y; GRASSI, F; RYAN, MR; TERAUCHI, M; PAGE, K; YANG, X; WEITZMANN,
MN & PACIFICI, R. IFN-gamma stimulates osteoclast formation and bone loss in vivo
via antigen-driven T cell activation. The Journal of clinical investigation, 117, 122-
132, 2007.
GARLET, GP; MARTINS, W, JR.; FERREIRA, BR; MILANEZI, CM & SILVA, JS.
Patterns of chemokines and chemokine receptors expression in different forms of
human periodontal disease. Journal of periodontal research, 38, 210-217, 2003.
GARLET, GP; MARTINS, W, JR.; FONSECA, BA; FERREIRA, BR & SILVA, JS.
Matrix metalloproteinases, their physiological inhibitors and osteoclast factors are
differentially regulated by the cytokine profile in human periodontal disease. Journal
of clinical periodontology, 31, 671-679, 2004.
63
GARLET, TP. Differential expression of osteoblast and osteoclast chemmoatractants
compression and tension sides during orthodontic movement. submetido para
publicação, 2007.
GARLET, TP; COELHO, U; SILVA, JS & GARLET, GP. Cytokine expression pattern
in compression and tension sides of the periodontal ligament during orthodontic tooth
movement in humans. European journal of oral sciences, 115, 355-362, 2007.
GEMMELL, E; CARTER, CL & SEYMOUR, GJ. Chemokines in human periodontal
disease tissues. Clinical and experimental immunology, 125, 134-141, 2001.
GEOFFROY, V; MARTY-MORIEUX, C; LE GOUPIL, N; CLEMENT-LACROIX, P;
TERRAZ, C; FRAIN, M; ROUX, S; ROSSERT, J & DE VERNEJOUL, MC. In vivo
inhibition of osteoblastic metalloproteinases leads to increased trabecular bone
mass. J Bone Miner Res, 19, 811-822, 2004.
GOTO, T; YAMAZA, T & TANAKA, T. Cathepsins in the osteoclast. Journal of
electron microscopy, 52, 551-558, 2003.
GRAVES, DT & COCHRAN, D. The contribution of interleukin-1 and tumor necrosis
factor to periodontal tissue destruction. Journal of periodontology, 74, 391-401,
2003.
GU, L; TSENG, S; HORNER, RM; TAM, C; LODA, M & ROLLINS, BJ. Control of TH2
polarization by the chemokine monocyte chemoattractant protein-1. Nature, 404,
407-411, 2000.
HADJIDAKIS, DJ & ANDROULAKIS, II. Bone remodeling. Annals of the New York
Academy of Sciences, 1092, 385-396, 2006.
HUANG, GT; DO, M; WINGARD, M; PARK, JS & CHUGAL, N. Effect of interleukin-6
deficiency on the formation of periapical lesions after pulp exposure in mice. Oral
surgery, oral medicine, oral pathology, oral radiology, and endodontics, 92, 83-
88, 2001.
64
IZIKSON, L; KLEIN, RS; CHARO, IF; WEINER, HL & LUSTER, AD. Resistance to
experimental autoimmune encephalomyelitis in mice lacking the CC chemokine
receptor (CCR)2. The Journal of experimental medicine, 192, 1075-1080, 2000.
JACQUES, C; GOSSET, M; BERENBAUM, F & GABAY, C. The role of IL-1 and IL-
1Ra in joint inflammation and cartilage degradation. Vitamins and hormones, 74,
371-403, 2006.
JOTWANI, R; MUTHUKURU, M & CUTLER, CW. Increase in HIV receptors/co-
receptors/alpha-defensins in inflamed human gingiva. Journal of dental research,
83, 371-377, 2004.
KABASHIMA, H; YONEDA, M; NAGATA, K; HIROFUJI, T; ISHIHARA, Y;
YAMASHITA, M & MAEDA, K. The presence of chemokine receptor (CCR5, CXCR3,
CCR3)-positive cells and chemokine (MCP1, MIP-1alpha, MIP-1beta, IP-10)-positive
cells in human periapical granulomas. Cytokine, 16, 62-66, 2001.
KAMOLMATYAKUL, S; CHEN, W & LI, YP. Interferon-gamma down-regulates gene
expression of cathepsin K in osteoclasts and inhibits osteoclast formation. Journal of
dental research, 80, 351-355, 2001.
KATAGIRI, T & TAKAHASHI, N. Regulatory mechanisms of osteoblast and
osteoclast differentiation. Oral diseases, 8, 147-159, 2002.
KAWASHIMA, N; OKIJI, T; KOSAKA, T & SUDA, H. Kinetics of macrophages and
lymphoid cells during the development of experimentally induced periapical lesions in
rat molars: a quantitative immunohistochemical study. Journal of endodontics, 22,
311-316, 1996.
KAWASHIMA, N & STASHENKO, P. Expression of bone-resorptive and regulatory
cytokines in murine periapical inflammation. Archives of oral biology, 44, 55-66,
1999.
65
KIM, MS; DAY, CJ; SELINGER, CI; MAGNO, CL; STEPHENS, SR & MORRISON,
NA. MCP-1-induced human osteoclast-like cells are tartrate-resistant acid
phosphatase, NFATc1, and calcitonin receptor-positive but require receptor activator
of NFkappaB ligand for bone resorption. The Journal of biological chemistry, 281,
1274-1285, 2006a.
KIM, MS; MAGNO, CL; DAY, CJ & MORRISON, NA. Induction of chemokines and
chemokine receptors CCR2b and CCR4 in authentic human osteoclasts
differentiated with RANKL and osteoclast like cells differentiated by MCP-1 and
RANTES. Journal of cellular biochemistry, 97, 512-518, 2006b.
KOBAYASHI, Y. Neutrophil infiltration and chemokines. Critical reviews in
immunology, 26, 307-316, 2006.
KOSTENUIK, PJ. Osteoprotegerin and RANKL regulate bone resorption, density,
geometry and strength. Current opinion in pharmacology, 5, 618-625, 2005.
KURIHARA, T; WARR, G; LOY, J & BRAVO, R. Defects in macrophage recruitment
and host defense in mice lacking the CCR2 chemokine receptor. The Journal of
experimental medicine, 186, 1757-1762, 1997.
LACEY, DL; TIMMS, E; TAN, HL; KELLEY, MJ; DUNSTAN, CR; BURGESS, T;
ELLIOTT, R; COLOMBERO, A; ELLIOTT, G; SCULLY, S; HSU, H; SULLIVAN, J;
HAWKINS, N; DAVY, E; CAPPARELLI, C; ELI, A; QIAN, YX; KAUFMAN, S;
SAROSI, I; SHALHOUB, V; SENALDI, G; GUO, J; DELANEY, J & BOYLE, WJ.
Osteoprotegerin ligand is a cytokine that regulates osteoclast differentiation and
activation. Cell, 93, 165-176, 1998.
LEE, JE; SHIN, HH; LEE, EA; VAN PHAN, T & CHOI, HS. Stimulation of
osteoclastogenesis by enhanced levels of MIP-1alpha in BALB/c mice in vitro.
Experimental hematology, 35, 1100-1108, 2007.
LEONARD, EJ & YOSHIMURA, T. Human monocyte chemoattractant protein-1
(MCP-1). Immunology today, 11, 97-101, 1990.
66
LINDELL, DM; STANDIFORD, TJ; MANCUSO, P; LESHEN, ZJ & HUFFNAGLE, GB.
Macrophage inflammatory protein 1alpha/CCL3 is required for clearance of an acute
Klebsiella pneumoniae pulmonary infection. Infection and immunity, 69, 6364-6369,
2001.
LIU, D; YAO, S & WISE, GE. Effect of interleukin-10 on gene expression of
osteoclastogenic regulatory molecules in the rat dental follicle. European journal of
oral sciences, 114, 42-49, 2006.
LU, B; RUTLEDGE, BJ; GU, L; FIORILLO, J; LUKACS, NW; KUNKEL, SL; NORTH,
R; GERARD, C & ROLLINS, BJ. Abnormalities in monocyte recruitment and cytokine
expression in monocyte chemoattractant protein 1-deficient mice. The Journal of
experimental medicine, 187, 601-608, 1998.
LUSTER, MI. Inflammation, tumor necrosis factor, and toxicology. Environmental
health perspectives, 106, A418-419, 1998.
LUTHER, SA & CYSTER, JG. Chemokines as regulators of T cell differentiation.
Nature immunology, 2, 102-107, 2001.
MANOLAGAS, SC. Role of cytokines in bone resorption. Bone, 17, 63S-67S, 1995.
MANTOVANI, A. The chemokine system: redundancy for robust outputs.
Immunology today, 20, 254-257, 1999.
MARTON, IJ; ROT, A; SCHWARZINGER, E; SZAKALL, S; RADICS, T; VALYI-
NAGY, I & KISS, C. Differential in situ distribution of interleukin-8, monocyte
chemoattractant protein-1 and Rantes in human chronic periapical granuloma. Oral
microbiology and immunology, 15, 63-65, 2000.
MAURER, M & VON STEBUT, E. Macrophage inflammatory protein-1. The
international journal of biochemistry & cell biology, 36, 1882-1886, 2004.
67
MERMUT, S; BENGI, AO; AKIN, E; KURKCU, M & KARACAY, S. Effects of
interferon-gamma on bone remodeling during experimental tooth movement. The
Angle orthodontist, 77, 135-141, 2007.
MOHAMED, SG; SUGIYAMA, E; SHINODA, K; TAKI, H; HOUNOKI, H; ABDEL-AZIZ,
HO; MARUYAMA, M; KOBAYASHI, M; OGAWA, H & MIYAHARA, T. Interleukin-10
inhibits RANKL-mediated expression of NFATc1 in part via suppression of c-Fos and
c-Jun in RAW264.7 cells and mouse bone marrow cells. Bone, 41, 592-602, 2007.
MURPHY, G & LEE, MH. What are the roles of metalloproteinases in cartilage and
bone damage? Annals of the rheumatic diseases, 64 Suppl 4, iv44-47, 2005.
NAIR, PN. Apical periodontitis: a dynamic encounter between root canal infection and
host response. Periodontology 2000, 13, 121-148, 1997.
NAKAMURA, I & JIMI, E. Regulation of osteoclast differentiation and function by
interleukin-1. Vitamins and hormones, 74, 357-370, 2006.
NATHAN, C. Neutrophils and immunity: challenges and opportunities. Nature
reviews, 6, 173-182, 2006.
NIJWEIDE, PJ; BURGER, EH & FEYEN, JH. Cells of bone: proliferation,
differentiation, and hormonal regulation. Physiological reviews, 66, 855-886, 1986.
OBA, Y; LEE, JW; EHRLICH, LA; CHUNG, HY; JELINEK, DF; CALLANDER, NS;
HORUK, R; CHOI, SJ & ROODMAN, GD. MIP-1alpha utilizes both CCR1 and CCR5
to induce osteoclast formation and increase adhesion of myeloma cells to marrow
stromal cells. Experimental hematology, 33, 272-278, 2005.
OLSON, TS & LEY, K. Chemokines and chemokine receptors in leukocyte trafficking.
American journal of physiology, 283, R7-28, 2002.
PALEOLOG, E. The therapeutic potential of TNF-alpha blockade in rheumatoid
arthritis. Expert opinion on investigational drugs, 12, 1087-1095, 2003.
68
PRABHU, A; MICHALOWICZ, BS & MATHUR, A. Detection of local and systemic
cytokines in adult periodontitis. Journal of periodontology, 67, 515-522, 1996.
PROOST, P; WUYTS, A & VAN DAMME, J. The role of chemokines in inflammation.
International journal of clinical & laboratory research, 26, 211-223, 1996.
PROUDFOOT, AE; POWER, CA; ROMMEL, C & WELLS, TN. Strategies for
chemokine antagonists as therapeutics. Seminars in immunology, 15, 57-65, 2003.
RAHIMI, P; WANG, CY; STASHENKO, P; LEE, SK; LORENZO, JA & GRAVES, DT.
Monocyte chemoattractant protein-1 expression and monocyte recruitment in
osseous inflammation in the mouse. Endocrinology, 136, 2752-2759, 1995.
ROBINSON, SC; SCOTT, KA & BALKWILL, FR. Chemokine stimulation of monocyte
matrix metalloproteinase-9 requires endogenous TNF-alpha. European journal of
immunology, 32, 404-412, 2002.
ROODMAN, GD. Osteoclast differentiation. Crit Rev Oral Biol Med, 2, 389-409,
1991.
ROODMAN, GD & CHOI, SJ. MIP-1 alpha and myeloma bone disease. Cancer
treatment and research, 118, 83-100, 2004.
ROSSI, D & ZLOTNIK, A. The biology of chemokines and their receptors. Annual
review of immunology, 18, 217-242, 2000.
RUSSELL, G; MUELLER, G; SHIPMAN, C & CROUCHER, P. Clinical disorders of
bone resorption. Novartis Foundation symposium, 232, 251-267; discussion 267-
271, 2001.
SAFAVI, KE & ROSSOMANDO, EF. Tumor necrosis factor identified in periapical
tissue exudates of teeth with apical periodontitis. Journal of endodontics, 17, 12-
14, 1991.
69
SASAKI, H; HOU, L; BELANI, A; WANG, CY; UCHIYAMA, T; MULLER, R &
STASHENKO, P. IL-10, but not IL-4, suppresses infection-stimulated bone resorption
in vivo. J Immunol, 165, 3626-3630, 2000.
SATO, N; KUZIEL, WA; MELBY, PC; REDDICK, RL; KOSTECKI, V; ZHAO, W;
MAEDA, N; AHUJA, SK & AHUJA, SS. Defects in the generation of IFN-gamma are
overcome to control infection with Leishmania donovani in CC chemokine receptor
(CCR) 5-, macrophage inflammatory protein-1 alpha-, or CCR2-deficient mice. J
Immunol, 163, 5519-5525, 1999.
SCHEVEN, BA; MILNE, JS; HUNTER, I & ROBINS, SP. Macrophage-inflammatory
protein-1alpha regulates preosteoclast differentiation in vitro. Biochemical and
biophysical research communications, 254, 773-778, 1999.
SHIMAUCHI, H; TAKAYAMA, S; NARIKAWA-KIJI, M; SHIMABUKURO, Y & OKADA,
H. Production of interleukin-8 and nitric oxide in human periapical lesions. Journal of
endodontics, 27, 749-752, 2001.
SILVA, TA; GARLET, GP; FUKADA, SY; SILVA, JS & CUNHA, FQ. Chemokines in
oral inflammatory diseases: apical periodontitis and periodontal disease. Journal of
dental research, 86, 306-319, 2007.
SILVA, TA; GARLET, GP; LARA, VS; MARTINS, W, JR.; SILVA, JS & CUNHA, FQ.
Differential expression of chemokines and chemokine receptors in inflammatory
periapical diseases. Oral microbiology and immunology, 20, 310-316, 2005.
SIQUEIRA, JF, JR. Endodontic infections: concepts, paradigms, and perspectives.
Oral surgery, oral medicine, oral pathology, oral radiology, and endodontics,
94, 281-293, 2002.
STASHENKO, P; TELES, R & D'SOUZA, R. Periapical inflammatory responses and
their modulation. Crit Rev Oral Biol Med, 9, 498-521, 1998.
70
STASHENKO, P; YU, SM & WANG, CY. Kinetics of immune cell and bone resorptive
responses to endodontic infections. Journal of endodontics, 18, 422-426, 1992.
SUZUKI, T; KUMAMOTO, H; OOYA, K & MOTEGI, K. Expression of inducible nitric
oxide synthase and heat shock proteins in periapical inflammatory lesions. J Oral
Pathol Med, 31, 488-493, 2002.
TAKAHASHI, K. Microbiological, pathological, inflammatory, immunological and
molecular biological aspects of periradicular disease. International endodontic
journal, 31, 311-325, 1998.
TAKAYANAGI, H. Inflammatory bone destruction and osteoimmunology. Journal of
periodontal research, 40, 287-293, 2005.
TAKAYANAGI, H. Osteoimmunology: shared mechanisms and crosstalk between the
immune and bone systems. Nature reviews, 7, 292-304, 2007.
TANAKA, Y; NAKAYAMADA, S & OKADA, Y. Osteoblasts and osteoclasts in bone
remodeling and inflammation. Current drug targets, 4, 325-328, 2005.
TEITELBAUM, SL. Bone resorption by osteoclasts. Science (New York, N.Y, 289,
1504-1508, 2000.
TEIXEIRA, MM; GAZZINELLI, RT & SILVA, JS. Chemokines, inflammation and
Trypanosoma cruzi infection. Trends in parasitology, 18, 262-265, 2002.
TONETTI, MS; IMBODEN, MA; GERBER, L; LANG, NP; LAISSUE, J & MUELLER,
C. Localized expression of mRNA for phagocyte-specific chemotactic cytokines in
human periodontal infections. Infection and immunity, 62, 4005-4014, 1994.
TROEN, BR. The role of cathepsin K in normal bone resorption. Drug news &
perspectives, 17, 19-28, 2004.
71
WADA, T; NAKASHIMA, T; HIROSHI, N & PENNINGER, JM. RANKL-RANK
signaling in osteoclastogenesis and bone disease. Trends in molecular medicine,
12, 17-25, 2006.
WANG, CR & LIU, MF. Regulation of CCR5 expression and MIP-1alpha production in
CD4+ T cells from patients with rheumatoid arthritis. Clinical and experimental
immunology, 132, 371-378, 2003.
WANG, CY & STASHENKO, P. Characterization of bone-resorbing activity in human
periapical lesions. Journal of endodontics, 19, 107-111, 1993a.
WANG, CY & STASHENKO, P. Kinetics of bone-resorbing activity in developing
periapical lesions. Journal of dental research, 70, 1362-1366, 1991.
WANG, CY & STASHENKO, P. The role of interleukin-1 alpha in the pathogenesis of
periapical bone destruction in a rat model system. Oral microbiology and
immunology, 8, 50-56, 1993b.
WEDDERBURN, LR; ROBINSON, N; PATEL, A; VARSANI, H & WOO, P. Selective
recruitment of polarized T cells expressing CCR5 and CXCR3 to the inflamed joints of
children with juvenile idiopathic arthritis. Arthritis and rheumatism, 43, 765-774, 2000.
WEISS, SJ. Tissue destruction by neutrophils. The New England journal of
medicine, 320, 365-376, 1989.
WILLIAMS, RO. Pathogenesis and therapy of rheumatoid arthritis. Ernst Schering
Foundation symposium proceedings, 1, 107-130, 2006.
WITTRANT, Y; THEOLEYRE, S; COUILLAUD, S; DUNSTAN, C; HEYMANN, D &
REDINI, F. Regulation of osteoclast protease expression by RANKL. Biochemical
and biophysical research communications, 310, 774-778, 2003.
WRIGHT, LM; MALONEY, W; YU, X; KINDLE, L; COLLIN-OSDOBY, P & OSDOBY,
P. Stromal cell-derived factor-1 binding to its chemokine receptor CXCR4 on
precursor cells promotes the chemotactic recruitment, development and survival of
human osteoclasts. Bone, 36, 840-853, 2005.
72
XING, L; SCHWARZ, EM & BOYCE, BF. Osteoclast precursors, RANKL/RANK, and
immunology. Immunological reviews, 208, 19-29, 2005.
YAMASAKI, M; KUMAZAWA, M; KOHSAKA, T & NAKAMURA, H. Effect of
methotrexate-induced neutropenia on rat periapical lesion. Oral surgery, oral
medicine, and oral pathology, 77, 655-661, 1994.
YANG, YF; MUKAI, T; GAO, P; YAMAGUCHI, N; ONO, S; IWAKI, H; OBIKA, S;
IMANISHI, T; TSUJIMURA, T; HAMAOKA, T & FUJIWARA, H. A non-peptide CCR5
antagonist inhibits collagen-induced arthritis by modulating T cell migration without
affecting anti-collagen T cell responses. European journal of immunology, 32,
2124-2132, 2002.
YASUDA, H; SHIMA, N; NAKAGAWA, N; YAMAGUCHI, K; KINOSAKI, M;
MOCHIZUKI, S; TOMOYASU, A; YANO, K; GOTO, M; MURAKAMI, A; TSUDA, E;
MORINAGA, T; HIGASHIO, K; UDAGAWA, N; TAKAHASHI, N & SUDA, T.
Osteoclast differentiation factor is a ligand for osteoprotegerin/osteoclastogenesis-
inhibitory factor and is identical to TRANCE/RANKL. Proceedings of the National
Academy of Sciences of the United States of America, 95, 3597-3602, 1998.
YU, X; HUANG, Y; COLLIN-OSDOBY, P & OSDOBY, P. CCR1 chemokines promote
the chemotactic recruitment, RANKL development, and motility of osteoclasts and
are induced by inflammatory cytokines in osteoblasts. J Bone Miner Res, 19, 2065-
2077, 2004.
YU, X; HUANG, Y; COLLIN-OSDOBY, P & OSDOBY, P. Stromal cell-derived factor-1
(SDF-1) recruits osteoclast precursors by inducing chemotaxis, matrix
metalloproteinase-9 (MMP-9) activity, and collagen transmigration. J Bone Miner
Res, 18, 1404-1418, 2003.
YUAN, GH; MASUKO-HONGO, K; SAKATA, M; TSURUHA, J; ONUMA, H;
NAKAMURA, H; AOKI, H; KATO, T & NISHIOKA, K. The role of C-C chemokines and
their receptors in osteoarthritis. Arthritis and rheumatism, 44, 1056-1070, 2001.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo