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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
POS-GRADUAÇÃO EM FISIOPATOLOGIA CLÍNICA E
EXPERIMENTAL - CLINEX
Fernanda Pereira Toste
A COMPOSIÇÃO CORPORAL, RESISTÊNCIA À
LEPTINA E FUNÇÃO TIREÓIDEA SÃO
PROGRAMADAS EM RATOS CUJAS MÃES
FORAM TRATADAS COM LEPTINA NO INÍCIO DA
LACTAÇÃO
Rio de Janeiro
2008
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Fernanda Pereira Toste
A COMPOSIÇÃO CORPORAL, RESISTÊNCIA À
LEPTINA E FUNÇÃO TIREÓIDEA SÃO
PROGRAMADAS EM RATOS CUJAS MÃES
FORAM TRATADAS COM LEPTINA NO INÍCIO DA
LACTAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Fisiopatologia Clinica e Experimental
da Faculdade de Ciências Médicas
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
para obtenção do grau de Mestre em Ciências
Orientadora: Profª Magna Cottini da Fonseca Passos
Co-orientadora: Profª Patrícia Cristina Lisboa
Rio de Janeiro
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Pereira Toste, F
A COMPOSIÇÃO CORPORAL, RESISTÊNCIA A LEPTINA E FUNÇÃO
TIREÓIDEA SÃO PROGRAMADAS EM RATOS CUJAS MÃES FORAM
TRATADAS COM LEPTINA NO INÍCIO DA LACTAÇÃO
/Fernanda Pereira
Toste - 2008.
Orientadores: Magna Cottini da Fonseca Passos e Patrícia
Cristina Lisboa .
Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Faculdade de Ciências Médicas, Curso de Pós-
graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental.
1. Programação, leptina, resistência a leptina, função tireóidea, composição
corporal
Fernanda Pereira Toste
A COMPOSIÇÃO CORPORAL, RESISTÊNCIA A LEPTINA E FUNÇÃO
TIREÓIDEA SÃO PROGRAMADAS EM RATOS CUJAS MÃES FORAM
TRATADAS COM LEPTINA NO INÍCIO DA LACTAÇÃO
Aprovada em 27 de Março de 2008
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Fisiopatologia Clinica e
Experimental da Faculdade de Ciências Médicas
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
para obtenção do grau de Mestre em Ciências
Drª. Magna Cottini da Fonseca Passos
Dep. de Nutrição Aplicada do Instituto de Nutrição da UERJ (orientadora)
Drª. Patrícia Cristina Lisboa
Dep. de Ciências Fisiológicas do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
da UERJ (co-orientadora)
Banca Examinadora:
Profª Carmen Cabanelas Pazos de Moura
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ
Profª Célia Lopes da Costa
Instituto de Nutrição da UERJ
Prof. Egberto Gaspar de Moura
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da UERJ
Suplentes:
Profa. Karen de Jesus Oliveira e Sanches
Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde da UEZO
Prof. Marco Aurélio Fonseca Passos
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da UERJ
Rio de Janeiro
2008
Dedicatória
Primeiramente a DEUS, por sentir sua presença em
todos os momentos.
Aos meus pais por sua dedicação, amor, incentivo e
orações.
Também à minha irmã pela amizade e por me auxiliar
sempre, principalmente em meus primeiros passos na
pesquisa.
E ao meu namorado pelo carinho, amor e força.
Agradecimentos
A professora Magna Cottini da Fonseca Passos por me aceitar como orientanda
e acreditar em mim, sem conhecer ainda meu trabalho, pela extrema dedicação e
orientação até nos momentos mais difíceis, pelas discussões científicas, pela paciência
e carinho, enfim, mais que uma orientadora: uma amiga;
A professora Patrícia Cristina Lisboa pela presença constante, pelo auxílio no
desenvolvimento da tese e estímulo a aprender cada vez mais, pela atenção sempre
prestada a mim, pela ajuda na dissertação e pela amizade, muito obrigada!
Ao professor Egberto Gaspar de Moura por me “abrir as portas” e permitir a
minha presença no laboratório, muito obrigada pela oportunidade! Por ser acima de
tudo um exemplo de dedicação e amor à pesquisa, refletindo em estímulos para seus
alunos e pela revisão da dissertação.
À Coordenação de Pós-Graduação em Fisiopatologia, pela oportunidade
concedida na realização deste trabalho.
A todos os alunos e ex-alunos do laboratório de fisiologia endócrina: Luciane,
José Ricardo, Sheila, Patrícia, Mabel, Regina, Simone, Gustavo, Gabriel, Stepham,
Márcia, Isis, Ananda, Nathália, Paula, Mariana, Carlos pela amizade e carinho. Em
especial às alunas Elaine, Isabela, Aline Fagundes, Ana Paula e Aline Troina por me
ajudarem sempre e pela amizade, que extrapola os domínios do laboratório.
Aos alunos e ex-alunos de iniciação científica, que foram imprescindíveis à
realização deste trabalho: Silvio, Ellen, Cíntia, Illana, Ândria, Ana Laura, Christina, Laila,
Aldir e Ulisses. Gostaria de agradecer especialmente a aluna Aline Rios pela sua
dedicação em meus experimentos.
Aos funcionários e técnicos Lauciene, Henrique e Andréa pela ajuda e
colaboração.
Ao bioterista Carlos Alberto pela atenção sempre prestada a mim, pelo cuidado
com os animais e organização do biotério.
A secretária do Clinex Amélia, por seu empenho e eficiência em todas as vezes
que foi solicitada por mim, obrigada!
Ao meu namorado Fabiano Izidoro Carneiro pelo amor, paciência, apoio,
amizade e presença, que foram fundamentais em todos os momentos.
A minha família e aos meus amigos que sempre torceram, acompanharam e me
incentivaram a sempre seguir em frente.
A DEUS por sua infinita bondade, amor e por me conceder essa vitória.
Melhor tentar e falhar, que preocupar-se a ver a vida
passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentir-se
fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar,
que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz,
embora louco, que em conformidade viver.
Martin Luther King
RESUMO
PEREIRA TOSTE, Fernanda. A Composição corporal, resistência a leptina e
função tireóidea são programadas em ratos cujas mães foram tratadas com leptina no
início da lactação, 2008. Dissertação (Mestrado em ciências) - Faculdade de ciências
médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
O tratamento com leptina em ratos no início da lactação programa maior ingestão
alimentar (IA), massa corporal (MC) e massa magra (MM), disfunção tireóidea,
hiperleptinemia, resistência à sua ação central e menor expressão do receptor de
leptina (ObRb) aos 150 dias de vida. Comparado ao modelo de mães tratadas com
leptina nos 3 últimos dias da lactação, este
reproduziu parcialmente o fenótipo
metabólico da prole adulta, exceto pela maior massa de gordura visceral (MGV). Assim,
avaliamos o fenótipo metabólico da prole cujas mães receberam leptina no início da
lactação. Ao nascimento da prole, dividimos as ratas lactantes Wistar em: Leptina (LEP)
– tratada com leptina recombinante (8μg/100g, PC, sc) por 10 dias e Controle (C) –
tratada com salina nas mesmas condições. MC e IA de mães e filhotes foram
monitorados diariamente na lactação. No 21° dia da lactação, as mães foram
ordenhadas e sacrificadas. As mães LEP apresentaram menor MC (~6%, p<0,05) e
ingestão normal. A leptina de mães LEP foi normal em soro e leite, enquanto o T3 foi
normal no soro e maior no leite (+30%, p<0,05). Após o desmame, MC e IA da prole
foram acompanhados de 4 em 4 dias até os 180 dias. A prole LEP apresentou menor
MC na lactação (~5%, p<0,05) e maior MC (+10%, p<0,05) a partir do dia 69, enquanto
a IA foi maior (+17%, p<0,05) do dia 145 em diante. O teste do efeito anorexigênico da
leptina ocorreu aos 30 e 180 dias. Cada grupo foi subdividido em: CLEP e LEPLEP
tratados com leptina (0,5 mg/Kg/i.p. PC); CSAL e LEPSAL tratados com salina. O
sacrifício das proles ocorreu aos 21, 30 e 180 dias e obteve-se MGV, carcaça, sangue
(glicemia, leptina, T3, T4, TSH e insulina) e fígado (atividade GPDm). Os animais do
grupo LEP apresentaram maior T3 sérico aos 21 dias (p=0,06) e, já aos 30 dias de
idade, resistência ao efeito anorexigênico da leptina e menor T3 sérico (-20%, p<0,05).
Aos 180 dias apresentaram maior MGV (+57%, p<0,05) e gordura corporal (+40%,
p<0,05), resistência à leptina, maior T3 (+22%, p<0,05) e leptina séricos (+1,35 vezes,
p<0,05). Aos 30 e 180 dias, detectamos captação tireóidea de radioiodeto, T4 e TSH
séricos normais e menor atividade GPDm (-42% e -57%, p<0,05, respectivamente).
Assim, a hiperleptinemia materna no início da lactação programa a função tireóidea e
resistência a leptina aos 30 e 180 dias, bem como hiperleptinemia e o desenvolvimento
de obesidade na prole aos 180 dias, provavelmente devido a maior transferência de
leptina pelo leite. Portanto, os níveis de leptina no início da lactação parecem ser
determinantes da via fisiológica que regula o balanço energético na idade adulta. Ainda,
sugerimos que os efeitos da programação neonatal com leptina dependem da via pela
qual este hormônio alcança a prole. O modelo do presente estudo parece ser o mais
fisiológico e reproduz quase que completamente os efeitos da programação na vida
adulta pelo tratamento materno com leptina ao final da lactação e parcialmente os
efeitos do modelo de injeção de leptina diretamente nos filhotes.
Palavras chaves: Programação, leptina, resistência a leptina, função tireóidea,
composição corporal, lactação.
ABSTRACT
Pup´s leptin injection on the first 10 days of lactation programmes for higher food
intake (FI), body mass (BM), lean mass, thyroid function, hyperleptinemia and resistance
to its action and lower leptin receptor (ObRb) expression on 150 days-old rats. When
mothers were leptin-treated on the last 3 days of lactation, it seems to reproduce
partially this programming effect, except for higher visceral fat mass (VFM). So, we
evaluated the offspring metabolic phenotype when the mothers were treated with leptin
in the first 10 days of lactation. On birth, the lactating Wistar rats were divided into:
Leptin (LEP) – treated with recombinant leptin (8mg/100g, PC, sc) for the first 10 days of
lactation and Control (C) – saline-treated in the same conditions. The mothers´ BM and
FI were monitored daily and they were milked at the 21
st
day of lactation. LEP mothers
had lower BM during lactation (~6%, p <0.05) and normal FI. The mothers’ sacrifice
occurred to the end of lactation. The leptin concentration of LEP mothers was normal in
serum and milk, while T
3
was normal in serum and higher in milk (+30%, p <0.05). The
offspring BM and FI was monitored daily and accompanied by 4 on 4 days after weaning
until 180 days of age. The LEP offspring had lower BM during lactation (~5%, p<0.05)
and from the day 69 onward higher BM (+10%, p<0.05), while the FI was higher (+17%,
p<0.05) at day 145 onward. The leptin resistance test was performed at 30 and 180
days. Both group was subdivided into: CLEP and LEPLEP treated with leptin (0.5 mg /
kg / ip PC); CSAL and LEPSAL treated with saline. The animals were sacrificed at 21,
30 and 180 days. We collected the VFM, carcass, blood (glycemia, leptin, total T3 and
T4, TSH, insulin) and liver (GPDm activity). LEP offspring had higher T3 at 21 days, but
not significant (p = 0.06) and when they were 30 days-old they already present leptin
resistance and lower serum T3 (-20%,p<0.05). At 180 days they had higher VFM (+57%,
p<0.05), total body fat (+40%, p<0.05), leptin resistance, hyperleptinemia (+1,35x,
p<0.05) with normal
125
I thyroid uptake, serum T4 and TSH and lower GPDm activity at
30 and 180 day (-42% and -57%,p< 0.05 respectively). So, the mother's
hyperleptinaemia in the beginning of lactation programs as early as the 30 days-old
offspring: leptin resistance and hypothyroidism, probably by a higher leptin transfer
through the milk. We suggested that the levels of leptin in early lactation are
determinants of the physiological regulation of energy balance in adulthood. We suggest
that the programming effects are dependent on the way
that leptin reaches the offspring. The present study seems more physiological and
reproduces almost completely the programming effect in the adulthood when the
mothers were leptin-injected at the end of lactation and, partially reproduces the effects
when leptin was directally injected in the pups.
Keywords: Programming, leptin, leptin resistance, thyroid function, body composition.
Lista de Tabelas
Tabela
Página
1 Resumo dos dados das mães tratadas com leptina
nos 10 primeiros dias de lactação
70
2 Resumo dos Dados dos filhotes cujas mães foram tratadas
com leptina nos 10 primeiros dias de lactação, comparados
aos seus respectivos controles nas mesmas idades.
70
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 Representação esquemática das ações da leptina 23
Figura 2 Ingestão e peso corporal das ratas lactantes tratadas com
leptina nos 10 primeiros dias da lactação;
46
Figura 3 Concentrações de leptina no soro e leite de ratas lactantes
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias de lactação;
47
Figura 4 Concentrações de T3 no soro e no leite de ratas lactantes
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias de lactação;
48
Figura 5 Ingestão e peso corporal da prole de mães tratadas com leptina
nos 10 primeiros dias da lactação
49
Figura 6 Quantidade de MGV da prole aos 21,30 e 180 dias de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
51
Figura 7 Quantidade total de gordura da prole aos 21,30 e 180 dias de
mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
52
Figura 8 Quantidade total de proteína da prole aos 21,30 e 180 dias de
mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
53
Figura 9 Quantidade total de água da prole aos 21,30 e 180 dias de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
54
Figura 10 Quantidade total de cinzas da prole aos 21,30 e 180 dias de
mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
55
Figura 11 Leptinemia da prole aos 21,30 e 180 dias de mães tratadas com
leptina nos 10 primeiros dias da lactação
56
Figura 12 Insulinemia da prole aos 21,30 e 180 dias de mães tratadas com
leptina nos 10 primeiros dias da lactação
58
Figura 13 Glicemia da prole aos 21,30 e 180 dias de mães tratadas com
leptina nos 10 primeiros dias da lactação
59
Figura 14 Índice de resistência a insulina da prole, aos 180 dias, de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
60
Figura 15 Ingestão de ração ajustada por 100g de peso corporal da prole 61
aos 30 dias após administração de leptina ou salina, de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
Figura 16 Ingestão de ração ajustada por 100g de peso corporal da prole
aos 180 dias após administração de leptina ou salina, de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
63
Figura 17 Captação de
125
I pela tireóide da prole, aos 180 dias, de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
64
Figura 18 Concentração sérica de T3 total da prole aos 21,30 e 180 dias
de mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
66
Figura 19 Concentração sérica de T4 total da prole aos 21,30 e 180 dias
de mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
67
Figura 20 Concentração sérica de TSH da prole aos 21,30 e 180 dias de
mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
68
Figura 21 Atividade da enzima GPDm da prole aos 21,30 e 180 dias de
mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
69
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AgRP Proteína relacionada à agouti
AMPc adenosina monofosfato cíclico
α-MSH Hormônio α-melanócito estimulante (melanocyte stimulating
hormone)
BSA albumina bovina sérica (bovine serum albumin)
BPK Tampão fosfato de potássio (Buffer Phosphate K)
C Controle
CART Fator transcrito regulado por cocaína e anfetamina (cocaine-
anphetamine regulate transcript)
CLEP Controle Leptina
CRH Hormônio liberador de corticotropina (corticotropin releasing
hormone)
CSAL Controle salina
DIT Diiodotirosina
D1 Iodotironina desiodase tipo 1
D2 Iodotironina desiodase tipo 2
D3 Iodotironina desiodase tipo 3
EPM Erro Padrão da Média
GLUT4 Transportador de glicose tipo 4
GLUT8 Transportador de glicose tipo 8
α GPDm
α-glicerol fosfato desidrogenase mitocondrial
HTs Hormônios tireoideanos
i.c.v Intracerebroventricular
IMC índice de massa corporal
i.p. intra-peritoneal
JAK tirosina kinase janus kinase
Kda Kilodaltons
LEP LEPTINA
LEPLEP Grupo LEP que recebeu leptina
LEPSAL Grupo LEP que recebeu salina
MCH Hormônio concentrador de melanina (melanocyte concentration
hormone)
MC4R receptores de melanocortina 4
MGV massa de gordura visceral
MIT Monoiodotirosina
NIS co-transportador de Na
+
/I
+
NPY neuropeptídeo Y
Ob gene da obesidade
Ob-R Receptor de leptina
PBS tampão fosfato em salina (phosphate buffer saline)
POMC Pró-opiomelanocortina
PTU 6-propil-2-tiouracil
RIE Radioimunoensaio
RNAm ácido ribonucléico mensageiro
Rpm Rotações por minuto
rT
3
3-3’-5´- triiodotironina reversa
s.c. subcutânea
SNC sistema nervoso central
SOCS-3 supressores de sinalização de citocinas 3 (supressors of cytocine
signaling 3)
STAT Signal Transducers and Activators of Transcription
T
3
3,5,3’- triiodotironina
T
4
3,5,3’,5’- tetraiodotironina (tiroxina)
TAM tecido adiposo marrom
TBG globulina ligadora de tiroxina (thyroxine binding globulin)
TCA ácido tricloroacético
Tg Tireoglobulina
TNF-α fator de necrose tumoral α (tumor necrose factor)
TOX oxidase tireoideana (thyroid oxidase)
TPO Tireoperoxidase (thyoid peroxidase)
TRH hormônio liberador de tireotrofina (thyroid releasing hormone)
TSH Tireotrofina (thyroid stimulating hormone)
TTR Transtirretina
Sumário
Página
INTRODUÇÃO 16
1- PROGRAMAÇÃO METABÓLICA 19
1.1-Programação nutricional 19
1.2 - Leptina e programação do peso corporal 20
2-LEPTINA 22
2.1-Mediadores da ação da leptina 24
2.2 - Resistência à leptina 26
3- INSULINA E LEPTINA 27
4- LEPTINA E LACTAÇÃO 30
5-FUNÇÃO TIREÓIDEA E LEPTINA 32
MATERIAIS E MÉTODOS 39
1-ANIMAIS 40
2- AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 40
3- TESTE DO EFEITO ANOREXIGÊNICO DA LEPTINA 42
4- DETERMINAÇÃO HORMONAL E GLICEMIA 42
5 CAPTAÇÃO DE RADIOIODO TIREÓIDEO 43
6- ATIVIDADE GPDm HEPÁTICA 43
ANÁLISE ESTATÍSTICA 44
RESULTADOS 45
DISCUSSÃO 71
CONCLUSÕES 80
REFERÊNCIAS 82
Introdução
A obesidade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão
e doenças cardiovasculares em seres humanos (Friedman, 2000; Kopelman, 2000). A
obesidade e as doenças metabólicas têm se tornado o maior problema de saúde
pública na sociedade moderna e são comumente atribuídas ao estilo de vida e fatores
dietéticos. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, de análise da disponibilidade
domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil de 2002 a 2003, cerca de 40%
dos adultos brasileiros de ambos os sexos apresentam sobrepeso (IMC igual ou maior
que 25 kg/m
2
).
As doenças metabólicas, que se manifestam na vida adulta, podem ter suas
origens antes do nascimento. A hipótese da “origem fetal” baseia-se em estudos
epidemiológicos, nos quais o peso ao nascer foi relacionado a desordens metabólicas
ou cardiovasculares na idade adulta (Moura & Passos, 2005). A gestação e a lactação
são períodos de intenso crescimento, replicação e diferenciação celular (Simmons,
2005). Estes processos são sensíveis a alterações do meio na vida intrauterina e
neonatal, resultando em distúrbios estruturais e funcionais que podem se tornar
permanentes na idade adulta. O período em que o organismo é susceptível a
intervenções nutricionais, hormonais ou ambientais é denominado período crítico de
programação (Lucas, 1994).
Têm sido realizados vários estudos com animais experimentais para testar a
hipótese da “origem fetal” ou “programação”, perturbações tais como desnutrição
materna moderada ou severa ou exposição hormonal na gestação e/ou lactação têm
sido impostas. A grande maioria destes estudos confirma que estas perturbações
levam ao desenvolvimento
de excesso de peso (Passos et al., 2000), diminuição da
sensibilidade a insulina (Holemans et al., 1996), aumento da pressão arterial (Langley-
Evans et al., 1996; Woodall et al., 1996; Tonkiss et al. 1998) disfunções no eixo
hipotálamo-hipófise tireóide (Moura et al., 2008) e resistência à ação anorexigênica da
leptina (Passos et al., 2002, Passos et al., 2004, Vicente et al, 2004, Lins et al., 2005,
Toste et al., 2006 a, Bonomo et al., 2007).
A leptina é um hormônio, de ação central e periférica, secretado principalmente
pelo tecido adiposo, mas também em outros tecidos, como o músculo esquelético
(Wang et al., 1998), envolvido com o metabolismo energético, regulação do apetite e
peso corporal, além de exercer função trófica sobre alguns tecidos (Bouret et al., 2004;
Ahima, 2005). Em camundongos e em seres humanos, a ausência total de leptina
causa hiperfagia persistente e gasto energético diminuído, resultando em obesidade
severa (Friedman & Halaas, 1998). Além disso, a leptina tem sido relacionada à
regulação da reprodução, função tireóidea e adrenal e crescimento (Ahima et al., 2000).
Desenvolvemos diversos modelos experimentais de programação com o
objetivo de elucidar os mecanismos pelo qual uma determinada prole, que sofre
interferência nutricional ou hormonal na lactação, desenvolve mecanismos
adaptativos para garantir sua sobrevivência até a idade adulta. A desnutrição
materna na lactação programa o peso corporal, função tireóidea e resistência à ação
anorexigênica da leptina da prole na idade adulta (Passos et al., 2000, Passos et al.,
2002, Dutra et al., 2003, Passos et al., 2004). A programação é diferente de acordo
com o tipo de desnutrição em que a mãe é submetida, pois os animais cujas mães
sofreram restrição protéica (RP) na lactação apresentaram baixo peso corporal do
desmame aos 6 meses de idade. Enquanto, o peso corporal da prole de ratas
lactantes em restrição calórica (RC) ultrapassa o peso corporal dos controles aos 3
meses de idade, permanecendo acima do peso até os 6 meses de idade. Além disto,
esses animais não respondem à ação anorexigênica da leptina, ou seja, são
resistentes à ação central deste hormônio (Passos et al., 2004).
Os filhotes de mães desnutridas, RC ou RP
, apresentaram menores
concentrações de leptina sérica no início e meados da lactação e maior ao desmame
(Teixeira et al., 2002). A leptina está presente no leite humano, e suas concentrações
estão relacionadas com a circulação e com a adiposidade materna (Casabiell et al.,
1997; Houseknecht et al., 1997). Então, surgiu a hipótese de que a hiperleptinemia
destes filhotes ao desmame poderia programar a regulação do peso corporal e
ingestão alimentar. Baseado nestes achados, desenvolvemos um outro modelo
experimental onde os filhotes foram injetados com leptina no período neonatal (de
Oliveira Cravo et al., 2002). Neste estudo, a hiperleptinemia, tanto nos 10 primeiros
quanto nos 10 últimos dias de lactação, está associada com maior concentração de
leptina sérica aos 150 dias de idade e, paradoxalmente, um aumento da ingestão
alimentar e peso corporal.
Utilizando este modelo, demonstramos recentemente que o tratamento com
leptina no início da lactação (dez primeiros dias) programa para maior ingestão e
sobrepeso, inclusive com aumento de massa magra, aumento da leptina sérica e
resistência à sua ação anorexigênica, devido à redução da expressão dos receptores
hipotalâmicos para leptina (Toste et al., 2006a) e também para disfunção tireóidea
(Toste et al., 2006b). Demonstramos também em um outro modelo onde as mães foram
tratadas com leptina nos três últimos dias da lactação, que
sua prole apresenta o
fenótipo metabólico parecido na idade adulta, exceto pela composição corporal, em que
o primeiro tem um maior ganho de proteína e este último, maior ganho de gordura (Lins
et al., 2005). Porém, não conhecemos ainda o fenótipo metabólico apresentado pela
prole cujas mães são tratadas com leptina no início da lactação. Assim, desenvolvemos,
no presente estudo, um outro modelo de hiperleptinemia neonatal, onde as ratas
lactantes serão tratadas com leptina nos 10 primeiros dias de lactação e a avaliação
dos parâmetros metabólicos da prole serão analisados aos 21, 30 e 180 dias de idade.
Nossa hipótese é de que a leptina no início da lactação seja determinante da via
fisiológica que regula o balanço energético na idade adulta.
Os dados obtidos neste estudo poderão fornecer importantes explicações para
os efeitos em longo prazo da hiperleptinemia na lactação, além de reforçar o fenômeno
da programação metabólica. Poderá ainda ser de grande importância na compreensão
da obesidade e desenvolvimento da Síndrome Metabólica que tem sido um grande
problema de saúde pública em nosso país.
1-PROGRAMAÇÃO METABÓLICA
A programação baseia-se na observação de que alterações ambientais, assim
como nutricionais e hormonais (de Oliveira Cravo et al., 2002; Passos et al., 2002; Dutra
et al., 2003; Teixeira et al., 2003; Passos et al., 2004; Moura & Passos, 2005; Lins et al.,
2005; Toste et al., 2006a; Toste et al., 2006b) em períodos críticos da vida, são fatores
que redefinem o desenvolvimento, quando os tecidos ainda têm alguma plasticidade e
estão na fase de maior proliferação e diferenciação (Moura e Passos, 2005).
1.1- Programação Nutricional
Baker (1993) propôs a hipótese da “origem fetal”, que aponta a nutrição fetal
deficiente como causa de adaptações que programam a propensão futura à
obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. A nutrição pós-natal também tem
sido relacionada à programação de doenças na vida adulta (Martorell et al., 2001).
Foram demonstradas disfunções endócrinas em animais adultos cujas mães
foram submetidas à desnutrição protéica na lactação e/ ou gestação. A desnutrição
protéica materna nos primeiros dias de lactação está associada com diminuição na
secreção e tolerância à glicose (Bertin et al., 1999; Ozanne & Hales, 2002). Animais
adultos cujas mães foram submetidas à desnutrição protéica na gestação apresentaram
um aumento da gliconeogênese (Burns et al., 1997) e redução de insulina pancreática e
de células β pancreáticas. Este menor desenvolvimento das células β pancreáticas
pode causar intolerância à glicose (Bertin et al., 1999).
Foi demonstrado em estudo recente, programação por deficiência de vitaminas.
As proles de ratas que sofreram restrição de vitaminas (mix de vitaminas: ácido
nicotínico, piridoxina, tiamina, riboflavina, ácido fólico, biotina, vitaminas B12, E, A, D3,
K1) na gestação e lactação apresentaram, aos 6 meses de idade, aumento de gordura
corporal e de adiposidade abdominal, com menor adiponectina e maior leptina sérica
(Lagishetty et al., 2007).
Foi demonstrado, em nosso laboratório, que o estado nutricional materno na
lactação programa também a função tireóidea da prole adulta. A prole de mães
submetidas à restrição protéica (RP) na lactação apresentou elevada captação tireóidea
de iodo e maior concentração de T3 sérico na idade adulta (180 dias), enquanto a prole,
de mães submetidas à restrição calórica, apresentou apenas maior T3 sérico (Passos et
al., 2002). Estas alterações podem estar associadas às profundas modificações na
função tireóidea materna na lactação, tais como maior secreção de iodeto pelo leite nas
mães desnutridas ao final da lactação (Passos et al, 2001) e maior quantidade de T3 no
leite de mães RP (Passos et al., 2001), desde o quarto dia da lactação. Estes achados
sugerem uma adaptação materna no sentido de normalizar o T3 sérico dos filhotes no
início da lactação.
1.2- Leptina e programação do peso corporal
Estudos com injeção de leptina, no início ou final da lactação, mostraram estar
associados com hiperleptinemia na idade adulta, maior peso corporal e maior ingestão
alimentar (de Oliveira Cravo et al., 2002). Encontramos em ratos tratados com leptina
nos 10 primeiros dias da lactação, uma resistência à ação anorexigênica da leptina e
menor expressão de seu receptor hipotalâmico, explicando o aumento de peso e
ingestão, mesmo na presença de hiperleptinemia (Toste et al., 2006a). No estudo onde
as mães receberam leptina nos três últimos dias da lactação, encontramos resultados
semelhantes aos 180 dias de idade, sugerindo que a leptina é transferida via leite
materno e programa maior peso corporal e hiperfagia (Lins et al., 2005). No estudo de
Toste et al. (2006 a) o ganho de peso foi mais tardio que no de Lins et al. (2005), além
disso, o maior peso corporal encontrado no tratamento realizado em ratos no início da
lactação foi acompanhado de maior massa magra (Toste et al., 2006 a), diferente de
quando o tratamento foi feito nas mães ao final da lactação, em que o maior peso foi
devido ao maior conteúdo de gordura corporal (Lins et al., 2005). Demonstrando que os
efeitos da leptina transferida via leite materno são mais deletérios, quando comparados
ao tratamento com leptina diretamente nos filhotes.
Outros autores também têm estudado o efeito da leptina na programação do
peso corporal. Stocker et al. (2004) verificaram que a administração de leptina a partir
do 14º dia de gestação e na lactação em ratas submetidas à restrição protéica, reduz a
suscetibilidade ao ganho de peso e a resistência à insulina induzido por dieta
hiperlipídica na prole adulta. Usando este mesmo protocolo de tratamento com leptina
em mães com estado nutricional normal, Stocker et al. (2007), também observaram
menor ganho de peso, menor peso da gordura retroperitoneal e intraperitoneal e maior
tolerância à glicose e à insulina na prole adulta que recebeu dieta hiperlipídica.
Também observaram que o gasto energético foi maior aos três meses de idade na prole
fêmea cujas mães receberam leptina na gestação e lactação. Assim, estes dados
indicam que a leptina na gestação e lactação podem afetar o desenvolvimento dos
sistemas que regulam a homeostase energética.
Resultados semelhantes foram encontrados por Vickers et al. (2005), que
observaram que a administração de leptina, do 3º ao 13º dia, na prole fêmea de ratas
submetidas à restrição calórica na gestação, normalizou o ganho de peso, a ingestão
calórica, bem como a quantidade de gordura corporal desses animais na idade adulta,
quando comparado à prole das mães desnutridas que recebeu salina. Neste estudo, o
tratamento neonatal com leptina não produziu alterações na prole adulta das mães que
não foram desnutridas na gestação.
Recentemente, Vickers et al. (2008) mostraram que o tratamento com leptina,
no mesmo período do estudo anterior, em ratos machos cujas mães receberam dieta
normal na gestação programou para maior peso corporal, hiperinsulinemia e aumento
da adiposidade corporal total, em comparação aos controles tratados com salina. Estes
dados reforçam ainda mais a importância da leptina na determinação da homeostase
energética a longo prazo e sugerem que os efeitos da leptina podem ser modulados por
sexo e estado nutricional pré e pós-natal. Ao contrário, Picó et al. (2007) demonstraram
que a suplementação oral de leptina em ratos machos na lactação, promove na idade
adulta, menor peso corporal, menor conteúdo de gordura corporal, menor consumo
calórico e hipoleptinemia em animais que receberam dieta normal ou dieta hiperlipídica,
sugerindo ser a via de administração, também importante para o imprinting causado
pela leptina.
Apesar de contraditórios, estes resultados reforçam o importante papel da
leptina no estágio precoce da vida neonatal na regulação do peso corporal e na
prevenção ou gênese da obesidade na idade adulta.
2-LEPTINA
A leptina (do grego leptos, que significa magro) é um polipeptídio de 16 KDa e
167 aminoácidos, produzido pelo gene da obesidade (ob) e sintetizado principalmente
pelo adipócito. Também foi detectada sua expressão em placenta (Senaris et al., 1997),
estômago (Bado et al., 1998), músculo esquelético (Wang et al.,1998), epitélio mamário
(Smith-Kirwin et al., 1998) e hipófise (Morash et al.,1999; Jin et al., 2000) de ratos
normais.
A leptina é um importante sinalizador do estado nutricional, interagindo com
receptores hipotalâmicos para manutenção da homeostase do peso corporal e balanço
energético (Camplield et al., 1995; Halaas et al., 1995; Pelleymounter et al., 1995;
Weigle et al., 1995; Friedman et al., 1998). Está envolvida em várias funções
fisiológicas, incluindo ingestão de alimentos e regulação do peso corporal, reprodução,
formação óssea e angiogênese (Sahu, 2004) e função tireóidea (Zimmermann-Belsing,
2003). A ausência total de leptina, tanto em camundongos quanto em seres humanos,
causa hiperfagia persistente e gasto energético diminuído, resultando em obesidade
severa (Friedman & Halaas, 1998).
Figura 1: Representação esquemática das ações da leptina: Leptina atua diretamente ou
ativando centros específicos no sistema nervoso central para diminuir a ingestão alimentar,
aumentar gasto energético, influenciar no metabolismo da glicose e da gordura, e alterar função
neuroendócrina (Adaptado de Mantzoros,1999).
As concentrações séricas de leptina aumentam exponencialmente com o
aumento do tecido adiposo e refletem estados de desequilíbrio energético; no jejum
prolongado ocorre diminuição significativa da leptina plasmática, enquanto na
superalimentação ocorre aumento (Lee et al., 2002). Face a estas alterações na
leptinemia em resposta ao jejum e superalimentação, tem sido sugerido que a leptina
possa servir como um sinal para informar ao cérebro, o estado do balanço energético
(Ahima et al., 2000).
A leptina, após atravessar a barreira hemato-encefálica, se liga ao seu receptor
(ObRb) no hipotálamo e desencadeia mecanismos de sinalização intracelular
dependentes principalmente da ativação da via JAK-STAT (Myers, 2004).
O receptor de leptina (OB-R) é um membro da família da classe 1 dos
receptores de citocinas (Tartaglia, 1997). Foi primeiramente isolado por clonagem, no
plexus coróide em ratos (Tartaglia et al., 1995). Já foram identificadas seis isoformas
desse receptor para leptina, Ob-Ra, Ob-Rb, Ob-Rc, Ob-Rd, Ob-Re e Ob-Rf (Chua et al.,
1996; Lee et al., 1996; Wang et al., 1998). Cinco dessas isoformas descritas até agora
(Ob-Ra; Ob-Rb; Ob-Rc; Ob-Rd; Ob-Rf) têm domínios transmembranas. Entretanto,
apenas a isoforma longa (Ob-Rb), altamente expressa em regiões hipotalâmicas que
expressam um ou mais neuropeptídeos e neurotransmissores que regulam a ingestão
alimentar e/ou peso corporal, balanço energético e função neuroendócrina, contêm
todos os sítios intracelulares necessários para a ativação da via de transdução
sinalizada por JAK-STAT (Vaisse et al., 1996; Ghilardi et al., 1996; Bjorbaek et al.,
1997). O Ob-Rb tem o mais longo domínio citoplasmático (302 aminoácidos). Foi
observado em vários locais do hipotálamo, incluindo núcleo arqueado, ventromedial,
paraventricular, dorsomedial e hipotálamo lateral, que são conhecidos por regular a
ingestão de alimentos e a homeostase energética (Trayhurn et al., 1999).
2.1- Mediadores da ação da leptina
O hipotálamo é o centro primário da ação da leptina, o qual produz uma série
de neuropeptídeos constituintes do circuito neural responsáveis pela regulação do
comportamento alimentar e peso corporal. Estes neuropepídeos se classificam em 2
tipos: orexigênicos, que estimulam a ingestão alimentar e são inibidos pela leptina, e
anorexigênicos, que inibem a ingestão alimentar e são estimulados pela leptina. Os
orexigênicos mais bem descritos são: neuropeptídeo Y (NPY), proteína agouti (AgRP),
hormônio concentrador de melanina (MCH), grelina, orexina. Enquanto, os
anorexigênicos mais conhecidos são: pró-ópiomelanocortina (POMC), α-melancortina
(α-MSH), neurotensina (NT), hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e o transcrito
regulado por anfetamina e cocaína (CART) (Sahu, 2004).
O NPY, por ser o sinal orexigênico endógeno mais potente em mamíferos,
parece ser o principal mediador da ação da leptina no hipotálamo (Kalra et al., 1991;
Sahu et al., 1993; Sahu et al., 1998; Woods et al., 1998; Kalra et al., 1999). A leptina
reduz a secreção e expressão de NPY por explantes hipotalâmicos (Stephens et al.,
1995; Schwartz et al., 1996; Sahu et al., 1998) e tem ação oposta ao NPY sobre
ingestão alimentar, este agindo como um antagonista à ação anorexigênica da leptina
(Erickson et al., 1996; Baskin et al., 1998). Camundongos ob/ob knockout para NPY,
reduzem a hiperfagia e obesidade, indicando que a resposta à deficiência de leptina
requer sinalização pelo NPY (Erickson et al., 1996). Camundongos com deficiência de
NPY não apresentaram anormalidade no controle da ingestão alimentar e peso
corporal, indicando que na ausência de NPY, outros hormônios orexigênicos substituem
sua ação, inclusive na regulação por leptina (Erickson et al., 1996).
Os neurônios NPY co-expressam AgRP (Broberger et al., 1998); sua super
expressão resulta em obesidade (Graham et al., 1997) e causa hiperfagia, quando
administrada por via intracerebroventricular. A AgRP é um antagonista endógeno do α-
MSH, inibindo seu efeito nos receptores de melanocortina 4 (MC4R). A leptina diminui o
mRNA de AgRP no hipotálamo, sugerindo que esta inibição seja um dos mecanismos
pelo qual a leptina exerce seu efeito anorexigênico no hipotálamo (Ollmann et al.,
1997).
A grelina é um peptídeo gástrico regulado negativamente pela leptina e IL-1β,
produzida principalmente no estômago (Nakazaro et al., 2001), mas também por
neurônios hipotalâmicos, demonstrando um possível papel sobre o circuito neural que
controla a homeostase energética. A injeção central ou periférica de grelina induz a
alimentação (Wren et al., 2000; Nakazaro et al., 2001). A grelina bloqueia a ação da
leptina sobre a alimentação e a administração prévia de leptina atenua este efeito da
grelina, sugerindo uma interação funcional entre ambos.
O MCH é expresso principalmente no hipotálamo lateral e sua aplicação central
estimula a alimentação (Rossi et al., 1997). Sua síntese aumenta na restrição
energética e na deficiência de leptina (Qu et al., 1996). Camundongos MCH-knockout
são hipofágicos, hipermetabólicos e excessivamente magros (Shimada et al., 1998). A
super expressão hipotalâmica de MCH causa obesidade (Ludwig et al., 2001) e
camundongos ob/ob MCH-knockout apresentam menor peso corporal sem alterar a
ingestão alimentar (Segal-Lieberman et al., 2003). A leptina diminui a expressão gênica
do MCH, diminuindo também a ingestão alimentar induzida pelo MCH em ratos (Sahu,
1998).
A expressão e secreção hipotalâmica do α-MSH é aumentada pela leptina (Gee
et al.,1983). O α-MSH aumenta o AMPc em células que apresentam MC4R. Postula-se
que neurônios que contém MC4R inibem neurônios do hipotálamo lateral, que
normalmente estimulam o apetite. O α-MSH é regulado pela ingestão alimentar (Brady
et al., 1990), mediada, pelo menos em parte, pela ativação dos neurônios que
expressam o mRNA de POMC pela leptina (Mobbs & Mizuno, 2000).
O CRH é um potente anorexigênico e sua administração central inibe a ingestão
alimentar (Arase et al., 1988; Krahn et al., 1988). A leptina aumenta a liberação e
expressão do CRH (Huang et al., 1998); a ação da leptina é atenuada pelo pré-
tratamento com α-CRH (antagonista específico do CRH) ou pelo anticorpo anti-CRH
(Gardner et al., 1998; Uehara et al., 1998; Okamoto et al., 2001). O tratamento com α-
CRH inibiu a expressão da UCP1 induzida pela leptina no tecido adiposo marrom
(Masaki et al., 2003), sugerindo que o CRH é um importante mediador da sinalização da
leptina sobre o hipotálamo na regulação de ingestão alimentar e metabolismo.
2.2 - Resistência à leptina
O potencial da leptina em inibir a fome, reduzir o peso corporal e a massa de
adipócitos tem contribuído para que este hormônio seja visto como um fator anti-
obesidade. Ratos e seres humanos com deficiência ou anormalidades no receptor de
leptina apresentam hiperfagia e obesidade mórbida. A hiperleptinemia associada à
hiperfagia e obesidade indica resistência à leptina, podendo ter papel na patogênese da
obesidade (Maffei et al., 1995; Considine et al., 1996; Ahima & Hileman, 2000; Ahima &
Osei, 2004). Os prováveis mecanismos responsáveis desta resistência podem ser:
prejuízo no transporte de leptina pela barreira hemato-encefálica e anormalidades nos
receptores de leptina e/ou na sinalização pós-receptor (Jéquier, 2002).
Esses resultados podem ser confirmados por Hallas et al. (1997) que
demonstraram que camundongos obesos são resistentes à administração periférica de
leptina, mas respondem à injeção via i.c.v., o que sugere que a resistência à leptina
pode ser mediada pelo seu transporte prejudicado pela barreira hemato-encefálica.
Este transporte é unidirecional do sangue para o cérebro e ocorre por um processo de
saturação via receptores de leptina de forma curta (Caro et al., 1996; Banks et al.,
1996). Talvez em resposta ao desenvolvimento da hiperleptinemia, o aumento do peso
se explique pela baixa expressão desses receptores de leptina (Caro et al., 1996).
Outras formas de resistência à leptina podem ocorrer; dietas com alto teor de
lipídeos, podem levar a resistência à leptina através de vários mecanismos, dentre eles
a presença de um antagonista circulante ou uma proteína acoplada, aumento na
depuração de leptina, alteração no transporte no cérebro, baixa regulação do receptor
de leptina, inibição da via JAK-STAT ou ativação de proteínas supressoras da
sinalização (SOCS-3) ou citocinas inibitórias (Friedman & Halaas, 1998). Ratos
alimentados com dieta hiperlipídica apresentaram menor incremento nas concentrações
séricas de leptina após injeção intraperitoneal de leptina, quando comparados com
aqueles que receberam dieta com baixo teor de lipídeos, sugerindo um aumento da
depuração da leptina (Lin e cols, 2001).
Outros tipos de resistência à leptina ocorrem como resultado da mutação do
receptor de leptina. Existem vários tipos de mutação em receptores de leptina que
podem resultar em obesidade nos ratos (Flier & Elmquist, 1997) e em seres humanos
(Clement et al.,1998). Outro exemplo é a resistência que pode ocorrer de maneira
farmacocinética, como por problema na distribuição, liberação, no metabolismo e/ou
eliminação (Halaas et al., 1997).
3- INSULINA E LEPTINA
A insulina, produzida pelas células β pancreáticas, é o mais potente hormônio
anabólico conhecido, sendo essencial para crescimento, desenvolvimento, controle da
homeostase glicêmica e regulação do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e
proteínas. Este hormônio promove a síntese e estoque dos carboidratos, lipídeos e
proteínas, inibindo a degradação e a liberação destes na circulação. Além disso, a
insulina estimula a captação de glicose, aminoácidos e ácidos graxos pelas células,
aumenta a expressão e/ou atividade de enzimas que catalisam a síntese de glicogênio,
lipídeos e proteínas, enquanto inibe a atividade e/ou expressão daquelas que catalisam
a degradação (Le Roith & Zick, 2001).
As funções e mecanismos de ação da insulina têm sido amplamente estudados,
principalmente pelo fato desse hormônio estar associado, não só a diabetes, mas
também a várias outras doenças como obesidade, hipertensão, infecções crônicas e
doenças cardiovasculares (Taylor, 1999).
O controle da homeostase glicêmica é feito através do balanço entre a absorção
de glicose pelo intestino, produção pelo fígado, captação e metabolismo pelos tecidos
periféricos. A insulina aumenta a captação de glicose pelo músculo e pelo tecido
adiposo, inibe a produção de glicose hepática, servindo como o principal regulador da
glicemia, além de estimular a diferenciação e o crescimento celular. A resistência à
insulina, ou a sua deficiência, resulta na desregulação destes processos, levando ao
desenvolvimento de doenças como diabetes, que pode ter como conseqüências a
hipertensão, dislipidemia e aterosclerose, além das alterações microangioapáticas e
neuropáticas (Saltiel & Kahn, 2001).
Os transportadores de glicose são expressos em tecidos de mamíferos e são
responsáveis pela captação de glicose do sangue para o interior das células,
fornecendo glicose para produção de ATP e para uma variedade de reações
anabólicas. Já foram descritos mais de 8 tipos de transportadores de glicose e somente
o GLUT-4 e o GLUT-8 têm sua ação dependente da insulina. Os transportadores de
glicose são tecido-específico e em certos tecidos, como o adiposo e o muscular,
desenvolvem um papel crucial na homeostase glicêmica (Mueckler, 2001).
Mais de 75% da captação de glicose dependente de insulina ocorre no músculo
esquelético, enquanto que o tecido adiposo capta somente uma pequena fração (Klip &
Paquet, 1990). A insulina promove a captação de glicose pelas células destes tecidos
estimulando a translocação do GLUT-4 do meio intracelular para a membrana
plasmática. Estima-se que de 3% a 10% do GLUT-4 é localizado na superfície celular,
enquanto mais de 90% está localizado em compartimentos intracelulares (Thong et al.,
2005).
Na obesidade, a resistência à insulina se caracteriza por redução do transporte e
metabolismo de glicose em adipócitos, músculo esquelético e músculo liso vascular,
comprometendo também a supressão da secreção de glicose pelo fígado (Reaven et
al., 1995). Estes defeitos funcionais resultam da sinalização deficiente da insulina nos
três tecidos alvos. Ainda, parece haver nos adipócitos de obesos, importante
comprometimento da regulação do principal transportador de glicose, o GLUT-4. A
ligação da insulina ao seu receptor, a fosforilação do receptor, a atividade da tirosina-
quinase e a fosforilação dos substratos de receptores de insulina, também estariam
diminuídas (Goldstein et al., 1998).
A presença de um receptor funcional para leptina nas células β pancreáticas
(Kieffer et al. 1996, Fehmann et al. 1997) e a observação de que a leptina inibe a
secreção de insulina (Emilsson et al. 1997, Ishida et al. 1997), evidenciam uma relação
entre insulina e leptina sob o controle de um sistema de feedback negativo (Kieffer &
Habener, 2000). Assim, a insulina estimula a leptina nos adipócitos, enquanto a leptina
inibe a insulina nas células β pancreáticas. Quando aumenta o estoque de gordura, a
hiperleptinemia reduz a insulinemia, direcionando menos energia para a formação de
tecido adiposo. Por outro lado, quando o estoque de tecido adiposo diminui, a queda da
leptina aumenta a produção de insulina, levando ao aumento dos estoques de gordura.
O feedback negativo da leptina sobre a produção e secreção de insulina nas ilhotas
pancreáticas já é bem estabelecido (Ceddia et al., 1999, Lupi et al., 1999, Seufert et al.,
1999a). Porém, evidências sugerem que um defeito no receptor de leptina nas células β
pancreáticas pode ser o mecanismo chave da obesidade associada ao hiperinsulinismo
(Seufert et al., 1999b; Kieffer & Habener 2000).
A insulina compartilha com a leptina, alvos neuroquímicos e anatômicos no
hipotálamo medial, sendo considerado um sinal endógeno que induz a redução no
consumo alimentar (Schwartz et al., 2000). Ambos circulam na corrente sanguínea
proporcionalmente à massa de gordura corporal e regulam a atividade dos neurônios
das regiões cerebrais associadas com a regulação do peso corporal. Neurônios do
núcleo arqueado hipotalâmicos expressam receptores para
insulina e leptina e são
alvos bem caracterizados de ambos. Neurônios NPY/AgRP são inibidos pelo aumento
de leptina e insulina, enquanto neurônios POMC são ativados. Essa dupla regulação
coordenada sobre neurônios com ações opostas regula respostas complexas, tais
como as alterações na ingestão e gasto energético para manter os estoques corporais
(Marks et al., 1990; Schwartz et al., 1996).
4- LEPTINA E LACTAÇÃO
Na lactação ocorre aumento dos requerimentos energéticos, que pode ser
alcançado, primeiramente, através do aumento da ingestão alimentar, além de ocorrer
mobilização das reservas, especialmente lipídios do tecido adiposo, e adaptação de
certos processos metabólicos (lipogênese) para favorecer o uso preferencial de
nutrientes pela glândula mamária. Alguns autores observaram aumento do consumo
alimentar em ratos, de 15-20g/dia para 60-70g/dia, na lactação (Barber et al., 1997;
Vermon & Pond, 1997) e 80% desse aumento da ingestão ocorre no período noturno
(Pickavance et al., 1996). Uma explicação para esta hiperfagia na lactação seria a
redução da leptinemia, em torno de 45%, voltando ao normal logo após o desmame
(Pickavance et al., 1998).
Segundo Vernon et al (2002), na lactação, a leptina sérica está reduzida em
ratos como resultado do balanço energético negativo e também devido ao aumento no
“clearance” da leptina. Não se conhecem quais os sinais associados com o início da
produção de leite que são responsáveis pela supressão da secreção de leptina. Li et al
(1998) associaram a sucção ao aumento da expressão do NPY no hipotálamo,
levantando a hipótese de que este tenha um papel modulador na regulação
hipotalâmica de secreção hormonal e na ingestão alimentar. Porém, Brogan et al (1998)
mostraram que o estímulo de sucção diminui a leptina somente quando há necessidade
de substratos energéticos para a produção de leite.
A hipoleptinemia não é o principal fator que causa hiperfagia em ratos, mas
provavelmente facilita a hiperfagia (Vernon et al, 2002). Alem da diminuição da leptina,
outros hormônios orexigênicos podem estar envolvidos (Denis et al., 2003), como o
NPY e AgRP (Sandoval & Davis, 2003). Desde 1998, Li et al já haviam demonstrado
que o NPY está aumentado em ratos na lactação
No entanto, os estudos sobre as concentrações séricas de leptina na gestação
e lactação são ainda contraditórios. Mukherjea et al (1999) observaram, em seres
humanos, que a leptina sérica na lactação é menor que na gestação, porém no 4
o
e 28
o
dias após o parto, há um aumento deste hormônio, cuja concentração ainda é menor
que em mulheres não grávidas. Já segundo Herrera et al (2000) e Amico et al (1998), o
perfil da leptina sérica em ratas normais está aumentado nos dias 12º e 20º de
gestação e declina no 21
o
de gestação, mantendo-se baixo durante toda a lactação.
Demonstramos recentemente em nosso laboratório que a leptina sérica em ratas
controles se mantém constante na lactação, porém está aumentada a partir do 4
o
dia de
lactação em ratas que sofreram restrição protéica. (Lisboa et al, 2006).
A concentração de leptina em neonatos independe dos níveis séricos maternos
e parece estar relacionada com a leptina veiculada através dos glóbulos de gordura do
leite materno, que é produzida pela glândula mamária e cuja concentração varia de
acordo com o período da lactação. A retirada da gordura do leite mantém a
concentração de leptina constantemente reduzida na lactação e reflete a concentração
plasmática de leptina da mãe (Aoki et al., 1999; Smith-Kirwin, 1998). Esta relação
corrobora dados de Mantzoros et al (1997a), que observaram que fatores que elevem a
concentração de gordura no leite poderiam também estar associados ao aumento de
leptina sérica nos filhotes.
A presença da leptina no leite (Casabiell et a., 1997; Smith-Kirwin et al., 1998;
Aoki et al., 1999) levantou a possibilidade de que este hormônio possa exercer um
efeito biológico no lactente, pois neste período tanto o tecido adiposo quanto o sistema
de regulação do apetite estão imaturos (Smas et al., 1995). A leptina no leite de ratas
normais está alta no inicio da lactação (2
o
dia), cai pela metade por volta do 8
o
dia e
volta a aumentar ao final da lactação (19
o
dia) (Aoki et al., 1999). Cobaias (guinea pigs)
que receberam dieta hipocalórica na segunda metade da gestação apresentaram
menor concentração de leptina no leite no 1
o
dia de lactação e maior no 14
o
dia em
relação a cobaias que receberam dieta hipercalórica (Estienne et al., 2003).
Casabiell et al (1997), para testar se a leptina é transferida da circulação
materna via leite para o estômago e corrente sanguínea da prole, injetaram leptina
marcada com
125
I, i.p. em ratas lactantes normais e observaram sua presença no
estômago dos filhotes de 4 dias de idade, cujos níveis sanguíneos aumentaram
principalmente entre 4 e 8 h após a injeção. Em outra experiência adicionaram leptina
ao leite desnatado e administraram a filhotes de 9 dias de idade e observaram a
presença de leptina na corrente sanguínea dos filhotes em torno de 4 h após sua
ingestão. Com isto não só provaram que a leptina passa pelo leite, mas que é absorvida
pelo trato gastrointestinal do filhote de forma íntegra.
Anteriormente, caracterizamos a
secreção de leptina endógena em ratos no período neonatal. Contrário ao observado
em camundongos por Ahima et al (1998), não observamos um pico no 10
o
dia de
lactação. Os níveis séricos de leptina dos filhotes caem do 4
o
dia de lactação até após o
desmame, por volta do 30
o
dia de vida (Teixeira et al, 2002). É possível que os ratos
não apresentem este pico, já que Herrera et al (2000), também mostraram que a leptina
sérica de ratos está aumentada no 1
o
dia de vida, e diminui a partir do 4
o
dia de
amamentação, mantendo-se estável até o 20
o
dia de vida. Como o tecido adiposo
marrom (TAM) é a primeira forma de tecido adiposo que aparece durante o
desenvolvimento do rato, tem sido proposto que ele seja responsável pela maioria das
mudanças nas concentrações de leptina plasmática que são observadas no período
neonatal (Vernon et al., 2002). Este dado, também ajudaria a explicar uma possível
interrelação entre leptina e hormônios tireóideos neste período, já que os hormônios
tireóideos têm um papel importante na termogênese facultativa do tecido adiposo
marrom e, poderia estar regulando a produção de leptina por este tecido, no período
neonatal.
Na desnutrição protéica ou calórica na lactação, ocorre alteração da leptina
sérica dos filhotes, com diminuição aos 4º e 12° dias e aumento ao 21º dia (Teixeira et
al., 2002). Segundo Estienne et al (2003), cobais (guinea pigs) que receberam dieta
hipocalórica na segunda metade da gestação apresentaram concentrações séricas de
leptina reduzidas no início e aumentadas em meados da lactação comparados aos
animais cujas mães receberam dieta hipercalórica. Já Chisari et al (2001) mostrou que
a desnutrição de ratas na gestação e lactação induz os filhotes a apresentarem
hipoleptinemia e baixo peso corporal ao desmame.
5- FUNÇÃO TIREÓIDEA E LEPTINA
A glândula tireóide é composta por uma série de folículos de tamanhos
variáveis, que são formados por uma única camada de células epiteliais que circundam
o colóide, um material glicoprotéico onde os hormônios tireóideos (HTs) ficam
armazenados. Estas células exibem uma superfície basolateral voltada para membrana
basal, espaço intersticial e leito capilar, e uma superfície apical voltada para o colóide
conhecida como interface célula/colóide (De Groot et al., 1996).
Os HTs, T4 e T3, são derivados iodados do aminoácido tirosina, sendo
sintetizados e secretados sob estímulo da tireotrofina ou TSH (Pazos-Moura et
al.,2003). A biossíntese dos HTs depende fundamentalmente, da entrada de iodo na
glândula, da presença da peroxidase tireóidea (TPO), de cofatores para produção de
peróxido de hidrogênio e da proteína aceptora do iodo, denominada tireoglobulina
(Moura et al.,1989; Moura et al., 1990; Carvalho et al., 1996).
A biossíntese dos HTs na célula folicular baseiam-se no transporte ativo de iodo
pela membrana plasmática basolateral para dentro da célula, na migração deste em
direção à membrana apical, onde é transportado pela pendrina e pelo AIT
(transportador apical de iodeto) para o coide; oxidação e organificação do iodeto nos
resíduos de tirosinas da Tg,
formando os radicais mono e diiodotirosina (MIT e DIT),
que se acoplam formando os HTs. Estas etapas são catalizadas pela TPO, enzima
localizada na membrana apical, que usa como co-fator o H
2
O
2
(Moura et al.,1987;
Moura et al., 1989), gerado pela enzima NADPH-oxidase, também conhecida como
ThOX ou DuOX (Carvalho et al., 1996; De Deken et al., 2000; Cardoso et al., 2002;
Morand et al., 2003). A TG iodada é endocitada, seguida de proteólise e secreção dos
HTs.
Em condições normais a proporção da secreção tireóidea diária de T4 e T3, em
humanos é de aproximadamente 14:1 e em ratos de 5,7:1, sugerindo que em murinos,
a
contribuição tireóidea para a taxa de produção diária de T3 é mais importante do que
no homem (Larsen & Ingbar, 1992; Chopra, 1996; Escobar-Morreale et al., 1996).
A maior parte dos HTs circula acoplada a proteínas transportadoras, que são: a
TBG (globulina ligadora de tiroxina), a TTR (transtirretina) e a albumina. No homem
aproximadamente 70% de T4 e T3 estão ligados a TBG, 10% do T4 é ligado à TTR e
15% são carreados pela albumina. Enquanto uma pequena fração de T3 plasmático
encontra-se ligado à TTR e cerca 25% à albumina (Utiger, 1996). Em ratos, a TTR é a
principal carreadora de HTs, sendo responsável por 55% do transporte de T4; já a TBG
garante o transporte de 18% e a albumina de 15% (Davis, 1970).
Todas as etapas de biossíntese dos HTs são estimuladas pelo TSH,
hormônio glicoprotéico secretado pelas células tireóficas da adeno-hipófise. Este
promove importantes efeitos no crescimento, morfologia e vascularização da tireóide,
além de aumentar a captação de I-, a atividade TPO, a síntese de tireoglobulina, a
geração de
H2O2, a captação de glicose, lipídeos e aminoácidos, o metabolismo
energético, a síntese de DNA, RNA e proteínas estruturais tireóideas. O TSH é
regulado principalmente pela interação do controle neural exercido pelo hipotálamo,
via TRH (hormônio liberador de tireotrofina) e pela retroalimentação (feedback)
negativa, realizada pelos HTs (Pazos-Moura et al.,2004)
O feedback negativo dos HTs sobre a secreção de TSH é exercido de várias
formas: bloqueio da produção de TRH ou redução da expressão de seus receptores de
membrana no tireotrofo (Reichlin, 1992; Kakucska, 1992), estímulo da secreção de
outras substâncias hipotalâmicas inibidoras do TSH, como a somatostatina (Scalon,
1991) e, a mais importante, inibição da secreção de TSH por ação direta de T3 no
tireotrofo (Shupnik et al., 1986), sendo este proveniente principalmente da desiodação
intra-hipofisária do T4 circulante. Além disso, existe um efeito inibitório indireto através
da neuromedina B ou do GRP, que tem sua importância fisiológica comprovada através
de estudos que utilizaram inibidores da ação destes peptídeos (Moura et al., 2001;
Santos et al., 1995; Pazos-Moura et al.,1995).
A tireóide secreta primariamente T4, que deve ser convertido na sua forma
ativa, o T3, pelas enzimas iodotironinas desiodases (D1 e D2). Estas enzimas têm
características bioquímicas e distribuição tecidual distintas e podem ser divididas em 5’-
desiodases ou 5-desiodases (Brent, 1997).
A D1 é responsável pela 5’ monodesiodação de T4, fonte primária de T3 nos
tecidos periféricos e 5 desiodação, responsável T3 nunca pode ser transformado em
rT3, só T4 pode, dependendo, fundamentalmente do grau de sulfatação do T4 (Rutgers
et al., 1991). É encontrada principalmente na tireóide, fígado e rim. TSH e T3 aumentam
a sua expressão e o PTU (6n-propil 2-tiouracil), a inibe. O hipertireoidismo aumenta a
atividade desta enzima, ao passo que o hipotireoidismo diminui.
A D2 regula principalmente os níveis intracelulares de T3. É encontrada em
hipófise, cérebro e TAM. Esta isoforma está aumentada pelo hipotireoidismo,
aparentemente para manter os níveis de T3 em tecidos onde sua atuação é crítica, tais
como o cérebro.
A D3, que inativa os HTs, é encontrada no cérebro, placenta e pele. Do mesmo
modo que a D1, também é ativada pela concentração de HTs.
Diversos estudos têm mostrado a relação entre leptina e função tireóidea. A
ação da leptina pode ocorrer em todo o eixo hipotálamo-hipófise-tireóide, assim como
sobre a conversão de T4 a T3.
A leptina pode regular a função tireóidea direta e indiretamente. Foi
demonstrado que a leptina estimula a secreção de TSH por estimular a expressão do
gene do pró-TRH (Ahima et al., 1996; Legradi et al. 1997, 1998; Orban et al.,1998; Nillni
et al., 2000). Já foi evidenciada a presença de ObR na hipófise, além de síntese local
de leptina (Jin at al., 1999; Jin et al., 2000; Lloyd et al., 2001; Sone et al, 2001; Vicente
et al, 2004), sugerindo-se um efeito direto deste hormônio sobre a secreção de TSH.
Ortiga-Carvalho et al (2002) mostraram que a leptina “in vivo” tem um efeito
estimulatório sobre a liberação de TSH, enquanto que “in vitro” inibe a secreção de
TSH, sugerindo uma inibição autócrina/parácrina local.
No jejum, o mecanismo de regulação da secreção de HTs está alterado, de tal
forma que os baixos níveis destes estão associados a uma resposta sub-normal de
TRH e TSH (Sims & Horton, 1968;Campbell et al., 1977; Harris et al., 1978; Hermus et
al., 1992;). A diminuição da leptinemia é um mediador dessa adaptação do eixo
hipotálamo-hipófise-tireóide
no jejum, pois o tratamento com leptina reduz a diminuição
na tiroxinemia observada no jejum (Ahima et al., 1996; Orban et al., 1998; Nillni et al.,
2000). Legradi et al (1997) demonstraram que o RNAm para o pro-TRH, que diminui no
jejum, é restaurado com a administração de leptina.
Seoane et al (2000) demonstraram haver um estímulo da leptina, administrada
via i.c.v., na restauração da secreção de TSH, inibida pelo jejum. Esse estímulo da
leptina parece ser exercido sobre o hipotálamo, porém, o mesmo efeito não foi
observado quando a administração de leptina ocorre em animais hipotireóideos,
indicando que esse efeito é dependente da função tireóidea (Seoane et al., 2000). A
análise de todos esses dados sugere que, a hipoleptinemia induzida pelo jejum leva à
menor produção de TRH que reduz, conseqüentemente, a secreção de TSH e de HTs.
Nowak et al. (2002) revelaram a expressão do ObRb em tireóide de ratas
adultas eutireoidéas, sugerindo um papel direto da leptina sobre a tireóide, não apenas
modulando a liberação do eixo hipotálamo-hipófise
. Isozaki et al. (2004) também
observaram o Ob-Rb em cultura de células FRTL5. Ainda nesta hipótese do efeito direto
da leptina no tirócito, De Oliveira et al (2007) observaram que a hiperleptinemia in vivo
estimula e in vitro inibe a captação tireoideana de radioiodeto (atividade do co-
transportador iodo/sódio) de ratos machos adultos. Recentemente, nosso grupo
detectou a presença de ObRb em tireóides de ratos machos programados pela
hiperleptinemia neonatal (Dutra et al, 2007).
Em estudos anteriores do nosso laboratório, verificamos que ratas lactantes
submetidas à restrição protéica apresentaram disfunção tireóidea (Lisboa et al., 2003b)
e hiperleptinemia (Lisboa et al, 2006) e ainda, demonstramos que ratos adultos
programados pela hiperleptinemia no início da lactação, apresentam na idade adulta,
aumento sérico de T3 e T4 totais e livres (Teixeira et al., 2003, Toste et al., 2006b).
Assim, evidenciamos uma relação entre leptina e função tireóidea durante o período de
lactação, que pode estabelecer um imprinting programando alterações na função
destes dois hormônios na idade adulta.
O presente trabalho busca investigar a relação entre a hiperleptinemia materna
nos 10 primeiros dias da lactação e a programação da função tireoideana de sua prole
em curto e longo prazos.
Objetivos
GERAL
Avaliar os efeitos do tratamento materno com leptina durante os 10 primeiros
dias de lactação sobre sobre a composição corporal, o metabolismo glicídico e a função
tireoideana da prole em curto e longo prazo.
ESPECÍFICOS
Nas mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação, avaliar:
A Ingestão alimentar e o peso corporal durante o tratamento até o
desmame;
As concentrações séricas de leptina e T
3
ao final da lactação;
O conteúdo de leptina e T
3
no leite;
Na prole das mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação,
avaliar:
A ingestão alimentar pós natal até aos 180 dias de idade;
O peso corporal durante o tratamento e pos natal até os 180 dias de
idade;
A composição corporal e a massa de gordura visceral aos 21, 30 e 180
dias de idade ;
A resistência ao efeito anorético da leptina aos 30 e 180 dias de idade;
As concentrações séricas de leptina, insulina, T
3
, T
4
, TSH e glicose aos
21, 30 e 180 dias de idade;
A captação de radioiodeto pela tireóide aos 180 dias;
A atividade hepática da α-glicerol fosfato desidrogenase mitocondrial
(GPDm) aos 21, 30 e 180 dias de idade;
Materiais e Métodos
1-ANIMAIS
Ratas Wistar fêmeas, nulíparas, de 3 meses de idade, foram mantidas em
biotério com temperatura (25±1°C) e ciclo claro-escuro (7:00-19:00 h) controlados.
Estes animais foram acasalados (2 fêmeas/1 macho) e receberam ração comercial (23
% de proteína), e água ad libitum. Nosso modelo experimental foi aprovado pelo Comitê
de Ética para o cuidado e uso de Animais Experimentais do Instituto de Biologia
Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado de Rio de Janeiro
(CEA/183/2007).
No dia do nascimento da prole, as mães foram divididas em dois grupos:
1- Controle (C): injetadas com NaCl 0,9 %, via subcutânea (s.c.), nos 10
primeiros dias da lactação.
2- Leptina (LEP): injetadas com de leptina (8 μg/100g de peso corporal (p.c.),
s.c., nos 10 primeiros dias da lactação. recombinant mouse Leptin - National Hormone
and Pituitary Program, Harbon-UCLA, Medical Center, CA, E.U.A.).
Ao nascimento dos filhotes, definido como dia 0 (d0), a ninhada foi ajustada em 6
filhotes machos, pois este número de animais confere o maior potencial lactotrófico
(Fishbeck & Rasmussen,1987).
Aos 21 dias da lactação (desmame) as mães foram ordenhadas para a obtenção
do leite. Logo após, as mães foram anestesiadas com Thiopentax a 5% (0,10 ml/100g
p.c., i.p.) e em seguida foram coletadas amostras de sangue por punção cardíaca. Soro
e leite foram armazenados a -20ºC para posterior dosagem de T3 e leptina.
O sacrifício da prole se deu aos 21, 30 e 180 dias de idade, quando os animais
foram anestesiados com Thiopentax a 5% (0,10 ml/100g p.c., i.p.) e, em seguida,
coletamos sangue por punção cardíaca, sendo o soro armazenado a -20ºC para
posterior dosagem de leptina, insulina, TSH, T4 e T3. A carcaça foi obtida para análise
da composição corporal. O fígado foi coletado e armazenado a -70ºC para
determinação da atividade GPDm.
2- AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
Os parâmetros utilizados para avaliação do estado nutricional das mães na
lactação e das proles após o desmame, foram:
Ingestão de ração: o consumo materno foi monitorado diariamente na lactação. A
ingestão da prole foi acompanhada de 4 em 4 dias após o desmame até os 180 dias de
idade. A quantidade de ração ingerida é igual à diferença entre o peso da ração que
restou na gaiola (Rf) e a quantidade total colocada 4 dias antes (Ri). Esses dados foram
usados para calcular a ingestão diária de ração, de acordo com a fórmula:
Ingestão de ração (g) = (Ri-Rf) n / 4
Onde, n corresponde ao número de ratos por gaiola, e 4 é o número de dias.
Peso corporal: peso corporal das mães e filhotes foi acompanhado diariamente
na lactação. Após o desmame, o peso da prole foi monitorado de 4 em 4 dias até os
180 dias de idade, obedecendo sempre o mesmo horário de pesagem para todos os
dias analisados.
Composição corporal
Aos 21, 30 e 180 dias de idade, os ratos C e LEP foram completamente
eviscerados e as carcaças amolecidas em autoclave por 1h, com posterior
homogeneização em água destilada na proporção 1:1.
Conteúdo lipídico total:
cerca de 3g do homogeneizado foram utilizadas para
determinação do conteúdo de gordura por método gravimétrico (Stansbie et al, 1976).
As alíquotas foram hidrolisadas em banho-maria a 70ºC por 2h em presença de KOH
30% e etanol absoluto. Após acidificação com ácido sulfúrico 6M, os ácidos graxos
totais e o colesterol livre foram extraídos mediante 3 lavagens sucessivas com éter de
petróleo. O material foi transferido para um recipiente previamente pesado, e levado à
capela de exaustão até ficar bem seco, quando se procedeu à pesagem diária até seu
valor tornar-se constante. As pesagens foram corrigidas pelas diluições feitas nas
etapas anteriores. Os resultados foram expressos em gramas de gordura por 100
gramas de carcaça.
Conteúdo protéico total:
Alíquotas com cerca de 1g do homogeneizado, foram
aquecidas a 37ºC por 1h em KOH 0,6N, sob agitação. Após centrifugação a 1.000 g por
10 minutos. A concentração de proteínas totais foi determinada colorimetricamente no
sobrenadante (Lowry et al, 1951), utilizando BSA para construção da curva padrão. Os
resultados foram expressos em gramas de proteína por 100 gramas de carcaça.
Água corporal total:
colocamos cerca de 1g do homogeneizado de carcaça em
estufa à temperatura de 90°C, mantendo esta temperatura até que o peso da amostra
desidratada ficasse estável (Pase et al., 1945), o que levou 6 dias, sendo realizadas as
pesagens de 2 em 2 dias. Os resultados foram expressos em gramas de água corporal
total.
Minerais
: Cerca de 1g do homogeneizado de carcaça foi colocada em mufla
(Fornitec Temp 1200) à temperatura de 600 °C, mantendo esta temperatura até que o
peso da amostra se mantivesse constante (Pace et al., 1945). Os resultados foram
expressos em gramas de cinzas por 100 gramas de carcaça.
Massa de gordura visceral (MGV):
foi retirada e pesada a fim de avaliar a
quantidade de gordura central. Foram retiradas as gorduras retroperitoneal, epididimal e
mesentérica.
3- TESTE DO EFEITO ANOREXIGÊNICO DA LEPTINA
A prole aos 30 e 180 dias de idade ficaram em jejum 24 h antes do teste com
livre acesso à água. Os grupos C e LEP foram subdivididos em 02 grupos:
Leptina (CLEP, LEPLEP): injetados com leptina recombinante (0,5 mg/kg p.c,
PeproTech, USA), via i.p.
Salina (CSAL, LEPSAL): injetados com salina nas mesmas condições.
Todos os animais retornaram às gaiolas com ração previamente pesada. O efeito
anorexigênico da leptina foi estabelecido pela diferença do consumo de ração entre o
grupo injetado com leptina e o grupo injetado com diluente em 2, 4, 6 e 24 h (Martin et
al, 2000, Passos et al., 2004; Lins et al., 2005, Toste et al., 2006).
4- DETERMINAÇÃO HORMONAL E GLICEMIA
O sangue dos ratos foi centrifugado (4°C/20 min/1500 g) para a obtenção do
soro.
A leptina em soro e leite foi avaliada por radioimunoensaio (RIE), através de Kit
comercial para dosagem de leptina em ratos (LINCO Research, Inc., Missouri, E.U.A.).
As amostras de leite do 21º dia da lactão foram sonicadas por 3-10 seg sob gelo e
diluídas na proporção 1:10 (Hassink et al., 1997). Os valores de leptina foram expressos
em ng/ml. O coeficiente de variação intra-ensaio foi de 6,9 %.
A insulinemia foi dosada por RIE comercial (ImmuChemTM
125
I, tubo r, ICN
Biomedicals, Inc, E.U.A). Os coeficientes de variação intra-ensaio foi de 4,22%.
A dosagem de T4 e T3 totais séricos e T3 no leite foram realizadas por RIE
comercial (ICN Pharmaceulticals Inc., NY, EUA). Os coeficientes de variação intra-
ensaio do T4 foi de 3,3 – 8,1 % e do T3 foi de 5,6 %. Os valores de T4 foram expressos
em µg/dl e os de T3 foram expressos em ng/dl.
O TSH sérico foi medido por RIE de duplo anticorpo (Moura et al., 2001),
utilizando reagentes fornecidos pelo National Institute of Diabetes and Digestive and
Kidney Diseases (Bethesda, USA, rp-3).Os valores foram expressos em ng/ml .
A glicemia foi medida no momento do sacrifício com auxílio de um medidor
automático (ACCU CHECK-Active, Roche®), baseado na reação glicose-glicose
oxidase.
5- CAPTAÇÃO DE RADIOIODO TIREÓIDEO
A prole de mães tratadas com leptina foi submetida à avaliação da captação de
radioiodeto pela tireóide aos 180 dias de idade. Duas horas antes do sacrifício,
administramos dose traçadora de
125
I, i.p. (2.22 x 104 Bq) (Moura et al., 1987). As
tireóides foram excisadas, pesadas e a radiação determinada em contador Gama
(Cobra Auto-Gamma, Packard Instrument Co, Downers Grove, E.U.A.). Os valores
foram normalizados pela massa tireóidea.
6- ATIVIDADE GPDm HEPÁTICA
A medida da atividade GPDm (α-glicerol fosfato desidrogenase mitocondrial)
hepática baseia-se na técnica colorimétrica descrita previamente (Lee & Lardy, 1965;
Oliveira et al.,2007), cujo princípio é o uso do metasulfato de fenacina (PMS) como
transportador eletrônico entre a enzima reduzida e o cloreto de violeta-
iodonitrotetrazólio (INT).
Cerca de 250mg de fígado foi homogeneizado em 20 volumes de solução SM
(sacarose 0,32 M e cloreto de magnésio 1mM) em Ultra-Turrax e centrifugado
(1.000xg/10min/4
o
C) para separar o precipitado nuclear (descartado) e utilizar o
sobrenadante, que foi centrifugado (8.500xg/10 min/4
o
C). O precipitado desta segunda
centrifugação foi ressuspenso em 3ml de tampão fosfato 0,125M pH 7,5 (BPK) sob
agitação, seguido de nova centrifugação (8.500xg/10 min/4
o
C). Descartamos o
sobrenadante, obtém-se a fração mitocondrial (precipitado), sendo esta ressuspensa
em 1ml de BPK no momento do ensaio enzimático. Para este, 100μl da fração
mitocondrial foi pipetado em 4 tubos (2 brancos e 2 problemas). Nos tubos problemas,
pipetamos 50μl de DL-α-glicerofosfato hexahidratado sal sódica (α-GP - 32,4 mg/ml)
diluído em KCN (cianeto de potássio - 0,32mg/ml em tampão BKP pH7,5-0,125M) e nos
tubos brancos, apenas 50μl de KCN. Incubamos por 10 min a 30
o
C, seguido de um
banho frio. Iniciamos a reação adicionando 100μl da solução INT-PMS por 15 minutos,
a temperatura ambiente, no escuro. Precipitamos as amostras com 50μL de TCA 10%.
Então a luz foi acesa e acrescentamos 1ml de etanol absoluto, sob agitação e posterior
centrifugação (1.000xg/5 min.) A leitura da absorbância do sobrenadante foi realizada a
500nm e os dados expressos como A/min/mg de proteína.
Análise Estatística
Os dados foram expressos como média±erro padrão da média (EPM). Para
comparação entre os grupos utilizamos o teste t de Student não pareado, exceto para o
TSH e a captação de
125
I, para os quais utilizamos o teste não paramétrico de Mann-
Whitney. As diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05.
Resultados
Avaliação do estado nutricional das ratas lactantes tratadas com leptina
nos 10 primeiros dias da lactação
As ratas lactantes que receberam injeção de leptina no início da lactação não
apresentaram diferença na ingestão alimentar (figura 2A). Com relação ao peso
corporal, observamos uma redução nas ratas do grupo LEP a partir do segundo dia de
tratamento até o final da lactação (6% p<0,05, gráfico 2B).
Figura 2:
Ingestão de ração (A) e peso corporal (B) das ratas lactantes dos grupos - C e LEP. Grupo C
- livre acesso à água e ração, recebendo injeção de solução salina durante os 10 primeiros dias da
lactação. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, recebendo injeção de 8μg de leptina/100g de peso
corporal, durante 10 primeiros dias de lactação. Os dados estão expressos como média ± erro padrão de
08 ratas lactantes por grupo.
0 5 10 15 20 25
0
25
50
75
C
LEP
(A)
Dias
Ingestão (g/dia)
0 5 10 15 20 25
200
225
250
275
C
LEP
*
(B)
Dias
Peso g
Leptina e T3 ao desmame no soro e no leite de ratas lactantes tratadas
com leptina nos 10 primeiros dias de lactação.
A figura 3 mostra as concentrações de leptina no soro (gráfico 3A) e no leite
(gráfico 3B) de mães injetadas com leptina no início da lactação. Não houve diferença
de leptina entre os grupos, tanto no soro quanto no leite.
Na figura 4, mostramos as concentrações de T3 no soro (gráfico 4A) e no leite
(gráfico 4B) destas mães. Não detectamos diferença de T3 sérico entre os grupos,
porém as mães LEP exibiram maior conteúdo deste hormônio no leite (30%, p<0,05).
Figura 3
: Concentração de Leptina no soro (A) e no leite (B) das ratas lactantes dos grupos - C e LEP.
Grupo C - livre acesso à água e ração, recebendo injeção de solução salina durante os 10 primeiros dias
da lactação. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, recebendo injeção de 8μg de leptina /100g de
peso corporal, durante 10 primeiros dias de lactação. Os dados estão expressos como média ± erro
padrão de 06 ratas lactantes por grupo.
C LEP
0
2
4
6
( A )
Lepina sérica (ng/ml)
C LEP
0
1
2
3
( B )
Leptina no leite (ng/ml)
Figura 4: Concentração de T3 no soro (A) e no leite (B) das ratas lactantes dos grupos - C e LEP.
Grupo C - livre acesso à água e ração, recebendo injeção de solução salina durante os 10 primeiros dias
da lactação. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, recebendo injeção de 8μg de leptina /100g de
peso corporal, durante 10 primeiros dias de lactação. Os dados estão expressos como média ± erro
padrão de 06 ratas lactantes por grupo. * (p<0,05) vs C
Avaliação do estado nutricional da prole de mães tratadas com leptina nos
10 primeiros dias da lactação
A evolução da ingestão alimentar e do peso corporal da prole de mães LEP é
mostrada na figura 5.
A ingestão de ração da prole de mães LEP foi maior que a do grupo controle
(17%, p< 0,05), nos dias 29, 37, 53, 69,105 e 113 e do dia 145 em diante (10%, p<
0,05) (gráfico 5A).
No gráfico 5B, observa-se a evolução do ganho de peso corporal das proles,
desde o nascimento até os 180 dias de vida. O intervalo entre o dia 0 e o dia 10 de
idade corresponde ao período de tratamento materno com leptina, onde o grupo de
filhotes de mães LEP apresentou menor ganho de peso (5%, p<0,05) desde o primeiro
dia de injeção de leptina. Do dia 69 em diante, a prole de mães LEP apresentou maior
ganho de peso (10%, p<0,05) em comparação ao grupo controle.
C LEP
0
70
140
210
*
( B )
TT3 ng/dl
C LEP
0
20
40
60
( A )
TT3 ng/dl
Figura 5
: Ingestão de ração (A) dos grupos C e LEP do desmame aos 180 dias de idade e peso
corporal (B) do nascimento até aos 180 dias de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas
mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação;
Grupo C livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de solução salina, nos 10 primeiros
dias de lactação. Os dados estão expressos como média ± erro padrão de 10 animais controles e 13
animais do grupo LEP. A seta indica que houve diferença significativa entre os grupos do dia 145 em
diante na ingestão e do dia 69 em diante no peso. * (p<0,05) vs C
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
0
30
60
90
120
150
C
LEP
*
*
*
*
*
*
P<0,05
( A )
Dias
Ingestão (g/dia)
0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5
0
5
10
15
20
25
C
LEP
*
P<0,05
Dias
Peso Corporal (g)
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
0
100
200
300
400
500
C
LEP
*
P<0,05
( B )
Dias
Peso Corporal(g)
Avaliação da massa de gordura visceral (MGV) e do conteúdo total de
gordura, proteína, água e cinzas da prole de mães tratadas com leptina nos 10
primeiros dias da lactação.
A figura 6 mostra que os animais do grupo LEP não apresentam alteração de
MGV aos 21 (gráfico 6A) e 30 (gráfico 6B) dias de idade, enquanto aos 180 dias
(gráfico 6C), estes animais apresentam aumento de aproximadamente 57% (p<0,05)
comparado ao grupo controle. O mesmo foi observado com relação à gordura corporal
total, que apresentou-se maior (40%, p<0,05) somente aos 180 dias de vida na prole
LEP (figura 7). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto a quantidade
total de proteínas (figura 8), água (figura 9) e cinzas (figura 10) na carcaça.
Figura 6:
Quantidade total de MGV dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e180 dias de
idade (C). Grupo Lep - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias de lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 10 animais em cada grupo. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
( A )
21 dias
MGV g/100 g
peso corporal
C LEP
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
( B )
30 dias
MGV g/100g
peso corporal
C LEP
0
3
6
9
12
15
18
*
( C )
180 dias
MGV g/100g
peso corporal
Figura 7:
Quantidade total de gordura (g/100 g peso corporal) dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e
180 dias de idade (C). Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg
de leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e
ração, suas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro
padrão de 10 animais em cada grupo. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0
3
6
9
12
( A )
21 dias
g de gordura/100g
de peso corporal
C LEP
0
2
4
6
8
( B )
30 dias
g de gordura/100g
de peso corporal
C LEP
0
3
6
9
12
*
( C )
180 dias
g de gordura/100g
de peso corporal
Figura 8
: Quantidade total de proteína dos animais dos grupos C e LEP aos 21 ( A), aos 30 (B) e 180
dias de idade (C). Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 10 animais em cada grupo aos 21, 30 e 180 dias.
C LEP
0
10
20
( A )
21 dias
g de ptn/100g de
peso corporal
C LEP
0
10
20
( B )
30 dias
g de ptn/100g de
peso corporal
C LEP
0
10
20
( C )
180 dias
g de ptn/100g de
peso corporal
Figura 9
: Quantidade total de água dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e 180 (C) dias
de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 10 animais em cada grupo aos 21, 30 e 180 dias.
C LEP
0
25
50
75
( A )
21 dias
Água (g/100g de
peso corporal)
C LEP
0
27
54
81
( B )
30 dias
Água (g/100g
de peso corporal )
C LEP
0
25
50
75
( C )
180 dias
Água (g/100g
de peso corporal)
Figura 10:
Quantidade total de cinzas dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e 180 (C)
dias de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 10 animais por grupo aos 21, 30 e 180 dias.
C LEP
0
2
4
6
( B )
30 dias
Cinzas (g/100g
de peso corporal)
C LEP
0
7
14
21
( C )
180 dias
Cinzas (g/100g
de peso corporal)
C LEP
0
5
10
15
( A )
21 dias
Cinzas (g/100g
de peso corporal)
Avaliação da leptinemia da prole de mães tratadas com leptina nos 10
primeiros dias da lactação
Na figura 11, observamos as concentrações séricas de leptina aos 21 (gráfico
11A), 30 (gráfico 11B) e 180 (gráfico 11C) dias de idade. Os animais do grupo LEP
apresentaram hiperleptinemia somente aos 180 dias de idade (135%, p<0,02)
comparado ao grupo controle.
Figura 11:
Concentrações séricas de leptina dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e 180 dias de
idade (C). Grupo leptina - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 8 animais por grupo aos 21, 30 e 180 dias. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0
2
4
6
( A )
21 dias
Lepina sérica (ng/ml)
C LEP
0
1
2
3
( B )
30 dias
Lepina sérica (ng/ml)
C LEP
0
2
4
6
*
( C )
180 dias
Lepina sérica (ng/ml)
Insulinemia, glicemia e índice de resistência à insulina (IRI) da prole de
mães tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
A figura 12 mostra as concentrações séricas de insulina aos 21 (gráfico12A), 30
(gráfico 12B) e 180 (gráfico 12C) dias de idade. A prole do grupo LEP não exibiu
alteração de insulinemia em nenhum dos momentos estudados, quando comparado ao
grupo controle.
A glicemia, mostrada na figura 13, também não diferiu entre as prole aos 21
(gráfico 13A), 30 (gráfico 13B) dias, contudo foi maior aos 180 dias de vida ( 10%
p<0,05,gráfico 13C).
A figura 14 mostra que não detectamos diferença significativa do IRI entre os
grupos aos 180 dias.
Figura 12
: Concentrações séricas de insulina dos grupos controle e LEP aos 21, 30 e 180 dias de
idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g
de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração, cujas mães
receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão de 8 animais
por grupo aos 21, 30 e 180 dias.
C LEP
0
18
36
54
72
90
( A )
21 dias
Insulina (
μ
Ui/mL)
C LEP
0
10
20
30
40
50
( B )
30 dias
Insulina (
μ
Ui/mL)
C Lep
0
20
40
60
80
100
( C )
180 dias
Insulina (
μ
Ui/mL)
Figura 13: Glicemia dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e 180 dias de idade (C). Grupo LEP - livre
acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g de peso corporal, nos 10
primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de
solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão de 8 animais por grupo aos 21, 30 e
180 dias. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0
22
44
66
88
110
( A )
21 dias
Glicemia (mg/dl)
C LEP
0
16
32
48
64
80
( B )
30 dias
Glicemia (mg/dl)
C LEP
0
16
32
48
64
80
( C )
*
180 dias
Glicemia (mg/dl)
Figura 14
: Índice de resistência a insulina aos 180 dias de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e
ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da
lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de solução salina. Os
dados estão expressos como média ± erro padrão de 8 animais por grupo.
Teste do efeito anorexigênico da leptina na prole aos 30 dias de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
A figura 15 (gráficos 15 A e B) mostra o teste do efeito anorexigênico da
leptina nos grupos C e LEP aos 30 dias. A efetividade deste teste está demonstrada
pelo resultado do grupo controle que recebeu leptina (CLEP), cuja ingestão de ração
destes animais, quando ajustada por 100g de peso corporal foi menor as 2 e as 4
horas (39% e 17%p<0,05,respectivamente) e o grupo LEPLEP não respondeu à
injeção aguda de leptina com a esperada redução de ingestão alimentar nos
períodos estudados (gráfico 15 B).
C LEP
0
80
160
240
320
400
Índice de Resistência à insulina
Insulina x glicose
(
μ
Ui/mL x mmol/l)
Figura 15
: Ingestão de ração ajustada por 100g de peso corporal de animais aos 30 dias após
administração de leptina ou salina no grupo Controle ( A ) e no grupo LEP ( B ).Grupo LEP - livre acesso
à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros
dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de solução
salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão de 6 animais por grupo * (p<0,05) vs CLEP.
Teste do efeito anorexigênico da leptina na prole aos 180 dias de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias da lactação
A figura 16 (gráficos 16A e B) mostra o teste do efeito anorexigênico da
leptina nos grupos C e LEP aos 180 dias. Como já mencionado, a efetividade deste
teste é comprovada pelo resultado do grupo CLEP que apresentou menor consumo
de ração quando ajustada por 100g de peso corporal após 2 (28%p<0,05), 4
(12%p<0,05) e 6 horas (5%p<0,05) da injeção aguda de leptina comparada ao grupo
CSAL,gráfico 16A. O grupo LEPLEP não respondeu à injeção aguda de leptina com
a esperada redução de ingestão alimentar nos períodos estudados, gráfico 16 B.
2.0 4.0 6.0 24.0
0
5
10
15
20
25
CSAL
CLEP
*
*
( A )
horas
ingestão ração
(g/100g
de peso corpora)
2.0 4.0 6.0 24.0
0
5
10
15
20
25
LEPSAL
LEPLEP
( B )
horas
ingestão ração
(g/100g de peso corporal)
Figura 16
: Ingestão de ração ajustada por 100g de peso corporal de animais aos 180 dias após
administração de leptina ou salina no grupo controle ( A ) e no grupo LEP ( B ). Grupo LEP - livre acesso
à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros
dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de solução
salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão de 6 animais por grupo * (p<0,05) vs CLEP
2.0 4.0 6.0 24.0
0
5
10
15
20
25
CSAL
CLEP
*
*
*
( A )
horas
ingeso ração
(g/100g
de peso corporal)
2.0 4.0 6.0 24.0
0
5
10
15
20
25
LEPSAL
LEPLEP
( B )
horas
ingestão ração
(g/100g
de peso corporal)
Captação de
125
I pela tireóide da prole aos 180 dias de mães tratadas com
leptina nos 10 primeiros dias da lactação
A figura 17 mostra que não houve diferença na captação de 2 horas de
radioiodeto pela tireóide aos 180 dias de vida.
Figura 17: Captação tireoideana de
125
I nos filhotes aos 180 dias. Grupo LEP - livre acesso à água e
ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da
lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de solução salina. Os
dados estão expressos como média ± erro padrão de 10 animais em cada grupo. * (p<0,05) vs C
C LEP
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
Captação de
125
I
na
tireóide
( % mg )
Função tireoideana da prole de mães tratadas com leptina nos 10 primeiro
dias da lactação
As figuras 18, 19 e 20 mostram as concentrações séricas de T3, T4 e de TSH,
respectivamente.
O T3 total (figura 18) foi maior aos 21 dias (p=0,06, gráfico 18A), menor aos 30
dias (20% p<0,05 gráfico 18B) e maior aos 180 dias (22% p<0,05 gráfico 18C) no grupo
LEP comparado ao grupo controle. Não houve diferença de T4 total (figura 19) entre os
grupos estudados em nenhuma das idades.
Na figura 20, podemos observar que o TSH sérico não foi diferente entre os
grupos.
Na figura 21, observamos menor atividade GPDm hepática aos 30 dias (58%;
p<0,01) e 180 dias (43%; p<0,05), gráficos 21 B e C, respectivamente.
Figura 18:
Concentração sérica de T3 total dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e
180dias (C) de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 8 animais por grupo aos 21, 30 e 180 dias. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0
15
30
45
*
( B )
30 dias
TT3 ng/dl
C LEP
0
25
50
*
180 dias
(C)
TT3 ng/dl
C LEP
0
25
50
75
(A)
21 dias
TT3 ng/dl
Figura 19: Concentração sérica de T4 total dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e
180dias (C) de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 8 animais por grupo aos 21, 30 e 180 dias.
C LEP
0
1
2
3
4
( B )
30 dias
TT4 (
μ
g/dl)
C LEP
0
1
2
3
4
( C )
180 dias
TT4 (
μ
g/dl)
C LEP
0
1
2
3
4
( A )
21 dias
TT4
g/ dl)
Figura 20:
Concentração sérica de TSH dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e 180 dias
(C) de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 8 animais por grupo aos 21, 30 e 180 dias. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0
2
4
6
( A )
21 dias
TSH (ng/ml)
C LEP
0
2
4
6
( B )
30 dias
TSH (ng/ml)
C LEP
0
2
4
6
( C )
180 dias
TSH (ng/ml)
Figura 21:
Atividade da enzima GPDm dos animais dos grupos C e LEP aos 21 (A), 30 (B) e 180 dias
(C) de idade. Grupo LEP - livre acesso à água e ração, cujas mães receberam injeção de 8μg de
leptina/100g de peso corporal, nos 10 primeiros dias da lactação; Grupo C - livre acesso à água e ração,
cujas mães receberam injeção de solução salina. Os dados estão expressos como média ± erro padrão
de 8 animais por grupo aos 21, 30 e 180 dias. LEP* (p<0,05) vs C
C LEP
0.0
0.1
0.2
0.3
( A )
21 dias
abs/min/mg ptn
C LEP
0.00
0.04
0.08
0.12
*
( B )
30 dias
abs/min/mg ptn
C LEP
0
1
2
3
*
( C )
180 dias
abs/min/mg ptn
Resumo dos resultados
Tabela 1: Dados das mães injetadas com leptina nos 10 primeiros dias de lactação.
Parâmetros 21 dias
Ingestão alimentar N
Peso corporal
Leptina sérica N
T3 Total sérico N
Leptina no leite N
T3 total no leite
Tabela 2
: Dados dos filhotes cujas mães foram injetadas com leptina nos 10 primeiros dias de
lactação.
Parâmetros 21 dias 30 dias 180 dias
Peso Corporal N N
MGV N N
Gordura Corporal N N
Proteína Corporal N N N
Água Corporal N N N
Cinzas N N N
Leptina N N
Insulina N N N
Glicemia N N
IRI - - N
Sensibilidade à leptina -
Captação tireóidea de
125
I - - N
T3 Total
T4 Total N N N
TSH N N N
GPDm hepática N
N – Normal - Aumentado - Diminuído
Discussão
No presente trabalho, estamos demonstrando pela primeira vez o fenótipo
metabólico das proles cujas mães foram tratadas com leptina no início da lactação, em
períodos distintos de desenvolvimento.
As concentrações séricas de leptina das ratas lactantes no último dia de
tratamento com leptina (10º dia) não foram dosadas, justamente, porque essas mães
não podiam ser sacrificadas neste período, uma vez que seus filhotes foram
amamentados até os 21 dias de vida. Entretanto, em estudo anterior, onde as ratas
foram injetadas com leptina ao final da lactação, encontramos aumento da leptina
sérica no último dia de tratamento (Lins et al., 2005). Além disso, a observação de
menor peso corporal das mães durante o período de administração de leptina parece
confirmar o efeito do tratamento.
Alguns autores justificam uma hipoleptinemia na lactação em função do aumento
no
clearance de leptina sérica (Vernon et al., 2002) ou do estímulo da sucção (Brogan
et al., 1998). Sendo que este último agiria como um sinal diante da maior necessidade
de substratos energéticos para produção de leite. Assim, esta hipoleptinemia facilitaria
o aumento da ingestão alimentar da lactante.
Os filhotes de mães LEP também apresentam menor ganho de peso corporal
na lactação, mas que é revertido no pós-desmame a partir do dia 69 em diante, onde
esses animais passam a ter maior peso comparado ao controle, assim como a ingestão
alimentar que é consistentemente maior a partir dos 145 dias de vida.
A leptina está presente no leite tendo sido relatada em camundongos (Aoki et al.,
1999) e seres humanos (Smith-Kirwin et al., 1998; Casabiell et al., 1997), e suas
concentrações estão relacionadas tanto com as da circulação quanto com a
adiposidade materna (Casabiell et al., 1997; Houseknecht et al., 1997). Estes autores
sugerem que a leptina seja secretada pelas células epiteliais da glândula mamária para
os glóbulos de gordura do leite. Não estão bem estabelecidos os fatores reguladores da
secreção de leptina pelo leite.
Em alguns de nossos modelos de programação, também constatamos maior
passagem de leptina pelo leite. Lins et al. (2005) trataram as mães com leptina nos três
últimos dias da lactação e reproduziu alguns dos efeitos observados por Oliveira-Cravo
et al. (2002), que tratou os filhotes diretamente, nos 10 primeiros ou 10 últimos dias de
lactação. Em ambas as experiências, os filhotes foram programados para um maior
ganho de massa corporal e hiperfagia. Entretanto, algumas diferenças importantes se
fizeram notar quanto à programação, tais como uma maior massa de gordura visceral
quando as mães foram tratadas (Lins et al.,2005), contrastando com maior ganho de
massa protéica, quando a prole era tratada (Toste et al. 2006).
Em outro modelo de programação (Bonomo et al., 2005), constatamos também a
maior passagem de leptina pelo leite, quando as mães foram tratadas com
bromocriptina, um agonista dopaminérgico, inibidor da prolactina. Sugerindo ser a
prolactina um dos fatores reguladores da passagem de leptina pelo leite. Estes animais
foram programados para maior peso corporal e maior massa de gordura visceral
(Bonomo et al., 2007) e total .
Apesar de não termos detectado maiores concentrações de leptina no leite de
mães LEP ao desmame, isto pode ter sido devido a problemas na sensibilidade do
método ou ao período em que foi feita a coleta, que pode não ter coincidido com o pico
da passagem. Porém, como estes animais ganharam menos peso, durante a lactação,
é possível que a leptina tenha passado em maior quantidade pelo leite das mães
tratadas e, sido absorvida pelo trato gastrointestinal dos filhotes, indo atuar sobre os
seus receptores hipotalâmicos, induzindo saciedade, reduzindo o consumo de leite e,
conseqüentemente, retardando o ganho de peso destes animais.
Receptores de leptina já foram identificados em células epiteliais gástricas em
ratos e seres humanos neonatos (Barrenetxe et al., 2002), sugerindo que a leptina
materna possa atuar no filhote.
Não podemos descartar que a leptina possa estar atuando indiretamente,
induzindo algum fator no leite que causaria a impressão na prole. Esta hipótese se
justifica pelas diferenças encontradas na programação, quando a leptina é administrada
na mãe ou no filhote (Lins et al., 2005; de Oliveira-Cravo et al., 2002; Toste et al.,
2006).
A grelina é um peptídeo secretado pelo hipotálamo, estômago (Morash et
al.,1999; Jin et al.,1999; Smith-Kirwin et al., 1998) e placenta (Pelleymounter et
al.,1995) em roedores e seres humanos. Ela regula a liberação do hormônio do
crescimento (GH) e tem propriedades orexígenas (Bado et al.,1998; Senaris et al.,1997;
Schwartz et al.,1996). Savino et al. (2005) encontrou uma correlação negativa entre a
concentração de grelina e o peso de lactentes saudáveis, sugerindo que a grelina
também desempenhe um papel importante na regulação do peso corporal em crianças
saudáveis. Seus efeitos são
mediados através do receptor GHS, localizado na hipófise
e hipotálamo (Wang et al.,1998). Hayashida et al (2002) demonstraram em ratos,
através de imunohistoquímica, que a grelina é expressa no estômago fetal a partir do
dia 18 da gestação e ainda que a quantidade de grelina na parte glandular do estômago
aumenta de acordo com a idade, do período neonatal à idade adulta. O mecanismo de
regulação da síntese e secreção deste hormônio parece não estar ainda bem
estabelecido. Entretanto, Toshinai et al. (2001) demonstraram que a expressão do
RNAm da grelina no estômago está aumentada após administração de insulina e
leptina. Isto levanta a possibilidade de que a leptina transferida pelo leite possa
estimular a grelina na prole e esta contribuir para as alterações de comportamento
alimentar em longo prazo observado no presente estudo. A curto prazo prepondera o
efeito anorexígeno da leptina.
Dietas ricas em lipídeos aumentam a leptinemia (Devaskar et al., 1997; Ahren et
al., 1997). Trottier et al. (1998) demonstraram que o aumento da gordura no leite
aumenta a concentração de leptina em ratos lactentes. Em estudo anterior, observamos
que a desnutrição calórica na lactação aumenta a concentração de lipídeos no leite,
havendo aumento no peso corporal da prole quando adulta (Passos et al. 2000). É
provável que a hiperleptinemia materna também leve a alterações de composição e/ou
quantidade do leite, programando a regulação da
ingestão e do peso corporal.
Através do método da carcaça quantificamos o conteúdo de gordura e proteínas
corporais totais e medindo a massa de gordura visceral avaliamos a adiposidade
central. Recentemente, verificamos que ratos tratados com leptina nos 10 primeiros dias
de vida apresentaram maior peso corporal, quantidades normais de gordura total e
central, associado a maior proporção de proteína na carcaça quando adultos,
evidenciando que o aumento de peso corporal deve-se à maior quantidade de tecido
muscular e não de tecido adiposo (Toste et al., 2006a). Ao contrário, no presente
estudo, ambas as gorduras (total e visceral) foram maiores aos 180 dias, confirmando
que o aumento de peso encontrado deve-se a massa adiposa, reforçando o estudo de
Lins et al. (2005), onde as mães receberam injeção de leptina, nos três últimos dias de
lactação. Em estudo recente, Vickers et al. (2008) trataram com leptina, do 3º ao 13º
dia de vida, ratos machos cujas mães receberam dieta normal na gestação e
observaram uma programação para maior peso corporal e aumento da adiposidade
corporal total. A diferença deste estudo de Vickers e o de Toste et al. (2006ª) reside na
dose muitas vezes mais elevada no estudo de Vickers (250 µg/100g pc/dia vs. 8
µg/100g pc/dia). Assim, a injeção na mãe parece potencializar o efeito adipogênico da
leptina.
As proles de mães LEP apresentam normoinsulinemia e hiperglicemia aos 180
dias. Porém, o IRI (índice de resistência à insulina) da prole LEP é normal,
demonstrando que estes animais ainda não apresentam resistência à insulina. Como a
leptina inibe a produção de insulina, através da sua ação na célula
β (Kieffer &
Habener, 2000), é provável que os níveis normais de insulina na idade adulta sejam
devidos à hiperleptinemia apresentada por estes animais e, não conseguem reverter a
intolerância a glicose nas condições basais, ou seja são inapropriadamente normais.
Nossos achados são aparentemente contraditórios aos de alguns autores
(Stocker et al. 2004; Stocker et al., 2007; Vickers et al. 2005). Stocker et al. (2004)
demonstraram que a administração de leptina a partir do 14º. dia de gestação e na
lactação em ratas submetidas à restrição protéica, reduz a suscetibilidade ao ganho de
peso e a resistência à insulina induzidos por dieta hiperlipídica nos filhotes adultos. Este
mesmo grupo administrou leptina em mães com estado nutricional normal e
observaram os mesmos resultados na prole adulta que recebeu dieta hiperlipídica
(Stocker et al.,2007). Porém, estes autores não avaliaram o efeito do tratamento
materno com leptina sobre o ganho de peso da prole associando mães com estado
nutricional normal e prole recebendo ração normal do desmame a idade adulta, como
em no nosso modelo experimental.
Vickers et al. (2005) também observaram que a administração de leptina, do 3º
ao 13º dia, na prole fêmea de mães submetidas à restrição calórica na gestação,
normalizou o ganho de peso, a ingestão calórica, bem como a quantidade de gordura
corporal destas ratas na idade adulta, quando comparado à prole das mães desnutridas
que recebeu salina. Vale ressaltar que neste estudo, o tratamento neonatal com leptina
não alterou a prole adulta das mães que não foram desnutridas na gestação.
Resultados semelhantes foram encontrados por Picó et al. (2007), onde a ingestão oral
de doses fisiológicas de leptina em ratos machos durante a lactação não causou
obesidade na idade adulta nos animais que receberam dieta hiperlipídica.
Assim, os resultados dos demais estudos citados acima diferem dos nossos,
provavelmente, devido a várias diferenças na metodologia, tais como dose de leptina,
via de administração, período de injeção (gestação e/ou lactação), sexo da prole,
estado nutricional materno e dieta da prole após-desmame.
Embora contraditórios esses resultados reforçam o importante papel da leptina
no estágio precoce da vida neonatal na regulação do peso corporal. Além disso,
reforçam ainda mais a importância da leptina na determinação da homeostase
energética em longo prazo e sugerem que os efeitos deste hormônio podem ser
modulados por sexo e estado nutricional pré e pós-natal.
A hiperleptinemia resulta em menor expressão do ObRb no hipotálamo, bem
como prejudica a sinalização da leptina (Toste et al., 2006; Zhang e Scarpace, 2006).
Assim, a hiperleptinemia, aos 180 dias, causaria resistência a leptina e, posteriormente,
participa da patogênese da obesidade (Considine et al., 1996). Alguns dos mecanismos
propostos para a resistência à leptina incluem a limitação no sistema de transporte da
barreira hemato-encefálica, anormalidades dos receptores de leptina, quanto ao seu
número ou afinidade ou anormalidades na sinalização pós-receptor, tais como: inibição
da via JAK-STAT, ativação do SOCS-3 ou aumento de outras citocinas inibitórias
(Jéquier, 2002; Friedman & Halaas, 1998).
Os resultados do presente estudo mostram que os animais cujas mães foram
tratadas com leptina na lactação não responderam à injeção aguda de leptina pela
redução da ingestão alimentar, demonstrando uma resistência à ação anorexigênica da
leptina tanto aos 30 dias
como aos 180 dias de vida. Geralmente, o consumo alimentar
é inibido agudamente pelo tratamento com leptina, entre 2 e 4h. Isto foi observado
apenas no grupo controle onde o consumo alimentar foi inibido aos 30 dias e aos 180
dias principalmente às 6 h. Os animais de mães LEP aos 30 dias de idade apresentam
resistência à leptina apesar da leptina sérica e peso corporal estarem normais,
confirmando uma resistência central a leptina, que antecede a hiperleptinemia. Esta
resistência à leptina hipotalâmica ocorre em animais magros, indicativo de leptina
central aumentada como um dos fatores responsáveis pela resistência à leptina. De
fato, o animal mais jovem apresenta uma maior ação central da leptina que o animal
mais velho (Zhang & Scarpace, 2006). Porém, o animal cuja mãe foi tratada com
leptina, já começa a apresentar resistência, antes até de desenvolver maior massa de
tecido adiposo e hiperleptinemia. A dieta hiperlipidica aumenta a leptinemia e reduz a
expressão do ObRb (Zhang & Scarpace, 2006), assim lactantes obesas ou que ingerem
altas concentrações de lipídeos, ou desnutridas com alta concentração de gordura no
leite, são caracterizadas por mobilizar a gordura corporal e serem hiperleptinemicas e,
essa hiperleptinemia pode reduzir a expressão dos receptores de leptina em seus
filhotes, da mesma forma que no nosso modelo.
Estes achados reforçam a teoria de programação para resistência à leptina
causada pela hiperleptinemia na lactação, como nos estudos anteriores com animais
que foram tratados diretamente com leptina na lactação (Toste et al., 2006a) ou que
receberam leptina através do leite materno (Lins et al., 2005). Além disso, as proles do
presente modelo apresentam hiperleptinemia na idade adulta, corroborando estudos
com diferentes modelos de hiperleptinemia (Toste et al., 2006a, Lin et al., 2001; Martin
et al., 2000; Pelleymonter et al., 1995), e também contribuindo para a resistência à
leptina. Outro modelo, estudado por nosso grupo, de inibição da prolactina nos 3
últimos dias de lactação, também levou à resistência à leptina na idade adulta (Bonomo
et al., 2007).
Os mecanismos que levam a resistência à leptina nestes animais podem ser os
mesmos já descritos acima. A fim de dar continuidade ao estudo deste modelo
experimental, analisaremos a expressão do ObRb hipotalâmico e das proteínas JAK2
(tirosina kinase janus kinase 2), STAT3 (proteína de sinal de transdução e transcrição) e
SOCS-3 (proteínas supressoras da sinalização).
Com relação à função tireóidea, a hiperleptinemia materna não alterou o T3 no
soro das mães, porém elevou o conteúdo de T3 no leite e no soro de seus filhotes ao
desmame. Estes achados sugerem uma maior transferência de T3 para os filhotes pelo
leite, modulada pela leptina, garantindo que o fornecimento de T3 neste período
extremamente crítico para o desenvolvimento do SNC, seja mais eficiente, a fim de
minimizar os efeitos deletérios do hipotireoidismo neonatal. De fato, o T3 sérico dos
filhotes encontra-se ligeiramente aumentado aos 21 dias, assim como o TSH. Portanto,
é possível que a maior passagem de leptina para o filhote possa alterar a função
tireóidea pelo seu conhecido efeito estimulatório sobre o TSH (Ortiga-Carvalho et al.,
2006).
Entretanto, aos 30 dias de idade encontramos menor T3 e menor atividade
GPDm hepática e uma discreta diminuição no TSH na prole LEP, que sugere o
desenvolvimento de um hipotireoidismo pós-natal. Os HTs são conhecidos por sua ação
estimuladora do metabolismo e da termogênese (Jameson, 2001). Além disso, baixas
concentrações de HTs estão associadas a menor atividade de GPDm, uma vez que
esta enzima mitocondrial relaciona-se diretamente com o estado tireoideano (Coleoni et
al., 1983; Brown et al, 2002). Esta diminuição pode ser devido ao feed-back causado
pela elevação de T3 aos 21 dias, ou mais provavelmente, a comprovada resistência
central a leptina, visto que esta estimula o TRH (Legradi et al., 1997).
No presente estudo os animais cujas mães foram injetadas com leptina nos 10
primeiros dias da lactação apresentam aos 180 dias de idade, aumento de T3 e leptina
circulantes, com captação tireóidea de radioiodeto, T4 e TSH séricos normais. Estes
resultados corroboram os achados de Passos et al., (2007) em que a hiperleptinemia
materna, ao fim da lactação, programou aos 150 dias de idade, aumento de T3 com T4,
TSH e captação tireóidea de radioiodeto normais, provavelmente devido a maior
transferência de leptina através do leite materno, o que mais uma vez demonstra que
este efeito independe do período de tratamento. Além disso, este modelo se
assemelha aos resultados obtidos na prole de mães que sofreram restrição calórica na
lactação (Passos et al., 2002).
A captação tireóidea de radioiodeto depende basicamente da atividade do NIS,
que é estimulado principalmente por TSH (Carrasco, 1993). Desta forma, os dados de
captação tireóidea de radioiodeto normais nestes animais poderiam ser explicados
pelas concentrações normais de TSH. O mesmo aplica-se para as concentrações
inalteradas de T4, pois este hormônio se correlaciona melhor com as concentrações de
TSH (Pazos-Moura et al, 2003; Thorner et al., 1998).
Não descartamos a hipótese de que a hiperleptinemia na idade adulta estimule
diretamente a secreção de T3 ou a sua maior conversão de T4 a T3, já que foi
mostrado que a leptina estimula a D1 hepática e tireóidea (Cusin et al., 2000; Lisboa et
al., 2003a). Como o T4 está normal é possível que esta tireóide esteja sendo mais
estimulada a produzir T4, visto que com a maior desiodação sua concentração sérica
deveria estar menor, o que caracterizaria o efeito direto da leptina sobre a tireóide
(Nowak et al., 2002; Oliveira et al., 2007b).
A prole LEP aos 180 dias de idade exibiu menor atividade GPDm hepática,
mesmo em vigência de alto T3 sérico. Oliveira et al (2007a) demonstraram que a
hiperleptinemia crônica suprime a atividade GPDm. Assim, a hiperleptinemia detectada
nos ratos aos 180 dias pode levar à menor atividade GPDm, que parece ser regulada,
neste caso, preferencialmente pela leptina do que pelo T3, provavelmente porque o
aumento do T3 é relativamente menor do que o aumento de leptina. Este resultado é
semelhante ao encontrado por Toste et al. (2006b).
Os dados do presente estudo mostram que o tratamento materno com leptina
nos 10 primeiros dias de lactação causa um hipotireoidismo nos filhotes já aos 30 dias
de idade programando um hipertiroidismo na idade adulta, o mesmo tendo sido
encontrado por Toste et al. (2006b) em modelo de injeção de leptina diretamente nos
filhotes. A sugestão de que a diminuição precoce de HTs programa o hipertireodismo
na idade adulta é reforçada por estudos anteriores (Pracyck et al.,1992), já que foi
demonstrado por diversos autores que o hipertireoidismo neonatal programa para
hipotireoidismo na idade adulta (Moura et al., 2008.; Walker & Courtain, 1985).
No presente modelo sugerimos que a programação tenha ocorrido em função
da passagem de leptina pelo leite e que este modelo reproduziu a maior parte dos
efeitos observados por Lins et al. (2005), que trataram as mães com leptina nos três
últimos dias da lactação, como maior peso corporal e maior massa de gordura visceral,
contrastando com maior ganho de massa protéica, quando a prole foi tratada
diretamente com leptina (Toste et al. 2006).
O presente estudo também mostra um diferencial em relação aos estudos
anteriores por termos avaliado períodos mais precoces da vida do animal, o que muito
contribui para compreendermos os mecanismos da programação. Os filhotes de mães
tratadas com leptina nos 10 primeiros dias de lactação apresentam um hipotireoidismo
já aos 30 dias de idade que programa um hipertiroidismo na idade adulta. Além disso,
apresentam também aos 30 dias resistência à leptina apesar de apresentarem leptina
sérica e peso corporal normais, confirmando uma resistência central a leptina.
Os resultados sugerem que os níveis de leptina no início da lactação parecem ser
determinantes da via fisiológica que regula o balanço energético na idade adulta. Os
dados mostram ainda que os efeitos da programação neonatal com leptina dependem
da via pela qual este hormônio alcança a prole. Finalmente, o modelo do presente
estudo parece ser o mais fisiológico e reproduz quase que completamente os efeitos da
programação na idade adulta pelo tratamento materno com leptina ao final da lactação
e parcialmente os efeitos do modelo de injeção de leptina diretamente nos filhotes,
sugerindo que ao se administrar leptina na mãe, haveria a indução de fatores
intermediários neste
imprinting, potencializando este efeito da leptina na gênese da
obesidade.
Conclusões
As mães tratadas com leptina nos primeiros 10 dias da lactação apresentaram
menor peso corporal durante o período e aumento do conteúdo de T3 no leite ao
desmame.
A hiperleptinemia materna no início da lactação causa resistência à ação
anorexigênica da leptina e hipotireoidismo aos 30 dias de vida, e programa para maior
massa corporal, maior adiposidade total e central, acompanhada de resistência à
leptina e hiperleptinemia aos 180 dias, que contribui para a gênese da obesidade.
A prole de mães LEP exibe resistência à leptina aos 30 dias de idade, apesar da
leptina sérica e do peso corporal estarem normais, evidenciando assim uma resistência
central à leptina, que antecede a hiperleptinemia.
A hiperleptinemia materna na lactação causa um hipotireoidismo nos filhotes aos
30 dias de idade que pode ter programado um hipertireoidismo na idade adulta.
Neste modelo, o fenótipo metabólico apresentado pela prole parece ter ocorrido
em função da passagem de leptina pelo leite. Assim, as concentrações de leptina no
início da lactação parecem ser determinantes da via fisiológica que regula o balanço
energético na idade adulta.
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