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Capítulo 3. CONTEXTO TECTÔNICO E GEOLÓGICO REGIONAL
3.1 Introdução
O supercontinente Gondwana formou-se no Neoproterozóico como resultado da
colagem de terrenos acrescidos aos crátons do Amazonas e do São Francisco durante a
orogenia Brasiliana e/ou Panafricana (Almeida, 1967; Almeida, 1969; Almeida et al., 1976;
Almeida et al., 1981; Almeida et al., 2000; Cordani et al., 2000; Heilbron et al., 2000 in
Mohriak, 2005). A orogenia Brasiliana-Panafricana teve seu ápice no Neoprecambriano-
Eopaleozóico. Em seguida, as bacias sedimentares geradas teriam sido preenchidas por
uma fase de sedimentação intracratônica paleozóica (Paraná, Parnaíba, Amazonas) com
diversos ciclos deposicionais (Milani & Zalán, 1999; Milani & Thomaz-Filho, 2000; apud
Mohriak 2005). No Mesozóico essas bacias sofreram extensão afetada pela ruptura
continental (quebra do Gondwana), resultando em feições extensionais de riftes
superpostos aos sedimentos anteriormente depositados. Ocorreram também coberturas
de derrames basálticos associados à abertura do Atlântico Sul. Eventos tectono-
magmáticos são também registrados no Neocretáceo e no Eoterciário, notadamente na
Região Sudeste, com a implantação de um sistema de riftes tafrogênicos entre São Paulo
e Rio de Janeiro (Almeida, 1976; Almeida, 1983; Melo et al., 1985; Almeida, 1986; Almeida
& Carneiro, 1989; Almeida et al., 1996; in Mohriak, 2005).
O sistema de riftes que formaram as bacias da margem continental brasileira,
principalmente no segmento entre Sergipe-Alagoas e Santos, são conseqüência de
processos extensionais datados do Neojurássico ao Eocretáceo (Asmus & Baisch, 1983;
Szatmari et al., 1985; Chang et al., 1992; apud Mohriak, 2005). Há evidências de esforços
extensionais polifásicos nas regiões extremas da placa sul-americana, com idades de
sedimentos preenchendo grábens que atingem até o Triássico, corroboradas por datação
geocronológica de rochas intrusivas e extrusivas precedendo a fase principal de
rifteamento (Conceição et al., 1988; Mizusaki et al., 1988; Mizusaki et al., 2002; apud
Mohriak, 2005). O clímax do rifteamento deu-se no intervalo Neojurássico-Eocretáceo,
coincidente ou logo após a formação de lavas basálticas (Rabinowitz & LaBrecque, 1979;
Müller et al., 1997; apud Mohriak, 2005).