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DANIELLE DOS SANTOS CUTRIM GARROS
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO E DA SATISFAÇÃO PESSOAL DO
PACIENTE COM MÃO ESPÁSTICA APÓS O USO DA
ÓRTESE DORSAL VOLAR
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para
Obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.
SÃO PAULO
2008
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DANIELLE DOS SANTOS CUTRIM GARROS
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO E DA SATISFAÇÃO PESSOAL DO
PACIENTE COM MÃO ESPÁSTICA APÓS O USO DA
ÓRTESE DORSAL VOLAR
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para
Obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.
Orientação: Prof. Dr. Rubens José Gagliardi
SÃO PAULO
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca Central da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Garros, Danielle dos Santos Cutrim
Avaliação do desempenho e da satisfação pessoal do paciente
com mão espástica após o uso da órtese dorsal volar.
./ Danielle
dos Santos Cutrim Garros. São Paulo, 2008.
Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-graduação em Ciências da
Saúde.
Área de Concentração: Ciências da Saúde
Orientador: Rubens José Gagliardi
1. Acidente cerebrovascular/terapia 2. Espasticidade muscular 3.
Extremidade superior 4. Avaliação de desempenho 5. Atividades
cotidianas 6. Terapia ocupacional
BC-FCMSCSP/08-08
“...mover as coisas é tudo que o ser humano pode fazer,
e para tanto o único executor é o músculo,
não importa se sussurrando uma sílaba ou se derrubando uma floresta”.
Charles Sherrington, 1924
______________________________________________________________________________
DEDICATÓRIAS
______________________________________________________________________________
ii
Aos meus pais, Tereza de Jesus Santos e Rinaldo Jansen Cutrim (in memorian), que em
todas suas condutas foram referência de vida para mim.
Ao meu filho, Victor Cutrim Garros, que desde seu nascimento têm sido fonte maior de
força e inspiração.
Ao meu marido Ari Garros, por toda sua paciência, solidariedade e amor tão importantes
nesta trajetória.
Aos meus tios Maria de Fátima e Jorge Obeid pelo apoio desde o início de minha carreira
profissional.
À Regina Aparecida Rossetto Guzzo, que em todo momento manteve-se positiva e
colaboradora na construção deste trabalho, como só os amigos e familiares conseguem ser.
______________________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
______________________________________________________________________________
iv
Aos pacientes que se dispuseram a participar deste trabalho, sendo a razão maior do
mesmo.
Ao Prof. Dr. Rubens José Gagliardi, orientador, que com sua paciência e sabedoria, soube
com incentivar nos momentos de hesitação.
Ao Fernando Tondi Guzzo, pelos ensinamentos, conselhos e sugestões na orientação
voluntária deste trabalho.
Ao Dr. Cláudio Gomes, que com toda sua disposição e alegria sempre esteve me
incentivando cientificamente e acompanhando minha carreira profissional.
Ao Dr. Sergio Lianza pelos créditos e incentivo científico em minha carreira profissional.
Ao Dr. Antônio Carlos Costa, que com sua forma especial de instigar, contribuiu com
minha carreira profissional.
À Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na pessoa do provedor Dr.
Domingos Quirino Ferreira Neto, instituição que me despertou paixão e motivação profissional e
científica.
A todas as pessoas que fazem parte do Servo de Reabilitação da Santa Casa de São
Paulo.
À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, na pessoa do DD, Diretor
Prof. Dr. Ernani Geraldo Rolim, pelo incentivo científico.
Ao Departamento de Neurologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo.
À professora Ting Hui Ching por toda sua disponibilidade.
À banca de qualificação, Dr. Sergio Lianza, Dra. Maria Fernanda Mendes, Dra. Carla
Tiepo, Dr. Milton, pelas sugestões que em muito enriqueceram este trabalho.
v
À Celina, Rita, Mirtes e Daniel que sempre apresentaram disposição, bom-humor e
competência com as minhas necessidades acadêmicas.
À Sônia Arevalo e Sadia que sempre estiveram prontas a atender as minhas necessidades.
Ao CAPES pelo apoio financeiro para realização deste trabalho.
______________________________________________________________________
LISTA DE ABREVIATURAS
______________________________________________________________________
vii
AVC Acidente Vascular Cerebral
AVCI Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
AVC Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico
AVDs
Atividades de Vida Diária
AOTA
Associação Americana de Terapia Ocupacional
Fig.
Figura
Gráf.
Gráfico
ISCMSP
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
mm
Milímetro
Tab.
Tabela
_______________________________________________________________________
SUMÁRIO
_________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------1
1.1-REVISÃO DA LITERATURA------------------------------------------------4
1.1.1-Acidente Vascular Cerebral-------------------------------------------5
1.1.2-Espasticidade:fisiopatologia, avaliações e tratamentos-----------5
1.1.3-O teste de destreza manual da caixa e blocos e a medida
canadense de desempenho ocupacional------------------------------------7
1.1.4-Órtese na mão espástica----------------------------------------------10
2.OBJETIVO-------------------------------------------------------------------------14
3.CASUÍSTICA E MÉTODO------------------------------------------------------16
4.RESULTADOS--------------------------------------------------------------------25
5.DISCUSSÃO-----------------------------------------------------------------------31
6.CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------39
7.ANEXO-----------------------------------------------------------------------------41
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------44
RESUMO------------------------------------------------------------------------------51
ABSTRACT---------------------------------------------------------------------------53
LISTAS E APÊNDICES-------------------------------------------------------------55
Figuras----------------------------------------------------------------------------------56
Tabelas---------------------------------------------------------------------------------57
Gráficos--------------------------------------------------------------------------------58
Apêndices------------------------------------------------------------------------------59
_________________________________________________________________________
1.INTRODUÇÃO
_________________________________________________________________________
Introdução
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2
O AVC, distúrbio da circulação cerebral
1, 2
, atinge aproximadamente, 30,1 milhões de
pessoas no mundo a cada ano, sendo considerada como a primeira causa de óbito no Brasil
1,3
.
A evolução do atendimento médico, durante a fase aguda, aos pacientes que tiveram um
AVC, contribuiu com a sobrevivência destes indivíduos após o mesmo. Estes sobreviventes
podem apresentar como conseqüência espasticidade, caracterizada pelo aumento do tônus
muscular
4
, é responsável pelo prejuízo do componente sensório motor do desempenho
ocupacional, afetando diretamente a realização das atividades de vida diária e ocupacionais do
indivíduo, tornando-o um grande incapacitado e dependente nos seus afazeres diários.
Esta incapacidade decorre da atitude flexora no membro superior e extensora no membro
inferior do lado afetado, que compromete os atos motores e a harmonia do movimento
4
.
Estudos sobre a espasticidade destacam a dificuldade no posicionamento dos membros, no
desempenho durante a higiene pessoal, vestuário, transferências. A deformidade articular gerada
pelo desequilíbrio das ações da musculatura flexora e extensora é outra referência.
No âmbito terapêutico, são vários os procedimentos estabelecidos, desde medicamentoso,
de reaprendizado motor e até cirúrgico. Dentre estes procedimentos, encontra-se a órtese dorsal
volar para posicionamento de punho e dedos, dispositivo externo ao corpo, que tem uma função o
posicionamento articular, atuando assim no desequilíbrio muscular, compensando o déficit de
ação da musculatura extensora de punho e dedos
5, 6, 7, 8, 9, 10,11, 12
.
Alguns trabalhos relatam o uso da órtese para posicionamento de punho e dedos no
controle da espasticidade com bases no ponto de vista da neurofisiologia, no entanto, quando se
trata do retorno funcional da mão, eles não mostram evidência em seus resultados
5, 6, 7, 8
,
continuando assim a interrogação a este respeito.
Introdução
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3
Quando se trata de desempenho, consideram-se muitas variáveis influenciadoras, uma
delas é o componente psicossocial, o que requer uma abordagem individual na busca de melhores
resultados. Neste contexto, é muito importante considerar a percepção pessoal do paciente diante
de sua evolução funcional com o uso da órtese, pois em circunstâncias que o paciente fica sem a
órtese, costuma referir dor e dificuldade na realização de suas tarefas, como por exemplo, na
higiene, e em outras situações, não consegue entender porque, mesmo com o uso diário da órtese,
não obtém o retorno dos movimentos da mão.
Saber o que paciente que faz uso da órtese dorsal volar de posicionamento de punho e
dedos pensa em relação à mesma, pode favorecer ao paciente quanto à adesão ao seu uso e para a
equipe de reabilitação, quanto a sua prescrição e orientação.
_________________________________________________________________________
1.1. REVISÃO DA LITERATURA
_________________________________________________________________________
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5
1.1.ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
O AVC, quadro clínico correspondente a um distúrbio da circulação cerebral, têm suas
alterações clínicas diretamente relacionadas à extensão e à localização da lesão
1, 2
. Pode ser
causado por uma interrupção local do fluxo sanguíneo (AVCI) ou por um rompimento de um
vaso sanguíneo encefálico, em função, por exemplo, de uma hipertensão, aneurisma ou má
formação congênita, o AVCH
1
.
As condições que favorecem a ocorrência do AVC são muitas, classificadas como não
modificáveis ou não tratáveis (idade, gênero, raça, etnia, hereditariedade), e modificáveis ou
tratáveis (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas,
modificações no estilo de vida: a obesidade, o sedentarismo, dieta, estresse)
1, 13
:
Os fatores modificáveis e o risco da associação são de grande importância para o auxílio à
prevenção de uma nova ocorrência
1, 14
.
1.2.ESPASTICIDADE: FISIOPATOLOGIA, AVALIAÇÕES E TRATAMENTOS
Destacam-se aqui alguns estudos sobre a espasticidade, sua fisiopatologia, avaliações e
seu tratamento.
Doreto (2005)
4
e Kandel (2003)
15
e discutem que a hipertonia característica da
espasticidade, tem sua fisiopatogenia fundamentada na lesão dos tractos piramidal, do
rubrospinal, e do reticulospinal inibidor causando a desativação dos motoneurônios responsáveis
pela flexão liberando assim, os motoneurônios responsáveis pela extensão, em virtude da ação do
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6
tracto vestibulospinal, aumentando desta forma o tônus da musculatura extensora. Justificando-se
pela filogenética que algumas teorias defendem que na postura bípede dos humanos a
musculatura flexora dos membros superiores equivale à musculatura extensora. O aumento do
tônus explica-se pela ação do sistema vestibulospinal, sem inibição das vias corticoespinal,
rubroespinal, e reticuloespinal lateral. Os reflexos miotáticos fásicos apresentam-se exaltados,
devido a hiperatividade do sistema corticorreticulospinal anterior, que é facilitador dos
motoneurônios alfa e gama, pela ausência do reticulospinal lateral. Estes reflexos são obtidos a
partir de um estímulo de estiramento rápido, evidenciando a hiperatividade dos motoneurônios
gamas dinâmicos, tornando os fusos musculares hipersensíveis.
Hinderer e Dixon (2001)
16
no seu estudo sobre fisiologia e monitoramento da hipertonia
espástica, definiram a espasticidade como o aumento do tônus da musculatura pela
hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento, o que interfere a realização das tarefas diárias, o
posicionamento dos segmentos afetados e ocasiona dor. Neste estudo, os autores conferem a
órtese do membro superior, a função de inibição da hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento.
Satkunam (2003)
17
em sua publicação sobre o tratamento do adulto espástico, destacou o
efeito negativo da espasticidade sobre o desempenho nas AVDs em particular alimentação,
vestuário, higiene, mobilidade, e a importância do tratamento no retorno do mesmo na referida
área. Também refere à função da órtese de inibição da hiperexcitabilidade do reflexo de
estiramento.
Brashear et al (2002)
18
realizaram um estudo sobre a confiabilidade da escala de
Ashworth e a escala de avaliação de incapacidade em pacientes com espasticidade após AVC,
concluindo que há uma boa relação entre as escalas quando utilizados pelo profissional adequado.
Ainda sobre avaliações em espasticidade, Oliveira, Cacho e Borges (2006)
19
correlacionaram as escalas de desempenho físico Fugl-Meyer, a escala de equilíbrio de Berg e
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7
índice de Barthel, concluindo que, o uso das escalas quantitativas e qualitativas contribuem para
o sucesso da classificação do quadro geral do paciente com espasticidade.
De acordo com o consenso nacional sobre espasticidade
20
, o tratamento da mesma deve
seguir quatro princípios: não existe um tratamento de cura definitiva, o tratamento é multifatorial
visando diminuição da incapacidade, o tratamento deve estar inserido dentro de um programa de
reabilitação e o tempo de tratamento deve ser baseado na evolução funcional.
No trabalho sobre a toxina botulínica no tratamento do adulto com espasticidade, Sheean
(2003)
21
comenta sobre a importância da órtese no posicionamento do segmento espástico após a
aplicação deste medicamento com objetivo final de melhorar o desempenho do indivíduo.
1.3.O TESTE DE DESTREZA MANUAL DA CAIXA E BLOCOS E A MEDIDA
CANADENSE DE DESEMPENHO OCUPACIONAL
Serão apresentadas algumas informações sobre o histórico das avaliações, teste de
destreza manual da caixa e blocos e medida canadense de desempenho ocupacional.
A normatização do teste de destreza manual da caixa e blocos foi realizada por terapeutas
ocupacionais em 1985, Mathiowetz et al.
22
O teste foi feito com 628 sujeitos adultos, divididos
em 12 grupos por idade. Os critérios de inclusão foram pacientes sem dor no braço ou mão, não
ter tido internação hospitalar nos últimos seis meses, estar mantendo sua rotina diária de forma
normal, sem a rotina de uma doença crônica. A conclusão foi de que o teste é simples, baixo
custo e eficiente quanto avaliação da destreza manual. E eficiente para avaliar programas de
tratamento para destreza manual.
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8
Desrosiers et al (1994)
23
validaram o teste de destreza manual da caixa e blocos com
idosos, demonstrando a correlação entre o teste, a medida de desempenho do membro superior e
a medida de independência funcional, muito importantes para o terapeuta ocupacional.
Mendes et al (2001)
24
realizaram a validação do teste de destreza manual da caixa e
blocos no Brasil, demonstrando a aplicabilidade eficaz para a avaliação da incapacidade no
desempenho manual de pacientes com esclerose múltipla.
Em 1990, Law et al
25
publicaram um documento descrevendo a medida canadense de
desempenho ocupacional, desenvolvido para ser usado como guia, por terapeutas ocupacionais,
baseado na prática clínica centrada no cliente. Caracteriza-se como uma entrevista semi-
estruturada, constituída de cinco passos: definição do problema, peso do problema, pontuação,
reavaliação e acompanhamento, e que deve ser conduzida pelo terapeuta ocupacional junto com o
paciente ou cuidador. É responsável pela avaliação do desempenho e da satisfação, considerando
as três áreas de desempenho, auto-cuidados (cuidados pessoais, mobilidade funcional,
independência fora de casa), produtividade (dificuldade no trabalho, tarefas domésticas e cursos
de curta duração) e lazer (recreação clama, recreação agitada e socialização). Destaca a
importância no seu uso clínico pelo terapeuta ocupacional.
Outro estudo, também em 1990
26
, comenta que uma reunião, em 1987, da Associação
Social e da Saúde do Canadá e Associação Canadense de Terapeuta Ocupacional estabeleceu
como meta o desenvolvimento de uma medida para terapeuta ocupacional com base em aspectos
como: o modelo da ocupação humana, o desempenho nas áreas de auto-cuidados, produtividade e
lazer, considerando os componentes de desempenho (físico, mental, sócio-cultural e espiritual), o
ambiente, o estilo de vida e a motivação, a sensibilidade a mudanças relevantes para Terapia
Ocupacional, incluindo o desenvolvimento, restauração ou manutenção da função e prevenção de
incapacidade, não direcionada a um diagnóstico específico, corresponder as propriedades
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
9
medidas para validação, ser de formato, administração, tempo, e acessível aos pacientes. O
primeiro passo foi uma revisão da literatura a respeito das avaliações existentes sobre o
desempenho ocupacional, a descrição mais detalhada das avaliações já utilizadas através da
discussão das limitações destas avaliações com bases no guia da prática da Terapia Ocupacional
centrada no cliente e finalizado com a recomendação da nova medida a ser usada por terapeutas
ocupacionais.
Pollock (1993)
27
escreveu sobre o desenvolvimento da metodologia para a origem de uma
avaliação canadense centrada no cliente, a medida canadense de desempenho ocupacional,
abordando o modelo conceitual (modelo de ocupação humana e terapia centrada no cliente), a
administração e pontuação.
Law et al (1994)
28
realizaram um estudo piloto de aplicação do teste da medida canadense
de desempenho ocupacional, com 268 clientes em comunidades do Canadá, Nova Zelândia,
Grécia e Grãn-Bretanha. Neste estudo foram destacadas informações como o tempo médio de
trinta a quarenta minutos para aplicação, a identificação de 1084 atividades com problemas de
desempenho ocupacional, a indicação da facilidade na aplicação e a contra-indicação com
clientes com comprometimento cognitivo.
Toomey, Nicholson, Carswell (1995)
29
escreveram sobre um encontro entre dezenove
terapeutas ocupacionais do programa de atendimento domiciliar da região municipal de Ottawa-
Carleton que discutiram alguns aspectos para a validação da medida, como o uso, ambiente,
administração, resultados e sugestão de modificações, concluindo que a utilidade da medida
depende do nível de incorporação da prática centrada no cliente no dia–a-dia profissional do
terapeuta e da flexibilidade da mesma ao contexto no qual o mesmo está inserido.
McColl et al (1999)
30
validaram a medida canadense de desempenho ocupacional com 61
usuários de serviços Canadense de Terapia Ocupacional, da Universidade de Queen.
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10
Em 2003, Cup, Scholte op Reimer, Thijssen e Kuyk-Minis
31
realizaram a validação da
medida canadense de desempenho ocupacional com pacientes após AVC. O estudo foi feito em
quatro meses, com vinte e seis pacientes que tiveram entre dois a seis meses de AVC, com 23 a
83 anos. Entre os critérios de inclusão utilizados estão ter incapacidade, comunicação e condição
geral suficiente para participar dos dois encontros e concordarem com o termo de consentimento.
Foram levantados 115 atividades com problemas, onde 45% representavam a área de auto-
cuidados, 17% produtividade e 38% lazer. Concluíram que a medida é eficiente para a assistência
na reabilitação centrada no cliente, que em contraste com as medidas funcionais padrões, é
focada nos problemas e necessidades individuais do paciente, e que a contagem de valores é
satisfatória.
McKee, Rivard (2004)
32
publicaram sobre três estudos de casos em osteoartrite e espinha
bífida, incluindo a medida canadense de desempenho ocupacional na avaliação. Neste trabalho,
os autores destacam o auxilio do paciente no procedimento de ortetização quanto aos aspectos de
conforto, estética, conveniência e acompanhamento.
1.4.ÓRTESE NA MÃO ESPÁSTICA
Fess (2005)
33
destaca os critérios importantes na avaliação para obtenção de resultados
positivos com o uso da órtese: modelo (fatores individuais do paciente, custos, tempo de uso,
simplicidade, otimização da função, otimização sensorial, eficiência na fabricação, colocação e
retirada, sugestões do paciente, influência primária e secundária nas articulações, variações
anatômicas, rotina de exercícios); mecânica (redução da pressão de contato, imobilização ou
estabilização das forças, mobilização da forças, componentes da órtese, material); construção
(aparência, segurança, ventilação, material de fixação); ajuste (anatomia, pressão ligamentar,
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11
alteração na cinemática) e educação do paciente (rotina de uso, habilidade na colocação e retirada
da órtese, precauções). Estes aspectos influenciaram diretamente os estudos que acompanharam
o efeito do uso da órtese de mão espástica após o AVC
Em 1964, Zislis
5
publicou uma nota clínica comparando a abordagem ventral ou dorsal da
órtese para extensão de punho e dedos, no entanto, com dados insuficiente
5
para maiores
conclusões, pois o estudo discutia sobre apenas dois casos. A função da órtese volar para
posicionamento de punho e dedos com a finalidade de prevenir o desenvolvimento de
deformidades e a orientação do uso noturno já era citada. O fato de se prevenir deformidades é
um grande auxílio à preservação do desempenho após um AVC que evolui com espasticidade,
mesmo que não seja o desempenho do próprio paciente, mas o desempenho do cuidador no dia-a-
dia, através da facilitação do manuseio com o paciente.
Outro estudo realizado em 1966
6
destaca o resultado eficaz quando se acrescenta um
programa terapêutico ocupacional de atividade ao uso da órtese na mão espástica. Também
orienta o uso noturno do aparelho. Apresentando como resultado a diminuição do reflexo de
estiramento. Este estudo associado a outros que destacam o uso da órtese volar e dinâmica
(simultaneamente) na espasticidade para a prevenção de deformidade e contraturas, na redução da
dor e no alongamento contínuo.
Teplicky, Law e Russel (2002)
34
destacaram a ineficácia para comprovação dos resultados
quanto o uso da órtese, já que eles foram realizados em conjunto com o tratamento da Terapia
Ocupacional.
Mathiowetz, Bolding, Trombly (1983)
7
em seu estudo sobre o efeito imediato do
posicionamento da mão espástica, utilizou para a avaliação o exame de eletroneuromiografia,
mensurando a atividade da musculatura flexora. Demonstrou com o uso da órtese volar, aumento
da atividade flexora da mão espástica.
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
12
Scherling, Johnson (1988)
8
discutem neste estudo o uso positivo da órtese dinâmica dorsal
para 10º a 15º de extensão de punho e 45º de extensão das metacarpofalangenas com uso de
elástico, a necessidade de material plástico de alta temperatura para uso na espasticidade pela
força da mesma e período de 16 a 20 horas de uso diário para obtenção de resposta.
Lannin, Herbert (2003)
9
fizeram um estudo fundamentado na revisão de literatura.
Utilizaram 19 artigos sobre órtese para mão espástica. Concluíram que há insuficiência de dados
para reportar o efeito do uso da órtese, pois os estudos apresentam metodologia insatisfatória e
baixa estatística.
Pizzi et al (2005)
11
utilizaram em seu estudo a órtese volar estática para o posicionamento
do punho e dedos espástico após AVC, questionando os efeitos clínicos e neurofisiológicos após
três meses de inibição do reflexo de estiramento. Entre as avaliações utilizadas estão a escala
modificada de Ashworth, movimentação passiva, escala analógica visual da dor. A conclusão foi
de que a órtese pode ser integrada no tratamento da espasticidade após AVC, na mão espástica
sem movimento funcional, em casos de baixa resposta a drogas anti-espásticas.
Lannin et al (2007)
10
pesquisaram sobre o tempo adequado de uso da órtese para
posicionamento do punho neutro ou em extensão com objetivo de redução da contratura do
punho de indivíduos com hemiplegia por AVC. O modelo utilizado foi a órtese volar. O estudo
envolveu 16 participantes, divididos em um grupo controle que não fizeram uso da órtese, outro
grupo que a utilizou em extensão do punho e outro que uso a órtese de punho neutro. Concluíram
que o uso da órtese em punho neutro ou em extensão por quatro semanas não reduz a contratura
do punho após AVC.
Sheehan, Winzeler-Merçay, Mudie (2003)
35
estudaram a melhor estimativa da medida do
efeito da órtese em termoplástico na espasticidade do membro superior por AVC através de um
estudo randomizado com 12 adultos após AVC, divididos em dois grupos, um com uso da órtese
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
13
e outro sem uso de órtese entre 4 e 7 semanas. Nenhum pacientes recebeu outro tipo de
tratamento de reabilitação. Para avaliação, utilizaram um sistema computadorizado, constituído
de dois componentes, um mecânico e outro elétrico.
_________________________________________________________________________
2. OBJETIVO
_________________________________________________________________________
Objetivo
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________15
1.Avaliar o desempenho pessoal do paciente com mão espástica por AVC em relação ao uso da
órtese dorsal volar.
2. Avaliar a satisfação pessoal do paciente com mão espástica por AVC em relação ao uso da
órtese dorsal volar.
_________________________________________________________________________
3. CASUÍSTICA E MÉTODO
_________________________________________________________________________
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
17
1. Casuística
O estudo realizado foi prospectivo, entre maio e novembro de 2007, com amostra de 30
pacientes com espasticidade por AVC. Os atendimentos foram realizados no Setor de Terapia
Ocupacional do Serviço de Reabilitação da ISCMSP, que receberam órtese para posicionamento
de punho e dedos.
Os critérios de inclusão foram: pacientes adultos com mão espástica por AVC
encaminhados por médicos fisiatras e neurologistas ao setor de Terapia Ocupacional para
confecção da órtese, pacientes que já tivessem ou que estavam tendo atendimento terapêutico
ocupacional. Os critérios de exclusão foram: os pacientes com doenças associadas como
polineurites, fraturas sem recuperação completa, artrite reumatóide, demência, distúrbio
psiquiátrico diagnosticado.
Não houve distinção de gênero e lado espástico.
O plano de atendimento terapêutico ocupacional pelo qual passaram teve como objetivo o
treino da independência nas AVDs.
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
18
Tab. 1: Distribuição da amostra total dos 30 pacientes: gênero, estado civil e tempo de AVC em
anos, dominância, lado espástico, correlação dominância/lado espástico, filhos e profissão.
Identificação Freqüência %
Sexo Feminino 11 36,7
Masculino 19 63,33
Estado Civil Solteiro 8 26,7
Casado 17 56,7
Viúvo 4 13,3
Divorciado 1 3,3
Tempo Mais ou igual a 7 6 20,00
de Entre 5 e 6 3 10,00
AVC (anos) Entre 3 e 4 5 16,66
Entre 1 e 2 16 53,34
Dominância Direita 28 93,34
Esquerda 2 6,66
Lado Espástico Direita 12 40,00
Esquerda 18 60,00
Correlação Sim 14 46,66
dominância Não 16 53,34
lado espástico
Filhos Sim 23 76,66
o 7 23,34
Profissão Aposentado 30 100,00
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
19
3.2. Métodos
Confecção da órtese dorsal volar para posicionamento do punho e dedos para todos os
pacientes com orientação de uso pelo período de oito horas durante o dia (para cada duas horas de
uso, uma hora sem uso) e durante a noite, por doze semanas. Avaliação antes e após o uso da
órtese dorsal volar através da medida canadense de desempenho ocupacional e do teste de
destreza manual da caixa e blocos. Após doze semanas foram feitas as reavaliações.
Teste de Destreza Manual da Caixa e Blocos
Para controle da funcionalidade da mão, os pacientes foram avaliados por um teste com
referências no teste da caixa e blocos que mede a destreza manual, ou seja, a habilidade para a
manipular objetos com as mãos
22, 23, 24
. É constituído de uma caixa de madeira com 53,7 cm de
comprimento por 24,5cm de largura e divisória no meio, contendo 150 peças quadradas de 2,5
cm cada lado. Validado no Brasil por Mendes em 2001
24
. Neste trabalho o teste sofreu algumas
modificações para torná-lo acessível a esta amostra específica. A primeira modificação foi quanto
o formato das peças apreendidas no instrumento, que de quadradas passaram a ser cilíndricas para
favorecer a preensão ativa pelo membro espástico. A outra modificação foi o posicionamento do
paciente, que de acordo com os trabalhos é feito na posição sentada e neste estudo foi realizado
de pé em virtude do sinergismo do membro superior que comprometeria a apreensão do lado
espástico. A caixa foi colocada horizontalmente à sua frente em cima de uma mesa, em uma
altura e distância que proporcionasse a sua visão e manipulação das peças.
Método Avaliativo: ambiente silencioso e tranqüilo. O paciente tinha um minuto passar os blocos
um a um, de um lado para o outro da divisória de maneira contínua (Fig.1). A quantidade de
peças passadas corresponde à capacidade funcional da mão. Realizado duas vezes para que o
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
20
paciente compreendesse a dinâmica do teste, sendo considerada a segunda vez. O teste foi
realizado bilateralmente.
Fig. 1: Teste de destreza da caixa e blocos.
Fonte: Setor de Terapia Ocupacional da ISCMSP (2007).
Medida Canadense de Desempenho Ocupacional
A medida canadense de desempenho ocupacional foi aplicada duas vezes, antes e após o
uso da órtese. Em um ambiente silencioso, o paciente primeiro identificou as tarefas que
apresentavam comprometimento no desempenho devido a espasticidade, nas áreas de atividades
de vida diária (auto-cuidados, mobilidade, independência fora de casa), atividades produtivas
(trabalho, tarefas doméstica, educação) e lazer. O terapeuta solicitou ao paciente que desse um
valor de importância, entre 1 e 10, para estas tarefas na vida dele. Posteriormente o paciente
selecionou cinco tarefas (identificadas no início) mais importantes para ele, na ordem de
necessidade. Então pontuou entre 1 a 10 o seu desempenho e a sua satisfação. E por fim, após 12
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
21
semanas de uso da órtese, pontuou novamente o desempenho e a satisfação das cinco tarefas
selecionadas.
Confecção da Órtese Dorsal Volar para Posicionamento de Punho e Dedos
Modelo
: órtese com apoio dorsal na região do antebraço e ossos do carpo, ventral nas falanges
proximal, média e distal do II ao V quirodáctilos da mão espástica e o polegar em abdução, com
apoio lateral ulnar, dorsal e ventral.
Classificação da órtese
: estática seriada, de imobilização e de superfície única.
Objetivo: posicionamento em extensão do punho e dedos, redução da dor e prevenção de
contraturas.
Materiais utilizados:
placa plástico do tipo termoplástico Ezeform, de espessura 3,2 mm na cor
branca, panela elétrica, água, pegador, lápis preto, tesoura própria de cortar placa de
termoplástico, estilete, tesoura para costura, velcro 5 cm, cola da marca superbonder.
Confecção:
a órtese foi feita através do molde nas medidas anatômicas do antebraço e mão do
paciente e recorte da placa de Ezeform (Fig. 2A e 2B). Aquecimento da placa para o recorte do
molde (Fig. 2C). Abertura com estilete na direção das falanges do segundo ao quinto dedo (Fig.
3A). Colocação do molde na mão do paciente, mantendo a extensão do punho até o ângulo de
estiramento limite, sem que fosse provocado aumento excessivo da espasticidade (Fig. 3B).
Colagem do velcro na órtese (Fig. 3C).
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
22
Fig. 2: Etapas da confecção da órtese dorsal volar: retirada do molde da mão (A), recorte do
molde(B) e aquecimento da placa na água (C)
Fonte: Setor de Terapia Ocupacional da ISCMSP (2007).
Fig. 3: Etapas da confecção da órtese dorsal volar: recorte da fenda para passagem do 2º ao
dedo (A), moldagem na mão do paciente (B) e retirada do excesso de material (C)
Fonte: Setor de Terapia Ocupacional da ISCMSP (2007).
A B C
A B C
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
23
Fig.4: Mão espástica em posição de flexão de punho e dedos (A) e órtese dorsal volar mantendo a
extensão de punho e dedos
Fonte: Setor de Terapia Ocupacional da ISCMSP (2007).
Fig.5 : Órtese Dorsal Volar
Fonte: Setor de Terapia Ocupacional da ISCMSP (2007).
Orientação: Uso de oito horas durante o dia (a cada duas horas de uso, uma hora sem órtese) e
uso à noite durante o sono;
Higiene através da lavagem com água fria e sabão neutro;
Não exposição ao calor;
Retorno ao serviço em caso de ponto de pressão na pele ou qualquer outro
inconveniente em relação a órtese.
B
Casuística e Método
__________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
24
3.1. Análise Estatística
As análises descritivas e a inferência foram realizadas através do programa estatístico
chamado de EPI info. As variáveis qualitativas utilizadas foram freqüência, porcentagem e
gráficos. As variáveis quantitativas utilizadas foram às medidas resumo tais como médias, desvio
padrão, mínimo, quartios, máximo. Para comparar o desempenho antes e depois da òrtese,
utilizamos o teste não paramétrico de Wilcoxon, pois os dados não apresentam distribuição
Normal, através do programa de software SSP. O nível de significância adotado foi de 5%.
3.2. Comitê de Ética em Pesquisa
O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo – CEP – ISCMSP, projeto nº 305/07.
_________________________________________________________________________
4. RESULTADOS
_________________________________________________________________________
Resultados
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
26
Os resultados serão apresentados de acordo com a ordem a da coleta de dados.
Dos 154 problemas identificados, 80% são da área de AVD, 15% da área de
produtividade e 5% da área de lazer.
Gráf. 1: Relação porcentagem/atividades (atividades de vida diária - AVDs, produtiva e de lazer)
comprometidas pela mão espástica em ordem crescente de importância para o paciente.
A seleção das atividades que estavam comprometidas pela espasticidade na mão está
demonstrada no Gráf.1 por ordem de necessidade do paciente.
Áreas de Desempenho
0%
20%
40%
60%
80%
100%
12345
Atividades (por ordem de necessidade do paciente)
AVDs
Produtiva
Lazer
Resultados
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
27
Gráf. 2: Distribuição, na ordem de importância, das tarefas relacionadas à área das atividades de
vida diária mais comprometidas pela mão espástica de acordo com o paciente na ordem de
importância
Tab. 2: Resultado do Teste Caixa e Blocos no lado normal (blocos por minuto): média/desvio
padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste de Wilcoxon.
Média d.p. Mínimo Máximo p
Antes da órtese 48+
14 20 69 <0,01
Depois da órtese 59+
15 30 92
Atividades de Vida Diária
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
12345
Atividades
(por ordem de necessidade do paciente))
Vestuário
Higiene
Alimentação
Mobilidade
Ind. fora de casa
Resultados
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
28
Tab. 3: Resultado do Teste Caixa e Blocos no lado afetado (blocos por minuto): média/desvio
padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste de Wilcoxon.
. Média d.p. Mínimo Máximo p
Antes da órtese 1 +
3 0 12 <0,01
Depois da órtese 6 +
12 0 50
Tab. 4: As medidas resumo da variável desempenho antes e após o uso da órtese dorsal volar de
acordo com o nível de necessidade do paciente e a comparação da distribuição do desempenho
antes e depois da Órtese através do teste de Wilcoxon.
Desempenho Média d.p. Mínimo Máximo p
1ª Antes da Órtese 2 +
2 1 8 <0,01
Depois da Órtese 7 +
2 1 10
2ª Antes da Órtese 1,7 +
1 1 5 <0,01
Depois da Órtese 6,5 +
3 1 10
3ª Antes da Órtese 1,4 +
1 1 6 <0,01
Depois da Órtese 6 +
3 1 10
4ª Antes da Órtese 2,4 +
2 1 8 <0,01
Depois da Órtese 7 +
3 1 10
5ª Antes da Órtese 1,4 +
1 1 7 <0,01
Depois da Órtese 5 +
3 1 10
Resultados
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
29
Tab. 5: Variável desempenho geral: média/ desvio padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo
teste de Wilcoxon.
__________________________________________________________
Desempenho Média d.p. Mínimo Máximo p
__________________________________________________________
Antes da Órtese 1,4 +
0,5 1 2 <0,01
Depois da Órtese 6,3 + 0,8 5 7
__________________________________________________________
Tab. 6: Variável satisfação: média/ desvio padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste de
Wilcoxon.
______________________________________________________________
Atividade Média d.p. Mínimo Máximo p
______________________________________________________________
1ª Antes da Órtese 1,7 +
1,6 1 8 <0,01
Depois da Órtese 7 +
2,5 1 10
2ª Antes da Órtese 1,7 +
1 1 6 <0,01
Depois da Órtese 6,4 +
3 1 10
3ª Antes da Órtese 1 +
1 1 4 <0,01
Depois da Órtese
6 + 3 1 10
4ª Antes da Órtese 2,4 +
2 1 8 <0,01
Depois da Órtese 7 +
3 1 10
5ª Antes da Órtese 1,6 +
1,5 1 7 <0,01
Depois da Órtese 5,5+
3 1 10
______________________________________________________________
Resultados
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
30
Tab. 7: Variável satisfação geral: média/ desvio padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste
de Wilcoxon.
Satisfação Média +
d.p. Mínimo Máximo p
Antes da Órtese 1,7 +
0,4 1,4 2,4 <0,01
Depois da Órtese 6,3 +
0,6 5,5 7
_________________________________________________________________________
5. DISCUSSÃO
_________________________________________________________________________
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
32
A área de desempenho das AVD, relacionada às atividades de auto-cuidados como
higiene, alimentação, vestuário, estão selecionadas com os maiores índices em todos os níveis de
necessidade do paciente (Graf.1), em comum com os estudos de Hinderer e Dixon
16
(2001);
Pfister et al. (2003)
36
; Brashear (2003)
18
; Satkunam (2003)
17
, Sheean (2003)
21
; Cup et. al.
(2003)
1
, que dão ênfase às prioridades quanto a perda da autonomia sobre as tarefas de auto-
cuidados. Em concordância com os trabalhos citados anteriormente, observou-se o predomínio,
em todos os níveis de necessidade, das tarefas de vestuário, mobilidade (levantar-se, sentar-se e
andar, onde o membro superior tem função de apoio e no equilíbrio durante a deambulação) e
higiene. As realizações destas atividades garantem a satisfação das necessidades fisiológicas dos
seres humanos, têm um grande papel social, representando o bem-estar físico, psíquico e
econômico, pois o indivíduo que se mantém limpo, vestido e alimentado, ou seja, que é capaz de
se cuidar, está preparado para ter sucesso no seu desempenho em outras áreas, como nas áreas
das atividades produtivas e de lazer e também de assumir outros papéis ocupacionais referidos
por Nelson e Jepson-Thomas (2003)
37
, como, por exemplo, de pai, de profissional, entre outros.
A tendência do paciente, ao ser questionado sobre a sua primeira necessidade, é selecionar
as tarefas relacionadas a sua sobrevivência, na intenção de diminuir sua dependência em relação
às outras pessoas. Neste contexto, a mão é fundamental, pois é através dela, da sua principal
função de preensão que é possível à manipulação dos objetos de acordo com os interesses do
indivíduo. Para a realização destas tarefas diárias, os movimentos exigidos são de preensão
grossa, pinça firme e coordenação motora, como por exemplo, ao caso abotoar ou fechar
colchete.
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
33
Ainda nas AVD, considerando a independência fora de casa, foram destacadas tarefas
como fazer compras, segurar sacola, dirigir, contar dinheiro. Esta classe de tarefa apresentou-se
constante em todos os níveis, porém com menor freqüência. Neste caso, além da habilidade
motora, é necessária a segurança emocional, pois sair de casa apresentando algum tipo de
incapacidade, expõe o indivíduo a riscos e probabilidade de erro.
A perda da autonomia nas AVD foi o que mais incomodou nesta amostra, assim como
demonstrou o estudo de Cup et al.
31
.
A área de desempenho classificada como produtiva, encontra-se em todos os níveis de
necessidade, mesmo sendo a casuística 100% de aposentados, pois de acordo com AOTA
38
e
entre as atividades produtivas também se inclui a realização de tarefas domésticas e cursos.
As atividades relacionadas ao lazer apresentam uma baixa freqüência na seleção feita
pelos pacientes. Nos trabalhos sobre espasticidade, esta área não é referida quanto à perda de
autonomia, não porque estejam preservadas, mas porque tarefas como, por exemplo, alimentação,
higiene e vestuário são primordiais para a sobrevivência do ser humano. No entanto, para os
terapeutas ocupacionais esta área tem uma grande importância, pois este paciente caracterizado
como grande incapacitado pelo déficit no seu desempenho, que já o deixa em uma condição
inferior para a competição social a qual os indivíduos estão expostos, necessita de um ponto
motivador para reagir e aderir ao longo tempo de tratamento necessário.
No estudo de Cup et al. (2003)
31
de validação da medida canadense de desempenho
ocupacional com pacientes pós AVC, foram identificadas 115 problemas pela amostra de 26
pacientes, onde 45% na área das AVD, 17% na área da produtividade e 38% na área de lazer, no
nosso estudo, dos 154 problemas identificados, 80% são da área de AVD, 15% da área de
produtividade e 5% da área de lazer, o que pode ter como influência à situação sócio econômica
da população estudada, pois observa-se que há uma grande diferença entre a porcentagem da área
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
34
de AVD e lazer, levando a hipótese de que há uma diferença de prioridade ocupacional entre as
amostras.
Na ação funcional da órtese dorsal volar tem-se que, a hiperexcitabilidade do reflexo de
estiramento, gera aumento do tônus flexor
4
da mão mantendo-a com dedos e punho em flexão,
dificultando a ação ativa da musculatura extensora e flexora da mão. O que pode ser comprovado
com o resultado do teste da caixa e blocos, onde encontramos inicialmente uma média baixa de 1
bloco por minuto, confirmando a perda funcional da capacidade de extensão e preensão
voluntária da mão, movimentos necessários para realização deste teste. O aumento da média de 1
para 6 blocos por minuto, com significância de p<0,01, no lado afetado (tab. 3) confirma uma
melhora funcional. O parâmetro do resultado encontrado no estudo de Mendes et al. (2001)
24
com
brasileiros sem alteração de incapacidade, e idade entre 25 e mais de 65 anos, média de 57,3 e
71,4 blocos por minutos
24
, apresenta-se difícil de correlacionar com o presente estudo já que
metodologicamente há uma incompatibilidade quanto às dimensões físicas do instrumento de
avaliação, sendo as peças deste trabalho apresentando formato cilíndrico e no estudo citado, as
peças são quadradas. A intenção da adaptação foi a de facilitar a preensão do paciente com mão
espástica, já que com a peça quadrada, ele não conseguia pegar.
No teste de destreza manual da caixa e blocos não se considerou para análise a relação
dominância/mão espástica, mesmo tendo em mãos o dado de que 53,34% da amostra apresentam
espasticidade no membro não dominante, pois a intenção com a aplicação do teste foi de se ter
referência do movimento ativo da mão espástica, da capacidade de se realizar a extensão dos
dedos preparando-os para a preensão, a realização ativa desta e a transferência da peça de um
local para o outro, movimentos essenciais para realização das tarefas do dia-a-dia, produtivas e de
lazer. A questão da lateralidade não será discutida, pois o treino ou troca da mesma não foi
objetivo deste estudo.
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
35
No lado normal (tab.2), o aumento da média de 48 para 59 confirmou também uma
melhora funcional. As evoluções funcionais positivas da mão, tanto no lado espástico, como no
normal influenciam na melhora quanto ao desempenho de uma maneira geral.
Zislis (1964)
5
concluiu, assim como este estudo, que a órtese têm como função o
posicionamento de punho e dedos, a prevenção do desenvolvimento de deformidades, o destaque
a orientação do seu uso noturno. A prevenção de deformidades tem grande importância no
desempenho após um AVC que evolui com espasticidade, mesmo que não sobre o desempenho
do próprio paciente, mas no desempenho do cuidador no dia-a-dia, através da facilitação do
manuseio com o paciente durante os cuidados diários.
A escolha pelo tratamento de Terapia Ocupacional através da associação do uso da órtese
com treinamento funcional na metodologia deste trabalho, baseou-se em Wolcott (1966)
6
que
destacou o resultado eficaz quando se acrescenta um programa terapêutico ocupacional associado
ao uso da órtese na mão espástica e o uso noturno do mesmo.
Teplicky, Law e Russel
34
fizeram referências quanto à dificuldade de comprovar os
resultados específicos do uso da órtese quando associada ao tratamento de Terapia Ocupacional,
situação também encontrada neste estudo, já que os pacientes estavam ou já haviam passado por
terapia. Por questões éticas entendeu-se que não poderia ser diferente. A influência da terapia na
melhora do desempenho é inegável, já que o plano de tratamento com o uso de órtese visam a
recuperação funcional, através de treino e aprimoramento do desempenho ocupacional.
Observou-se com esta população (tab. 5 e tab. 7) melhora no desempenho e na satisfação
pessoal do paciente após o uso da órtese. Esta conclusão é difícil, principalmente porque a
medida canadense de desempenho ocupacional não é uma avaliação com sensibilidade específica
quanto às propriedades da órtese (ângulos, materiais, biomecânica) e os aspectos da
espasticidade, sendo ela uma avaliação complementar, no entanto, sua metodologia proporciona
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
36
ao paciente a identificação específica de sua incapacidade e também o olhar mais atento as
mudanças funcionais atribuídas a órtese, conforme o trabalho de McKeee e Rivard
29
, que
conferiu que a aplicação da medida nas intervenções com órteses, auxilia o Terapeuta
Ocupacional no plano de tratamento e na construção do equipamento através da atenção aos
aspectos como conforto, estética, conveniência (situações do uso), monitoramento da evolução e
satisfação do indivíduo.
Para entender a demanda diária do indivíduo de capacitação é fundamental o
conhecimento das áreas de desempenho ocupacional que fazem parte de sua vida, ou seja, os
papéis ocupacionais referidos por Nelson e Jepson-Thomas
37
que ele atua. Os dados referentes à
identificação (nome, sexo, idade, estado civil, ocupação) possibilitam o conhecimento dos papéis
ocupacionais, ou seja, a demanda de desempenha a que está sujeito no seu dia-a-a-dia.
Na identificação desta amostra (tab. 1) pudemos levantar algumas hipóteses quanto à
demanda diária de desempenho. % tem filhos, evidenciando a participação no papel ocupacional
de pai ou mãe, e todos as tarefas a que ele remete. No entanto, observou-se que a maioria dos
filhos já são adultos e já não residem com os pais, levando ao nosso entendimento que a
participação neste papel de pai é passiva e que além disto, ele pode apresentar dificuldades em
relação a presença de cuidador na sua residência levando a exigência de independência nas suas
tarefas diárias.
Quanto ao gênero, a grande porção da amostra é masculina, 63,33%, este dado
relaciona-se às características gerais das tarefas realizadas por homens e mulheres, como por
exemplo, no caso do vestuário, que para o homem é mais simples, facilitando a adaptação das
peças usadas e ao ato mais simples de executar, enquanto para a mulher usar acessórios (brinco,
colar, outros) ou sapatos altos é mais complexo, exigindo assim mais do seu desempenho.
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
37
Portanto a satisfação em relação ao desempenho nesta tarefa pode ser maior no sexo masculino
do que no feminino por a demanda de movimento ser menor.
Do total de pacientes 56,6% são casados, mais uma vez nos reportamos às exigências do
papel ocupacional. Ter um companheiro influencia diretamente nas atividades do dia-a-dia, na
presença de um cuidador, e na possibilidade de participação social mais ativa, incluindo maior
atuação na área de lazer.
O processo de construção, introdução e administração da órtese centrado no paciente,
tende a considerar suas atividades, para poder atingir o objetivo e supervisionar a questão do seu
desempenho ocupacional. O Terapeuta Ocupacional auxilia o paciente a conhecer sua situação e
o impacto no seu desempenho ocupacional, assim como auxilia o paciente a encontrar a solução
pelo seu conhecimento sobre a doença, tratamento do tecido, biomecânica, princípios ortóticos,
variedade de materiais e técnica de fabricação
32
.
Para os pacientes a influência da órtese no desempenho está no:
-Conforto da mão espástica
39
.
-Melhora no posicionamento do corpo.
-Visualização do posicionamento da mão em extensão.
-Diminuição da sensação de peso no membro superior espástico.
-Diminuição da dor.
-Melhora na deambulação, através da melhora no controle do membro superior, visto que
para a marcha, a cintura escapular (membro superior) tem uma real importância, por influenciar
na postura, no equilíbrio e na simetria do passo.
Há muitas evidências quanto aos ganhos obtidos com o uso da órtese, como por exemplo,
o posicionamento, prevenção de deformidade, que possibilita maior conforto para o paciente,
pelo próprio princípio de diminuição da resistência muscular após certo grau de estiramento,
Discussão
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
38
entretanto, não proporciona o reparo da lesão das vias neurológicas centrais, visto que sua ação é
periférica (nas extremidades).
Como o objeto de estudo era tornar objetiva uma variável subjetiva como a satisfação do
paciente, não foram utilizadas outras avaliações específicas para órtese, o que poderia prejudicar
o objetivo do estudo.
Foi possível observar que o interesse na opinião pessoal do paciente é de grande valor
quando se considera a hierarquia de necessidades já citada neste capítulo, pois ela se torna o
ponto motivador a adesão do procedimento por parte do paciente já que logo na avaliação ele é
direcionado a entender os objetivos da conduta que tem relação direta com as necessidades do
paciente.
Levantou-se questões como a necessidade no momento de prescrição da órtese, de
orientações adequada e especializada em relação ao que é órtese? como é? qual objetivo? qual o
material? quanto tempo de uso? quando usar? pois é na prescrição que se formam expectativas
positivas ou negativas por parte do paciente quanto a órtese, que terá influência ao longo do
processo de reabilitação, auxiliando ou impedindo sua adesão, pois o paciente vem com a idéia de
que após o uso, ele vai recuperar todo movimento da mão e decepciona-se a saber que isto não
ocorre.
Por fim, a avaliação da medida de desempenho ocupacional auxilia o Terapeuta
Ocupacional na identificação do problema
40, 41
, orientação do paciente, na organização da rotina
diária de uso, além dos outros aspectos já discutidos anteriormente.
_________________________________________________________________________
6. CONCLUSÃO
_________________________________________________________________________
Conclusão
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
40
A presente amostra permite observar que: o uso de órtese de punho e dedos para a
espasticidade pós AVC demonstrou-se eficaz em relação ao desempenho ocupacional e
satisfação pessoal do paciente.
_________________________________________________________________________
7. ANEXO
_________________________________________________________________________
Anexo
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
42
ANEXO 1: Modelo da Avaliação Medida Canadense de Desempenho Ocupacional.
Passo 1:
Identificação das áreas Desempenho Ocupacional
Para identificar problemas, preocupações e interesses relativos ao desempenho
ocupacional, entrevistar o cliente, questionando sobre as atividades do dia-a-dia no
que se refere às atividades de vida diária, às atividades produtivas e às atividades de
lazer. Solicitar ao cliente que identifique as atividades do dia-a-dia que quer
realizar, que necessita realizar ou que é esperado que ele realize, encorajando-o a
pensar num dia normal. Seguidamente, pedir que identifique quais dessas atividades
são de difícil realização, atualmente, de forma satisfatória.
Registrar estas atividades problemáticas nos Passos IA, IB, ou IC.
Passo 2:
Classificação do Grau de
Importância
Usando os cartões de pontuação
fornecidos, pedir ao cliente que
classifique, numa escala de 1 a 10, a
importância de cada atividade.
Colocar as pontuações nos respectivos
quadrados nos passos IA, IB e IC.
Passo 1A: Atividades de Vida Diária
Cuidados Pessoais ____________________________________
(ex. vestuário, banho, ____________________________________
alimentação, higiene) ____________________________________
Condições de Movimentar-se ____________________________________
(ex. transferências, mobilidade ____________________________________
dentro e fora de casa) ____________________________________
Independência fora de casa ____________________________________
(ex. transportes, compras, finanças) ____________________________________
____________________________________
Importância
Passo 1B: Atividades Produtivas
Trabalho (remunerado ou não remunerado) ________________________________
(ex.procurar\manter um emprego, ________________________________
atividades voluntárias) ________________________________
Tarefas Domésticas ________________________________
(ex. limpezas, lavagem de roupas _________________________________
preparação de refeições) _________________________________
Jogo\Escolaridade _________________________________
(possibilidade de freqüentar escolas, cursos ________________________________
etc.) ________________________________
Importância
Passo 1C: Atividades de Lazer
Recreação Calma ________________________________
(ex.hobbies, leitura, artesanato) ________________________________
________________________________
Recreação Ativa ________________________________
(ex. esportes, passeios, viagens) _________________________________
_________________________________
Socialização _________________________________
(ex. visitas, telefonemas, festas ________________________________
atividades sociais) ________________________________
Importância
Anexo
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
43
Passo 3 e 4: Pontuação – Avaliação Inicial e Reavaliação
Confirmar com o cliente os 5 problemas mais importantes e registra-los abaixo. Usando os cartões de pontuação, pedir ao
cliente que classifique cada problema no que diz respeito ao desempenho ocupacional e satisfação, calculando, no final a
pontuação total. Para o cálculo da pontuação total soma-se a pontuação do desempenho ocupacional ou da satisfação de
todos os problemas e divide-se pelo número de problemas. Na reavaliação, o cliente classifica novamente cada problema, no
que se refere ao desempenho e à satisfação. Calcular as novas pontuações e as mudanças da pontuação.
Avaliação Inicial::
Problemas de Desempenho Ocupacional
Desempenho 1
Satisfação 1
Reavaliação
Desempenho 2
Satisfação 2
1_______________________________
2_______________________________
3_______________________________
4_______________________________
5_______________________________
Pontuação:
Pontuação total do
Pontuação desempenho ou
Total = da satisfação
# de problemas
Pontuação do
Desempenho 1
=
Pontuação de
Satisfação 1
=
Pontuação do
Desempenho 2
=
Pontuação de
Satisfação 2
=
Alterações no desempenho=Pontuação do desempenho 2 _ Pontuação do desempenho 1 =
Alterações na satisfação=Pontuação da satisfação 2 _ Pontuação da satisfação 1 =
_________________________________________________________________________
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_________________________________________________________________________
Referências Bibliográficas
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
45
1.Gagliardi RJ. AVC- Acidente Vascular Cerebral: 50 FAQ- Frequently Asked Questions. São
Paulo: EPM – Ed. de Projetos Médicos, 2006.
2. Sacco RL. Patogênese, classificação e epidemiologia das doenças vasculares cerebrais. In:
Merritt – Tratado de Neurologia. 10ª ed. Editoria: Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2002,
págs. 184 – 195.
3. Lessa I. Epidemiologia das Doenças Cerebrovasculares no Brasil. Rev Soc Cardiol Est. SP
1999;4:509-18.
4. Doreto, D. Fisiologia da estruturas supraespinais que atuam sobre a motricidade: “o sistema
piramidal” In: Fisiopatologia clínica do sistema nervoso fundamentos da semiologia. 2ª ed. São
Paulo: Atheneu, 2005.
5. Zislis JM. Splinting of hand in a spastic hemiplegic patient. Arch of Phys Med & Rehabil,
1964; 45: 41-43.
6. Wolcott LE. Orthotic management of the spastic hand. South med J, 1966; 59: 971-974.
7. Mathiowetz V, Bolding DJ, Trombly CA. Immediate effects of positioning devices on the
normal and spastic hand measured by electromyography. Am J Occup Ther, 1983; 37: 247-254.
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RESUMO
_________________________________________________________________________
Resumo
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___________________________________________________________________________
52
Avaliação do Desempenho e da Satisfação Pessoal do Paciente com Mão Espástica após o
Uso da Órtese Dorsal Volar. Autora: Danielle dos Santos Cutrim Garros. Dissertação de
Mestrado - 2008.
Avaliou-se o desempenho e a satisfação pessoal do paciente com mão espástica por AVC em
relação ao uso da órtese dorsal volar. O estudo prospectivo foi realizado com 30 pacientes que
fizeram uso da órtese por oito horas diárias e à noite, através da medida canadense de
desempenho ocupacional e do teste de destreza manual da caixa e blocos, no intervalo de três
meses. Foram selecionadas cinco atividades (entre as atividades de vida diária, produtivas e de
lazer). Obteve-se melhora em relação ao desempenho com média de 1,4+
0,5 no grupo controle e
6,3 +
0,8 (p<0,01) no grupo estudo. Quanto à satisfação 1,7 + 0,4 no grupo controle e 6,3 + 0,6
(p<0,01) no grupo estudo. A presente amostra permitiu observar eficácia com o uso da órtese
dorsal volar de punho e dedos para a espasticidade pós AVC em relação ao desempenho
ocupacional e a satisfação pessoal do paciente.
PALAVRAS CHAVES: Acidente cerebrovascular/terapia; Espasticidade muscular;
Extremidade superior; Avaliação de desempenho; Atividades cotidianas; Terapia Ocupacional.
.
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ABSTRACT
_________________________________________________________________________
Abstract
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54
Garros, DSC. Perfomance and personal satisfaction evaluation of the patient with spastic hand
after the use of dorsal volar orthesis. [Thesis], 2008.
ABSTRACT: Patients with spastic hand due to Cerebrovascular disease had their performance
and personal satisfaction evaluated in relation of the use of a dorsal volar orthesis. A prospective
study was carried out with 30 patients that had made use of the orthesis for eight hours twice a
day, through the Canadian Measure of Occupational Performance and the Box and Blocks
dextricity test, with a three month interval. It was chosen five activities (amongst Daily Living ,
Productive and Leisure Activities). There was improvement in relation with performance mean
1,4 more or less 0,5 in the control group and 6,3 more or less 0,8 in the study group As far as the
satisfaction was concerned mean 1,7 more or less 0,4 in the control group and 6,3 more or less
0,8 in the study group . The present study showed the efficiency of the use of dorsal volar
orthesis for spastic hand due to cerebrovascular disease as far as occupational performance and
personal satisfaction are concerned
Key words Cerebro Vascular disease, therapy, muscle spasticity upper extremity performance
evaluation daily living activities Occupational Therapy.
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LISTAS E APÊNDICES
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Listas e Apêndices
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56
FIGURAS
Fig. 1: Teste de destreza da caixa e blocos.
Fig. 2: Etapas da confecção da órtese dorsal volar: retirada do molde da mão (A), recorte do
molde(B) e aquecimento da placa na água (C).
Fig. 3: Etapas da confecção da órtese dorsal volar: recorte da fenda para passagem do 2º ao
dedo (A), moldagem na mão do paciente (B) e retirada do excesso de material (C).
Fig.4: Mão espástica em posição de flexão de punho e dedos (A) e órtese dorsal volar mantendo a
extensão de punho e dedos.
Fig.5 : Órtese Dorsal Volar.
Listas e Apêndices
___________________________________________________________________________
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57
TABELAS
Tab. 1: Distribuição da amostra total dos 30 pacientes: gênero, estado civil e tempo de AVC em
anos, dominância, lado espástico, correlação dominância/lado espástico, filhos e profissão.
Tab. 2: Resultado do Teste Caixa e Blocos no lado normal (blocos por minuto): média/desvio
padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste de Wilcoxon.
Tab. 3: Resultado do Teste Caixa e Blocos no lado afetado (blocos por minuto): média/desvio
padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste de Wilcoxon.
Tab. 4: As medidas resumo da variável desempenho antes e após o uso da órtese dorsal volar de
acordo com o nível de necessidade do paciente e a comparação da distribuição do desempenho
antes e depois da Órtese através do teste de Wilcoxon.
Tab. 5: Variável desempenho geral: média/ desvio padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo
teste de Wilcoxon.
Tab. 6: Variável satisfação: média/ desvio padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste de
Wilcoxon.
Tab. 7: Variável satisfação geral: média/ desvio padrão/mínimo/máximo/probabilidade pelo teste
de Wilcoxon.
Listas e Apêndices
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58
GRÁFICOS
Gráf. 1: Relação porcentagem/atividades (atividades de vida diária - AVDs, produtiva e de lazer)
comprometidas pela mão espástica em ordem crescente de importância para o paciente.
Gráf. 2: Distribuição, na ordem de importância, das tarefas relacionadas à área das atividades de
vida diária mais comprometidas pela mão espástica de acordo com o paciente na ordem de
importância
Listas e Apêndices
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59
APÊNDICE
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS
Rua Santa Isabel, 305 - 4° andar Santa Cecília CEP 01221-010 São Paulo -SP
Fone Fax- 3337-0188 E-mail: eticam[email protected]
São Paulo, 07 Novembro de 2007.
IImo.(a)
.Sr.(a).
To. Danielle dos Santos Cutrim Garros
Serviço de
Reabilitação
Projeto nº 305/07
Informe este número para
identificar seu projeto no CEP
O Comitê de Ética em Pesquisa da ISCMSP, em reunião ordinária, dia 25/07/2007 e no
cumprimento de suas atribuições, após revisão do seu projeto de pesquisa: "Avaliação do uso da
órtese de posicionamento para membro superior em pacientes pós acidente vascular cerebral
através da medida canadense de desempenho ocupacional”. emitiu parecer inicial em pendência e
nesta data enquadrando-o na seguinte categoria:
( X ) Aprovado (inclusive TCLE) ;
( ) Com pendências (há modificações ou informações relevantes a serem
atendidas em 60 dias. Enviar as alterações em duas cópias);
( ) Retirado, (por não ser reapresentado no prazo determinado);
( ) Não aprovado: e
( ) Aprovado (inclusive TCLE -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), e encaminhado
para apreciação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - MS - CONEP, a qual deverá emitir
parecer no prazo de 60 dias. Informamos, outrossim, que, segundo os termos da Resolução 196/96
do Ministério da Saúde a pesquisa só poder. ser iniciada após o recebimento do parecer de
aprovação da
Prof. Dr. Nelson Keiske Ono Vice-Presidente do
Comitê de Ética em Pesquisa - ISCMSP
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