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Dissertação
Mári Ândrea Feldman Firpo
Climatologia das ondas de frio e de calor para o Rio
Grande do Sul e sua relação com El Niño e La Niña
Pelotas, 2008
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE METEOROLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM METEOROLOGIA
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1
Mári Ândrea Feldman Firpo
Climatologia das ondas de Frio e de Calor para o Rio Grande do Sul
e sua relação com El Niño e La Niña
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Faculdade de
Meteorologia da UNIVERSIDADE
FEDERAL DE PELOTAS, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre em
Ciências (M.S.).
Orientadora: Profª. Dra. Simone Vieira de Assis
PELOTAS
Rio Grande do Sul – Brasil
Fevereiro de 2008
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2
Dados de catalogação na fonte:
Ubirajara Buddin Cruz – CRB-10/901
Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel
F527c Firpo, Mári Ândrea Feldman Firpo
Climatologia das ondas de frio e de calor para o Rio
Grande do Sul e sua relação com El Niño e La Niña / Mári
Ândrea Feldman Firpo ; orientador Simone Vieira de Assis.
Pelotas, 2008. – 119f. : il. color. – Dissertação (Mestrado).
Programa de Pós-Graduação em Meteorologia. Faculdade de
Meteorologia. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas,
2008.
1.Meteorologia. 2.Climatologia. 3.Mudanças climáticas.
4.Ondas de frio. 5.Ondas de calor. 6.El Niño. 7.La Niña. 8.Rio
Grande do Sul. I.Assis, Simone Vieira. II. Título
CDD: 551.698165
3
Banca Examinadora
Prof
a
. Dr
a
. Simone Vieira de Assis (orientadora)
Prof. Dr. Júlio Renato Quevedo Marques
Prof. Dr. Clóvis Angeli Sansigolo (Externo)
4
Ao meu irmão, Mário, e aos meus pais,
Miriam Sara e Marcos Flávio.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, presença constante, pela existência, pela capacidade de desenvolver
este trabalho, pelas oportunidades e por guiar-me a cada passo, a cada decisão.
À família, laço incorruptível que, apesar da distância, se manteve presente em
todos os momentos, pelo estímulo, pelo apoio incondicional e pela constante
demonstração de amor, o que me mantém, cada vez mais, firme em meus objetivos.
A todos os meus amigos e aos queridos colegas do PPGMet, em especial a
Ana Carolina, Cátia, Cláudia e Márcia, pelo valoroso convívio, pela colaboração,
pela amizade e por terem me proporcionado momentos de muita alegria.
À Prof
a
.
Dr
a
. Simone Vieira de Assis, que além de orientadora, demonstrou-se
uma grande amiga e conselheira, pela idéia inicial da pesquisa, pela dedicação
incessante, pela confiança e pelo carinho. A ti, Simone, minha eterna gratidão.
Aos professores e funcionários do PPGMet, em particular, ao Prof. Dr.
Gilberto Barbosa Diniz e ao Prof. Dr. Júlio Renato Quevedo Marques, pelos
ensinamentos, pela disponibilidade e pelas indispensáveis contribuições a esta
dissertação.
À Universidade Federal de Pelotas e ao Programa de Pós-Graduação em
Meteorologia, pela oportunidade de realizar este trabalho.
À CAPES, pela concessão de bolsa de estudos.
6
“Entre los deberes humanos más sagrados
figura el estudiar el pedazo del planeta que
le ha sido conferido por el destino.”
Lucían Hauman
7
RESUMO
FIRPO, Mári Ândrea Feldman. Ondas de frio e de calor para o Rio Grande do Sul
e sua relação com El Niño e La Niña. 2008. 118f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Meteorologia. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas.
Neste trabalho são apresentados os resultados do estudo feito sobre a ocorrência de
ondas de frio e calor e suas relações com El Niño e La Niña, em 13 estações
meteorológicas do Rio Grande do Sul para o período entre os anos de 1967 a 2005.
As anomalias foram obtidas subtraindo-se o ano médio (normal climatológica para a
série de dados) de cada ano em questão. Foram consideradas ondas de frio, os
períodos de cinco ou mais dias consecutivos de anomalias negativas de temperatura
mínima e ondas de calor, o mesmo período de anomalias positivas de temperatura
máxima. Foi utilizada a técnica dos quantis para dividir, em ordens quartílicas, os
maiores valores de anomalias e os valores de intervalo de anomalias de cada onda,
a fim de classificá-las quanto a intensidade e a amplitude térmica, respectivamente.
Apenas as ondas de 5 dias foram classificadas. Analisando o comportamento médio
das ondas, observou-se que as de frio ocorrem mais no inverno e que uma
homogeneidade quanto à sua distribuição no Estado. as ondas de calor também
ocorrem mais nos meses mais frios, mas sua distribuição é heterogênea, ocorrendo
em maior quantidade nas estações meteorológicas localizadas mais ao norte do
Estado. Notou-se que há uma correlação positiva entre o número médio de geadas e
o número médio de ondas de frio e negativa quanto as ondas de calor, significativas
a 1% para os meses de junho e julho, mas não para o mês de agosto. As relações
entre ondas de frio e calor e os eventos ENSO mostraram que, em geral, a
ocorrência de La Niña faz aumentar o número de ondas de frio e diminuir o número
de ondas de calor no Rio Grande do Sul, enquanto a ocorrência de El Niño faz
8
aumentar o número de ondas de calor e diminuir as ondas de frio. Quanto às
geadas, também foi analisada sua relação com os eventos ENSO e constatou-se
que nos meses de junho e julho, uma maior ocorrência de geadas nos meses de
La Niña, porém, no mês de agosto, essa ocorrência é maior nos meses de El Niño.
Palavras-chave: ondas de frio, ondas de calor, El Niño, La Niña.
9
ABSTRACT
FIRPO, Mári Ândrea Feldman. Ondas de frio e de calor para o Rio Grande do Sul
e sua relação com El Niño e La Niña. 2008. 118f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Meteorologia. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas.
In this paper the results of Cold and heat waves and their relationships with to El
Niño and La Niña events in 13 meteorological stations in Rio Grande do Sul along
the years of 1967 up to 2005 are presented. Daily frost and maximum and minimum
air temperature data were used. The anomalies were obtained subtracting the
average year (climatological normal to the data set) of each year which was
analyzed. Cold waves were considered the period of five or more days of
consecutive negative minimum temperature and hot waves for the same time but in
positive anomalies and maximum temperature. It was also used a quantil technique
to split in quartile segments the highest anomalies values and the anomalies interval
values of each wave in order to classify them according to its intensity and termic
amplitude respectively. Only the waves of five days were classified. Analyzing the
waves average behavior it was observed that the cold ones happen more in the
winter and that there is an homogeneity related to its distribution in the state. On the
other hand, the heat waves happen also in the colder months, but their distribution is
heterogeneous, happening more in the meteorological stations located more in the
northern part of the state. The relationships between frosts and waves it was noticed
that there is a positive correlation between the frosts average number and the cold
waves and negatives average number to the heat ones, statistically significant at 1%
level in the months of June and July, but not in August. The relationships between
cold and heat waves and the ENSO events show that, in general, the occurrence of
La Niña increases the number of cold waves and decreases the heat waves in Rio
10
Grande do Sul, while the El Niño increases the heat waves and decreases the cold
waves. It was also analyzed the frost relationships with ENSO events and it was
noted that in the months of June and July there is a higher occurrence of frosts
during La Niñas. However, in August this occurrence is higher during El Niños.
Key Words: cold waves, heat waves, El Niño, La Niña.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Distribuição geográfica e topográfica das Estações
Meteorológicas estudadas..........................................................
32
Figura 2
Anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na
região do niño 3.4 (a) e Índice de Oscilação Sul (IOS) (b).........
36
Figura 3
Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de
acordo com o limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Janeiro, (b) Fevereiro, (c) Março, (d)
Abril, (e) Maio e (f) Junho............................................................
41
Figura 4
Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de
acordo com o limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Julho, (b) Agosto, (c) Setembro, (d)
Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro......................................
42
Figura 5
Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de
acordo com o limite inferior ao quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Janeiro, (b) Fevereiro, (c) Março, (d)
Abril, (e) Maio e (f) Junho............................................................
45
Figura 6
Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de
acordo com o limite inferior ao quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Julho, (b) Agosto, (c) Setembro, (d)
Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro......................................
46
Figura 7
Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de
acordo com o limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Janeiro, (b) Fevereiro, (c) Março, (d)
Abril, (e) Maio e (f) Junho............................................................
49
Figura 8
Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de
acordo com o limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Julho, (b) Agosto, (c) Setembro, (d)
Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro......................................
50
12
Figura 9
Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de
acordo com o limite inferior ao quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Janeiro, (b) Fevereiro, (c) Março, (d)
Abril, (e) Maio e (f) Junho...........................................................
53
Figura 10
Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de
acordo com o limite inferior ao quartil (período 1967- 2005)
para os meses de (a) Julho, (b) Agosto, (c) Setembro, (d)
Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro......................................
54
Figura 11
Curva do número dio de ondas de frio por mês, para o Rio
Grande do Sul, no período de 1967-2005...................................
58
Figura 12
Curva do número médio de ondas de frio por estações, para o
Rio Grande do Sul, no período de 1967-2005............................
58
Figura 13
Curva do número médio de ondas de calor por mês, para o
Rio Grande do Sul, no período de 1967-2005............................
59
Figura 14
Curva do número médio de ondas de calor por estações, para
o Rio Grande do Sul, no período de 1967-2005.........................
60
Figura15
Comparativo das curvas referentes a evolução temporal do
número dio de geadas (em azul), número médio de ondas
de frio (em rosa) e do número de ondas de calor (em amarelo)
ocorridas no Rio Grande do Sul para o mês de junho, no
período de 1967 a 1996..............................................................
64
Figura 16
Comparativo das curvas referentes a evolução temporal do
número médio de geadas, número médio de ondas de frio e do
número de ondas de calor, ocorridas no Rio Grande do Sul
para o mês de julho, no período de 1967 a
1996............................................................................................
65
Figura 17
Comparativo das curvas referentes a evolução temporal do
número médio de geadas, número médio de ondas de frio e do
número de ondas de calor, ocorridas no Rio Grande do Sul
para o mês de agosto, no período de 1967 a
1996............................................................................................
65
Figura 18
Comparativo das curvas referentes ao número médio de
geadas, número médio de ondas de frio e do número de ondas
de calor, ocorridas no Rio Grande do Sul, em cada estação
estudada, para o mês de junho, no período de 1967 a
1996............................................................................................
67
13
Figura 19
Comparativo das curvas referentes ao número médio de
geadas, número médio de ondas de frio e do número de ondas
de calor, ocorridas no Rio Grande do Sul, em cada estação
estudada, para o mês de julho, no período de 1967 a
1996............................................................................................
68
Figura 20
Comparativo das curvas referentes ao número médio de
geadas, número médio de ondas de frio e do número de ondas
de calor, ocorridas no Rio Grande do Sul, em cada estação
estudada, para o mês de agosto, no período de 1967 a
1996............................................................................................
68
14
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Coordenadas geográficas e altitude das Estações
Meteorológicas estudadas.........................................................
31
Tabela 2
Meses e anos de ocorrência dos fenômenos El Niño e La
Niña....................................................................................
37
Tabela 3 Percentuais de ondas de frio e calor fortes classificadas
quanto à amplitude térmica (baixas, moderadas ou altas)........
57
Tabela 4 Representação dos meses com mais ondas de frio (5 dias),
do maior valor de anomalia encontrado em uma única onda,
seguida pelo seu ano de ocorrência e seu intervalo de
anomalia, para cada estação meteorológica, para o período
do estudo (1967-2005)..............................................................
61
Tabela 5 Representação das maiores ondas de frio ocorridas em cada
estação meteorológica, para o período do estudo (1967-
2005), seguidas pelo mês de ocorrência, o maior valor de
anomalia (em caso de mais de uma onda com mesma
extensão), seguida pelo seu ano de ocorrência e seu intervalo
de anomalia...............................................................................
62
Tabela 6 Representação dos meses com mais ondas de calor (5 dias),
do maior valor de anomalia, seguida pelo seu ano de
ocorrência e seu intervalo de anomalia encontrado em uma
única onda, para cada estação meteorológica, para o período
do estudo (1967-2005)..............................................................
63
Tabela 7 Representação das maiores ondas de calor ocorridas em
cada estação meteorológica, para o período do estudo (1967-
2005), seguidas pelo mês de ocorrência, o maior valor de
anomalia (em caso de mais de uma onda com mesma
extensão), seguida pelo seu ano de ocorrência e seu intervalo
de anomalia...............................................................................
63
Tabela 8 Valores de t e r entre o número de geadas e ondas de frio e
geadas e ondas de calor, para os meses de junho, julho e
agosto........................................................................................
66
15
Tabela 9 Valores médios dos números de ondas de frio ocorridas, nos
respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-
2005). Os 39 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña......................................................................................
70
Tabela10 Números médios de não-ocorrências de ondas de frio, nos
respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-
2005). Os 39 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña......................................................................................
71
Tabela 11 Números médios de ocorrências mais de uma onda de frio,
nos respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-
2005). Os 39 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña......................................................................................
73
Tabela 12 Valores médios dos números de ondas de frio fortes (5 dias)
ocorridas, nos respectivos meses, durante os 39 anos do
estudo (1967-2005). Os 39 anos foram agrupados em 3:
Neutros, El Niño e La Niña........................................................
74
Tabela 13 Valores médios dos números de ondas de calor ocorridas,
nos respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-
2005). Os 39 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña......................................................................................
78
Tabela 14 Números médios de não-ocorrências de ondas de calor, nos
respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-
2005). Os 39 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña......................................................................................
79
Tabela 15 Números médios de ocorrências mais de uma onda de calor,
nos respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-
2005). Os 39 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña......................................................................................
80
Tabela 16 Valores médios dos números de ondas de calor fortes (5 dias)
ocorridas, nos respectivos meses, durante os 39 anos do
estudo (1967-2005). Os 39 anos foram agrupados em 3:
Neutros, El Niño e La Niña........................................................ 81
Tabela 17 Valores médios do número total de geadas ocorridas, nos
respectivos meses, durante os 30 anos do estudo (1967-
1996). Os 30 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña...................................................................................... 85
Tabela 18 Valores médios do número total de geadas fortes ocorridas,
nos respectivos meses, durante os 30 anos do estudo (1967-
1996). Os 30 anos foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e
La Niña...................................................................................... 86
16
SUMÁRIO
1 Introdução..................................................................................................
19
2 Revisão de Literatura................................................................................
22
2.1 Ondas de Frio e de Calor: Anomalias positivas da temperatura
máxima e negativas da temperatura mínima do ar..............................
22
2.2 Geada...................................................................................................... 24
2.3 Técnica dos Quantis.............................................................................. 27
2.4 El Niño e La Niña…………………………………………………………….
29
3 Materiais e Métodos.................................................................................. 31
3.1 Estações meteorológicas e dados meteorológicos utilizados neste
trabalho....................................................................................................
31
3.2 Normal climatológica diária das temperaturas máxima e mínima
do ar.........................................................................................................
32
3.3 Ondas de calor e de frio das temperaturas máxima e mínima
diárias do ar.............................................................................................
33
3.4 Técnica dos quantis...............................................................................
34
3.5 Influência dos fenômenos El Niño e La Niña nas ondas de frio e de
calor.........................................................................................................
35
17
4. Resultados e Discussões........................................................................ 38
4.1 Visão Geral das Temperaturas Máximas e Mínimas no Rio Grande
do Sul.......................................................................................................
38
4.1.1 Distribuição espacial da temperatura máxima de acordo com o
limite superior ao 1º quartil....................................................................
38
4.1.2 Distribuição espacial da temperatura máxima de acordo com o
limite inferior ao 4º quartil......................................................................
43
4.1.3 Distribuição espacial da temperatura mínima de acordo com o
limite superior ao 1º quartil da temperatura mínima...........................
47
4.1.4 Distribuição espacial da temperatura mínima de acordo com o
limite inferior ao 4º quartil da temperatura mínima.............................
51
4.2 Técnica dos Quantis.............................................................................. 55
4.3 Ondas de Frio e Calor............................................................................ 57
4.3.1 Comportamento geral das ondas de frio.......................................... 57
4.3.1.1 Ondas de frio por mês..................................................................... 57
4.3.1.2 Ondas de frio por estação meteorológica..................................... 58
4.3.2 Comportamento geral das ondas de calor....................................... 59
4.3.2.1 Ondas de calor por mês.................................................................. 59
4.3.2.2 Ondas de calor por estação meteorológica...................................
59
4.3.3 Casos especiais de ondas de frio e calor......................................... 60
4.3.4 Relação das Ondas de Frio e de Calor com a ocorrência de
geadas......................................................................................................
64
4.3.4.1 Análise temporal.............................................................................. 64
4.3.4.2 Análise por estações meteorológicas........................................... 66
4.4 El Niño e La Niña……………………………………………………………. 69
4.4.1 Ondas de Frio………………………………………………………………
69
4.4.1.1 Análise mensal das ondas de frio.................................................. 69
4.4.1.1.1 Número médio do total de ondas de frio.................................... 69
4.4.1.1.2 Número médio de não ocorrência de ondas de frio no mês
correspondente.......................................................................................
70
4.4.1.1.3 Número médio de ocorrências de mais de uma ondas de frio
num mesmo mês.....................................................................................
72
4.4.1.1.4 Número médio de ondas de frio fortes....................................... 73
18
4.4.1.2 Análise das ondas de frio por estações.........................................
74
4.4.1.2.1 Número médio do total de ondas de frio.................................... 74
4.4.1.2.2 Número médio de não ocorrência de ondas de frio no mês
correspondente.......................................................................................
75
4.4.1.2.3 Número médio de ocorrências de mais de uma onda de frio
num mesmo mês.....................................................................................
76
4.4.1.1.4 Número médio de ondas de frio fortes....................................... 76
4.4.2 Ondas de Calor....................................................................................
76
4.4.2.1 Análise mensal das ondas de calor................................................
77
4.4.2.1.1 Número médio do total de ondas de calor..................................
77
4.4.2.1.2 Número dio de não ocorrência de ondas de calor no mês
correspondente.......................................................................................
78
4.4.2.1.3 Número médio de ocorrências de mais de uma ondas de
calor num mesmo mês........................................................................... 79
4.4.2.1.4 Número médio de ondas de calor fortes.....................................
81
4.4.2.2 Análise das ondas de calor por estações......................................
82
4.4.2.2.1 Número médio do total de ondas de calor..................................
82
4.4.1.2.2 Número dio de não ocorrência de ondas de calor no mês
correspondente.......................................................................................
83
4.4.2.2.3 Número médio de ocorrências de mais de uma onda de calor
num mesmo mês.....................................................................................
83
4.4.2.2.4 Número médio de ondas de calor fortes.....................................
84
4.4.3 Geada................................................................................................... 84
4.4.3.1 Análise mensal do número total de geadas.................................. 85
4.4.3.2 Análise mensal do número de geadas fortes................................
85
5 Conclusão..................................................................................................
88
Referências...................................................................................................
91
Apêndices..................................................................................................... 95
19
1 INTRODUÇÃO
As temperaturas máxima e mínima diárias do ar se apresentam como
elementos climatológicos importantes para atividades humanas, visto serem fatores
preponderantes e decisivos, como exemplo, na agricultura, onde o cultivo de
determinados plantios estabelece, em muitas ocasiões, um perfil ótimo para que
esses se desenvolvam de forma mais benéfica e eficiente.
A região sul do Brasil, destacadamente o Rio Grande do Sul, por seu
afastamento do equador, durante os meses de maio a agosto sente os efeitos típicos
de inverno característicos das regiões de clima temperado, devido a sucessivas e
intensas invasões de massas de ar polares, acentuando a redução da temperatura
que comumente atinge valores poucos superiores a C e, às vezes, atinge níveis
negativos. (Nímer, 1989).
No verão, nas regiões temperadas, os dias são mais longos e a inclinação
dos raios solares é pequena, o que contribui para que o forte calor se estabeleça.
Dessa forma, a temperatura máxima pode, em alguns dias, atingir valores em torno
de 40ºC. O verão climático desta região normalmente dura três meses, restrito a
dezembro, janeiro e fevereiro, sendo janeiro o mais representativo da estação do
ano.
É comum, durante os meses frios de inverno, a temperatura mínima ficar
abaixo da normal climatológica, persistindo por dias seguidos, caracterizando uma
onda de frio e, se as condições atmosféricas reinantes permitirem, se tem a
formação de geadas. Já durante o verão, a onda é de calor, uma vez que a
temperatura máxima diária do ar pode ultrapassar a normal obtida para o período
em análise.
20
Ainda que considerar as anomalias, tanto da temperatura máxima quanto
da temperatura mínima, abaixo e acima do valor normal climatológico esperado para
qualquer estação do ano e para a localidade em estudo, respectivamente.
O estudo climatológico dessas ondas de calor e de frio pode revelar uma
associação com os sistemas determinantes da circulação geral da atmosfera,
auxiliando no melhor entendimento do clima da região sul, especialmente do Rio
Grande do Sul.
Levando em consideração que a economia do Estado do Rio Grande do Sul é
baseada fortemente na agricultura e na pecuária e que estas atividades dependem
de condições climáticas favoráveis para o seu desenvolvimento, podemos inferir que
a ocorrência de temperaturas mínimas e a conseqüente formação de geadas
causadas, dentre outros fatores, por estas, influenciam sensivelmente o crescimento
e o progresso deste Estado.
As temperaturas máximas e mínimas não ocorrem de maneira homogênea
em todo o Estado do Rio Grande do Sul e, por esse motivo, não exercem a mesma
influência em todas as regiões ecoclimáticas.
A presença de uma área litorânea em concomitância com uma região
continental exerce grande influência nas temperaturas, gerando regiões
ecoclimáticas diversificadas. A altitude, devido aos distintos relevos que o Estado
apresenta, e a latitude também alteram consideravelmente as temperaturas,
ocorrendo uma variabilidade muito grande de região para região.
Nota-se a importância de detectar as anomalias de temperatura máxima e
mínima para o Rio Grande do Sul, levando em consideração a diversidade
geográfica das diferentes regiões deste. Esse monitoramento se faz necessário,
tendo em vista a grande dependência econômica do Estado em relação às
atividades agro-pastoris e sabendo-se que para que estas se desenvolvam com
êxito é preciso ocorrem condições climáticas favoráveis.
Além dos fatores geográficos, também que ser considerado o impacto das
variações nos padrões atmosféricos do Estado. Um dos fenômenos mais estudados
que produz mudanças na circulação atmosférica, gerando condições anômalas que
afetam o clima das mais diversas regiões do planeta é o evento ENOS (El Niño
Oscilação Sul). Assim, torna-se interessante o estudo da influência das fases
quentes (El Niño) e frias (La Niña) deste fenômeno nas anomalias de temperaturas
máximas e mínimas no Rio Grande do Sul.
21
O objetivo geral desse trabalho é:
Realizar um estudo climatológico das ondas de frio e de calor para o
Rio Grande do Sul e investigar suas relações com os eventos El Niño e La Niña.
Os objetivos específicos são os seguintes:
Calcular a normal climatológica diária das temperaturas máxima e
mínima do ar para a série de dados referentes ao período do estudo, para cada
estação meteorológica;
Obter as ondas de calor e de frio das temperaturas máxima e nima
diárias do ar, respectivamente, com relação à normal climatológica diária;
Dividir a série dos valores de anomalias das ondas extremas (tanto da
temperatura máxima quanto da temperatura mínima) em ordens quartílicas, a fim de
classificá-las de acordo com sua intensidade e amplitude térmica;
Relacionar as ondas de frio e de calor com a ocorrência de geadas;
Observar a influência dos eventos ENSO na ocorrência das ondas de
frio, de calor e geadas.
22
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Ondas de Frio e de Calor: Anomalias positivas da temperatura máxima e
negativas da temperatura mínima do ar
Os fenômenos meteorológicos anômalos sempre produziram grande impacto
nas sociedades, em especial na área econômica. Mesmo que estes fenômenos
estejam inseridos na variabilidade natural do sistema terra-atmosfera, as mudanças
no clima do nosso planeta tornaram-se, a cada dia, mais notáveis. Por esse motivo,
cada vez mais, se faz necessário aprofundar o conhecimento sobre a variabilidade
dos eventos extremos, realizando-se estudos sucessivos nesta área (MÜLLER,
2006).
Em seu trabalho, Rusticucci e Vargas (2001) definem “onda” como
seqüências diárias de anomalias de temperaturas tendo mesmo sinal. Assim, três
parâmetros, neste evento, o considerados: o comprimento ou persistência
(número de dias ininterruptos da anomalia, tendo o mesmo sinal), o valor máximo
(anomalia positiva) ou mínimo (anomalia negativa) da onda e a “intensidade” (média
de anomalias da onda). As anomalias de temperatura são calculadas por subtração
do valor de temperatura diária da onda média anual no dia correspondente.
Segundo Mesommo e Diniz (2005) as ondas médias de um determinado local
ou região nos dão, além do comportamento médio da variável em estudo, um
comportamento de manutenção, elevação ou diminuição de seus valores, através da
obtenção das anomalias positivas ou negativas. O conhecimento deste
comportamento é muito importante para o planejamento agrícola.
O Rio Grande do Sul (RS) possui uma grande amplitude térmica anual
caracterizada por verões quentes e invernos frios, sendo influenciado
predominantemente por sistemas atmosféricos de latitudes médias e elevadas. As
23
massas de ar que influenciam o regime térmico do Estado são a Marítima Polar
(mP), a Marítima Tropical (mT) e a Continental Tropical (cT) (ANDRADE, 1972). No
verão, a cT atua sobretudo no oeste do RS, elevando as temperaturas. No inverno, o
avanço das massas de origem polar (mP), provoca uma significativa redução das
mesmas (ANDRADE, 1972; TUBELIS E NASCIMENTO, 1983). Outros fatores como
latitude, relevo, continentalidade e maritimidade também exercem influência na
temperatura do Estado (NIMER, 1989).
Ao realizar um estudo sobre a variabilidade climática no Rio Grande do Sul,
levando em conta a repetição das anomalias de temperaturas mínimas diárias neste
Estado, Gonçalves (2000) concluiu, através de uma análise sazonal destas
anomalias, que além de haver uma significativa diferença sazonal entre os valores
dessas repetições entre o inverno e o verão, também uma maior variabilidade
das temperaturas nimas diárias no inverno e em estações meteorológicas mais
continentais.
Analisando a variabilidade das anomalias de temperaturas extremas (mínimas
e máximas) utilizando dados diários do período de 1959 a 1996 sobre a Argentina,
Rusticucci e Vargas (2001) observaram que esta variabilidade das ondas extremas
apresenta duas escalas: uma bianual e outra com uma freqüência maior que 10
anos, o que é mais importante no verão do que no inverno, e na intensidade das
ondas do que na sua persistência. A quantidade de ondas de calor aumenta ao
final dos anos sessenta, devido ao aumento do fluxo de nordeste, e depois diminui
significativamente. A variabilidade interanual das ondas de frio é maior a partir dos
anos oitenta, indicando uma modificação na permanência de sistemas anticiclônicos
sobre o país. Encontraram também uma maior quantidade de casos de ondas de frio
nos últimos anos do período em questão.
Quanto às ondas de frio, Araújo e Gonçalves (1998) verificaram que a
amplitude dos invernos vem diminuindo devido ao aumento das temperaturas
mínimas em contraposição ao comportamento estacionário das temperaturas
máximas, e que apesar disso os eventos de frio extremo ainda o persistentes
levando a um aumento mais suave das temperaturas no período de inverno.
Pezza e Ambrizzi (2005) ao realizarem uma compilação das ondas de frio
mais relevantes que atingiram a América do Sul no período de 1888 até 2003,
enfatizando os casos extremos na Argentina e no Brasil, notaram que, apesar do
aumento da temperatura média em boa parte do continente, ainda registram-se
24
ondas de frio intensas tanto no Brasil como na Argentina. Estes casos apresentam
temperaturas mínimas recordes e os autores citam como exemplo o ocorrido no
inverno de 2000.
As condições sinóticas da atmosfera também promovem grandes variações
na temperatura média anual de uma dada região. Rusticucci (2001) analisou a
variabilidade de anomalias de ondas de temperaturas extremas a partir de dados
diários em um período de 1959/96 sobre a Argentina. Observou que, tanto no verão
como no inverno, ondas extremas quentes atingiram um aumento no período do final
dos anos 60 e 70, diminuindo significativamente após esse período, e constatou que
a origem dessas ondas foi a permanência de uma circulação de nordeste nesta
região. Ainda notou que, a partir dos anos 80, ondas frias extremas de inverno foram
mais variáveis, devido a uma variação maior na permanência de um anticiclone
sobre o continente.
2.2 Geada
De acordo com o conceito agroclimatológico de geada, esta ocorre quando a
temperatura do ar desce a níveis tão baixos que morte dos tecidos vegetais. Esta
definição é satisfatória do ponto de vista agrícola, mas não em termos de
climatologia, meteorologia e geografia. aspectos biológicos muito variáveis que
independem das condições atmosféricas, como por exemplo, espécies e variedades
com diferente sensibilidade ao frio, estado sanitário e trófico das plantas e o fato de
que os danos causados podem ser diferentes pela influência de outros elementos do
tempo. Assim, a caracterização agroclimática das geadas pode ter valor prático
local, mas não permite generalização geográfica para grandes regiões (BURGOS,
1963).
Por isso, de acordo com o mesmo autor, na grande maioria dos estudos
agroclimáticos realizados, considera-se como geada a ocorrência de temperatura
abaixo de 0°C no abrigo meteorológico a 1,5 2 m de altura do solo, independente
da duração ou intensidade. Pode-se afirmar que se o nível térmico de 0°C não
coincide, em todos os casos, com a ocorrência de danos, ao menos constitui uma
medida relativa dos mesmos, aceitável para níveis práticos.
25
Como já foi dito, em geral, ocorre a formação de geada quando a temperatura
no solo atinge valores abaixo de 0°C. Porém, quando isso ocorre, a temperatura da
camada de ar que se encontra a 2m do solo pode estar mais elevada. Isso ocorre
porque, após o pôr do sol (quando cessa a chegada de radiação de ondas curtas no
solo), a perda de energia por emissão de radiação de onda longa se acentua,
provocando, assim, a rápida diminuição da temperatura do ar próximo à superfície.
Isto é, ocorre a chamada inversão térmica, onde a temperatura do ar na troposfera
aumenta com a altura, ao invés de decrescer (PEREIRA et al., 2002). Devido a esta
situação que se figura, muitas vezes pode-se verificar a formação de geadas no solo
mesmo quando a temperatura do ar no abrigo meteorológico (que se encontra a
certa altura do solo) é positiva. Em geral, utiliza-se valores de temperatura em torno
de 3°C, no abrigo meteorológico, para se definir ocorrência de geada. Como
exemplo, podemos citar o trabalho de Silva et al. (2004), que ao avaliar os
elementos meteorológicos em uma noite de ocorrência de geada, na cultura do
pimentão híbrido Margarida, mediram uma temperatura do ar de 2,9°C no abrigo
meteorológico a 2m do solo. na análise de ocorrência de geadas no Estado do
Paraná, Kim et al. (2003) compararam o mero de geadas com base nos critérios
comumente adotados na região, onde a temperatura mínima no abrigo é C nos
casos de geada, e observação visual, encontrando que esses padrões não
apresentam boa precisão, pois em 71% das estações meteorológicas o número de
geadas observadas é significativamente maior que as determinadas pelo critério:
Tmín ≤ 3°C.
Os fenômenos de grande escala são os fatores que provocam a ocorrência de
geadas. Uma vez que definimos geada como a ocorrência de temperatura do ar
abaixo de 0
°
C, podendo ou não promover a formação de gelo sobre as superfícies
expostas (TUBELIS E NASCIMENTO, 1983) e que o risco de geada diminui, em
média, 10% a cada 1ºC de aumento de temperatura (WREGE et al., 2005), todos os
fatores que por ventura acarretarem alterações de temperatura consequentemente
influenciarão na ocorrência das geadas.
A Região Sul do Brasil freqüentemente é afetada pela passagem de frentes
frias que em muitos casos provocam impactos em diversos setores produtivos de
nossa sociedade. Dentre estes, pode-se destacar a queda acentuada de
temperatura associada à incursão de ar frio e seco, podendo muitas vezes resultar
26
em ocorrência de geadas. Em média, 12 episódios de geadas por ano afetam
parcialmente a Região Sul, e 4,5 casos em toda a Região durante os meses de abril
a outono (CLIMANÁLISE, 1996).
A situação sinótica média nos casos de geada em Maringá, PR, mostra a
entrada de um centro de alta do Sul da Argentina “forçado” pelas correntes da
troposfera média e Cordilheira dos Andes, avançando meridional e continentalmente
(SELUCHI, 1992).
As geadas no Sul do Brasil se vinculam às incursões de intensas frentes frias
que dão lugar à entrada de anticiclones migratórios muito fortes provenientes do sul
da Argentina (SELUCHI, 1992). A baixa nebulosidade, resultante da subsidência do
sistema anticiclônico, somada à diminuição da velocidade do vento, geram
condições propícias para a formação de geadas.
Analisando a circulação atmosférica associada às geadas na região do
Pampa Húmido na Argentina, Müller et al. (2002) concluíram que nos anos com
ocorrência de geadas abaixo da média, o campo de circulação mostrou uma
estrutura barotrópica e um enfraquecimento do jato subtropical. Estes anos
apresentaram anomalias de temperatura e umidade positivas, explicados por um
fluxo de Norte em baixos níveis. nos anos em que houve ocorrência de geadas
acima do esperado, a direção predominante do vento foi a Sul, com anomalias
negativas de temperatura e umidade.
Algarve e Cavalcanti (1994) mostraram padrões sinóticos típicos ao analisar a
formação de geadas no Sul do Brasil em um período de 10 anos (1980 – 1989). Eles
observaram mais de um sistema atuando na região, antes da ocorrência da geada.
Estes sistemas deslocam-se em um curto espaço de tempo, favorecendo a entrada
mais rápida das massas de ar frio, realimentando as altas pressões na região.
Confirmando os resultados obtidos pelos demais autores, Pedrotti e Fedorova
(2000), ao realizar um estudo observacional de geadas em Pelotas, RS, no ano de
1996, constataram que as seguintes situações sinóticas acompanharam a formação
das geadas: Centro de anticiclone observado em baixos e médios níveis da
atmosfera e ausência de zona frontal em todos os níveis da atmosfera, noite sem ou
com pouca nebulosidade, além da passagem de frente fria antes da ocorrência do
fenômeno.
A bibliografia que trata da origem das geadas, em geral, vincula sua
ocorrência com um estado de tempo típico, que se caracteriza por sistemas báricos
27
anômalos que determinam o fluxo de consideráveis massas de ar frio sobre as
regiões afetadas. Estas massas de ar desenvolvem um sistema anticiclônico que, ao
favorecer a perda de calor da Terra durante a noite por irradiação, determina os
registros térmicos correspondentes às geadas daninhas (BURGOS, 1963).
Um exemplo disso é o estudo de caso feito por Burgos (1963) para uma
geada invernal intensa ocorrida em Buenos Aires em 9 de julho de 1945.
Primeiramente foram observadas geadas generalizadas na Argentina, provocadas
por uma massa de ar polar que ingressou em dias anteriores. Em torno do dia 7 de
julho, criando as condições favoráveis para intensificação, apareceu um anticiclone
(1016 mb) à oeste da costa Austral chilena e uma depressão nas mesmas latitudes
à leste da Patagônia (999 mb). Este intenso gradiente de pressão produz ventos
fortes de S e SE, trazendo ar antártico com tormentas de neve aa zona do Rio
Negro. No outro dia, essas massas de ar alcançam o Norte das províncias centrais,
observando-se temperaturas abaixo de 0°C e um anticiclone de 1028 mb no centro
do país. No dia 9 de julho o anticiclone apresenta o seu máximo (1032 mb).
Simultaneamente o vento diminui criando uma situação favorável para a
estratificação noturna do ar frio, com o céu limpo e o ar seco. Ocorreu a mínima
invernal mais baixa (-5,3°C). Esse fenômeno coincidiu com geadas generalizadas
em todo país. No dia 10 de julho o anticiclone se deslocou para noroeste e o tempo
tendeu a se normalizar.
2.3 Técnica dos Quantis
A Técnica dos Quantis foi utilizada no trabalho pioneiro de Pynkayan (1966
apud XAVIER, 2001), pesquisador da “Colorado State University” que se destinava a
avaliar a ocorrência de anos secos e chuvosos sobre áreas continentais; mais
especificamente, neste trabalho referido, para toda a área continental dos Estados
Unidos. A intenção de Pynkayan era buscar as respostas para duas perguntas
básicas: Primeiro, se podiam ser identificados padrões para a distribuição de anos
secos e de anos chuvosos para toda aquela área e segundo, se tais padrões seriam
sistemáticos e, além disso, se apresentariam regularidade.
Em seguida, Gibbs e Maher ( apud XAVIER, 2001) também propuseram um
sistema baseado em quantis (decis) para caracterizar períodos secos e chuvosos, o
28
que lhes permitiu instituir um sistema de “alarme de secas”, cujos princípios ainda
são utilizados pela meteorologia Australiana.
De acordo com Xavier (2001), a técnica baseada em quantis possui
vantagens como:
Extrema simplicidade conceitual;
Interpretação precisa em termos probabilísticos ou também das
distribuições empíricas de freqüências associadas, o que não ocorre
com relação às demais técnicas;
Os quantis podem ser estimados diretamente a partir dos dados
empíricos (apesar de também poderem ser determinados por um
modelo teórico ajustado aos dados);
Emprego seguro e imune a falsas interpretações.
A técnica dos quantis é mais adequada quando utilizada para ries longas
de dados. Para série curtas desvantagens em seu uso, pois quantidades
extremas podem ser super valorizadas. Por esse motivo essa cnica é bastante
utilizada em trabalhos que dizem respeito a estudos climatológicos, em especial
àqueles relacionados à variável contínua precipitação.
Xavier e Xavier (1999) utilizaram a técnica dos quantis para caracterizar
períodos secos ou excessivamente chuvosos para várias regiões pluviométricas do
Ceará. Da mesma forma, Delgado et al. (2003) classificaram os meses em secos e
chuvosos, e Moreira (2002) identificou os anos secos, muito secos, normais, úmidos
e muito úmidos, em distintas cidades do Rio Grande do Sul. Júnior et al. (2003)
também utilizaram os quantis como ferramenta para identificar períodos secos e
chuvosos, para a cidade de Viçosa, Minas Gerais. Além disso, utilizaram os
resultados obtidos para comparar com os anos de El Niño Oscilação Sul (ENOS).
Alves et al. (2000) apresentaram uma verificação de prognósticos sazonais de
precipitação para o Ceará utilizando para avaliação os quantis climatológicos de 93
postos pluviométricos. Moreira et al. (2003) também utilizaram o método do quantis
para verificar sazonalidade para duas cidades gaúchas com índices de precipitação
diferentes.
29
2.4 El Niño e La Niña
El Niño Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno de larga-escala que ocorre no
Oceano Pacífico tropical. O fenômeno refere-se a uma combinação de dois
mecanismos que demonstram o vínculo existente entre o oceano e a atmosfera. O
El Niño representa o componente oceânico do fenômeno, monitorado principalmente
através da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) em regiões definidas ao longo
da região equatorial do Oceano Pacífico. a Oscilação Sul representa a
contrapartida atmosférica e o Índice de Oscilação Sul (IOS) é utilizado no
monitoramento deste componente, sendo definido como a diferença entre os desvios
normalizados da pressão na superfície entre as regiões do Oceano Pacífico: Taiti na
Polinésia Francesa (17,5°S; 149,6°W), e Darwin, no norte da Austrália (12,4°S;
130,9°E) (BERLATO E FONTANA, 2003).
Ainda segundo Berlato e Fontana (2003) as fases extremas do ciclo do ENOS
são comumente chamados El Niño e La Niña. No caso do El Niño, tem-se IOS
negativo e anomalias de TSM no pacífico equatorial positiva (fase quente) e no caso
de La Niña, o IOS positivo e a anomalia de TSM é negativa (fase fria).
Durante os eventos ENOS ocorrem mudanças na circulação atmosférica,
gerando condições anômalas que afetam o Clima de diversas regiões do mundo. O
impacto desse evento no clima do Rio Grande do Sul e regiões próximas é objeto
de diversos estudos.
Como o El Niño e a La Niña modificam a estrutura da circulação atmosférica é
de esperar-se que estes eventos alterem também as temperaturas à superfície.
Pittock (1980) encontrou uma correlação negativa significativa entre a temperatura
anual da superfície e o índice de oscilação sul sobre a parte central do Chile e sua
costa Sul. Halpert e Ropelewski (apud BARROS E SCASSO, 1994) ao fazerem uma
análise global dos padrões de temperatura à superfície associados com ENSO
encontraram conecção entre anomalias negativas de temperatura com a fase
positiva do ENSO em alguns meses na parte leste da Argentina, Sul do Brasil e
sobre a Costa do Pacífico (30°S), e um resultado aproximadamente similar entre a
anomalia positiva de temperatura e a fase negativa do ENOS.
Muitos outros autores também documentaram a relação entre a Oscilação Sul
e as anomalias climáticas sobre a América do Sul. Em um de seus trabalhos,
30
Rusticucci e Vargas (2001) analisam o possível efeito do El Niño na ocorrência das
ondas extremas sobre a Argentina. Eles apontam que as ondas de calor no inverno
são mais persistentes no ano de El Niño e mais intensas no inverno seguinte. Já nos
meses mais quentes, estas ondas se apresentam mais intensas quando ocorre La
Niña. Quanto às ondas de frio que alcançam o norte do país, estas são mais
persistentes em meses de La Niña, com o risco das massas de ar frio alcançarem
latitudes menores nesta fase do ENOS.
A relação entre os eventos El Niño e La Niña e os extremos de frio e calor no
Cone Sul da América do Sul são discutidos por Grimm e Togatlian (2002). Neste
trabalho, concluiu-se que o aumento da freqüência de eventos severos frios durante
La Niña é maior do que a diminuição de eventos severos quentes; assim como o
aumento da freqüência de eventos severos quentes durante El Niño é maior que a
diminuição de eventos severos frios; ou seja, estes eventos contribuem para
aumentar a variabilidade da temperatura diária.
Segundo Bidegain e Renom (2002) o ENOS (El Niño Oscilação Sul) influencia
claramente as localidades uruguaias mais quentes e continentais. Além disso,
constataram que na fase fria (La Niña) as temperaturas mínimas são menores que
as normais e as máximas são maiores que o esperado, ou seja, uma maior
amplitude rmica, enquanto que na fase quente (El Niño) a amplitude térmica diária
é menor.
Müller (2006) relacionou em seu trabalho o fenômeno ENOS com o número
de dias de geada no ano, no outono, na primavera e no inverno para a região centro-
leste da Argentina, conhecida como Pampa Húmeda. A partir de sua análise,
comprovou que a variabilidade anual na freqüência da ocorrência de geadas é
explicada, em parte, pela presença do ENOS, sendo nos anos de El Niño o número
de geadas anual inferior ao promedio, ocorrendo o mesmo no inverno. Durante a La
Niña o número de geadas é superior nesse mesmo período.
31
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Estações meteorológicas e dados meteorológicos utilizados neste trabalho
Para a realização desse trabalho foram analisados dados de 13 (treze)
estações meteorológicas de superfície, pertencentes à rede de estações do
Distrito de Meteorologia (8º DISME) do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
em Porto Alegre, RS e da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
(FEPAGRO). A série temporal utilizada com dados diários de temperaturas máxima
e mínima diárias do ar, medida em graus Celsius C), corresponde aos anos de
1967 a 2005, totalizando 39 anos de dados. a série temporal com dados
observacionais diários de ocorrência e intensidade de geadas, relativos aos meses
de junho, julho e agosto corresponde aos anos de 1967 a 1996, num total de 30
anos, da qual foram analisadas 12 estações (não estavam disponíveis dados de
geadas de Bento Gonçalves).
As estações, que representam regiões distintas do Estado do Rio Grande do
Sul, são mostradas na Fig. 1, que também evidencia os diferentes relevos. As
respectivas latitudes (em graus e minutos), longitudes (em graus e minutos) e
altitudes (em metros) das estações meteorológicas são apresentadas na tab. 1.
Tabela 1 -
Coordenadas geográficas e altitude das Estações Meteorológicas
estudadas.
Estação Meteorológica Latitude(graus) Longitude(graus) Altitude(metros)
Bagé (BAG) 31,4 54,1 215
Bento Gonçalves (B.G.) 29,3 51,5 619
Bom Jesus (B.J.) 28,7 50,4 1047
Encruzilhada do Sul (E.S.) 30,5 52,5 427
32
continua...
Iraí (IRA) 27,2 53,2 222
Passo Fundo (P.F.) 28,3 52,4 676
Pelotas (PEL) 31,9 52,4 13
Porto Alegre (PoA) 30 51,2 46
Santa Maria (St. M.) 29,7 53,7 95
Santa Vitória do Palmar (St. V.) 33,5 53,4 6
São Luiz Gonzaga (S. L.) 28,4 54,9 254
Torres (TOR) 29,3 49,7 43
Uruguaiana (URU) 29,8 57,1 74
Figura 1 - Distribuição geográfica e topográfica das Estações Meteorológicas.
Fonte: Adaptada de MARQUES, 2005.
3.2 Normal climatológica diária das temperaturas máxima e mínima do ar
Para obter a normal climatológica diária das temperaturas máxima e nima
do ar foi feita uma média aritmética, para cada dia do ano, de todas essas
temperaturas diárias medidas nos 39 anos de dados (de 1967 a 2005) disponíveis.
Esse cálculo foi realizado para cada estação meteorológica, separadamente. Assim,
para a temperatura mínima diária do ar, temos que:
=
=
2005
1967
)(,,
,,
39
K
anoKmêsjdiaimín
mêsjdiaimín
T
T
Argentina
Santa Catarina
Uruguai Oceano Atlântico
33
(Onde i= 1 a 28, 30 ou 31, j= 1 a 12 e k= 1967 a 2005)
Para a temperatura máxima diária do ar, a expressão usada foi a mesma, ou
seja:
(Onde i= 1 a 28, 30 ou 31, j= 1 a 12 e k= 1967 a 2005)
3.3 Ondas de calor e de frio das temperaturas máxima e mínima diárias do ar e
geadas
A partir da normal climatológica diária para a série de dados, foram obtidas as
ondas de calor e de frio, para temperaturas máxima e mínima diárias do ar,
respectivamente, para cada ano de estudo.
Isso se deu subtraindo a normal climatológica diária, obtida anteriormente, de
cada ano em particular (Ano X Normal diária). Levaram-se em consideração as
anomalias, tanto da temperatura máxima quanto da temperatura mínima, como
sendo os valores acima e abaixo, respectivamente, do valor normal climatológico
esperado para cada dia do ano em questão e para a localidade em estudo. Logo, o
valor da anomalia é dado, justamente, pela diferença entre o valor da temperatura
observada e a temperatura esperada. Foi designado “onda” o período de dias
consecutivos de anomalias, tanto negativas como positivas, maior ou igual a cinco
dias. Padronizou-se que ondas que iniciam e finalizam em meses diferentes sejam
truncadas. Isso se justifica pelo fato de que a análise das ondas será feita
mensalmente. Obteve-se a freqüência dessas ondas e os meses de maior
ocorrência.
Para as geadas, foi verificada a sua ligação com as ondas de frio e calor.
Isso foi feito através de gráficos comparativos e do cálculo do coeficiente de
correlação que, de acordo com Spiegel (1985), é dado por:
YX
Y
X
r
σσ
σ
=
Onde:
r é o coeficiente de correlação linear;
σ
X
é o desvio padrão da variável X;
=
=
2005
1967
)(,,
,,
39
k
anoKmêsjdiaimáx
mêsjdiaimáx
T
T
34
σ
Y
é o desvio padrão da variável Y;
σ
XY
é a covariância de X e Y.
Além do cálculo do coeficiente de correlação, foi verificado o grau de significância
das correlações através do teste t de Student, onde o valor de t é dado por:
2
1
2
r
Nr
t
=
Onde:
t é o valor do teste
N é o valor amostral da série de dados;
r é o coeficiente de correlação linear;
r
2
é o coeficiente de determinação.
Também foi observado, através de tabelas comparativas, se há relação entre
ocorrência de geadas e os eventos El Niño e La Niña, e se essas relações são
coerentes com àquelas observadas para as Ondas de Frio.
3.4 Técnica dos quantis
O uso da técnica dos quantis estabelece limites percentuais relacionados com
a ocorrência de determinado valor de uma grandeza, igual ou menor que este valor.
Seja X o valor diário desta grandeza. O quantil Q
p
, para cada número p entre zero e
um, é o valor da grandeza que satisfaz a condição Prob (X Q
p
) = p. Para qualquer
valor X
0
, o número (0 <p
0
< 1) é tal que F(X
0
) = p
0
, é a ordem quantílica de p
0
,
associada a X
0
. Interpreta-se o quantil Q
p
do seguinte modo: espera-se que em p%
dos dados o valor X não deve ultrapassar o quantil Q
p
, enquanto para (100 – p) % da
quantidade total de precipitação tal valor será excedido (Assis et al, 1996).
As séries de temperaturas máxima e mínima diárias do ar foram dividas em
ordens quartílicas a fim de, a partir do software surfer, gerar mapas comparativos
das temperaturas máximas e mínimas do Estado do Rio Grande do Sul utilizando os
limites superiores ao 1º quartil e inferiores ao 4º.
Para classificar as ondas extremas (tanto da temperatura máxima quanto da
temperatura mínima) de acordo com sua intensidade e com sua amplitude térmica
também foi utilizada a técnica dos quantis. Devido a existência de um grande
35
número de ondas encontradas, elegeu-se apenas as ondas de 5 dias para serem
classificadas. Essa escolha foi feita pelo fato das ondas de 5 dias representarem
entre 30,8% e 34,6% (em torno de 1/3) do número total de ondas, dependendo da
estação meteorológica, figurando-se uma boa representatividade.
Primeiramente, a série composta pelos valores de intervalo das anomalias
(∆A), isto é, a diferença entre o maior e o menor valor de anomalia encontrado para
cada onda em questão, foi ordenada e dividida em quatro partes iguais (quartil). Isso
foi realizado para cada mês, de cada estação meteorológica, separadamente. Após,
foi verificado em que quartil o valor de anomalia, de cada onda em particular, se
encontra, a fim de classificá-las. Com isso, observou-se se os valores de
temperatura que ocorrem dentro da onda são próximos (4º quartil) ou discrepantes
(1º quartil), isto é, se ocorreram quedas ou subidas bruscas da temperatura no
período.
O segundo passo consistiu em aplicar a técnica para os maiores valores de
anomalias presentes nas ondas, também dividindo as séries em quatro classes.
Através dessa etapa é que as ondas foram propriamente classificadas quanto a sua
intensidade. Se estivessem no primeiro quartil, eram classificadas como ondas
fortes, no segundo e no terceiro como ondas moderadas e no quarto, ondas fracas.
Em ambos os casos, a técnica foi aplicada para os valores referentes a todas
as ondas encontradas. Porém, apenas as ondas de 5 dias foram classificadas.
3.5 Influência dos fenômenos El Niño e La Niña nas ondas de frio e de calor
Verificou-se a influência dos fenômenos El Niño e La Niña nas ondas de
frio e de calor e na ocorrência de geadas, com base nos meses de ocorrência
de El Niño e La Niña, de
acordo com a Tab. 2.
Uma definição utilizada pela Agência Japonesa de Meteorologia, considerada
objetiva, identifica bem os anos de El Niño e La Niña (Trenberth, 1997), constando
dos seguintes passos:
a) Análise da TSM numa grade de 2° por 2°;
b) Cálculo das anomalias mensais de TSM, média para a área N - 4°S e
90°W - 150°W (aproximadamente a região do Niño 3);
36
c) Seleção de períodos cuja média móvel de cinco meses de anomalia
mensal de TSM da mencionada área seja 0,5°C (El Niño) ou -0,5°C
(La Niña) por, no mínimo, seis meses consucutivos.
De acordo com Berlato, a região do Niño 3.4, situada na parte central do
Pacífico equatorial, vem sendo considerada para a obtenção dos índices de
anomalia de TSM para caracterização de El Niño e La Niña. Como se pode observar
na Fig. 2, as anomalias de TSM nessa região apresentam alta correlação com IOS,
caracterizando o acoplamento atmosfera-oceano, essência dos fenômenos El Niño e
La Niña. Trenberth (1997) propôs essa região e o limiar de 0,4°C de anomalia de
TSM (positiva ou negativa) para a definição das duas fases do fenômeno. Com base
nesse critério, o autor classificou os anos de ocorrência, bem como a duração dos El
Niños e La Niñas a partir de 1950 até 1996 (tab. 2). Berlato e Fontana (2003)
acrescentaram dois eventos a essa tabela, completando-a até o ano de 2000. Neste
trabalho, seguindo os mesmo critérios adotados pelos citados autores, completou-se
a tabela até o ano de 2005.
Figura 2 : Anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região
do niño 3.4 (a) e Índice de Oscilação Sul (IOS) (b).
Fonte: BERLATO E FONTANA, 2003.
37
Tabela 2 - Meses e anos de ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña.
EVENTOS DE EL NIÑO
COMEÇO DO
EVENTO
FIM DO
EVENTO
TEMPO DE
DURAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
DO EVENTO
SET 1968 MAR 1970 19 MODERADO
ABR 1972 MAR 1973 12 FORTE
AGO 1976 MAR 1977 8 FRACO
JUL 1977 JAN 1978 7 FRACO
OUT 1979 ABR 1980 16 FRACO
ABR 1982 JUL 1983 16 FORTE
AGO 1986 FEV 1988 19 MODERADO
MAR 1991 JUL 1992 17 FORTE
FEV 1993 SET 1993 8 FORTE
JUN 1994 MAR 1995 10 MODERADO
*ABR 1997 JUN 1998 15 FORTE
**ABR 2002 MAR 2003 12 MODERADO
**JUN 2004 ABR 2005 11 FRACO
EVENTOS DE LA NIÑA
COMEÇO DO
EVENTO
FIM DO
EVENTO
TEMPO DE
DURAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
DO EVENTO
JUL 1970 JAN 1972 19 MODERADO
JUN 1973 JUN 1974 13 FORTE
SET 1974 ABR 1976 20 FORTE
SET 1984 JUN 1985 10 FRACO
MAI 1988 JUN 1989 14 FORTE
SET 1995 MAR 1996 7 FRACO
*JUL 1998 JUN 2000 24 MODERADO
**JUL 2000 FEV 2001 8 MODERADO
** Eventos acrescentados pela autora
* Eventos acrescentados por Berlato e Fontana , 2003.
Fonte: TRENBERTH, 1997.
A partir dessa tabela, foram agrupados, mês a mês, aqueles que eram
neutros, de El Niño e de La Niña. Após, foram calculadas as médias e os valores
obtidos foram comparados entre si. Essa formação de compostos foi feita
considerando-se 4 índices, tanto para ondas de frio, quanto para as ondas de calor:
o número total de ondas, a não ocorrência de ondas, a ocorrência de mais de uma
ondas no mesmo mês e a ocorrência de ondas fortes (de 5 dias).
Também se realizou formação de compostos quanto à ocorrência de geadas
para os meses de junho, julho e agosto, subdividindo-os em neutros, El Niño e La
Niña, e verificando as diferenças nas distribuições destas.
38
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Visão Geral das Temperaturas Máximas e Mínimas no Rio Grande do Sul
Foram traçados mapas, através do software surfer, com os valores do limite
superior ao primeiro quartil e do limite inferior ao quarto quartil para as temperaturas
máximas e nimas do ar, para os 12 meses do ano, contendo as 13 estações
meteorológicas presentes no estudo. Essas figuras dão uma idéia da distribuição
espacial da temperatura no Rio Grande do Sul, representando a probabilidade de
75% das temperaturas, tanto máximas como mínimas, estarem acima do valor limite
descrito nas isolinhas (para o quartil) ou de estarem abaixo do valor (para o
quartil).
Através das cores presentes nos mapas, observam-se as regiões mais
quentes ou mais frias com relação às demais. Os locais com as tonalidades em azul
indicam as regiões com menores valores de temperatura, seguido pelos tons de
verde, amarelo, até o vermelho, que representa as regiões com maior temperatura.
4.1.1 Distribuição espacial da temperatura máxima de acordo com o limite
superior ao 1º quartil
Nas Fig. 3 e 4 tem-se a distribuição espacial da temperatura máxima para as
localidades estudadas, para os 12 meses do ano, relativas ao limite superior ao
quartil. Elas representam a probabilidade de 75% de que se tenha, durante o
período estudado, anos com temperatura máxima maior ou igual ao valor limite.
Nessas figuras observa-se que, em geral, a distribuição espacial da temperatura
máxima apresenta valores crescentes à medida que nos afastamos do extremo sul e
litoral em direção ao noroeste do estado, com a presença de um núcleo frio
39
permanente na região de Bom Jesus (Serra do Sudeste). Esse forte efeito do relevo
na temperatura do Estado é observado por Nímer (1989).
Na Fig. 3(a), referente ao mês de janeiro, observa-se uma zona quente a
norte-noroeste (que compreende as estações meteorológicas de Irai, São Luiz
Gonzaga, Uruguaiana) que afeta inclusive o centro do Estado (Santa Maria).
Gradualmente, a temperatura vai diminuindo ao longo do Estado, em direção ao
litoral sul. Porém, observa-se uma zona fria em torno da estação de Bom Jesus
(Serra Gaúcha) e, ainda, uma zona um pouco mais quente em torno de Porto
Alegre.
Nos 4 meses que se seguem, a situação da distribuição das temperaturas não
se modifica muito. Em fevereiro (Fig. 3(b)), nota-se que a Zona Quente do Norte
(ZQN) começa a diminuir e a que está em torno de Porto Alegre (ZQP) fortalece
sensivelmente. Em março (Fig. 3(c)) a ZQN continua diminuindo de extensão, saindo
de sua influência a estação de Uruguaiana. No mês de abril (Fig. 3(d)) a ZQP
fortalece e se expande em direção ao Litoral Norte do Estado. Em maio (Fig. 3(e)) a
ZQP fica ainda mais intensa, tornando-se forte. Nesse período de 5 meses, a zona
fria presente em torno de Bom Jesus (ZFB) permanece intensa.
No mês de junho (Fig. 3(f)) a configuração do comportamento das
temperaturas máximas, quanto ao primeiro quartil, muda um pouco. A ZQN retrai-se,
ocupando apenas o extremo Norte do Estado, enquanto que a ZQP enfraquece. A
ZFB avança um pouco em direção ao centro do estado, atingindo as proximidades
da estação de Bento Gonçalves. Surgem duas novas zonas de valores de
temperaturas máximas mais baixas (zonas frias). Uma em torno da cidade de
Encruzilhada do Sul (ZFE), que se estende a sudoeste do Estado (Pelotas e Bagé) e
outro, intenso, em Santa Vitória do Palmar (ZFS) que compreende o extremo sul
do RS.
Em julho (Fig. 4(a)), a ZQN enfraquece ainda mais e a ZQP desaparece. Há
uma intensificação das zonas frias, ao ponto de “mesclarem-se”. A ZFE e a ZFS,
juntas, quase se confundem com a ZFB. Já em agosto (Fig. 4(b)), as zonas frias
regridem, voltando, praticamente, às posições em que se encontravam no mês de
junho, enfraquecendo.
No decorrer de setembro (Fig. 4(c)) e outubro (Fig. 4(d)) a ZQN volta a
fortalecer e avança até atingir a região noroeste. As ZFB e ZFS se mantêm, mas a
ZFE se desfaz. Nos meses de novembro (Fig. 4(e)) e dezembro (Fig. 4(f)) a ZQN
40
avança um pouco mais, atingindo todo o quadrante correspondente ao centro-norte
e leste do Estado. A ZFS “decai”, mas a ZFB se mantém forte.
Nos meses de junho (Fig. 3(f)), julho (Fig. 4(a)) e agosto (Fig. 4(b)) nota-se
uma diminuição na variabilidade espacial da temperatura máxima. Isso ocorre pois
são os meses de inverno, quando as temperaturas máximas diminuem em todo o
Estado, tornando-as mais homogêneas.
41
Figura 3 - Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de acordo com o
limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Janeiro, (b)
Fevereiro, (c) Março, (d) Abril, (e) Maio e (f) Junho.
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
42
Figura 4 - Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de acordo com
o limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Julho, (b)
Agosto, (c) Setembro, (d) Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro.
(f) (e)
(d)
(c)
(a) (b)
43
4.1.2 Distribuição espacial da temperatura máxima de acordo com o limite
inferior ao 4º quartil
Nas Fig. 5 e 6 tem-se a distribuição espacial da temperatura máxima para as
localidades estudadas, para os 12 meses do ano, relativas ao limite inferior ao
quartil, representando a probabilidade de 25% de que se tenha, durante o período
estudado, anos com temperatura máxima maior ou igual ao valor limite. O percentual
de probabilidade é baixo, destacando os valores extremos mais altos. A situação
apresentada difere pouco daquela para o limite superior ao quartil, também para
temperatura máxima.
Para o mês de janeiro (Fig. 5(a)) observa-se novamente uma zona quente em
praticamente toda a metade oeste do Estado (ZQN), sendo mais intenso na sua
parte mais ao norte. A Zona Fria de Bom Jesus (ZFB), agora aparece estendida até
Torres. Em torno de Porto Alegre, continua aparecendo uma zona um pouco mais
quente (ZQP), que se fortalece em fevereiro (Fig. 5(b)) e se mantém em março (Fig.
5(c)). Mas é também em março que a ZQN reduz-se um pouco, retraindo-se para
Norte. É também nesse mês que a ZFB se reduz, deixando de atuar em Torres. Em
abril (Fig. 5(d)), a ZQN continua sua retração a norte e a ZQP se enfraquece.
Nos meses de maio (Fig. 5(e)) e junho (Fig. 5(f)) nota-se que, apesar da ZQN
continuar diminuindo em relação ao sul, ela avança um pouco para o centro do
estado, formando um “bico”, e passa a compreender a região de Santa Maria. A
ZQP se fortalece em maio, mas volta a enfraquecer em junho. Nesse período
também começa a formar-se a NFE, mas esta permanece fraca. Surge também a
ZFS, que se intensifica em junho. É em junho também que a ZFB se enfraquece,
ficando com a temperatura semelhante a da ZFE.
Em Julho (Fig. 6(a)) a ZFB enfraquece ainda mais, mas avança para Torres.
A ZFE deixa de existir separadamente, fundindo-se com a ZFS, mas sendo
gradualmente menos intensa, pois esta continua forte. Em agosto (Fig. 6(b)), a ZQN
se reduz quase que só ao norte, deixando de existir o “bico” em direção ao centro do
Estado, enquanto a ZQP se desfaz. A ZFB (compreendendo, além de Bento
Gonçalves, Torres) começa a se intensificar novamente. A ZFS continua forte.
Em setembro (Fig. 6(c)) e outubro (Fig. 6(d)), ZQN volta a fortalecer e começa
avançar novamente. ZFB fortalece ainda mais e se expande. Em outubro ainda, a
44
ZFS começa a perder força. Em novembro (Fig. 6(e), ZQN aumenta
consideravelmente. Começa a aumentar a temperatura em torno de Porto Alegre.
ZFB se mantém, mas a ZFS segue enfraquecendo.
No mês de dezembro (Fig. 6(f)), a ZQN avança ainda mais, fazendo com que
a metade oeste do Estado mantenha temperaturas mais altas. A ZFB se mantém.
Mesmo a ZFS de desfazendo, essa região continua apresentando temperaturas
baixas. Isso faz com que se forme um “bico” na região de Porto Alegre, onde a
temperatura é mais alta, e que em Janeiro originará a ZQP.
Apesar da aparente similaridade, uma diferença muito importante entre as
figuras correspondentes ao limite superior ao 1º quartil e ao inferior ao 4º quartil para
a temperatura máxima. Enquanto que, no primeiro, as configurações para os meses
de junho, julho e agosto apresentam uma diminuição no número de isolinhas de
temperatura máxima, o que demonstra uma maior homogeneidade das
temperaturas, para o segundo é justamente no mês de julho que o número de
isolinhas aumenta. Isso mostra uma grande variabilidade das temperaturas
máximas, para cada estação, no período de estudo.
45
Figura 5 - Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de acordo com o
limite inferior ao 4º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Janeiro, (b)
Fevereiro, (c) Março, (d) Abril, (e) Maio e (f) Junho.
(a)
(b)
(e)
(f)
(c)
(d)
46
Figura 6 - Distribuição espacial dos valores de temperatura máxima de acordo com
o limite inferior ao 4º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Julho, (b)
Agosto, (c) Setembro, (d) Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro.
(c)
(d)
(f)
(e)
(a)
(b)
47
Nota-se que, em geral, o noroeste do Estado mantém as temperaturas mais
altas. Neste sentido, o oeste se destaca ainda mais no verão, quando, de acordo
com Andrade (1972) e Tubelis e Nascimento (1983) a massa de ar Continental
Tropical atua no Estado, sobretudo, nesta região. Nímer (1989) ainda reforça o efeito
da continentalidade, presente nesta região.
4.1.3 Distribuição espacial da temperatura mínima de acordo com o limite
superior ao 1º quartil da temperatura mínima
Nas Fig. 7 e 8 tem-se a distribuição espacial da temperatura mínima para as
localidades estudadas, para os 12 meses do ano, relativas ao limite superior ao
quartil das temperaturas nimas. Elas representam a probabilidade de 25% de que
tenha, durante o período estudado, anos com temperatura mínima menor ou igual ao
valor limite, destacando os valores extremos mais baixos. Nessas figuras observa-se
que, diferentemente do que ocorre com as temperaturas máximas, a temperatura
mínima não apresenta uma distribuição espacial uniforme. De um mês para outro,
podemos notar essas diferenças, com exceção de uma zona fria em torno da cidade
de Bom Jesus e de uma zona mais quente no litoral norte, que se mantém em todos
os meses.
Da mesma forma como foi feito com a temperatura máxima, essas figuras
representam a probabilidade que se tenha, durante o período estudado, anos com
temperatura mínima menor ou igual ao valor limite.
Novamente, os locais com as tonalidades em azul indicam as regiões com
menores valores de temperatura, seguido pelos tons de verde, amarelo, até o
vermelho, que representa as regiões com maior temperatura.
A Fig. 7(a), referente ao mês de janeiro, evidencia uma zona quente a
noroeste, compreendendo as estações de São Luiz Gonzaga e Uruguaiana (ZQN),
que mesmo um pouco mais fraca (em amarelo), afeta o centro (Santa Maria) e o
norte (Iraí) do Estado. Outra região onde, notavelmente, a temperatura mínima
apresenta valores altos é aquela que compreende a estação de Porto Alegre e litoral
norte (ZQL). Observa-se uma zona fria em torno da estação de Bom Jesus (ZFB)
que se estende, de forma mais amena (em verde) em direção ao centro do estado,
afetando Passo Fundo e Bento Gonçalves. Observa-se, também, temperaturas
48
mínimas mais baixas na região Sul do Estado, nas regiões de Santa Vitória, Bagé e
Encruzilhada do Sul.
Em fevereiro (Fig. 7(b)), em enfraquecimento da ZQN. Além disso, as
temperaturas ao centro e ao sul do estado diminuem. Nos meses de março (Fig.
7(c)) e abril (Fig. 7(d)), o NQN continua a enfraquecer. Em abril, ainda nota-se o
surgimento de uma zona com temperaturas mais baixas em torno de Bagé. Nos
meses de maio (Fig. 7(e)) e junho (Fig. 7(f)), o NQN vai desaparecendo e a ZQL
começa a enfraquecer. Em Bagé, as temperaturas ficam mais baixas, no mês de
junho. Em julho (Fig. 8(a)) e agosto (Fig. 8(b)) nota-se configurações bastante
semelhantes. As temperaturas voltam a subir na região nordeste, em especial em
torno de são Luiz Gonzaga, e Bagé deixa de apresentar temperatura mais baixa,
com relação ao restante do Estado.
Nas Fig. 8(c) e 8(d), observamos que ao longo dos meses de setembro e
outubro, respectivamente, as zonas de temperatura mais elevada (ZQN e ZQL)
voltam a fortalecer. Esse quadro permanece evoluindo nos meses de novembro (Fig.
8(e)) e dezembro (Fig. 8(f)), inclusive com o aumento da região de influência da
ZQN.
Nota-se que, em todos os meses, um núcleo sempre com temperaturas
mínimas mais baixas em torno da cidade de Bom Jesus. Em seguida, temperaturas
não o baixas na região de Ba (Campanha Gaúcha). Há, também, uma zona
permanentemente com temperaturas mínimas mais altas em Porto Alegre que se
estende até o Litoral Norte do Estado e uma zona com temperaturas altas na região
nordeste, porém, esta com uma certa variabilidade mensal, apresentando, muitas
vezes, temperaturas baixas, se comparadas com o litoral.
49
Figura 7 - Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de acordo com o
limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Janeiro, (b)
Fevereiro, (c) Março, (d) Abril, (e) Maio e (f) Junho.
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
50
Figura 8 - Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de acordo com o
limite superior ao 1º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Julho, (b)
Agosto, (c) Setembro, (d) Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro.
(a)
(b)
(c) (d)
(e)
(f)
51
4.1.4 Distribuição espacial da temperatura mínima de acordo com o limite
inferior ao 4º quartil da temperatura mínima
Nas Fig. 9 e 10 tem-se a distribuição espacial da temperatura mínima para as
localidades estudadas, para os 12 meses do ano, relativas ao limite inferior ao
quartil das temperaturas nimas. Portanto, elas representam a probabilidade de
75% de que tenha, durante o período estudado, anos com temperatura mínima
menor ou igual ao valor limite.
Para o mês de janeiro (Fig. 9(a)), mais uma vez, observa-se uma zona quente
no nordeste, que afeta também o centro do estado (ZQN). A zona fria de Bom Jesus
(ZFB) também está presente. Em Porto Alegre, estendendo-se por todo o Litoral
Norte, continua existindo uma zona quente (ZQL). Ambos as zonas quentes se
intensificam e se estendem em fevereiro (Fig. 9(b)) ao ponto de afetarem boa parte
do estado. Neste mês apenas a região em torno de Bom Jesus se mantém com
temperaturas mínimas mais baixas, além das proximidades de Encruzilhada do Sul.
Em março (Fig. 9(c)), o extremo sul do Estado (Santa Vitória do Palmar) e a Região
da Campanha (Bagé) voltam a apresentar temperaturas mínimas um pouco mais
baixas. As ZQN e ZQL retrocedem, enquanto a região de Bom Jesus continua
apresentando os menores valores de temperatura mínima do Estado. Essa situação
não se altera nos meses de abril (Fig. 9(d)) e maio (Fig. 9(e)).
Em Junho (Fig. 9(f)), nota-se um enfraquecimento da ZQL e um resfriamento
do centro-sul do Estado, com temperaturas mais baixas no extremo sul. Há,
praticamente, uma fusão dessa região com a região gradualmente mais fria, oriunda
da ZFB. Nos meses de julho (Fig. 10(a)) e agosto (Fig. 10(b)) o que se observa é
uma manutenção desse quadro, com um enfraquecimento ainda mais acentuado da
ZQL.
Nos meses de setembro (Fig. 10(c)) e outubro (Fig. 10(d)) a ZQN estende-se
um pouco mais a norte e a ZQL volta a fortalecer. Permanece uma faixa mais fria
que vai do Sul-sudoeste até Nordeste, com a ZFB intensa. Em novembro (Fig. 10(e))
a ZQL e a ZQN voltam a se intensificar e se expandem. Com isso a faixa mais fria,
presente nos meses anteriores, deixa de existir, pois uma ruptura desta no centro
do estado, onde ocorre temperatura um pouco mais elevada. Em dezembro (Fig.
10(f)) as zonas frias continuam intensificando e passam a afetar quase todo o
Estado. Apesar disso, a ZFB continua intensa, suas circunvizinhanças (Passo Fundo
52
e Bento) continuam também com temperaturas mais baixas, assim como o extremo
sul (Santa Vitória do Palmar) e as vizinhanças de Encruzilhada do Sul e Bagé.
53
Figura 9 - Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de acordo com o
limite inferior ao 4º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Janeiro, (b)
Fevereiro, (c) Março, (d) Abril, (e) Maio e (f) Junho.
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
54
Figura 10 - Distribuição espacial dos valores de temperatura mínima de acordo com
o limite inferior ao 4º quartil (período 1967- 2005) para os meses de (a) Julho, (b)
Agosto, (c) Setembro, (d) Outubro, (e) Novembro e (f) Dezembro.
(e)
(c)
(d)
(a) (b)
(f)
55
Nota-se que o Rio Grande do Sul é um estado que apresenta grande
amplitude térmica, com temperaturas mínimas e máximas baixas nos meses mais
frios e altas no verão, como já havia inferido Andrade (1972). Porém, existem
regiões destacadamente mais frias ou mais quentes que as demais em um
determinado período do ano (como é o caso da ZQP) ou durante o ano todo (por
exemplo, a ZFB).
4.2 Técnica dos Quantis
A partir do proposto na metodologia, primeiramente, foram calculados os
quartis, para cada uma das treze estações e para cada mês separadamente, dos
intervalos das anomalias, para o menor valor de temperatura encontrado nos dias
consecutivos de anomalias e para o maior valor de temperatura deste mesmo
espaço, tanto para as ondas de frio como para as ondas de calor. É válido lembrar
que, após efetuado este cálculo para todas as anomalias encontradas, foram
analisadas apenas as ondas com cinco dias de anomalias consecutivos, por motivos
já citados este trabalho.
Após selecionadas as ondas, mês a mês, pode-se observar que:
Para as ondas de frio, em geral, quando o intervalo de anomalias tem
valor relativo muito elevado, isto é, encontra-se no quartil, o menor
valor de temperatura encontra-se no 1° ou no 2° quartil, ou seja,
abaixo da mediana; de forma semelhante, quando o intervalo de
anomalias tem valor relativo baixo, encontrando-se no quartil, o
menor valor de temperatura encontra-se acima da mediana (3° ou
quartil).
Para as ondas de calor, quando o intervalo de anomalias tem valor
relativo muito elevado, isto é, encontra-se no quartil, o menor valor
de temperatura também se encontra no ou no quartil, ou seja,
abaixo da mediana; e quando o valor de anomalia tem valor baixo, no
quartil, o menor valor de temperatura fica acima da mediana (3° ou
4° quartil).
56
Portanto, ∆A a idéia do comportamento da amplitude térmica da
onda.
Também foram calculados os quartis referentes ao maior valor absoluto de
anomalia positiva (para as ondas de calor) e negativas (para as ondas de frio). A
partir disso, classificou-se as ondas quanto a sua intensidade.
Assim, foram obtidas tabelas onde são apresentadas, mês a mês, todas as
ondas de frio de 5 dias, contendo seus valores de intervalo de anomalia e o maior
valor absoluto de anomalia, juntamente com seus respectivos quartis. Após foi feita
a classificação da onda, de acordo com as informações mencionadas.
Primeiramente, quanto ao valor de intervalo de anomalia (valores no 1º quartil
indicam alta amplitude térmica entre os valores de temperatura mínima ocorridos na
onda, no e no 3º quartil, amplitude térmica moderada, e no quartil, baixa
amplitude térmica) e após, quanto ao maior valor absoluto de anomalia (valores no
1º quartil indicam que a onda é forte, no 2º e no 3º quartil, que a onda é moderada, e
no quartil, que a onda é fraca). Para as ondas de calor, o mesmo foi feito. Porém,
devido à mudança de sinais das anomalias (ondas de frio apresentam anomalias
negativas e ondas de calor, positivas) as classificações também ficam modificadas.
Ondas de calor com alta amplitude térmica são aquelas cujo intervalo de anomalia
está no quartil, e com baixa amplitude rmica, no 1º. ditas fortes têm o maior
valor de anomalia no quartil, e as fracas, no quartil. Para ambos os casos, as
ondas moderadas continuam sendo aquelas que se enquadram no 2º ou 3º quartil.
Essas tabelas foram utilizadas para avaliar as relações entre ondas de frio
fortes e geadas e entre ondas de frio e calor fortes e a ocorrência de El Niño e La
Niña. Devido a esse motivo e também a sua extensão, optou-se por reduzi-las,
apresentando-se apenas as ondas classificadas como fortes. As tab. 17 a 28
(anexas ao apêndice) mostram esses resultados para as ondas de frio e as tab. 29 a
40 (anexas ao apêndice) para as ondas de calor.
Das ondas de frio e de calor classificadas como fortes, foi feita uma análise
estatística, onde obteve-se o percentual de ondas com amplitude baixas, moderadas
e altas (Tab. 3) para cada mês. Observou-se que, na maioria das vezes, ondas
fortes têm amplitude alta.
57
Tabela 3 – Percentuais de ondas de frio e calor fortes classificadas quanto à
amplitude térmica (baixas, moderadas ou altas).
Ondas de Frio Fortes (%) Ondas de Calor Fortes (%)
Baixa Moderad.
Alta Baixa Moderad.
Alta
Janeiro 0,0 46,4 53,6 0,0 34,8 65,2
Fevereiro 2,7 24,3 73,0 15,4 15,4 69,2
Março 5,3 21,0 73,7 8,7 43,5 47,8
Abril 14,8 29,6 55,6 20,0 30,0 50,0
Maio 0,0 44,4 55,6 6,3 50,0 43,7
Junho 3,5 31,0 65,5 9,1 36,4 54,5
Julho 6,3 28,1 65,6 8,7 21,7 69,6
Agosto 6,4 32,3 61,3 5,0 30,0 65,0
Setembro 0,0 42,9 57,1 0,0 38,5 61,5
Outubro 3,0 36,4 60,0 2,6 30,8 66,6
Novembro 3,0 15,2 81,8 0,0 21,6 78,4
Dezembro 0,0 19,4 80,6 0,0 38,5 61,5
4.3 Ondas de Frio e Calor
4.3.1 Comportamento geral das ondas de frio
4.3.1.1 Ondas de frio por mês
Da Fig. 11 percebe-se o comportamento médio mensal das ondas de frio no
estado do Rio Grande do Sul. Nota-se um comportamento senoidal da curva que
representa o número de ondas médias por meses, assim como ocorre para a
temperatura. Isto é, ocorrem mais ondas de frio nos meses onde a temperatura
mínima é mais baixa. Isso reforça as observações feitas por Gonçalves (2000), nas
quais há uma maior variabilidade das temperaturas mínimas diárias no inverno.
58
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Ondas de Frio
Figura 11 - Curva do número médio de ondas de frio por mês, para o Rio Grande do
Sul, no período de 1967-2005.
4.3.1.2 Ondas de frio por estação meteorológica
A partir da Fig. 12, onde é exposto o comportamento médio das ondas de frio
no estado do Rio Grande do Sul por estações, nota-se uma homogeneidade dos
valores para a maioria destas. A única estação onde esse valor é destoante (não fica
entre 0,9 e 1,1) é Uruguaiana. Esta estação (como observado no item 4.1) localiza-
se em uma região, em geral, mais quente do estado.
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
BAG
B.G.
B.J.
E.S.
IRA
P.F.
PEL
PoA
S. M.
S. V.
S. L.
TOR
URU
Ondas de Frio
Figura 12 - Curva do número médio anual de ondas de frio por estações, para o Rio
Grande do Sul, no período de 1967-2005.
59
4.3.2 Comportamento geral das ondas de calor
4.3.2.1 Ondas de calor por mês
Pela Fig. 13, que mostra o comportamento médio mensal das ondas de calor
no estado do Rio Grande do Sul, nota-se o comportamento heterogêneo dessas
ondas. Aparentemente, o maior número de ondas de calor também ocorre no
período mais frio do ano, quando a atmosfera está mais instável e sujeita a
mudanças de temperatura. Curiosamente, o mês de julho é aquele com o maior
número médio de ondas de calor, e é nesse mês também que, de acordo com a
figura 11, nota-se a diminuição de ondas de frio. Segundo Nímer (1989) julho é o
mês mais frio do ano, por suceder junho (mês de ocorrência do solstício de inverno),
o que representa menos horas diárias de radiação solar, além de haver, nesta época
do ano, maior participação da circulação atmosférica de origem circumpolar.
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Ondas de Calor
Figura 13 - Curva do número dio de ondas de calor por mês, para o Rio Grande
do Sul, no período de 1967-2005.
4.3.2.2 Ondas de calor por estação meteorológica
A Fig. 14 mostra o comportamento médio das ondas de calor no estado do
Rio Grande do Sul por estações. As estações que apresentam mais ondas de calor
são Bom Jesus, Irai, Passo Fundo e São Luiz Gonzaga. Apesar das diferenças
60
quanto ao comportamento das temperaturas máximas nessas regiões (item 4.1)
pode-se observar pela figura 1, que estas são as estações presentes neste estudo
que se encontram mais ao norte do Estado, região mais sujeita à influência das
massas de ar quente, provenientes do Norte do país.
as estações meteorológicas com menor incidência de ondas de calor são
Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Porto Alegre e Torres, nesta ordem. Além de
estarem todas localizadas na parte litorânea (onde há, devido à maritimidade,
menores mudança de temperatura), aquelas localizadas mais ao sul do Estado
(onde menor influência das massas de ar quente), são justamente as que têm
menos ocorrência de ondas de calor registradas.
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
BAG
B.G.
B.J.
E.S.
IRA
P.F.
PEL
PoA
S.M.
S.V.
S.L.
TOR
URU
Ondas de Calor
Figura 14 - Curva do número médio anual de ondas de calor por estações, para o
Rio Grande do Sul, no período de 1967-2005.
4.3.3 Casos especiais de ondas de frio e calor
Através do cálculo das anomalias, descritos anteriormente neste trabalho,
obteve-se tabelas que expõem os menores e os maiores períodos de anomalias de
temperatura (ondas) para determinados meses de interesse para cada uma das
estações estudadas.
Na tab. 4 se expressa o menor período (5 dias) de anomalias negativas de
temperatura mínima (onda de frio): Na primeira coluna (da direita para a esquerda),
estão descritas as estações. A segunda coluna expressa o mês com o maior número
61
de ocorrências de anomalias de 5 dias, durante o período estudado. Na terceira
coluna está o maior valor de anomalia encontrado dentre estes períodos
selecionados, seguida pela quarta coluna, que expressa o ano de ocorrência dessa
anomalia e pela quinta coluna, onde se tem os valores do intervalo de anomalia
correspondentes.
Observa-se que mais ondas de frio (de 5 dias) ocorrem, para a maioria das
estações, nos períodos mais frios do ano (meses de junho, julho e agosto). Apenas
as estações de Uruguaiana e Passo Fundo apresentaram mais ondas em um
período diferente, ambas no mês de outubro.
Tabela 4 - Representação dos meses com mais ondas de frio (5 dias), do maior valor
de anomalia encontrado em uma única onda, seguida pelo seu ano de ocorrência e
seu intervalo de anomalia, para cada estação meteorológica, para o período do
estudo (1967-2005).
Estações Meteorológicas
Mês (Nº de
anomalias
encontradas/total)
Maior
Anomalia
(°C)
Ano
Intervalo
Anomalia
(°C)
Bagé Julho (21/49) -11,16 1975 -11,00
Bento Gonçalves Junho (15/46)
Agosto (15/46)
-11,40 08/1970 -8,88
Bom Jesus Agosto (22/61) -12,42 1992 -10,52
Encruzilhada do Sul Junho (18/48) -9,79 1984 -6,90
Iraí Agosto (16/56) -10,38 1972 -9,51
Passo Fundo Outubro (18/43) -9,64 1999 -9,00
Pelotas Agosto (19/58) -10,01 1977 -8,29
Porto Alegre Agosto (26/50) -11,16 1990 -10,91
Santa Maria Agosto (17/61) -14,65 1999 -12,2
Santa Vitória do Palmar Junho (19/50) -7,96 1989 -4,99
São Luiz Gonzaga Junho (19/41) -12,04 1979 -9,81
Torres Junho (16/40) -9,35 1988 -6,75
Uruguaiana Outubro (14/52) -10,9 1974 -8,6
Na tab. 5, têm-se os maiores períodos de ondas de frio, todas no espaço de
39 anos estudados (1967 2005), para cada uma das estações meteorológicas
escolhidas: Nesta, na primeira coluna a descrição das estações meteorológicas;
na segunda coluna se expressa o maior número de dias consecutivos de anomalia
negativa de temperatura mínima. Na terceira coluna, evidenciou-se o(s) mês(es)
onde esta onda foi encontrada; na quarta, o maior valor de anomalia; na quinta, o
ano correspondente à esta onda; e na sexta, o respectivo valor do intervalo de
anomalia deste período.
Ao contrário do que se observa quanto ao maior número de ondas de 5 dias,
as ondas de frio mais extensas ocorrem, na maioria das estações, nos meses mais
62
quentes (entre dezembro e abril). As exceções são Encruzilhada do Sul e Porto
Alegre (ambas em julho de 2000), além de São Luiz Gonzaga que, assim como em
abril e dezembro, apresenta uma onda de frio de 22 dias também em julho de 2000.
É valido salientar que no ano de 2000, segundo Pezza e Ambrizzi (2005) ocorreram
temperaturas mínimas recordes no inverno. Maio de 1978 ainda aparece como um
mês de grandes ondas de frio para Santa Maria e Uruguaiana.
Tabela 5 - Representação das maiores ondas de frio ocorridas em cada estação
meteorológica, para o período do estudo (1967-2005), seguidas pelo mês de
ocorrência, o maior valor de anomalia (em caso de mais de uma onda com mesma
extensão), seguida pelo seu ano de ocorrência e seu intervalo de anomalia.
Estações
Meteorológicas
Nº de
dias
Mês (Nº de
anomalias
encontradas)
Maior
Anomalia
(°C)
Ano
Intervalo
Anomalia
(°C)
Bagé 24 Dezembro (1) -7,66 1984 -7,28
Bento Gonçalves 30 Março (1) -10,76 1976 -10,44
Bom Jesus 23 Janeiro (1) -7,9 1975 -7,33
Encruzilhada do Sul 21 Julho (1) -10,25 2000 -9,62
Iraí 30 Janeiro (1) -5,37 1967 -5,04
Passo Fundo 23 Fevereiro (1) -6,59 2004 -6,36
Pelotas 27 Abril (1) -8,36 1968 -8,18
Porto Alegre 20 Julho (1) -10,50 2000 -9,15
Santa Maria 27 Maio (1) -15,35 1978 -14,18
Santa Vitória do
Palmar
24 Dezembro (1) -9,07 1984 -8,78
São Luiz Gonzaga 22 Abril (1)
Julho (1)
Dezembro (1)
-11,41 07/
2000
-11,21
Torres 28 Janeiro (1)
Fevereiro (1)
-5,87 01/197
9
-5,30
Uruguaiana 24 Fevereiro (1)
Maio (1)
-14,85 05/
1978
-14,8
A tab. 6 mostra o menor período (5 dias) de anomalias positivas de
temperatura máxima (onda de calor) e na tab. 6 tem-se os maiores períodos de
ondas de calor, todas no espaço de 39 anos estudados. A disposição das tab. 5 e 6
é semelhante a descrita anteriormente para as tab. 3 e 4, respectivamente, com a
diferença de tratar-se, agora, de ondas de calor.
Da tab. 6, nota-se como é variável a distribuição do maior número de ondas
de calor de pouca duração (5 dias) no Estado, quanto ao mês em que ocorrem.
Apenas 4 das treze estações (Bagé, Bento Gonçalves, Passo Fundo e Pelotas) têm
mais ondas nos meses mais quentes (dezembro, janeiro, fevereiro e março). Bom
Jesus, ainda, apresenta esse maior valor em abril, um mês de temperaturas entre
altas e amenas. Somente Encruzilhada do Sul, Porto Alegre e Torres (3 das 13
63
estações estudadas) apresentam mais ondas no período mais frio (julho e agosto).
5 estações (Irai, Santa Maria, Santa Vitória do Palmar, São Luiz Gonzaga e
Uruguaiana) apresentam mais ondas de calor de 5 dias no mesmo mês, outubro.
Tabela 6 - Representação dos meses com mais ondas de calor (5 dias), do maior
valor de anomalia, seguida pelo seu ano de ocorrência e seu intervalo de anomalia
encontrado em uma única onda, para cada estação meteorológica, para o período
do estudo (1967-2005).
Estações Meteorológicas
Mês (Nº de
anomalias
encontradas/total)
Maior
Anomalia
(°C)
Ano
Intervalo
Anomalia
(°C)
Bagé Dezembro (16/49) 7,06 1996 6,42
Bento Gonçalves Janeiro (17/42) 8,88 1986 8,56
Bom Jesus Abril (19/49) 6,91 1994 2,56
Encruzilhada do Sul Julho (19/56) 9,76 1977 7,23
Iraí Outubro (17/40) 8,49 1991 4,63
Passo Fundo Março (18/52) 5,02 2002 3,2
Pelotas Dezembro (15/30) 8,03 1971 7,79
Porto Alegre Julho (19/50) 11,66 1991 11,53
Santa Maria Outubro (25/43) 12,18 1985 11,5
Santa Vitória do Palmar Outubro (17/38) 9,11 1969 8,72
São Luiz Gonzaga Outubro (23/43) 9,69 1985 6,38
Torres Agosto (13/38) 10,72 1986 10,58
Uruguaiana Outubro (14/31) 10,12 1977 9,63
A partir da tab. 7, nota-se que os meses de fevereiro, março, maio e agosto
são aqueles em que ocorrem mais ondas de calor extensas, dependendo da
estação.
Tabela 7 - Representação das maiores ondas de calor ocorridas em cada estação
meteorológica, para o período do estudo (1967-2005), seguidas pelo mês de
ocorrência, o maior valor de anomalia (em caso de mais de uma onda com mesma
extensão), seguida pelo seu ano de ocorrência e seu intervalo de anomalia.
Estações
Meteorológicas
Nº de
dias
Mês (Nº de
anomalias
encontradas)
Maior
Anomalia
(°C)
Ano
Intervalo
Anomalia
(°C)
Bagé 20 Fevereiro (1) 8,32 1989 8,28
Bento Gonçalves 30 Maio (1) 9,66 1967 9,54
Bom Jesus 21 Fevereiro (1) 4,42 1977 4,22
Encruzilhada do
Sul
19 Março (1) 9,56 1988 8,57
Iraí 23 Maio (1) 6 1996 5,77
Passo Fundo 22 Fevereiro (1) 4,15 1977 4,04
Pelotas 19 Agosto (1) 11,95 2001 11,87
Porto Alegre 19 Agosto (1) 9,89 2001 9,14
Santa Maria 20 Fevereiro (1) 6,08 1984 5,8
Santa Vitória do
Palmar
22 Agosto (1) 7,69 1989 7,56
São Luiz Gonzaga 26 Março (1) 9,06 1988 8,25
Torres 23 Março (1)
Maio (1)
6,83 05/
1981
6,23
Uruguaiana 21 Maio (1) 9,4 1980 9,31
64
4.3.4 Relação das Ondas de Frio e de Calor com a ocorrência de geadas
De acordo com o proposto, tentou-se verificar a relação direta das geadas
com ondas de frio e inversa com as ondas de calor através de gráficos
comparativos, para os anos de 1967 a 1996 (30 anos de dados disponíveis de
geadas). Para isso, além da análise temporal dos valores médios das grandezas,
fez-se uma análise por estações meteorológicas, ambas para cada mês
separadamente (junho, julho e agosto).
4.3.4.1 Análise temporal
Na Fig. 15, tem-se um comparativo das curvas referentes a evolução temporal
do número médio de geadas, número médio de ondas de frio e do número de ondas
de calor ocorridas no Rio Grande do Sul para o mês de junho, no período de 1967 a
1996. Para obter o comportamento médio das três grandeza no Estado, foi feito o
cálculo da média entre todas as estações analisadas.
Para o mês de junho, nota-se que realmente, na maioria dos anos, uma
relação direta entre o número de geadas e as ondas de frio e inversa entre o número
de geadas e as ondas de calor.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
Número médio de geadas
Número médio de Ondas de
Frio
Número médio de Ondas de
Calor
Figura 15 - Comparativo das curvas referentes a evolução temporal do número
médio de geadas (em azul), número médio de ondas de frio (em rosa) e do número
de ondas de calor (em amarelo) ocorridas no Rio Grande do Sul para o mês de
junho, no período de 1967 a 1996.
65
Para julho, como pode ser visto na Fig. 16, mais uma vez o que se nota é
que, na maioria dos anos, uma relação direta entre o número de geadas com as
ondas de frio, e inversas com as ondas de calor.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
Número médio de geadas
Número médio de Ondas de
Frio
Número médio de Ondas de
Calor
Figura 16 - Comparativo das curvas referentes a evolução temporal do número
médio de geadas (em azul), número médio de ondas de frio (em rosa) e do número
de ondas de calor (em amarelo) ocorridas no Rio Grande do Sul para o mês de
julho, no período de 1967 a 1996.
Da Fig. 17, observa-se que para o mês de agosto, o quadro é um pouco
diferente. Nota-se que essas relações já não são visíveis para todos os anos.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
Número médio de geadas
Número médio de Ondas de
Frio
Número médio de Ondas de
Calor
Figura 17 - Comparativo das curvas referentes a evolução temporal do número
médio de geadas (em azul), número médio de ondas de frio (em rosa) e do número
de ondas de calor (em amarelo) ocorridas no Rio Grande do Sul para o mês de
agosto, no período de 1967 a 1996.
66
Essas observações, para os três meses, foram confirmadas pelo cálculo dos
coeficientes de correlação. A tab. 8, mostra os valores dos coeficientes de
correlação entre geadas e ondas de frio e entre geadas e ondas de calor, para cada
mês, além do valor de t, que foi comparado com o valor crítico (t
crítico
= 2,47) tabelado
em função do número de graus de liberdade (ν= 28), considerando-se um nível de
significância de 1%.
Nota-se que, para todos os meses, uma correlação positiva entre o
número médio de geadas e o número médio de ondas de frio, além de uma
correlação negativa entre número médio de geadas e o número médio de ondas de
calor. Porém, através do valor de t calculado, se pode afirmar que esses valores
são significativos a 1% nos meses de junho e julho. Para agosto, os valores de r não
são significativos nem a 10%.
Tabela 8 - Valores de t e r entre o número de geadas e ondas de frio e
geadas e ondas de calor, para os meses de junho, julho e agosto.
ondas de frio ondas de calor
r 0,691 -0,492
Junho
t 5,063 2,990
r 0,816 -0,461
Julho
t 7,463 2,746
r 0,185 -0,037
Agosto
t 0,997 0,198
4.3.4.2 Análise por estações meteorológicas
Observando as fig. 18, 19 e 20, nota-se que o comportamento das curvas são
muito semelhantes nos meses analisados (junho, julho e agosto). Em todas as três,
a estação de Ba é a que apresenta maior número de geadas. Não é de se
surpreender, uma vez que é na região oeste do Estado que chegam primeiro,
segundo Seluchi (1992) os anticiclones migratórios muito fortes provenientes do sul
da Argentina, que propiciam as condições necessárias a formação de geadas. É o
que ocorre também com Uruguaiana, que apresenta grande número de geadas,
apesar de não ser uma das regiões mais frias do Estado, como foi observado nas
figuras das seções 4.1.3 e 4.1.4 deste trabalho. Essas massas de ar polar ainda
chegam com força nas cidades de Santa Maria e Pelotas, o que explica o alto
número de geadas também nessas cidades. Além disso, Santa Maria localiza-se
67
numa região de depressão (pouco vento) e Pelotas fica localizada na costa da
Lagoa dos Patos (umidade considerável) condições estas que, de acordo com
Seluchi (1992) favorecem ainda mais a formação das geadas.
As estações de Iraí, Porto Alegre e Torres aparecem como aquelas com
menor ocorrência de geadas, para todos os meses. Uma vez que estas são as
estações que reúnem melhor os fatores atmosféricos e geográficos para o
ocorrência de geadas. Além de estarem distantes do local de entrada das massas
de ar no Estado (que fica a sudoeste, e todas as três estações estão à nordeste),
são estações que, por sua localização (altitude e latitude), apresentam temperaturas
mínimas não tão baixas o suficiente para facilitar a ocorrência de geadas (seções
4.1.3 e 4.1.4).
É interessante notar que, no mês de junho, o número dio de ondas de frio
é maior ou igual ao número de ondas de calor em todas as estações meteorológicas.
É nesse mês também, que a maioria das estações apresenta o maior número médio
de geadas, em comparação com julho e agosto.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
BAG
B.J.
E.S.
IRA
PEL
P.F.
PoA
S.L.
S.M.
S.V.
TOR
URU
Número médio de geadas
Número médio de Ondas de
Frio
Número médio de Ondas de
Calor
Figura 18 - Comparativo das curvas referentes ao número médio de geadas (em
azul), número médio de ondas de frio (em rosa) e do número de ondas de calor (em
amarelo) ocorridas no Rio Grande do Sul, em cada estação estudada, para o mês de
junho, no período de 1967 a 1996.
68
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
BAG
B.J.
E.S.
IRA
PEL
P.F.
PoA
S.L.
S.M.
S.V.
TOR
URU
Número médio de geadas
Número médio de Ondas de
Frio
Número médio de Ondas de
Calor
Figura 19 - Comparativo das curvas referentes ao número médio de geadas (em
azul), número médio de ondas de frio (em rosa) e do número de ondas de calor (em
amarelo) ocorridas no Rio Grande do Sul, em cada estação estudada, para o mês de
julho, no período de 1967 a 1996.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
BAG
B.J.
E.S.
IRA
PEL
P.F.
PoA
S.L.
S.M.
S.V.
TOR
URU
Número médio de geadas
Número médio de Ondas de
Frio
Número médio de Ondas de
Calor
Figura 20 - Comparativo das curvas referentes ao número médio de geadas (em
azul), número médio de ondas de frio (em rosa) e do número de ondas de calor (em
amarelo) ocorridas no Rio Grande do Sul, em cada estação estudada, para o mês de
agosto, no período de 1967 a 1996.
69
4.4 El Niño e La Niña
4.4.1 Ondas de Frio
Foram comparadas as médias obtidas do número de ondas de frio totais
ocorridas em cada mês, agrupando-os em meses neutros, de El Niño e de La Niña.
Foi feito o mesmo considerando-se a não ocorrência de ondas, a ocorrência de mais
de uma onda no mesmo mês e a ocorrência de ondas fortes (apenas as de 5 dias).
Após uma análise mensal, observou-se, também, o comportamento de cada uma
das estações quanto a esses fatores.
4.4.1.1 Análise mensal das ondas de frio
4.4.1.1.1 Número médio do total de ondas de frio
A tab. 9 mostra os valores médios do número de ondas de frio ocorridas,
durante os 39 anos estudados, em cada mês. Essas médias foram calculadas
separadamente, considerando-se os meses neutros, de El Niño e de La Niña, de
acordo com a tab. 2. Com a cor laranja, foram destacados os maiores valores
encontrados e com verde, os menores.
Pode-se observar que em, aproximadamente, 67% dos meses (fevereiro,
abril, maio, junho, agosto, outubro, novembro e dezembro), os maiores valores
ocorrem, na maioria das estações, naqueles meses em que ocorre La Niña. Nos
demais meses (janeiro, março, julho e setembro), os maiores valores ocorrem em
meses neutros. Os maiores valores não ocorrem em meses de El Niño.
Os menores valores ocorrem, na maioria das estações, em 58% dos meses
(janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e dezembro) nos meses em que ocorreu
El Niño. Em 25% dos meses (agosto, outubro e novembro), os menores valores
ocorreram mais naqueles meses ditos neutros. Apenas em 17% das estações (julho
e setembro) os menores valores ocorrem mais em meses de La Niña.
70
Tabela 9 - Valores médios dos números de ondas de frio ocorridas, nos respectivos
meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos foram agrupados em
3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,79
0,93
1,25
1,21
1,00
1,21
0,86
1,29
0,46
0,86
1,00
1,50
0,54
Janeiro El Niño 0,50
0,85
0,57
0,64
0,64
0,79
0,64
0,64
0,57
0,71
0,79
0,83
0,25
La Niña
0,91
1,00
0,73
1,09
0,80
0,82
0,73
1,00
0,64
0,64
1,00
1,00
0,80
Neutros
0,73 1,00
1,23
1,00
1,07
0,87
0,87
1,27
0,64
0,73
0,53
0,85 0,54
Fevereiro El Niño 0,79 0,77
0,86
0,64
0,71
0,71
0,71
0,69
0,71
0,79
0,93
0,77 0,73
La Niña
0,90 1,00
0,90
1,10
0,50
0,60
1,20
1,10
0,80
1,10
1,00
0,90 0,89
Neutros
0,88 1,00
1,21
1,19
0,94
1,06
1,44
1,00
1,14
1,06
1,38
1,38 0,60
Março El Niño 0,71 0,83
0,93
1,07
0,71
0,86
0,79
0,93
0,69
1,07
0,64
1,00 0,25
La Niña
0,75 0,67
0,67
0,89
0,56
0,67
0,67
0,88
1,33
0,89
1,00
0,78 0,71
Neutros
1,17 1,06
1,00
1,11
1,17
1,11
1,17
1,29
0,76
0,89
1,06
1,36 0,57
Abril El Niño 0,62 0,67
0,92
0,54
0,73
1,00
0,92
0,92
0,85
0,92
0,85
0,50 0,58
La Niña
0,75 1,00
1,43
1,25
1,38
1,13
1,38
1,13
1,00
1,25
1,38
1,25 1,00
Neutros
1,25 1,06
1,00
1,05
1,10
1,05
1,05
1,00
1,37
1,10
1,10
0,94 1,22
Maio El Niño 1,09 0,55
1,09
0,82
0,82
0,64
1,20
1,00
1,36
0,91
0,73
1,00 1,18
La Niña
1,75 1,75
1,50
1,50
1,75
1,50
2,00
1,88
2,13
1,63
2,00
1,63 1,50
Neutros
1,31 1,38
1,40
1,24
0,94
1,12
1,29
1,19
1,93
1,24
1,24
1,07 0,87
Junho El Niño 1,31 1,15
1,15
1,38
1,30
1,23
1,08
1,38
2,08
1,08
1,23
1,00 1,08
La Niña
1,50 1,13
1,00
1,00
1,44
1,11
1,63
1,33
1,89
1,67
1,67
1,44 1,38
Neutros
1,22 1,24
1,43
0,94
1,33
1,17
1,22
1,11
0,94
1,00
1,22
1,00 1,07
Julho El Niño 1,46 1,15
1,23
1,31
0,92
1,00
1,17
1,08
0,85
1,23
1,08
1,18 0,69
La Niña
1,00 0,75
1,13
0,88
1,38
1,00
0,75
0,75
1,00
0,50
1,38
0,75 1,38
Neutros
1,00 1,00
1,31
1,00
1,06
1,11
1,00
1,33
1,56
1,11
0,94
1,19 0,75
Agosto El Niño 1,31 1,31
1,15
1,23
1,08
1,23
0,92
1,23
1,54
1,15
1,38
1,18 0,92
La Niña
1,63 1,50
1,25
1,50
1,25
1,25
1,25
1,25
1,88
1,38
1,25
1,25 1,38
Neutros
1,07 0,92
1,08
1,21
1,00
1,14
1,07
1,07
0,83
0,93
1,21
1,08 0,75
Setembro El Niño 0,64 0,85
1,00
0,64
0,93
1,07
0,71
0,86
0,86
0,57
1,00
0,75 0,54
La Niña
0,90 0,73
0,82
0,91
0,90
0,91
0,55
0,91
0,73
0,64
0,82
0,91 0,64
Neutros
0,71 0,77
0,92
0,64
0,64
0,79
0,71
0,79
1,33
0,57
1,00
0,86 0,46
Outubro El Niño 0,85 1,15
0,92
0,93
1,00
1,14
0,71
1,14
0,93
1,00
1,07
1,18 0,86
La Niña
1,73 1,36
0,91
1,55
1,30
1,45
1,36
1,55
1,36
1,27
1,27
1,09 1,33
Neutros
0,50 0,77
0,92
0,64
0,57
0,86
0,86
0,86
0,75
0,57
0,79
0,71 0,45
Novembro
El Niño 0,92 0,93
1,08
1,00
0,83
1,00
0,79
0,93
0,93
0,86
1,00
0,92 0,57
La Niña
1,18 1,00
1,27
1,00
1,44
1,18
1,18
1,00
0,91
1,00
1,09
1,22 0,82
Neutros
0,93 0,83
1,23
0,64
0,43
1,00
0,50
1,07
0,45
0,79
0,79
0,57 0,38
Dezembro
El Niño 0,42 0,93
0,77
0,64
0,93
0,86
0,71
0,77
0,43
0,43
0,86
1,10 0,14
La Niña
1,09 0,64
0,55
1,18
1,00
0,73
1,00
0,73
0,36
0,82
0,91
0,45 0,64
4.4.1.1.2 Número médio de não ocorrência de ondas de frio no mês
correspondente
A tab. 10 mostra as médias de não ocorrência de ondas de frio, durante os 39
anos analisados, em cada mês. Essas médias foram calculadas separadamente,
71
considerando-se os meses neutros, de El Niño e de La Niña, de acordo com a tab. 2.
Com a cor laranja, foram destacados os maiores valores encontrados.
Em 42% dos meses (janeiro, abril, maio, outubro e dezembro), os maiores
valores de não ocorrência média de ondas de frio foram observados, para a maioria
das estações, nos meses de El Niño. Em 33% dos meses (fevereiro, junho, agosto e
novembro) esses valores ocorreram mais em meses neutros. Em apenas 25% dos
meses (março, julho e setembro) os maiores valores ocorreram em meses de La
Niña.
Tabela 10 - Números médios de não-ocorrências de ondas de frio, nos respectivos
meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos foram agrupados em
3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,50
0,36
0,25
0,36
0,29
0,29
0,36
0,29
0,62
0,43
0,36
0,08
0,62
Janeiro El Niño 0,50
0,54
0,64
0,57
0,64
0,50
0,64
0,50
0,57
0,50
0,43
0,50
0,75
La Niña
0,45
0,18
0,36
0,36
0,40
0,27
0,36
0,30
0,45
0,45
0,27
0,36
0,40
Neutros
0,47 0,40
0,31
0,20
0,33
0,40
0,40
0,27
0,50
0,47
0,53
0,46 0,62
Fevereiro El Niño 0,36 0,31
0,29
0,36
0,43
0,36
0,36
0,38
0,43
0,29
0,21
0,38 0,36
La Niña
0,30 0,30
0,30
0,20
0,80
0,40
0,30
0,20
0,30
0,20
0,30
0,20 0,44
Neutros
0,38 0,25
0,29
0,31
0,38
0,25
0,19
0,27
0,21
0,31
0,25
0,23 0,53
Março El Niño 0,43 0,42
0,21
0,29
0,43
0,21
0,36
0,21
0,46
0,21
0,50
0,18 0,75
La Niña
0,38 0,33
0,44
0,33
0,56
0,44
0,56
0,25
0,22
0,22
0,22
0,33 0,57
Neutros
0,22 0,29
0,38
0,22
0,28
0,28
0,22
0,24
0,29
0,33
0,22
0,14 0,43
Abril El Niño 0,46 0,33
0,25
0,54
0,45
0,15
0,33
0,23
0,15
0,31
0,31
0,58 0,55
La Niña
0,50 0,25
0,00
0,25
0,13
0,13
0,25
0,25
0,13
0,13
0,25
0,25 0,14
Neutros
0,15 0,22
0,33
0,20
0,20
0,25
0,20
0,30
0,05
0,25
0,20
0,25 0,17
Maio El Niño 0,18 0,55
0,27
0,36
0,36
0,45
0,10
0,27
0,27
0,18
0,36
0,20 0,27
La Niña
0,00 0,13
0,13
0,13
0,00
0,13
0,13
0,13
0,00
0,13
0,00
0,00 0,00
Neutros
0,13 0,13
0,13
0,12
0,25
0,24
0,18
0,13
0,00
0,24
0,24
0,27 0,33
Junho El Niño 0,08 0,08
0,15
0,08
0,20
0,31
0,17
0,15
0,00
0,23
0,23
0,27 0,38
La Niña
0,13 0,13
0,22
0,33
0,00
0,11
0,13
0,11
0,00
0,11
0,00
0,11 0,00
Neutros
0,11 0,18
0,29
0,28
0,17
0,22
0,17
0,33
0,31
0,17
0,17
0,40 0,47
Julho El Niño 0,00 0,08
0,08
0,08
0,42
0,23
0,17
0,23
0,23
0,15
0,15
0,09 0,38
La Niña
0,38 0,38
0,38
0,25
0,13
0,25
0,38
0,50
0,13
0,50
0,00
0,50 0,13
Neutros
0,29 0,24
0,19
0,28
0,28
0,22
0,39
0,28
0,17
0,28
0,28
0,25 0,44
Agosto El Niño 0,08 0,08
0,15
0,08
0,31
0,08
0,15
0,15
0,00
0,15
0,08
0,18 0,23
La Niña
0,13 0,13
0,13
0,00
0,25
0,25
0,25
0,38
0,13
0,00
0,25
0,50 0,13
Neutros
0,29 0,23
0,25
0,21
0,21
0,14
0,29
0,29
0,25
0,29
0,21
0,33 0,58
Setembro El Niño 0,50 0,31
0,25
0,50
0,29
0,14
0,43
0,36
0,29
0,50
0,29
0,42 0,62
La Niña
0,30 0,36
0,36
0,27
0,40
0,18
0,64
0,27
0,36
0,45
0,27
0,45 0,45
Neutros
0,53 0,40
0,31
0,40
0,33
0,33
0,40
0,33
0,64
0,47
0,33
0,15 0,57
Outubro El Niño 0,50 0,54
0,64
0,57
0,64
0,50
0,64
0,50
0,57
0,50
0,43
0,50 0,75
La Niña
0,40 0,10
0,30
0,30
0,33
0,20
0,30
0,22
0,40
0,40
0,30
0,30 0,44
Neutros
0,50 0,38
0,38
0,36
0,43
0,36
0,36
0,43
0,33
0,43
0,29
0,50 0,50
Novembro
El Niño 0,38 0,36
0,25
0,29
0,33
0,29
0,43
0,29
0,29
0,43
0,29
0,33 0,57
La Niña
0,18 0,27
0,09
0,27
0,22
0,09
0,27
0,27
0,18
0,27
0,36
0,22 0,36
72
continua...
Neutros
0,43
0,42
0,31
0,50
0,57
0,29
0,64
0,29
0,55
0,43
0,36
0,50
0,62
Dezembro
El Niño 0,50
0,29
0,23
0,36
0,43
0,36
0,36
0,31
0,57
0,57
0,43
0,20
0,86
La Niña
0,18
0,45
0,55
0,09
0,20
0,27
0,18
0,27
0,64
0,27
0,18
0,55
0,36
4.4.1.1.3 Número médio de ocorrências de mais de uma ondas de frio num
mesmo mês
A tab. 11 mostra os meros médios de mais de uma ocorrência de ondas de
frio num mesmo mês, durante os 39 anos analisados, para cada mês. Essas médias
também foram calculadas separadamente, considerando-se os meses neutros, de El
Niño e de La Niña, de acordo com a tab. 2. Com a cor laranja, foram destacados os
maiores valores encontrados.
Em 58% dos meses (janeiro, fevereiro, março, julho, setembro, outubro,
dezembro) ocorreram mais vezes duas ou mais ondas de frio, num mesmo mês,
para a maioria das estações, nos meses ditos neutros. Em 33% dos meses (abril,
maio, junho e agosto) a ocorrência de mais de uma onda de frio, num mesmo mês,
na maioria das estações, foi maior em meses de La Niña. Apenas em novembro
(correspondente a 9% dos meses) o valor médio da ocorrência de mais de uma
onda de frio num mesmo mês ocorreu, na maioria das estações, nos meses de El
Niño.
Tabela 11 - Números médios de ocorrências mais de uma onda de frio, nos
respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos foram
agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,21
0,21
0,42
0,43
0,29
0,43
0,14
0,29
0,08
0,21
0,29
0,33
0,15
Janeiro El Niño 0,00
0,23
0,14
0,21
0,14
0,21
0,21
0,14
0,14
0,21
0,21
0,25
0,00
La Niña
0,27
0,18
0,18
0,45
0,20
0,09
0,09
0,30
0,09
0,09
0,27
0,27
0,10
Neutros
0,20 0,33
0,38
0,20
0,27
0,20
0,27
0,40
0,14
0,20
0,07
0,31 0,15
Fevereiro El Niño 0,14 0,08
0,14
0,00
0,14
0,14
0,07
0,08
0,14
0,07
0,14
0,15 0,09
La Niña
0,20 0,30
0,20
0,30
0,20
0,00
0,40
0,30
0,10
0,30
0,30
0,10 0,33
Neutros
0,25 0,19
0,36
0,44
0,31
0,25
0,44
0,20
0,36
0,31
0,50
0,38 0,13
Março El Niño 0,14 0,25
0,14
0,21
0,14
0,07
0,14
0,14
0,15
0,21
0,14
0,18 0,00
La Niña
0,13 0,00
0,11
0,22
0,11
0,11
0,22
0,13
0,44
0,11
0,22
0,11 0,29
Neutros
0,39 0,29
0,31
0,33
0,44
0,33
0,33
0,41
0,06
0,22
0,28
0,43 0,00
Abril El Niño 0,08 0,00
0,17
0,08
0,09
0,15
0,25
0,15
0,00
0,23
0,15
0,08 0,09
La Niña
0,25 0,25
0,29
0,50
0,50
0,25
0,50
0,38
0,13
0,38
0,38
0,50 0,14
Neutros
0,35 0,28
0,28
0,25
0,25
0,30
0,25
0,30
0,42
0,30
0,30
0,19 0,33
Maio El Niño 0,27 0,09
0,36
0,18
0,18
0,09
0,30
0,27
0,55
0,18
0,09
0,20 0,36
La Niña
0,63 0,88
0,50
0,50
0,63
0,63
0,75
0,75
0,88
0,50
0,88
0,63 0,50
73
continua...
Neutros
0,38
0,44
0,47
0,35
0,19
0,29
0,35
0,25
0,71
0,41
0,41
0,20
0,20
Junho El Niño 0,38
0,23
0,23
0,46
0,50
0,46
0,25
0,38
0,85
0,31
0,46
0,27
0,38
La Niña
0,38
0,25
0,22
0,33
0,44
0,22
0,50
0,44
0,67
0,44
0,56
0,44
0,38
Neutros
0,28
0,29
0,50
0,22
0,50
0,28
0,33
0,33
0,19
0,17
0,28
0,27
0,27
Julho El Niño 0,46
0,23
0,31
0,38
0,17
0,15
0,17
0,23
0,08
0,38
0,15
0,18
0,08
La Niña
0,38
0,13
0,50
0,13
0,50
0,25
0,13
0,25
0,13
0,00
0,38
0,25
0,50
Neutros
0,24
0,24
0,38
0,28
0,28
0,33
0,33
0,44
0,56
0,33
0,22
0,25
0,13
Agosto El Niño 0,38
0,38
0,31
0,23
0,31
0,31
0,08
0,38
0,46
0,31
0,46
0,36
0,15
La Niña
0,50
0,50
0,38
0,25
0,38
0,38
0,38
0,38
0,63
0,25
0,38
0,50
0,38
Neutros
0,36
0,15
0,33
0,43
0,21
0,29
0,36
0,29
0,08
0,21
0,36
0,33
0,17
Setembro El Niño 0,14
0,15
0,33
0,14
0,21
0,21
0,14
0,21
0,14
0,07
0,29
0,17
0,15
La Niña
0,20
0,09
0,18
0,18
0,30
0,09
0,18
0,18
0,09
0,09
0,09
0,27
0,09
Neutros
0,20
0,20
0,38
0,40
0,27
0,40
0,13
0,27
0,07
0,20
0,27
0,31
0,14
Outubro El Niño 0,00
0,23
0,14
0,21
0,14
0,21
0,21
0,14
0,14
0,21
0,21
0,25
0,00
La Niña
0,30
0,20
0,20
0,50
0,22
0,10
0,10
0,33
0,10
0,10
0,30
0,30
0,11
Neutros
0,00
0,15
0,23
0,00
0,00
0,21
0,21
0,21
0,08
0,00
0,07
0,21
0,00
Novembro
El Niño 0,31
0,29
0,25
0,29
0,17
0,29
0,21
0,21
0,21
0,29
0,29
0,25
0,14
La Niña
0,27
0,27
0,27
0,18
0,44
0,27
0,36
0,27
0,09
0,18
0,27
0,44
0,18
Neutros
0,29
0,25
0,38
0,14
0,00
0,14
0,14
0,29
0,00
0,21
0,14
0,07
0,00
Dezembro
El Niño 0,00
0,21
0,08
0,00
0,29
0,21
0,07
0,08
0,00
0,00
0,21
0,20
0,00
La Niña
0,27
0,09
0,09
0,27
0,20
0,00
0,18
0,00
0,00
0,09
0,09
0,00
0,00
4.4.1.1.4 Número médio de ondas de frio fortes
A tab. 12 mostra os números médios de ondas de frio fortes ocorridas,
durante os 39 anos analisados, para cada mês. Essas médias também foram
calculadas separadamente, considerando-se os meses neutros, de El Niño e de La
Niña, de acordo com a tab. 2. Com a cor laranja, foram destacados os maiores
valores encontrados.
Na maior parte dos meses, 50%, (fevereiro, junho, agosto, outubro, novembro
e dezembro) os maiores valores médios do número de ondas de frio fortes
ocorreram, na maior parte das estações, em meses de La Niña. Em 33% dos meses
(janeiro, março, julho, setembro), os maiores valores ocorreram em meses neutros,
na maioria das estações. E em apenas 17% dos meses, os maiores valores
ocorreram mais em meses de El Niño.
74
Tabela 12 - Valores médios dos números de ondas de frio fortes (5 dias) ocorridas,
nos respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos
foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA. St.M.
St.V. S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,07
0,14
0,17
0,00
0,00
0,21
0,00
0,00
0,08
0,21
0,07
0,25
0,00
Janeiro El Niño 0,00
0,08
0,07
0,14
0,07
0,00
0,00
0,00
0,07
0,14
0,07
0,08
0,00
La Niña
0,00
0,09
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,09
0,00
0,00
Neutros
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,13 0,07 0,07 0,13 0,07 0,00 0,00
Fevereiro El Niño 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,07 0,08 0,07 0,14 0,14 0,00 0,09
La Niña
0,20 0,10 0,10 0,20 0,00 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10 0,20 0,20 0,00
Neutros
0,06 0,00 0,00 0,06 0,13 0,06 0,00 0,07 0,07 0,13 0,06 0,00 0,00
Março El Niño 0,07 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,14 0,00 0,08 0,07 0,00 0,00 0,08
La Niña
0,00 0,00 0,00 0,11 0,00 0,00 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Neutros
0,11 0,12 0,06 0,06 0,00 0,06 0,11 0,06 0,00 0,00 0,11 0,00 0,07
Abril El Niño 0,00 0,08 0,17 0,00 0,09 0,15 0,25 0,15 0,00 0,00 0,00 0,08 0,00
La Niña
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Neutros
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,05 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 0,11
Maio El Niño 0,18 0,00 0,09 0,18 0,00 0,00 0,00 0,09 0,09 0,00 0,00 0,20 0,09
La Niña
0,00 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,13 0,00 0,00
Neutros
0,00 0,13 0,13 0,06 0,00 0,06 0,06 0,00 0,00 0,00 0,18 0,13 0,07
Junho El Niño 0,08 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08 0,08 0,00 0,08 0,09 0,15
La Niña
0,00 0,13 0,00 0,11 0,11 0,00 0,00 0,11 0,11 0,11 0,00 0,11 0,00
Neutros
0,11 0,06 0,14 0,11 0,06 0,11 0,06 0,00 0,06 0,00 0,11 0,07 0,20
Julho El Niño 0,08 0,00 0,00 0,00 0,08 0,00 0,08 0,00 0,08 0,08 0,08 0,18 0,08
La Niña
0,25 0,00 0,00 0,13 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13
Neutros
0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,17 0,06 0,06 0,00 0,13
Agosto El Niño 0,00 0,00 0,08 0,00 0,08 0,08 0,08 0,23 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00
La Niña
0,25 0,13 0,38 0,25 0,00 0,00 0,13 0,25 0,13 0,00 0,00 0,13 0,00
Neutros
0,07 0,00 0,08 0,07 0,07 0,14 0,00 0,00 0,08 0,00 0,14 0,17 0,14
Setembro El Niño 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,07 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00
La Niña
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,07 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00
Neutros
0,07 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,21 0,00 0,08 0,07 0,07 0,00 0,00
Outubro El Niño 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00 0,14 0,14 0,07 0,14 0,00 0,18 0,00
La Niña
0,18 0,09 0,09 0,18 0,00 0,18 0,09 0,09 0,09 0,00 0,18 0,00 0,22
Neutros
0,07 0,08 0,15 0,07 0,00 0,07 0,07 0,14 0,33 0,00 0,00 0,07 0,00
Novembro
El Niño 0,15 0,00 0,00 0,14 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00
La Niña
0,00 0,00 0,18 0,09 0,11 0,09 0,18 0,18 0,09 0,09 0,09 0,11 0,00
Neutros
0,07 0,00 0,00 0,07 0,00 0,07 0,00 0,14 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00
Dezembro
El Niño 0,08 0,00 0,00 0,07 0,07 0,21 0,00 0,00 0,00 0,07 0,14 0,10 0,00
La Niña
0,18 0,00 0,18 0,18 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,18 0,09 0,00 0,09
4.4.1.2 Análise das ondas de frio por estações
4.4.1.2.1 Número médio do total de ondas de frio
Novamente observando a tab. 8, nota-se que os maiores valores médios do
número de ondas de frio totais (em laranja) ocorrem mais vezes em meses de La
75
Niña em Bagé, Bento Gonçalves, Encruzilhada do Sul, Iraí, Pelotas, Santa Maria,
Santa Vitória do Palmar, São Luiz Gonzaga, Torres e Uruguaiana (totalizando 77%
das estações). Em apenas 23% das estações (Bom Jesus, Passo Fundo e Porto
Alegre) os maiores valores ocorrem, para a maioria dos meses, em meses neutros.
Os menores valores médios do número de ondas de frio totais (em verde)
ocorrem, na maioria dos meses, em 61% das estações (Bagé, Encruzilhada do Sul,
Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, o Luiz Gonzaga, Torres e Uruguaiana) nos
meses de El Niño. Em 23% das estações (Bento Gonçalves, Bom Jesus e Passo
Fundo), os menores valores ocorrem, mais em meses de La Niña. E, para as
estações de Irai, Santa Vitória do Palmar e Uruguaiana (também 23% do total de
estações), os menores valores ocorrem, em sua maioria, em meses neutros.
Neste item, temos duas curiosidades: a estação de Bento Gonçalves, que
apresenta tanto os maiores quanto os menores valores médios do número de ondas
de frio mais vezes em anos de La Niña; e a estação de Uruguaiana, que tem os seus
menores valores ocorrendo, em sua maioria, tanto em meses de El Niño, como em
meses ditos neutros.
4.4.1.2.2 Número médio de não ocorrência de ondas de frio no mês
correspondente
Através da tab. 9, observa-se que a ausência de ondas de frio num mês
ocorre, em 46% das estações (Bento Gonçalves, Encruzilhada do Sul, Iraí, Passo
Fundo, Porto Alegre e São Luiz Gonzaga), mais vezes em anos de El Niño. Essa
ausência ocorre um pouco menos em anos neutros, totalizando 38% das estações
(Bagé, Bom Jesus, Pelotas, Santa Maria e Santa Vitória). E em 31% das estações
(Bom Jesus, Passo Fundo, Torres e Uruguaiana) a ausência de ondas de frio ocorre,
para a maioria dos meses, em meses de La Niña.
Mais uma vez, nota-se que repetições em algumas estações: Em Bom
Jesus, onde os maiores valores ocorrem tanto em anos Neutros como de La Niña; e
em Passo Fundo, onde os maiores valores ocorrem em anos de El Niño e La Niña.
76
4.4.1.2.3 Número médio de ocorrências de mais de uma onda de frio num
mesmo mês
A tab. 10 mostra que a ocorrência de mais de uma onda de frio num mesmo
mês é maior, para a maioria dos meses, em meses neutros, nas estações de Bagé,
Bento Gonçalves, Bom Jesus, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Vitória do Palmar e
Torres (54% do total de estações). A ondas de frio repetem num mesmo mês, em
46% das estações (Bagé, Encruzilhada do Sul, Irai, Pelotas, São Luiz Gonzaga e
Uruguaiana), na maioria dos meses, mais em meses de La Niña. apenas em
Santa Maria (8% das estações) a ocorrência de mais de uma onda é maior, em mais
meses, nos meses de El Niño.
Na estação de Bagé, temos que esse valor é maior tanto em anos de La Niña
como em anos neutros.
4.4.1.1.4 Número médio de ondas de frio fortes
A partir da tab. 11, nota-se que as ondas de frio fortes ocorrem, para a
maioria dos meses, em 54% das estações (Bagé, Bom Jesus, Encruzilhada do Sul,
Irai, Pelotas, Porto Alegre e Santa Vitória do Palmar) mais em meses de La Niña.
Em 38% das estações (Bento Gonçalves, Passo Fundo, Santa Maria, São Luiz
Gonzaga e Uruguaiana) esses maiores valores ocorrem, na maioria dos meses,
mais em meses ditos neutros. Apenas em Torres (8% das estações) isso ocorre
mais em meses de El Niño.
4.4.2 Ondas de Calor
Assim como foi feito para as ondas de frio, foram comparadas as médias
obtidas do número de ondas de calor totais ocorridas em cada mês, agrupando-os
em meses neutros, de El Niño e de La Niña. Da mesma forma, essa mesma
metodologia foi adotada considerando-se a não ocorrência de ondas, a ocorrência
de mais de uma onda no mesmo mês e a ocorrência de ondas fortes (apenas as de
5 dias). Além da análise mensal, também foi observado o comportamento de cada
uma das estações quanto a cada um desses fatores.
77
4.4.2.1 Análise mensal das ondas de calor
4.4.2.1.1 Número médio do total de ondas de calor
A tab. 13 mostra os valores médios do número de ondas de calor ocorridas,
durante os 39 anos estudados, em cada mês. As médias foram calculadas
separadamente, considerando-se os meses neutros, de El Niño e de La Niña, de
acordo com a tabela 2. Com a cor laranja, foram destacados os maiores valores
encontrados e com verde, os menores.
Observa-se que em 58% dos meses (março, abril, maio, junho, julho,
setembro e dezembro) os maiores valores ocorrem, na maioria das estações,
naqueles meses em que ocorre El Niño. Nos meses de janeiro, agosto, outubro,
novembro e dezembro (38% dos meses), os maiores valores ocorrem em meses
neutros. Apenas em fevereiro (8%) os maiores valores ocorrem, para a maior parte
das estações, em meses de La Niña.
quando se trata dos menores valores, estes ocorrem, para a maioria das
estações, nos meses de La Niña em 75% dos meses (janeiro, março, abril, maio,
junho, julho, agosto, outubro e dezembro); nos meses neutros em 25% (fevereiro,
julho e setembro) e em 16% dos meses (janeiro e novembro) em meses de El Niño.
É importante observar que: Em janeiro, os menores valores ocorrem tanto em
anos de El Niño como em anos de La Niña; em julho esses valores também são
menores tanto em anos neutros como de La Niña; e em dezembro, os maiores
valores ocorrem em anos neutros e de El Niño.
Tabela 13 - Valores médios dos números de ondas de calor ocorridas, nos
respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos foram
agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G.
B.J. E.S.
IRA.
P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,86
1,14
1,36
1,00
1,08
1,14
1,15
0,57
1,00
0,86
1,43
0,67
1,13
Janeiro El Niño 1,14
0,92
1,07
0,79
1,46
1,00
1,00
0,79
0,71
1,00
1,23
0,85
0,67
La Niña
1,09
1,27
1,00
0,91
1,11
1,09
0,91
1,20
1,00
0,73
1,30
1,27
0,44
Neutros
0,87 0,93
0,92
0,73
1,00
1,13
0,71
0,87
0,86
0,93
1,07
0,85 0,62
Fevereiro El Niño 1,14 1,00
0,93
0,93
1,31
1,14
1,08
1,17
1,07
1,14
1,14
1,00 1,00
La Niña
1,20 1,10
0,90
1,30
1,22
0,90
0,70
0,80
1,10
0,80
1,30
1,50 1,14
Neutros
1,25 1,38
1,29
1,19
1,20
1,44
0,93
1,27
1,07
0,94
1,06
1,00 1,21
Março El Niño 1,21 1,08
1,64
1,50
1,54
1,71
1,42
1,29
1,50
1,21
1,36
1,25 1,13
La Niña
0,89 1,22
1,00
0,89
0,88
0,75
1,00
0,78
1,00
1,11
0,67
0,67 0,86
78
continua...
Neutros
1,00
1,24
1,67
1,06
1,06
1,17
0,81
1,06
1,18
0,88
1,11
0,93
0,93
Abril El Niño 1,08
1,25
1,31
0,67
1,10
1,15
1,27
1,36
1,08
0,85
1,00
1,27
0,88
La Niña
1,13
0,88
1,00
1,00
1,00
1,00
0,88
1,00
0,63
0,88
0,75
0,75
1,14
Neutros
1,35
1,22
1,53
1,29
1,00
1,45
1,24
1,20
1,21
1,06
1,11
1,06
0,94
Maio El Niño 1,27
1,45
1,80
1,40
1,44
1,18
1,10
1,45
1,36
1,18
1,36
0,78
1,50
La Niña
1,00
1,25
0,75
0,71
0,88
0,86
0,88
1,00
0,63
0,88
1,13
1,00
1,00
Neutros
1,06
1,19
1,21
1,00
1,27
1,13
0,80
0,87
1,07
0,82
1,13
0,80
1,00
Junho El Niño 1,23
1,38
1,69
1,31
0,90
1,31
1,45
1,08
1,15
1,33
1,46
1,30
1,09
La Niña
1,11
1,00
0,89
0,83
0,89
0,78
0,88
0,67
0,89
0,89
0,89
0,67
1,00
Neutros
1,29
1,18
1,43
1,39
1,22
1,39
1,00
1,22
1,00
1,18
1,53
0,87
1,00
Julho El Niño 1,08
1,31
1,69
1,54
1,50
1,46
0,73
1,38
1,23
1,08
1,38
0,90
1,00
La Niña
1,13
1,50
1,00
1,57
1,38
1,38
0,86
1,25
1,00
1,00
1,25
1,13
0,86
Neutros
1,12
1,18
1,29
1,18
1,41
1,33
1,06
1,06
1,06
1,19
1,50
1,13
1,36
Agosto El Niño 1,23
1,15
1,46
1,25
1,36
1,46
0,64
0,92
0,92
1,08
1,54
1,09
1,00
La Niña
1,00
0,88
1,00
1,13
1,00
1,38
0,86
0,75
0,88
1,00
1,14
1,00
0,88
Neutros
0,79
0,62
0,85
0,46
1,00
0,71
0,67
0,50
0,46
0,64
0,79
1,00
0,70
Setembro El Niño 1,00
1,23
1,25
1,15
0,91
1,21
1,33
0,86
1,14
0,75
1,57
0,83
1,20
La Niña
1,00
0,91
0,91
0,91
1,00
1,00
0,70
0,73
0,55
0,89
1,00
0,82
0,90
Neutros
1,14
1,46
1,50
1,31
1,42
1,43
1,08
1,21
1,38
1,14
1,21
1,43
1,00
Outubro El Niño 1,08
0,93
1,00
1,08
1,08
0,93
0,83
0,71
1,07
0,86
1,00
0,60
0,83
La Niña
1,00
0,82
0,73
0,82
1,00
0,82
0,56
0,45
0,91
0,91
1,09
0,55
1,22
Neutros
1,36
1,00
1,42
1,00
1,17
1,21
1,17
1,14
1,15
0,93
1,21
1,54
1,08
Novembro
El Niño 0,57
0,79
1,00
0,69
1,00
0,93
0,58
0,57
0,57
0,43
0,71
0,73
0,82
La Niña
0,82
0,73
0,64
0,91
1,11
0,82
0,78
0,82
0,82
0,73
1,00
0,40
1,33
Neutros
1,29
1,08
1,17
1,15
1,25
1,29
0,92
0,86
1,00
0,50
1,14
0,75
0,80
Dezembro
El Niño 1,31
1,07
1,29
1,00
1,09
1,21
0,92
1,15
0,86
0,86
0,93
1,09
1,00
La Niña
1,27
1,09
1,00
1,00
1,11
1,00
0,89
0,64
1,18
1,00
0,91
0,91
1,10
4.4.2.1.2 Número médio de não ocorrência de ondas de calor no mês
correspondente
A tab. 14 mostra as médias de não ocorrência de ondas de calor, durante os
39 anos analisados, em cada mês.
Em 67% dos meses (março, abril, maio, junho, julho, agosto, outubro e
dezembro), os maiores valores de não ocorrência média de ondas de calor foram
observadas, para a maioria das estações, nos meses de La Niña. Em 25% dos
meses (janeiro, fevereiro, e setembro) esses valores ocorreram mais em meses
neutros. Apenas em novembro (8% dos meses) a não ocorrência de ondas de calor
foi maior, para a maioria das estações, nos meses de El Niño.
79
Tabela 14 - Números médios de não-ocorrências de ondas de calor, nos respectivos
meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos foram agrupados em
3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,43
0,07
0,18
0,29
0,33
0,21
0,31
0,50
0,25
0,43
0,14
0,58
0,25
Janeiro El Niño 0,14
0,38
0,14
0,29
0,08
0,36
0,25
0,43
0,43
0,36
0,31
0,46
0,44
La Niña
0,18
0,00
0,18
0,27
0,33
0,09
0,27
0,10
0,09
0,45
0,00
0,18
0,67
Neutros
0,33 0,33
0,33
0,40
0,23
0,27
0,50
0,47
0,21
0,20
0,13
0,38 0,46
Fevereiro El Niño 0,21 0,31
0,36
0,29
0,23
0,21
0,17
0,25
0,36
0,21
0,21
0,38 0,33
La Niña
0,10 0,10
0,30
0,00
0,00
0,20
0,50
0,40
0,10
0,30
0,10
0,10 0,29
Neutros
0,13 0,13
0,00
0,25
0,20
0,25
0,53
0,27
0,29
0,25
0,25
0,42 0,07
Março El Niño 0,21 0,17
0,14
0,07
0,15
0,07
0,08
0,07
0,07
0,14
0,21
0,17 0,13
La Niña
0,33 0,11
0,33
0,44
0,38
0,38
0,33
0,56
0,33
0,22
0,56
0,44 0,29
Neutros
0,33 0,24
0,20
0,33
0,29
0,22
0,38
0,33
0,24
0,35
0,28
0,47 0,43
Abril El Niño 0,23 0,17
0,08
0,50
0,30
0,23
0,18
0,18
0,23
0,31
0,31
0,18 0,50
La Niña
0,25 0,38
0,29
0,25
0,13
0,25
0,25
0,38
0,63
0,25
0,38
0,38 0,14
Neutros
0,10 0,11
0,06
0,06
0,37
0,10
0,18
0,15
0,21
0,28
0,21
0,31 0,25
Maio El Niño 0,27 0,18
0,10
0,20
0,11
0,18
0,30
0,18
0,18
0,27
0,09
0,44 0,25
La Niña
0,38 0,25
0,38
0,43
0,25
0,29
0,38
0,38
0,50
0,38
0,13
0,25 0,33
Neutros
0,13 0,13
0,21
0,25
0,07
0,13
0,27
0,20
0,20
0,41
0,19
0,40 0,29
Junho El Niño 0,00 0,00
0,00
0,00
0,20
0,00
0,00
0,15
0,08
0,17
0,00
0,10 0,18
La Niña
0,33 0,25
0,22
0,33
0,33
0,33
0,25
0,56
0,44
0,33
0,44
0,44 0,43
Neutros
0,12 0,18
0,07
0,11
0,17
0,11
0,19
0,11
0,24
0,12
0,00
0,40 0,19
Julho El Niño 0,15 0,15
0,08
0,08
0,00
0,15
0,27
0,15
0,15
0,23
0,08
0,30 0,22
La Niña
0,13 0,00
0,38
0,00
0,13
0,00
0,43
0,00
0,25
0,33
0,13
0,13 0,43
Neutros
0,24 0,12
0,21
0,12
0,06
0,11
0,19
0,22
0,22
0,31
0,11
0,19 0,14
Agosto El Niño 0,23 0,23
0,15
0,25
0,18
0,08
0,55
0,31
0,31
0,38
0,15
0,18 0,22
La Niña
0,38 0,25
0,13
0,25
0,25
0,13
0,29
0,38
0,38
0,13
0,29
0,38 0,13
Neutros
0,36 0,54
0,38
0,54
0,31
0,43
0,50
0,50
0,54
0,36
0,43
0,25 0,30
Setembro El Niño 0,31 0,23
0,08
0,08
0,27
0,07
0,08
0,21
0,14
0,25
0,07
0,25 0,10
La Niña
0,20 0,45
0,27
0,27
0,20
0,27
0,50
0,36
0,45
0,22
0,27
0,36 0,30
Neutros
0,14 0,08
0,17
0,08
0,25
0,21
0,17
0,14
0,08
0,21
0,14
0,14 0,40
Outubro El Niño 0,21 0,43
0,25
0,15
0,25
0,29
0,33
0,50
0,21
0,36
0,43
0,60 0,25
La Niña
0,50 0,36
0,36
0,45
0,20
0,45
0,44
0,73
0,36
0,27
0,18
0,45 0,11
Neutros
0,21 0,31
0,08
0,23
0,25
0,21
0,17
0,21
0,23
0,29
0,29
0,15 0,25
Novembro
El Niño 0,50 0,36
0,25
0,38
0,40
0,29
0,42
0,43
0,43
0,64
0,29
0,36 0,36
La Niña
0,36 0,36
0,55
0,18
0,33
0,36
0,44
0,36
0,36
0,36
0,27
0,70 0,22
Neutros
0,21 0,31
0,33
0,31
0,25
0,21
0,42
0,36
0,25
0,57
0,36
0,42 0,40
Dezembro
El Niño 0,15 0,29
0,21
0,29
0,18
0,21
0,42
0,23
0,43
0,43
0,43
0,27 0,18
La Niña
0,27 0,18
0,36
0,45
0,33
0,27
0,44
0,55
0,27
0,27
0,27
0,36 0,20
4.4.2.1.3 Número médio de ocorrências de mais de uma ondas de calor num
mesmo mês
A tab. 15 mostra os meros médios de mais de uma ocorrência de ondas de
calor num mesmo mês, durante os 39 anos analisados, para cada mês.
80
Em 67% dos meses (fevereiro, março, abril, maio, junho, agosto, setembro e
dezembro) ocorreram mais vezes duas ou mais ondas de calor, num mesmo mês,
para a maioria das estações, nos meses de El Niño. Em 25% dos meses (janeiro,
outubro e novembro) a ocorrência de mais de uma onda de calor, num mesmo mês,
na maioria das estações, foi maior em meses de neutros. Apenas em julho
(correspondente a 8% dos meses) o valor médio da ocorrência de mais de uma
onda de calor num mesmo mês ocorreu, na maioria das estações, nos meses de La
Niña.
Tabela 15 - Números médios de ocorrências mais de uma onda de calor, nos
respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos foram
agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,21
0,21
0,55
0,29
0,42
0,36
0,38
0,07
0,17
0,14
0,50
0,25
0,38
Janeiro El Niño 0,21
0,31
0,29
0,07
0,54
0,36
0,25
0,21
0,14
0,36
0,31
0,23
0,11
La Niña
0,27
0,27
0,27
0,18
0,33
0,18
0,18
0,30
0,09
0,18
0,30
0,36
0,11
Neutros
0,20 0,40
0,33
0,13
0,23
0,33
0,21
0,27
0,07
0,13
0,20
0,15 0,08
Fevereiro El Niño 0,36 0,23
0,21
0,21
0,54
0,29
0,25
0,33
0,43
0,21
0,36
0,31 0,22
La Niña
0,30 0,10
0,10
0,30
0,22
0,10
0,20
0,20
0,20
0,10
0,40
0,50 0,43
Neutros
0,31 0,38
0,21
0,44
0,33
0,50
0,33
0,33
0,29
0,19
0,25
0,33 0,29
Março El Niño 0,43 0,25
0,50
0,50
0,54
0,57
0,42
0,29
0,43
0,29
0,36
0,42 0,25
La Niña
0,22 0,22
0,22
0,22
0,25
0,13
0,33
0,22
0,22
0,33
0,22
0,11 0,14
Neutros
0,28 0,29
0,60
0,33
0,29
0,28
0,19
0,39
0,35
0,24
0,39
0,33 0,29
Abril El Niño 0,31 0,58
0,38
0,17
0,40
0,38
0,45
0,45
0,23
0,15
0,31
0,45 0,38
La Niña
0,38 0,25
0,29
0,25
0,13
0,25
0,13
0,25
0,25
0,13
0,13
0,13 0,29
Neutros
0,40 0,33
0,53
0,29
0,37
0,50
0,29
0,30
0,37
0,28
0,32
0,38 0,19
Maio El Niño 0,45 0,55
0,70
0,50
0,56
0,36
0,40
0,55
0,45
0,36
0,45
0,22 0,63
La Niña
0,38 0,50
0,13
0,14
0,13
0,14
0,13
0,38
0,13
0,13
0,25
0,25 0,33
Neutros
0,19 0,83
0,36
0,25
0,33
0,25
0,07
0,07
0,27
0,24
0,31
0,20 0,29
Junho El Niño 0,23 0,38
0,46
0,15
0,10
0,31
0,45
0,23
0,31
0,42
0,38
0,40 0,27
La Niña
0,33 0,25
0,11
0,17
0,22
0,11
0,13
0,22
0,33
0,22
0,22
0,11 0,43
Neutros
0,41 0,35
0,47
0,44
0,39
0,44
0,19
0,28
0,24
0,29
0,47
0,27 0,19
Julho El Niño 0,23 0,46
0,69
0,46
0,50
0,62
0,00
0,46
0,31
0,31
0,46
0,20 0,22
La Niña
0,25 0,50
0,38
0,57
0,50
0,38
0,29
0,25
0,25
0,33
0,38
0,25 0,29
Neutros
0,35 0,29
0,43
0,29
0,41
0,39
0,19
0,28
0,28
0,25
0,50
0,31 0,43
Agosto El Niño 0,38 0,38
0,46
0,42
0,55
0,54
0,18
0,23
0,23
0,38
0,54
0,27 0,22
La Niña
0,38 0,13
0,13
0,38
0,25
0,50
0,14
0,13
0,25
0,13
0,43
0,38 0,00
Neutros
0,14 0,15
0,23
0,00
0,23
0,14
0,17
0,00
0,00
0,00
0,21
0,25 0,00
Setembro El Niño 0,31 0,46
0,33
0,23
0,18
0,29
0,42
0,07
0,29
0,00
0,50
0,08 0,30
La Niña
0,20 0,36
0,18
0,09
0,20
0,27
0,10
0,09
0,00
0,11
0,27
0,18 0,20
Neutros
0,29 0,46
0,67
0,31
0,50
0,50
0,25
0,29
0,38
0,29
0,36
0,50 0,40
Outubro El Niño 0,29 0,29
0,25
0,23
0,33
0,21
0,17
0,21
0,29
0,21
0,36
0,20 0,08
La Niña
0,50 0,18
0,09
0,27
0,20
0,27
0,00
0,18
0,27
0,09
0,27
0,00 0,33
Neutros
0,50 0,31
0,42
0,23
0,25
0,29
0,33
0,29
0,31
0,14
0,36
0,54 0,25
Novembro
El Niño 0,07 0,14
0,25
0,08
0,40
0,21
0,00
0,00
0,00
0,07
0,00
0,09 0,18
La Niña
0,18 0,09
0,18
0,09
0,33
0,18
0,22
0,18
0,18
0,09
0,27
0,10 0,33
81
continua...
Neutros
0,50
0,31
0,42
0,31
0,33
0,43
0,33
0,21
0,25
0,07
0,36
0,17
0,20
Dezembro
El Niño 0,38
0,36
0,43
0,07
0,27
0,43
0,25
0,38
0,29
0,21
0,36
0,36
0,36
La Niña
0,36
0,18
0,36
0,18
0,33
0,27
0,33
0,18
0,36
0,27
0,18
0,27
0,30
4.4.2.1.4 Número médio de ondas de calor fortes
A tab. 16 mostra os números médios de ondas de calor fortes ocorridas,
durante os 39 anos analisados, para cada mês.
Em 58% dos meses (janeiro, abril, maio, agosto, outubro,novembro e
dezembro) os maiores valores médios do número de ondas de frio fortes ocorreram,
na maior parte das estações, em meses ditos neutros. Em 50% dos meses
(fevereiro, março, maio, junho, julho e setembro), os maiores valores ocorreram em
meses de El Niño, na maioria das estações. E em apenas 25% dos meses (maio,
setembro e dezembro), os maiores valores ocorreram mais em meses de La Niña.
É válido lembrar que, em alguns meses, os maiores valores (marcados em
laranja), aparecem repetidamente: Em setembro, esses valores aparecem tanto em
meses de El Niño como em meses de La Niña. Em dezembro, eles ocorrem em
meses de La Niña e neutros. no mês de maio, as maiores valores ocorreram, em
um mesmo número de estações, para os meses de El Niño, La Niña e neutros.
Tabela 16 - Valores médios dos números de ondas de calor fortes (5 dias) ocorridas,
nos respectivos meses, durante os 39 anos do estudo (1967-2005). Os 39 anos
foram agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.G. B.J. E.S. IRA. P.F. PEL.
PoA.
St.M.
St.V.
S.L. TOR.
URU.
Neutros
0,07 0,14
0,00
0,07
0,00
0,00
0,08
0,00
0,08
0,00
0,00
0,00 0,00
Janeiro El Niño 0,00 0,08
0,14
0,07
0,08
0,00
0,08
0,07
0,07
0,21
0,00
0,00 0,00
La Niña
0,00 0,09
0,09
0,00
0,11
0,09
0,00
0,10
0,00
0,00
0,10
0,00 0,00
Neutros
0,00 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,07
0,00
0,00 0,00
Fevereiro El Niño 0,07 0,00
0,00
0,07
0,00
0,14
0,08
0,00
0,07
0,00
0,00
0,08 0,22
La Niña
0,00 0,00
0,00
0,00
0,11
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,10
0,10 0,00
Neutros
0,06 0,06
0,00
0,06
0,00
0,06
0,13
0,00
0,14
0,06
0,00
0,08 0,00
Março El Niño 0,07 0,00
0,07
0,07
0,08
0,00
0,17
0,21
0,07
0,07
0,00
0,00 0,13
La Niña
0,00 0,00
0,00
0,11
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00 0,00
Neutros
0,00 0,06
0,07
0,11
0,00
0,06
0,00
0,06
0,06
0,00
0,00
0,00 0,00
Abril El Niño 0,00 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,09
0,00
0,00
0,08
0,00
0,00 0,25
La Niña
0,00 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00 0,14
Neutros
0,15 0,00
0,06
0,00
0,05
0,00
0,00
0,00
0,11
0,00
0,00
0,00 0,00
Maio El Niño 0,09 0,00
0,00
0,00
0,11
0,00
0,20
0,00
0,00
0,09
0,09
0,00 0,00
La Niña
0,00 0,13
0,00
0,14
0,13
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00 0,00
82
continua...
Neutros
0,00
0,06
0,00
0,00
0,00
0,13
0,07
0,07
0,07
0,00
0,06
0,13
0,00
Junho El Niño 0,08
0,00
0,00
0,15
0,00
0,00
0,09
0,23
0,15
0,08
0,00
0,00
0,00
La Niña
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,11
0,00
0,11
0,11
0,00
0,00
0,00
0,00
Neutros
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,11
0,06
0,12
0,00
0,07
0,06
Julho El Niño 0,15
0,08
0,08
0,23
0,00
0,00
0,00
0,23
0,00
0,23
0,15
0,00
0,00
La Niña
0,00
0,00
0,00
0,14
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Neutros
0,06
0,00
0,00
0,06
0,00
0,00
0,06
0,06
0,06
0,06
0,06
0,06
0,07
Agosto El Niño 0,08
0,00
0,00
0,00
0,09
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,15
0,09
0,11
La Niña
0,00
0,00
0,00
0,00
0,13
0,13
0,00
0,00
0,00
0,00
0,14
0,13
0,13
Neutros
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,08
0,00
0,07
0,08
0,10
Setembro El Niño 0,08
0,08
0,00
0,08
0,00
0,00
0,08
0,00
0,00
0,00
0,07
0,00
0,00
La Niña
0,00
0,00
0,09
0,00
0,00
0,00
0,10
0,00
0,09
0,11
0,00
0,00
0,00
Neutros
0,07
0,08
0,08
0,15
0,08
0,07
0,08
0,14
0,23
0,14
0,14
0,00
0,20
Outubro El Niño 0,08
0,07
0,00
0,08
0,08
0,07
0,00
0,07
0,14
0,07
0,07
0,00
0,17
La Niña
0,09
0,00
0,00
0,18
0,10
0,00
0,00
0,00
0,09
0,00
0,00
0,00
0,00
Neutros
0,07
0,15
0,25
0,23
0,00
0,07
0,08
0,21
0,08
0,14
0,07
0,08
0,25
Novembro
El Niño 0,07
0,07
0,00
0,00
0,10
0,14
0,00
0,07
0,07
0,00
0,07
0,00
0,00
La Niña
0,00
0,18
0,00
0,09
0,11
0,00
0,11
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,22
Neutros
0,00
0,00
0,17
0,00
0,17
0,07
0,00
0,07
0,00
0,00
0,07
0,00
0,00
Dezembro
El Niño 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,07
0,00
0,00
0,00
La Niña
0,00
0,00
0,00
0,09
0,00
0,00
0,22
0,09
0,00
0,09
0,00
0,00
0,00
4.4.2.2 Análise das ondas de calor por estações
4.4.2.2.1 Número médio do total de ondas de calor
Observando a tab. 13, nota-se que os maiores valores médios do número de
ondas de frio totais ocorrem mais vezes em meses de El Niño em Bagé, Bento
Gonçalves, Bom Jesus, Encruzilhada do Sul, Iraí, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa
Maria, Santa Vitória do Palmar, São Luiz Gonzaga e Uruguaiana (totalizando 85%
das estações). Para 77% das estações (Bagé, Bento Gonçalves, Encruzilhada do
Sul, Irai, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santa Vitória do Palmar, São Luiz
Gonzaga e Torres) os maiores valores ocorrem, para a maioria dos meses, em
meses neutros. E em 15% das estações (Bento Gonçalves e Uruguaiana, isso
ocorre nos anos de La Niña.
Importante observar que: as estações de Bagé, Encruzilhada, Irai, Passo
Fundo, Santa Maria, Santa Vitória do Palmar, São Luiz Gonzaga e Uruguaiana têm
os seus maiores valores ocorrendo, em sua maioria, tanto em meses de El Niño,
como em meses ditos neutros. Há, ainda, a estação de Bagé, onde os maiores
valores ocorrem, da mesma forma, em meses de El Niño, La Niña e neutros.
83
Os menores valores médios do número de ondas de frio totais ocorrem, na
maioria dos meses, em 100% das estações, quando La Niña. Ainda, nas
estações de Bagé e Uruguaiana (15% das estações), os menores valores ocorrem,
mais em meses neutros também. Para nenhuma estação, o menor valor ocorre mais
em meses de El Niño.
4.4.1.2.2 Número médio de não ocorrência de ondas de calor no mês
correspondente
Da tab. 14, observa-se que a ausência de ondas de calor num mês ocorre,
em 85% das estações (Bagé, Bento Gonçalves, Bom Jesus, Encruzilhada do Sul,
Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, São Luiz Gonzaga, Torres e
Uruguaiana), mais vezes em anos de La Niña. Essa ausência ocorre um pouco
menos em anos neutros, totalizando 23% das estações (Irai, Santa Vitória e Torres).
E apenas na estação de São Luiz Gonzaga, a ausência de ondas de frio se verifica,
para a maioria dos meses, em meses de El Niño, assim como La Niña, como foi
citado. Nota-se, também, que repetição na estação de Torres, onde os maiores
valores ocorrem tanto em anos Neutros como de La Niña.
4.4.2.2.3 Número médio de ocorrências de mais de uma onda de calor num
mesmo mês
A tab. 15 mostra que a ocorrência de mais de uma onda de calor num mesmo
mês é maior, para a maioria dos meses, em meses de El Niño, nas estações de
Bagé, Bento Gonçalves, Bom Jesus, Iraí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa
Maria, Santa Vitória do Palmar, São Luiz Gonzaga e Uruguaiana (85% do total de
estações). A ondas de calor repetem num mesmo mês, em 23% das estações
(Encruzilhada do Sul, Santa Maria e Uruguaiana), na maioria dos meses, mais em
meses de neutros. Apenas em Bagé e Uruguaiana (17% das estações) a ocorrência
de mais de uma onda é maior, em mais meses, nos meses de La Niña.
Na estação de Bagé, temos que esse valor é maior tanto em meses de La
Niña como em meses de El Niño; em Santa Maria, tanto em meses de El Niño como
84
em meses neutros; e em Uruguaiana, a situação é a mesma nos casos de meses de
El Niño, La Niña e neutros.
4.4.2.2.4 Número médio de ondas de calor fortes
A partir da tab. 16, nota-se que as ondas de calor fortes ocorrem, para a
maioria dos meses, em 62% das estações (Bento Gonçalves, Bom Jesus, Passo
Fundo, Porto Alegre, Santa Maria, o Luiz Gonzaga, Torres e Uruguaiana) mais
em meses neutros. Em 38% das estações (Bagé, Encruzilhada do Sul, Pelotas,
Santa Vitória do Palmar e São Luiz Gonzaga ) esses maiores valores ocorrem, na
maioria dos meses, mais em meses de El Niño. Apenas em Iraí (8% das estações)
isso ocorre mais em meses de La Niña.
Os resultados obtidos nos itens 4.4.1 e 4.4.2 para ondas de frio e calor
evidenciam que os eventos ENOS influenciam a sua ocorrência, de modo que, para
a maioria dos meses e estações meteorológicas, a ocorrência de La Niña faz
aumentar o número de ocorrências de ondas de frio no Rio Grande do Sul, enquanto
a ocorrência de El Niño faz diminuir. Esses resultados são coerentes com o
observado por Pittock (1980), Halpert e Ropelewski (apud BARROS E SCASSO,
1994) e Grimm e Togatliam (2002), citados no capítulo 2 deste trabalho.
4.4.3 Geada
Quanto a relação das geadas com os eventos El Niño e La Niña, foram feitos
dois comparativos: um quanto ao número médio total de geadas ocorridas nos
meses de junho, julho e agosto, e outro quanto ao número médio de geadas fortes,
para os mesmos meses. Dentro de cada um desses comparativos, faz-se uma
análise mensal.
As tab. 16 e 17 mostram o número médio de geadas e o número médio de
geadas fortes, respectivamente, para cada estação. As médias, mais uma vez,
foram calculadas separadamente, agrupando cada um dos meses em neutros, El
Niño e La Niña. Com a cor laranja foram marcados os maiores valores encontrados;
com verde, os menores.
85
4.4.3.1 Análise mensal do número total de geadas
Da tab. 17, nota-se que nos meses de junho e julho tem-se, para a maioria
das estações, um maior número de geadas nos meses de La Niña. Em junho, isso
também ocorreu em meses ditos neutros.
Em agosto esse quadro se modifica. Neste mês, o maior número de geadas
ocorre, para mais estações, em anos de El Niño.
o menor número de geadas ocorre, na maioria das estações: para junho,
mais em meses de El Niño; para julho, em meses neutros e para agosto, em meses
de La Niña.
Tabela 17 - Valores médios do número total de geadas ocorridas, nos
respectivos meses, durante os 30 anos do estudo (1967-1996). Os 30 anos foram
agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.J. E.S. IRA. P.F. PEL. PoA.
St.M.
St.V. S.L. TOR.
URU.
Neutros
7,21 5,33 3,54 2,08 6,91 4,57 1,29 4,21 5,92 4,69 0,93 6,231
Junho El Niño 5,33 3,78 2,67 2,22 5,33 3,56 1,00 3,56 4,56 2,75 0,00 3,75
La Niña
6,14 5,57 4,86 3,14 8,25 5,14 2,43 3,86 4,71 3,71 0,71 4,333
Neutros
5,53 5,15 2,60 2,67 5,58 3,73 0,87 2,80 4,57 4,47 0,60 4,286
Julho El Niño 6,10 4,70 3,44 1,60 5,78 3,60 1,10 3,60 4,80 4,20 0,67 5,444
La Niña
7,00 5,00 4,60 3,00 4,00 4,00 1,60 4,00 4,00 4,50 0,80 4,75
Neutros
4,33 4,77 1,93 1,53 3,67 2,33 1,07 2,07 3,20 2,21 0,13 2,846
Agosto El Niño 4,10 3,90 2,30 1,10 4,13 3,70 0,70 2,40 3,78 2,60 0,33 3,375
La Niña
4,00 2,40 1,80 1,00 5,00 2,20 0,20 1,60 1,80 1,40 0,00 2,6
4.4.3.2 Análise mensal do número de geadas fortes
A partir da tab. 18, com a média de geadas fortes, observa-se os mesmos
resultados obtidos da tabela 16, para o número médio do total de geadas.
Novamente os meses de junho e julho apresentaram, para a maioria das estações,
um maior número de geadas nos meses de La Niña, em junho, isso também ocorreu
em meses ditos neutros e em agosto, o maior número de geadas ocorre, para mais
estações, em anos de El Niño.
Essa concordância de resultados também é observada quanto ao menor
número de geadas fortes. Um menor número desse tipo de geadas ocorre, na
maioria das estações: para junho, mais em meses de El Niño; para julho, em meses
neutros e para agosto, em meses de La Niña.
86
Tabela 18 - Valores médios do número total de geadas fortes ocorridas, nos
respectivos meses, durante os 30 anos do estudo (1967-1996). Os 30 anos foram
agrupados em 3: Neutros, El Niño e La Niña.
BAG.
B.J. E.S. IRA. P.F. PEL. PoA.
St.M.
St.V. S.L. TOR.
URU.
Neutros
3,29 1,75 1,62 0,85 1,73 1,86 0,79 1,57 3,15 2,85 0,64 1,77
Junho El Niño 2,67 1,78 1,11 1,00 0,56 1,67 0,22 2,22 2,56 1,88 0,00 1,50
La Niña
2,57 4,14 2,00 1,29 0,25 1,86 1,71 1,86 2,29 2,57 0,14 2,83
Neutros
2,53 2,15 0,53 1,13 0,42 1,20 0,60 1,07 2,29 2,20 0,33 1,79
Julho El Niño 2,90 1,60 1,56 0,40 0,44 1,50 0,20 1,30 2,20 3,00 0,33 2,44
La Niña
3,60 2,20 2,20 1,00 1,00 1,20 1,00 1,20 1,40 2,75 0,40 1,75
Neutros
2,20 2,69 0,79 0,60 1,08 1,27 0,47 0,93 1,73 0,93 0,13 1,33
Agosto El Niño 2,70 2,10 1,30 0,80 0,38 1,20 0,60 1,10 2,44 2,20 0,22 2,00
La Niña
3,40 1,20 1,40 0,20 0,33 1,20 0,00 0,60 1,20 0,80 0,00 2,25
Esses resultados reforçam aqueles obtidos por Müller (2006) para os meses
de junho e julho, mas não para o mês de agosto. É valido salientar aqui também os
resultados obtidos no item 4.3.4.1 deste trabalho. Neste, a ocorrência de geadas
está correlacionada positivamente com o número de ondas de frio (que, por ventura,
está relacionada diretamente com o evento La Niña segundo resultados do item
4.4.1) e negativamente com ondas de calor (relacionadas diretamente com eventos
El Niño, de acordo com o item 4.4.2) com grau de significância a 1% apenas para os
meses de junho e julho.
De acordo com as expectativas iniciais na realização deste trabalho, foram
surpreendentes, no mínimo, dois resultados: primeiramente, o fato de que, enquanto
as ondas de frio apresentaram comportamento senoidal no decorrer do ano,
havendo uma homogeneidade quanto à ocorrência destas no Estado; as ondas de
calor ocorrem mais no período mais frio do ano com distribuição heterogênea. A
outra surpresa foi quanto a relação dos eventos ENOS e as geadas no mês de
agosto, pois há uma inversão do que é o esperado: mais geadas em meses de La
Niña.
Sugere-se, para trabalhos futuros nesta área, que se utilize as classificações
feitas aqui quanto à amplitude térmica da onda para relacioná-las com os eventos
ENOS, assim como foi feito quanto à intensidade das ondas. A análise de
compostos pode ser realizada considerando-se as fases dos eventos ENOS. Pode-
se averiguar a relação da ocorrência de geadas e ondas de frio com eventos
87
sinóticos. Outra possibilidade seria fazer um estudo sobre a tendência de ocorrência
das ondas de frio e calor para o Rio Grande do Sul. Interessante, também, seria
investigar as relações de ENOS com as anomalias de TSM do Atlântico Sul e suas
influências nas ondas de frio e calor, observando se existe um efeito construtivo ou
destrutivo destas anomalias de TSM sobre os eventos ENOS. Outra idéia consiste
em observar os efeitos do AOI (Índice de Oscilação de Antártica) na ocorrência de
ondas de frio e calor no Rio Grande do Sul.
88
5 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos permitem concluir que:
Quanto à distribuição geral das temperaturas máximas no Rio Grande do Sul,
uma zona de temperaturas mais altas ao norte do Estado (estação de Iraí) que
avança a o oeste (Uruguaiana) durante os meses mais quentes. Existe uma
região, durante todo o ano, sempre com temperaturas mais baixas em torno de Bom
Jesus, estação de maior altitude. Há, também, a formação de outra zona mais fria,
no sul do Estado, nos meses mais frios do ano (junho, julho e agosto).
com relação à distribuição geral das temperaturas nimas, o litoral norte
do Estado apresenta-se como uma região sempre com temperaturas mais altas. No
noroeste, também ocorrem altas temperaturas, porém apenas nos meses de verão.
a zona em torno de Bom Jesus é mais fria que o restante do Estado,
independente do mês.
O número médio das ondas de frio tem um comportamento senoidal, sendo
maior nos meses de frio e menor nos meses quentes. Há uma homogeneidade
quanto à ocorrência de ondas de frio no Estado. A única estação onde há, em
comparação com as demais, um menor número de ondas de frio é Uruguaiana, que
localiza-se em uma região, em geral, mais quente do Estado e sofre o efeito da
continentalidade.
As ondas de calor ocorrem mais no período mais frio do ano, quando a
atmosfera está mais instável e sujeita às mudanças de temperatura. as estações
com menos incidência são as que estão localizadas na parte litorânea. Destas, as
localizadas mais ao sul do são justamente as que têm menor ocorrência de ondas
de calor registradas.
89
As ondas de frio (de 5 dias) ocorrem mais, para a maioria das estações, nos
períodos mais frios do ano. Já as ondas de frio mais extensas ocorrem, na maioria
das estações, nos meses mais quentes.
É bem variável a distribuição do maior número de ondas de calor de pouca
duração (5 dias) no Estado, quanto ao mês em que ocorrem. Mas para a maioria das
estações (38%) mais ondas de calor de 5 dias ocorrem em outubro. os meses de
fevereiro, março, maio e agosto o aqueles em que ocorrem mais ondas de calor
extensas, dependendo da estação meteorológica.
uma correlação positiva significativa do número médio de geadas com o
número médio de ondas de frio e uma negativa com o número médio de ondas de
calor nos meses de junho e julho. Essas correlações não o significativas no mês
de agosto.
Em todos os meses analisados (junho, julho e agosto) a estação de Bagé é a
que apresenta maior número de geadas. Esse número também é alto para
Uruguaiana, Santa Maria e Pelotas. As estações de Irai, Porto Alegre e Torres
aparecem como aquelas com menor ocorrência de geadas, para todos os meses.
Para a maioria dos meses, ocorrem mais ondas de frio quando há La Niña e
menos quando há El Niño. Os maiores valores de não ocorrência média de ondas de
frio ocorreram nos meses de El Niño. Mais ondas fortes ocorreram em meses de La
Niña, mas foram nos meses ditos neutros que ocorreram mais vezes duas ou mais
ondas de frio, num mesmo mês. A única estação na qual todos os itens indicam
aumento de ondas de frio em meses de La Niña e diminuição nos meses de El Niño
foi a estação de Encruzilhada do Sul, o que indica maior influência destes
fenômenos nesta estação do Estado.
Na maioria dos meses, maior ocorrência de ondas de calor nos meses de
El Niño e menor nos meses de La Niña. Os maiores valores de não ocorrência
média de ondas de calor ocorreram mais nos meses de La Niña. Mais de duas
ondas de calor, num mesmo mês, ocorreram mais em meses de El Niño, porém,
houveram mais ondas de calor fortes nos meses neutros. As estações de Bagé e
São Luiz Gonzaga foram aquelas que indicaram, para todos os itens, aumento de
ondas de calor em meses de El Niño e diminuição em meses de La Niña.
90
Tanto em relação ao número total de geadas como ao número de geadas
fortes, os meses de junho e julho apresentaram maiores valores nos meses de La
Niña. Em junho, isso também ocorreu em meses ditos neutros e em agosto, o maior
número de geadas ocorre em anos de El Niño. Um menor número tanto de geadas
totais como de geadas fortes ocorre, na maioria das estações, mais em meses de El
Niño para junho, em meses neutros para julho e para agosto, em meses de La Niña.
91
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1999.
95
APÊNDICES
96
APÊNDICE A - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Janeiro
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A >(°C)
Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1982 -5,18 -7,36 Moderada Forte
Bento
Gonçalves
1969
1975
1979
2004
-7,63
-4,80
-5,63
-6,04
-7,67
-6,53
-8,57
-7,19
Alta
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Bom Jesus 1970
1979
1982
-5,15
-8,74
-4,20
-6,24
-9,73
-6,27
Moderada
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada
do Sul
1969
1980
-4,75
-7,49
-6,69
-8,13
Moderada
Alta
Forte
Forte
Irai 1980 -7,01 -8,64 Alta Forte
Passo Fundo 1979
1982
2004
-5,97
-3,33
-4,65
-6,57
-5,77
-6,74
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Pelotas - - - - - - -
Porto Alegre - - - - - - -
Santa Maria 1988
1994
-7,40
-7,05
-8,05
-8,5
Alta
Moderada
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1973
1979
1980
1982
1982
-6,13
-6,12
-6,59
-5,67
-6
-7,66
-7,96
-7,65
-7,72
-7,47
Moderada
Moderada
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1968
1975
1992
-6,35
-8,81
-9,49
-7,65
-9,1
-10,49
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Torres 1993
1994
2004
2005
-4,59
-5,34
-5,93
-6,27
-5,07
-6,27
-6,73
-6,34
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Uruguaiana - - - - - - -
97
APÊNDICE B - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Fevereiro
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1971
1975
-10,26
-8,36
-10,38
-8,98
Alta
Alta
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1971
1990
1996
-6,30
-5,50
-6,21
-9,07
-5,57
-6,83
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Bom Jesus 1971 -6,19 -7,7 Alta Forte
Encruzilhada
do Sul
1971
1996
-9,33
-7,93
-10,42
-8,14
Alta
Alta
Forte
Forte
Irai - - - - -
- -
Passo Fundo 1971
1972
1996
1998
-7,97
-5,95
-8,09
-5,26
-10,06
-6,34
-9,02
-7,62
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Pelotas 1976
1987
1989
1991
2002
-5,63
-6,68
-2,29
-5,08
-6,60
-7
-8
-8,38
-7,4
-7,07
Moderada
Alta
Baixa
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Porto Alegre 1971
1991
1996
1998
-3,86
-5,33
-7,83
-5,54
-5,64
-5,84
-8,15
-6,74
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1971
1993
2002
-8,90
-14,35
-8,55
-10,4
-8,65
-9,05
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1967
1968
1969
1975
2005
-7,01
-4,21
-7,93
-7,1
-8,19
-8,47
-7,4
-8,66
-7,17
-8,49
Alta
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1969
1971
1976
1983
1991
-6,66
-8,37
-5,75
-5,45
-4,75
-7,95
-10,69
-7,49
-6,77
-6,75
Alta
Alta
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Torres 1971
1996
-3,41
-5,80
-5,00
-5,89
Moderada
Alta
Forte
Forte
Uruguaiana 1987 -7,2 -9 Moderada Forte
98
APÊNDICE C - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Março
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A(°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1977
1978
-6,29
-7,25
-7,78
-10,95
Moderada
Alta
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus - - - - - - -
Encruzilhada
do Sul
1971
1986
-5,53
-5,03
-6,73
-6,03
Alta
Moderada
Forte
Forte
Irai 1968
1972
1995
-7,54
-5,53
-5,89
-8,34
-8,43
-6,53
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Passo Fundo 1972 -6,8 -7,44
Alta Forte
Pelotas 1971
1983
2005
-7,27
-5,11
-4,06
-7,65
-7,64
-6,61
Baixa
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Porto Alegre 1990 -7,35 -8,4 Alta Forte
Santa Maria 1982
1983
-10
-6,8
-11,6
-9,9
Alta
Alta
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1990
1993
1994
-7,73
-6,64
-7,42
-8,47
-6,83
-7,79
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1982 -8,16 -8,72 Alta Forte
Torres - - - - - - -
Uruguaiana 1987 -9,3 -11,65 Alta Forte
99
APÊNDICE D - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Abril
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A(°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1970
1973
-3,89
-3,07
-7,78
-10,95
Moderada
Alta
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1977
1980
1984
-6,59
-7,73
-4,50
-8,83
-8,96
-8,95
Moderada
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Bom Jesus 1980
1986
1991
-10,82
-10
-9,78
-11,12
-10,32
-10,51
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada
do Sul
1996 -7,57 -8,31 Alta
Forte
Irai 1980 -9,65 -10,25 Alta
Forte
Passo Fundo 1980
1991
1996
-9,78
-9,24
-6,75
-10,11
-9,41
-8,93
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Pelotas 1969
1971
1971
1979
1979
1980
1991
-6,26
-3,56
-2,4
-1,78
-2,27
-6,26
-5,94
-8,77
-3,88
-3,78
-1,8
-3,92
-8,88
-7,8
Alta
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Alta
Moderada
Forte
Fraca
Fraca
Fraca
Fraca
Forte
Forte
Porto Alegre 1977
1980
1991
-7,64
-7,57
-6,76
-7,82
-8,09
-8,56
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Santa Maria - - - - - -
-
Santa Vitória
do Palmar
- - - - - -
-
São Luiz
Gonzaga
1986
1995
-9,49
-7,78
-9,5
-8,59
Alta
Moderada
Forte
Forte
Torres 1997 -5,62 -7,59 Moderada
Forte
Uruguaiana 1973 -9,15 -12,1 Moderada
Forte
100
APÊNDICE E - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Maio
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1987
1993
-7
-6,59
-10,36
-9,31
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus 1993 -11,14 -11,22 1° Alta Forte
Encruzilhada
do Sul
1985
1987
1993
-5,95
-9,42
-8,62
-8,92
-10,39
-9,62
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Irai - - - - - - -
Passo Fundo 1968 -9,33 -10,41 Alta Forte
Pelotas 1976 -7,39 -7,77 Alta Forte
Porto Alegre 1987 -7,19 -10,43 Alta Forte
Santa Maria 1982
2004
-9,6
-8,7
-14,65
-13,55
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1971 -7,08 -10,37 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1985 -4,73 -10,17 Moderada Forte
Torres 1987
1992
-5,83
-4,89
-9,39
-7,19
Alta
Moderada
Forte
Forte
Uruguaiana 1977
1993
2004
-10,75
-9,85
-7,45
-12,65
-12,1
-11,95
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
101
APÊNDICE F - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Junho
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1997 -8,66 -10,15 Alta Forte
Bento
Gonçalves
1974
1984
1996
-11,00
-9,86
-9,04
-12,82
-10,28
-11,06
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Bom Jesus 1979
1980
1987
2004
-10,06
-10,38
-9,32
-10,69
-11,27
-12,62
-10,34
-11,04
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada 1973
1984
-8,63
-6,9
-8,86
-9,79
Alta
Moderada
Forte
Forte
Irai 1974 -11,94 -12,1 Alta Forte
Passo Fundo 1980 -9,02 -11,8 Alta Forte
Pelotas 1996 -7,27 -10,7 Moderada Forte
Porto Alegre 1974
2004
-10,88
-4,85
-11,28
-7,97
Alta
Moderada
Forte
Forte
Santa Maria 1997
2000
-16,6
-15,1
-16,8
-17,8
Alta
Alta
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1989 -4,99 -7,96 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1978
1979
1984
2002
-4,51
-9,81
-7,53
-6,26
-10,36
-12,04
-10,82
-12
Baixa
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Torres 1980
1988
1996
2004
-5,04
-6,75
-5,80
-7,18
-8,71
-9,35
-8,31
-8,56
Moderada
Alta
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Uruguaiana 1986
1994
1997
-14,5
-7,75
-9
-14,6
-12,95
-13,55
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
102
APÊNDICE G - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Julho
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1975
1980
1991
2000
2001
-11
-9,38
-5,56
-9,08
-8,92
-11,16
-10,45
-9,92
-10,12
-9,31
Alta
Alta
Baixa
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1996 -8,63 -9,98 Alta Forte
Bom Jesus 1980
1986
-9,46
-9,1
-10,42
-9,72
Alta
Alta
Forte
Forte
Encruzilhada
do Sul
1980
1988
2001
-9,7
-6,23
-9,15
-11,08
-8,79
-9,58
Alta
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Irai 1988
1991
2003
-12,03
-9,43
-4,09
-12,06
-9,79
-9,65
Alta
Alta
Baixa
Forte
Forte
Forte
Passo Fundo 1980
2003
-8,5
-7,21
-11,22
-10,58
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Pelotas 1976
1987
-7,64
-7,89
-8,95
-8,63
Alta
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre - - - - - - -
Santa Maria 1992
1996
-15,4
-17,3
-16,3
-19,6
Moderada
Alta
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1997 -5,07 -7,89 Moderada Forte
São Luiz
Gonzaga
1980
1980
1991
-8,79
-11,08
-8,82
-11,75
-12,64
-11,41
Moderada
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Torres 1992
2003
2004
-7,89
-6,83
-6,25
-8,24
-7,71
-8,01
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Uruguaiana 1976
1976
1976
1988
1997
-10,9
-10,65
-10,7
-10,4
-14
-12,65
-11,65
-11,85
-12
-14,05
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
103
APÊNDICE H - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Agosto
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C)
Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1999
2000
-6,33
-8,81
-9,19
-9,62
Moderada
Baixa
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1970 -8,88 -11,40 Alta Forte
Bom Jesus 1989
1991
1992
1999
2000
2000
-8,7
-5,83
-4,57
-10,27
-9,01
-9,43
-9,73
-12,42
-10,57
-11,17
-9,9
-10,8
Moderada
Moderada
Baixa
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada do
Sul
1999
2000
-7,82
-6,91
-10,21
-8,68
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Iraí 1972 -9,51 -10,38 Alta Forte
Passo Fundo 2004 -7,4 -9,4 Moderada Forte
Pelotas 1971
1977
-7,44
-8,29
-7,81
-10,01
Alta
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre 1972
1990
1991
1993
2000
2000
-5,22
-10,91
-8,95
-4,95
-6,4
-6,58
-7,63
-11,16
-9,38
-9,58
-8,31
-7,14
Moderada
Alta
Alta
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1989
1993
1995
1999
2003
-11,1
-12,2
-11,5
-12,6
-10,3
-12,25
-14,65
-13,85
-14,05
-12,6
Alta
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória do
Palmar
1990 -8,02 -9,71 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1992 -9,71 -11,36 Alta Forte
Torres 2000 -4,01 -7,15 Moderada Forte
Uruguaiana 1983
1992
-10,95
-13,45
-12,2
-13,8
Alta
Alta
Forte
Forte
104
APÊNDICE I - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e 2005
para o mês de Setembro
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1992 -8,06 -9,74 Alta Forte
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus 1980 -10,99 -11,25 Alta Forte
Encruzilhada do
Sul
1995
1996
-8,77
-7,92
-9,15
-8,65
Alta
Alta
Forte
Forte
Irai 2001 -7,9 -10,21 Moderada Forte
Passo Fundo 1990
2001
2002
-7,01
-6,79
-9,29
-9,19
-8,87
-10,21
Moderada
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Pelotas - - - - - - -
Porto Alegre 1986 -7,64 -8,29 Alta Forte
Santa Maria 1968
1984
1990
-9,5
-9,4
-9,4
-11,9
-11,5
-12
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória do
Palmar
1975 -7,97 -8,06 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1980
1992
-9,89
-7,69
-10,27
-10,42
Alta
Moderada
Forte
Forte
Torres 1980
1996
-5,99
-5,92
-7,79
-7,89
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Uruguaiana 1973
1979
2002
2003
-6,7
-9,05
-9,4
-9,55
-9,6
-10,15
-9,65
-11,3
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
105
APÊNDICE J - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e 2005
para o mês de Outubro
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C)
Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1983
1995
1999
-7,23
-6,74
-11,62
-10,10
-9,07
-11,71
Moderada
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1973 -7,19 2° -7,77 Moderada Forte
Bom Jesus 1999 -10,08 -11,05 Alta Forte
Encruzilhada 1971
1972
1999
-5,49
-6,68
-10,85
-8,82
-7,03
-11,26
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Irai 1989 -8,14 1° -8,91 Alta Forte
Passo Fundo 1971
1999
-7,91
-9
-8,94
-9,64
Alta
Alta
Forte
Forte
Pelotas 1976
1983
1983
1986
1992
1999
-9,74
-9,05
-8,7
-6,7
-6,87
-6,85
-10,55
-9,11
-9,92
-8,92
-8,41
-9,86
Alta
Alta
Alta
Moderada
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Porto Alegre 1971
1976
1994
-7,02
-6,51
-5,47
-7,74
-7,48
-7,41
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1999
2003
2004
-5,9
-10,9
-7,9
-12,4
-11,4
-11,4
Baixa
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória do
Palmar
1976
1990
2004
-8,39
-8,23
-6,47
-8,93
-9,02
-7,79
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1971
1983
1999
-8,13
-9,4
-12,82
-10,94
-10,74
-12,95
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Torres 1976
1987
-4,93
-7,06
-6,74
-7,36
Moderada
Alta
Forte
Forte
Uruguaiana 1974
1974
-8,6
-6,55
-10,9
-8,8
Alta
Moderada
Forte
Forte
106
APÊNDICE K - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Novembro
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C)
Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1976
1978
1986
-7,95
-8,03
-7,52
-8,58
-8,29
-8,37
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1978 -7,25 -7,54 Alta Forte
Bom Jesus 1978
1992
1999
2000
-6,85
-8,23
-7,93
-7,87
-7,71
-8,71
-8,29
-7,98
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada 1979
1983
1986
2000
-6,86
-8,58
-7,13
-6,36
-7,64
-8,67
-9,34
-9,3
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Irai 1988 -3,04 -8,66 Baixa Forte
Passo Fundo 1978
1979
2000
-6,94
-6,97
-8,34
-6,98
-9,37
-8,6
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Pelotas 1971
1974
1978
-6,6
-5,81
-5,25
-8,42
-7,7
-7,99
Alta
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Porto Alegre 1974
1983
2000
2003
-6,43
-4,81
-7,09
-6,28
-6,83
-6,37
-7,23
-6,48
Alta
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1970
1978
1992
1992
1996
-13,1
-8,8
-9
-7,8
-9,1
-13,3
-10,2
-9,7
-8,9
-9,8
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
2000 -7,65 -8,22 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1979
2000
-8,67
-8,92
-10,70
-11,41
Alta
Alta
Forte
Forte
Torres 1970
1992
-5,84
-4,90
-7,16
-5,29
Alta
Alta
Forte
Forte
Uruguaiana - - - - - - -
107
APÊNDICE L - Classificação das ondas de frio de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Dezembro
Onda de Frio (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1971
1972
1984
2005
-10,48
-7,65
-7,28
-8,11
-12,17
-7,78
-7,66
-8,89
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus 1975
1984
-6,04
-7,35
-6,25
-7,36
Alta
Alta
Forte
Forte
Encruzilhada
do Sul
1971
1972
1974
1990
-3,59
-3,92
-4
-6,97
-6,1
-6,11
-6,51
-7,21
Moderada
Moderada
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Irai 1971
1987
-10,88
-6,76
-11,76
-6,77
Alta
Alta
Forte
Forte
Passo Fundo 1971
1972
1976
1976
1990
-5,76
-5,37
-6,28
-6
-4,77
-6,06
-6,9
-6,51
-6,71
-5,89
Alta
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Pelotas 1971 -5,75 -6,93 Alta Forte
Porto Alegre 1985
1995
2003
-4,28
-6,18
-5,13
-5,18
-6,36
-5,43
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1998 -6,6 -8,4 Moderada Forte
Santa Vitória
do Palmar
1971
1976
1984
2005
-8,77
-8,52
-8,78
-8,19
-9,3
-9,44
-9,07
-8,87
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1969
1971
1972
-6,37
-5,88
-7,6
-6,67
-6,65
-7,87
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Torres 1976 -5,45 -5,56 Alta Forte
Uruguaiana 1971 -8,25 -8,5 Alta Forte
108
APÊNDICE M - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Janeiro
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A
(°C)
Quartil A >(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1982 5,64 7,8 Moderada Forte
Bento
Gonçalves
1971
1978
1986
1991
5,23
4,07
8,56
5,78
5,44
6,21
8,88
6,85
Alta
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Bom Jesus 1973
1995
1996
3,96
4,78
4,99
5,38
6,82
7,22
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada
do Sul
1983
1991
5,49
4,91
6,01
6,31
Alta
Alta
Forte
Forte
Irai 1978
2001
2,68
3,28
4,56
4,79
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Passo Fundo 1972 5,25 5,35 Alta Forte
Pelotas 1973
1984
5,55
7,04
7,6
7,77
Moderada
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre 1995
1996
5,53
5,17
6,72
6,43
Alta
Alta
Forte
Forte
Santa Maria 1991
1995
4,24
5,98
5,93
6,61
Moderada
Alta
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1969
1978
1995
7,5
5,37
6,52
8,7
7,18
7,41
Alta
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1996 5,3 6,58 Alta Forte
Torres - - - - - - -
Uruguaiana - - - - - - -
109
APÊNDICE N - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Fevereiro
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1980 6,61 6,65 Alta Forte
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus - - - - - - -
Encruzilhada do
Sul
1970 5,42 6,51 Alta Forte
Irai 1971 2,64 4,67 Moderada Forte
Passo Fundo 1970
1973
6,45
1,48
6,62
5,32
Alta
Baixa
Forte
Forte
Pelotas 1977 6,09 7,75 Alta Forte
Porto Alegre - - - - - - -
Santa Maria 1980 6,43 6,99 Alta Forte
Santa Vitória do
Palmar
1972 5,83 7,64 Moderada Forte
São Luiz
Gonzaga
1999 4,87 5,13 Alta Forte
Torres 1987
1989
4,38
4,14
4,7
4,86
Alta
Alta
Forte
Forte
Uruguaiana 1980
1980
5,97
1,7
7,01
6,63
Alta
Baixa
Forte
Forte
110
APÊNDICE O - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Março
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A(°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 2002
2005
6,58
4,73
6,65
6,92
Alta
Moderada
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1972 4,09 6,04 Moderada Forte
Bom Jesus 1992 4,82 5,14 Alta Forte
Encruzilhada
do Sul
1989
2001
2003
3,89
3,83
5,21
6,01
6,35
7,09
Moderada
Moderada
Baixa
Forte
Forte
Forte
Irai 2005 3,22 5,56 Moderada Forte
Passo Fundo 2002 3,2 5,02 Moderada Forte
Pelotas 1995
1995
2002
2002
3,31
5,96
7,58
6,87
5,77
6,23
8,54
8,35
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Porto Alegre 1987
1992
1995
7,64
4,31
5,04
7,92
6,2
6,38
Alta
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1982
2001
2005
6,13
2,55
5,44
6,25
6,61
6,36
Alta
Baixa
Moderada
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1981
2005
5,59
6,66
5,63
7,34
Alta
Alta
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
- - - - - - -
Torres 1997 5,59 6,33 Alta Forte
Uruguaiana 1977 5,67 6,91 Moderada Forte
111
APÊNDICE P - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Abril.
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A(°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé - - - - - - -
Bento
Gonçalves
1994 4,45 7,18 Moderada Forte
Bom Jesus 1994 2,56 6,91 Baixa Forte
Encruzilhada
do Sul
1973
1988
6,68
6,61
8,31
7,32
Alta
Alta
Forte
Forte
Irai - - - - - - -
Passo Fundo 1994 2,99 7,26 Moderada Forte
Pelotas 1987 6,98 7,08 Alta Forte
Porto Alegre 1990 5,66 6,54 Alta Forte
Santa Maria 2004 1,55 9,47 Baixa Forte
Santa Vitória
do Palmar
1997 6,96 7,07 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
- - - - - - -
Torres - - - - - - -
Uruguaiana 1999 6,75 8,29 Moderada Forte
112
APÊNDICE Q - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Maio
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1972
1980
1981
2001
6,94
4,19
6,85
6,01
9,03
9,46
8,93
9,83
Moderada
Baixa
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1974 3,81 8,00 Moderada Forte
Bom Jesus 2005 4,18 6,97 Moderada Forte
Encruzilhada
do Sul
1974 6,8 7,22 Alta Forte
Irai 1974
1984
1993
7,94
4,1
8,06
9,46
8,01
8,27
Alta
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Passo Fundo - - - - - - -
Pelotas 1982
1991
9,52
9,83
9,87
9,95
Alta
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre - - - -
-
- -
Santa Maria 1984
2005
7,03
7,38
9,44
9,25
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1991 8,43 9,44 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1993 7,88 7,94 Alta Forte
Torres - - - - - - -
Uruguaiana - - - - - - -
113
APÊNDICE R - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Junho
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1972 7,89 8,94 Moderada Forte
Bento
Gonçalves
1995 4,26 7,74 Moderada Forte
Bom Jesus - - - - - - -
Encruzilhada 1992
1997
3,51
7,75
9,62
7,81
Baixa
Alta
Forte
Forte
Irai 1995
1999
2001
8,93
6,78
2,16
9,9
8,79
9,23
Alta
Moderada
Baixa
Forte
Forte
Forte
Passo Fundo - - - - - - -
Pelotas 1969
1980
9,54
9,05
10,56
10,11
Alta
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre 1969
1992
1995
1997
2000
9,31
9,62
9,1
9,28
5,75
9,88
11,63
10,68
10,12
10,54
Alta
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1972
1992
1995
2000
7,61
10,26
9,79
9,62
10,1
11,31
10,84
10,75
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1972 5,97 7,3 4° Moderada Forte
São Luiz
Gonzaga
1995 5,14 8,27 Moderada Forte
Torres 1970
1976
8,81
9,83
10,19
11,53
Moderada
Alta
Forte
Forte
Uruguaiana - - - - - - -
114
APÊNDICE S - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Julho
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1987
1997
10,27
6,51
10,51
9,85
Alta
Moderada
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1987 6,04 8,40 Moderada Forte
Bom Jesus 1993 2,62 7,82 Baixa Forte
Encruzilhada
do Sul
1977
1988
1991
1997
7,23
8,74
7,23
5,7
9,76
8,88
9,51
8,77
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Irai - - - - - - -
Passo Fundo - - - - - - -
Pelotas - - - - - - -
Porto Alegre 1967
1969
1977
1984
1991
9,47
10,44
10,3
10,6
11,53
10,38
10,59
11,61
10,87
11,66
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1984 9,75 10,37 Alta Forte
Santa Vitória
do Palmar
1969
1979
1989
1991
1994
8,24
6,43
6,97
8,28
8,11
9,08
11,99
10,62
8,96
10,15
Alta
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1969
1991
7,48
7,24
9,18
8,87
Alta
Moderada
Forte
Forte
Torres 1984 7,96 10,24 Alta Forte
Uruguaiana 2001 5,29 9,48 Baixa Forte
115
APÊNDICE T - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Agosto
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1986
2003
8,83
7,36
10,29
10,6
Alta
Moderada
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus - - - - - - -
Encruzilhada
do Sul
2003 7,04 -9,33 Moderada Forte
Irai 1987
1999
8,54
9,58
9,16
10,86
Alta
Alta
Forte
Forte
Passo Fundo 1988 8,18 8,48 Alta Forte
Pelotas 1974 12,76 12,89 Alta Forte
Porto Alegre 1967 10,1 11,03 Alta Forte
Santa Maria 2003 8,28 12,53 Moderada Forte
Santa Vitória
do Palmar
1990 5,95 9,18 Moderada Forte
São Luiz
Gonzaga
1994
2000
2003
2004
8,57
8,53
8,59
7,71
8,77
8,79
9,73
8,89
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Torres 1975
1979
1986
8,11
7,17
10,58
8,4
8,24
10,72
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Uruguaiana 1975
2004
2005
9,92
7,37
1,96
10,03
9,87
10,53
4°°
Alta
Moderada
Baixa
Forte
Forte
Forte
116
APÊNDICE U - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Setembro
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1982 7,57 9,76 Moderada Forte
Bento
Gonçalves
1991 5,84 9,64 Moderada Forte
Bom Jesus 1988 10,13 10,36 Alta Forte
Encruzilhada
do Sul
2004 7,3 12,08 Alta Forte
Irai - - - - - - -
Passo Fundo - -
-
- - - -
Pelotas 1982
1995
10,92
11,03
11,11
11,94
Alta
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre - - - - - - -
Santa Maria 1974
1981
9,34
12,5
12,02
12,77
Alta
Alta
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1995 9,28 11,15 Alta Forte
São Luiz
Gonzaga
1982
1996
7,57
7
10,04
9,94
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Torres 1979 4,35 6,14 Moderada Forte
Uruguaiana 1981 10,45 10,82 Alta Forte
117
APÊNDICE V - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Outubro
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1984
1991
2003
6,5
8,12
8,67
8,78
10,69
10,46
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1985
1991
8,85
6,74
10,02
9,82
Alta
Alta
Forte
Forte
Bom Jesus 2003 6,72 8,01 Alta Forte
Encruzilhada 1984
1985
1991
1998
2003
7,25
9,78
5,74
5,97
7,98
9,31
9,91
8,73
7,83
9,58
Alta
Alta
Moderada
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Irai 1978
1984
1991
5,85
6,92
4,63
7,48
8,35
8,49
Moderada
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Passo Fundo 1991
2005
7,07
8,56
9,4
9,76
4°
Alta
Alta
Forte
Forte
Pelotas 1980 8,83 9,04 Alta Forte
Porto Alegre 1985
1991
2003
11,48
7,45
10,24
11,8
10,12
11,14
Alta
Moderada
Alta
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1977
1985
1990
1991
1995
2001
7,6
11,5
4,24
8,04
9,85
5,61
10,56
12,18
4,37
9,76
10,61
10,01
Moderada
Alta
Baixa
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Fraca
Forte
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1969
1990
2005
8,72
6,87
5,23
9,11
8,68
7,46
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1977
1985
1990
1991
1995
2005
4,86
6,38
6,1
8,91
8,15
8,91
8,89
9,69
7,91
9,1
9,01
9,19
Moderada
Moderada
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Torres - - - - - - -
Uruguaiana 1968
1977
1985
2003
8,04
9,63
7,75
6,71
9,56
10,12
10,05
9,41
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
118
APÊNDICE X - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Novembro
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé 1981
1986
9,35
8,15
9,55
8,93
Alta
Alta
Forte
Forte
Bento
Gonçalves
1967
1969
1974
1975
2003
6,85
6,81
6,49
7,03
6,79
9,29
7,94
8,23
7,67
9,07
Alta
Alta
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Bom Jesus 1993
2001
2003
6,83
6,5
5,6
7,65
7,18
7,88
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Encruzilhada 1967
1974
1981
1990
6,52
7,81
8,08
8,61
8,19
8,37
9,35
9,71
Moderada
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Irai 1997
1998
4,92
5,36
6,44
6,36
Moderada
Alta
Forte
Forte
Passo Fundo 1967
1968
1969
5,51
7,46
7,01
8,01
7,56
7,16
Moderada
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Pelotas 1983
1998
8,78
9,21
9,22
9,41
Alta
Alta
Forte
Forte
Porto Alegre 1967
1990
1991
1993
10,13
6,6
6,51
6,06
11,26
8,49
8,66
8,42
Alta
Alta
Alta
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Santa Maria 1981
1986
5,01
8,12
8,76
9,2
Moderada
Alta
Forte
Forte
Santa Vitória
do Palmar
1985
1993
9,14
8,25
10,71
10,61
Alta
Alta
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1987
2001
6,83
6,34
6,88
6,59
Alta
Alta
Forte
Forte
Torres 2005 3,27 3,99 Moderada Forte
Uruguaiana 1971
1975
1978
1981
2005
5,48
6,55
6,05
7,4
6,98
7,53
7,85
6,87
7,73
8,91
Moderada
Alta
Alta
Alta
Alta
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
119
APÊNDICE Z - Classificação das ondas de calor de 5 dias ocorridas entre 1967 e
2005 para o mês de Dezembro
Onda de Calor (5 dias)
Estação
Meteorológica
Ano ∆A (°C) Quartil A.>(°C) Quartil
Quanto à
amplitude
térmica
Quanto à
intensidade
Bagé - - - - - - -
Bento
Gonçalves
- - - - - - -
Bom Jesus 1985
1996
3,02
4,41
5,71
5,32
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Encruzilhada
do Sul
2000 6,37 7,47 Alta Forte
Irai 1989
2001
6,7
5,31
6,85
5,91
Alta
Alta
Forte
Forte
Passo Fundo 1992 4,7 5,23 Alta Forte
Pelotas 1971
1975
7,79
6,08
8,03
7,1
Alta
Moderada
Forte
Forte
Porto Alegre 1971
1980
4,35
5,44
6,69
7,38
Moderada
Alta
Forte
Forte
Santa Maria - - - - - - -
Santa Vitória
do Palmar
1969
1988
5,23
7,19
8,26
10,26
Moderada
Alta
Forte
Forte
São Luiz
Gonzaga
1985 5,6 6,15 Alta Forte
Torres - - - - - - -
Uruguaiana - - - - - - -
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