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ALYSSON ANDRÉ RÉGIS DE OLIVEIRA
A COMPATIBILIDADE ENTRE AS COMPETÊNCIAS
ORGANIZACIONAIS E AS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS:
um estudo de caso das organizações não governamentais na
cidade de João Pessoa-PB
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Programa de Pós-Graduação em Administração
Mestrado em Administração
João Pessoa - 2008
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1
ALYSSON ANDRÉ RÉGIS DE OLIVEIRA
A COMPATIBILIDADE ENTRE AS COMPETÊNCIAS
ORGANIZACIONAIS E AS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS:
um estudo de caso das organizações não governamentais na
cidade de João Pessoa-PB
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em
Administração da Universidade Federal da
Paraíba, na área de Organização e Recursos
Humanos, em cumprimento parcial das
exigências para a obtenção do título de Mestre em
Administração.
Orientadora: Célia Cristina Zago, Doutora.
João Pessoa - 2008
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048c Oliveira, Alysson André Régis de.
A compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências
individuais: um estudo de caso das organizações o governamentais na cidade de João
Pessoa - PB./ Alysson André Régis de Oliveira. – 174p.
Orientadora: Célia Cristina Zago
Dissertação (mestrado) – UFPB / CCSA
1 Administração de pessoal. 2. Gestão de pessoas. 3. Gestão de competências. 4.
Competências organizacionais.
UFPB / BC CDU: 658.3 (043)
3
ALYSSON ANDRÉ RÉGIS DE OLIVEIRA
A COMPATIBILIDADE ENTRE AS COMPETÊNCIAS
ORGANIZACIONAIS E AS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS:
um estudo de caso das organizações não governamentais na
cidade de João Pessoa-PB
Dissertação aprovada em 05 de março de 2008
_____________________________________
Célia Cristina Zago, Doutora.
Orientadora – UFPB
________________________________
Profª. Sandra Leandro Pereira, Doutora
Examinadora - UFPB
________________________________
Profª. Kátia Virginia Ayres, Doutora
Examinadora - UFPB
João Pessoa - 2008
4
Dedico este trabalho, a Deus, pelo dom da
vida e pela existência de todos aqueles
que me cercam.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e pela oportunidade do acesso ao
saber durante esses anos.
Meus mais puros agradecimentos a minha avó Elita, por tamanho esforço e exemplo
vivo de construção de sonhos e pela força ao encarar as dificuldades advindas pela vida.
A minha querida mãe Elizabeth, pelo intenso apoio e pelas ingênuas, mas sábias
palavras, nos meus diversos momentos de conflitos.
A minha única e predileta irmã Raiane, que através do seu silêncio atua em minha vida
de uma forma bastante marcante.
As minhas tias, Eliane e Edilene, pessoas muito importante em minha vida, pela
presença viva nos momentos de olhar para o horizonte.
Agradeço aos meus amigos, de uma forma especial a Vinícius, que com suas palavras
amenizou a minha variância de sentimentos no decorrer do mestrado.
A minha querida orientadora Célia Zago, pelo compartilhamento do seu saber e pelos
momentos de grande atenção, confiança e partilha da vida.
Às entidades pesquisadas, em nome de seus dirigentes, pelo apoio e abertura para a
realização desse estudo e que acreditaram na sua importância.
Aos meus colegas de trabalho do Projeto Beira da Linha que contribuíram com a prática
organizacional e com a minha identidade no desenvolvimento do trabalho de cunho
social.
Aos meus amigos, amigas, colegas que presenciaram desde a minha aprovação no
vestibular até a minha obtenção do título de Mestre.
Aos professores e amigos do PPGA, pelo conhecimento transmitido e experiência
compartilhada.
Aos meus colegas de mestrado, especialmente Carlos Leite, por dividir comigo sua
vivencia no curso.
A todas as pessoas que não pude mencionar, mas que de alguma forma me ajudaram na
realização deste sonho.
6
“Ninguém é competente. E quem diz que
é, equivoca-se por princípio. O máximo
possível é estar competente para realizar
alguma coisa em um determinado
momento da vida. No mais, tudo é
pretensão.”
(Élson A. Teixeira, 2002).
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OLIVEIRA, Alysson André Régis de. A COMPATIBILIDADE ENTRE AS
COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS E AS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS: um
estudo de caso das organizações não governamentais na cidade de João Pessoa-PB. 2008. 171
f. Dissertação (Mestrado em Administração) Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,
2008.
RESUMO
O gerenciamento das competências organizacionais e individuais possibilita que as práticas
organizacionais sejam direcionadas para uma gestão mais efetiva e compatível à estratégia da
organização. A atuação das ONGs em todo mundo vem crescendo de forma significativa, é de
se esperar que com tamanho desenvolvimento os processos internos de gestão de pessoas
devam estar cada vez mais arrojados de forma a contribuir na sustentabilidade dessas
organizações. O estudo teve como objetivo analisar a compatibilidade entre as competências
organizacionais e as competências pessoais das ONGs na cidade de João Pessoa-PB. A
presente pesquisa consistiu em um estudo de caso múltiplo aplicado com enfoque
exploratório-descritivo, que visou proporcionar dentro do estágio cognitivo de conhecimento,
um ato ou efeito de conhecer o objeto em estudo, descrevendo as características do fenômeno
estudado e estabelecendo relações entre variáveis A amostragem adotada nesse estudo foi
definida como: teórica, não-probabilística e por acessibilidade. A amostra utilizada compõe-se
de cinco ONGs localizadas na cidade de João Pessoa-PB sendo representadas por 70
indivíduos, onde 58 destes atuam nas ONGs como educadores populares e 12 destes estão
envolvidos em cargos diretivos das referidas ONGs. Vale destacar que a escolha de tais
indivíduos se realizou pelo envolvimento e ligação dos mesmos ao foco do problema em
estudo. Os dados foram coletados através de questionários, entrevistas individuais semi-
estruturadas e a observação, gerando categorias de variáveis por meio da análise quantitativa e
de conteúdo qualitativa. Para a tabulação e processamento estatístico dos resultados da
pesquisa (análise quantitativa) foi utilizado o software SPSS Statistical Package for Social
Science e a planilha eletrônica Excel2003. Em relação à análise qualitativa, as informações
ordenadas e organizadas foram analisadas e interpretadas através da utilização de técnicas
descritas de Análise de Conteúdo baseado nos estudos de Bardin. Em suma, as ONGs da
cidade de João Pessoa-PB estão caminhando em direção à compatibilidade entre as
competências organizacionais e individuais. Isso é comprovado através das mudanças que
vem acontecendo na forma de captar e selecionar pessoas pela via das competências e pela
atuação de forma positiva mediante os seus objetivos organizacionais, pois mesmo num
cenário de incompatibilidade as pessoas das ONGs possuem um alto grau de envolvimento,
constatando através deste fato que a compatibilidade entre as competências organizacionais e
individuais, neste caso em especial, não se configura como um fator determinante no
envolvimento/comprometimento pessoal desse tipo de organização.
Palavras-chave: Gestão de Pessoas, ONGs, Gestão de Competências.
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OLIVEIRA, Alysson André Régis de. A COMPATIBILIDADE ENTRE AS
COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS E AS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS: um
estudo de caso das organizações não governamentais na cidade de João Pessoa-PB. 2008. 171
f. Dissertação (Mestrado em Administração) Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,
2008.
ABSTRACT
The management of the organizacionais and individual abilities makes possible that the
practical organizacionais are directed for a management more compatible effective and to the
strategy of the organization. The performance of the ONGs in everybody comes growing of
significant form, is of if waiting that with so great development the internal processes of
management of bolder people must be each time of form to contribute in the sustentabilidade
of these organizations. The study it had as objective to analyze the compatibility between the
organizacionais abilities and the personal abilities of the ONGs in the city of João Person. The
present research consisted of a study of multiple case applied with approach exploratório-
description, that it aimed at to provide inside of the cognitivo period of training of knowledge,
an act or effect to know the object in study, describing the characteristics of the studied
phenomenon and establishing relations between 0 variable the sampling adopted in this study
was defined as: theoretician, not-probabilist and for accessibility. The used sample is
composed in five ONGs located in the city of João Person being represented by 70
individuals, where 58 of these act in the ONGs as popular educators and 12 of these are
involved in related directive positions of the ONGs. Valley to detach that the choice of such
individuals if carried through for the envolvement and linking of the same ones to the focus of
the problem in study. The data had been collected through questionnaires, individual
interviews half-structuralized and the comment, generating categories of 0 variable by means
of the quantitative analysis and qualitative content. For the tabulação and statistical processing
of the results of the research (quantitative analysis) software SPSS was used - Statistical
Package will be Social Science and the electronic spread sheet Excel2003. In relation to the
qualitative analysis, the commanded and organized information had been analyzed and
interpreted through the use of described techniques of Analysis of Content based on the
studies of Bardin. In short, the ONGs of the city of João Person is walking in direction to the
compatibility between the organizacionais and individual abilities. This is proven through the
changes that come happening in the form to catch and to select people for the way of the
abilities and the performance of positive form by means of its organizacionais objectives,
therefore exactly in an incompatibility scene the people of the ONGs possesss one high
degree of envolvement, evidencing through this fact that the compatibility between the
organizacionais and individual abilities, in this case in special, is not configured as a
determinative factor in the envolvement/personal comprometimento of this type of
organization.
Words-key: Management of People, ONGs, Management of Abilities.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Classificação de Recursos de Competência............................................................
42
Figura 2: Modelo Analítico da Pesquisa................................................................................ 60
Figura 3: Desenvolvimento de uma análise........................................................................... 71
Figura 4: Desenvolvimento da Pesquisa................................................................................ 73
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Principais elementos definidores do conceito e das características do Terceiro
Setor .......................................................................................................................................
26
Quadro 2: Virtudes do Terceiro Setor..................................................................................... 28
Quadro 3: Limitações do Terceiro Setor ................................................................................ 28
Quadro 4: Conceitos e ênfases sobre competências ...............................................................
37
Quadro 5: Ganhos com o uso da gestão de pessoas dentro do conceito de competências .... 47
Quadro 6: Afirmações e questões presentes no questionário .................................................
64
Quadro 7: Afirmações e questões presentes no questionário ................................................
66
Quadro 8: Principais objetivos de uma ONG .........................................................................
105
Quadro 9: Principais competências de uma ONG ................................................................ 106
Quadro 10: Características principais para a atuação numa ONG ........................................ 108
Quadro 11: Principais conhecimentos, habilidades e atitudes ...............................................
109
Quadro 12: Resumo das respostas sobre descrição dos objetivos organizacionais ............... 111
Quadro 13: Resumo das respostas sobre descrição das competências organizacionais .........
116
Quadro 14: Resumo das respostas sobre descrição das competências individuais ................ 119
Quadro 15: Resumo das respostas sobre descrição da discrepância de desempenho ............ 122
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificação por Sexo ........................................................................................... 78
Tabela 2: Classificação por Estado Civil ............................................................................... 79
Tabela 3: Classificação por Idade .......................................................................................... 80
Tabela 4: Classificação por Escolaridade .............................................................................. 82
Tabela 5: Classificação por Tempo de Organização ............................................................. 83
Tabela 6: Classificação por Cargo ......................................................................................... 85
Tabela 7: Classificação por Vínculo com a Organização ...................................................... 86
Tabela 8: Análise Descritiva dos Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais ......
88
Tabela 9: Análise Descritiva dos Aspectos relacionados às competências ............................
90
Tabela 10: Análise global dos fatores das competências ....................................................... 93
Tabela 11: Avaliação global dos elementos investigados ...................................................... 94
Tabela 12: Médias entre grupos estratificados por Sexo .......................................................
Tabela 13: Médias entre grupos estratificados por Estado Civil ...........................................
97
98
Tabela 14: Médias entre grupos estratificados por Idade ...................................................... 100
Tabela 15: Médias entre grupos estratificados por Escolaridade ........................................... 101
Tabela 16: Médias entre grupos estratificados por Tempo de Organização .......................... 102
Tabela 17: Médias entre grupos estratificados por Vínculo com a Organização ...................
103
12
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Classificação por Sexo .......................................................................................... 79
Gráfico 2: Classificação por Estado Civil .............................................................................. 80
Gráfico 3: Classificação por Idade ......................................................................................... 81
Gráfico 4: Classificação por Escolaridade ............................................................................ 83
Gráfico 5: Classificação por Tempo de Organização ............................................................ 84
Gráfico 6: Classificação por Cargo ........................................................................................ 85
Gráfico 7: Classificação por Vínculo com a Organização ..................................................... 87
Gráfico 8: Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais .......................................... 88
Gráfico 9: Aspectos relacionados às competências (organizacionais e individuais) ............. 91
Gráfico 10: Análise global dos fatores das competências ......................................................
92
Gráfico 11: Médias entre grupos estratificados por Sexo ...................................................... 98
Gráfico 12: Médias entre grupos estratificados por Estado Civil .......................................... 99
Gráfico 13: Médias entre grupos estratificados por Idade ..................................................... 100
Gráfico 14: Médias entre grupos estratificados por Escolaridade ......................................... 101
Gráfico 15: Médias entre grupos estratificados por Tempo de Organização ......................... 102
Gráfico 16: Médias entre grupos estratificados por Vínculo com a Organização ................. 103
13
LISTA DE SIGLAS
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
ONGs – Organizações Não-Governamentais
ONU – Organização das Nações Unidas
RH – Recursos Humanos
CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
14
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA................................................................. 20
1.1 O PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................. 20
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................. 22
1.2.1 Objetivo Geral........................................................................................................... 22
1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................ 22
1.3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 24
2.1 TERCEIRO SETOR..................................................................................................... 24
2.1.1 O Terceiro Setor e a sua essência: das bases conceituais às virtudes e limites......... 24
2.1.2 Classificação e Identidade do Terceiro Setor............................................................. 26
2.2 ORGANIZAÇOES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGs).......................................... 30
2.2.1 Definições, identidade e reconhecimento.................................................................. 30
2.2.2 Surgimento................................................................................................................. 32
2.2.3 Campo de Atuação..................................................................................................... 33
2.2.4 Grupos Beneficiários.................................................................................................. 33
2.2.5 Estrutura Organizacional e Perspectivas para as ONGs............................................. 34
2.3 MODELO DE GESTÃO DE COMPETÊNCIAS........................................................ 35
2.3.1 A Importância das Competências nos Cenários Organizacionais.............................. 35
2.3.2 Surgimento e Evolução de Conceitos......................................................................... 36
2.3.3 A Questão da Competência........................................................................................ 39
2.3.4 Competência Individual............................................................................................. 40
2.3.5 Competência Organizacional...................................................................................... 45
2.4 GESTÃO DE PESSOAS BASEADA NAS COMPETÊNCIAS.................................. 48
2.4.1 As Pessoas nas Organizações..................................................................................... 48
2.4.2 O Modelo de Gestão de Pessoas................................................................................. 50
2.4.3 Características do novo modelo de gestão de pessoas............................................... 51
2.4.3.1 Do ajuste de comportamentos à gestão das relações............................................... 51
2.4.3.2 Da área ou sistema de administração ao modelo de gestão.................................... 52
2.4.3.3 Do Recurso às pessoas............................................................................................ 53
2.4.4 As Pessoas como Capital Intelectual.......................................................................... 53
2.4.5 Gestão de Pessoas e o Modelo de Competências....................................................... 55
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 57
3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO E DO MÉTODO.................................................... 57
3.2 ÁREA DE ABRANGÊNCIA OU UNIVERSO E AMOSTRA.................................... 58
3.3 ELEMENTOS INVESTIGADOS NA PESQUISA...................................................... 59
3.4 ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES DA PESQUISA............................. 61
3.5 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS................................................ 61
3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.............................................................. 62
3.7 PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO.............................................................................. 67
3.8 ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO DOS DADOS ................................................. 68
3.8.1 Tratamento Quantitativo............................................................................................ 68
3.8.2 Tratamento Qualitativo.............................................................................................. 68
3.8.2.1 Análise de conteúdo – pré-análise.......................................................................... 69
15
3.8.2.2 Análise de conteúdo – análise dos dados................................................................ 70
3.8.2.3 Análise de conteúdo – tratamento dos resultados................................................... 70
3.9 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA............................................. 72
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS....................................................... 74
4.1 DESCRIÇÃO DAS ONGs ESTUDADAS ................................................................... 74
4.1.1 Aldeias Infantis SOS .................................................................................................. 74
4.1.2 AMAZONA ............................................................................................................... 74
4.1.3 Casa Pequeno Davi .................................................................................................... 75
4.1.4 Centro Dom Hélder Câmara ...................................................................................... 76
4.1.5 Projeto Beira da Linha ............................................................................................... 77
4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA UNIVARIADA................................................................. 77
4.2.1 Análise Descritiva da População................................................................................ 77
4.2.1.1 Sexo......................................................................................................................... 78
4.2.1.2 Estado civil............................................................................................................. 79
4.2.1.3 Idade........................................................................................................................ 80
4.2.1.4 Escolaridade............................................................................................................ 82
4.2.1.5 Tempo de organização............................................................................................ 83
4.2.1.6 Cargo....................................................................................................................... 84
4.2.1.7 Vínculo com a organização..................................................................................... 86
4.2.2 Aspectos Relacionados aos Objetivos Organizacionais............................................. 87
4.2.3 Aspectos Relacionados às Competências................................................................... 89
4.2.4 Análise Global dos Fatores das Competências........................................................... 92
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA BIVARIADA.................................................................... 97
4.4 ANÁLISE QUALITATIVA E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS................ 110
4.4.1 Apresentação e Análise dos Resultados da Pesquisa................................................. 110
4.4.1.1 Resultado – objetivo organizacional....................................................................... 110
4.4.1.1.1 Análise das categorias......................................................................................... 112
4.4.1.2 Resultado – competência organizacional................................................................ 115
4.4.1.2.1 Análise das categorias.......................................................................................... 116
4.4.1.3 Resultado – competência individual........................................................................ 118
4.4.1.3.1 Análise das categorias.......................................................................................... 120
4.4.1.4 Resultado – discrepância de desempenho............................................................... 122
4.4.1.4.1 Análise das categorias.......................................................................................... 124
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES................................................................................. 128
5.1 AS COMPETÊNCIAS NAS ONGs ............................................................................. 128
5.1.1 Perfil dos Colaboradores das ONGs .......................................................................... 128
5.1.2 Diagnóstico das Competências................................................................................... 129
5.1.2.1 Objetivo organizacional........................................................................................... 129
5.1.2.2 Competência organizacional................................................................................... 130
5.1.2.3 Competência individual........................................................................................... 130
5.1.2.4 Discrepância de desempenho.................................................................................. 131
5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO........................................................................................ 132
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA PRÓXIMAS PESQUISAS............................................ 133
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 135
APÊNDICES...................................................................................................................... 142
ANEXOS............................................................................................................................ 147
16
INTRODUÇÃO
Brevemente, mudanças contínuas e intensas, rápidos avanços tecnológicos,
acirramento do mercado concorrêncial em nível global, incertezas e constante evolução dos
métodos de gestão de organizações competitivas fazem com que elas necessitem maximizar
seus recursos produtivos – técnicos e humanos – a fim de continuarem competindo e, mesmo,
sobreviverem em meio a esta turbulência.
No que se refere às organizações não-governamentais o cenário não é diferente, pois a
gestão do social em condições adversas e desafiadoras vem apontando para novas
configurações dos três sustentáculos elementares que compõem a sociedade contemporânea
em nível macro. Com efeito, nota-se a redefinição dos papéis e da natureza do Estado, do
mercado (empresas) e do Terceiro Setor, que sintetiza e incorpora as ações de uma sociedade
civil cada vez mais organizada e institucionalizada.
Situando-se entre o espaço próprio das organizações de primeiro setor - Estado e o
espaço das organizações do segundo setor - Mercado, o Terceiro Setor pode ser definido
como "o espaço composto por organizações privadas, sem fins lucrativos, cuja atuação é
dirigida a finalidades coletivas ou públicas" (FISCHER, 2002, p. 45).
Embora organizações com essas características existam no Brasil desde o período
colonial, foi a partir da década de 1990 que o Terceiro Setor ganhou visibilidade e se
expandiu, resultado de um fenômeno com proporções mundiais - uma "revolução associativa
global" (SALAMON,1998).
A emergência de um Terceiro Setor ocorreu, no Brasil, em um contexto marcado pela
redemocratização do país, pela abertura econômica e pelo projeto de Reforma do Estado,
caracterizado pela privatização, terceirização e publicização de programas sociais
(BARRETO, 1999; PEREIRA, 1999). As iniciativas do Conselho da Comunidade Solidária,
criado
à
mesma época, consolidaram o papel das organizações do Terceiro Setor como
parceiras do Estado no fomento de iniciativas inovadoras de desenvolvimento social para o
enfrentamento da pobreza e da exclusão (CONSELHO DA COMUNIDADE SOLIDÁRIA,
2002).
Entretanto, enquanto a expansão e o fortalecimento do Terceiro Setor aconteciam no
país, simultaneamente, diminuam os recursos financeiros que provinham principalmente de
financiadores internacionais, agravando seu contexto de crise econômica e impulsionando a
busca de novas formas de sustentação financeira. Antes fechadas em si mesmas e em suas
17
causas, essas organizações passaram a buscar novas formas de desenvolvimento de suas
atividades, através da incorporação de preocupações com receitas, resultados, avaliações e
qualidade em serviços, fatores que se tomaram cruciais para sua sustentabilidade (FISCHER,
2002).
O Terceiro Setor no Brasil demonstra que seu estágio atual de amadurecimento
decorreu de uma postura que a sociedade tomou no decorrer da história recente do país,
puxando para si as discussões do seu interesse, fazendo valer direitos, conquistando voz e vez
nos destinos da sociedade. O mundo atual, que agora revê as configurações do Estado, acabou
perdendo poder, pois abriu para a sociedade civil os deveres que antes eram de sua total
responsabilidade, ações que eram anteriormente intocáveis e de total exclusividade do Estado,
hoje são discutidas abertamente, e em alguns municípios são utilizados modelos de
orçamentos participativos.
Estas mudanças, que ainda estão em curso e que caracterizam uma tendência para os
próximos anos, têm estimulado o crescimento de iniciativas de profissionalização da gestão
das organizações do Terceiro Setor. Porém, a ausência de modelos e mecanismos adequados
às peculiaridades dessas organizações tem gerado um movimento de incorporação acrítica de
ferramentas de planejamento e gestão organizacional.
Esse processo tem suscitando o temor de que as organizações do Terceiro Setor se
descaracterizem enquanto tal, adotando lógicas próprias do mercado como a burocratização e
a ênfase excessiva na busca de resultados. Além disso, a ausência de mecanismos de gestão,
modelados a partir de suas especificidades, evidencia uma enorme lacuna no campo do
conhecimento e da prática organizacional (FALCONER, 1999; THOMPSON, 2000,
TEODÓSIO, 2001).
A gestão de pessoas emerge como uma importante vertente dessa questão, uma vez
que os processos de profissionalização em curso estão assentados, fundamentalmente, sobre
as competências dos profissionais que trabalham para essas organizações.
Segundo Gohn (1999, p. 78):
Ter pessoal qualificado com competências para elaborar projetos com gabarito
passou a ser a diretriz central, e não mais a militância ou o engajamento anterior à
causa em ação. Os antigos militantes foram procurar programas de especialização e
pós-graduação. A militância é de certa forma um problema para as entidades, e é um
equivoco buscar profissionais apenas por esta trajetória.
18
Mudanças nos ambientes organizacionais das ONGs foi a necessidade da busca
continua de qualificação de seus quadros. A palavra de ordem passou a ser eficiência e
produtividade na gestão de projetos sociais, para gerir recursos que garantam a sobrevivência
das próprias entidades.
A atuação das ONGs em todo mundo vem crescendo de forma significativa, é de se
esperar que com tamanho desenvolvimento os processos internos de gestão de pessoas devam
estar cada vez mais arrojados de forma a contribuir na sustentabilidade dessas organizações.
Na medida em que as ONGs crescem, maior complexidade para administrar suas
operações e mais necessárias são as pessoas para assegurar este crescimento e/ou
sustentabilidade na comunidade e no foco de atuação.
Uma das grandes preocupações das organizações é a de conseguir selecionar e manter,
no seu quadro funcional, indivíduos competentes, dedicados, engajados e, principalmente,
envolvidos com os problemas da organização. Nesse contexto, surge a crescente necessidade
de pessoas competentes e, sobretudo, comprometidas dentro dos ambientes organizacionais.
Torna-se, portanto, grande a exigência de profissionais capazes de desempenhar seus papéis
de forma a atender às demandas das organizações.
A gestão das competências nas organizações não é condição suficiente, mas é
condição necessária às organizações que pretendem obter sustentabilidade em longo prazo,
com base na gestão de pessoas, num mercado globalizado.
Diante disso, o gerenciamento das competências organizacionais e pessoais possibilita
que as práticas organizacionais sejam direcionadas para uma gestão mais efetiva e compatível
com a estratégia da organização. Nesse aspecto, a questão de atitudes mais apropriadas às
realidades propostas é a chave para o aprimoramento das práticas de trabalho e para o
envolvimento de todas as pessoas na organização.
A proposta baseada na gestão de competências visa aproximar objetivos
organizacionais e os pessoais/individuais (profissionais), tendo um olhar mais atencioso na
inserção de novas pessoas, suportados pelas competências exigidas e reais. Ela também atenta
para a possível subutilização das pessoas nas atividades compatíveis com seus conhecimentos,
habilidades e atitudes, identificando não a pessoa certa para o lugar certo, mas o lugar que
melhor atente às potencialidades e possibilidades dessa pessoa.
Um dos dilemas administrativos se encontra em saber a forma mais eficaz de lidar e
gerir as competências organizacionais e o conhecimento de todos aqueles que compõem a
organização. É necessário para um bom gestor ter a percepção das competências de sua
organização e mais precisamente de sua equipe para uma eficaz utilização de seus talentos.
19
Para um melhor suporte ao entendimento deste estudo, é traçado um esquema
estruturado em cinco capítulos a partir da revisão da literatura e da explanação acima
destacada como se apresenta a seguir. Inicialmente tem-se o capítulo introdutório com uma
abordagem preliminar referente ao tema central do estudo, a natureza do problema com as
questões de pesquisa, os objetivos do trabalho e a justificativa para a escolha do tema.
O segundo capítulo trata da fundamentação teórica que compreende três partes, a
primeira descrevendo a classificação, a identidade e os conceitos referentes ao terceiro setor e
o surgimento e atuação das ONGs na evolução histórica. A segunda fazendo uma explanação
sobre o Modelo de Gestão de Competências, abordando neste capítulo, um levantamento de
conceitos sobre competências, passando pela sua classificação e se aprofundando nas
abordagens da Competência Individual e Organizacional. Na última parte evidencia as
principais vertentes conceituais sobre a Gestão de Pessoas baseada nas competências.
Na seqüência, é apresentada, no terceiro capítulo, a metodologia da pesquisa, onde se
encontra a classificação do estudo e do método, a área de abrangência ou universo e amostra,
os elementos investigados na pesquisa, a análise descritiva dos indicadores da pesquisa, os
procedimentos para a coleta de dados, os instrumentos de coleta de dados, o pré-teste do
instrumento, as estratégias de tratamento dos dados e as etapas do desenvolvimento da
pesquisa.
O capítulo quatro apresenta a análise e a interpretação dos dados coletados, seguindo-
se das conclusões da pesquisa, no quinto capítulo, onde se apresentam os principais resultados
do estudo, as limitações do estudo bem como as recomendações para próximas pesquisas.
20
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA
1.1 O PROBLEMA DE PESQUISA
Um dos aspectos mais discutidos atualmente no cenário das organizações sem fins
lucrativos refere-se ao termo sustentabilidade, ou seja, entendido aqui como a capacidade de
captar recursos, financeiros, materiais e humanos, de maneira suficiente e continuada, e
utilizá-los com competência, de maneira a perpetuar a organização e permiti-la alcançar os
seus objetivos.
Todos os segmentos do terceiro setor parecem passar por uma crise de
sustentabilidade: a garantia de recursos continuados, se um dia houve, pertence ao passado.
Isto vale, indistintamente, para as organizações que captam seus recursos financeiros no
Estado, de empresas privadas e de pessoas físicas.
Uma das competências mais necessárias para o gestor do terceiro setor é a capacidade
de conhecer e desenvolver todas as possibilidades disponíveis de obtenção de recursos, de
maneira a -los em volume suficiente, de forma continuada e sem gerar dependência ou
subordinação a nenhuma fonte individual de financiamento. Estas fontes podem ser
filantrópicas ou comerciais, volumosas ou pequenas, pontuais ou de longo prazo: cada qual
tem o seu potencial, suas limitações e seus caminhos mais adequados para sua obtenção. A
sustentabilidade financeira se atinge através da combinação habilidosa destas fontes.
Da mesma forma que os recursos financeiros, os recursos humanos de uma
organização devem ser identificados, formados, estimulados e mantidos com competência e
comprometimento. Na medida em que o terceiro setor se torna mais visível e mais
competitivo, a atração e retenção de pessoas, inclusive de voluntários, passam a se pautar por
critérios que se assemelham àqueles utilizados por organizações empresariais.
A sustentabilidade o se limita à capacidade de captação dos recursos de que uma
organização necessita, mas também ao seu emprego de maneira eficiente, de modo a
maximizar os resultados alcançados e assegurar que a entidade continuará a contar com o
apoio do público.
Num estudo prévio que foi desenvolvido Oliveira (2005) é levantada a grande questão
sobre o fato da compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais em uma
ONG localizada na cidade de João Pessoa-PB, pois se percebeu que um grau significante
no envolvimento das pessoas, nas suas entregas, mas por outro lado também foi percebido que
21
uma incompatibilidade no que se refere às competências organizacionais/individuais, ou
seja, as pessoas não estavam atuando de acordo com suas competências individuais.
Mediante este resultado, a pesquisa apontou que a existência de tal incompatibilidade
não implica diretamente, no caso estudado, em o estar envolvido com suas atividades,
fazendo alusão a um estudo futuro que venha apontar que o vínculo determinístico em relação
às funções desenvolvidas/competências individuais e o vel de comprometimento das
pessoas não se aplicam às organizações de cunho filantrópico onde o aspecto subjetivo parece
ser mais premente.
A partir dos estudos desenvolvidos desde a Escola de Relações Humanas, na década
de 30, sabe-se que a tecnologia não se constitui, por si só, em vantagem competitiva para as
organizações, pois ela pode ser assimilada pelos concorrentes, em um período de tempo maior
ou menor, dependendo de sua complexidade.
O fato é que qualquer tecnologia pode ser copiada e somente agregará vantagem
competitiva à organização se for integrada, de forma eficaz, aos outros recursos do negócio,
em especial aos recursos humanos. Depreende-se, assim, que este é o diferencial de sucesso
das organizações. Todos os demais recursos dificilmente podem ser considerados vantagem
competitiva.
Partindo-se da premissa de que os resultados organizacionais dependem,
essencialmente, do desempenho e da motivação de seus colaboradores, a chave do sucesso
organizacional é mantê-los envolvidos em seu trabalho. Tal fato pode ser fomentado se os
indivíduos estiverem desempenhando de forma adequada as suas competências individuais,
ou seja, quando houver uma compatibilidade entre as competências organizacionais e as
competências individuais.
Diante do exposto, se faz necessário um estudo com maior rigor científico que venha a
responder à seguinte questão central: Como se apresenta a compatibilidade entre as
competências organizacionais e as competências individuais nas ONGs da cidade de João
Pessoa-PB?
Para responder à questão central, o estudo se propõe a responder as seguintes questões
específicas:
1. Quais são os objetivos organizacionais das ONGs?
2. Quais as competências organizacionais encontradas nas ONGs?
3. Quais as competências individuais encontradas nas ONGs?
4.Qual a lacuna existente entre o desempenho esperado e o desempenho real das ONGs?
22
1.2 OBJETIVOS
Apoiando-se no que foi exposto anteriormente, cabe apresentar o objetivo geral e os
objetivos específicos, inicialmente concebidos:
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências
individuais das ONGs na cidade de João Pessoa-PB.
1.2.2 Objetivos Específicos
E, para garantir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos serão traçados:
Identificar os objetivos organizacionais das ONGs;
Descrever as competências organizacionais presentes nas ONGs;
Descrever as competências individuais presentes nas ONGs;
Verificar a lacuna existente entre o desempenho esperado e o desempenho real
das ONGs.
1.3 JUSTIFICATIVA
A gestão no Terceiro Setor é um tema que se insere em um contexto marcado por
inúmeros desafios de ordem prática e acadêmica. Prática porque reflete um momento de
mudança na conformação do setor e na forma como as organizações que o compõem têm sido
gerenciadas. Acadêmicas porque se insere em um campo de estudos recente, ainda marcado
pela carência de pesquisas e conceitos que permitam desenvolver investigações suportadas
por conhecimentos sólidos e sistematizados.
A motivação e interesse à escolha do tema em estudo justificaram-se inicialmente pelo
fato de que a discussão sobre o termo gestão de pessoas nas ONGs ainda é incipiente e,
23
principalmente, no tocante à preocupação contínua sobre a relação das competências
(organizacionais e pessoais), razão pela qual este é um tema inovador. Um outro fator de
relevância do estudo foi a partir do levantamento bibliográfico e de experiência em ONGs por
parte do pesquisador, levando a acreditar que pesquisar sobre este tema será de grande
contribuição prática para a profissionalização da gestão deste tipo de organização. A
contribuição também envolve o ponto de vista teórico, por existir pouca fundamentação do
tema proposto, sendo com isto, um estudo novo na área do terceiro setor e principalmente nas
ONGs da cidade de João Pessoa-PB, o que proporcionará, em nível teórico, uma reflexão para
posterior aprofundamento sobre competências nas organizações não-governamentais. Por fim,
segundo Oliveira (2005), acredita-se que o vínculo determinístico em relação à
compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais e o nível de
envolvimento das pessoas não se aplica às organizações de cunho filantrópico onde o aspecto
subjetivo parece ser mais premente.
24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esse capítulo apresenta a revisão da literatura sobre as temáticas Terceiro Setor,
Competências e Gestão de Pessoas, abordando os seguintes tópicos considerados relevantes
para o desenvolvimento desse estudo: origem e evolução do movimento; conceitos, definidos
pelos principais autores que se ocuparam do assunto; principais modelos e tendências atuais
da linha de pesquisa.
2.1 TERCEIRO SETOR
2.1.1 O Terceiro Setor e a sua essência: das bases conceituais às virtudes e limites
Considerado como o setor produtivo “público não-estatal” por Pereira e Grau (1999) e
referenciado por Hudson (1999) como o setor das “organizações orientadas por valores”,
nota-se que o Terceiro Setor busca sua auto-afirmação no espaço das associações humanas.
Mesmo que seja percebido por Fernandes (1994) como o “privado porém público”,
evidencia-se que adotar uma lógica totalizante tem sido um dos problemas na tentativa de se
formular teorias unificadas e consistentes sobre o Terceiro Setor. Trata-se de um campo de
estudo complexo, passível de ambigüidades e contradições em quase todas as suas esferas e
entornos.
Numa retrospectiva histórica, estuda-se que apesar das ações e práticas inerentes a este
setor serem bastante remotas por envolver atos de caridade, auxílio ao próximo, filantropia e
voluntariado, a definição de Terceiro Setor surge na primeira metade do século XX, nos
Estados Unidos.
Segundo Melo Neto e Froés (2001), o terceiro setor é uma mistura dos dois setores
econômicos clássicos da sociedade: o público, representado pelo Estado (Primeiro Setor), e o
privado, representado pelo empresariado e pelo mercado (Segundo Setor). Segundo
Johannpeter (2000) esse termo em si ganhou maior vigor, com Teodore Levitt, um dos
pioneiros na discussão recente desse tema, em sua obra de 1973 intitulada de: The Third
Sector: New Perspectives for a Responsive Society”.
Assim, conceituar, categorizar e sistematizar precisamente esse setor é um desafio,
pois este é repleto de características distintas e complexas de um universo bastante
25
diversificado das organizações sociais e filantrópicas que o compõem. Contudo, mesmo que
ainda incipientes, as conceituações existentes se aproximam de um consenso ao enfatizar
que o Terceiro Setor é composto por organizações formadas com objetivos públicos e
constituição privada sem fins de lucro, cumprindo-se a exigência de responder às
necessidades coletivas. Tenório (2001) reforça que historicamente o Terceiro Setor tem como
pano de fundo a solidariedade e a democratização das relações.
Para fins legais, as organizações deste setor são denominadas entidades sem fins
lucrativos (COELHO, 2000). Uma definição global mais completa pode ser melhor entendia a
partir de Fernandes (1997) que afirma que o Terceiro Setor é composto de organizações sem
fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito o
governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do
mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação
do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.
Portanto, esse ecletismo da noção de Terceiro Setor em si, agrupa vários fatores que se
transformam em virtudes capazes de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos
cidadãos. Evidencia-se que as características desse setor tornam-se um mecanismo viável de
se combater a miséria, amenizar a exclusão social e conter a degradação do meio ambiente,
dentre outras atribuições. A própria legislação reguladora e marco legal versam sobre os
pontos positivos das entidades sem fins lucrativos. Coelho (2000) esclarece que a propagada
eficiência do Terceiro Setor tem a seu favor os seguintes argumentos: 1) facilidade de
gerenciamento em comparação às instituições públicas, dado o tamanho da escala dos
serviços prestados; 2) controle comunitário, que assegura a acessibilidade e qualidade dos
serviços prestados aos usuários; e 3) custos mais baixos na produção do serviço ou bem
público. Acredita-se que combinação desses fatores, seja o grande diferencial capaz de
alavancá-lo perante as diferentes perspectivas de intervenção nos problemas sociais.
O macrossistema social, chamado de Terceiro Setor, é exposto por Merege e Alves
(1997) como setor independente ou voluntário. É o domínio no qual padrões de referência dão
lugar a relações comunitárias, em que doar do próprio tempo a outros toma o lugar de relações
de mercado impostas artificialmente, baseados em venderem-se a si mesmos ou seus serviços
a outros.
Melo Neto e Froés (2001, p. 8) sugerem o Quadro 1, a seguir, com os principais
elementos definidores do conceito e das características do terceiro setor.
26
Quadro 1: Principais elementos definidores do conceito e das características do Terceiro
Setor
ELEMENTOS DEFINIDORES
DESCRIÇÃO
Foco Bem estar público, interesse comum.
Questões centrais Pobreza, desigualdade e exclusão social.
Entidades participantes Empresas privadas, Estado, ONGs e sociedade civil.
Nível de atuação Comunitário e de base
Tipos de ações Ações de caráter público e privado, associativas
e voluntaristas.
Fonte: Melo Neto e Froés, 2001.
De acordo com essas definições é possível observar que o terceiro setor não constitui,
a rigor, iniciativa inédita e estritamente contemporânea, pois é possível localizar na história da
humanidade inúmeros exemplos de organizações que se encaixaram nestas características;
entretanto, as suas atividades vêm se expandindo para novos espaços sociais determinados
pelas contingências e pela dinâmica dos problemas atuais, sua intenção maior é construir um
novo conceito de “Espaço Público”, fiador das condições favoráveis ao desenvolvimento
integral do homem, defendendo a participação e a parceria entre Estado, Sociedade Civil
Organizada e Mercado, baseado no fortalecimento da cidadania, expressa através de uma
nova forma de convivência que através de políticas públicas sejam correspondidos, os
interesses, desejos e aspirações de uma parte significativa da sociedade.
2.1.2 Classificação e Identidade do Terceiro Setor
Classificar o Terceiro Setor não é tarefa cil, mas é indispensável no processo de
conhecimento das organizações que estão inseridas, para tanto, alguns modelos o
sugeridos. O PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, se refere a dois
tipos gerais de organizações da sociedade civil: populares e não-governamentais (SOUTO-
MAIOR, 2002).
As organizações populares são formadas por pessoas que se conhecem diretamente, ou
que compartilham as mesmas experiências e sua continuidade o depende de
financiamentos nem de iniciativas externas, são muito democráticas.
27
Por sua vez, Organizações Não-Governamentais (ONGs) o organizações
voluntárias. Seu trabalho e suas atividades centram-se em questões e em grupos de
pessoas que estão além de seus próprios membros e funcionários.
Rodrigues (1998) relaciona as principais categorias do terceiro setor no Brasil, como
sendo:
1) Associações e Movimentos Sociais Estão voltadas para seus membros a fim de
defenderem seus interesses comuns, ou exercerem atividades comuns,
compreendem uma variedade de atividades, tais como recreativas, culturais,
profissionais e comunitárias.
2) Organizações Filantrópicas, Beneficentes e de Caridade São organizações
voltadas para seus clientes na promoção da assistência social e de serviços sociais
nas áreas de saúde e educação. Também está incluída nesta categoria a filantropia
empresarial, apesar destas estarem classificadas como Associações no Código
Civil Brasileiro.
3) Fundações Privadas – São uma categoria de conotação essencialmente jurídica.
4) Organizações Sociais São organizações públicas não estatais destinadas a
absorver atividades publicizáveis mediante qualificação específica. O contrato de
gestão é o instrumento que regula as ões das Organizações Sociais, firmando a
parceria entre Estado e a sociedade.
Broncano e Gallego (2002) sugerem que as organizações do terceiro setor que
interpretam a realidade do ponto de vista do status quo, sem a intenção de mudar os valores
dominantes o consideradas “conservadoras”. As organizações “moderadas” interpretam a
realidade do ponto de vista comportamental e procuram resolver as questões através de
mudanças incrementais, já as “questionadoras” são aquelas que propõem novos valores,
denunciam e indicam alternativas, e por fim, as “transformadoras” que são aquelas que
desenvolvem uma interpretação própria da realidade desafiando o modelo dominante,
propondo processos alternativos aos sistemas organizacionais existentes.
Teodósio (2001), afirma que no campo das políticas públicas as soluções advindas das
novas abordagens sobre o Terceiro Setor estariam basicamente ligadas ao mundo da gestão.
28
Ele cria um caminho fácil e rápido para o alcance das metas sociais, o equilíbrio financeiro, a
avaliação precisa de projetos sociais e a perenidade organizacional, dentre outras virtudes, tais
como as do Quadro 2 na seqüência.
Quadro 2: Virtudes do Terceiro Setor
VIRTUDE
CARACTERIZAÇÃO
Maior proximidade do cidadão Prestação de serviços e benefícios mais consonantes com os
anseios da população.
Maior agilidade e desburocratização
A estrutura enxuta e ágil dessas organizações dinamiza o mais
atendimento aos cidadãos.
Melhor utilização das verbas Economia de recursos e favorecimento da atividade fim.
Desenvolvimento mais profundo da
cidadania
Educação e participação comunitária na resolução dos
problemas sociais. Combate à postura comodista, fatalista e
imobilista da sociedade.
Valorização de soluções da própria
comunidade
Mais condizentes com a realidade vivenciada pela própria
sociedade, que acabam sendo mais eficientes e de maior
respaldo.
Rompimento do assistencialismo Busca-se a contrapartida por parte do cidadão beneficiado e
valoriza-se a idéia de conquista. Quebra do paternalismo.
Geração de emprego e renda
Alternativa para o desemprego ao incorporar mão-de-obra
expulsa pelos processos de reestruturação organizacional
implementados pelas empresas e pelo Estado.
Controle sobre o Estado Cobrança, fiscalização e pressão popular no desenvolvimento
das políticas públicas. Combate à corrupção.
Fonte: Teodósio, 2001.
Em contrapartida, todo esse potencial que o Terceiro Setor apresenta, está
condicionado à superação de várias limitações e fatores críticos que resultam em grandes
desafios para o futuro. Dentre eles, na síntese de Paula Neto (1999), destacam-se os
problemas organizados no Quadro 3.
Quadro 3: Limitações do Terceiro Setor
PROBLEMAS
CARACTERÍSTICAS
Ecossistema frágil
As organizações do Terceiro Setor ainda são
vulneráveis às ameaças externas, o incertas quanto às
suas fontes de apoio e pouco legitimadas perante vários
segmentos da sociedade e órgãos competentes
(SALAMON, 1997).
Conceito de Terceiro Setor
Os problemas de definição conceitual são generalizados
e impedem sua consolidação como
setor da sociedade comunitária, sendo considerado e
tratado por alguns apenas como um modismo de caráter
efêmero (FISCHER E FALCONER, 1998).
29
Sistematização de dados
A falta de dados sistemáticos, as variações
terminológicas e a gama de papéis que desempenham as
instituições que se inserem neste setor, dificultam a
identificação destas entidades em diferentes lugares
(RODRIGUES, 1997; SALAMON, 1998).
Privatização disfarçada ou terceirização do
serviço público
É a expressão habitualmente usada para referir-se à
descentralização estatal, à diminuição das políticas
públicas e à transferência da construção do bem-estar
social somente às organizações sociais. Estas teriam o
propósito de desmontar a estrutura pública, trazendo
para o servidor público apenas a possibilidade de
demissão (MENDES, 1998; CARDOSO 1997; COSTA
E SILVA, 2001).
Produção acadêmica
Considerada ainda incipiente em relação aos estudos
sistemáticos e notórios sobre o Terceiro Setor e condiz
com a carência de material bibliográficos e dados
relevantes sobre o assunto (FALCONER, 1996;
FISCHER E FALCONER, 1998).
Contra-senso desemprego e filantropia
Tal problema suscita a questão: o que é mais viável: as
empresas garantirem empregos ou investirem em
programas de apoio e fomento às comunidades
carentes? E, uma vez que elas estão inseridas neste
processo, é justo ou não amenizar a carga tributária
sobre elas? (RODRIGUES, 1997).
Captação de recursos
Principal instrumento responsável pela sobrevivência
das entidades do Terceiro Setor e, também, o principal
fator responsável pela demanda de profissionalização e
organização da gestão dessas entidades. o se trata do
“vício da monetarização”, como alegam alguns autores,
restringindo tal processo à captação de dinheiro e
recursos financeiros apenas, mas também, de recursos
humanos, materiais, assistência técnica, trabalho
voluntário, entre outros.
“Filantropia”
Termo comumente utilizado como analogia à
filantropia, designando fatos ilícitos relacionados ao
Terceiro Setor, como lavagem de dinheiro, corrupção,
extravio de verbas, falta de ética, etc.
(RODRIGUES, 1997).
Anarquia
Surgimento entre diversas alianças do Estado com a
sociedade civil, assumindo um caráter de concessão do
poder público, sendo tuteladas por este e sob constante
ameaça de rompimento (RODRIGUES, 1997).
Sobretaxa
Na análise do balanço social das empresas têm-se a
idéia de que as empresas estão investindo no social,
porém seus empresários ainda provêm atendimentos
sociais diversos a seus empregados e, mesmo assim não
tem sido amenizada a carga tributária sobre suas
empresas, sendo estas, duplamente taxadas (IOSCHPE,
1997).
Fonte: Paula Neto, 1999.
Essas variações e problemáticas acabam manifestando os desafios a serem superados
pelo Terceiro Setor na busca de sua legitimidade democrática-cidadã e social. Assim,
Salamon (1998) aponta quatro desafios críticos que rondam o Terceiro Setor no mundo de
30
hoje e que carecem de soluções. O primeiro é o desafio da legitimidade. Refere-se à posição
ambígua do Terceiro Setor e o não reconhecimento, em alguns países do setor sem fins
lucrativos onde apenas o Estado e o mercado prevalecem. O segundo é o desafio da eficiência,
ou seja, da necessidade de mostrar a capacidade e a competência do setor. O terceiro seria o
desafio da sustentabilidade, isto é, da carência de recursos financeiros e de capital humano
para impulsionar o Terceiro Setor e mantê-lo atuando. Por último, tem-se o desafio da
colaboração. Este se relaciona ao fato de que, com o tempo, o Terceiro Setor terá de capacitar-
se a promover ação conjunta com Estado, com o setor empresarial e com as próprias agências
de desenvolvimento que o instituem. São esferas de preocupação comum, caso esse setor
social deseje mostrar-se eficiente na sociedade maior em que atua.
Deste ponto, surgem as possibilidades de parcerias em benefício do desenvolvimento
social sustentado. Ou seja, a sociedade civil organizada, o Estado e a iniciativa privada
caminhando juntos e somando forças para administrar eficazmente todos os recursos do bem
comum e resolver os problemas sociais.
Segundo Gohn (1999, p. 74) “o terceiro setor adquire importância estratégica nos anos
90 graças a uma outra fonte de referência. Isto porque, após a Segunda Guerra Mundial, outra
expressão se incorporou ao campo do terceiro setor: as ONGs Organizações Não-
Governamentais”.
2.2 ORGANIZAÇOES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGs)
2.2.1 Definições, identidade e reconhecimento
Deve-se destacar que o crescimento das ONGs neste final de milênio é um fenômeno
mundial, e o Terceiro Setor tem sido caracterizado como um novo setor da economia, o da
“economia social”. Peter Druker (1994) constatou que o terceiro setor foi o que mais cresceu,
mais movimentou recursos e gerou empregos, e foi o mais lucrativo na economia norte-
americana nos últimos vinte anos.
Mediante essa polivalência do Terceiro Setor, surgem como seu autêntico
representante as Organizações Não-Governamentais - ONGs, também conhecidas como
organizações do setor público não-governamental, impulsionadas pela preocupação com a
ação social organizada. Essas entidades que estão se expandindo estruturam-se como
31
empresas, autodenominam-se cidadãs por se apresentarem sem fins lucrativos e atuarem em
áreas de problemas sociais, criando e desenvolvendo frentes de trabalho em espaços públicos
não-estatais.
De modo geral, a idéia de trabalho é desenvolvida a partir do entendimento de uma
relação tripartite Estado, mercado e sociedade civil, onde a sociedade civil é percebida
como terceiro setor, e em cujo se inscreve as ONGs (FERNANDES, 1996).
As macroestruturas compreendem as instâncias econômica e administrativa (ou
mercado e Estado), e o mundo da vida comporta as famílias, organizações associativas e
movimentos populares, ou esferas de acesso público, onde os indivíduos estabelecem a
formação de identidade e solidariedade.
Assim, a possibilidade da organização da sociedade civil permitiria a construção de
esferas públicas enquanto instâncias de mediação entre o Estado, economia e a sociedade.
A sociedade civil na perspectiva aqui exposta é definida como:
O espaço social, onde nascem e organizam-se as associações voluntárias (autônomas
em relação ao mercado e ao Estado), chamadas de movimentos sociais ou populares,
organizações não-governamentais, grupos de mútua ajuda, entidades filantrópicas e
outras do gênero (SCHERER-WARREN, 1994, p.07).
No que se refere às ONGs, percebe-se que estas incorporam no seu discurso a
organização e o fortalecimento da sociedade civil como objetivo central da sua atuação,
direcionada de forma geral, para campos da filantropia, desenvolvimento e cidadania.
Tenório (2001) em sua definição enfatiza a autonomia destas instituições, exponso que
as ONGs caracterizam-se por serem sem fins lucrativos, autônomas, isto é, sem vínculo com o
governo, voltadas para o atendimento das necessidades de organizações de base popular,
complementando a ação estatal.
Nessa perspectiva, segundo Fernandes (1996), o debate atual refere-se a essas
instituições como novos atores sociais que assumem uma postura política, engajadas com um
projeto de transformação social. O que se pode afirmar é que nos últimos anos tem havido
uma proliferação dessas organizações no Brasil, revelando a importância desse fenômeno.
Segundo Fernandes (1996) as disposições legais existentes hoje no Brasil não dão
conta da realidade das ONGs no contexto em que elas estão inseridas, podendo-se afirmar
que, em relação à classificação jurídico-institucional, as ONGs fazem parte do setor sem fins
lucrativos que comporta um universo de instituições denominadas de sociedades civis,
32
organizações ou entidades, associações, entidades filantrópicas, beneficentes ou de caridade,
ONGs e fundações. Assim, ONG é um termo que evoca o mundo da política, da militância, da
cidadania onde se destaca o seu papel na construção de espaços públicos e na consolidação
democrática (FERNANDES, 1996).
2.2.2 Surgimento
A sigla “ONG” representa Organizações o-Governamentais, cuja palavra
publicamente conhecida como “ongue”, o consta no dicionário. Esta expressão foi utilizada
pela primeira vez na década de 40 pela Organização das Nações Unidas – ONU, para
denominar entidades não oficiais que recebiam recursos financeiros para executar projetos de
interesses de grupos ou comunidades (BERNARDES; NANNE, 1994, grifo nosso).
No Brasil, esse termo somente ganhou visibilidade entre as décadas de 70 e 80, para
designar a emergência de organizações privadas e sem fins lucrativos, atuando em benefício
público através da prestação de serviços às classes populares tendo em vista a posição de
clandestinidade em que se viam submetidos nos governos autoritários dos anos 60, época que
marcou o seu surgimento enquanto um ator político-social (LANDIM, 1993).
O surgimento das ONGs é talvez o sintoma mais claro, na América Latina, das
tendências que leva a pensar num “terceiro setor”. Não passa de um pequeno segmento, mas
segundo Fernandes (1994) as suas características resumem-se com nitidez na idéia do
“privado com funções públicas”. São instituições propriamente privadas, mas sem fins
lucrativos. Segundo Fernandes (1994, p. 65) os lucros eventuais devem ser reinvestidos nas
atividades-fim, não cabendo a sua distribuição, enquanto tais, entre os membros da
organização”. Diferem quanto à escala, naturalmente, pois as ONGs são, se comparadas ao
Estado, microorganizações, mas coincidem em diversos aspectos à natureza dos serviços. Os
quadros de uma ONG são treinados para pensar, de maneira estratégica, em como atender a
demandas socioculturais que não são satisfeitas pelo mercado.
Fernandes (1994) acrescenta ainda que os dados recolhidos dos diretórios regionais
projetem um quadro nítido: as ONGs tornaram-se um fenômeno massivo no continente a
partir da década de 1970, e cerca de 68% surgiram depois de 1975.
33
2.2.3 Campo de Atuação
Fernandes (1994) destaca em seu estudo que o trabalho feito pelas ONGs pode ser
subdividido em 17 categorias temáticas. Destacam-se aqui os números mais baixos aqueles
que se referem aos campos de atuação menos procurados pelas ONGs, são elas:
Criminalidade/Violência/Drogas, Negros e Índios. Um outro ponto do estudo expressa os
números mais elevados, que revelam os campos em que as ONGs têm concentrado as suas
energias. Duas categorias se destacam: Formação Qualificada/Assessoria (40,6%) e Educação
(36%). Outros focos medianos mencionados pelas ONGs foram: Pesquisa,
Desenvolvimento/Promoção Social, Saúde, Mulher, Meio Ambiente, Comunicação, Direitos
Humanos, Projetos de Financiamentos, Créditos e Finanças.
As ONGs procuram assegurar o resgate da cidadania, o cultivo de “valores nobres”
(solidariedade, confiança mútua, amor ao próximo, conscientização dentre outros), além de
estratégias de ações capazes de canalizar recursos de toda sorte e natureza, bem como a gestão
do trabalho de voluntários, tendo em vista as suas atividades fim. Tudo isso, no sentido de
responder às demandas sociais aentão negligenciadas pelo poder público tais como: saúde,
moradia, educação, saneamento sico, infra-estrutua, alimentação, lazer, esporte, entre
outras. Nesse escopo, o que se deve ter em mente é que as palavras-de-ordem passam a ser
complementariedade, co-responsabilidade, participação efetiva e parceria. Agir em
substituição às funções do Estado, ou mesmo de forma a deixar lacunas para que o poder
público possa se eximir de suas responsabilidades constitucionais seria uma fatalidade política
e social (FERNANDES, 1996).
2.2.4 Grupos Beneficiários
Quem são os beneficiados diretos do trabalho das ONGs? Segundo Fernandes (1994),
em seu estudo, a comunidade é a resposta mais freqüente. Cerca de um terço de todas as
ONGs declara trabalhar para ela, pois carrega características associadas a este conceito: 1.
valorizar intenções face a face, em vez de uma abordagem formal e burocrática; 2. concentra-
se no local de moradia, em vez de no local de trabalho. A combinação destas idéias ajuda a
compreender as ONGs quando dizem: “Trabalhamos para as comunidades”.
34
Ainda como grupos beneficiários podem-se destacar: trabalho, o meio rural, os velhos,
os marginalizados, grupos étnicos entre outros. Em suma, as ONGs têm-se dirigido sobretudo
aos pobres, com uma agenda de direitos civis, concentrando-se nos locais de moradia. Elas
tendem a priorizar regiões e funções mais fragilizadas na estrutura social os pobres, em
geral, crianças e mulheres na família, trabalhadores rurais na produção.
2.2.5 Estrutura Organizacional e Perspectivas para as ONGs
Em termos de estrutura interna, segundo Tachizawa (2000, p.18) possuem
obrigatoriamente um órgão de natureza deliberativa (Assembléia Geral) e um órgão de
natureza decisória (Executivo). O Conselho Fiscal apenas é obrigatório em certos casos, o
Conselho Consultivo é sempre facultativo”.
As ONGs constroem-se e consolidam-se à medida que se cria e fortalece amplo e
diversificado campo de associações civis, a partir sobretudo dos anos 70 - processo que
caminha em progressão geométrica pelas décadas de 80 e 90.
O papel que as ONGs desempenham no Brasil é de contribuir para uma sociedade
democrática, dos pontos de vista político, social, econômica, e cultural, propondo uma nova
forma de produzir e distribuir bens e serviços que supere os limites da lógica do capital,
acabar com o estatal e estabelecer o público, e universalizar todos os valores éticos de sua
própria experiência.
Segundo Tenório (2001), as ONGs se vêem diante dos seguintes desafios: (1) sair do
micro para o macro, isto é, contribuir com sua experiência para o desenvolvimento macro; (2)
sair do privado para o público, deixando de atuar na clandestinidade para atuar de forma mais
transparente, divulgando ao público o que são, por que lutam, o que propõem; e (3) passar da
resistência à proposta, ou seja, da ação contra o Estado e à margem do mercado para uma ação
participante.
Para superar tais desafios as ONGs precisam acrescentar às suas peculiaridades novos
instrumentos de gestão, dotando seus quadros de habilidades, conhecimentos e atitudes que
assegurem o cumprimento dos objetivos institucionais.
35
2.3 MODELO DE GESTÃO DE COMPETÊNCIAS
2.3.1 A Importância das Competências nos Cenários Organizacionais
No setor produtivo, desde a década de 80, a sociedade brasileira vem passando por
transformações sociais, econômicas, políticas e culturais intensas que resultam em processos
de reestruturação produtiva. Com a introdução de novas tecnologias e a globalização da
economia, faz-se necessária a alteração do modelo de produção, bem como da forma de
gestão das organizações. A busca de novos mercados, nos anos 90, obrigou as organizações a
se atualizarem em relação aos seus modelos de gestão para chegar a patamares exigidos pela
competição de produtos e de qualidade.
É neste sentido que surgem as propostas no meio organizacional e acadêmico, as quais
unem a estratégia do negócio à gestão estratégica de seu capital intelectual. Com o nível de
competitividade equilibrado no que tange ao composto preço, produto e qualidade, ambientes
cada vez mais dinâmicos e inovações tecnológicas constantes, o diferencial passa a ser as
pessoas. Essas passam a ser o recurso estratégico da organização.
A integração entre o modelo de competências e o de gestão de pessoas pode
proporcionar ao RH a sua dimensão estratégica, tendo como conseqüência uma
atuação voltada para resultados, auxiliando os estrategistas no cumprimento dos
objetivos organizacionais (RUANO, 2003, p. 5).
Tal modelo presume a definição de comportamento da organização e das pessoas que
nela trabalham, para que o esforço de ambos siga na mesma direção e atinja resultados. A
definição das competências é a chave principal do modelo. Uma vez realizada e atualizada,
serve como fonte de informação para alimentar a área de RH e seus subsistemas. Com tais
informações, torna-se possível desenvolver uma atuação de RH estratégica, valendo-se de
sistemas de avaliação mensuráveis.
O desenvolvimento de competências possibilita que as práticas organizacionais sejam
direcionadas para uma gestão mais efetiva e compatível à estratégia da organização. Nesse
sentido, a questão de atitudes mais apropriadas à nova realidade proposta é chave para o
aprimoramento das práticas de trabalho e para o envolvimento de todas as pessoas na
organização.
36
As organizações buscam atrair e selecionar funcionários que compartilham de seus
valores e crenças e utilizam sistemas de reconhecimento para estimular e tentar garantir os
desempenhos considerados adequados e desejáveis às suas realidades. Contudo, segundo Lara
e Silva (2004) entre o desempenho real e o desempenho esperado podem ocorrer um hiato,
que é muitas vezes designado como discrepância de desempenho.
2.3.2 Surgimento e Evolução de Conceitos
No fim da Idade Média, a expressão competência era associada basicamente à
linguagem jurídica. Dizia respeito à faculdade atribuída a alguém ou a uma instituição para
apreciar e julgar certas questões.
Conforme Isambert-Jamati (1997) os juristas declaravam que determinada corte ou
individuo era competente para um dado julgamento ou para realizar certo ato. Por extensão, o
termo veio a designar o reconhecimento social sobre a capacidade de alguém se pronunciar a
respeito de determinado assunto. Mais tarde, o conceito de competência passou a ser utilizado
de forma mais genérica para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho.
Posteriormente, o termo passou a ser utilizado de forma mais genérica, principalmente
na linguagem organizacional, para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado
trabalho. Passou a fazer parte da retórica de muitos executivos e adquiriu diversas conotações,
sendo, não raras às vezes, utilizado de maneiras distintas no ambiente empresarial e no meio
acadêmico.
Credita-se a David C. McClelland quem primeiro começou a falar de competências
dentro do contexto organizacional.
A partir da metade da década de 1990, C. K. Prahalad e Gary Hamel, através de seus
livros e artigos, deram status estratégico ao tema, levando-o ao centro das discussões nas
organizações. O resultado é que muitas organizações começaram a desenvolver projetos
relacionados a “competências”, procurando identificar conhecimentos, comportamentos e
atitudes necessárias para fazer frente à nova realidade, e que agregassem valor ao negócio.
Parry (1996) chama a atenção para duas concepções atribuídas a competências: como
inputs ou outputs. Para o autor, nos Estados Unidos, competências são encaradas
predominantemente como inputs: conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que
afetam o desempenho do indivíduo; na Europa, competências são vistas como outputs:
37
empregados demonstram competências a partir do momento em que atingem ou superam
resultados esperados em seu trabalho.
Com base nesta construção inicial, muitos conceitos e abordagens surgiram. O Quadro
4 a seguir apresenta os diversos conceitos ligados à questão das competências e suas
respectivas ênfases.
Quadro 4: Conceitos e ênfases sobre competências
AUTOR CONCEITO ÊNFASE
Boyatzis (1982, p. 12)
“Certas características ou habilidades da
pessoa que a capacitam a demonstrar ações
específicas apropriadas”.
Inputs
Parlad e Hamel (1990)
“Conjunto de habilidades e tecnologias
necessárias para agregar valor a uma
organização”.
Inputs
Grant (1991, p. 120)
“As capacidades de uma empresa são o que
ela pode fazer como resultado de grupos de
recursos trabalhando juntos”.
Outputs
Spencer e Spencer (1993, p. 9)
“Características subjacentes de um indivíduo
causalmente relacionadas a critérios de
referencia afetivos e/ou desempenho superior
para um cargo ou situação”.
Inputs
Hamel (1994, p. 11)
“Integração de habilidades e tecnologias, em
vez de uma habilidade ou tecnologia única e
isolada”.
Inputs
Gallart e Jacinto (1995, p. 27)
“Um conjunto de saberes postos em jogo
pelos trabalhadores para resolver situações
concretas de trabalho, configurando uma
indissociação entre competência e ação, com
uma exigência de determinado conhecimento
que oriente esta ação”.
Inputs/ Outputs
Levy-Leboyer (1997)
“Competências são repertórios de
comportamentos que algumas pessoas e/ou
organizações dominam, o que as faz destacar
de outras em contextos específicos”.
Inputs
Barato (1998, p. 13)
“Capacidade pessoal de articular saberes
com fazeres característicos de situações
concretas de trabalho”.
Inputs
Pujol (1999)
“A capacidade de uma pessoa para realizar
uma atividade, aplicando de maneira integral
e pertinente os conhecimentos, destrezas e
atitudes requeridas em uma determinada
gama de funções, em situações e contextos
definidos”.
Inputs
Fleury e Fleury (2001, p. 21)
“É um saber agir responsável e reconhecido,
que implica em mobilizar, integrar, transferir
conhecimentos, recursos, habilidades que
agreguem valor econômico à organização e
valor social ao indivíduo”.
Inputs/Outputs
38
Zarifian (2001, p. 68)
“O tomar iniciativa e o assumir
responsabilidade do indivíduo diante de
situações profissionais com as quais se
depara”.
Outputs
Le Boterf (2001, p. 16)
“Não outra competência que a
competência em ação; (...) a competência
não se reduz a um estado ou conhecimento, a
um saber ou habilidade”.
Outputs
Sanchez (2001, p. 7)
“A habilidade de uma organização de
sustentar o emprego coordenado de ativos e
capacidades de forma a ajudar a atingir seus
objetivos”.
Outputs
Dutra (2001, p. 25)
“Caráter centrado na pessoa de integrar seus
atributos, conhecimentos, habilidades
desenvolvidas e atitudes na direção de atingir
resultados, que, associados aos conceitos de
complexidade, pode-se definir diferentes
níveis de entrega.”
Inputs/ Outputs
Teixeira (2002, p.33)
“Competência é um estado quantitativo e
temporal de uma pessoa para executar uma
tarefa ou missão”.
“Competência é o conhecimento pronto para
responder a uma necessidade específica”.
Inputs
Fonte: Elaborado pelo autor, 2008.
Com base na análise das várias correntes de estudos (americana, latino-americana,
francesa, australiana) sobre a questão de competências, Dutra (2001) salienta que o conceito
de competência es relacionado aos seguintes aspectos: 1. Desenvolvimento de conceitos,
habilidades e atitudes (formação); 2. Capacitação (aptidão); 3. Práticas de trabalho,
capacidade de mobilizar recursos, fato esse que a difere do conceito de potencial (ação); 4.
Articulação de recursos (mobilização); 5. Busca de melhores desempenhos (resultados); 6.
Questionamento constante (perspectiva dinâmica); 7. Processo de aprendizagem individual no
qual a responsabilidade maior desse processo deve ser atribuída ao próprio indivíduo (auto-
desenvolvimento); e 8. Relacionamento com outras pessoas (interação).
Como se pôde observar, não há um consenso na definição de competências, bem como
em qual dimensão essa deve ser definida e analisada inicialmente organizacional ou
individual. Contudo, destaca-se o fato de que uma relação íntima entre elas, uma vez que
as organizações não vivem sem a expertise das pessoas e as pessoas, por sua vez, sem a das
organizações.
39
De acordo com Fleury (2001), na área de administração, é comum observar o conceito
de competências ser analisado sob dois enfoques: organizacionais e individuais. Embora os
dois estejam articulados, é comum encontrar a primeira abordagem dentro do campo de
estratégia, e a segunda, na literatura de recursos humanos.
De um lado tem-se a organização, com um conjunto próprio de competências. De
outro lado têm-se as pessoas, com seu conjunto de competências que pode ou não estar sendo
aproveitado pela organização.
Segundo Dutra (2001), há uma relação íntima entre as competências organizacionais e
as individuais, portanto, o estabelecimento das competências individuais deve estar vinculado
à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez que há uma influência mútua entre
elas.
Muitas ferramentas e modelos estão sendo desenvolvidos para que o RH exerça papel
estratégico nas organizações. O modelo de competência surge no intuito desse objetivo,
entretanto com uma capacidade de abrangência maior, pois, envolve todas as pessoas da
organização e não somente a área de RH.
2.3.3 A Questão da Competência
Um tema bastante discutido, tanto no meio acadêmico, como no âmbito
organizacional, nos últimos tempos, tem sido a expressão “competências”. Esta assume
abrangência de dimensões organizacionais diferenciadas quando se trata desta discussão.
Segundo Teixeira (2002), a competência é um estado específico e não geral e que
quanto mais conhecimentos se adquire mais competente se torna, porém, sempre
relativamente a este tempo e comparativamente às demais pessoas.
Isto quer dizer que toda competência é relativa, o competência absoluta. Neste
aspecto, competência absoluta não existe. Admite-se também que o estado de incompetência
tenha o mesmo caráter de temporalidade.
Quando alguém está competente para realizar uma tarefa é porque ela detém um
conjunto de conhecimentos mínimos necessários para um desempenho satisfatório desta
tarefa.
40
Segundo Teixeira (2002) existe as seguintes formas de expressão de competência:
1. Conhecimentos sobre normas e procedimentos específicos (competência
para executar).
2. Capacidade para planejar cada passo do processo (competência para
planejar).
3. Poder intuitivo (conhecimento intrínseco) para prever fatores
imponderáveis (competência para prever).
4. Experiência acumulada na solução de desvios na continuidade do processo
(competência para decidir).
Embora a competência específica seja fundamental para o crescimento profissional, a
competência geral – aquela que representa o conjunto de conhecimentos da pessoa – é
essencial para sua expressão individual. Os chamados conhecimentos gerais estão novamente
em destaque são cada vez mais cobrados dos gestores.
Dutra (2001, p. 42) aponta o seguinte:
também uma evolução na forma de encarar o que é uma competência.
Inicialmente, a caracterização das competências era uma mistura de habilidades e de
atitudes requeridas das pessoas. Ao longo do tempo, as habilidades deram lugar à
caracterização de entregas requeridas dos indivíduos e as atitudes deram lugar aos
comportamentos observáveis. Essa transição se fez de modo empírico, por tentativa,
erro e ajuste. Como resultado, as empresas hoje empregam diferentes formas de
caracterizar competências.
2.3.4 Competência Individual
Na visão de Ruano (2003), as competências individuais estão ligadas à forma de
interagir da pessoa, faz parte de sua postura diante da organização e de seu comportamento.
Além disso, compreende as habilidades individuais e características pessoais, como
complemento ao exercício da função e envolve fatores comportamentais.
A primeira definição para a competência das pessoas foi estabelecida por Fleury (2001,
p.27), Saber agir de maneira responsável [...] implica mobilizar, integrar, transferir
conhecimentos, recursos habilidade, que agreguem valor econômico à organização e valor
social ao individuo”.
41
Dutra (2001) afirma que ao olharmos as pessoas por uma capacidade de entrega, temos
uma perspectiva mais adequada (porque mais individualizada) para avaliá-las, para orientar o
desenvolvimento delas e para estabelecer recompensas.
Segundo Silva (2005), a competência de uma pessoa pode ser compreendida como sua
capacidade de entrega. Uma pessoa é competente quando, graças as suas capacidades, entrega
e agrega valor ao negócio ou à organização em que atua, a ele próprio e ao meio em que vive.
Uma pessoa se desenvolve quando amplia a sua capacidade de entrega. Competência é a
capacidade de uma pessoa gerar resultados dentro dos objetivos organizacionais.
Quando cada pessoa realmente se envolve, ou seja, se sente parte de todo o processo e
principalmente quando se encontra dentro deste, há grandes transformações no contexto
organizacional. Quando a entrega de cada pessoa é possível perceber o grau de
envolvimento desta e quais são realmente as suas competências em que a organização poderá
ajustar para um melhor andamento de seus processos.
Em suma, o termo “entrega” refere-se ao fato de o indivíduo saber agir de maneira
responsável e ser reconhecido por isso (FLEURY, 2001).
Os sistemas de gestão do desenvolvimento com base em competências foram
elaborados, inicialmente, com base no conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
esperados das pessoas – o chamado CHA.
Segundo Dutra (2001, grifo nosso), o sistema é um conjunto de procedimentos que
permite à organização identificar as pessoas mais adequadas as suas necessidades e, às
pessoas, planejar e implementar suas carreiras.
Brandão (2001) construiu um modelo de aprendizagem baseado em três dimensões.
Estas mesmas dimensões, de acordo com Ruas (2002) demonstram os elementos
fundamentais que a escola francesa de administração atribui à competência. Os elementos são:
Saber: retrata o conhecimento, as informações, o quê e o porquê dos fatos;
Saber fazer: demonstra as habilidades técnicas, a capacidade de aplicar os
conceitos; o saber como fazer atrelado a experiências vividas;
Saber ser: refere-se às atitudes, ao querer fazer, à identidade e
determinação.
Le Boterf (2001) apresenta o conceito de recursos de competência, que são os
conhecimentos, capacidades e aptidões direcionadas para a competência. Estes recursos de
42
competência podem ser classificados, de acordo com Le Boterf como conhecimentos,
habilidades, atitudes, recursos fisiológicos e recursos do ambiente. A finalidade de uma
divisão maior é facilitar a identificação e caracterização dos recursos de competência
necessários para a construção da competência individual.
Para Ruas (2002) cada competência é fundamentada em recursos de competência que
compreendem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que o indivíduo precisará utilizar
e/ou desenvolver para que possa ter as condições necessárias para minimizar o insucesso de
sua ação (incompetência) e realizar a atividade gerando resultados superiores aos esperados
do mesmo (competência).
Partindo da base teórica de Le Boterf e da Escola Francesa, Ruas (2002)
desenvolveram um modelo classificatório com a finalidade de auxiliar a desenvolver e
gerenciar os recursos de competências para a formação de uma competência individual.
(Figura 1).
Figura 1: Classificação de Recursos de Competência
Fonte: Ruas, 2001.
Os recursos associados à categoria conhecimento (saber) o subdivididos em
conhecimentos do ambiente (legislação, mercados e clientes, cultura regional, imagem externa
da organização, perspectivas e oportunidades, conhecimentos sociais, produtos e processos,
Saber
(Conhecimento)
Saber
Fazer
(Habilidade)
Saber Ser/Agir
(Atitude)
Conhecimento do Ambiente
Conhecimentos Teóricos e Conceituais
Conhecimentos Operacionais
Experiência Profissional Associada
Atributos Pessoais
Atributos Profissionais Tácitos
43
etc.), conhecimentos teóricos e conceituais (conceitos, disciplinas e conhecimentos aplicados)
e conhecimentos operacionais (gestão de projetos, métodos, resolução de problemas,
avaliação de desempenho funcional, relacionado a como agir ou como funcionar). Os recursos
associados à categoria habilidades (saber fazer) englobam o aprendizado pela experiência
profissional associada aos conhecimentos tácitos. Os recursos associados à categoria atitudes
(saber ser/agir) são os atributos relacionados aos atributos profissionais (como antecipar
problemas, perceber fatos novos e insatisfações e permitem a percepção do meio e ação em
outras circunstâncias) e aos atributos pessoais (capacidade de reagir a mudanças, gerir
incertezas, ouvir, iniciativa, capacidade de agir em grupo, capacidade de comunicar-se). Estes
atributos dos recursos de competência terão sua variação de acordo com a organização e a
competência avaliada.
Nos anos 90, questionou-se radicalmente a mensuração do desenvolvimento a partir do
CHA. Constatou-se que o fato de uma pessoa possuir determinados conhecimentos e
habilidades não garantia sua entrega, e que o melhor ângulo de observação do seu
desenvolvimento era sua entrega efetiva e a real agregação de valor para a organização.
As competências individuais desenvolvidas (junção de conhecimento, habilidade e
atitude) são percebidas nos comportamentos (ações, percepções e pensamentos) e na
utilização dos recursos disponíveis que resultam em serviços e/ou produtos.
Sob este ponto de vista, somente pode ser avaliada a competência do indivíduo se a
mesma estiver sendo comparada com a ação, recursos disponíveis e atribuições do mesmo. Ou
seja, somente se pode saber se alguém é ou não competente a partir do momento em que se
avaliar os resultados do trabalho executado pelo indivíduo em contraponto com as
expectativas de resultado. Se o trabalho atingir ou exceder os resultados esperados, pode-se
afirmar que a pessoa é competente. O inverso também é verdadeiro, ou seja, será considerado
incompetente aquele que, dados os recursos disponíveis em suficiência para desempenhar o
seu papel, não conseguir atingir os resultados necessários e/ou almejados. Este ponto
demonstra a importância de capacitar antecipadamente as pessoas para o desempenho de suas
atividades.
Fleury e Fleury (2001) também atribuem uma categorização para as competências do
indivíduo, que são dispostas em três blocos que envolvem a relação do indivíduo com toda a
organização, numa perspectiva sistêmica:
44
Competências de negócio:
a) Visão estratégica: conhecer o negócio, o ambiente interno e externo da
organização, identificando oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos. Ter
clareza e comprometimento sobre objetivos e valores e auxiliar os demais
profissionais na descoberta do significado de sua área de atividade, suas
responsabilidades e contribuições esperadas. Identificar a necessidade de
mudanças e as competências necessárias para enfrentar os desafios do negócio.
Assumir responsabilidade e mobilizar os demais profissionais nos projetos de
transformação organizacional.
b) Planejamento: capacidade de estruturar e sistematizar ações para aproveitar
oportunidades e pontos fortes e minimizar ameaças e pontos fracos.
Estabelecer mecanismos de controle e avaliação das ações, otimizando
recursos existentes.
Competências técnico-profissionais:
a) Deter informações e conhecimentos técnicos relativos a sua área; utilizá-los e
atualizá-los constantemente, visando ao cumprimento de atividades, resolução
de problemas ou desenvolvimento de projetos/produtos.
b) Disponibilizar os novos conhecimentos desenvolvidos interna ou
externamente, garantindo sua circulação.
Competências sociais:
a) Comunicação: compreender o processo de comunicação em sua totalidade,
garantindo o entendimento das mensagens pelos demais membros da
organização. Capacidade de expressar idéias de modo claro, utilizando técnicas
de comunicação apropriadas para cada situação.
b) Negociação: ter capacidade de discutir, estimular e influenciar positivamente
outras pessoas a colaborarem, efetivamente, para atingir os objetivos
organizacionais, conduzir processos de obtenção de consenso, objetivando
resultados satisfatórios para as partes envolvidas e, principalmente, para a
organização, em situações externas e internas, argumentar coerentemente, de
45
forma a persuadir as pessoas na venda de idéias, e aceitar pontos diversos dos
seus.
c) Trabalho em equipe: criar e trabalhar com grupos de pessoas que detenham
habilidades e conhecimentos diversos e complementares, propiciando o
surgimento de sinergia. Habilidade em manter tais grupos trabalhando em
conjunto eficientemente, controlando participações excessivas e convidando
membros silenciosos a participar, resolvendo conflitos.
Segundo Fleury e Fleury (2001, p.26) “...relacionando esses conjuntos de
competências, desenvolvidas pelos indivíduos, em seus espaços de atuação, com as estratégias
do negócio, chegaremos às competências essenciais da organização...” Para eles, uma
competência essencial pode estar associada ao domínio de qualquer um dos estágios do ciclo
de negócios, porém, deve estar associada a um processo sistemático de aprendizagem como
conhecimentos, habilidades, atitudes, recursos fisiológicos e recursos do ambiente.
Desta forma é possível afirmar que a competência individual representa o conjunto de
conhecimento, técnicas, habilidades e atitudes que geram resultados à organização e agregam
valor ao indivíduo. As competências individuais são identificadas a partir das competências
corporativas, estando diretamente ligadas à estratégia da organização, além de conhecimentos
específicos que permitam um diferencial qualitativo no desempenho do processo.
2.3.5 Competência Organizacional
Para cada um dos processos da organização é necessário definir as principais
competências. Deste modo, pode-se afirmar que, para cada processo, um conjunto próprio
de competências.
O conceito de competências essenciais (core competences), desenvolvido por Hamel e
Prahalad (1995), trata das competências sobre uma perspectiva abrangente: a corporativa. As
competências essenciais são um conjunto de habilidades e tecnologias que resultam por
aportar um diferencial fundamental para a competitividade da empresa (RUANO, 2003).
Ruano (2003) acrescenta ainda que um diagnóstico resumido sobre as core
competences pode ser realizado em duas etapas. A primeira deve analisar as competências
organizacionais competências instaladas e a adquirir para que a organização aumente e
46
console cada vez mais sua capacidade de competir dentro da estrutura do setor em que atua. A
segunda, as competências humanas competências que precisam ser adquiridas e
desenvolvidas na esfera individual para que as organizações tenham sucesso em seus
objetivos estratégicos.
Ruas (2002) desdobra este conceito de competências organizacionais em competências
organizacionais básicas e competências organizacionais seletivas. As competências
organizacionais básicas são aquelas percebidas em toda a organização e que contribuem para
a sobrevivência das organizações, independentemente de sua posição no mercado. Já as
competências organizacionais seletivas são aquelas que além de garantir a sobrevivência da
organização, resultam em uma diferenciação perante os concorrentes, caracterizada pela
liderança, inovação ou pioneirismo da organização. Esta diferenciação agrega valor ao
negócio gerando pré-condições de sobrevivência futura para os negócios.
As competências organizacionais (ou de negócios ou gerenciais), na visão de Silva
(2005), são competências referentes à visão que os gestores detêm sobre o mercado e sobre as
tendências que impactam o negócio onde atuam, resultado em melhorias que agregam valor
ao cliente final. Uma característica marcante de uma competência organizacional é ser durável
e flexível às mudanças organizacionais.
As competências técnicas fazem parte da atividade operacional da organização, como
produção, vendas, RH, serviço, etc. Enfim, todos os aspectos práticos do dia-a-dia que
envolvem metodologias, procedimentos adotados e controles sobre os resultados (SILVA,
2005).
O entendimento da competência passa pela visão da dimensão estratégica
(corporativa) e da dimensão individual. A primeira trata das competências organizacionais e
se refere à organização como um todo. A segunda trata da competência das pessoas que
trabalham na organização. Embora conceitualmente se faça uma distinção entre as dimensões,
no desempenho da prática organizacional elas estão intimamente associadas.
Ruano (2003) reforça essa idéia quando afirma a existência de duas abordagens sobre
competências sendo seguidas na área. Numa abordagem, a identificação das competências
parte da estratégia empresarial, passa pela definição das competências organizacionais e
desdobra-se em competências funcionais. Em outra a identificação se dá no sentido inverso. A
análise das competências de cada profissional formaria o portifólio de competências
organizacionais e a partir dessa definição a organização estabelece a sua estratégia no
mercado. De acordo com essa abordagem, o novo conhecimento sempre se inicia pelo
indivíduo e é transformado em conhecimento organizacional. São as pessoas que, ao
47
colocarem em prática o patrimônio de conhecimentos da organização, caracterizam as
competências organizacionais e fazem sua adequação ao contexto (RUANO, 2003).
As competências organizacionais e individuais estão totalmente relacionadas e o é
possível estabelecer as competências individuais sem antes fazer uma reflexão sobre as
competências organizacionais. Organizações e pessoas, lado ao lado, proporcionam um
processo contínuo de troca de competências (DUTRA, 2001).
Green (2000) aborda que competências consistentes ajudam a definir o que foi feito, o
que está sendo feito e o que precisa ser feito para sobreviver no mercado. Um sistema de
gestão de recursos humanos baseado em competências representa nada mais do que um
reinvento da prática de gestão dos recursos humanos. Esta postura implica que todas as
atividades de recursos humanos (recrutamento, sistema de remuneração, benefícios,
desenvolvimento de pessoal e treinamento, gerenciamento da mudança e a aprendizagem
organizacional), estejam orientadas para o desenvolvimento das competências da organização.
Ruas (2002, p. 6) apresenta o conceito de competências organizacionais, como:
“competências coletivas, que aparecem sob a forma de processos de produção e/ou
atendimento, nos quais estão incorporados conhecimentos tácitos e explícitos, sistemas e
procedimentos de trabalho, procedimentos de tomada de decisão e outros elementos menos
visíveis...”
O uso do modelo de competências permite o surgimento de uma gestão de pessoas
mais alinhada às expectativas e necessidades das organizações e das pessoas, trazendo ganhos
para ambas.
O modelo de competências permite ganhos para as organizações e para as pessoas.
Entre os aspectos destacados como ganhos para as pessoas estão às condições claras e
objetivas para mobilidade entre as carreiras abrangidas pelo modelo (DUTRA, 2001).
O uso do conceito de competência também permitiu o surgimento de uma gestão de
pessoas mais alinhada com as expectativas e as necessidades das organizações e dos
indivíduos, configurando uma série de ganhos, tais como:
Quadro 5: Ganhos com o uso da gestão de pessoas dentro do conceito de competências
PARA A ORGANIZAÇÃO
Simplicidade, flexibilidade e transparência.
Otimização de recursos e da massa salarial.
Direcionamento e otimização dos investimentos no
desenvolvimento profissional.
Capacidade de atração, retenção e potencialização de
talentos.
Flexibilidade do modelo para adaptar-se às mudanças de
estrutura, organização do trabalho e tecnologia.
Equilíbrio entre remuneração e agregação de valor.
48
PARA AS PESSOAS
Horizontes profissionais claros com critérios de acesso
definidos.
Remuneração compatível com a complexidade das
atribuições e das responsabilidades e com o mercado.
Estímulo ao auto-desenvolvimento e à ampliação do espaço
de atuação.
Condições claras e objetivas para a mobilidade entre as
carreiras abrangidas pelo modelo.
Fonte: Dutra, 2001.
As pessoas são chamadas à responsabilidade de viver conscientemente num mundo
onde tantas coisas parecem estar em mudança. Tais mudanças às colocam diante de muitas
perguntas e de novos problemas organizacionais e, na maioria das vezes, não somos capazes
de resolver sozinhos os problemas ou de dar uma resposta acertada para eles.
2.4 GESTÃO DE PESSOAS BASEADA NAS COMPETÊNCIAS
2.4.1 As pessoas nas organizações
As formas tradicionais de pensar a Gestão de Pessoas foram concebidas a partir dos
movimentos decorrentes da administração científica. Não dá para querer que as pessoas
adquiram novos padrões de comportamento e, ao mesmo tempo, continuem inseridas em
organizações fechadas e conservadoras, sem que isso não gere conflitos. As organizações são
influenciadas e influenciam os mercados que atuam.
A valorização das pessoas dentro das organizações nasceu, dentre outras, da
necessidade de se corrigir a tendência à desumanização do trabalho surgida com a aplicação
de métodos rígidos e rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores deveriam se
submeter, cuja eficiência era medida unicamente por meio da produção, e a motivação era
exclusivamente financeira. Estes métodos originados na Escola Clássica da Administração
transformaram os operários em máquinas” que produziam segundo um índice padrão de
produção que estava sempre acima da capacidade de produção de um operário normal.
Através da experiência desenvolvida em Hawthorne na fábrica da Western Electric
Company, iniciada pelo Conselho Nacional de Pesquisas (órgão americano) e coordenada por
Elton Mayo e seus colaboradores entre 1927 e 1932, para pesquisar a relação entre iluminação
e produção (eficiência dos operários), estendendo-se posteriormente ao estudo da fadiga,
acidentes de trabalho, do turnover e efeitos das condições de trabalho sobre a produtividade
49
do operário; surge uma nova teoria calcada em valores humanísticos, deslocando a
preocupação voltada para a tarefa e estrutura da organização para a preocupação com as
pessoas, seu relacionamento na equipe e seu comportamento social.
A partir da Experiência de Hawthorne, desenvolveu-se uma nova concepção a respeito
da natureza humana, novas variáveis são acrescentadas à administração: a integração social, o
comportamento social dos empregados, as necessidades psicológicas e sociais, a atenção para
novas formas de recompensas e sanções não-materiais, o despertar para as relações humanas
dentro das organizações, a ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento
das pessoas.
Leavitt, Dill e Eyrng (1973) argumentam que o homem é um ser social com uma
irrepreensível tendência à vida em sociedade, vive em organizações e em ambientes cada vez
mais complexos e dinâmicos. Contudo existe uma enorme variabilidade humana, em que cada
pessoa é um fenômeno multidimensional, sujeito a influência de grandes variáveis. O fato de
haver grandes diferenças em aptidões e dos padrões de comportamento serem diversos, faz
com que cada pessoa tenha suas próprias características de personalidade, seus próprios
valores, suas próprias atitudes, suas próprias motivações. Daí, a necessidade de entender a
cognição humana, cujo significado é a maneira pela qual a pessoa se e interpreta a si
própria ou seu ambiente externo, é o filtro pessoal através do qual a pessoa se sente e percebe
o mundo ao seu redor, estabelecendo a crença e a opinião pessoal a respeito de si mesma e do
mundo exterior.
As organizações dependem das pessoas para fazê-las funcionar adequadamente e
alcançar seus objetivos e ter sucesso e continuidade. Não organizações sem pessoas. Surge
um grande conflito organizacional: conciliar os interesses das organizações e os interesses
individuais, pois as organizações inseridas numa civilização industrializada, que para sua
sobrevivência financeira necessitam de eficiência das pessoas para alcançar lucros, usam
métodos que convergem para a eficiência e não para a cooperação humana. Com isso, muitas
teorias têm surgido tentando achar o melhor caminho acerca de recursos humanos, ou recurso
de pessoas, dentro das organizações.
Valorizando o ser humano dentro das organizações, houve um deslocamento da visão
das pessoas vistas simplesmente como recursos, dotadas de habilidades, capacidade, destreza
e conhecimentos para a execução de tarefas - para alcançar objetivos organizacionais para
uma visão de pessoas vistas como pessoas, dotadas de características próprias de
personalidade, aspirações, valores, crenças, atitudes, motivações e objetivos individuais.
Tratam-se agora as pessoas como pessoas e ao mesmo tempo como importantes recursos
50
organizacionais, porém, rompendo a visão Taylorista de pessoas unicamente como meios de
produção.
As pessoas sendo vistas como pessoas, se sentem mais “gente” deixando a idéia de
descartável para uma idéia de valor humano, de importância. O tratamento é pessoal e
individualizado, elevando com isso o moral dentro das equipes de trabalho e o gosto pelas
atividades.
Dubin (1974) argumenta sobre a complexidade do comportamento das pessoas dentro
das organizações, apontando fatores internos e externos que influenciam este comportamento.
Os fatores influenciadores do indivíduo na organização são: emoções, atitudes, valores,
motivação, percepção do ambiente e capacidade de aprendizado.
Na percepção de Silva (2005), a área de Gestão de Pessoas passa por uma profunda
transformação em seus conceitos, pressupostos e premissas, em função das constantes
mudanças ocorridas nas organizações e no ambiente cultural da sociedade ocidental moderna.
2.4.2 O Modelo de Gestão de Pessoas
Uma nova terminologia vem sendo utilizada com freqüência por aqueles que estudam
e praticam gestão de Recursos Humanos (RH) nas organizações: o conceito de modelo de
gestão de pessoas.
A gestão de RH sofreu alterações profundas no passado recente. As evidências que
comprovam tal constatação são inúmeras.
Segundo Fischer (2001) um estudo que se realizou em 1999 reunindo 136 artigos de
autores de diferentes nacionalidades revelou que nove entre dez formadores de opinião na
área de RH acreditam que as políticas e as práticas de gestão de pessoas diferem das utilizadas
anos. Uma pergunta, no entanto, é necessária: trata-se de fato, do desenvolvimento de
novos conceitos ou simplesmente de modismo passageiro?
Segundo Bitencourt (2004) a mudança em questão é muito delicada, pois implica uma
reflexão sobre a necessidade de uma nova visão do próprio papel que as pessoas representam
na organização e, portanto, não se trata de uma mudança transitória (como os modismos), mas
uma mudança que precisa ser construída, baseada no comprometimento e desejo de construir
uma realidade organizacional mais condizente com o perfil de organização que se busca.
Por tudo isso, a diferença entre conceito e moda é tão tênue em administração.
Segundo Fischer (2001, p.11) “a comprovação de um novo conceito nessa área deve,
51
necessariamente, respeitar duas condições básicas, as quais podem chamar de teste do
cientista e teste do mercado”.
Fischer (2001) acrescenta ainda que do ponto de vista do cientista, o conceito é
verdadeiro quando guarda estreita fidelidade com os pressupostos que norteiam seus estudos.
Da perspectiva do mercado, comprova-se sua verdade como no caso de qualquer outra
mercadoria pelo grau de aceitação e de generalidade desse mesmo conceito por parte das
empresas.
No universo de RH, vem ganhando legitimidade o conceito de modelo de gestão de
pessoas. Esse também é denominado no campo conceitual de modelo competitivo de gestão
de pessoas, ou seja, um conjunto organizado de políticas, prática e processos de gestão
característicos da empresa que funciona nesta era de competitividade.
Conforme Fischer (2001), o conceito de modelo de gestão de pessoas não é comum na
teoria organizacional, não é encontrado na maioria dos textos que trata da questão do
comportamento humano no trabalho. Mais freqüentes são as definições de sistema, função,
área ou setor de RH. Paradoxalmente, o termo gestão de pessoas encontra-se, hoje, bastante
difundido no vocabulário dos especialistas e, em artigos de produção mais recentes, sua
presença é bastante corriqueira.
Aqueles que difundem essa idéia sustentam que há uma diferença significativa entre as
definições do modelo de gestão de pessoas e as do sistema de administração de RH.
“Uma diferença que não se restringe, apenas, ao terreno da semântica, mas que merece
ser analisada mais detalhadamente e em profundidade” (FISCHER, 2001, p. 12).
2.4.3 Características do Novo Modelo de Gestão de Pessoas
Segundo Fischer (2001), as principais características desse novo modelo de gestão de
pessoas são aqueles expostos nos tópicos subseqüentes a este.
2.4.3.1 Do ajuste de comportamentos à gestão das relações
Como já dito, a noção de sistema de administração de RH é, por tradição, mais aceita e
utilizada. Descreve uma função administrativa que visa à “obtenção e manutenção de uma
força de trabalho composta de pessoas diligentes, capazes, competentes, solidárias, coesas,
52
motivadas e aperfeiçoadas – entusiasticamente dedicada a contribuir com seus melhores
esforços [...]” (FISCHER, 2001, p. 13). Como é fácil perceber, tal visão resume a gestão de
pessoas a um conjunto de procedimentos de ajuste do indivíduo a um estereótipo de eficiência
já estabelecido pela empresa.
Toda e qualquer empresa depende de mecanismos de gestão institucionalizados para
direcionar as relações humanas que se verificam no âmbito organizacional. Assim, o modo de
gestão real resulta entre o que a empresa formaliza e aquilo que as práticas dos grupos e dos
indivíduos incorporam ou reinventam a partir desse aparato formal.
É importante para a organização perceber e ter bem definidas em sua visão às
competências organizacionais, a fim de que possam trabalhar bem focadas nas competências
de seus funcionários e, assim, “ajustar” cada valor, habilidade e conhecimento à atividade
certa, estabelecendo diretrizes potencialmente enraizadas e com foco estabelecido,
envolvendo e amesmo esclarecendo os objetivos pessoais para que estes possam convergir
cada vez mais com os da organização, atingindo resultados satisfatórios.
2.4.3.2 Da área ou sistema de administração ao modelo de gestão
Fischer (2001) acrescenta ainda que o conceito de modelo de gestão de pessoas não
pode ser reduzido em seu caráter instrumental. Para entendê-lo, é imprescindível levar em
consideração que os procedimentos e as práticas institucionais são parte dele, não sua
totalidade.
Usar o termo modelo no lugar de sistema, área ou setor significa reconhecer, em
definitivo, que a área de RH perdeu seu poder de monopólio sobre o comportamento
humano nas empresas. Os elementos que compõem tal modelo vão muito além da
estrutura, dos instrumentos e das práticas normatizadas de RH, abrangendo tudo
aquilo que interfere de maneira significativa nas relações entre os indivíduos e a
organização (FISCHER, 2001, p.17).
A utilização do conceito de modelo tem por objetivo superar a idéia de que tudo se
restringe a um conjunto interligado de ferramentas organizadas de maneira sistêmica ou áreas
estruturadas do ponto de vista departamental.
“Nosso conceito de modelo de gestão de pessoas refere-se, portanto, a um mecanismo
abstrato que simplifica a realidade e orienta a decisão daqueles que vivem o ambiente
organizacional da atualidade.” (FISCHER, 2001, p.18).
53
2.4.3.3 Do recurso às pessoas
Segundo Fischer (2001), o termo gestão de pessoas também não significa, apenas, a
tentativa de encontrar um substituto renovador para a desgastada noção de administração de
RH. Seu uso, hoje bastante comum nas organizações, procura ressaltar o caráter da ação “a
gestão” e seu foco de atenção: “as pessoas”.
Embora os conceitos de administração e de gestão sejam utilizados como sinônimos,
em geral, considera-se “gestão” uma ação para a qual menor grau de previsibilidade sobre
o resultado do processo a ser “seguido”. “Um navio é dirigido, uma empresa é administrada,
mas uma relação humana pode, no máximo, ser gerida isso quando se admite que os dois
agentes têm consciência e vontade próprias” (FISCHER, 2001, p. 19).
O termo “recurso” está ainda muito atrelado a questões quantitativas, através das quais
se pode mensurar e levantar resultados estabelecidos. A utilização do termo gestão” traz em
seu significado mais apurado uma interpretação mais humana, ou seja, menos técnica, sendo
mais conveniente a utilização deste quando se refere às pessoas.
Fischer (2001) acrescenta ainda que a opção por utilizar pessoas em vez de “RH” é
ainda mais diferenciadora do conceito aqui utilizado. A administração foi construída em torno
da idéia da otimização de recursos. Otimizar máquinas, equipamentos, materiais, recursos
financeiros e pessoas” sempre foi seu grande objetivo. Administração de RH significava,
nessa fase da teoria organizacional, otimizar sua produtividade, competência e entusiasmo.
Hoje, o papel do homem no trabalho vem se transformando. Suas características mais
humanas o saber, a intuição e a criatividade são valorizadas. É necessário que se gere
relações com as pessoas não com os recursos, o que demonstra a transição para uma realidade
empresarial radicalmente diversa.
2.4.4 As Pessoas como Capital Intelectual
Nos dias atuais é possível perceber um novo deslocamento da visão das pessoas dentro
das organizações, ou seja, elas são vistas como capital humano que é constituído de pessoas
que fazem parte da organização e significa talentos que precisam ser desenvolvidos e
mantidos, é o capital intelectual que movimenta a organização na direção por ela determinada.
Na era da pós-industrialização, as pessoas com seus conhecimentos e habilidades, passaram a
ser a principal base para a nova organização, deixaram de ser simples recursos
54
organizacionais, passaram a ser vistos como seres dotados de habilidades, motivações,
inteligência, conhecimentos, personalidades, aspirações.
Stewart (1998) relata que a grande importância para as organizações se constitui no
capital humano que ela possui, pois o capital humano é a fonte de criação e de inovação. As
pessoas são um ativo intangível das organizações. As máquinas trabalham, mas não inventam.
O dinheiro é poder, mas não pensa. Na era da informação, o conhecimento é o recurso
organizacional mais importante das organizações. Uma riqueza maior e mais importante que
dinheiro.
O capital financeiro, na era industrial, está cedendo lugar para o capital humano, na
era do conhecimento, como base fundamental para o crescimento com competitividade e
inovação das organizações. Criatividade e inovação vêm através de idéias, e idéias provêm do
conhecimento e o conhecimento, por sua vez, está na cabeça das pessoas. Organizações que
vêem o futuro precisam investir cada vez mais nesse capital intelectual visando o seu
progresso, seu crescimento e sua inovação.
Uma mudança está acontecendo dos ativos tangíveis para os intangíveis. Organizações
estão identificando indicadores para seus ativos intangíveis como o capital humano talentos
e habilidades de sua equipe, onde pessoas passam a ser a prioridade das empresas. Para
Sveiby (1998), o capital intelectual é composto dos seguintes ativos intangíveis: internos, é a
organização com sua estrutura de sistemas administrativos, seus conceitos, valores
organizacionais, sua cultura, patentes e sistemas computacionais. Externos, são propriamente
os clientes, cujos ativos intangíveis estão relacionados às relações com os clientes e
fornecedores, às marcas que a organização possui, sua imagem e sua reputação no mercado.
Outro ativo intangível do capital intelectual são as pessoas com seus conhecimentos e
habilidades de ação em situações diferenciadas, educação adquirida, os valores pessoais e
habilidades sociais. Este ativo intangível é a competência individual das pessoas da
organização.
Esses ativos humanos são reforçados por autores como Argyris (1969), Bennis (1972),
Etzioni (1972), Likert (1975, 1979), McGregor (1980) e Selznick, (1954), ainda que
indiretamente. O ponto de vista é que as medidas de eficácia administrativas devem ser
através da utilização dos ativos humanos que as organizações possuem, uma vez que as
organizações dependem cada vez mais de pessoas para proporcionar o necessário
planejamento e organização, para dirigi-las e controlá-las e para fazê-las operar e funcionar e
para atingir objetivos institucionais.
55
Não existe organização sem pessoas. As organizações são pessoas, são grupos e o
organizações. Gerentes administram pessoas, grupos e organizações, estes gerentes são
pessoas, membros de grupos e de organizações.
O valor das pessoas é motivo de estudos e preocupação ao longo dos anos. Vários
autores se dedicaram ao assunto. As organizações procuram entender e compreender as
pessoas que nela trabalham, para obter maior competitividade e se diferenciar entre elas.
Neste contexto, procurando entender as pessoas e seu valor, Rogers (1997) diz sentir
um forte receio de que o desenvolvimento das ciências do comportamento possa ser utilizado
para controlar o individuo ou para aliená-lo da sua personalidade.
A sua convicção é que estas ciências poderiam ser utilizadas para realçar o valor das
pessoas nas organizações. E este valor deve ser aproveitado com inteligência dentro das
organizações para o progresso institucional e individual. O capital intelectual deve ser usado
para o benefício de ambas as partes, pessoas e organizações.
2.4.5 Gestão de Pessoas e o Modelo de Competências
Segundo Silva (2005), as organizações pró-ativas estão fazendo surgir um novo
conceito: o de Gestão de Pessoas, através do Sistema de Competências, uma tendência que
está mudando rapidamente a maneira de se administrar pessoas e processos.
Neste cenário, as pessoas são transformadas em agentes dotados de competências e
que cumprem importante papel na sustentabilidade da organização. E, desta forma, a Gestão
de Pessoas passa a se destacar pela maneira diferente de perceber e pensar as organizações,
centrado no conhecimento existente e potencial, desenvolvido pelas pessoas que as compõem,
e que, ao ser gerenciado, pode levar a organização a uma vantagem competitiva.
A gestão de pessoas com base em competências
é
orientada pela aprendizagem e o
desenvolvimento organizacional e humano, tendo como eixo central a agregação de valor
mútua.
De acordo com Dutra (2001, p. 27):
Organização e pessoas, lado a lado, propiciam um processo contínuo de troca de
competências. A organização transfere seu patrimônio para as pessoas,
enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e
pessoais, dentro ou fora da organização. As pessoas, por seu turno, ao desenvolver
sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, dando-
lhe condições para enfrentar novos desafios.
56
Essa abordagem pressupõe, portanto, um equilíbrio na relação entre os papéis
desempenhados pela organização e aqueles desempenhados pelas pessoas. Enquanto cabe a
essas assumir a responsabilidade pela gestão de seu desenvolvimento e de sua carreira, cabe
à
organização estimular e dar condições para que essas expectativas e necessidades se realizem.
Os processos de gestão de pessoas, suportados pelas políticas organizacionais, devem,
portanto, favorecer e facilitar essas trocas.
Nessa nova perspectiva, substitui-se a visão de que os trabalhadores são meros
recursos
à
disposição das organizações, passando a ser tratados como "pessoas integrais"
(FISCHER, 2001). Além de reconhecer a efetiva importância que as pessoas representam na
consecução de estratégias empresariais, a abordagem permite que elas sejam valorizadas a
partir de suas contribuições individuais, baseadas em suas próprias características e o mais
dentro dos limites prescritos pelo cargo que ocupam. Trabalho em equipe, liderança,
empreendedorismo, criatividade, relacionamento interpessoal e comunicação o algumas das
características observadas em grande parte dos sistemas de gestão por competências existentes
nas organizações.
Entender e perceber a Gestão de Pessoas no paradigma da agregação do valor e da
competência não é uma tarefa simples, pois o momento é de transição entre o paradigma
anterior para outro que não está suficientemente claro para a maioria das pessoas.
Isso indica que o novo modelo abre um caminho para a expressão das relações e das
subjetividades presentes na organização. A mudança do antigo paradigma voltado para a
homogeneização das pessoas - não elimina os conflitos e tensões inerentes
à
relação,
entretanto abre espaço para a autonomia e as complexidades das pessoas, mediando-se as
diferenças sem a pretensão de eliminá-las, como propõem Davel e Vergara (2001).
57
3 RECURSOS METODOLÓGICOS
Neste item, apresentam-se os métodos e técnicas utilizadas para o desenvolvimento da
pesquisa. Inicialmente, enfoca-se a classificação do estudo e do método, seguindo-se da área
de abrangência do estudo ou universo e amostra. Após apresenta-se os elementos investigados
na pesquisa, a análise descritiva dos indicadores da pesquisa e os procedimentos para a coleta
dos dados. Em seguida, são apresentados os instrumentos de coleta de dados bem como o seu
pré-teste. Por fim, explicitam-se as estratégias de tratamento dos dados e as etapas de
desenvolvimento da pesquisa.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO E DO MÉTODO
O presente estudo consistiu em um estudo de caso múltiplo aplicado com enfoque
exploratório-descritivo, que visou proporcionar um ato ou efeito de conhecer o objeto em
estudo, descrevendo as características do fenômeno estudado e estabelecendo relações entre
variáveis nas ONGs localizadas na cidade de João Pessoa-PB.
Do ponto de vista de Yin (2005), o estudo de caso múltiplo representa uma variação
do método de estudo de caso e para que seja academicamente aceitável, o pesquisador deve
utilizar a lógica da reaplicação das questões norteadoras da pesquisa em todos os casos, alvo
da investigação. Neste termo, o autor enfatiza que a preocupação do pesquisador o pode
estar orientada para o tamanho da amostra (representação estatística), mas, para a
representatividade qualitativa das unidades sociais de estudo e para a consistência do
referencial teórico que dará bases aos exercícios descritivos e analíticos que validarão as
conclusões. Sendo assim, definiu-se o estudo de caso como a melhor estratégia para esta
pesquisa.
Segundo Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado como um “estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do
mesmo”.
De acordo com Rudio (1999), a pesquisa descritiva procura conhecer e interpretar a
realidade sem interferências do pesquisador para modificá-la, significa apenas narrar o que
acontece, descobrindo e observando fenômenos, descrevendo, classificando e interpretando.
58
Oliveira (2005) afirma que a pesquisa exploratória fornece uma explanação geral
sobre determinado fato, através da delimitação do estudo, levantamento bibliográfico, leitura
e análise de documentos.
Este estudo se valeu de uma abordagem quali-quantitativa, pois foi um processo de
reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para compreensão
detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação.
Através dos ensinamentos de Yin (2005), é possível afirmar que a investigação
proposta foi uma pesquisa de natureza empírica, ou seja, que envolveu a reunião de dados
primários, obtidos por meio do contato direto com a realidade.
3.2 ÁREA DE ABRANGÊNCIA OU UNIVERSO E AMOSTRA
Tendo em vista adotar o método de estudo de caso múltiplo, a unidade de análise da
presente pesquisa foram as pessoas que atuam nas ONGs e teve como universo pesquisado:
(a) as ONGs cadastradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
CMDCA (ANEXO) localizadas na cidade de João Pessoa-PB; (b) com mais de dez anos de
existência na comunidade de atuação; (c) que possuía acima de dez pessoas envolvidas em
seu quadro funcional; (d) as ONGs que atendiam um número superior a 200 pessoas em suas
atividades e (e) as ONGs que possuíam uma certa organização e estrutura em relação à gestão
de pessoas.
Flick (2004) afirma que a amostragem teórica é o processo de coleta de dados para a
geração de teoria por meio da qual o analista coleta, codifica e analisa conjuntamente seus
dados, decidindo quais dados coletar a seguir e onde encontrá-los, a fim de desenvolver sua
teoria quando esta surgir.
Segundo Oliveira (2005), na amostra o probabilística o pesquisador determina a
quantidade de elementos ou números de pessoas aptas a responder um questionário.
A amostragem adotada nesse estudo foi definida como: teórica, o-probabilística e
por acessibilidade. A amostra utilizada compõe-se de cinco ONGs localizadas na cidade de
João Pessoa-PB sendo representadas por 70 indivíduos, onde 58 destes atuam nas ONGs
como educadores populares e estão por sua vez vinculados às ações educativas ligadas às
atividades-fim e 12 destes estão envolvidos em cargos diretivos das referidas ONGs,
responsáveis pelas decisões e coordenação das ões. Vale destacar que a escolha de tais
59
indivíduos se realizou pelo envolvimento e ligação dos mesmos ao foco do problema em
estudo.
3.3 ELEMENTOS INVESTIGADOS NA PESQUISA
Nesta pesquisa, investigou-se a compatibilidade entre as competências organizacionais
e as competências individuais das ONGs na cidade de João Pessoa-PB, tomando-se como
ponto de partida um estudo realizado por Oliveira (2005) quando se percebeu tamanha
relevância da temática e, ao mesmo tempo, a importância em se expandir a pesquisa para
ratificar os achados alcançados no estudo anterior.
Segundo Bervian e Cervo (2002) as variáveis são aspectos, propriedades ou fatores,
reais ou potencialmente mensuráveis através dos valores que assumem, e discerníveis em um
objeto de estudo.
A definição das variáveis é de suma importância ao se projetar uma pesquisa
científica, pois orienta as etapas a serem seguidas e introduz a necessidade de se definir a
forma como serão medidas.
Para Marconi e Lakatos (2005), as variáveis de pesquisa podem ser consideradas como
uma classificação ou medida; um conceito ou constructo que contém ou apresenta valores; um
aspecto, propriedade ou fator, discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração;
os valores que são adicionados ao conceito, constructo ou conceito operacional, para
transformá-lo em variável.
Dessa forma, identificou-se, no referencial teórico pesquisado, uma série de variáveis
consideradas como intervenientes no estudo das competências, que foram complementadas
por outras, específicas da situação da organização e do terceiro setor.
À luz dos constructos de Marconi e Lakatos (2005), Bervian e Cervo (2002) e Vergara
(2004) foram definidas as variáveis de análises capazes de rastrear os elementos indicadores
que suportam o atendimento dos objetivos específicos da pesquisa, conforme a Figura 2 -
Modelo Analítico da Pesquisa.
60
Fonte
: Elaborado pelo autor, 200
8
Figura 2:
Mo
delo Analítico da Pesquisa
Analisar a compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências pessoais nas ONGs da cidade de João Pessoa-PB.
Valores
Objetivos
Missão
Visão
Foco de atuação
Desempenho da ONG
frente aos objetivos
Avaliar a relação entre as competências (organizacionais e individuais)
Implicações e recomendações extraídas do estudo
Análise e Interpretação dos Dados
OE1:
Identificar os objetivos
organizacionais das
ONGs.
OE2:
Descrever as
competências
organizacionais
presentes nas ONGs
OE3:
Descrever as
competências
individuais presentes
nas ONGs
OE4
:
Verificar a lacuna
existente entre o
desempenho esperado e
o desempenho real das
ONGs.
Objetivo Organizacional
Competências-chaves
da ONG
Expressão de
Competências
Capacidade de entrega
Domínio do
Conhecimento
Domínio das
Habilidades / Ações /
Atitudes
Desempenho
esperado
Desempenho real
Capacidade de
entrega
Competência Individual
Discrepância de
Desempenho
Competência
Organizacional
Características
para se trabalhar numa
ONG
Conhecimentos
Habilidades
Atitudes
61
3.4 ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES DA PESQUISA
As variáveis de opinião do estudo foram analisadas em relação às seguintes medidas
descritivas: média, moda, desvio-padrão e pontos mínimo e máximo.
Média pode ser definida como a soma dos valores, dividida pelo número de valores
observados (BARBETTA, 1998).
Considerando que a média é uma das medidas mais utilizadas para se chegar à
tendência central de um conjunto de observações, julgou-se fundamental calcular a média
para os dados analisados.
Para avaliar a dispersão das respostas em relação à média, utilizou-se o desvio-padrão,
obtendo-se, assim, uma análise mais apurada sobre a variabilidade do posicionamento dos
respondentes.
A moda, que revela a observação que obteve a maior freqüência de ocorrências
(STEVENSON, 1981), foi incluída na análise, por representar a percepção da maioria da
população pesquisada.
Por fim, julgou-se interessante apresentar os pontos mínimo e máximo, que atestam,
respectivamente, o menor e o maior ponto assinalado na escala, por representarem os
posicionamentos extremos dos respondentes.
A análise descritiva dos fatores envolventes na pesquisa abordou, através da obtenção
dos dados pela aplicação do questionário, apenas os educadores incluídos nas ONGs
investigados. Tal análise inicia-se pelos Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais -
Bloco 2 seguindo dos Aspectos relacionados às competências (organizacionais e individuais)
Bloco 3. Ao final, apresenta-se a análise global dos elementos pesquisados.
3.5 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
vários instrumentos de coleta de dados: a observação, a entrevista individual ou
coletiva, a história da vida, a análise de conteúdo e a documentação. Os dados foram
coletados através de questionários, entrevistas individuais semi-estruturadas e a observação,
gerando categorias de variáveis por meio da análise quantitativa e de conteúdo qualitativa.
Para a obtenção de dados foram utilizadas as pesquisas bibliográficas, documentais e
de campo. Marconi e Lakatos (2005) definem pesquisa bibliográfica como um apanhado geral
62
sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância por serem capazes de
fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema.
A pesquisa de campo, por sua vez, pressupõe a observação dos fatos exatamente onde,
quando e como ocorrem. Em tais circunstâncias, com a ajuda dos resultados alcançados com a
pesquisa bibliográfica, o pesquisador define as categorias de análise que irão nortear a
observação e, de forma sistematizada, registra, interpreta e relaciona os fatos sem nenhuma
manipulação da realidade, ou seja, sem experimentação (LIMA, 1997).
O questionário obtém respostas precisas e, em razão do anonimato, maior
sinceridade por parte dos respondentes. (MARCONI; LAKATOS, 2005).
De acordo com Oliveira (2005) a entrevista individual é um excelente instrumento de
pesquisa por permitir interação entre pesquisador e entrevistado.
Na visão de Chizzotti (1998) com a observação é possível ver e registrar, sistemática e
fielmente, fatos e circunstâncias em situações concretas que foram definidas de antemão e que
estejam ligados ao problema em estudo.
O autor (op cit) acrescenta ainda que é importante determinar o tempo necessário e
mais adequado à coleta de dados, a duração prevista, o pessoal necessário para efetuar o
trabalho e a tarefa específica de cada pessoa, se houver mais de uma.
A coleta dos dados se procedeu em dois momentos, o primeiro através do questionário
que foi aplicado com todos os educadores ligados às ONGs com a finalidade de responder à
questão inicial levantada. Num segundo momento foram realizadas as entrevistas com a
equipe gestora (coordenação) de cada ONG, através de um guia de entrevista afinado e de um
domínio sobre o assunto que permitiu aprofundar os aspectos relevantes da questão
investigada, dos pontos ainda obscuros e da existência de eventuais polêmicas.
3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Com base nos indicadores delineados referentes à questão central da pesquisa, partiu-
se para a estruturação dos instrumentos de coleta de dados.
Como já dito, para a coleta e levantamento dos dados da pesquisa, optou-se por utilizar
como um dos instrumentos o questionário (APÊNDICE A), em função de sua capacidade de
atingir um grande número de pessoas simultaneamente, possibilitando redução de tempo e
custo.
63
O questionário delineado para esta investigação apresentou-se em duas partes. A
primeira parte de caráter objetivo foi estruturada em três blocos, são eles:
Bloco 1 Aspectos relacionados ao perfil sócio-demográfico dos
pesquisados.
Bloco 2 – Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais.
Bloco 3 - Aspectos relacionados às competências (organizacionais e
individuais).
Para avaliar a opinião dos respondentes (educadores), as variáveis investigadas, nesta
primeira parte do questionário, foram enunciadas em forma de afirmativas, com base no
referencial teórico. A percepção dos respondentes (educadores) foi quantificada, para permitir
o tratamento estatístico dos dados, de acordo com a seguinte escala de 5 pontos:
1. Discordo totalmente.
2. Discordo parcialmente.
3. Não concordo, nem discordo.
4. Concordam parcialmente.
5. Concordo totalmente.
Considerando-se que todas as afirmativas fazem uma referência positiva aos
indicadores investigados na pesquisa, pode-se concluir que, conforme a escala de avaliação
utilizada, o grau 1 corresponde à total insatisfação do funcionário com a variável, e o grau 5, à
total satisfação. Assim, através dessa escala, foi possível mensurar o grau de satisfação dos
respondentes (educadores) em relação aos diversos indicadores da pesquisa.
Na segunda parte do questionário foram traçadas questões abertas referentes às
competências organizacionais e individuais com a finalidade de apurar com melhor precisão
os dados dos respondentes (educadores), principalmente pelo fato de ser o foco discutido na
pesquisa.
Para investigar a compatibilidade existente ente as competências organizacionais e
individuais das ONGs na cidade de João Pessoa-PB, de acordo com a escala referida no
64
subitem anterior, os critérios avaliados foram enunciados em forma de assertativas, que
compuseram o instrumento de coleta de dados (questionário).
O Quadro 6 a seguir lista as afirmativas e questões referentes a cada indicador
pesquisado.
Quadro 6: Afirmações e questões presentes no questionário
Indicador Afirmativa para Avaliação
(Parte objetiva)
Questões para Avaliação
(Parte subjetiva)
Valores
Objetivos
Missão
Visão
Foco de atuação
Desempenho da ONG frente
aos objetivos
Em minha opinião, os valores
encontrados na ONG o compatíveis
com os objetivos traçados.
Eu percebo de forma clara os objetivos da
ONG.
Para mim a atuação da ONG em relação
aos seus objetivos propostos é
considerada adequada.
Eu percebo que a ONG reúne as
condições necessárias para atingir os seus
objetivos.
Eu percebo de forma clara a missão
desenvolvida pela ONG.
Quais os principais objetivos de
uma ONG?
Quais os principais objetivos desta
ONG?
Competências-chaves da ONG
Expressão de Competências
Capacidade de entrega
Domínio do Conhecimento
Domínio das Habilidades /
Ações / Atitudes
Eu consigo visualizar as principais
competências da ONG.
A ONG sempre atinge seus objetivos
porque ela é competente.
Eu percebo que a ONG possui
conhecimentos, habilidades e atitudes
adequadas para o desenvolvimento de
suas ações.
Para mim, o grau de entrega
(envolvimento) das pessoas que
trabalham nesta ONG é considerado
satisfatório.
Quais as principais competências
de uma ONG?
Quais as principais competências
desta ONG?
Características para se trabalhar
numa ONG
Conhecimentos
Habilidades
Atitudes
Eu percebo que as pessoas que trabalham
nesta ONG possuem os conhecimentos
necessários ao alcance dos seus objetivos.
Eu percebo que as pessoas que trabalham
nesta ONG possuem as habilidades
necessárias ao alcance dos seus objetivos.
Eu percebo que as pessoas que trabalham
nesta ONG possuem as atitudes
necessárias ao alcance dos seus objetivos.
Eu possuo características necessárias para
a atuação numa ONG.
Cite algumas características que
uma pessoa deve possuir para que
seja considerada competente no
desenvolvimento do trabalho nesta
ONG.
Que Conhecimentos
(conhecimentos teóricos,
operacionais, legais etc.),
Habilidades (saber fazer, aplicar os
conhecimentos) e Atitudes
(profissionais e pessoais) cada
pessoa precisa ter para desenvolver
suas atividades nesta ONG?
65
Eu possuo conhecimentos, habilidades e
atitudes suficientes para desenvolver as
minhas atividades na ONG.
Desempenho esperado
Desempenho real
Capacidade de entrega
Para mim uma compatibilidade entre
as competências da ONG e as
competências das pessoas que trabalham
nela.
Eu percebo uma lacuna existente entre o
desempenho esperado e o desempenho
real das pessoas que trabalham na ONG.
Para mim, o envolvimento/doação das
pessoas na ONG está diretamente ligado à
compatibilidade entre as competências
organizacionais e as competências
pessoais.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2008.
Para a segmentação da amostra, visando a posteriores cruzamentos na análise dos
resultados, investigaram-se os seguintes aspectos dos respondentes:
Sexo;
Estado Civil;
Idade;
Escolaridade;
Tempo de Organização;
Cargo;
Vínculo com a Organização.
Um outro instrumento adotado na pesquisa foi o guia de entrevista (APÊNDICE B)
que foi elaborado baseado nos mesmos indicadores extraídos da fundamentação teórica e que
serviram de base para a elaboração dos questionários.
Da mesma forma apresentam-se através do Quadro 7 as questões referentes ao
instrumento de coleta de dados (guia de entrevista) baseadas nos indicadores da pesquisa.
66
Quadro 7: Afirmações e questões presentes no questionário
Indicador
Questões para Avaliação
Valores
Objetivos
Missão
Visão
Foco de atuação
Desempenho da ONG frente aos
objetivos
Em geral, quais são os principais objetivos de uma ONG?
Quais são os objetivos principais desta ONG? Como é sua
atuação frente aos objetivos?
Você tem conhecimento dos objetivos, missão, visão e valores
desta Ong?
Competências-chaves da ONG
Expressão de Competências
Capacidade de entrega
Domínio do Conhecimento
Domínio das Habilidades / Ações /
Atitudes
Em geral, quais são as competências de uma ONG?
Quais são as principais competências de uma ONG?
Até que ponto as competências organizacionais estão sendo
eficazes para atingir os objetivos da organização?
Qual a principal competência desta ONG?
Como você avalia a capacidade de entrega das pessoas desta
ONG?
Características para se trabalhar
numa ONG
Conhecimentos
Habilidades
Atitudes
Em sua percepção, por parte das pessoas que trabalham nesta
ONG conhecimentos suficientes frente à realização de suas
atividades?
Em sua percepção, por parte das pessoas que trabalham nesta
ONG habilidades suficientes frente à realização de suas
atividades?
Em sua percepção, por parte das pessoas que trabalham nesta
ONG atitudes suficientes frente à realização de suas atividades?
Em que medida as pessoas que trabalham na ONG estão
desenvolvendo atividades de acordo com suas competências.
Desempenho esperado
Desempenho real
Capacidade de entrega
uma lacuna existente entre o desempenho esperado e o
desempenho real das pessoas que trabalham nesta ONG? Caso
afirmativo, em que se consiste tal lacuna?
Você percebe a compatibilidade entre as competências
organizacionais e as competências individuais nesta ONG?
Em sua opinião, envolvimento/doação das pessoas na ONG está
diretamente ligado à compatibilidade entre as competências
organizacionais e as competências pessoais?
Fonte: Elaborado pelo autor, 2008.
67
Com base nos Quadros 6 e 7 e, também, na estratificação da população, estruturou-se
o questionário e o guia de entrevista, instrumentos utilizados para a coleta dos dados da
pesquisa.
A coleta dos dados realizou-se no período de 06 de agosto de 2007 a 14 de dezembro
de 2007. Nas ONGs, todos os respondentes preencheram o questionário nos dias das
formações dos educadores, reuniões gerais que acontecem em geral mensalmente, facilitando
na maioria das vezes a obtenção dos dados por partes desse público. Nos casos das entrevistas
houve um maior grau de dificuldade por se tratar de pessoas que desenvolviam atividades
diretivas nas diversas ONGs, quando se marcou momentos pontuais mediante disponibilidade
de cada uma delas.
3.7 PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO
Antes da aplicação definitiva do questionário e das entrevistas à totalidade da
população-alvo do estudo, foi realizado um pré-teste dos instrumentos de coleta de dados,
com o objetivo de validá-lo e/ou aperfeiçoá-lo. Os respondentes foram questionados acerca
das dificuldades, dúvidas ou constrangimentos encontrados durante o preenchimento (GIL,
1999).
Assim, buscou-se verificar, no pré-teste, a percepção dos respondentes quanto à forma
e extensão do questionário e da estruturação do guia de entrevista, bem como quanto à
interpretação das questões, a fim de se certificar de que havia um entendimento comum e
correto dos fatores investigados entre os pesquisados.
O pré-teste foi realizado com 10 colaboradores de uma das ONGs, no período de 30 de
julho de 2007 a 03 de agosto de 2007. Foram selecionados, para a testagem do instrumento de
pesquisa, funcionários de setores, cargos e características pessoais ligados ao foco da
pesquisa, buscando atingir fidelidade na representatividade.
68
3.8 ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO DOS DADOS
3.8.1 Tratamento Quantitativo
Para a tabulação e processamento estatístico dos resultados da pesquisa (análise
quantitativa) foi utilizado o software SPSS Statistical Package for Social Science. A
planilha eletrônica Excel também foi utilizada para a elaboração de algumas tabelas e
gráficos.
As variáveis demográficas da pesquisa foram analisadas através da estatística
descritiva, obtendo-se o perfil das pessoas que estão envolvidas no cenário das ONGs na
cidade de João Pessoa-PB.
3.8.2 Tratamento Qualitativo
Em relação à análise qualitativa, as informações ordenadas e organizadas foram
analisadas e interpretadas através da utilização de técnicas descritas de Análise de Conteúdo
baseado nos estudos de Bardin (1977).
Para Bardin (1977), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das
comunicações, feita através de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens. Ele compara a técnica de análise de conteúdo e duas outras práticas
científicas de análise de dados e conclui que, enquanto a lingüística estuda apenas a língua, a
análise de conteúdo procura conhecer o que está por trás das palavras, buscando outras
realidades através das mensagens.
Segundo Bardin (1977), as fases da análise de conteúdo são:
1. Pré-análise: é a fase da organização. Estabelece-se um programa ordenado,
mas flexível. Essa fase é composta por três fatores: escolha dos documentos,
formulação dos objetivos/hipóteses e elaboração dos indicadores que
fundamentem a interpretação final (pré-teste de análise).
69
2. Exploração do material: é a administração sistemática das decisões tomadas
e consiste na codificação e enumeração, de acordo com as regras
previamente estabelecidas.
3. Tratamento dos resultados, inferência e interpretação: os resultados brutos
são tratados para se tornarem significativos e válidos, podendo propor
inferências e novas interpretações.
Neste estudo, foi realizada uma análise de textos, parágrafos, frases e comentários dos
entrevistados, visando uma categorização temática, e foram encontradas e separadas tais
categorias dentro de domínios pré-definidos, conforme os fundamentos conceituais. Para
tanto, foi necessário ler, reler e interpretar as respostas uma a uma, buscando captar o sentido
da asserção, do que estava detrás das entrelinhas. Os dados contidos na transcrição foram
organizados, transformando dados brutos em elaborados, através de uma categorização,
observando a unidade de análise pré-definida na pesquisa, visando compreender a realidade
do conteúdo explícito e implícito, através de análise interpretativa.
De acordo com as três fases da análise de conteúdo descritas por Bardin (1977), é
relatado a seguir como foi realizada cada etapa nesse estudo.
3.8.2.1 Análise de conteúdo – pré-análise
A pré-análise, como fase de ordenamento do trabalho, iniciou-se com uma “leitura” do
texto a ser trabalhado até a preparação do material a ser analisado.
As entrevistas semi-estruturadas, gravadas em áudio, foram realizadas
individualmente, tendo em média a duração de 20 a 30 minutos, feitas no próprio local de
trabalho, em vários ambientes. Por serem instituições com grande fluxo de pessoas, houve,
em algumas entrevistas, interferências no ambiente físico, com interrupções de pessoas e
ligações telefônicas.
Foram dadas explicações das razões da pesquisa e apresentado brevemente o guia a ser
seguido na entrevista. Por fim, foi realizada a transcrição das entrevistas para dar inicio à
análise dos dados.
70
3.8.2.2 Análise de conteúdo – análise dos dados
Após a transcrição das entrevistas, foi realizada a exploração dos dados, que nada mais
é do que a administração sistemática das decisões tomadas, quer seja dos procedimentos
aplicados manualmente, o que caracteriza esta análise, ou de operações feitas pelo ordenador.
Esta etapa é subdividida nos processos de codificação e categorização.
Codificar, segundo Bardin (1977), consiste em transformar os dados brutos em
elaborados, permitindo atingir uma representação do conteúdo do texto. Nesta etapa, pode-se
seguir o processo quantitativo, como de contagem, de freqüência de palavras ou de
características contidas no texto, ou seguir, como nesse estudo, o processo qualitativo, em que
se observa a presença da significância do conteúdo, onde o tema é relevante.
Para codificar se faz necessário estabelecer as unidades de registro e de contexto.
Unidade de registro é a unidade de significação a codificar, a palavra, um objeto, um
personagem, um documento ou o tema. Unidade de contexto serve de unidade de
compreensão para codificar a unidade de registro que corresponde ao seguimento da
mensagem usado para esta compreensão, pode ser a frase para a palavra e o parágrafo para o
tema (BARDIN, 1977).
Bardin (1977) acrescenta ainda que a categorização pode empregar dois processos, no
primeiro é fornecido o sistema de categorias previamente estabelecidos, em que os elementos
são agrupados e separados dentro dessas categorias, o que caracteriza a análise neste estudo; e
o segundo, o sistema de categorias não é pré-definido, sendo estabelecido a partir dos
agrupamentos dos elementos.
Na análise deste estudo, a codificação foi efetuada no momento da construção do guia
da entrevista, que tem como base as variáveis e os elementos indicadores descritos no Modelo
Analítico da Pesquisa (Figura 2).
Sendo, portanto, a unidade de registro o tema ou aspecto alusivo a cada uma das
variáveis e a unidade de contexto o parágrafo que continha o tema a ser analisado.
3.8.2.3 Análise de conteúdo – tratamento dos resultados
Os resultados brutos são tratados para que se tornem significativos e válidos, e assim, se
possa propor inferências e oferecer interpretações de acordo com os objetivos previstos
(BANDIN, 1977).
71
Nesta última etapa, então, foram realizadas as inferências a partir das informações
obtidas e analisadas. Buscando-se entender a investigação e tentando-se encontrar a resposta
ao problema de pesquisa, sem perder de vista os objetivos ora traçados.
As inferências neste estudo foram feitas desde o contato com as ONGs através da
observação, pelos questionários aplicados, pelas entrevistas realizadas e a partir da referência
e confronto com a literatura pesquisada foi possível apresentar conclusões e sugestões
referentes à questão central do estudo.
Figura 3: Desenvolvimento de uma análise
Fonte: Bardin, 1977
72
3.9 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
A Figura 4, apresentada a seguir, ilustra as etapas que foram seguidas no
desenvolvimento desta pesquisa.
Segundo se pode observar, a análise e interpretação dos resultados da pesquisa
buscaram analisar a compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências
individuais das organizações em estudo.
A última etapa do trabalho correspondeu à análise dos resultados e às conclusões da
pesquisa, apresentando sugestões às organizações sobre as competências dos colaboradores, o
que levará, provavelmente, ao aprimoramento da produtividade e do desempenho
organizacional.
73
Revisão da literatura
Caracterização da
Organização e do setor
Identificação dos
principais fatores
intervenientes do
estudo
Definição das
variáveis do estudo
Correção das debilidades
apontadas na correção do
anteprojeto de pesquisa
Apresentação do projeto
de pesquisa ao processo
de qualificação
Aprimoramento dos
instrumentos de coleta
de dados
Aplicação dos
instrumentos no
público-alvo
Apreciação e
interpretação dos
materiais coletados
(dados e informações)
Identificação da relação entre a
compatibilidade das
competências (organizacionais
e individuais)
Defesa da dissertação:
Principais resultados e
considerações sobre o estudo
Alterações mediante as
contribuições da banca
pós
-
qualificação
Pré-teste dos
instrumentos de coleta
de dados
Tratamento dos dados
Figura 4:
Desenvolvimento da Pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor, 2007
74
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Após a percepção dos instrumentos utilizados para analisar a compatibilidade entre as
competências organizacionais e as competências individuais das ONGs na cidade de João
Pessoa-PB, passa-se à análise e interpretação dos resultados da pesquisa.
4.1 DESCRIÇÃO DAS ONGs ESTUDADAS
4.1.1 Aldeias Infantis SOS
Configura-se numa organização de desenvolvimento social, não governamental e
independente, pioneira no enfoque familiar de cuidado em longo prazo de crianças órfãs e
abandonadas. Trabalha de acordo com o espírito da Convenção das Nações Unidas de
Direitos da Criança e promove esses direitos em todo o mundo.
O conceito de Aldeias Infantis SOS é baseado em quatro princípios: a mãe, os irmãos,
a casa e a aldeia.
Cada Aldeia Infantil é formada por 10 a 12 casas-lares. As famílias vivem juntas na
aldeia, criando um ambiente de apoio onde as crianças desfrutam de uma infância feliz. As
famílias compartilham experiências e ajudam umas as outras. Desta forma são membros
integrantes e participativos de sua comunidade local.
As crianças das Aldeias Infantis SOS devem desenvolver os valores culturais de seu
país, receber uma sólida educação escolar e profissional e serem preparadas para uma vida
independente. Os jovens das Aldeias Infantis SOS devem um dia poder valer-se de seus
próprios meios a fim de alcançar a independência e serem capazes de se manterem e de se
integrarem à sociedade.
4.1.2 AMAZONA
A AMAZONA - Associação de Prevenção à AIDS é o resultado da atuação de um
grupo de profissionais da ONG Francesa ESSOR que no início de 1990 realizaram um
trabalho pioneiro de abordagem educativa no campo da prevenção a AIDS junto a
profissionais do sexo e parceiros. Fundada em 1996, iniciou sua atuação na região
75
metropolitana de João Pessoa/Paraíba implementando ações educativas e de mudança
comportamental em locais de prostituição e junto a profissionais do sexo e parceiros.
Em 1999 passou a desenvolver um trabalho de prevenção às DST/HIV/AIDS e
promoção dos direitos sexuais e reprodutivos, através do fortalecimento de organizações
sociais populares de treze comunidades de baixa renda. O intuito dessa iniciativa foi de apoiar
os/as adolescentes e jovens, mulheres, seus familiares e a comunidade em geral no tocante a
melhoria das condições de vida a partir da organização coletiva e da tomada de decisões
compartilhadas, assim como, de combate à juvenilização, interiorização e pauperização da
epidemia da AIDS.
A partir de 2002, em parceria com a PETROBRAS, mobilizou oito comunidades,
principalmente a população de adolescentes e jovens, em um trabalho voluntário de
construção e implantação de radiodifusoras comunitárias. Atualmente são seis as
radiodifusoras comunitárias, estando três em processo de transição para FM; as mesmas
ajudam no fortalecimento e organização da comunidade, na socialização e divulgação das
atividades e temas de interesse coletivo e também na elaboração de programas de saúde e de
educação para o trabalho.
4.1.3 Casa Pequeno Davi
A Casa Pequeno Davi é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, fundada
em 1985, na cidade de João Pessoa, Estado da Paraíba. A instituição desenvolve atividades
educacionais, artísticas e de lazer com crianças e adolescentes do bairro do Baixo Roger,
adjacências do Terminal Rodoviário e bairros da periferia da grande João Pessoa.
O Projeto visa oferecer uma educação às crianças e aos adolescentes através de uma
abordagem sócio-educativa, tendo como base o Estatuto da Criança e do Adolescente, na
perspectiva de assegurar o desenvolvimento sico, psíquico e social, com vista a uma melhor
qualidade de vida. Outra meta do projeto é promover a auto-estima e a descoberta dos talentos
e capacidades dessas crianças e adolescentes, preparando-as para um futuro melhor.
Em 2001 foi elaborado o plano estratégico, onde ficou determinado que a missão da
Casa Pequeno Davi é "contribuir para a promoção e defesa dos Direitos das Crianças e
Adolescentes em situação de risco social, através de ações de educação integral e de
intervenção nos espaços políticos da Paraíba".
76
Atualmente fazem parte do projeto 320 crianças e adolescentes, entre 07 e 17 anos.
Brincando, aprendendo e se capacitando, eles desenvolvem suas atividades em dois espaços
diferentes: (1) Setor Casa Pequeno Davi e (2) Setor Casa Menina Mulher.
4.1.4 Centro Dom Hélder Câmara
O Centro Dom Hélder Câmara é uma Instituição civil sem fins e econômicos que foi
criada pela Congregação das Irmãs de Caridade de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia
juntamente com moradores da comunidade, em 21 de fevereiro de 2000, inscrita nos
Conselhos Municipal de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente e com
reconhecimento de utilidade pública municipal.
A entidade tem se constituído em um espaço sólido em que uma parcela significativa
da sociedade, no caso as crianças, adolescentes e moradores da comunidade atendidos, têm
acesso a atividades culturais, pedagógicas e de lazer e com isso, ao resgate da sua cidadania e,
conseqüentemente, a possibilidade de efetivamente gozar de seus direitos e deveres civis e
políticos.
Nesta perspectiva desenvolve atividades de esporte, cultura, apoio à educação formal,
capacitação, formação, atendimento psicológico e reforço alimentar direcionado às crianças e
adolescentes de 07 a 18 anos. Todas essas ações compõem o projeto: O futuro depende de
nós, eixo norteador das atividades.
Em seu oitavo ano de existência desenvolvendo um trabalho junto à comunidade do
Conjunto Mario Andreazza e adjacências do município de Bayeux PB, o Centro conta com
o reconhecimento da população quanto à relevância das atividades oferecidas para o
desenvolvimento das mais de 200 crianças e adolescentes atendidos.
4.1.5 Projeto Beira da Linha
O Projeto Beira da Linha é um Programa da Pia Sociedade de Padre Nicola Mazza que
veio para o Brasil em 1978, se instalando na Paraíba. No início o campo de trabalho foi a
pastoral paroquial, na periferia de João Pessoa. Em 1989, a Pia Sociedade amadureceu as
condições para promover uma intervenção orgânica de forte impacto social, trabalhando
sobretudo no âmbito educativo. Junto com um grupo de voluntários em João Pessoa foi
definida uma área pobre e de grande risco social onde era mais urgente intervir com ações
77
educativas e sociais significativas.
Em 1990 foi desenvolvida uma pesquisa no bairro Alto do Mateus com o objetivo de
traçar o perfil sócio-econômico, cultural e religioso das famílias.
Em 1991 uma nova equipe de educadores deu início à fase operatória do projeto. Toda
a comunidade foi colaborando para definir as linhas de ação e para iniciar uma atividade
tendo como finalidade melhorar as oportunidades de educação escolar, de trabalho e
crescimento humano.
A partir de 1994 o Projeto achou importante desenvolver uma diferente postura
estratégica no sentido de valorizar o princípio dos direitos e dos deveres de cidadania e passou
de uma ação crítica e paralela ao serviço público a uma ação de sensibilização e participação
nas atividades institucionais, comunitárias e individuais na área da educação. Para isso
passou-se a favorecer o acesso da comunidade marginalizada ao serviço educativo público e
as atividades psico-pedagógicas do projeto tornaram-se ações complementares à escola.
O Projeto Beira da Linha atualmente desenvolve um trabalho com crianças, adolescentes e
jovens de 7 a 24 anos moradoras na comunidade e que estejam na escola, atingindo assim as
famílias e a comunidade em geral e está estruturado a partir de quatro centros de formação, o
Centro Educativo Miramangue, localizado na comunidade Beira da Linha, o Centro
Comunitário São Judas, situado na comunidade São Judas Tadeu, o Centro Esportivo Chievo
Verona e o Centro de Formação Profissionalizante, instalados na parte central do bairro.
Nos vários centros acontecem atividades de: atividades integradas de letramento,
recreação, arte, informática, programa de música, inclusão social de crianças e jovens de
família de baixa renda por meio do esporte, cursinho pré-vestibular com incentiva por meio de
bolsas de estudos, ação na perspectiva da educação profissional, processo de formação e
inserção dos adolescentes no mercado de trabalho.
4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA UNIVARIADA
4.2.1 Análise Descritiva da População
A população-alvo da pesquisa foi caracterizada de acordo com as seguintes variáveis
de segmentação:
78
Sexo;
Estado Civil;
Idade;
Escolaridade;
Tempo de Organização;
Cargo;
Vínculo com a Organização.
4.2.1.1 Sexo
Na Tabela 1, apresenta-se a estratificação da população por sexo, mostrando que a
grande maioria dos respondentes (64,3%) pertence ao sexo feminino, sendo que apenas 35,7%
são homens.
Essa variável é bastante significativa e deve ser considerada, assim como a faixa etária
e o tempo de organização, no que se refere à atribuição das competências que cada pessoa
deve desenvolver nos cenários organizacionais.
A predominância do sexo feminino justifica-se pelas características do trabalho no
terceiro setor, principalmente nas atividades desenvolvidas de caráter educativo com crianças
e adolescentes.
Tabela 1: Classificação por Sexo
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Masculino 25 35,7 35,7 35,7
Feminino 45 64,3 64,3 100,0
TOTAL 70 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
O Gráfico 1, propicia uma melhor visualização da distribuição da população por sexo.
79
Gráfico 1: Classificação por Sexo
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
4.2.1.2 Estado civil
A classificação da população em relação ao estado civil mostra o seguinte retrato:
solteiros (50,0%), casados (45,7%) e separados (4,3%). A Tabela 2 apresenta esses dados, os
quais também podem ser visualizados no Gráfico 2.
Tabela 2: Classificação por Estado Civil
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Solteiro(a) 35 50,0 50,0 50,0
Casado(a) 32 45,7 45,7 95,7
Sepado(a) 3 4,3 4,3 100,0
TOTAL 70 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
80
Gráfico 2: Classificação por Estado Civil
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
4.2.1.3 Idade
A classificação dos respondentes, de acordo com a idade, revelou que 37,1% deles
possuem idade entre 31 e 35 anos. Existe uma dispersão bastante acentuada em relação à
média, sendo que 2,9% dos respondentes possuem uma idade até 21 anos e 2,9% dos
colaboradores com idade acima de 46 anos.
Para fins de análise estatística, dividiu-se a população em sete faixas de idade,
conforme mostra a Tabela 3, que pode ser melhor visualizada através do Gráfico 3.
Tabela 3: Classificação por Idade
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Até 21 anos 2 2,9 2,9 2,9
De 22 a 25 anos 9 12,9 12,9 15,8
De 26 a 30 anos 18 25,7 25,7 41,5
De 31 a 35 anos 26 37,1 37,1 78,6
De 36 a 40 anos 8 11,4 11,4 90,0
De 41 a 45 anos 5 7,1 7,1 97,1
Acima de 46 anos 2 2,9 2,9 100,0
TOTAL 70 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
81
Gráfico 3: Classificação por Idade
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Cabe destacar que 87,1% da população possui entre 22 e 40 anos de idade, o que
revela que os colaboradores das ONGs na cidade de João Pessoa-PB possui uma variabilidade
na variável faixa etária.
Esse percentual pode ser justificado pelo fato de que as ONGs possuem um quadro de
funcionários constante e ao mesmo tempo atrai novos colaboradores para atuarem em suas
atividades, que demonstra um crescimento desse tipo de organização nas comunidades onde
atuam.
Sabe-se que faixas etárias mais altas pressupõem maior experiência, porém, deve
haver um cuidado, por parte das organizações, em equilibrar essa distribuição com pessoas
mais jovens, pois estas trazem novas idéias, conhecimentos atualizados e renovam o fôlego da
organização.
82
4.2.1.4 Escolaridade
A população foi, ainda, estratificada de acordo com o nível da formação acadêmica,
conforme mostra a Tabela 4.
Tabela 4: Classificação por Escolaridade
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Ensino Médio Incompleto 2 2,9 2,9 2,9
Ensino Médio Completo 11 15,7 15,7 18,6
Superior Incompleto 18 25,7 25,7 44,3
Superior Completo 39 55,7 55,7 100,0
TOTAL 70 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Como se pôde constatar uma expressiva concentração de respondentes (55,7%)
com o Ensino Superior Completo, o que ratifica a busca das entidades do terceiro setor por
pessoas cada vez mais qualificadas. Ressalta-se, também, a pequena parcela da população
com o ensino médio incompleto (2,9%). Tal resultado vem para confirmar a afirmação acima
citada. Outro fator que retrata tal situação é que as ONGs vêm investindo em seus
colaboradores, quando muitas delas investem em cursos superiores para pessoas que estão
tendo destaque dentro de suas áreas de atuação.
Observa-se, ainda, uma significativa parcela de respondentes com cursos superiores
incompletos (25,7%). O Gráfico 4 ilustra melhor estes dados.
83
Gráfico 4: Classificação por Escolaridade
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
4.2.1.5 Tempo de organização
Com relação ao tempo de permanência dos colaboradores nas ONGs, verificou-se que
64,3% dos respondentes estão nas organizações mais de dois anos. Vale destacar que
12,9% dos colaboradores possuem em média até seis meses de organização. É importante
notar para fins do estudo que a variável tempo de organização é fator determinante para o
estudo das competências.
Para fins de análise estatística, agrupou-se em cinco categorias o tempo de
organização dos respondentes, conforme se pode visualizar na Tabela 5 a seguir.
Tabela 5: Classificação por Tempo de Organização
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Até 6 meses 9 12,9 12,9 12,9
De 7 a 12 meses 6 8,6 8,6 21,5
De 13 a 18 meses 7 10,0 10,0 31,5
84
De 19 a 24 meses 3 4,3 4,3 35,7
Mais de 25 meses 45 64,3 64,3 100,0
TOTAL 70 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
O Gráfico 5 apresenta os dados coletados em relação ao tempo de organização de
forma ilustrativa.
Gráfico 5: Classificação por Tempo de Organização
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
4.2.1.6 Cargo
A pesquisa teve como foco os colaboradores ligados à atividade-fim das entidades
através do cargo de educadores populares ou sociais bem como aquelas pessoas que estão nos
cargos diretivos, os coordenadores das respectivas entidades. Ao se analisar a Tabela 6,
verifica-se que foram incluídos na amostra, colaboradores voltados a esses cargos. Tal opção
se justifica pelo fato de que os quadros de colaboradores das entidades são formados em sua
maioria por educadores e gestores, visando com isto à obtenção de dados confiáveis para uma
visão sobre as competências organizacionais e individuais das ONGs em estudo.
85
A inclusão de ocupantes de cargos diretivos e operacionais no estudo (exceto as
Diretorias, pelo fato do acesso às informações de alguns deles) foi importante, pois
possibilitou a percepção variada quanto a disparidade em alguns fatores entre os
colaboradores sobre as competências organizacionais e individuais, considerando as
especificidades de cada cargo.
Tabela 6: Classificação por Cargo
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Coordenador(a) 12 17,1 17,1 17,1
Educador(a) 58 82,9 82,9 100,0
TOTAL 100 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Identificou-se, portanto, que 82,9% dos respondentes concentram-se nos cargos
referentes às atividades educativas: Educador Popular ou Social. o cargo diretivo
(coordenadores/gestores) obteve uma representatividade de 17,1%, conforme ilustra-se no
Gráfico 6.
Gráfico 6: Classificação por Cargo
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
86
4.2.1.7 Vínculo com a organização
Com relação ao vínculo que os colaboradores têm com a organização verificou-se que
67,1% dos respondentes são funcionários efetivos das organizações, 28,6% são prestadores de
serviços através de convênios com parceiros e 4,3% dos respondentes são estagiários. Vale
destacar que dentro dos cargos estudados na pesquisa, não se verificou nenhum educador que
estivesse prestando um trabalho voluntário naquela atividade, este fator vem faz confirmar o
profissionalismo cada vez mais apurado das ONGs com a mudança do militarismo à
profissionais cada vez mais competentes no desenvolvimento das suas atividades-fim.
Para fins de análise estatística, agrupou-se em três categorias o tipo de vínculo que os
colaboradores tinham nas organizações, conforme se pode visualizar na Tabela 7 a seguir.
Tabela 7: Classificação por Vínculo com a Organização
Freqüência Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Estagiário(a) 3 4,3 4,3 4,3
Funcionário(a) 47 67,1 67,1 71,4
Prestador(a) de Serviços 20 28,6 28,6 100,0
TOTAL 70 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
O Gráfico 7 propicia uma melhor visualização da distribuição da população por
vínculo.
87
Gráfico 7: Classificação por Vínculo com a Organização
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Através desta análise foi possível perceber o perfil atual das pessoas que trabalham nas
ONGs. Em síntese podem-se dar os seguintes destaques: a predominância é do sexo feminino
(64,3%), 50% dos respondentes são solteiros, a maioria (37,1%) possui uma idade entre a
faixa etária de 31 a 35 anos, 55,7% deles possuem ensino superior completo, o tempo de
organização de 64,2% deles se configura em mais de 25 meses, há uma concentração maior de
colaboradores no cargo de educador social/popular (82,9%) e 67,1% possuem um vínculo
empregatício com a organização.
4.2.2 Aspectos Relacionados aos Objetivos Organizacionais
Após a análise referente ao perfil sócio-demográfico dos pesquisados, passa-se à
análise da percepção dos respondentes (educadores) quanto aos elementos relacionados aos
objetivos organizacionais.
A importância desse bloco se pelo fato de que se acredita que as organizações têm
sucesso quando se conquista seus objetivos organizacionais propostos. E para se atingir tal
objetivo se faz necessário a escolha de competências organizacionais e individuais mais
coerentes com esses objetivos.
88
Nesse item, avaliou-se o grau de satisfação dos respondentes (educadores) quanto aos
seguintes elementos indicadores: compatibilidade entre os valores da organização e os
objetivos organizacionais, clareza nos objetivos organizacionais, atuação da ONG frente aos
objetivos traçados, condições necessárias para se atingir os objetivos e clareza na missão da
ONG. A Tabela 8 expõe os resultados obtidos nas diversas ONGs estudadas, e o Gráfico 8
ilustra esses dados.
Tabela 8: Análise Descritiva dos Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais
INDICADORES
Compatibilidade: Valores
X Objetivos
Clareza nos Objetivos
Organizacionais
Atuação da ONG
mediante objetivos
traçados
Condições necessárias
para se atingir os
objetivos
Clareza na missão da
ONG
Medidas
Descritivas
Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 GERAL
Média 4,22 4,50 4,32 3,94 4,55 4,31
Moda 5,00 5,00 5,00 4,00 5,00 4,80
Desvio-Padrão 0,89 0,70 0,86 1,03 0,67 0,83
Ponto Mínimo 2,00 2,00 2,00 1,00 2,00 1,80
Ponto Máximo 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00
Fonte: Dados da pesquisa, 2008
Gráfico 8: Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
89
Considerando a percepção geral dos respondentes (educadores) das ONGs em estudo,
de acordo com a Tabela 8, verifica-se que eles se mostram parcialmente satisfeitos em relação
aos elementos referentes aos objetivos organizacionais, como revela a média global, 4,31.
Com esse resultado é possível afirmar que entre as ONGs estudadas há uma coerência entre os
valores e os objetivos organizacionais, isto sendo traduzido por uma boa clareza dos objetivos
e missão das organizações, que levam a uma adequada atuação das ONGs frente a seus
objetivos, visão esta determinada pelos educadores das ONGs. Outro ponto de alta relevância
no bloco se refere à moda global, 4,80, ratificando a excelente satisfação dos respondentes
mediante aos aspectos dos objetivos organizacionais.
Os menores índices de concordância referem-se às condições necessárias para se
atingir os objetivos, cuja média foi 3,94. Tal resultados nos revela que os respondentes
(educadores) das ONGs são indiferentes em relação a esse indicador. Vale ressaltar que este
indicador apresentou um desvio-padrão considerável, 1,03, o que demonstra que houve
bastante variabilidade na percepção dos respondentes. Com isto pode-se chegar à conclusão
que, na visão dos educadores, as ONGs conseguem atuar de forma satisfatória quanto seus
objetivos, mas poderia ser repensado a forma como isso acontece que reflete nas condições
necessárias para se atingir determinados objetivos.
4.2.3 Aspectos Relacionados às Competências (organizacionais e individuais)
O segundo fator interveniente do estudo trata dos Aspectos relacionados às
competências, ou seja, avalia o grau de satisfação dos respondentes (educadores) em relação
às competências organizacionais e as suas competências no desenvolvimento das atividades.
Para tanto, foram investigados os seguintes elementos indicadores: competências
organizacionais, conhecimentos, habilidades, atitudes, grau de entrega, características
pessoais, compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais e discrepância
de desempenho.
A Tabela 9 expressa o grau de satisfação dos respondentes (educadores) quanto a esses
itens.
90
Tabela 9: Análise Descritiva dos Aspectos relacionados às competências
INDICADORES
Transparência das competências das ONGs
Sucesso nos objetivos por ser competentes
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes adequadas
Grau de entrega satisfatório
As pessoas possuem conhecimentos necessários
As pessoas possuem habilidades necessárias
As pessoas possuem atitudes necessárias
Características adequadas para atuar na ONG
Possuo conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar
na ONG
Compatibilidade entre competências organizacionais e
pessoais
Discrepância de desempenho
Envolvimento/doação como fator determinante na
compatibilidade
Medidas Descritivas
Questão
6
Questão
7
Questão
8
Questão
9
Questão
10
Questão
11
Questão
12
Questão
13
Questão
14
Questão
15
Questão
16
Questão
17
GERAL
Média 4,43 3,77 4,36 3,89 3,89 4,00 3,77 4,53 4,39 4,03 3,91 3,77 4,04
Moda 5,00 4,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 5,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,40
Desvio-Padrão 0,65 1,15 0,83 0,93 1,08 0,93 0,81 0,59 0,59 0,67 0,94 0,95 0,90
Ponto Mínimo 2,00 1,00 2,00 1,00 1,00 1,00 2,00 3,00 3,00 2,00 1,00 1,00 1,40
Ponto Máximo 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
91
Para facilitar a visualização dos dados apresentados na Tabela anterior, ilustram-
se os resultados da percepção da amostra pesquisada, sobre os fatores ligados aos
aspectos relacionados às competências (organizacionais e individuais), no Gráfico 9:
Gráfico 9: Aspectos relacionados às competências (organizacionais e individuais)
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
As ONGs não podem considerar como plenamente atendidas quanto aos fatores
envolventes aos aspectos relacionados às competências (organizacionais e pessoais),
pois, conforme exposto na Tabela 9, a média global alcançada foi 4,04, expressando
uma satisfação parcial por parte dos respondentes (educadores). Tal retrato representa
uma situação satisfatória, mas que pode ser melhorada.
O ponto de maior descontentamento dos respondentes (educadores) refere-se à
obtenção do sucesso mediante os objetivos organizacionais em razão das competências,
na avaliação frente às atitudes necessárias para atuarem quanto educadores e o
envolvimento/doação como fator determinante na compatibilidade entre as
competências organizacionais e pessoais, cuja média para cada uma delas foi 3,77.
O aspecto que mais se destacou foi quando os respondentes (educadores)
concordaram parcialmente que possuem as características adequadas para atuarem nas
ONGs, com média 4,53. Um fator que ratifica tal resultado é que a moda deste indicador
foi 5,00 e os valores mínimo e máximo foram respectivamente 3,00 e 5,00. Foi também
92
observada uma variabilidade bastante pequena nas respostas, constatada pelo desvio-
padrão de 0,59.
Outros indicadores de contentamento dos respondentes (educadores) se referem
aos seguintes elementos indicadores: transparência das competências das ONGs (média
4,43); conhecimentos, habilidades e atitudes adequadas daqueles que atuam nas ONGs
(média 4,36) e a auto-avaliação dos próprios colaboradores em possuírem competência
(média 4,39) no desenvolvimento de suas atividades.
Observa-se que no indicador Sucesso nos objetivos por serem competentes um
desvio-padrão considerável alto (1,15), que houve uma grande dispersão das respostas
em relação à média.
Convém destacar que nos indicadores Características adequadas para atuar nas
ONGs e Possuo conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar na ONG, os pontos
mínimos dessas questões foi 3, o que revela que nenhum respondente (educador) sente-
se insatisfeito em relação a sua atuação nas atividades desenvolvidas nas ONGs. Esse
resultado é bastante animador, pois uma auto-avaliação nesse sentido propicia uma
segurança e um maior envolvimento com a organização.
Outro indicador que foi percebido de forma bastante positiva pelos respondentes
(educadores) foi a compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais
(4,03), que buscou verificar se o colaborador percebia tal compatibilidade nas atividades
desenvolvidas diariamente. Tal resultado se ratifica quando a moda deste indicador foi
4,00 e o desvio-padrão foi pequeno (0,67) levando a uma baixa disparidade das
respostas.
Considerando-se que a boa auto-avaliação realizada pelos colaboradores e o bom
nível da compatibilidade, o fato do colaborador (educador) se sentir competente em
atuar em suas atividades é um ponto essencial para o envolvimento destes, pois é
impossível obter prazer no trabalho sem gostar das tarefas desempenhadas.
4.2.4 Análise Global dos Fatores das Competências
Apresentada a análise e interpretação quantitativa dos resultados
correspondentes aos fatores e subfatores intervenientes da pesquisa da compatibilidade
entre as competências organizacionais e individuais das ONGs na cidade de João
93
Pessoa-PB, julgou-se oportuno apresentar a avaliação global dos fatores investigados, a
fim de proporcionar uma visão geral dos mesmos e facilitar a comparação entre eles.
Apresenta-se a análise das médias, moda, desvio-padrão, pontos mínimos e
máximos envolventes em cada Bloco.
A avaliação dos fatores ligados ao estudo está representada na Tabela 10, e o
Gráfico 10 ilustra esses dados.
Tabela 10: Análise global dos fatores das competências
Medidas Descritivas
Aspectos relacionados aos objetivos
organizacionais
Aspectos relacionados às competências
(organizacionais e pessoais)
MÉDIA GERAL
Média 4,31 4,04 4,18
Moda 4,80 4,40 4,60
Desvio-Padrão 0,83 0,90 0,87
Ponto Mínimo 1,80 1,40 1,60
Ponto Máximo 5,00 5,00 5,00
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Gráfico 10: Análise global dos fatores das competências
94
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
A média global, 4,18, resultante da média de todos os fatores investigados nos
diversos indicadores, revela que os respondentes (educadores) das ONGs na cidade de
João Pessoa-PB percebem como parcialmente satisfatória a atuação das competências
nas organizações bem como a disposição das competências individuais dentro destas
organizações.
Verifica-se, pela análise da Tabela 10, que é com relação aos fatores ligados aos
aspectos dos objetivos organizacionais, os respondentes (educadores) manifestaram-se
parcialmente satisfeitos, conforme revela a média 4,31.
Quanto aos fatores referentes aos aspectos ligados às competências
(organizacionais e individuais), a amostra pesquisada também demonstrou satisfação
parcial, apresentando a média 4,04.
A avaliação global dos elementos investigados é retratada na Tabela 11,
apresentada a seguir.
Tabela 11: Avaliação global dos elementos investigados
Média Moda Desvio-Padrão Ponto Mínimo Ponto Máximo
Q1 4,22 5,00 0,89 2,00 5,00
Q2 4,50 5,00 0,70 2,00 5,00
Q3 4,32 5,00 0,86 2,00 5,00
Q4 3,94 4,00 1,03 1,00 5,00
Q5 4,55 5,00 0,67 2,00 5,00
95
Q6 4,43 5,00 0,65 2,00 5,00
Q7 3,77 4,00 1,15 1,00 5,00
Q8 4,36 5,00 0,83 2,00 5,00
Q9 3,89 4,00 0,93 1,00 5,00
Q10 3,89 4,00 1,08 1,00 5,00
Q11 4,00 4,00 0,93 1,00 5,00
Q12 3,77 4,00 0,81 2,00 5,00
Q13 4,53 5,00 0,59 3,00 5,00
Q14 4,39 4,00 0,59 3,00 5,00
Q15 4,03 4,00 0,67 2,00 5,00
Q16 3,91 4,00 0,94 1,00 5,00
Q17 3,77 4,00 0,95 1,00 5,00
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Analisando os resultados dessa Tabela, conclui-se que não revelaram satisfação
por parte dos respondentes as questões Q4 - Condições necessárias para se atingir os
objetivos (média 3,94), Q7 - Sucesso nos objetivos por ser competente (3,77), Q9 - Grau
de entrega satisfatório (3,89), Q10 As pessoas possuem conhecimentos necessários
(3,89), Q12 As pessoas possuem atitudes necessárias (3,77), Q16 Discrepância de
desempenho (3,91) e Q17 Envolvimento/doação como fator determinante na
compatibilidade (3,77).
Por outro lado, as questões Q2 Clareza nos Objetivos Organizacionais (média
4,50), Q5 Clareza na missão da ONG (4,55) e Q13 Características adequadas para
atuar na ONG (4,53) foram avaliadas de forma bastante satisfatória pela população-
alvo.
Os outros itens investigados revelaram um nível de satisfação parcial, conforme
se pode constatar pelas médias da Tabela 11.
Quanto à moda, destacam-se as questões Q1 – Compatibilidade: Valores X
Objetivos, Q2 Clareza nos Objetivos Organizacionais, Q3 Atuação da ONG
mediante objetivos traçados, Q5 Clareza na missão da ONG, Q6 Transparência das
competências das ONGs, Q8 Conhecimentos, Habilidades e Atitudes adequadas e
Q13 Características adequadas para atuar na ONG, cuja moda obtida foi 5. Todas as
questões tiveram a opção 4 como a maior freqüência de resposta, o que demonstra que a
maioria dos respondentes expressou uma boa satisfação em relação aos aspectos
intervenientes no estudo das competências nas ONGs.
No que se refere ao desvio-padrão, constata-se pela Tabela 11 que os itens Q9
Condições necessárias para se atingir os objetivos (desvio-padrão 1,03), Q7 Sucesso
96
nos objetivos por ser competente (1,15), e Q10 As pessoas possuem conhecimentos
necessários (1,08) foram os que apresentaram as respostas mais dispersas em relação à
média. Provavelmente, essa variabilidade da opinião dos respondentes deve-se ao fato
de que os mesmos responderam à pesquisa, tendo percepções diferentes sobre as
condições necessárias que as ONGs possuem para se atingir os objetivos, o sucesso das
ONGs ao atingir seus objetivos por serem competentes e os conhecimentos que cada
pessoa possui para desenvolver suas atividades.
No outro extremo, as questões Q6 Transparência das competências das ONGs
(desvio-padrão 0,65), Q13 Características adequadas para atuar na ONG (0,59) e Q14
– Possuo conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar na ONG (0,59) demonstraram
os menores desvios-padrão, o que significa que nesses aspectos os respondentes
(educadores) apresentam percepções bastante semelhantes.
No que tange aos pontos mínimo e ximo, verificou-se que todas as questões
alcançaram o grau 5 como ponto máximo, o que revela que, pelo menos, um
respondente sente-se plenamente satisfeito em relação a cada um dos subfatores
investigados.
Quanto ao ponto mínimo, destacam-se as questões Q13 Características
adequadas para atuar na ONG e Q14 Possuo conhecimentos, habilidades e atitudes
para atuar na ONG, as quais revelaram a opção 3, que corresponde ao nível indiferente
na escala adotada, como o ponto mínimo assinalado pelos respondentes, demonstrando
que nenhum deles se mostrou insatisfeito em relação a esses indicadores.
As questões Q1 – Compatibilidade: Valores X Objetivos, Q2 – Clareza nos
Objetivos Organizacionais, Q3 Atuação da ONG mediante objetivos traçados, Q5
Clareza na missão da ONG, Q6 Transparência das competências das ONGs, Q8
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes adequadas, Q12 As pessoas possuem atitudes
necessárias e Q15 Compatibilidade entre competências organizacionais e pessoais
tiveram como ponto mínimo o grau 2, o que revela que nenhum respondente sente-se
totalmente insatisfeito com esses itens.
Em todos os outros subfatores avaliados, foi marcada a opção 1, significando
que medidas devem ser tomadas para sua melhoria, visto que, pelo menos, um
respondente (educador) os percebe como plenamente insatisfatórios.
97
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA BIVARIADA
A fim de realizar uma análise mais apurada dos dados, buscou-se traçar, através
da análise estatística bivariada, as relações presentes entre os blocos (aspectos
relacionados aos objetivos organizacionais e aspectos relacionados às competências)
que resumem o foco da pesquisa e os componentes do perfil da amostra pesquisada a
fim de detectar possíveis influências deste em cada bloco estruturado no instrumento de
coleta de dados (questionário).
Quanto à comparação entre as médias obtidas pela população estratificada por
sexo, constatou-se que os mais altos índices das médias estão presentes no bloco
referente aos aspectos relacionados aos objetivos organizacionais, permitindo concluir o
bom desempenho das ONGs dentro da percepção dos respondentes (educadores).
O grau de satisfação de cada grupo está apresentado na Tabela 12, a seguir.
Tabela 12: Médias entre grupos estratificados por Sexo
Freqüência Média Desvio-Padrão
Masculino 25 4,34 0,85
Aspectos relacionados
aos objetivos
organizacionais
Feminino 45 4,30 0,84
Masculino 25 4,06 0,82
Aspectos relacionados
às competências
(organizacionais e
pessoais)
Feminino 45 4,07 0,86
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Os dados podem ser melhor visualizados através do gráfico 11 abaixo:
98
Gráfico 11: Médias entre grupos estratificados por Sexo
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
No que se refere às médias dos grupos estratificados pelo Estado Civil, um fator
curioso é quando nos dois blocos, as pessoas classificadas como separadas apresentaram
os maiores índices das médias, mostrando com isto uma parcial concordância dos
elementos investigados na pesquisa.
O grau de satisfação de cada grupo está apresentado na Tabela 13, a seguir.
Tabela 13: Médias entre grupos estratificados por Estado Civil
Freqüência Média Desvio-Padrão
Solteiro(a) 35 4,34 0,82
Casado(a) 32 4,20 0,86
Aspectos relacionados
aos objetivos
organizacionais
Separado(a) 3 4,93 0,12
Solteiro(a) 35 4,04 0,75
Casado(a) 32 4,03 0,81
Aspectos relacionados
às competências
(organizacionais e
pessoais)
Separado(a) 3 4,56 0,46
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
99
Para facilitar a visualização dos dados apresentados na Tabela anterior, ilustram-
se os resultados no Gráfico 12 a seguir:
Gráfico 12: Médias entre grupos estratificados por Estado Civil
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Quanto à comparação entre as médias obtidas pela população estratificada por
faixa etária, identificou-se que, no Bloco 2 referente aos aspectos relacionados aos
objetivos organizacionais, o teste indicou que se manteve uma maior concordância entre
as faixas estarias, mostrando mais uma vez a excelente atuação das ONGs na visão dos
respondentes. Dentro desse bloco apenas aqueles respondentes (educadores) que
possuíam entre 36 e 40 anos (média 3,95) que se mostraram indiferentes mediante aos
indicadores da pesquisa.
O retrato anterior se converge aos aspectos relacionados às competências
(organizacionais e individuais), quando a maioria dos grupos etários se mostrou
satisfeitos com uma parcial concordância. Apenas o grupo etário entre 36 e 40 anos que
novamente se mostrou indiferente aos fatores embutidos neste bloco.
O grau de satisfação de cada grupo está apresentado na Tabela 14, a seguir.
100
Tabela 14: Médias entre grupos estratificados por Idade
Freqüência
Média Desvio-Padrão
Até 21 anos
2
4,50 0,71
De 22 a 25 anos
9
4,36 0,75
De 26 a 30 anos
18
4,28 0,79
De 31 a 35 anos
26
4,40 0,91
De 36 a 40 anos
8
3,95 0,60
De 41 a 45 anos
5
4,28 1,02
Aspectos relacionados aos objetivos
organizacionais
Acima de 46 anos
2
4,80 0,00
Até 21 anos
2
4,30 0,29
De 22 a 25 anos
9
4,02 0,83
De 26 a 30 anos
18
4,17 0,82
De 31 a 35 anos
26
4,19 0,84
De 36 a 40 anos
8
3,65 0,87
De 41 a 45 anos
5
4,00 0,87
Aspectos relacionados às competências
(organizacionais e pessoais)
Acima de 46 anos
2
4,20 0,41
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
O retrato dos fatores ligados à Tabela 14 é exposto no Gráfico 13.
Gráfico 13: Médias entre grupos estratificados por Idade
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
No que se refere às médias dos grupos estratificados pela escolaridade, notou-se
que em relação ao bloco 2 (aspectos relacionados aos objetivos organizacionais) foi
possível perceber que o fator escolaridade não foi determinante ao grau de concordância
101
dos respondentes, que todos os grupos se encontravam parcialmente satisfeitos com
os elementos investigados neste bloco.
Quanto ao bloco 3 (aspectos relacionados às competências) se percebeu um
padrão nas médias entre os grupos, com exceção do grupo Superior Completo que se
mostrou indiferente às questões ligadas ao bloco.
O grau de satisfação de cada grupo está apresentado na Tabela 15, a seguir:
Tabela 15: Médias entre grupos estratificados por Escolaridade
Freqüência
Média Desvio-Padrão
Ensino Médio Incompleto
2 4,60 0,28
Ensino Médio Completo
11 4,73 0,56
Superior Incompleto
18 4,14 0,93
Aspectos relacionados
aos objetivos
organizacionais
Superior Completo
39 4,23 0,82
Ensino Médio Incompleto
2 4,04 0,53
Ensino Médio Completo
11 4,24 0,72
Superior Incompleto
18 4,14 0,82
Aspectos relacionados às
competências
(organizacionais e
pessoais)
Superior Completo
39 3,94 0,88
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Os dados podem ser melhor visualizados através do Gráfico 14 abaixo:
Gráfico 14: Médias entre grupos estratificados por Escolaridade
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
102
Em relação às médias referentes aos grupos estratificados por tempo de
organização se percebeu que no tocante aos aspectos relacionados aos objetivos
organizacionais o cenário é mais satisfatório, quando se constata que as maiores médias
estão presentes neste bloco.
Quanto aos aspectos relacionados às competências (organizacionais e
individuais) observa-se o mesmo teor de satisfação presentes no bloco anterior, mas
com uma média de 3,96 que representa uma indiferença daqueles que possuem mais de
25 meses de organização.
O grau de satisfação de cada grupo está apresentado na Tabela 16, a seguir.
Tabela 16: Médias entre grupos estratificados por Tempo de Organização
Freqüência Média Desvio-Padrão
Até 6 meses
9
4,58 0,49
De 7 a 12 meses
6
4,20 0,83
De 13 a 18 meses
7
4,57 0,60
De 19 a 24 meses
3
4,80 0,23
Aspectos relacionados aos
objetivos organizacionais
Mais de 25 meses
45
4,16 0,92
Até 6 meses
9
4,24 0,69
De 7 a 12 meses
6
4,01 0,84
De 13 a 18 meses
7
4,24 0,87
De 19 a 24 meses
3
4,36 0,66
Aspectos relacionados às
competências
(organizacionais e pessoais)
Mais de 25 meses
45
3,96 0,86
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Para facilitar a visualização dos dados apresentados na Tabela anterior, ilustram-
se os resultados no Gráfico 15 a seguir.
103
Gráfico 15: Médias entre grupos estratificados por Tempo de Organização
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Ao analisar as médias entre os grupos estratificados pelo vínculo com a
organização, pode-se notar que no que se refere aos Blocos 2 (aspectos relacionados aos
objetivos organizacionais) e Bloco 3 (aspectos relacionados às competências), os
estagiários se apresentaram indiferentes quanto aos elementos intrínsecos aos blocos.
Em contrapartida, os funcionários e os prestadores se apresentaram parcialmente
satisfeitos com os fatores abordados nos blocos.
O grau de satisfação de cada grupo está apresentado na Tabela 17, a seguir.
Tabela 17: Médias entre grupos estratificados por Vínculo com a Organização
Freqüência Média Desvio-Padrão
Estagiário(a)
3
3,60 1,05
Funcionário(a)
47
4,39 0,74
Aspectos relacionados
aos objetivos
organizacionais
Prestador(a) de Serviços
20
4,27 0,91
Estagiário(a)
3
3,64 0,75
Funcionário(a)
47
4,11 0,74
Aspectos relacionados
às competências
(organizacionais e
pessoais)
Prestador(a) de Serviços
20
4,05 0,96
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
104
O retrato dos fatores ligados à Tabela 15 é exposto no Gráfico 16.
Gráfico 16: Médias entre grupos estratificados por Vínculo com a Organização
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Mediante análise foi possível notar que os elementos intrínsecos no perfil do
público-alvo estudado não se mostraram influenciadores nos elementos indicadores que
compuseram cada bloco estruturado no instrumento de coleta de dados (questionário).
Porém, vale destacar a importância dessa correlação para se chegar a esta conclusão.
Dentro da análise dos questionários, além das questões fechadas, cuja análise foi
realizada anteriormente, pôde-se perceber, em cima de algumas questões abertas, a
visão dos respondentes (educadores) sobre os principais objetivos e as principais
competências de uma ONG, algumas características pessoais para a atuação numa ONG
e os principais conhecimentos, habilidades e atitudes que uma pessoa deve possuir para
desenvolver suas atividades numa ONG. Dentre as repostas dos questionários podem-se
destacar, através dos Quadros 8, 9, 10 e 11, os principais apontamentos dentro de cada
eixo envolvendo a temática.
105
Quadro 8: Principais objetivos de uma ONG
Principais Objetivos de uma ONG
Eixos Objetivos
Captação de Recursos o Captar recursos que promovam o desenvolvimento e atividades
voltadas pra seus objetivos específicos que fomente a atuação na
comunidade.
Cidadania o Formar vidas, ou seja, futuros cidadãos.
o Defender os direitos dos cidadãos.
o Desenvolver a responsabilidade social através da cidadania.
o Contribuir para a construção de uma consciência cidadã.
o Promover cidadãos no mercado de trabalho e na vida.
o Realizar atividades voltadas para a formação cidadã.
o Formar cidadãos críticos.
o Desenvolver seus projetos de vida através da cidadania.
o Estimular a cidadania através das práticas do cotidiano.
Democracia o Ajudar na construção do processo da democracia.
o Promover uma sociedade igualitária.
o Contribuir no processo de democratização da sociedade
brasileira.
Articulação/Mobilização o Apoiar e ajudar na formação/mobilização dos movimentos
sociais.
o Intervir nos espaços públicos.
o Realizar um trabalho de articulação junto a outras entidades e a
comunidade.
Desenvolvimento Social o Desenvolver saberes e tecnologias para ajudar na erradicação da
miséria e injustiça.
o Contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico de uma
comunidade.
o Auxiliar no desenvolvimento dos educandos na escola e na
sociedade.
o Realizar ações que contribuam no desenvolvimento social.
Políticas Públicas
o Reivindicar a efetivação das políticas públicas.
o Contribuir na construção das políticas públicas.
o Propor políticas públicas.
Educacional o Dar suporte a escolaridade dos educandos.
o Promover educação de qualidade através de atividades de
conscientização.
o Estimular através do processo educativo a formação de seres
humanos mais dignos.
Consciência Crítica o Despertar nas crianças e adolescentes o senso crítico, através do
prazer em ler e escrever e na lutar pelos seus direitos.
o Fazer com que as crianças e adolescentes tenham uma visão
crítica.
Inclusão Social o Promover a inclusão social.
o Contribuir na formação da dignidade a partir de um processo
de inclusão social.
Estado o Atuar através das atividades que beneficiem uma melhora na
qualidade de vida de pessoas desassistidas pelas competências
governamentais.
106
Direitos e Deveres o Questionar sobre os direitos, deveres e as atitudes relacionadas
às pessoas.
o Formar a sociedade consciente de seus direitos.
o Contribuir para a promoção e defesa dos direitos das crianças e
adolescentes em situação de risco social.
o Informar sobre direitos e deveres através da metodologia
participativa.
Formação Humana o Contribuir para a formação humana.
Dentro dos eixos em destaque no Quadro 8, foi nítida a ênfase voltada à
cidadania que se configura desde a construção da cidadania através de uma visão crítica
da realidade, perpassando pela idéia da defesa dos direitos até a formatação do
desenvolvimento da vida através de atividades ligadas à cidadania. Tal ênfase remete a
essencialidade da ONG na formação de cidadãos com valores, necessidades e dignidade
humana.
Pode-se ainda citar outros dois eixos atrelados aos objetivos que foram
retratados com bastante relevância pelos respondentes (educadores) das ONGs como
Direitos e Deveres e Desenvolvimento Social. Este retrato reflete a importância que este
tipo de organização tem firmado através do desenvolvimento de suas atividades nas
comunidades. A ênfase leva a uma direção que é complementar, levando em
consideração a lógica identificada dos dados se consegue o desenvolvimento social a
partir de um trabalho voltado à relevância dos direitos e deveres de cada cidadão.
Através do Quadro 9 é possível visualizar de forma sistematizada as principais
competências de uma ONG na percepção dos respondentes (educadores) que ajudarão
na obtenção dos objetivos organizacionais.
Quadro 9: Principais competências de uma ONG
Principais Competências de uma ONG
Competências
Técnicas/Profissionais
o Promoção de projetos.
o Saber gerenciar seus recursos de diversos agentes de
cooperação.
o Gerenciar finanças, ou seja, os recursos financeiros.
o Adquirir parceiros.
Competências Sociais
o Participação em movimentos sociais.
o Saber lhe dar com as pessoas em situação de risco.
o Informar, reivindicar e elaborar direitos e deveres.
o Fiscalizar as ações do poder público.
o Participar de ações políticas.
o Dialogar em suas ações com a realidade do público.
o Poder de mobilização.
Fonte
: Dados da pesqui
sa, 2008.
107
Competências do Negócio
o Mostrar a seus integrantes a importância de lutar pelos seus
direitos.
o Inclusão social.
o Prestar alguns serviços que o Estado não oferece.
o Promover ações para cumprir com seus objetivos.
o Garantir os direitos humanos.
o Integrar a criança e o adolescente no meio social (comunidade
na qual faz parte).
o Compete transformar, contribuir cidadãos na comunidade que
atua.
o Formar cidadãos críticos.
o Dar suporte e educação formal aos educandos.
o Desenvolver atividades que possam contribuir para o
desenvolvimento das pessoas atendidas.
o Oferecer atividades sócio-educativas e culturais ao seu
público-alvo.
o Conhecer e informar a legislação à comunidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Cabe ressaltar que entre a classificação embasada por Fleury e Fleury (2001), os
respondentes (educadores) vislumbraram como foco dentro da categoria Competências
Técnicas/Profissionais a gestão dos recursos direcionados pelos parceiros. Tal
importância se registra, pois a imagem da organização não se constitui apenas pela via
da atuação na comunidade, mas também pela forma que esta entidade gere o recurso
público, garantindo com isto a renovação de muitos projetos sociais e a confiança de
seus parceiros.
Destacam-se também dentro da classificação as Competências Sociais que
obteve inúmeras vertentes pelos respondentes (educadores). Determinada competência
se pautou na participação ativa nos mecanismos sociais a partir de uma leitura e de uma
expressão verbal que ajudam a contribuir nos aspectos das políticas públicas. Através
desta competência, as ONGs possuem o poder de mobilização, fator crucial nas
articulações no terceiro setor.
Em relação às Competências de Negócio pôde-se notar através de algumas
respostas dos respondentes (educadores) a visão que eles possuem da organização, a
clareza e o comprometimento com os objetivos organizacionais e os valores que
compõem as ONGs. As respostas levam a perceber que os respondentes (educadores)
identificam as competências necessárias para se enfrentar os desafios sociais.
Para que as pessoas atuem nesse cenário tão particular, se faz necessário
algumas características que serão determinantes na atuação destas organizações em suas
atividades. O Quadro 10 ilustra as principais características, na visão dos respondentes
(educadores), que as pessoas que estão envolvidas nas ONGs devem possuir.
108
Quadro 10: Características principais para a atuação numa ONG
Características pessoais para a atuação numa ONG
o Companheirismo
o Vestir realmente a camisa
o Estar aberto a reciclagens periódicas
o Capacidade para trabalhar em grupo
o Visão crítica
o Ter capacidade e habilidade na área de
atuação
o Entrega
o Comunicabilidade
o Responsabilidade
o Sinceridade e transparência nas relações
interpessoais
o Ser ético, justo e democrático com os
companheiros de trabalho
o Seriedade
o Liderança
o Espontaneidade
o Envolvimento com o trabalho
o Saber respeitar os espaços dos colegas
o Disponibilidade
o Amar o próximo
o Identificação com a atuação do terceiro
setor
o Disposição para o trabalho comunitário
o Ter um curso superior compatível com sua
função na entidade
o Participação nas discussões
o Habilidade no diálogo com as pessoas
o Assumir comprometimento com a causa e
missão da Ong
o Compromisso com a área social
o Conhecimento do meio social em que
vive
o Sensibilidade para apenas não “estar” na
comunidade, mas se perceber “dentro” da
comunidade
o Gostar do meio popular e da educação
popular
o Paciência
o Saber ouvir
o Ser livres de preconceitos sociais
o Trabalhar com metodologia participativa
o Conhecer os espaços (mecanismos legais)
o Perceber e considerar as necessidades da
comunidade
o Considerar o universo de cada criança e
adolescentes
o Perceber as carências e potencialidades
das crianças e dos adolescentes
o Espírito de solidariedade
o Compromisso social
o Dedicação acima da remuneração
o Ser articulado nos espaços públicos
o Saber se articular com os parceiros
o Compreender o contexto social
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Analisando as características apontadas pelos respondentes (educadores) pode-se
perceber que determinadas características que contemplam qualquer tipo de
organização, como: vestir realmente a camisa, estar aberto a reciclagens periódicas,
capacidade para trabalhar em grupo, etc. Da mesma forma, existem características
apontadas pelos respondentes (educadores) que são bastante particulares aos cenários
das ONGs: compromisso com a área social, gostar do meio popular e da educação
popular, dedicação acima da remuneração, etc.
Isso reflete que para atuar numa ONGs, as pessoas devem possuir determinadas
características que vão além do convencional.
Tais características se convergem nas competências individuais que podem ser
alocadas baseando-se no conceito do conhecimento, das habilidades e das atitudes. Essa
sistematização pode ser observada através do Quadro 11 abaixo.
109
Quadro 11: Principais conhecimentos, habilidades e atitudes
Saber
o Direitos humanos
o Educação popular
o Artes
o Legislação
o Meio ambiente, cultura e cidadania
o Estatuto da Criança e do Adolescente
o Programas de Inclusão
o Legislação trabalhista e de políticas públicas
o Movimentos sociais
o Realidade da comunidade
o Educação inclusiva
o Educação participativa
o Conhecimentos básicos da psicologia
o Direitos Humanos
o Empírico
o Pedagógicos
o Acadêmicos
o Políticos
o Religiosos
Saber Fazer
o Habilidade psicológica
o Saber falar em público
o Saber ensinar
o Saber cativar
o Saber construir
o Saber produzir
o Metodológica
o Sociais (saber ouvir, argumentar, falar, se relacionar)
o Condições para trabalhar com crianças e adolescentes
o Percepção
o Perceber as necessidades
o Trabalhar com o coletivo
o Fazer pesquisas
o Aplicar os conteúdos com segurança
o Ser prático e determinado
o Ser criativo
o Saber acolher
o Tomar decisões
o Desenvolver trabalhos coletivos
Saber Ser/Agir
o Prudência
o Saber dizer não
o Companheirismo
o Integração
o Respeito
o Ser solidário
o Ter condições de saber lidar com recursos
(honestidade)
o Colaborar
o Paciência
o Responsabilidade
o Ética
o Ter compromisso com a causa
o Respeitar o público-alvo
o Compreensivo
o Lealdade
o Sensibilidade
o Cooperação
o Reflexão crítica
o Socialização
110
o Liderança
o Provocar, refletir sempre no coletivo
o Entrega
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Diante da obtenção dos dados coletados dos respondentes (educadores) das
ONGs através do instrumento de coleta de dados (questionário) foi realizada nesta seção
uma análise quantitativa através da tabulação dos dados que trouxe um caráter de
complementaridade com os resultados da análise qualitativa, fazendo um resgate da
teoria estudada e apontando os melhores resultados. A análise qualitativa é descrita na
seção seguinte.
4.4 ANÁLISE QUALITATIVA E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
4.4.1 Apresentação e Análise dos Resultados da Pesquisa
Conforme descrito no item “Elementos Investigados na Pesquisa”, quatro
variáveis foram apresentadas: Objetivo Organizacional, Competência
Organizacional, Competência Individual e Discrepância de Desempenho.
Vale destacar ainda que os instrumentos de coleta de dados foram baseados
nesse conjunto de variáveis e que a análise descrita neste capítulo se refere à
amostragem referente aos gestores das ONGs onde se optou em realizar entrevistas
semi-estruturadas através de um roteiro de entrevista.
4.4.1.1 Resultado – objetivo organizacional
Essa variável vem responder ao objetivo específico “Identificar os objetivos
organizacionais das ONGs” através dos depoimentos relacionados às visões que os
gestores das ONGs possuem quanto a esta variável. Para melhor entendimento, no
Quadro 12 abaixo são apresentadas resumidamente às respostas dos gestores para
posterior análise:
111
Quadro 12: Resumo das respostas sobre descrição dos objetivos organizacionais
RESUMO DAS RESPOSTAS DOS GESTORES
PERGUNTA GESTOR 1 GESTOR 2 GESTOR 3 GESTOR 4 GESTOR 5 GESTOR 6
Quais são os
principais
objetivos de
uma ONG?
Atuar através de
promoção de
políticas
públicas para o
desenvolviment
o da sociedade.
Complementar
as lacunas do
aprendizado
gerado pelas
escolas.
Realizar
atividades que
ajudem no
processo de
desenvolviment
o da sociedade
como um todo.
Dar suporte à
educação como
ação
complementar a
fim de
desenvolver
uma visão
crítica.
Desenvolver as
potencialidades
do indivíduo
enquanto
cidadão.
Ajudar às
pessoas a se
ajudarem e a
transformar o
espaço em que
vivem.
Como é sua
atuação frente
aos objetivos?
É bastante
positiva, pois
sempre
conseguimos
com êxito a
maioria dos
nossos
objetivos.
Mesmo com a
nossa limitação
financeira, boa
parte dos nossos
objetivos é
alcançada.
Conseguimos
atuar de forma
agradável os
nossos objetivos
traçados.
Alguns
objetivos nós
conseguimos,
outros não. Mas
é a dinâmica
que percorre nas
ONGs.
Temos atingido
na medida do
possível que
conseguimos
chegar à
comunidade.
Pelo leque de
atividades,
penso que nossa
atuação ainda
deixa a desejar.
Você tem
conhecimento
dos objetivos,
missão, visão e
valores desta
ONG?
Eu percebo de
forma bastante
clara os
objetivos, a
missão, visão e
valores da
ONG.
Eu percebo de
forma clara,
mas tenho
dúvida em
relação a esta
clareza por parte
de todos da
ONG.
Estamos numa
fase de
reestruturação
dos nossos
objetivos e ao
mesmo tempo
trabalhando para
a clareza dos
mesmos.
Eu possuo
conhecimento
de todos esses
fatores, mas
todos os
colaboradores
eu sinto que não
percebem com a
mesma clareza.
Acredito que
sim, pois os
gestores fazem
questão do
conhecimento
de todos perante
os objetivos e
valores.
Eu acho que
possui sim
conhecimentos,
mas todos os
que fazem a
ONG não.
PERGUNTA GESTOR 7 GESTOR 8 GESTOR 9 GESTOR 10 GESTOR 11 GESTOR 12
Quais são os
principais
objetivos de
uma ONG?
Prestar um
serviço de
organização
social para a
comunidade.
Trabalhar a
cidadania para
que as pessoas
se auto-
promovam e
também
promovam a sua
comunidade.
Desenvolver um
processo para
sanar algumas
dificuldades
percebidas na
comunidade.
Desenvolver um
trabalho e um
controle social.
Prestar um
serviço que
atenda os
interesses da
população, sem
substituir a
função do
Estado.
Melhorar a
qualidade do
ensino daqueles
que estão
envolvidos em
suas atividades.
Como é sua
atuação frente
aos objetivos?
Acho que nós
estamos
cumprindo com
os nossos
objetivos, pelo
nosso destaque
na comunidade.
É muito
positiva, basta
vislumbrar os
resultados na
nossa
comunidade.
Acredito que
sim, pelo
sucesso das
nossas
atividades
desenvolvidas
com os
educandos.
Caminha-se
nesse sentido,
tentando
justamente que
as atividades
sejam norteadas
pela nossa
missão.
A nossa atuação
vem sendo
destacada pelos
resultados
alcançados ao
longo da nossa
existência.
Podemos
caminhar de
forma mais
produtiva, mas
percebemos um
grande avanço
na nossa
atuação.
112
Você tem
conhecimento
dos objetivos,
missão, visão e
valores desta
ONG?
Minha
participação na
ONG me
favoreceu esse
conhecimento.
Por mais que se
esforce, ainda
percebo que
muitos
educadores não
têm tudo isso
muito claro.
Penso que a
instituição deixa
a desejar no
trabalho de
transparências
de seus
propósitos.
Percebo de
forma bastante
clara, pois
fazemos questão
de ressaltar para
todas as pessoas
que entram na
entidade.
Por mais que se
trabalhe, esses
fatores que
guiam a
instituição ainda
se percebe uma
lacuna em
alguns casos.
A entidade faz
questão de
deixar claro a
todos os seus
objetivos,
missão, visão e
valores.
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
4.4.1.1.1 Análise das Categorias
Conforme as respostas dos gestores se percebem que a interpretação e a
visualização dos objetivos de uma ONG são bem definidos. Para alguns gestores, os
objetivos de uma ONG estão voltados a servir uma comunidade promovendo a
transformação de uma realidade, e ao mesmo tempo tendo como foco, o trabalho de
desenvolver as potencialidades do ser humano. Tais ênfases são percebidas através de
alguns depoimentos extraídos das entrevistas realizadas com os gestores das ONGs.
As ONGs estão presentes na humanidade com o grande desafio de
transformar realidades. Seu grande objetivo é justamente ajudar as
pessoas, através de suas atividades, a fim de que haja um desenvolvimento
na sociedade como um todo (Gestor 3, informação verbal, grifo nosso).
O grande objetivo de uma ONG é desenvolver as potencialidades de um
indivíduo para torná-lo cidadão. Nossas crianças e adolescentes chegam aqui
com sua auto-estima abalada e o processo de olhar para suas potencialidade e
fomenta-las é um trabalho mais do que digno (Gestor 5, informação verbal,
grifo nosso).
Eu acho um dos objetivos de uma ONG é servir à comunidade, no sentido
de desenvolver um processo para sanar certas dificuldades que são percebidas
na comunidade. Então a ONG vai até a comunidade para atuar com suas
atividades e que possamos combater determinados problemas (Gestor 9,
informação verbal, grifo nosso).
Eu diria que o objetivo de uma ONG seria desenvolver um trabalho social
junto à população de baixa renda. Mas sempre sem perder o eixo de cobrar
que isso é função do Estado. É a questão das políticas públicas, que talvez
esteja no papel, na lei, mas não são implementadas, então a gente sempre está
tentando monitorar isso e cobrar isso (Gestor 10, informação verbal, grifo
nosso).
na visão de outros gestores, os objetivos organizacionais ligados às ONGs
estudadas estão direcionados à questão da educação, no sentido de complementaridade à
113
educação formal, gerando uma maior qualidade no ensino e ao mesmo tempo a
construção de uma visão crítica:
Infelizmente o nosso ensino público ainda deixa muitas lacunas no
aprendizado das nossas crianças e adolescentes. Nosso objetivo acaba se
voltado em trabalhar a educação dos nossos atendidos, mas sempre
buscamos fazer isso da nossa forma (Gestor 2, informação verbal, grifo
nosso).
Para mim uma ONG deve ter como objetivo principal dar suporte à
educação, como ação complementar da escola formal, desenvolvendo uma
visão crítica dos alunos que estão inseridos na ONG (Gestor 4, informação
verbal, grifo nosso).
Em minha opinião, um grande objetivo das ONGs é capacitar e qualificar
no sentido de melhorar a sua qualidade de ensino e encaminhamento
daqueles envolvidos para o mercado de trabalho (Gestor 12, informação
verbal, grifo nosso).
Ainda como percepção dos objetivos organizacionais cabíveis a uma ONG vale
os conceitos dados pelos demais gestores que variaram em suas opiniões, mas
apontados com grandes contribuições ao estudo:
As ONGs trazem como objetivo ajudar dentro das políticas públicas a
promover os indivíduos dentro da sociedade, buscando seus direitos dentro
do setor público, dentro das normas, do caráter legal (Gestor 1, informação
verbal, grifo nosso).
Trabalhar com as pessoas de modo que elas possam se preparar para ajudar
outras pessoas. Desta forma estamos ajudando as pessoas a se ajudarem e a
transformar o espaço em que vivem (Gestor 6, informação verbal, grifo
nosso).
Uma ONG traz como objetivo prestar um serviço de organização social
para a comunidade (Gestor 7, informação verbal, grifo nosso).
Um dos aspectos é trabalhar a cidadania com a finalidade de que as
pessoas se auto-promovam e também promovam a sua própria comunidade
(Gestor 8, informação verbal, grifo nosso).
Ela tem no caso, como papel, como função prestar um serviço que atenda
os interesses da população, porém ela não pode substituir a função do
Estado (Gestor 11, informação verbal, grifo nosso).
Vale destacar ainda dentro da variável “Objetivos Organizacionais” a atuação
das ONGs mediante os objetivos traçados. Através das respostas dos gestores é possível
notar os destaques destas entidades através de resultados gerados em suas comunidades
de atuação.
114
Eu acho que mediante a nossa atuação conseguimos alguns objetivos com
bastante sucesso, outros o. Como todo processo educativo (Gestor 4,
informação verbal, grifo nosso).
Acho que nós estamos cumprindo com os nossos objetivos, pelo nosso
destaque na comunidade. Através das parcerias nossa atuação fica cada vez
mais coerente com a nossa proposta. Nesse sentido eu creio que estamos
cumprindo com o nosso papel (Gestor 7, informação verbal, grifo nosso).
Acredito que sim, pelo sucesso das nossas atividades desenvolvidas com os
educandos. A cada avaliação percebemos o quanto avançamos com a nossa
atuação e o que é mais interessante é que com esse avanço a comunidade é
quem sempre ganha (Gestor 9, informação verbal, grifo nosso).
Dentro desta categoria se percebeu que os gestores 6 e 12 têm uma visão mais
limitada quanto à atuação da ONG no desempenho de suas atividades:
Não estamos atingindo de forma satisfatória, pois percebo que o nosso
foco não esteja claro para todos os envolvidos na entidade. Temos um leque
variado de atividades, e por esta razão pensa que nossa atuação ainda deixa a
desejar (Gestor 6, informação verbal, grifo nosso).
Mesmo com o nosso destaque na comunidade ainda temos muito a
melhorar no que se refere a nossa atuação. Temos que caminhar de forma
mais produtiva, se faz necessário planejarmos as nossas ações com mais
propriedade, mesmo com os nossos limites (Gestor 12, informação verbal,
grifo nosso).
Um outro fator abordado envolvido na variável “Objetivo Organizacional” se
referiu ao conhecimento, por parte dos gestores das ONGs estudadas, dos objetivos,
missão, visão e valores das organizações. Foi possível notar que em muitos casos esses
fatores não estão tão claros por todos aqueles que estão inseridos nas ONGs.
Eu percebo de forma clara, mas tenho dúvida em relação a esta clareza
por parte de todos da ONG. Penso que se faz necessário um trabalho mais
sistematizado voltado para tais fatores (Gestor 2, informação verbal, grifo
nosso).
Eu possuo conhecimento de todos esses fatores, mas todos os colaboradores
eu sinto que não percebem com a mesma clareza. o sei se estou certo
em minha afirmação, mas tenho esse pressentimento (Gestor 4, informação
verbal, grifo nosso).
Penso que a instituição deixa a desejar no trabalho de transparências de seus
propósitos. Estamos precisando um trabalho que esclareça para todos os
objetivos da nossa organização e isso ajudará bastante para que eles
entendam suas finalidades quanto colaborador (Gestor 9, informação verbal,
grifo nosso).
115
Por mais que se trabalhe, esses fatores que guiam a instituição, ainda se
percebem uma lacuna em alguns casos (Gestor 11, informação verbal, grifo
nosso).
Por outro lado foi possível detectar alguns depoimentos bastante positivo sobre
tal questão:
Acredito que sim, pois os gestores fazem questão do conhecimento de
todos perante os objetivos e valores. Esse trabalho vem sendo desenvolvido
muito tempo pela ONG e isso, em minha opinião é um fator de sucesso
(Gestor 5, informação verbal, grifo nosso).
Toda a coordenação vem deixando de forma bastante clara os objetivos e
valores que estão presentes na ONG, pois tal conhecimento é fundamental
para todas as pessoas que entram na entidade (Gestor 10, informação
verbal, grifo nosso).
A entidade faz questão de deixar claro a todos os colaboradores sobre os
seus objetivos, missão, visão e valores (Gestor 12, informação verbal, grifo
nosso).
Resumindo, na variável “Objetivo Organizacional”, os gestores demonstraram
uma variedade nas ênfases dadas aos principais objetivos organizacionais. Através da
análise foi possível perceber que o foco é desde a transformação da realidade,
desenvolvimento das potencialidades humanas, perpassando a pelas questões
educacionais. Não se podem desconsiderar alguns casos particulares onde a ênfase se
deu nas políticas públicas, na organização social e no trabalho da cidadania. Percebeu-se
também a ausência, na concepção de alguns gestores, quanto à transparência dos
objetivos, missão, visão e valores na totalidade das organizações. Diante disso, é clara
uma visão sistêmica por parte dos gestores, mesmo apresentando diferentes focos dentro
de uma realidade exposta como um grande desafio em atuar.
4.4.1.2 Resultado – competência organizacional
Essa variável relaciona-se à visão que os gestores das ONGs possuem quanto às
competências organizacionais de uma Organização Não-Governamental e vem
responder o objetivo específico “Descrever as competências organizacionais presentes
116
nas ONGs”. Para melhor entendimento, no Quadro 13 abaixo são apresentadas
resumidamente as respostas dos gestores para posterior análise:
Quadro 13: Resumo das respostas sobre descrição das competências organizacionais
RESUMO DAS RESPOSTAS DOS GESTORES
PERGUNTA GESTOR 1 GESTOR 2 GESTOR 3 GESTOR 4 GESTOR 5 GESTOR 6
Quais são as
competências de
uma ONG?
É englobar
exatamente
junto à
sociedade.
Buscar os
melhores
caminhos,
ajudando
independente do
papel da ONG.
Fomentar as
habilidades
daqueles
inseridos numa
ação de
transformação
social.
É justamente
atingir os
objetivos a que
ela se propõe.
Desenvolver na
criança e no
jovem um sendo
crítico.
Atingir todo o
espaço da
sociedade:
político, social e
econômico.
Até que ponto
as competências
organizacionais
estão sendo
eficazes para
atingir os
objetivos da
organização?
De forma
gradual estamos
atingindo
satisfatoriament
e os nossos
objetivos.
É só pararmos e
vermos os nosso
resultados. A
cada anos
percebemos de
forma positiva
as nossas
conquistas.
Conseguimos
atingir grande
parte dos nossos
objetivos
traçados. Isso
nos faz
competentes.
Ainda é grande
a nossa carência
na eficácia dos
nossos
objetivos,
precisamos
melhorar.
A ONG ela está
sendo
competente
levando em
consideração
seus limites na
atuação na
comunidade.
Tenho uma
resposta
negativa a esta
questão, pois
como os
objetivos não
estão tão claros
não
conseguimos
sucesso.
PERGUNTA GESTOR 7 GESTOR 8 GESTOR 9 GESTOR 10 GESTOR 11 GESTOR 12
Quais são as
competências de
uma ONG?
Desenvolver
ações que visem
a transformação
da realidade.
Auxiliar nas
questões no
Estado.
Mobilizar, dar
respostas à
comunidade.
Fomentar a
formação
humana aqueles
envolvidos na
entidade.
Ajudar na
emancipação
das pessoas
através da
formação de
uma consciência
crítica.
Garantir os
direitos e
deveres do
cidadão a partir
de uma trabalho
de cidadania.
Até que ponto
as competências
organizacionais
estão sendo
eficazes para
atingir os
objetivos da
organização?
Eu acho que a
ONG procura
oferecer o
melhor possível
dentro de suas
possibilidades.
A ONG é
competente no
desenvolviment
o de suas
atividades, na
construção da
vida.
Estamos a cada
dia crescendo
em nossas
conquistas.
Penso que
estamos a cada
dia nos tornando
competentes.
Penso que sim,
pois estamos
num contínuo
processo de
aprimorar
nossas
conquistas.
Apesar da
grandiosidade
da demanda
social temos
uma
metodologia que
nos impulsiona
a muitas
realizações.
Juntamente com
as parcerias
conseguimos
nos tornar
competentes e
atuar de forma
satisfatória na
comunidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
4.4.1.2.1 Análise das categorias
Na variável “Competência Organizacional”, percebeu-se um leque voltado às
competências das ONGs. Conforme a análise dos objetivos, nesta parte também foi
117
percebida algumas competências-chave que ajudam, dentro de alguns limites, a fazer
com que os objetivos organizacionais se concretizem.
Foram observadas nas entrevistas algumas categorias mediante os depoimentos
dos entrevistados (gestores) em relação às competências organizacionais que se
tornaram significativos ao longo da análise, como: transformação social,
desenvolvimento do senso crítico, formação humana e poder de mobilização. Isso tudo é
expresso nos discursos dos gestores:
Em minha opinião o que compete a uma ONG é trabalhar com as crianças
e adolescentes o entendimento de que eles são capazes de aprender e de
transformar a vida, ou seja, é uma transformação social (Gestor 6,
informação verbal, grifo nosso).
Ela tem como função social desenvolver ações que visem a transformação
da realidade sócio-econômica dessa comunidade (Gestor 7, informação
verbal, grifo nosso).
A competência da ONG, propriamente dita, é formar cidadãos críticos e ao
mesmo tempo contribuir para o processo de emancipação dessas pessoas,
desse ser, então a ONG de uma forma geral, ela tem historicamente esse
compromisso, a emancipação do ser humano com a construção de uma
consciência crítica (Gestor 5, informação verbal, grifo nosso).
Talvez as ONGs por uma questão de conhecimento, de formação das pessoas
que a compõem, fomentar a formação humana daqueles envolvidos na
entidade. Essa formação humana é de competência de uma ONG, se o Estado
fizesse toda a outra parte (Gestor 10, informação verbal, grifo nosso).
Garantir a cidadania. Para mim isso é um dos pontos determinantes de uma
ONG na sociedade. Esse fator repercute na educação, na saúde, até mesmo no
aspecto da moradia (Gestor 12, informação verbal, grifo nosso).
Ter um poder de mobilizar, ela tem que se fazer necessária na comunidade,
ela tem que mobilizar, tem que dar respostas à comunidade, ela precisa ter
um poder de mobilização, de se fazer presente, acho que é isso (Gestor 12,
informação verbal, grifo nosso).
Eu acho que algumas questões que as ONGs, alguns trabalhos que as
ONGs desenvolvem que realmente seriam competências do próprio Estado
(Gestor 8, informação verbal, grifo nosso).
Outro fator fundamental que ajudou no estudo foi a abordagem dada de cada
gestor sobre a eficácia nos resultados, a explanação sobre a importância das
competências organizacionais para se atingir os objetivos da organização:
Nós fizemos a pouco tempo uma pesquisa e tivemos um resultado muito
satisfatório, ela nos indicou que realmente s estamos conseguindo
alcançar os nossos objetivos (Gestor 1, informação verbal, grifo nosso).
118
É pararmos e vermos os nossos resultados. Penso que nada melhor do que
os resultados para avaliarmos se estão sendo ou não competente. A cada ano
percebemos de forma positiva as nossas conquistas (Gestor 2, informação
verbal, grifo nosso).
Nesse aspecto ainda é grande a nossa carência na eficácia dos nossos
objetivos, precisamos melhorar. É necessário um acompanhamento desses
objetivos ao longo do caminho e perceber o porquê de não conseguimos
alcançar muitos deles (Gestor 4, informação verbal, grifo nosso).
Talvez por causa dos objetivos não estiverem tão claros temos dificuldades
em atingi-los com sucesso (Gestor 6, informação verbal, grifo nosso).
Estamos a cada dia crescendo em nossas conquistas. Estamos em um
contínuo processo de aprimorar isso. A cada experiência, estamos a cada
dia nos tornando competentes e isso nos permite atingir cada vez mais os
nossos objetivos com eficácia (Gestor 10, informação verbal, grifo nosso).
O nosso grande diferencial é que juntamente com as parcerias conseguimos
nos tornar competentes e atuar de forma satisfatória na comunidade.
Hoje é impossível pensar em objetivos sem levar em consideração o trabalho
realizado em conjunto com os nossos parceiros (Gestor 12, informação
verbal, grifo nosso).
Em suma, foi percebido diante da análise das entrevistas que as ONGs possuem
algumas competências organizacionais para o sucesso de sua atuação na comunidades.
Cabe destacar também que através dos depoimentos dos gestores, as ONGs conseguem
ser eficazes através de suas competências organizacionais no que tange ao alcance de
seus objetivos. Com a pluralidade de competências organizacionais encontradas nas
entrevistas com os gestores, é possível perceber, que nos últimos tempos, é registrada,
cada vez mais, a qualificação dos profissionais, gerando alguns espaços que ajudam
num aprendizado de qualidade, tornando-se um diferencial. Apesar de notar que
algumas competências seriam necessárias para um melhor desenvolvimento, as
competências atuais, resgatando uma das ênfases abordadas na teoria como os
repertórios que a organização domina e que a faz destacar de outras em contextos
específicos, faz com que a organização com um olhar para a cultura, o esporte, a
educação popular, que é o conjunto de repertórios atual, consiga atingir o eixo essencial
de forma satisfatória nesses ângulos.
4.4.1.3 Resultado – competência individual
Essa variável relaciona-se à visão que os gestores das ONGs possuem quanto às
competências individuais de uma Organização Não-Governamental e vem contemplar o
objetivo “Descrever as competências individuais presentes nas ONGs”. Para melhor
119
entendimento, no Quadro 14 abaixo são apresentadas resumidamente as respostas dos
gestores para posterior análise:
Quadro 14: Resumo das respostas sobre descrição das competências individuais
RESUMO DAS RESPOSTAS DOS GESTORES
PERGUNTA GESTOR 1 GESTOR 2 GESTOR 3 GESTOR 4 GESTOR 5 GESTOR 6
Como você
avalia a
capacidade de
entrega das
pessoas desta
ONG?
As pessoas
vestem
realmente a
camisa, pois são
pessoas que
gostam do que
fazem.
A entrega é
uma
característica
particular de
quem trabalha
em ONGs.
As pessoas aqui
são realmente
comprometidas.
Sinto um
enorme
envolvimento
de todos.
A entrega
existe. Há o
comprometimen
to, mesmo
aquelas pessoas
que não estão
nos lugares
certos.
É natural de
quem se
trabalha em
ONGs esse
caráter de
entrega.
Percebo o
envolvimento
muito mais
meramente
financeiro do
que
humanístico.
Em sua
percepção, há
por parte das
pessoas que
trabalham nesta
ONG
conhecimentos,
habilidade e
atitudes
suficientes
frente à
realização de
suas atividades?
Eu percebo que
as pessoas estão
nos lugares
certos.
Quem trabalha
em ONG deve
ser qualificada
tanto no
conhecimento,
na habilidade e
principalmente
nas atitudes.
Mesmo eu
estando aqui a
pouco tempo,
eu percebo o
quanto a equipe
está preparada
para realizar as
suas atividades.
Penso que sim,
mas poderíamos
ter um
conhecimento
mais
consistente
mediante as
grandes
formações que
damos aos
nossos
educadores.
Os nossos
educadores são
bastante
competentes,
mas ainda
percebo uma
limitação no
tocante ao
conhecimento.
Precisamos nos
capacitar de
forma mais
abrangente
naquilo que nos
compete.
PERGUNTA GESTOR 7 GESTOR 8 GESTOR 9 GESTOR 10 GESTOR 11 GESTOR 12
Como você
avalia a
capacidade de
entrega das
pessoas desta
ONG?
As nossas
pessoas já
possuem uma
história de
compromisso
social e isso é
passado para a
organização.
A entrega é
muito
significativa,
mesmo com um
ou outro que
não
demonstram tal
sentimento.
Percebe-se um
envolvimento
muito grande
dos educadores
sociais. É um
elemento muito
forte em nossa
instituição.
Nas ONGs as
pessoas se
doam muito
além do que
suas próprias
tarefas.
As pessoas que
acreditam no
terceiro setor
possuem a
questão
particular do
envolvimento
de forma clara.
Nossos
profissionais
vestem não só a
camisa da
entidade, mas a
camisa do
social.
Em sua
percepção, há
por parte das
pessoas que
trabalham nesta
ONG
conhecimentos,
habilidade e
atitudes
suficientes
frente à
realização de
suas atividades?
Hoje temos
diversas
pessoas
competentes,
mas nós temos
pessoas que não
exercendo
atividades
cotidianas nos
lugares certos.
Houve um
crescimento de
muitos
educadores
dentro dessas
linhas, isso nos
torna cada vez
mais
competentes.
Os nossos
educadores
ainda deixam a
desejar em suas
atuações. Há
muita boa
vontade, mas
precisamos de
mais
conhecimentos.
Toda pessoa
que vem
trabalhar
conosco já deve
possuir um
conjunto de
competências
compatíveis
com a entidade.
Temos uma
equipe
multidisciplinar
e isso nos
favorece no
conjunto das
competências
individuais.
Trabalhamos
muito o
conhecimento,
por isso que
temos uma
equipe
preparada para
atuar naquilo
que nos é
proposto.
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
120
4.4.1.3.1 Análise das categorias
No que se refere à variável “Competência Individual” inicialmente se destaca a
visão dos gestores mediante a entrega dos colaboradores das ONGs, sendo possível
perceber alguns pontos de atenção quanto a este aspecto nos depoimentos dos gestores:
É grande a entrega de quem trabalha em ONGs. Eu comento sempre que as
pessoas que colaboram nas ONGs terminam vestindo totalmente a
camisa, porque são pessoas que gostam do que fazem e elas estão sempre
abertas (Gestor 1, informação verbal, grifo nosso).
Eu entendo que realmente nas ONGs a entrega das pessoas existe, mesmo
com a percepção que em alguns casos particulares algumas dessas pessoas
não se encontram nos lugares certos (Gestor 4, informação verbal, grifo
nosso).
Eu muitas vezes reflito que o se entregam de corpo e alma. Pra mim fica
claro que às vezes o envolvimento é meramente mais financeiro do que
muitas vezes mais humanitário, de fazer por que eu gosto (Gestor 6,
informação verbal, grifo nosso).
As nossas pessoas possuem uma história de compromisso social e isso é
passado para a organização. A organização se torna cada vez mais forte com
a intensidade dessa entrega (Gestor 7, informação verbal, grifo nosso).
A entrega é muito significativa, mesmo com um ou outro que não
demonstram tal sentimento. E eu acho que uma das características das
ONGs é justamente a entrega das pessoas. Elas se mobilizam, elas vão
junto às pessoas. Quando a gente sonha é um sonho que se sonha junto
(Gestor 8, informação verbal, grifo nosso).
Eu acho que nas ONGs em geral isso é um ponto que a gente não tem muito a
melhorar, pois as pessoas se doam de forma plena. Elas vão além das
próprias tarefas que estão capacitadas para desenvolver (Gestor 10,
informação verbal, grifo nosso).
Em minha opinião, as pessoas que são convidadas a trabalhar em ONGs m
uma questão particular que é o envolvimento de forma diferencial com a
organização (Gestor 11, informação verbal, grifo nosso).
Tenho a plena certeza de te responder isso, que a gente tem profissionais que
vestem a camisa da entidade e não da entidade, mas esse compromisso
social que é maior para com a causa, para com a população que a gente
trabalha. E quando o profissional se envolve, penso que é um ingrediente
para fazer com que as atividades prosperem (Gestor 12, informação verbal,
grifo nosso).
Outro ponto abordado quanto categoria é a percepção, por parte dos gestores,
sobre os conhecimentos, habilidade e atitudes presentes nas pessoas que estão
121
envolvidas nas ONGs frente à realização de suas atividades. Mesmo com um bom teor
de satisfação quanto a esses fatores, destacam-se alguns depoimentos que nos remetem
a algumas limitações:
Penso que as pessoas que trabalham em ONGs possuem esses fatores, mas
poderíamos ter um conhecimento mais consistente mediante as grandes
formações que damos aos nossos educadores (Gestor 4, informação verbal,
grifo nosso).
Dentre esses fatores, eu percebo como maior limite dentre os nossos
educadores na questão do conhecimento. Se faz necessário aprimorar a
nossa equipe no que se refere ao conhecimento, principalmente aquele
específico para realização das tarefas (Gestor 5, informação verbal, grifo
nosso).
Nós estamos num crescimento contínuo. Estudar é preciso. Precisamos nos
capacitar de forma mais abrangente naquilo que nos compete (Gestor 6,
informação verbal, grifo nosso).
Em contrapartida, muitos dos entrevistados (gestores) se mostraram bastante
satisfeitos em relação aos conhecimentos, habilidades e atitudes das pessoas que
trabalham nas ONGs como demonstram os depoimentos:
Eu acho que cada pessoa está no lugar certo. E como a gente está sempre
avaliando e reavaliando, inclusive junto com elas, junto com os
colaboradores. Isso nos mostra que as pessoas atuam de forma satisfatórias
frente as suas atividades, se mostrando competentes (Gestor 1, informação
verbal, grifo nosso).
Em minha opinião o trabalho em ONG é o específico que quem trabalha
nesse tipo de organização deve ser qualificada tanto no conhecimento, na
habilidade e principalmente nas atitudes. Esse é um quadro presente em
nossa organização (Gestor 2, informação verbal, grifo nosso).
As ONGs foram fadadas a um retrato diferente do atual. Hoje temos diversas
pessoas competentes, mas nós temos pessoas que não exercendo atividades
cotidianas nos lugares certos. Mesmo assim isso não tira o mérito daqueles
pelo grande fator do envolvimento (Gestor 7, informação verbal, grifo
nosso).
É possível perceber que houve um crescimento de muitos educadores
dentro dessas linhas, isso nos torna cada vez mais competentes. Temos com
a presença da ONG na comunidade um grande crescimento dos nossos
conhecimentos, habilidades e atitudes (Gestor 8, informação verbal, grifo
nosso).
Toda pessoa que vem trabalhar conosco já deve possuir um conjunto de
competências compatíveis com a entidade. Isso na verdade nos promove
um quadro competente e que estejam em sintonia com as competências da
organização. Posso dizer sem medo que nossos colaboradores são
122
competentes para estarem desenvolvendo suas atividades (Gestor 10,
informação verbal, grifo nosso).
Damos muita ênfase ao conhecimento gerado na ONG. Trabalhamos muito o
conhecimento, por isso que temos uma equipe preparada para atuar
naquilo que nos é proposto (Gestor 12, informação verbal, grifo nosso).
Resumindo, é nítido o envolvimento existente das pessoas que possuem
determinadas características e atuam nas ONGs. Este fator se mostrou bastante forte no
decorrer da pesquisa que se torna uma característica pessoal para um perfil destinado a
um trabalho social. No que se refere à avaliação das pessoas mediante os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes, sobre a concepção dos gestores, foi possível
perceber que parte dos gestores apontou em seus depoimentos algumas limitações. Por
outro lado, foi também detectado, em algumas ONGs, a presença de pessoas que foram
muito bem avaliadas quanto a esses itens. Isso mostra que as ONGs estão,
gradativamente, tendo uma atenção ao desenvolvimento das competências individuais.
4.4.1.4 Resultado – discrepância de desempenho
Através da variável Discrepância de Desempenho buscou-se relacionar a visão
que os gestores das ONGs possuem quanto ao desempenho esperado e o desempenho
real respaldando o objetivo específico “Verificar a lacuna existente entre o desempenho
esperado e o desempenho real das pessoas que trabalham nas ONGs”. Para um melhor
entendimento, no Quadro 15 abaixo são apresentadas resumidamente as respostas dos
gestores para posterior análise:
Quadro 15: Resumo das respostas sobre descrição da discrepância de desempenho
RESUMO DAS RESPOSTAS DOS GESTORES
PERGUNTA GESTOR 1 GESTOR 2 GESTOR 3 GESTOR 4 GESTOR 5 GESTOR 6
Há uma lacuna
existente entre o
desempenho
esperado e o
desempenho real
das pessoas que
trabalham nesta
ONG? Caso
afirmativo, em
que se consiste
tal lacuna?
Nem tudo que é
esperado
atingimos em
100%. Penso que
em nenhuma
organização se
consiga isto.
A lacuna existe,
mas trabalhamos
em nossos
planejamentos o
máximo para
atingirmos os
nossos objetivos.
Existe sim e eu
percebo como
normal. Não se
consegue tudo
aquilo que se
planeja.
A nossa lacuna
não é tão
marcante.
Sempre temos
lacunas mediante
a nossa atuação,
mas sabemos lhe
dar com elas.
A ONG não é
perfeita, mas
estamos
tenteando nos
planejarmos
mediante nossas
limitações.
123
Você percebe a
compatibilidade
entre as
competências
organizacionais e
as competências
individuais nesta
ONG?
Hoje eu acredito
que haja sim essa
compatibilidade.
Deixando de
lado alguns casos
particulares,
acredito que esta
compatibilidade
exista.
As pessoas que
fazem a nossa
ONG são
bastante
competentes.
Eu percebo que
exista sim essa
compatibilidade.
A história dentro
da ONG é de
complemento.
Temos muito a
melhorar, mas
em relação a essa
compatibilidade
posso afirmar
com certeza que
ela existe na
ONG.
Eu não percebo
que haja esta
compatibilidade.
Ainda falta muita
coisa.
Em sua opinião,
envolvimento/do
ação das pessoas
na ONG está
diretamente
ligado à
compatibilidade
entre as
competências
organizacionais e
as competências
pessoais?
Eu percebo o
envolvimento
quando a pessoa
está na posição
certa, ou seja,
desenvolvimento
suas atividades
mediante sua
formação
acadêmica.
Eu percebo que
as pessoas que
desenvolvem um
trabalho em uma
ONG estão mais
envolvidas,
independente
desta
compatibilidade.
Eu acredito que o
envolvimento
acontece no
momento que
você tem o perfil
para desenvolver
determinada
atividade.
Acho que pode
não ser um fator
determinante,
mas influi
consideravelmen
te.
Por ser uma
característica
daqueles que
trabalham nas
ONG, acredito
que o
envolvimento é
independente de
tal
compatibilidade.
Para mim é mais
do que
determinante.
PERGUNTA GESTOR 7 GESTOR 8 GESTOR 9 GESTOR 10 GESTOR 11 GESTOR 12
Há uma lacuna
existente entre o
desempenho
esperado e o
desempenho real
das pessoas que
trabalham nesta
ONG? Caso
afirmativo, em
que se consiste
tal lacuna?
A lacuna é
perceptível, por
mais esforços dos
educadores
naquilo que eles
se propõem a
fazer.
Temos que
melhorar
continuamente
nosso processo de
trabalho, mas
mesmo assim não
conseguimos
alcançar todos os
objetivos.
Planejamos-nos a
medida do
possível. Há
alguns casos de
insucesso, mas
sempre tentamos
nos adequar às
adversidades.
A lacuna se dá
pela dinâmica do
trabalho que nós
desenvolvemos,
pela dinâmica
embutida na
comunidade.
As lacunas
surgem das
necessidades da
comunidade antes
não planejadas.
É natural o
surgimento dessas
lacunas, como se
torna natural a
necessidade de nos
adequarmos a cada
uma delas.
Você percebe a
compatibilidade
entre as
competências
organizacionais e
as competências
individuais nesta
ONG?
Eu percebo ainda
uma
incompatibilidade
, mesmo com um
leque de variadas
atividades.
Sempre há ma ou
outra pessoa que
se depara com
essa
incompatibilidade
, mas sempre
buscamos
remanejá-las ao
longo do
processo.
Mesmo com as
grandes
limitações que
nos permeiam,
mas percebo uma
tímida
compatibilidade.
Buscamos essa
compatibilidade
não apenas na
competência
técnicas, mas nos
princípios
norteadores da
nossa instituição.
Penso que haja
uma
compatibilidade
mediante
resultados e
avaliações
positivas de
nossos
financiadores
É possível
categorizarmos a
existência dessa
compatibilidade, pois
estamos cada vez
mais trabalhando
para este
alinhamento.
Em sua opinião,
envolvimento/doa
ção das pessoas
na ONG está
diretamente
ligado à
compatibilidade
entre as
competências
organizacionais e
as competências
pessoais?
Esse
envolvimento
pessoal
independe. Você
pode ir muito
além daquela
função a qual lhe
cabe.
O estar envolvido
parte desta
compatibilidade,
mas nas ONGs
percebemos que o
envolvimento
ultrapassa tal
característica.
É um
envolvimento que
contagia e não sei
explicar como
isso acontece.
Claro que o fator
da
compatibilidade é
forte na entrega,
mas já foi
possível perceber
casos de entrega
que foram além
das atividades
envolvidas.
Mesmo a pessoa
não estando
compatível com
as atividades
desenvolvidas,
mas ela acaba se
envolvendo com
toda a entidade.
As ONGs têm muito
do vestir a camisa
por parte de seus
colaboradores e isso
supera qualquer
possível
incompatibilidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
124
4.4.1.4.1 Análise das categorias
Em relação à variável “Discrepância de Desempenho” verificou-se inicialmente
as lacunas existentes, na visão dos gestores das ONGs, entre o desempenho real e o
desempenho esperado pelas entidades. O retrato dessa análise pode ser observado
mediante depoimentos dos gestores:
Nem tudo que esperamos é atingido, porque seria até 100% perfeito. Acredito
que organização nenhuma consegue um resultado completo em cima do
que se planejou (Gestor 1, informação verbal, grifo nosso).
A lacuna existe, mas trabalhamos em nossos planejamentos o ximo para
atingirmos os nossos objetivos. O perigo não é a existência da lacuna, pois
isso é natural que aconteça, mas sim como a ONG se remete a esta lacuna,
o que ela tem feito para suprir tal necessidade (Gestor 2, informação verbal,
grifo nosso).
A ONG não é perfeita, mas estamos tentando nos planejarmos mediante
nossas limitações. Acredito que quanto mais competentes formos naquilo
que estamos fazendo menor será esta lacuna (Gestor 6, informação verbal,
grifo nosso).
Por mais atenção que damos a todo o processo e por mais que se tente
melhorar continuamente nosso trabalho, mesmo assim não conseguimos
alcançar todos os objetivos. Não vejo como um grande erro, pois toda
organização independente de sua atividade possuem suas lacunas (Gestor 8,
informação verbal, grifo nosso).
A lacuna se dá pela dinâmica do trabalho que nós desenvolvemos, pela
dinâmica embutida na comunidade. Nunca o que planejamos conseguimos
realizar por completo, pois a comunidade é dinâmica, acontecem fatos que
às vezes nos faz fugir do que foi planejado e cria tal lacuna (Gestor 10,
informação verbal, grifo nosso).
Em minha opinião é mais do que natural o surgimento dessas lacunas,
como se torna natural a necessidade de nos adequarmos a cada uma
delas. Não podemos é deixar que essas lacunas se tornem constantes e
gradativas. Temos que ter uma visão estratégica de como supri-las (Gestor
12, informação verbal, grifo nosso).
Depois de se verificar o nível de discrepância de desempenho presente nos
cenários das ONGs, a pesquisa se remeteu também, mediante visão dos gestores, ao
aspecto da compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências
individuais, foco principal do estudo. Tal fato é retratado mediante depoimentos:
Não podemos dizer que essa compatibilidade ela acontece de forma
completa. Deixando de lado alguns casos particulares, acredito que esta
compatibilidade exista (Gestor 2, informação verbal, grifo nosso).
125
Posso afirmar que a compatibilidade existe na ONG, até por que vimos que
as pessoas são envolvidas. Temos muito a melhorar, se faz necessário maior
clareza dessas competências (Gestor 5, informação verbal, grifo nosso).
Mesmo alguns tendo muito amor pelo trabalho que faz, eu minha opinião
falta muita coisa. Percebo que a compatibilidade existe de forma limitada,
temos que avançar muito neste aspecto (Gestor 6, informação verbal, grifo
nosso).
Penso que ainda haja uma incompatibilidade. Eu acho que nós temos
inclusive um leque bastante grande nas áreas de atuação, e por isso nós temos
um grupo bastante considerado de educadores e de pessoas da coordenação,
mas eu acho que nós não conseguimos ainda colocar esses profissionais
dentro daquela função para a qual ele realmente consegue ou pode
desenvolver melhor as suas competências (Gestor 7, informação verbal,
grifo nosso).
Sempre casos de pessoas não serem compatíveis e nos deparamos com
essa incompatibilidade, mas sempre buscamos remanejá-las ao longo do
processo. Buscamos observar as habilidades, as atitudes e a partir disso
avaliar se determinada pessoa se encontra na tarefa mediante sua
competência (Gestor 8, informação verbal, grifo nosso).
Pode-se verificar nos depoimentos acima citados que alguns casos de
incompatibilidade nas ONGs estudas, por outro lado encontrou-se casos onde se
verificou uma forte presença dessa compatibilidade:
Dentro da minha visão de coordenadora possa afirmar que hoje eu percebo
que haja sim essa compatibilidade. Afirmo me baseando nas nossas
conquistas, nos nossos resultados (Gestor 1, informação verbal, grifo nosso).
Afirmo sem medo que as pessoas que estão na entidade são competentes.
Quanto à compatibilidade ela é presente na nossa instituição. Acredito na
competência a partir dessa compatibilidade (Gestor 3, informação verbal,
grifo nosso).
Vejo como total essa compatibilidade. A gente faz questão que seja assim.
Também não apenas com as competências técnicas, vamos à questão de
princípios, atitudes da pessoa, na compatibilidade dos valores. Isso é um
ponto avaliado na seleção. Não se a pessoa tem competência técnica para
desenvolver determinada tarefa específica, mas como ela se integra, se
identifica com a missão, com o mundo das ONGs, com o trabalho social em
geral (Gestor 10, informação verbal, grifo nosso).
Essa compatibilidade é reconhecida pelos nossos projetos. Temos uma
resposta externa para quem nos apóia. Percebo essa compatibilidade e isso
nos faz competentes porque temos renovados nossos projetos, temos
parceiros que nos relacionamos dez anos e eles o bastante criteriosos na
questão dos resultados (Gestor 11, informação verbal, grifo nosso).
Outro ponto estudado dentro dessa variável se referiu à relação do envolvimento
das pessoas com a compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais.
126
Quanto a este fator, percebeu-se uma divisão nas opiniões dos gestores. Inicialmente
alguns depoimentos foram realizados e tiveram como teor que o envolvimento existe
mediante tal compatibilidade:
Eu percebo o envolvimento quando a pessoa está na posição certa,
adequada para realizar suas atividades. Agora eu percebo também que as
pessoas que desenvolvem um trabalho nas ONGs possuem mais
compromisso (Gestor 1, informação verbal, grifo nosso).
Eu acredito que o envolvimento acontece no momento que você tem o
perfil para desenvolver determinada atividade. Penso que sem o perfil,
por mais que me esforce, não seria a mesma coisa caso eu fosse a pessoa
mais competente para determinada tarefa (Gestor 3, informação verbal, grifo
nosso).
.
Para mim o envolvimento pode até o ser um fator determinante, mas
influi consideravelmente. Tal influência se dar em qualquer tipo de
organização, pois eu acredito que você estar desempenhando um papel que
bate com suas habilidades lhe gerará um maior envolvimento (Gestor 4,
informação verbal, grifo nosso).
É determinante. Para mim é mais do que determinante. Se eu gosto e tenho
uma formação que me permita atuar de forma significativa irei me sentir
muito mais capacitada a executar tal ação (Gestor 5, informação verbal, grifo
nosso).
Em contrapartida, para alguns gestores, o envolvimento não estar atrelado à
compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais, ou seja, é algo que
vai mais além à entrega das pessoas:
Eu percebo que as pessoas que desenvolvem um trabalho em uma ONG
estão mais envolvidas, independente desta compatibilidade. É algo que
não sei bem explicar, mas que independente da minha competência mediante
execução de tal tarefa, o meu envolvimento não será afetado (Gestor 2,
informação verbal, grifo nosso).
Pelo fato do envolvimento ser uma característica daqueles que trabalham nas
ONG, acredito que a compatibilidade não influi diretamente. Seria
incoerente eu afirmar que o envolvimento é gerado a partir dessa
compatibilidade, pois percebo na prática que isso acontece de forma
independente (Gestor 5, informação verbal, grifo nosso).
Eu acho que esse envolvimento pessoal independe, eu acho que você pode
se envolver e pode ir muito além do que você realmente está naquele
momento ou naquela função que você está exercendo (Gestor 7, informação
verbal, grifo nosso).
tivemos casos de incompatibilidade de alguns educadores, e mesmo assim
não deixaram de estar envolvidos. Então para mim, o estar envolvido é
importante, as pessoas devem ter essa possibilidade, que exerçam com esse
envolvimento sua autonomia, sua criticidade. Eu não sei explicar como isso
127
ocorre, o porquê.É um envolvimento que contagia (Gestor 9, informação
verbal, grifo nosso).
Claro que o fator da compatibilidade é forte na entrega, mas foi
possível perceber casos de entrega que foram além das atividades envolvidas.
Por esta razão por mais influência que haja, para mim o envolvimento
independe dessa compatibilidade, porém penso que é um caso especial das
pessoas que trabalham no terceiro setor (Gestor 10, informação verbal, grifo
nosso).
Mesmo a pessoa não estando compatível com as atividades desenvolvidas,
mas ela acaba se envolvendo com toda a entidade. É algo que ultrapassa as
barreiras da função. de fato o envolvimento com a atuação da entidade
(Gestor 11, informação verbal, grifo nosso).
As ONGs têm muito do vestir a camisa por parte de seus colaboradores e
isso supera qualquer possível incompatibilidade. Mesmo com os
momentos de instabilidades de recursos, as pessoas se envolvem, elas são
apaixonadas por esta questão de fazer o social. Então por isso o envolvimento
(Gestor 12, informação verbal, grifo nosso).
Concluindo, em relação à variável “Discrepância de Desempenho”, foi
percebido que como em qualquer outra organização, as lacunas existem e são encaradas
com naturalidade pela maioria dos gestores. No tocante à compatibilidade existente
entre as competências organizacionais e individuais, muitos gestores acreditam que se
faz presente nas ONGs, não descartando aqueles depoimentos que levaram a um
discurso de presença de incompatibilidade. Por fim, em relação a existência do
envolvimento, alguns gestores apontaram a compatibilidade como fator determinante,
enquanto a maioria dos gestores ressaltou a existência da entrega, mesmo num cenário
de plena incompatibilidade.
128
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Neste capítulo, apresentam-se as principais conclusões e implicações extraídas
da análise dos dados coletados junto aos 70 colaboradores das ONGs, organizações
atuantes no terceiro setor, localizadas na cidade de João Pessoa-PB.
Os resultados da pesquisa fornecem subsídios para a proposição de melhorias às
organizações, visando ao aumento do nível de satisfação de seus colaboradores com um
trabalho voltado para as competências.
Para tanto, partiu-se do referencial teórico, tratado no Capítulo 2, o qual
forneceu a base necessária para a elaboração dos instrumentos de coleta de dados e
suporte para a metodologia de desenvolvimento da pesquisa e para a análise e
interpretação dos resultados, investigados através de tratamentos quantitativo e
qualitativo.
Para finalizar o trabalho, expõem-se as limitações do estudo e recomendações
para próximas pesquisas.
5.1 AS COMPETÊNCIAS NAS ONGs
A pesquisa permitiu analisar a compatibilidade entre as competências
organizacionais e as competências individuais das ONGs na cidade de João Pessoa-PB,
além de traçar um perfil das pessoas que trabalham nas organizações pesquisadas.
5.1.1 Perfil dos Colaboradores das ONGs
Através da análise estatística descritiva das variáveis demográficas investigadas, o
estudo permitiu delinear o perfil da população pesquisada: a predominância é do sexo
feminino (64,3%), 50% dos respondentes são solteiros, a maioria (37,1%) possui uma
idade entre a faixa etária de 31 a 35 anos, 55,7% deles possuem ensino superior
completo, o tempo de organização de 64,2% deles se configura em mais de 25 meses, há
uma concentração maior de colaboradores no cargo de educador social/popular (82,9%)
e 67,1% possuem um vínculo empregatício com a organização.
129
5.1.2 Diagnóstico das Competências
Os elementos indicadores desenvolvidos na pesquisa foram transformados em
afirmativas no instrumento de coleta de dados (questionário) que foi respondido pelos
educadores das referidas ONGs e em questões aberas (roteiro de entrevista) quando se
abordou os gestores das ONGs, para facilitar sua avaliação por parte dos respondentes.
Os resultados gerais da pesquisa revelaram que os educadores das ONGs
sentem-se parcialmente satisfeitos com a relação das competências em situação de
trabalho, conforme revela a média global 4,18.
Apresenta-se, a seguir, de forma concisa, as conclusões relativas à percepção dos
educadores sobre os elementos envolventes nas competências investigadas.
Aspectos relacionados aos objetivos organizacionais: média 4,31
Aspectos relacionados às competências (organizacionais e pessoais): média
4,04
5.1.2.1 Objetivo organizacional
Em ralação a esta variável foi possível concluir que os respondentes estão
satisfeitos em relação à atuação das ONGs frente aos objetivos organizacionais
inicialmente traçados por cada organização.
Dentro dos eixos que se referiram aos principais objetivos das ONGs foi nítida a
ênfase voltada à cidadania que se configura desde a construção da cidadania através de
uma visão crítica da realidade, perpassando pela idéia da defesa dos direitos a a
formação do desenvolvimento da vida através de atividades ligadas à cidadania. Tal
ênfase remete a essencialidade da ONG na formação de cidadãos com valores,
necessidades e dignidade humana.
Analisando esses indicadores na visão dos gestores foi nítida a variedade nas
ênfases dadas aos principais objetivos organizacionais. Percebeu-se também a ausência,
na concepção de alguns gestores, quanto à transparência dos objetivos, missão, visão e
valores na totalidade das organizações. Cabe destacar que é uma concepção que vai de
130
encontro à visão dos demais respondentes, quando afirmam que há a transparência
desses fatores nas organizações.
Vale destacar ainda dentro da variável “Objetivo Organizacional” a excelente
atuação das ONGs mediante os objetivos traçados. Este fato é ilustrado através dos
destaques destas entidades mediante os resultados gerados nas comunidades de atuação.
Com esse resultado é possível afirmar que entre as ONGs estudadas uma
coerência entre os valores e os objetivos organizacionais, isto sendo traduzido por uma
boa clareza dos objetivos, valores, missão e visão das organizações, que levam a uma
adequada atuação das ONGs frente a seus objetivos, visão esta compartilhada pelos
respondentes da pesquisa. Acredita-se que esse sucesso se vale pelo fato de pessoas com
um alto nível de entrega no desenvolvimento de suas atividades.
5.1.2.2 Competência organizacional
Em relação à variável “Competência Organizacional” pode-se concluir que os
respondentes vislumbraram uma diversidade de fatores envolventes nas competências
das ONGs desde um foco dentro da categoria Competências Técnicas/Profissionais,
como a preocupação intensiva com a gestão dos recursos, perpassando pelas
Competências Sociais, através do poder de mobilização, até as Competências de
Negócio, pautadas na clareza e comprometimento com os objetivos e valores
organizacionais.
Desta forma conclui-se que as ONGs conseguem atingir seus objetivos de forma
satisfatória porque são competentes em suas atuações específicas. Tal fator se configura
no investimento que esse tipo de organização vem realizando de forma mais intensa
com seus funcionários, levando com isto à conquista de seus objetivos e, ao mesmo
tempo, garantindo a sustentabilidade de suas ações sociais.
5.1.2.3 Competência individual
Mediante resultado envolvendo a variável “Competência Individual” pode-se
concluir que o nível de entrega que permeia esse tipo de organização é bastante
significativo. Isso acontece pelas características intrínsecas a cada pessoa que se
identifica com o trabalho de cunho social.
131
As questões financeiras estão cedendo cada vez mais espaço ao acreditar na
causa. O ato de colaborar com o desenvolvimento social é uma característica
determinante que define a intensidade da entrega das pessoas, mesmo que em níveis
diferenciados.
Em relação às características pessoais foi possível concluir que as pessoas que
desenvolvem alguma atividade em ONGs possuem um perfil que vai além do estipulado
pelos padrões do mercado, ou seja, são características particulares que determinam o
comprometimento organizacional.
Diante disso, é possível afirmar que as pessoas que trabalham em ONGs são, em
sua maioria, envolvidas de forma marcante em suas atividades. São características
específicas que garantem a entrega destas pessoas, ao menos tais afirmações cabe
particularmente nos casos estudados nesta pesquisa.
Quanto ao conhecimento, habilidade e atitude presentes nas pessoas que estão
envolvidas nas ONGs frente à realização de suas atividades foi possível concluir que a
grande limitação se encontra na questão do conhecimento. Porém, em alguns casos foi
possível perceber a boa avaliação feita por alguns respondentes quanto a estes itens.
Isso mostra que as ONGs estão gradativamente investindo em ações que favoreçam o
desenvolvimento das competências individuais.
5.1.2.4 Discrepância de desempenho
No tocante à variável “Discrepância de Desempenho” concluiu-se que como em
qualquer outro tipo de organização, as ONGs possuem lacunas consideráveis entre o
desempenho real e o desempenho esperado e são encaradas com naturalidade pela
maioria das pessoas incluídas nessas organizações.
Ainda dentro desta variável também foi possível concluir que é forte a situação
de compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências individuais
nas ONGs estudadas. Tal fator significa uma convergência para uma excelente atuação
das ONGs nas comunidades e o sucesso na conquista de seus objetivos organizacionais.
Também foi possível perceber que o nível de entrega (envolvimento) das
pessoas acontece de forma independente da compatibilidade entre as competências
organizacionais e individuais. Tal fato leva a conclusão de que nos casos estudados, as
132
características pessoas são quem garantem o envolvimento das pessoas na
essencialidade desse tipo de organização.
Desta forma se faz necessários esforços dos gestores para buscarem essa
compatibilidade, pois mesmo que não se traduza num fator determinante para o
envolvimento das pessoas com a organização pode se transformar, no futuro, em um
fator de impedimento à sobrevivência destas organizações.
Em suma, as ONGs da cidade de João Pessoa-PB estão caminhando em direção
à compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais. Isso é
comprovado através das mudanças que vem acontecendo na forma de captar e
selecionar pessoas pela via das competências e pela atuação de forma positiva mediante
os seus objetivos organizacionais, pois mesmo num cenário de incompatibilidade as
pessoas das ONGs possuem um alto grau de envolvimento, constatando através deste
fato que a compatibilidade entre as competências organizacionais e individuais, nestes
casos em especial, não se configura como um fator determinante no
envolvimento/comprometimento pessoal desse tipo de organização.
Examinando os resultados correspondentes a cada fator investigado, constatou-
se um bom resultado através da média global, revelando satisfação parcial dos
respondentes aos aspectos relacionados às competências, porém podem ser realizados
esforços em todos os aspectos, em maior ou menor grau, para que os fatores
intervenientes das competências (organizacionais e individuais) estejam cada vez mais
alinhadas nos cenários organizacionais das ONGs.
Desta forma, sugere-se que esses fatores sejam melhor desenvolvidos pelas
organizações não-governamentais estudadas nesta pesquisa, pois com um pouco mais de
esforço, podem se tornar cada vez mais competentes em suas ações específicas,
aumentando, assim, o envolvimento e comprometimento das pessoas no desempenho de
suas tarefas, contribuindo para a melhoria do desempenho da organização.
5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O estudo das competências, tal como aqui apresentado, fornece importantes
dados para subsidiar a gestão de recursos humanos, porém devem ser ressaltadas as
limitações do trabalho.
133
Mesmo se tratando de um estudo de caso múltiplo, é importante lembrar que a
pesquisa foi realizada em apenas cinco ONGs da cidade de João Pessoa-PB, assim, as
conclusões do estudo o podem ser generalizadas, estando restritas à realidade
organizacional investigada.
Outra limitação concerne ao fato de que mudanças significativas no ambiente
interno e externo das organizações devem levar a novas análises, a fim de verificar se as
conclusões da pesquisa permanecem válidas, pois estas estão vinculadas a um contexto
organizacional atual.
No que diz respeito à metodologia da pesquisa, a aplicação do questionário, para
investigar a percepção dos respondentes, representa outra restrição, pois foram
aplicados apenas com os educadores das ONGs, mesmo sendo eles que compõem seu
maior quadro de colaboradores, outros cargos fundamentais nas organizações acabaram
não sendo contemplados pela pesquisa. Procurou-se, contudo, minimizar o efeito dessas
restrições através da aplicação de um outro instrumento de coleta de dados (roteiro de
entrevista) com os gestores das ONGs.
Finalmente, pode-se considerar que o fato de haver uma confusão entre o termo
“competência”, que possui diversos entendimentos, e a linha de pesquisa “competências
organizacionais e individuais” já se constitui, por si, um fator limitante para a
compreensão da real importância dos resultados da pesquisa.
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA PRÓXIMAS PESQUISAS
As limitações do estudo demonstraram que a abordagem do tema não se
encontra, de forma alguma, esgotada. Seria muito interessante que novas pesquisas
fossem realizadas, a fim de ampliar o nível de conhecimento sobre as competências nos
cenários das ONGs.
A abordagem mais aprofundada de aspectos investigados na pesquisa, bem
como abranger todos os colaboradores das ONGs com um tratamento puramente
qualitativo da percepção dos respondentes, utilizando-se a técnica de entrevista em
profundidade, para a coleta de dados, poderia encaminhar a estudos mais profundos.
Um estudo voltado para as formas de captação e seleção de pessoas
desenvolvido pelas ONGs poderia ajudar a entender se este tipo de organização
134
considera a compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências
individuais no momento da escolhas de novas pessoas.
Um estudo focando o comprometimento das pessoas que atuam nas ONGs seria
outro campo de investigação que mereceria atenção em próximas pesquisas.
O desenvolvimento de pesquisas similares em outras organizações do terceiro
setor, utilizando o mesmo instrumento de coleta de dados, possibilitaria generalizar as
conclusões para a população de pessoas envolvidas naquele determinado setor,
subsidiando a gestão de RH do setor.
Pesquisar as ONGs de forma mais ampla, enfim, foi extremamente estimulante,
pois os estudos ligados ao terceiro setor ainda estão sendo desenvolvidos de forma mais
intensas, principalmente na temática da Gestão de/por Competências. As mudanças que
vêm ocorrendo no mercado e o aumento da competitividade em busca de novos
parceiros para a sustentabilidade desse tipo de organização impõem às ONGs desafios
de modernização nas gestões. E, como toda mudança se faz através das pessoas, a
realização de estudos na área de Recursos Humanos é condição necessária para o
desenvolvimento do setor.
135
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142
APÊNDICES
143
APÊNDICE A
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
(EDUCADORES)
O referido questionário faz parte da dissertação de mestrado intitulada “A compatibilidade
entre as competências organizacionais e as competências individuais: um estudo de caso das
ONGs da cidade de João Pessoa-PB” e somente será utilizada para este fim. Gostaria de contar
com sua colaboração diante de suas respostas referentes às perguntas que estão dispostas abaixo.
É pertinente ressaltar que no questionário em questão não haverá nenhum tipo de
identificação do entrevistado bem como a organização na qual você está vinculado terá
qualquer tipo de acesso a essas questões, pois suas respostas serão confidenciais.
Para que possa obter dados corretos, solicito que sejam marcadas as respostas de acordo
com as instruções contidas em cada pergunta e que todas elas sejam respondidas
individualmente.
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO
Esta pesquisa é composta por 17 afirmativas e uma escala de 1 a 5 para cada questão.
Leia com atenção cada frase e responda, sinceramente, cada questão com a opção que melhor
expresse sua opinião sobre o assunto, de acordo com a seguinte escala.
Obrigado pela sua colaboração!
Alysson André Régis de Oliveira Dra. Célia Cristina Zago
Mestrando – PPGA/UFPB Orientadora
BLOCO 1 - ASPECTOS RELACIONADOS AO PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DA
AMOSTRA
1 2 3 4 5
Discordo
Totalmente
Discordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Concordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
1. Sexo:
a) Masculino
b) Feminino
5. Tempo de Empresa:
a) até 6 meses
b) de 6 a 12 meses
c) de 12 a 18 meses
d) de 18 a 24 meses
e) mais de 24 meses
7. Vínculo com a empresa:
a) Voluntário
b) Estagiário
c) Funcionário
d) Prestador de serviços
4.
Escolaridade:
a) Ensino médio incompleto
b) Ensino médio completo
c) Superior incompleto*
d) Superior completo*
* informar curso:
_____________________________
6. Cargo:
____________________________________
2.
Est
ado civil:
a) solteiro(a)
b) casado(a)
c) separado(a)
d) viúvo(a)
e) outro(a)
3.
Idade:
a) Até 21 anos
b) de 22 a 25 anos
c) de 26 a 30 anos
d) de 31 a 35 anos
e) de 36 a 40 anos
f) de 41 a 45 anos
g) Acima de 45 anos
144
BLOCO 2 - ASPECTOS RELACIONADOS AOS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
Discordo totalmente
1
Discordo
parcialmente
2
Nem concordo,
nem discordo
3
Concordo
parcialmente
4
Concordo
totalmente
5
1
Em minha opinião, os valores
encontrados na ONG são
compatíveis com os objetivos
traçados.
2
Eu percebo de forma clara os
objetivos da ONG.
3
Para mim a atuação da ONG em
relação aos seus objetivos
propostos é considerada adequada.
4
Eu percebo que a ONG reúne as
condições necessárias para atingir
os seus objetivos.
5
Eu percebo de forma clara a missão
desenvolvida pela ONG.
BLOCO 3 - ASPECTOS RELACIONADOS ÀS COMPETÊNCIAS
(ORGANIZACIONAIS E INDIVIDUAIS)
Discordo
totalmente
1
Discordo
parcialmente
2
Nem concordo,
nem discordo
3
Concordo
parcialmente
4
Concordo
totalmente
5
6
Eu consigo visualizar as principais
competências da ONG.
7
A ONG sempre atinge seus objetivos
porque ela é competente.
8
Eu percebo que a ONG possui
conhecimentos, habilidades e atitudes
adequadas para o desenvolvimento de
suas ações.
9
Para mim, o grau de entrega
(envolvimento) das pessoas que
trabalham nesta ONG é considerado
satisfatório.
10
Eu percebo que as pessoas que
trabalham nesta ONG possuem os
conhecimentos necessários ao alcance
dos seus objetivos.
11
Eu percebo que as pessoas que
trabalham nesta ONG possuem as
habilidades necessárias ao alcance dos
seus objetivos.
12
Eu percebo que as pessoas que
trabalham nesta ONG possuem as
atitudes necessárias ao alcance dos seus
objetivos.
13
Eu possuo características necessárias
para a atuação numa ONG.
145
14
Eu possuo conhecimentos, habilidades
e atitudes suficientes para desenvolver
as minhas atividades na ONG.
15
Para mim há uma compatibilidade entre
as competências da ONG e as
competências das pessoas que
trabalham nela.
16
Eu percebo uma lacuna existente entre
o desempenho esperado e o
desempenho real da ONG.
17
Para mim, o envolvimento/doação das
pessoas na ONG está diretamente
ligado à compatibilidade entre as
competências organizacionais e as
competências pessoais.
SOBRE COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS
1. Quais os principais objetivos de uma ONG?
1.
2.
3.
2. Quais as principais competências de uma ONG?
1.
2.
3.
3. Quais os principais objetivos desta ONG?
1.
2.
3.
4. Quais as principais competências desta ONG?
1.
2.
3.
SOBRE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS
5. Cite algumas características que uma pessoa deve possuir para que seja considerada competente no
desenvolvimento do trabalho nesta ONG.
1.
2.
3.
4.
5.
6. Que Conhecimentos (conhecimentos teóricos, operacionais, legais etc.), Habilidades (saber fazer, aplicar os
conhecimentos) e Atitudes (profissionais e pessoais) cada pessoa precisa ter para desenvolver suas atividades nesta
ONG?
Conhecimentos Habilidades Atitudes
146
ROTEIRO PARA ENTREVISTAS
(EQUIPE GESTORA)
Aspectos referentes às competências organizacionais e pessoais.
1) Objetivos Organizacionais
a) Em geral, quais são os principais objetivos de uma ONG?
b) Quais são os objetivos principais desta ONG? Como é sua atuação frente aos
objetivos?
c) Você tem conhecimento dos objetivos, missão, visão e valores desta ONG?
2) Competências Organizacionais
a) Em geral, quais são as competências de uma ONG?
b) Quais são as principais competências de uma ONG?
c) Até que ponto as competências organizacionais estão sendo eficazes para atingir os
objetivos da organização?
d) Qual a principal competência desta ONG?
3) Competências Individuais
a) Em sua percepção, há por parte das pessoas que trabalham nesta ONG conhecimentos
suficientes frente à realização de suas atividades?
b) Em sua percepção, por parte das pessoas que trabalham nesta ONG habilidades
suficientes frente à realização de suas atividades?
c) Em sua percepção, há por parte das pessoas que trabalham nesta ONG atitudes
suficientes frente à realização de suas atividades?
d) Em que medida as pessoas que trabalham na ONG estão desenvolvendo atividades de
acordo com suas competências.
e) Como você avalia a capacidade de entrega das pessoas desta ONG?
4) Discrepância de Desempenho
a) uma lacuna existente entre o desempenho esperado e o desempenho real das
pessoas que trabalham nesta ONG? Caso afirmativo, em que se consiste tal lacuna?
b) Você percebe a compatibilidade entre as competências organizacionais e as
competências individuais nesta ONG?
c) Em sua opinião, envolvimento/doação das pessoas na ONG está diretamente ligado à
compatibilidade entre as competências organizacionais e as competências pessoais?
Obrigado pela sua colaboração!
Alysson André Régis de Oliveira Dra. Célia Cristina Zago
Mestrando – PPGA/UFPB Orientadora
147
ANEXOS
148
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA.JP.
Entidades Governamentais e não Governamentais com Registro no
CMDCA-JP.
1- INSTITUTO DOM ULRICO
END. AV. JOÃO MACHADO, 1214 – CENTRO – J. PESSOA-PB. CEP 58013-522
FONE : 3241-7369 FAX: 32224699
REG. 13 PRESIDENTE : GERALDO TADEU INDRUSIAK DA ROSA
REGIME DE ATENDIMENTO ; ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO ; 74
ATENDENDO NO MOMENTO ; 74
FAIXA ETÁRIA : 0 A 18 ANOS
2- CASA MENINO JESUS.
END. R. CAP. JOSÉ PESSOA, 65. PESSOA-PB. CEP: 58015-170.
FONE: 221-2130 / 222-0302
REG. 117 PRESIDENTE : ANA RITA OTAVIANO TAVARES DE MELO
REGIME DE ATENDIMENTO: SEMI-ABRIGO (ACOLHE CRIANÇAS DOENTES
ENQUANTO DURAR TRATAMENTO, INCLUSIVE A MÃE)
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : ------
ATENDENDO NO MOMENTO :--------
FAIXA ETÁRIA :---------
3- NÚCLEO DE APOIO À CRIANÇA COM CÂNCER DO ESTADO DA PARAÍBA
R. DEP. ODON BEZERRA, 215 TAMBIÁ –J. PESSOA-PB
CEP : 580020-500 FONE : 3241-3233
REG. 6607 PRESIDENTE : GILSON ESPÍNOLA GUEDES
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO FAMILIAR E ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : -48
ATENDENDO NO MOMENTO : 108
FAIXA ETÁRIA: 07 A 17 ANOS
ATENDE CRIANÇAS PORTADORAS DE CÂNCER E SEUS ACOMPANHANTES
4- MISSÃO RESTAURAÇÃO
END. R. ARTUR BATISTA,414 –JAGUARIBE – J. PESSOA-PB
CEP: 58015-810. FONE :32215528
REG. 130/01 PRESIDENTE : DJALMIR MARTINS CABRAL
REGIME DE ATENDIMENTO : ABRIGO FEMININO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 15
ATENDENDO NO MOMENTO :7
149
FAIXA ETÁRIA: 04 A 18 ANOS
ATENDE C/A VÍTIMAS VIOLÊNCIA DOMÉSTICA/EXPLORAÇÃO
INFANTIL/ABUSO SEXUAL
5- ASSOCIAÇÃO RESGATE
R. PROJETADA – SETOR 16 – QD. 06 – LOTE 102 – DISTRITO MECÂNICO
FONE : 245-1313 / 224-4505 / 982-5863
REG. 105 PRESIDENTE : FRANCISCO SILVA SANT`ANNA
REGIME DE ATENDIMENTO : ABRIGO E APOIO SÓCIO-FAMILIAR
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 15
ATENDENDO NO MOMENTO : 17
FAIXA ETÁRIA : 0 A 15 ANOS
6- ALDEIAS INFANTIS S. O . S. DA PARAÍBA
END. AV. HILTON SOUTO MAIOR, 555 - MANGABEIRA 1 CEP : 58055-020
FONE :3 238-8383 /3 238-8385 / ( FAX) 3238-8382 joaopessoa.pb@aldeiasinfantis.org.br
REG. 02 PRESIDENTE : RIVALDO JOÃO RÉGIS
REGIME DE ATENDIMENTO : INTERNATO (FAMILIA SUBSTITUTA)
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 116
ATENDENDO NO MOMENTO : 110
FAIXA ETÁRIA : 0 A 18 ANOS
TRABALHA COM VÍTIMAS DE DROGADIÇÃO
7- LAR DA CRIANÇA
END. WALDEMAR ACYOLE, S/N – BANCÁRIOS J. PESSOA-PB CEP : 58051-420
FONE : 235-1165
REG. 14 PRESIDENTE : JOSÉ HUMBERTO LUCENA
REGIME DE ATENDIMENTO ; ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 24
ATENDENDO NO MOMENTO : 16
FAIXA ETÁRIA : 07 À 18 ANOS
8- MISSÃO CRIANÇAS DO REI
END. AV. MAR SALGADO, 35- INTERMARES-CABEDELO – PB
CEP : 58310-000 FONE : 224-4054 / 248-2539 / 226-3003
REG. 95 PRESIDENTE : MARIA JOSÉ PAES FÉLIX
REGIME DE ATENDIMENTO : INTERNATO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 12
ATENDENDO NO MOMENTO : 10
FAIXA ETÁRIA : 0 À 5 ANOS
9- ASSOC. EVANGÉLICA BENEFICENTE DA PARAÍBA (ABRIGO SHALON, 1ª
IGREJA BATISTA)
END: R. DR. FRANCISCO DE ASSIS CÃMARA DANTAS, S/N AEROCLUBE CEP:
58036-000
FONE :3246-2880 FAX: 3246-5186
REG. 96 PRESIDENTE : SAMARA BARBOSA
REGIME DE ATENDIMENTO : INTERNATO
150
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 20
ATENDENDO NO MOMENTO : 23
FAIXA ETÁRIA : 0 A 10 – 12 A 18 ANOS
TRABALHA COM VÍTIMAS DE DROGADIÇÃO
10- CENTRO EVANGÉLICO DE ASSIST. SOCIAL À CRIANÇA E AO
ADOLESCENTE - CENCA
END. R. MARIA DE LOUDES PESSOA, 85 –ÀGUA FRIA (PRÓXIMO IG.
CATÓLICA)
J. PESSOA-PB CEP : 58053-000 FONE : 246-4700 / 982-8174 / 246-1297
REG. 38 PRESIDENTE : JONILSON NASCIMENTO SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO : ORFANATO SEMI-ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 12
ATENDENDO NO MOMENTO : 12
FAIXA ETÁRIA : 07 À 15 ANOS 000
11- FUNDAÇÃO DESEMBARGADOR TOLEDO
END : RUA RODRIGUES DE AQUINO,73 - CENTRO CEP 58013-030
FONE : 3222-3091 / fax 32223091
REG. 44 PRESIDENTE : ANA CRISTINA GUEDES PEDROSA
REGIME DE ATENDIMENTO : EDUCAÇÃO E ASSIST. SOCIAL EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 100 (NAS COMUNIDADES)
12- ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE SÃO JOSÉ
END : R. 18 DE MAIO, 195 – MANDACARÚ J. PESSOA-PB CEP 58027-120
FONE : 224-4506
REG. 100 PRESIDENTE : ANA CRISTINA
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 70
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 05 A 12 ANOS
13 -ASSOCIAÇÃO SANTOS DIAS
END : R. JOSÉ HOLMES,302-ERNANI SÁTIRO J. PESSOA-PB CEP 58080-400
FONE : 3 233-3270 FAX: 3234-5360 E-mail: asdjpesso[email protected]m.br
REG. 110 PRESIDENTE : PE. CLETO LECLERCF
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 560
ATENDENDO NO MOMENTO : 300
FAIXA ETÁRIA : 12 A 18 ANOS
14- ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DO BAIRRO DOS NOVAIS
END: R. MARTA PACHECO, 631– B. DOS NOVAIS J. PESSOA-PB CEP 58088-520
FONE : 233-3815
REG. 60 PRESIDENTE : GERCINA FERREIRA DA SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 200
ATENDENDO NO MOMENTO : 175
FAIXA ETÁRIA : 04 À 10 ANOS
151
15- CENTRO DA MULHER 8 DE MARÇO
END : AV. DESMBARGADOR JOSÉ PEREGRINO, 158 – CENTRO CEP 58013-500
FONE : 3241-6828 fax 3241-8001 cm[email protected]
REG.0991 PRESIDENTE : VALQUIRÍA ALENCAR DE SOUZA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA : SEM LIMITE
TRABALHA COM VÍTIMAS DE DROGADIÇÃO
16- PIA SOCIEDADE PE. NICOLA MAZZA
END : R. PE. JOSÉ FÉLIX, 10 – ALTO DO MATEUS J. PESSOA - Pb CEP 58090-565
FONE : 233-2643
REG. 63 PRESIDENTE : PE. DÁRIO
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 400
ATENDENDO NO MOMENTO : 400
FAIXA ETÁRIA : 0 À 18 ANOS
17- ASSOCIAÇÃO IRMÃS DE PE. NICOLLA (OK,28/04/06)
END: R. PE. NICOLA MAZZA, 67 –ALTO DO MATEUS J. PESSOA-Pb CEP 58090-
565
FONE:233-3388 /3212-8666
REG. 12 PRESIDENTE: ALESSANDRO CORAZZA
REGIME DE ATENDIMENTO: MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDIMENTO NO MOMENTO:686
FAIXA ETÁRIA: 06 A 18 ANOS
18- INSTITUTO BÍBLICO BETEL BRASILEIRO (ROSA DE SHARON)
R. REVERENDO RAUL DE SOUZA COSTA, 790 – ALTO DO MATEUS
CEP 58090-070 J. PESSOA-PB FONE : 233-3536 / 233-3334
REG. 92 PRESIDENTE : LÍDIA ALMEIDA MENEZES
REGIME DE ATENDIMENTO : EXTERNATO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : -----
ATENDENDO NO MOMENTO : -------
FAIXA ETÁRIA : -------
19- SOCIEDADE PESTALOZZI DA PARAÍBA (GOVERNAMENTAL)
END : AV. RANIERI MAZILLI, 1732 – CRISTO CEP 58070-000
FONE : 231-2327 / 231-2228
REG. 33 PRESIDENTE : RI GERÔNCIO DA SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
20- ASSOC. UNIÃO BAIRRO DE SÃO JOSÉ / CRECHE COMUNIT. CRIANÇA
FELIZ
152
END : R. FÁBIO SILVA DE LIMA, /SN – B. SÃO JOSÉ J. PESSOA-PB CEP 58090-
040
FONE : 247-2161
REG. 93 PRESIDENTE : ALICE CRISTINA MARQUES ROCHA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 50
ATENDENDO NO MOMENTO : 54
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
21- ASSOCIAÇÃO CRECHE AMIGUINHOS
END : R. ANÍSIO SALATIEL,133 – VARADOURO J. PESSOA-PB CEP 58020-000
FONE : 241-8707
REG. 98 PRESIDENTE : LIDIANE PAULINO GOMES
REGIME DE ATENDIMENTO : EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO : 60
FAIXA ETÁRIA : 05 MESES A 06 ANOS
22- ASSOCIAÇÃO BOM SAMARITANO
END : RUA ALTO SANTO , 38- CRISTO J. PESSOA –PB CEP 58070-000
FONE : 223-1703
REG. 35 PRESIDENTE : RAIMUNDA PADILHA DE CARVALHO
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 36
FAIXA ETÁRIA : ACIMA DE 02 ANOS
23- CAMPANHA EDUCACIONAL DO MENOR
END. RUA DIOGO VELHO, 46 – CENTRO CEP 58013-110
FONE : 3222-5401
REG. 01 PRESIDENTE : DERIVALDO BERNARDO DE LIM
REGIME DE ATENDIMENTO : EDUCAÇÃO, SAÚDE, ASSIST. SOCIAL E
PROFISSIONALIZAÇÃO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 80
FAIXA ETÁRIA : 13 A 18 ANOS
24- ASSOC. METROPOLITANA ERADIC. DA MENDICÂNCIA - AMEM /CRECHE
NAIDE RIBEIRO
END: R. PRESIDENTE KENNEDY,S/N –TAMBAUZINHO CEP 58042-180
FONE : 3224-7237 / fax 3225-8501/244-2039 / 224-1668 / 245-1015 E-mail:
janeideduarte@yahoo.com.br
REG. PRESIDENTE : MARIA DO CARMO ALMEIDA GUSMÃO
REGIME DE ATENDIMENTO : EDUCAÇÃO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :70
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 01 A 07 ANOS
25- CASA PEQUENO DAVI (OK, em maio de 2006)
END : R. JOÃO RAMALHO,195 – RÓGER – J. PESSOA-PB CEP : 58020-200
FONE : 3241-5263 / 224-2420
153
REG. 05 PRESIDENTE : VETÚRIA LEITE BRITO / DIMAS GOMES DA
SILVA(coord Adm)
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 200
ATENDENDO NO MOMENTO : 180
FAIXA ETÁRIA : 0 À 18 ANOS
26- CENTRO CULTURAL PIOLLIN
END : RUA PROF. SIZENANDO COSTA, S/N – RÓGER J. PESSOA-PB CEP 58020-590
FONE : 3241-7436 FAX: 3241-6343
REG. 39 PRESIDENTE : GILETE QUEIROZ BEZERRA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 200
ATENDENDO NO MOMENTO : 150
FAIXA ETÁRIA : 07 A 17 ANOS
27- ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA JARDIM DA MÔNICA
END : RUA SANTA MÔNICA, S/N – ALTO DO MATEUS J. PESSOA-PB
CEP 58000-000
FONE : 233-3799
REG. 61 PRESIDENTE : MARIA CLEIDE DE FREITAS
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : ------
ATENDENDO NO MOMENTO : 110
FAIXA ETÁRIA : 04 À 13 ANOS
28- CRECHE SEGUIDORES DE JESUS
END : PROF. JOAQUIM FRANCISCO V. GALVÃO, 1532 – CONJ. PEDRO GONDIM
J. PESSOA-PB CEP 58031-130
FONE : 244-8662 / 224-5589 / 244-4766 / 224-9206
REG. 62 PRESIDENTE : JOÃO BATISTA VINAGRE
REGIME DE ATENDIMENTO : EXTERNATO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO ; 50
ATENDENDO NO MOMENTO : 45
FAIXA ETÁRIA : 02 À 15 ANOS
29- ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BOM JESUS
END : R. ABDIAS DOS SANTOS PASSOS, S/N – RANGEL J. PESSOA-PB
FONE : 233-1899
REG. 48 PRESIDENTE : MARIA ZÉLIA UCHÔA BARBOSA
REGIME DE ATENDIMENTO : EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 65
ATENDENDO NO MOMENTO : 65
FAIXA ETÁRIA : 07 A 11 ANOS
30- BENFAM - SOCIEDADE CIVIL BEM ESTAR FAMILIAR DO BRASIL (OK, em
maio de 2006)
END : RUA DAS TRINCHEIRAS, 606 – CENTRO CEP 58011-000
FONE : 3241-1542 /FAX::3 241-1859 bemfampb@bemfam.org.br
154
REG. 116 PRESIDENTE : MARIA STELA QUEIROGA ARRUDA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO- FAMILIAR
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 70
ATENDENDO NO MOMENTO :50
FAIXA ETÁRIA : 10 A 24 ANOS
31- CENDAC – CENTRO DE APOIO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
END : AV. JOÃO MACHADO,1094 – JAGUARIBE - J. PESSOA – PB CEP 58013-
000
FONE : 3218-5084/ 3218-5083
REG. 06 PRESIDENTE : WILMA TARGINO MARANHÃO
REGIME DE ATENDIMENTO : ATUA NO ATENDIMENTO À CRIANÇAS E
ADOLESCENTES, RELACIONANDO-OS AOS PROGRAMAS EXISTENTES
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO : 9140
FAIXA ETÁRIA : 07 ATÉ 26 ANOS
32- ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DE EXCEPCIONAIS – APAE (ok)
END: R. PROJETADA,QD 332 LT 1 ITUMBIARA - BANCÁRIOS CEP 58052-000
FONE /fax 3235-2080 / 235-1079 apaejp.org.br
REG. 04 PRESIDENTE : IVALDO ARAÚJO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO E DE SAÚDE
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 600
ATENDENDO NO MOMENTO 424
FAIXA ETÁRIA : 0 A 18 ANOS
33- ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA TRÊS LAGOAS
END : RUA DA MANGUEIRA, 799 –TRÊS LAGOAS J. PESSOA-PB CEP 58088-220
FONE : 233-5141
REG. 36. PRESIDENTE : PEDRO JOSÉ DA SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO : SEMI-ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 50
ATENDENDO NO MOMENTO : 30
FAIXA ETÁRIA : 0 À 18 ANOS
34- INSTITUTO DOS CEGOS DA PARAÍBA
END : AV. SANTA CATARINA,396 – BAIRRO DOS ESTADOS J. PESSOA-PB CEP
58030-070
FONE : 3244-6220/ 3244-7264
REG . 53. PRESIDENTE : MARIA DO SOCORRO BELARMINO DE SOUZA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 67
ATENDENDO NO MOMENTO : 74
FAIXA ETÁRIA : 0 A 18 ANOS
35- LAR ALTERNATIVO BOM PASTOR
END : R, JESUS DE NAZARÉ,150 – JAGUARIBE J. PESSOA-PB CEP 58015-340
FONE : 222-7911
REG. 113. PRESIDENTE : IRMÃ AURENICE MARQUES CABRAL
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : -------
155
ATENDENDO NO MOMENTO : 16
FAIXA ETÁRIA : 07 A 17 ANOS
36- ASSOC. DOS AMIGOS E RESIDENTES CALULA LEITE -CRECHE TIA NERITA
END : RUA FELICIANO DIURADO, 1232 – TORRE CEP 58040-243
FONE : 3244-4369 / 224-3372
REG . 41. PRESIDENTE : MARIA NERITA DE ALBUQUERQUE
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 120
ATENDNENDO NO MOMENTO : 107
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
37-ASSOC. DE PROMOÇÃO DO ANÇIÃO – ASPAM – ESC. DE 1º GRAU PE. PEDRO
SERRÃO
END : AV. DOM BOSCO , S/N – CRISTO J. PESSOA-PB CEP 58070-470
FONE : 222-2609 / 224-8311 / 223-2163 / 224-5878
REG. 49. PRESIDENTE : FABIANO DE SALES VILAR
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE D LOTAÇÃO : 300
ATENDENDO NO MOMENTO : 72
FAIXA ETÁRIA : 04 À 10 ANOS
38- MOVIMENTO DE ADOLESCENTES E CRIANÇAS – MAC
END : RUA GENERAL OSORIO,S/N –CENTRO J. PESSOA-PB CEP 58010-780
FONE : 241-1093/ R. 13
REG. 56. PRESIDENTE : MARIA DA PENHA ALMEIDA VIEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 150
ATENDENDO NO MOMENTO : 170
FAIXA ETÁRIA : 0 À 18 ANOS
39- MOVIMENTO NACIONAL DE MENINOS E MENINAS DE RUA
END : AV. GENERAL OSÓRIO, S/N – CENTRO (TEATRO CILAIO RIBEIRO) J.
PESSOA-PB
CEP 58010-780 FONE : 241-3921
REG. 57. PRESIDENTE : RITA GADELHA DE SÁ
REGIME DE ATENDIMENTO : MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 10 À 18 ANOS
40 - INSTITUTO BÍBLICO BETEL BRASILEIRO (ESCOLA CRISTINA WOLPERT)
END : RUA DO RIO, 286 –SÃO JOSÉ J. PESSOA-PB CEP 58034-130
FONE : 233-3334
REG. 58 . PRESIDENTE : VALÉRIA CRISTINA DE SENA OLIVEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : EXTERNATO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 375
ATENDENDO NO MOMENTO : 375
FAIXA ETÁRIA : 04 À 10 ANOS
156
41- FUND. DE ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO À INFÂNCIA E A ADOLECÊNCIA –
FAPAI
(OK, EM 28/04/06)
END: GOUVEIA DE BARROS,230 – JARDIM ESTER -MANDACARÚ
CEP58000-000 FONE : 246-3106 / 246-7088 / 244-1175 / 246-2064 /
REG. 82 . PRESIDENTE : JAEL CARVALHO SANTOS
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 58
ATENDENDO NO MOMENTO 54
FAIXA ETÁRIA : 04 A 11
42- GRUPOS DE ESTUDOS E APOIO À ADOÇÃO DE JOÃO PESSOA
END : CAIXA POSTAL 5121 CEP 051.970
FONE : 216-7472 /235-2342 / 235-2823
REG. 81. PRESIDENTE : MARINALVA DE SENA BRANDÃO
REGIME DE ATENDIMENTO : NÃO EXISTE ATENDIMENTO DIRETO À CRIANÇA,
O
GRUPO DÁ APOIO A ADOÇÃO INDICANDO O PROCESSO AO INTERESSADO.
43- OFICINA DE REVITALIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
END. R. DA AREIA , 33 – VARADOURO JOÃO PESSOA CEP 58020-640
FONE : 222-0985 / 222-4302
REG. 79. PRESIDENTE : HÁHYA LYRA CAJÚ
REGIME DE ATENDIMENTO : CAPACITAÇÃO DE JOVENS EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA : NÃO TRABALHA COM CRIANÇAS/ADOLESCENTES
44- ASSOCIAÇÃO MARCENARIA VIDA NOVA
END : R. ARABUTAN, 132-ALTO DO MATEUS J. PESSOA-PB CEP 58090-820
FONE :3212-8782
REG. 65. PRESIDENTE : LINDOLFO EUREQUES F. NETO
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO (PROFISSIONALIZAÇÃO)
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 86
FAIXA ETÁRIA : 12 A 17 ANOS
45- SOCIEDADE DE AMPARO À INFÂNCIA DA PARAÍBA - HOSP. INFANTIL
END :AV. CRUZ DAS ARMAS, S/N – CRUZ DAS ARMAS J. PESSOA-PB CEP 58085-
000
FONE : 241-2157
REG. 90. PRESIDENTE : JOSÉ GUILHERME MARQUES
REGIME DE ATENDIMENTO : AMBULATORIAL E HOSPITALAR
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : -------
ATENDENDO NO MOMENTO :-------
FAIXA ETÁRIA : 0 A 12 ANOS
45- CENTRO COMUNITÁRIO DO BAIRRO DOS NOVAIS
157
END: R. ZULMIRA DE NOVAES,546 –B. DOS NOVAIS J. PESSOA–PB CEP 58088-
610
FONE :3233-4885
REG. 6607 PRESIDENTE : MARIA LÚCIA DA SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 200
ATENDENDO NO MOMENTO : 100
FAIXA ETÁRIA :
47- INSTITUTO DOM ADAUTO
END : R. CEL. JOSÉ ANTONIO SOARES, 681 – JAGUARIBE J. PESSOA CEP 58015-
080
FONE : 3221-0151
REG. 11. PRESIDENTE : CÔNEGO JOSÉ TRIGUEIRO DO VALE
REGIME DE ATENDIMENTO : EXTERNATO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 800
ATENDENDO NO MOMENTO : 750
FAIXA ETÁRIA : 02 A 18 ANOS
48- MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA MULHER – ASILO BOM PASTOR
END : R. JESUS DE NAZARÉ,150 – JAGUARIBE J. PESSOA-PB CEP 58013-0000
FONE : 222-7911
REG. 15. PRESIDENTE : FRANKLINS WHANIA DE MACEDO
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 52
ATENDENDO NO MOMENTO : 52
FAIXA ETÁRIA : 18 A 60 ANOS
49- ASSOCIAÇÀO COMUNITÁRIA DOS MORADORES DO GROTÃO /
END :
FONE :
REG. 12. PRESIDENTE :
REGIME DE ATENDIMENTO :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
50- VISÃO MUNDIAL :
END : R. TRINDADE, 34 – CRISTO J. PESSOA-PB (PROXIMO À ESCOLA
UBIRAJARA BÔTO )
FONE : 224-2172 (TAMBAUZINHO, FINAL DE SEMANA)
REG. 34 . PRESIDENTE : JANERICE
REGIME DE ATENDIMENTO : EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
51- MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA MULHER / CENTRO DE ATENDIMENTO
DA /
VILA MULUNGU
END : R. TRINDADE, 34 – CRISTO (PRÓXIMO A ESCOLA UBIRAJARA BÔTO)
FONE : 224-2172 (TAMBAUZINHO FINAL DE SEMANA)
158
REG. 45. PRESIDENTE : JANERICE
REGIME DE ATENDIMENTO : EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : -----
ATENDENDO NO MOMENTO :-----
FAIXA ETÁRIA : ------
52- ASSOCIAÇÃO DE GRUPOS ESPECIALIZADOS - AGENTE
END :
FONE :
REG. 46. PRESIDENTE :
REGIME DE ATENDIMENTO :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
53- CENTRO SOCIAL PADRE DEHON
END : PRAÇA TIRADENTES, 96 – TORRE J. PESSOA-PB CEP58040-160
FONE : 222-7671 / 221-3070 / 241-3888
REG. 51. PRESIDENTE : PE. NEREU JOSÉ DE FIGUEIREDO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 20
ATENDENDO NO MOMENTO : SEM ATENDIMENTO POR MOTIVO DE REFORMA
FAIXA ETÁRIA : 06 A 14 ANOS
54- CENTRO ESPÍRITA VIANA DE CARVALHO (OBS. ATENDIMENTO
CANCELADO)
END: R. PROFº JOAQUIM SANTIAGO, 70 – EXPEDICIONÁRIOS J. PESSOA-PB
CEP 58041-030
FONE : 244-1008 / 244-5771 / 244-6563
REG. 50. PRESIDENTE : LÊDA HELENA
REGIME DE ATENDIMENTO :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
NÃO TRABALHA COM CRIANÇA/ ADOLESCENTE
55- UNIÃO BENEFICENTE DOS JOVENS MORADORES DA ENARQ
END : ------
FONE :------
REG. 55. PRESIDENTE : -----
REGIME DE ATENDIMENTO :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
56- ASSOCIAÇÃO PARAIBANA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL –APAS
END : AV. ALAGOAS, 828 – B. DOS ESTADOS J. PESSOA-PB CEP 58013-150
FONE : 224-8181 / 244-9674
159
REG. 59. PRESIDENTE : RENATO CALDAS LINS
REGIME DE ATENDIMENTO : ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 24
ATENDENDO NO MOMENTO : SEM ATENDIMENTO (FALTA MATERIAL)
FAIXA ETÁRIA : ACIMA DE 16 ANOS
OBS: ENCONTRAVA-SE FECHADA
57-BETEL – ESCOLA MISSIONÁRIA DO BETEL BRASILEIRO
END :
FONE :
REG. 64 . PRESIDENTE :
REGIME DE ATENDIMENTO :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
58- ASSOCIACÃO DOS DEFENSORES DA CIDADANIA (OFICINA DA CIDADANIA)
END: PÇA CORONEL ANTÔNIO PESSOA , 09 CENTRO SL203
FONE :3222-6642 EMAIL:contato@oficinadacidadania.org.br
REG. 97. PRESIDENTE : WILSON QUIRINO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOO SÓCIO-FAMILIAR /EDUCATIVO +EM MEIO
ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : --
ATENDENDO NO MOMENTO :-------
FAIXA ETÁRIA
59- CENTRO DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO DO CONJ. TANCREDO
NEVES
END: R. ANTONIO CORREIA DA COSTA, 177- TANCREDO NEVES J. PESSOA-
PB
CEP 58000-000
FONE : 233-2095 / 233-1105 / 233-1831 (ORELHÃO) /233-105 / 233-1831
REG. 94. PRESIDENTE : RÔMULO GOMES BARBOSA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : ------
ATENDENDO NO MOMENTO :--------
FAIXA ETÁRIA : 0 A 15 ANOS
60- CRECHE NOSSA SENHORA BOA ESPERANÇA
END : AV. JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA, S/N- TORRE CEP 58040-102
FONE : 244-3519 / 3218-7889 valclise-se[email protected]
REG. 10 PRESIDENTE : PE. VÍRGILIO DE ALMEIDA
REGIME DE ATENDIMENTO : EDUCAÇÃO, SAÚDE E ASSIST. SOCIAL EM MEIO
SEMI-ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 80
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
160
61- AÇÃO SOCIAL ARQUIDIOCESANA
END : PRAÇA DOM ADAUTO, S/N –CENTRO J. PESSOA-PB CEP 58010-670
FONE : 241-3048
REG. 109. PRESIDENTE : DOM ALDO DE CILLO PAGOTTO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 4552
ATENDENDO NO MOMENTO : 4552
FAIXA ETÁRIA : 07 A 14 ANOS
62- MISSÃO NOVA ESPERANÇA
END : RUA EURIPEDES TAVARES,251 – CENTRO CEP : 58013-290
FONE :3 222-8387 E-mail:aidso[email protected].br
REG. 123. PRESIDENTE : VÍTOR ALBUQUERQUE BURITI
REGIME DE ATENDIMENTO : SEMI-ABERTO E ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 50
ATENDENDO NO MOMENTO: 48
FAIXA ETÁRIA: 07 A 18 ANOS
TRABALHA COM VÍTIMAS DE DROGADIÇÃO
63- FUNDAÇÃO FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE
END : RUA AFONSO CAMPOS, 102/02 – JAGUARIBE JOÃO PESSOA CEP 58013-
380 FONE :
REG. 124 . PRESIDENTE : MARIA CRISTINA RIQUE
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO E FAMILIAR EM MEIO
ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDENDO NO MOMENTO:
FAIXA ETÁRIA:
OBS: ENCONTRA-SE FECHADA
64- ASSOCIAÇÃO FOLIA DE RUA (VINC. AO PROJETO FOLIA DE RUA)
END : PÁTIO DE SÃO FREI PEDRO GONÇALVES, 07 – CENTRO (VARADOURO)
JOÃO PESSOA – PB. CEP 58010-590 FONE : 222-7088
REG. 125. PRESIDENTE : ALEXANDRE AUGUSTO
D”ALBUQUERQUE ALMEIDA
REGIME DE ATENDIMENTO: EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 150
ATENDENDO NO MOMENTO 90
FAIXA ETÁRIA : 07 A 18 ANOS
65- ASSOCIAÇÃO DEUS CONOSCO
END : R. ABDIAS DOS SANTOS PASSOS, S/N – RANGEL
JOÃO PESSOA – PB. CEP 58000-000. FONE :3 223-1359
REG. 127. PRESIDENTE : ANTÔNIO DE PÁDUA ALVES VIEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 300
161
ATENDENDO NO MOMENTO: 132
66- CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA - CIEE
ENDEREÇO: AV. EPITÁCIO PESSOA, 2346 – TAMBAUZINHO CEP:58.040-000
FONE:2107-0450 FAX: 2107-0470
REG. CMDCA -153 EM 03.07.03. PRESIDENTE:PAULO NATHANAEL
PEREIRA DE SOUZA
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 120 JOVENS DIARIAMENTE
ATENDIMENTO NO MOMENTO: 80 JOVENS DIARIAMENTE
FAIXA ETÁRIA: 13 EM DIANTE
67- AMAZONA-ASSOCIAÇÃO DE PREVENÇÃO À AIDS
END: R. JOÃO AMORIM, 342 - CENTRO CEP:58013-310
FONE: 3241-6020
REG. CMDCA - 129. PRESIDENTE: MAXWELL CASTELO BRANCO NOGUEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 500
ATENDIMENTO NO MOMENTO:446
FAIXA ETÁRIA:13 A 18 ANOS
68- CENTRO EM CULTURA, ARTE E OFICIO
END: R. ANTONIO P. MARINHO, 299 – MANG. II CEP 58056-180
FONE: 3043-1418
REG. CMDCA - 130. PRESIDENTE: GISEUDA ALVES DA SILVA CAMPOS
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO
ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 150
ATENDIMENTO NO MOMENTO: 100
FAIXA ETÁRIA: 07 ATÉ 18 ANOS
69- ASOCIAÇÃO PAPA JOÃO XXIII NO BRASIL
END: R. JOÃO LUIZ RIBEIRO DE MORAIS, 59 – CENTRO CEP 58013-230
FONE: 3222-5502
REG. CMDCA - 131. PRESIDENTE: ANTONIO CAPRONI
REGIME DE ATENDIMENTO:
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 44
ATENDIMENTO NO MOMENTO:36
FAIXA ETÁRIA:
TRABALHA COM VÍTMIAS DA DROGADIÇÃO
70- INSTITUIÇÃO COMUNITÁRIA FREI GALVÃO
END: R. BOM JESUS, 1250 – RANGEL CEP 58070-060
FONE: 32221-1485
REG. CMDCA - 133. PRESIDENTE: MARIA JOSÉ BEZERRA
REGIME DE ATENDIMENTO:
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDIMENTO NO MOMENTO:
FAIXA ETÁRIA:
71- COMUNIDADE SERVOS DE MARIA DO CORAÇÃO DE JESUS
END: R. JESUS DE NAZARÉ, 150 – JAGUARIBE CEP 58015-340
FONE: 3222-0302
REG. CMDCA - 134. PRESIDENTE: ANA RITA OTAVIANO T. DE MELO
162
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO
ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDIMENTO NO MOMENTO:
FAIXA ETÁRIA:
72- ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BANCO DO BRASIL
END: GRANJA ARATUR , S/N - PENHA
FONE: 3251-1056 FAX 3251-1280 / 3251-1064
REG. CMDCA – 135. PRESIDENTE: AIRTON PIRES C. DA CUNHA
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO
ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDIMENTO NO MOMENTO:
FAIXA ETÁRIA:
73- BAMIDELÊ – ORGANIZAÇÃO DE MULHERES NEGRAS DA PARAÍBA
END: R. MIGUEL COUTO, 251- CENTRO CEP 58010-770
FONE:/FAX 3222-8233
REG. CMDCA – 136. PRESIDENTE: ANA CRISTINA BARBOSA DE LIMA
REGIME DE ATENDIMENTO:APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDIMENTO NO MOMENTO:
FAIXA ETÁRIA:
74- EDUCANDÁRIO ALLAN KARDEC – CENTRO ESPIRITA MISSIONÁRIOS DA
LUZ
END: RUA DOS MILAGRES, 957 - CRISTO CEP 58070-530
FONE: 3223-3494
REG. CMDCA – 137. PRESIDENTE: JOÃO PEQUENO DE ARAÚJO
REGIME DE ATENDIMENTO: APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO
ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:125
ATENDIMENTO NO MOMENTO:98
FAIXA ETÁRIA: 06 ATÉ 12 ANOS
75- ASSOCIAÇÃO SOCIAL EVANGÉLICA SARAH KALLEY
ENDEREÇO: AV. DA FRATERNIDADE, 394 CRISTO REDENTOR CEP
58070-310
FONE: 3223-7400
REG. CMDCA – 138. PRESIDENTE: IRANILDA MUNIZ DE SOUZA ALVES
REGIME DE ATENDIMENTO:
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO:
ATENDIMENTO NO MOMENTO:
FAIXA ETÁRIA:
ENTIDADES GOVERNAMENTAIS REGISTRADAS NO
CMDCA
1) SETRAPS : 20 CRECHES MUNICIPAIS :
163
I. CRECHE ADALGISA VIEIRA
END. RUA RAIMUNDO NOGUEIRA,151- CRUZ DAS ARMAS
REG./CMDCA: 102
FONE : 233-8695 (ORELHÃO) / 221-8185 / 989-9164
PRESIDENTE : Malba Girlane Medeiros Gomes
Capacidade de lotação : 60
Atendendo no momento : 56
II. Creche Antonio Varandas de Carvalho
End : rua Manoel Arruda Cavalvante, 05 – Manaira
REG./CMDCA: 75
Fone : 246-7287 (orelhão) 224-0160
Presidente ; Onailza Aquin Azevedo de Lucena
Capacidade de Lotação :80
Atendendo no momento : 78
III. Creche Arruda Câmara
End : Parque Arruda Câmara- Tambiá (no momento funciona na Av. d. Vital,
107 – Tambiá).
REG./CMDCA: 69
Fone : 241-7338 (orelhão) / 224-6974 / 988-6505
Presidente : Dayse Correia Câmara
Capacidade de atendimento : 80
Atendendo no Momento : 57
IV. CRECHE ASSIS TAVARES
END: R. Genésio de Andrade, 181 – Róger
REG.CMDCA:
Fone : 241-3892 (orelhão) 241-3855
Presidente : Eunice Soares Moreira da Cunha
Capacidade de lotação : 40
Atendendo no momento : 40
V. CRECHE CALULA LEITE
END ; RUA MAJOR ISAC LOPES LORDÃO, S/N – CONJ. ESPLANADA
REG./CMDCA:71
FONE : 233-8647 / 233-3453(ORELO)
PRESIDENTE ; SEVERINA FERNANDES DA SILVA
Capacidade de Lotação 75
Atendimento no Momento : 56
VI. CRECHE COMISSÁRIA MARCELI CARNEIRO
END : RUA ANTONIO PEREIRA DE OLIVEIRA, 60 – CONJ. JURACI
PALHANO – ALTO DO MATEUS
REG./CMDCA:
FONE : 233-4485 (ORELHÃO) / 226-5011
164
PRESIDENTE : MARIA MARLENE GOMES
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO ; 120
BERÇÁRIO : 20
ATENDENDO NO MOMENTO : 87
VII. CRECHE DIOTÍLIA GUEDES ( ATENDENDO NO MOMENTO NA
RUA MATEUS ZACCÁRA,114-CENTRO)
END : RUA DAS TRINCHEIRAS,527 –CENTRO
REG./CMDCA: 74
FONE ; 241-7591 (ORELHÃO) 242-1099
PRESIDENTE : MARIA DALVA DOS PASSOS
CAPACIDADE DE ATENDIMENTO :70
ATENDENDO NO MOMENTO : 67
VIII. CRECHE FRANCISCO PORTO
END : DES. SANTO STANISLAU,683 – BAIRRO DOS NOVAIS
REG./CMDCA: 68
FONE ;221-1675 / 963-2821
PRESIDENTE ;EDINILSA REIS DO NASCIMENTO ZENAIDE
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO : 60
IX. CUSTÓDIA NÓBREGA
END. RUA PROJETADA, S/N – MANGABEIRAVII
REG./CMDCA: 76
FONE : 238-8642 (ORELHÃO) / 231-1399 / 9322-7861
PRESIDENTE ; ANA MARIA DE OLIVEIRA CARDOSO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 85
BERÇÁRIO :20
X. CRECHE EL SHADAI
END : RUA FRANCISCO PEREGRINO MONTEIRO,26 – JAGUARIBE
REG./CMDCA: 115
FONE ; 241-7589 (ORELHÃO) /222-5695 / 982-0112 / 223-0308
PRESIDENTE : VERONICE DA SILVA GUEDES
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 65
XI. CRECHE FREI AFONSO
END : RUA SANTA TEREZINHA, S/N – BAIXO RÓGER
REG./CMDCA: 17
FONE ; 222-4174 / 9304-5834
PRESIDENTE : MARIA CÉLIA BEZERRA DE SOUZA
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO ; 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 60
165
XII. CRECHE JOÃO TOTA
END: RUA MARIA ESTER MESQUITA, S/N – MANDACARU
REG./CMDCA: 67
FONE : 244-5895 /231-2786 / 223-7063
PRESIDENTE :
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 120
ATENDENDO NO MOMENTO : 80
XIII. CRECHE JÚLIA RAMOS
END ; RUA MIGUEL SANTA CRUZ, S/N- TORRE
REG./CMDCA: 78
FONE 243-7200 / 244-3039 / 963-6117
PRESIDENTE ; ANTONIA CÍCERA GUEDES CARVALHO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO : 64
XIV. CRECHE MARGOT TRINDADE : (OK, EM 28/04/06)
END : JOSÉ MARINHO DA SILVA, S/N – CONJ. IVAN BICHARA- ALTO DO
MATEUS
REG./CMDCA: 66
FONE 9302-3144 /3212-9674
PRESIDENTE ; PREFEITURA / PREFEITURA / IVANÊ LEITE
DE ANDRADE
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 10
ATENDENDO NO MOMENTO : 97
FAIXA ETÁRIA: 0 A 06 ANOS
XV. MARIA JOSÉ DE MIRANDA BURITY
END : RUA CARNEIRO CAMPOS, S/N – ILHA DO BISPO
REG./CMDCA: 73
FONE : 241—7325 (ORELHÃO) / 238-0505
PRESIDENTE : MARIA DE LOURDES SOUZA FREITAS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO ; 70
XVI. CRECHE ROBERTO VIEIRA
END ; RUA OLÍVIA GUERRA, S/N – CRISTO REDENTOR
REG./CMDCA: 72
FONE : 223-2207 / 243-2540
PRESIDENTE : ELIZANGELA DO BONFIM SOUZA
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 120
ATENDENDO NO MOMENTO : 75
XVII. CRECHE RODRIGO MORENO
END : TRAVESSA MURILO BUARQUE, S/N- CONJ. BELA VISTA – CRISTO
REG./CMDCA: 70
166
FONE : 223-1731 / 985-7764 / 239-2000 /
PRESIDENTE : REJANE RODRIGUES DE ALMEIDA
CAPACIADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 60
XVIII. CRECHE VERA LÚCIA SANTANA NEIVA
END : R. JOSÉ MENDONÇA, S/N – MANG. II (PROSCIND)
REG./CMDCA: 77
FONE :238-7374 / 238-2568 /966-2090 /239-6955 / 239-6034 / 963-7482 /
PRESIDENTE : SOLANGE LACERDA MARTINS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 75
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
XIX. CRECHE PADRE ZÉ – UNIDADE ESCOLAR MARIA DA CONCEIÇÃO
ALVES BEZERRA
END ; TANCREDO NEVES, S/N – PADRE ZÉ
REG./CMDCA:
FONE : 237-6151 / 222-5898 / 985-6511/ 244-2848
PRESIDENTE : MARIA MONTOTO CARDAMA DE ALENCAR
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 375
ATENDENDO NO MOMENTO : 220
XX. CRECHE NOÊMIA TRINDADE
END ; RUA TEREZINHA DE OLIVEIRA JUSTO, S/N – FUNCIONÁRIOS IV
REG./CMDCA:
FONE : 233-6699 / 233-9969
PRESIDENTE : JOSINEIDE SOUSA LIMA DOS SANTOS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 50
ATENDENDO NO MOMENTO : 25
2) CENTRO LIVRE MENINADA I
3) CENTRO LIVRE MENINADA II
END : R. OSWALDO PESSOA,552 – JAGUARIBE J. PESSOA-PB CEP 58015-510
FONE : 241-8538
REG. 118 PRESIDENTE : ELZE QUINDERÉ
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 700
ATENDENDO NO MOMENTO : 700
FAIXA ETÁRIA : 07 A 17 ANOS
4) GRANJA MORADA DO BETINHO
END. VILA MILITAR DA AERONÁUTICA-BAYEUX –PB
CEP : 58000-000 FONE : 232-3510
REG. 111. PRESIDENTE : CIBELE ALMEIDA
167
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
5) FUNAD –FUNDAÇÃO CENTRO INTEGRADO AO PORTADOR DE
DEFICIÊNCIA FÍSICA
END : R. ORSTES LISBOA,S/N –CONJ. PEDRO GONDIM-BAIRRO DOS ESTADOS
FONE : 224-0707
REG. 80. PRESIDENTE : TEREZA MÔNICA SOLANO M. DE BRITO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
6) PROJETO ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL DOS MENINOS
E MENINAS
DE RUA
END : AV. DOM PEDRO I, 20 – CENTRO J. PESSOA- PB CEP 58013-020
FONE : 241-6732 / 9332-5067
REG. 122. PRESIDENTE : TEOMARY A ALVES
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 54
FAIXA ETÁRIA : 7 À 14 ANOS
7) FUNDAC - ENTIDADES E PROGRAMAS :
I -SOS CRIANÇA E ADOLESCENTE
END : RUA SANTO ELIAS, 47 – TAMBIÁ JOÃO PESSOA- PB
CEP 58013-150 FONE : 221-2875
REG. 09. PRESIDENTE : MARIA APARECIDA R. DE MELO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : ATENDIMENTO DIÁRIO SEM PREVSÃO
(ROTATIVO)
ATENDENDO NO MOMENTO : 73 CRIANÇAS JÁ ATENDIDAS
FAIXA ETÉRIA : 0 A 18 ANOS
II -GRANJA ENCONTRO DA TURMA (PASSOU PARA O PROJ. CRESCER, DE
ACORDO COM OFÍCIO 393-GP, DE 15/08/00 – REG. 40)
END : ESTRADA DE GRAMAME, KM 03 – COSTA E SILVA-J. PESSOA-PB
CEP : 58080-000. FONE : 233-4261
REG. 42. PRESIDENTE : AURÉLIO OLIVEIRA FOLHA
REGIME DE ATENDIMENTO : SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 120
ATENDENDO NO MOMENTO ; 188
FAIXA ETARIA : 07 A 18 ANOS
III- NÚCLEO DE PROFIS. E PRODUÇÃO DE CRUZ DAS ARMAS
END : R. ALCIDES BEZERRA, S/N –CRUZ DAS ARMAS-J. PESSOA
CEP 58060-030 FONE : 222-5743
REG. 43. PRESIDENTE : MÁRCIA CONCÍLIA DE V. SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 93
168
FAIXA ETÁRIA : 14 A 18 ANOS
IV - PROJETO CRESCER (GRAMAME)
ESTRADA DE GRAMAME, KM 03 – COSTA E SILVA – J. PESSOA-PB
CEP : 58080-000 FONE : 241-1215 / 239-2299
REG. 40. PRESIDENTE : AURELIO OLIVEIRA FOLHA
REGIME DE ATENDIMENTO ; APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADDE DE LOTAÇÃO : 120
ATENDENDO NO MOMENTO : 188
FAIXA ETÁRIA ; 07 A 18 ANOS
V - PROJETO CRESCER (?)
END. AV. MAXIMINIANO MACHADO,189 – CENTRO –J. PESSOA-PB
CEP : 58013-470 FONE : 241-1371
REG. 108. PRESIDENTE : ELZIMAR NUNES DE OLIVEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 24
ATENDENDO NO MOMENTO :19
FAIXA ETÁRIA : 07 A 18 ANOS
VI-
PADARIA DO ADOLESCENTE NOSSO PÃO.
END : AV. JOÃO MACHADO , S/N JAGUARIBE –J. PESSOA-PB
CEP 58013-50. FONE : 221-3447
REG. 106. PRESIDENTE : JOAQUIM COSTA NETO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 15
ATENDENDENDO NO MOMENTO :08
FAIXA ETÁRIA : 14 A 17 ANOS
VII- PROGRAMA JOVEM EMPREENDEDOR
END : R. CECÍLIA MIRANDA, S/N – JAGUARIBE –J. PESSOA-PB
CEP 58015-130 FONE : 241-8199
REG. 103. PRESIDENTE : ROSSANA OLÍMPIA CARVALHO DE CASTRO
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 90
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
VIII- PROJETO REVIVER (AGREGADO COM CASA DA PASSAGEM)
END. R. VEREADOR FRANCISCO L. CAVALCANTE, S/N – VALENTINA
FIGUEIREDO – J. PESSOA – PB CEP : 58064-280 FONE : 237-1313
REG. 10 PRESIDENTE : MARIA DA CONCEIÇÃO ARAÚJO XAVIER
REGIME DE ATENDIMENTO ; ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 30
ATENDENDO NO MOMENTO : 11
FAIXA ETÁRIA : 12 A 18 ANOS
IX -LAR DA CRIANÇA JESUS DE NAZARÉ
169
END. R. JESUS DE NAZARÉ, 147 – JAGUARIBE – J. PESSOA –Pb
CEP : 58015-340 FONE : 221-4690
REG. 07 PRESIDENTE : MARIA NAZARETH SANTIAGO VIEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : ABRIGO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 0 A 18 ANOS
X-CEA –CENTRO EDUCACIONAL DO ADOLESCENTE
END. AV. SANTA BÁRBARA, S/N – JARDIM CIDADE UNIVERSITÁRIA-
J. PESSOA-PB CEP 58052-580 FONE : 235-1929 / 235-4969
REG. 41 PRESIDENTE : MARIA DE FÁTIMA ANDRADE DE SOUSA
REGIME DE ATENDIMENTO : INTERNETO E SEMI-ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 74
ATENDENDO NO MOMENTO : 64
FAIXA ETÁRIA : 14 A 18 ANOS
XI CASA EDUCATIVA – FEMININO
END. AV. JOÃO MACHADO,1094 – JAGUARIBE –J. PESSOA-PB
CEP : 58013-520 FONE: 222-3909/ 222-5712
REG. 107. PRESIDENTE : CARMITA CANUTO DE OLIVEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : INTERNAÇÃO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 04
ATENDENDO NO MOMENTO : 04
FAIXA ETÁRIA : 12 A 18 ANOS
XII - CENTRO DE ATENÇÃO PSICO-SOCIAL – CAPS
END : R. LEONARDO ARCOVERDE,250- JAGUARIBE J. PESSOA-PB CEP 58013-
000
FONE : 241-6906 / 241-1718
REG. 104. PRESIDENTE : CLARA MARIA PEREIRA CARVALHO
REGIME DE ATENDIMENTO : AMBULATORIAL
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 45
ATENDENDO NO MOMENTO : 13
FAIXA ETÁRIA : ACIMA DE 13 ANOS
XIII- PROAFE – PROGRAMA DE APOIO À FAMÍLIA E AO EGRESSO
END.: RUA AMÉRICO FALCÃO, 152 – JAGUARIBE J. PESSOA-Pb CEP
58015-160
FONE : 241-7711
REG. 121. RESIDENTE : EURÍDICE MOREIRA (PRES. FUNDAC)
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
8) SETRASS :
170
I- CRECHE PEDRELINA M. DE JESUS
END: PRAÇA JOÃO PEDRO GONÇALVES, 50 – VARADOURO J. PESSOA-PB
CEP 58010-000
FONE : 221-4296
REG. 16. PRESIDENTE : NORMA ESTER MUNIZ
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS.
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
II- CRECHE BENJAMIM GOMES MARANHÃO (OK, em maio de
2006)
END : R. JORGE RAMOS AMARANHO, S/N – MANGABEIRA IV CEP 58057-120
FONE : 984-4330 / 3239-2050
REG. 18. PRESIDENTE : EVANY VASCONCELOS BARREIRO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO : 60
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
III- CRECHE DELEGADA Mª TERESA DE SOUZA (DA POLICIA CIVIL) (OK, em
maio de 2006)
END: R. ARMANDO DE VASCONCELOS, S/N – MIRAMAR CEP 58043-080
FONE : 3244-5121
REG. 19. PRESIDENTE : TERESINHA DE LISIEUX
REGIME DE ATENDIMENTO : EDUCAÇÃO, SAÚDE E ASIST. SOCIAL
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 102
FAIXA ETÁRIA : 03 MESES A 06 ANOS.
IV- CRECHE DOMINGOS SÁVIO (OK maio 2006)
END : R. CAMILO DE HOLANDA, 764 – CENTRO CEP 58013-000
FONE : 221-4997 / 3241-7322
REG. 20. PRESIDENTE : CATARINA GENERINO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 95
ATENDENDO NO MOMENTO : 28
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
V- CRECHE FABIANA LUCENA
END : R.DR. MARIANO BARBOSA , S/N –IPÊS J. PESSOA-PB CEP 58028-330
FONE : 244-2810
REG. 21. PRESIDENTE : SELMA MARIA SALMEM MAURÍCIO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
171
VI – CRECHE GLAUCE BURITY
END : R. ESTEVÃO BRETT, S/N – DISTRITO INDUSTRIAL J. PESSOA-PB CEP
58082-000
FONE : 233-2138
REG. 22. PRESIDENTE : IVANEIDE DE A. PATRÍCIO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 90
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
VII– CRECHE GLÓRIA CUNHA LIMA
END : R. EMÍLIA DE MENDONÇA GOMES, S/N – VALENTINA J. PESSOA-PB CEP
58064-360
FONE :
REG. 23. PRESIDENTE : MARIA RODRIGUES ALVARENGA
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
VIII- CRECHE JOSIARA TELINO
END : R. PROJETADA, QD.164 ESQ. VL 12 MANGABEIRA VII J. PESSOA-PB CEP
58058-000
FONE : 231-4247
REG. 24. PRESIDENTE : MARIA EMÍLIA ANDRADE
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO :
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA :
IX- CRECHE MARIA DE FÁTIMA AMORIM NAVARRO
END : R. JOAQUIM F. BARBOSA , S/N – JOSÉ AMÉRICO J. PESSOA-PB CEP 58084-
020
FONE : 231-6034
REG. 25. PRESIDENTE : ROSÂNGEL A F. DE OLIVEIRA
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
X – CRECHE MARIA DE LOURDES TOSCANO BRA NDÃO
END : R. PROJETADA, 1 – QD.94 MANGABEIRA IV J. PESSOA-PB CEP 58057-322
FONE : 235-4119
REG. 26. PRESIDENTE : MARIA DE LOURDES FAUSTO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO :70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
172
XI – CRECHE MARIINHA AMARAL (OK, EM 28/04/06)
END : R. MONSENHOR WALFREDO LEAL , 503 – TAMBIÁ J. PESSOA-PB CEP
58020-540
FONE : 222-3801 / 3241-4127
REG. 27. PRESIDENTE : MÔNICA COUTINHO DA SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO: 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 50
ATENDENDO NO MOMENTO: 57
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XII- CRECHE MENINO JESUS
END : R. JOÃO ERNESTO DE ANDRADE, S/N – GEISEL J. PESSOA-PB CEP 58075-
550
FONE : 231-2615
REG. 28. PRESIDENTE : CLAUDETE RODRIGUES LOPES
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO :70
FAIXA ETÁRIA :02
A
06 ANOS
XIII- CRECHE NENZINHA CUNHA LIMA
END : CONJ. PE. IBIAPINA, S/N – B. DAS INDUSTRIAS J. PESSOA-PB CEP 58083-
000
FONE : 233-1363
REG. 29. PRESIDENTE : KELMA CRISTINA SOARES BRAGA
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 90
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XIV-CRECHE RENATO LUCENA
END : R. JOÃO DA MATA, S/N – JAGUARIBE J. PESSOA-PB CEP 58015-020
FONE : 224-2831
REG. 30. PRESIDENTE : ODETE DE CARVALHO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 150
ATENDENDO NO MOMENTO : 120
FAIXA ETÁRIA : 0 A 06 ANOS
XV- CRECHE ROBERTA TAVARES
END : R. ABELARDO C. COSTA, S/N – MANGABEIRA VII
FONE : 231-4231
REG. 31. PRESIDENTE : ANA ESTER CAVALCANTE
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
173
XVI – CRECHE VIOLETA FORMIGA
END : CONJ. TAIPA- COSTA E SILVA J. PESSOA-PB CEP 58081-000
FONE : 233-1063
REG. 32. PRESIDENTE : ZILDA DE FARIAS BARROS
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO : ---
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XVII- SOCIEDADE PESTALOZZI DA PARAÍBA
END : AV. RANIERI MAZILLI, 1732 – CRISTO J. PESSOA-PB CEP 58070-000
FONE : 231-2327
REG. 33. PRESIDENTE : RUI GERÔNCIO DA SILVA
REGIME DE ATENDIMENTO : EXTERNATO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : ------
ATENDENDO NO MOMENTO : -------
FAIXA ETÁRIA : ---------
XVIII- CRECHE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
END : FAVELA TIMBÓ – BANCÁRIOS J. PESSOA-PB CEP 58051-000
FONE :
REG. 52. PRESIDENTE : JUCILEIDE T. BEZERRA
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
IXX-CRECHE YALA PETIT (OK, maio 2006)
END : R. PEDRO II, S/N – CENTRO CEP 58013-000
FONE : 244-2842 /3241-8809
REG. 83. PRESIDENTE : GEANNE Mª LEITE ARAÚJO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 75
ATENDENDO NO MOMENTO : 62
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XX -CRECHE LINDEMBERG VIEIRA
END : R. DAS TRINCHEIRAS, 262 – CENTRO J. PESSOA-PB CEP
FONE : 241-4177
REG. 84. PRESIDENTE : CLEDNA PATRÍCIO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS !7:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XXI- CRECHE MARIA DA LUZ M. CUNHA
END : R. DAS TRINCHEIRAS, 228 – CENTRO J. PESSOA-PB CEP 58011-000
FONE : 241-4167
REG. 85. PRESIDENTE : SÔNIA MARIA SANTOS
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
174
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 90
FAIXA ETÁRIA : 0 A 06 ANOS
XXII- CRECHE JULIAN NUNES DE FIGUEIREDO
END : R. SÀO RAFAEL, S/N – CASTELO BRANCO I J. PESSOA-PB CEP 58050-020
FONE : 244-4535
REG. 86. PRESIDENTE : KALINA COELI DA COSTA
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 90
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XXIII-CRECHE SANTA TERESINHA
END : R. ANTONIO BELARMINO SANTANA, S/N – GROTÃO J. PESSOA-PB CEP
58073-000
FONE : 233-4964
REG. 87. PRESIDENTE : MARIA APARECIDA
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
XXIV-CRECHE MARIA RIZOMAR DANTAS
END : R. FELICIANO CIRNE , S/N – JAGUARIBE J. PESSOA-PB CEP 58020-540
FONE : 246-4626
REG. 88. PRESIDENTE : MAGNA COELI PAULINO
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 100
ATENDENDO NO MOMENTO : 90
FAIXA ETÁRIA : 0 A 06 ANOS
XXV- CRECHE BERGALICE VASCONCELOS
END : R. CAPITÃO CARLOS SOBREIRA, S/N – MANG. I J. PESSOA-PB CEP 58055-
340
FONE : 238-2034
REG. 89. PRESIDENTE : VALÉRIA GARCEZ TOMAZ
REGIME DE ATENDIMENTO : 07:00 AS 17:00 HRS
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 80
ATENDENDO NO MOMENTO : 70
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS
175
XXVI- CRECHE KARINA ZARGEL (OK, EM 28/04/06)
END : R. VITALINO BARBOSA, 200- MANG IV J. PESSOA-PB CEP 58000-055
FONE : 235-4135 / 3239-3258
REG. 91. PRESIDENTE : SEC. ESTADUAL DE
DESENVOLVIMENTO HUMANO
NALBA SIQUEIRA DE BRITO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 60
ATENDENDO NO MOMENTO :
FAIXA ETÁRIA : 02 A 06 ANOS.
XXVII-. UNIDADE DE SEMI-LIBERDADE
END: CECÍLIA MIRANDA, S/N - JAGUARIBE CEP 58015-130.
FONE: 3218-6985
REG. CMDCA - 132. PRESIDENTE: MARIA DO SOCORRO R. BARRETO
REGIME DE ATENDIMENTO: SEMI-LIBERDADE
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO: 17
ATENDIMENTO NO MOMENTO: 20
FAIXA ETÁRIA: 12 À 18 ANOS
04-INSTITUTO DOS CEGOS DA PARAÍBA
END : AV. SANTA CATARINA,396 – BAIRRO DOS ESTADOS J. PESSOA-PB CEP
58030-000
FONE : 224-9635 / 244-3087 / 225-1722
REG . 53 PRESIDENTE : LUZIA MARIA DE ALMEIDA
REGIME DE ATENDIMENTO : APOIO SÓCIO EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO : 67
ATENDENDO NO MOMENTO : 67
FAIXA ETÁRIA : 0 À 18 ANOS
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