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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LUIZ GUSTAVO DE OLIVEIRA FISCHER
AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE EXTRATOS E SUSTÂNCIAS
OBTIDAS DE Plinia glomerata (Berg.)
Itajaí - 2007
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS
FARMACÊUTICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E
SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS
LUIZ GUSTAVO DE OLIVEIRA FISCHER
AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE EXTRATOS E SUBSTÂNCIAS
OBTIDAS DE Plinia glomerata (Berg.)
Dissertação submetida à Universidade do
Vale do Itajaí como parte dos requisitos
para a obtenção do grau de Mestre em
Ciências Farmacêuticas.
Orientador: Profa. Dra. Márcia Maria de
Souza
Co-orientador: Prof. Dr. Valdir Cechinel
Filho
Itajaí, Junho de 2007.
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AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE EXTRATOS E SUBSTÂNCIAS
OBTIDAS DE Plinia glomerata (Berg.)
Luiz Gustavo de Oliveira Fischer
‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias
Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências
Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’
____________________________________
Márcia Maria de Souza, Doutora
Orientador
__________________________________________________________
Tania Mari Bellé Bresolin, Doutora
Coordenador do Programa Mestrado em Ciências Farmacêuticas
Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:
______________________________________
Dra. Márcia Maria de Souza (UNIVALI)
Presidente
______________________________________
Dra. Angela Malheiros (UNIVALI)
Membro
______________________________________
Dra. Maria Martha Campos (PUC-RS)
Membro
Itajaí (SC), 25 de Junho de 2007
Dedicatória
Este estudo é dedicado a minha
família, meus pais Edemar e
Bernadete e minhas irmãs
Francine e Caroline, de forma
especial à minha mãe, minha
grande incentivadora, Dona
Berna, eu te admiro muito.
Luiz Fischer
AGRADECIMENTOS
Este estudo não foi realizado por apenas uma pessoa, meus agradecimentos estão
correlacionados a todos que de certa forma puderam tornar isto real.
Primeiramente quero agradecer a minha orientadora, Profa. Dra. Márcia Maria de Souza,
sempre dedicada a amparar-me nos momentos difícies e apta a solucionar as intempéries que
surgiram durante o projeto.
Teço meus elogios também ao Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho, do qual tive o prazer de
trabalhar em conjunto neste estudo, e a Cláudia Serafin, que extraíram os extratos e
substâncias.
A equipe do Biotério da UNIVALI, que sempre me forneceram os animais de forma
impecável.
Quero agradecer a equipe do PMCF, as secretárias Rosélia, Vânia e Thais. A toda equipe de
professores, no nome da Profa. Tania M. Bellé Bresolin.
Agradeço a Maggie e ao Arnaldo, técnicos dos laboratórios de farmacologia.
Quero prestar meus sinceros agradecimentos aos alunos Diogo e Maurício, dupla
inseparável, que me auxiliaram muito na parte prática do estudo.
Agradeço a minha turma, Turma-5-PMCF, grandes amigos conquistados para toda uma
vida.
Agradeço aos meus pais, Edemar e Bernadete, sem eles eu não estaria hoje onde estou.
Minhas irmãs, Francine e Caroline, sempre atuantes em minha vida.
A todos que de alguma forma contribuíram para que este trabalho fosse realizado, que
torceram por mim, muito obrigado por tudo.
Luiz Fischer
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AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE EXTRATOS E
SUBSTÂNCIAS OBTIDAS DA Plinia glomerata (Berg.)
Luiz Gustavo de Oliveira Fischer
Junho de 2007
Orientadora: Márcia Maria de Souza, Doutora.
Área de Concentração: Produtos Naturais e Substâncias Bioativas
Número de Páginas: 91.
Plinia glomerata Berg. (Myrtaceae) é popularmente conhecida como cabeludinha. A
planta possui várias sinonímias dentre elas Myrciaria glomerata Berg., Eugenia
cabelluda Kiaersk, e Eugenia tomentosa Berg. Em levantamento bibliográfico
realizado utilizando os sinônimos da planta, não foram encontrados estudos
fitoquímicos e/ou farmacológicos. A “Cabeludinha” é popularmente apontada como
possuidora de efeitos terapêuticos, pertencendo a uma família botânica com
espécimes amplamente utilizados como plantas medicinais. No presente trabalho foi
realizado um screening farmacológico dos extratos de Plinia glomerata Berg.,
buscando encontrar atividades em diferentes modelos “in vivo", em camundongos,
para analgesia, atividade antiinflamatória e o Sistema Nervoso Central (SNC).
Quando administrados tanto por via intraperitoneal, como por via oral, os extratos
metanólico bruto (EMB) e acetônico (ACT) e dois compostos fenólicos isolados,
ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico (CP1) e ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-4’-O-
glicosídeo (CP2),
produziram efeitos significativos nos modelos do ácido acético,
formalina e capsaicina. Para a atividade antiinflamatória, utilizou-se, o modelo de
edema de orelha induzido pelo óleo de cróton. Para avaliar a atividade no SNC
foram escolhidos os modelos do sono induzidos por barbitúricos, função motora no
teste do Open Field, antagonismo de convulsão induzida por pentilneotetrazol e
estricnina, ansiedade no modelo do labirinto em cruz elevada, depressão no teste do
nado forçado. O extrato EMB causou diminuição dose-resposta das contorções
abdominais induzidos por ácido acético, com inibição máxima (IM) de 70,25 %, na
dose de 10 mg/kg, o extrato ACT inibiu 64,55 % na dose de 30 mg/kg quando
administrado por via intraperitoneal. Ambos os extratos mostraram-se ativos quando
testado via oral, produzindo respostas estatisticamente significativas quanto à
diminuição dose-resposta das contorções abdominais. No modelo da formalina,
novamente, ambos os extratos reduziram a resposta em 17,75 e 45,6 %, na primeira
fase (neurogênica) e 92,96 e 99,81 %, na segunda fase (inflamatória),
respectivamente. No teste da placa-quente e capsaicina ambos produziram efeitos
significativos, no último a redução do processo doloroso foi 54,44 e 66,41 %,
respectivamente para EMB e ACT. No teste do edema de orelha com óleo de cróton,
as doses de 30 mg/kg, para ambos os extratos, inibiram o edema de forma superior
à Indometacina. Os compostos CP1 e CP2, produziram respostas estatisticamente
significativas quanto à diminuição dose-resposta das contorções abdominais,
respectivamente 97,6 e 94,3 %, na dose de 10 mg/kg. Nos modelos de formalina
reduziram a resposta, respectivamente, de 67 e 60,7 % na primeira fase e 37 e 53,4
% na segunda fase, no modelo da capsaicina reduziram o processo doloroso em
40,3 e 37,9 %, respectivamente. Nos modelos farmacológicos, somente no Open
Field foi observado efeito ansiogênico significativo para os extratos testados.
Conforme os dados apresentados, pode-se concluir que tanto os extratos EMB e
ACT quanto os compostos CP1 e CP2, possuem atividade antinociceptiva
comprovada assim como efeito hipnótico e antidepressivo.
Palavras-chave: P
LINIA GLOMERATA
,
A
TIVIDADE
F
ARMACOLÓGICA
,
N
OCICEPÇÃO
,
E
XTRATO
M
ETANÓLICO BRUTO
,
E
XTRATO
A
CETÔNICO
.
PHARMACOLOGICAL STUDIES OF EXTRACTS AND COMPOUNDS FROM
Plinia glomerata (Berg.)
Luiz Gustavo de Oliveira Fischer
June 2007
Supervisor: Márcia Maria de Souza, PhD.
Área of Concentration: Natural Products and Bioactives Substances
Number of Pages: 91.
Plinia glomerata Berg. (Myrtaceae) is popularly known as “cabeludinha”. The plant
has several synonyms, including Myrciaria glomerata Berg., Eugenia cabelluda
Kiaersk, and Eugenia tomentosa Berg. In a bibliographical review of synonyms of the
plant, no pharmacological and/or phytochemical studies were found. The plant
“cabeludinha” is acknowledged for it’s therapeutical uses in popular medicine, and it
also belongs to a botanical family with species which are widely used as medicinal
plants. In this work, pharmacological screening was carried out for extracts of Plinia
glomerata Berg, to search for different pharmaceutical properties “in vivo”, in mice.
For this, analgesia models were carried out (nocioception induced by acetic acid,
formalin, capsaicin, glutamate and heat) and inflammation (ear edema induced by
croton oil) and models of central action (Open Field, antagonism of convulsions
induced by pentilneotetrazol and strychnine, elevated cross maze, sleep induction by
Phenobarbital and the forced swimming test). When administrated peritoneally and
orally, the crude methanol extract (CME), crude acetonic extract (CAE), and two
isolated phenol compounds, acid 3,4,3’-trimetoxi-flavelagic (CP1) and acid 3,4,3’-
trimetoxi-flavelagic-4’-O-glicosideo (CP2), all the assays where successful and
produced significant results in the formalin, capsaicin, and acetic acid models. The
CME caused a dose-dependant reduction in abdominal writhing, with maximum
inhibition (MI) of 70.25% at a dose of 10 mg/kg, i.p.; The CAE inhibited 64.55% at a
dose of 30mg/kg, i.p. In the same model, both extracts were active when tested
orally, producing statistically significant and dose-dependant results. In the formalin
model, the two extracts reduced the response by 17.75% and 45.6% in the first
phase (Neurogenic) and by 92.96% and 99.81% in the second phase (inflammatory),
respectively. In the hot plate test and capsaicin assays, the antincioceptive effect was
both effective. For the latter, MIs of 54.44 and 66.41%, respectively, were calculated
for the CME and CAE. For the ear edema induced by croton oil, doses of 30 mg/Kg
for both extracts inhibited the edema more effectively than the Indomethacin. Assays
with CP1 and CP2 compounds at a dose of 10 mg/kg were effective in the abdominal
writing test, with calculated MIs of 97.6 and 94.3 %. A similar profile was observed in
the formalin test, where both extracts reduced the nocioceptive response, with MIs of
67 and 60.7% in the first phase and 37 and 53.4% in the second phase. For the
capsaicin test, the compounds reduced pain, with MIs of 40.3 and 37.9%,
respectively. In the pharmacological models for central action, a significant hypnotic
and antidepressive effect was observed in the sleep induction test, for the extracts
tested. The results, taken together, do not enable us to conclude that the plant
studied exhibits pharmacological properties. Extracts CME and CAE and the
compounds CP1a and CP2 demonstrated proven antinociceptive activity, while
extracts CME and CAE showed antiedematogenic, hypnotic and antidepressive
effects.
Key words: P
LINIA GLOMERATA
,
P
HARMACOLOGICAL
A
CTIVITY
,
NOCICEPTION
,
CRUDE
METHANOL EXTRACT
,
ACETONIC
EXTRACT.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Partes Aéreas da Plinia glomerata (Berg.).
26
Figura 2
Frutos da Plinia glomerata (Berg.).
27
Figura 3
Atividade analgésica do extrato EMB (Extrato Metanólico bruto), no modelo de dor
induzido por ácido acético, i.p.
39
Figura 4
Atividade analgésica do extrato ACT (Extrato Acetônico), no modelo de dor
induzido por ácido acético, i.p.
39
Figura 5
Atividade analgésica do extrato EMB, no modelo de dor induzido por ácido acético,
oral.
40
Figura 6
Atividade analgésica do extrato ACT, no modelo de dor induzido por ácido acético,
oral.
40
Figura 7
Atividade analgésica do composto CP1 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico), no
modelo de dor induzido por ácido acético, i.p.
41
Figura 8
Atividade analgésica do extrato CP2 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-4’-O-
glicosídeo), no modelo de dor induzido por ácido acético, i.p.
42
Figura 9
Efeito do extrato EMB, na Fase I fase neurogênica (A), Fase II fase
inflamatória (B) e no peso do edema de pata (C), no modelo de dor induzida pela
formalina, i.p.
46
Figura 10
Efeito do extrato ACT, na Fase I – fase neurogênica (A), Fase II – fase inflamatória
(B) e no peso do edema de pata (C), no modelo de dor induzida pela formalina, i.p.
47
Figura 11
Efeito dos compostos CP1 e CP2, na Fase I – fase neurogênica (A), Fase II fase
inflamatória (B) e no peso do edema de pata (C), no modelo de dor induzida pela
formalina, i.p.
48
Figura 12
Efeito do extrato A EMB e B - ACT, no modelo de dor induzida pela capsaicina,
ip.
50
Figura 13
Efeito dos compostos CP1 e CP2, no modelo de dor induzida pela capsaicina, i.p.
51
Figura 14
Efeito do extrato EMB, no modelo de dor induzida pela placa quente, i.p.
52
Figura 15
Efeito do extrato ACT, no modelo de dor induzida pela placa quente, i.p.
53
Figura 16
Efeito do composto CP2, no modelo de dor induzida pela placa quente, i.p.
54
Figura 17
Efeito do extrato EMB e ACT, no modelo de dor induzida pela glutamato, i.p.
55
Figura 18
Efeito dos compostos CP1 e CP2, no modelo de dor induzida pelo glutamato, i.p.
56
Figura 19
Efeito do extrato EMB, no modelo de inflamação induzida pelo óleo de cróton, i.p.
58
Figura 20
Efeito do extrato ACT, no modelo de inflamação induzida pelo óleo de cróton, i.p.
58
Figura 21
Efeito do extrato EMB, no parâmetro de crossing (A) e no parâmetro de rearing
(B), do modelo do open field, i.p.
60
Figura 22
Efeito do extrato ACT, no parâmetro de crossing (A) e no parâmetro de rearing
(B), do modelo do open Field, i.p.
60
Figura 23
Efeito do extrato EMB e ACT, no modelo de indução do sono induzido por
barbitúricos, no tempo de latência para o sono, i.p.
62
Figura 24
Efeito do extrato EMB e ACT, no modelo de indução do sono induzido por
barbitúricos, no tempo total de sono, i.p.
62
Figura 25
Efeito do extrato A EMB e B - ACT, no modelo de convulão induzida pelo PTZ,
i.p.
64
Figura 26
Efeito do extrato A EMB e B - ACT, no modelo de convulão induzida pelo
estricnina, i.p.
65
Figura 27
Efeito do tratamento de ACT, EMB e Diazepam, sobre a freqüência de entradas
(%) no braços abertos e fechados do Plus-Maze, i.p.
67
Figura 28
Efeito do tratamento de ACT, EMB e Diazepam, sobre o tempo (%) gasto nos
braços abertos e fechados do Plus-Maze, i.p.
67
Figura 29
Efeito Efeito do tratamento de ACT, EMB e Imipramina, no tempo de imobilidade
(A), e tempo de agitação (B), no modelo do nado forçado, i.p.
68
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACE - Acetato de Etila
ACT - Extrato Acetônico
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CC - Cromatografia em Coluna
CCD - Cromatografia em Camada Delgada
COBEA – Colégio Brasiliero de Experimentação Animal
CP1 – ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico
CP2 – ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-4’-O-glicosídeo
DCM - Diclorometano
DMSO - Dimetil Sulfóxido
EMB - Extrato Metanólico Bruto
EPM - Erro Padrão da Média
FA – Freqüência Aberto
FF – Freqüência Fechado
GABA
A
– Ácido Gama Amino Butírico A
IASP – Associação Internacional para o Estudo da Dor
IL-1 – Interleucina 1
IL-8 – Interleucina 8
IM - Inibição Máxima
LCE - Labirinto em Cruz Elevado
MES - Convulsão por Eletrochoque Máximo
NIQFAR - Núcleo de Investigações Químico-Farmacêuticas
NSAID - Antiinflamatórias Não-Esterioidais
OMS - Organização Mundial da Saúde
PGE 2 – Prostaglandina E2
PGF 2 – Prostaglandina F2
PMN - Polimorfonucleares
PTZ – Pentilenotetrazol
RV1 – Receptor Vanilóide 1
SNC – Sistema Nervoso Central
TNF – Fator de Necrose Tumoral alfa
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................12
2 OBJETIVOS...........................................................................................................14
2.1 Objetivo Geral:.........................................................................................14
2.2 Objetivos Específicos: ............................................................................14
3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................15
3.1 Importância das plantas como fonte de medicamentos: ....................15
3.2 Plantas de Ação Central: ........................................................................16
3.2.1 Plantas com propriedades ansiolíticas:.......................................................16
3.2.2 Plantas com propriedades antidepressivas: ...............................................18
3.2.3 Plantas com propriedades anticonvulsivantes: .........................................19
3.2.4 Plantas com propriedades hipnóticas..........................................................20
3.3 Plantas com propriedades antinociceptivas comprovadas................21
3.4 Plantas com propriedades antiinflamatórias........................................23
3.5 A espécie em estudo: Plinia glomerata.................................................25
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................28
4.1 Animais:....................................................................................................28
4.2 Tratamentos:............................................................................................28
4.3 Critérios Éticos:.......................................................................................29
4.4 Reagentes:.........................................................................................................29
4.5 Obtenção dos extratos:...........................................................................30
4.6 Preparação dos extratos brutos: ...........................................................30
4.7 Preparação dos compostos: ..................................................................30
4.8 Ensaios Farmacológicos: .......................................................................31
4.8.1 Atividade Antinociceptiva: ............................................................................31
4.8.2 Atividade Antiedematogênica .......................................................................34
4.8.3 Atividade Central............................................................................................34
4.9 Análise Estatística...................................................................................37
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................38
5.1 Atividade Antinociceptiva:......................................................................38
5.1.1 Efeito dos extratos no teste de dor induzido pelo ácido acético...............38
5.1.2 Efeito dos extratos no teste de dor induzida pela formalina......................45
5.1.3 Efeito dos extratos no teste da dor induzida pela capsaicina....................50
5.1.4 Efeito dos extratos no teste da placa quente ..............................................52
5.1.4 Efeito dos extratos no teste da dor induzida pelo glutamato.....................55
5.2 Atividade Anti-Inflamatória:....................................................................57
5.2.1 Efeito dos extratos no teste do edema de orelha em camundongos ........57
5.3 Atividade Central:....................................................................................59
5.3.1 Efeito dos extratos no modelo do Open Field .............................................59
5.3.2 Efeito dos extratos no teste do sono induzido por barbitúricos................61
5.3.3 Efeito do extrato no modelo de convulsão induzido pelo pentilenotetrazol
e estricnina ..............................................................................................................64
5.3.4 Modelo de ansiedade, o teste do labirinto em cruz elevada.......................66
5.3.5 Efeito dos extratos no teste de depressão, modelo do nado forçado.......67
6 CONCLUSÕES......................................................................................................71
REFERÊNCIAS.........................................................................................................72
12
1 INTRODUÇÃO
Desde as épocas mais antigas, os produtos naturais, notadamente aqueles de
origem vegetal, foram alvos de pesquisas para descoberta de uma série de novas e
importantes fontes de agentes terapêuticos (CALIXTO, 2005). Atualmente, a flora
brasileira, dada a sua grande biodiversidade, continua ainda pouco estudada quando
se refere ao seu potencial químico e farmacológico (AMENDOEIRA et al., 2005a).
Aproximadamente 25 a 30% de todos os medicamentos disponíveis na terapia são
derivados de produtos naturais, como plantas, microorganismos e animais. O uso de
produtos sinteticamente produzidos e produtos naturalmente produzidos m sofrido
oscilações ao longo dos tempos. Com a descoberta dos antibióticos e a elucidação
tivemos um período longo de uso de drogas sintéticas. Entretanto, recentemente
companhias farmacêuticas têm ressaltado com ênfase que para o tratamento de
algumas doenças complexas, os produtos naturais representam ainda, uma fonte
extremamente valiosa para a produção de novos medicamentos, apresentando
estruturas privilegiadas que vêm sendo selecionadas por mecanismos evolucionários
durante milhões dos anos (CALIXTO, 2005).
Grande parte da população do nosso planeta tem confiança nos métodos
tradicionais relativos aos cuidados diários com a saúde. É também um fato que 1/4
de todas as prescrições dicas são formulações baseadas em substâncias
derivadas da plantas ou análogos sintéticos derivados desta. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial, principalmente
dos países em desenvolvimento, confiam nos derivados de plantas medicinais para
seus cuidados com a saúde (GURIB-FAKIM, 2006).
A fitoterapia constitui uma forma de terapia medicinal que vem crescendo
notadamente nestes últimos anos, sendo que o mercado mundial de fitoterápicos
gira em torno de 22 bilhões de dólares (YUNES et al., 2001). Hoje em dia um
forte resgate histórico do conhecimento sobre as plantas, nos diversos setores da
sociedade, seja próximo à população promovendo a saúde ou, ainda, no meio
científico, tendo as plantas como ponto de partida para o desenvolvimento e
obtenção de novos fármacos (SIMÕES, 2000; CALIXTO, 2005).
Na flora catarinense, muitas das plantas utilizadas pela população como
medicamentos têm sido estudadas, no sentido de serem validadas (ou não) suas
13
propriedades terapêuticas. Plantas como Croton campstris, Marrubium vulgare,
Ipomoea pés- caprae, Wedelia paludosa, Rubus imperialis, Rhedia garderiana,
Eugênia angustifoli, Maytenus ilicifolia Mart, Mandevilla Velutina, Phylanthus niruri,
Psidium guyanensis, entre outras foram estudadas anteriormente por
pesquisadores de outras e desta instituição tendo não só sido comprovados os
efeitos terapêuticos como também identificados os princípios ativos responsáveis por
tais efeitos (SANTOS et al., 1995; CECHINEL-FILHO, 2000; SOUZA, et al., 2000;
NIERO et al. 2001; SANTOS et al., 2004; MEYRE-SILVA et al., 2005).
A família Myrtaceae compreende duas subfamílias, com aproximadamente 70
gêneros e 2400 espécies (MCVAUGH, 1968). rias espécies são utilizadas na
medicina popular, como por exemplo, a Eugenia jumbolona (Jambolão) e Psidium
guajava Linn (goiabeira), usados no tratamento da diabetes (KHAN et al., 2005;
OJEWOLE, 2005), Psidium cattleianum e Psidium guayava (tipos diferentes de
Araçás) utilizados para dores abdominais, tratamento da diarréia e alergias (SEO et
al., 2005), a Eucayptus globulus (eucalipto) utilizada no tratamento de transtornos
respiratórios e também como anti-séptico (SALARI et al., 2006).
Plinia glomerata (Berg.) é uma das espécies desta família que possui
sinonímia como Myrciaria glomerata Berg., Eugenia cabelluda Kiaersk, e Eugenia
tomentosa Berg. É conhecida como “cabeludinha” e possui frutos saborosos e
comestíveis. Em qualquer levantamento bibliográfico realizado colocando-se em foco
os vários sinônimos da planta, o se encontram na literatura estudos fitoquímicos
e/ou farmacológicos com a mesma. Embora não se tenha dados bibliográficos
registrados na literatura, a planta “Cabeludinha” é apontada como possuidora de
efeitos terapêuticos sendo utilizada longo tempo por descendentes açorianos.
Como a planta pertence a uma família botânica com espécimes amplamente
utilizados como plantas medicinais, isto nos levou a cogitar a hipótese de que a
mesma pudesse exibir uma série de propriedades farmacológicas ainda não
exploradas cientificamente (CABELUDINHA, 2007).
Dando continuidade aos estudos fitoquímicos iniciados por SERAFIN e
colaboradores (2007), no presente trabalho nos propomos a avaliar,
farmacologicamente, os extratos acetônico e metanólico da Plinia glomerata (Berg.),
como também, dois princípios ativos obtidos da mesma em modelos farmacológcos
in vivo.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral:
Estudar as possíveis propriedades farmacológicas dos extratos acetônico e
metanólico e dos compostos ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico e ácido 3,4,3’-
trimetóxi-flavelágico-4’-O-glicosídeo da Plinia glomerata (Berg.) (Myrtaceae) em
diversos modelos farmacológicos “in vivo”.
2.2 Objetivos Específicos:
Avaliar o efeito antinociceptivo dos extratos da planta em modelos de dor
induzida quimicamente por formalina, ácido acético, capsaicina e
glutamato;
Avaliar o efeito antinociceptivo dos extratos da planta em modelos de dor
induzida termicamente (calor) através do modelo da placa quente;
Avaliar o efeito antiinflamatório dos extratos e compostos no modelo de
inflamação induzida por óleo de cróton;
Avaliar os efeitos dos extratos e compostos sobre o atividade motora dos
animais através do modelo do open field,
Avaliar o efeito ansiolítico dos extratos através do modelo de ansiedade, o
labirinto em cruz elevado;
Avaliar o efeito antidepressivo dos extratos através do modelo de
depressão, o teste do nado forçado;
Avaliar o efeito hipnótico dos extratos através do teste de indução do sono,
por barbitúrico;
Avaliar o efeito anticonvulsivante dos extratos através do teste de indução
da convulsão, por estricnina e pentilenotetrazol.
15
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Importância das plantas como fonte de medicamentos:
A natureza é detentora da produção da maioria das substâncias orgânicas
conhecidas. Entretanto, é o Reino Vegetal que tem contribuído de forma mais
significativa para o fornecimento de compostos úteis ao tratamento de doenças que
acometem os seres vivos (MONTANARI, BOLSANI, 2001).
Quando se procura obter substâncias ativas de plantas, um dos principais
aspectos que deve ser observado consiste nas informações da medicina popular.
Dados da literatura revelam que é muito mais provável encontrar atividade biológica
em plantas, quando relacionadas com o seu uso na medicina popular do que plantas
escolhidas aleatoriamente. Aproximadamente 75% dos compostos empregados na
indústria farmacêutica foram isolados seguindo as “pistas” da medicina popular.
Assim, as observações populares sobre o uso de plantas medicinais contribuem de
forma relevante para a divulgação das propriedades medicinais dessas espécies,
ainda que não se conheça seus componentes químicos. Conseqüentemente, a
utilização de plantas para o tratamento de enfermidades é validanda gradativamente
sendo acumuladas e repassadas ao longo dos anos (MACIEL, et al., 2002; BERTINI
et al., 2005). Ainda hoje, em algumas regiões mais carentes do país, o conhecimento
sobre plantas medicinais e sua utilização terapêutica se constituem nos únicos
recursos para tratamento de enfermidades, podendo inclusive haver comércio das
espécies em feiras livres (cultivo ou extrativismo) ou cultivadas ao redor de casa
(MACIEL et al., 2002).
Além de constituírem muitas vezes a única fonte terapêutica, a importância
dos produtos naturais deve-se também ao fato de propiciarem através de técnicas
de isolamento, o acesso a novos constituintes químicos, biologicamente ativos, que
podem ser empregados como protótipos para a síntese de novos fármacos, como o
que ocorreu com fármacos como: aspirina, digoxina, morfina, quinina, rifampicina,
entre outros (CECHINEL FILHO, YUNES, 1998; BUTLER, 2004; LESNEY, 2004;
BUTLER, 2005).
16
Nos últimos anos, mais de 100.000 substâncias oriundas de plantas foram
isoladas e identificadas e este número tem aumentado gradativamente. Muitos
destes compostos são consumidos diariamente na forma de medicamentos,
cosméticos, alimentos e agroquímicos. Algumas destas substâncias constituem
protótipos para desenvolvimento de medicamentos sintéticos, sendo muitos
disponíveis no mercado, tais como: vimblastina (Velban®), taxol (Paclitaxel; Taxol®),
vincristina (Oncovin®) e outros (HENRICH e COX, 2001; BOLZANI et al., 2002;
BOHLIN e TULP, 2002; LESNEY, 2004).
3.2 Plantas de Ação Central:
3.2.1 Plantas com propriedades ansiolíticas:
A "ansiedade" é uma resposta natural do indivíduo frente a um perigo dito
"potencial". É caracterizada por respostas autônomicas exacerbadas do sistema
simpático (taquicardia, piloereção, midríase, aumento da micção, vigília, respiração
irregular, etc) acompanhada por modificações comportamentais (GALE, DAVIDSON,
2007).
Teoricamente, um certo grau de ansiedade confere ao indivíduo o aumento da
capacidade cognitiva e do desempenho. Entretanto, quando seus sintomas se
manifestam sem que haja uma "causa" específica e se mantêm por um longo
período de tempo estamos diante da ansiedade patológica. O tratamento atual
consiste em antidepresivos tricíclicos, benzodiazepínicos, dentre outros (MIYASAKA,
ATALLAH, SOARES, 2007). Grande parte dos medicamentos exibe uma vasta gama
de efeitos colaterais e/ou adversos levando muitas vezes o paciente a não adesão
do tratamento (GALE, DAVIDSON, 2007).
No tratamento da ansiedade é comum e conhecido o emprego de chás de
diversas plantas. O gênero Passiflora tem sido utilizado na medicina tradicional no
mundo todo, principlamente como “calmante”. Estudos mostram que os flavonóides,
os glicosídeos, os alcalóides, entre outros são os fitoconstituintes de espécies de
17
Passiflora. Dentre elas, a Passiflora incarnata Linneu, possui significante
propriedade depressiva do sistema nervoso central (DHAWAN, DHAWAN,
SHARMA, 2004).
Na medicina popular a Piper methysticum (Piperaceae) conhecida como
Kava-kava é utilizada mundialmente no tratamento da ansiedade nervosa, tensão e
inquietação. Estudos evidenciaram que o extrato de Kava-kava mostrou-se superior
na atividade ansiolítica quando comparado com placebo e fármacos
benzodiazepínicos e relativamente seguro como tratamento opcional para a
ansiedade (PITTLER, ERNST, 2002).
A Melissa officinalis e a Valeriana officinalis são ambas utilizadas
tradicionalmente como sedativos leves, ansiolíticos e hipnóticos. KENNEDY e
colaboradores (2006) estudaram a interação entre as duas plantas, em humanos,
num teste duplo-cego, utilizando como controle o placebo. Os resultados sugerem
que a combinação destas plantas produzem significantes propriedades ansiolíticas.
Estudos recentes apontaram dois novos flavonóides isolados de algumas espécies
de Valeriana, a 6-metilapigenina e a hesperidina, ambos com atividade ansiolítica
comprovada (MARDER et al., 2003).
SATYAN e colaboradores (1998), isolaram das folhas da Ginkgo biloba Linn.
um conjugado do ácido gingólico o qual foi testado em ratos em diversos modelos de
ansiedade, dentre eles, o labirinto em cruz elevado (plus-maze) e o campo aberto
(open field). Os resultados sugeriram que este constituinte pode ser responsável
pela atividade ansiolítica do Ginkgo biloba.
A Pachyrhizus erosus, conhecido como jacatupé, possui como
fitoconstituintes retinóides, flavonóides e fenilfuranocumarinas, as quais possuem
uma série de atividades farmacológicas como: antifúngica, inseticida, antibacteriana,
entre outras. Na medicina popular, esta planta é utilizada para o tratamento da
insônia. Em estudos recentes, ABID e colaboradores (2006), utilizaram extratos
etanólico e clorofórmico, para avaliar seu efeito depresivo do SNC. Dos estudos foi
constatada uma diminuição da atividade motora e o aparecimento da atividade
ansiolítica e anti-agressividade quando administrados à camundongos.
18
3.2.2 Plantas com propriedades antidepressivas:
A depressão é uma doença caracterizada por continuada alteração no humor
e falta de interesse em atividades prazerosas (FARIA, ALTEMANI, 2003). O estado
depressivo se diferencia do comportamento melancólico ou triste que afeta a maioria
das pessoas, por se tratar de uma condição duradoura de origem neurológica
acompanhada de vários sintomas específicos, dentre eles fadiga ou dores no corpo,
insônia, mudanças de apetite, dificuldade de concetração, irritabilidade, medos
irracionais e sentimentos de baixa auto-estima, culpa ou fracasso. Estima-se que em
alguns países desenvolvidos, a prevalência da depressão atinja 21% da população.
A mais comum (depressão melancólica) acomete pessoas com idade de 24 a 44
anos e a ocorrênia em mulheres é aproximadamente o dobro da ocorrência em
homens (WONG, LICINIO, 2001).
O tratamento da depressão se baseia, principalmente, na teoria
monoaminérgica. Esta teoria postula que a depressão é causada por uma deficiência
na transmissão de monoaminas (noradrenalina, dopamina e serotonina) no sistema
nervoso central (SCHILDKRAUT, 1965; COPPEN, 1969). As evidências que
corroboram com esta teoria é que diversos fármacos utilizados no tratamento da
doença agem aumentando a concentração de monoaminas na fenda sináptica
(RANG, DALLE, RITTER, 2001).
Embora não seja recomendada a monoterapia das desordens depressivas
com fitoterápicos ou plantas medicinais, muitos estudos têm sido conduzidos para
estudar plantas que possam auxiliar como antidepressivos. Conhecido popularmente
como "Erva-de-São-João", o Hypericum perforatum (Hypericaceae), tem sido
extensamente pesquisado sobre suas propriedades farmacológicas, destancado-se
o efeito antidepressivo (GAMBARANA et al., 2001; MENNINI, GOBBI, 2004;
CACCIA, 2005). BACK-ROJECKY, KALODJERA e SAMARZIJA (2004),
determinaram que uma série de constituintes químicos em H. perforatum, dentre
eles a hipericina e a hiperforina, são responsáveis pelo efeito antidepressivo no
modelo do nado forçado, apresentando a diminuição do tempo de imobilidade.
MAITY e colaboradores (2000) utilizaram o modelo do nado forçado para
verificar a atividade estimulante e/ou antiestressante do extrato metanólico do
Ocimum sanctum (Lamiaceae), comprovada no mesmo estudo. A valeriana
19
(Valeriana officinalis) foi estudada por SAKAMOTO, MITANI e NAKAJIMA (1992), no
mesmo modelo, e os resutados indicaram que os extratos da planta possuem um
efeito depressor do sistema nervoso central e possivelmente antidepressivo.
O extrato hidroalcoólico de Gastrodia elata (Orchidaceae) foi estudado por
ZHOU et al., (2006) em diversos modelos farmacológicos como nado forçado e
campo aberto. De acordo com os resultados apresentados, o extrato possui
propriedades antidepressivas. Assim como o extrato hidroalcoólico das folhas e
flores de Salvia elegans Vahl (Laminaceae) que quando estudada por HERRERA-
RUIZ e colaboradores (2006), produziu uma diminuição do tempo de imobilidade no
mesmo modelo de depressão.
DAUDT e colaboradores (2000) estudaram três espécies do gênero
Hypericum (H. brasiliense, H. caprifoliatum e H. myrianthum), todas estas, nativas do
sul do Brasil, avaliando seu potencial antidepressivo, frente ao modelo do nado
forçado. Somente a fração etanólica do Hypericum caprifoliatum mostrou atividade
antidepressiva. Este resultado foi corroborado pelo estudo de VIANA e
colaboradores (2006) com a mesma planta, avaliando sua atividade biológica.
3.2.3 Plantas com propriedades anticonvulsivantes:
Dentre as doenças que envolvem o sistema nervoso central destaca-se a
epilepsia. Como definição a epilepsia é uma alteração temporária e reversível do
funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou
distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, em parte do cérebro,
ocorre um aumento da atividade excitatória o qual pode ficar restrito a esse local ou
espalhar-se por todo o SNC. Quando ficam restritos os focos epiléticos, as crises
são ditas parciais e, caso envolvam os dois hemisférios cerebrais, as crises passam
a ser chamadas de generalizadas. Cada crise tem características sintomáticas
distintas dependendo da região cerebral afetada (RANG, DALLE, RITTER, 2001).
As drogas não atuam como curativas no tratamento da epilepsia, mas sim, no
combate ao sintoma qualificado maior da epilepsia, que é a convulsão. Por isso,
estas drogas o chamadas de anticonvulsivantes. Como se trata de uma doença
abrangente na população, muitos estudos são realizados para a descoberta de
20
novos agentes anticonvulsionantes (HOSSEINZADEH, KARIMI e
RAKHSHANIZADEH, 2005; LAWVERE, MAHONEY, 2005; LINDE et al., 2005).
A Erythrina velutina e a Erythrina mulungu pertencentes à família Fabaceae,
produziram efeito anticonvulsivante no modelo de convulsão induzida por estricnina,
porém não foram efetivas no antagonismo de convulsão induzida por
pentilenotetrazol (VASCONCELOS et al., 2007).
Na família Myrtaceae, o óleo essencial da Eugenia caryophyllata é utilizado
como antiepiléptico na medicina popular iraniana. POURGHOLAMI e colaboradores
(1999) estudaram este óleo em dois modelos: indução de convulsão por
eletrochoque máximo (MES) e a indução da convulsão por pentilenotetrazol (PTZ).
Foi observado que o óleo essencial exibiu atividade anticonvulsivante frente as
convulsões tônicas induzidas pelo MES, embora não tenha sido observada atividade
frente às convulsões por pentilenotetrazol.
No Brasil especialmente, muitos estudos têm sido realizados acerca a
atividade anticonvulsivante de plantas, podendo-se destacar: Cymbopogon citratus
(CARLINI et al., 1986); Hippeastrum genus (SILVA et al., 2006); Lippia alba
(ZETOLA et al., 2002). Outras plantas foram estudadas nos últimos anos
evidenciando atividade anticonvulsivante, como podemos citar: Tetrapleura
tetraptera (NWAIWU, AKAH, 1986); Calliandra pororicensis (AKAH, NWAIWU,
1988); Piper guieense (ABILA, RICHENS, DAVIES, 1993); Casimiroa edulis
(NAVARRO-RUIZ et al., 1995); Cissamplelos sympodialis (ALMEIDA et al., 1998);
Vitex negundo Linn. (GUPTA, MAZUMDER, BHAWAL, 1999); Scutellariae radix
(WANG, LIAO, CHEN, 2000); Cyperus articulatus Cyperaceae (BUM et al., 2001);
Ocimum sanctum Linn. (JADDI, MADAAN, SINGH, 2003) Heracleum persicum
(SAYYAH, MAOAIE, KAMALINEJAD, 2005), dentre centenas de outras plantas que
vêm sendo estudas para este fim.
3.2.4 Plantas com propriedades hipnóticas
No mundo, uma entre cinco pessoas possui algum tipo de distúrbio do sono
(KIM et al., 2000). A insônia atualmente não se trata de uma reclamação trivial, pois
a falta de descanso pode gerar fadiga durante o dia, reduzir a qualidade de vida e
aumentar os custos com cuidados e saúde (SIMON, VONKORFF, 1997; LEGER et
21
al., 2001). Apesar do progresso significativo que está sendo feito no que tange o
tratamento da insônia nos últimos anos, somente uma pequena proporção dos que
sofrem do problema recebe realmente o tratamento profissional para esta desordem
(MORIN et al., 1999; SMITH et al., 2002). Muitas pessoas com insônia não desejam
usar constantemente as drogas hipnóticas, visto que estas exibem efeitos colaterais
comprometedodes e carregam o risco da tolerância e da dependência (EISENBER
et al., 1998; GYLLENHAAL et al., 2000).
As drogas ou medicamentos com atividades hipnóticas são substâncias que
induzem o paciente ao sono (que as diferencia da categoria sedativa), elas são
usadas no tratamento da insônia severa e na anestesia cirúrgica. Em geral, a
propriedade hipnótica é oriunda da atividade depressora sobre o Sistema Nervoso
Central (SNC). Como medicamentos desta categoria podem-se citar os barbitúricos,
os benzodiazepínicos e os anestésicos (RANG, DALLE e RITTER, 2001).
A propriedade hipnótica das plantas é conhecida desde antes de Cristo e
vem sendo utilizada tanto no ocidente quanto no oriente. Em estudo recente,
TOKUNAGA e colaboradores (2007), comprovaram o efeito hipnótico da Valeriana
officinalis L., que é amplamente utilizada pela medicina tradicional para o tratamento
da insônia e ansiedade tanto no Brasil como em outros países.
A Kava-kava, Piper methysticum, é utilizada na medicina popular no mundo
todo devido ao seu efeito hipnótico, sendo que diversos estudos foram publicados
sobre esta planta. GARRET e colaboradores (2003) e SHINOMIYA e colaboradores
(2005) realizaram estudos que comprovam suas atividades hipnótica e ansiolítica.
3.3 Plantas com propriedades antinociceptivas comprovadas
Segundo IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor), a dor é
definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com
o dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal lesão. É importante
salientar que sempre que qualquer tecido estiver lesado, o organismo reage para
desencadear o estímulo doloroso como um mecanismo de proteção (GUYTON,
HALL, 2006).
22
Entretanto, a dor é uma experiência complexa que não envolve apenas a
transdução do estímulo nociceptivo ambiental, mas também cognitivo e emocional
processado pelo cérebro. Os receptores da dor na pele (nociceptores) e em outros
tecidos, estão presentes em terminações nervosas livres sensíveis a estímulos
dolorosos. A atividade no nociceptor a via nociceptiva e outros processos
neurofisiológicos induzidos pelo estímulo doloroso são chamados de nocicepção
(BLACKBURN-MUNRO, 2004.).
A morfina obtida da Papaver soniferum continuasendo por muito tempo o
analgésico mais potente e eficaz para dores crônicas e intensas. O ácido salicílico
obtido da planta Salix alba é protótipo dos antiinflamatórios não esteroidais, com
propriedade analgésica e antiinflamatória (BENYHE, 1994; MCCURDY, SCULLY,
2005).
A procura de medicamentos para o alívio da dor é tão antiga quanto a história
e as plantas medicinais possuem um destaque importante nesse contexto. Dos
efeitos farmacológicos mais estudados em plantas, a propriedade analgésica
continua sendo a mais procurada (CALIXTO, 2005).
Em 1975, NOYES e colaboradores realizaram uma série de estudos sobre a
utilização do delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), composto extraído da Cannabis
sativa, em pacientes com câncer, visando sua atividade analgésica. Foi observado
que em baixas doses (10 mg/kg) o composto exibe um potencial analgésico.
Estudos com vários modelos para screening analgésico, como placa-quente,
indução de contorções abdominais pelo ácido acético e outros foram utilizados com
as raízes da planta Aconitum sinomantanum Nakai, natural do Japão. Evidenciou-se
que o lappaconitine, alcalóide extraído da planta, possui potencial analgésico similar
ao ácido acetil salicílico e a indometacina, e cerca de 2 a 5 vezes menor que a
morfina (ONO; SATOH, 1988).
A atividade antinociceptiva do extrato da semente de Randia siamensis, foi
examidada em teste de indução de contorções abdominais pelo ácido acético e
placa-quente, sendo observado o efeito antinociceptivo. O pseudo-ginsenosideo-
RP1, composto contido no extrato igualmente foi avaliado, proporcionando
significativa atividade, contribuindo com a atividade do extrato (REANMONGKOL et
al., 1994).
A atividade antinociceptiva é a propriedade farmacológica mais estudada pelo
grupo de pesquisadores de nossa instituição, associada a outros grupos. Nos
23
últimos anos foram avalidados os efeitos analgésicos de plantas como: Phylanthus
corcovadensis com esteróides ativos (SANTOS et al., 1995); Rubus imperialis com o
triterpeno Nigaigigosídeo F1 (NIERO et al., 1999; ARDENGHI et al, 2006); Ipomoea
pés-caprae, com a quercetina (SOUZA, et al. 2000); Rhedia garderiana, com o
composto I3-naringenin-II8--4'OMe-eriodictyol (CECHINEL-FILHO; 2000); Maytenus
ilicifolia Mart, com o triterpeno Friedelin (NIERO et al. 2001); Wedelia paludosa com
ácido caurenoico e paludolactona (CECHINEL–FILHO, 2004); Marrubium vulgare,
cujo constituinte principal é a marrubiina (MEYRE-SILVA et al., 2005); Maytenus
robusta, com o triterpeno 3,15-dioxo-21alpha-hidroxi friedelane (NIERO et al., 2006).
No Brasil, o número de estudos farmacológicos com plantas buscando
atividade antinociceptiva é vasta. Pode-se destacar as plantas: Petiveria alliacea (DE
LIMA, MORATO, TAKAHASHI, 1991); Pterodon polygalaeflorus (DUARTE et al.,
1996); Croton cajucara (BIGHETTI et al., 1999); Sebastiania schottiana (LUZZI et al.,
2000); Tabebuia avellanedae (DE MIRANDA et al., 2001); Croton zehntneri
(OLIVEIRA et al., 2001); Croton nepetaefolius (ABDON et al., 2002); Hypericum
caprifoliatum e Hypericum polyanthemum (VIANA et al., 2003); Calaphyllum
brasiliense (ISAIAS et al., 2004); Bauhinia microstachya (GADOTTI et al., 2005);
Ipomoea cairica (FERREIRA et al., 2006); Austroplenckia populnea (ANDRADE et
al., 2007); Copaifera multijuga e Copaifera reticulata (GOMES et al., 2007);
Brugmansia suaveolens (PARKER et al., 2007).
3.4 Plantas com propriedades antiinflamatórias
A inflamação é definida clinicamente como um processo fisiopatológico
caracterizado pelo calor, rubor, edema, às vezes febre, dor e pela perda da função.
Ainda que os medicamentos antiinflamatórios esteroidais atualmente utilizados e os
fármacos antiinflamatórios não-esterioidais (AINES) sejam bastante usados para o
tratamento de desordens antiinflamatórias agudas, estas drogas convencionais não
têm tido êxito em curar desordens inflamatórias crônicas, como por exemplo, a artrite
reumatóide (KIM et al., 2004).
Embora a inflamação seja uma condição freqüente em muitos processos e
muitas plantas tenham sido estudas como antiinflamatórias, no Brasil, somente em
24
2005, foi lançado o primeiro fitoterápico brasileiro, o Acheflan
®
obtido da planta
Cordia verbenácea (ACHÉ, 2007).
Contudo, os estudos iniciados décadas, vêm aumentando a cada ano
que passa. Em 1967, LYSENKO, evidenciou que o azuleno, extraído do óleo de
Eucalyptus sp. possui atividade antiinflamatória. Dois anos após, em 1969,
SATYAVATI e colaboradores verificaram a atividade antiinflamatória da Semecarpus
anacardium Linn. através de modelos de indução de inflamação por carragenina.
ANAND e colaboradores (1978) isolaram uma flavonona das sementes de Psoralea
corylifolia Linn. Ao verificar suas atividades farmacológicas puderam concluir que a
flavonona bavaquinina possui atividade antiinflamatória, analgésica e antipirética.
Em 1984, uma nova classe de flavonóides foi extraída da Sideritis
mugronensis e sua atividade farmacológica foi avaliada em diversos modelos, dentre
eles o modelo de indução do edema de pata por carragenina. Foi observado que o
flavonóide hipolaetina-8-glucosídeo foi mais potente na supressão da formação do
edema que a fenilbutazona, antiinflamatório não-esterioidal que pode causar danos
gástricos. Além disso, diferentemente deste medicamento, o flavonóide hipolaetina-
8-glucosídeo não causou úlceras gástricas (VILLAR, GASCO, ALCARAZ, 1984).
Um estudo sobre a mistura de taninos obtidos da casca da Anacardium
occidentale L. foi observado o potencial antiinflamatório da planta, quando tal
mixtura foi testada em modelos farmacológicos de inflamação (MOTA, THOMAS,
BARBOSA-FILHO, 1985). SACKEYFIO, LUGELEKA, em 1986, realizaram uma
investigação da atividade antiinflamatória do extrato aquoso da planta Ficus elastica,
utilizada como erva medicinal por tribos da África ocidental, em dois modelos de
inflamação: indução do edema de pata por carragenina e indução de artrite. Em
ambos os modelos, foi observado o potencial do extrato em suprimir a inflamação
induzida. Na continuação dos estudos foi evidenciado que flavonóides presentes no
extrato produziram o efeito de supressão.
No Brasil, o número de estudos farmacológicos sobre plantas com atividade
antiinflamatória é vasto, pode-se destacar as plantas: Lychnophora ericoides
(BORSATO et al., 2000; GOBBO-NETO et al., 2005); Torresea cearensis, Justicia
pectoralis, Eclepta alba, Pteridin plygaliflorus e Hybanthus ipecacuanha (LEAL et al.,
2000); Polygonum punctatum (DE ALMEIDA ALVES et al., 2001); Tabebuia
avallanedae (MIRANDA et al., 2001);
Vernonia condensata (VALVERDE et al.,
2001); Mikania laevigata, Mikania involucrata, Mikania hirsutissima (SUYENAGA et
25
al., 2002); Anadenanthera colubrina (MORETAO et al., 2003); Ipomoea imperati
(PAULA, HAYASHI e FREITAS, 2003); Mandevilla velutina (BIONDO et al., 2003);
Calophyllum brasiliense (ISAIAS et al., 2004); Pterodon pubescens (COELHO,
SABINO e DALMAU, 2004); Lychnophora sp. (KANASHIRO et al., 2004;
KANASHIRO et al., 2006);
Carpotroche brasiliensis (LIMA et al., 2005); Nidularium
procerum (AMENDOEIRA et al., 2005b; VIEIRA-DE-ABREU et al., 2005); Protium
kleinii (OTUKI et al., 2005); Lychnophora ericoides (GOBBO-NETO et al., 2005);
Serjania lethalis e Cupania vernalis (NAPOLITANO et al., 2005); Lychnophora pohlii
(KANASHIRO et al., 2006); Cissampelos sympodialis (BEZERRA-SANTOS et al.,
2006); Dimerostemma episcopale e Dimerostemma brasilianum (STEFANI et al.,
2006); Wilbrandia ebracteata (SIQUEIRA et al., 2007); Austroplenckia populnea
(ANDRADE et al., 2007).
3.5 A espécie em estudo: Plinia glomerata
A Plinia glomerata (Fig. 01) pertence à família Myrtaceae. Esta família
compreende as subfamílias Leptospermoideae e Myrtoideae, sendo que a primeira
possui maior distribuição e concentração na Austrália. A segunda se distribui,
principalmente nas Américas do Sul e Central (BRIGGS et al., 1979) e apresenta
apenas a Myrteae e três subtribos, Myrciinae, Eugeniinae e Myrtinae, que reúnem
aproximadamente 70 gêneros e 2.400 espécies (MCVAUGH, 1968). A taxonomia da
família, entretanto, continua complexa e suas espécies são de difícil classificação e
delimitação (MCVAUGH 1968; BARROSO 1994), o que torna freqüente a citação de
elevado número de xons indeterminados nos levantamentos florísticos e
fitossociológicos (ROMAGNOLO et al., 2003).
26
Figura 01: Partes Aéreas da Plinia glomerata (Berg.).
Fonte: http://toptropicals.com/pics/garden/05/22/2427.jpg
A planta em estudo é conhecida popularmente por “cabeludinha e ameixinha”.
Também possui sinonímias como, Myrciaria glomerata Berg., Eugenia cabelluda
Kiaersk, Eugenia tomentosa Berg. A espécie é genuinamente brasileira, originária
dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e na região sul de Minas Gerais. No
estado de Santa Catarina, atualmente, ocorre apenas na forma de cultivo
(CABELUDINHA, 2005).
O gênero Plinia compreende árvores com altura aproximada de até 8 metros,
apresentando ramos eretos, glabros, escuros e flexíveis. As partes jovens da planta
são recobertas por pêlos brancos. Suas folhas são opostas, na cor verde-escuro,
com pecíolos curtos, são elípticas e agudas, com glândulas translúcidas na folha. As
folhas têm 4 a 7 centímetros de comprimento e possuem nervuras salientes na face
inferior (Figura 01). Suas flores são na maioria das vezes brancas, pequenas e
numerosas. O fruto é em forma de baga, globosa, coroado por uma cicatriz de restos
de flor, casca grossa na cor amarelo-canário, possui uma ou duas sementes
grandes, polpa suculenta e sementes com sabor adstringente (Figura 02)
(CABELUDINHA, 2005).
27
Figura 02: Frutos da Plinia glomerata (Berg.).
Fonte: www.montosogardens.com/plinia_glomerata.htm
Estudos demonstraram que a composição de seu óleo essencial constitui-se
praticamente de germacrene B, α-cadinol, β-elemene, germacrene D e
"caryphyllene" E. Seu extrato também mostrou atividade antimicrobiana contra S.
aureus, P. aeruginosa e B. cepacia (SILVA et al, 2000).
Algumas espécies deste gênero citadas na literatura possuem estudos
químicos e biológicos. Em outros estudos, sobre o potencial do extrato etanólico, foi
observado efeito anti-hiperlipêmico, testado in vivo em ratos com diabetes induzida
por estreptozotocina (RAVI et al., 2005).
Recentemente, SERAFIN e colaboradores (2007) estudaram
fitoquimicamente a Plinia glomerata e relatam o isolamento de dois compostos
fenólicos isolados, ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico e ácido 3,4,3’-trimetóxi-
flavelágico-4’-O-glicosídeo. O presente trabalho propôs-se a dar continuidade aos
estudos de SERAFIN, avaliando diversas possíveis propriedades farmacológicas da
planta.
28
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Animais:
Foram utilizados camundongos Swiss, machos, com idades entre 2 a 3 meses
e peso variando de 25 a 35g. Os animais foram criados e mantidos no Biotério
Central da UNIVALI, aclimatados a temperatura de 23 ± 2 °C com ciclo claro/escuro
tratados com água e ração ad libitum. Os animais permaneceram no ambiente do
teste pelo menos 5h antes da realização dos experimentos com o objetivo de
adaptação dos mesmos, os experimentos foram realizados nos período matutino e
vespertino.
O número de animais que foi utilizado para os diferentes modelos
farmacológicos variou entre 7 a 10 animais por grupo de experimento, baseando-se
em critérios obtidos na literatura para cada experimento realizado.
4.2 Tratamentos:
Os diferentes grupos de animais foram pré-tratados com os extratos,
metanólico (EMB) e acetônico (ACT), e compostos, ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico
(CP1) e ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-4’-O-glicosídeo (CP2), em diversas doses,
30 min antes dos testes pela via intraperitoneal (i.p.) e 60 min antes dos testes pela
via oral (v.o.). Comparativamente, foi feito um grupo controle para cada experimento,
no qual os animais receberam apenas solução veículo nas mesmas condições dos
ensaios. Para todos os tratamentos administrou-se o volume de 0,10 ml para 10 g de
peso.
29
4.3 Critérios Éticos:
Os procedimentos de pesquisa envolvendo animais nos experimentos da dor
seguiram os princípios internacionais orientados para a pesquisa em dor com
animais (ZIMMERMANN, 1983). Considerando estes aspectos éticos mais
conscientes, a eutanásia dos animais foi realizada pela técnica do deslocamento
cervical, a fim de evitar ao ximo o sofrimento desnecessário (MENEZES, 2002).
Para os demais experimentos utilizaram-se os critérios éticos estabelecidos pelo
COBEA (Colégio Brasilieiro de Experimentação Animal)
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da
UNIVALI, sob n
o
116/06 de 19 de maio de 2006.
4.4 Reagentes:
Para os ensaios farmacológicos foram utilizados diversos reagentes, em
diferentes doses, suas respectivas doses foram: Solução Salina (NaCl 0,9%),
utilizado para diluição; Cloridrato de morfina (Merck AG, Darmstadt, Alemanha) na
concentração de 5mg/Kg; Ácido Acético, diluição de 0,6%, dose de 0,10 l/Kg;
Formaldeído (Merck AG, Darmstadt, Alemanha) diluição de 2,5%, dose utilizada 20
µL/pata; Capsaicina (Companhia Química Sigma, St. Louis, USA) dose utilizada de
20 µL/pata; Carragenina, diluição de 1%, dose utilizada 0,1 mL/pata; Glutamato,
10µmol/pata; Óleo de Cróton; Pentobarbital (Companhia Química Sigma, St. Louis,
USA) dose utilizada 50 mg/Kg; Diazepam (Cristália, Brasil) na dose de 0,75 mg/Kg;
Pentilenotetrazol (Companhia Química Sigma, St. Louis, USA) dose utilizada 80
mg/Kg; Estricnina (Companhia Química Sigma, St. Louis, USA) dose utilizada 4
mg/Kg; Imipramina (Companhia Química Sigma, St. Louis, USA) dose utilizada 30
mg/Kg.
30
4.5 Obtenção dos extratos:
Para a preparação dos extratos foram utilizadas as partes aéreas de P.
glomerata, coletadas na Epagri/Itajaí, cuja excicata está depositada no Herbário
Barbosa Rodrigues com VC Filho 52. O material foi seco em estufa a 40 ºC, e
moído para a apuração dos extratos. Os extratos e compostos foram obtidos pela
mestre Msc Cláudia Serafin e sob a orientação do Dr. Prof. Valdir Cechinel-Filho,
nos Laboratórios de Química do Núcleo de Investigações Químico-Farmacêuticas
(NIQFAR) da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).
4.6 Preparação dos extratos brutos:
As folhas foram macerados com dois eluentes diferentes: acetona e,
posteriormente, o mesmo material foi macerado com metanol, ambos por sete dias.
Após este período, o macerado foi filtrado e recolhido e, em seguida, concentrado
em evaporador rotatório sob pressão reduzida até a secura, obtendo-se o extrato
acetônico bruto (ACT) e o extrato metanólico (EMB), respectivamente, o
procedimento detalhado pode ser verificado em SERAFIN et al., 2007.
4.7 Preparação dos compostos:
Todos os compostos foram isolados nos Laboratórios de Química do Núcleo
de Investigação Químico-Farmacêuticas (NIQFAR) da Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI). Para utilização dos compostos, os mesmos foram dissolvidos em solução
salina 0,9% e dimetil sulfóxido (DMSO) no momento de cada teste.
Os compostos foram isolados a partir do extrato ACT, parte deste extrato foi
cromatografado utilizando siliga gel, gerando no final do processo os compostos
fenólicos, ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico (CP1) e ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-
31
4’-O-glicosídeo (CP2). O procedimento detalhado pode ser verificado em SERAFIN
ET AL., 2007.
4.8 Ensaios Farmacológicos:
4.8.1 Atividade Antinociceptiva:
4.8.1.1 MODELO DE DOR INDUZIDA PELO ÁCIDO ACÉTICO
A resposta nociceptiva foi induzida pela injeção i.p. de ácido acético (0,6%),
diluído em solução salina NaCl (0,9%), num volume de 0,10 l/kg. Após a injeção do
ácido acético, os animais foram colocados sob funis de vidro individuais e durante a
observação, o número de contorções abdominais foi quantificado, cumulativamente,
durante um período de 20 min. Estas consistem na contração da musculatura
abdominal, juntamente com a extensão de uma das patas posteriores. Após o
tratamento com os extratos e compostos em estudo em diferentes doses, esperou-
se 30 ou 60 min e procedeu-se à injeção do ácido acético. A atividade
antinociceptiva foi então determinada tomando-se como base a inibição do número
de contorções abdominais dos animais pré-tratados com o extrato ou compostos,
comparados com o mero de contorções abdominais dos animais controle
veículo (COLLIER et al., 1968; SOUZA et al., 2003).
4.8.1.2 MODELO DE DOR INDUZIDA PELA FORMALINA
O modelo foi realizado segundo HUSKAAR e colaboradores (1985) com
pequenas modificações. Este modelo permite avaliar dois tipos diferentes de dor: a
dor de origem neurogênica, ou seja, aquela que é decorrente da estimulação direta
32
dos neurônios nociceptivos e a dor inflamatória, aquela decorrente ou caracterizada
pela liberação de mediadores inflamatórios. Após trinta minutos do tratamento com
os extratos, EMB e ACT, ambos nas concentrações de 5, 10 e 20 mg/Kg, pela via
intraperitoneal e os compostos em teste, CP1 e CP2, ambos na concetração de 10
mg/Kg, pela mesma via, em teste em diferentes doses, os animais receberam pela
via intraplantar 20µL de solução formalina (2,5%), resultante da diluição de
formaldeído 0,92% em solução salina e, foram imediatamente colocados sob um
funil de vidro invertido ao lado de um espelho para auxiliar na observação. Foi
registrada durante os 5 minutos iniciais a dor de origem neurogênica, expressa pelo
tempo gasto com o comportamento de lamber ou morder a pata injetada. Após 15
min ocorreu o início da segunda fase do processo doloroso induzido pela formalina,
a dor inflamatória. O período de observação da segunda fase foi de 15 minutos,
sendo o tempo total do teste de 30 minutos (HUNSKAAR et al., 1985)
Ao final do tempo de observação os animais foram sacrificados por
deslocamento cervical e as patas posteriores foram cortadas na junção tíbio-tarsal e
pesadas em balança analítica para quantificação do edema induzido pela formalina.
A relação entre a diferença de peso das patas injetadas com formalina e das
injetadas com salina foi considerada como índice do edema e expressa em g
(SOUZA et al. 2003).
4.8.1.3 MODELO DE DOR INDUZIDA PELA CAPSAICINA
Para este teste, os animais passaram, inicialmente, por um período de
adaptação de 20 minutos sob o funil de vidro e em seguida receberam os extratos
em teste, EMB e ACT, ambos nas concentrações de 3, 6 e 10 mg/Kg, pela via
intraperitoneal e os compostos em teste, CP1 e CP2, ambos na concetração de 10
mg/Kg, pela mesma via. Após 30 minutos foi aplicado, via intraplantar em uma das
patas posteriores, 20µL de capsaicina na dose de 1,6 µg/pata, dissolvida em solução
contendo 7% de Etanol em 93% de Solução Salina. Após a aplicação, os animais
foram imediatamente recolocados sob o funil de vidro. O tempo gasto em morder ou
lamber a pata injetada foi cronometrado por um período de 5 minutos, sendo este o
indicativo de dor (SAKURADA et al., 1992; LIN et al., 2004).
33
4.8.1.4 TESTE DA PLACA QUENTE (HOT PLATE)
Para este modelo, os animais foram pré-selecionados, 24 h antes do teste,
para verificação do limiar nociceptivo. Os animais foram submetidos ao teste sem
qualquer tratamento e aqueles cujo limiar foi maior que 20s foram descartados.
O teste foi realizado de acordo com o método descrito por EDDY e
LEIMBACK (1953). Os animais receberam pela via intraperitoneal os extratos
testados, EMB nas doses de 10, 30, 60 e 120 mg/Kg, e ACT nas doses de 30, 60 e
120 mg/Kg e o composto em teste, CP2, nas concetrações de 10, 30 e 60 mg/Kg,
pela mesma via. Após 30 minutos os animais foram colocados sobre uma placa
quente imersa em banho-maria previamente aquecido a 56
o
C (+1). O tempo (em
segundos) em que cada animal levou para lamber, morder ou levantar as patas foi
cronometrado e considerado indicativo de dor. O tempo máximo permitido aos
animais para permanecerem sobre a placa foi de 30 segundos para evitar danos
teciduais causados pelo aquecimento (EDDY, LEIMBACK, 1953).
4.8.1.5 MODELO DE DOR INDUZIDA PELO GLUTAMATO
Para este teste, os animais passaram por um período de adaptação de 20
minutos sob o funil de vidro e em seguida receberam os extratos, EMB e ACT ambos
na concentração de 10 mg/Kg, e os compostos, CP1 e CP2, também na mesma
concentração, pela via intraperitoneal. Após 30 minutos foi aplicado, via intraplantar
em uma das patas posteriores, 20µL de glutamato na dose de 10µmol/pata,
dissolvido em solução salina. Após a aplicação, os animais foram imediatamente
recolocados sob o funil de vidro. O tempo gasto em morder ou lamber a pata
injetada foi cronometrado por um período de 15 minutos, sendo este o indicativo de
dor (BEIRITH et al., 2002).
Os animais controle receberam igual volume de veículo utilizado para diluir os
extratos e compostos.
34
4.8.2 Atividade Antiedematogênica
4.8.2.1 EDEMA DE ORELHA EM CAMUNDONGO INDUZIDO POR ÓLEO DE
CRÓTON
O efeito antiedematogênico dos extratos foi avaliado através do modelo de
edema induzido na orelha de camundongospelo óleo de cróton. Tal modelo é
amplamente utilizado na pesquisa da atividade de agentes antiinflamatórios de uso
tópico. Os extratos, EMB e ACT, ambos nas concentrações de 10, 20 e 30 mg/Kg,
controles, negativo (veículo) e positivo (Indometacina 10 mg/Kg) foram aplicados na
orelha direita dos animais e, após um período de absorção de 1h foi aplicado o
agente irritante diluído em acetona. O edema foi medido através da diferença de
espessura da orelha do animal antes e depois do tratamento com auxílio do
aparelho micrômero (OLAJIDE et al., 2000).
4.8.3 Atividade Central
4.8.3.1 TESTE DO CAMPO ABERTO (OPEN FIELD)
Os extratos foram administrados nas doses de 10, 100 e 300 mg/Kg para
ambos os extratos em estudo, EMB e ACT. Após o período de tratamento de 30 min,
os animais foram colocados em um aparato, que consiste em um campo aberto de
madeira com uma das paredes transparente e chão preto, dividido em 9 quadrantes
idênticos (NAHAS, 1999). Por 5 min, foram observados o número de cruzamentos
entre os quadrantes (crossings) e o número de atividade exploratória (rearings),
caracterizada pela elevação do corpo com sustentação nas patas traseiras (rearings)
(MONTGOMERY, 1955; NAHAS, 1999; SOUZA et al., 2003).
35
4.8.3.2 MODELO DE INDUÇÃO DO SONO INDUZIDO POR BARBITÚRICO
Os animais receberam os extratos, EMB e ACT, 30 minutos antes da
administração de pentobarbital sódico (50 mg/Kg), via intraperitoneal, nas dose de
100 mg/Kg, e, foram colocados, imediatamente sob funis de vidro. Foi cronometrado
o tempo de latência para o sono, representado pela perda do reflexo postural, bem
como o tempo total de sono, representado pela recuperação do reflexo postural
(CARLINI et al., 1986).
4.8.3.3 MODELO DO ANTAGONISMO DE CONVULSÃO INDUZIDA POR
PENTILENOTETRAZOL
Os animais foram tratados com os extratos, EMB e ACT e, 30 minutos depois,
receberam uma injeção subcutânea de Pentilenotetrazol (PTZ), 80 mg/Kg, e foram
imediatamente colocados em gaiolas para observação. Foi registrada a latência para
a primeira crise convulsiva até um período de 60 minutos após a aplicação do PTZ
(SWINYARD et al., 1952; SOUZA et al., 2003).
4.8.3.4 MODELO DO ANTAGONISMO DE CONVULSÃO INDUZIDA POR
ESTRICNINA
O modelo da estricnina fornece a informação que o extrato e/ou fração que
nele for efetivo possui atividade anticonvulsivante por mecanismos distintos
daqueles observados no modelo do PTZ.
A metodologia do teste segue os mesmos padrões do modelo do
antagonismo de convulsão induzida por PTZ, utilizando neste teste a estricnina na
dose de 4 mg/Kg.
36
4.8.3.5 MODELO DE ANSIEDADE, O TESTE DO LABIRINTO EM CRUZ ELEVADA
O Labirinto em Cruz Elevado (LCE) consiste em um aparato com dois braços
abertos (30 x 5 x 25 cm) e dois braços fechados (30 x 5 x 25 cm) em forma de cruz
grega. Os braços estão conectados por uma área central (5 x 5 cm), as paredes
podem ser de acrílico transparente e o LCE deve estar a uma altura de 45 cm do
chão.
As medidas comportamentais registradas foram: a freqüência de entradas e o
tempo despendido nos braços abertos e nos fechados. A freqüência total de
entradas é obtida pela soma simples das freqüências de entradas nos braços
abertos e nos fechados. Para análise estatística dos dados e confecção dos
gráficos, a percentagem de entradas no braço aberto é calculada dividindo-se a
freqüência de entradas nos braços abertos pela freqüência total de entradas e esse
índice multiplicado por 100 (% FA = FA/FA + FF x 100). De maneira semelhante é
calculada a percentagem do tempo em que os animais permaneceram nos braços
abertos em relação ao somatório do tempo de permanência nos braços abertos e
fechados, sendo o quociente obtido multiplicado por 100 (RODGERS; COLE, 1994).
Foi considerado entrada em um dos braços quando um animal colocou as quatro
patas dentro do respectivo braço.
Para realizar estes experimentos foram utilizados os extratos EMB e ACT,
ambos na dose de 100 mg/Kg, pela via intraperitoneal e após 30 min os animais
foram colocados individualmente no LCE, na posição voltada para um dos braços
fechados e seu comportamento observado por 5 min (FILE et al., 1985). Neste
modelo dois grupos controle foram utilizados, um negativo, onde os animais
receberam apenas o veículo e outro positivo, onde os animais receberam diazepam,
na dose de 0,75 mg/Kg (PELLOW et al., 1985; PELLOW, FILE, 1986).
4.8.3.6 MODELO DE DEPRESSÃO – TESTE DO NADO FORÇADO
O teste foi desenvolvido por PORSOLT et al. (1977) e adaptado por BORSINI
et al. (1986). Baseia-se na analogia com o comportamento de anedonia (ausência
de prazer) que pacientes depressivos apresentam.
37
Após o tratamento, os animais foram colocados em um tanque de vidro
contendo 19 cm de água à temperatura de 23°C, de modo que por mais que se
esforçassem não conseguiam fugir. O parâmetro observado foi o tempo de
imobilidade dos animais adquiridos após o esforço desprendido para sair do tanque.
Cada animal foi considerado imóvel quando movimentou somente o suficiente para
evitar o afundamento. Esse comportamento indica um estado de desesperança do
animal, após ter percebido que a fuga é impossível (PORSOLT et al., 1977).
Os compostos foram administrados pela via intraperitoneal e após 30 minutos
os animais foram submetidos aos testes durante 6 minutos. Dois grupos foram
testados como controle, um positivo (imipramina 30 mg/Kg) e um negativo (salina).
4.9 Análise Estatística
Os resultados foram apresentados como média ± erro padrão da média,
exceto a DI
50
(dose que reduz a resposta para 50% em relação ao grupo controle),
que foi apresentada como dia geométrica acompanhada de seu respectivo limite
de confiança em nível de 95%. Os dados foram submetidos a ANOVA e quando
necessário aos testes pos hoc de Dunnett. Valores de p < 0,05 ou menos foram
considerados como indicativos de significância. As DI
50
foram estimadas a partir de
experimentos individuais utilizando o método de regressão linear através do
programa “Graph Pad Prism”.
38
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Atividade Antinociceptiva:
A primeira propriedade farmacológica avaliada no presente estudo foi a
propriedade antinociceptiva. A atividade antinociceptiva dos dois extratos da planta
foi avaliada através de testes cuja indução do estímulo doloroso é químico (teste do
ácido acético, formalina, capsaicina e glutamato), bem como o teste cujo estímulo
doloroso é térmico (teste da placa quente).
5.1.1 Efeito dos extratos no teste de dor induzido pelo ácido acético
Para efeitos de melhor compreensão dos resultados a serem discutidos na
seqüência nas figuras apresentadas, as barras escuras representam o controle
negativo (veículo no qual os extratos foram dissolvidos) e as barras mais claras
correspondem aos tratamentos com os extratos nas diversas doses utilizadas.
Na figura 03 estão representados os resultados obtidos com o extrato EMB
em três concentrações distintas (3, 6 e 10 mg/Kg). Conforme a Figura 03, o EMB
promoveu efeito do tipo dose-dependente ao inibir de forma estatisticamente
significativa o número de contorções abdominais dos animais, quando administrado
pela via intraperitoneal. A inibição máxima (IM) do EMB foi de 70,25% e a DI
50
calculada foi de 3,28 (1,63 – 6,61) mg/Kg.
39
Figura 03: Atividade analgésica do extrato EMB (Extrato Metanólico bruto), nas doses de 03, 06 e 10
mg/Kg, no modelo de dor induzido por ácido acético, administrados intraperitonealmente. O número
dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio
(EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o
grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Um perfil farmacológico semelhante foi observado com o extrato acetônico
(ACT), mostrado na figura 04. Porém, as doses utilizadas foram em maior
concentração do que EMB (10, 20 e 30 mg/Kg). Para o extrato ACT a IM calculada
foi de 64,55% e a DI
50
foi de 24,79 (16,57 – 37,09) mg/Kg.
Figura 04: Atividade analgésica do extrato ACT (Extrato Acetônico), nas doses de 10, 20 e 30 mg/Kg
e fármacos usados como referência, na dose de 10 mg/Kg, no modelo de dor induzido por ácido
acético, administrados intraperitonealmente. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10.
As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes
(**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do
teste Dunnet.
Quando administrados por via oral e avaliados no mesmo modelo
farmacológico, EMB e ACT também produziram efeito antinociceptivo. No primeiro
caso (figura 05) o efeito observado foi praticamente similar, mesmo com o aumento
40
crescente das doses, sendo a IM foi observada na dose de 500 mg/Kg de 32,62%.
Por outro lado, o efeito antinociceptivo do ACT, foi observado com doses menores
(100, 150 e 300 mg/Kg) sendo a IM obtida de 54,05% e a DI
50
de 208,71 (186,26
233,91) mg/Kg. (figura 06).
Figura 05: Atividade analgésica do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto), nas doses de 100, 150,
300 e 500 mg/Kg, no modelo de dor induzido por ácido acético, administrados pela via oral. O número
dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio
(EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando comparadas com o grupo
controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Figura 06: Atividade analgésica do extrato ACT (Extrato Acetônico), nas doses de 100, 150 e 300
mg/Kg, no modelo de dor induzido por ácido acético, administrados pela via oral. O número dos
animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM).
Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando comparadas com o grupo controle,
utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Devido aos bons resultados produzidos pelos extratos, especiamente o
extrato ACT, nos modelos farmacológicos de analgesia, os compostos fenólicos
isolados deste extrato, ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico (CP1) e ácido 3,4,3’-
41
trimetóxi-flavelágico-4’-O-glicosídeo (CP2),
foram avaliados farmacologicamente
quanto à sua propriedade antinociceptiva. A atividade antinociceptiva dos dois
compostos isolados desta planta foi avaliada através dos mesmos testes que os
extratos EMB e ACT. Foram examinados, a indução do estímulo doloroso químico,
teste do ácido acético, formalina e capsaicina, bem como o teste cujo estímulo
doloroso é térmico pelo modelo da placa quente, resultados que serão apresentados
posteriormente.
Na figura 07 estão representados os resultados obtidos com o composto CP1
em três concentrações distintas (1, 3 e 10 mg/Kg). Conforme observado, o CP1
promoveu efeito do tipo dose dependente ao inibir de forma estatisticamente
significativa o número de contorções abdominais dos animais, quando administrado
pela via intraperitoneal.
A inibição máxima (IM) do CP1 foi de 97,62 % na dose de 10 mg/Kg, e a DI
50
calculada foi de 10,81 µmo/Kg (5,5 – 21,25).
Figura 07: Atividade analgésica do composto CP1 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico), nas doses de
01, 03 e 10 mg/Kg, no modelo de dor induzido por ácido acético, administrados intraperitonealmente.
O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão
Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando comparadas com o
grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
No mesmo modelo, o extrato CP2, igualmente foi testado nas doses de 01, 03
e 10 mg/Kg, pela via intraperitoneal. Como pode ser observado na figura 08 o
extrato CP2 do mesmo modo ao CP1 apresentou atividade em diminuir de forma
significativa o número de contorções produzidas pelo ácido acético, porém, para este
composto (CP2) promoveu o efeito antinociceptivo de forma dose-dependente. Para
42
o composto CP2 a IM foi de 94,33 % e a DI
50
calculada foi de 2,53 µmol/Kg (1,82
3,51).
Figura 08: Atividade analgésica do extrato CP2 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-4’-O-glicosídeo),
nas doses de 01, 03 e 10 mg/Kg, no modelo de dor induzido por ácido acético, administrados
intraperitonealmente. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais
indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando
comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Como pode ser observado na tabela 01, o extrato EMB apresentou maior
potência que ambos os fármacos de referência que foram utilizados para efeito
comparativo, o extrato EMB, administrado pela via intraperitoneal, apresentou uma
DI
50
calculada de 3,28 (1,63 6,61) mg/Kg, aproximadamente de 5 vezes mais
potente que a Indometacina, que apresentou a DI
50
17,97 (15,49 20,85) mg/Kg, e
15 vezes mais potente que o AAS, DI
50
51,48 (44,93 58,98) mg/Kg, também
administrados pela mesma via. o extrato ACT, com DI
50
24,79 (16,57 - 37,09)
mg/Kg, apresentou-se com potência 2 vezes maior que o AAS, porém com menor
potência quando comparado com a Indometacina. Tais resultados também ocorrem
quando comparado os resultados do extrato ACT, agora administrado pela via oral,
com os respectivos fármacos, AAS e Indometacina, também administrados pela
mesma via.
Na mesma tabela, pode-se observar que ambos os compostos também
apresentaram eficácia frente ao modelo do ácido acético. Quando correlacionado os
valores de DI
50
, 10,8 (5,5 21,3) µmol/Kg para o CP1 e 2,5 (1,8 3,5) µmol/Kg para
o CP2, com os valores de DI
50
dos fármacos de referência, 46,5 (34,7 51,4)
43
µmol/Kg para a Indometacina e 133,1 (73,0 243,3) µmol/Kg para o AAS, pode-se
oberver que ambos os compostos apresentaram maior potência que os rmacos,
em especial o CP2, que apresentou potência 18 vezes maior que a Indometacina e
53 vezes maior que o AAS.
Tratamento / Administração IM (%) DI
50
(mg/Kg) DI
50
mol/Kg)
EMB i.p. 70,3 3,28 (1,63 – 6,61)
ACT i.p. 64,5 24,79 (16,57 – 37,09)
EMB v.o. 37,8 Não calculado
ACT v.o. 58,7 208,71 (186,26 – 233,91)
CP1 i.p. 97,6 3,9 (1,98 – 7,65) 10,8 (5,5 – 21,3)
CP2 i.p. 94,3 1,3 (0,95 – 1,83) 2,5 (1,8 – 3,5)
Indometacina i.p. 70,6 17,97 (15,49-20,85) 46,5 (34,7 – 51,4)
Indometacina v.o. 72,0 189,95 (142,51 – 253,17) ----------------
AAS i.p. 90,1 51,48 (44,93 - 58,98) 133,1 (73,0 – 243,3)
AAS v.o. 64,5 364,1 (303,4 – 437,0) ----------------
Tabela 01: Comparação da potencia e eficácia dos extratos, EMB e ACT, e compostos, CP1 e CP2,
com fármacos analgésicos tradicionais no modelo de indução de contorções pelo ácido acético.
Dentre os modelos de nocicepção utilizados neste trabalho, o teste de
contorções abdominais induzidas pelo ácido acético é um modelo relativamente
simples e com pouca especificidade, mas de fácil observação e com boa
sensibilidade a várias drogas analgésicas. Este modelo detecta drogas de ação
central e periférica. Além disso, os resultados obtidos com as várias classes de
drogas analgésicas neste modelo mostram boa correlação com a ação analgésica
encontrada em outros modelos pré-clínicos, como formalina e capsaicina (COLLIER
et al., 1968).
O processo inflamatório é iniciado por um agente agressor ou flogístico que
provoca lesão tecidual. Esta lesão induz liberação de histamina dos grânulos
localizados nos mastócitos, células teciduais, que é responsável pela formação do
processo inflamatório, que termina com a liberação de prostaglandina, um dos
agentes causadores da dor inflamatória (GOODMAN et al., 1996). DERAEDT e
colaboradores (1980) constataram através da técnica de radioimunoensaio, que
44
altos níveis de prostaglandinas PGE2 e PGF2 estão presentes no exudato
peritoneal de ratos, obtidos após injeção intraperitoneal de acido acético, durante os
primeiros 30 minutos após sua administração.
O ácido acético atua na liberação de prostaglandinas, mas também atua
indiretamente na liberação de mediadores endógenos envolvidos na modulação da
nocicepção, incluindo a bradicinina, serotonina e histamina. Além disso, estudos
mostram que a nocicepção induzida pelo ácido acético depende da liberação de
citocinas, como a interleucina 1 (IL-1), a interleucina 8 (IL-8) e o fator de necrose
tumoral (TNF-), a partir de macrófagos e basófilos residentes na cavidade
abdominal, e que em conjunto com os outros mediadores, podem induzir a
nocicepção característica observada neste modelo (RIBEIRO et al., 2000).
Utilizando este teste foi possível demonstrar, que ambos os extratos testados,
EMB e ACT, além dos compostos, CP1 e CP2, pela via intraperitoneal, produziram
inibição do número de contorções abdominais de forma estatisticamente
significativa. Pode-se completar que ambos os compostos, CP1 e CP2, produziram
efeitos mais expressivos que os extratos, EMB e ACT, neste modelo. Estes
resultados sugerem, portanto, que o efeito antinociceptivo causado pelos extratos e
compostos, pode decorrer da liberação direta ou indireta de mediadores induzidos
pelo ácido acético, possivelmente os compostos CP1 e CP2 são os responsáveis ou
contribuem para os efeitos observados nos extratos.
Como observado, quando se alterou a via de administração dos extratos, para
via oral, os resultados se mantiveram. Ambos os extratos produziram atividade
estatisticamente significativa, porém no extrato EMB não foi observado à relação de
dose-dependência, que fora apresentado na via intraperitoneal e pode-se concluir
que ambos os extratos, EMB e ACT, possuam atividade pela via oral, demonstrando
que ambos são absorvidos pelo trato gastrintestinal.
Embora as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético representem
um modelo de nocicepção periférica, o qual consiste de estímulos de alta
intensidade e a resposta nociceptiva de curta duração, ressalta-se que este não é
um modelo específico, uma vez que diferentes classes de substâncias também
inibem as contorções. São elas: os hipotensores, depressores e estimulantes do
SNC (HENDERSHOT, FORSAITH, 1959), anti-histamínicos (YEH, 1985) e
antidepressivos tricíclicos (TAKAHASHI, PAZ, 1987). Portanto, a interpretação da
45
redução da dor através do estímulo pelo ácido acético, deve ser efetuada de forma
cautelosa em conjugação com outros testes.
5.1.2 Efeito dos extratos no teste de dor induzida pela formalina
Os extratos também foram testados no modelo de dor induzida pela formalina.
Neste modelo, a primeira fase corresponde aos primeiros 5 min do teste e reflete o
comportamento do animal frente ao estímulo químico da formalina, diretamente
sobre as fibras sensitivas, portanto, dor neurogênica. a segunda fase,
corresponde aos últimos 15 min do teste, onde o processo doloroso está sendo
desencadeado pela presença de mediadores do processo inflamatório. Neste
período se observa formação do edema na pata do animal (HUNSKAAR, HOLE,
1987). Conseqüentemente, no modelo pode-se observar então dois tipos de dores
distintas.
Na figura 09, observa-se que o EMB foi efetivo ao reduzir o processo doloroso
induzido pela formalina nas duas fases do processo doloroso induzido por ela, figura
7 A e B. Entretanto, a efetividade é maior na fase inflamatória (B) quando comparada
à fase neurogência (A). A IM calculada para a fase I foi somente de 17,75 %
enquanto que na fase II obteve-se 92,96 % de inibição do processo doloroso. Na
segunda fase, além da maior efetividade (IM de 92,96%), observa-se também que o
efeito ocorre de forma dose-dependente. Por outro lado, os resultados observados
sugerem um efeito significativo da dor inflamatória, sem, no entanto, ter ocorrido a
diminuição de sinal do processo inflamatório que é a formação do edema (Figura 7
C).
46
Figura 09: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto), administrado nas concentrações de 5,
10 e 20 mg/Kg, pela via intraperitoneal, na Fase I fase neurogênica (A), Fase II fase inflamatória
(B) e no peso do edema de pata (C), no modelo de dor induzida pela formalina. O número dos
animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM).
Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo
controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
47
Perfil farmacológico semelhante, mas, bem mais pronunciado foi observado
com o extrato ACT (figura 10). Na segunda fase do modelo da formalina observou-se
100% de inibição do processo doloroso com a dose de 20 mg/Kg, além disso, com
essa dose também se observou inibição do edema de pata induzido pela formalina
(figura 10C). Os resultados sugerem que nesse extrato podem estar concentrados
princípios ativos com propriedades tanto antinociceptiva como antiedematogênicas,
os quais podem estar inibindo tanto o processo doloroso como a formação do
edema.
Figura 10: Efeito do extrato ACT (Extrato Acetônico), administrado nas concentrações de 5, 10 e 20
mg/Kg, pela via intraperitoneal, na Fase I fase neurogênica (A), Fase II fase inflamatória (B) e no
peso do edema de pata (C), no modelo de dor induzida pela formalina. O número dos animais usados
para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam
diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se
ANOVA seguida do teste Dunnet.
48
Na figura 11, observa-se que somente o composto CP2 foi efetivo em reduzir
o processo doloroso induzido pela formalina nas duas fases de forma
estatisticamente significava, como pode ser observado a efetividade é maior na fase
neurogência (A) quando comparada à fase inflamatória (B), este resultado se de
forma diferente aos resultados obtidos com os extratos, uma vez que, para os
extratos a efetividade foi maior na fase inflamatória quando comparada com a fase
neurogênica (Figura 9 A e B e 10 A e B).
Ambos os compostos neste modelo foram testados na dose única de 10
mg/Kg, pela via intraperitoneal. Na primeira fase, onde ambos apresentaram
atividade em diminuir o tempo despendido pelos animais em lamber ou morder a
pata injetada com formalina. A inibição foi de 67 e 60,7 %, respectivamente para
CP1 e CP2. Na segunda fase, somente o CP2, apresentou atividade
estatisticamente significativa com IM de 53,4 %, assim como atuando na diminuição
de 28, 2 % da formação do edema (Figura 11C), igualmente ao extrato ACT.
Figura 11: Efeito dos compostos CP1 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico) e CP2 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-
flavelágico-4’-O-glicosídeo), administrados na concentração de 10 mg/Kg, pela via intraperitoneal, na
Fase I fase neurogênica (A), Fase II fase inflamatória (B) e no peso do edema de pata (C), no
modelo de dor induzida pela formalina. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As
barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes
(**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do
teste Dunnet.
49
A dor causada pela injeção intraplantar de formalina é caracterizada por
vigorosas lambidas, mordidas e batidas na pata injetada com o agente flogístico. O
modelo é utilizado por muitos pesquisadores devido a características bastante
peculiares, como avaliar o efeito das drogas em dois tipos de dor, neurogênica e
inflamatória. Conforme discutido anteriormente, a primeira fase da nocicepção inicia-
se logo após a injeção de formalina e está ligada à estimulação química direta dos
nociceptores (HUNSKAAR et al., 1985), predominantemente das fibras aferentes do
tipo C, em parte, as do tipo A (HEAPY, JAMIESON, RUSSELL, 1987), estando
associada à liberação de aminoácidos excitatórios, óxido nítrico e substância P,
entre outros (HUNSKAAR, HOLE, 1987). A segunda fase ocorre entre 15 – 30
minutos após a injeção de formalina e está relacionada principalmente com a
liberação de vários mediadores pró-inflamatórios como substância P, bradicinina,
histamina, prostaglandinas e serotonina, além da bradicinina em seu segundo pico
de liberação (HUNSKAAR et al., 1985; SHIBATA et al., 1989; SANTOS, CALIXTO,
1997).
A atividade antinociceptiva dos extratos e compostos foi confirmada na
nocicepção induzida pela injeção de formalina em camundongos. Esse modelo
descrito inicialmente em gatos e ratos por DUBUISSON e DENNIS (1977), e
moddificada para camundongos por HUNSKAAR e HOLE (1987), vem desde então,
sendo sistematicamente empregada para o estudo de drogas analgésicas
(HUNSKAAR et al., 1985; ROSLAND 1991; CORREA e CALIXTO, 1993; SANTOS e
CALIXTO, 1997b)
Os resultados do presente estudo confirmam que os extratos EMB e ACT
produziram efeito antinociceptivo significativo de forma dose dependente em relação
a ambas as fases da nocicepção induzida pela formalina, sendo, contudo mais
efetivos na segunda fase desse modelo. Os compostos CP1 e CP2 também
apresentaram resultados estatisticamente significativos no modelo, em especial o
composto CP2 que produziu efeito significativo em ambas as fases, mostrando maior
efeito na primeira fase, dor neurogênica.
Dessa forma, os resultados no teste da formalina reforçam a hipótese que
esta planta é dotada de importante atividade antinociceptiva e/ou aintiinflamatória.
50
5.1.3 Efeito dos extratos no teste da dor induzida pela capsaicina
Para avaliar melhor a atividade do extrato sobre a dor neurogênica, uma vez
que no processo doloroso causado pela formalina na primeira fase (aguda ou
neurogênica) foi obtida uma inibição de 47,75% para o extrato EMB e 45,6% para o
extrato ACT, foi também utilizado o modelo de dor, induzido por capsaicina. Os
resultados representados na figura 12 demonstram que ambos os extratos, EMB
(figura A) e ACT (figura B), administrados nas doses de 03, 06 e 10 mg/Kg pela via
intraperitoneal, foram efetivos em reduzir o processo doloroso induzido pela
capsaicina, tendo o ACT maior efeito, com IM de 66,41%, quando comparado ao
EMB, com IM de 54,44%. Também em termos de potência o extrato ACT se mostrou
levemente mais potente, com DI
50
= 6,56 (5,69 7,65) mg/Kg quando comparado ao
EMB, DI
50
= 7,68 (4,94 – 11,93) mg/Kg.
Figura 12: Efeito do extrato A EMB (Extrato Metanólico Bruto) e B - ACT (Extrato Acetônico),
administrados nas concentrações de 3, 6 e 10 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de dor
induzida pela capsaicina. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais
indicam o Erro Padrão dio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05)
quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
51
No mesmo modelo, tanto o composto CP1 como CP2 foram administrados na
dose 10 mg/Kg, por via intraperitoneal. Os compostos foram efetivos em reduzir o
processo doloroso induzido pela capsaicina em comparação ao controle, sendo a IM
calculada para CP1 de 40,3 % e CP2 37,9 % (Figura 13).
Figura 13: Efeito dos compostos CP1 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico) e CP2 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-
flavelágico-4’-O-glicosídeo), administrados na concentração de 10 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no
modelo de dor induzida pela capsaicina. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As
barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes
(**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do
teste Dunnet.
A capsaicina é uma amina neurotóxica, extraída da pimenta vermelha, que,
quando aplicada na pele ou injetada em animais, produz irritação caracterizada por
reação dolorosa e subseqüente à dor induzida quimicamente. Estudos
demonstraram que a capsaicina atua através da ativação de receptores específicos,
que foram denominados receptores vanilóides, em especial do tipo 1 (RV1). Esses
receptores estão presentes principalmente nos gânglios da raiz dorsal da medula
espinhal (CATERINA et al., 1997). Estudos apontam que estes receptores estão
acoplados a um canal iônico de cálcio, que quando ativado, induz à liberação de
neuropeptídeos como a substância P, neurocinina A e B, entre outros (CATERINA et
al., 1997; SZALLASI; BLUMBERG, 1999).
Os resultados apresentados com os extratos EMB e ACT e compostos, CP1 e
CP2, no modelo em questão, juntamente com aqueles obtidos na primeira fase do
modelo de dor induzido pela formalina sugerem que os mesmos atuam na dor
neurogênica, porém através de mecanismos dessemelhantes.
52
5.1.4 Efeito dos extratos no teste da placa quente
Nas figuras 14 e 15 estão representados os resultados referentes ao modelo
de dor induzida pelo calor, através do modelo da placa quente. Os extratos, EMB
(figura 14), administrado nas doses de 10, 30, 60 e 120 mg/Kg, e ACT, administrado
nas doses de 10, 30, 60 e 100 mg/Kg, ambos pela via intraperitoneal, produziram
aumento do limiar nociceptivo dos animais de forma estatisticamente significante.
Nas doses mais elevadas, o EMB aumentou em 79,7 % o limiar nociceptivo
enquanto que ACT aumento em 49,1 %.
Figura 14: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto), administrado nas concentrações de 10,
30, 60 e 120 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de dor induzida pela placa quente. O número
dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio
(EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando comparadas com o grupo
controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
53
Figura 15: Efeito do extrato ACT (Extrato Acetônico), administrado nas concentrações de 10, 30, 60 e
120 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de dor induzida pela placa quente. O número dos
animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM).
Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo
controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Para este modelo, o composto CP1 não pode ser aplicado devido a pouca
quantidade fornecida. Sendo assim, somente o composto CP2 foi utilizado, nas
doses de 10, 30 e 60 mg/Kg, administrado pela via intraperitoneal. Como pode ser
observado na figura 16, em todas as doses utilizadas, o composto CP2 produziu
efeito em aumentar o limiar de dor, aumentando o tempo que o animal ficou sobre a
placa quente sem lamber, morder ou levantar as patas demonstrando dor. Os
resultados demonstram que a dose de 30 mg/Kg foi a mais efetiva, aumentando o
limiar em aproximadamente 69 %, porém com atividade inferior a morfina.
54
Figura 16: Efeito do composto CP2 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico-4’-O-glicosídeo), administrado
nas concentrações de 10, 20, 30 e 60 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de dor induzida pela
placa quente. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o
Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05) quando
comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
O modelo da placa quente é muito utilizado para verificar a atividade de
compostos ou extratos pela via opióide (BARS, GOZARIU, CADDEN, 2001). Desta
forma, a morfina e correlatos são fármacos utilizados neste modelo como controle
positivo, por atuarem nesta via.
A placa quente, quando a uma temperatura constante, produz nos animais
dois comportamentos que podem ser mensurados nos termos de seus tempos de
reação, o "licking" ou lambida e o "jumping" ou pulo. Ambas as respostas são
consideradas respostas supraespinhais integradas indicativas de sensibilidade ao
calor. Em relação às substâncias analgésicas, o comportamento de lamber as patas
é afetado somente por substâncias opióides, como a morfina. Considerando o outro
comportamento, salto ou pulo, o tempo de reação pode ser aumentado igualmente
por analgésicos como o AAS e o paracetamol (BARS, GOZARIU, CADDEN, 2001).
O teste carracteriza-se por produzir uma resposta rápida ao estímulo nocivo,
mediada pela ativação dos nociceptores (fibras C e A) (DICKENSON, BESSON,
1997).
Diante dos resultados apresentados pode-se afirmar que ambos os extratos,
ACT e EMB, e o composto CP2, apresentaram eficácia, porém com potencial inferior
à morfina, usada com controle positivo, a qual eleva o limiar nociceptivo em
55
aproximadamente 100 %. E que o extrato EMB proporcionou pouco menos do dobro
do aumento do limiar nociceptivo que ACT.
5.1.4 Efeito dos extratos no teste da dor induzida pelo glutamato
Na figura 17 estão representados os resultados referentes ao modelo de dor
induzida pelo glutamato. Para este modelo a dose de escolha foi a de 10 mg/Kg,
para ambos os extratos, EMB e ACT, administrados pela via intraperitoneal. Como
obervado, ambos os extratos causaram a inbição da nocicepção induzida pela
injeção intraplantar de glutamato (20 µmol/pata) na dose de 10 µmol/pata, com
inibição de 65,2 e 63,3 %, para EMB e ACT respectivamente, do tempo que os
animais permaneceram lambendo ou mordendo a pata injetada com glutamato.
Figura 17: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto) e ACT (Extrato Acetônico),
administrados na concentração de 10 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de dor induzida pela
glutamato, no tempo de reação. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras
verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01)
quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
No mesmo modelo, ambos os compostos CP1 e CP2, foram utilizados com a
dose de 10 mg/Kg, aplicados pela via intraperitoneal. Como pode ser analisado na
figura 18 ambos os compostos causaram a inbição da nocicepção induzida pela
56
injeção intraplantar de glutamato de forma estatisticamente significativa, com inibição
de 37,7 e 54,5 %, respectivamente para CP1 e CP2.
Figura 18: Efeito dos compostos CP1 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-flavelágico) e CP2 (ácido 3,4,3’-trimetóxi-
flavelágico-4’-O-glicosídeo), administrados na concentração de 10 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no
modelo de dor induzida pelo glutamato, no tempo de reação. O número dos animais usados para
cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam
diferenças significantes (**p<0,01) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA
seguida do teste Dunnet.
Atualmente está bem estabelecido que os aminoácidos excitatórios,
principalmente o glutamato, constitui o neurotransmissor encontrado na maioria das
sinapses excitatórias rápidas no sistema nervoso de mamíferos. Desta forma, o
glutamato exerce um papel crítico no processo de transmissão da dor a as
estruturas supraespinhais, sendo liberado na medula espinhal, após lesão tecidual
ou em processos inflamatórios (ZHOU et al., 1996; BEIRITH, SANTOS, CALIXTO,
2003).
De maneira resumida, a ativação de todos os tipos de receptores sensíveis ao
glutamato, ionotrópicos e metabotrópicos, está envolvida na indução, modulação ou
manutenção da dor. BEIRITH e colaboradores (2003) demonstraram que o
glutamato quando administrado por via intraplantar em roedores, desencadeia um
comportamento nociceptivo rápido e de curta duração, associado à formação de
edema de pata, que é desencadeado de maneira dependente da dose. Esta
resposta está fortemente relacionada à ativação de seus receptores inonotrópicos
(principalmente o receptor NMDA) e metabotrópicos.
Outros estudos mostram que
os aminoácidos excitatórios, quando injetados por via intraplantar ou intratecal,
57
promovem um comportamento nociceptivo (AANONSEN e WILCOX, 1987; BEIRITH
et al., 2002)
5.2 Atividade Anti-Inflamatória:
5.2.1 Efeito dos extratos no teste do edema de orelha em camundongos
Os resultados anteriores apresentados evidenciaram que os extratos em
estudo, obtidos da Plinia glomerata Berg., exibem efeito antinociceptivo. Como os
mediadores do processo doloroso, podem também mediar os eventos vasculares e
celulares da inflamação, outro objetivo do presente trabalho foi de verificar um
possível efeito aniinflamatório dos extratos. O edema é um dos pontos cardinais
relacionados ao processo inflamatório e pode ser avaliado o efeito de substâncias
sobre esse parâmetro através de vários modelos farmacológicos. O teste do edema
de orelha induzido por óleo de cróton é um deles. Os resultados apresentados a
seguir referem-se ao efeito do EMB e ACT neste modelo. Na figura 19 estão sendo
representados os resultados do extrato EMB, administrado em 3 doses distintas, 10,
20 e 30 mg/Kg, juntamente com a Indometacina, fármaco de escolha para o controle
positivo. Como pode ser observado, o extrato EMB apresentou efeito significativo em
reduzir o edema de orelha neste modelo, com a IM de 69,75% na dose de 30 mg/Kg,
e, com efeito, dose-dependente. Quando comparado com a indometacina, pode-se
observar que o extrato EMB produziu efeito mais pronunciado que a mesma.
58
Figura 19: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto), administrado nas concentrações de 10,
20 e 30 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de inflamação induzida pelo óleo de cróton. O
número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão
Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando comparadas com o
grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Na figura 20, está sendo demonstrado o efeito do extrato ACT, frente ao
modelo do edema de orelha induzido pelo óleo de cróton. Um perfil farmacológico
semelhante pode ser observado no extrato ACT, comparado ao EMB, tendo,
entretanto IM 82,12%, superior ao extrato EMB. Da mesma forma, quando
comparando com o controle positivo, indometacina, o extrato mostrou-se tão efetivo
quanto o antiinflamatório no modelo.
Figura 20: Efeito do extrato ACT (Extrato Acetônico), administrado nas concentrações de 10, 20 e 30
mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de inflamação induzida pelo óleo de cróton. O número dos
animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM).
Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01 e *p<0,05) quando comparadas com o grupo
controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
59
Através deste teste de indução do edema de orelha, pode-se verificar que os
extratos testados, EMB e ACT, possuem atividade antiedematogênica, sendo
significativamente superior nas doses de 30 mg/Kg.
Segundo GABOR, RAZGA (1991), o modelo do edema de orelha induzido
pelo óleo de cróton em roedores pode ser inibido por alguns tipos de flavonóides
bloqueadores da lipoxigenase ou cicloxigenase, como diosmina, fisetina, quercetina
dentre outros, sendoesta última, presente também na planta em estudo (SERAFIN et
al., 2007).
Desta forma, pode-se aferir em parte, que os processos vasculares
relacionados à formação do edema, podem ter sido inibidos pela quercitina, um dos
fitoconstituintes da planta.
5.3 Atividade Central:
5.3.1 Efeito dos extratos no modelo do Open Field
Nas figuras 21 (A e B) e 22 (A e B) estão representados os resultados obtidos
quando os animais tratados com os extratos EMB e ACT (10, 100 e 300 mg/Kg)
foram submetidos ao teste do Open Field. Como pode ser observado tanto EMB
como ACT promoveram diminuição dos dois parâmetros comportamentais
estudados, número de cruzamentos (crossings) e atividade exploratória (rearings) de
forma dose-dependente e estatisticamente significante. Também pode-se obersavar
que os efeitos de ambos os extratos foram detectados com a menor dose (10
mg/Kg), utilizada anteriormente nos modelos de nocicepção.
60
Figura 21: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto), administrado nas concentrações de 10,
100 e 300 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no parâmetro de crossing (A) e no parâmetro de rearing
(B), do modelo do open field. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras
verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01)
quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
Figura 22: Efeito do extrato ACT (Extrato Acetônico), administrado nas concentrações de 10, 100 e
300 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no parâmetro de crossing (A) e no parâmetro de rearing (B), do
modelo do open field. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras verticais
indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01) quando
comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
61
O teste do open field é provavelmente o mais popular teste de ansiedade no
mundo. Diversos autores têm utilizado este aparato para avaliar os efeitos de
diferentes interferentes sobre a emocionalidade de roedores, como drogas, fatores
genéticos ou mudanças ambientais. O modelo avalia principalmente a atividade
locomotora e exploratória, podendo também ser empregado para avaliação da
ansiedade. Os efeitos de diferentes drogas têm sido investigados neste modelo,
incluindo compostos com efeitos ansiolíticos como benzodiazepínicos, mas também
compostos estimulantes como a anfetamina ou cocaína e até sedativos tais como os
neurolépticos. Um aumento da locomoção pode ser considerado um efeito
estimulante enquanto que a diminuição está relacionada à sedação ou prejuízo
motor.
A ansiedade pode ser avaliada pela análise da exploração da área central do
aparato. Um aumento na locomoção central ou no tempo gasto na parte central do
aparelho ou exploração vertical (rearings) pode ser interpretado como um efeito
ansiolítico, enquanto que a diminuição deste parâmetro pode estar assossiada com
efeitos ansiogênico. Neste experimento, em particular os animais após receberem
ambos os extratos, EMB e ACT, permaneceram por maior tempo nas áreas externas
do aparato (resultados não mostrados).
Com relação aos efeitos dos extratos sobre a atividade motora, pode-se
sugerir que os extratos testados induzem a um estado de sedação conferindo a
diminuição do tempo gasto andando no aparelho. Por outro lado, as diminuições dos
parâmetros comportamentais estudados poderiam indicar défict motor nos animais,
porém outros experimentos seriam necessários para tal confirmação.
5.3.2 Efeito dos extratos no teste do sono induzido por barbitúricos
As figuras 23 e 24 representam os resultados obtidos com EMB e ACT no
teste de sono induzido por barbitúricos. O tratamento com ambos os extratos (100
mg/Kg) produziu uma diminuição da latência para o início do sono (figura 23), bem
como induziu um aumento do tempo total de sono dos animais (figura 24), quando
comparado com o grupo controle.
62
Figura 23: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto) e ACT (Extrato Acetônico),
administrados na concentração de 100 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de indução do sono
induzido por barbitúricos, no tempo de latência para o sono. O número dos animais usados para cada
grupo foi 8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças
significantes (**p<0,01) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do
teste Dunnet.
Figura 24: Efeito do extrato EMB (Extrato Metanólico Bruto) e ACT (Extrato Acetônico),
administrados na concentração de 100 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de indução do sono
induzido por barbitúricos, no tempo total de sono. O número dos animais usados para cada grupo foi
8-10. As barras verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças
significantes (*p<0,05 e **p<0,01) quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA
seguida do teste Dunnet.
O uso de plantas nos distúrbios do sono constitui uma prática comum na
população brasileira, oriunda não dos povos que colonizaram o país, como
também é um dos legados deixados pelos indígenas que aqui habitavam. Nesse
63
aspecto, principamente em um trabalho recente conduzido por RODRIGUES e
CARLINI (2005), os autores apontaram que somente entre os índios Kraforam
detectadas 286 fórmulas consistindo de 138 plantas, dentre as quais 87 são usadas
para distúrbios do sono. Correlacionando o uso popular com estudos científicos, os
mesmos autores detectaram que 11 espécies possuem propriedade hipnótica
comprovada cientificamente. Dentre essas espécies foram citadas Byrsonima
crassifolia (L.) Kunth. (CIFUENTES et al., 2001), Piper methysticum, Valeriana
officinalis, Lavanda angustifolia, Matricaria chamomilla, Melissa officinalis, Passiflora
incarnata, Citrus auratium, dentre outras (WHETLEY, 2005).
As ervas medicinais constituem uma alternativa atrativa como medicamentos
nos distúrbios do sono, principalmente para pacientes que possuem problemas com
os hipnóticos tradicionais. Tais medicamentos, sobretudo os benzodiazepíncos,
promovem tolerância, dependência, defeitos cognitivos, além de outras desordens
centrais (BLOCK, GYLLENHAAL, MEAD, 2004). Muitas das plantas possuem
fitoconstituintes como os flavonóides, os quais possuem sítios de ligação nos
receptores benzodiazepínicos localizados nos receptores GABA
A
, que quando
acionados promovem a depressão do SNC e, gradativamente a indução do sono
(GYLLENHAAL et al., 2000; KIM et al., 2000).
Os dados obtidos com o modelo de indução do sono corroboram com aqueles
observados no modelo do Open Field, onde na dose de 100 mg/Kg obteve-se
diminuição dos parâmetros comportamentais do teste, indicando depressão
inespecífica do SNC. Pode-se também especular que os extratos utilizados no
experimento possuam em sua composição, compostos como os flavonóides aos
quais se atribuiria o efeito hipnótico encontrado. De fato, flavonóides, como a
quercetina estão presentes na planta em estudo e, sabe-se, que a mesma exibe
efeitos centrais (WILAIN-FILHO, 2005). Entretanto, experimentos mais específicios,
tanto no que tanje à fitoquímica como à farmacologia, são necessários para se
explicar o mecanismo de ação da propriedade hipnótica encontrada.
64
5.3.3 Efeito do extrato no modelo de convulsões induzidas pelo pentilenotetra-
zol ou pela estricnina
Os testes da convulsão induzida por pentilenotetrazol (PTZ) e estricnina
também constituem ferramentas farmacológicas importantes para o screening de
plantas de ação central. Nas figuras 25 e 26 estão representados os resutados
obtidos com o EMB e o ACT dos modelos de PTZ e estricninca, respectivamente. Na
figura 25 observa-se que os dois extratos estudados não produziram aumento da
latência para o aparecimento das crises convulsivas (figura 25 A e B). No modelo de
convulsão induzido por estricninca (figura 26) observou-se que o tratamento com os
extratos resultou num aumento da latência para crise convulsiva, porém, os
resultados não foram estatisticamente significativos.
Figura 25: Efeito do extrato A EMB (Extrato Metanólico Bruto) e B - ACT (Extrato Acetônico),
administrados nas concentrações de 100 e 300 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de
convulão induzida pelo PTZ. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras
verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM).
65
Figura 26: Efeito do extrato A EMB (Extrato Metanólico Bruto) e B - ACT (Extrato Acetônico),
administrados nas concentrações de 100 e 300 mg/Kg, pela via intraperitoneal, no modelo de
convulão induzida pelo estricnina. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras
verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM).
O PTZ inicialmente produz espasmos mioclônicos, movimentos fugazes de
excitação ou de relaxamento muscular que acarretam uma contração rápida e
sincronizada dos músculos envolvidos, que se tornam subseqüentemente mantidos
e podem levar a uma crise tônico-clônica generalizada. Ao nível sináptico, o PTZ
interage com o complexo receptor GABA
A
, possivelmente no sítio de ligação da
picrotoxina, antagonista de receptores GABA
A
bloqueando os canais de cloro
ativados pelo GABA sendo assim um pró-convulsivante (MANCINI, HALPERN,
2002).
A estricnina, alcalóide extraído da Strychnos nux vumica (ARUSHANIAN,
1969), bloqueia somente os receptores da glicina, sem interferir nos receptores
GABA
A
. O bloqueio destes receptores origina as convulsões no modelo.
No presente trabalho os extratos testados não promoveram resultados
significantes frente aos indutores químicos de convulsão. Desta forma, pode-se
66
afirmar que os extratos EMB e ACT não possuem efeitos anticonvulsivantes, pelo
menos nesses modelos.
5.3.4 Modelo de ansiedade, o teste do labirinto em cruz elevado
Das propriedades centrais estudadas em plantas, a propriedade ansiolítica
tem-se destacado na literatura. O uso de modelos animais que mimetizam quadros
de ansiedade sem promover sofrimento aos mesmos, contribuiu bastante para o
aumento do estudo dessa propriedade. Geralmente, os estudos de propriedades
ansiolíticas estão associados aos estudos das propriedades anticonvulsivantes e
hipnóticas. Isso se deve ao fato de serem os benzodiazepínicos as drogas de uso
para as três patologias centrais, a insônia, a convulsão e a ansiedade (CARVALHO-
FREITAS, COSTA, 2002). Um agente ansiolítico ou anticonvulsivante que não exiba
como efeito colateral a indução do sono no período diurno tem sido uma busca
constante durante as experimentações com ansiolítios (GROSS, HEN, 2004).
Nas figuras 26 e 27 estão representados os resultados obtidos com o EMB e
ACT sobre os parâmetros comportamentais do labirinto em cruz elevada (Plus Maze)
modelo escolhido para a ansiedade. Observa-se que os dois extratos o
produziram moficações estatisticamente significantes nos animais avaliados no
modelo. Ao contrário do efeito ansiolítico esperado para os dois extratos (uma vez
que mostraram efeito hipnótico) observa-se uma tendência ao efeito ansiogênico dos
mesmos, visto que a percentagem de entrada e o tempo gasto nos braços fechados
são maiores do que nos braços abertos. Por outro lado, as figuras 27 e 28
demonstraram o clássico efeito ansiolítio do DZP, caracterizado pelo aumento da
percentagem de freqüência de entrada dos braços abertos, bem como o aumento da
percentagem do tempo gasto nos mesmos braços (JUNG et al., 2006).
67
Figura 27: Efeito do tratamento de ACT (100 mg/Kg), EMB (100 mg/Kg) e Diazepam (DZP 0,75
mg/Kg), sobre a freqüência de entradas (%) no braços abertos e fechados do Plus-Maze. Cada barra
representa a média de 10 a 12 animais com os E.P.M. Asteriscos denotam significância estatística
quando comparado ao controle.
Figura 28: Efeito do tratamento de ACT (100 mg/Kg), EMB (100 mg/Kg) e Diazepam (DZP 0,75
mg/Kg), sobre o tempo (%) gasto nos braços abertos e fechados do Plus-Maze. Cada barra
representa a média de 10 a 12 animais com os E.P.M. Asteriscos denotam significância estatística
quando comparado ao controle.
5.3.5 Efeito dos extratos no teste de depressão, modelo do nado forçado
Na figura 29 estão representados os resultados obtidos com os extratos e/ou
controles no modelo de depressão do nado forçado. Nos dois parâmetros
comportamentais observados (agitação) o tratamento com o extrato ACT (100
mg/Kg) e o controle positivo, a imipramina mostrou-se estatisticamente diferente (p <
68
0,01) do controle negativo (veículo). O ACT produziu a redução do tempo de
imobilidade dos animais (figura A) e aumentou o de agitação (figura B), com perfil
antidepressivo semelhante a imipramina no teste. Não foram observados efeitos do
EMB no modelo de depressão utilizado.
Figura 29: Efeito Efeito do tratamento de ACT (100 mg/Kg), EMB (100 mg/Kg) e Imipramina (5
mg/Kg), administrados pela via intraperitoneal, no tempo de imobilidade (A), e tempo de agitação (B),
no modelo do nado forçado. O número dos animais usados para cada grupo foi 8-10. As barras
verticais indicam o Erro Padrão Médio (EPM). Asteriscos indicam diferenças significantes (**p<0,01)
quando comparadas com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnet.
O teste do nado forçado é amplamente utilizado como modelo de depressão
para o screenning de novos agentes antidepressivos (PORSOLT et al., 1977). Esse
teste é sensível e específico a praticamente todas as classes de drogas
antidepressivas incluindo os tricíclicos, os inibidores específicos da recaptação da
69
serotonina, os inibidores da monoamina oxidase e os antidepressivos atípicos
(PORSOLT et al., 1977; DETKE, RICKELS, LUCKI , 1995; VIANA et al., 2006). No
teste, os roedores são forçados a nadarem em um espaço restrito no qual é
impossível o escape e, após um período de grande agitação, cessam as tentativas
de escape adquirindo um comportamento de imobilidade, nadando somente o
suficiente para não afundar e se afogar. Os antidepressivos reduzem este tempo de
imobilidade e aumentam o comportamento de fuga (agitação) (RODRIGUES et al,
2002).
A analogia que é feita entre o comportamento do animal no teste e o
comportamento de pacientes depressivos refere-se ao "sentimento de desespero" e
posteriormente a "desesperança" experimentada pelo animal, primeiramente ao
tentar escapar e, posteriormente ao aprendizado de que a fuga é impossível
(BOPAIAH, PRADHAN, VENKATARAM., 2000).
Curiosamente, os resultados demonstraram que o ACT, do qual foram obtidos
os compostos CP1 e CP2, foi capaz de diminuir o tempo de imobilidade, ao mesmo
tempo que aumentou o comportamento de agitação sugerindo um potencial
antidepressivo. Vários trabalhos têm apontado que dor e ansiedade coexistem com
processos dolorosos crônicos (DWORKIN, GITLIN, 1991). Em adição, a dor é o
sintoma de muitas desordens clínicas que aflingem uma longa proporção da
população e seu tratamento é provavelmente um dos mais comuns e ainda o mais
difícil aspecto da prática médica. Além disso, o sistema monoaminérgico
desempenha um importante papel no controle do processo doloroso (MILLAN,
1999). evidência substanciais que diferentes antidepressivos, especialmente os
tricíclicos produzem antinocicepção, tanto em pacientes, como em animais, quando
estes são submetidos a diferentes modelos de dor (GRAY, SPENCER, SEWELL,
1998; ROJAS-CORRALES et al., 2002). Desta forma, os resultados sobre o efeito
antidepressivo do ACT, reforçam aqueles obtidos com o extrato e seus
fitoconstituintes no que tange à antinocicepção.
De uma forma geral o "screenning" farmacológico realizado com o EMB e
ACT de Plinia glomerata e, parcialmente, com os dois fitoconstituintes obtidos do
ACT da planta possue algumas convergências.
Os estudos da propriedade antinociceptivas com ACT e EMB apontam efeito
antinociceptivo relevante sendo observado com os compostos AC1 e AC2, sugerindo
que os mesmos podem ser alguns dos fitoconstituintes da planta responsáveis por
70
tal efeito. O efeito antinociceptivo dos extratos é predominantemente em dores
inflamatórias, uma vez que os mesmos tiveram efeitos significativos nos modelos de
dor induzidos por ácido acético e formalina. Uma possível modulação dos
mediadores pró-inflamatórios também é observada com os extratos, pois ambos
foram eficazes em reduzir o edema induzido por óleo de cróton, o que explicaria o
efeito antinociceptivo em dores mediadas pela inflamação.
O efeito antinociceptivo dos extratos e os efeitos antidepressivos também
podem estar correlacionados, uma vez que antidepressivos também exercem efeitos
antinociceptivos. Os resultados obtidos com os extratos no Open Field demonstram
um efeito depressor inespecífico e podem ser correlacionados com o efeito
antinociceptivos, pois fármacos analgésicos inibem o processo doloroso através da
depressão central. Além disso, no modelo de hipnose induzida por barbitúricos (ação
inespecífica central) os extratos foram eficazes. Os demais resultados não se
correlacionam: atividade ansiolítica e atividade anticonvulsivante, com a atividade
antinociceptiva. Isto pode ser devido a mecanismos distintos daqueles envolvidos
com a modulação do processo doloroso ou, pelo simples fato de os extratos serem
mesmo desprovidos de tais propriedade.
71
6 CONCLUSÕES
Os resultados apresentados no presente estudo sobre a avaliação
farmacológica de extratos e fitoconstituintes obtidos de Plinia glomerata (Berg.) nos
permitem concluir que o EMB e ACT bem como os compostos CP1 e CP2 exibem
efeito antinociceptivo em vários modelos de dor além de efeito antiedematogênico.
Tais resultados também nos permitem concluir que os extratos possuem efeitos
centrais, como efeito hipnótico e antidepressivo, não sendo observados os efeitos
ansiolítico e anticonvulsivante.
72
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