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ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DO SETOR DE INTERNET NA
REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM NO PERÍODO 2001/2004.
Raul Fernando Carvalho Nazareth
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Economia da Universidade da Amazônia,
orientada pelo Prof. Dr. Fernando Antônio
Teixeira Mendes.
Belém/Pa
Universidade da Amazônia- UNAMA
2005
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ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DO SETOR DE INTERNET NA
REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM NO PERÍODO 2001/2004.
AUTOR: Raul Fernando Carvalho Nazareth
CURSO: Mestrado em Economia – Economia Regional
FOLHA DE AVALIAÇÃO
_______________________________________________________
Prof. Orientador: Dr. Fernando Antônio Teixeira Mendes - UNAMA
____________________________________________
Prof. Dr. Alfredo Kingo Oyama Homma - EMBRAPA
Avaliador Externo
_______________________________________________
Prof. Dr. Mário Miguel Amin Garcia Herreros - UNAMA
______________________________________
Prof. Dr. Antônio Cordeiro de Santana - UFRA
Belém, Pará, ____/_____/2005.
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Dedico este trabalho
Aos meus pais Oswaldo e Rosilda pelos inúmeros exemplos de ética,
humildade, coragem e determinação ensinados a seus filhos e netos.
A memória de minha doce avó Argentina, cujo maravilhoso gosto pela
leitura foi seu maior legado a minha formação.
Agradecimentos
Ao longo de minha existência sempre tive muito a agradecer aqueles que
partilharam meus caminhos. Primeiramente a Deus, que nos momentos
em que me faltaram forças, durante os embates da vida, sempre me
enviou um alento providencial para que eu nunca fraquejasse.
Neste trabalho muito me apraz agradecer a meu professor orientador,
Fernando Mendes, cujas recomendações sábias e serenas transformaram
uma escalada penosa num passeio dominical.
Agradeço meu professor de metodologia, Mario Amin, cujos
ensinamentos guiaram meus primeiros passos no caminho da pesquisa.
Agradeço o empenho e a dedicação de todo o corpo docente, em especial os
professores Antonio Cordeiro e David Carvalho cujas disciplinas ministradas
formaram a base teórica de minha dissertação.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- O Modelo E-C-D................................................................................. 34
FIGURA 2- O Modelo das Cinco Forças Competitivas Básicas............................ 42
FIGURA 3-
Representação Geométrica da Competitividade Sistêmica................. 58
FIGURA 4- Municípios com Provedores de Acesso a Internet-Pa......................... 81
FIGURA 5- Domicílios com Computador sem Internet......................................... 84
FIGURA 6- Domicílios com Acesso a Internet...................................................... 91
FIGURA 7- Representação Geométrica do DAI para 2002.................................. 128
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Número de hosts da Internet no período 1969-2000....................... 13
TABELA 02 - Valores de referência praticados pela ITU no cálculo do DAI....... 79
TABELA 03 - Resumo da evolução percentual obtida na PNAD.......................... 82
TABELA 04 - Domicílios com renda maior que 5 SM com acesso a Internet........ 86
TABELA 05 - Domicílios com Computador com Acesso a Internet....................... 86
TABELA 06 - Percentual de domicílios por classe de rendimento.......................... 87
TABELA 07 - Usuários Internet por 100 habitantes................................................ 88
TABELA 08A- Acessos por 100 habitantes na RMB.............................................. 89
TABELA 08B- Acessos por 100 habitantes em 2003.............................................. 89
TABELA 09 - Domicílios Com e Sem Acesso a Internet........................................ 91
TABELA 10 - Domicílios com Acesso a Internet na RMB por faixa Salarial........ 92
TABELA 11 - Planos Básicos praticados pelos Provedores Locais........................ 93
TABELA 12 - Planos Básicos praticados pelos Provedores Nacionais................... 94
TABELA 13 - Provedores de atuação nacional........................................................ 95
TABELA 14 - Comparação de Tecnologias de conexão com a Internet................. 97
TABELA 15 - Cálculo do Índice de Herfindahl-Hirschman (IHH)......................... 99
TABELA 16 - Taxa de câmbio do dólar americano - segmento livre.................... 121
TABELA 17 - DAI e seus Índices para a RMB e Pará.......................................... 127
TABELA 18 - Valores de Categorias e DAI para o Polígono da Figura 7............ 128
RESUMO
O principal foco desta pesquisa foi analisar a competitividade do mercado de
acesso a Internet na RMB tendo como veículo as empresas estabelecidas. Inicialmente
se faz um breve histórico do surgimento e crescimento da Internet de maneira a
estabelecer o ramo de atividade sob estudo. Foi revista, de forma sintetizada, a
regulamentação do setor através da mudança nos marcos reguladores e a função da
agência nacional de telecomunicações – Anatel. Os aspectos relevantes das
transformações e indefinições do ambiente operacional do setor de Internet foram
explanados de forma a situar a condição atual do mesmo. A seguir, o marco teórico
repassa os principais avanços teóricos da economia no que tange seu conhecimento
acerca da economia industrial, de forma a subsidiar e propiciar elementos para análise
dos atores do mercado de acesso a Internet. Tal foi feito, partindo-se do conceito de
competitividade clássica até a fronteira do conhecimento aportando na competitividade
sistêmica. Devido à dimensão do mercado em pauta ser pequeno, se comparado com os
grandes centros do sudeste do Brasil, optou-se por uma metodologia a partir de
amostras intencionais escolhidas após análise de um conjunto de dados secundários das
empresas hoje atuantes no mercado. Através da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) dos anos de 2001 a 2003 foi apurado como estão distribuídos os
acessos e provedores na RMB e seu confronto com os valores apurados para o estado
do Pará, Região Norte e Brasil e sua tendência de crescimento. Foi caracterizado o
papel da agência reguladora e de que forma ela tem influenciado o setor. A seguir, com
o auxílio da competitividade sistêmica foram apurados os elementos econômicos Meta,
Meso e Macro mais significativos do ambiente de operação das empresas provedoras,
suas fronteiras e o relacionamento entre as primeiras e o mercado, bem como sua
interação com o setor de telecomunicações. Com o auxílio de um instrumento de coleta
de dados, utilizando o modelo E-C-D e as cinco forças competitivas de Porter são
delineadas as ameaças e oportunidades existentes no ambiente de operação. Ao final,
usando o paradigma da competitividade sistêmica, é estabelecido a dinâmica da
competitividade deste setor e seu impacto sobre as empresas estabelecidas e os
potenciais entrantes. O aspecto social foi apurado através da utilização de um indicador
próprio hoje aplicado a nível mundial. Ao final são pontuadas algumas oportunidades
de negócios mais emergentes ao setor.
ABSTRACT
The main focus of this research was to analyze the competitiveness of the
Internet access market in RMB using as support the established companies. Initially it
is made a brief report of the appearance and growth of Internet to understand the
activity branch under study. It was reviewed, in a synthesized way, the regulation of
the sector through the change in the regulatory marks and purpose of national agency
of telecommunications - Anatel. The important aspects of changes in operational
environment of the sector were explained from way to place the current condition. To
proceed, the theoretical mark reviews the principal theoretical progresses of the
economy in what it plays your knowledge concerning the industrial economy, in way
to subsidize and to propitiate elements to analysis Internet access market actors. Such it
was done, beginning of the concept of classic competitiveness to the border of the
knowledge contributing in the competitiveness systemic. Due to the dimension of the
market being small, if compared with the great centers of the southeast of Brazil, it
adopted for a methodology starting from intentional samples chosen after analysis of a
group of secondary data perform in the market. Through the PNAD of the years from
2001 to 2003 it was select as the accesses and providers are distributed in RMB and
your confrontation with the select values for the state of Pará, North Region and Brazil
and your increase tendency. The purpose of the agency regulatory was characterized
and way it has been influencing the sector. Then, with the base and the competitiveness
systemic were select the economical elements Meta, Meso and Macro more significant
in the operational environment of the ISP, your borders and the relationship between
the first ones and the market, as well as your interaction with the sector of
telecommunications. It the used an instrument of collection of data, using the E-C-D
model and the five competitive forces of Porter are delineated the threats and existent
opportunities in the operation environment. Finally, using the paradigm of the
competitiveness systemic, it is established the dynamics of the competitiveness of this
sector and your impact on the established companies and the new potential. The social
aspect was select through the use of an own indicator applied at world level. At the end
some are punctuated opportunities of more emergent business to the sector.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 01
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA.................................................... 05
1.2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 08
1.3 OBJETIVOS.................................................................................................. 10
1.3.1 Geral................................................................................................... 10
1.3.2 Específicos.......................................................................................... 10
1.4 HIPÓTESE.................................................................................................... 10
2. ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA INTERNET.................................. 11
2.1 A ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA INTERNET............................ 11
2.2 A ORGANIZAÇÃO DA INTERNET NO MUNDO E NO BRASIL.......... 15
2.3 A INTERNET NA SOCIEDADE E NA EMPRESA................................... 16
2.4 A REGULAMENTAÇÃO DO SETOR........................................................ 18
2.4.1 A Mudança nos Marcos Reguladores................................................. 18
2.4.2 A Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel.......................... 20
2.5 ASPECTOS RELEVANTES DAS TRANSFORMAÇÕES E INDEFINIÇÕES
DO AMBIENTE OPERACIONAL DO SETOR DE INTERNET............... 21
3. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................... 26
3.1 COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL......................................................... 26
3.2 O BINÔMIO INVENÇÃO-INOVAÇÃO..................................................... 29
3.3 MODELOS DE ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO (E-C-D)..... 33
3.4 LACUNAS E CRÍTICAS AO MODELO E-C-D......................................... 35
3.5 BARREIRAS ESTRUTURAIS À ENTRADA............................................ 36
3.6 ESTRUTURAS DE MERCADO.................................................................. 39
3.7 AS FORÇAS COMPETITIVAS................................................................... 42
3.8 COMPETITIVIDADE SISTÊMICA............................................................ 50
4. METODOLOGIA....................................................................................... 66
4.1 AMOSTRA................................................................................................... 67
4.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.............................................. 68
4.3 INDICADORES DE CONCENTRAÇÃO.................................................... 68
4.4 SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DAS FORÇAS COMPETITIVAS............ 71
4.5 ARROLAMENTO DOS FATORES SISTÊMICOS A UTILIZAR............. 71
4.6 ARROLAMENTO DOS ELEMENTOS ECONÔMICOS A UTILIZAR.... 74
4.7 UTILIZAÇÃO DA PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE
DOMICÍLIOS (PNAD)................................................................................. 75
4.8 INDICADOR DE ACESSO DIGITAL – DAI............................................. 76
5. RESULTADOS............................................................................................. 80
5.1 MUNICÍPIOS COM ACESSO A INTERNET NO ESTADO DO PARÁ.... 81
5.2 AVALIAÇÃO DA PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE
DOMICÍLIOS (PNAD).................................................................................. 82
5.2.1 A Penetração dos Computadores nos Domicílios............................... 83
5.2.2 Evolução da Penetração do Acesso a Internet.................................... 85
5.3 DADOS APURADOS SOBRE O ACESSO À INTERNET NA RMB....... 90
5.4 PREÇOS PRATICADOS NO MERCADO DE ACESSO............................ 92
5.5 ELEMENTOS ECONÔMICOS DA ESTRUTURA DE MERCADO.......... 94
5.5.1 Principais Competidores na RMB....................................................... 95
5.5.2 Tamanho do Mercado......................................................................... 95
5.5.3 Preferência dos Consumidores na Tecnologia de Acesso.................. 97
5.5.4 Grau de Concentração........................................................................ 98
5.5.5 Características dos Insumos Disponíveis e dos Setores que
os Fornecem....................................................................................... 101
5.6 CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DOS PROVEDORES DE
ALCANCE NACIONAL ............................................................................. 101
5.7 CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DOS PROVEDORES LOCAIS. 103
5.7.1 Caracterização das Empresas do Setor.............................................. 103
5.7.2 Acesso ao Crédito.............................................................................. 106
5.7.3 Abastecimento e Mercado................................................................. 106
5.7.4 Capacitação Gerencial Produtiva e Tecnológica............................... 110
5.7.5 Desempenho e Vantagens dos Provedores Locais............................ 110
5.8 AS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER PARA O SETOR. 113
5.9 CONSOLIDAÇÃO DOS FATORES SISTÊMICOS DO SETOR.............. 119
5.10 CALCULO DO DAI PARA A RMB............................................................ 124
5.11 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS.......................................................... 129
6. CONCLUSÃO.............................................................................................. 130
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 137
8. Apêndice 1 - Termos e Serviços Básicos usados na Internet........................ 141
9. Apêndice 2 - Definições de Termos de Telecomunicações........................... 144
10. Apêndice 3 - Questionário Aplicado............................................................. 146
Anexo 1 - Relação de Provedores do Estado do Pará e RMB.................................. 160
Anexo 2 - Instituições Influentes na Internet Brasileira.......................................... 163
Anexo 3 - Principais Instrumentos Reguladores da Anatel..................................... 165
Anexo 4 - Penetração Percentual de Telefones Fixos em Domicílio....................... 166
Anexo 5 - Relação de Siglas Utilizadas................................................................... 168
Anexo 6 - Detalhamento do Calculo do DAI para a RMB referente a 2003........... 170
1
1. INTRODUÇÃO
A invenção do telégrafo ao qual se seguiu o rádio, que por sua vez abriu
caminho para o surgimento da televisão e em seguida os computadores pessoais, de
certa forma prepararam o terreno para o surgimento de uma tecnologia que integraria
todos os veículos de informação existentes, a Internet, tornando-se a grande
aglutinadora de tecnologias que revolucionou o mundo das comunicações, da
informática, do marketing, da economia, dos costumes, da educação e demais
segmentos da atividade humana, devido à sua fácil difusão e forma amigável de
interação com as pessoas.
A Internet que foi inicialmente pensada como uma rede para compartilhamento
de arquivos e acessos remotos, passou ao longo das décadas por enormes
transformações e continua se adaptando às inovações que vão surgindo. Começou há
algum tempo a transportar, de forma simplória, áudio e vídeo em tempo real, porém, é
só uma questão de evolução tecnológica para que dentro de alguns anos essas
aplicações passem a dispor de ótima qualidade.
Os bilhões de dólares que trafegam na rede todos os anos, bem como o
crescimento autônomo da própria rede são uma das fortes molas que empurram a
Internet rumo a uma evolução contínua, lastreada por investimento em tecnologia de
ponta.
2
A integração com os meios de comunicação e computação, principalmente os
portáteis (Laptop´s, telefones celulares, palmtop´s, etc.) deslocam a rede na direção da
integração com as chamadas Wireless Fidelity (WI-FI) e Wireless Local-Area
Network (WLAN) que possibilitam o acesso sem fio a Internet. Tudo isso gera novos
métodos de acesso, novas aplicações e novas formas de serviço que continuarão a
alimentar a revolução da Internet.
O negócio em torno destas novas tecnologias é grande e aponta para um
contínuo crescimento. Em termos de Brasil, como exemplo, assistiu-se recentemente ao
crescimento explosivo das redes celulares que somente reduziram sua marcha em face
da recessão enfrentada nos últimos anos.
O notório fascínio que a Internet exerce sobre as gerações mais novas, tem
criado uma cultura educacional que, desde as primeiras séries de ensino, já utiliza em
casa e na escola o computador como algo que definitivamente passou a fazer parte das
classes sociais que possuem condições de dispor de seu acesso.
Hoje já se fala num futuro povoado de casas digitais, que utilizariam comandos
de voz para atender aos desejos de seus proprietários de forma “customizada”, nestas
tudo seria controlado por um computador central que inevitavelmente teria que ser
interligado à rede via banda larga de comunicações, ou seja, através de altas taxas de
transferência de dados.
Para que tal se torne realidade as empresas provedoras de infra-estrutura de
informação de qualquer natureza (telefônicas fixas, móveis e Internet) terão que
3
aprender, tal qual o fazem hoje as empresas de telecomunicações para sua demanda
específica, a avaliar o mercado de Internet determinando a forma como este está
estruturado. É sobre isto que esta pesquisa tratará, considerando a área da Região
Metropolitana de Belém
1
, doravante também designada por RMB, como objeto de
estudo.
O principal foco desta pesquisa é analisar a competitividade do mercado de
acesso a Internet na RMB tendo como veículo as empresas estabelecidas. Inicialmente
se faz um breve histórico do surgimento e crescimento da Internet de forma a situar o
ramo de atividade sob estudo. São revistas, de forma sintetizada, a regulamentação do
setor através da mudança nos marcos reguladores e a função da agência nacional de
telecomunicações – Anatel. Os aspectos relevantes das transformações e indefinições
do ambiente operacional do setor de Internet foram explanados de forma a situar a
condição atual do mesmo.
A seguir, o marco teórico repassa os principais avanços teóricos da economia no
que tange seu conhecimento acerca da economia industrial, de forma a subsidiar e
propiciar elementos para análise dos atores do mercado de acesso a Internet. Tal foi
feito, partindo-se do conceito de competitividade clássica e navegando até a fronteira
do conhecimento aportando na competitividade sistêmica. Devido à dimensão do
mercado em pauta ser pequeno, se comparado com os grandes centros do sudeste do
1
A RMB é formada por: Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará. O conceito foi
criado por Lei Complementar n°14 de 8/6/1973, alterada em 1995, pela lei complementar número 027/95.
4
Brasil, optou-se por uma metodologia que utilize amostras intencionais escolhidas após
análise de um conjunto de dados primários das empresas hoje atuantes no mercado.
Através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) dos anos de
2001 a 2003 é apurado como estão distribuídos os acessos providos na RMB e seu
confronto com os valores apurados para o Estado do Pará, Região Norte e Brasil e sua
tendência de crescimento. Foi caracterizado o papel da agência reguladora e de que
forma ela tem influenciado o setor.
A seguir, com o auxílio da competitividade sistêmica são apurados os elementos
econômicos Meta, Meso e Macro mais significativos do ambiente de operação das
empresas provedoras, suas fronteiras e o relacionamento entre as primeiras e o
mercado, bem como sua interação com o setor de telecomunicações.
Com o auxílio de um instrumento de coleta de dados, utilizando o modelo E-C-
D e as cinco forças competitivas de Porter são delineadas as ameaças e oportunidades
existentes no ambiente de operação.
Ao final, usando o paradigma da competitividade sistêmica, é estabelecido a
dinâmica da competitividade deste setor e seu impacto sobre as empresas estabelecidas
e os potenciais entrantes.
O aspecto social foi apurado através da utilização de um indicador próprio hoje
aplicado em nível mundial. Ao final são pontuadas algumas oportunidades de negócios
mais emergentes ao setor.
5
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA
A Internet tornou-se o mais importante campo de aplicação das Tecnologias da
Informação (TI), devido à sua característica maior de facilitar a integração de tudo e
todos, em tempo real, o que propiciou o surgimento de uma nova economia que facilita
a possibilidade das empresas mais facilmente atuarem fora dos mercados locais,
regionais, nacionais e às vezes até internacionais, bem como simplifica bastante as
transações de produtos e serviços.
Minimiza os custos e tempos envolvidos, se comparado, aos processos
existentes anteriormente que utilizavam o preenchimento de documentos e envio dos
mesmos pelos correios, os quais eram recebidos e selecionados em processos manuais,
sujeitos a utilização de pessoal para triagem que causavam demora entre a solicitação
pelo cliente, a especificação do pedido de compra, o inicio da emissão da nota fiscal,
sempre sujeito a erros de especificação de itens.
O vertiginoso crescimento no uso da Internet, principalmente devido à
diversificação constante de suas aplicações (lazer, trabalho, estudo, telemarketing,
venda, comunicação, e-commerce, etc.) faz crescer o uso de meios de acesso, quer seja
via plataformas de telefonia fixas (com capacidade de transmissão propiciada pelo uso
de fibras ópticas, que permitem a integração de dados, voz e multimídia) ou por via de
sistemas ditos wireless, isto é, de sistemas de telefonia móveis baseados na utilização
do espectro de rádio freqüências, tem proporcionado o desenvolvimento e implantação
6
de inúmeros novos aplicativos e tecnologias tais como, acessos de alta velocidade,
interfaces aplicativas de imagem, transações bancárias de maior complexidade,
sistemas de gestão de informações governamentais, etc.
As grandes empresas que até pouco tempo trocavam dados entre suas filiais e
seus fornecedores usando soluções proprietárias ou “Electronic Data Interchange”
(EDI), lentamente estão passando a utilizar também a Internet como forma de diminuir
os custos com tais transferências e manter-se competitiva frente a seus concorrentes.
Tal cenário faz surgir a "empresa em rede", definida como uma forma específica
de empresa cujo sistema de meios é constituído pela interseção de segmentos de
sistemas autônomos de objetivos (Castells, 1999), sendo capaz de transformar sinais
binários em commodities (digitalização de dados).
O planejamento de investimentos de operadoras fixas, móveis, TV a cabo,
provedores de acesso móvel e fixo, plataformas integradoras de serviços tais como:
mensagens curtas, operações bancárias (via telefones celulares) e correios de voz, todos
necessitam do dimensionamento da demanda por Internet para a correta especificação
de investimentos e alocação de recursos humanos e planejamento de curto, médio e
longo prazo, tendo em vista os tempos de fabricação, fornecimento, configuração,
customização e testes necessários às expansões e implantações dos mais diversos
sistemas para acesso e processamento de informação, bem como os altos valores
envolvidos em segmentos de alta tecnologia possuem, como premissa básica, um
preciso dimensionamento dos insumos necessários e o cálculo do retorno devido.
7
Atualmente os acessos em maiores taxas de transmissão de dados, conhecidos
como banda larga, com taxas variando de 128 a 600 kilobits por segundo, vem
crescendo no Brasil.
Porém, até o momento, ainda são os acessos discados que continuam
representando a maior parcela de tráfego dos provedores de acesso a Internet. Em
1999, iniciou no País, a oferta de acesso gratuito à Internet. Tal modelo prometia
sustentar-se através das receitas auferidas pela venda de publicidade, serviços de
suporte, fornecimentos de software aplicativos, etc. Como as expectativas não
ocorreram, a maioria dos provedores abandonou esta sistemática.
Grandes provedores, como UOL e Terra, descontinuaram o modelo e, em nível
nacional, provedores menores saíram do mercado e somente alguns poucos como IG,
Br-Free e vários grandes bancos mantiveram o acesso gratuito.
A dificuldade inicial estava na complexidade de ajustar um modelo de
compartilhamento de receitas entre as provedoras de acesso e as companhias
telefônicas. Recentemente, em 2003, o modelo do acesso gratuito começou a ressurgir
alavancado por grandes operadoras de telefonia fixa, tais como, a Brasil Telecom S.A
(BrT) com o seu acesso ibest.
O ressurgimento do modelo foi devido ao interesse, das operadoras de telefonia,
em reter grande parte do tráfego entrante, isto é, do tráfego destinado aos números de
acesso aos provedores. Ao proceder desta forma, as operadoras deixam de compartilhar
8
com seus concorrentes uma fatia da receita total, pois os números de acesso do
provedor passam a pertencer a sua própria rede de telefonia.
Atualmente as grandes operadoras de telefonia remuneram os clientes que
possuam elevado tráfego entrante, pois isto, além de aumentar o tráfego local
completado, permite minimizar os gastos com interconexão com outras redes. Esta
nova conduta das operadoras tem minimizado os gastos com infra-estrutura por parte
das provedoras de acesso.
Grandes provedores de acesso à Internet, oriundos de operadoras telefônicas de
atuação nacional e/ou regional tem surgido, como o Click 21 proveniente da Embratel,
e aumentado rapidamente sua base de clientes em curto espaço de tempo
Diante de tal cenário, a questão investigada nesta pesquisa foi a seguinte:
Haverá espaço para os pequenos provedores de Internet local continuarem a
atuar no mercado ou, inevitavelmente, somente os grandes provedores que sejam
parceiros ou pertençam às companhias telefônicas de alcance nacional e grande
diversidade de atuação, permanecerão operando?
1.2 JUSTIFICATIVA
O setor de Internet de alguma forma está correlacionado com o setor de
Telecomunicações, devido à necessidade de utilização dos meios de comunicações para
sua operação.
9
Este último setor, de conhecidos efeitos multiplicadores na economia, devido às
suas interligações setoriais fortes por tratar-se de um segmento de infra-estrutura, tem
aumentado o seu relacionamento com a Internet, a tal ponto que quase todo novo
equipamento provedor de serviços ou produtos a ser confeccionado no futuro, já deverá
sair das linhas de montagem configurado para operar em rede.
Tem sido observado, através da mídia, que a conduta na operação das empresas
provedoras de acesso a Internet tem sido alterada de forma muito acentuada, o que
sinaliza um setor ainda indefinido no que tange seu rumo estrutural. Dessa forma, seu
estudo é de grande importância acadêmica face sua relação dinâmica com os demais
setores cada vez mais entrelaçados na economia digital.
O estudo do mercado da Internet na área metropolitana de Belém era
completamente desconhecido. Não se sabia como se estruturavam as empresas
atuantes, qual a conduta praticada por este setor, quais as tecnologias adotadas e seu
desempenho, também não se conhecia o nível de qualidade dos serviços prestados, bem
como, qual a disponibilidade oferecida a seus clientes.
A presente pesquisa se justifica na medida em que a partir da questão geral
responde questões subsidiárias e determina a estrutura, conduta e desempenho de tal
setor, bem como sua competitividade.
10
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Geral:
Avaliar o grau de concentração industrial do setor de Internet na região
metropolitana de Belém e as vantagens competitivas das empresas no período
2001/2004.
1.3.2 Específicos:
a) Determinar, através da utilização do índice de Herfindahl-Hirschman
(IHH), o grau de concentração do setor.
b) Determinar as principais vantagens e estratégias competitivas do setor,
bem como o padrão de concorrência vigente no mercado.
c) Verificar, através da utilização do Indicador de Acesso Digital, a
inserção do cidadão da RMB na comunidade da informação.
1.4 HIPÓTESE
As empresas provedoras de acesso a Internet de atuação nacional, controladas
ou parceiras das grandes empresas dominantes do mercado de telecomunicações, estão
empreendendo ações de conduta para se apropriar totalmente do mercado local das
pequenas provedoras de acesso.
11
2. ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA INTERNET
Para compreender a importância dos acessos a Internet e seu impacto na
economia, é necessário conhecer sua origem, desenvolvimento, organização mundial e
nacional, bem como de que forma esta interage com a empresa e a sociedade.
2.1 A ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA INTERNET
Pode-se compreender melhor e tirar mais proveito para o estudo econômico de
uma dada tecnologia, quando se conhece a forma como ela evoluiu. Assim sendo, será
feita uma síntese dos principais eventos da evolução da Internet.
A Internet teve sua origem em 1969, quando a Advanced Research Projects
Agency - ARPA - Agência de Projetos de Pesquisa Avançada do departamento da
defesa dos Estados Unidos da América, criou uma rede experimental chamada
Arpanet. No ano seguinte quatro universidades - de Stanford, da Califórnia, Santa
Bárbara e Utah - testaram o projeto piloto da primeira rede experimental. Este utilizava
uma tecnologia de troca de pacotes, chamada packet switching, para o transporte de
informação. Foi essa tecnologia que constituiu a base para construção da Internet.
A lógica de funcionamento desta tecnologia é bastante simples: os
computadores são interligados em rede e quando um deles necessita enviar alguma
informação a outro, o faz dividindo a mesma em pacotes que possuem no seu bojo a
12
informação de ORIGEM e DESTINO dos computadores envolvidos, bem como a
seqüência de encadeamento dos pacotes. A partir daí os pacotes são enviados ao nó
(computador) mais próximo que verifica o caminho disponível mais rápido para envio
do pacote ao computador de destino.
A grande vantagem deste sistema era a alta disponibilidade, isto é, a rede sempre
estava acessível, pois se parte do sistema apresentar defeito, a rede era inteligente o
suficiente para enviar a informação através de caminhos alternativos ainda operativos.
Inicialmente, apenas corporações militares e universidades estavam interligadas
pela Arpanet. Em 1970 havia apenas onze universidades e centros de pesquisa fazendo
parte do sistema, porém a rede foi crescendo rapidamente e, em 1973, já havia 43 host
(computadores hospedeiros) interligados à rede. A Arpanet desde o início foi definida
como uma rede não comercial.
Outras redes foram construídas por instituições diversas que não tinham acesso a
Arpanet, mas não eram interligadas. Foi em 1977 que a ARPA definiu um protocolo
único que possibilitaria a interligação das demais redes a Arpanet, a este se chamou
TCP/IP Protocol Suite (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) Protocolo de
Controle de Transmissão/Protocolo da Internet, que surgiu da fusão dos dois protocolos
(siglas) que lhes dão o nome. No final deste ano já haviam 111 host interligados a
Arpanet.
Ao longo do tempo foi permitida a entrada de empresas e outras instituições.
Outras redes menores foram-se interligando também a outros computadores desta rede,
13
formando um conjunto de redes de computadores gigantesco ligadas entre si, a que
hoje chamamos de Internet. Como ilustração estão relacionados na Tabela 1 os
números de host da Internet no período 1969-2005.
Tabela 1: Número de hosts da Internet no período 1969-2004
Data Hosts Data Hosts Data Hosts Data Hosts
dez/69 4 Ago/83 562 jan/93 1.313.000 jan/02 147.344.723
dez/70 13 out/84 1.024 jan/94
2.217.000
jan/03 171.638.297
abr/71 23 out/85 1.961 jan/95 5.846.000 jan/04 233.101.481
out/72 31 Fev/86 2.308 jan/96
14.352.000
jul/04 285.139.107
jan/73 35 Dez/87
28.174
jan/97 21.819.000 jan/05 317.646.084
jun/74 62 Out/88 56.000 jan/98 29.670.000 ... ...
mar/77 111 Jan/89 80.000 jan/99 43.230.000
dez/79 188 Out/90
313.000
jan/00 72.398.092
Ago/81 213 Jan/91 376.000 jul/00 93.047.785
mai/82 235 Jan/92 727.000 jan/01 109.574.429
Fonte: Site da Internet System Consortium-ISC
2
.
Em 1984, foi criado a CISCO, empresa pioneira no desenvolvimento e
comercialização de Roteadores, hardware necessário para comutação de nós TCP/IP.
O Salto no número de Host de 1986 para 1987, visto na Tabela 1, deveu-se ao fato da
Cisco ter disponibilizado ao mercado, em 1986, roteadores TCP/IP a preços
competitivos e com alto desempenho.
No final da década de 1980 já havia mais de 80.000 computadores conectados à
rede, que por sua vez era considerável em termos de dimensões, porém não havia uma
forma fácil de acessar a enorme quantidade informações nela contida. Foi para atender
parte deste problema que, no fim de 1990, Tim Berners Lee, no laboratório europeu
2
Para maiores detalhes consultar apêndice 2.
14
para partículas físicas na Suíça (CERN), escreveu o primeiro protótipo da Web. O
sistema WWW (World Wide Web) possibilitava endereçar qualquer informação em
toda a Internet, bem como organizá-la de forma local.
Porém havia a necessidade de uma interface mais amigável para acesso a Web,
isto foi feito logo em seguida, em 1993, por Mark Andresen e Eric Bina que
desenvolveram o primeiro software de navegação o MOSAIC. Na seqüência, tendo o
mesmo Andresen como co-fundador, surgiu a Netscape Communication Corporation
que lançou no mercado, em 1994, um navegador muito mais robusto que o anterior
denominado Netscape.
Logo depois, em 1995, o governo americano passou a não mais deter o controle
sobre a infra-estrutura da Internet e esta foi privatizada e aberta para uso comercial.
Neste mesmo ano a Microsoft lançou outro navegador o Explorer 2.0 que foi
incorporado ao seu novo sistema operacional o Windows 95.
De forma resumida, a Web é hoje um sistema hipermídia de rede, para
recuperação de informações as mais diversas, que conecta dados, inicialmente escritos,
em diversos formatos (protocolos) através de um único conjunto de protocolo. A Web
usa, na atualidade, navegadores (browsers do tipo Windows Explorer ou Netscape)
para interpretar documentos no formato HTML (HyperText Markup Language)
enviados aos servidores da mesma. Os servidores se comunicam via protocolo HTTP
(HyperText Transfer Protocol) que é o protocolo de transferência de hipertexto. O
HTTP permite a um usuário após criar um documento em uma plataforma (um
15
computador pessoal - PC ou uma workstation sun, por exemplo) no formato HTML e
entregá-lo às demais plataformas de forma padronizada.
2.2 A ORGANIZAÇÃO DA INTERNET NO MUNDO E NO BRASIL
Em função de ser um conjunto de redes independentes, a Internet não tem
proprietário. Porém, a Internet Society vem paulatinamente assumido o gerenciamento
estratégico da Internet no mundo. A Internet Engineering Task Force desenvolve
novos protocolos e aplicativos para uso na Internet; o Internet Engineering Steering
Group faz a avaliação de desempenho e interoperabilidade destes e os submete para
aprovação ao Internet Architecture Board (IAB), que decide sobre sua adoção ou
recomendação. Outra estrutura, chamada InterNIC - Internet Network Information
Center - cadastra todas as redes ligadas à Internet e oferece serviços de consultoria e
assistência às mesmas.
O IAB e o InterNIC não têm controle sobre toda a Internet. A maioria das
decisões é deixada aos administradores das redes filiadas. Estas podem ter regras
próprias para definir o que é considerado uso apropriado da rede e seus serviços.
No Brasil, um Comitê Gestor Internet cumpre o papel maior de dar diretrizes à
implantação desse tipo de redes no país. Para desempenhar esse papel, o Comitê se
estrutura em vários subcomitês e recorre a tarefas de apoio de outras organizações, tais
como: a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa - RNP, a Fundação de Amparo à Pesquisa
16
do Estado de São Paulo - FAPESP e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas - IBASE.
2.3 A INTERNET NA SOCIEDADE E NA EMPRESA
A Internet, definitivamente, passou a fazer parte do dia-a-dia de uma boa parte
das pessoas, empresas, escolas, centros de pesquisa, hospitais, órgãos governamentais,
clubes, etc. Hoje está se tornando imprescindível, como condição básica de cidadania,
o conhecimento elementar de acesso e utilização à Internet, já se fala até em exclusão
digital para aqueles que não tem acesso à rede, pois isto os tornam cidadãos menos
esclarecidos e informados sobre a realidade em que vivemos.
As redes públicas e particulares de todos os tipos interligadas a Internet
passaram a facilitar, profundamente, a partilha de informações dentro das comunidades
que foram se agregando em torno de interesses comuns, tais como grupos de pesquisa,
grupos de pessoas centradas nos mesmos gostos ou preferências, etc.
Hoje, em face da utilização de aplicativos amigáveis de interação com a rede
(browsers), qualquer cidadão, em pouco tempo, descobre que as maiores vantagens da
rede são a comunicação facilitada entre seus usuários e a enorme facilidade de pesquisa
de informações de todas as naturezas, assim como sobre produtos e serviços das
empresas que operam na rede. No dia-a-dia a Internet acaba, muitas vezes, sabendo
mais sobre um produto do que seu próprio fabricante, em face de enorme facilidade de
17
circulação, quase instantânea, entre seus usuários das boas e más características sobre o
mesmo.
As estruturas organizacionais das empresas foram, ao longo dos anos, sendo
moldadas para integrarem-se às estruturas de tecnologia da informação e ao acesso a
Internet. Tais estruturas visam à redução de custos, disseminação mais fácil e rápida de
novos produtos a segmentos da demanda de maior poder aquisitivo, bem como
agregam valor aos produtos já existentes e dinamizam o processo de pós-venda ao
facilitar a comunicação entre cliente e fornecedor.
Os grandes grupos internacionais que tradicionalmente eram fornecedores de
equipamentos específicos para telecomunicações passaram também a produzir aos
segmentos de tecnologia da informação devido à tendência de convergência
tecnológica.
"A crescente importância do aspecto científico-tecnológico nos
produtos de informática e telecomunicações, aliada a uma
convergência da tecnologia neles utilizada e à tendência à sua
aproximação do ponto de vista do uso levaram a uma certa
interpenetração das duas estruturas de mercado, que
anteriormente eram claramente distintas” (POSSAS, 1999).
Além da interpenetração das duas estruturas, um traço marcante das empresas
desses mercados é a busca constante da inovação, como um dos elementos mais
importantes para sobrevivência no ambiente concorrencial, tal busca determina o ritmo
forte do processo seletivo em que vivem os agentes que atuam nos setores de Internet e
18
Tecnologia da Informação, sempre imersos num meio de concorrentes fortes e de
estratégia agressiva, que os obriga a manterem sempre um ritmo elevado de inovação.
Apesar dos problemas de segurança apresentados pela Internet, as empresas têm
migrado para ela, pois esta oferece a vantagem de ser um padrão aberto e acessível, de
menor custo e flexível em suas aplicações
3
.
2.4 A REGULAMENTAÇÃO DO SETOR
O setor de Internet tem passado por inúmeras transformações ao longo dos
últimos anos em face, principalmente, do impacto estrutural
provocado pelas diversas
alterações ocorridas na regulamentação dos setores de telecomunicações. A fim de
compreender tais transformações e seus desdobramentos, foi necessário sintetizar suas
origens e as características mais marcantes que afetam este setor.
2.4.1 A Mudança nos Marcos Reguladores
A partir de 1995, através de várias modificações de sua carta magna, o Brasil
passou a realizar uma ampla reestruturação nos setores de infra-estrutura que antes
operavam em ambiente monopolista bem como a cisão em alguns casos, como da
3
A migração é mais lenta em redes de firmas estruturadas, onde existem outros sistemas de troca eletrônica de
documentos que funcionam relativamente bem. Mesmo nestes casos, a Internet é amplamente utilizada e tende a
substituir tais sistemas.
19
telefonia fixa desagregada da móvel celular, das atividades afins operadas pelas
companhias estatais.
Com a aprovação da Lei Geral das Telecomunicações, em 1997
4
, o governo
federal começou a implantar um modelo voltado à introdução da competição na
exploração dos serviços de telecomunicações.
Os objetivos definidos na lei eram o fortalecimento da atividade reguladora do
Estado e a eliminação de seu papel empresarial, bem como o incremento e melhoria
dos serviços, o aumento dos investimentos e do desenvolvimento tecnológico, tudo isto
em um ambiente competitivo que possibilitasse a expansão do setor de
telecomunicações e o conseqüente aumento de oferta que possibilitasse o acesso de
uma parcela cada vez maior da população aos serviços prestados.
Através dos chamados marcos reguladores responsáveis pelo arcabouço de
normas e critérios ordenadores das atividades delegadas à iniciativa privada, surgiram
as primeiras agências reguladoras.
Tais instituições são organismos constituídos pelo poder público para regular
cada atividade específica, aplicando as normas pertinentes, estabelecidas pelos marcos,
e atuando como instância decisória na eventualidade de conflitos entre operadoras ou
entre estas e os usuários de seus serviços.
4
A Lei Geral das Telecomunicações - LGT, Lei 9472 de 16/07/1997, dispõe sobre a organização dos serviços de
telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos, tais como as regras e
remuneração de interconexão entre empresas.
20
2.4.2 A Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel
Criada em 1997, é uma autarquia em regime especial
5
, vinculada ao ministério
das telecomunicações, composta por um presidente e cinco conselheiros com um
mandato de cinco anos, não coincidentes, cuja principal fonte de receita é constituída
pelo Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL).
Suas funções incluem implantar a política nacional de telecomunicações,
controlar o sistema tarifário do regime público, executar, gerenciar e fiscalizar os
contratos de concessão, garantir a interconexão das redes e prevenir contra práticas
anticompetitivas. As concessões permitidas possuem prazo em torno de 15 a 20 anos e
suas tarifas são fixadas nos contratos de concessão.
Cabe a Anatel, de acordo com o contrato, rever e reajustar conforme o caso as
tarifas praticadas. É de competência da agência zelar pela não ocorrência de preços
abusivos assim como a prática de preços predatórios que inviabilizem a entrada de
novos operadores. Deve atuar no sentido de coibir as infrações quanto à ordem
econômica. No anexo 3 são relacionados os principais instrumentos legais e
normativos a disposição da Anatel para o exercício de suas funções.
5
As agências reguladoras são entes administrativos conceituados como sendo autarquias de regime especial, em
face de certas peculiaridades que possuem, entre elas, o poder de regular matérias atinentes a sua especialidade e
capacidade específica. Deve ser diferenciado o signo "regular" ligado às agências reguladoras e o signo
"regulamentar" ligado ao poder legiferante do Estado, isto é, Regulação é um conceito econômico,
regulamentação é um conceito jurídico (político). A regulamentação trabalha no campo da atuação típica do
estado, definindo as políticas e interesses públicos mediante leis, a regulação trabalha no campo científico, com
base na dogmática e no profissionalismo (Souto, 2002).
21
2.5 ASPECTOS RELEVANTES DAS TRANSFORMAÇÕES E
INDEFINIÇÕES DO AMBIENTE OPERACIONAL DO SETOR DE INTERNET
Quando o modelo de privatização do sistema Telebrás
6
começou a ser desenhado,
através da
Lei Geral das Telecomunicações, os legisladores na época pensavam que as
redes de telefonia seriam usadas mais fortemente para transmissão de voz do que para
transmissão de dados.
Teoricamente, as contas de interconexão
7
das empresas operadoras ficariam
equilibradas, já que se imaginava que haveria um número similar entre as chamadas de
uma e outra telefônica, e as operadoras não teriam prejuízos.
O aumento do uso da Internet alterou completamente esse quadro e gerou um
problema contábil para as operadoras. O assinante remunera à operadora uma tarifa
com base no STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), ou seja, um pulso a cada
quatro minutos, enquanto as operadoras têm de pagar tarifas de interconexão por
minuto.
Ao ter um provedor de Internet gratuito em sua rede, uma operadora recebe muito
mais chamadas telefônicas destinadas ao provedor do que suas linhas originam,
6
Telebrás: Empresa estatal da União Federal, era a controladora das sociedades de economia mista
concessionárias do serviço de telefonia, como a Telepará no Estado do Pará.
7
Interconexão consiste na ligação entre redes de telecomunicação que permite a usuários de uma operadora falar
com os de outra. O critério de aplicação e seu valor são determinados pela Anatel. A regra do serviço de telefonia
local deveria funcionar com o equilíbrio de chamadas originadas e recebidas, sem a necessidade de remuneração
de rede. Quando há um desequilíbrio, acima de 55%, entre chamadas originadas e recebidas, uma operadora deve
remunerar a outra. Isto é estabelecido na resolução da Anatel n° 033/98, parágrafo 2°de seu artigo 3°.
22
provocando o chamado "sumidouro de tráfego" no jargão das empresas operadoras de
telecomunicações, causando um desequilíbrio.
Tem sido observado, nos últimos três anos através da mídia, que a conduta na
operação das empresas provedoras de acesso a Internet tem sido alterada de forma
muito acentuada, o que sinaliza um setor ainda em definição no que tange seu rumo
estrutural. Diversas ações da Anatel, de instituições governamentais e não
governamentais - tais como: PROCON, IDEC e CADE
8
- e manifestações de
associações de provedores como a ABRANET
9
e de usuários
10
tem contribuído para a
modificação do cenário estrutural e de competitividade do setor nos últimos anos.
Para o entendimento do cenário atual, alguns pontos relevantes a essa
compreensão são relacionados a seguir:
Em virtude dos usuários do sistema de telefonia fixa reclamarem com freqüência
das cobranças de pulsos excedentes
11
, principalmente devido à dificuldade de
apurar efetivamente a forma como isto é consolidado na confecção das faturas (para
que números o cliente ligou e quanto tempo durou cada ligação) já que isso não é
especificado detalhadamente, e que o número de reclamações passou a ser mais
8
PROCON, Fundação (às vezes Superintendência) de Proteção e Defesa do Consumidor. IDEC, Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor. CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
9
Abranet, Associação Brasileira de Provedores de Internet. Para maiores detalhes consultar o Anexo 2.
10
Como exemplo, citamos a Comunidade de Usuários de Serviços de Internet.
11
Como exemplo, em 2002 a Telemar obteve o maior volume de reclamações no Procon do Rio de Janeiro,
cidade onde está sediada a empresa. A operadora somava quase 18 mil reclamações, seguida da companhia
distribuidora de energia com 2.500 reclamações. Os pulsos excedentes são responsáveis por grande parte da
insatisfação dos consumidores com as operadoras de telefonia.
23
volumoso devido a utilização de acessos discados para provedores de Internet, em
18/11/2002 foi disponibilizada a Consulta pública No 372 para receber sugestões
acerca dos inúmeros problemas resultantes da cobrança das tarifas de chamadas de
voz do STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado) no acesso a Internet e da
existente carência de Provedores de Acesso atuantes no território nacional, sendo
que a maioria deles se concentra no Sul e Sudeste (encerrou em 22 de abril 2003).
Em 14 de novembro de 2002, foi disponibilizada a Consulta pública No 417 cuja
finalidade era discutir a proposta de regulamento para o uso de serviços e redes de
telecomunicações no acesso a serviços de Internet. Esta consulta Pública traz
propostas para diferenciar o tráfego de voz e de Internet
nas redes de
telecomunicações. Entre as propostas está a criação de dois novos modelos de
acesso discado à Internet (0700 e o 1700) alternativos ao atual, via STFC, e de uma
tarifa única
(tarifa flat) para Internet. De acordo com o modelo em consulta pública,
às operadoras de telefonia ficam proibidas de subsidiar provedores de Internet,
gratuitos ou não. As operadoras de telecomunicações não poderão transferir receitas
das tarifas de telefonia para provedores
12
. Tão grande foi o interesse despertado
para a definição das novas regras para o acesso a Internet que a Associação
Brasileira de Provedores de Internet - Abranet entregou, em 04/02/2003, proposta
de fornecimento de acesso à Internet em escolas públicas
ao ministro das
24
comunicações. De acordo com o projeto, seria fornecido acesso a provedores de
Internet para 2.846 escolas, proporcionando 2,6 milhões de endereços eletrônicos.
O custo estimado era de R$ 203 milhões, em quatro anos, bancado pelos
provedores. O projeto estaria condicionado
a aprovação do regulamento de uso das
redes de telecomunicações para acesso a Internet. A Anatel prorrogou três vezes o
prazo de contribuições à consulta pública do regulamento, o último prazo foi em
15/02/2003.
A Secretaria de Acompanhamento Econômico - Seae
13
do Ministério da Fazenda
(MF) recomendou
14
ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade que
aprovasse com restrições a compra de parte do provedor de Internet iG (Internet
Group Limited) pela Telemar condicionada
a aprovação do negócio ao repasse pela
Telemar de parte das suas receitas de interconexão a todos os demais provedores
de
Internet. Pelo contrato assinado entre as empresas, esse repasse seria feito apenas ao
iG
15
.
12
Com a desvinculação do tráfego de Internet do tráfego de voz, as operadoras não terão mais o ganho com as
tarifas de interconexão. Nem haverá mais vantagem em transferir para eles recursos financeiros, tecnológicos e
de infra-estrutura.
13
Seae: Segundo sua própria definição, é órgão específico e singular do Ministério da Fazenda, foi criada por
meio da Medida Provisória n.º 813, de 1º de janeiro de 1995. É o principal órgão do Poder Executivo encarregado
de acompanhar os preços da economia, subsidiar decisões em matéria de reajustes e revisões de tarifas públicas,
bem como apreciar atos de concentração entre empresas e reprimir condutas anticoncorrenciais. O perfil da Seae
reflete-se nas suas três esferas de atuação: Promoção e Defesa da Concorrência, Regulação Econômica e
Acompanhamento de Mercado.
14
Parecer n° 394 /COGSE/SEAE/MF de 18 de novembro de 2002, relativo ao Ato de Concentração n°
08012.000257/2001-23 cuja operação foi a aquisição pela Tele Norte Leste Participações S/A de alguns ativos e
direitos do Internet Group do Brasil Ltda.
15
Posteriormente, em 24/11/2004, a Telemar se desfez destes ativos (cerca de 17,6% do capital por U$-18,9
milhões) vendendo-os a Brasil Telecom Participações (holding da Brasil Telecom S.A-BrT) que passou a
controlar 73% do capital social da iG (gazeta, 25/11/2004).
25
O Anexo da Resolução 190 da Anatel, de novembro de 1999, proíbe que os
serviços de rede de comunicação de banda larga e o de acesso e conteúdo de
Internet sejam fornecidos por uma mesma empresa. Uma operadora ao Fornecer o
acesso de banda larga vinculado obrigatoriamente a uma empresa parceira da
mesma vai de encontro ao código de defesa do consumidor
16
.
Uma das principais críticas ao atual modelo de provimento de acesso "gratuito"
no Brasil, é que este se baseia em provedores subsidiados por operadoras de telefonia
,
tais como: iBest (Brasil Telecom) e iTelefônica(Telefônica), com remuneração definida
a partir das tarifas de interconexão. Como há mais domicílios de baixa renda com
telefone do que com acesso à Internet, no ato do rateio para confecção das planilhas de
custos e definição de tarifas, o provimento dito "grátis", faz com que as classes
17
C, D
e E acabem arcando com um valor adicional para que as classes A e B se beneficiem
do serviço
18
.
16
O código de defesa do consumidos, no artigo 39 da seção IV, sobre práticas abusivas, diz: “é vedado ao
fornecedor de produtos ou serviços condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos".
17
As cinco classes A (segmentada em A1 e A2), B (segmentada em B1 e B2), C, D e E são na verdade uma
divisão metodológica que visa facilitar o estudo de mercados através de cinco grupos com poder de compra
diferenciado. Esta divisão de mercado é, exclusivamente, de classes econômicas e sua função consiste em estimar
o poder de compra das pessoas e famílias urbanas. Não há neste modelo a pretensão de classificar a população em
termos de classes sociais.
18
Pesquisa feita em abril de 2002 pelo Ibope mostra que 81% dos pesquisados pelo Ibope e pertencentes à classe
A tinham computador em casa com acesso à Internet. Dos entrevistados da classe C, apenas 9% tinham Internet
em casa. Daqueles pertencentes à classe D e E, somente 1% acessava Internet de casa. Em contrapartida, do total
de telefones fixos residenciais, a pesquisa Ibope mostra que 60% deles estão em domicílios pertencentes às
classes C, D e E. Apenas 8% estão nas casas dos que estão no topo da pirâmide. A pesquisa foi feita em oito
regiões metropolitanas e Distrito Federal.
26
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
Quando se utiliza o termo competitividade, é envolvida uma imensidão de
variáveis que fazem com que seja necessário especificar o contexto em estudo. O
objeto pode estar tratando de competitividade entre empresas, em determinados setores
produtivos, numa determinada nação, entre nações, no curto ou no longo prazo, etc.
Dessa forma, a complexidade do assunto obriga definir um foco de análise, do
contrário haveria a possibilidade de incorrer no equívoco de utilizar o termo num
sentido tão genérico que se perderia o seu significado ou relevância.
No contexto desta pesquisa, o conceito de competitividade industrial versa sobre
o ambiente no qual operam as empresas (Porter, 1986). Vários estudos foram
desenvolvidos no sentido de elaborar metodologias de análise qualitativas e
quantitativas, baseadas em conhecimentos teóricos e empíricos, com vista a melhor
compreender a forma como se efetuam a competitividade nas indústrias e suas
empresas. O termo competitividade, apesar de ser bastante difundido nas análises
econômicas, tem sua compreensão completa, acerca dos elementos que a delimitam,
prejudicada pela falta de um consenso definitivo entre os diversos autores.
Isto causa uma dificuldade adicional para o escopo de qualquer trabalho que
deseje estudar as estruturas e políticas
industriais. Porém, não foram abordadas as
27
lacunas teóricas e empíricas existentes para diagnosticar a situação da competitividade
do setor de Internet na região metropolitana de Belém. Foram Estabelecidos
procedimentos metodológicos
para identificar os conceitos e indicadores mais
apropriados ao objetivo desta pesquisa.
Para Possas
19
o conceito “clássico” de concorrência, preconizada por Smith,
Ricardo e contemporâneos, é caracterizado pela livre mobilidade de capital entre
diferentes indústrias o que decorre numa livre entrada ou ausência de barreiras à
entrada que, no início do capitalismo, estavam associadas a restrições institucionais ou
legais à livre concorrência. Segundo esse autor a concorrência era um processo tomado
ao longo do tempo, no qual os investimentos eram atraídos aos setores da indústria com
maior taxa de retorno e evitavam os de menor taxa de lucro.
Segundo Braga e Rossi (1989) e Franco (1998), a competitividade sob a visão
neoclássica, é conceituada a partir do modelo de concorrência perfeita. Neste se
apuram as causas do distanciamento do desempenho de uma empresa tendo como
referencial o desempenho que deveria ser obtido por ela se operasse no modelo ideal de
concorrência perfeita. As diferenças mensuradas são dadas como devido ao
distanciamento das características estruturais do setor em relação aos pressupostos
definidos para garantir a estrutura da competição perfeita. Neste modelo a análise da
competitividade privilegia a análise das características estruturais do setor.
A competitividade é então vista como resultado do processo de interação
anônimo entre os agentes econômicos (empresas e consumidores) na qual a dispersão
28
de decisões é coordenada pela ação da força de mercado. No modelo é suposto
irrestrito o acesso à informação e a tecnologia, bem como sua utilização é de fácil
disseminação, existe perfeita combinação dos fatores de produção assim como
completa homogeneidade nos produtos.
Dessa forma o conceito de competitividade neoclássica pode ser resumido à
eficiência produtiva que pode ser apurada por indicadores de produtividade relativa.
Neste contexto a tecnologia não é interpretada como fator de diferenciação
competitiva, pois é vista como facilmente acessível e disponível.
Foi somente na década de 50 que se passou a nomear de organização industrial
(OI)- termo de origem inglesa - ou economia industrial - termo de origem francesa - o
campo da economia que se ocupa do comportamento da industria devido a necessidade
de estabelecer-se uma metodologia específica e capaz de representar a dinâmica da
indústria e setores correlatos. Pela classificação de Hasencler e Kupfer (2002) as linhas
de pensamento existentes sobre organização industrial (OI) podem ser agrupadas em
duas vertentes significativas, uma tradicional
(mainstream) e outra alternativa
(schumpeteriana /institucionalista), ambas interessavam-se no ambiente de
concorrência em que as empresas competiam e sua relação com a natureza e o
funcionamento real das empresas. A primeira vertente desenvolveu-se a partir da obra
de Joe S. Bain (1959). A segunda tem sua origem nos trabalhos de Joseph A.
Schumpeter (1984) cujo objetivo era estudar a dinâmica da criação de riqueza das
empresas.
19
Autor do capítulo 17 de Hasencler e Kupfer (2002).
29
3.2 O BINÔMIO INVENÇÃO - INOVAÇÃO
A competitividade, na condição de maior atributo da concorrência, foi tratada na
denominada teoria evolucionista de Schumpeter (1984) com a visão de que a
economia capitalista deva ser analisada utilizando uma visão dinâmica e evolucionária,
isto significa que deve ser considerado o decurso de tempo que resulta de um processo
contínuo de introdução de inovações tecnológicas. Segundo Shy (1997) a inovação é a
busca e descobrimento por desenvolvimento, aperfeiçoamento, aceitação, e
comercialização de novos processos, novos produtos, novas estruturas organizacionais
e procedimentos. A inovação, em sentido amplo, se traduz numa busca incessante pela
obtenção de vantagem competitiva que criará diferenciação das mais variadas formas
(produtos, processos produtivos, insumos, etc.) de sorte a obter lucros extraordinários.
É a visão Schumpeteriana do processo de inovação da empresa capitalista como um
processo de "destruição criativa" aplicada à expansão da empresa moderna (Possas,
1985).
Foi a Schumpeter (1984) quem coube associar a base tecnológica à base
científica através do binômio invenção-inovação, neste contexto à tecnologia passa a
ser tratada como um bem com todas as características pertinentes ao desenvolvimento e
criação, tais como: os custos, riscos e sistema de produção associados, tendo o
empresário como seu agente econômico que utiliza o conhecimento tecnológico como
instrumento competitivo. Por conseguinte, a tecnologia e a ciência, que até então eram
30
externas ao modelo econômico, passam a incorporar-se ao mesmo como fator de suma
importância ao processo de acumulação do sistema capitalista.
O impulso fundamental que inicia e mantém o movimento da
máquina capitalista decorre dos novos bens de consumo, dos
novos métodos de produção ou transporte, dos novos mercados,
das novas formas de organização industrial que a empresa
capitalista cria. (SCHUMPETER, 1984).
Coube a Schumpeter também o estabelecimento da hipótese de que as estruturas
com maior grau de concentração do tipo oligopólio são mais inclinadas a práticas de
inovação tecnológica. Neoschumpeterianos como Freeman (2000), Nelson e Winter
(1982) e Dosi (1988) trabalharam com a visão da tecnologia como um fator de dupla
função, Estratégica e Estrutural. Isto lhe concebeu um aspecto de elemento dinâmico
que teria a capacidade de transformar a estrutura, ela estaria sujeita as influências das
políticas industriais praticadas, bem como à dinâmica dos aspectos institucionais
vigentes.
Dessa forma, abordando de modo dinâmico as estruturas de mercado, os
modelos teóricos desenvolvidos foram obrigados a internalizar os processos de
inovação, de sorte a captar sua influência como fator transformador das estruturas.
Nelson e Winter (1982) contribuíram à teoria evolucionista de Schumpeter
(1984) ao introduzir a noção de busca de inovações, que seria realizada pelas
empresas a partir das estratégias utilizadas e da seleção dos resultados econômicos
31
obtidos através das inovações praticadas no mercado. Segundo esses autores é inerente
ao processo de inovação um alto grau de incerteza, esta refere-se - quando há
possibilidade de ser estimada - à margem de segurança atribuída as expectativas
(intervalo de confiança disponível) correspondente ao risco considerado que ocorre
antes e após a introdução de um produto ou serviço.
Este risco diz respeito às previsões que se referem à possibilidade de êxito dos
projetos de expansão, crescimento e participação no mercado, bem como a futura
disponibilidade de lucros futuros de forma a remunerar o capital próprio e/ou de
terceiros investido.
Esta introdução de um novo produto, na ocorrência de sucesso comercial,
provoca um contínuo desequilíbrio no mercado através de lucros excedentes aos
inovadores e cópia, imitação ou encerramento de atividades para as firmas não
inovadoras (não pioneiras), além disso, criam-se barreiras adicionais aos potenciais
entrantes (novos operadores) e o surgimento de novos produtos que agirão como forças
motrizes no sentido de reorganizar a indústria no que tange as relações entre clientes e
fornecedores. Neste contexto é fundamental, para direcionar a formulação de
estratégias e a tomada de decisões pelas empresas de forma a proporcionar e manter
vantagens competitivas e incrementar o market share - participação no mercado -, que
se tenha acesso às informações de concorrentes, fornecedores, clientes e sobre o perfil
dos consumidores através de seus hábitos, costumes e preferências. Subjacente neste
processo dinâmico de modificação ou configuração estrutural, alavancado pelas
32
estratégias inovadoras, estão o tempo e a incerteza como ingredientes a eles inerentes.
Isto, segundo os mesmos autores, provoca os seguintes avanços teóricos:
Deixa-se de lado a visão neoclássica de caracterizar o avanço tecnológico a
partir da função de produção, principalmente porque ela é capaz de conviver
com a incerteza que é subjacente ao processo de inovação.
Abandona-se a concepção de equilíbrio marshalliano da indústria em cujo
conceito as firmas lucrativas encontram seu tamanho no longo prazo e as
deficitárias deixam o mercado.
Entendem a tecnologia um processo idiossincrático que não pode ser
mecanicamente codificável, sendo dessa forma um elemento de diferenciação
empresarial. Isto significa que, para uma dada tecnologia, inúmeras
possibilidades podem ocorrer diante do empresariado como conseqüência de sua
experiência, percepção e criatividade.
Eliminam a possibilidade de compreender-se o desempenho industrial através da
estática comparativa, já que o referencial básico de análise da competitividade é
endógeno à capacidade das estratégias de reconfigurarem a estrutura impondo-
lhe dinamismo. Deste modo, competitividade passa a ser entendida como
resultado da(s) estratégia(s) vencedora(s) que se desenvolvem no lócus da
concorrência.
33
3.3 MODELOS DE ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO (E-C-D)
Paralelamente à teoria evolucionista de Schumpeter (1984), desenvolveram-se
estudos que se preocupavam em relacionar a estrutura industrial com o processo
competitivo (conduta) e o desempenho empresarial.
Segundo Hasencler e Kupfer (2002) os estudos sobre o comportamento da
indústria originam-se no século XVII, porém foi Mason (1939), ao qual é atribuída a
origem do termo structure-conduct-performance (Possas, 1985), que na década de 30,
baseado em questões empíricas, estudou o relacionamento entre o ambiente
concorrencial de operação da empresa (estrutura), seu comportamento através das
estratégias adotadas para se manter no mercado (conduta) e seu desempenho
representado pela lucratividade e market share obtido (performance).
Inicialmente nesta abordagem a competitividade é tida como uma dimensão do
desempenho que resulta da interação competitiva entre os agentes sob influência das
forças da estrutura industrial no qual estão inseridos. Essa metodologia tem como
hipótese a existência de uma causalidade unidirecional que se inicia com a estrutura
para a conduta e desta para o desempenho. Sua inspiração teórica prioriza a estrutura
do mercado para explicar a performance das empresas a ele pertencentes (Possas,
1985).
34
A Figura 1 representa o modelo E-C-D de Calton e Perlof (2000) baseado na
existência de realimentação (feedback) entre as três categorias e acrescentando o
governo. Nele são relacionadas as principais características de cada parte do modelo.
Figura 1: O Modelo ECD com realimentação (feedback) e acrescentando o governo
Fonte: Calton e Perlof (2000)
Condições Básicas
Demanda do consumidor Produção
Elasticidade da demanda Tecnologia
Substitutos Matérias primas
Sazonalidade Sindicalização
Taxa de crescimento Durabilidade de produto
Localização Economias de escala
Métodos de compra Economias de escopo
Estrutura
Número de compradores e vendedores
Barreiras a entrada de novas firmas
Diferenciação de produto
Integração Vertical
Diversificação
Política Governamental
Regulamentação
Antitruste
Barreiras à entrada
Impostos e subsídios
Incentivos a investimentos
Incentivos a contratações
Políticas macroeconômicas
Conduta
Propaganda Táticas legais
Colusão Escolha do produto
Pesquisa e desenvolvimento Fusões e contratos
Comportamento de preços
Investimento em expansão
Desempenho
Qualidade do produto Lucros
Eficiência de produção Preço
Eficiência alocativa Eqüidade
Progresso técnico
35
3.4 LACUNAS E CRÍTICAS AO MODELO E-C-D
As críticas apresentadas ao modelo inicial de E-C-D quanto a sua natureza
unidirecional, redundaram em transformações do modelo. Assumiu-se uma relação
bidirecional ampliando a tese de integração, porém mantendo-se ainda a característica
de um modelamento estático. O modelo da figura 1 já contempla tais modificações.
Conforme citado em Kupfer e Hasencler (2002), há nos modelos de E-C-D uma
carência de prioridade às condutas das empresas no processo de concorrência. Segundo
esses autores, foi necessário aceitar a hipótese da existência de um feedback entre as
três partes de análise do modelo o que enfraqueceu o corpo do mesmo. Ao considerar o
feedback se valorizou a conduta como a principal dimensão responsável pelo
funcionamento do mercado em detrimento das características técnico-econômicas, ou
seja, a oferta, a demanda e a concentração de mercado.
Segundo Carvalho (2000) o modelo Estrutura-Conduta-Desempenho apesar das
contribuições empíricas obtidas e de considerar as barreiras de entrada e concentração
em seus estudos, não dirige seus esforços no sentido de obter-se uma teoria E-C-D
pautada numa perspectiva dinâmica.
36
3.5 BARREIRAS ESTRUTURAIS À ENTRADA
Barreiras à entrada se configuram todos os mecanismos que restringem a
expansão de uma indústria através da livre mobilidade de capitais de longo prazo e
possibilite lucros extraordinários permanentes nessa indústria (Bain, 1959).
Conforme estabelecido na hipótese desta pesquisa: As empresas provedoras de
acesso a Internet de atuação nacional, controladas ou parceiras das grandes empresas
dominantes do mercado de telecomunicações, estão empreendendo ações de conduta
para se apropriar totalmente do mercado local das pequenas provedoras de acesso, há
necessidade de ênfase ao estudo do conceito de barreiras a entradas de forma a avaliar
a influência das mesmas na estrutura do mercado de Internet na RMB.
Através de Bain (1959), na década de 50, enriquece-se o modelo E-C-D com sua
contribuição sobre a natureza e a importância das barreiras à entrada. Segundo este
autor, a condição de entrada ou nível das barreiras:
"Pode ser avaliada pelo grau em que as firmas estabelecidas
podem elevar seus preços acima de um nível competitivo sem
induzir novas firmas a porem em utilização maior capacidade na
indústria" (BAIN, 1959).
37
Caracterizam-se firmas entrantes aquelas que recentemente iniciaram operação
numa indústria ou que ameacem iniciar atividades em breve.
Para Bain (1959) dentre os fatores que contribuem para a formação de barreiras
à entrada destacam-se principalmente, quanto à natureza e dimensão, os seguintes
citados por Carlton e Perlof, (2000):
Vantagem de custo absoluto - Permite que uma firma estabelecida possa
auferir lucro extraordinário sem receio de que outras entrantes potenciais
possam ameaçá-la, exemplificando: Se uma firma A produz a um custo
constante por unidade de R$ 2,00 e as potenciais entrantes só poderem produzir
por R$ 5,00, a firma A poderá estabelecer o preço de R$ 4,00, auferir lucros
extraordinários, sem ser ameaçada pelas possíveis entrantes.
Economias de produção de larga escala que requeiram grandes gastos
de capital - As empresas estabelecidas, assim como as entrantes, podem fazer
uso do benefício das economias de escala para operar. As entrantes podem, por
exemplo, obter financiamento para iniciar suas atividades mesmo que suas taxas
de retorno sejam menores que as firmas pioneiras, e até mesmo quando sua
escala de operação venha a ser menor do que a existente na indústria. A questão
somente se configura uma barreira, se houver no setor um grande valor de
custos fixos irrecuperáveis associados à entrada, dessa forma, na eventualidade
de insucesso, poderá haver a possibilidade de grandes perdas aos investidores o
38
que redunda em maior risco e afasta a possibilidade de novos investimentos a
longo prazo.
Diferenciação de produto - (as firmas produzem produtos similares, porém
não idênticos) Pode se tornar uma barreira na medida em que os consumidores
estejam apegados demais a uma marca e relutem em adquirir um novo produto.
Haverá necessidade das novas firmas investirem mais fortemente em custos de
marketing para que possam competir com a primeira. Isto não implica numa
regra geral de comportamento dos mercados, pois há casos em que o custo de
marketing de uma entrante pode ser inferior a primeira empresa em face da
necessidade da anterior ter incorrido em gastos adicionais educando e
estimulando a necessidade de uso de um produto inédito.
Para Bain (1959) citado por Possas (1985), deve ser utilizado a concentração
econômica como elemento básico da estrutura e a intensidade das barreiras à entrada
como um indicador-chave do poder de mercado das empresas oligopolistas e co-
determinante do nível de preços.
Segundo Braga (1980), no modelo original de Bain (1959), conhecido como
hipótese estruturalista básica, as condutas não recebiam ainda destaque e o
desempenho era apurado diretamente pelo mercado, ficando assim o preço, o
marketing e as estratégias de produto, dentre outros, de fora sob a alegação da
igualdade entre custo marginal e receita marginal.
39
3.6 ESTRUTURAS DE MERCADO
Segundo Possas (1985) existem pelo menos três diferentes acepções para a
utilização do termo "estrutura de mercado". A primeira a surgir, que parece
vinculada à visão neoclássica, diz respeito às características mais aparentes dos
mercados e conceitua a estrutura em função do número de empresas concorrentes
(monopólio, oligopólio e concorrência) e a existência de produtos homogêneos ou
diferenciados. Resume-se a uma tipologia das formas de mercado que considera em
maior ou menor grau as características de produto e concentração.
A segunda é utilizada na economia industrial para descrição e análise de
informações empíricas e tentativas de interpretação teórica que recorrem, quase
sempre, ao modelo E-C-D cuja acepção é feita a partir da tipificação do modelo
"daquelas características da organização do mercado que parecem exercer uma
influência sobre a natureza da concorrência e da formação de preços no mercado"
(Bain, 1959). Neste sentido existe uma preponderância da estrutura do mercado sobre
as demais dimensões (conduta e desempenho). O terceiro sentido dá ao conceito a
condição dinâmica. As análises empíricas desenvolvidas faziam distinção entre
indústria e mercado onde as características da oferta (base técnico produtiva) e as de
demanda (aspectos mercadológicos) eram tratadas de forma distinta.
Em Possas (1985), estes conceitos podem ser integrados, num conceito mais
abrangente denominado estruturas de mercado. Neste, o conceito de mercado deve
40
ser redefinido de sorte a abarcar tanto a estrutura e suas dimensões quanto a
competição intercapitalista. Na condição de lócus desta competição, o espaço de
mercado é ampliado para abranger as relações diretas de demanda e oferta, assim como
as relações entre fornecedores e clientes. Neste conceito dinâmico existe um
predomínio da visão de evolução da estrutura devido às condições de concorrência
efetiva (ou potencial), que incorporam os elementos responsáveis pela transformação
da mesma, através do ritmo de acumulação interno de lucro das empresas destinado à
expansão da atividade, do grau de concentração do mercado e seus determinantes, do
nível de progresso técnico existente e da relação da indústria em foco com os demais
setores da economia.
A análise estática, segundo Possas (1985), deve ser posta de lado em face da
exaustão dos modelos tradicionais existentes até então. Para Possas (1999), além dos
aspectos técnicos das estruturas de mercado e da natureza dos produtos, deve-se
considerar o componente espacial que delimita o focus da concorrência ligado às
condições de deslocamento físico do bem e dos limítrofes institucionais. Neste
contexto, o conceito de oligopólio passa a ter um novo sentido, abandona-se o
paradigma que o caracteriza como uma oposição ao atomismo (concorrência pura) no
qual há ênfase na rivalidade e nas ações e reações aos concorrentes hipotéticos e adota-
se a visão do oligopólio como uma classe de estrutura de mercado cuja característica
mais forte é centrada nas barreiras à entrada, principalmente para as maiores e mais
progressistas.
41
Nesta concepção, a formação dos preços de equilíbrio deixa de ser o foco central
do corpo teórico, para se voltar para as margens de lucro como dimensão mais
importante. Abandona-se o interesse pelo equilíbrio estático ou dinâmico, o interesse
agora é focado no impacto nas estruturas do mercado e nas condições de concorrência
que o novo conceito pode produzir. As barreiras de entrada deixam de ser apenas mais
um dos elementos que compõem a estrutura do oligopólio e que colaboram para a
determinação dos preços, para se tornar à essência determinante da concorrência no
mercado oligopolista, nestes elas reúnem tanto a concorrência interna quanto a
potencial.
Para Possas (1985), a magnitude das barreiras à entrada são o principal
determinante das margens de lucro, reflexo das condições de concorrência, pois
estabelecem um teto (limite) para as mesmas. Como elementos adicionais na
determinação das margens situam-se as restrições financeiras, que estabelecem um
patamar mínimo necessário à expansão autofinanciada, pautada na segurança
financeira (liquidez, pagamento de dividendos e grau de endividamento gerenciável)
das empresas. Segundo Possas (1999), o ambiente de operação das empresas possui
vários elementos de diversas ordens que influenciam no processo competitivo, quais
sejam: O grau de concentração, principais competidores, vantagens detidas por cada
um, características dos insumos disponíveis e dos setores que os fornecem, tamanho do
mercado, preferência dos consumidores e fontes de financiamento disponíveis. Estes
elementos foram utilizados como auxílio na análise do setor.
42
3.7 AS FORÇAS COMPETITIVAS
Porter (1986) desenvolveu um modelo alternativo para análise da
competitividade na indústria, neste são utilizadas cinco dimensões, denominadas pelo
autor de “forças competitivas”, como as principais responsáveis, em uma indústria,
pela dinâmica do ambiente de concorrência. As cinco forças de Porter são:
Fornecedores, entrantes potenciais, compradores, substitutos e concorrentes na
indústria (figura 2). O conjunto dessas forças determina o potencial de lucro que é
apurado no retorno em longo prazo sobre o capital inicial investido. Cabe frisar que,
para cada segmento industrial, difere o potencial de lucro final.
Figura 2: O modelo das cinco forças competitivas básicas.
Fonte: Porter (1986).
Fornecedores
Com
p
radores
Substitutos
Concorrentes na
Indústria
Rivalidade entre as
Empresas Existentes
Entrantes
Potenciais
43
As características estruturais básicas da indústria, traduzidas pelas cinco forças são
sintetizadas como exposto a seguir:
Ameaça de Novos Entrantes: Novas empresas, adentrando o mercado,
incrementam capacidade de produção à existente, o fazem visando obter parcela de
mercado e compartilhar a lucratividade praticada. Tal entrada pode provocar queda
nos preços ou aumento nos custos praticados e a conseqüente redução nas margens
de lucro. Companhias oriundas de outros segmentos indústrias que estejam
diversificando suas atividades podem adquirir uma companhia existente ou
construir uma nova planta, muitas vezes com tecnologia mais avançada e de menor
custo.
Barreiras de Entrada
: A dimensão da ameaça de entrada depende das barreiras de
entrada criadas pelo segmento industrial em questão e do conjunto de reações que o
potencial entrante pode esperar das empresas já estabelecidas. Além das fontes de
barreiras de entrada citadas anteriormente neste texto por outros autores, Porter
(1986) destaca também as seguintes:
Custos de Mudança
- São os custos resultantes da mudança de fornecedor que
podem onerar, de forma adicional, a matriz de custos existentes devido à
necessidade de qualificação de pessoal, aquisição de equipamento auxiliar e
testes de novos insumos dentre outros.
44
Acesso aos Canais de Distribuição - Se as empresas estabelecidas possuírem
forte controle sobres os canais de distribuição existentes ou se estes forem
bastante limitados, haverá grande dificuldade para que uma nova empresa
distribua um novo produto sem que incorra em custos adicionais, dependendo da
dimensão de tal dificuldade isto pode se constituir num grande limitante para
uma nova empresa ingressar no mercado.
Retaliação Prevista
- Se os potenciais entrantes percebem que as empresas
estabelecidas podem apresentar uma reação bastante vigorosa a um novo
competidor, estas podem ser dissuadidas a não entrar no mercado, desde que
sejam observadas algumas condições, tais como: Crescimento lento do setor
industrial sob análise, empresas estabelecidas com substancial capacidade
financeira disponível ao confronto, empresas do setor com elevada soma de
ativos não-líquidos empregados na produção e uma história de forte reação aos
potenciais entrantes.
Preço de Entrada Dissuasivo
- Segundo Porter (1986), a condição de entrada
pode ser resumida através de um conceito hipotético denominado de preço de
entrada dissuasivo: a estrutura de preços praticada, bem como as condições
relativas à qualidade do produto ou serviço, que apenas equilibra os benefícios
potenciais decorrentes da entrada previstos pelo entrante com os custos
esperados para transpor as barreiras estruturais e expor-se a retaliação. Caso o
patamar corrente de preço seja mais elevado do que o preço de entrada
45
dissuasivo, haverá previsão de lucros pelas entrantes acima da média, a entrada
ocorrerá. Adicionalmente, Porter (1986) frisa que o preço de entrada dissuasivo
depende não somente das expectativas presentes assim como das condições
futuras.
Uma ameaça ao setor repousa nas empresas que hoje exploram Wi-Fi
20
no sul
do Brasil, estas se dedicam exclusivamente ao segmento empresarial, porém é só
uma questão de tempo, a exemplo do que aconteceu com a comercialização de
computadores
21
, para que estas empresas passem a atuar primeiramente em grandes
condomínios fechados para em seguida atuar em bairros classe A e B.
Esta tecnologia possui um potencial de aplicação enorme, já começou a ser
utilizada na indústria. A Ford, desde fins de 2003, em sua fábrica de Camaçari, na
Bahia, utiliza WI-FI nos pátios de estacionamento de seus veículos para cheque de
qualidade em tempo real de seus veículos recém saídos das linhas de montagem
22
.
As grandes companhias de telefonia celular já começam a explorar a tecnologia
sem fio denominada
Wireless-Lan
através dos chamados
spots
23
.
Adicionalmente, citamos a tecnologia denominada Wimax que, segundo
alardeado pelos fabricantes de telefonia sem fio, promete ser uma espécie de
20
Wireless Fidelity (WI-FI) e Wireless Local-Area Network (WLAN) são tecnologias que possibilitam o acesso
sem fio a Internet, isto é, sem a necessidade de cabos de qualquer espécie.
21
Inicialmente os grandes fabricantes priorizaram o segmento empresarial, porém com a saturação deste,
passaram a dirigir sua conduta de comercialização aos computadores de uso doméstico.
22
Um supervisor utiliza um equipamento portátil, na verdade um transmissor wi-fi (chamado tablet), no qual
estão representados os itens significativos a serem verificados no veículo. Caso haja falhas nos veículos a linha de
montagem é imediatamente informada.
23
Spots são definidos como sendo áreas geográficas extremamente limitadas onde o serviço é prestado, como por
exemplo, o aeroporto internacional de val-de-cans em Belém.
46
sucedâneo do Wi-Fi. Tal possui como característica principal o acesso à Internet
em alta velocidade sem a necessidade de linha em visada
24
, assim como necessitam
os celulares para operar.
A proposta do sistema Wimax será a capacidade de prover acesso de alta
velocidade à Internet para áreas da dimensão de uma grande metrópole. No
momento esta tecnologia está sendo testada de forma experimental.
Outra tecnologia alternativa para prover o acesso a Internet consiste na Power
Line Communication (PLC) que permite a transmissão de dados em banda larga,
a partir da rede de energia elétrica. Em síntese, o projeto prevê a instalação de um
equipamento, denominado Master PLC, junto ao transformador de energia. A
partir daí, ele passa a fazer a função de concentrador de sinais, integrando-se em
até 1,5 mil km pela rede elétrica, aos modems PLC instalados nos domicílios
25
.
Segundo os idealizadores, o projeto serve para demonstrar a viabilidade do PLC
para a transmissão de dados, destacando esta tecnologia como uma das alternativas
para a universalização do acesso no país.
24
Linha em Visada: Em telecomunicações define a necessidade das antenas das estações de rádio da operadora e
do usuário, necessariamente, estarem situadas em pontos em que não haja qualquer tipo de obstrução, isto é, não
haja qualquer objeto entre ambas que impeça que a comunicação possa ser iniciada e uma antena possa enxergar
a outra.
25
Um projeto piloto de PLC da Comissão de Inclusão Digital do Fórum Aptel (Associação de empresas
proprietárias de infra-estrutura e sistemas privados de telecomunicações) PLC Brasil, coordenado pela Aptel foi
implantado em 21/11/2004 no município de Barreirinhas (MA). Tal município possui uma população urbana de
13 mil habitantes. A partir do projeto, serão criadas 14 ilhas digitais em locais de prestação de serviços públicos
(escolas, bibliotecas, postos de saúde, prefeitura, etc.) onde a população da cidade poderá ter acesso à Internet,
utilizando a infra-estrutura compartilhada da rede elétrica. Diversos agentes fazem parte deste projeto, tais como:
Cemar (companhia distribuidora de energia do Maranhão, Eletropaulo, SEBRAE e diversas empresas de TI).
47
Além das Tecnologias acima descritas, existe um projeto privado de
comercialização do Computador por Assinatura, que seria uma solução de
acesso a uma rede nacional de serviços digitais, em banda larga, através das
tecnologias ADSL
26
, CABO ou PLC obtida ao custo de uma assinatura mensal fixa
com tudo incluído (hardware e software). O modelo proposto é similar ao utilizado
nos serviços de TV por assinatura, onde há pacotes comercializados em função do
perfil do usuário. A cobrança dos serviços seria do tipo reversa, aos moldes do
modelo hoje utilizado pelas companhias de telefonia fixa e celular que utilizam o
sistema pré-pago. A desvantagem deste sistema é que, como o equipamento seria
dedicado, o usuário ficaria limitado a um único provedor de serviços.
Rivalidade entre os Concorrentes Existentes: Traduz-se na disputa entre os
concorrentes pela manutenção ou ampliação das fatias de mercado, através de
táticas como guerras de preços, batalhas de publicidade, introdução de novos
produtos, extensão de serviços ou de garantias de pós-venda. Tal ocorre em
decorrência da pressão dos concorrentes ou busca de oportunidades de expansão de
sua participação no mercado. Estas ações e reações podem, desde expandir a
demanda, como no aumento de publicidade por todos os participantes, até reduzir a
rentabilidade geral, quando da ocorrência de uma guerra de preços.
26
ADSL - É a sigla de Asymmetric Digital Subscriber Line. Na prática, esta tecnologia permite transmitir dados,
no sentido da Internet para o usuário (downstream), a velocidades superiores a conseguidas no sentido contrário.
Para maiores detalhes ver apêndice 1.
48
Pressão dos Produtos Substitutos: Os produtos substitutos atuam no sentido de
limitar preços e reduzir os retornos potenciais de uma indústria. Quanto mais
elevado à relação preço-desempenho de um produto substituto, maior será seu
efeito sobre a lucratividade de uma indústria. Um setor pode proteger-se da ação de
seus substitutos mais ofensivos através de ações conjuntas da indústria no sentido
de combater adversários comuns, por exemplo, utilizando-se de publicidade
coletiva constante e intensa para tal.
Podem ser considerados substitutos ao acesso convencional aqueles providos
através de empresas que exploram o fornecimento de TV a cabo. Estas praticam a
comercialização do acesso a canais de TV e utilizam vendas casadas quando
incluem no pacote de serviços o acesso a Internet.
Poder de Negociação dos Compradores: A estratégia dos compradores é baixar o
nível de preços de seus insumos de forma a aumentar sua própria margem de lucros.
Agindo desta forma, minimizam a rentabilidade da indústria fornecedora. Esta
conduta provoca o acirramento das disputas entre fornecedores. Tal poder de ação
de cada segmento industrial pode ser medido através da situação de cada um de
seus grupos compradores quanto a sua situação no mercado e a dimensão relativa
de suas compras frente ao tamanho do mesmo. Algumas características importantes
devem ser consideradas de forma a mensurar o poder de compra, tais como: Se o
comprador possui total informação sobre o mercado e as margens do fornecedor, se
49
o produto é ou não significativo para a qualidade do produto do comprador, se o
comprador possui capacidade para ele próprio produzir o Insumo adquirido do
fornecedor, se os produtos comprados são padronizados e de fácil obtenção em
fornecedores alternativos, se os produtos adquiridos representam uma parcela
representativa de seus próprios custos de produção e se o comprador está preso ao
vendedor em virtude de significativos custos de mudança.
Poder de Negociação dos Fornecedores: Os fornecedores podem exercer forte
pressão sobre uma industria se forem capazes de elevar preços ou reduzir a
qualidade dos produtos ofertados. Para estabelecer o grau de influência dos
fornecedores sobre os compradores, alguns aspectos devem ser verificados, tais
como: Se o grupo fornecedor é dominado por poucas industrias, se o mesmo não
dispõe de bons substitutos alternativos, se a industria compradora não representa
um cliente importante ao grupo fornecedor no que tange as dimensões de suas
compras, se o produto dos fornecedores é um Insumo vital para a linha de produção
do comprador. Os pequenos provedores locais dependem sobejamente dos
provedores de infra-estrutura, quais sejam Telemar, Embratel, Intelig e outros.
Estes fornecedores de um lado provêem a conexão com seus clientes e do outro a
interligação com a rede nacional da Internet
27
.
27
São das empresas que atuam como Internet backbone carriers a responsabilidade pela interligação dos
provedores de Internet, conhecidos na literatura mundial como Internet Service Providers-ISP, à rede nacional
de computadores. Uma dessas companhias é a Embratel.
50
Os fornecedores podem influenciar bastante na qualidade dos provedores através da
designação das facilidades, isto é da alocação de recursos, necessários a sua operação
tais como: Troncos telefônicos, facilidades de DSL
28
, roteadores
29
, etc. No mundo das
redes de telecomunicações a designação de uma facilidade para atendimento a um
cliente pode fazer grande diferença na qualidade da prestação de seu serviço, como
exemplo, basta que seja determinado a um ISP um recurso que esteja ligeiramente
próximo da capacidade limite para que nos horários de maior utilização da rede o
mesmo apresente restrições de acesso, ou seja, congestionamento. Pelo exposto,
verificasse que os fornecedores de infra-estrutura possuem a capacidade de exercer
forte influência no desempenho dos provedores locais.
3.8 COMPETITIVIDADE SISTÊMICA
As abordagens tradicionais avaliam a competitividade utilizando, como
dimensões principais, os preços, custos, eficiência econômica e taxa de câmbio. Esta
sistemática é centrada na análise estática e utiliza-se de determinação e comparação de
custos e na eficiência econômica (Santana, 2002).
28
A banda larga que é fornecida através de linhas telefônicas comuns é chamada de DSL (Digital Subscriber
Line). Ao usar sua linha telefônica existente, o DSL pode entregar Internet de alta velocidade ao mesmo tempo
em que chamadas de voz e fax são cursadas.
29
Roteadores - Designação dada ao hardware necessário para comutação de nós TCP/IP. Para maiores detalhes,
ver Apêndice 1 - Termos e Serviços Básicos usados na Internet.
51
A Competitividade pode ser conceituada de diversas maneiras por diferentes
autores. Por isto, usou-se como base o trabalho realizado por Coutinho & Ferraz
(1994), "Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira - ECIB", utilizando alguns
de seus conceitos e análises, uma vez que este se tornou uma referência sobre a
matéria. Segundo Santana (2002), o aprofundamento do processo de globalização e a
menor intervenção governamental e institucional nos mercados, modificou o ambiente
de operação das Empresas, tornando-o mais dinâmico e de maior abrangência. Dessa
forma houve a necessidade da redefinição e ampliação de tais modelos que
comportassem a utilização de elementos adicionais não previstos nos modelos
tradicionais.
Na visão deste autor, o conceito de competitividade sistêmica pode ser
formulado através da composição das inter-relações do modelo de estrutura-
conduta-desempenho (E-C-D) revisado, das proposições de Porter (1986, 1992)
sobre vantagens competitivas, da abordagem sistêmica da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 1992), por Coutinho e Ferraz
(1994), por Possas (1996), por Esser (1999) assim como a abordagem dos custos de
transação e da ordenação de negócios de Williamson (1975).
Nesta pesquisa já foram destacados as contribuições de Porter (1986, 1992) e os
aspectos pertinentes ao modelo E-C-D.Pode-se descrever, de forma resumida, os
demais elementos da seguinte forma:
52
Custos de Transação:
Coase (1988), em 1937, apresenta em um artigo o conceito de Custos de
Transação, no qual as transações de mercado acarretam custos, tais como:
- Custos para determinação de preços relevantes ao negócio,
- Custos para negociação e salvaguarda de contratos,
- Custos de procura e obtenção da informação,
- Custos de decisão e barganha,
- Custos de controle, execução e fechamento de contrato em cada
operação efetivada (acompanhamento).
Na visão deste autor, caso não houvesse custos de transação, o mercado seria
uma estrutura capaz de abrigar o processo de produção. Teria-se, neste caso, uma
grande função de produção com processos de fabricação sucessivos nos quais cada
agente executaria uma etapa do processo produtivo entregando sua parcela ao agente
subseqüente, até que o último elo entregasse o produto acabado ao consumidor final.
Essa sucessão de transferências entre agentes deveria ocorrer em um sistema
perfeito de alocação de recursos denominado sistema de preços competitivo, dessa
forma o preço final ao consumidor seria também competitivo, assim como todos os
retornos de capital e remuneração de custos dos agentes envolvidos. Devido às
imperfeições de mercado o sistema de preços não é capaz de coordenar a função de
produção, dessa forma entra em ação o empreendedor que fará a coordenação da
função de produção dentro da estrutura substituta do mercado denominada firma.
53
Vários autores pesquisaram este campo teórico, um dos que mais se destacou foi
Williamson (1975), que contribuiu significativamente para a teoria Econômica de
Custos de Transação (ECT). Segundo este auto, configura-se estrutura de governança
a estrutura institucional dentro da qual a integridade da transação é definida, dessa
forma conceitua firmas como sendo estruturas de governança que se originam com a
finalidade de minimizar os custos transacionais.
Existe uma diferença conceitual entre Coase (1988) e Williamson (1975) no que
tange ao conceito de firma. Para Coase (1988) a firma origina-se para substituir o
mecanismo de preço quando este se torna imperfeito, enquanto que para Williamson
(1975) a firma é criada para minimizar os custos de transação
.
Na visão deste autor, uma transação é uma transferência de bens, ou serviço,
através de interfaces tecnológicas distintas. Segundo o mesmo, cada forma factível de
inter-relacionamento num par de entidades, pode ser avaliada usando-se os custos
envolvidos ex-ante na fase de negociação e redação do contrato a ser pactuado e ex-
post na fase de execução e acompanhamento do referido contrato.
Em Williamson (1975) é pressuposta numa transação a ocorrência forte de
oportunismo, a qual é predominante em atividades em que as transações exijam
investimentos específicos em capital e recursos humanos e o processamento de
informações relativas ao evento transacional de suma importância.
O comportamento oportunista é um grande componente dos custos de transação e,
por conseqüência, um fator determinante das fronteiras da companhia. Como exemplo,
54
se certos fornecedores são críticos para o sucesso obtido na produção, a empresa pode
desejar que eles permaneçam dentro dos limites de sua planta, sob controle, não fora,
onde seus objetivos podem se diferenciar daqueles estabelecidos pelas estratégias da
companhia.
Entre as possibilidades de vantagens propiciadas pela Internet às grandes e médias
empresas destaca-se o barateamento das comunicações
30
, tal por sua vez pode reduzir
os custos de transação e possibilitar a oportunidade de expandir as fronteiras das
mesmas. As companhias inevitavelmente reduziriam seu tamanho e disposição de
recursos, impondo a cisão para as funções desnecessárias e centralizando as atividades
comuns. Realizariam mais transações com a utilização da Internet, pois ao invés de
utilizarem memorandos internos que teriam de ser enviados as suas filiais, além da
rotina de comunicação interna habitual.
As grandes empresas passam a enviar informações codificadas pela rede e acessar
sistemas de compra, bancos de dados de clientes, sistemas de gerenciamento da
produção, controles de logística, etc.
A Internet certamente reduz os custos de comunicação, isso significa que diminui
custos e agiliza a comunicação entre unidades dentro das organizações, assim como
entre as organizações (fornecedores, parceiros, clientes, etc.).
O memorando interno e as cartas desaparecem e são substituídos pelo e-mail.
Dentre os custos principais envolvidos nas transações, a Internet certamente reduz os
30
Entre as reduções está o uso da comunicação denominada Voz sobre IP - VOIP que minimiza
consideravelmente o custo com ligações interurbanas regionais e nacionais.
55
custos de procura e obtenção da informação, pode facilitar também os custos de
acompanhamento de certas modalidades de contrato.
A OECD e o Conceito de Esser, Hillebrand, Messner e Meyer-Stamer:
Em 1992 a OECD adotou a denominação Competitividade Estrutural, neste
conceito a inovação era o fator principal de desenvolvimento econômico. Definia a
Organização Competitiva como aquela capaz de aprender e inovar em todas as
áreas em que de atuasse. Podia também participar de uma rede de colaboração
voltada à inovação, e que poderia ser apoiada por instituições governamentais e de
pesquisa e pertencente a um contexto capaz de fomentar a inovação.
Tal conceito de competitividade, já agrega fatores de competitividade
externos às empresas, quando considera a participação da empresa em redes de
colaboração, o apoio à empresa por “instituições” e o “contexto” em que ela opera.
Em 1994, Esser, Hillebrand, Mesner e Meyer-Stamer introduzem o conceito de
Competitividade Sistêmica, a partir de quatro níveis de análise: meta, meso, micro
e macro. Tal foi decorrente da constatação de que o conceito de Competitividade
Estrutural, formulado pela OCDE, não atendia satisfatoriamente quando aplicado a
países em desenvolvimento, nos quais careciam ou eram insuficientes alguns
fatores básicos para o desenvolvimento das empresas.
Por exemplo, mesmo quando um país em desenvolvimento aplicava medidas
para melhoria de suas condições estruturais macroeconômicas, tais como: a política
56
monetária, a política fiscal e a taxa de cambio, e estas redundavam em sucesso, isto
não garantia que suas empresas atingiriam condição satisfatória para competir no
mercado internacional.
No Brasil, em 1990, durante o plano Collor, foi iniciada uma forte recessão com
a finalidade de conter a inflação, foi feita a abertura unilateral do mercado brasileiro
com a abolição da lista de produtos proibidos para importação e sua substituição
por tarifas alfandegárias cujas alíquotas foram rapidamente reduzidas.
Tal ação pode ter ajudado a combater o ciclo inflacionário, porém como o país
não foi dotado de mecanismos para proteger a indústria nacional contra práticas
desleais de comércio por parte dos competidores estrangeiros, tal provocou enormes
perdas à indústria brasileira que não teve tempo hábil para modernizar-se,
preparando-se assim, para enfrentar a forte eficiência e competitividade das
empresas estrangeiras já bastante acostumadas a atuar em mercados internos e
internacionais (Brum, 2002).
O nível “Meta” refere-se à organização básica de uma dada sociedade, através
de sua organização social e de suas estruturas jurídica, política e econômica e ao
seu grau de coesão social, que pode ser traduzido, nos valores e na capacidade de
entendimento e integração de seus cidadãos e dos demais atores nacionais.
Este nível “Básico” expressa melhor o impacto das organizações e estruturas
sociais de uma sociedade, quando se pretende avaliar as condições de
57
competitividade de suas empresas. Este nível pouco se alterada em conseqüência de
ações governamentais. Tal fato é resultado do longo prazo de reação às mesmas.
O nível “Macro” depende, em grande parte, das ações governamentais através
das políticas fiscal, cambial e monetária e a administração do orçamento nacional.
Alterações ocorridas na dimensão meta podem afetar também todas as demais
características de competitividade das empresas de um país, afetando dessa forma a
sua dimensão “Macroeconômica” de competitividade.
O nível “Meso” de competitividade é uma espécie de dimensão do
“Desenvolvimento”, nestas se agregam todas as características nacionais que são
aperfeiçoadas por políticas governamentais de fomento, desenvolvimento e
coordenação.
Neste situam-se a capacidade de geração, manutenção e melhoramento da infra-
estrutura física, das políticas de desenvolvimento regional, da política industrial e
comercial do país, na qual incluem-se: As leis de defesa da concorrência e do
consumidor, de proteção ambiental e das políticas de melhoria da qualidade de vida
do cidadão, que dizem respeito à saúde e educação.
Este conjunto de alterações estruturais, políticas e econômicas podem, no longo
prazo, causar impacto sobre a dimensão meta, na medida em possam modificar a
concepção das organizações sociais, das estruturas e demais dimensões de uma
sociedade.
58
O nível “Micro” de competitividade, é uma espécie de dimensão
Empresarial”, diz respeito às características das empresas quanto à sua
capacidade de competir conforme os fatores de custo, qualidade, inovação,
agilidade e flexibilidade.
Representando em uma forma geométrica sólida, através da Figura 3,
poderíamos imaginar a competitividade sistêmica, como sendo uma pirâmide, a
qual teríamos assentada sobre a dimensão “Básica”, isto é o nível meta.
Tal pirâmide teria uma base que seria representada pela dimensão
Macroeconômica”, seguida de um nível intermediário representado pela
dimensão do “Desenvolvimento”, isto é, do nível meso e no topo a dimensão
Empresarial”, ou seja, o nível micro.
Figura 3: Representação geométrica da competitividade sistêmica.
Fonte: Elaboração própria.
META
MESO
MACRO
MICRO
59
O Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira - ECIB:
Segundo Coutinho e Ferraz (1994), o desempenho competitivo de um país,
segmento industrial ou empresa é função de inúmeros fatores que podem ser
agrupados em três grupos, quais sejam: Os Internos à empresa, os de natureza
estrutural e de natureza sistêmica.
Os fatores internos à empresa dizem respeito àqueles circunscritos ao campo de
decisão da mesma, e através deles envida esforços no sentido de diferenciar-se de
seus concorrentes. Fazem parte deste grupo: os recursos e a experiência acumulada
pela empresa, suas vantagens competitivas e sua competência em expandi-las, sua
capacitação tecnológica e produtiva, seu conhecimento do mercado, a qualidade de
seus recursos humanos, as relações privilegiadas com fornecedores e clientes, sua
competência no relacionamento de pós-venda e na adaptabilidade de suas
especificidades.
Os fatores estruturais são aqueles não alcançados inteiramente pela influencia
da ação das empresas e compõem o ambiente operacional no qual estão inseridas,
no conjunto de tais fatores, os mais importantes podem ser relacionados da
seguinte forma:
Característica dos mercados consumidores
: No que tange a sua distribuição
geográfica e renda, o grau de sofisticação dos produtos e impostos incidentes, a
oportunidade de penetração em mercados internacionais, as formas de
comercialização e os custos a elas agregados.
60
A configuração do setor industrial na qual a empresa atua: Determina o grau de
concentração existente, as escalas de operação, os atributos dos insumos, a
potencialidade de concretizar parcerias com fornecedores e clientes, o
conhecimento dos concorrentes e clientes, o grau de verticalização e diversidade da
cadeia produtiva do setor, a direção, ritmo e origem do progresso tecnológico da
indústria.
A concorrência
: Na medida em que define as regras de conduta e das estruturas
empresarias a que estão sujeitas às empresas e suas relações com os consumidores,
com seus competidores, o meio ambiente, os sistemas tributário e fiscal enfrentados
pelas empresas, as práticas de importação e exportação e a propriedade dos meios
de produção.
Os fatores sistêmicos afetam as características do meio ambiente competitivo,
dessa forma, podem constituir vantagens competitivas ou não, para a empresa,
frente seus oponentes no mercado internacional. Tais fatores podem ser agrupados
como segue:
Infra-estruturais
: Referem-se ao acesso, custos, disponibilidade e qualidade de
transportes, energia, telecomunicações e serviços tecnológicos.
Internacionais:
Dispõem sobre as políticas de comércio exterior, acordos e
relações com organismos multilaterais, acordos bilaterais, tendências do comércio e
fluxos de capital internacionais, de investimentos de risco e tecnologia.
61
Política Econômica:
Destacam-se os Macroeconômicos, como as taxas de juros e de câmbio e a oferta de
crédito, conforme descrito:
Custo do Capital:
O custo do dinheiro afeta os custos das empresas e
também o nível de consumo doméstico que constituem dois importantes
pilares para a competitividade das empresas. Somente através de juros mais
acessíveis poderá ser viável ao cidadão obter crédito para aquisição de um
computador doméstico.
A política de câmbio
: Afeta diretamente a aquisição dos insumos
(componentes, placas e acessórios) necessários a confecção de computadores
pessoais nacionais. A Moeda desvalorizada favorece as exportações, mas
prejudica, na aquisição de bens de capital, as empresas por seus efeitos
negativos sobre a economia doméstica. A falta de estabilidade da moeda é
fatal para estabelecimento de um crescimento regular do setor, bem como
possibilitar a conquista e manutenção de mercados internacionais.
Político-Institucionais
:
O setor pode ser influenciado através das políticas tributária e tarifária, bem como
da regulamentação que estabelece o poder de compra do Estado e os mecanismos
de suporte ao risco tecnológico.
Na atualidade este fator possui a necessidade que seu maior vetor esteja orientado
para a estabilidade das instituições e confiança na permanência das regras
62
estabelecidas pelos órgãos reguladores diversos, bem como a atualização das
mesmas em função da evolução do setor a uma nova realidade.
Alguns eventos como o Projeto de Lei n. 56/2003, que tinha como intuito
legalizar ás empresas telefônicas o provimento de acesso à Internet
, que é proibido
pela Lei Geral de Telecomunicações em seus artigos 61 e 86, Tumultuaram o
mercado provedor de acesso, a argumentação deste projeto era de que o acesso à
Internet por meio da banda larga, tecnicamente, não necessitava de provedor e as
empresas já possuíam provedores de acesso e de conteúdo. A aprovação deste
projeto limitaria sobejamente a concorrência
no mercado de provimento de acesso á
Internet. O projeto foi retirado e arquivado a pedido do próprio autor, apesar de que
outros de teor similar foram apresentados.
Tanto a LGT, em seu artigo 61, §2, quanto norma 04/95
31
proíbem a
discriminação pelos ofertantes, isto é pelas empresas prestadoras de
telecomunicações, do uso das redes públicas de telecomunicações. Todavia, a
norma 04/95 estabelece genericamente
a necessidade de critérios isonômicos no
fornecimento de serviços prestados de infra-estrutura, não sendo específica quanto a
possibilidades de tratamento diferenciado em relação aos concorrentes.
31
Norma 04/95: “Uso de meios da rede pública de telecomunicações para acesso a Internet”, publicada em
31/05/1995 pela portaria n° 148 do ministério das comunicações, item 5.3, que determina que os meios da rede
pública de telecomunicações deverão ser providos sem discriminação a todos os provedores de serviços de
conexão à Internet (PSCI) em qualquer ponto do território nacional, observadas as condições técnicas e
operacionais disponíveis.
63
Regulatórios:
Em cujo bojo estão inseridas todas as políticas de proteção à propriedade industrial,
de preservação ambiental, da defesa do consumidor, da defesa da livre concorrência
e da normatização das relações intersetorias.
Sociais
:
Este fator diz respeito ao grau de qualificação de mão de obra e as políticas de
treinamento e educação profissionalizante, versa também, sobre a formação de
recursos humanos, trabalhistas e de seguridade social, bem como o nível de
exigência dos consumidores. Em particular, para o setor de provedores de acesso, a
percepção da sociedade civil, suas corporações e organizações sobre a importância
para o cidadão permitido pelo acesso a Internet tem especial significância.
Associações de classe como Abranet, órgãos de defesa do consumidor como o
Procon-SP, instituições como o Comitê para Democratização da Informática (CDI)
e outros tem participado ativamente nos assuntos que cercam a NET, exemplo disso
foram às centenas de contribuições as consultas públicas de número 417 e 372 que
totalizaram um grande montante, conforme pode ser verificado no site da Anatel.
Vários sites conhecidos como Consultor Jurídico e Observador, sistematicamente
estimulam os internautas a discussões, tal se deve em grande parte ao ambiente
liberal e pouco cerceado com que as pessoas interagem na Internet.
64
Nível educacional e cultural da população:
Tem conseqüência direta sobre a competitividade das empresas, pois quanto maior
o grau de instrução do cidadão mais utilidade o acesso terá ao mesmo na medida da
amplitude dos campos de interesse pesquisados e na diversidade de utilização que
influem no tempo de conexão na NET o que impacta diretamente na demanda por
provedores de acesso.
Organização e proficiência das autoridades para garantir o acesso cada vez
maior da população aos frutos da Internet:
Alguns passos já foram dados neste sentido, entre eles destacam-se a criação do
Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGIBrasil
32
em 03/09/2003. Este é
coordenado por um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, e
compostos por representantes de diversos ministérios (Comunicações, Defesa,
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Casa Civil, Planejamento,
Orçamento e Gestão) de instituições como ANATEL, Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, quatro representantes do setor
empresarial e outras instituições.
32
O decreto nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, dispõe sobre a criação do Comitê Gestor da Internet no Brasil -
CGIbr, sobre o modelo de governança da Internet no Brasil, e dá outras providências. Seu artigo primeiro
estabelece entre outros o seguinte: I - estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil; II - estabelecer diretrizes para a organização das relações entre o Governo e a sociedade, na
execução do registro de Nomes de Domínio, na alocação de Endereço IP (Internet Protocol) e na administração
pertinente ao Domínio de Primeiro Nível (ccTLD - country code Top Level Domain), ".br ", no interesse do
desenvolvimento da Internet no País; III - propor programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados à
Internet, que permitam a manutenção do nível de qualidade técnica e inovação no uso, bem como estimular a sua
disseminação em todo o território nacional, buscando oportunidades constantes de agregação de valor aos bens e
serviços a ela vinculados; IV - promover estudos e recomendar procedimentos, normas e padrões técnicos e
operacionais, para a segurança das redes e serviços de Internet, bem assim para a sua crescente e adequada
utilização pela sociedade.
65
Existe projeto da Presidência da República
33
(Gazeta Mercantil, 4/11/04), com a
finalidade de aumentar a inclusão digital do cidadão, para investir 200 milhões de
reais ao ano de forma a reduzir os custos dos fabricantes e propiciar a
comercialização de 01 (um) milhão de computadores ao ano ou 05 (cinco) milhões
em três anos ao preço de R$-1.200,00 por unidade.
Inúmeras ações tanto do governo quanto do empresariado serão necessárias para
concretizar este projeto (redução da carga tributária-inclusive de importação,
aumento do índice de nacionalização de componentes, aumento de investimentos e
eficiência, etc.).
Tal projeto possui chance de ser implementado, pois existe grande interesse por
parte do governo, devido ao fato de que a maior parte dos computadores
comercializados no país são fruto da sonegação de impostos. A partir de um estudo
feito pela International Data Corporation (IDC) verificou-se que cerca de 70,4%
dos computadores pessoais (PC) comercializados em 2003 tinham sua origem no
contrabando.
33
Programa PC Conectado está sendo coordenado pelo Serviço de Processamento Federal - SERPRO, empresa
vinculada ao Ministério da Fazenda.
66
4. METODOLOGIA
Esta pesquisa situa-se nos campos da economia das Empresas e da economia
Industrial. Segundo a classificação de Selltiz et al. (1967), citado por Gil (1995), é tipo
explicativa
, ou seja, seu foco central visa identificar os fatores que determinam ou
contribuem para os estudo do setor das empresas provedoras de Internet, estabelecendo
as relações entre as variáveis mais significativas e determinando sua natureza. O
Estudo focaliza a região metropolitana do município de Belém capital do Estado do
Pará, com uma população de 1.985.586 habitantes, sendo 1.902.123 na área urbana e
83.463 na área rural (IBGE, 2004).
Partindo da hipótese desta pesquisa, se estabelece que em função da exploração
da atividade de acesso a Internet, na área metropolitana de Belém estar concentrada
num conjunto pequeno de empresas, utilizou-se nesta pesquisa sete das oito empresas
que ora atuam no setor para análise da competitividade do mercado.
Inicialmente foi caracterizado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) dos anos de 2001 a 2003 como estão distribuídos os acessos na
RMB e seu confronto com os valores apurados para o Estado do Pará, Região Norte e
Brasil e sua tendência de crescimento.
Foi caracterizado o papel da agência reguladora e de que forma ela tem
influenciado o setor. A seguir, com o auxílio da competitividade sistêmica foram
apurados os elementos econômicos Meta, Meso e Macro mais significativos do
67
ambiente de operação das empresas provedoras, suas fronteiras e o relacionamento
entre as primeiras e o mercado, bem como sua interação com o setor de
telecomunicações. Com o auxílio de um instrumento de coleta de dados (Questionário),
utilizando o modelo E-C-D e as cinco forças competitivas de Porter foram delineadas
as ameaças e oportunidades existentes no ambiente de operação.
Ao final, usando o paradigma de competitividade sistêmica, foi estabelecido a
dinâmica da competitividade deste setor e seu impacto sobre as empresas estabelecidas
e os potenciais entrantes.
4.1 AMOSTRA
A amostra dos dados, utilizada nesta pesquisa foi intencional, isto é, do tipo não
probabilístico, dessa forma não foram empregadas fórmulas aleatórias de seleção ou
aplicações de formulas ou procedimentos estatísticos. Em face do objeto desta pesquisa
tratar de provedores de acesso a Internet e devido a enorme facilidade de acesso e
pesquisa com a utilização de sites de busca, foi verificado a existência de oito
provedores que atuavam e possuíam sua sede na RMB.
68
4.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Foi utilizado, como ferramenta metodológica, um questionário estruturado de
perguntas abertas e fechadas para coleta das informações gerais visando à
caracterização das empresas estabelecidas. O questionário aplicado para coleta de
dados obteve informações tais como: Acesso a crédito, nível de investimentos,
capacidade produtiva, estágio de capacitação tecnológica, número de clientes, custos
enfrentados, política de preços praticados, diversidade de produtos, serviços de pós-
venda, relação com fornecedores, relação com parceiros (empresas de telefonia),
estratégia de marketing, qualificação de mão de obra, etc. A finalidade deste
instrumento foi permitir uma base de dados confiável para subsidiar as análises
subseqüentes desta pesquisa.
4.3 INDICADORES DE CONCENTRAÇÃO
A estrutura de mercado e o padrão de concorrência do setor de Internet foram
determinados através da Taxa de concentração de Mercado (TCM) e do índice de
Herfindahl-Hirschman (IHH), por serem os mais aceitos e comumente utilizados na
literatura atual. Os dados empregados para a determinação destes indicadores foram
obtidos através do número de acessos ativos de cada provedor obtidos nos
questionários aplicados em sete das oito empresas, relacionadas no Anexo 1, que
69
atuavam na RMB em dezembro de 2004 em confronto com o total apurado pela PNAD
2003 e os dados de acesso obtidos da Telemar.
A TCM é normalmente calculada pela percentagem, em relação ao total do
segmento, das vendas, do valor dos ativos, do valor adicionado, do número de
empregados ou outra medida qualquer de tamanho disponível.
Devido o fato do provedor de Internet ser um prestador de serviços que
comercializa acessos, isto é, interconexão a rede da Internet aos seus clientes, a
quantidade de acessos torna-se uma variável muito mais representativa para exprimir a
concentração de mercado do que o volume bruto de vendas que envolvem outras
receitas. A TCM
34
é calculada conforme descrito a seguir:
=
=
n
i
i
MsTCM
1
Onde Ms
i
representa a participação nos acessos da i-ésima empresa no total de
acessos comercializados.
Segundo Braga (1980), os índices de concentração distribuem-se em duas
categorias: os índices parciais que se baseiam somente em uma parte do número total
de firmas de uma indústria ou setor e os índices-resumo que levam em conta todas as
empresas da indústria.
34
A TCM nesta pesquisa foi utilizada para verificar a participação isolada de cada empresa (Ms), pois como foi
considerado o valor da PNAD representando o total de acessos do mercado a TCM geral terá o valor de 100%.
70
Os índices-resumo apresentam a vantagem de incorporar mais informações
sobre a distribuição das empresas. Dentre eles desponta o índice de Herfindahl-
Hirschman (IHH) que estima a concentração destacando as empresas com maior
participação no mercado, é definido pela fórmula:
=
=
n
i
i
MsIHH
1
2
Onde Ms
i
é a parcela da firma i no total de acessos comercializados.
O IHH acentua o peso das empresas maiores, ao elevar a potência quadrada sua
participação no mercado. Este índice capta as diferenças não reveladas pela TCM
quando empregada isoladamente. O IHH varia de zero, quando há grande numero de
empresas com tamanho aproximadamente igual, ao valor 10.000, quando existe apenas
uma empresa no mercado. Foi considerada a faixa inferior a 1.000 para mercados não
concentrados, entre 1.000 e 1.800 para aqueles de concentração baixa e para valores
acima de 1.800 o mercado é dito altamente concentrado. Ambos os índices são do tipo
estático e não levam em conta a instabilidade e a rotação das empresas no mercado.
Porém, para a finalidade desta pesquisa eles serviram plenamente devido a sua
utilização conjunta.
71
4.4 SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DAS FORÇAS COMPETITIVAS
As forças competitivas atuantes no mercado provedor de acesso na RMB foram
obtidas mediante a análise das respostas ao questionário, que dedicou inúmeras
questões abertas e fechadas que procuraram determinar o poder dos fornecedores em
seu relacionamento com os ISP, apurando a forma como se manifesta a rivalidade dos
agentes, verificando quais segmentos empresariais possuem capacidade de atuar como
substitutos e quais tipos de empresas estão habilitadas para tornarem-se potenciais
entrantes e que fatores estão atuando como barreiras a entrada.
4.5 ARROLAMENTO DOS FATORES SISTÊMICOS A UTILIZAR
A luz da competitividade sistêmica devem ser arrolados os fatores Meta, Meso e
Macro de maior relevância que influenciam no ambiente operacional dos provedores de
acesso, tanto no que tange ao lado da oferta quanto aos impactos sobre a demanda,
fortemente influenciada pelo acesso a aquisição de computadores.
Tais fatores, divididos em dois grupos Sistêmicos e Intrínsecos, são relacionados
a seguir:
Sistêmicos
:
São aqueles não
ligados à competência do provedor. São ditados pelas
características da organização social em que o mesmo está imerso. No presente, na era
72
dos mercados globalizados, estes fatores podem determinar o sucesso ou o fracasso das
empresas, não obstante seu grau intrínseco de competência.
Dentre os fatores sistêmicos citados no marco teórico, se destacam para análise
da competitividade do setor os seguintes:
Políticos-Institucionais
:
Foi avaliada a forma como as consultas públicas 372 e 417 podem interferir na
dinâmica da estrutura de mercado, assim como a potencial entrada neste setor
das empresas de telecomunicações que hoje atuam na condição de fornecedoras
de infra-estrutura de redes aos provedores. Através do questionário se captou a
percepção dos empresários deste segmento à cerca das possíveis conseqüências
que poderiam advir da exploração de seu mercado por parte desses grandes
grupos altamente estruturados e capitalizados.
Social:
Para este fator, o grau de qualificação de mão-de-obra e as políticas de
treinamento e educação profissionalizante, bem como estimar o nível de
exigência dos consumidores foi apurado através da aplicação aos provedores do
questionário e através das variáveis da categoria conhecimento do cálculo do
DAI conforme definido no item 4.8.
73
Nível educacional e cultural da população:
A influencia deste fator é apurado através de uma das oito variáveis utilizadas
no calculo do Índice de Acesso Digital (DAI), tal foi efetuado conforme descrito
na metodologia estabelecida para este índice.
Política Econômica
:
Custo do Capital:
Nos últimos 12 meses a política monetária do banco
central tem feito flutuar as taxas de juros praticadas, ora reduzindo
gradativamente seu valor ora aumentando, como instrumento de controle
das tendências das taxas de inflação. Foi apurado a influência desta
variável na conduta das empresas no que tange aos investimentos
praticados e seu uso em despesas com vencimento de quitação em curto
prazo.
A política de câmbio
:
A política cambial impacta diretamente no dimensionamento da
demanda efetiva do setor de acesso a Internet, na medida em que pode
onerar os investimentos em bens de capital para as indústrias nacionais
montadoras de computadores e limitar a aquisição, bem como a
modernização dos computadores necessários à conectividade com a rede.
O Impacto do câmbio no setor foi estimado através do questionário
74
aplicado e através de seus efeitos no crescimento do número de
domicílios com computadores apurado com o uso da PNAD.
Intrínsecos ou Internos:
São aqueles ligados à habilidade individual de cada provedor em atuar na
comercialização de seus serviços com maior eficiência que os seus adversários
competidores. Os fatores internos à empresa dizem respeito àqueles
circunscritos ao campo de decisão da mesma. É através deles que um provedor
envida esforços no sentido de diferenciar-se de seus concorrentes. Tais foram
obtidos mediante a aplicação do questionário, cujos resultados são expostos no
capítulo de resultados.
4.6 ARROLAMENTO DOS ELEMENTOS ECONÔMICOS A UTILIZAR
Com base nos resultados a partir da aplicação do instrumento metodológico e de
dados da PNAD foram obtidos os seguintes elementos econômicos que serviram de
parâmetro no auxílio da avaliação do setor.
Principais Competidores na RMB
: Obtidos através de sites de busca.
75
Tamanho do Mercado: Obtido por estimativa baseada nos dados da PNAD 2003, no
qual se considera o tamanho do mercado dos provedores o universo de domicílios
que possuem telefone fixo e subtrai-se deste total os já atendidos.
Preferência dos Consumidores na Tecnologia de Acesso:
Obtido mediante as
respostas dos questionários sobre acessos discados e banda larga, observação dos
resultados obtidos de pesquisas diversas encontradas na Internet (sites nacionais e
estrangeiros) e opiniões de colunas especializadas em diversos jornais de grande
circulação.
Grau de Concentração:
Obtido através das respostas ao questionário mediante
aplicação do método explanado no item 4.3 desta pesquisa.
Características dos Insumos Disponíveis e dos Setores que os Fornecem:
Obtido
dos provedores através do questionário.
Vantagens Detidas por Cada Grupo Provedor:
Obtido dos provedores através do
questionário, principalmente nas perguntas abertas.
4.7 UTILIZAÇÃO DA PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE
DOMICÍLIOS (PNAD)
Através da PNAD 2003 foi realizado o confronto em tabela, dos valores obtidos
nos anos de 2001 a 2003 para a penetração entre os domicílios que possuem energia
elétrica, televisão, telefone, computador e computador com acesso a Internet. Tal
76
comparação se obteve mediante relação percentual dos domicílios que possuem tais
facilidades em relação ao total de domicílios existentes a época. A seguir foram
confeccionadas tabelas comparativas entre Brasil, Região Norte, Pará e RMB que
informam o percentual de domicílios com computadores sem e com acesso a Internet
para as quais foram analisados os valores dos resultados apurados. A partir dos dados
da PNAD e dados demográficos do IBGE foi calculada a densidade de usuários com
acesso a Internet por 100 habitantes na RMB. Os valores obtidos foram então
comparados aos de outras fontes disponíveis.
4.8 INDICADOR DE ACESSO DIGITAL – DAI
Na atualidade, já existe um novo termo para designar o cidadão que não tem
acesso as Tecnologias da Informação e Comunicação (ICT), denomina-se
analfabetismo digital ou exclusão digital (Iizuka, 2003). Com a finalidade de medir tal
variável sócio-econômica, a International Telecommunication Union – ITU
35
criou, em
1998, o Indicador de Acesso Digital
36
que se propõe a medir o acesso da população
de uma determinada região (país, Estado, cidade, província, etc.) para obter e utilizar
as
Tecnologias de Informação e Comunicação (ICT) e de sua conseqüente inserção na
comunidade da informação.
35
Fundada em 1865, a ITU tem sua Sede em Genebra, Suíça, é uma organização internacional ligada às nações
unidas onde governos e setores privados coordenam as redes e serviços de telecomunicações globais.
36
Em língua inglesa é conhecido como DAI, no restante desta pesquisa será designado desta forma.
77
O índice é definido como função de oito variáveis, para as quais metas de
desempenho ideal foram estabelecidas, dispostas em cinco categorias, conforme
descrito a seguir:
Infra-estrutura: Mede a penetração na população dos serviços básicos de
telecomunicações representados pelas telefonias fixas e móveis. As duas variáveis
deste grupo são obtidas através da relação entre as quantidades de telefones fixos e
móveis por 100 habitantes obtidos através da PNAD 2003 e dados populacionais do
IBGE. As metas destas variáveis são 60% de acesso da população para telefonia fixa e
100% de acesso para telefonia móvel.
Qualidade: Mede a disponibilidade de banda internacional de acesso à Internet e a
densidade de acessos de banda larga. As duas variáveis deste grupo são obtidas através
da relação de assinantes banda larga por cada 100 habitantes e o valor da banda
internacional de Internet (bits) per capta obtida junto a Embratel.
Utilização: Mede a densidade de usuários da Internet, esta variável se obtém pela
relação entre o número de usuários com acesso a Internet por cada 100 habitantes
obtido através da PNAD 2003.
78
Conhecimento ou Nível Educacional: É medida através de duas variáveis, a primeira
é o índice de alfabetização de adultos que representa o percentual de pessoas com idade
maior ou igual a 15 anos que possuem a capacidade de escrever e ler um pequeno texto
sobre sua vida diária. Este índice foi obtido através do índice de alfabetização
fornecido pelo IBGE. A segunda variável é o nível escolar ou freqüência escolar, esta é
definida como a taxa bruta obtida pela relação do número de estudantes de 1°, 2° e 3°
graus dividido pelo número de pessoas em idade escolar, esta dimensão fez uso de
dados relativos a matricula nas instituições de 1°, 2° e 3° graus obtidos junto ao
IBGE
37
.
Preço Relativo de Acesso: Mede a relação entre o preço de acesso aos serviços de
ICT, principalmente o acesso a Internet, e a renda per capta mensal da população
considerada. Esta variável se obtém multiplicando o resultado da diferença (1-a) por
100, onde a representa a relação entre o preço médio do acesso comercializado para o
plano de 20 horas ao mês pela renda per capta mensal da população em estudo.
Utiliza-se (1-a) ao invés de a, pois como todas as variáveis do grupo ao deslocarem-se
positivamente tendem a melhorar o indicador DAI, usa-se o complemento a fim de
manter a coerência do conjunto de variáveis quanto ao sentido de crescimento das
mesmas para melhora do indicador como um todo. A meta deste indicador é 100,
37
Esta variável pode, por vezes, assumir um valor maior que um em função de estudantes que repetem a mesma
classe ou devido aos estudantes de faixa etária mais alta, ou mais baixa, que são arrolados na apuração desta
variável.
79
quando o custo de acesso a Internet é então nulo. O numerador de a foi obtido através
dos dados primários apurados e o denominador através do governo do Estado do Pará
para o ano de 2002, quanto a 2003 foram usados dados do IBGE (IBGE, 2004).
Os valores de referência (meta) praticados pela ITU, bem como a fonte dos
dados utilizados são relacionados na Tabela 2.
Tabela 2: Valores de referência praticados pela ITU no cálculo do DAI
Categoria Descrição da Variável Meta Fonte
Infra-estrutura
1. Usuários de Telefone Fixo por 100
habitantes
2.Usuários de Telefone Móvel por 100
habitantes
60
100
PNAD 2003
PNAD 2003
Capacidade de
Consumo
3. Preço de acesso a Internet como
percentagem da Renda Nacional Bruta per
capta
100
Provedores e dados
do IBGE
Conhecimento ou
Nível Educacional
4. Alfabetização de adultos
5. Nível escolar (1°, 2° e 3° graus)
100
100
Dados do IBGE
Qualidade
6. Banda Internacional de Internet (bits) per
capta.
7. Usuários Banda Larga por 100 habitantes
10.000
30
Embratel
Provedores,
Fornecedores e
dados IBGE
Uso
8. Usuários Internet por 100 habitantes
85 PNAD 2003
Fonte: Elaboração própria baseada nas definições e parâmetros definidos pela ITU.
Pela estrutura concebida para definir o DAI se conclui que o mesmo se
configura num poderoso mecanismo para avaliar a evolução e eficácia das políticas
governamentais e de como a conduta dos atores deste segmento pode influenciar no
desenvolvimento de uma comunidade de informação, na medida em que os cinco
80
vetores que compõem o indicador interferem diretamente na dinâmica da estrutura de
mercado do setor provedor de acesso a Internet e por eles também é influenciado.
Dessa forma o DAI entrelaça setores que possuem forte influencia não somente
na inserção do cidadão na comunidade digital como na dinâmica estrutural do setor.
Segundo avaliação da ITU, existem outros fatores que também influem nas
condições de acesso, tais como, o grau de liberalização do mercado - que pode influir
nos preços e na disponibilidade de infra-estrutura - e a disponibilidade de
computadores (PC) através de aquisição ou disponibilização em locais públicos de
acesso gratuito, lojas de Cybercafe, escolas, Casas de jogos em rede (lan house), etc.
Estes fatores exercem influência no grau de acesso e não são diretamente captados pela
DAI, mas a UIT julgou serem as oito variáveis os fatores mais preponderantes para o
estudo do acesso a Internet.
5. RESULTADOS
Utilizando os resultados da PNAD 2003, o modelo das cinco forças de Porter
(1986, 1992), a classificação dos elementos da estrutura de mercado de Possas (1999),
os paradigmas da competitividade sistêmica, o DAI, os dados primários apurados na
ferramenta metodológica do questionário e o demais descrito na metodologia de
pesquisa, foram obtidos os seguintes resultados na avaliação deste setor:
81
5.1 MUNICÍPIOS COM ACESSO A INTERNET NO ESTADO DO PARÁ
Conforme se verifica no Anexo 1, existem apenas 7 municípios com provedores
de acesso local no Estado do Pará frente a um total de 143 municípios existentes.
Na Figura 4 é feito o confronto deste valor em relação aos demais municípios do
Estado do Pará.
4,90
95,10
Figura 4: Municípios com Provedores de Acesso a Internet-Pa
Fonte: Elaboração própria baseada na metodologia da Anatel.
Comparando com a estatística obtida junto a Anatel, referente a dados de março
de 2002 (Anatel, 2002), se verifica para 2003 que o valor para o Estado do Pará é
ligeiramente inferior à média da Região Norte (5,0 %).
No percentual de 4,90% a RMB participa com mais da metade
dos provedores
locais do Estado (8 em 13). Tais valores demonstram a clara concentração dos
provedores existentes na região metropolitana de Belém.
82
Segundo dados da Associação Brasileira de Provedores de Internet - Abranet,
haviam no Estado do Pará em julho de 2001, 23 provedores de acesso atuando, tal
número foi reduzido para 20 em agosto de 2002. Ao final de 2004, utilizando sites de
busca
38
, se verificou a existência de somente 13 provedores locais atuando nos
municípios do Pará
39
.
5.2 AVALIAÇÃO DA PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE
DOMICÍLIOS (PNAD) AO SETOR DE INTERNET
O IBGE divulgou, em setembro de 2004, os resultados da PNAD relativos ao
ano de 2003. A PNAD permite acompanhar a penetração de vários produtos ou
serviços nos domicílios brasileiros. A Tabela 3 mostra um resumo da evolução
percentual obtida por esta pesquisa durante os últimos três anos para alguns destes
itens.
Tabela 3: Resumo da evolução percentual obtida na PNAD (%)
Discriminação 2001 2002 2003
Iluminação Elétrica 96,0 96,7 97,0
Televisão 89,0 89,9 90,0
Rádio 88,0 87,9 87,8
Telefone (Fixo ou Celular) 58,9 61,6 62,0
Computador 12,6 14,2 15,3
Computador com acesso a Internet 8,6 10,3 11,4
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
38
Utilizando a mesma metodologia usada pela Associação Brasileira de Provedores de Internet - Abranet.
39
Conforme relacionado no Anexo 1.
83
Percebe-se, facilmente na Tabela 3, um crescimento superior das aquisições de
computadores e de computadores com acesso a Internet em relação aos demais itens
tabulados. Em 2001, quando o microcomputador foi incluído na PNAD
, o IBGE
constatou a existência do bem em 12,6 % dos domicílios do Brasil.
O número de pessoas que possuem computador em casa, no Brasil, aumentou
15,1% no período de 2001 para 2002 e a elevação do número de residências com
computador ligado à Internet foi ainda mais acentuada, 23,5%.
Esse crescimento foi muito superior em relação ao registrado para diversos
outros produtos de relativa importância na composição dos lares, tais como: rádio,
televisão, geladeira, freezer e máquina de lavar.
5.2.1 A Penetração dos Computadores nos Domicílios
Entre os 49,2 milhões de domicílios existentes no Brasil em 2003, O número de
domicílios com computador ligado à Internet (5.624 mil domicílios) cresceu 14,5%
em 2003. Mas, apenas 5,1% dos domicílios com rendimento familiar mensal menor
que 10 salários mínimos possuíam computador com acesso à Internet.
Segundo Padilha (2003), o preço médio em dólares dos computadores no Brasil
caiu em média 15% ao ano nos últimos 15 anos, porém em face de desvalorização
cambial isto não se traduziu na mesma queda em reais, porém o preço tem declinado
ao longo dos dois últimos anos.
84
Na Figura 5 são mostradas as variações percentuais, por item em termos
geográfico, dos domicílios que possuem computador sem acesso a Internet no período
de 2001 a 2003.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2001
12,54 6,16 5,65 5,65
2002
14,14 7,33 6,49 10,86
2003
15,25 7,27 6,15 11,49
Brasil
Região
Norte
Pará RMB
Figura 5: Domicílios com Computador sem Internet (%)
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
Verifica-se que o Pará encontra-se num patamar menor que a Região Norte e
que seu valor diminuiu ligeiramente nos últimos dois anos. A RMB ao contrário possui
valores maiores que a Região Norte e o Pará, porém inferiores a média nacional.
Vale ressaltar que a diferença entre os percentuais nacionais e da RMB caiu a
menos da metade em apenas três anos, apesar de que sua menor diferença ocorreu em
2002.
A relação em 2001 era de mais de duas vezes (2,22=12,54/5,65) o valor
nacional. Esta diferença diminuiu provavelmente como fruto do aumento nos gastos
85
com propaganda tanto dos ISP nacionais quanto dos locais que estimulou a demanda e
também devido à recuperação parcial da moeda brasileira frente ao dólar americano
que reduziu o valor real de aquisição dos insumos importados das montadoras de
microcomputadores.
A verificação dos motivos da tendência de alinhamento do índice local com o
nacional somente podem ser apurados através de uma pesquisa de campo junto aos
domicílios ou indiretamente por meio dos revendedores de microcomputadores.
5.2.2 Evolução da Penetração do Acesso a Internet
Via Dados PNAD:
De acordo com dados da PNAD 2002 o microcomputador está presente em
28,51 % dos domicílios com renda superior a cinco salários mínimos, especialmente
nos grandes centros urbanos das regiões Sudeste e Sul. Na PNAD 2003 este valor
elevou-se para 33,14 %.
Na Tabela 4 estes valores são tabulados considerando os domicílios com renda
superior a cinco salários mínimos que possuem acesso à Internet. Verifica-se que a
RMB possui valores bem acima dos obtidos para a Região Norte e Pará, situando-se
pouco abaixo da média nacional.
86
Tabela 4: Domicílios com renda maior que 5 salários mínimos com acesso a Internet.
Localização 2001 2002 2003
Brasil 23,14 28,51 33,14
Região Norte 13,41 16,64 19,32
Pará 13,11 17,19 17,73
Belém (RMB) 13,11 25,18 28,72
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
Na Tabela 5 são informados os valores referentes aos domicílios com
computador com acesso no período de 2001/2003 e sua variação percentual.
Tabela 5: Domicílios com Computador com Acesso a Internet
Localização 2001 2002 2003
Variação %
2001/02
Variação %
2002/03
Brasil 3.977.565 4.912.732 5.623.828 23,51 14,47
Região Norte 89.340 109.511 122.677 22,58 12,02
Pará 34.417 47.840 48.841 39,00 2,09
Belém (RMB) 34.417 35.200 40.825 2,28 15,98
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
Segundo a PNAD 2003 o número de moradores em domicílios no Brasil com
acesso à Internet é de 19,33
40
milhões. A Tabela 6 resume os percentuais de
domicílios com computador com acesso a Internet distribuídos em três faixas de
renda.
40
A guisa de ilustração cita-se que para a E-consulting Corporation este número seria de 17,4 milhões, ou seja
1% menor que o apurado pela PNAD.
87
Tabela 6: Percentual de domicílios com acesso por classe de rendimento
Classe de rendimento mensal familiar
(em Salário Mínimo)
Discriminação
Até 10 10 a 20
Mais de 20.
Brasil
5,13 46,02 71,44
Região Norte 2,06 29,66 49,31
Pará 1,78 28,79 49,19
Belém (RMB) 3,39 42,21 71,62
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
O PNAD não pesquisa quantos domicílios têm acesso banda larga a Internet.
Segundo estimativas da Anatel existiam 1.199 mil usuários banda larga em 2003.
Via Dados de Outras Fontes
:
Segundo informações obtidas do Comitê Gestor de Internet Brasil, através do
Internet Systems Consortium (ISC) que classifica a posição dos países por número de
Host, o Brasil ocupava a 12º posição no ano de 2000, 12º em 2001, 10º em 2002, 9º
em 2003 eem 2004.
Na Tabela 7, para dados disponíveis até 2002, o Brasil ocupa a 77º posição
usuários Internet por 100 habitantes. Para efeito de comparação, são relacionados
alguns países em posição superior ao Brasil tanto nas Américas quanto na Europa e
em outros continentes.
88
Tabela 7: Usuários Internet por 100 habitantes.
País
1998 1999 2000 2001 2002
Islândia
36,33 53,82 59,79 59,93 64,79
Suécia
33,44 41,37 45,58 51,63 57,31
República da Coréia
6,83 23,77 41,40 52,11 55,19
Estados Unidos
30,81 36,70 44,06 50,15 55,14
Canadá
25,59 37,24 42,13 45,00 51,28
Dinamarca
22,64 30,60 39,21 42,95 51,28
Finlândia
25,41 32,27 37,23 43,03 50,89
Holanda
22,21 39,08 43,79 49,05 50,63
Singapura
19,12 24,05 32,36 41,15 50,44
Noruega
35,99 40,19 43,30 46,42 50,26
Nova Zelândia
20,10 29,66 40,13 46,12 48,44
Austrália
22,42 29,57 34,45 37,14 48,17
Japão
13,40 21,37 29,94 38,42 44,89
Reino Unido
13,51 21,01 26,44 32,96 42,31
Alemanha
9,87 20,81 30,15 37,36 41,19
Áustria
15,11 22,50 33,25 38,70 40,94
Itália
4,53 14,30 23,04 26,89 35,24
Suíça
13,15 20,53 29,07 30,70 35,10
Bélgica
7,83 13,67 29,23 31,04 32,83
França
6,34 9,16 14,37 26,38 31,38
Emirados Árabes Unidos
7,06 15,10 23,56 27,98 31,32
Israel
10,03 13,11 20,26 27,66 30,14
Irlanda
8,10 10,95 17,93 23,31 27,09
Republica Checa
3,89 6,81 9,73 14,67 25,63
Chile
1,69 4,16 16,68 20,14 23,75
Polônia
4,08 5,42 7,25 9,84 23,00
Portugal
10,02 15,00 24,94 28,06 19,35
Espanha
4,40 7,04 13,67 18,27 15,63
Grécia
3,30 7,06 9,47 13,21 15,47
Argentina
0,85 3,38 7,25 10,08 11,20
México
1,28 1,87 5,12 7,38 9,85
Peru
1,21 1,98 3,12 7,78 9,35
Brasil (77º posição)
1,51 2,08 2,94 4,66
8,22
Fonte: Organização das Nações Unidas, UNSD, Millennium Indicator Database, 2003.
Na Tabela 8, Utilizando os dados da PNAD 2003 e os dados populacionais do
IBGE do mesmo ano, se verifica o valor de 7,87 usuários Internet por 100 habitantes
89
para a RMB em 2002. Este valor situa-se pouco abaixo do indicador Millennium para
o Brasil (8,22%).
Tabela 8A Acessos por 100 habitantes na RMB
Ano Acessos Acesso p/100
Número de
Domicílios
2003 40.825
8,75
466.567
2002 35.200
7,87
447.222
2001 34.417
7,21
...
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD.
Tabela 8B Acessos por 100 habitantes em 2003
Discriminação Acessos Acesso p/100
Número de
Domicílios
RMB
40.825
8,75
470.293
Região Norte
122.677
4,85
2.469.430
Roraima
4.536
6,54
69.335
Amazonas
29.964
5,62
533.209
Pará
48.841
4,34
1.125.013
Amapá
4.633
4,23
109.491
Tocantins
9.149
2,82
324.046
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD.
Em relação ao índice de acessos por 100 habitantes da Região Norte (4,85%)
verifica-se na Tabela 8B que a RMB, Roraima e Amazonas tendem a elevar a média
enquanto Pará (menos RMB), Amapá e principalmente o Tocantins tendem a atuar
negativamente no computo da média regional devido a menor relação entre seus
acessos e seu número de domicílios.
90
Os resultados da 15ª Pesquisa Internet POP
41
, realizada pelo IBOPE Mídia no
final de 2003, revelam que 26% da população brasileira têm acesso à Internet, tal
percentual deve melhorar a posição do Brasil na Tabela 7 quando esta for atualizada.
Entre os que se conectam à rede mundial de computadores, 67% são da classe AB.
A classe C sofreu uma pequena oscilação, caindo de 26% para 25% e a classe
D/E subiu um ponto percentual, de 7% para 8%. A pesquisa mostra ainda que 21%
dos domicílios que possuem computador sem acesso à Internet. Entre estes, 55% são
da classe AB, 37% da classe C, 8% da classe D/E. Nesta pesquisa 21% declaram que
“com certeza contratarei acesso à Internet nos próximos seis meses”.
5.3 DADOS APURADOS SOBRE O ACESSO À INTERNET NA RMB
Utilizando os dados da PNAD 2003 foi apurado que a região metropolitana de
Belém representa 83 % dos computadores com acesso a Internet no Pará. Na Figura 6
são confrontados os valores de domicílios com acesso a Internet do Brasil, Região
Norte, Pará e RMB. Observa-se uma tendência de crescimento tanto para o Brasil
quanto para a RMB.
41
A 15ª Pesquisa Internet POP foi realizada entre 27 de outubro e 9 de novembro de 2003 em nove mercados:
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Distrito Federal e Curitiba.
As questões levantadas abordam a importância atribuída à posse de TV por Assinatura, Telefone Celular e
Internet, formas de acesso à Internet, intenção de contratação de acesso rápido, entre outras. Foram entrevistados
um total de 16.119 domicílios.
91
0
2
4
6
8
10
12
2001
8,54 3,83 3,40 3,40
2002
10,31 4,56 4,49 7,87
2003
11,43 4,85 4,34 8,75
Brasil
Região
Norte
Pa RMB
Figura 6: Domicílios com Acesso a Internet (%)
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
Na Tabela 9 observa-se que os valores apurados para a RMB são, a partir de
2002, maiores que os valores médios obtidos para a Região Norte e Pará. No intervalo
considerado a RMB apresenta tendência de crescimento maior que o da Região Norte.
Tabela 9: Domicílios Com e Sem Acesso a Internet (%).
Domicílios com acesso a
Internet
Domicílios com Computador
sem acesso a Internet
Localização
2001 2002 2003 2001 2002 2003
Brasil
8,54 10,31 11,43 12,54 14,14 15,25
Região Norte
3,83 4,56 4,85 6,16 7,33 7,27
Pará
3,40 4,49 4,34 5,65 6,49 6,15
RMB
3,40 7,87 8,75 5,65 10,86 11,49
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
Segmentando os dados da PNAD 2003 por faixa de classe de renda, se verifica
na Tabela 10 que a faixa de domicílios com renda entre 5 a 10 salários mínimos
cresceu no intervalo considerado, enquanto que as faixas de renda entre 2 a 5 e de 10 a
92
20 salários mínimos caíram em 2002 para voltar a crescer novamente em 2003. Já a
faixa de mais de 20 salários cresceu em 2002 e sofreu sensível queda em 2003.
Com base na PNAD, verifica-se que no peodo de 2001/2003 as faixas de renda
maiores que um salário mínimo acumularam uma queda de 3,91% no número
percentual destas faixas em relação ao total das faixas de renda, enquanto isso a faixa
de até um salário mínimo totalizou acréscimo de 6,01%. Os movimentos descendentes
em 2002 se justificam pelo ímpeto maior da recessão ocorrida neste ano.
Tabela 10: Domicílios com Acesso a Internet na RMB por faixa salarial
ANO
Até 1
salário
mínimo
1 a 2
salários
mínimos
2 a 5
salários
mínimos
5 a 10
salários
mínimos
10 a 20
salários
mínimos
Mais de 20
salários
mínimos
Total
2003 ... ... 3.726 9.396 13.608 8.587
40.825
2002 ... ... 1.714 7.629 11.218 14.639
35.200
2001 ... ... 2.328 6.218 13.279 12.592
34.417
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da PNAD 2003.
No período 2001/2002 a variação positiva de algumas classes foi anulada quase
totalmente pela variação negativa das demais o que provocou um crescimento pífio de
apenas 2,28% no período.
5.4 PREÇOS PRATICADOS NO MERCADO DE ACESSO
A maioria das empresas provedoras que atuam na RMB tanto operam com linha
discada quanto acesso em banda larga.
93
Na Tabela 11 são apontados os preços praticados por algumas destas empresas no
último trimestre de 2004. Verifica-se que no plano 10 h, para aqueles que o praticam, o
preço é fixado em R$ 15,00, quanto ao plano de 20 horas o preço é praticamente o
mesmo para a maioria dos provedores.
Comparando os preços praticados por quatro dos maiores provedores de atuação
nacional (não incluso o preço do aluguel de modem quando couber), conforme Tabela
12, e os dados primários obtidos junto aos provedores locais, se verifica que os
mesmos seguem os preços dos grandes ISP incluindo no acesso ilimitado (acesso
discado) um ágio ao preço nacional, devido possuírem um custo fixo por cliente maior
que o praticado no sul do Brasil em virtude da menor escala do mercado da RMB.
Tabela 11: Planos Básicos praticados pelos Provedores Locais (em 2004)
Plano por
horas de uso
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 Média
10
15 15 14,95 15 na na 15 na 14,99
20 ou 25
20 20 19,95 Na 15 20 20 na 19,16
Ilimitado
35 30 35 29,9 50 50 32 29,90 36,48
B. larga-TB
29,90+VL 29,90+VL 29,90+VL 34+VL 39+VL 39,90+VL 39,90+VL 59,90 (1)
34,64+VL
(Só Velox)
B. larga-TM
29,90+VL 29,90+VL
29,90+VL
ou
77,00 (1)
34+VL 39+VL
39,90+VL
ou
80,00 (1)
39,90+VL
ou
69,90 (1)
79,90 (1)
34,64+VL
(Só Velox)
B. larga-TA
29,90+VL 29,90+VL 29,90+VL 34+VL 39+VL 39,90+VL 39,90+VL Variável
34,64+VL
(Só Velox)
Fonte: Elaboração própria baseada nos sites dos provedores para o último trimestre de 2004.
Legenda: P1-Amazonline, P2-Anthares Network, P3-Amazon Network, P4-Expert, P5-Supridados, P6-Nautilus,
P7-Interconect, P8-DirectBr, na- não aplicável, TB-Taxa Baixa(64Kbps), TM- Taxa Média(128Kbps), TA-Taxa
Alta( 256Kbps), VL- Valor do Velox cobrado pela Telemar, (1)-Acesso via sistema próprio de rádio.
94
Tabela 12: Planos Básicos praticados pelos Provedores Nacionais (em 2004)
Plano UOL AOL Terra
IG Banda
Larga
Telemar
VL(velox)
Plano 1
Ilimitado Plano 2
Plano 3
21,90
26,90
31,90
15,90
20,90
31,90
14,90
17,90
23,90
Acesso
Discado
Gratuito
na
Banda larga-TB
29,90+VL 15,90+VL 29,90+VL 29,90+VL 59,10
Banda larga-TM
29,90+VL 20,90+VL 29,90+VL 29,90+VL 99,00
Banda larga-TA
29,90+VL 29,90+VL 29,90+VL 29,90+VL 129,00
Fonte: Elaboração própria baseada nos sites dos provedores, sem suporte telefônico.
Legenda: Plano de 1 a 3 enquadra os planos de acesso ilimitado em três tipos , TB-Taxa Baixa(64Kbps), TM-
Taxa Média(128Kbps), TA-Taxa Alta(> 256Kbps), VL-Valor do Velox cobrado pela Telemar, na- não aplicável.
Pode ser observado na Tabela 12 que o preço praticado pelos provedores nacionais
em banda larga é praticamente uniforme, a diferença entre planos encontra-se no valor
do Velox
42
correspondente a faixa de transmissão escolhida. Os provedores locais que
possuem sistema de banda larga via rádio conseguem praticar um preço mais
competitivo em reação ao velox. Os que não operam com rádio chegam a variar o preço
para comercializar o velox em cerca de 34%, isto decorre de sua capacidade de
diferenciação, seus custos fixos e da escala de operação (numero de acessos deste tipo).
5.5 ELEMENTOS ECONÔMICOS DA ESTRUTURA DE MERCADO
Utilizando a classificação dos elementos da estrutura de mercado de Possas
(1999), foram priorizados aqueles mais significativos e que influenciam o processo
competitivo deste setor.
42
Velox é o nome dado ao sistema de acesso banda larga comercializado pela Telemar.
95
5.5.1 Principais Competidores na RMB
Considerando a relação de provedores constantes no anexo 1, se verifica a
existência de vários provedores atendendo o Pará, quais sejam: Amazon Network,
Interconect, ORMcabo, Expert, Nautilus, Canal13, DirectBr e SUPRInet são os
provedores locais de Internet que presentemente atuam na RMB. São tabulados na
Tabela 13 alguns dos principais provedores de atuação nacional que provêem acesso a
Internet na RMB e seus respectivos parceiros de telecomunicações em 2004.
Tabela 13: Provedores de atuação nacional
Provedor
Parceira de
Telecomunicações
Provedor
Parceira de
Telecomunicações
Click21 Embratel IBest Brasil Telecom
Terra / iTelefônica Telefônica UOL sem parceiro
IG Banda Larga Brasil Telecom AOL sem parceiro
ISbt Telefônica
Fonte: Elaboração própria baseada nos sites dos provedores.
5.5.2 Tamanho do Mercado
O mercado atual da RMB pode ser estimado através dos resultados da PNAD
2003. Neste observou-se que existem cerca de 11,49% de domicílios com
computadores sem acesso a Internet, dessa forma estes domicílios são alvos em
potencial para expansão do mercado de provedores.
96
Se tal ocorre-se, chegaríamos a um percentual de apenas 20,24 %(=11,49+8,75)
que representa um valor de 30% do total de domicílios que possuem terminais
telefônicos fixos, pois em média 65,00% dos domicílios possuem telefone
convencional.
Assim sendo, o mercado atinge apenas 17,19 % (relação entre 40.825 domicílios
com acesso e o total de 237.495 terminais fixos instalados na RMB) de seu tamanho
potencial, que seria o atendimento de toda base de domicílios que possuem telefones
fixos instalados. Com base nestes números podemos estimar que ainda há um mercado
de cerca de 196.670 domicílios, dos quais 12.798 domicílios já possuem computador
sem acesso a Internet.
Para outros mercados, como exemplo o interior do Estado, não há informações
suficientes para efetuar uma estimativa de demanda, pois há necessidade do
levantamento de dados primários nos possíveis municípios alvos.
Porém, devido à baixa concentração de computadores e renda apurados pela
PNAD para o Estado do Pará, justifica-se o comportamento cauteloso do provedor ante
a possibilidade de qualquer empreitada fora da RMB, pois seu maior temor se resume
na possibilidade de que a comercialização de acessos não viabilize sequer os custos
fixos de operação para implantação de uma filial no interior.
97
5.5.3 Preferência dos Consumidores na Tecnologia de Acesso
Na atualidade existem inúmeras tecnologias
43
que definem diversas formas de
acesso a Internet. A Tabela 14 sintetiza uma comparação entre elas. De uma maneira
geral existe uma preferência pela linha discada devido a seu forte apelo de preço e a
sua universalidade no acesso.
Tabela 14: Comparação de Tecnologias de conexão com a Internet
Tecnologia
Largura de banda
(bps)
Disponibilidade de
acesso
Comentários gerais
Modem analógico Até 56 kbps Universal.
Linha discada, disponibilidade universal,
embora de baixa velocidade.
ISDN 64 kbps a 128 kbps
90% de residências dos
EUA.
Amplamente disponível, embora de largura
de banda estreita.
DSL
128 kbps a 1,5
Mpbs +
Limitado as 25
principais áreas de
serviço metropolitanas.
Conexão sempre ativa, velocidade variada.
Modems a cabo
5 Mbps
(compartilhado)
Limitado as 25
p
rincipais áreas de
serviço metropolitanas
Conexão sempre ativa e compartilhada (TV a
cabo).
Satélite
400 kbps (sentido
decrescente)
Extremamente limitado.
Conexão DSL ou por cabo que pode ser
complexa para configurar.
Fonte: Site do fabricante de microprocessadores Intel®.
A opção dos clientes, na condição de contratantes dos serviços, para escolha de
acesso a Internet, através de sua maior preferência a linha discada ou de Banda Larga,
está sujeita a um grupo de poucos provedores.
43
A guisa de ilustração, sobre novas tecnologias, existe uma tecnologia experimental de fornecer acesso a
Internet de banda larga a velocidades que excedem as conexões de telefone/modem e até mesmo o ISDN, esta é
denominada Powerline. A maioria das residências tem várias tomadas de energia em cada cômodo, conectadas
através de fios elétricos já instalados. A tecnologia baseada em Powerline faz com que essas tomadas sirvam
como fonte de eletricidade e também como porta para rede. A eletricidade é transmitida de 50 a 60 Hz, enquanto
que dados são transmitidos a freqüências de 1 MHz ou mais, sem afetar qualquer um dos sinais.
98
Os preços praticados, como visto anteriormente, diferem pouco, deixando a
escolha pautada principalmente na percepção do cliente
quanto à qualidade, e pela
observação dos seguintes itens: Disponibilidade de seus recursos (renda), taxa de
transmissão de dados desejada, estabilidade da conexão (menos quedas em linha
discada), acessibilidade (disponibilidade de troncos ou linhas telefônicas), suporte e
atendimento ao cliente
e as vantagens adicionais oferecidas pelo provedor (mais
contas de e-mail, hard disk virtual, etc.).
O cliente isoladamente tem pouquíssimo poder de negociação, tanto para
contratação quanto na tentativa de retenção por parte do contratante quando este
manifesta sua intenção de deixar o provedor. Foi apurado junto às empresas que
existe uma lenta migração para banda larga se manifestando em seus clientes, este
fluxo tem sido maior ou menor em função da grandeza da variável renda disponível
pelos clientes e em decorrência do binômio necessidade versus custos adicionais
em relação ao acesso discado. Tal taxa de migração não pode ser captada devido à
carência de controle estatístico por parte dos provedores.
5.5.4 Grau de Concentração
O provedor de Internet é basicamente um prestador de serviços que comercializa
acessos, isto é, provém interconexão à rede da Internet aos seus clientes, a quantidade
de acessos torna-se assim a variável mais representativa para exprimir a concentração
99
de mercado. Com base nos dados primários confeccionou-se a Tabela 15 que apresenta
as variáveis necessárias ao cálculo da concentração, o qual foi feito através do universo
formado por seis empresas locais e Telemar que totalizam 24.745 acessos (Discado +
Banda Larga).
Tabela 15: Cálculo do Índice de Herfindahl-Hirschman (IHH)
Variável E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 Índice
Ms
2,10
2,42 4,78 4,85 5,66 26,25 53,94
TCM
MS
2
4,42 5,88 22,82 23,52 32,01 689,16 2.909,33
IHH=3.687
Fonte: Elaboração própria com base nos dados primários obtidos.
Legenda: Ms e MS
2
- conforme definidos no item 4.3, E1 a E7 – empresas participantes da pesquisa.
Verifica-se na Tabela 15 que a concentração para os provedores locais, no valor
de 3.687, situa-se na faixa de mercados altamente concentrados. Mesmo se for
considerado o universo de 40.825 acessos (PNAD 2003), nos quais 16.080 são
referentes a acesso discado gratuito e aos dois provedores que não declararam seus
acessos, o IHH teria valor de 2.906 que ainda assim é superior ao valor de 1.800 no
qual os mercados são classificados em altamente concentrados. Tais valores de IHH
condizem com os dados primários obtidos e detalhados a seguir.
Não há, no conjunto de pequenos ISP avaliados, nenhuma empresa que possua,
na prestação do serviço de provimento de Internet, uma condição empresarial que
esteja muito superior aos demais concorrentes que lhe possibilite um poder de mercado
que lhe garanta supremacia sobre o ramo de atividades prestadas.
100
A única empresa com poder de mercado em provimento de acesso é a Telemar,
que atua tanto como fornecedor quanto provedor, ela é responsável por cerca de 90%
do mercado de Banda Larga na RMB através de seus produtos (Velox e outros) cujo
valor totaliza, aproximadamente, 15.000 pontos de atendimento (a esmagadora maioria
localizada na RMB com apenas um número menor de pontos distribuído entre
Castanhal e Capanema), os outros 10% é atendido pelos ISP via rádio.
No provimento do Velox cerca de 10% é comercializado pelos ISP locais o
restante é feito via ISP de atuação nacional ou pela própria Telemar
44
(como é o caso
dos clientes coorporativos da mesma).
Considerando a abrangência dos dados primários obtidos do setor através de
uma cobertura
45
de quase 90% das empresas, se verificou que cerca de 46% do
mercado de acesso pago
é atendido pelos ISP locais e 54% via Telemar através de
atendimento próprio ou por meio de ISP de atuação nacional.
Foi apurado pela PNAD um total de 40.825 domicílios que possuíam acesso a
Internet na RMB, a pesquisa apurou um total de 24.745 acessos comercializados, isto
representa cerca de 61% do valor. A diferença (40%) é atribuída a dois principais
fatores: Primeiramente, ao quantitativo relativo ao acesso gratuito
via linha discada,
segundo porque os provedores ao atenderem alguns tipos de condomínios residenciais
o fazem através de pacotes de produtos que contabilizam um único
acesso por banda
44
A participação dos provedores locais no uso do Velox restringe-se ao procedimento denominado autenticação,
no qual o provedor libera tão somente o acesso do usuário a Internet, não havendo mais interação do cliente com
o provedor no restante da conexão estabelecida.
45
Apenas uma empresa do grupo de ISP que atendem a RMB não participou da pesquisa.
101
larga que é então distribuída via rede interna aos demais condôminos. Além desses dois
motivos um pequeno percentual deve ser atribuído ao provedor que não participou da
pesquisa e ao outro que declinou de informar o quantitativo de sua base de clientes.
5.5.5 Características dos Insumos Disponíveis e dos Setores que os Fornecem
Os insumos mais importantes necessários à operação de um ISP são de
fornecimento exclusivo da Embratel e Telemar
46
, tais empresas fazem parte do
oligopólio de telecomunicações privado existentes no Brasil. Suas relações com as
empresas provedoras se caracterizam num típico relacionamento entre um grande
fornecedor de atuação nacional e um pequeno comprador local no qual a grande
empresa estabelece a quase totalidade das condições e procedimentos na qual são feitas
as transações.
5.6 CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DOS PROVEDORES DE
ALCANCE NACIONAL
A infra-estrutura de transporte propiciada pelas empresas de telecomunicações,
em suas diversas modalidades, é hoje o fator de maior relevância para o setor de acesso
a Internet, dessa forma a empresa que detiver acordos comerciais vantajosos,
46
A Telemar participou da pesquisa declarando a forma de seu relacionamento com os provedores e os números
comercializados do Velox entre outros.
102
respaldados em contratos, com grandes operadoras ou pertencer ao mesmo grupo
empresarial terá um diferencial forte de custo e receita em relação aos seus
concorrentes que não o possuam.
No modelo atual de Internet grátis praticado por grandes provedores nacionais
47
,
é pública a existência de transferência de recursos das empresas de telecomunicações
para os provedores a elas ligados. Tal foi apurado através de consulta as contendas
judiciais ocorridas nos últimos dois anos e as queixas protocoladas na Anatel, bem
como através de pareceres emitidos pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica - CADE neste período
48
. As operadoras de telecomunicações repassam aos
provedores gratuitos parte das receitas que obtêm com a remuneração de suas redes de
telecomunicação.
Outra vantagem dos ISP filiados a grandes operadoras de telecomunicações
demonstrada, reside sempre na possibilidade do oportunismo
nas relações entre grupos
concorrentes que atuam em setores afiliados e isto costuma ser externado
49
nos
contratos celebrados entre as partes apesar da legislação existente e da atuação das
agências reguladoras.
47
Tais como: IG, Ibest, Inbt, Click21, etc.
48
Conforme citado no capítulo de introdução desta pesquisa.
49
Como exemplo é citado: Em 8 de dezembro de 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica -
CADE manteve a vigência de uma medida preventiva adotada pela Anatel, em março de 2003, em favor da
Embratel para impedir a Brasil Telecom de cobrar preços discriminatórios pelo acesso à rede local de telefonia
em baixa velocidade (gazeta mercantil, 09/12/2004).
103
5.7 CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DOS PROVEDORES LOCAIS
Neste item são delineadas todas as características apuradas e arroladas na
consolidação dos dados primários do setor. Foram também sintetizadas as principais
vantagens dos atores do segmento pesquisado.
Para descrever suas vantagens é necessário primeiramente dissertar sobre as
características atuais do setor captadas através dos dados primários obtidos junto a sete
das oito empresas que hoje atuam na RMB.
5.7.1 Caracterização das Empresas do Setor
No setor de provedores de acesso a Internet cerca de 60% das empresas atua
também como provedores de soluções (Service Provider Application-ASP). A exceção
de uma empresa individual, as demais são sociedades limitadas, cerca de 70%
manifesta sua capacidade de crescimento através da diversificação. Seus principais
objetivos empresariais são aumentar o volume de vendas e maximizar o lucro das
empresas.
A estrutura organizacional é bastante simples, em sua maioria as empresas
possuem de um a dois sócios que se dividem na gestão de três departamentos: vendas,
técnico e administrativo. O parque de equipamentos é jovem, cerca de 55% possuem
menos de dois anos de uso e 42 % entre três e cinco anos em operação.
104
Três quartos das empresas possuem mais de cinco anos de atividade com várias
delas com mais de 10 anos. A maioria emprega em torno de 10 a 19 pessoas como
assalariados permanentes que se dividem em dois grupos: um que percebe de 1 a 2
salários mínimos (aproximadamente 52%) e outro na faixa de 2 a 5 mínimos (45%),
sua principal forma de recrutamento é pautada na experiência profissional, no
conhecimento de informática e no desempenho de resultado de teste feito pela
empresa.
Cerca de 80% dos empregados do segmento possui escolaridade situada acima
do Colegial completo com Superior incompleto. O treinamento ministrado ao corpo de
colaboradores é em sua maioria voltado para tecnologia da informação (TI) e
vendas/marketing.
O segmento obtém informações regulares e sistemáticas sobre seu campo de
atuação focadas nos preços e atuação dos concorrentes locais, concorrentes de outros
estados, e inovações tecnológicas voltadas ao setor e setores afiliados, isto é obtido
principalmente via Internet e de fornecedores de equipamentos de TI. As tendências do
mercado consumidor nacional e internacional são acompanhadas através de revistas
técnicas especializadas, feiras e congressos, fornecedores diversos (TI e
Telecomunicações) e através de páginas da própria Internet.
O setor em sua maioria não sub-contrata serviços de outras empresas, salvo em
uma das empresas, que explora acesso via rádio, em que parte do serviço de instalação
menos qualificada é feita por terceiros.
105
As empresas manifestaram o desejo de crescimento focado em sua maioria pela
diversificação dos serviços, porém as fusões e aquisições fazem parte do segmento, no
final de 2004, duas delas ocorreram: A Interconect adquiriu a Amazonline e a Amazon
Network absorveu a Antares Network. Duas das empresas priorizam como forma de
crescimento a pesquisa e desenvolvimento.
Apesar do esforço empresarial estar direcionada a diversificação o provimento
de acesso quer seja ele discado ou banda larga (Velox, via rádio ou outros) ainda é o
“carro chefe” do faturamento das empresas. A variação no número de acessos providos
pelas empresas foi positiva em 43 %, permaneceu em 14% e decresceu em cerca de
30% dos ISP. Naqueles em que houve aumento este se incrementou em torno de até
10%.
A capacidade ociosa do setor se situa acima dos 35%, esta é devida,
primeiramente, a migração para a banda larga que provocou um decremento na
utilização dos sistemas de acesso discado, a segunda razão se justifica pela capacidade
adicional que o setor utiliza forçosamente para manter a qualidade dos serviços
prestados em alto nível, uma exigência natural deste do setor.
Para as empresas que operam com link de rádio a alta capacidade existente é
fruto de investimentos realizados com a finalidade de incrementar a base de clientes
devido ao bom desempenho deste nicho que atua principalmente em segurança
empresarial e redes coorporativas de Internet.
106
O setor não é afiliado da Abranet e apenas um quarto das empresas participa de
associações ou entidades setorias, assim como ao acesso a assistência técnica ou
gerencial, a maioria justificou tal procedimento alegando que as mesmas são pouco
eficazes na ajuda ao setor.
5.7.2 Acesso ao Crédito
A totalidade das empresas não possui empréstimos de longo prazo e se utiliza
muito limitadamente dos de curto prazo em bancos privados e estatais, preferindo os
investimentos com recursos próprios devido às altas taxas de juros praticadas e o longo
tempo de retorno dos investimentos. De maneira geral, os provedores não possuem
dificuldades no acesso ao crédito nem na liquidação dos parcos empréstimos
contraídos.
5.7.3 Abastecimento e Mercado
Seus clientes envolvem uma ampla gama, porém podem ser distinguidos em
quatro grupos principais: Micro ou pequena empresa industrial, Média empresa,
consumidores residenciais ou estudantes e empresas de produtos regionais. O setor
pouco atende as grandes empresas do Estado, apenas uma empresa declarou atender às
indústrias estabelecidas na área de Barcarena.
107
O atendimento a grandes corporações é feito diretamente por seus fornecedores
(Embratel e Telemar). Os ISP atuantes possuem em média mais de 90% de seus
negócios concentrados na RMB e o restante (10%) distribuídos nos municípios com
maior infra-estrutura no Estado do Pará.
A base de clientes se distribui de 60 a 70 % em residencial e 20 a 30% em
escritórios, porém existem duas empresas que possuem esta proporção invertida, pois
se especializaram em atuar no segmento comercial e possuem uma relação 60/40 de
escritórios para residências.
Os planos ofertados, quando agrupados em três tipos, podem ser distribuídos em
planos Básicos (populares), Intermediários e Top de Linha (plus) que compõem a
base de clientes nas médias de 50, 20 e 15% respectivamente. Todos os provedores
declararam que medem a qualidade de acesso, possuem indicadores de desempenho e
mantém a qualidade nos horários de pico.
As interrupções de serviços que eventualmente ocorrem são recorrentes de
falhas graves no backbone das empresas de telecomunicações e eventos nacionais de
grande repercussão na Internet para os quais nenhuma rede é dimensionada para
suportar.
Os fatores mais influentes nos preços dos serviços ofertados são: o custo de
telecomunicações junto a seus fornecedores, o custo de mão-de-obra e os custos de
108
energia e telefonia (fixa e celular). Os impostos, principalmente o ICMS
50
, nas
empresas definidas pelo fisco como prestadoras de telecomunicações, que operam com
rádio, também é significativo (varia em torno de 17 para 30%).
Seus maiores fornecedores são a Embratel e Telemar, cerca de 85% do setor
utiliza ambos os fornecedores somente um quarto do setor utiliza exclusivamente a um
ou outro. Os maiores critérios de seleção dos fornecedores residem no grau da
qualidade do serviço a ser prestado, o atendimento a falhas e solicitações dos ISP ou a
unicidade do serviço a ser prestado (como exemplo o Velox), porém a caso de empresa
em que o custo de mudança obriga o provedor a manter exclusividade com seu
fornecedor.
De maneira geral o relacionamento do setor com seus fornecedores é
característico do esperado entre um grande fornecedor de atuação nacional e pequenos
clientes locais. Existe pouca margem de manobra nas negociações de preços devido à
baixa escala (volume de compra dos ISP) e pouca flexibilidade por parte dos
fornecedores que atuam com oportunismo procurando tirar vantagem de sua dimensão
empresarial. Isto é mais latente quando o fornecedor é a Telemar que, segundo o setor,
impõe sempre condições nas transações e caracteriza-se por ser uma empresa
50
Existe questionamento sobre a obrigatoriedade de pagamento de ICMS pelos provedores. O juiz Fernando
Neto Botelho, da 4ª Vara de Feitos Tributários da comarca de Belo Horizonte (Minas Gerais - Processo nº
024.043.764.265 em setembro de 2004)
concedeu Mandado de Seguraa ajuizado por uma empresa de provedor
de acesso à Internet contra ato do superintendente regional da Fazenda Estadual. Para Botelho, esse tipo de
atividade não constitui serviço de comunicação ou de telecomunicação. O juiz citou o artigo 61, da Lei 9.472/97,
que estabelece que o Serviço de Valor Adicionado não constitui serviço de telecomunicações. Ele concluiu, após
exame técnico-operacional e jurídico da questão, que o provedor de acesso à Internet, nos limites da atividade
prestacional-material que desempenha, não pode ser considerado prestador de serviços de telecomunicações.
109
centralizada no Rio de Janeiro com seus representantes locais com baixa autonomia
para decidir a cerca de possíveis pleitos contratuais dos provedores.
A rigidez dos preços praticados pelos fornecedores é a principal dificuldade nas
negociações, porém a percepção da existência de parcialidade no tratamento aos
provedores está presente na maioria dos proprietários de ISP que não conseguem
perceber um tratamento de parceria em seus fornecedores, manifestada fortemente nas
dificuldades para acertos comerciais.
O portifólio de produtos do setor incluem desde acessos dial up de 56K bps a
2M bps, projetos de redes sem fio internas, projetos de monitoramento com câmeras,
múltiplos e-mail, Hosting (data centro), WLAN (WIFI), VOIP (voz sobre IP), projetos
de vídeo-conferência entre outros. O sistema de distribuição repousa no uso de força de
venda própria, Web Site (direto na página) e Telemarketing Receptivo. A comunicação
é feita através do Web Site, eventos locais e de segmentos empresariais específicos,
mídia local (jornais e rádios)como formas preponderantes, além de que a mídia
impressa especializada, telemarketing ativo e até o porta-a-porta e o boca-a-boca em
lojas de venda de microcomputadores são também utilizados.
A assistência técnica em sua maioria, no que tange ao acesso, não é cobrada
pelos provedores locais, pois este é seu maior diferencial em relação aos grandes
provedores de cobertura nacional. A facilidade de empresa local engajada nos
costumes e cultura da região se potencializa no ato de ida do técnico a residência do
cliente. Esta aproximação física possibilitada ao cliente e seu acesso a pequenos
110
sistemas de call center dos provedores locais atendidos por Belenenses, ao invés dos
grandes sistemas nacionais com atendimento automático, tem sido externada nas
pesquisas realizadas pelos provedores em sua base de clientes como altamente
positivas.
5.7.4 Capacitação Gerencial Produtiva e Tecnológica
Pela simplicidade organizacional dos provedores e os custos envolvidos, estes
ainda não optaram pela implementação de nenhum programa de qualidade ou técnica
de organização da produção, não havendo no momento interesse ou motivação para tal.
O máximo que possuem são estatísticas próprias desenvolvidas para atender as
atividades pertinentes a sua operação e controle administrativo. A preocupação quanto
à qualidade restringe-se tão somente ao desempenho técnico de seus equipamentos e a
uma boa receptividade no tratamento as reclamações e solicitações do cliente.
5.7.5 Desempenho e Vantagens dos Provedores Locais
As empresas locais tiveram no ano de 2004 uma diminuição geral de sua
participação no mercado à exceção de uma empresa que aumentou sua participação
devido aos nichos em que atua (monitoramento e redes coorporativas). A evolução da
margem de lucro aumentou em apenas duas empresas, nas demais ou permaneceu ou
111
diminuiu. O volume de vendas da maioria diminuiu no período, os custos de produção
dos principais serviços permaneceram ou aumentaram de patamar em sua maioria. O
numero de empregados no conjunto permaneceu no mesmo nível, pois em um terço do
setor aumentou e no outro terço diminui.
As três maiores fontes de renda foram à comercialização de acesso, a prestação
de consultoria em TI e os serviços de engenharia em TI. A receita operacional bruta
anual do setor situa-se em 42% na faixa até R$ 244 mil reais, na faixa superior de R$
244 mil a 1,2 milhões de reais outros 42% e os demais 16% acima de 1,2 milhões. Para
o setor, a percentagem de sua receita líquida operacional sobre o faturamento, após
fazer a dedução dos impostos, depreciação e juros a pagar situa-se em 60% das
empresas na faixa de até 10%, enquanto que as demais empresas (40%) situam-se na
faixa de 10 a 20%.
A margem de lucro sobre os custos totais foi considerada um dissenso neste
setor. A pesquisa mostrou que dois provedores operam com faixa de 0 a 5%, outros
dois com mais de 20% e os demais espalham-se no intervalo de 5 a 20 %.
Entre as principais estratégias externadas pelo setor para se manter no mercado
destacam-se: os investimentos em qualidade (técnica) nos serviços prestados, a
propaganda e marketing na venda, a utilização da tecnologia e experiência adquirida na
redução de custos e o investimento em mão de obra.
A totalidade dos provedores locais manifestou o desejo de atuar em outros
mercados, principalmente o regional, porém suas maiores barreiras residem no custo da
112
infra-estrutura de TI e Telecomunicações necessárias e insuficientes em algumas
localidades, o alto custo fixo por cliente que seria enfrentado no interior devido ao
baixo número de computadores existentes e a indefinição dos rumos do setor no que se
refere a uma maior ofensiva no mercado de seus maiores fornecedores Telemar e
Embratel e dos grandes players nacionais (Terra, UOL, AOL, etc.).
Tais barreiras criam insegurança e uma enorme incerteza nos empresários do
setor quanto ao sucesso de qualquer empreitada que porventura seja realizada fora de
sua área geográfica de atuação, isto é, a RMB.
Com base nos dados primários obtidos do setor local, se pode depreender que
suas maiores vantagens
no embate com os provedores nacionais reside na facilidade de
acesso ao cliente através do que eles próprios designam de on site (visita ao
estabelecimento ou residência) e da diversidade de serviços que podem ser prestados
devido a este acesso facilitado e proximidade do usuário, assim como o experimento de
novos serviços desenvolvidos podem ser rapidamente ajustados e maturados em
decorrência do fluxo mais rápido de informação que se estabelece entre provedor e
cliente.
A proximidade ao cliente e a grande ofensiva dos provedores nacionais obriga
os provedores a agirem com extrema agilidade no relacionamento (atendimento) com
seus clientes, isto tem conseguido criar, conforme as pesquisas por eles realizadas junto
a seus usuários, um ambiente de confiança no qual os mesmos têm sabido explorar
113
adequadamente na tentativa de reter suas bases (clientes) e diferenciar em pequena
monta seus serviços.
5.8 AS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER PARA O SETOR
Ameaça de Novos Entrantes
A principal barreira à entrada de novos provedores locais no mercado da RMB
se deve a indefinição das regras pela Anatel
51
e a grande concorrência hoje
existente, promovida tanto a nível local pelos pequenos ISP quanto através das
grandes provedoras nacionais e fornecedores de infra-estrutura.
O preço pelo direito de exploração do servo via Rádio cobrado pela Anatel era
de R$ 9.000,00 em dezembro de 2004. Este valor se constitui uma barreira
adicional à entrada de pequenos provedores de atuação municipal na RMB que
desejem utilizar o rádio, o qual se configura um produto bem mais rentável que o
Velox, segundo apurado junto ao setor. Dos provedores entrevistados apenas três
empresas declararam possuir licença para explorar tal serviço. Esta informação é
disponibilizada ao público no site da Anatel.
51
Até fevereiro de 2005, a Anatel não editou novas normas baseadas nas consultas públicas 372 e 417 que se
destinam a definir as novas regras para o setor de acesso a Internet.
114
O poder dos substitutos
A tecnologia Wireless-Lan já começou a ser utilizada na RMB. Inicialmente
empresas como TIM, OI e Amazônia Celular estão realizando o atendimento de
demanda apenas a locais restritos a executivos, tais como aeroportos e grandes
espaços para eventos empresariais. Esta é uma demanda extremamente segmentada,
pois o acesso é feito via telefones celulares e computadores portáteis (laptop) que no
presente, pelo seu alto preço de comercialização, são restritos quase que
exclusivamente a uma parte do segmento empresarial.
Porém, é notória a acentuada queda nos preços que os aparelhos celulares tem
sofrido ao longo dos anos e o incremento da utilização de modelos cada vez mais
complexos com acesso à Internet em taxas de conexão cada vez maiores o que
possibilita a usuários, principalmente adolescentes, a utilização crescente de
aplicativos como salas de bate-papo, envio de Serviço de Mensagem Multimídia-
MMS
52
, fotos, músicas, vídeos e outros através de dispositivos wireless.
Como citado anteriormente, outra tecnologia que atua como substituto ao setor é
o provimento de Internet via empresas de TV a cabo. Uma desvantagem apurada da
Internet a cabo em relação aos provedores convencionais reside no fato dela ser
uma mídia compartilhada, isto significa que quanto maior o número de usuários,
52
MMS - É uma tecnologia que permite ao usuário criar, enviar e receber mensagens de texto que também
incluam imagens, áudio e vídeo clip. As mensagens MMS são enviadas de um telefone celular para outro ou para
um e-mail.
115
menor torna-se a taxa de transmissão, isto é, mais lento fica o acesso à Internet, o
que se configura um problema de qualidade em horários de pico e também uma
barreira na expansão do Sistema, pois quanto mais usuários forem sendo agregados
ao mesmo mais lento ele ficará.
É evidente que as companhias de TV a cabo podem modificar e melhorar a
qualidade da mídia compartilhada ofertada, conforme o número de usuários cresça,
mas essas modificações na infra-estrutura tendem a onerar ainda mais o serviço
como um todo para prover de boa qualidade o atendimento de uma pequena parcela
de seus clientes que efetivamente usam a Internet em detrimento da grande parte
que somente utiliza as programações dos canais de TV.
Porém, para aquelas empresas que operam em cidades em que possuem grande
capacidade de rede ociosa e o crescimento de clientes interessados somente em
conteúdo de televisão apresenta-se em pequenas taxas e cuja penetração nas classes
C e D não se mostra promissor, torna-se atrativo para empresa atuar na exploração
de acesso a Internet em banda larga tanto em sua carteira de clientes quanto para
clientes coorporativos.
Foi apurado que as empresas provedoras de TV a cabo possuem capacidade
ociosa em nível suficiente para habilitá-las a atuar fortemente em sua base de
usuários capturando clientes dos provedores convencionais. Conclui-se, portanto,
que a TV a cabo como substituto, se configura uma ameaça efetiva aos provedores
incumbentes no provimento de acesso via Banda Larga.
116
De uma maneira geral, a utilização crescente de tecnologias alternativas de
acesso a Internet tanto podem se configurar, no longo prazo, uma ameaça ao setor
de provedores locais quanto se tornarem produtos complementares. Maiores
estudos deverão ser feitos no futuro com a finalidade de verificar qual
comportamento terá o consumidor da RMB.
Rivalidade entre os Concorrentes Existentes
O locus principal da concorrência onde se estabelece a rivalidade entre os ISP
em disputa pela manutenção ou ampliação das fatias de mercado é a própria Internet
,
através do uso de propaganda nos mais diversos tipos de sites.
Porém a luta pelo mercado extrapola para ações na TV, rádio, jornais e demais
tipos mídias
53
. Tal rivalidade se manifesta através de táticas como promoções de
preços, intensa publicidade, introdução ou agregação de novos serviços, extensão de
serviços ou de garantias estendidas de atendimento e de pós-venda (suporte ao cliente).
Tal ocorre devido à pressão dos concorrentes ou busca de oportunidades de
expansão de sua participação no mercado. Estas ações e reações podem, desde
expandir a demanda, como no aumento de publicidade por todos os participantes, até
reduzir a rentabilidade geral, quando da ocorrência de uma guerra de preços, na qual os
provedores locais são os mais prejudicados em função de sua menor capacidade de
53
Cita, como exemplo, a conduta da AOL, UOL e Isbt que fazem utilização extensiva da mídia televisiva para
promover seus provedores e atrair novos clientes.
117
resposta financeira. Apurou-se que as empresas incumbentes têm utilizado a
publicidade, introdução de novos serviços, extensão de serviços ou de garantias de pós-
venda para garantir suas fatias de mercado.
Poder de Negociação dos Compradores
Verificou-se a fragilidade dos provedores diante de seus dois maiores
fornecedores, Embratel e Telemar, que definem unilateralmente as regras e preços no
relacionamento entre as partes, se configurando um oportunismo claro em função do
monopólio detido por estes fornecedores. Dessa forma os ISP estão impedidos de
exercer qualquer poder nas relações em que atuam como compradores de serviços e
meios necessários a sua operação.
Poder de Negociação dos Fornecedores
Ambos os fornecedores (Embratel e Telemar) operam através de contratos
padronizados de negócios, com vista à simplificação de gestão, devido sua atuação
nacional.
A Telemar foi entrevistada através de sua gerencia regional responsável pela
prestação de serviços de TI. Segundo seu representante, as negociações de contrato
possuem margem para alteração dos valores básicos praticados. Isto é feito em função
118
do volume de negócios detido por cada provedor, que ao final define o nível de
bonificação que o mesmo faz jus.
A Telemar justificou a não liberação da comercialização do Velox para clientes
coorporativos, uma reivindicação dos ISP locais, como sendo política da empresa com
vista à comercialização de pacotes convergentes de serviços a serem ofertados ao setor
empresarial (voz, dados, acesso a Internet, telefonia celular, etc.).
Segundo Barney (1997) existem cinco indicadores que podem estabelecer o
grau de ameaça ou influência dos fornecedores sobre os compradores, quais sejam:
1. Se o grupo fornecedor é dominado por poucas empresas
.
2. Se o grupo fornecedor comercializa produtos únicos ou altamente
diferenciados
.
3. Se o grupo fornecedor não é ameaçado por substitutos
alternativos.
4. Se o grupo fornecedor ameaça a integração vertical
para frente.
5. Se a industria compradora não representa um cliente importante
ao grupo
fornecedor no que tange as dimensões de suas compras,
Conforme apurado junto aos pequenos ISP, o grupo fornecedor se enquadra nos
cinco indicadores listados. A conduta destes fornecedores se coaduna com o
comportamento esperado para uma empresa detentora de licença para exploração de
uma atividade na qual é líder destacado num ambiente operacional em que não
empresas de mesmo porte para confrontá-la, assumindo assim uma postura
oligopolista.
119
5.9 CONSOLIDAÇÃO DOS FATORES SISTÊMICOS DO SETOR
Utilizando a metodologia adotada por Coutinho e Ferraz (1994) foram
consolidados os resultados obtidos com base em levantamento sobre o setor e junto às
empresas representativas deste segmento no que tange aos fatores sistêmicos
de maior
relevância que influenciam no ambiente operacional dos provedores de acesso local.
Estes fatores compõem o quadro final da competitividade sistêmica para o setor visto
que os demais itens estabelecidos no marco teórico e formatados na metodologia já
foram explanados anteriormente.
MESONÍVEL: Fatores Estruturais
Infra-estruturais:
Apurou-se junto às empresas atuantes na RMB que existe disponibilidade
abundante no provimento de transportes dos meios necessários ao exercício da
atividade dos ISP disponibilizados pela Embratel e Telemar. O único aspecto
digno de nota é concernente à dificuldade existente na comunicação com os
fornecedores, principalmente com a Telemar, quando da existência de
interrupção no fornecimento do sistema de transmissão, bem como o tempo de
resposta lento dos serviços de reparo para retorno a situação de normalidade.
120
MACRONÍVEL: Fatores de Estabilidade Microeconômica
Custo do Capital:
Nos últimos 12 meses a política do banco central
54
tem feito
flutuar as taxas de juros praticadas, ora reduzindo gradativamente seu valor ora
aumentando, ao sabor das tendências das taxas de inflação apuradas. Foi
apurado através dos dados primários que as empresas do setor são avessas ao
capital bancário de longo prazo, devido as altas taxas praticadas e ao baixo
retorno decorrente, e utilizam apenas a opção de curto prazo em baixos
montantes em pequenos investimentos ou por vezes para equilibrar o fluxo de
caixa.
A política de câmbio
: O preço médio dos computadores, em dólar, caiu 15% ao
ano nos últimos 15 anos (Padilha, 2003), mas o equipamento ainda está longe de
se tornar uma espécie de commodity, como a televisão e o telefone. Em reais
essa queda não é equivalente em função da desvalorização cambial do período.
Existe um baixo índice de nacionalização das máquinas, pois a maioria dos
componentes é importada.
Na Tabela 16, que mostra a variação anual da taxa de câmbio em relação
ao dólar americano, se verifica uma desvalorização acentuada no período
2001/2002 ainda não compensada no período seguinte (2003/2004). Tal
54
Conforme dados disponibilizados no site do próprio Banco Central.
121
comportamento cambial cria uma barreira ao aumento da penetração dos
computadores nos lares Brasileiros.
Tabela 16: Taxa de câmbio do dólar americano - segmento livre
Ano Variação Ano Variação
2001 18,67 2003 (18,23)
2002 52,29 2004 (6,22)
Fonte: Banco Central do Brasil–Bacen/ 2004 calculado até 3/dez
O crescimento pífio do número de computadores com acesso no período
2001/2002 (PNAD), em confronto com a variação do câmbio no período é
indicativo de que o câmbio exerce pressão negativa na demanda por aquisição
de computadores.
Através dos provedores locais verificou-se que a aquisição de novos
equipamentos para melhoria da qualidade ou desempenho dos serviços prestados
é considerada uma necessidade primordial e indispensável à sobrevivência do
provedor no mercado, dessa forma a pressão pela obrigatória qualidade aliada a
potencial opção do cliente pelos outros provedores faz com que a empresa,
quando do incremento de sua planta para fins de expansão ou manutenção dos
níveis de qualidade, o faça na maioria das vezes com recursos próprios
comprometendo, por vezes, a rentabilidade do negócio no período de aquisição
dos equipamentos.
122
METANÍVEL: Fatores de Formação da Estrutura Social
Político-Institucionais
:
As consultas públicas 372 e 417 pretendiam configurar o modelo pelo qual o
cidadão poderia acessar a Internet de forma mais padronizada a valores
transparentes, de fácil apuração, e mais acessíveis. Ambas as consultas foram
encerradas no primeiro semestre de 2003 e até o presente nenhuma nova regra
foi divulgada pela Anatel. Tal situação cria um quadro de insegurança jurídica e
prejudica a definição da conduta das empresas frente a seu ambiente
operacional.
A opinião dos ISP a respeito foi de que a maioria desconhecia a
existência das referidas consultas, porém perguntados sobre a possibilidade das
empresas de telecomunicações passarem a prover o acesso a Internet foram
unânimes em afirmar que tal seria extremamente danoso ao segmento.
Os ISP estão cientes de que a evolução da regulamentação para um
quadro mais próximo da necessidade do setor é vital para a sobrevivência da
principal fonte de receita de seu negócio. O impacto desta dimensão foi apurada
através do questionário onde se verifica que a liberação para as empresas de
telecomunicações atuarem como ISP transferirá, na opinião das empresas
provedoras, o oligopólio de telecomunicações para o setor de acesso a Internet.
123
Sociais:
Este fator para o setor de Internet tem influência no grau de qualificação de
mão-de-obra e as políticas de treinamento e educação profissionalizante.
Conforme apurado junto as empresas incumbentes, a má qualificação da mão de
obra disponível no mercado de trabalho é uma deficiência comum aos ISP.
Apesar da intensa propaganda e proliferação de cursos de informática de nível
médio na RMB estes não estão atendendo a oferta qualitativa de trabalho dos
provedores, que tem optado por treinamento próprio ou recrutamento de pessoal
que possua escolaridade com nível superior incompleto.
Este fator diz respeito também à organização e proficiência das
autoridades para garantir o acesso cada vez maior da população aos frutos da
Internet. Conforme levantado ao longo desta pesquisa, apesar das inúmeras
transformações que o setor macro de telecomunicações tem passado no decorrer
do último qüinqüênio, não existe ainda uma política de longo prazo definida
pelo governo federal, além disso, a regulamentação do setor encontra-se ainda
em fase de definição
a qual já deveria ter sido concluída em face do tempo
transcorrido em relação ao fim das consultas públicas ocorridas no segundo
bimestre de 2003.
Esta indefinição jurídica prejudica substancialmente o desenvolvimento e
atuação dos pequenos ISP do setor e só favorece os grandes grupos operadores.
124
O Nível educacional e cultural da população:
O nível educacional e cultural foi apurado através do Indicador de Acesso
Digital (DAI), baseado nas estatísticas do IBGE, cujos comentários foram feitos
na análise deste índice.
5.10 CALCULO DO DAI PARA A RMB
A seguir são comentados, e em seguida relacionados, os valores dos principais
índices que compõem o DAI e informado os valores calculados para a RMB e Pará nos
anos de 2002 e 2003, cujos valores são confrontados com o valor de referencia definido
pela ITU. Houve certa dificuldade para viabilização deste indicador devido à
precariedade de alguns dados, principalmente os do grupo qualidade.
Porém, em face da pequena dimensão dos valores apurados frente aos demais
grupos, tanto no Pará quanto para a RMB, estes acabaram tendo um efeito relativo
muito pequeno no calculo do DAI. As inferências e extrapolações necessárias não
atingiram o cerne da dimensão do indicador obtido, pois afetaram o mesmo na terceira
casa decimal.
125
População
A população da RMB no período considerado variou em torno de 2% ao ano.
Foi apurado através da PNAD que nos últimos três anos no município de ananindeua a
população variou em torno de 2,5% e em marituba gira em pouco mais de 4%.
Telefones Fixos
Conforme pode ser observado no Anexo-4, o percentual de penetração de
telefones fixos nos domicílios Brasileiros decresceu no período 2001 a 2003.
Na Região Norte, Pará e Belém este pode ser considerado estável visto que sua
variação girou em torno de meio ponto percentual negativo. Deve ser observado que
esta pequena variação para baixo se deveu a queda acentuada (-4,9%) na faixa de renda
até 1 salário mínimo somado aos pequenos desvios negativos obtidos para as classes de
3 a 5 Salários (-0,53) e 10 a 20 Salários (-0,42). A classe de 1 a 2 Salários apresentou
crescimento (+4,13%) enquanto que a de 2 a 3 Salários cresceu cerca de 6,62%. A
faixa de mais de 20 salários permaneceu estável, visto que alcançou o patamar de
saturação (99 a 100%).
Tal movimento nas faixas de renda favoreceu um ligeiro decréscimo na
penetração global, verifica-se quando confrontados os cerca de 38% de domicílios das
três faixas de renda que decresceram sua penetração com as demais faixas que
obtiveram crescimento de seu percentual. Apesar deste movimento se pode considerar
como estável em torno de 65% a penetração de telefones fixos em Belém. Como na
126
população da RMB a cidade de Belém representa um percentual que oscila em torno de
70%, se considera por simplificação este valor válido para a RMB no cálculo do DAI.
Telefones Móveis
Os dados desta variável externam o resultado da competitividade do setor de
telefonia móvel. Principalmente na RMB, a atuação agressiva das quatro operadoras
deste setor (Amazônia Celular, TIM, VIVO e OI) fez a penetração crescer bastante no
período considerado.
Alfabetização de Adultos
Pelos números apresentados pode ser considera estável no período.
Nível escolar (1° 2° e 3° graus)
Sofreu ligeira melhora na RMB (1,17%) e se manteve estável no Pará.
Banda Internacional de Internet per capta
O valor deste parâmetro foi estimado para o período de 2002/2003 com base no
fornecido pela Embratel para 2004 (5,0 Giga bit/s), tal foi adotado em função da
mesma não preservar a memória anual deste.
Na Tabela 17 são relacionados os valores obtidos para os índices que compõem
o DAI para o período 2002/2003. No anexo 6 é exemplificado para a RMB (ano de
2003) a metodologia usada na obtenção do valor de 0,6250 para o DAI.
127
A ITU classifica o DAI em quatro categorias: Alto para valores maiores que 0,7,
Superior na faixa de 0,50 a 0,69, Médio situado entre 0,49 e 0,30 e Inferior abaixo de
0,30. Verifica-se tanto em 2002 quanto para 2003 que a RMB e o Pará se encontram
na faixa superior. Porém, a baixa variação no período, demonstra um crescimento
apenas inercial devido à falta de ações governamentais estimuladoras mais enérgicas.
Tabela 17: DAI e seus Índices para a RMB e Pará
RMB Pará
Categoria Descrição da Variável
2002 2003 2002 2003
1. Usuários de Telefone Fixo
por 100 habitantes
62,34 65,55 45,83 46,07
1. Infra-estrutura
2. Usuários de Telefone Móvel
por 100 habitantes
42,16 50,57 27,62 33,41
2. Capacidade de
Consumo
3. Preço de acesso a Internet
como percentagem da Renda
Nacional Bruta per capta
95,23 94,52 95,09 94,36
4. Alfabetização de Adultos 95,30 94,40 89,30 89,31
3. Conhecimento ou
Nível Educacional
5. Nível escolar (1° 2° e
graus)
74,77 75,94 71,65 71,67
6. Banda Internacional de
Internet (bits) per capta
23,30 25,87 23,30 25,87
4. Qualidade
7. Usuários Banda Larga por
100 habitantes
0,41 0,60 0,18 0,26
5. Uso
8. Usuários Internet por 100
habitantes
7,87 8,75 4,49 4,34
Valor do DAI 0,6062 0,6250 0,5349 0,5428
Variação no período 3,11% 1,48%
Fonte: Elaboração própria com base na metodologia definida pela ITU.
A ITU utiliza um polígono (pentágono) para facilitar a visualização comparativa
dos valores obtidos para regiões ou países em análise. Destarte, se apresentam na figura
7 os valores obtidos para a RMB em confronto com o valor calculado pela ITU para o
Brasil e valores para o Estado do Pará e meta ITU, todos para o ano de 2002.
128
O DAI variando no patamar superior para a RMB e Pará, só foi possível em
função do valor elevado obtido das três primeiras categorias. Na categoria 4
(qualidade) ainda há muito que evoluir e a categoria 5 (uso) é a pior de todas, isto fica
latente na observação do polígono da figura 7 acompanhada da Tabela 18.
Figura 7: Representação Geométrica do DAI para 2002
0
20
40
60
80
100
1
2
34
5
Meta ITU
Brasil
Para
RMB
Os resultados obtidos para as variáveis que compõem o DAI, bem como seu
valor, mostram a "divisão digital" que se configura atualmente na RMB. Esta "divisão"
Tabela 18: Valores de Categorias e DAI para o Polígono da Figura 7
Categoria
1 2 3 4 5
DAI
Meta ITU
100 100 100 100 100
1,000
Brasil
29 88 90 32 10
0,500
Para
52 95 83 28 5
0,535
RMB
73 95 88 29 9
0,606
Fonte: Elaboração própria.
129
tem como força motriz principal às concentrações de renda que atuam negativamente
nas categorias 4 e 5 através dos baixos valores de suas variáveis representadas pelos
acessos banda larga e usuários Internet por 100 habitantes.
5.11 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
A tecnologia WI-FI ao invés de tornar-se uma ameaça ao negócio dos
provedores, pode sim se transformar em oportunidade de negócios. Isto se
baseia no fato de que uma das empresas que mais investem nas redes wireless é
a Microsoft. Esta empresa americana está decidida a transformar o computador
residencial numa espécie de centro nervoso da casa
. Uma das peças desta
estratégia é uma plataforma denominada Mira, um tipo de extensão do PC em
toda a casa. O potencial da Mira, baseada no protocolo Wi-Fi, é enorme: a partir
do touch screen (tela de cristal líquido sensível ao toque) de uma web tablet, o
usuário poderá controlar remotamente
os vários equipamentos de entretenimento
(televisão, DVD, home theater, etc.), os sistemas de home automation (ar
condicionado, luzes, alarmes, etc.), acesso à Internet ou, simplesmente, trabalhar
no PC.
As empresas provedoras locais de acesso a Internet pela experiência no
ramo de Tecnologia da Informação podem utilizar esta capacitação para
expandir suas atividades explorando, mantendo e conectando tais sistemas
130
domésticos WI-FI a redes de banda larga. Os primeiros web tablet, de alguns
fabricantes já podem ser encontrados na Internet. O web tablet da Intel®, um
dos maiores fornecedores de chip para microcomputadores, somente estará
disponível no primeiro semestre de 2005.
6. CONCLUSÃO
O mercado de acesso a Internet é de longe um dos mais dinâmicos na atualidade,
como exemplo, cita-se que em 2005 está sendo previsto a introdução no mercado
mundial de novos modelos de celulares
55
que efetuam chamadas internacionais e
nacionais usando a Internet através de sistemas de voz sobre IP (VOIP). O setor de
provimento de acesso ainda está longe de uma condição de estabilidade no que tange
não somente às tecnologias de uso e de acesso quanto à regulamentação ainda
indefinida. Mesmo neste cenário efervescente foi possível concluir, com o auxílio desta
pesquisa, vários aspectos importantes ao setor.
Foi visto que a vantagem dos grandes ISP de atuação nacional reside no acesso
fácil a novas tecnologias, disponibilidade de capital e poder de negociação com
fornecedores os quais, na maioria, fazem parte do mesmo grupo empresarial. Além
disso, é razoável supor que devido ao fato de um provedor pertencer ao mesmo grupo
de uma operadora possa o mesmo desfrutar de vantagens tais como: facilidades
55
Os aparelhos utilizarão o software Windows Mobile 2003, da Microsoft, e são compatíveis tanto com redes que
transmitem dados por rádio (GSM/GPRS) como com as Wi-Fi.
131
administrativas de comunicação que possibilitam um fluxo facilitado de reclamações
de linhas ou equipamentos de interconexão inoperantes, recebimento de valores,
expansão ágil do sistema, cláusulas de contrato vantajosas aos custos e receitas,
preferência na ampliação de facilidades de interconexão, e outras, o que configura ao
final uma vantagem de custo absoluto
.
Estas vantagens permitem uma conduta mais agressiva na obtenção de fatias
maiores de mercado em face de sua capacidade maior de recursos para gasto, por
exemplo, em propaganda nas diversas modalidades de mídia existentes.
Nos resultados obtidos ficou latente a fragilidade dos pequenos ISP frente aos
grandes operadores nacionais no provimento do acesso a Internet. Todos os
provedores, sem exceção, lutam para se manterem operando, imersos num ambiente
hostil em que seus fornecedores são também seus concorrentes e no qual sua pouca
dimensão empresarial os torna frágeis no estabelecimento dos contratos celebrados
com os mesmos.
As barreiras de entrada construídas pelos grandes grupos empresariais de
atuação nacional deixaram de ser apenas mais um dos elementos que compõem a
estrutura do oligopólio do setor de provimento para se tornar à essência determinante
da concorrência deste mercado, nestes elas reúnem tanto a concorrência interna quanto
a potencial. A magnitude destas barreiras é o principal determinante das margens de
lucro dos grandes provedores parceiros dos mega fornecedores de infra-estrutura
nacional bem como dos preços praticados por estes últimos.
132
Os pequenos ISP não contam com um suporte institucional que lhes garanta
igualdade de condições de concorrência em seu ambiente. Estes somente permanecem
ainda atuando no mercado, em face da lenta migração do acesso discado para os
sistemas de banda larga, decorrente das limitações de renda da população que atuam
como amortecedor na redução do montante de acessos comercializados em cada ano
pelas empresas, conforme apurado nos dados primários levantados.
O padrão de concorrência do setor que alguns anos era claramente um mercado
com comportamento concorrencial, pois o Pará chegou a ter 23 provedores
independentes sem fornecedores comercializando acessos, transformou-se - com o
advento dos sistemas de banda larga - num oligopólio de pequenas empresas fustigadas
pelos grandes provedores e fornecedores de atuação nacional.
Em decorrência dos resultados obtidos, pode-se concluir como verdadeira a
hipótese desta pesquisa, pois de forma inequívoca, caso mantida a regulamentação
atual, a mancheia restante de pequenos provedores da RMB não possui condições de
competir em condições igualitárias na oferta de acesso a Internet no cenário adverso de
seu ambiente operacional.
Na eventualidade de mudança da regulamentação atual para um cenário mais
alcalino para os ISP, como resultado da instauração de um novo marco regulatório,
poderia melhorar o desempenho dos mesmos. O sistema inglês de provimento serviu de
inspiração para a nova regulação proposta pela Anatel através da consulta pública 417.
133
Esta, por motivos não esclarecidos pela agência reguladora, não foi incorporada a
regulamentação vigente e incerta, até o momento, é sua implantação.
O modelo inglês para o mercado de Internet oferece condições isonômicas para
a relação entre operadoras (fornecedores de infra-estrutura) e provedores
56
. O modelo
criou um código não-geográfico
57
, isso possibilitou a diferenciação entre tráfego de
Internet e de voz. A nova legislação permitiu que as operadoras compartilhassem parte
de sua receita com os provedores. Também foi permitido que as empresas de acesso
fechassem acordos comerciais com as operadoras, em busca das melhores taxas de
remuneração.
Na eventualidade de permanência do ambiente atual no longo prazo, pode se
admitir a possibilidade de uma tendência para transposição do oligopólio que hoje
existe no serviço de telefonia para o acesso a Internet, principalmente devido às
vantagens de custo absoluto possuídas pelos provedores parceiros das grandes
empresas de telecomunicações, que como visto, hoje caminham para a convergência de
seus serviços, a exemplo do que hoje pratica a Telemar com o Velox corporativo. Este
quadro foi bem externado pela pesquisa, sendo hoje bastante visível para o pequeno
provedor quando da oferta de acesso via banda larga.
56
Em abril de 2001, a Oftel, órgão regulatório das telecomunicações na Inglaterra, obrigou a estatal British
Telecom-BT a oferecer pacotes de tarifa única (flat) para os provedores. A BT é dona da maior parte das redes de
telecomunicações no país e, até então, cobrava o acesso à Internet por minuto, exatamente como no Brasil
atualmente.
57
Um código não-geográfico é uma série numérica cujo acesso é feito e cobrado da mesma forma em todo o país,
como exemplos citam os sistemas 0800 e 0300 utilizados hoje no Brasil. Para maiores detalhes consultar o
apêndice 2.
134
Este oligopólio provavelmente seria, utilizando a tipologia de Possas (1985), do
tipo concentrado, pois teria ausência de diferenciação devido à homogeneidade do
provimento, alta concentração técnica que conduziria a alta concentração de mercado, a
competição de preços não seria um procedimento regular e a disputa pelo mercado
seria decidida pelo grau dos novos investimentos efetuados, função das inovações
tecnológicas que os atores escolhessem com vista à diversificação dos negócios.
Porém, na eventualidade de uma nova regulação do setor que se situasse entre o
cenário atual e aqueles preditos nas consultas públicas 272 e 417 haveria a
possibilidade do provimento de acesso a Internet tornar-se uma commodity o que
também no longo prazo forçaria os pequenos provedores a repensarem sua forma de
conduta neste mercado.
Os resultados e conclusões obtidos são perfeitamente aderentes ao marco teórico
escolhido, este explica perfeitamente a estrutura, conduta e desempenho deste setor
através da totalidade dos paradigmas e fatores econômicos arrolados e do estudo das
variáveis que tem permitido os pequenos ISP conseguirem ainda
se manter em sua
tarefa diária no atendimento de seu mercado.
Porém, o marco teórico não dispõe de elementos que possam qualificar e efetuar
previsões quando se trata da grande adaptabilidade e diversidade empresarial dentro do
setor de TI, lócus macro de atuação dos provedores, que pode possibilitar as empresas
sobreviverem ao começar um novo ciclo de vida empresarial.
135
Deve ser lembrado que os provedores já viveram situação hostil similar no
passado quando surgiram os primeiros provedores gratuitos cuja proposta prometia
extinguir o provimento pago.
Esta visão de novo ciclo não se refere à teoria evolucionista de Schumpeter
(1984) e sua "destruição criativa", mas sim a natureza e dinâmica das capacitações
organizacionais de algumas empresas do setor, que presentemente denotam tênues
traços em direção a uma adaptabilidade, de sorte a se recomporem estruturalmente e
poder deixar de depender majoritariamente do provimento, atuando em novos serviços
que estejam surgindo, fruto de inovações tecnologias recentes. Este, entretanto, é um
tema a ser explorado em uma outra pesquisa, pois se trata de um novo campo de
pesquisa econômica
58
.
O que o marco teórico não alcança é a forma como sistematizar uma análise que
possibilite qualificar, mensurar e prever o impacto da atuação dual de uma empresa
que atua tanto como fornecedor quanto prestador dos serviços ao setor no qual provê
infra-estrutura.
Pelos dados apurados neste segmento, se pode tentar inferir que seu poder de
interferência no ambiente se torna mais latente quando isolamos sua atuação em dois
conjuntos distintos: o primeiro foi formado por Telemar e mais sete provedores locais
o segundo formado por Telemar, ISP locais e ISP Gratuitos (de atuação nacional).
58
Para maiores detalhes sobre este novo paradigma consultar a obra The Nature and Dynamics of Organizational
Capabilities, de Giovanni, Dosi et al., Oxford, Oxford University Press, 2002.
136
Os elementos arrolados para avaliação foram os acessos, Ms, Ms
2
e IHH. No
universo composto por ela e os provedores locais esta apresenta um Ms
2
de 2.909 (e
TCM=53,94), no segundo universo em que todo o mercado é considerado o IHH atinge
1.068 e o TCM 32,69.
Dessa forma, existe um indicativo de que quando considerado uma empresa na
condição dual se esta apresentar um IHH superior a 1000 na totalidade do mercado e
um Ms superior a 50% num conjunto limitado formado por ela e pouco mais da metade
de seus clientes podemos inferir que a partir deste ponto o mercado está sob poder de
interferência deste fornecedor.
Finalmente, recomenda-se que tal aspecto apurado durante a pesquisa seja alvo
de uma maior investigação de forma a modelar tal conduta empresarial dual quando
esta se manifestar em outros setores da economia.
137
7. Referências Bibliográficas
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141
8. Apêndice 1 - Termos e Serviços Básicos usados na Internet
Para se entender o universo da Internet deve-se compreender os termos
empregados na linguagem, serviços e facilidades básicas existentes e o quando e o
porque, para algumas, foram surgindo ao longo do tempo e a forma como foram sendo
disponibilizados. Estes podem ser sintetizados como segue:
ADSL - É a sigla de Asymmetric Digital Subscriber Line. Na prática, esta
tecnologia assimétrica permite transmitir dados, no sentido da Internet para o usuário
(downstream) a velocidades superiores à conseguidas no sentido contrário (geralmente
velocidades de 1-2 Mbit/s "downstream" e 128-512 kilobit/s "upstream"). Utilizando a infra-
estrutura de cabo de pares metálicos existente, este aumento de velocidade é
conseguido através de técnicas de multiplexagem como o FDM (Frequency Division
Multiplexing), que garantem o aumento da freqüência de banda utilizada (de 4kHz para
1,1MHz), com o conseqüente aumento da velocidade de transmissão dos tradicionais
56Kb/s para valores teóricos próximos dos 8Mb/s. Para levar a cabo este acréscimo de
velocidade na transmissão dos dados, o sistema ADSL utiliza componentes como o
ATU-C (ADSL Transceiver Unidade Central, lado do operador), o Splitter
(responsável pela separação do sinal de voz do sinal de dados), o DSLAM (que efetua
a referida multiplexagem de várias linhas) e o modem ADSL (também denominado
ATU-R, ou ADSL Transceiver Unidade Remota, e que é instalado no cliente).
Browser - Programa para navegar nas páginas da Web, foi primeiramente
desenvolvido por Marc Andresen e Eric Bina em 1993, no NCSA - National Center for
Supercomputing Applications (Centro Nacional para Aplicações de Supercomputação),
posteriormente criou a Netscape para desenvolver um 'browser' mais poderoso.
Electronic Data Interchange - EDI -
Significa troca eletrônica de
documentos, isto é de dados, através de sistemas de teleinformática entre duas ou mais
organizações, obedecendo a um formato específico e rígido na formatação da entrada
de dados, padronizado a cada tipo de negócio e em conformidade as exigências legais e
fiscais. Sua principal finalidade é substituir documentos em papel por documentos
eletrônicos de forma a reduzir custos e agilizar os processos mercantis, tais como:
Ordens de pagamento, cheques, pedidos de compras, faturas e notas fiscais. O EDI é
baseado em padrões proprietários, embora tenha evoluído nos anos 90 para um padrão
mais aberto (Edifact) estabelecido por uma comissão internacional vinculada à
Organização das Nações Unidas (ONU), através do Comitê para o Desenvolvimento do
Comércio.
Endereço IP - Endereço numérico que identifica de forma única um
computador na rede Internet. Possui o seguinte formato: nl.n2.n3.n4 (Exemplo:
143.54.1.7).
142
E-Mail (Correio Eletrônico)- Em 1971, Ray Tomlinson, da Bolt Beranek
Newman, criou o primeiro programa de e-mail, era uma versão rudimentar do que
conhecemos hoje, mas, basicamente a mesma idéia de envio e recebimento de
mensagens de texto. Em 1972 Larry Roberts, do MIT, escreveu um utilitário que
permitia listar, ler, enviar, receber e responder mensagens. Este foi o primeiro serviço a
ser disponibilizado e foi, no início, o principal impulsionador para o crescimento da
rede.
FTP (File Transfer Protocol)- Este protocolo padronizou a transferência de
arquivos de texto ou software entre computadores em rede. É utilizado quando deseja-
se fazer um Uploading, processo de envio de informões para um computador remoto,
ou Downloading que significa recuperar informações de um computador remoto.
HOST - Verbete de origem inglesa que significa “hospedeiro”, tal é definido
como um computador responsável por interligar outros computadores a Internet.
ICQ - É o programa mais popular utilizado para um serviço que ainda não tem
um nome consensual. Alguns nomeiam este serviço de "mensagens instantâneas" ou
"listas de amigos". O ICQ permite definir uma lista de amigos e verificar, sempre que
se está conectado à Internet, quais estão ligados em tempo real (online) a ela. O ICQ
permite também enviar mensagens instantâneas sem recorrer ao E-mail, para que isto
seja possível os demais usuários devem, necessariamente, estar utilizando o ICQ
naquele momento.
IRC (Internet Relay Chat)- É o serviço que permite conversar com outros
utilizadores sem tempo real, em modo de texto. Ao utilizar um programa para este tipo
de serviços (por exemplo, o mirc) pode escolher um de muitos servidores de conversa
disponíveis, um "nick" (pseudônimo) que pode ser o seu nome verdadeiro ou um nome
inventado, e em seguida escolher um dos muitos canais (também chamados de salas)
para conversar com os utilizadores que aí estiverem presentes. Tudo aquilo que escrever
numa determinada sala pode ser lido pelos utilizadores da sala, e tudo aquilo que os
outros utilizadores escreverem pode ser lido por si. É ainda possível conversar em
privado com um só utilizador.
Internet Systems Consortium (ISC): É uma corporação pública com fins não
lucrativos dedicada a manter a infra-estrutura de conexão universal da organização
auto-gerida da Internet, e a autonomia de seus participantes, Através do
desenvolvimento e manutenção de um núcleo de software, protocolos e operação.
LAN (Local A
rea Networks)- Surgiram quando da proliferação de
computadores pessoais em grande escala dentro das empresas e outras instituições que
necessitavam ser interligados e integrados em redes internas, de forma a aproveitar
todo o potencial dos computadores, bem como maximizar e automatizar as atividades
existentes e processos administrativos, entre outros, de forma a dar agilidade e
economias de custo na operação dos processos existentes.
Net - Abreviação muito comum usada para referenciar-se a Internet.
143
Roteadores - Designação dada ao hardware necessário para comutação de nós
TCP/IP;
TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol)- Protocolo de
Controle de Transmissão/Protocolo da Internet, nome dado pela junção dos dois
protocolos iniciais criados para interconexão, tornou-se o padrão usado para interligar-
se um computador (Host) a rede da Internet.
Web - Referência abreviada ao sistema WWW (World Wide Web) que
possibilita endereçar qualquer informação em toda a Internet bem como organizá-la de
forma local. As páginas da Web foram desenvolvidas a partir de 1993, e foram elas as
responsáveis pela explosão de número de usuários, de computadores, e redes ligadas.
Antes dela, os internautas, isto é, os usuários apenas trocavam E-mail, arquivos e
utilizavam aplicativos em texto.
WLAN (Wireless Local-Area Network)- É uma LAN que trabalha com
sistemas de rádio para interconexão dos usuários ao invés de utilizar-se de cabos de
pares metálicos.
144
9. Apêndice 2 – Definições de Termos de Telecomunicações
Para fins desta dissertação, são relacionadas, a seguir, as definições de termos
mais freqüentemente usadas em Telecomunicações. Tal foi feito com base no
constante nas resoluções e regulamentos da Anatel relacionados no anexo 3.
Assinante - Pessoa natural ou jurídica que firma contrato com a Prestadora, para
fruição dos serviços de telecomunicações.
Área Local - Área de prestação do Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC,
destinado ao uso do público em geral na modalidade local definida nos termos da
regulamentação.
Código De Acesso - conjunto de caracteres numéricos ou alfanuméricos,
estabelecido em Plano de Numeração, que permite a identificação de assinante, de
terminal de uso público ou de serviço a ele vinculado.
Código Não–Geográfico - Código de Acesso utilizável em todo o território
nacional, com formato padronizado composto por dez caracteres numéricos,
representados por séries de formato, [N10N9N8N7N6N5N4N3N2N1], onde N10N9N8
identificam condições específicas de prestação do STFC.
Interconexão - ligação entre redes de telecomunicações funcionalmente
compatíveis, de modo que os usuários de serviços de uma das redes possam se
comunicar com usuários de serviços de outra ou acessar serviços nela disponíveis.
Internet - conjunto específico de redes e informações armazenadas nesses
elementos, em âmbito mundial, que cooperam entre si por meio de procedimentos e
padrões de protocolo, e que utilizam serviços e redes de telecomunicações como
suporte na interligação de seus usuários a estas redes.
Plano de Serviço - descrição de condições de prestação de serviço quanto ao
seu acesso, à manutenção do direito de uso, à utilização e de serviços eventuais e
suplementares a ele inerentes, às tarifas ou preços associados, seus valores, regras e
critérios de aplicação.
Prestadora - É a pessoa jurídica que, mediante concessão, permissão ou
autorização, presta serviços de telecomunicações.
Provedor de Acesso a Serviços Internet - PASI - Entidade que oferta
Provimento de Acesso a Serviços Internet.
Provimento de Acesso a Serviços Internet - Conjunto de atividades que
permite, dentre outras utilidades, a autenticação ou reconhecimento de um usuário para
acesso a Serviços Internet.
Recursos de Numeração - Conjunto de caracteres numéricos ou alfanuméricos
utilizado para permitir o estabelecimento de conexões entre diferentes terminações de
rede, possibilitando a fruição de serviços de telecomunicações.
Rede Local - Conjunto dos centros de comutação, dos equipamentos e dos
meios de transmissão da Prestadora, utilizados como suporte à prestação de STFC na
modalidade Local.
145
Rede de Telecomunicações - Conjunto operacional contínuo de circuitos e de
equipamentos, incluindo funções de transmissão, comutação, multiplexação ou
quaisquer outras indispensáveis à operação de serviços de telecomunicações.
Serviço de Telecomunicações - Conjunto de atividades que possibilita a oferta
de transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou
qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos,
imagens, sons ou informações de qualquer natureza.
STFC Local - Modalidade de STFC, que permite comunicação entre pontos
fixos determinados situados dentro de uma mesma área local.
STFC Longa Distância Nacional - Modalidade de STFC, que permite
comunicação entre pontos fixos determinados situados em áreas locais distintas do
território nacional.
Serviço de Valor Adicionado - Atividade que acrescenta, a um serviço de
telecomunicação que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades
relacionadas ao acesso, ao armazenamento, à apresentação, à movimentação ou à
recuperação de informações.
Serviço Internet - Serviço de valor adicionado que possibilita o acesso de
usuários de serviços de telecomunicações a Internet.
Terminação de Rede - Ponto de acesso individualizado de uma dada rede de
telecomunicação.
Terminal de Telecomunicações - Equipamento ou aparelho que possibilita o
acesso do usuário a serviço de telecomunicações, podendo incorporar estágio de
transdução, estar incorporado a equipamento destinado a exercer outras funções ou,
ainda, incorporar funções secundárias.
Usuário - Qualquer pessoa - física ou jurídica - que utiliza serviços de
telecomunicações, independentemente de contrato de prestação ou inscrição junto à
Prestadora.
146
10. Apêndice 3 – Questionário Aplicado
O questionário aplicado aos sete provedores locais foi o seguinte:
ISP Atuante na RMB
___________________________________________________________________________________________________________________________
Controle :____ V101 V102 Número do questionário:______________
V103 Data da entrevista :____/____/____
V104 Entrevistador :______________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________
1. Informações Gerais
1.1 - Nome da Empresa ou Razão Social
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
1.2 - Ramo de atividade: V1.2 1) Acesso a Internet (ISP) 2) Provedor de Soluções (ASP)
(Internet Service Provider) (Service Provider Aplication)
1.3 - Endereço V1.3
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
1.4 - Estado: 1.5 - Município: 1.6 - Telefone:
V1.4 |__|__| V1.5 __|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| V1.6 (__|__|__)__|__|__|__|__|__|
1.7 - Fax: V1.7 1.8 - E- mail V1.8
(__|__|__)__|__|__|__|__|__|__| |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
1.9 - Nome do entrevistado: V1.9
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
1.10 - Posição do Entrevistado na Empresa:
V1.10 1) Proprietário
2) Gerente _________________
3) Outros (Diretor, contador ) _________________________________________________
1-11 - Caso seja manifestada a capacidade e a vontade de crescimento da empresa, qual a alternativa:
V1.11a 1) Diversificação
V1.11b 2) Integração Vertical
V1.11c 3) Aquisições e Fusões
V1.11d 4) Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
___________________________________________________________________________________________________________________________
2. Caracterização da Empresa
2.1 - Nome Fantasia: V2.1 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
2.2 - Tipo de Sociedade Empresarial:
1) Sociedade Individual V2.2b Se Sociedade Anônima:
V22a 2) Sociedade Limitada 1) Empresa Nacional
3) Sociedade Anônima 2) Empresa Estrangeira
4) Outros
147
V2.2c Nome do Grupo Econômico:_________________________________________________________________________
2.3 - Posição Hierárquica da Empresa:
1) Matriz
V2.3 2) Filial
3) Sucursal
4) Outros______________________________
2.4 - Quais os principais objetivos de sua empresa?
V 2.4a 1) Aumentar o volume de suas vendas V.2.4c 3) Maximizar o lucro da empresa
V 2.4b 2) Aumentar o tamanho da empresa ( crescer) V 2.4d 4) Outros___________________
2.5 - Tempo de funcionamento da Empresa:
V2.5 1) Menos de 1 ano 3) Mais de 2 a 5 anos
2) De 1 a 2 anos 4) Mais de 5 anos
2.6 - Total de Pessoas Ocupadas: 2.7 - Registre o numero de pessoas por condição de ocupação:
V2.6 1) Até 9 pessoas 1) Assalariado permanente V2.7a ____
2) De 10 a 19 pessoas 2) Assalariado eventual V2.7b ____
3) De 20 a 49 pessoas 3) Membro da família com remuneração V2.7c ____
4) De 50 a 99 pessoas 4) Membro da família sem remuneração V2.7d ____
5) 100 a mais pessoas 5) Especialistas Técnico/ consultores V2.7e ____
6) Outros _________________________
2.8 - Registre o número de empregados, segundo a faixa salarial:
1) Até 1SM V2.8a ______ 4) De mais de 5 até 10 SM V2.8a ______
2) De mais de 1 até 2 SM V2.8b ______ 5) De mais de 10 até 20 SM V2.8b ______
3) De mais de 2 até 5 SM V2.8c ______ 6) Mais de 20 SM V2.8c ______
2.9 - Na seleção dos empregados dessa empresa, indique as três formas de seleção mais importantes:
V2.9ª 1) Nível de Escolaridade V2.9e 5) Teste de seleção por firmas especializadas
V2.9b 2) Experiência profissional V2.9f 6) Desempenho na entrevista
V2.9c 3) Conhecimento de informática V2.9g 7) Indicação
V2.9d 4) Resultado em teste feito pela empresa V2.9h 8) Outros (Especificar)_____________________________
2.10 – Escolaridade do pessoal ocupado:
(preencher o quadro com o número de pessoal ocupado na coluna de nível de escolaridade correspondente)
____________________________________
Sócio proprietário V2.10 a
_____________________________________
Gerente V2.10 b
_____________________________________
Técnicos V2.10 c
_____________________________________
Vendas operacionais clientes V2.10 d
_____________________________________
Administrativos V2.10 e
_____________________________________
Serviços Gerais V2.10 f
______________________________________
Total V2.10 g
A- Analfabeto/ Primário inc. B – Primário Completo /Ginasial incompleto C – Ginasial Completo/ Colegial incompleto
D – Colegial completo/ Superior incompleto E – Superior completo F – Superior Completo + Pós-graduação
2.11 – Indicar as três principais áreas em que a empresa tem realizado treinamento:
V2.11a 1) Qualidade e produtividade V2.11h 8) Desenvolvimento/ Web Design
A B C D E F TOTAL
148
V211b 2) Gestão do meio ambiente V2.11i 9) Segurança/Medicina do trabalho
V2.11c 3) Tecnologia de produção V2.11j 10) Educação Básica
V2.11d 4) Operação de máq. e equipamentos V2.11k 11) Informática (TI)
V2.11e 5) Gestão de pessoal V2.11l 12) Exportação/Comércio Exterior
V2.11f 6) Gestão empresarial V2.11m 13) Línguas estrangeiras
V2.11g 7) Vendas/ Marketing V2.11n 14) Outras(especificar)______________________________
V2.11o 15) Não realiza treinamentos
2.12 - Sua empresa sub contrata os serviços de outra empresa ?
1) Sim 2) Não V2.12a
Se sim: Quantas são sub contratadas? V2.12b _________
Qual o ramo de atividade de TI sub contrata? V2.12c ________________________________
Qual o percentual de serviço que é adquirido de outras empresas? V2.12d____________________________________
2.13 – Registre os três principais serviços ofertados, qtde; preço; e sua participação (%) no total do faturamento:
Serviço Quantidade Preço(R$/ ud) Participação (%)
___________________________ __________________________ ________________________________ _____________________
___________________________ __________________________ ________________________________ ______________________
___________________________ __________________________ ________________________________ ______________________
___________________________ __________________________ ________________________________ ______________________
___________________________ __________________________ ________________________________ ______________________
2.14 – Houve variação no número de acessos providos pela empresa com relação ao ano anterior? 2.15 - Se aumentou, em que proporção o fez?
V2.15 a 0-10 %
V2.14
V2.15 b 10-20 %
1) A mesma 2) Aumentou 3) Diminuiu
V2.15 c 20-30 %
Qual o percentual de migração de acesso discado para banda larga?__________ V2.15 d 30-40 %
V2.15 e 40-50 %
V2.15 f mais de 50 %
2.16 – Em quais dos intervalos percentuais se situa 2.17 Qual a razão para a capacidade ociosa ?
A capacidade ociosa da empresa:
V2.17a Alto custo de produção
V2.16a 0-10% V2.17b Escassez de recursos para propaganda
V2.16b 11-20% V2.17c Baixo poder aquisitivo do consumidor
V2.16c 21-35% V2.17d Elevada concorrência de empresas informais
V2.16d 35-50% V2.17e Falta de capital de giro
V2.16e mais de 50% V2.17f Impostos elevados
V2.17 g Outra razão _________________________
2.18 Participa de associações ou entidades setoriais?
1) Sim V2.18a 2)Não V2.18b
2.19 Se a resposta for sim especifique o tipo de associação ou entidade eleitoral.
V2.19a Sindicato de serviços V2.19e Central / cooperativa de assistência técnica
149
V2.19b Cooperativa de serviços V2.19f Centro ou entidade de assistência técnica
V2.19c Associação de classe (Abranet) V2.19g Centro ou entidade de treinamento
V2.19d Consorcio / cooperativa de vendas V2.19h Outras associações no setor de treinamento
___________________________________________________________________________________________________________________________
3- Acesso ao Crédito
3.1 Sua empresa obteve credito de curto prazo (capital de giro ou outro nos últimos anos)?
V3.1 1) Sim 2) Não
3.2 Sua empresa obteve credito ou financiamento de longo prazo ou seja por um período maior que 3 anos (projeto incentivado, crédito para
investimento, crédito na compra de equipamentos, outros ) ?
V3.2 1)Sim 2) Não
3.3 Qual a origem do empréstimo ?
V3.3a 1) Empréstimo de pessoa
V3.3b 2) Empréstimo de pessoa jurídica não bancária
V3.3c 3) Empréstimo de bancos privados
V3.3d 4) Empréstimos de bancos estatais (Basa, Banpará, Cef, etc)
V3.3e 5) Associação ou cooperativa à qual sua empresa esta ligada
V3.3f 6) Crédito bancário direto ao consumidor
V3.3g 7) Adiantamento de fornecedor
V3.3h 8) Outros (especificar) _____________________________
3.4 Recebe algum tipo de assistência técnica ou gerencial ? 3.5 – Quais as duas principais dificuldades para receber assistência
técnica / gerencial de entidades governamentais e outras
V3.4 1)Sim ( Sebrae, Senac, Universidades) ?
2) Não V3.5a Não conhece os serviços disponíveis.
3) De quais entidades?___________________ V3.5b Não possui pessoal técnico qualificado para
receber a assistência.
____________________
V3.5c Conhece os serviços mas nunca os procurou.
V3.5d Centros de apoio técnico / gerencial estão em
locais distantes.
V3.5e Encontrou dificuldades de acesso (entraves
burocráticos, dificuldades de comunicação, etc).
V3.5f Procurou os serviços acima mas estes foram
considerados inadequados as necessidades.
V3.5g Teme que esses serviços sejam onerosos.
3.6 – Quais as três principais dificuldades de acesso ao crédito?
V3.6a 1) Falta de documentação V3.6f 6) Exigência de garantias
V3.6b 2) Prazos de pagamento curto. V3.6g 7) Juros elevados
V3.6c 3) Encargos financeiros altos V3.6h 8) Falta de relacionamento bancário
V3.6d 4) Restrição cadastral V3.6i 9) Nenhuma dificuldade
V3.7e 5) Projeto incompleto V3.6j 10) Outros ( especificar)________________
___________________________________
150
3.7 – Quais as três principais dificuldades para liquidação do débito?
V3.7a 1) Juros elevados V3.7g 7) Prazos de pagamentos curtos
V3.7b 2) Lucro efetivo menor que o lucro esperado V3.7h 8) Divergências entre os fluxos de venda e o
de pagamento dos credores.
V3.7c 3) Retração do mercado V3.7i 9) Outros ________________________
V3.7d 4) Crise econômica nacional
V3.7e 5) Crise econômica mundial
V3.7f 6) Queda da demanda por acessos e serviços relacionados a Internet
__________________________________________________________________________________________________________________________
4 - Abastecimento e Mercado
4.1 – Qual o número de fornecedores de serviços regulares? V4.1 __|__|__
4.2 – Com que fornecedor sua empresa se relaciona com mais freqüência?
V4.2a 1) Telemar
V4.2b 2) Embratel
V4.2c 3) Vésper
V4.2d 4) Intelig
V4.2e 5) Fornecedor de equipamento de TI (especificar)_______________________________
V4.2f 6) Fornecedor de equipamento de Comunicações (especificar)_____________________
V4.2g 7) Fornecedor de software (especificar)________________________________________
V4.2h 8) Outros (especificar)______________________________________________________
Os fornecedores impõem condições nas transações efetuadas? Se sim, quais fornecedores?
V4.2i 1)Sim, sempre ________________________________________
V4.2j 2) Sim, eventualmente ________________________________________
V4.2k 3) Não ________________________________________
4.3 – Quais as cinco principais fontes de custo da empresa? 4.4 - Especificar a distribuição percentual da origem de insumos/recursos
Preço
(R$/ud) Ud = unidade (especificar)
Produção própria de software V4.4a
V4.3a_________________________e __________ Aquisição de software desenvolvido na RMB V4.4b
Aquisição de software da Microsoft V4.4c
V4.3b_________________________f __________ Aquisição de software de fabricantes nacionais V4.4d
Contratação temporária de consultores free-lance V4.4e
V4.3c_________________________g __________ Contratação de serviços externos de assistência técnica V4.4f
Contratação de propaganda na mídia V4.4g
V4.3d_________________________h __________ Total: 100%
V4.3e_________________________i __________
151
4.5 – A empresa dispõe de informações sistemáticas e regulares sobre:
V4.5a 1) Concorrentes locais V4.5g 8) Clientes locais
V4.5b 2) Concorrentes em outros estados V4.5h 9) Clientes em outros estados
V4.5c 3) Preços praticados em empresas locais V4.5i 10) Clientes internacionais
V4.5d 4) Fornecedores locais de comunicações V4.5j 11) Pesquisas e desenvolvimento em TI
V4.5e 5) Fornecedores em outros estados V4.5k 12) Índices econômicos globais e setoriais
V4.5f 6) Preços praticados por grandes empresas V4.5l 13) Inovações tecnológicas com impacto na Internet
(Ex: WI-FI, Wimax, etc)
V4.5g 7) Inovações tecnológicas para acesso a Internet V4.5f 14) Não dispõe
(Ex: ADSL )
4.6 – Quais os principais critérios de seleção de fornecedores de facilidades de comunicações? (Assinalar as três opções mais preferidas)
V4.6a 1) Preço dos Troncos e acessórios V4.6f 6) Condições de pagamento
V4.6b 2) Qualidade do completamento de chamada V4.6g 7) Menor prazo de entrega
V4.6c 3) Pontualidade na instalação V4.6h 8) Confiança / conhecimento
V4.6d 4) Atendimento a falhas e solicitações V4.6i 9) Flexibilidade (na especificação da facilidade)
V4.6e 5) Únicos no mercado V4.6j 10) Outros (especificar)_________________________
4.7 – Defina o tipo dos quatro principais clientes de sua empresa? (Assinalar as quatro principais opções)
V4.7a 1) Comércio varejista V4.7i 9) Micro e/ou pequena empresa industrial
V4.7b 2) Comércio atacadista V4.7j 10) Média e/ou grande empresa industrial
V4.7c 3) Empresas de produto regional V4.7k 11) Empresa prestadora de serviço
(madeira, grãos, polpas, etc)
V4.7d 4) Comercial exportadora V4.7l 12) Trading Company
V4.7e 5) Consumidor Residencial e Estudantes V4.7m 13) Órgãos de segurança estadual e municipal
V4.7f 6) Governo (Federal, Estadual ou Municipal) V4.7n 14 ) Outros ( especificar )_________________
V4.7g 7) Instituições de Ensino
V4.7h 8) Profissionais liberais __________________________________
4.8 – Caso o cliente seja uma grande empresa:
4.8a 1) Sua empresa é contratada regularmente para prestar serviços de consultoria em TI (avaliação de conduta e desempenho)?
4.8b 2) Sua empresa é contratada regularmente para prestar serviços de engenharia em TI (montagem e instalação de equipamentos)?
4.8c 3) Sua empresa é contratada regularmente para prestar serviços de assistência técnica em TI (manutenção preventiva e reparo)?
4.8d 4) Sua empresa é contratada para prestar serviços de consultoria em segurança na Internet (firewall, sistemas acesso,etc)
4.8e 5) É ocasionalmente contratada para outros tipos de serviços de TI (especificar) ____________________________________
____________________________________
4.9 – Registre, percentualmente, qual o
destino das vendas ?(%) 4.10 – Há quanto tempo atende o mercado da RMB?
1) Mercado da RMB V4.9a ______________ 1) Menos de 1 ano
2) Mercado estadual V4.9b ______________ V4.10 2) De 1 a 2 anos
3) Mercado regional V4.9c ______________ 3) De 2 a 5 anos
4) Mercado nacional (0utras regiões) V4.9d ______________ 4) Mais de 5 anos
5) Mercado externo V4.9e ______________
152
4.11 – Qual a base de mercado de seus serviços no mercado nacional? 4.12 – Se comercializa acessos fora do Brasil, como a empresa realiza?
1) Região RMB 1) Diretamente
2) Região Norte V4.12 2) Por outras empresas
V4.11
3) Região Nordeste 3) Por comerciais exportadoras
4) Região Centro – Oeste 4) Outros meios_____________________________
5) Região Sul _____________________________
4.13 – Qual a base de mercado de seus principais clientes internacionais? (Assinalar as três principais alternativas)
V4.13a 1) Mercosul V4.13e 5) Nafta (Estados Unidos, México, e Canadá)
V4.13b 2) Bloco Asiático V4.13f 6) Pacto Andino (Colômbia,Equador,Peru,Bolívia)
V4.13c 3) África V4.13g 7) Caribe
V4.13d 4) União Européia V4.13h 8) Outros (especificar o país)______________________
______________________
4.14 – Qual a margem de lucro sobre os custos totais:
V4.14a 1) 0-5% V4.14c 3) 10-15% V4.14e 4) mais de 20%
V4.14b 2) 5-10% V4.14d 4) 15-20%
4.15 – Quais os três principais fatores que favorecem a inserção de sua empresa nos mercados nacional/externo?
4.15a 1) Preço competitivo 4.14i 9) Acesso à assistência técnica
4.15b 2) Infra-estrutura Telecomunicação 4.14j 10) Divulgação constante na mídia
4.15c 3) Tipo de serviço 4.14k 11) Baixos custos de produção
4.15d 4) Apoio do governo 4.14l 12) Canal de comercialização adequado
4.15e 5) Qualidade do serviço 4.14m 13) Boa apresentação do site
4.15f 6) Diversidade de serviços 4.14n 14) Energia e telecomunicação
4.15g 7) Qualidade da assistência técnica 15) Outros (especificar)___________________________
____________________________________________
4.15h 8) Influência nas associações de classe
4.16 – A venda para outra região faz parte dos planos de sua empresa? 4.17- O mercado Internacional faz parte dos planos da empresa?
1) Sim 1) Sim
V4.16 V4.17
2) Não 2) Não
4.18 – Atualmente quais são os cinco principais problemas do acesso a outros mercados(Regional/Nacional)?
V4.18
11) Infra-estrutura de TI/Telecomunicação Insuficiente
1) Desconhecimento dos procedimentos administrativos 12) Falta de publicidade
2) O tipo de serviço da sua empresa não tem mercado externo 13) Design do site inadequado (carência de Web design)
153
3) A especificação do serviço da empresa não é adequada 14) Dificuldades na absorção das legislações estrangeiras
4) A burocracia é excessiva 15) Dificuldade no cumprimento do grau de qualidade em tempo integral
5) O serviço não tem preço competitivo 16) Custos de implantação elevados devido ao câmbio
6) A empresa não desenvolve um controle de qualidade compatível 17) Falta de participação em feiras ou eventos internacionais
7) Falta financiamento 18) Falta de contato com representações estrangeiras e, no Brasil
dificuldades em associar-se com sócios estrangeiros.
8) As barreiras alfandegárias impedem
9) Exigências de normas técnicas 19) Desconhecimentos de quem são os parceiros e como acessá-los.
10) Exigências legais dos clientes 20) Outros (especificar)_______________________________
4.19 – Que exigências para inserção no mercado (nacional/internacional) incidem sobre seus principais serviços? (Assinale as 3 mais importantes)
4.19a 1) Normas técnicas de processo (série ISO) 4.19d 4) Exigências da Anatel
4.19b 2) Exigências de proteção (WiFi) 4.19e 5) Nenhuma
4.19c 3) Normas técnicas para Internet 4.19f 6) Outras (especificar)_______________
_________________________________
4.20 – Como a empresa acompanha as tendências do mercado( nacional/internacional)?
4.20a 1) Através de feiras e congressos 4.20d 4) Fornecedores de equipamentos e insumos
4.20b 2) Revistas técnicas 4.20e 5) Não acompanha
4.20c 3) Informações repassadas pelos clientes 4.20f 6) Outros (especificar)______________
4.21 – Quais estratégias sua empresa utiliza para se manter no mercado (nacional/internacional)? ( Assinalar as 3 principais opções)
4.21a 1) Propaganda e marketing para vender o serviço no mercado
4.21b 2) Pesquisa para identificar o comportamento do consumidor
4.21c 3) Fazendo investimento em qualidade do serviço
4.21d 4) Fazendo a diferenciação de serviços com mesma qualidade
4.21e 5) Utilização de tecnologia para aproveitar o conhecimento adquirido e reduzir custo
4.21f 6) Investindo no treinamento de mão-de-obra
4.21g 7) Realização de pesquisa de preços dos concorrentes
4.21h 8) Atendimento aos padrões de qualidade e respeito as normas vigêntes
4.21i 9) Outras(especificar)__________________________________________________________________________________
4.22 – Qual o percentual de comercialização de acessos para residência e para escritório?
Indicar o principal cliente
4.22a _______% 1) para residências (PF) 4.22b___________________________________________________________________
4.22c _______% 2)para escritório (PJ) 4.22d___________________________________________________________________
4.22e _______% 3) Outro:_________________________
154
4.23 – Qual a distribuição dos padrões de acesso ofertados (agrupando em três tipos)
4.23a________% 1) Planos básicos (popular)
4.23b________% 2) Planos Intermediários
4.23c________% 3) Planos Plus/Top linha
4.23d________ %4) Outro:_____________________
4.24 É Feito medida de qualidade de acesso? 4.25 Se sim na pergunta anterior, Possuem algum indicador?
V4.24a 1)Sim, regularmente V4.25a 1) Sim
V4.24b 2) Sim, eventualmente V4.25b 2) Não
V4.24c 3) Não V4.25c 3) Em desenvolvimento
4.26 – É mantida a qualidade de acesso nos horários de pico?
V4.26a 1) Sim , somente acesso discado 4) V4.26d Sim, para ambos os acessos (discado e B.larga)
V4.26b 2) Sim , somente banda larga 5) V4.26e Eventualmente, descrever:_____________________________
V4.26c 3) Não __________________________________________________________
4.27 – Na sua opinião, quais são os fatores que mais influenciam o preço dos serviços?
(Assinalar os 3 fatores mais importantes)
V4.27a 1) Custo de Telecomunicações V4.27h 8) Reposição constante de equipamentos
V4.27b 2) Custo de mão-de-obra V4.27i 9) Reposição de consumíveis de TI
V4.27c 3) Despesas administrativas V4.27j 10) Custo de energia
V4.27d 4) Despesas financeiras V4.27k 11) Custo de mão de obra externa
V4.27e 5) Impostos e taxas V4.27l 12) Seguro
V4.27f 6) Custo de Propaganda V4.27m 13) Custo de treinamento
V4.27g 7) Custo na aquisição de software importado em dolar
4.28 – Quais as dificuldades apresentadas pela de infra-estrutura de telecomunicações utilizada por essa empresa?
V4.28a 1) Rigidez dos preços praticados V4.28e 5) Parcialidade no tratamento aos provedores
V4.28b 2) Tecnologia defasada V4.28f 6) Dificuldade para acertos comerciais
V4.28c 3) Tempo de resposta lento V4.28g 7) Falta fiscalização da Anatel
V4.28d 4) Empresas fornecedoras centralizadas, representantes locais sem autonomia V4.28h 8) Legislação ineficiente
4.29 – Quais os produtos que fazem parte de seu portifólio?
V4.29a 1) Acesso a Internet dial up 64k kbps V4.29h 8) VLAN´s (Virtual Lan´s)
V4.29b 2) Acesso a Internet dial up 64k a 128kbps V4.29i 9) WLAN´s (WiFi)
V4.29c 3) Acesso a Internet dial up 128kbps a 512kbps V4.29j 10) Hosting (data
centro)
V4.29d 4) Acesso a Internet dial up 128kbps a 1,5Mbps V4.29k 11) Múltiplos e-mail´s
V4.29e 5) Projetos de redes sem-fio internas V4.29l 12) VoIP (voz sobre IP)
155
V4.29f 6) Projetos de monitoramento com cameras V4.29m 13) Projetos de vídeo-conferência
V4.29g 7) IP VPN´s (virtual private netwoork) V4.29n 14) Outros (especificar)___________________________
______________________________________________
4.30 – Quais os sistemas de Distribuição de seus produtos?
V4.30a 1) Venda direta através de revendedores autorizados V4.30e 5) Força de venda própria
V4.30b 2) Web Site (direto na página) V4.30f 6) Representantes para segmentos específicos
V4.30c 3) Telemarketing Receptivo V4.30g 7) Força de venda terceirizada através de
integradores de serviços de valor agregado
V4.30d 4) Associações de classes empresariais e profissionais V4.30h 8) Outros (especificar)__________________
e clubes de serviços
__________________________________
4.31 – Quais os sistemas de Comunicação de seus produtos?
V4.31a 1) Mídia Local (jornais, rádios) V4.31f 6) Eventos Locais e de segmentos específicos
V4.31b 2) Porta-a-Porta (Blitz) V4.31g 7) Eventos de relacionamento e fidelização
V4.31c 3) Marketing Direto V4.31h 8) Telemarketing Ativo
V4.31d 4) Web Site V4.31i 9) Workshops (empresarial)
V4.31e 5) Mídia impressa especializada V4.31j 10) Outros (especificar)__________________
__________________
4.32 A empresa possui serviço de pós-venda ou assistência técnica ?
V4.32a 1) Sim, e cobra por isto. Se sim, qual tipo: Sistema 0800 / 0300
2) Sim, sem ônus ao cliente. mero convencional Local / DDD
3) Não, justificar:________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
4.33 – Qual sua percepção quanto a assistência ao cliente feita via seu atendimento Local ao invés dos call center centralizados das grandes
operadoras nacionais, sua empresa leva vantagem?
V4.33a 1) Sim, devido a facilidade de ser uma empresa local engajada nos costumes e cultura da região.
Diferenciais de seu atendimento (especificar)____________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
V4.33b 2) Não, isto é irrelevante ao atendimento ao cliente.
V4.33c 3) Parcialmente, somente parte da base de clientes leva isto em consideração.
V4.33d 4) Outros (especificar)______________________________________________________________________________
156
Se empresa de TV a Cabo:
4.34 O crescimento de clientes interessados somente em conteúdo de televisão apresentam-se em pequenas taxas ?
V4.34a 1) Sim, justificar:_________________________________________________________________
V4.34b 2) Não, justificar:_________________________________________________________________
4.35 - A penetração nas classes C e D se mostra promissora?
V4.35a 1) Sim, justificar:_________________________________________________________________
V4.35b 2) Não, justificar:_________________________________________________________________
4.36 - Tem atuado em sua carteira de clientes para incrementar a exploração de acesso a Internet em banda larga?
V4.36a 1) Sim, justificar:_________________________________________________________________
V4.36b 2) Não, justificar:_________________________________________________________________
4.37 - Tem atuado junto a clientes coorporativos para incrementar a exploração de acesso a Internet em banda larga?
V4.37a 1) Sim, justificar:_________________________________________________________________
V4.37b 2) Não, justificar:_________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
5 – CAPACITAÇÃO GERENCIAL PRODUTIVA E TECNOLÓGICA
5.1 – O controle de qualidade na empresa é realizado? 5.2 – O controle de qualidade em relação aos insumos e componentes
é realizado?
1) Em todo o processo produtivo 1) No recebimento de todas as entregas
2) Em algumas etapas do processo produtivos 2) No recebimento de alguns insumos
V5.1 V5.2
3) Em nenhuma etapa do processo produtivo 3) Não é realizado
4) Só na conclusão dos serviços 4) Outro:_______________________________
5) Não é realizado ______________________________________
5.3 – Que normas técnicas são utilizadas pela empresa quanto ao processo? 5.4- Que normas técnicas são utilizadas pela empresa quanto ao
produto?
V5.3 1) De série ISO V5.4 1) De série NBR
2) Não tem conhecimento da existência de normas técnicas 2) Não tem conhecimento da existência de normas técnicas
3) Tem conhecimento mas não utiliza 3) Tem conhecimento mas não utiliza
4) Outras (especificar)_________________________ 4) outra:_____________________________
______________________________
5.5- Que normas técnicas de organização da produção a empresa utiliza?
1) Just in Time 6) Células de produção
2) Rodízio, polivalência nos postos de trab. 7) Nenhuma técnica
V5.5 3) Controle estatísticos de processos 8) Outras(especificar)________________________________
4) Com mais de 10 anos de uso _________________________________________________
5) Não utiliza / aplicável
5.6 – Registre a composição percentual de idade (tempo de uso) dos equipamentos de TI de sua empresa:
(%)
1) Com até 2 anos de uso V5.6a ___|_____|__
2) De 3 a 5 anos de uso V5.6b ___|_____|__
3) De 6 a 10 anos de uso V5.6c ___|_____|__
4) Com mais de 10 anos de uso V5.6d ___|_____|__
100%
157
5.7 – Quais os principais obstáculos para implantação de programas de qualidade e produtividade?
(Assinalar os três principais)
V5.7a 1) Falta de informações V5.7e 5) Falta de recursos financeiros
V5.7b 2) Falta de orientação técnica V5.7f 6) Não há interesse ou motivação
V5.7c 3) Nível de qualificação de pessoal V5.7g 7) Outro:______________________
V5.7d 4) Inexistência desses serviços na região _____________________________
5.8 – A empresa é organizada por departamentos ou divisões administrativas?
V5.8 1) Sim 2) Não
5.9 – Se a resposta for sim, indique pelo menos dois deles:
V5.9a 1) Departamento de produção V5.9f 6) Departamento de compras de insumos junto aos fornecedores
V5.9b 2) Departamento de vendas V5.9g 7) Departamento Técnico
V5.9c 3) Departamento de pessoal V5.9h 8) Departamento Administrativo
V5.9d 4) Departamento de marketing V5.9i 9) Outro:_______________________________
V5.9e 5) Departamento de contabilidade
5.10- Os chefes dos departamentos ou divisões são responsáveis diante de um único diretor geral?
V5.10 1) Sim 2) Não 3) Não Aplicável
5.11 – Se a resposta for não, então sua empresa é organizada por gerentes responsáveis por cada divisão de produtos que prestam contas a uma gerencia
central?
V5.11 1) Sim 2) Não 3) Não Aplicável
5.12 – Sua empresa utiliza programas de software na área de:
V5.12a 1) Gerenciamento administrativo V5.12d 4) Produção
V5.12b 2) Contabilidade V5.12e 5) Nenhuma
V5.12c 3) Vendas V5.12f 6) Outros:_________________________
5.13 – Indique os cinco principais problemas que sua empresa tem pra funcionar?
V5.13a 1)___________________________________________________________________________________
V5.13b 2)__________________________________________________________________________________
V5.13c 3)__________________________________________________________________________________
V5.13d 4)___________________________________________________________________________________
V5.13e 5)__________________________________________________________________________________
5.14 – Para melhorar e desenvolver sua empresa que tipo de apoio você necessita com mais urgência?
V5.13a 1) ________________________________________________________________________________
V5.13b 2) ________________________________________________________________________________
V5.13c 3) ________________________________________________________________________________
V5.13d 4) ________________________________________________________________________________
V5.13e 5) ________________________________________________________________________________
158
5.15 – O que a empresa necessita para ampliar o horizonte de mercado e passar a atuar em outras regiões?
V5.15a 1) ______________________________________________________________________________________________
V5.15b 2) ______________________________________________________________________________________________
V5.15c 3) ______________________________________________________________________________________________
V5.15d 4)_______________________________________________________________________________________________
V5.15e 5) ______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________
6- DESEMPENHO
6.1 – Com relação ao desempenho de sua empresa, atribua seu grau de concordância para os itens ?
Diminuiu Permaneceu Aumentou Não sabe
V6.1a 1) Evolução da margem de lucro de sua empresa
V6.1b 2) Evolução do volume de vendas de sua empresa
V6.1c 3) Os custos de produção dos principais serviços
V6.1d 4) A participação de sua empresa no mercado
V6.1e 5) O número de empregados da empresa
6.2 – Qual a magnitude do faturamento total de sua empresa em 2004? V6.2 R$__________________________________________
6.3 – Qual suas três maiores fontes de receita em 2004?
V6.3a 1) Comercialização de acessos a Internet
V6.3b 2) Prestar serviços de consultoria em TI
V6.3c 3) Prestar serviços de engenharia em TI
V6.3d 4) Divulgação de propaganda em seu site
V6.3e 5) Prestar serviços de consultoria em segurança na Internet
V6.3f 6) Prestar serviços de assistência técnica em TI
V6.3g 7) serviços de consultoria em segurança na Internet
V6.3h 8) Outros (especificar) ________________________
6.4 – Sua receita operacional bruta anual de 2004 se situou entre:
Posição efetiva em 2003 Posição esperada em 2005
V6.4a 1) Até R$ 244 mil __________________ ____________________
V6.4b 2) De R$ 244mil a R$ 1,2 milhão __________________ ____________________
V6.4c 3) De R$ 1,2 milhões a R$ 35 milhôes __________________ ____________________
V6.4d 4) Acima de 35 milhões __________________ ____________________
159
6.5 – Qual é a porcentagem de sua receita liquida operacional sobre o faturamento, após fazer a dedução dos impostos, depreciação e juros a pagar.
V6.5a 1) 1% a 10% V6.5b 2) 10% a 20% V6.5c 3) mais de 20%
___________________________________________________________________________________________________________________________
7- REGULAMENTAÇÃO
7.1 – Tem conhecimento das consultas públicas 372 e 417?
V7.1a 1) Sim V7.1b 2) Não
Se sim, qual sua opinião a respeito?
V7.1c 1) A aprovação do texto irá estimular o crescimento e fortalecimento do setor.
V7.1d 2) Não terá impacto no setor
V7.1e 3) A aprovação do texto irá prejudicar o setor. Como?____________________________________________________________
________________________________________________
7.2 – Qual sua opinião sobre a possível liberação para as Teles da exploração do provimento de acesso a Internet ?
V7.1c 1) A liberação não teria impacto no market-share do setor.
V7.1d 2) A liberação teria um pequeno impacto no setor. (Qual o motivo?)______________________________________________
V7.1e 3) A liberação seria o fim dos ISP´s independentes. (Por que?)_______________________________________________________
____________________________________________________________________________________
7.3 – Tem autorização da Anatel para funcionamento?
V7.3a 1) Sim V7.3b 2) Não
Se não, qual o motivo para não solicitá-lo?
V7.1c 1) Desconhece a existência da obrigatoriedade.
V7.1d 2) O valor elevado da licença
V7.1e 3) Outros motivos: ____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________
Assinatura do entrevistador_______________________________________________________________ Data da conferência ______| ______| 2005
Visto do coordenador de campo: _____________________________________
160
Anexo 1
Relação de Provedores do Estado do Pará e RMB
Provedores da Área Metropolitana de Belém (Ativos em dezembro de 2004)
AMAZON CORPORATION
Endereço: Av. Conselheiro Furtado, 3016 – São Brás
Fone: (91) 4005-6900
CANAL 13
Endereço: Rua Pariquis, 1770. - Batista Campos
Fone: (91) 3242-0203
DIRECT BR
Endereço: Rua Pariquis, 2999 - Sala 1001 - Cremação
Fone: (91) 4005-3241
EXPERT
Endereço: Av. Almirante Barroso, 2190 - Marco
Fone (91) 3277-1444 ou 3084-0124.
INTERCONECT
Endereço: Tv. Rui Barbosa, 1520 - Reduto
Fone: (91) 4005-0000
NAUTILUS
Endereço: Av. Visconde de Inhaúma, 1249 - Pedreira
Fone: (91) 3211-4777.
ORM CABO
Endereço: Av. Nazaré, 350 - Nazaré
Fone: (91) 3213-1280
SUPRINET / SUPRIDADOS
Endereço: Tv. São Pedro, 566 - Sala 602 – Cidade Velha
Fone: (91) 3212-4454
161
Provedores da Área Metropolitana de Belém (Desativados)
As informações constantes neste anexo foram obtidas através dos provedores
que operavam na RMB em fins de 2004. A existência da atuação destes provedores foi
comprovada pela memória da Internet através de sites de busca como o GOOGLE e o
resultado comparado com o total de provedores atuantes apurado pela Abranet em
2001.
AcessoTec
Provedor de acesso a Internet de Vila dos Cabanos. Barcarena, PA.
Amazonline Provedor Internet
Provedor de acesso em Belém do Para.
Absorvido pela INTERCONECT.
Anthares Network
Provedor de acesso em Belém do Para.
Absorvido pela Amazon Corporation no final de 2004.
BelemNet
Provedor de acesso em Belém do Pará.
CEPD Informática
Provedor de acesso em Belém do Para.
Vendeu seus equipamentos para a INTERCONECT e encerrou atividades.
CIE ou NETCIE
Provedor de acesso em Belém do Para.
Controlnet
Provedor de acesso a Internet em Belém, Santarém e Porto Trombetas.
Pertencia ao grupo GREGONET.
DataNet
Provedor de acesso em Belém do Para.
Fundiu com a INTERCONECT.
GREGONET
Fundiu com o provedor SWNET e virou INTERCONECT.
162
SWNET
Fundiu com o provedor GREGONET e virou INTERCONECT.
Provedores do Interior do Pará
(Ativos e Inativos até dezembro de 2004)
Condata Net
Provedora de acesso a Internet em Castanhal.
Chekup Informatica
Provedor Internet em Capanema, região Bragantina e Salgado.
PtNet
Provedor de acesso a Internet em Porto Trombetas.
Skorpionet
Provedor de acesso a Internet localizado em Marabá, PA.
Skorpionet
Provedor de acesso a Internet localizado em Parauapébas, PA.
163
Anexo 2
Instituições Influentes na Internet Brasileira
Além da Anatel, se destacam dentre as instituições que podem influenciar os
caminhos da Internet os seguintes agentes:
Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGIbr
Criado pelo decreto 4.829, de 3 de setembro de 2003, possui como principais
atribuições as seguintes:
Estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil.
Estabelecer diretrizes para a organização das relações entre o Governo e a
sociedade, na execução do registro de Nomes de Domínio, na alocação de
Endereço IP (Internet Protocol) e na administração pertinente ao Domínio de
Primeiro Nível (ccTLD - country code Top Level Domain), ".br ", no interesse
do desenvolvimento da Internet no País.
Propor programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados à Internet, que
permitam a manutenção do nível de qualidade técnica e inovação no uso, bem
como estimular a sua disseminação em todo o território nacional, buscando
oportunidades constantes de agregação de valor aos bens e serviços a ela
vinculados;
Promover estudos e recomendar procedimentos, normas e padrões técnicos e
operacionais, para a segurança das redes e serviços de Internet, bem assim para
a sua crescente e adequada utilização pela sociedade;
Articular as ações relativas à proposição de normas e procedimentos relativos à
regulamentação das atividades inerentes à Internet;
Adotar os procedimentos administrativos e operacionais necessários para que a
gestão da Internet no Brasil se dê segundo os padrões internacionais aceitos
pelos órgãos de cúpula da Internet, podendo, para tanto, celebrar acordo,
convênio, ajuste ou instrumento congênere;
Deliberar sobre quaisquer questões a ele encaminhadas, relativamente aos
serviços de Internet no País;
164
Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede
Internet - Abranet
Segundo sua própria definição, é uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo
social é dar apoio ao esforço brasileiro na implantação de empresas de acesso,
conteúdo e serviços e buscar o desenvolvimento da Internet no Brasil. Foi fundada em
dezembro de 1996 com 58 provedores filiados.
165
Anexo 3
Principais Instrumentos Reguladores da Anatel
No Quadro 1 são destacados os principais documentos, isto é, Leis, Resoluções
e Normas mais significativos ao setor de Internet.
Quadro 1: Leis, Resoluções e Normas
Lei Data Assunto
5070 07/07/1966 Cria o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações e dá outras
providências.
8977
06/01/1995 Dispõe sobre o serviço de TV a cabo e de outras providências
9295 19/07/1996 Dispõe sobre os serviços de telecomunicações e sua organização, sobre o
órgão regulador e dá outras providências.
9472 16/07/1997
Lei Geral das Telecomunicações - Dispõe sobre a organização dos
serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão
regulador e outros aspectos.
9998 17/08/2000 Institui o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.
10052 28/11/2000 Institui o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das
Telecomunicações Funttel, e dá outras providências.
Resolução Data Assunto
40 23/07/1998 Regulamento Geral de Interconexão.
73 25/11/1998 Regulamento dos Serviços de Telecomunicações.
83 30/11/1998 Regulamento de Numeração.
85 30/12/1998 Regulamento do Serviço Telefônico Fixo Comutado.
86 30/12/1998 Regulamento de Numeração do Serviço Telefônico Fixo Comutado.
130 31/05/1999 Alterações introduzidas no Regulamento Geral de Interconexão.
156 20/8/1999 Alterações introduzidas no Regulamento de Numeração do Serviço
Telefônico Fixo Comutado
165 28/9/1999 Alterações introduzidas no Regulamento de Numeração do Serviço
Telefônico Fixo Comutado.
190 29/11/1999 Regulamento para Uso de Redes de TV por Assinatura para Provimento de
Serviços de Valor Adicionado.
272 9/08/2001 Regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM)
Normas Data Assunto
Norma
004/95
31/5/1995 Uso da Rede Pública de Telefonia para Provimento e Utilização dos
Serviços de Conexão à Internet. Aprovado pela Portaria 148 do Ministério
das Comunicações
Fonte: Elaboração própria com base no site da Anatel
166
Anexo 4
Penetração Percentual de Telefones Fixos em Domicílio por Faixa de Renda
Item
Geográfico
Classes de
Rendimento Mensal
2001 2002 2003
Variação
no período
Sentido da
Variação
Valor bruto
da Variação
Brasil Total
69,65 62,19 61,27
(8,38)
Diminuiu
(2.553.005)
Norte Total
53,35 52,93 53,86
0,51
Estável
12.619
Pará Total
46,50 45,83 46,07
(0,43)
Estável
(4.857)
Belém Total 66,18 62,34 65,55
(0,63)
Estável
(2.970)
Brasil Até 1 SM 16,06 18,79 20,04 3,98
Cresceu
252.269
Norte Até 1 SM 19,77 23,50 23,21 3,44
Cresceu
10.388
Pará Até 1 SM 16,24 17,62 17,15 0,91
Cresceu
1.412
Belém Até 1 SM 32,71 29,21 27,81
(4,90)
Diminuiu
(3.114)
Brasil Mais de 1 a 2 SM 29,70 34,76 37,10 7,39
Cresceu
719.001
Norte Mais de 1 a 2 SM 29,52 30,63 34,94 5,42
Cresceu
31.769
Pará Mais de 1 a 2 SM 24,41 23,50 26,83 2,42
Cresceu
6.772
Belém Mais de 1 a 2 SM 43,08 42,18 47,21
4,13
Cresceu
3.953
Brasil Mais de 2 a 3 SM 47,43 51,96 55,61 8,18
Cresceu
649.502
Norte Mais de 2 a 3 SM 43,95 45,18 48,03 4,08
Cresceu
19.155
Pará Mais de 2 a 3 SM 38,36 38,16 40,81 2,45
Cresceu
5.374
Belém Mais de 2 a 3 SM 58,16 53,43 64,57
6,42
Cresceu
5.134
Brasil Mais de 3 a 5 SM 68,06 72,24 74,84 6,78
Cresceu
647.410
Norte Mais de 3 a 5 SM 61,69 62,27 64,14 2,45
Cresceu
11.992
Pará Mais de 3 a 5 SM 54,79 53,26 57,75 2,96
Cresceu
6.232
Belém Mais de 3 a 5 SM 77,96 68,63 77,43
(0,53)
Estável
(438)
Brasil Mais de 5 a 10 SM 87,13 89,83 90,43 3,29
Cresceu
263.622
Norte Mais de 5 a 10 SM 82,33 81,62 84,17 1,84
Estável
6.247
Pará Mais de 5 a 10 SM 78,41 76,11 78,02 (0,39)
Estável
(535)
Belém Mais de 5 a 10 SM 89,98 89,46 90,39
0,42
Estável
273
Brasil Mais de 10 a 20 SM 96,54 97,22 97,37 0,83
Estável
32.645
Norte Mais de 10 a 20 SM 92,04 93,62 94,28 2,25
Estável
3.090
Pará Mais de 10 a 20 SM 89,38 92,16 92,81 3,43
Cresceu
1.872
167
Penetração Percentual de Telefones Fixos em Domicílio por Faixa de Renda
Item
Geográfico
Classes de
Rendimento Mensal
2001 2002 2003
Variação
no período
Sentido da
Variação
Valor bruto
da Variação
Belém Mais de 10 a 20 SM 97,40 97,02 96,98
(0,42)
Estável
(134)
Brasil Mais de 20 SM 98,69 99,34 99,35 0,66
Estável
12.773
Norte Mais de 20 SM 97,10 99,09 97,97 0,87
Estável
516
Pará Mais de 20 SM 94,61 98,83 97,95 3,34
Cresceu
687
Belém Mais de 20 SM 99,23 100,00 100,00
0,77
Estável
99
Brasil Sem rendimento 35,07 37,97 38,44 3,37
Cresceu
24.055
Norte Sem rendimento 33,30 26,57 29,16 (4,13)
Diminuiu
(1.533)
Pará Sem rendimento 21,72 24,92 26,62 4,89
Cresceu
661
Belém Sem rendimento 31,50 37,95 36,17
4,67
Cresceu
355
Brasil Sem declaração 72,65 76,01 76,45 3,81
Cresceu
39.277
Norte Sem declaração 57,49 52,51 64,32 6,82
Cresceu
3.394
Pará Sem declaração 57,55 52,61 65,45 7,90
Cresceu
3.471
Belém Sem declaração 67,50 55,03 78,33
10,83
Cresceu
3.159
Fonte: Elaboração própria com Base na tabela 1960 da PNAD 2003
Legenda/Definições:
1- SM indica Salário Mínimo
2- Para valores de variação percentual menores que 1% (positivo ou negativo) considerou-se não haver variação
no período, isto é, o percentual de penetração manteve-se estável.
3- O sentido da variação indica crescimento, estabilidade ou diminuição da penetração na faixa de renda.
4- O Valor Bruto da Variação obtém-se aplicando a variação percentual sobre o total de domicílios considerados
na faixa renda para o ano de 2003.
5- Os números entre parêntese (X) representam valores negativos.
168
Anexo 5
Relação de siglas utilizadas
ABRANET - Associação Brasileira de Provedores de Internet
ADSL - Asymmetric Digital Subscriber Line
ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações
ARPA - Advanced Research Projects Agency
ASP - Service Provider Application
BT - British Telecom
CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica
ccTLD - Country Code Top Level Domain
CERN - Laboratório europeu para partículas físicas na Suíça
CDI - Comitê para Democratização da Informática
CGIBRASIL - Comitê Gestor da Internet no Brasil
DAI - Índice de Acesso Digital
DSL - Digital Subscriber Line
ECIB - Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira
ECT - Teoria Econômica de Custos de Transação
EDI - Electronic Data Interchange
E-C-D - Estrutura Conduta e Desempenho
EMBRATEL - Concessionária de Telefonia de longa distância no Brasil
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FISTEL - Fundo de Fiscalização das Telecomunicações
HTML - HyperText Markup Language
HTTP - HyperText Transfer Protocol
IAB -Internet Architecture Board
IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICT - Tecnologia da Informação e Comunicação
IDC - International Data Corporation
IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
IHH – Índice de Herfindahl-Hirschman
INTELIG - Concessionária de Telefonia de longa distância no Brasil
INTERNIC - Internet Network Information Center
ISC - Internet Systems Consortium
ISP - Internet Service Provider
ITU - International Telecommunication Union
LGT - Lei Geral das Telecomunicações
MF - Ministério da Fazenda
MIRA - Plataforma Microsoft para uso doméstico do WI-FI
MOSAIC - Primeiro software de navegação na Internet
169
OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OFTEL - Office of Telecommunications, Órgão regulador das telecomunicações na
Inglaterra.
PC - Computadores Pessoais
PLC - Power Line Communication
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PROCON - Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor
RMB - Região Metropolitana de Belém
RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
SEAE - Secretaria de Acompanhamento Econômico
SERPRO - Serviço de Processamento Federal
STFC - Serviço Telefônico Fixo Comutado
TELEMAR - Concessionária de telefonia convencional do nordeste e norte do Brasil
TCM - Taxa de Concentração de Mercado
TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol
TELEBRÁS - Empresa estatal da união federal
TI - Tecnologias da Informação
VELOX - Sistema de banda larga comercializado pela Telemar
VOIP - Sistemas de voz sobre IP
WIMAX - Tecnologia sucedânea do Wi-Fi
WI-FI -Wireless Fidelity
WLAN- Wireless Local-Area Network
WWW - World Wide Web
170
Anexo 6
Detalhamento do Cálculo do DAI para a RMB referente a 2003
Categoria
Descrição da
Variável
Valor
da
Variável
Meta
Indicador Peso
Índice da
Categoria
1. Usuários de
Telefone Fixo por
100 habitantes
65,55
/
60
= 1,093 * (1/2) = 0,546
+ =
1. Infra-estrutura
2.Usuários de
Telefone Móvel
por 100 habitantes
50,57
/
100
= 0,506 * (1/2) = 0,253
0,799
2. Capacidade de
Consumo
3. (Preço de acesso
a Internet como
percentagem da
Renda Nacional
bruta per
capta)*100
94,52
/
100
= 0,945 * (1) = 0,945 =
0,945
4. Alfabetização
de Adultos
94,40
/
100
= 0,944 * (2/3) = 0,629
+ =
3. Conhecimento
5. Nível escolar
(1°, 2° e 3° graus).
75,94
/
100
= 0,759 * (1/3) = 0,253
0,882
6. Banda
Internacional de
Internet (bits) per
capta
25,87
/
10.000
= 0,569 * (1/2) = 0,284
+ =
4. Qualidade
7. Usuários Banda
Larga por 100
habitantes
0,60
/
30
= 0,020 * (1/2) = 0,010
0,294
5. Uso
8. Usuários
Internet por 100
habitantes
8,75
/
85
= 0,103 * (1) = 0,103
=
0,103
O indicador é a média ponderada: DAI = ( 2*0,799 + 1*0,945 + 2*0,882 + 2*0,294 + 1*0,103)/8 = 0,6250
Detalhe do cálculo da Banda Internacional de Internet per capta:
População do Brasil em 2003: 171.667.536 (1)
Banda Internacional (bits/segundo): 4.000.000.000 (2)
Razão bits per capta: 25,87 (1)/(2)
Fórmula da ITU para obter o Indicador da variável 6 (categoria 4):
(LOG (25,87) – LOG (0.01)) / (LOG (10.000) – LOG (0.01)) (logaritmo em base decimal)
(1,413+2)/(4+2) = 3,413/6 = 0,569
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