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HELMA MARIA CHEDID
Fatores prognósticos clínico, histopatológico e
tratamento da recidiva loco-regional em
pacientes com carcinoma epidermóide de boca e
orofaringe: Estudo de 89 casos
SÃO PAULO
2008
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HELMA MARIA CHEDID
Fatores prognósticos clínico, histopatológico e
tratamento da recidiva locorregional em
pacientes com carcinoma epidermóide de boca e
orofaringe: Estudo de 89 casos
30
Tese apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde do
Hospital Heliópolis - Hosphel para
obtenção do título de mestre.
Área de Concentração:
Ciências da Saúde
Orientador: Prof. Dr. Sergio Altino Franzi
SÃO PAULO
2008
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30
Chedid, Helma Maria
Fatores prognósticos clínicos, histopatológico e tratamento da
recidiva loco-regional em pacientes com carcinoma epidermóide de
boca e orofaringe : estudo de 89 casos. / Helma Maria Chedid -- São
Paulo, 2008.
xxiii, 77f.
Tese (Mestrado) - Hospital Heliópolis. Curso de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde.
Orientador: Sergio Altino Franzi
Título em inglês: Clinical, histopathological and treatment prognostic
factors in the recurrence squamous cell carcinoma of oral cavity and
oropharynx: study of 89 cases.
1. Carcinoma de Células Escamosas. 2. Neoplasias Bucais. 3.
Neoplasias Orofaríngeas. 4. Recidiva Local de Neoplasia. 5. Prognóstico.
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DEDICATÓRIA
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Esta tese é dedicada à minha família, que permaneceu ao
meu lado, diante dos obstáculos sempre acreditando que
a realização é feita pouco a pouco.
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In memorian – para meu pai – José Maria, pelo capítulo
essencial e especial em minha vida, ontem, hoje e sempre,
dedico este trabalho!
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Para o Dr. Carlos Neutzling Lehn, pelo carinho e amor que
nos uniu na ventura real da amizade, pelos ensinamentos
de nossa arte e ciência, pela paciência, companheirismo e
prontidão no dia-a-dia.......Dedico este trabalho!
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Para minha mãe, Kathia, por sua interminável paciência,
força e incentivo em todos os momentos....dedico este
trabalho!
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“...E foi então que apareceu a raposa;
- Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas
não viu nada.
-Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita....
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste....
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram
ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou;
-Que quer dizer “cativar”?.....
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar
laços”....
A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os
homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram
tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os
homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!....
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a
hora da partida, a raposa disse;
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho....tu quiseste que eu te
cativasse...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se
vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.....
- Os homens esqueceram esta verdade.Mas tu não a deves
esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que
cativas....”
30
O Pequeno Príncipe
(Antoine Saint-Exupéry, 1943)
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SUMÁRIO
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SUMÁRIO
Lista de tabelas
Lista de figuras
Lista de abreviaturas
Resumo
Summary
INTRODUÇÃO............................................................................................................1
OBJETIVOS...........................................................................................5
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................6
3.1 Fatores clínicos e histopatológicos relacionados às recidivas
loco-regionais.............................................................................................8
3.2 Tratamento das recidivas loco-regionais..................................................11
3.3 Seguimento...............................................................................................18
CASUÍSTICA E MÉTODOS.................................................................22
4.1 Métodos..............................................................................................23
4.1.1 Método clínico.........................................................................23
4.1.2 Dados demográficos................................................................23
4.1.3 Hábitos....................................................................................23
4.1.3.1 Tabagismo..............................................................23
4.1.3.2 Etilismo..................................................................24
4.1.4 História
clínica...........................................................................24
4.1.5 Estadiamento 30
clínico...............................................................24
4.1.6 Sítios
anatômicos.......................................................25
4.1.7 Cirurgias do tumor primário............................26
4.1.8Cirurgias de pescoço...........................................26
4.1.9 Reconstrução......................................................27
4.2 Radioterapia..............................................................................................27
4.2.1 Anatomia Patológica.......................................28
4.2.1.1 Grau de diferenciação histopatológica............28
4.2.1.2 Infiltração perineural.......................................29
4.2.1.3 Embolização vascular......................................29
4.2.1.4 Padrão..............................................................29
4.2.1.5 Margens do tumor primário............................30
4.2.1.6 Linfonodos comprometidos pela neoplasia.....30
4.3 Tratamento da recidiva.......................................................................30
4.3.1 Seguimento.............................................................................31
4.3.2 Última avaliação......................................................................31
4.4 Método estatístico.............................................................................32
_________________________________________________________________
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RESULTADOS.....................................................................................33
5.1 Fatores prognósticos clínicos.............................................................33
5.2 Fatores prognósticos histopatológicos...............................................39
5.3 Fatores prognósticos de tratamento...................................................41
DISCUSSÃO.............................................................................................................50
6.1 Fatores prognósticos clínicos.............................................................50
6.2 Fatores prognósticos histopatológicos...............................................58
6.3 Fatores prognósticos de tratamento...................................................59
7 CONCLUSÕES...........................................................................69
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................70
30
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LISTA DE TABELAS
30
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição dos pacientes segundo o estadiamento clínico...............24
Tabela 2 Distribuição da casuística segundo os sítios anatômicos....................25
Tabela 3 Distribuição da casuística segundo os sítios anatômicos em boca.....25
Tabela 4 Distribuição da casuística segundo os sítios anatômicos em
orofaringe............................................................................................26
Tabela 5 Distribuição da casuística segundo a cirurgia no tumor
primário...............................................................................................26
Tabela 6 Distribuição da casuística segundo o tipo de esvaziamento
cervical................................................................................................27
Tabela 7 Distribuição dos pacientes de acordo com o tipo de recidiva loco-
regional e/ou metástase a distância.....................................................33
Tabela 8 Distribuição da casuística de acordo com o tipo de recidiva e o
tratamento instituído no resgate..........................................................34
Tabela 9 Distribuição do tipo de tratamento da recidiva loco-regional de acordo
com o sítio e recidiva..........................................................................35
Tabela 10 Distribuição do tipo de tratamento da recidiva loco-regional de acordo
com a realização de radioterapia no tratamento inicial.......................36 30
Tabela 11 Distribuição da cirurgia de resgate de acordo com a realização de
radioterapia no tratamento inicial........................................................36
Tabela 12 Distribuição do tipo de tratamento de resgate de acordo com o
estadiamento clínico inicial.................................................................37
Tabela 13 Distribuição do tipo de tratamento da recidiva loco-regional de acordo
com o estadiamento clínico inicial e na recidiva loco-regional..........38
Tabela 14 Distribuição dos pacientes submetidos à cirurgia de resgate de acordo
com o TNM.........................................................................................38
Tabela 15 Distribuição da análise multivariada dos fatores preditivos para
resgate..................................................................................................39
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Tabela 16 Distribuição dos pacientes com recidiva local de acordo com o
comprometimento da margem cirúrgica.............................................40
Tabela 17 Distribuição dos pacientes com recidiva local de acordo com a
infiltração perineural...........................................................................41
Tabela 18 Distribuição do status do paciente pós-tratamento de resgate na data
da última avaliação, de acordo com o tipo de recidiva e o tipo de
tratamento...........................................................................................42
Tabela 19 Distribuição do segundo tumor primário............................................47
Tabela 20 Distribuição da análise multivariada da sobrevida livre de
doença..................................................................................................47
Tabela 21 Distribuição das cirurgias de resgate e sobrevida livre de doença
segundo os sítios anatômicos..............................................................48
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE FIGURAS
Gráfico 1 Sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em relação ao
intervalo de tempo entre o tratamento inicial e a recidiva loco-
regional................................................................................................41
Gráfico 2 Distribuição da sobrevida livre de doença a cinco anos pós-
resgate..................................................................................................43
Gráfico 3 Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em
relação ao estadiamento clínico na recidiva loco-regional..................44
Gráfico 4 Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cnco anos em
relação ao estadiamento clínico inicial e na recidiva loco-regional....44
Gráfico 5 Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em
relação ao tipo de tratamento de resgate.............................................45
Gráfico 6 Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos de
acordo com o tipo de recidiva loco-regional.......................................46
Gráfico 7 Distribuição da sobrevida global a cinco anos dos pacientes
submetidos a resgate............................................................................49
Gráfico 8 Distribuição da sobrevida global a cinco anos....................................49
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LISTA DE ABREVIATURAS
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LISTA DE ABREVIATURAS
N0 – linfonodo(s) negativo(s)
N+ - linfonodo(s) comprometido(s)
T – tumor primário
N - linfonodo
Gy – grays
EC – estadiamento clínico
JCA – nível jugulo-carotídeo alto
Mm – milímetros
Cm – centímetros
QTc – quimioterapia concomitante
QTA – quimioterapia adjuvante
CDDP – cisplatina
5-FU – 5-fluorouracil
PS – performance status
CDC – Centers of disease control and prevention
PAAF – punção aspirativa por agulha fina
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RESUMO
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RESUMO
CHEDID HM. Fatores prognósticos clínico, histopatológico e tratamento de
recidiva loco-regional em pacientes com carcinoma epidermóide de boca e
orofaringe: estudo de 89 casos. São Paulo, 2008. 77 p. Tese (Mestrado) Curso de
Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Hospital Heliópolis – Hosphel, São Paulo.
Introdução: O carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço tem na cirurgia e na
radioterapia, as principais modalidades terapêuticas iniciais. Nas recidivas loco-
regionais, a cirurgia é a escolha padrão de tratamento. Objetivos: Identificação de
fatores prognósticos clínico e histopatológico e avaliação da sobrevida livre de
doença (SLD), após cirurgia de resgate CEC de boca e orofaringe. Casuística e
Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico
inicial, com diagnóstico de 127 recidivas loco-regionais, sendo 37 de estádio clínico
precoce (I e II) e 90, avançado (III e IV). Quanto ao sítio, 91 casos de boca e 36 de
orofaringe. Seguimento médio de 35,3 meses. Resultados: Setenta e seis pacientes
foram à cirurgia de resgate e 13 à quimioradioterapia. A SLD a cinco anos após
cirurgia de resgate foi 13% nas recidivas com diagnóstico até seis meses e 48% após
12 meses (p=0,0001). Quanto ao tipo de tratamento de resgate, a SLD a cinco anos
foi estatisticamente significante (p=0,0009). A correlação estatística entre o estádio
clínico na recidiva e a SLD pós-resgate foi estatisticamente significante (p=0,0018),
assim como a correlação com o tipo de tratamento de resgate (p=0,017). Foram
avaliados a margem do tumor e a infiltração perineural na cirurgia de resgate e
relacionados à segunda recidiva (p=0,35 e 0,66, respectivamente). Conclusões: O
tipo de tratamento de resgate e o intervalo de tempo entre tratamento inicial e
recidiva foram variáveis independentes de SLD na análise multivariada. 30
Descritores: carcinoma de células escamosas; neoplasias bucais; neoplasias
orofaríngeas; recidiva local.
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SUMMARY
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SUMMARY
CHEDID HM. Clinical, histopathological and treatment prognostic factors in
the recurrence squamous cell carcinoma of mouth and oropharynx: study of 89
cases.
Introduction: The usual management of squamous cell carcinoma (SCC) head and
neck is the surgery associated or not to post surgical radiotherapy. Salvage surgery is
the first therapeutic option for recurrent tumors. Objective: The identification of
prognostic factors and to assess the free disease survival interval after salvage
surgery for SCC. Methods: Retrospective analysis of patients treated with surgery
and 127 patients developed loco-regional recurrence with 37 were staged as early
tumors (I and II) and 90 as advanced ones (III and IV). The tumor site was the mouth
in 91 cases and oropharynx in 36 cases. The average follow-up was 35.3 months.
Results: Seventy-six patients underwent salvage surgery and chemoradiotherapy in
13. Free disease survival after salvage surgery was 13% in cases with recurrences
diagnosed until 6 months and 48% in those who recurred after 12 months of follow-
up (p=0.0001). When were considered salvage treatment, the free disease survival
was statistic significant (p=0,0009). The correlation statistics between the clinical
stage of recurrence and free disease survival after salvage treatment was statistically
significant (p=0.018) and also in relation to the modality of salvage treatment and
free disease survival (p=0.0017). In relation to the perineural infiltration and surgical
margins of primary tumor that were analysed in the salvage surgery and also its
correlation with second recurrence shows non was statistically significance
respectively (p=0,35 e p=0,66). Conclusions: The modality of salvage treatment and 30
the time between the initial treatment and recurrence were independent variables of
survival in multivariate analysis.
Key-words: squamous cell carcinoma; mouth neoplasms; oropharyngeal neoplasms;
local recurrence.
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1 INTRODUÇÃO
As neoplasias malignas de cabeça e pescoço, representadas principalmente pelo
carcinoma epidermóide, têm, na cirurgia e na radioterapia, as principais modalidades
terapêuticas iniciais com intenção curativa (RAZACK et al.,
1
1982; HARROLD
2
1971). Entretanto, as recidivas loco - regionais são diagnosticadas, principalmente,
em estádios clínicos avançados (SPIRO e STRONG
3
1971; TULENKO et al.,
4
1966;
KOWALSKI
5
2002; ECKARDT et al.,
6
2004; JESSE e SUGARBAKER
7
, 1976). As
causas de recidivas são multifatoriais, relacionando-se a fatores clínicos e
histopatológicos
(PITTAM et al.,
8
1982; SUTTON et al.,
9
2003).
As recidivas locais ocorrem em torno de 40% a 50% dos pacientes tratados
inicialmente com cirurgia com intenção curativa, principalmente nos estádios
clínicos avançados
(KOWALSKI et al.,
10
2006). As recidivas estão relacionadas à
falha de planejamento terapêutico inicial, comumente diagnosticadas nos primeiros
24 meses de seguimento e relacionada aos estádios clínicos avançados,
comprometimento do fenótipo molecular ou comportamento tumoral mais agressivo.
Os melhores resultados no re-tratamento foram através do tratamento cirúrgico de
resgate nas recidivas regionais e que apresentaram, na avaliação inicial, pescoço
clinicamente negativo e que não foram submetidos a esvaziamento cervical.
Entretanto, é consenso entre vários autores que o sucesso da cirurgia de resgate em
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pescoço previamente submetido a esvaziamento cervical é reservado
(AMAR et al.,
11
2003; KOWALSKI
5
2002).
A indicação da cirurgia de resgate, mesmo nos casos potencialmente candidatos a
esse tratamento, é controversa, haja vista que o maior número de casos é
diagnosticado com recidivas tumorais extensas e, comumente, os pacientes
apresentam uma segunda recidiva ou persistência da doença nos primeiros seis meses
após o tratamento de resgate
(AMAR et al.,
12
2005).
A morbidade do re-tratamento e o prognóstico desfavorável devem ser
considerados pelo médico, perante a indicação da cirurgia de resgate. Deve ser
considerada mesmo naqueles casos em que o paciente não foi submetido às
terapêuticas disponíveis no primeiro tratamento
(GOODWIN
13
2000). Em algumas
situações, o tratamento de escolha ao paciente pode ser o paliativo de suporte,
mesmo nas lesões potencialmente ressecáveis.
A localização da recidiva, ou seja, local, regional ou loco-regional apresenta
comportamento distinto em relação à boca e orofaringe. GILBERT e KAGAN
14
, em
1974, num estudo de revisão demonstraram que, em lesões localizadas nos dois
terços anteriores da língua e soalho, a recidiva regional costuma apresentar-se
associada à recidiva local, sendo menos freqüente a recidiva local ou regional
isoladas. Por sua vez, a apresentação mais comum de tumores da região tonsilar na
recidiva é a local em relação à recidiva regional, numa freqüência de 2:1.
As recidivas locais costumam apresentar-se em decorrência de tratamento inicial
com cirurgia e/ou radioterapia, e, no momento de seu diagnóstico, apresentam-se
como lesões extensas que, do ponto de vista técnico de ressecção, podem ser mais
complicadas pela presença de fibrose. A incorporação de novas técnicas cirúrgicas
proporcionou menores taxas de complicações e morbidades, decorrente das
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reconstruções após ressecções tumorais extensas e com índices de mortalidade
aceitáveis, assim como melhores resultados funcionais e estéticos, em especial nas
recidivas nas neoplasias de boca e orofaringe (KOWALSKI et al.,
10
2006).
No diagnóstico precoce das recidivas loco - regionais dos carcinomas
epidermóides de vias aerodigestivas superiores, a primeira escolha de tratamento é a
cirurgia de resgate. A radioterapia exclusiva ou concomitante à quimioterapia é
reservada às lesões irressecáveis e/ou em pacientes sem condições clínicas de serem
submetidos à cirurgia ou mesmo como adjuvantes ao tratamento cirúrgico no pós-
operatório. Nos casos de resgate com re-irradiação, devem ser consideradas
limitações técnicas quanto à dose prévia administrada e à toxicidade deste tratamento
(FISHER et al.,
15
2003).
A evidência de metástase a distância isolada é um evento raro, sendo que estes
argumentos podem ser usados a favor do tratamento mais agressivo, ou seja, grandes
ressecções e reconstruções, na presença de recidivas locais. Em contrapartida, os
pacientes com recidivas tumorais em boca e orofaringe são considerados de mau
prognóstico, mesmo na realização do tratamento cirúrgico de resgate. Ainda, as
recidivas locais em orofaringe possuem maior sobrevida com a cirurgia de resgate,
em relação aos tumores de boca (WONG et al.,
16
2003).
O seguimento pós-tratamento inicial do paciente é realizado em pequenos
intervalos de tempo nos primeiros dois anos, visando à detecção e ao diagnóstico
precoce de uma nova manifestação da doença. HAAS et al.,
17
em 2001, demonstrou
que 70% das recidivas tumorais ocorreram nos primeiros dois anos, numa série
inicial de 603 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico por carcinoma
epidermóide em cabeça e pescoço. Ainda, a intenção principal desse seguimento em
pequenos intervalos de tempo pressupõe o diagnóstico de recidivas loco-regionais
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em estádios clínicos mais prováveis de serem submetidos a outro tratamento
cirúrgico, as denominadas cirurgias de resgate.
COONEY et al.,
18
em 1999, demonstraram sucesso do resgate cirúrgico a cinco
anos em 5% dos pacientes, com sobrevida média livre de doença de seis meses.
HAAS et al.,
17
em 2001, em contrapartida, encontraram índices de sucesso de 26%
nas cirurgias de resgates a cinco anos, sendo a maioria dos casos detectados em
estádios clínicos precoces da doença, na ocasião da recidiva.
Embora os resultados do resgate cirúrgico sejam ainda pobres, em alguns casos as
perspectivas desfavoráveis de controle da doença são superadas. Perante a opção
terapêutica de tratamento cirúrgico na recidiva loco-regional, a busca de fatores
prognósticos clínicos e histopatológicos, embora não inovadora, pode implicar a
seleção de pacientes que terão boa evolução, especialmente, com a cirurgia de
resgate (YUEN et al.,
19
1997).
Sendo assim, perante a recidiva loco-regional no carcinoma epidermóide de
cavidade bucal e orofaringe, o paciente e seus familiares têm papel fundamental na
escolha do tratamento de resgate, considerando-se a morbi-mortalidade das
terapêuticas disponíveis e, em muitas situações, a possibilidade de controle da
doença.
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2 OBJETIVOS
2.1 Principal
Identificação dos fatores prognósticos clínico e histopatológico em pacientes
portadores de carcinoma epidermóide de boca e orofaringe, submetidos à cirurgia
de resgate.
2.2 Secundário
Avaliação da sobrevida livre de doença após cirurgia de resgate em pacientes
portadores de carcinoma epidermóide de boca e orofaringe.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A abordagem terapêutica multimodal na recidiva loco-regional resulta em uma
morbidade significativa, com possibilidades limitadas de controle da doença,
inclusive nos pacientes que não foram submetidos às modalidades terapêuticas
disponíveis na ocasião do tratamento inicial.
CARVALHO et al.,
20
em 2003, num estudo de 2067 pacientes com carcinoma
epidermóide de boca e orofaringe, demonstraram que os índices de recidivas locais,
regionais e loco - regionais estão relacionadas ao tratamento inicial e estádio clínico.
Nos tumores de cavidade bucal de estádio clínico avançado, a cirurgia inicial no
tumor primário sem esvaziamento cervical foi associada à recidiva regional de
20,7%.
GLEICH et al.,
21
em 2004, num estudo de 84 recidivas loco-regionais em tumores
T3 e T4 demonstraram sobrevida livre de doença no tumor primário, após o resgate
cirúrgico de 27,3 meses com sobrevida em dois e cinco anos de 29% e 16%,
respectivamente. Em relação às recidivas regionais, o tempo livre de doença após o
esvaziamento cervical de resgate foi de 13 meses, com sobrevida em dois e cinco
anos de 35% e 14%, respectivamente.
JESSE e SUGARBAKER
7
, em 1976, analisaram 371 pacientes com carcinoma
epidermóide de orofaringe no Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço M.D.
Anderson Cancer Center, no período de 1964 a 1968, encontrando sobrevida global a
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cinco anos de 39%, com tratamento inicial cirúrgico, radioterápico ou associação
cirurgia e radioterapia. Na análise da sobrevida global, segundo os sítios anatômicos,
encontraram, para tumores precoces de base de língua e região tonsilar, 25% de
sobrevida global a cinco anos versus 88% nos tumores de palato mole e parede
posterior de orofaringe. Em relação aos tumores avançados, os índices foram de 12%
e 42%, respectivamente. Quanto às metástases cervicais segundo o estádio N,
agruparam os pacientes em dois grupos, sendo o primeiro grupo de pacientes com
linfonodos clínicos N1 e N2a e o segundo grupo de pacientes com linfonodos N2b
até N3. Considerando-se este agrupamento, os índices de sobrevida global a cinco
anos do primeiro grupo foram de 52% nos tumores de base de língua e região
tonsilar, e 49% nos tumores de palato mole e parede posterior de orofaringe. Já nos
estádios N avançados, tais como N2b, N2 c e N3, os índices de sobrevida global
foram de 65% e 37%, respectivamente.
YONEMOTO et al.,
22
em 1972, analisando 130 pacientes com carcinoma
epidermóide de boca, com tratamento cirúrgico inicial, obtiveram 23% de sobrevida
global a cinco anos, com maior índice de recidiva regional contralateral ao tumor
primário.
ECKARDT et al.,
6
em 2004, estudando um grupo de 1.000 pacientes com
carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço, sendo que mais de 80% desses eram em
boca, demonstraram sobrevida global significativamente superior nos pacientes
submetidos a tratamento combinado de cirurgia seguida de radioterapia ou
quimioterapia no resgate, em relação àqueles submetidos à radioterapia ou
quimioterapia exclusiva (p=0,0054). A sobrevida a cinco anos foi de 31% e 15,4%,
respectivamente.
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Uma série de fatores clínicos e histopatológicos estão relacionados às recidivas
loco-regionais.
3.1 Fatores clínicos e histopatológicos relacionadas às recidivas loco-regionais
YUEN et al.,
23
em 1998, demonstraram que os índices de recidivas locais são
maiores de acordo com o tamanho do tumor inicial, sendo T1(16%); T2 (22%); T3
(26%) e T4 (46%). Destas recidivas, 34% foram submetidas à cirurgia de resgate e
não há descrição da correlação entre o estádio inicial do tumor primário e os índices
de resgate cirúrgico, ou seja, não há relato dos índices de controle da doença local
nos 34% dos pacientes submetidos ao resgate, em relação ao estádio T inicial.
SPIRO et al.,
3
em 1971, concluíram que as recidivas locais dependem do tamanho
do tumor primário inicial numa revisão de 185 glossectomias parciais por tumores de
língua oral. Nos tumores até quatro cm no maior diâmetro, 66% dos pacientes
tiveram controle da doença após cirurgia de resgate, enquanto que nos tumores acima
de quatro cm no maior diâmetro, apenas 10% dos pacientes tiveram controle da
doença após o resgate.
AMAR et al.
24
, em 2004, estudando 78 pacientes portadores de carcinomas
epidermóides de lábio, tratados com intenção curativa no Departamento de Cirurgia
de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis – Hosphel
encontraram relação direta entre o tamanho do tumor primário e o risco de
metástases cervicais, ou seja, nos tumores até três cm no maior diâmetro, os índices
de metástases cervicais foram de 7%, em relação aos 41% de metástases cervicais
nos tumores com maior diâmetro superior a três cm. A presença de linfonodos
comprometidos pela neoplasia no exame anátomo-patológico, de acordo com o
tamanho do tumor foi de 5% nos tumores T1; 13% nos tumores T2; 25% nos tumores
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T3 e de 45% nos tumores T4. A comissura labial estava comprometida pelo tumor
em 12 (15%) dos casos, relacionando-se a um risco aumentado em 11 vezes de
metástases cervicais.
JONES et al.,
25
em 1992, revisando lâminas provenientes dos espécimes
cirúrgicos de carcinoma epidermóide de 49 pacientes com tumores T1 e T2 de boca,
demonstraram que a margem cirúrgica positiva do tumor primário e o grau de
invasão superior a cinco mm, na análise multivariada, foram os fatores mais
importantes para a recidiva em 41% desses pacientes (p=0,01).
JONES et al.,
26
em 1996, estudando 352 pacientes com carcinoma epidermóide de
cabeça e pescoço, demonstraram que pacientes com margem cirúrgica positiva no
tumor primário apresentavam maior probabilidade de recidiva local, quando
comparado aos pacientes com margem cirúrgica negativa, mas sem significância
estatística. Por sua vez, o índice de pacientes que desenvolveram recidiva local e
apresentavam margem positiva foi de 66% a cinco anos, em comparação aos 47% a
cinco anos nos pacientes com margem negativa.
NATHANSON et al.,
27
em 1989, realizaram revisão de lâminas provenientes de
espécimes cirúrgicos de carcinoma epidermóide de 58 pacientes com tumores de
estádio clínico I de língua e demonstraram que a espessura tumoral superior a 10 mm
foi o fator mais importante para recidiva local e regional.
SLOOTWEG et al.,
28
em 2002, demonstraram que em 39 casos de recidivas
regionais de carcinoma epidermóide, a recidiva ocorreu em pescoço com linfonodo
comprometido pela neoplasia. O tratamento inicial foi cirúrgico, sendo que em
pacientes sem cirurgia prévia no pescoço ou nos casos de margem cirúrgica do tumor
primário comprometidas pela neoplasia. Em apenas cinco casos do total de 76
recidivas regionais, a recidiva ocorreu em paciente submetido a esvaziamento
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
cervical no tratamento inicial e com ausência de linfonodos comprometidos pela
neoplasia e nos casos de ressecção completa do tumor primário, com margem
cirúrgica negativa. Na análise de recidiva local e margem cirúrgica, apenas 3,9% das
recidivas locais ocorreram nos casos de margem cirúrgica do tumor primário livre de
comprometimento neoplásico, enquanto que 21,9% das recidivas ocorreram nos
casos de margem cirúrgica comprometida por neoplasia invasiva.
LEEMANS et al.,
29
em 1990, demonstraram que o número de linfonodos
comprometidos pelo tumor foi estatisticamente significativo para a recidiva regional
(p=0,039), apresentando índices de recidiva em N0, N1-2 e N3 de 2,6%; 9,1% e
11,3%, respectivamente. Não encontraram diferenças significativas na presença de
ruptura capsular e na associação de radioterapia pós-operatória, ou seja, a presença
de ruptura capsular do linfonodo no exame anátomo-patológico não foi fator
preditivo de recidiva regional, e a radioterapia complementar pós-operatória não foi
fator preditivo de menor recidiva loco-regional da doença.
Num estudo retrospectivo de 284 pacientes com metástase cervical de carcinoma
epidermóide de cabeça e pescoço, o número de linfonodos comprometidos pela
neoplasia (até três linfonodos comprometidos pela neoplasia, em comparação com
quatro ou mais linfonodos comprometidos pela neoplasia); a presença de ruptura
capsular e de invasão vascular e linfática foram associados com maior risco de
recidivas regionais sem radioterapia pós-operatória (OLSEN et al.,
30
1994).
NOONE et al.,
31
em 1974, analisando 104 espécimes cirúrgicos provenientes de
esvaziamentos cervicais de carcinoma epidermóide de boca, encontraram
significância estatística com aumento de recidiva regional, na presença de múltiplos
linfonodos comprometidos pela neoplasia e na presença de extensão extracapsular da
doença no linfonodo.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
WOOLGAR et al.,
32
em 1995, estudando critérios histopatológicos e
metastatização cervical em carcinoma epidermóide de língua e soalho, encontraram a
presença de embolização vascular como fator preditivo de metástase em 87% dos
casos e a invasão perineural em 70% dos casos. Concluíram que a presença de
embolização vascular e infiltração perineural no exame anátomo-patológico
demonstram maior agressividade tumoral e devem ser considerados como fatores
prognósticos de recidiva loco-regional da doença.
3.2 Tratamento das recidivas loco-regionais
Em estudo retrospectivo de 377 pacientes com carcinoma epidermóide de
cavidade bucal, orofaringe, laringe e hipofaringe, tratados inicialmente com cirurgia
e associação com radioterapia complementar pós-operatória, foi demonstrado que, na
presença de recidiva local, os tumores de boca e laringe (recidiva peri-traqueostoma)
apresentam maior probabilidade à cirurgia de resgate, devido à maior facilidade de
diagnóstico do sítio anatômico, quando comparado com os tumores de orofaringe e
hipofaringe (WONG et al.,
16
2003).
As recidivas loco - regionais ocorrem com maior freqüência nos primeiros 24
meses de pós-tratamento. O estadiamento clínico inicial, o estadiamento clínico da
recidiva loco-regional, o tempo de diagnóstico da recidiva, a partir do tratamento
inicial, o sítio anatômico da recidiva e o tratamento prévio são os fatores de maior
importância na indicação do tratamento cirúrgico de resgate e no controle loco-
regional da doença após a cirurgia de resgate (AMAR et al.,
12
2005; GLEICH et al.,
21
2004; KOKAL et al.,
33
1983; SCHWARTZ et al.,
34
2000).
Os melhores resultados de resgate foram observados nos pacientes submetidos à
cirurgia, em comparação à quimioradioterapia e quimioterapia exclusiva. WONG et
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
al.,
33
em 2003, relataram que somente os pacientes tratados com cirurgia, no
diagnóstico da recidiva, tiveram sobrevida livre de doença a cinco anos, sendo de
35% nas recidivas locais e de 26% nas regionais. Do total de 377 pacientes com
carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço, 102 (27%) foram submetidos à cirurgia
de resgate; 49 (13%) pacientes foram submetidos à quimioradioterapia de resgate e
96 (25%) pacientes foram submetidos à quimioterapia exclusiva como opção
terapêutica no resgate.
Em estudo retrospectivo, 350 pacientes tratados por carcinoma epidermóide de
cavidade bucal, constataram-se 99 recidivas loco-regionais. O tempo de recidiva pós-
tratamento inicial foi fator de prognóstico, ou seja, as recidivas precoces tiveram
melhor prognóstico após a cirurgia de resgate, em relação às recidivas tardias. Dos
11 (29%) pacientes com recidivas até seis meses de tratamento (precoce), não houve
controle da doença nos pacientes submetidos à cirurgia de resgate (SCHWARTZ et
al.,
34
2000).
Num estudo de 246 pacientes com recidivas loco-regionais e submetidos ao
tratamento de resgate, as recidivas diagnosticadas nos primeiros 12 meses de
seguimento apresentaram um pior prognóstico, com sobrevida global a cinco anos de
26,7% versus 42,1% nas recidivas tardias (AGRA e KOWALSKI
35
, 2005).
Por sua vez, estudo retrospectivo realizado no Hospital do Câncer Antonio
Cândido de Camargo demonstrou sobrevida livre de doença a cinco anos após
resgate cervical de 22,5% nas recidivas diagnosticadas até os seis meses após
tratamento inicial, em comparação a um índice de zero nas recidivas após 24 meses
de seguimento (KOWALSKI et al.,
5
2002).
STELL
36
, em 1991, demonstrou fatores preditivos de sobrevida em carcinomas
epidermóides de cabeça e pescoço, obtendo significância estatística na análise
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
multivariada o tempo de recidiva, o sítio do tumor primário, o estado geral do
paciente e o estádio clínico inicial da doença. Na análise univariada, o fator de maior
importância foi o tempo de recidiva, sendo que pacientes com diagnóstico da
recidiva loco-regional acima da média apresentavam maior probabilidade em 20% de
controle da doença a cinco anos, em relação àqueles pacientes com diagnóstico da
recidiva abaixo da média.
Num estudo de metanálise de 1.633 pacientes portadores de carcinoma
epidermóide de boca, faringe e laringe, não foram observadas significância estatística
no tempo de recidiva pós-tratamento inicial, em relação ao controle locorregional da
doença nos pacientes submetidos à cirurgia de resgate (GOODWIN
13
2000).
AMAR et al.,
11
em 2003, selecionando 95 recidivas regionais isoladas como
primeira manifestação da recidiva do carcinoma epidermóide submetido a tratamento
cirúrgico do tumor primário e esvaziamento cervical, com ou sem radioterapia
complementar pós-operatória, correlacionaram o tratamento de resgate com o lado da
recidiva e o nível linfonodal. O resgate cirúrgico foi realizado em 51% das recidivas
ipsilaterais e em 75% das recidivas contralaterais. O controle da doença em 12 meses
pós-resgate foi de 25% e 37%, respectivamente. As recidivas ocorrem
predominantemente no nível II (júgulo-carotídeo alto), presente em 97% das
recidivas ipsilaterais dos pacientes não irradiados e em 43% dos pacientes irradiados.
JACKSON e STELL
37
, em 1991, numa casuística de 2.474 pacientes com
carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (com 34% na cavidade bucal e
orofaringe) demonstraram que a ausência de linfonodo comprometido na
apresentação inicial ipsilateral ao tumor primário foi de significância estatística no
controle da doença cervical, após o esvaziamento cervical de resgate contralateral.
Todos os pacientes com recidiva regional contralateral apresentavam controle local
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
da doença e o lado da recidiva cervical não foi tratado inicialmente com cirurgia,
sendo 26 casos em tumores de boca e 11 casos de orofaringe. A sobrevida livre de
doença a dois anos após o resgate foi de 51% nos tumores de boca e de 39% nos
tumores de orofaringe.
LYDIATT et al.,
38
em 1993, realizaram estudo randomizado de pacientes com
tumores precoces de língua oral. O primeiro grupo de pacientes foi submetido ao
tratamento inicial do tumor primário, e o segundo grupo foi submetido ao tratamento
inicial do tumor primário e do pescoço. O resgate do pescoço foi realizado em todos
os 17 pacientes com recidiva regional do primeiro grupo, ou seja, dos pacientes que
foram submetidos ao tratamento inicial apenas do tumor primário. Quanto ao
segundo grupo, dos pacientes tratados inicialmente com cirurgia no tumor primário e
no pescoço, seis do total de 11 recidivas regionais foram à cirurgia de resgate.
Analisando o nível cervical de recidiva, encontraram que o primeiro grupo, sem
tratamento inicial do pescoço, apresentou recidiva regional em 70% dos casos nos
níveis linfonodais de I a III. No segundo grupo, com tratamento inicial do pescoço,
60% das recidivas regionais também ocorreram nos níveis linfonodais de I a III.
Concluíram que 80% dos 94% de linfonodos comprometidos inicialmente ou na data
da recidiva regional apresentavam drenagem cervical aos níveis I a IV.
CADY e CATLIN
39
, em 1969, estudaram 302 pacientes com carcinoma
epidermóide de gengiva superior e inferior, tratados inicialmente com cirurgia.
Obtiveram 17% de recidivas regionais isoladas, sendo que o resgate cervical ocorreu
em 53% desses casos. Em relação ao nível linfonodal da metástase, observaram que
as metástases para a cadeia jugular foram submetidas à cirurgia de resgate em 38%
dos casos, comparado com 80% de controle na presença de metástase no nível I.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Num estudo de 27 esvaziamentos cervicais por carcinomas epidermóides de lábio,
ocorreram cinco recidivas regionais, sendo que em quatro casos o paciente havia sido
submetido ao esvaziamento cervical. O único paciente sem tratamento cervical
prévio apresentava linfonodo pálpavel na recidiva no nível Ib, sendo que este achado
foi confirmado no exame anátomo-patológico (AMAR et al.,
24
2004).
WONG et al.,
16
em 2003, demonstraram que 49 (13%) das recidivas loco -
regionais de carcinoma epidermóide submetidas a quimioradioterapia de resgate
apresentaram sobrevida média após o término do tratamento de seis a sete meses.
Num estudo retrospectivo de 350 pacientes tratados por carcinoma epidermóide
de boca, 11 (28,9%) das recidivas loco - regionais foram submetidas à radioterapia
de resgate, apresentando 12,6% de sobrevida livre de doença a dois anos
(SCHWARTZ et al.,
34
2000).
AMPIL
40
, em 1988, realizou radioterapia de resgate em 20 pacientes com recidiva
loco-regional de carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço inicialmente tratados
com cirurgia exclusiva. Obteve índices de 25% e 5% de sobrevida global a dois e
cinco anos.
O’BRIEN et al.,
41
em 1994, realizaram quimioterapia com cisplatina e 5-
fluorouracil em 20 pacientes com recidivas irressecáveis de carcinoma epidermóide
de cabeça e pescoço que foram tratados inicialmente com cirurgia e radioterapia
complementar. Após três ciclos consecutivos de quimioterapia, houve resposta em
30% dos casos, com uma remissão completa e cinco respostas parciais. A sobrevida
média, a partir da data do primeiro tratamento, foi de sete meses e com efeitos
adversos toleráveis sem necessidade de interrupção do tratamento. Perante uma
doença irressecável, a toxicidade do tratamento é fundamental, haja vista que sua
intenção é a remissão prolongada da doença. Portanto, o esquema poliquimioterápico
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
demonstrou resultados de toxicidade moderada e transitória e com índices de
resposta bons.
Outro estudo utilizando dois esquemas quimioterápicos distintos, associando a
cisplatina e 5-fluorouracil com etoposide, mitomicina e tegaful-uracil em 24
pacientes com recidivas locais irressecáveis, obteve resposta em 42% dos casos,
sendo completa em três casos e parcial em 11 casos. Dos 12 pacientes restantes, seis
evoluíram com doença sem progressão e apenas três casos com progressão da
doença. A sobrevida a um ano nos pacientes com resposta completa foi de 100%,
apesar de efeitos adversos mais freqüentes (KOHNO et al.,
42
1999). Apesar da
utilização de esquemas quimioterápicos com maior toxicidade, os autores
demonstraram resultados promissores e com aumento do tempo livre de doença.
CHOSKI et al.,
43
em 1988, obtiveram resposta completa com utilização de
cisplatina e 5-fluorouracil em dois (10%) pacientes com recidivas loco-regionais e a
distância de carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço, após 20 e 25 semanas de
tratamento. A sobrevida global para estes pacientes foi de 79 e 61 semanas,
respectivamente. A interrupção do tratamento ocorreu pela presença de toxicidade
moderada a severa, principalmente gastrointestinal e na medula óssea. A
quimioterapia sistêmica exclusiva como tratamento de resgate tem indicação nos
casos de doença irressecável e disseminação hematogênica; portanto, com
oncologista experiente e assistência multidisciplinar, essa é uma opção terapêutica
que deve fazer parte das modalidades de tratamento do carcinoma epidermóide de
cabeça e pescoço.
Por sua vez, WONG et al.,
16
em 2003, demonstraram que os resultados com
utilização de quimioterapia exclusiva em resgate foram extremamente pobres,
excedendo em dois meses a sobrevida dos pacientes, em comparação àqueles que
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
foram diretamente aos cuidados paliativos e de suporte. A utilização radioterapia
exclusiva no resgate ocorre nos casos de doença irressecável e/ou inoperabilidade do
paciente por co-morbidades, em situações de não utilização prévia deste tratamento e
apresenta resultados inferiores à cirurgia de resgate. A presença de efeitos adversos
que podem ocasionar piora da qualidade de vida do paciente e ausências de controle
da doença devem ser consideradas na decisão do tratamento, perante uma recidiva
loco-regional.
SPENCER et al.,
44
em 2001, estudando pacientes com recidiva loco-regional de
carcinoma epidermóide de vários sítios em cabeça e pescoço, demonstraram que a re-
irradiação com quimioterapia concomitante tem relação com o intervalo de tempo
entre o término do primeiro tratamento radioterápico e a recidiva, ou seja, pacientes
com recidiva nos primeiros seis meses de seguimento apresentaram sobrevida média
de 5,8 meses, em comparação aos 10,4 meses dos pacientes com recidiva após um
ano de radioterapia inicial. Foi observada melhor resposta na re-irradiação tardia,
associada ao desenvolvimento de um segundo tumor e não a recidiva do tumor
inicialmente tratado com sobrevida a um ano de 54% e 38%, respectivamente. O
resgate com re-irradiação é uma opção em pacientes previamente irradiados por
carcinoma epidermóide e pode aumentar a média de sobrevida livre de doença a um
ano, quando comparado à utilização de quimioterapia sistêmica.
CATIMEL et al.,
45
1994, relataram a utilização do quimioterápico docetaxel como
monoterapia, e obtiveram índice de resposta de 32% em 37 pacientes portadores de
recidivas loco-regionais e à distância de carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço,
com duração média de 6,5 meses. Achados semelhantes foram encontrados na
associação do docetaxel com cisplatina num estudo randomizado fase II, com índíces
de resposta de 40% (FORASTIERE et al.,
46
1998).
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Num estudo de 32 recidivas loco-regionais de carcinoma epidermóide de cabeça e
pescoço, a associação de quimioterapia sistêmica com re-irradiação no resgate
mostrou que os pacientes tratados após 17 meses de seguimento da primeira
radioterapia apresentaram maior sobrevida livre de doença; assim como doses totais
de radioterapia superiores a 50 Gy ( SCHAEFER et al.,
47
2000).
OHIZUMI et al.,
48
em 2002, demonstraram que a re-irradiação obteve bons
resultados no resgate, de acordo com o sítio do tumor primário, com a presença de
cirurgia prévia e com a dose cumulativa de radioterapia. Assim, os pacientes com
tumores de orofaringe, nasofaringe e laringe com recidiva ocupando uma área
inferior a 40cm
2
, sem relato de cirurgia prévia e com dose cumulativa de 125 Gy são
melhores indicativos de resposta completa à re-irradiação, em comparação aos
pacientes com tumores de cavidade bucal e hipofaringe. Os autores relataram que a
resposta da re-irradiação exclusiva no resgate é melhor em tumores de orofaringe e
de estádio precoce.
HARAF et al.,
49
em 1996, demonstraram sobrevida global a um ano de 22% e
sobrevida livre de doença a um ano de 26% utilizando radioterapia em associação à
poliquimioterapia com cisplatina, 5-fluorouracil e hidroxiuréia em recidivas loco-
regionais avançadas de carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço.
3.3 Seguimento
COONEY et al.,
18
em 1999, num estudo retrospectivo de pacientes portadores de
carcinomas epidermóides de boca, orofaringe, laringe e hipofaringe, diagnosticaram
119 recidivas loco - regionais e a distância, sendo 44 recidivas locais; 42 recidivas
regionais; 50 metástases a distância e dois segundos tumores de cabeça e pescoço. O
diagnóstico de 50% destas recidivas ocorreu no primeiro ano de seguimento, e 89%
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
nos primeiros três anos de seguimento. A rotina de seguimento realizada foi a cada
dois ou três meses nos primeiros dois anos e, a partir dos dois anos até os cinco anos
de seguimento, a cada quatro a seis meses. O tratamento de resgate foi realizado em
49 dos 119 pacientes com recidivas loco - regionais. Somente dois pacientes estavam
vivos e sem doença após cinco anos de seguimento da cirurgia de resgate. Os autores
concluíram que o seguimento periódico, em curtos intervalos de tempo, no período
de maior probabilidade de recidiva loco-regional da doença, é responsável pelo
diagnóstico da recidiva loco-regional e a distância e também no seguimento da
reabilitação da voz, deglutição e respiração pós-tratamento inicial, resultando em
seqüelas funcionais e estéticas que cabem ao médico especialista e à equipe
multidisciplinar otimizá-las.
BOYSEN et al.,
50
em 1992, num estudo de 661 pacientes com carcinomas
epidermóides de cabeça e pescoço, diagnosticaram 220 recidivas recidivas loco -
regionais e a distância, sendo 131 casos de recidivas locais como primeira
manifestação clínica da recidiva; 54 recidivas regionais e 35 metástases a distância.
O seguimento foi a cada dois ou três meses nos primeiros dois anos; a partir do
terceiro ano foi a cada três a quatro meses. No período de três anos, foram
diagnosticados 60 (9,1%) casos de segundos tumores. A presença de um sintoma
relatado pelo paciente na consulta de rotina ou a presença de um sinal ao exame
físico precedeu o diagnóstico da recidiva loco - regional e a distância em 61% dos
casos, enquanto que o exame físico de rotina foi responsável por apenas 39% dos
diagnósticos. Somente em 22% das recidivas regionais, o diagnóstico foi realizado
pelo exame loco-regional de rotina. O resgate foi realizado em 54% das recidivas
locais e em apenas 11% das recidivas regionais. No diagnóstico dos segundos
tumores, cinco (8%) casos foram realizados no exame de rotina e os 52% dos casos
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
restantes foram diagnosticados por exames complementares na mesma instituição.
Os autores concluíram que o seguimento periódico dos pacientes com carcinoma
epidermóide de cabeça e pescoço tem importância no diagnóstico das recidivas loco-
regionais e nos segundos tumores primários, com intenção de um re-tratamento
curativo.
No Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da
Universidade de Düsseldorf, Alemanha, pacientes com carcinoma epidermóide de
cabeça e pescoço são submetidos a consultas mensais, nos primeiro ano de
seguimento; bimensal no segundo ano; trimestral no terceiro ano e semestral no
quarto e quinto ano de seguimento pós-tratamento inicial. Em cinco anos de
seguimento, foram diagnosticados 25% (152/603) manifestações de “novos”
tumores, sendo 79 recidivas locais; 31 recidivas regionais e metástases a distância;
18 metástases a distância e 24 segundos tumores primários. “No seguimento superior
a cinco anos, as manifestações de ‘novos” tumores aumentaram para 28% (168/603).
Em 40% dos casos, o diagnóstico foi realizado pela presença de um sintoma ou sinal
precedendo a doença, enquanto que, em 60% dos casos, o diagnóstico foi realizado
através do exame físico e complementar de rotina. Em 70% das manifestações de
‘novos” tumores, o diagnóstico foi realizado nos primeiros dois anos de seguimento
(HAAS et al.,
17
2001).
SMIT et al.,
51
em 2001, demonstraram a importância da dor relatada pelo paciente
como primeira manifestação de recidiva loco-regional, antes de sua apresentação
clínica detectável ao exame físico de rotina. A média de tempo entre o primeiro
relato de dor pelo paciente e o diagnóstico da recidiva loco-regional foi de 75 dias.
Em relação ao sítio anatômico da recidiva, os pacientes com recidiva tumoral em
_________________________________________________________________
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orofaringe (e nasofaringe) tiveram maior prevalência de dor, em comparação àqueles
com recidiva tumoral em boca (laringe, hipofaringe e pescoço).
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4 CASUÍSTICA E MÉTODOS
Este estudo está baseado no levantamento consecutivo de 276 prontuários
médicos de pacientes com diagnóstico histopatológico de carcinoma epidermóide de
boca e orofaringe, admitidos no Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e
Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis-Hosphel, São Paulo, no período de
janeiro de 1999 a dezembro de 2005, com intenção de tratamento curativo. Os
critérios de elegibilidade foram ausência de tratamento oncológico prévio e
confirmação histológica/citológica na recidiva loco-regional. Os critérios de exclusão
foram neoplasia maligna sincrônica em cabeça e pescoço e ausência de descrição nos
laudos histopatológicos dos prontuários médicos dos critérios histopatológicos de
interesse no estudo. Assim, foram excluídos 149 prontuários médicos, sendo a nossa
casuística constituída de 127 casos de recidivas loco-regionais. Os pacientes que
desenvolveram segundos tumores em boca e orofaringe tratados com intenção
curativa e que evoluíram com recidiva loco-regional também foram avaliados nesse
estudo.
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___________________________________________________________________
4.1 Métodos
4.1.1 Método clínico
Nesse estudo retrospectivo, o período de seguimento considerado padrão a
todos os pacientes submetidos a tratamento inicial e ao resgate cirúrgico foi de 12
meses, entretanto 15 (19,7%) dos pacientes submetidos ao resgate cirúrgico têm
um período de seguimento inferior a 12 meses. Destes, apenas dois (2,6%)
pacientes com seguimento inferior a seis meses.
Foi considerado como recidiva local, no mesmo sítio tratado inicialmente, todo
tumor com aparecimento até o 36° mês de seguimento e com comprovação
histológica de carcinoma epidermóide. Entretanto apenas sete do total de 127
recidivas loco-regionais foram diagnosticadas após o 24° mês de seguimento.
4.1.2 Dados Demográficos
Dos 127 pacientes, 106 (83,5%) pacientes eram do gênero masculino e 21
(16,5%) do gênero feminino. Em relação à etnia, 98 (77,2%) pacientes eram
brancos e 29 (22,8%) não brancos. Em referência à idade, os extremos foram de
22 anos e 87 anos, com média de 54,6 anos.
4.1.3 Hábitos
4.1.3.1 Tabagismo
A avaliação do tabagismo foi mensurada em cruzes variando de um até quatro,
de acordo com a quantidade diária de fumo.Uma cruz (+) corresponde a dez
cigarros de papel ou dois cigarros de palha ou dois charutos ou dois cachimbos.
_________________________________________________________________
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4.1.3.2 Etilismo
A avaliação do etilismo foi mensurada em cruzes variando de um até quatro, de
acordo com a quantidade de ingestão diária. Uma cruz (+) corresponde a uma
dose de destilado ou uma garrafa de cerveja ou a meio litro de vinho.
4.1.4 História clínica
A história clínica foi baseada no prontuário médico ambulatorial do
Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do
Hospital Heliópolis, sendo detalhado cada sintoma, tais como dor, disfagia,
odinofagia, dispnéia, otalgia reflexa, perda de peso, disfonia, amolecimento
dentário, trismo e linfonodos cervicais.
4.1.5 Estadiamento Clínico
O estadiamento clínico segue a Classificação Internacional dos Tumores AJC-
UICC SOBIN e WITTEKIND
52
, em 2002 (Apêndice 1).
Em relação aos 127 pacientes, o estadiamento clínico foi I em sete casos; II em
30 casos; III em 43 casos e IV em 47 casos (Tabela 1).
Tabela 1. Distribuição dos pacientes segundo o estadiamento clínico (TNM).
Estadiamento clínico n %
EC I 7 5,5
EC II 30 23,6
EC III 43 33,9
EC IV A 47 37,0
n= 127 pacientes com recidiva loco
-
regi
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4.1.6 Sítios anatômicos
Os sítios anatômicos dos tumores primários da casuística estão distribuídos na
tabela 2.
Tabela 2. Distribuição da casuística segundo os sítios anatômicos.
Os 91 casos de recidivas loco-regionais na boca foram distribuídos, de acordo
com o subsítio anatômico comprometido pelo tumor primário (Tabela 3).
Tabela 3. Distribuição da casuística segundo os sítios anatômicos em boca.
Os 36 pacientes com recidivas loco-regionais na orofaringe foram distribuídos, de
acordo com o subsítio anatômico comprometido pelo tumor primário (Tabela 4).
Variável Categoria
n %
Sítio anatômico Lábio 8 6,3
Boca 83 28,4
Orofaringe 36 65,3
Variável Categoria n %
Sítio anatômico Língua e soalho 66 72,5
Gengiva 11 12,1
Lábio 8 8,8
Mucosa jugal 4 4,4
Palato duro 2 2,2
n= 127 pacientes com recidiva loco
-
regional.
n= 91 pacientes com tumores de boca.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Tabela 4. Distribuição da casuística segundo os sítios anatômicos em orofaringe.
4.1.7 Cirurgias do tumor primário
Tabela 5. Distribuição da casuística segundo as cirurgias no tumor primário.
4.1.8 Cirurgias do pescoço
Os esvaziamentos cervicais foram realizados em 112 pacientes, sendo que 80
foram esvaziamentos cervicais unilaterais e 33 foram esvaziamentos cervicais
bilaterais, totalizando 145 esvaziamentos cervicais. Em 15 pacientes não foi
Variável Categoria n %
Sítio anatômico Tonsila e pilares 28 77,7
Base 6 16,7
Palato mole 2 5,6
Variável Categoria n %
Cirurgia Pelve/glossectomia parcial 61 41,8
Pelve/Glossectomia total 6 4,1
Glossectomia ampliada 2 1,4
Mandibulectomia marginal 12 8,2
Mandibulectomia segmentar 12 8,2
Operação retromolar/tipo retromolar 21 14,4
Laringectomia horizontal supra-glótica 3 2,0
Ressecção parcial infra/mesoestrutura 6 4,1
Amidalectomia/ampliada 11 7,5
Ressecção lesão mucosa jugal 2 1,4
Ressecção lesão palato mole 2 1,4
Ressecção lesão lábio 8 5,5
n=146 cirurgias do tumor primário.
n=36 pacientes com tumores de orofaringe.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
realizado esvaziamento cervical no tratamento inicial, pela presença de doença em
estádio clínico precoce (I e II).
Tabela 6. Distribuição da casuística segundo o tipo de esvaziamento cervical.
4.1.9 Reconstrução
As reconstruções após ressecção do tumor primário na cirurgia inicial foram
utilizadas em 25 casos. Os tipos de reconstruções foram retalhos locais em dez casos;
retalhos miocutâneos do músculo peitoral maior em dez casos; retalho de platisma
em um caso e retalho microcirúrgico em quatro casos.
4.2 Radioterapia
Dos 127 pacientes com recidivas loco-regionais, 54 deles foram submetidos à
irradiação ionizante pós-operatória do tipo teleterapia com aparelho acelerador linear
ou de cobalto, com dose média de 59,8 Gy (20 Gy a 70,4 Gy). O início da
radioterapia aconteceu até seis semanas após a cirurgia e na presença de cicatrização
completa da ferida operatória. O tempo de irradiação variou de duas a oito semanas.
Em 22 pacientes houve indicação de radioterapia pós-operatória, que não foi
Variável Categoria n %
Cirurgia EC radical 68 46,1
EC ampliado 1 0,7
EC I-III 55 35,2
EC II-IV 4 5,1
EC seletivo
*
17 12,9
n= 145 esvaziamentos cervicais, EC- esvaziamento cervical,
*
- outro esvaziamento
cervical seletivo.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
realizada, devido à complicação na ferida operatória em 16 casos e ausência de
aderência ao tratamento nos seis restantes.
4.2.1 Anatomia Patológica
4.2.1.1 Grau de diferenciação histopatológica
O grau de diferenciação histológica do carcinoma epidermóide foi determinado
com base nos critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde (WASHI et
al.,
53
1971):
Grau I: carcinoma epidermóide bem-diferenciado: caracteriza-se pela presença
de numerosas pérolas córneas, importante queratinização celular com pontes
intercelulares visíveis, menos de duas mitoses por 10 campos de grande aumento
(400X), pleomorfismo celular e nuclear muito reduzidos;
Grau II: carcinoma epidermóide moderadamente diferenciado: apresenta pérolas
córneas escassas ou ausentes, queratinização celular e pontes intercelulares
aparentes, de duas a quatro mitoses por 10 campos de grande aumento, algumas
mitoses atípicas, moderado pleomorfismo de células e núcleos, escassas células
gigantes multinucleadas;
Grau III: carcinoma epidermóide pouco diferenciado: raras pérolas córneas,
queratinização celular praticamente ausente, mais de quatro mitoses por 10 campos
de grande aumento, mitoses atípicas freqüentes, pleomorfismo celular e nuclear
muito pronun
ciados, freqüentes células gigantes multinucleadas.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4.2.1.2 Infiltração perineural
A infiltração neoplásica perineural foi considerada presente no
comprometimento de tecido adjacente aos filetes nervosos peri e/ou intratumorais.
4.2.1.3 Embolização vascular
Foi utilizado como critério a presença ou ausência de células neoplásicas, em
relação à luz dos vasos sanguíneos e/ou linfáticos peri e/ou intratumorais.
4.2.1.4 Padrão de invasão
O padrão de invasão classificou os tumores em quatro graus, a partir da relação
tumor/hospedeiro (ANNEROTH et al.,
54
1987; BRYNE et al.,
55
1989):
Grau 1: tumores que apresentam a interface tumor/hospedeiro bem delimitada,
uniforme, sendo denominado padrão de invasão deslocamento ou pushing;
Grau 2: tumores que apresentam a interface tumor/hospedeiro caracterizada por
cordões sólidos de células tumorais;
Grau 3: tumores que apresentam a interface tumor/hospedeiro caracterizada por
pequenos grupos de células tumorais ou cordões, sendo denominado padrão de
invasão infiltrante;
Grau 4: tumores que apresentam a interface tumor/hospedeiro caracterizada por
células únicas ou pequenos grupos celulares, sendo denominado padrão de invasão
dissociado.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4.2.1.5 Margens do tumor primário
A margem cirúrgica foi considerada comprometida na presença de carcinoma
invasivo e/ou carcinoma in situ nas margens da mucosa ou a presença de carcinoma
invasivo em qualquer parte da porção profunda da peça operatória do tumor
primário.
4.2.1.6 Linfonodos comprometidos pela neoplasia
Para a descrição dos níveis de comprometimento linfonodal, foi adotada a
classificação em (SHAH et al.,
56
1990):
Nível I: linfonodos submentonianos e submandibulares;
Nível II: linfonodos jugulares altos e os linfonodos que acompanham o nervo
acessório;
Nível III: linfonodos jugulares médios;
Nível IV: linfonodos jugulares baixos;
Nível V: linfonodos localizados na fossa supraclavicular, incluindo os
linfonodos médios e baixos da cadeia do nervo acessório e os cervicais transversos.
4.3 Tratamento da recidiva
Os pacientes com recidivas locais e/ou regionais foram submetidos à cirurgia;
cirurgia associada a radioterapia no pós-operatório; radioterapia exclusiva;
quimioradioterapia; quimioterapia adjuvante e a cuidados paliativos, quando sem
condições de tratamento com intenção curativa.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Nos casos de indicação de quimioterapia adjuvante no tratamento de resgate, as
indicações foram com intenção paliativa, em pacientes com Karnofzky superior a
70% e doença em progressão (KARNOFSY et al.,
57
1948).
Quanto ao tratamento de resgate com cirurgia, 19 pacientes foram submetidos a
uma segunda cirurgia de resgate e apenas três pacientes a uma terceira cirurgia de
resgate.
4.3.1 Seguimento
O seguimento dos pacientes foi realizado até a data do “último retorno” à consulta
médica, correspondente à data final de seguimento incluída nesse estudo.
4.3.2 Última Avaliação
A “última avaliação” foi realizada na data do último retorno ambulatorial do
paciente, dentro do período de seguimento considerado no estudo. Os pacientes
foram classificados de acordo com o Performance Status (PS) em
Vivo e sem doença (VIVAS)
Vivo e com doença (VIDOS)
Morte pela neoplasia primária (MOCA)
Morte por outras causas (MOS)
Os pacientes com perda de seguimento sem doença foram convocados, por
telefone ou correspondência (ECT). Foi considerado como perda de seguimento um
período igual ou superior ao dobro do período estipulado ao seguimento ambulatorial
periódico do paciente, sendo mensurado em meses. Dos 270 pacientes com
seguimento, houve 15 pacientes com perda de seguimento e sem doença,
correspondendo a 5,6% dos casos.
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___________________________________________________________________
4.4 Análise estatística
No cálculo da sobrevida livre de doença, nos pacientes vivos e sem doença na
última avaliação do estudo, foi considerada a data do primeiro tratamento da
recidiva, inclusive nos pacientes com mais de um tratamento de resgate. Nos
pacientes que foram submetidos ao tratamento de resgate e que não obtiveram
controle da doença loco-regional, o cálculo da sobrevida livre de doença foi
considerado a partir da segunda data da recidiva loco-regional.
Para a avaliação das variáveis quantitativas, foram utilizados os métodos do Chi-
quadrado e o teste de Fisher. Na avaliação das diferenças de sobrevida dos pacientes,
foram utilizados os métodos de Log-Rank e Wilcoxon e, na avaliação da sobrevida
dos pacientes, o método de Kaplan-Meier. Quanto à análise multivariada, foram
analisadas as variáveis que, na anãlise univariada, apresentaram significância
estatística (p<0,05) e foram utilizados os métodos de Regressão de Cox e Regressão
Logística.
Os programas de software utilizados foram o Statistica, versão 5.1 (Statsoft South
America, Inc.), Tulsa, Oklahoma, Estados Unidos da América e o Epi Info, versão
3.3.2
TM
criado pelo CDC (Centers of Disease Control and Prevention).
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5 RESULTADOS
5.1 Fatores prognósticos clínicos
Neste estudo, foram levantados 276 prontuários médicos consecutivos, dos quais
seis pacientes morreram no pós-operatório, decorrente de complicações clínicas, no
período do pós-operatório imediato até o 30° dia. Assim, restaram 270 pacientes com
seguimento médio de 35,3 meses. Vinte e cinco pacientes tiveram um seguimento
inferior a 12 meses e apenas dois pacientes com seguimento inferior a seis meses.
As recidivas loco-regionais e metástases a distância diagnosticadas, no período de
seguimento do estudo, estão exemplificadas na tabela 7.
Tabela 7. Distribuição dos pacientes de acordo com o tipo de recidiva loco-
regional e/ou metástase a distância.
Variável Categoria n %
Recidiva Local 66 23,9
Loco-regional 21 7,6
Local e distância 2 0,7
Local/Distância 7 2,5
Local/Segundo tumor 1 0,4
Regional 27 9,8
Regional/Distância 3 1,0
Loco-regional e distância 1 0,4
Regional e distância 1 0,4
Regional e segundo tumor 1 0,4
Distância 6 2,2
Segundo tumor 18 6,5
n=154 pacientes; /- eventos em datas distintas.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Nos 270 pacientes com seguimento, foram diagnosticados 20 casos de segundo
tumor primário. Onze tumores primários foram constatados em sítios da cabeça e
pescoço, sendo nove deles em cavidade bucal e orofaringe. Os nove casos restantes
foram comprovados em pulmão, esôfago, estômago e via biliar.
Dos 127 pacientes com recidivas loco-regionais, 89 destes foram submetidos ao
tratamento de resgate. Dos 89 pacientes, 76 foram à cirurgia de resgate e 13 foram à
radioterapia ou quimioradioterapia de resgate.
Dos 38 pacientes restantes com recidiva loco-regional, cinco destes recusaram
tratamento de resgate; irressecabilidade da doença em 22 pacientes; dois pacientes
com complicações clínicas, tais como abscesso pulmonar e abstinência alcoólica. Os
nove casos restantes não tiveram indicação de tratamento pela extensão da doença,
frente ao tamanho da cirurgia, morbi-mortalidade e prognóstico desfavorável.
A distribuição dos 127 casos de recidivas loco-regionais, de acordo com o
tratamento instituído e o tipo de recidiva estão exemplificados na tabela 8.
Tabela 8. Distribuição da casuística de acordo com o tipo de recidiva e o
tratamento instituído no resgate.
Variável (T) Categoria
Tipo de recidiva
Local
Regional
Loco-regional
Total
Cir Cir/RXT RXT Pal
Total
39 7 7 21
74
11 2 12 6
31
3 4 4 11
22
53 13 23 38
127
n=127 recidivas loco-regionais, Cir- cirurgia; Cir/RXT- cirurgia e radioterapia pós-operatória;
RXT- radioterapia; Pal- paliação.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Os pacientes submetidos à cirurgia de resgate foram 17/37 (45,9%) em orofaringe;
52/82 (63,4%) em cavidade bucal e 7/8 (87,5%) em lábio. Agrupando o lábio em
subsítio anatômico de boca, tivemos 67% resgates com cirurgia em boca. Com a
aplicação do teste de Fisher, as cirurgias de resgate de boca e orofaringe obtiveram
um valor de p= 0,04.
A distribuição do tipo de tratamento, de acordo com a recidiva e o sítio anatômico
está na tabela 9.
Tabela 9. Distribuição do tipo de tratamento da recidiva loco-regional de acordo
com o sítio e recidiva.
Variável Resgate
Recidiva/Sítio
Cir RXT Cir/RXT
SR
Orofaringe L 11 2 2 7
Orofaringe R 1 0 3 3
Orofaringe LR 0 2 0 6
Total
Boca L
Boca R
Boca LR
12
26
10
3
4
5
2
2
5
4
5
4
16
14
3
4
Total
Lábio L
Lábio R
Lábio LR
Total
39
2
0
0
2
9
0
0
0
0
13
1
4
0
5
21
0
1
0
1
Quanto à realização de radioterapia pós-operatória no tratamento inicial e o tipo
de tratamento da recidiva loco-regional, constatou-se que 53 pacientes realizaram
radioterapia pós-operatória e 74 pacientes realizaram apenas cirurgia no tratamento
n=127 recidivas, L- recidiva local, R- recidiva regional, LR- recidiva loco-
regional, Cir- cirurgia, RXT- radioterapia, Cir/RXT- cirurgia e radioterapia,
SR- sem resgate.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
inicial. Dentre os 53 pacientes irradiados no tratamento inicial, 26 foram submetidos
à cirurgia de resgate e 27 não foram submetidos à cirurgia de resgate. Dos 74
pacientes sem radioterapia prévia, 50 foram submetidos à cirurgia de resgate, e os 24
restantes, não (Tabela 10).
Tabela 10. Distribuição do tipo de tratamento da recidiva loco-regional de acordo
com a realização de radioterapia no tratamento inicial.
Variável Categoria Cir
Cir/RXT
RXT
SR
RXT(inicial)
Sim 14 0 0 15
Recidiva local
Recidiva regional 6 5 0 5
Recidiva loco-regional 1 0 0 7
Não Recidiva local 25 7 7 45
Recidiva regional 5 7 2 15
Recidiva loco-regional 2 4 4 14
O tipo de tratamento de resgate instituído, cirurgia, cirurgia e radioterapia pós-
operatória e quimioradioterapia, em relação à realização de radioterapia no
tratamento inicial demonstrou diferença estatisticamente significante, com aplicação
do teste de Fisher bi-caudal (Tabela 11).
Tabela 11. Distribuição da cirurgia de resgate de acordo com a realização de
radioterapia no tratamento inicial.
RXT (inicial)
Cirurgia de resgate
Sim Não
p
Sim
Não
26 27
0,04
50 24
n=127 recidivas, Cir-cirurgia, Cir/RXT-cirurgia e radioterapia, RXT- radioterapia,
SR- sem tratamento de resgate.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Quando se avaliou o número de resgate cirúrgico com o tipo de recidiva, foram
obtidos 62% de resgate nas recidivas locais isoladas; 79% de resgate nas recidivas
regionais isoladas e 31% de resgate em recidivas loco - regionais.
Na comparação dos casos submetidos à cirurgia de resgate, em relação ao tipo de
recidiva loco-regional (recidiva exclusiva, local ou regional com os casos de
recidivas loco – regionais), obteve-se um valor de p igual a 0,004, com a aplicação
do teste de Fisher.
Vinte e nove casos com estadiamento clínico inicial precoce (I e II) foram
submetidos à cirurgia de resgate e nove casos não foram candidatos à cirurgia de
resgate. Quanto ao estadiamento clínico inicial avançado, 47 casos foram submetidos
à cirurgia de resgate e 42 casos, não. Ao comparar-se a realização de cirurgia de
resgate com o estádio clínico inicial, através da aplicação do teste de Fisher, obteve-
se um maior número de cirurgias de resgate nos pacientes com estádio inicial precoce
quando comparado aos pacientes com estádio clínico avançado. O valor de p
encontrado foi de 0,01.
A distribuição do tipo de tratamento de resgate no diagnóstico da recidiva loco-
regional, cirurgia exclusiva, cirurgia e radioterapia pós-operatória e radioterapia
exclusiva, em relação ao estadiamento clínico inicial, está na tabela 12.
Tabela 12. Distribuição do tipo de tratamento de resgate de acordo com o
estadiamento clínico inicial.
Variável
Resgate
(%)
Cir RXT
Cir/RXT
SR
n
EC I 5 (71,4)
0 (0) 1 (14,3)
1 (14,3)
7
EC II 18 (58) 4 (12,9)
5 (16,1)
4 (12,9)
31
EC III 15 (34,9)
7 (16,3)
9 (20,9)
12 (27,9)
43
EC IV 15 (32,6)
2 (4,3) 8 (17,4)
21 (45,6)
46
Aplicação do teste de Fisher
; n=76 casos de cirurgia de resgate.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
No estadiamento clínico da recidiva loco-regional, quatro pacientes foram
estadiados como “x,” ou seja, não foi possível avaliar o tamanho do tumor
primário na recidiva loco-regional. A distribuição dos pacientes submetidos a
tratamento de resgate, de acordo com o estadiamento clínico inicial e no
diagnóstico da recidiva loco-regional, está na tabela 13.
Tabela 13. Distribuição do tipo de tratamento da recidiva loco-regional de acordo
com o estadiamento clínico inicial e na recidiva loco-regional.
Variável
Resgate (%)
Cir RXT Cir/RXT
SR n
EC inicial EC recidiva
I/II I/II 19 (86,4) 1 (4,5) 1 (4,5) 1 (4,5) 22
I/II III/IV 4 (25) 3 (18,7) 5 (31,2)
4 (25) 16
I/II X 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0
III/IV I/II 11 (78,6) 1 (7,1) 2 (14,3)
0 (0) 14
III/IV III/IV 18 (25,3) 8 (11,3) 14 (19,7)
31 (43,7)
71
III/IV X 1 (25) 0 (0) 1 (25) 2 (50) 4
O TNM dos pacientes submetidos à cirurgia de resgate, com ou sem radioterapia
pós-operatória, encontra-se exemplificado na tabela 14.
Total 53 (41,7)
13 (10,2)
23 (18,1)
38 (29,9)
127
n=127 recidivas, EC- estádio clínico, Cir- cirurgia, Cir/RXT- cirurgia e
radioterapia, RXT- radioterapia; SR- sem tratamento.
n=127 recidivas, EC- estádio clínico, Cir- cirurgia, Cir/RXT- cirurgia e radioterapia, RXT-
radioterapia, SR- sem tratamento .
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Tabela 14. Distribuição dos pacientes submetidos à cirurgia de resgate de
acordo com o TNM.
N0 N1 N2 N3 Nx
T0 0 7 14 0 2
T1 24 0 1 0 0
T2 8 1 0 0 0
T3 1 0 0 0 0
T4 14 1 1 0 0
Tx 0 0 1 0 0
n= 76 cirurgias de resgate.
O estadiamento clínico na recidiva loco-regional, a realização de radioterapia
prévia e o sítio anatômico da recidiva foram os fatores preditivos para o tratamento
de resgate na análise multivariada (Tabela 15).
Tabela 15. Distribuição da análise multivariada dos fatores preditivos para
resgate.
Na análise do número de resgates cirúrgicos, em relação ao estadiamento clínico
na recidiva loco-regional, encontramos 33 casos de estádio clínico precoce que foram
Variável Estimado Erro padrão p
Estádio clínico recidiva -3,3 1,1 0,00
Sítio recidiva -1,7 0,5 0,00
Estádio clínico inicial -0,2 0,6 0,70
Radioterapia prévia -1,2 0,5 0,01
Aplicação da regressão logística
;
Const. ßO=10,17; n=122
recidivas loco-regionais,
sendo excluídos os pacientes com estádio clínico Tx ou Nx na recidiva loco-regional.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
submetidos à cirurgia de resgate e apenas três casos não foram candidatos à cirurgia.
Já nos tumores de estádio clínico avançado na recidiva loco-regional, 41 foram
submetidos à cirurgia de resgate e 46 casos não foram candidatos à cirurgia de
resgate. Aplicando-se o teste de Fischer, obteve-se um valor de p igual a 0,0001, ou
seja, os pacientes com estádio clínico precoce na recidiva loco-regional foram
submetidos a um maior número de cirurgias de resgate, quando comparados com os
pacientes com estádio clínico avançado na recidiva loco-regional.
5.2 Fatores prognósticos histopatológicos
Dentre as variáveis histopatológicas descritas nos laudos das cirurgias de resgate,
foram avaliados a margem do tumor primário e a presença de invasão perineural. Os
demais critérios histopatológicos não foram avaliados, devido à ausência de
descrição nos laudos das recidivas loco-regionais. Portanto, avaliamos a margem do
tumor primário num total de 44 pacientes e a infiltração perineural em 28 pacientes.
Em relação à margem do tumor primário, comparamos a presença de
comprometimento da margem pelo tumor primário na recidiva local com a
probabilidade de “nova” recidiva local. Nos 16 pacientes com margem
comprometida na recidiva local, sete deles desenvolveram uma segunda recidiva
local. Por sua vez, nos 28 pacientes com margem livre na recidiva local, 17
evoluíram com segunda recidiva local. A aplicação do teste de Fisher resultou num
valor de p igual a 0,35 (Tabela 16).
Tabela 16. Distribuição dos pacientes com recidiva local de acordo com o
comprometimento da margem cirúrgica.
Variável Segunda recidiva local
Sim Não
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Margem positiva
Margem negativa
p
9 7
0,3
11 17
n= 44 pacientes com recidiva local e avaliação da margem nos laudos histopatológicos.
Quanto à presença de infiltração perineural, comparamos a presença de infiltração
na recidiva local com a probabilidade de uma segunda recidiva local e foi obtido um
valor de p igual a 0,66, com aplicação do teste de Fisher. Nos sete pacientes com
presença de infiltração perineural na recidiva local, cinco destes desenvolveram outra
recidiva local. Já nos 21 pacientes com ausência de infiltração perineural na recidiva
local, 12 destes desenvolveram segunda recidiva local (Tabela 17).
Tabela 17. Distribuição dos pacientes com recidiva local de acordo com a
infiltração perineural.
Variável Segunda recidiva local
Infiltração perineural
presente
Infiltração perineural
ausente
Sim Não
p
2 5
0,6
9 12
n= 28 pacientes com recidiva local e avaliação da infiltração perineural nos laudos
histopatológicos.
5.3 Fatores prognósticos de tratamento
Em relação ao intervalo de tempo do diagnóstico da recidiva loco-regional, a
partir do tratamento inicial, foram diagnosticados no período de até seis meses de
seguimento 36/59 (61%) pacientes com recidiva loco-regional; de seis a 12 meses em
22/43 (51%) pacientes com recidiva loco-regional e, num período superior a 12
meses, em 18/25 (72%) pacientes (Gráfico 1).
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Gráfico 1. Sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em relação ao
intervalo de tempo entre o tratamento inicial e a recidiva loco-
regional.
A sobrevida livre de doença a cinco anos nos pacientes submetidos à cirurgia de
resgate foi de 13% nas recidivas loco - regionais até seis meses pós-tratamento
inicial; 40% nas recidivas loco - regionais entre seis meses e 12 meses do tratamento
inicial, e de 48% nas recidivas loco - regionais após 12 meses do tratamento inicial.
Com aplicação do teste do Chi-quadrado, o valor de p foi estatisticamente
significante (p= 0,00001).
Dos 89 pacientes submetidos ao tratamento de resgate, 41 encontravam-se vivos e
sem doença com um seguimento médio de 25,7 meses (considerado a partir da data
Aplicação do teste de Wicoxon, n= 89 resgates, < 6m- recidiva loco-regional
até 6 meses pós-tratamento inicial, 6-12m- recidiva loco-regional entre 6
meses e 12 meses pós-tratamento inicial, . 12m- recidiva loco-regional após
12 meses do tratamento inicial.
p=0,0009
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
da primeira recidiva em todos os casos, inclusive nos pacientes que desenvolveram
uma segunda recidiva loco-regional e que foram submetidos a um re-tratamento de
resgate). Trinta e oito pacientes morreram pela doença loco-regional e a distância;
dois morreram por outras causas não relacionadas ao tumor primário tratado, e oito
estavam vivos e com doença no período de seguimento considerado no estudo
(Tabela 18).
Tabela 18. Distribuição do status do paciente pós-tratamento de resgate na data
da última avaliação, de acordo com o tipo de recidiva e o tipo de
tratamento.
Recidiva/ Tratamento VIAS MOAS
MOCA VIDO
Local Cir 25
1
10
3
Local RXT 2
0
5
0
Local Cir/RXT 3
0
4
0
Total 30
1
19
3
Regional Cir 4
1
6
0
Regional RXT 0
0
0
2
Regional Cir/RXT 5
0
5
2
Total 9
1
11
4
Loco-regional Cir 1
0
2
0
Loco-regional RXT 0
0
3
1
Loco-regional Cir/RXT 1
0
3
0
Total 2
0
8
1
A sobrevida livre de doença dos 89 pacientes tratados no resgate encontra-se
exemplificada no gráfico 2.
n=89 resgates; Cir- Cirurgia, RXT- Radioterapia, Cir/RXT- Cirurgia e
radioterapia. VIAS- Vivo e sem doença, MOAS- morte por outra causa, MOCA-
morte pela doença, VIDO- vivo e com doença.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Gráfico 2. Distribuição da sobrevida livre de doença a cinco anos pós-resgate.
As diferenças das curvas de sobrevida livre de doença a cinco anos após o
tratamento de resgate dos 89 pacientes, em relação ao estadiamento clínico na
recidiva loco-regional foi estatisticamente significante e encontra-se exemplificada
no gráficos 3.
A sobrevida livre de doença a cinco anos pós-resgate dos 89 casos, em relação ao
estadiamento clínico inicial e na recidiva loco-regional, foi estatisticamente
significante (p=0,02) (Gráfico 4).
Aplicação do teste de Kaplan Meier, n=89 resgates.
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___________________________________________________________________
Gráfico 3. Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em
relação ao estadiamento clínico na recidiva loco-regional.
Gráfico 4. Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em
relação ao estadiamento clínico inicial e na recidiva loco-regional.
Aplicação do teste de Wilcoxon, n= 89 resgates, rI/II- estadiamento clínico precoce na
recidiva loco-regional, rIII/IV- estadiamento clínico avançado na recidiva loco-regional.
p=0,018
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Com a utilização de radioterapia pós-operatória no tratamento inicial, obteve-se
12% de sobrevida livre de doença a cinco anos nos 127 pacientes com recidivas loco-
regionais versus 37% de sobrevida livre de doença a cinco anos nos pacientes sem
radioterapia complementar pós-operatória no tratamento inicial (p=0,03).
O gráfico 5 mostra a sobrevida livre de doença nos 89 pacientes submetidos ao
tratamento de resgate, de acordo com o tipo de tratamento da recidiva loco-regional.
Gráfico 5. Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos em
relação ao tipo de tratamento de resgate.
Aplicação do teste de Wilcoxon, n= 89 resgates, II- estadiamento clínico precoce
inicial e na recidiva, AI- estadiamento clínico avançado inicial e precoce na recidiva,
IA- estadiamento precoce inicial e avançado na recidiva, AA- estadiamento avançado
inicial e avançado na recidiva.
p=0,026
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___________________________________________________________________
As diferenças das curvas de sobrevida livre de doença a cinco anos após o
tratamento de resgate dos 89 pacientes, de acordo com o tipo de recidiva loco-
regional, ou seja, local exclusiva, regional exclusiva ou loco-regional foi
estatisticamente significante (p=0,02) (Gráfico 6).
Gráfico 6. Distribuição da sobrevida livre de doença pós-resgate a cinco anos de
acordo com o tipo de recidiva loco-regional.
Aplicação do teste de Wilcoxon, n= 89 recidivas loco-regionais, sendo 76 casos de cirurgias
de resgate e 13 casos de radioterapia de resgate. Cir- Cirurgia, Rxt- Radioterapia, CirRxt-
cirurgia e radioterapia.
p=0,0017
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O sítio anatômico do tumor primário, cavidade bucal e orofaringe, não
demonstrou diferença estatisticamente significante na sobrevida livre de doença a
cinco anos, nos 89 pacientes submetidos ao tratamento de resgate (p=0,74).
Foram diagnosticados 20 casos de metástases a distância, sendo múltiplas em três
casos. Os sítios de metástases a distância foram sete em pulmão; seis em pele; dois
em axila; dois em cérebro; três em ossos (coluna e arco costal); um em musculatura
paravertebral; um em pleura e dois em base de crânio. O tempo de diagnóstico da
metástase a distância, em relação ao tratamento inicial, foi de 10,4 meses (mediana).
Em relação ao desenvolvimento de segundo tumor primário, foram diagnosticados
20 casos nos 270 pacientes. Onze destes casos foram em cabeça e pescoço, sendo
que o tratamento inicial foi cirúrgico em nove casos e radioterápico em apenas dois
casos. A sobrevida livre de doença a cinco anos ficou em torno de 70%. A
distribuição dos sítios de segundo tumor primário e o tratamento realizado encontra-
se na tabela 19.
Aplicação do teste de Wilcoxon, n= 89 resgates, L- recidiva local, R- recidiva
regional, LR- recidiva loco-regional.
p=0,02
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Tabela 19. Distribuição do segundo tumor primário.
Variável Categoria n %
Sítio anatômico
Boca 3 15,0
Orofaringe 6 30,0
Laringe 1 5,0
Fossa nasal 1 5,0
Pulmão 4 20,0
Esôfago 3 15,0
Estômago 1 5,0
Vias biliares 1 5,0
Na análise multivariada dos 89 pacientes submetidos ao tratamento de resgate, o
tipo de resgate e o intervalo de tempo entre o tratamento inicial e a recidiva foram
fatores significativos na sobrevida livre de doença (Tabela 20).
Tabela 20. Distribuição da análise multivariada da sobrevida livre de doença.
Variável beta Valor-t p
Estádio clínico inicial 0,702236 1,85769 0,06
Estádio clínico recidiva 0,112800 0,27969 0,77
Tipo recidiva 0,325194 1,41908 0,15
Tipo resgate 1,513538 3,82687 0,00
Intervalo tempo até resgate -0,931634 -3,48814 0,00
A sobrevida livre de doença a cinco anos dos 76 pacientes submetidos à cirurgia
de resgate, de acordo com os subsítios anatômicos na recidiva loco-regional
encontra-se exemplificada na tabela 21
Tabela 21. Distribuição das cirurgias de resgate e sobrevida livre de doença
segundo os sítios anatômicos.
n= 20 casos de segundo tumor primário.
Aplicação da regressão de Cox
;
n= 89 resgates.
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Sítio anatômico Resgate
(n)
Língua/soalho
1
Andar inferior
boca
2
Andar superior
boca
Lábio
3
Região tonsilar
38
9
5
7
17
A sobrevida global a cinco anos dos pacientes submetidos à cirurgia ou
quimioradioterapia de resgate encontra-se exemplificada no gráfico 7.
A sobrevida global a cinco anos dos 270 pacientes com seguimento neste estudo,
cujos prontuários médicos foram consecutivamente levantados, encontra-se
exemplificada no gráfico 8.
Gráfico 7. Distribuição da sobrevida global a cinco anos dos pacientes
submetidos a resgate.
n= 76 cirurgias de resgate; SLD- sobrevida livre de doença;
1
inclui
gengiva inferior, área retromolar e mucosa jugal,
2
inclui gengiva superior e
palato duro,
3
inclusão de base de língua e palato mole, pela presença de
apenas dois casos de cirurgias de resgate, em cada um destes sítios.
Exclusão de parede posterior da orofaringe.
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Gráfico 8. Distribuição da sobrevida global a cinco anos.
Aplica
ção do teste de Kaplan Meier, n= 270 pacientes.
Aplicação do teste de Kaplan Meier, n=89 pacientes.
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6 DISCUSSÃO
A recidiva loco-regional do carcinoma epidermóide de cavidade bucal e
orofaringe está associada com vários fatores clínicos e histopatológicos e seu
tratamento pode resultar em significativa morbidade, incluindo seqüelas funcionais
na fala e deglutição (GANLY et al.,
58
2000; GOODWIN
13
, 2000).
São discutidos os fatores prognósticos clínicos, histopatológicos e de tratamento
nas recidivas loco-regionais diagnosticadas no período deste estudo que podem
interferir na indicação e no resultado da cirurgia de resgate no Departamento de
Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis. Quanto
às recidivas locais e regionais isoladas, obtiveram-se 62% e 79% de cirurgia de
resgate, respectivamente. Ao compararmos com a série histórica, os índices de
cirurgias de resgate foram de 45% e 63% nas recidivas locais e regionais isoladas,
respectivamente (AMAR et al.,
11,12
2003, 2005).
6.1 Fatores prognósticos clínicos
O sítio do tumor primário é um fator associado ao resultado da cirurgia de resgate
e em nossa casuística, as recidivas loco - regionais de boca tiveram maior indicação
de cirurgia de resgate, quando comparado às recidivas loco - regionais de orofaringe.
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Uma das causas do maior número de cirurgias de resgate pode ser o diagnóstico
realizado com maior facilidade e em estádio clínico precoce, devido à exposição no
exame loco-regional, em relação aos sítios de localização mais posterior, tais como a
base da língua e a região supraglótica da laringe. Além disso, os tumores primários
da orofaringe comumente são carcinomas epidermóides com menor grau de
diferenciação celular e de replicação celular maior do que os tumores primários de
localização anterior. Este fato pode associar-se a uma manifestação clínica da
recidiva em estádio clínico avançado, reduzindo a probabilidade de tratamento com
intenção curativa no resgate. É claro que este fator isolado não é responsável pelo
menor número de cirurgias de resgate na orofaringe; entretanto, considerando-se um
comportamento biológico semelhante na primeira manifestação da doença, as lesões
diagnosticadas em maior número nos estádios clínicos avançados e,
conseqüentemente, quando de indicação cirúrgica inicial, com menor probabilidade
de uma segunda cirurgia, devido às limitações de ressecabilidade da cabeça e
pescoço.
Em nosso estudo dos pacientes com carcinoma epidermóide de cavidade bucal e
orofaringe, foram diagnosticados apenas 20 casos de metástases a distância, com
mediana do intervalo de diagnóstico do tratamento inicial e da recidiva em 10,4
meses, sendo semelhante à série histórica do Departamento de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis, que é de 14,5 meses. Um
ponto a ser ressaltado é o baixo número de diagnósticos de metástases a distância,
sendo inferior a 5%, independentemente do tempo de diagnóstico, do sítio anatômico
e do controle da doença loco-regional. Provavelmente associamos este baixo número
de metástase a distância pela ausência de um screening para diagnóstico das
metástases hematogênicas no seguimento dos pacientes com carcinoma epidermóide,
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exceto pela realização anual de radiografia simples de tórax. Os demais exames são
solicitados apenas na presença de sintomas relatados pela paciente ou sinais ao
exame físico indicativos de doença disseminada (AMAR et al.,
59
2003).
É discutível se a padronização de exames, tais como tomografia computadorizada,
ultrassonografia e panendoscopias nas diretrizes de seguimento dos pacientes
tratados por carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço trariam maior benefício de
tempo livre de doença e qualidade de vida, acrescido aos custos onerosos de tais
exames, tanto no diagnóstico de metástase a distância quanto de segundos tumores
primários (SHAHA et al.,
60
1988; NEEL
61
, 1984).
A incidência de metástase a distância isolada e com controle loco-regional da
doença apresenta-se de 5%, 7% e 20%, respectivamente (LÉON et al.,
62
2000;
VIKRAM et al,
63
1984; LINDBERG
64
, 1983). Em nosso estudo, avaliamos os
carcinomas epidermóides de cavidade bucal e orofaringe e apresentamos uma
incidência de metástase a distância (exclusiva) inferior aos resultados na literatura,
mesmo levando-se em consideração o estudo de dois sítios anatômicos, enquanto que
os índices na literatura comumente englobam mais de dois sítios anatômicos da
cabeça e pescoço. Os pacientes restantes com metástase a distância tiveram falência
clínica sem controle da doença loco-regional, entretanto, pela necessidade de exames
complementares no diagnóstico e ausência de sintomas ou sintomas mínimos, torna-
se difícil estabelecer se o aparecimento da metástase a distância foi diagnosticado
tardiamente ou sincronicamente à recidiva loco-regional sem posibilidades de
tratamento de resgate. No diagnóstico da metástase a distância, a maior parte destas
torna-se clinicamente manifesta nos primeiros dois anos de seguimento, sendo
coincidente com os resultados na casuística em estudo (CALHOUN et al.,
65
1994;
LEÓN et al.,
62
2000).
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Nessa casuística, diferentemente dos sítios anatômicos encontrados na literatura,
foi realizado diagnóstico de metástase a distância para base de crânio em dois casos.
Apesar do levantamento dos dados nos prontuários médicos, podem ser vistos com
atenção especial, haja vista ser mais comum a presença de recidivas regionais em
cadeia jugular alta com invasão de base de crânio secundária, ou, ainda, recidivas
locais com infiltração perineural e manifestação na base do crânio ou em
continuidade com a fibrose cervical, decorrente de cirurgia e/ou radioterapia prévias,
sendo de difícil diagnóstico diferencial com recidiva regional e metástase
hematogênica, sendo provável que esses casos poderiam ser considerados como
recidivas loco-regionais, e apresentavam controle loco-regional da doença, com
tratamento cirúrgico inicial associado à radioterapia pós-operatória, pela presença de
linfonodos comprometidos pelo tumor em cadeia júgulo-carotídea alta (nível II) e
ruptura capsular. Por outro lado, a favor de metástase a distância para base do crânio
é o diagnóstico menos freqüente durante o terceiro ano de seguimento, período no
quais as recidivas loco-regionais são menos freqüentes.
O desenvolvimento de segundo tumor primário no seguimento do carcinoma
epidermóide de cabeça e pescoço é constante e não há decréscimo de sua incidência
com o tempo (LIPPMAN et al.,
66
1989). Em nosso estudo foram demonstrados
resultados semelhantes, com número de risco constante do primeiro ao quinto ano de
seguimento, sendo de 1,4 a 1,7 ao ano. Assim, a interpretação é que,
independentemente, do número de anos de seguimento, a incidência mantém-se
constante e com risco de segundo tumor constante. Por sua vez, a incidência de
segundo tumor primário nesse estudo foi baixa e coincidente com outras séries,
podendo-se atribuir à presença de tumores em estádios clínicos avançados. Sendo
assim, torna-se importante o esclarecimento do paciente aos sintomas e sinais da
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___________________________________________________________________
doença, para que este procure o médico na suspeita de um novo tumor. Tal conduta
tem atenção especial aos pacientes com primeiro tumor primário em estádio clínico
precoce, pela maior probabilidade de desenvolvimento de um segundo tumor, pela
maior sobrevida após o tratamento inicial (LEÓN et al.,
62
2000).
WONG et al.,
16
em 2003, demonstraram que as recidivas locais de tumores em
cavidade bucal, tratados inicialmente com cirurgia, apresentaram tendência superior
à cirurgia de resgate e melhor sobrevida global a cinco anos, devido à maior
facilidade de diagnóstico, em relação às recidivas na orofaringe (p=0,08). Entretanto,
os resultados deste estudo não demonstraram diferença estatisticamente significante
na sobrevida livre de doença, quanto ao sítio anatômico, coincidente com outros
autores (AGRA e KOWALSKI
35
, 2004; STELL
36
, 1991).
Além do sítio anatômico do tumor primário, o tipo de recidiva loco-regional é
outro fator que interfere na indicação do tipo de re-tratamento, ou seja, as recidivas
locais e regionais exclusivas têm maior tendência ao tratamento de resgate quando
comparadas às recidivas loco-regionais. Os trabalhos na literatura demonstram maior
número de resgate, especialmente cirúrgico, nas recidivas locais exclusivas e nas
regionais exclusivas e sem tratamento prévio do pescoço, todavia, não correlacionam
os resultados do tratamento com o tipo de recidiva loco-regional (SCHWARTZ et
al.,
34
2000).
AGRA e KOWALSKI
35
, por sua vez, demonstraram na análíse multivariada
ausência de significância estatística do tipo de recidiva loco-regional com a
sobrevida global a cinco anos dos pacientes portadores de carcinoma epidermóide de
cavidade bucal e orofaringe, submetidos à cirurgia de resgate.
Quanto aos tumores de lábios, um dos primeiros pontos a serem ressaltados foi o
seguimento periódico dos pacientes, num intervalo de tempo de 35,3 meses neste
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estudo, uma vez que as recidivas regionais destes tumores comumente são mais
tardias, num período de dois a três anos de seguimento pós-tratamento inicial.
Entretanto, as recidivas loco-regionais ocorreram, em média, 7,6 meses pós-
tratamento inicial. As recidivas regionais passíveis de tratamento cirúrgico foram
submetidas à cirurgia de resgate, especialmente, nos pacientes com tumores iniciais e
pescoço clinicamente N0 e sem indicação de esvaziamento cervical (AMAR et al.,
24
,
2004). Nos pacientes com recidivas locais, o risco de metástases regionais é maior e
há indicação de esvaziamento cervical na ocasião da cirurgia de resgate do tumor
primário (ROBBINS et al.,
67
2001). Todavia, apesar do número pequeno de recidivas
locais exclusivas e sem esvaziamento cervical associado à cirurgia de resgate, não
observamos os mesmos achados.
Quanto ao tipo de tratamento de resgate, a irradiação prévia pós-operatória
também foi outro fator que interfere na indicação da cirurgia de resgate, tanto no sítio
primário quanto no pescoço, com sobrevida livre de doença a cinco anos de 12% nos
pacientes irradiados versus 37% nos pacientes não irradiados (ECKARDT et al.,
6
2004; LEEMANS et al.,
29
1994). Este fato pode associar-se à presença de um tumor
em estádio clínico e histopatológico inicial precoce que, na vigência de recidiva loco-
regional, tem maior probabilidade de um re-tratamento cirúrgico pela presença de
uma lesão potencialmente ressecável, perante uma ressecção prévia de menor
tamanho ou pela presença de uma recidiva regional em pescoço não tratado e, ainda,
ausência dos danos teciduais e fibrose do leito pós-operatório, decorrentes da
radioterapia pós-operatória (AMAR et al.,
12
2005).
As maiores incidências de recidivas locais, estão correlacionada com o tamanho
do tumor primário inicial, assim como o controle loco-regional após a cirurgia de
resgate está correlacionado ao estádio T inicial (YUEN et al.,
23
1998; SPIRO et al.,
3
_________________________________________________________________
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1971; SCHWARTZ et al.,
34
2000; ECKARDT et al.,
6
2004). Portanto, as lesões
tratadas com cirurgia e radioterapia previamente são de estádio clínico avançado (III
e IV) e com menor probabilidade de um re-tratamento independentemente da
terapêutica de re-tratamento instituída. Nesta casuística foi demonstrado que a
incidência de recidiva local está relacionada ao tamanho do tumor primário inicial e
correlaciona-se com a indicação de tratamento de resgate e sobrevida livre de doença
após o resgate. Ainda, neste estudo e em vários trabalhos, o tratamento de resgate
tem melhores resultados de sobrevida livre de doença a cinco anos, quando
relacionado ao estádio clínico na recidiva loco-regional (AGRA et al.,
35
2004;
GLEICH et al.,
21
2004). Neste contexto, toda recidiva loco-regional é e deverá ser
um dilema, ou melhor, uma questão sobre a qual o médico especialista deverá refletir
cuidadosamente, mesmo na presença de lesões tratadas com cirurgias prévias
extensas e com radioterapia no pós-operatório, haja vista, que as recidivas loco-
regionais extensas podem ser beneficiadas com o resgate, especialmente, a cirurgia
de resgate. Ainda, vale ressaltar que o baixo índice de controle da doença pós-resgate
cirúrgico nas lesões avançadas, corresponde a 100% de cura para o paciente que tem
controle da doença. Num estudo de 28 recidivas locais de carcinoma epidermóide de
cabeça e pescoço de estádio T inicial T3 e T4, apenas quatro pacientes estavam vivos
a cinco anos, com sobrevida global pós-resgate cirúrgico de apenas 16% (GLEICH et
al.,
21
2004).
Considerando-se o tratamento de resgate cirúrgico, os pacientes submetidos à
cirurgia de resgate com estádio clínico precoce na recidiva loco-regional foram 12
vezes mais resgatados do que nos pacientes com estádio clínico avançado, conforme
demonstrado também em outras séries na literatura (AGRA e KOWALSKI
35
, 2004;
SPIRO et al.,
3
1971).
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É válido ressaltar que a recidiva local em estádio clínico precoce é
inexoravelmente de tratamento cirúrgico, mesmo em situações com tratamento
inicial cirúrgico associado à radioterapia complementar; fatores estes que denotam
doença inicial em estádio clínico avançado (AMAR et al.,
12
2005; GLEICH et al.,
21
2004). Dados de nosso trabalho que corrobora esta afirmação é que 78,6% dos casos
de recidivas em estádio clínico precoce eram de estádio clínico inicial avançado,
mas, é possível que uma recidiva local precoce tenha alcançado seu limite de
ressecabilidade na cirurgia inicial, não sendo possível o re-tratamento cirúrgico,
mesmo assim, uma lesão de menor dimensão é potencialmente maior candidata à
cirurgia de resgate, em relação às recidivas locais extensas. Por sua vez, nos
pacientes portadores de recidiva loco-regional de estádio clínico avançado, a
indicação de tratamento de resgate, em especial as cirurgias de resgate, outros fatores
devem ser considerados, tais como tratamento prévio, tempo de recidiva após
tratamento inicial, estado geral do paciente, morbi-mortalidade da cirurgia,
necessidade de reconstrução, seqüelas funcionais e estéticas, reabilitação
fonoaudiológica e o sucesso do tratamento. YUEN et al.,
19
em 1997, obtiveram
resultados favoráveis com cirurgia de resgate em 47 recidivas loco-regionais de
tumores de cavidade bucal, sendo que 77,8% tiveram indicação de reconstrução com
apenas 17% de complicações pós-operatórias e sobrevida livre de doença a cinco
anos foi de 43%.
Quanto ao tipo de tratamento inicial, não é o objetivo deste estudo o tratamento de
resgate após radioterapia e quimioterapia concomitantes no tratamento inicial.
Assim, todas as considerações estão baseadas apenas na indicação de cirurgia isolada
e cirurgia associada à radioterapia complementar no tratamento inicial.
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Interessante ser ressaltado que várias publicações em literatura demonstram os
fatores prognósticos na recidiva loco-regional e os resultados de resgate (em geral,
cirúrgico) com casuísticas de tratamento inicial com cirurgia associada ou não à
radioterapia pós-operatória e radioterapia exclusiva (PEARLMAN
68
, 1979; AMAR
et al.,
12
2005; FITZPATRICK e TEPPERMAN
69
, 1982). Esta miscelânia de
tratamento inicial, assim como a miscelânia de diversos sítios anatômicos de cabeça
e pescoço na mesma casuística, são fatores que interferem na interpretação das
recidivas loco-regionais e do seu tratamento de resgate, possivelmente decorrente de
casuísticas com número pequeno de pacientes e poucos estudos multicêntricos e/ou
randomizados.
6.2 Fatores prognósticos histopatológicos
Conforme comentado na casuística do estudo, a avaliação dos fatores
prognósticos histopatológicos foi baseada apenas no levantamento retrospectivo dos
exames em prontuários médicos, sem a revisão de todas as lâminas do tumor
primário e do linfonodo, tanto da cirurgia inicial quanto do resgate. Um dos nossos
objetivos é a avaliação de fatores prognósticos histopatológicos no resgate, e, a
ausência de descrição nos laudos de exames histopatológicos ocorreu praticamente
nos casos de cirurgias de resgate. Assim, a margem do tumor primário e a infiltração
perineural foram os critérios descritos mais frequentemente nos laudos dos exames.
A margem do tumor primário comprometida pela neoplasia está relacionada à maior
probabilidade de recidivas locais. JONES et al.,
25
em 1992, demonstraram que a
margem comprometida foi fator de estatisticamente significante em 41% das
recidivas locais. Nos dados deste estudo, a margem positiva na cirurgia de resgate do
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
tumor primário parece não ter relação com uma segunda recidiva loco-regional, ao
contrário do que é observado pós-cirurgia do tratamento inicial.
WOOLGAR et al.,
32
em 1995, demonstraram que a presença de infiltração
perineural no tumor primário foi fator relacionado com a recidiva local. Ainda, nos
casos sem esvaziamento cervical, foi fator preditivo de metástase regional em 70%
dos casos. Quanto à infiltração perineural no resgate do tumor primário, parece que a
sua presença está relacionada ao desenvolvimento de uma segunda recidiva local,
apesar do pequeno número de casos avaliados. Com os resultados encontrados e o
método utilizado neste estudo, torna-se impossível afirmar que a presença de
infiltração perineural no tumor primário na recidiva apresente o mesmo
comportamento biológico do que o tumor primário inicial.
6.3 Fatores prognósticos de tratamento
O tempo de recidiva loco-regional, em relação ao tratamento inicial, é
considerado prognóstico, haja vista, que as recidivas até seis meses de pós-
tratamento inicial podem ser consideradas como persistência tumoral ou doença
residual (STELL
36
, 1991; SPENCER et al.,
44
2001; YUEN et al.,
19
1997). Tais
recidivas loco - regionais costumam apresentar-se clinicamente como lesões
extensas e, muitas vezes, com necessidade de reconstrução. Quando de
apresentação cervical, comumente estão relacionadas à presença de doença
linfonodal volumosa e com ruptura capsular. Ainda, os limites de ressecabilidade
podem ser estreitos, fato que certamente leva a uma situação semelhante a
presente na recidiva, ou seja, a presença de doença ativa no leito cirúrgico
(macroscópica ou microscópica). Por outro lado, as recidivas consideradas tardias
comumente cursam com melhores resultados no controle loco-regional da doença
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___________________________________________________________________
(LEEMANS et al.,
29
1994; SCHWARTZ et al.,
34
2000; AMAR et al.,
11
2003;
STELL,
36
1991).
Desse modo, fisiologicamente, a recidiva loco-regional de diagnóstico precoce
estaria relacionado à presença de doença residual, ou ainda, ao desenvolvimento de
um segundo tumor primário no mesmo sítio anatômico, de acordo com a teoria de
“campo de cancerização” (SLAUGHTER et al.,
70
1953). É difícila distinção entre
doença residual e recidiva local, já que entre ambas é através da evidência clínica de
doença. Todavia, a recidiva precoce reflete uma indicação terapêutica inicial
inadequada, no qual o paciente é submetido a um tratamento de morbidade
significativa e de reabilitação, muitas vezes, prolongada. SCHWARTZ et al.,
34
em
2000, relataram que 29% das recidivas loco-regionais foram dignosticadas nos
primeiros seis meses de seguimento e não obtiveram controle da doença pós-resgate.
Nossos dados são de aproximadamente metade da casuística com diagnóstico até seis
meses e com sobrevida livre de doença pós-resgate de 17,5%.
Estamos, portanto, diante de um paradigma em fatores prognósticos, pois que a
grande parte dos resultados da cirurgia de resgate é pobre na presença de recidiva
loco-regional precoce (STELL
36
, 1991; SPENCER et al.,
44
2001; YUEN et al.,
19
1997). É um pensamento simplista a correlação da recidiva precoce à doença
avançada inicial? Não. O tumor, em termos moleculares, certamente não obedece a
um padrão lógico, resultando na manifestação clínica pressuposta. É exatamente isto
que indagamos. Ou seja, talvez haja um comportamento biológico do tumor distinto
na apresentação inicial e na recidiva loco-regional. Comportamento biológico que se
traduziria, em relação ao genótipo tumoral, em uma “nova” doença, com um fenótipo
de apresentação igual ao exame loco-regional.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Este pensamento traz um alentador desejo de que poderemos alterar o
comportamento do médico perante a doença, seja na apresentação inicial ou na
recidiva loco-regional. Chegará o dia em que o médico terá um papel de mero
expectador da doença, quando o tipo de tratamento inicial e de re-tratamento será
previamente definido, com a evolução da biologia molecular e dos genes envolvidos
na oncogênese.
Nos 76 casos submetidos à cirurgia de resgate, dez (13%) pacientes tiveram
exame histopatológico com ausência de tumor e confirmação histológica ou
citológica no pré-operatório. Os estudos publicados não relatam os resultados de
falso-positivos após a cirurgia de resgate. AMAR et al.,
59
em 2003, são os únicos
autores que utilizam como critérios de elegibilidade na casuística, a confirmação
histológica de carcinoma epidermóide pós-resgate cirúrgico. Todavia, todas as
recidivas locais eram de estádio clínico T1, podendo-se associar o resultado falso-
positivo no resgate à realização de biópsia excisional pré-operatória. Já nas recidivas
regionais, um caso também pode ser associado à biópsia excisional do único
linfonodo comprometido pela neoplasia no diagnóstico da recidiva. Os três casos
restantes tiveram confirmação citológica pré-operatória da presença de células
neoplásicas malignas, sendo que um deles teve o exame histopatológico negativo
para carcinoma epidermóide, mas evolui com nova recidiva regional irressecável, no
mesmo local, aproximadamente 40 dias pós-resgate cirúrgico.
Apenas treze pacientes realizaram radioterapia ou quimiorradioterapia de resgate,
sendo que apenas em um caso foi por recusa ao tratamento cirúrgico. Em todos os
demais 12 casos, a indicação foi irressecabilidade da doença, pois eram de estádio
clínico III e IV), extensão da cirurgia e más condições clínicas dos pacientes
(WONG et al.,
16
2003).
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Tivemos indicação de quimioradioterapia de resgate em 10,2% dos pacientes com
recidiva loco-regional de carcinoma epidermóide de cavidade bucal e orofaringe,
índice semelhante aos de vários autores, variando de 8,6% a 28,9% das recidivas
loco-regionais (PEARLMAN
68
, 1979; RAZACK et al.,
1
1982; KOKAL et al.,
33
1982; SCHWARTZ et al.,
34
2000; KOWALSKI
5
, 2002; WONG et al.,
16
2003;
ECKARDT et al.,
6
2004).
Ao contrário de grande parte dos resultados na literatura que demonstram
sobrevida nestes pacientes semelhante àqueles encaminhados diretamente aos
cuidados paliativos, na vigência de recidiva loco-regional, encontramos sobrevida
livre de doença a dois anos de 17,6% (WONG et al.,
16
2003; AMPIL
40
, 1988). O
índice obtido de sobrevida livre de doença a dois anos pós quimioradioterapia de
resgate mostra-se promissor, não somente pela presença de um único trabalho na
literatura com sobrevida livre de doença de 12,6% mas, especialmente, vislumbra um
novo enfoque terapêutico na abordagem da recidiva loco-regional no carcinoma
epidermóide de cabeça e pescoço (SCHWARTZ et al.,
34
2000). É inquestionável que
a doença de estádio clínico precoce (I e II) deverá ser submetida à cirurgia de
resgate, todavia, a quimioradioterapia de resgate poderá ser uma opção terapêutica na
recidiva loco-regional de estádio clínico avançado e/ou com margens estreitas e
duvidosas de ressecabilidade oncológica.
A sobrevida livre de doença a cinco anos dos pacientes submetidos a
quimioradioterapia de resgate foi extremamente pobre, sendo que mais de dez
pacientes morreram pela persistência da doença loco-regional nos primeiros seis a
oito meses, com resultados semelhantes aos encontrados na literatura (HARAF et
al.,
49
1996; AMAR et al.,
11
2003).
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O baixo controle da doença loco-regional submetida à quimiorradioterapia com
intenção de resgate, acrescida dos efeitos da irradiação e às repercussões na
qualidade de vida, faz o médico questionar o real benefício deste tratamento. A
maioria dos autores relata sobrevida média de seis a sete meses nestes pacientes,
assemelhando-se aos pacientes encaminhados diretamente aos cuidados paliativos
multidisciplinares (PEARLMAN
68
, 1979; KOKAL et al.,
33
1982; RAZACK et al.,
1
1982; WONG et al.,
16
2003; ECKARDT et al.,
6
2004). A sobrevida livre de doença
a um ano deste estudo foi de 16,7%, sendo que, com apenas um índice em literatura
coincidente com quimioradioterapia de resgate (SCHWARTZ et al.,
34
2000). Por
outro lado, um estudo de 808 pacientes com câncer não tratado de cabeça e pescoço,
aproximadamente 50% destes morreu em quatro meses. Entretanto, alguns fatores
foram de importância na maior sobrevida a um ano (12,9%) de determinado grupo de
pacientes, destacando-se o índice Performance Status e idade inferior a 70 anos
(KOWALSKI et al.,
71
2000).
Assim, levando-se em consideração a sobrevida, o Performance Status do
paciente e efeitos da irradiação, torna-se, em algumas situações, um dilema ao
médico a indicação de radioterapia ou quimioradioterapia de resgate. Entretanto,
perante um paciente com recidiva loco-regional e sem indicação de cirurgia,
devemos considerar o índice Performance Status do paciente como um dos fatores
mais importantes para a indicação de quimioradioterapia de resgate, além da vontade
do paciente e o seguimento rigoroso do paciente, durante o tratamento. Sendo assim,
mesmo com um número pequeno de pacientes, o Departamento de Cirurgia de
Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis – Hosphel deverá
dar continuidade a conduta preconizada de seguimento rigoroso a cada 14 dias dos
pacientes durante a realização de quimioradioterapia, com ênfoque nos efeitos
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adversos do tratamento, exame loco-regional e atendimento multidisciplinar, tais
como cuidados locais com a equipe de enfermagem, nutrição, fonoaudiologia,
psicologia e assistência social.
Sete pacientes foram diagnosticados com recidiva loco-regional após 24 meses de
seguimento. A avaliação foi realizada juntamente com as demais 120 recidivas, pelo
pequeno número de pacientes. As recidivas loco-regionais são mais freqüentemente
diagnosticadas nos primeiros 18 meses a 36 meses de seguimento, com índices de
74% e 89%, respectivamente (AMAR eta al.,
59
2003; COONEY et al.,
18
1999). A
evolução destes pacientes com diagnóstico tardio das recidivas loco-regionais foi
melhor, seja com indicação de cirurgia ou de quimioradioterapia. Na literatura,
vários estudos são unânimes quantos aos melhores resultados de sobrevida livre de
doença no resgate das recidivas loco-regionais tardios (AGRA e KOWALSKI
35
,
2004; GLEICH et al.,
21
2004; KOKAL et al.,
33
1983; SCHWARTZ et al.,
34
2000;
AMAR et al.,
59
2005). KOWALSKI et al.,
5
em 2002 foram os únicos que
demonstraram resultados pobres no controle cervical das recidivas tardias.
. A partir do terceiro ano de seguimento (superior a 24 meses), a incidência de
desenvolvimento de um segundo tumor primário supera a incidência de recidiva
loco-regional (HAAS et al.,
17
2001; AMAR et al.,
11
2003). Um segundo tumor
primário pode desenvolver-se no mesmo sítio ou área de ressecção prévia e nesta
situação é impossível a distinção clínica entre um segundo tumor na mesma área de
cancerização prévia ou a presença de doença residual que permaneceu silenciosa por
mais de dois anos (SLAUGHTER et al.,
70
1953). Assim, analisando-se as curvas de
sobrevida livre de doença a cinco anos dos pacientes com segundo tumor em cabeça
e pescoço e a evolução das recidivas loco-regionais após 24 meses de seguimento,
conforme considerado no estudo, tais recidivas podem ser atribuídas ao
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desenvolvimento de um segundo tumor no mesmo sítio anatômico na cabeça e
pescoço.
Em relação ao desenvolvimento de segundos tumores primários de cabeça e
pescoço, tivemos 11 casos que apresentaram sobrevida livre de doença a cinco anos
de cerca de 70%, independentemente da indicação de tratamento inicial ser cirurgia
ou quimioradioterapia. VIKRAM et al.,
63
em 1984, demonstraram que
aproximadamente um terço dos pacientes tratados com segundo tumor primário na
cabeça e pescoço estavam vivos após cinco anos de seguimento. Fazendo-se um
paralelo com as recidivas loco-regionais diagnosticadas após 24 meses de
seguimento, podemos concluir que tais recidivas tardias têm melhores resultados no
controle da doença loco-regional com quimioradioterapia, em relação a irradiação
nas recidivas loco-regionais com tempo de diagnóstico inferior a 24 meses. HAAS et
al.,
17
em 2001, demonstraram resultados semelhantes nos pacientes com recidivas
loco-regionais tardias, sendo que 26% tiveram sobrevida livre de doença superior a
dois anos.
Ainda, quanto ao tratamento das recidivas loco-regionais, apenas um paciente teve
indicação de quimioterapia. Primeiramente, a literatura apresenta trabalhos com
índices aceitáveis de toxicidade de quimioterapia de resgate e os índices de resposta
completa da doença loco-regional irressecável variam de 30% a 42% (O’BRIEN et
al.,
41
1994; KOHNO et al.,
42
1999).
A indicação de quimioterapia adjuvante de resgate pelo Departamento de Cirurgia
de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis – Hosphel, é
exclusivamente em pacientes selecionados e excluídos das diretrizes. Nestes casos
selecionados, e, considerando o índice Performance Status e o clearence de
creatinina como os principais fatores para indicação de quimioterapia, deve-se, a
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princípio, expor a opção terapêutica ao paciente, seus índices de resposta, os efeitos
citotóxicos, além de um acompanhamento multidisciplinar e de suporte.
Na avaliação da sobrevida livre de doença e sobrevida global a cinco anos da
casuística em estudo, concluímos que os pacientes com carcinoma epidermóide de
cavidade bucal e orofaringe apresentam baixos índices de morte por outras causas
após o tratamento inicial. Portanto, os pacientes morrem pela recidiva loco-regional e
a distância.
A sobrevida global e sobrevida livre de doença a cinco anos nos pacientes
submetidos ao tratamento de resgate, independentemente do tipo de resgate, foi de
47,5% e 40,25%, respectivamente. O resgate cirúrgico apresentou sobrevida livre de
doença a dois e cinco anos de 60% e 55%, respectivamente. Na literatura, é mais
freqüente a descrição da sobrevida global a cinco anos após resgate, com índices de
21%, 23%, 32,3%, respectivamente ( SCHWARTZ et al.,
34
2000; YONEMOTO et
al.,
22
1972; AGRA e KOWALSKI
35
, 2004). É inquestionável que a cirurgia de
resgate apresentou resultados superiores aos esperados e encontrados na literatura,
com ênfase na presença da recidiva loco-regional em estádio clínico precoce, no qual
o resgate cirúrgico parece se como tratamento curativo (SCHWARTZ et al.,
34
2000;
AGRA e KOWALSKI
35
, 2004).
O consenso de seguimento ambulatorial dos pacientes com carcinoma
epidermóide das vias aero- digestivas superiores (VADS) no Departamento de
Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis é a
realização de retornos mensais nos primeiros 18 meses e passando a ser bimensal até
o 3° ano. A partir daí, trimestral até os cinco anos e, após cinco anos, semestral.
AMAR et al.,
59
em 2003, avaliando 943 pacientes tratados com intenção curativa
por carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço, preconizava o retorno mensal nos
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primeiros 18 meses de seguimento, com índice de 74% de diagnóstico das recidivas
loco-regionais.
Com ênfase no diagnóstico precoce da recidiva loco-regional, assim como no
diagnóstico de segundo tumor primário, é rotina para médicos especialistas do
Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia, a realização
do exame loco-regional completo a cada retorno ambulatorial, com solicitação de
exames complementares na suspeita e no estadiamento da recidiva loco-regional ou
na presença de sintomas relatados pelo paciente indicativos de doença não detectável
ou de difícil delimitação ao exame físico geral e loco-regional. O relato do paciente é
responsável por 70% dos diagnósticos de recidivas loco-regionais, especialmente, a
dor. Na ausência de sintomas, o exame loco-regional minucioso é responsável pelos
30% restantes do diagnóstico, com a detecção de pequenas lesões assintomáticas
(AMAR et al.,
59
2003; SMIT et al.,
51
2001).
Em relação ao diagnóstico de metástases a distância e segundo tumores primários,
a radiografia simples de tórax é solicitada anualmente, assim como a endoscopia
digestiva alta no seguimento dos pacientes com tumores de orofaringe. Na ausência
de sintomas relatados pelo paciente, a realização rotineira de panendoscopias, tais
como a endoscopia digestiva alta e a broncoscopia são responsáveis por apenas 13%
dos diagnósticos (SHAHA et al.,
60
1988). Todavia, a realização de panendoscopias
pode ser o meio mais eficaz no diagnóstico de pequenas lesões (ATKINS et al.,
72
1984).
Devido aos resultados ímpares encontrados, as diretrizes de seguimento mensal
nos primeiros 18 meses após o tratamento inicial nos pacientes portadores de
carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço no Departamento de Cirurgia de Cabeça
e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis mostraram-se adequadas no
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diagnóstico das recidivas loco-regionais, com particular atenção a uma consulta
detalhada quanto aos sinais e sintomas relatados pelo paciente, os achados
evidenciados ao exame loco-regional e ao rigoroso, prioritário e rápido manejo do
paciente com recidiva loco-regional.
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7 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos na análise de 89 prontuários de pacientes portadores de
recidivas loco-regionais do carcinoma epidermóide de cavidade bucal e orofaringe
permitem concluir que:
Na análise univariada, foi constatado que as mais significantes variáveis em
relação ao prognóstico foram o sítio da recidiva loco-regional; tipo de recidiva loco-
regional; irradiação prévia; estádio clínico inicial; estádio clínico da recidiva loco-
regional e tempo de recidiva loco-regional a partir do tratamento inicial
A análise multivariada identificou como fatores prognósticos independentes de
sobrevida livre de doença o tipo de tratamento de resgate e o tempo de recidiva loco-
regional.
A análise multivariada identificou como fatores prognósticos independentes
preditivos para o tratamento de resgate, o sítio anatômico do tumor primário, o
estádio clínico da recidiva loco-regional e a radioterapia prévia.
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65. Calhoun KH, Fulmer P, Weiss R, Parsons JT, Spangler AE, Million RR. Does
node location affect the incidence of distant metastases in head and neck squamous
cell carcinoma. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1989; 17:293-7.
66. Lippman SM, Hong WK. Second malignant tumors in head and neck squamous
cell carcinoma: the overshadowing threat for patients with early-stage disease. Int J
Radiat Oncol Biol Phys 1989; 17(3):691-4.
67. Robbins KT, Atkinson JD, Byers RM, Cohen JI, Lavertu P, Pellitteri P. The use
and misuse of neck dissection for head and neck cancer. J Am Coll Surg 2001;
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68. Pearlman NW. Treatment outcome in recurrent head and neck cancer. Arch Surg
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69. Fitzpatrick PJ, Tepperman BS. Carcinoma of the floor of the mouth. J Can Assoc
Radiol 1982; 33(3):148-53.
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71. Kowalski LP, Carvalho AL. Natural history of untreated head and neck cancer.
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determination of second primary cancer. A study of 451 cases of head and neck
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Referências consultadas
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Brasilino de Carvalho, Editora Atheneu, 2001.
2. Comprehensive Management of Head and neck Tumors/ Stanley E. Thawley,
William R. Panje, John G. Batsakis, Robert D. Lindberg, New York: Saunders
Company, 1987.
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___________________________________________________________________
CP ADMISSÃO NOME
IDADE
SEXO
ETNIA
CO-
M T E SÍTIO
00/004 11/1/2000 ojm 69 m b s 2 1 tonsila
00/027 27/1/2000 oe 62 m b s 3 4 borda língua
00/065 9/8/2000 vrn 55 m ab n 2 3 língua e soalho
00/085 29/2/2000 ncsb 30 f ab s 2 1 sulco pelve lingual
00/099 14/3/2000 gc 69 m b 4 2 área retromolar
00/111 16/3/2000 ada 62 m b n 4 4 borda língua
00/123 23/3/2000 dls 40 f b n 2 1 borda língua
00/150 6/4/2000 fga 59 m b s 3 4 ventre língua
00/172 18/4/2000 aaj 45 m b n 2 2 gengiva inferior
00/180 25/4/2000 jcn 60 m b n 3 3 soalho
00/181 25/4/2000 jcs 55 m b n 2 1 borda língua
00/220 23/5/2000 jms 50 f ab s 2 0 valécula
00/222 13/6/2000 mas 79 m b n 2 0 lábio inferior
00/238 27/6/2000 ap 51 m ab s 4 0 tonsila
00/243 15/6/2000 ea 63 m ab n 1 1 borda língua
00/264 27/6/2000 jp 65 m b n 2 4 gengiva inferior
00/281 6/7/2000 jbs 46 m ab s 1 3 soalho
00/296 13/7/2000 ros 48 m n s 2 4 soalho
00/311 25/7/2000 jas 44 m ab n 0 0 gengiva inferior
00/348 22/8/2000 jas 69 m ab n 2 4 borda língua
Anexo 1
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
00/375 12/9/2000 jp 58 m b s 2 2 borda língua
00/380 12/9/2000 acd 46 m b s 4 4 soalho
00/398 19/9/2000 wrl 48 m b n 3 1 úvula
00/405 21/7/2000 vlrf 50 f b n 4 3 soalho
00/408 26/9/2000 jbr 61 m b n 3 4 pilar tonsilar anterior
00/423 29/9/2000 ms 43 m b n 3 4 lábio inferior
00/440 5/10/2000 prs 62 m b n 0 3 valécula
00/452 10/10/2000 jcs 55 m b n 2 4 borda língua
00/458 17/10/2000 ms 69 m n n 2 2 língua e soalho
00/472 19/10/2000 ifj 51 m n n 4 4 soalho
00/478 24/10/2000 jcr 46 m b S 2 4 borda língua
00/496 26/10/2000 ajg 78 f b 4 0 sulco pelve lingual
00/498 31/10/2000 jes 46 m o s 2 3 soalho
00/502 31/10/2000 fmp 44 m b n 2 4 tonsila
00/516 7/11/2000 lps 55 m ab s 2 4 pilar tonsilar anterior
00/540 20/6/2000 lis 49 m n n 2 4 tonsila
00/610 19/12/2000 jasb 45 m b n 3 3 borda língua
00/626 28/12/2000 lr 66 m b s 2 4 gengiva inferior
01/001 2/1/2000 jfs 64 m b s 2 1 borda língua
01/002 2/1/2001 wjps 38 m b s 2 4 soalho
01/009 19/12/2000 jp 51 m b n 4 4 borda língua
01/017 11/1/2001 wlgs 25 m b s 4 3 lábio inferior
01/029 23/1/2001 jf 63 m ab n 3 4 tonsila
01/033 30/1/2001 or 67 m b n 2 2 gengiva inferior
Termo de Consentimento Livre e Informado
Eu, Helma Maria Chedid, médica do Departamento de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis, estou realizando um estudo
sobre a recidiva do carcinoma epidermóide de boca e orofaringe tratado com
cirurgia.
Através de telefonema ou correspondência entrei em contato com os pacientes
operados por tumor maligno (carcinoma epidermóide) de boca e orofaringe que
perderam o seguimento pós-operatório e solicitei o retorno destes à consulta
ambulatorial.
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Esclareço ao paciente e a seus familiares que o retorno às consultas ambulatoriais
é de vontade dele (do paciente) e que a falta de adesão ao seguimento não prejudicará
seu retorno ao ambulatório no futuro, caso haja necessidade ou vontade pelo mesmo.
Esclareço que meu trabalho de recidiva do tumor maligno já tratado não irá
prejudicar o paciente sem seguimento ambulatorial, tampouco favorecerá os
pacientes com retornos regulares. O trabalho não apresenta nenhum ônus ao paciente,
tampouco exposição de fotografias e dados pessoais, sem seu consentimento
autorizado prévio. Esclareço também que o paciente poderá retornar ao ambulatório
e fazer parte do meu estudo, em qualquer momento que deseje, enquanto o trabalho
esteja em perído de realização.
Para qualquer dúvida ou esclarecimento, entrar em contato no telefone 22747600,
ramal 205.
Eu,..............................................................................................., estou de acordo
com meu retorno ao seguimento ambulatorial na Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do
Hospital Heliópolis – Hosphel
Projeto de Pesquisa
Fatores Prognósticos Clínico Histopatológico eTratamento da Recidiva Loco-regional em
Pacientes com Carcinoma Epidermóide de Cabeça e Pescoço: Estudo de 80 Casos
Pesquisadores
Mestranda – Helma Maria Chedid
Orientador – Prof. Dr. Sergio Altino Franzi
30
ID .........
1 CP ......./..........
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2 Data de admissão ........./........../..........
3 Nome .............
4 Idade ............
5 Sexo: (1) masculino (2) feminino..................................................................( )
6 Etnia: (1) branco (2) afro-brasileiro (3) amarelo..............................................( )
7 Tabagismo: (1) + (2) ++ (3) +++ (4) ++++ (5) não.....................................( )
8 Etilismo: (1) + (2) ++ (3) +++ (4) ++++ (5) não........................................( )
9 Sítio anatômico: (1) lábio inferior ( 2) lábio superior (3 ) soalho (4 ) borda
língua (5) gengiva inferior ( 6) gengiva superior ( 7) língua e soalho (8) área
retromolar ( 9) palato mole ( 10 ) úvula (11) mucosa jugal (12) ventre língua
(13) sulco pelve lingual (14) base de língua (15) palato duro (16) sulco gengivo
labial superior (17) sulco gengivo labial inferior (18) tonsila (19) (20)
valécula (21) pilares (22) parede posterior (23) sulco
glossotonsilar........................................................................................................( )
10 T: (1) T1 (2) T2 (3) T3 (4) T4 (5) Tx.........................................................( )
11 N: (1) N0 (2) N1 (3) N2A (4) N2B (5) N2C (6) N3 (7) Nx ................( )
12 M: (1) M0 (2) M1 (3) Mx ........................................................................( )
13 Estadiamento clínico: (1) I (2) II (3) III (4) IVA (5) IVB (6) IV C ........( )
30
14 Níveis linfonodos positivos ipsilateral: (1) submentoniano (2) submandibular
(3) JCA (4)EA (5) JCM (6) EM (7) JCB (8) EB (9) Fossa...(10) VI (11)
VII (12) parotídeo................................................................( ) ( ) ( ) ( ) ( )
15 Níveis linfonodos positivos contralateral: (1) submentoniano (2)
submandibular (3) JCA (4)EA (5) JCM (6) EM (7)JCB (8) EB (9)
fossa...(10)VI (11)VII............................( ) ( )
16 Tipo de tratamento: (1) cirurgia (2) radioterapia (3) quimioterapia............( )
17 Data da cirurgia: ......../........./..........
18 Cirurgia sítio primário: (1) glossectomia parcial (2) glossectomia total (3)
pelveglossectomia parcial (4) ORM (5) Pelveglossomandibulectomia marginal
(6) ressecção lesão lábio (7) ressecção lesão via natural......................( ) (
)
19. (1) monobloco (2)dibloco......................................................................( )
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
20. Reconstrução (1)retalho miocutâneo peitoral (2) retalho platisma (3)
retalho fasciocutâneo peitoral...(4)retalho Karapanczik (5) retalho Szmanowski
(6) retalho lábio superior (7) retalho lábio inferior (8)retalho Abbe (9) retalho
osteomiocutâneo....(10) enxerto simples (11) retalho nasogeniano (12)retalho
trapézio (13) retalho livre microvascularizado...(14) placas metálicas...(15)
retalho Bakanjian.........................................................................................( )
21 Cirurgia no pescoço: (1) esvaziamento cervical radical ipsilateral (2)
esvaziamento cervical modificado ipsilateral (3) esvaziamento supra omohioideo
ipsilateral (4) esvaziamento jugular ipsilateral (5) esvaziamento cervical radical
modificado bilateral (6) esvaziamento cervical jugular contralateral
(7)esvaziamento supra-omohióideo contralateral (8) esvaziamento cervical
posterior (9) outro esvaziamento cervical...................................................( ) ( )
22 pT: (1) T1 (2) T2 (3) T3 (4) T4..........................................................( )
23 pN: (1) N0 (2) N1 (3) N2A (4) N2B (5) N2C (6) N3............................( )
24 Ruptura capsular: (1) sim (2) não...................................................................(
)
25. Nível N (1) submentoniano (2)submandibular (3) JCA (4)EA (5)JC
(6)EM (7)JCB (8) EB (9) fossa (10)VI (11)VII (12) parotídeo...........( ) (
) ( )
26 Grau de diferenciação histológica: (1) bem diferenciado (2) moderadamente
diferenciado (3) pouco diferenciado (4) indiferenciado..................................( )
27 Margem cirúrgica: (1) livre (2) comprometida (3) exígua (4)displasia.........( )
30
28 Infiltração perineural: (1) presente (2) ausente (3) indeterminado................( )
29 Embolização vascular: (1) presente (2) ausente (3) indeterminado...............( )
30 Embolização linfática: (1) presente (2) ausente (3) indeterminado............( )
31 Desmoplasia: (1) ausente (2) discreto (3) moderado (4) intenso (5)
indeterminado.......................................................................................................( )
32 Espessura tumoral: (1) não avaliado (2) até 0,5 mm (3) > 0,5mm...............( )
33. Infiltrado inflamatório (1)ausente (2) discreto (3)moderado (4) intenso
(5) indeterminado......................................................................................( )
34. Padrão de invasão (1) em blocos (2) infiltrativo (3) pushing (4)
dissociação (5) in situ (6) indeterminado ...............................................( )
35 Número de linfonodos dissecados: ...........
36 Número de linfonodos dissecados positivos: ............
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
37 Número de linfonodos com ruptura capsular:... (..) ipsi (..) contra
(..) bi
38 Nínel linfonodo com ruptuta capsular (1) submentoniano (2)submandibular (3)
JCA (4)EA (5)JCM (6)EM (7)JCB (8) EB (9) fossa (10)VI (11)VII (12)
parotídeo..........( ) ( )
39 Nível dos linfonodos dissecados positivos ipsilateral (1) submentoniano
(2)submandibular (3) JCA (4)EA (5)JCM (6)EM (7)JCB (8) EB (9) fossa
(10)VI (11)VII (12) parotídeo...............................................................( ) ( ) ( )
40 Níveis linfonodos dissecados positivos contralateral: (1) submentoniano
(2)submandibular (3) JCA (4)EA (5)JCM (6)EM (7)JCB (8) EB (9) fossa
(10)VI (11)VII (12) p................................................................( ) ( ) ( )
41 Radioterapia pós-operatória: (1) sim (2) não...........................................( )
42 Data da radioterapia: .........../............/..............
43 Data do término da radioterapia: ............/............/..............
44 Tipo de aparelho de radioterapia: (1) acelerador linear (2) cobaltoterapia (3)
outros.......( )
45 Dose de radioterapia total: ...........Gy
46 Quimioterapia (1)sim (2) não..............................................................( )
47 Esquema (1)concomitante (2) paliativa (3) outros (4)não....................( )
30
48 Droga (1)cisplatina (2) 5-fluorouracil (3) outros..........................( ) ( )
49 Ciclos (1) 1 (2) 2 (3) 3 (4) 4 (5) 5 (6) 6 (7) 7 (8) 8.........................( )
50 Recidiva local: (1) sim (2) não ..........................................................( )
51 Recidiva regional: (1) sim (2) não .......................................................( )
52. Data do diagnóstico da recidiva ......./........./.............
53 T: (1) T1’ (2) T2’ (3) T3’ (4) T4’ (5) Tx’.................................................( )
54 N: (1) N0’ (2) N1’ (3) N2A’ (4) N2B’ (5) N2C’ (6) N3’ (7) Nx’..........( )
55 M: (1) M0’ (2) M1’ (3) Mx’..................................................................( )
56 Estadiamento clínico: (1) I’ (2) II’ (3) III’ (4) IVA’ (5) IVB’ (6) IVC’....( )
57 Etilismo (1)sim’ (2)não’................................................................( )
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
58 Tabagismo (1)sim’ (2)não’................................................................( )
59 Níveis linfonodos positivos ipsilateral: (1) submentoniano’ (2) submandibular’
(3) JCA’ (4)EA’ (5) JCM’ (6) EM’ (7) JCB’ (8) EB’ (9) Fossa’ (10) VI’ (11)
VII’ (12)parotídeo’....................................................................( ) ( ) ( ) ( )
60 Níveis linfonodos positivos contralateral: (1) submentoniano’ (2)
submandibular’ (3) JCA’ (4)EA’ (5) JCM’ (6) EM’ (7)JCB’ (8) EB’ (9)
fossa’ (10)VI’ (11)VII’ (12)parotídeo............................................( ) ( ) ( ) ( )
61 Tipo de tratamento de resgate: (1) cirurgia (2) radioterapia exclusiva (3)
quimioradioterapia (4) quimioterapia (5) paliação.........................................( )
62. Data da cirurgia de resgate........./........../...............
63. . Cirurgia resgate sítio primário: (1) glossectomia parcial (2) glossectomia
total (3) pelveglossectomia parcial (4) ORM (5) ressecção tumor lábio (6)
pelveglossomandibulectomia marginal (7)peveglossomandibulectomia segmentar
(8) ressecção parcial infra-meso estrutura (9)ressecção lesão via natural (
)outros...........( ) ( )
64. Reconstrução no resgate (1)retalho miocutâneo peitoral (2) retalho
platisma (3) retalho fasciocutâneo peitoral...(4)retalho Karapanczik (5) retalho
Szmanowski (6) retalho lábio superior (7) retalho lábio inferior (8)retalho
Abbe (9) retalho osteomiocutâneo....(10) enxerto simples (11) retalho
nasogeniano (12)retalho trapézio (13) retalho livre microvascularizado...(14)
placas metálicas...(15) retalho Bakanjian........................................( )
65 Cirurgia resgate no pescoço: (1) esvaziamento cervical radical ipsilateral (2)
esvaziamento cervical modificado ipsilateral (3) esvaziamento supra omohioideo 30
ipsilateral (4) esvaziamento jugular ipsilateral (5) esvaziamento cervical radical
modificado bilateral (6) esvaziamento cervical jugular contralateral
(7)esvaziamento supra-omohióideo contralateral (8) esvaziamento cervical
posterior (9) outro esvaziamento cervical:...............................( ) ( )
66 pT’: (1) T1’ (2) T2’ (3) T3’ (4) T4’.......................................................( )
67 pN: (1) N0’ (2) N1’ (3) N2A’ (4) N2B’ (5) N2C’ (6) N3.....................( )
68 Ruptura capsular: (1) sim’ (2) não’ (..) ipsi (..) contra (..)
bi
69 Grau de diferenciação histológica: (1) bem diferenciado’ (2) moderadamente
diferenciado’ (3) pouco diferenciado’ (4) indiferenciado’...............................( )
70 Margem cirúrgica: (1) livre’ (2) comprometida’ (3) exígua’ (4) displasia...( )
71 Infiltração perineural: (1) presente’ (2) ausente’ (3) indetermi...............( )
72 Embolização vascular: (1) presente’ (2) ausente’ (3) indeterminado’...........( )
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
73 Embolização linfática: (1) presente’ (2) ausente’ (3) indeterminado’...........( )
74 Desmoplasia: (1) ausente’ (2) discreto’ (3) moderado’ (4) intenso’ (5)
indeterminado..........................................................................( )
75 Espessura tumoral: (1) não avaliado’ (2) até 0,5 mm’ (3) > 0,5 mm’...........( )
76. Infiltrado inflamatório (1)ausente’ (2) discreto’ (3)moderado’ (4) intenso’
(5) indeterminado.................................................................................( )’
77. Padrão de invasão (1) em blocos’ (2) infiltrativo’ (3) pushing’ (4)
dissociação’ (5) in situ’ (6) indeterminado’...................................................( )
78 Número de linfonodos dissecados: ........................
79 Número de linfonodos dissecados positivos: ..................
80 Nível dos linfonodos dissecados positivos ipsilateral (1) submentoniano’
(2)submandibular’ (3) JCA’ (4)EA’ (5)JCM’ (6)EM’ (7)JCB’ (8) EB’ (9)
fossa’ (10)VI’ (11)VII’ (12)
parotídeo............................................................................................( ) ( ) ( ) ( )
81 Níveis linfonodos dissecados positivos contralateral: (1) submentoniano’
(2)submandibular (3) JCA’ (4)EA’ (5)JCM’ (6)EM’ (7)JCB’ (8) EB’ (9)
fossa’ (10)VI’ (11)VII’ (12)
parotídeo................................................................................................................( )
( ) ( ).( )
82 Nível N com ruptura capsular (1) submentoniano’ (2)submandibular’ (3) 30
JCA’ (4)EA’ (5)JCM’ (6)EM’ (7)JCB’ (8) EB’ (9) fossa’ (10)VI’ (11)VII’
(12) parotídeo’...................................( ) ( ) ( ) ( )
83 Radioterapia pós-operatória’: (1) sim’ (2) não’........................................( )
84 Data da radioterapia’: .........../............/............
85 Data do término da radioterapia’: ............/............/............
86 Tipo de aparelho de radioterapia’: (1) acelerador linear’ (2) cobaltoterapia’ (3)
outros................................................................................................( )
87 Dose de radioterapia total’: ..................Gy
88 Quimioterapia (1)sim’ (2)não’............................................................( )
89 Esquema (1) concomitante’ (2) paliativa’ (3) outros’ (4) não..............( )
90 Droga (1) cisplatina’ (2) 5-fluorouracil’ (3) outros’...........................( ) ( )
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
91 Ciclos (1) 1’ (2) 2’ (3) 3’ (4) 4’ (5) 5’ (6) 6’ (7) 7’ (8) 8’................( )
92 Controle (1) sim (2) não.....................................................................( )
93 Segunda recidiva (1)sim (2)não........................................................( )
94 Data segunda recidiva ......./............/...........
.
95 T: (1) T1’’ (2) T2’’ (3) T3’’ (4) T4’’ (5) Tx’’........................................( )
96 N: (1) N0’’ (2) N1’’ (3) N2A’’ (4) N2B’’ (5) N2C’’ (6) N3’’ (7) Nx...( )
97 Tipo de tratamento da segunda recidiva (1) cirurgia (2) radioterapia (3)
quimioterapia..................................................................................................( ) ( )
98 Data da cirurgia segunda recidiva .............../............./.........
99 Tipo de cirurgia da segunda cirurgia:
.....................................................................................
100 Outros dados
..........................................................................................................................
101Data da útima avaliação: ........../.........../.............
102 Performance status (1) vivo assintomático (2) vivo com neoplasia (3) morte
pela neoplasia primária (4) morte por outras causas (5) perdido o seguimento.( )
103 Data de óbito pela neoplasia.........../.........../................
30
104 Metástases a distância: (1) sim (2) não................................................( )
105 Data do diagnóstico de metástase a distância: .........../.........../............
106 Local da metástase a distância: (1) pele (2) pulmão (3) cérebro (4) fígado
(5) ossos (6) TCS........................................................................................( )
107 Método de diagnóstico da metástase a distância: (1) ultrassom (2) tomografia
computadorizada (3) endoscopia de VADS (4) endoscopia do aparelho digestivo
(5) outros ..........................................................................................( ) ( ) ( )
108 Segundo tumor primário (1) pele (2) vias biliares (3) gástrico (4) cólon (5)
pâncreas (6)cabeça e pescoço (7) mama.........................................................( )
109. Outros dados segundo tumor em cabeça e pescoço
.........................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Apêndice 1
Classificação Internacional dos Tumores AJC-UICC (2002)
Estadiamento T dos tumores de cavidade bucal
Tx – tumor primário não pode ser avaliado
T0 – não há evidência de tumor primário
Tis – tumor in situ
T1 – tumor < 2,0 cm, em sua maior dimensão
T2 – tumor entre 2,1 e 4,0 cm, em sua maior dimensão
T3 – tumor maior do que 4,1 cm, em sua maior dimensão
T4a – tumor invade estruturas adjacentes (por exemplo: osso cortical, musculatura
extrínseca da língua, antro maxilar, pele)
T4b – tumor invade espaço mastigador, lâminas pterigóideas, base de crânio,
artéria carótida interna
Estadiamento T dos tumores de orofaringe
Tx – tumor primário não pode ser avaliado
T0 – não há evidência de tumor primário
Tis – tumor in situ
T1 – tumor < 2,0 cm, em sua maior dimensão
T2 – tumor entre 2,1 e 4,0 cm, em sua maior dimensão
T3 – tumor maior do que 4,1 cm, em sua maior dimensão
T4a – tumor invade estruturas adjacentes (por exemplo: laringe, musculatura
extrínseca da língua, palato duro, mandíbula, músculo pterigóideo medial)
T4b – tumor invade parede lateral da nasofaringe, artéria carótida interna, base de 30
crânio, músculo pterigóideo lateral
Estadiamento N dos tumores de cavidade bucal e orofaringe
N0 – ausência de linfonodo clinicamente palpável
N1 – linfonodo ipsilateral, único e < 3,0 cm
N2a – linfonodo ipsilateral único, entre 3,1 e 6,0 cm
N2b – linfonodos ipsilaterais múltiplos e < 6,0 cm
N2c – linfonodos bilaterais ou contralateral e < 6,0 cm
N3 – linfonodo > 6,1 cm
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Estadiamento clínico
Estádio 0 Tis N0 M0
Estádio I T1 N0 M0
Estádio II T2 N0 M0
Estádio III T1, T2 N1 M0
T3 N0, N1 M0
Estádio IV A T1, T2, T3 N2 M0
T4a N0, N1, N2 M0
Estádio IV B T4b Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
Estádio IV C Qualquer T Qualquer N M1
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Apêndice 2
Tabela de Du Bois
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Apêndice 3
Escala de Karnofzky - Performance Status
100 – Normal, sem queixas e sem evidência de doença.
90 – Capaz de realizar atividades normalmente. Pequenos sintomas e sinais da
doença.
80 – Atividade com esforço; alguns sintomas e sinais da doença.
70 – Cuida de si mesmo. Incapaz de realizar uma atividade ou trabalho.
60 – Requer assistência ocasional, mas é capaz de cuidar de suas necessidades.
50 – Necessita de boa assistência e freqüentes cuidados médicos.
40 – Incapacitado. Requer assistência e cuidados especiais.
30 – Grande incapacidade, indicando a internação, mesmo que a morte não seja
iminente.
20 – Muito grave; necessário internação e tratamento intensivo.
10 – Moribundo; rápido progresso.
00 – Óbito. 30
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São Paulo, 16 de Novembro de 2006.
Ao
_ Dra.) Helma Maria Çhedid
Informamos que o projeto de pesquisa:
"Fatores prognósticos
clinico histopatológico e recidiva locorregional em pacientes
com carcinoma epidermoide de vias aéreas digestivas
superiores; estudo de 80 casos."
Protocolo, Brochura do
Investigador:, registrado neste CEP sob n0497 tendo como relator Dr.
Carlos
Lehn
foi aprovado por este Comitê de Ética em Pesquisa no dia, 1 0/10/2006.
Lembramos que
é
obrigatório o envio de relatório anual e final para
este Comitê de Ética em Pesquisa.
Atenciosamente,
Rua Cônego Xavier, 276 - Sacomã - São Paulo - PS-Extema - CEP
04231-030 Fone: 6215-1001/2747600 ramal 1 05 - E-mail:
[email protected] e Site www.hospitalheliopolis.orQ.br
COMPLEXO HOSPITALAR HELlÓPOLlS
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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Informações gerais
Formatação
Papel: branco, tamanho A4 (210x297 mm), 90 gramas;
Margens
· esquerda 3,5 cm;
· direita 3,0 cm;
· superior 2,5 cm;
· inferior 2,5 cm
Fonte: Times New Roman, tamanho 12
Espaçamento: duplo
Alinhamento: esquerdo
Livros Grátis
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